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Gemas - Ametista, Esmeralda e Turmalina
Gemas - Ametista, Esmeralda e Turmalina
MINAS E ENERGIA
AMETISTA
1. FAMÍLIA /GRUPO: Família dos Tectossilicatos; Grupo do Quartzo.
2. FÓRMULA QUÍMICA: SiO2. Óxido de silício.
3. COMPOSIÇÃO: Si = 46,7%, O = 53, 3%. Apresenta compostos de ferro e manganês, que lhe rendem
sua cor característica.
4. CRISTALOGRAFIA: sistema Hexagonal-trigonal
5. PROPRIEDADES ÓPTICAS: Isotrópico uniaxial positivo (biaxial quando deformado, 2V de 5º ou mais).
Quase sempre contém inclusões, tais como: turmalina, clorita, mica, magnetita, zircão. Pode conter
vacúolos.
6. HÁBITO: Prismático, granular, maciço.
7. CLIVAGEM: Imperfeita {1011} ou {0111}.
8. DUREZA: 7
9. DENSIDADE: 2,65
10. FRATURA: Conchoidal, quebradiça.
11. BRILHO: Predomina o brilho vítreo.
12. COR: Geralmente violeta, roxa ou púrpura.
13. TRAÇO: Incolor.
14. VARIAÇÕES: Existe uma variedade bicolor, denominada quartzo ametista, trata-se de uma forma mais
compacta de ametista que, freqüentemente possui bandas de quartzo leitoso. Além de, uma variedade
tricolor com uma extremidade de cor roxa, a outra extremidade amarela, sendo cortada por uma faixa
incolor. Outras espécies são: Ametista Jacobina, variedade de ametista escura com tonalidades vivas;
Ametista Madagascar, variedade de ametista violeta-escura, levemente enfumaçada ou violeta-púrpura
quando mais clara; Ametista –mosquito, variedade com pequenas inclusões de goethita; Ametista-
espanhola, nome dado a ametistas finas comercializadas na Espanha de origem desconhecida e cor
púrpura. Também existe a ametista Uruguai, ametista-uraliana, ametista-siberiana, etc.
15. PROPRIEDADES DIAGNÓSTICAS: Caracterizado por sua cor violeta, seu brilho vítreo, fratura
conchoidal, e forma cristalina.
16. CONSIDERAÇÕES GERAIS: Devido a mostrar em muitas vezes alternância de faixas claras e escuras, a
ametista costuma ser lapidada com a mesa inclinada em relação ao plano das faixas. Também costuma
ser lapidada em cabochão, pêra ou brilhante. É considerada símbolo da sinceridade e lucidez, antigamente
acreditava-se que a ametista combatia a embriaguez, o sono e até mesmo gafanhotos. A Rússia tem
produzido ametista sintética de ótima qualidade. Quando aquecida à ametista pode se transformar em
citrino. A ametista pode atingir grandes dimensões, sendo conhecido um cristal com cerca de 250Kg no
Museu Britânico.
Referências:
BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. pp. 19-20.
DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p. 529.
DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p. 52.
MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA
SCHUMANN, W. (2002). Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª
Edição, p. 118.
ESMERALDA
1. FAMÍLIA/GRUPO: Família de Ciclossilicatos; Grupo do Berilo
2. FÓRMULA QUÍMICA: Be3Al2(Si6O18)
3. COMPOSIÇÃO: Silicato de berilo e alumínio. BeO 14,0%, Al2O3 19,0% , SiO2 67,0%. Freqüentemente
estão presentes pequenas quantidades de álcalis, constituindo, muitas vezes, parcialmente, em césio.
4. CRISTALOGRAFIA: Hexagonal, classe bipiramidal-dihexagonal
5. PROPRIEDADES ÓPTICAS: Uniaxial
6. HÁBITO: Prismático, freqüentemente estriado e entalhado.
7. CLIVAGEM: Indistinta, imperfeita basal.
8. DUREZA: 7,5 a 8
9. DENSIDADE: 2,75 - 2,80
10. FRATURA: concóide, estilhaçada e irregular
11. BRILHO: vítreo
12. COR: verde-esmeralda, verde-claro, verde-escuro, verde-amarelo, azul, amarelo do ouro, róseo, branco e
incolor.
13. TRAÇO: branco
14. VARIAÇÕES: Esmeralda (verde-escuro); berilo (verde-claro); água marinha (azul-pálido); morganita
(róseo); berilo-dourado (amarelo-ouro).
15. PROPRIEDADES DIAGNÓSTICAS: Reconhecido, usualmente por sua forma cristalina hexagonal e pela
cor. Distingue-se da apatita pela sua dureza. Risca o quartzo. Possui diversas fraturas, inclusões, fato que
lhe deixa susceptível a impactos, com características quebradiças.
16. CONSIDERAÇÕES GERAIS: Devido à presença de várias fraturas inclusões e outros planos de fraqueza
na esmeralda, foi desenvolvida uma forma de lapidação em degraus, na qual os quatro ângulos agudos
são cortados e facetados, de forma que a gema fique menos vulnerável aos possíveis impactos. Lapida-se
a água-marinha em tesoura e em degraus. A água-marinha pode apresentar canais finos, onde a luz é
refletida na cor branca. Se estes canais forem abundantes pode-se conseguir o efeito olho-de-gato ou
asterismo com estrelas de seis pontas. Podem-se confundir a água-marinha com o euclásio, cianita,
topázio, turmalina, zircão e imitações do vidro. A esmeralda pode ser confundida com a aventurina,
demantóide, diopsídio, dioptásio, grossulária, hiddenita, peridoto, uvarovita, verdelita. A cor verde da
esmeralda está associada com a presença do cromo, o verde do berilo está associado ao vanádio. A cor
azul da água-marinha está associada com o ferro. O nome esmeralda vem do grego “smaragdos” significa
pedra verde.
Referências:
BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 29.
DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p. 376.
DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p. 46, 64, 88.
SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª
Edição, p. 90-96.
TURMALINA
1. FAMÍLIA /GRUPO: Família dos Ciclossilicatos; Grupo da Turmalina
2. FÓRMULA QUÍMICA: XY3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4, na qual X = Na, Ca e Y = Al, Fe3, Li e Mg.
3. COMPOSIÇÃO: Trata-se de um borossilicato complexo de alumínio com composição variada.
4. CRISTALOGRAFIA: Sistema hexagonal-trigonal - Classe: dipiramidal.
5. PROPRIEDADES ÓPTICAS: Uniaxial.
6. HÁBITO: Prismático, algumas compactas, maciças; também em colunas grossas e finas, tanto radiadas
como paralelas.
7. CLIVAGEM: Indistinta.
MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA
8. DUREZA: 7 a 7,5.
9. DENSIDADE: 3,0 a 3,25.
10. FRATURA: Desigual, concóide, quebradiça.
11. BRILHO: vítreo a resinoso.
12. COR: Incolor, rósea, vermelha, amarela, parda, verde, azul, roxa, preta e multicolorida.
13. TRAÇO: Branco.
14. VARIAÇÕES: Acroíta (incolor ou quase incolor, muito rara); Dravita (amarelo-castanho e castanho-
escuro); Indigolita (azul em todos os graus); Rubelita (rósea ou vermelha, ocasionalmente com tonalidade
violeta. A mais valiosa tem a cor do rubi); Schorlita (negra muito comum. Usadas em joalheria); Siberita
(vermelho-lilás até azul-violeta); Verdelita (todos os matizes do verde); etc.
15. PROPRIEDADES DIAGNÓSTICAS: Reconhecida, usualmente, pela seção transversal triangular,
arredondada, dos cristais e pela fratura concóide. Apresenta estria paralela ao eixo “c”. Distingue-se da
hornblenda pela ausência de clivagem prismática. Pode-se identificar a turmalina no microscópio óptico
pelo seu forte pleocroísmo e elevada birrefringência. Um mesmo cristal pode ter uma cor em cada
extremidade e ainda uma terceira no centro. Ou ter uma cor externamente e outras no seu interior.
16. CONSIDERAÇÕES GERAIS: Seu nome vem do cingalês, “Turmalii”. Nenhum mineral utilizado para
gemas possui uma variedade de cores tão rica como a turmalina, esta característica foi responsável por
despertar um grande interesse em seu uso como gema. Podem-se confundir a turmalina com ametista,
andaluzita, crisoberilo, citrino, demantóide, hiddenita, peridoto, prasiolita, quartzo enfumaçado, rubi,
esmeralda, espinélio sintético verde, topázio róseo, vesuvianita, zircão e algumas imitações do vidro. A
turmalina é fortemente piroelétrica e piezoelétrica. Existem turmalinas bicolores, tricolores e
multicoloridas.
Referências:
BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 181-182.
DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, 468-470.
DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ. p. 124
SCHUMANN, W. (2002). Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª
Edição, p. 110-112.
MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA
Referências:
BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 29.
DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p. 376.
DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p.46, 64, 88.
SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição,
p. 90-96.
TURMALINA
Usada principalmente como gema, antigamente era usada para limpar cachimbos, devido a
propriedades pirelétricas.
Emprega-se também em aparelhos de radio e em instrumentos ópticos. Por razões comerciais
(suprimento irregular), o caráter piezoelétrico da turmalina é pouco aproveitado.
A turmalina apresenta cor variável: verde-pálido a escuro com uma tonalidade azul, rosa a vermelho-
rubi profundo. As pedras bicolores são comuns; ora com zonação concêntrica, ora com extremidades
de tonalidades diferentes.
As turmalinas preferidas para lapidação são as transparentes, e de cor amarelo-esverdeada, amarelo-
mel, azul escura, vermelha, verde escura e rosa.
As turmalinas devem ser lapidadas de modo a ter a mesa perpendicular ao eixo óptico. São lapidadas
com formato retangular, oval, retangular com cantos cortados, quadrado, baguete e redondo.
Algumas inclusões da turmalina (tubos bastante finos e paralelos ao eixo ótico) podem favorecer a
formação de um lindo efeito conhecido pelo nome de acatassolamento (chatoyance), após sua
lapidação em cabochão
As turmalinas que ocorrem isoladamente, com partes aproveitáveis de boa qualidade, são utilizadas
como gemas. As turmalinas que se dispõem em grupos sem orientação definida são geralmente
comercializadas como pedras de coleção. Certos espécimes são comercializados para museus e
colecionadores, geralmente gemas de vários quilogramas.
As turmalinas de mais baixa qualidade podem ser usadas em artesanato mineral.
Referências:
BRANCO, P. M. (1984) Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 181-182.
DANA, J. D.,(1978) Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, 468-470.
DIANA, F. R. (2004) Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ. p. 124.
MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA
DNPM/CPRM (1991) Grandes Depósitos Minerais do Brasil. V.4. Parte A. Coord. Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de
Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho. (Capítulo III – ADENDO I - autor: CASSEDANNE, J.P).
SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição,
p. 118.
AMETISTA
Ocorre em cavidades de rochas vulcânicas e em pegmatitos.São encontradas em geodos, gretas ou
jazidas. Os cristais sempre crescem sobre uma base (substrato). É quase ausente nas rochas que
constituem o assoalho oceânico; pode ocorrer em abundancia tanto nas rochas ígneas (principalmente
graníticas), quanto nas sedimentares.
3) PARÁ
3.1 Garimpo do ALTO BONITO
“No garimpo de ametista do Alto Bonito em Marabá, Estado do Pará, foram caracterizados dois tipos
de depósitos:
a) DEPÓSITOS PRIMÁRIOS - a ametista encontra-se associada a cristais de rocha puros ou leitosas,
sob a forma de geodos e/ou drusas encaixados nas zonas de falhas que afetaram o quartzito;
b) DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS - são depósitos detríticos de material mal selecionado que foram
desagregados e transportados para as partes mais baixas da área do garimpo. Nesse tipo de depósito,
a extração da ametista se torna mais fácil.
Os depósitos primários são resultado da intensa atividade hidrotermal que afetou a área. Tal atividade
estaria ligada a um último evento magmático que remobilizou, a SiO2, o Fe e Mn das rochas
encaixantes gerando as ametistas, ou mesmo os cristais de rocha e quartzo fumê que foram formados
em zonas de falha” (COLLYER. et al. 1991).
Referências:
BRANCO, P. M. (1984) Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 19-20.
CASSEDANNE, J. P (1991) A Ametista da Mina da Grota do Coxo. In: Adendo V do Capítulo III de Principais Depósitos Minerais do
Brasil, V.4. Parte A - Gemas e Rochas Ornamentais. Coord. Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos
Eduardo Silva Coelho. DNPM/CPRM, Brasília, DF. p47 e 48.
CASSEDANNE, J. P. & CASSEDANNE, J.O. (1979) La mine d'améthyste de la Grota do Coxo: une merveille inconnue. Rev.
Gemmologie AFG 59: 2-5.
COLLYER, T. A. & MÁRTIRES, R. A. C (1991) O Depósito de Ametista do Alto Bonito, Município de Marabá, Pará. In: Capítulo XVII de
Principais Depósitos Minerais do Brasil Vol. IV Parte A, Coordenação Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e
Carlos Eduardo Silva Coelho), Brasília, DF. DNPM/CPRM, p291 e 295.
COLLYER, T. A.; MÁRTIRES, R. A. C.; MACHADO, J. I. L. O depósito de Ametistas do Pau D’Arco, Município de Conceição do
Araguaia, Pará. Cap. XVIII de Principais Depósitos Minerais do Brasil, V.4. Parte A - Gemas e Rochas Ornamentais. Coord. Geral
Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho. DNPM/CPRM, Brasília, DF..
DANA, J. D. (1978) Manual de Mineralogia 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p. 529.
DIANA, F. R. (2004) Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p. 52.
MENEZES, S. O. & SIGOLO, J. B. (1981) Contribuição ao conhecimento geológico de ametistas no Estado do Rio de janeiro. Min.
Met. XLV (431): 25-31.
MISI, A. AZEVEDO, M. C. A. (1975) A PROVÍNCIA PEGMATÍTICA DO EXTRMO SUL DA Bahia. Min. & Met. XXXVIII (359), p 6-10.
SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição,
p. 118.
SVISERO, D. P. & FRANCO, R. R (1991) A Província Gemológica Brasileira Principais. In: Capítulo II de Principais Depósitos Minerais
do Brasil. Vol. IV Parte A, Coordenação Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho),
DNPM/CPRM, Brasília, DF, p14.
ESMERALDA
Ocorre principalmente em rochas metamórficas e pegmatitos graníticos. Na Colômbia ocorre em um
calcário betuminoso escuro junto a pegmatitos.
A MINA BELMONT, ou de ITABIRA, está localizada num complexo de xistos com intercalações de
rochas ultrabásicas alteradas, recortado por pegmatitos. O conjunto, incluído em gnaisses, está muito
dobrado, com planos axiais NNE-SSW e mergulho para oeste. As esmeraldas ocorrem num xisto
alterado róseo que contém também um pouco de alexandrita e crisoberilo. (CASSEDANNE, 1991).
A jazida de Salininha, município de Pilão Arcado (BA), cujas esmeraldas são coloridas pelo vanádio,
está recoberta pelas águas da barragem de Sobradinho. Relacionava-se a um pegmatito cortando
talco-xistos (CASSEDANNE, 1991)..
As outras jazidas brasileiras de esmeralda são de pouca importância e freqüentemente de interesse
histórico (CASSEDANNE, 1991).:
Minas Gerais (Santana dos Ferros),
Bahia (Brumado, Açude Socego, Serra dos Pombos),
Ceará (Tauá),
Goiás (Porangatu, Mara Rosa, Pela Ema, Pirenópolis, Fazenda das Lages).
Referências:
BRANCO, P. M. (1984) Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 29.
CASSEDANNE, J. J. (1991) Tipologia das Jazidas Brasileiras de Gemas. In: Cap. III de Principais Depósitos Minerais do Brasil, Vol IV
Parte A - Gemas e Rochas Ornamentais. Coordenação Geral: Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz, Carlos Eduardo
Silva Coelho. DNPM/CPRM, Brasília, DF., p23-24.
DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p.46, 64, 88.
MENDES, J. C. (1989) Aspectos mineralógicos, geológicos e econômicos da esmeralda de Santa Terezinha de Goiás. Dissert.
Mestrado, São Paulo, SP, 163 p.
SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição,
p. 90-96.
MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA
TURMALINAS
As turmalinas ocorrem em rochas ígneas ácidas, pegmatitos graníticos, gnaisses e ardósias.
Aparecem muitas vezes como inclusões no quartzo.
1) MINAS GERAIS
PEGMATITO DO CRUZEIRO
Localiza-se nas vizinhanças de Governador Valadares, é conhecido internacionalmente desde a
segunda guerra mundial. Posteriormente, a descoberta de magníficos cristais de turmalina, tanto rosa
quanto verde, de qualidade gema, concorreu para reforçar a fama dessa jazida um tanto excepcional
(CASSEDANNE et al., 1980) e (CASSEDANNE, 1991).
Três veios de pegmatitos de direção N20° W, cujo mergulho varia de subvertical a muito forte para
SW, foram explotados e são conhecidos como veios 1, 2 e 3; o primeiro sendo o principal. A espessura
varia de poucos metros a mais de 50 m, com alargamentos nas zonas mais diferenciadas com um
núcleo de quartzo. Outros veios paralelos, de menor importância, são conhecidos nas
proximidades:Campinho, Safirinha, Rio Preto, Foratini, Jazida do Oliveira (CASSEDANNE, 1991).
O contato com as rochas encaixantes (quartzitos branco e xistos) é sempre nítido, com bastante
reentrâncias e protuberâncias no caso dos quartzitos. Esses quartzitos, são esbranquiçados, beges ou
róseos, com delgadas intercalações de moscovita e lentes de granulação grosseira. (CASSEDANNE,
1991).
Os mica-xistos são compostos essencialmente de biotita, quartzo e oligoclásio ou andesina. Existem
variedades com grafita, clorita e anfibólios. Os afloramentos, sempre bastante alterados, assim como
o solo residual, são avermelhados (CASSEDANNE, 1991).
Anfibolitos que não afloram, ocorrem numa lente atravessada por diversas galerias, entre as quais a
1D. São compostos de peridoto e serpentina, com piroxênio, hornblenda, anfibólio fibroso, biotita,
clorita, quartzo, calcita e localmente granada (CASSEDANNE, 1991)..
Segundo CASSEDANNE (1991), quase todos os veios de pegmatitos apresentam uma zonação nítida,
que pode ser esquematizada, da rocha encaixante até o núcleo, como segue:
b) rocha com textura granítica formada por quartzo e feldspato, com manchas gráficas, conhecida
como sal grosso pelos garimpeiros;
c) zona intermediária externa, localmente rica em livros de moscovita ou com textura granítica maior
que no sal grosso;
d) zona intermediária interna, formada essencialmente de feldspato potássico localmente albitizado;
e) zona central, quartzo largamente cristalizado e feldspato potássico com drusas de albita (algumas
vezes atapetadas por turmalinas) e grandes cristais de espodumênio. Os fosfatos ocorrem sempre
nessa faixa;
f) núcleo de quartzo.
A turmalina gema ocorre na zona central do pegmatito, geralmente envolvida por grandes cristais de
feldspato que apresentam estrutura gráfica, associados a cristais alterados de vários decímetros de
espodumênio e manchas de lepidolita. As gemas crescem sobre as lamelas de cleavelandita que
atapetam as drusas: ali cristais bem desenvolvidos chegam a ultrapassar 2 decímetros. Aqueles que
se dispõem em grupos sem orientação determinada são geralmente comercializados como pedras de
coleção, enquanto os que ocorrem isoladamente, com bastante partes aproveitáveis de boa qualidade,
são utilizados como gemas. Os hábitos são diversos: cristais alongados, biterminados, aciculares,
arredondados ou achatados (CASSEDANNE, 1991).
2) PEGMATITO DE LIMOEIRO, MG
Localiza-se no declive NW de um vale bastante encaixado. É formado por uma lente N30oE com
mergulho oeste muito fraco.
5) PARAÍBA
TURMALINAS DO ALTO QUIXABA
O pegmatito Alto Quixaba está situado na região do Seridó, aproximadamente 15 km a NE da cidade
de Frei Martinho, Paraíba. O pegmatito granítico está encaixado subvertical e discordantemente no
biotita-xisto da Formação Seridó, com direção geral 60°/80° SW. O pegmatito complexo é composto
basicamente por quartzo, microclina, cleavelandita, moscovita e ambligonita, com quantidades
menores de turmalina preta, lepidolita, berilo, turmalinas gemas e minerais metálicos. Apresenta
uma variação mineralógica e textural possibilitando a sua divisão em três zonas (externa,
intermediária e núcleo). Na parte central do pegmatito pode ser observado um corpo de substituição,
ou seja, um enriquecimento característico em turmalina gema, lepidolita, manganotantalita "irisada" e
um mineral da série pirocloro/microlita (FERREIRA, 1998).
A turmalina gema do Alto Quixaba é elbaíta, e a turmalina preta, schorlita
As turmalinas gema ocorrem nas cores verde, azul esverdeada, azul e violeta em várias tonalidades,
além de amostras bi e tricolores. Os cristais mostram hábitos prismáticos com estriações paralelas ao
eixo c e faces prismáticas arredondadas. Pode ser observado grupos de cristais paralelos de cores
diferentes, muitos deles transparentes, com poucas inclusões. Estas turmalinas caracterizam-se
principalmente pelas cores azuis e verdes e ótima qualidade gemológica. Possuem forte pleocroísmo
(FERREIRA, 1998).
As elbaítas do Alto Quixaba possuem uma deficiência em álcalis (sítio X) de 12 a 17 %. São
relativamente ricas em Mn, com o conteúdo variando entre 1,69 e 2,87 % de MnO. Possuem elevado
teor de Zn, com valores de até 2,98 % em peso de ZnO, teor este, que pode ou não ser resultado da
presença de inclusões de outros minerais. As cores nestas elbaítas, especialmente verde, azul
esverdeado e azul violetado, podem ser caracterizadas por maiores concentrações de FeO, MnO e
ZnO, enquanto a cor azul, além da concentração de FeO, pode estar relacionada à presença mais
significativa dos elementos traço Cu e V (FERREIRA, 1998).
Referências:
BRANCO, P. M. (1984). Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 181-182.
CASSEDANNE, J. P. (1991). As Turmalinas do Pegmatito do Cruzeiro. In: ADENDO I ao Capítulo III de Principais Depósitos Minerais
do Brasil. V.4. Parte A. Coord. Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho.
DNPM/CPRM, Brasília, DF. p37 e 39
CASSEDANNE, J. P. (1991) Os Topázios do Pegmatito do Limoeiro. In: ADENDO II ao Capítulo III de Principais Depósitos Minerais
do Brasil. V.4. Parte A. Coord. Geral Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho.
DNPM/CPRM, Brasília, DF. p40-41.
DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p.624.
DIANA, F. R. (2004). Pedras Brasileiras. Ed. Reler, Rio de Janeiro, RJ, p.124.
GANDINI, A. L. (1999) Aspectos da Mineralogia, Geoquímica, Gêneses e Potencialidade Econômica do Campo Pegmatítico de
Marilac, Minas Gerais. Tese Dout. São Paulo, SP. Resumo da Tese Dout. consultado em 25-08-2006) em:
http://dedalus.usp.br:4500/ALEPH/POR/USP/USP/TES/FULL/1079858
FERREIRA, A. C. M. (1998) Caracterização Mineralógica e Gemológica das Turmalinas do Alto Quixaba Dissertação de Mest. Instit.
Geoc, UFPE. Recife - PE. Resumo da Dissertação consultado em http://www.sbgeo.org.br/571.html (consultado em 24-08-2006).
MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA
SCHUMANN, W. (2002) Gemas do Mundo, Ed. Ao Livro Técnico Indústria e Comércio Ltda., traduzido por Mário Del Rio, 9ª Edição,
p. 110-112.
SOARES, D. R. (1998) Estudo Mineralógico e Gemológico das Turmalinas do Pegmatito dos Quintos, Parelhas, RN., Dissert. de
Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE. Resumo da Dissert. consultado em 24-08-
2006 em: http://www.sbgeo.org.br/572.html
SVISERO, D. P. & FRANCO R. R. (1991) A Província Gemológica Brasileira. In: Cap. II de Principais Depósitos Minerais do Brasil.
V.4. Parte A. - Gemas e Pedras Ornamentais. Coord. Geral: Carlos Schobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo
Silva Coelho. DNPM/CPRM Brasília, DF., p 15.