Para leer

LOS PADRES DE LA IGLESIA

Título original francés:
Nouvelle édition
Pour lire les Peres de l'Église
© 2007, Les Éditions du Cerf, París

Traducción:
Santiago García Rodríguez

© EDITORIAL DESCLÉE DE BROUWER, S.A., 2009

Henao, 6 - 48009 Bilbao
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ISBN: 978-84-330-2304-9
Depósito Legal: BI-610/09
Impresión: RGM, S.A. - Urduliz
 Adalbert-G. Hamman

Para leer
LOS PADRES DE LA IGLESIA
Nueva edición revisada y aumentada
por Guillaume Bady

DESCLÉE DE BROUWER
BILBAO
2009
Para ver claro hoy, hay que interrogar la Tradición que viene de los apóstoles.
Ireneo de Lyon

Las montañas y los mares separan a los Padres, a los unos de los otros,
pero la distancia no impide su armonía.
Todos han sido guiados por la misma y única gracia del Espíritu.
Cirilo de Alejandría

Quien desee llegar a ser un hábil teólogo, que lea y relea los Padres.
Bossuet

Yo no dejo de preguntarme qué habrían hecho los Padres en mi lugar,

ellos cuyos libros llenaban mi habitación, cuyo nombre salía continuamente
al encuentro de mis miradas.
Bossuet

Cada vez que, en nuestro Occidente, florece una renovación cristiana,

tanto en el orden del pensamiento como en el de la vida
(y los dos órdenes van siempre unidos), ha florecido bajo el signo de los Padres.
Henri de Lubac

Ser fiel a la Tradición, no es de ningún modo repetir y transmitir literalmente

las tesis de teología, sino más bien imitar de nuestros Padres en la fe
su actitud de reflexión íntima y su esfuerzo de creación audaz,
preludios necesarios de la verdadera fidelidad espiritual.
Hans Urs von Balthasar
 CAPITULO 3
"La edad de oro" (siglos IV y V)
El siglo IV es u n o de los m á s a g i t a d o s , de los m á s
c o n t r a s t a d o s , en la historia del c r i s t i a n i s m o : es u n a
e d a d d e o r o q u e fue c u a l q u i e r c o s a m e n o s d o r a d a . S e
abre con u n a gran persecución, y termina con la re-
conciliación de los dos poderes. A p a r e c e n las p r i m e -
I. DE DIOCLECIANO A CONSTANTINO EL GRANDE
El e m p e r a d o r D i o c l e c i a n o (284-305) e m p l e a los
primeros años de su reinado en restaurar el poder im-
perial, en r e f o r m a r la a d m i n i s t r a c i ó n y el ejército, lue-
go en r e c h a z a r las a m e n a z a s exteriores. En el 302 se
p r o d u c e u n c a m b i o d e política, p o r influjo d e u n aven-
t u r e r o d e Sofía, C é s a r Galerio. E l p o d e r o s o D á l m a t a
d e s e n c a d e n a u n a ofensiva anticristiana, c o n m e d i d a s
radicales: d e s t r u c c i ó n de las iglesias, s e c u e s t r o de los
libros s a g r a d o s , p r o h i b i c i ó n de las a s a m b l e a s reli-
giosas.
Esta persecución, la m á s larga de la historia roma-
na, d u r a diez años; m o d e r a d a en Occidente (una de
las víctimas es Victorino de Pettau, a u t o r del célebre
Comentario sobre el Apocalipsis), pero implacable en
Oriente, s o b r e t o d o en Palestina y en E g i p t o . La lista
de las v í c t i m a s es extensa. N i n g u n a p e r s e c u c i ó n n o s
ha dejado tantos relatos conmovedores.
Galerio, afectado de un m a l incurable, quiso re-
conciliarse c o n el Dios de los cristianos y p u b l i c ó un
e d i c t o q u e p u s o fin a la p e r s e c u c i ó n . Lactancio lo pu-
do leer s o b r e las m u r a l l a s de la c i u d a d de N i c o m e d i a ,
ras grandes controversias teológicas y al m i s m o tiem-
po unos prestigiosos defensores de la ortodoxia. La
Iglesia q u e se o r g a n i z a en esta é p o c a c o n o c e a la vez
extensión y desgarros.
el 10 de abril del 3 1 1 . Victoria de la c r u z y del heroís-
m o d e los mártires.
Constantino, dueño de Occidente después de la
victoria sobre Majencio en el P u e n t e Milvio, decidió
p o n e r fin a l a s p e r s e c u c i o n e s ( p o r e l e d i c t o d e M i l á n
e n e l 3 1 3 ; v e r p g . 61) y f a v o r e c e r a l o s c r i s t i a n o s . C o n s -
tituido s e ñ o r ú n i c o del I m p e r i o de Oriente y de Occi-
dente, u n a vez h u b o eliminado a Licinio en el 324,
f u n d ó C o n s t a n t i n o p l a p a r a s e l l a r l a u n i d a d y s e esfor-
zó por "extender por doquier la fe cristiana" (Eusebio,
Vida de Constantino, II, 56).
Desde la abdicación de Diocleciano hasta la muer-
te de Teodosio (395), el Imperio romano no se man-
tendrá m á s que veintidós años bajo la autoridad de la
m i s m a p e r s o n a . La c o m u n i d a d de destino es, pues,
frágil y e f í m e r a . La d i s l o c a c i ó n en d o s m i t a d e s , en el
s i g l o IV, y s o b r e t o d o e n e l V , s a c u d i r á p r o f u n d a m e n t e
a la Unam sanctam. E s c r i t o r e s g r i e g o s y l a t i n o s h a b i -
tan en dos áreas culturales diferentes y elaboran la
teología según su propia idiosincrasia. La lengua
griega ya no es cemento de la unidad. Occidente se
latiniza.
" L A EDAD DE ORO" 59
 F É L I X D E TIBIUCA, OBISPO, M U E R E MÁRTIR
EN CARTAGO EL 304.
Le dijo el a d m i n i s t r a d o r M a g n i l i a n o . - ¿ E r e s tú el o b i s p o
Félix?
Félix, o b i s p o , c o n t e s t ó : - Yo soy.
El a d m i n i s t r a d o r M a g n i l i a n o dijo: - E n t r e g a los l i b r o s o
códices que tengas.
El o b i s p o Félix c o n t e s t ó : - Los t e n g o , p e r o no los e n t r e g o .
El a d m i n i s t r a d o r M a g n i l i a n o dijo: - E n t r e g a los l i b r o s , a
f i n d e q u e p u e d a n s e r e c h a d o s a l fuego.
Félix, o b i s p o , c o n t e s t ó : - A n t e s p r e f e r i r í a q u e m e q u e m a -
r a n a m í vivo q u e n o l a s E s c r i t u r a s d i v i n a s , p o r q u e m á s
vale o b e d e c e r a Dios q u e a los h o m b r e s .
E l a d m i n i s t r a d o r M a g n i l i a n o dijo: - A n t e s e s l o q u e h a n
m a n d a d o los e m p e r a d o r e s q u e n o l o q u e t ú h a b l a s .
El o b i s p o Félix dijo: - A n t e s es el m a n d a t o del S e ñ o r q u e
el de los h o m b r e s .
Actas de Félix, 3, t r a d . de D. R u i z B u e n o ,
a
"Actas de los Mártires", 3 , B.A.C., M a d r i d , 1974, p. 961-962.
E N TESALÓNICA, E N E L 304
Martirio de Ágape, Irene y Quionia
El gobernador Dulcecio estaba sentado en el tribunal.
P r e s i d e n t e : - ¿Tenéis a c a s o e n t r e v o s o t r o s a l g ú n e s c r i t o ,
c ó d i c e s o l i b r o s de los i m p í o s c r i s t i a n o s ?
Q u i o n i a : - N i n g u n o , o h p r e s i d e n t e , n o s q u e d a , p u e s los
a c t u a l e s e m p e r a d o r e s n o s los h a n q u i t a d o t o d o s .
Presidente: - ¿Quién os ha h e c h o p e n s a r así?
Q u i o n i a : - El Dios o m n i p o t e n t e
P r e s i d e n t e : - ¿ Q u i é n e s h a n s i d o l a c a u s a d e q u e llegarais
a esa necedad?
Q u i o n i a : - El Dios o m n i p o t e n t e y su Hijo u n i g é n i t o , n u e s -
tro Señor Jesucristo.
Y él leyó la s e n t e n c i a e s c r i t a : "Ágape y Q u i o n i a , p u e s t o
que, hinchadas con inicuas ideas y sentir contrario, h a n
o b r a d o c o n t r a e l divino e d i c t o d e n u e s t r o s s e ñ o r e s los au-
g u s t o s y c e s a r e s , y h a s t a el p r e s e n t e p r a c t i c a n la t e m e r a r i a ,
v a n a y p a r a t o d o h o m b r e p i a d o s o e x e c r a b l e religión d e los
c r i s t i a n o s , m a n d o q u e s e a n q u e m a d a s vivas." D i c h o e s t o
a ñ a d i ó : " E n c u a n t o a Agatón, Casia, Felipa e I r e n e , d e b e n
ser g u a r d a d a s e n l a cárcel, h a s t a q u e a m í m e p a r e z c a . "
Así a q u e l l a s s a n t í s i m a s m u j e r e s ( Á g a p e y Q u i o n i a )
f u e r o n c o n s u m i d a s p o r e l fuego.
Martirio de Ágape, Irene y Quionia, 4,
ibid. p . 1038-1039.
60 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA
CARTA DE C O N S T A N T I N O Y L I C I N I O AL
G O B E R N A D O R DE BITINIA, LLAMADO
TRADICIONALMENTE EDICTO DE MILÁN, 313
Yo, C o n s t a n t i n o A u g u s t o , así c o m o yo, L i c i n i o A u g u s -
to, reunidos felizmente en Milán, p a r a discutir de todos
los p r o b l e m a s r e l a t i v o s a la s e g u r i d a d y al b i e n p ú b l i c o ,
h e m o s j u z g a d o q u e d e b í a m o s regular, e n t r e o t r a s d i s p o s i -
c i o n e s d e s t i n a d a s a a s e g u r a r , s e g ú n n u e s t r o j u i c i o , el b i e n
de la m a y o r í a , a q u e l l a s en las q u e r e p o s a el r e s p e t o a la
d i v i n i d a d , o sea, d a r a los c r i s t i a n o s c o m o a t o d o s la liber-
t a d y la p o s i b i l i d a d de s e g u i r la r e l i g i ó n q u e h a n elegido,
p a r a q u e t o d o c u a n t o h a y d e d i v i n o e n l a celestial m o r a d a
p u e d a ser benévolo y propicio a nosotros m i s m o s y a to-
d o s c u a n t o s s e h a l l a n bajo n u e s t r a a u t o r i d a d .
Por eso h e m o s creído, con un designio saludable y
recto, que había que t o m a r la decisión de no rehusar esta
posibilidad a nadie, de que se a d h i e r a con toda su a l m a a
la r e l i g i ó n de los c r i s t i a n o s o a la q u e c r e a m á s c o n v e -
n i e n t e p a r a él, a fin de q u e la d i v i n i d a d s u p r e m a , a la q u e
rendimos un homenaje espontáneo, pueda atestiguarnos
e n t o d o s u favor y b e n e v o l e n c i a a c o s t u m b r a d a . Así p u e s ,
conviene que sepas que hemos decidido, suprimiendo
p o r c o m p l e t o l a s r e s t r i c c i o n e s c o n t e n i d a s e n los e s c r i t o s
enviados a n t e r i o r m e n t e a tus oficinas sobre el n o m b r e
de cristianos, abolir las estipulaciones q u e nos p a r e c e n
totalmente contrarias y extrañas a nuestra mansedum-
bre, y p e r m i t i r en adelante a todos los que estén determi-
n a d o s a o b s e r v a r l a r e l i g i ó n d e los c r i s t i a n o s q u e l o h a -
g a n l i b r e m e n t e y p o r c o m p l e t o , sin verse i n q u i e t a d o s ni
molestados.
Transmitido por Lactancio en
De la muerte de los perseguidores, 4 8 ,
t r a d . en C o m b y , J. " P a r a l e e r la h i s t o r i a de la Iglesia",
1, EDV, Estella, 2 0 0 5 , p. 5 1 .
Los P a d r e s del siglo IV r e p r e s e n t a n , h a s t a el inicio
del V, un p u n t o de equilibrio e n t r e la h e r e n c i a antigua,
perfectamente asimilada, y un pensamiento cristiano
que ha llegado a su m a d u r e z . Oriente se enriquece con
la a p o r t a c i ó n t e o l ó g i c a de C a p a d o c i a , el O c c i d e n t e la-
tino se consolida, m á s allá del M e d i t e r r á n e o , en Ro-
m a , en Milán, en Galia, en E s p a ñ a y a las orillas del
Danubio.
 El i n t e r m e d i o del e m p e r a d o r Juliano (361-363),
cristiano q u e r e t o r n ó al p a g a n i s m o , p e r m i t e a los
obispos abandonar el destierro que padecían por su
fidelidad a Nicea. El edicto imperial, q u e p r o h i b e a los
cristianos "enseñar aquello en que no creen", hace que
la Iglesia t o m e c o n c i e n c i a de la m o r a l de los escritos
p a g a n o s y n a z c a en ella la i d e a de u n a e n s e ñ a n z a y de
u n a cultura de inspiración cristiana. Las obras de
Gregorio Nacianceno, de Agustín, de Paulino y de Ju-
venco lo testimonian.
1. El cristianismo, religión de Estado
Los favores del e m p e r a d o r , los privilegios y exencio-
nes a t a n la Iglesia a la a u t o r i d a d r o m a n a h a s t a el p u n -
to de c o m p r o m e t e r l a con un E s t a d o totalitario, aislán-
dola de un pueblo a b r u m a d o por la ñscalidad. La pro-
tección del I m p e r i o s e h a c e p e s a d a c u a n d o C o n s t a n t i -
no interviene en los a s u n t o s de la Iglesia; d e s p u é s de
h a b e r convocado el p r i m e r concilio e c u m é n i c o en Ni-
cea, en el palacio imperial, t o m a finalmente p a r t i d o
p o r Arrio, c o m o sus sucesores. P o r lo d e m á s , el e m p e -
r a d o r e s s i e m p r e e l pontifex maximus d e l a r e l i g i ó n p a -
g a n a oficial, h a s t a e l e d i c t o d e T e s a l ó n i c a p r o m u l g a d o
p o r Teodosio en el 380, d e c l a r a n d o al c r i s t i a n i s m o reli-
gión de Estado, y el a b a n d o n o de esta función p a g a n a
del e m p e r a d o r p o r G r a c i a n o en 383 o 384. A p a r t i r de
e n t o n c e s , d u r a n t e siglos, los e m p e r a d o r e s p r e s i o n a r á n
de m u c h a s m a n e r a s s o b r e los o b i s p o s y los concilios.
2. La crisis teológica: el arrianismo
E n e l siglo III Alejandría h a b í a e s t r e c h a d o los l a z o s
e n t r e la fe y la filosofía, a p e s a r -o q u i z á s a c a u s a d e -
l a g n o s i s h e t e r o d o x a . E s allí d o n d e e l p r e s b í t e r o A r r i o
provoca una nueva controversia, que t o m a r á su nom-
bre, poniendo en peligro la esencia de la fe cristiana:
la divinidad de Cristo, hijo de Dios.
Unos trescientos obispos, la m a y o r parte orienta-
les, r e s p o n d e n a la c o n v o c a t o r i a i m p e r i a l . T o d o s s u b s -
c r i b e n , f u e r a d e d o s , e l credo d e N i c e a , q u e a f i r m a q u e
Cristo es "verdadero Dios, nacido del Dios verdadero,
d e l a m i s m a s u b s t a n c i a (homoousios) q u e e l P a d r e " .
Es la fórmula que todavía hoy nosotros recitamos, re-
petida p o r el concilio de Constantinopla en el 381.
La fe de Nicea tarda m á s de 50 años antes de ser
reconocida por todos. E s a p a l a b r a homoousios había
sido empleada por Pablo de S a m o s a t a y condenada en
el concilio de Antioquía en el 268, porque esta palabra
nueva era sospechosa, al no estar en las Escrituras, e
i n d u c í a a u n a c o n f u s i ó n e n t r e el P a d r e y el Hijo; y este
es el motivo que explica su rechazo p o r Arrio y gran
parte de los Orientales. Estos por otra parte descon-
fiaban c a d a vez m á s ante algunos niceanos que, con-
f u n d i e n d o c a d a vez m á s al P a d r e y al Hijo, c o m o Mar-
celo de Ancira, se h a n desviado hacia el m o d a l i s m o .
El a r r i a n i s m o sólo se p r o p a g ó en Occidente gra-
cias a la c o n n i v e n c i a y la a c c i ó n de los e m p e r a d o r e s .
Constante se convierte en el a b a n d e r a d o de la división
y de la herejía, c o n d e n a d a en Nicea. Teodosio, mejor
aconsejado, ratifica la derrota del a r r i a n i s m o p o r la
vuelta a la fe de Nicea, en el concilio de C o n s t a n t i n o -
pla, en el 3 8 1 . La i n g e r e n c i a política p e r t u r b a a la Igle-
s i a d u r a n t e t o d o e l s i g l o IV.
EL P R I M E R CONCILIO E C U M É N I C O : NICEA, 325
D e t o d a s las Iglesias q u e l l e n a b a n E u r o p a e n t e r a , Li-
b i a y Asia, se r e u n i ó la flor de los m i n i s t r o s de Dios. U n a
sola casa de oración, c o m o dilatada por el poder divino,
r e u n i ó a los sirios y a los c i l i c i a n o s , a los fenicios y a los
á r a b e s , a los p a l e s t i n o s y a los de E g i p t o , T e b a i d a , Libia y
Mesopotamia. El obispo de Persia estuvo presente en el
sínodo; t a m b i é n Escitia con su obispo; el Ponto, Galacia
y Panfilia, C a p a d o c i a , Asia, Frigia e n v i a r o n a los m á s se-
lectos; los t r a c i o s y los m a c e d o n i o s , los a q u e o s y los epi-
" L A EDAD DE ORO" 61
 LA FE DE NICEA
Este es el símbolo de Nicea, comparado con el símbolo bautismal de Cesarea de Palestina, que le
sirvió de base para su redacción. Las fórmulas en cursiva fueron introducidas contra Arrio.

Símbolo de Cesarea Símbolo de Nicea

C r e e m o s e n u n s o l o Dios, C r e e m o s e n u n s o l o Dios,
Padre Todopoderoso, Padre Todopoderoso,
c r e a d o r d e t o d a s las c o s a s c r e a d o r de las cosas
visibles e invisibles, visibles y de las invisibles.
y en un solo S e ñ o r Jesucristo, Y en un solo S e ñ o r Jesucristo,
el V e r b o de Dios, hijo de D i o s ,
e n g e n d r a d o Hijo ú n i c o d e Dios,
Dios d e D i o s , e s decir, d e l a s u b s t a n c i a del P a d r e ,
l u z d e luz, Dios de Dios;
v i d a n a c i d a d e l a vida, luz d e luz;
Hijo ú n i c o , Dios v e r d a d e r o n a c i d o del Dios v e r d a d e r o ;
Primogénito de toda creatura, engendrado, no creado,
e n g e n d r a d o del P a d r e a n t e s d e t o d o s los siglos, consustancial con el Padre,
p o r q u i e n t o d o fue h e c h o . por el que todo se hizo
en el cielo y en la t i e r r a ,
Por n u e s t r a salvación Q u e p o r p o r n o s o t r o s los h o m b r e s
tomó carne y p o r n u e s t r a s a l v a c i ó n bajó,
y habitó entre nosotros. se e n c a r n ó y se h i z o h o m b r e .
Sufrió su pasión, Sufrió
r e s u c i t ó a l t e r c e r día, y r e s u c i t ó al t e r c e r día,
subió al Padre s u b i ó al cielo
y v o l v e r á en su g l o r i a y vendrá
a j u z g a r a los vivos y a los m u e r t o s . a j u z g a r a los vivos y los m u e r t o s .
Creemos también Y en el E s p í r i t u S a n t o .
e n u n solo E s p í r i t u S a n t o . Los que dicen:
"Hubo un tiempo
en que no era" y dicen
que fue sacado de la nada
o de otra sustancia o esencia,
o que el Hijo de Dios es capaz
de conversión o de cambio,
son anatematizados por la
Iglesia católica y apostólica.

62 I PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA

 r o t a s ; v i n i e r o n t a m b i é n d e s d e m u y lejos; h a s t a d e E s p a ñ a
v i n o u n o b i s p o i l u s t r e e n t r e t o d o s (Osio) a s e n t a r s e c o n
los d e m á s ; e l o b i s p o d e l a c i u d a d i m p e r i a l ( R o m a ) s e vio
impedido por su m u c h a edad, pero estaba representado
p o r a l g u n o s s a c e r d o t e s de su iglesia [...]
L o s o b i s p o s e n t r a r o n en la g r a n sala del p a l a c i o y se
s e n t a r o n p o r s u r a n g o e n las s e d e s q u e e s t a b a n p r e p a r a -
d a s [...] C u a n d o se oyó la s e ñ a l q u e a d v e r t í a la l l e g a d a del
e m p e r a d o r , t o d o s los o b i s p o s se l e v a n t a r o n , e i n m e d i a t a -
m e n t e e n t r ó é l e n m e d i o d e u n a c o r t e d e p e r s o n a s distin-
g u i d a s y s e p r e s e n t ó c o m o u n á n g e l d e Dios. D e s l u m h r a -
b a n a los ojos el e s p l e n d o r de su p ú r p u r a y el brillo del o r o
y p i e d r a s p r e c i o s a s q u e lo e n g a l a n a b a n [...]
( H a c i a el final del c o n c i l i o ) , se c e l e b r a r o n los v e i n t e
a ñ o s d e r e i n a d o del e m p e r a d o r e n t o d a s las p r o v i n c i a s
c o n g r a n d e s festejos p ú b l i c o s . E l e m p e r a d o r i n v i t ó a l o s
m i n i s t r o s d e D i o s a u n b a n q u e t e [...] N o f a l t ó n i n g ú n
o b i s p o . E l s u c e s o s u p e r ó t o d o s los p o s i b l e s e l o g i o s . L o s
soldados de la escolta, puestos en círculo, p r e s e n t a b a n
s u s e s p a d a s d e s n u d a s e n e l v e s t í b u l o del p a l a c i o . S i n te-
m o r a l g u n o , l o s h o m b r e s d e Dios p a s a b a n p o r m e d i o d e
ellos p a r a e n t r a r en p a l a c i o . Algunos se s e n t a r o n a la
m i s m a m e s a que el emperador. Los otros se pusieron al
l a d o e n l e c h o s c o l o c a d o s e n c í r c u l o . Les p a r e c í a u n a n t i -
c i p o del r e i n o d e C r i s t o y c r e í a n e s t a r m á s e n s u e ñ o s q u e
en la realidad. Tras un magnífico b a n q u e t e , el e m p e r a -
d o r les d i o u n a n u e v a p r u e b a d e s u m a g n i f i c e n c i a h o n -
r a n d o a cada u n o con regalos según sus méritos y digni-
dad.
E U S E B I O , Vida de Constantino, 111,15-16, t r a d . C o m b y , J
"Para leer la historia de la Iglesia", 1, EVD, Estella, 2005, p. 97.
3. La vida interior de la comunidad
En compensación, la paz religiosa le permite a la
Iglesia c o m p l e t a r su organización, multiplicar las dió-
cesis, luego las p a r r o q u i a s , desarrollarse y estructu-
rarse. E s t á claro q u e la m a y o r í a de los P a d r e s s o n
obispos, responsables de la catequesis, de la liturgia,
de la predicación.
La afluencia de candidatos da lugar a un catecu-
m e n a d o s ó l i d a m e n t e o r g a n i z a d o , u n a catequesis bí-
blica, b a u t i s m a l y m i s t a g ó g i c a . T o d o s los P a d r e s de la
época contribuyen al enriquecimiento de la literatura
de la iniciación cristiana.
A la i m p r o v i s a c i ó n le s u c e d e la e r a de las g r a n d e s
liturgias; Basilio en Oriente y A m b r o s i o en Occidente
son ejemplos de creatividad. Nace un lirismo cristiano.
El año litúrgico organiza la cuaresma, para la prepa-
r a c i ó n al b a u t i s m o y a la r e c o n c i l i a c i ó n de los p e n i t e n -
t e s . S e s o l e m n i z a e l Triduum q u e p r e p a r a l a P a s c u a ; l a
n o c h e p a s c u a l e s "la m á s b e l l a d e t o d a s las n o c h e s "
p a r a los neófitos y la c o m u n i d a d r e u n i d o s .
El siglo IV desarrolla el c u l t o de l o s mártires. Se
c o n s t r u y e n l o s martyria s o b r e s u s r e s t o s ( r e l i q u i a s ) ,
q u e se convierten en lugares de peregrinación, a tra-
vés d e t o d a s las provincias d e Oriente. E n R o m a s e
visitan las t u m b a s de P e d r o y Pablo, en Cartago la de
C i p r i a n o , en Nola la de Félix. El t r a s l a d o de las reli-
quias da lugar a grandes festividades.
El m i s m o siglo c o n t e m p l a el d e s a r r o l l o de la v i d a
monástica, primero en Oriente, bajo la forma anaco-
rética, con A n t o n i o en Egipto, luego la cenobítica,
con Pacomio; en Capadocia, aparece una forma más
cultivada con Basilio el Grande.
E n Occidente, R o m a , Milán, Tréveris, H a d r u m e t o ,
Tours, R o u e n c o n o c e n m u y p r o n t o un desarrollo pa-
recido, inspirado por el Oriente. Martín de Tours es el
p r o t o t i p o del m o n a c a t o occidental, A g u s t í n r e d a c t a
su p r i m e r a legislación. En el siglo siguiente, Marsella
y L é r i n s i n t e n s i f i c a r á n el fervor m o n á s t i c o y se c o n -
vertirán en centros teológicos y misioneros.
" L A EDAD DE ORO" 63
 LOS CONCILIOS ECUMÉNICOS DE LA ANTIGÜEDAD
1. Nicea I (325)
O c a s i o n a d o p o r las a f i r m a c i o n e s de Arrio, s e g ú n las cuales Cristo ha sido "creado", el
concilio afirma que el Verbo e n c a r n a d o es de la m i s m a substancia (homoousios, consubs-
t a n c i a l ) q u e e l P a d r e , D i o s n a c i d o d e Dios. E s e l m o d e l o d e t o d o s los c o n c i l i o s p o s t e r i o r e s .

2. Constantinopla I (381)
S e e s f u e r z a p o r p o n e r f i n a l a r r i a n i s m o , r e a f i r m a n d o l a d i v i n i d a d d e Cristo, n e g a d a p o r
E u n o m i o , a s í c o m o l a del E s p í r i t u S a n t o . S e h a p e r d i d o e l t e x t o d e l a s Actas.

3. Éfeso (434)
C o n Cirilo de A l e j a n d r í a y c o n t r a N e s t o r i o , el c o n c i l i o p r o c l a m a a M a r í a " M a d r e de D i o s "
(Theotokos). E n e l 4 3 3 , u n " e d i c t o d e u n i ó n " a f i r m a l a d i v i n i d a d del V e r b o d i v i n o , H i j o d e
D i o s , y del h o m b r e J e s ú s , hijo de M a r í a (verp. 73-74). U n a p a r t e de la c r i s t i a n d a d o r i e n t a l
r e c h a z a e s t e c o n c i l i o , l o q u e p r o v o c ó e n l a Iglesia u n a d i v i s i ó n q u e t o d a v í a p e r d u r a .

4. Calcedonia (451)
Reacciona c o n t r a el m o n o f i s i s m o de E u t i q u e s ( u n a sola n a t u r a l e z a en Cristo) y afirma
c o n L e ó n M a g n o " u n s o l o y m i s m o Hijo, n u e s t r o S e ñ o r J.-C. p e r f e c t o e n s u d i v i n i d a d , per-
fecto e n s u h u m a n i d a d , v e r d a d e r a m e n t e D i o s , v e r d a d e r a m e n t e h o m b r e " (ver p . 117). U n a
p a r t e d e l a c r i s t i a n d a d o r i e n t a l r e c h a z ó e s t e c o n c i l i o , l o q u e p r o v o c ó e n l a Iglesia u n a divi-
sión q u e todavía sigue.

5. Constantinopla II (553)
C o n d e n a los e r r o r e s a t r i b u i d o s a O r í g e n e s y a t r e s t e ó l o g o s ( T e o d o r o de M o p s u e s t i a , Teo-
d o r e t o d e Ciro, I b a s d e E d e s a ) . E l p a p a Vigilio c o n f i r m a l a c o n d e n a c i ó n d e los e r r o r e s p e r o
n o d e las p e r s o n a s . E l c o n c i l i o a p u n t a b a p r i n c i p a l m e n t e a l n e s t o r i a n i s m o .

6. Constantinopla III (680-681)

C o n d e n a e l m o n o t e l i s m o d e S e r g i o , s e g ú n e l c u a l e l Hijo n o p o s e e m á s q u e u n a v o l u n t a d ,
l a d i v i n a . S o f r o n i o d e J e r u s a l é n y M á x i m o e l Confesor, d e f e n s o r e s d e d o s v o l u n t a d e s e n Cris-
to, alcanzaron en él u n a victoria p ó s t u m a .

7. Nicea II (787)
C o n d e n a l a h e r e j í a i c o n o c l a s t a del e m p e r a d o r L e ó n III, s e g ú n e l c u a l Dios n o p u e d e s e r
representado por ninguna imagen.

64 PARA LEER Los P A D R E S DE LA IGLESIA

 II. LA MEMORIA DE LA IGLESIA: EUSEBIO DE CESAREA
Eusebio (263-339) es un hombre-bisagra entre el 2. Hombre de confianza de Constanti-
s i g l o I I I y e l IV. C o n o c i ó l a p a z d e l a I g l e s i a , y d e s p u é s
no e historiador
la persecución de Diocleciano, el retorno de la autori-
d a d imperial, en el m o m e n t o en q u e él llega a ser obis- E u s e b i o rechazó alinearse contra Arrio. Amigo de
po de Cesarea en Palestina; el reinado de Constanti- c o m p r o m i s o s , m á s diplomático que teólogo, el obis-
n o , el concilio de N i c e a y a c o n t i n u a c i ó n el d e s a r r o l l o po de Cesarea propuso en Nicea u n a fórmula equívo-
de la crisis arriana. ca y sólo a r e g a ñ a d i e n t e s s u b s c r i b i ó las d e c i s i o n e s
conciliares. Tomó parte en la intriga contra el partido
de N i c e a y en el concilio q u e d e p u s o a A t a n a s i o . Su in-
1. Discípulo de Orígenes fluencia pesó m u c h o en el regreso de Constantino de
q u i e n fue s u p a n e g i r i s t a . S u r e c u e r d o a d o l e c e r á d e es-
Eusebio se formó en Cesarea, d o n d e Pánfilo conti-
tos c o m p r o m i s o s perjudiciales.
n ú a la e n s e ñ a n z a y la metodología de Orígenes, con-
Eusebio, más apologista ( v e r s u s Églogas proféti-
serva los m a n u s c r i t o s y recopila los escritos disper-
cas, la Preparación evangélica y la Demostración evan-
sos, organiza en t o r n o a los "fondos de Orígenes" la
gélica) q u e t e ó l o g o ( v e r su Contra Marcelo y su Teolo-
biblioteca m á s rica de los escritos cristianos de la An-
gía eclesiástica), es a n t e t o d o un h i s t o r i a d o r y c o m o
tigüedad. En la casa se reúne una comunidad consa-
tal ha r e n d i d o un servicio i n s u s t i t u i b l e a la Iglesia. Su
g r a d a al e s t u d i o y a la a s c e s i s .
Historia eclesiástica, en diez libros, redactada antes
La comunidad se había especializado en la trans-
del 325, c o m p r e n d e d e s d e la fundación de la Iglesia
c r i p c i ó n de los textos. M á s t a r d e C o n s t a n t i n o les en-
hasta la victoria de Constantino sobre Licinio (324).
c a r g ó c i n c u e n t a Biblias e n p e r g a m i n o p a r a las igle-
El historiador ha reunido, a veces de un m o d o desor-
sias de Constantinopla.
denado, cantidad de documentos de primera mano,
El m i s m o Eusebio, además de sus comentarios
fuente inagotable para la historia de la Antigüedad
( e s p e c i a l m e n t e s o b r e l o s Salmos), e l a b o r a i n s t r u m e n -
cristiana. S u Historia s e r á c o n t i n u a d a p o r S ó c r a t e s ,
t o s e x e g é t i c o s m u y p r e c i o s o s : e l Onomásticon de los
luego por Sozomeno. Adjuntó a su Historia c o m o
lugares bíblicos y los Cánones evangélicos, q u e divi-
apéndice un escrito Sobre los mártires de Palestina,
d e n los evangelios en secciones y p e r m i t e n u n a con-
q u e recoge los o c h o a ñ o s de p e r s e c u c i ó n en Cesarea y
c o r d a n c i a m á s fácil.
e l m a r t i r i o d e n u m e r o s o s c r i s t i a n o s , d e l o q u e fue é l
En Cesarea, j u n t a m e n t e con Pánfilo, redacta u n a
testigo.
Apología d e O r í g e n e s , c u e s t i o n a d a p o r l o s a m b i e n t e s
p a l e s t i n e n s e s . De los seis libros, s o l a m e n t e u n o , el
primero, nos ha llegado hasta nosotros. Después de la
m u e r t e del m a e s t r o , E u s e b i o escribe su v i d a y l u e g o
se ve o b l i g a d o a h u i r a E g i p t o . A su r e g r e s o , es e l e g i d o
obispo de la ciudad.

" L A EDAD DE ORO" 65


EUSEBIO, PREFACIO DE LA HISTORIA
ECLESIÁSTICA
[3] P o r l o c u a l l a o b r a r e q u i e r e l a i n d u l g e n c i a d e lec-
tores benévolos p a r a conmigo, p u e s confieso q u e presen-
t a r l a o b r a p e r f e c t a y c o m p l e t a s e h a l l a m á s allá d e m i s
fuerzas, ya q u e h a s t a el m o m e n t o presente soy el p r i m e -
r o e n e n t r a r e n e s t a l a b o r c o m o i n t e n t a n d o s e g u i r u n sen-
d e r o d e s i e r t o y s i n h o l l a r . Así p u e s , p i d o a D i o s q u e s e a
m i g u í a y a l p o d e r del S e ñ o r q u e m e a y u d e , p u e s n o h e lo-
g r a d o e n c o n t r a r n i n g u n a huella e n t r e los h o m b r e s q u e
me h a n precedido en este sendero; yo descubriré peque-
ñ a s i n d i c a c i o n e s q u e , c a d a u n o a s u m o d o , n o s h a n deja-
d o a l g u n o s r e l a t o s p a r c i a l e s d e los t i e m p o s p a s a d o s al-
z a n d o s u s v o c e s d e s d e lejos a m o d o d e u n a a n t o r c h a d e s -
de lo alto de un p u n t o lejano c l a m a n d o y e x h o r t á n d o n o s ,
desde u n a torre, c ó m o nos es necesario c a m i n a r y dirigir
la s e n d a de la p a l a b r a sin error ni peligro.
[4] P o r t a n t o , h a b i e n d o r e c o g i d o d e e s t o s t e s t i m o n i o s
t o d o l o q u e c o n s i d e r a b a útil p a r a l a p r e s e n t e o b r a , y c o -
m o s i r e c o p i l a r a e n l a s p r a d e r a s e s p i r i t u a l e s los d i c h o s
a p r o p i a d o s d e los a n t i g u o s e s c r i t o r e s , i n t e n t a r é conferir-
les f o r m a h i s t ó r i c a , c o n t e n t á n d o m e a l r e c o b r a r , s i n o t o -
d a s , p o r l o m e n o s las m á s n o t a b l e s d e las s u c e s i o n e s d e
los apóstoles de n u e s t r o Salvador, las q u e todavía se re-
c u e r d a n e n l a s iglesias m á s i n s i g n e s .
(N°s 3-4)

D i c e n q u e l a S i b i l a E r i t r e a , s a c e r d o t i s a d e A p o l o , a n u n c i ó a " J e s u c r i s t o , Hijo d e Dios, S a l v a d o r , C r u z "

( d e s a r r o l l a n d o l a p a l a b r a g r i e g a "ijzys", p e z , v e r p . 20) e n u n p o e m a a c r ó s t i c o c a n t a d o ,
l e í d o v e r t i c a l m e n t e c o n c a d a inicial d e c a d a v e r s o .
E s u e b i o de C e s a r e a , Discurso de Constantino al Concilio de los santos (padres de Nicea), 18, PG 2 0 , 1 2 8 8 - 1 2 8 9 .

66 PARA LEER Los PADRES DE LA IGLESIA

 III. EL EGIPTO CRISTIANO
E g i p t o , c r i s t i a n o d e s d e h a c í a u n l a r g o t i e m p o , fue Su doctrina espiritual está recopilada principal-
s a c u d i d o v i o l e n t a m e n t e p o r la p e r s e c u c i ó n del e m p e - mente en los Apophthegmata {Sentencias) y en la
r a d o r M a x i m i n o . E u s e b i o h a b l a de "millares de per- Historia lausiaca de Palladlo. He aquí un ejemplo:
sonas" que murieron mártires. Conocemos nosotros "Un solitario, al ver a otro que llevaba un m u e r t o ,
los n o m b r e s de v a r i o s o b i s p o s , e n t r e ellos los de le dice: H e r m a n o , tú haces bien, p e r o harías todavía
Tmuis, Fileas, y sobre todo el de Alejandría, Pedro. m e j o r si s o p o r t a r a s a los vivos".
Pacomio, en compensación, hace evolucionar el
anacoretismo puro (soledad absoluta), o mitigado
1. Nacimiento del monacato egipcio (eremitas agrupados en torno a un padre espiritual)
hacia la vida cenobítica, es decir la comunitaria, ba-
El h e r o í s m o de los mártires es el q u e da origen a la
jo la autoridad de un abad.
ascesis monástica, que se esfuerza por prolongar el
Él m i s m o h a b í a e m p e z a d o p o r ingresar en la es-
fervor. L o s c r i s t i a n o s , p e r s e g u i d o s , s e h a b í a n y a reti-
cuela de un a n a c o r e t a , P a l e m ó n ; al c a b o de siete a ñ o s
r a d o al desierto d o n d e viven de u n a m a n e r a precaria.
se sintió l l a m a d o a p o n e r s e al servicio de los d e m á s .
P r e p a r a b a n el c a m i n o del a n a c o r e t i s m o en Egipto, en
Después de u n o s intentos infructuosos "con monjes
Siria, en Palestina, e incluso en M e s o p o t a m i a . Pablo
que no quieren hacer m á s que su propia voluntad",
de Tebas se h a c e eremita, a partir del 250.
encuentra sus primeros reclutas, escribe u n a Regla de
E l p a d r e d e los q u e "se e c h a n a l m o n t e " e s e l egip-
vida c o m ú n (conservada en parte), cuya esencia es la
cio A n t o n i o (hacia 251-356). C o n o c e m o s su epopeya
o b e d i e n c i a . E s t a b l e c e s u p r i m e r m o n a s t e r i o e n Ta-
p o r l a Vida d e Antonio, e s c r i t a p o r A t a n a s i o , q u i e n l o
b e n n e s e (Tebaida). María, su h e r m a n a le pide q u e es-
conoció; traducida a n u m e r o s a s lenguas servirá de
tablezca un m o n a s t e r i o de monjas cerca de él y lo
modelo para todo el m o n a c a t o oriental y occidental.
consigue.
A n t o n i o es un "fellah" sencillo. A los v e i n t e a ñ o s
El c e n o b i t i s m o p a c o m i a n o se o r g a n i z a en el Alto
escucha la l l a m a d a del Evangelio. Vende sus tierras,
Egipto. M á s tarde, S h e n u t e (+ 466) funda la famosa
d i s t r i b u y e el d i n e r o e n t r e los p o b r e s , se instala en la
c o m u n i d a d de Atripe, cerca de Tebas. Esto dará el
falda de la m o n t a ñ a . M u l t i t u d de a n a c o r e t a s i m i t a n
n o m b r e de Tebaida a un tipo de vida monástica. Con-
su ejemplo. El eremita u n a s veces busca la soledad,
t i n ú a n existiendo las d o s f o r m a s y las d o s se v a n desa-
otras vuelve a convivir c o n los h o m b r e s , c e r c a de co-
r r o l l a n d o . E l a n a c o r e t i s m o s e e s t a b l e c e n o lejos d e
lonias de a n a c o r e t a s , q u e él visita y aconseja.
Alejandría, en el desierto de Escitia (a partir de 330
El eremita, según el espíritu de Antonio, no es otra
con Macario el Egipcio, conocido también por obras
cosa q u e u n p i a d o s o laico, q u e vive í n t e g r a m e n t e e l
q u e la crítica m o d e r n a a t r i b u y e h o y a un cierto Si-
r a d i c a l i s m o del evangelio. L u c h a c o n t r a el espíritu
m e ó n ) , r e m o n t a el Nilo hasta el desierto de Nitrea y
del m a l q u e tiene s o m e t i d o bajo su p o d e r al m u n d o ;
h a s t a e l d e l a s C e l d a s ( K e l l i a ) . Allí s e r e t i r a E v a g r i o
a y u n o s , vigilias, m e d i t a c i ó n d e l a E s c r i t u r a , p o b r e z a
P ó n t i c o ( h a c i a 3 4 6 - 3 9 9 ) , a u t o r d e l a s Centurias gnós-
absoluta son los m e d i o s que le p e r m i t e n alcanzar la
ticos (o Kephalaia), del Tratado práctico (o Monje), del
perfección evangélica.
Gnóstico y d e l o s e s c o l i o s e x e g é t i c o s .

" L A EDAD DE ORO" 67

 VIDA DE A N T O N I O m i r e n e l suelo; m i r a b a l a d u l z u r a d e u n o y l a m a g n a n i m i -
d a d de o t r o ; y en u n o s y o t r o s n o t a b a e s p e c i a l m e n t e la d e -
Sus primeros pasos en la ascesis (270) v o c i ó n a Cristo y el a m o r q u e se t e n í a n m u t u a m e n t e . H a -
b i é n d o s e así s a c i a d o , volvía a su p r o p i o lugar, d o n d e se en-
P e r o d e n u e v o e n t r ó e n l a iglesia, e s c u c h ó a q u e l l a p a -
t r e g a b a a la vida ascética. H a c í a s u y o lo o b t e n i d o de c a d a
l a b r a del S e ñ o r e n e l E v a n g e l i o : N o o s p r e o c u p é i s p o r e l
u n o y d e d i c a b a todas sus energías a realizar en sí m i s m o
m a ñ a n a . N o p u d o s o p o r t a r m a y o r e s p e r a s i n o q u e s e fue
las v i r t u d e s d e t o d o s . N o t e n í a celos d e n a d i e d e s u e d a d ,
y d i s t r i b u y ó a los p o b r e s t a m b i é n e s t o ú l t i m o . E n c o m e n -
p e r o t a m p o c o q u e r í a ser inferior a ellos en lo mejor. Y t o d o
dó su h e r m a n a a u n a s vírgenes conocidas y de confianza
esto l o h a c í a d e tal m o d o q u e n a d i e s e s e n t í a o f e n d i d o , si-
y l a c o l o c ó e n u n a c a s a d e v í r g e n e s p a r a q u e fuese e d u c a -
n o q u e t o d o s s e a l e g r a b a n p o r él. Y así t o d o s los a l d e a n o s
d a . En c u a n t o a él, d e d i c ó t o d o su t i e m p o a la v i d a a s c é -
y los m o n j e s c o n q u i e n e s se r e l a c i o n a b a , v i e r o n q u é clase
tica, a t e n t o a s í m i s m o , c e r c a d e s u p r o p i a c a s a . N o exis-
d e h o m b r e e r a y l o l l a m a b a n e l a m i g o d e Dios; u n o s l o
tían a ú n tantos monasterios en Egipto, y ningún monje
a p r e c i a b a n c o m o a un hijo y o t r o s c o m o a un h e r m a n o .
c o n o c í a n a d a del g r a n d e s i e r t o . T o d o e l q u e q u e r í a d e d i -
c a r s e a s í m i s m o , p r a c t i c a b a l a v i d a a s c é t i c a s o l o , n o le-
ATANASIO, Vida de Antonio, 3-4.
jos de su aldea. Por aquel tiempo había en la aldea vecina
un anciano, que desde su juventud llevaba vida ascética
e n l a s o l e d a d . C u a n d o A n t o n i o l o vio, r i v a l i z ó c o n é l p o r
el bien. I n m e d i a t a m e n t e él t a m b i é n se estableció entre la
2. La Iglesia de Alejandría
vecindad de la ciudad. Luego, c u a n d o oía que en alguna
La c i u d a d sigue s i e n d o en el siglo IV un c e n t r o in-
p a r t e h a b í a a l g u i e n q u e s e e s f o r z a b a (en s e g u i r a Cristo),
se iba, c o m o s a b i a abeja, a b u s c a r l o y no volvía a su r e t i - telectual de primer orden, de m o d o particular en el
ro sin h a b e r l o visto; sólo d e s p u é s de recibir de él provi- e s t u d i o d e l a Biblia: e n t r e o t r o s e x e g e t a s p o d e m o s ci-
siones p a r a c a m i n a r hacia la virtud, regresaba. De este t a r a H e s i q u i o , autor, s e g ú n J e r ó n i m o , de u n a revi-
m o d o p a s ó el t i e m p o de su iniciación y se afirmó en la
sión de los Setenta h a c i a el 300 (no confundirlo con
d e t e r m i n a c i ó n de no volver m á s a la c a s a de sus p a d r e s
H e s i q u i o de Jerusalén, m o n j e del siglo V) y D í d i m o el
ni p e n s a r en sus parientes. Sólo deseaba dedicar todas
sus energías a la práctica c o n t i n u a de la vida ascética. Ciego (hacia 313-hacia 398).
T r a b a j a b a c o n s u s m a n o s , p u e s h a b í a o í d o q u e "el q u e n o Alejandría, p o r lo d e m á s , era u n a Iglesia n u m e r o -
quiera trabajar, q u e t a m p o c o coma". De sus ganancias,
sa, i n q u i e t a , efervescente. El o b i s p o P e d r o , viejo as-
g u a r d a b a algo p a r a c o m p r a r el p a n y el resto lo d a b a a los
ceta, m u r i ó mártir en el 312. El m i s m o a ñ o le sucede
pobres. Oraba constantemente habiendo aprendido que
h a y que o r a r sin cesar en lo secreto. E s t a b a t a n atento a Alejandro. Éste se o p o n e a Arrio, un docto, elocuen-
la lectura de la Escritura que no se le escapaba nada: re- t e y a s c é t i c o p r e s b í t e r o d e B a u c a l i s , u n a d e las igle-
tenía t o d o y su m e m o r i a le servía en lugar de libros. sias de la ciudad. Esta oposición recae sobre la doctri-
na trinitaria, en la que Arrio radicaliza el subordina-
Se instruye en compañía de otros ascetas y se esfuerza c i o n i s m o : el Hijo es c l a r a m e n t e inferior, es sólo u n a
por imitar sus virtudes creatura divina, a u n q u e perfecta.
Así vivía A n t o n i o y e r a a m a d o p o r t o d o s . Él, a su vez, se
s o m e t í a c o n t o d a s i n c e r i d a d a los h o m b r e s c e l o s o s (asce- El obispo, q u e g o b e r n a b a c o n firmeza la Iglesia de
tas) que visitaba, y se esforzaba en a p r e n d e r aquello en Egipto, r e ú n e en concilio a un c e n t e n a r de obispos y
q u e c a d a u n o l o a v e n t a j a b a e n celo y p r á c t i c a ascética. O b - c o n d e n a las a f i r m a c i o n e s de Arrio. Éste b u s c a sus
servaba la amabilidad de uno, la asiduidad de otro en la apoyos al lado de Eusebio de Cesarea y de E u s e b i o
o r a c i ó n ; c o n t e m p l a b a la p a c i e n c i a de u n o y la c a r i d a d p a -
d e N i c o m e d i a ( s e d e del e m p e r a d o r ) , p e r s o n a j e influ-
r a c o n e l p r ó j i m o d e otro; fijaba s u a t e n c i ó n e n las vigilias
o b s e r v a d a s p o r u n o y e n los e s t u d i o s a s i d u o s d e o t r o s ; ad- yente, si lo h u b o . P o c o a p o c o el Oriente cristiano se
m i r a b a a u n o p o r su c o n s t a n c i a , y a o t r o p o r a y u n a r y dor- encontró partido en dos. Constantino, señor absolu-

68 PARA LEER Los PADRES DE LA IGLESIA

to, decidió reunir un concilio e c u m é n i c o en Nicea,
c o m o h e m o s visto antes. Atanasio, todavía diácono,
a c o m p a ñ a a su obispo, al que sucede en el a ñ o 328.
3. Atanasio, columna de la ortodoxia
(296-373)
Cristiano desde su primera infancia, recibió u n a
b u e n a f o r m a c i ó n clásica, c o n s o l a m e n t e u n o s ele-
m e n t o s d e filosofía. A l g u n o s d e s u s m a e s t r o s m u r i e -
ron mártires bajo Diocleciano, pues eran cristianos.
Atanasio se p u s o al servicio de la Iglesia, defendién-
dola c o n intrepidez, c o m o un hijo a su m a d r e .
A t a n a s i o m u e r e el 2 de m a y o del 373. De los cua-

Defensor de la fe de Nicea r e n t a y seis a ñ o s de su e p i s c o p a d o , p a s ó veinte en el

destierro. L a p a r t e m á s i m p o r t a n t e d e s u s escritos es-
Atanasio tiene treinta y tres años c u a n d o , después
t á d e d i c a d a a d e f e n d e r e l credo d e N i c e a : i g u a l d a d d e
de u n a elección laboriosa, contestada y finalmente con-
naturaleza, de substancia, de dignidad del Hijo y del
firmada por el emperador, se convierte en patriarca de
Padre. Lo expone primeramente en Tres discursos
la prestigiosa ciudad de Alejandría, en el 328. El obispo
contra los arrianos. N a r r a los s u c e s o s q u e h a n c o n d e -
se esfuerza p o r asegurar en su diócesis la fe de Nicea.
nado a Arrio, después rehabilitado, e n l a Apología
A p a r t i r del 330 A t a n a s i o se e n f r e n t a a la vez c o n
contra los arrianos y en la Historia de los arríanos. En
los d i s c í p u l o s del p r e s b í t e r o Melecio, q u e m a n t e n í a n
ellos refuta las a f i r m a c i o n e s del h e r e s i a r c a , e x p o n e la
la p o s t u r a rigorista d e s p u é s de las persecuciones, y
f e d e N i c e a , q u e é l p r o f e s a i g u a l m e n t e e n Los Conci-
c o n los p a r t i d a r i o s de Arrio. R e c h a z a c a t e g ó r i c a m e n -
lios, en Los decretos del concilio de Nicea y en l a s c a r -
te r e i n t e g r a r a Arrio en el clero de la c i u d a d , a p e s a r
tas al o b i s p o egipcio S e r a p i ó n (ver pg. 70).
de la o r d e n formal del emperador. Los p a r t i d a r i o s de
Arrio p r o v o c a n un s í n o d o en Tiro, en el 335, q u e de-
pone al patriarca. El emperador entonces lo destierra Apologista y polemista
a Tréveris. Es el p r i m e r o de los c i n c o d e s t i e r r o s .
Atanasio es un luchador. En su juventud, todavía
- 1º destierro, bajo C o n s t a n t i n o , 11 julio del 335-22
d i á c o n o , e s c r i b e , e n l a l í n e a d e l a s Apologías, e l Dis-
n o v i e m b r e 337; residencia en Tréveris;
curso contra los paganos y sobre la encarnación del
- 2° d e s t i e r r o , b a j o C o n s t a n c i o , 16 a b r i l 339-21 o c t u -
Verbo, d o n d e r e f u t a l a i d o l a t r í a ; a l l í d e m u e s t r a l a i n a -
b r e 346; e s t a n c i a en R o m a ;
n i d a d de las divinidades p a g a n a s y la vía q u e p e r m i t e
o
- 3 destierro bajo el m i s m o , 9 febrero 356-21 febre-
alcanzar al verdadero Dios. Para encontrarlo no hay
ro 362; desierto de Egipto;
o
o t r o c a m i n o q u e e l m i s m o h o m b r e , q u i e n lleva e n s í l a
- 4 destierro, bajo Juliano, 24 octubre 362-5 sep-
huella del Dios q u e lo ha c r e a d o (ver p. 70-71)
tiembre 363; desierto de Egipto;
o E n las o b r a s p o l é m i c a s , p r o v o c a d a s p o r e l arrianis-
- 5 destierro, bajo Valente, 5 octubre 365-31 enero
366; desierto de Egipto. m o , Apología para la huida, Historia de los arrianos, el

Atanasio es u n a de las g r a n d e s figuras de o b i s p o o b i s p o p r o s c r i t o m a n e j a u n a i r o n í a á s p e r a q u e n o per-

de la historia antigua. Tallado en granito, intransigen- d o n a a nadie. Tiene p a l a b r a s terribles c o n t r a los e u n u -

te hasta la violencia, es un obispo de la Resistencia. cos que r o d e a n y aconsejan al e m p e r a d o r : "¡Cómo

Nacido en Alejandría, conoce bien al pueblo, simpati- queréis, dice, que estas p e r s o n a s c o m p r e n d a n algo de
za con su piedad, aprende el copto. Sabe manejar la l a g e n e r a c i ó n d e l H i j o d e D i o s ! " . E l o b i s p o t i e n e l a vi-
turba, si es preciso, c o m o un tribuno. rilidad de los violentos q u e c o n q u i s t a r o n el R e i n o .

" L A EDAD DE ORO" I 69

 Amigo de los monjes
Desde Alejandría h a s t a la Tebaida florecen los m o -
n a s t e r i o s d e a n a c o r e t a s y c e n o b i t a s . A t a n a s i o los fre-
cuenta por simpatía, luego para encontrar refugio en
ellos. C o n o c e y visita c o n frecuencia a A n t o n i o , a n t e s
de escribir su vida. Éste interviene a favor del obispo
a n t e el e m p e r a d o r . Va i n c l u s o a Alejandría, a p e t i c i ó n
de los o b i s p o s de Egipto, p a r a refutar de la m a n e r a
m á s f o r m a l los e r r o r e s d e Arrio. A t a n a s i o lleva consi-
go al destierro a m o n j e s q u e d a n a c o n o c e r el m o n a -
cato en Occidente. Igual q u e todos los obispos de
Alejandría, c o n o c e la a s c e n d e n c i a q u e t i e n e n los m o n -
jes sobre el p u e b l o bajo. Los religiosos no sólo sostie-
n e n la autoridad del obispo sino t a m b i é n la doctrina
o r t o d o x a d e N i c e a . I n v e r s a m e n t e , e l p a t r i a r c a d e Ale-
j a n d r í a es a la vez testigo, p r o p a g a n d i s t a y a u t o r es-
piritual del a s c e t i s m o m o n á s t i c o . E s c r i b e u n t r a t a d o
Sobre la virginidad y m a n t i e n e correspondencia con
l a s v í r g e n e s de A l e j a n d r í a . La Vida de Antonio f u e no
El Verbo se hizo carne
sólo un best-seller sino t a m b i é n la carta de todo el
m o n a c a t o (ver p. 68).
ATANASIO
La Trinidad
Así p u e s , l a T r i n i d a d e s s a n t a y p e r f e c t a , c o n f e s a d a
c o m o D i o s en el P a d r e y el H i j o y el E s p í r i t u S a n t o , no
contiene n a d a e x t r a ñ o o m e z c l a d o d e s d e el exterior, ni
consta de creador y creatura, sino que toda entera es
c r e a d o r a y p r o d u c t o r a . Es s e m e j a n t e a sí m i s m a , indivi-
sible p o r n a t u r a l e z a y s u a c t i v i d a d e s u n a sola. E n efecto,
e l P a d r e l o h a c e t o d o p o r m e d i o del V e r b o e n e l E s p í r i t u
S a n t o , y d e e s t e m o d o q u e d a a salvo l a u n i d a d d e l a S a n -
t a T r i n i d a d . Y a s í s e p r e d i c a e n l a I g l e s i a u n ú n i c o Dios
" q u e e s t á s o b r e t o d a s las c o s a s , a t r a v é s d e t o d o y e n t o -
dos". "Sobre t o d a s las cosas" c o m o P a d r e , c o m o princi-
p i o , c o m o f u e n t e . " A t r a v é s d e t o d o " , p o r m e d i o del Ver-
bo. "En todos", en el Espíritu S a n t o
70 PARA LEER Los P A D R E S DE LA IGLESIA
La Trinidad lo es no sólo de n o m b r e y p o r la expresión
de la palabra, sino que es Trinidad en realidad y p o r sub-
s i s t e n c i a . P o r q u e c o m o e l P a d r e e s "el q u e es", a s í s u Ver-
bo es "el q u e e s " y "es D i o s p o r e n c i m a de t o d o " , y el E s -
p í r i t u S a n t o n o e s i n s u b s i s t e n t e , s i n o q u e existe y s u b s i s -
te verdaderamente.
L a Iglesia c a t ó l i c a n o p i e n s a e n n a d a m e n o s d e e s t o ,
p a r a n o c a e r e n los h o d i e r n o s j u d í o s a l estilo d e Caifás n i
e n t r e los d e Sabelio, y n o p i e n s a e n n a d a m á s , p a r a n o r o -
d a r h a c i a el p o l i t e í s m o de los griegos. Y q u e ésta es la fe de
la Iglesia, p u e d e n a p r e n d e r l o de c ó m o el S e ñ o r al e n v i a r a
los a p ó s t o l e s , les m a n d ó p o n e r l e este f u n d a m e n t o a la Igle-
sia d i c i e n d o : "Id y e n s e ñ a d a t o d o s los p u e b l o s , b a u t i z á n -
d o l o s en el n o m b r e del P a d r e y del Hijo y del E s p í r i t u S a n -
to. P o r su p a r t e , los a p ó s t o l e s fueron y lo e n s e ñ a r o n así. Y
ésta es la p r e d i c a c i ó n p a r a t o d a la Iglesia bajo el cielo.
Carta a Serapión, I, 2 8 , t r a d . C. G r a n a d o ,
"Biblioteca patrística", 71, Ciudad Nueva, Madrid,
e t c . 2 0 0 7 , p . 117-119.
P u e s vio e l g é n e r o r a c i o n a l d e s t r u i d o y q u e l a m u e r t e
r e i n a b a e n t r e ellos c o n s u c o r r u p c i ó n ; y vio t a m b i é n q u e
la a m e n a z a de la transgresión hacía prevalecer la corrup-
c i ó n s o b r e n o s o t r o s y q u e e r a a b s u r d o a b r o g a r l a ley a n -
t e s d e c u m p l i r l a ; y vio t a m b i é n q u é i m p r o p i o e r a l o q u e
había ocurrido, porque lo que él m i s m o había creado, era
l o q u e p e r e c í a ; y v i o t a m b i é n l a e x c e s i v a m a l d a d d e los
h o m b r e s , p o r q u e ellos p o c o a p o c o l a h a b í a n a c r e c e n t a -
do c o n t r a sí h a s t a h a c e r l a intolerable; y vio t a m b i é n la
d e p e n d e n c i a d e t o d o s los h o m b r e s a n t e l a m u e r t e , s e
compadeció de nuestra raza y lamentó nuestra debilidad
y, s o m e t i é n d o s e a n u e s t r a c o r r u p c i ó n , no t o l e r ó el d o m i -
nio de la muerte, sino que, para que lo creado no se des-
t r u y e r a n i l a o b r a del P a d r e e n t r e los h o m b r e s r e s u l t a r a
en vano, t o m ó p a r a sí un c u e r p o y éste no diferente del
nuestro.
Pues no quiso simplemente estar en un cuerpo, ni
q u i s o s o l a m e n t e a p a r e c e r , p u e s s i h u b i e r a q u e r i d o sola-
m e n t e aparecer, habría podido realizar su divina m a n i -
festación p o r m e d i o de algún otro ser m á s poderoso. Pe-
ro t o m ó nuestro cuerpo, y no simplemente esto, sino que
lo t o m ó de u n a virgen pura e inmaculada que no conocía
varón: un cuerpo p u r o y verdaderamente no contamina-
d o p o r l a r e l a c i ó n c o n los h o m b r e s .
En efecto, a u n q u e es p o d e r o s o y el c r e a d o r del uni-
verso, p r e p a r a en la Virgen p a r a sí el c u e r p o c o m o un
templo y lo hace apropiado c o m o un instrumento en el
que sea conocido y habite.
Y así, t o m a n d o u n c u e r p o s e m e j a n t e a l o s n u e s t r o s ,
puesto que todos e s t a m o s sujetos a la c o r r u p c i ó n de la
m u e r t e , lo e n t r e g ó p o r t o d o s a la m u e r t e , lo ofreció al Pa-
dre, y lo hizo de u n a m a n e r a benevolente, para que m u -
r i e n d o t o d o s e n é l s e a b o l i e r a l a ley h u m a n a q u e h a c e r e -
ferencia a la c o r r u p c i ó n (porque se centraría su p o d e r en
e l c u e r p o del S e ñ o r y y a n o t e n d r í a l u g a r e n e l c u e r p o d e
los h o m b r e s ) , p a r a q u e , c o m o los h o m b r e s h a b í a n v u e l t o
de n u e v o a la c o r r u p c i ó n , él los r e t o r n a r a a la i n c o r r u p t i -
bilidad y p u d i e r a darles vida en vez de m u e r t e , p o r la
apropiación de su cuerpo, haciendo desaparecer la muer-
t e d e ellos, c o m o u n a c a ñ a e n e l fuego, p o r l a g r a c i a d e l a
resurrección.
Convenciéndose, pues, el Verbo de que la c o r r u p c i ó n
d e los h o m b r e s n o s e s u p r i m i r í a d e o t r a m a n e r a q u e c o n
una muerte universal, y, dado que no era posible que el
V e r b o m u r i e r a , s i e n d o i n m o r t a l e H i j o del P a d r e , t o m ó
por esta razón p a r a sí un c u e r p o que pudiera morir, p a r a
q u e é s t e , p a r t i c i p a n d o del V e r b o q u e e s t á s o b r e t o d o s , lle-
g a r a a ser a p r o p i a d o p a r a m o r i r p o r t o d o s y p e r m a n e c i e -
ra i n c o r r u p t i b l e g r a c i a s a q u e el V e r b o lo h a b i t a b a , y a s í
se a p a r t a s e la c o r r u p c i ó n de t o d o s los h o m b r e s p o r la
g r a c i a d e l a r e s u r r e c c i ó n . E n c o n s e c u e n c i a , c o m o ofren-
da y sacrificio l i b r e de t o d a i m p u r e z a , c o n d u j o a la m u e r -
t e e l c u e r p o q u e h a b í a t o m a d o p a r a sí, e i n m e d i a t a m e n t e
d e s a p a r e c i ó de t o d o s los s e m e j a n t e s la m u e r t e p o r la
ofrenda de u n o semejante.
P u e s t o q u e e l V e r b o d e Dios e s t á s o b r e t o d o s , c o n s e -
c u e n t e m e n t e , ofreciendo su p r o p i o t e m p l o y el instru-
m e n t o corporal c o m o sustituto por todos, p a g a b a la deu-
da con su muerte; y c o m o el incorruptible Hijo de Dios
e s t a b a u n i d o a t o d o s los h o m b r e s a t r a v é s d e u n c u e r p o
s e m e j a n t e a l o s de t o d o s , r e v i s t i ó en c o n s e c u e n c i a a t o -
d o s los h o m b r e s d e i n c o r r u p t i b i l i d a d p o r l a p r o m e s a re-
f e r e n t e a su r e s u r r e c c i ó n . Y la p r o p i a c o r r u p c i ó n en la
m u e r t e q u e a f e c t a a los h o m b r e s y a n o o c u p a lugar, por-
q u e e l Verbo h a b i t a e n ellos a t r a v é s d e u n s o l o c u e r p o .
Y c o m o c u a n d o u n g r a n rey llega a u n a g r a n c i u d a d ,
y h a b i t a u n a sola d e s u s c a s a s , e n t e r a m e n t e l a tal c i u d a d
s e h a c e d i g n a d e g r a n h o n o r y y a n i n g ú n e n e m i g o o la-
drón la asalta para saquearla, sino que es considerada
d i g n a d e t o d o r e s p e t o , p o r q u e e l rey h a b i t a e n u n a sola d e
sus casas, así t a m b i é n sucedió con el Rey de t o d a s las co-
sas, y a q u e h a b i e n d o l l e g a d o a n u e s t r a t i e r r a y h a b i t a n d o
un solo c u e r p o semejante al nuestro, cesó consecuente-
m e n t e t o d a l a p r e o c u p a c i ó n e n los h o m b r e s c o n r e s p e c t o
a los e n e m i g o s y la c o r r u p c i ó n de la m u e r t e d e s a p a r e c i ó ,
c u a n d o a n t e s t e n í a t a n t a f u e r z a e n t r e ellos. L a e s t i r p e d e
los h o m b r e s h a b r í a s i d o d e s t r u i d a , s i e l S e ñ o r d e t o d o y
Salvador, e l Hijo d e D i o s , n o s e h u b i e r a p r e s e n t a d o p a r a
p o n e r fin a la m u e r t e .
La Encarnación del Verbo, 8,9,
t r a d . J.C. F e r n á n d e z S a h e l i c e s
"Biblioteca patrística", 6, Ciudad Nueva, Madrid,
2
1 9 9 7 , p . 53-56.
4. Cirilo de Alejandría (+ 444)
De tío Teófilo al asesinato de Hypatia
S i A t a n a s i o i l u s t r a l a p r i m e r a p a r t e d e l s i g l o IV,
Teófilo, u n o de sus sucesores, es un personaje subi-
do de color: verdadero faraón cristiano, p r e o c u p a d o
ante todo p o r asentar su p o d e r frente a Constantino-
pla, la rival. L u c h ó c o n t r a los cultos p a g a n o s destru-
yendo sus templos: el de Serapis (con su biblioteca),
el de Mitra y el de Dionisos. En un principio admira-
dor de Orígenes, por oportunismo, terminó por cam-
b i a r d e c a m p o p a r a aliarse c o n los m o n j e s anti-ori-
genistas.
Teófilo tuvo un p a p e l t r i s t e m e n t e célebre en la
c o n d e n a a l d e s t i e r r o d e J u a n C r i s ó s t o m o (ver p . 88).
Esto provocó la ruptura con Roma.
No se contentó con gobernar en vida todo Egipto,
s i n o q u e p r e p a r ó s u s u c e s i ó n . S u p r o p i o s o b r i n o , Ci-
rilo, fue e l e g i d o , no sin p r o b l e m a s , el 15 de o c t u b r e
del 412.
" L A EDAD DE ORO" 71
 E l n u e v o elegido tenía u n a ventaja s o b r e s u tío, u n a
ventaja temible: conocía la teología. En la p r i m e r a
parte de su episcopado, p o l e m i z ó c o n t r a los arríanos,
e n l a l í n e a d e A t a n a s i o . S i n c o n t a r l o s Diálogos sobre l a
Trinidad, el v o l u m i n o s o Tesoro de la Trinidad sania y
consubstancial e s t á compuesto por más de un tercio
de extractos de Atanasio sobre el m i s m o tema.
Distribuyó su tiempo entre la tarea pastoral - d e lo
q u e s o n t e s t i m o n i o sus Cartas f e s t a l e s (enviadas ca-
da a ñ o para anunciar la fecha de P a s c u a ) - y su obra
teológica.
La familiaridad con la Escritura no le impidió de
n i n g ú n m o d o a Cirilo preferir los m o d a l e s fuertes de
su tío a la d u l z u r a evangélica. E s t u v o en el origen de
un " p r o g r o m " c o n t r a la g r a n colonia j u d í a de la ciu-
dad. Se le ha acusado también de connivencia en el
a s e s i n a t o d e u n a m u j e r p a g a n a , filósofa m u y a p r e c i a -
da, Hypatia. Escribió contra el p a g a n i s m o persistente
el Contra Juliano.
Cirilo y el concilio de Éfeso (431-433)
El a r r i a n i s m o llevó a la Iglesia a p o n e r el a c e n t o
sobre la divinidad de Cristo. C o n esto se corría el peli-
gro de minimizar su naturaleza h u m a n a . El obispo de
L a o d i c e a , A p o l i n a r , a b u n d a b a e n e s t a s i d e a s a l afir-
m a r que Cristo no tenía espíritu h u m a n o , al no tener
m á s que u n a sola naturaleza, la de Dios.
E l v o c a b u l a r i o d e l a é p o c a e s t a b a lejos d e t e n e r l a
precisión actual, para m a n t e n e r en Cristo la u n i d a d de
p e r s o n a en la dualidad de las dos naturalezas, divina y
h u m a n a . Las n o c i o n e s de n a t u r a l e z a c o m p l e t a y de hi-
p ó s t a s i s , q u e l o s L a t i n o s llamaban persona ( p e r s o n a ) , n o
tenían la claridad actual. Esto provocaba confusiones.
L a v e r d a d - p e r o n o los h o m b r e s - s e m a n t e n í a e q u i -
distante entre los dos excesos. Se e n f r e n t a r o n dos es-
cuelas o corrientes, que deberían haber sido comple-
mentarias; e n f r e n t a m i e n t o agravado p o r las rivalida-
des de s e d e y p o r la p a s i ó n de los m e t r o p o l i t a n o s .
72 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA
Nestorio, monje de Antioquía, n o m b r a d o obispo
de C o n s t a n t i n o p l a , e n c e n d i ó la p ó l v o r a al c r i t i c a r el tí-
tulo de "Theotokos", m a d r e d e D i o s , a p l i c a d o a M a r í a .
La expresión evidentemente resultaba ortodoxa sólo si
se a p l i c a b a a la p e r s o n a de J e s ú s y no a su n a t u r a l e z a :
M a r í a es m a d r e de un h o m b r e q u e es el Hijo de Dios.
Q u e d a b a excluido q u e s e p u d i e r a h a b l a r d e d o s hijos.
E n realidad Cirilo e m p l e a b a d o s expresiones des-
g r a c i a d a s c u a n d o h a b l a b a d e u n i d a d física o d e l a ú n i -
ca naturaleza del Logos, h e c h o carne. Esta fórmula de
Apolinar que circulaba al a m p a r o de la autoridad de
Atanasio, era p u e s u n a falsificación de la q u e p o r des-
g r a c i a Cirilo fue v í c t i m a , h a c i e n d o u n a a m a l g a m a e n -
tre naturaleza e hipóstasis (persona).
En lugar de u n a clarificación de ideas, lo que se
p r o d u j o fue u n a c á b a l a . Cirilo, e n u n a c a r t a p a s t o r a l ,
t o m ó su p o s t u r a y pidió a Nestorio q u e se retractara.
Llevó el t e m a ante el p a p a Inocencio I. Un sínodo de
R o m a exigió a Nestorio q u e se desmintiera, so p e n a
de ser d e p u e s t o . Cirilo t r a n s m i t i ó la s e n t e n c i a r o m a -
na, pero le añadió de su cosecha d o c e anatematis-
mos, teológicamente contestables.
El e m p e r a d o r T e o d o s i o II, hostil a Cirilo, c o n v o c ó
u n concilio e c u m é n i c o e n É f e s o . Cirilo, e n l a p r i m e r a
sesión, c u a n d o t o d a v í a n o h a b í a n llegado los o b i s p o s
de Siria, se a p r e s u r ó a lograr q u e se c o n d e n a r a a Nes-
torio. C u a n d o llegaron J u a n de A n t i o q u í a y los obis-
p o s de Siria e x c o m u l g a r o n a Cirilo. A su vez los lega-
dos r o m a n o s d e s e m b a r c a r o n y a p r o b a r o n la decisión
de la p r i m e r a sesión. El e m p e r a d o r confirmó la desti-
t u c i ó n de los d o s a n t a g o n i s t a s , N e s t o r i o y Cirilo.
Cirilo, c o n su habilidad, logró r e c u p e r a r la libertad
y s u sede, m i e n t r a s q u e N e s t o r i o fue c o n f i n a d o e n u n
m o n a s t e r i o de Atioquía. Cirilo se dio c u e n t a de q u e
había llegado el m o m e n t o de h a c e r concesiones, re-
n u n c i ó a s u s anatematismos. F i n a l m e n t e se l o g r ó la
unión en el 433, con la fórmula aprobada por el papa
S i x t o I I I (ver p. 74 y también p. 27).
CIRILO DE ALEJANDRÍA m i s m o se ha edificado? ¿Quién está s o m e t i d o a la igno-
m i n i a de quien ha l l a m a d o m a d r e a su p r o p i a esclava?
Homilía pronunciada en el concilio de Éfeso (431)
P o r e s t o el u n i v e r s o e n t e r o se regocija /.../
Que nos sea concedido t e m b l a r y a d o r a r la Trinidad
Yo contemplo la asamblea esplendorosa habiéndose
i n d i v i s a , c a n t a n d o a la s i e m p r e V i r g e n M a r í a , es d e c i r a
r e u n i d o s t o d o s los s a n t o s c o n celo, invitados p o r s a n t a
la s a n t a Iglesia, y a su H i j o y e s p o s o s i n t a c h a , p o r q u e a
M a r í a , M a d r e d e D i o s , s i e m p r e Virgen. Y o t e n í a u n g r a n
él la g l o r i a p o r los siglos de los siglos. A m é n .
pesar, p e r o l a p r e s e n c i a d e los s a n t o s P a d r e s h a c a m b i a -
do este pesar en gozo. Ahora se ha c u m p l i d o en nosotros Actas de los concilios.
la dulce p a l a b r a del h i m n ó g r a f o David: "¡Mira q u e es
b u e n o y q u e da g u s t o q u e los h e r m a n o s vivan j u n t o s ! "
(Sal 132,1).
Salve, p u e s , a ti, s a n t a y m í s t i c a T r i n i d a d q u e n o s h a s La obra doctrinal y exegética de Cirilo
c o n v o c a d o a e s t a iglesia d e M a r í a M a d r e d e D i o s .
El obispo de Alejandría se mantuvo, durante el
Salve a ti, M a r í a M a d r e d e D i o s , a u g u s t o t e s o r o d e t o -
da la tierra habitada, l á m p a r a inextinguible, corona de la resto de su vida, c o m o un h o m b r e de estudio, preocu-
virginidad, cetro de la ortodoxia, templo indestructible, p a d o p o r descifrar la doctrina de la Escritura y de la
receptáculo de aquel que no puede ser contenido, m a d r e Tradición. La obra teológica de este patriarca, plaga-
y virgen, p o r l a c u a l e s a c l a m a d o " b e n d i t o " , e n l o s s a n t o s d a d e m ú l t i p l e s fallos, e s u n a d e las m á s e x t e n d i d a s
e v a n g e l i o s , "el q u e v i e n e e n n o m b r e d e l S e ñ o r " ( M t
del O r i e n t e cristiano. Cirilo es el h o m b r e de la afirma-
21,9).
ción dogmática, procede en teología c o m o en el go-
Salve a ti, q u e h a s a c o g i d o e n t u s a n t o s e n o v i r g i n a l a l
que n a d a puede contener, a ti por quien la S a n t a Trinidad bierno, p o r vía de a u t o r i d a d .
es g l o r i f i c a d a y a d o r a d a en t o d a la t i e r r a h a b i t a d a , a ti N o s h a d e j a d o u n m o n u m e n t a l y p r o l i j o Comenta-
p o r q u i e n el cielo se regocija, p o r q u i e n los á n g e l e s y l o s rio al Evangelio de Juan, en d o c e l i b r o s , más polémi-
a r c á n g e l e s e x u l t a n , p o r q u i e n los d e m o n i o s s o n p u e s t o s co y doctrinal que exegético, con n u m e r o s o s excursos
e n fuga, p o r q u i e n e l d i a b l o t e n t a d o r e s a r r o j a d o del cie-
teológicos. El obispo ha sacado de la lectura aplicada
lo, p o r q u i e n l a c r e a c i ó n c a í d a e s e n c a m i n a d a a l c i e l o ,
de la Escritura u n a fe perfectamente segura.
p o r q u i e n t o d a la c r e a c i ó n , p r i s i o n e r a del culto de los
ídolos, es devuelta al c o n o c i m i e n t o de la verdad, por La i n v e s t i g a c i ó n a b a r c a los libros del A n t i g u o y del
q u i e n e l s a n t o b a u t i s m o e s e n t r e g a d o a los c r e y e n t e s , p o r Nuevo Testamento, sobre todo en cinco libros: La
q u i e n e s e n t r e g a d o e l ó l e o del regocijo, p o r q u i e n l a s igle- Adoración en espíritu y en verdad, el Comentario a
sias e s t á n r e p l e t a s e n t o d a l a t i e r r a , p o r q u i e n los p u e b l o s Isaías, el Comentario a los profetas menores, las Gla-
son llevados al a r r e p e n t i m i e n t o y, ¿a q u é e x t e n d e r m e ? ,
phyres (Cinceladuras) y las 1 5 6 Homilías sobre Lucas.
p o r q u i e n e l Hijo ú n i c o d e Dios h a b r i l l a d o c o m o u n a l u z
Cirilo b u s c a la a r m o n í a e n t r e los d o s T e s t a m e n t o s ,
" p a r a los q u e c a m i n a n e n l a s t i n i e b l a s y e n l a s o m b r a d e
l a m u e r t e " ( L c 1,79), p o r q u i e n los p r o f e t a s h a n a n u n c i a - viendo en el Antiguo Testamento la preparación evan-
do el futuro, p o r q u i e n los a p ó s t o l e s p r e d i c a n la salva- gélica, iniciada c o n A d á n y m a r c a n d o el c a m i n o del
c i ó n a las n a c i o n e s , p o r q u i e n los m u e r t o s r e s u c i t a n , p o r Mesías. Personajes y a c o n t e c i m i e n t o s profetizan la
q u i e n los reyes r e i n a n . v e n i d a del Verbo h e c h o c a r n e .
E s p o r l a T r i n i d a d s a n t a - ¿ y q u é p u e d e d e c i r u n a per-
La E n c a r n a c i ó n es el c o r a z ó n de la teología y de la
sona h u m a n a la tan celebrada M a r í a ? - por la que la ma-
e c o n o m í a c i r i l i n a s . C i r i l o r e c h a z a c o n t o d a s s u s fuer-
triz s e m a n t i e n e v i r g i n a l . ¡Oh m a r a v i l l a ! E s t e m i l a g r o m e
deja e s t u p e f a c t o . ¿ Q u i é n h a o í d o n u n c a q u e e l a r q u i t e c t o zas el d u a l i s m o nestoriano p a r a afirmar la u n i d a d de
se haya visto i m p e d i d o de h a b i t a r en el t e m p l o q u e él Cristo. Pero su cristología deja imprecisa la naturale-

" L A EDAD DE ORO" 73

 za h u m a n a de Jesús, la autonomía de sus actuacio-
nes. M e z c l a n d o los c o n c e p t o s de n a t u r a l e z a y de hi-
p ó s t a s i s , s u v o c a b u l a r i o t e o l ó g i c o c a r e c e d e rigor, lle-
g a n d o i n c l u s o a h a b l a r d e "la ú n i c a n a t u r a l e z a d e
Cristo". La filosofía griega, que r e p r o c h ó a Orígenes,
le habría permitido una formulación m á s rigurosa.
LA FÓRMULA DE UNIÓN SEGÚN EL CONCILIO
DE É F E S O EN 433
Nosotros, pues, confesamos a nuestro Señor Jesucris-
t o , Hijo ú n i c o d e Dios, Dios p e r f e c t o y h o m b r e p e r f e c t o ,
compuesto de un alma racional y de un cuerpo, engen-
d r a d o del P a d r e a n t e s d e l o s siglos s e g ú n l a d i v i n i d a d , n a -
74 PARA LEER Los PADRES DE LA IGLESIA
c i d o e n e s t o s ú l t i m o s d í a s p o r n o s o t r o s y p o r n u e s t r a sal-
v a c i ó n , d e l a Virgen M a r í a s e g ú n l a h u m a n i d a d , c o n s u b s -
tancial con el Padre según la divinidad, consubstancial
c o n nosotros según la h u m a n i d a d . Porque se ha realiza-
do la u n i ó n de dos naturalezas. Por eso nosotros afirma-
m o s u n C r i s t o , u n H i j o , u n Señor. E n r a z ó n d e e s t a u n i ó n
sin confusión, c o n f e s a m o s la s a n t a Virgen M a r í a M a d r e
de Dios, p o r q u e Dios Verbo se ha e n c a r n a d o y se ha he-
cho h o m b r e , y que, desde el instante de su concepción, se
h a u n i d o a l t e m p l o q u e é l h a b í a t o m a d o e n ella. L a s p a l a -
b r a s d e l o s E v a n g e l i o s y d e los a p ó s t o l e s s o b r e e l S e ñ o r ,
s a b e m o s q u e los t e ó l o g o s l a s h a n a g r u p a d o t a n t o c o m o
dichas p o r u n a sola persona, c o m o s e p a r a d a s y dichas
p o r d o s n a t u r a l e z a s ; u n a s l e c o n v i e n e n a Dios s e g ú n l a di-
v i n i d a d d e Cristo, o t r a s , s e n c i l l a s , s e g ú n l a h u m a n i d a d .
G. D u m e i g e , La Foi catholique, O r a n t e , P a r í s , 1 9 6 1 ,
p . 193-194.
 IV. JERUSALÉN, LA CIUDAD TESTIMONIO
Los R o m a n o s h a b í a n r e c o n s t r u i d o u n a n u e v a ciu-
d a d , Aelia C a p i t o l i n a , en la q u e el T e m p l o c e d í a su
p u e s t o a l C a p i t o l i o . Allí s e a s e n t ó u n a c o m u n i d a d
cristiana, de origen pagano. Se conoce a un obispo
d e s d e finales del siglo II. Los fieles se v i e r o n s o m e t i -
dos a m u c h a s p r u e b a s p o r las p e r s e c u c i o n e s de Dio-
cleciano y de M a x i m i n o , en d o s o l e a d a s sucesivas, se-
gún lo cuenta Eusebio de Cesarea.
El concilio de Nicea le reconoció a su titular un
primado honorífico, dado que Jerusalén era la ma-
dre de todas las Iglesias. Esto p r o v o c ó fricciones
con el metropolitano de Cesarea. Constantino hizo
encerrar el Santo Sepulcro dentro de una Rotonda,
l a A n á s t a s i s o I g l e s i a d e l a R e s u r r e c c i ó n . Allí e s d o n -
de Cirilo p r o n u n c i ó sus célebres catequesis, s i e n d o
todavía presbítero. Por su parte la emperatriz Elena
m a n d ó construir dos basílicas, u n a en el m o n t e de
los Olivos y la otra en Belén; ésta todavía existe
hoy.
1. Cirilo de Jerusalén (313-387)
N a c i d o sin d u d a en Jerusalén, Cirilo d e b i ó recibir
u n a buena formación escolar si tenemos en cuenta su
oratoria. Hacia el 343 es o r d e n a d o sacerdote por el
o b i s p o M á x i m o , u n c o n f e s o r d e l a fe, q u e h a b í a r e g r e -
s a d o de las m i n a s cojo y tuerto. A la m u e r t e de éste
(350), Cirilo fue e l e g i d o d e m a n e r a r e g u l a r y t o m ó p o -
sesión de su c a r g o c o n el c o n s e n t i m i e n t o del m e t r o -
politano.
Al año siguiente un conflicto enfrentó al obispo
con su metropolitano Acacio, quien le r e p r o c h ó h a b e r
v e n d i d o los objetos s a g r a d o s e n t i e m p o d e h a m b r e .
Esto era m á s bien un pretexto; la verdadera razón era
que Acacio transigía con los arrianos. El metropolita-
no r e u n i ó e n t o n c e s un s í n o d o , q u e d e p u s o a Cirilo. El
o b i s p o se resistió. A c a c i o v i n o c o n u n a e s c u a d r a a ex-
pulsarlo manu militari y para instalar un prelado
a r r i a n o . En los a p r o x i m a d a m e n t e treinta y o c h o a ñ o s
de e p i s c o p a d o , Cirilo vivirá dieciséis alejado de Jeru-
salén, en tres destierros.
- P r i m e r destierro, bajo Constante: del 357 al 359,
- S e g u n d o destierro, bajo Constancio: del 359 al 362,
- Tercer destierro, bajo Valente: del 367 al 378.
Cirilo p a s ó el resto de su vida c u r a n d o las h e r i d a s
y restableciendo la u n i d a d en u n a ciudad dividida en-
t r e a r r i a n o s y o r t o d o x o s , y d e v o l v i e n d o a la c i u d a d de
J e s ú s la d i g n i d a d de las c o s t u m b r e s , de c a r a a los pe-
r e g r i n o s q u e allí a c u d í a n . S a b e m o s p o r G r e g o r i o d e
Nisa cuán comprometida era su reputación.
El obispo de Jerusalén, igual que el de Alejandría
y el de Poitiers, sufrió p e r s e c u c i ó n p o r su o r t o d o x i a y
su fe b a s a d a en el concilio de Nicea. Menos batalla-
d o r q u e Atanasio, m e n o s teólogo q u e Hilario, Cirilo
t e n í a l a f u e r z a t r a n q u i l a d e l a fe, l a c o n s t a n c i a e n l a
prueba, la inquietud de la caridad y de la unidad, en
l a v e r d a d . " E l e r r o r , a c o s t u m b r a b a decir, t i e n e for-
mas múltiples, mientras que la verdad no tiene m á s
que u n a cara."
Cirilo catequista
El siglo IV es la e d a d de o r o de la catequesis b a u -
tismal. Cirilo es é m u l o de A m b r o s i o , de Agustín y de
Juan Crisóstomo. Tenemos la suerte de poseer hoy
t o d a v í a l a e x p l i c a c i ó n c o m p l e t a d e l credo, e n d i e c i -
nueve catequesis, seguidas de otras cinco, llamadas
mistagógicas, p o r q u e son u n a explicación de los tres
sacramentos de iniciación cristiana, administrados
en la misma noche de Pascua.
" L A EDAD DE ORO" 75
 Las Catequesis bautismales
Primera
Durante la cuaresma, el obispo -o el presbítero-
despejaba las g r a n d e s etapas de la historia bíblica, q u e
a n u n c i a n a C r i s t o y a la I g l e s i a . A l a s p r o f e c í a s de la
a n t i g u a Alianza c o r r e s p o n d e n los s a c r a m e n t o s en la
nueva Alianza. El catequista explica a c o n t i n u a c i ó n de
f o r m a e l e m e n t a l p e r o c o m p l e t a l a s v e r d a d e s d e l a fe,
r e c o p i l a d a s e n l a c o n f e s i ó n b a u t i s m a l o credo. Cirilo,
d e s p u é s d e u n a i n t r o d u c c i ó n , explica, a r t í c u l o p o r ar-
t í c u l o , l o s d i e z d o g m a s d e l a fe: D i o s P a d r e , e l H i j o ú n i -
co, la E n c a r n a c i ó n , la cruz, la r e s u r r e c c i ó n y la ascen-
sión, la c o n s u m a c i ó n de los siglos, el E s p í r i t u S a n t o , la
r e s u r r e c c i ó n de la c a r n e , la Iglesia, la vida eterna.
Cirilo p r e d i c a las h o m i l í a s a los c a t e c ú m e n o s j u n -
to a la t u m b a de Jesús, en la gran basílica constanti-
n i a n a , no lejos del Calvario.
"Las c o s a s q u e se refieren a Cristo y al Gólgota, las
d e c i m o s en el m i s m o Gólgota" (16,4). Y a ñ a d e : "Toda
acción de Cristo es la gloria de la Iglesia católica, pe-
ro la gloria de las glorias es la cruz."
Las Catequesis mistagógicas
Q u e s e a n de Cirilo o de su sucesor, J u a n , no modifi-
ca en n a d a el c o n t e n i d o de las cinco catequesis. P r o n u n -
ciadas d e s p u é s del b a u t i s m o d u r a n t e la s e m a n a pas-
cual, s o n m u c h o m á s c o r t a s q u e las p r e c e d e n t e s . " E n es-
tas catequesis se os instruirá a propósito de cada u n o de
los ritos, s u s r a z o n e s , sus justificaciones s e g ú n el Anti-
g u o y el N u e v o T e s t a m e n t o . " E n c o n t r a m o s en ellas el
a n u n c i o del b a u t i s m o - m a n á - figura de la Eucaristía -
y la e x p l i c a c i ó n de los p r i n c i p a l e s ritos litúrgicos.
Estas h o m i l í a s s o n p a r a n o s o t r o s " u n o de los do-
c u m e n t o s m á s preciosos de la Antigüedad cristiana".
Gracias a Cirilo p o s e e m o s un e s b o z o de la liturgia de
Jerusalén y u n a muestra de la catequesis bautismal
así c o m o de la teología mistagógica.
76 PARA LEER Los P A D R E S DE LA IGLESIA
CIRILO DE JERUSALÉN
catequesis mistagógica
A los r e c i é n i l u m i n a d o s . La l e c t u r a se t o m a de la p r i -
m e r a e p í s t o l a de P e d r o : " S e d s o b r i o s y v e l a d " (1 P 5,8),
e t c . h a s t a el fin de la c a r t a .
1. Ya h a c e t i e m p o q u e d e s e a b a , h e r m a n o s e hijos q u e -
r i d í s i m o s d e l a Iglesia, t r a t a r d e e s t o s m i s t e r i o s e s p i r i t u a -
les y celestiales. Pero, c o n s c i e n t e de q u e la fe es m a y o r
p o r lo q u e se ve q u e p o r lo q u e se oye, he e s p e r a d o a ese
m o m e n t o para, encontrándoos más preparados de lo que
y a h a b é i s e x p e r i m e n t a d o , p o d e r c o n d u c i r o s c o n m á s fa-
c i l i d a d a e s t e p r a d o del p a r a í s o l l e n o de l u z y f r a g a n c i a .
Y a h a b é i s s i d o h e c h o s c a p a c e s d e e s t o s m i s t e r i o s divi-
n o s u n a vez q u e h a b é i s s i d o c o n s i d e r a d o s d i g n o s del lava-
t o r i o d i v i n o vivificante. P o r t a n t o , c u a n d o s e o s h a d e ser-
vir l a m e s a e n q u e h a b é i s d e r e c i b i r d o n e s m á s p e r f e c t o s ,
podéis estar ciertos de que os instruiremos en todo esto
c o n m a y o r c u i d a d o p a r a q u e c o n o z c á i s la fuerza y la efica-
cia q u e s e h a n o p e r a d o e n v o s o t r o s e n l a vigilia del b a u t i s -
mo.
2 . E n p r i m e r lugar, e n t r a s t e i s e n e l a t r i o q u e e s t á a n -
t e s del b a p t i s t e r i o y e s c u c h a s t e i s v u e l t o s de p i e h a c i a Oc-
cidente. Se os o r d e n ó extender la m a n o y renunciasteis a
S a t a n á s c o m o si estuviese presente.
Debéis saber q u e la figura de este a s u n t o ya está con-
tenida en la historia antigua: c u a n d o Faraón, durísimo y
c r u e l t i r a n o , o p r i m í a a l l i b r e y g e n e r o s o p u e b l o d e los h e -
b r e o s , D i o s d e l e g ó e n M o i s é s p a r a q u e los s a c a s e d e l a
c r u e l s e r v i d u m b r e d e los e g i p c i o s . Y s e u n t a b a n las j a m -
b a s d e l a p u e r t a c o n l a s a n g r e del c o r d e r o p a r a q u e e l ex-
t e r m i n a d o r p a s a s e p o r a l t o las c a s a s m a r c a d a s p o r l a se-
ñ a l . D e m o d o t o t a l m e n t e m i l a g r o s o e l p u e b l o h e b r e o fue
a s í p r o c l a m a d o libre (Ex 12,12-13.29-30).
Y c u a n d o el e n e m i g o p e r s i g u i ó a los l i b e r a d o s , u n i é n -
d o s e l o s d o s b r a z o s d e l m a r s o b r e él, s e g ú n l o q u e s e
cuenta en aquel relato asombroso, rápidamente se hun-
d i ó s u p o d e r í o e n las a g u a s del M a r R o j o (Ex 14,22-30).
3. P e r o d e b o p a s a r de lo viejo a lo n u e v o , de la figura
a l a v e r d a d e r a r e a l i d a d . E n a q u e l e n t o n c e s M o i s é s e s en-
viado p o r Dios a Egipto, m i e n t r a s que a h o r a es Cristo
e n v i a d o a l m u n d o . Aquel, p a r a s a c a r d e E g i p t o a l p u e b l o
o p r i m i d o ; C r i s t o , p a r a l i b e r a r a los q u e e s t á n o p r i m i d o s
e n e l m u n d o bajo e l p e s o del p e c a d o .
 E n t o n c e s fue la s a n g r e del c o r d e r o la q u e alejó al ex-
terminador, p e r o a h o r a lo ha sido la sangre de Jesucristo,
e l c o r d e r o i n m a c u l a d o . H a s i d o e s t a s a n g r e l a q u e h a ex-
p u l s a d o a los d e m o n i o s . A q u e l t i r a n o p e r s i g u i ó a a q u e l
p u e b l o h a s t a e l m a r . T a m b i é n a ti, c o n l a m i s m a a u d a c i a ,
t e p e r s e g u í a s i n p u d o r e l p r í n c i p e d e los d e m o n i o s h a s t a
las f u e n t e s d e l a s a l v a c i ó n . Aquel q u e d ó s u m e r g i d o e n e l
m a r , y é s t e d e s a p a r e c e en el a g u a s a l u d a b l e .
m o p o l i t a visita los S a n t o s L u g a r e s a p a r t i r del siglo
IV. E s i m p r e s i o n a n t e e l n ú m e r o d e o c c i d e n t a l e s . V i e -
n e n d e África, d e E s p a ñ a , d e Galia, d e Italia, d e P a n -
nonia; frecuentemente se h a n puesto en c a m i n o a ins-
tancia de Jerónimo, quien terminó por lamentarse de
su número.
Los m á s n u m e r o s o s s o n los m o n j e s : " E s t a m o s su-

Trad. C. E l o r r i a g a , San Cirilo de Jerusalén, Catequesis, m e r g i d o s p o r las t u r b a s de monjes, q u e vienen de to-

B i b l i o t e c a C a t e c u m e n a l , Desclée De B r o u w e r , d a s las p a r t e s del m u n d o " , escribe J e r ó n i m o . L u e g o
B i l b a o , 1991, p . 496-498. los obispos, los laicos de la clase alta. A u n q u e se p u -
dieron cometer abusos, como lo manifiesta Gregorio
de Nisa, la m a y o r í a de los p e r e g r i n o s v i e n e n m o v i d o s
2. Jerusalén, centro de peregrinación p o r l a fe, p a r a o r a r , p a r a e d i f i c a r s e , p a r a i n s t r u i r s e ,

C o n la é p o c a c o n s t a n t i n i a n a , J e r u s a l é n y los Luga- p a r a h a c e r p e n i t e n c i a . U n o s se q u e d a n ya a vivir allí,

res s a n t o s d e P a l e s t i n a , d o t a d o s d e s u n t u o s o s edifi- o t r o s q u i e r e n q u e s e les s e p u l t e c e r c a d e los S a n t o s

c i o s , s e c o n v i e r t e n e n l u g a r d e a t r a c c i ó n . Allí s e i n s t a - L u g a r e s . E n J e r u s a l é n , los p e r e g r i n o s e r a n e n t e r r a -

lan monjes, al principio en células aisladas, luego en d o s cerca del valle de Josafat.
verdaderos conventos. Los monjes en Jerusalén, ase-
g u r a n d o el oficio, c o n s t i t u y e n el n ú c l e o p r i m i t i v o al
q u e se a d h i e r e n las m o n j a s , los clérigos, los laicos.
Monasterios orientales y también occidentales,
pues hacia el 377 Rufino de Aquilea, con Melania la
Vieja, f u n d ó allí u n c o n v e n t o q u e a c o g í a " o b i s p o s ,
monjes y vírgenes". Lo m i s m o ocurrió en Belén, don-
de J e r ó n i m o estableció u n a doble c o m u n i d a d ascéti-
ca de h o m b r e s y de mujeres, con Paula de R o m a y
E u s t o q u i o , hija de P a u l a .
Los historiadores de la época, c o m o Eusebio, Jeró-
n i m o , n o s i n f o r m a n s o b r e los L u g a r e s santos, s o b r e el
m o v i m i e n t o d e las p e r e g r i n a c i o n e s . P o s e e m o s diver-
sos Itinerarios, c o m o el que va desde B u r d e o s a Jeru-
salén, y m á s en c o n c r e t o las descripciones de la ciu-
d a d santa, o b r a s a n ó n i m a s o no, entre las cuales des- Jerusalén, mosaico de Madaba, Transjordania.
t a c a e l Diario d e E g e r i a .
Los peregrinos proceden de toda la tierra. En un
p r i n c i p i o d e l o s a l r e d e d o r e s , d e d o n d e a f l u y e n l o s fie-
les a J e r u s a l é n los d í a s de fiesta. U n a p o b l a c i ó n c o s -

" L A EDAD DE ORO"

 El Diario de viaje de Egeria
Poseemos un d o c u m e n t o excepcional sobre Jeru-
salén, s o b r e las p e r e g r i n a c i o n e s a los S a n t o s L u g a r e s
d e O r i e n t e , g r a c i a s a l Diario d e u n a p e r s o n a , d i f í c i l d e
situarla: u n a d a m a culta, unida a u n a c o m u n i d a d ,
que parece m á s un beguinaje que un monasterio. El
p r i m e r editor s u p o n í a q u e era d e las Galias, m i e n t r a s
q u e el ú l t i m o se inclina p o r situarla en Galicia.
E l Diario, q u e e v o c a l o s a ñ o s 3 8 1 - 3 8 4 , t i e n e u n
gran interés, puesto que nos informa sobre la topo-
grafía de lugares i m p o r t a n t e s (Santo Sepulcro, Sión,
78 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA
m o n t e d e los Olivos, Belén, B e t a n i a ) . N o s d a infor-
m a c i ó n sobre el a ñ o litúrgico, principalmente sobre
la c e l e b r a c i ó n p a s c u a l , s o b r e las celebraciones coti-
d i a n a s , s o b r e el a y u n o y la c a t e q u e s i s . E s t e libro es-
tá repleto de informaciones sobre la organización
eclesiástica (obispo, presbíteros, diáconos, diaconi-
sas), sobre varias implantaciones monásticas de
h o m b r e s y de mujeres fuera de Palestina: en el Sinaí,
en Egipto, en Siria, en M e s o p o t a m i a . A ñ a d a m o s , pa-
ra terminar, q u e el a u t o r escribe en un latín "de co-
lorido vulgar", p r ó x i m o a la t r a d u c c i ó n primitiva de
la Biblia.
 V. EL ESPLENDOR DE LA CAPADOCIA CRISTIANA
Capadocia está situada en el centro de la actual 1. Basilio de Cesarea (329-379)
Turquía, d o n d e las iglesias r u p e s t r e s a t e s t i g u a n hoy
todavía la vitalidad del cristianismo en la Antigüe- De la retórica al episcopado
dad. Una vez que el e m p e r a d o r Tiberio se h u b o
E n e l h o g a r d e B a s i l i o (el p a d r e ) y d e E m e l i a n a -
anexionado esta provincia lejana, R o m a construyó,
cieron diez hijos. M a c r i n a era la p r i m o g é n i t a , Pedro,
sobre el m o d e l o de las g r a n d e s ciudades, u n a capital
futuro obispo de Sebaste (poco después de Eustatio),
que, c o m o la ciudad de Palestina, t o m ó el n o m b r e
el m á s joven. Basilio, s e g u n d o hijo y p r i m e r varón,
de Cesar: Cesarea (Kayseri), con termas, un teatro y
n a c e h a c i a el 329, hijo del brillante y rico retórico de
fiestas.
Neo-Cesarea, que cuidaba de la formación intelectual
L a r e g i ó n fue e v a n g e l i z a d a m u y p r o n t o , p u e s l a
y espiritual de la familia, y q u e m u r i ó p r e m a t u r a m e n -
carta de Pedro se dirige ya a estos cristianos. Tertu-
te, h a c i a el 3 4 1 .
liano m e n c i o n a u n a persecución en su época. Cipria-
Frágil de n a t u r a l e z a , el m a y o r de los m u c h a c h o s
no tiene correspondencia con Firmiliano, obispo de
fue r o d e a d o d e a t e n c i o n e s . D o t a d o d e c u a l i d a d e s bri-
Cesarea. Un c a p a d o c i o c o n t e m p o r á n e o llega a ser
llantes, f o r m a d o p r i m e r a m e n t e p o r su padre, vino a
obispo de Jerusalén. Un discípulo de Orígenes, Gre-
C e s a r e a a p e r f e c c i o n a r s u s e s t u d i o s . Allí e n t a b l ó a m i s -
gorio Taumaturgo, originario de Neo-Cesarea en el
t a d c o n G r e g o r i o N a c i a n c e n o , luego viajó y frecuentó
m a r N e g r o , se c o n s a g r a a la e v a n g e l i z a c i ó n y llega a
a los m a e s t r o s de C o n s t a n t i n o p l a y de Atenas.
ser obispo de su c i u d a d natal. En el concilio de Ni-
cea, en el 325, e s t á n p r e s e n t e s siete o b i s p o s c a p a d o - A su regreso, Basilio se estableció en Cesarea co-

cios. mo retórico y enseñó con brillantez. E m b r i a g a d o p o r

La gran persecución de Galerio y de M a x i m i n o el éxito, es r e c o n d u c i d o a lo esencial p o r su h e r m a n a

Daia h a b í a castigado con d u r e z a la provincia del Pon- Macrina: "Se despierta c o m o d e u n p r o f u n d o sueño",

to. D u r ó desde el 303 al 313. La familia de B a s i l i o de renuncia a su situación, recibe el b a u t i s m o de m a n o s

Cesarea y de su h e r m a n o Gregorio de Nisa nos apor- del obispo, l u e g o se s u m e r g e en la s o l e d a d p a r a incor-

tan un ejemplo de los t o r m e n t o s q u e sufrieron los p o r a r s e a la escuela de los m o n j e s de E g i p t o y de Pa-

cristianos influyentes y con bienes de fortuna. Por la lestina, m á s tarde de M e s o p o t a m i a .

línea p a t e r n a , los a b u e l o s , b i e n c o n s i d e r a d o s y ricos, Vida ascética, que c o m p r o m e t e definitivamente su
t u v i e r o n q u e h u i r a los b o s q u e s del P o n t o . s a l u d . R e g r e s a e n t o n c e s a l p a í s p a r a d i s t r i b u i r s u for-
La familia de la a b u e l a h a b í a r e u n i d o c a r g o s civi- t u n a entre los p o b r e s y establecerse en la soledad de
les y m i l i t a r e s , y t a m b i é n d i g n i d a d e s en la c o r t e i m p e - Annesi, a orillas del Iris, d o n d e lo viene a e n c o n t r a r
rial. El abuelo m a t e r n o m u r i ó m á r t i r y todos sus bie- Gregorio Nacianceno. Los dos juntos c o m p o n e n u n a
nes fueron confiscados incluso después de la tormen- antología de textos de Orígenes, l l a m a d a Filocalia
ta. Dos d e s c e n d i e n t e s de la familia, j u n t a m e n t e c o n el ( " A m o r d e l a s f l o r e s " ) . Allí é l s o l o r e d a c t a d o s "Re-
Capadocio Gregorio Nacianceno, brillarán con un glas" monásticas.
e s p l e n d o r i n c o m p a r a b l e en la Iglesia. La h i s t o r i a los Ordenado presbítero en Cesarea, Basilio termi-
r e ú n e bajo el n o m b r e de los Tres C a p a d o c i o s . nó p o r e s t a b l e c e r s e allí y allí t r a b a j a h a s t a la m u e r -

" L A EDAD D E ORO" 79

 te del obispo E u s e b i o , al q u e sucedió en el 370, des-
pués de u n a elección bastante laboriosa, a causa de
s u s a l u d : " ¿ Q u e r é i s u n a t l e t a o u n d o c t o r d e l a fe?",
señaló alguno. Nueve años bastaron a este h o m b r e
de cuarenta años para merecer ser llamado en vida
"el G r a n d e " . E n a d e l a n t e s e c o n f u n d e n b i o g r a f í a y
acción.
Defensor de la fe de Nicea
Basilio estaba especialmente p r e p a r a d o p a r a ser
un teólogo de gran envergadura. Su labor pastoral,
su corta carrera no le dejan m u c h o tiempo para cons-
truir su o b r a teológica. Al m e n o s él p o n e de relieve la
propedéutica de la cultura clásica, en u n a extensa
carta a sus sobrinos, considerada famosa p o r su acti-
t u d m o d e r a d a y abierta respecto del p a t r i m o n i o grie-
go. "Hay q u e i m i t a r a las abejas: libar la miel, a p a r t a r
el veneno". Texto que será el regocijo del Renaci-
miento.
La crisis a r r i a n a en la q u e t o d a la Iglesia e s t a b a in-
mersa, p o r o b r a del príncipe, le p e r m i t e al principio
o p o n e r s e c o n fuerza a las p r e s i o n e s del e m p e r a d o r
Valente. Esto le da la o p o r t u n i d a d p a r a c o m p o n e r dos
obras dogmáticas:
- el Contra Eunomio, dirigida contra un Capado-
cio, o b i s p o de Cyzique, en el m a r N e g r o , q u e de-
fendía un arrianismo radical, llamado anhomeis-
m o : sólo el P a d r e es Dios, su Hijo no es m á s que
u n a creatura. El obispo, en su refutación, restable-
ce la i g u a l d a d del P a d r e y del Espíritu con el Pa-
dre.
- El Tratado del Espíritu Santo, una obra maestra,
no se limita a afirmar la divinidad del Espíritu
sino que describe admirablemente su acción en
l a fe, l a l i t u r g i a , l a o r a c i ó n , l a v i d a c o t i d i a n a d e l a
Iglesia.
80 PARA LEER Los P A D R E S DE LA IGLESIA
BASILIO DE CESAREA
Naturaleza del Espíritu
E n p r i m e r lugar, p u e s , ¿ q u i é n q u e h a y a o í d o los n o m -
b r e s del E s p í r i t u n o s e eleva c o n e l a l m a y n o l e v a n t a s u
mente hacia la suprema naturaleza? Porque se le llama
E s p í r i t u d e D i o s , " E s p í r i t u d e l a v e r d a d q u e p r o c e d e del
P a d r e " ( J n 15,26), " E s p í r i t u r e c t o y e s p í r i t u r e c t o r " (Sal
50,12-14). " E s p í r i t u S a n t o " (Sal 50,13) e s s u n o m b r e p r o -
p i o y p e c u l i a r : es c i e r t a m e n t e y s o b r e t o d o , el n o m b r e de
todo ser incorpóreo, p u r a m e n t e inmaterial y simple. Por
e s o el m i s m o S e ñ o r , c u a n d o a la q u e c r e í a q u e a D i o s se
le a d o r a en un lugar, la e n s e ñ a b a q u e lo i n c o r p ó r e o no
t i e n e l í m i t e s , dijo: "Dios e s E s p í r i t u " ( J n 4,24). P o r c o n s i -
g u i e n t e , n o e s p o s i b l e q u e q u i e n h a o í d o " E s p í r i t u " confi-
gure en su m e n t e u n a naturaleza circunscrita o sujeta a
c a m b i o s y m u d a n z a s o e n t e r a m e n t e igual que la creatu-
ra, sino que, s u b i e n d o en sus n o c i o n e s h a s t a lo m á s alto,
necesariamente debe concebir u n a esencia inteligente,
infinitamente poderosa, infinitamente grande, fuera de
l a m e d i d a d e l t i e m p o y d e l o s s i g l o s , y g e n e r o s a d e los
bienes que posee.
H a c i a é l s e vuelve t o d o l o q u e t i e n e n e c e s i d a d d e s a n -
tificación. L e d e s e a n t o d o s los q u e v i v e n s e g ú n l a v i r t u d ,
c o m o refrescados p o r su soplo y a y u d a d o s en orden a su
p r o p i o fin n a t u r a l . C a p a z de p e r f e c c i o n a r a los d e m á s , a
él n a d a le falta; no vive a b a s e de r e p o n e r s e , s i n o q u e su-
m i n i s t r a l a vida; n o c r e c e p o r a d i c i o n e s , s i n o q u e e s ple-
nitud inmediata, fundado en sí m i s m o y presente en to-
das partes. M a n a n t i a l de santificación, luz inteligible,
abastece p o r sí m i s m o a toda facultad racional de algo
así c o m o cierta claridad para que e n c u e n t r e la verdad.
Inaccesible por naturaleza, a u n q u e comprensible por su
b o n d a d , t o d o l o llena c o n s u p o d e r , p e r o s o l a m e n t e p a r t i -
c i p a n d e é l los q u e s o n d i g n o s , y n o c o n u n a p a r t i c i p a c i ó n
de única medida, sino que reparte su poder en propor-
c i ó n d e l a fe. S i m p l e e n l a e s e n c i a , e s v a r i o e n s u s m a r a -
villas; p r e s e n t e p o r e n t e r o a c a d a u n o , t a m b i é n e s t á p o r
e n t e r o en t o d a s partes. R e p a r t i d o sin m e n g u a de su im-
p a s i b i l i d a d , s e l e c o m p a r t e e n t e r a m e n t e a i m a g e n del r a -
yo solar, c u y o favor se p r e s e n t a a q u i e n lo g o z a c o m o si
f u e r a el ú n i c o , a la vez q u e a l u m b r a a t i e r r a y m a r , y se
mezcla con el aire.
Así t a m b i é n e l E s p í r i t u , p r e s e n t e a c a d a u n o d e l o s
dispuestos a recibirle, c o m o si c a d a u n o fuera el único,
 proyecta suficientemente sobre todos su gracia íntegra... Padre del monacato
l a s a l m a s p o r t a d o r a s del E s p í r i t u , i l u m i n a d a s p o r e l E s -
p í r i t u , ellas m i s m a s se v u e l v e n e s p i r i t u a l e s y p r o y e c t a n la C o m o la m a y o r í a de los g r a n d e s conversos, Basi-
g r a c i a e n o t r o s . D e a h í e l p r e v i o c o n o c i m i e n t o del f u t u r o , lio e n t r ó "en filosofía", es d e c i r se h i z o m o n j e al c o n -
l a i n t e l i g e n c i a d e los m i s t e r i o s , l a c a p t a c i ó n d e l o o c u l t o , vertirse. Viviendo en un a m b i e n t e de religiosos, cono-
l a d i s t r i b u c i ó n d e los c a r i s m a s , l a c i u d a d a n í a celestial, l a ce el m o n a c a t o por dentro con sus grandezas y sus
d a n z a c o n los á n g e l e s , l a a l e g r í a i n t e r m i n a b l e , l a p e r m a -
debilidades. Su acción preconizaba la vida comunita-
n e n c i a en Dios, la a s i m i l a c i ó n a Dios, y el d e s e o s u p r e m o :
ria p a r a evitar las excentricidades de algunos anaco-
h a c e r s e Dios.
r e t a s y p r o m o v e r un e s f u e r z o a la vez t e o l ó g i c o y exe-
Tratado sobre el Espíritu Santo, 2 2 - 2 3 ,
gético.
t r a d . A. Velasco D e l g a d o , " B i b l i o t e c a p a t r í s t i c a " , 32,
C i u d a d N u e v a , M a d r i d , 1996, p . 141-144. Lo q u e i m p r o p i a m e n t e se l l a m a n sus "Reglas" son
dos obras ascéticas, la primera m á s breve, llamada el
Pequeño Asketikon, conservada solamente en traduc-
Obispo social
ción latina, la o t r a , m á s extensa, e l Gran Asketikon.
El obispo de Cesarea es un pionero y un precur- En las d o s el legislador p r o c e d e p o r p r e g u n t a s y res-
sor de la acción social tanto en sus escritos c o m o en p u e s t a s , c o n v e r s a c i o n e s e n t r e Basilio y los m o n j e s en
sus realizaciones. Testigo de un imperio e m p o b r e c i - el c u r s o de sus visitas, q u e m a r c a n las directrices pre-
do c u y a fiscalidad m a c h a c a a los c o l o n o s y a la g e n t e cisas sobre la vida ordinaria, la organización de u n a
sencilla, y en el q u e c a u s a estragos el c á n c e r de la comunidad monástica.
usura, el obispo desarrolla los g r a n d e s t e m a s socia-
les: i g u a l d a d f u n d a m e n t a l d e t o d o s los h o m b r e s a n t e
Liturgo de Cesarea
Dios, e m i n e n t e dignidad de toda p e r s o n a h u m a n a ,
necesidad d e u n a redistribución d e los b i e n e s p a r a La actividad litúrgica de Basilio c o m e n z ó en Cesa-

p o n e r l í m i t e s a la c o d i c i a y al e n r i q u e c i m i e n t o de al- rea mientras era un simple presbítero. Introdujo una

g u n o s , p o n e r fin al e s c á n d a l o social y a la m i s e r i a de n u e v a m a n e r a de cantar. R e f o r m ó el oficio litúrgico

otros. de los m o n a s t e r i o s . La tradición oriental le atribuye

la liturgia q u e lleva su n o m b r e , y q u e las iglesias de ri-
Basilio no se c o n t e n t a c o n p r e d i c a r a t i e m p o y
to b i z a n t i n o e m p l e a n todavía los días de c u a r e s m a y
d e s t i e m p o c o n t r a el lujo, la avaricia y la u s u r a , sino
en la celebración de las fiestas del a ñ o .
q u e se c o n s a g r a a o b r a s sociales y de caridad. De es-
te m o d o construye una verdadera ciudad, la Basi- Los a c o n t e c i m i e n t o s , las r e s p o n s a b i l i d a d e s no le

lias, con hospedería, albergue p a r a ancianos, hospi- permitieron a Basilio afirmar con amplitud su genio

tal q u e c o m p r e n d e u n a sección r e s e r v a d a a los en- teológico. Su C o r r e s p o n d e n c i a , u n a de las m á s con-

f e r m o s c o n t a g i o s o s , e n fin a l o j a m i e n t o s p a r a e m - siderables, nos hace conocer la vida cotidiana de la

pleados y obreros. Fue finalmente una verdadera Iglesia, las cuestiones sociales, su s e n t i d o de la a m i s -

ciudad obrera, con cocina económica. Basilio es u n o t a d y del equilibrio, la fuerza de c a r á c t e r y la sensibi-

de los p r i m e r o s apóstoles sociales s u s c i t a d o s p o r el lidad de un pastor incomparable.

Evangelio.

" L A EDAD DE ORO" 81

 2. Gregorio Nacianceno (329-390) Reconocido oficialmente c o m o obispo de Cons-
tantinopla por el nuevo e m p e r a d o r Teodosio, al con-
Vida vocarse el concilio en el 381, tuvo que soportar que

La historia relaciona a Gregorio N a c i a n c e n o con se viera m a l este n o m b r a m i e n t o y q u e sus opiniones

su a m i g o Basilio, a u n q u e difieren e n t r e ellos c o m o el fueran contestadas por sus iguales. Entonces él aban-

fuego y el viento. N a c i d o s los d o s en u n a s familias aris- donó la asamblea ecuménica, pronunció un famoso

tócratas y bien dotadas e c o n ó m i c a m e n t e , se comple- d i s c u r s o d e d e s p e d i d a y s e r e t i r ó a u n a p r o p i e d a d fa-

m e n t a n y se enriquecen m u t u a m e n t e . El padre de Gre- miliar, en Ariance, d o n d e p u d o ya c o n s a g r a r s e a su

gorio, q u e llevaba e l m i s m o n o m b r e q u e s u hijo, p e r t e - obra literaria, hasta el m o m e n t o de su m u e r t e , en el

necía a u n a secta judeo-pagana. Su mujer, de familia 390.

cristiana, influyó de m a n e r a decisiva sobre su m a r i d o ,

t a n t o q u e s e c o n v i r t i ó y fue n o m b r a d o o b i s p o d e N a - "El teólogo"
cianzo (hoy Nenizi), al suroeste de Cesarea.
Gregorio es el único escritor de la antigüedad, des-
La familia hizo seguir a su hijo ú n i c o el ciclo clási-
pués de J u a n Evangelista, al que se le aplica el título
co de los estudios de e n t o n c e s , c o m p l e t a d o p o r estan-
de "Teólogo". E s t o se d e b e s o b r e t o d o a sus cinco dis-
cias en los g r a n d e s centros universitarios de Constan-
cursos llamados teológicos, en sentido estricto de la
tinopla, Alejandría, Atenas, d o n d e la amistad con Ba-
palabra, pues tienen a Dios c o m o objeto. F o r m u l a en
silio cuajó d e f i n i t i v a m e n t e . P a r e c e q u e h a c i a el 357, a
ellos la fe en la Trinidad c o n u n a p r o f u n d i d a d en la
su regreso, G r e g o r i o recibió el b a u t i s m o , luego volvió
expresión, u n a claridad en la formulación dogmática
a e n c o n t r a r a Basilio en su retiro m o n á s t i c o .
q u e l e s o n p e r s o n a l e s . "El n o m b r e p r o p i o del q u e n o
El p a d r e , ya a n c i a n o , q u i s o t e n e r c o n s i g o a su hijo
tiene origen es el Padre; el n o m b r e p r o p i o del q u e es
y le o r d e n ó presbítero, contra su voluntad (Navidad
e n g e n d r a d o , sin c o m i e n z o , es el Hijo; el n o m b r e del
del 361). Éste no se o p u s o , p e r o h u y ó h a s t a la fiesta
q u e p r o c e d e o viene sin ser e n g e n d r a d o es el Espíritu
d e P a s c u a ; c u a n d o volvió, p r o n u n c i ó s u p r i m e r ser-
Santo" (Disc. 30,19).
món, que todavía poseemos.
Con la misma claridad Gregorio expone tam-
Para multiplicar sus sufragáneos, frente al proyec-
b i é n el m i s t e r i o de Cristo: "Él tiene a b i e n ser u n o ,
to imperial, Basilio, su amigo, lo n o m b r ó obispo de
hecho de dos; dos naturalezas se encuentran no en
S á s i m a , "aldea miserable", q u e n u n c a visitará. Conti-
dos, sino en un solo Hijo. Las dos naturalezas se
n u ó c o m o auxiliar de su p a d r e y a la m u e r t e de éste, en
u n e n sin que n i n g u n a de las dos sufra la m e n o r a m -
el 374, a d m i n i s t r ó la diócesis de N a c i a n z o , luego bus-
putación". La claridad de la formulación recibió la
có la soledad en la costa, en Seleucia, frente a Chipre.
a p r o b a c i ó n del concilio de Éfeso (431) y de Calce-
Allí l e v i n i e r o n a b u s c a r los c r i s t i a n o s de C o n s -
d o n i a (451).
tantinopla en el 379, p a r a que estuviera al frente de
s u c o m u n i d a d , d i e z m a d a p o r e l a r r i a n i s m o , p e r o li-
Humanista y poeta
b e r a d a t r a s l a m u e r t e d e l e m p e r a d o r V a l e n t e . Allí
p r o n u n c i ó los C i n c o d i s c u r s o s t e o l ó g i c o s p a r a de- Personalidad de contrastes, el teólogo es al m i s m o
finir la fe o r t o d o x a s o b r e Cristo, s o b r e la Trinidad. t i e m p o un h u m a n i s t a y un lírico. La calidad de su cul-
Un clásico. t u r a a p a r e c e e n s u s c u a r e n t a y c i n c o Discursos, l e í -

82 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA

dos y a d m i r a d o s hasta el p u n t o de ser estudiados en HIMNO A DIOS
las escuelas d e retórica. Desplegó u n a r s e n a l d e p r o - ATRIBUIDO A GREGORIO NACIANCENO
c e d i m i e n t o s , d e h a b i l i d a d e s r í t m i c a s , q u e p u e d e n fa-
tigar a la larga, p e r o q u e f u e r o n el e n c a n t o de los si- O h t ú , e l m á s allá d e t o d o ,
¿cómo llamarte con otro nombre?
glos. S u s Discursos fueron c o p i a d o s , t r a d u c i d o s a to-
¿Qué h i m n o te puede cantar?
das las lenguas, r i c a m e n t e iluminados, c o m o lo ates- Ninguna palabra te expresa.
t i g u a n los m a n u s c r i t o s . ¿Qué espíritu puede comprenderte?
Gregorio ha querido dar también a la literatura N i n g u n a inteligencia te entiende.
griega cristiana un m o d e l o epistolar: es él quien p u s o S ó l o t ú e r e s inefable;
c u a n t o s e d i c e h a s a l i d o d e ti.
a p u n t o la c o r r e s p o n d e n c i a de Basilio así c o m o la
Sólo tú eres incognoscible;
suya, con un total de cientos de cartas.
c u a n t o s e p i e n s a h a b r o t a d o d e ti.
El r i t m o poético de su p r o s a a n u n c i a los p o e m a s T o d o s los s e r e s t e a l a b a n ,
d e l f i n d e s u v i d a (ver aquí). Gregorio ambicionaba los q u e h a b l a n y los q u e g u a r d a n s i l e n c i o .
crear u n a lírica cristiana, q u e p u d i e r a rivalizar c o n la Todos te r i n d e n pleitesía,
los q u e p i e n s a n y los q u e n o l o h a c e n .
poesía profana. El obispo compuso p o e m a s dogmáti-
El u n i v e r s a l d e s e o , el g e m i d o de t o d o s t i e n d e h a c i a ti.
c o s s o b r e l a s g r a n d e s v e r d a d e s d e l a fe. S u i n s p i r a c i ó n
C u a n t o existe t e s u p l i c a
e s m á s original e n los p o e m a s m o r a l e s , d o n d e expre- y q u i e n c o n t e m p l a el u n i v e r s o
sa, c o n u n a s e n s i b i l i d a d d e s g a r r a d a , s u b ú s q u e d a , s u t e eleva u n h i m n o e n s u s i l e n c i o .
sufrimiento, la melancolía del a n c i a n o , irisada de es- Únicamente en ti permanece todo
peranza. y d e ti, c o n u n m i s m o i m p u l s o , t o d o p r o c e d e .
Tú eres el fin de todo,
El p o e m a m á s importante, Sobre su vida (1949
tú eres el único.
versos) nos p e r m i t e entrar en el jardín cerrado de u n a
Tú eres c a d a u n o y no eres n i n g u n o .
lírica v i b r a n t e p e r o s i e m p r e dócil a u n a fe sin desfa-
N o e r e s u n s o l o ser, n o e r e s e l c o n j u n t o d e t o d o .
llecimiento. En Gregorio se reconoce el a l m a griega, T ú c o n c e n t r a s t o d o s los n o m b r e s ,
es a d m i r a d a con entusiasmo, e imitada en sus him- ¿cómo podría yo nombrarte?
nos litúrgicos. El Teólogo, al abrir el c a m i n o p a r a Tú eres el único que no se puede n o m b r a r ;
otros poetas c o m o Sinesio de Cirene algunos años ¿ q u é e s p í r i t u celestial p o d r á p e n e t r a r l a s n u b e s q u e cu-
bren
posterior, P a u l o el Silenciario, en el siglo IV o Sofro-
a l m i s m o cielo?
nio de J e r u s a l é n en el siglo VII, ha s a b i d o reconciliar
Ten p i e d a d , o h T ú , e l m á s allá d e t o d o ;
e l a r t e y l a fe, e l h e l e n i s m o y l a r e v e l a c i ó n , e n u n a i n - ¿cómo llamarte con otro nombre?
fancia recobrada.
(Poema I, 1,29)

" L A EDAD DE ORO" 83

 3. Gregorio de Nisa (+ 394)
Vida
G r e g o r i o , t e r c e r hijo v a r ó n de la familia de Basi-
lio, s e f o r m ó e n las e s c u e l a s d e C a p a d o c i a (Neo-Cesa-
rea, luego Cesarea) en la retórica y en la filosofía, des-
p u é s ingresó, d e s l u m b r a d o , en la escuela de su her-
m a n o m a y o r vuelto del extranjero. N o s a b e m o s c u á n -
do Gregorio recibió el bautismo, ciertamente no en su
infancia, p u e s incluso las familias cristianas espera-
ban que pasara la juventud para recibir el bautismo.
La conversión de Basilio le decidió quizás a abra-
zar la c a r r e r a eclesiástica c o m o lector; p e r o r e n u n c i ó
r á p i d a m e n t e a ella p a r a e n s e ñ a r la r e t ó r i c a , sin d u d a
d e s p u é s d e l a a b r o g a c i ó n d e l a ley e s c o l a r d e J u l i a n o ,
q u e p r o h i b í a a los cristianos enseñar. ¿Tuvo p o r esto
u n a crisis? E l h o m b r e n o e s n a d a explícito c o m o p a r a
h a b l a r d e ello. D u r a n t e este p e r í o d o G r e g o r i o c o n t r a -
jo matrimonio con una mujer de grandes cualidades,
llamada p r o b a b l e m e n t e Teosebia.
En el 372 Basilio, obispo de Cesarea, coloca a su
h e r m a n o c o m o su colaborador y le obliga al ordenar-
le obispo de u n a m o d e s t a localidad, llamada Nisa, al
oeste d e Cesarea, p o r los m i s m o s m o t i v o s q u e h a b í a
n o m b r a d o a su a m i g o G r e g o r i o o b i s p o de S á s i m a y a
A m f i l o q u i o (+394) de I c o n i o .
Poco dotado para el gobierno, Gregorio experi-
m e n t a la oposición de los a r r i a n o s ; un s í n o d o de obis-
pos lo d e p o n e en el 376. P u d o volver a su ciudad epis-
copal triunfalmente a la m u e r t e del e m p e r a d o r Valen-
te (378). Al a ñ o siguiente Gregorio perdió a su h e r m a -
na M a c r i n a y a su h e r m a n o Basilio.
Comenzó una nueva etapa. Gregorio administró
durante un tiempo el obispado de Sebaste, tuvo un
papel de p r i m e r a línea en el concilio de Constantino-
pla, fue e l h o m b r e d e c o n f i a n z a d e l a c o r t e , e n c a r g a d o
de diversas misiones en Arabia, en Jerusalén, p r o n u n -
84 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA
ció las o r a c i o n e s fúnebres de Pulqueria, hija del em-
p e r a d o r y de la e m p e r a t r i z Flacila, se c o n s a g r ó , final-
m e n t e , h a s t a su m u e r t e (394) a su o b r a literaria y teo-
lógica, u n a d e las m á s vigorosas.
A p e n a s h a y un escritor de los p r i m e r o s siglos, des-
conocido durante un tiempo, cuya obra conozca hoy
u n "revival" c o m p a r a b l e a l d e G r e g o r i o d e N i s a . A d -
m i r a d o r d e Orígenes, c o m o los otros dos C a p a d o c i o s ,
p a r e c e q u e él sufrió m á s q u e los otros p o r el p r o c e s o
abierto a su m a e s t r o de Alejandría. Gregorio sabe por
lo d e m á s mantener sus distancias. Más que e n u m e r a r
sus o b r a s , es m e j o r d e s t a c a r las aristas c o n t r a s t a d a s .
Educador de la fe
C o m o los a u t o r e s d e n u m e r o s o s t r a t a d o s teológi-
cos, Gregorio e m p i e z a p o r p o n e r la fe al abrigo de las
desviaciones que actúan desde el arrianismo radical
de E u n o m i o , ya c o m b a t i d o por su h e r m a n o , o del
error apolinarista que, en sentido opuesto, mutilaba
la auténtica naturaleza h u m a n a de Cristo.
La Catequesis de la fe, llamada t a m b i é n Discurso
catequético, es un modelo de adaptación pastoral de
la c a t e q u e s i s al m e d i o culto, n u t r i d o p o r la filosofía
griega. Con u n a finura psicológica el obispo de Nisa
se dirige a q u í a los catequistas p a r a e x p o n e r no t a n t o
el d a t o de la fe sino la m a n e r a de h a c e r aceptable y ac-
cesible a un espíritu griego las verdades q u e ofrecen
algún p r o b l e m a : el h o m b r e , el mal, el misterio del
Hombre-Dios, el d r a m a de su existencia que se re-
suelve en la resurrección, la transfiguración progresi-
va del h o m b r e r e c r e a d o p o r la gracia, q u e hace de no-
sotros los artífices de n u e s t r a s e m e j a n z a con Dios,
hasta la recuperación universal de toda la creación,
en la fase final. Visión e s c a t o l ó g i c a s o b r e la q u e G r e -
gorio vuelve repetidas veces, principalmente en su
d i á l o g o c o n M a c r i n a t i t u l a d o Sobre el alma y la resu-
rrección.
 Lector de la Escritura h u m a n a " . La biografía no tiene otro objetivo q u e m o s -
trar el c a m i n o de la perfección, con un rostro h u m a -
La Escritura es la referencia f u n d a m e n t a l del obis-
no, que une cultura y santidad, equilibrio y heroís-
po de Nisa. No p o r q u e m u l t i p l i q u e las citas, c o m o
mo.
A g u s t í n , s i n o p o r q u e é l e s t á i m p r e g n a d o d e ella, h a b i -
L o m i s m o o c u r r e c o n o t r a s t r e s o b r a s : L a Vida d e
t u a d o a ella. C u a n d o q u i e r e e x p o n e r la v i d a c r i s t i a n a
Moisés, " t r a t a d o d e l a p e r f e c c i ó n , s o b r e e l t e m a d e l a
a l o s f i e l e s , l e s c o m e n t a e l Eclesiastés, l a s B i e n a v e n t u -
v i r t u d " , e s c r i t o a p e t i c i ó n d e l m o n j e C e s á r e o ; Homi-
ranzas (ver p. 86), el Padre nuestro.
lías sobre el Cantar de los Cantares, predicadas a la
C u a n d o b u s c a i n d a g a r sobre el e n i g m a del h o m -
c o m u n i d a d de la famosa Olimpia, q u e m a n t e n í a co-
bre, Gregorio no p r e g u n t a a los filósofos, sino al libro
rrespondencia con J u a n Crisóstomo. La obra descri-
d e l Génesis. C u a n d o d e s c r i b e l a s s e n d a s d e l a v i d a
be la a s c e n s i ó n espiritual del a l m a , e m b r i a g a d a del
m í s t i c a , u t i l i z a el l i b r o d e l Éxodo, en la Vida de Moi-
amor de Dios, que "va de comienzos en comienzos,
sés, o c o m e n t a el Cantar de los Cantares.
por comienzos que nunca tienen fin". Finalmente, su
Los varios temas bíblicos: Éxodo, Salmos, Ecle-
ú l t i m a o b r a , l a Hypotyposis (modelo, ejemplo) es un
siastés, Cantar de los Cantares abalizan siempre para
t r a t a d o sobre la vida m o n á s t i c a q u e describe el itine-
el o b i s p o de Nisa el itinerario espiritual que, a través
rario espiritual del m o n j e y el b u e n u s o de la vida co-
de las purificaciones, c o n d u c e al m i s t e r i o i n a c c e s i b l e
m ú n . Q u i e r e favorecer c o n ella la vida m í s t i c a en el
de Dios.
cenobitismo basiliano.
Al igual q u e los otros C a p a d o c i o s , G r e g o r i o es dis-
Teólogo del monacato y de la vida mística
cípulo de Orígenes, p e r o c o n libertad y s e n t i d o críti-
Ya h e m o s visto q u e d u r a n t e su vida Basilio asocia co. M e n o s lírico q u e Gregorio N a c i a n c e n o , m e n o s
a su h e r m a n o a su o b r a m o n á s t i c a . Y c u r i o s a m e n t e , h o m b r e de gobierno q u e su h e r m a n o Basilio, quien
a u n q u e todavía no es m á s q u e laico y casado, le pide parece que en un tiempo lo tuvo acomplejado, Grego-
un Tratado de la virginidad. Aunque Gregorio recu- rio de Nisa seduce por la riqueza de su pensamiento,
r r e en él a la r e t ó r i c a y a los l u g a r e s c o m u n e s de la Se- la fuerza de su espíritu, a la vez sutil y p e n e t r a n t e . La
g u n d a Sofística, en él manifiesta ya un s e n t i d o teoló- mística es la inclinación n a t u r a l de su reflexión teoló-
gico m u y s e g u r o y claro s o b r e la virginidad a la luz de gica. La paradoja, que los sabios l l a m a n o x í m o r o n
la c r e a c i ó n , a i m a g e n y s e m e j a n z a de Dios. ("sobria e m b r i a g u e z " , " s u e ñ o vigilante", "tiniebla lu-
Dios es el arquetipo de la virginidad, p o r q u e en- minosa", la perfección "cuyo límite es no tener pun-
g e n d r a sin pasión. Es, p u e s , el misterio trinitario el to") expresa p e r f e c t a m e n t e el sesgo de su espíritu.
q u e da su f u n d a m e n t o y su significado a la virginidad: El m é r i t o principal del o b i s p o de Nisa es h a b e r
"Ella, es en efecto, un m a t r i m o n i o i n t e r i o r y e s p i r i - orientado la investigación teológica hacia la experien-
tual con Dios" (Virginidad, 20,1). cia eclesial y espiritual. M a e s t r o i n c o m p a r a b l e de la
A la m u e r t e de Basilio, Gregorio se convierte en su teología mística, influyó directamente o p o r media-
legatario espiritual para el m o n a c a t o . La Vida de Ma- ciones tanto en Oriente c o m o en Occidente. Es sin
crina p r e t e n d e p r e s e n t a r el m o d e l o de la m o n j a per- d u d a a l g u n a u n o d e los m á s p r e s t i g i o s o s e n t r e los es-
fecta q u e h a a l c a n z a d o "la m á s a l t a c i m a d e l a v i r t u d c r i t o r e s g r i e g o s d e l s i g l o IV.

" L A EDAD DE ORO" 85

 GREGORIO DE NISA P e r o ¿ c ó m o ? S i l a v i d a e t e r n a e s l a v i s i ó n d e D i o s , ¿los
p i l a r e s d e l a fe, J u a n , P a b l o , M o i s é s n o s verifican q u e es-
Ver al invisible
to es i m p o s i b l e ? ¡Qué vértigo! Ante el a b i s m o de estos
La misma impresión que uno experimenta cuando, c o n t o r n o s , y o m e s i e n t o desfallecer....
d e s d e l o a l t o d e u n p r o m o n t o r i o , c o n t e m p l a c o n s u s ojos E l S e ñ o r dice q u e n u e s t r o g o z o n o c o n s i s t e e n v i s l u m -
l a i n m e n s i d a d del m a r , e s l a q u e e x p e r i m e n t a m i e s p í r i t u b r a r a Dios, s i n o e n p o s e e r l o d e n t r o d e n o s o t r o s m i s m o s .
c u a n d o , d e s d e l o a l t o d e las p a l a b r a s e l e v a d a s del S e ñ o r Y o n o c r e o q u e Dios s e deje v e r c a r a a c a r a p o r e l q u e s e
c o m o desde la cima de un acantilado, contempla el abis- h a y a p u r i f i c a d o . E s t a f ó r m u l a m a g n í f i c a n o s s u g i e r e qui-
mo infinito de sus alrededores. zás lo q u e otra palabra expresa en t é r m i n o s m á s claros:
"El r e i n o de Dios e s t á d e n t r o de v o s o t r o s " (Lc 17,21). De
M u c h a s v e c e s v e m o s a l b o r d e del m a r c ó m o s e eleva
esto nosotros d e d u c i m o s que con un corazón purificado
u n o d e e s t o s e s p o l o n e s r o c o s o s q u e o f r e c e n a las o l a s u n a
de toda creatura y de todo sentimiento carnal, contempla-
superficie a b r u p t a de arriba abajo y cuya cresta d o m i n a
m o s e n n u e s t r a p r o p i a belleza l a i m a g e n d e l a n a t u r a l e z a
e l a b i s m o . E l v é r t i g o q u e u n o e x p e r i m e n t a d e s d e e s t a al-
divina. E n e s t a b r e v e f ó r m u l a e l V e r b o l a n z a u n a g r a n d i o -
t u r a , a l d i r i g i r s u m i r a d a s o b r e los a b i s m o s m a r i n o s , e s e l
sa l l a m a d a : "Vosotros q u e a s p i r á i s a v e r el B i e n v e r d a d e r o ,
que t a m b i é n experimenta hoy mi alma, c u a n d o esta gran
a u n q u e s e o s d i g a q u e l a g r a n d e z a d e Dios r e i n a p o r enci-
p a l a b r a del S e ñ o r l a lleva p o r s o b r e l o s a b i s m o s : "Bien-
m a d e los cielos, q u e s u g l o r i a e s i n e x p r e s a b l e y s u b o n -
a v e n t u r a d o s los de c o r a z ó n p u r o , p o r q u e ellos v e r á n a
d a d n o t i e n e n o m b r e , q u e s u n a t u r a l e z a e s infinita, n o cai-
Dios."
gáis e n l a d e s e s p e r a n z a p e n s a n d o q u e n o p o d r é i s c o n t e m -
Dios se ofrece a las m i r a d a s de los q u e t i e n e n el c o r a -
p l a r a l q u e b u s c á i s . " H a y e n ti, e n c i e r t o m o d o , u n a a p t i -
zón p u r o . Ahora bien, "Nadie ha visto n u n c a a Dios" (Jn
t u d p a r a v e r a Dios: e l q u e t e h a f o r m a d o h a d e p o s i t a d o e n
1,18), d i c e s a n J u a n . Y s a n P a b l o c o n f i r m a e s t a i d e a a l
t u ser u n a f u e r z a i n m e n s a . Dios, a l c r e a r t e , h a e n c e r r a d o
h a b l a r d e a q u e l " a q u i e n n i n g u n o d e los h o m b r e s h a vis-
en ti la s o m b r a de su propia bondad, lo m i s m o que se im-
t o n i l o p u e d e ver" ( 1 T m 6,16). D i o s e s e l p e ñ ó n a b r u p t o
p r i m e los t r a z o s d e u n sello e n l a c e r a . P e r o e l p e c a d o h a
y afilado, q u e n o ofrece e l m á s m í n i m o a s i d e r o a n u e s t r a
o c u l t a d o l a h u e l l a d e D i o s y e s t e b i e n s e h a q u e d a d o in-
i m a g i n a c i ó n . T a m b i é n M o i s é s e n s u s leyes l o l l a m a b a e l
f r u c t u o s o , o c u l t o bajo u n o s velos m a n c h a d o s . Viviendo e n
inaccesible: así desalentaba todo intento de aproxima-
e l b i e n , ¿ b o r r a s l a m a n c h a q u e e n s u c i a t u c o r a z ó n ? T u di-
ción y sus a m e n a z a s no hacían m á s que expresar la pro-
v i n a b e l l e z a r e s p l a n d e c e d e n u e v o e n ti.
hibición de buscarlo: "No hay nadie, decía, q u e p u e d a ver
al S e ñ o r y s e g u i r v i v i e n d o " (Ex 33,20).
Homilía 6 sobre las Bienaventuranzas, 1 y 4.

86 PARA LEER Los PADRES DE LA IGLESIA

 VI. ANTIOQUÍA CRISTIANA
Antioquía, b a ñ a d a por el Orontes, rodeada por un
circo de m o n t a ñ a s , capital de Siria, era f a m o s a p o r
sus m o n u m e n t o s . Tercera c i u d a d del I m p e r i o , los R o -
manos la adornaron con avenidas bordeadas por es-
t a t u a s , t e m p l o s , t e a t r o s , t e r m a s y u n e s t a d i o . Allí f u e
d o n d e los discípulos d e Cristo fueron l l a m a d o s cris-
tianos. L a c o m u n i d a d p o d í a e n u m e r a r los n o m b r e s
f a m o s o s d e s u s o b i s p o s : I g n a c i o , Teófilo, S e r a p i ó n .
La lista n o s la p r o p o r c i o n a el historiador Eusebio.
Sus mártires eran numerosos, lo que impulsó la
multiplicación de los lugares de p e r e g r i n a c i ó n . Parti-
c u l a r m e n t e d u r a fue l a p e r s e c u c i ó n d e D i o c l e c i a n o .
Allí t a m b i é n e s l a r g a l a l i s t a d e l o s m á r t i r e s : p r e s b í t e -
ros, mujeres y vírgenes. J u a n Crisóstomo dice que la
c i u d a d e s t a b a c e ñ i d a p o r las reliquias de los m á r t i r e s
c o m o p o r u n a muralla. Al principio del siglo IV
o b i s p o d e l a c i u d a d , E u s t a t i o , fue u n o d e los d e f e n s o -
res declarados de la fe de Nicea.
Los orígenes judeo-crisianos de la c o m u n i d a d im-
p r i m i e r o n su m a r c a sobre la exégesis y la e n s e ñ a n z a
teológica d e l a Iglesia. S e trata m á s d e u n m é t o d o q u e
de u n a escuela. P a r e c e q u e los f u n d a d o r e s f u e r o n los
presbíteros Doroteo y Luciano, ambos mártires.
El primero que tuvo fama de docente en Antioquía
fue D i o d o r o d e T a r s o . E x e g e t a d e p r o f e s i ó n , h a b í a
c o m e n t a d o t o d o s los l i b r o s d e l a Biblia. N o s h a n lle-
g a d o s ó l o a l g u n o s f r a g m e n t o s d e s u s o b r a s . F u e evi-
d e n t e m e n t e en A n t i o q u í a el m a e s t r o del p e n s a m i e n -
to, c o n t e m p o r á n e o de los Capadocios, r e s p e t a d o p o r
la calidad de su e n s e ñ a n z a y la austeridad de su vida.
Tuvo c o m o discípulos a J u a n Crisóstomo y a Teodoro
de Mopsuestia.
Antioquía, a diferencia de Alejandría, se interesa
en p r i m e r lugar p o r el sentido literal e histórico del
texto, a c l a r a d o p o r su contexto, y r e c u r r i e n d o a recur-
sos de la filología y de la s e m á n t i c a . En un d e t e r m i n a -
do n ú m e r o de casos a d m i t e , al l a d o del s e n t i d o literal,
el s e n t i d o típico, q u e se apoya sobre las relaciones en-
tre los d o s T e s t a m e n t o s ; en t o d o s los c a s o s d e b e ser
m a t i z a d a la oposición, tradicional y en p a r t e real, al
alegorismo alejandrino.
En realidad nos encontramos en presencia de dos
aproximaciones complementarias, que habrían gana-
do si se h u b i e r a n a r m o n i z a d o . Las d i s p u t a s y rivali-
d a d e s d e s e d e i m p i d i e r o n e l d i á l o g o , p r o v o c a r o n ex-
cesos de lenguaje de u n a y otra parte, introdujeron en
el debate elementos impropios de u n a investigación
teológica. De esto es u n a prueba la historia dramática
de Juan Crisóstomo.
1. Juan Crisóstomo (+ 407)
el
Vida
N a c i d o p r o b a b l e m e n t e hacia el 349, de u n a familia
d e e l e v a d a c o n d i c i ó n social, J u a n p e r d i ó m u y p r o n t o
a su p a d r e y fue e d u c a d o p o r su m a d r e A n t h o u s a , m u -
j e r m u y religiosa. C o n t o d a p r o b a b i l i d a d e l j o v e n fue
d i s c í p u l o del célebre sofista Libanio, gloria de Antio-
quía. J u a n recibió el b a u t i s m o el a ñ o 368, renunció a
la carrera de abogado, ingresó en la escuela de Diodo-
r o y s e c o n s a g r ó a l a e x é g e s i s y a l a v i d a a s c é t i c a . Allí
contrajo amistad con Teodoro de Mopsuestia, luego se
h i z o lector de la iglesia de Antioquía.
J u a n , d e s e a n d o u n a vida m á s perfecta, a b a n d o n ó
la c i u d a d p a r a p o n e r s e bajo la dirección de un asceta
y vivir c o m o solitario, durante dos años, en u n a gru-
ta. Verosímilmente d e e s t a é p o c a s o n s u s l i b r o s Con-
tra los adversarios de la vida monástica, De la Virgini-
dad y Auna joven viuda.
Agotado por la penitencia, J u a n regresa a Antio-
q u í a d o n d e fue o r d e n a d o d i á c o n o e n e l 381 p o r e l
obispo Melecio (que murió poco después, cuando
p r e s i d í a el concilio de Constantinopla), luego, cinco
" L A EDAD D E ORO" 87
 años más tarde, ordenado presbítero. Para preparar- El hombre de la Escritura
s e e s c r i b i ó Sobre e l sacerdocio, un l i b r o c l á s i c o de la
"Todo el t i e m p o libre q u e tengas, conságralo a la
Iglesia. D o t a d o de excepcionales cualidades p a r a la
E s c r i t u r a " ; e l d i s c í p u l o d e D i o d o r o n o c e s a d e leer, d e
p a l a b r a , s e c o n s a g r ó a l a p r e d i c a c i ó n . E s t o l e h i z o fa-
meditar, de p r e d i c a r la Biblia. N i n g ú n otro escritor de
m o s o . Una gran parte de sus homilías sobre al Anti-
la a n t i g ü e d a d n o s ha dejado t a n t a s h o m i l í a s s o b r e los
g u o y e l N u e v o T e s t a m e n t o d a t a n d e e s t a é p o c a feliz.
libros del Antiguo y del N u e v o T e s t a m e n t o . En total
La fama de J u a n hizo que lo llamaran a Constanti-
son u n a s setecientas homilías. Es el único que ha co-
nopla para suceder, en el 398, al señorial patriarca
m e n t a d o e n c o n j u n t o las epístolas d e Pablo, s u a u t o r
Nectario. El nuevo obispo actuó en sentido inverso a
p r e f e r i d o , q u e n o d e j a d e leer.
su predecesor. En l u g a r del lujo, él e s c o g i ó la d e s n u -
J u a n ha c o m e n t a d o los Evangelios de M a t e o y de
dez, r e f o r m ó el clero, inculcó las c o s t u m b r e s cristia-
J u a n . Pero el Apóstol sigue siendo su lectura preferi-
n a s en u n a s o c i e d a d todavía p a g a n a , a t a c ó el lujo de la
d a . E s t á i m p r e g n a d o d e s u e s p í r i t u . "Yo c r e o , a f i r m a -
corte, insulto de la miseria del p u e b l o bajo. La e m p e -
ba Isidoro de Pelusa (autor egipcio de unas 2000
r a t r i z E u d o x i a , i r r i t a d a , t r a m ó s u r u i n a . L o l o g r ó fá-
cartas, m u e r t o en el 435) q u e si el divino Pablo hubie-
c i l m e n t e , g r a c i a s a la c o m p l i c i d a d de Teófilo de Ale-
ra querido c o m e n t a r por sí m i s m o , en la lengua anti-
j a n d r í a , m u y feliz p o r i n t e r v e n i r p a r a h a c e r q u e e l
gua, no lo h a b r í a h e c h o de f o r m a distinta a lo q u e es-
concilio de Chena, cerca de Calcedonia, depusiera a
te m a e s t r o venerable; de tal f o r m a se destaca su exé-
J u a n b a j o a c u s a c i o n e s falaces. J u a n fue e n v i a d o a l
gesis de la epístola a los R o m a n o s p o r su vida, su b e -
destierro, u n a p r i m e r a vez, en el 4 0 3 . E s t a b a ya en Bi-
lleza, la p e r f e c c i ó n de estilo".
tinia c u a n d o un m o v i m i e n t o p o p u l a r lo hizo regresar.
Lejos de reservar la E s c r i t u r a a los clérigos, J u a n
La tregua duró poco. Al cabo de dos meses se de-
a f i r m a q u e e l p u e b l o c r i s t i a n o t i e n e d e ella m á s n e c e -
c l a r a r o n n u e v o s i n c i d e n t e s . E l o b i s p o fue d e t e n i d o e n
sidad q u e los monjes. "Que c a d a u n o , retirado en su
plena celebración pascual (404), luego enviado al exi-
hogar, t o m e la Biblia en la m a n o . Q u e r u m i e las cosas
lio d e f i n i t i v a m e n t e a C ú c u s a , en la Baja A r m e n i a , y
que ha escuchado, si quiere obtener de la Escritura
d e s p u é s a la fortaleza de Arabissos, en el e x t r e m o
beneficios duraderos." Y añade: "No busques, pues,
o r i e n t a l del m a r N e g r o . N o llegó n u n c a a ella, p u e s
otro maestro; tú posees la p a l a b r a de Dios. N i n g ú n
murió, agotado, el 14 de septiembre de 407, diciendo:
o t r o t e i n s t r u i r á c o m o ella."
"¡Gloria a Dios p o r t o d a s las cosas!"
E d u c a d o en la "escuela" exegética de Antioquía,
Defensor de los pequeños y de los pobres
J u a n , lejos de m i n i m i z a r el e s f u e r z o intelectual, insis-
te s o b r e el trabajo y el estudio. Da i m p o r t a n c i a al sen- J u a n Crisóstomo, al igual q u e Basilio y Ambrosio,

tido literal e histórico. Resulta inútil entender, en el
s a l m o 149, el t a m b o r y el salterio c o m o referidos a la
m o r t i f i c a c i ó n de la c a r n e y a la m e d i t a c i ó n del cielo
( c o m o h a c e n los alegoristas). E s t e versículo n o s invi-
ta "sencillamente a c a n t a r g o z o s a m e n t e la gloria de
Dios". Lo q u e no o b s t a p a r a q u e el o b i s p o vea, c o n la
tradición, en el sacrificio de A b r a h á n u n a figura del
de la cruz.
se enfrenta c o n las plagas sociales de su t i e m p o , las
m i s m a s que azotaban en Milán, Cartago, Constanti-
n o p l a y Cesarea. J u a n no se c o n t e n t a c o n vivir c o m o
asceta, sino q u e se solidariza c o n la m i s e r i a de los q u e
s o n t e n i d o s en n a d a , r e p r e n d e el lujo d e s e n f r e n a d o de
la c o r t e y de la clase p u d i e n t e y la codicia de los ricos.
"¡Los m u l o s p a s e a n las f o r t u n a s y Cristo m u e r e de
h a m b r e ante tu puerta!"

88 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA

 Pocos pastores mejor que Juan han deducido de la
eucaristía el f u n d a m e n t o de la justicia social y de la
caridad, c o n r e s p e c t o a los d e s h e r e d a d o s . "Tú v e n e r a s
el altar de la Iglesia c u a n d o el cuerpo de Cristo ha ba-
j a d o a él. P e r o a l o t r o , q u e e s e l c u e r p o d e C r i s t o , t ú l o
desprecias y te mantienes indiferente c u a n d o m u e r e
de hambre."
JUAN CRISÓSTOMO
La Eucaristía
¡Cuántos no d i c e n a h o r a : Quisiera ver la figura del
Señor, s u talle, s u s v e s t i d o s , s u c a l z a d o ! P u e s a q u í l e ves
y le t o c a s y le c o m e s . Tú d e s e a r í a s v e r s u s v e s t i d o s , y él se
te da a sí m i s m o , no sólo p a r a que le veas, sino p a r a que
le t o q u e s y le c o m a s y le t e n g a s d e n t r o de ti m i s m o [...].
Cristo es nuestro alimento
¿ Q u i é n c o n t a r á l a s m a r a v i l l a s del S e ñ o r y h a r á o í r t o -
d a s s u s a l a b a n z a s ? ¿ Q u é p a s t o r a l i e n t a a s u s ovejas c o n
su propia carne? Mas ¿qué digo pastor? Madres hay m u -
c h a s v e c e s q u e , d e s p u é s d e l o s d o l o r e s del p a r t o , d a n a
c r i a r s u s hijos a o t r a s n o d r i z a s . N o c o n s i n t i ó e s o e l S e -
ñor, s i n o q u e é l m i s m o n o s a l i m e n t a c o n s u p r o p i a s a n g r e
y p o r t o d o s los m e d i o s n o s u n e e s t r e c h a m e n t e c o n s i g o .
P u e s m i r a d . N a c i ó d e n u e s t r a p r o p i a s u s t a n c i a . M a s es-
t o - m e d i r á s - n a d a t u v o q u e ver c o n t o d o s . Tuvo c i e r t a m e n -
te q u e ver c o n t o d o s . P o r q u e , si v i n o a n u e s t r a n a t u r a l e z a ,
es e v i d e n t e q u e v i n o a t o d o s ; y si a t o d o s , t a m b i é n a c a d a
u n o e n particular. Y ¿ c ó m o e s - m e d i c e s - q u e n o t o d o s sa-
c a r o n fruto d e eso? N o c i e r t a m e n t e p o r c u l p a d e q u i e n p o r
t o d o s se h i z o lo q u e se hizo, s i n o p o r la de q u i e n e s no qui-
s i e r o n recibirlo. C o n c a d a u n o , p u e s , de los fieles se u n e él
a sí m i s m o p o r m e d i o de la E u c a r i s t í a , y a los q u e él e n g e n -
d r ó , p o r sí m i s m o los a l i m e n t a y no los e n t r e g a a o t r o s , c o n
lo que nuevamente te persuade haber él tomado tu carne.
N o s e a m o s , p u e s , t i b i o s d e s p u é s q u e tal a m o r y tal h o -
n o r s e n o s h a c o n c e d i d o . ¿ N o veis los n i ñ o s p e q u e ñ u e l o s
c o n q u é fervor s e p e g a n a l p e z ó n ? A c e r q u é m o n o s a s í t a m -
b i é n n o s o t r o s a e s t a s a g r a d a m e s a y al p e c h o del cáliz es-
p i r i t u a l ; o , m á s b i e n , c o n m u c h o m a y o r fervor q u e los ni-
ñ o s d e p e c h o , a t r a i g a m o s l a g r a c i a del E s p í r i t u S a n t o y
s e a n u e s t r o ú n i c o d o l o r n o p a r t i c i p a r d e este a l i m e n t o .
Una misma cena
N o e s o b r a del p o d e r h u m a n o l o q u e s e n o s p o n e d e -
l a n t e . E l q u e o t r o r a h i z o e s o e n l a ú l t i m a c e n a , ése m i s m o
es el que lo sigue haciendo ahora. Nosotros o c u p a m o s el
puesto de ministros suyos, m a s el q u e santifica y trans-
f o r m a l a o f r e n d a e s él. Q u e n o a s i s t a , p u e s , n i n g ú n J u d a s ,
ningún avaro. Si alguno no es discípulo, retírese. Esta
m e s a s ó l o a los d i s c í p u l o s a d m i t e . P o r q u e : C o n m i s discí-
pulos - d i c e - quiero celebrar la pascua.
E s t a m e s a e s l a m i s m a q u e a q u e l l a y e n n a d a l e e s in-
ferior. P o r q u e n o l a p r e p a r a a q u é l l a C r i s t o y é s t a e l h o m -
bre. No. Él m i s m o p r e p a r a ésta que aquélla. Éste es aquel
cenáculo d o n d e entonces estuvieron: de aquí salieron al
m o n t e de los Olivos. S a l g a m o s t a m b i é n n o s o t r o s a las
m a n o s d e los p o b r e s . E l l o s d e s t i l a n e l a c e i t e q u e n o s h a
d e s e r útil e n l a o t r a vida, a q u e l q u e t o m a r o n c o n s i g o las
vírgenes p r u d e n t e s y que, p o r no t o m a r l o las fatuas, pe-
r e c i e r o n . T o m é m o s l o y e n t r e m o s , a fin de s a l i r c o n n u e s -
t r a s l á m p a r a s e n c e n d i d a s a l e n c u e n t r o del e s p o s o .
Homilía 82 sobre Mateo, 4-5, t r a d . D. R u i z B u e n o
" S a n J u a n C r i s ó s t o m o , H o m i l í a s " , II, B.A.C.,
Madrid, 2007, p. 624-627.
Educador de la fe y pastor
Si J u a n Crisóstomo ha sido celebrado c o m o ora-
dor hasta el punto de que el m u n d o antiguo pensó
que, en las orillas del Orontes, h a b í a vuelto a escu-
c h a r los a c e n t o s de D e m ó s t e n e s . Lejos de c o n s a g r a r s e
a la elocuencia, el o b i s p o la p u s o al servicio del E v a n -
gelio y del p u e b l o c r i s t i a n o . D u r a n t e t o d a su v i d a fue
un e d u c a d o r de la fe y un moralista en el sentido no-
ble de la palabra, p r e o c u p a d o p o r i n c u l c a r las cos-
tumbres cristianas, por reformar u n a sociedad cuyos
comportamientos seguían siendo paganos.
C o n o c e d o r d e los entresijos del c o r a z ó n h u m a n o ,
J u a n a d a p t a su p a l a b r a a las diversas situaciones de
la vida. En p r e s e n c i a de los e d u c a d o r e s y de los pa-
dres explica la belleza del p a p e l d e e l l o s , "el a r t e d e
l a s a r t e s " , q u e c o n s i s t e e n m o d e l a r u n ser. S u y a e s l a
e x p r e s i ó n : el h o g a r c r i s t i a n o es " u n a p e q u e ñ a iglesia".
A l o s m o n j e s y a las m o n j a s les d e m u e s t r a q u e la vir-
" L A EDAD DE ORO" 89
 ginidad es un d u r o c o m b a t e , q u e no a d m i t e relajo ni 423 obispo de Ciro, p e q u e ñ a ciudad cerca de Antio-
descanso. Su obra se presenta, pues, como "un ma- quía. Enfrentado a diversas polémicas, escribe u n a de
nual completo de vida cristiana". las últimas apologías, la Terapéutica de las enfermeda-
Si J u a n no tiene el sentido de g o b i e r n o , al estilo de des de los griegos. D e f i e n d e a N e s t o r i o c o n t r a C i r i l o en
Basilio, si no tiene el espíritu especulativo de Grego- la Refutación de los Doce anatematismos de Cirilo y en
rio de Nisa, parece que tuvo la capacidad de s o n d e a r el Pentálogo. En El Mendicante (Eranistés), se une al
más profundamente el corazón h u m a n o . Se le puede monofisismo naciente, que t o m a sus ideas un poco de
c o m p a r a r c o n los m á s g r a n d e s o r a d o r e s d e l a H é l a d a , t o d a s las herejías. Herejías q u e él describe m á s t a r d e
p e r o p o s e e el b r í o de los profetas. La historia le ha da- en El Compendio de fábulas heréticas. A p e s a r de su l u -
do el sobrenombre de "Crisóstomo": "Boca de oro". cha por la ortodoxia, él también es condenado por el
concilio de Constantinopla en el 553.
Muere hacia el 466, dejando tras de sí u n a obra
2. Teodoro de Mopsuestia (f 428)
considerable, tanto teológica c o m o epistolar (más de
La historia ha sido d u r a y sin d u d a injusta con el 200 cartas), biográfica (ver sus retratos de m o n j e s de
a m i g o de J u a n Crisóstomo, Teodoro, originario, co- Siria en l a Historia filoteada), y exegética (especial-
m o él, d e A n t i o q u í a , d o n d e fue a l u m n o del s o f i s t a Li- mente sus Preguntas y respuestas sobre el Octateuco y
banio y de Diodoro. Primero ordenado Presbítero, s o b r e l o s l i b r o s de Samuel y Reyes).
l u e g o n o m b r a d o o b i s p o d e M o p s u e s t i a , e n Cilicia, e n
Pero es conocido especialmente por su trabajo de
el 392. Adquirió fama de h o m b r e de ciencia, sobre to-
historiador: su Historia eclesiástica, que abarca del
do exegética y de ortodoxia. Está considerado c o m o
323 al 428, continúa la de Eusebio. Claramente an-
el m á s grande maestro de Antioquía.
tiarriana, se distingue fuertemente de aquella cu-
D e s p u é s de su m u e r t e le i m p l i c a r o n en las quere-
b r i e n d o el p e r í o d o del 320 al 435, q u e c o m p u s o un
llas cristológicas; fue el b l a n c o p r i v i l e g i a d o de los m o -
partidario de Eunomio: Filostorgo. Teodoreto se
nofisitas, a c a b ó p o r ser c o n d e n a d o c o n Diodoro en el
anticipa a otros dos historiadores de la Iglesia, los
concilio de Constantinopla en el 553, sobre la base de
dos abogados en Constantinopla: Sócrates, cuya
un florilegio de extractos hostiles, falsificados. S u s
Historia eclesiástica vuelve a n a r r a r los años 305 al
obras desaparecieron. Sólo nos ha llegado u n a tra-
439, y S o z o m e n o , q u e se o c u p a de los a ñ o s 324 al
ducción siríaca de las Catequesis bautismales. De su
439. Más tarde, l a Historia eclesiástica del abogado
obra exegética no q u e d a n m á s que fragmentos, que,
antioqueno Evagrio el Escolástico (hacia el 5 3 7 -
al menos, permiten apreciar su perfecta ortodoxia, el
m u e r t o d e s p u é s del 594, ¡no c o n f u n d i r c o n E v a g r i o
rigor de su m é t o d o , el empleo m o d e r a d o de la tipolo-
Póntico!) continuará la empresa para el período que
gía p a r a i n t e r p r e t a r el Antiguo T e s t a m e n t o .
v a d e l 4 3 1 al 5 9 4 . .
La expansión del Evangelio hacia Occidente no
3. Teodoreto de Ciro (393-466) n o s d e b e h a c e r p e r d e r d e vista q u e , d e s d e e l siglo III,

y las Historias Eclesiásticas la expansión se ha realizado también hacia Siria

oriental a p a r t i r de Antioquía. U n a de las p r i m e r a s
N a c i d o en A n t i o q u í a h a c i a el 393, e d u c a d o en los
iglesias conocida, c o n un baptisterio, es la de D o u r a -
a m b i e n t e s m o n á s t i c o s , Teodoreto llego a ser en el
Europos, sobre el Éufrates.

90 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA

 VII. EXPANSIÓN ORIENTAL DEL CRISTIANISMO.
LA IGLESIA SIRIACA
1. Los mártires persas en Afraates
Al c o m i e n z o del siglo IV la Iglesia está s ó l i d a m e n t e
i m p l a n t a d a en la M e s o p o t a m i a sasánida. La Iglesia
"persa", c r u e l m e n t e d i e z m a d a , d e p o r t a d a a Seleucia-
C t e s i f o n t e , c o n t i n ú a d e s a r r o l l á n d o s e e n d o s ejes, a l n o r -
te y al sur. La Iglesia del s u r fue p e r s e g u i d a p o r el r e y
S h a p h u r II (309-379), q u e i n t e n t ó d e s m a n t e l a r la es-
t r u c t u r a e hizo d a r m u e r t e a vírgenes y clérigos. La s e d e
episcopal de Seleucia-Ctesifonte q u e d ó vacante d u r a n t e
casi c u a r e n t a a ñ o s (348-388). P o s e e m o s todavía en par-
te la gesta de los m á r t i r e s persas, j o y a de la literatura.
Después de la c o n q u i s t a de Nísibe p o r los Persas,
en el 363, m u c h o s cristianos se fueron a instalar en te-
rritorio r o m a n o , en Edesa, m á s al oeste. En esta Me-
s o p o t a m i a s e m í t i c a s e h a c e oficial l a l e n g u a del p a í s ,
el siríaco, r a m a del a r a m e o oriental. E m p i e z a n p o r
t r a d u c i r l a B i b l i a , l a P e s i t o (ver pg. 54). La c u l t u r a n a -
cional es presentada c o m o un retoño de la literatura
judeo-cristiana, al abrigo del p e n s a m i e n t o griego.
La liturgia siríaca ha conservado el p a t r i m o n i o de
esta iglesia h a s t a n u e s t r o s días. La p o e s í a y la m ú s i c a
r e c i b i e r o n fuerte influencia del j u d a i s m o . M u c h a s
obras griegas, hoy perdidas, existen sólo en traduc-
ción siríaca. A s í l a s Homilías bautismales de Teodoro
de Mopsuestia. Si bien la literatura siríaca enriqueció
el p a t r i m o n i o griego.
Esta literatura original y fecunda estará m a r c a d a
p o r d o s g r a n d e s a u t o r e s e n l o s s i g l o s V y V I , c o m o Ci-
r i l o n a s , J u a n d e A p a m e a , F i l o x e n o d e M a b b u g , Ja-
cobo de Sarug, Severo de Antioquía o Jacobo de
E d e s a . Un d e t e r m i n a d o n ú m e r o de Sirios, rechazan-
do los concilios de Éfeso y/o de Calcedonia, f o r m a r o n
n u e v a s Iglesias. U n a de las cuales, la de los jacobitas,
fue f u n d a d a p o r J a c o b o B a r a d e o e n e l siglo VI.
En el siglo IV sobresale un n o m b r e , a d e m á s de
E f r é n , e l d e A f r a a t e s , q u e fue e l s u p e r i o r d e u n a c o -
m u n i d a d d e a s c e t a s , l l a m a d o s "los hijos del p a c t o " .
Sus obras, que han llegado hasta nosotros, no están
i n f l u e n c i a d a s p o r n i n g u n a filosofía, s i n o q u e sólo es-
tán inspiradas por la Escritura. Compuso también
h i m n o s litúrgicos c a n t a d o s a coro. Traducidos al grie-
go, p a s a r o n a la Iglesia de A n t i o q u í a d o n d e ellos in-
trodujeron los cantos responsoriales.
2. Efrén, la lira del Espíritu S a n t o
(306-373)
Vida
N a c i d o e n M e s o p o t a m i a , e n N í s i b e (al n o r o e s t e d e
M o s u l ) , d e familia sin d u d a c r i s t i a n a , fue o r d e n a d o
diácono por el obispo Jacobo. En el 363, cuando la
c i u d a d cayó en m a n o s de los Persas, se estableció en
E d e s a (Urfa), en territorio r o m a n o , d o n d e p a s ó los
diez últimos años de su vida. Es el fundador de u n a
escuela, u n a especie de seminario eclesiástico y de
u n i v e r s i d a d católica, d o n d e se e n s e ñ a b a a escribir,
leer, c a n t a r y c o m e n t a r l a s E s c r i t u r a s .
Un testigo de la teología siríaca
Efrén es el testigo privilegiado de u n a acultura-
ción diferente de las de t o d o s los d e m á s P a d r e s , situa-
da en la p r o l o n g a c i ó n del p e n s a m i e n t o j u d í o y j u d e o -
cristiano, ya analizado. E l a b o r a u n a exégesis no grie-
ga, p r ó x i m a a las r a í c e s v e t e r o t e s t a m e n t a r i a s , q u e tie-
n e a f i n i d a d e s c o n l a e s c u e l a d e A n t i o q u í a (ver p . 87).
U t i l i z a e l m é t o d o j u d í o d e l o s targumim y d e l o s mi-
drashim. Moisés a n u n c i a sobre t o d o a Cristo. Tipolo-
" L A EDAD DE ORO" 91
 gía en tres p l a n o s , d o n d e la figura se realiza en p r i m e r Poesía bíblica no sólo por la inspiración, sino por
su estructura y sus procedimientos: paralelismo anti-
l u g a r en Cristo y la Iglesia, realización q u e es p r o m e -
tético, e m p l e o de la c o n c o r d a n c i a discordante, c o m o
sa del a c a b a m i e n t o futuro.
en l o s S a l m o s y en l a s Odas de Salomón.
Efrén prefiere la polisemia de los símbolos de la
P a r a Efrén, Cristo es la viva e x p r e s i ó n de esta con-
E s c r i t u r a y de la c r e a c i ó n frente a los c o n c e p t o s a b s -
cordancia en la discordancia de su naturaleza divina
t r a c t o s d e l a filosofía. N o s e p a r a e l s i m b o l i s m o bíbli-
y de su naturaleza h u m a n a ; es el c o r a z ó n de la lectu-
co del s i m b o l i s m o cósmico. Los árboles de la Escritu-
ra de la Escritura, de la creación y de la historia.
ra son figura de la cruz, p e r o todo árbol, p o r su reno-
vación en primavera, simboliza el misterio de la cruz
y la p r o m e s a de resurrección. La E n c a r n a c i ó n de EFRÉN
Cristo justifica esta interpretación: el universo está
Himno para la Ascensión
creado a i m a g e n del Hijo único.
En este día, el p a n espiritual y n u e v o ha s u b i d o a los cielos.
L o s m i s t e r i o s fueron revelados, e n t u c u e r p o q u e h a s u b i d o
Los escritos de Efrén
c o m o u n a ofrenda.
L a o b r a del d i á c o n o tiene d o s o r i e n t a c i o n e s , u n a ¡ B e n d i t o sea, Señor, t u p a n !
polémica, otra didáctica. Combate el maniqueísmo, E l C o r d e r o n o s h a v e n i d o d e l a c a s a d e David,
e l e r r o r d e M a r c i ó n (al q u e y a h a b í a c o m b a t i d o e n e l el s a c e r d o t e , de la r a z a de A b r a h á n ;
siglo II B a r d e s a n e s ) , y s o b r e t o d o el a r r i a n i s m o . Su p a r a n o s o t r o s h a v e n i d o e l C o r d e r o d e Dios,
y p a r a n o s o t r o s el n u e v o s a c e r d o t e .
preocupación permanente es la ortodoxia. De su obra
Su c u e r p o es la víctima, su sangre nuestra bebida.
a u t é n t i c a c o n s e r v a m o s e n p r i m e r lugar los c o m e n t a -
¡ B e n d i t o sea el sacrificio n u e v o !
rios bíblicos del Antiguo Testamento, de los cuales só-
l o d o s h a n l l e g a d o h a s t a n o s o t r o s : e l d e l Génesis y e l Del cielo h a b a j a d o c o m o l a luz,
d e M a r í a h a nacido c o m o u n g e r m e n divino,
d e l Éxodo. E s u n a e x é g e s i s a n t e t o d o l i t e r a l , v e r s í c u l o
d e l a c r u z h a c a í d o c o m o u n fruto,
p o r versículo, a la vez t a m b i é n tipológica y p a r e n é t i -
a l cielo h a s u b i d o c o m o l a s p r i m i c i a s .
ca. P r e t e n d e s o b r e p a s a r la letra p a r a e n c o n t r a r el es- ¡ B e n d i t a sea s u v o l u n t a d !
p í r i t u , q u e é l l l a m a "el s e n t i d o p r o f u n d o " .
Tú e r e s la o b l a c i ó n del cielo y de la t i e r r a ,
Ha llegado hasta nosotros sobre todo su obra poé-
alternativamente inmolado, adorado.
tica: Homilías métricas (memré), exposición rimada Tú has venido p a r a ser víctima,
s o b r e l o s m i s t e r i o s d e l a fe. A d e m á s l o s h i m n o s p r o - Tú has subido c o m o u n a ofrenda única,
piamente dichos, los Carmina Nisibena (madrash), T ú h a s s u b i d o , Señor, l l e v a n d o t u sacrificio.
h i m n o s c o m p u e s t o s p a r a ser c a n t a d o s a d o s coros, es- (Himno 18)
trofa y estribillo.

92 PARA LEER Los P A D R E S DE LA IGLESIA

 VIII. EL DESPERTAR DE OCCIDENTE Y DE LA GALIA
S o l a m e n t e África, y, g r a c i a s a H i p ó l i t o , R o m a , p a -
r e c e q u e d i e r o n m u e s t r a s de v i t a l i d a d t e o l ó g i c a y lite-
r a r i a en el siglo III. Un siglo m á s t a r d e se m o d i f i c ó el
m a p a del Occidente cristiano y p r e s e n t ó figuras de
p r i m e r orden: Hilario de Poitiers, Ambrosio de Milán,
Jerónimo, que preparan el camino al más famoso de
todos, Agustín el Africano, en la estela de Tertuliano y
de Cipriano.
Toda la h i s t o r i a de los siglos IV y V está d o m i n a d a
primero p o r la reconciliación y luego p o r la alianza
de los dos poderes. La u n i d a d realizada p o r Constan-
tino, consagrada por la nueva R o m a en el Bósforo, al
romperse rápidamente, compromete la unidad de la
Iglesia. E l d i á l o g o s e v a h a c i e n d o c a d a v e z m á s difícil;
Oriente y Occidente se v a n d i s t a n c i a n d o y ya no ha-
blan la m i s m a lengua.
D u r a n t e un t i e m p o la Iglesia occidental es coloni-
zada culturalmente por Oriente. Ambrosio y Jeróni-
mo se nutren todavía de Orígenes. El obispo de Milán
introduce el canto t o m a d o de Oriente. Hilario se enri-
quece al c o n t a c t o c o n la teología y la exégesis orienta-
les. A t a n a s i o da a c o n o c e r en R o m a la v i t a l i d a d del
m o n a c a t o de E g i p t o y de Siria, de la q u e s o n testigos
los m o n j e s q u e le a c o m p a ñ a n .
El arrianismo es un producto típicamente orien-
tal. La controversia q u e p r o v o c a el concilio de N i c e a
(325) no i n q u i e t a a n i n g ú n o b i s p o de O c c i d e n t e . Hila-
rio reconoce con ingenuidad que no ha oído n u n c a
h a b l a r de la fe de Nicea, a n t e s de su exilio. Sin la in-
tervención desastrosa del e m p e r a d o r Constante, hay
m u c h a s probabilidades de que el conflicto se h a b r í a
l i m i t a d o a Oriente. T e n e m o s q u e e s p e r a r al siglo V pa-
r a q u e estalle e n África, c o n e l p e l a g i a n i s m o , l a pri-
m e r a controversia teológica, que dejará indiferente al
Oriente cristiano.
S e a c o m o s e a , e l O c c i d e n t e c r i s t i a n o , e n e l s i g l o IV,
no sólo e m e r g e , sino q u e se a f i r m a y a d q u i e r e su es-
t r u c t u r a propia. La Iglesia de R o m a se latiniza, Italia
adquiere importancia sobre todo con Ambrosio de
Milán, y t a m b i é n c o n a l g u n o s escritores m e n o s ilus-
tres, c o m o E u s e b i o de Vercelli, G a u d e n c i o de Bres-
cia, Lucifer de Cagliari, Z e n ó n de Verona, R u f i n o
d e A q u i l e a ; u n a g e n e r a c i ó n d e s p u é s , M á x i m o d e Tu-
rín, P e d r o Crisólogo de Ravena.
Galia h a c e su e n t r a d a en las letras cristianas. La
desconocida ciudad de Poitiers p r o d u c e con Hilario
un teólogo de altos vuelos; en B u r d e o s n a c e n el enig-
m á t i c o p o e t a A u s o n i o y el obispo P a u l i n o , q u e se es-
tablecerá en Nola. Provenza, c o n Marsella y Lérins,
llega a ser un c e n t r o de g r a n vitalidad, h a s t a el p u n t o
de inquietar a R o m a .
Jerónimo es dálmata. En el otro extremo, la penín-
sula Ibérica se manifiesta y se organiza. Los obispos
s e m u l t i p l i c a n y s e r e ú n e n l o s c o n c i l i o s . E l f a m o s o sí-
n o d o d e E l v i r a s e c e l e b r a a p r i n c i p i o s d e l s i g l o IV. S o n
n u m e r o s o s los escritores: O s i o e n C ó r d o b a , P o t a m i o
en Lisboa, G r e g o r i o en Elvira, P a c i a n o en Barcelo-
na, Orosio en Braga. P o d e m o s añadir dos auténticos
poetas: Juvenco y Prudencio.
La ó s m o s i s e n t r e O r i e n t e y O c c i d e n t e se ve favo-
recida primero por el e m p e r a d o r Constantino y,
después de la muerte violenta de Constante, por la
conquista de Constancio, proclamado emperador
único. Él no cesa de s o m e t e r al episcopado a las pre-
siones q u e d a n l u g a r a los concilios de Arlés (353),
de Milán (355), q u e exigen la c o n d e n a de Atanasio.
Los recalcitrantes son enviados al destierro. La paz
y la o r t o d o x i a r e t o r n a r á n sólo c o n el e m p e r a d o r Teo-
dosio.
" L A EDAD DE ORO" 93
 g u i d o de u n a refutación sistemática de las tesis de
1. Galia e Hilario de Poitiers (f 367)
Arrio, de los a r g u m e n t o s y de los textos bíblicos q u e
En la Galia cristiana ningún escritor había adqui- empleaba.
rido t a n t o relieve a n t e s de Hilario, q u i e n a p a r e c e p o r H i l a r i o a f i r m a c o n firmeza: "El Hijo es e t e r n o ,
p r i m e r a vez en el 356, en el concilio de Béziers d o n d e , s i e m p r e Hijo, p o r q u e p r o c e d e d e u n a g e n e r a c i ó n in-
al r e c h a z a r c o n d e n a r a A t a n a s i o , es d e s t e r r a d o a Fri- temporal, para nosotros incomprensible."
gia. Estos a ñ o s serán decisivos p a r a la m a d u r a c i ó n de Como toda la corriente antiarriana, desarrolla de
su teología. m a n e r a incompleta la h u m a n i d a d de Cristo. Hay que
H i l a r i o , en el c o m i e n z o d e l Tratado de la Trinidad, añadir que el Tratado de la Trinidad, por su carácter
evoca su conversión describiendo su itinerario inte- exhaustivo y por sus dimensiones, representa un he-
rior, su b ú s q u e d a filosófica y a la vez religiosa de Dios, cho novedoso en la literatura latina cuya influencia
c o m p a r a b l e con la de Justino, y la respuesta q u e le ha s i d o c o n s i d e r a b l e en el d e b a t e a r r i a n o y p a r a los si-
viene de la Biblia y del Evangelio joánico. Terminó g l o s p o s t e r i o r e s (ver p. 95).
siendo obispo de la comunidad. El obispo de Poitiers ha reunido metódicamente
Su fe lúcida y m a d u r a d e s c u b r i ó las i m p l i c a c i o n e s las piezas esenciales de c a r a a u n a historia doctrinal
teológicas de las exigencias del e m p e r a d o r . Se p u s o sobre el concilio de Rímini (359), los Fragmentos
en cabeza de la oposición, defendiendo por instinto la históricos. Los documentos que han llegado hasta
fe ortodoxa, sin h a b e r conocido el concilio de Nicea. nosotros son o bien unos materiales preparados por
"Hacía ya bastante tiempo que estaba bautizado y Hilario o bien documentos sacados de una obra de
d e s p u é s h a b í a ejercido d u r a n t e u n t i e m p o las funcio- m a y o r e n v e r g a d u r a y c o m p u e s t a p o r él. L a o p i n i ó n
nes de obispo, y sin e m b a r g o yo no h a b í a oído n u n c a general se inclina por la segunda hipótesis. Tenemos
h a b l a r del s í m b o l o de Nicea, salvo en el m o m e n t o de ahí dos piezas históricas y teológicas de la m á x i m a
p a r t i r al e x i l i o " (De synodis 20). importancia.

Defensor de la fe Pastor y maestro espiritual

Hilario es c o m ú n m e n t e llamado el Atanasio de Dos obras nos descubren otro aspecto de Hilario:

O c c i d e n t e . L a c o m p a r a c i ó n e s t á j u s t i f i c a d a p o r l a or- el Tratado de los misterios -encontrado, mutilado,

todoxia de su d o c t r i n a y de su o b r a teológica. P e r o es- en el 1887- al parecer compuesto por unos presbíte-

te Galo juicioso y m e s u r a d o no tiene el t e m p e r a m e n - ros o catequistas. Es u n a relectura crística del Anti-

to b a t a l l a d o r del o b i s p o alejandrino. Él es el p r i m e r g u o T e s t a m e n t o , en la q u e los p e r s o n a j e s bíblicos

teólogo del c o n t i n e n t e e u r o p e o q u e se i m p o n e p o r la A d á n , N o é , M e l q u i s e d e c , A b r a h á n , s o n los a n u n c i o s

originalidad de su p e n s a m i e n t o y la fuerza de su dia- proféticos de Cristo y de la Iglesia. Tipología espe-

léctica. cialmente tradicional tanto en Oriente c o m o en Oc-

c i d e n t e , q u e p e r m i t e i n t e r p r e t a r los p e r s o n a j e s y los
L a o b r a p r i n c i p a l d e H i l a r i o e s s u Tratado d e l a
a c o n t e c i m i e n t o s v e t e r o t e s t a m e n t a r i o s a la luz del
Trinidad. Obra de unas dimensiones impresionantes
Mesías. Eva es así la prefiguración de la resurrec-
que c o m p r e n d e doce libros. Al parecer el autor ha re-
ción universal.
f u n d i d o d o s o b r a s en un p r i m e r e s t u d i o s o b r e la fe se-

94 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA

 El o t r o l i b r o , el Comentario a los Salmos es s o b r e
todo u n a obra espiritual y teológica. Sólo c o m p r e n d e
u n a s e l e c c i ó n d e s a l m o s . C o m p u e s t a d e s p u é s del exi-
lio, l a o b r a m a n i f i e s t a c l a r a m e n t e e l influjo e j e r c i d o
p o r Orígenes, t a n t o en las cuestiones h e r m e n é u t i c a s
c o m o en la interpretación alegórica. También en este
libro sólo u n a lectura de los s a l m o s c o m o a n u n c i o
profético de Cristo, de su n a c i m i e n t o y de su gloria,
p e r m i t e d e s c u b r i r el significado interior y espiritual
de los m i s m o s .
L a o r a c i ó n d e los s a l m o s , t a n t o e n Hilario c o m o e n
A m b r o s i o y Agustín, m a r c a el c a m i n o q u e c o n d u c e a
la Ciudad de Dios. Los comentarios de Hilario p o n e n
de manifiesto, pues, m á s la teología espiritual que la
exégesis, y d e s c r i b e n la b ú s q u e d a de Dios.
Liturgo desconocido
En más de un Comentario sobre Mateo, escrito
t a m b i é n quizás p o r los presbíteros, Hilario es el pri-
m e r compositor litúrgico de Occidente. Desgraciada-
mente nos h a n llegado hasta nosotros pocos hym-
nos. El ejemplo de Oriente que empleaba la poesía
para difundir la doctrina p u d o inspirar al obispo esta
línea de difusión. La prosodia trabajada hasta la os-
curidad no logró imponerse en Occidente c o m o la de
Ambrosio.
HILARIO DE POITIERS
Oración
S o y c o n s c i e n t e , Dios P a d r e o m n i p o t e n t e , d e q u e t e n -
g o e l deber, c o m o t a r e a p r i n c i p a l d e m i v i d a , d e q u e t o d a
mi palabra que tú me has concedido no me puede traer
n i n g ú n beneficio m a y o r q u e el de servirte d a n d o testimo-
n i o d e t i y d a r t e a c o n o c e r c o m o t ú e r e s , e s decir, c o m o
P a d r e del Dios u n i g é n i t o , t a n t o a l m u n d o , q u e l o i g n o r a ,
c o m o a los h e r e j e s q u e lo n i e g a n .
Y s o l a m e n t e en esto consiste el p r o p ó s i t o de mi vo-
luntad. Por lo demás, es necesario que te pida el don de
tu misericordia y de tu auxilio p a r a que con el soplo de tu
E s p í r i t u llenes la vela de n u e s t r a fe y de n u e s t r a confe-
sión desplegada p a r a ti y nos i m p u l s e s en el c u r s o de la
p r e d i c a c i ó n q u e h e m o s i n i c i a d o , p u e s n o s e r á infiel e l
q u e nos ha h e c h o esta p r o m e s a : "Pedid, y se os dará, b u s -
c a d , y h a l l a r é i s ; l l a m a d , y se os a b r i r á " (Lc 11,9).
Nosotros, en nuestra miseria, te pediremos aquello
que n e c e s i t a m o s , llevaremos al e x a m e n de las p a l a b r a s
de tus profetas y apóstoles un interés c o n s t a n t e y llama-
r e m o s a t o d a s las p u e r t a s q u e tienen c e r r a d a la inteligen-
cia de la verdad. P e r o te c o r r e s p o n d e a ti c o n c e d e r lo que
se pide, h a c e r q u e esté presente lo que se busca, q u e se
abra la puerta a que se ha llamado, pues nos tiene parali-
zados u n a especie de aturdimiento perezoso de nuestra
n a t u r a l e z a y l a d e b i l i d a d d e n u e s t r a i n t e l i g e n c i a n o s en-
cierra en u n a ignorancia invencible para conocer tus
misterios. Pero el interés por penetrar en tu enseñanza
n o s dispone al c o n o c i m i e n t o de la verdad divina y la obe-
d i e n c i a a la fe n o s h a c e s o b r e p a s a r la c a p a c i d a d de n u e s -
tra naturaleza.
E s p e r a m o s , p o r c o n s i g u i e n t e , q u e tú des vigor a los
principios de esta obra que e m p r e n d e m o s con temor, que
l a c o n f i r m e s e n s u p r o g r e s i v o c r e c i m i e n t o y q u e n o s lla-
m e s a l a c o m u n i ó n d e l E s p í r i t u d e l o s p r o f e t a s y d e los
apóstoles para que e n t e n d a m o s sus palabras en el m i s m o
s e n t i d o e n q u e ellos l a s d i j e r o n , y n o e n o t r o , y r e s p e t e -
m o s e l s i g n i f i c a d o r e a l d e c a d a u n a d e ellas. T e n e m o s q u e
h a b l a r d e l o q u e h a sido a n u n c i a d o p o r ellos c o m o u n
misterio q u e no p o d e m o s abarcar; que tú eres el Dios
eterno, P a d r e del e t e r n o Dios u n i g é n i t o ; q u e tú eres el
único que no ha nacido y que el único Señor Jesucristo
que de ti procede en su nacimiento eterno no puede con-
s i d e r a r s e c o m o u n Dios d i v e r s o , y a q u e h a d e s e r r e c o n o -
c i d o c o m o e n g e n d r a d o d e ti, q u e e r e s e l ú n i c o Dios; y l o
h e m o s d e c o n f e s a r c o m o D i o s v e r d a d e r o , n a c i d o d e ti,
verdadero Padre.
La Trinidad, I, 3 7 - 3 8 , t r a d . L. L a d a r i a ,
"La T r i n i d a d " , BAC, M a d r i d , 1986, p . 68-69.
" L A EDAD DE ORO" 95
 Profesión de fe
Pero yo, m i e n t r a s esté lleno de este Espíritu que me
h a s c o n c e d i d o , P a d r e s a n t o , Dios o m n i p o t e n t e , t e c o n f e -
saré c o m o Dios eterno y t a m b i é n c o m o Padre eterno. No
caeré n u n c a en la insensatez y en la i m p i e d a d de, c o m o
juez de tu omnipotencia y de tus misterios, levantar mi
d é b i l i n t e l i g e n c i a p o r e n c i m a del p e n s a m i e n t o c r e y e n t e
de tu finitud y de la fe en tu e t e r n i d a d que me ha sido
m o s t r a d a ; n o a f i r m a r é q u e a l g u n a vez h a y a s e x i s t i d o s i n
tu S a b i d u r í a , tu F u e r z a y tu P a l a b r a , el D i o s u n i g é n i t o y
Señor mío Jesucristo...
Tampoco me conozco a mí m i s m o , y siento que te
a d m i r o m á s p o r mi i g n o r a n c i a de mí m i s m o . Y sin en-
tender ni el impulso, ni la razón, ni la vida de mi m e n t e
c a p a z de juzgar, los e x p e r i m e n t o ; y al e x p e r i m e n t a r l o s ,
m e s i e n t o d e u d o r d e ti, q u e m e c o n c e d e s s e n t i r l a n a t u -
raleza, que me deleita a u n sin p o d e r e n t e n d e r el origen
d e m i ser.
Te e n t i e n d o al i g n o r a r lo q u e a mí se r e f i e r e , y al e n -
tenderte, te adoro; y no quiero que el no c o m p r e n d e r
tus misterios debilite la fe en tu omnipotencia, p a r a que
mi mente no trate de d o m i n a r el origen de tu unigénito
ni de someterlo a su juicio, ni haya en mí nada que me
h a g a a s p i r a r a llegar m á s allá de mi C r e a d o r y de mi
Dios...
Conserva, te ruego, inmaculado el sentimiento de mi
fe y d a m e , h a s t a el m o m e n t o de la partida de mi espíritu,
estas palabras que expresan mi convicción, para que
s i e m p r e m e c o n s e r v e fiel a l o q u e c o n f e s é e n e l s í m b o l o
d e m i r e g e n e r a c i ó n , c u a n d o fui b a u t i z a d o e n e l P a d r e , e l
H i j o y el E s p í r i t u S a n t o ; es d e c i r q u e te a d o r e a ti, P a d r e
n u e s t r o , y a tu H i j o , j u n t a m e n t e c o n t i g o , y q u e m e r e z c a
tu Espíritu Santo, que procede de ti por medio de tu uni-
génito.
P o r q u e t e n g o c o m o t e s t i g o i d ó n e o p a r a m i f e a m i Se-
ñ o r J e s u c r i s t o , q u e dice: " P a d r e , t o d o l o m í o e s t u y o , y l o
t u y o m í o " ( J n 17,10); é l p e r m a n e c e s i e m p r e e n ti, h a n a -
c i d o de ti y es s i e m p r e Dios j u n t o a ti y es b e n d i t o p o r los
siglos d e los siglos. A m é n .
La Trinidad, XII, 52,53 y 5 7 , t r a d . L. L a d a r i a ,
"La T r i n i d a d " , BAC, M a d r i d , 1986, P. 52-53.57.
96 PARA LEER Los PADRES DE LA IGLESIA
2. Ambrosio de Milán, el pastor per-
fecto (337/9-397)
De Hilario a Ambrosio; d e j a m o s Galia p o r Italia.
Los dos h o m b r e s se enfrentan a situaciones diferen-
tes, si bien los dos, p o r r a z o n e s diversas, se ven m e z -
clados c o n la crisis a r r i a n a de la Iglesia.
"¡Ambrosio obispo!"
A m b r o s i o es un patricio, n a c i d o en Tréveris, en el
3 3 7 o el 3 3 9 , c u a n d o su p a d r e e r a allí el a d m i n i s t r a -
d o r de la prefectura de las Galias. A la m u e r t e de este
último, la familia regresó a R o m a d o n d e el joven rea-
lizó e s m e r a d o s e s t u d i o s y llegó a ser p r i m e r o a b o g a -
do, luego prefecto consular de la Emilia, con residen-
cia en Milán.
El obispo de la ciudad, Auxencio, era un arriano im-
penitente. Esto ocasionaba la división de la c o m u n i -
d a d . La elección del s u c e s o r se preveía t u m u l t u o s a y di-
fícil. E l p r e f e c t o e s t a b a a l l í p r e s e n t e p a r a v e l a r p o r e l
orden y la imparcialidad. De c o m ú n acuerdo arrianos
y católicos a c l a m a r o n c o m o obispo a Ambrosio, aun-
que no era m á s que catecúmeno. Recibió el bautismo y
luego, a los o c h o s días, la o r d e n a c i ó n episcopal, el 7 de
d i c i e m b r e del 374 p r o b a b l e m e n t e . C o n esta o c a s i ó n
d i s t r i b u y ó a los p o b r e s y a la Iglesia t o d o s s u s b i e n e s .
La p r i m e r a t a r e a del elegido fue a p l i c a r s e a a d q u i -
rir, b a j o l a g u í a d e l p r e s b í t e r o F e l i c i a n o , u n c o n o c i -
m i e n t o p r o f u n d o de la Escritura, a nutrirse de la exége-
sis de F i l ó n y s o b r e t o d o de O r í g e n e s , t a r e a q u e le resul-
t a b a fácil p o r s u s o l t u r a e n e l g r i e g o . L a m e d i t a c i ó n y l a
oración acabaron por hacer madurar su formación
teológica y prepararlo p a r a su actividad pastoral.
Su autoridad sobre los mismos emperadores
El obispo c o n s e r v a b a de su p a s a d o el sentido del
gobierno y, de sus responsabilidades, una autoridad
innata que obligaba al p o d e r imperial a doblegarse,
empezando por la emperatriz Justina, protectora de
los a r r i a n o s . A m b r o s i o c u i d ó de l i q u i d a r el a r r i a n i s -
mo cisalpino. Intervino en la elección de obispos, co-
mo el de Sirmium, cuya ortodoxia conocía bien. Des-
p u é s ejerció su influencia a n t e los e m p e r a d o r e s , des-
de Valentiniano I h a s t a G r a c i a n o , p a r a c o n j u r a r las
últimas contraofensivas del a r r i a n i s m o .
Las relaciones c o n V a l e n t i n i a n o II fueron u n a s ve-
ces difíciles y o t r a s pacíficas. La m a s a c r e de la p o b l a -
ción de Tesalónica por el e m p e r a d o r provocó u n a ten-
sión e x t r e m a , al exigir el o b i s p o la p e n i t e n c i a pública,
a la q u e Valentiniano se s o m e t i ó en la N a v i d a d del 390.
Se restableció la a r m o n í a y Ambrosio p r o n u n c i ó la ora-
ción fúnebre del príncipe en presencia de H o n o r i o .
La influencia del obispo de Milán sobre el e m p e r a -
d o r fue d e c r e c i e n d o . E n t o n c e s é l c o n s a g r ó s u t i e m p o
a la vida i n t e r n a de la Iglesia, intensificó el culto de
los m á r t i r e s , d e s c u b r i ó los r e s t o s d e N a z a r i o y d e Cel-
so ( d e s p u é s los de G e r v a s i o y Protasio), c r e ó n u e v a s
sedes episcopales y n o m b r ó sus titulares. Murió en
M i l á n el 4 de abril del 397.
Perfil humano
U n m o s a i c o d e Milán, d e a l m e n o s u n siglo p o s t e -
rior a su m u e r t e , r e p r e s e n t a a A m b r o s i o p e q u e ñ o , de-
macrado, con barba, con u n a larga cabeza inclinada,
el r o s t r o meditativo, c o n d o s ojos n e g r o s , q u e expre-
san la a u t o r i d a d y la c o n t e m p l a c i ó n , un fervor d o m i -
nado, u n a timidez que i m p o n e la distancia.
Ambrosio habría gobernado el Imperio con la mis-
ma facilidad q u e la Iglesia. H o m b r e c o m p l e t o , bri-
l l a n t e m e n t e d o t a d o , a la vez activo, contemplativo,
intelectual, o r a d o r q u e s e d u c e a Agustín y le v e n c e en
su propio terreno; siempre a la altura de cualquier
a c o n t e c i m i e n t o y de las t a r e a s m á s difíciles, y esto sin
esfuerzo: tal es el obispo Ambrosio.
S u s e s c r i t o s l l e g a d o s h a s t a n o s o t r o s p o n e n e n evi-
d e n c i a los diversos a s p e c t o s de su actividad teológica,
social, política, pastoral y espiritual.
Hombre de la Escritura
C o m o C i p r i a n o , a n t e s q u e él, y c o m o A g u s t í n , d e s -
p u é s d e él, A m b r o s i o s e f o r m ó p r i m e r o e n l a e s c u e l a d e
la Biblia, el libro q u e no a b a n d o n a r á j a m á s y q u e siguió
siendo el libro de su m e d i t a c i ó n espiritual y de su pre-
dicación al pueblo. La gran cantidad de sus escritos
exegéticos fueron predicados antes de ser redactados
para prolongar la acción pastoral. Cuando quiere tratar
un tema, c o m o el mal, el alma, la muerte, la riqueza, él
lo extrae p r e f e r e n t e m e n t e de un personaje bíblico. Ja-
c o b l e p e r m i t e d e s a r r o l l a r l a v i d a feliz, E l i a s e l a y u n o .
I m p r e g n a d o de la exégesis judía de Filón y sobre
todo de la cristiana de Orígenes, el obispo desarrolla
el triple sentido de la E s c r i t u r a : literal, m o r a l y alegó-
rico-espiritual, pero estando siempre atento a la tipo-
logía q u e i m p o n e la a r m o n í a de los d o s T e s t a m e n t o s .
Cuando el obispo de Milán predica la Escritura,
tiene presentes en su espíritu las cuestiones espino-
sas, las desviaciones doctrinales de los a r r í a n o s , los
e r r o r e s de los m a n i q u e o s o de los s a b e l i a n o s ; y m á s
t o d a v í a los vicios y las t a r a s de la época, la codicia de
los ricos, la e m b r i a g u e z y la glotonería. Su c o n s t a n t e
preocupación es cristianizar la comunidad.
Ambrosio comentó el Evangelio de Lucas, quizás
p a r a imitar a Orígenes, p e r o sin d u d a t a m b i é n por-
que, d a d a toda su sensibilidad espiritual, él estaba de
a c u e r d o c o n los t e m a s de la misericordia, c o n la aten-
c i ó n a la m u j e r y a los p o b r e s . C o m o Hilario, b u s c a en
la oración de los salmos un itinerario p a r a el encuen-
tro con Dios. La m u e r t e le s o r p r e n d e m i e n t r a s co-
m e n t a b a el salmo XLIII.
Al servicio de la liturgia
Este pastor es al m i s m o tiempo un liturgo, que nos
ha dejado dos refritos de la catequesis b a u t i s m a l y
mistagógica, que enriquecen nuestro conocimiento
de la liturgia de Milán. Al c a n t o a l t e r n o de los s a l m o s
" L A EDAD DE ORO" 97
 añadió u n a innovación: himnos, que en adelante flo-
recerían en Milán. Aunque p u d o c o m p o n e r él m i s m o
a l g u n o s , la m a y o r í a de los textos le s o n a t r i b u i d o s in-
debidamente. Está considerado como el fundador de
la himnología litúrgica en Occidente.
Para c o m p l e t a r la formación del e m p e r a d o r Gra-
c i a n o , c o m p u s o u n o s t r a t a d o s d o g m á t i c o s s o b r e l a fe,
el Espíritu santo, la E n c a r n a c i ó n . Esto le permitió al
p r í n c i p e aclararse m e j o r s o b r e los d e b a t e s teológicos.
Abogado de los pobres y de los débiles
La situación social y e c o n ó m i c a de Milán era pare-
cida a la de C e s a r e a o la de C o n s t a n t i n o p l a . Los pe-
q u e ñ o s eran o p r i m i d o s p o r la fiscalidad y el p o d e r de
los ricos. El aristócrata q u e h a b í a e n t r e g a d o sus bie-
n e s a los p o b r e s les p r e s t ó en a d e l a n t e su p a l a b r a y su
acción. D e f e n d i ó s u c a u s a e n s u Historia d e Nabot,
c o n el rigor del jurista y el c o r a z ó n del pastor. R a r a
vez un texto cristiano ha e n s e ñ a d o c o n t a n t a fuerza el
r e p a r t o j u s t o de los bienes, q u e p e r t e n e c e n a todos, el
d e r e c h o , y t a m b i é n los límites, de la p r o p i e d a d .
AMBROSIO
Nabot, el pobre
Así p u e s a ti te a p r o v e c h a lo q u e d a s al n e c e s i t a d o ; p a -
r a t i m i s m o c r e c e l o q u e d i s m i n u y e d e l o t u y o ; a t i t e ali-
m e n t a el pan que das al pobre, porque el que se compade-
c e del p o b r e , a s í m i s m o s e s u s t e n t a y e n e s t a s c o s a s t i e n e
ya su fruto. La m i s e r i c o r d i a se s i e m b r a en la t i e r r a y ger-
m i n a e n e l cielo; s e p l a n t a e n e l p o b r e y s e e x p a n d e c o n
a b u n d a n c i a e n Dios. "No d i g a s , d i c e e l Señor, m a ñ a n a d a -
r é " ( P r 3,28). Q u i e n n o p u e d e s o p o r t a r q u e d i g a s " m a ñ a -
n a d a r é " , ¿ c ó m o s o p o r t a r á q u e t ú d i g a s : "No d a r é " ?
No le das al p o b r e lo q u e es tuyo, sino q u e le devuel-
ves l o q u e e s s u y o . P o r q u e l o q u e e s c o m ú n , d a d o p a r a e l
u s o de todos, lo u s u r p a s tú solo. La tierra es de todos, no
d e los r i c o s ; p e r o s o n m u c h o s m e n o s los q u e d i s f r u t a n d e
l o q u e e s s u y o q u e los q u e l o d i s f r u t a n . Así p u e s t ú p a g a s
lo que debes, no das gratuitamente lo que no debes.
98 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA
Revestís vuestras p a r e d e s y d e s n u d á i s a los h o m -
b r e s . A la p u e r t a de tu casa grita el d e s n u d o , y tú lo des-
precias; clama un h o m b r e desnudo y tú andas preocu-
p a d o p o r con qué m á r m o l e s vas a revestir tus p a v i m e n -
tos. El pobre busca dinero, pero no lo obtiene; un h o m -
bre pide pan, pero tu caballo m a s c a el o r o (de su freno)
b a j o s u s d i e n t e s . T e d e l e i t a n los a d o r n o s d e g r a n valor,
c u a n d o otros no tienen a l i m e n t o . ¡Qué juicio t a n gran-
d e , o h r i c o , e s t á s a s u m i e n d o s o b r e ti! E l p u e b l o m u e r e
de h a m b r e , y tú cierras los g r a n e r o s ; el p u e b l o llora y tú
exhibes tus joyas. ¡Desgraciado! Está en tus m a n o s el
poder librar a tantas vidas de la muerte, pero no tienes
v o l u n t a d . L a v i d a d e t o d o u n p u e b l o h a b r í a p o d i d o sal-
var la piedra preciosa de tu anillo.
Así p u e s , t ú e r e s c u s t o d i o d e t u s c o s a s , n o e l d u e ñ o d e
t u s p o s e s i o n e s ; tú, q u e o c u l t a s e l o r o e n l a t i e r r a , e r e s s u
administrador, no el dueño. "Pero d o n d e está tu tesoro,
allí e s t á t u c o r a z ó n " (Mt 6,21). P o r t a n t o , c o n e s e o r o h a s
enterrado tu corazón. Vende m á s bien el oro y c o m p r a la
s a l v a c i ó n ; v e n d e la p i e d r a y c o m p r a el r e i n o de Dios; v e n -
de el c a m p o y asegúrate p a r a ti la vida eterna.
Historia de Nabot, 5 3 , 56 y 5 8 ,
texto en Migne, trad. de S. García Rodríguez.
Guía espiritual
Ambrosio, consciente de su responsabilidad pas-
toral, c u i d a b a en p r i m e r l u g a r de la calidad de su cle-
ro. D e s p u é s de la d e r r o t a del a r r i a n i s m o , tuvo exqui-
sito c u i d a d o en no a p r o v e c h a r la o p o r t u n i d a d p a r a
a p l i c a r m e d i d a s d r á s t i c a s . C o m p u s o u n c ó d i g o d e vi-
da: los Deberes de los ministros, primeramente del
clero, p e r o sin olvidar al p u e b l o cristiano.
El obispo se preocupaba preferentemente de la
mujer cristiana: virgen, viuda, monja, multiplican-
d o los escritos q u e p r o v i e n e n e n g r a n p a r t e d e h o m i -
lías dirigidas a ellas. Su c o r r e s p o n d e n c i a prolonga-
b a s u a c c i ó n p a s t o r a l . E s c r i b i ó u n t r a t a d o Sobre l a
virginidad, dedicado a su hermana Marcelina, que
era monja.
 Los eventos, las defunciones, la p é r d i d a de un her-
m a n o , la deriva de los días p r o p o r c i o n a b a n al o b i s p o
la ocasión de meditar sobre la muerte. Además de sus
oraciones fúnebres, dedicó al t e m a dos tratados: La
muerte es un beneficio y u n a o b r a m a e s t r a : la Vida fe-
liz- E n e l l a s e n c o n t r a m o s , j u n t o c o n l a c o n f i d e n c i a d e
u n a sensibilidad calurosa, la fuerza de u n a esperanza
m á s fuerte q u e la m u e r t e .
3. Los otros escritores de Italia
Italia no se limita a Ambrosio. El obispo de Milán
está r o d e a d o de u n a pléyade de escritores: M a r i o Vic-
t o r i n o , filósofo r o m a n o c o n v e r t i d o , Z e n ó n d e V e r o -
na, C r o m a c i o y Rufino de Aquilea; este último, ami-
go y luego adversario de J e r ó n i m o , es u n o de los tra-
d u c t o r e s del p a t r i m o n i o griego. U n a u t o r a n ó n i m o ,
que la investigación no ha podido a ú n identificar y
que el Renacimiento lo ha llamado Ambrosiaster,
c o m p u s o a m i t a d d e l s i g l o IV, e n R o m a p r o b a b l e m e n -
te, un Comentario a las cartas de san Pablo, atribuido
en la E d a d M e d i a a s a n A m b r o s i o . Es u n a o b r a origi-
nal, q u e contiene un c o m e n t a r i o de tipo histórico-lite-
ral, en la línea de A n t i o q u í a . U n a g e n e r a c i ó n m á s tar-
d e e n c o n t r a m o s u n c o m e n t a r i s t a r o m a n o d e l Cantar
de los Cantares, A p o n i o , y t a m b i é n a d o s o b i s p o s q u e
nos h a n dejado unos sermones de m u y b u e n a calidad:
M á x i m o de Turín (f408/423) y P e d r o Crisólogo,
o b i s p o de R a v e n a (+450).
4. Jerónimo, monje y exegeta (347-420)
Vida
R e s u l t a difícil s i t u a r a J e r ó n i m o . D á l m a t a , o p t a
p o r la cultura latina; Occidental, pasa la m a y o r parte
de su vida en Oriente; se establece en Belén m á s en
función de sus estudios bíblicos que p o r simpatía con
el m u n d o oriental.
Nacido en Stridón, localidad no identificada en la
frontera del m u n d o latino y de la P a n n o n i a , su fami-
lia a c o m o d a d a y cristiana se p r e o c u p a p o r a s e g u r a r l e
u n a formación cuidada hasta el extremo. Realiza to-
dos sus estudios en Roma, llevando por añadidura
u n a vida alegre, con m o m e n t o s de devoción. En Ro-
ma es donde decide recibir el bautismo, antes de mar-
c h a r a Tréveris.
S u d e s e o d e u n a v i d a m o n á s t i c a l e fija c o n u n o s
amigos en Aquilea, de d o n d e él m a r c h a p o r p r i m e r a
vez a O r i e n t e , p a r a vivir en el d e s i e r t o de Calcis, en Si-
ria (375-377). T e r m i n a p o r e n e m i s t a r s e c o n los m o n -
jes, se retira a Antioquía cuya exégesis rechaza antes
de a p r o x i m a r s e m á s t a r d e a ella. De allí se m a r c h a a
Constantinopla, donde se encuentra con Gregorio Na-
cianceno, que le infunde el entusiasmo por Orígenes.
Después de la partida de Gregorio, Jerónimo aban-
d o n a la c i u d a d y vuelve, p o r la r u t a de los escolares, a
R o m a . Allí s e c o n v i e r t e e n e l c o n f i d e n t e d e l p a p a o c -
togenario D á m a s o , t r a b a a m i s t a d c o n las d a m a s ricas
del Aventino a las q u e e n t u s i a s m a p o r los estudios bí-
blicos, e m p i e z a la revisión del texto latino de los cua-
tro Evangelios.
Al m o r i r D á m a s o , su protector, dándose cuenta de
la hostilidad del clero, J e r ó n i m o c a m b i a R o m a p o r el
Oriente y se establece definitivamente en B e l é n ,
a c o m p a ñ a d o de ricas matronas, con cuya inmensa
fortuna financiará sus estudios y sus trabajos. M u e r e
e n el 4 2 0 .
El h o m b r e es todavía más complejo que su agitada
vida. Es al m i s m o t i e m p o r u d o y sensible, refinado en
la redacción de sus cartas y confuso en sus traduccio-
nes, a veces chapuceras, incapaz de d o m i n a r su pa-
sión q u e le arrastra h a s t a la v e n g a n z a y la injusticia.
P a r a la historia J e r ó n i m o es el h o m b r e de la Bi-
blia. Con este título se convierte, entre los Latinos,
" L A EDAD DE ORO" 99
 en el p r e c u r s o r de los h u m a n i s t a s del R e n a c i m i e n t o .
Pero se le p u e d e n reconocer t a m b i é n otros valores.
Hombre de las cartas
La parte más cuidada de la obra de Jerónimo es
su correspondencia. En ningún otro escrito queda tan
p a t e n t e q u e el estilo es la i m a g e n del h o m b r e , refina-
do hasta el preciosismo, mezcla de exageraciones y de
finuras. El monje ejercía un verdadero apostolado
epistolar, d i r i g i e n d o a las m u j e r e s devotas, a c l a r a n d o
a N e p o c i a n o s o b r e los d e b e r e s de los clérigos, t r a t a n -
do alternativamente sobre la virginidad, la viudedad,
sobre la vida m o n á s t i c a , sobre la e d u c a c i ó n de las hi-
jas, sobre cuestiones bíblicas. E n c o n t r a m o s en su co-
r r e s p o n d e n c i a i g u a l m e n t e el elogio de sus discípulas
femeninas.
CARTA D E J E R Ó N I M O A A G U S T Í N
P o r lo d e m á s , jDios me l i b r e de t o c a r un á p i c e a los li-
b r o s d e t u b e a t i t u d ! B a s t a n t e t e n g o c o n l i m a r los m í o s , y
n o m e t e r m e c o n los a j e n o s . P o r o t r a p a r t e , t u p r u d e n c i a
s a b e m u y b i e n q u e c a d a u n o a b u n d a e n s u sentir, y e s p e -
t u l a n c i a p u e r i l q u e a n t a ñ o s o l í a n c o m e t e r los m o z a l b e t e s :
b u s c a r fama al propio n o m b r e criticando a ilustres varo-
n e s . T a m p o c o soy t a n n e c i o q u e m e s i e n t a o f e n d i d o p o r l a
d i s c r e p a n c i a d e t u exégesis, c o m o t ú t a m p o c o t e o f e n d e s
si yo siento de otro m o d o . Lo q u e r e a l m e n t e merece re-
p r e n s i ó n e n t r e a m i g o s e s q u e , n o v i e n d o n u e s t r a alforja,
e x a m i n e m o s m u y d e s p a c i o , c o m o dice P e r s i o , l a m o c h i l a
del p r ó j i m o . R e s t a q u e a m e s a q u i e n te a m a , y no r e t e s , j o -
ven q u e eres, a un viejo en el p a l e n q u e de las E s c r i t u r a s . . .
Te lo repito: tú provocas a un anciano, tú espoleas mi
silencio. Pero ya no es p r o p i o de mi edad el ser tenido co-
mo malintencionado respecto de u n a persona tan intere-
s a n t e . Adiós, q u e r i d o a m i g o .
Carta 102,2, t r a d . D. R u i z B u e n o ,
" C a r t a s d e S . J e r ó n i m o " , B.A.C., M a d r i d , 1962, p . 167.
100 PARA LEER Los P A D R E S DE LA IGLESIA
Testigo del monacato
A p e s a r de los defectos, q u e n u n c a s u p o disimular,
Jerónimo es monje en su alma. Es hijo de Antonio,
cuya vida p r o b a b l e m e n t e provocó su vocación. A pe-
s a r d e s u e x i s t e n c i a a c c i d e n t a d a , s u s a l t e r c a d o s fre-
c u e n t e s c o n los m o n j e s orientales, él no b r o m e a n u n -
ca c o n los rigores de la ascesis q u e practica h a s t a la
muerte.
P a r a exaltar el m o n a c a t o , J e r ó n i m o escribe las
biografías noveladas de Paulo de Tebas, de Hilarión
de G a z a así c o m o la de M a l c h u s , en el estilo de la Le-
yenda dorada, de la q u e él es la última víctima. Al fi-
nal de su vida p r o p a g a los escritos de los a m b i e n t e s
pacomianos.
Espíritu batallador
Jerónimo pasa su vida peleando, con frecuencia
por causas legítimas, pero con unos métodos poco
evangélicos. ¡No resulta n a d a b u e n o t e n e r l o p o r ene-
migo! Sus retratos de clérigos r o m a n o s son de u n a
ferocidad m o r d a z a c a u s a de la elegancia del estilo.
Sus cambios, frecuentemente injustificados, ha-
rán de sus amigos el blanco de sus sarcasmos o de sus
panfletos. El le d e b í a t o d o a Orígenes, p e r o no le per-
d o n a su superioridad; bajo la influencia de h o m b r e s
c o m o el Chipriota Epifanio de Salamina, - a u t o r del
Panarion q u e c o n t e m p l a u n a s 8 0 h e r e j í a s - l o p e r s i g u e
d e s p u é s de h a b e r l o despellejado. Se s e p a r a de Rufi-
no, su a m i g o , p o r u n a rivalidad de h o m b r e s y lo per-
sigue h a s t a m á s allá de la m u e r t e .
El gusto por la polémica le da ocasión para multi-
plicar, c o m o Tertuliano, los escritos q u e e m p i e z a n
p o r "Contra", m e z c l a n d o a veces controversias con la
torpeza del oso d á l m a t a . Atiza el fuego con o c a s i ó n
del p e l a g i a n i s m o .
Traductor del patrimonio oriental
Dejando aparte la Escritura, Jerónimo, familiari-
zado en Oriente con la lengua griega, tradujo en pri-
m e r lugar los escritos d e E u s e b i o q u e p r o p o r c i o n a n
u n o s i n s t r u m e n t o s d e t r a b a j o : l a Crónica, e l Onomás-
ticon, d i c c i o n a r i o d e l o s l u g a r e s b í b l i c o s . I g u a l m e n t e
e l l i b r o Sobre los hombres ilustres c o n e l q u e n o h a c e
más que pagar tributo a la Historia eclesiástica
Eusebio, añadiendo u n a noticia sobre sí mismo.
E n s u j u v e n t u d J e r ó n i m o t r a d u j o l a s Homilías d e
Orígenes, no sin s e g u n d a intención (quiso p r e s e n t a r a
Ambrosio c o m o plagiario), y lo m i s m o hay que decir
de la t r a d u c c i ó n d e l Tratado del Espíritu Santo de D í -
d i m o el Ciego.
Exegeta y la crítica textual
La m a y o r obra de J e r ó n i m o es exegética. H o m -
bre de la Biblia, p r i m e r o en la línea tradicional de la
tipología y de la alegoría, c o m o O r í g e n e s e H i l a r i o
a n t e s q u e él, y A g u s t í n d e s p u é s d e él, s e v a a p r o x i -
m a n d o p o c o a p o c o a la tradición a n t i o q u e n a , q u e
da m á s i m p o r t a n c i a al sentido literal, familiarizán-
d o s e c o n el griego y el h e b r e o , q u e p e r m i t e n leer y
t r a d u c i r a p a r t i r del original. Su t a r e a fue en e x t r e -
mo facilitada por la biblioteca de Orígenes que po-
día consultar en Cesarea. Debe m u c h í s i m o a las
Héxaplas. No sería injusto aplicarle la frase q u e él le
clava a A m b r o s i o : ¡"Arrendajo a d o r n a d o de p l u m a s
de p a v o real"!
El principal período de las t r a d u c c i o n e s se sitúa
e n t r e e l 3 9 1 y e l 4 0 6 , c u a n d o J e r ó n i m o t r a d u c e l o s li-
b r o s d e l A n t i g u o T e s t a m e n t o d e l o r i g i n a l y fija l a s b a -
ses de la Biblia latina, l l a m a d a Vulgata. No se e s m e r a
en este trabajo c o m o en las cartas, sino que lo h a c e de
prisa, ¡ h a s t a e l p u n t o d e t r a d u c i r l o s Proverbios, e l
Eclesiastés, el Cantar de los Cantares en t r e s días!
El exegeta c o n s a g r a la ú l t i m a p a r t e de su vida a los
Comentarios, en el s e n t i d o obvio del término. Co-
m i e n z a p o r explicar versículo p o r versículo las cartas
paulinas (que él no ha traducido al latín). Pretendía
c o n ellas, en Belén, iniciar a sus hijas espirituales en
la Escritura.
Jerónimo pasa de Pablo al Antiguo Testamento: el
Eclesiastés en p r i m e r lugar, los Salmos a continua-
de
ción, finalmente los profetas, su o b r a m a e s t r a . De los
m e n o r e s p a s a a l o s p r o f e t a s m a y o r e s : Daniel ( 4 0 7 ) ,
Isaías (408-410), Ezequiel (411-414); Jeremías queda
s i n t e r m i n a r , p u e s e l a n c i a n o h a l l e g a d o a l fin d e s u
carrera.
El m é t o d o está b i e n p u n t u a l i z a d o : fijación del tex-
to g r a c i a s al h e b r e o y a las t r a d u c c i o n e s , c o m e n t a r i o
l i t e r a l , l u e g o c o m e n t a r i o e s p i r i t u a l . A p e s a r d e l o s fa-
llos ( d i g r e s i o n e s , m i o p í a ) , J e r ó n i m o o c u p a c o m o exe-
geta un lugar ú n i c o en la Iglesia latina.
JERÓNIMO
Conocer la Biblia
H a y u n a "sabiduría de Dios, e s c o n d i d a en el misterio,
d e l a q u e D i o s p r e d e s t i n ó a n t e s d e los siglos" ( 1 C o 2,7).
La s a b i d u r í a de Dios es Cristo, p u e s Cristo es fuerza de
Dios y s a b i d u r í a de Dios (ver 1 Co 1,30).
E s t a s a b i d u r í a e s t á o c u l t a en el m i s t e r i o , y a ella a l u -
d e e l t í t u l o del s a l m o 9 , q u e s e a n o t a : " P a r a los s e c r e t o s
del hijo", e n q u i e n e s t á n e s c o n d i d o s t o d o s los t e s o r o s d e
la s a b i d u r í a y de la c i e n c i a (Col 2,3). Y, p o r e s t a r o c u l t o
e n e l m i s t e r i o , fue p r e d e s t i n a d o a n t e s d e los siglos, p e r o
p r e d e s t i n a d o y p r e f i g u r a d o en la ley y en los p r o f e t a s . De
a h í q u e los p r o f e t a s s e l l a m a r a n t a m b i é n v i d e n t e s , p u e s
veían al q u e los d e m á s no veían. A b r a h á n vio el día de
C r i s t o y se a l e g r ó . A E z e q u i e l se le a b r í a n los cielos, q u e
e s t a b a n c e r r a d o s a l p u e b l o p e c a d o r . "Abre - d i c e David-,
m i s ojos y c o n s i d e r a r é las m a r a v i l l a s de tu ley" (Sal
118,18). Y es q u e la ley es e s p i r i t u a l y es m e n e s t e r l e v a n -
t a r el velo p a r a e n t e n d e r l a y c o n t e m p l a r la g l o r i a de Dios
a c a r a d e s c u b i e r t a (ver 2 Co 3,14-18) [...].
" L A EDAD DE ORO" 101
 En el Apocalipsis se m u e s t r a un l i b r o sellado c o n siete
sellos. Si se lo d a m o s a un h o m b r e q u e s a b e leer, p a r a q u e
lo lea, n o s r e s p o n d e r á : "No p u e d o , está sellado". ¡ C u á n t o s
h o y c r e e n s a b e r leer y t i e n e n e n las m a n o s u n l i b r o sellado,
q u e n o p u e d e n abrir, s i n o l o a b r e "el q u e t i e n e l a llave d e
David, y a b r e y n a d i e cierra, c i e r r a y n a d i e a b r e " (Ap 3,7).
E n los H e c h o s d e los A p ó s t o l e s , a q u e l s a n t o e u n u c o ,
o m á s bien, varón, pues así lo llama la E s c r i t u r a (Hch
8,27), q u e i b a l e y e n d o a I s a í a s , p r e g u n t a d o p o r F e l i p e :
"¿Crees que entiendes lo que vas leyendo?", respondió:
"¿Cómo lo voy a entender, si n a d i e me lo declara?"(Hch
8,30-31). Y o n o soy - p a r a h a b l a r d e p a s a d a d e m í m i s m o -
ni m á s santo ni m á s estudioso que aquel eunuco, que de
E t i o p í a , e s decir, del e x t r e m o d e l a t i e r r a , v i n o a l t e m p l o ,
a b a n d o n ó el p a l a c i o r e g i o , y e r a t a n t o su a m o r a la c i e n -
cia d i v i n a , q u e a u n e n s u c o c h e i b a l e y e n d o las l e t r a s sa-
gradas. Y, sin e m b a r g o , a u n con el libro en la m a n o , a u n
c o n c i b i e n d o en su p e n s a m i e n t o las p a l a b r a s del Señor,
revolviéndolas con su lengua y p r o n u n c i á n d o l a s con sus
labios, ignoraba al m i s m o a quien, sin saberlo, veneraba
e n a q u e l l i b r o . P e r o llega F e l i p e , l e m u e s t r a a J e s ú s , q u e
estaba oculto y c o m o aprisionado en la letra, y - ¡ o h m a -
ravillosa v i r t u d del m a e s t r o ! - e n e l m i s m o p u n t o c r e e , s e
b a u t i z a , es fiel y s a n t o y, d i s c í p u l o , p a s a a m a e s t r o . M á s
h a l l ó e n l a f u e n t e d e s é r t i c a d e l a Iglesia q u e e n e l d o r a d o
templo de la sinagoga.
102 PARA LEER Los P A D R E S DE LA IGLESIA
Todo esto sólo b r e v e m e n t e lo he r o z a d o - p u e s la es-
trechura epistolar no consiente extenderse m á s amplia-
m e n t e - p a r a hacerte ver que, sin un guía q u e vaya delan-
te m o s t r á n d o t e el c a m i n o , no p u e d e s e n t r a r en las Escri-
t u r a s s a n t a s [...].
Y o t e p r e g u n t o , h e r m a n o c a r í s i m o : Vivir e n t r e e s t a s
cosas, meditarlas, no saber nada, no b u s c a r n a d a fuera
de ellas, ¿ n o te p a r e c e q u e es t e n e r ya a q u í en la t i e r r a
u n a m o r a d a del r e i n o celeste? N o q u i s i e r a q u e e n las
santas Escrituras te ofendiese la llaneza y c o m o bajeza
d e l a s p a l a b r a s . E l h e c h o p u e d e d e b e r s e a t o r p e z a d e los
traductores, o acaso fueron así p r o n u n c i a d a s adrede, pa-
ra instruir m á s fácilmente a un auditorio rústico, y que,
en u n a sola y m i s m a sentencia, u n a cosa oyera el docto y
otra el indocto. No soy tan petulante y r o m o de juicio
que alardee de conocer estas cosas y recoger en la tierra
l o s f r u t o s d e los á r b o l e s q u e t i e n e n p l a n t a d a s s u s r a í c e s
e n e l cielo; p e r o c o n f i e s o q u e l o q u i e r o y d e c l a r o q u e m e
esfuerzo en ello[...]. A p r e n d a m o s en la tierra aquellas
cosas cuya ciencia ha de perseverar para nuestra dicha
en el cielo.
Carta 5 3 , 5-6 y 10, t r a d . D. R u i z B u e n o ,
" C a r t a s d e S a n J e r ó n i m o " , B.A.C., M a d r i d 1962,
p. 436-438 y 4 4 7 .
 IX. DESARROLLO DE LA POESÍA LATINA DE DÁMASO A SEDULIO
H e m o s encontrado anteriormente dos poetas, co-
nocidos sobre todo por su prosa: Hilario de Poitiers y
A m b r o s i o de Milán. Los siguientes, en los siglos IV y
V, p r o c e d e n de otros horizontes: D á m a s o y P r u d e n c i o
de E s p a ñ a , Ausonio y Paulino de Galia, Sedulio pro-
bablemente de Roma.
La poesía va con retraso respecto de la prosa. De
nuevo habría que matizar la afirmación, teniendo en
c u e n t a q u e d e s d e los o r í g e n e s la liturgia u t i l i z a b a "los
s a l m o s , los h i m n o s , los c á n t i c o s e s p i r i t u a l e s " de los
q u e los escritos del N u e v o T e s t a m e n t o y el Oriente
nos han conservado algunas muestras. Recordemos
l a s Odas d e Salomón, l o s c a n t o s e m p l e a d o s p o r l o s h e -
réticos tanto en Oriente c o m o en Occidente para su
propaganda. Los h i m n o s de la época carecían de toda
pretensión literaria
La poesía así c o m o el vocabulario e m p l e a d o p o r la
religión p a g a n a aparecen con el cristianismo triun-
fante, ya i n m u n i z a d o c o n t r a la s e d u c c i ó n del p a g a -
n i s m o . En el siglo IV la p o e s í a u n e t é c n i c a y creativi-
dad. Se presentan diversos n o m b r e s : J u v e n c o el Ga-
lo, A u s o n i o d e B u r d e o s , p r i s i o n e r o del p a g a n i s m o ,
q u e se q u e d ó a m i t a d de c a m i n o entre su cultura y el
cristianismo.
1. El papa Dámaso (+ 384)
Ya lo h e m o s encontrado en la vida de Jerónimo.
Dámaso, nacido en R o m a , parece ser de origen espa-
ñol. Sucedió al desgraciado p a p a Liberio, desterrado
p o r C o n s t a n c i o , p o c o feliz e n s u i n t e r v e n c i ó n e n l a
crisis a r r i a n a . H a c i a la m i t a d del siglo IV la liturgia
r o m a n a p a s ó del griego al latín.
Con pocas dotes p a r a las controversias teológicas,
q u e trataba, a decir de Basilio, con ligereza, D á m a s o
cultivó c o n predilección a las m u s a s . Su pontificado
coincidió c o n el esplendor de la arquitectura litúrgi-
ca, el c u l t o de los m á r t i r e s , q u e llevó a R o m a u n a olea-
da de peregrinos. El papa c o m p u s o con delectación,
en h e x á m e t r o s , los e p i g r a m a s , g r a b a d o s c o n elegan-
tes m a y ú s c u l a s p o r Filócalo p a r a a d o r n a r las t u m b a s
d e los m á r t i r e s . U n a d e ellas h a sido r e c o n s t r u i d a e n
San Clemente de R o m a . Versificación menor, de un
interés m á s arqueológico que literario.
2. El español Prudencio
(+ después del 405)
M u y distinta es la carrera del español Aurelio Pru-
dencio, originario de Calahorra (Norte de España), de
familia cristiana, de cultura refinada, que p r i m e r o co-
n o c i ó e l cursus honorum. Fue prefecto y gobernador
de c i u d a d e s i m p o r t a n t e s . U n a crisis interior p u s o
p u n t o final a su vida m u n d a n a . P r u d e n c i o se retiró a
la vida privada, a u n q u e en verdad confortable, para
c e l e b r a r a D i o s m e d i a n t e l a p o e s í a , q u e l e s e r v í a d e li-
turgia doméstica. Nos hace pensar en el poeta Patrice
de La Tour du Pin.
De e n t r e s u s d i v e r s a s o b r a s (Libro de las coronas,
Combate del alma), la q u e se i m p u s o a l a s s i g u i e n t e s
g e n e r a c i o n e s e i n c l u s o e n l a l i t u r g i a r o m a n a e s e l Li-
bro de las horas (Cathemerinon), en el que canta las
h o r a s y los días, a s o c i a n d o en él las fiestas preferidas
de la liturgia, N a v i d a d y la Epifanía.
La poesía de Prudencio, de u n a inspiración próxi-
ma a la de A m b r o s i o p e r o sin pretensiones litúrgicas,
de un aspecto menos estructurado, se distingue tam-
bién de la de Hilario p o r su contenido m á s teológico.
E l p o e t a , c u a n d o llegó a l f i n a l d e s u s d í a s , q u e r í a ex-
presar su profesión cristiana mediante la acción de
gracias y las alabanzas.
" L A EDAD DE ORO" 103
 PRUDENCIO
H i m n o por los Santos Inocentes
Oye e l rey H e r o d e s c o n i m p a c i e n c i a
q u e h a n a c i d o e l p r í n c i p e d e los r e y e s ,
el q u e ha de g o b e r n a r a I s r a e l
y r e i n a r en el t r o n o de D a v i d .
E x c l a m a loco al recibir la noticia:
¡Un s u c e s o r m e a c o s a , m e v e o i m p e l i d o !
V e r d u g o , ve, e m p u ñ a l a e s p a d a
e i n u n d a las c u n a s d e s a n g r e .
¿A dónde condujo tanta maldad?
¿Qué aprovecha este c r i m e n de Herodes?
Cristo es el único que q u e d a
a salvo e n t r e t a n t o s n i ñ o s m u e r t o s .
¡Felices sois, p r i m i c i a s d e los m á r t i r e s ,
a q u i e n e s el p e r s e g u i d o r de C r i s t o os a r r e b a t ó
en el u m b r a l m i s m o de la vida,
c o m o e l t o r b e l l i n o a r r e b a t a los t i e r n o s c a p u l l o s d e los
rosales!
V o s o t r o s sois las p r i m e r a s v í c t i m a s d e Cristo,
r e b a ñ o t i e r n o d e los I n o c e n t e s ;
d e l a n t e d e l a m i s m a a r a del C o r d e r o ,
jugáis ingenuos con vuestras palmas y vuestras coronas.
ordenado presbítero. Tomo la resolución de liquidar
todos sus bienes, de llevar u n a vida m o n á s t i c a , de es-
t a b l e c e r s e c e r c a d e l a t u m b a d e s a n Félix, e n Nola. S u
mujer ingresó en un m o n a s t e r i o . La c i u d a d eligió a
P a u l i n o c o m o o b i s p o , q u e l o fue del 4 0 9 a l 4 1 3 .
Además de su correspondencia mediante la cual
estuvo en relación c o n los personajes i m p o r t a n t e s de
la época: amigos, escritores, obispos (Jerónimo, Agus-
tín), Paulino dejó u n a colección de veintinueve poe-
m a s . En ellos i m p o r t u n a a la m u s a en varias c i r c u n s -
tancias: la muerte de un niño, el matrimonio de un
a m i g o , Juliano, futuro o b i s p o de Eclane, la visita del
obispo Nicetas.
Catorce cantos, c o m p u e s t o s entre el 395 y el 408,
c e l e b r a n los a n i v e r s a r i o s de s a n Félix. D e s c r i b e n las
gentes que concurren, las manifestaciones i n g e n u a s
de la p i e d a d popular, los m i l a g r o s realizados, en los
q u e la i m a g i n a c i ó n o c u p a el lugar del rigor histórico.
M e n o s brillante, sobre todo m e n o s d e s l u m b r a n t e q u e
P r u d e n c i o , la p o e s í a de P a u l i n o refleja a un h o m b r e
q u e i r r a d i a frescor, e n c a n t o , s e n s i b i l i d a d . A d e m á s e s
de inspiración auténticamente cristiana.

Cathemerinon, t r a d . d e J . G u i l l e n ,
"M. A. PRUDENCIO, Obras completas", B.A.C., M a d r i d , 4. Sedulio (+ 420/430)
1950, p. 162-165.
E l p o e t a S e d u l i o , q u e fue t a m b i é n p r e s b í t e r o , p a -
rece q u e p u s o su arte al servicio de las celebraciones

3. Paulino de Burdeos, obispo de Nola l i t ú r g i c a s . S u Canto pascual e s u n a c a t e q u e s i s p o é t i c a

(153/4-431)
De familia senatorial, Paulino nació en B u r d e o s
donde su familia poseía vastas propiedades. Fue
a l u m n o d e A u s o n i o , u n p o e t a r e f i n a d o c o n e l q u e per-
m a n e c i ó unido y con el que intercambió sus escritos.
Vino a R o m a p a r a suceder a su p a d r e en el senado,
d e s p u é s fue g o b e r n a d o r d e C a m p a n i a .
P a u l i n o r e g r e s ó a G a l i a y allí se c a s ó . En el 3 8 9 r e -
cibió e l b a u t i s m o e n B u r d e o s . C i n c o a ñ o s d e s p u é s fue
q u e p r e t e n d e c a n t a r las maravillas de Dios del Anti-
guo y del Nuevo Testamento. M u c h o s otros h i m n o s se
introdujeron en la liturgia, p a r a la fiesta de N a v i d a d y
d e E p i f a n í a . U n t e x t o fue i n c l u s o e m p l e a d o - h e c h o
ú n i c o - c o m o canto de entrada en la misa.
S e d u l i o fue m u y a p r e c i a d o d u r a n t e l a E d a d M e -
dia. Se e n c u e n t r a n sus o b r a s en t o d a s las bibliotecas
de los m o n a s t e r i o s . El R e n a c i m i e n t o y el m i s m o Lu-
t e r o l o h a n c a l i f i c a d o c o m o "el m á s c r i s t i a n o d e l o s
poetas".

104 PARA LEER Los P A D R E S DE LA IGLESIA

 X. LA GLORIA DE OCCIDENTE: AGUSTÍN EL AFRICANO (354-430)
El ú l t i m o de los g r a n d e s escritores de l e n g u a lati-
na, Agustín, es p r o d u c t o del África r o m a n i z a d a ; p a r e -
ce q u e en él se r e ú n e n t o d a s las r i q u e z a s del c o n j u n t o
de sus c o n t e m p o r á n e o s . La vida del r e t ó r i c o africano,
í n t i m a m e n t e u n i d a a la historia del Bajo I m p e r i o , irá
a d q u i r i e n d o , al hilo de esta historia, los colores de un
Apocalipsis: testigo de la caída de R o m a , m u e r e en
u n a c i u d a d a s e d i a d a p o r los V á n d a l o s .
Agustín nace en Tagaste, la actual Souk-Ahras, en
Argelia, al s u r del África consular. El p a d r e , un m o -
desto propietario, es pagano, la madre, Mónica, es
u n a ferviente cristiana. El niño recibe sus p r i m e r a s
clases en Tagaste, prosigue sus estudios en M a d a u r a y
finalmente, con la ayuda de un Mecenas, en Cartago
d o n d e "crepitaban los a m o r e s vergonzosos".
La m u e r t e de su p a d r e le obliga al hijo a regresar
p a r a a t e n d e r a las n e c e s i d a d e s de la familia. E n s e ñ a
p r i m e r a m e n t e en Tagaste, luego en Cartago, en Ro-
m a , p a r a t e r m i n a r en u n a cátedra p r e b e n d a d a , en Mi-
l á n . Allí d e c i d e r e c i b i r e l b a u t i s m o ( 2 3 d e a b r i l d e l
3 8 7 ) . C o n e s t e s u c e s o s e a c a b a n l a s Confesiones.
U n a vez fallecida su m a d r e en Ostia, Agustín a b a n -
d o n a definitivamente Italia con algunos a m i g o s y su
hijo A d e o d a t o , p a r a vivir la vida m o n á s t i c a en Tagas-
t e . Allí s e c o n s a g r a a l a a s c e s i s y a l e s t u d i o y e s p e r a l a
señal del cielo q u e llega c o n t r a su e s p e r a n z a .
AGUSTÍN
"¡Toma, lee!"
Decía estas cosas y lloraba con a m a r g u í s i m a contri-
c i ó n d e m i c o r a z ó n . M a s h e a q u í q u e o i g o d e l a c a s a veci-
n a u n a voz, c o m o d e n i ñ o o n i ñ a , q u e d e c í a c a n t a n d o y
r e p e t í a m u c h a s veces: " T o m a y lee, t o m a y lee". De r e p e n -
te, c a m b i a n d o d e s e m b l a n t e , m e p u s e c o n t o d a l a a t e n -
ción a considerar si p o r ventura h a b í a alguna especie de
j u e g o e n q u e los n i ñ o s s o l i e s e n c a n t a r a l g o p a r e c i d o , p e -
r o n o r e c o r d a b a h a b e r o í d o j a m á s c o s a s e m e j a n t e ; y así,
r e p r i m i e n d o e l í m p e t u d e l a s l á g r i m a s , m e l e v a n t é , inter-
pretando esto c o m o u n a orden divina de que abriese el
c ó d i c e y leyese e l p r i m e r c a p í t u l o q u e h a l l a s e . P o r q u e h a -
bía oído decir de Antonio que, advertido por u n a lectura
del E v a n g e l i o , a la c u a l h a b í a l l e g a d o p o r c a s u a l i d a d , y
t o m a n d o c o m o d i c h o p a r a s í l o q u e s e leía: "Vete, v e n d e
t o d a s l a s c o s a s q u e t i e n e s , d a l a s a los p o b r e s y t e n d r á s u n
t e s o r o en los cielos, y d e s p u é s v e n y s í g u e m e " , se h a b í a al
p u n t o c o n v e r t i d o a ti c o n tal o r á c u l o .
Confesiones, VIII, 2 9 , t r a d . A. C. Vega, O.S.A.,
" O b r a s de S a n A g u s t í n " , II, BAC, M a d r i d , 1984,
p g s . 339-340.
1. Agustín, obispo de Hipona
Llegado a Hipona, es elegido c o m o presbítero por
sorpresa. Pone c o m o condición tomarse un año para
p r e p a r a r s e a su m i n i s t e r i o . A p a r t i r del 396 s u c e d e al
anciano obispo al frente de la segunda diócesis de
Á f r i c a . Allí p e r m a n e c e r á h a s t a s u m u e r t e .
En adelante acción y obra van íntimamente uni-
das. Poco a p o c o el obispo se afirma c o m o la autori-
dad m á s tenida en cuenta en el Occidente cristiano, la
conciencia de la Iglesia.
2. Las controversias teológicas
Igual q u e los c o n s t r u c t o r e s del Templo, Agustín
trabaja c o n la paleta y la espada. S o n tres las contro-
versias que sacuden África: maniqueísmo, donatis-
mo, pelagianismo.
El m a n i q u e í s m o había seducido un tiempo a
Agustín. H e r e d e r o del gnosticismo, profesaba un ra-
dicalismo dualista, que enfrentaba el principio de la
" L A EDAD DE ORO" 105
 luz con el principio malo, en u n a lucha sin cuartel.
Era un m o d o de explicar el mal. El obispo, que había
f r e c u e n t a d o la secta, p e n s a b a e n c o n t r a r allí la solu-
ción de u n a dicotomía irreductible. Ambrosio y el
n e o p l a t o n i s m o l e h a b í a n a p a r t a d o d e ella.
El d o n a t i s m o es la esquirla del episcopado de
Agustín. Desde Cipriano, la división c a u s a b a estragos
como un mal endémico. Después de la persecución de
Diocleciano, la elección de Ceciliano c o m o p r i m a d o
d e C a r t a g o era p r o t e s t a d a p o r los o b i s p o s n ú m i d a s
que tenían otro candidato, Maiorino, al que sucedió
Donato. El cisma se había c o n s u m a d o y de Cartago se
e x t e n d e r í a p o r t o d a África.
Hipona estaba descuartizada en dos comunida-
des, d o s iglesias, d o s o b i s p o s . C u a n d o llegó Agustín,
los d o n a t i s t a s e r a n los m á s n u m e r o s o s e i m p o n í a n
u n a vida d u r a a los católicos, al r e c h a z a r el p a n a d e r o
c o c e r el p a n de los o r t o d o x o s . A las t e n s i o n e s se a ñ a -
d í a n las violencias y Agustín estuvo a p u n t o de pere-
cer en u n a e m b o s c a d a . Al conflicto sobre la a u t o r i d a d
se a ñ a d í a n implicaciones sociales y políticas.
D u r a n t e veinte a ñ o s el obispo multiplica sus es-
fuerzos; los d e b a t e s , los escritos vuelven s o b r e la u n i -
dad en su predicación. La autoridad r o m a n a terminó
p o r t o m a r cartas en el a s u n t o y convocó en el 411 u n a
conferencia, presidida por un legado imperial, en la
q u e se c o n g r e g a r o n doscientos o c h e n t a y seis obispos
católicos y doscientos setenta y nueve obispos dona-
t i s t a s , q u e p u s o fin a l c i s m a .
E l p e l a g i a n i s m o o c u p a los ú l t i m o s veinte a ñ o s d e
la vida de Agustín. Pelagio, un monje asceta, venido
d e I r l a n d a (la p a t r i a d e s a n P a t r i c i o , a l g u n o s d e c e n i o s
su s e g u n d o ) a R o m a , r e a c c i o n a allí v i o l e n t a m e n t e
c o n t r a el relajamiento de las c o s t u m b r e s . P o n e el
a c e n t o en la libertad del h o m b r e , los r e c u r s o s de la
voluntad, hasta minimizar la función de la gracia. El
presbítero Celestio y el obispo Juliano de E c l a n e
"espíritus g r a n d e s y sutiles" vinieron en a y u d a del
1 0 6 I PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA
m o n j e P e l a g i o y p r o p a g a r o n en África, l u e g o en O r i e n -
te, u n a d o c t r i n a q u e e s t a b a e n los a n t í p o d a s del p e n -
samiento agustiniano.
El converso de Milán se siente afectado en lo m á s
íntimo de su experiencia espiritual, que le había ense-
ñ a d o que el c a m b i o rápido era la victoria de la gracia.
D u r a n t e v e i n t e a ñ o s e l o b i s p o d e H i p o n a fue a c u m u -
lando escrito tras escrito, hasta llenar dos volúmenes
in-quarto p a r a d e m o s t r a r e l p a p e l d e l a c o n c u p i s c e n -
cia, la m i s e r i a del h o m b r e , l i m i t a d o a sí m i s m o , l u e g o
la doctrina de la predestinación y de la gracia, q u e de-
fienden a su vez a l g u n o s a u t o r e s c o m o P r ó s p e r o de
A q u i t a n i a (desde el 428), Q u o d v u l t d e u s (autor del
Libro de las promesas) o F u l g e n c i o de R u s p e (unos
decenios después).
3. El predicador
Conviene evitar r e d u c i r la tarea de Agustín a la
controversia. El obispo consagró sus j o r n a d a s a la co-
m u n i d a d de H i p o n a y, en p r i m e r lugar, a la f o r m a c i ó n
religiosa. La e n s e ñ a n z a de la palabra de Dios se le
presentaba c o m o el primero y el m á s importante de
sus deberes. Estaba dotado de unas cualidades de
o r a d o r i n c o m p a r a b l e s : e n t u s i a s m o , simpatía, vivaci-
dad de trato, de imagen, escenificación de breves
"sketches", recursos de aliteración, proverbios, jue-
gos de palabras, y sobre t o d o c o n o c i m i e n t o del cora-
zón h u m a n o .
Agustín predicaba preferentemente la Escritura,
p r i n c i p a l m e n t e los s a l m o s y el Evangelio de J u a n , cu-
yos comentarios h a n llegado hasta nosotros. Conser-
v a m o s u n o s q u i n i e n t o s s e r m o n e s - u n a d é c i m a par-
te del c o n j u n t o , p i e n s a n los eruditos. P r e d i c a c i ó n del
a ñ o litúrgico y de las festividades en la q u e él explica
l a s v e r d a d e s d e l a fe, c o n u n p r o p ó s i t o d e v u l g a r i z a -
ción sin p o r eso ser r e d u c t o r y sin j a m á s dejarse llevar
p o r u n m o r a l i s m o f á c i l (ver p . 107).
 Pedagogo nato, ha p u e s t o los f u n d a m e n t o s de la
enseñanza catequética en la Catequesis de
piantes, que ha formado generaciones de maestros.
E n l a Doctrina cristiana ha establecido los p r i n c i p i o s
de lo que hoy se llama homilética.
De toda la obra de Agustín, la predicación es qui-
zás la p a r t e q u e ha envejecido m e n o s . Gracias a los
homiliarios, ha n u t r i d o d u r a n t e siglos la oración, la
fe, l a v i d a c r i s t i a n a d e g e n e r a c i o n e s d e m o n j e s y d e
clérigos. Por lo d e m á s en n i n g u n a otra parte se expre-
sa mejor el pastor c o m o solidario de su pueblo, "obis-
p o p a r a él, c r i s t i a n o c o n él".
t o d a t u a l m a y c o n t o d a t u m e n t e " (Mt 22,37). ¿ Q u é q u e -
los princi- da de tu corazón para que te a m e s a ti mismo? ¿Qué de
t u a l m a ? ¿ Q u é d e t u m e n t e ? " C o n t o d o " , dijo. Q u i e n t e
h i z o l o exige t o d o . P e r o n o t e e n t r i s t e z c a s c o m o s i n a d a
te q u e d a s e en q u e p u e d a s alegrarte. "Regocíjese Israel"
n o e n él, " s i n o e n q u i e n l e h i z o " (Sal 149,2).
a
Sermón 34, 7, t r a d . M. F u e r t e s L a n e r o y M. M C a m p e l o ,
" O b r a s de S. A g u s t í n , S e r m o n e s " , B.A.C., M a d r i d , 1 9 8 1 ,
p . 507-508.
4. Las obras mayores
La obra literaria de Agustín c o m p r e n d e un cente-
n a r d e títulos, d e d i m e n s i o n e s desiguales, d e los q u e

AGUSTÍN se d e s t a c a n tres, c o p i a d o s sin cesar, l u e g o e d i t a d o s :

las Confesiones, el Tratado sobre la Trinidad, la Ciudad
El precio del amor
d e Dios. T r e s o b r a s a p a r e n t e m e n t e m u y d i f e r e n t e s ,
Por lo tanto, h e r m a n o s míos, interrogaos a vosotros q u e p o n e n de m a n i f i e s t o las facetas de su genio.
m i s m o s , e x a m i n a d v u e s t r o i n t e r i o r . Ved y m i r a d c u á n t a Las C o n f e s i o n e s son el libro autobiográfico (397-
c a r i d a d t e n é i s ; a u m e n t a d l a q u e p o s e á i s . P o n e d los ojos 401) m á s personal, el m á s novedoso, el m á s emotivo
e n tal t e s o r o p a r a s e r r i c o s i n t e r i o r m e n t e .
de la Antigüedad. No se trata en él ni de complacencia
De lo que tiene un precio elevado se dice que es caro,
ni de justificación, sino, c o m o lo expresa el título, to-
y no en vano. Considerad vuestra forma c o m ú n de ha-
blar: "Esto es m á s caro que aquello". ¿Qué quiere decir m a d o de los s a l m o s , de confesar a Dios y de confesar
"es m á s c a r o " , s i n o "es m á s p r e c i o s o " ? S i s e d i c e q u e e s el p e c a d o . "Alabar a Dios, a c u s a r s e a sí m i s m o , esto es
m á s caro lo que es m á s precioso, ¿hay cosa m á s cara que lo q u e significa confesar".
la caridad m i s m a , h e r m a n o s míos? ¿Cuál p e n s a m o s que
Se trata m e n o s de un relato que de u n a oración y
s e r á s u p r e c i o ? ¿ D ó n d e s e e n c u e n t r a é s t e ? E l p r e c i o del
d e u n a a l a b a n z a , l o q u e e l g r a n siglo l l a m a b a u n a ele-
trigo es tu m o n e d a ; el de u n a finca, tu plata; el de u n a
perla, tu oro; el precio de la caridad eres tú. Mira c ó m o vación. En vano buscaremos en él u n a confidencia
poseer u n a finca, u n a piedra preciosa, un jumento; bus- s o b r e s u j u v e n t u d t u m u l t u o s a . E s e l c a n t o m á s ar-
cas u n a finca p a r a c o m p r a r l a y la e n c u e n t r a s j u n t o a tu diente a Dios q u e ha t r a s t o r n a d o su vida, q u e noso-
c a s a . Si q u i e r e s p o s e e r la c a r i d a d , b ú s c a t e a ti y e n c u é n -
tros leemos estremecidos:
trate a ti mismo. La m i s m a caridad habla por mediación
de la sabiduría y te dice algo p a r a que no te asuste a q u e - Tarde yo te amé,
llo: " D a t e a t i m i s m o " . S i a l g u i e n q u i s i e r a v e n d e r t e u n a Hermosura antigua y tan nueva,
finca t e d i r í a : " D a m e t u o r o " . Y s i o t r o q u i s i e r a v e n d e r t e
tarde yo te amé.
otra cosa cualquiera: "Dame tu m o n e d a , d a m e tu plata".
Tú estabas dentro de mí
E s c u c h a lo que te dice la caridad p o r boca de la sabidu-
r í a : " D a m e , hijo, t u c o r a z ó n " ( P r 2 3 , 2 6 ) . " D a m e , dijo, t u y yo e s t a b a fuera.
c o r a z ó n " . S e a p a r a m í y n o s e p e r d e r á p a r a ti. N a d a q u i - Y allí yo te he b u s c a d o .
so dejar en ti con lo que te ames, a u n a ti m i s m o , quien Tú me has tocado
dijo: " A m a r á s a l S e ñ o r t u D i o s c o n t o d o t u c o r a z ó n , c o n
y tu paz me ha quemado.

" L A EDAD DE ORO" 107

 AGUSTÍN
Oración liminar de las Confesiones
" G r a n d e e r e s , Señor, y l a u d a b l e s o b r e m a n e r a ; g r a n d e
tu poder, y tu s a b i d u r í a no tiene n ú m e r o " (Sal 144,3;
146,5).
¿Y pretende alabarte el h o m b r e , pequeña parte de tu
creación, y p r e c i s a m e n t e el h o m b r e , que, revestido de su
m o r t a l i d a d , lleva c o n s i g o el t e s t i m o n i o de su p e c a d o y el
t e s t i m o n i o d e q u e " r e s i s t e s a los s o b e r b i o s ? " ( R m 5,12).
Con todo, quiere alabarte el h o m b r e pequeña parte de
t u c r e a c i ó n . T ú m i s m o l e e x c i t a s a ello, h a c i e n d o q u e s e
deleite e n a l a b a r t e , p o r q u e n o s h a s h e c h o p a r a t i y n u e s -
t r o c o r a z ó n e s t á i n q u i e t o h a s t a q u e d e s c a n s e e n ti.
D a m e , Señor, c o n o c e r y e n t e n d e r q u é es p r i m e r o , si in-
v o c a r t e o a l a b a r t e , o si es a n t e s c o n o c e r t e q u e i n v o c a r t e .
Mas ¿quién habrá que te invoque si antes no te conoce?
Porque, no conociéndote, fácilmente p o d r á invocar u n a
c o s a p o r o t r a . ¿Acaso, m á s b i e n , n o h a b r á s d e ser invoca-
do para ser conocido? Pero ¿y "cómo invocarán a aquel en
q u i e n n o h a n c r e í d o ? ( R m 10,14) ¿ Y c ó m o c r e e r á n s i n o s e
les p r e d i c a ? " (Sal 21,27). C i e r t a m e n t e " a l a b a r á n a l S e ñ o r
los q u e le b u s c a n , p o r q u e los q u e le b u s c a n le h a l l a n " (ver
Mt 7,7), y los q u e le h a l l a n le a l a b a r á n [...]
¿ Q u i é n m e d a r á d e s c a n s a r e n ti? ¿ Q u i é n m e d a r á q u e
v e n g a s a m i c o r a z ó n y l e e m b r i a g u e s , p a r a q u e olvide m i s
maldades y me abrace contigo, único bien mío?
¿Qué es lo que eres p a r a mí? Apiádate de mí para que
t e l o p u e d a decir. ¿ Y q u é soy y o p a r a t i p a r a q u e m e m a n -
des que te a m e y si no lo h a g o te aires c o n t r a mí y me
a m e n a c e s con ingentes miserias? ¿Acaso es ya p e q u e ñ a
l a m i s e r i a d e n o a m a r t e ? ¡Ay d e m í ! D i m e p o r t u s m i s e r i -
c o r d i a s , S e ñ o r y Dios m í o , q u é e r e s p a r a m í . "Di a mi al-
m a : Yo soy tu salud." (Sal 34,3). Q u e yo c o r r a t r a s esta
voz y te dé alcance. No quieras e s c o n d e r m e tu rostro.
M u e r a y o p a r a q u e n o m u e r a y p u e d a a s í verle.
A n g o s t a e s l a c a s a d e m i a l m a p a r a q u e v e n g a s a ella:
s e a e n s a n c h a d a p o r ti. R u i n o s a e s t á : r e p á r a l a . H a y e n
ella c o s a s q u e o f e n d e n t u s ojos: lo c o n f i e s o y lo sé; p e r o
¿ q u i é n la l i m p i a r á o a q u i é n o t r o c l a m a r é fuera de tí: "De
los p e c a d o s o c u l t o s l í b r a m e , Señor, y d e los a j e n o s p e r d o -
na a tu s i e r v o " (Sal 18,13-14)?
Confesiones I, 1 y 5-6, t r a d . A. C. Vega, O.S.A.,
" O b r a s d e S a n A g u s t í n " , II, BAC, M a d r i d , 1984, p g s .
73,76-77.
108 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA
El Tratado sobre la Trinidad e s una obra de ma-
d u r e z , l a r g a m e n t e m e d i t a d a (del 388 al 419), inte-
r r u m p i d a , luego r e t o m a d a . La reflexión p r o l o n g a las
Confesiones y se a t i e n e a l o s l í m i t e s de la t e o l o g í a y de
la mística. " E m p e z a d a con la fuerza de la edad, aca-
b a d a en los viejos días", confiesa el autor.
Agustín no se preocupa, c o m o Hilario, p o r la con-
t r o v e r s i a a r r i a n a , q u e t o d a v í a n o h a s a c u d i d o a Áfri-
ca. Su p r o p ó s i t o es c o n s t r u c t i v o . Los siete p r i m e r o s
libros exponen de un m o d o bastante árido el d o g m a
trinitario. A p a r t i r del libro VIII c a m b i a el t o n o , el tex-
to se t r a n s f o r m a en u n a b ú s q u e d a de las huellas de
Dios en la creación e incluso en la estructura ternaria
del h o m b r e . É s t e lleva en sí el m o v i m i e n t o q u e es su
principio y el fin. La i m a g e n de Dios, incoativa desde
la creación, en nosotros puede ser deformada, pero
no perdida. Renovada por la gracia, termina en la
beatitud, d o n d e "Dios a b r i r á la ú l t i m a puerta, m a n t e -
n i d a c e r r a d a h a s t a el m o m e n t o , y a la q u e yo llamo"
(Trin. XV,51).
S e g ú n e l c e n s o d e los m a n u s c r i t o s - m á s d e c u a t r o -
c i e n t o s a l d í a d e h o y - l a Ciudad d e Dios n o h a d e j a d o
de p r o v o c a r la reflexión de los siglos, en t o d o s los
cambios de la historia. Se trata m á s bien de u n a m e -
ditación p a r a tiempos de Apocalipsis: la caída de Ro-
m a , su p u n t o de p a r t i d a , a d q u i e r e p o c o a p o c o las di-
mensiones de u n a teología de la historia universal
(ver p. 109).
Agustín trabajó durante catorce años en redactar
este libro. La composición, frecuentemente floja, se
r e s i e n t e d e ello. S o n n u m e r o s a s las d i g r e s i o n e s . U n a
vez m á s el título está t o m a d o del s a l m o 86,3.
El t e m a se resume en la fórmula lapidaria:
Dos amores han construido dos ciudades:
el a m o r de sí m i s m o , hasta despreciar a Dios,
el a m o r de Dios, hasta el desprecio de mí m i s m o .
( C i u d a d de Dios, X I V , 2 8 )
 A u n q u e los t e m a s se e n t r e c r u z a n y se relevan, es
fácil d e s c u b r i r e n é l l a c i u d a d d e l a t i e r r a y l a c i u d a d
del cielo, luego las r e a l i d a d e s c o n c r e t a s q u e s o n la
Iglesia, el E s t a d o , el p u e b l o de Dios y la t u r b a de los
impíos. Este tema fundamental se va orquestando,
enriqueciendo de nuevas consonancias, dilatándose
h a s t a las d i m e n s i o n e s del m u n d o y de la historia.
"Dos ciudades, la de los i m p í o s , la de los santos, p r o -
siguen así su m a r c h a , desde el principio del g é n e r o
h u m a n o h a s t a e l fin d e l m u n d o . "
L a c i u d a d t e r r e n a n o e s m á s q u e u n a figura, u n a
s o m b r a de la otra ciudad, q u e se perfila en la línea del
t i e m p o p a r a los p e r e g r i n o s y q u e se e n c u e n t r a al final
del c a m i n o . "Cantad cantos de a m o r a vuestra patria,
dice Agustín. C a m i n o nuevo, viajero nuevo, cántico
nuevo".
E n l o s Soliloquios A g u s t í n e s c r i b e : "Deseo conocer
a Dios y al alma. ¿Nada m á s ? En verdad n a d a más".
E s t a s d o s c u e s t i o n e s , i n e x t r i c a b l e m e n t e u n i d a s , si-
g u e n s i e n d o f u n d a m e n t a l e s p a r a él. N o c e s a d e p r e -
g u n t a r a la E s c r i t u r a y a la Iglesia. La E s c r i t u r a es un
teclado todos cuyos resortes él conoce y le h a c e emitir
c o n s o n a n c i a s n u n c a oídas, de las q u e él imita hasta el
r i t m o y el s o p l o .
El p o d e r creativo del teólogo africano, su espíritu
dialéctico, a y u d a d o p o r la m a g i a del verbo, no se limi-
tan a rejuvenecer u n a cultura en declive: su acción
claramente innovadora abre el camino a u n a nueva
civilización, la cultura medieval.
P a r a la Regla de San Agustín, ver p. 112-113.
LA CIUDAD DE DIOS
Preámbulo
H e t o m a d o p o r m i c u e n t a , c a r í s i m o hijo M a r c e l i n o ,
en e s t a o b r a a i n s t a n c i a t u y a p r e p a r a d a y a ti d e b i d a c o n
p r o m e s a mía, contra aquellos que anteponen sus dioses
a su F u n d a d o r , la defensa de la gloriosísima C i u d a d de
Dios, o r a en el actual d i s c u r s o de los t i e m p o s , o r a en
a q u e l l a e s t a b i l i d a d del d e s c a n s o e t e r n o , q u e a h o r a e s p e -
r a p o r l a p a c i e n c i a ( R m 8,25), h a s t a q u e "la j u s t i c i a s e
convierta en juicio" (Sal 93,15), y luego ha de a l c a n z a r
p o r l a p e r f e c c i ó n c o n l a v i c t o r i a final y l a p a z p e r f e c t a .
E m p r e s a g r a n d e y a r d u a ; p e r o "Dios es n u e s t r o a y u d a -
d o r " (Sal 61,9).
Sé m u y bien el caudal que es menester p a r a intimar a
los s o b e r b i o s l a e x c e l e n c i a d e l a h u m i l d a d , c o n l a c u a l l a
alteza, no la que es h u r t o de la a r r o g a n c i a h u m a n a , sino
la q u e es d o n de la divina gracia, t r a s c i e n d e t o d a s las
c u m b r e s t e r r e n a s , q u e s e b a m b o l e a n a l c o m p á s d e los
tiempos. El Rey y F u n d a d o r de esta Ciudad, de la que me
he p r o p u e s t o hablar, declaró a su pueblo en la Escritura
e l s e n t i d o d e a q u e l d i v i n o o r á c u l o q u e d i c e : "Dios r e s i s t e
a los s o b e r b i o s y a los h u m i l d e s da su g r a c i a " (St 4,6; 1 P
5,5). M a s e s t o , q u e e s p r i v a t i v o d e D i o s , t a m b i é n l o p r e -
tende p a r a su alma soberbia el espíritu hinchado, que se
c o m p l a c e en q u e se diga en su a l a b a n z a " p e r d o n a r a los
v e n c i d o s y a b a t i r a l o s s o b e r b i o s " (Virgilio, Eneida, VI,
853).
Por lo cual no h e m o s de p a s a r en silencio decir de la
c i u d a d t e r r e n a q u e , e n s u a f á n d e d o m i n a r , a u n q u e l e es-
t é n s u j e t o s los p u e b l o s , ella e s d o m i n a d a p o r s u l i b í d i n e
c u a n t o e l p l a n d e l a p r e s e n t e o b r a exija y n u e s t r a s p o s i b i -
lidades permitan.
T r a d . J . M o r á n , " S . A g u s t í n , L a C i u d a d d e Dios",
B.A.C., M a d r i d , 1964, p. 3-4.
" L A EDAD DE ORO" 109
 La Ciudad de Dios
de Agustín de H i p o n a .
I n c u n a b l e , Bale, 1490.

110 PARA LEER L O S P A D R E S DE LA IGLESIA