Está en la página 1de 288

EN Bü SCA DE LÁS

PENAS PERDIDAS

DESLEGITIM ACION Y DOGMAT1CA


JÜRIDICO- PENAL
I.S.B.N . 950 574-077-8

IM P R E S O E N L A A R G E N T IN A

Q ueda h e c h o el d e p ó sito q u e e x ig e la le y 11.723


C o p y r ig h t b y E d ia r S o c ie d a d A n ô n im a E d ito r a
C o m e r c ia l, I n d u s t r i a l y F in a n c ie r a , T u c u m á n 927, P . 6o
B u e n o s A ires
1998
E U G E N IO R A U L Z A F F A R O N I
P ro feso r T itu la r en la U n iv ersid ad N acional
de B uenos A ires

EN BUSCA DE LAS PENAS

PER D ID A S

DESLEGITIMACION Y DOGMATICA
JURIDICO-PENAL

Segunda r e im p r e s ió n

EDIAR
SOCIEDAD ANÔNIM A EDITORA
COMERCIAL, INDUSTRIAL Y FINANCIARA
A L ou k H ulsm an
PRESENTACION

P re te n d e m o s o frecer a q u i u n p a n o ra m a m u y g e n e ra l d s
]a desleg itim ació n dei siste m a p en al y d e u n a p ro p u e sta de
re -in te rp re ta c ió n dei d erech o penal. E l le cto r a d v e rtirá rápi-
d a m e n te q u e h em o s a c e n tu a d o la fu n d a m e n ta c ió n an tro p o ló ­
gica dei d iscu rso ju ríd ico -p en a l q u e ex p u siéra m o s en ob ras
a n te rio re s, in c o rp o ra n d o a h o ra d a to s d e la re a lid a d social y
h acién d o n o s c arg o d e la s c rític a s d e se n c u b rid o ra s dei ejerci-
cio d e p o d er dei sistem a p en al, lo cual, com o es obvio, nos
lleva a a b a n d o n a r la p re fe re n c ia p re v e n tiv is ta especial a n tes
so sten id a , d esem bocando en u n p la n te a m ie n to d ifere n te, q u e
— p ese a n u e s tra re lu c ta n c ia a ese g ê n e ro d e calificaciones—
nos a tre v e m o s a d e n o m in a r r e a l i s m o j u r í d i c o - p e n a l m a r g i n a l .
P o r ende, estas p ág in as so n u n a s u e rte de ensayo dè
r e a l i s m o j u r í d i c o - p e n a l d e s d e la p e r s p e c t i v a d e u n m a r g e n d e i
p o d e r p la n e ta r io .
R esu m im o s d e e ste m odo u n itin e rá rio de v ario s anos,
cu y as e ta p a s fu ero n p a rc ia lm e n te e x p u esta s en tra b a jo s b ra -
v es y dispersos.
D ada la eq u iv o cid ad de esto s escrito s — d eb id a a su limi-
ta c ió n te m á tic a o a la in m a d u re z d e la idea— decidim os fo r­
m u la r el re p la n te o o rg ân ico en form a d e ensayo, a ú n d esafia n ­
do el d esu so en q u e ha caído ese estilo.
U n u lte rio r d esarro llo de n u e s tra p e rsp e c tiv a lo llevare-
m os a cabo en u n a ap ro x im ació n a la c rim in o lo g ía 1 y en ia
reelab o ració n de nueS tro M a n u a l , ta re a s am b as en las q u e es­
ta m o s em penados.

1 U n a v e r s ió n u n ta n to p r o v isio n a l d e lo s p rim ero s ca p ítu lo s


fu e p u b licad a en 1988: C r im in o lo g ía . A p r o x im a c ió n d e s d e u n m a r ­
g e n . E d. T em is, B ogotá.
10 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

E n ios qu in ce anos tra n sc u rrid o s d esde q u e traz am o s la


e s tru c tu ra sobre la q u e disen am o s el M a n w a l y e l T r a t a d o ,
se agudizó la crisis d e leg itim id ad dei sistem a p en al, se refi-
n aro n los in stru m e n to s crítico s y a rre c ia ro n las contradic-
ciones v an tag o n ism o s en la re a lid a d la tin o a m e ric a n a 3. E sta s
c irc u n sta n c ia s y la ex p erien cia q u e nos p ro p o rcio n o la direc-
ción dei p ro g ram a sobre “ S istem as P e n a le s” d ei In s titu to
In te ra m e ric a n o de D erechos H u m an o s 3 h a n co n trib u íd o no­
to ria m e n te a n u e stro re p la n te o dei d iscu rso ju ríd ico -p en al.
Con el r i c o r s i dei org an icism o (b ajo el ro p aje d e “fu n cio
n alism o sistêm ico” ) y dei c o n tra c tu a lism o (esp ecialm en te e n
la v e rtie n te an g lo sajo n a), creem os q u e no se h ace m ás que
re to m a r las v iejas ficciones o rig in a ria s en form a re ite ra tiv a .
A n te esta situación, q u e se n o s o c u rre d e ex tre m a p o b re­
za fu n d a m e n ta d o ra y a n te las crítica s d esen cu b rid o ras que
d esacred itan al sa b e r ju ríd ico m ism o, p rete n d em o s so sten cr
la posibilidad de re c o n s tru ir la dogm ática ju ríd ico -p en al co n ­
fo rm e a las lín eas d e u n derecho p en al g a ra n tiz a d o r y etiza-
do, asu m ien d o p le n a m e n te la re a lid a d de p o d er d ei sistem a
p en al y su deslegitim acióti, es decir, ad m itien d o b ásica m en te
la razó n q u e le a s iste al abolicionism o (o al “m inim ism o p e ­
n a l” , si se p re fie re lla m a r “d erech o p e n a l” al r e m a n e n te ).
A d en trán d o n o s p o r este sendero, hem os to p ad o con u n m o ­
d elo “in te g ra d o ” d e d erech o p e n a l y crim in o lo g ía de co rte
d iferen te, con u n a ética b ásica de la q u e d eriv a m o s la tá c tic a
d o c trin a ria y ju d icial y con elem en to s p a ra u n a cuidadosa
reco n stru cció n d e las g a ra n tia s, e n lo q u e sirv ió de “lazari-
11o” el d erech o h u m a n itario . No afirm am os h a b e r reco rrid o
la to ta lid a d de este cam ino y, quizá, n i siq u ie ra se tr a te de
u n cam ino, sino sólo d e u n a indicación dei p a ra je d o n d e c re e ­
m os que pu ed e ab rirse.

2 L a A rg en tin a tia con trib u id o a e s te p an oram a co n su tristísim a


cu ota d e cru eld ad . T a m b ién m u c h o n o s h a h e c h o m e d ita r el in cên d io
d ei P a lá cio d e J u sticia d e B ogotá.
3 E n e sp e c ia l n o s refe r im o s a lo s a p o r te s d e p e n a lista s y cri-
m in ó lo g o s la tin o a m erica n o s y d e otras r e g io n e s q u e h a n coop erad o o
lo s ig u e n h a cien d o c o n e s t e P ro g ra m a y q ue a sistie r o n a lo s se m i­
n á r io s de San J o sé, 1983; B ogotá, 1987; B u en o s A ires, 1985; R io de
J an eiro, 1985, y S alvad or d a B ahia, 1988. S e reto m a n aqui alguna-;
d e las id ea s e x p u e s ta s e n S is te m a s P e n a le s y D e r e c h o s H u m a n o s en
A m é r ic a L a tin a ( I n f o r m e F in a l) , B u e n o s A ires, E d. D ep alm a, 1986.
P r e s e n t a c ió n 11

Si b ien los e rro re s son de n u e s tra exclusiva p erte n en cia ,


m ucho de lo q u e aq u i exponem os es p ro d u cto de diálogos c.011
colegas co n tem p o rân eo s 1 y ta m b ié n de diálogos m ás lejanos,
q u e p o r su circ u n sta n c ia no podían a b a rc a r el tem a desde la
p ersp ectiv a actu al, p ero q u e m a rc a ro n n u e stro p en sam ien to y
actitu d e s de m odo p e rm a n e n te r.
A lguien nos dijo que con este ensayo nos escapam os dei
sistem a p la n etario ; algo de razó n le asiste. Quizá sea u n e n ­
sayo h erético , u n a irrev e ren cia o un atrev im ien to . Sabem os
que la descripción de la realid ad dei ejercicio dei p o d er de
los sistem as pen ales en n u e stro m a rg e n latin o am erica n o y la
te n ta tiv a co n sig u ien te de re c o n s tru ir d o g m aticam en te la teo­
ria p en al d esd e esta realid ad , nos lleva a chocar fro n ta lm e n te
e n p o stulados la rg a m en te re ite ra d o s en el sab er penal. Sólo el
n iv el de violência al que asistim o s y su trág ica proyección
p ro g resiv a nos decide a “sa lir dei sistem a p la n e ta rio ” . Quizá
n o sea “sa lir” , sino sólo reconocer q u e nos están d e ja n d o fue-
ra. De c u a lq u ie r m a n era, la asunción consciente de la condi-
ción de m a rg in a l es el p re su p u e rto in elu d ib le p a ra in te n ta r su
superación.
F a c u lta d de D erecho y Ciências Sociales.
U n iv ersid ad de B uenos A ires.
M arzo de 1989.
E. R. Z.

* Toda m e n c ió n es in ju sta , p orq u e las om iw iones so n in e v ita b le s,


pero p ese a e s to n o p o d em o s o lv id a r lo s n o m b res d e A le.ssantlro
B aratta, Saarbrücken; L o u k H u lsm a n , R otterd am ; A n to n io B erista in ,
San S eb astián ; M an u el d e R ivacob a y R ivacob a, Córdoba: L ola A n iy a r
de C astro, M aracaibo; (Rosa d ei Olmo. Caracas: E m ílio G arcia M én-
dez, B u en o s A ires; E d u ard o N o v o a M onreal, S a n tia g o , y E lia s Ca-
rranza, San J o sé. D eb em o s a grad ecer al Prof. F r a n c e sc o P alazzo que
nos h aya acogid o co m o h u é sp ed do la F a co ltà di G iu risp ru d en za en
la U n iv e r sità di F ir e n z e e n m a y o cie 1988, fa c ilitá n d o n o s g en ero sa ­
m en te e l u so dei m aterial b ib lio g rá fico d e la U n iv ersid a d .
P erm a n ecerá sie m p r e en n u estra m em ó ria el recu erd o de AI-
fo n so Q uirós O uarón, G iu sep p e B ettio l y B la sco F ern á n d ez d e M oreda.
Pr im e r a Pa r t e

LA DESLEGITIMACION DEL SISTEMA PENAL


Y LA CRISIS DEL DISCURSO JURIDICO-PENAL
C a pít u l o Pr im e r o

LA CRITICA SITUACION DEL PENALISMO


LATINOAMERICANO

1. L A S " P E IN E S P E R D U E S ”. — II. L E G IT IM ID A D Y
L E G A L ID A D . 1. L a u tó p ica le g itim id a d d ei s is te m a p en al.
2. L a le g itim id a d n o p u e d e s e r su p lid a p o r la legalid ad .
3. E l s is te m a p e n a l n o o p era co n fo r m e a la leg a lid a d . 4. L a
le g a lid a d n i siq u ie r a s e r e sp e ta e n e l â m b ito d ei sis te m a
p en a l fo rm a l. 5. E l e je r c ic io d e p o d er a b ie r ta m e n te ilíc ito
p or p a rte d e i s is te m a p e n a l. — III. L A F E R V E R S IO N IN -
M O V IL IZ A A L D IS C U R S O J U R ID IC O -P E N A L . — IV . S IG ­
N O S T E O R IC O S D E L A S IT U A C IO N C R IT IC A E N A M E ­
R IC A L A T IN A . 1. C rítica a l D erech o . 2. P r e o c u p a c ió n p or
la le g itim id a d d ei poder. 3. P reo c u p a c ió n ju sh u m a n ista p o r
e i s is te m a p en a l. — V . L A D E S L E G IT IM A C IO N P O R LO S
K E C H O S M ISM O S. — V I. E L D E S P R E S T IG IO D E L O S
D IS C U R S O S P E N A L E S L A T IN O A M E R IC A N O S P O R S U S
V ÍN C U L O S ID E O L O G IC O S G E N O C ID A S. 1. E l d isc u r so
ju r íd ic o p en a l. 2. E l d isc u r so c r im in o ló g ic o .

I. LAS ‘ PEINES PER D U ES”

Nos referim o s a u n a situ a ció n c rític a e n u n sen tid o a p ro ­


x im a d a m e n te an álo g o al de g e i s t i g e S i t u a t i o n \ esto es, al de
u n a situ a c ió n "‘e s p iritu a l” , ad je tiv o q u e n o q u ie re c o n n o ta r
a q u i n a d a a b strac to , sin o el com plejo a b a rc a tiv o d e los a sp ec­
to s in te le c tu a le s y afectivos (o em ocionales) d e u n a situ ació n
cu y o sig n o m ás c a ra c te rístic o es la p é rd id a d e se g u rid a d de
re sp u e sta con q u e reac cio n ab a el p en alism o d e la reg ió n hace
alg u n a s décadas. O b viam ente ese signo es ju s ta m e n te la ma-
n ifestació n e x te rn a q u e nos p e rm ite reco n o cer la situ ació n
c rític a y en m odo alg u n o p u ed e p re te n d e rs e to m arlo com o

1 W ü rten b erg er, HhomaB, D ie g e i s t i g e S i tu a tio n d e r d e u ts c h e n


S tr a f r e c h t s w i s s e n s c h a f t, 1959.
16 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

c a u sa de la m ism a — com o alg u n o s o p in a n — n eg án d o le ju s ­


ta m e n te su n a tu ra le z a d e sig n o o sin to m a.
Como en c u a lq u ie r em erg en cia, a m e d id a q u e la situ a ció n
v a to rn á n d o se in so sten ib le, com ienza a o p e ra rse la ev asió n
m e d ia n te m e can ism o s n eg ad o re s q u e, e n n u e stro caso, ap a-
re n ta n c o n se rv a r la a n tig u a seg u rid a d de re sp u esta, a u n q u e
se reco n o zcan “p ro b le m a s” q u e su elen d e ja rse de la d o p o r v ia
de u n a a r b itr a r ia d elim itació n d isc u rsiv a q u e e lu d e c o n fro n ta r
la crisis.
No o b stan te, los m e can ism o s de n eg ació n no p u e d e n su ­
p e ra r su esen cia y, p o r ende, no o c u lta n la situ a ció n crítica,
q u e se m a n ifie sta en u n a p ro g re siv a “p e rd id a ” de la s “p e n a s ” ,
es decir, d e d o l o r s i n s e n t i d o ( p e r d i d o , o sea, c a re n te de ra-
cio n alid ad ) 2.
E n la c rim in o lo g ía de n u e s tro s d ia s es c o rrie n te la des-
crip ció n de la o p e ra tiv id a d re a l de los sistem as p en a le s en
té rm in o s q u e n a d a tie n e n q u e v e r con la fo rm a en q u e los
discu rso s ju ríd ic o -p e n a le s p re s u p o n e n q u e o p eran , es decir,
q u e la p ro g ram a ció n n o rm a tiv a se b a sa so b re u n a “ re a lid a d "
q u e n o ex iste y el c o n ju n to de ag en cias q u e d e b ie ra lle v a r
a cabo esa p ro g ram a ció n o p era en fo rm a c o m p le ta m e n te d i­
feren te.
L a v erificació n de esta c o n tra d icció n re q u ie re d em o stra-
cio n es m á s o m en o s fin a s en alg u n o s p aíses c en trales, p ero
en A m érica L a tin a su v erificació n sólo d em a n d a u n a obser-
v ació n m u y su p erficial. E l dolor y la m u e rte q u e sie m b ra n
n u e s tro s sistem as p en ales e stá n ta n p e r d i d o s q u e e l d iscu rso
ju ríd ico -p en a l no p u e d e ocultai' su d e sb a ra ta m ie n to , v alién
do se de su v e tu sto a rs e n a l d e racio n alizacio n es re ite ra tiv a s ;
nos h allam o s fre n te a u n d iscu rso q u e se d e sa rm a al m á s leve
ro ce con la realid ad .
E s b a s ta n te claro que, m ie n tra s el d iscu rso ju ríd ico -p en al
racio n aliza cad a vez m enos — p o r ag o tam ie n to de su a rse n a l

2 P a r a fr a se a m o s el títu lo d ei d ifu n d id o lib ro d e L o u k H u lsm a n


y J a c q u e lin e B e r n a t d e C elis, P e in e s p e r d u e s . L e s y s t è m e p é n a l e n
q u e s tio n , P a ris, 1982, p e s e a q u e “p e in e s ” tie n e a llí u n se n tid o d ife ­
r e n te al d e “p e n a s” e n c a ste lla n o .
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 17

d e ficciones g a sta d a s— las ag en cias del siste m a p en al ejercen


su p o d er p a ra c o n tro la r u n m arco social cuyo signo es la
m u e rte m asiva. C álculos p ro v e n ie n te s d e fu e n te s insospecha-
d as estab lecen q u e en n u e s tra reg ió n m u e re n a n u a lm e n te al-
re d e d o r de doscien to s m il n in o s d u ra n te su p rim e r an o de
v id a p o r efecto d e e lem en tales carê n cias a lim e n ta ria s o sani-
ta ria s; u n n ú m e ro ig u al o m a y o r so b rev iv irá , p ero ja m á s
a lc a n z a rá su com pleto d esarro llo bio-psíquico debido a las se
cuelas de las m ism as carências.
L os m ú ltip le s p o d eres que s u s te n ta n e s ta re a lid a d letal
se ap o y an e n b u e n a m ed id a e n el ejercicio de p o d er de las
ag en cias de n u e stro s sistem as pen ales que, en la m a y o ría de
los p aíses de la región, o p e ra n con u n n iv e l ta n a lto de v io lê n ­
cia q u e c a u sa n m á s m u e rte s q u e la to ta lid a d d e los hom icídios
dolosos e n tre desconocidos com etidos p o r p a rtic u la re s.
P o r o tra p arte , en c u a n to a sus om isiones e n la tu te la
de la vida, es claro q u e el sistem a p e n a l se h a m o stra d o com o
to ta lm e n te in cap az de c o n te n e r los a b o r to s 3 y, en c u a n to a
los hom icídios de trâ n sito , se co m p o rta con to ta l in d iferen cia,
p ese a q u e su n ú m e ro es ta n elev ad o q u e se c o n v ie rte n en
la seg u n d a c au sa de m o rta lid a d en b u e n a p a rte de la región,
y e n la p rim e ra en alg u n a s faia s e ta ria s jó v e n e s 4. E n este
p an o ram a no creem os q u e las p e i n e s p e r d u e s re q u ie ra n u n a
fin a dem ostración.
E l d iscu rso ju ríd ico -p en a l se re v e la com o falso e n form a
innegable, p ero a trib u ir su p e rm a n e n c ia a m ala fe o a for-
m ació n a u to rita ria seria u n sim plism o q u e a g re g a ria u n a fal-
sed ad a o tra. E s ta s explicaciones p erso n alizad as y co y u n tu -
ra le s olv id an que q u ien es se colocan e n posiciones “progre-
sista s” y se p e rc a ta n de la g ra v e d a d del fenôm eno, ta m b ié n
rep ro d u cen el d iscu rso ju ríd ico -p en a l falso, p o rq u e no dispo-
n e n de o tra a lte rn a tiv a que la d e ese d isc u rso en su v e rsió n
de “d erech o p en al de g a ra n tia s ” (o “lib e ra l” si se p re fie re )

3 L os c á lc u lo s so n d ifíc ile s, p ero s u e le n ir d e sd e u n ab orto cada


c in co n a cim ien to s, los m á s o p tim ista s, h a sta u n o cada tres, lo s m ás
p e sim ista s.
4 C abe ca lc u la r a p r o x im a d a m en te c ie n m il m u e r te s a n u a les.
A r g e n tin a r e g istr a u n a s c in co m il; B r a sil alred ed or d e c in c u e n ta m il.
E n b u sca d e la s penas p e r d id a s

p a ra e n sa y a r la d eíen sa de qu ien es caen e n los e n g ran a jes dei


sistem a p en al com o procesados, crim in alizad o s o victim izados.
E l d iscu rso ju ríd ico -p en al falso no es u n p ro d u cto de
m a la fe n i d e sim p le c o n v e n ie n c ia 5, com o tam poco es re su l­
ta d o d e la elab o ració n calcu la d a de n in g ú n genio m aligno,
sin o q u e e n b u e n a p a rte se so stien e p o r la incapacidad de
reem p lazarlo p o r otro, fre n te a la necesídad d e d efen d er los
derechos d e alg u n a s personas. E sta contrad icció n da lu g ar
a la difícil situ ació n “e s p iritu a l” dei pen alism o latinoam eri-
cano 6, q u e g u a rd a estrec h a v in cu laeió n con la trág ica vivência
dei “ S an M an u el" d e U n a m u n o 7, p o rq u e la d en u n cia d e su
d iscu rso ju ríd ic o com o falso c o rre el riesg o d e p riv a rle dei
ú n ico in s tru m e n to — precário, p ero in stru m e n to al fin — de
q u è dispone p a ra d e fe n d e r los D erechos H u m an o s de alg u n as
personas.
E n realid ad , s i e m p r e s e h a s a b id o q u e e l d i s c u r s o j u r í ­
d i c o - p e n a l l a t i n o a m e r i c a n o e s fa ls o . L a d iferen cia c u a lita tiv a
d e este m o m en to crítico ra d ic a en q u e y a n o es posible sai ir
d ei tra n c e con el a rg u m e n to de q u e esa situ ació n crítica es
tra n s itó ria y c o n tin u a r p resen tá n d o la com o resu ltad o d e m e­
ro s defectos c o y u n tu ra le s de n u e stro s sistem as penales, pro­
d u cto de n u e s tro su b d esarro llo y su p erab les m e d ian te u n

s E s d em a sia d o b urdo afirm ar q u e s e lo so stie n e para d efen d er


la cátedra q u e se d eten ta . C on tra e s te g ên ero d e a rg u m en to s super-
fic ia le s, v. R o lf S. D e F o lter, O n th e m e th o d o lo g ic a l fo u n d a tio n o f th e
o b o litio n is t a p p r o a c h to th e C r im in a l J u s tic e S y s te m . A c o m p a r is o u
o f th e id e a s o f H v ls m a n , M a th ie s e n a n d F o u c a u lt. en "C ontem porary
C risis. L aw , C rim e a n d S o c ia l P o lic e ”, D ordreeht, 1986 (10), págs. 39
y sgtS.; ta m b ién en T h e C r im in a l J u s tic e S y s t e m a s a so c ia l p r o b le m ;
A n a b ü itio n is t p e r s p e c t i v e , M ed elin g en v a t h e t J u rid isch In stitu u t
v a n d e E r a sm u s U n iv e r s ite it R otterd am , n ú m ero s 36 y 37 (e n 30,
págs. _27 y sg ts .).
6 C u an d o n o s referim o s al “p en a lism o la tin o a m erica n o ’’ no ig ­
n o rá m o s q u e e x is t e u n a p eq u efiísim a m in oria d e n u lo valor in te le c ­
tu a l q u e no a sig n a im p o rta n cia a la s m u e r te s y q u e m edra con el
poder q ue Ias am para. N o tom am os, p u es, en con sid eración , e ste re-
d u c id ísim o g ru p o d e e m p resá rio s y em p lea d o s de d ictad u ras y a g e n ­
c ia s corru p tas, q u e n o p u ed e afirm arse com o rep r e se n ta tiv o de un
“p e n sa m ie n to ”.
7 N o s refe r im o s a l c lá sic o y d isc u tid ísim o cu en to cu yo perso-
n a je oen tral e s e l sa c erd o te q u e s e v u e lv e ateo, pero sig u e ejercien d o
su m in isté r io com o s i D ios e x is tie s e , con la fir m e co n v ic c ió n d e que
era lo m ejo r p ara tod os (S a n M a n u e l B u e n o , m á r tir , e n “A n to lo g ia ”,
M éxico. 1964, p ágs. 59 y s g ts.).
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 19

d esarro llo p ro g resiv o análogo en casi todo al cu rso seguido


p o r los p aíses cen trales.
L a crítica social co n tem p o rân ea, la crim inología de la
“reacció n social” — in clu so su v e rtie n te m ás p ru d e n te , o sea.
la llam ada “lib e ra l” 8— , la ex p erien cia del cap italism o p e ri­
férico de los ú ltim o s lu stro s, que acabó con la te o ria del
desarro llo p ro g resiv o y c e n trífu g o 9, h a n an iq u ilad o la ilusión
de tra n s ito rie d a d del fenôm eno. H oy sabem os que la re a ü d a d
o p erativ a d e n u e s tro s sistem as p en ales ja m á s p o d rá a d ec u arse
a la plan ifiçació n del d is c u rs a ju ríd ic o - p e n a l10, q u e todos los
sistem as pen ales p re se n ta n c a ra c te rístic a s e s tru c tu ra le s pro-
pias d e su ejefcjcio de p o d er que can celan el d iscu rso ju r í­
dico-penal y que, Jior ser rasgos de, su esencia. no p o d rán s e r
.sürpinmidos sin s u p íitn ir los sistejn as p en ales m ism os. L a se-
lectividad. la reproducción fie la violência, el cond icio n am ien -
to de m ay o fes ro n d u c ta s lesivas, la co rru p ció n in stitu cio n al,
la co n cen tració n de poder, la v erticalizació n social y la des-
tru cc ió n de las relaciones h o rizo n tale s o co m u n itarias, n o s o n
c a r a c te r ís tic a s c o y u n tu r a le s , s in o e s tr u c tu r a le s del e j e r c ic i o
d e p o d e r d e t o d o s lo s s i s t e m a s p e n a l e s .
L a situación que senalam os nos im pide em p lear la pala-
b ra “c ris is ” d en o tan d o u n p u n to de inflexión del fenôm eno
de contradicción e n tre el d iscu rso ju rídico-penal y la realid ad
o p erativ a del sistem a penal, sino com o u n a b ru sca aceleració n
del descréd ito del discu rso jurídico-penal. E n m odo alg u n o
creem os que “c ris is ” pu ed a in d icar aq u i u n m o m en to a p a r tir
del cual la realid ad o p erativ a de n u e stro s sistem as penales
com ience a ap ro x im arse a la p ro g ram ació n conform e al d is­
curso jurídico-penal, lo que seria a b so lu tam en te im posible p o r
“u tó p ico ” ( en el sen tid o n eg ativ o de la expresión. com o lo

* Cfr. A l«ssan d ro B aratla, C r im in o lo g ía lib e r a le e id e o lo g ia dpütt


d ife s a so c ia le , en “L a Q u estio n e C rim in a le”, 1975. G en n aio-A p rile
Págs. 7 y sg ts.
9 Cfr. P reb isch , R aú l, C a p ita lis m o p e r if é r ic o . C r is is y tr a n s fo r -
m a c ió n , M éxico, 1981; n u e str o trabajo, C r im in a lid a d y d e s a r r o llo e v
A m é r ic a L a tin a , en “ILanud”, a n o 5, 13-14, 1982, p ágs. 33 y sgt.^
10 P e n se m o s q u é su ced eria e n cu a lq u ier p a ís o c c id e n U ! c.esanT'-
liado, si a lg u ien c o n sig u ie se e fe c tiv a m e n te penar con p rivación
libertad, co n fo rm e a lo ju r id ic a m e n te p rogram ado, tod os los h u n u s
en su p erm erca d o s y to d a s las te n e n c ia s d e tó x ic o s p roh ib id os.
20 En bu sca de la s p e n a s p e rd id a s

“ n o realizab le” ), sin o q u e “c risis” es la ind icació n d el m o­


m e n to en q u e la falsed ad d e l d iscu rso ju ríd ico -p en a l alcan za
ta l m a g n itu d d e evidencia, q u e éste se d e rru m b a d esco n cer­
ta n d o al p en alism o d e la reg ió n

II. LEG ITIM IDAD Y LEGALIDAD

1 . L a u tóp ica le g itim id a d del sistem a pen al. E l sistem a


p e n a l es u n a co m p leja m a n ife sta c ió n d e l p o d er social. P o r
l e g i t i m i d a d del m ism o e n te n d e m o s la c a r a c t e r í s t i c a q u e le
o t o r g a r í a s u r a c io r u d id a d . E l p o d e r social n o e s algo estático,
q u e se “tie n e ” , sin o alg o q u e se e je rc e — u n ejercicio — 11 y
el sistem a p e n a l q u ie re m o s tra rs e com o u n ejercicio d e p o d er
p lan ificad o racio n alm en te.
L a c o n stru c c ió n te ó ric a o d isc u rsiv a q u e p re te n d e ex p li­
c a r esa p lan ificació n es el d iscu rso ju ríd ico -p en a l (q u e tam -
b ié n p u ed e lla m a rse “ sa b e r p e n a l” y o tro s d e sig n a n m á s for­
m a lm e n te com o “ciên cia p e n a l” o “del d erec h o p e n a l” ). Si
ese d isc u rso ju ríd ico -p en a l fu ese racio n al y el siste m a p en al
o p erase co n fo rm e al m ism o, el siste m a p e n a l se ria l e g í t i m o .
Sin em bargo, la e x p re sió n “ra c io n a lid a d ” re q u ie re siem -
p re u n a p recisió n , p o r su a lta equivocidad. E l u s o a b u siv o
q u e se h a h e c h o d e la m ism a nos obliga a p re s c in d ir a q u i
d e la to ta lid a d d e la d iscu sió n al resp ecto , p a ra re d u c ir el
co ncepto d e racio n alid ad con q u e tra b a ja m o s en este caso:
a) a la c o h e r e n c i a i n t e r n a d e l d i s c u r s o j u r í d i c o - p e n a l ;
b ) a s u v a l o r d e v e r d a d e n c u a n t o a la o p e r a t i v i d a d
s o c ia l.
E l d iscu rso ju ríd ic o p e n a l seria racio n al si fu ese c o h e -
r e n te y v e rd a d e ro . „
C abe p re c isa r q u e n o creem o s q u e la co h ere n cia in te rn a
d el d iscu rso ju ríd ico -p en al se agote en su n o co n tra d icció n o
co m p letiv id ad lógica, sin o q u e ta m b ié n re q u ie re u n a fu n d a-
m e n ta c ió n an tro p o ló g ica b ásica con la cu al d eb e p e rm a n e c e r
e n relaciõ n d e n o co n trad icció n , p u e sto q u e si el d erec h o sirv e

11 Cfr. F o u c a u lt, M ichel, M ic r o fís ic a d e l p o d e r , M adrid, 1979,


pág. 144.
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 21

al h o m b re —y n o a la in v e rsa — la plan ificació n del ejercicio


d e p o d er del sistem a p en al debe p re s u p o n e r e sta an tro p o lo ­
gia filosófica básica u ontologia reg io n al del hom bre.
E n el m om ento actu al, e s ta afirm ació n e n el p la n o ju r í­
dico no im plica u n a rem isió n lib re a l te m b la d e ra l d e la m e ta ­
física y d e lo opinable, a u n q u e su b sis ta u n en o rm e cam po
a b ie rto a la discusión. P o r so b re este âm b ito d iscu tib le , es
in n eg ab le que ex iste u n a p ositivización ju ríd ic a m ín im a de
esa antropologia, m a te ria liz a d a e n los m á s altos docum entos
producidos p o r la co m u n id ad ju ríd ic a in te rn a c io n a l e n m a té ­
ria de D erechos H um anos.
L a co n sag ració n p o sitiv a de u n a o ntologia re g io n a l del
h o m b re (q u e b ie n p u ed e llam arse a n t r o p o l o g i a j u r í d i c a j u s -
h u m a n i s t a ) im p o n e la c o n s i d e r a c i ó n d e l h o m b r e c o m o p e r -
s o n a 12.
P o r p e r s o n a debe e n te n d e rse la calid ad q u e p ro v ie n e de
la capacidad de a u to d e te rm in a rse conform e a u n se n tid o (ca-
pacidad q u e p u e d e ser re a l o p o te n cial e in clu so lim ita rs e a
la re u n ió n d e los c a ra c te re s físicos básicos d e q u ien es p u e d e n
e je rc e rla ). P e r s o n a es el acto r — la m á sc a ra del te a tro grie-
go— , el p ro ta g o n ista c e n tra l d e la tra g é d ia d e q u ie n d ecid e
acerca de lo “b u e n o ” y d e lo “m aio” 13.
L a fu n d am e n tació n an tro p o ló g ica p e rm ite u n n iv e l de
c rítica a la co h eren cia in te rn a del d iscu rso ju ríd ico -p en al; el
otro, obviam ente, es la n o co n trad icció n d e su s en u n ciad o s
e n tre sí. R e su lta claro q u e se n iega la co h eren cia in te rn a del
d iscu rso ju ríd ico -p en al c u a n d o se esg rim en a rg u m e n to s ta le s
' com o “así lo dice la ley ”, “ lo hace p o rq u e el le g islad o r lo quie-
r e ” , etc. Son expresiones fre c u e n te m e n te u sa d a s en n u e s tra

12 V. V asak , K arel, L a s d im e n s io n e s in te m a c io m a le s d e lo s D e­
r e c h o s H u m a n o s , B a rcelo n a , 1984; a n iv e l c o n tin e n ta l, In s titu to In-
teram erican o d e D eredhos H u m a n o s, D a n ie l Z ovatto (co m p .), Los
D e r e c h o s H u m a n o s e n e l S is te m a I n te r a m e r ic a n o , I n s tr u m e n to s bá­
s ic o s , 1987.
13 E tim o ló g ica m en te, p erso n a es la m á sca ra d e l tea tro griego.
C on e l a d v e n im ie n to deL c r istia n ism o y e l p ro b lem a trin ita rio su r g ió
la c u e stió n d e la su sta n c ia lid a d d e la persron a. A p a ritr d e l s ig lo X V III
tie n d e a sen a la r p a rtic u la r m e n te la rela ció n d e l h om b re c o n sig o
m ism o y la id en tid a d p erso n a l (A b b agn an o, N ., D izix m a rio d i F ilo ­
so fia , T orino, 1980, pág. 666).
22 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

reg ió n y q u e im p lican la a b ie rta confesión del fracaso de


c u a lq u ie r te n ta tiv a d e c o n stru cc ió n racio n al y, p o r ende, legi-
tim a d o ra del ejercicio d e p o d er del sistem a penal.
P e ro la ra c io n a lid a d del d iscu rso ju ríd ico -p en al no puede
a g o ta rse en su co h e re n c ia in te rn a . A u n q u e re su lte difícil
im ag in arlo — d ad a la in te rd e p e n d e n c ia recíp ro ca de los ex ­
trem o s co n fig u ra d o res de la racio n alid ad — p o d ría p e n sa rse
en u n d iscu rso ju ríd ico -p en a l que, p ese a e s ta r antropológi-
c am en te fu n d ad o y a re s p e ta r la reg ia d e n o co n trad icció n ,
no fu ese ra c io n a l p o rq u e su realizació n social fuese im posible
o to ta lm e n te d ife re n te d e su p ro g ra m a c ió n 14. L a proyección
social efectiva de la p lan ificació n ex p licitad a en el discu rso
ju ríd ico -p en a l deb e s e r m in im a m e n te v erd ad e ra , o sea, reali-
z arse en co n sid era b le m edida.
E l d iscu rso ju ríd ico -p en a l se elab o ra sobre u n te x to legal,
ex p licitan d o m e d ia n te los en u n ciad o s d e la “d o g m ática” la
ju stificac ió n y el alcance de u n a plan ificació n en la fo rm a de
“d e b e r s e r” , o sea, com o u n “ s e r” q u e “ no es” , p e ro q u e “debe
s e r” o, lo q u e es lo m ism o, com o u n s e r “q u e a ú n n o es” .
P a ra q u e ese d iscu rso sea s o c i a l m e n t e v e r d a d e r o , re q u ie re dos
n iv eles d e “v e rd a d social” :
a) u n o a b s t r a c t o , v alo ra d o conform e a la ex p erien cia so­
cial, de acu e rd o con el cu al la p lan ificació n c rim in a liz a n te
p u ed a co n sid e ra rse com o el m edio ad ec u ad o p a ra la obten ció n
de los fin es p ro p u esto s (n o seria so cialm en te v e rd a d e ro u n
d iscu rso ju ríd ico -p en al q u e p re te n d ie se ju s tific a r la tipifica-

14 E n g en era l, cu a n d o co n el d iscu rso ju ríd ico-p en a! q u ieren


e n c u b r ir se g r a v e s fa lla s socdales, se p ro v o ca o ca p ita liza la in d ign a-
ción , a trap an d o el fe n ô m e n o en u n a d escrip ció n típ ica que pretende;
re so lv e r lo en b a se a c a so s p a r ticu la res a rb itra ria m en te se le c cio n a d o s
p or e l siste m a p en a l. C om o e s ob vio, el fen ô m e n o c o n tin u a y en la
o p e r a tiv id a d so c ia l s ó lo d isp o n e d e m a y o r p od er Ia a g en cia se le c tiv a
del siste m a p en a l. E n cu a lq u ier p a ís p u ed en e n c o n tr a r se e jem p lo s
d e e sta s le y e s q u e so n p rod u eto d el m od ern o p e n sa m ie n to m ágico. “El
p in to r y e l caza d o r p a le o lític o p en sa b a que y a con la p in tu ra p oseía
la co sa m ism a , p en sa b a q u e con e l retra to d e l o b jeto h a b ía a d q u irid o
p o d er so b re e l ob jeto; creía q u e e l a n im a l d e la realid ad su fr ía la
m ism a m u e r te q u e el a n im a l retratad o” (A m o ld H a u ser, H is to r ia
s o c ia l d e la l i t e r a r t u r a y e l a r te , M adrid, 1971, T. I, pág. 20). Nuestra-s
a g e n c ia s le g isla tiv a s, m o v id a s por la n eeesid a d d e ca lm a r cam p an as
d e “Jey y o r d e n ” o p or afán e le cto ra lista , s e a se m e ja n a cazadoreí;
p a leo lítico s.
C r ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 23

ción d e ia ía b ric a c ió n d e cara m elo s de du lce d e íeche e n tre


los delito s c o n tra la v id a );
b) o tro c o n c r e t o , q u e d eb e ex ig ir q u e los g ru p o s h u m a ­
nos q u e in te g ra n el siste m a p e n a l o p e re n so b re la re a lid a d
co n fo rm e a las p a u ta s p la n ific a d o ra s se n a la d a s p o r el d isc u r­
s o ju ríd ico -p en al (n o es so cialm en te v e rd a d e ro u n d iscu rso
ju ríd ico -p en a l c u a n d o las ag en cias policiales, jud iciales, del
m in isté rio público, los m édios m asivos de co m u n icació n so­
cial, etc., c o n te m p la n p a siv a m e n te el hom icídio d e m iles de
h a b ita n te s ).
E l n iv el “ a b s tra c to ” del re q u isito d e v e rd a d social p o d ría
lla m a rsre a d e c u a c i & n d e m e d i o a f i n , e n ta n to q u e el n iv el
“c o n cre to ” p o d ría d en o m in a rse a d e c u a c i ó n o p e r a t i v a m í n i m a
c o n f o r m e a l a p l a n i f i c a c i ó n . E l d iscu rso ju ríd ico -p en a l q u e no
satisfac e a am b o s es so cialm en te falso, p o rq u e s e d e sv irtú a
com o p lan ificació n (d e b e r se r) de u n s e r q u e a ú n n o e s p a ra
c o n v e rtirse en u n s e r qu e. n u n c a s e r á , o sea q u e e n g a n a , i l u -
s io n a o a lu c in a .

E l d iscu rso ju ríd ico -p en al no p u ed e d e se n te n d e rse del


“s e r” y re fu g ia rse o a isla rse en el “d e b e r s e r” , p o rq u e p a ra
q u e ese “ d e b e r s e r ” sea u n “s e r que a ú n n o es” deb e re p a ra r
en el d e v e n i r p o s i b l e d e l s e r , p u es de lo c o n tra rio lo co n v ierte
en u n s e r q u e j a m á s s e r á , o sea, e n u n e m b u s t e . D e allí q u e
el d iscu rso ju ríd ico -p en al socialm en te falso sea ta m b ié n p e r ­
v e r s o 15: s e t u e r c e y r e t u e r c e , a l u c i n a n d o u n e j e r c i c i o d e p o ­
d e r q u e o c u lta o p e r t u r b a la p e r c e p c i ó n d el verdadero e je r ­
c ic io d e p o d e r .
E n n u e s tro m a rg e n es a b so lu ta m e n te in so sten ib le la ra-
cionalidad del d iscu rso ju rídico-penal, p u e sto que n o cum pli-
m e n ta n in g u n o de los req u isito s de le g itim id ad q u e hem os
sefíalado, en form a m u ch o m ás e v id e n te q u e en los p aíses
cen trales.
L a q u ie b ra d e la racio n alid ad del d iscu rso ju ríd ico -p en al
a rra s tra consigo — com o som bra in sep ara b le— la p re te n d id a
leg itim id ad del ejercicio d e p o d er d e las ag en cias d e n u e stro s

15 E n claro s e n tid o e tim o ló g ic o , " p erv ertir” s e v in c u la a “v e r te r ”,


o sea, “tra sto rn a r” d a n d o v u e lta a lg o (Cfr. J. C orom inas, D ic c . c r ít.
E tim o ló g ic o d e la L e n g v a c a s te lla n a , M adrid, 1976, IV , pág. 716).
24 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

sistem as ^cnales. E s hoy in c o n testab le q u e la racio n alid ad del


discu rso ju ríd ico -p en a l tra d ic io n a l y la co n sig u ie n te legitim i-
d ad del sistem a p e n a l se h a n v u e lto “u tó p ic a s” y “atem pora-
les” : no se re a liz a rá n en n in g ú n lu g a r n i en n in g ú n tiem po.
2 . La legitim id ad no p u ed e ser su plid a por la legalid ad .
“L eg a lid a d ” es vocablo equívoco; en u n a d e su s posibles acep-
ciones significa la p ro d u cció n de n o rm as m e d ia n te procesos
p re v ia m e n te fijados, lo que c o n stitu iria el concepto p o sitiv is­
ta o form al de la expresión.
P e ro las te o ria s q u e se ag o tan en la leg alid ad form al
q u e d a n com o su sp e n d id as en el vacío, d ad o q u e re q u ie re n u n
p u n to d e apoyo q u e leg itim e el proceso m ism o de p roducción
n o rm ativ a, q u e se h a b u scad o la rg a m en te, sea e n la id ea d e
“so b eran o ” , en la p re su p u e sta y no cu estio n ab le le g itim id ad
d e la “n o rm a fu n d a m e n ta l” o en la reg ia ú ltim a d e recono-
cim iento 16. L a b ú sq u e d a h a sido in fru c tu o sa y la s te o ria s de
la leg alid ad fo rm al n o h a n podido e lu d ir la leg itim ació n del
p o d er m e d ian te su m e ro ejercicio. N i siq u ie ra se t r a t a d e la
te o ria de Ia “pleo n ex ia” 17, conform e a la c u al el m á s fu e rte
e s ta ria le g itim ad o p o r el m e ro hecho d e serio, sino q u e la
legalidad form al leg itim aria el poder de los déb iles coaligados.
E n el m u n d o actu al — y esp ecialm en te en n u e s tro m ar-
gen— la in su ficiên cia le g itim a n te de la leg alid ad fo rm al es
b a s ta n te clara, al p u n to de n o e x istir en el âm b ito de los d is­
cursos ju ríd ico -p en ales n in g u n a te n ta tiv a seria d e le g itim a r
el sistem a p en al m e d ian te u n a co n stru cció n q u e ex clu y a de
si todo lo q u e no sea m e ra co m p letiv id ad lógica.
U n discurso de esta n a tu ra le z a sólo p o d ría p re te n d e r om i­
tir la p re g u n ta acerca de la legitim id ad del sistem a p e n a l o
d e sa c re d ita ria com o p re g u n ta , acudiendo a su descalificación
rele g ato ria a la categ o ria p e y o ra tiv a de los “pseudo-proble-
m a s” . No o b stan te, es m e n e ste r a d v e rtir q u e si b ie n n o exis-
te n con stru ccio n es acabadas d e discu rso s que p re te n d e n su p lir

is C o rresp on d er a la s te s is d e Jo h n A u stin , de K e lse n y de


H art, r e sp e c tiv a m e n te (K elsen , H ., T e o r ia p u r a d e l d e r e c h o . B s. As..
1974; H art, L. A., D ir e ito , lib e r d a d e , m o r a lid a d e s , trad. de G. P ereira
d os S an tos, P o rto A leg re, 1987).
17 M enzel, A d olf, C a lic le s. C o n tr ib u c ió n a la h is to r ia d e la te o r ia
d e l S è re c h o d e l m á s f u e r te , trad. d e M ario d e la C ueva, M éxico, 1964.
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 25

la íe g itim id ad del sistem a p en al con la leg alid ad del m ism o,


debe reco n o cerse q u e fre c u e n te m e n te se realiza u n em pleo
p arcializad o e in c o h e re n te d e este g ên ero d e te n ta tiv a s en
n u e s tro m a rg e n latin o am erican o , c o n te x to en el cual re su lta
p a rtic u la rm e n te a lie n a n te (e x tra n o a la re a lid a d ).
3 . E l sistem a p en al no opera conform e a la legalid ad. De
la p lu ra lid a d se m ân tica de la ex p resió n “le g alid a d ” p u e d e ex-
tra e rs e o tro sen tid o : la o p e ra tiv id a d re a l del sistem a p en al
seria “leg al” , si la s ag en cias q u e c o n v erg e n en él ejerciesen
su p o d er co n fo rm e a la p ro g ram a ció n leg islativ a ta l com o la
ex p resa el d iscu rso ju ríd ico -p en al. E n ta l su p u esto , ese ejer-
cicio d e p o d er p re s e n ta ría el c a ra c te r de “leg alid ad " y recién
en to n ees e n tra ríá n en cu estió n los a rg u m e n to s v e rtid o s en el
p á rra fo a n te rio r.
P e ro no es n ecesario q u e p ro fu n d icem o s m ás las super-
ficiales co n sid eracio n es fo rm u lad as en el p á rra fo a n te rio r,
p o rq u e n i s i q u i e r a a e s t e n i v e l p r é v i o e l e j e r c ic i o d e p o d e r
d e l s i s t e m a p e n a l e s “ le g a l” .
“L e g a lid a d ”, en el sen tid o en q u e a h o ra lo estam os u s a n ­
do, es u n co n cep to del cu al el d iscu rso ju ríd ico -p en al d e sp re n ­
d e fu n d a m e n ta lm e n te dos p rin cíp io s: el de l e g a l i d a d p e n a l y
el de l e g a l i d a d p r o c e s a l (a los q u e p o d ría a g reg a rse el de
le g a l i d a d e j e c u t i v a , a ú n in su fic ien te m en te elab o rad o ).
E l p r i n c i p i o d e l e g a l i d a d p e n a l exige que el ejercicio de
p o d er p u n itiv o del siste m a p e n a l te n g a lu g a r d e n tro d e los
lim ites p re v ia m e n te establecidos a la p u n ib ilid a d (p o niendo
esp ecial én fasis e n los lim ites a la tip ic id a d h a s ta el p u n to de
h a b e rse in te n ta d o u n a d istin ció n e n tre “tip o sistem ático ” y
“tip o g a ra n tia ” ) 18.
E l p r i n c i p i o d e le g a l i d a d p r o c e s a l (o legalidad d e la ac-
ción pro cesal) exige q u e las ag en cias del sistem a p e n a l ejer-
zan su p o d er p a ra in te n ta r c rim in a liz a r a t o d o s los a u to re s de
acciones típicas, a n tiju ríd ic a s y cu lp ab les y q u e lo h a g a n co n ­
form e a ciertas p a u ta s d e ta lla d a m e n te e x p lic ita d a s 19. E sto sig-

V . la b ib lio g ra fia q u e in d ica m o s e n n. T e o r ia d e l d e lito , Bs.


A s., 1973, p ág. 179.
19 E l “p rin cip io de o p o rtu n id a d ” lim ita esta o b lig a ció n pero la
lim ita c ió n siem p re e stá pau tad a y n u n ca queda librada al a rb ítrio
26 En busca de la s penas p e rd id a s

n m c a que ei sistem a pen ai u n i c a m e n t e podría ejercer su poder


en el m arco estricto de la p lanificación legal, p ero ta m b ién
que s i e m p r e — en todos los casos— d e b e ría ejercer ese poder.
S in em bargo, u n a a te n ta le ctu ra de las m ism as leyes p e ­
n ales p e rm ite co m p ro b ar q u e Za p r o p i a l e y r e n u n c i a a la le g a ­
li d a d y el d iscu rso ju ríd ico -p en al (sa b e r p en al) p arece no
percibirlo. P o r la v ía d e la m i n i m i z a c i ó n j u r í d i c a se re se rv a n
al discurso jurídico-penal, su p u estam en te, los “in ju sto s g ra ­
v e s” ; por la vía de la a d m i n i s t r a t i v i z a c i ó n , se c o n sid e ra n fue-
r a del discu rso ju rídico-penal las in stitu cio n alizacio n es m ani-
eom iales, incluso las d isp u esta s por la m ism a agencia ju dicial;
por m edio de la t u t e l a se ex clu y en del d iscu rso ju ríd ico -p en al
las institu cio n alizacio n es de los m enores; a tra v é s de la a sis -
t e n c i a l i d a d se alejan to ta lm e n te del discu rso p en al las in s ti­
tucionalizaciones de los anciano?.
L a p erv ersió n del discu rso ju rídico-penal hace q u e se re ­
chace con h o rro r cu alq u ier v in cu lació n de los m en o res (esp e­
cialm ente los a b an d o n a d o s), los enferm os m en tales y los an-
cianos con el discurso jurídico-penal, e incluso la m ism a pros-
titu ció n , pese a que a todos ellos se les som ete a in stitu c io n a ­
lizaciones, prisonizaciones y m arcaciones estig m atizan tes a u ­
torizadas o p rescrip tas por la m ism a ley, q u e son en u n todo
análogas — v frecu en tem e n te peores— que las ab arc ad as por
el discurso jurídico-penal.
E l discurso jurídico-penal d eja fu e ra de sus req u isito s de
legalidad el ejercicio del p o d er de secu estro y m arcació n que.
so p rete x to de identificación, control m ig rato rio , contraven-
ciones, etc., qu ed a a carg o de agencias eiecu tiv as, sin inter-
vención efectiva de las agencias judiciales. L a ley concede,
de este modo, enorm es âm bitos de ejercicio a rb itra rio de por
d e r de secu estro y m arcación. de inspección, control, allana-
m iento irre g u la r, etc., que se ejercen co tid ian a y am pliam en-

total del órgan o im pulsor; por ende, au n q u e en u n a leg isla c ió n rija


el p rin cip io d e op ortu n id ad p rocesal, el ejercicio de la acción siem p rs
d eb e ser “le g a l”, p u es la ú n ica d iferen cia c o n siste en que en u n caso
la acción co rresp o n d e — h ip o té tic a m e n te , por su p u e sto — en tod as la~
n o ticia s de un delito, en ta n to que en el se g u n d o ta m b ién corresp o n d e
en los tn ism os su p u esto s, pero, siem p re q u e e! m ism o no en cu ad re
d en tro de a lgu n a de las p au tas q ue se le sen a la n a! órgano im p u lso r
para que no ejerza la acción.
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 27

te, al m a rg e n de c u a lq u ie r “ leg alid ad ” p u n itiv a co n tem p lad a


en el discu rso juríd ico -p en al. E l s a b e r p e n a l s ó lo s e o c u p a d ?
la le g a l i d a d d e lo q u e la a g e n c i a l e g i s l a t i v a q u i e r e d e j a r d e n ­
t r o d e s u â m b i t o y , e n d e f i n i t i v a , d e la r e d u c i d í s i m a p a r t e d e
r e a l i d a d q u e , p o r e s t a r d e n t r o d e e s e â m b i t o y a r e c o r t a d o , la s
a g e n c ia s e je c u tiv a s d e c id e n s o m e te r le .
E n la realid ad social el v e rd a d e ro y real p o d er del siste ­
m a p en al n o es el rep resiv o , que p asa a tra v é s de la agencia
jud icial. E l p o d e r n o es m e ra rep resió n (n o es algo n e g a tiv o ),
sin o que su ejercicio m ás im p o rta n te es positivo, c o n fig u ra -
dor, sien d o la re p re sió n p u n itiv a sólo u n lim ite al ejercicio
del p o d er 20.
E s te âm bito, en que la ley m ism a re n u n c ia a los lim ites
d e la legalidad, en q u e d esap arec e c u a lq u ie r fu n ció n g aran -
tizad o ra de los tipos p en ales y del q u e se excluye la in ter-
v ención n o rm al de las ag en cias judiciales, es la b ase indis-
p en sab le p a ra q u e p u ed a o p e ra r el v e rd a d e ro ejercicio de
p o d er del sistem a p en al, es decir, p a ra q u e opere el poder
co n fig u ra d o r de la s ag en cias del sistem a p en al y p a ra q u e
sólo- e v e n tu a lm e n te p u ed a e je rc e r u n a rep resió n m a y o r que
la a u to riz a d a en los casos s u p u e sta m e n te reserv ad o s al d is­
cu rso jurídico-penal.
M ed ian te e sta ex p resa y legal re n u n c ia a la leg alid ad pe
nal, se p o n e a carg o d e las ag en cias del sistem a p en al u n
c o n t r o l s o c ia l m i l i t a r i z a d o y v e r t i c a l i z a d o d e u so co tid ian o y
ejercid o so b re la g ra n m a y o ría d e la población, q u e v a m ucho
m á s allá del alcan ce m e ra m e n te rep resiv o , p o r ser su stan cial
m e n te co n fig u ra d o r d e la v id a social.
E s te p o d er co n fig u ra d o r n o se lim ita a las fu nciones que
a rb itra ria m e n te — p o r a rb itra ri ed ad le g alm e n te o to rg a d a o
“d e facto ” asu m id a— e je rc e n las ag en cias ejecu tiv as del s is ­
te m a p en al y q u e p e rte n e c e n e x clu siv am e n te a las m ism as,
sin o q u e esas ag en cias ta m b ié n o p eran com o ó rg an o s de eje-
cución, re c lu ta m ie n to y refo rz a m ie n to d e o tra s ag en cias :>
in sta n c ia s in stitu c io n a le s co n fig u ra d o ra s cu y o p o d er se ex­
plica con discu rso s d ifere n tes, a u n q u e con recu rso s análogos
a la p risonización, secu estro y m arcació n penales. Así, las

20 Cfr. F o u ca u lt. M., op. cit., pág. 18Í2.


28 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

agencias p enales se o cu p an de seleccionar y re c lu ta r o de re-


fo rz a r y g a ra n tiz a r el re c lu ta m ie n to de d eserto re s o candidatos
a in stitu cio n es ta le s como los m anicom ios, los asilos o los
cu a rte le s y h a s ta los h o sp itales y las escuelas (e n o tras épocas
los c o n v en to s). E s te p o d er ta m b ié n se ejerce selectivam ente,
en fo rm a id ên tica a la que, en general, ejerce su p o d er todo
el sistem a penal.
L as agencias del sistem a p en al ejercen su poder m i l i t a -
r i z a d o y v e r t i c a l i z a d o r d is c i p l i n a r i o , es deeir, su p o d er confi-
g u rad o r, so b re los sectores m ás carenciados de la población
y sobre alg u n o s d isid en tes (o “d ife re n te s” ) m ás m olestos o
significativos.
L a discip lin a m ilita riz a d a tie n d e a se r ig u al a la del cuar-
te l: la u n ifo rm id ad del aspecto ex tern o , el aca tam ien to al su ­
p erio r, la sensación d e q u e to d a activ id ad p la c e n te ra es u n a
eoncesión de la au to rid ad , etc., son c la ra m e n te p a rte de u n
ejercicio de p o d er co n fig u rad o r y no m e ra m e n te represivo.
Se tr a ta d e u n ejercicio d e p o d er q u e es re p re siv o p o rq u e
tie n d e a in te rn a liz a r esa discip lin a ( a h a c e rla p a rte del propio
equipo psicológico); a c tú a a niv el consciente, pero ta m b ién
— y q uizá p rin c ip a lm e n te — inconsciente; elim in a la esponta-
n eid ad y c o n fig u ra u n a sociedad de som etidos a u n a v i g i l a n c i a
i n t e r i o r i z a d a d e la au to rid ad .
E s c o m p le ta m e n te in g ê n u o c re e r q u e el v e rd a d e ro poder
del sistem a p en al se ejerce cu an d o sus ag en cias d etien en , pro-
cesan y co n d en a n a u n hom icida, p o r ejem plo. E se poder,
que sólo se ejerce m u y ev en tu alm en te, e n form a a lta m e n te
selectiva y ro d ead a d e am p lia p u blicidad a tra v é s de los m é­
dios m asivos de co m u n icació n social, es ínfim o com parado con
el poder de co n tro l q u e so b re c u a lq u ie r co n d u cta p ública o
p riv a d a eje rc e n las ag en cias d el siste m a p en al y con la inter-
nalizació n d e esa v ig ilan cia d iscip lin a ria p o r g ra n p a rte de
la población.
E n la intro y ecció n dei o rd en v e rtic a liz a n te es decisivo
el p ap el de los m edios m asivos de com unicación social, que
su elen o p erar d esd e e tap as m u y p re m a tu ra s de la vid a de
las p erso n as (esp ecialm en te la com unicación de en treten i-
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 29

m ie n to s) 21, a u n q u e n o cab e d e s c a rta r otros, com o la escuela,


los g ru p o s d e crian za, etc.
L a v ig ilan cia d iscip lin a ria, v e rtic a liz a n te y m ilita riz a d a
d e la sociedad, o p era en fo rm a q u e im p id e su percep ció n a
n iv e l c o n sc ie n te e n to d a s u m a g n itu d . P o r ello, a n iv el co n s­
cien te, las m ism as p erso n as v u ln e ra b le s al sistem a p e n a l ( los
secto res caren ciad o s y los d isid e n tes m olestos) n o sie n te n te ­
m o r a n te el ejercicio d e p o d er del sistem a p en al cu an d o a p a­
rece con su m á sc a ra d e re p re sió n d el “ en em ig o ” , p ero esas
m ism as p e rso n a s p ercib en com o te m ib le el ejercicio d e p o d er
d e Ias ag en cias del sistem a p e n a l c o n tro la n d o c u a lq u ie r con-
d u c ta realizad a en lu g a r público o p riv a d o (a b ra z a r a o tra
p erso n a, v e s tir d e m odo d ifere n te, b eb er con am igos, ca m in a r
d e m a d ru g a d a , p a s e a r con u n p erro , p ro c u ra r se u n objeto
sexual, reco g er cosas d e resid u o s acu m u lad o s en la v ía p ú ­
blica, se n ta rs e e n u n a esq u in a o en u n p arq u e, u s a r cabellos
largos, ra p a rs e la cabeza, u s a r b a rb a , d isfrazarse, to c a r un
in s tru m e n to m u sical o c a n ta r, e x p re sa r su s ideas o d is c u tir -
las, p e tic io n a r a las a u to rid ad es, etc.).
P rá c tic a m e n te n o h a y c o n d u cta q u e n o sea ob jeto d e v i­
g ilan cia p o r p a rte d e la s ag en cias del siste m a p en al o d e las
que se v a le n d e la e je cu tiv id ad de las p en a le s p a ra re a liz a r
o re fo rz a r su control, del q u e no se e x c e p tú a n n i s iq u ie ra las
acciones m á s p riv ad a s, a u n q u e re s u lte n m ás v u ln e ra b le s
las realizad as e n público, lo q u e ta m b ié n a c e n tú a la selecti-
v id a d de la v ig ilan cia en razó n d e l re p a rto del espacio u r b a ­
no, q u e o to rg a m e n o re s o p o rtu n id a d e s de p riv ac id ad a los
m á s c a re n c ia d o s 22.
L a c irc u n sta n c ia d e q u e se p e rc ib a com o to d o el p o d er
d el sistem a p e n a l lo q u e n o es m ás q u e u n a p eq u e n ísim a p a rte
del m ism o, y p o r a n a d id u ra p re c isa m e n te la q u e sirv e de
p re te x to p a ra u n v e rd a d e ro ejercicio d e poder, n o p asa de
s e r u n o m ás de los c a r a c t e r e s p e r v e r s o s del d iscu rso de jus-
tificació n del sistem a p en al; u n a d e la s f a c e t a s p e r v e r s a s del

21 S ob re la co m u n ica ció n d e e n tr e te n im ie n to s en A m érica L a tin a


y la p ro b lem á tica g e n e r a l d e la c o m u n ica ció n , A lcira A rg u m ed o , L o s
la b e r in to s d e la c r is is , B s. A s., 1984.
22 Cfr. D e n n is C hapm an, L o ■ A e r e o tip o d e l c r im in a le , T orino,
1971 .
30 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

d isc u rso ju ríd ico -p en al co n siste en m o s tra r el ejercircio de


p o d er del sistem a p en al com o agotado en este ínfim o y even-
tu a lísim o ejercicio del m ism o, q u e co n fig u ra lo que se llam a
" siste m a p en al fo rm al” .
E n sín te sis y to m an d o en c u en ta la p ro g ram a ció n legal,
d eb e co n clu irse en q u e el p o d er c o n fig u ra d o r o p o sitivo de!
siste m a p en al (el q u e cu m p le la función d e d iscip lin a rism o
verfcicalizante) se ejerce al m a rg e n de la legalidad, en form a
a rb itra ria m e n te selectiva, p o rq u e así lo p lan ifica la m ism a ley,
en razó n de q u e la ag en cia leg islativ a deja fu era del d iscu rso
ju ríd ico -p en a l am p lísim o s âm bitos de co n tro l social p u n itiv o .
4. La legalid ad n i siqu iera se resp eta en e l âm bito de!
sistem a p en al form al P ese a que el sistem a p en al “fo rm a l”
n o es m ás q u e el ap ên d ice ju stific a d o r del v e rd a d e ro ejercicio
d e p o d er d e las ag en cias del sistem a p en al, la leg alid ad ni
siq u ie ra se re s p e ta en la o p erativ id a d social de éste.
L a e s tru c tu ra de c u a lq u ie r sistem a p en al hace q u e ja m á s
p u ed a re s p e ta r la leg alid ad piocesal. E l d iscu rso jurídico-
p e n a l p ro g ram a u n n ú m e ro in creíb le de h ip ó tesis en que, a
e s ta r al “ d e b e r s e r” , el sistem a p en al in te rv ie n e rep resiv a-
m e n te de u n m odo “n a tu ra l” (o m ecân ico ), p ero las agencias
d e l sistem a p en al d isp o n en ap en as d e u n a capacidad o p e ra ­
tiv a rid ic u la m e n te in ferio r en com paración con la m a g n itu d
d e lo planificado.
L a d isp a rid a d e n tre el ejercicio de p o d er p ro g ram a d o y
la cap acid ad o p e ra tiv a de las ag en cias es abism ai y, p o r o tra
p a rte , si se diese la inconcebible circ u n sta n c ia de q u e su p o d er
se in ç re m e n ta se h a s ta lle g a r a c o rre sp o n d e r a todo el ejercicio
p ro g ra m a d o leg islativ am en te, se p ro d u ciría el in d eseab le efec-
to de c rim in a liz a r v a ria s v eces a to d a la población.
S i se crim in alizasen todos los h u rto s, todos los ad u ltério s,
tod o s los abortos, todas las d efrau d acio n es, todas las falseda-
des, todos los cohechos, to d a s las lesiones, todas las am ena-
zas, etc., p rá c tic a m e n te n o h a b ría h a b ita n te que no fuese
v a ria s veces crim inalizado.
L a realizació n de la crim in alizació n p ro g ram a d a co n fo r­
m e al d iscu rso ju ríd ico -p en al es u n su p u e sto ta n a b su rd o como
la acu m u lació n de m a te ria l bélico n u c le a r q u e p e rm ite a n i­
C r ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 31

q u ila r v aria s veces to d a la vid a p la n e ta ria . Son dos paradoja.s


q u e p arec en u n sig n o de la civilización in d u s tria l a c e n tu a d o
h a s ta su m áxim o a b su rd o p o r la a c tu a l o n a c ie n te civilización
“tecno-científica” ; la d ifere n cia m ás im p o rta n te e n tre am bos
ex trem o s ab su rd o s se h alla en que, en ta n to q u e el m a te ria l
bélico tien e u n efectivo p o d er d e stru c to r (se acu m u la re a l­
m e n te ju stificán d o se con el d iscu rso de q u e su acu m u lació n
a n u la c u a lq u ie r posible p ro g ram ació n d e su u so ), el sistem a
p en al es u n v e rd a d e ro em b u ste: p re te n d e d isp o n er de u n
p o d er que no tien e, o c u ltan d o el v e rd a d e ro p o d er q u e ejerce
y, adem ás, si tu v iese re a lm e n te el p o d er c rim in a liz a n te p ro ­
gram ado, p ro v o caria u n a c a tá stro fe social.
N adie co m p ra u n piso im presionado por u n a h erm o sa
m aq u eta ofrecida p o r u n a em p resa n o to ria m e n te in solvente:
sin em bargo, com pram os la su p u esta seg u rid ad q u e nos v e n ­
de el sistem a penal, q u e es la em p resa con m ás n o to ria insol-
v encia e s tru c tu ra l d e n u e s tra civilización.
A n te el a b su rd o su p u e sto — no d esead o p o r n a d ie — de
c rim in a liz a r v a ria s veces a to d a la población, es obvio q u e el
sistem a p en al está e s t r u c t u r à l m e n t e m o n tad o p a ra q u e la le­
g alidad procesal no opere, sin o p a ra q u e ejerza su p o d er con
u n altísim o g rad o de a rb itra rie d a d selectiv a que, n a tu ra lm e n ­
te, se o rie n ta h acia los sectores v u ln erab les. E s ta selección
es p ro d u cto d e u n ejercicio de p o d er q u e ta m b ié n e stá en
m anos de las ag en cias ejecu tiv as, de m odo que ta m b ié n en el
sistem a pen al “ fo rm al” , la incidência selectiva de las agencias
leg islativ a y ju d icial es m ínim a.
L as ag en cias legislativ as, al in fla r las tipificaciones. no
h acen m ás q u e a u m e n ta r el a rb itrio selectivo d e las agencias
ejecu tiv as del sistem a p en al y sus p re te x to s p a ra e je rc e r u n
m a y o r p o d er controlador.
L a s e l e c t i v d a d e s t r u c t u r a l d e l s i s t e m a p e n a l — q u e s ó lo
p u e d e e j e r c e r s u p o d e r r e p r e s i v o le g a l e n u n n ú m e r o c a s i d e s -
p r e c i a b l e d e la s h i p ó t e s i s d e i n t e r v e n c i ó n p la n ific a d c v — e s la
m á s e l e m e n t a l d e m o s t r a c i ó n d e la f a l s e d a d d e la le g a l i d a d
p r o c e s a l p r o c l a m a d a p o r e l d i s c u r s o j u r í d i c o - p e n a l . L as a g e n ­
cias ejecu tiv as tie n e n “espacio leg al” p a ra e je rc e r p o d er re ­
p resiv o sobre c u a lq u ie r h a b ita n te , o p eran d o cu an d o lo d eçid en
y c o n tra q u ien es lo deciden. /
32 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

P e ro el sistem a p en al form al n o sólo viola e stru ctu ral-


m e n te la legalidad procesal, sino que t a m b i é n v i o la la l e g a li­
d a d p e n a l , p a ra lo cual sigue d istin to s cam inos:
a) L a d u ració n e x tra o rd in a ria d e los procesos penales
provoca u n a d isto rsió n cronológica q u e da p o r resu ltad o
q u e el a u to d e p risió n p rev en tiv a — “de form al p risió n ” , “de
re o ”, etc.— se co n v ierta en sen ten cia (p o rq u e la p risió n p re ­
v e n tiv a se c o n v ie rte en p e n a ), la excarcelación o lib ertad pro-
v iso ria cu m p le la función de u n a absolución y la sen ten cia
fo rm al la d e u n re c u rso e x tra o rd in a rio d e revisión. D ado que
el an álisis fino de los lim ites de la p u n ib ilid ad tien e lu g a r
recién en el m om ento de la sen ten cia form al, el n eto p red o ­
m ín io d e los “presos sin c o n d en a” en la población p en al de
toda la reg ió n 23 n o sólo im plica u n a violación a la legalidad
procesal, sino ta m b ién a la pena.
b) L a carên cia de critério s legales y d o ctrin ario s claros
p ara la cuan tificació n de las penas, deja m árg en es de apre-
ciación ta n am plios y care n tes de c rité rio reg u la d o r que,
p rácticam en te , se e n tre g a ese cam po a la a rb itra rie d a d , elimi-
n án d o se la llam ad a “ legalidad de las p en as” .
c) L a pro liferació n de tipificaciones con lim ites difusos,
con elem en to s v alo rativ o s etizantes, con referen cias de ánim o,
con om isiones u ocu ltam ien to s del v erb o típico, etc., son otras
form as de d e b ilita r o can c elar la legalidad penal.
d) L as agencias ejecu tiv as fre c u e n te m e n te o p eran al
m a rg e n de los critério s p au tad o s p a ra el ejercicio de poder
p o r las ag en cias judiciales, de m odo q u e cu an d o se p ro d u cs
la in terv en ció n d e éstas, y a se h a n consum ado efectos p u n i­
tivos irrev e rsib les so b re la p erso n a seleccionada.
5. E l ejercicio de poder ab iertam ente ilícito por parte del
sistem a penal. T al com o lo hem os senalado, el sistem a penal
n o re sp e ta la legalidad, p o rq u e p a ra su v e rd a d e ro y fu n d a ­
m e n tal ejercicio de p o d er (el positivo co n fig u rad o r discipli-
n á n te ) la m ism a ley se ocupa de re n u n c ia r a ella concediendo

23 V. E lia s C arranza - L u is P a u lin o M ora - M ario O hued - E . R.


Z affaroni, E l p r e s o s i n c o n d e n a e n A m é r ic a L a tin a , S an J osé, 1983.
La situ a ció n q u e s e d escrib e en e s e trabajo s e ha acentuado en lo s
ú ltim o s a n o s y m u estra una ten d en cia p ro g resiv a en ig u a l sen tid o.
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o

u n am plísim o m arg en de a rb itra rie d a d a sus agencias. T a m ­


bién hem os senalado que, e stru c tu ra lm e n te , el ejercicio de
poder m enos im p o rtan te del sistem a penal, esto es, el que
co rresp o n d e al p re te x to que le p e rm ite e je rc e r el an terio r,
tam poco cuniple con la legalidad procesal ni con la penal.
H asta aq u i hem os senalado violaciones a la legalidad que
o p eran d en tro de la a rb itra rie d a d o re n u n cia p lan ificad a por
la m ism a ley, pero, adem ás de estas violaciones, en la opera-
tiv id ad social de los sistem as penales latin o am erican o s tien e
lu g a r u n violentísim o ejercicio de poder al m arg en de to d a
legalidad. B asta re v isa r c u a lq u ie r inform e serio de o rg an is­
mos regionales o m u n d iales de D erechos H u m an o s p a ra com-
p ro b ar el increíble n ú m e ro de secuestros, hom icídios, to rtu ra s
y corrupción, com etidos por agencias ejecu tiv as del sistem a
pen al o por su personal.
A esto debem os a g re g a r la corrupción, las activ id ad es
ex torsivas v la p articip ació n en los benefícios de actividades
tales com o el juego, la pro stitu ció n , el co n trab an d o , el tráfico
d e tóxicos prohibidos, lo q u e no suele ser re g istra d o en los
inform es de los organism os de D erechos H u m an o s p ero que
p erte n ece a la in cu estio n ab le realid ad d e n u estro s sistem as
p en ales m arginales.
Como conclusión de lo que hem os ex p u esto podem os
a firm a r:
a) Q u e la le g a lid a d n o p r o p o r c i o n a l e g i t i m i d a d , p o r q u e ­
d a r p e n d i e n t e d e u n v a c í o q u e s ó lo la f i c c i ó n p u e d e lle n a r ;
b) Q u e e l p r i n c i p a l y m á s i m p o r t a n t e e j e r c ic i o d e p o d e r
d e l s i s t e m a p e n a l s e r e a li z a d e n t r o d e u n m a r c o d e a r b i t r a ­
r i e d a d c o n c e d id o p o r la m i s m a le y .
c) Q u e e l e je r c ic io d e p o d e r m e n o s i m p o r t a n t e d e l s i s t e ­
m a p e n a l s i r v e d e p r e t e x t o p a r a e l o tr o y t a m p o c o r e s p e t a
n i p u e d e r e s p e t a r la le g a lid a d .
d) Q u e a d e m á s d e s e n a la r s c q u e e l e je r c ic io d e p o d e r d e l
s i s t e m a p e n a l n o r e s p e t a n i p u e d e r e s p e t a r la le g a lid a d , e s n e -
c e s a r io t e n e r e n c u e n t a q u e e n f o r m a a b i e r t a y e x t r e m a s e
v i o l a la le g a lid a d e n la o p e r a t i v i d a d s o c ia l d e n u e s t r o s s i s t e ­
m a s p e n a le s , c o n e l a ltis im o n ú m e r o d e h e c h o s v io le n to s y
34 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

d e c o r r u p c i ó n p r a c t i c a d o s p o r la s p r o p ia s a g e n c i a s d e l s i s t e ­
m a p e n a l.

III. LA PER VERSION INM OVILIZA AL DISCURSO


JURIDICO-PENAL

L a p e rv e rsió n del d iscu rso ju ríd ico -p en a l lo cara c te riz a


com o u n e n te q u e se en ro sca so b re sí e n form a envolvente.,
al p u n to de in m o v ilizar fre c u e n te m e n te a sus m ás in te lig e n ­
te s críticos, esp ecialm en te cu an d o g u a rd a n alg u n a relació n
con la p rá c tic a de las ag en cias ju d iciales y con la necesidad
de d efen sa co n cre ta y c o tid ian a de los D erechos H u m an o s en
la o p e ra tiv id a d de esas agencias. D e e sta m a n era, la p e rv e r­
sión es la c a ra c te rístic a q u e le cristaliz a su p ro p ia din âm ica
d iscu rsiv a, pese a su ev id en te falsedad.
Si b ien el p rin c ip a l ejercicio d e p o d er del sistem a pen al
tie n e lu g a r sin la in te rv e n c ió n de la agencia ju d icial (a la que
se lim ita el p o d er de los ju ris ta s ) cu an d o en este âm b ito deben
d efen d e rse los D erechos H um an o s, sus d efen so res te rm in a n
d an d o p o r cierto s los p resu p u esto s del d iscu rso ju ríd ico -p en ai
q u e d eb en esgrim ir y, con ello, ad m ite n casi sin p e rc a ta rse la
racio n alizació n ju stificad o ra de todo el ejercicio de p o d er del
sistem a penal.
L a c rític a no c o y u n tu ra l al sistem a p en al se percibe com o
u n a am en aza a los D erechos H u m an o s en el âm b ito de la
ag en cia ju d icial y, a n te ello, preo cu p ad o s p o r necesidades m ás
u rg e n te s, p re fie re n ig n o raria, colocaria e n tre p arén tesis, de-
ja rla en suspenso, a trib u iria a circ u n sta n c ia s c o y u n tu ra le s (lo
q u e es u n a form a de neg ació n ) o re fu g ia rse en el co n trad ic-
to rio a rg u m e n te de la “ im p o ten cia-o m n ip o ten cia” , que oto rg a
al discu rso ju ríd ico -p en al u n m ero v alo r in stru m e n ta l.
Como los ju ris ta s d a n p o r cierto el d iscu rso ju ríd ico -p en al
en el lim itad o âm b ito d e su agencia judicial, esto p ro d u ce
efectos reales, pese a ser falso el discurso, conform e al cono-
cido m ecan ism o del t e o r e m a d e T h o m a s : “Si los indiv íd u o s
d efinen las situ acio n es com o reales, son reales sus consecuen-
cias” 24. E sto s efectos reales son las reacciones favorables de

2* R o b e r t K. M erton, T e o r ia y e s t r u e t u r a s s o c ia le s , M éxico, 1 0 (11,


pág. 419.
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o

las agencias jucliciales (en reducicla y flexible m edida) re^-


p ecto de los D erechos H um anos. D efinida la o p erativ id a d del
sistem a p en al conform e a la legalidad. en m uchos casos la
ag en cia ju d icial reacciona conform e a la legalidad.
No o b stan te, estos efectos reales no son co nsecuencia de
n in g u n a o p erativ id a d legal del sistem a penal, sino del m ero
efecto de d a r p o r c ierta u n a leg alid ad u tó p ica ( irrealizable'»
e n el lim itad ísim o âm b ito del ejercicio de poder de la agencia
judicial, esto es, del p o d er m enos im p o rta n te que ejerce el
sistem a penal.
Si u n g ru p o de perso n as estu v iese a p u n to de d a m o s
m u e rte y no tu v iésem o s p o sibilidad alg u n a de d efensa, p ero
en ese preciso in sta n te el g rito de u n a lechuza les an u n ciase
la p resen cia de u n “alm a en p e n a ” , in fu n d ién d o les ta l m iedo
q u e in m e d ia ta m e n te nos lib erasen h u y en d o despavoridos, no
cab e d u d a de que nos felicitaríam os in fin ita m e n te p o r la acci-
d e n ta l p resen cia de la lechuza. pero eso no sig n ificaria que
com encem os a cree r que las lechuzas son “alm as en p e n a ” . El
d iscu rso ju ríd ico -p en al es ta n p erv erso que, a p a r tir de la
p resen cia salv ad o ra de la lechuza, hace que los ju ris ta s co-
n ecten se ria m e n te las “a lm as en p e n a ” con las lechuzas e n a ­
m oradas.

IV . SIG NOS TEQRICOS D E LA SIT UACIÓ N CRITICA


E N AMERICA LATINA

Los signos teóricos de la situ ació n c rítica a que nos ve-


nirnos refirien d o p u ed en p ercib irse en d ifere n tes âm bitos, di-
recciones e in tereses del saber. E n tre los p rin cip ales signos
teóricos m encionarem os la c r í t i c a g e n e r a l a l d e r e c h o , pese a
su escasa rep ercu sió n acadêm ica en el âm b ito p enal; la m a r­
cada p r e o c u p a c i ó n p o r la l e g i t i m i d a d d e l p o d e r p u esta de
m an ifiesto en investigaciones jusfilosóficas llevadas a cabo en
la región; la ac e n tu a d a p r e o c u p a c i ó n d e la s i n v e s t i g a c i o n e s
j u s h u m a n i s t a s y d e lo s o r g a n i s m o s d e D e r e c h o s H u m a n o s p o r
e l s i s t e m a p e n a l ; y, por últim o, a u n q u e qu jzá de la m a y o r
im p o rtan cia com o m o to r d e la situación, la c r i m i n o l o g i a d e la
r e a c c i ó n s o c ia l d i f u n d i d a e n e l á r e a y el d e b a te a q u e ha
d ad o lugar.
36 En b u sca de la s penas p e rd id a s

1 . C rítica al D erecho. P u ed e se n a la rse com o ejem plo la


crítica al d erech o de N ovoa M o n re a l25, q uien, p ese a s e r u n o
d e los m á s d estacad o s p e n a lista s de la región, o rie n ta su c rí­
tica h acia conceptos básicos d el d erec h o privado.
N ovoa M onreal c e n tra su c rítica en el rechazo d e “el”
d e re c h o en te n d id o ú n ic a m e n te com o el q u e resp o n d e sólo a
u n a concepción “ lib e ra l-in d iv id u a lista ” , q u e p arec e id e n tific a r
con u n a idea q u irita ria d e la p ro p ied ad . P o r ello, le n ieg a al
ju r is ta la fu n ció n de tu to r de u n p re te n d id o “d erech o n a tu ra l”
q u e d e te rm in e los co n ten id o s del derecho, ta re a q u e re se rv a
a la política, d e jan d o p a ra la lab o r técn ica del ju r is ta u n a
activ id a d in te rp re ta tiv a a la que n ieg a el c a rá c te r de “ciên cia” .
No debe en te n d e rse q u e Novoa M onreal cae en u n sim p le
p o sitivism o tra sn o c h a d o y co n sa g ra n te de la o m n ip o ten cia le ­
gislativ a, p u e sto q u e recalca e x p re sa m e n te el so m etim ien to
del leg islad o r a los lim ites de los D erechos H um an o s, consi­
d erad o s como co n q u ista de la c u ltu ra u n iv e rsa l in d e p e n d ie n te
del “derecho n a tu ra l” , in d ep en d en cia q u e fu n d a en la gesta-
ción h istó rica del ju s n a tu ra lis m o com o ideologia, q u e acepta-
b a y racio n alizab a la esclavitud.
L a c rítica ju ríd ic a de Novoa M onreal es irre b a tib le en
cu an to al aspecto en q u e se cen tra, esto es, en c u a n to a la
negación del derecho como ideologia ju stificad o ra de u n con-
cepto q u irita rio de p ro p ied ad , p e ro n o creem os q u e la m ism a
p erm ita su p e ra r la situ a ció n crítica resp ecto del d iscu rso ju r í­
dico-penal y d e la d esleg itim ació n del sistem a p e n a l com o
ejercicio de poder o, al m enos, no q u ed a su ficien tem en te claro
el cam ino p o r el cual p u ed a h a c é rs e lo 26.
Cabe c o m p a rtir las d u d as acerca del c a rá c te r d e “c iê n c ia ”
del derecho, a u n q u e p a ra n osotros esas d u d as n o se d e riv a n

25 E d u ard o N ovoa M onreal, E l d e r e c h o c o m o o b s tá c u lo a l c a m ­


b io so c ia l, M éxico, 1981; E le m e n to s p a r a u n a c r ític a y d e s m is tif ic a -
c ió n d e l d e r e c h o , Bs. A s., 1985.
2(1 N o p reten d em o s v a lo ra r aq u i toda la crítica ju ríd ica de N o v o a
M onreal. U na p o sib le h ip ó te s is a su resp e c to e s q u e q u izá sig a el
d estin o de o tra s teo ria s, elab orad as en sen tid o m u y d ife r e n te , pero
q ue h an te rm in a d o por no co n sid era rse a p ta s para abarcar al d erech o
p enal, fen ô m e n o q ue p o sib le m e n te s e d eriv e, ju sta m e n te , de qu€ el
derech o p en a l no “r e s u e lv e ” lo s c o n flicto s, es decir, no es u n “m o ­
d e lo ” de so lu ció n de co n flicto s.
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 37

ta n to de la p ro b lem atizació n del derecho, sin o de q u e el


m ism o co n cep to de “ciên cia” es p ro d u c to d e u n a m anipula-
ción del p o d er a lo la rg o d e la h is to r i a 27, p e ro q u ed a en su s­
p enso la fu n ció n q u e esta c rític a g e n e ra l al d erech o le asig n a
a l p e n a lista c u a n d o al d e sc u b rir la falsed ad del d iscu rso ju rí­
dico-penal lo e n c u e n tra a la v ez perverso. Si el leg islad o r debe
re s p e ta r los lim ites q u e le im p o n en los D erechos H u m an o s
— com o lo p o stu la c o rre c ta m e n te N ovoa M onreal— cabe pre-
g u n ta rs e cóm o p u e d e lim ita rse el ju ris ta a la función técn ica
qu e le asigna, si ello im p lic aria fo rta le c e r la lógica in te rn a
d e u n d iscu rso q u e se u s a rá p a ra d ifu n d ir las p e i n e s p e r d u e s .
Si el d isc u rso es p erv erso , si se b asa en falacias acerca de la
re a lid a d o p e ra tiv a de los sistem as penales, si esta realid ad es
u n v e rd a d e ro genocidio en m a rc h a y el ejercicio d e p o d er m ás
im p o rta n te del sistem a p en al q u ed a fu e ra del cam po ab arcad o
p o r el d iscu rso juríd ico -p en al, el p e n a lista que lim ita su fu n ­
ción a m e ra té c n ic a n o h a rá o tra cosa q u e p erfeccio n ar u n
d iscu rso q u e racio n aliza la c o n trib u ció n d e la agencia ju d icial
a se m e ja n te em presa.
L a tesis de N ovoa M onreal es ad m isib le en el âm b ito del
d erec h o p riv ad o , pero, al m enos en los té rm in o s en q u e está
ex p u esta, n o p a re c e p o d er e x te n d e rse fácilm e n te al âm b ito
del d erec h o p en al, p o rq u e re s u lta ria su m a m e n te co n tra d icto -
ria: el ju ris ta se c o n v e rtiría en u n racio n alizad o r de la viola-
ción de D erechos H u m an o s q u e co n su m a la o p erativ id a d real
de n u e stro s sistem as penales. E s m u y p ro b a b le q u e esta d i­
feren cia p ro v en g a de alg u n o s su p u esto s en q u e Novoa M on­
re a l n o to m a su fic ie n te m e n te en c u e n ta la o p erativ id a d real
d e los sistem as pen ales: n o p ercib e u n a co n trad icció n e s tru c ­
tu r a l e n tre la ideologia de los D erechos H u m an o s y la ideo-

27 P ara no m en cio n a r a lo s a u to res c o n te m p o râ n eo s y, en p ar­


ticu lar, e l m u ch a s veeo.s recu rrid o trab ajo de F o u c a u lt (L a verd x u l y
la s f o r m a s j u r íd ic a s ) , v a le la p en a r e m itir se a a u to r e s y a lejan os,
como W ilh e lm W u n d t, I n tr o d . a la filo s o fia , trad. de E lo y L u is
A ndré, M adrid, 1911, T. I, p ágs. 35 y sg ts. E n n u e str o cam p o penal
cabe record ar q u e e n 1961 L u cia n o P e tto e llo M an tovan i había p u esto
e n d u d a el v a lo r d e la “o ien cia p e n a l” en ten d id a en lo q ue llam a-
riamos, se n tid o “fo rm a l” o “te c n o c r á tico ” (2^ ed., II v a lo r e p r o b le ­
m á tic o deU a s c ie n z a p e n a lis tic a , 1961-1983. C o n tr o d o g m i e d e m p ir is m i,
M ilano, 1983).
38 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

logía ju stificad o ra del ejercicio de p o d er de los sistem as


penales.
2. P reocupación por la legitim id ad del poder. E n los ú l­
tim os tiem pos, la cu estió n de la leg itim id ad d el p o d er se h a
co n v ertid o en u n tem a casi re ite ra tiv o en la filosofia ju ríd ic a
d e n u e stro m a r g e n 28. E s im posible a b a rc a r aq u i este fenô­
m en o en to d a su m a g n itu d y m enos a ú n a n aliza r y v a lo ra r
sus aportes*
A m ero títu lo ejem plificativo m encionam os los tra b a jo s
de H ern án d ez V e g a 29, q u ie n rech aza te rm in a n te m e n te q u e la
legalidad p u ed a p ro p o rcio n a r leg itim id ad y concluye descali-
ficando cu alq u ier p re te n sió n de a isla r al d erech o y al ejercicio
del poder de u n m arco ético. D em u estra q u e el p o d er se pre-
se n ta como u n hecho social, pero ta m b ié n com o u n a realid ad
m o ral (id ealid ad ético -racio n al), lo q u e no pu ed e s e r de o tro
m odo, desde que el poder se ejerce m e d ian te acciones h u m a ­
nas. E n esta d u p licid ad rad ica p a ra H e rn á n d e z V ega el “en ig ­
m a ” del poder, su “a p o ria ” , en la p e rm a n e n te te n sió n e n tre
realid ad e idealidad, que tra ta d e e x p re sa r m e d ia n te u n a ló­
gica dialéctica.
3. P reocupación ju sh u m an ista por el sistem a penal. Los
g ru p o s e in iciativ as civiles latin o am erican o s e stá n poniendo
de m an ifiesto u n a crecien te preocupación p o r el sistem a penal.
M uchos de esos n u cleam ien to s ap are ciero n com o resisten c ia
civil al te rro rism o de estado y, en los p aíses d o n d e esa etap a
p arec e su p erad a, no p u ed en m enos q u e p ercib ir la p erm an en -
cia casi in ta c ta de las ag en cias q u e e jecu ta ro n ese terro rism o ,
con su m ism o poder a d m in istra d o e n form a m ás p ru d e n te o
d irig id o sobre otros sectores sociales. E l asom bro o la búsque-
da de explicaciones c o y u n tu ra le s a n te la c a rê n c ia d e u n
m arco teórico suele ser la p rim era i’eacción in g ên u a, a la que

28 P or ejem p lo. la r e v ista “C on trad ogm áticas” (F a c u ld a d e s In te ­


gradas de S an ta C ruz d o S u l - A L M E D ), Sta. C ruz do Sul; M. C eleste
C. L eite d os S an tos, P o d e r ju r íd ic o c v io lê n c ia s im b ó lic a . S ão Paulo.
1985: L u iz F ern a n d o C oelh o, T e o r ia c r ític a d o d ir e ito , C uritib a, 1987:
L u ís A lb erto W arat, A p u r e z a d o p o d e r . U m a a n a lis e c r ític a d a te o r ia
ju r íd ic a , F lo ria n ó p o lis, 1983; (a u to res v a r io s ), U n iv e r sid a d e d e B r a sí­
lia. E d u cação a d istân cia, O d ir e i t o a c h a d o n a ru a , B ra silia , 1988.
29 R a ú l H ern á n d ez V ega, P r o b le m a s d e le g a lid a d y le g itim id a d
d e l p o d e r . X alapa, Ver., 1986.
Cr ít ic a s it u a c ió n l e l p e n a l is m o 39

p a u la tin a m e n te va su ced ien d o u n m a rc ad o in te ré s p o r el sis­


te m a penal.
E n el plan o in stitu c io n a l regional, p o r p rim e ra v ez se
llev a a cab o u n p ro g ra m a esp ecial e n la re g ió n convocado
p o r u n o rg an ism o h em isférico q u e re ú n e a p e n a lista s y cri-
m inólogos la tin o a m e ric a n o s 30. M ás a llá d e to d a p ro p u e sta
concreta, esa in v estig ació n h a p u e sto d e m a n ifie sto e n form a
co n sid era b lem en te c irc u n sta n c ia d a la d isp a rid a d e n tre el d is­
cu rso ju ríd ico -p en a l y la re a lid a d o p e ra tiv a del sistem a penal.
4. C rítica crim inológica. L os signos teó rico s de la s itu a ­
ción c rític a a q u e ven im o s h acien d o re fe re n c ia son, sin duda,
im p o rtan tes, p e ro el sacu d ó n teóMco m ás fo rm id ab le y prác-
tíc a m e n te p re c ip ita n te d e la m ism a fu e la d ifu sió n d e la c r i-
m i n o l o g í a d e la r e a c c i ó n s o c ia l en la región, p ro tag o n izad a p o r
n u m ero so s a u t o r e s 31, q u e p u so fin a u n le n to proceso e n cu y o
tra n s c u rs o se fue eclipsando la in g ê n u a co n fian za en los r e ­
su ltados o p erativ o s d e u n m e ro p erfeccio n am ien to técnico-
legislativo, convicción q u e p arec e h a b e r alcanzado su m á x im a
exp resió n ideológica con el llam ado “código p en al tip o lati-
n o am erican o ” en la décad a de los anos sesen ta.
A l irru m p ir la crim in o lo g ía d e la reacción social en A m é­
rica L a tin a , la falsed ad del d iscu rso ju ríd ico -p en a l fu e ponién-
dose d e m an ifiesto con m u c h a m a y o r ev id en cia q u e en los
p aíses cen trales, dada la vio lên cia o p e ra tiv a m u c h o m ás a lta
o m enos s u til d e n u e stro s sistem as p en ales m a rg in ale s. P o r
o tra p a rte — y q u iz á é sta h a y a sido su c o n trib u c ió n m á s im ­
p o rta n te — n e u tra liz o p o r com pleto la ilu siô n del su p u esto
defecto c o y u n tu ra l, su p e ra b le en u n n eb u lo so fu tu ro .

so In st. In t. d e D s. H s.. S is t e m a s p e n a le s , cit.; co m o trab ajos

r
ic u la r e s ca b e m en cio n a r e n tr e los más r e c ie n te s e l d e G on zalo
F e m á n d e z , D e r e c h o P e n a l y D e r e c h o s H u m a n e s . M o n tev id eo ,
1888.
31 L a b ib lio g ra fia crítica la tin o a m e r ic a n a e s d e c o n sid e r a ’i!e
v o lu m en . E n tr e s u s m á s c o n n o ta d o s a u to r e s ca b e m en cio n a r a L ola
Aniyar d e C astro, R o sa d e l O lm o, R o b erto B e r g a lli, e l m alograd o E m i-
j o S a n d o v a l H u erta s, E m ilio G arcia M éndez, etc. U n in te r e sa n te d e ­
b a te q u e al m ism o tie m p o sin te tiz a la h isto r ia d el m o v im ie n to p u e d e
v e r se en “D o ctrin a P e n a l” (1985-1986). L os tra b a jo s de q u ie n e s par-
O ciparon e n e l m ism o (N o v o a M onreal, A n iy a r d e C astro, R o sa d el
JMmo, R o b erto B e r g a lli) s e p u b lica n c o n ju n ta m e n te en “C rim in a ia ”,
1987, p á g s. 7-67.
40 En bu sca d e l a s pe n a s p e r d id a s

E n los países cen trales, el d iscu rso ju ríd ico -p en al puede


so sten erse p o r cierto tiem p o sin m ay o res v a ria n te s, ignorando
la crítica crim inológica o sociológica, p e ro p a ra el penalism o
la tin o am erica n o esa situ a ció n se h ace p a rtic u la rm e n te insos-
ten ib le, a cau sa de la g ra v e d a d de los resu ltad o s p ráctico s de
la v io len tísim a o p erativ id a d d e los sistem as penales.
Sólo el ejercicio m ism o del p o d er p u e d e in te n ta r n e u tra ­
liz a r la situ a ció n c rítica e n A m érica L a tin a , p ero n o puede
h ace rlo g e n e ra n d o u n “sa b e r” propio, p o rq u e ta m b ié n en este
caso se tr a t a de u n fenôm eno d eriv a d o d el p o d er p la n e ta rio o
in je rta d o en la red del m ism o en posición m arg in al. E l saber
d e las u s in a s ideológicas cen trales, al trasn acio n alizarse, se
v u elv e d isfu n cio n al p a ra el ejercicio del p o d er d e los sistem as
p en ales m arg in ales, p o r lo cual, el ú n ico cam ino q u e re s ta a
las agencias d e éstos p a ra e n c u b rir su p o d er es la d e s i n f o r -
m a c i ó n te ó r i c a . N o e n v an o la s ag en cias d e los sistem as pe­
n ales la tin o am erica n o s favorecen la reiteració n de discursos
crim inológicos ad m in istra tiv o s, del d iscu rso ju ríd ico -p en al m ás
trad icio n a l, d e la estig m atizació n com o “e x tra n je riz a n te s ” de
los discu rso s cen trales e n fun ció n d e u n ch au v in ism o “c ie n tí­
fico” que re p ite d iscu rso s seculares, etc.
U na d e las vias m ás efectivas p a ra lo g ra r la desinform a-
ción te ó rica es la “sa ta n iz a c ió n ”, com o “m a rx is ta ” , d e cual-
q u ie r c rítica d esleg itim an te del sistem a penal. Como verem os,
ese calificativ o tie n e en los p aíses c e n tra le s u n a connotación
co n sid era b lem en te am p lia y discutida, dando la sen sació n de
q u e se lo d isp u ta n , p re te n d ie n d o d istin ta s v e rtie n te s s e r los
v erd a d e ro s in té rp re te s d e M arx, pero en A m érica L a tin a su-
fre u n a tran sfo rm a ció n q u e p asa p o r alto to d a la gam a de
colores y m atices ce n tra le s 32, excede su m arco h a sta lim ites
ab su rd o s y te rm in a p o r d esig n arse com o ta l to d o lo q u e c o n s -
t i t u y e o a m e n a z a c o n s t i t u i r u n c o n t r a p o d e r p a r a la v e r ti c a li -
z a c i ó n m i l i t a r i z a d a d e n u e s t r o s s o c i e d a d e s p e r if é r ic a s . Dicho
b rev em en te, “m a rx is ta ” es en A m érica L atin a, c u a lq u ie r pen-
sam ien to o co n d u cta que, sin im p o rta r si tien e o n o relación
con el d iscu rso de M arx o con c u alq u iera d e las m ú ltip les

32 S ob re e s t e fen ô m en o , C o n sta n tin o L ásca ris, D e s a r r o llo d e la s


id e a s filo s ó f ic a s e n C o s ta R ic a , S an José, 1983.
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 41

v ersio n es que p re te n d e n d e riv a rse de su p en sam ien to , es per-


cibido p o r las ag en cias locales de co n tro l social com o am en aza
p a ra su p o d er o p o r ag en cias del p o d er c e n tra l com o disfun-
cionales p a ra el ejercicio de p o d er periférico.
O b v iam en te q u e éste es el c o n t e n i d o m í n i m o de la idea
d e “m a rx ism o ” com o f u n c i o n a l - d e l a t o r i a , p ero q u e se am p lia
seg ú n el g rad o de te rro rism o d e estad o im p e ra n te y seg ú n
las c irc u n stan cias, q u e p u e d e n p e rm itir q u e c u a lq u ie r ene-
m igo p erso n al in tro d u z c a en él v a ria b le s mufcho m ás insólitas,
con ta l q u e a lg u n a ag en cia c o n tro lad o ra re s u lte con v en cid a
al respecto. P rá c tic a m e n te , “ m a rx is ta ” a b arc a to d o el v a r i a b l e
c a m p o d e lo s u s c e p t i b l e d e d e l a c i ó n , lo g ran d o in d e p e n d iz a r
de este m odo, en n u e s tro m a rg e n , su fu n cio n a lid a d d elato ria
de su s lim ites ideológicos, p o r d iscu tib les q u e p u e d a n ser éstos
en los p aíses c en trales. E l co n cep to “m a rx is ta ” se c o n v ie rte
en u n i n s t r u m e n t o f u n c i o n a l d e d e l a c ió n , q u e n o es su scep ­
tib le de n in g u n a d elim itació n ideológica, cu y o con ten id o es
v a ria b le sólo en fu n ció n d e su eficacia d e la to ria c o y u n tu ra l
(e n otro s co n tex to s p u ed en c u m p lir fu n cio n es an álo g as otros
calificativos, q u e se v acían d e co n ten id o sem ân tico p a ra cu m ­
p lir u n m ero p ap el in s tru m e n ta l en razó n d e su v a ria b le efi­
cacia d e la to ria : “fa sc ista ” , “b u rg u ê s ” , “lib e ra l” , etc.).
Como n o podia s e r de o tra m a n e ra , la c rítica social al
sistem a p en al se “d e n u n c io ” com o “m a rx is ta ” . E n h o m e n aje
a la seried a d m ín im a que m e re ce la co n sid eració n d e c u a l­
q u ie r ideologia, se h ace n ecesario p re c isa r algo en lo q u e in ­
sistirem o s m ás e x p licitam e n te: la d esleg itim ació n te ó ric a del
sistem a p en al y la falsedad del discu rso ju ríd ic o se o p eran d e
m odo irre v e rsib le p o r la te o ria del etiq u e ta m ie n to , q u e re s­
ponde al in teraccio n ism o sim bólico, y q u e a u n q u e la c rític a
a esta te o ria p o r p a rte de q u ie n e s la c o n sid era n lim ita d a 33
p u ed e s e r h a s ta cierto p u n to cie rta , en n a d a m ella su v a lo r
d e sle g itim a n te y d em oledor del d iscu rso ju ríd ico -p en al, con­
sig n an d o q u e el in teraccio n ism o sim bólico y la fenom enología

33 U n o d e s u s im p la ca b les c r ític o s e s A lv in W . G ouldner, C r is is


d e la so c io lo g ia O c c id e n ta l, B s. Ais., 1979.
42 En b u sca d e la s p e n a s p e rd id a s

n a d a tie n e n q u e v e r con el m arx ism o , sino con el p ra g m a tis­


m o — p a tic u la rm e n te d e M ead 34— y con H u s s e r l35.
E s obvio q u e e s ta explicación se ria rid íc u la en los p aíses
cen trales, d o n d e se m a n e ja u n concepto confuso y discu tid o
d e “m a rx ism o ”, p e ro q u e p re te n d e e s ta r referid o a l nivel
ideológico, a u n q u e ta m b ié n es b u en o se n a la r q u e re s u lta rá
co m p le ta m e n te in ú til e n n u e s tro m a rg e n , donde se g u irá in-
d u y é n d o s e e n él a la c rític a crim inológica, p u e sto q u e con­
s e rv a rá su v a lo r d elato rio e n la m ed id a e n q u e el p o d er no
e n c u e n tre o tro in s tru m e n to d e d elación m ás idôneo.
D e c u a lq u ie r m a n e ra , los esfuerzos d el p o d er de las a g e n ­
cias del sistem a p e n a l n o h a n lo g rad o e v ita r la situ a c ió n c rí­
tica, q u e se so b rep o n e a esto s esfuerzos, com o u n a im p ro n ta
é tica q u e d esd e la a u te n tic id a d d e lo' h u m a n o e n c u a lq u ie r
em erg en cia n eg ativ a, h a llegado a tra s p a s a r la fu erza d e todo
el ejercicio genocida del poder.

V . LA DESLEGITIMACION POR LOS HECHOS MISMOS

No e x iste “te o ria ” q u e p o r sí m ism a te n g a fu erza su fi­


c ie n te p a ra v e n c e r u n a e s tru c tu ra q u e se in te rio riz a desde
e ta p a s m u y te m p ra n a s d e la v id a d e las p erso n as, si n o va
aco m p an ad a d e u n h ech o d e p a rtic u la r evidencia, q u e opere
com o “ch o q u e” con la realid ad . H ay hechos c u y a percepción
p u e d e p e rtu rb a rse , p e ro n o can celarse, d a d a su n otoriedad.
D e esta m a n e ra , s e m a n ifie sta n en fo rm a de co rto c ircu ito s del
m ecan ism o in v e n to r d e realid ad , ilu m in a n d o a é sta con re lâ m ­
pagos q u e fre c u e n te m e n te im p u lsan a la acción com o opción
d e conciencia ab ierta.
, E n tr e estos hechos, el m ás n o to rio en n u e s tro m a rg e n y
d el q u e p u e d e d e riv a rse to d a u n a ética d esleg itim an te , e s la
m u e r t e . Se tr a ta d e u n a d esleg itim ació n q u e e stá m ás allá de

*4 G eorge H e r b e r t M ead, E s p í r it u , p e r s o n a y s o c ie d a d d e s d e el
p u n to d e v i s t a d e l c o n d u c tis m o so c ia l, trad . d e F lo r e a l M azía, B a r c e ­
lon a, 1982.
ss C om o fu e n te d ir e c ta d e e sta v e r tie n te , e n so c io lo g ia P eter
B erg er - T h o m a s L u ck m a n , L a c o n s tr u c c ió n s o c ia l d e la re a lid a d ,
B s. A s., 1986; A lfr e d S ch u tz, E l p r o b le m a d e la r e a lid a d so c ia l, B u e ­
n o s A ires, 1974.
Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 43

los m arcos teóricos, p o rq u e golpea d ire c ta m e n te sobre la con-


ciencia ética. No re q u ie re d em o stració n científica, p o rq u e se
“ p e rc ib e ” : n a d ie seria ta n necio d e n e g a r q u e los m u e rto s
e s tá n m u e rto s. L a té cn ica te rr o r is ta de estad o del desap areci-
m ien to forzado de p erso n as, en lu g a r de o c u lta r el hecho a la
conciencia ética, n o h a hech o m ás q u e p re s e n ta rlo en colores
m ás vivos, p u es al e v ita r el ritu a l de m u e rte y la elaboración
del duelo, hizo m ás in c ie rta la au sên cia de la m u e rte y así
b ajó la in c e rtid u m b re del nivei d e las escatologías religiosas
al de la escatología in tra -m u n d a n a .
L os esfuerzos del sa b e r ju ríd ico y de la com unicación
m asiva, p o r in v e n ta r u n a re a lid a d q u e ev ite la d eslegitim a-
ción p ro v o cad a p o r la percep ció n d ire c ta de los hechos y q u e
o p ere en fo rm a in m e d ia ta sobre la conciencia ética, son in-
creíb lem en te form idables. P u e d e a firm a rse q u e d ificilm en te
se e n c u e n tre u n esfuerzo análogo en la civilización tecno-cien-
tífica. Se h a in sistid o m u ch ísim o en los esfuerzos llevados a
cabo p o r e l p o d er en el cam p o del co n tro l d e la sex u alid ad ,
p ero si b ien a d m ite n cierto g ra d e de co m p aració n — y ten ien -
do en c u e n ta ad em ás q u e n o son del todo in d e p en d ien tes— ,
no p u ed e n e g a rse q u e su eficacia com o inv en ció n de re a lid a d
en lo que hace al poder del sistem a p en al p arec e ser m u c h o
m ayor, p u esto q u e en alg u n o s niveles da la im p resió n de
p e r tu r b a r la p ercep ció n de los fenôm enos h a s ta el g rad o d e
s u p rim ir e v e n tu a lm e n te la sensopercepción m ism a.
E n el âm b ito del co n tro l de la sex u alid ad n o ex iste u n
sab er especializado in stitu cio n alizad o capaz de n o rm a r con el
m ism o g rad o d e p re stig io y confianza que d e te n ta el sistem a
penal. T am poco los q u e d e n u n c ia n la realid ad en este âm bito
se h a lla n m a n iata d o s p o r u n a p erv ersió n q u e les h ag a te m e r
que la percepción m ás ad ecu ad a v crítica a u m e n te la rep resió n .
' P ese al fo rm id ab le esfuerzo de in v en ció n de la realid ad ,
q u e p arece te n e r m u c h o m ás éx ito en los p aíses cen trales, en
n u e stro m a rg e n n o logra o c u lta r co m p leta m en te la realid ad
o p erativ a de los sistem as penales.
E l n ú m e ro de m u e rte s cau sad as p o r n u e stro s sistem as
penales, al a ce rcarse y a veces s u p e ra r al to ta l de hom icidios
d e “ in iciativ a p riv a d a ” ; el y a m encionado fenôm eno de m u e r­
te s culp o sas p o r trâ n s ito y la in d iferen cia del sistem a; la mis-
44 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

m a in d iferen cia p o r los ab o rto s y p o r las m u e rte s p o r c a rê n ­


cias a lim e n ta ria s y asisten ciales; los procesos de d e te rio ro de
p erso n as, m o rb ilid a d y co n d icio n am ien to p a ra p o ste rio r m uer-
te v io len ta, o la m u e rte v io le n ta d ire c ta e n la s p risio n e s y
e n tre el p ro p io p e rso n a l d e alg u n as ag en cias ejecu tiv as, otor-
g a n u n a en o rm e m a g n itu d al h e c h o d e m u e r t e q u e sig n a al
ejercicio d e p o d er d e n u e s tro s sistem as penales. E s in d u d a b le
q u e ese fenôm eno p u e d e o c u lta rse a las in sta n c ia s co n scien tes
m e d ia n te a lg u n a s re siste n c ia s y n eg acio n es in tro y e c ta d a s, pero
es im posible im p ed ir to ta lm e n te su cap tació n , p o r in tu itiv a y
d efectu o sa q u e sea, a n iv el d e c o n c i e n c i a é tic a .
F r e n te a esta c o n sta ta c ió n — a la q u e se ag re g a el en o r­
m e v o lu m en d e v io lên cia p rovocado p o r la s ag en cias del sis­
te m a p en al e n fo rm a d e co rru p ció n , d eterio ro , m u e rte v io len ta
de sus p ro p io s in te g ra n te s, p riv ac io n es d e lib ertad , extorsio-
nes, etc.— , su e le so ste n e rse q u e to d a e s ta en o rm e v io lên cia es
p re fe rib le a u n a su p u e sta eclosión in c o n ten ib le del d elito de
“ in iciativ a p riv a d a ” y d e la “ju stic ia p o r p ro p ia m a n o ” , a n te
la in eficacia d e l siste m a p en al. M ás a d e la n te nos ocu p arem o s
p a rtic u la riz a d a m e n te d e e s ta s r e s p u e s ta s 36, p e ro a q u i nos in-
te re s a s e n a la r q u e e s t o s a r g u m e n t o s i m p l i c a n v a r i a s c o n f e s i o -
n e s s in ta p u jo s:
a) a d m ite n im p lic ita m e n te que y a n o p u ed e a firm a rs e que
e l m onopolio d e la vio lên cia p e rte n e c e al estado, sin o q u e es
m á s ad ec u ad o a firm a r q u e s u s a g e n c i a s p r e t e n d e u e l m o n o ­
p o li o d e l d e l i t o ;
b) se a d m ite e x p re sa m e n te que la le g a l i d a d e s u n a f i c c i ó n ;
c) el siste m a p e n a l se c o n v ie rte en u n a especie d e “g u e ­
r r a su c ia ” d e l m o m en to d e la política, e n la q u e e l f i n j u s t i f i c a
lo s m e d i o s ;
d ) d a d a la selectiv id ad letal del sistem a p en al y la im pu-
n id a d c o n sig u ie n te p a ra o tra s p e rso n a s q u e no so n v u ln e ra ­
b les al m ism o, debe a d m itirse q u e su ejercicio d e p o d er se
o rie n ta a la co n ten ció n d e g ru p o s b ie n d ete rm in a d o s y n o a
la “re p re sió n del d e lito ” .
N o h a y n in g u n a fo rm u lació n te ó ric a la tin o a m e ric a n a que
h a g a p ú b ü c a se ria m e n te e sta ideologia, a u n q u e se su e le ex-

36 V. in fr a , p ágs. 100 y sg ts.


Cr ít ic a s it u a c ió n d el p e n a l is m o 45

p re s a r con sin cerid ad en voz b aja en casi todos los círculos


acadêm icos, en u n a su e rte de funcionalism o teo ricam en te sub-
d esarro llad o : “L a ley está b ien p a ra c o n te n e r los excesos, pero
con la ley e stric ta n o vam os a n in g ú n lado, p o rq u e no se p u e­
de p a ra r a los n e g r o s ” ; el in c u estio n ab le m érito de la sin ce­
rid a d d e esta form ulación está a ú n a la “b ú sq u ed a d e a u to r” .

V I. EL DESPRESTIGIO D E LOS DISCURSOS PENALES


LATINOAMERBCANOS POR SU S VÍNCULOS
IDEOLOGICOS GENO CIOAS

1. E l d iscurso jurídico-penal. D u ra n te m u c h as décadas


el d iscu rso ju ríd ico -p en al p re d o m in a n te fu e el positivista-
p eligrosista, in te g ra d o con la crim inología d e esa v ertien te ,
pero, su p erad a esta etap a, p asó a a s e n ta rse sobre u n a base
n eo -k an tian a h a rto heterodoxa, q u e tom ó elem entos d e cual-
q u ie ra de las v a ria b le s del neo-kantism o, en la m edida e n que
le fu ero n útiles. R ecién en las dos ú ltim a s décadas, con g ran
resisten cia y ad m itien d o m ás las co nsecuencias dogm áticas
q u e la b ase realista, su frió u n rela tiv o resq u e b ra ja m ie n to con
la in tro d u cció n del fin a lis m o 37.
No obstan te, n u n ca se p ro fu n d izaro n las consecuencias
teó ricas de la te o ria de las e stru c tu ra s lógico-reales en el
cam po ju ríd ico -p en al y en los casos en q u e se in te n to hacerlo
e n la filosofia del derecho, fue po r lo g e n e ra l p a ra critica ria
y d e sc a rta ria 3S, e n ta n to q u e e n los ú ltim o s anos tien d e a
a d o p tarse u n “fin alism o ” form al — p o r así llam arlo — c e n tra ­
do casi ex clu siv am en te en req u erim ie n to s d e com pletividad
lógica de la co n stru cció n te ó rica d el delito.
E n u n m arco ju ríd ico m ás am plio, el n eo-kantism o fue
el re c u rso m ás co m ú n m en te u sad o p a ra le g itim ar en A m érica
L a tin a los reg ím en es d e “facto” , su legislación (in clu so su
legislación p en al) y los m ism os “actos co n stitu cio n ales” de

37 H a n s W elzel, K a v ^ a litá t u n d H a n d lu n g , en “A b h an d lu n g en
zum S tra frech t u n d zu r R e c h tsp h ilo so p h ie ”, B erlin , 1975 (com o tra-
bajo p io n ero ). M ás esp e c ific a m e n te: M a c h t u n d R e c h t, idem , pág. 288;
N a tu r r e c h t u n d R e c h t s p o s it i v i s m u s , idem , pág. 274.
38 Por ejem p lo: E r n e sto G arzón V ald ez, D e r e c h o y n a tu r a le z a
d e la s c o sa s, C órdoba, 1970; L/uis R e c a sé n s S ich es, E x p e r ie n c ia j u r í ­
d ic a , n a tu r a le z a d e la c o sa y L ó g ic a “r a z o n a b le " , M éxico, 1971.
46 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

los poderes de “facto ” . Ig u a lm e n te , L a tin o a m é ric a conoce


d esde siem p re el fenôm eno d el co n stitu cio n alism o fo rm al con
d ic ta d u ra real, y ta m b ié n estas m o d alid ad es de te rro rism o
d e estad o a p e la n a la escisión q u e el n eo -k an tism o provoca
e n tre re a lid a d y n o rm ativ id ad .
E s ta p a rtic u la r p re fe re n c ia p o r la m a n ip u lac ió n h e te ro ­
doxa del neo-k an tism o n o es de ex tra fiar. L a fra c tu ra q u e con
m a y o r o m e n o r in te n sid a d — seg ú n sus v a ria b le s o escuelas—
p e rm ite o im pone el neo-kantism o, obliga al d iscu rso ju ríd ico -
p en al a se p a ra rse cu id ad o sa m en te de la realid ad . M ed ian te
este p en sam ien to p u ed e a d m itirse u n “realism o trasce n d en -
te ", en el sen tid o de q u e las cosas e s tá n fu e ra d el su jeto y
son in d e p en d ien tes de su conocim iento, p e ro com o el conoci-
m ien to sólo p u ed e te n e r acceso a ellas a tra v é s del v a lo r ju r í ­
dico, q u e o p era com o ú n ico o rd e n a d o r q u e lo h ace accesible
a la razón, re s u lta q u e en d e fin itiv a es siem p re el v a lo r ju r í­
dico ( q u e e n n u e s tro m a rg e n es siem p re u n acto de poder, p o r
a rb itra rio q u e sea) el q u e nos dice “cóm o so n ” las c o s a s 39.
E s ta m a n ip u lac ió n d e la h etero d o x ia te ó rica q u e cara c­
te riz a las decisiones ju d iciales con im p lican cia p o lítica e n
n u e s tro m a rg e n , da p o r re su lta d o u n v e rd a d e ro re n a c im ie n to
d e la te o ria m ed iev al de la “doble v e rd a d ” . p e rm itie n d o u n a
e x q u isita esq u izo fren izació n d el sab er ju ríd ico , que se erig e
en u n cam po esotérico q u e carece de co n tacto con la realid ad ,
q u e se in v e n ta h a s ta lim ite s en q u e el ju ris ta q u e d a red u cid o
a u n racio n alizad o r de los conten id o s v e rd a d e ra m e n te d eli­
ra n te s d el le g is la d o r40.
E s obvio que los secto res p o p u la re s y desposeídos de
n u e s tro m a rg e n no d e p o sita n n in g u n a confianza en u n d e re ­
cho concebido d e este m odo, tra d ic ió n q u e v ie n e de an tig u o
y que recoge am p liam en te el folklore de n u e s tro s pueblos 41.

89 L a d e scrip ció n n o es ig u a lm e n te v á lid a p ara to d a s la s ver-


sio n e s d el n e o -k a n tism o e n filo so fia ju ríd ica . N o o b sta n te, aú n en la.s
v e r sio n e s d e id ea lism o m od erad o ig u a lm e n te queda a b ierto el ca ­
m in o para u n a a c e n tu a c ió n d el idealism o.
40 U n b u e n e je m p lo d e e sta su e r te d e “d e lir io le g is la tiv o ” es la
p r e te n sió n d e q u e lo s su b o rd in a d o s n o rea liza n “a c c io n e s’’ en los
c a so s d e o b e lie n c ia debida.
41 E s clá sica la cita d el “M artin F ie r r o ” : “La le y se h a ce para
to d o s/m a s só lo al p ob re le r ig e ./L a le y es tela de a ra fia ,/e n m i igno-
Cr ít ic a s it u a c ió n del p e n a l is m o 47

2. E i discurso crim inológico. E l discurso crim inológico


la tin o am erican o nació y se m a n tu v o h a sta anos m u y recien tes
vinculado e stre c h a m e n te al p o sitivism o crim inológico, p a r ti­
c u la rm e n te italiano. Sus v ínculos ideológicos genocidas son
m ucho m ás estrem eced o res que los del propio d iscu rso ju ­
rídico.
E l fu n d ad o r de la crim inología a rg e n tin a , e n fren tad o d u ­
ra n te u n o d e sus v iajes a E u ro p a con ios h a b ita n te s de Cabo
V erde, afirm ab a q u e e ra n “h a ra p o s de c a rn e h u m a n a ” m ás
próxim os a los an tro p o id es q u e a l hom bre, al tiem po q u e d e­
fendia la esclav itu d como in stitu c ió n tu te la r y concluía que
p a ra ejercer los d erech o s civiles es n ecesario h a b e r alcanzado
p re v ia m e n te u n g rad o su ficien te de evolución biológica 42. Su
p a r brasileno, desde B ahia afirm ab a — sig uiendo la lín ea de
la p siq u ia tria ra c ista fran cesa de M orei— q u e los m u lato s e ra n
d esequilibrados m orales y q u e su resp o n sab ilid ad p en al debía
se r d ism in u id a o excluida conform e a los p o stulados del d is­
cu rso p en al tr a d ic io n a l43, co n sid eran d o así en “estad o peli-
groso” a la m ay o r p a rte de la población d e su país. E n la
ú ltim a p o sg u erra, u n a discusión análoga tu v o lu g a r en B olí­
via, allí resp ecto del indio, con lo cual ta m b ién tra ta b a de
colocarse en “estado peligroso” a la m a y o ría p o p u la r 44.

ran cia lo e x p lic o ,/n o le tem a el h om b re r ic o ,/n u n c a le tem a e l que


m a n d e /p u e s la ru e m p e e l b ich o g r a n d e /y só lo en ried a a lo s c h ic o s ./
E s la le y com o la llu v ia ,/n u n c a p u ed e ser p a r e ja ./E l q u e la agu an ta
s e q u ejà ,/p ero e l a su n to e s se n c illo ;/la le y es co m o e l c u c h illo ,/n o
o fie n d e a q u ien lo m a n e ja ”. N o m e n o s e lo c u e n te es la tra d ició n ecua-
toriana: “A lh aja e s m i c o m isa r io ;/A l p erro sa b e im ita r,/Q u e só lo al
de p o n ch o m u erd e,/Y a l d e le v ita ja m á s”. O b ien : “Si en el fa llo de
los ju e c e s /A lg u n a ju stic ia n o ta s ,/V e los p ie s d el d e lin c u e n te /Y los
ha lla rá s con b o ta s” (J u a n L eón M era, C a n ta r e s d e l p u e b lo e c u a to r ia -
no, Q uito, ed. facc., s.f. (1980?).
42 J o sé In g en iero s, L a s r a z a s in f e r io r e s , en “C rônicas de v ia je
(A l m argen d e la c iê n c ia ) 1905-1906”, “Obras C om p letas”, v o l. V,
B u en o s A ires, 1957.
. 43 R aim u n d o N in a R od rigu es, A s r a ç a s h u m a n a s e a r e s p o n s a ­
b ilid a d e p e n a l no B r a s il, B ahia, 1957; O s a fr ic a n o s n o B r a s il, 1982.
P u e el p rofesor d e M edicina L eg a l en la U n iv ersid a d de B ah ia y se
*e con sid era el p ion ero de la crim in o lo g ía b rasilen a (1862-1906).
44 E l d eb a te p u e d e v e r s e sin te tiz a d o e n la C r im in o lo g ía de H u á s-
car C ajías K., La P az, 1964; su s p ro ta g o n ista s fu ero n L ó p ez-R ey
A rrojo y M edrano Ossio, é ste ú ltim o co n la te sis p elig ro sista ; tercia -
r o n en e l d eb ate otro s co n o cid o s p e n a lista s d e la década, b o liv ia n o s
y extran jeros.
48 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

D esde la te rm in a c ió n de la ú ltim a g u e rra m u n d ia l — y


p ese a los ta rd io s re b ro te s racistas, com o el b o liv ian o y algu-
nos o tro s— el d iscu rso crim inológico h a m o d erad o m uchísim o
su s ex p resio n es a b ie rta m e n te racistas, m a n ten ié n d o se en u n a
lín ea “etiológica” p re te n d id a m e n te m ás “cien tífica” , p e ro q u e
no o cu lta p a ra n a d a s u ra iz p o sitiv ista y p eligrosista. P ru e b a
d e ello fu e la am p lia acep tació n que tu v o en n u e s tro m arg en
la tra d u c c ió n de la obra de E x n e r 45, que so stien e que la cri-
m in alid ad n e g ra en los E sta d o s U nidos obedece a q u e la so-
ciedad b la n ca exige a los n eg ro s u n esfuerzo p a ra el que no
e s tá n b iologicam ente p rep arad o s.
E l p eligrosism o crim inológico recib ió u n n u ev o im pulso
al lleg ar a A m érica L a tin a — y esp ecialm en te a C uba— la
crim in o lo g ía soviética que, al m enos en sus v ersio n es trad u -
cidas 46 se en m arca en esta c o rrie n te y q u e coincide con la
la rg a tra d ic ió n p elig ro sista del p en sa m ie n to p en al cubano.
L a crim inología etiológica la tin o a m e ric a n a fu e p rim ero
ra c ista (e ra el d iscu rso a la m ed id a d e las m in o ria s procon-
su la re s d e las rep ú b licas o ligárquicas, que e n tra n en crisis
a p a r tir de la R evolución M exicana) y luego, sin d e ja r de ser
p o sitiv ista, se c o n v irtió en el com plem ento ideal del derecho
p en al m ás o m enos n eo -k an tian o : é ste sólo se ocupaba del
“d eb er s e r” , con lo cu al el poder sen alab a los lim ites del saber
crim inológico; la crim inología se ocupaba d e la “etiología”
de las acciones de las p e rso n a s seleccionadas p o r el p o d er del
sistem a p en al; n in g u n o de am bos se ocupaba d e la realid ad
o p e ra tiv a del sistem a penal, cu y a legitim idad no se cuestio-
n aba. E l d iscu rso ju ríd ico -p en al n eo -k an tian o no co rria riesgo
alg u n o y h a s ta salía refo rzad o con el a p a re n te ap u n talam ien -
to rie los d ato s de u n a “ciência n a tu ra l” .

45 E x n e r v ia jó a lo s E sta d o s U n id o s en los a n os trein ta y re-


g r e só a A le m a n ia m u y co m p la cid o c o n lo s ap o rtes d e su s co leg a s
n o rtea m erica n o s, c u y a s teo ria s n o d ifería n m u ch o d el b io lo g ism o de
lo s n a zis, s ó lo q u e a p lica d o s a la p o lítica in m ig ra to ria y co n le y e s
d e e ste r iliz a c ió n d e d e lin c u e n te s q u e h a b ía n sid o ad m itid a s p or la
ju stic ia (so b r e ello, S tep h a n L . C horover, D e l g ê n e s is a l g e n o c íd io .
M adrid, 1985; F r a n z E x n er, B io lo g ia c r im in a l, trad. d e Ju a n d el R o­
sai, B arcelon a, 1967).
46 G. A v a se n o v , F u n d a m e n to s d e la c r im in o lo g ía , M oscú, 1985:
en g en era l, n o d ifie r e m u o h o d e la c r im in o lo g ía de la R ep ú b lica D e­
m ocrática A le m a n a ( S o z ia lis tis c h e K r im in o lo g ie , B erlin , 1971).
C a pít u l o Se g u n d o

LAS FUENTES TEÓRICAS DE LA


DESLEGITIMACION EN LOS PAISES CENTRALES

I. L A SIT U A C IÓ N P R E D IS P O N E N T E G E N E R A D A PO R
U N D IS C U R S O E M P O B R E C ID O . 1. L a s a n tro p o lo g ía s an a­
crô n ica s. 2. E l ju e g o d e la s fic c io n e s. — II. L A D E S L E G I-
T IM A O IO N D E L S IS T E M A P E N A L D E S D E E L M ARCO
TE O R IC O M A R X IS T A . 1. D ific u lta d e s p a ra d e lim ita r e l
m a rco teó rico m a r x ista . 2. L a d e sle g itim a c ió n d el P aguka-
n is y la r e -le g itim a c ió n s ta lin ista . 3. L a te o r ia c r ític a d e la
socied ad . 4. L a v e r s ió n d e s le g itim a n te d e Q u in n ey . 5. E l
“m in im a lism o ” p en a l d e A lssa n d r o B a ra tta . 6. P a v a r in i y
la m a la c o n c ie n c ia d e l b u e n crim in ó lo g o . — III. La D E S -
L E G IT IM A C IO N P O R E L IN T E R A C C IO N IS M O SIM BO -
LIC O Y P O R L A F E N O M E N O L O G IA . — IV . L A D E S C A -
L IF IC A C IO N F O U C A U L T IA N A . — V . E L P A R A D IG M A
D E L A D E P1E N D E N C IA . — V I. B A L A N C E D E L A D E S -
L E G IT IM A C IO N T E Ó R IC A C E N T R A L .

I. LA SITUACIÓ N PR ED ISPO N EN TE GEN ERADA


POR U N DISCURSO EM POBRECIDO

1. L a s an tro p o lo g ías an acrô n icas. L a desleg itim ació n de


los sistem as pen ales y el d esp restig io de los d iscu rso s jurídico-
penales no se p ro d u jo a b ru p ta m e n te en el m arco teó rico de
los p aíses cen trales, sino q u e fu e u n larg o proceso de desocul-
ta m ien to de datos reales q u e cu lm in o con la d eslegitim ación.
E ste proceso fu e acom panado p o r u n p aralelo em pobrecim ien-
to filosófico del d iscu rso jurídico-penal, h a s ta el p u n to de
sobrevivir casi in ta c ta s d e n tro de ese discurso, concepciones
del h o m b re o an tro p o lo g ías filosóficas q u e h ace m u ch as d éca­
das h a n desaparecido de las co rrie n tes g en era les del pen-
sam iento.
E l niv el m edio del pen alism o fue ab an d o n a n d o su v ieja
p reten sió n de co h eren cia filosófica, em pobreciendo su d isc u r­
50 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

so h a s ta to rn a r co m ú n la m ezcla a rb itr a r ia d e elem en to s de


ideologias incom patibles. C abe a c o ta r q u e d esd e el m ism o
cam po filosófico' fu e ro n m en o res los elem en to s q u e se ofre-
c ían al p en alista, en la m ed id a e n q u e b u e n a p a r te d e sus
c u lto res re n u n c ia b a a las p re g u n ta s fu n d a m e n ta le s p o r la vía
del cien tificism o re d u e c io n ista ' D e allí q u e m ie n tra s el d is­
cu rso ju ríd ico -p en a l se em pobrecia, la filosofia d escu id a b a su
tra d ic io n a l o b jeto d e in te ré s y, p o r ello, n o fu e la filosofia la
q u e p uso e n crisis al d iscu rso ju ríd ico -p en al, p o rq u e no dis-
ponía de u n a a ta la y a d esd e la cu al h acerlo ; ju s ta m e n te p o r
ello la d esleg itim ació n fu e o b ra p rin c ip a lm e n te del sa b e r s o ­
ciológico.
D e c u a lq u ie r m a n e ra , al o p e ra rse la desleg itim ació n , la
deb ilid ad an tropofilosófica del d isc u rso ju ríd ico -p en a l — q u e
se h a b ía c o n v ertid o e n u n a v e rd a d e ra re s e rv a d e su p erv iv en -
cia de especies e x tin g u id a s del p en sa m ie n to — facilito la ta re a
co n sid erab lem en te.
L a s an tro p o lo g ías filosóficas (u o ntologias reg io n a les h u ­
m a n a s) q u e d o m in a n el d iscu rso ju ríd ic o -p e n a l son, básica-
m en te, las sig u ie n tes: a) la p o s i t i v i s t a (o sea, al red u ccio n ista-
biologista o b u rd a m e n te m a te ria lis ta ) q u e n u tr e el discu rso
racista-p elig ro sista; b ) la k a n t i a n a , q u e da b a se a to d a s las
form as de retrib u cio n ism o ; c) la h e g e l i a n a , q u e lim ita el re-
trib u cio n ism o a los secto res sociales “in c o rp o ra d o s” a los v a ­
lores q u e el p o d er con sag ra; y d) la n e o - i d e a l i s t a (g e n tilia n a ),
q u e ofrece la b ase p a ra la su p erp o sició n del re trib u cio n ism o
con la n e u tra liz a c ió n p elig ro sista.
P a r a la an tro p o lo g ia p o s i t i v i s t a el h o m b re es u n e n te d e ­
te rm in a d o cau salm en te; p a ra la k a n t i a n a es siem p re u n en te
lib re q u e elige co n fo rm e a su conciencia; p a ra la h e g e l i a n a es
lib re siem p re q u e n o deba ser con sid erad o “d ife re n te ” , en cuyo
caso la lib e rta rd sólo es poten cial; p a ra la g e n t i l i a n a , siem p re
e stá en c ie rta m ed id a d e te rm in a d o y en c ie rta m ed id a es libre.
E s ta s a n tro p o lo g ías h a n d ad o lu g a r a d iscu rso s jurídico-
p enales q u e sólo in c o rp o ra n m ed id as n e u tra liz a n te s ( p o s i t i v i s ­
t a ) , q u e sólo a d m ite n p e n a s re trib u tiv a s ( k a n t i a n o ) , q u e per-
m ite n q u e las m ed id as n e u tra liz a n te s “v ic a ríe n ” con las p en as
re trib u tiv a s ( h e g e l i a n a ) o q u e a c u m u la n p en as re trib u tiv a s
y m ed id as n e u tra liz a n te s en “doble v ía ” ( g e n t ü i a n o ) .
F u e n t e s t e ó h ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 51

C reem os q u e n o décim os n a d a n u ev o si reco rd am o s que


el positiv ism o de S pencer, H aeck el o M oleschott fue la ex-
p re sió n d el d iscu rso ra c ista neo-colonialista del siglo X I X 1,
q u e el criticism o k a n tia n o del siglo X V III fue u n a ex p resjo n
del d espotism o ilu s tr a d o 2; q u e el idealism o dialéctico hege-
liaiio fue el e q u iv a le n te alem án del etn o cen trism o colonialista
•y neo-colonialista inglês de S p en cer 3, y q u e el neo-idealism o
g en tilian o fue o p re te n d ió s e r la filosofia oficial del fascism o
ita lia n o 4.
N os p arec e b a s ta n te claro q u e u n d iscu rso ju ríd ico -p en a l
q u e e n este m o m e n to p re te n d a m o s tra r com o g a ra n te an tro -
pofilosófico a C esare L om broso, a In m a n u e l K an t, a G eorg
F rie d ric h W ilh elm H egel o a G iovanni G entile, p u ed e califi-
carse com o filosoficam ente su p erad o . E s te an acro n ism o no
p u ed e d isim u la rse b ajo u n a ig n o ran cia filosófica que am onto-
n a a rb itra ria m e n te elem entos tom ados d e los c u a tro y m enos
a ú n re n u n c ia r a c u a lq u ie r ap ro x im ació n filosófica.
E s obvio q u e la d eb ilid ad filosófica de estos d iscu rso s les
im pide re sistir m in im a m e n te el em b a te m ás elem en tal llevado
a cabo m e d ia n te c u a lq u ie r d ato d esleg itim an te .

1 E sta ca ra c te rístic a la e x p lic a m u y b ien e l a n á lisis que de


S p en cer h a c e M arvin H arris, E l d e s a r r o llo d e la te o r ia a n tr o p o ló g ic a ,
H is to r ia d e la s te o r ia s d e la c u ltu r a , M adrid, 1983.
2 BI rech a zo k a n tia n o de to d a p o sib ilid a d d e r e siste n c ia a la
autoridad, a g ita n d o e l fa n ta sm a d e H ob b es, r e su lta m u y claro en e ste
sen tid o, p e se a lo cu al, s u e le p a sá r se lo por a lto y seria!ar a K ant
com o e l g a ra n te d el lib e r a lism o p en a l. E l “g a r a n te ” verd a d ero del
lib era lism o p en a l fu e F eu erb a ch , q u e resp o n d ió a la te s is k a n tia n a en
su “A n ti-H o b b es”, q u e e n realid ad e s u n “Anti-‘K a n t”, com o b ien lo
sefiala C attan eo (M ario C attan eo, F e u e r b a c h : f ilo s o fo e g iu r is ta lib e -
ra le , M ilano, 1970; e l “A n ti-H o b b e s” p u ed e v e r s e en ita lia n o : A n ti-
H o b b e s o v v e r o i l i m i t i d e l p o te r e s u p r e m o e il d i r i t t o c o a ttiv o d e i
c itta d in i c o n tr o il s o v r a n o , M ilano, 1972).
8 G eorg L ukaos, E l a s a lto a la r a z ó n . L a tr a y e c to r ia d e l ir r a -
d o n a lis m o d e s d e S c h e ü in g h a s ta H itle r , M éx ico 1983.
* E s sab id o q u e e l id e a lism o a ctu a l o n e o -id ea lism o ita lia n o tu v o
a o s co r r ie n te s p r in cip a les: la d e B e n e d e tto C roce y la d e G iovan n i
sien d o e s te ú ltim o m in istr o de M u sso lin i y co n sid era d o el
fu o so fo d e l fa scism o . G en tile fu e m in istr o de ia rep ú b lica títe r e in s ­
u la d a p or los a lem a n es en Italia y m u rió a se sin a d o en 1944 en F lo ­
r e i a (A b b agn an o, N ico la , op. cit., III, pág. 428; U go Spirito, G io-
v a n m G e n tile , F ir e n z e , 1969).
52 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

2. E l ju eg o de las ficciones. U n a “ficción” es u n a i n v e n -


c iá n . Si b ie n es c ie rto q u e es m u y re sp e ta b le y p ro m eted o ra la
c o rrie n te q u e p re te n d e q u e el sab er h u m a n o d eb e ex p re sa rse
en fo rm a de “m e tá fo ra s” 5, te n ie n d o e n c u e n ta q u e u n a m e ­
tá fo ra es u n t r a n s p o r t e ( u n u so “com o s i” ), c u a n d o en u n
d iscu rso sólo hallam o s ficciones y m e táfo ras, es decir, i n v e n -
c i o n e s y t r a n s p o r t e s , es p o rq u e está fa lta n d o dem asiado.
U na cosa es a firm a r q u e es m u ch o m ejo r e x p re s a r el sab er
en form a d e m etáfo ra, p o rq u e n u n c a podem os a lc a n z a r la
realid ad , d eb id o a la en o rm e in te rre la c ió n de “to d o ” (p ersp ec­
tiv a “h o lística” ) 6, con lo cu al el sab er se h ace m u c h o m ás
p ru d e n te y m enos a u to rita rio , y o tra m u y d ife re n te es u s a r
la m etáfo ra, co m b in ad a co n ficciones ( i n v e n c i o n e s ) , p a ra ex-
tr a e r co nsecuencias a se rtiv a s y te rm in a n te s acerca d e u n a
realid ad a la q u e no se p re s ta la m e n o r a t e n c i ó n .
L a p rim e ra a c titu d es la de q uien, a n te u n a m a sa pletó-
rica d e realid ad , se co m p o rta con p ru d ên cia; la seg u n d a es la
de q u ien a n te u n vacío d e realid ad , lo rellen a con su im agi-
nación. E s ta seg u n d a a c titu d es la q u e c a ra c te riz a al discurso
ju rídico-penal. D esde el siglo X I I I, en q u e d efin itiv a m e n te
dejó de ser u n ju icio d e p a rte s con m ediación de la au to rid ad ,
p a ra c o n v e rtirse en u n ejercicio de p o d er en q u e la a u to rid a d
su p rim iõ a u n a d e las p a rte s (la v íc tim a ), y m á s a ú n desde
su refo rm u lació n m o d e rn a a p a r tir del siglo X V III, el d isc u r­
so ju ríd ico -p en al siem p re se basó en f i c c i o n e s y m e t á f o r a s , o
sea, elem entos in v e n tad o s o tra íd o s d e fu era, p e ro n u n c a ope­
ro con d ato s concretos de realid ad social.
E l discu rso ju ríd ico -p en al n i siq u ie ra se m olesto en tra e r
u n a gam a m u y v a ria d a de elem entos, sino q u e se v alió de
dos fig u ras o im ágenes p a ra la ju stificació n q u e podem os 11a-
m a r “p o sitiv a”, y de u n fan ta sm a p a ra la q u e pu ed e denom i-
n a rse “n e g a tiv a ” : el c o n t r a t o y el o r g a n i s m o ju stific a ro n a l­
te rn a tiv a m e n te al sistem a p en al y “ex p licaro n ” su m ecânica
y extensión; cu an d o fallab an o e ra n in su ficien tes, el fan ta sm a
— m u y in tim a m e n te v in c u lad o al co n tractu alism o , p e ro u sado

5 V. p o r ej., B a te so n (so b r e ello, P . C apra, V e r s o u n a n u o v a


s a g g e z z a , M ilano, 1988, pág. 66).
6 S o b re ello, F . Capra, O p o n to d e m u ta ç ã o , S ã o P aulo, 1987;
E r w in L azlo, T h e S y s te m s v i e w o f th e w o r ld , N . Y ork , 1972.
F uent es t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 53

p o r el a u to rita rism o — era la am en aza de u n a su p u e sta “vuel-


ta a la n a tu ra le z a ” (e n te n d id a com o salvaje, p rim itiv a, a n i­
m a l), a tra v é s de u n a im a g in a ria g u e r r a d e t o d o s c o n t r a to d o s .
E l p a ra d ig m a q u e m a y o r v igência te m p o ra l h a te n id o es
el del organ icism o : el d iscu rso ju ríd ico -p en a l fu n d a d o e n la
idea de sociedad com o o rg an ism o fue el q u e rigió teocrática-
m e n te 7, el q u e se restab leció con el positivism o y el q u e vuel-
v e a h o ra con el fu n cio n alism o s is tê m ic o 8.
L a idea d e “o rganism o so cial” es p o r su esencia a n tid e ­
m o c rática: lo q u e in te re sa es el o rg an ism o y n o sus células;
las decisiones las to m a n sólo las células p re p a ra d a s especial­
m e n te p a ra d e c id ir y no p o r la m a y o ría in d iferen ciad a de
ellas. E l p a ra d ig m a o rg an ic ista es id ealista, n o su sc ep tib le de
v erificación y su adopción p o r el positiv ism o no fue m ás que
u n re c u rso del p o d e r p a ra m o s tra r com o “científico” lo q u e
siem p re fu e u n a m e táfo ra a n tid em o c rátic a 9.
E l p a ra d ig m a c o n tra c tu a lista , p o r su p arte , es directa-
m e n te u n a ficción q u e n i siq u ie ra sus so sten ed o res fu ero n ta n
in gênuos p a ra a firm a r su re a lid a d an tro p o ló g ica: siem p re lo
esg rim iero n a claran d o q u e se tra ta b a d e u n a fig u ra 10.
E n c u a n to a la g u e rra d e todos c o n tra todos y al estad o
de n a tu ra le z a salvaje, fu ero n m ás cuidadosos, p u esto q u e se
tr a ta d e u n a rg u m e n to de “m iedo” , q u e n ecesitab a d a rse com o
real (y, p o r ta n to , com o p osible la am en aza d e u n a re g re sió n ),
p ara lo cual ap e la b a n a u n re c u rso h a rto fre c u e n te en su
tiem po: n u e s tra “ n a tu ra l” in ferio rid ad la tin o am erican a. De
allí q u e la “g u e rra d e todos c o n tra to d o s”, q u e serv ia com o

7 C u riosam en te, tom an d o a'l v a p u lea d o A r istó te le s com o g a r a n ­


te, en base a su a fir m a c ió n d e la n a tu ra leza so o ia l d e l h om b re que,
por cierto , n ad a tie n e q u e v e r c o n e l o rg a n icism o .
8 Con razón a firm a M artin d ale q u e n ada n u e v o p areceu d ecir
lo s fu n c io n a lista s q u e a n te s n o h a y a sid o d ich o y a p or ío s o rg a n icis-
ta s (D o n M artindale, L a te o r ia s o c io ló g ic a . N a tu r a le z a y e sc u e la s,
M adrid, 1979).
9 Cfr. M artindale, op. cit. EJ1 G e is t h eg elia n o , co m o v im o s, e s
u n a m a n ife sta c ió n d e l o rg a n ic ism o , q u e abarca a la h u m a n id a d com o
u n o rgan ism o.
. 10 N in g u n o d e lo s filó so fo s y p e n a lista s c o n tr a c tu a lista s lo con -
o ib ió co m o u n a v erd a d h istó r ic a , sin o, e x p r e sa m e n te , com o una fig u ­
ra im a g in a ria q u e se r v ia p ara e x p lic a r las r e la c io n e s so cia les.
54 En bu sca d e la s p e n a s p e rd id a s

justificación neg ativ a, se co nsiderase com o re a l e n tre los “sai-


v ajes” de A m é ric a 11.
E sto s son los elem entos i n v e n t a d o s y t r a n s p o r t a d o s p ara
edificar con el o r g a n i c i s m o todos los d iscu rso s ju rídico-penales
trascen d en tes, tra n sp e rso n a lista s o m e tah u m a n o s; con el c o n -
tr a c t u a l i s m o , los in trascen d en tes. p erso n alistas o h u m an o s; y
con el fan ta sm a de la v u e lta a la g u e rra civil p erm a n e n te , los
que, pese a a d m itir el co n tra ctu alism o com o p u n to d e p artid a,
ju stificab a n el p o d er p en al como “m e jo r q u e” o “m enos
m aio q u e ” . S em ejan te pobreza de su sten to en la re a lid a d so­
cial pone de m an ifiesto que en los dos ú ltim so siglos se ha
reincidido en u n juego de ficciones recursivo, que no h a hecho
m ás que a c e n tu a r su debilidad, p recip ita d a ah o ra en crisis.

II. LA DESLEGITIMACIÓN DEL SISTEM A PENAL


D ESD E EL M ARCO TEORICO M ARX ISTA

1. D ificultades p a ra d elim itar el m arco teórico m arx ista.


D ejando de lado el em pleo del vocablo “m a rx is ta ” com o ins­
tru m e n to d elatorio — o sea, el uso la tin o am erica n o del m is­
mo— y lim itándonos a su sen tid o ideológico — es decir, al
uso h a b itu a l en los países cen trales del p o d er m u n d ia l— cabe
a d v e rtir q u e ex isten g ran d es dificu ltad es p a ra aco tarlo y, en
consecuencia, p a ra estab lecer su co n trib u ció n te ó rica a la des­
legitim ación del sistem a penal.
E l “m a r x i s m o ” n a c i ó d e s l e g i t i m a n t e . K arl M arx fue tes-
tigo de u n genocídio europeo. L a civilización in d u stria l no
fue sólo la m ás ag resiv a y d ep red a to ria de la h isto ria 12 en
cu an to a su proyección sobre los m árg en es o p erife ria plane-

11 M uchos au to res eu ro p eo s n o s c o n sid era ro n in fe r io r e s p or no


esta r e n co n d icio n es d e acced er a s u s o r g a n iza cio n es “r a cio n a les” d e
g o b iem o . P or eso, J o h n L o ck e n o s con sid erab a e n “esta d o d e n a tu ­
ra leza ” (Ervsayo so b re e l g o b ie m o c iv ü , p arág. 102) y T h o m a s H ob b es
a d m itia q ue su g u erra c iv il co n tin u a “n u n c a fu e g e n e r a lm e n te así
e n tod o e l m u n d o ” . . . , “p ero h a y m u c h o s lu g a r e s d o n d e v iv e n a s í h oy.
p u e s la s g e n te s s a lv a je s d e m u c h o s lugarefe d e A m érica, c u y a con-
cordia d ep en d e d e la n a tu ra l lu juria, no tie n e n g o b iern o alg u n o , y
v iv e n h o y e n dia d e la b ru ta l m a n era q u e a n te s h e d ich o ” ( L e v ia tá n .
M adrid, 1983, cap. X I I I ) .
12 Cfr. R oger G araudy, P r o m e s a s d e l I s la m , M adrid, 1982.
F uent es t e ó k ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 55

ta ria, sino ta m b ié n en cu a n to al resp eto a la vid a y d ig n id ad


h u m a n a en el p ro p io centro.
A n te la visión d e l genocídio europeo, sacrifican d o m a sas
h u m a n a s en el a lta r de la acu m u lac ió n o rig in a ria d e c a p ita l
p roductivo, M arx llev ó a cabo u n a n á lisis d e la h isto ria q u e
p ro cu rab a d o ta r de u n in stu m e n to de co m p ren sió n y d e u n
m arco ideológico de lu c h a a los m a rg in ad o s europeos d e su
tiem po. Como es obvio, no podia h a c e r o tra cosa q u e deslegi-
tim a r todo el d erech o y, esp ecialm en te, el d erec h o p en al, rele-
gándolo a la c a te g o ria d e “s u p e re s tru c tu ra ideológica” , a u n q u e
no se h a y a d e ten id o m a y o rm e n te e n el sistem a penal, p u es los
escasos y disp erso s p á rra fo s dedicados al te m a 13 fu e ro n m a ­
té ria d e in te rp re ta c io n e s su m a m e n te c o n tro v e rtid a s 14.
D esap arecid o M arx, su rg ie ro n los “m a rx ism o s” y con ellos
v aria s lín e a s de p en sa m ie n to d esleg itim an te d el sistem a p e ­
nal, a u n q u e ta m b ié n o tra s fu e ro n re-leg itim an tes. L a m ás
u su al d e las v ersio n es re-le g itim an tes, en v a ria b le p o sitiv ista
y a veces id ealista, ace p ta u n a concepción ontológica d el d eli­
to y etiológica de la c rim in alid ad a trib u íd a ex clu siv am e n te a
la pobreza, m isé ria, etc., lo q u e v a a d a r en u n círcu lo cerrad o ,
porque acep tad o este axiom a, se su p o n e q u e su p rim id a s la
pobreza y o tra s “c a u sa s” an álo g as, el d e lito q u e su b sista se rá
decisión lib re del au to r, con lo q u e re-leg itim a u n d erec h o p e ­
n al r e tr ib u tiv o 15.
E n lo político g en eral, los ‘m a rx ism o s” son las d is tin ta s
in terp reta cio n es y d esarro llo s q u e p re te n d e n fu n d a rse en el
p en sam ien to d e M arx y d e sa rro lla rlo p ro fu n d izán d o lo , con u n a
gam a q u e va d esd e el rev isio n ism o d e B e m s te in h a s ta el ac-

ls Q uizá los m á s im p o rta n tes s e h a lle n en los s ig u ie n te s traba-


jos. D e b a te s o b r e la l e y c o n tr a e l h u r to d e le n a (1842); M a n u s c r ito s
e c o n ó m ie o -filo s ó jic o s (1844); (M a r x -E n g e ls), L a s a g r a d a f a m ilia
(1845); L a s lu c h a s d e c la s e s e n F r a n c ia d e 1848 a 1850 (1850); E l 18
B r u m a r io d e L u i s B o n a p a r te (1852); C a p ita l P u n i s h m e n t (e n e l “N e w
Y ork D a ily T r ib u n e ’’, 1853); (M a r x -E n g e ls), T e o r ia s s o b r e la p lu s -
v a lía .
14 P u e d e n v e r s e la s m u y d iv e r sa s in te r p r e ta c io n e s d e los
Schw endõnger, d e H irst, d e T a y lo r-W a lto n -Y o u n g , e tc.
15 E s ta p a reciera se r la te s is q u e co n cib iero n lo s p r im ero s teó-
rjcos so c ia lista s, a u n q u e ca b e c o n sig n a r la s d ife r e n c ia s e n tr e B o n g er,
* e r r i, T u ra ti y V a ccaro, por ejem p lo .
56 En b u sca d e la s p e n a s p e rd id a s

tivism o de L en in , p asan d o p o r R osa L u x em b u rg o en crítica


a am bos.
L a rep ro d u cció n d e los “m a rx ism o s” fue favorecida por
su in stitu cio n alizació n en la U nion Soviética, el d esencanto
que p ro d u jo en m u ch o s in telec tu ales la d ic ta d u ra stalin ista , el
fracaso rev o lu cio n ário alem án y el p o sterio r triu n fo del n a ­
zism o, el escaso eco de las te o n a s rev o lu cio n arias e n tre los
tra b a ja d o re s de los países cap italistas cen trales, la ex tensión
de la in stitu cio n alizació n del m a rx ism o a o tro s p aíses euro-
peos, asiáticos, africanos y latin o am erican o s (esp ecialm en te
a C hina, Cuba, A lbânia, etc.), su fracaso en otros países m ar-
g in ales del p o d er m u n d ial donde lo s u p e ra n m ovim ientos po­
p u la re s d iferen tes, las d ificu ltad es econôm icas su rg id as en al-
g u nos p aíses de m arx ism o in stitucionalizado, etc.
Como re su lta d o de este com plejo p an o ram a, iniciado hace
m ás de u n siglo p o r el propio E n g els — al ace rcarse al po siti­
vism o con su “dialéctica d e la n a tu ra le z a ”— , seg u ir la p ista
de los m arx ism o s y neo-m arxism os es u n a ta re a su m am en te
a rd u a , q u e se com plica a ú n m ás p o rq u e m u ch as co rrie n tes se
v a n se p a ra n d o del p en sam ien to de M arx h a sta h a c e r b a sta n te
d iscu tib le su filiación, c o n trib u y en d o a colm ar la d ificultad
d e la em p re sa las fre c u e n te s d isp u ta s ce n tra le s p o r el mono-
polio del calificativ o y las co nsiguientes im p u tacio n es de he-
terodoxia.
A n te estas dificu ltad es y, con las p reced en tes ad v erten -
cias, nos lim itam o s a reco g er a l g u n a s d e la s v i a s d e d e s le g i -
t i m a c i ó n t e ó r i c a d e l s i s t e m a p e n a l u s u a l m e n t e c o n s id e r a d a s
d e n t r o d e l m a r c o t e ó r i c o d e l m a r x i s m o , p e ro sin to m a r p artid o
en la d isp u ta c e n tra l p o r el m onopoüo del calificativo (n i
tam poco en la m ás a b su rd a de n u e stro m a rg e n p o r q u itár-
selo). A u n q u e pequem os de a rb itra rie d a d selectiva, in te n ta ­
rem os re fe rim o s b rev e m e n te aq u i a las q u e creem os m ás de-
m o stra tiv as. E n esta creen cia escogem os, p a ra el m arxism o
institu cio n alizad o , la v ersió n de PaSukanis y la polêm ica que
d esató en su tiem po; p a ra el m arx ism o no institucionalizado,
la crítica social de F ra n k fu rt, y, en c u a n to a lo específico, las
versiones críticas de Q uinney, B a ra tta y P av arin i, ad v irtien d o
— quizá re ite ra tiv a m e n te — que dejam os m uchos m ás au to re s
F uent es t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 57

al m a rg e n , p o r no s e r u n a exposición d e ta lla d a el o b jeto de


e s te tr a b a jo 16.
2. L a desleg itim ació n de P a s u k a n is y la re-leg itim ació n
sta lin ista . E n el â m b ito del m a rx ism o in stitu cio n alizad o , en
los p rim e ro s an o s d e la rev o lu ció n , se p ro d u jo u n a deslegití-
rnación g e n e ra l del d iscu rso ju ríd ico , cu y o teó rico m ás im p o r­
ta n te fu e P asu k an is, q u ie n d esap areció en los anos a n te rio re s
a la ú ltim a g u e rra m u n d ial, p erseg u id o po r el stalinism o.
P a ra P asu k an is, el d erech o era u n a m e ra fo rm a ju ríd ica,
p ro d u c to exclusivo d e la sociedad c a p ita lista , g e n e ra d o p o r las
relacio n es de cam bio que le son propias. Como el advenim ien-
to del socialism o no e x tin g u e a u to m á tic a m e n te las relacionas
d e cam bio, sin o q u e é s te d eb e seg u ir c arg a n d o con ellas com o
resab io de la sociedad b u rg u esa, ta m b ié n d e b e rá c o n se rv a r la
“ form a ju ríd ic a ” 17, p ero cu an d o en u n a e ta p a m ás av an zad a
se su p e re n esas relaciones, se o p e ra ria la d esap arició n del
derecho.
A n te la objeción de q u e siem p re p e rm a n e c e rá n algunos
d elito s c o n tra la v id a y análogos, P a su k a n is resp o n d ia que,
Uegados a ese p u n to , tales hechos d e b erían co n sid era rse com o
pro b lem as m édico-pedagógicos, “p a ra re so lv e r los cuales no
es n ece sa rio a c u d ir al ju ris ta y a sus tip o s legales, a su s códi­
gos, a su co ncepto d e cu lp ab ilid ad , de resp o n sab ilid ad plen a
y red u cid a, a su s su tiles d istin cio n es e n tre com plicidad, favo-
recim ien to , in stig ació n , etc. Y si este co n v en c im ien to no h a
cond u cid o h a s ta a h o ra a la abolición de los códigos p en ales v
d e los trib u n a le s es, n a tu ra lm e n te , sólo p o rq u e la elim inación
d e la fo rm a ju ríd ic a no se o p era con la m e ra salid a d e la so­
cied ad b u rg u e sa , sino con la rad ic al elim inación d e to d a s sus
su p e rv iv e n c ia s” .

i« B s o b v io q u e q u ed a n fu e r a d e e sta m en ció n . só lo d em ostra-


tiv a , a u to res ta le s com o lo s y a m e n c io n a d o s (n o ta 1) y o tr o s com o
F ea rso n , C ham btóss, P la tt, K risb erg , etc. y e l d eb a te y diferencia-;
e n tr e ellos.
17 P a su k a n is, E u g e n ij B., L a te o r ia g en -e ra le d e l d i r i t t o e f
m a r x is m o , en G u a stin i, R iccardo, M a r x is m o e te o r ia d e l d ir itto . A n t o ­
lo g ia d i s c r i t t i g iv /r id ic i a c u r a d i . . . , B ologn a, 1980; ta m b ién en
U m b e r to C erroni. ( S tu ík a - P a s u k a n ü - V y s in s k ij- S tr o g o v ic , T e o r ie so -
v i e t ic h e d e l d i r it t o , a Cura d i . . . , Má lano, 1964, pág. 75.
58 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

Con io d a s sus iim itacio n es e im precisiones, esta crítica


al d erech o co n serv ab a la o rig in a ria co n fian za ro m â n tic a de
M arx e n la d esap arició n del derecho, p u es el cam bio de so-
ciedad p ro d u c iría n u e v a s relaciones no d efin id as e n la form a
de “cam b io -v alo r” y, de e s te m odo, p e rd e ria sen tid o el soste-
n im ien to de la “form a ju ríd ic a ”, g en e ra d a en las necesid ad es
de las relacio n es a se n ta d a s sobre esos térm in o s.
Como to d a rev o lu ció n v io len ta co n c e n tra poder q u e luego
re su lta difícil d escen tralizar, p a rtic u la rm e n te si so b rev iv en
g rav es am en azas e x te rn a s, la v erticalizació n soviética no po­
dia asirse a u n a tesis com o la de P asu k an is, esp ecialm en te con
la N u ev a P o lítica E conôm ica y el c o n sig u ien te refo rzam ien to
v e rtic a liz a d o r del estado a u to r ita r io 18.
L a tesis c o n tra ria fue so sten id a p o r Stuòka, q u ie n e n tró
en polêm ica con PaSukanis, p o stu la n d o u n a re-leg itim ació n
del d erech o m e d ia n te la n ecesid ad de u n d erech o rev o lu c io ­
n ário , al que no podia re n u n c ia r el p o d er soviético, sin p riv a r
al p ro le ta ria d o en el p o d er de u n in e stim a b le e in su stitu ib le
in stru m e n to de lucha.
E sta polêm ica — y la ev id en cia de los aco n tecim ien to s—
llev aro n a PaS ukanis a re v e r p a rc ia lm e n te su s a n te rio re s pun-
tos de v ista 19.
L a polêm ica e n tre P a su k a n is y S tu èk a rev ela la co n tra-
posición d e u n a fo rm u lació h te ó rica que no to m a en c u e n ta
las necesidades d e u n ejercicio efectivo d e p o d er y el d ato real
de u n a co n sid erab le v erticalizació n social com o p ro d u c to de
u n a lu ch a arm a d a que c o n c e n tra p o d er (al q u e n in g u n a ag en ­
cia ja m á s re n u n c ia e sp o n tá n e a m e n te ), con la co n sig u ien te
fo rm u lació n de u n ju ris ta q u e tra ta b a de le g itim a r el ejercicio
de p o d er de Ias agencias. No o b stan te, la polêm ica co n serv ab a
cierto v u elo teórico, q u e se p erd ió co m p leta m en te con la in-
te rv e n c ió n del p o d er e n fo rm a d irecta, a tra v é s de V ysinskij,
el p ontífice m áxim o del a p a ra to ju ríd ic o sta lin ista , q u ie n en

V. G iu se p p e B o ffa , S to r ia ã e l W n i o n e S o v ié tic a , M ilano. 1976,


I. pág. 430: A lec N o v e, H is t o r i a e c o n ô m ic a d e la U n ió n S o v ié tic a .
M adrid, 1973.
is P. I. S tu £k a, L a f u n z io n e r iv o lu z io n a r ia d p i d i r i t t o e de! o
S ta to . en C erroni. op. cit., p. 3; tam b ién en G u astin p. 111.
F uent es t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 59

un n iv el d irecto de delación -u, caiíficó ia te sis de P asu k am s


como “a n ti-m a rx ista ” y “p seu d o cien tífica” y a su a u to r com o
“sab o tea d o r”, p o rq u e al p re te n d e r q u e el d erec h o es u n a fo r­
m a cap italista, lo d eg ra d a b a a “b u rg u ê s” , con lo que desca-
lifícaba a n te el p ro le ta ria d o la a u to rid a d del d erech o soviético
y ]e p riv a b a de u n a de sus m á s p o te n te s arm a s p a ra lu c h a r
co n tra los enem igos del so c ia lism o 21.
Como pu ed e v e rse en e sta polêm ica y en su a u to rita rio
broche, colocado p o r el fiscal de las p u rg a s s ta lin is ta s 22, el
poder soviético in stitu cio n alizad o y p a rtic u la rm e n te el d e sus
agencias e jecu tiv as y ju ríd icas, 110 to lero q u e se desleg itim ase
su ejercicio y se d esp restig iase su saber. Su reacción careció
de todo vuelo teórico, red u cién d o se el d iscu rso ju ríd ico re-
leg itim an te sta lin is ta a u n c o n ju n to de afirm acio n es d o g m á­
ticas, ex p resio n es p e y o rativ as v la ín te rp re ta c ió n de cada
crítica d e sle g itim a n te como u n a d e n u n c ia d e en em istad al es­
ta d o y a su orden, de m odo m u y sim ilar al discurso ju ríd ico
de “seg u rid ad . n a cio n al” d e n u e stro m a rg e n latin o am erican o ,
a u n q u e con a rg u m e n to s p elig ro sistas q u e en b u en a m edida
p e rd u ra n h a s ta h o y en el pen alism o so v ié tic o 23.
3. L a te o ria c rítica de la sociedad. E la b o ra d a p o r los a u ­
to res d e la llam ad a “escuela de F r a n k f u r t” , la te o ria crítica
de la sociedad nació filosoficam ente como u n a reacción anti-
po sitiv ista d e n tro del m a rx ism o (n eg ad o ra de la “ d ialéctica
de la n a tu ra le z a ” ) a ú n cu an d o su c a rá c te r “m a rx is ta ” e.'
p u esto en d u d a m u y fre cu en tem e n te. P e se a las n o to rias d i­
ferencias e n tre su s m ás destacad o s au to re s 24, lo c ierto es que

20 D e l e re e o r d a r se q u e V ySinskij fu e e l fisca l de los tr iste m e n te


fa m o so s p ro o eso s d e los a n o s tr ein ta , con lo s q u e S ta lin e lim in o a
todos s u s a d v ersa rio s d e la v ie ja g ü a rd ia le n in ista .
21 V y sin sk ij, en G u astin i, cit., p ágs. 231 y sg ts.
22 V iím sk ij, P r o b l e m i d e l â i r i t t o e d e tto S ta to in M a rx , en C e-
rroni, pág. 239.
23 Cfr. T om aso N a p o lita n o , D e l i t t i e p e n e n e lla s o c ie tà s o v ie tir a .
M ilano, 1981.
_ 2 4 L o s m ás c o n o cid o s fu e r o n M ax H o rk h eim er ( T e o r ia c r itic a .
S c r jtti, 1932-1941, T o rin o , 1974; S tu d i sulV a u to r ità e la fa m ig lia , To-
rino. 1968), Th. W ie se n g r u n d A d o rn o (so b r e s t e ú ltim o la b ib lio g r a ­
fia y d eta lla d o e stú d io d e C ario P e tta z z i, T h . W ie s e n g r u n d A d o r n o .
L in e e d i o r ig in e e d i s v ilu p p o d e l p e n s ie r o , F ir e n z e , 1979). P u e d e n
se fia la r se ta m b ién a E . F ro m m y a H . M arcuse. J ü r g e n H aberm a-i
60 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

p aulatinam ente la escuela fue cam biand o sus p o sicio nes o ri-
g inarias y alejánd o se d e la o rto d o xia m arxista.
Seg ún la v ersió n m ás d ifund id a de sus tesis, la clase
o brera d e los p aíses centrales hab ría perdido su cap acid ad
rev o lucio naria, p o r lo cual la crítica resultaba incap az de
m o v ilizar a la so cied ad y d e realiz arse, d e llenar el v acío entre
el p resente y el futuro , lo que ha llevad o a hablar de una
“ crítica neg ativ a” . El cam bio so cial y a no p o d ría p ro d ucirse
p o r los med io s trad icio nales, sino p o r alg una interv enció n
m isterio sa e im p o nd erab le25, lo que la llevó a una crítica
sum am ente d esleg itim ante, p ero im p o tente, que p arece te r­
m inar en una traurige L in k e 26, salvo p ara H aberm as, que es
co nsid erad o el últim o d e sus exp o nentes, p ero que, alejad o
y a m uy co nsid erablem ente d el m arxism o , to m a la so cio lo gia
sistêm ica y le o po ne a Lu hm ann un co ncep to de “ racio naíi-
d ad ” que busca fund ar en una ética y en una antro p o lo gia
racio nalistas, p lanteánd o se las p o sibilid ad es d e sup erv iv encia
d el cap italism o y haciend o d esam p enar a las clases so ciale?
un p ap el m uy secund ário 27.
Es necesario reco rd ar que el In stitu to d e Fran kfu rt, al
traslad arse a los Estad o s Unid o s, p ublico allí su p rim er lib ro ,
que estaba d irectam ente v inculad o a la cárcel y al p ro blem a
p enal; se trata de una o bra p recurso ra, cuy a p rim era p arce
fue escrita p o r Ru sche y co m p letad a en los Estad o s Unid o s
p o r K irc h h eim er28. Esta o bra es abiertam ente d esleg itim ante
del sistem a p enal, so steniend o que los castig o s v arían según
el sistem a de p ro d ucció n a que co rresp o nd en, que recaen so ­
bre los p o bres, red uciend o aún m ás sus y a m iserables co nd i­
cio nes d e subsistência y que la eficacia intim id ante de los
m ismo s d ep end e de la situació n d el m ercad o de trab ajo (a la
abund ancia de o ferta co rresp o nd eria m ay o r crueld ad en los

s u e le ser c o n sid era d o u n ú ltim o y ta rd io r e p r e se n ta n te , a u n q u e su


filia c ió n en e s t e se n tid o es m u y d isc u tid a (C iê n c ia y té c n ic a cor/to
id e o lo g ia , M adrid, 1984; P r o b le m a s d e le g itim a c ió n e n e l c a p ita lis m o
ta r d io , B s. A s., 1986; T e o r ia d e la a c c ió n c o m u n ic a tiv a , M adrid, 1987).
25 A sí M arcuse, cr itic a d o p o r H ab erm as.
2S Cfr. Z oltan Tar, A e sc o la d e F r a n c o f o r te , L isb oa, 1983.
27 H ab erm a s, P r o b l e m a s . . . , cit.
28 G eorg R u sc h e - O tto K irch h eim er, P e n a y e s tr u c tú r a socioJ,
trad. d e B . G arcia M éndez, B o g o tá , 1984.
F uent es t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 61

castigos; en caso de m en o r o ferta se o p eraria u n m ayor apro-


vecham iento de la m an o de obra, incluso p risio n e ra ).
S in d u d a q u e u n a vin cu lació n ta n d ire c ta e n tre pen a y
m ercado de tra b a jo — como la q u e p re te n d e R usche— re su lta
sim plista y, en ú ltim a in stan cia, falsa, p u d ien d o ob jetársele
tam b ién q u e no tom a su ficien tem en te en cu en ta el aspecto de
disciplinam iento; todo lo cu al seria d esarrollado por au to re s
m u y p o s te rio re s 29. No o b stan te, adem ás del m érito pionero,
tien e u n co n sid erab le g rad o de acierto en lo que resp ecta al
discurso jurídico-penal, al m o stra r como falsa la p rete n d id a
función m a n ifiesta de la p risió n y de la pena.
4. La versión d eslegitim an te de Q uinney. E l “últim o
Q uinney” 30 afirm a ro tu n d a m e n te que, p a ra co m p ren d er el
delito es necesario com enzar reconociendo que el fenôm eno
decisivo no es el delito, “sino el desarro llo histó rico y la form a
en que actú a la sociedad c a p ita lista ” 31.
E n form a que g u a rd a c ie rta sem ejanza con PaSukanis,
sostiene que no p u ed e e n ten d erse la crisis del derecho penal
m ás que com o u n signo de la crisis del capitalism o y que el
derecho p en al d esap arec erá con la d esaparición del cap italis­
mo y el co n sig u ien te ad v en im ie n to del socialism o. F re n te a
la crisis de leg itim id ad de su poder, Q uinney afirm a que el
capitalism o su frirá u n conflicto colapsante.
Q uinney observa la ex isten cia de u n a política econôm ica
del d erech o penal, cuyos costos son astronôm icos y caen sobre
la población excedente. E n definitiva, su p ro p u esta es la de
u n socialism o religioso, que v alo ra el diálogo del m arxism o
con la teologia y q u e tra n sfo rm a rá al derecho p en al en el curso
de la revolueión socialista, dando lu g ar a u n a sociedad que
deje de fab ric ar delincuencia. Su p u n to de llegada p arece ser,
pues, la abolición del sistem a penal.

23 P or ejem p lo, M iche] F o u ca u lt, S u r v e ille r e t p u n i r . N a i s s a n c r


d e la p r is o n . P aris, 1975; D ario M elossi-M assim o P avarin i. C á r c e r e
e. fa b b r ic a . A U e o r ig in e d e l s is te m a p e n ite n z ia r io ( X V I - X T X s e c o l o ) ,
B ologn a 1979.
30 Cabe h acer e s ta referen cia , porq u e Q u in n ey ílega al m a rx ism o
luego de una ev o lu c ió n en q ue su fr e la d e silu sió n d e las anos sesen ta
y de la p rotesta estu d ia n til.
31 R ich ard Q u in n ey , C la se s, e s ta d o y d e lin c u e n c ia , M éxico, 1085.
62 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

L os cap ítu lo s q u e Q u in n ey dedica al costo del delito, a


la p o lítica econôm ica del d erech o p e n a l y al e n o rm e n ú m e ro
d e p erso n as in stitu cio n alizad as en los E sta d o s U nidos, son
a lta m e n te d esleg itim an te s, a u n q u e en el p la n o te ó rico no pre-
se n ta in novaciones esp ectacu lares y tam p o co explica c la ra ­
m e n te cóm o concibe q u e se opere esa abolición del sistem a
penal.
5. E l “m in im a lism o ” penal de A lessan d ro B aratta. P a ra
B a ra tta la d esleg itim ació n del sistem a p en al y la crisis del
d iscu rso ju ríd ico -p en a l se o p eran p o r m edio de v a ria s eorrien-
te s: las te o ria s p sicoanalíticas, n ie g a n el p rin cip io d e le g iti­
m idad; las estru c tu ra l-fu n c io n a lista s, el del b ien y del m al;
las de las s u b c u ltu ra s crim in ales, el de cu lp ab ilid ad ; las del
etiq u eta m ie n to , el de la p rev en ció n ; la recep ció n a le m a n a del
e tiq u eta m ie n to , el p rin c ip io d e ig u ald ad , y, la “ sociologia del
conflicto” , el del in te ré s social y del “d elito n a tu ra l” .
Con to d a razó n sen ala B a ra tta q u e no fue la crim in o lo ­
gía “ra d ic a l” ( d en o m in ació n q u e suele re se rv a rs e a la crim i­
nología c rític a m a rx is ta ) la q u e p u so en crisis el d iscu rso
ju ríd ico -p en al, sino que esa crisis la p ro d u jo la m ism a c ri­
m inología “lib e ra l” (co n cep to q u e suele re se rv a rs e a la c rim i­
nología de la reacción social de v e rtie n te in te ra c c io n ista y
fen o m e n o ló g ic a).
B a ra tta p o stu la la adopción del p u n to d e v is ta de las
“clases su b a lte rn a s ” com o g a ra n tia de u n a p ra x is te ó ric a v
política a lte rn a tiv a . A firm a que, en ta n to q u e las clases h e ­
g em ônicas p re te n d e n c o n te n e r la desviación d e n tro de lim ites
no m u y p e rtu rb a d o re s, las clases su b a lte rn a s está n em p en ad as
en u n a lu c h a rad ic al c o n tra lo s co m p o rtam ien to s socialm en te
n eg ativ o s (p o r ta les e n tie n d e la c rim in alid ad econôm ica, la
polución, la crim in alid ad del poder, la m a f i a , etc.).
P a ra ello reclam a u n a ciência que no se lim ite a la des-
cripción de la m e ra d esig u ald ad ju ríd ic a en el cam p o penal,
sin o que co m p ren d a la fu n ció n re a l del sistem a p en al en la
sociedad ta rd o -c ap italista , com o re p ro d u c to r d e las relaciones
sociales de d esig u ald ad , q u e ex p licite q u e estas relacio n es no
fincan en la d esig u al d istrib u ció n d e b ie n es y valo res, sino
en las m ism as relaciones de producción. S egún B a ra tta es de
este m odo com o p o d rán eo n ectarse las relaciones econôm icas
F u e n t e s t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió x 63

(d e p ro p ied ad ) con las políticas (de p o d er) y no p la n te a rla s


como u n a a lte rn a tiv a . A este respecto h alla su m am en te útil
la o b ra de M arx, p ero con la ad v e rte n c ia de co n sid era ria com o
u n edificio teórico “a b ie rto ” , excluyéndose to d a form a de dog-
m atism o m a rx is ta 32.
R ecien tem en te explicito m ás la idea de “m arxism o a b ie r­
to ” o no dogm ático como u n a co n stru cció n teórica alejad a del
reduccionism o econom icista, a tra v é s de u n a teo ria del cono-
cim iento cercan a a la de S artre, que p e rm itiria co m b in ar el
interaccionism o con u n p a n o ram a m acro-sociológico que a b a r­
que las relaciones d e producción 33.
G. P avarin i y la m ala con cien cia del buen crim inólogo.
P a ra M assim o P av arin i, desde q u e la crim inología etiológica
en tró en crisis, el crim inólogo se e n c u e n tra en u n a situ ació n
que le pone en evidencia la falsedad del d iscu rso ju ríd ico -
penal, pero ta m b ién fren te a la necesidad de ju stific a r ese
s t a t u q u o legal, no com o el m ejor, sino como el “m enos p eo r” .
No sólo se refie re a esta a c titu d respecto de la crim in o ­
logía del conflicto y de la reacción social no m a rx ista , sino
respecto de la p ro p ia crim inología m a rx ista : afirm a q u e esta
ú ltim a su p era a las a n te rio re s sólo en lo q u e hace a la vincu-
lación de los fenôm enos que la p rim e ra describe con los con-
flictos e n tre cap ital y tra b a jo y ta m b ién en que “ p erm ite
obviar el escepticism o de los crim inólogos rad icales con un
acto de fe en u n a cada vez m ás im probable p alin g en esis so­
cial” 34. P ero al cerrársele los cam inos en esta sociedad al
“bu en crim inólogo” , no le re s ta rá otro recu rso que seg u ir ha-
ciendo crim inología, au n q u e con “ m ala conciencia” .
P a v a rin i p re se n ta u n a d isy u n tiv a : c a rg a r con la m ala
conciencia o e n fre n ta r p o litic am en te al poder, u san d o los
in stru m en to s de u n a crim inología a lte rn a tiv a , a u n q u e p ara
esto últim o no cree que h av a tam poco m u ch o espacio.

32 A lessan d ro R aratta, C r im in o lo g ía c r itic a r c r itic a d e l ríirittn


p p n a le , B ologn a. 1982.
3" Baratta, D e s a r r o llo s r e c ie n te s de. la c r im in o lo g ía c r ític a '/ el
m a r x is m o , m u lticop iad or, S aarb rü ck en , 1988.
34 M assim o P avarin i, I n tr o á u z io n e a . . la c r im o v o lo a ia , F iren -
xo, 1980. '
64 En b u sca de la s fe n a s p e rd id a s

III. LA DESLEGITIMACIÓN POR EL INTERACCIONISMO


SIMBOLICO Y POR LA FENOMENOLOGIA

Creem os q u e la fu n ció n d e sle g itim a n te m ás im p o rta n te e


irre v e rsib le resp ecto del d iscu rso ju ríd ico -p en a l h a sido lle-
v ad a a cabo p o r el in teraccio n i?m o sim bólico 35, q u e ab rió la
crim in o lo g ía de la reacció n social, n u trid o p o r el p rag m a tism o
n o rte a m e ric a n o y la psicologia social de G eorge M e a d 36, d a n ­
d o lu g a r a la c rítica a las in stitu cio n es to tales de G offm an 3T,
al e tiq u e ta m ie n to de B e c k e r 38 y a los d esarro llo s de o tro s a u ­
to re s q u e co m p leta ro n la descrip ció n de la o p erativ id a d del
sistem a p en al desde este ângulo, com o S c h u r 39, C hapm an
o L e m e r t41.
P u e d e d efin irse la tesis c e n tra l de esta c o rrie n te en té r ­
m in o s m u y gen erales, en la afirm ació n de que cada u n o de
no so tro s v a h acién d o se del m odo com o los dem ás nos v an
v ien d o y, conform e a esta m ecânica, la p risió n c u m p le su fu n ­
ción re p ro d u c to ra y la p erso n a a la cu al se e tiq u e ta com o
d e lin c u e n te asu m e fin a lm e n te el ro l q u e se le asig n a y se
co m p o rta conform e al m ism o. Todo el a p a ra to del sistem a
p en al está p re p a ra d o p a ra ese e tiq u e ta m ie n to y p a ra el re-
fo rzâm ien to d e esos roles.
L a te o ria del e tiq u e ta m ie n to y, en gen eral, los ap o rte s del
in teraccio n ism o de la fe n o m e n o lo g ía 42, p re s e n ta n la incues-

3B Cfr. B aratta, op. cit., pág. 110.


G eorg H er b e r t M ead, 'E s p ír itu , p e r s o n a y s o c ie d a d , cit.
37 E r w in G offm an, L a p r e s e n ta c ió n d e la p e r s o n a e n la v id a
c o tid ia n a , B s. A s., 1971; M a n i c ô m i o p i s õ e s e c o n v e s to s , S ão P aulo.
1974; E s tig m a : n o ta s s o b r e a m a n ip u la ç ã o d a i d e n tid a d e d e te r io r a d a .
R. d e J an eiro, 1978.
38 H o w a rd S. B eck er, O u ts id e r s . S tu d ie s in th e s o c io lo g y of
d e v ia n c e , N e w Y ork, 1973; ;,De q u ê la d o e s ta m o s ? , e n R o sa d el Olmo.
‘ E stig m a tiz a c ió n y co n d u cta d e sv ia d a ”, M aracaibo, s.f., pág. 19.
39 E d w in M. Schur, D ie N o t w e n d ig k e i t e in e r b e s o n n e n e n B e-
tr a c h tu n g , e n F r itz Sack, “S em in a r: a b w e ic h e n d e s V e r h a lte n ”, 1982.
T. I, pág. 52.
40 O hapm an, L o s t e r e o t i p o . . . , cit.
E d w in M. L em ert, E s tr u c t u r a so c ia l, c o n tr o l s o c ia l y d e s v ia -
c ió n , en M a rsh a ll B. C lin ard , “A n o m ia v co n d u cta d e sv ia d a ”, B s. As.,
1967; D e v ia n z a , p r o b le m i s o c ia li e f o r m e d i c o n tro U o , M ilano, 1981.
42 B erg er-L u ck m a n n , op. cit.; S ch u tz, op. cit.
F u e n t e s t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 65

tio n ab le v e n ta ja de d e sc rib ir — con u n a rse n a l al q u e n o pu ed e


im p u ta rse n in g ú n alam b icam ien to teórico— , con co n sid erab le
d etalle, el proceso de p ro d u cció n y rep ro d u cció n d e “delin-
c u en c ia” .
F re n te a esta descripción, el discu rso ju ríd ico -p en al que-
dó irre m isib le m e n te descalificado, p u es su falacia s u rg e de
m odo in co n testab le; la crim in o lo g ía etiológica, que e ra el co m ­
p lem en to teó rico su ste n ta d o r d e ese discurso, q u ed ó irre v e r-
sib lem en te d esm en tid a. A p a r tir de estos ap o rte s teóricos ei
sistem a p en al y a n o p u d o q u e d a r fu e ra d e los lim ite s del
objeto de la crim inología, p o rq u e al re v e la rse com o m eca­
nism o re p ro d u c to r de re a lid a d “ c rim in a l” , se c o n v ie rte en
objeto n ecesario de la m ism a. P o r ello afirm am o s q u e las in-
vestigaciones in teraccio n istas y fenom enológicas c o n stitu y e n
el golpe d esleg itim an te m ás fu e rte que recib ió el ejercicio de
poder del sistem a p en al y del cual y a n o p o d rá re p o n e rse el
discu rso ju rídico-penal, salvo en ce rrá n d o se h e rm é tic a m e n te a
todo d ato de realid ad , p o r m ínim o q u e fuese, o sea, e stru c tu -
rán d o se como u n d elirio social.
M uchos a u to re s h an criticad o al in te ra c c io n is m o 43, p r in ­
c ip alm en te p o r se r u n a te o ria de “alcance m ed io ” y, p o r ende,
in cap az de tra d u c irs e en u n a c rític a m acro-sociológica. Se le
h a objetado, p o r ejem plo, que la c rítica in stitu c io n a l — en
n u e s tro caso la c rítica de la p risió n — n o es cap a z d e s u p e ra r
el n iv el de c rítica del p erso n al p en iten ciário . E sto es v erd ad .
sin d u d a 44, pero, sin em bargo, esta lim itación no p u ed e con-
sid erarse en el peligroso sen tid o d e re s ta r v alo r a la desleg i­
tim ació n que llev a a cabo el interaccionism o. D icho m ás cla­
ra m e n te : no cab e d u d a de q u e se tr a ta de u n a te o ria d e
alcance m edio, con todas las lim itaciones q u e le son propias,
p e ro ello significa unic am e nte q u e debe se r com pletada, q u e
es insuficiente, p ero en m odo alg u n o q u e sus resu ltad o s sean
falsos. De sde el p u n to de v is ta de la de s c alific ac ión de l d is ­
curs o jurídico- pe nal, e l “e tiq ue tam ie nto ” tie ne m ás pode r des-

43 A sí, G ouldner, op. cit.


44 T al la crítica d e V itto r io C ap ecch i y G io v a n n i J e r v is e n la
p rese n ta c ió n de C hapm an, op. cit. S in em b argo, e s te a n á lisis es m u y
im p o rta n te para n o so tro s, q u e en n u e str o m a r g e n co n sid e r a m o s com o
p rod u cto d e un p ro ceso de d eterioro ta n to la co n d u cta d el cr im in a ­
liza d o com o las del p o liciza d o y del b u rocratizad o.
66 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

c alific ante que las te orias de m ás am p lio alcance , po rque es


m e nos d is c utib le que és tas .

IV. LA DESCALIFICACION FOUCAULTIANA

U n a de las c o n trib u c io n e s m ás rica s a la c rític a del sa b e r


en g e n e ra l y d e su ín tim a v in c u lació n con el po d er, se debe
a M ichel F o u c a u lt. E s u n p en sa m ie n to q u e no ag o ta su ri­
qu eza e n los ap o rte s re a lm e n te realizados, sino q u e se pro-
y e c ta a ú n m á s a m p lia m e n te en to d o lo q u e su g iere inclu so
sin n ecesid ad de c o m p a rtir todos su s p u n to s d e v ista. D ada
e sta c a ra c te rístic a y q u e su d esarro llo se h a lla n o to ria m e n te
alejad o de to d o lo q u e su ele c o n sid era rse el m odelo de u n a
exposición sistem ática de filosofia acadêm ica, re s u lta casi im-
po sib le re su m irlo com o co n ju n to .
L im itán d o n o s, pues, a se n a la r lo q u e co n sid eram o s m ás
im p o rta n te p a ra n u e s tro objeto, p u ed e d ecirse q u e lo q u e sal­
ta a la v ista en el p en sa m ie n to de F a u c a u lt es la deslegitim a-
ción rad ic al del sab er m ism o, esto es, de las “ciências h u ­
m a n a s ”.
E n u n o de su s tra b a jo s m ás d ifundidos, F o u c a u lt p a rte
de la afirm ació n de que Ia fo rm a de e stab lecer la v e rd a d en
el proceso p en al es u n m odelo de sa b e r q u e n u tr e to d o el co-
nocim iento. Así, el proceso g erm ân ico estab lecía la v e rd a d p o r
m edio de u n a lucha o co m b ate e n tre las p arte s. F o u c a u lt ex-
tie n d e este m odelo com o p a ra d ig m a de to d a la “ciên cia” d e
ese tiem po, esp ecialm en te la alquim ia.
E l m odelo cam bia con el ad v e n im ie n to de los estad o s n a-
cionales, es decir, con la tra n sfo rm a c ió n a que d a ria lu g a r la
rev olución m e rc an til, d o n d e la v e rd a d p asa a estab lecerla el
p o d er d e u n te rc e ro que e stá “so b re” las p a rte s. L a sociedad
se m ilita riz a y el d elito p asa a ser u n d an o al soberano. A sí
v a n su rg ien d o — o g en era ü zán d o se— las q u e F o u c a u lt llam a
“ in stitu cio n es de se c u e stro ” (la prisiõ n , el m anicom io, el a si­
lo, el h o sp ital, la escuela, etc.) y la policia.
L as “ in stitu c io n e s de secu estro ” g e n e ra n u n a epistem o-
logía: la crim inología, la p siq u ia tria , la clínica, la pedagogia
(p o d ríam o s a g re g a r la gerontología, los “ esp ecialistas” en
F uent es t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 67

“tó x ico d ep en d e n cia” t y, lo q u e es m u y im p o rta n te , cad a in s­


titu ció n g e n e ra su pro p io sa b e r al a m p a ro de su m icro-poder.
A l a firm a r q u e cada in stitu c ió n g e n e ra d e este m odo su
sa b e r y su poder, F o u c a u lt d escalifica la d istin ció n m a rx is ta
e n tre in fra e s tru c tu ra y s u p e re s tru c tu ra o, al m enos, la lleva
a p la n te a rs e en o tro s té rm in o s, p o rq u e el sa b e r y el p o d er
q u ed an m u c h o m ás im b ricad o s p a ra F o u c a u lt q u e p a ra M arx,
dado q u e el p o d er g esta ta m b ié n al sujeto, o sea, a la su b je-
tiv id ad cognoscente. E l c a p italism o — la sociedad in d u s tria l
o la tecno-científica, p re fe riría m o s d ecir n o so tro s— e s ta ria
m e tid a m u c h o m ás p ro fu n d a m e n te en la p erso n a d e lo q u e
M arx h ab ía su p u esto , y esa seria la ex p ü cació n de las m ism as
in stitu cio n es de se c u e stro v e rtic a liz a n te s y m ilita riz a n te s,
pese a los g ra n d e s câm bios sociales rev o lu cio n ário s.
. E s ta “m icro física” del “sab er-p o d er” (o del “p o d er-sab er” )
n o cam b ia con el sim p le cam bio d e gobierno, p o r rev o lu c io n á ­
rio q u e sea, p u e sto q u e F o u c a u lt n o a d m ite la p resen cia de
« n “s is te m a ” en el sen tid o “sistêm ico ” , sino de u n a “g u e rra -
p o lííic a ” : la p o lítica seria la c o n tin u ació n de la g u e rra o la
jguerra la co n tin u ació n de la política. E s ta lucha, v ista en su
^èonjunto, p ro p o rcio n a u n a visió n q u e llam a a en g an o y lleva
li c re e r en la ex isten cia de u n “s iste m a ” , p e ro q u e n o es tal,
sino la sim ple alin eac ió n o com posición de los d ife re n te s p o ­
deres en lucha. E s ta ta m b ié n es la explicación de los im pon-
d erab les históricos.
L as p rin c ip a le s te sis de F o u c a u lt son su m a m e n te im p o r­
ta n te s p a ra n u e s tro cam po y n u e s tro m a rg e n , en c u a n to a la
relació n de sa b e r v poder, lo q u e nos o b lig ará a v o lv er sobre
SJgunas de ellas en v a ria s ocasiones. Su epistem ología in s ti­
tucio n al es casi in d isc u tib le y ex p lica en b u e n a m edida la
n a tu ra le z a d e las re sp u e sta s a la d esleg itim ació n en n u e s tro
m arg en la tin o am erica n o . com o ta m b ié n a lg u n a s contradiccio-
toes p o sitiv as e n tre u n sa b e r g en era d o p o r ag en c ias c e n tra le s
y d isfu n cio n al p a ra las p erifé ricas y, m u y esp ecialm en te, su-
Siere la p o sibilidad d e p e n s a r (re p e n s a r) la “colonia” ( “ neo-
colonia” y “m a rg e n ” ) con el p a ra d ig m a de la “ in stitu c ió n de
s® cuestro” . E s tá d em ás d ecir q u e en el â m b ito crim inológico
clarísim a la relació n e n tre la crim inología etiológica v la
Prisión.
68 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

V . EL PARADIGM A D E LA D E PE N D E N C IA

E n las ú ltim a s décadas h a n a rre c ia d o las te o ria s acerca


del “d esarro llo ” , cru zá n d o se ideas en m u y d ife re n te s sentidos.
L a tesis m á s d ifu n d id a p o r secto res oficiales del p o d e r m u n ­
d ial fu e de cu n o sp en cerian o : el cap italism o c e n tra l te n d ría
c a rá c te r “c e n trífu g o ” y lle v a ría la ex ten sió n del p ro g re so a
los m árg en es, g en era liza n d o con la in d u stria liz a c ió n de éstos
el b ie n e sta r a niv el p la n etario . Los fenôm enos crim in a le s de
n u e s tro m a rg e n se ría n análogos a los del m u n d o c e n tra l en
el m o m en to d e la acu m u lac ió n o rig in a ria d e cap ital. E s ta Vi­
sion del d esarro llo h a caído en to ta l d escréd ito en los ú ltim o s
anos, a n te la ev id en cia de q u e la in d u stria liz a c ió n no se pro-
d u jo o si se p ro d u jo no tra jo esas v e n ta ja s; q u e n u e s tro cre-
cim ien to econôm ico se h a d e ten id o b ru sc a m e n te ; q u e cede el
p ro d u c to b ru to ; que el cap italism o c e n tra l p arec e s e r “cen trí-
p e to ” ; que se a c e n tú a cad a vez m ás la d ista n c ia tecnológica
e n tre el c e n tro y los m á rg e n es; q u e el d e sp ilfa rro de n u e s tra s
clases m edias y el e n d eu d a m ie n to de to d a la reg ió n ta n to com o
la d esp ro tecció n de la p ro d u cció n nacio n al, c o n tra s ta n b r u ta l­
m e n te con la a c titu d a c u m u la tiv a o rig in a ria d e c a p ita l pro-
d u ctiv o c e n tra l en el siglo pasado; to d o lo cu al d e m u e stra que
ex isten p ro b lem as e s tru c tu ra le s y n o m e ra m e n te co y u ijtu rales
e n n u e stro desarrollo, a d m itid o s y d estacad o s in clu so p o r a u ­
to res q u e o tro ra fu e ra n e n tu sia sta s del m odelo neo-spen-
c e r ia n o 45.
P o r su p u e sto q u e ex iste u n a tesis a ú n m ás o rto d o x a m e n ­
te neo -sp en cerian a — digam os que a b ie rta rm e n te genocida—
q ue p ro p o n e q u e el c e n tro nos deje lib rad o s a n u e s tro d estin o
(que, o b v ia m en te n o es ta l, sino el q u e el p o d er c e n tra l dis-
p on g a) p a ra q u e a p re n d a m o s a h a c e rn o s fu e rte s en la adver-
sidad y no nos atro fie la a y u d a 46. E s to im plica p ro p o n e r u n a
d om inación y ex p lo tació n ilim itad as e im p u ta r su s efectos
sobre n u e stro m a rg e n a n u e s tra condición d e su b d esarro llad o s
y n a tu ra lm e n te in ferio res.

45 P or ejem p lo, P reb isch , op. cit.


46 P. T . B au er, C r itic a d e la t e o r ia d e l d e s a r r o llo , B a rcelo n a .
1983.
F uent es t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 69

Sin em bargo, en los m ism os p aíses c e n tra le s y p a rtic u la r­


m e n te en los E sta d o s U nidos, se v ie n e d esen v o lv ien d o u n a
co rrie n te c rític a d e la te o ria del d e sa rro llo q u e, en el plan o
econôm ico g e n e ra l tie n e décadas, y q u e ree m p la z a el “p a r a ­
digm a d el d e sa rro llo ” p o r el “p a ra d ig m a d e la d e p e n d e n c ia ” 47.
E sta c o rrie n te p o n e d e m a n ifiesto , c o n tra lo p re te n d id o p o r la
te o ria d e l d e sa rro llo y ta m b ié n p o r e l m a rx ism o trad icio n a l,
qu e n u e s tro s fen ô m en o s n o so n análogos a los c e n tra le s, sin o
q u e son fen ô m en o s d eriv a d o s y, p o r ende, p re s e n ta n u n a par-
tic u la rid a d d ifere n cial q u e es im p o sib le a s ir con la s categ o rias
del sa b e r c en tral.
E s te p a ra d ig m a a b rió u n a d iscu sió n e n la q u e colisiona-
ro n o p in io n es b ie n d isp a re s a u n q u e p u e d e n se n a la rse los t r a ­
bajos d e D arcy R ib e iro com o u n a de las ex posiciones m á s
com pletas en el p la n o an tropológico 48 y, p rin c ip a lm e n te , su
d istin ció n e n tre ac tu aliz ac ión h is tóric a y ac e le rac ión e v o lu ti­
v a 40: “P o r aceleració n e v o lu tiv a e n ten d em o s los procesos de
d esarro llo de so cied ad es q u e re n u e v a n a u tó n o m a m e n te su sis­
tem a p ro d u c tiv o y re fo rm a n sus in stitu c io n e s sociales e n el
sen tid o d e la tra n s ic ió n de u n o a o tro m odelo de form ación
socio-cultural, com o pueblos q u e ex iste n p o r sí m ism o s” ; p o r
“actu alizació n o in c o rp o ra ció n h istó ric a d esig n am o s los p ro -
ced im ien to s p o r los cu ales esos p u eb lo s a tra sa d o s en la h is to ­
ria son in je rta d o s c o m p u lsiv a m e n te en sistem as tecnológica-
m e n te m á s evolucionados, con p é rd id a de s u a u to n o m ia o in ­
cluso con su d estru cc ió n com o e n tid a d é tn ic a ” .
N u e stro in te n to de realism o m a rg in a l se a p ro x im a a esta
c o rrie n te , p u e s to q u e re s u lta su m a m e n te c laro q u e n u e s tro
m a rg e n la tin o a m e ric a n o y s u c o n tro l social son p ro d u c to de la
tra n s c u ltu ra c ió n p ro tag o n izad a p rim e ro p o r la rev o lu ció n
m e rc a n til y luego p o r la rev o lu c ió n in d u stria l, q u e nos incor-
p o raro n a sus resp e c tiv a s civilizaciones “u n iv e rs a le s ” o pla-

47 E n lo eco n ô m ic o g e n e r a l p u e d e n m e n c io n a r se la s p e r sp e c ti­
vas d e A n d ré G u n d er F r a n k ( C a p ita lis m o y s u b d e s a r r o llo e n A m é ­
r ic a L a t i n a , M éxico, 1982) y P a u l A. B a ra n (A e c o n o m ia p o litic a d o
d e s e n v o l v i m e n t o , R io d e J a n eiro , 1977).
48 D a rcy R ib e ir o , O p r o c e s s o c i v iliz a tó r io . P e tr ó p o lis, 1987; A s
A m é r ic a s e a C iv iliz a ç ã o , P e tr ó p o lis, 1979; 0 d ile m a d a A m é r i c a L a ­
tin a , P e tr ó p o lis, 1983.
49 o p r o c e s s o c iv iliz a tó r io , p á g s. 55 y sg ts.
70 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

n e ta ria s , com o ta m b ié n q u e a h o ra nos h allam os fre n te a u n


te rc e r m o m en to — la rev o lu c ió n tecno-científica— c u y as con-
secu en cias p u e d e n s e r ta n genocidas com o las a n terio res,
sien d o n u e s tra o p in ió n q u e el genocídio e n acto q u e im plica
el ejercicio d e p o d er de los sistem as p en ales d e n u e stro m a rg e n
y a es p a rte de ese proceso.
A u n q u e v erem o s alg u n o s aspectos con m a y o r d etalle.
ad e la n ta m o s que, en n u e s tra opinión, el p a ra d ig m a de la de-
p e n d e n c ia es el m arco q u e nos p e rm ite la m e jo r ap ro x im ació n
a la co m p re n sió n del c o n tro l social p u n itiv o en n u e s tro
m a rg e n . .
P o r cierto q u e re s ta n d u d a s y d isp arid ad es, pero, p o r so­
b re to d a s ellas q u ed a claro q u e A m érica L a tin a n o p ro d u jo
u n a “s e rv id u m b re ” p o r v ía d e la su p eració n o rig in a ria y d i­
n âm ica de la “e s c la v itu d ” , n i su c a p italism o es u n proceso
q u e p u ed a ex p licarse p o r m edio de u n a su p eració n p ro p ia de
la se rv id u m b re o d el feudalism o. T odos esos m o m en to s nos
fu ero n m a rc ad o s por el p o d er c e n tra l p la n e ta rio y e n m odo
alg u n o p o r u n a d in â m ica in d e p e n d íe n te ; re sp o n d ie ro n a ne-
cesidades del p o d er c e n tra l e n su s d is tin ta s e ta p a s y se nos
im p u sie ro n con u n cierto d iscu rso o “s a b e r” .
E s to d e te rm in a la im po sib ilid ad d e re fe rirs e a “ feu d alis­
m o” , “p re-cap italism o ” o “cap italism o ” la tin o am erica n o s en
se n tid o estric to 50, o sea, e n el m ism o sen tid o en q u e se lo h ace
en los p aíses c e n tra le s, d o n d e a p a re c e n com o fenôm enos o ri­
gin ário s, su rg id o s de su p ro p ia d in âm ica. P o r ello q u e ta m ­
b ié n es a b so lu ta m e n te in ad m isib le la p re te n sió n del desarro-
llism o neo-spenceriano, cu an d o p re te n d e co m p re n d e r el co n ­
tro l social la tin o a m e ric a n o p o r an alo g ia con e tap as p re se n te s
o p asad as d e l c o n tro l social c e n tra l. N ue s tro m arg e n tie ne u n a
d in âm ic a que e s tá c o ndic io nada po r s u de pe nde nc ia y nue s tro
c o ntro l s o c ial e s tá in tim am e n te lig ad o a e lla.

50-C abe o b se r v a r q u e D a rey R ib eiro a fir m a q u e e s p o sib le r e fe ­


r ir s e al fe u d a lism o en A m érica L atin a, p o rq u e e n tie n d e p or ta l una
r e g r e sió n h istó r ic a , q u e n o e s prop ia d e n in g u n a etapa, s in o q u e se
ha d ado e n d ife r e n te s m o m e n to s y c iv iliz a c io n e s, co m o e x p r e sió n d e
d eca d e n c ia (O p r o c e s s o c iv iliz a tô r io , pág. 60). L a p o sib ilid a d d e un
fe u d a lism o la tin o a m erica n o fu e a firm ad a p or lo s p rim ero s s o c ia lis ta '
y dio lu g a r a u n a m p lio d e b a te (v er. F ra n k , op. c it.).
F uent es t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 71

E n crim inología, la te sis del d esarro llo neo -sp en cerian o


h a dado lu g a r a lo q u e se llam ó “crim inología tra d ic io n a l de
la m o d e rn izació n ’’, a la cu a l se o p o n en los p la n teo s que,
d esd e el p u n to d e v ista del p a ra d ig m a d e la d ep en d en cia, h a
p ro d u cid o la “crim in o lo g ía d e la d ep en d e n cia econôm ica” , en
la cu al cabe m e n cio n ar a M a rth a H u g g in s p o r su especial
dedicació n a la in v estig ació n d e n u e s tro co n tro l s o c ia l 51. P e se
a q u e la p ro p u e sta d e la crim in o lo g ía d e la d ep en d en cia a ú n
d eb e d e sa rro lla rse m u c h o m ás a m p lia m e n te 52, su s ap o rte s re-
s u lta n a lta m e n te d e sle g itim a n te s p a ra el ejercicio de p o d er
del sistem a p e n a l y d escalifican tes p a ra el discurso ju ríd ico -
p en al, p u es p o n en de m an ifiesto , e n tre o tra s cosas, la dispa-
rid a d fu n cio n a l de los fenôm enos de co n tro l social c e n tra le s y
m a rg in a le s del p o d er m u n d ial, rev elan d o de este m odo q u e la
p re te n sió n d e c u b rirlo s con el m ism o d isc u rso sólo es posible
m e d ia n te u n n iv el de a b strac ció n de ta n alto contenido idea­
lista que ra y e en el solipsism o.

VI’ BALANCE DE LA DESLEGITIMACIÓN TEÓRICA CENTRAL

H em os sen alad o q u e en n u e stro m a rg e n la d esleg itim a­


ción del sistem a p en al se p ro d u c e casi p o r efecto d e la ev i­
d e n c ia de los h ech o s m ism os, p ero en ta n to q u e h a s ta hace
alg u n o s lu stro s se p re te n d ia le g itim a r al ejercicio de p o d er del
siste m a p e n a l en n o m b re de n eb u lo sas y fu tu ra s ad ap tacio n es
del m ism o a la legalidad (q u e se p ro d u ciría a m ed id a q u e
fu e se te n ie n d o lu g a r u n h ip o tético d esarro llo en ten d id o en
sen tid o n eo -sp en cerian o ), la actu al d eslegitim ación llev ad a a
cabo p o r la te o ria sociológica c e n tra l y la crim inología d e la
reacció n social, c e rró la a n tig u a vía le g itim a n te al d e s tru ir la
ilusión en que se ase n ta b a (q u e ta m b ié n se an iq u ilo con la
verificació n fáctica de la falsedad del d esarro llo neo-spen­
c e ria n o ).

si M artha K. Huggins, F r o m S l a v e r y to V a g r a n c y i n B r n z i l
C r im e a n d s o c ia l c o n tr o l i n th e T h ir d W o r ld , New Jersey 1985.
52 M artha K. H uggins senala como pionero el trabajo de C h a rles
Van Onselen, C h ib a ro : A f r ic a n M in e L a b o u r in S o u th e r n R o d h e s ia ,
1900-1933, London, 1970.
72 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

L a d esleg itim ació n te ó rica c e n tra l n o se h a p ro d u cid o p o r


efecto d e te o ria s m a rx is ta s — com o se p re te n d e p o r q u ie n es
desean ig n o ra ria en n u e s tro m a rg e n o p o r los p a rtid á rio s de
la “seg u rid a d n a c io n a l”— , sin o q u e la d e sle g itim a c ió n ir r e -
v e r s i b l e se o p eró con las in v estig acio n es in te ra c c io n ista s y fe-
nom enológicas, com o lo reco n o cen y s u b ra y a n los m ism os
a u to re s q u e se a lin e a n e n tre las d iv e rsa s c o rrie n te s m a rx ista s
con fu n d a m e n ta c ió n te ó ric a seria.
E l m a rx ism o n ació d e sle g itim a n te del siste m a penal, p ero
esa d esleg itim ació n te ó ric a n o tu v o los efectos q u e d eb en re-
conocérsele a la te o ria del e tiq u e ta m ie n to , p o rq u e se quedó
en u n a “m a cro -crítica” q u e in v a ria b le m e n te p a sa b a p o r so b re
la o p e ra tiv id a d c o n c re ta del sistem a penal. Se tr a ta b a d e u n a
d esleg itim ació n an álo g a a o tra , q u e no h em o s analizado, com o
fu e la del a n a r q u is m o 53. N in g u n a d e am b as alcan zó a produ-
cir el d esc ré d ito del d iscu rso ju ríd ico -p en al, p o rq u e se cen tra-
ro n en las e s tru c tu ra s m a y o re s del p o d e r y n u n c a b a ja ro n
h a s ta la fo rm a c o n c re ta e n q u e el p o d er o p era en el sistem a
p en al, cuyo d iscu rso d e ju stific a c ió n se lim ita ro n a d esp reciar,
com o u n a s u p e re s tru c tu ra ideológica.
L os ap o rte s d e F o u c a u lt d e m u e stra n q u e n o se tr a ta de
u n m ero d iscu rso fácilm e n te su p erab le , p o rq u e el c o rte e n tre
“ in fra ” y “s u p e r” e s tru c tu ra l n o re s u lta ta n lim p io y los “sa-
b e re s ” los g e sta n las ag en cias q u e e je rc e n ese m ism o p o d er
co n tro lad o r, cu y o an álisis p a rtic u la riz a d o h a b ía sido p rácti-
c a m e n te d esp re c ia d o p o r el m a rx ism o trad icio n a l.
E l m a rx ism o in stitu cio n alizad o provoco a ú n m a y o r con-
fusión, cu an d o p o r las n ecesid ad es in h e re n te s a la im plem en-
tacló n d e u n a in d u stria liz a c ió n a m a rc h a fo rzad a y a la pro-
visió n d e la d efen sa nacional, re-leg itim ó v io le n ta m e n te al
sistem a p en al y se d esem b arazó d e su s teó rico s deslegiti-
m a n te s estig m atizán d o lo s com o “sab o tea d o res” , en ta n to que,
p o r el o tro lado, u n a b u e n a p a r te del m a rx ism o n o in s titu ­
cionalizado fu e a d esem b o car en la “ iz q u ierd a tr is te ” , sin p e rs ­

53 E n la v e r tie n te a n a rq u ista p u e d e n v e r s e tr a b a jo s e sp e c ífic o s,


co m o el d e A le x C om fort, A u t o r i d a d y d e lin c u e n c ia e n e l E s t a d o M o ­
d e r n o , B s. A s., 1960; e s c lá sic a la c r ítica a la p r is ió n d e K ro p o tk in e.
L a s p r is o n e s . L a m o r a l a n a r q u is ta . E l s a la r ia d o , trad. d e la J u v e n tu d
L.iteraria, B a reelo n a -B s. A s., s.f.
F uent es t e ó r ic a s d e l a d e s l e g it im a c ió n 73

p ectiv as de cam bio o, al m enos, g en eró esa a c titu d com o re ­


su lta d o de u n a c rític a q u e se ag o tab a en sí m ism a.
A dem ás, ta m b ié n es cierto q u e o tro am plio sector del
m a rx ism o trad icio n a l, q u e n u n c a h a b ía llegado a a ce rcarse
al fenôm eno del colonialism o, q u ed ó an clad o e n u n plan tea-
m ie n to q u e se a p a rta b a m u ch o d e las lín eas del desarro llo
neo-spenceriano. E l p a rad ig m a d e la dep en d en cia vino a a rro ­
ja r lu z so b re la fu n ció n co n tro lad o ra del sistem a pen al en
n u e stro m a rg e n y en el c e n tro y sobre la co n sig u ien te false-
dad d e c u a lq u ie r d iscu rso racio n alizad o r q u e cu b rie se am bas
situ acio n es y, p o r ende, en la descalificación de los in ten to s
de esta n a tu ra le z a .
E n síntesis, los aporte s te óricos de s le gitim ante s que con-
trib uy e ro n m ás e fe ctiv am e nte a la de s c alific ac ión de l dis curs o
jurídico- pe nal e n nue s tro m arg e n fu e ro n la c rim in ólo g ía de
la re ac c ión s ocial e n s us v e rtie nte s inte rac d o nis tas , fenome-
nológic as , m arx is tas de los autore s que tráb ajan te oricam e nte
a p a rt ir de l re c onoc im ie nto de la e ficacia de s le g itim ante de
las ante riore s , los de Fo u c au lt e n c uanto a la “m icro- fís ica
de l pode r” y los m ás re cie nte s de la c rim in ólo g ía de la eco­
n o m ia de pe ndie nte .
Se g u n d a P a ht e

RESPUESTAS A LA DESLEGITIMACIÓN
Y A LA CRISIS
Ca pít u l o Te r c e r o

TEORIAS Y ACTITUDES CENTRALES Y


MARGINALES COMO RESPUESTA A LA
DESLEGITIMACIÓN Y A LA CRISIS

I. T E O R IA S Y A C T IT U D E S : E L S A B E R C E N T R A L Y S U
P A R C IA L D IS F U N C IO N A L ID A D P E R IF E R IC A . — II.
R E S P U E S T A S C E N T R A L E S E N P O R M A D E “M E C A ­
N IS M O D E H U ID A ". 1. N e g a c ió n e p iste m o ló g ic a d e Ia d e s ­
le g itim a c ió n . 2. H u íd a h a c ia e l r e tr ib u c io n ism o . 3. L a fu n -
c io n a lid a d b u ro crá tica d e Ia a g e n c ia ju d icia l. — III. E L
D IS C U R S O R E -L E G IT IM A N T E SIST Ê M IC O . — IV . L A S
R E S P U E S T A S Q U E E N F R E N T A N L A D E S L E G IT IM A -
C IO N D E S D E E L P L A N O P O L IT IC O -C R IM IN A L . 1. M í­
n im a in te r v e n c ió n p e n a l y a b o licio n ism o . 2. *S e tra ta d e
p r o p u esta s d e niuevos m o d e lo s d e socied ad ? 3. L a p r in c ip a l
ca rên cia d e la s r e sp u e sta s p o lític o -c r im in à le s. — V . E L
PR O G R A M A D E M IN IM A IN T E R V E N C IÓ N COMO P R O -
P U E S T A P O L IT IC O -C R IM IN A L F R E N T E A L A D E S L E .
G IT IM A C IO N . 1. D o b le se n tid o de “d e sle g itim a c ió n ”. 2. E l
fu n d a m e n to le g itim a n te d e u n fu tu r o d e r e c h o p e n a l m ín i­
m o. 3. E l p r o g ra m a d e le g is la c ió n p e n a l m ín im a . — V I. E L
A B O L IC IO N ISM O P E N A L . 1. C a ra cteriza ció n g e n e r a l d e l
m o v im ie n to a b o licio n ista . 2. L a s v a r ia b le s d e l a b o lic io n is­
m o. 3. L a p o lê m ic a e n t o m o a l a b o licio n ism o . 4. L a s d u d a s-
lím ite fr e n te a la s p r o p u esta s a b o lic io n ista s. — V II. E L
U SO A L T E R N A T IV O D E L D E R E C H O . — V I I I . R E A C -
C IO N E S M A R G IN A L E S .

I. TEORIAS Y ACTITUDES: EL SABER CENTRAL Y SU PARCIAL


DISFUNCIONALIDAD PERIFERICA

L a re sp u e sta a la d esleg itim ació n del sistem a p en al y a


la co n sig u ien te crisis del d iscu rso ju ríd ic o p e n a l es h e te ro ­
gênea, no sólo en c u a n to a la d isp a rid a d ideológica q u e a b a r­
ca, sin o ta m b ié n en cu a n to a la n a tu ra le z a d e la s resp u estas.
E n este ú ltim o sen tid o es n ece sa rio p re c isa r q u e h a h ab id o
reaccio n es en fo rm a d e r e s p u e s t a s t e ó r i c a s , y a sea crim inolô-
78 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

gicas o po lítico -crim in ales o d isc u rsiv a s ju ríd ico -p en ales, p ero
ta m b ié n h a h ab id o reaccio n es en fo rm a de ac titude s q u e no
p u e d e n c o n sid e ra rse “te ó ric a s” .
E s m e n e ste r d e s ta c a r e s ta d ifere n cia e n la n a tu ra le z a d e
las reacciones, p o rq u e es co m ú n la te n d e n c ia a d e sp re c ia r las
ú ltim a s o a co n sid e ra rla s su p e rfic ia lm e n te . E s pos ible que e n
los país e s ce ntrale s las ac titud e s no te óric as no m e re z c an
ate n c ión p ero e n n u e s tro m a rg e n son s u m a m e n te im p o rta n te s
y re q u ie re n a te n c ió n p re fe re n c ia l, p o rq u e a q u i el ejercicio d e l
p o d er d e las ag en cias n o siem p re g e n e ra u n s a b e r q u e se ex­
p licita e n u n d iscu rso elab o rad o al estilo d e los d iscu rso s
c e n tra le s calificados d e “te ó rico s” , sino q u e se lim ita frecuen-
te m e n te a ac titude s d is c urs iv am e nte confus as .
E sto q u e llam am o s ac titude s y q u e so n form as de e je rc i­
cio d e l po de r que ge ne ran u n s abe r d is c urs iv am e nte confus o
y c ontradic to rio , se ex p lican e n n u e s tro m a rg e n p o r la fo rm a
q u e a su m e e l ejercicio del p o d er d e la s agencias. E x iste u n
“sab e r-p o d e r” q u e F o u c a u lt no llegó a a n a liz a r en pro fu n -
d id ad : el antro po lóg ic o . E l d isc u rso an tro p o ló g ico n a c ió com o
u n d isc u rso neo-colonialista que, re v e stid o d e fo rm a “c ie n tífi­
c a ” , “ s u p e ra b a ” al d isc u rso co lo n ialista teo crático . E n tr e las
“ in stitu c io n e s d e se c u e stro ” , q u e es com o F o u c a u lt desig n o a
las in stitu c io n e s to t a le s 1, no co n sig n a a la colonia, q u e a
n u e s tro juicio, deb e s e r re -p e n sa d a d esd e la p e rsp e c tiv a de
u n a g ig a n tesca “ in s titu c ió n de se c u e stro ” d e c a ra c te rístic a s
m u y p a rtic u la re s. No es p o sib le c o n sid e ra r a je n o a esta c a te ­
g o ria fo u cau ltia n a, p ese a su in m e n sa d im en sió n g eo g ráfica y
h u m a n a , u n ejercicio d e p o d er q u e p riv a d e la a u to d e te rm i-
nación, q u e asu m e el g o b iern o político, q u e so m ete a los in s ­
titu cio n aliz ad o s a u n sistem a p ro d u c tiv o e n beneficio del co­
lonizador, q u e le im p o n e su idiom a, su relig ió n , su s valo res,
q u e d e s tru y e to d as la s relacione? c o m u n ita ria s q u e le re s u lta n
disfu n cio n ales, q u e co n sid era a su s h a b ita n te s com o sub-hum a-
n o s n ecesitad o s d e tu te la y q u e ju stific a com o e m p re sa pia-
dosa c u a lq u ie r v io lên cia genocida, con el a rg u m e n to de que,
en d efin itiv a, re d u n d a rá en b en eficio d e la s p ro p ia s víctim as,
co n d u cid as a la “v e rd a d ” (te o c rá tic a o c ie n tífic a ). E s te ejer-

1 Foucault, M ic r o fís ic a , cit.; L a v e r d a d y la s f o r m a s ju r íd i­


c a s, cit.
R e s pü e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 79

cicio de poder, co n fig u ra d o r de lo q u e R ib e iro llam a “proceso


d e ac tu a liz a c ió n ” , c u a n d o alcan za la s c a ra c te rístic a s q u e tu v o
e n n u e s tro m a rg e n o e n A frica, d a lu g a r a u n a g ig a n tesca
“ in s titu c ió n de se c u e s tro ” .
P a s a r p o r a lto la colonia v el “p o d er-sab er” an tro p o ló ­
gico es u n a tra d ic ió n in te le c tu a l eu ro p ea, pocas veces q u e ­
b ra d a , q u e c u ltiv a la s c rític a s d e su s p en sad o res s in r e p a r a r
e n el c o n ten id o e tn o c e n trista de su s p e n s a m ie n to s 2, p ero es
in c u estio n ab le q u e el “sab e r-p o d e r” an tro p o ló g ico fu e racista,
con el racism o “p e s im is ta ” d e G ob in eau y el “o p tim is ta ” de
S p e n c e r 3, sien d o e s te ú ltim o el a rq u ite c to del “ sab er-p o d er”
d el im p erialism o n eo-colonialista b ritâ n ic o 4, e n ta n to q u e el

2 P o r m u c h o q u e s e a d isc u tib le — o n o s e c o m p a rta d irecta m en -


t e — la c o n tr o v e r tid a m e to d o lo g ia q u e p ro p u g n a , ca b e o b serv a r q u e
fu e r o n n e c e s a r io s m u c h o s a n o s p ara q u e u n in te le c tu a l eu ro p e o co m o
S artre d e sn u d a se la c iv iliz a c ió n in d u str ia l co m o lo h iz o e n e l p ró ­
lo g o a F a n o n .
s E s in te r e s a n te se n a la r q u e lo s d isc u r so s c o lo n ia lista y neo-
co lo n ia lista , si b ien n u n c a d u d a r o n d e n u e str a in fe rio rid a d a n tr o p o ­
lógica, d esa rro lla ro n d o s v e r s io n e s d e la m ism a : u n a p e sim ista , c o n ­
fo r m e a la c u a l s o m o s e l p r o d u cto d e u n a “c a íd a ”, y otra o p tim ista
o e v o lu tiv a , s e g ú n la c u a l a ú n n o 1le g a m o s a “le v a n ta m o s" .
P ara ei d isc u r so d e la a n tr o p o lo g ia te o c r á tica c o lo n ia lista éra m o s
“h e r e je s ”, ca íd o s o p erd id o s, c o n fo r m e a la t e s is d e q u e e l A p ó sto l
T o m á s h a b ía lle g a d o a A m é r ic a y haibíam os r e c h a z a d o s u m e n sa je
(v. P ie r r e D u v io ls, L a d e s tr u c c iô n cfe la s r e lig io n e s a n d in a s d u r a n te
la c o n q u is ta y la c o lo n ia , M éxico, 1977; J a cq u es L a fa y e , Q u etzcU eó a tl
y G u a d a lu p e , L a f o r m a c ió n d e la c o n c ie n c ia n a c io n a l e n M é x ic o , M é­
x ico , 1983).
L a v e r s ió n n e o -c o lo n ia lista d e e s te p e sim ism o cobra ca rá cter
“c ie n tífic o ” co n G ob in eau , q u e f u e u n fr a n c ê s d e c a d e n te d e d u d o sa
n ob leza, d ip lo m á tic o d e stin a d o al B r a s il c o m o c a stig o y q u e term in ó
s u carrera e n u n e sc â n d a lo se n tim e n ta l en E sto c o lm o . P a ra e s t e n o ­
v e lis ta a m ig o p en so n a l d e D. P e d r o II — q u e e r a e l ú n ic o “a rio ” co n
q u e co n sid era b a d ig n o h a b la r e n .Brasil— éra m o s d eg en era d o s, p ro ­
d u c to d e u n a ca íd a b io ló g ic a irrecu p era b le. E s t e e x tr a n o p er so n a je
(p u e d e v e r s e la te m p r a n a e in s tr u c tiv a c r ític a d e J e a n F in o t, L e
p r ê j u g é d e s ra c e s, ParSs, 1906; so b r e s u corta p e r m a n ê n c ia en B ra sil
y su s ex c e n tr ic id a d e s, s u v a tic in io d e la e x tin c ió n d e la p o b la ció n
b r a sile n a p or d eg e n e r a c ió n , etc., e s in te r e sa n te G eorges R oed ers,
O i n im ig o c o r d ia l d o B r a s il, R io d e J a n e ir o , 1968), q u e f u e s in duda
e l m a y o r in sp ir a d o r d e R o sen b erg , n o era e s c la v is ta , p e r o s u d isc u r so
era co n tra d icto rio a e s te resp ecto , p or lo c u a l fu e n e c e sa r io e l d is ­
cu rso d e S p en cer, q u e e s e l e q u iv a le n te n e o -c o lo n ia lista a la te s is
c o lo n ia lista o te o c r á tica q u e n e g a ba la le y e n d a d e T o m á s d e A m érica
y n o s co n sid era b a s im p le s “in fie le s ”.
4 M u y claro a e s t e resp ecto , M a rv in H arris, op. c i t
80 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

p rim e ro y su s seg u id o res — com o ta m b ié n la p s iq u ia tria r a ­


cista d e M orei y su s h e r e d e ro s 5— p ro p o rc io n a ro n el lib re to
q u e h a b ría d e re p e tir en v e rsió n sin te tiz a d a y c a re n te d e to d a
o rig in alid ad A lfred R o s e n b e rg 6.
C reem os in c u estio n ab le q u e las colonias h a n sido g ra n ­
des “in stitu cio n es de se c u e stro ” m a siv as, p ro d u cid a s p o r la
rev o lu ció n m e can til com o e l in s tru m e n to in d isp e n sa b le p a ra
su ex ten sió n de p o d er p la n e ta rio ; el neo-colonialism o pro p io
d e la rev o lu ció n in d u stria l, q u e provocó la in d e p en d en cia
política d e n u e s tro m a rg e n re sp e c to d e las p o tê n cias q u e por
su e s tru c tu ra de im p ério s salv ac io n ista s m e rc a n tile s decaye-
ro n y p erd ie ro n su h eg em o n ia c e n tra l fre n te a los p u ja n te s
im p erialism o s in d u strializad o s, m a n tu v o la situ a ció n y re n o ­
vo el genocidio de la p rim e ra colonización c u a n ta s veces fue
necesario, d ejan d o a las g ra n d e s m a y o rías d e n u e s tro m a rg e n
som etidas a m in o ria s p ro co n su lare s del p o d er c en tral.
L os d efen so res de la p rim e ra e m p re sa colonial im p u ta n
a los neo-colonialistas la in v en ció n d e u n a “le y en d a n e g ra ”
d ifam an te , a u n q u e la h is to ria nos e n se n a q u e n o h u b o ta l
leyenda, sino u n genocidio d e v erd ad , p e ro al q u e no le fue
e n zaga el q u e p ro m o v iero n las p o tê n cias neo-colonialistas 7.
E n estas condiciones, las p risio n e s o “p eq u en a s in s titu ­
ciones d e se c u e stro ” de n u e s tro m a rg e n no p o d ían p re te n d e r
re sp o n d e r a la m ism a fu n ció n q u e ideo lo g icam en te s e le asig-
n a b a en el cen tro . E l p an ó p tico de B en th am , q u e p a ra F o u ­
c a u lt re p re s e n ta el pro y ecto ideológico d e u n m odelo d e so­
cied ad q u e v ig ila o m n ím o d am en te (p e n sa d o p a ra e je rc e r con
el m ín im o d e esfuerzo el m áxim o d e v ig ilan cia) con el fin de
d isc ip lin a r p a ra la p ro d u cció n in d u stria l, ja m á s p o d ría h a b e r
sido u n p ro g ra m a v álid o p a r a el m a rg e n , d o n d e n o se tra ta b a
m ás q u e d e c o n te n e r a las m ay o rías p a ra m a n te n e rla s e n el
bajo niv el tecnológico d e u n a econom ia p rim a ria , com o m ero

5 M orei fu e e l in v e n to r d e l d eseq u ilíb rio “m o ra l” d e lo s m e sti-


zos, d ifu n d id o e n A m érica L a tin a p o r e l y a cita d o N in a iR odrigues en
B ra sil, p or B u n g e en la A r g e n tin a , etc.
6 A lfred R o sen b erg , E l m i t o d e l s ig lo X X . U n a v a lo r a c ió n d e la s
lu c h a s a n ím ic o - e s p ir itu a le s e n n u e s tr o tie m p o , B s. A s., 1976.
7 N o s e tr a tó de n in g u n a “ley e n d a n eg ra ”, sin o d e d o s h is to ­
r ia s n e g r a s .
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 81

co m p lem en to d e las econom ias cen trales, q u e ap en a s re q u e ria


s u p e ra r el esclavism o.
E l p an ó p tico b e n th a m ia n o p o d ría se r el m odelo d e con-
tro l social p ro g ra m a d o ideo lo g icam en te com o in s tru m e n to dis-
c ip lin a d o r 8 d u ra n te la acu m u lació n o rig in a ria d e cap ital en
el cen tro , p ero e l v e rdade ro m ode lo ide ológic o p ara e l c ontrol
s ocial pe rifé ric o o m arg in al no fu e e l de B e n th am , s ino e l de
Cesare Lom bros o, es decir, u n m odelo ideológico q u e p a rtia
d e la p rem isa d e la in fe rio rid a d biológica de los d elin cu en tes
c e n tra le s y de la to ta lid a d de las poblaciones colonizadas, o
sea, q u e e ra n bio ló g icam en te in ferio res de m odo análogo
ta n to los m o rad o re s d e las in stitu c io n e s d e secu estro ce n tra le s
(cárceles y m anicom ios) com o los h a b ita n te s o rig in ário s de
las in m en sas in stitu c io n e s de secu estro coloniales (sociedades
in c o rp o ra d as al proceso de actu alizació n h is tó r ic a ) : de allí la
fam osa teo rizació n q u e p o stu la la ta n m e n ta d a an alo g ia e n tre
el c rim in a l y el sa lv a je (colonizado), d e la q u e tam p o co se
salvó el nino, n i el an cian o p o r “re g re siv o ” , n i la m u je r p o r
s u m e n o r cap acid ad d e racio n alid ad “fu n cio n a l” p a ra la p ro ­
d u cció n y d e a g resiv id ad p a ra la co m p eten cia v io le n ta 9.
L a p risió n de los p aíses m a rg in a le s era, pues, u n a insti-
tu ció n d e se c u e stro m e no r d e n tro d e o tra m uc h o m ay or, o sea,
q u e n u e s tra s prisiones, en el p ro g ra m a lom brosiano, se ría n
algo así com o las celdas de castig o o “b u zo n es” de la g ra n
prisión, d e la g ra n in stitu c ió n de secu estro colonial.
E s te p ro g ra m a no p u e d e e n te n d e rse d e o tro m odo que
com o u n aparth e id crim inológico: e ra n a tu ra l, p o rq u e si la
m a y o ría éram os salvajes, n o podia concebirse u n a in stitu c ió n
de secu estro d e stin a d a a e n c e rra r salvajes, p u es esa e ra la
fun ció n q u e cu m p lía e n el cen tro , d o n d e los salv ajes e ra n la
m inoria, p ero de n in g u n a m a n e ra en la p erife ria, en q u e esa
función e ra la d e la m ism a in stitu c ió n colonial.

8 D e b e q u ed ar cla ro q u e fu e u n sim p le “m o d elo id e o ló g ico ”, p or­


q u e e n la p ráctica n u n c a fu n c io n o co n fo r m e a la p rogram ación de
B en th am , com o n o p odia ser d e o tr o m odo.
_ 9 E s te c u rio so g ê n e r o d e a r g u m e n to s s e x is ta s p u ed e v e rse por
eje m p lo en la e x tr a n a obra d e O tto W e in in g e r , S e s s o e c a r a tte r e , To-
rino, 1922.
82 En bu sca d e l a s pe n a s p e r d id a s

Como en la seg u n d a g u e rra m u n d ia l H itle r p ra c tic ó so­


b re la m ism a E u ro p a lo que el a p a r t h e i d crim inológico ju sti-
ficaba en los m árg en es — especialm en te latin o am erica n o s y
africanos— , el m odelo lom brosiano fu e rá p id a y cu id ad o sa­
m en te archivado. Ja m á s u n p a ra d ig m a “científico” com o el
biologista fue ta n rá p id a m e n te abandonado.
H asta ese m om ento el d iscu rso crim inológico h a b ía sido
el g ra n d iscu rso político d e las m in o rias p ro co n su lares lati-
n o am erican as: su b u rla a la dem ocracia, su “tu te la ilu m in a ­
d a ” de n u e s tra s m ay o rías se ju stific a b a p o r la in ferio rid ad de
las m ayorías, p o r su c re e ie n te “d eg en eració n ” q u e am enaza-
ba a las m in o rias “sa n a s” 10 y las prisio n es n o e ra n m á s q u e
los “b uzones” d e castigo d e los g ran d es cam pos d e concen-
trac ió n (o d e resocialización “civ ilizad o ra” fo rz a d a ) q u e e ra n
los m ism os p aíses periféricos.
E l p ro tag o n ism o d e las m ay o rías n o e ra m ás q u e el tr iu n ­
fo d e la d eg en eració n (n o e ra dem ocracia, sin o “d em ag o g ia” );
liberalism o y d em ocracia e ra n té rm in o s an tag ô n ico s e n L ati-
noam érica d esd e la R evolución M exicana, y el d isc u rso racis-
ta-crim inológico e ra el g ra n p ro g ra m a político neo-colo­
n ialista.
C uando con in u sita d a u rg ê n c ia h u b o d e a rc h iv a rse esta
ideologia, las m in o rias p ro co n su lares y a n o p u d ie ro n esg ri­
m iria p a ra ex p licar el a n iq u ilam ien to d el liberalism o " p a ra
sa lv a r al liberalism o” , y a n o d isp o n en d e u n a ideologia c en ­
tr a l d e su sten to , pro d u cién d o se u n d e s f a s e e n e l s a b e r , e n tre
el discu rso q u e co rresp o n d e al ejercicio d e p o d er e n el cen tro
y el ejercicio de p o d er periférico; e ste ú ltim o n o p u e d e racio-
nalizarse con los discursos cen trales, p o rq u e lo s a d m i n i s t r a ­
d o r e s d e la s c e ld a s d e c a s ti g o n e o - c o l o n ia li s t a s ( y a h o r a te c n o -
c o l o n ia li s t a s ) d e b e n e j e r c e r u n p o d e r d i f e r e n t e a l d e la i n s t i ­
t u c i ó n d e s e c u e s t r o c e n t r a l . Como el m a rg e n n o disp o n e de
o tro recurso, las u sin as rep ro d u cto ras de ideologias del sistem a
pen al de la p erife ria rep ro d u cen los discu rso s c e n tra le s (a
tra v é s de los acadêm icos especializados e n la s u n iv e rsid ad es
c e n tra le s), lo q u e g en era contrad iccio n es e n tre las agencias

10 La tesis continuó sosteniéndose miuchísimos afios. Por ejem-


plo, de Veyga, D e g e n e r a c ió n y d e g e n e r a d o s . M isé ria , v ic io y d e lito ,
Buenos Airee, 1938.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 83

d e rep ro d u cció n ideológica (u n iv e rsid a d e s) p erifé ricas y el


sa b e r de las ag en cias del siste m a p en al, q u e n o lo g ran co n s­
tr u i r o tro d iscu rso “ p re se n ta b le ” , p u e s d e b ie ra n e c h a r m an o
d e reta zo s del d isc u rso d e l ap arth e id crim inológico, q u e e stá
p ro h ib id o p o r la c e n su ra c e n tra l, q u é lo descalificó d esd e q u e
se enroscó v o lviéndose c o n tra el m ism o c e n tro 11.
D e allí q u e en el n iv e l d e rep ro d u cció n ideológica uni-
v e rs ita ria se re p ite n los d iscu rso s teó rico s c e n tra le s (gene-
rad o s p a ra ra c io n a liz a r u n ejercicio de p o d e r fu n c io n a lm e n te
d ista n ciad o del p ro p io de las ag en cias de n u e s tro m a rg e n ), el
d iscu rso de las ag en cias de n u e s tro s sistem as p en ales se d e ­
g ra d a a u n “ d iscu rso un d e rg ro u n d ” p a ra “co m p ro m etid o s”
q u e re p ro d u c e el v iejo d iscu rso racista-b io lo g ista y se ex p resa
p ú b lic a m e n te en u n s abe r dis c urs iv am e nte c ontradic to rio y
confus o, q u e d en o m in am o s ac titu d .
E sto n o significa, p o r su p u esto , q u e en los p aíses c e n tra ­
les no h a y a a c titu d e s, sino q u e explica p o r q u é son m ás fre-
c u e n te s e im p o rta rn te s en n u e s tro m a rg e n y m e re c e n n u e s tra
m a y o r aten ció n . C abe a n a d ir q u e el desfase e n e l s abe r su ele
ex p liearse ta m b ié n p o r nue s tro s upue s tam e nte coy untw ral sub-
de s arrollo: el te ó rico colonizado ( “n eo ” o “tecno-colonizado” )
p re te n d e ex p licar la co n trad icció n e n tre su d iscu rso y su prác-
tica com o u n m o m en to p a sa je ro q u e se su p e ra rá c u an d o “ al­
can cem o s” los n iv e les c e n tra le s
E s ta s co n trad iccio n es son su m a m e n te im p o rta n te s, pues
al q u e d a r h o y o b tu ra d a la p o sib ilid ad de e sc a p a r de ellas a p e ­
lan d o a los a rg u m e n to s c o y u n tu ra le s y perso n alizad o s, se
co n v ierten en u n fo rm id ab le m o to r d e d esleg itim ació n y agu-
d izan las crisis — incluso ex isten ciales o p erso n ale s— d e los

11 En realidad. el único discurso que fue útil en el centro y en


el m argen fue el lombrosiano en versión biologista pura. El discurso
retributivo, por ejemplo, no pudo instrum entarse nunca como justi-
ficación; al transculturarse con códigos como el Im perial del Brasil y
el de Bolivia de 1830 y todos los que optaron por el modelo espafto)
de 1848/1850/1870, se encontraron con fenômenos curiosos: en Costa
Rica, por ejemplo, no había prisión, por lo cual la “fortaleza” fue
reem plazada por trabajos forzados; prostitutas y “vagos” eran e n ­
viados a construir caminos en la selva, donde morían al poco tiempo
(cfr. Mónica Grandos, S is te m a s p v n i t i v o s y e s tr u c tu r a so c ia l e n C o s ­
ta R ic a : d e v e la n d o u n a h is to r ia a m o r d a z a d a , San José. mult.. 1988).
84 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

teó rico s m arg inales entrenad o s en el saber central y que d eben


o p erar en nuestro s sistem as p enales.

II. RESPUESTAS CENTRALES EN FORMA DE


"MECANISMOS DE HUIDA’

1 . N egación ep istem ológica de la deslegitim ación . Ex is­


te u n num ero so co nju nto d e auto res y cu lto res d el d iscurso
juríd ico -p enal d e p ensam iento d isp ar y co n m uy d iferentes
niv eles de elabo ració n d iscursiv a, que no integ ran ninguna
teo rizació n o rgânica, p ero que en g eneral co incid en, p o r vía
neo -kantiana, p o sitiv ista ló g ica o p o sitiv ista ju ríd ica (no ,
siem p re exp resa y meno s aún co herentem ente so stenid a), en
co nsid erar que su “ ciência” se halla lim itad a estrictam ente
p o r la ley y que el d iscurso juríd ico -p enal d ebe red ucirse a la
co m p letivid ad ló g ica d e la interp retació n de la m ism a a niv el
sem ântico , cuid and o celo sam ente ev itar cualq uier d ato de
realid ad “ m o lesto ” (no asim ilable p o r el d iscurso ).
. To d a vez que la lim itació n — o auto -lim itaeió n— impues-
ta es de im p o sible realizació n, dado que jam ás p ued e inter-
p retarse un texto legal sin inco rp o rar d atos d e realid ad (p o r­
que la ley p resup o ne siem p re que asp ira a regular una
“ realid ad ” ), Ia inco rp o ració n o exclusió n d e eso s d atos no
es m ás que una arbitraried ad : siem p re se ad m iten uno s y
se rechaz an o tro s, según sean leg itim antes o d eslegitim antes,
a gusto del intérp rete, que m aneja el lim ite de realid ad epis-
tem o ló g icam ente inco rp o rad a según su co nv eniencia y lo pre-
senta co mo una g arantia d e “ cientificid ad ” y “ p ureza m eto ­
d o ló gica” o “ g arantia técnico -científica” .
Estas co nstruccio nes — co mo hemo s d icho — p resentan
niv eles d e elabo ració n m uy d iferentes, p ero siem p re lo que
d eterm ina la exclusió n del grad o de realid ad ind eseable es
la m agnitud de la m o léstia o d ificultad inco rp o rativa del d ato
d e realid ad p ara la elabo ració n del d iscurso a la medida del
gusto del exp o sito r.
2. H uída hacia e l retribucionism o. V inculad a a la ante­
rio r actitud , hasta el extrem o en que a v eces es d ifícil d istin-
g uirla, p ues suelen co m binarse, se halla la d e quienes prefie-
ren refug iarse en el retribucio nism o , más o meno s preventivo -
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 85

g e n e ra l o m etafísico, seg ú n los gusto s, a u n q u e siem p re re ­


c o rd a n d o q u e se t r a t a d e u n a “a c titu d ” y casi n u n c a d e u n a
e lab o ració n o p ro fu n d iza ció n del sa b e r fu n d a m e n ta d o r. E s ta
a c titu d , com o “m ecan ism o d e h u íd a ” o n eg ad o r, n o d e b e con-
fu n d irs e con las co n stru cc io n es te ó ricas d e d iscu rso s ju ríd ico -
p en ales llev ad as a cabo p o r a u to re s q u e las e la b o ra ro n c u a n d o
c ro n o lo g icam en te n o s e h a b ía n p la n te a d o los p ro b lem as de
leg itim id ad con la u rg ê n c ia d el p re s e n te m a r g in a l12.
E n el re trib u c io n ism o q u e n o e n fre n ta la crisis de leg i­
tim id a d del sistem a p en al, sin o q u e la so slay a s in reso lv eria,
d ebem os c o n ta r ta m b ié n la re ite ra c ió n a c tu a l d e la v e rsió n
an g lo sajo n a d e H a rt, p a ra q u ie n la p e n a se le g itim a e n fun-
ción d e dos p rin cíp io s: el d e ig u ald ad y el d e lib e rta d . E l
p rin c ip io d e ig u a ld a d re q u ie re a u e c u a n d o a lg u ie n v iv e e n
sociedad sin v io la r el d erec h o se h a lle e n u n a situ a ció n d ife­
r e n te a la d e q u ie n lo h ace v io lan d o el d e re c h o y, p o r ende,
d e esto se d e sp re n d e la n ece sid ad d e r e tr ib u ir al v io lad o r del
d erec h o el m al q u e h a causado.
. E l “p rin c ip io d e lib e rta d ” , p o r s ú p a rte , im p lica q u e q u ie n
eíige v io la r el d erec h o y a c u e n ta con la p e n a e n su Cálculo,
d e m odo q u e al e le g ir la vio lació n del d erec h o y a e s tá eli-
g ien d o la p e n a 13.

12 C reem os claro q u e q u ed a n fu e r a d e e s ta v a lo r a c ió n a u to res


co m o H a n s W e lz e l e n A le m a n ia o G iu sep p e B e ttio l e n Ita lia , q u e
c o n str u y e r o n s u s te o r ia s a n te s q u e la c r isis d e le g itim id a d s e p lan -
te a s e e n lo s té r m in o s a ctu a les. E l p e n s a m ie n to r e tr ib u tiv o c o r r e sp o n ­
de, e n s u v e r s ió n p u ra, a la s te o r ia s a b so lu ta s d e la p en a, e n q u e
é s ta s e im p o n e co m o u n a n e c e sid a d q u e n o e s s u s c e p tib le de p ro b a rse
em p ír ic a m e n te , s in o a tr a v é s d e u n m e r o p r o c e so ló g ico -d ed u ctiv o .
S in duda q u e el m o d elo m á s elab orad o ha sid o el d e K a n t (v e r M ario
C attan eo, D ig n ità u m a n a e p e n a n e lla f ilo s o f ia d i K a n t, M ilano, 1981).
C o n stitu y e la m á s c o m p le ta y ela b o ra d a ju s tific a c ió n d e la ex p r o p ia -
c ió n d e l co n flicto . L a s te o r ia s r e la tiv a s d e la p e n a n o a lca n za n e s te
r e su lta d o p o rq u e la s p r u e b a s e m p ír ic a s la s n eu tr a liz a n . L os e sfu e r z o s
p or c o n str u ir teo ria s “m áxtas” s o n e s té r ile s : to d a te o r ia “r e la tiv a ” es,
e n d e fin itiv a , a b so lu ta , p o rq u e n o le q u ed a o tro c a m in o q u e se c u n -
d a riza r lo s fin es; e n e s t e s e n tid o era m á s c a h e r e n te B in d in g q u e
L iszt.
13 E s la t e s is d e H e r b e r t L . A . H a rt, R e s p o n s a b ü it à e p e n a , M i-
láno, 1981. E n e s ta lín e a tra b a ja e n la A r g e n tin a C arlos S a n tia g o
N in o , L o s li m it e s d e la r e s p c m s à b ü id a d p e n a l. J J n a t e o r ia lib e r a l d e l
d é lito , B u e n o s A ir e s , 1980; s o b r e e lla , C arlos C reu s, J d e a s p e n a le s
c o n te m p o r â n e a s , B u e n o s A ires, 1985.
86 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

Nos p arece su m a m e n te claro q u e esto es, en esencia, u n


n eo -co n tractu alism o , q u e p la n te a el m ism o p ro b lem a q u e el
co n tra c tu a lism o o rig in ário : la c u e stiá n se ria obvia en u n a so­
cied ad “ju s ta ” , en q u e la p en a alcan zase a todos los vio lad o res
del d erec h o y en q u e todos d isp u siesen del m ism o espacio so­
cial, p e ro en sociedades reales, e n q u e esto n o su ced e en nin-
g u n a — y m u ch o m enos a ú n e n n u e s tro m a rg e n — la p e n a re-
tr ib u tiv a q u e d a d e s le g itim a d a u . P o r o tra p a rte , n o q u ed a
c la ro c u ál es la razó n p o r la c u al debe re trib u írs e le en lu g a r
de com pelerlo a r e p a r a r el d a n o m a te ria l y m o ral q u e h a c a u ­
sado, q u e se ria u n a m a n e ra m á s efectiv a de reso lv er el con-
flicto q u e g e n e ra la v iolación del derecho, p a rtic u la rm e n te
p o rq u e to m a ria en c u e n ta el in te ré s de la p erso n a d irecta-
m e n te afectad a.
L os seg u id o res del re trib u c io n ism o en v e rsió n m á s prefe-
re n te m e n te m etafísica, tr a t a n d e ig n o ra r la desleg itim ació n
del siste m a p e n a l y la crisis del d iscu rso ju ríd ico -p en a l p o r
te m o r al “red u ccio n ism o sociológico” y a u n su p u esto a n iq u i-
la m ie n to del d erech o p en al de g a ra n tia s (el efecto p erv erso
del d iscu rso ju ríd ico -p en al, al q u e y a nos h em os re fe rid o ).
E sto s tem o res, q u e en p a r te son co nsecuencia d e la p erv er-
sidad del discurso, ta m b ié n son p arciales p ro d u cto s de Ias
co n secu en cias del fun cio n alism o sistêm ico — d e las q u e nos
ocu p arem o s se g u id a m e n te — y no alcan zan p a ra ju s tific a r la
a c titu d d e h u íd a n eg ad o ra, q u e no e n fre n ta la situ a ció n c rí­
tic a y que, en la em erg en cia, d eja re a lm e n te indefenso al
d iscu rso p en al de g a ra n tia s , p o rq u e im p lica u n a falta de res-
p u e sta re a l a n te el av an c e rep resiv o p ro v o cad o p o r u n a c a ta ­
ra ta d e leyes p u n itiv a s m e d ia n te Ias cu ales la s ag en cias polí­
tic a s re sp o n d e n al b o m b ard eo de los m edios m asiv o s y a la
c re c ie n te incap acid ad p a ra p ro v e e r soluciones reales a los
conflictos s o c ia le s1S.

n La objeción es idêntica a la que le formuló al contractualism o


originário Jean Paul M arat hace doscientos anos.
15 La vuelta al retribucionism o o “neo-clasicismo” que se ob­
serva a nivel político-criminal en Escandinávia, otrora campeona del
preventism o especial por el tratam iento, y en Alemania, responde
sólo en p arte a la falta de lim ites legales en Ia ideoogía del " tra ta ­
m iento” (sobre ello, Attrin Bser-K arin Cormls, N e u e r e T e n d e n z e n d e r
K r i m i n a lp o l i ti k , B a itr ü g e zu e in e m d e u ts c h - s k a n d in a v is c h e n S tr a -
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 87

N eg ar u n p ro b lem a q u e y a e stá p la n te a d o ap elan d o al


a rg u m e n to d e q u e reconocerlo im plica riesg o s o peligros, no
es u n a re sp u e sta re a l sino la adop ció n d e u n a a c titu d h is té ­
rica : ignoro el p elig ro y con ello doy p o r su p u esto que
d esaparece.
R esp u e sta s reales son las q u e reconocen y e n fre n ta n las
c rític a s d esleg itim an te s, d a n d o lu g a r a u n a g am a d iscu rsiv a
q u e v a desde la b ú sq u e d a d e u n a re-leg itim ació n del sistem a
p en al con u n d iscu rso p e n a l n u ev o o a p a re n te m e n te nuevo,
h a s ta la n egación rad ic al de c u a lq u ie r re-leg itim ació n y de
to d a s las te n ta tiv a s d iscu rsiv as e n e ste sentido, sean las que
fu eren . E l p a n o ra m a te ó rico c e n tra l oscila e n tre am b o s e x tre ­
m os c u a n d o re a lm e n te p re te n d e h a c e rse carg o d e las argu-
m e n tacio n es d esleg itim an te s 1S.
3 . L a fu n cion alid ad bu rocrática de la agen cia ju d icial.
U na h u íd a al d esafio d e la d eslegitim ación, q u e n o p u e d e ca-
lificarse com o te ó rica sin o com o sim p le a c titu d , a veces b r u ­
ta lm e n te b u rd a y o tra s e x tre m a d a m e n te in g ên u a, en alg u n as
ocasiones so sten id a con pedazos de a rg u m e n to s n eo -k an tian o s
o del p o sitiv ism o ju ríd ic o m ás fu rio so y e n o tra s sin m ás
su ste n to q u e co m p o n en tes a u to rita rio s q u e im p id en el cu rso
discursivo, e stá c o n stitu íd a p o r la reacción d e la ag en cia ju ­
dicial b a sa d a en q u e la le g itim id ad ge ne ral de l s is te m a p e nal
no es pro ble m a de s u inc um b ê nc ia, re duc ida unic am e nte a la
re s o luc ión de los casos concre tos conform e a las pautas le gale s
que rig e n e l s upue s to p artic u lar a re s olv e r.

f r e c h ts k o llo q u iu m , F r e ib u r g i.B r ., 1987), p ero d e b e te n e r se p r e se n te


q u e el p r e v e n tiv is m o e sp e c ia l y e l “tr a ta m ie n to ” ta m b ién p reten d eu
in se r ta r se e n e l m a r c o g e n e r a l d e i fu n c io n a lism o .
18 C ab e te n e r p r e s e n te q u e e x is t e u n a v e r s ió n d el retrib u cio-
n ism o p en a l q u e q u ed a ca b a lg a n d o e n tr e la p rev en ció n g e n era l y e l
fu n c io n a lism o , p u es s o s tie n e q u e la p en a c u m p le u n a fu n ció n d e
“s u p r e s ió n ôn tra p síq u ica d e la p er tu r b a c ió n (a la rm a s o c ia l) in trod u -
cida p o r e l d e lito e n la d isp o sic ió n in te r n a co lectiv a , c o n la c o n s i­
g u ie n te co n so lid a c ió n d e la c o n fia n z a co m ú n e n e l d e r e c h o y co n el
e fe c to in d u cid o d e p r e v e n c ió n d e fu tu r o s d e lito s” ( E lio M orselli, L a
p r e v e n z i o n e g e n e rc u e i n te g r a t r i c e n e lla m o d e r n a p r o s p e t t i v a r e tr ib u -
z io n is tic a , e n "R iv. I t d i D iritto e P roc. P e n a le ”, 1988, enero-m arao,
pág. 4 8 ). E sta te sis n o r e sistir ia la c r ític a d e u n a teo ria m á s o m e n o s
ag u d a d e la co m u n ica ció n so c ia l: u n s u je to n o p a r e c e h a c e r se acree-
dor a la re tr lb u c ió n p o r lo q u e h a h e c h o , s in o p or la form a en q u e
Be lo h a tr a sm itid o a l p ú b lico.
88 En b usca de l a s p e n a s p e rd id a s

E s ta a c titu d im p o rta u n a n o to ria d eg rad a ció n de la acti-


v id a d d e la ag en c ia ju d icial, q u e se v acía d e to d a ética, red u -
ciéndose a u n a fu n ció n to ta lm e n te b u ro c rá tic a com o p a rte
de u n m ecan ism o d esleg itim ad o p o r su a rb itra rie d a d selectiva.
E l d iscu rso ju ríd ico -p en a l se des-etiza en el p eo r se n tid o de
la ex p resió n , p u e s el ju r is ta re n u n c ia a to d o c o n ten id o ético
en su co n d u cta, o p e ra rá la ag en cia ju d ic ia l d el sistem a p en al
sin a te n d e r a n in g ú n reclam o ético.
E s ta a c titu d p re te n d e u n d iscu rso ju ríd ico -p en a l q u e n i
siq u ie ra se ocupe d e re-le g itim ar con c u a lq u ie r a rg u m e n to al
siste m a p en al, sin o q u e se d e s e n tie n d a d e su leg itim id ad y,
p o r ende, d e to d a co n sid era ció n é t ic a 17. E s la m is m a ac titu d
que as um e e l “bue n” to rturad o r, que se lim it a a c u m p lir s u
tare a com o u n corre cto “profe s io nal”, s ólo que se trm lad a a
la age nc ia ju d ic ia l y al e je rcic io de l p o de r de los ju ris tas :
“no m e im p o rta s i lo que hago es o n o conform e a la é tica,
eso no lo de cido y o s ino la in s tan c ia que s anc io na la le y ; y o
m e lim ito a c u m p lir lo que e lla m e o rde na”. P o r c ie rto q u e
fu e u n a re sp u e sta fre c u e n te e n N ü ren b erg .
E l e n tre n a m ie n to d e esto s ju ris ta s se re d u c e a la form a-
ción n ece sa ria p a ra d esem p e n arse com o u n o rd en ad o y obe­
d ie n te b u ro c ra ta , q u e ja m á s p u ed e fo rm u la rse n in g ú n cues-
tio n a m ie n to ético y cu y o único m é rito se ria la obediencia, d e
la cu al h a c e n gala, reem p laza n d o el v a lo r ético con u n su-
p u e sto v a lo r p o sitiv o d e l m e ro so m etim ien to p erso n al.
L a ex p re sió n m á s g ro se ra de esta a c titu d d e m a y o r noto-
rie d a d e n e l ú ltim o tiem po, fu e la a su m id a p o r la C orte S u ­
p re m a d e los E sta d o s U nidos cuando, a n te la ev id en cia esta-
d ística acerca d e la d iscrim in ac ió n ra c ia l e n la im posición

17 S in duda, la p érd id a d e la d im e n sió n é tic a im p lica la d e


cu a lq u ie r refe r en cia filo só fic a . C o n v ie n e record ar a q u i a C ou tu re:
“L»a m á s g r a n d e d e la s d esd icih as q u e le p u e d e o c u rrir a u n estu d io so
d el dereoh o, e s la d e n o h a b e r s e n tid o n u n c a s u d isc ip lin a e n u n
e sta d o d e a n sia filo só fica . O m e jo r aú n : e n u n e s ta d o d e a n s ia p or
n o h a b er c o m en za d o p or u n a p le n a fo r m a c ió n filo só fic a , p ara lleg a r
despiu é s d e e lla a l trab ajo m e n u d o d e s u c iê n c ia . N o h a y e sta d o d e
p le n itu d c ie n tífic a s i n o s e lle g a a to ca r e s ta lín e a lim ítr o fe d e u n a
ra m a p a rticu la r” ((Eduardo J. C outure, P r ó lo g o , p ág. IX , a J a m e s
G old sch m id t, P r o b le m a s g e n e r a le s d e l d e r e c h o , B u e n o s A ires, 1944.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 89

d e la p en a de m u e r t e 1S, resolvió que si en el caso concreto


n o se p ro b ab a la d iscrim inación. la estad ística q u e dem o strab a
la d iscrim in ac ió n g en era l no e ra re le v a n te p a ra co n sid erar
q u e la p en a de m u e rte así d istrib u íd a es v iolatoria de la
ig u a ld ad a n te la ley.

III. EL DISCURSO RE-LEGITIM ANTE SISTÊM ICO

E l n úcleo de to d o p en sam ien to sistêm ico en “ciências so-


ciales” co n siste en u n d esp lazam ien to del c e n tro de aten ció n
d è las m ism as, q u e del h o m b re p asa al “siste m a ”. Se tr a ta
d ê u n m odelo q u e d esd e la sociologia se tra n s firió al âm b ito
d el d iscu rso jurídico-penal. Su o rig en p u e d e rem o n ta rse al
fu n cio n alism o de D u rk h eim 19, p ero m ás c erc an am e n te al de
R o b e rt K. M erton, pese a q u e M erto n no hizo del “sistem a”
el c e n tro de a ten ció n exclusivo de sus in v e stig a c io n e s20. E l
sociólogo al q u e cabe se n a la r com o “sistêm ico” en sen tid o es-
tric to es T a lc o tt P a rso n s 21, cu y a v ersió n h a recogido el d is­
c u rso ju ríd ico -p en a l alem án, u n a p a rte del cual se inclina u l­
tim a m e n te p o r re c e p ta r la v ersió n de N iklas L u h m a n n 22.
P a ra P a rso n s el “control social” es u n concepto su m a ­
m e n te lim itado, p u es te n d ría lu g a r ú n ic am en te cu an d o fra-
casa la “socialización” . Su p e rsp ectiv a sociológica se confunde
con la de K eynes en econom ia y con el “estad o d e b ie n e sta r”
e n lo político. D e allí q u e su “ sistem a” co rresp o n d a a u n es­
ta d o q u e o p era de m odo p a te rn a lista , dom esticando a las
p erso n as y, c u an d o este proceso — q u e P a rso n s llam a “socia­
lizació n ”— fracasa (lo que se p o n d ría en evidencia con la
“ço n d u cta d e sv ia d a ” ), e n tra ria a o p e ra r el “co n tro l social” .

18 U n p an oram a b a sta n te co m p le to p u ed e v e r s e en A m n e stv


In te r n a tio n a l P u b lica tio n s, U n ite d S ta te s o f A m e r ic a . T h e D e a th
P e n a lty , L on d on , 1987; A m n istía In te r n a c io n a l I n f o r m e 1988, M adrid,
1988, p ág. 140.
19 E m ile D u rk h eim , L a d iv i s i ó n d e l tr a b a jo so c ia l. B arcelona.
1985.
20 R o b ert K. M erton, op. cit.
21 T a lc o tt P a rso n s, T h e S o c ia l S y s t e m , N e w Y ork, 1966.
22 N ik la s L u h m a n n , R e c h ts s o z io lo g ie , M ü n ch en , 1972; S is te m a
ju r íd ic o y d o g m á tic a ju r íd ic a , M adrid, 1983; S ta to d i d ir i tt o e. s is te m a
s o c ia le , N ap oli, 1978.
90 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

E s b a s ta n te claro q u e el p e n sa m ie n to sistêm ico n o d ice


n ad a q u e a n te s no h a y a dicho el o rg a n ic is m o 23 y, en v erd ad .
e n tre “o rg an ism o ” y “siste m a ” , la d ifere n cia n o es m u y clara,
si es q u e existe.
P a ra u n a concepción sistêm ica, el d isc u rso ju ríd ico -p en a l
seria el re g u la d o r del “co n tro l social” fre n te a las co n d u ctas
“d esv iad a s” . Com o es n a tu ra l, este p e n sa m ie n to s e g en eralizo
con el “ estad o d e b ie n e s ta r” o “ estad o p ro v id e n te ” en la pos-
g u e rra . P ese a ello, el d iscu rso ju ríd ico -p en a l euro p eo siguió
c irc u la n d o p o r c a rrile s p re d o m in a n te m e n te n eo -k an tian o s
h a s ta hace alg u n o s lu s tr o s 24, en q u e com enzó a filtra rs e in ­
siste n te m e n te el funcionalism o, p ero su im p u lso m á s im p o r­
ta n te lo recib e de la recep ció n a le m a n a del m ism o en v e rsió n
pro p ia, con L u h m a n n .
P a ra L u h m a n n — a d ifere n cia de P a rso n s— el “siste m a ”
n o se in te g ra con to d a s las p e rso n a s d e la sociedad, sin o q u e
opone “sistem a social” a “h o m b re s” , co n sid erad o s com o “sub-
sistem as” . L a cap a cid ad del siste m a p a ra e q u ilib ra rs e d e p e n d e
de su cap acid ad d e ‘-‘n o rm aliza ció n ” , es decir, d e la cap a cid ad
qu e te n g a p a ra a b so rb e r ( “ n o rm a liz a r” ) la p lu ra lid a d de e x ­
p e c ta tiv a s d e los “ su b -sistem a s” (h o m b re s).
Lo fu n d a m e n ta l p a ra L u h m a n n es q u e el sistem a p u e d a
o b te n e r “consen so ” , al q u e p a re c e e n te n d e r casi com o u n
c o n ju n to de a p a tía s fu n d a d a s e n la fa lta d e in fo rm ació n o
ign o ran cia, q u e L u h m a n n co n sid era u n a “facilitació n d e la
elección” .
L a concepción sistêm ica a le m a n a no es in g ên u a, p u e sto
q u e se acerca m u c h o a la d escrip c ió n de la re a lid a d o p e ra tiv a
del poder, p e ro ad m itién d o lo en fo rm a p ra g m á tic a , a p a r tir de
la p re m isa de q u e lo i m p o r t a n t e e s e l s i s t e m a , q u e es la b a se
co m ú n con todo el organicism o.
E s ta ideologia p re te n d e s e r “p ra g m á tic a ” y d esen te n d er-
se de c u a lq u ie r axiología h istó ric a d e tip o id e alista, com o po-
d ría se r la h eg eü a n a. S in em bargo, el co n cep to d e “ra c io n a li­

za D on M artin d ale, op. cit., pág. 544.


a-* V er Edm und Mezger, M o d e m e W e g e d e r S tr a f r e c h ts d o g m a -
tik . E in e e r g ã n z e n d e B e tr a c h tu n g z u m L e h r b u c h d e s S tr a f r e c h ts in
s e i n e r 3. A u f la g e (1 9 4 9 ), Berlin, 1950.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 91

d a d ” com o “fu n cio n a lid a d ” (o poeo m enos) im plica u n a con-


fianza ciega e n el “p ro g reso ” h istó rico , m a y o r a ú n q u e la de
H egel. E n efecto: si lo “racio n al” no es lo q u e p u ed e “com -
p re n d e rse ” , la “ra z ó n ” p asa a s e r u n “m o to r de la h is to ria ”,
se co n v ierte en algo activo, cread o r, p o rq u e se p resu p o n e, al
p o n e r e n tre p a ré n te sis to d o cu estio n am ien to , q u e el sistem a
social tie n e u n signo p o sitivo y q u e to d o lo q u e s irv e p a ra
so sten erlo (fu n cio n al a l m ism o, “ra c io n a l” ), es p ro g re sista y
positivo. N o es in d e p en d ien te de to d a axiología, sino que p re ­
s upone u n a b ase axiológica, q u e es el v alo r positivo del sis­
tem a social.
C uando este d iscu rso pasa al p la n o ju rídico-penal. la pena
no p ersig u e y a fin es p rev en tiv o -g en erales (se a d m ite q u e no
ev ita q u e otros co m etan delitos y n o in te re sa ) n i especiales
(ta m b ié n se ad m ite que no e v ita q u e el a u to r com eta nuevos
d elitos y tam p o co im p o rta ), sino q u e sólo inte re s a que p ro ­
v oque conse nso, es de cir, que s irv a ai e q u ilíb rio de l s is te m a.
De e ste m odo, el d iscu rso ju ríd ico -p en al trib u tá rio de la so­
ciologia sistêm ica se aleja del h o m b re — q u e q u ed a red u cid o
a u n “su b -sistem a”— y se p ie rd e n todos los lim ites a las
g a ra n tia s co n sid erad as tra d ic io n a lm e n te com o “lib erale s”.
ta les com o el b ie n ju ríd ico , los req u e rim ie n to s objetivos, e t c .
ab rién d o se la posibilidad d e im p o n er p en as a acciones m e ra ­
m e n te in m o rales que n o lesionan n in g ú n b ie n ju ríd ico ajeno.
a o to rg a r rele v an cia y prim acía a los d ato s su b jetiv o s de ánim o
y a so sten er u n c rité rio d e pena m e ra m e n te u tilitá rio o in s­
tru m e n ta l p a ra el “siste m a ” .
E n esta línea cabe m e n cio n ar a a u to re s com o Jak o b s
— q u e es el m ás ortodoxo y destacad o d e los p en alistas sis­
tê m ic o s 25— y ta m b ién , a u n q u e e n posición m enos ortodoxa,
a otro s com o R oxin, O tto, A m elung, etc.
A n u e s tro en te n d e r, esta te n d e n c ia re p re s e n ta u n a g rav e
d ecadencia del p en sam ien to , desde q u e se d esem b araza d e la
v e rd a d p a ra reem p laza rla p o r lo funcional, con lo cual, a ú n
cu an d o no lo exponga así y h a sta lo n ieg u e ex p resam en te, la
v e rdad es u n a c ue s tión de fu n c io n alid ad . .

25 G ü n ter Jakobs, S tr a f r e c h t. A llg e m e in e r T e il. B erlin . 1983.


92 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

E sto re s u lta ta n peligroso p a ra las g a ra n tia s lim itad o ras


d el p o d er re p re siv o e s ta ta l y d e l ejercicio d e p o d er a rb itra rio
d e la s ag en cias d el siste m a penal, q u e se e stá re v e la n d o com o
u n e q u iv a le n te c e n tra l d e la lla m a d a “d o c trin a de la seguri-
d ad n acio n al” p erifé rica, con la c u al p re s e n ta sólo la s dife
re n c ia s lógicas d e riv a d a s d e la d is tin ta posición d e p o d e r p la ­
n e ta rio d e a m b a s 26. N o p u e d e n e g a rse q u e es u n a re sp u e sta
a la d esleg itim ació n del siste m a p en al y, adem ás, q u e es com ­
p le ta m e n te sincera.
E n sín te sis — y p asan d o p o r sobre d e ta lle s m en o res— re-
conoce la falsed ad del d iscu rso ju ríd ico -p en a l tra d ic io n a l y
los d ato s reales q u e d esleg itim an el ejercicio d e p o d er del
sistem a p en al, resp o n d ien d o , sim p lem en te, q u e es n ecesario
q u e a sí sea, p o rq u e es fu n cio n a l p a ra el so sten im ien to del
“sistem a so cial”, q u e es lo único im p o rta n te o, a l m enos, lo
m ás im p o rta n te . N o cabe d u d a q u e se t r a t a d e la re s pue s ta
re - le gitim ante de l e je rcic io de pode r de l s is te m a p e n al po r
e x ce le ncia, p e ro a costa del d esconocim iento del d iscu rso
ju ríd ico -p en al trad icio n a l, de d e ja r en p ie u n concepto de
“d erec h o ” que, p o r e s ta r p riv a d o d e c u a lq u ie r re fe re n c ia ética
y an tropológica, es difícil q u e p u ed a lla m a rse “d erech o ” , de
p o n er en q u ie b ra — en la rg a p e rsp e c tiv a — p rá c tic a m e n te to d o
el d erec h o p e n a l de g a ra n tia s y d e re tro tra e rs e a u n d erech o
p e n a l tra sn o c h a d o co n fo rm e a u n p a ra d ig m a ficticio, q u e siem ­
p re h a sido el del d isc u rso ju ríd ico -p en a l a u to rita rio .
E n rigor, la polêm ica de L u h m a n n con H a b e rm a s 27 de-
m u e stra q u e es h a r to p ro b lem ático a firm a r q u e el p rim e ro
p o sib ilite u n a re-leg itim ació n del d iscu rso juríd ico -p en al,
p u e sto que no p a re c e s e r e s tric ta m e n te u n a “ leg itim ació n ”
lo q u e p ro v ee su te o ria : en d e fin itiv a n o p re te n d e s e r casi
m ás q u e u n a co n statació n . N os q u ed a la d u d a acerca d e la
co rrecció n del tra s la d o d e L u h m a n n al p lan o dogm ático-penal
o sea, del d iscu rso ju ríd ico -p en al.
A dem ás de to d a s e stas consideraciones, q u e m u e stra n a
la ú n ic a te n ta tiv a re a lm e n te re-le g itim an te com o u n a v erd a-

26 Cfr. Emilio G arcia M éndez, A u to r ita r is m o y c o n tr o l s o c ia l,


B u e n o s A ires, 1987.
27 L u h m a n n -H a b erm a s, T e o r ia d e lia s o c ie tà o te c n o lo g ia s o c ia -
le, M ilano, 1973.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 93

d e ra confesión d e la incapacidad re-le g itim an te del ejercicio


d e p o d e r d el sistem a p en al en los países ce n tra le s y, en cierta
form a, u n a re n u n c ia al p en sam ien to y u n a racionalización.
m e ra m e n te fu n cio n al d e su ejercicio d e poder, cabe o b serv ar
q u e es explicable c ierto éx ito d e la te o ria sistêm ica en los
p aíses cen trales, d o n d e el p o d er h a g en erad o u n n iv el m ínim o
de b ie n e sta r y donde la prisonización p arec e re c a e r cada vez
m ás so b re m in o rias étnicas, salvo e n unos pocos países. A llí
p u e d e lleg ar a co n v en c er la idea d e q u e ló im p o rta n te es el
sistem a, p ero en n u e s tro m a rg e n eso es insosten ib le y no
creem os q u e p u ed a co n v en cer a la m ayoría.

IV. LAS RESPUESTAS QUE ENFRENTAN LA DESLEGITIMACIÓN


DESDE EL PLANO POLITICO-CRIMINAL

1. M ínim a in terv en ció n p en al y abolicionism o. F re n te a


ia d eslegitim ación d e los sistem as penales, s u rg e n dos g ra n ­
des co rrie n tes d e p ro p u estas político-crim inales — o políticas,
si se p refie re— , con v aria b les re la tiv a m e n te considerables en
cada u n a d e ellas: la p ro p u e sta de u n de re cho p e nal m ín im o
o “co n tracció n del d erech o p e n a l” y la p ro p u e sta de su abo-
lición o abolic ionis m o pe nal. A n tes de e n tra r a la considera-
ción d e cada u n a de estas co rrien tes, es necesario d estac ar
cuáles son, a n u e s tro en ten d er, las carências que estas pro­
pue s tas pre s e ntan fre nte a la d e s le g itim ac ión de los s is te m as
pe nale s e n nue s tro m arge n y a la s itu ac ión c rític a de nue s tro
pe nalis m o.
Cabe a d e la n ta r que, a diferencia de las resp u estas que
h a s ta aq u i hem os v isto — que “h u y e n ” o “n ie g a n ” la desle­
gitim ació n o que, com o el funcionalism o, la e n fre n ta n p rete n -
d ien d o re c h a z a rla — las resp u estas m in im izan te s y abolicionis­
ta s se h ace n carg o de la d eslegitim ación y la re a firm a n ( a u n ­
que, como verem os, se su sciten alg u n as discusiones acerca del
sen tid o de la exp resió n y d e su alcan ce). E l abolic ionis m o
n iega la legitim id ad d e los sistem as pen ales ta l cual operan
en la realid ad social ac tu a l y, com o p rin cip io general, de
c u a lq u ie r o tro q u e p u d ie ra p ro y ectarse en el fu tu ro com o a l­
te rn a tiv a sobre m odelos form ales y ab stracto s de solución de
conflictos, p o stu lan d o u n a abolición radical d e los m ism os y
94 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

la asu n ció n de la solución de los conflictos p o r in sta n c ia s o


m ecanism os inform ales. E l d e r e c h o p e n a l m í n i m o (m inim is-
m o p en al o co n tra cció n p e n a l), al ig u al q u e el a n te rio r, n ieg a
la leg itim id ad de los sistem as p en ales ta l com o o p e ra n en la
actu alid ad , p ero p ro p o n e u n a a lte rn a tiv a m ín im a q u e co n si­
d era n ece sa ria com o m al m en o r. E s te ú ltim o es ta n deslegi-
tim a n te com o el abolicionism o en lo q u e re sp e c ta a los sis­
te m as p en ales ex isten tes, a u n q u e p u e d e g e n e ra r alg u n a con-
fusión el doble u so q u e alg u n o s a u to re s h a c e n d e la voz
“d esleg itim ació n ” : en ta n to q u e p a ra el abolicionism o tie n e
u n alcan ce a b a rc a tiv o de los sistem as p en ales fo rm ales ex is­
te n te s y fu tu ro s, p a ra alg u n o s a u to re s del m in im ism o p en al
sólo se ex tien d e a los sistem as p en ales p re s e n te s y a los pro-
p uesto s p ara el fu tu ro q u e se s e p a ra n de los p o stu lad o s de
su co n tracció n m in im iz a n te 28.
N osotros hem o s u sad o h a s ta ah o ra la e x p resió n en el pri-
m e r sentido. A l c o n sid e ra r la p ro p u e sta m ín im a en el p á rra fo
sig u ien te, nos o cu p arem o s del alcan ce a b a rc a tiv o resp ecto de
la seg u n d a hipótesis.
2. &Se trata de p rop u estas de n u ev o s m od elos de socie­
dad? P a re c ie ra q u e to d a s las re sp u e sta s te ó ricas c e n tra le s — y
h a s ta las a c titu d e s— son p ro p u e sta s d e n u ev o s m odelos de
sociedad; se h a h ab lad o d e u n a sociedad “a z u l” , d e u n a so­
ciedad “ v erd e” y de u n a sociedad “ro ja ” 29 y, e n efecto, se
tie n e la sen sació n de q u e fre n te a las desleg itim ació n del sis­
te m a p en al y a la crisis del d isc u rso juríd ico -p en al, h u b ie se
reacciones q u e dicen:
a) “ No se p reo cu p en , q u e y a se a d e c u a rá a la leg alid ad ” ;
“ N o se p reo cu p e n q u e n o p asa n a d a ” ; “ N o se p reo c u p e n q u e
n o es cosa n u e s tra a v e rig u a r q u é p a sa ” (m ecan ism o s d e h u í-
d a ) y “ No se p reo cu p e n q u e así m a rc h a b ie n p o rq u e eq u ilib ra
u n sistem a q u e da b ie n e sta r a to d o s” (fu n cio n a lism o sistê ­
m ico). Da la im p resió n de q u e p o r allí a n d a n q u ie n es a sp ira n
al m odelo d e sociedad “a z u l” , a u n q u e ta m b ié n p u e d e n d eam ­

S8 Luigi F errajoli, E l d e r e c h o p e n a l m ín im o , en “Poder y con-


tro l”, ní> 0, 1986, págs. 24 y agts.
29 Masslmo Pavarini, en el prólogo a la trad. italiana de Nils
Chrietie, A b o ü r e la p e n a ? II p a r a d o s s o d e l s i s te m a p e n a le , Torino,
1985.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 95

b u la r p o r los m ism os sen d ero s los q u e su e n a n u n a sociedad


“n e g ra ” .
b ) O tras reacciones dicen : “ E s n ece sa rio abolirlo y con
ello d a r paso a u n a sociedad m enos com pleja, con fo rm as m ás
sim p les y efectiv as de solución d e conflictos” (s e rá el ab o li­
cionism o, q u e p arec e c a m in a r p o r el lado de las p ro p u e sta s de
q u ie n es a sp ira n a la “sociedad v e rd e ” );
c) O tros e x p re sa n : “ E s n ece sa rio c am b iarlo pov o tro, m í­
n im o p ero in d isp e n sa b le p a ra e v ita r m ales peores, en u n a so­
ciedad ig u a lita ria , en q u e se h a y a n d em o cratizad o las relacio ­
nes d e p ro d u cció n y d e cam bio” (s e ria el d erec h o p en al m í­
nim o, re sp u e sta q u e m a rc h a en la direcció n de la “sociedad
ro ja ” ).
No cabe d u d a q u e esta clasificación es p o r d em ás sim ­
p lista, p o rq u e h a y a u to re s que, co n razó n , n o se c o n sid e ra ría n
re p re se n ta d o s p o r n in g u n a de estas c o rrie n tes. A sí, p o r ejem -
plo, H u lsm a n a firm a q u e no p re te n d e n in g ú n n u e v o m odelo
de sociedad, en ta n to q u e M ath iesen p o stu la el abolicionism o
desde u n a p e rsp e c tiv a con m u ch ísim o s elem en to s teóricos
m a rx ista s. A dem ás, com o y a lo expresam os, la v a ria b le que
se a trib u y e a la sociedad “a z u l” s u e n a d em asiad o “social-
d e m ó c ra ta ” , p e ro e n re a lid a d p u e d e e n c e rra r ^ - y d e h ech o
e n c ie rra — p ro p u e sta s d e m odelos d e sociedad q u e e n m odo
alg u n o p re te n d e n e x te n d e r u n a g en eralizació n del b ie n e sta r;
es obvio q u e el fu n cio n alism o sistêm ico p u e d e lle v a r ta m b ié n
a u n a sociedad “ n e g ra ” (neo-nazi) e n la m ed id a en q u e re ­
n u n c ie a la in teg racio n d e co m p o n en tes éticos y a n tro ­
pológicos.
P e ro pese a este confeso p ecad o d e sim plism o, la c la­
sificación m en cio n ad a re s u lta ú til p a ra d e sta c a r el n iv e l al
q u e tie n e n lu g a r e stas re sp u e sta s: sin du da que es el polí-
tico-crim inal, con m arcada tenden cia a lo d irecta m en te po­
lítico.
E n este se n tid o es n o to ria la d iferen cia e n tre las re sp u e s­
ta s de h u id a y sistêm ica y las re sp u e sta s abo licio n ista y mi-
n im ista : las p rim e ra s s ig u e n p ro g ra m a n d o la acción d e los
ju ris ta s q u e o p e ra n d e n tro d e los sistem as p en ales e x iste n te s
m e d ia n te u n d e sa rro llo del d iscu rso ju ríd ico -p en a l o dogm á­
96 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

tico, en ta n to q u e las seg u n d as n o se p reo cu p a n po r este a s ­


p ecto o, al m enos, le p re s ta n m u c h a m e n o r tención.
3. L a principal carência de las resp u estas p olítico-crim i-
n ales. E n la lite r a tu r a ab olicionista p rá c tic a m e n te n o h a y in-
d icació n alg u n a q u e p e rm ita c o n s tru ir u n sistem a de resp u e s­
ta s racio n ales p a ra las decisiones de los ju ris ta s que deben
o p e ra r con los sistem as p en ales p resen te s y, en los au to res
d el d erech o p en al m ínim o, sólo ap arece alg u n a indicación
aislad a 30.
D a la im p resió n de q u e e sta om isión es lógica: si se tra ta
d e sistem as p en ales deslegitim ados, u n a p au tació n p ro g ram á-
tic a d e lo q u e d eb iero n h ace r los ju rista s sólo p o d ría lim itarse
a sen ala rles u n a m ilitan cia político-crim inal o d irec tam en te
política, p a ra e lim in a r esos sistem as penales, sea p a ra abo-
lirlo s d e fin itiv a m e n te o p a ra reem p lazarlo s p o r otros a lte rn a ­
tiv o s y m ínim os, pues cu alq u ier o tra solución seria re-legi-
tim an te.
Como todos los discursos jurídico-penales p a u tad o res de
decisiones d e n tro de los sistem as p enales e x isten tes son jus-
tificad o res (racio n alizad o res) d e los m ism os, q u e d a ría n todos
descalificados y, p o r ende, la fu n ció n del ju ris ta seria la de
u n te c n ó c ra ta d e n tro del sistem a; p ero esa p au tació n jam ás
se ria u n v e rd a d e ro sab er ( “ciên cia” ), sin o que, com o m á x i­
mo, m ie n tra s perm an ezca el sistem a p en al — o, al m enos, estos

*o E sta s ca rên cia s d e la s teo ria s llam ad as “ra d ica les” h a n p ro­
v o ca d o fra ctu ra s e n tr e te ó rico s p ro g resista s, pero cabe reco n o cer ei
e sfu e r z o d e B aratta. S in em b argo e s to s e sfu erzo s n o lo g ra ro n d isip a r
c o m p le ta m e n te — p e se a h a b e r se aclarad o m u ch o s m al e n ten d id o s—
la im p u ta c ió n d e c ie r to v o y e u r is m o q u e le fo rm u la ra M arinucei a
to d a s e sta s p r o p u e sta s (G iogio M arinucci, U á b b a n d o n o d e l c o d ic e
R o c c o : tr a r a s s e g n a z io n e e u to p ia , en “L a Q u estio n e Crim in a le ”, 1961.
2, pág. 297; la r e sp u e sta d e B aratta en la m ism a, 1981. 3, pág. 349).
E n tra b a jo s p o ste r io r e s B aratta e x p lic ito ia n ec e sid a d d e resp eta r los
p r in cíp io s q u e s e d esp ren d en d e lo s D erech o s H u m a n o s en la d ogm á­
tica, com o p rin o ip io s “in tr a siste m á tic o s” ( R e q u is ito s m ín im o s d e l
r e s p e t o d e lo s D e r e c h o s H u m a n o s e n ia l e y pen ctl, e n "C apítulo Cri-
m in o ló g ic o ”, M aracaibo, 13, 1985 y e n “D erech o P en a l y C rim in o lo ­
g ía ’’, B ogotá, 1987, n? 31), p ero p a rece se g u ir v in c u la n d o la lim ita-
cióri c o n la ju stific a c ió n d el siste m a p en a l, lo q u e le q u ita co h eren cia
al p la n te a m ie n to , se g ú n n u e str a o p in ión . A lg o a n á lo g o su c e d e con
todos lo s p la n te o s lib era les d e d er e c h o penal, por m u ch o q u e sea
m e n e ste r re c o n o c e rle s los im p o rta n tes esfu erzo s lim ita tiv o s llev a -
d os á cabo.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 97

sistem as p en ales— lo q u e p o d ría n llev ar a cabo seria u n a


s u e rte de tá c tic a d e u tiliz ació n del sistem a e n ben eficio de las
clases s u b a lte rn a s o care n ciad a s, com o lo p ro p o n e el “uso
a lte rn a tiv o del d erec h o ” , del q u e nos o cu p arem o s m ás ade-
la n te y q u e es p rá c tic a m e n te la ú n ic a c o rrie n te que en cara
u n a re s p u e s ta en e ste plano.
L os a u to re s que, fu e ra de esa c o rrie n te, m a y o r im por-
ta n c ia a sig n a n al pro b lem a, se n a la n que “ el re ta rd o de la
ciên cia ju ríd ic a fre n te a la ciência social co n tem p o rân ea es
e n o rm e ” y que n o es “re c u p e ra b le ” 31.
E n e ste sen tid o B a ra tta n ieg a p rá c tic a m e n te la posibili-
d ad de u n n u ev o m odelo in te g ra d o de “ciên cia p e n a l” , “fu n ­
d ad o so b re el c a rá c te r a u x ilia r d e la ciên cia social fre n te a la
ciência ju ríd ic a o, incluso, so b re el c a rá c te r cien tífico de
am bos discursos, co m p ren d id o s e n su a u to n o m ia ” . A trib u y e
e ste fenôm eno a la c irc u n sta n c ia d e que la su p e ra c ió n de la
c rític a no p ro v ien e del in te rio r, sino del e x te rio r d e la ciência
ju ríd ic a , p o r o b ra d e u n a ciên cia social con la c u a l la ciência
ju ríd ic a no ha lo g rad o a ú n e n c o n tra r u n a n u e v a relació n de
colaboración. “ Con m a y o r razó n — c o n tin ú a — la cienckf ju ­
ríd ica no seria capaz, u n a vez su p e ra d a su p ro p ia ideologia
n eg ativ a, d e c o n s tru ir d esd e su in te rio r u n a ideologia positiva,
es decir, u n a e s tra te g ia de c o n tro l de los co m p o rtam ien to s
so cialm en te nocivos o p roblem áticos, a lte rn a tiv a al a c tu a l sis­
te m a re p re siv o ” .
L a ú n ic a m a n e ra q u e e n c u e n tra B a ra tta p a ra c o n s tru ir
u n n u ev o m odelo in te g ra d o co n siste en estab lecer u n a rela-
eiôn e n tre “ ciên cia” y “té c n ic a ” , en la cu al “ciê n c ia ’ se ria la
ciência social y “té c n ic a ” el sa b e r d e los ju ris ta s y que, a la
p o stre, m e d ian te u n a relació n dialéctica, c o n v e rtiría al ju ris ta
en u n “cien tífico so cial” .
E n esto p arece re s o n a r u n c ierto eco del v iejo L isz t que,
com o d estac arem o s m ás ad elan te , e n a lg ú n se n tid o n o p arece
del to d o d esatin ad o , pero, a ú n sin e n tra r en la cu estió n a c e r­
ca d e q u é es u n a “c iên cia” y q u é u n a “té c n ic a ” (no so tro s
p referim o s h a b la r de “ sa b e re s” ), n o s p a re c e c la ro q u e B a ra tta
e s tá m ira n d o a q u i h acia u n fu tu ro en que u n “d erec h o p en al

31 B a r a tta , C r i m . c r í t i c a , cit.
98 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

m ín im o ” —y su consigxiiente sociedad— sean u n a realid ad ,


com o ta m b ié n a la fu n ció n del ju ris ta — al m enos en p a rte —
com o leg islad o r o p ro y e c tista de legislación.
E s te n u ev o m odelo in te g ra d o no p arec iera ser p a ra él
posible e n fo rm a actu al, y tam p o co nos indica cóm o in ten -
ta rlo en u n fu tu ro p róxim o o inm ediato.
D icho m á s b re v e m e n te : que da u n te rrible hue co, que es
la im p o s ib ilid ad de c o lm ar hoy , e n los actuale s s is te m as pe na­
les, la d is tan c ia e ntre la c iê nc ia s ocial y e l dis curs o ju ríd ic o .
N o se tr a ta de u n m e ro hueco teó rico n i de u n salto d is­
cu rsiv o , sino de u n a c a rê n c ia q u e d eja anóm icos a los o p e ra ­
d o res de las ag en cias ju d iciales de los ac tu a le s sistem as p e ­
n ales c u a n d o se h a c e n carg o de las crítica s d esleg itim an te s.
E s ta carên cia, q u e p a ra las te o ria s político-crim inales, en
o p in ió n de alg u n o s au to re s, se ria e s tru c tu ra l, tie n e p o r re s u l­
ta d o que el d iscu rso crítico, q u e se v a e x ten d ien d o en el âm ­
b ito d e las ag en cias acadêm icas, se n e u tra lic e a sí m ism o al
c e rra rs e to d a o p o rtu n id a d de efecto p rá c tic o sobre la o p era­
tiv id a d de las ag en cias ju ríd ic a s del sistem a penal.
E s ta n e u tra liz a c ió n del efecto m odificador del d iscu rso
crítico sobre las ag en cias ju ríd ic a s del sistem a penal, p u ed e
p ro lo n g arse m á s tie m p o en los p aíses c e n tra le s q u e en n u e s ­
tro m a rg e n , en razó n de los n iv e les d e v iolência re la tiv a m e n te
b ajos con q u e o p e ra n su s sistem as pen ales — en co m p aració n
con los de n u e s tro m a rg e n — y de la selección étn ica q u e mu-
chos d e ellos p ra ctican . Con frecu en c ia ta m b ién , la asociación
de la s p ro p u e sta s p o lítico-crim inales con m odelos de sociedad
su ele g e n e ra r la sen sació n de q u e su realizació n d ep en d e rá
d e câm bios e s tru c tu ra le s m ás am plios, q u e d eb en a g u a rd a rse
o fav o recerse desde el cam po p u ra m e n te político, com o condi-
c io n a n te s prévios. E s obvio q u e la carê n cia p u ed e d arse en
am b as situ a cio n es de p o d er m u n d ia l, p ero que se h ace m u ch o
m á s n o to ria y u rg id a de re sp u e sta en n u e s tro m argen.
Com o lo ex p o n d rem o s m ás ad elan te , creem os y tr a t a r e ­
m os d e d e m o stra r q u e estas lim itacio n es so n su p e ra b le s y q u e
es posible p ro d u c ir u n n u ev o m odelo in teg rad o d e “sa b e r p e­
n a l” , p a rtie n d o d e u n a desleg itim ació n — inclu so ad m itien d o
la a lte rn a tiv a abo licio n ista— del sistem a penal. E s ta construc-
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 99

ción es d e im p o n d erab le u rg ê n c ia en n u e s tro m a rg e n — y


q u iz á e n to d o el “T e rc e r M undo”— y no e stá n e c e sa riam e n te
v in c u la d a a u n m odelo d e sociedad, al m enos e n los térm in o s
d e la coloración p a u ta d a e n los d iscu rso s crítico s cen trales.

V. EL PROGRAMA DE MINIMA INTERVENCIÓN COMO PROPUESTA


POLITICO-CRIMINAL FRENTE A LA DESLEGITIMACIÓN

1 . D ob le sen tid o d e “d esleg itim a ció n ”. L as p ro p u e sta s de


u n p ro g ra m a de m ín im a in te rv e n c ió n penal, ta m b ié n llam ado
“ d erech o p en al m ín im o ”, no son coin cid en tes en sus fu n ­
d am en to s.
P u e d e p o stu la rse u n a m ín im a in terv en ció n penal, con
u n a co n sid erab le d escrim in alizació n , con red u cció n rad ical de
la p e n a d e p risió n y con re cu p e ra ció n de todos los lim ites del
llam ad o “d erec h o p e n a l lib e ra l” , sin n in g u n a p re te n sió n teó ­
ric a de la rg o alcan ce q u e leg itim e el re sto del sistem a penal,
es decir, u n p ro g ra m a m ín im o y tra n s ito rio de c a rá c te r p ra g ­
m ático 32. ^
O tras p ro p u estas, q u e son las v e rd a d e ra m e n te teóricas o
d e “la rg o a lcan ce” , c o rresp o n d en a u n d erech o p en al m ínim o
que, en u n m odelo d e sociedad d ifere n te, e sta ria legitim ado.
N os ocu p arem o s de estas ú ltim a s y, p a ra no p e rd ern o s
e n u n reco rrid o e ru d ito q u e n o h ace a n u e stro objetivo, nos
c e n tra re m o s e n las p ro p u e sta s d e F e rra jo li y d e B a r a t ta 35,
a u n q u e el seg u n d o n o resp o n d a del to d o al c a rá c te r g en eral
senalado.
P a r a F e rra jo li es n ece sa rio d is tin g u ir e n tre los fines pro-
g ram á tic o s de la p en a y la fu n ció n q u e a c tu a lm e n te cum ple
la pen a; en ta n to q u e las funciones reales se v e rific a n em pí-
rica m en te, los p rim e ro s son cu estio n es q u e d eb en d eb atirse
e n el p la n o axiológico, p e ro que n o p u e d e n d e sle g itim a rse con
d ato s em píricos. P a ra este au to r, la desleg itim ació n del sis­

32 A p r o x im a d a m en te e s lo q u e s e p reten d e en la larga prop u e -


ta d e co n clu 9 io n es d el I n f o r m e F in a l, cit., d el In st. Int. d e D s. Hs.
33 F er r a jo li, op . cit.; B aratta, op. cit. en “Cap. C rim .”; d el m is-
m o, P r in c íp io s d e l d e r e c h o p e n a l m í n i m o ( P a r a u n a te o r ia d e tos
d e r e c h o s h u m a n o s c o m o o b je to y l im ite d e l a ' l e y p e n a l) , e n “D octri-
n a P e n a l”. B s. A s., 1987, p á g s. 623 v sg ts.
100 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

te m a p en al no es lo q u e hem os v en id o e n te n d ie n d o h a s ta
aqui, esto es, la irrac io n alid ad de nue s tros s is te m as pe nale s
v ige nte s y ope rante s , sino q u e e n tie n d e p o r ta l la rad ic al im ­
p o s ib ilid ad de le g itim ar c u alq u ie r s is te m a pe nal, inc lus o f u ­
tu ro y p o r m ín im o que fue re . E s ta rad ic alid ad , q u e p arec e
id e n tific a ria com o p ro p ia del abolicionism o, la rech a za a f ir ­
m a n d o q u e en u n a sociedad, in c lu so m u c h o m ás d e m o c ra ti­
zada e ig u a lita ria , se ria n ece sa rio u n d erech o p en al m ínim o,
com o ú n ic o m ed io p a ra e v ita r m ales m a y o re s (la v en g an z a
ilim ita d a ).
2 . E l fu n d a m en to leg itim a » te de u n fu tu ro derecho p e ­
n al m ínim o. P a r a F e rra jo li u n d ;rech o p e n a l m ín im o se legi­
tim a ú n ic a m e n te p o r razo n es u tilita ria s , q u e son la p rev e n c ió n
de u n a reacció n fo rm al o in f o r m ;1 m á s v io le n ta c o n tra el d e ­
lito, es decir, q u e p a ra ese d erec h o p e n a l m ínim o, e l fin de la
p en a seria la m in im iz ac ión de la re ac c ión v io le n ta c o n tm e l
de lito . Es e de re cho p e n al se ju s tific aria com o u n in s tru m e n to
que im p id e la v e nganz a.
C onsidera q u e el d erec h o p e n a l n ace c u a n d o la relació n
b ila te ra l “v íctim a-o fen so r” se s u s titu y e p o r la relació n trila-
te ra l q u e “v e com o te rc e ra posición o com o im p a rc ia l a u n a
a u to rid a d ju d ic ia l”. N o nieg a la fu n ció n p rev en tiv o -g en era l de
las pen as, sin o q u e les asig n a u n a doble fu n ció n : p rev en c ió n
d e los d elitos y p rev en c ió n d e las reacciones d esp ro p o rcio n a­
das. L a p rim e ra fu n ció n in d ic a ria el lim ite m ín im o d e la p en a
y la se g u n d a su lim ite m áxim o. E n tie n d e q u e con esta doble
fu n ció n u n d erec h o p e n a l m ín im o c o n s titu iria siem p re u n a
d efen sa del débil c o n tra el fu e rte : d e la v íc tim a fre n te al
d elin cu en te, del d e lin c u e n te fre n te a la ven g an za.
E l d erec h o p e n a l m ín im o seria, pues, la le y de l m ás dé bil.
L a p en a se ju stific a ria com o m al m e nor, d eb ien d o estab lecer-
se siem p re so b re u n cálculo d e costos: el costo del d erech o
p e n a l y el costo d e la a n a rq u ia p u n itiv a .
3. E l program a de le g isla ció n p en a l m ín im a. E n la lín ea
del d erech o p en al m ínim o, B a ra tta h a tra z a d o los “req u isito s
m ín im o s de re sp e to a los D erechos H u m an o s en la ley p e­
n a l” , conform e a los cu ales los D erechos H u m an o s c u m p liría n
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 101

u n a fu n ció n n e g a tiv a de lim ite y u n a fu n ció n p o sitiv a de in-


dicación d e los posibles objetos d e tu te la penal.
S us p rin cip io s los clasifica e n “in tra siste m á tic o s” (los
q u e d e n tro del s iste m a in d ic a n lo s re q u isito s p a ra la intro-
d ucción y m a n te n im ie n to d e fig u ra s d e lic tiv a s e n la ley) y
“ex tra siste m á tic o s” (referid o s a los c rité rio s políticos y m e ­
todológicos p a ra la d escrim in alizae ió n y la c o n stru cc ió n a lte r­
n a tiv a al sistem a p en al de los conflictos y p ro b lem as sociales).
L os p rin cip io s in tra siste m á tic o s d e B a ra tta h ace n a ga­
ra n tia s y lim ites d e los q u e nos o cu p arem o s en la te rc e ra p a r­
te. E n c u a n to a los ex tra sistem á tico s, se tr a ta d e c rité rio s q u e
d eb en o rie n ta r la acción leg islativ a o b ie n la decisión política.
E n tre éstos, B a ra tta d istin g u e dos clases d e p rin cip io s: u nos
h ace n a la descrim in alizació n , p ero o tro s im p lican u n a verda-
d e ra “lib eració n de la im ag in ació n sociológica y p o lítica fre n ­
te a u n a c u ltu ra d e lo p e n a l , q u e h a colonizado a m p liam en te
la m a n e ra de p e rc ib ir y c o n s tru ir los conflictos y pro b lem as
sociales en n u e s tra so cied ad ”.
L a d u d a q u e nos d eja este p la n te a m ie n to d e B a ra tta es
q ue no sabem os q u é q u e d a ria som etido al sistem a p e n a l si sè‘
ap licase e n to d a su ex ten sió n el seg u n d o o rd e n d e p rin cip io s
q u e propone, p u es p rácticam en te , n o h ay m a té ria q u e la im a­
ginación sociológica n o p u ed a s u s tra e r al sistem a p e n a l y ha-
liarle solución po r o tra s vias, p e ro esto es u n aspecto q u e y a
p e rte n e c e a la d iscusión en to rn o del abolicionism o.
D e c u a lq u ie r m a n era, ad elan ta m o s que ten em o s la im pre-
sión d e q u e el m inim ism o d e B a ra tta se acerca a u n a concep­
ción de la co n tracció n p e n a l com o m o m en to d e p ro g reso social,
p ero n o tie n e la p re te n sió n le g itim a n te d e u n fu tu ro m odelo
p u n itiv o del tip o de la q u e hem os visto so sten id a p o r F e ­
r r a joli.

VI. EL ABOLICIONISMO PENAL

1. C a ra c te riz a c ió n g e n e ra l d e l m o v im ie n to a b o lic io n ista .


E x iste n d ifere n tes abolicionism os y, sin duda, p u ed e h a b la rse
de u n abolicionism o an árq u ico , de a n tig u a d a ta , que np fue
m ás que el re su lta d o d e u n a fo rm id ab le confianza ju s n a tu ra -
102 En bu sca d e l a s pe n a s p e r d id a s

lista, po r p arad o jal q u e p arezca: el racionalism o, el p o sitiv is­


m o, el cristian ism o , etc., h a n dado lu g a r a “ju s n a tu ra lis m o s ”
que, llevados h a s ta el ex trem o , te rm in a n p o stu la n d o la pres-
cin d en cia del d erech o positivo, e n la co n fian za de q u e esas
ley es “n a tu ra le s ” lib e ra d a s del p o d er e sta ta l b a s ta ría n p a ra
q u e las relacio n es y los conflictos sociales se re g u le n y resuel-
v a n co n fo rm e a ellas. Así, B ald w in d io lu g a r a u n a n a rq u ism o
lib eral, K ro p o tk in a o tro p o sitiv ista, T olstoy a u n a v ersió n
c ristia n a , e t c .34.
E l abolicionism o al q u e nos referim o s a q u i n o es éste,
sin o el a b o l i c i o n i s m o r a d i c a l d e l s i s t e m a p e n a l , o sea, s u r a
d ic a l r e e m p l a z o p o r o t r a s i n s t a n c i a s d e s o l u c i ó n d e lo s c o n ­
f l i c t o s ( a d ifere n cia d e los abolicionism os d e la p e n a de m u e r­
te, d e la de p risió n , etc.) y q u e su rg e e n la s ú ltim a s dos d é ­
cadas com o re su lta d o d e la c rític a sociológica al sistem a penal.
Se tr a ta de u n m o v im ien to cuyos a u to re s m á s noto rio s
s o n del n o rte de E u ro p a — p rin c ip a lm e n te escan d in av o s y h o ­
la n d ese s— y q u e en los ú ltim o s an o s h a g e n e ra d o u n a consi-
d erab le lite ra tu ra 35. U n a d e las c a ra c te rístic a s m ás com unes
e n tre sus líd e re s es h a b e r llevado a d e la n te m ov im ien to s u o r­
ganism os con p a rtic ip a c ió n de técnicos, presos, liberados, fa­
m ilia res y sim p a tiz an tes, es decir, con a lg u n a e x p e r ie n m
p rá c tic a en el cam p o de la m arg in ació n p en aliza d a 3fi.

34 U n p a n oram a g e n e r a l e n G eorge W ood cock , U a n a r c h ia . S to -


r ia d e lle id e e e d e i m o v i m e n t i lib e r ta r i. M ilano, 1973. C abe ob serv a r,
re sp e c to de m u c h a s te o r ia s ca lific a d a s com o u tó p ic a 2, u n a d iferen cia
su sta n c ia l con e l a b o lic io n ism o c o n tem p o râ n eo : la s a n tig u a s teo ria s
c o n fia b a n e n u n a d esap aricáón d e lo s c o n flic to s m ism o s; e l n u ev o
a b o lic io n ism o no cr e e q u e d e sa p a rezca n lo s c o n flic to s, sin o q u e p o s­
tu la la ab o lició n d el s is te m a p en a l com o so lu c ió n fa lsa d e los m ism a s.
35 H u ls m a n -B e m a t d e C elis ,op. cit.; H u lsm a n , L a p o lí t i c a d e
d ro g a s : f u e n te d e p r o b le m a s y v e h íc i d o d e c o lo n iz a c ió n y r e p r e s ió n ,
en ‘ N u e v o F o ro P e n a l”, M ed ellín , en ero -m a rzo d e 1987, p ágs. 49 y
sgt.'.; N ils C h ristie, L o s l i m i t e s d e l d o lo r, M éxico, 1981; T h o m a s Ma-
th ie se n , T h e P o litic s o f A b o litio n , O slo, 1974; E le n a L arrauri, A b o li­
c io n is m o d e l d e r e c h o p e n a h la s p r o p u e s t a s d e l m o v i m i e n t o a b o lic io ­
n is ta , e n “P od er y co n tr o l”, 3, 1987, p ágs. 95 y sg ts.; e s s u m a m e ste
in te r e sa n te la obra c o le c tiv a T h e C r im in a l J u s tic e S y s t e m a s a s o c ia l
p r o b le m : an a b o tttio n is t p e r s p e c t i v e , cit.
R o lf F. D e F o lte r . op. cit.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 103

E s la m ás o rig in a l y ra d ic a liz a d a p ro p u e s ta político-cri-


m in al de los ú ltim o s anos, al p u n to q u e a u n su s crítico s m ás
sev ero s d eb en reco n o c erle m é rito s y v alo res positivos.
2 . L as variables d ei abolicionism o. E n tr e los a u to re s abo­
licio n istas n o e x iste u n a co m p leta co in cid ên cia d e m étodos,
p re su p u e sto s filosóficos y tá c tic a s p a ra a lc a n z a r los objetivos,
sin o q u e p ro v ie n e n d e d is tin ta s v e rtie n te s del p en sam ien to .
Se h a sen ala d o la p re fe re n c ia m a rx is ta de T h o m as M ath iesen ,
la fenom enológica d e L o u k H u lsm an , la e s tru c tu ra lis ta d e
M ichel F o u c a u l t37 y p o d ríam o s a g re g a r la fenom enolôgico-
h isto ric ista de N ils C h ristie.
a) H u lsm an , d esp u és de u n a evolución ra d ic a liz a n te de
su p en sam ien to , llegó a la conclu sió n de q u e el sistem a p e n a l
es u n p ro b lem a en sí m ism o y, a n te su c re c ie n te in u tilid a d
p a ra re so lv e r conflictos, re s u lta p re fe rib le ab o lirlo e n su to-
ta lid ad , com o sistem a represivo.
E n tr e o tras, H u lsm a n a firm a q u e h a y tre s razo n es fun-
d am e n ta le s q u e ab o g an p o r su abolición: c au sa su frim ie n to s
in n e cesario s q u e se re p a rte n so cialm en te de m odo in ju sto ; no
tie n e efecto p o sitiv o so b re las p e rso n a s in v o lu crad as en los
conflictos; es su m a m e n te difícil so m eterlo a control.
Su p ro p u e sta es d ire c ta m e n te el reem p lazo del sistem a
p en al p o r in sta n c ia s in te rm e d ia s o in d iv id u alizad a s d e solu-
ción de conflictos, q u e a tie n d a n a la s nocesidades reales de
la s p e rso n a s in v o lu crad as y n o a u n m acro niv el estatal. P a ra
ello, p ro p o n e u n n u ev o len g u aje, q u e su p rim a las ca te g o ria s
d e “c rim e n ” y “c rim in a lid a d ”, q u e com o categ o rias son “ reifi-
ca d a s” en el p e n sa m ie n to Occidental, c u a n d o en re a lid a d en-
c u b re n u n a v arie d ad in m en sa de conflictos que, p o r su p u esto ,
n o d e sa p a re c e rá n con la su p resió n del sistem a p en al, p e ro q u e
re-d efin id as en form a de “situ a cio n es p ro b le m á tic a s” , p u ed en
e n c o n tra r efectiv as soluciones, esto es, e n tre las p a rte s in v o ­
lu c ra d as, en u n “c a ra a c a r a ” co n fo rm e a m odelos de so lución
de conflictos d ife re n te s del p u n itiv o (co m p en sato rio , te ra p ê u ­
tico, educativo, asisten cial, e tc .), todos los cu ales tie n e n la
v e n ta ja de no s e r n e c e sa ria m e n te alte rn a tiv o s, en ta n to q u e

37 Idem . pág. 31.


104 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

el m odelo p u n itiv o siem p re lo es (s u aplicación excluye auto-


m á tic a m e n te a los r e s ta n te s ).
No cabe d u d a de q u e la p ro p u e sta d e H u ls m a n (q u e p u ed e
s in te tiz a rse con la consigna “ir al conflicto m ism o ” ) es, al
m en o s en b u e n a m edida, tr ib u ta r ia d e la fenom enología y de
la etnom etodología — a u n q u e en n in g ú n m o m en to se lo m a-
n ifie ste e x p re sa m e n te — y reconoce u n a ra iz c ris tia n a a n te rio r
a la categ o rizació n escolástica. Ig u alm en te , p u e d e d ed u cirse
q u e su posición se v in c u la al “m odelo v e rd e ” o, p o r lo m enos,
a la lín ea de p en sam ien to d o n d e “lo p eq u en o es b ello ” .
b) M a t h i e s e n p u ed e ser co n sid erad o el “ e s tra te g a ” del
a b o lic io n ism o 38. Su tá c tic a abo licio n ista se h a lla m u y v in c u ­
lad a a u n esq u em a re la tiv a m e n te sim p le del m arx ism o , lo q u e
n o re s ta in te ré s a su s co n sid eracio n es tácticas.
Como M ath iesen v in c u la la ex isten cia del sistem a p en al
a la e s tru c tu ra p ro d u c tiv a cap italista, p a re c e n o a s p ira r úni-
c a m e n te a la abolición del m ism o, sino a la abolición de todas
las e s tru c tu ra s re p re siv a s d e la sociedad.
Se m a n ifiesta a b ie rta m e n te crítico d e to d a s las co n stru c-
ciones teó ricas q u e no se o rie n ta n o p e rm ite n u n a tra d u c c ió n
m á s o m enos in m e d ia ta e n el p la n o p ráctico d e u n a acción
po lítica “su p e ra d o ra d e lim ites” , e n fo rm a de algo “siem p re
in a cab ad o ” .
Sus esfuerzos p o r c o n c e p tu a liz a r lo “in a c a b a d o ” y su p e r­
m a n e n te in sistê n cia en ello le p e rm ite n tr a z a r u n a tá c tic a q u e
n o q u ed e n e u tra liz a d a o inm ovilizada p o r u n a c o n tra -e stra te -
gia de retro ceso s p arciales del poder, com o p u e d e n ser las
descrim in alizacio n es, las p en as a lte rn a tiv a s a la p risió n , etc.
M ath iesen sen ala q u e el p o d er tr a ta siem p re d e e sta b le c e r lo
que e s tá “d e n tro ” y lo q u e e s tá “fu e ra ” , p ro c u ra n d o e n re d a r
lo que e stá “fu e ra ” y tra b a rlo p a ra p o n erlo “d e n tro ” , u sa n d o
p a ra ello tá c tic a s de “retro ceso s p a rc ia le s” .
A la opción cre a d a p o r el p o d er e n tre lo de “d e n tro ” y
lo d e “ fu e ra ”. M ath iesen opone la a lte rn a tiv a de lo “ in a ca­
b ad o ” , como u n curso, u n d ev e n ir siem p re ab ierto .

38 A l m en o s esa e s la im p r e sió n q u e p ro p orcion a su obra de


1974.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 105

Su tá c tic a d e p rax is-te ó rica sie m p re im p lica u n a re sp u e s­


ta al fu n cio n alism o : en ta n to q u e éste d escrib e b a s ta n te b ien
—y h a s ta con m a y o r d etalle— la form a d e e n re d a r lo de
“ fu e ra ” y m e te rlo “d e n tro ” , h acien d o de ello el p rin c ip a l
o b je tiv o del sistem a, M ath iesen elab o ra la e stra te g ia in v e rsa:
el cam in o a b ie rto q u e le im p id a al poder “c e rra rs e ” , “en ce­
rra n d o ” lo de fu era, la tá c tic a que n e u tra lic e la c o n tra -tá c tic a
de la n o rm alizació n m e d ia n te el “retro ceso tá c tic o ” del poder,
la q u e h ag a q u e to d o retro ceso sea eso y n a d a m ás, com o
retro ceso del p o d er h acia la abolición del sistem a penal.
E n su ac tio n re s e arch M ath iesen sen ala q u e las condi­
ciones q u e deb e re u n ir u n m o v im ie n to ab olicionista p ara
m a n te n e r su v ita lid a d com o ta l. son su p e rm a n e n te re lac ión
de opos ic ión con el sistem a y su re lac ión de com pe tê nc ia con
éste. L a oposición re q u ie re u n a d ifere n cia co n sid erab le de
p u n to s de v is ta resp ecto de las b ases te ó ricas d el sistem a y
la co m p eten cia u n a acción p o lítica p rá c tic a desde fu e ra del
m ism o.
c) E I abolicionism o de N ils Chris tie tie n e m u ch o s p u n to s
de c o n tacto con el d e H u lsm an S in em bargo, p u ed e d ecirse
q u e C h ristie e s tá m ás in clin ad o a b a s a r sus arg u m e n tacio n es
sobre la ex p erien cia h istó rica e in clu so so b re los reducidos
m odelos e x iste n te s de ensayos co m u n itário s nórdicos, com o
C h ris tían ia y T v ind.
C h ristie d estac a e x p re sa m e n te la condición d e stru c to ra
d e las relacio n es c o m u n ita ria s del siste m a penal, su c a rá c te r
d iso lv e n te de las rela cio n es d e h o rizo n talid ad y los consiguien-
te s p eligros y d an o s de la v erticalizac ió n co rp o rativ a.
E n e ste sentido, n ieg a e n fá tic a m e n te la in te rp re ta c ió n d e
D u rk h eim , c u an d o éste e n tien d e q u e el proceso de m oderni-
zación h ace p ro g re sa r a la sociedad, hacién d o la p a s a r de la
so lid a rid ad m ecân ica a la o rg ân ica y d ism in u y en d o el com po­
n e n te p u n itiv o . C h ristie m a n ifiesta a este resp ecto q u e “D u rk ­
h eim e ra u n específico p ro d u cto de la c u ltu ra u rb a n a fra n ­
cesa. E s tá d e acu erd o con la o p inión d e q u e c u a n d o se ve u n
indio se los h a v isto a todos, m ie n tra s es e v id en te que e n tre
los pueb lo s civilizados, dos in d iv id u o s son in m e d ia ta m e n te
percib id o s com o d ifere n tes e n tre sí. E s te p reju icio le im pide
v e r la su m a d e v aria b les típ icas de las sociedades num érica-
106 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

m e n te lim itad as y los pro b lem as de co n tro l de las m ás e x ­


te n sa s” 39.
P a ra C h ristie — y en esto creem os q u e tie n e to d a la ra-
zón— el m ejo r ejem p lo d e so lid arid ad o rg ân ica lo proporcio-
n an las sociedades lim itad as, cuyos m iem b ro s no p u e d e n ser
su stitu id o s, a d iferen cia d e los g ran d es grupos, donde se lim i
ta n las condiciones d e so lid arid ad y d o n d e los pap eles obliga-
torios p u ed en s e r su stitu id o s con facilidad, a tra v é s del m e r­
cado de trab ajo , del cual los excluidos se v u elv en can d id ato s
ideales p ara el sistem a p u n itiv o
L as observaciones d e C hristie, pese a q u e no nos p ro p o r­
ciona u n a tá ctic a clara p a ra el abolicionism o, son a lta m e n te
rev elad o ras p a ra n u e stro m a rg e n y p a rtic u la rm e n te p a ra la
defensa d e los v ínculos h o rizo n tales o co m u n itário s d e sim p atia.
d) Si b ie n q u iz á no p u ed a s e r con sid erad o u n abolicionis­
ta e n el sen tid o d e los a u to re s q u e ven im o s exponiendo, M ichel
F o u c a u lt sin d u d a lo fue 40.
Ya nos hem os ocupado d e alg u n o s de sus p rin cip ale s ap o r­
te s y lo q u e nos re s ta o b serv ar aq u i es que, q u izá lo que
re s u lta a n u e stro juicio m enos adm isib le de la tesis foucaul-
tia n a , desde el p u n to d e v is ta de la tra d ic ió n h u m a n ista , sea
la consideración m ism a del su je to cognoscente com o u n pro-
d u cto del poder (q u e no sólo g e n e ra ría sa b e r sin o ta m b ié n
su b jetiv id a d co g n o scen te), lo cual, si se lo ex tre m a, lo lleva
a u n a posición q u e secu n d ariza y rela tiv iza la cu e stió n a n tro ­
pológica. E s p osible que, com o alg u ien h a senalado, n o h ay a
sido ésta la in ten ció n de F o u cau lt, sino q u e con ello se h ay a
lim itad o casi a d e sc rib ir u n a form a d e conocim iento de la so­
ciedad in d u stria l y no a h a c e r u n tra ta m ie n to d e la cu estió n
m ism a.
E n d irec ta referen c ia a las te sis coincidentes con el abo­
licionism o, F o u c a u lt sen ala a c e rta d a m e n te la fo rm a e n q u e el
p o d er expropió los conflictos en el m om ento d e la form ación
d e los estados n acionales y niega el m odelo d e u n a p a rte que
se sobrepone a las p a rte s en litigio com o in sta n cia su p erio r

39 O hristie, op. cit.


D e F o lter, op. cit.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 107

decisoria, lo q u e ev id en cia en su discu sió n con los m a o ístas u ,


cu an d o c ritica el concepto de “ju s tic ia p o p u la r” e x p u esto p o r
é s to s .
Si b ie n F o u c a u lt n o ofrece co n sid eracio n es tá c tic a s p a ra
a v a n z a r h acia el abolicionism o, las p e rm ite e n tre v e r cu an d o
aco n seja la “té c n ic a del ju d o c a ” , es decir, la d eb ilid ad q u e
su fre el p o d er cu an d o d escarg a la violência, q u e lo d eja p a ­
rad o en u n pie. Cabe o b se rv a r q u e la u tiliz ació n de la fu erza
del a d v e rsa rio en lu g a r del em pleo de la p ro p ia violência, es
u n p o stu la d o básico d e c u a lq u ie r te sis d e la “no v io lên cia” l2.
D ado q u e F o u c a u lt no ad m itió la idea de u n “ sistem a de
p o d er” , sin o q u e co n sid era q u e el “ siste m a ” es u n a ilusión
p ro v o cad a p o r la alin eació n de m icro-poderes, no p o d ría acep-
ta r la tesis de M ath iesen acerca d e lo q u e q u e d a “ d e n tro ” y
“ fu e ra ” , y, d eb id o a la p a rtic u la r m a n e ra e n q u e estos m icro -
p o d eres se recom ponen en u n a ved com plejísim a, se ria posible
e s ta r in v o lu crad o y, sin em bargo, p e rm a n e c e r en oposición.
No o b stan te, creem os q u e es posible in te rp re ta r la te sis de
M ath iesen de u n m odo m enos “sistêm ico ” (o “contra-sistém i-
co” ) y co m p atib iliz aria con los p u n to s de v is ta d e F o u c a u lt:
el req u isito de “ oposición” es c la ra m e n te ideológico y la com-
p eten cia no es o tra cosa q u e m a n te n e r siem p re v iv a la con-
trad icció n en la p rax is; am bos p u e d e n d arse en c o y u n tu ra s
de oposición y co m p eten cia in v o lu crad as e n el sistem a p en al
m ism o: re n u n c ia r a estas o p o rtu n id a d e s tá ctic as seria ridículo.
3. L a polêm ica en torno al ab olicionism o. E l abolicionis­
m o, com o e ra de esp e ra r, h a d ad o lu g a r a u n a p olêm ica con-
siderable, que se h a lla a b ie rta y en plen o desarrollo.
Sin d u d a q u e u n a de las re sp u e sta s m ás in te re sa n te s es
la q u e p ro v ien e del “d erech o p en al m ín im o ” o “m ín im a in ­
te rv e n ció n p e n a l” . E n ta n to q u e el abolicionism o p a re c e p o n er
de reliev e o c a rg a r el ace n to en los costos del sistem a penal,
el d erech o p en al m ín im o se in clin a a h ace rlo so b re los even-
tu a le s costos de u n a a n a rq u ia p u n itiv a . E n o p in ió n de F e r r a ­
joli, estos costos se ría n d e dos clases: el p elig ro de. b e l l u m

*1 M ic r o fís ic a , cit.
42 P o r ejem p lo , G ene S h arp , P o d e r , lu ta e d e fe s a . T e o r ia <"
p r á tic a d a a ç ã o n ã o - v id lê n ta , São P au lo, 1983.
108 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

o m n i u m , con su s reacciones v in d icativ as in controladas, y el


de u n discip lin arism o social que im pida el d elito en form a
p u ra m e n te física, a costa de la lib ertad de todos.
F e rra jo li d estaca que el d erech o p en al d eja la lib ertad
de eleg ir e n tre el d elito y o tra conducta, en ta n to q u e la in-
te rv e n ció n d isc ip lin a ria ex - ante im p id e esa lib e rta d y lo hace
a costa de la lib e rta d de todos. D e este m odo, el m odelo penal
m ín im o se c o n stitu iria en u n a a lte rn a tiv a p ro g resista fre n te
al abolicionism o, al q u e le im p u ta ser u n a “u to p ia re g re siv a ”
a se n ta d a sobre la ilu sió n de u n a “sociedad b u e n a ” o de u n
“ estado b u e n o ” .
P a ra F e rra jo li el abolicionism o e n g en d ra el peligro de a l­
te rn a tiv a s peores q u e el d erec h o p e n a l: la re ac c ión v in d ic ativ a
desco n tro lad a, sea e n m anos in d iv id u ales o estatales; el dis ­
c ip lin aris m o s ocial m e d ia n te la in te m aliz ac ión de rígidos
controle s qu e o p eren b ajo fo rm as de au to -cen su ra o com o ex-
p resio n es d e policia m o ral colectiva, o bien, en m anos esta­
tales, m e d ia n te técnicas de v ig ilan c ia to tal en fo rm a policial
o de c o n tro l tecnológico.
F e rra jo li co n sid era q u e h o y el derecho p en al se h a con­
ta m in a d o con m edidas policiales h a s ta el ex tre m o de conver-
tirs e e n u n sistem a d e co n tro l con pred o m ín io inform al:
“ quizá lo que hoy es u to p ia no son las a lte rn a tiv a s al derecho
p en al — dice— , sin o el d erech o p en al m ism o y sus g aran tias;
la u to p ia no es el abolicionism o, lo es el g aran tism o , inevita-
b le m e n te p arcial e im p erfecto ” . E l d erech o p en al m ín im o q u e­
d a ria legitim ado p o r la necesidad de defen d er las g a ra n tia s
d e los “d esv iad o s” y d e los “n o desviados” .
L a ju stificac ió n que F e rra jo li e n c u e n tra p a ra su “d e re ­
c h o p en al m ín im o ” nos p arec e q u e e n tra en contrad icció n — al
m e n o s p a rc ia lm e n te — con las m ism as p a u ta s q u e sen ala
c u a n d o a firm a q u e no p u ed en rech a zarse los “fines” d e las
p en as q u e se estab lecen p re c e p tiv a m e n te ap elan d o a a rg u m e n ­
to s em píricos, p u e sto q u e la c rític a a la que so m ete al aboli­
cionism o se basa, ju sta m e n te , en la experiencia em pírica que
ofrece la o p erativ id a d real d e los sistem as pen ales vigentes.
E s ta c rítica p arece p a s a r p o r alto q u e el abolicionism o,
a u n q u e no lo ex p rese claram en te y a u n q u e algunos d e sus
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 109

p a rtid a rio s lo n ieg u en , ta m b ié n e s tá p ro p o n ien d o u n n u ev o


m odelo de sociedad. E n ta l sentido, n o vem os cu ál es la razó n
p o r la cu al n o p u e d a co n ce b irse u n a sociedad, p o r le ja n a que
sea, en q u e los conflictos p u e d a n re so lv e rse — o n o resolverse,
si es q u e n o h ace fa lta — s in a p e la r a p en as y a la in sta n c ia
p u n itiv a fo rm alizad a y sin q u e esto, n ece sa riam e n te, d eb a tra-
d u cirse e n u n a m a y o r rep resió n . E l m ism o P e rra jo li reconoce
q u e las p en as no re s u e lv e n los conflictos, p o r lo cual, e n su
p ro p u e sta m ín im a, el ú n ico c rité rio d e su b sistên cia s e ria la
u tilid a d p a ra e v ita r u n a h ip o té tic a ven g an za.
E l abolicionism o n o p re te n d e re n u n c ia r a la solución de
los conflictos q u e sea n ecesario reso lv er, sino q u e casi to dos
su s a u to re s p a re c e n p ro p o n e r u n a reco n stru c c ió n d e v ín cu lo s
solidários d e sim p a tia , h o rizo n tale s o co m u n itário s, q u e per-
m ita n esas soluciones sin a p e la r al m odelo p u n itiv o fo rm ali­
zad o a b s tra c ta m e n te .
C h ristie es claro e n este aspecto, p a rtic u la rm e n te cu an d o
p a rtie n d o de las ex p erien cias c o m u n ita ria s d an esas se p erca ta
d e q u e si se estab lecen esos v ín c u lo s q u e n u e s tra civilización
in d u s tria l o tecno-científica v e rtic a liz a n te d e stru y e (algo p a re ­
cido a lo q u e F re u d llam ab a “v ín cu lo lib id in a l” ), la p en a
p ro d u c iría u n dolor q u e se re p a rtiria e n tre todos, p o r lo cual
h a b ría u n a te n d e n c ia a su rechazo. H a y ex p erien cias latin o -
a m e ric a n a s im p u estas p o r la necesid ad y la m arg in ació n , en
la s q u e el sistem a p e n a l n o o p era y se g esta u n sistem a pro p io
d e solución d e conflictos 43.
L as crítica s d e F e rra jo li al abolicionism o p arec en c en trar-
se en c ie rta s sim plificaciones d e l m ism o, com o p u e d e ser la
p re te n sió n d e s u p rim ir al sistem a p e n a l d e ja n d o todos los
conflictos s in solución y sin la c o b e rtu ra ideológica de a p a ­
re n te solución q u e h o y les b rin d a el sistem a p en al, o bien,
s u p rim ir el d erec h o p en al — com o d iscu rso ju ríd ic o — d ejan d o
in ta c to to d o el ejercicio d e p o d er d e la s ag en cias d el sistem a
penal.
P o r o tra p a rte , cab e te n e r e n c u e n ta q u e los d efen so res
del d erech o p e n a l m ín im o ta m b ié n p ro p o n e n u n n u ev o m odelo

*3 V e r por ejem p lo , B o a v e n tu r a d e S o u za S a n to s, N o ta s s o b r e a
h i s t ó r i a ju r íd ic o - p e n a l d e P a s á r g a d a , en “O d ir e ito a c h a d o n a r u a ”,
cit., pág. 46.
110 En bu sca d e l a s pe n a s p e r d id a s

d e sociedad, p o rq u e es in c u estio n ab le q u e si el sistem a p en al


no sólo p ro c u ra re p re siv id a d , sin o — y p rin c ip a lm e n te — e je r­
c e r u n p o d er positivo co n fig u ra d o r (com o lo d e m u e stra F o u ­
c a u lt), la co n tracció n del siste m a p en al im plica u n cam bio
p ro fu n d o en la re d d e p o d er social, lo q u e conlleva u n m odelo
d ife re n te de sociedad.
E n la h ip ó tesis de lleg ar a este m odelo y al d erech o p en al
m ín im o p ro p u esto , e incluso a c e p ta n d o q u e ese d erec h o penal
m ín im o se m a n te n g a p a ra e v ita r la v en g an z a y u n co n tro l
to ta lita rio p o r p a rte d e las ag en cias ejecu tiv as del sistem a
penal, e n ese m o m en to no p o d rá e v ita rs e la p re g u n ta acerca
d e la p o sib ü id ad de n e u tra liz a r esos p elig ro s p o r m edios m e ­
nos v io len to s q u e la pena y q u e s irv a n p a ra re so lv e r esos
conflictos en form a efectiva y, p o r n u e s tra p a rte , n o creem os
q u e d e a n te m a n o deba ex clu irse la p o sibilidad d e q u e el m o­
delo de sociedad q u e im p líc ita o ex p lic ita m e n te co rresp o n d e
a u n a m ín im a in te rv e n c ió n penal, h alle fin a lm e n te la fo rm a
d e reso lv erlo s su p rim ie n d o inclu so ese d erech o p e n a l m ínim o.
JE1 d erech o p en al m ín im o se p la n te a ría , de este m odo, com o
u n m om ento del cam in o abolicionista.
P o r o tra p a rte , nos p arece claro q u e n ad ie p u ed e p re te n ­
d e r a b o lir u n ic a m e n te el “d erech o p e n a l” , sino el “sistem a
p e n a l” , p o rq u e si d esap arec iese sólo el p rim ero , que no es
m ás q u e el d iscu rso de ju stificac ió n y la p au ta c ió n de la a g e n ­
cia ju d icial, esto im p lic aria la sola cancelación del p o d er de
los ju ris ta s y la lib eració n to ta l de los conflictos al p o d er de
las re s ta n te s ag en cias del sistem a p en al, lo q u e no se ria m ás
q u e u n a n u e v a ilusión, m u ch o m ás in fa n til a ú n : co n fu n d ir
el d isc u rso racio n àlizad o r del ejercicio de p o d er del sistem a
p en al con ese ejercicio de p o d er y su p rim ir el m u y lim itad o
ejercicio de p o d er de la ú n ic a ag en cia q u e en los sistem as
v ig e n tes p u ed e lleg ar a g e n e ra r u n a co n trad icció n lim ita d o ra
y m in im a m e n te g a ra n tiz a d o ra , sólo pu ed e calíficarse de s u i­
cídio político reac cio n ario y to ta lita rio v en m odo alg u n o es
la p ro p u e sta abolicionista.
E s in cu estio n ab le, a n u e s tro juicio, q u e e l de re cho p e nal
m ín im o es u n a propue s ta que debe s e r apoy ada po r todos los
que d e s le g itim an e l s is te m a pe nal, pe ro no com o m e ta insu-
pe rable , s ino com o pas o o trân s ito hac ia el abo lic ionis m o , po r
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 111

le jan o que hoy pare z ca, com o u n m o m e nto de i "u n fim s h e d ;'
de M athie s e n, y n o com o u n objetivo “c e rra d o ” o “ acabado” .
N os p a re c e q u e el sistem a p e n a l se h alla d eslegitim ado
ta n to e n té rm in o s em p írico s com o p recep tiv o s, p u e sto q u e no
v em os o b stácu lo a la concepción d e u n a e s tru c tu ra social en
q u e sea in n e cesario el sistem a p u n itiv o a b stra c to y fo rm ali­
zado, ta l com o lo d e m u e stra la ex p erien cia h istó rica y a n tro ­
pológica.
E l a rg u m e n to ilu m in ista d e la necesid ad del sistem a p e ­
n a l p a ra e v ita r la v e n g a n z a c o rre sp o n d e a u n p ro g ra m a m í­
n im o p ro p u e s to p o r el Ilu m in ism o y n u n c a realizado. E n e l
p lano re al o s ocial, la e x pe rie ncia in d ic aria que y a pare ce
e s tar b ie n de m os trada la inne c e s arie dad de l e je rcic io de pode r
de l s is te m a p e n al p ara e v itar la g e ne raliz ac ión de la v e ng an­
za, p o rq u e el sistem a p e n a l sólo o p era e n u n red u cid ísim o
n ú m e ro d e casos y, p o r ende, la in m e n sa m a y o ría d e supues-
to s im p u n es n o g en e ra liz a v en g an z as ilim itad as. A dem ás, en
A m érica L a tin a se h a n com etido c ru eles genocídios q u e h a n
q u ed ad o p rá c tic a m e n te im punes, s in q u e h a y a h ab id o episo-
dios d e v en g an z a m asiva.
L a re g ia in v a ria b le d e la g e n e ra l in o p e ra n cia del sistem a
p e n a l fre n te a los conflictos m ás g ra v e s y m asivos, sólo p o r
excepción d a lu g a r a v en g an zas; lo q u e su ced e ta m b ié n a este
re sp e c to es q u e los aisladísim os casos q u e se p re s e n ta n son
a lta m e n te publicitad o s, con lo c u al se in stig a a la im itació n
y se in v e n ta u n a re a lid a d q u e c o n trib u y e a fo rta le c e r la jus-
tificació n del ejercicio d e p o d er del sistem a p e n a l y a re-
fo rzarlo **.
C reem os q u e la p ro p u e sta p o r la q u e deb e ap o y arse u n
d erec h o p e n a l m ín im o no es el v iejo a rg u m e n to ilu m in ista,
sin o o tro : e l de re cho pe nal, com o p ro g ram ac ión de la ope ra­
tiv id ad de la age nc ia ju d ic ial, de be pe rm ane ce r, e inc lus o
am p liar s u âm b ito , e n la m e d id a e n que la in te rv e n c ión de
esa age nc ia re s ulte m e nos v io le nta que las otras form as o m o ­
de los e fe c tiv am e nte dis po nible s de de c is ión de los conflictos .

4* B s n o to ria la a la rm a q u e h a n ca u sa d o a lg u n o s c a so s e n B ra­
sil; n o o b sta n te, n o s e rep a ra c o n ig u a l alarm a e n e l e le v a d ísim o
n ú m e r o d e e je c u c io n e s p a ra -p o licia les.
112 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

E sto es u n a am p liació n del d iscu rso ju ríd ico -p en a l q u e


im p o rta u n a m ín im a in te rv e n c ió n del sistem a p e n a l — q u e no
es n in g u n a p arad o ja, si se tie n e en c u e n ta q u e se tr a t a de dos
cosas b ien d ifere n tes— , p u es sólo en la m ed id a en q u e el
conflicto v a q u ed an d o fu e ra del p o d er v e rtic a ü z a d o r del sis­
te m a p en al y som etido a u n a solución m enos v io len ta (o lib e­
ra d o si no es n ece sa ria u n a solución) se rá posible c o n tra e r
el discu rso juríd ico -p en al.
E s ta es la v e rd a d e ra p a u ta in d icad o ra d el m í n i m o e f e c -
t i v a m e n t e p o s i b l e en cada circ u n stan cia, p e ro d e u n m ín im o
im p u esto p o r u n poder, p o r u n h ech o de p o d er q u e no e s ta rá
leg itim ad o en m odo alguno, sino que sim p lem e n te e stá p re ­
sen te y la desleg itim ació n d iscu rsiv a n o tie n e n in g ú n efecto
m ágico que lo su p rim a com o hecho.
L os m odelos a lte rn a tiv o s de solución de conflictos n o son
p a trim o n io de los a u to re s ab olicionistas 45 y la descalificación
del abolicionism o com o “u tó p ico ” — q u e es la m ás co m ú n —
re su lta re la tiv a fre n te a alg u n a s ex p erien cias re c ie n te s no su ­
ficien tem en te an aliza d as 46.
P o r o tra p a rte es ev id en te que “la po lítica ab o licionista
re q u ie re u n m odo de p en sam ien to estratég ico , cuyo p u n to de
p a rtid a es u n a situ a ció n co n creta; p o r esta razó n la acción
abolicionista es siem p re local” 47. E s ta ú ltim a c a ra c te rístic a
es m ucho m ás e v id e n te en n u e s tro m a rg e n q u e en los p aíses
cen trales, debido a las c a ra c te rístic a s genocidas de n u e stro s
sistem as pen ales de “co n ten ció n ” y no de “d iscip lin a m ien to ”
(p ro d u ctiv o y c o n su m ista).
L a s tre s razo n es q u e H u lsm a n sen ala p a ra a p u n ta la r la
to ta l d eslegitim ación del sistem a p en al son de u n a ev id en cia
in n eg ab le a n te los hechos de n u e s tro m a rg e n : m u e rte s, pri-
vaciones de lib e rta d y v ictim izacio n es q u e re c a e n so b re los sec-
to res m a y o ritario s y caren ciad o s d e n u e s tra s poblaciones; to ta l
in d iferen cia del ejercicio de poder de las agencias resp ecto de

4 5 p o r ejem p lo , E d w a rd D e B on o, C o n flic to s. U n a m e jo r m a n e ­
r a d e r e s o lv e r lo s . B s. A s., 1986.
46 Cfr. S eb a stia n Sch erer, I d o n o t w i s h t h i n k w i t h m o â e r a tio n .
S o m e m a te r ia is c o m m e n ts o n a u to p ia n p e r s p e c tiv e , e n “T h e C rim i­
n a l J u stic e S y s t e m . . . ’’, cit., 36, págs. 107 y sg ts.
47 Cfr. D e F o lter, op. eit., pág. 48.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 1 13

las v íctim as; co m pleta p érd id a de co n tro l so b re las agencias


ejecu tiv as d e los sistem as pen ales y crecien te reducción de la
in te rv e n c ió n de las agencias ju diciales; po r últim o, frecu en te
y c rec ien te com isión de grav ísim o s delitos p o r p a rte de los
in te g ra n te s de la s ag en cias penales.
E n cu a n to a la p re te n sió n de so sten er n u estro s sistem as
pen ales p a ra reso lv er los conflictos que g en era la polución, el
“w h ite c o llar” , los crím en es econôm icos y d e trâ n sito , al m e­
nos en la ex p erien cia la tin o a m e ric a n a se pone de m anifiesto
su to ta l in capacidad. H asta ah o ra, resp ecto d e los tre s pri-
m eros — crím en es del poder— h a y u n a g en era l in o p eran cia y,
en los pocos casos en q u e opera, su ele in s tru m e n tá rs tlo como
m edio de elim inación co m p etitiv a p o r el q u e se re sta la co­
b e rtu ra de in v u ln e ra b ilid a d a l m enos poderoso.
L os su p u esto s q u e su elen m o stra rse com o ejem plos de
efectiv id ad fre n te a incalificables crím en es y ab erracio n es del
poder, n o p asan de s e r u n a selección d e algunos ejecutores
m a te ria le s o d e q u ien es p u ed en ser sacrificados m ed ian te u n
re tiro d e co b ertu ra, p o rq u e y a no le sirv e n a o tro p o d er m ay o r
con el q u e e n tra ro n en conflicto o q u ed ó desfasad a la a n te rio r
alin eació n de m icro-poderes, p e ro con cuidadosa exclusión de
los in stig ad o res y cóm plices in v u ln erab les, que se v u elv en r a ­
p id a m en te funcionales en el n u ev o reo rd en am ien to de esos
m icro-poderes.
Son m ú ltip les los casos que d e m u e stra n acab ad am en te
que en n u e s tro m a rg e n los poderosos sólo son v u ln e ra b les al
sistem a p en al cu an d o co üsionan con otro p o d er m ay o r que
logra re tira rle s la c o b e rtu ra d e in v u ln erab ilid ad , en u n a p u g ­
n a q u e se d esarro lla en la cú p u la hegem ônica. P o r ello, desde
la pe rs pe ctiv a de nue s tro m arge n, no hay raz ón alg una para
cre er que sea m e nos utóp ic o u n m ode lo de s ocie dad e n la que
no hay a in v u ln e rab ilid ad pe nal p ara los pode rosos, que u n
m ode lo de s ocie dad e n que se hay a abo lido e l s is te m a pe nal.
E n c u a n to a los delitos de trâ n sito , al m enos en n u estro
m a rg e n n o es posible d e p o sita r m u ch a confianza en u n m odelo
decisorio que, h a sta el m om ento, se ja c ta d e p ro v eer seguri-
d ad conform e a su d iscu rso de justificación, p ero perm anece
in d ife re n te e in activ o fre n te a la m u e rte de u n m illón de p e r­
sonas p o r década.
114 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

4. L as du das-lím ite fren te a las p ropu estas ab olicion is­


tas. H em os v isto q u e u n o de los p elig ro s q u e p ercib e F e rra -
joli en el abolicionism o es q u e p o r vía policial p u ed a d a r paso
a u n co n tro l físico d e co n d u cta q u e d e s tru y a los espacios
sociales de lib ertad . P a v a rin i, p o r su p a rte , se p la n te a la in-
capacidad del abolicionism o p a ra d a r re sp u e sta a problem as
ta les com o el te rro ris m o 48.
E n rigor, creem os q u e am bas objeciones p u e d e n catego-
riz a rse m ás am p liam en te: re su lta claro q u e el av an c e tecn o ­
lógico, al tiem p o q u e crea m edios físicos d e co n tro l d e co n ­
d u cta m ucho m ás sofisticados y q u e n o d e ja n p rá c tic a m e m e
espacio alg u n o q u e n o p u ed a ser invadido, ta m b ié n p o n e en
m anos d e g ru p o s cada vez m ás red u cid o s d e p erso n as y h a sta
d e indivíduos aislados, in stru m e n to s con fo rm id ab le poder
d estru ctiv o , lo q u e am p lia la cap acid ad de g ru p o s y p erso n as
p a ra d e s tru ir m a siv a m e n te b ien es jurídicos.
E s in d u d a b le q u e el d esarro llo v ertig in o so d e la e n e r­
gia n u c le a r 49, la in g e n iería g en ética y los m edios d e g u e rra
quím ica, al igual q u e la tra n sm isió n de no ticias falsas y la
posibilidad d e a lte ra r com plejísim os m ecanism os co m p u tari-
zados — e n tre otro s m uchos— g e n e ra n el p elig ro d e co n d u ctas
que, incluso llevadas a cabo in d iv id u alm en te o p o r g ru p ú scu -
los, son capaces de d e s tru ir m iles d e v id a s h u m a n a s o de
p ro d u c ir cataclism os análogos a los telúricos.
E s b a s ta n te claro q u e con estos p rete x to s p u ed e g estarse
u n co n tro l social re a lm e n te to ta lita rio u sa n d o la m ism a tecn o ­
logia d isponible y que, en general, h a lle su ficien te consenso,
en razón del g rad o d e realid ad d e esos peligros y ta m b ié n de
la m ás sofisticada inv en ció n d e la realid ad q u e la m ism a te c ­
nologia p erm ite, si es q u e la e x iste n te n o c o n stitu y e am enazâ
p a ra ju stificarlo p o r sí m ism a.
E sta p erspectiva, q u e en a lg ú n m om ento fue p re v ista con
la denom inación d e “estad o n u c le a r” 50, p ero q u e n o la g en era

48 Pavarini, Prólogo a Christie, cit.


4» OFtobert Jungk, G li a p p r e n d i s ti s tr e g o n i. S to r ia d e g li s c ie n -
z i a t i a to m ic i, Torino, 1958.
50 Robert Jungk, E l E s ta d o n u c le a r. S o b r e e l jr r o g r e s o h a c ia la
in h u m a n id a d , Barcelona, 1979.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n llõ

sólo la e n e rg ia n u clear, sino todo el d esco n tro lad o av an ce tec­


nológico com petitivo, es sin d u d a u n grav ísim o peligro q u e
no p u ed e p asarse p o r alto en c u a lq u ie r p la n te a m ie n to de esta
n atu raleza.
L a tecnologia resu elv e in co n tab les problem as, pero al
m ism o tiem p o pro d u ce otros, p u es p arece a c tu a r con efecto
m u ltip lic a d o r51 y u n a de las am en azas m ás serias es q u e su
capacidad d estru ctiv a sirv a p a ra a n iq u ila r o m in im izar los es-
pacios sociales.
Se tr a ta de u n a tecnologia de d estru cció n , q u e en c u a l­
q u ie r m om ento p u ed e d esco n tro larse cu lp o sam en te o ser u sad a
dolosam ente p o r el te rro rism o y que, sin d u d a, p u ed e ser c a u ­
sa in m ed iata de u n co n tro l social e sta ta l tecno-policial no m e ­
nos te rro rista . De allí que las observaciones d e F e rro jo li y d e
P a v a rin i sean coincidentes, al m enos en b u e n a m edida, por
ser su sceptibles de en g lo b arse am b as en esta perspectiva.
E l abolicionism o, seg ú n estos au to res, no te n d ría resp u esta
p a ra ella.
N o obstan te, creem os q u e la objeción re su lta b a sta n te
in fu n d ad a, porq u e tam poco el m odelo penal m ínim o tien e u n a
re sp u e sta clara.
E n esta categoria no es ad m isib le la afirm ació n de F e r r a ­
joli en el sen tid o d e q u e el d erech o p en al a c tú a e x - p o s t y el
delincuente, en definitiva, eüge conform e a u n a lib e rta d que
e n cierto sen tid o le pro p o rcio n a el d erech o penal, lo que p a ­
rece tr a e r ecos de H a rt y del neo-contractualism o. T ra tá n d o se
de u n a posibilidad de d estru cció n m asiv a de bienes jurídicos,
es in cuestionable que no puede d e ja rse “eleg ir” al au to r, p o r­
que es indispensable lleg ar an te s e im pedir el hecho, en tre
o tras razones porq u e la capacidad técn ica d estru c tiv a es ta n
form idable que p u ed e ser que luego no quede nadie p a ra im-
p o n er la pena o incluso que la cu estió n no te n g a n ad a que
v e r con el m odelo penal, por tr a ta rs e de u n a co n d u cta suicida.
E s obvio que esta p revención p revia, ta n n ecesaria com o
peligrosa, no co rresp o n d e a u n sistem a p en al como los actua-

51 Cfr. A u rélio P eccei, L a s c iê n c ia s s o c ia le s y e l d e s a r r o llo h u ­


m a n o , en “S im p o sio d e la U N E SC O . R ep er c u sio n e s so cia les de la
rev o lu ció n cie n tífic a y tec n o ló g ic a ”, M adrid, 1982.
116 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

les y que, fre n te a ella, el m odelo p e n a l n o c u e n ta casi p a ra


n ad a. Se tr a ta d e u n a p rev e n c ió n que, obv iam en te, d eb e te n e r
lu g a r en ó rb ita policial, p u e s s o n m e d i d a s p r e v e n t i v a s p o li-
c i a le s y n o p e n a l e s . E s u n a fo rm a d e policia d e s e g u rid a d que
fre n te a esto s hech o s debe o p e ra r d e la m ism a fo rm a q u e en
incêndios, epidem ias, te rre m o to s, in u n d acio n es, etc.
Se tr a ta r ia d e d e s a rro lla r aq u i u n d erech o d e c o n tro l de
la a ctiv id a d p re v e n tiv a policial con e stric ta vig ilan cia ju d icial
o bien, llev ad a a cabo d ire c ta m e n te p o r ag en cias judiciales,
n acio n ales o, m e jo r aú n , in tern acio n ales, q u e lim ite la inje-
re n c ia p re v e n tiv a a lo e s tric ta m e n te n ecesario en cad a caso,
im p id a q u e el p o d er q u e in d u d a b le m e n te te n d rá n esas ag en ­
cias se desvie, g a ra n tic e el secreto o im p id a la d esviación
d e la in fo rm ació n reco g id a y de la n o co n d u ce n te con que
tope, etc.
E s b a s ta n te obvio q u e e ste com plejísim o p ro b lem a no
tie n e n a d a q u e v e r con el m odelo p en al d e decisión d e con­
flictos, sin o q u e se tr a t a d e u n p ro b lem ático c o n tro l ju d icial
lim ita tiv o d e la s fa c u lta d e s p re v e n tiv a s poüciales, q u e será
ig u a lm e n te n e c e sa rio con la p e rm a n en cia o con la desapari-
ción del siste m a penal. P o r o tra p a rte , d e b e ría p en sarse en
u n a ag en cia co n c a ra c te rístic a s b ie n d ifere n tes d e las que
in te g ra n los a ctu ale s sistem as pen ales y, d esd e este ângulo,
la p e rm a n e n c ia d e las m ism as seria u n o b stáculo q u e c o n tri­
b u iria a p e rp e tu a r y a in c re m e n ta r h a s ta lo in creíb le su ac-
tu a l ejercicio d esleg itim ad o de poder.
E s su m a m e n te difícil lla m a r “d erec h o p e n a l” a esta re-
g u lació n lim ita d o ra d e la acción p re v e n tiv a d e hechos con
cap acid ad d e s tru c to ra m asiva.
Inclu so , im p ed id o el h ech o e n su e ta p a p re p a ra tó ria o de
te n ta tiv a , el im p ed im en to d e su rein iciació n o co n tin u ació n
ta m b ié n es difícil q u e p u ed a llam arse “p e n a ” , p o r m u ch o que
lo llev e a cabo ta m b ié n u n a ag en cia ju d icial n acional o in te r­
n acional.
Si e n ú ltim a in sta n c ía se decidiese lla m a r a esto “derecho
p e n a l” , cab e reco n o cer q u e n o se tr a ta r ia de u n a cu estió n de
d en o m in ació n sino que, c u a lq u ie ra q u e ésta sea, las c a ra c te ­
rístic a s del m ism o n ad a te n d ría n q u e v e r con los sistem as
p en ales v ig e n tes: n o se tra ta ria de u n h ech o del p o d er del
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 117

m o m en to d e la p o lítica n i de u n h ech o del p o d er del m o m en to


d e la g u e rra , p o r m u ch o que sus co nsecuencias físicas pudie-
s e n asem ejarse al segundo. Se tr a ta r ia d e u n m o m e n t o d e
p o d e r p a r a la s u p e r v i v e n c i a d e la v i d a p l a n e t a r i a , lo q u e le
a sig n a ría u n a fisonom ía propia.
E n este sentido, p a re c e n a c o rta rse las d ista n c ia s e n tre el
d erech o p en al m ín im o y el abolicionism o p en al y, en ú ltim o
análisis, tam poco el p rim ero seria — al m enos e n este a sp ec­
to— re le g itim a n te del m odelo p en al de decisió n d e conflictos.
D esde n u e s tro m arg en , d o n d e la d ista n c ia tecnológica con el
p o d er c e n tra l a u m e n ta r á p id a m e n te 52, la n ecesid ad d e u n a
activ id a d p re v e n tiv a “co n tro la d a ” se rá in elu d ib le a c o rto pla-
zo y, red u cid as las d ista n cias e n tre las p e rsp e c tiv a s m in im i-
zan tes o de co n tracció n del sistem a p e n a l y las abolicionistas,
te n ie n d o e n c u e n ta que, e n d efin itiv a, am b as se re fle ja n en.
u n a d isp u ta acerca d e m odelos d e sociedad q u e p a ra n o so tro s
son m á s le jan o s y que, d e m om ento, d ad a n u e s tra posición
m a rg in al e n la re d p la n e ta ria de poder, carecem os de a u to n o ­
m ia p a ra realizar, n o tie n e m ay o r sen tid o p e rd e m o s e n los
detalles d e este debate, q u e p u e d e lleg ar a in m o v ilizam o s o a
d em o ra r u n a acción q u e éticam en te no podem os p o sterg ar.
P e rd e rn o s en esta discusión e n tre posiciones c u y as d is­
ta n cias no son ta n g ran d es, seria a ú n m ás a b su rd o q u e im a ­
g in a r la h ip ó tesis d e q u e n u e stro s lib e rta d o re s h u b ie sen p o s­
te rg a d o las g u e rra s de in d ep en d en cia del c o n tin e n te h a sta
p o n erse de acu erd o acerca d e la p o sterio r adopción d e la fo r­
m a rep u b lican a o m o n á rq u ica co n stitu cio n al d e gobierno, uni-
ta ria o federal, con o sin au to n o m ia m u n icip al, etc.; es ev i­
d en te q u e si se h u b ie se n co m p o rtad o d e m odo ta n absu rd o , el
juicio h istó rico acerca d e ellos seria m u y d iferen te.

VII. EL USO ALTERNATIVO DEL DERECHO

Con la d en o m in ació n d e “u so a lte rn a tiv o del d erec h o ” se


conoce u n m ov im ien to de jueces y ju rista s q u e d esp u n tó en

52 V. A lcira A rgu m ed o, U n h o r iz o n te s in c e r te z a s . A m é r ic a L a ­
tin a a n te la R e v o h ic ió n C ie n tífic o -T é c n ic a , B u e n o s A ires, 1987.
118 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

Ita lia hace dos d écad as y q u e halló eco m ás re c ie n te m e n te en


E sp a n a y A le m a n ia 63.
E s te m o v im ien to es re su lta d o de u n a c rític a m a rx ista
b a s ta n te orto d o x a y trad icio n a l del derecho, in clin ad a a n e g a r
la p o sib iü d ad d e u n d erec h o a lte rn a tiv o y q u e se tra d u c e pre-
fe re n te m e n te en u n a p ráctica, d e stin a d a a u tiliz a r el “d erech o
b u rg u ê s ” en u n sen tid o co m p leta m en te d ife re n te al q u e quiso
im p rim irle el p o d er q u e lo creó.
L a p ro p u e sta d e u n uso del d erech o siem p re e n beneficio
de la clase p ro le ta ria , es in te re s a n te en cu a n to n ieg a la n eu -
tra lid a d ju d icial, p e ro adolece de u n a serie de carên cias, ta le s
com o no p e rc ib ir los câm bios que h a n te n id o lu g a r en E u ro p a ,
in s is tir e n u n co n cep to d e p ro le ta ria d o cu y a ex isten cia es d i­
fícil de a firm a r en la a c tu a l estratific ació n social eu ro p ea y,
en g en era l, carece d e u n a elab o ració n teó rico -ju ríd ica, la que
p o r d efin ició n n i siq u ie ra in te n ta , dad o que se tr a ta d e u n a
p ra x is ju ríd ic a q u e p ro c u ra re in tro d u c ir la p rá c tic a ju ríd ic a
e n las co n trad iccio n es c ap italistas, com o fo rm a d e a c e le ra r y
a g u a rd a r u n cam bio rev o lu cio n ário . C u alq u ier in te n to e n s e n ­
tido teórico im p lic aria u n refo rzam ien to del d erec h o y del
estad o “b u rg u e se s”, p o r lo cu al re n u n c ia a p rio rístic a m e n te al
m ism o.
Su tra n sfe re n c ia a n u e s tro m a rg e n en ta les té rm in o s re ­
su lta ria im posible, p o r razo n es q u e p u ed en e n u m e ra rse seg ú n
su s d ife re n te s niveles.
E n el p lan o práctico, re c ib iría u n rechazo fro n tal, debido
a la g en era liza d a satan izació n del m arx ism o en L atin o am érica.
E n el p lan o teórico, su carê n cia de teo rizació n ju ríd ica
lo llev aría a tra d u c irs e en u n a p ráctica ju ríd ic a q u e no tie n e
n in g u n a p e rsp ectiv a d e recep tació n en n u e s tro m arg en .
E n el p la n o político, su con cep tu alizació n m a rx ista ta n
trad icio n al, q u e en E u ro p a pasa p o r a lto la a c tu a l situ ació n
— m u y poco p ro le ta ria — del tra b a ja d o r eu ro p eo in c en tiv a d o
a l consum ism o, ta m b ié n p a sa ría p o r a lto aq u i la dudosa exis­
te n cia d e u n p ro le ta ria d o la tin o am erica n o e n los té rm in o s del
m ism o m a rx ism o trad icio n a l, donde la situ ació n d e p e n d ie n te

53 P. B a rcello n a - C. C otturi, E l E s ta d o y lo s j u r is ta s , B a rcelo n a .


1976; L ’u s o a l t e r n a t i v o d e l d ir i tt o , a cura d i . . . , R om a 1973.
R e s pu e s t a a l a d e s l e g it im a c ió n 119

y la c a rê n c ia cad a v ez m a y o r d e c a p ita l p ro d u c tiv o p ro d u c e n


u n a u m e n to d e m a y o ría s c a re n c ia d a s q u e n o p u e d e n s e r c o n ­
sid e ra d a s “p ro le tá ria s ” n i “e jé rc ito d e re s e rv a ” p a ra u n a p ro ­
d ucción in d u s tria l q u e p e rm a n e n te m e n te es m en o r, con la
c o n sig u ie n te red u cc ió n d e los secto res lab o rales trad icio n ales,
y cu y as p e rsp e c tiv a s d e “U am ar a la re s e rv a ” so n m anifiesta-
m e n te lejan as, si n o s aten em o s al n e g a tiv o b a lan ce d e n u e s ­
tro s té rm in o s de in te rc â m b io com ercial y al c re c ie n te peso de
las obligaciones y s e rv id o s d e las sid erales d e u d a s e x tern as.
E l u so a lte rn a tiv o d e l derecho, en n u e s tro m a rg e n , ad e­
m á s d e su escasa v iab ilid ad , te n d ría el in c o n v e n ie n te d e las
c rític a s al d e re c h o q u e h a n a b u n d a d o a q u i d esd e el cam po
p u ra m e n te político, p u e s su fa lta d e te o ria ju ríd ic a h a ría q u e
n o p e n e tre al s a b e r ju ríd ic o y, d e e s te m odo, el s a b e r ju ríd ic o
h a s ta a h o ra re ite ra d o q u e d a ria i n t a c to 54, com o q u ed ó fre n te
a la s re s ta n te s crítica s q u e se d e tu v ie ro n e n el n iv e l ex clu si­
v a m e n te político.
M ás q u e u n u s o a l t e r n a t i v o d e l d e r e c h o q u e p ro m u ev a
u n a rev o lu ció n social, n u e s tro m a rg e n n e c e sita u n d e r e c h o a l ­
t e r n a t i v o q u e p ro m u e v a s u ace lerac ió n h istó rica, pu es, a ú n
ad m itie n d o la h ip ó te sis d e v alid ez c e n tra l d e la p ro p u esta,
n u e s tra s n ecesid ad es re s u lta ría n p ro fu n d a m e n te d ifere n tes,
p o r p ro v e n ir d e dos procesos su cesivos d e actu alizació n h istó ­
ric a in c o rp o ra tiv a q u e tra n s n a c io n a liz a ro n el p rim itiv o c o n tro l
social, in je rtá n d o lo m a rg in a lm e n te e n la re d d e p o d er p la n e ­
ta rio , y q u e im p lic aro n u n a su cesió n d e genocídios y et-
nocidios.

VIII. REACCIONES MARGINALES

E n A m érica L a tin a n o se h a n re g is tra d o re s p u e s ta s fre n ­


te a la d esleg itim ació n d e l siste m a p en al, a l m en o s e n fo rm a
o rg ân ica. No es p osible c o n sid e ra r o rg á n ic a m e n te u n a serie
d e a c titu d e s d e “h u íd a ” a n te el fenôm eno, c a re n te s d e co h e­
re n c ia y q u e a m o n to n a n a rg u m e n to s o ig n o ra n o p re te n d e n
ig n o ra r la deslegitim ación.

s* Cfr. G arcia M éndçz, op. cit.


120 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

A sim p le títu lo ejem p lificativ o p u e d e n m en cio n arse, s in


q u e v alg a la p e n a co n sid era rlo s e n p a rtic u la r, a lg u n a s m ani-
festacio n es d iscu rsiv o -p en a les d e la lla m a d a “d o c trin a de la
s e g u rid a d n a c io n a l” , la ap elació n al positiv ism o legal, la invo-
cación de v alo res p o r v ía de u n neo-escolasticism o poco o r ­
todoxo, la ev asió n a tra v é s d e los o bstáculos epistem ológicos
al sa b e r ju ríd ico , u n b u rd o re trib u c io n ism o poco explicado, el
uso re ite ra tiv o d e ideas p elig ro sistas fre c u e n te m e n te am alga-
m ad as — de m odo in e x p lica b le— con el “b ie n co m ú n ” tom is-
ta , etc. E s ta s a c titu d e s n o son ex plicables a n iv el de an álisis
teórico, d o n d e re s u lta m u y sencillo c a e r e n la te n ta c ió n d e su
red u cció n al ab su rd o . Nos referire m o s b re v e m e n te a alg u n a s
d e ellas e n el c a p ítu lo sig u ien te, d o n d e re s u lta rá m ás c la ra
su n a tu ra le z a d e m ecanism os d e h u íd a o d e racionalizaciones,
incapaces de a lc a n z a r co h ere n cia d iscu rsiv a, a n te la m a g n itu d
d e las co n trad iccio n es reales e n q u e se d e sen v u elv en las con-
d u ctas de los o p e ra d o re s reales de las ag en cias del sistem a
penal.
P o r el o tro lado, h a n co m en zad o las te n ta tiv a s de reac-
ción po sitiv a a tra v é s d e u n d erech o p en al “c rític o ” 55, q u e
a ú n no h a sido d esarro llad o i n e x t e n s o , p ero q u e es u n claro
signo d e la situ a ció n c rítica q u e c a ra c te riz a al p en alism o de
Ia reg ió n e n este m om ento.

E s e v id e n te q u e la c r im in o lo g ía crítica la tin o a m erica n a , q u e


p r e c ip ito la s itu a c ió n c r ític a a la q u e n o s r eferim o s, h a lló u n n ú m ero
c o n a d e r a b le d e p e n a lista s q u e fu e r o n m ás s e n s ib le s al im p a cto des-
jeg itim a n te. E n e s ta lín e a s e p u e d e n m en cio n a r, e n tr e otros, a Ju a n
J u a n F e r n á n d e z C arrasq u illa, el la m e n ta d o E m iro
H u erta s, A lfo n so Z am brano P a sq u el, L u is d e la B arred a
orzano, E ste b a n R ig h i y , e n E sp afia, F r a n c isc o M u n oz Conde.
Ca pít ul o Cuar t o

NECESIDAD Y POSIBILIDAD DE
UNA RESPUESTA MARGINAL

1. L A N E C E S ID A D D E L A R E S P U E S T A M A R G IN A L
P A R A C O N T E N E R E L G E N O C ID IO . 1. L a en cru cija d a de
n u e str o m a r g e n e n e l m a rco d e l p o d er m u n d ia l. 2. L a op e-
r a tiv id a d r ea l d e lo s sis te m a s p e n a le s la tin o a m erica n o s: el
g e n o c id io e n acto. 3. E l p o d er c o n fig u r a d o r d e los siste m a s
p e n a le s la tin o a m e r ic a n o s. 4. L o s a p aratos d e prop agan d a
d e lo s s is te m a s p e n a le s la tin o a m e r ic a n o s (la fá b rica d e la
r e a lid a d ). 5. L a s u s in a s id e o ló g ic a s. 6. E l co n d id o n a m ie n to ,
la e s tig m a tiz a c ió n y la m u erte: la c r im in a liza ció n . 7. L as
ja u la s o m á q u in a s d e d eterio ra r. 8. L a s a g e n c ia s e je c u tiv a s
co m o m á q u in a s d e p o liciza r. 9. L a s a g e n c ia s ju d ic ia le s co m o
m á q u in a s d e b u ro cra tiza r. 10. D e te r io r o s y a n ta g o n ism o s
c o m o p r o d u cto s d e la o p e r a tiv id a d d e lo s s is te m a s p en a les.
11. L a d e str u c c ió n d e lo s v ín c u lo s c o m u n itá rio s. — II. L A
N E C E S ID A D D E U N A R E S P U E S T A M A R G IN A L COMO
IM P E R A T IV O J U S H U M A N IS T A . _ III. L A R E S P U E S ­
T A M A R G IN A L COMO IM P E R A T IV O ETIC O . — IV . L A
N E C E S ID A D D E RÍESPTJESTA E S U N P L A N T E O O PTI-
M IS T A . — V . L A S D IF IC U L T A D E S P A R A U N A R E S ­
P U E S T A M A R G IN A L . — V I. A L G U N A S B A S E S P A R A L A
SE L E C C IO N R E A L IS T A Y M A R G IN A L D E E L E M E N ­
T O S T E O R IC O S. 1. E l c a rá cter r e a lis ta d e la resp u esta .
2. iQ u é es lo m a rgin al? 3. L a o r ig in a lid a d m a rg in a l-sin cré-
tic a d e A m érica L a tin a . 4. L o s p e lig r o s d e l “v é r tig o ” : la
a n tro p o lo g ia filo só fic a y los D e r e c h o s H u m a n o s. 5. E l
re a lism o m a r g in a l e n c r im in o lo g ía y e n d erech o p en a l. 6.
iP o d r ía e x te n d e r s e e l a n á lis is r e a lis ta m a r g in a l a los p lan -
te o s c en tra les? — V II. P O S IB IL ID A D D E R E S P U E S T A
P O L IT IC O -C R IM IN A L D E S D E E L R E A L IS M O M A R G I­
N A L . 1. T á c tic a s y e str a té g ia s. 2. L a in te r v e n c ió n m ín im a
co m o tá ctica . 3. “R e fo r m ism o ” y “ra d ic a lism o ”.

I. LA NECESIDAD DE LA RESPUESTA MARGINAL


PARA CONTENER EL GENOCIDIO

1. La en cru cijada de n uestro m argen en e l m arco del


pod er m un dial. H a c e c in c o sig lo s q u e n u e s tr o te rrito r.io fu e
122 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

so metid o a un p ro ceso de ac tu aliz ac ión h is tóric a inc o rp o rati


v a, co m o resultad o d e las dos sucesiv as rev o lu cio nes tecno ló ­
g icas: la m e rc an til (sig lo X V I) y la in d u s trial (sig lo X V III) .
Las p o tências ibéricas, co m o “ im p ério s m ercantiles salvacio -
nistas” \ llev aro n a cabo nu estra inco rp o ració n a la civ iliz a­
ció n m ercantil en la fo rm a de co lo nialism o , y las p o tências
no rteuro p eas, co m o im p ério s ind ustriales, p racticaro n el neo-
co lo nialism o que aún p erd ura, aunque el centro se hay a des-
plazado a A m érica d el N o rte y sea y a factib le reco no cer que
no s hallam o s en o tra revo lució n, que es la te cno- cie ntífica.
El co lo nialism o y el neo -co ío nialism o fuero n dos d iferen­
tes m o m ento s de geno cid io y etno cid io ig ualm ente crueles.
La d estrucció n d e las cu ltu ras o rig inarias, la m uerte de
sus habitantes en m ag nitud tal que alarm ó a los p ro pio s co ­
lo nizad o res y la esclav itud m ed iante el transp o rte d e afric a­
no s, senalan las características m ás salientes d el co lo nialism o ,
en tanto que el neo -co lo nialism o , p racticad o una vez co nsu­
m ad a la ind ep end encia p o lítica, se d estaco p o r cru entas luchas
que term inaro n po r im p o ner el po d er d e m ino rias lo cales pro-
co nsulares de los intereses d e las p o tências ind ustriales y que
co ntinuaro n o co nsum aro n la em p resa geno cid a y etno cid a del
co lo nialism o , d esencad enaro n g uerras d e d estrucció n interm i-
nables co mo la del Parag uay , transp o rtaro n p o blació n m argi
nad a euro p ea p ara reem p lazar a la lo cal d esp reciad a co m o
inferio r e im p ulsaro n una lim itad a secund ariz ació n d e la eco ­
no mia, en la m ed id a en que lo requ eria u na m ay o r co mp le-
m entaried ad co n el centro .
Se trata de dos cap ítulo s geno cid as, p racticad o s co m o con-
secuencia de una inco rp o ració n fo rzad a que im p lantó un co n­
tro l so cial p unitiv o transculturad o , funcio nal p ara sus o b jeti­
v o s co lo nialistas y neo -co lo nialistas. En am bo s m o m ento s, la
id eo logia geno cid a se ju stific ó co n nuestra “ incuestio nable in­
ferio r idad” , d entro d e u n “ m arco teó rico ” teo crático en el
co lo nialism o (inferio rid ad p o r no haber recibid o el m ensaje
cristiano ) y d e un “ m arco científico ” en el neo -co lo nialism o
(inferio rid ad p o r no tener el m ism o g rad o de “ civ iliz ació n”
o p o r ser bio ló g icam ente inferio res).

1 L a te r m in o lo g ia c o rresp o n d e a D a rcy R ib eiro, O p r o c e s s o ci~


v U iz a tó r io , cit.
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 12 .)

Hoy no s enco ntram o s en la tercera rev o lució n tecno ló g ica


co n co nsecuencias p lanetarias: la re v o luc ión te cno- cie ntífica.
Lo s p aíses centrales p ugnan p o r el d o m ínio tecno ló g ico
en áreas tales co mo la teleinfo rm ática, la tecno -bio lo gía, la
energ ia nu clear y la ro bó tica.
Las co nsecuencias d e esta revo lució n son aún impre-
visibles.
Lo cierto es que Estad o s Unid o s, Euro p a, la Unio n So ­
v iética y Jap ó n se d isp utan esas tecno lo g ias en m iras a la
o btenció n de resultad o s p ro d uctivo s inm ed iato s y, al no esca-
tim ar esfuerzo s en ese sentid o , la velo cid ad de reno v ació n en
eso s cam p o s es v ertig in o sa2. Esta aceleració n histó rico -tecno -
ló gica p ro d uce y a efecto s hasta aho ra no co no cid o s en las re ­
lacio nes de los p aíses centrales. En tanto que alg uno s lo g ran
p aliarlo s — co mo Jap ó n o Eu ro p a— lo s Estad o s Unid o s, en la
d écad a de los ano s o chenta, han llevad o a cabo una “ terceri-
zació n” de su eco no m ia, que d esplazó eno rm es m asas hum anas
del secto r secund ário al d e serv icio s, evitand o la d eso cup ació n,
p ero p ro vo cand o un g rav e d escenso d e ingreso s med io s y un
aum ento de la p o lariz ació n de la riq u e z a3.
A l m ism o tiem p o , reco rto el p resup uesto d e serv icio s so ­
ciales y d esplazó fo ndo s a la m áquina rep resiv a del estad o ,
haciend o de ella u na co nsid erable fu ente de trab ajo en serv i­
cio s, al alcanz ar la p riso nizació n lim ites increíb les: un p reso
cad a tresciento s habitantes, co n la aclaració n de que uno de
cad a v einte negro s v aro nes entre v einte y v eintinu ev e ano s,
está preso.
El im p acto tecno ló g ico p ro d uce o tiend e a p ro d ucir la re-
d ucció n de las clases o breras centrales, en tanto que va su-
m erg iend o a nuestro m arg en en una situació n d esesp erad a.
Lo s elem ento s que no s p erm itían reclam ar cierto resp eto en
el intercâm bio eran, básicam ente, la m ano de o bra b arata y
la d isp o sició n d e m atérias p rim as y alim ento s. L a p rim era y a
no interesa al po d er central, en tanto que la segund a tiend e

2 Cfr. B ru ce N a u ssb a u m , E l m u n d o tr a s la e ra d e l p e tr ó le o . FK
A s.. 1985.
3 Cfr. A lcira A rgu m ed o, U n h o r iz o n te s in c e r te z a s , cit.
124 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

a p erd er interés ráp id am ente co mo co nsecuencia de su reem-


p lazo co n nuev as tecno lo gias.
El d eterio ro d e la p o sició n latino am ericana en cuanto a
térm ino s de intercâm bio es no to rio . A esto d ebe ag reg arse que
el end eud am iento de lo s p aíses del área lleva a lim ites en que
cualq uier beneficio de la balanza co m ercial es abso rbid o p o r
el centro , sin que reste la m eno r p o sibilid ad d e acum ulació n
de cap ital p ro d uctivo y , p ese a ello , no alcanza m ás que p ara
p agar una p arte de los intereses, en tanto que lo s restantes
sig uen acum ulánd o se y la deuda aum entand o , habiend o pasad o
d e treinta m il m illo nes d e d ó lares en 1972 a cu atro ciento s m il
m illo nes en 1988, lo que se p ro d ujo en la d écad a anterio r co m o
co nsecuencia de la abund ancia de med io s d e p ago en lo s p aíses
centrales y a la co ncesió n irresp o nsable de créd ito s cuyo p ago
se sabia im p o sible, d estinad o s a arm am ento s, o bras faraô nicas
o esp eculació n financiera p ura y sim p le, frecuentem ente a
d ictad uras m ilitares intro d ucid as co n benep lácito o apo yo d i­
recto de los m ism o s p restam istas. El serv icio de esta deuda
se v a acercand o a lo que en 1972 era el to tal de la deuda.
La brusca restricció n de las im p o rtacio nes a casi un cin-
cu enta por ciento entre 1981 y 1983 so lam ente, p ro vo co una
recesió n só lo co m p arable co n la de 1930: aum ento d e la des-
o cup ació n y del subem p leo , d eterio ro d e la renta pe r c apita
de cerca del d iez p o r ciento a p artir de 1980 y d el salario p ró ­
xim o al 20 % , co n clara d ism inució n del p o rcentaje p resu-
p uestario d estinad o a salud y ed ucació n.
Esta situació n crítica no su rte los m ismo s efecto s so bre
la to talid ad de la p o blació n d e nuestro co ntinente, sino que
uno d e los secto res m ás afectad o s es el d e las clases m arg ina-
les urbanas, causand o allí un co nsid erable aum ento d e p o bre­
za abso luta 4; esa es la nuev a m arg inació n d e la que se p ro veen
p ara su rep ro d ucció n d e clientela los sistem as p enales latino -
am ericano s, y a sea seleccio nand o p riso nizad o s o fusilad o s sin
proceso.
Teng am o s en cu enta que la p o blació n actual de A m érica
Latina ro nda los cuatro ciento s m illo nes de habitantes y se

4 L o s d atos e c o n ô m ico s co rresp o n d en a R icard o L agos, E fe c to ?


s o c ia le s d e la c r is is e c o n ô m ic a m u ltieo p ia d o r, 14 de o ctu b re de 198R
(C E P A L ).
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 125

p ro y ecta a 550 m illo nes en el ano 2000. Si bien, co nfo rm e a


las p ro y eccio nes, el p o rcentaje de p o blació n m eno r de diez y
siete ano s d ism inuirá del 45 % al 40 % , en térm ino s abso luto s
se p asará d e 180 a 220 m illo nes d e habitantes meno res de
17 an o s5.
D e m antenerse la tend encia a reco rtar p o rcentajes de g as­
to p úblico en salud y educació n, en el ano 2000 no s hallarem o s
co n una m asa de 220 m illo nes de habitantes m eno res de 17
ano s, co n niv eles d e salud y ed ucació n inferio res a los actua-
les, es d ecir, en inferio res co nd icio nes labo rales y co n una
d emand a labo rai co ntraíd a no to riam ente.
Estas cifras son ilu strativ as y no requieren m ayo res co ­
m entário s, co m p lem entánd o se co n un aum ento del p o rcentaje
de p reso s sin co nd ena en toda la regió n, donde, co mo sabemo s,
la p risió n p rev entiv a es la v erd ad era p ena, por efecto de la
d isto rsió n cro no ló g ica d el sistem a p enal.
D e no m o d ificarse y rev ertirse la actual tend encia, en el
ano 2000 estarem o s fuera de to da co m p etencia internacio nal,
co n una p o blació n jo v en co nsid erablem ente d eterio rad a por
efecto d e carências alim entícias y sanitarias elem entales y co n
d eficiente ed ucació n, co n no to ria m arg inació n urbana en tér­
mino s de p obreza abso luta, co n una alta red ucció n de la clase
o brera y co n un sistem a p enal que echará m ano d e la rep re-
siv izació n m ed iante el aum ento de p reso s sin co nd ena pero
que, ante la im p osibilidad de im itar a los Estad o s Unidos,
haciend o de ello una fuente de eco no m ia terciaria, lo que
nuestro s p resup uesto s no to lerarían, no es d ifícil im aginar un
co ntro l po r el terro r d e estad o m ed iante el aum ento de los
fusilam iento s sin p ro ceso y la to lerancia o ficial de grupos de
exterm ínio .
Esta p ersp ectiv a ap o calíp tica p o nd ría a carg o del sistem a
p enal una funció n que cad a dia vemo s que va asumiend o co n
m ayo r benep lácito de sus ag encias: la de co ntener a ap ro xi­
m ad am ente el 8 0 % de la p o blació n de la regió n (uno s 440
m illo nes d e perso nas, es d ecir, el equiv alente de la po blación
actu al). que serían los sumido s en la pobreza, en tanto , que

5 E lia s C arranza, S o c io lo g ia d e la ju s tic ia d e m e n o r e s in fr a c to -


r e s , San José, en p ren sa.
126 En bu sca , d e l a s pe n a s p e r d id a s

unos 110 m ilio nes serían el 20 % p ro co nsular y d e sus ejecu-


to res, guard aesp ald as y esbirro s, cuyo s intereses se co mple-
m entarían ejerciend o la hegem o nia terro rista.
Sin duda que esta v isió n co rresp o nd e a la de un p ro yecto
genocida, que seria el p ro yecto de la tercera civ ilizació n p la­
netaria o sea, la que g eneraría ]a revo lució n tecno -científica,
si es que A m érica Latina es so rp rend id a p o r ella en la fo rm a
de “ actualizació n histó rica inco rp o rativ a” , o sea, si esa civ i­
lización hace que el po d er central no s inco rp o re a un p ro yecto
te cno- colonialis ta p o r falta de cap acid ad p o lítica nuestra p ara
p ro tago nizar una ace le rac ión his tórica.
En caso de no d esarro llar la capacid ad d e “ aceleració n
histó rica” caeríam o s inev itablem ente en este p ro yecto de re­
p úblicas “ tecno -o lig árquicas” , que serían el equiv alente tecno -
co lo nialista de las “ rep úblicas o lig árquieas” del neo -co lo ­
nialismo .
A l co lo nialism o de la revo lució n m ercantil (sig lo X V I) ,
siguió el de la revo lució n ind ustrial (sig lo X V III) y seg uiria
el d e la revo lució n tecno -científica (sig lo X X ) ; la p ro y ecció n
geno cid a de un tecno -co lo nialism o co rresp o nd iente a la últim a
haría em p alid ecer la cru enta histo ria d e sus p reced entes, si
tenem o s en cuenta las p o sibilid ades d isp o nibles d e m anip u­
lació n g enética hum ana y las que estarán d isp o nibles en poco s
an o s6 y la p ersp ectiv a de una p o blació n co n su juv entud d e­
terio rad a bio ló gica y ed ucativ am ente.
Fren te a esta p ersp ectiv a, que es d emasiado clara, es
tam bién m erid ianam ente claro que quien quiere hacerse el
to nto es po rque busca có mo ubicarse en los cien m ilio nes de
p ro có nsules y esbirro s de lo s p ro y ecto s tecno -ap o calíp tico s.
No cabe duda que la situació n es sum am ente p eligro sa,
p ero tam bién cre e mos que nue s tro m arge n s orte ará e l pe ligro,
que nuestro s pueblos sabrán unirse a tiem po , que podremos
lo g rar una transferencia tecno ló gica co nv eniente y ad o p tar
Ias medid as eco nô m icas de integ ració n regio nal, d esarro llar

* Desde hace varios afios las posibilidades de esta manipula-


clon son motivo de seria preocupación, más que justificada, por parte
fle teóricos de los Derechos Hum anos íV. Guido Gerin, Institut In-
teniational d’Etudes des Droits de rhomme. M o d if ic a z io v i g e v e tic h i
e D x n tti d e l i ’uotno. A c u ra d i . . . . Padova. 1987.
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 127

nuestra cap acidad de co nsum a y. en lu g ar de su frir o tra etap a


de actualiz ació n co lo nial, p ro tag o nizar una de ace le ración
his tórica, p ese a no ig no rar to do s lo s sacrifício s que esto nos
d emand ará.
Una pie z a clav e para s orte ar e l pe ligro de u n tecno- colo-
n ialis m o ge nocida es e l m ane jo de l s is te m a pe nal y s u c ontrol,
ne utraliz ánd o lo com o ins trum e n to de l m is m o.
E l m e ro bos que jo de este p ano ram a, de la tare a que en
la e m e rge ncia le in c u m b iria al s is te m a p e nal y de la ne ce s i­
dad de n e u traliz ar s u fu n c io n alid ad para■el proy e cto tecno-
c olonialis ta, bas ta para pro bar la e x tre m a urg ê nc ia de una
re s pue s ta m arg in al e n e l m arco de la cris is de le g itim id ad de l
e je rcicio de pode r de nue s tros s is te m as pe nale s .
2. La operatividad real de los sistem as penales latino-
americanos: el genocidio en acto. No d ebe p ensar se que sólo
es la p ro y ecció n futura de nuestro s sistem as p enales en el
m arco de un geno cid io tecno -co lo nialista lo que m arca la ne­
cesidad y urg ência de una resp uesta m arg inal a la d esleg iti­
m ació n del sistem a p enal, sino que y a, ahora, nue s tros s is te ­
m as pe nale s e s tán ope rando com o u n ge nocidio e n acto.
A d emás de la am enaza casi inm ed iata que esto s sistem as
p enales im p lican en el cuad ro de una tentativ a de so m etim ien-
to tecno -co lo nialista, en esto s mo mento s están o cultand o con
su ino p erancia p rácticam ente to d o s lo s ho m icíd io s p o r neg li­
gencia e im p rud ência que se co m eten en la regió n (só lo en
trânsito un m illó n de m uerto s cada diez ano s).
En igual sentid o, es d ifícil p ensar que p rácticam ente no
haya co nd enas por ho micíd io o neg lig encia en la segurid ad
ind ustrial, esp ecialm ente con el altísim o p o rcentaje de muer-
tes entre o brero s de la co nstrucció n en v ario s p aíses, por
ejem plo .
Las inv estig acio nes em p íricas nos m uestran que cerca
de] 90 % de las causas por m uertes y lesio nes culp o sas ter­
m ina co n archivo de las actuacio nes, es d ecir, sin su stentar el
co rresp o nd iente proceso.
El abo rto es p rácticam ente im p une en la regió n, pese a
la tip ificació n legal y a las frecuentes d iscusio nes d o ctrinarias
al resp ecto : no cabe duda que si la vida d ebe p ro tegerse desde
128 E n bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

la eo ncep ció n — co m o lo senala el Tratad o Interam ericano de


D erecho s H um ano s— , en este ru bro d ebe co ntarse u n núm ero
d e v id as quizá equ iv alente a u n elev ad o p o rcentaje d e la p o ­
blació n que lo gra salir del seno m aterno (hay cálculo s aterra­
d ores, aunque to d o s sean d iscutibles: p o r cad a tres o p o r cada
cinço p erso nas que nacen una es abo rtad a).
Sin em bargo , p ese a esta ino p erancia frente a m uertes
ev itables en núm ero m uchas v eces m ilio nário , nuestro s siste­
m as p enales ag reg an m ás m uertes, ejerciend o una v io lência
sin p arangó n.
H ay m uertes en enfrentam iento s arm ad o s (uno s po cos
reales y la m ay o ría sim ulad o s, o sea, fusilam iento s sin p ro ­
c eso ); hay m uertes p o r grup os p arap o liciales de exterm ínio
en v arias reg io nes; hay m uertes p o r grup o s p o liciales o p ara­
p o liciales que im p lican la elim inació n de co m p etid o res en
activ id ad es ilícitas (d isp utas p o r m o no po lio d e d istribució n
d e tó xico s, jueg o , p ro stitució n, áreas d e hurto s, ro bo s domi-
ciliario s, e tc .); hay “ m uertes anunciad as” d e testig o s, ju eces,
fiscales, abo gad o s, p erio d istas, etc.; hay m uertes d e to rturad o s
que no “ ag u antaro n” y d e o tro s en que a los tortur» adores “ se
les fu e la m ano ” ; hay m uertes “ ejem p lariz antes” , en las que
se exhibe el cad áv er, a v eces m utilad o , o se env ían p artes del
cad áv er a los fam iliares, p racticad as p o r grup o s de exterm ínio
p ertenecientes al p erso nal d e las ag encias d e lo s sistem as
p enales; hay m u ertes p o r erro r o neg lig encia, d e p erso nas aje-
nas a cualq uier co nflicto ; hay m u ertes d el p erso nal d e las pro-
p ias ag encias del sistem a p enal; hay alta frecuencia de m uertes
en los grup os fam iliares d e ese p erso nal y co m etid as co n las
m ism as arm as que p ro p o rcio na la ag encia; hay m uertes p o r
uso de arm as a cuy a tenencia y ad quisició n se instig a p erm a­
nentem ente a la p o blació n y en circu nstancias que nad a tienen
q ue v er co n los m o tivo s d e esa instig ació n p ública; hay m uer­
tes co mo rep resalia p o r el incum p lim iento d e p alabras dadas
en activid ad es ilícitas co m etid as p o r p erso nal d e esas ag encias
del sistem a p enal; hay m uertes v io lentas en m o tines carce-
lario s, de p reso s y de p erso nal p enitenciário ; hay m uertes po r
v io lência ejercid a co ntra p reso s en las p risio nes; hay m uertes
p o r v io lência entre p reso s; hay m uertes p o r enferm ed ad es no
tratad as en las p risio nes; hay m uertes p o r altísim a tasa d e
suieid io s entre lo s crim inalizad o s y entre el p erso nal de to d as
N e c e s id a d y p o s ib il id a b d e u n a r e s pu e s t a 129

las ag encias d el sistem a p enal (sean suieid io s m anifiesto s o


inco nscientes); hay m ue rte s . . . 7.
Si no fuese su ficiente co n to d as estas m uertes, en los
m o m ento s en que en cu alq uiera d e nuestro s p aíses se d esata
una ab ierta rep resiô n p o lítica, las ag encias ejecu tiv as del sis­
tem a p enal tienen a su carg o buena p arte d e la m ism a, p ro ­
tago nizand o secuestro s, d esap aricio nes fo rzad as d e p erso nas,
ho m icíd io s, etc., en núm ero masivo .
Es bueno que hay a un co nsid erable núm ero d e ag encias
internacio nales que se o cup en d e esas situacio nes, p ero las
m u ertes co tid ianas del sistem a p enal no p reo cup an a las ag en­
cias internacio nales, sino só lo m uy recientem ente.
La v io lência co tid iana del sistem a p enal cae so bre los
secto res m ás v ulnerables d e la p o blació n y , p articu larm ente,
so bre los habitantes d e las “ v illas m isérias” , “ fav elas” , “ p ue­
blo s jó v enes” , etc. No creem o s que sea m enester abund ar m u ­
cho m ás en esto p ara p ercatarno s que estam o s frente a un
ge nocídio e n acto.
E l ge nocídio c o lo nialis ta y ne o- colonialis ta no ha te rm i­
nad o e n nue s tro m arge n: lo s ig ue n Ue v ando a cabo nue s tros
s is te m as pe nale s y s i n o los de te ne m os a tie m po s e rán los en-
cargados de l ge nocídio te cno- colonialis ta.
En alg uno s p aíses esto qued a m ucho m ás claro , cuand o
el geno cid io co bra un sentid o incuestio nablem ente étnico ,
co m o la co ntribució n del sistem a p enal a la extinció n d el ind io
o el neto p red o m inio de negro s, m ulato s y m estizo s entre los
p reso s y m uerto s.
3. E l poder configurador de los sistem as penales latino-
americanos. H em o s v isto que el v erd ad ero ejercicio de po d er
de un sistem a p enal no es el neg ativ o o rep resiv o , sino el
p o sitivo o co nfigurad o r.
Este ejercicio d e p o der en nuestro m arg en es eno rm e.
Las ag encias no ju d iciales d e nuestro s sistem as p enales se
hallan m ilitariz ad as y la buro cratiz ació n d e las ag encias ju ­
d iciales p erm ite que o p eren co n entera d iscrecio nalid ad .

7 E ste es, en g en era l, el ob jeto de estú d io d e la se g u n d a etapa


d e la in v e s tig a c ió n e n cu r so d e l In st. In t. d e D er e c h o s H u m a n o s s o ­
b re lo s s is te m a s p en ales.
130 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

Po r reg ia g eneral, las ag encias ju d iciales p refieren no te-


ner co nflicto s co n las no jud iciales, dado que las reco no cen
m ás po derosas. A d em ás, eso s co nflicto s im p lican, po r regia
g eneral, enfrentam iento s co n o tro s secto res — p articu larm en­
te co n el p o lítico — que las ag encias ju d iciales p refieren ev itar.
En co nsecuencia, las ag encias no ju d iciales de los siste­
m as p enales latino am ericano s f.ienen po d eres p ara im p o ner
p enas, v io lar d o m icílio s y secreto s de co m unicacio nes, req u erir
d o cum entació n id entificato ria a los habitantes, exp ed ir esa
d o cum entació n (y m arcaria cuand o les co nv iene o neg aria),
p riv ar de libertad a cualq uier p erso na sin carg o ni sospeclvi
alg una, realiz ar acto s instructo rio s, o cup arse d e to do lo que
la buro cracia ju d icial le d eja p o r m eno r esfuerzo , hacer “n-
d ad as” , clausurar lo cales p úblico s, censu rar esp ectáculo s, fi­
char a la p o blació n, etc. N o hay c ontrol m ilitariz ad o m ás po­
de roso y jo rm id ab le que el e je rcido p o r e stas age ncias , al
m arg e n de c ualq uie r c ontrol de la age ncia ju d ic ial e inc lus o
con s u b e n e p lác ito 8.
En cuanto las ag encias no ju d iciales v en que su po der va
m enguand o o p erciben esta am enaza al m ismo , po r alg una
refo rm a o tentativ a de refo rm a legal o ju risp ru d encial, inm e-
d iatam ente el ap arato de p ro p agand a del sistem a p enal — los
med io s m asivo s— d esatan una cam p ana de “ ley y o rd en” ,
cuy o o bjetiv o no es o tro que el d e atem o riz ar a la p o blació n
y p ro vo car un reclam o público que p o nga sitio a las ag encias
p o lítica o ju d icial y d etenga la am enaza p ara su po d er (en-
tiénd ase siem p re por tal la cap acid ad p ara o btener ing reso s
ilícito s).
La ag encia no ju d icial co ntribuy e a esto co n una su erte
de “ trab ajo a reg lam ento ” en cuanto a la p ro tecció n d e la
propied ad y co n un m ay o r núm ero d e m uerto s p o r su vio ­
lência, cuvo s cad áv eres m uestra a trav és de los med io s m-v
sivo s, co m o p rueba de su eficacia ( estas m uertes g eneran una
esp iral vio lenta, cuand o el infracto r sabe que ser so rp rend id o

8 E s com ún q u e en los p a íses p eriférico s los e fe c tiv o s policia le?


su p eren a los m ilita res. E n A frica s u e le n te n e r m u ch o m ás p eso p o ­
lítico (cfr. M arshaíl B. C lin ard D a n iel J. A bbott, C r im e in d e v e lo p in g
c o u n tr ie s . A c o m p a r a tiv e p e r s p e c ti v e , N e w Y ork, 1973, pág. 217).
N e c e s id a d y POSIBILIDAD d e u n a r e s pu e s t a 131

p o r las ag encias ejecu tiv as no sig nifica la p érd id a d e la liber-


tad , sino d e la v id a).
La b u ro cracia ju d icial suele resp o nd er p leg ánd o se a la
cam p ana, im p o niend o p enas “ ejem p lariz antes” , usand o exp re-
sio nes m o raliz ad o ras en las sentencias q ue d an a p ublicid ad
e incluso p ro curand o no to ried ad p ública co n d eclaracio nes au-
to ritarias que frecu entem ente co ntrad icen las m ás elem enta-
les reg ias d el d iscurso ju ríd ico co nv encio nal, a lo que co ntri-
bu y e su b ajo niv el técnico e info rm ativ o .
Las ag encias ap ro v echan estas o p o rtunid ad es p ara re-
q u erir m ás v ehículo s, m ed io s, p erso nal y arm as, to d o lo cual
su ele ser co nced id o p o r las am ed rentad as ag encias p o líticas,
q ue se v en am enazad as en su clientela electo ral p o r la cam ­
p ana d e ley y o rd en, a la que no saben có m o resp o nd er; casi
to d o s lo s p o lítico s latino am ericano s han estad o p reso s, exilia-
d os o han sid o to rturad o s, p ero sin em barg o no d em uestran
la m eno r co m p rensió n d el p o d er y del p elig ro q u e rep resen-
tan estas ag encias y d e la u rg ente necesid ad d e co ntro larlo .
Prefieren ev ad irse del p ro blem a m ed iante la falsa ilusió n de
la p o sibilid ad de m anejar ese p o d er y d e p o nerlo a su serv icio ;
esta ilusió n p erd ura hasta que o tra alternativ a les d ev uelv e
el c arácter d e v íctim as d e ese po der.
En o tro s caso s se d ecid en a enfrentarlo sin m ed ir ade-
cuad am ente sus fuerzas y se p recip itan p ro d uciend o reaccio -
nes d efensiv as d el po d er de lo s sistem as p enales que luego no
saben có m o enfrentar. Estas tentativ as carentes d e táctica
suelen ser p o liticam ente suicid as y su lam entable resultad o
final p ued e ser una m ay o r rep resiv iz ació n y la generalizació n
d e una sensació n d e im p o tência, en tanto q ue el p o d er d e las
ag encias no ju d iciales sale refo rzad o y la actitud buro crática
ju d icial p rem iad a.

4. Los aparatos de propaganda de los sistem as penales


latinoam ericanos (la fábrica de la realidad). Lo s m ed io s raa-
siv o s de co m unicació n so cial — y esp ecialm ente la telev isió n—
so n ho y elem ento s ind isp ensables p ara el ejercicio de po der
d e to do el sistem a p enal.
Sin los med io s m asivo s, la exp eriencia d irecta de la reali­
dad so cial p erm itiria que la p o blació n se p ercatase d e la fala-
132 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

cia d e los d iscurso s ju stificad o res y, al m ism o tiem p o , no se


p o d rían ind ucir los miedo s en el sentid o que se d esea ni re-
p ro d ucir los hecho s co nflictiv o s que interesa rep ro d ucir en
cad a co y untura, es d ecir, en el m o m ento que lo estim a favo-
rab le el po d er d e las ag encias d el sistem a p enal.
Lo s med io s m asivo s son lo s g rand es cread o res de la ilu ­
sió n d e lo s sistem as p enales, en cualq uiera de sus niv eles,
pero, fund am entalm ente en dos, que d eben ser cuid ad o sam en­
te d isting uid o s: a) el transnacio nalizad o y b) el que resp o nd e
a las co y unturas nacio nales.
a) A n iv e l trans nac io nal, los med io s m asivo s se o cup an
de la tem p rana intro y ecció n del m o delo p enal co m o p reten­
did o mo delo de so lució n d e lo s co nflicto s. Esto se llev a a cabo
m ed iante la “ co m unicació n de entretenim iento s” , es d ecir.
ju stam ente m ed iante la que p arece m ás ino fensiv a.
Reco rd em o s que los nino s suelen p asar m ás ho ras frente
al telev iso r que frente a la m aestra. Las series p o liciales so n
las m ism as en to do el co ntinente; m ás del 60 % del m aterial
televisad o en nuestro m arg en es im p o rtad o 9 y buena p arte
d el resto no hace m ás que im itar m alam ente lo imp o rtad o .
El m aterial transnacio nalizad o (las series p o liciales) crean
d em and as de ro l d irig id as a los m iem bro s de las ag encias p e­
nales nacio nales, que nad a tienen que v er co n los requeri-
m iento s nacio nales (lo s funcio nário s d eben co m p o rtarse co mo
lo s p erso najes de las series) 10. Las series se o cup an d e g lo ri­
ficar al vio lento , al astuto y al que aniq uila al “ m aio ” . La
“ So lució n" del co nflicto m ed iante la sup resió n del “ m aio ” es
el mo delo que se hace intro y ectar en p lano s p síquico s m uy
p ro fund o s, pues so n recep tad o s en etap as m uy tem p ranas de
la vid a p síquica de las personas.
El sentim iento de falta d e segurid ad que exp erim enta la
p o blació n po r la sim p le duda acerca de la ineficacia tu telar
d e to d o este ap arato es eno rm e, p uesto que co nm ueve un p lano
m uy p ro fundo de su equip o p sicológico.

9 Cfr. A lcira A rgu m ed o, op. cit.


E s s ig n ific a tiv o — y n o só lo a n ecd ó tieo — record ar q u e re-
c ie n te m e n te u n im p o r ta n te cu erp o p o licia l d e la re g ió n p ro m ocion ab a
el r e d u ta m ie n to d e p erso n a l m ed ia n te a n ú n cio s con las fig u ra s d e
los p erso n a jes de la s s e r ie s p o licia les m á s d ifu n d id as.
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a

La gran falacia d e la o ivilizació n ind ustrial ( “ D e s d e la s


altu ras b ajará u n héro e a p ro teg erte y a reso lv er tu co nflicto ,
elim inand o a tu co ntra-p arte m ala” ) es cread a y so stenid a en
fo rm a d e m ito lo g ia neg ativ a p o r los m ed io s m asivo s de co ­
m unicació n so cial y la tecno lo gia d e la m anip ulació n que los
m ism o s han ad quirid o es cad a d ia m ayo r. El d esp recio que
m u estran las “ series” d e los últim o s ano s po r la vida hum ana,
la d ignidad d e las p erso nas y las g arantias ind ivid uales no
es un sim p le p ro d ucto d e la casualid ad , sino una p ro gramad a
p ro p agand a en fav o r del refo rzam iento del poder, del co ntro l
so cial v erticalizad o -m ilitarizad o d e to da la so ciedad.
b ) A l n iv e l de las c oy unturas nacionale s lo s medios m a­
sivo s de co m unicació n son los encargad o s de g enerar la ilu-
sió n d e eficacia del sistem a, haciend o que se p erciba sólo
co m o p elig ro la am enaza de m u erte v io lenta po r lad ro nes o
d e v io lació n p o r p and illas integ rad as p o r jó v enes expulsad o s
de la p ro d ucció n ind ustrial p o r la recesió n.
En lo m ás co ncreto , so n los que d esatan las cam p anas
d e “ ley y o rd en” cuand o el po d er de las ag encias está ame-
nazad o. Estas cam p anas tienen lu g ar m ed iante “inv e nc ión de
la re alid ad ” (d isto rsió n p o r el aum ento d e esp acio p ublicitário
d ed icad o a hecho s d e sang re; inv enció n d irecta d e hecho s que
no se p ro d u jero n), “profe cias que se auto re aliz an ” (instig a-
ció n p ública a co m eter d elito s m ed iante m eta-m ensajes de
“ slo g ans” tales co mo “ la imp unidad es abso lu ta” , “ los meno ­
res p ued en hacer cualq uier co sa” , “ los p reso s entran por una
p uerta y salen p o r la o tra” , etc.; p ublicació n d e nuevos mé­
to d o s p ara co m eter d elito s, d e facilid ad es, etc.), produc c ión
de in d ig n ac ión m o ral (instig ació n a la v io lência co lectiva, a
la auto -d efensa, g lo rificació n de “ ju sticiero s” , p resentació n de
g rup o s de exterm ínio co mo “ ju sticiero s” , etc.).
Estas cam p anas tienen lug ar siem p re que las agencias
se sienten am enazad as en su ejercicio d e poder, co mo vimos,
p ero tam bién cuand o se halla p ró xim o un go lpe d e estado;
en este últim o caso la cam p ana no sólo es d e ind ignación
m o ral frente a hecho s vio lento s, sino que se extiend e a una
sup uesta d egrad ació n de las co stum bres, p articularm ente en
el área sexual.
134 En bu sca d e l a s pe n a s p e r d id a s

V irtu a lm e n te el b a rô m e tro d e los golpes de e stad o pasa


p o r e s ta publicid ad , n o sien d o difícil p red ec irlo s a tra v é s de
e ste g ên ero d e cam p an as.
Cabe o bserv ar que en nuestro m arg en, a d iferencia de
lo s p aíses centrales, d onde el p ro blem a no se p lantea, las cam ­
p anas d e “ ley y o rd en” só lo p ued en tener lu g ar co n g o bierno s
co nstitucio nales, p uesto q ue en las d ictad uras m ilitares la
censura p erio d ística las im p id e (y a v eces la au to censura im-
p u esta p o r lo s p ro p io s med io s m asiv o s).
Esto tiene el d o ble efecto d e sitiar al secto r p o lítico pro-
g resista p ara im p ed ir que d ebilite la m áquina rep resiv a que
a co rto p lazo se le ap licará al m ism o y d e g enerar una sen-
sació n d e “ o rd en y seg urid ad ” en lás d ictad uras (m ed iante
la d esap arició n d e no ticias) y de “ d eso rd en e inseg urid ad ”
en lo s reg ím enes m ás o m eno s d em o crático s.
En los g o bierno s au to ritario s co nstitucio nales pasa algo
análo go o so n ello s m ism o s los que instrum entan las cam p a­
nas p ara refo rz ar su rep resió n co n m áscara d em o crática, de
acuerd o co n las ag encias d el sistem a y el ap arato d e p ro p a­
gand a m asiv a.
O tra im p o rtante funció n a niv el nacio nal, au nque co n
cierta co o p eració n transnacio nal, es la fabricació n d e lo s “ es-
tereo tip o s d el crim inal” . El sistem a p enal o p era siem p re se-
lectiv am ente y seleccio na co nfo rm e a estereo tip o s q ue fabrican
los med io s m asivo s. Esto s estereo tip o s p erm iten que se c ata­
lo g ue co m o crim inales a q uienes d an en la im agen q u e co rres­
po nde a su d escrip ció n y no a o tro s ( d elincuencia d e cuello
blanco , d o rad a, d e trânsito , e tc .).
A lo s estereo tip ad o s es a q uienes enco ntram o s p riso niza-
dos. Prácticam ente, o bserv and o lo s rasg o s co m unes d e los
p riso nizad o s d escribim o s los estereo tip o s co n q ue lo s selec­
cio na el sistem a p enal, co n que éste sale a bu scarlo s y , ade-
m ás, co m o a cad a estereo tip o se le req u ieren ro les, las p erso nas
así seleccio nad as term inan resp o nd iend o a lo s ro les que se le
req u ieren y asumiénd o lo s.
Lo m bro sp , co n su “ crim inal nato ” (au nq u e así lo bautizó
Fe rri) no s legó la m ejo r d escrip ció n de los estereo tip o s de
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 135

su tiempo. que siem p re v incula a la idea d e lo feo. ps Hprir


a una su erte de d isv alo r estético .
En A m érica Latina el estereo tip o siem p re se nu tre co n
los caracteres d e ho m bres jó v enes d e las clases m ás caren-
ciad as, salv o en los m o m ento s de v io lência p o lítica o abierto
terro rism o de estad o , en que el estereo tip o se d esv ia hacia
varo nes jó v enes d e las clases m éd ias (el “ jo v en subv ersiv o ”
al que se le opone el “ jo v en d ep o rtista” ).
La cap acid ad rep ro d ucto ra d e v io lência d e los m ed io s
m asivo s es eno rm e: cuand o se req u iere una crim inalid ad m ás
cruel p ara po der excitar m ejo r la ind ig nació n m o ral, basta
que la televisió n p ubücite exag erad am ente v ario s caso s de
vio lência o crueld ad g ratu ita p ara que inm ed iatam ente los
requerim iento s de rol vinculad o s al estereo tip o asum an con-
tenid o s de m ay o r crueld ad y, co nsig uientem ente, aju sten a
ello s su co nd ucta quienes asumen el ro l co rresp o nd iente al
estereo tip o .
En tre o tras co sas, los medios m asivo s son en nuestro
m argen el m ejo r instrum ento p ara incentiv ar el co nsum o de
tó xico s. A sí, la p ublicid ad de alguno s caso s d e into xicació n
co n inhalables — frecuentem ente co n d etallad as exp licacio nes
de sus técnicas d e uso y con p retexto p rev entiv o — no han
hecho o tra cosa que g eneralizar su uso, causand o num ero sí-
sim as m uertes de nino s y ad o lescentes. La aso ciació n “ d ro ga-
p lacer-sexo -p ro hibició n” en d iscurso s sup uestam ente p reven­
tivo s, o culta un m eta-m ensaje de instig ació n al co nsum o de
tó xico s. Esto es tan claro que resulta extrano que p ráctica-
m ente no haya medio m asivo en el que claram ente se hable
del p eligro de im p o tência y d e la incap acid ad p ara el p lacer
que genera la into xicació n crô nica.
El m ero enunciad o de las p rincip ales funcio nes que cum-
p len los medios m asivo s como ap arato de p ro paganda del sis­
tem a penal y su d ed icació n casi exclusiv a a la m isma, pone
d e m anifiesto el altísim o grad o de em p eno de la civ ilizació n
ind ustrial y de los albo res de la civ iliz ació n tecno -científica
po r p reserv ar la ilusió n y fabricar la realid ad del sistem a p e­
nal y, p o r ende, resulta ind icativo de la funció n clav e que éste
cum p le en el so stenim iento d e su po der p lanetario .
136 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

De cu alq u ier m anera. d ebe qued ar m uy claro que no s


hem o s lim itad o a u n m ero enunciad o inco m p leto , pues la
cuestió n va m ucho m ás lejo s y, en d efinitiv a, se v incula a
la estru ctu ra co m unicacio nal d e la so cied ad tecno -científica,
que cam bia la co m unicació n “ entre p erso nas” p o r la co m uni­
cació n “ a trav és d e lo s m ed io s” , en la cu al ésto s no se lim itan
a p ro p o rcio nar una falsa im agen de la realid ad sino a produ-
c ir realid ad , co nfo rm e a reg ias que so n v iejas co no cid as en
lo s co ncep to s so cio ló gico s, tales co m o el “ teo rem a d e Tho m as” ;
la “ p ro fecia que se auto -realiz a” d e M erto n, to do lo relacio ­
nad o co n el “ chiv o exp iato rio ” ap licad o a cierto s grup o s so ­
ciales, etc.
Este co nju nto co ntribuy e a co nserv ar un sistem a sim bó ­
lico “ cerrad o ” u , cuya co nsecuencia m ás no to ria es la repro-
d ucció n y el fo rtalecim iento d e la v erticaliz ació n co rp o rativ a
de la so cied ad , que en nuestro m arg en seria el fo rtalecim iento
d e los v ínculo s neo -co lo nialistas en la v ersió n aún m ás geno-
cid a co n que no s am enaza ho y el tecno -co lo nialism o .
5. L as u sin a s id eológicas. La rep ro d ucció n id eo lógica de
lo s d iscurso s de los sistem as p enales tiene lug ar en las u ni­
v ersid ad es. Sin duda se trata d e o tro seg m ento que es pieza
clav e del sistem a p enal, au nque en nu estro m arg en no tiene
la m ism a im p o rtancia q ue en lo s p aíses centrales. En A m érica
Latina no existe un esfuerzo de racio naliz ació n leg itim ante
o rig inal del sistem a p enal, sino que d irectam ente se co p ian
las elabo rad as p ara los sistem as centrales y se co m binan en
fo rm a b astante anto jad iza.
De cualq uier m anera cabe o bserv ar la fo rm ació n d e al­
g unas ag encias reg io nales sup ra-nacio nales, g enerad o ras de
una bu ro cracia transnacio nal que a v eces p ugna p o r o cup ar
m ás esp acio rep ro d ucto r d el que realm ente d isp one, p ero que
en g eneral se co ntenta co n cum p lir la inv ariable regia buro ­
crática d e ju stific arse g enerand o su p ro p ia clientela d e via-
jero s o ficiales. H asta el p resente carecen d e incid ência p ráctica
en la rep ro d ucció n id eo ló gica y en modo alg uno han lo grad o

11 Es sum am ente claro el análisis que a este respecto hace Ba-


ratta con motivo de 'la “droga” (I n tr o d u c c ió n a u n a s o c io lo g ia d e la
d r o g a . P r o b le m a s y c o n tr a d ic c io n e s d e l c o n tr o l p e n a l d e la s d ro g o -
a e p e n d e n c ia s , multicop., Rio de Janeiro, 1988).
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 137

d esp lazar a o tras o rganiz acio nes internacio nales que, co n


m ucho s m eno res recurso s, o btienen m ay o r reco no cim iento .
Es d ifícil que alcancen o bjetiv o s d iferentes d e los buro-
cráticam ente p ro p uesto s, pues la d inâm ica id eo ló g ica d e la
reg ió n resp o nd e a sus p ro p ias reg ias, frecu entem ente v incu ­
lad a a d inâm icas co y untu rales y lo cales sum am ente co m p lejas.
En cuanto a la fo rm ació n y entrenam iento de lo s o p era­
d o res d e las ag encias ju d iciales, no p ued e neg arse una co nsi-
d erab le m asificació n d e la ensenanza, una red ucció n de la
biblio g rafia, una incap acid ad entrenad a p ara v incu lar fenô ­
m eno s y, en g eneral, u na d egrad ació n tecno crática d el d erecho
q ue escasam ente sup era el niv el exeg ético de p rep aració n de
emp lead o s co n título . Las excep cio nes que p ued en m o strarse
no hacen m ás que co nfirm ar la tend encia g eneral.
El d escuid o salarial d el secto r d o cente y d e inv estig ació n
es una p rueba d e la tend encia que senalam o s; las d ificultad es
eco nô m icas acentúan esta tend encia co n la red ucció n d e lo s
p resup uesto s univ ersitário s.
Como vim o s, se acentu a en la reg ió n un d esp lazam iento
de recurso s p resup uestario s hacia el secto r “ segurid ad ” , en
d etrim ento d el secto r salud y d el secto r ed ucació n, lo q ue
tam bién tiene su efecto en este âm bito .
6. E l condicionam iento, la estigm atización y la muerte:
la crim inalización: N uestro s sistem as p enales rep ro d ucen su
clientela m ed iante un p ro ceso de selecció n y co nd icio nam ien­
to crim inaliz ante. Este p ro ceso d e co nd icio nam iento p ara el
d elito se o rienta p o r estereo tip o s q ue so n p ro p o rcio nad o s p o r
lo s m ed io s m asivo s.
H ay estereo tip o s “ m ítico s” — que no p ued en realiz arse
(el del v io lento co nsum id o r d e hero ína co n sínd ro m e de abs­
tinência en A m érica Latina, p o r ejem p lo )— y estereo tip o s
“ realiz ables” (v erd ad eras “ p ro fecias que se auto realiz an” ).
A m bo s so n cread o s p o r lo s med io s m asivo s, p ero a lo s segun­
dos se les asig nan co m o requ erim iento s d e ro l co m p o rtam ien-
to s m ás o m eno s v io lento s o cru eles.
Las ag encias del sistem a p enal seleccio nan co nfo rm e a
eso s estereo tip o s y les asig nan y exig en eso s co m p o rtam iento s,
les tratan co m o si se co m p o rtasen de esa m anera y lo s m iran
138 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

e instig an a to d o s a m irarlo s d el m ism o modo, hasta que se


o btiene finalm ente la resp uesta ad ecuad a al ro l asignad o .
Como es natu ral, no to d as las p erso nas resp o nd en a esta
m atricería hum ana d e la m ism a m anera. El estereo tip o se
nu tre co n lo s caracteres g enerales de los secto res m ay o rita-
rio s m ás d espo seído s, p ero la selecció n es, en p rincip io , más
o m eno s arb itraria, aunque se p rep ara tem p ranam ente en la
vid a del su jeto y lo s m ás sensibles a lo s requerim iento s de
ro l fo rm ulad o s p o r las ag encias d e los sistem as p enales so n
los m ás inm ad urò s, en el sentid o d e una m eno r ind ep end encia
del su jeto en cu anto a su ad ecuad a d istinció n resp ecto d e los
o bjeto s externo s; la m ay o r sensibilid ad a los requerim iento s
d e ro l está en relació n d irecta co n la p o sibilid ad d e inv asió n
que el su jeto o frezca.
Cuand o la p erso na asum e el p ap el que las ag encias p ena­
les le requieren, se co nv ierte en u n im p o rtante co ntribuy ente
al so stenim iento d el sistem a p enal. Sin la co ntrad icció n que
im p lica este co m p o rtam iento co nd icio nad o , el sistem a p enal
no seria u na ilusió n, sino una alucinació n, lo que, o bv iam ente,
es m ucho m ás d ifícil p ro vo car.
La carga e s tig m átic a que co nllev a to do co ntacto co n el
sistem a p enal en las p erso nas carenciad as y en alg unas o tras
— no en to d as, p o r cierto — hace que alguno s círculo s ajeno s
al sistem a p enal se co m p o rten co m o co ntinuació n del mismo ,
lo que tam bién se co nd icio na en esto s círculo s al p ro hibirles
la co alició n co n estig m atizad o s, so p ena d e co nsid erarlo s
c ontam inado s .
Cabe co nsig nar que la carg a estig m ática no la p ro vo ca la
co nd ena fo rm al, sino el sim p le co ntacto co n el. sistem a p enal.
Ix>s m ed io s m asivo s co ntribu y en a ello en alta m ed ida, al
d ifund ir fo to g rafias y ad elantarse a las sentencias co n cali-
ficacio nes de “ ham p o nes” , “ m alv iv ientes” , “ chacales” , etc.
Este fenô m eno no es p riv ativ o d el sistem a p enal, p ero
asum e en éste p articu lares características: una p erso na co-
m ienza a ser tratad a “ co m o si fuese” , au nque no hay a reali­
zado ning ún co m p o rtam iento que im p lique infracció n; al ge-
neraliz arse el trato co nfo rm e al “ como si fuese” y so stenerse
en tiem p o casi sin excep ció n, la p erso na se co m p o rta final­
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 139

m ente co nfo rm e al ro l asig nad o , o sea. “ co m o si fu ese” . con


lo cual term ina “ siend o ” .
Es necesario ad v ertir q ue en el sistem a p enal no se trata
m eram ente d e un trato externo , sino que abarca u n serio
“ tratam iento ” que está p erfectam ente legalizad o a trav és de
lo s reg istro s d e reincid encia, de la p o sibilid ad d e im p ed ir o
d ificu ltar cu alq uier ejercicio labo rai ho nesto p o r p arte de las
ag encias d el sistem a p enal que se o cup an de p u blicitar el
“ statu s” d el crim inalizad o , d e p riv ar d e libertad p erió d ica-
m ente a la p erso na co nv irtiénd o la en un “ so sp echo so pro fe-
sio nal” , d e so m eterlo a p ro ceso p o r lo s anteced entes, d e to m ar
lo s anteced entes co m o p ruebas d e carg o , incluso p o r p arte de
los ju eces, etc., y que se integ ra en un p ro ceso co m p lejo d e
d eterio ro cuy a p arte m ás im p o rtante la tiene a carg o la p ri­
sió n o “ jau la” .

7. Las jaulas o m áquinas de deteriorar. No cabe duda


que el m altrato , la to rtu ra, los v ejájnenes y las am enazas, que
so n usuales en la p ráctica d e las ag encias p o liciales, resultan
altam ente d eterio rantes co m o co nd icio nam iento crim inaliz an-
te. No o bstante, la p arte m ás im p o rtante del d eterio ro co nd i-
cio nante la tiene a carg o la “ institu ció n to tal” que co no cem o s
co n el no m bre d e “ p risió n” (p erteneciente a la categ o ria de
lo que Fo u cau lt ha llam ad o “ institu cio nes d e secuestro ” ) 12.
La p risió n o “ jau la” es una institu ció n que se co m p o rta
co m o una v erd ad era m áquina d eterio rante: ge ne ra u n a p ato ­
lo g ia c uy a c arac te rís tic a m ás s alie nte es la re g re s ión 13, lo que
no es d ifícil d e exp licar. E l p reso o p risio nero es llev ad o a
co nd icio nes d e vid a q ue nad a tienen q ue v er co n las d el ad ul­
to ; se le p riva de to do lo que usualm ente hace el ad ulto o
d ebe hacerlo en co nd icio nes y co n lim itacio nes q ue el ad ulto
no co no ce (fum ar, beber, m irar telev isió n, co m unicarse tele-
fó nicam ente, recib ir o env iar co rresp o nd encia, m antener re­
lacio nes sexuales, v estirse, etc .).

12 M ic r o fís ic a .
™ Cfr. M ariano F. Castex - Ana M. Cabanillas, A p u n te s p a r a u n a
c a r c e la r ia , multicop., Buenos Aires, 1986; Stanley
p s ic o - s o c io lo g ía
Cohen - L aurie Taylor, P s y c h ó lo g ic a l S u r v iv a l. T h e e x p e r ie n c e o f
L o n g - T e m i I m p r i^ o n m e n t, Middlesex, 1972; Gustav Nass, D ie K r im i-
n e lle n . S e e le , U m w e lt, S c h u ld u n d S c h ic k s a l, München, 1966.
140 En BUSCA DE LAS PENAS PERDIDAS

Po r o tra p arte, se le lesio na la au to estim a en to d as las


fo rm as im ag inables: p érd id a d e p riv acid ad y d e su p ro p io es-
p acio, so m etim iento a requ isas d eg rad antes, etc. A ello se
ag reg an las d eficientes co nd icio nes d e casi to d as las p risio nes:
sup erp o blació n, alim entació n p au p érrim a, falta d e hig iene y
a s i s te n c i a sanitaria, etc., sin co ntar co n las d iscrim inacio nes
en raz ó n d e la cap acid ad d e p ago d e alo jam iento s y co m o ­
d id ades.
El efecto de la p risió n, al que se d eno m ina p ris o n iz ad ón ,
sin d uda q ue es d eterio rante y su m erg e a la p erso na en una
"cu ltu ra d e jau la” , q ue nad a tien e que v er co n la d e la vid a
del ad ulto en libertad .
Esta “ inm ersió n cu ltu ral” no p ued e interp retarse co mo
u na tentativ a d e reed ucació n ni nad a que se le p arezca o se
ap ro xim e a lo que p o stula la llam ad a “ id eo lo g ia d el tratam ien-
to ” ; sus fo rm as d e realiz ació n son tan o p uestas a este d iscur­
so, que el m eno s ad v ertid o se p ercata inm ed iatam ente del
c arácter encubrid o r d el m ism o . La m era circu nstancia d e que
el 70 % d e lo s p reso s d e la reg ió n no estén co nd enad o s está
senaland o la p alm aria co nfesió n d e la falsed ad d el d iscurso
reso cializ ad o r.
Pero la p risió n no d eterio ra p o r d eterio rar, sino que lo
h ac e p ara co nd icio nar: “ inv ad e” al su jeto co n sus requeri-
m iento s d e ro l, q ue tam b ién le so n fo rm ulad o s p o r las o tras
ag encias d el sistem a — y que la p risió n só lo extrem a— , pues
se trata d e u na co ntinuid ad d eterio rante llev ad a a cabo p o r
to d as las ag encias — incluy end o la ju d icial— q ue im p lica un
v erd ad ero “ lav ad o d e cereb ro ” , d el q ue incluso fo rm an p arte
lo s o tro s p risio nero s que interaccio nan co n el so m etim iento
al tratam iento crim inaliz ante. Sin em barg o , y p ese a que la
p risió n siem p re es d eterio rante, es p o sible o bserv ar que no
en to d o s lo s caso s el resultad o es eficaz co m o rep ro d ucto r d e
clientela. En efecto : y a v im o s que hay grad o s d e sensibilid ad
a lo s req u erim iento s d e ro l que d ep end en d e la m ad urez del
su jeto . Si éste no p ued e d isting u ir m uy nitid am ente los lim i­
tes d e su m und o exterio r, será ráp id am ente invad id o .
En un p equeno núm ero d e caso s, esta inv asió n tend rá
u n efecto d esestru ctu rante y el d eterio ro d el su jeto será hacia
la p sico sis o el suicid io ; en un núm ero m ucho m ay o r se d ete­
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 141

rio rará asum iend o el rol co nfo rm e a los requerim iento s; en


o tro p equeno núm ero d e caso s se resistirá y su d eterio ro no
ev o lucio nará en ninguno d e am bo s sentid o s. No falta un redu-
cid o núm ero de sup uesto s en que el sujeto , aún en la p risió n,
no “ se v e” co mo “ crim inal” y, p o r ende, los requerim iento s
de ro l so n d iferentes.
To d as estas v ariables son las que se han recep tad o en las
co m p lejísim as “ d asificacio nes de d elincuentes” de la crim i­
no lo gía etio ló g ica en su v ersió n clínico -crim ino ló g ica, co nfun-
d iend o co n “ causas del d elito ” lo que no era m ás que una
clasificació n o tip o lo gia de lo s d iferentes modos de d eterio ro
p ro vo cad o s p o r la p riso niz ació n14.
La p risió n no secuestra m u jeres ni v iejo s, salv o en una
p ro p o rció n m uy red ucida.
Las m u jeres no necesitan ser co ntro lad as p o r med io s ins-
titucio nales p o rque so n co ntenid as m ed iante instancias info r-
m ales, p ese a que se no ta aum ento d e p o blació n p enal feme-
nina co n m o tivo d e hecho s v inculad o s a co caína.
A lo s anciano s se lo s d eterio ra p o r o tro s medios que los
llev an a la enferm ed ad , la m uerte o el suicid io , lo que d escar­
g a las o büg acio nes — cuand o existen— d e los m altrecho s sis­
tem as p rev isio nales d e la reg ió n co n aliv io d e sus o perad ores.
Cabe reco rd ar que en A m érica Latina, al m eno s secto rial-
m ente, se ha lo grad o sup erar el trad icio nal reco rd índ ice de
suicid io s de Suecia 15.
8. L as agen cias ejecu tiv a s com o m áq uinas de policizar.
Llam am o s “ ag encias ejecu tiv as” del sistem a p enal a sus seg­
m ento s institucio naliz ad o s no jud iciales, entre lo s cuales se
d estacan, p o r el p ap el p ro tag ó nico central que d esem p enan

14 M a n ifesta o io n es d e e s ta c u rio sa “in v e r sió n ” etio ló g ica so n


la s d a s ific a c io n e s d e B e n ig n o D i T u llio, T r a ta d o d e A n tr o p o lo g ia C r i­
m in a l, B u e n o s A ires, 1950; L o u is V erv a eck , I n tr o d u c tio n a u c o u rs
(T A n th ro p o lo ffie C rim in e U e , B r u x e lle s, 1924; F r a n z A le x a n d e r - H u go
Staub, E l d e lin c u e n te y s u s ju e c e s d e s d e e l p u n to d e v i s t a p s ic o a n a -
lític o , M adrid, 1935. U n a in te r e sa n te c r ític a a e sta ú ltim a cla sifica ció n
en R ü d ig er H erren , F r e u d u n d d ie K r im in o lo g ie . E in fü h r w n g i n d ie
p s y c h o a n a litis c h e K r im in o lo g ie , S tu ttg a r t, 1973.
15 L a A r g e n tin a p a rece h a b er pasacLo lo s c in c o m il su ic id io s en
e l ú ltim o ano.
142 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

d ebid o a su altísim o p o d er co nfig urad o r, las ag encias p o li-


ciales, en tanto que las p enitenciarias tienen m uy po co p o d er
co nfigurad o r.
En Latino am érica la reg ia es q ue am bas se hallen m ili-
tarizad as, p ese a q ue sus funcio nes so n d e naturalez a ind is-
cu tib lem ente civ il, al m eno s fo rm alm ente. El serv icio p o licial
d e inv estig ació n crim inal es claram ente u n serv icio civ il,
co m o tam bién lo seria la p retend id a técnica d el tratam iento
p enitenciário ; no o bstante, am bo s serv icio s suelen estar mi-
litariz ad o s, o rganizad o s co n reg lam ento s d iscip linario s d e ese
carácter, p rácticas d e salud o s, unifo rm es, insig nias, grad o s, etc.
Existen alg unas ag encias ejecu tiv as no m ilitarizad as,
co mo banco s centrales, d ireccio nes ad uaneras, ad m inistracio -
nes d e fro nteras, de m ig racio nes, etc., p ero siem p re ejercen
sus fu ncio nes al am p aro de la fuerz a m ilitariz ad a de las o tras
ag encias ejecu tiv as.
Las ag encias m ilitariz ad as se integ ran p o r lo g eneral co n
p erso nas que so n reclu tad as de los segm ento s carenciad o s de
la p o blació n, es d ecir, d e los m ism o s en que se p ro d uce la
victim iz ació n y la crim inaliz acíó n. Este p erso nal su fre una
serie d e g rav es v io lacio nes a sus D erecho s H um ano s que, po r
lo co m ún, es p asad a co m p letam ente p o r alto en los d iscurso s
p enales y crim ino ló g ico s. Se ha rep arad o b astante en los ú l­
tim o s ano s en el p ro ceso de crim inaliz acíó n, p ero se ha rep a­
rad o m uy p o co en el p ro ceso d e p o licizació n, que es ig ual­
m ente d eterio rante y recae tam bién so bre lo s segm ento s c a­
renciad o s d e la p o blació n.
El p o licizad o es seleccio nad o de la m ism a faja etaria
m asculina que lo s crim inaliz ad o s y tam bién co nfo rm e a u n
estereo tip o ; se le intro d uce en una p ráctica co rrup ta, debido
al p o d er inco ntro lad o d e la ag encia d e la q ue p asa a ser p arte;
se le entrena en u n discu rso externo m oralizan te y en una
práctica in tern a corrupta.
La escisió n entre el d iscurso externo y la p ráctica interna
es claram ente p ercibid a p o r la p o blació n, q ue se co m p o rta
resp ecto d el p o licizad o co n alta d esco nfianz a y d e co nfo rm i-
dad co n el este reotipo popular que senala al p o licizad o co m o
el su jeto “ v ivo ” , “ zo rro ” y “ co rrup to ” . A l lad o d e este “ este­
reo tip o p o p ular” del p o licizad o, tienen lug ar requerim iento s
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 143

d e ro l o p ap el que se le d irig en y q ue se nu tren d e la p ro p a­


gand a m asiv a transnacio naliz ad a: v io lência ju sticiera, so lu­
ció n d e los co nflicto s sin necesid ad de interv enció n jud icial
y ejecutiv am ente, m achism o , segurid ad , ind iferencia frente a
la m u erte ajena, v alo r en lim ites suicid as, etc.
Lo s re que rim ie nto s de ro l transnacio nalizad o s q ue se le
d irig en al p o licizad o so n lo s q ue co rresp o nd en a lo que en las
co ncep tuacio nes m ás trad icio nales se llam a “ p sicó p ata” .
En síntesis: al p o licizad o se lo v e co m o un co rrup to y se
p retend e que se co m p o rte co m o u n p sicó p ata, co nfo rm e al es­
tereo tip o y a los requ erim iento s de ro l, resp ectiv am ente, que
aqui, a d iferencia d e lo que suced e en el estereo tip o d el d elin-
cuente, se escind en, p o r efecto de una co m p leja m anip ulació n
d ç la o p inió n p ública, en tanto que la cúp ula ag enciai reitera
d iâcurso
%
s m o raliz antes.
A esto d ebe ag reg arse que las clases m ed ias latino am e-
ricanas p erciben al p o licizad o co m o un em erg ente d e las clases
carenciad as y frecuentem ente abrig an p reju icio s raciales a su
resp ecto . To d o s lo s p reju icio s racistas d e nu estras clases m e­
d ias v an a d ar tam bién en el p o licizad o y alim entan una m al
co ntenid a actitud d e d esp recio hacia el m ismo . Este antag o ­
nism o so cial es tam bién instrum entad o cuand o se trata de
rep rim ir o sup rim ir m anifestacio nes d isid entes o co ntestata-
rias d e las clases m ed ias d e nu estro m arg en.
Cabe o bserv ar que los secto res m ás p ro g resistas de nues­
tras clases med ias no escap an a lo s p reju icio s a que venim o s
refiriénd o no s, aunque atenúen sus ribetes racistas.
En este p ano ram a, no es extrano que el p o licizad o pued a
ser caracteriz ad o co m o una p erso na en situ ació n an&m ica, en
el m ás p rístino sentid o de la exp resió n, y no p o r câm bio s so-
ciales co y unturales o estru ctu rales — co m o en la o rig inaria
v ersió n d urkheim niana d e la ano m ia— sino co m o resultad o
d e un entrenam iento que lo sum erg e en la ano m ia. El ho m bre
p ierd e las p autas d e sus grup os o rig inário s d e p ertenencia,
esto s grup o s lo v en “ raro ” y lo tratan co n cierta d esco nfianz a;
lo s grup os m ed io s no lo acep tan y en g eneral lo d esp recian;
las cúp ulas los am enazan co n sancio nes labo rales g rav es si no
se so m eten a las p rácticas co rrup tas, p ero les im p arten d iscur­
144 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

sos m o ralizantes; al m ism o tiem p o la co nd ucta “ id eal” que se


les rep ro cha no asum ir (y que co rresp o nd e a la d el “ héro e”
p ro ducido p o r la ficció n transnacio nalizad a) es la d e un
p sicó p ata.
El po licizad o su fre una grave p érd id a d e id entid ad — cotno
no p ued e ser de o tro modo— y , p o r ende, es p arejo su grado
de d eterio ro , p o rque nad ie puede estar en co nd icio nes inte-
lectuales ni em o cio nales d e o brar racio nalm ente en sem ejan-
te ano mia.
Pero la ano m ia y el d eterio ro se p ro fund izan aún m ás si
tenem o s en cuenta el m ied o que necesariam ente aco m p ana su
co m p o rtam iento . Lo s m ay o res riesgo s físico s en las ag encias
del sistem a p enal los sufren los po licizad os.
Lo s reg lam ento s y las p rácticas de las ag encias les o bli-
g an a co rrer riesgo s, m uchas v eces co m p letam ente inútiles
(llev ar arm as en todo m o m ento , v estir unifo rm e fuera d e ser­
vicio , llev ar lo s cabello s co rtad o s m ilitarm ente, interv enir en
cualq uier hecho aunque la situació n sea suicid a, etc.).
Si en un hecho el ho m bre se v e en la necesid ad d e d ar
m uerte a o tro , la ag encia no le p resta ninguna asistencia p si­
co ló gica p o sterio r. Tam p o co hay una razo nable p reo cup ació n
p o r ap untalar la integid ad p síquica del po licizad o si debe in-
tev enir en o tro s hecho s traum ático s (reco g er suicid as, cad á­
v eres d estro zado s, e tc .); se p resum e que el sujeto debe estar
p sico lo gicam ente p rep arad o p ara to d o esto, p o rque lo co ntra­
rio es improp io del “ m acho ” que el p olicizad o d ebe ser.
Esto sig nifica que la falta d e m ied o — que o bviam ente
no es lo m ism o q ue la v alentia, sino una característica psico-
p ática, p ro d ucto de un acting- out que incap acita p ara la pre-
v isió n— y la insensibilid ad al ho rro r, se le d emand an en
fo rm a que nad ie puede resp o nd er p o sitiv am ente y se le com-
binan co n su id entid ad sexual. Si no resp o nd e co nfo rm e a los
requerim iento s p sico p ático s, es dado de b aja m ed iante un
sim p le p ro ced im iento ad m inistrativ o . Recuérd ese que el p er­
so nal d e estas ag encias no tiene d erecho d e sind icalizació n,
p ues el o rd en m ilitarizad o lo impide.
Cuando el po licizad o resulta m uerto por uno de los peli-
g ro s que no siem p re en fo rm a necesaria le hacen co rrer los
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 145

reg lam ento s m ilitarizad o s, un cuid ad o so ritu al de m uerte se


p o ne en funcio nam iento y ad quiere g ran p ublicid ad ; la ag en­
cia co nso lid a su po d er p ro m o viend o la ind ig nació n m o ral
entre sus m iem bro s y tam bién el miedo . D e esta m anera que-
d an aún m ás anó m ico s, d eben cerrar filas y afianz ar el v ínculo
g rup ai ag enciai, en fo rm a co rp o rativ a, d e co nfo rm id ad co n el
d iscurso d e la cúp ula de la ag encia y, sim ultáneam ente, vo l-
v erse m ás v ulnerables a las p autas de la m ism a, que resulta
el único asid ero p ara fab ricar una id entid ad artificial en
reem p lazo de la que le d eterio ro el p ro ceso d e p o licizació n.
A esto s med io s se anad e el ev entual tem o r de que la ag en­
cia m ism a, en alg ún m o m ento en que la co y untura lo requiera
frente a la p resió n de la o p inió n de alguno s med io s m asivo s
o de la ag encia p o lítica, se o cup e d e seleccio nar a alguno de
sus integ rantes y de crim inaliz arlo . p ara salv ar su im ag en de
“ o rg anism o ” cap az de “ auto -d ep urarse” .
En síntesis, p o d ríam o s d efinir a la p o lic iz ac ión como el
proce so de de te rioro al que se s om e te a las pe rs onas de los
sectores care nciados de la p o b lac ión que se inc o rp o ran a las
age ncias m ilitariz ad as d e l s is te m a p e nal, cons is te nte e n de-
te riorarle s s u id e n tid ad o rig in aria y re e m plaz arla po r u n a
id e n tid ad artific ial, f u n c io n al al e je rcicio de pode r de la
age ncia.
9. L as agen cias ju d icia les com o m áq u in as de b urocrati-
zar. La selecció n reclu tad o ra de los ag entes y o p erad o res de
las ag encias ju d iciales tiene lug ar, po r reg ia g eneral, entre los
secto res med io s y m ed io s-bajo s de la p o blació n, aunque ev en­
tualm ente puede o p erarse alguna excep cio nal selecció n entre
p erso nas de clase m ed ia alta.
El p ro ceso de entrenam iento al que se lo so m ete es
ig ualm ente d eterio rante d e la id entid ad y se llev a a cabo m e­
d iante una p aciente internaliz ació n de signo s d e falso po d er
( so lem nidad es, tratam iento s m o nárquico s, p lacas esp eciales o
auto m ó viles co n insig nias, salud o s m ilitarizad o s del p erso nal
de tro p a de las o tras ag encias, etc .).
La intro y ecció n d e esto s signo s de falso p o der p ued e tener
lug ar tem p ranam ente en la p ro p ia univ ersid ad , p ero lo más
146 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

co m ún que es el entrenam iento co m ience en ia jerarq u ía in­


ferio r de la p ro p ia agencia.
Seg ún la fo rm a en que se estructura la ag encia, los “ ca­
d etes” ju d iciales se entrenan como ju eces de m eno r cuantía
o m unicip ales o como empleados ad m inistrativ o s; lo cierto es
que al alcanz ar una categ o ria equip arable a la de o ficial de
ias ag encias m iütarizad as, el sujeto d ebe haber internalizad o
ya las p autas de la ag encia y resp o nd er a los requerim iento s
de ro l que se le fo rm ulan desde una adecuad a m anip ulació n
de la o p inió n p ública; asep sia id eo ló gica, cierta neutralid ad
v alo rativ a, so bried ad en todo, suficiência y seguridad de res­
p uesta y, en general, un cierto mo delo d e “ ejecu tiv o sênio r”
co n d iscurso m o ralizante y p aternalista o una im agen de
quien, a su d ebida edad, resp o nd erá a ese modelo.
La m anip ulació n de la im agen p ública del ju ez p retend e
d esp erso naliz arlo y refo rzar su funció n sup uestam ente “ pa­
ternal” , en fo rm a que o p aque y o culte su carácter d e operad or
de una ag encia p enal co n lim itad ísim o po der d entro del sis­
tem a p enal; esta im agen es intro y ectad a por el propio o p era­
do r, p o rque ha sid o entrenad o en ella, de modo que le alim en­
ta su o m nip o tencia — signo de inm ad urez, propio de la ado-
lescencia— y le impide p ercib ir las lim itacio nes d e su poder;
la p uesta en duda d el m ism o es sufrid a co mo una lesió n a su
“ narcisism o entrenad o ” , que es el resultad o d eterio rante de
su p ersonalidad.
En d eterm inad o m o mento , el o p erad o r de la ag encia ju ­
d icial se p ercibe a sí m ism o en funció n de su carg o y je rar­
quía y co nstruy e una id entidad asentad a so bre estas bases.
Rechaza los relâm p ago s de co nsciência acerca d e las lim ita­
cio nes de su poder, po r el sufrim iento que le p ro vo can (lesio-
nan su narcisism o y o m nip o tencia, su auto -estim a; o bsérv ese
que se trata de caracteres regresiv o s, igual que los que condi-
cio nan los pro ceso s d e crim inalizació n y p o licizació n); no le
resta o tro recurso que ev itar co nflicto s co n las o tras agencias
p ara p reserv ar su id entidad falsa o artificial (p ro d ucto del
entrenam iento regresiv o propio de la ag encia) y tam bién para
co nserv ar su funció n: el único cam ino es la burocratiz ación,
o sea, las resp uestas estereo tip ad as, la' co nfo rmid ad co n las
p autas “ d e siem p re” , la “ ineficacia entrenad a” m ed iante la
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n à r e s pu e s t a 147

elev ació n d e lo s med io s a la categ o ria d e fines, etc., es d ecir,


todo lo que es bien co no cid o y d escrip to co m o “ co m p o rtam ien­
to o bsesiv o ” 16 (au nq u e la d efinició n es d em asiad o p sico lo gis-
ta y no siem p re co incid e co n la realid ad de la buro cratiz ació n
ju d icial).
Sin duda que este co m p o rtam iento d ebilita el p o der de
la p ro p ia ag encia ju d icial, p ero ju stam ente este d ebilitam iento
es p erfectam ente funcio nal al ejercicio de p o d er co nfig urad o r
p o sitivo d e las restantes ag encias del sistem a p enal. Nada
m ejo r p ued en d esear éstas que una ag encia ju d icial que rei­
tere un d iscurso que las ju stifiq u e a to d as, co m p uesta po r
o m nip o tentes que creen que ejercen un po der que en realid ad
están ejerciend o ellas y cuy o s o p erad o res traten de ev itar
cu alq uier co nflicto co n ellas, inv entánd o se trab ajo sin moles-
tarlas m ucho . Sin duda que esta realid ad no resp o nd e a un
esquem a sim p lista de d iv isió n de po d eres d el estad o , p ero p a­
rece resu ltar funcio nal a to d as las ag encias.
El ju ez p arece una p erso na que se encu entra m ás am ena-
zada en su id entid ad que en su estabilid ad labo rai entend id a
como fuente de ingreso s o salarial, p o rque suele tener un rol
m ucho m ás internalizad o que el del propio p o licizad o , dado
que su lad o “ p aternalista” p arece hund ir las raíces en estrato s
m ás p ro fund o s del inco nsciente.
Si el d eterio ro que el sistem a p enal p ro d uce en los poli-
cizad o s ha sido po co estud iad o , la buro cratiz ació n co mo fo rma
de d eterio ro d e lo s o p erad o res de las ag encias ju d iciales de
los sistem as p enales d irectam ente nunca se ha estud iad o y,
p o r ende, la situació n v io lato ria de D erecho s H um ano s que
im p lica no tiene tratam iento , p o rque los m ism o s afectad o s no
la p erciben.
M uy po cas v eces es ad ecuad am ente o bserv ad a la situació n
de extrem a v ulnerabilid ad en que se co lo ca a estas p erso nas
y las tentativ as de exp licitaria se estig m atiz an co mo una
suerte d e “ d esacato ” que “ d estru iria las bases rep ublicanas”
(o cualq uier o tra exp resió n de o bturació n au to ritaria d el d is­
cu rso ). M enos aún se tien e en cuen ta que m uchas “teorias
ju ríd ica s”, desde otro ângulo, no son m ás que racionalizacio-

Cfr. Merton, op. cit.


148 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

nes o m e canis m os de h u íd a, s ólo e x plicable s a la lu z de este


fe nôm e no, n o un ic am e nte a niv e l, cons cie nte , p o r cie rto.
1 0. D eterioros y a n tagon ism os com o p roductos de la op e­
rativid ad de lo s sistem a s p en ales. Co ntem p land o la p o liciza-
ció n, la buro cratiz ació n y la crim inaliz ació n, el sistem a p enal
es u n co m p lejo ap arato d e d eterio ro reg resiv o hum ano que
co nd icio na falsas id entid ad es y ro les negativ o s.
Po r sup uesto que la interacció n co nd icio nante de todos
esto s ro les es m ucho m ás co m p leja que lo que pued e reflejar
nuestra brev ísim a referencia aqui y p resenta grad o s y m atices
d iferentes, co n v ariab les lo cales y co y unturales, p ero lo resu ­
m id o es su ficiente p ara co lo cam o s en la p ista d e los m eca­
nism o s a trav és d e lo s cuales lo s sistem as p enales v io lan lo s
D erecho s H um ano s no só lo d e los crim inalizad o s sino d e sus
pro pios o p erad o res: d eterio ra reg resiv am ente incluso a quie-
nes lo s m anejan (o creen m an ejarlo s).
Uno d e lo s m ed io s m ás eficaces p ara g arantiz ar el d ete­
rio ro reg resiv o d e sus o p erad o res es la inestabilid ad labo rai
d e to d o s lo s trab ajad o res d e los sistem as p enales: ning uno de
ello s p ued e ejerc er leg alm ente los d erecho s labo rales que les
so n reco no cid o s a todos lo s restantes trabajad o res; no pued en
req u erir aum ento s salariales, sind icalizarse ni d eclararse en
huelga o to m ar o tras m ed id as de fuerza labo rai. Las ag encias
m ilitariz ad as lo im p id en p o r su rég im en; las ju d iciales p o r
co nstitu ir un “ p o d er d el estad o ” .
El co m p licad o ju eg o d e id entid ad es artificiales cread as
p o r el m ism o ejercicio d e p o der del sistem a p enal, intro d uce
antag o nism o s entre los o p erad o res d e las d iferentes ag encias
d el mismo . Esto s antag o nism o s p ro vo can la recíp ro ca impu-
tació n d e lo que se co nsid eran fallas co y unturales del sistem a
p enal que, en realid ad , son caracteres estru ctu rales d e los
mismo s.
Estas recíp ro cas im p utacio nes p ro vo can una “ co m p arti-
m entalizació n” d e las ag encias d el sistem a p enal, dad o que
cad a una d ebe d efend er su p ro p io ejercicio de po d er frente a
las o tras. A l am urallarse p ara d efend er su po der, cad a una
d e ellas lo ejerc e co n abso luta ind iferencia — y hasta desco-
no cim iento e ig no rancia— resp ecto d e las restantes y, m ucho
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 149

m ás aún, resp ecto d el resultad o final de la o p erativ id ad del


co nju nto , acerca d el cu al no tienen ni siq uiera la p o sibilid ad
d e info rm arse.
De allí que no sea co rrecto referirse a u n “ sistem a p enal”
cuand o en realid ad se trata d e un co nju nto hetero g êneo de
ag encias co m p artim entaliz ad as17, p o r lo cual no so tro s usam o s
la exp resió n sólo p o r su co nsag ració n técnica.
Dad o que lo hacem o s só lo p o r su g eneral ad m isió n téc­
nica, es co nv eniente aclarar que, en realid ad , p o r “ sistem a
p enal” , entend em o s sim p lem ente la s um a de los e je rcicios de
pode r de todas las age ncias que ope ran inde pe ndie nte m e nte
y en modo alg uno lo que la vo z “ sistem a” q uiere senalar en
el terreno d e la bio lo gia o en o tro s análo go s.
11. La d estru cción de los v ín cu lo s com u n itários. Es b as­
tan te claro que, co n lo que hem o s sintetiz ad o hasta aqui
acerca d e la fo rm a en que realm ente o p era el sistem a p enal,
la d escrip ció n p o nga d e m anifiesto la u rg ente necesid ad de
una resp uesta latino am ericana frente a la crisis d e leg itim i­
dad que esta d escrip ció n im p o rta.
Sin em barg o , es tam bién necesario p recisar aún m ás la
razó n p o r la cu al esta o p erativid ad real crea la necesid ad de
la resp uesta. En efecto : p ese a que el sistem a p enal es p luri-
funcio nal (y to da red ucció n u nilateral d el m ism o es un erro r
g rav ísim o , que d ebe ev itarse p o r sus co nsecuencias p rácticas
letales), entre estas funcio nes e m e rge , com o la m ás no to ria,
la c re ac ión y p ro fu n d iz ac ión de antago nis m os y contradic-
cione s s ociale s y c ons iguie nte d e b ilitam ie n to y de s truc c ión de
v ínc ulo s c o m un itário s , horiz ontale s o de s im patia.
No en v ano se p erm ite y fo m enta que el sistem a p enal
g enere esto s antag o nism o s m ed iante el d eterio ro reg resiv o d e
id entid ad es y la creació n d e ro les artificiales que o cup en el
esp acio d eterio rad o , sean d e “ d elincuentes” o d e “ p o licias” o
d e “ ju ec es” , o lo s antag o nism o s entre d istinto s grup o s d e ca­
renciad o s, en el interio r d e eso s m ism o s grup os, entre esos

17 S o b re e sta ca ra c te rístic a e s tr u c tu r a l d e lo s s is te m a s p en a les,


H u lsm a n -B e r n a r t d e C e lis, op. cit.; S ta te o f N e w Y ork. C o m m issio n
o f In v e stig a tio n , T h e n e w Y o r k p r i s o n e r r e a le a se , N . Y ork, 1985,
p ág. 13.
150 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

g rup o s v los secto res m edio s. que p ro v o auen co n ello e!


co nstante reclam o d e m ay o r v io lência rep resiv a y el aum ento
d el núm ero de d eterio rad o s, sino que todo e sto lle v a, e n nue s ­
tro m arg e n, a e rig ir al s is te m a p e nal e n e l m ay o r obs tác ulo
a la p az s ocial y , fu n d am e n talm e n te , a la c o alic ión c iv il fre nte
al e je rcic io arb itrario de l pode r.
El sistem a p enal es un po der lo cal funcio nal a una red
inm ensa d e p o d er p lanetario que, al ap o y arlo — p o r su fun-
cio nalid ad — tam bién lo transnacio naliz a; no o lvid em o s la for-
m id able co ntrib ució n que le p resta el po der d e la co m unica-
ció n m asiv a transnacio nal. Este po der p lanetario tiene so bra­
d as raz o nes p ara ev itar la co alició n civ il en nuestro m arg en
y Ia ap ertu ra de v ias de co m unicació n só lid as intra e inter-
clasistas entre no so tro s.
Cuanto s m ás y m ás g rav es sean nuestro s antag o nism o s
interno s, m ay o r será el co nd icio nam iento v erticaliz ante tran s­
nacio nalizad o y m eno s serán los lo c i d e po d er que pued a il
o p o ner alg una resistencia al p ro y ecto tecno -co lo nialista. Es
obv io que u n a s ocie dad v e rtic aliz ad a es u n a s ocie dad ide al
p ara m an te ne rla de pe ndie nte e im p e d irle c u alq u ie r te n tativ a
de ace le rac ión his tóric a, e n tan to que u n a s ocie dad que e q ui­
libre re lacione s de v e rtic alid ad (de au to rid ad ) con re lacione s
de h o riz o n talid ad (de s im p atia o c o m u n itaria) es m ás re s is ­
te nte a la d o m in ac ión neo- y tecno- colonial.
Cuand o d o m ina el v erticalism o so cial, basta d ar un ma-
no tazo a la cúp ula p ara m antener el co ntro l; la co munid ad es
to do lo co ntrario : es la p o sibilid ad d e resistencia anti-co lo nia­
lista, p o rque quien se ap o d era del po d er v erticalizad o , só lo
d isp o ne d e uno d e lo s lo c i d e p o der. El p o d er central siem p re
q uiere que en el m arg en hay a una sola cabeza. La p luralid ad
co m u nitaria es estig m atizad a co mo “ p rim itiv a” , “ arcaica” ,
“ d eso rd enad a” , “ insubo rd inad a” o “ su bv ersiv a” 18.
Esta es una d e las raz o nes m ás im p o rtantes p ara exig ir-
no s una resp uesta u rg ente al p ro blem a d e la d eslegitim ació n
del sistem a p enal, p o rque no s rev ela que en el fo nd o hay una

18 S on o b v io s e n e s t e s e n tid o lo s e sfu e r z o s por d e str u ir lo s


v ín c u lo s so lid á r io s y co m u n itá r io s e n c u a lq u ie r dictadura.
N ECESID AD Y POSIBILIDAD DE UNA RESPU ESTA 151

cuestió n de de fe ns a n a c io n a l19. A unque nuestro s p o lítico s


— sitiad o s p o r las ag encias de p ro p agand a del sistem a p enal—
no lo hay an co m p rend id o nue s tros s is te m as pe nale s s on los
ins trum e nto s de d o m inac ión ne o- colonial y am enazan co n
co nv ertirse en los instrum ento s d e d o m inació n tecno-co lo -
nial más eficaces que se hay an inv entad o .
En lug ar de ejército s inv aso res, es m ucho m ás sim p le
env iar series telev isiv as y tecno lo g ia d iscursiv a, p ara lo g rar
que nuestro s secto res m ás carenciad o s y golp ead os p o r la
crisis de nuestro s sistem as p ro d uctivo s, se d ivid an y no lo g ren
co alig arse, co n g ran benep lácito d e lo s secto res med io s, que
tam bién se p reserv an d e cu alq uier tentació n d e d isid encia
co ntestataria, aunque co n sing u lar ingenuid ad se ap lique la
m ism a receta en lo s Estad o s Unid o s (no así en Canad á, Eu ­
ro pa y Jap ó n) y se lleg ue a lo s inco ncebibles niv eles d e p ri-
so nizació n a que y a hem o s hecho referencia (u n p reso cad a
tresciento s hab itantes), co n los resultad o s que cabia esp erar:
el ascenso del índ ice de ho m icíd io s 20.
No es casual que el po d er m und ial hay a tenid o siem p re
ag entes p ro co nsulares d estructo res de v ínculo s co m unitário s
en nuestra p eriferia, co m o las d ictad uras “ tecno -bu ro cráticas”
de “ segurid ad nacio nal” , cu alitativ am ente m ás d estructiv as
d e la co munidad que las clásicas d ictad uras latino am ericanas
y , en tiem p o s recientes, alguno s bro tes d e d em ago gia rep re-
siv a que, a caballo d e cam p anas d e ley y o rd en, han cap tad o
vo to s de sus p ro p ias v íctim as p ara sus fines d e so m etim iento
to tal a los im p erativ o s tecno -co lo nialistas centrales.

i» R e su lta claro q u e la d o ctrin a d e la “se g u r id a d n a c io n a l” y la


“d efen sa nacional" s e v u e lv e n c o n c e p to s c a si in co m p a tib les. N o p u e ­
d e ser d e otro m od o d e sd e q u e en e s ta d o ctrin a co n sp ira tiv a , en la
cu al se in s is te h a sta e l p r e se n te e n la s c o n fe r e n c ia s m ilita res, s e p re­
ten d e que fo rm a n p a rte d el M o v im ien to C o m u n ista In tern a cio n a l
to d a s las p erso n a s o in s titu c io n e s q u e fo r m u la n cu a lq u ier crítica
so c ia l o d e n u n c ia n s itu a c io n e s d e in ju stic ia a n iv e l n a c io n a l o in te r ­
n acion al; co n fo rm e a e sta te s is c o n sp ir a tiv a in se n sa ta , la a lte r n a tiv a
p a rece ser ap oyar a l s t a t u q u o sin la m en o r o b jeció n o p a sa r a in ­
tegrar las fila s d e l MCI; d e e ste m odo, com o to d o s s e c o n v ie r te n en
e n e m ig o s p o rq u e to d o s s o n m iem b ro s d el n e b u lo so MCI, la “d o ctrin a ”
p u ed e c u m p lir u n a fu n c ió n p o lítica d iscu rsiv a , pero n o s ir v e para
in stru m en ta r n ada in te lig e n te e n m a téria d e d efen sa.
20 L a crítica d em o cra ta e n E llio tt C urrie, C o n f r o n tin g c r im e .
A n A m e r ic a n C h a U en g e, N e w Y ork, 1985. .
152 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

No o bstante, esta d em ago gia en A m érica Latina no p uede


tener m ás que êxito s esp o rád ico s, lo cales y co n m al fin, co mo
lo d em uestran alg unas exp eriencias electo rales recientes.

II. LA NECESIDAD DE UNA RESPUESTA MARGINAL


COMO IMPERATIVO JUSHUMANISTA

La necesid ad de resp uesta no sólo no s v iene im p uesta


p o r la am enaza de u n geno cid io p racticad o p o r el tecno co lo -
nialism o y de o tro y a en curso , sino que, a niv el de D erecho s
H um ano s, la d eslegitim ació n del sistem a p enal no sólo no s
m u estra que nuestro s sistem as p enales m arg inales v io lan los
D erecho s H um ano s, sino que, como tales v io lacio nes no pro-
v ienen d e d efecto s co y unturales de nu estro s sistem as p enales
p eriférico s, sino que so n p ro d ucto d e características estru ctu ­
rales d e lo s sistem as p enales m ism o s, en d efinitiv a, e l e je rc i­
cio de pode r de los s is te m as pe nale s re s u lta inc o m p atib le con
la ide olo gia de los De re chos Hum ano s .
A firm ar que la ideo lo gia ju stificad o ra d e lo s sistem as p e­
nales es inco m p atible co n la ideo lo gia de los D erecho s H um a­
no s p ued e p arecer un co ntrasentid o , p uesto que to d o s lo s ins­
trum ento s d e D erecho s H um ano s p arecen reco no cer la leg i­
tim id ad del sistem a p enal, o cup ánd o se co n cierto d etalle de
sus lim ites y g arantias. No o bstante, un análisis m ás cercano
y d etenid o de la cuestió n y, p articularm ente, su genealo g ia
id eo lógica, no s p erm itirá v er que esto no p asa d e ser una
sim p le ap ariencia.
Para p ercib ir el fenô m eno en to da su d im ensió n es nece­
sario d etenerse un m o m ento en Ia naturalez a de los D erecho s
H um ano s.
Lo s D erecho s H um ano s, tal co m o se co nsag ran en los
instrum ento s internacio nales, no so n una m era “ id eo logia ins­
tru m ental” , sino un cierto grad o d e co nciencia m ás o m eno s
u niv ersal, que co nstitu y e una ide o lo g ia p ro g ram átic a para
to da la h u m an id ad , p ero un p ro g ram a es una anticip ació n v,
p o r end e, no sig nifica que esté realizad o , sino que de be reali-
zars e , co m o transfo rm ació n so cial y , p o r sup uesto , tam bién
ind ivid ual.
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 1 53

E s cas i ta n s e nc ülo re p e tir que “todos los seres hum ano s


nac e n libre s e ig uale s e n d ig n id ad y de re chos ” com o d if íc il
v iv e nc iarlo . Para v iv enciarlo se req u iere hacer algo que casi
to d o s co nsid eran histrió nico y su scep tible d e p ro d ucir d isrup -
cio nes: p o nerse de cabeza, dado que es necesario v er el mund o
al rev és.
V iv enciar realm ente el artícu lo p rim ero de la D eclaració n
Univ ersal es u na v erd ad era hazana m o ral. La v iv ência p recep -
tiv a sólo ha sido el raro p riv ileg io d e uno s po co s núm enes
m o rales d e la H um anid ad y b asta co m p arar el co m p o rtam ien­
to de ésto s co n nu estras actitu d es fu ertem ente co nd icio nad as
p o r el p o d er y su sab er d erivad o , p ara p ercatarno s que nad a
q ued aria d e nuestro s sistem as p enales si fu esen o p erad o s p o r
eso s núm enes m o rales, co mo tam bién que tam p o co qued aria
nad a d e ésto s si v iv iesen ho y fisicam ente y se p usiesen al
alcance d e nu estro s sistem as p enales.
No cu esta m ucho im ag inar a C risto o a Bu d a co nd enad o s
po r “ v ag ancia” , y , en el p eo r de lo s caso s, “ d esap arecid o s”
p o r aten tar co ntra la “ segurid ad nacio nal” , ni a San Fran ­
cisco institucio naliz ad o en u n m anico m io , so m etid o a técnico *
que co ntro larían su “ d elirio m ístico ” co n cho ques eléctrico s
y co n “ chaleco q uím ico ” .
Cabe p ues, p reg u ntarse qué clase d e insensatez histó rica
es p retend er que alg una vez hubo un sistem a p enal q ue ex-
p ro p ió el d erecho d e la v íctim a p ara realiz ar el p rincip io de
q ue to d o s lo s ho m bres nacen lib res e ig uales en d ignid ad y
d erecho s. Sin duda se trata d e una insensatez histó rica que
só lo resu lta co m p arable co n la que p retend e que m anana ha-
b rá u n sistem a p enal que, co n la estru ctu ra d e cu alq uiera de
lo s que existen, se m o tiv ará en este p rincip io , cuand o sabem o s
q u e es d e la esencia d e cu alq u ier sistem a p enal su o p erativ i­
d ad selectiv a.
Lo s D erecho s H üm ano s, sin em bargo , no so n una uto p ia
(en sentid o neg ativ o ), sino un p ro g ram a de trans fo rm ae ión
de la H u m an id ad de larg o alc ance . Co nsid erarlo s d e o tro modo
es una tentativ a de banaliz arlo s. Su p o sitiv iz ació n en instru ­
m ento s no rm ativ o s intem acio nales sirv e p ara d em o stram o s
que el m und o está “ al rev és” . La p retensió n d e que los mis-
m o s están “ realizad o s” no p asa d e ser una tentativ a d e p o ner
154 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

los D erechos H u m an o s “al re v é s” y, p o r ende, de n e u tra liz a r


su p otencial tran sfo rm a d o r.
En tanto que los D erecho s H um ano s senalan un p ro g ram a
realizad o r de iguald ad d e d erecho s de larg o alcance, lo s siste­
m as p enales son instrum ento s d e co nsag raciô n o cristaüz ació n
de la d esiguald ad de d erecho s en to d as las so cied ad es. No en
vano la tem ática de los instrum ento s de D erecho s H um ano s
referid a a los sistem as p enales siem p re es lim itad o ra, senali-
zadora de fro nteras m ás o m eno s estrictas a su ejercicio d e
poder; resulta claro que se enfrentan co n un hecho que quie-
ren aco tar o co ntener.
La ideo lo gia d e los D erecho s H um ano s reco no ce m últi-
ples raíces y o ríg en es21 siend o absurd o que tal o cual ju sna-
turalism o reclam e p ara sí el p atrim o nio de los m ism o s. Sin
duda que es fruto d e m uy d iferentes m o m ento s histó rico s,
pero su co nfig uració n o fo rm ulació n co ntem p o rânea p ro v iene
del siglo X V III, de un m o m ento de co nciencia hum anista im ­
pulsado e instrum entad o p o r la clase d e los p ro p ietario s de
las m áquinas que p ugnaban p o r un po der que era d etentad o
d esp ó ticam ente po r quienes se d ecían titu lares del m ism o p o r
“ d erecho d iv ino ” .
Su fo rm ulació n m ás p ró xim a, po r ende, p ro v iene de una
luc ha, de la band era enarbo lad a p o r uno de los band o s en lu ­
cha en la g ênesis d e la civ iliz ació n a que dio lug ar la rev o lu ­
ción ind ustrial. Esa fo rm ulació n fue, p ues, una id eo lo gia ins­
trum ental que se asentó so bre la ficció n co ntractu alista. El
llamado “ d erecho p enal g arantizad o r o lim itad o r” , d entro d e
ese co ntexto fue un freno p uesto a un hecho d e p o der que se
había o riginad o en la lu cha a que había dado lug ar la anterio r
revo lució n tecno ló g ica, esto es, la revo lució n m ercantil, que
comenzó co n la “ exp ro p iació n del co nflicto ” (d el d erecho d e
v íctim a) en lo s siglo s X II y X III.
La ficció n del co ntrato so cial p ro curó co ntener este p o d er
del so berano , p ero su d esarro llo co herente, en d efinitiv a, aca-
baba d esm o ntand o el po d er ejercid o p o r el sistem a p enal,
co mo lo d em uestra el hecho de que M arat, so bre la base d e

31 V. por ejemplo las m últiples citas de Jeanne Hersch, E l d e -


Madrid, 1984.
T tc n o d e s e r h o m b r e ,
N ECESID AD Y POSIBILIDAD DK UNA RESPUESTA 155

la m ism a ficció n, haya d esem bo cad o en una visió n so cialista


que d esleg itim aba a to d o el sistem a p enal de su tiem p o y que
Feu erb ach hay a d educid o la p o sibilid ad de una resistencia
rev o lu cio naria. El m ism o Ro usseau, a quien se cita g eneral-
m ente co m o g arante d e esta ficció n, d ed ucía d e ella un “ estad o
so cial” y no un “ estad o liberal eco nô m ico ” asentad o so bre
co ncep to s q uiritario s de p ro piedad, co mo g eneralm ente se
p reten d e22.
Como es o bvio, nad a de esto podia ser to lerad o por la
m ism a clase que lo había enarbo lad o co mo band era, cuand o
ésta alcanzó la hegem o nia so cial y d esplazó a la antig ua
aristo cracia.
En d efinitiv a, n u n c a h u b o u n s i s t e m a p e n a l h i s t ó r i c o q u e
o p e r a s e c o n f o r m e a l o s p o s t u l a d o s r a c i o n a l i s t a s d e Kan t o de
Feu erb ach, d e C arm ig nani o de C arrara, todos los cuales, en
u na línea de trad ició n hum anista, p ro vey ero n a r g u m e n t o s
ú tile s en la p r á c t i c a in m e d ia ta p a r a c o n te n e r — lim ita r — el
e je r c ic io a r b itr a r io de poder de lo s s is te m a s p e n a l e s . Jam ás
po d rán m o d elarse sistem as p enales co nfo rm e a estas ideas y
tam p o co fue p o sible en su tiem po , p o rque la nuev a d ivisió n
internacio nal del trab ajo — g enerad a p o r la rev o lució n ind us­
trial— había llevad o a las clases heg em ô nicas euro p eas a una
co m p etencia d esp iad ad a p o r la hegem o nia euro p ea y m und ial,
que p ro vo co una nuev a etap a geno cid a en nuestro m arg en y
en el africano e, incluso , en la p ro p ia Euro p a.
Esta etap a geno cid a se cum p lió co nserv and o del co ntrac-
tualism o só lo lo que era id eo lo g icam ente funcio nal a la m ism a
y d esem barazánd o se del resto , p ara m ás tard e archiv ar di-
rectam ente to do el co ntractu alism o y reto m ar el o rg anicism o ,
co m o “ o rg anicism o -ind ustrialista” , co n arg um ento s “ científi­
co s” . La civ iliz ació n ind ustrial se extend ió a A m érica d el
N o rte elim inand o a to do s los habitantes o rig inário s de la

22 “B ajo lo s m a io s go b iern o s, e sta ig u a ld a d es e x c lu siv a m e n te


a p a r e n te e ilu só ria : s ó lo s ir v e p ara m a n te n e r a l p ob re en su m iséria
y a l rico e n su u su rp a ció n . D e h ech o , las le y e s so n siem p re ú tiles
p ara lo s q u e p o seen a lg o y p e r ju d ic ia le s para los q u e nada tien en
D e d on d e s e s ig u e q u e el e sta d o sooial no e s v e n ta jo so a las h o m b res
s in o en ta n to q u e p o se e n to d o s a lg o y n in g u n o d e ello.s tie n e d em a ­
siado" (J. J. R o u ssea u . n ota 6. Cap. I. D e l C o n tr a to S o c ia l, M adrid,
1975).
156 En bu sca d e l a s pe n a s p e r d id a s

regió n, transp o rtand o p o blació n euro pea y africana, m ante-


niend o a la últim a en esclav itud hasta la g uerra de Secesió n
en 1863.
Los dis curs os pe nale s libe rale s , que p ro v e n ían o se en-
tronc aban con e l c ontrac tualis m o que ge ne ró la jo rm u lac ión
m ode rna de los De re chos Hum ano s fue ro n e n la prác tic a un
ins trum e nto de m ín im a inte rv e n c ión pe nal, que no pudo lle-
v arse a cabo po r im p ério d e la d inâm ica co m p etitiv a de la
lucha hegem ô nica generad a p o r la revo lució n ind ustrial. El
co ntro l p o licial v erticalizad o -m ilitarizad o se puso al serv icio
de esas luchas y el d erecho p enal “ lib eral” quedó ap lastad o
po r las versio nes o rg anicistas de la nueva clase heg em ô nica.
Recién cuand o en la Seg und a Guerra M und ial se co m etió
el geno cid io nazista, enarbo land o como id eo logia el o rg anicis­
mo, se to m aro n las id eas hum anistas hasta ento nces cuid a­
d o sam ente archiv ad as. Con ellas se enfrento p rim ero al naz is­
mo y luego al stalinism o . Se co nv irtió nuev am ente en una
ideologia de lucha que aho ra p retend e tam bién archiv arse p o r
p arte de quienes la usaro n instrum entalm ente hace cu atro
décadas, po rque ya no es funcio nal a los intereses de la divi-
sión internacio nal d el trab ajo a que da lug ar la revo lució n
tecno -científica. El “ Nuevo Orden Eco nô m ico Internacio nal”
se co nsid era “ v iejo ” e im p racticable por p arte de las “ nuev as”
d erechas centrales.
En cuanto a la ideologia p enal, as í com o e l organic is m o
te ocrático caracte riz o la c iv iliz ac ión m e rc antil y s u c o lo nialis ­
m o e s clav is ta y el organic is m o “c ie ntífic o” fue pro p io de la
c iv iliz ac ión in d u s trial y de s u ne o- colonialis m o, e l organic is m o
s is têm ico pare ce ser e l s igno de la c iv iliz ac ión te cno- cie ntífica
y de s u tecno- colonialis m o.
La actual co nfig uració n del sistem a p enal p ro viene de los
albo res de la revo lució n m ercantil, de la fo rm ació n de los
estado s nacio nales. lo que da lug ar a la d esap arició n de los
v iejo s m ecanism o s de so lució n de co nflicto s entre p artes en­
frentad as, pro d uciénd o se la exp ro p iació n d e los co nflicto s (d e
los d erecho s de la v íctim a), asumiendo el lu g ar de “ única
v íctim a” el “ so berano ” y co nv irtiend o a todo el sistem a p enal
en un ejercicio de poder v erticaliz ante y centralizad o r.
N e c e s id a d y p o s ib ilid a d d e u n a re s p u e s ta 157

Le jo s de lim it a r s u pode r con la re v o luc ión in d u s trial,


ta l com o lo po s tulaba e l c o ntrac tualis m o , se lo aum e nto noto­
riam e nte m e d iante la g e ne ráliz ac ión de las age ncias polic iale s
e n los s iglos X V III y X IX , que desde e- nionces s on las que
e je rce n s u m ás im p o rtan te pode r: e l p o s itiv o y configuradoi'.
La curio sa p arad o ja de esta co m binació n es que ese poder
es reclam ad o p o r sus p ro p ias v íctim as, p ues les im pid e to m ar
co nciencia d el fenô m eno , d ivid iénd o las co n g ravísim o s anta­
go nism o s e inv entánd o le y creánd o le am enaz as m ed iante la
m anip ulació n d e la co m unicació n so cial y seleccio nand o en
d o ble sentid o entre las v íctim as a lo s v ictim ario s, en fo rm a tal
que, v isto d esd e la p ersp ectiv a de los D erecho s H um ano s, y a
no es d able d eterm inar quién es quién.
La co nfig uració n actual del sistem a p enal p ro viene del
sig lo X II y se refu erz a en el siglo X IX , en tanto que la fo r­
m ulació n m o d erna de los D erecho s H um ano s p ro viene de la
tentativ a de lim itar este po d er en el sig lo X V III. Es o bvio
que esta d iacro nía g enealó g ica está m o strand o la co ntrad ic-
ció n entre la id eo logia d e los D erecho s H um ano s y el refo r-
z am iento del sistem a p enal.
Po r o tra p arte, el p rincip io co nfo rm e al cual todos los
ho m bres nacen libres e ig uales en d ignidad y d erecho s, es
p ro p io de los núm enes m o rales d e lo que suele llam arse “ el
saber m ilenario ” , esto es, el que p ertenece a los m o m ento s de
m ás alta m o ralid ad d e las cu ltu ras que fuero n arrasad as po r
el po der p lanetario d e las civ iliz acio nes m ercantil e ind ustrial,
asentad as en su sup erio rid ad tecno ló g ica.
La d iacro nía g enética es aú n m ucho m ás m anifiesta si
p ensam o s en qué medid a se co ntrad icen la afirm ació n de que
to d o s los ho m bres nacen libres e ig uales en d ignid ad y d ere­
cho s — p ro p ia de un p ro g ram a no realizad o de transfo rm ació n
d e la H um anid ad — co n un instrum ento d e p o d er selectiv o
que desde el siglo X II sirv e p ara v erticaliz ar m ilitarm ente a
las socied ad es.
La necesid ad y urg ência de una resp uesta desde la d es­
leg itim ació n del sistem a p enal se nos impo ne, pues, tam bién
d esd e la p ersp ectiv a d e la p ro gram ació n transfo rm ad o ra que
im p lican los Derecho s H um ano s, p articularm ente desde nues-
158 En bu sca d e l a s pe n a s p e r d id a s

tra ubicació n en el mapa de po der p lanetario en que el ca-


m ino p ro gresivo hacia su realiz ació n se p ercibe muy clara­
m en te co mo abrup tam ente interrum p id o y en que el ejercicio
de po der del sistem a p enal resulta ser la p ieza clav e de ese
brutal d esbaratam iento .

111. LA RESPUESTA MAJRGINAL COMO IMPERATIVO ETICO

Quien p articip a como o p erad o r en alg una ag encia del sis­


tema penal en nuestro m argen. p ero p articularm ente quien
lo hace en las ag encias rep ro d ucto ras de id eo logia, esto es,
en Ias univ ersid ad es, al rep ro d ucir el d iscurso d e ju stificació n
que estas ag encias p ro p o rcio nan al sistem a p enal, dada la
m anifiesta vio lência co n que o p eran esto s sistem as y la que
atrav iesa todo el co ntexto so cial en que tiene lugar ese e je r­
cicio , no puede meno s que d etectar la necesid ad de enfrentai-
la d eslegitim ació n, vivenciand o esa necesid ad co mo una u r­
gência de c arác te r ético, una im po s ic ión o im pe rativ o de con-
cie ncia. A esta afirm ació n pued e resp o nd erse m uy d efensi­
v am ente, con la esquizo frenizació n arg um entai que pro duce
el tem o r, arg um entand o que este im p erativ o ético no tiene
fund amento o bjetiv o , que se trata d e una m era cuestió n de
valo raeió n “ su b jetiv a” .
^Es verdad esta resp uesta o en realid ad hay un fund a­
m ento o bjetiv o en que asentar ese im p erativo ? N o so tro s cree-
mo s que sin duda ese fund am ento o bjetiv o existe y que es
nad a m eno s que el m ilag ro , usand o la p alabra en su sentid o
más o riginal y etim o ló gico , esto es, la m arav illa.
Desde nuestro m argen, d esem p enar esa funció n o p erativ a
es una circu nstancia que debe ser entend id a co mo m ilagros a.
En efecto : ese hecho im p orta una fo rm id able co nstelació n de
casualid ad es. tan numero sa, que co nstituy e un m ilagro rara­
m ente p riv ilegiante. Ser ju ez o cated rático en A m érica Latina
sig nifica haber so rtead o p reviam ente m uchísim o s riesg o s: ha­
ber nacido (es d ecir. no haber sid o abo rtad o ), haber sido ali­
m entad o ad ecuad am ente, haber superad o o eludido las enfer-
medades infantiles co n secuelas incap acitantes, haber lograd o
alfabetizarse v, más aún, haber acced id o a los niv eles medio
y sup erio r de la ensenanza, haber eludido las am enazas a la
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 150

vida ad ulta que rep resentan ios fenô m eno s naturales catas­
tró fico s, la v io lência p o lítica y no p o lítica, no haber “ d esap a­
recid o ” , etc., y o tro sinnúm ero d e facto res cuy o co njunto
co mp o ne ese m ilag ro que lo co lo ca en una situació n tan extre-
m adam e nte priv ile g iad a.
Desde este m ilagro p riv ileg iante basta m irar alred ed o r
p ara p ercatarse que fuero n m ucho s, m uchísim o s más, quienes
frustraro n su esp eranza de vida o quienes, sin fru straria, de
ningún modo p ud iero n lleg ar a esa situació n de p rivilegio .
Esta visió n, que m uestra d escarnad am ente el d esp recio
por la vida hum ana que p ractica el ejercicio de po d er en el
que se enm arca como o p erad or, crea un im p erativ o de co n­
ciencia inelud ible, un co m p ro m iso co n to do s los que no p u­
dieron ser beneficiário s del m ilagro y ni siquiera d e una
m ínim a p arte del mismo , co n quienes no p udieron o no supie-
ron so rtear los p elig ro s que hacen que e s tar v iv o sea u n m i­
lagro en A m érica Latina y que alcanzar el acceso a cierto erra­
do de saber sea aún más m ilagro so .
A nte esta co nstatació n, un o p erad or co nsciente no puede
meno s que v iv enciar que ese m ilagro p uede d ejar de serio al
segund o sig uiente, que m ás allá de la m uerte como lim ite
m etafísico , e n nue s tro m arge n hay u n a ac e le rac ión de la m is ­
m a que e s tá m uc ho m ás acá de este lim ite un iv e rs al y que
este fenóiyieno, desde su p o sició n m ilagro sa, le co m p ro m ete
co n la vida p ara p ro veer una resp uesta a la v io lência que
haga meno s m ilagro sa su vid a y meno s p riv ilegiad a su po­
sició n 23.
S i “todos los seres hum anos . . .. dotados com o e s tán de
raz ón y concie ncia, de be n com portars e frate rnalm e nte los unos
c on los otros ”, la m ás e le m e ntal y m ín im a inte rio riz ac ión de
este pre ce pto ge ne ra e l im pe rativ o de v iv e nc iar c ualquie r p ri­
v ile g io como u n a o p o rtun id ad frate rna y no com o u n a m e ra
ocas ión de goce he donis ta.

2 ’> E s te “m ila g ro ” fu e en ten d id o com o "culpa” en el m an ejo riia-


léctico d e la cu lp a d e u n a co n sid era b le co r r ie n te de la literatu ra
alem ana. Sin duda q u e la arb itraried ad se le c tiv a g en era u n a “deuda"
en tal sen tid o , un im p e r a tiv o ético (K arl-Josep h K u sch el. W ie
strh v ld lo s in e in e r Z e it d e s V e r b r e c h e n s ? , en “O rien tieru n g ”, 1S-50,
3 0 /9 /8 0 . pág. 195).
160 En bu sca de la s penas p e rd id a s

Sea cual fu ere el enunciad o que se p refiera p ara cualq uier


m ínim a o bjetiv ació n de requ erim iento ético (ev ang élico , kan-
tiano o ju sh u m an ista), lo cierto es que la circu nstancia actual
d e nuestro m arg en latino am ericano hace que la resp uesta al
d esafio d e la d esleg itim ació n d el sistem a p enal, e n caso de no
cons ide rars e s ufic ie nte s las ante riore s raz one s dadas , tam b ié n
se im p o n g a com o im p e rativ o ético.

IV. LA NECESIDAD DE RESPUESTA ES UN PLANTEO OPTIMISTA

Resp o nd er a la d esleg itim ació n d el sistem a p enal sig nifica


hallar u n a re s pue s ta que c o n trib u y a a d is m in u ir la v io lê nc ia
e n curs o, que quie bre la c urv a as ce nde nte de la m is m a.
To d o lo que hem o s d icho acerca de la urg ente necesid ad
de una resp uesta p ued e aún p arecer a m ucho s una sim p le
v alo ració n no suscep tib le d e ser “ v erificad a” .
Con todo, creem o s que p ese a cualq uier co nsid eració n
ep istem o ló g ica o ló g ica e n . que p ud iéram o s enred am o s, hay
d em asiad o s m o tivo s p ara creer que el cam ino v erd ad ero no
p ued e p asar po r la d estrucció n d e m illo nes de v id as hum anas
en ejercicio d e un po d er m und ial que en m uy p o co s ano s 24 ha
p ro vo cad o el p elig ro cierto d e aniq u ilar la vid a p lanetaria,
haciend o retro ced er la evo lució n en m illo nes d e an o s25.
Su ele afirm arse que el m al abso luto no existe, p ero d ebe
ad m itirse, al meno s, que esta p ersp ectiv a ap o calíp tica co incid e
en m uy alta m ed id a co n lo que hum anam ente podemos im a­
g inar co m o m áxim o extrem o d el m al26.
La im p utació n m ás usual a cualq uier crítica d esm istifica-
d o ra del ejercicio d e po d er del sistem a p enal en A m érica L a­
tina es su p retend id o pe s im is m o. En el sentid o en q ue se
fo rm ula esta im p utació n, po r “ p esim ism o ” debe entend erse
p ercibir las co sas d esd e la p ersp ectiv a m ás d esfavo rable; su

2* V. por ejemplo, Jerem y Rifkin, D ic h ia r a z io n i d i u n e r e tic o .


II d ile m a d e l n u c le a r e e d e W in g e g n e r ia g e n e tic a , Mi lano, 1988.
25 Ofr. P. R. Ehrldch - C. Sagan - D. Kennedy - W. O rr Roberts,
O in v e r n o n u c le a r , Rio de Janeiro, 1985.
ae Cfr. N orberto Bottbio, E l p r o b le m a d e la g u e r r a y la s v i a s d e
la p a z , Barcelona, 1982.
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 161

antô nim o — “ o p tim ism o ” — seria p ercibirlas d esde el ângulo


m ás fav o rable.
En realid ad , no podemo s rechaz ar fro ntalm ente esta afir-
m ació n, p ero es necesario p recisaria y asum ir la p arte d e v er­
d ad que le co rresp o nd e y que, p o r reg ia g eneral, no su ele ser
p recisam ente la que m o tiv a la im p utació n.
Se trata d e una cuestió n de p ercep ció n d el sistem a p enal.
Po r nuestra p arte, es claro que asum im o s exp resam ente una
v alo ració n en nuestra p ercep ció n: pe rc ibim os al s is te m a pe ­
n a l e n té rm ino s de s u altís im o costo de v idas hum anas . Desde
este ângulo , la p ercep ció n resulta m uy d esfav o rable y, po r
ende, pued e ser calificad a de “ p esim ista” .
No cabe d uda que p uede ser p ercibid o desde o tro ângulo
d esd e el cual la v isió n no sea tan d esfav o rable o incluso re ­
sulte fav o rable u “ o p tim ista” . Esto suced e cuand o se lo per-
cib e d esd e la ó p tica del “ sistem a” , o sea, d esd e el p unto de
Vista del funcio nalism o sistêm ico , p o r ejem p lo . Pero este
“ o p tim ism o ” tiene un p recio que no estam o s d ísp uesto s a
p ag ar: la m ed iatizació n del ho m bre, su d esp lazam iento d el
centro de interés del d iscurso p enal, la co nsig uiente a-mora-
lid ad del d iscurso y, p o r últim o , su cancelació n del co ncep to
d e “ ho m bre” co m o “ p erso na” , al red ucirlo a u n “ sub-siste-
m a” ; to d o esto sin co ntar co n que en nuestro m arg en esa
ó p tica impide la p ercep ció n y relev am iento de la realid ad
geno cid a de nuestro s sistem as p enales, p asa p o r alto m illo nes
d e m uerto s, o culta la am enaza de un geno cid io m ay o r po r la
v ía del tecno -co lo nialism o y, en una d im ensió n p lanetaria, hace
caso o miso de las ad v ertencias d e Einstein, de H eid eg g er27 y
de m ucho s o tro s so bre la am enaza nuclear, d e los llam ad o s de
atenció n de científico s y p ensad o res acerca d e la m anip ula-
ció n g enética y o tras análo gas, p retend iend o ig no rar que en
p o cas d écad as se ha p ro d ucido un cam bio cu alitativ o en el
p o d er mund ial, que ha ad quirid o la cap acid ad real y efectiv a
d e d estrucció n de la vid a p lanetaria p o r la fisió n nu clear o
p o r el lanzam iento de anim ales nuev o s al m ed io am biente, sin
po der calcular sus efecto s ecoló gico s, tecno lo gia que co lo ca en

27 M. H eid eg g er, U m a n e s im o e s c ie n z a n e lV e ra a tô m ic a , B res-


cia, 1684.
162 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

m ano s de los centro s de po d er del hem isferio no rte el p o ten­


cial g enético a m an ip u lar28.
No se trata y a d e una im ag inació n acalo rad a, sino de
enterarse, sim p lem ente, que la Co rte Sup rem a d e Estad o s
Unid o s ha reco no cid o en 1987 el d erecho a p atentar anim ales
inv entad o s y que ya se han co m binad o g enes d e crecim iento
hum ano en cerd o s p ara au m entar su tam ano y genes de o v eja
en cabras.
La co m p ro bació n de que las rad icacio nes p ro vo can m u-
tacio nes g enéticas incentiv o el estúd io d e lo s g enes hasta ob-
tener la técnica que p erm ite co rtar y so ld ar las cad enas d e
A DN de d iferentes esp ecies, d ando lu g ar a lo s v iru s reco m -
binantes.
Es así co mo la bio g enética y la ing eniería g enética fuero n
un subp ro d ucto de la fisió n nu clear y ho y el ho m bre co m ienza
a d isp o ner de la p o sibilid ad de m anip ular el curso d e la evo-
lució n bio ló gica en un brev ísim o perío d o de tiem p o , alterar
lo s finísim o s equilibrio s eco ló gico s m o ntad o s a trav és d e m i­
lio nes de ano s y realiz ar exp erim ento s inim ag inables hasta
hace pocos lustro s, co n m aterial g enético hum ano , to do lo cual
se d efiend e co n el arg um ento d e que la vid a es una cuestió n
quím ica y que la p ro p ia tecno lo g ia pued e neu traliz ar sus
p elig ro s, lo que, sin duda, es “ o p tim ista” , p ero m ás que “ o p ti­
m ista” , es irre s pons able y s up e rfic ial.
Está claro que de este o p tim is m o alie nado no p artic ip a­
m os , p o rque p referim o s enfrentar la realid ad co n la clara co n­
ciencia d e sus p eligro s. De allí ciue to m em o s cualq uier hecho
d e po der y, esp ecialm ente, el hecho de p o der d el sistem a
p enal, desde esta p ersp ectiv a, esto es, desde la realid ad de
su d estructiv id ad en acto y en p o tência.
Desde la p ersp ectiv a p o r la que o p tam o s surg e u n a cue s ­
tión é tic a: se pue de e le gir la v id a — y d esv alo rar su aniqui-
lam iento — o se pued e e le gir la v alo rac ión de l s is te m a (co n
el co nsig uiente neg ativ ism o o ind iferencia p o r el aniq uila -
m iento d e la vid a hum ana y no hu m ana), p ero tam bién se
p ued e e le gir no pe ns ar y, en sem ejante álie n ac ión cobarde
caer en el d esp reciable o ptim is m o irre s pons able .

28 C fr. R ifk in , o p . cit.


N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 163

Creem o s q ue la d eeisió n éticam ente co rrecta es la que


e lige la v alo rac ión de la v id a, pese al coraje de pe ns ar. Tener
el v alo r d e p ensar y, p ese a ello , eleg ir y ap o star a la vida,
es la ac titu d de o ptim is m o cons cie nte que as um im os . Recha-
zar el o p tim ism o alie n ad o ( po r elecció n de la “ no v id a” en el
m ito d el “ sistem a” o d e cualq uier o tra insensatez o p o r la elec­
ció n del no p ensar) y as u m ir u n optim is m o cons cie nte , nada
tie ne de “pe s im is m o”, só lo que im p lica la p ro p uesta de una
tarea “ p esad a” , que p ara nada es lo mismo .
“ V er” un p eligro , enfrentarse al m ism o y lu char co n la
co nv icció n d e que luchand o po dremo s enco ntrar una salid a
que lo neutralice, una alternativ a, no es en modo alguno
“ p esim ista” , aunque es, po r sup uesto , no to riam ente d iferente
a ig no rar el p elig ro o a co nfiar g ratu itam ente en que o tro s
harán “ alg o ” que lo neutralice. To d o s estam o s en el nav io
e s pacial tie rra 29 y éste lleva p asajero s de p rim era, d e seg un­
da, de tercera y o tro s que v an en la bo dega, m ezclad o s co n
la carg a.
El o ptim is m o alie nado es el de aquello s p asajero s d e p ri­
m era que han d ecid ido p erm anecer en la sala de ju eg o s, p o r­
que co nfían en que o tro s harán algo p ara salv ar el nav io , dado
que to d o s estam o s a bo rd o , p ero que al m ismo tiem p o son
cap aces de tirar po r la bo rd a a quienes intenten salv ar el
navio , si en ese intento les p riv an de alguno s m inuto s de
energ ia eléctrica p ara sus ju eg o s o p retend en o blig arles a que
no usen alguno de sus jlip e rs .
La im p u tac ión de pe s im is m o p uede tener, sin em bargo ,
co ntenid o s m ás co ncreto s, de los que co rresp o nd e que no s o cu­
pem o s brev em ente en fo rm a m ás p articularizad a.
a) Pe s im is m o re s pe cto de l f u tu ro de l s is te m a pe nal. En
este sentid o , la ilusió n de que en un nebulo so futuro la reali­
dad o p erativ a del sistem a penal se ad ecuará y cum p lirá lo
p ro g ram ad o ju rid icam ente, creem o s que queda d estruid a.
La tarea que tenem o s po r d elante lo s o p erad o res y ju ris­
tas es m ucho más ard ua que la im aginad a co nfo rm e a esa

29 La e x p r e sió n p e r te n e c e a K en n eth E . B o u ld in g , T h e E c o n o -
m ie s f o r th e C o rn in g S p a c e s h ip È a r th , e n “T h e E n v ir o n m e n ta l Hand-
b o o k ’’, edit. por G arret d e B ell, N e w Y ork, 1970.
164 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

ilusió n; p ero esto no es “ p esim ism o ” d el d iscurso d esleg iti-


m ante del ejercicio de p o d er del sistem a p enal, sino que se
trata de un efecto d ep resiv o que g enera la d esleg itim ació n en
el que estaba co nv encid o d e esa ilusió n y de su fácil p ers­
p ectiva, cuand o d e p ro nto se encuentra frente a una tarea
m ucho m ás p esad a y d ifícil que la p ro p uesta co nfo rm e a la
tranq ü ila certeza que siem p re le había p ro p o rcio nad o la ilu­
sió n del d iscurso trad icio nal, de lo s m ed io s m asivo s y de los
ap arato s de rep ro d ucció n id eo lógica del sistem a p enal.
No se trata de p esim ism o de quien se hace carg o de la
d eslegitim ació n, sino del “ d esgano ” prod ucido p o r la so rp resa
en quien d e p ro nto se halla co n la necesid ad d e em p rend er
una tarea p ara la cual no había sido entrenad o y que ni ima-
g inaba que tend ría a su cargo .
No pued e co nfund irse el d esaso siego del recep to r del d is­
curso d eslegitim ante, cuand o se le m uestra una realid ad que
no había p ercibid o y se le enfrenta a una tarea p ara la cual
no está entrenad o , co n “ p esim ism o ” del d iscurso , p o rque esa
co nfusió n no seria más que o tro m ecanism o d e huíd a.
b) Pe s im is m o re s pe cto de l fu tu ro de la v io lê nc ia. Es po ­
sible caer en una visió n ap o calíp tica, co nfo rm e a la cual la
situació n no tend ría salid a alg una. N uestra p o sició n no tiene
nad a que v er co n la traurig e L in k e m i co n actitud es m ás
irracio nales de resignació n im p o tente o de ind iferencia to tal
o de fatalism o poblado de cataclism o s to tales.
To d a nuestra p resente p ro p uesta es una p rueba d el re-
chazo de este “ p esim ism o ” : creemos que es pos ible re duc ir
los niv e le s de v io lê nc ia, s alv ar m uc has v idas hum anas , e v itar
m ucho dolor in ú t il, y , fin alm e n te , hace r de s apare ce r u n dia
al s is te m a pe nal y re e m plaz arlo po r m e canis m os r&ales y
e fe ctiv os de s o luc ión de conflic tos .
No nos cabe duda que p ara neutraliz ar nu estras afirm a-
cio nes no faltarán vo ces que se aco bard en y no s califiq uen de
“ p esim istas” y a rato s de “ utó p ico s” , m ientras siguen prac-
ticand o co n sus fUpe rs en la sala de juego s.
L a in c o m p atib ilid ad e ntre “pe s im is ta” y “utóp ic o ” es tan
p alm aria que queda su ficientem ente en claro que el “ p esi­
m ism o ” no es una no ta de nuestra p o sició n, sino una dispo-
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 165

sición de q u ien es urg id o a d a r u n a resp u esta en el sen tid o


re d u c to r d e la violência.
L a s r a z o n e s q u e n o s m u e v e n a s e r o p tim is ta s e n c u a n to
a la s p o s i b i l i d a d e s r e d u c t o r a s d e v i o l ê n c i a s o n v a r ia s .
E n principio, creem os q u e el ho m b re no es racional, pero
p u ed e (y debe) lleg ar a s e r io 30.
A dem ás, si b ien el av an ce de la civilización in d u stria l ha
sido u n a cad e n a d e in d iscu tib le violência genocida a nivel
p la n etario , nos negam os a v e r en ello u n a ley u n iv e rsa l con­
fo rm e a la cual u n a su p u e sta m a rc h a hacia el “pro g reso ” se
ja lo n a en form a “n a tu ra l” y n ecesaria con cataclism os, c atás­
trofes, d estru ccio n es y an iq u ilam ien to de los “débiles” e
“in fe rio re s”, com o lo p o stu la b a la ideologia racista del evo-
lucionism o spenceriano, ni u n a necesidad in eludible p a ra sal­
v a r a u n a ra z a su p e rio r de la decadencia, como lo postulaba
el involucionism o ra c ista del fracasad o diplom ático y novelista
G obineau.
P o r ú ltim o, creem os q u e h ay m otivos p a ra su p o n er que
el h o m b re es cap az de re a c c io n a r de m odo racio n al fre n te al
esp ectáculo de la d estru cció n in ú til de m iliones d e v idas h u ­
m an as y que, en ú ltim a in stan cia, la especie h u m a n a no es
suicida, com o no lo es n in g u n a otra.

V. LAS DIFICULTADES PARA UNA RESPUESTA MARGINAL

Si b ien la necesidad y u rg ên cia de la re sp u e sta n o d ep en ­


d e d e consideraciones m e ra m e n te “o p in ab les” , com o puede
verse, lo cierto es que, po r h allarn o s en u n m a rg e n del poder
m u n d ial, n o re s u lta sencillo e s tru c tu ra r u n a resp u esta.
E s ev id en te q u e en n u e stro m a rg e n n o disponem os de
“élites del p en sam ien to ” p ag ad as p a ra e la b o ra r este gênero
d e re sp u e sta s teóricas. D esde el p u n to d e v ista del nivel de
elaboración y d e la com pletividad lógica de las resp u estas
c en trales, n u e s tra s re sp u e sta s m a rg in a le s siem pre ap arecerán
com o defectuosas. P rácticam en te, re su lta titá n ic a la te n ta tiv a
de c re a r algo sem ejan te a u n m arco teó rico q u e nos p erm ita

30 M artin Buber, iQ u ê es e l h o m b re ?
166 En b u sca de la s penas p e rd id a s

a ce rcam o s a n u e s tra realid ad ; dependem os de m arcos teóricos


cen trales y de sus elem entos. E sto n o s im p o n e v a le m o s de
esos elem entos, seleccionándolos y com binándolos conform e
a alg ú n c rité rio que, en n u e s tro caso, n o s p e rm ita “v e r” los
com ponentes teóricos necesario s — o ú tile s— p a ra je ra rq u iz a r
y d efen d e r la v i d a h u m a n a y la d i g n i d a d d e l h o m b r e .
S obre esta p rem isa selectiv a — q u e llam am os “ realism o
m a rg in a l”— es claro q u e o b ten d rem o s u n a re fe re n c ia teó rica
s i n c r é t i c a , lo q u e n o nos p reo cu p a, p o rq u e creem os q u e ju s ta ­
m e n te es lo in e v itab le — y lo deseable— en c u a lq u ie r te n ta ­
tiv a teó rica q u e p re te n d a ser re a lista y llev arse a cabo desde
n u e s tro m arg en .

VI. ALGUNAS BASES PARA LA SELBCCION REALISTA


Y MARGINAL DE ELEMENTOS TEORICOS

1. E l c a r á c te r r e a lis ta d e la re s p u e s ta . E s difícil p re c isa r


el concepto de “ realism o ” , p u e sto q u e p rá c tic a m e n te todas
las posiciones filosóficas p re te n d e n ser “re a lis ta s ” e n cierto
sentido, incluso las m ás id ealistas, p a ra las cu ales lo “re a l”
son las ideas.
P o r n u e s tra p a rte , m ás allá de la d iscu sió n filosófica p u ra ,
adop tam o s la ex p resió n “ realism o ” com o sín te sis de vario s
conceptos.
a) E n p rim e r lugar, n u e s tra posición ace p ta el realism o
filosófico en el sen tid o de q u e el “m a te ria l d el m u n d o ” es algo
q u e existe fu e ra e in d e p e n d ie n te m e n te de no so tro s y fre n te
a lo cu al el “acto de cono cim ien to ” no cu m p le n in g u n a fu n ­
ción “c re a tiv a ” , lim itán d o se a asig n arle u n sen tid o (u n
“p a ra q u é ” ).
b ) E n seg u n d o lu g ar, p o r “ realism o ”, co incidiendo con
v a ria s de las cosm ovisiones q u e co n v erg en en el com plejo
c u ltu ra l latin o am erican o , asignam os al m a l u n a re a lid a d y no
u n a sim ple “falta d e b ie n ” o “ im p erfecció n ” resp ecto de u n
m odelo ideal o m enos absoluto.
E l m al, en la form a de m u e rte v io len ta, inflicción de
dolor, m iséria y, en g eneral, carên cia g ro sera, es u n a realid ad
social y h u m a n a y n ad ie podría llegar a co n v en c er a u n
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 167

latin o am erican o de las m ay o rías caren ciad as de n u e s tro m a r­


gen, que es u n a sim ple “falta de b ie n ” .
e) E n te rc e r lu g ar, u sam os “realism o ” p a ra se n a la r la
necesidad de a ce rcam o s a los fenôm enos del sistem a penal
ev itan d o la reificación d e las categ o rias g en era liza n tes que las
agencias hacen (com o “c rim e n ” , “d ro g a” , etc .), con lo que
p ierd en su u tilid a d com o in stru m e n to s del p en sam ien to y
p asan a ser “ realid ad es in v e n ta d a s” q u e lo obstaculizan.
d ) E n c u a rto lu g ar, u sam os “ realism o ” p a ra se n a la r la
necesidad de re n u n c ia r — al m enos de m o m en to — a c u alq u ier
m odelo ideal y a la discusión a su respecto, en fu n ció n d e la
u rg ê n c ia q u e se im pone p a ra p o n er en m a rc h a im postergable-
m e n te u n a p r a x i s re d u c to ra d e la violência.
e) P o r ú ltim o, u sam os “realism o ” p a ra se n a la r q u e to ­
m am os como d ato p rim o rd ial la v id a h u m a n a y la necesid ad
de p reserv aria . N u estro s cálculos de conveniencia y necesidad,
n u e s tra s estra te g ia s y tácticas, se a sie n ta n en el reconoci-
m ien to d e la v id a h u m a n a y de su aniquilacióta en n ú m e ro
m asivo, com o d a to p rim ário de n u e s tra realid ad m arg in al.
A dem ás de estos elem en to s que sin tetizam o s con la ex­
p resión r e a l i s m o , t e n e m o s e n c u e n t a o tr o s que, si b ie n no son
ta n privilegiados en n u e stro desarrollo, p o r c ierto q u e no los
podem os p a s a r p o r a lto p a ra co m p re n d er u n poco m ejor el
sen tid o de n u e s tra p ro p u esta.
a) Al in sistir en el c a rá c te r s i n c r é t i c o d e n u e stro m arco
teórico, es m e n e ste r a d m itir que en c ie rta m edida nos in sp ira
la p ro p u esta h o lí s t ic a , a u n q u e ello n o im plica u n a aceptación
acrítica de alg u n as de su s versio n es que, p o r d em asiado “occi-
d en taliz ad as” , caen en las red es de u n a lógica q u e q u ie re d e ­
n u n c ia r y se ap ro x im an d em asiad o al o rg a n ic ism o 31. Si e lu ­
dim os estos riesgos, es a lta m e n te a tra c tiv a la g ra n dosis de
m odéstia que le im pone al sab er hum ano.
L a visión n ew to n ian a del m u n d o se h a revelâdo incapaz
de ex p licar lo “ m u y p eq u en o ” y lo “m u y g ra n d e ” , en fo rm a
ta l que la física m o d ern a h a dado rie n d a su elta a su im agi-

31 Eis la objecsón d e S ilv a n a C astign on e, 7 A ir itti d e g ii a n im a li.


B ologn a, 1988. pág. 9.
168 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

n ació n co sm o ló g ica32; los iím ites dei sab er en este âm bito


p a re c e n re a b rir el cam in o d e los m ito s 33 y la v isió n del m u n ­
do com o u n proceso cósm ico, d o n d e h a y m ovim iento, p e ro en
c ierto m o m en to p a re c e n d esa p a re c e r los objetos q u e se m ue-
v en , d o n d e h a y a c tiv id a d sin actores, d o n d e no h a y b ailarin e s,
sin o sólo d an za 34, re s u lta in e v ita b le m e n te lig ad a a la necesi­
d a d d e u n a g ra n p ru d ê n c ia e n el e n te n d im ie n to d el h o m b re
com o p ro ta g o n ista y p a rte d e este proceso que, en d efin itiv a,
n o s llev a a u n a relativ izació n y p ro v iso ried ad d e n u e s tro
sa b e r, m u y difícil d e a c e p ta r e n la sociedad in d u s tria l o tecno-
cien tífica, p e ro b a s ta n te co m ú n e n to d a s las raíces c u ltu ra le s
q u e c o n v erg e n en n u e stro co n tin en te.
L a “v e rd a d ” , com o coincidência con la realid ad , es algo
q u e se nos p la n te a com o se ria m e n te problem ático, d esd e q u e
la co n tra d icció n re s u lta s e r d ato in v a ria b le de la realid ad
com o c o n sta n te d e v e n ir y a la q u e debe a d m itirse com o tal,
p u e s to q u e la v e rd a d es la re a lid a d m ism a y a ella sólo po d e­
m os ac e rc a m o s en fo rm a m ás o m en o s e líp tic a 35, p o r la n e ­
cesid ad d e a d m itir su co n trad icció n , del m ism o m odo e n que,
desd e el fondo d e la tra d ic ió n filosófica lo p o stu la ro n H erá-
c l i t o 36 y L ao Z i 37, es decir, e n el se n tid o o rig in á rio d e la
C ôhservación de la co n trad icció n y n o en la v e rsió n co m p ati­
b ilizad a con el m odo del s a b e r cartesian o -n ew to n ian o que
q u iso d a rle H egel al p re te n d e r c o n v e rtir a H e rá c lito en in ­
v e n to r de su d ia lé c tic a 3S.

32 E s ca si a lu c in a n te e l d eb a te sob re la s a n a lo g ia s d e las cos-


m o lo g ía s oriental.es y la s de la. fís ic a m od ern a, a u n q u e s e recla m e por
íâ' fa lta d e m a y o r p ro fu n d id a d e n lo® tra b a jo s (así, por ejem p lo ,
U r su la K in g, C o s m o lo g ía e h in d u is m o , en “C o n ciliu m ”, 186, 1983,
pág. 421.
33 V. por ej.: M ieh a el T alb ot, M is tic is m o y f is ic a m o d e r n a , B a r ­
c e lo n a , 1986; F r itjo f C apra, E l T a o d e la fis ic a , M adrid, 1984.
34 C fr. C apra, 0 p o n to d e m u ta ç ã o , cit.
35 Capra, V e r s o u n a n u o v a s a g g e z z a , cit., pág. 66.
36 V . K arl J a sp ers, I g r a n d i f ü o s o fi, M ilano, 1973, pág. 720;
A b b a g n a n o , op. cit., T. I, p. 19; W e m e r Jãger, P a id e ia , M éxico, 1971,
pág. 175; T h eo d o r G om perz, P e n s a d o r e s g r ie g o s , A su n ció n , 1951, I,
pág. 90.
37 L a o Z i [ E l L ib r o d e l T a o ], trad. d e Ju a n Ig n a cio P reciad o,
edic. b ilin g ü e , M adrid, 1983.
38 G. W . F . H eg el, L e c c io n e s s o b r e la h is to r ia d e la filo so fia ,
M éxico, 1977, I, pág. 258.
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 169

b) P a rtic u la riz a n d o en el plano del d iscu rso jurídico-


penal, con “re a lism o ” ta m b ié n q u erem o s sig n ificar la re n u n ­
cia a las “ficciones” y a las “m e tá fo ra s” , ta l com o lo h em o s
senalado. No ad m itim o s que, p a ra s u s te n ta r u n discurso, se
“in v e n te ” lo q u e fa lta o se “tra n s p o rte ” lo que sabem os q u e
no co rresp o n d e a l discurso. Si al d iscu rso le fa lta algo, se rá
p o rq u e n o se a d a p ta a la re a lid a d y, p o r ende, d e b e rá s e r
desechado.
E n este sentido, hem os rech azad o las m e táfo ras contrac-
tu a lis ta y o rg an ic ista, com o ta m b ié n la fam osa “g u e rra d e
tod o s c o n tra to d o s” , p u d ie n d o ag re g a rse o tras, n o m enos ar-
tificiales y peligrosas, com ovei c o n tra c tu a lism o e n tre los dé-
biles de N ie tz s c h e 39 — del q u e n i siq u ie ra p arec e sa lv a rse
F re u d 40— o las ilu sio n es sistêm icas re sp e c to de lo q u e n o son
m á s q u e m u ta b le s coaliciones d e p o d eres parciales.
E n e s te ú ltim o sen tid o , a l re c h a z a r to d a id ea de “siste ­
m a ” e n fo rm a de “a p a ra to p e rfe c ta m e n te m o n tad o e in te li­
g e n te m e n te d irig id o ” , dejam os de lado la s concepciones c o n s-
p i r a t i v a s , del signo q u e sean : u n a clara concepción co n sp ira-
tiv a es la llam ad a “d o c trin a d e la s e g u rid a d n acio n al” , p e ro
ta m b ié n lo son o tra s v ersio n es sim p listas de la “lu c h a d e
clases” y del m arx ism o dogm ático, q u e in te rp re ta h a s ta la s
m ás m ín im a s m a n ifestacio n es de ejercicio de p o d er com o lle-
v ad as a cabo p o r u n a in ten cio n a lid a d su p e rio rm e n te d irig id a
p o r u n a su e rte de “m a cro -co m p u ter” capaz de p la n ifica rlo
todo. E s ta s tesis c o n s p i r a t i v a s tie n e n u n alto co m p o n en te pa-
ran o ico y, p o r ende, d isto rsio n a n te.
U n a ú ltim a a d v e rte n c ia debem os fo rm u la r en c u a n to a l
em pleo d e las “m e tá fo ra s” . Se nos o c u rre ad m isib le el u so
d e la “m e tá fo ra ” como fo rm a de a p ro x im a rse e líp ticam e n te a
u n a re a lid a d siem p re co n tra d ic to ria , p ero e n ese caso el em ­
pleo d e la m e tá fo ra asu m e la fo rm a d e u n con o cim ien to o
sab er p letó rico de m odéstia, de h u m ild a d fre n te a u n a re a li­
dad q u e n o p u ed e a r a n a r de o tra m a n era, lo q u e d ifie re noto-

39 F r ied rich N ietzso h e, Z u r G e n e a lo g ie d e r M o ra l. E in e S tr e it-


s c h r i f t (e n “W e r k e ”, E rla n g en , T. IV , p á g s. 281 y s g ts .).
40 S ig m u n d F reu d , T o te m u n d T a b u ( E in ig e ü b e r e in s tim m u n -
g e n irn S e e le n le b e n d e r W i l d e r u n d d e r N e u r o ti k e r ) e n “K u ltu r th e o -
r e s tis c h e S c h r r ifte n ”, T ü b in g en , p ágs. 287 y s g ts.).
170 En bu sca d e l a s pe n a s p e r d id a s

riam cn te del em pleo artificial de la m e táfo ra p a ra reem p lazar


elem entos fa lta n te s e n u n d iscu rso q u e p re te n d e h a b e r alcan-
zado la “ v e rd a d ”, q u e p ie rd e de v ista el sen tid o explicativo
de la m etáfo ra p a ra to m aria com o p a rte d e la realid ad que
no alcanza y q u e in m ed iatam e n te deduce consecuencias prác-
ticas con u n a seg u rid ad de resp u esta q u e es la p ro p ia del saber
d e la civilización in d u strial, fortalecido e n el m om ento d e la
revolución te cn o -in d u stria l de n u estrõ s dias.
2. iQ u é es Io m a rg in al? L a ex p resió n “m a rg in a l” ta m ­
b ié n la em pleam os com o sin té tic a de v a ria s n o ta s que desea-
m os d e sta c a r en la base de n u e s tra te n ta tiv a d e resp u esta.
a ) Lo m a r g i n a l d en o ta en p rim e r lu g a r que estam os ubi-
cados en la p erife ria del p o d er p la n etario , en cuyo v é rtic e se
e n c u e n tra n los llam ados “p aíses c e n tra le s” ; en este sentido,
“ m a rg in a l” eq ü iv ale a “p erifé rico ” , p ero p referim o s em plear
ese a d je tiv o p o r s e r m ás expresivo.
b) P o r la m ism a razón, con “m a rg in a l” estam os senalan-
d o la necesidad d e a d o p ta r u n a p ersp ectiv a d e n u e stro s hechos
d e p o d er en el m arco d e la r e l a c i ó n d e d e p e n d e n c i a con el
p o d er c e n tra l, sin p re te n d e r id entificarlos con los procesos
o rig in ário s de ese poder, pese a alg u n as analogias que, su p e r­
ficialm en te con sid erad as, su elen llev ar a u n a e rrô n e a identi-
ficación.
c) L o “m a rg in a l” ta m b ié n sen ala aq u i a la g ra n m ayoría
d e la población latin o am erica n a m a rg in ad a del poder, pero
o bjeto d e la violência del sistem a penal.
Como y a lo senalam os, la m arg in alid ad d e las g ran d es
m a y o ría s latin o am erica n as no p u ed e co n fu n d irse con los
g ra n d e s fenôm enos c e n tra le s del siglo X IX , en q u e los cam-
pesinos q u e se co n c e n tra b a n en las ciu d ad es eu ro p eas cum-
p lía n la fu n ció n d e “ejército d e re s e rv a ” resp ecto d e las capas
sociales m ás e n tre n a d a s p a ra la producción in d u strial, m ien-
tra s con la p lu sv alía ex ce d çn te se acu m u lab a m ás cap ital
p ro d u ctiv o q u e iba p erm itien d o la incorporación d e las capas
m enos p ro d u ctiv as al sistem a de producción.
E s ta descrip ció n n o co rresp o n d e p a ra n ad a a n u e s tro fe ­
n ô m en o p eriférico actu al, en el cu al se h a d eten id o la inver-
sió n p ro d u ctiv a y, p o r consiguiente, la clase —secto r o seg ­
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 171

m en to — o b re ro -in d u stria l tie n d e a red u cirse , los sind icatos


p ie rd e n re p re s e n ta tiv id a d com o re s u lta d o de la red u cció n de
los sectores q u e re p re se n ta n , y la llam ad a “in fo rm a lid a d ” ,
com o fo rm a d e su p erv iv en c ia, tie n d e a g en e ra liz a rse y se re ­
a firm a u n n e to p re d o m ín io de la e c o n o m i a “s u b te rrâ n e a ”, al
p u n to d e h a c e r p a rc ia lm e n te in calcu lab le el p a n o ra m a eco­
nôm ico c o n tin e n ta l si sólo se lo red u ce a los d ato s econôm i­
cos oficiales 41.
E s ta m a rg in ació n u rb a n a c re c ie n te e in c o n ten ib le no es
lo q u e el m a rx ism o tra d ic io n a l llam a “clase o b re ra ” n i es u n
“s u b p ro le ta ria d o ” de c u ltu ra cam p esin a, sin o u n a clase m ar-
g in a d a de c u ltu ra in d u stria l, que g e n e ra su s p ro p ias relacio ­
nes de su p e rv iv e n c ia 42, p rescin d ien d o d e las p a u ta s estatales.
E s a b su rd o re d u c ir este fenôm eno a e sq u em a s q u e le son
to ta lm e n te e x tra n o s 43, com o lo h ac e n q u ien es fo rm u la n aná-
lisis m a rx is ta s sim p listas, q u ie n e s re iv in d ic a n el neo-spence-
rian ism o y, m enos aú n , q u ie n es p re te n d e n to m a rlo com o prue-
ba re iv in d ic a to ria d e la “econom ia lib re d e m e rc a d o ” 44.
d) P o r ú ltim o, “m a rg in a l” no sólo sen ala p a ra no so tro s
la com pleja co n cep tu ació n del secto r u rb a n o m ás golpeado po r
los alb o res del tecno-colonialism o, sin o q u e ta m b ié n in d ica
u n a situ a c ió n g en era liza d a en el p la n o c u ltu ra l y a la q u e nos
referim o s a c o n tin u ació n : el colonialism o, el neo-colonialism o
y el tecno-colonialism o en c iem es, h a n ido d an d o lu g a r a u n a
co n fig u ració n d e to d a la población latin o arfterican a q u e se h a
g estad o b ajo el signo de la “m a rg in a c ió n ” .
3. L a o rig in a lid a d m a r g in a l-s in c ré tic a de A m é ric a L a ti­
n a . E n el ú ltim o sen tid o q u e sin te tiz am o s, en la exp resió n
“m a rg in a l” se e n c ie rra u n a n o ta de o rig in alid ad q u e sólo es
co m p ren sib le en clav e h istó rica.

Cabe im a g in a r la im p o rta n cia q u e h a a d q u irid o la eco n o m ia


su b terrâ n ea en n u e str o m a rg en , si s e p ie n sa q u e a lg u n o s p a ís e s re-
c o n o c e n co m o p rim er ru b ro d e e x p o r ta c ió n la cocaín a.
42 V er L a risa A d ler d e L o m n itz, C ó m o s o b r e v i v e u lo s m a r g i-
n a d o s , M éxico, 1980.
43 Cfr. J a n ic e E. F erlm a n , O m ito d a m a r g in a lid a d e . F a v e la s e
p o litic a n o R io d e J a n e ir o , R io de J a n eiro , 1977.
í4 E sta ú ltim a in te r p reta ció n es la d e H ern a n d o d e Soto. E l o tro
s e n d e r o . L a r e v o lu c ió n in fo r m a l, B o g o tá , 1987.
172 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

L a g estac ió n d e la co n fig u ració n h u m a n a de A m érica


L a tin a e n los q u in ie n to s a n o s q u ç llev a d e d ep en d en cia, p u e­
d e d escrib irse com o u n in m en so proceso d e m arg in ació n . L a
colonización ibérica provoco la g ra n m a rg in ació n d e los indios
y g en eró el m estizaje, p e ro los propios colonizadores e ra n
m a rg in ad o s 45. E sp a n a , q u e acab ab a su g u e rra c o n tra los á ra ­
bes, en v ió a sus re c ié n reco n q u istad o s m erid io n ales, q u e en
b u e n a m edida e ra n p ro d u cto d e la c u ltu ra m u su lm an a. P o r­
tu g a l, que carecia de su fic ie n te p oblación p a ra la em presa,
recogió a c u a n to eu ro p eo se o frecía y, d e e ste m odo, lleg aro n
n u m e ro sísim o s judios, alg u n o s d e los cuales p a sa ro n a L im a 46.
E l trá fic o esclav ista en in m en sa escala tra jo a n u e s tro m a rg e n
la c u ltu ra a fric a n a 47.
B ajo la d ep en d en cia del neo-colonialism o in d u stria l, los
p ro g ra m a s de tra n s p o rte de población — p a rtic u la rm e n te p a ra
el “cono s u r ”— tra je ro n población ex ce d en te d e cam pesinos
europeos q u e se c o n c e n tra b a n u rb a n a m e n te y no p o d ía n ser
sa tisfa c to ria m e n te in c o rp o ra d o s a la p ro d u cció n in d u stria l
eu ro p ea, co n v irtién d o se en “población p elig ro sa” d e los p a í­
ses d el s u r d e E u ro p a 48.
L os chinos h a b ía n sido ven d id o s com o esclavos e n el
P acífico — en P e r ú esp ecialm en te— cu an d o y a los ingleses
p a tru lla b a n los m a re s 49, co n v ertid o s en cam peones de la lu ch a
c o n tra el trá fic o n eg rero , q u e a n te s h a b ía sido u n o de su s c o ­
m ércios fav o rito s y m ás re n ta b le s. N u ev as oleadas m ig ra tó ­
ria s tu v ie ro n lu g a r con m o tiv o de la S eg u n d a G u erra M undial

45 H a sta ta l p u n to es e llo c ie r to q u e n o fa lta n a u to res la tin o ­


a m e r ic a n o s q u e acudiiendü a l b id lo g ism o re d u c c io n ista p re te n d e n q ue
la a c tu a l v io lê n c ia e n la r e g ió n e s p rod u cto d e la e le v a d a p sico p a tía
q u e e x is tia e n tr e lo s m a rg in a d o s co lo n iza d o res (así, F ra n c isc o J.
H errera L u q u e, L o s v ia je r o s d e í n d i a s . E n s a y o d e in te r p r e ta c ió n d e
la s o c io lo g ia v e n e z o la n a , C aracas, 1961).
40 A n to n io D orn ín gu ez O rtiz, L o s ju d e o c o n v e r s o s e n E s p a n a y
A m é r ic a , M adrid, 1971.
n V. (a u to r e s v a r io s ), I n tr o d u c c ió n a la c u ltu r a a fr ic a n a e n
A m é r ic a L a tin a , U N E SC O , P a ris, 1979; (a u to res v a r io s ), L a tr a ta n e -
g r e r a d e l s ig lo X V a l X I X , Serb al-U N E S C O , B arcelon a, 1981; M oreno
F r a g in a ls (Comp.) A f r ic a e n A m é r ic a L a tin a , M éxico, 1977.
48 P o r ej., F er n a n d o D e v o to - G ian fran co R oeoli, L a in m ig r a c ió n
i ta lia n a e n la A r g e n tin a , B u e n o s A ires, 1985.
49 W . S tew a rt, L a s e r v i d u m b r e c h in a e n e l P e r ú , L im a, 1976.
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 173

y de las persecuciones d e m in o rias europeas, com o ta m b ién


a cau sa de la llam ad a “G u erra C ivil E sp a n o la ” y su s secuelas.
E n rig o r, no h a h ab id o g ru p o étn ico -cu ltu ral e n el p la ­
n e ta que, p erseg u id o o m a rg in ad o , no h a y a te n id o u n des-
p re n d im ie n to m ás o m enos sig n ificativ o q u e se su m ase a la
m a rg in a c ió n o rig in a ria colonial, c u rio sam en te p ro tag o n izad a
ta m b ié n p o r los m a rg in ad o s d e la p rim e ra m e tró p o li colonial.
E n E u ro p a h u b o d is tin ta s v aloraciones acerca d e n u e stro
m a rg e n , cu y o d e sc u b rim ie n to euro p eo g en eró u n a v e rd a d e ra
e u fo ria id e a liz a n te a l com ienzo, p e ro que, con el a v an c e d e la
civilización in d u s tria l y la consolidación del neo-colonialism o,
fu e d an d o p aso a u n a v e rsió n “c ien tífica” d e in ferio rid ad , in ­
cluso con raíces geológicas y zoológicas, fácilm en te tra s la d a ­
d as a lo h u m a n o 50.
E s ta v e rsió n desem boco e n el racism o neo-colonialista del
p a ra d ig m a lom brosiano, d eriv ad o del sp en cerian ism o , como
ideologia d e las p o tên cias neo-colonialistas del n o rte y cen tro
d e E u ro p a, q u e en el siglo X V III y X IX desp lazaro n a las
ib éricas, incap aces d e in d u stria liz a rse . L a in ferio rid ad de
n u e s tro m a rg e n la sin te tiz o c la ra m e n te H egel en v e rsió n g er­
m a n a del etn o cen trism o colonialista, cu an d o en su in te rp re -
ta ció n d e la h isto ria, fu e d e jan d o de lado, a m ed id a q u e as-
cien d e el G e is t, a to d a s las c u ltu ra s co n v erg en tes en n u e stro
m a rg e n S1.
P u e d e a firm a rse q u e la civilización in d u s tria l fu e avan-
zando d e p re d a to ria m e n te so b re el p la n e ta con in c re íb le vio­
lên cia y q u e la p rá c tic a d e esa v iolência m a rg in ó b ru ta lm e n te
a los indios, a los negros, a los m u su lm an es, a los o rientales,
a los judios, a o tra s m in o rias, a sus p ro p ia s c u ltu ra s cam pe-
sin as cen trales, sien d o n u e stro m a rg e n la tin o am erica n o u n
fenôm eno q u e p la n e ta ria m e n te no tie n e sim ilitu d , p o rq u e
todos esos m a rg in ad o s h em o s v en id o a c o n c e n tra m o s en u n
te rrito rio m u y extenso, p ro tag o n izan d o u n proceso in teractiv o
q u e y a a b a rc a a cu atro cien to s m illones d e p erso n as (sin

só E s s u m a m e n te ilu s tr a tiv o é l d e ta lla d ísim o y d o cu m en ta d o


tra b a jo die A n to n e llo G erbi, L a d is p u t a d e l N u e v o M u n d o . H is to r ia
d e u n a p o lê m ic a , 1750-1900, M éxico, 1962.
51 G eorg W ilh e lm F r ie d r ic h H eg el, L e c c io n e s s o b r e la filo s o fia
d e la h is to r ia u n iv e r s a l, M adrid. 1980.
174 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

c o n ta r con la p a rte del fenôm eno q u e tie n e lu g a r d e n tro de


los E sta d o s U nidos) y, e n condiciones q u e h ace n q u e casi
todos nos co m u n iq u em o s e n u n a m ism a le n g u a o e n v aria b les
lim ita d a s y co m p ren sib les e n tre sí del m ism o tro n co lin ­
g ü ístico .
E n estos cinco siglos, pese a la m a g n itu d de los g enocí­
dios y etnocidios, estas m a n ifestacio n es p e rd u ra n y c o n tin ú a n
in teraccio n an d o e n fo rm a s i n c r é t i c a 52, de m odo que, en
L atin o am érica , este sen tid o de “m a rg in a lid a d ” im plica nece-
sa ria m e n te “sin c re tism o ” en fo rm a ta l q u e casi p u ed e afir-
m a rs e q u e d esd e esta óp tica, A m érica L a tin a e s , e n s u s t a n c i a ,
u n f o r m i d a b l e p r o c e s o d e i n t e r a c c i ó n d e la m a r g i n a c i ó n p l a ­
n e ta r ia , s ig n a d o p o r el s in c r e tis m o .
L a civilización m e rc an til, al s u b d e sa rro lla r a L a tin o a m é ­
rica y a A frica p a ra p ro d u c ir la rev o lu ció n in d u stria l (p u e sto
q u e sin los m edios d e pago y la m a té ria p rim a a m e ric a n a y
a fric a n a no la h u b ie se podido h a c e r 53, h a o rig in ad o e n su
tra s tie n d a u n proceso o rig in alísim o de sin cretism o c u ltu ra l
que, eco n o m icam en te e stra n g u la d o , e stá p ro d u cien d o p a u ta s
p ro p ias d e su b sistê n c ia m e d ia n te la sin cretiza ció n en cu rso
de todos los a p o rte s de su s raíces.
M ien tras la civilización in d u stria l, h o y se v a d ilu y en d o
com o civilización a c au sa d e u n a d esco n tro lad a in é rc ia te c n o ­
lógica in cap az d e p ro g ra m a r ra c io n a lm e n te y de p ro p o rcio n a r
u n a im ag en cósm ica y an tropológica, p a re c ie ra q u e n u e s tro
m a rg e n se e s tá c o n v irtie n d o e n rece p tácu lo y p ro ta g o n ista de
las h isto ria s q u e ella in te rru m p ió con s in g u la r violência,
cu an d o se proclam o d u e n a de la h isto ria.

52 Sobre la su p e r v iv e n c ia cu ltu ra l, p ese a lo s su c e siv o s g e n o ­


cíd ios. la litera tu ra e s in m en sa . N o o b sta n te, b a sta co m o e jem p lo la
m e n c ió n d e los tra b a jo s de: M ario O hiappe, M o isés L em lij y L u is
M ilion es, A lu c in ó g e n o s y C h a m a n is m o e n e l P e r ú C o n te m p o r â n e o .
L im a, 1985; A lv a ro E stra d a , V id a d e M a r ia S a b in a , la m a g a d e lo s
h o n g o s. M éxico, 1977; R. G ordon W a sso n , E l h o n g o m a r a v illo s o : T e o -
n a n á c a tl. M \c o la tr ía e n M e s o a m é r ic a , M éxico, 1983; M anuel M. Mar-
zal, E l s in c r e tis m o ib e r o a m e r ic a n o . U n e s tú d io c o m p a r a tiv o s o b r e In.s
Q u e c h u a s ( C u s c o ) , lo s M a y a s ( C h ia p a s ) y lo s A f r ic a n o s ( B a h ia ) , L im a
1985; D o u g la s S h a ro n , E l C h a m á n d e lo s C u a tr o V ie n to s , M éxico,
1980; etc.
53 W a lter R o d n ey , D e c ó m o E u r o p a s u b d e s a r r o llô a A fr ic a . M é­
xico, 1982.
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 175

A n te e sta in c u estio n ab le n o ta d e sin c re tism o de n u e s tro


m a rg e n , c u a lq u ie r te n ta tiv a d e a p ro x im ació n a la re a lid a d de
s u s fenôm enos n o p u e d e e lu d ir u n p a ra le lo sin cretism o te ó ri­
co, p o rq u e n a d a social y q u e co m p ro m eta a n u e s tra s m a y o rías
p o p u la re s d eja d e s e r sincrético. N ada p u ed e co m p re n d erse
acerca d e n u e s tro m a rg e n si n o se lo a su m e y, p o r en d e, si no
se a su m e n u e s tra m a rg in a c ió n d e la h is to ria e tn o c e n trista de
la civilización in d u stria l.
4. L os peligros d èl “v értig o ” : la an trop ologia filosófica
y lo s D erech os H u m an os. C u an d o se tr a ta de g e n e ra r u n sa b e r
q u e se e n c u e n tra fu e ra o c o n tra el “ sab e r-p o d e r” d e las a g e n ­
cias c o n ec tad as a u n a re d d e p o d er p la n etario , se c o rre el
riesg o c ie rto d e c a e r e n u n “ v értig o ” , q u e es p ro d u c to d e
“p e n s a r a la in te m p e rie ” 54, esto es, d e g e n e ra r u n sa b e r no
consagrado, d escalificado p o r el p o d er d e las agencias, u n
“ sab er-co n tra -p o d er” rech a zad o y m a rg in a l, u n d e r g r o u n d , ja-
q u ead o d esd e las g ra n d e s u s in a s re p ro d u c to ra s d e las ideolo­
g ias d e los sistem as v e rtic a liz a n te s d e la sociedad.
A l “p e n s a r a la in te m p e rie ” s e tie n e la sen sació n d e q u e
f a lta n p u n to s d e apoyo a los q u e a s irs e p a ra m a n te n e r c ierto
e q u ilib rio tra n q u iliz a n te . E l “p e n s a r a la in te m p e rie ” es u n a
a c titu d fjue sólo se a d m ite si ese p e n s a r to le ra la tra n s ito rie -
d ad y el p e rm a n e n te d e v e n ir d e to d o y d esd e ese d e v e n ir se
lo acep ta, en fo rm a “h o lístic a ” , com o p e n sa m ie n to q u e p e rm ite
a c c e d e r a u n cono cim ien to sie m p re p rovisional.
D e c u a lq u ie r m a n e ra , esta a c titu d , q u e e n n u e s tro m a rg e n
im plica a s u m ir lo q u e se p re s e n ta com o u n sab er d esd e lo
“ sucio y d eso rd en ad o ” d e n u e s tra s m ay o rías, q u e se o p o n e a
lo “ lim pio y o rd en ad o ” d e las m in o ria s d e la c u ltu ra u r b a n a 55,
re p re s e n ta tiv a s del sa b e r d e la s ag en cias del sistem a, e n que
la v erticalizació n se m u e stra com o lo in d icad o p a ra “o rd e n a r
y lim p ia r” , en ta n to q u e la h o rizo n talizació n d e las relacio n es
sociales “d e so rd e n a y e n su c ia ” , re s u lta difícil m a n te n e rs e en
e q u ilib rio d e n tro d e ella.
L a civilización in d u s tria l — y m á s a ú n la a c tu a l tecno-
civilización— se p re s e n ta n con u n a estética d e arm o n ía cro­

54 L a e x p r e sió n e s tá to m ad a d e B u b er, op. c it.


55 R od olfo K u sch , A m é r ic a p r o f u n d a , B s. A s., 1986.
176 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

m á tica u rb a n a , e n fre n ta d a a la d esarm o n ia de sus m a rg in a ­


dos, que son m ás o m enos feos y sucios, casi com o el estere o ­
tip o del c rim in a l atáv ico lom brosiano. N u estro m a rg e n m ism o
es p in ta d o com o atáv ico — conform e a la tra d ic ió n d e l p a ra ­
d ig m a lo m b ro sian o o neo-colonialista ra c ista — y d e ese m odo
se estig m atiza c u a lq u ie r “p e n s a r a la in te m p e rie ” en el m a r­
g en, sien d o los m ism os in telec tu ales del m a rg e n los p rim ero s
en d en u n ciarlo , com o m odo d e n o c o n ta m in a rse y se g u ir ob-
te n ie n d o la ap ro b ació n d e los co n tro les de calid ad de las
ag en cias cen trales. P o r ello que, la difícil situ a ció n q u e g en era
este “p e n s a r a la in te m p e rie ” m arg in al, con frecu en cia pro-
d u ce u n “v é rtig o ” q u e p u ed e lle v a r a los au to re s d e esfuerzos
d e esta n a tu ra le z a a asirse a posiciones co m p leta m en te a n ta ­
gônicas y n eg ad o ra s d e la s p ro p ias b ases d e su p en sam ien to
m á s p roductivo.
Si el “p e n s a r a la in te m p e rie ” en el cen tro h a g en erad o
fenôm enos de esta n a tu ra le z a — piénsese, p o r ejem plo, e n el
p rim e r im pulso de en tu sia sm o p o r el fascism o de B erd iaev y
en el m u ch o m ás d ra m á tic o nazism o d e H e id e g g e r56— , es
d e im a g in a r c u a n to m a y o r es el riesg o e n el m a rg e n , pudién-
dose re co rd ar, com o ejem p lo d em o strativ o , la involución ideo­
lógica d e V asconcelos.
C reem os q u e la ú n ic a g a ra n tia d e q u e no se p ie rd a en el
v é rtig o u n p en sa m ie n to re a lis ta m a rg in a l es q u e se asien te
firm e m e n te en la p rio rizació n de la p erso n a y, com o d a to
óntico e lem en tal d e ésta, en la v id a h u m a n a (p o r ende, en
el p rio ritá rio d isv alo r d e la d estru cc ió n de la v id a h u m a n a ).
L a b ase an tro p o ló g ica de este sa b e r es in d isp en sab le p ara
e lu d ir el p elig ro del v értig o , razó n p o r la cual, a e ste respecto,
no podem os a c e p ta r el desp lazam ien to d e la an tro p o lo g ia fu n ­
d a m e n ta l q u e tie n e lu g a r en F o u c a u lt, q u ie n p arec e re d u c ir
a l h o m b re m ism o, com o su jeto cognoscente, a u n a creación
del poder.
De c u a lq u ie r m odo, esta base fu n d a m e n ta l (e sta a n tro ­
pologia e le m e n ta lísim a ) seria u n a p rim e ra p la tafo rm a o asi-

56 R e c ie n te m e n te h a p ro v o ca d o u n in u sita d o r e v u e lo — no del
to d o ju stific a d o — en la in te le c tu a ü d a d eu rop ea el libro de V íctor
F a ria s, H e id e g g e r e ü n a z is m o , T orin o, 1988.
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 177

d e ro filosófico desde el cu al la n z a rse a p e n sa r a la “in te m p e ­


r ie ” y del cu al to m a rs e en los m o m en to s d e te m p e sta d suscep-
tib le s d e g e n e ra r v értig o , p e ro q u e h a lla h oy u n a r e a f i r m a c i ó n
p o s itiv iz a d a e n lo s in s tr u m e n to s in te r n a c io n a le s d e D e r e c h o s
H u m a n o s , c o m o a n h e l o d e la c o m u n i d a d i n t e r n a c i o n a l .

5. E l re a lis m o m a r g in a l e n c rim in o lo g ía y e n d e re c h o
p e n a l. E l realism o m a rg in a l desde el q u e p re te n d e m o s ensa-
y a r u n a re sp u e sta , p u e d e a b a rc a r ta n to la d im en sió n crim i-
nológica, com o la p o lítico-crim inal o la ju ríd ico -p en al.
E n lo c r i m i n o l ó g i c o nos p e rm itiria ac e rc a m o s a los m e­
can ism o s y efectos de la re a lid a d o p e ra tiv a de n u e stro s siste ­
m a s pen ales con u n a c la ra y confesa in te n c io n a ü d a d , que
se ria la d e b u sc a r el sa b e r n ecesario p a ra d ism in u ir sus n i­
v eles de v io lên cia e n fo rm a in m e d ia ta y p a ra su p rim irlo s en
fo rm a m e d ia ta o com o objetivo o e s tra te g ia “u tó p ic a ” (e n el
sen tid o p o sitiv o de lo “no realizad o ” y n o en el n eg ativ o de
lo “n o re a liz a b le ” ).
N o c r e e m o s e n la s e p a r a c i ó n d e la c r i m i n o l o g í a y la p o l í ­
tic a c r im in a l, p o r q u e to d o s a b e r c r im in o ló g ic o e s tá p r e v ia ­
m e n t e d e l i m i t a d o p o r u n a i n t e n c i o n a l i d a d p o l í t i c a ( o “p o lític o -
c r i m i n a l ” s i s e p r e f i e r e ) . L a crim inología n o es, a n u e stro
juicio, “u n a ” ciência, sin o el sab er — p ro v e n ie n te d e m ú ltip les
ra m a s— n ece sa rio p a ra in s tru m e n ta r u n a decisió n política,
cu al es la de sa lv a r v id a s h u m a n a s y d is m in u ir la violência
política en n u e s tro m a rg e n y, a lg ú n dia, lleg ar a la su p resió n
d e .los sistem as p en ales y a su reem p lazo p o r fo rm as efectivas
d e solución de los conflictos, si es q u e n e c e sita n s e r resu elto s,
p u e sto q u e n o to dos los conflictos n e c e sita n reso lv erse n i
ex iste sociedad q u e te n g a cap a cid ad p a ra reso lv er los to d o s 57.
L a d i m e n s i ó n j u r í d i c o - p e n a l d e l r e a l i s m o m a r g i n a l p a re ­
ce s e r m ás com plicada, p o rq u e el d iscu rso ju ríd ic o -p e n a l qu ed a
desleg itim ad o con la d esleg itim ació n del- sistem a p en al m ism o.
Sin em bargo, esto n o im p id e la c o n stru cc ió n de u n n u ev o d is­
cu rso juríd ico -p en al, q u e a ce p te la d esleg itim ació n del ejerci­
cio d e p o d er del sistem a p e n a l y q u e se lim ite a p a u ta r las
decisiones d e la s ag en cias ju d iciales con el m ism o objetivo
político d e re d u c ir la violência, to m an d o e n c u e n ta la infor-

57 Cfr. M a th iesen , op. cit.


178 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

m ació n crim in o ló g ica ace rc a d e la o p e ra tiv id a d re a l de los


sistem as penales. E l p u n to d e p a rtid a p a ra la n u e v a co n stru o -
ció n seria p ro p o rcio n a d o p o r la s e s tru c tu ra s lógico-reales, q u e
p e rm ite n tra s c e n d e r los lim ites d e la aplicació n q u e d e ellas
h ic ie ra W elzel y d e sc u b rir u n c o n c e p t o ó n t i c o d e p e n a .
E n los dos cap ítu lo s sig u ie n tes nos o cu p arem o s de esta
p a rte del p ro g ra m a q u e traz am o s en e s te ensayo, sien d o n u e s ­
tro p ro p ó sito a q u i lim ita m o s a a d e la n ta r b re v e m e n te q u e el
realism o m a rg in a l q u e p ro p o n em o s p re te n d e b r in d a r u n a apro-
x im ació n a la re a lid a d o b je tiv a d el siste m a p e n a l que, a tra v é s
d e las e s tru c tu ra s lógico-reales, p u ed a s e rv ir ta m b ié n d e base
a u n n u ev o d iscu rso ju ríd ic o -p e n a l q u e p a u te las decisiones
d e las a g en c ias ju d ic ia le s cotno p a rte d e u n a tá c tic a o rie n ta d a
h acia la m ism a e stra te g ia q u e d e lim ita el cam p o del sab er
crim inológico.
E n este sentido, e l r e a l i s m o m a r g i n a l , e n l u g a r d e e l i m i ­
n a r la e t i z a c i ó n d e l d e r e c h o , e t i z a r í a p o r i g u a l a la c r i m i n o l o ­
g ía y a l d e r e c h o p e n a l, e n b a s e a u n a d e c is ió n é tic o -p o lític a
p r i o r i z a d o r a d e la v i d a h u m a n a c o m o v a l o r y d e la m u e r t e
c o m o d is v a lo r .

6. ^ P o d ría e x te n d e rs e e l a n á lis is r e a lis ta m a r g in a l a los


p la n te o s c e n tr a le s ? C on el realism o m a rg in al, tra ta m o s d e
a p ro x im a m o s a u n a re a lid a d de p o d er y e x tra e r las reg ias
p a ra d ism in u ir su vio lên cia y, p o r su p u esto , n o podem os m e­
nos que h a c e rlo te n ie n d o en c u e n ta el m arco social e n que
tie n e lu g a r esa realid ad .
Sin em bargo, no podem os d e ja r de o b se rv a r que, si b ien
los sistem as p en ales c u m p len fu nciones p a rc ia lm e n te d ife re n ­
te s en el c e n tro y en la p e rife ria , h a y asp ecto s q u e son e s tru c ­
tu ra le s a am b as form as d e ejercicio del p o d er (la selectiv id ad ,
la c o m p a rtim en taliza ció n d e las agencias, la crim inalización,
los estereo tip o s, etc .), a u n q u e en su s m od alid ad es o p e ra tiv a s
c o n c re ta s d ifieren (m u c h a m a y o r vio lên cia o p e ra tiv a en el
m a rg e n ), com o lógico resu ltad o , reiteram o s, d e q u e u n con­
tro l social o rie n ta d o o la c o n t e n c i ó n d e g r u p o s e x t r a n j e r o s y
a l c o n d i c i o n a m i e n t o p a r a e l c o n s u m o d e lo q u e no es n ecesa ­
r i o p a r a v i v i r , in e v ita b le m e n te deb e o p e ra r d e u n m odo d ife­
re n te al d e u n co n tro l social o rie n ta d o a la c o n t e n c i ó n d e
q u i e n e s q u i e r e n rio n s u m i r lo q u e n e c e s i t a n p a ra v iv ir .
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 179

P e ro ad em ás de estos cara cteres e stru c tu ra le s com unes


y de las n ecesarias d iferen cias op erativ as, no es posible olvi­
d a r que am bos son m an ifestaciones de u n m ism o alineam ien-
to de ag en cias q u e se tra d u c e en u n único ejercicio de poder
p la n etario , es decir, q u e am bos son p a rte de u n a “red de
p o d eres” que so stien en u n a in ju sticia social transnacionali-
zada en función de la división in tern acio n al del trab ajo , que
p a ra n a d a tien e en c u en ta la d i m e n s i ó n é t ic a d e la in t e r d e -
p e n d e n c i a d e lo s p u e b l o s y que se a c e n tú a en p erjuicio del
“s u r su b d esarro lla d o ” 58. E n d efinitiva, pues, el “n o rte ” p a r­
tic ip a d e la m ism a red de p o d er que el “s u r ” , sólo que el
p rim e ro ocupa el cen tro y el seg u n d o el m argen.
L as te o rias ce n tra le s referid as al sistem a penal y sus
co nstrucciones ju ríd icas, desde esta p erspectiva, ta m b ién son
“p ro v in cian as” , de m odo que u n a visión del m ism o com plejo
de poderes desde u n a ó ptica d ife re n te (m a rg in a l), creem os
q u e puede e n riq u e c e r su pro p io conocim iento acerca de u n
hecho de p o d er q u e casi siem p re h a n observado desde u n a
“ú n ic a c a ra de la lu n a ”. No nos cabe d u d a q u e u n a p ersp ec­
tiv a m a rg in a l e sta ria en condiciones de su m a r u n a n u ev a
visión a n g u la r que p e rm ita acercarse m ás al h ech o de poder
a niv el p lan etario .
E s m u y posible q u e esta explicación g u a rd e cierta simi-
litu d con la leyenda b u d ista de los ciegos a los q u e se les pre-
g u n ta b a qué e ra u n elefan te y cada u n o de ellos respondia
según la p a rte del p aq u id erm e que to c a b a 59. Un realism o
m a rg in a l no im plica u n aislam ien to teórico, sino u n a nu ev a
p ersp ectiv a te ó rica en say ad a desde o tr o p u n t o d e l p o d e r , u n a
c r í t i c a y u n a r e s p u e s t a desde o tr o m o m e n t o d e l p o d e r , tenien-
do siem p re p re se n te que la red de p o d er es la m ism a.
E n síntesis, un realism o m arg in al puede:

E s t o s so n h o y e o n c e p t o s a c e r c a d e los c u a le s n o h a y m a y o r
d isc u sió n e n c a si to d o s lo s cam p os, in c lu so en e l eclesiá stico . V. por
ejem p lo, S o U ic itu d o r e i so c ia lis , C o rta E n c íc lic a d e l S u m o P o n tífic e
J u a n P a b lo I I a l c u m p lir s e e l v ig é s im o a n iv e r s a r io d e la P o p u lo r u m
P r o g r e s s io , Bs. A s., 1988.
59 V. U d a n a . L a P a la b r a d e B u d a , trad. de C arm en D ragon etti,
B arcelon a, 1982.
180 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

a) re v e lar m ás n itid am e n te los caracte re s e s tructurale s


de todo s is te m a pe nal, dado que e n nue s tro m arg e n s on m ás
e v ide nte s , e n raz ón de s u m ay o r n iv e l de v io lê n c ia;
b ) m o s trar m ás c laram e nte córno ope ra la re d de pode r
p lan e tario al s e nalar las p artic ularid ad e s de s u e je rcic io de
pode r e n e l margem.

VH. POSIBILIDAD D E RESPUESTA POLITICO-CRIMINAL


D E SD E EL REALISMO MARGINAL

1. T ácticas y estrategia. Tal co mo la entend em o s, la c ri­


m ino lo g ía llev a ínsito s o bjetiv o s p o lítico -crim inales. N o o bs­
tante, no podemo s ig no rar que la realiz ació n d e lo s m ism o s
de pe nde de la de c is ión m uc ho m ás am p lia de p ro tag o n iz ar
u n a ac e le rac ión h is tóric a y no una nuev a actualiz ació n que
no s so m eta al tecno -co lo nialism o , co m o u na nuev a etap a d e
d ep end encia geno cid a (seria la tercera en cinco sig lo s).
Po r so bre las d esarm o nias y m al entend id o s q ue p ued an
d em o rar esa em p resa, las circu nstancias p o líticas no s impul-
san hacia ese cam ino d e p o lítica g eneral en la regió n. M ar­
chand o de co nfo rm id ad co n un p ro g ram a p o lítico m ás am p lio,
u na crim ino lo g ía enm arcad a en el realism o m arg inal p erm iti­
ria senalar sucesiv o s o bjetiv o s estratég ico s, tend ientes a re-
d ucir el ejercicio de p o d er del sistem a p enal y a reernp lazarlo
p o r fo rm as efectiv as de so lució n de co nflicto s.
Sin duda, el o bjetiv o m ás inm ed iato d ebe ser la red uc­
ció n d el núm ero de m uertes y la g eneració n d e esp acio s de
libertad so cial que p erm itan la reco nstrucció n d e v ínculo s
co m unitário s p ese a la co ncentració n urbana. A m bo s o bjetiv o s
están intim am ente v inculad o s, p ues si no se lo gra d escend er
el niv el de v io lência del sistem a p enal (neutraliz and o d e este
mo do la acció n del p rincip al instrum ento d e d iso lució n co-
m u nitaria) no p ued e reco nstruir se la co munidad .
Las tácticas p ara lo g rarlo so n relativ am ente sencillas, a
co nd ició n d e que las ag encias p o líticas no p ierd an el rumbo .
En p rim er lug ar, es necesario intro d ucir u n dis curs o dife re nte
y no v io le nto en las usinas rep ro d ucto ras d e la id eo lo gia del
sistem a p enal (en las univ ersid ad es y centro s d e niv el ter-
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 181

ciario ). Po r o tra p arte, cabe tener en cuenta que es clav e la


n e u traliz ac ión de l aparato de pro pag anda v io le nta de l s is te m a
p e nal, o sea, la in tro d u c c ión de m e ns aje s dife re nte s e n los
m e dios m as iv os . Esto se pued e o btener m ed iante la p ro d uc­
ció n lo cal de m aterial p ara co m unicació n de entretenim iento s
co n requerim iento s de ro les meno s vio lento s, no p sicó tico s ni
p aternalistas, p ara lo s o p erad o res d e los sistem as p enales,
pudiendo p ro teg erse este m aterial co mo se lo hace co n cu al­
quier o tro p ro d ucto d e la ind ustria nacio nal (créd ito s, prohi-
bició n d e em itir más d e cierto p o rcentaje de series im p or­
tad as, etc .).
En segund o lugar, las no ticias p ued en ser so metid as a
u n co ntro l técnico , que ev ite su d ifusió n telev isad a en fo rm a
que pro vo que o im p lique m eta-m ensajes rep ro d ucto res o ins­
tig ad o res p úblico s d e v io lência, d e d elito , d e uso d e arm as, de
co nd uctas suicid as o d e co nsumo d e tó xico s.
No no s cabe d ud a d e que este co ntro l técnico seria ata­
cad o co m o lesiv o d e la libertad d e exp resió n. Sin embargo , la
libertad d e exp resió n co nsiste en la lib re circu lació n d e las
id eas y am p lio d erecho a la info rm ació n, p ero las id eas pue-
d en circu lar libérrim am ente sin que eso sea inco m p atible co n
la p ro tecció n d e la p ro d ucció n nacio nal, la creació n de fuen-
tes de trab ajo y el aho rro de d ivisas, y el am p lio d erecho a
la info rm ació n no se lim ita cuand o no se impide la circu la­
ció n d e las no ticias, sino que se p ro hibe inv entar hecho s
vio lento s que no o curriero n, m o strar p o r telev isió n cad áve­
res d estro zad o s, exp lo tar el dolor ajeno so rp rend iend o decla-
racio nes a las v íctim as d esolad as y d esco ncertad as, v io lar la
p rivacid ad d e v íctim as hum ild es y o tro s recurso s análogos,
co mo incitació n a la rencilla entre vecino s de barriad as po­
p ulares, inv entar p seud o -esp ecialistas en m atérias que des-
co no cen to talm ente, p resentar a p ro fesio nales desco no cidos
como cated rático s, etc., es d ecir, la p ro p alació n de m ensajes
irresp o nsables que co nstituy en una d eslealtad co m ercial co n
el sim p le o bjeto d e o btener ratin g , en una co m p etencia v i­
ciad a que se v uelve no rm al en la regió n. Hemos llegad o a
grado s tan ab errantes al resp ecto que quien lo gra film ar un
ho m icid io o un suicid io salta a la fam a, lo cual no p arece tener
m ucho que v er co n el d erecho a d ar o recib ir info rmació n.
182 En b u sca de la s penas p e rd id a s

El arg um ento írecu entem ente usad o po r los o p erad o res


y m anip ulad o res de los medios m asivo s, co nfo rm e al cual el
ratin g sube p o rque el p úblico quiere co nsum ir las no tas y
m ensajes v io lento s, no resiste el m eno r análisis: no es p o sible
to lerar la telev isació n de to do lo que suba el ratin g y d e hecho
no se lo to lera. Si alg una actriz fam o sa auto riz ase la telev i­
sació n de su m atrim o nio , co n la no che de bo d as co m p leta, el
ratin g seria altísim o , p ero nad ie so stiene que la into lerancia
de ese esp ectáculo afecta la libertad de info rm ació n.
No se trata a este resp ecto de ning una cuestió n de mo ral
trasno chad a, p o rque si un ad ulto q uiere p resenciar la no che
de bo das co m p leta de la actriz y ésta co bra entrad a p o r per-
m itírselo , p o r ab errante que pued a p arecem o s, no hay ning ún
p ro blem a en que lo haga, pero lo que no se to lera es que se
no s im po nga el esp ectáculo como p arte de un serv icio de
no ticias en que la d egrad ació n de la info rm ació n o blig aría a
lo s co m p etid o res a d escend er al m ism o niv el de aberració n,
co n el ag rav ante de que es bien co no cid o el efecto repro d uc-
to r de v io lência d e esos m ensajes (la p ro d ucció n d e “ ep id em ias
de suicid io s” , g eneralizació n de la tenencia de arm as, ho m i­
cíd io s intra-fam iliares, ho m icid io s por erro r, etc .).
En cuanto a las cam p anas de “ ley y o rd en” , la ú nica res­
p uesta es la co ntra-cam p ana, usand o los m ism o s m ed io s, rec-
tificand o las no ticias, d em o strand o la falsed ad d e la inv enció n
y la d im ensió n del fenô m eno que se q uiere m o strar co mo
em ergente cuand o g eneralm ente es usual, etc.
En la med id a en que no se encare una p o lítica criterio sa
resp ecto del ap arato de p ro p ag and a d el sistem a p enal, no ha-
brá fo rm a de d ism inuir la v io lência ni de m o d ificar el sistem a
p enal aho rrand o v id as hum anas.
2. La in terv en ció n m ín im a com o táctica. Es o bvio que
la d ism inució n de la interv enció n p enal p o r la v ía d e la d es-
crim inalizació n, la “ d iv ertio n” y el p rincip io de o p o rtunid ad
p ro cesal es uno de los cam ino s que p o sibilitan la d ism inució n
de la v io lência del sistem a p enal, pe ro s ie m pre que la re n u n ­
c ia a la in te rv e n c ión de l s is te m a p e nal no sea u n re curs o
fo rm al p ara re s tar m até ria a la age nc ia ju d ic ia l y au m e n tar el
pode r de las otras age ncias . Debe tratarse de la renuncia a
N e c e s id a d y p o s ib il id a d d e u n a r e s pu e s t a 183

la interv enció n p unitiv a en la fo rm a de re al re nunc ia al m o ­


de lo p u n itiv o óntic am e nte cons ide rado.
A unque p recisarem o s el co ncep to m ás ad elante, digamos
que la tend encia a la m ínim a interv enció n del sistem a p enal,
co m o táctica de p ro gresiva d ism inució n de la interv enció n
penal, sólo es ad m isible en la medida en que los co nflicto s
se su straig an a la p ro g ram ació n d eciso ria p o r el mo delo p uni­
tiv o p ara p ro p o rcio narle o tra so lució n p o r la v ía d e un mo delo
d iferente de so lució n de co nflicto s (rep arad o r, co nciliato rio ,
etc.) o p ara d ejarlo librad o a instancias info rm ales, pe ro jam ás
e n el caso e n que unic am e nte se s up rim a la in te rv e n c ión de
la age ncia ju d ic ial o las g arantias de l de re cho y de l proceso
pe nale s y e n la re alid ad se s iga aplic ando u n m ode lo p u n itiv o
■con u n a pe na e n s e ntido óntico. Este fenô m eno , que en nu es­
tro m argen tiene lug ar co n las co ntrav encio nes, co n lo s m e­
no res, con los enferm o s m entales, etc., no es una interv enció n
m ínim a, una d ecrim inalizació n ni una renuncia al sistem a p e­
nal, sino un recurso p erv erso p ara aum entar el p o der rep re­
sivo y co nfig urad o r del sistem a p enal.
Una p rem isa elem entalísim a de cu alq uier p o lítica crim inal
d estinad a a red ucir la v io lência del sistem a p enal es que las
ag encias ju d iciales no to leren que se les su straig a m atéria
p enal con cualq uier p retexto , p ara que qued e librad a a o tras
ag encias p unitivas, sino que, po r el co ntrario , d eben recup e­
rar la m atéria p enal que se les ha sustraíd o co n d iscurso s
p erverso s.

3. “R eform ism o” y “rad icalism o”. En los últim o s ano s


se ha d escalificad o co mo “ refo rm ista” to da p ro p uesta que no
alcance los niv eles d e transfo rm ació n so stenid o s p o r quien
ap lica p ey o rativ am ente el vocahlo.
A l “ refo rm ism o ” se le o po ne el “ rad icalism o ” , a las p ro ­
p uestas “ refo rm istas” las p ro p uestas “ rad icales” , p ero lo s li­
m ites entre unas y o tras no qued an claro s.
Es claro que, en un extrem o hay p ro p uestas que p arecen
p ertenecer al “ d espo tism o ilustrad o ” , a un “ cam biar to d o p ara
que no cam bie nad a” , en tanto que en el o tro extrem o apa-
recen p o sicio nes que llev an la c rítica a una transfo rm ació n
to tal de la sociedad en funció n d e modelo s d iferentes.
184 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

A l m eno s, en el exp resad o sentid o , entend em o s que la


p o sició n que p o stulam o s no p ued e ser calificad a co m o “ refo r-
m ism o ” p ey o rativo , pues p artim o s de la ad m isió n de la d esle­
g itim ació n d el ejercicio de po d er del sistem a p enal, de la in-
co m p atibilid ad del d iscurso d e ju stificació n del sistem a p enal
co n lo s D erecho s H um ano s, de su instrum entació n neo y
tecno -co lo nialista y d e su caracteriz ació n co m o elem ento de
d iso lució n co m unitaria. Reco no cem o s tam bién la legitim id ad
d e los d iscurso s que p o stulan la abo lició n to tal o casi to tal del
sistem a p enal. En mo d o alg uno creem o s que pued a im p utarse
“ refo rm ism o ” p ey o rativ o a nu estra p ro p uesta, p o r la sim p le
razó n de que p o stule una acció n inm ed iata en el cam p o del
d iscurso ju ríd ico ; rechazam o s fro ntalm ente cualq uier im p u­
tació n en este sentid o , p o rque ju stam ente lo que p ro p o nemo s
es salir de la im p o tência crítica.
Ter cer a Pa r t e :

LA CONSTRUCCION DEL DISCURSO


JURIDICO-PENAL DESDE EL REALISMO MARGINAL
C a pít ul o Qu in t o :

UN MODELO CONSTRUCTIVO PARA EL DISCURSO


JURÍDICO-PENAL NO LEGITIMANTE: EL DERECHO
PENAL HUMANITARIO DEL MOMENTO
DE LA POLÍTICA

1. B A S E S P A R A S U E S T R U C T U R A C IO N . 1. C lasificación
d e lo s e le m e n to s d ei d iscu rso le g itim a n te . 2. ^Puede con s-
tru irse un d iscu rso ju ríd ico -p en a l lim ita d o a la fu n ció n
pautadora decisoria, q u e s e a ra cio n a l y n o leg itim a n te? —
II. P A U T A S G E N E R A L E S P A R A U N E JE R C IC IO D E
P O D E R L E G IT IM O F R E N T E A U N H E C H O D E P O D E R
D E SL E G IT IM A D O . 1. ;,P uede h a b er u n d iscu rso ju ríd ico-
p en a l racion al fren te a u n sistem a p en a l deslegitim ado'.’
2. E l d erech o penal y el d erech o h u m a n itá rio com o recíp ro­
c a s p rolon gacion es. — III. L IN E A M IE N T O S D E L D IS­
CURSO D E P A U T A C IO N D E C ISO R IA . 1. R eco n stru cció n
del co n cep to de “p e n a ”. 2. E sta b le c im ie n to d e l h o r izo n te de
p ro y ecció n dei d iscu rso ju ríd ico-p en al. 3 C on cep to del d e ­
rech o penal a sí d elim itad o. 4. U n a n u e v a etiz a c ió n del d e r e ­
ch o penal. 5. E l d iscu rso ju ríd ico -p en a l re-etízad o co m o d is ­
cu rso d e con trad icción . — IV . L A S G A R A N T IA S P E N A L E S
E N U N D ISC U R SO J U R ID IC O -P E N A L R A C IO N A L . I. La
d esleg itim a ció n de la g u erra y dei siste m a penal. 2. Parti-
cularidatfes d ife r e n c ia le s d e los ca m p o s p en a l y ju sh u m a n i-
tario. 3. La fu n ció n d e la a g en cia ju d icia l. 4. U n n u ev o
se n tid o para las g a ra n tia s p en a les. 5. L a s ga ra n tia s com o
lim ite s m á x im o s d e irracionalidad. 6. E l d iscu rso ju ríd ico-
p en al y el “sta n d a rd ” o b ten id o por la a g en cia ju d icial.
7. M en ción y p er sp e c tiv a s d e lo s p r in c ip a le s p r in cip io s p e ­
n a le s lim ita d o res in a ca b a d o s. — V. P R IN C ÍP IO S P A R A LA
L IM IT A C IO N D E L A V IO L Ê N C IA PO R C A R Ê N C IA DE
E L E M E N T A L IS IM O S R E Q U IS IT O S F O R M A L E S. 1. P r in ­
c ip io d e r e se r v a d e le y o d e e x ig e n c ia d el m á x im o de le g a ­
lidad e n se n tid o estricto . 2. P r in c ip io d e m á x im a ta x a tiv i-
dad. 3. P r in cip io d e irretro a ctiv id a d . 4. P r in c ip io d e m áx im o
d e su b o rd in a ció n a la le y p en a l su sta n tiv a . 5. P rin cip io de
r e p r esen ta ció n popular. — V I. P R IN C ÍP IO S P A R A LA
LIM IT A C IO N D E L A V IO L Ê N C IA PO R E X C L U S IO N D E
S U P U E S T O S D E D IS F U N C IO N A L ID A D G R O SE RA PA R A
LO S D E R E C H O S H U M A N O S. 1. P r in cip io d e lim itación
m áx im a de la r e sp u esta c o n tin g e n te . 2. P rin cip io d e lesi-
188 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

v id ad . 3. P r in c ip io d e m ín im a p rop orcion alid ad . 4. P r in cip io


d e r e sp e to m ín im o a la h u m a n id a d . 5. P r in c ip io d e id o n e i-
d ad re la tiv a . 6. P r in c ip io lim ita d o r d e la le siv id a d a la
v íc tim a . 7. P r in c ip io d e tr a sc e n d e n c ia m ín im a d e la in te r ­
v e n c ió n p u n itiv a . — V II. P R IN C IP IO S PARA. L A L IM I-
T A C IO N D E L A V IO L Ê N C IA P O R E X C L U S IO N D E
C U A L Q U IE R P R E T E N S IO N D E IM P U T A C IO N P E R SO -
N A L E N R A Z O N D E S U N O T O R IA IR R A C IO N A L ID A D .

I. BA SES PARA S U ESTRUCTUR ACIO N

1. C lasificación de los elem en to s d el discurso leg itim a n -


te. a) El ejercicio de p o d er v erticaliz ante — p ro p io de la so ­
cied ad ind ustrial— se racio naliz a m ed iante el d iscurso ju sti-
ficad o r d el d erecho p enal, o sea que éste cum p le una func ión
le g itim an te de todo e l s is te m a p e n al (y no sólo de la ag encia
ju d ic ial). La transcu ltu ració n neo -co lo nialista, p ro p ia.d e la
característica m o d ernizad o ra inco rp o rativ a de la civ iliz ació n
ind ustrial, no s trajo ese d iscurso ju ríd ico -p enal a la p eriferia,
do nde hasta ho y co ntinuam o s emp leand o los m ism o s d iscur­
sos leg itim antes, p ese al d iferente ejercicio de p o der de los
sistem as p enales m arg inales.
El p rim er grup o d e elem ento s d iscursiv o s del d erecho
p enal leg itim ante son, p recisam ente, los com pone nte s le g iti­
m ante s de l dis curs o.
b) Pero el d iscurso juríd ico -p enal no se ago ta en su fun­
ció n leg itim ante: tam bién cum p le una f u n c ión p autad o ra de
re gias ge ne rale s p ara de cis ione s de la age nc ia ju d ic ial. To d a
co nstrucció n d o g m ática tiend e a la p autació n de regias p ara
hacer p rev isib le y racio nal el ejercicio del po d er de lo s ju ris­
tas, es d ecir, p ara d ecid ir d e modo no co ntrad icto rio en los
co nflicto s que las ag encias ejecu tiv as del sistem a p enal selec-
cio nan y so m eten a la d ecisió n d e la ag encia ju d icial.
Como el d iscurso ju ríd ic o p en al p retend e cum p lir am bas
funcio nes (la leg itim ante y la p au tad o ra), es p o sible d istin­
g uir en él co m p o nentes le g itim ante s y pautadore s , p ero sin
p erd er de v ista que am bo s están intim am ente v inculad o s, p ues
la funció n leg itim ante subo rd ina a la p autad o ra hasta el pun-
to de que la segund a queda co m p letam ente inm ersa en la
p rim era.
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 189

Lo s co m p o nentes leg itim antes d eben co m enz ar po r asie-


narle una f u n c ión a la pe na, que p retend e ser rac io n al y estar
so metid a a la le g alidad. Seg ún sea la funció n que se asig ne
a la p ena, se p ro ced e a d eriv ar d ed uctiv am ente d e ella toda
u na co nstrucció n teó tíca que abarca los co m p o nentes p auta-
do res, co n lo cu al cad a teo ria de la p ena se co nv ierte en una
teo ria del d erecho p e n al 1. De este modo, cad a ju stificació n o
leg itim ació n d e la p ena es una teo ria d el d erecho p enal, que
abarca la to talid ad d e la funció n p autad o ra y la subsum e, dado
que ésta se lim ita a d eriv arse de duc tiv am e nte co m o p ro yecto
o p lanificació n del ejercicio de p o d er d e la ag encia ju d icial.
D e allí que la interv enció n en lo s po co s caso s que la ag en­
cia ju d icial d ebe d ecid ir — p o r selecció n d e las ag encias no
jud iciales— se p aute co nfo rm e a categ o rias ab stractas que
im piden los co ntacto s co n la realid ad co nflictiv a so cial en la
que d ebe d ecid ir. El co nflicto so cial — y cad a d elito es un
co nflicto so cial— se p ierd e, co mo y a p o r d efinició n está p er­
dida una “ p arte” del co nflicto (co n la sup resió n d e la v íctim a
co mo p ro tag o nista) en una p autació n d eciso ria que sólo pue­
de m anejarse co n abstraccio nes d ed uctiv am ente encad enad as
a las necesid ad es d e la funció n leg itim ante (o ju stificante)
del sistem a p enal.
Resulta, p ues, im po sible co nstru ir un d iscurso en que las
p autacio nes d eciso rias (esto es, la funció n d e p ro y ectar ju ris­
p rud ência, o sea, d e p lanificar el ejercicio d el p o d er d e los
ju ristas) .resu lten racio nales, dado que estas p autacio nes no
p ued en to m ar en co nsid eració n (inco rp o rar al d iscurso ) lo s
d ato s de la realid ad so cial, p uesto que están o bligad as a p er­
m anecer d ed uctiv am ente v inculad as (en p o sició n d ed uctiv a­
m ente serv il) a lo s co m p o nentes ju stificantes, que son falso s,
po rque d eben acud ir a falsed ad es p ara p retend er leg itim ar lo
que no es legitim able, o sea, to do el ejercicio d e p o der del
sistem a p enal. E l dis curs o jurídic o - pe nal le g itim an te de l s is ­
te m a pe nal n u n c a pue de c u m p lir la f u n c ión de p au tar la me-
jo r de c is ión fre nte al conflic to, s ino s ólo la de duc tiv am e nte
m ás ade cuada a la pre m is a le g itim an te de l e je rcicio de pode r

* Cfr. E b erh ard S eh m id t, L a l e y y lo s ju e c e s , e n R a d b r u C h -


S ch m id t-W elzel, “D erech o in ju sto y d erech o n u l o ” , M a d r id . 1971,
Pag. 28.
190 En busca de la s penas p e rd id a s

d e l s is te m a p e n al que p re v iam e nte se h a e s cogido con alg u n a


de las “te orias de la p e na’’.
El s e rv ilis m o d e duc tiv o de los e le m e ntos pautadore s re s ­
pe cto de los e le m e ntos le g itim ante s se p o ne claram ente de
m anifiesto cuand o se co ntem p la el id eal d e cu alq uier co ns-
tru cció n d o g m ática: tratan d e p lantearse to d as las hip ó tesis
co nflictiv as y d e p autar sus d ecisio nes, sin to m ar en cuenta
si tales hip ó tesis alguna vez se p resentan o si no so n alcan-
zad as p o r el po d er d el sistem a p enal, no se resuelv en, se re­
suelv en p o r v ias info rm ales o las resuelv en o tras agencias.
La exp licació n últim a d e esta característica estru ctu ral
de lo s d iscurso s ju ríd ico -p enales d e ju stificació n rad ica en que
el "m o d elo p enal” , d esd e la exp ro p iació n irrev ersib le del d e­
recho de la v íctim a y d e la co nsig uiente exclu sió n d el su jeto
p asivo del p ro tag o nism o p ro cesal, reem p lazad o po r un funcio ­
nário que rep resenta los intereses d el “ so berano ” o p o r el m is­
mo juez, es d ecir, d esd e los sig lo s X II o X III, no es un mo delo
de so lució n de co nflicto s. La ag encia ju d icial p uede d e c id ir en
los co nflicto s que p o r selecció n de las o tras ag encias le llegan.
p ero no p uede s o luc io nar esos co nflicto s (salv o p o r az ar). De
allí la funcio nalid ad d e uri d iscurso leg itim ante que le brind e
un ap arato áe pautas detcisorias que, a trav és d e la racio nali-
zació n ju stificad o ra. asum an la ap ariencia d e p autas de so­
lucione s .
c) Un terc er grup o de elem ento s del d iscurso d o gmático -
p enal leg itim ante está co m p uesto p o r e le m e ntos ne gativ os que
lo reco rtan.
To d o saber se exp resa co nfo rm e a un d iscurso que senala
sus lim ites y se m anifiesta en un sistem a d e co m p rensió n del
co ntenid o así d elim itad o ; ese es el “ ho rizo nte d e p ro y ecció n” 2
d e un saber u “ o nto lo g ia reg io nal” (d elim itació n d e un cam ­
po d el ser).
Po r reg ia g eneral, co mo e l s e r no ad m ite estas d ivisio nes,
sino que las im p o ne la lim itació n d e la p o sibilid ad d e conu-
cim iento hum ano , los ho riz o ntes de p ro y ecció n estallan y ge-
neran nuev o s ho riz o ntes o “ rev o lucio nes ep istem o ló g icas” . El
d iscurso juríd ico -p enal es sum am ente cauto , tan p rud ente a

2 Cfr. W ilh e lm SzÜ asi, iQ u é c s la c iê n c ia ? . M éxico, 1970.


Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 191

este resp ecto , que se halla p reced id o de una serie de re cortes


que ev itan cuid ad o sam ente el estallid o de su ho rizo nte de
p ro yecció n.
El âm b ito de “lo p e n al” lo d elim ita la pe na y el co ncep to
de “ p ena” se d efine p o r un acto d e bautism o leg islativ o , o sea.
que es la ag encia leg islativ a (o p o lítica) la que d ecid e el
ho rizo nte de p ro y ecció n d el saber p enal. Un hecho de po der
de la ag encia leg islativ a d ecid e, p ues, lo que queda d entro
y lo que qued a fuera del saber p enal, del d iscurso ju rí­
d ico-penal.
Po r sup uesto que lo que qued a fuera d el d iscurso , p o rque
a la co nsecuencia ju ríd ica que p riva d e d erecho s se d ecid e no
llam arle “ p ena” , qued a fuera del co no cim iento — y d el e je r­
cicio de po d er— de la ag encia ju d icial p enal, o sea, excluíd a
d el po d er de lo s ju ristas (g eneralm ente se inco rp o ra al d is­
curso ad m inistrativ o y p asa al ejercicio d e p o d er de las ag en­
cias no ju d iciales). El d iscurso juríd ico -p enal se esfuerza p o r
racio naliz ar esto s “ reco rtes” en fo rm a tal que le p erm itan
co nserv ar su ho riz o nte d e p ro y ecció n y no entrar en co nfücto
co n el ejercicio d e po d er de las ag encias no jud iciales.
La funció n d e los e le m e ntos ne gativ o s del d iscurso ju rí­
d ico -p enal es altam ente leg itim ante d el sistem a p enal, po rque
re duce e l e je rcic io de pode r de la age nc ia ju d ic ia l en fo rm a
ap arentem ente racio nal, co n lo cual, al m ism o tiem p o , le g itim a
e l e je rcicio de pode r de las re s tante s age ncias y m an tie n e es-
tag niz ad o e l s abe r pe nal, al co ng elar su ho riz o nte de p ro ­
y ecció n.
So n elem ento s altam ente funcio nales a las ag encias ju d i­
ciales buro cratizad as, dado que les aho rran esfuerzo s y les
ev itan co nflicto s. De esta m anera, el âm bito de ” lo p enai”
(ho riz o nte de p ro y ecció n del saber juríd ico -p enal) se halla .1
m erced de lo s co nd icio nam iento s “ ep istem o ló gico s” generad o s
p o r el po der de las ag encias.
H ay e le m e ntos ne gativ os m ás o m e nos e s truc turale s , o
sea, m ás o m eno s necesario s p ara p reserv ar el po der v ertica-
lizad or m ilitarizad o d e las ag encias no ju d iciales, y e le m e ntos
ne gativ o s c oy unturale s , que so n lo s que facilitan o am p lían ese
ejercicio de poder, según la p resió n que ejerz an las ag encias
192 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

no ju d iciales, la d ecisió n d e las ag encias p o líticas o la d ebili-


dad o v o cació n b u ro crática d e la ag encia jud icial.
La clara funció n que cum p len esto s elem ento s neg ativ o s
p erm ite co m p rend er que el d iscurso p o lítico -p enal co nv encio ­
na] p ro cura la leg itim ació n p o r una d o ble v ía: p o r la p o s itiv a,
al tratar de d o tar a la p ena d e una funció n racio nal y d ed ucir
de ella un sistem a d e p autas d eciso rias co n ap ariencia d e so ­
lucio nes; po r la ne g ativ a, al reco no cer co m o racio nales los
lim ites que le im p o ne el co nju nto d e ag encias restantes y
leg itim ar po r esta v ía su ejercicio de poder.

2. iP u e d e con stru irse u n discurso ju ríd ico-penal lim itad o


a la fu n ción pautadora decisoria, que sea racional y n o le g i­
tim an te? El m ás elem ental sentid o de realid ad im p o ne una
re c tific ac ión rad ic al del d iscurso ju ríd ico -p enal. •
Como p rim era tarea, se reco no ce la u rg ência de de te rm i­
n ar e l âm b ito de l s abe r p e nal e n base a datos cie rtos , que lo
s us traig an al arb itrio de l e je rcicio de pode r de las age ncias
le gis lativ as .
A d em ás, si se reco no ce la d esleg itim ació n del sistem a
p enal, resulta p rim ário e lim in ar el dis curs o de ju s tific ac ión de
la base de c u alq u ie r c ons truc c ión d o g m átic a y s os te ne rla tam ­
b ié n s obre datos de re alidad. El d iscurso juríd ico -p enal así
elabo rad o, se red uciría a la c ons truc c ión p au tad o ra de deci-
s ione s de la age ncia ju d ic ia l bas ada e n tale s datos . Seria una
p lan ific ac ión de l re duc ido e je rcicio de pode r de la age ncia
ju d ic ial e n fo rm a rac io nal, o sea, u n c o n jun to de p autas de ci­
s orias conform e a u n a e s trate gia c o nfig urad o ra de u n a tác tic a
p ara el e je rcic io rac io nal de l pode r de la age nc ia ju d ic ia l (de l
pode r de los juris tas ).
Esta es la tarea que se no s impone. El interro g ante será
si estam o s en co nd icio nes d e co nstruir este d iscurso sin caer
en un red uccio nism o so cio ló gico o en un m ero arbitrio del
poder, es d ecir, si podemos g enerar u na v erd ad era cons truc ­
c ión pautadora.
N uestra resp uesta es afirm ativ a, siem p re que p o r “ co ns­
tru cció n” entend am o s u na ide olo gia cohe re nte , u n c o n jun to
de lim ite s y pautas que p u e d an com pre nde rs e e n fo rm a no
c o ntradic to ria y u n a v ia de acceso a la re alid ad com o c ontrol
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 193

pe rm ane nte de l acie rto de cis orio. Si p o r “ co nstrucció n” en­


tend em o s un m o d elo “ cerrad o ” , d etallad o , p recio sista, inmo-
d ificable o poco meno s y cap az d e resp o nd er a to d o s lo s inte-
rro g antes “ y a y aho ra” , o bv iam ente que esa “ co nstrucció n”
sólo la p uede llev ar a cabo un id ealism o que estará m ás cerca
d e lo g rarlo cuanto m ás so lip sista se m anifieste.
Una c ons truc c ión re alis ta s ie m pre tie ne la c uota de inc e r­
te z a que le da s u c one x ión con e l m und o , donde todo es in ­
acabado y e n pe rm ane nte de v e nir. L a c ons truc c ión ide alis ta
s ie m pre te n d rá la v e n taja de u n a m ay o r c apac idad de re s pue s ­
ta s e gura, pe ro cuy o n iv e l de s e g urid ad se im p le m e n tará e n
raz ón dire c ta al grado de d e lirio bie n s is te m atiz ado que al­
cance a de s arrollar.
Po r o tra p arte, entend em o s que es p o sible esta co nstru c­
ció n sin ap elar a elem ento s no rm ativ o s “ m eta-juríd ico s” en
el sentid o de u na sup ralegalid ad o d e u n ju snaturalism o . Se
trata de co nstruir un d iscurso juríd ico -p enal que realice los
o bjetiv o s que senalam o s al in te rp re tar la le y co n elem ento s
po sitivizad os, co mo son la Co ns tituc ión, los T ratados Inte rna-
cionale s y la le y (en sentid o estricto o fo rm al).
3 . La incorporación n o red u ccion ista de los datos ónti-
cos. Las d iscusio nes jusfilo só ficas han girad o siem p re so bre
la relació n “ hecho -v alo r” , p o r lo cual, p retend er sintetiz arlas
resulta im p osible. Muy sim p listam ente, sin em bargo , puede
afirm arse#que las d iferentes p o sicio nes so n suscep tibles d e una
clasificació n p rim aria, en la que pued en d isting uirse teo rias
re alis tas e ide alis tas . Si bien la clasificació n p uede ap arecer
co mo insu ficiente debido a algunas p o sicio nes p erso nales de
d ifícil o dudo sa ubicació n en la m ism a, cum p le una funció n
o rientad o ra.
El círculo de las teo rias “ realistas” lo integ rarían las v er-
sio nes que se inclinan p o r el critério de que el v alo r ju ríd ico
(o el d isv alo r) no altera la estru ctu ra d el o bjeto valo rad o , que
es anterio r e ind ep end iente d el mismo , en tanto que en las
teo rias “ id ealistas” , el v alo r cum p lirá una cierta funció n
“ cread o ra” resp ecto del o bjeto que toca.
El idealism o tiend e a g enerar un “ m und o d el ju rista” ,
q ue le o to rga una m ay o r segurid ad , p uesto que su strae al
194 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

m ismo del p erm anente d ev enir y de lo inacabad o p ro p io del


mund o real, aislánd o lo de lo s d ebates acerca d el m ismo . El
realism o es un cam ino que p ro p o rcio na resp uestas m eno s ab ­
so lutas, m ás co nting entes y casi siem p re p ro viso rias.
El ju rista p arece inclinarse casi siem p re p o r el p rim er
cam ino , que le p erm ite co nstruccio nes teó ricas cuy a “ estética
ju ríd ic a” co m p arte lo s v alo res d e la arq u itectu ra au to ritaria,
que no p o r azar d o mina co n su m o num entalism o fro ntalista
en casi todos lo s “ p alacio s de ju stic ia” d e o ccid ente. El realis­
mo carece de esa “ segurid ad ” , p ero tiene la v entaja de v alo rar
un mund o no articulad o a la med id a de las necesid ad es d el
v alo r (o , lo que es lo m ismo , d el su jeto v alo rante).
Cabe ad v ertir, p o r cierto , que hay grad o s de realism o y
de idealism o , en cuyo s extrem o s p ued en u bicarse los red uc-
cio nism o s ( so cio lo gism o , eco no m icism o , histo ricism o , bio lo gis-
mo, etc.) y lo s so lipsism o s.
La gam a co nsid erable de neo -kantism o s filo só fico s p erm i-
tió su paso al d erecho p enal en d istintas v ersio nes, que rep re-
sentaro n d iferentes m edid as d e idealism o , p o sibilitantes del
d esarro llo del p o sitiv ism o ju ríd ico y de la ad m isió n de la o mni-
p o tencia leg islativ a.
El ad v enim iento del nazism o , del fascism o y del stalinis-
m o en Euro p a, dio lug ar en A lem ania Fed eral a un mo vi-
m iento ju sfilo só fico de p o st-g uerra que, p ara elud ir la o m ni-
p o tencia legislativ a, p ro p ugnaba una v uelta a la “ naturalez a
de las co sas” . Se trató casi d e una actitud g eneralizad o ra de
rechazo al p o sitivism o ju ríd ico a ultranza, p ero en mo do al-
guno de una co rriente u nitaria, p ues abarcó desde p o sicio nes
harto p rud entes hasta nuev as v ersio nes de v ario s ju snatu ra-
lism o s de los siglo s anterio res. Uno de lo s p rim ero s im p ulso s
en el sentid o senalad o , co m o es bien sabid o , lo dio Gustav
Rad bruch 3.

3 G u sta v R a d b r u c h , F ü n f M in u te n R e c h ts p h ilo s o p h ie , 1945:


G e r e c h tig k e it u n d G n a d e , 1949; G e s e tz lic h e s U n r e c h t u n d ü b e r g e s e t z -
lic h e s R e c h t, 1946, to d o s e n R e c h ts p h ilo s o p h ie , S tu ttg a r t, 1970; e n
c a s te lla n o , L a n a tu r a le z a d e la c o s a c o m o fo r m a ju r íd ic a d e l p e n s a ­
m ie n to , trad . d e E r n e s t o G a r zó n V a ld e z . C ó rd o b a , 1963.
Un m o d e lo c o n s tru c tiv o 195

En tre las m últip les tend encias que alberg o esa actitud g e­
neralizad a 4, hubo una que, p o r su p rud ência, fue co nsid erad a
co m o un “ p ro g ram a m ínim o ” d entro d el p ano ram a to tal del
p ensam iento d e la “ naturalez a de las co sas” 5 y que tuv o sin­
g ular fo rtu na en el cam p o del saber juríd ico -p enal: la te oria
de las e s truc turas lógico- reales (s ac hlog is c he n S tru k tu re n ) G.
La teo ria d e las estru ctu ras ló gico reales fue llevad a al
d iscurso juríd ico -p enal, p ero lim itand o su ap licació n a la teo ­
ria d el d elito , d o nde p ro d ujo co nsid erables câm bio s y generó
u na larg a p o lêm ica que trascend ió am p liam ente las fro nteras
alem anas.
No es necesario que reiterem o s aqui la m ism a, p uesto que
es co no cid a en nu estro m arg en d esd e hace casi tres d écad as.
El artífice alem án de ella fue. o bv iam ente, H ans W elzel.
No o bstante, el p ensam iento juríd ico -p enal alem án post-w elze-
liano inco rp o ro , como co m p o nente que p arece ya casi irrever-
sible, la estru ctu ra co m p leja del tip o p enal (ubicació n de dolo
y culp a co m o estru ctu ras típ icas), p ero aband o no el fund a­
m ento w elz eliano de las estru ctu ras ló gico -reales, que p rácti-
cam ente no se m encio nan en la d o ctrina actual. El m o vim ien-
to de “ v uelta al realism o ” en el d iscurso juríd ico -p enal, que
tanto ím p etu tu v iese hasta la d écad a de los ano s sesenta, se
opacó y llegó casi a d esap arecer en los últim o s v einte anos.
Este fenô m eno es suscep tible d e d iferentes lecturas y , de
hecho , ellas han tenid o lug ar. Se ha afirm ad o que la teo ria se
“ ag o tó ” j que fue d escartad a po r infecund a; se ha so stenid o
tam bién que to d a referencia al “ o nto lo gism o ” es reaccio naria

4 U n a m p l i o p a n o r a m a e n L tiis R e c a sé n s S ie h e s, E x p e r ie n c ia
j u r íd ic a , n a tu r a le z a d e la c o sa y L ó g ic a “r a z o n a b le ”, M é x ic o , 1971.
5 A sí, A le ssa n d r o B aratta, II p r o b le m a d e lia n a tu r a d e l f a tto .
S tu d i e d is c u s s io n i n e g li u l t im i d ic c i a n n i, en “A n u á rio B ib lio g rá fico
di F ilo so fia d el D ir itto ”, M ilano, 1968. pág. 227; d el m ism o. u n a v e r ­
sió n de las d istin ta s co r r ie n te s, m u y bden sin tetiza d a , en: N a t u r d e r
S a c h e u n d N a tu r r e c h t, en “D ie o n to lo g isc h e B e g r ü n d u n g de.s Reoht.s”.
D a rm sta d t, 1965; J u r is tis c h e A n a lo g ie u n d N a tu r d e r S a c h e . en “p o st.
f .E r ik W o lf”, pág. 137: R e c h t s p o s i t iv i s m u s u n d G e s e tz p o ò itiv is m u s .
e n A R S P . 1968. L IV /3 , pág. 325: L a te o r ia d e lia ria h ira d e l f a t t o nlia
lu c e d e la “n u o v a r e tó r ic a ” en "A nnali d elia F a co ltà G iuridica. U ni-
vei-.sità d eg li S tu d i di C am erin o”, M ilano, 1968, pág. 39.
6 H an s W elzel, A b h a n d lu n g e n zu m S tr a f r e c h t u n d z u r R e c h t-
s p h ilo s o p h ie . B erlin . 1975.
196 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

y auto ritaria; se la critico co mo “ju snatu ralism o ” m etafísico ;


no faltó la o bserv ació n d e que, en d efinitiv a, es una antro ­
po lo gia filo só fica. Po r reg ia g eneral, se la m ete en el m ismo
saco con to d as las restantes co rrientes del hetero g êneo co n­
ju nto de la N a tu r de r S ache (q u e son irred uctib les a una ú ni­
ca fo rm ulació n en razó n d e la y a senalad a d isp arid ad ) y se
la archiv a en el g ran fichero de ruinas d e sucesivo s ju sna-
turalism o s.
No es d el caso reiterar aqui la exp o sició n d etallad a de
la teo ria de las estru ctu ras ló gico -reales 7, p ero debemo s re ­
co rd ar alguno s de sus p rincip ales rasgo s, en la med id a nece-
saria p ara nuestro p ro p ó sito actual.
Esta teo ria se p resenta co mo la antítesis d e la v ersió n del
neo -kantism o que só lo hace racio nalm ente accesible el mund o
a trav és del v alo r: frente a la funció n creativ a que el v alo r
asum ía en esas v ersio nes neo -kantianas, la teo ria de las es­
tru cturas ló gico -reales afirm a que el d erecho , cuando se refie-
ra a cualq uier ente, d ebe reco no cer que éste está inserto en
un cierto o rden, que el mund o no es un “ cao s” , y que el
co no cim iento ju ríd ico , co mo todo co no cim iento , no altera el
o bjeto de co no cim iento . Si el d erecho q uiere actuar so bre un
âm bito de la realid ad , d ebe reco no cer y resp etar la estru ctu ra
ó ntica de ese âm bito y no inv entaria, p o rque en tal caso reg u ­
lará o tra co sa u o btend rá o tro resultad o .
Cuando el legislad o r d esco no ce las estru ctu ras ló gico-
reales, no siem p re po r ello d eja de p ro d ucir d erecho , sino que
se lim ita a carg ar co n las co nsecuencias p o líticas de su erro r:
si el legislad o r — o el ju rista id ealista— p retend en d efinir a
las v acas “ en sentid o ju ríd ico ” co mo una su erte d e p erro s
grand es, negro s, co n eno rm es co lm illo s y que aúllan en las
estep as, puede hacerlo , p o r sup uesto ; só lo que carg ará co n las
co nsecuencias cuando p retend a o rd enar un lobo.
Hay, sin em bargo , alg unas estru ctu ras ló gico -reales fun-
d am entales, que el legislad o r no pued e q uebrar sin d ejar de
p ro d ucir d erecho : el legislad o r — o el d erecho , si se p refiere—
p retend e reg u lar co nd ucta hum ana a trav és d e un sistem a de
co nm inacio nes sancio nato rias. El m ero im p ed im ento físico no

7 Sobre ellas, v. el T . II d e n. T r a ta d o d e D e r e c h o P e n a l.
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 197

es d erecho . De allí que esto p resup o nga que se d irig e a una


p erso na, o sea, a entes cap aces d e auto de te rm inars e . El des-
co no cim iento d e esta estru ctu ra ló g ico -real p resup o ne la quie-
b ra d el d erecho , p o rque el m ero ejercicio d e fuerza, co m o es
o bvio , no p ued e id entificarse co n el d erecho .
Po r nu estra p arte, ag reg am o s o tra estru ctu ra fund am en­
tal que el leg islad o r no p ued e q u ebrar — y que está en cierto
modo p resup uesta en la anterio r— que es la que lo v incula a
las ley es físicas.
La teo ria de las estru ctu ras ló gico -reales no s p erm ite afir­
m ar que el d erecho no es u n ente id eal, alg o co m o u n círculo ,
que cuand o no es p erfecto no es círculo , sino u n instrum ento
o herram ienta que, co m o u n m artillo , p ued e ser d efectuo so ,
liv iano , estar quebrad o , etc., p ero q ue sigue siend o “ m artillo ”
hasta que, si se lo red uce a u n tro zo d e m ango , d eja d e ser tal.
Pero esto no im p lica ning ún ju snatu ralism o en sentid o
id ealista, o sea, no p retend e co nstru irse p artiend o d e la v isió n
ilum inad a d e u na sup uesta “ ley sup erio r” que no s p erm ita
acced er d ed uctiv am ente a un sistem a co m p leto d e “ có m o d ebe
ser el d erecho ” . Si alg ún resto de ju snatu ralism o id ealista
p ued e hab er en esta teo ria seria lo que alg u ien ha calificad o
co mo “ ju snatu ralism o neg ativ o ” : no sirv e p ara d ecirno s có mo
d ebe ser el d erecho , sino p ara d ecirno s qué no es d erec h o 8.
Si la entend em o s en este sentid o , resu lta infund ad a la
crítica que afirm a que es u na teo ria reaccio naria y au to ritaria.
Pued e ser “ reaccio naria y au to ritaria” la fo rm a que el ju rista
p retend a que tiene el o rd en d e la realid ad en que q uiere asen-
tar el lim ite al leg islad o r. Es v erd ad que lo s d iv erso s o rd enes
d el mund o real no so n unív o co s, porque tam b ié n s on re s ul­
tado de saberes- poderes y el ju rista p ued e u b icar un d ato co n­
fo rm e a una interp retació n o v ersió n d el o rd en del m und o
m uy p articu lar y arb itraria; p ero m ucho p eo r y m ás auto ri-

8 K arl E n g isc h , A u f d e r S u c h e n a c h d e r G e r e c h tig k e it. H a u p tth e -


m e n d e r R e c h t s p h i l o s o p h ie , M ü n ch en , 1971. pág. 240. E s in te r e s a n te
se n a la r q ue u n a id ea m u y p r ó x im a a la d e e s t e “d e r e c h o n a tu r a l e n
se n tid o n e g a tiv o ” fu e co n ceb id a h a c e m á s d e u n s ig lo p o r u n o d e los
ju r ista s la tin o a m e r ic a n o s m á s c r e a tiv o s, T o b ía s B arreto, q u ie n la
sin te tiz a b a a fir m a n d o q u e “n o h a y u n d e r e c h o n a tu ra l, sin o u n a le y
n a tu r a l d el d e r e c h o ” ( I n tr o d u ç ã o a o E s t u d o d o D i r e i t o , en “O bras
C o m p leta s” E d iç ã o d o E sta d o d e S erg ip e, 1926, V II, pág. 38).
198 En b u sca de la s penas p e rd id a s

tario seria p retend er que el legislad o r pued a cerrar o impedir


cualq uier d ebate, reco no ciénd o le el poder de inv entar el
m und o.
Pretend er que la “ segurid ad ju ríd ica” la p ro vee la potes-
tad leg islativ a de “ inv entar el m und o ” , p o rque de esa m anera
hay “ certez a” , es co nfund ir Ia segurid ad ju ríd ica co n el bona-
p artism o o Ia “ segurid ad ” d el acatam iento a la v o luntad v er­
tical de las d ictad uras (Ia “ segurid ad ” de la au to rid ad ;.
A firm ar que el estad o m o derno es “ racio nal y d em o crático ”
y , p o r ello , impide que el legislad o r “ fabrique el mund o ” , es
neg ar la ev id encia y d esco no cer la exp eriencia histó rica en
cualq uier lug ar del p laneta 9.
Pretend er que la teo ria de las estru ctu ras ló gico -reales es
una antro p o lo gia “ m etafísica” p o rque v incula el derecho- a la
auto d eterm inació n, en razó n de que ésta no es v erifícable
em p íricam ente, es un red uccio nism o fisicalista pro pio del neo-
po eitivism o y d el v iejo po sitivism o . La auto d eterm inació n se
v iv ê n c ia e n todas las re lacione s s ociale s y tan m etafísica es
esta actitud co mo la d el sujeto que no s rep ro cha a g rito s ha-
berle hund id o el g uard abarro s de su auto m ó vil a causa de
nu estra im p ericia en el trânsito ; seria “ m etafísico ” el m ere­
cid o p unetazo que m e d aria el trab ajad o r que lim p ia Ia calle
si lo rid icuüzo y lo insulto ; el leng uaje hum ano , p o pular y
co lo quial, está tan altam ente enriquecid o po r esta “ m etafísi­
ca” , que el propio ju rista que la nieg a se v ale d e ella cuand o
se refiere a quienes no acep tam o s su “ ev id encia científica” .
La o bjeció n d e que esta teo ria p resup o ne una antro p o lo ­
g ia filo só fica, no seria un o bstáculo ni un d efecto , sino más

9 E sa “certeza ju r íd ic a ” e s la d el esta d o d esp ó tico , com o bien lo


s e n a ló L ó p ez de O nate, p u e s “si es v erd a d q u e ta m b ién u n E stad o
d e sp ó tic o p u ed e a p a r e n te m e n te a seg u ra r la ce r te za afirm a n d o u n a
v o lu n ta d y u n a so la , e s v e rd a d ig u a lm e n te q u e esa v o lu n ta d só lo es
c ie r t a p u n tu a l y m o m e n tá n e a m e n te , y q ue n o tie n e — si se en tien d e
rig u r o sa m e n te el co n cep to d e E sta d o d esp ó tico — co n sta n c ia alguna.
E l d esp o tism o q u e s e p r e se n te com o in tro d u cció n d e una c erteza en
la v id a so cia l, en c u e n tr a u n lim ite en la e x ig e n c ia m ism a d e certeza:
lo c u a l r e v e la q u e la r e feren cia q u e h a c e é l a la c erteza es p u ra m en te
ilu só r ia y en g a n o sa . U n a c e r te za p r o v isio n a l, q u e p u e d e e sfu m a rse
d e u n m o m en to a otro, e s u n a c e r t e z a ... p or a n tífr a s is ’’ (F la v io L ó­
pez d e O nate, L a c e r t e z a d e l d e re c h o , trad. d e S. S e n tis MeLendo v
JM. A y erra R ed ín , B s. A s., 1953. pág. 161).
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 199

bien un m érito , p articularm ente cuand o se trata de una


antro p o lo gia básica, elem ental, “ p rep arató ria” si se p refieie,
resp ecto de o tras que p ertenecer al âm bito de lo privado en
una socied ad p luralista, p ero pese a su elem entaried ad se
trataria de una antro p o lo gia necesaria p ara estab lecer bases
m ínim as de co -existencia. M eno s o bjetable aún p arece cuand o
esa antro p o lo g ia co incid e co n la antro p o lo gia ju ríd ica recono-
cid a p o r la co munid ad internacio nal en los Do cum ento s de
D erecho s Humano s, co m o exp resió n de una co nciencia ju rí­
dica univ ersal.
Estas brev es co nsid eracio nes p arecen d em o stram o s que
e l abandono de la te oria no obedece a que la m is m a se hay a
agotado y de jado de s e r fe c unda, sino a o tras razo nes que
creem o s p ercibir aho ra m ás claram ente, a la luz de la crítica
so cio lógica que d eslegitim a al sistem a p enal.
W elzel enuncio su teo ria hace alg unas décad as y la apLicó
al d erecho p ena! en la p o sguerra; en los ano s p o sterio res fue
p erfeccio nand o su d iscurso juríd ico -p enal co nfo rm e a esta
teo ria. No o bstante, cabe reco no cer en W elzel una co nsid era-
ble dosis de “ aristo telism o ” en su cap tació n del o rd en del
mundo, pero esto no inv alid a en mo do alg uno sus p rem isas
m eto d o ló gicas, sino su p erso nal p ercep ció n d el mundo.
La po sición w elzeliana p ro vo co un cam bio co nsid erable
del d iscurso juríd ico -p enal en la teo ria del delito, p ero d ejó
intacta la teo ria de la p ena, hasta la cual W elz el no llev ó sus
“ estructuras ló g ico -reales” 10. iQ u é pas aría s i, e n lu g ar de que ­
dam o s con las m odificacione s e n la e s truc tura te óric a de l
de lito, po r m e ras razone s s is te m áticas — com o se lo hace — ,
arc hiv ando las e s tructuras lógico- reales, s iguiés e m os ade lante
con las m is m as y las Uevásemos has ta la te o ria de la pe v a?
iQ ué o curriría si co n lo s d atos de realid ad de los actuales
p arad igm as crim ino ló g ico s intentásem o s enfrentar la co ns­
trucció n de una teo ria d e la p ena co nfo rm e a las estructuras
ló gico -reales? Sim p lem ente, se no s p ro d uciría una d esleg itim a­
ció n to tal de las p enas y las “ medid as de segurid ad ” tal como
las p resentaba W elzel y lo sigue haciend o el d iscurso ju ríd ico

i ° P u e d e v e r s e el d e s a r r o llo c o n v e n c io n a l d e s u p u n to d e v is t a
al resp ecto en el parágrafo 32 d e D a s d e u ts c h e S tr a f r e c h t, 1969.
200 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

p enal leg itim ante y , co n ello , qued aria en evid encia la falsed ad
d e to d o el d iscurso juríd ico -p enal leg itim ante.
Creem o s que la teo ria d e las estru ctu ras ló g ico -reales no
fue arc h iv ad a p o r infe c un d a, s ino porque , aplic ad a a la te oria
de la pe na, h ub ie ra d&s le gitim ado al s is te m a p e nal y desmisti-
fic ado al dis curs o jurídico- pe nal.
La teo ria de las estru ctu ras ló g ico -reales es “ infecund a”
p ara co nstru ir un d iscurso leg itim ante d el sistem a p enal en
un m o m ento de p ro fund a crítica so cial, p ero la creem o s aún
m uy “ fecund a” p ara co nstru ir un d iscurso que asum a la des-
Jegitim ació h d el ejercicio d e p o d er d el sistem a p enal n .
La teo ria d e las estru ctu ras ló gico -reales, p o r o tra p arte,
no llev a a ning ún red uccio nism o : sim p lem ente le ind ica al
ju rista la necesid ad de v incu larse y resp etar los entes- a que
se refiere, tal co m o se d an en los resp ectiv o s ó id enes del
m und o, lo que, co m o es natu ral, le rem itirá frecuentem ente
a Ias d isp utas acerca d e esos o rd enes y d e las estru ctu ras ón-
ticas del mund o, d iscusió n que es inelud ible en la co -existencia
v que, co m o es o bvio, no p uede elud ir cu alq uier p autació n
d e la m ism a.
Bu scar la “ segurid ad ” m ed iante la co nstrucció n de un
mund o en que to do esté “ acabad o ” y el d ev enir d etenid o , es

11 B s c u r io so q u e e s ta te o r ia se a rech a za d a y p a u la tin a m e n te
p a se a o c u p a r s u lu g a r e l fu n c io n a lism o e n A le m a n ia F ed era l; que
lo s s o v ié tic o s la r e c h a c e n p o r q u e p e r m ite q u e e l ju e z h a g a u n a in ter-
p r e ta c ió n a rb itra ria y c o m p le ta m e n te ilim ita d a d e l co n c e p to d e trai-
c ió n a la p a tria y d e o tr o s d elito s, s i e sa in te r p r e ta c ió n e s fa v o ra b le
a la s ca p a s d ir ig e n te s d e la so cied a d , e s d ecir, “a lo s c ír c u lo s m on o-
p o lístic o s y v in d ic a tiv o s d e la (R epública F e d e r a l A le m a n a ” (Zdra-
v o m íslo v , S c h n e id e r , K é lin a y R a sh k ó v sk a ia , D e r e c h o P e n a l S o v i é t i ­
co. P a r t e G en eréL , B o g o tá , 1970, pág. 547) ; q u e h a y a s id o rech azad a
por e l p e n a lism o e sp a n o l e n tie m p o s d ei fr a n q u ism o (co n la sa lv ed a d
d e C erezo M ir y u n o s p o c o s ) ; quie h a y a s id o rech a za d a p o r lo s p en a -
lis ta s ce r c a n o s a lo s c ír c u lo s d e la s dictadura® m ilita r e s d e l “co n o
s u r ”, q u ie n e s p o r lo b a jo la ca ta lo g a b a n d e “m a r x ista ” a u n q u e u n o
só lo d e lo s m á s c o n sp ic u o s r e p r e se n ta n te s d e l p e n a lism o r io p la te n se
d e “se g u r id a d n a c io n a l” lo p u so p o r e sc r ito ; “L o c u a l —s e n o s ocu-
rre— p u e d e tra n sfo r m a r a l d e r e c h o p e n a l e n e l p a ra íso d e lo s doc-
trm a r io s d e la n u e v a W e lta n s c h a u n g ( s ic ) , r e su e lta e in terp reta d a
se g ú n la s m e n ta d a s v e r d a d e s etern a s, o c o n sid era r c o n a rg u m e n to s
m e ta ju ríd ico s, q ue e l d erech o p en a l e s e l in str u m e n to té c n ic o para
a se g u r a r la p r e s e r v a c ió n d e la s m a s a s p r o le ta r ia s ” (F ern a n d o Ba-
y a r d o B en g o a , D o g m á tic a ju r íd ic o - p e n a l. R e fo r m iU a c ió n y p e r s p e c t i ­
v a s , M ontevíideo, 1983, pág. 58).
Un m o d e lo c o n s tk u c tiv o 201

buscar la segurid ad m ed iante un “ no -m und o ” (neg ació n del


m und o ), que es el m áxim o d e insegurid ad im ag inable; la
co nsig na p arece ser la sig u iente: “ Como la segurid ad no es
de este m und o , inv entem o s o tro , que no existe, y d esenten-
d ámo nos de éste” . Po r curio so que p arezca este razo nam iento ,
es el que p red o m ina en el d iscurso ju ríd ico -p enal leg itim ante.
La teo ria d e las estru ctu ras ló g ico -reales p ro p o rcio na las bases
p ara enfrentarlo ev itand o el red uccio nism o .

II. PA U T A S GENERALES PARA U N EJERCICIO D E PODER


LEGITIM O FR E N T E A U N H ECH O D E PODER DESLEG ITIM ADO

1. ^Puede haber un d iscurso ju ríd ico -p enal racio nal fren ­


te a un sistem a p enal d eslegitim ad o ? Un p rim er im p ulso o
intuició n no s llev a a resp o nd er en fo rm a neg ativ a.
La trad ició n d e las usinas d e rep ro d ucció h id eo ló gica del
sistem a p enal no s ha entrenad o co n d iscurso s en lo s que era
im p o sible escind ir la leg itim ació n d el ejercicio de p o d er d el
sistem a p enal d e la legitim id ad d e la p autacíó n d e d ecisio nes
p ara lo s caso s que la selecció n p rev ia d e las ag encias no ju d i­
ciales so m ete al po d er d e los ju ristas, o sea, a las ag encias
jud iciales.
En funció n de ese larg o co nd icio nam iento , alim entad o
po r el serv ilism o d ed uctivo de las p autas d eciso rias resp ecto
d e las leg ítim antes, la resp uesta p rim aria es que s i e l e j e r c i c i o
d e l p o d e r d e l s i s t e m a p e n a l e s tá d e s l e g i t i m a d o , e s n e c e s a r i o
a b o lir lo .
Sin em bargo , el m ás m ínim o co ntacto co n los d ato s d e
realidad del ejercicio de po der de las ag encias del sistem a
p enal le impo ne al ju rista renu nciar a su o m nip o tencia ado ­
lescente y alcanz ar la m ad urez que le p erm ita to m ar co nsciên­
cia de los estrecho s lim ites d e su poder.
Sin duda que, en el p lano p erso nal, esto g enera estad o s
d ep resivo s co mo resultad o d e la d esilusió n que im p lica, p ero
so n inev itables, p uesto que no se p asa de la ad o lescencia a la
m ad urez sin la d esilusió n, p ese a lo cual, si el ho m bre no cae
en la neuro sis im p ro d uctiva, ap rend e a u sar el im p ulso ju v e­
nil p ara la transfo rm ació n de la realid ad , que a la p o stre re­
sulta m ucho m ás atractiv a que el ju eg o d e ilusio nes.
202 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

Si el ju rista lo g ra su p erar su saber ad o lescente y reco ­


no ce que la funció n leg itim ad o ra d e su d iscurso juríd ico -p enal
fue una tarea que le im p uso el p o d er d e la so cied ad ind ustrial
— y en nu estro m arg en d el neo -co lo nialism o — p ercib irá que su
d iscurso leg itim ante se d errum ba, p ero se hallará frente a un
sistem a p enal que p erm anece, p o rque es un he cho de pode r y,
p o r m ás que se lo d esleg itim e d iscursiv am ente, los he chos de
pode r no de s apare ce u c on e s critos de los ju ris tas , porque no
es s u le g itim id ad lo que los s os tie ne , s ino s u pode r.
El sistem a p enal no es el ú nico hecho d e p o d er d eslegi-
tim ad o que se so stiene p o r su p o d er: la g uerra o la d istribu-
ció n internacio nal d el trab ajo so n hecho s de p o d er d eslegi-
tim ad o s.
Sin em bargo , allí están, fo rm an p arte de la realid ad ; cad a
d ia se hace m ás ev id ente la necesid ad de elim inar la g uerra
p ara so brev iv ir, p ero la g uerra se m antiene, co m o un hecho
d e poder. Nos p aram o s fren te a ella y , en u na reacció n p ri­
m aria, en u n p aís cu alq uiera de nu estro m arg en, podemos
d ecid ir ig no raria o sup rim ir las fu erz as arm ad as: en poco
tiem p o , la red d e p o d er p lanetario h ará que el p aís v ecino
no s invad a.
Es o bvio que no podemo s leg itim ar hecho s d e po d er que
cau san m illo nes d e m uerto s e infinito d o lo r hum ano , pero,
p ara su p rim ir eso s m ales, lo p rim ero q ue d ebem o s hacer es
reco no cer su existencia, d im ensio nar su po der, analiz arlo ,
d eterm inar nu estro p o d er frente al fenô m eno , estab lecer una
cad ena d e o bjetiv o s estratég ico s sucesiv o s y , co nfo rm e a ello,
traz ar nu estra táctica p ara alcanzarlo s.
E l p rim e r pas o p ara e l e je rc ic io de u n po de r que e nfre nte
a otro pode r de s le g itim ado , es p re g u n tar cóm o se pue de ad m i­
n is trar e l pode r de que se dis pone .
El ejercicio d e p o d er d e lo s ju ristas está lim itad o a las
ag encias ju d iciales, p ero la d esleg itim ació n dél sistem a p enal
y la q uiebra d el d iscurso d e lo s ju ristas no necesariam ente
d esleg itim a el ejercicio d e po d er d e las ag encias ju d iciales,
p o rque e n la m e d id a e n que las age nc ias jud ic iale s e je rz an s u
pode r e n fo rm a rac io n al fre nte a u n he cho de pode r que no
pue de n s u p rim ir, s u e je rcicio de pode r s e rá le g ítim o , s i lo hxb-
Un m o d el o c o n s t r u c t iv o 203

ce n e x tre m ando s us lim itad o s re curs os p ara controlarlo\ iguai-


m ente, e n la m e d id a e n que esas age ncias pro c ure n am p liar
s u e je rcicio rac io n al de pode r, tam b ié n éste s e rá le g ítim o .
Reco no cer la d esleg itim ació n del sistem a p enal y renu n­
ciar a cu alq uier d iscurso releg itim ante p o r p arte de las ag en­
cias ju d iciales, só lo im p lica p ara éstas renu nciar a un ejercicio
de p o d er que nu nca p ud iero n ejercer, p o rque jam ás las ag en­
cias ju d iciales d isp usiero n del ejercicio de po d er que leg itim a
su d iscurso ; p o r el co ntrario , lim it a r s u dis curs o a la f u n c ión
p autad o ra de c is oria im p lic a re d uc irlo a lo que es la program a-
c ión de s u e je rcicio re al de pode r.
Pero tam p o co d ebe p ensarse que esta lim itació n del d is­
curso ju ríd ico -p enal sea un m ero reco rte d iscursiv o , sino que,
al reco no cer la d esleg itim ació n del sistem a p enal, la p autació n
d eciso ria cam biará, p uesto que la p autació n d eciso ria co rrien­
te sufre la d isto rsió n q ue le p ro vo ca su d ep end encia d ed uctiv a
de lo s elem ento s leg itim antes.
La co nstrucció n d e u n nuev o d iscurso ju ríd ico -p enal im ­
p lica la p lanificació n no rm ativ a del ejercicio d el po d er d eci-
sorio de lo s ju ristas, co mo p o d er efectiv o d e su ag encia ju d i­
cial, lib re de lo s o bstáculo s que le im p o ne la d ep end encia
serv il d ed uctiv a d e lo s falso s elem ento s leg itim antes d el sis­
tem a p enal. Co nsecuentem ente, d eja abierta la p o sibilid ad d e
co nstru ir una p autació n d eciso ria leg ítim a.
El ejercicio d el po d er de lo s ju ristas, tal co mo está p au­
tado, es d ecir, d ed uctiv am ente y p artiend o de u n d iscurso fal­
so q ue le o culta sus lim ites reales, es un ejerc ic io d e p o d er que
tiend e a red ucirse p ro g resiv am ente. El reco no cim iento d e lo s
lim ites reales a ese ejercicio , es algo m ás que la sim p le renu n­
cia a una ilu sió n: es u n p resup uesto ind isp ensable p ara p au tar
un ejercicio d e p o der leg ítim o y que proc ure s u prog re s iv a
am p liac ión .
Cualquier táctica am p liato ria del ejercicio del p o d er d e
los ju ristas estará co nd enad a al fracaso si se p retend e p lani-
ficarla p artiend o d e un d iscurso que le o culta los lim ites a su
ejercicio real d e p o d er; nad ie p ued e hacer esfuerzo s racio nales
p o r am p liar su po der, cuand o v iv e alucinad o , crey end o que
y a d isp o ne de ese po der.
204 En b u sca de la s penas p e rd id a s

L a c ons truc c ión de u n dis curs o jurídico- pe nal que reco-


noz ca e l c arác te r de he cho de pode r de s le gitim ado de l s is te m a
p e n al y se lim ite a la p au tac ión de de cis ione s de la age ncia
ju d ic ia l no im p lic a u n a re le g itim ac ión de l s is te m a pe nal.
Pued e creerse que en esto suby acé una co ntrad icció n o una
p arad o ja, p o rque, entrenad o s en el d iscurso leg itim ante, p a­
rece inexp licable que se legitim e el po d er d e los ju ristas y se
d esleg itim e el p o d er d el sistem a p enal.
No o bstante, no es éste el único caso en que el ejercicio
d el p o d er d e lo s ju ristas se co nsid era leg ítim o y necesario
fren te a un hecho d e p o d er d eslegitim ad o . Y a vimo s que la
g uerra es un hecho d e po d er claram ente d eslegitim ad o y, sin
embargo , nad ie p o ne en duda la necesid ad y racio nalid ad de
los esfuerzo s de lo s ju ristas d edicad o s al d erecho hum anitario
y d e sus ag encias. L a g uerra está d eslegitim ad a 1Z, p ero el
d erecho hum anitario está legitim ad o , en la med id a en que
p ro cura red ucir el nív el de v io lência de un hecho d e poder
que está fuera d e co ntro l, es d ecir, cuyo lim itad o po der le
im p id e su p rim ir13.
La co incid ência que en este asp ecto p lantean la g uerra y
el sistem a p enal no es casual, p o r lo que v o lverem o s reitera-
d am ente so bre el tem a, pero, d e m o m ento , só lo la to mamo s
en cu enta p ara neg ar cualq uier sup uesta co ntrad icció n que
p retend a hallarse entre la tentativ a de p autar el ejercicio del

12 L a g u erra h a q u ed a d o d e sle g itim a d a e n la C arta d e las N a-


c io n e s U n id a s. S ó lo e n tres su p u e sto s es au torizad a: 1) c o m o m edida
d e se g u r id a d colecb iva d isp u e sta por la O NU; 2) e n ca so d e guerra
d e lib era ció n n acion al; y 3) e n ca so d e g u erra d e fe n siv a . L a tercera
e x c e p c ió n , dada la d ifíc il ca ra cteriza ció n del “a g reso r” e s el agu jero
por e l c u a l s e esca p a e l h e c h o d e p od er y d em u estra la im p o tên cia
d e lo s o r g a n ism o s in te r n a c io n a le s fr e n te al m ism o (v er: C h ristop h e
S w in a rsk i, I n tr o d u c c ió n a l D e r e c h o I n te r n a c io n a l H u m a n ita r io , Co­
m itê In tern ac. d e la C ru z R oja - In st. In teram . d e D s. H u m an os,
S a n José-G in eb ra, 1984, p. 10; ta m b ién CICR, N o r m a s f u n d a m e n ta le i
d e lo s C o n v ê n io s d e G in e b r a y d e s u s P r o to c o lo s A d ic io n a le s , G ine-
bra, 1983; ‘R e v ista In te r n a c io n a l d e la C ruz R o ja ”; etc.
13 “E l d erech o in te r n a c io n a l h u m a n ita rio e s el cu erp o d e n or­
m a s in t e r n a c io n a le s ... q u e lim ita , p or ra zo n es h u m a n ita ria s, e l d e­
r e ch o d e la s P a rtes en c o n flic to a e le g ir lib r e m e n te los m é to d o s y
lo s m ed io s u tiliz a d o s e n la g u erra , o q u e p ro teg e a las p erso n a s o a
los b ie n e s a fe c ta d o s o q u e p u ed a n e sta r a fecta d o s p or e l c o n flic to ”
(S w in a r sk i, pág. 11).
Un m o d e lo c o n s tru c tiv o 205

p o d er d e lo s ju ristas en fo rm a leg ítim a, frente al hecho de


p o d er d eslegitim ad o d el sistem a p enal.
El ejercicio d el p o d er de lo s ju ristas así p autad o , so lo se
leg itim ará en la m ed id a en que p au te las d ecisio nes de la
ag encia ju d icial d e fo rm a que ésta asu m a una fu nció n de
co ntrad icció n d entro d el co nju nto d e ag encias d el sistem a p e­
nal, red uciend o su v io lência. De allí que el d iscurso p autante
en lo ju ríd ico -p enal, no p ued a ser “ acabad o ” , sino “ inacaba­
d o ” , ab ierto a las co nting ências y esp acio s que la d inâm ica del
p o der d e las ag encias d el sistem a p enal le abra, o freciénd o le
m ás o p o rtunid ad es p ara red ucir la v io lência d el ejercicio d es­
leg itim ad o del poder.

2. E l d erecho p enal y el d erecho hu m anitário co m o re­


cíp ro cas p ro lo ng acio nes. El p o d er se ej.erce en fo rm a sum a­
m ente co m p leja, integ ránd o se en una red d e m icro -p o d eres
cuyo co nju nto suele d ar la im p resió n d e un sistem a co n cap a­
cid ad o rg ânica d e auto -equilibrio y rep ro d ucció n. Su caracte­
rística m ás no to ria es la d inâm ica: en su ejercicio , lo s m icro -
po d eres p ug nan co aügánd o se p erm anentem ente de mo d o ines-
table.
Si se p rescind e d e ese d inam ism o , el ejercicio d el p o d er
se to rna ineo m p rensible; p recisam ente la id ea generalizad a
de que el p o d er “ se tiene” co ntribu y e a d isto rsio nar esta p ers­
p ectiv a e im p id e p ercibir su esencia, que es e je rcicio.
En o casio nes, la d inâm ica y las p ug nas del p o d er se ma-
nifiestan co n m ay o r v io lência y tam b ién la v io lência d el e jer­
cicio d e p o d er se recub re d e u n d iscurso que la ju stific a, que
la o culta o que la m uestra, seg ún las circu nstancias d el mo­
m ento d e p o d er d e que se trate. H ay m o m ento s d e p o d er
en que la lu cha ab ierta d a lu g ar a la g uerra, en tanto que
en o tro s la lu cha se lim ita al p lano p o lítico , aunque no quede
en claro si la p o lítica es u na co ntinu ació n d e la g uerra o la
g uerra una co ntinuació n d e la p o lítica.
El ejerc ric io d e p o d er d e lo s ú ltim o s cu arenta ano s (es
d ecir, de lo s albo res d e la rev o lu ció n tecno -científica) ha ex­
cluíd o a las g uerras co n arm as co nv encio nales d e las áreas de
co ncentració n d e po d er p lanetario (so m etid as a am enaz as co n
arm as no co nv encio nales cuy o p erfeccio nam iento “ p rev enti­
206 En busca de la s p e n a s p e b d id a s

v o ” o “ d isuasiv o ” y a les ha p erm itid o acum ular cap acid ad


d estru ctiv a p lanetária), releg ánd o las a las áreas m arg inales
del poder.
El d iscurso ju ríd ico -internacio nal d esleg itim a Ias g uerras,
pero , sin em barg o , las g uerras existen, existen los ejército s,
las fáb ricas d e arm am ento co nv encio nal, p ro gram as carísim o s
de so fisticad o arm am ento nuclear, quím ico , bacterio ló g ico , etc.
Están en el mund o co mo un fac tum , tan real como cual­
quier o tro .
La v erticaliz ació n d el p o d er so cial tanto en el centro como
en nuestro m arg en, v aliénd o se del sistem a p enal, tam bién es
un d ato de la realid ad , un hecho de po der, como lo es el
escaso p o der que realm ente ejercen las ag encias ju d iciales en
ese sistem a.
Dado que ese ejercicio de p o der, en nu estro m arg en y
d ebido a su funció n d e co ntenció n de m ayo rías, en o casio nes
resu lta extrem ad am ente vio lento , se ha p retend id o co nfund ir
exag erad am ente los m o m ento s de g uerra y de p o lítica, p arti­
cu larm ente p o r el d iscurso central de exp o rtació n (no utili-
zable p ara co nsum o interno central) que p retend ió la existen-
cia d e una g uerra “ p erm anente” aunque de características
esp eciales — “ sucia” — cap az de leg itim ar cu alq u ier ejercicio
de poder, incluso geno cid a. No siend o su ficiente p ara los p la­
nes d e exp o liació n de alg uno s grup o s financiero s centrales el
ejercicio de p o d er v erticaliz ante d el sistem a p enal, se instru-
m entaro n funcio nales bro tes terro ristas y esa id eo lo gia p ara
v erticaliz ar m ilitarm ente a to da la so ciedad , co nv irtiend o al
sistem a p enal en un ap arato de terro rism o estatal.
Lo s d ato s so ciales acerca del sistem a p enal en la realid ad
m u estran claram ente que éste no es suscep tible de ninguna
releg itim ació n.
S i e l e je rcic io d e l pode r fue s e rac io nal, no h ab ría e s pacio
p ara la g ue rra n i p ara e l s is te m a pe nal, p ero ésta es una m eta
que se halla al final del p ro g ram a d e transfo rm ació n rev o lu ­
cio naria que, a g rand es trazo s, enuncio la D eclaració n U ni­
v ersal d e D erecho s H um ano s en 1948.
A sí co m o cad a p arte en g uerra aún ho y p retend e ampa-
rarse en un d iscurso que la co lo que en situació n d e “ d efensa” ,
Un m o d e lo c o n s tru c tiv o 207

to do sistem a p enal intenta racio naliz ar su ejercicio de po der


co n un d iscurso “ d efensista” y , p o r end e, co mo un ejercicio
“ natu ralm ente necesario ” d e po der.
La necesid ad d e lim itar y lueg o d e errad icar la g uerra
en los p aíses centrales, g eneró el d erecho hu m anitario co mo
m ed io d e p o ner co to a su v io lência, p ero las ag encias que lle-
v an a cabo esta p ro g ram ació n ju ríd ica no d isp o nen d el po der
necesario p ara llev arla a cabo p lanetariam ente, en los caso s
en que el p o d er central y m arg inal resu lta co ntrad icto rio co n
los o bjetiv o s d e esta ag encia ju ríd ica.
El sistem a p enal, a d iferencia d e la g uerra, nunca fue
d iscursiv am ente d eslegitim ad o p o r el po der, sino que, p o r el
co ntrario , se han ago tad o lo s esfuerzo s leg itim antes y hoy,
cuand o no se hace m ás que ru m iar resto s d e d iscurso s leg iti­
m antes d esbaratad o s o se p retend e leg itim arlo recurriend o
abiertam ente a las necesid ad es d e un sup uesto “ sistem a” , las
ag encias ju d iciales se encu entran en la d isy untiv a de asum ir
el p ap el que fren te a la g uerra d esem p enan las ag encias del
d erecho hu m anitario o d eg rad arse d efinitiv am ente a ap ênd i­
ces bu ro crático s d el p o d er de las o tras ag encias del sistem a
penal.
Las ag encias g enerad o ras d el d iscurso juríd ico -p enal, po r
su p arte, esto es, la activ id ad acad êm ica juríd ico -p enal, se
encuentra en análo g a d isy untiv a, aunque quizá aún m ás in­
cô mo d a: o sig ue rum iand o lo s resto s d e d iscurso s d esbaratad o s
y alejánd o se cad a d ia m ás d e los restantes saberes so ciales
(so cio lo g ia, eco no m ia, p sico lo g ia, histo ria, antro p o lo g ia, etc.)
y de la filo so fia, la ética, etc., o bien se d ecid e a elabo rar un
d iscurso p autad o r d e d ecisio nes que im p o rten un ejercicio de
p o d er legítim o d e las ag encias jud iciales.
En esta ú ltim a o p ción, e l de re cho p e n al ( s abe r o dis curs o
jurídic o- pe nal) as u m iría la f u n c ión de u n de re cho h u m an ita­
rio de l tie m p o de la p o lític a.
Esta ú ltim a o pció n, p ara lo s m arg inales d el po d er p lane-
tario , se im p o ne co n m ay o r u rg ência en razó n d e la necesid ad
d e co ntro lar la altísim a v io lência d el sistem a p enal en lo s p aí­
ses p eriférico s, y sig nifica m ucho m ás que hacer efectiv as
ciertas g arantias resp ecto d el red ucid o núm ero d e p erso nas
que qued an atrap ad as en el sistem a p enal rep resiv o (lo que,
208 En busca de la s penas p e rd id a s

sin em barg o , p o r sí m ism o , rev elaria ia necesid ad de re-fo rm u-


lar el d isc u rso ): d esd e nu estra realid ad m arg inal im p o rta la
d efensa de lu g ares o esp acio s d e p o d er co m unitário , co ntro l y
lim itació n de p o d er v erticaliz ad o r y, en d efinitiv a, d ebilita-
m iento d el instru m ental d e d ep end encia.
L a re c o ns truc c ión de l dis c urs o jurídic o - pe nal com o p la n i­
fic ac ión de l e je rcicio de pode r de cis orio de los ju ris tas es, e n
nue s tro m arge n, u n a ne c e s idad v in c u lad a a n ue s tra s upe rvi-
v e nc ia c o m un itaria,

III. L IN EA M IE N TO S DEL DISC URSO D E PA U T A C IO N DECISORIA

1. Reco nstru cció n d el co ncep to de “ p ena” . Cuand o no s


referim o s a lo s elem ento s neg ativ o s d el d iscurso ju ríd ico -p enal
leg itim ante, senalam o s co m o tales a los que se elabo ran p ara
d ejar fuera d el sab er p enal lo que co rresp o nd e a su ho rizo nte
de p ro y ecció n, p ara d ejarlo s fu era d el p o d er d e lo s ju ristas y,
de este mo do, le g itim ar a s u re s pe cto e l e je rcicio de pode r de
las age ncias no jud ic iale s .
Se im p o ne la tarea p rio ritaria d e elim inar eso s elem ento s
neg ativ o s y restau rar o estab lecer el ho rizo nte d e p ro y ecció n
del d erecho p enal, o sea, o cup ar o recu p erar p ara el ejercicio
de p o d er d e las ag encias ju d iciales d el sistem a p enal, los te­
rreno s ced id o s o usurp ad o s.
Co mo es o bvio , el ho riz o nte de p ro y ecció n d el saber ju rí­
d ico -p enal es la “ ley p enal” , p uesto que se trata d e un sistem a
p autad o r d eriv ad o d e la interp retació n de la ley p enal; el
c arácter d iferencial d e la “ ley p enal” resp ecto d e las o tras
ley es es la “ p ena” . Dado que el co ncep to d e “ p ena” es reco r­
tad o artificialm ente p o r d istintas teo rias que tratan de leg iti­
m aria, se hace necesario reco nstru irlo d esd e su d esleg itim a­
ció n p ara p o d er estab lecer cuáles so n los lim ites reales del
d iscurso ju ríd ico -p enal y cuáles so n los elem ento s neg ativ o s
leg itim antes d e la co ncesió n g racio sa de su m atéria al po der
d e ag encias no ju d iciales.
El co ncep to d e p ena no p ued e p ro p o rcio narlo ning ú n d is­
cu rso leg itim ante y tam p o co p uede qued ar en m ano s d el le­
g islad o r. No p uede hab er u n.sab er que asp ire a c ierta d ignid ad
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 209

acad êm ica y cuy o âm bito d ep enda d e u n p uro acto de poder


po lítico .
El p o d er p o lítico hasta ciertò p unto , p ued e d ecid ir qué
co nd uetas so m ete a p ena y cuáles no so m ete a p ena, po rque
es p arte de su ejercicio en el m arco del hecho de p o d er que
ejerce el sistem a p enal, p ero la ag encia p o lítica no p uede su­
p erar to do lim ite de irracio nalid ad e inv entar la “ p ena” y la
“ no p ena” .
En su selecció n o ap o rte al cam po selectiv o de las ag en­
cias ejecu tiv as, la ag encia p o lítica tam bién tiene u n m áxim o
de irracio nalid ad ad m isible, que le im p o ne resp etar d atos
m ínim o s de realid ad . A sí co mo no p uede co nv ertir en co nd ucta
hum ana cu alq u ier hecho n i d esco no cer el carácter de co nd ucta
a lo que es tal, tam p o co p uede neg ar el d ato real del co ntenid o
penoso. El legislad o r p uede hacer m uchísim as co sas, p ero al­
gunas no p uede hacerlas y, entre éstas, no tie ne pode r p ara
de cir que lo doloros o no due le .
Nos hallam o s aq ui co n una estru ctu ra ló g ico -real que el
legislad o r no p ued e d esco no cer, p o rque hay una realid ad fí­
sica que se lo impide.
Si el sistem a p enal es un m ero hecho de po der, la pe na
no pue de p re te nde r n in g u n a rac io n alid ad , es d ecir, que no
pued e exp licarse m ás que co mo una m anifestació n d e ese po­
der. No siendo la p ena racio nal, ésta só lo p ued e d isting uirse
de las restantes sancio nes ju ríd icas p o r exclusió n.
La falta d e racio nalid ad finca en que no se trata de un
instrum ento id ô neo p ara reso lv er co nflicto s. Lueg o , to da san-
c ión ju ríd ic a o in f lic c ión de d o lo r a títu lo de de c is ión de auto-
rid ad que no e ncaje de ntro de los m ode los abs tractos de s o lu­
c ión de c onflic tos de las otras ram as de l de re cho, es u n a pe na.
En tanto que la p riv ació n d e alg ún bien o d erecho a títu lo
ju ríd ico sirv a p ara la rep aració n, p ara co m p eler a alg uien a
la realizació n d e un acto debido , p ara la nulid ad d e acto s
realizad o s o p ara interru m p ir u n p ro ceso lesiv o en curso o
im p ed ir su inm inencia, no s hallarem o s co n sancio nes que co-
rresp o nd en a m o d elo s racio nales de ejercicio del poder, p ese
a que, p o r m uchas y v ariad as razo nes (selectiv id ad en el
acceso a la ju sticia, d efecto s del m ecanism o o p erativ o , etc.)
210 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

puede no ser satisfacto rio su funcio nãm iento . De cu alq uier


m anera, se tratará siem p re de mo delo s que, a niv el abstracto ,
so n de so lució n de co nflicto s, p ese a su o p erar co ncreto de-
fectuo so.
Pero el mo delo p enal, tal co m o lo ha subray ad o el abo li­
cio nism o y o tras críticas, d esde que la v íctim a d esap areció po r
efecto de la exp ro p iació n del co nflicto p o r el so berano o po r el
estad c, ha d ejad o de ser un m o delo d e so lució n d e co nflicto -,
p o r sup resió n d e una d e las p artes d el co nflicto . Esto exp lica
la m ultip licació n increíb le d e teo rias d e la p ena (y co nsiguien-
tes teo rias del d erecho p enal) y la errabund a p ereg rinació n
filo só fica d el saber p enal y hasta casi su avid ez id eo lógica u .
La o p erativid ad de lo s sistem as p enales no ha variad o
m ucho en la realid ad en lo s últim o s ciento treinta ano s, p ero
la d iversidad d iscursiv a co n que se lo ha querid o leg itim ar en
ese mismo tiem p o es aso m bro sa y , en fo rm a ind irecta, es un
claro ind icio d e su irred uctib le carência de racio nalid ad .
El m ism o no m bre d e “ p ena” in d ic a u n s ufrim ie n to , pero
sufrim iento hay en casi to d as las sancio nes ju ríd icas: sufrim o s
cuand o no s em barg an la casa, cuand o no s co bran un interés
p unito rio , no s anulan un p ro ceso, no s p o nen en cuarentena.
no s llev an p o r la fuerza a d eclarar co mo testig o s, etc. N inguno
de esto s sufrim iento s se llam a “ p ena” , p o rque tienen un sen­
tid o , es d ecir, co nfo rm e a mo delo s abstracto s to d o s sirv en p ara
reso lv er algún co nflicto . La p ena, en lug ar, co m o sufrim iento
nuérfano de racio nalid ad , hace v ario s siglo s que busca un
sentid o y no lo encu entra, sencillam ente p o rque no lo tiene,
m ás que como m anifestació n de poder.
Po r ende, pe na es todo s ufrim ie n to o priv aci&n de alg ún
b ie n o de re cho que no re s ulte rac io nalm e nte ade cuado a al-

_ 14 H a ce m á s d e u n sig lo , T o b ía s B arreto, e n e l n o r d e ste brasi-


le n o h a b ía v is to e sto c o n a b so lu ta clarid ad : “E l c o n c e p to d e la pena
— escrib ía — n o es u n c o n c e p to ju ríd ico, sin o u n c o n cep to político.
E s te p u n to e s cap ital. E l d e fe c to d e la s te o r ia s u su a le s e n ta l m a téria
c o n s is te ju n tam en te e n el error d e co n sid era r a la p en a com o una
c o n se c u e n c ia d e derecho, lo g ic a m e n te fu n d ad a”. Iba a ú n m á s lejos
su razon am ien to, v in c u la n d o s u d e sle g itim a c ió n co n la d e la guerra,
ta l com o lo p o stu la m o s a q u i (cfr. T o b ía s B arreto, O f u n d a m e n to d o
d ir e ito d e p u n ir , en M e n o r e s e lo u c o s. “O bras C o m p leta s” E d icã o do
E sta d o d e S ergip e, 1926, T. V, pág. 149). '
Un m o d e lo c o n s tru c tiv o 211

guno de los m ode los de s o luc ión de c onflic tos de las re s tante s
ram as de l de re cho.
2. E sta b lecim en to d el h orizonte de p royección del d is­
curso ju rídico-penal. Co ncebid a la p ena co nfo rm e a los dato.s
ó ntico s senalad o s, qued aria fu era del arb itrio de la ag encia
leg islativ a su straer m atéria p enal recurriend o a una m era al-
teració n d el n o m e n ju ris .
Po co im p o rta la fo rm a en que la ag encia leg islativ a quiera
llam ar a una p ena, pues lo im p o rtante siem p re serán los dos
datos d e realid ad que co nsig nam o s: inflicció n de d o lo r e in-
ad ecuació n a los mo delo s de so lució n de co nflicto s de las res­
tantes ram as ju ríd icas.
Si co n este co ncep to de p ena establecem o s el ho rizo nte
de p ro yecció n d el d erecho p enal, v erem o s que entran en su
âm bito cam p o s inso sp echad o s, a los que el d iscurso trad icio nal
del d erecho p enal no s aco stum bró a v er siem p re co mo ajeno s
al m ism o , en funció n de lo s elem ento s neg ativ o s racio naliz an-
tes a que no s hemo s v enid o refiriend o .
A títu lo m eram ente ejem p lificativ o y p ro visio nal, v ere­
mo s que so n efectiv am ente p enas o que, al m eno s, co rresp o nd e
abrir el d ebate y establecer las necesarias lim itacio nes, res­
p ecto de las sig uientes co nsecuencias ju ríd icas:
a) Sancio nes co ntrav encio nales.
b ) Sancio nes m ilitares.
c) Sancio nes g raves del d erecho ad m inistrativ o .
d ) Inhabilitacio nes e interd iccio nes d isp uestas por ag en­
cias ad m inistrativ as o co rp o racio nes.
e) Priv acio nes de libertad p o r estad o s de em erg encia po­
lítica.
f) M ed idas p ara m eno res.
g ) M edid as p ara ad ulto s.
h) Reclu sio nes p siq uiátricas.
i) Reclu sio nes asilares d e anciano s.
j) Clausuras d e establecim iento s, p ro hibicio nes de esp ec­
táculo s, censuras, neg ació n de d o cum entació n, licen­
cias, etc.
212 En bu sca de la s p e n a s p e rd id a s

k) Prisió n p rev entiv a pro lo ngad a.


1) Priv acio nes de libertad co n p retexto de seguridad ,
id entificació n, etc., que no teng an p o r o bjeto interrum -
p ir el cu rso de un accio nar lesiv o o im ped irlo .
En esto s caso s y en m uchísím o s m ás, existe o, al m eno s
es am p liam ente d iscutible la existencia de u na pe na, legal o
ilegal, p ero pe na, es d ecir, u na m ate rialid ad p u n it iv a que la
ag encia ju d icial d ebería recup erar p ara su ejercicio d e poder.
Para ello, se le im po ne a la ag encia ju d icial una p ro g ram ació n
del ejercicio de su poder, d ecid iend o en cada caso , según el
análisis de las circu nstancias p articulares:
a) im p o ner la p ena al d ecid ir el co nflicto , cuand o haya
co nflicto y se reúnan todos lo s requisito s que requiere la in-
tang ibilid ad de los lim ites m áx im os de irracio nalid ad to lerable
o ad m itid a (g arantias o p rincip io s p enales);
b ) no im p o ner la p ena cuand o no hay a co nflicto o falten
los referid o s recaud o s;
c) no im p o ner la p ena y d eclarar la inco nstitucio nalid ad
de la ley que la p revea o auto rice cuand o : a’ ) au to rice su im-
po sició n cuand o no hay co nflicto o exced iend o lo s lim ites m á­
xim o s de irracio nalid ad ad m itid a; o b ’ ) atribuy a la im p o sició n
al ejercicio de po der de una ag encia no ju d icial.
Sintetizand o lo exp uesto , po demos d ecir que ley es pe nale s
s on, pue s , las que pre v é n pe nas com o fo rm a de de c is ión de
c onflictos y las que de c ualquie r otra m ane ra au to riz an la
im p o s ic ión de pe nas (s e an o no c o ns tituc io nale s ), e nte ndién-
dose po r “pe nas ” las cons e cue ncias ju ríd ic as que im p lic an
p riv ac ión de de re chos o s ufrim ie n to y que no que pan e n los
m ode los de s o luc ión de las otras ram as de l de re cho.
3. Concepto del d erecho p enal así d elim itad o . Co nforme
al sentid o reco nstru cto r co n que asum im o s la tarea de ensay ar
una nueva v ersió n del d erecho penal, p artiend o d e la d esle­
g itim ació n del sistem a p enal, es p o sible d efinir pro visio nal-
m ente al d erecho p enal (saber juríd ico -p enal) co mo la cons-
truc c ión dis c urs iv a que inte rp re ta las ley es de conte nido p u ­
n itiv o (le y e s pe nale s ) p ara tratar de prov e e r a la juris d ic c ión
de lim ite s cie rtos para e l e je rcicio de s u pode r de cis orio y de
Un m o d e lo c o n s tru c tiv o 213

m ode los u opcione s no c o ntradic torios p ara los c onflic tos que
e l pode r de las re s tante s age ncias s e le cciona p ara s om e te rlos
a s u de c is ión, d e l m odo que s o c ialm e nte re s ulte m e nos v iole nto.
En esta co ncep tuació n no s referim o s al po d er d eciso rio
de la ag encia ju d icial y no al po der p ara re s olv e r lo s co nflic­
to s, p o rque p artiend o d e la inc ap ac id ad de l m ode lo p e n al p ara
“re s olv e rlos ”, no es pos ible as ignarle e s ta fu n c ión , s ino s ólo
la de “de c idirlos ”, e s table cie ndo s i e x is te e l c o nflic to , s i debe
im po ne r la p e na y q ué pe na de be im pone r.
La ag encia ju d icial, co n la actu al co nfig uració n d el po der
so cial, no p ued e p retend er reso lv er lo s co nflicto s, sino lim itar-
se y esfo rzarse p o r red ucir al m ínim o la interv enció n siem p re
v io lenta del hecho d e p o d er d el tiem p o d e la p o lítica.
En cuanto a la bús que da de la de c is ión s ocialm e nte m e ­
nos v io le nta, d ebe tenerse p resente que es la fu ente d e legi-
tim ació n del ejercicio d e p o d er d eciso rio d e la ag encia ju d icial.
Seria ésta la no ta que d o taria d e racio nalid ad (leg itim i­
dad) a su p o d er d eciso rio . Cabe co nsig nar que el co nflicto y a
lleg a a la ag encia ju d icial co n u n co nsid erable grad o d e v io ­
lência p racticad a o inco rp o rad a, intro d ucid o p o r las ag encias
no ju d iciales que han interv enid o p rev iam ente en fo rm a se-
lectiva. Po r end e, to d a interv enció n d el sistem a p enal es
v io lenta (al m eno s, p o r su selectiv id ad , sin co ntar co n las o tras
no tas m ucho m ás m arcad as) y , en los po co s caso s que se so-
m eten a la d ecisió n d e la ag encia jud icial, lo único que ésta
pued e hacer es co ntro lar la v io lência, p ero nunca sup rim iria,
dado que la m ism a ya lleg a en buena p arte co nsum ad a.

4. U n a n u e v a etización d el derecho p en al, a) jS e propo-


ne u n a “p o litiz ac ión ” de l de re cho pe nal? Esta p reg unta en-
cierra una co nsid erable d o sis d e ang ustia y suele ser fo rm u­
lad a p o r los o p erad o res d e las ag encias ju d iciales.
A n te la re sp u e sta a firm a tiv a , el rech a zo es fro n ta l; el
fenôm eno se explica p o rq u e el e n tre n a m ie n to ju d icial en sen a
q u e el co m p o rtam ien to de la ag en cia ju d ic ia l es “apo lítico ” ,
° sea, q u e los o p erad o res de la ag en cia ju d ic ia l son e n tre n a d o s
P ara no e je rc e r p o d er o p a ra ejercerlo lo m enos posible y
siem p re del m odo m ás fu n cio n al al p o d er d e las o tra s agencias.
214 En busca de la s p e n a s p e b d id a s

No o bstante, la d e s le g itim ac ión de l s is te m a p e n al m ue s tra


que la age nc ia ju d ic ia l es p o lític a, que s ie m pre lo h an s ido
todas las age ncias ju d ic iale s y que la re n u n c ia a e je rce r s u
pode r o la ce s ión gracios a de l m is m o a otras age ncias tam b ié n
es u n acto po lític o . N o hay e je rcicio de pode r e s tatal que no
s e a p o lític o : o es p o lític o o no es pode r.
Está claro que “ p o lítico ” no sig nifica “ p artid ista” en el
sentid o de so m etim iento de la ag encia ju d icial a las ag encias
leg islativ as o ejecu tiv as, sino en el p rístino sentid o d e la pa-
labra, co mo “ g o b iem o de la ciud ad ” , co mo naturalez a incues-
tio nable de un po der que d ebe ejercerse so bre los ciud ad ano s.
La d esleg itim ació n del ejercicio d e p o d er d el sistem a p e­
nal co lo ca al ju rista ante esta ev id encia, b arre co n to d o s los
p retexto s que se han ensay ad o p ara d isim ular su naturaleza
y rev ela inco ntestablem ente que s u pro g ram ac ión, com o p ro ­
y e c c ión de u n e je rcic io de pode r e s tatal, es p o lític a.
El d iscurso ju ríd ico -p enal siem p re ha sido p o lítico y de-
cirlo abiertam ente no im p lica “ p o litiz arlo ” , sino hacerlo co ns­
ciente de su naturalez a; así co m o nad ie p ued e p retend er
“ b lanq u ear” las ro sas blancas d iciend o que so n blancas, no
se p ued e p retend er “ p o litiz ar” al d erecho p enal d iciend o que
es p o lític o 15. La d iferencia estrib a en que reco no cer la blan-
cu ra d e las ro sas blancas no g enera ning ún co m p ro m iso , p ero
reco no cer que el d erecho p enal es p o lítico co m p ro m ete seria­
m ente, y p o rque im p o ne la inm ed iata d efinició n d e o bjetiv o s
y la co nsig uiente selecció n de m ed io s p ara lo g rarlo s, o bliga
a d elinear el sentid o d el ejercicio d e p o d er que asp ira a p ro ­
g ram ar co n su sistem a de p autació n d eciso ria, a arriesg ar con-

Jr< S e p reten d e resp o n d er a e sto cita n d o a Carrara, pero por


c ierto q u e sin h a b er co m p ren d id o e l p e n sa m ie n to earrarian o — y a
v e c e s sin h ab erlo leíd o— , p u e sto que lo ú n ico q u e h iz o C arrara fu e
ren u n cia r a tra ta r el d e l i to p cA ític o , por n o h a lla r c r ité r io s o b je tiv o s
so b re lo.s e u a le s ela b o ra r s u teo ria , h a lia n d o el co n c e p to a m erced
d e la arb itra ried a d p olítica, tal com o lo expre.sa en el parág. 3924 rk-
su P r o g r a m m a \ pero d e a llí a a firm a r q u e C arrara n egab a ca ra cter
p o lític o al d erech o p en a l, h a y u n a d ista n c ia sid era l, p u es q u ien f u -
m u la e s t a a firm a ció n o lv id a la prop ia d e fin ic ió n de d e lito d e Carrara
(p arág. 21) c o n e x p líc ito r e q u e r im ie n to de la “d a n osid ad p o lítica
(p arág. 3 3 ), q u e era lo q u e le su str a ía a la arb itra ried a d le g isla tiv a ,
so m e tié n d o lo a la e x ig e n c ia de resp o n d er a u n a " n ecesid ad p o lític a ”,
q u e co n cib e com o u n a n ec e sid a d “d elia n a tu ra u m a n a ” (Carrara.
P r o g r a m m a , 1924, I. pág. 71).
Un M ODELO CONSTRUCTfVO 215

flictos con la s re s ta n te s ag en cias del sistem a penal, provoca


an tag o n ism o s y co n trad iccio n es con el o tro ejercicio de poder
y p a ra el pro p io ejercicio de poder.
C uando el ju ris ta a ce p ta que el derecho penal es político,
y a no p u ed e s e r el exégeta o c o n stru c to r d e deducciones ra-
cionalizantes, sino el p ro g ram a d o r de u n ejercicio de poder,
u n h o m b re en lucha. Que da hoy e n las m anos de l ju ris ta de­
c id ir s i ge ne ra u n dis curs o al s e rv id o de l pode r de age ncias
no jud ic iale s , rac io n aliz ánd o lo como dis curs o fu n c io n al a u n
s upue s to “s is te m a”, o s i produce u n dis curs o que ge ne ra u n
e je rcicio de pode r autôno m o de las age ncias judic iale s , al ser-
v ic io de la pe rs ona h um ana, po r m e dio de u n a c ontradic c ión
re duc tora de v iolê nc ia.
U na dogm ática q u e p re te n d a e lu d ir la resp u esta a esta
d isy u n tiv a, d a ria p o r re su lta d o u n discu rso ju ríd ico -p en al que
n o sepa p ara qué s irv e y tam poco a q u ié n s irv e .
L a elección p o r la solución “sistêm ica” seria e n n u e stro
m a rg e n d ecid irse a fav o r del tecno-colonialism o; la “prescin-
d en cia” q u e elu d a c u a lq u ie r definición, consciente o incons­
cien tem en te, im p licaria lo m ism o, p o rq u e p a sa ría in d ife re n te
fre n te al ejercicio de p o d er tecno-colonialista en cjirso ge­
nocida.
L a v u elta o refu g io e n la “glosa” fre n te al ejercicio v io ­
len to y desleg itim ad o del p o d er p en al en n u e stro m argen, hoy
m ás q u e n u n c a m e re ceria el calificativo de l’arte s chifos a che
n e i te m p i pas s ati c hiam os i gius c rim inale 16.
b) L a “v ie ja” e tiz ac ión de l dere cho pe nal. L a “etización”
del d erech o p en al fu e u n esfuerzo d e p o sg u erra que p re te n d ia
racio n alizar y, p o r ende, lim itar, la selección tip ific an te d e la
agencia legislativa. P a ra ello acen tu ó u n a su p u e sta función
pedagógica del derecho penal, cuyo efecto seria la conserva-
ción de los valores ético-sociales fu n d am en tales.
A l derecho p en al así concebido se le asig n ab a u n a fu n ­
ción “p o sitiv a” , q u e seria la p reserv ació n d e esos valores.
“ T are a del d erech o p en al — se afirm ab a— es la protección

16 Francesco Carrara, O p u s c o li d i D ir itto C r im in a le d e l P r o fe s -


* o re C o m m . . . . , Q u a r ta e d iz io n e , vol. I, Prato, 1855, pág. 180.
216 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

d e elem en tales v alo res ético-sociales (v a lo re s de disposición


in te rn a , de acción) y sólo com o p a rte d e ella la p ro tecció n d e
los b ienes ju ríd ico s e n p a rtic u la r” 17. L a p ro tecció n de los
b ienes ju ríd ico s se o p e ra ria m e d ia n te la proteccióh. de estos
v alo res ético-sociales elem en tales y, p o r ende, m a y o r d eb iera
ser la p e n a c u a n to m ás elem en tal fuese el v a lo r social des-
conocido.
L a desleg itim ació n d el sistem a p e n a l d eja sin su ste n to
esta teo ria, q u e p a ra n a d a to m a e n c u e n ta la selectiv id ad del
sistem a penal, su a rb itra rie d a d , su vio lên cia y su co rru p ció n ,
e n tre o tra s cara cterísticas.
E l efecto de e sta te n d e n c ia fue u n a “ etizació n ” d el d e re ­
cho p e n a l q u e p ro n to p erd ió el p rim itiv o eq u ilíb rio de sus
a rq u itecto s-fu n d ad o re s y se desp lazó h a c ia u n a a ce n tu ació n
de re q u isito s su b jetiv o s con releg ació n d e d ato s objetivos en
la co n fig u ració n d e l concepto d e “d elito ” . P o r este cam in o no
fue difícil d e sp e n a rse y a d m itir q u e el resu ltad o , com o presu-
p u esto d e la p ena, tien e, u n a fu n ció n le g ítim a p a ra fu n d a r la
exigencia d e p en a, p e ro n o e n c u a n to a su m a g n itu d p a ra la
ad ecu ació n d e la p en a a la cu lp ab ilid ad , d o n d e r e s u lta ría n d e­
te rm in a n te s los fines de la p en a en aten ció n a la perso-
n alid ad 18.
E n sín te sis: u n m o v im ie n to en cu y a ra iz c o n v erg ían v a ­
ria s te n d en cia s, no siendo ajen a, p o r cierto, la in te n c ió n de
lim ita r al legislador, su m ó a los re q u isito s ob jetiv o s p a ra es-
ta b lece r la p resen cia d e u n “d elito ” , otro s de n a tu ra le z a su b ­
je tiv a , p ero la in sistê n cia en lo su b je tiv o se d esv ió h a s ta
re d u c ir los re q u isito s ob jetiv o s y te rm in a r en u n a n ue v a te o­
ria s in to m átic a de la ac c ión: la ac c ión com o s in to m a de u n
“án im o ” de de s conocim ie nto de v alore s e le m e ntale s .
E s obvio q u e n o co m p artim o s e sta etizació n d el derecho
p e n a l19, sino q u e in sistim o s e n q u e la d esleg itim ació n del sis­
te m a p e n a l da p o r tie r r a con se m e ja n te co n stru cció n .

17 H ans W elzel, D a s d e u ts c h e S tr a f r e c h t, 1969, p. 44.


18 A sí D iethart Zielinski, H a n d lu n g s - u n d ‘E r f o l g s u n w e r t im
U n r e c h ts b e g r if f . U n te r s u c h u n g e n z u r S t r u k t u r v o n U n r e c h ts b e g r ü n -
d u n g u n d U n r e c h ts a u s c h lu s s , 1973, pág. 213.
19 Cabe aclarar que nunca h em os com partido esa opinión, in ­
cluso en n uestras an teriores exp osicion es del derecho penal, donde
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 217

Creem os que esta “etizacióh” re s u lta peligrosísim a, p o r­


q u e p u esta a h o ra al servicio del funcionalism o, es u n a “etiza-
ción” q u e p ie rd e todo co n ten id o ético e n sen tid o estric to y
se lim ita ria a seleccionar pe rs onas anti- funcionale s en aten ció n
a conductas s into m átic as de an ti- fu n c io n alid ad 20, o q u iz á, m ás
s ince ram e nte , a s e le ccionar pe rs onas p ara m os trar c&mo se
im p o ne n pe nas cuando la e x h ib ic ión de la m áq u in a p e nal es
fu n c io n al para la c ons e rv ación de la c onfianz a e n e l pode r o
de l m ie do al pode r.
Nos p arece claro q u e la postu lació n d e “valores ético-
sociales elem en tales” es u n concepto o rg an ic ista (o “ sistêm i­
co” , si se p re fie re ), p e ro a m ed id a q u e el p lan teo a c e n tú a su
funcionalism o, com o no p u ed e ser d e o tro m odo, se po n e m ás
en evidencia su organicism o y, p o r fin, acaba parecién d o se
m u ch o al p eligrosism o del siglo pasad o y del que a ú n hoy
so b rev iv en alg u n as ru in a s e n n u e stro m a rg en , sólo que en u n a
v ersió n m ás p e rfe c c io n a d a :-e l viejo organicism o (p o sitiv ista)
p re te n d ia que seleccionaba las “células infecciosas” y las eli-
m in ab a (en lu g a r de “p e n a s” im ponía “m edidas elim in ató ­
ria s ” : m u e rte, relegación) o las n e u tra liz a b a (m ed id as de
“re-educación” ), en ta n to q u e el “n u ev o o rganicism o” n o se
preo cu p a por seleccionar todas las “células infecciosas” — n i
lo p rete n d e— , sino sólo las q u e convenga ( “ infecciosas” o no)
p a ra co n v en cer al org an ism o de q u e todo está en o rd en : el
"viejo organicism o” p re te n d ia o p erar sobre el “organism o
social” en fo rm a “física” ; el “n u ev o ” p re te n d e h acerlo p o r su-
gestión (o en g an o ).
L a v ie ja etización del derecho p en al de p o sg u erra fue, en
realidad, la cu lm in ació n ideológica d el p ro g ram a que com en-
zó con la expropiación del b ie n ju ríd ic o afectado y la consi-
g u ie n te ex clusión de la v íctim a d el m odelo penal. L a ún ica
ju stificació n q u e podia h a lla rse p a ra sem ejan te expropiación

consideram os al bien jurídico com o concepto central e inam ovible


d e la teoria jurídica del delito, al punto de haber realizado un con.si-
derafole esfuerzo constructivo para asignarle a su afectación un lugar
sistem ático.
20 g e trata de un regreso a la peligrosidad organicista. lo que
es lógico, considerando que el fu ncionalism o sistêm ico es un neo-
organicism o.
218 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

e ra q u e el sistem a p e n a l se e rig ia en g u a rd iá n de v alo res


“ ético s” q u e son su p e rio re s a los b ie n es ju ríd ico s. L as v íc tim as
e ra n o b ligadas a sacrificar sus derech o s en fu n ció n de u n su-
p u e sto “m a g istério ético ” desem p en ad o p o r el p o d er p a ra
g a ra n tiz a r los d erech o s d e todos. L a racio n alizació n se b asaría
en que lo ú n ic o im p o rta n te es q u e todos in te rn a lic e n esos v a ­
lores, lo q u e se ria m u ch o m ás im p o rta n te q u e el sim ple d erech o
in d iv id u al de la víctim a.
E s obvio q u e n a d a de esto q u ed a e n pie con la d esleg iti­
m ación del sistem a p en al y q u e q u ie n pre te nda f u n d ar u n
dis curs o jurídic o - pe nal s obre e s ta base te n d ría que re conoce r
que s us “v alore s éticos fu n d am e n tale s ” se s os tie ne n m e diante
e l s e cue s tro de las pe rs onas m ás débile s p ara e ntre narlas en
la re ite rac ión de la v io lac ión a las norm as que re s ponde n a
tale s v alore s , todo lle v ado a cabo p o r age ncias cuy o e je rcicio
de pode r los des conoce c o ntinuam e nte .
c) Hac ia u n a nue v a e tiz ac ión de l de re cho pe nal. Si nos
pusiésem o s a la ta re a de im a g in a r u n ex tre m o de in m o ralid ad .
creem os q u e se g u ra m e n te e sta ria m u y cerca del m ism o la uti-
lización de la v id a d e u n g ru p o de p e rso n a s p a ra e n fre n ta rla s
con o tro g ru p o y h a c e r q u e las co n secu en cias a n tag ô n ica s las
su fra u n te rc e r gru p o , p e ro con la p a rtic u la rid a d d e q u e los
tre s p erte n e z c a n a la m a y o ría poblacional a la q u e se p ro cu ra
co n te n e r, lo q u e se o b tien e en b u e n a p a rte h acien d o que las
co n trad iccio n es así g e n e ra d a s sirv a n p a ra que esa m ism a m a ­
y o ría reclam e la vio lên cia q u e la contiene.
N in g ú n d iscu rso q u e legitim e e sta a b errac ió n o p erativ a
— q u e g u a rd a g ra n sem ejan za con la m a f ia 21— p u ed e co n te­
n e r u n m ín im o co m p o n en te ético; este m ecan ism o d eg rad a el
discu rso ju ríd ic o y el ejercicio de p o d er de las agencias ju d i­
ciales a lim ites in im ag in ab les.
L a n ecesid ad d e e n sa y a r u n n u ev o d iscu rso que im p liq u e
u n a p ro g ram a ció n n u e v a y d ife re n te del ejercicio de p o d er
d e las ag en cias ju d iciales, su rg e com o im p erativ o ético y, com o
es n a tu ra l, p ro d u c irá u n d iscu rso con im p ro n ta ética: e l “m i-

2 ' La m ecânica m afiosa es la de una “em presa” que genera p e­


ligros y am enazas, cobrando protección contra estos m ism os produc-
tos de su em prendim iento (v. R aim undo Catanzaro, Fl d e l i t t o c o m c
im p r e s a . S lo r ia s o c ia le d e lia m a fia , B ologna, 1988).
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 219

lag ro de e s tar v iv os ” d e m and a u n a re s pue s ta a los juris tas .


E s ta re s pue s ta — en se n tid o etim ológico— g e n e ra u n a respon-
s ab ilid ad d e los ju ris ta s : “re sp o n sa b le ” es q u ie n debe “res­
p o n d e r” .
D e este m odo se o p e ra ria u n a re - e tización de l dis curs o ju ­
rídico- pe nal, pe ro no e n e l s e ntido de e x ige ncias éticas d irig i­
das a las pe rs onas inv o luc rad as e n los c onflic tos que debe
de c id ir la age nc ia ju d ic ial, s ino com o e x ige nc ia é tic a d irig id a
a la age nc ia ju d ic ial, a s us ope radore s y a s us program adore s
do c trinario s .
L a re-leg itim ació n y co n sig u ien te re-etizació n del d erech o
p e n a l es in d isp e n sa b le p a ra sa lv a r al d erec h o en g e n e ra l y no
sólo al d erec h o penal. No p u ed e h a b e r u n a p a rte del d erech o
q u e sea m e ro ejercicio del p o d er sin p a u ta ética, p o rq u e im ­
p lic a ria la co n sag ració n d e la vio lên cia y la d esleg itim ació n
d e to d o el derecho.
E n ta n to q u e las re s ta n te s ra m a s del d erech o im p o rtan
m odelos a b stra c to s de solución d e conflictos, m ás o m enos
realizados co n fo rm e al ejercicio de p o d er q u e am p lia o re s­
trin g e su aplicació n ( selectiv id ad p o r acceso a la ju s tic ia ), el
sistem a p e n a l es u n p u ro ejercicio de p o d er selectivo b ajo la
a p a rie n c ia de u n m odelo ju ríd ic o q u e n i siq u ie ra ab strac ta-
m e n te resu elv e los conflictos; de allí q u e o p ere en form a inde-
p e n d ie n te y su p e rp u e s ta con los otro s m odelos, p o rq u e es u n
ejercicio d e p o d er y n o u n m odelo d e solución del conflicto
q u e, d e serio, se ria ex clu y en te. T a m b ié n p o r eso es “disconti-
n u o ” , “p a rcializad o ”, “excep cio n al” , “no c o n s titu tiv o ” , etc.
C onsiste e n u n c o n ju n to d e su p u e sto s e n que el e sta d o ex-
p ro p ia s in in d em n izació n el d erech o de la v íctim a y la d esplaza
d el conflicto, p a ra e je rc e r u n p o d er que, a su vez, sirv e p a ra
ju s tific a r u n ejercicio d e p o d er a ú n m a y o r q u e re fu e rz a y
m a n tie n e la v e rtic a lid a d social co rp o rativ a.
U n im p e ra tiv o ético im p o n e q u e la ag en cia ju d ic ia l re s ­
p o n d a (se a re s pons able ) fre n te a la re a lid a d o p e ra tiv a del
re s to d e la s ag en cias del siste m a penal.
E l d iscu rso p la n ifica d o r d e su ejercicio de poder, com o
re s p u e s ta im p u e s ta p o r e ste im p e ra tiv o ético, llev ará la im-
p ro n ta del m ism o. E l co n ten id o ético del d iscu rso ju ríd ico -
220 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

p en al (q u e le d ev o lv eria su ra c io n a lid a d p erd id a ) e s ta ria dad o


p o r su g e n e ra l o b jetiv o d e lim itar, c o n tro la r y re d u c ir el niv ei
d e vio lên cia del sistem a p en al, lo q u e im plica q u e el derecho
penal, concebido com o el d erech o h u m a n ita rio del m o m en to
de la política, te n d ría u n a fu n ció n p o lítico -crim in al (red u cto -
ra de vio lên cia) com o paso en el cam ino de la utopia.
E l sen tid o político y la im p ro n ta ética del d iscu rso ju r í­
dico-penal se im p lic arían e n u n a p ro g ram a ció n p a u ta n te deci-
so ria q u e re q u e riría s e r n u trid a c o n sta n te m e n te p o r d ato s
p ro v e n ie n te s de la c rim in o lo g ía 22, sin cu y a in fo rm ació n e s ta ­
ria h u é rfa n o d e su ste n to fáctico p a ra escoger la decisión q u e
co rresp o n d a a su sen tid o re d u c to r de la v iolência del ejercicio
d e p o d e r del sistem a penal.
L a objeción q u e p u e d e fo rm u lárse le a u n p la n te o de esta
n a tu ra le z a es lo q u e quizá, a n u e s tro juicio, s e ria su v irtu d :
i m p l i c a la p r e v i a a c e p t a c i ó n d e u n a a n t r o p o l o g i a f u n d a m e n -
ta d o r a . E s u n a in e v ita b le co n secu en cia de los m o m en to s
éticos q u e siem p re re q u ie re el derech o : c u a lq u ie r p a u ta ética
p re su p o n e u n a an tropologia. E s te p re su p u e sto debe s e r in d a ­
gado filosóficam ente, p o r cierto, p o rq u e c u a lq u ie r d iscu rso
ju ríd ico -p en a l se d e rru m b a si n o se a sie n ta e n u n a sólida b ase
filosófica.
L os a u to re s del siglo pasad o su p ie ro n de e sta n ecesidad,
h a s ta q u e la sociedad in d u s tria l p ro d u jo los m odelos p o siti­
v ista s (bio lo g ista-racistas y tecn o -ju ríd ico s), q u e tr a ta r o n de
ig n o raria. H oy, cu an d o se im p o n e la necesid ad d e re to m a r la
fu n d a m e n ta c ió n an tropológica, y a n o es n ecesario p ro c u ra r
su p re su p u e sto (y la co n sig u ien te im p ro n ta ética) d eam b u lan -

22 E l concepto de “crim inología” se ha problem atizado y hay


quienes proponen abandonar el nom bre (por ej., B ergalli en op. cit.
en “C rim inalia”) y q uienes p refieren no hacer cu estión de denom i-
naciones (v. Lola A n iyar d e Castro, idem ). N osotros u sam os la e x ­
presión abarcando con ella todo dato de realidad proporcionado por
cualquier área de las ciên cia s sociales que n os resu lte necesario o
ú til para llevar a cabo la reducción de la violên cia en el sistem a
penal. Tam poco negam os la “clínica crim inológica”, sino que le ca m ­
biam os el signo y preferim os hablar de “clín ica de la vuln erabilidad”,
com o parte de la enorm e tarea que e l sistem a penal pone por d elante
a psicólogos y m édicos, fren te al deterioro que provoca en todos :os
involucrados en el m ism o.
Un m o d el o c o n s t r u c t iv o 221

do lib re m e n te p o r to d o el cam po filosófico, p o rq u e en b u en a


m e d id a se h a lla n positivizados.
L a an tro p o lo g ia fu n d a m e n ta d o ra , p o r efecto d e la ideolo­
g ia de los D erechos H u m a n o s y de s u p o sitivización in te rn a ­
cional, y a n o es sólo u n a an tro p o lo g ia filosófica, sino ta m b ié n
u n a antro po lo g ia ju ríd ic a, co n fo rm e a n o rm a s p o sitiv as de la
m ás a lta je ra rq u ía ju ríd ica.
P o r su p u esto q u e se p u ed e desconocer esa an tro p o lo g ia y
c o n s tru ir d iscu rso s ju ríd ico s-p en ales d iferen tes, sobre la base
d e fin es m eta-h u m a n o s capaces de ju s tific a r c u a lq u ie r arbi-
ta rio ejercicio d e poder. L o im p o rta n te n o es e v ita r q u e se
c o n s tru y a n esos discursos, sino que, al co n stru irlo s, se rá ne-
cesario q u e sus a rq u ite c to s m u e stre n su an tro p o lo g ia, lo que
p ro v o cará rá p id a m e n te su descrédito. Los dis curs os jurídico-
pe nale s m ás pe ligros os (p o r ge nocidas ) no s on los que mues-
tran y e x pre s an u n a antro po lo g ia abe rrante , s ino los que la
o c v ltan bajo dis frace s h u m an is tas ; los p rim ero s son fácilm en-
te n eu tra liz ab les, los seg u n d o s se a m p a ra n en su nebu lo sid ad
y e n s u p e rm a n e n te cam bio de niv el de discurso, q u e im pide
to d o diálogo.
5. E l d iscu rso ju ríd ico-p en al re-etizado com o d iscu rso de
con trad icción . E s b a s ta n te claro q u e la p ro g ram a ció n de u n a
p a u ta c ió n d ecisoria conform e a los lin eam ien to s q u e venim os
sen alan d o , im p lica p ro y e c ta r u n ejercicio de p o d er contradie-
to rio d e n tro del sistem a penal.
E l sistem a p en al n e c e sita de la ag en cia ju d icial, p o rq u e
sin ella se d esleg itim a to talm en te. E s ta necesidad o to rg a un
m a rg e n de p o d er a la ag en cia ju d icial que, conform e a la p a u ­
ta ció n ra c io n a l q u e le p ro g ra m e u n d iscu rso ju ríd ico -p en al
re-etizado en el sen tid o indicado, e je rc e ría en fo rm a contra-
d ic to ria en lo in te rn o del m ism o ejercicio de poder del sistem a
penal. L a fu n ció n re d u c to ra y lim ita d o ra d e v iolência (y en
v ía u tópica, c a n c e la n te ) sólo p u ed e c u m p lirla como fu n c ión
c o ntradic to ria.
L a fu n ció n c o n tra d ic to ria de la ag en c ia ju d icial d ista de
ser u n in v e n to descabellado — a u n q u e m uchos p re te n d e rá n
m o stra rlo com o tal, siendo v íc tim as d el e n tre n a m ie n to tra d i­
cional, poco m em orioso p a ra todo lo que n o le re s u lta funcio­
222 E n bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

n a l— , pu es, en realid ad , M o n tesq u ieu nos d a ria la razó n : no


fu n cio n a la re p ú b lica sin u n a co n tra d icció n de im p ro n ta ética,
q u e es la v irtu d . “ E n u n estad o p o p u la r — escrib ía— no b a sta
la v ig ên cia de la s leyes n i el brazo d el p rín c ip e sie m p re le ­
v an tad o ; se n ecesita u n re s o rte m ás, q u e es la v i r t u d " 23. No
p u ed e s e r d e o tro m odo, desde q u e M o ntesquieu, al q u e es
d ab le c o n sid e ra r com o el p rim e r sociólogo del derecho, pro-
p u g n a b a u n a d iv isión de poderes q u e cu m p lían la función do
recíproco control. E s im p en sab le u n c o n tro l recíproco sin u n a
relació n c o n tra d ic to ria y é sta es la q u e debe d esem p e n ar u n a
agencia ju d ic ia i q u e ejerza su p o d er éticam en te.
P e ro m ás cerc an am e n te, en n u e stro p ro p io sab er jurídico-
penal, vo n L isz t concibió al derecho p en al com o la “ C arta
M agna del d e lin c u e n te ” 24; el “ fin ” , q u e d esarro llo en su “P r o ­
g ra m a de M arb u rg o ” 25, se v eia lim itad o p o r u n d iscu rso que
cu m p lía la fun ció n de co ntradicción, co n ten ed o ra del L e -
v ia th a n .
E s ta in tu ic ió n c e n te n a ria nos m u e stra que lo q u e propug-
nam os no es n a d a ta n descabellado, sino q u e en b u e n a p a rte
se lim ita a a c tu a liz a r la idea de L iszt, u n a vez d esau to rizad o
el d iscu rso de ju stificac ió n del L e v i a t h a n , q u e a h o ra d isp o n e
d e u n p o d er in m e n sa m e n te s u p e rio r al q u e te n ía a la m ano
en tiem p o s de v on L iszt.
a) E l a n te rio r p la n te a m ie n to p o d ría ser o b jeto d e u n a
observ ació n p rá c tic a : seria posible o b je ta rle que, a u n q u e cons-
tru y a m o s u n n u ev o d iscu rso ju ríd ico -p en a l ad m itien d o la d e s ­
leg itim ació n del sistem a penal, las ag en cias ju d iciales s e g u ;-
ría n co m p o rtán d o se conform e a su b u ro cratizac ió n funcion?-
lizada. p o rq u e n o h a b ría a rg u m e n to s q u e lo g rasen m o v er a las
p erso n as de su côm oda posición p a ra h ace rse carg o de conflic-

2" 'E l E s p í r i t u d e la s L e y e s , Libro III, Cap. III.


24 F ra n z von Liszt, S t r a f r e c h tlic h e A u f s a t z e und- V o r tr a g e , 1905
Un in teresa n te com entário en Claus R oxin. K r i m in a l p o l i t ik u n d S tra -
f r e c h t s s y s t e m , B erlin, 1973, pág. 1; tam bién H ans W elzel, N a tu ra li< -
m u s u n d W e r tp h ilo s o p h ie , en “A b h a n d l u n g e n . . cit.. 1975, pá"'.
29 a 69.
25 F ranz von L iszt, L a id e a d e f in e n el D e r e c h o P e n a l. trad.
d e E nrique A im one Gibson, rev isió n técnica y prólogo de M anuel d ■
R ivacoba y Rivacoba, V alparaíso, 1964.
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 2 23

tos con las o tra s agencias, te n ie n d o en c u e n ta la re la tiv a debi-


lid ad — y co n sig u ien te v u ln e ra b ilid a d — d e esas agencias.
P o r o tra p a rte , e n tre los q u e en u n c ie n u n nu ev o discu rso
y los o p erad o res de las ag en cias ju d iciales, q u e p re fie ra n la
com odidad de los d iscu rso s le g itim an te s, ta m b ié n su rg irá n a n ­
tagonism os.
E s ta objeción de a p a rie n c ia p ráctica, en re a lid a d im p o r­
ta ria u n a su b estim ació n del d iscu rso ju ríd ico . In tro d u c ir u n
d iscu rso d e sle g itim a n te im p lica q u e b ra r la u n id a d d iscu rsiv a
le g itim an te de las ag en cias de rep ro d u cció n ideológica del
sistem a p en al, q u e son in d isp e n sa b les p a ra el ejercicio d e po­
d e r de las ag en c ias ju d iciales y e stá n e stre c h a m e n te v in c u la ­
das a las m ism as. Si te n em o s en c u e n ta q u e la v in cu lació n
del p o d er con el sa b e r d e la ag en cia ju d ic ia l es m u ch o m ás
co m p leja e ín tim a q u e lo q u e p e rm ite su p o n e r u n m arco teó­
rico que, ig n o ran d o esa conexión, re d u c e el ú ltim o a sim ple
“s u p e re s tru c tu ra ” , v ería m o s q u e u n d iscu rso ju ríd ico -p en al
concebido com o el d e r e c h o h u m a n i t a r i o d e l m o m e n t o d e la
p o l í t i c a p o n d ría e n fu n cio n a m ie n to u n a d in âm ica de contradic-
ciones q u e in te re sa n y co m p ro m eten s e ria m e n te el p o d er de
la ag en cia ju d icial.
E l esfu erzo ju ríd ic o en ese sen tid o ta m b ié n seria u n e je r­
cicio de p o d er de los ju ris ta s , q u e no p o d ría ser n e u tra liz a d o
con u n sim ple ejercicio de p o d e r violento, sin o q u e la p ro p ia
te n ta tiv a de n e u tra liz a c ió n im p o rta ria a c e n tu a r la d inâm ica
e n el seno m ism o de las ag en cias judiciales.
b) U n a seg u n d a posible objeción seria, casi seg u ram e n te,
q u e esta p ro p u e sta d esde el “realism o m a rg in a l” afecta la “se­
g u rid a d ju ríd ic a ” , y se p re te n d e rá v in c u la ria —y h a sta id en ­
tificaria— con el “derecho lib re ” , con el “uso a lte rn a tiv o del
d erech o ” o con la s se n te n c ia s del ju ez M agnaud.
E n cu a n to al a rg u m e n to de “seg u rid ad ju ríd ic a ” , y a nos
hem os h ech o carg o d el m is m o 26. P o r lo q u e hace al “derecho
lib re ” , si po r ta l p re te n d e e n te n d e rse la v ersió n de K antoro-

-K V. s u p r a , págs. 192 y 198.


224 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

w ic z 27, es obvio q u e n u e s tra p ro p u esta desde el realim ism o


m a rg in a l n o se v in cu la a ella.
L a tesis d e K antorow icz, si b ien no caía en el irracio n a-
lism o histórico, se m a n ejab a con u n p re su p u e sto q u e es insos-
tenible, te n ien d o en c u e n ta el p lu ralism o social y la m anifes-
tación d e lo q u e se da en llam ar “opin ió n p ú b lic a ” (o cons-
tru ec ió n de la realid ad social).
Con resp ecto al uso a lte rn a tiv o del derecho, es dable ob­
se rv a r — com o y a vim os 28— q u e se tr a ta d e u n a p ro p u esta
co y u n tu ra l, que d esleg itim a todo el o rd en ju ríd ico , com o u n a
etapa que debe ser s u p e ra d a rev o lu cio n ariam en te, p o r lo cual
sólo se pro p o n e in s tru m e n ta rlo p a ra em p learlo en fav o r de
la clase o b rera, p a ra ace le ra r ese m o m en to revolucionário, que
seria el único cam ino p a ra a b rir la posibilidad de u n ejercicio
de poder legitim ado.
L a p ro p u esta que ensayam os, no es u n a m e ra decisión
ideológica, como decisión p o r u n sistem a de ideas en lu g a r de
otro, sino que se tr a ta de u n a elección ética: fre n te a u n p u ro
hecho de poder y a n te la opción e n tre racio n alizarlo en form a
fu n cio n al al m ism o o e n fre n ta rlo ra c io n alm en te p a ra lim ita r
su violência y, en ú ltim o análisis, su p rim irlo , elegim os la se­
g u n d a v ariab le p o r im p erativ o ético.
A p a r tir de esta elección p u ed en c o n stru irse m ú ltip les
sistem as de ideas y perfeccionarlos, p e ro e n la base siem pre
h ab rá u n a elección con su costo social e individual. N o se tr a ta
d e la elección por u n a p a rte en lucha, conform e al an álisis
m a rx ista trad icio n al, p o rq u e en n u e s tro m a rg e n el an ta g o n is­
m o n o se p re se n ta d e esa m an era, dado q u e se tr a ta de
c o n tro la r u n a violência tran sn ac io n alizad a q u e se ejerce en
form a de contención sobre las g ra n d e s m a y o rías de n u e stro
m argen, cada vez m ás exp u lsad as del sistem a d e producción
in d u stria l y que d e stru y e n u estro s vínculos co m u n itário s
como form a de doblegar cu alq u ier in te n to au tô n o m o de actua-
lización social.

27 H errm ann K antorowicz, L a lu c h a p o r e l d e r e c h o , en “La


ciência del derecho”, Bs. As., 1949.
28 V. su p ra , pág. 117.
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 225

E l en say o de u n d iscu rso ju ríd ico -p en a l d esd e u n realism o


m a rg in a l p re te n d e algo m á s am bicioso q u e u n uso o p o rtu n ís-
tico d e posib ilid ad es p a ra d e se q u ilib ra r u n su p u e sto “sistem a
social” y p ro d u c ir u n a h ip o té tic a rev o lu c ió n cu y o costo h u ­
m a n o se ria pavoroso y su s re su lta d o s p ro b lem ático s, aten d ien -
d o a las p a rtic u la rid a d e s de n u e s tra posición p la n e ta ria .
P re te n d e m o s u n d iscu rso ju ríd ico -p en al que resp o n d a a
u n a tá c tic a p resid id a p o r u n a e s tra te g ia cuyos objetivos ven-
g a n im p u esto s éticam en te, siendo el p rin c ip a l s a l v a r v i d a s
h u m a n a s . R e d u c ir n iv e les de vio lên cia sig n ifica sa lv a r vidas,
y eso, en el a c tu a l co n tex to genocida, es rev o lu cio n ário , form a
p a rte de u n a rev o lu c ió n p a ra la v id a q u e es in d isp en sab le
p a ra n u e s tra su b sistên cia.
Con resp ecto a M agnaud, debem os reco n o cer que en b u e ­
n a m ed id a se tr a ta d e u n ejem p lo q u e p a rc ia lm e n te nos h a
in spirado.
H oy se reconoce q u e M ag n au d no fu e u n a n te c e d e n te del
d erech o lib re y q u e su s sen te n c ia s — o la m a y o ría al m enos—
te n ía n fu n d a m e n to le g a l29. Si b ie n es c ierto q u e M agnaud
n u n c a expuso su m étodo, dad o q u e n o fue u n teórico, sin em ­
bargo, sus sen ten c ias son u n m agnífico ejem p lo de la ju r is ­
p ru d ê n c ia q u e p ro p u g n am o s, llev ad o a cabo en su tiem po.
E l escândalo que las sen ten c ias de M ag n au d p ro v o caro n
e n F ra n c ia y e n E u ro p a obedeció a que, p o r reg ia g en era l, se
elevaba h a sta los p rin cíp io s c o n stitu cio n ales del sistem a re p u ­
b lican o de g o b iern o y d esde allí d escen d ia a la decisión en el
conflicto, p ro c u ra n d o a c e rc a rse a las soluciones reales o, al
m enos, n e u tra liz a n d o al m á x im o p osible la p e rtu rb a c ió n que
podia c a u s a r la in te rv e n c ió n p u n itiv a . U n a a te n ta le c tu ra de
las sen ten c ias de M agnaud 30 nos p e rm ite co m p ro b ar q u e h oy
podem os lleg ar a soluciones análo g as p o r aplicación d e la
dogm ática ju ríd ica.
E s obvio q u e M agnaud p ro v o cab a u n conflicto político a
p a r tir de u n a decisión ético-política p re v ia : M ag n au d e ra u n

29 L uis R ecasens Siches, P a n o r a m a d e l p e n s a m ie n to ju r íd ic o


dei s ig lo X X , M éxico, 1963, I, pág. 101.
30 H enry L eyret, L e s j u g e m e n t s d u P r é s id e n t M a g n a u d r é u n ie a
et c o m m e n té s p a r . . . , Paris, 1904 (hay trad. castellana de D ionisio
-Diez E nriquez, Madrid, 1909).
226 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

rep u b lican o convencidísim o que debía ap licar el derecho con­


form e a u n a legislación in te g ra d a p o r u n a constitución re p u ­
b lican a y códigos b o n a p a rtista s en tiem p o s en que en la
agencia ju d icial p red o m in ab an qu ien es a n o rab a n a N apoleón
“el P e q u e n o ” . M agnaud se valia de la con stitu ció n rep u b lican a
y h acía p re d o m in a r sus prin cip io s sobre la ley napoleónica y
los critério s ju risp ru d e n c ia le s exegéticos de u n a agencia bu-
ro cratizad a y com placiente, form ada a la m edida del em pe-
ra d o r gotoso.
E l fenôm eno se re p e tiria m edio siglo después en Italia.
cu an d o la d o ctrin a y la ju risp ru d ê n c ia se h allaro n con la
C onstitución de 1947 y el código de Rocco. L a reacción italian a
fue m ás generalizada, p o r efecto de la dem ocratización de su
m a g istra tu ra , in s tru m e n ta d a p o r la propia C onstitución, pero
q u e dem oró lu stro s en p ro d u cirse; de c u alq u ier m an era. no
se p ro d u jo el escândalo de u n a voz aislada, com o en el caso
de M agnaud, sino que se operó u n a constitucionalización de
la dogm ática que, en alg ú n caso, pu d o c a e r en u n a “exalta-
ción co n stitu cio n al” 31, pero que fue llevada a d elan te p o r g ru ­
pos n u m ero so s d e d o ctrin ario s y m agistrados.
E n defin itiv a, lo q u e en c ie rta form a p lanteam os en este
m o m en to es u n a p ro g ram ació n decisoria de la agencia judicial
q u e se h ag a cargo de la co n trad icció n e n tre los prin cip io s cons-
titu cio n ales, los in stru m e n to s in tern acio n ales de D erechos
H um anos, los tra ta d o s al resp ecto y, p o r o tro lado, la realid ad
o p erativ a de los sistem as penales y que, al estilo de M agnaud.
se decida a b ie rta m e n te p o r los prim eros.
c) L a contrad icció n q u e re p re se n ta ria el ejercicio de los
ju rista s en el m arco de u n d iscu rso del tip o del p ro p u esto
p u ed e p a re c e r g e n e r a d o r a d e u n a s u e r t e d e c a o s, p a rtic u la r­
m e n te p o r p a rte de q u ien es p ercib en como “n a tu ra l” el e je r­
cicio del poder v e rtic a liz a n te del sistem a p en al que, p o r otra
p arte , es la m ay o ría d e las p ersonas, puesto q u e se tr a ta de

31 V. F rancesco C. Palazzo, V a lo ri c o s titu z io n a li e d ir itto p en a !c


( u n c o n tr ib u to c o m p a r a tiv o a lio a tu d io d e l te m a ) en “L’influenza dei
valori costituzionali sui sistem i dogm atici-giuridici contemporanei".
Milano, 1985, pág. 570: Franco Bricola, R e p p o r t i tr a d o m m a tic n t
p o lític a c r im in a le , en “Riv. It. di D. e Proc. Penale”, 1988, enero-
marzo, p. 3.
Un m o d e lo c o n s tru c tiv o 227

u n a idea que, com o hem os visto, está in te rn a liz a d a d esde hace


siglos, so b re ella cab a lg aro n p la n e ta ria m e n te los “jin e te s del
A p o calipsis” de las revoluciones m e rc a n tilis ta e in d u s tria l y
lo com ienza a h a c e r a h o ra la tecno-científica, que c u e n ta con
u n a tecnologia d e la m a n ip u lac ió n m u ch o m ás d ep u rad a , que
p e rm ite u n a in tern alizació n m ás p erfecta de esta idea a tra v é s
d e su in co rp o ració n en e ta p a s m u y p re m a tu ra s de la v id a de
las p ersonas.
Sin d u d a q u e la objeción se m a n te n d rá m ie n tra s se con­
serv e la ilu sió n d e q u e el sistem a p en al resu elv e conflictos,
p ero si nos lim itásem o s a v e r los conflictos en su realid ad , nos
p e rc a ta ría m o s de lo co n trario .
B asta o b serv ar que el sistem a p en al no h a resu elto h a s ta
h oy el conflicto q u e g e n e ra el ab o rto : u n a u m e n to de rep re-
sión sobre los m édicos q u e lo p ra c tic a n n o h a ría m á s que
a u m e n ta r el precio de su s servicios, ex clu y en d o cada vez m ás
d e los m ism os a m u je re s de los sectores caren ciad o s, la n zad as
a m anos em p írica s y b ru ta le s, con m a y o r n ú m e ro d e m u e rte s
p o r p rá c tic a s p rim itiv a s, m ie n tra s el ab o rto sigue sien d o la
p rim e ra cau sa de m u e rte v io len ta. L a re p re sió n del trá fic o de
tóxicos sirv e p a ra in te rfe rir en el m ercad o y a u m e n ta r insó-
lita m e n te su precio, lo q u e al h a c e r a la activ id a d re a lm e n te
a tra c tiv a econom icam ente, c rea u n a re d m afiosa d e form ida-
ble poder tra n sn a c io n a l, q u e d istrib u y e y com ercializa en
todos los p aíses e n q u e le c o n v ien e hacerlo , sin q u e el sistem a
p en al p u ed a m o s tra r n in g ú n éx ito e n la solución de conflicto.
E sto s dos ejem plos so n su ficien tes p a ra in sistir en que,
c u a n d o u n c o n f l i c t o e s d e m a s i a d o s e r io , n o p u e d e q u e d a r e n
to s m a n o s d e l s i s t e m a p e n a l , li b r a d o a s o l u c i o n e s il u s ó r i a s q u e
e n la r e a l i d a d p r o d u c e n m u e r t e s , c o r r u p c i o n e s y d e s t r u c c i ó n
c o m u n ita r ia .
P o r ello, c u a n d o h ab lam o s d e u n a p a u ta e stra té g ic a co n ­
form e a la cu al se estab lezca n sucesivos ob jetiv o s estratég ic o s
u n a m a rc h a h acia el objetiv o utópico, q u e seria la realiza-
cion del abolicionism o, no nos referim o s a u n a u to p ia en el
sentido n e g a tiv o de lo “no re a liz a b le ”, sino, com o lo hem os
dicho re ite ra d a m e n te , en el sen tid o positivo d e lo s i m p l e m e n t e
v b f i n o r e a liz a d o .
228 iÜN BUSCA DE LAS PE N A S PEKD í u a s

d) U n a observación in te re s a n te se ria si las r e s ta n te s a g e n ­


cias del sistem a p en al, esp ecialm en te la policial, e n a lg ú n m o­
m e n to no p o d ría n co m en zar a re d u c ir o h a c e r cesar la c o n tra ­
dicción con la ag en cia ju d icial p ro g ra m a d a d esd e la re a lid a d
m arg in al, co m en zan d o a o p e ra r de m odo análogo a ésta.
A u n q u e de m o m en to p a re c ie ra s e r poco p ro b ab le en
n u e s tro m a rg e n , debido a la e stru c tu ra c ió n y e n tre n a m ie n to
d e las ag en cias policiales y p e n ite n c ia r ias, te n em o s la certeza
de que la co n trad icció n que in tro d u c iría n las ag en cias ju d i­
ciales g e n e ra ría discu sio n es que, e n d efin itiv a, se ría n d iá lo ­
gos; la dem ocratización lle v a rá u n dia a la sin d icaü zació n de
las agencias no ju d iciales y a la to m a de consciência social:
en alg ú n m o m en to la co n trad icció n se d e sp la z a rá a otro s p la ­
nos y ce d e rá e n los actu ales, s in d u d a que con avances, vaci-
laciones y retrocesos, y eso s i g n i f i c a r á u n a a c e l e r a c i ó n d e la
c o n t r a c c i ó n d e l s i s t e m a p e n a l en u n a e ta p a m ás av an z ad a de
red u cció n d e la violência, q u e ho y p arec e m u y lejana.
E l proceso, sin duda, lleg ará a las ag en cias policiales,
salvo que la civilización tecno-científica logre re d u c ir a u n
n ú m ê ro m u y p eq u en o al p erso n al policizado, q u e o p e ra ría n
la ag en cia com o u n g ru p o red u cid ísim o de te c n ó c ra ta s ejer-
ciendo u n p o d er policial robotizado, lo q u e no es n ad a sencillo.
no sólo po r las d ificu ltad es técnicas, sin o p o rq u e no se p u ed e
p re sc in d ir de u n a fu e n te de tra b a jo ta n im p o rtan te.
De no p ro d u cirse este proceso de “robotización policial”
— en el q u e no creem os— la p ro p ia pro ced ên cia social del g ru p o
policizado te rm in a rá p o r im p u lsa r u n cam bio en la activ id ad
d e la agencia 32.
e) P o d ría fo rm u larse u n a observación, p re g u n ta n d o si
re a lm e n te todo el re s ta n te ejercicio de poder del sistem a p en al

32 Lo más probable es que las propias agencias, a medida que*


su personal se conscientice, reclamen corporativãmente nuevas y di­
ferentes funciones, como parte de la necesaria reformulación de suí
roles comunitários. Es incuestionable que la a g e n c ia p o lic ia l t i e m
u n a e n o r m e p o te n c ú M d a d p a r a i m p u ls a r m o d e lo s d e s o lu c ió n n o
p u n it i v a d e lo s c o n f lic to s (particularmente conciliatorios) y que /'■
a g e n c ia p e n ite n c ia r ia e s la q u e p u e d e r e c la m a r c o n é x ito la im p le -
m e n ta c ió n d e la s p e n a s n o p r i v a t i v a s d e li b e r t a d y la r e a liz a c ió n d r
u n e s f u e r z o ( s u p e r a d a la ilu s ió n d e l “t r a t a m i e n t o ”) p o r r e d u c ir al
m ín im o p o s ib le e n la e je c u c ió n p e n a l lo s e f e c to s d e te r ío r a n te s y m u l­
tip lic a d o r e s d e la p e n a .
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 2 29

q u ed aria deslegitim ado; si n o h a y siq u ie ra u n a m ín im a p a rte


del ejercicio de poder de las re s ta n te s agencias p enales q u e
sea legítim o y racional.
Ya hem os dicho que e n el plan o social so n ra ra s las alu-
cinaciones, siendo m ucho m á s frecu en tes y ju stificab les las
ilusiones. P o r ende, existe, sin d u d a, u n m ín im o de p o d er
ejercido leg itim am en te, com o p u ed e s e r el q u e se pone e n
p ráctica p a ra in te rru m p ir u n proceso lesivo en cu rso o la pri-
vación de lib e rta d de alg u ie n q u e sirv e p a ra salv arle de u n a
agresión v in d icativ a, todo esto sin c o n ta r con q u e las agencias
penales su elen te n e r a carg o fu nciones q u e no tie n e n n a d a
que v e r con el ejercicio d e p o d er del sistem a p en al y que, por
ende, no son afectad as p o r su d eslegitim ación (p rev en ció n
física de accidentes, s e rv id o de bom beros, etc.).

IV. LAS GARANTIAS PENALES EN U N DISCURSO


JURÍDICO-PENAL RACIONAL

1. La d eslegitim ación de la guerra y del sistem a penal.


T ratarem o s de d em o strar la ín tim a conexión q u e m ed ia e n tre
la g u e rra y el sistem a p en al, p a ra luego co m p arar los co m eti­
dos d el d erech o fre n te a am bos fenôm enos (lo que d e te rm in a
las p a rtic u la rid a d e s p ro p ia s d el derecho h u m a n ita rio y del
derecho p en al) y, desde e sta p erspectiva, d e fin ir la fu n ció n
que deben c u m p lir las g a ra n tia s o lim ites p enales y d e te rm i­
n a r su alcance.
L a com paración e n tre el d erech o h u m a n ita rio y el d e re ­
cho pen al no es a rb itra ria . L a afirm ació n d e la co n tin u id ad
de la g u e rra y la política es posible p o n erla a cargo de a u ­
to res d e p en sam ien to su m am en te disp ar, p e ro el vínculo m a­
te ria l e n tre g u e rra y sistem a penal, te n ie n d o en c u e n ta la
función discip lin ad o ra v e rtic a liz a n te dei segundo, qu ed a fu e ra
de cu alq u ier duda, pues am bos son los in stru m e n to s m ás vio­
lentos de que se h a n v alid o las civilizaciones m e rc a n til e in ­
d u stria l p ara e x te n d e r y e je rc e r su p o d er p la n etariam en te, al
p u n to que v e rtic áliz ac ión- s oc iál/produc c ión in d u s trial es b in ô ­
m io ta n inescindible como ind us trialis m o / arm am e n tis m o o
te c nologia.'arm am e ntis m o. De allí q u e la h isto ria de la legiti-
230 En b usca, d e l a s penas p e rd id a s

m ación o d esleg itim ació n d e u n o de su s té rm in o s no pu ed a


s e r in d e p e n d ie n te d el s e g u n d o 33.
C uando el estad o a b so lu tista m o d ern o q u iso llev ar al e x ­
tre m o el esfu erzo d e v erticalizació n , p a ra le g itim a r el sistem a
p e n a l desleg itim ó la g u e rra ( H o b b e s ). P a ra e v ita r el im agi-
n a rio b e l l u m o m n i u m c o n t r a o m n e s — que, com o vim os, n u n c a
existió— se p re te n d ió el ab so lu to m onopolio de la fuerza;
c u a lq u ie r fu erza q u e escap ase a su co n tro l seria delito; “d e li­
to ” y “g u e rra " p a sa ro n a s e r sin ô n im o s: se co n sid ero al d e re ­
cho com o u n o rd en am ien to m onopolizador de la fu erza p a ra
im p o n e r la “ p az” ( “su p az” , claro e s tá ).
A e sta d esleg itim ació n de la g u e rra se co n tra p u so u n a
re-le g itim ació n d e la m ism a, p a ra lo cu a l se con sid ero al
“ d erec h o ” com o sin ô n im o de “d erec h o su b jetiv o ” y, p o r ende,
el “d elito ” p asó a ser su lesión ( F e u e r b a c h , los jusfilósofos
espanoles del Siglo d e O r o ) : la fu erza e ra le g ítim a cu an d o era
re siste n c ia a la opresión. Se tr a ta de la tesis de la “g u e rra
ju s ta ” ; la g u e rra se leg itim a en la m ed id a en q u e es “ju s ta ”
y el sistem a p en al en la m edida e n q u e e v ita la g u e rra “ in ­
ju s ta ” . E l d erech o pasó a ser tu to r d e derech o s subjetivos.
D e este m odo vem os que, prim ero, p a ra le g itim a r u n s i s ­
t e m a p e n a l o m n i p o t e n t e se d eslegitim ó la g u e rra en el estad o
absoluto, y, luego, p a ra d e sle g itim a r la o m n ip o ten cia de ese
sistem a penal, se re-le g itim aro n alg u n as g u erras.
E l positiv ism o ju ríd ic o in tro d u jo u n a n u e v a v a ria n te ,
p u es p re te n d ió le g itim a r ta n to las g u e rra s com o el sistem a
p en al, m e d ia n te el p re te n d id o so m etim ien to de am bos a regu-
lación: am bos e ra n leg ítim o s en la m ed id a e n q u e e ra n “le-
g ales” , q u e se a ju sta b a n a las leyes. D ado q u e n i to d a s las
g u e rra s n i todos los sistem as pen ales ap a re c ía n com o " ju sto s” ,
los resp ectiv o s p o d eres p a sa ro n p o r sobre sus m olestos “jus-
n a tu ra lis m o s ” y te rm in a ro n id en tifican d o “ leg alid ad ” con
“ le g itim id ad ” . P o r so b re c u a lq u ie r co n sideración al re s p e c to 3*

33 R ecuérdese el razonam iento claro de T obías Barreto a e st•?


respecto, hace m ás de un siglo: “Quien b usque el fundam ento ju rí­
dico de Ia pena debe tam bién buscar, si es que y a no lo encontro, ei
fundam ento jurídico de la guerra" (O f u n d a m e n to d o d i r e i t o d e p u -
t n i r , cit., pág. 149).
'■'* V. s u p r a . pág. 24.
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 231

lo cierto es q u e las ag en cias de g u e rra y las del sistem a p en al


tam poco a c e p ta ro n los lim ite s q u e p re te n d ie ro n p ro g ra m a rle
su s resp ectiv as ag en cias po líticas y la g u e rra y a no pu d o ser
o b jeto d e reg u la ció h , h a s ta q u e la tecnologia n u c le a r consagro,
d e h ech o y e n fo rm a irrev e rsib le, la su stra c c ió n d e la g u e rra
a to d a ley.
E l sistem a penal, p o r su p a rte , pasó a e je rc e r su p o d er
selectivo b u rla n d o cad a v ez m ás a las ag en cias políticas, q u e
se lim ita ro n a ru m ia r racio n alizacio n es de su im p o tên cia e n
ío rm a d e te o ria s ju ríd ic a s a carg o de las agencias de re p ro ­
ducción ideológica (u n iv ersid a d es, escuelas y facu ltad es de
d e re c h o ).
S u rg ió en to n ces el “p acifism o” , a n te la ev id en cia del
descontrol to ta l de la g u e rra . “ C uando u n a in stitu c ió n se ha
v u e lto ta n poderosa q u e no se logra y a lim itaria, se tien d e,
a u n q u e en u n p rim e r m o m en to sólo id e alm e n te, a su p rim iria .
T al h a sucedido con la p ro p ied a d e n el com unism o, con el
E sta d o en la a n a rq u ia , con la g u e rra e n el pacifism o” 35. con
el sistem a p e n a l en el abolicionism o.
H oy la g u e rra h a q uedado d e s le g itim a d a 36 y, a u n q u e m ás
ta rd ia m e n te , e s tá su cediendo lo m ism o con el sistem a p en al,
pese al en o rm e esfuerzo p ro p ag an d ístico con q u e los m edios
d e com unicación social tr a t a n d e e v ita r e ste resu ltad o . Como
la p ro p a g a n d a b élica n o es p ro ced en te en el m o m en to d e la
política, p o r ende, se im pone la p ro p ag an d a del sistem a penal.
I fã d eslegitim ación de la g u e rra h a p erm itid o q u e los ju ­
ris ta s m ed iten m ás resp ecto de la posib ilid ad de lo g ra r su
su p resió n . P a r a ello h a n tom ado en c u e n ta tre s cam inos lógi­
cos: accio n ar sobre los in stru m e n to s ( d e s a r m e ) , q u e se consi­
d era com o el m á s p racticab le p ero el m enos efectivo; accio n ar
sobre el h o m b r e p a ra co n d u cirlo h acia p a u ta s éticas o rie n ta d a s
a Ia paz, que se co n sid era el m enos p racticab le p e ro el m ás
efectivo; y accio n ar sobre las i n s t i t u c i o n e s p a ra c re a r in stan -
cias su p erio res de control, que te n d ría la v e n ta ja de ser re la ­
tiv a m e n te p ra c tic a b le y e fe c tiv o 37.

35 Cfr. Bobbio. op. cit., pág. 110.


V. s u p r a , pág. 204.
37 Cfr. Bobbio, op. cit., páge. 95-110.
232 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

E n el caso del sistem a penal, el p rim e r cam ino no tien e


la m ism a im p o rtan cia q u e e n el o tro h ech o d e poder. E n c u a n ­
to a los dos re s ta n te s , no se p re s e n ta n com o in com patibles,
sino com o n e c e sa ria m e n te co m p lem en tario s: p a ra re d u c ir la
v io lên cia del sistem a p en al, p a ra re d u c ir su in te rv e n c ió n y,
fin alm en te, com o m e ta u tó p ic a (p a ra su p rim irlo ), es necesario
acc io n ar so b re las in stitu c io n e s y sobre los hom bres.
U n d isc u rso ju ríd ico -p en a l racio n al — q u e se h a g a cargo
d e la d esleg itim ació n — es la fo rm a m ás p ra c tic a b le y efectiva
d e accio n ar sobre h o m b res e in stitu cio n es, m odificando p a u ta s
e in tro d u c ie n d o u n a ética p a ra la vida.

2. P articu larid ad es d iferen ciales de lo s cam pos p en a l y


ju sh u m an itario. L o s hech o s d e p o d er del m o m en to d e la g u e­
r r a y del m o m en to d e la política, pese a su s estrech ísim o s
vínculos, p re s e n ta n n o to rias d iferen cias, q u e p e rm ite n d istin -
g u irlo s con facilidad, a u n q u e en b rev ísim o s y confusos m o­
m e n to s de tra n sic ió n p u e d e n su p erp o n erse.
E l co m b a tie n te e n la g u e rra , esto es, el c a n d id a to a ser
m u e rto o p riso n izad o p o r ese hecho de poder, es el “en em ig o ”
y, com o ta l se co n sid era al q u e e s tá a lin ead o e n el b an d o
c o n tra rio , v ista o n o u n ifo rm e; d ad o q u e la lu c h a es m asiva,
la m e ra m a n ifestac ió n su b je tiv a o su p re su n c ió n sirv e p a ra
id e n tific a r al en em ig o com o a lin ead o en el b a n d o co n trario .
E l h ech o d e p o d er del m o m en to de la p o lítica ta m b ié n es
m asivo, p ero no se tr a ta de a n iq u ila r, v e n c e r o v e n d e r al
enem igo, sino d e c onte ne r a u n a m ay o ría cons ide rable , im pi-
die ndo que se c oaligue u organic c. L os enem igos a q u i son todos
los in te g ra n te s de esa m ay o ría, a u n q u e no en el se n tid o de
“enem igos en la g u e rra ” , sin o en el de “ enem igos e n la po lí­
tic a ” , o sea, e n o tra fo rm a d e ejercicio del poder.
E l sistem a p en al selecciona a u n o s pocos e ne m igos e n la
p o lític a y los m u e stra com o s i fue s e n e ne m igos e n la gue rra
al re sto de la m a y o ría y, p o r su p u esto , ta m b ié n a la m in o ria
q u e no es n ecesario c o n te n e r p o r este m edio, salv o caso de
d isid e n cia peligrosa. Ju sta m e n te , la v in c u lació n “g u erra-siste-
m a p e n a l” es m u c h o m á s ín tim a y com pleja q u e la sim plifi-
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 233

cación “d elin cu en te-en em ig o in te rn o de la P a tr ia ” , q u e es


p a rte de la ideologia ju s tific a n te del siste m a p e n a l38.
L a selección d e los can d id ato s a s e r m o strad o s com o e n e -
m i g o s e n la g u e r r a escogidos e n tre los e n e m i g o s e n la p o lí tic o ,
n o p u e d e h a c e rse al azar, p o rq u e se t r a t a de eleg ir p erso n as
q u e d eb en te rm in a r asu m ien d o p le n a m e n te su p ap el de “ en e­
m igos en la g u e r r a ” a u n q u e no h a y a “g u e rra ” , y no c u a lq u ie r
“en em ig o e n la p o lític a ” es capaz n i tie n e condiciones p a ra
eso. Se tr a ta d e eleg ir conform e a u n a c ie rta idea del p erso n aje,
a alg u ien q u e d eb e a s u m ir u n papel, in tro y e c ta rlo y llev arlo
a d e la n te h a s ta el fin.
Si u n d ire c to r te a tra l, q u e al fin y al cabo exige m ucho
m enos d e s u s .a c to re s , re q u ie re su m o c u id ad o en la elección
de los m ism os conform e a l p e rso n a je a re p re s e n ta r, podem os
d e d u c ir d e ello el cu id ad o q u e en este asp ecto d eb e p o n e r el
sistem a penal.
E s ta cu id ad o sa e m p re sa selectiv a la llev a a cabo m e d ia n ­
te las ag en cias q u e d e te c ta n b a s ta n te b ie n a los can d id ato s,
co n fo rm e a u n e s t e r e o t i p o , o sea, a q u ie n es y a e s tá n b a s ta n te
d isfrazados d e enem igos e n la “g u e rra ” y el d isfraz p arec e
caerles de m arav illa.
E l n ú m e ro d e can d id ato s q u e se seleccionan d ep en d e de
m ú ltip les facto res que, en g en era l, son c o y u n tu ra le s. H a c e n
p a rte de los m ism os, el in te ré s c irc u n sta n c ia l de la ag en cia
selectiv a (su ju stificació n b u ro c rá tic a , la necesid ad de ju s ti­
fic a r su a rb itra rie d a d o su s in g reso s ilícitos, el in te ré s de
aca lla r reclam os d e las ag en cias d e p u b licid ad (pro v o cad o s
p o r su a p e te n c ia de r a t i n g o in d u c id o s p o r o tra s a g e n c ia s), la
necesidad de g e n e ra r servicios en la ag en cia selectiv a o en la
p en iten ciaria, el in te ré s en m a n te n e r o in c re m e n ta r el nivel
de co n trad icció n fre n te al pelig ro o p ercep ció n del pelig ro de
coalición del secto r social m a y o rita rio , etc.

38 La analogia se rem onta al discurso elitista y raci.sta-organi-


cista de Garofalo. E l razonam iento de e ste autor —que sobre los que
h oy reiteran su lógica tortuosa tenía el m érito incuestionab le de ser
sincero y claro— s e sintetizab a de la sig u ie n te m anera: “M ediante
u na m atanza en ei cam po d e batalla, la nación se d efien d e contra
sus enem igos exteriores; m ediante u na ejecución capital, de su s en e­
m igos interiores” ( L a C r im in o lo g ía , trad. de Pedro Dorado Montero,
Madrid, s.f., pág. 133).
234 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

U su alm en te, es m u ch o m ay o r el n ú m e ro d e p risio n ero s


q u e el siste m a p en al to m a q u e el q u e m a ta e n a cto s d e “g u e­
r r a ” o m o stra d o s co n to d a la a p a rie n c ia de ta le s (falsos en-
fre n ta m ie n to s o ejecuciones sin p ro ceso ). L os pris ione ros de
g ue rra so n m a n te n id o s e n cam pos d e p risio n e ro s o in te rn a d o s
e n el te rrito rio enem igo. L a m a y o r p a rte d e los pris io ne ros de
la p o lític a so n in te rn a d o s e n el pro p io te rrito rio d esp u és d e
u n a m arc ac ión (se re g is tra el d isfraz y se d eja a la p erso n a
c irc u la r con su m a rc a m ás o m e n o s visible, e n fu n ció n de
ex carcelació n , co n d en ació n condicional, co n d en a d e ejecución
condicional, "p ro b a tio n ” , " p a ro le ” , " lib e rta d co ndicional” , sa-
lid as an ticip a d as, etc .), in te m a e ió n q u e p u e d e ir p rece d id a de
u n tiem p o m ás o m e n o s la rg o de p riso n izació n efectiv a e n
cam p o d e c o n ce n tració n d e enem igos d el tiem p o d e la polí­
tica, p e ro que, en la m a y o ría d e los casos, *no tie n e lu g a r, pro-
cediéndose a u n a m a rc ació n ráp id a .
E sto se d eb e a q u e la p riso n izació n d e g u e rra y la p riso ­
n ización d e la p o lítica p e rsig u e n ob jetiv o s d ife re n te s y, p o r
en d e, am bos p risio n e ro s su fre n tra ta m ie n to s d istin to s y en
b u e n a p a rte an tag ô n ico s:
a) e n el h ech o d e p o d er d e la g u e rra , los p risio n e ro s p u e ­
d en s e r in te rn a d o s o m a n te n id o s p risio n ero s, pero, en c u a l­
q u ie r caso, se los q u ie re n e u tra liz a r com o enem igos;
b ) e n el h ech o d e p o d er de la política, e n lu g a r d e n e u ­
tra liz a r u n a condición d e en em ig o en la po lítica — q u e se
m a n te n d rá — se lo d isfraza y e n tre n a p a ra q u e se com porte
y p u e d a s e r m o stra d o com o u n enem igo en la g u e rra .
P o r co n sig u ien te, m ie n tra s q u e u n cam po d e pris ione ros
de gue rra es u n lu g ar de c onte nc ión, u n cam po d e pris ione ros
de la p o lític a (p ris ión ) es u n lu g ar de e ntre nam ie nto o prepa-
rac ión. E s ta d ifere n cia se im pone d e m odo in ev itab le, p o rq u e
la p riso n izació n d e la po lítica n o es la v e rd a d e ra n eu tra liz ació n
d e los enem igos, sin o el m edio p a ra n e u tra liz a r enem igos con-
fu n d ién d o lo s al m o stra rle s a alg u n o s d e ellos — p rev ia y co n ­
v e n ie n te m e n te e n tre n a d o s— com o su s v erd ad e ro s enem igos.
E n ta n to q u e en el h ech o de p o d er d e la g u e rra ex iste u n
b a n d o m ás o m enos coalig ad o y e n lu c h a v io len ta, e n el hecho
d e p o d er d e la p o lítica ex iste u n a m a y o ría enem iga no coali-
U n M O D ELO CONSTRUCT1VO 235

g ad a p a ra la lu c h a p o lítica (es decir, p a ra v en ce r la hegem o­


n ia m in o rita ria y o p e ra r co n fo rm e a in te re se s au tô n o m o s y no
c e n tra le s) en c u y as filas d eb e m a n te n e rse la confusión p ara
e v ita r la coalición y su c o n sig u ien te ejercicio d e poder. E sto
se consigue “fab ric an d o ” su p u esto s “ enem igos de g u e r r a ” que
se co m p o rten com o ta le s y, con ello, p u e d a “fa b ric a rse ” u n a
especie de “g u e r r a ” ; dicho m ás c la ra m e n te : esto s irv e p a ra d i­
fu n d ir u n a s u e rte d e “d o c trin a de la seg u rid ad n acio n al del
m o m en to de la p o lític a” , q u e eq ü iv ale a su p aralela del tiem p o
d e la “ g u e rra su c ia ” .
E s n a tu ra l, pues, q u e n o p re te n d a el ab su rd o objetivo d e
p riso n iz a r a tod o s los enem igos en la política, sino sólo a los
m á s ap to s p a ra a su m ir el p ap el de “en em ig o s” en la “g u e rra
su cia del m o m en to de la p o lítica” .
Siendo é stas las c a ra c te rístic a s m ás salien tes del ejercicio
de p o d e r re p re siv o d el m o m en to de la política, debe q u e d a r
claro — u n a vez m ás— q u e el v e rd a d e ro ejercicio de p o d er del
sistem a p en al n o p asa p o r e sta rep resió n , sino p o r el co n tro l
y v ig ilan cia que, con el p re te x to de co m b atir a estos enem igos
q u e fab ric a en la fo rm a sen ala d a, ejerce so b re todos los en e­
m igos e n la p o lítica (es decir, so b re la m a y o ría m a rg in a d a y
so b re los pocos y ev e n tu a le s d isid e n tes de la m in o ria ) p ara
im p ed ir su coalición, inclu so con el b en ep lácito de b u e n a p a r­
te d e la m ism a y h a s ta con el p ed id o de ella.
L a m ue rte de l e ne m igo e n la g ue rra y la m ue rte de l e ne ­
m ig o e n la p o lític a son su sta n c ia lm e n te d ifere n tes: el enem igo
e n la g u e rra m u e re en u n a c to de vio lên cia recíp ro ca y o rg a­
nizada; el enem igo en la política es fus ilad o s in fo rm alidade s
(salv o el ritu a l sim plísim o de alg u n o s g ru p o s de e x te rm ín io
latin o am erica n o s y sólo e v e n tu a lm e n te ) y, cu an d o n o puede
ser m o stra d o con el d isfraz y en el p ap el de “enem igo en la
g u e rra sucia d e la p o lític a” , el fu sila m ien to se o cu lta cu id ad o ­
sam en te, p o rq u e d e lo c o n tra rio p o n d ría en d escu b ie rto la
v e rd a d e ra id e n tid a d d e su ejercicio de p o d er y p ro v o caria coa­
lición (q u e es p re c isa m e n te lo q u e se q u ie re e v ita r).
E n lu g a r, c u a n d o la v íc tim a se h a lla co n v en ien te m en te
d isfrazad a (o p u e d e d isfra z a rse su c ad á v er) y, m ejo r a ú n si
se h a lla b a d esem p e n an d o su p ap el d e “ enem igo en la g u e rra
sucia del m o m en to de la p o lítica” , el h ech o se p u b licita, h a sta
236 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

el p u n to de no p ra c tic a r estos fu sila m ien to s sin pub licid ad ,


p re c isa m e n te p o rq u e se tr a ta d e fu sila m ien to s p u b licitário s,
q u e se lle v a n a cabo p a ra p ro b a r la ex-istencia d e la p re te n ­
did a “g u e rra ” y la c o n sig u ien te n ecesid ad del c o n tro l q u e el
sistem a p e n a l d eb e e je rc e r sobre la to ta lid a d de los poten-
ciales enem igos en la política.
L as ejecuciones p oliciales son ta n ilegales com o las eje-
cu cio n es de p risio n e ro s de g u e rra , p e ro n o tie n e n fin alid ad
ejem plificadora, n o se lle v a n a cabo p a ra e v ita r q u e otro s
p risio n e ro s o la to ta lid a d d e la población d el te rrito rio ocupado
in c u rra en h ech o s sem ejan te s, com o p u ed e p re te n d e rs e en
u n a in te rp re ta c ió n sim p lista, sino q u e e s tá n d irig id a s fro n tal-
m e n te a u n a m a y o ría c o n te n id a m e d ia n te su co n fu sió n y des-
o rg an izació n , p a ra q u e esta m ay o ría, d e b u e n grado, ac e p te
el c o n tro l q u e le im p id e su organización.
L as ejecuciones s in proceso so n m u e rte s exhibidas, fron-
talis tas , n o d irig id as a l m u e rto sin o al esp ectad o r, p e ro no p a ra
in fu n d irle m ied o p a ra q u e n o h a g a lo m ism o q u e el m u erto ,
sin o p a ra q u e a ce p te re sig n a d a m e n te la vio lên cia del e je c u to r
y la reclam e, p a r a q u e s ie n ta m ied o del m u e rto , d e la “g u e rra ”
q u e está “ v ien d o ” .
Los g ru p o s d e e x te rm ín io latin o am erica n o s q u e p re te n d e n
e je c u ta r sin proceso co n fin e s “m o ra lista s” , n o h a c e n m á s q u e
o c u lta r con alg u n a s a islad as ejecuciones sus v erd a d e ro s fines,
q u e es p ro te g e r y c o m p a rtir los in tereses d e u n secto r d e la
d elin cu en c ia al q u e le d a n c o b e rtu ra o q u e d ire c ta m e n te d e­
p e n d e de ellos.

3 . L a fu n ció n de la agen cia ju d icial. A la ag en cia ju d ic ia l


su e le p re se n tá rse le a las p erso n as y a d isfraza d as y, d e s e r p o ­
sible, con sus p apeles co m p leta m en te asum idos. E l e n tre n a -
m ie n to p a ra ello se p o n e e n m a rc h a d esd e el m o m en to m ism o
e n q u e el sistem a p en al toca a la p erso n a q u e v a a p riso n iz ar
o a m arcar.
La age nc ia ju d ic ia l de be rá d e c id ir s i corre s ponde c o nti­
n u a r la p ris o n iz ac ión o c o n firm ar la m arc ac ión ante s de p ro ­
ce de r a la in te m ac ión e n el p ro p io te rrito rio . Es te es s u e je r­
cicio de pode r; p ara e llo e x is te u n c o n jun to de ce re m onias y
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 237

rito s que , e n ge ne ral, tie nd e n a c o n firm ar a cada uno de los


partic ip ante s e n la ce rte za de s u pape l.
A dem ás, en la m ed id a en q u e la ag en cia ju d icial se lim ita
a l d esem p en o de e s ta función, leg itim a al resto del ejercicio
d e p o d er del sistem a penal; p o r ello que las re sta n te s agencias
del sistem a p e n a l le reclam en el d esem peno d e èse rol cuando
la agencia ju d icial o su s op erad o res no lo asu m en p lenam ente,
pu es p ro d u ce p a ra ellas u n a d isru p ció n d eslegitim ante.
a) L a age ncia ju d ic ial debe de te rm inar s i e l dis fraz co­
rre s ponde al c om portam ie nto. E l d isfraz de enem igo en la
“ g u e rra su cia d el m o m en to d e Ia p o lítica” se lleva com o u n
un ifo rm e, con lo cu al im p o rta el reclam o de la asu n ció n del
ro l q u e le corresponde, del desem peno del papel asignado
conform e al disfraz, p o rq u e a l ex h ib irlo con el disfraz, y a todos
re c la m a n u n co m p o rtam ien to aco rd e al m ism o. Se sup o n e que
q u ie n se v iste de alb an il se com porta com o tal, co n stru y e m u ­
ros y es alb an il; se supone q u e q u ien co rresp o n d e al estereo ­
tip o d el ladrón, es ladrón, se com porta com o ta l y, p o r ende,
roba. L a agencia ju d icial tien e p o r fu n ció n confirm ar, por
m edio d e u n ritu a l establecido, q u e efectiv am en te es así, que
p o rq u e el q u e “es” la d ró n “debe ro b a r” , re alm en te “ro b a” .
b) E l m ecanism o resen ad o es el q u e o p era en la g ran
m a y o ría de los casos, p ero com o n u n c a el ejercicio de poder
p u ed e o p e ra r d e m odo fa ta l y m ecânico — dado que m a n ip u la
co n d u ctas h u m a n as, q u e e n b u e n a p a rte son im previsibles,
debido a su esencia y a im ponderables co y u n tu ra le s— se pre-
se n ta n casos en q u e la o p erativ id ad es d iferen te, algunos de
los cuáles son aprovechados — en feed- back — p ara o c u lta r lo
qu e es la reg ia g eneral, m e d ian te la publicación de las ex­
cepciones.
E n las c o y u n tu ra s en q u e el sistem a p en al se hace cargo
d e dis ide nte s políticos , suele pro ced er com o con los prisioneros
d e g u e rra , a u n q u e sin las g a ra n tia s del derecho h u m an itario ,
y su stra e rlo s al p o d er d e la agencia judicial, m e d ian te di­
versos expedientes. U no de ellos es prisonizarlos en función
d e poderes e x tra o rd in ario s q u e s u rg e n en razón de los “e sta ­
dos de em erg en cia” y n e g a rle a la agencia ju d icial todo poder
co n tro lad o r a este respecto. U n m étodo m ás expeditivo, p o r
238 En b u sca d e la s p e n a s p e rd id a s

su puesto, es el secu estro liso y ilano, conocido como “desapa-


rició n fo rzad a d e p e rso n a s” .
P o r su p u e sto que, e n estas situ acio n es, c u a lq u ie r intro-
m isión d e la ag en cia ju d ic ia l se co n sid era d e s a c re d ita n te p a ra
la m ism a, sab o tea d o ra e n la “g u e rra ” , etc., y c u a lq u ie r d is­
c u rso ju ríd ico q u e en say e la d efensa de los d erech o s elem en ­
ta le s de e sta s p erso n as se co n sid era co m p licid ad con su s fines
políticos.
E x iste u n g ru p o de d i s i d e n t e s d e v e r t i c a l i d a d , que no ne-
c esa ria m e n te son d isid e n tes políticos (e n m u ch o s casos c la ra ­
m e n te no lo son) y q u e su elen com ponerse con m in o ria s é tn i­
cas, religiosas, sexuales, c u ltu rale s, etc. P o r lo g en eral, la s
ag en cias no ju d iciales ejercen a su resp ecto el p o d er c o n tro ­
lad o r n o fo rm alm en te p u n itiv o , en ta n to q u e a la ag en cia ju ­
dicial se le reclam a su n o in te rv e n c ió n com o fo rm a de le g iti­
m a r el co n tro l d e las re sta n te s.
E n alg u n o s casos, la s ag en cias selectiv as u sa n el p o d er de
selección re p re siv a p a ra fija r c a ra c te re s n eg ativ o s en los este­
reotipos d e esas m in o rias: todos los in m ig ra n te s “ in d o c u m en ­
ta d o s” del p aís v ecino son lad ro n es; tod o s los u su á rio s de
tóxicos cu y o m e rc ad o se re g u la m e d ia n te prohibición, ro b an
y m a ta n p a ra c o m p ra r el tóxico; todos los h o m o sex u ales y
lesb ian as son c o rru p to re s de m en o res; todos los h a b ita n te s de
zonas de v iv ien d as p re c a ria s o d e em erg en cia son salv ajes y
p rim itiv o s; todos los jó v en es d e esos sectores son p an d illero s
y violadores; etc.
L a p resen cia d e im p o n d erab les hace q u e los cam pos de
co n cen tració n de p risio n e ro s de la p o lítica alb e rg u e n u n p e ­
q u en o n ú m e ro d e p r i s i o n e r o s p o r a z a r , a cu y o resp ecto no
p u ed en p e rse g u irse los ob jetiv o s p ro p u e sto s resp ecto d e la
m ás am p lia m a y o ría d e seleccionados. E n g en eral, suele pa-
sárselos a la categ o ria d e “ in te rn a d o s en el p ro p io te rrito rio ”
y n o se in siste m u ch o e n la m arcación. E l g ru eso su ele e s ta r
com puesto p o r los crim in alizad o s d e trâ n sito , resp ecto de los
cuales las ag en cias n o ju d iciales no tie n e n n in g ú n in terés. No
o b sta n te la situ a ció n p u ed e v a ria r.
D e c u a lq u ie r m odo, u n a m in o ria a típ ic a y h e tero g ên ea se
su m a a este g ru p o (p ro fesio n ales crim in alizad o s p o r m ala
p ráctica, u n a b u e n a p a r te d e los h om icidas y a u to re s d e le-
Un m o d e lo c c n s tru c tiv o 239

sio nes, e tc .). A la ag encia ju d icial se le p id e que resuelv a


esto s caso s en que las restantes ag encias d ebiero n seleccio nar
p o r erro r y a v eces casi a su p esar.
En uno s po co s p aíses existe, p o r últim o , un grup o insig ­
nificante, que so n lo s de rrotados no dis ide nte s . So n los que
p erd iero n en la p ugna p o r la heg em o nia d el p o der que, al ser
d erro tad o s su friero n el “ retiro d e co b ertu ra” d e que y a ha-
blam o s. Po r lo g eneral se trata de ex-g o bernantes o funcio ná­
rio s acusad o s de co rrup ció n, áo bo rno, ho m icid io s, abuso de
po der, etc., p o rque el grup o triu nfante usa al sistem a p enal
p ara co nso lid arse; o d e financistas d erro tad o s p o r o tro s grup os
financiero s que usan al sistem a p enal p ara term inar d e aniq u i­
lar el po der eco nô m ico d e la band a d esp lazad a; etc.
Resp ecto d e esto s “ d erro tad o s no d isid entes” se exig e a
la ag encia ju d icial que co nfirm e lo s cargo s (lo que po r lo g e­
neral no es d ifícil, p uesto que so n p úblico s y no to rio s) y co n
ello co nso lid e el p o d er d el grup o triu nfante.
Resp ecto de los d erro tad o s no d isid entes y d e alguno s
p risio nero s p o r azar, cabe co nsig nar que, si b ien no asum iero n
u n ro l co nfo rm e a estereo tip o , se co lo caro n en un m o m ento
d e v ulnerabilid ad que el hecho d e p o der del tiem p o de la po­
lítica — el sistem a p enal— ap ro vecha p ara leg itim ar su poder,
exhibiénd o lo s co m o p rueba de su p retend id o funcio nam iento
ig u alitario o, al m eno s, de un sup uesto esfuerzo po r red ucir
la selectiv id ad .
La característica de este grup o m uy m ino ritário y atíp ico
de p risio nero s es la d e hab er realizad o co m p o rtam iento s que
no co rresp o nd en a un d isfraz y a un ro l asig nad o co nfo rm e a
estereo tip o , p ero en co nd icio nes d e co m p etitiv id ad que lo s co ­
lo caro n en situació n d e alta v ulnerabilid ad al sistem a p enal.
4 . U n n u evo sen tid o para las garantias p en ales. Dado que
la selecció n d e p risio nero s de g uerra la d eterm ina el esp acio
d e fuerza d e que d isp o ne el hecho d e p o d er d e la g uerra, el
d erecho hum anitario lim ita casi exclusiv am ente su d iscurso
resp ecto de los p risio nero s, al tratam iento que se les d isp ensa
a los mismo s.
Como la selecció n d e lo s p risio nero s d e la p o lítica resp o n­
d e a la altísim a irracio nalid ad co n que el hecho de p o der d e
240 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

la p o lítica pro ced e a la m ism a, el d iscurso ju ríd ico -p enal que


p retend a o p erar como red ucto r de su v io lência d ebe hacerse
cargo de ese d ato d e irracio nalid ad selectiv a.
A este resp ecto , p ara p ro g ram ar una acció n red ucto ra de
v io lência de la ag encia ju d icial, d ebe tenerse claram ente en
cu enta que ésta d isp o ne de un pode r de de c is ión s e le c tiv a m e ­
ram e nte s e c undário, que interv iene cuand o la selecció n y a ha
tenid o lugar, que las restantes ag encias tratan d e d ism inuir
su interv enció n y, en caso d e no po der ev itaria, de d em o raria
en la med id a de lo p o sible.
La red ucció n del âm bito d e co ntro l y la p o sterg ació n cro ­
no ló gica de la interv enció n co ntro lad o ra so n los dos cam ino s
p o r los que trata de lim itarse el ejercicio d e p o d er selectiv o
secund ário de la ag encia jud icial.
Cuando se p ro cura p ro g ram ar u na interv enció n red ucto ra
d e v io lência de la ag encia ju d icial, la racio nalid ad que esa
interv enció n im p lica requiere que esa interv enció n se hag a
co nfo rm e a un d iscurso que establezca:
a) los lim ite s m áx im os a la arb itrarie d ad y al az ar se lec­
tiv o de las age ncias no jud ic iale s y
b ) tam b ié n que e x tre m e e l c uidado p ara que esos lim ite s
no se n e utralic e n p o r dis tors ión c ronológic a o po r in te rv e n ­
c ión s up e rfic ial o f o r m a l39.
A nte la ev id ente carência de po d er de la ag encia ju d icial
p ara abo lir al sistem a p enal y reem p lazarlo p o r m ecanism o s
d e so lució n de co nflicto s (análo g a a la falta d e po der de la
Cruz Ro ja Internacio nal p ara sup rim ir los co nflicto s b élico s),
las age ncias jud ic iale s , com o obje tiv o inm e d iato , de be n p ro ­
ce der conform e a u n dis curs o que m arque los lim ite s m áx im os
de irrac io n alid ad tole rable e n la s e le cción c rim in aliz an te de l
s is te m a pe nal.
No o bstante, no es ésta la única tarea de lim itació n de
irracio nalid ad que d ebe p ro g ram ar el d iscurso juríd ico -p enal
y que, en razó n d e o tra d iferencia cu alitativ a entre el hecho

39 E l seg u n d o c o m p o n en te d el d iscu rso, e sto es, la e v ita c ió n de


la d isto rsió n cro n o ló g ica n e u tr a liz a n te de la in te r v e n c ió n ju d icia l, es
m a téria propia d e l d iscu rso ju ríd ico -p en a l procesal.
Un m o d e lo c o n s tru c tiv o 241

de po der d el sistem a p enal y la'g u erra, no tiene p aralelo en


el d erecho hum anitario . La p riso nizació n en el m o m ento de
la g uerra, en p rincip io , tiene una d uració n ind eterm inad a y
d ep end e d e circu nstancias g enerales y ajenas al hecho que
m o tiv ó co ncretam ente la m ism a, es d ecir, que p uede cesar por
la culm inació n del hecho bélico , p o r d ecisió n b ilateral co ncer­
tad a, p o r d ecisió n u nilateral, etc., o sea que la c o nd ic ión de
p ris io ne ro de gue rra, p o r lo ge ne ral, pe rm ane ce in d e f in id a­
m e nte . La p riso nizació n d e la p o lítica, en lug ar, necesita un
lim ite, p o rque co rresp o nd e a p erío d o s que p ued en ser m ucho
m ás p ro lo ngad o s que lo s d e la g uerra y es resultad o de un
hecho de p o d er que se p lantea co mo “ no rm al” y “ p erm anen­
te ” , p o r lo cual es abso lu tam ente ind efinid o : la g uerra, po r
p ro lo ngad a que sea, dado que se co nsid era una situació n “ ex-
trao rd inaria” , un d ia se sup o ne que d ebe term inar; el hecho
de p o d er d el m o m ento de la p o lítica es m o strad o co m o algo
que no pued e term inar jam ás.
El d iscurso juríd ico -p enal, d ebe hacerse carg o pues, de
la d uració n, m ag nitud y extensió n de la p riso nizació n y m ar­
cació n o internació n d el m o m ento d e la p o lítica. L a c o ndic ión
de pris io ne ro de la p o lític a de be ser lim itad a e n el tie m po y
e n s us e fectos tam b ié n conform e a c rité rios de m áx im a irra-
c io n alid ad tole rable e n c uanto a la m is m a.
En síntesis, resulta que d e las p articularid ad es p ro pias
del hecho d e po d er del m o m ento de la p o lítica, el d iscurso
ju ríd ico p enal que p ro g ram e la interv enció n red ucto ra de vio ­
lência d e la ag encia ju d icial d ebe hacerse carg o del estableci-
m iento de lim ites que senalen los m áxim o s de irracio nalid ad
que el ejercicio de po der del sistem a p enal no puede sup erar,
haciénd o lo co nfo rm e a critério s que el d erecho hum anitario
no co no ce, p o rque en el d erecho hum anitario se d eriv an d e la
naturalez a m ism a del hecho de poder que trata de lim itar.
Los lim ite s de irrac io n alid ad m áx im a de l s is te m a pe nal
— no ne ce s aria al dis curs o lim itad o r de la v io lê nc ia de gue ­
rra — se re fie re n:
a) a lim ite s e n e l e je rcicio de l pode r de s e le ccionar a los
c andidatos a s e r pris oniz ado s y e ntre nados p ara que as um an
e l pape l de e ne m igos e n la q u e ria;
242 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

b) a la d urac ión, inte n s id ad y e x te ns ión de la c ondic ión


de pris ione ro de la polític a.
En cuanto al tratam iento de los p risio nero s, las pautas
s on bas tante s im ilare s a las de los pris ione ros de gue rra, reco-
nociendo, co mo dato d iferencial, que el p risio nero de la p o lítica
d ebe ser p ro tegid o co n la interv enció n d e la ag encia ju d icial
a efecto s d e que ésta p erturbe lo m ás que pueda el entrena-
m iento a que se so m ete a esto s p risio nero s en lo s cam p o s de
co ncentració n del m o m ento de la p o lítica, es d ecir, que d ifi­
cu lte al m áxim o la asunció n del ro l de extran jero o enemigo
de guerra que se p retend e hacer asum ir al p risio nero .
En alg una medida, ésta será tarea del d iscurso juríd ico -
p enal, p ero esp ecialm ente lo será d el d iscurso p ro cesal p enal
y del d iscurso del d erecho de ejecució n p enal.

5. L as garan tias com o lim ites m áxim os de irracionalidad.


E] d iscurso juríd ico -p enal libera] y la m ism a ideologia d e los
D erecho s H um ano s v ienen alberg and o la co ntrad icció n d e
ju stificar un hecho de po der y p retend er lim itarlo desde su
leg itim ació n (racio nalizació n leg itim ante) ju stificante.
Po r ello, siem p re han enunciad o las garantias pe nale s
como princ ipio s que sup uestam ente cum p le el sistem a penal
en su o perativid ad (o que debe c u m p lir, co n lo cual no se
preo cup an si las cump le o no ), cuand o la realid ad o p erativa
del mismo , en cualq uier lu g ar del p laneta, p ero esp ecialm en­
te en nuestro m arg en, los v io la a todos.
Ha Uegado el m o m ento de d ep urar el d iscurso de esta
co ntrad icció n que, al mismo tiem p o que lo hace hip ó crita
— pese a la buena vo luntad y a la buena fe de sus sostenedo-
res— , tiene po r efecto m ás grave el de im p ed irle su dinami-
zación y el cum p lim iento d e una funció n de tutela efectiv a
de la d ignidad de la p erso na hum ana: el dis curs o jurídico- pe nal
de be p lan ific ar las de cis ione s de las age ncias jud ic iale s e n for­
m a que éstas trate n de e x te nde r esos p rinc ip io s has ta las
m áx im as pos ibilidade s de re aliz ac ión que e l pode r de cis orio de
esas age ncias lo p e rm ita y los “s tandards ” de re aliz ac ión así
obte nidos y e n pe rm ane nte am p liac ión inac abada, se convier-
tan e n lim ite s m áx im os a la irrac io n alid ad tole rada (p o r falta
de pode r que pue da re d uc irla aún m ás ) e n e l e je rcicio de l
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 243

pode r s e le ctiv o (c rim in aliz an te ) y re ac tiv o (de te riorante y


c ondic io nante ) de los s is te m as pe nale s .
L as g arantias que la age ncia ju d ic ia l debe ofre ce r (g aran ­
tias pe nale s ) s on los m áx im o s de re aliz ac ión que pue de álcan-
z ar c on s u e je rcicio de pode r, re s pe cto de esos p rinc íp io s lim i­
tadore s de irrac io n alid ad y v io lê nc ia.
Es absurd o p retend er que los sistem as p enales resp etan
el p rincip io d e legalid ad , el d e reserv a, el d e culp abilid ad , el
d e hum anid ad y , so bre to do, el de iguald ad, cuand o sabem o s
que, e s truc turalm e nte , están arm ad o s p ara v io larlo s a todos.
L o que pue de logrars e — y de be hace rs e — es que la age ncia
ju d ic ia l ponga e n jue go todo s u pode r e n fo rm a que hag a de s ­
ce nde r has ta donde s u pode r se lo p e rm ita e l n úm e ro e inte n-
s idad de esas v iolac ione s , ope rando com o c o ntrad ic c ión de ntro
de l m is m o s is te m a p e nal y obte nie ndo de este m odo u n a cons ­
tante e le v ac ión de los niv e le s de re aliz ac ión ope rativ a re al de
esos princ ípio s .
Cada caso que el p o d er d e las ag encias no ju d iciales so-
m ete a la ag encia ju d icial d ebe d ecid irse co nfo rm e a la re gia
de “v io lac ión m ín im a/ re aliz ac ión m áx im a” de los p rinc íp io s
garantiz adore s pe nale s .
Esta reg ia no s v uelv e al llam ad o “ d erecho p enal lib eral”
en cuanto a los lim ites d e la d ecisió n rep resiv a y restring e aún
más este âmbito , p ero sin el lastre d e una ju stificació n racio -
nalizad o ra (leg itim ació ti) que y a no v iciará la p autació n de-
ciso ria co n su d ictad ura d ed uctiva.
Desde la p ersp ectiv a de un d iscurso ju ríd ico -p enal p auta­
do co nfo rm e al realism o m arg inal, p o r g arantias pe nale s se
e ntie nde e l com prom is o de las age ncias jud ic iale s pe nale s para
e je rce r s u pode r e n fo rm a que de c ida cada caso conform e a la
re gia de “v io lac ión m ín im a / re aliz ac ión m áx im a” de los
p rinc íp io s que s irv e n p ara lim it ar la irrac io n alid ad (v io lê n c ia )
de l e je rcicio de pode r de l s is te m a peruxl, c o nfig urand o de este
m odo u n ''s tan d ard ” — p ro v is io nal, po r progre s iv o y “ab ie rto ”
o “inac abado ” — de m áx im a irrac io n alid ad (v io lê n c ia) to le ra­
da (p o r f alta de pode r de la age nc ia ju d ic ia l p ara im p o ne r un o
m e nor).
244 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

El d iscurso juríd ico -p enal que se enuncia como si estos


p rincíp io s “ se realiz asen” es encubrid o r, p o rque o culta la in-
cap acid ad estru ctu ral de su p lena y co m p leta realizació n (la
co ntrad icció n estru ctu ral que hace que su p lena realizació n
sea sinô nim o de d esap arició n del ejercicio de po d er que im ­
p lica el sistem a p enal).
El m áxim o realizable de esos “ p rincíp io s” sólo puede ser
un s tandard, que el p o d er d e la ag encia ju d icial debe tend er
a elev ar co nfo rm e a su esp acio , que d ebe ad m inistrar.
L a ne ce s idad de este e sfue rzo s ólo pue de pone rs e de ma-
n ijie s to re n un c ian d o a la ilu s ión de s u re aliz ac ión. El d iscurso
d e las garantias re aliz adas no es m ás que una p arte del d is­
curso leg itim ante: tal co m o este d iscurso o culta el lim itad o
po d er d e la ag encia ju d icial b ajo la falsa ap ariencia d e que su
ejercicio co ntro la en su to talidad el sistem a p enal, el d iscurso
d e las “ g arantias realizad as” p retend e el resp eto p leno e
irrestricto de los p rincíp io s lim itad o res, o cultand o la magni-
tud d e su d esco no cim iento y vio lació n estructural.
H ay un p rin c ip io de le g alidad, po r ejem p lo , co mo p rin­
cip io abstracto lim itad o r, es verd ad , p ero hay una g arantia de
le g alid ad sólo co m o d ecisió n en cad a caso, d e acuerd o a la
"m áxim a realiz ació n / m ínim a v io lació n” de ese p rincip io , y
el co nju nto de las d ecisio nes d ará p o r resultad o el s tan d ard de
le g alid ad lo grad o p o r el m áxim o esfuerzo de la ag encia ju ­
d icial.

6. E l discurso jurídico-penal y e l “standard” obtenido por


la agen cia ju d icial. Es o bvio que el co ncep to que acabam o s
de brind ar d e las garantias pe nale s no es estático .
La p ro g resiv a “ realiz ació n m áxim a / vio lació n m ínim a”
d e los p rincíp io s p enales, co nfo rm e al ejercicio del po der d e­
ciso rio de las ag encias ju d iciales, irá m arcand o “ stand ard s”
q ue d eberán av anzar cad a vez m ás en pos d e la red ucció n de
la v io lência. Po r ende, las g arantias d eben o p erar en forma
tal que los s tandards av ancen, lo que sig nifica que los p rin c í­
pios pe nale s lim itado re s de be n cons ide rars e como “abie rtos ”
o “inac abados ”.
La única fo rm a d e m antener esta p ro gresivid ad d e la li-
m itació n rep resiv a y d e hacer que los p rincíp io s p enales que-
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 245

d en siem p re “ abierto s” o “ inacabad o s” , co nsiste en so stener


un cierto grad o d e co ntrad icció n entre el d iscurso juríd ico -
p enal de la ag encia d e rep ro d ucció n id eo lógica y el s tandard,
lo grad o po r las ag encias jud iciales.
Esta co ntrad icció n d inam izante requiere que el d iscurso
juríd ico -p enal acad êm ico o univ ersitário v aya siem p re más
ad elante del s tan d ard lo grad o p o r las ag encias, en fo rm a tal
que co nstituy a d e esta m anera el im p ulso de la jurisp rud ência.
La ag encia de rep ro d ucció n id eológica necesita ejercer la
crítica p erm anente de las ag encias ju d iciales y, por supuesto,
de las p o líticas (leg islativ as). Es la única fo rm a en que pued e
d ejar de ser una ag encia d e rep ro d ucció n ideológica p ara
co nv ertirse en una ag encia de d inam izació n id eológica del
sistem a penal.
La ap ertura realista del d iscurso d e esa ag encia ha sido
rechazad a por to d o s los p ro gram as m ás o m eno s auto ritario s,
to talitario s o rep resiv iz antes. Esto ind ica claram ente que su
d iscurso es p eligro so p ara el ejercicio d el po der co n esto s sig­
no s; si ellos lo co nsid eran p eligroso , sin duda es po rque im ­
p lica un relev ante ejercicio d e poder, pues, d e lo co ntrario , se
lim itarían a igno rarlo . Este es un arg um ento m ucho m ás que
co nv incente p ara rechaz ar cualq uier p retensió n de “ uto p ism o ”
o de d ep resió n aním ica im p o rtante p ro v eniente de las actitu-
d es p ro p ias d e la traurig e L in k e ( “ izquierd a triste” ).
A sí, p o r ejem p lo , en lo s últim o s lustro s se ha lo grad o un
cierto s tan d ard resp ecto del p rincip io d e culpabilid ad y el
co nsig uiente rechazo de la co nstitucio nalid ad de las llam ad as
“ medid as p o sd elictuales” p ara im p utables adultos, lo que ha
p ro vo cado su d esap arició n de v arias legislacio nes (Uruguay,
Brasil) y su red ucció n en o tras (A rg entina). El s tand ard si-
g uiente se lo g rará llevand o la realiz ació n d el p rincip io a la
reincid encia, hasta lo g rar análo ga co nclusió n y resultad o .
7 . M ención y p ersp ectivas de los principales principios
p en a les lim itad ores inacabados. E n el c a p ítu lo sig u ie n te ha-
rem os referen c ia a las p ersp ectiv as d e u n d erech o penal con­
cebido desde el p u n to d e v ista de u n realism o m arg in al, tal
com o lo hem os fundado, en c u a n to a la co n strucción de la
te o ria del d elito y d e sus consecuencias ju ríd icas.
246 En b u s c a de- l a s p e n a s p e rd id a s

No o bstante, aunque sea co n la brev ed ad ensay ística


aco rd e co n el estilo d e esta p ro p uesta, se no s hace necesario
senalar p rev iam ente cu áles so n lo s p rincíp io s lim itad o res in­
acabad o s que d ebem o s tener p resentes en la co nstrucció n de
las teo rias de que no s o cup arem o s m ás ad elante y senalar al­
gunas d e sus p ersp ectiv as.
El enunciad o no es taxativ o ni p uede serio , pues lo s d e­
recho s “ im p lícito s” , reco no cid o s en casi to d o s lo s texto s co ns­
titucio nales y en la co rresp o nd iente d o ctrina ju ríd ica, el sur-
g im iento d e “ nuev o s” Derechd s H üm ano s (q ue frecuence-
m ente so n “ v iejo s” , siend o nuevo só lo su reco no cim iento como
D erecho H um ano ) y el surg im iento d e nuev o s co nflicto s por
efecto d e Ia rev o lució n tecno -científica, d em and an una d inâ­
m ica cread o ra de p rincíp io s o de reco no cim iento ju ríd ico o
acentuació n del cuid ad o en la realiz ació n d e los co no cid o s, que
es im p o sible catalo g ar en fo rm a taxativ a. Los p rin c íp io s lim i­
tadore s pe nale s n o s ólo s on inac abados e n s u re aliz ac ión , s ino
que tam b ié n s on inac abados e n s u e n unc iac ión y catalogac ión.
Co nsid eram o s co nv eniente ad o p tar una clasificació n de
los p rincíp io s útiles p ara la lim itació n d e la v io lência d el sis­
tem a p enal en: p rincíp io s p ara la lim itació n d e la v io lência
p o r c arê ncia de e le m e ntalís im os re quis itos form ale s , p o r ex-
c lus ión de s upue s tos de gros e ra d is fun c io n alid ad p ara los De ­
re chos Hum an o s y p o r e x c lus ión de c ualq uie r p re te n s ión de
re s pons abilidad pe rs onal po r s u n o to ria irrac io n alid ad 40.

V. PRINCÍPIOS PARA LA LIMITACION DE LA VIOLÊNCIA


POR CARÊNCIA DE ELEMENTALISIMOS REQUISITOS FORMALES

1. p rin cip io de reserva de le y o de ex ig ên cia d el m áx im o


de legalidad en sen tid o estricto. Co nfo rm e a este p rincip io se
req u erirá el resp eto al m áxim o de legalid ad d e las p enas y de
todos sus p resup uesto s.
Entend iend o a la p ena — como lo hacem o s— co mo un
co ncep to o btenid o por exclusió n y po r inco rp o ració n de datos

40 El d esa rro llo se in sp ir a en el cu ad ro esq u e m á tic o de B aratta


(“Capítulo C rim in o ló g ico ’’, M aracaibo, 13, 1985), q u e es u n o de lo.'
m á s co m p leto s, con la s m o d ific a c io n e s q u e n o s im p o n e la p er sp e c tiv a
q u e a q u i en sa y a m o s.
Un m o d e lo c o n s tr u c tiv o 247

ó ntico s, se d esp rend erá del m ism o la recup eració n de un g ran


cam po de m atéria p unitiv a p ara el ejercicio d el poder de los
ju ristas, la d eclaració n de inco nstitucio nalid ad d e num ero sas
ad m inistrativ iz acio nes de co nflicto s d ecidido s por vía de m o ­
delos p unitivo s y, en g eneral, de todas las co nm inacio nes p e­
nales que, so p retexto de no ser p unitivas, no resp o nd en al
requisito de legalid ad . '
2. P rincip io de m áxim a taxatividad: A la luz de este
p rincip io resultan claram ente inco nstitucio nales los tip o s sin
lim ites cierto s, las escalas p enales co n m áxim o s ind eterm ina­
dos y los p resup uesto s p enales ad m inistrativ izad o s que no co-
no cen la tip icid ad legal y los que, incluso estand o en la ó rbita
jud icial, se d ejan librad o s a tip icid ad es d e co nstrucció n ju ­
d icial.
Im p lica la p ro scrip ció n d e toda integ ració n analó g ica de
la ley penal e im p o ne su interp retació n restrictiv a co m o regia
general.

3. P rin cip io de irretroactividad: Es una co nsecuencia del


p rim ero y d e su funció n p o sibilitante abstracta del co no ci-
m iento p revio d e la p ro hibició n y de la co nm inació n.

4 . P rin cip io de m áxim o de subordinación a la le y p en al


su stantiva: Im p lica d esco no cer las leyes, reglam ento s, d ecre­
to s, o rdenanzas, aco rd ad as, etc., que en el o rd en p ro cesal eje-
cutiv o o ad m inistrativ o , intro d uzcan lim itacio nes de d erecho s
que no sean la co nsecuencia necesaria e inev itable de la reali­
zació n de lo d isp uesto p o r las leyes p enales.
Se encuad ran en este sup uesto las p enas intro d ucid as por
vía de p risió n p reventiv a, de inhabilitacio nes po r d elito s no
auto rizad as o no im p uestas en sed e p enal, etc.
5 . P rin cip io de rep resentación popular. Las ley es p enales
só lo pued en ser p ro ducidas po r las ag encias leg islativ as cons-
titucio nales co n representació m p o pular. Las ley es p enales
"d e hecho ” o “ de facto ” só lo d eben ser reco no cid as en la m e­
dida en que benefician al crim inalizad o o cand id ato a la cri-
m inalizació n, siem p re que este beneficio no hay a sido resultad o
d e un cálculo de los usurp ad o res del po d er legítim o p ara bene-
ficiarse o beneficiar a sus circu nstanciales aliad os.
248 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

VI. PRINCIPIOS PARA LA LIMITACION DE LA VIOLÊNCIA


POR EXCLUSION DE SUPUESTOS DE DISFUNCIONALIDAD
GROSERA PARA LOS DERECHOS HUMANOS

1. P rin cip io de lim ita ció n m áxim a d e la resp u esta con ­


tin gen te: Só lo pued e ser un ind icad o r recto r p ara la ag encia
ju d icial. Cuando una refo rm a rep resiv a se intro d uzca sin su­
ficiente y am p lio d ebate p úblico y p articip ativ o , sin co nsulta
a técnico s resp o nsables, resp o nd iend o d em ag ó gicam ente a
reclam o s d e las ag encias de p ublicid ad d el sistem a p enal o de
g rup o s interesad o s que so rp rend en la ingenuid ad d e las ag en­
cias leg islativ as, es funció n d e las ag encias ju d iciales extrem ar
el ceio en el análisis crítico del texto y ag o tar el uso d e los
restantes p rincip io s p ara d eclarar la inco nstitucio nalid ad de
la m ism a. La ag encia ju d icial d ebe v elar p o r la sup rem acia
co nstitucio nal, que exig e u na ética rep ublicana a las ag encias
leg islativ as.

2 . P rin cip io de lesivid ad : La irracio nalid ad de la acció n


rep resiv a d el sistem a p enal no p ued e lleg ar al lim ite en que
se p retend a im p o ner una p ena sin que ello p resup o nga un
co nflicto en que resu lte afectad o un bien juríd ico .
Este p rincip io d ebe tener v alo r abso luto en las d ecisio nes
de la ag encia ju d icial, p o rque su v io lació n im p lica la p uerta
d e entrad a a to d as las tentativ as de “ m o ralizació n” subjetiv i-
zada y arb itraria del ejercicio de p o d er del sistem a p enal.
La p ena co m o resp uesta a una acció n que no afecta el
d erecho de nad ie es una aberració n abso luta que, co mo tal,
no p uede ad m itirse, p o rque su lesió n del p rincip io de racio na­
lidad rep ublicana es eno rm e.
3 . P rin cip io de m ín im a proporcionalidad: Si bien la p ena
siem p re es irracio nal, so brep asa el lim ite de lo to lerable cu an­
do el co nflicto que o p era co mo p resup uesto es de lesividad
ínfim a o d esp reciable (p rincip io d e insig nificancia) o, cuand o
no siénd o lo , la p ena p rev ista quiebra el lim ite de lo razo nable
de modo burd o, en cuanto a su p ro p o rció n co n la m ag nitud
del co nflicto o de la lesión.
4 . P rin cip io de resp eto m ín im o a la hum anidad: Cuando
a niv el de p revisió n abstracta o, en el caso co ncreto y por
Un m o d el o c o n s t r u c t iv o 249

circu nstancias p articu lares d el mismo , la p ena rep ugne a ele­


m entales sentim iento s de hum anid ad , im p lique una lesió n
g rav ísim a p ara la p erso na en razó n de su circu nstancia o ag re­
gue un sufrim iento al que y a p ad eció el su jeto en razó n del
hecho , la ag encia ju d icial, en funció n d el p rincip io rep ublicano
de go bierno , tiene que ejerc er el p o d er d e p rescind ir de la p ena
o de im p o nerla po r d ebajo de su m ínim o legal, lo que es ju ri­
d icam ente ad m isible, p uesto que p ued e ser s uprale gal. pero
m tra- c ons tituc ional.
5. P rin cip io de idon eid ad relativa: Pese a que la inter­
v enció n del sistem a p enal nunca resuelv e los co nflicto s, salvo
p o r azar, existe una incap acid ad p ara ello que es g eneral v
estru ctu ral, en tanto que existe o tra que tam bién es abso luta
v que ni siq uiera ad m ite m ucha d iscusió n, cuand o resulta
evid ente que el legislad o r p retend e d escarg arse de un co n­
flicto en fo rm a m uy burda.
La ag encia ju d icial debe p resio nar a la ag encia leg islativ a
p ara que ésta no trate de d esem barazarse de las co nflictiv i-
d ad es co n ap arentes so lucio nes que, en realid ad , o cultan los
co nflicto s. N unca es m uy serio p retend er una so lució n p uni­
tiv a, p ero no es ad m isible caer d irectam ente en el rid ículo y
ad m itir que la ag encia ju d icial p articip e del mismo.
6. P rin cip io lim itad or de la le siv id a d a la víctim a: La
v íctim a de un d elito y a resulta co nsid erablem ente afectad a
p o rque po r regia g eneral el sistem a p enal no se inm uta; cu an­
do interv iene, no es m ucho m eno r la afectació n, co mo co nse-
cuencia d e la exp ro p iació n del co nflicto , siend o inad m isible
que la ag encia ju d icial, ad em ás de estas afectacio nes, to lere
que la irracio nalid ad del sistem a p enal lleg ue al lim ite de
interv enir cuand o , en co ncreto , esta interv enció n le acarrea
aún m ay o res p erjuicio s.
Pued e que la ley no lo establezca, p ero los p rincíp io s ele­
m entales del resp eto a la d ignid ad hum ana co lo can un lim ite
a la utilizació n — y co nsig uiente co sificació n— de la p erso na
hum ana: se usa al crim inaliz ad o p ara ejercer un po der v erti-
caliz ante; p ara lo m ism o se usa a la v íctim a m ed iante la ex­
p ro p iació n (d iríam o s co nfiscació n) de su d erecho lesio nad o ,
resultand o excesiv o , pues, que tam bién la ag encia ju d icial to ­
250 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

lere que se use aún m ás a la v íctim a inflig iénd o le un d olor


co ntra su v o luntad co n la interv enció n del po der d el sistem a
penal.
7. P rin cip io de trascen d en cia m ín im a de la in terv en ció n
p u n itiva. To d a interv enció n d el sistem a p enal trasciend e la
p erso na del crim inaliz ad o d e mo do estru ctu ral e inev itable.
El crim inaliz ad o p ertenece a u n grup o que, p o r lo g eneral,
sufre las co nsecuencias de la crim inalizacíó n. N ad ie p uede
ev itar esta trascend encia, sino m ed iante la sup resió n de
la p ena.
No o bstante, la m ism a p uede extrem arse p o r circu nstan­
cias p articu lares o el leg islad o r pued e p rev er p enas que tras-
ciend an d e modo innecesario . En am bo s caso s, la ag encia ju ­
d icial d ebe ejerc er su p o d er en fo rm a que éste no exced a la
trascend encia co rriente, que es el m áxim o d e v io lência irra­
cio nal que p uede ad m itirse en este sentid o .

VII. PRINCÍPIOS p a r a l a l i m i t a c i o n d e l a v i o l ê n c ia
POR EXCLUSIÓN DE CUALQUIER PRETENSION
DE IMPlTTACION PERSONAL EN RAZON
DE SU NOTORIA IRRACIONALIDAD

El d esarro llo de esto s p rincíp io s se im brica m ucho má?


que lo s o tro s en la tem ática d el cap ítulo sig uiente, siend o las
bases de la te oria de l de lito c onc e bida com o u n c o n ju n to de
lim ite s que la age nc ia ju d ic ia l debe c om probar que n o se h an
v iolado , p ara que p ue d a d ar pas o a las cons e cue ncias pe nale s .
En la elabo ració n d e eso s lim ites co ncu rren lo s p rincíp io s
anterio res, que no se refieren exclu siv am ente a la p ena y a
su cuantificació n, p ero lo s que aqui co rresp o nd e tratar están
exclu siv am ente referid o s a lo que d esig nam o s co m o “ teo ria
del d elito ” y que v erem o s de inm ed iato .
Ca p ít u l o Se x t o

LA LIMITACION DE LA VIOLÊNCIA SELECTIVA


POR LA LLAMADA “TEORIA DEL DELITO”

I. H A C IA U N A P A U T A C IÓ N D E C IS O R IA NO L E G IT I-
M A N T E . 1. L a fu n c ió n te ó rica d e la “c o n str u c c ió n d el
d e lito ”. 2. “E l” d e lito n o e x iste . 3. L os re q u isito s e le m e n ta le s
y m ín im o s p ara la p a u ta c ió n d eoisoria. 4. E l d eb ate sob re
la n a tu ra leza d el in ju sto . 5. L a in te rp reta ció n con glob ad a
de lo s tip o s p e n a le s com o in str u m e n to lim ita d o r. — II. L A
C R IS IS D E L A C U L P A B IL ID A D . 1. L a d e sle g itim a c ió n de
la “r esp ro ch a b ilid a d ”. 2. E tica, rep roch ab ilid ad v cu lp a b iii-
dad. — III. LOS R E Q U IS IT O S D E R E S P O N S A B IL ID A D .
1. iQ u ién e s “r e sp o n sa b le ”? 2. L a cu lp a b ilid a d por la v u ln e ­
rab ilid ad com o b a se de la r e sp u e sta c rim in a liza n te. 3. N i­
v e le s d e v u ln e r a b ilid a d y cu lp ab ilid ad . 4. E l e sfu e r z o per-
so n a l para la v u ln era b iid a d . 5. C u a n tifica ció n p en al y
cu lp a b ilid a d p or la v u ln e r a b ilid a d o por e l e sfu e r z o p erso-
n a l p or la v u n era b ilid a d . 6. iS e p r e te n d e u n a n u e v a “tó p i­
ca ”? 7. ;,La cu lp a b ilid a d p o r la v u ln e r a b ilid a d es d e acto o
d e autor? 8. P en a sin cu lp a b ilid a d o la p o sib ilid a d de la
aberraoión tolerad a. (L a p elig ro sid a d d e l siste m a p e n a l).

I. HACIA UNA PAUTACIÓN DECISORIA NO LEGITIMANTE

1 . La fu n ción teórica de la “con stru cción del d elito”. E l


p o d er se le c tiv o d e l sis te m a p en a ] in d iv id u a liz a a a lg u n o s c a n ­
d id a to s a la c r im in a liz a c ió n , p o n e e n m a rc h a a su r e sp e c to el
p r o c e so d e c r im in a liz a c ió n y lo s s o m e te a la d e c is ió n d e la
a g e n c ia ju d ic ia l, q u e p u e d e a u to riza r la c o n tin u a c ió n de
la a c c ió n c r im in a liz a n te e n c u r so o d e c id ir la s u s p e n s ió n d e la
m ism a . L a se le c c ió n , co m o sa b e m o s, s e p ro d u c e e n ra zó n d e
la p er so n a ( e l “b u e n c a n d id a to ” s e s e le c c io n a m e d ia n te u n
e s te r e o tip o ), p e r o la a g e n c ia ju d ic ia l s ó lo p u e d e in te r v e n ir r a ­
c io n a lm e n te s i lo h a c e para lim ita r esa v io lê n c ia s e le c tiv a v
fís ic a c o n fo r m e a c ie r to critério objetiva do propio y diferen te
d e l q u e r ig e e l a c c io n a r s e le c tiv o d e l r e sto d el e je r c ic io d e
252 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

po der del sistem a p enal, p ues de lo co ntrario no se ju stific aria


su interv enció n y ni siq uiera su existencia (só lo se “ exp lica­
ria” fu ncio nalm ente).
Cabe insistir t que la ag encia ju d icial d ebe d ecid ir p o r­
que no d isp o ne d e p o d er su ficiente p ara cancelar la to talid ad
de esa v io lência selectiv a.
Su red ucid o p o d er la co lo ca en la d isy untiv a de d ecid ir
o de d ejar la entera d ecisió n librad a a la arbitraried ad de las
ag encias de selecció n p rim aria (esto últim o suced e en el âm ­
bito d el co ntro l so cial ó nticam ente p unitivo , p ero que se
su strae a la ag encia ju d icial, encubriend o esto m ed iante Ias
racio naliz acio nes que im p lican lo s “ elem ento s neg ativ o s” del
d iscurso ju ríd ico -p enal y, p o r sup uesto , en to do el ejercicio
ilícito del p o d er d el sistem a p enal).
La d ecisió n crim inaliz ante de la ag encia ju d icial siem p re
es “ m ala” , p ero m eno s “ m ala” que la lib re arbitraried ad d el
p o d er de las restantes ag encias, de mo do que en lo s p o quísi-
m o s caso s q u é se le so m eten es m ejo r que lo s d ecid a, p o rque
seria m ucho p eo r que no lo hiciese.
Reco no cer la legitim id ad d e la interv enció n d eciso ria de
la ag encia ju d icial co m o “ v alo r tru nco ” no im p lica intro d ucir
ninguna racio nalid ad en el ejercicio de p o d er del sistem a
p enal, sino só lo lim itar su irracio nalid ad o p erativ a en curso
en la m ed id a en que la ag encia p ued e e jerc er su p o d er en
este sentid o.
En la p ro g ram ació n d el critério p autad o r lim itad o r y no
leg itim ante, uno de lo s cap ítulo s m ás im p o rtante lo co nstituy e
la llam ad a “ teo ria d el d elito ” , co nstituíd a p o r el c o n ju n to de
re quis itos que , e n c u alq u ie r caso, de be n dars e p ara que la
age nc ia ju d ic ia l no s us pe nda o in te rru m p a e l e je rcicio de po­
de r de l re s to de l s is te m a pe nal.
2. “E l” d elito no e x iste . La p arte esp ecial de cu alq uier
có digo p enal senala una cantid ad de accio nes co nflictiv as de
to tal hetero g eneid ad en cuanto a su sig nificad o so cial. Si o b­
servam o s có mo o p era el sistem a p enal en estas hip ó tesis co n­
flictiv as, vem o s que en la inm ensa m ay o ría d e los caso s éste
no interv iene (hu rto s, co hecho s, estup ro s, etc., que sólo en un
núm ero rid iculam ente ínfim o lleg an a la ag encia ju d ic ial), en
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 253

o tro s interv iene só lo en alguno s caso s y co ntra d eterm inad as


p erso nas (ho m icíd io s, o sea, caso s en que el m ay o r núm ero
histo ricam ente ha sid o co m etid o p o r el p ro p io estad o y casi
nunca llegó a co no cim iento d e las ag encias ju d iciales» , en
o tro s caso s no ha interv enid o nunca a p esar de la g ran fre-
cuencia (ad u ltério s), o tro s han pasad o de mo d a (d u elo ), o tro s
jam ás se han p resentad o (infid elid ad d ip lo m ática), etc.
Es bastante claro que esa d isp arid ad de hip ó tesis y de
reaccio nes d el sistem a p enal no p ued an d ar lug ar a nada
unitário .
Sin em bargo , el d iscurso juríd ico -p enal p arece p asar por
alto to do s esto s d ato s y p ro p o rcio na un “ co ncep to u nitário ”
d e d elito , m ed iante una co m p leja teo riz ació n que usualm ente
se llam a “ teo ria del d elito ” y que afirm a ( co n v ariables, según
lo s au to res) que “ d elito es una acció n típ ica, antiju ríd ica v
culp able” .
Resu lta claro que este “ co ncep to ju ríd ico d e d elito " no
es tal, sino que es la s ínte s is de los re quis itos que debe pre-
s e ntar c ualq uie r ac c ión c o n flic tiv a de u n au to r s e le ccionado
po r e l pode r de l s is te m a p e n al, p ara que la age nc ia ju d ic ial
re s ponda afirm ativ am e n te e n c uanto al av ance de l proces o de
c rim in aliz ac íón e n curso.
Nos p arece claro que un co nju nto de requisito s no co nsti-
tu y e un co ncep to : nad ie afirm a que el certificad o de d efun-
ció n y la g estió n de un fam iliar co mo requisito s p ara que la
auto rid ad ad m inistrativ a au to rice la inhum ació n en un cem en-
terio , co nstituy en un “ co ncep to de m u erto ” propio de la ad-
m inistració n de cem enterio s; ni que la v acunació n, co rrea.
bo zal y p atentam iento necesario s p ara p asear un p erro , co ns-
titu y an un co ncep to de “ p erro ” pro pio de la ad m inistració n
m unicip al.
Es casi un equívo co ling üístico el que llevó a reificar ca­
teg o rias de requisito s, en fo rm a tal que se hable de “ el” d elito ,
cuand o es d e to d a ev id encia que “ el” d elito no existe, p ues
ó nticam ente só lo existen co nflicto s arb itrariam ente seíeccio -
nad o s y ju rid icam ente sólo existe un co nju nto m uy hetero g ê­
neo de hip ó tesis co nflictiv as que, co n buena v o luntad pued en
Uamarse “ d elito s” .
254 En b usca de la s penas p e rd id a s

En este sentid o , “de litos ” s e rían las conductas conflic tiv as


que d an lu g ar a u n a de c is ión c rim in aliz ante afirm ativ a de la
age nc ia ju d ic ial, que de cide no in te rru m p ir la c rim in aliz ac ión
e n curs o, en tanto que “te o ria de l d e lito ” es s ólo e l “nom e n
ju ris ” de u n a parte de l dis curs o jurídico- pe nal que e x plic ita
e n fo rm a o rgânic a e l c o njunto de re quis itos que la age ncia
ju d ic ial de be re q ue rir ante s de de cidirs e a re s ponde r consin-
tie ndo e l av ance de l proce so de c rim inaliz ac ión.
Este co nju nto más o meno s o rg ânico d e requisito s cons-
titu y e el niv el m áxim o d e selectivid ad to lerad a, o sea, que
trad uce un p ro gram a de red ucció n de la v io lência selectiv a y
d eslegitim ad a del sistem a penal.
En la categ o riz ació n de los requisito s pued en d istinguir-
se un niv el elem ental (la acció n) y un niv el m ínim o (tip ici-
dad y antiju rid icid ad ).
Trad icio nalm ente d écim os que cuand o se cum p len los re­
quisito s elem entales y m ínim o s no s hallam o s ante un “ injusto
p enal” ; esto s requisito s son p resup uesto s de la p osibilid ad de
resp uesta ju d icial que co nsiente la p ro g resió n crim inaliz ante,
p ero no im p lican la necesaried ad d e la p ro d ucció n d e la res­
p uesta, p o rque hay o tro niv el de requisito s, que co rresp o nd e
a la resp uesta m isma. Se trata de dos niv eles d e p reguntas
referid as a los requisito s:
. a) iL a crim inalizació n en curso puede reco no cer “ algo ”
co nflictiv o co mo p resup uesto de su poder vio lento ?
b) <En tal caso es ad m isible to lerar en este sup uesto en
p articu lar y en relació n co n este auto r co ncreto la resp uesta
selectiv a?
Esta segund a p reg unta es la que se resp ond e en el nivel
de requisito s que el d iscurso juríd ico -p enal llam a técnicam en-
te c ulp ab ilid ad .
3. L os req u isitos elem en ta les y m ín im os para la pauta­
ción decisoria. Para lim itar la irracio nalid ad de la vio lência
selectiv a, la ag encia ju d icial necesita p autar su p lan deciso rio
en la exig encia d e requisito s o bjetiv o s. Para esta exig encia de
d ato s o bjetiv o s resu lte m inim am ente racio nal, esto s d atos de­
ben ser seleccio nad o s co nfo rm e a algún fund am ento antro p o ­
lógico o, al meno s, no neg ar una base antro p o ló g ica: por ello,
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 255

es ev id ente que no p ued e to m ar co m o d ato s lim itad o res o


p autad o res o tra co sa que no sea una co nd ucta o acció n del
crim inaliz ad o . Cualquier o tro d ato resu ltaria co ntrario al co n­
cep to de ho m bre co m o p erso na y , p o r ende, abiertam ente anti-
ju ríd ico .
Este es. p ues, e l n iv e l m ás e le m e ntal de los requisito s que
la ag encia ju d icial d ebe co nstatar p ara resp o nd er afirm ativ a­
m ente al ejercicio d el po d er crim inaliz ante y a en curso.
En un niv el de requ isito s que su p era la elem entaried ad
del que y a senalam o s, resulta m inim am ente exig ible que la
co nd ucta d e esa p erso na p resente alg unas características ob-
jetiv ab les en funció n de un critério p rev iam ente establecid o
p o r u n acto en que p articip e la re pre s e ntac ión p o p u lar. No
o bstante, ésta tam p o co es o mním o d a, sino q ue unicam ente
p o d rá caracteriz ar co nd uctas que im p liquen un c o nflic to ge-
nerad o p o r la le s iv id ad (efectiv a o p o tencial) de la co nd ucta.
Este co nju nto d e re quis itos m ín im o s co ncreta lo que se
d eno m ina tip ic id ad y an tiju rid ic id ad , es d ecir, u n in ju s to .
La co nflictiv id ad y lesiv id ad d e la acció n no so n lim ites
arb itrario s ni “ m eta-juríd ico s” , sino im p uesto s p o r la más
elem ental racio nalid ad rep ub licana: en el m o m ento de la
g uerra, el “ enem ig o ” es cualq uiera que hay a realizad o o sea
cap az de realiz ar u na acción, bélica co mo integ rante de un
band o arm ad o , p ero en el m o m ento d e la p o lítica, la m era
cap acid ad d e llev ar a cabo la acció n lesiv a no pued e relev arse,
p o rque, en p rincip io , cualq uiera es cap az de llev ar a cabo una
acció n co nflictiv a y lesiv a ( “ No hay falta que no m e hay a
sentid o cap az d e co m eter” sentencio G o ethe). Para seleccio nar
a una p erso na en fo rm a crim inaliz ante d ebe requerirse, pues,
m inim am ente, que hay a iniciad o o llevad o a cabo una acció n
y que ésta sea efectiv am ente co nflictiv a p o r su lesivid ad real
o p o tencial: la m era cap acid ad d e realizació n, su ficiente en la
g uerra, no pued e ser su ficiente p ara el hecho de p o d er del
m o m ento de la p o lítica.
La “ p elig ro sid ad ” p o sitiv ista no es o tra co sa que la burd a
tentativ a de p asar p o r alto esta d iferencia y asim ilar co m p le­
tam ente al d elincuente co n el “ enem ig o ” y algo p arecid o su­
ced e co n ciertas “ d isp o sicio nes internas” d e la d o g m ática
256 En bu sca de la s p e n a s p e rd id a s

co ntem p o rânea, que hacen sus veces. Po r o tra p arte, co m o el


“ enem igo d e g u erra” existe y el “ enem igo en la g uerra sucia
de] m o m ento d e la p o lítica” se “ fab rica” , la “ p elig ro sid ad ” no
es o tra co sa que la co nstatació n d el g rad o de asunció n del ro l
asig nad o co nfo rm e al estereo tip o p o r p arte d e la p erso na c ri­
m inalizad a.
Co mo el hecho d e po der del sistem a p enal seguirá co n­
serv and o su irracio nalid ad , p ese a la lim itació n que le im po nga
el ejercicio d e p o der d e la ag encia ju d icial — dado que un he­
cho v io lento y arb itrario no p ierd e estas características p o r la
m era circu nstancia d e que se lo aco te— la ag encia ju d icial
d eberá hacer siem p re una interp retació n restrictiv a y estricta
de la senalizació n leg al que p red eterm ina la acció n que le sir-
v e co m o p auta lim itad o ra. El p rincip io d e legalid ad en cuanto
a lo que alg una vez se Uamó “ tip o -g arantía” no pued e tener
o tro fund am ento que la necesid ad d e aco tar la v io lência se­
lectiv a d el po der p enal. Es u n a s ue rte de “de re cho p e nal m í­
n im o ” que se cons agra hoy cas i univ e rs alm e nte y que se ha
tratad o de rac io naliz ar, lim it a r y b u rlar de m uy dife re nte s
m ane ras .
La “ co nstru cció n” de una “ teo ria del inju sto ” (co mo
p arte d e Ia “ co nstrucció n” d e una “ teo ria del d elito ” ) en-
cierra tam bién un equívo co ling üístico , que llev a a la ilusió n
de d ar p o r sup uesto que el sistem a p enal o p era cap tand o
las accio nes típ icas y antiju ríd icas en fo rm a m ecânica o auto ­
m ática.
Este “ uso del leng u aje” ju ríd ico no debe hacerno s p erd er
de v ista — en m o m ento alguno — , que el sistem a p enal selec-
cio na p erso nas arb itrariam ente y que los re quis itos de tipi-
c id àd y av tiju rid ic id ad (que se s in te tiz an e n la cate goria de
“in ju s to p e n al”) no s on m ás q ue los re quis itos m ín im o s que
la age nc ia ju d ic ia l de be de m and ar p ara re s ponde r pe rm itie n-
do que av anc e e l proce s o de c rim in aliz ac íón e n curs o sobre
la pe rs ona arb itrariam e n te s e le ccionada.
No se trata m ás que d e instrum ento s de los que se v ale
la ag encia ju d icial p ara lim itar un ejercicio d e p o d er clara­
m ente arb itrario ; hay m uchas p erso nas m ás que han hecho
lo m ism o que el seleccio nad o y no lo han sido ; hay o tro s que
no lo han hecho y se le p resentan seleccio nad o s a la ag encia
L im it a c ió n de l a v ic l e n c ia s e l e c t iv a 257

ju d icial; el po d er selectiv o y p unitiv o co ntinu ará ejerciénd o se


p ara ju stific ar la necesid ad de la arbitraried ad . Esta realid ad
o p erativ a d esleg itim ad a qued a intacta. El d iscurso juríd ico -
p enal referid o al inju sto co m o niv el m ínim o d e lim itació n de
la arbitraried ad selectiv a no le q uita nad a a su inneg able
d esleg itim ació n.

4 . E l d ebate sobre la n a tu raleza d el in justo. La d iscusió n


en to rno a si el “ inju sto ” “ es” o bjetiv o (o p red o m inantem ente
o bjetiv o ) o co m p lejo (m ás o m eno s su b jetiv iz ad o ), se v inculo
a una o p ció n entre “ d esv alo r del resultad o ” y “ d esv alo r del
acto ” , aso ciánd o se tam bién a la d isp uta entre “ co ncep to ju rí­
d ico -p enal” y “ co ncep to ó ntico -o nto ló g ico ” de acció n hum ana
en el d iscurso juríd ico -p enal. D e este modo, llegó a p lantearse
una o p ció n m ás g eneral y abarcativ a entre:
a) co ncep to juríd ico -p enal d e acció n, d esvalo r d el resu l­
tad o e inju sto o bjetiv o y
b) co ncep to ó ntico de acció n, d esv alo r del acto y subje-
tiv iz ació n d el inju sto .
La v ertiente que p artió de la segund a o p ció n tuv o p ara
alguno s auto res un d esarro llo que les llevó a aband o nar el
co ncep to ó ntico de acció n y hasta a m inim iz ar la im p o rtancia
m ism a d e la acció n, restar im p o rtancia a los requisito s o b­
jetiv o s de la tip icid ad , resaltar los co m p o nentes su bjetiv o s de
“ ánim o ” , sup rim ir el resultad o m aterial de la tip icid ad , rela-
tiv iz ar o m inim iz ar el co ncep to de bien ju ríd ico y p o stular
que el d erecho p enal tu tela sólo p autas éticas, es d ecir, eti-
zarlo hasta lleg ar a co nv ertirlo casi en u n d iscurso m o rali-
z ante d estinad o a castig ar o a co rreg ir a “ ciud ad ano s male-
d ucad o s” , co mo si la so cied ad fuese una “ inm ensa escuela” v
el d erecho p enal un co nju nto d e p revisio nes p ara nino s ind is­
cip linad o s.
La v ertiente que p artia de la p rim era o p ción, anterio r
en m ucho s ano s a la segund a, y a había lleg ad o a p enar lo que
no eran accio nes, a d ejar im p unes accio nes aberrantes del
p o der co n el arg um ento de que no eran accio nes, a caer po r
v ía d e la p ura causació n d el resultad o en la resp o nsabilid ad
o bjetiv a, a am p liar la lesivid ad hasta lo inim ag inable m ed ian­
te un nebulo so co ncep to de “ p elig ro abstracto ” o la degrad a-
258 En b usca de la s p e n a s p e rd id a s

ció n del bien ju ríd ico a una categ o ria fo rm al, a rep ro charle
a la p erso na seleccio nad a su p erso nalid ad o tem p eram ento y.
en d efinitiv a, a una etizació n dei saber p enal q ue po co o nad a
tiene que env id iarle a la anterio rm ente d escrip ta, p ese a que
en este caso se o peró m ás o m eno s encubiertam ente.
Por am bos cam inos de la o pc ión que se quis o p lante ar
p ara le g itim ar el e je rcic io de pode r de l s is te m a pe nal, se de-
d u jo u n c o njunto de e le m e ntos pautadore s de l dis c urs o ju r í­
dico- penal que , e n lu g ar de s e rv ir p ara lim it a r la v io lê nc ia
s e le ctiv a p autad o ra de l s is te m a pe nal, re s ultaro n func io nale s
a la m is m a, al m e nos e n la v e rs ión de v arios de s us m ás
cons pícuos autore s .
• Cuando no s d esem barazam o s de cualq uier intento de ra-
cio nalizació n leg itim ante y tratam o s de reco nstru ir el d iscurso
juríd ico -p enal asum iend o la d esleg itim ació n del po d er d el sis­
tem a p enal como un d ato de su realid ad o p erativ a, se nos
o curre que el requisito m ás elem ental que pued e co ntener
este d iscurso es la acció n o co nd ucta hum ana.
Es tan elem entai que jam ás podemos to lerar que se nos
“ inv ente” un co ncep to de acció n hum ana que no resp o nd a a
datos ó ntico s, po rque nunca la ag encia ju d icial p uede co nsen­
tir que la crim inalizacíó n en curso siga avanzand o si, po r lo
meno s, en el niv el de los requisito s m ás p rim ário s co n que
debe lim itar la arbitraried ad selectiv a, no p uede reco no cerse
una acció n de la p erso na crim inalizad a.
Nos enco ntram o s co n la necesid ad de elabo rar un d iscurso
lim itad o r v no hay lim ite cuy a eficacia no se neu tralice cu an­
do se lo establece en un d iscurso cuy as bases gno seo ló gicas
p erm iten que se lo m anip ule en fo rm a tal que el co lo r de los
o jo s pueda llam arse “ acció n” . Con un d iscurso tan p erv erso ,
H ero des po d ría ser ju ez de cualq uier rep ública y se d iria que
resp eta los Derecho s Humano s.
A nte sem ejante p ersp ectiv a es evid ente que el co ncep to
ó ntico de acció n es elem entalísim o p ara co ntener la arb itra­
riedad selectiv a del sistem a penal.
Desd e el âng ulo de un d iscurso que p aute d ecisio nes en
fo rm a lim itativ a, tam p o co resulta ad m isible em barcam o s en la
falsa opción entre d esv alo r del acto y d esvalo r del resultad o :
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 259

el d esv alo r d e am bo s siem p re es necesario p ara la resp uesta


ju d icial que co nsienta la p ro g resió n crim inaliz ante y cualquiei-
o p ció n entre ello s es u na p arcializ ació n que red uce la cap a­
cid ad lim itad o ra d el d iscurso juríd ico -p enal.
No hay acció n que no v ay a aco m p anad a de un resultad o ,
co m o p arte d e un prag m a, p o rque no hay exterio riz ació n de
la v o lu ntad que no im p lique u na transfo rm ació n d el mund o .
No es p o sible d esv alo rar el acto sin d esv alo rar el resu l­
tad o (si no hubo transfo rm ació íi d el m und o o si no se sabe
en qué co nsistió o a qué transfo rm ació n tend ia la que y a se
p ro d ujo , no hay razó n p ara d esv alo rar la acció n) y tam p o co
es p o sible d esv alo rar el resultad o sin hacer lo m ism o co n el
acto (p o rqu e el “ resultad o ” es d e u n “ acto ” , co mo térm ino
relativ o ; sin “ acto ” no seria un “ resultad o ” , sino un m ero
aco ntecer).
Si entend em o s d e este mo do la “ su b jetiv iz ació n” d el in­
ju sto , no rep resenta ning ún p elig ro p ara la funció n lim ita­
d o ra p au tante d e d ecisio nes de la ag encia ju d icial: si a los
d ato s o bjetiv o s que no s sirv en p ara lim itar la v io lência selec­
tiv a, le ag reg am o s requ isito s su bjetiv o s, tend rem o s po r resu l­
tad o m ás requ isito s lim itad o res de la v io lência selectiv a y no
m eno s, es d ecir, que d isp o nd rem o s de un instrum ento lim i­
tad o r m ás co m p leto .
En m o d o alg uno la clav e p uede hallarse en la ad m isió n
o en el rechazo d e elem ento s su bjetiv o s en el inju sto , es d e­
cir, d e requisito s su bjetiv o s entre los requisito s m ínim o s d e la
resp uesta crim inaliz ante de la ag encia ju d icial. La cuestió n
fihca en ev itar cuid ad o sam ente que esto s req u isito s se mani-
p ulen en fo rm a arb itraria y en hacer que su inco rp o ració n
teng a el sentid o d e una sum ato ria de requ isito s y no el d e un
reem p lazo o d esp lazam iento en d esmed ro de los requisito s
o bjetiv o s.
Lo s d ato s ó ntico s que d eben inco rp o rarse al d iscurso ju ­
ríd ico p ara lim itar el ejercicio de po d er arb itrario se d estru-
y en cuand o se escam o tea o bjetiv id ad tanto co mo cuand o se
escam o tea subjetiv id ad y, p o r o tra p arte, la m anip ulació n
arb itraria de cu alq uier lim ite de^ inju sto neutraliz a la funció n
lim itad o ra del d iscurso ju ríd ico -p enal, sin que interese si el
260 En bu sc a de l a s pe n a s p e r d id a s

d iscurso tiene lug ar so bre u n dato lim itad o r o bjetiv o o sub­


jetiv o .
El caso más claro d e inco rp o ració n lim itad o ra de d atos
subjetiv o s — y de su p ato lo gia m anip ulad o ra— lo o frecen los
llamado s “ elem ento s d el ánim o ” , m o d ernam ente llam ad o s de
“ d isp osición interna” (inne re Ge s in n u n g ). En la creació n o
inv enció n de tip o s nuev o s y esp ecialm ente “ p o lítico s” , signi-
fican la extensió n del arbitrio selectiv o a los enem igo s p o lí­
tico s y la p reserv ació n d e lo s “ amigo s p o lítico s” , aunque hag an
exactam ente lo m ism o 1, o sea, es la co nsag ració n co m o p auta
p ara la ag encia ju d icial d e la m ism a arbitraried ad selectiv a
co n que o p era el sistem a p enal. Sin em bargo , cuand o los ele­
m ento s subjetiv o s de ánim o se incluy en en tip o s “ trad icio na-
les” (tip o s que fo rm an p arte del co ntenid o p enal generalizad o
en la legislació n co m p arad a), resultan instrum ento s lim itad o ­
res sum am ente útiles, pues de lo co ntrario , el lim ite senalad o
po r los nuevo s d atos o bjetiv o s seria d em asiad o amp lio (p ién-
sese en la alevo sía, en el hurto calam ito so , en el curand eris-
mo, etc.).
La o tra o pció n a la que se p retend e aso ciar las anterio res
es aún m ás g rav e: no hay d isy untiv a entre “ tu tela de bienes
ju ríd ico s” o “ p ro tecció n de p autas m o rales m ínim as” . En la
p ráctica o p erativ a, el sistem a p enal no ejerce su po d er p ara
tu telar bienes ju ríd ico s ni p autas so ciales m ínim as ni es eficaz
p ara ninguno de ambo s o bjeto s. Cualquiera d e am bas afirm a-
cio nes no p asa de ser una racio nalizació n d iscursiv a leg iti­
m ante del ejercicio d e po d er d el sistem a p enal; si los to m am o s
como d ato s de realid ad o co mo p ro g ram ació n suscep tible d e
realiz ació n, no harem o s m ás que caer en o tra ilusió n. En este
sentid o, ninguno de ambo s térm ino s de la o pció n no s pued e

i Cabe recordar que en la década de 1930, en la A rg en tin a . s t


p reten d ió crim in a liza r a los e x tr e m ista s a n á rq u ico s y no a los nazi^.
por ejem p lo , con el a rg u m en to de q ue los p rim ero s agred ían al E s ­
tado y los se g u n d o s lo d efen d ía n , lo q ue g e n e r ó u n a ásp era cliscusión
en tre dos cated ráticos, a u to res d e un p r o y ecto d e cód igo p en al. F.n
el correcto sen tid o , la d octrin a italian a d esta ca h o y la in co m p a tib i-
lidad e n tre el p rin cip io d e o fe n siv id a d del d elito (e q u iv a le n te a n u e s ­
tro art. 19 co n stitu c io n a l) y e l d e sp la za m ien to de la resp o n sa b ilid a à
a la G e s i n n u n g (cfr. F erra n d o M an tovan i. D i r i t t o P e n a le . P ad ova.
198S. pág. 288).
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a

serv ir p ara co nstru ir un d iscurso p autad o r de d ecisio nes de


la ag encia ju d icial que no sea legitim ante.
A niv el d e búsqued a d e elem ento s p autad o res no leg i­
tim antes — que es lo que no s interesa— suced e o tra co sa di­
ferente: se trata d e hallar un requisito d e elem entalísim a
racio nalid ad que o p o nerle a la irracio nalid ad selectiv a sustan-
cialm ente irracio nal.
A este niv el surg e la necesid ad de req u erir inv ariable-
m ente que hay a un b ien ju ríd ico afectad o (p o r lesió n o por
p elig ro , p ero sin extend er nebulo sam ente el p elig ro al infinito
p o r la v ía d e las “ abstraccio nes” ), p o rque uno d e los req u i­
sito s elem entalísim o s p ara no o bstaculizar una resp uesta cri­
m inaliz ante d e la ag encia ju d icial, es que, p o r lo m eno s, la
acció n hum ana que se le im p uta a la p erso na arbitrariam ente
seleccio nad a sea co nflictiv a en razó n de u na lesivid ad d e la
m ism a. De este modo, la necesid ad d e un bien ju ríd ico afec­
tad o no se p resenta m ás que co m o o tro lim ite m áxim o de
irracio nalid ad to lerad a, que no pued e ser sup erad o sin caer
en el absurd o to tal: ad m itir la interv enció n d el sistem a p enal
cuand o no hay co nflicto o cuand o el co nflicto se g enera sin
que se v u lnere el d erecho d e nad ie, sino só lo sus v alo racio nes,
gusto s o p areceres.
Si bien es cierto que e l s is te m a p e nal no re s ue lv e n in g ún
c o nflic to , s ino que de cide e n los m is m os , resulta claro que su
v io lência selectiv a seria to talm ente d esco ntro lad a si se admi-
tiese que p uede interv enir sin que hay a co nflicto alg uno o si
el co nflicto lo g enerarían lo s sim p les gusto s p erso nales de
quienes o p eran la selectiv id ad (co nflicto s p o rque alguien usa
cabello larg o , barba, po ncho , big o tes, p atillas, po lainas, “ biki-
n i” , etc.).
La reciente o bjeció n d o gm ática co nfo rm e a la cual la
teo ria d e ios bienes ju ríd ico s no serv iria p ara fund ar la nece­
sid ad d e su tu tela p enal, lo que se d em o straria co n las múl-
tip les hip ó tesis en que se to lera su lesión, p retend iend o de­
m o strar co n ello que su esencia es “ ser-en-funció n” , term ina
afirm and o que la “ socied ad no es una institució n p ara la con-
serv ació n o m axim izació n d e bienes ju ríd ico s” y, po r ende, la
“ no rm aliz ació n p enal” sólo es exp licable a trav és del filtro
262 En bu sca de la s p e n a s p e rd id a s

de la “ d anosid ad so cial” 2. Es interesante p o rque al m eno s es


sincerísim a: el o rg anicism o (funcio nalism o , si se p refiere)
co nfiesa abiertam ente que la tu tela de bienes ju ríd ico s n o
puede ju stific ar al d erecho p enal, que éste se ju stific a p o r su
funcio nalid ad y que la afectació n d e bienes ju ríd ico s tiene
im p o rtancia siem p re que m o leste a la so cied ad , p o r ser “ d a­
no so ” p ara ella, es d ecir, p ara el poder.
Po r sup uesto que d ebemo s co nv enir en que la tu tela de
bienes ju ríd ico s no ju stific a el ejercicio d e p o d er d el sistem a
p enal, pero , en tanto que p ara no so tro s no hay nad a que lo
ju stifiq u e, p ara esta m o d erna v ersió n d o g m ática, en el d ere­
cho p enal nu estra v id a se co nv ierte en un “ ser-en-funció n-d e” ,
lo que im p lica co nfesar q ue m i vid a tiene v alo r p ara el p o der
p enal en la m ed id a en q ue le interese a ese poder.
Creem o s que este o rganicism o ju ríd ico trascend ental no
p asa de ser, co mo y a lo hem o s v isto 3, una exp resió n extrem a
d e la totr.l d ecad encia del p ensam iento juríd ico -p enal de
nuestro s d ias, en el que lam entablem ente ha caíd o un buen
secto r d o ctrinario .
5 . L a in terp reta ció n con globada de los tip os p en a les com o
in stru m en to lim itad or. L a interv enció n lim itad o ra d e la ag en­
cia ju d icial d ebe v alerse d e un instrum ento leg al escrito (tip o )
que senala la acció n co nflictiv a relev ante (sup uesto fáctico
leg alm ente ind icad o ). Co mo sabem o s, esto no d ebe entend er-
se en el sentid o de que la v id a so cial se co nfig ura so bre la
b ase d e u n resp eto g eneraliz ad o a esa no rm a n i tam p o co par-
tiend o d e la afirm aciô n ing ênua de que “ el leg islad o r” q uiere
que así se co nfig ure, p ues en la inm ensa m ay o ría de lo s
caso s esas no rm as so n v io lad as ante la m ás co m p leta ind i-
ferencia d el im ag inario “ leg islad o r” y d e las o tras ag encias
d el sistem a p enal.

2 A sí Jak ob s. op. cit., 36-38. C abe record ar u n in te r e sa n te pá-


rrafo d el “v ie jo ” o r g a n ic ism o : “E n cu a n to a la raapn por la c u a l un
g e n e r a l, q u e e s a u to r d e u n a d eg o lla c ió n , n o e s co n sid era d o com o
u n c rim in a l, es m u y s e n c illa y m e p a r e c e q u e la h e dado. A n te s d e
lleg a r a l crim in a l, n e c e sita m o s te n e r la n o c ió n d e crim en . Y n o so tr o -
h e m o s d a d o e s ta n o c ió n d e u n a m a n e r a co m p leta : n o b a sta q u e lo."
a etos s e a n cru el e s o in ju sto s, s in o q u e e s n e c e sa r io q u e sea n n o c i v o s
para la so c ied a d ” (G arofalo, op. cit., p á g s. 132-133).
:! V. s u p r a . pág. 89.
L im it a c ió n De l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 263

Po r end e, la d ed ucció n de la no rm a y del o bjeto de “ tu ­


tela” no so n m ás que u n instru m ento de la lim itació n m ini­
m am ente racio nal d el q ue d ebe v alerse la ag encia ju d icial
p ara restring ir la arbitraried ad selectiv a d el sistem a p enal,
en cum p lim iento d e su funció n racio nal y ético -p o lítica d e
co ntrad icció n d entro del ejercicio d e po d er del sistem a p enal.
Pu es b ien: cuand o en el caso co ncreto entra en ju eg o
o tra no rm a que o rd ena o fo m enta la acció n que el tip o p arece
p ro hibir, no s p arece o bvio que no p ued e co nsid erársela pro-
hibid a. A lgo análo go suced e cuand o la co nd ucta cae en la
d escrip ció n típ ica, p ero en el caso co ncreto no afecta ning ún
bien ju ríd ico o lo afecta en una m ed id a d esp reciable p o r
ínfim a, o bien cu and o la afectació n no es tan insig nificante,
p ero resu lta rid iculam ente m ínim a co m p arad a co n o tra de mu-
cha m ay o r entid ad co n la que co ncu rre (hecho “ co -p enad o ” ).
Esto no es una ficció n de racio nalid ad que no existe, po r
cierto , en la ag encia p o lítico -leg islativ a, sino que es la ag en­
cia ju d icial que co nstru y e estas reg ias p ara p autarse, d ad o
que d ebe lim itar la arbitraried ad selectiv a del sistem a p enal
y p ara ello d ebe v alerse racio nalm ente de lo s instrum ento s
que la ag encia p o lítico -leg islativ a p ro d uce y le entreg a irra­
cio nalm ente.
Basta co nsultar cualq uier leg islació n p enal p ara p erca-
tarse, sin m ucho esfuerzo , de las co ntrad iccio nes, lag unas,
d efecto s sem ântico s, relacio nes insensatas d e m edio a fin, dis-
p o sicio nes que no han sid o d ero gad as, p ero que habiend o
cam biad o el co ntexto so cial co bran un sentid o inim ag inable
al m o m ento de su sanció n, etc., que surg en co m o resultad o
d e la p ro d ucció n d eso rd enad a d e ley es p enales que cad a dia
se agud iza en razó n de la im p ro v isació n co n que las ag encias
leg islativ as resp o nd en a la m anip ulació n de o p inió n instru-
m entad a p o r el ap arato de p ro p ag and a del sistem a p enal.
Su interp retació n en fo rm a no co ntrad icto ria es sólo el
p resup uesto necesario p ara que pued a ser usad a co m o instru ­
m ento lim itad o r, p ero esto no im p lica, en modo alg uno , caer
en la ficció n seg ún la cu al to d o acto d el po d er rep ublicano es
racio nal o se p resum e co mo tal, sino que ú nicam ente sig ni­
fica que la ag encia ju d icial cum p le el m and ato — o d ebe cum-
p lirlo , co m o im p erativ o ju shu m anista y co nstitu cio nal— de
264 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

lim itar racio nalm ente la arbitraried ad selectiv a del sistem a


p enal.
La co nsid eració n d e la no rm a co ng lo bad a en el co nju nto
no rm ativ o y la interp retació n d e éste en fo rm a restrictiv a y
co herente, no es m ás que el resultad o de este m and ato lim i­
tad o r, q ue es la razó n de ser d e la ag encia ju d icial y del poder
d e los ju ristas en el sistem a p enal.

II. LA CRISIS DE LA CULPABILIDAD

1 . L a d esleg itim a ció n d e la “reprochab ilid ad ”. H em o s


ad vertid o que en estas p ág inas no no s p ro p o nem o s reco ns-
tu ir en d etalle to d a la d o g m ática p enal, sino senalar las po-
sibles líneas básicas p ara una reco nstru cció n co m o cuerp o
p autad o r d e d ecisio nes lim itad o ras y no leg itim ante del e je r­
cicio d e po d er que lim ita.
En lo que hasta aq ui hem o s exp uesto , es p o sible m ante-
ner, co n v ario s reto ques y alg unas refo rm ulacio nes p arciales,
co m o tam bién co n la ad v ertencia d e su c arácter “ inacabad o ” ,
q ue d eja lo s p lanteam iento s abierto s a m ay o res lim itacio nes
d el po d er irracio nal d el sistem a p enal, lo que se co nsid era
u sualm ente co mo “ teo ria d el inju sto ” .
Sin duda q ue la p ersp ectiv a d el realism o m arg inal d eberá
p enetrar m ás p ro fund am ente las exig encias d e la tip icid ad
co ng lo bante, la teo ria d e las causas d e ju stificació n (tend ría
im p licacio nes en la leg ítim a d efensa y en el estad o d e nece­
sid ad , en el ejercicio d e d erecho s en g eneral, e tc .), d ará lu g ar
a m ayo res p recisio nes en cu anto a requisito s de lo s bienes
ju ríd ico s v d e su afectació n, p ro v o cará una reinterp retació n
d el alcance p ro hibitiv o d e los tip o s p enales atend iend o a la
m ag nitud d e las sancio nes co nm inad as o a la inco nstitucio na-
lid ad de alg unas d e las m ism as, según el caso , etc., pero, p ese
a todos esto s câm bio s, que no s llev an a anclarno s d e m o m ento
m ás so lid am ente en un d erecho p enal lim itativ o y g arantiza-
d or, las líneas m ás g enerales d e la “ teo ria del inju sto ” qued an
en pie.
En buena p arte ello o bed ece a que los requisito s que,
co mo lim ites m áxim o s to lerad o s al ejercicio d e un po d er des-
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 265

legitim ad o , se hallan “ o bjetiv ad o s” , lo están en el sentid o de


que únicam ente se refieren a la existencia real de una acció n
co nflictiv a p o r su lesivid ad (tip icid ad y antiju rid icid ad ), co n
lo cual ú nicam ente se d ice que hay “ alg o ” a lo que quizá p ue­
da resp o nd erse en fo rm a que no d eteng a la crim inaliz ació n
en curso .
La ag encia ju d icial, no o bstante, en mo do alg uno p ued e
p retend er extraer de allí, sin m ás, la resp uesta crim inaliz ante.
Esta instancia, que v a d esd e la existencia d e “algo a lo que
q u iz á pue da re s ponde rs e ju d ic ialm e n te ad m itie n d o la progre-
s ión c rim in aliz an te e n curs o” (q ue suele llam arse “ inju sto ”
en la d o ctrina d o m inante), hasta “algo a lo que la age nc ia
ju d ic ia l no pue de re s ponde r de otra m an e ra que ad m itie n d o
esa prog re s ión c rim in aliz an te e n curs o” (q u e es lo que suele
llam arse “ culp abilid ad ” ), requiere, sin duda, u na referencia
d irecta y p erso nalizad a al auto r en su co nd ició n p erso nal y
en la p articu lar situació n en que llevó a cabo su co nd ucta.
Si las d iferencias entre un d erecho p enal liberal m ás o
meno s trad icio nal y las que aqui exp o nem o s, en el âm bito de
los re quis itos e le m e ntale s y m ín im o s , so n relativ am ente p e­
quenas, no podemo s d ecir lo m ism o en cu anto a este niv el de
re quis itos de re s po ns abilidad que la d o ctrina llam a “ culp abi­
lid ad ” . En este m o m ento del análisis de los requisito s lim ita­
do res de !a arbitraried ad selectiv a ap arecen elem ento s que
no es p o sible seg uir so steniend o en la m ism a fo rm a y se p ro ­
d uce — aho ra sí— un “ v aciam iento ” de la culp abilid ad .
Desd e 1907, en que v iene so steniénd o se la llam ad a teo ria
“ no rm ativ a” de la culp abilid ad (p o r re-d escubrim iento d e
A ristó teles), co n m ay o res o m eno res v ariables se so stuvo que
la “ culp abilid ad es rep ro chabilid ad ” .
Sin em bargo , el co ncep to de culp abilid ad no rm ativ a — el
rep ro che p erso nalizad o — entró en crisis co n la d esleg itim a­
ció n del ejercicio de po der del sistem a p enal. La selectiv id ad
del sistem a p enal neutraliz a al rep ro che: “ ^Por qué a mí?
;.Po r qué no a los o tro s que hiciero n lo m ism o ?” , so n p reg un-
tas que el rep ro che no rm ativ o no pued e resp o nd er.
E s p o sib le y n e c e sa r io a d m itir, co m o c r ité r io d e lim ita ­
c ió n a la a rb itra ried a d se le c tiv a , q u e c u a n d o a u n s u je to n o
266 En bu sca d e l a s pe n a s p e r d id a s

pued e fo rm ulársele ning ún ju icio de rep ro che — o cuand o el


m ismo se v uelv e m uy p ro blem ático o red ucid o — en razó n
d e que raz o nablem ente no era p o sible exig irle m ás o meno s
seriam ente que hiciese alg o d iferente, p o rque le fue im p o sible
o m uy ard uo tener o actualiz ar su co m p rensió n d e la antiju -
rid icid ad en razó n de una p ertu rbació n p síquica incap acitante,
transitó ria o p erm anente, d e un erro r d e p ro hibició n o de
co m p rensió n, o bien, cuand o p ese a co m p rend er la crim ina­
lid ad, su âm bito de auto d eterm inació n estaba tan red ucid o
p o r las circu nstancias o bjetiv as que tam bién la exig ibilid ad
ap arecia co mo sum am ente red ucid a, no es p o sible ad m itir que
la ag encia ju d icial resp o nd a co nsintiend o la co ntinu ació n d el
p ro ceso de crim inaliz ació n. En este caso no se pue de repro-
. c har a n ad ie y , p o r e nde , tam poc o al s e le ccionado que se pre-
s e nta ante la age nc ia ju d ic ial.
Pero no se p uede afirm ar lo co ntrario y, sin m ás, resp o n­
d er que cuand o no se p resentan esto s sup uesto s, la ag encia
ju d icial no p uede o p o ner ning ún o bstáculo a la co ntinuació n
de ]a crim inaliz ació n en curso y , m eno s aún, afirm ar q ue en
tales sup uesto s el “ grad o d e rep ro che” p ro p o rcio na sin m ás
la cu antía d e la p ena que la ag encia ju d icial d ebe to lerar,
p ô rque eso im p o rta p retend er que la age ncia ju d ic ia l opere
e n f u n c ión de u n ju ic io de re proche que e s tá s us tanc ialm e nte
v ic iado , porque u n ju ic io de re proche s e le ctiv o e s tá v acio de
todo c o nte nido ético.
La p auta co nfo rm e a la cu al la c u lp ab ilid ad p o r e l in ju s to
re s ulta nec&saria p ara que la age nc ia ju d ic ia l re s ponda auto-
ris an d o la c o n tin u ac ión de l proce s o de c rim in aliz ac ión nos p a­
re ce in o b je tab le ; se trata de un c ritério m ás p ara lim itar el
po der selectiv o d el sistem a p enal en fo rm a racio nal, pero.
dado que e s tá de s le g itim ado com o ju ic io ético, de é l no s urge
n in g ú n t ít u lo le g ítim o que p e rm ita e ns ay ar u n a re s pue s ta c ri­
m in aliz an te de la age nc ia ju d ic ial.
Cabe ad v ertir que la culp abilid ad no rm ativ a siem p re p a­
rece hab er estad o en crisis, o sea, que la duda acerca d el v alo r
ético del ju icio de culp abilid ad no es un fenô m eno nuevo , sino
que lo nov e dos o s e ria s u fro n talid ad . Se ha p reg untad o alguna
vez que si los ju eces nazis serían culp ables, debido al entre-
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 267

nam iento exclu siv am ente p o sitiv ista legal que habían tenid o J.
En 1972 estalló un co nsid erable escând alo cuand o un tribunal
alem án abso lv ió a un m éd ico que había co o p erad o en la selec­
ció n d e p acientes incurables p ara su exterm inio , co nsid erand o
su ju v entud al tiem p o d el hecho y su fo rm ació n en una u n i­
versid ad enteram ente d o m inad a p o r la p ro p ag and a n a z i5.
A d em ás de esto , es realm ente d ifícil estab lecer el grad o
d e rep ro chabilid ad ; en d efinitiv a, éste suele resu ltar casi tan
arb itrario co mo el d e p elig ro sid ad u o tro s sim ilares. En la
p ráctica, la rep ro chabilid ad nunca fue critério útil p ara la
cu antificació n de la p ena y la p o breza d o g m ática en esa m a­
téria es la m ejo r p rueba d e que siem p re se o cultó u na falência
d o g m ática o d iscursiv a, d ificilm ente salv able. Se v io laro n fre-
cu entem ente las p au tas de la culp abilid ad d e acto o “ po r el
inju sto ” (cay end o en culp abilid ad de “ c arác ter” o p o r la “ con-
d ucció n de la v id a” ), se so stuv o un co ncep to d iferente de
culp abilid ad p ara la cu antificació n p enal (d e “ acto ” en la
teo ria del d elito , de “ c arác ter” en la teo ria de la p en a), no se
p o d ían ju stific ar las co nsecu encias d e la reincid encia, etc.
El p rincip io según el cual la p ena — o su m áxim o —■se
m id e p o r la culp abilid ad , fue m ás un enunciad o que un con-
tenid o . Su única v entaja co nsistió en neu traliz ar el bo cho r-
no so ju icio de “ p elig ro sid ad ” ^àel bio lo g ism o -racista que regia
anterio rm ente — lo que es un co nsid erable m érito — y v o lv er
a co lo car la cu estió n so bre un p lano ético , pero , sup erad a la
aberració n p o sitiv ista, su utilid ad fue escasísim a, p o rque en
el p lano ético nunca lo g ró reso lv er lo s p ro blem as y, m ás aún,
se trató de m anip ular éste en fo rm a tal de o btener las m ism as
co nsecuencias p rácticas que co n la “ p elig ro sid ad ” , sólo que
p o r una v ía p retend id am ente ética.
Po r o tra p arte, b asta d etenerse un instante a o bserv ar la
realid ad , a co no cer a lo s m o rad o res hab itu ales de nuestro s
cam p o s d e co ncentració n del m o m ento de la p o lítica, p ara v er
q ue los p riso nizad o s po r ese hecho d e p o d er, co m o p risio ne­
ro s de la g uerra sucia del m o m ento de la p o lítica, en su

4 V. G u sta v R ad b ru ch , G e s e t z i i c h e s U n r e c h t u n d ü b e r q e z c t z l i -
c h e s R e c h t , en “R e c h tsp h ilo so p h ie ”, S tu ttg a r t, 1970, pág. 317.
5 Ver H arro Otto, op. cit., págs. 179-180.
268 En busca de la s p e n a s p e rd id a s

inm ensa m ay o ría so n lo s m eno s intelig entes o lo s meno s há-


biles, lo cual, d e ad m itirse el p lanteam iento de la cuantifica-
ció n p enal p o r la rep ro chabilid ad , g eneraría la d ud a acerca
d e si, en d efinitiv a, se le estaria rep ro chand o el inju sto o su
falta d e habilid ad y, si se p retend e que el rep ro che es m ay o r
en caso d e reincid encia, se le estaria rep ro chand o su insis­
ten te inco m p etencia p ara el d elito .
Po r sup uesto que to d as estas reflexio nes sólo tienen v alo r
en el cam p o esp eculativ o , p uesto que en la realid ad o p erativ a
del sistem a p enal cad a nuev a p riso niz ació n no hace m ás que
reafirm ar a la p erso na en el ro l que y a se le ha asig nad o co n­
fo rm e al estereo tip o , co m o m ecanism o rep ro d ucto r de v io ­
lência.
Lo cierto es que, tanto en los d elito s “ co m unes” co mo en
lo s po co s crím enes d el p o d er que hiciero n funcio nar a algún
sistem a p enal, el cu estio nam iento d esleg itim ante siem p re ha
ro nd ad o a la culp abilid ad y éste fu e su g ran p ro blem a, que
no “ c ierra” ló g ica ni éticam ente.
Desd e hace alg uno s ano s se ha p retend id o reem p lazar a
la culp abilid ad co n co nsid eracio nes p o lítico -crim inales, o sea
que, se ha intentad o ab and o n ar la c u lp ab ilid ad n o rm ativ a y
re e m plaz arla p o r u n conce pto fu n c io n al de c u lp ab ilid ad . No
d eja d e ser ésta o tra m u estra de la crisis d e legitim id ad que
afecta a to do el p o d er p enal y o tra exp resió n de la y a reite­
rad a d egrad ació n d el d iscurso juríd ico -p enal; a la p reg unta
“ ^Por qué a m í?” , esta tesis sim p lem ente le resp o nd e: “ Po r­
que es ú til p ara m í” .
No cabe d uda que la culp abilid ad es el cap ítulo d onde la
d o ctrina co ntem p o rânea d em uestra m ay o r d esco ncierto , cree
que hace g rand es inv encio nes y , en d efinitiv a, rev uelv e vie-
jo s arg um ento s en m edio d e la m ay o r d eso rientació n ética v
antro p o ló g ica 6.

« E n la d o ctrin a a lem a n a p u ed en d istin g u ir se la s p o sic io n e s


má® o m e n o s tr a d ic io n a le s q u e s e b a sa n en la r e sp o n sa b ilid a d per la
a u to d e te r m in a c ió n (J e sc h e c k , W e lz e l, S tr a te n w e r th , B lei, M auracli-
Z ip f, B a u m a n n -W eb er, IRudolphi, A rth u r K a u fm a n n ); la s u tilita r is-
ta s, p o r v ía d e l e str u c tu r a l-fu n c io n a lism o (J a k o b s, A c h e n b a c h ); las
q u e s e a sie n ta n e n p e r s p e c tiv a s p s ic o a n a lític a s y d e p sico lo g ia s o ­
cia l, q u e la fu n d a n en la d em a n d a c o le c tiv a d e r e trib u ció n (S tr e n g );
y p or ú ltim o , q u ie n e s p r e te n d e n su p rim iria v ca m b ia ria por otro
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 269

2. E tic a , reprochabilidad y cu lpabilidad. Desde que se


aband o no el co ncep to d escrip tiv o o p sico ló g ico d e la cu lp abi­
lid ad y se co ncib ió a ésta no rm ativ am ente, casi siem p re se
req u iriero n en ella m o m ento s ético s.
La acentu ació n etiz ante d el d erecho p enal im p acto tam ­
bién a la culp abilid ad y, en la m ed id a en que esa im p ro nta
to m ab a nebulo so s alguno s lim ites entre ética y d erecho , p e­
cad o y d elito , co rrecció n y p ena, co m p ro m etia la funció n ga-
rantiz ad o ra del d iscurso juríd ico -p enal.
Para salv ar a la culp abilid ad de una co m p leta inm ersió n
ética, teniend o en cu enta que era el cap ítu lo m ás v ulnerable
a este fenô m eno , u n resp etable secto r d o ctrinario insistió en
que la culp abilid ad era un rep ro che “ ju ríd ico ” y no “ ético ”
o p uram ente ético . No o bstante, en la med id a en que la cu l­
p abilid ad siguió siend o “ rep ro chabilid ad ” , no podia librarse
d e co m p o nentes ético s, p uesto que un rep ro che sin m o m ento s
ético s es una c o ntrad ic tio in adje c tio.
D ejand o de lad o los m atices de la tentativ a de lim itar la
“ etiz ació n” d e la culp abilid ad , pued e afirm arse que co n la
exp resió n “ rep ro che ju ríd ico ” se quiso sig nificar que se tra-
tab a d e u n ju icio de rep ro che que, co m o tal, co ntenía m o m en­
to s ético s, p ero que era un ju icio ético lim itad o co nfo rm e a
u n critério p red eterm inad o y al que se le im p o nían lim ites
fu ertem ente ju ríd ico s acerca d e los cuales la d isp arid ad de
critério s era harto no to ria.
De cu alq u ier m anera, su carácter d e ju icio ético co ntinuo
sieíid o su esencia y lo “ ju ríd ico ” su m era lim itació n cuanti-
tativ a o extensiv a, aún en las v ersio nes m ás “ liberales” de la
Culpabilidad no rm ativ a.
La selectiv id ad o p erativ a d el sistem a p enal y el uso de
la p ena co m o instrum ento rep ro d ucto r d e la v io lência y legi-

“p a ra d ig m a ’’ (E llsc h e id -H a sse m e r ; S c h e ffle r ) (cfr. J ü rg en T iem ey er,


Z u r M ò g l i c h k H t e i n e s e r f a h r u n g s w i s s e n s c h a j t l i c h g e s i c h e r t e n S c h u íd -
b e g r i f f , e n Z S t W , 1988-100-, p ágs. 567 y s g t s .) . La e n fá tic a reafirm a-
c ió n d e J e sc h e c k e n fa v o r d e la a u to d e te r m in a c ió n (v . L e h r b u c h d e s
S t r a f r e c h t s , 4. A u fla g e, 1988, pág. 370) co n firm a q ue, en d e fin itiv a ,
se m a n tie n e in ta cta la v ieja d is y u n tiv a : o s e aoepta la resp o n sa b ilid a d
por la e le c c ió n o se cae e n e l p o sitiv ism o o en la m e d ia tiz a c ió n d el
h om b re.
270 En busca de la s penas p e rd id a s

tim ad o r de u n ejercicio d e p o d er (m u cho m ás am p lio y ajeno


al po d er de los ju ristas), m u estran ho y claram ente que los
m o m ento s ético s — esencia d el rep ro che d e culp abilid ad — , no
so n m ás q ue m eras racio nalizacio nes, co n lo que el rep ro che
m ism o qued a d eslegitim ad o .
La actu al tentativ a d e sup eració n de este esco llo m e­
d iante el funcio nalism o , im p lica la v u elta a un nuev o co n­
cep to d escrip tiv o d e culp abilid ad , m anip ulad o co m o “ verd ad
fu ncio nal” , que no hace m ás que co nfesar su d esleg itim ació n
al red ucir al ho m bre a u n sim p le m ed io al serv icio del eq u ilí­
brio d el “ sistem a” (p o d er).
Esta crisis que se o bserv a en to do el d erecho p enal, se
p o ne de m anifiesto co n sing u lar clarid ad en la culp abilid ad ,
que no en v ano ha sid o el m ás to rturad o d e los “ caracteres
d el d elito ” . La m áxim a senal d e la crisis es la renuncia a la
culp abilid ad co mo rep ro che y su refo rm ulació n co m o critério
p o lítico -crim inal funcio nal al serv icio d el “ sistem a” .
Para no so tro s resu lta claro que s i alg u n a le g itim id ad pue ­
de p re te nde r e l e je rcic io de l pode r de los juris tas , éste no
pue de re n u n c iar a s us m om e ntos éticos , pue s s in e llos no hay
le g itim id ad s ino u tilid a d (p ara e l pode r).
Con los critério s que trad icio nalm ente v ienen m aneján-
d o se en la d o ctrina, p arece q ue se p lantea una situ ació n que
no tiene so lució n: la culp abilid ad co m o rep ro chabilid ad está
en crisis, p ues se hace inso stenible en razó n d e la d esleg iti­
m ació n d el rep ro che, dad o que la selectiv id ad y la rep ro d uc­
ció n d e la v io lência le restan to d o co ntenid o ético . Po r o tro
lado , no resu lta p o sible co nstru ir la culp abilid ad sin m o m en­
to s ético s, p o rque se la red uce a u n instru m ento funcio nal
al p o der, que d esleg itim aría la interv enció n ju d icial que lo
em p lease, p ero , al m ism o tiem p o , el m antenim iento d e esos
m o m ento s en la fo rm a trad icio nal no es m ás que una rafcio-
nalizació n.
Es o bvio que, d esd e las p ersp ectiv as m ás o m eno s usua-
les, no s hallam o s ante la “ cu ad ratura d el círcu lo ” .
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 271

III. LOS REQUISITOS DE RESPONSABILIDAD

1. tQ uién es “responsable”? H em o s v isto que p ued en


co nsid erarse requisito s m ínim o s p ara una resp uesta ju d icial
que co nsienta el av ance d e la crim inaliz ació n, lo s q ue se sin-
tetiz an en la llam ad a “ teo ria d el in ju sto ” . Cuand o se d an
eso s requisito s, la ag encia ju d icial necesita una p auta lim i­
tad o ra que le es p ro p ia, fund ad a en la funció n q ue d ebe
cu m p lir d entro d el sistem a p enal, que es f u n c ió n de contra-
dic c ión.
Cuando se cum p lim entan los req u istio s m ínim o s, la ag en­
cia ju d icial d ebe re s ponde r co nsintiend o o neg and o la posibi-
lid ad d e llev ar ad elante la co ntinuació n d e la crim inaliz ació n
en cu rso y , en caso d e co nsentiria, fijánd o le lim ites. En el
m ás p uro sentid o etim o ló gico , a p artir del “ inju sto ” , la res
p o n s ab ilid ad (o p o sibilid ad de resp uesta) es de la ag encia
jud icial.
L a d e s le g itim ac ión de l e je rcicio de pode r s e le c tiv o y ar­
b itraria de l s is te m a p e n al “pas a” la re s p o ns ab üid ad de l pro-
ce s ado a la age nc ia ju d ic ial. E l proce s ado y a no es m ás “e l”
re s pons able , porque no tie ne p o r q ué re s ponde r le g itim am e nte
(y a q ue se lo so m ete a un po d er d esleg itim ad o ). L a respon-
s ab ilid ad es de la age nc ia ju d ic ia l, que de be re s ponde r ante
e l proce s ado y ante la c o m un id ad , dando c ue nta de la fo rm a
e n que e je rce o ad m in is tra s u re d uc id a c uo ta de po de r lim i­
tado r. L a etiz ació n d el d erecho p enal, co mo hem o s senalad o
antes 7, no co nsiste en u na serie d e requ erim iento s ético s fo r­
m ulad o s a un p ro cesad o , sino en una serie d e requerim iento s
ético s que d eben serie fo rm ulad o s a la ag encia ju d icial; e^
ésta la que debe cò m p o rtarse éticam ente frente a un ejercicio
d è p o d er d eslegitim ad o . Luego , es ésta la re s pons able 8.

7 V. s u p r a , pág. 213.
8 “R esp o n sa b ü id a d ”, ta n to en su e tim o lo g ia la tin a com o g e r m a ­
na ( V e r a n H v o r t l i c h k e i t ) h a ce refe r en cia a “r e sp u e sta ”. Su ap arición
e n in g lê s, al m en o s, p a rece q u e tie n e e l s e n tid o q u e le da mo*, p u es
se d ice (A b b a g n a n o , cit., pág. 749) q u e tu v o lu g a r en E l F e d e r a l i s t a
co n e l s e n tid o d e “g o b iern o r e sp o n sa b le ” y , en g e n e r a l, co n el s ig ­
n ific a d o d e r e sp o n sa b ü id a d p o lítica ( E l F e d e r a l i s t a e s c r i t o e n 1788
p&r lo s S r e s . H a m i l t o n , M a d i s o n y J a y , s o b r e i a N u e v a C onstitución,^
c o n u n a p ê n d i c e , etc., trad. d e Ild e fo n so Isla. B s. A s.. 1887. pág. 4?>2).
272 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

Si tenem o s en cuenta que en el p lano filo só fico es co ­


rriente entend er que es “ resp o nsable” quien tiene la facultad
de co m p rend er las co nsecuencias de su co m p o rtam iento y, por
ende, de co rreg irlo co nfo rm e a esa p revisió n, la “ resp onsabi-
lid ad ” de la ag encia ju d icial (p o r la crim inaliz ació n) es clara,
esp ecialm ente si d istinguim o s cuid ad o sam ente “ resp o nsabili-
d ad ” d e “ im p utabilid ad ” (fu era del sentid o técnico d ogmático-
ju ríd ico , claro está), p uesto que la crim inalizació n no le es
“ im p utable” a la ag encia jud icial.
Un resultad o es “ im p utable” cuand o reco no ce la libre
d ecisió n de alguien co mo causa y, en este sentid o , es obvio
que a la ag encia ju d icial no se le pued a im p utar un p ro ce­
so que g eneralm ente y a está en curso ni tam p o co pued e de-
cirse que resp o nd a a su libre d ecisió n, que sólo co ntribuy e a
lim itar tard iam ente y en funció n de un ejercicio de poder
sum am ente red ucid o y co nd icio nado . ■
Sig uiend o co n la analo g ia que ya hemo s senalad o , puede
d ecirse que la Cruz Ro ja Internacio nal es re s pons able en la
gue rra, pero en modo alguno p uede im p utárs e le la gue rra,
lo que seria un absurd o to tal.
La resp o nsabilid ad p o r la crim inalizació n (o por la con-
tinuació n d e la crim inalizació n en curso ) co rresp o nd e exclu ­
siv am ente a la ag encia ju d icial y ésta debe asum irla una vèz
que se ha co m p ro bad o la p resencia d e lo s requisito s o b jeti­
vad o s (o del o b jeto ), en los caso s en que el po d er selectiv o
arb itrario del sistem a p enal so m ete a su decisión.
L a age nc ia ju d ic ia l ha tratad o de e lu d ir e sta responsa-
b üid ad a lo largo de to da la his toria. La “ v erd ad ” se obtuvo
p rim ero p o r la lucha y luego p o r la inquisició n 9, pero a m e­
dida que m ás p enetram o s en la técnica y en la metodo lo gia
ju ríd icas, nos p ercatam o s que la o rd álía era una fo rm a de
interv enció n sup erio r y d irecta en la d ecisió n jud icial, que
elim inaba to da resp o nsabilid ad d el juez 10 y m uy poco más
necesitam o s p ara caer en la cuenta d e que la o rd alía no d esa­

9 F o u ca u lt, E l s a b e r y la s f o r m a s j u r íd i c a s , cit.
i° La eq u ip a ra ció n fu n c io n a l d el “ju ic io d e D io s” y la “leg a li­
dad” en cu a n to a la e lu sió n d e resp o n sa b ilid a d ju d icial la habíam os
sen a la d o en n. en sa y o S o c io l o g ia P r o c e s a l P e n a l, M éxico, 1969, pág.
44, en un m arco m u ch o m á s in g ên u o .
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 273

p arece co n el inquisito rio , sino que se co nv ierte en ‘ ‘o rd alía


leg al” , o sea que la ag encia ju d icial la d eriv a en la “ ley ” y
el “ leg islad o r” , q ue so n co ncep to s que se ag itan como “ espí-
ritu s sup erio res” . L a e x e ge sis n o es otra cos a q ue u n a fo rm a
de o rd alía le g al” n . El “ escând alo ” d esatad o p o r M agnaud
en el final d el sig lo p asad o 12 fue una tentativ a de asuneió n
de la resp o nsabilid ad , q ue p uso en crisis la buro cratiz ació n
co rp o rativ a d e la m ag istratu ra francesa.
El m o m ento m ás crítico de esta asuneió n d entro d e la
p arte d el d iscurso ju ríd ico -p enal que se co no ce co m o “ teo ria
del d elito ” es, sin duda, la “ culp abilid ad ” , y p o r ello ha sido
siem p re el niv el d e requisito s d o ctrinariam ente m eno s esta-
ble y m ás p reo cup ante. Su v erd ad era naturalez a y su p ro ble­
m ática fuero n qued and o al d esnud o a m ed id a que se la d epuró
d e co ntenid o s ajeno s a la m ism a. No en v ano se d ijo que se
la “ v acíaba” cuand o “ d o lo” y “ culp a” p asaro n a ser estru c­
tu ras típ icas: el sup uesto “ v acío ” (q ue nunca fue tal) no era
m ás que ia sup resió n de m aterial extrano q ue o cultaba un
v acío teó rico real, que era la d em and a de asuneió n d e la res­
p o nsabilid ad p o r la crim inaliz ació n po r p arte d e la ag encia
ju d icial (o p o d er d e los ju ristas).
No no s cabe duda que la resp uesta crim inaliz ante de la
instancia ju d icial d ebe resp etar los lim ites que le m arca la c u l­
p ab ilid ad p o r e l in ju s to , p o rque no p ued e haber resp uesta
crim inaliz ante racio nalm ente to lerable cuand o la auto no m ia
co n que el su jeto realizo la acció n es ínfim a o nula o m uy
dudosa. Esta culp abilid ad por el inju sto senalaría un lim ite
m ás a la irracio nalid ad to lerable, p ero la resp uesta crim inali­
zante no p o d ría basarse en ella, d ebid o a su falta d e racio na­
lid ad en razó n d e su d escalificació n ética.
Si p rescind iésem o s de su co ntexto selectiv o y de la d es­
leg itim ació n que el m ism o co nllev a, estaríam o s reiterand o en
cad a caso el arg um ento co n que la m ay o ría d e la Co rte Supre-

Ji S ob re la “ra cio n a ü za ció n fu n c io n a l” del p roceso p en al es im ­


p o rta n te la p er sp e c tiv a d e M ax W eber, H i s t o r i a E c o n ô m i c a G e n e r a l.
M éxico, 1964, p ágs. 286-287.
V. s u p r a , pág. 225 226.
274 En bu sca de la s penas p e rd id a s

ma de los Estad o s Unid o s rechaza la ev id encia d e la d iscri-


m inació n racial en la ap licació n de la p ena d e m u e rte 13.
La funció n de la culp abilid ad p o r el inju sto , en la q ue se
ago ta el co ntenid o de la culp abilid ad en buena p arte d e las
teo rias leg itim antes del ejercicio d el po d er d el sistem a p enal
— y esp ecialm ente en las d el d erecho p enal m ás “ lib eral” y
g arantizad o r— seria, d esd e el p unto d e v ista d e nu estra p ers­
p ectiv a exclu siv am ente p autad o ra d e d ecisio nes, m ás im p o r­
tante co mo funció n neg ativ a (u n requ isito m ás de lim ite
m áxim o d e irracio nalid ad to lerable) que co m o fu nció n fun-
d am entad o ra, p ara lo cual no tiene entid ad . Nos enco ntraría­
mos frente a o tro lim ite a la arbitraried ad selectiv a y, en el
m ejo r de los caso s, co mo u n ind icad o r m áxim o de la m agnitud
to lerable d e la resp uesta, p ero esto últim o sólo en el caso que
se co nsig uiese enm arcarla d entro d e un co ntexto lim itad o r
más amp lio, o sea, co mo p arte de o tro p lanteam iento d iferente
v abarcad o r.
2. La culpabilidad por la vu ln erab ilid ad com o b ase de la
resp u esta crim in alizan te. La exp resió n “ culp a” tiene el senti-
tid o de “ d eud a” , aunque en castellano ha caíd o en d esuso (lo
co nserv a en el “ Pad renu estro ” ). En alem án tiene ese doble
sentid o ( S c h u ld ) en el leng uaje co rriente y ju ríd ico . H ablar
de “ culp abilid ad ” pues, im p lica que se d ebe “ algo ” , y en los
d iscurso s leg itim antes del sistem a p enal se co nsid era que ese
“ algo ” es el “ inju sto ” y que se “ co bra” co n la p ena.
Para no so tro s, si bien el “ inju sto ” se ha co m etid o , el sis­
tem a penal en la p ráctica no “ co bra” nad a p o r él, p o rque la
p ena no resuelv e el co nflicto que g enera la lesivid ad de la ac ­
ción y, po r ende, no está legitim ad a. Luego , si hay una “ cu l­
p a". ésta no pued e hacerse v aler en el sistem a p enal, donde,
por d efinició n estru ctu ral, falta el titu lar del bien afectad o .
que es el verd ad ero acreed o r a ese “ p ago” .
Po r co nsig uiente, no es la “ culp abilid ad ” p o r el inju sto
lo que pued e hacer vaLer la ag encia ju d icial p ara que su in ter­
venció n d eciso ria sea racio nal y, p o r ende, legítim a, T am poco
se trata de que la age ncia ju d ic ial re proche nada, s ino que

V. s u p r a . pás*. SS.
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 275

e ncue ntre u n c rité rio rac ional, que no re s ulte é ticam e nte des-
calificado, desde el c ual pue da p au tar sus de cis ione s .
Hemos v isto que la ag encia ju d icial ejerc e un po der muy
limitad o. No o bstante, tiene un cierto poder que, p o r lim itad o ,
d ebe ad m in is trar rac ionalm e nte . ,
La agencia ju d icial p enal carece d el poder necesario p ara
p ro d ucir el inm enso cam bio so cial que req u eriría la o btenció n
del o bjetiv o m ed iato o utó p ico de su estrateg ia ( la abo lició n del
sistem a p enal) y, p o r ende, lo único que debe hacer es lo que
puede, o sea, red ucir su vio lência selectiv a y arbitraria en
fo rm a p ro g resiva y siem p re abierta o “ inacabad a” .
Su re s pons abüidad c rim in aliz an te será m ayo r cuanto m e­
no r sea su poder lim itad o r en el caso co ncreto y v icev ersa.
En cada caso , habrá un “ esp acio ’ ’ d e ejercicio d e p o d er d ife­
rente y, cuanto m eno r sea el esp acio , meno s po drá ev itar la
crim inalizació n, v viceversa.
Pero , ;cu ál es ese “ esp acio ” ? iQ ué le senala los lim ites
a su poder en cad a sup uesto p articular?
Creemo s que es más o meno s claro que cuand o una p er­
sona se co lo ca en situació n de \A oilnerabilidad es cuand o el
sistem a p enal la seleccio na y la instrum enta p ara ju stific ar
su propio ejercicio de poder.
Es el grado de v ulnerabilid ad al sistem a p enal lo que
d ecide la selecció n y no la co m isió n de un injusto , po rque hay
m uchísim o ? más injusto s p enales iguales v peores que d ejan
ind iferente al sistem a penal.
En la p ráctica, e l grado de e s fue rzo que u n a pe rs ona rea­
liz a para colocarse en s itu ac ión de v u ln e rab ilid ad es directa-
raente proporc io nal al aporte fortale c e dor de la ilu s ión que
de l s is te m a p e nal “inv e ntam ’’ sus aparatos de propaganda y
s us dis curs os de jus tific ac ión . De este modo, cuanto m ay or es
e l e s fue rzi. y el cons iguie nte aporte al fortale c im ie nto de l s is ­
te m a qtLe la pe rs ona ha he cho para colocarse e n s itnac ión de
v uln e rab ilid ad a s u pode r, m e nor es e l e s pacio de que dis pone
la age ncia ju d ic ial p ara o bs tac idiz ar u n a re s pue s ta c rim in ali­
z ante o p ara d is m in u ir la inte ns id ad de la re s pue s ta.
El esfuerzo que la p erso na hace p ara co lo carse en situa­
ción de vulnerabilid ad no es algo que la ag encia jud icial le
276 En bu sc a d e l a s pe n a s p e r d id a s

rep ro che a la p erso na ni que p ro p o rcio ne un títu lo o rig inário


e ind ep end iente p ara que ésta Ie reclam e su culp a po r la v u l­
nerabilid ad , sino que no pue de e v itar que e l pode r de l s is te m a
p e nal se la cobre , sim p lem ente p o rque no p ued e hacer o tra
co sa sin p o ner en crisis su p ro p io ejercicio d e lim itad o poder.
La legitim id ad de la resp uesta crim inaliz ante de la ag en­
cia ju d icial surge d e la necesid ad que le impone el lim itad o
p o d er de que d isp o ne y , en mo do alg uno leg itim a la p ena: la
Cruz Ro ja Internacio nal p ro ced e leg itim am ente co m p ro band o
que el trato de lo s p risio nero s de g uerra es ad ecuad o a los
Co nvênio s d e G inebra y co n ello no leg itim a la g uerra ni su
co nsecuencia (la p riso nizació n de g u erra).
Pued e p ensarse en un rep ro che, p uesto que la m ag nitud
d el esfúerzo p o r alcanz ar la situació n de v ulnerabilid ad im ­
p lica un ap o rte al fo rtalecim ier.to d e la ilusió n del sistem a
p enal, que la ag encia ju d icial le p o d ría rep ro char co m o co n­
trario a su esfuerzo p o r lim itar la v io lência del sistem a penal,
p ero no es necesario im ag inar sem ejante rep ro che, p o rque el
critério surg e d irectam ente del esp acio de po der que el es­
fuerz o p o r la v ulnerabilid ad , llevad o a cabo p o r la p erso na, le
d eja a la ag encia ju d icial: cuando e l e s fue rzo y e l aporte s on
grande s , e l pode r de cis orio de la age nc ia ju d ic ial que da m uy
re duc ido.
N o se trata de u n a c ue s tión ax iológic a, s ino de u n a re gia
que la im po ne el “p rin c ip io de re alid ad ”: q uie n dis pone de
dine ro ins ufic ie n te p ara s o lv e ntar todas las de m andas , debe
re p artirlo e n fo rm a que sea rac io n al y que im p id a que se le
q uite la ad m in is trac ión de l dine ro po r arb itrario ; la ne ce s i­
d ad que prov ie ne de s u lim itac ión le in d ic ará e l c rité rio . A lgo
análo go tiene lu g ar en el ejercicio de p o der de la agencia
ju d icial: d ebe ad m inistrarlo co nfo rm e al esp acio que en cada
caso le d eia la m ag nitud del esfuerzo que realiz o la p erso na
p ara p o nerse en situació n d e v ulnerabilid ad .

3. N iveles de v ulnerabilid ad y culp abilid ad . El n iv e l de


v td n e rab ilid ad está dado p o r la m ag n itu d de l rie s go de selec-
c ión que co rresp o nd e a la s itu ac ión de v u ln e rab ilid ad en que
se co lo có el sujeto .
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 277

Fren te a este hecho , la ag encia ju d icial se debe hacer


resp o nsable p o r la crim inalizació n (resp o nd er co nsintiend o su
av ance) sólo y en la medida en que carezca de la p o sibilid ad
razo nable de ejercer su po der de o tra m anera. Po r ende, su
lim itad o poder hace que no le reste otro re curs o que “cobrar-
le ” al auto r s u e s fuerzo p o r alc anz ar la s itu ac ión de v u ln e -
rab ilid ad . Tratarem o s de p recisar este enunciad o básico .
La v u ln e rab ilid ad (o riesg o de selecció n), como todo p e­
ligro , reco no ce grad o s, según la p ro babilid ad de selecció n,
pudiendo establecerse niv e le s , según la s itu ac ión en que se
hay a colocado la p erso na.
Esta s ituac ión de v u ln e rab ilid ad la p ro d ucen los jactore s
de v uln e rab ilid ad , que pued en clasificarse en dos grand es g ru­
po s: pos ic ión o e stado de v u ln e rab ilid ad y el e s fue rzo pe rs onal
por la v uln e rab ilid ad .
La p os ic ión o e s tado de v u ln e rab ilid ad es p red o m inante­
m ente so cial (co nd icio nad a so cialm ente) y co nsiste en el
grado de riesgo o p elig ro que la p erso na co rre p o r su sola
p ertenencia a una clase, grup o, estrato so cial, m ino ria, etc.,
siem p re m ás o m eno s amplio, como tam bién p o r encajar en
un estereo tip o , en funció n de características que la p erso na
ha recibido .
El e sfuerzo pe rs onal por la v u ln e rab ilid ad es p red o m i­
nantem ente ind ivid ual, co nsistiend o en el grado de p elig ro o
riesgo en que la p erso na se co lo ca en razó n d e su co m p o rta­
m iento p articular. La realiz ació n del “ inju sto ” es una p arte
del esfuerzo p o r la vulnerabilid ad , en la medida en que lo
hay a decidido autó no m am ente.
De esta m anera, la culp abilid ad por el inju sto se co n-
v ierte en una p arte del p lanteo más amp lio y abarcad o r de
la culpabilid ad por la vulnerabilid ad y asum e, d entro de ella,
su v alo r negativo de lim ite m áxim o d e irracio nalid ad to le­
rable.
De esto s dos o rd enes de facto res de vulnerabilid ad , el
estad o o p o sició n de v ulnerabilid ad es “ inco brable” . Puesta
la ag encia ju d icial en la necesid ad de resp o nd er, no puede
hacerlo en funció n de este o rden d e facto res, sino de los que
co nstituy en el e s fue rzo pe rs onal por la v uln e rab ilid ad , que, por
278 En busca de la s penas p e rd id a s

o tra p arte, s on los que c o ns tituy e n la e s e ncia de l aporte que


la pe rs ona hace p ara e l s o s te nim ie nto de l e je rcicio de pode r
que la s e le cciona y c rim in aliz a. Su p o d er red ucto r d e la v io ­
lência selectiv a lleg a hasta este lim ite, ante el cu al d ebe de-
tenerse, p o rque no le resta esp acio d e p o d er p ara av anz ar más.
Se trata d el lim ite m áxim o d e la v io lência to lerab le en que
p uede b asar su resp uesta d efinitiv a y que, en cierta fo rm a, es
alim entad o y so stenid o p o r to do s lo s anterio res lim ites o re­
quisito s lim itad o res.
El e s fue rzo pe rs o nal por la v u ln e rab ilid ad no es un facto r,
sino un o rd en d e facto res, del cu al el grad o d e auto no m ia
d eciso ria d el “ inju sto ” es só lo uno y a cuyo resp ecto insisti­
rem o s seguid am ente, p ero senalem o s, p o r aho ra, só lo esto , p ara
p recisar que es e m ine nte m e nte graduable . Lo que sin duda
resulta claro es que q u ie n parte de u n bajo e s tado o pos ic ión
de v u ln e rab ilid ad , de be re aliz ar u n e s fue rz o de cons ide rable
m ag n itu d p ara alc anz ar u n a s itu ac ión que lo ub iq ue a n iv e l
de alta v u ln e rab ilid ad y v ice v e rs a. Ig ualm ente, co mo la v u l­
nerabilid ad tam bién es g rad uable, alg u ie n que se e ncue ntre
y a e n u n a p o s ic ión de alta v u ln e rab ilid ad , pue de re aliz ar u n
g ran e s fue rz o p ara cólocars e e n u n a s itu ac ión de n iv e l increi-
ble m e nte alto de v u ln e rab ilid ad .
Lo s esfuerzo s m ás no to rio s p ara alcanz ar situacio nes de
alta v ulnerabilid ad p artiend o d e p o sicio nes d e niv el m uy bajo
d e v ulnerabilid ad , lo s p ro p o rcio nan alg uno s d elincuentes del
po d er (g eno cid as, d elicu entes eco nô m ico s, e tc .), que luego
so n d erro tad o s en p ug nas heg em ô nicas co n o tro p o d er m ayo r.
El ap o rte que ésto s hacen al sistem a p enal es eno rm e, p o rque
so n lo s caso s que refuerz an la falsa ilusió n de iguald ad ante
la ley y de utilid ad del sistem a p enal. Po r el co ntrario , uno
d e los caso s m ás claro s d e increible v ulnerabilid ad alcanzad a
p o r un esfuerzo eno rm e, realizad o a p artir d e una po sició n
que y a era d e altísim a v ulnerabilid ad , fue el del m artinicano
asesino m asiv o de ancianas en Paris, que refo rzó todo el e jer­
cicio d e p o d er v io lento frente a su grup o de p ertenencia y,
en g eneral, co ntra to d o s lo s co lo nizad o s, y que co m p leto el
refo rz am iento del estereo tip o m uriend o d e SID A en la p risió n.
La s itu ac ión de v u ln e rab ilid ad se ubica en un n iv e l de
rie s go, p ero éste, co m o to do pe ligro, im p o rta una m ay o r pro-
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 279

babilid ad de selecció n. La p ro babilid ad siem p re se calcula co n­


fo rm e a la o bserv ació n p lu ral o m asiv a d e los fenô m eno s y
allí se hace ev id ente que el sistem a p enal no o p era simple-
m ente co mo un flip e r, sino co mo un f lip e r “ carg ad o ” , lo que
nos p erm ite establecer los niv e le s de v u ln e rab ilid ad .
No o bstante, co m o se d esp rend e d e esto , en el caso p articu ­
lar pued e suced er que se trate de un sup uesto en que la “ rea­
lizació n de la selecció n” hay a caíd o so bre una p erso na cuya
situació n de v ulnerabilid ad era de riesgo relativ am ente bajo .
En tal sup uesto , verem o s tam bién que el esfuerzo p erso nal
p o r la v ulnerabilid ad y el co nsig uiente ap o rte a la ilusió n del
sistem a p enal tam bién so n m uy bajo s, lo que nos d ará un
niv el b ajo de culp abilid ad y una co nsig uiente alta p o sibilid ad
d e ejercicio de po der red uctiv o y neg ativ o de resp uesta c ri­
m inaliz ante p o r p arte de la ag encia jud icial.
En cualq uier caso , resu ltará que lo que la ag encia ju d i­
cial no p o drá o bv iar será p erm itir el “ co bro ” d el esfuerzo
p erso nal p o r la v ulnerabilid ad , p o rque el ejercicio del podar
d e las restantes ag encias del sistem a p enal se lo impide, dada
la co ntribució n que éste sig nifica al mismo .
Po r o tra p arte, éste es el grad o m eno r de sacrificio de
racio nalid ad p o r p arte d e la p ro p ia ag encia jud icial, y a que
su resp o nsabüid ad crim inaliz ante se d aria en razó n d irecta
del ap o rte que la p erso na hace al ejercicio de poder que la
seleccio na y que la m ism a ag encia trata de lim itar y , en fo r­
ma m ed iata (utó p ica) sup rim ir. No o bstante, insistim o s en
que la ag encia ju d icial no fo rm ula ning ún “ rep ro che” por al
esfuerzo p erso nal p ara la v ulnerabilid ad , p o rque se trataria
de un rep ro che que siem p re p erm aneceria d eslegitim ad o , en
funció n de que su trad ucció n en p ena co nstituy e un m ecanis­
mo rep ro d ucto r vio lento , pero, ante la necesid ad d e eleg ir a
quién se p erm ite que se le “ co bre” y “ cuánto se le co bre” , lo
hace co nfo rm e a lo que m eno s lejano d e un rep ro che legítim o
puede enco ntrar en el ejercicio de p o d er del sistem a penal.
El eno rm e hueco que d eja la culp abilid ad trad icio nal
— que nunca pudo ser bien co nstruíd a— sólo pued e llenarse
co nfo rm e a la resp o nsabüid ad d e la ag encia jud icial, trad ucid a
en un co ntro l selectiv o de m áxim a instancia en una culpabi-
280 En busca de la s penas p e rd id a s

lid ad por la v u ln e rab ilid ad que s up e raria y ab arc aria la con­


s agrada c u lp ab ilid ad p o r e l injus to .
Es m enester p ro ced er en fo rm a d e esp iral y, co m o la
cúp ula del Bru nelleschi, c o n s tru iria p artie n d o de q u ie n s ie m ­
pre quis o “hace r e fe c tiv a” la re s po ns abilidad aje na, p ara lle-
g ar a la c u lp ab ilid ad de q u ie n s ie m pre h ab ía s ido cons ide rado
“re s pons able ”.
4 . E l esfu erzo p erso n a l para la vu ln erab ilid ad . Desde
d iferentes âng ulo s d el p ensam iento p ued e reco no cerse una c a­
pacid ad o co nd ició n creativ a que la so cied ad no p ued e can­
celar, so p ena d e d etener su d inam ism o , que tam p o co p uede
exp licarse sin ese reco no cim iento . A sí, en p ersp ectiv a exis­
tencial, *se afirm a un âm bito d e inautenticid ad , en el que se
acep ta el das M an (el o n francês o el se castellano ) co m o p re­
sup uesto p ara u na elecció n “ au têntica” , que seria la creati­
va 14. En el p lanteo interaccio nísta se ha d isting uid o la asig -
nació n de ro les co m o el “ m i" (el co nju nto d e ro les asignad o s
p o r los o tro s, p o r lo que no s “ v en” ) y la p arte creativ a d e la
p erso nalid ad co m o el “ y o ” 15.
Cuanto m ás lim itad a se encu entre una p erso na p o r su
p o sició n v ulnerable, p articu larm ente p o r las asig nacio nes de
ro les que co rresp o nd an al estereo tip o en que se la encasilla,
m eno r auto no m ia tend rá p ara la realiz ació n del “ inju sto ” que
co rresp o nd a a eso s ro les y m ay o r será el esfuerzo que d eberá
hacer su “ y o ” p ara su p erar su “ m i” .
Po r reg ia g eneral, la p o sició n o estad o d e m ay o r v ulne­
rabilid ad hab rá d e g enerar un bajo niv el d e culp abilid ad po r
la v ulnerabilid ad , p o rque el esfuerzo p erso nal p ara la v ulne­
rabilid ad p o r p arte de la p erso na no es m uy alto.
Co nsid erando que el co ntacto co n el sistem a p enal, usual­
m ente, tiene el efecto d e fijar lo s ro les, lo s anterio res co ntacto s
co n el sistem a p e n al16 hacen que cad a v ez sea m eno r el
esfuerzo necesario p ara alcanz ar la situació n v ulnerable, p o r
lo cual, m eno r resp uesta crim inaliz ante co rresp o nd erá p o r par-

14 Heidegger, por ej., en S e in u n d Z e it.


15 George Herbert Mead, E s p ír itu , p erson a y s o c ie d a d , cit.
16 Cfr. Becker, O u ts id e r s , cit.
L im it a c ió n de l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 281

té de la ag encia ju d icial ( al co ntrario de lo que usualm ente se


so stiene). Cuanto m eno r sea el esfuerz o de la p erso na por
seg u ir su “ m i” y fo rtalecer su “ y o ” , m ay o r será la resp uesta
crim inaliz ante d e la ag encia ju d icial, p ero esto no es válid o
cuand o el “ y o ” y a está m uy d ebilitad o y el “ m i” m uy fo rtale­
cid o p o r o bra d el ejercicio d e po der del p ro p io sistem a de
selecció n arbitraria.
La ag encia ju d icial d ebe, a este resp ecto , p o ner en ju eg o
su ejercicio d e po d er p ara red ucir al m ínim o la rep ro d ucció n
d e v io lência que im p lica esta fabricació n de “ d esv iad o s” a la
m ed id a d e los ro les asig nad o s a los estereo tip o s que se in-
v entan.
Desd e una ética “ rev o lu cio naria” quizá p o d ría so stenerse
lo co ntrario y co incid ir co n el p lanteo trad icio nal: d esem p enar
lo s ro les d el estereo tip o im p lica refo rz arlo y, p o r ende, refo r-
z ar el p o d er d e las clases d o m inantes; quien hag a esto seria
una su erte de “ traid o r” a su clase, un L u m p e n p ro le tarie r al
que es necesario sancio nar y m arg inar.
Esto im p licaria tratar al crim inalizad o co mo a u n infec­
tad o que d ebe p erm anecer en cu arentena o, incluso , co mo
alg o peo r. No se p ercibe cuál seria la razó n p ara que, a quien
m ás d ebilitad o está p ara la realiz ació n de u n esfuerzo de con-
tenció n de su “ m i” (d e ro les), se le exija un esfuerzo m ay o r
y casi so brehum ano . Sin duda que esta racio naliz ació n co rres­
po nde a un p lanteo d e g uerra, m uy p arecid o al d e la “ seguri-
dad nacio nal” , y que só lo seria ad m isible si hu biese u na g uerra
real, p ero que en la fo rm a en que se enuncia estaria d emo s­
trand o el d esco no cim iento d e las d iferencias m ás no to rias entre
lo s hecho s de p o d er del m o m ento d e la g uerra y del m o m ento
d e la p o lítica.
5. C u an tificación p en al y cu lp ab ilid ad por la v u ln erab i­
lidad o por e l esfu erzo p erson al por la vu ln erab ilid ad . El sis­
tem a p enal qued a d eslegitim ad o co n la co nstatació n so cial de
su o p erativid ad real. Lo s d iscurso s ju ríd ico -p enales leg itim an­
tes se v an d escartand o y aband o nand o a lo larg o del peno so
cam ino d e las fru stracio nes d el d erecho p enal, co m o ilusio nes
quebrad as d e los p enalistas d e lo s últim o s siglo s, p o rque las
p enas carecen d e racio nalid ad . Cualquier tentativ a d e releg iti-
282 En busca de la s penas p e rd id a s

m ar las p enas es u na tentativ a d e releg itim ar al sistem a p e­


nal, co nd enad a al fracaso . L a p ena no es m ás que u n hecho
de po d er v la teo riz ació n en to rno d e la m ism a no p asa de ser
una tentativ a leg itim ante de to d o el ejercicio de po der del
sistem a p enal.
Siend o la p ena irracio nal v p arte de un hecho de po der
v io lento m ucho m ás am p lio , se im p o ne la necesid ad de extre­
m ar el esfuerzo ju ríd ico po r lim itaria y p o r lim itar su v io lência.
La co nd ició n d e p risio nero del m o m ento de la p o lítica no
es p ro d ucto de la razó n sino de la fuerza. A d iferencia del
p risio nero d e g uerra, en que la co nd ició n d e p risio nero la
lim ita un hecho externo , la de p risio nero d e la p o lítica no
tiene un lim ite “ natu ral” , p o r lo cual, en un p rincip io , ap a­
receria co m o ind efinid a. Siend o inad m isible sem ejante grad o
de Irracio nalid ad y p ese al lim ite siem p re incierto .q u e senala
el legislad o r, la ag encia ju d icial se encu entra ante la necesi­
dad d e estab lecer un lim ite m ás p reciso en cad a sup uesto
co ncreto .
En cad a caso en que la ag encia ju d icial d eba d ecid ir, sin
po d er im p ed ir la crim inaliz ació n, necesitará una p auta que
le p erm ita co lo car un m o jó n a la cantid ad de v io lência irra­
cio nal que la p erso na habrá de recib ir a títu lo d e p ena.
En la p ugna ética de la ag encia ju d icial p o r p o ner lim ites
a la irracio nalid ad d el hecho de p o d er co n que se enfrenta, es
racio nal que ésta se d ed ique co n m ay o r interés a lim itar la
v io lência que se ejerc e so bre las p erso nas que m eno res ap o r­
tes han hecho al refo rz am iento de la m ism a v io lência de que
so n o bjeto (y d el p o d er que lim ita el d e la ag encia ju d icial,
p o r fo rtalecer el d e las restantes ag encias d el sistem a p enal),
y que, al m ism o tiem p o , so n las p erso nas que co n m eno r g ra­
do d e auto no m ia lo han decidido.
Po r o tra p arte, el ejercicio de po d er del resto d eí sistem a
p enal no le d eja esp acio p ara e jerc er un p o d er lim itativ o de
vio lência m ucho m ay o r.
Cuanto m ay o r s e a e l grado de c u lp ab ilid ad p o r la vulne-
ráb üid ad m e no r de be s e r (p o rq ue tam b ié n m e no r pue de s e r)
e l inte ré s de la age nc ia ju d ic ial po r lim it a r la pe na.
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 283

En cualq uier caso , cabe te ne r pre s e nte que la c ulp ab ili


dad po r la v u ln e rab ilid ad no pue de s e r nunc a s upe rior al lim ite
que m arq ue la auto no m ia de la v o lu n tad e n la c ulpabilidad
p o r e l injus to . L a c u lp ab ilid ad p o r la v u ln e rab ilid ad contie nc
com o parte de l e s fue rzo pe rs onal p o r la v u ln e rab ilid ad , la
c u lp ab ilid ad p o r e l injus to , que c um ple s u f u n c ión ne gativ a
o lim itad o ra de la to tal c u lp ab ilid ad por la v ulne rab ilid ad ,
has ta e l p u n to de que , e n caso de n o habe r c u lp ab ilid ad por
e l in ju s to , no pue de conce birs e c u lp ab ilid ad alg u n a po r la v u l­
ne rab ilid ad .
L a c u lp ab ilid ad po r la v u ln e rab ilid ad ope ra s ie m pre como
lim ite m áx im o de la v io lê n c ia tole rada, s ie m pre por de bajc
— o c uanto m ás c oinc ide nte — con e l lim ite que s urg iria de
la m e ra c u lp ab ilid ad po r el injus to , y a que se trata de un
conce pto m ay or, abarc ativ o y re duc tor de ésta. .
Insistim o s en que la d ecisió n de la ag encia ju d icial es
racio nal en la medid a en que d istribuy e racio nalm ente su
ejercicio de po der y, p ara ello, usa co mo critério la culp abi­
lid ad, p ero esto no sig nifica que la p ena se funde o se legitime
co n la culp abilid ad , sino que la ag encia jud icial p auta d e este
modo sus d ecisio nes, estableciend o un o rd en p referencial de
atenció n, p o rque está o bligad a a p autarlo d e algún modo, dadc
que a ello la o bliga el restante ejercicio de poder d el sistema
p enal y la necesid ad de co nserv ar y am p liar su pro pio poder
A sí co mo la ag encia del d erecho hum anitario no dispone
d e po der p ara lib erar a to do s los p risio nero s de g uerra y, poi
ende, d ebe ad m inistrar su atenció n co nfo rm e a un o rd en ra­
cio nal de p referencia (se o cup ará p rim ero de los herido s, de
los casad o s, etc., sin que esto im p lique que rep ro che a los o tro :
no estar herid o s ni ser so ltero s), del mismo modo la agen
cia que trata de co ntro lar la v io lência d el hecho de podei
del m o m ento de la p o lítica d ebe tener sus pro pias p autas de
p referencia p ara o cup arse d e los p risio nero s de la política.
La elecció n de la culp abilid ad po r la vulnerabilid ad comc
p auta no es arb itraria, p o rque ade m ás de s er raz onable (pa
re ce ria que e l s ac rifíc io ético es m e no r cuando se ocupa m e
nos po r los que m ás hac e n p ara n e u traliz ar s u pro p ia acciór
lim itad o ra de v io lê nc ia), e n los hechos , c uanto m ay or sea le
c u lp ab ilid ad po r la v uln e rab ilid ad , m e nor e spacio de cis orio le
284 En b u sca de la s p e n a s p e rd id a s

re s ta a la age nc ia ju d ic ial, p ues las restantes ag encias y, en


esp ecial, el fo rm id able ap arato de p ro p agand a d el sistem a pe­
nal co n su inv enció n de la realid ad , se o cup arían de aniq uilar
a la ag encia y a sus leg ítim as tentativ as lim itad o ras, apun-
taland o su ejercicio de po d er d eslegitim ad o y p o niend o en
p eligro to d a la em p resa ju d icial de lim itació n de v io lência.
En síntesis: la ne c e s idad (lim ite de s u e je rcic io de pode r
de cis orio) o blig a a la age nc ia ju d ic ia l a p au tar e l m áx im o de
inte n s id ad que pue de to le rar e n e je rcic io de s u re s pons abili-
dad c rim in aliz an te c onform e a u n orde n p rio ritário que atien-
da al n iv e l de c u lp ab ilid ad p o r la v u ln e rab ilid ad de cada pe r­
s ona s e le ccionada po r e l pode r de las re s tante s age ncias de l
s is te m a pe nal, lo que c onfie re e tic id ad a s u de c is ión s in que
im p liq u e re conocérs e la a la v io lê nc ia re pro duc tora que no tie ­
ne pode r p ara e lim in ar.
La cu antificació n p enal no se ag o ta co n la culp abilid ad
p o r la v ulnerabilid ad , que só lo le senala su lim ite m áxim o
— siem p re que no sea inferio r el de la culp abilid ad p o r el in­
ju sto — , co m o co rrectiv o racio nal, abarcativ o y red ucto r de la
culp abilid ad p o r el injusto .
Es pos ible que cons ide racione s que e m e rjan de l propio
dis curs o ju ríd ic o de la pe na y de los p rinc ip io s lim itativ o s
ge ne rale s que im p o n e n otra clase de lim ite s a la re s pons abi-
lid ad c rim in aliz an te de la age nc ia ju d ic ial, im p o n g an a la m is ­
m a la re duc c ión de la c u an tia de la p e na y a ún s u e lim in ac ión .
Pued en m ed iar causas p erso nales d e exclu sió n y de cancela-
ció n de la p unibilid ad y tam bién p uede suced er que los
llam ad o s p rincip io s de hum anid ad y d e p erso nalid ad (o in-
trascend encia) senalen en el caso lim ites m ás bajo s que los
ind icad o s p o r la culp abilid ad p o r la v ulnerabilid ad , lo que no
p resenta ningún inco nv eniente ló g ico ni ético a la ag encia
ju d icial, en la m edid a en que no se trate d e benefício s ad hoc,
que p retend an co nsag rar una selectiv id ad aún m ay o r que la
co rriente y estru ctu ral del ejercicio de p o der del sistem a p enal.

6 . iS e p reten d e u n a n u ev a “tóp ica” ? La culp abilid ad p o r


la v ulnerabilid ad m arcará una p referencia de la ag encia ju ­
d icial y p ued e p arecer que esto im p lica algo así co mo av eri­
g u ar p rim ero la so lució n “ co rrecta” y lueg o buscar lo s arg u­
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 285

m ento s p ara su stentaria, méto d o que co bró cierta no to ried ad


en los ano s cincuenta, co n la tóp ic a de V ieh w eg 17, que ape-
laba a A ristó teles y a Ciceró n p ara neg ar la p o sibilid ad de
co nstrucció n de un “ sistem a” — entend id o co mo o rd en p auta-
d o r d o ctrinario — y p retend ia hallar la so lució n ju sta en cada
caso , p artiend o de lo s d ato s de hecho co ncreto s.
En p rincip io , d ebe qued ar claro que no estam o s propo-
niend o un méto do co n valid ez g eneral p ara to d o el d erecho
y ni siq uiera p ara el d erecho p enal, sino só lo un nuevo co n­
cep to d e culp abilid ad abarcativ o de la trad icio nal culp abilid ad
po r el injusto .
Po r o tra p arte, el grad o de culp abilid ad p o r la v u lnera­
bilid ad no estaria ind icand o ning una clase de so lució n “ ju sta”
— co m o lo p retend e la “ tó p ica” — sino sólo la de c is ión pos ible ,
p o rque se d eriv a d e la existencia de un “ esp acio de p o der” ,
fuera del cual no hay p o sibilid ad de d ecid ir.
No o bstante, quien quiera ser sincero y co no zca de cerca
la labo r jud icial, o bserv ará sin duda un d ato d e elem ental
realid ad : cuand o las circu nstancias que to m am o s en cuenta
p ara establecer la culp abilid ad po r la v ulnerabilid ad so n cla­
ram ente m anifiestas en el sentid o de un b ajo niv el de la m is­
ma, es usual que alguno s ju eces — lo s meno s buro cratizad o s
o los que no se han d eterio rad o canalizand o su ag resiv id ad
co ntra los crim inaliz ad o s— fu ercen un tanto los arg um ento s
o extrem en el cuid ad o p ara ev itar la im p o sició n de una p ena
o po r im p o ner la m ás leve p o sible.
Esta tend encia hum ana es necesario reco no cerla y rele­
v aria, p uesto que nad a tiene de negativ o , sino to do lo co ntra­
rio y, p recisam ente p o r ello es necesario que la co nstrucció n
ju ríd ica la reco ja, sólo que, al hacerlo , no s damo s cuenta de
que no se trata de ning una cuestió n m eto d o ló gica, sino de un
sim p le dato de realid ad acerca de la o p erativid ad de la ag en­
cia ju d icial o de p arte de ella.
Teniend o en cu enta este d ato , es p o sible que, en a lg u n o s
caso s co ncreto s, al analiz ar la culp abilid ad por la v u lnerabili­
dad, co mo inev itable y p o sitiv a reacció n hum ana de un secto r

17 T. Viehweg, T ó p ic a y ju r is p r u d ê n c ia , Madrid, 1964 ( T o p ik


1953).
u n d J u r is p r u d e n z ,
286 En b u sca de la s penas p e rd id a s

de la ag encia ju d icial, en el caso co ncreto se vuelva so bre los


requisito s elem entales d el d elito y so bre la m isma culp abili­
dad po r el inju sto , p ara v er si no puede exclu irse el supuesto
de los lim ites m áxim o s d e irracio nalid ad to lerad a y que. al
haeerlo , se agud icen los p erfiles d e esto s lim ites y se estrechen.
Esto en modo alguno es una so lució n “ tó p ica” que impo-
sibilite la co nstrucció n co herente, sino que seria un m ero dato
real que no s m o straria có mo puede p ro d ucirse una te ns ión
in te rn a e n la te oria que s irv a p ara hace r av anz ar los “stan-
dards ” de re aliz ac ión de los princ íp io s garantiz adore s (o sea,
los s tandards de into lerancia a la irracio nalid ad del po der del
sistem a p enal). No se trata más que de un m ero hecho — que
co mo tal y fuera de to d o co ntexto teó rico está sucediendo a
d iario 18— y que no d estruy e la existencia d e una p autació n
co herente de d ecisio nes (o de la activid ad d eciso ria), sino que
impulsa la m ism a a una p erm anente sup eració n por vía de la
elev ació n de los s tandards garantiz ad o res o lim itad o res.
7. iL a culpabilidad por la vu ln erabilidad es de acto o de
autor? El d iscurso juríd ico -p enal trad icio nal d esarro llo la
antítesis entre “culp abilid ad de acto ” y “ culpabilid ad de au­
to r” , inclinánd o se el d erecho penal m ás g arantiz ad o r por la
p rim era y el más au to ritario por la segund a.
Cabe p reg untarse d ó nde se inscribe la p ro p uesta de una
culp abilid ad po r la vulnerabilid ad .
Co rresp o nd e o bserv ar, antes de ensay ar una resp uesta, que
la culpabilid ad p o r la vulnerabilid ad , tal cual la proponemos,
se atiene estrictam ente a la culp abilid ad po r el acto (q ue la
llam am o s “ culp abilid ad po r el inju sto ” ), cuyo s lim ites no p ue­
d en ser sup erad o s p o r ésta, co nstituy end o un co ncep to abar-
cativ o de la m ism a, que en el p eo r de los supuestos ind icará
un lim ite m áxim o d e p ena igual al de la culp abilid ad por el
injusto .
Plantead as así las co sas, carece de to do sentid o si se trata
de uno u o tro d e los térm ino s de la antítesis trad icio nal, aun­
que resulta claro que p uede ser calificad a co mo un de s arrollo
s upe rador de la c u lp ab ilid ad de acto hac ia u n conce pto m ás

i» Por regia general, se obtiene la solución por vía procesal.


particularmente probatoria.
L im it a c ió n d e l a v io l ê n c ia s e l e c t iv a 287

Um itativ o de la re s po ns abilidad c rim in aliz an te de la age ncia


ju d ic ial.
En cuanto a sus efecto s co m p arad o s co n los d e la culp abi­
lid ad de au to r entend id a co mo “ culp abilid ad por la p erso nali-
d ad ” o “ p o r el c arác ter” , cabe senalar que sus co nsecuencias
so n las d iam etralm ente o p uestas a las de la culp abilid ad por
la v ulnerabilid ad .
En tanto que p o r la v ía de la culp abilid ad d e auto r son
m ás “ rep ro chables” las accio nes que se aju stan al estereo tip o ,
p ara nu estra culp abilid ad p o r la v ulnerabilid ad será m ás fre-
cu ente que suced a lo co ntrario y sin la carg a axio ló g ica que
p retend ia v alo rar “ p erso nalid ad es” , “ caracteres” o la to tal
elecció n existencial d e una p erso na, en lo que no era m ás que
una “ esp iritu aliz ació n” de la v ieja y co no cid a “ p elig ro sid ad ” .
Siend o ello así, po ca im p o rtancia tiene calificar a la cu l­
p abilid ad p o r la v ulnerabilid ad co mo culp abilid ad d e “ au to r”
y, si alg uien lo p refiere, nad a o bstarfa a acep tar una “ culp a­
bilid ad de au to r” que restrin ja la culp abilid ad de acto , pues
s ie m pre s e ria m ás lim it a tiv a de v io lê n c ia p e n al de s le g itim ado
que la v e rs ión trad ic io n alm e nte ace ptada p o r el de re cho pe nal
“lib e ral”.
8. P en a sin culp ab ilid ad o la posib ilidad de la aberración
tolerada. (L a p eligrosid ad del sistem a p en a l). Desp ués de lo
exp uesto , p areciera carecer de cu alq uier sentid o p reg untarse
si en alg ún caso la ag encia ju d icial, aún resp etand o lo s lim ites
leg ales de las p enas flexib les, p o d ría exced er en su d ecisió n
el m áxim o p enal que le senale la culp abilid ad p o r la v u lnera­
bilidad.
Es ind ud able que no hay ning una co nsid eració n co ncer-
niente al p elig ro p ara la ag encia o p ara su p restig io y poder,
que la au to rice a exced er ese lim ite m áxim o , pues neu trali­
zaria su im p ro nta ética y, p o r !o tanto , p erd eria racio nalid ad
(leg itim id ad ) su p autació n d eciso ria y su ejercicio de poder.
No o bstante, la cuestió n no es so breabund ante frente a
la fo rm id able v io lência de lo s sistem as p enales de nuestra
regió n, que co n d esg raciad a frecuencia p lantean situacio nes
lim ite que son p articu larm ente d ifíciles d e reso lv er y so bre
las cuales se haría necesario p ro fund izar m ucho más. esp e­
288 En bu sca de la s p e n a s p e rd id a s

cialm ente p o rque jam ás han sido intro d ucid as en el d iscurso


ju ríd ico y el po d er de los ju ristas se ejerce co mo si tales situa-
cio nes no existiesen.
No s referim o s al sup uesto en que la interv enció n de la
ag encia ju d icial se trad uzca en una d ecisió n que im p lique
la cesació n de la co nd ició n d e p risio nero d e la p o lítica en
fo rm a inm ed iata o a m uy brev e plazo, p ero sabiend o la ag en­
cia ju d icial que, con e le v adís im o grado de p ro b ab ilid ad , la
pe rs ona h ab rá de s e r e je c utada p o r alg u n a age nc ia de l s is te ­
m a pe nal.
Se trata de una hip ó tesis que d ista de ser de labo rato rio
en la realid ad o p erativ a de nuestro s sistem as p enales, donde
la ejecu ció n sin p ro ceso se ha co nv ertid o en una p ráctica
co tid iana.
Se p lantea aqui una g rav ísim a d isy untiv a entre la vida
del p risio nero y el p rincip io p autad o r fund am ental d el e jer­
cicio de po d er de la ag encia ju d icial.
La graved ad d el co nflicto es aún m ay o r cuand o la auto ­
no m ia de la d eterm inació n del p risio nero es co nsid erablem en-
te b aja en razó n del d ebilitam iento de su “ y o ” p o r efecto de
anterio res interv encio nes del sistem a p enal, que lo co nd icio nan
a co lo carse en situacio nes de alta v ulnerabilid ad como can­
d id ato a una ejecu ció n sin p ro ceso , es d ecir, a ser exhibid o
como cad áv er d e “ enem ig o en la g uerra sucia d el m o mento
de la p o lítica” .
Pese a lo d elicad o d e la cuestió n, creem o s que si la co n­
d ició n de p risio nero p reserv a la vid a d e la p erso na (lo que
p ued e no suced er si el cam p o de co ncentració n d e p risio nero s
d e la p o lítica no o frece segurid ad en razó n d e su v io lência
in tern a), frente a una seria y co ncreta am enaza d e prod uc-
ció n d e u na ejecució n sin p ro ceso , la d ecisió n de retener al
p risio nero , d entro de lo s lim ites leg ales, p ero m ás allá del
lim ite ind icad o p o r su esfuerzo p o r la v ulnerabilid ad , no es
éticam ente o bjetable, teniend o en cu enta que el ejercicio de
po d er de la ag encia ju d icial tiene lu g ar en un p ro ceso de
lu cha o p ugna de p o d eres y que, en d efinitiv a, la p auta d e­
cisoria- que p riv ileg ia el v alo r d e la vid a hum ana en una si­
tuació n de necesid ad no p ued e ser éticam ente criticad a.
I N DI CE

P R E S E N T A C IO N ............................................................................................ 9

Pr im e r a Pa r t e

LA DESLEGITIMACIÓN DEL SISTEMA PENAL Y LA


CRISIS DEL DISCURSO JURIDICO-PENAL

C a p ít u l o P r im e r o

LA C RITIC A O TU A C IO N D EL PEN A LISM O


LA TI N 0 A M ERIC A N 0

I ) Las “ p eines p erd ues” ............................................... 15

II) Leg itim id ad y legalid ad :


1. La utópica legitimidad del sistema penal . . . . . . . . 20
2. La legitimidad no puede ser suplida por la le­
galidad ......................................................................... 24
3. El sistema penal no opera conforme a la legalidad 25
4. La legalidad ni siquiera se respeta en el âmbito del
sistema penal fo rm a l.................................................. 30
5. EI ejercicio de poder abiertamente ilícito por par­
te del sistema penal ................................................ 32
III) La p erv ersió n inm o viliza al d iscurso juríd ico -
p enal ................................................................................ 34

IV ) Sig no s teó rico s de la situació n crítica en A m éri­


ca Latina ........................................................................ 35
290 I N DI C E

1. Crítica al derecho ................................................... 36


2. Preocupación por la legitimidad del poder ..........' 38
3. Preocupación jushumanivta por elsistema penal .. 38
4. Crítica criminológica ............................................... 39

V) La d eslegitim ació n po r los hecho s mismo s ....... 42

V I) El d esp restig io de los d iscurso s p enales latino ­


am ericano s po r sus v ínculo s ideo lógico s geno-
eid as:
1. El discurso jurídico-penal ....................................... 45
2. El discurso criminológico .......................................... .. 47

C a p ít u l o Seg u n d o

LA S FU EN T ES TEÓ RIC A S D E LA D ESLEG ITIM A C IÓ N


EN LO S PA ISES C EN TRA LES

I) La situació n p red isp o nente generad a po r un d is­


curso em p o brecid o :
1. Las antropologías anacrônicas .............................. 49
2. El juego de las ficcio n es......................................... 52

I I ) La d eslegitim ació n del Fistemapenal desde el


m arco teó rico m arxista:
1. Dificultades para delimitar el marco teórico mar­
xista ............................................................................ 54
2. La deslegitimación de Pasukanis y la re-legitima-
eión stalinista ............................................................ 57
3. La teoria crítica de Ia sociedad .................... 59
4. La versión deslegitimante de Quinney ................ 61
5. El “minimalismo” penal de Alessandro Baratta . . . 62
6. Pavarini y la mala conciencia del buen criminólogo 63
III) La d eslegitim ació n p o re i interaccio nism o sim bó ­
lico y por la fen o m en o lo g ía..................................... 64
IV ) La d escalificació n fo ucaultiana ............................ 66
V) El p arad igm a de la d e p e n d en c ia............................ 68
I N DI C E 291

V I) B alan ce de la d esleg itim ació n te ó rica c e n tra l . . . 71

Se g u n d a P a r t e

RESPUESTAS A LA DESLEGITIMACIÓN
Y A LA CRISIS

C a p ít u l o Ter cer o

TEO R IA S Y A C TITU D ES C EN TR A LES Y M A RG IN A LES


COMO R ESPU EST A A LA D ESLEG ITIM A C IÓ N
Y A LA C R ISIS

I) Teo rias y actitu d es: el saber central y su p arcial


d isfuncio nalid ad p e rif é ric a ........................................ 77

II) Resp uestas centrales en fo rm a de “ m ecanism o s


de huíd a” :
1. Negación epistemológica de la deslegitimación .. 84
2. Huída hacia el retribuicionismo ............................ 84
3. La funcionalidad burocrática de la agencia judicial 87

III) El d iscurso re-leg itim ante sistêm ico .................... 89

IV ) Las resp uestas que enfrentan la d eslegitim ació n


desde el p lano p o lítico -crim inal:
1. Mínima intervención penal y abolicionismo ....... 93
2. çiSe trata de propuestas de nuevos modelos de
so cied ad ?.................................................................... 94
3. La principal carência de las respuestas político-
criminales .................................................................. 96
V) El p ro g ram a de m ínim a interv enció n co mo p ro ­
p uesta p o lítico -crim inal frente a la d esleg iti­
m ació n:
1. Doble sentido de “deslegitimación” ........ ............. 99
2. El fundamento legitimante de un futuro derecho
penal mínimo ............................................................. 100
292 I N DI C E

3. El programa de legislación penal mínima ........... 100

V I) E l abolicionism o pen al:


1. Caracterizacíón general del movimiento aboli­
cionista ......................................................................... 101
2. Las variables del abolicionismo ............................. 103
3. La polêmica en torno al abolicionismo ................. 107
4. Las dudas-límite frente a las propuestas abolicio­
nistas ........................................................................... 114

VI I ) E l uso a lte rn a tiv o del d erech o ............................... 117


VI I I ) R eacciones m a rg in a le s ............................................. 119

C a p ít u l o Cu a r t o

N EC ESID A D Y PO SIBILID A D
D E UN A R ESP U EST A M A RG IN A L

I) L a necesidad d e la resp u esta m a rg in al p a ra con­


te n e r el genocidio:
1. La encrucijada de nuestro margen en el marco
del poder mundial .................................................. 121
2. La operatividad real de los sistemas penales la-
tinoamericanos: el genocidio en acto ................... 127
3. El poder configurador de los sistemas penales
latinoamericanos ...................................................... 129
4. Los aparatos de propaganda de los sistemas pe­
nales latinoamericanos (la fábrica de la realidad) 131
5. Las usinas ideológicas .......................................... 136
6. El condicíonamiento, la estigmatización y la
muerte: la criminalización ..................................... 137
7. Las jaulas o máquinas de deteriorar ................... 139
8. Las agencias ejecutivas como máquinas de po-
licizar ......................................................................... 141
9. Las agencias judiciales como máquinas de buro-
cratizar ..................................................................... 145
10. Deterioros y antagonismos como producto de la
operatividad de los sistemas p e n a le s ..................... 148
IN D ICE 293

11. La destrucción de los vínculos comunitários . . . . 149


II) La necesid ad d e una resp uesta m arg inal co mo im ­
p erativ o ju shu m anista ............................................... 152

III) La resp uesta m arg inal co mo im p erativ o ético . . . 158

IV ) La necesid ad de resp uesta es un p lanteo op-


tim ista ............................................................................. 160

V) Las d ificultad es p ara una resp uesta m arg inal . . . 1G5

V I) A lg unas bases p ara la selecció n realista y m ar­


g inal d e elem ento s teó rico s:
1. El carácter realista de la re s p u e s ta ........................ 16G
2. <;Qué es lo marginal? ........................................... 170
3. La originalidad marginal-sincrética de América
Latina ..................................... ..... .............................. 171
4. Los peligros del “vértigo”: la antropologia filosófica
y los Derechos Humanos ........................................ 175
5. El realismo marginal en criminología y en dere­
cho penal ................................................................... 177
6. ^Podría extenderse el análisis realista marginal a
los planteos centrales? ............................................ 178
V II) Po sibilid ad de resp uesta p o lítico -crim inal desde
el realism o m arg inal:
1. Tácticas y estrategia ............................................... 180
2. La intervención mínima comotáctica ..................... 182
3. “Reformismo” y “radicalismo” ......... ..................... 183
294 I N D 1C E

Ter cer a Pa r t e

LA CONSTRUCCION DEL DISCURSO


JURIDICO-PENAL DESDE EL REALISMO MARGINAL

C a p ít u l o Q u in t o

UN M O DELO C O N STRUCTIV O PA RA EL D ISC U RSO


JU R ID IC O -PEN A L NO L EG ITIM A N T E: E L D EREC H O
PEN A L H UM A N ITA RIO D EL M O M EN TO
D E LA PO LÍTIC A

I) Bases p ara su estru ctu ració n:


1. Clasificación de los elementos del discurso legiti­
mante ................................................................................. 188
2. (jPuede construirse un discurso jurídico-penal li­
mitado a la función pautadora decisoria, que sea
racional y no legitimante? ....................................... 192
3. La incorporación no reducoionista de los datos
ónticos ......................................................................... 193

II) Pautas g enerales p ara un ejercicio de po der leg í­


tim o frente a un hecho de p o d er d eslegitim ad o :
1. <;Puede haber un discurso jurídico-penal racional
frente a un sistema penal deslegitimado? ............ 201
2. El derecho penal y el derecho humanitario como
recíprocas prolongaciones ......................................... 205
III) Lineam iento s d el d iscurso de p autació n d eciso ria:
1. Reconstrucción del concepto de “pena” ............... 208
2. Establecimiento del horizonte de proyección del
discurso ju ríd ico -p en a l.............................................. 211
3. Concepto del derecho penal así d e lim ita d o ........ 212
4 . <;Una nuevo etización del derecho p e n a l? ............. 213
5. El discurso jurídico-penal re-etizado como discurso
de contradicción ........................................................ 221
I N DIC E 295

IV ) Las g arantias p enales en un d iscurso juríd ico -


p enal racio nal:
1. La deslegitimación de la guerra y del sistema
penal ........................................................................... 229
2. Particularidades diferenciales de los campos penal
e jushumanitario ........................................................ 232
3. La función de la agencia ju d ic ia l........................... 236
4. Un nuevo sentido para las garantias p e n a le s ........ 239
5. Las garantias como limites máximos de irracio­
nalidad ....................................................................... 242
6. El discurso jurídico-penal y el “standard” obtenido
por la agencia judicial ................. .......................... 244
7. Mención y perspectiva de los prineipales princípios
penales limitadores inacabados ............................... 245
V) Princíp io s p ara la lim itació n de la v io lência por
carência de elem entalísim o s requisito s fo rm ales:
1. Principio de reserva de ley o de exigencia del
máximo de legalidad en sentido e s tric to ............... 246
2 . Principio de máxima taxatividad ............................ 247
3. Principio de irretroactividad ................................... 247
4. Principio de máximo de subordinación a l a ley
penal sustantiva ........................................................ 247
5. Principio de representación popular ..................... 247
V I) Princíp io s p ara la lim itació n d e la v io lência por
exclu sió n d e sup uesto s de d isfunçio nalid ad gro-
sera p ara los d erecho s hum ano s: .
1. Principio de limitación máxima de Ia respuesta con­
tingente ............................. ............... .......................... 248
2 . Principio de le s iv id a d ................................................ 248
3. Principio de mínima proporcionalidad ............. 248
4. Principio de respeto mínimo a la h u m a n id a d ........ 248
5. Principio de idoneidad relativa ............................. 249
6. Principio limitador de la lesividad a la víctima . . . 249
7. Principio de trascendencia mínima de la interven­
ción punitiva ............................................ ................. 250
296 I ND; CE

VI I ) P rin c íp io s p a ra la lim itació n de la violência p o r


ex clusión de c u a lq u ie r p re te n sió n d e im p u tació n
p erso n al en razó n de su n o to ria irrac io n alid ad . . 250

C a p ít u l o Sex t o

LA L IM IT A C IO N D E LA V IO L Ê N C IA S E L E C T IV A
PO R LA LLAM A DA “T E O R IA D E L D E L IT O ”

I) H acia u n a p au tació n decisoria no le g itim an te :


1. La función teórica de la “construcción” del delito 251
2. “El” delito no existe ............................................... 252
3. Los requisitos elementales y mínimos para la pau­
tación decisoria .......................................................... 254
4. EI debate sobre la naturaleza del injusto ............. 257
5. La interpretación conglobada de los tipos penales
como instrumento limitador ................................... 262

II) L a crisis de la cu lp ab ilid ad :


1. La deslegitimación de la “reprochabilidad” ......... 264
2. Etica, reprochabilidad y culpabilidad .................. 274
I I I ) Los re q u isito s de la re sp o n sa b ilid a d :
1. (iQuién es “responsable” ......................................... 271
2. La culpabilidad por la vulnerabilidad como base
de la respuesta criminalizante ............................... 274
3. Niveles de vulnerabilidad y culpabilidad ............. 276
4. El esfuerzo personal para la v u ln e ra b ilid a d ......... 280
5. Cuantificación penal y culpabilidad por la vul-
nerabilidad o por el esfuerzo personal por la vulne­
rabilidad ..................................................................... 281
6. ^Se pretende una nuevp “tópica”? ........................ 284
7. ,:La culpabilidad por la vulnerabilidad es de acto
o de autor? ..................... ....................................... 286
8. Pena sin culpabilidad o la posibilidad de la abe-
rración tolerada (La peligrosidad del sistema
penal) ......................................................................... 287
S e term in o d e im prim ir en
lo s T a lleres G rá fico s C Y A N .
P o to s í 4 4 7 1 , B u en o s A ire s, T E L . 9 8 2 - 4 4 2 6
en el m es d e m a y o d e 1998

También podría gustarte