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Teoría y técnicas de la traducción

Sara M. Parkinson de Saz

La t r a d u c c i ó n e n e l p a s a d o

Según ciertos escritores italianos de los c o m i e n z o s del R e n a c i m i e n t o , las traduc-


ciones s o n c o m o las mujeres: feas si s o n fieles, e infieles si s o n h e r m o s a s '. Sin en-
trar d e m o m e n t o e n la p o l é m i c a ya bastante superada d e las traducciones literales
frente a las libres, ni m u c h o m e n o s e n la d e la fidelidad de las mujeres, q u e r e m o s
señalar ú n i c a m e n t e q u e la traducción es u n q u e h a c e r m u y a n t i g u o y, por tanto, al-
g u n o s de los c o n c e p t o s q u e v a m o s a tratar n o s o n n u e v o s . L o q u e quizá es n u e v o
es el e n f o q u e de ciertos p r o b l e m a s de siempre.
A pesar de la antigüedad d e la traducción la figura del traductor n o se h a valo-
r a d o s i e m p r e suficientemente. Parece ser q u e e n Europa goza a c t u a l m e n t e de
m a y o r prestigio q u e e n los Estados U n i d o s , d o n d e e v o c a la i m a g e n , s e g ú n u n autor,
de u n a p e r s o n a d e m e d i a n a edad, m a l vestido, q u e habla inglés c o n u n a c e n t o m u y
2
p r o n u n c i a d o y p r o b a b l e m e n t e es inmigrante . Incluso e n Europa n o se r e c o n o c e a
v e c e s la contribución cultural del traductor y es m u y frecuente q u e n o figure siquie-
ra su n o m b r e e n el libro traducido (quizá por prudencia e n a l g u n o s casos, dada la
p é s i m a calidad d e ciertas traducciones existentes e n el mercado). N o o b s t a n t e la tra-
ducción ha sido f u n d a m e n t a l e n la historia de la cultura, facilitando la difusión de
obras q u e , de otra m a n e r a , hubieran t e n i d o u n público m u c h o m á s restringido.
La antigua civilización babilónica utilizaba traductores y, e n t i e m p o s m á s moder-
nos, r e c o r d a m o s el papel d e la traducción e n el R e n a c i m i e n t o . P e n s e m o s t a m b i é n
e n el caso d e la Biblia q u e e n la actualidad está traducida (por c o m p l e t o o e n parte)
a 1.109 leguas. La i n m e n s a mayoría de estas traducciones bíblicas se h a realizado
e n los últimos d o s c i e n t o s a ñ o s ya q u e al principio del siglo x i x existían traducciones
s
s o l a m e n t e e n setenta y u n a lenguas .
A v e c e s la traducción n o se limita a transmitir u n m e n s a j e sino q u e p u e d e llegar
incluso a influir d e c i s i v a m e n t e e n el desarrollo de la lengua, c o m o e s el caso d e la
traducción de Lutero de la Biblia (1522) e n el a l e m á n o la de la «King Jame's Bible»
(1611) e n el inglés.
Si c o n s i d e r a m o s obras m á s recientes p o d e m o s p r e g u n t a r n o s si el p e n s a m i e n t o
de Saussure, por e j e m p l o , hubiera t e n i d o la repercusión q u e ha t e n i d o si n o se hu-
biera traducido a otras lenguas. El francés, se argumentará, es una l e n g u a tan cono-
cida q u e , de todas m a n e r a s , hubiera llegado el Cours a u n gran público, p e r o ¿qué

1
Citado en E. A. NIDA, Towards a Science of Translating, Leiden: E. J. Brill, 1964, p. 2.
2
«The image is of a middle-aged person in a shabby jacket who speaks English with a noticeable ac
cent and is probably an immigrant to the United States.)) Richard W. BRISLIN, ((Introduction)), en Transla-
tion. Applications and Research, edited by Richard W. Brislin, New York: Garner Press, 1976, p. 27.
3
E. A. N I D A , Language Structure and Translation, Stanford, California: Stanford University Press, 1975

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hubiera pasado c o n la obra d e Hjelmslev q u e se publicó e n d a n é s e n 1943? Pasaron
diez a ñ o s hasta q u e se tradujo al inglés c o m o Prolegómeno, to a Theory of Language
(1953).
V e a m o s t a m b i é n el caso d e los lingüistas del Círculo Lingüístico d e Praga. D a d o
el carácter internacional del g r u p o q u e incluía al h o l a n d é s A. W. de Groot, al aus-
tríaco Karl Bühler, al inglés Daniel J o n e s , al y u g o s l a v o Aleksander Belic, a los fran-
ceses Lucien T e s n i é r e y A n d r é Martinet y a los rusos Karcevski, J a k o b s o n y Trubetz-
koy, tuvieron q u e elegir u n a l e n g u a c o m ú n , e n este caso el francés, para la difusión
de sus trabajos. U n o de los rusos J a k o b s o n , conseguiría p o s t e r i o r m e n t e m a y o r difu-
sión de sus obras a través del inglés.
En a l g u n o s casos la tardanza e n traducir u n a obra p u e d e retrasar considerable-
m e n t e la difusión d e las ideas c o m o e n el caso d e Pensamiento y lenguaje de Vygotsky
q u e se publicó p o s t u m a m e n t e e n ruso e n 1934, fue retirada por las autoridades ru-
sas e n 1936, volvió a aparecer e n 1956 y n o fue traducida al inglés hasta 1961. A
pesar de este lapso d e casi treinta a ñ o s entre la publicación de la obra y su traduc-
ción al inglés h a h a b i d o cierta suerte ya q u e los t e m a s q u e trata Vygostky siguen es-
tando c a n d e n t e s y hay varios filósofos y lingüistas de habla inglesa q u e se o c u p a n
e n la actualidad d e cuestiones q u e él suscitó e n los a ñ o s treinta.

La t r a d u c c i ó n e n e l p r e s e n t e

H o y día m u c h a s obras salen al m e r c a d o s i m u l t á n e a m e n t e c o n su traducción a


gran variedad d e lenguas. N o se trata s o l a m e n t e de obras literarias sino t a m b i é n
técnicas. La fama d e gran n ú m e r o d e escritores descansa e n parte e n la traducción
de sus obras, sobre t o d o si escriben e n u n a l e n g u a minoritaria. T a m b i é n la traduc-
ción p u e d e ayudar a los autores q u e escriben e n idiomas n o minoritarios. S e g ú n al-
gunas malas lenguas, Gabriela Mistral d e b i ó e n parte el P r e m i o N o b e l a q u e l o g r ó
muy r á p i d a m e n t e la traducción de todas sus obras al sueco.
En c u a n t o a las traducciones tecnias, s ó l o la CEE e m p l e a a c t u a l m e n t e u n o s
1.600 traductores y otros o r g a n i s m o s internacionales i g u a l m e n t e c u e n t a n c o n n u m e -
rosos traductores. Ya e n 1967 se traducían u n a s 80.000 revistas científicas al a ñ o y
4
el n ú m e r o va e n c o n s t a n t e a u m e n t o .
A nivel nacional, cualquier firma d e cierta envergadura, sea d e ingeniería, pa-
tentes, c o m e r c i o y n o d i g a m o s las e m p r e s a s multinacionales, tienen su plantilla fija
d e traductores. D e h e c h o , el e m p l e o d e traductor es u n a de las m e j o r e s salidas q u e
t i e n e n actualmente los licenciados e n l e n g u a s m o d e r n a s .

La t r a d u c c i ó n y l a e n s e ñ a n z a

El e m p l e o de la traducción e n la e n s e ñ a n z a de las l e n g u a s ha g o z a d o de m a y o r
o m e n o r popularidad e n diferentes épocas. En Inglaterra durante el R e n a c i m i e n t o
se estudiaban los llamados «vulgars» e n las escuelas. Eran oraciones e n inglés q u e
trataban diversos aspectos de la vida cotidiana y los a l u m n o s traducían al latín, cui-
d a n d o e s p e c i a l m e n t e el estilo. La traducción c o m o herramienta e n la e n s e ñ a n z a de
las l e n g u a s m o d e r n a s n o se hizo popular hasta el siglo xrx, a u n q u e se e n c u e n t r a n
5
casos a n t e s de esa fecha .

4
Cifras de Peter N E W M A R C K , Approaches to Translation, Oxford: Pergamon Press, 1982, p. 3.
Véase L. G. KELLY, 25 Centuries of Languague Teaching, Rowley, Mass.: Newbury House, 1969
5

173-180.

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En el siglo XVIII, por e j e m p l o , u n profesor de francés de la Real Escuela Militar
de Avila, Pedro Nicolás Chantreau, publicó u n a gramática de francés para e s p a ñ o l e s
e n la q u e llama la a t e n c i ó n sobre los peligros d e la traducción:
«El principiante que en sí tiene ya conceptuado en castellano lo que quiere ex-
presar en francés, sigue en la repentina traducción que hace, lo genial de su lengua;
y cuando éste no conviene con el francés, prorrumpe en disparates, aunque tenga
muy estudiadas las reglas de la Gramática: v.g. Uno quiso decir que el Excelentísi-
mo Señor Conde de Aranda hacía mucho papel en París; como en ninguna parte
habían encontrado el equivalente de esta frase, construyó literalmente, y dixo: Mr. le
Comte de Aranda fait beaucoup de papier a París lo que significa en francés que su Exce-
6
lencia fabrica una gran porción de papel en París.»

Este peligro q u e ve Chantreau de i m p o n e r las estructuras de la l e n g u a m a t e r n a


e n la s e g u n d a lengua al realizar la traducción se r e c o n o c e h o y y de h e c h o existe
una tendencia hacia la supresión d e las traducciones inversas p r e c i s a m e n t e para evi-
tarlo. Los o r g a n i s m o s oficiales, r e c o r d e m o s , e x i g e n a sus traductores la traducción a
su l e n g u a m a t e r n a y n o la traducción inversa.
A pesar d e sus dudas, Chantreau p e n s a b a q u e la traducción tiene su lugar e n la
e n s e ñ a n z a y aconseja estudiar u n t e x t o e n el original c o n «algunas b u e n a s traduc-
ciones» al lado para contrastarlas y sacar c o n c l u s i o n e s sobre las reglas de la segun-
7
da lengua . Quizá el h e c h o d e q u e Chantreau se r e c o n o c e m u y e n d e u d a d o c o n los
gramáticos de la Escuela de Port Royal e insiste r e p e t i d a m e n t e e n su Gramática e n
el p r o c e s o cognoscitivo para el aprendizaje de las l e n g u a s es lo q u e le lleva a consi-
derar la traducción c o m o b u e n m é t o d o auxiliar d e llegar a e n t e n d e r las estructuras
de la n u e v a lengua.
En los últimos a ñ o s el papel de la traducción e n la e n s e ñ a n z a de las l e n g u a s se
v i e n e revalorizando d e s d e q u e los m é t o d o s estructuralistas h a n sido sustituidos pau-
l a t i n a m e n t e por otros basados e n los c o n o c i m i e n t o s q u e n o s ha p r o p o r c i o n a d o la
gramática transformacional generativa.
En el siglo xrx el m é t o d o c o n o c i d o c o m o « G r a m m a r Translation M e t h o d » se
apoyaba e n la traducción c o m o sistema para el aprendizaje de las lenguas moder-
nas. Por tanto, se proporcionaba, incluso a los a l u m n o s n o avanzados, diversos tex-
tos d e los clásicos para su traducción. Bien e n t r a d o el siglo xx se ha s e g u i d o in-
c l u y e n d o la traducción e n m u c h o s m a n u a l e s . En el m é t o d o inglés, English Lessons af-
8
ter S. Algés Method d e Sophie H a m b u r g u e r , p o r e j e m p l o , e n c o n t r a m o s e n la 13 edi-
c i ó n d e 1919 u n a selección de textos para traducir c o m o «The boy stood o n the
burning deck» o p o e m a s d e Longfellow, W o r d s w o r t h y Charles Kingsley, mientras
q u e The New British Method. Método de Inglés de Girau, e n su edición d e 1925 sugiere la
traducción al e s p a ñ o l de u n a serie de frases q u e incluyen:

«Alas! I have lost all my fortune. Hark! how it thunder! Behold! what a beautiful
landscape! Pooh! do not believe it. Fie! what a gloomy scene. Farewell, my dear oíd
9
country! Hurrah! our master has just arrived.»

6
P. N. C H A N T R E A U , Arte de hablar bien francés o Gramática completa, Madrid, 1809 (5.» ed), p.
podido localizar todavía la primera edición pero la tercera data de 1797. Fue una obra muy popular con
muchas ediciones, tanto en Madrid como en Barcelona. La última data de 1875. Para un análisis de esta
obra véase: S. M. P A R K I N S O N DE SAZ, La lingüística y la enseñanza de las lenguas. Teoría y prácti
peño, 14, 1980, pp. 157-169.
7
P. N. C H A N T R E A U , id. loe. cit.
8
Sophie H A M B U R G E R , English Lessons after S. Alge's Method, St. Gall: Fehr Publishers, 1919.
9
Para un análisis de esta obra y de la anterior véase nuestra obra La lingüística y la enseñanza de la
lenguas, ed. cit. pp. 194-202.

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El Método de Cortina Francés en 20 lecciones, de R. Diez de Cortina (1928), utiliza u n
sistema original: ofrece u n t e x t o e n francés s e g u i d o d e u n a traducción literal al cas-
tellano y, m á s adelante, u n a traducción m á s libre. Para «Bonsoir chérie!», por ejem-
plo, ofrece: «¡Buena (primera parte de la) n o c h e , queridísima!» y para « M a d a m e par-
le très b i e n français, n'est-ce pas?» n o s regala con: «Mi señora habla m u y b i e n fran-
10
cés; ¿no es e s o no?» .

La t r a d u c c i ó n e n l a s u n i v e r s i d a d e s b r i t á n i c a y e s p a ñ o l a

La traducción directa e inversa goza d e una larga tradición e n los departamen-


tos de L e n g u a s M o d e r n a s de las universidades británicas. A pesar de e s o , las clases
suelen ser exclusivamente prácticas sin intentar abordar las numerosas teorías de la
traducción q u e se h a n ido desarrollando e n los últimos años. C o n frecuencia el pro-
fesor e n c a r g a d o de dichas clases es el lector español, e n el caso d e la lengua q u e
nos interesa, o alguno de los j ó v e n e s profesores recién incorporados al departamen-
to. El catedrático o los profesores d e m á s experiencia suelen dedicarse a tareas do-
centes «de m á s importancia». Esta actitud está c a m b i a n d o pero, c o m o n o s h a c e no-
tar u n autor, todavía n o existe n i n g u n a cátedra de teoría de la traducción e n Gran
11
B r e t a ñ a . La traducción va orientada casi siempre hacia la r a m a literaria, conside-
rada «superior» o «más difícil» q u e la científica o técnica.
En c u a n t o a la e n s e ñ a n z a m e d i a , se incluyen traducciones c o m o pruebas e n los
e x á m e n e s de bachillerato tanto a nivel de «O levéis» c o m o de «A levéis».
En España n o se e n s e ñ a la traducción oficialmente a nivel de e n s e ñ a n z a media,
pero m u c h o s libros de t e x t o incluyen trozos para su traducción. En 1982 se p l a n t e ó
Ja cuestión de si entraban el francés y el inglés e n las pruebas de selectividad para
el acceso a la Universidad. H u b o reuniones entre los representantes de la enseñanza
media y los coordinadores de la Universidad y en una de ellas, a la que asistimos, se
suscitó m u c h a p o l é m i c a c u a n d o se dio a e n t e n d e r q u e el e x a m e n iba a consistir e n
una traducción del inglés al español. Corrió el r u m o r de q u e se había e l e g i d o este
tipo de prueba d e b i d o a la escasez de profesores de inglés para corregir los e x á m e -
nes, y se iba a proporcionar, s e g ú n se decía, la versión correcta (la «solución») e n es-
pañol a profesores c o n escasos o nulos c o n o c i m i e n t o s de inglés, c o m o si s o l a m e n t e
hubiese u n a versión correcta de u n a traducción. Este rumor, q u e n o se p u d o confir-
mar, causó m u c h o malestar entre el profesorado, c o m o es lógico, y, sea verdad o
n o , el h e c h o es q u e todavía n o ha e n t r a d o el inglés e n las pruebas de selectividad, y
el tipo de e x a m e n , para c u a n d o ello ocurra, está todavía sin decidir.
En la Universidad española la traducción suele tener su lugar en los departamen-
tos de filología inglesa pero, c o n alguna e x c e p c i ó n , n o se le c o n c e d e demasiada im-
portancia. D e h e c h o , m u c h o s licenciados e n filología inglesa se v e n obligados a ma-
tricularse e n cursos especiales de traducción cuando empiezan a preparar oposiciones
a cátedras o agregadurías de inglés de instituto p o r q u e e n t o n c e s sí q u e la traduc-
ción se e x i g e e n las pruebas de acceso.
Los a l u m n o s de las universidades politécnicas tienen incluido e n su p r o g r a m a
un curso oficial de traducción del inglés al castellano. T i e n e n necesidad de leer re-
vistas científicas en inglés y, por tanto, d e b e n d o m i n a r u n amplio léxico técnico y
las estructuras básicas del inglés.
P e n s a m o s q u e habría q u e decidir si la Universidad es el lugar a p r o p i a d o para la

10
La traducción literal completa figura en nuestra obra La lingüística, p. 198.
11
Véase P. N E W M A R K , op. cit, «Preface».

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enseñanza de la traducción o si este c o m e t i d o debería d e p e n d e r e x c l u s i v a m e n t e d e
las escuelas de traductores. S o m o s de la o p i n i ó n d e q u e sí se d e b e e n s e ñ a r e n la
Universidad. U n estudio p r o f u n d o de los distintos estilos y tipos d e traducción: lite-
raria, científica, legal, comercial, etc., ampliaría c o n s i d e r a b l e m e n t e los conocimien-
tos lingüísticos de los a l u m n o s , p e r o a d e m á s estas clases prácticas d e b e r í a n ir acom-
pañadas de clases teóricas e n las q u e se estudiasen n o s o l a m e n t e las técnicas básicas
de la traducción, q u e n o s i e m p r e se e n s e ñ a n de forma sistemática, sino t a m b i é n al-
gunas d e las teorías desarrolladas por lingüistas c o m o Nida, M o u n i n , Cary y Jum-
pelt o Vinay y Darbelnet, entre otros.
La teoría de la traducción encaja e n la lingüística aplicada a u n q u e algunos la si-
túan e n la lingüística comparada. N o obstante, el a l u m n o q u e estudia la teoría de la
traducción encuentra q u e tiene ramificaciones c o n m u c h a s disciplinas c o m o la psi-
cología, la semántica, la sociolingüística, la etnoligüística e incluso la filosofía, ya
que u n estudio serio de la traducción inevitablemente c o n d u c e a consideraciones fi-
losóficas acerca de la relación entre la m e n t e y el lenguaje o entre el lenguaje y la
realidad, entre otros temas.
De todas m a n e r a s , c o m p a r t i m o s la o p i n i ó n de N e w m a r k de q u e , a u n q u e n o hu-
biese otra razón para e n s e ñ a r la traducción e n la universidad, el gran n ú m e r o de
traducciones mal h e c h a s e n el m e r c a d o sería razón suficiente para adiestrar a los
l2
a l u m n o s d e lenguas m o d e r n a s e n este arte, oficio y ciencia q u e es la traducción .

Teorías d e la traducción

T a n t o los lingüistas c o m o los filósofos h a n contribuido al desarrollo de diversas


teorías de la traducción q u e h a n proliferado e s p e c i a l m e n t e e n los últimos años.
El filósofo americano C. S. Peirce, c o n sus teorías del significado, que subrayan el
aspecto comunicativo de los signos, ha contribuido de forma directa al desarrollo de
ciertas teorías de la traducción. Charles Morris (Writings on the General Theory of Signs.
(Approaches t o Semiotics), T h e H a g u e , París: M o u t o n , 1971) es otra figura clave. Morris
ha tenido especial influencia e n la llamada «Escuela de Leipzig», formada por u n
grupo de investigadores q u e se h a n d e d i c a d o a elaborar las bases teóricas de la tra-
ducción. El lingüista y traductor de la Biblia, E. A. Nida, ha d e d i c a d o varias obras a
la traducción y c o n s i d e r a r e m o s su teoría del análisis de los c o m p o n e n t e s m á s ade-
lante.
Nida se plantea e n una ocasión la pregunta: ¿es posible la traducción? R e c o n o c e
q u e siempre hay una pérdida d e información c u a n d o se traduce de u n a lengua a
otra p e r o esto, sostiene, es cierto, n o s o l a m e n t e de la traducción sino e n todos los
tipos de c o m u n i c a c i ó n . Sugiere q u e la mejor traducción es s i e m p r e la q u e capacita
al receptor para r e s p o n d e r al mensaje, tanto e n forma c o m o e n c o n t e n i d o , c o m o
respondería el lector original. Para e s o es m u y importante q u e el traductor sepa a
qué tipo de lector iba dirigido el t e x t o original y cuáles fueron sus reacciones. Si el
papel del lector cobra cada vez m á s importancia e n la crítica literaria actual, tam-
b i é n d e b e tener importancia para el traductor. Las teorías sociolingüísticas de la tra
d u c c i ó n p o n e n especial énfasis e n este aspecto y subrayan q u e el traductor d e b e te-
ner c o n o c i m i e n t o s del autor, del f o n d o histórico del t e x t o y de las c o n d i c i o n e s en
que éste fue escrito.
Otra teoría, la de la traducción semántica, intenta b á s i c a m e n t e traducir con la
m a y o r fidelidad posible las estructuras semánticas y estructurales del original. Es

1 2
P. N E W M A R K , op. cit. p. 5.

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una forma bastante literal d e traducir p e r o n o llega a ser lo q u e se suele e n t e n d e r
por «traducción literal», es decir, u n a traducción palabra por palabra. Quiere, sobre
todo, conservar el significado e x a c t o del t e x t o original y p r o d u c e traducciones muy
detalladas. Incluso se le p u e d e acusar d e «traducir de más» {overtranslating) por ser
m á s detallista q u e el original.
La traducción comunicativa, por otro lado, se interesa m á s por el lector q u e por
la fidelidad al t e x t o original y se esfuerza p o r evitar a aquél las dificultades y ele-
m e n t o s «extraños». Busca u n estilo idiomático, llano y claro, p r o c u r a n d o llevar a
c a b o la transmisión de e l e m e n t o s culturales q u e p u e d e n existir e n el original y sus-
tituyéndolos por t é r m i n o s q u e s o n propios d e la cultura de su lector. U n a traduc-
ción comunicativa, al contrario q u e la semántica, tiende a «traducir de m e n o s » o
undertranslate, p r o d u c i e n d o u n a versión sencilla, e n t é r m i n o s genéricos, de los trozos
complejos.
Existe otro tipo d e traducción llamada «traducción cognoscitiva». Es u n m é t o d o
de pretraducción y consiste e n analizar el t e x t o original y, e n la lengua original, di-
vidir los c o m p o n e n t e s de forma q u e q u e d e lo m á s claro posible el significado. Por
e j e m p l o , el adjetivo c o m p u e s t o «honey-sweet» se expresaría c o m o «sweet as h o n e y »
o « e d g e shapes», «shapes o f the e d g e s ». Se utiliza esta técnica sobre t o d o para
aquellas o r a c i o n e s muy complejas o ambiguas c o n el fin de llegar al sentido d e la
frase antes de intentar traducirla. N o se suele hacer u n a traducción cognoscitiva
c o m p l e t a sino s o l a m e n t e de aquellas partes del t e x t o q u e ofrecen especial dificul-
tad.
Otras teorías s o n las filológicas y las lingüísticas. Las filológicas se o c u p a n espe-
cialmente de aspectos de estilo, analizando p r e d o m i n a n t e m e n t e textos literarios. Es
el tipo de traducción que se viene realizando tradicionalmente en las universidades.
Las teorías lingüísticas, por otra parte, están basadas e n u n a c o m p a r a c i ó n de las es-
tructuras lingüísticas del t e x t o a traducir y las de la lengua a la q u e se traduce. La
c o m p a r a c i ó n d e los g é n e r o s literarios o estilos, tan importante para la teoría filoló-
gica, es d e m e n o r interés. La aplicación d e la lingüística a cada vez m á s c a m p o s
c o m o la e n s e ñ a n z a d e las lenguas, la antropología, la semiótica, etc., explica e n par-
te su a u g e así c o m o el interés por elaborar u n sistema de traducción por o r d e n a d o r
q u e , hasta ahora, ha t e n i d o u n é x i t o m u y limitado.
Son varios los filósofos q u e h a n influido directa o indirectamente e n el desarro-
llo d e las teorías d e la traducción. Wittgenstein, por ejemplo, e n su análisis d e la re-
lación entre el lenguaje y p e n s a m i e n t o , q u e para él están í n t i m a m e n t e ligados, con-
sidera varias cuestiones q u e s o n de interés para la teoría d e la traducción. Para él,
la c o m p r e n s i ó n es algo diferente q u e la e x p r e s i ó n de esa c o m p r e n s i ó n . La com-
prensión n o se e x h i b e , es algo interior y espiritual. La e x p r e s i ó n del e n t e n d i m i e n t o ,
incluso e n la lengua materna, es siempre incompleta, s e g ú n este filósofo, p o r q u e
hay algo «inexpressable». Por ejemplo, n o se p u e d e enseñar a nadie un dolor de
muelas ni se p u e d e probar q u e se tiene ese dolor porque hay algo inexpresable q u e
n o p u e d e transmitir el lenguaje. Las palabras, a d e m á s , están insertas e n u n sistema
q u e s o l a m e n t e es pertinente en d e t e r m i n a d a sociedad. Wittgenstein ofrece el ejem-
plo de la coronación de u n rey q u e n o r m a l m e n t e se e n t e n d e r í a c o m o una escena
de gran dignidad e importancia, pero podría significar lo o p u e s t o , afirma, en una
sociedad e n la q u e el o r o es el metal m á s barato, su brillo se considera de mal gus-
to, la tela del m a n t o del rey es m u y barata de fabricar y se considera la c o r o n a
c o m o u n a parodia de u n s o m b r e r o q u e es u n e l e m e n t o d e vestir muy respetado.
V o l v e r e m o s a la importancia de la cultura e n la traducción más adelante
13
Véase Gerd BRAND, The Central Texts of Wittgenstein, Oxford: Basil Blackwell, 1979, p. 112.

BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción


Para el filósofo a m e r i c a n o W. V. Q u i n e (Word and Object, Cambridge, Mass.: MIT
Press, 1960) existe u n a «indeterminación d e la traducción» (indeterminacy of transla-
tion). Es decir, se p u e d e traducir de u n a lengua a otra de varias m a n e r a s y todas las
14
versiones p u e d e n ser igual de compatibles c o n la verdad . A pesar d e esta falta d e
u n a sola traducción, dice Quine, hay q u e seguir traduciendo. El c o n c e p t o de la inde-
terminación quiere decir q u e e x i s t e n m u c h o s c a m i n o s y p o d e m o s desarrollar cual-
quiera de ellos.

La h i p ó t e s i s S a p i r - W h o r f o la r e l a t i v i d a d l i n g ü í s t i c a

Whorf, a l u m n o de Sapir, desarrolló u n a hipótesis q u e había e s b o z a d o éste e n su


artículo «Language and environmenb) (1912), en el que sugirió que la lengua que ha-
b l á b a m o s d e t e r m i n a nuestro c o n c e p t o de la realidad. Esta idea r e a l m e n t e n o era
n u e v a ya q u e la había p r o p u e s t o H u m b o l d t al principio del siglo x i x c o n su con-
c e p t o de Weltansicht y p r e v i a m e n t e había desarrollado H e r d e r una teoría parecida
e n el siglo xviii e n la q u e relacionaba la lengua de u n a n a c i ó n c o n el «espíritu» de
esa nación.
Whorf, q u e realizó investigación sobre la l e n g u a indígena Hopi, llegó a afirmar
q u e la lengua d e t e r m i n a de m a n e r a decisiva nuestra visión del m u n d o o Weltans-
chauung. A u n q u e n o se suele aceptar hoy día la teoría de W h o r f tal c o m o la formu-
ló, es decir, q u e nuestros p e n s a m i e n t o s e s t á n d e t e r m i n a d o s e n cierta m a n e r a por la
lengua q u e hablamos, sí q u e se acepta g e n e r a l m e n t e q u e la lengua p u e d e influir e n
nuestra m a n e r a de clasificar la realidad y e s t o es importante para el traductor.
Incluso e n el caso d e dos lenguas e u r o p e a s c o m o el inglés y el castellano, se po-
dría argumentar hasta cierto p u n t o q u e a m b o s p u e b l o s tienen distinta visión del
m u n d o . El castellano, c o n su distinción entre «ser» y «estar» parece demostrar o t r o
e n f o q u e o n t o l ó g i c o de la vida. Frases c o m o :
a) El cristal fue roto.
b) El cristal estaba roto.
d e m u e s t r a n la importancia de esta distinción q u e el inglés n o r e c o n o c e de esta ma-
nera. N o quiere decir, sin e m b a r g o , q u e el inglés n o pueda expresar esa distinción.
A m b a s frases p u e d e n traducirse por: The glass was bioken pero a u n q u e la estructura
superficial es la m i s m a , el inglés r e c o n o c e la existencia d e dos estructuras profundas
s e g ú n q u e lo q u e quiera expresar sea: The glass was broken (by a football) o The glass
was broken (when I saw it this morning).
Se citan a v e c e s las palabras «esquina» y «rincón» c o m o ejemplos de una dife-
rencia de visión: para el inglés, a m b o s v o c a b l o s p u e d e n traducirse por comer. Esto
n o indica, c o m o e n el caso de «ser» y «estar», q u e el inglés n o vea ni c o m p r e n d a la
diferencia entre los dos conceptos. Difícilmente p u e d e argumentarse que el español,
por p o s e e r e n su lengua los dos términos, tenga u n c o n c e p t o m á s nítido del espacio
q u e el inglés.
A l g u n o s gramáticos h a n visto e n el e m p l e o de «se» ciertos indicios de una dife-
rencia psicológica entre los e s p a ñ o l e s y los angloparlantes. En frases c o m o : «Se m e

1 4
«1 am persuaded that alternative manuals or translation can exist, incompatible with each other,
and both of them conforming fully to the dispositions to behaviour on the part of the speakers of the
two languages. The two manuals would agree on observation sentences but conflict in some of the stan
ding sentences. Each manual, being a manual of translation, purports to specify the equivalence relation
between sentences and their translations, and neither manual is right to the exclusion of the other.» W.
V. QUINE, «Mind and Verbal Dispositions)), en Mind and Language, edited by Samuel Guttenplan, Oxford:
Clarendon Press, 1975, p. 90.

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cayó el jarrón» parece existir una capacidad para «escurrir el bulto» q u e n o tiene el
inglés q u e , c o n el u s o obligatorio del p r o n o m b r e personal / («I dropped the jug») n o
tiene m á s r e m e d i o q u e aceptar p l e n a m e n t e su parte d e culpa. Bolinger llama a este
15
tipo d e construcción «the reflexive for u n p l a n n e d occurrences.» Efectivamente,
a
parece existir cierto alivio psicológico l p o d e r decir: Se m e q u e m ó la comida. Se
m e olvidó el libro. Se m e r o m p i ó la taza, e n vez de: / burnt the meal. I forgot the book.
I broke the cup. N o es q u e n o se pueda expresar de esa m a n e r a e n castellano (Que-
m é la comida. Olvidé el libro. R o m p í la taza) sino q u e e n la c o n v e r s a c i ó n la cons-
trucción c o n «se» es más frecuente, quizá precisamente p o r q u e resulta m á s c ó m o d o
psicológicamente, para el hablante.
D o s zonas lingüísticas q u e se h a n investigado e n varias lenguas e n un afán por
demostrar la diferente clasificación de la e x p e r i e n c i a s o n las de los colores y de las
relaciones familiares. A u n q u e n o e x i s t e n grandes diferencias entre el inglés y el cas-
tellano e n este respecto sí q u e hay algunas.
Los términos para los colores coinciden b á s i c a m e n t e ( b l a n c o / w h i t e , negro-
/black, r o j o / r e d , a z u l / b l u e , etc.) pero a v e c e s hay términos dudosos. «Pardo», por
e j e m p l o , p u e d e traducirse por brown y grey. Estos son dos colores b i e n diferenciados
e n inglés tanto e n cuanto al t o n o , a la luminosidad (es decir, si reflejan m á s o me-
nos luz) y a su saturación (su grado d e blanco). Brown tiene distinto t o n o q u e grey,
baja luminosidad y baja saturación mientras que grey tiene u n a luminosidad bastan-
te elevada y una alta saturación. «Pardo oscuro», sin e m b a r g o , se define c o m o Van-
dyke brown. G e n e r a l m e n t e se elige el galicismo «marrón» c o m o traducción de brown,
reservándose «pardo» para grey o dark grey.
Los colores para referirse a los t o n o s del p e l o t a m p o c o coinciden del todo. En
castellano se distingue por regla general: rubio, m o r e n o , castaño y pelirrojo. «Ru-
bio», si se refiere al pelo, p u e d e traducirse por Monde, fair-haired, golden p e r o tam-
b i é n incluye a personas c o n pelo castaño. En inglés se diferencia m á s ya q u e n o se
podría clasificar a alguien c o n p e l o castaño c o m o Monde a u n q u e acaso c o m o fair-
haired q u e n o es n e c e s a r i a m e n t e s i n ó n i m o de Monde.
«Moreno», por otra parte, q u e se traduce por brown or dark-haired, o por brunette,
p u e d e utilizarse indistintamente e n castellano para referirse a alguien c o n p e l o ne-
gro o c o n la tez oscura. Brunette, sin e m b a r g o , p u e d e utilizarse para hablar de al-
guien c o n la tez m o r e n a (aunque n o si se d e b e a razones de raza, c o m o p u e d e ser
con «moreno») p e r o n o se utiliza para describir a alguien c o n el p e l o n e g r o .
En cuanto a los términos para los familiares, n o d e b e n existir grandes diferen-
cias ya q u e la estructura social es e s e n c i a l m e n t e la misma, n o obstante, n o e x i s t e n
en inglés términos específicos para «consuegro» o «concuñado» y hay otras diferen-
16
cias m e n o r e s de terminología .

El p a p e l d e l a c u l t u r a

Al traducir hay q u e tener presente las diferencias culturales q u e p u e d e n existir.


17
Hayakawa cuenta c ó m o en las N a c i o n e s Unidas se r o d ó una película en la q u e un
b u h o simbolizaba la sabiduría. En ciertos países asiáticos la película n o tuvo éxito y

15
Dwight, L. BOLINGER et al.: Modem Spanish: A Project of the Modem Language Associatio
bert P. STOCKWELL et. al.. The Grammatical Structure of English and Spanish, The university of Chi
1965, p. 195.
16
Consideramos los temas de los colores y las relaciones familiares con más detalle en nuestra obra
A University English Grammar for Spanish Speaker, Madrid: Empeño, 14, 1980, pp- 576-578.
1 7
S. I. H A Y A K A W A , Language in Thought and Action, New York: Harcourt Brace Jovanovich, 1978, 4.* edi
tion, p. 109.

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h u b o q u e rehacerla p o r q u e se descubrió q u e e n aquellos países el b u h o era la ima-
g e n tradicional de la estupidez y provacaba risa.
P u e d e n existir e x p r e s i o n e s o v o c a b l o s q u e dejan entrever las diferencias cultura-
les. En u n a de las lenguas del Sudán, por e j e m p l o , la e x p r e s i ó n para «perdón» es:
«Escupir e n el suelo delante de u n a persona» q u e resulta ser u n a descripción exacta
18
de la forma e n q u e se indica el p e r d ó n e n esa cultura .
La cantidad d e léxico q u e existe e n una lengua referente a cualquier aspecto
cultural está e n proporción c o n la importancia cultural q u e tiene. Si p e n s a m o s e n la
Argentina, hay gran cantidad de palabras q u e describen distintos pelajes de caballo
y q u e n o se utilizan e n el castellano peninsular. Este vocabulario se d e b e a la gran
importancia q u e ha t e n i d o el caballo en la sociedad rural argentina y e n la e c o n o -
19
mía del país .
A u n q u e parezca tópico, el a p e g o de los británicos al té ha p r o p o r c i o n a d o a la
lengua inglesa varios vocablos q u e n o tienen u n a traducción e x a c t a al castellano. Si
b u s c a m o s los equivalentes a l é x i c o tan cotidiano c o m o : to brew, to stand, to mash, to
stez y hasta kettle, n o s e n c o n t r a m o s c o n serias dificultades. Para to brew, el acto de
preparar la infusión, el diccionario n o s ofrece: «hacer cerveza, p o n c h e , etc.» (Gran
Diccionario Cuyas, Barcelona, 1960). La e x p r e s i ó n regional para to brew, to mash, apare-
ce c o m o «amasar», «magullar» y hasta «hacer una conquista amorosa». Para to stew,
o sea, dejar reposar el té d e m a s i a d o t i e m p o c o n lo cual se vuelve a m a r g o , solamen-
te e n c o n t r a m o s «estofar» y para kettle nos ofrecen: «caldera», «paila», «marmita»,
«calderico», «caldereta» y tea-kettle o «tetera», n i n g u n o d e los cuales es el v o c a b l o
exacto.
N o es e x t r a ñ o ya q u e el o b j e t o e n cuestión suele brillar por su ausencia e n las
cocinas españolas a u n q u e actualmente lo están p r o m o c i o n a n d o u n o s grandes alma-
c e n e s c o n kettles i m p o r t a d o s a precios astronómicos. A lo mejor, si a través de «la
elegancia social del regalo» c o n s i g u e n v e n d e r bastantes, acabarán i n v e n t a n d o u n
n o m b r e . En la Argentina, sin e m b a r g o , el kettle es casi tan familiar c o m o e n Gran
Bretaña, d e b i d o a su u s o cotidiano e n la preparación del m a t e y, por tanto, existe
u n v o c a b l o para designarlo: pava.
Las e x p r e s i o n e s metafóricas establecidas varían de una cultura a otra. En inglés,
por e j e m p l o , la palabra eye se utiliza de forma metafórica de m a n e r a distinta a
«ojo» e n castellano. P o d e m o s hablar de to keep an eye on (vigilar), an eye-opener (una
noticia increíble o inesperada), to have green eyes (ser celoso), an eyetooth (un colmillo),
to make eyes at (coquetear), to be all eyes (prestar gran atención) o decir de alguien q u e
his eyes are bigger than his belly (un g l o t ó n q u e se sirve m á s c o m i d a de lo q u e p u e d e
comer).
El traductor tiene q u e p o d e r r e c o n o c e r si se trata de u n a metáfora h e c h a u ori-
ginal. En el caso d e q u e sea original, d e b e traducirla fielmente para transmitir el
«sabor» del estilo original. Por ejemplo, Entrambasaguas habla e n su p o e m a e n pro-
sa, « A m o r de p e c e s en fuga», d e q u e los ojos de los p e c e s son « g e m a s vivas». Es
una metáfora original q u e d e b e conservarse e n el inglés: Their eyes are living gems. En
una traducción al castellano de la obra de Saúl Bellow, El legado de Humboldt, sin
e m b a r g o , la traductora traduce la e x p r e s i ó n corriente americana, that's for the birds
2 0
por «es para los polluelos» p e n s a n d o , s e g ú n parece, q u e se trataba de una frase
original d e Bellow.

NIDA, Language Structure and Translation, ed. cit. p. 8.


18
E . A.
19
Véase la «Introducción» Don Segundo Sombra, de Ricardo GÜIRALDES, edición de Sara M. Parkinson
de Saz, Madrid: Cátedra, 1978.
2 0
Saúl BELLOW, El legado de Humboldt, Barcelona: Plaza y Janes, 1976, traducción de Montserrat Sola
ñas.

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Las e x p r e s i o n e s p u e d e n ser endocéntricas o exocéntricas. La endocéntrica ex-
presa u n significado literal mientras q u e la exocéntrica tiene u n a d i m e n s i ó n metafó-
rica. Puede ser difícil a v e c e s decidir si se trata d e u n tipo u otro ya q u e hay expre-
siones q u e p u e d e n p e r t e n e c e r ambas clasificaciones. La e x p r e s i ó n inglesa, p o r ejem-
plo:
He's in the doghouse
sería u n a e x p r e s i ó n endocéntrica si el p r o n o m b r e he se refiere al perro pero si he se
refiere a u n h o m b r e , se convierte e n e x p r e s i ó n exocéntrica y significa q u e tiene
21
problemas c o n su mujer .
Igualmente los a l u m n o s q u e n o s tradujeron sad as hell c o m o «tan triste c o m o el
infierno» l o tradujeron c o m o e x p r e s i ó n endocéntrica sin percatarse d e q u e corres-
p o n d í a a la e x p r e s i ó n «tan triste c o m o u n velatorio».
Algunas e x p r e s i o n e s o vocablos relacionados c o n actos culturales suscitan u n a
respuesta e m o t i v a e n el nativo q u e n o siente el lector d e la traducción. La palabra
«corrida», p o r ejemplo, p u e d e causar u n a e m o c i ó n m u y diferente a bullfight para u n
inglés o americano. R e c o r d a m o s u n p r o g r a m a d e la Televisión nortamericana hace
u n o s a ñ o s dedicado a El Cordobés. A n t e s d e empezar, el presentador avisó a los te-
lespectadores d e q u e iban a transmitir e s c e n a s d e corridas «de verdad» y q u e éstas
podrían herir la sensibilidad d e algunos televidentes, dada su crueldad. Sin embar-
go, n o apareció nadie al principio del p r o g r a m a anterior c o n semejante delicadeza
para avisar del c o n t e n i d o del telefilme q u e incluía u n a violación y d o s asesinatos
sangrientos e n los diez primeros minutos. Estas respuestas e m o t i v a s a d e t e r m i n a d o
léxico pues, s o n las q u e difícilmente se p u e d e n transmitir e n u n a traducción.
Las diferencias culturales n o s i e m p r e se v e n a primera vista y si n o se c o n o c e la
cultura s e p u e d e transmitir la i m p r e s i ó n o p u e s t a a la q u e quiso dar el autor. Así
ocurre c o n el v o c a b l o «suburbio» q u e a m e n u d o se traduce p o r suburbs. Los subur-
bios para u n español, p o r e j e m p l o , sugieren sobre t o d o , zonas pobladas predomi-
n a n t e m e n t e por la clase baja, f r e c u e n t e m e n t e c o n deficiencias d e infraestructura,
baja calidad d e las viviendas, falta d e servicios, incluso c h a b o l i s m o , etc. y e n los últi-
m o s años, sobre todo, c o n u n m a y o r índice d e delincuencia q u e otras.
Suburbs, sin e m b a r g o , para u n angloparlante sugiere m á s b i e n las zonas residen-
ciales alejadas del centro d e la ciudad n o p o r q u e las viviendas sean m á s baratas
(que n o l o s o n , quizá al contrario) sino p o r q u e gozan d e m a y o r tranquilidad. Aun-
q u e viven familias d e la clase obrera t a m b i é n e n los suburbs, la c o m p o s i c i ó n tiende
a ser p r e d o m i n a n t e m e n t e d e la clase m e d i a y medio-alta.
Estudiando u n t e x t o d e Betty Friedan, The Feminine Mystique, e n c o n t r a m o s q u e
habla e n los primeros capítulos del « p r o b l e m a sin n o m b r e » q u e padecían m u c h a s
mujeres norteamericanas h a c e u n o s a ñ o s c u a n d o e m p e z a r o n a darse cuenta d e las
limitaciones de su vida.
N o s dice la autora q u e : «Each suburban wife struggled with it alone.» El traduc-
tor, consciente s e g u r a m e n t e d e q u e existía u n p r o b l e m a c o n traducir suburban por
«de los suburbios» o p t ó por omitir el v o c a b l o por c o m p l e t o y lo tradujo c o m o : «To-
2 2
das las esposas luchaban contra ella.» Esto, n o s parece, e s eludir la cuestión y fal-
sificar la intención de la autora. Si s e g u i m o s l e y e n d o , v e m o s q u e Friedan n o s habla
de algunas d e las p r e o c u p a c i o n n e s d e estas mujeres: «Experts told t h e m (...) h o w to

21
Citado por E. A. NIDA, Language Structures..., ed. cit. p. 8.
2 2
Betty Friedan, La mística de la feminidad, Barcelona: Sagitario, 1965, traducción de Carlos R. de Dam-
pierre. Citado en S. M. Parkinson de Saz, Traducción directa e inversa. Guía didáctica y soluciones. Madrid: Em-
peño, 14, 1983, p. 43.

BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción


buy a dishwasher, bake bread, c o o k g o u r m e t snails, a n d build a s w i m m i n g p o o l
with their o w n hand.» V e m o s q u e e s t a m o s p u e s ante mujeres de la clase m e d i a o
hasta a c o m o d a d a . ¿Cuántas mujeres obreras, preguntaríamos, t i e n e n el t i e m p o ni
los m e d i o s para preocuparse d e guisar caracoles al estilo francés, ni d e construirse
u n a piscina? Si se traduce la frase e n t o n c e s c o m o «todas las esposas» da la impre-
sión errónea al lector e s p a ñ o l de q u e todas las mujeres n o r t e a m e r i c a n a s disfrutan
de este nivel de vida. Habría q u e añadir, por tanto, alguna especificación c o m o :
«Todas las mujeres de la clase acomodada...»
Esta tendencia a traducir d e m e n o s es m u y frecuente y ciertos traductores o p t a n
por omitir cualquier frase problemática. A veces, e f e c t i v a m e n t e , c o n v i e n e dejar algo
sin traducir si n o a ñ a d e nada fundamental al texto, p e r o s o n pocas v e c e s las q u e
ocurre. En la m i s m a traducción de Betty Friedan e n c o n t r a m o s la c o n t i n u a c i ó n d e la
frase anterior: «Each suburban wife struggled with it alone. As she m a d e the beds,
s h o p p e d for groceries, m a t c h e d slipcover material, ate peanut butter s a n d w i c h e s
with her children, chauffeured Cub Scout and Brownies...»
El traductor vierte e s t o al castellano c o m o :
«Todas las esposas luchaban contra ella. C u a n d o hacían las camas, iban a la
compra, c o m í a n e m p a r e d a d o s c o n sus hijos o los llevaban e n c o c h e al cine los días
de asueto.»
Resulta q u e h a n desaparecido la m a n t e c a de cacahuete de los e m p a r e d a d o s , la
tela para las fundas y la c o m p r a d e ultramarinos y hasta le ha parecido mejor, y so-
bre t o d o m á s c ó m o d o , m a n d a r a los n i ñ o s al cine q u e a las r e u n i o n e s juveniles.
Es cierto q u e la m a n t e c a de cacahuete n o f o r m a (todavía) parte del r é g i m e n ali-
m e n t i c i o d e los españoles, p e r o por pocas películas americanas q u e haya visto el es-
p a ñ o l m e d i o sabe q u e la c o n s u m e n e n grandes cantidades. En c u a n t o a los Scouts,
es u n a palabra q u e se utiliza e n castellano, ya q u e la organización tiene sus ramas
e n España. N o se e m p l e a la palabra Brownies, p e r o sí se habla de los Scouts peque-
ñ o s c o m o «Lobeznos» o «Lobatos», vocablos q u e se podrían haber utilizado y q u e
c o r r e s p o n d e n a los Cubs del m u n d o sajón. Esta flagrante infratraducción n o tiene, a
nuestro juicio, justificación alguna y p e n s a m o s q u e o b e d e c e , sobre todo, a la rapidez
con q u e se ha realizado la traducción y q u e c o n t i e n e m u c h a s m á s inexactitudes d e
2 S
las q u e citamos a q u í .

Otros d e f e c t o s c o r r i e n t e s d e las t r a d u c c i o n e s literarias

La falta d e rigor científico es algo d e s g r a c i a d a m e n t e habitual e n m u c h a s traduc-


ciones al castellano q u e p r e t e n d e n llegar al gran público. Quizá la falta d e prestigio
del traductor e n general, g e n e r a l m e n t e , su baja r e m u n e r a c i ó n , t i e n e n m u c h o q u e
ver c o n esto. Los errores p u e d e n ser s i m p l e m e n t e descuidos del traductor, p e r o hay
descuidos q u e c a m b i a n por c o m p l e t o el sentido.
U n a de las obras q u e m á s h a sufrido por las malas traducciones e n este siglo es
The Catcher in the Rye, d e J. D. Salinger. Los p r o b l e m a s q u e plantea la obra, escrita
e n u n estilo m u y idiomático, n o se limitan al español. En A l e m a n i a , por e j e m p l o , la

2 3
Entre las otras inexactitudes que contiene esta sección en particular figura la traducción de la frase:
«Experts told them how to catch a man and keep him, how to breastfeed children and handle their toilet
training, how to cope with sibling rivalry and adolescent rebellion)) como: «Los especialistas en temas fe-
meninos le explicaron la forma de atrapar a un hombre y conservarlo, cómo amamantar y vestir a un
niño, cómo luchar contra las rebeldías adolescentes». Otros fallos incluye la traducción de physicist por
«médico», y Freudian sophistication como «el sofisma de Freud».

BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción


obra n o tuvo aceptación, e n principio, d e b i d o p r e c i s a m e n t e a la defectuosa traduc-
ción q u e se ofreció.
Para empezar, el título ha causado grandes p r o b l e m a s e n todas las lenguas. Con-
viene decidir el título de una obra d e s p u é s de traducirla por c o m p l e t o , s o b r e t o d o
e n casos c o m o éste, p o r q u e , incluso e n inglés, n o q u e d a claro a q u é se refiere hasta
m u y avanzada la novela, c u a n d o el protagonista, H o l d e n , preso de una crisis nervio-
sa e n N u e v a York, recuerda el estribillo de u n a c a n c i ó n e s c o c e s a y lo h a c e extensi-
ble a su situación mental.
En varias lenguas se ha c a m b i a d o c o m p l e t a m e n t e el título inglés, o f r e c i e n d o
versiones c o m o Pubertad e n portugués, o L'ingenu seductor, e n catalán. En castellano,
por desgracia, se ha q u e d a d o c o n u n a traducción literal: El guardián en el centeno,
24
q u e dice b i e n p o c o al lector .
Hay u n a e s c e n a m u y graciosa e n esta n o v e l a e n la q u e el protagonista tiene u n
e n c u e n t r o c o n u n a prostituta. A u n q u e e n principio la había l l a m a d o él, c u a n d o se
e n c u e n t r a frente a la realidad n o es capaz d e seguir adelante y busca la forma d e
quitársela de encima. Inventa una i n t e r v e n c i ó n quirúrgica reciente e n u n a parte de
la c o l u m n a vertebral q u e él llama my clavichord, d e m o s t r a n d o su falta d e conoci-
m i e n t o s de anatomía. T o d a la gracia reside e n el mal e m p l e o de este vocablo. Pues
bien; e n la versión catalana se traduce clavichord por «clavícula», lo cual ni es e x a c t o ,
ni tiene gracia, ni c o n c u e r d a c o n lo q u e dice el chico a continuación, es decir, que
25
está situado m u y abajo e n la c o l u m n a v e r t e b r a l .
A veces, el traductor, bajo la influencia del inglés, elige algún v o c a b l o q u e resul-
ta ser u n o de los llamados «falsos amigos». Esto n o debería ocurrir n u n c a a u n tra-
ductor profesional, ya q u e estos casos n o constituyen, ni m u c h o m e n o s , el m a y o r
p r o b l e m a d e la traducción. E n c o n t r a m o s e n u n a versión castellana de The Adventures
of Tom Sawyer la traducción de:
«Every "haunted" h o u s e in St. Petersburg and the n e i g h b o u r i n g villages w a s dis-
sected, plank by plank»
como:
«Todas las casas encantadas de San Petersburgo y e n la vecindad fueron diseca-
26
das, tabla por tabla.» .
«Disecar» s o l a m e n t e tiene el sentido de dissect c u a n d o se refiere al sentido clíni-
co. Aquí haría falta algún vocablo, c o m o «revisar», «escrutar» o «peinar».
Esta tendencia a utilizar vocablos castellanos c o n el sentido del inglés es espe-
cialmente corriente e n la prensa y entre las m u c h a s v o c e s q u e se h a n levantado
27
contra este abuso está la d e Lázaro Carreter .

Problemas del léxico: los diccionarios y su limitación

Los diccionarios, e s p e c i a l m e n t e los m o n o l i n g u e s , s o n u n a herramienta indispen-


sable para el traductor, • p e r o n o solucionan, ni m u c h o m e n o s , todos los p r o b l e m a s

2 4
Para una discusión de los problemas de traducción de esta obra véase S. M. P A R K I N S O N de SAZ, tThe
Catcher in the Rye. ¿Un picaro en Nueva York?» Actas del Primer Congreso Internacional so
drid, 1979, p. 1065-1071.
J. D. SALINGER, L'ingenu seductor. Barcelona: Club Editor, 1965, traducción de Xavier Benguerei. Cita-
2 5

do en nuestra obra Traducción directa e inversa..., ed. cit., p. 46.


2 6
M. T W A I N , Las aventuras de Tom Sawyer, Barcelona: Salvat, 1970, traducción de Ramón Strack.
2 7
En 1980 la Agencia Efe publicó un «Manual de estilo», bajo la dirección de Lázaro para mejorar el
castellano de sus redacciones. Uno de los temas que trata el autor es precisamente la degradación del cas
tellano debido a la influencia del inglés.

BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción


del léxico. El b u e n traductor utiliza el diccionario bilingüe sobre t o d o para confir-
m a r u n v o c a b l o q u e ya sabe y si lo utiliza para buscar una palabra desconocida, des-
pués maneja el m a y o r n ú m e r o posible de diccionarios m o n o l i n g ü e s para cerciorarse
de su uso correcto.
U n o de los p r o b l e m a s es saber la frecuencia c o n q u e se utiliza una palabra. Si se
busca «lustro», por e j e m p l o , el diccionario dará lustrum c o m o primera acepción,
pero esta palabra n o se utiliza e n inglés c o n la m i s m a frecuencia q u e «lustro» e n
castellano, por lo q u e es m e j o r la traducción five years.
El p r o p i o traductor p u e d e incrementar la frecuencia de u n v o c a b l o o e x p r e s i ó n
s i m p l e m e n t e p o r q u e le gusta y lo utiliza e x c e s i v a m e n t e . Crea así una frecuencia ar-
tificial. A n á l o g a m e n t e , quizá traduzca a b s o l u t a m e n t e t o d o el texto, d a n d o también
una frecuencia a n o r m a l a d e t e r m i n a d o s vocablos o partes de la oración q u e habría
q u e dejar sin traducir. Es lo que p u e d e ocurrir c o n la traducción de los p r o n o m b r e s
del inglés al castellano. Esta lengua los utiliza m u c h o m e n o s q u e el inglés p o r q u e ,
d e b i d o a la m a y o r diferenciación de los verbos, n o h a c e n falta. Si se traducen todos,
el estilo p u e d e parecer fastuoso. La cita siguiente es de u n a redacción (no traduc-
ción) d e u n a l u m n o e s p a ñ o l q u e s e g u r a m e n t e pensaba, d e b i d o a sus estudios de in-
glés, q u e al repetir los p r o n o m b r e s conseguía u n estilo m á s «correcto»: «Yo e n la
escuela estudiaba francés c o n buenas notas, p e r o aparte de esto y o en una acade-
m i a ya llevo estudiando inglés cinco años».
Es importante saber cuál es la acepción principal de una palabra e n una lengua,
p o r q u e p u e d e n o coincidir e n la otra. En la m e n c i o n a d a traducción d e El legado de
Humboldt, por e j e m p l o , e n c o n t r a m o s u n a referencia a: «my o w n father (...) a small
2S
gallant person»... Se ha traducido c o m o : «mi padre, personaje cortés» . En inglés el
v o c a b l o gallant tiene la primera acepción c o m o brave, chivalrous {Concise Oxford Dictio-
nary) c u a n d o se refiere a personas. En este c o n t e x t o la traducción apropiada parece
ser «valiente». En el diccionario bilingüe Cuyas, sin e m b a r g o , se ofrece para gallant:
«galante, cortés». Más abajo se repite el inglés gallant, c o m o si se tratase de otra pa-
labra, con las acepciones: «valeroso», «animoso», «valiente», «intrépido, «bizarro».
Otro aspecto q u e hay q u e tener e n cuenta es la e v o l u c i ó n de la lengua y, por lo
tanto, q u e el significado de u n v o c a b l o p u e d e cambiar incluso de una g e n e r a c i ó n a
la siguiente. En una traducción al inglés de u n t e x t o de Julián Marías apareció la
frase: « U n a m u n o provocaba una impresión de extrañeza.» Al a l u m n o q u e la tradujo
c o m o : « U n a m u n o gave the impression o f b e i n g queer», le hicimos notar que el vo-
cablo queer en los últimos años ha ido adquiriendo el matiz de « h o m o s e x u a l » , por lo
que, de la m i s m a manera, nadie q u e esté alegre p u e d e decir ya e n inglés «I'm gay»
sin provocar sonrisas e n el auditorio; sería aconsejable elegir otro v o c a b l o para la
descripción de U n a m u n o .
La elección del léxico también estará condicionada por el estilo, ya q u e lo que
quizá encaje c o n u n o d e t e r m i n a d o n o encaja c o n otro. Q u i e n tradujo, por ejemplo,
e n La regenta de Clarín la frase «cual turbas de pilludos» c o m o «like gangs o f nasty
kids» e v i d e n t e m e n t e n o tuvo e s t o e n cuenta.
La sinonimia c o m p l e t a a p e n a s existe, por lo q u e cualquier traducción será una
a p r o x i m a c i ó n al significado. U n a de las cosas q u e dificulta la labor del traductor es
e¡ h e c h o de q u e las palabras cubren distinta g a m a de c o n c e p t o s en diferentes len-
guas. Hay u n a tendencia e n la enseñanza de las lenguas a ofrecer una sola traduc-
ción de una palabra, descuidando las d e m á s que p u e d e n ser igual de importantes.
La palabra «despacio», por ejemplo, n o significa s o l a m e n t e «con m o v i m i e n t o
lento» sino «con suavidad». Por tanto, el inglés q u e s o l a m e n t e ha aprendido el voca-
28
El legado de Humboldt, ed. cit.

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blo slowly c o m o la traducción de «despacio» se q u e d a perplejo ante el aviso e n mu-
chos taxis de cerrar la puerta despacio.
Igualmente si ha a p r e n d i d o q u e la traduccic-i de «apagar» es to put out, n o sabe
q u é h a c e r c o n «un s o n i d o apagado» (a dulllsoft sound) o c o n «las toses a p a g a r o n el
m u r m u l l o del latín litúrgico» («Their c o u g h s d r o w n e d / d e a d e n e d the m u r m u r o f the
29
liturgic Latin», R a m ó n del Valle-Inclán, Sonata de invierno) .
Katz y Fodor e n su obra La estructura de una teoría semántica h a n utilizado el es-
q u e m a a r b ó r e o para intentar clarificar las clasificaciones del léxico. T o m a n c o m o
e j e m p l o la palabra bachelor y construyen el e s q u e m a siguiente:

(macho)
I
[que nunca se ha [caballero joven [que posee el primer [foca joven sin pare-
casado] que sirve bajo el o más bajo grado ja en la época de la
estandarte de académico] reproducción]
otro caballero]

(J. J. Katz y J. A. Fodor, La estructura de una teoría semántica, Madrid: Siglo XXI, 1976,
p. 45.)

Los e l e m e n t o s q u e no están entre paréntesis s o n m a r c a d o r e s gramaticales (nom-


bre, verbos, etc.) y los q u e sí están s o n m a r c a d o r e s semánticos ( h u m a n o , animal,
m a c h o , h e m b r a , etc.). Los q u e están entre corchetes s o n los diferenciadores. Los
m a r c a d o r e s semánticos y los diferenciadores ayudan a d e s c o m p o n e r el significado
de u n v o c a b l o e n sus c o n c e p t o s anatómicos. D e esta m a n e r a se evidencian las rela-
ciones semánticas entre las diferentes a c e p c i o n e s q u e a p a r e c e n e n el diccionario.
Si t o m a m o s el m i s m o e j e m p l o , bachelor y b u s c a m o s su significado e n castellano,
el diccionario nos ofrecerá: soltero, m a n c e b o , doncel, célibe y bachiller. Estos voca-
blos, n o obstante, n o s o n t o d o s s i n ó n i m o s d e la a c e p c i ó n principal de bachelor q u e
es «joven sin casarse». N i n g u n o de ellos c o r r e s p o n d e a «foca joven»; «bachiller» ya
n o se usa c o m o t é r m i n o para licenciado, «doncel» c o r r e s p o n d e a «caballero j o v e n
q u e sirve bajo el estandarte de otro caballero» p e r o n o se utilizaría para las d e m á s
acepciones, etc. Se podrían elaborar e s q u e m a s a r b ó r e o s para los vocablos castella-
nos de la forma siguiente:

soltero

nombre

(macho)

[que no se ha casado]
2 9
Para más ejemplos véase S. M. PARKINSON de SAZ, A University English. English Grammar, ed. c
580-581.

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«Soltero» implica otro e l e m e n t o q u e n o h e m o s ilustrado aquí y es «juventud» ya
q u e existe u n v o c a b l o para u n soltero viejo («solterón»). «Célibe», e n c a m b i o , n o
c o n t i e n e este e l e m e n t o mientras sí q u e tiene la posibilidad d e referirse t a m b i é n a la
mujer.

mancebo

nombre
I
(humano)
I
(macho)
joven- ' que no se ha "—•—dependiente
casado

La juventud, pues, es la característica principal de « m a n c e b o » o c u p a n d o el se-


g u n d o lugar «que n o se ha casado». U n a tercera a c e p c i ó n («dependiente») n o corres-
p o n d e a los otros dos vocablos ni al inglés (bachelor).

doncel

nombre

(humano)

paje del rey hombre virgen

Aquí la primera acepción es la s e g u n d a de bachelor. La virginidad es la s e g u n d a


cualidad q u e se destaca mientras q u e tanto bachelor c o m o «soltero» n o implican ne-
c e s a r i a m e n t e falta de c o n o c i m i e n t o carnal. «Célibe», c o n su relación c o n «celibato»,
sí q u e lo implica. La j u v e n t u d es otra cualidad implícita e n «doncel».
Nida encuentra el sistema de Katz y Fodor insuficiente y ha desarrollado lo q u e
llama el «análisis d e c o m p o n e n t e s » . Lo e l a b o r ó e n principio para palabras bíblicas
q u e n o tenían u n equivalente e x a c t o e n otras lenguas. Era u n a forma de llegar al
v e r d a d e r o significado de un vocablo.
En u n eje horizontal coloca una serie de c o n t e x t o s e n los q u e p u e d e aparecer
esa palabra. P u e d e n ser palabras descriptivas c o m o «pesado», «mucho», «abundan-
te», etc., o p u e d e n ser s i m p l e m e n t e n ú m e r o s q u e se refieren a u n a s o r a c i o n e s nu-
m e r a d a s e n las q u e se ilustran los distintos significados.
En el eje vertical coloca las cualidades m á s sobresalientes relacionadas c o n esos
v o c a b l o s e n los c o n t e x t o s m e n c i o n a d o s . La e l e c c i ó n de los c o m p o n e n t e s se basa e n
su importancia cultural y el n ú m e r o de c o n t e x t o s e n los q u e aparecen. Inevitable-
m e n t e existe cierto g r a d o de subjetividad. U n a vez f o r m a d o s los ejes, se p r o c e d e a
colocar una cruz si esa cualidad está presente e n d e t e r m i n a d o c o n t e x t o . Se deja e n
b l a n c o si n o aparece y si aparece algunas v e c e s y otras n o , se p o n e u n a cruz y ade-
30
más un guión .
Utilizando este sistema p o d r í a m o s hacer u n análisis de los c o m p o n e n t e s del vo-
cablo «gordo» tal c o m o aparece e n los c o n t e x t o s siguientes:
1. Esa chica es gorda.
2. T i e n e u n cargo m u y g o r d o .

Véase E. A. NIDA, Language Structure..., ed. cit. p. 25.

BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción


3. Le ha caído el g o r d o .
4. Esta agua es gorda.
5. Esta leche es m u y gorda.
6. U s o sal gorda e n la cocina.
7. Hizo la vista gorda.
8. M e llevé u n susto g o r d o .
9. A r m a r o n la gorda.
10. Sudó la gota gorda.

i 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Grosor + +
Importancia + + ± ± ±
R e l a c i o n a d o c o n lo hu-
mano + + ± + + + +
Estado de á n i m o ± + + +
Objetos + + + +
Riqueza:
material ± +
de algún c o m p o n e n -
te +

U n estudio de los c o m p o n e n t e s d e las principales a c e p c i o n e s de «gordo» n o s en-


seña de forma gráfica la distribución del significado en los diferentes c o n t e x t o s . Si
traducimos las m i s m a s diez frases al inglés v e m o s q u e la traducción m á s corriente
de «gordo», fat, n o n o s sirve e n m u c h o s casos:

1. That's a fat girl.


2. H e has a very important post.
3. He's w o n the first prize in the lottery.
4. This water is very hard.
5. This milk is very rich in fat.
6. I use coarse salt for cooking.
7. H e turned a blind eye.
8. I had a bad scare.
9. They had a t r e m e n d o u s row.
10. H e was in an awful stew.

Es u n intento, pues, de deslindar los diferentes matices de u n vocablo, decidien-


d o e n q u é aspectos residen las coincidencias y e n cuáles las diferencias.

Técnicas de traducción

La traducción requiere u n gran n ú m e r o de técnicas q u e m a n e j a n los traducto-


res profesionales c o n s t a n t e m e n t e , a v e c e s sin analizarlas. H e m o s c o m e n t a d o ya al-
gunas de ellas. A continuación o f r e c e m o s una clasificación, q u e n o p r e t e n d e ser
completa, c o n algunos e j e m p l o s concretos t o m a d o s del inglés y castellano.

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1. La transcripción
Consiste e n conservar alguna palabra o e x p r e s i ó n e n el original sin traducir.
S u e l e n ser palabras relacionadas c o n la cultura o las instituciones p e r o n o siempre.
En o c a s i o n e s estas palabras acaban i n c o r p o r á n d o s e a la s e g u n d a lengua. Otras ve-
ces constituyen una m o d a q u e l u e g o pasa. Algunas palabras del castellano q u e se
incluyen e n el Concis Oxford Dictionary son: «siesta», «machismo», «torero», «mañana».
La lista de anglicismos q u e h a n pasado al castellano e n los últimos años, a pesar de
las quejas de los «defensores d e la lengua», es i n m e n s a . A v e c e s se intenta «españo-
lizar» estos términos, p e r o c o n frecuencia q u e d a n e n la forma original c o m o : inter-
city, lock-out, ticket y sandwich. De esta última se h a n atrevido a derivar sandwichería.
A v e c e s se transcribe la palabra y a c o n t i n u a c i ó n se incluye u n a traducción del
t é r m i n o con lo cual se forma una «traducción apareada» (translation couplet). N o se
haría una traducción apareada c o n «siesta», por e j e m p l o , q u e es u n t é r m i n o bien
c o n o c i d o , ni c o n «machismo», p e r o «tertulia», si se dejase e n el original, necesitaría
una aclaración ya q u e la tertulia n o forma parte de la cultura inglesa.

2. La traducción literal

Ya h e m o s d i c h o q u e hay m u y p o c o s v o c a b l o s e n u n a lengua q u e t e n g a n una


sola traducción e n otra. Es el caso de objetos concretos c o m o : la v e n t a n a / í A í win-
dow, el gato///ie cat, etc., a u n q u e t a m b i é n p u e d e h a b e r v o c a b l o s q u e e x p r e s a n cosas
intangibles: el amor//<wf, la muerteIdeath, etcétera.

3. Los préstamos traducidos


Muchas v e c e s los términos q u e d e s i g n a n insitituciones nacionales q u e n o tienen
u n equivalente e x a c t o e n la otra cultura se traducen literalmente. Es la técnica q u e
se utiliza para traducir los n o m b r e s d e los distintos ministerios q u e p u e d e n n o coin-
cidir e n dos culturas. El Ministerio del Interior español, p o r e j e m p l o , se c o n o c e r í a
c o m o the Ministry of the Interior p e r o al hablar del Ministerio del Interior británico se
llamaría the Home Office.

4. La sinonimia léxica
Se trata de u n a traducción e n la s e g u n d a l e n g u a q u e n o es e x a c t a m e n t e igual
p e r o se a p r o x i m a m u c h o . Hay q u e tener m u c h o cuidado n o obstante, d e n o alejar-
se d e m a s i a d o del original. C o m o h e m o s visto, los diccionarios bilingües a m e n u d o
dan c o m o supuestos s i n ó n i m o s a palabras q u e n o lo son. Se p u e d e utilizar el análi-
sis de c o m p o n e n t e s antes de decidir el grado d e sinonimia.

5. La transposición

F r e c u e n t e m e n t e e n u n a traducción hay q u e cambiar las partes d e la oración o


el o r d e n de las palabras. Por ejemplo:

a) Se trasluce la fina arena (J. Entrambasaguas, Peces en fuga).


T h e fine sand m a y be perceived.
b) Lleva(n) la falda por e n c i m a d e la rodilla (A. Zúñiga, Manhattan Cocktail).
They w e a r their skirts a b o v e their knees.
c) Q u i e n cogía u n a peseta... (B. P. Galdós, Fortunata y Jacinta).
S o m e caught h o l d o f a peseta...

BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción


6. La modulación
U n c o n c e p t o o metáfora se p u e d e traducir f r e c u e n t e m e n t e por otra m u y dife-
rente e n la otra lengua. C o m o h e m o s visto, refleja a v e c e s la diferente m a n e r a de
clasificar la realidad. A l g u n o s e j e m p l o s son:

a) W h e r e the hell's that?/<iDónde d e m o n i o s está eso?


b) S u n n e d by the s m i l e / I l u m i n a d o por la sonrisa.
c) W h e n y o u c r o a k / C u a n d o la diñas.
d) Preachers with the t o n g u e s o f a n g e l s / P r e d i c a d o r e s c o n pico de o r o .
e) Piped m u s i c / H i l o musical.

7. La contracción

Es posible q u e se o m i t a n palabras al traducir de u n a l e n g u a a otra. Al traducir


del castellano al inglés a m e n u d o se suprime el artículo definido, p e r o se p u e d e n
suprimir otras cosas:

a) D e s p u é s de una n o c h e e n lucha c o n el p e c a d o y el i n s o m n i o . After a night


o f struggling with sin and sleeplessness (supresión del artículo).
b) El v e r d a d e r o m a t r i m o n i o . . . / True marriage... (supresión del artículo).
c) J u n t ó s e Rafaela c o n su a m a / Rafaela j o i n e d h e r mistress (supresión de la
preposición).

8. La expansión

Es lo o p u e s t o a la contracción, o sea q u e consiste e n añadir m á s vocablos. Al


traducir del castellano al inglés, por e j e m p l o , hay q u e añadir g e n e r a l m e n t e el ar-
tículo indefinido y al traducir el inglés al castellano, el definido. Los artículos n o
son los únicos e l e m e n t o s q u e se añaden:

a) Zelda fue flapper auténtica / Zelda was a g e n u i n e flapper.


b) N a d a purifica el a l m a c o m o / n o t h i n g so purifies the soul.
c) M u c h o s de los m á r m o l e s / Many o f the marble slabs.

9. La reestructuración

Puede ser c o n v e n i e n t e cambiar el tipo d e oración o incluso, el n ú m e r o de ora-


ciones. En una lengua p u e d e h a b e r u n a oración compleja, por e j e m p l o , q u e se tra-
duce a la otra c o m o una oración coordinada. P u e d e ser necesario dividir u n a ora-
ción e s p e c i a l m e n t e larga y compleja e n dos o m á s o r a c i o n e s e n la traducción. Tam-
b i é n p u e d e ser aconsejable lo o p u e s t o , es decir, unir dos o r a c i o n e s cortas e n la tra-
ducción para formar una.

a) U n ideal; p e r o — h a y q u e r e p e t i r l o — u n ideal d e s u p e r h o m b r e . Y por ello


estrictamente m o n o g á m i c o .
A n ideal, but it m u s t be said again, a superman's ideal, and, d u e to that,
strictly m o n o g a m o u s .

BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción


b) C o m o d e s c a n s o y solaz, m á s m o v i m i e n t o . A los n e g o c i o s sigue el deporte.
For relaxation a n d rest h e m o v e s again, passing from business to sport. (Sal-
vador d e Madariaga, Englishmen, Frenchmen, Spaniards, 1928. Maddariaga es-
cribió primero el t e x t o e n inglés, traduciéndolo p o s t e r i o r m e n t e al castellano.
A m b a s versiones pues, s o n d e él.)

10. La modificación

La modificación consiste e n cambiar el t e x t o original al traducir para aclarar al-


g u n a referencia q u e n o sería c o m p r e n s i b l e para el lector. Esto se debería hacer con
m u c h o cuidado. Se p u e d e m a n t e n e r el original y p o n e r una b r e v e n o t a a pie d e pá-
gina.
En u n a r e s e ñ a d e una obra teatral, por e j e m p l o , hay u n a e x c l a m a c i ó n : «You
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can't fight the F r e e d o m Riders with all this crap.» N o es suficiente traducir Free-
dom Riders por «Jinetes de la libertad». El lector e s p a ñ o l m e d i o necesitará alguna
aclaración acerca de este m o v i m i e n t o tan i m p o r t a n t e q u e l u c h ó por c o n s e g u i r los
d e r e c h o s de los n e g r o s é n los a ñ o s sesenta e n los Estados U n i d o s .

Conclusiones

N o h e m o s a g o t a d o c o n estas palabras, ni m u c h í s i m o m e n o s , t o d o lo q u e se pue-


de decir acerca de las teorías y las técnicas de la traducción. Al contrario, n o h e m o s
h e c h o más q u e e m p e z a r a rascar la superficie. L o q u e h e m o s p r e t e n d i d o es llamar
la a t e n c i ó n p r e c i s a m e n t e sobre la complejidad de esta tarea. H e m o s d i c h o q u e la
traducción es u n arte, u n a ciencia y u n oficio. El arte del traductor quizá se aprecia
m á s (pero n o exclusivamente) e n las traducciones literarias y e s p e c i a l m e n t e e n las
de poesía d o n d e , para lograr u n a b u e n a versión, el traductor tiene q u e tener tam-
b i é n el d o n de la poesía. H e m o s hablado varias v e c e s de la n e c e s i d a d d e q u e la tra-
ducción se realice c o n rigor científico, rigor m u c h a s v e c e s a u s e n t e e n las traduccio
n e s e x i s t e n t e s e n la actualidad. N o e n balde hablan los a l e m a n e s de úbersetzungswis-
senschaft y u n a d e las obras de Nida se titula p r e c i s a m e n t e Towards a Science of Trans-
lating.
La tercera faceta, sin e m b a r g o , es decir, la traducción c o m o oficio, es igual de
importante p o r q u e da a e n t e n d e r , c o m o es verdad, q u e la traducción se p u e d e en-
señar y aprender. El aprendizaje del traductor es largo y p u e d e ser a r d u o p o r q u e ,
d e s g r a c i a d a m e n t e , n o es del t o d o cierto la afirmación de H u m p t y Dumpty, e n Alicia
a través del espejo, de q u e las palabras significan lo q u e q u e r e m o s q u e signifiquen.
R e i t e r a m o s n u e s t r o d e s e o de q u e el estudio serio de la traducción y la elabora-
ción de n u e v a s teorías sobre esta disciplina l l e g u e n a ocupar el lugar d e s t a c a d o q u e
m e r e c e n e n los D e p a r t a m e n t o s de L e n g u a s M o d e r n a s de las Universidades, es de-
cir, q u e la traducción ascienda al r a n g o de disciplina universitaria q u e e n nuestra
o p i n i ó n le c o r r e s p o n d e .

Reseña publicada en The Sunday Times, 13 de febrero 1977.

BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción


BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción

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