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TCC Paulo Vitor Ferreira de Lima
TCC Paulo Vitor Ferreira de Lima
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56f. : il.
Agradeço em primeiro lugar a Trindade Santa, Pai, Filho e Espírito Santo, por me
conceder o dom da vida e permitir chegar ao Ąnal da graduação.
Imensa gratidão ao meu pai, José Ferreira Neto, e a minha mãe, Selda Alecrim de
Lima Ferreira, pelos cuidados, afetos e apoio.
A Brígida de Cássia Gomes Alves, que foi minha professora de matemática no 3º ano do
Ensino Médio, por me inspirar e encorajar a ingressar no Curso Superior de Licenciatura
em Matemática.
Ao Prof. Me. Geraldo Herbetet de Lacerda, por tão valiosa atenção e orientação deste
trabalho de conclusão de curso. A este o meu imerso carinho e admiração.
A minha turma da graduação. De modo singular e especial, Francisco Ronaldo Bo-
nifácio Filho, Ingrid Natalia da Silva Lima Andrade, Gildisnara Tatiane da Silva Sousa
e Isaías Miguel de Sousa Claudino, o grupo indispensável de estudo, de amizade e de
companheirismo. O caminho teria sido mais árduo e difícil sem vocês!
A Caleb Sousa e Sousa, Sandra Mendes Pedroza, que foi minha professora de inglês do
Fundamental Anos Finais ao Ensino Médio, e a Maria Izabel da Silva pela ajuda prestada
no desenvolvimento desta pesquisa.
Na pessoa da Profa. Me. Kissia Carvalho, que me incentivou a realizar o estudo dos
sacerdotes e religiosos matemáticos da Igreja Católica, o meu obrigado aos professores do
curso, pelos valiosos ensinamentos.
A todo o IFPB, Campus Cajazeiras, pelo acolhimento, zelo e serviços prestados ao
longo desses anos.
A estes o meu muito obrigado! Grato a todos.
ŞA fé e a razão (Ądes et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espirito
humano se eleva para a contemplação da verdade.Ť
(Papa São João Paulo II, Fides Et Ratio )
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Este trabalho compreende o resultado de uma investigação que se iniciou com o questiona-
mento acerca da existência de clérigos da Igreja Católica na Matemática. Logo, o objetivo
desta pesquisa é mostrar contribuições deixadas por sacerdotes e religiosos católicos ma-
temáticos para a Matemática. Permitindo, assim, ampliarmos o nosso entendimento da
relação do Catolicismo com a Matemática. Através de uma pesquisa qualitativa, de natu-
reza básica e com objetivo descritivo, buscamos, por meio de um aprofundamento teórico
e uma revisão bibliográĄca, identiĄcar a presença sacerdotal e religiosa no estudo e no
avanço da Matemática. Realizou-se uma análise exploratória dos livros de História da
Matemática disponibilizados pela biblioteca do Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Cajazeiras. Compreendemos que o ser é formado
por várias dimensões, como corpo/mente e fé/razão. Uma vez que a Matemática dialoga
com o indivíduo e com o seu cotidiano, deve dialogar também com suas crenças, dentre
elas está o Catolicismo, para poder humanizá-lo. Através da análise feita foi possível mos-
trar as contribuições de vinte e seis padres e religiosos para a Matemática e apresentá-los
com base nos autores dos livros.
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aos fatos históricos, precisamos fazê-los conhecidos, como também os trabalhos desenvol-
vidos e as contribuições deixadas para a Matemática. Logo, o objetivo desta pesquisa é
mostrar contribuições deixadas por sacerdotes e religiosos católicos matemáticos para a
Matemática.
Nossa investigação tem como objetivos especíĄcos:
(1) A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta
de dados e o pesquisador como seu principal instrumento.
(2) Os dados coletados são predominantemente descritivos.
(3) A preocupações com o processo é muito maior do que com o produto.
Capítulo 1. APRESENTAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA 13
(4) O ŞsigniĄcadoŤ que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos
de atenção especial pelo pesquisador.
(5) A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. (BOGDAN
E BIKLEN, 1982, apud LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D., 1986, p. 11-
13).
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Entretanto, Şa tese do conĆito aparece até nos escritos populares de ciência e, hoje,
tem sido reconhecida pelo público, em geral, como deĄciente para se analisar as relações
entre ciência e religiãoŤ (BORGES, 2010, p. 95).
Uma das maiores diĄculdades ao longo dos tempos foi conciliar as Sagradas Escrituras
com as descobertas cientíĄcas, mesmo a Bíblia sendo um dos principais livros responsáveis
por instigar, inspirar e basear diversos trabalhos da ciência, os ensinamentos da fé sempre
aparentam discordar do conhecimento acadêmico. ŞEm suma, sustentava Galileu, ela
não foi concebida como um livro para nos ensinar verdades cientíĄcas, que podemos
descobrir por conta própria. Foi concebida, isto sim, como um livro para revelar verdades
espirituaisŤ (EVES, 2008, p. 356). Como destaca Jake (1990), não devemos perder a
calma diante das conclusões cientíĄcas que se opõem aos ensinamentos da igreja, mas
especiĄcar a natureza de cada uma, pois objeções cientíĄcas são ĄlosóĄcas, éticas ou
pseudoĄlosoĄas, e devem ser tratadas como tais.
Em seus ensinamentos São João Paulo II (1998) reforça que a razão e a fé não podem
se contradizer, pois tanto a luz da fé como a da razão provêm de Deus. Por sua vez, o
Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização (2020, p. 43), orienta no
Diretório para a Catequese que Şa fé e a razão, na verdade são complementares umas às
outras: enquanto a razão não permite que a fé caia no Ądeísmo ou no fundamentalismoŤ.
O início do cristianismo se deu sem uma base ĄlosóĄca, como ressalta DŠAmbrósio
(2012, p. 37), Şa cristianização se fez sem uma fundamentação ĄlosóĄca adequada. Era
muito fraco o nível intelectual dos cristãos quando comparado ao dos Ąlósofos pagãosŤ.
Somente na Idade Média, com a criação dos mosteiros, estruturados pelos preceitos dados
por São Bento (480+67 - 547), se iniciou o exercício de construir uma ĄlosoĄa para o
cristianismo.
Santo Agostinho (354+76 - 430) foi o primeiro grande Ąlósofo cristão e escreveu a
grande obra ĄlosóĄca, A cidade de Deus. No campo da ĄlosoĄa também ganhou destaque
São Tomás de Aquino (1225+49 - 1274), considerado como ŞPríncipe da EscolásticaŤ e
Doutor da Igreja Católica.
Muitos dos opositores à Igreja usam da Inquisição e do Index para provar a suposta
guerra entre ela e a Ciência. Porém, o Santo Ofício não tinha por objetivo barrar o desen-
volvimento cientíĄco, mas combater as heresias. Não se pode negar que alguns cientistas
Capítulo 2. FÉ E RAZÃO: A RELAÇÃO ENTRE IGREJA, CIÊNCIA E A MATEMÁTICA 16
acabaram parando nos tribunais da Santa Inquisição, mas não podemos compreendê-la
como ação contra a Ciência. Segundo Borges (2010, p. 96),
Nesse contexto, Mangueira (2021, p. 12) diz que Şcomo a Igreja Católica era pratica-
mente a única instituição de ensino que sobreviveu à queda do Império Romano, conse-
quentemente, ela passou a monopolizar as suas escolas monásticas e catedráticasŤ. Para
Franco (2001), surgiram dessa forma muitos e diversos reservatórios de cultura intelectual,
nos quais os futuros séculos beberam frequentemente.
Muitos biólogos, Ąlósofos, físicos e astrônomos, entre outros cientistas, também foram
sacerdotes. Na visão de Gleiser (1997), a religião desempenhou (e desempenha) impor-
tante papel no processo criativo de inúmeros cientistas, além do mais, Copérnico, o cônego
que pôs novamente o Sol no centro, não era nenhum herói das novas ideias heliocêntricas,
pelo contrário, mais um conservador. Segundo Borges (2010, p. 88), Şa ciência e a religião
são duas formas utilizadas pelo homem para interpretar a realidadeŤ.
É impossível falar de genética e não citar Gregor Johann Mendel (1822+62 - 1884),
frade agostiniano que se destacou como biólogo e geneticista, cedo considerado ŞPai da
genéticaŤ. Sacerdote e cientista, Şmesmo sem conhecimento genético algum na época,
Mendel estabeleceu padrões de hereditariedade que se utilizam nos dias atuais, além de
ter utilizado a estatística para explicar o comportamento hereditárioŤ (SOUSA; SANTOS;
SOARES, 2022, p. 19485). Ele publicou dois grandes clássicos trabalhos: ŞEnsaios com
plantas híbridasŤ e ŞHierácias obtidas pela fecundação artiĄcialŤ. Em 1865 apresentou
nos encontros da Sociedade de História Natural de Brno as chamadas ŞLeis de MendelŤ
sobre a hereditariedade.
A teoria do Bing Bang sobre a origem do Universo, hipótese do átomo primordial,
foi proposta por Georges-Henri Édouard Lemaître (1894+72 - 1966), sacerdote católico,
astrônomo e cosmólogo belga, que também ganhou destaque como pioneiro na aplicação
da teoria da relatividade geral de Albert Einstein, à cosmologia. Padre Georges Şintroduz
o revolucionário conceito de átomo primordial que ele imaginou como um quantum de
energia pura num passado distante, assim o Universo seria tão condensado nessa única
entidadeŤ (AMADO, 2022, p. 139). O Papa Francisco num encontro com os cientistas no
Vaticano em 2014 ressaltou que o Big Bang exige Deus, invés de contradizê-lo. Outros
presbíteros e religiosos da Igreja Católica Apostólica Romana também foram cientistas
inovadores e chegaram a grandes descorbetas, contribuindo assim para o avanço social
e da ciência. Como Nicolau Steno, o pai da geologia, Giambattista Riccioli, o primeiro
a realizar a medição da taxa de aceleração de um corpo em queda livre, e Athanasius
Kircher, o pai da egiptologia. Os jesuítas tiveram domínio dos terremotos ao ponto de a
sismologia Ącar conhecida como a ŞCiência JesuíticaŤ.
Portanto, não podemos tomar como verdade a tese do conĆito, onde a Igreja é sempre
contrária a ciência. É preciso analisar cada momento da história, o contexto e valores
sociais da época. É mais que evidente o papel crucial que teve a Igreja Católica Apos-
tólica Romana no desenvolvimento da sociedade ocidental e da ciência. Através desses
pensadores, especialmente Borges e Amado, encontramos uma ponte entre a Catolicismo
e a Matemática. Eles nos garantem que a história está repleta de homens da Igreja que
souberam lidar com a fé e a razão, uma vez que elas não são dicotomizadas, mas se
complementam, e foram grandes revolucionários da Matemática e da Ciência.
Através desses pensadores, especialmente Borges e Amado, encontramos uma ponte
entre a Catolicismo e a Matemática. Eles nos garantem que a história está repleta de
homens da Igreja que souberam lidar com a fé e a razão, uma vez que elas não são dico-
tomizadas, mas se complementam, e foram grandes revolucionários da Matemática e da
Ciência. Como também que a Igreja Católica apoiava a pesquisa cientíĄca e a ordem re-
ligiosa, à exemplo dos jesuítas, desenvolveram trabalhos relevantes sobre a matemática, o
que nos leva a querer saber as contribuições que eles deixaram para o seu desenvolvimento.
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Nesta seção são apresentados, depois da leitura e estudo dos livros: Episódios da His-
tória Antiga da Matemática, autoria de Asger Aaboe, tradução de João Bosco Pitombeira
(2013); Introdução à História da Matemática, do autor Howard Eves, tradução de Higyno
H. Domingues (2008); História da Matemática, dos autores Carl B. Boyer e Uta C. Merz-
bach, tradução de Helena Castro (2012); e A História da Matemática, de Anne Rooney,
tradução de Mario Fecchio (2012), os sacerdotes e religiosos católicos matemáticos men-
cionados pelos autores, resultados da pesquisa. Sendo que não foi encontrada nenhuma
menção no livro Episódios da História Antiga da Matemática.
Como aponta Aaboe (2013), é de grande estímulo descobrir a forma como mentes
brilhantes pensavam, e um privilégio levar outros pelos caminhos que há tanto tempo
foram percorridos pela primeira vez, fazendo os pensadores antigos nos falarem de seus
túmulos.
São Beda (672 + 63 Ű 735), o Venerável, presbítero e Doutor da Igreja Católica, nome-
ado pelo historiador Burke como Şo pai da erudição inglesaŤ, foi um monge inglês. Nasceu
em 672 d.C., em Northumberland, na Inglaterra, e morreu no dia 26 de maio de 735, em
Jarrow, na Inglaterra, com 63 anos. Foi ordenado diácono aos 19 anos de idade e sacerdote
aos 30 anos. Recebeu o título de Venerável, pela Igreja Católica Apostólica Romana, em
vida. Descrito como ŞVenerabilis et modernis temporibus doctor admirabilis BedaŤ (Beda,
Venerável e magníĄco Doutor dos nossos tempos) pelo Conselho de Aquisgrana. No dia
13 de novembro de 1899 o Papa Leão XIII o proclamou Doutor da Igreja.
Considerado o primeiro erudito medieval e o maior historiador anglo-saxão da Idade
Média. Sem nunca deixar a região onde viveu, aprendeu o latim, o grego e o hebraico
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 20
somente através da leitura das Sagradas Escrituras e de livros, principalmente, das biblio-
tecas de Jarrow e Wearmouth, dos quais vinha seu amplo conhecimento. ŞUm dos maiores
eruditos da Igreja nos tempos medievaisŤ (EVES, 2008, p.290). Escreveu inúmeras obras
cientíĄcas, históricas e teológicas.
Sua obra-prima é ŞHistória eclesiástica dos povos anglo-saxônicoŤ, uma coleção de
cinco livros narrando a história política e eclesiástica da Inglaterra do período de César
até os seus dias. Outra obra famosa é ŞLiber de loquela per gestum digitorumŤ, em que
ensinava a contar com os dedos, possibilitando a realização de transações aritméticas.
Possibilitou que a arte de calcular estivesse sempre presente nos currículos da educa-
ção dos monges através dos trabalhos desenvolvidos Şna Inglaterra sobre a matemática
necessária para determinar a data da páscoa, ou sobre a representação dos números por
meio dos dedosŤ (BOYER; MERZBACH, 2012, p. 178). Foi o primeiro a dividir os anos
em Şantes de CristoŤ e Şdepois de CristoŤ, considerando o nascimento de Jesus como o
centro da história. Estabeleceu o cálculo do calendário anual na era cristã.
É inegável a importância das instituições monásticas de ensino. Havia praticamente
uma escola em cada mosteiro, lugar em que o ensino sobreviveu as invasões dos Bárbaros,
principalmente dentre os anos 500 a 1200. Os monges preservaram a Cultura através
das cópias manuscritas, de modo que se tornaram as maiores obras acerca da História da
Matemática da época. Os interesses do monge Beda eram aprender, ensinar e escrever
sempre, assim, tornou-se um dos precursores do ensino na Inglaterra.
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 21
Alcuíno de York (735 + 69 Ű 804), monge inglês denominado como o "homem mais
letrado do mundo"em seu tempo, nasceu em Yorkshiren, na Inglaterra, e faleceu no dia 19
de maio de 804 em Tours, na França. Além de sacerdote, atuou como professor, historiador
e Ąlósofo com o pseudônimo de Albinus Flaccus. Assim como Alcuíno, aqueles que faziam
parte da escola Palatina usavam pseudônimos latinos, reĆexo da preocupação de reviver
a Antiguidade Clássica na corte de Carlos Magno.
Ele estudou na Itália, como também na escola Catedral de York, onde ensinou por
volta de 15 anos e assumiu o cargo de diretor em 778. Criou e preservou a biblioteca
de Your, uma das mais preciosas Bibliotecas da Europa de sua época, transformando a
Catedral de York num dos maiores centros de conhecimento. Escreveu diversas cartas que
serviram de informações sobre a vida social francesa e a educação durante o século VIII,
tendo grande inĆuência no pensamento ocidental da época.
Foi a ele que Carlos Magno convidou para desenvolver seu ambicioso pro-
jeto educacional. Alcuíno escreveu sobre tópicos matemáticos e consta,
inclusive, como ele (embora haja dúvidas a respeito) uma coleção de
problemas em forma de quebra-cabeça que exerceu muita inĆuência nos
autores de textos escolares por muitos séculos (Eves, 2008, p. 290).
quais com suas soluções proporciona uma compreensão da educação matemática na época
de Carlos Magno.
Assim como o Venerável Beda, Alcuíno exerceu forte inĆuência no ensino da Mate-
mática durante a Idade Média tendo como base, principalmente, estudos de Euclides,
Nicômaco e Ptolomeu. Foi o responsável pelo desenvolvimento da Educação no Império
Franco. Seu trabalho realizado na França foi o que proporcionou o Renascimento Caro-
língeo, no ensino, nas artes e na Ciência. A obra Diálogo entre Pepino e Alcuíno, em que
se faz presentes várias adivinhações e enigmas de cunho pedagógico e natureza didática,
é sua principal obra.
Alcuíno defendia que Şdeve-se ensinar divertindoŤ, e sua coletânea envolvendo proble-
mas para desenvolver a inteligência dos jovens contém a matemática do período. Procurou
ensinar Matemática utilizando resolução de problemas, Metodologia que atualmente é ob-
jeto de estudos relacionados à didática da matemática.
Gerbet dŠAurillac (entre 945 a 950 Ű 1003) nasceu em Auvergne, na França. Foi
deixado pelos pais no mosteiro de Saint-Géraud, em Aurillac, onde aprendeu gramática,
retórica e a dialética, quando tinha aproximadamente 12 anos de idade, para viver como
monge beneditino.
Estudou na Espanha Muçulmana, onde aprendeu a Astronomia e a Matemática dos
árabes, revelando desde sua infância grandes talentos para a matemática e outras ciências.
No ano de 970, Gerbert vai a Roma, acompanhando Hatton e Borrel II, ao encontro do
Papa João XIII, para pedir a emancipação da Igreja Catalã. Os conhecimentos de Gerbert
impressionaram João XIII, que o recomendou a Otto I, imperador do Sacro Império
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 23
Romano. Ele permaneceu em Roma, sendo contratado como tutor do ainda jovem Otto
II.
No ano de 972, Gerbert retorna à França se estabelece em Reims. Em 973, tornou-se
diretor da escola episcopal, o que ajudou a sua fama de mestre crescer e se espalhar pela
Itália e pela Gália. Gerbert dŠAurillac apresentou aos seus alunos um novo estilo de ábaco,
inventado por ele, onde Ąchas inicialmente neutras são substituídas por outras marcadas
com um numeral arábico, de 1 a 9. Ao atingir seis Ąchas na linha da unidade, elas são
substituídas por uma única Ącha contendo a inscrição Ş6Ť, da mesma forma, ao ter-nos
três tokens na linha da dezena, estes são substituídos por um único token com a marcação
Ş3Ť. O ábaco de Gerbert é mais complexo de se manusear, no entanto, permite que se
faça divisões.
Foi nomeado arcebispo de Reims, na França, em 991. No ano de 997, tornou-se
professor de Otto III. Assumiu o arcebispado de Ravena, na Itália, em 998, e no ano de
999 foi eleito Papa da Igreja Católica. Ascendeu ao trono de São Pedro com o nome de
Silvestre II, o 139º Papa da Igreja Católica, cujo pontiĄcado se iniciou no dia 02 de abril
de 999 e Ąndou no dia 12 de maio de 1003, com a sua morte. Ele incentivou o ensino da
Matemática e a substituição dos algarismos romanos pelos indo-arábicos, sendo o primeiro
professor a ensiná-los na Europa cristã, iniciativa que chamou a atenção dos matemáticos
da época.
Segundo Boyer e Merzbach (2012, p.178), Şescreveu sobre aritmética e geometriaŤ.
Suas obras chegaram a corrigir muitos erros matemáticos anteriores, ao ponto de se con-
siderar, a partir delas, o século X como o recomeço do progresso da matemática. Gerbet
relevou desde a infância talentos incomuns. Destaca Eves (2008, p.290) que, Şatribui-se
a ele a construção de ábacos, globos terrestres e celestes, um relógio e talvez, um órgãoŤ.
A sua inĆuência foi um dos principais motivos do zelo com o qual os monges tratavam o
estudo da Matemática.
Figura 4 Ű Campanus
sas), fornecendo métodos para determinar um plano por meio de esferas que poderia ser
utilizado para realizar doze divisões iguais denominadas casas.
Roger Bacon (entre 1214 a 1220 - 1292 ) frade franciscano, estudioso independente
interessado em línguas que dominou textos gregos e árabes sobre óptica, nasceu em So-
merset, na Inglaterra, e morreu em Oxford. ŞUm gênio versátil e original que tinha
familiaridade com muitas obras gregas de geometria e astronomia e, como atestam seus
elogios, apreciava plenamente o valor desses assuntosŤ (EVES, 2008, p.295).
InĆuenciou a adição obrigatória da perspectiva ao Quadrivium (aritmética, geometria,
astronomia e música) nas Universidades. Estudou e ensinou em Oxford e na Universidade
de Paris, duas das mais antigas universidades europeias. Especialista nos pensamentos
de Aristóteles, foi um dos primeiros a ensinar sua ĄlosoĄa moral e metafísica. Também
acreditava que desejar o saber é próprio da natureza humana, buscar a verdade é algo
necessário para a humanidade.
Além da ĄlosoĄa moral, ensinou astronomia, alquimia, teologia, óptica, música e ma-
temática. Mesmo outros cientistas tendo vindo antes dele, seus amplos estudos levaram a
muitos chamá-lo de o Şprimeiro cientistaŤ. Suas primeiras obras lógicas foram a Summa
grammatica, Summa de sophismatibus et Differenceibus e Summa dialectices. Ganhou
fama de Doctor Mirabilis (ŞMaravilhoso MestreŤ), após compor o Opus Majus a pe-
dido do Papa Clemente IV, onde descreve com amplitude e profundidade seus estudos,
e apresenta a aplicação da matemática na física, na astronomia/astrologia, nos assuntos
humanos e nos ritos religiosos, as razões de redução da lógica a matemática, e mostra a
matemática como a ŞchaveŤ para compreender a natureza.
Bacon defendia que devemos pôr nossas ideias em teste, confrontá-las com o mundo real
das experiências e ver como elas se saem quando testadas, se as ideias não se sustentarem,
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 26
devem ser rejeitadas. AĄrmando que só aquele que ver o fogo queimar, entenderá o que
ele pode fazer. Como também, que a ignorância é algo ruim, mas pior ainda é Ąngir saber.
Nicole Oresme (c. 1323 + 59 Ű 1382), também chamado de Nicolas Oresme, nasceu em
Normandia. Foi físico, matemático, astrônomo, Ąlósofo, teólogo, psicólogo e musicólogo,
se destacando como um notável cientista brilhante e original. Sua carreira estendeu-se do
magistério ao bispado, sendo nomeado bispo de Lisieux, na França. Considerado o maior
economista do período medieval, se tornou diretor Ąnanceiro da Universidade de Paris, e
em 1370 passou a aconselhar o Rei Charles V nos assuntos Ąnanceiros.
Enxergava a matemática como um símbolo que o aproximava daquilo que foge a razão e
é incompreensivelmente. Na obra De docta ignorantcia (Da erudita ignorância), discute a
relação entre igualdade, unidade e conexão, e apresenta a matemática como algo que ajuda
a investigar as coisas divinas. Suas ideias matemáticas também podem ser encontradas
em De Visione Dei (Sobre a visão de Deus) e nos seus tratados matemáticos onde descreve
a quadratura do círculo.
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 30
Luca Pacioli (c. 1445+69−1514), frade franciscano, Ąlósofo e um dos grandes matemá-
ticos da Renascença italiana, nasceu em Sansepolcro, na Itália. Aprendeu contabilidade
a partir do contato com mercadores em Veneza. Em 1470 mudou-se para Roma, onde
tornou-se frei, e em 1477 iniciou sua carreira de professor universitário na Universidade
de Perúgia. Ele "foi importante na popularização dos sistema hindu - arábico, particu-
larmente entre comerciantes e contadores"(ROONEY, 2012, p. 24). Pacioli é o Şprimeiro
matemático de quem temos um retrato autênticoŤ (BOYER; MERZBACH, 2012, p.198).
A sua principal obra é a Summa de arthmetica, geométrica, proportioni et proportiona-
lita, publicada em 1494, sobre aritmética, geometria, álgebra e contabilidade. O primeiro
a escrever sobre a contabilidade moderna, considerado o Şpai da contabilidadeŤ. Eves
(2008, p. 298), descreve que na Summa, como Ącou conhecida, a álgebra
chamada a secção áurea (BOYER; MERZBACH, 2012, p.198). A mesma traz Şilustrações
de sólidos regulares desenhadas por Leonardo da Vinci durante o tempo em que recebeu
lições de matemática de PacioliŤ (EVES, 2008, p. 298).
Nenhum outro intelectual do século fez mais do que ele para a promoção
dessa ciência. Era um professor inspirado e escreveu textos de aritmética
(1583) e álgebra (1608) dignos de respeito. Em 1574, publicou uma edi-
ção dos Elementos de Euclides, especialmente valiosa pelos seus escólios.
Também escreveu sobre trigonometria e astronomia e desempenhou um
papel importante na reforma gregoriana do calendário (EVES, 2008, p.
312).
Em 1579, o vaticano o nomeou, juntamente com Pedro Chacon, para estudar e reformar
o calendário juliano. Clavius coordenou a comissão papal de matemáticos na reforma.
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 33
O teorema de Copérnico aĄrma que, dado um círculo menor e um círculo maior com
duas vezes o diâmetro de seu tamanho, se o círculo menor rola ao longo do interior do
círculo maior sem deslizar, logo, o lugar geométrico de um ponto que não se encontra
sobre a circunferência do círculo menor, mas é Ąxo em relação ao círculo menor, é uma
elipse.
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 35
A área sob a hipérbole encontrada não envolvia uma solução algébrica, mas logaritmos.
Suas descobertas foram de grande importância para o desenvolvimento do cálculo. São de
sua autoria as obras Cometis (1616), Theoremata mathematice scientiae staticae (1624) e
Opus geometricum ad mesolabum per rationum, proporcionalitatumque novas proprietates
(1668).
René François Walter de Sluze (1622 + 63 Ű 1685) nasceu em Liège, Holanda Espanhola
(atual Bélgica). Estudou direito civil e canônico na Universidade de Louvain no período de
1638 a 1642. Mudou-se para Roma, onde obteve o doutorado em direito na Universidade
de Sapienza. Durante o tempo que passou em Roma, adquiriu habilidades com línguas
através do estudo do grego, hebraico, árabe e siríaco, passando a traduzir cartas enviadas
por bispos gregos, armênicos e do oriente ao Papa Inoncêncio X. Assumiu várias funções
eclesiásticas ao longo de sua vida, dentre elas, cônego na Colegiada de Visé em 1650 e
membro do Conselho Privado do Príncipe-Bispo Maximilian Henry em 1659.
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 41
Dentre suas obras está o Mesolabum seu duse mediae proporcionales inter extremas
datas per circulum et ellipsim vel hyperbolum inĄnitis modis exibiae (1658), um trabalho
sobre construções geométricas. Sluze discutiu a cubagem de sólidos e as soluções de
equações do terceiro e quarto grau obtidas geometricamente por meio de intercessão de
um círculo com uma seção cônica qualquer.
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 42
O Eclaircissemes sur lŠanalyse des inĄniments petis, publicado somente em 1725, con-
tém o comentário de Varignon sobre a Analyse de LŠHospital. Ele destacou que para usar
séries inĄnitas é necessário investigar os termos de resto. Escrevendo a Leibniz, em 1701,
demostrou compreender que uma diferencial não é uma constante, mas uma variável.
Sua teoria dos indivisíveis foi muito criticada na época, principalmente pelo mate-
mático suíço Paul Gauldin, pois não apresentava o rigor matemático desejado. Cavalieri
então publicou, em 1647, Exercitationes geometricae sex (1647), apresentando de forma
mais clara sua teoria. A obra tornou-se uma importante fonte para os matemáticos do
século XVII. Seu método simpliĄcou o cálculo de volumes e áreas de várias Ąguras geo-
métricas.
Cavalieri introduziu os logaritmos como ferramenta computacional na Itália através
de sua obra Directorium Universale Uranometricum (1632), na qual trabalha, além de
logaritmos, tabelas de senos, cossenos, tangentes e secantes. Escreveu também acerca da
Astronomia e Óptica, mantendo comunicação com muitos matemáticos da época, como
Galileu, Torricelli e Viviani.
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 46
milliare ∼
virga = = 2, 04m
1000
razoavelmente se aproximava do Toise parisiense (aproximadamente 1,95 m), unidade de
medida da época.
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 48
Um décimo de milésimo de mille tinha cerca 18,5 cm. Para uma implementação
prática, Gabriel propôs que o padrão tivesse como base o movimento pendular.
Sua principal obra é Observationes diametrorum solis et lunae aparenteiun (1670),
onde se encontra um estudo sobre interpolação e seu projeto de um sistema de medidas
padrão e universal baseado no pêndulo. Desenvolveu também tabelas de posições de
senos e cossenos logarítmicos, produziu um pêndulo com uma precisão notável e observou
precisamente, como astrônomo, o diâmetro aparente do sol.
pela Igreja e forçado a se retratar de suas supostas heresias, o que Bernhard recusou-se a
fazer e renunciou a cadeira.
Bolzano forneceu deĄnições modernas e rigorosas dos conceitos de continuidade e li-
mites. Realizou as primeiras demonstrações puramente analíticas do teorema do valor
intermediário (conhecido também como teorema de Bolzano) e do teorema fundamental
da álgebra. Formulou e provou o teorema de Bolzano-Weierstrass, o qual aĄrma que Ştodo
conjunto de pontos inĄnitos e limitados, tem um ponto de acumulaçãoŤ (EVES, 2008, p.
530). Construiu, em 1843, uma função contínua num intervalo, tal que não é derivável
em nenhum ponto do intervalo.
Escreveu Beytrage zu einer begrundeteren Darstellung der Methematik Erste Lieferung
(1810), a primeira obra de uma série sobre os fundamentos da matemática. Publicou
também Der binomische Lehrsatz (1816) e Rein analytischer Beweis (1817), Şdedicado
a uma demonstração puramente aritmética do teorema da locação em álgebra, e isto
exigia um tratamento não geométrico da continuidade de uma curva ou funçãoŤ (BOYER;
MERZBACH, 2012, p. 337), onde deĄne também o que hoje chamamos de sequência de
Cauchy. Exibiu ainda propriedades importantes dos conjuntos inĄnitos na obra póstuma
Paradoxien des Unendlichem (1850).
Segundo Boyer e Merzbach (2012, p. 337), ŞDo paradoxo de Galileu sobre a corres-
pondência biunívoca entre inteiros e quadrados perfeitos, Bolzano prosseguiu mostrando
que tais correspondências entre elementos de um conjunto inĄnito e um subconjunto pró-
prio são comunsŤ. Além disso, ainda em 1840, Bernhard aparentava ter percebido que
a inĄnidade de números reais é diferente da inĄnidade de números inteiros, não sendo
possível enumerar.
Girolamo Saccheri (1667 + 66 Ű 1733) nasceu em São Remo, Gênova (atual Itália)
e morreu em Milão (atual Itália). Ingressou na Ordem Jesuíta em 1685 e foi ordenado
sacerdote em 1694. Estudou no edifício conhecido atualmente por Pallazo Baldi, o qual
forma o edifício principal da Universidade de Gênova. Foi enviado, em 1690, pelos supe-
riores da Companhia de Jesus, para o Colégio de Brera, onde estudou ĄlosoĄa e teologia,
ensinou gramática e foi encorajado a estudar matemática pelo professor Tommaso Ceva,
que o indicou a edição de Christopher Clavius dos Elementos de Euclides.
Ensinou ĄlosoĄa no Colégio Jesuita de Turim, de 1694 a 1697, período em que publicou
a obra intitulada Logica demonstrativa, onde aplicava no tratamento da lógica formal o
método reductio ad absurdum. De 1697 até sua morte, lecionou ĄlosoĄa e teologia no
Colégio Jesuíta de Paiva, e de 1699 até sua morte, ocupou a cadeira de matemática na
Universidade de Paiva.
Publicou um livro intitulado Euclides ab omni naevo vindicatus (1733), no qual encontra-
Capítulo 3. SACERDOTES E RELIGIOSOS CATÓLICOS NA MATEMÁTICA 50
se seu esforço para demonstrar o postulado das paralelas através do método de reductio
ad absurdum. ŞA primeira investigação realmente cientiĄca do postulado das paralelasŤ
(EVES, 2008, p. 540).
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