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MICRO-ANÁLISIS E HISTORIA SOCIAL*

Edoardo Grendi

1. En el número 34 de Quaderni Storici, Villani y Romanelli retoman la


discusión sobre la historia (social) contemporánea1. El primero, un típico “optimista”,
intenta descubrir el nuevo amanecer en una serie de trabajos recientes de valor y
coherencia desigual; el segundo, un típico “pesimista”, se pregunta por qué el alba no
llega y atribuye la culpa de ello a los esquemas prácticos y mentales de los historiadores
especialistas en ese periodo. Tal “cosificación” ocurre en dos direcciones: contra la
simplicidad ideológica-política del análisis marxista como principio historiográfico, y
contra la simplificación teórica que deriva de la aceptación generalizada de categorías y
de un modelo interpretativo destinados a explicar un proceso histórico específico, como
la Revolución Industrial y el capitalismo inglés. En consecuencia, la crítica es doble, en
el sentido de que una simplificación se superpone a la otra. De ahí una conclusión
escéptica, templada o acentuada, como se dice, por un tipo de escatología
historiográfica, confiada al micro-análisis. Menos dramáticamente, Villani, que prefiere
el “devenir historicista”, ve en el micro-análisis histórico, un momento complementario
y subalterno a un trabajo de síntesis, colocando explícitamente el problema de la
reconstrucción de la estratificación social en la escala nacional en una perspectiva de
“grandes problemas” –pero sin indicar el soporte analítico y los modos operativos. ¿Un
caso de “simplificación teórica”? En efecto, los grandes problemas han adquirido cierta
dimensión intuitivo-ideológica: un poco como aquel sujeto que invariablemente
responde a nuestras preguntas remitiéndose a la complejidad de lo real –lo que, en el
fondo, acaba siendo una invitación para dejar todo allí.
Sin embargo, la actitud es generalizada: la historia social se identifica con el
problema de las clases, la estratificación y la estructura social, asumiendo que se trata de
una cuestión de realidades en sí, objetivas. A propósito cabe recordar la polémica de los
antropólogos (de Edmund Leach en adelante) contra esa identificación de la estructura –
por caso, la estructura de parentesco–, coherente con el punto de vista de E. P.
Thompson, que niega esa realidad en sí a la clase, proponiéndola, al contrario, como
“relación”. Pero vale también la enseñanza que los historiadores pueden sacar de los
trabajos de Adeline Daumard y de sus colaboradores, en los que las clases están
empíricamente articuladas en los grupos socioprofesionales, así como los marxistas, que
distinguen “clase en sí” y “clase para sí”, teniendo como base aquella discriminante
“conciencia” que precisamente Thompson resuelve en la relación (que él haya hecho
eso en términos impresionistas y literarios, esa es otra cuestión).
Si ese es, aproximadamente, el enmarañado crítico ante el que nos encontramos,
hay que considerar la posibilidad de la investigación histórica a partir de su ángulo
analítico. No hay duda de que la abstracción en términos de profesiones y niveles de
fortuna permite el máximo de agregación general (basta “contar”), prescindiendo,
obviamente, de las infinitas posibilidades de las agregaciones ideológico-intuitivas,
manipulables a gusto. El hecho es, sin embargo, que esta investigación acaba revelando
su propia calidad abstracta, para exigir integraciones complementarias, que remiten a un
examen de los comportamientos: para calificar tanto los grupos -por ejemplo, los
“estilos de vida” o los regímenes alimenticios –en cuanto a la relación entre los grupos–
como interactúan, como uno es reflejo de la conciencia del otro. De modo que el
proyecto agregativo corre el riesgo de fracturarse: el examen de las relaciones entre
grupos (y en los grupos) impone una rígida concreción socioparcial.
Sublinhemos a passagem analítica do conceito de classe ao de grupo social: não
sem razão Eric Wolf lamentou a carência de uma teoria dos grupos sociais na
elaboração teórica marxista, o que acabou por confinar o conceito de classe a uma
dimensão de pré-julgamento, isto é, não analítico-operativa. E esses grupos sociais
podem ser qualificados diversamente, integrando-se dados (idade, sexo, riqueza,
profissões) e comportamentos (residência, escolha no cônjuge, aliança/rivalidade etc.).
Gostaria de recordar a Villani o interesse de algumas pesquisas recentes —Le Couturier,
A. Anderson, J. Foster—, que propõem, em termos rigorosamente quantitativos, o
exame das solidariedades sociais, cruzando, assim, dados e comportamentos.
Vale a pena observar a propósito como a nova história urbana recorre
sistematicamente não aos censos, mas à revelação de base constituída pelos
“formulários de recenseamento”, anteriores a qualquer elaboração: e isso corresponde a
uma verdade óbvia, isto é, a diferença entre os objetivos dos historiadores de hoje e os
das autoridades censitárias de ontem. O recurso aos formulários de dados das famílias
individuais é um pressuposto de toda integração prosopográfi ca e, portanto, da própria
base concreta da pesquisa analítica; partir dos censos elaborados signifi ca já
condicionar unilateralmente o trabalho, abstrair o social, envolver-se em um confronto
estéril com as categorias de agregação das autoridades administrativas do passado.
Como deixar de lado, por exemplo, um aspecto de relevância já comprovada,
como o da correspondência entre a morfologia social e a morfologia da ocupação do
espaço, na qual insistem de comum acordo historiadores antigos e medievais,
antropólogos e sociólogos, e que a própria dinâmica das cidades contemporâneas
repropôs e repropõe constantemente? O mesmo se aplicando ao exame dos
comportamentos matrimoniais, um tema recente da história demográfica, mas desde
sempre um tema óbvio para a qualificação das homogeneidades dos grupos sociais.
Nesse sentido, de resto, os temas de análise têm por destino multiplicar-se também em
termos qualitativos, quando amadurecer uma metodologia adequada.
E é por esse caminho, que exige certamente um maior esforço de trabalho, que
poderá ser colocada uma questão igualmente importante como a do crescimento da
escala social, isto é, da ampliação da unidade socioparcial relevante. Mesmo que ainda
não saibamos como operar no domínio histórico-analítico para corresponder ao
diagnóstico dos processos de unifi cação cultural em andamento como efeito de uma
estruturação institucional articulada, da alfabetização, da politização e dos modelos de
imitação. Coloquemos uma simples questão: a industrialização distinguiu ou
uniformizou as estruturas sociais? Posto nesses termos, o problema cabe à história
comparativa, e uma vez que faz obviamente referência a espaço e tempo, torna-se difícil
ver como proceder de outro modo que não através de uma série de case studies, para
depois, eventualmente, considerar tipologias. Villani parece postular que existe um
mapa mudo de dimensões nacionais (o do censo) a ser preenchido com sinais
conhecidos ou, de todo modo, pré-constituídos (as classes ou os grupos socioprofi
ssionais retirados dos censos). Na base, o que opera aqui é o mesmo processo de
simplifi cação teórica que Romanelli denuncia: a expectativa de que por esse caminho
se possa chegar a quadros comparáveis no tempo, que qualifi quem a dinâmica social
como progresso, sempre prescindindo do espaço, segundo os módulos correntes do
modelo liberal-marxista. Esse é, de fato, o “devir historicista”, o “sentido” para
Romanelli, ante o qual a microanálise vale como uma “suspensão do juízo, uma tomada
de consciência da perda de sentido — que me parece o primeiro passo da reconquista de
uma verdade”. Aceitemos a apresentação retórica de uma inversão de valores
(sentido/não sentido). Na verdade, reconheço uma disjunção entre as teses teóricas do
pensamento dominante às quais se refere Romanelli e grande parte dos produtos
historiográficos, considerados uma ilustração de uma operatividade analítica
independente. Com relação às teses que não dizem respeito apenas ao modelo do
capitalismo industrial, a perspectiva de microanálise histórica que se tenta ilustrar aqui
tem certamente um signifi cado radicalmente contestatório.

2. Vale indicar de imediato o “campo de interesse” específico, mesmo com o


risco de cair no ridículo da abstração mais grave, aquela do concreto total. Digamos que
se trate do “universo relacional”; portanto, do campo das relações interpessoais,
forçosamente válido para uma microárea. Essa escolha explica o interesse pela história
demográfi ca, ou seja, a disciplina que coloca seus problemas em relação direta com a
sociedade total. Que a demografia faça isso recorrendo antes de tudo a números e, em
particular, para contar eventos vitais é relativamente secundário. De fato, a reconstrução
das famílias permite a identificação desses núcleos-base, a qualifi cação de sua situação
em um ciclo de desenvolvimento, a posterior elaboração de genealogias. Os
apontamentos daí derivados podem ser enriquecidos, antes de tudo, a partir da utilização
mais sistemática da própria fonte dos registros paroquiais, identifi cando, por exemplo,
testemunhas de núpcias, padrinhos de batismo e de crisma, operações que permitem
mapear relações não secundárias. E ainda, sobretudo, a partir do estudo de fontes até
agora pouco utilizadas, como contratos notariais, atos de jurisdição civil e criminal,
cadastros, parlamenti, registros contábeis, atos privados que remetem a fontes “centrais”
de caráter judiciário, contábil, fiscal, político, censitário. Cada informação exprime um
dado ou, mais frequentemente, uma relação. Existe assim a possibilidade de reconstruir
histórias de família e, às vezes, por alguma feliz coincidência de fontes, histórias
individuais sufi cientemente ricas —típicas ou excepcionais—, sendo ainda possível pôr
em relevo relações interindividuais contínuas, isto é, estruturadas (por exemplo,
relações de débito/crédito).
Consideremos o cartório. Podemos distinguir nele diversos tipos de informações,
como doações, testamentos, reconhecimento de débitos (dos mais diferentes tipos),
quitações, vendas, aluguéis, contratos de trabalho, procurações, arrendamentos, e ainda
reuniões de ordens e irmandades, congregações religiosas, universidades, comunidades
etc. A linguagem e o tipo de relação documentadas valem como documentos históricos
no sentido pleno da expressão: além de revelarem as relações entre dois ou mais
sujeitos, têm, também por isso, um sentido cultural, na medida em que atestam um
costume ou uma tipicidade.
Apresenta-se nesse ponto um problema técnico específico: o de como recolher
os dados e como elaborá-los —um problema que Le Couturier, em particular, discutiu
há tempos e que induziu outros a declarar a morte do historiador-artesão. Não pretendo,
porém, tratar dessa questão, mas da organização “conceitual” dos dados, que é, de resto,
anterior à questão citada.
Considero que o estudo das sociedades camponesas, do que costuma se chamar
de antropologia das sociedades complexas, pode oferecer diversas sugestões e
instrumentos conceituais operativos. Isso, mesmo tendo consciência de que o
mapeamento documental das relações interpessoais corresponde apenas
aproximadamente à pesquisa de campo.
De resto, a rápida expansão dos estudos das comunidades europeias nos anos
1960-1970 e na década corrente colocou o problema específico da utilização das fontes
históricas. W. A. Douglass (1975), comentando alguns desses trabalhos, insiste em que
os dados do antropólogo não são apenas “o fl uxo da vida social assim como se
desenrola diante dos olhos do observador participante”. O trabalho de campo é, em
geral, breve demais, não podendo seguir diretamente os muitos ciclos de atividade que
caracterizam mesmo as menores comunidades, o que justificaria o recurso a enquetes,
técnicas de amostragem, entrevistas informais e diretas, documentos escritos. O que
distingue a antropologia das outras ciências humanas, portanto, não é tanto a
metodologia, mas a ênfase característica na abordagem holística para o estudo do
comportamento humano, não obstante o fato de que, por óbvias razões heurísticas, seja
sempre necessário impor limites para demarcar a pesquisa em curso. Douglass sustenta
a complementaridade entre trabalho histórico e trabalho antropológico; Davis, autor de
uma pesquisa sobre Pisticci, fala a respeito de um “uso criativo da história”. O que ele
entende por isso fi ca claro no capítulo 6 do seu People of the Mediterranean (1976). É
difícil, contudo, encontrar desenvolvimentos ou exemplos posteriores desses temas e
outros semelhantes, na medida em que se trata de uma questão que comporta uma
correspondente defi nição do trabalho histórico que não o considera apenas, de modo
redutivo, como a simples utilização de fontes escritas. Cole e Wolf (1974) defi niram a
relevância da história a partir da experiência de campo: “uma história das estruturas
relevantes para a nossa zona, o seu determinar-se no tempo e as suas relações
recíprocas”.
Nós nos colocamos no outro extremo dessa perspectiva de complementaridade.
Mas é claro que não se trata de estabelecer uma relevância correspondente do presente
com o passado, mas, por assim dizer, de uma relevância “analógica”, que cria a
possibilidade do emprego de conceitos e esquemas heurísticos ligados à supracitada
abordagem holística e que tem consequências radicalmente críticas em contraposição a
certos parâmetros setoriais que governam a pesquisa histórica e distinguem os campos
de investigação — o político, o econômico, o religioso, o demográfico, o social etc. —,
frequentemente correlacionados a disciplinas científicas específicas — a ciência
econômica, a demografi a...
Problemas como aquele, de caráter histórico-demográfi co, do planejamento
familiar em uma sociedade camponesa de ancien régime evocaram recentemente
elementos de necessidade, de coerção cultural no âmbito familiar e social que podem se
revelar congruentes com modelos de explicação geral, como o do “familismo amoral”
de Banfi eld (1958) ou o da “imagem do bem limitado” de Foster (1965). O historiador
volta sua atenção mais insistentemente para os elementos de necessidade econômica,
embora dirija sua análise também para o problema da distância entre os matrimônios no
interior da família, considere as fases críticas do ciclo familiar, examine as práticas de
sucessão hereditária e coloque em relevo seu papel condicionante. Nesse campo, pode-
se dizer, de todo modo, que o encontro entre os historiadores e os antropólogos já está
acontecendo. Mas, se a verifi cação do comportamento factual é comum às duas
disciplinas, uma característica parece permanecer distintiva no caso do antropólogo: a
projeção cultural mais ampla. Pensemos, por exemplo, no significado que o “ciclo de
sucessão hereditária” assume no citado trabalho de Cole e Wolf, na dicotomia que ele
propõe entre ideologia e prática e, juntamente com isso, na relevância da distinção
ideológica —primogenitura em São Félix, divisão igualitária em Tret— para a
organização das relações sociais nas duas aldeias alpinas como um todo. Esse é um
indubitável benefício do trabalho de campo: a possibilidade de se colher imediatamente
as conexões entre fenômenos diversos, entre o problema que é objeto de análise e “o
resto”, lá onde o historiador parece destinado a justa por uma série de análises distintas:
o que não impede, analogicamente, que este último planeje e oriente sua estratégia
analítica geral (e sucessiva).
Por outro lado, é verdade que o modelo cultural geral pode privilegiar um
diagnóstico sintético e intuitivo, não plenamente circunstanciado pelas análises e,
portanto, eventualmente preconcebido. De todo modo, também a elaboração de temas
como o papel da inveja como mecanismo de controle social ou os valores de honra e
vergonha no processo de conformação da comunidade podem mostrar-se pertinentes
considerando-se diretamente a qualidade das relações interpessoais, mais difíceis de
serem reconstruídas no domínio da história. Pelo menos na falta de sua precisa
institucionalização e guardadas, de todo modo, as possibilidades de “revelações”
(sobretudo nos documentos judiciários). Caracteristicamente, o historiador trabalha com
muitos testemunhos indiretos: nessa situação, o documento excepcional pode ser
extraordinariamente “normal”, precisamente por ser revelador.
Sem dúvida, a orientação sincrônica comum às duas disciplinas sugere uma
epistemologia funcionalista: o próprio tema diacrônico do ciclo familiar postula a
reprodução cultural “simples” da sociedade que de algum modo resulta entificada na sua
estrutura. Desse ponto de vista, não basta considerar uma tipologia das comunidades —
como fez Wolf—, o que, apesar de ser um modo indireto de acolher o princípio da
transformação (confronto de uma morfologia que postula a passagem de um tipo a
outro), resolve analiticamente o problema dos nexos indivíduo-sociedade. Do ponto de
vista da antropologia social, essa é a instância do assim chamado “individualismo
metodológico”.2 Da perspectiva histórica, pode-se supor que a justaposição das análises
não aconteça de forma congruente e unidirecional, mas multidirecional, fazendo
registrar margens estatísticas de desvio quanto ao signifi cado indubitável das
congruências ou correlações. O próprio historiador-demógrafo registra fenômenos de
divergência, com relação à continuidade de residência e endogamia, nos vértices e na
base da comunidade. Todavia, divergências similares de comportamento valem
sobretudo para qualifi car os grupos sociais, isto é, para evidenciar regularidades
diferenciais. Isso não impede que, por algum aspecto, a verificação das correlações não
seja unívoca no interior de um grupo (qualificado pela correspondência das outras),
permitindo a identifi cação de fenômenos de desvio como elementos inovadores ou
desagregadores, ou simplesmente marginais, da cultura da comunidade. Um modelo de
divergência de grupo nos vértices da comunidade (sendo a exogamia e a mobilidade de
residência certamente alguns desses elementos) exprime um típico conceito
antropológico, o do elite-broker, isto é, um mediador entre a comunidade e a sociedade
mais ampla: posição que tem uma importância estratégica fundamental para o sistema
político local. Não menos importante, a característica qualifi cação da sociedade
camponesa como “sociedade e cultura parciais”3 não se limita ao fato dessa mediação.
As alternativas “econômicas” que interessam a toda comunidade postulam um brassage
demográfi co de variada relevância e, sobretudo, formas de mobilidade não defi nitivas,
frequentemente ligadas à idade e diferenciadas pelo sexo.
Desse ponto de vista, como de outros, a história das sociedades europeias
redescobre, aprofundando as tradições folclóricas, as constantes de uma estrutura social
distinta por sexo e grupos etários.4 Assim como a história rural europeia parece indicar
a extraordinária constância das associações territoriais —agregados de vizinhos não
necessariamente aparentados—, solidárias na execução de certos objetivos, como a
repartição, a disposição ou a provisão de recursos de interesse comum. “Uma das
máximas contribuições da pesquisa europeia à antropologia social —escreve S.
Freeman [1973]— poderia, acredito, derivar de um estudo amplo, histórico e etnológico
das formas de organização comunitária”. Daí o interesse pelo estudo das formas de
ocupação do espaço e a possibilidade de traçar um quadro móvel e funcionalmente
diferenciado das referências socioterritoriais. De fato, a estrutura social tem
necessariamente uma relevância espacial defi nida: como tal, é mais bem caracterizada a
partir de relações que indiquem homogeneidade (por exemplo, a troca matrimonial) ou
de outras que indiquem assimetria (como, em geral, a troca econômica).
O interesse por instituições como a clientela e o parentesco ritual —mais bem
exploradas até agora pelos antropólogos— deriva do fato de elas permitirem fazer o
mapeamento das relações interpessoais, tanto verticais, quanto, no caso do parentesco fi
ctício, horizontais, e talvez ambos, pelo menos no contexto mediterrâneo, relações mais
bem enquadráveis na fórmula do “contrato diádico”.5 De fato, essas relações postulam
uma troca que, em alguns casos —como nos de empréstimo de dinheiro—, pode ser
sistematicamente documentada. A dilatação dessas relações para além do espaço da
comunidade amplia por isso mesmo a dimensão territorial da estrutura social para o
nível de uma assimetria fundamental intracomunitária, o que não exclui o
aprofundamento analítico da estrutura específi ca da comunidade subalterna. O confl ito
político, assim como, por outro lado, a festa, parecem momentos de revelação da
estrutura social subjacente, já exaustivamente mapeada com base na reconstrução
sistemática das relações interpessoais. As análises tipicamente antropológicas do ritual e
do simbolismo descobrem assim toda a sua relevância analógica para a pesquisa
histórica.

3. Uma vez que a ciência econômica constituiu até agora um suporte


privilegiado para a pesquisa histórica, parece-me útil mostrar as implicações da
abordagem acima ilustrada em confronto com tal “ortodoxia”.
Cito uma súplica do fi nal do Seiscentos, na qual a comunidade de Monterosso
— hoje pertencente à província de La Spezia —, sujeita às méte (impostos) aplicadas
por Gênova ao vinho rossese, típico do lugar e um de seus poucos recursos, protesta
contra o fato de que eram sempre os mesmos mercadores que iam ao burgo, que eles
ofereciam tecidos velhos e grãos estragados a preços fi xados por seu próprio arbítrio,
em troca de um vinho com preço defi nido pela administração. Em termos de análise
econômica, a assimetria da troca deriva de um jogo oferta/demanda livre contra um jogo
demanda/oferta prefi xado. Mas a “liberdade” do primeiro continua sendo uma função
da estreiteza do mercado, o que é absolutamente normal em uma sociedade pré-
industrial: o mercado não só é restrito, como também ocasional, e tal ocasionalidade
está estritamente ligada “àqueles” mercadores. Que o preço do grão seja fruto de uma
relação oferta/procura é no mínimo tautológico: de fato, pode-se assumir
preliminarmente que seja assim, mas isso não quer dizer que a análise processual da
relação deva ser posta de lado. Os pobres vinhateiros de Monterosso estavam cobertos
de razão ao apresentarem sua situação em termos de uma relação interpessoal: não
podiam esperar outros mercadores e, portanto, não tinham alternativas. Os mercadores
“acrescentavam” a seus produtos um lucro ad libitum, exatamente como costuma
acontecer, mas nesse caso não era possível contrapor uma contratação, que
contrabalançaria em alguma medida o preço do rossese: e essa era, de fato, a variação-
chave com respeito ao costume que resultou no protesto e na exigência, utópica, de
outro tipo de relações interpessoais, que, enquanto tais, não estavam em questão. Como
disse alguém, não existe troca que não seja desigual, e é por isso que as relações de
troca são um sinal essencial da articulação e da estrutura social.6 Isso volta a se ligar
com o que foi observado no parágrafo precedente. Mas o caráter excepcional do
protesto, motivado pela inovação das méte, induz a postular uma adaptação, em tempos
“normais”, à situação de troca.
Os camponeses tinham necessidade de grãos e não tinham nada a oferecer senão
seu vinho. No caso específi co, parece não ter existido uma elite de negociantes locais
(brokers ou intermediários com a sociedade mais ampla), mas não há dúvida de que,
sendo recorrentes essas visitas periódicas, criaram-se relações pessoais de mão dupla
entre compradores e vendedores que poderiam incluir a possibilidade, talvez mais difícil
no caso de mercadores visitantes, de compensações no tempo. Considerando que os
dados da situação de troca eram elementares, é razoável supor que a novidade
administrativa se resolvesse na possibilidade de obter menos grãos com a mesma
quantidade de vinho do ano precedente — abstraindo, no que diz respeito às variações
de produção que certamente aconteciam, a solidariedade entre os próprios negociantes
(o monopólio dos compradores).
Uma troca natural, portanto, mas reconduzida às medidas monetárias
(condicionantes dos preços da méta). Essa era certamente uma constante importante nas
transações comerciais pré-industriais e que acabava por reforçar o elemento pessoal da
transação, ligado também ao costume eventual de diferir e resolver no tempo as
compensações monetárias. Apesar de tudo, a possibilidade dessas soluções era limitada,
dadas as diversas urgências de vender e comprar entre produtores e produtores, bem
como de produtores e negociantes, que acabavam por favorecer a consolidação de uma
elite de notáveis, capazes de generalizar as próprias posições de privilégio econômico:
grandes proprietários, negociantes e transportadores. É possível intuir assim a
possibilidade de haver uma correspondência entre clientela e endividamento. E é
evidente que se torna muito difícil fazer distinções entre relações sociais, relações
econômicas e relações políticas: na base dessa afi rmação está o fato de que as relações
de signifi cado “econômico” eram antes de tudo relações interpessoais, de modo que
não há motivo para privilegiar os esquemas da análise econômica no estudo dessas
situações. Pode-se, por outro lado, considerar que o mercado mais amplo envolvesse
sobretudo os grupos dirigentes (que assumiam uma função de “mediação”) e apenas
indiretamente os subalternos, sobre os quais os dirigentes podiam descarregar
eventualmente o peso da conjuntura negativa, mas sempre em circunstâncias e segundo
avaliações que não podem ser reduzidas à simples “racionalidade econômica”. A análise
e a relação entre os preços estão, assim, inseridos nessa dimensão, assinalando crises
imprevistas da estrutura social, deslocamentos de solidariedade, emigrações etc. Como
se apontou antes, as fontes cartoriais (e os documentos judiciário-civis) nos permitem
reconstruir essas estruturas de dependência: se a transação mercantil não aparece senão
raramente como tal, mais regular é a certifi cação ou a quitação de um débito, de modo
que, muitas vezes, a liquidação de um débito é condição para um novo crédito. Os
inventários post mortem (sobretudo os redigidos para a divisão de bens comuns entre fi
lhos) nos permitem, através dos registros dos créditos, mapear a clientela de um notável,
e essas relações específi cas podem ser investigadas de geração em geração. A relação
pode mudar de qualidade: os débitos podem ser consolidados em uma renda ou em uma
venda que têm por garantia e objeto, em primeiro lugar, a terra, de modo que o ex-
proprietário torna-se um locatário ou arrendatário.
Examinado analiticamente, o mercado de terra evidencia não apenas — como
mostrou Giovanni Levi (1976) — as lógicas dos ciclos familiares, mas também as
divergências nos diversos níveis do objeto da transação. Chaianov (1966) nos explicou
bem que o preço não corresponde ao valor da renda capitalizada. Diremos com ele que o
preço é simplesmente uma função da demografi a e, portanto, uma vez mais, da
demanda? Considerando processualmente o esquema “vertical” que acabamos de
delinear acima, esse não me parece ser o caso. A fi cção do jogo equilibrado entre oferta
e demanda torna-se, nesse caso, digna de riso. Com efeito, é preciso considerar se a
análise econômica adquire maior signifi cado quanto mais as referências a procura e
oferta assumem caráter de “massa”, e que possibilidades estratégicas daí derivam. De
todo modo, não se pode abandonar completamente e com a consciência tranquila o
patrimônio de racionalização interpretativa dos processos sociais e a compreensão do
curso da história que essa racionalização permite.
Naturalmente, porém, a troca de bens e serviços tem também suas dimensões
horizontais. Em particular, é essa a dimensão característica da reciprocidade camponesa,
entendida mais frequentemente como reciprocidade prolongada de serviços (trabalho),
um fenômeno mais difícil de ilustrar historicamente. Mas as transações horizontais vão
além dessas trocas, como se evidencia hoje em muitas sociedades camponesas, nas
quais a intermediação é particularmente desenvolvida e uma série de ligações diádicas
preferenciais solidifi ca os canais de comércio através da institucionalização de relações
interpessoais.7 É óbvio que essas práticas difi cilmente podem ser encontradas no
registro cartorial, onde, todavia, é possível encontrar transações minúsculas que dizem
respeito não só a pequenas porções de terra, mas também à repartição de animais, assim
como a débitos mínimos. São registradas, particularmente, as transações de dote: a troca
cruzada de despesas que permite economizar dotes representa para os mais pobres uma
forma de reciprocidade rigorosamente balanceada.
Podemos imaginar facilmente diferenças e limites entre as distintas
comunidades, como consequência da penetração diversa da economia mercantil e,
portanto, do papel diverso da autossubsistência: o que pode signifi car também que
certas transações encontrem, nos distintos casos, objeções culturais. Como escreveu D.
Riches, em Man (1975): “a proteção do setor de subsistência é a base provável para a
ideologia de muitas economias camponesas com relação às esferas de troca”. Com
efeito, o conceito antropológico de esferas de troca tem possibilidade de generalização
também em uma economia monetária em que, por exemplo, as transações de alguns
bens comportem a sua resolução no âmbito do sistema de crédito, enquanto as
transações de outros bens comportem o emprego imediato de moeda, de modo que, uma
vez sabidos quais são os bens protagonistas dessas trocas, têm-se duas esferas de
intercâmbio relativamente distintas. Essa pode ser indicada como uma terceira linha de
defesa da sociedade camponesa, depois da defesa da autossubsistência, que comporta
uma orientação produtiva articulada e a desaprovação cultural de transações que lidem
com bens alimentares de base, e depois a troca horizontal que opera frequentemente
como forma de mutualismo (S. Mintz). Isso no quadro de uma resistência comum das
sociedades camponesas a uma monetarização radical das trocas que lhes interessam.
Considerando a sociedade agrária como um todo, a historiografi a econômica
coloca como fundamental o problema da relação entre população e recurso e, em geral,
utiliza ampla escala territorial (de região para cima). Daí a construção ex-post de uma
hipótese homeostática fundada no malthusianismo. No nível microanalítico que aqui se
propõe, pode ser colocado o problema das unidades domésticas singulares que investem
trabalho (não contabilizável em termos monetários) e obtêm bens destinados, em parte
por meio da sua conversão de mercado, à defesa e à reprodução do status tradicional. Na
medida em que tal “status” é defi nido culturalmente a partir de termos eminentemente
relacionais, são as formas de organização social da comunidade que estão em questão e
que têm, por conseguinte, relevância “econômica”. Ainda que a base produtiva seja
restrita e atomizada e origine, em parte, atitudes culturais, está presente, entretanto, uma
solidariedade de destinos que explica em última instância as formas de integração
social. Sahlins mostrou como a aplicação do modelo de Chaianov (defi nido pela
evolução da ratio consumidores-produtores segundo o ciclo de desenvolvimento
doméstico) não explica a continuidade de algumas sociedades simples, que se torna
então inconcebível sem a presença de formas institucionalizadas de coparticipação
(Stone Age Economics, 1975);8 um modo de evidenciar o caráter “econômico” da
estrutura social. Nas sociedades complexas, a mobilidade dos recursos de apoio ou
substitutivos cresce por meio da intensifi cação do trabalho, diversifi cação da forma de
exploração dos recursos, oportunidades “externas” (trabalho, mercado). Em outras
palavras, a comunidade — se é verdade que a família pode em certa medida controlar as
suas próprias dimensões — pode adaptar-se e assegurar a sua sobrevivência de muitos
modos. O que signifi ca que a necessidade de chegar a uma irreparável e fatal
“contradição” entre a comunidade e os recursos que dispõe não é necessariamente
automática e inevitável, isto é, deverá ser verifi cada nas diversas situações. A dramática
dialética entre população e recursos que serve como explicação do desenvolvimento
histórico é uma simples hipótese que, além de tudo, é inverifi cável na escala territorial
em que foi colocada. Tanto isso é verdade que E. Boserup (1970), em Evolution agraire
et pression démographique, pôde apresentar de modo inteiramente plausível a hipótese
oposta. Com efeito, ela é representativa da tese que se afasta de outra grande projeção
histórico-etnocêntrica da “civilisation” europeia: o desenvolvimento entendido como o
triunfo progressivo do mercador, do mercado e da cidade.

4. Retornamos assim ao tema inicial deste artigo. Se Romanelli denunciava a


ancoragem das perspectivas historiográfi cas contemporâneas em um modelo unívoco e
pouco “elástico”, podemos, acredito que com razão, sustentar que se tratam de
perspectivas historiográfi cas gerais, largamente condicionadas pela economia como
“ciência social mais avançada”. A “perda de sentido” é a recusa de um sentido
largamente pré-constituído, “ideológico” nesta acepção.
O que se desenha, de modo mais ou menos explícito, é a recondução da história
a uma contextualização e a uma vocação analítica em que o objeto da análise é
basicamente indicado pela série ou a rede das relações interpessoais. Daí a escolha de
uma sociedade em escala reduzida como é a aldeia camponesa, uma opção guiada, sem
dúvida, pelo exemplo paralelo da antropologia. Em princípio, a escolha poderia cair
também sobre um bairro urbano. Mas mesmo prescindindo da escala da sociedade
indicada, que satisfaz ao menos teoricamente a “virtù” da abordagem holística, acredito
que a abordagem conserva sua validade como perspectiva geral de história social, onde,
em minha opinião, a estrada mestra é indicada pelo estudo dos comportamentos ou das
relações interpessoais (como paradigma de referência). Obviamente, para a época
contemporânea é mais abundante a documentação quantifi cada ou quantifi cável,
enquanto provavelmente se perde em parte o benefício das convergências locais da
documentação como material imediatamente utilizável para os fi ns das reconstruções
prosopográfi cas. Mas isso quer dizer, como é mostrado pelos exemplos já indicados,
que análises mais seccionais e rigorosas podem ser multiplicadas.
Assim, a microanálise social liga-se mais ao caráter da base de dados examinada
do que à dimensão da área social enquanto tal. Nesse sentido, não há por que haver
ruptura entre história medieval e história contemporânea no plano teórico e
metodológico. Ao contrário, aquilo que nós registramos hoje é um hiato gigantesco nos
critérios de relevância da produção historiográfi ca; em um setor se premia a novidade
histórico-analítica; no outro, ao menos na Itália, predomina uma expectativa de síntese
político-ideológica que descarta sistematicamente os processos sociais, considerando-os
dedutíveis e reconhecíveis por meio de uma grade de teses e temas que são,
frequentemente, uma mistura de “ideias recebidas”.
É significativo que a antropologia, mesmo tratando necessariamente de
sociedades contemporâneas, venha sendo, há bastante tempo, capaz de estimular,
sobretudo, a história medieval e mesmo a história antiga. E isso não pode ser atribuído à
correspondência do objeto (sociedades relativamente mais “simples”). De fato, o mesmo
problema da social change foi discutido e ilustrado analiticamente pelos antropólogos. E
o que pode ser a história contemporânea senão uma história das transformações sociais?
E por que deve ser o agregado-nação e não a comunidade, ou a cidade, ou o ofício, o
lugar de eleição para o estudo dessas transformações?
No fundo, a argumentação que procurei ilustrar nesta intervenção equivale à
defesa de um princípio: que a história social é a história das relações entre pessoas e
grupos. O problema posterior e fundamental da identifi cação dos conceitos e das
possibilidades operativas, que foi aqui desenvolvido de modo muito parcial, pode ser
enriquecido indefi nidamente. Me parece indubitável que, no âmbito da vida social
contemporânea, tais possibilidades podem apenas crescer e jamais diminuir, mesmo que
não utilizemos as indicações da história oral (das quais, é claro, não há motivos para
prescindir). O crescimento da “administração” multiplicou as observações e
levantamentos, e inumeráveis depósitos de documentação (seccional, funcional ou de
associações), hoje destinados ao descarte, são perfeitamente capazes de se tornar objeto
de imprevistas iluminações histórico-analíticas.
Assim, o objetivo de uma historiografi a social contemporânea é o de conquistar
a distância cultural da sociedade que estamos vivendo, de objetivá-la nos seus
conteúdos de relação, de reconstruir a evolução e a dinâmica dos seus comportamentos
sociais.

R E F E R Ê NCI AS

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*
Edoardo Grendi, “Micro-analisi e storia sociale” en Quaderni Storici, Vol. 12, Nro. 35 (2),
maggio/agosto 1977, pp. 506-520. Traducido del italiano por Miguel Ángel Ochoa. Si bien la colección
de Quaderni Storici se encuentra disponible en el IDES, lamentablemente el volumen y número
correspondiente donde debería encontrase el presente artículo se halla faltante hace varios lustros. Mucho
agradezco a la generosidad de Henrique Espada Lima el haberme facilitado una copia del mismo para
traducirlo directamente del italiano en tanto él ya había publicado una traducción al portugués en 2009.
1
ROMANELLI, Raffaele Romanelli, “Storia politica e storia sociale dell’Italia contemporanea: problemi
aperti” en Quaderni Storici, Vol. 12, Nro. 34, aprile 1977, pp. 230-248; Pasquale Villani, “Problemi e
prospettive di ricerca: la storia sociale dell’Italia contemporánea” en Quaderni Storici, Vol. 12, Nro. 34,
aprile 1977, pp. 215-229.

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