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Malia| 🌴

-A Malia me contou sobre o Ben ser seu filho, parabéns por mais um.

Me encontrava paralisada ao ouvir a fala do garoto. Simplesmente, eu apenas o encarava


pensando no quanto agora eu queria agora matar aquela criança metida a traficante.

Não é possível que ele não tenha entendido o que conversamos.

-O que foi?_ O moleque direcionou o seu corpo para a irmã.

-Então, ela te contou isso?_ Jacaré me lançou um olhar duro enquanto perguntava.

Um olhar de quem dizia "você tá fodida".

-Sim, ela me disse hoje cedo. Pô, tu deve tá felizão, né?_ Sorriu sugestivo._ Espero que tu
não seja um desses malucos da favela que mete o pé e não assume a responsa. Como
minha mãe sempre diz "fez tem que arcar com as consequências."

Me encontrava agora em choque, encarei a Luana que parecia estar da mesma forma. Eu
só não sabia se era pelas palavras maduras do menino ou pela boca grande dele.

-Pode sossegar que, eu não sou desse tipo._ Jacaré o respondeu.

-É bom saber disso!_ O garoto o examinou, sério._ Ó, não esquece, tu tem que visitar,
pagar pensão, ensinar a...

-Chega, Luan!_ Luana exclamou, atraindo novamente à atenção do mais novo.

-Qual foi?_ Perguntou surpreso, nos avaliando._ Por que vocês duas tão com essas caras?

A loira com as sobrancelhas franzidas o puxou pelo braço, antes de o questionar baixo
próximo ao ouvido do garoto.

-Tu não acha que já falou demais, moleque?

-O que? Falei demais?_ Parecia ter feito o questionamento para si mesmo, ficou quieto,
mas logo um olhar surpreso surgiu em seu rosto._ Ele não... Porra, não era pra contar?

Ainda travada em meu lugar, nervosa, eu respirei fundo tentando pensar no que iria falar ou
inventar. Fugir agora com certeza não era a melhor opção.

-Valeu, moleque! Dá uma passada na boca depois._ O tom de ironia do Jacaré, me fez
arrepiar ainda mais._ E você e a cria vem comigo!

Levantei a cabeça em sua direção, novamente sendo tomada pela frustração de antes. Por
que ele insiste em ficar querendo mandar em mim, me questionei internamente, enraivada.
Eu não sou os bandidinhos dele!

-Já falei, eu não vou a lugar nenhum com você!_ Insisto, confiante.

-Tu mentiu pra mim sobre o moleque ser meu, acho melhor tu adiantar teus passos e ir pro
carro._ Ele me olhava sério.

-Quando foi que você se tornou meu pai?_ Questionei em pura ironia.

-Criança...

Desgraçado! Tombei minha cabeça minimamente pro lado, levemente arrepiada e


aborrecida. Era como se um um filme de todos os momentos no qual ele me chamou assim
se passasse por minha cabeça.

-Eu tenho meus motivos pra ter mentido!_ Afirmo tantando dispensar aqueles pensamentos.

-Ah, é? E quais são? Por que mentiu denovo?_ Seus questionamentos eram enraivados,
mas não havia nenhuma expressão disso em seu rosto.

Afinal, não havia nenhuma expressão em seu rosto, exceto que, ele estava como sempre.
Sério. Acho que, até a Kim Kardashian consegue ter mais expressão facial que ele...

Abri minha boca pra lhe dar meu simples e sincero "vá se foder" Mas o homem foi mais
rápido em me cortar antes mesmo que eu conseguisse começar a falar.

-Quero primeiro que tu e moleque venham comigo!

Esse cara não entende o significado da palavra tão simples e pequena que é o "não"?

-Pra onde você quer nos levar?_ Perguntei tranquilamente, após respirar profundamente.

Haja paciência...

-Você vai ver._ Disse.

Caramba, eu tentei colaborar, mas ele não ajuda me dando essa resposta curta.

-Eu não confio em você!_ Ele não pareceu se abalar com minha fala._ Da última vez você
me deixou presa naquela casa, por uma porcaria de paranoia que colocaram na sua
cabeça.

-Tranquilo._ Escutei ele murmurar.

-Tranquilo o que?_ Indaguei, confusa.

-Vou levar o moleque comigo._ Falou, antes de virar suas costas pra mim.
-Repete!?_ Murmurei desacreditada, parando o homem ao segurá-lo pelo braço._ Porque
eu acho que entendi errado...

Eu sabia que se ele soubesse iria querer levar meu filho. Merda!

-Tu tá livre pra ir, mas o moleque fica comigo.

-Não pode tá falando sério..._ Ri soprado e sem humor._ Acho que você se esqueceu que,
o sem caráter aqui é você. Eu NUNCA vou abandonar MEU filho!_ Respondi deixando as
lágrimas rolarem pelo meu rosto.

-Ótimo! Então, tu já sabe o que fazer.

-Eu vou com ela!_ Escutei Luana dizer ao meu lado, me deixando surpresa.

-Isso!_ Afirmei, observando o maior não se importar.

-Eu também!_ Luan tomou nossa frente.

-Não!_ A loira negou, o dando um olhar mortal.

Com um grande e tremendo ódio e agonia em meu peito, eu e Luana puxávamos a mala
enquanto seguíamos o homem que andava na direção do carro no qual chegou aqui. Por
sinal e conhecidencia, também é onde a mulher se encontra com o meu filho.

Eu não pude deixar de algumas curiosidade me tomarem. Eles estão juntos? Ele também
está com ela? Deixei esses pensamentos para trás imediatamente, após me questionar
internamente do por quê eu estava à me fazer aqueles questionamentos.

Idiota. Pra que eu quero saber saber? Quero voltar a fazer parte daquilo denovo? Não!
Nunca.

Nunca voltaria a me envolver com esse homem grosso, mandão e insuportável. Esse idiota
me deu o meu maior amor, mas também foi o motivo de muitas coisas ruins que me
aconteceram.

-Me da ele!_ Escutei.

Falando no diabo...

Voltando à presta atenção no grandão à minha frente, fiquei surpresa e logo cuidei em
apressar meus passos quando avistei a mulher lhe passar minha criança. Assim que parei
em sua frente, já era tarde demais.

O Ben se encontrava com um sorriso imenso no qual mostrava seus poucos dentinhos,
enquanto batia palminhas, nos braços do homem. Quis rir ao assistir em primeira mão o
meu pequeno puxar a barba do homem que fez ligeiramente uma careta de dor.
Isso, filho! Matrata ele!

-Eu tô vendo sua cara de satisfação._ Jacaré murmurou, tantando soltar a mãozinha do
menino com cuidado.

Dei de ombros, mas logo percebi que ele não estava à me olhar. Ele não a via falado
comigo. Ele está me ignorando?

-Essa criança é demais!_ A mulher desconhecida riu deixando um aperto no ombro do


ombro do homem.

Hum...

Virei na direção do carro e rapidamente abri a porta que, felizmente estava destravada.
Assim que adentrei o carro, ouvi o silêncio das pessoas do lado de fora, exceto o Ben que
murmurava algumas coisas sem sentido.

-O que aconteceu?_ Luana perguntou baixo ao sentar ao meu lado, ajustando minha mala
em seu colo.

-Nada._ Respondi tantando força um sorriso.

-Olha, se você tá com...

-Não ouse!_ A interrompo, já sabendo o que ela iria falar._ Eu não estou ciúmes!

-Tá com o que?_ Jacaré perguntou entrando no banco do motorista.

Arregalei os olhos, rezando internamente para que ele não tivesse escutado o que foi dito.
Avistei a criança que estava à mexer no volante ser ajustada em uma das pernas do
homem e logo a mulher adentrar no banco do passageiro.

-Não precisa ficar com ciúmes._ Ela falou, me deixando surpresa.

Se ela escutou, ele também escutou... Esse foi meu primeiro raciocínio.

-Eu não...

-Eu sou irmã dele!_ Completou, me cortando.

Irmã?

Se bem que... olhando por esse lado, eles realmente tem algumas características físicas em
comum. O nariz e as sobrancelhas são quase completamente idênticas com as do homem,
assim como as do Ben também são.

-Era isso que eu tava tentando te dizer._ Luana sussurrou, me dando uma leve cotovelada
no braço.
Admito que, eu agora fiquei envergonhada e o olhar do homem sobre mim pelo retrovisor,
só me fez ficar ainda mais quieta no meu lugar. Merda! Eu me culpo por ter xingado a
mulher, mas o que mais eu iria pensar?

Ele não presta e eu não a conhecia, só liguei os pontos e... Puff. Cheguei à conclusão
errada. Puta que pariu...

-Então, você é a Malia...

-Eu sou!_ Afirmei pra mulher que estava virada pra mim, me observando atenta.

-Eu sou a Fernanda, irmã mais nova do Jacaré. Apesar dele não gostar de admitir..._
Murmurou a última parte, sorrindo.

-Ah..._ Murmurei forçando um sorriso já que, ainda me encontrava um pouco


envergonhada.

-A gente é meio-irmão, minha mãe e a dele é a...

-Ela não quer saber disso!_ O bruto que dirigia, cortou a fala da mulher.

-Tá tomando decisões por mim agora?_ Perguntei não recebendo resposta, apenas a risada
da Fernanda foi ouvida, avistei a Luana também de segurar.

-Relaxa, eu só quero ter um papo contigo sobre ele, depois te deixo na casa da tua mãe._
Respondeu, me dando um olhar pelo retrovisor.

-Minha mãe?_ Soltei um riso soprado e sem humor, totalmente irônica, logo desviando o
olhar do seu.

-Ela foi expulsa._ Escutei Luana murmurar e a encarei lhe dando um olhar de repreensão.

Suspirei ao sentir o carro parar bruscamente no meio da rua. Observei algumas pessoas do
lado de fora olharem curiosas. O homem virou-se pra mim, assim como sua irmã estava.
Seu semblante agora era fechado e o da sua irmã, confuso.

-Ela te expulsou?_ Ele perguntou.

-Não te interessa._ Respondi.

-Para de neurose e fala logo! Quando foi isso, Malia?_ Me encara firme. Parecia irritado.

Engoli no seco. Acho que era a primeira vez que eu o escutava dizer meu nome.

-Depois do que ela ficou sabendo._ Respondi baixo, desviando o olhar pra janela.
Não escutei nada mais vir o homem. Ele não disse mais nada. Após alguns segundos de
silêncio no carro, eu apenas voltei a sentir ele voltar à se locomover.

-Soube do que?_ Fernanda perguntou, curiosa.

-Você é tia._ O homem respondeu, enquanto dirigia.

-Sim, eu... O que?_ Exclamou com os olhos arregalados, olhando pra criança no colo do
homem._ Ele é seu?_ Voltou a encarar o irmão que, eu o avistei concordar com a cabeça.

-Por favor, não ache que eu fui uma dessas mulheres que sabia que ele era casado e que
sabia o que ele era aqui dentro._ Falei, antes que ela começasse a pensar que eu fui uma
aproveitadora ou alto do tipo.

-Calma! Me explica isso direito. Ele te enganou?

-Sim mas, eu vou deixar isso pra ele te contar. Quem sabe assim ele enxergue a merda que
me fez passar.

-Então, a coisa foi séria..._ Ela murmurou séria, voltando a apoiar o corpo no banco.

Sem dívidas a situação foi séria, mas não foi séria do jeito que eu queria que fosse na
época. Um relacionamento foi o que eu quis, mas me enganei na escolha da pessoa.

Por algumas poucos minutos ficamos em silêncio, apenas escutando o Ben murmurar, até
carro ser estacionado na sombra de uma árvore. Imediatamente tratei de olhar pela janela.

Nós estávamos em uma rua muito bem organizada e pequena. Ali era bem limpo, as casas
são bastantes parecidas, a única coisa que diferencia elas são as a cores das cerâmica de
suas frentes.

-O que a gente tá fazendo aqui?_ Perguntei, receosa.

-É onde tu vai morar com o moleque._ Jacaré respondeu, descendo do carro com a criança.

-Tá de brincadeira, não é?_ Ri desacreditada, também descendo do carro e caminhando até
sua frente.

-Não._ Negou.

-Eu tenho minha casa e um trabalho, não vou morar aqui!_ Afirmo.

-Se quer acreditar nisso, tranquilo, mas não é o que vai acontecer. Daqui você não vai sair
com meu filho!

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