Está en la página 1de 4

53

FERNAN GONZÁLEZ D E ESLAVA

I 1 primer d r a m a t u r g o americano, Fernán González de Eslava",


,, X X I V ( 1 9 4 1 ) , p p . 161-170. ( A l g o modificado tamban aparece
, „ „ /.„„,y,..v sobre literatura iberoamericana. México 1953, p p . ¿ b - á / j .
, , , , , wZr de K u r l a t . Lo cómico en el teatro de Fernán González de
FERNÁN GONZÁLEZ D E ESLAVA ;,/„,,. H u m o * Aires: U n i v e r s i d a d de Buenos Aires, 19bd.

[México, 1534-1601]

V I D A y o b r a . L a obra dramática de este escritor, español de n a c i m i e n t o y


1
mexicano p o r adopción, sobresale, p o r su c a l i d a d y su abundancia r e l a t i v a ,
en e l p a n o r a m a d e l teatro hispanoamericano d e l siglo x v i . A pesar de l a
considerable reputación de q u e g o z ó en su t i e m p o como poeta y d r a m a -
t u r g o en l a N u e v a España, m u y poco se sabe acerca de su v i d a . A l parecer,
era o r i u n d o de A n d a l u c í a y se trasladó a M é x i c o a l f i n a l de l a década de
1550. C o n c l u y ó en M é x i c o sus estudios y se hizo sacerdote. Según p r o p i o
testimonio, estuvo en prisión con m o t i v o de u n entremés en que se criticaba
el i m p u e s t o de l a alcabala. L o q u e h a llegado hasta nosotros de su p r o -
ducción dramática, gracias a u n a recopilación de sus obras p u b l i c a d a s en
I 6 l 0 p o r F e r n a n d o V e l l o de B u s t a m a n t e , consta de dieciséis coloquios ( e n t r e
los que se destacan el de Jonás — e l s é p t i m o — y el d e l bosque d i v i n o — e l
d e c i m o s e x t o — ) , nueve loas y c u a t r o entremeses. L a s notas m á s caracte-
rísticas de su teatro son l a hábil versificación, l a a g i l i d a d d e l diálogo y l a

índole p o p u l a r de los personajes (especialmente en los entremeses), l a p r e -


sencia de abundantes referencias históricas, geográficas y costumbristas, el •

registro de locuciones regionales. Sus coloquios son breves piezas alegóricas


sobre asuntos t a n t o sacros como p r o f a n o s . Las loas, p o r l a categoría dramá-
tica a que pertenecen, se d e f i n e n p o r su intención de obsequiosidad. Segura-
mente, l a p a r t e de su creación dramática que nos resulta más entretenida
p o r su h u m o r p o p u l a r y a u n picaresco, es l a de los entremeses. A q u í se •
i n c l u y e n e l de D i e g o M o r e n o y Teresa y el de los dos rufianes, conocido
también como el entremés d e l ahorcado. L o s otros dos son el de L o p e

B o d i g o y J u a n G a r a b a t o y el de Presunción, I g n o r a n c i a y O c i o .

1
Bibliografía sumaria, A m a d o Alonso. "Biografía de Fernán González de Es-
l a v a " , Revista de filología hispánica, I I ( 1 9 4 0 ) , p p . 213-321. José Juan
A r r o m . Historia del teatro hispanoamericano (Epoca colonial). México:
E d . de A n d r e a , 1967, p p . 3 8 - 4 1 . Fernán González de Eslava. Coloquios
espirituales y sacramentales, Edición, prólogo y notas de José Rojas G a r c i -
dueñas, 2 tomos. M é x i c o : E d . Porrúa, 1958. J u l i o Jiménez Rueda. " L a
edad de Fernán González de Eslava", Revista mexicana de estudios antro-
'.'¡noKorbtM nr» ssdfiq rI /
pológicos, I I ( 1 9 2 8 ) , p p . 102-106. H a r v e y L . Johnson. " T h e Staging of
González de Eslava's « C o l o q u i o s » " , Híspanle Review, V I I I (1940), pp. •
343-346. C y n t h i a Rosenstein. " E l papel de l a comicidad en el teatro de
F'ernán González de E s l a v a " , La palabra y el hombre, N o . 39 ( j u l i o -
xrptiembre 1 9 6 6 ) , p p . 405-412. H i l d b u r g Schilling. Teatro profano en la
Nueva España. M é x i c o : U N A M , 1958, p p . 175-184. A r t u r o Torres R i o -
52
FERNÁN G O N Z Á L E Z D E E S L A V A 55

D é mis hechos inhumanos


éste h a dado testimonio,
pues tuvo p o r más livianos
los tormentos d e l demonio
T-> ' 1 1 1 1
que los que doy p o r mis manos.
bntremes del ahorcado Él hizo como avisado,
porque lo hubiera pringado,
o hecho m i l añicos
Entre dos rufianes, que el uno había dado al otro un bofetón, y e
y quebrado los hocicos,
que le había recibido venía a buscar al otro para vengarse. El Agre si no se hubiera ahorcado.
sor, viendo venir de lejos a su contrario, se fingió ahorcado; y vién
dolo así el A f r e n t a d o , dijo lo siguiente:
i ,/,/,; vez que acaba de glosar "Si no estuviera ahorcado", acometía
, iarle una estocada, y el que le ahorcó, le tenía el brazo, diciéndole:
RUFIÁN AFRENTADO.—Mi espada y m i brazo fuerte,
\,< ensucie vuesa merced su espada en un hombre muerto, por-
m i tajo con m i revés,
Mji no es valentía." Y habiéndose ido el rufián agraviado, el otro se
en blanco salió esta suerte,
punlazó y dijo al que estaba presente: "Oiga vuesa merced cómo
pues éste se os f u e p o r pies
I, voy glosando la letra."
a l a cueva de la muerte.
Porque, j u r o a l m a r salado, RUFIÁN AGRESOR.—Aquel bellaco p u t i l l o ,
no se me hubiera escapado mas menguado que la mengua,
en vientre de la ballena, me huyó. Q u i e r o seguillo
que allí le diera carena, para sacalle l a lengua
si no se hubiera ahorcado. por detrás d e l colodrillo.
Estoy p o r i r a sacallo A q u e l bellaco azotado,
del infierno, cueva esquiva, sucio, puerco y apocado,
y esto n o p o r remediallo, puso lengua en m i persona.
sino p o r hacer que v i v a , Hiciérale l a m a m o n a ,
y v i v o , después m a t a l l o . si no estuviera ahorcado.
Y esto fuera a l desdichado E l brazo y el pie derecho
pena y tormento doblado con que me hizo ademanes,
verse puesto en m i presencia. le cortara y, esto hecho,
Hiciéralo, en m i conciencia, los echara en el estrecho
si no se hubiera ahorcado. que l l a m a n de Magallanes.
Repartiera como p a n Y , estando aquí arrodillado,
al h i j o de l a bellaca, le diera u n tajo volado
los brazos en Coyoacán, que le cortara p o r medio.
y las piernas en Oaxaca, Hiciéralo sin remedio,
y l a panza en Michoacán. si no estuviera ahorcado.
Las barbas, p o r más tormento,
Y l o que queda sobrado
u n a a u n a le pelara,
ante m i fuera quemado,
y después, p o r m i contento,
y fuera poco castigo.
por escobas las t o m a r a ,
Y o hiciera lo que digo,
y barriera m i aposento.
si no se hubiera ahorcado.
54
FERNAN GONZÁLEZ DE ESLAVA FERNAN GONZALEZ D E ESLAVA

Y no quedara vengado I Mujer, mira lo que digo,


con velle barbipelado, (|iir es b u e n o e l p u e b l o e n q u e e s t a m o s ;
que en ellas, p o r v i d a mía, C f t d l c u a l es n u e s t r o a m i g o ;
escupiera cada día, DOI eso n o es b i e n q u e v a m o s
si no estuviera ahorcado. .i buicar p a n d e t r a s t r i g o . 3

¿Éste, dicen, que es valiente? I i i" » | < )ué m a r i d o y q u é señor!


¿y anda conmigo en consejas? Maridillo d e n o n a d a ,
Si estuviera aquí presente, I I I I I . I q u i é n es m i d o l o r
le cortara las orejas, l ' . n . i e s t a r c o n él c a s a d a
y las clavara en su frente. hija de c o n q u i s t a d o r .
Y así quedara afrentado, Siempre su seso t r o p i e z a
de todos vituperado, 'ii iiuilra de lo q u e quiero,
y después de esto hiciera • I es <le pies a c a b e z a
que en viernes se las comiera, CORIO m a n o d e m o r t e r o ,
si no estuviera ahorcado. todo h e c h o d e u n a p i e z a .
i M i señora y m i m u j e r ,
1

di p r e n d e d d e m i p a c i e n c i a ,
ENTREMÉS DE DIEGO M O R E N O Y TERESA
I |ue y o os h a g o saber
I E R E S A . — ¿ Q u e en M é x i c o he de quedar? • l i e si vos q u e r é i s p e n d e n c i a
N o haré, así Dios m e ayude: \a q u i e r o t e n e r .
no lo podre soportar Iii'i v { N o leñéis d e m í m a n c i l l a ?
que u n alguacil me desnude i lll M u j e r ¿ p o r q u é os e n o j a s t e s ?
sin quererme respetar. I i ni v '..il.iil q u e es esta rencilla
N o sé qué m u j e r honrada i | i n - ayer n o m e comprastes
en este M é x i c o queda, una negra g a r g a n t i l l a .
premática pregonada
1 I h i n " ' >ue un la puedo comprar,
y que yo n o traiga seda, MI p u e d o c u m p l i r c o n t a n t o ,
llamaréme m a l o g r a d a .
2
ni me puedo sustentar,
M a r i d o Diego M o r e n o . | i i i p a s a n d o este d i s a n t o
D I E G O . — ¡ A h , T e r e s a f ¿ Q u é decís? un l i m e n de ejecutar.
T E R E S A . — Q u e según sois todo bueno I I Hl ( < " i i i i n i i sois l l o r a d u e l o s ,
mátenme, si n o venís i is f a l t a n h a b e r e s .
con las manos en el seno. N i > t r n g o y o d o s sayuelos
D I E G O . — N o las traigo sino f u e r a ; \U a c i e n m i l m u j e r e s
mas espada n o saqué. 111 .e.i i a n d o t e r c i o p e l o s ,
T E R E S A . — P o r cierto, más m e valiera. i , l'ués n o os c o m p r é u n e s c o f i ó n
cuando con vos m e casé, I p i e os t o q u é i s c o m o n i ñ a ?
que m a l a landre m e diera. I I Hl . < (ué v a l e a q u e s o ? U n t o s t ó n ,
D I E G O . — ¿ P o r l a seda estáis mohina? i • I . i i i i l i i i ' n os c o m p r é b a s q u i n a
¿ N o veis que no alcanzo u n p a n ? I H|iiisinni j u b ó n .
T E R E S A . — S e ñ o r , llevadme a la C h i n a , I i ni \i ser d e e x t r a ñ a m a n e r a
porque allá no pasarán i I IUIIIIII nunca m e p l u g o ,
premáticas t a n ahina. i 1 l ' u i . m u j e r , s¡ l o s u p i e r a ,
58 FERNÁN G O N Z Á L E Z D E E S L A V A FERNÁN G O N Z Á L E Z D E E S L A V A 59

yo le rogara al verdugo i r m l o y o su amor primero?


que a dos manos os lo d i e r a . 4
S i n barbas tengo la cara. . .
'TERESA.—Ése vos lo merecéis M . i l año para u n barbero
y a fe que habéis de llevallo. que tan bien me las quitara.
D I E G O . — T e r e s a ¿ n o callaréis? I i ni SA. El valor de m i persona
Pues que sabéis que yo callo \ . i queda bien parecido.
m i l cosas que vos sabéis ,; ( l o n m i g o el necio se entona?
T E R E S A . — A Satanás os ofrezco. 11| M u j e r ¿ d e dónde h a venido
¿ Y de mí qué habéis callado? ser conmigo t a n b u r l o n a ?
D I E G O . — M u j e r , m i r a que padezco, I i ui SA. N o penséis que b u r l o , macho.
y que debo ser h o n r a d o , DIEGO. N o habléis más desatinos.
pues p o r m u j e r os merezco. ¡ A h , m u j e r ! ¿ N o será empacho
T E R E S A . — ¿ N o veis el mozo gentil? que me vean los vecinos
D I E G O . — M u j e r , gran favor es ése. medio h o m b r e y medio muchacho?
T E R E S A . — ¿ V o s me merecéis, c i v i l ?
5
M u j e r ¿queréis perdonarme?
m i r a quién, que no merece I i KI SA. - S í , no quedándome aquí.
u n a m u j e r de h u i p i l .
6 A la C h i n a heis de llevarme.
D I E G O . — N o me toquéis, que no os toco: D U G O . -Pues m u j e r , venios tras mí
m u j e r , que no os hago daño. presto, que voy a embarcarme.
T E R E S A . — ¡ T o c a r m e vos, p a n y moco! ¡ A h de n a o ! ¿Queréis que entremos?
A r r e , tocarme, m a l año, MAESTRE.—Pitá, si queréis entrar.
u n h o m b r e t a n para poco. D I E G O . — A l l á nos concertaremos;
D I E G O . — A q u í del rey, que me m a t a . acaba presto de echar
T E R E S A . — Y o os haré que me soñéis. la plancha, p a r a que entremos.
D I E G O . — N o me arañéis como gata, M A E S T R E , — E n t r a ya. ¿Por qué no entráis?
que yo huelgo que me deis Fi KI'.SA.—Dadme algo en que me tenga.
con esas manos de plata. D U G O . — T e n e o s , que no caigáis.
T E R E S A . — E s p e r a , espera, cobarde: Fi KI SA.—Plega a Dios que a vos os venga
¡ A h , tacaño! ¿ N o esperáis? lo que a mí me deseáis.
D I E G O . — Y o os aguardaré en la tarde,
que agora, según estáis,
i i ijii , » I.I > »i i i . /
n o hay diablo que os aguarde.
Comidas sean de alanos
mujeres que tanto pueden.
Tengamos paz como hermanos. •

T E R E S A . — P o r m i fe, p r i m e r o queden
vuestras barbas en mis manos. •

D I E G O . — ¡ O h . quién tuviera u n garrote


para defenderme agora! • •

T E R E S A , - T o m a , toma, bellacote.
DUDO. N O tiréis tanto, señora.
Que me arrancáis u n bigote.
| Jesús! ¿ N o ven cuál me para,

También podría gustarte