Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Apología de Sócrates
LATO
ΜΙΊϊ'
Ϊ5Γ A l h a m b r a L o n g m a n
GRfcJP _
ΙΙάντα pel
La historia de la Hum anidad es la historia de sus ideas. Ideas
elaboradas, principalmente, por los filósofos, esos hombres a los
que fam iliarm ente llamam os pensadores.
Enseñar a leer filosofía es una tarea por hacer. Por eso aparece una
nueva colección en la que pretendem os fundam entalm ente estos
dos objetivos:
que cada libro sea autosuficiente, es decir, que se encuentren en
él resueltas las dudas que surjan, a través de un léxico específico,
dossiers inform ativos y repetidas y abundantes notas a pie de página;
que cada libro sea una guía para el lector, y para ello se afronta
la reflexión a que invitan los ensayos filosóficos por medio de
ejercicios o pautas de lectura y documentos sobre el autor y su obra.
APOLOGÍA DE SÓCRATES
L l a t z e r B r ia
M N*
555 A lh a m br a L o n g m a n
C O O R D IN A C IO N :
L L A T Z E R B R IA e
H IL A R I A R N A U
GRfcJP '
Πάντα pel
Última reimpresión, 1995
ISBN: 84-205-1135-8
Pàiçs.
P R E S E N T A C IO N .............. ................................................... V II
C R O N O L O G I A .................................................................... 1
D O S S IE R I N F O R M A T I V O .......................................... 5
1. Retrato a d is ta n c ia ................................................. .. 5
D atos personales, 5. A spectos psicosom áticos, 7. Sus
cam pañas m ilitares, 9. Su categoría in telectual, 10.
Sócrates y la política, 11. N uestro Sócrates, 13.
V
VI I IN D ICE
Págs.
A P O L O G IA D E S O C R A T E S .......................................... 68
Parte I: R efu tación acusaciones, 68. Ejercicios, 109.
Parte II: La antitím esis, 118. Ejercicios, 123. Parte
III: R eflexión ante la m uerte, 125. Ejercicios, 132.
D O C U M E N T O S . . . . .......................................................... 136
D ocu m en to I, 136. D o cu m en to II , 139. D ocu m en to
II I, 141. D ocu m en to IV , 144. D ocu m en to V , 145.
D ocu m en to V I, 149. D ocu m en tó V I I , 151.
L E X I C O ..................................................................................... 153
B IB L IO G R A F I A .................................................................... 159
I
V II
V III I PRE SE N T AC IO N
III
IV
¿Complejo de Sócrates?
¿Quién no lo ha padecido? «A n tesy después de Sócrates», «Apolo
gías y Diálogos socratófilos», y en contra, «panfletosy libelos socrató-
fobos». N o hay abstenciones. Como tampoco las hubo en los 5 0 0 jueces
que le condenaron.
Sócrates despierta pasión. N o se puede acercar a él con indiferen
cia. Su lectura deja poso.
A ver si es verdad.
Barcelona, octubre de 1984.
el esplendor y
Λ oo ζ/^
3
3 S
.2
I‘'tj• S2'4Jaoaoςηj2S oU
Έ * .23 * ü
-Û 'G
g * w <λ _ 2 o
üí *-'
¿¡ «3 _C
rÍ< t)
5, 3 W
*° 2 Λ <5 *
O _Ω ~T3 —c3 —bO
CU r t T 3
’o •
3 w o cr c
*·*o u f Oy
ΙΛ CU O "™
c S-o-p
_o u. 5-0-0 Ü 8 '3 ó .s2 σΐ '
B S <Ί υ υ
ί° ^ .ε
.S s o o υ o 55 o
O V
μ -S υ c * e . s υ¡ y, qj _, w
(Sócrates, en sus setenta años de vida, contempla
s3-sa~s O «h
la caída de su ciudad.)
C -2rf
V
•3 C C C ? ™ <J C M ¡ ° υ > ΌS T3
ο η ε 3 « § O” ’υ _
<λ ?¿3 c~.SP’g
~0 ci 3tV .23 DOu
rt ü
T3 a rtM 5 o - ^
h ^
CU r t ^ “1° 4J o
3 « > C Ö <L> fe C λ ο λ .H, υ O Cl. V u ^
■Q< J5-S O Or\S*Cc - -4 ,uiO. C-n c2 ■ ω« u 3 0-S G S
λ λ ssSil o .5
I 33 “ 2 ·« £ 5 __ w O £
: o S -c j ^ TJ S 2 « g 8
I σ £ S S i JS-8
** .S rT Ä
3 U rt Λ U*> «il3 °
'• ô J.JS
O O Ü « ÜüO o
··-* _G ¿
S
^
«-¡a
1T* a "Η« *πM ·γ:Ö VP oG P5oh ’X.■^εÚ1 a [ 5 < δ ^ C
t¡ S 9 -
J7 3J3CT fc* OV ■S -2 s o ■ C bou
v £ δ . 52·= CO
; O. υ
« f e §
« Ό Ό cu CUO
JS δ J2 ü
-.s Ό
W *G
■O.S
»s« S
si υε
μ· k·
4)
o -c
M S V
s| "O rt
a Oí
a g ό
^ 3fS
^12
c >» a G
'2 ««
2e;
> s. o d
J -a G ■C2 ·
- el «g fi S tí O : oca
H·S Í 2 6 0)ü u S j § >.
H &
t $C u *_ ^ sFu
.2g2 -9oε 3öfi 0 § s c:
O 5^ o 8
h t 3 bD M’t ü In 'S ü
Pi
5 «1.8
h a cr 5o.
i
<
u β 3
rt «λ
o Ö V
<y » 2
si 55
_i (Λ Í3
o u o Ό SS
υ w λ .2
z á-S-s-S
O
c¿
u
2 I APOLOGIA D E SOCRATES
S
■U I<J
Ü 33
gíS 8*8
« Èa
cj S W 'O
»gö*Όö -5
au(4 «μ
CU ο >
g «315s2
f Λ *¿ «υ¡ ^
D O
.'S
^ .ü
CRONOLOGIA / 3
I S ^ S * .2 -O « S * B ^ tí. t l « t í S ·3 PL, Λ
K >*Λ
1 S. e¡5 S -g § . 9riSAo"§c ü4JO- « s «
■a-s υ 3CXb<3 jSCr f SuuOc j Ti
dero de las doctrinas socráticas.
ri «J o ri c o o -«
Nace P la tó n , discípulo y here-
·- S" c -s~ ε«
w v ,s m. ô m a
ό h :S „ E« ü
y S y ü ri ' η Ό
a & S 'ô .ÿ o Z, «
o«an -30 2-0
a u s ό „ . c
“’Ssi o^s -as
a l ^ Â a -■ § § ■§■§
s ^ , « ■«’ •8 -0 -s ■
„ e- ^μX u υB u ’Sri.ÏÏM-i
c ftS
rijS p ^ ^ C ri S <J O
'λ Ό h O ri p ri
ü ftü pi ÖO
428:
dλ 6 ^ 'ô
¡O.S- u -S 00
— .X ri a
« a · « K «
Q s l -a a -0
t> _ a ri
■° » S -§ ^ 3
= S o :g .s «
S u g g j g ■£ '
J$ Ό ο
u <ζτ3 6S ori
4 I APOLOGIA D E SOCRATES
C W T“ S ■ωu O (j
λ
G b ß ·^
"* • ■?
Ό S¿3 ^~ .
I—H ^O J 3
c ^ ' S.ïa
5 ^ ’
■oI s g,g §..§ § fes-
^ ¿ ■ Ϊ 0 · 3 .§
O
a «
-Ü tl w ·- Λ
J3 * S g. JS § S
O » « Ï . S P ’S «
B o u i) a Mμ G Ώ
Λ O
·
3
S o S ^ pjsS ■-P 4J "S
<LJ>Frt
C O’ Β π
2 ΰo^^
§ Ö O J2 .§ «Ρ S
u o “ u ÿ ¡2 >«!
“ * •ajH fG «Î
g lä .s g c> OJ «ci *^Ô
S js O
5- a) u ciu· Ό»> Ih
tS ►'U — 2 J3 ”Λ y8 s^ 3
μ O *£? l·) 3 .Ü cn ‘So S.'CM ^
ο_ ψCOI Mai*>. oi-ft vUij,Ha
« rt
Ü 3 Γ2
ri 3 V
t S - S o 3 ? fi
« ' ' S g S o "’•2
-u S Iο B„ cS'S
■
u S'-
“ o b
X) ÿ Λ J5 ö - S
a g<3J «
w .5 o - aß Όο —
o. . |V £c “ S | . æ * U q _ j-T-3
Ό « O»
w ü 'ÎP c
« E 'C Z ' S o
■g cl, a «j c u o SS*
5ύ s-g-.s
6 -Ö
> -o »
Retrato a distancia
5
6 I APOLOGIA D E SOCRATES
« S ó c ra te s .» B ritish M u se u m .
DOSSIER IN F O R M A TIV O / 7
« H a b ié n d o le in ju r ia d o d e p a l a b r a u n a v e z su m u je r X a n ti p a , y d e sp u é s d e p e d ir le
p e r d ó n llo r a n d o , re s p o n d ió : “ N o d ije yo q u e c u a n d o X a n ti p a tro n a b a , llo v e r ía ...”
Q u itó le ésta , e n u n a o c a sió n , el p a lio en el fo ro , y c o m o los fa m ilia re s le in s ta se n a
q u e ca stig ase Ja in ju r ia , re s p o n d ió : “ P a rd ie z , q u e s e ría b u e n e sp e c tá c u lo q u e n o so tro s
riñ ié s e m o s y vo so tro s clam aseis: A n im o , S ó c ra te s ; b ra v o X a n t i p a .”
H a b ie n d o c o n v id a d o a c e n a r a c ie rta s p e rs o n a s ric as, c o m o X a n ti p a tuviese r u b o r
d e la c o r te d a d d e la c e n a , le d ijo : “ n o te a flija s, m u je r, p u e s si ellos s o n p a rc o s , lo
su frirá n ; y si s o n co m ilo n e s, n o n o s in te re s a q u e v u e lv a n .” (O p. cit., 14.)
S in e m b a rg o , re p r e n d e s e v e ra m e n te a su h ijo m a y o r p o r el m a l c o m p o r ta m ie n to
c o n su m a d r e , a la q u e ex ig e el m á x im o c a riñ o y o b e d ie n c ia .»
8 I APOLOGIA D E SOCRATES
2 T o v a r : Biografía de Sócrates, 6 6 .
3 A p a s io n a d a es ta m b ié n la visión d e N ie tz sc h e : « T o d o e n él es e x a g e ra c ió n , b u r d a
c a r ic a tu r a , y al m ism o tie m p o lle n o d e esco n d rijo s, d e s e g u n d a s in te n c io n e s , d e
su b te rfu g io s... S ó c ra te s p e r te n e c e a u n m u n d o p u e s to al rev és y c a b e z a a b a jo ... S ó c ra
tes e ra d el m á s b a jo o rig e n . P leb e . T a m b ié n se sa b e q u e e ra h o rro ro s o . L a fe a ld a d q u e
p a r a n o s o tro s es y a u n a o b je c c ió n , p a ra los g rie g o s e r a ca si u n a r e fu ta c ió n ...
¿F u e S ó c ra te s el d e lin c u e n te -tip o ? » ( E l ocaso de los (dolos, T u s q u E ts , ,28 y sigs.
H a y q u e a ñ a d ir q u e lo q u e p ro v o c ó las ira s d e N ie tz s c h e n o fue s o la m e n te la
p r e s u n ta f e a ld a d d e S ó c ra te s , sin o su re v o lu c ió n : « C o n S ó c ra te s se c o rro m p e el g u sto
g rie g o e n fa v o r d e la d ia lé c tic a ...» , «el s o c ra tis m o d e s p re c ia el in s tin to y, c o n ello, el
a r te » , es la p ro c la m a c ió n d e la p r im a c ía d e la ra z ó n , d e la ló g ic a , lo q u e e x a s p e r a a
N ie tz s c h e . E l s o c ra tis m o , c o m o d is o lu c ió n g rie g a y la c re a c ió n d e u n a n u e v a m o ra l
c o n tr a D io n isio s, el in s tin to . S o c ra tis m o q u e c u lm in a r á , s e g ú n él, e n el C ris tia n is m o .
DOSSIER INFORMA TIVO ' / 9
Sus c a m p añ a s m ilita r e s
El servicio m ilitar era obligatorio en Atenas, pero sólo
cuando lo exigían la defensa propia o de sus colonias.
-V
Su c a te g o r ía in te le c tu a l
Precisam ente de estas cam pañas arranca su prestigio
intelectual. A cab ad as éstas, aparece rodeado de hom bres
im portantes. Sócrates era, ahora, el ciudadano con m ayores
oportunidades históricas para alcanzar la fam a en Atenas.
D esaparecido Pericles y su círculo, hacia el 429, Sócrates
contem pla cóm o a su alrededor se aglutinan los in telectuales
y políticos más influyentes, y, tam bién, algunos de los más
polém icos, com o el propio A lcibiades, Critias, el m ás duro de
DOSSIER IN F O R M A T IV O / 11
S ó c rate s y la p o lític a
Políticam ente, no se le conoce m ilitancia en ningún
partido, aunque algunos prefieran encasillarle en el dem o
crático, en su juventud, y en el aristocrático, en su vejez. H a
visto durante su vida todo el esplendor de Atenas y toda la
m iseria de su decadencia. A lgunos achacan este desastre final
a los enem igos exteriores, Esparta sobre todo. El prefiere
analizar las causas internas que han contribuido a esta
degradación: las luchas por el poder, la m anipulación de las
A sam bleas donde m edran los dem agogos, los continuos cam
bios de gobierno, incluso con el golpism o, la incom petencia
de ciertos gobernantes.
Sócrates, no está ni con unos ni con los otros: a la dem o
cracia achacará su in com peten cia y las contradicciones entre
sü teoría idealista y su práctica: el nefasto sistema del sor
teo de los cargos que significa la m itificación de las n u li
dades, «dejar en m anos de ineptos los asuntos del Estado»,
12 / APOLOGIA D E SOCRATES
S ó c r a t e s , f r u t o y c o a u t o r d e su e n t o r n o :
5 V éase n o ta 82.
6 V é a s e n o ta 86.
DOSSIER IN FORMATIVO / 13
N uestro Só crates
¿Q uién fue, auténticam ente, este hombre?
Es, y será, un enigm a más.
No nos sirven los retratos de quienes pudieron conocerle,
ni tampoco las lecturas posteriores, ya sean de autores
cercanos a él, o la de los posteriores, Uaménse Erasmo, autor
de la sim pática exclam ación: «Sancte Sócrates, ora pro
nobis»; o Kierkegaard, que da una visión dem asiado cristia-
» nizada, o la m itificadora de H egel, o la más rabiosa de
Nietzsche.
Sin mitos, sin pasión y sin desencanto, nos quedaríam os
con un Sócrates socarrón, pícnico, brillante en sus ocurren
cias. Hom bre de luz y de mar, m oldeado por el M editerrá
neo, abierto com o su puerto del Pireo. Por encim a de
costumbres, de tics sociales, de esnobismos. Libre en su decir,
pensar, vestir, vivir y... morir. Genial con apariencias de
payaso o bufón. H um ano, rodeado de am igos, adornado con
geniales virtudes, pero tam bién con «geniales» defectos.
D espegado de la vida, con las ideas claras sobre la muerte,
pero con el temor en los huesos, cuando ve la enfermedad
final.
Según uno de sus más profundos estudiosos: « U n a de las
figuras de la historia que se ha convertido en sím bolo y uno
de los pocos representantes de la H um anidad»7, o según
D iógenes, su casi m aternal biógrafo: «era considerado el más
feliz de los hombres», y que cuenta con nuestra adm iración
porque «fue el primero de los filósofos que murió condenado
por la justicia» ( D i ó g e n e s : op. cit.).
L a re h a b ilita c ió n so c rá tic a
La m uerte de Sócrates_no sentó bien a los atenienses.
U n a ola de culpabilidad com partida recorrió sus calles.
Biografías poco rigurosas se explayan explicando los castigos
acaecidos a sus acusadores8.
U nos pocos años después de su m uerte, en el 393, aparece
un panfleto escrito por Polícrates, quien guiado por el odio e
intereses políticos, presenta un Sócrates, m aestro de gandu
les, parásitos y sacrilego, protector y protegido de los Treinta
Tiranos, causante de todos los m ales que A tenas había
sufrido. El escrito es duro. T an to que para Jenofonte consti
tuye un texto obsesivo llegando a citarle continuam ente con
el apodo de el acusador.
Entre los am igos y discípulos de Sócrates, es lógico que
aparezca el em peño com ún de la recuperación y rehabilita
ción socrática.
Primero aparecen los dialogoi socratikoi o una especie de
«florecillas» donde se cuentan, hasta la enésim a vez, unas
anécdotas, cada vez más fantaseadas, con intenciones m orali
zantes. N o son sim ples apuntes biográficos, sino continuado
res de las enseñanzas del maestro, pasadas por el tam iz de la
propia versión. E videntem ente que excluim os los «diálogos»
de Platón, sin parangón y con un esquem a literario distinto:
Sócrates aparece com o un m aestro que conversa c o n un
8 V éase p á g in a 26.
14
DOSSIER IN FORM A TIVO / 15
L a «A p o lo g ía» de P lató n
«Platón, hijo de A ristón y de Pericciona, fue ateniense.
Su m adre descendía de Solón... y su padre del rey Codro.»
Así de pom posa es la presentación que ofrece D iógenes
(op. cit.). Aristócrata, em parentado con los oligarcas, sobrino
de Cridas — con el que no com parte su actuación— , escritor
brillante. Genial.
Su obra literaria, m uy extensa, es la creación del m ito
socrático, sobre todo en sus «diálogos» de juventud, en los
que no logra despegarse del m aestro. En toda su larga vida,
la som bra de Sócrates jam ás le abandona. Curioso em pareja
m iento el de un «m aestro» que no dejó nada escrito, y el de
un discípulo, que quiere transmitir «los apuntes» oídos.
M uchos de sus diálogos son para .rehabilitar su m em oria.
A lgunos, esquem atizan tanto su obra que quieren reducirla a
la respuesta de esta inobviable pregunta: ¿Cómo una ciudad
16 I APOLOGIA DE SOCRATES
E l b in o m io S ó c r a te s -P la tó n c o n s titu y e n u n e je m p lo c o n tu n d e n te d e u n a s b u e n a s r e la
cio n es e n tr e m a e s tro y d is c íp u lo . H a y q u ie n h a d ic h o q u e la e x te n s ís im a o b r a d e P la tó n
es el d e s a rro llo d e la s id e a s d e S ó c ra te s. E x a g e ra d a a firm a c ió n , p e r o q u e tie n e m u c h o
d e v e r d a d . P o r d e s c o n o c e rse r e tra to s a u té n tic o s d e a m b o s, p re fe rim o s e s ta c a r i c a t u r a
d e S ó c ra te s y P la tó n d e u n c ó d ic e d e la U n iv e rs id a d d e O x fo rd . C u rio s a m e n te S ó c ra te s
e s tá e s c rib ie n d o , y P la tó n , d e trá s , d ia lo g a n d o ; s ie n d o así q u e e n la re a lid a d fu e al revés:
S ó c ra te s no d e jó n a d a escrito .
L a «A p o lo g ía» de Jen o fo n te
«Jenofonte, hijo de Grilo, nació en Erquia, demos de
Atenas. Fue m uy vergonzoso y herm oso de cuerpo en sum o
grado.»
D icen que habiéndolo encontrado Sócrates en una calle
ju ela, le cruzó su báculo y le detuvo, preguntándole:
1
9 G a r c ía C alvo : Defensa ante el Jurado, 163, S a lv a t, B a rc e lo n a , 1971.
Los acusadores
21
22 I APOLOGIA D E SOCRATES
Los a c u sa d o res p re se n te s en el ju ic io
El trío que ha pasado a la historia, gracias a Sócrates, lo
forman: M eletos, A nitos y Licon.
M eletos fue quien depositó la acusación: «M eletos, del
dem os de Pithos contra Sócrates...» Las diversas fuentes le
presentan com o un oscuro poeta, autor de m alas tragedias
sobre Edipo, caricaturizado por Aristófanes, pero con ganas
de popularidad, y que a lo m ejor esperaba conseguirla con
el protagonism o en un ju icio tan famoso: «¡Creo que h a
em prendido bien la carrera del Estado!», dirá socarrona
m ente el propio Sócrates.
Platón nos lo describe com o un m uchacho «que apenas
había cerrado la barba», y a Sócrates no deja de causar
le asom bro, que «siendo tan joven , puede dirigir la acusa
ción». Sócrates es despiadado con él, y en su Apología le deja
en claro ridículo; pero M eletos, representante de la sufrida
clase de los poetas, es sim plem ente el hom bre de paja, el
tonto útil.
Anitos, el que dirige los hilos de la acusación desde la
som bra, es hijo de A ntem ion, rico curtidor de pieles. Perte
nece al grupo de los m oderados de Teram enes o dem ócratas
conservadores, según la inform ación de Platón en el Menón.
Enem igo visceral de los sofistas, defensor a ultranza de los
valores tradicionales, quiere presentar en Sócrates el escar
m iento ejem plar. Según Jenofonte, una cuestión personal
guió la acusación: A nitos, negociante, descuida la educación
24 I APOLOGIA D E SOCRATES
L a a c u sa c ió n p o r im p ie d a d (aseb e ia )
La religión griega era una de las más desacralizadas: sin
sacerdotes, ni dogm as, ni una ortodoxia oficial, se reducía a
una esplendorosa m itología, creación literaria de H om ero y
H esíodo, principalm ente. Sabiam ente adm inistrada por las
diferentes polis, cada cual m onopolizaba un culto determ i
nado: A tenas era coto de A tenea; Delfos, de Apolo; O lim pia,
de Zeus; etc. Se trataba de unos dioses antropom orfizados,
con virtudes y defectos, con heroicidades y ram plonerías,
pero, a pesar de todo, respestados por el pueblo. «U n a reli
gión frívola», dirá N ietzsche.
Pero había algo más: desde la época de los tiranos14,
concepto no adecuado a nuestro paradigm a que lo asim ila a
dictadores, la religión popular se transforma en religión
estatal, y actuará com o elem en to de cohesión urbano y
nacionalista que irá incubando el sentim iento panhelénico,
acentuándose la pom posidad de sus cultos y la creación de
25
26 I APOLOGIA D E SOCRA TES
Segu n d a a c u sa c ió n : c o rru p to r de ju v e n tu d
Los griegos, expertos com erciantes, com pran y venden de
todo. En sus barcos, adem ás de trigo, aceite, vino, higos
secos, cerám ica, telas, van y vienen las ideas que vigen por
todo el m undo civilizado. Sus m ercados (emporium) se con
vierten en perm anentes asam bleas populares con ciudadanos
inquietos que preguntan y discuten. Son aula y parlam ento.
Y sus puertos, lugar de ansiosa espera, no sólo para partir a
nuevas aventuras, sino para recibir la últim a inform ación.
30 I APOLOGIA D E SOCRATES
T e rc e ra a c u sa c ió n : in tro d u c ir d iv in id a d e s n u ev as
El hom bre, sólo o en grupo, no ha resistido la tentación
de escudriñar lo desconocido, de buscar la llave de lo ignoto.
D el verbo mueszai, que significa «cerrar», provienen las
palabras: m isterio y m ística. A tenas había albergado a gru
pos esotéricos, procedentes de sectores religiosos y filosóficos,
procedentes de O riente y de ritos populares y m itológi
cos. Son conocidas las tendencias esotéricas de los pitagóricos
y la popularidad de los cultos Orficos. En las m ism as laderas
de la A crópolis, m ás de una cueva era el tem plo o antro
donde se practicaban ritos secretos, con neófitos e iniciados,
vetados para los desconocidos. L a fam osa m utilación de los
DOSSIER IN F O R M A T IV O / 33
Interpretación:
• Pero en Sócrates, cada uno, • La in terpretación pertenece
es su propio intérprete. Es in y la adm inistra un «cuerpo»
terioridad. social: oráculos, pitonisas,
sacerdotes. Es exterioridad.
• Es ético. • Es pseudo religioso.
• U n a voz clara, contundente. • A certijos esotéricos.
• A porta bienestar personal y • A porta rentabilidad económ i
social. ca y engendra superstición.
L a d e m o c ra c ia a ten ie n se '
A tenas era una dem ocracia radical: el pueblo gobernaba
sin interm ediarios, y pueblo eran todos los ciudadanos con
derecho a serlo. Sin em bargo, la realidad era algo bastante
distinta: sólo eran ciudadanos de derecho, los atenienses m a
yores de diecisiete años, hijos de padres atenienses, y sin de
litos. Estas cláusulas excluían a todas las mujeres, a todos
los .menores de treinta años, a todos los num erosos extranje
ros y a los esclavos. Se trataba de una dem ocracia de élite,
aristocrática de hecho. U n 30 ó 40 por 100 de la población
gobernaba sobre el resto que constituían la m ayoría. Las
reformas de Clístines (508) y más tarde las de Pericles y
Efialtes (462) in tentaban acabar con los privilegios de la
aristocracia y conseguir una m ayor igualdad social, pero ni
unos ni otros acabaron con las diferencias de clases. La
reforma se hace a base de proteger a la clase m edia:
pequeños agricultores, com erciantes, artesanos cualificados y
una nueva clase: los m arinos, en auge tras las batallas contra
los persas, conocidas com o Guerras M édicas. Se destruye el
A reópago o gobierno de m agistrados retirados, en favor de
las nuevas instituciones, sobre todo de la A sam blea general o
Ecclesia (a la que tenían derecho, de voz y voto, todos los
ciudadanos) y de los diferentes órganos de gobierno a los
que se llegab a por el sim ple sistem a del sorteo. C ualquier
ciudadano griego podía llegar a Presidente (epistátes) del
Estado, aunque de hecho lo era por sólo un día. La dem ocra
cia radical griega había tocado techo...
36
O rg a n ig ra m a d el G o b iern o en la A te n a s d e P e ric le s
F U N C IO N A R IO S
1
P O D E R J U D IC IA L
L a « a n tit ím e s is » o p e tició n de p en as
Conocidos los resultados de la votación de culpabilidad,
se pasaba a la propuesta de penas. En la acusación se pide
pena capital, y Sócrates in icia esta parte chocante en la que
parece que pretende tom ar el pelo al Tribunal. Sus propues
tas son tan absurdas que sólo, sirven para exasperar m ás los
ánimos: ser m antenido en el Pritaneo, una m ulta de un
dracm a...
S egu n d a v o tació n
El Tribunal debía elegir entre am bas propuestas. U n
resultado m ucho m ás claro condena a Sócrates: 360 a favor
de M eletos, 14Ó a favor de Sócrates.
El d e stie rro
D urante este mes, Critón, F edón, P latón y una larga lista
de am igos, planean la huida del m aestro e intentan, v an a
m ente, persuadirle. A tenas hubiera celebrado la huida. La
custodia de Sócrates era tan benigna, con un solo guardián,
que incluso parece que se lo estaban insinuando. Otros lo
habían hecho ya: Protágoras, A naxagoras, etc., y otros lo
harán en seguida: Platón, una v ez m uerto Sócrates; Aristóte
les, aunque éste se autojustifique con «no dejaré a A tenas
pecar dos veces contra la Filosofía».
40 I APOLOGIA D E SOCRA TES
C ró n ic a d e u n a m u e rte
U n a vez ha regresado la nave sagrada, se le anuncia el
cum plim iento de la sentencia. Con este anuncio, hecho
tím idam ente por sus am igos, em pieza el Critón. La noticia
m ás bien le alegra.
R odeado de am igos y de X an tipa, con sus tres hijos,
pasará las últim as horas de su vida en recom endaciones
personales y en contagiarles de su serenidad. Sigam os las
anotaciones del Fedón:
10 Critón, 53 d.
20 L a m u e r te p o r el s is te m a d e b e b e rs e la c ic u ta e ra c o m o u n a co n c e sió n d e l
T r i b u n a l, p u e s los g rie g o s a p lic a b a n m é to d o s m á s cru eles (v éase p á g . 131, n o ta 118). E r a
c o n s id e r a d a co m o u n a esp ecie d e su ic id io in d ire c to . L a c ic u ta (e n g a lle g o : cegudes o
prixei prixel das bruxas; e n v a sc u e n c e : otozerri-belarr, y e n c a ta lá n : julivertassa o fo rro ll de
bou) es u n a p la n ta q u e se d e s a rro lla e n dos años. C re c e al p ie d e m u ro s y c a m in o s,
r e la tiv a m e n te a b u n d a n te p o r la p e n ín s u la . P r o d u c e u n fu e rte v e n e n o , s im ila r a la
b e lla d o n a , c a u s a n te d e la m u e rte , a la s do s o tre s h o ra s d e h a b e r l a to m a d o , p o r asfix ia
a l lle g a r lá p a rá lis is a l c o ra z ó n . E n p e q u e ñ a s dosis es u n a f o rm id a b le a n e ste s ia , q u e
c o m b a te la tos y d o lo re s in te n so s d e e s tó m a g o . T a m b ié n se u s a en p o m a d a s . L a^
d e s c rip c ió n d e sus efec to s le ta le s d e s c rito s en el Critón se a ju s ta m in u c io s a m e n te a la
r e a lid a d .
DOSSIER IN F O R M A TIV O / 41
21 El g a llo se o fre c ía e n a g ra d e c im ie n to p o r h a b e r r e c u p e r a d o la s a lu d . N o d e ja d e
s e r c h o c a n te , p u es, q u e S ó c ra te s o fre z c a u n g a llo ai d io s d e la m e d ic in a , E s c u la p io ,
c u a n d o v a a m o rir. P a r a el g r a n e sp e c ia lista d e la v id a d e S ó c ra te s, T o v a r , se tr a ta r ía
d e la g r a titu d «por. h a b e rs e c u r a d o d e la e n f e r m e d a d d e v iv ir, n o d e u n a co n c esió n a la s
p ra c tic a s d e la íe lig ió n p o p u la r» ( T o v a r : y ida J e Sócrates. 391
Sócrates y los sofistas
O rig en d el n o m b re
El nom bre de sophistés, etim ológicam ente significa lo
m ism o que sophos o sabio, o mejor: el que sabe. Al principio,
se denom inaba con él a todo hom bre preocupado por el.
saber, D em ócrito, por ejem plo, y al m ism o tiem po, hábil y
com petente en cualquier ciencia o técnica, com o era normal
en los inicios del andar filosófico. Pero, poco a poco, se fue
distinguiendo entre el sophos, o intelectual puro, y sophistés,
profesional que vivía del saber, dotándole de cierto sentido
peyorativo. Son Platón y Aristóteles quienes m ayorm ente
contribuyen a esta depreciación. Para Platón, se trata de
«una especie de saber», porque «aparentaban ser filósofos sin
serlo», tachándoles de m inadores de los valores y «m ercade
res de las golosinas del espíritu». A ristóteles com parte esta
apariencia de sabiduría y en la Sofística les tacha «de capturar
jóvenes m ediante el cebo engañoso de la ciencia». Los
paisanos del últim o Sócrates, aunque de una m anera infor
m al, com partían esta opinión.
C la sific a c ió n de lo s so fista s
Es injusto englobar a todos los sofistas en el m ism o tren.
Injusto, porque los sofistas hablaron m ucho pero dejaron
m uy poco escrito. D ebem os fiarnos de citas, debidas en gran
parte a Platón y Aristóteles, y ya hem os visto su parcialidad,
agravada con un cierto aire de casta de intelectuales puros,
42
DOSSIER IN F O R M A TIV O / 43
P o lé m ic a e n tre «n o m o s» y « p h y s is »
U n a cuestión teórico-práctica agravó la situación: la
fam osa discusión sobre el valor de las leyes físicas y de las
leyes legales22.
Los sofistas, vendedores am bulantes de ideas, habían
pisado el polvo de todos los cam inos, conociendo tantas
constituciones casi com o núm ero de polis. H asta ciento
setenta y una politeias m enciona Aristóteles. Para los atenien
ses, las leyes eran com o una prolongación de las leyes
naturales, casi tan necesarias e inm utables com o ellas y sólo
perfeccionables por sus siete reyes-sabios, o por decisión de
todo el pueblo. Para los sofistas, por el contrario, quedaba
S ó c rate s, ¿e ra so fista?
U n a cosa es lo que fue y otra lo que aparentó.
Para gentes poco críticas, y lo eran y son la m ayoría de
cualquier lugar, ver actuar a Sócrates inducía a encasillarle
autom áticam ente en el grupo de los sofistas. El retrato de
Las nubes es la im agen que más trascendió al pueblo sencillo:
un m aestrillo, propietario de una escuela/academ ia de m ala
Sofistas Sócrates
3. M étodos
4. O b jetivos
23 E s ta frase, ta n c o n o c id a , la p r o n u n c ia S ó c ra te s a n t e la s afe c tu o sa s r e c r im in a d o -
n es d e F e d ro , c o n el q u e c o m p a r te u n d e lic io so p a s e o p o r los a lre d e d o re s d e A te n a s,
« a m b o s, c o n los pies d escalzo s p a r a d is f ru ta r d e los h ilillo s d e a g u a d e l río D iso».
S ó c ra te s d e s c u b re , con p asm o , la b e lle z a d el p a isa je , y es e n to n c e s c u a n d o F e d ro le
r e c u e r d a q u e « n o a b a n d o n a s ja m á s la c iu d a d , n i s iq u ie ra p a r a s a lir d e sus m u ra lla s y
a h o r a , te c o m p o rta s c o m o u n e x tr a n je ro » , a la q u e c o n te s ta S ó c ra te s c o n la ta n c i ta d a
ex c u sa , m u y d is c u tib le , p o r c ierto .
51
52 / APOLOGIA D E SOCRATES
L a a x io lo g ía s o c rá tic a
«M i tarea es la perfección del espíritu24 hasta lo m áxim o,
no el poder ni el dinero» ( Apología, 30 b ). D esconcertante
para unos oídos de m ercaderes y com erciantes, que vivían de
la explotación de otros hom bres llegando incluso a justificar
racionalm ente la esclavitud por m edio de una de las m entes
más lúcidas de su época y la de todos los tiem pos, Aristóte
les25... D urísim o es el reproche que Sócrates dirige a la
A sam blea que está recogiendo datos para condenarle o
absolverle, por su afán en cosechar dinero, goces m ateriales,
sinónim o de degeneración del espíritu (Apología, 29 e). Ante
ellos, él se presenta com o ejem plo de todo lo contrario: «Os
presento el testigo m ás incuestionable: m i pobreza.» Por eso,
jam ás cobró com o sus "Compañeros los sofistas, descuidó su
propia econom ía y rehusó colaborar con el poder, cuando
sabía que tenía todas las barajas en la m ano para sacar todos
los triunfos apetecidos: ni la dem ocracia ni la oligarquía
lograron torcerle, cuando todo el m undo sabía que la oligar
quía, por lo m enos, le hubiera ofrecido cualquier prebenda a
cam bio de su colaboración.
L eyendo la Apología puede hacerse el listado de los bienes
que constituirán esa nueva axiología, que dejam os para ser
realizada en su ejercicio correspondiente. Sólo debem os
anticipar que m ás q u e’una colección de «bienes», en Sócra
tes se trata del «bien» total, com o verem os a continuación.
Luego, la ig n o ra n c ia es el m a l
N o puede hacer el mal sino sólo aquel que ignora que
existe el bien.
La felicidad es la realización de los deseos que satisfacen,
pero no sólo a los sentidos — bienes aparentes— , sino el goce
total que sólo puede venir del disfrute de los objetos de la
R azón. C uanto más razonable sea el hum ano, m ás virtuoso
será, por necesidad de su propia naturaleza, y, por tanto,
más feliz. C onocer y actuar son directam ente proporcionales.
¿L a v irtu d es e n se ñ a b le ?27
Sí y no.
N o, si enseñar significa la copia de patrones externos y
26 T a m b ié n es n u e v a esta c o n c e p c ió n d e la v ir tu d c o m o e se n c ia , n o c o m o v irtu d e s
p a r tic u la r e s . A d e m á s d e los a c to s c o n c re to s p o r los q u e p ra c tic a m o s c ie r ta s v irtu d e s ,
e x iste n la J u s tic ia , la B ellez a, el B ie n c o m o id e a s q u e e s tá n s o b re sus m a n ife s ta c io n e s .
D e to d a s fo rm a s, S ó c ra te s n o lle g ó a la o b je tiv iz a c ió n d e la s id e a s , a p o r ta c ió n
d e s ta c a d a d e P la tó n , c o n su c lá s ic a d iv isió n del m u n d o d e los s e n tid o s (aislhetós) y el d e
la s id e a s (noetós).
27 L a s o c ie d a d c u l ta y b u rg u e s a d e A te n a s c o m p a r tía la id e a d e q u e el tr a b a jo
serv il, in c lu s o los oficios m a n u a le s , e r a n im p ro p io s d e su c a te g o r ía , re s e rv a d o s a los
DOSSIER IN F O R M A TIV O / 55
L a v irtu d es el m áx im o b ien in d iv id u a l y so c ia l
Si eres bueno (agdthos), serás feliz (eudaimonos) y bien
visto o honrado (kalós) porque has sido justo (díkaios). Cada
adjetivo conduce al siguiente com o si de inferencia interna
gozaran.
Atrevida es, pues, la tesis socrática: la virtud es útil al
individuo y a la sociedad: al prim ero porque le proporciona
paz consigo m ism o, «la libertad de la autoconciencia y de la
subjetividad infinita», en frase de H egel. Libertad jam ás
A m odo de conclusió n
La gran hazaña de Sócrates no son las respuestas, sino las
preguntas.
El no fue un reform ador ni el fundador de una secta
religiosa.
Antes y después de Sócrates, siguieron las contradiccio
nes: siguió la esclavitud, continuaron las guerras, se infrava-
lorizó a la mujer, se despreciaba el trabajo m anual, incluso
el técnico.
Y se siguió condenando a nuevos hom bres inocentes,
com o le ocurrió a él: «Esa peste no se detendrá con m i
condena.»
Q uizá por eso no quiso huir y prefirió morir: para hacer
aún más vivas las contradicciones. Seguram ente que Sócrates
no sería lo que es si no hubiera bebido la cicuta. E, incuestio
nablem ente tam bién, si en estos m om entos no hubiera tenido
a su lado a un genio llam ado Platón.
8 E l método socrático
58
DOSSIER IN F O R M A TIV O / 59
T ales (624)
A n a x im a n d ro (610)
A naxim enes (588) P itágoras (572) P arm en id es
¡H eráclito (540) Pitagóricos Zenón
H e rá c lito (540)
A n a x á g o ra s (500)
A p a re c en los E m p éd o cles (490)
S O F IS T A S
P rotágoras (480)
G orgias (483) -
S O C R A T E S (470)
D e m ó c rito (430)
68
APOLOGIA I 69
4 E l te x to o r ig in a l d ic e ma D ía , « p o r m i d io s» , q u e e r a la fó rm u la e m p le a d a en
ju r a m e n to s , p o n ie n d o p o r te stig o a Z e u s, d io s m á x im o d e l a m ito lo g ía g rie g a , p a d r e de
los dioses, re y d el cielo, d o m in a d o r d e los fe n ó m e n o s n a tu ra le s . L o s ro m a n o s lo
v e n e r a r o n b a jo la a d v o c a c ió n d e J o v is , y a l q u e d e d ic a r o n el « ju e v es» , y n o so tro s
c o n o c e m o s p o r J ú p ite r .
6 L a im p ro v is a c ió n e ra u n a h a b i lid a d m á s d e los o r a d o re s sofistas. Se a tr ib u y e a
G o rg ia s s u m á x im o uso: « C u a n d o se p r e s e n ta b a e n el te a tr o d e los ate n ie n s e s te n ía el
a tr e v im ie n to d e d e c ir:
“ — P ro p o n e d u n te m a ” , p a r a p a s a r a d e s a rro lla r lo in m e d ia ta m e n te » , s e g ú n nos
c u e n ta D ió g en e s.
¿Se t r a ta d e u n a a u té n tic a im p ro v is a c ió n ? E n c u a n to a la fo rm a , c a b e , p e ro n o en
sus c o n te n id o s : e n la Apología (40 b ) , d ic e q u e s u daimon n o le d ejó p r e p a r a r el d is c u rs o
a q u e lla m a ñ a n a . J e n o f o n te c u e n ta q u e al r e p r e n d e r le H e rm ó g e n e s p o r d is c u tir d e to d o
y d e s c u id a r su d e fe n s a le co n testo :
«— ¿Es q u e n o crees q u e m e h e p a s a d o m i v id a p r e p a rá n d o m e ?
— ¿C ó m o es eso?
— E n c u a n to q u e lle g o al fin a l sin h a b e r h e c h o n a d a in ju s to , q u e es p re c is a m e n te la
q u e ju z g o la m e jo r m a n e r a d e p r e p a r a r m i d e fe n sa .»
L a ley p r o h ib ía el e je rc ic io d e los p ro fe s io n a le s o « lo g o g ra fo s» y c a d a a c u sa d o d e b ía
h a c e r su p r o p ia d efen sa. C u e n ta D ió g e n e s (Sócrates, 18) q u e el m á s fa m o so reto r, L isias,
le p r e p a r ó u n d iscu rso , a lo q u e c o n te s tó S ó c ra te s:
«— E l d isc u rso es m u y h e rm o so p e ro n o a p r o p ia d o p a r a m í. ¿N o crees q u e m e
c o n v e n d ría n m a n to y s a n d a lia s p a r a p r o n u n c ia rlo ? »
6 E r a la m o d a d e A te n a s: a fa m a d o s m a e s tro s p r o m e tía n ascen sio n es m e te ó ric a s en
la p o lític a , c o n sólo el a r te d e la e lo c u e n c ia . J o v e n z u e lo s llen o s d e a s p ira c io n e s y a fá n
d e m e d r a r , se a p u n t a b a n al m e jo r v e n d e d o r e n el m e rc a d o d e la p a l a b r a . El in ic io d el
Protágoras es u n b e llo e je m p lo d e l a n s ia d e la j u v e n tu d p o r ese tip o d e n o tic ia s
c u ltu ra le s .
70 I APOLOGIA D E SO CRATES
7 E l s is te m a ju d i c ia l a te n ie n s e e s ta b a m u y p o c o e la b o r a d o y la d in á m ic a d e los
ju ic io s e r a b a s ta n te sim p le : p r e s e n ta c ió n d e la a c u s a c ió n o fic ia l, e x p o s ic ió n d e Jos
a c u s a d o re s a n te los ju e c e s , ré p lic a d e l a c u s a d o . O íd a s a m b a s p a rte s , el T r i b u n a l d e los
Q u in ie n to s v o ta b a l a s e n te n c ia , q u e sólo p o d ía esco g erse e n tr e Jas p e n a s p r o p u e s ta s p o r
los a c u s a d o re s o el p r e s u n to reo . T o d o ello d e b ía re a liz a rs e e n el té r m in ç d e
v e in tic u a tr o h o ra s , lo q u e e x p lic a la s re p e tid a s q u e ja s d e S ó c ra te s.
8 E l á g o r a e r a el lu g a r in e v ita b le d e re u n ió n . L a v iv ie n d a g rie g a e ra p e q u e ñ a , y el
g rie g o , q u e g o z a b a d e l c lim a a b ie r to d e l M e d ite r r á n e o , e ra h o m b r e d e c a lle . E l á g o ra
se c o n v e rtía , s u c e s iv a m e n te , e n m e rc a d o , p a r la m e n to im p ro v is a d o , v o c e a d o r d e
n o tic ia s , lu g a r d e e n c u e n tr o , d e c ita s y d e e s p a r c im ie n to . M ie n tr a s lo s sofistas
a l q u ila b a n lu g a re s c e rra d o s p a r a e n s e ñ a r y c o b r a r , S ó c ra te s c o n tra s ta c o n el uso d e
lu g a re s a b ie r to s y c o n el r e p a r t o g e n e ro s o d e s u p a la b r a .
9 M a c h a c o n a in s is te n c ia d e S ó c ra te s en d e ja r b ie n c la ro q u e él sólo p r a c tic a el
m ic ro d is c u rs o o el d iá lo g o y n o los p a r la m e n to s y lu c im ie n to s d e los so fistas. S in
e m b a r g o , este ju ic io e r a p a r t ic u l a r m e n t e e s p e ra d o : p o r tr a ta r s e d e la c o n f r o n ta c ió n d e
d o s e stilo s d e v id a , d e estilo , d e o r a to r ia , d e filosofía y p o r la p e r s o n a lid a d d e S ó c ra te s.
E l p u e b lo se la s v e ía y p r o m e tía c o n la s p o sib le s « o rig in a lid a d e s » c o n la s q u e S ó c ra te s
les p o d ía s o r p r e n d e r . P o r eso, n o se c a n s a d e este tip o d e a d v e rte n c ia s : él n o está
d is p u e s to a c o la b o r a r e n e ste e sp e c tá c u lo .
10 L a e d a d d e S ó c ra te s , e n este m o m e n to , o sc ila b a s o b re los s e te n ta añ o s.
11 S e tr a ta d e l T r i b u n a l d e los J u e c e s o dikastai, c o n s titu id o p o r 500 ju e c e s , eleg id o s
p o r so rte o d e los c o m p o n e n te s d e la H e lie ia , o a u té n tic o T r i b u n a l P o p u la r , q u e p o c o a
p o c o fu e u s u r p a n d o fu n c io n e s . L a H e lie ia c o n s ta b a d e 5 0 0 0 m ie m b ro s , m á s u n a
re s e rv a d e o tro s 1 00 0 , to d o s ellos escogidos p o r so rteo , d e e n tr e los a s p ir a n te s
v o lu n ta rio s , q u e p o d ía n s e rlo to d o s los a te n ie n s e s , e n p le n itu d d e sus d e re c h o s.
12 A te n a s se h a b í a c o n v e rtid o , d e s p u é s d e Jas G u e rra s M é d ic a s , y s o b re to d o co n la
e x p a n s ió n c u ltu r a l y e c o n ó m ic a d e P eric les, e n el c e n tr o d e l m u n d o g rie g o , d e la
H é la d e . D e s d e el p u e r to d e l P ire o , a u té n tic a s o le a d a s d e e x tr a n je ro s , metekoiy y g rieg o s
d e c o lo n ia s, a c u d ía n c o n tin u a m e n te . S ó c ra te s r e c la m a el d e re c h o e le m e n ta l d e e x p r e
sa rse lla n a m e n te , c o m o si d e u n p r in c ip ia n te se tr a ta , o d e u n a d v e n e d iz o , y m á s a ú n
d o n d e e x is tía n v a ria s fo rm a s d ia le c ta le s d e la le n g u a g rie g a c o m ú n .
APOLOGIA I 71
[A c u sa c io n e s Así
pues, lo correcto será que pase a defender-
a n tig u a s .] m e 14.
E n prim er lugar de las qu e fueron las prim eras
acusaciones propaladas contra m í por m is antiguos
acusadores y después pase a contestar las más re
cien tes15.
b T odos sabéis que, tiem po h a , surgieron d etracto
res m íos, qu e nunca dijeron n ad a cierto y es a éstos
a los que m ás tem o, incluso más que al propio
A nitos y a los de su com parsa, au n q u e tam bién
c esos sean de cuidado. Pero lo son más, atenienses,
los que tom ándoos a m uchos de vosotros desde
13 T a m b ié n S ó c ra te s e r a c o n o c id o p o r su o b sesiv o uso d e la p a l a b r a c o m o m é to d o
d e sus e n s e ñ a n z a s . E l d iá lo g o — la d ia lé c tic a s o c rá tic a — y e r a el c a m in o e leg id o p a r a
b u s c a r co n sus in te rlo c u to re s la v e r d a d p r o f u n d a d e las cosas, la s ousías o esen cia, n o la s
a p a rie n c ia s .
S u fa m a d e b u e n o r a d o r, o d o m in a d o r d e la c o n v e rs a c ió n , e r a p o p u la r: « E n la
o r a to r ia e r a v e h e m e n tís im o , c o m o d ic e Id o m e n e o , p e ro los T r e in ta T ira n o s le
p r o h ib ie r o n e n s e ñ a rla , s e g ú n re fie re J e n o f o n te » (D ió g e n e s, I I , Sócrates, 4).
A esto h a b ía q u e a ñ a d ir c ie r ta te a tr a lid a d q u e se le a trib u ía : « m u c h a s v ec es a
ex ceso s d e v e h e m e n c ia e n el d e c ir, so lía d a rs e d e co s c o rro n e s y a u n a r r a n c a r s e los.
c a b e llo s, d e m a n e r a q u e m u c h o s se r e í a n d e él y lo d e s p re c ia b a n » , no s d ic e el m is m o
D ió g e n e s e n el m ism o te x to . V e r d a d o n o , e ste te stim o n io , lo c ie rto es q u e este ju i c io
e r a e s p e ra d o c o n p a s ió n , p e ro ta m b ié n co n im p a c ie n c ia p o p u la r : se p re v e ía to d o u n
e s p e c tá c u lo . E llo e x p lic a la c r e c ie n te fr u s tra c ió n y m u rm u llo s d e los a siste n te s,
c o n fo rm e a v a n z a el ju ic io y q u e S ó c ra te s n o se c a n sa d e a c a lla r: « n o os im p a c ie n
té is ...» , « n o m u rm u r é is ...» .
14 L a d e fe n s a o « a p o lo g ía » d e b ía h a c e r la el p ro p io in te re s a d o a u n q u e p o d ía s e r
a s e s o ra d o , e in c lu so , r e p e t ir d e m e m o r ia , los d iscu rso s h e c h o s p o r o tro s. N o h a y q u e
e x tr a ñ a r s e d e e s ta p rá c tic a , p u e s to q u e e n la A te n a s d e m o c r á tic a , la p a la b r a e r a la
r e c to r a a b s o lu ta e n la s A sa m b le a s, y c a b ía la p o s ib ilid a d d e la « d ic ta d u r a d e los
o ra d o re s » . P o r eso p a r e c e m u y ló g ic a la n o ta d e F ilo s tra to e n L as vidas de los sofistas
(D ió g e n e s, I): «L os a te n ie n s e s c u a n d o o b s e rv a ro n la g r a n in te lig e n c ia d e los sofistas, los
e x c lu y e ro n d e los ju ic io s a n te los tr ib u n a le s , p o rq u e p o d ía n v e n c e r c o n u n a c a u s a
in ju s ta y h a c e r la p re v a le c e r s o b re l a e q u id a d .» C o n ello se d e d u c e q u e la A b o g a c ía a ú n
n o e x istía e n G re c ia .
16 E n la a c u s a c ió n o fic ia l n o e x iste n estos d o s tip o s d e a c u sa d o re s. S in e m b a r g o ,
P la tó n o S ó c ra te s, p r e te x ta n u n a d iv isió n c ro n o ló g ic a e n t r e a c u sa d o re s a n tig u o s y
a c tu a le s p a r a fa c ilita r el e s q u e m a d e l d iscu rso .
16 A u n q u e fu e ro n tres los a c u s a d o re s , c ita só lo a A n ito s p o r h a b e r sid o éste q u ie n
fo rm a liz ó l a a c u s a c ió n a n te el A r c o n te - R e y . A n ito s , n e g o c ia n te y c u r tid o r d e p ie le s
p a r e c e q u e e r a p o lític o c o n s e rv a d o r y co n u n a c re re s e n tim ie n to c o n tr a lo s sofistas. S in
e m b a r g o , fu e M e le to s q u ie n firm ó la a c u s a c ió n , y el q u e d io la ca ra .
72 I APOLOGIA D E SOCRA TES
17 I n s in ú a los c a rg o s d e la a c u sa c ió n : in t e r p r e ta c ió n d e los fe n ó m e n o s n a tu r a le s q u e
s u p o n ía la s u p re s ió n d e los dioses, e in tr o d u c c ió n d e n u e v a s d iv in id a d e s , to d o lo c u a l,
c o n d u c ía a la c o r ru p c ió n d e la ju v e n tu d .
18 L o s c ó m ico s y c o m e d ió g ra fo s e r a n — y sig u e n s ie n d o ...— los c rític o s so cia les y
p o lític o s, a u n q u e m u c h a s veces d is fra c e n la r e a l id a d c o n el re c u rs o a la c o m ic id a d , la
s á tir a y la c a ric a tu r a . E llo s so n los q u e v iv e n c o n m a y o r Riesgo el d e re c h o d e la lib e r ta d
d e ex p re s ió n .
A q u í se re fie re a A ris tó fa n e s , q u e e s c rib ió la c o m e d ia d e L as nubes, c a r i c a t u r a d e
S ó c ra te s e n el q u e le id e n tific a c o n la sofística d e v a lu a d a . E sto s u c e d ía a u n o s
v e in tic in c o a ñ o s a trá s , c u a n d o la m a y o r ía d e los asistentes" e r a n n iñ o s o a d o le s c e n te s.
APOLOGIA I 73
s e g u n d a , c o m p u e s ta p o r los se g u id o re s m e d io c re s , m a e s trillo s a p r o v e c h a d o s , v e n d e d o
res d e tru c o s d e p a la b ra s p a r a d e s p e r ta r a d m ir a c ió n p rim e ro , y g a n a rs e la v id a
d e sp u é s. R ío r e v u e lto e n la s a g u a s d e la d e m a g o g ia o la c a z a d el v o to .
S ig u e la c ita d e los tres sofistas m á s fam osos, e n las q u e n o in c lu y e a l im p o r ta n te
P r o tá g o r a s d e A b d e ra , m u e rto e n el 415.
G o rg ia s d e L e o n tin o s ,' el s e g u n d o d e la so fistic a, q u e a lc a n z ó g r a n p re s tig io y
lo n g e v id a d , m u r ie n d o q u in c e a ñ o s d e sp u é s d e S ó c ra te s. T e n ía fa m a d e u n g r a n
m a e s tr o d e la o r a to r ia y d e h a b ilid a d d ia lé c tic a . In flu y ó m u c h o e n O c c id e n te d e ja n d o
m u c h o s d isc íp u lo s, p o r e je m p lo , Is ó c ra te s .
20 P ró d ic o s d e C eos, e r a jo n io , d is c íp u lo d e P r o tá g o ra s . H o m b re d e p o c a s a lu d y
escasa v o z, s e g ú n co n fiesa él m ism o e n el Protágoras, d e P la tó n . S u e s p e c ia lid a d e r a n lo s
« a rg u m e n to s fu n d a d o s e n d is tin c io n e s y d iv e rso s s e n tid o s d e la s p a la b ra s , e s p e c ia lm e n te
la s in o n im ia » . S ó c ra te s n o p u d o p a g a rs e u n a s le c c io n e s c o n él.
S e g ú n D ió g en e s, r e c o rría las c iu d a d e s , r e c i ta b a e n p ú b lic o a la m a n e r a d e O rfe o ,
e n s e ñ a b a a la ju v e n tu d a a d q u i r ir m a y o re s c o n o c im ie n to s , p o r lo q u e o b tu v o g r a n d e s
h o n o re s.
F u e e m b a ja d o r d e su polis, C eos, e n A te n a s, p o r lo q u e él m ism o se a u to d e fin e
c o m o so fista b ifro n te : p o lític o y filósofo.
30 H ip ia s , el m á s jo v e n d e los tres sofistas c ita d o s y el d e m e n o r c a te g o ría , d o ta d o d e
g r a n f a c ilid a d d e p a l a b r a q u e lle g a b a a e m b a u c a r a sus o y e n te s . P la tó n le d e d ic a d o s
Diálogos, « H ip ia s m a y o r y m e n o r» , d o n d e H ip ia s es in te r lo c u to r de S ó c ra te s.
31 Se re fie re a E v e n o s d e P a ro s , p o e ta y so fista d el q u e se h a b la r á m á s a d e la n te y
c ita d o p o r P la tó n e n el Fedón y el Fedro.
C o n e sta c ita q u e d a re fle ja d a la a c o g e d o ra A te n a s , m e ta d e to d a s la s c o rrie n te s d e l
p e n s a m ie n to e in n o v a c io n e s . P e ric le s, m u e r to e n el. a ñ o 29, h izo d e e lla el c e n tr o
in c u e s tio n a b le d e la s g e n te s d e l M e d ite rrá n e o .
32 H o m b r e a c o m o d a d o y m e c e n a s d e los sofistas, c o m o nos r e la ta P la tó n e n el
Protágoras.
76 I APOLOGIA D E SO CRATES
36 A p a re n te m e n te , p a re c e q u e S ó c ra te s no se to m e la a c u s a c ió n e n se rio , pues e n
lu g a r d e r e f u ta r la d ir e c ta m e n te , in ic ia u n d is c u rs o d e fo n d o so b re su s u p u e s ta
s a b id u r ía . P a ra él, la p rin c ip a l c a u sa d e este p ro c e s o es la e n v id ia d e s p e r ta d a p o r su
m a n e r a d e a c tu a r ÿ p o r su d ife re n te c o n c e p c ió n d e los v a lo re s c u ltu r a le s , ético s y
p o lític o s. P o r eso, n o es d e e x t r a ñ a r esos c o n tin u o s m u rm u llo s d e los v a rio s c e n te n a re s,
o m iles d e asiste n tes, e n tr e e n fa d a d o s y d e c e p c io n a d o s .
78 I APOLOGIA D E SO CRATES
38 S ó c ra te s, a c u sa d o d e im p ie d a d (asebeia), re c o n o c e ser c re y e n te y s e g u id o r d e la
r e lig ió n p o p u la r y la d el E s ta d o . L o q u e h a c e S ó c ra te s n o es n e g a r l a re lig ió n , s in o
i n t e n ta r p u r ific a rla d e la g a n g a d e los m a n ip u la d o r e s e in te rm e d ia r io s a p r o v e c h a d o s .
S ó c ra te s , los e lim in a y p a s a a in t e r p r e ta r , él m is m o — sin in te r m e d ia
rio s— , el o r á c u lo y lo h a r á d e u n a m a n e r a r a c io n a l, no g r a t u ita .
39 S e p r o p o n e n tre s m u e s tra s d e los ta n c ita d o s « in te rro g a to rio s so crático s» . E n
c a d a u n o se e n f re n ta co n u n a clase social d e te r m in a d a , p o d e ro s a e n A ten a s. L a
in te n c ió n d e S ó c ra te s es J a c r ític a so cia l, su o b sesió n p o r s er c o n c ie n c ia c rític a ,
a u to d e n o m in á n d o s e , m á s a d e la n te , el tábano de Atenas: « e x h o rta n d o a to d o s a q u e
in q u ir ie s e n q u é m a l o b ie n te n ía n e n sus ca sas» (D ió g en es, Sócrates, 5). C o n esto s
in te r r o g a to r io s les d e m u e s tra q u e d e s c o n o c e n el o b je to d e s u c ie n c ia , y p o r ello les
ta c h a r á d e ig n o ra n te s .
80 / APOLOGIA D E SOCRA TES
40 U n a e x p re s ió n p o p u la r q u e se rv ía d e ju r a m e n t o (k a i né ton kuna). U n d e s a h o g o
s im p á tic o .
41 H é r c u le s es la ro m a n iz a c ió n d e H e ra c le s , h é ro e g rie g o , p e rs o n ific a c ió n d e la
fu e rz a , q u e d u r a n t e su la r g a e x iste n c ia , tie n e q u e s u frir d iv e rsa s m e ta m o rfo s is. P a ra
e x p ia r la m u e r te d e su esp o sa M e g a ra , d e b e e je c u ta r los fam o so s d o c e tra b a jo s ,
im p u e s to s p o r su p r im o E u ris te o , r e y d e A rg ó lid e : so fo car, c o n sólo sus b ra z o s , al le ó n
d e N é m e a ; c o r ta r la s s ie m p re r e n a c ie n te s c a b e z a s d e la h id r a d e L e rn a ; a b a tir , c o n sus
flech as, u n a n u b e d e p á ja ro s ; c a m b ia r el c u rso d e u n río , p a r a li m p ia r la s c a b a lle riz a s
d e A u g ia s; r o b a r la s m a n z a n a s d e o r o d e l j a r d í n d e la s H e s p é rid e s , e n tr e la s p ro e z a s
m á s im p o r ta n te s . T o d o e llo h a c e n q u e sea u n m o d e lo fa s c in a n te p a r a la s g e n te s g rie g as.
42 E l d itir a m b o e r a u n c a n to c o ra l q u e se c a n ta b a c o n a c o m p a ñ a m ie n to d e f la u ta y
q u e se e n t o n a b a e n la s fiestas d e l d io s d e l v in o , D io n isio s (B a c o p a r a los r o m a n o s ) . E sas
fiestas, o r ig e n d e Ja re lig ió n e s ta ta l, f u e ro n a d q u ir ie n d o , p o c o a p o c o , c a rá c te r p ro fa n o
y p u r a m e n te lú d ic o .
APOLOGIA I 81
48 S ig u e a h o r a u n a p r u e b a p a lp a b le d e n o q u e r e r u s a r el m a c ro d is c u rs o o p ie za
o r a to r ia d e lu c im ie n to p r o p ia d e los sofistas, sin o el m ic ro d is c u rs o o d iá lo g o , d el q u e
S ó c ra te s es c o n s u m a d o m a e s tro y q u e c o n s titu y e la m a y é u tic a o a rte d e d a r a lu z,
s a lie n d o d e la s s o m b ra s y d e la s d u d a s , p a r a h a c e r b r illa r la v e rd a d . E l a c u s a d o p o d ía
in t e r r o g a r al a c u s a d o r y a los testigos q u e q u is ie ra .
49 L o s ju e c e s lo e r a n p o r s o rte o , n o p o r sus a p titu d e s , p o r lo q u e los re s u lta d o s e ra n
b a s ta n te im p re v is ib le s . S ó c ra te s p r a c t ic a co n g r a n e fic a c ia la p r im e r a p a r t e d e la
m a y é u tic a : la ir o n ía q u e c o n sistía e n h a c e r p r e g u n ta s co m o h a c ié n d o s e el in g e n u o ,
p a r a lle v a r al o p o n e n te a su te rre n o . E n este caso, M e le to s, el h o m b r e d e p a ja d el
p ro c e so , q u e d a r á c o m p le ta m e n te d e s a rb o la d o .
N ó te se , p o r o tr a p a r te , la dosis d e a d u la c ió n q u e sale d e la b o c a de M e le to s h a c ia
los ju e c e s , h a c ia los m ie m b ro s d e l C o n se jo , h a c ia to d o s los m ie m b r o s d e la A sa m b le a , y
h a c ia to d o s los asiste n tes. T o d o s s o n b u e n o s , m e n o s u n o q u e es el m a lv a d o : S ó crates.
S ó c ra te s y M e le to s h a c e n u n a re la c ió n d e los o rg a n ism o s e s ta ta le s r e la c io n a d o s co n
e l p ro ceso : los ju e c e s , q u e e r a n 500 e leg id o s p o r so rte o ; el C o n se jo d e los Q u in ie n to s
(B o u lé)) y la A s a m b le a P o p u la r (E k klesta ).
86 I APOLOGIA D E SO CRATES
50 H e r a , d iv in id a d d e l m a trim o n io , s im b o liz a la g r a n d e z a m a te r n a l, d iv in id a d d e
la tie r r a f e c u n d a , d e la v e g e ta c ió n y d e la p rim a v e ra , e n c u y a é p o c a se c e le b ró este
ju ic io .
APOLOGIA I 87
51 M e le to s p o d r ía s e r u n o d e ta n to s jó v e n e s c o n p re te n s io n e s p o lític a s y q u e q u iz á
c o n fia b a q u e este ju ic io fu e ra s u la n z a m ie n to . S o b re su ju v e n tu d , P la tó n d ir á « q u e a ú n
n o te n ía c e r r a d a la b a rb a » . Y s e g u irá : « S e g ú n d ic e , s a b e c ó m o se p e rv ie rte n los jó v e n e s
y q u ie n e s so n los q u e los p e rv ie rte n ! E s u n s a b io ...! C re o q u e h a e m p e z a d o b ie n la
c a r r e r a d e h o m b r e d e E s ta d o ... Q u ie r e e m p e z a r b a r r ie n d o a los q u e , seg ú n él,
p e r v e r tim o s a los fu tu ro s c iu d a d a n o s » , d ir á e n E utrifón, d o n d e a b u n d a e n la m ism a
te m á tic a d e l p re s e n te in te r r o g a to r io d é la Apología.
88 / APOLOGIA D E SO CRATES
52 Se in ic ia el a n á lis is d e l a a c u s a c ió n d e im p ie d a d .
A te n a s n o p o s e ía u n c u e rp o d o g m á tic o n i u n a re lig ió n ú n ic a e s tr u c tu r a d a , n i
m u c h o m e n o s u n d e c á lo g o , sin o q u e se li m it a b a a u n a s p r á c tic a s re lig io sa s e s ta ta le s y
p o p u la r e s . S ó c ra te s es a c u s a d o , m á s q u e d e im p ie d a d y h e re jía , p o r n o a c o m o d a r s e a
lo s rito s o fic iales y p o r s u in t e r p r e ta c ió n p e rs o n a l d e la d iv in id a d (el daim on) q u e es
v a lo r a d a c o m o in tr o d u c c ió n d e d iv in a d e s .
C u rio s a a c u sa c ió n , la n z a d a s o b re ta n to s filósofos, c o m o s o b re K a n t p o r sus ú ltim o s
a n á lis is d e l a r e lig ió n e s ta ta l p ru s ia n a .
53 « E s ta d o » , a u n q u e el te x to d ig a polis, c iu d a d , nos p a re c e m á s e x p líc ito tr a d u c ir
« d io ses d el E s ta d o » .
APOLOGIA I 89
de Enrique Llovet
SOCRATES
L a o b r a d e S ó c ra te s m a n tie n e u n g r a n in te ré s , a p e s a r d e la d is ta n c ia . L a li te r a tu r a ,
la m ú s ic a , las a rte s p lá stic a s, el te a tr o se h a n o c u p a d o d e él. P o rta d a d e « S ó c ra te s» ,
o b r a d e te a tro d e E. L lo v e t, y d irig id a p o r A . M a rs illa c h . .
54 I n ic ia u n a c la ra r e fe re n c ia a la s te o ría s d e A n a x á g o ra s d e C la z o m e n e , filósofo
jó n ic o . E l C la z o m e n io re s id ió en A te n a s d u r a n t e tr e in ta a ñ o s , lle g a n d o a in flu ir
90 I APOLOGIA D E SO CRATES
69 D e s m o n ta d a la a c u s a c ió n c o n este lu jo d e a rg u m e n ta c io n e s , S ó c ra te s p r o c la m a
q u e su c o n d e n a n o es p o r m o'tivos relig io so s n i ju ríd ic o s , sin o p o r in te re s e s dé cierto s"
se c to re s so cia les o d e id e o lo g ía s p o lític a s e n m a s c a ra d a s . El ju ic io d e S ó crates h a
q u e d a d o c o m o p a r a d ig m a d e ju ic io s p o lític o s c o n a p a rie n c ia s relig io sas o d e c o r r u p c ió n
so cia l. A te n a s lle v a b a a b ie r ta s m u c h a s h e r id a s d e sp u é s d e la h u m illa c ió n d e la G u e r r a
d e l P elo p o n e so y los re p e tid o s y v a c ila n te s c a m b io s d e G o b ie rn o , n o p u e d e n d e ja r p a s a r
in a d v e r tid a la p r e s e n c ia d e este h o m b r e d e p re s tig io q u e in t e n ta m a n te n e r s e n e u tr a l y
lim p io y q u e n o h a y m a n e r a d e a c o ta r.
60 L a c iu d a d d e T r o y a , ll a m a d a ta m b ié n I lio n , e s ta b a s itu a d # en el A sia M e n o r ,
m u y c e rc a d e l m a r, a la e n t r a d a d e los D a r d a n e lo s . E n el a ñ o 1870, el a le m á n
S c h lie m a n n , d e c id ió d e d ic a r su f o r tu n a y tie m p o a e x p lo r a r su e m p la z a m ie n to ,
s ig u ie n d o la le c tu r a d e H o m e ro . Se d e s c u b rió q u e h a b í a s id o lu g a r d e v a r ia s c iu d a d e s ,
q u e se f u e r o n su c e d ie n d o . S in e m b a rg o , su f a m a se d e b e a la fam o sa g u e r r a d e T r o y a ,
n a r r a d a e n la Iliada, d e H o m e ro , c o n la tr a m a a m o ro s a d e H e le n a , la esp o sa del r e y d e
E s p a r ta , fa m o sa p o r s u b e lle z a , s e d u c to r a , p e ro a l fin a l s e d u c id a p o r P a ris , y re fu g ia d o s
e n T r o y a . L a v e n g a n z a d e M e n e la o , a d q u ie r e c a rá c te r d e le y e n d a .
94 I APOLOGIA D E SOCRA TES
68 P r o c la m a c ió n d el d e re c h o d e la lib e r ta d d e e x p re s ió n , d el q u e S ó c ra te s ‘se
c o n v e rtir á e n p r o to m á r tir .
70 O t r a v ez a p a re c e el o r g u llo p o r s er d e A te n a s y la p ro c la m a c ió n e n tu sia s ta d e los
v a lo re s d e su polis.
71 Psijé, té rm in o d e difícil a s im ila c ió n , d a d a s n u e s tra s a d h e re n c ia s re lig io sa s al
té r m in o . L a tra d u c c ió n p o r « a lm a » y p o r « m e n te » n o re fle ja n to d a la a m p litu d del
té rm in o . S ó c ra te s es el p r im e r o e n e m p le a r la c o n u n s e n tid o a p ro x im a tiv o a « a lm a » ,
p e r o c o m o sed e d e la in te lig e n c ia y d e l a ig n o ra n c ia , d e la b o n d a d y d e Ja m a lic ia ,
p e ro , in m a n e n te , o s ea, d e e ste m u n d o . P o r ta n to , « a lm a » y « e s p íritu » , a q u í so n
té rm in o s sin ó n im o s.
98 I APOLOGIA D E SOCRA TES
76 S o b re l a p o b re z a d e S ó c ra te s n o se h a lle g a d o a u n a c u e r d o . L o q u e sí es c ie rto
q u e n o lle g ó a s er el u s u re ro q u e d ic e n sus d e tra c to r e s , n i u n c i u d a d a n o m is e r a b le . P o r
s er h o p lita d e b ía p o s e e r u n m ín im o d e 200 m é d im n o s , u n o s 52 litro s. S e g ú n E l
económico, d e J e n o f o n te , p o s e ía c in co m in a s (u n a s 460 p ta s. o ro ). S e g ú n F a le r o , te n ía
u n a ca sa y u n a r e n ta d e 70 u 80 m in a s q u e le a d m in is tr a b a G ritó n , p e ro q u e la s p e rd ió
al ir a la s c a m p a ñ a s m ilita re s . L o q u e sí p a r e c e m u y c la ro es q u e la p o b re z a d e S ó c ra te s
es u n a p o b r e z a v o lu n ta r ia , y a q u e p re fie re su m isió n d e « c rític o s o c ia l» q u e la
p r e o c u p a c ió n p o r su e c o n o m ía . P la n te a u n n u e v o c a m b io d e v a lo re s y e m p ie z a p o r
v iv irlo e n su p r o p ia p e rs o n a .
77 S ó c ra te s , d e s c o n te n to c o n los m é to d o s sofistas, n o c o m p a r te sus m o d o s: a lq u ile r
lo c ales, c o b r a r h o n o ra rio s , e tc . P e ro , d e s c o n te n to ta m b ié n c o n los p o lític o s, re h ú s a
c o la b o r a r c o n el g o b ie rn o d e Ja polis (p o lític a v ie n e d e polis...) c o n su p e c u lia r sistem a
d e h a c e r p o lític a d e s d e u n a o p o s ic ió n v iv a : d isc u sió n d e los te m a s p ú b lic o s y ético s. Eí
a g o r a , c o m o p a r l a m e n t o y a s a m b le a .
APOLOGIA I 101
E JE R C IC IO S
SOCRATES Y LA SOFISTICA
1. E l nombre:
1.1. S ofista y filósofo se t r a t a d e dos té rm in o s : ¿o p u e sto s, c o m p le m e n ta rio s ,
id é n tic o s, in d e p e n d ie n te s ?
1.2. R e t r a to d e los sofistas: e n los n iv e le s p o p u la re s , c u ltu ra le s , a r is to c a r á ti-
cos...
2. L a obra:
2 .1 .. A p o rta c ió n c u ltu ra l d e los sofistas: c o n c e p to d e I lu s tr a c ió n a te n ie n s e ,
lo g ro s e n lin g ü ís tic a , o ra to r ia , ló g ic a , etc.
2 .2. A p o rta c ió n p o lític a : A te n a s y la s n u e v a s n e c e sid a d e s d e la d e m o c ra c ia :
la A s a m b le a y los o ra d o r e s , d e m a g o g o s , h o m b r e s p ú b lico s.
2.3. L os filósofos a n te r io r e s y sus p re o c u p a c io n e s filosóficas (física y cosm o-
110 I APOLOGIA D E SOCRATES
LOS ACUSADORES
L a f ig u ra d e S ó c ra te s h a c ía m u c h o s añ o s q u e e s ta b a m in a d a . U n o s v e in ti
c in c o a ñ o s a n te s , tre s c o m e d ió g ra fo s le d e d ic a r o n se n d a s o b r a s . D e e lla s , d e sta c ó
la c a r i c a t u r a d e A ristó fa n e s. D esp u és, g ru p o s d e c iu d a d a n o s , m o le s to s p o r la
la b o r d e el tábano> a fila n sus c rític a s, a u m e n ta n este m a le s ta r. E sa es l a h e r e n c ia
q u e se re c o g e e n la a c u s a c ió n o fic ial. U n h e c h o q u e n o h u b ie r a te n id o d e m a s ia d a
tr a s c e n d e n c ia , sin a q u e llo s a n te c e d e n te s .
E s el m o m e n to d e o b te n e r l a m á x im a in fo rm a c ió n p a r a v a lo r a r l a d ec isió n
fin a l d e l ju ic io .
1. E n u m e r a c ió n d e los a n tig u o s y a c tu a le s a c u sa d o re s.
2. L a o b r a d e A ristó fa n e s: ¿ q u ié n e ra , q u é im a g e n d e S ó c ra te s p re s e n ta ? ;
a r g u m e n to d e L a s nubes; efec to s q u e p ro d u jo .
3. P e rs o n a lid a d d e c a d a u n o d e los tres a c u sa d o re s o ficiales.
4. E n u m e r a r p r o c e d im ie n to s n o rm a le s p a r a p r e s e n ta r a c u s a c ió n , ó r g a n o s d e
G o b ie rn o , y d ife re n te s c a rg o s c o n te n id o s e n la a c u s a c ió n o ficial.
APOLOGIA / 111
« N o c o n c ib o u n a v id a sin b ú s q u e d a .»
L o s sofistas h a b í a n c o n tr ib u id o al cao s so cia l e in te le c tu a l d e A te n a s. L a fra se
d e P ro tá g o ra s : « E l h o m b re es la m e d id a d e to d a s la s cosas», e ra in t e r p r e ta d a c o n
u n a to ta l lig e re z a y e x h ib id a c o m o p r o to e s ta n d a r te d e l m ás o s a d o esn o b ism o
in te le c tu a l. D o s a c titu d e s e s ta b a n en a u g e : el re la tiv is m o q u e a r r e m e tía c o n tr a
to d o y el d o g m a tis m o q u e a r r e m e tía c o n tr a to d o s. S ó c ra te s p re s e n ta u n a te r c e r a
a lte r n a tiv a : él solo s a b e q u e n a d a sab e; él, sólo « b u s c a » . Y é sta es la a c titu d q u e
e x ig e a sus in te rlo c u to re s , d e lo c o n tr a rio , les d e s e n m a s c a ra . Y ésto s r e s p o n d e n
c o n la p e o r d e la s a rm a s : el o d io , la e n v id ia , la ju g a d a s u c ia . E s ta es la a u té n tic a
c a u sa d e la c o n d e n a .
4 .5 . A n álisis d e la fo rm a d e in te r r o g a r : ¿ P o r q u é u sa la fo rm a in te r r o g a tiv a ?
¿ Q u é m o tiv a c ió n p s ic o ló g ic a s ù p o n e e n S ó c ra te s? ¿ C o m p a r te la a c titu d
e n c ic lo p e d is ta d e los sofistas? ¿S u a c titu d es s im p le c u rio s id a d , re s e n ti
m ie n to p e rs o n a l, a f á n d e c o m p e te n c ia ? ¿Es d o g m á tic a o in q u is itiv a ?
4 .6 . L os in te rro g a to rio s s o crático s: ¿A q u ié n in te r r o g a ? ¿ Q u é p re te n d e ?
E fe cto s e n los e n c u e sta d o s . C o n c lu sio n e s p e rs o n a le s a la s q u e lleg a.
¿ Q u é sig n ifica s e r s a b io y s e r ig n o ra n te ?
4 .7 . ¿C ó m o a p lic a el oficio d e su m a d r e a su p ro fesió n ?
1. C o m e n ta r : « N o c o n c ib o u n a v id a sin b ú s q u e d a .»
2. V a lo r d e l a d u d a e n la v id a p e rs o n a l.
3. B u s c a r a c titu d e s d o g m á tic a s e in q u is itv a s e n tu e n to rn o .
S o r p r e n d e q u e u n a c u s a d o q u e e s tá re a liz a n d o s u p r o p ia d e fe n s a , a n te
c e n te n e re s d e p e rs o n a s , al a ire lib re , in ic ie u n d iá lo g o c o n sus a c u s a d o re s c o m o si
e s tu v ie ra h a b l a n d o e n c u a lq u ie r rin c ó n d e l á g o ra . N o s o r p re n d e si s a b e m o s q u e
fu e P la tó n q u ie n d is p u s o la fo r m a d e r e d a c c ió n d e Ja Apología. A sí « e n s e ñ a b a »
S ó c ra te s: e s c o g ie n d o u n te m a d e in te r é s e irle s a c a n d o , p o c o a p o co , to d o s los
c o n te n id o s p a r a lle g a r a u n a c o n c lu s ió n . E s ta p a r t e d e la Apología es in te r e s a n te ,
p o r q u e nos p e r m ite r e c o n s tr u ir el m é to d o a c tiv o d e S ó c ra te s , y s e g u n d o , p o r q u e
es ta m o s a n t e el te m a c e n tra l d e la a c u sa c ió n : S ó c ra te s h a b í a c o n tr ib u id o , s eg ú n
ellos, a c o r r o m p e r a la ju v e n tu d . ¿ C o rr o m p e r o c a m b ia r?
Apología, 24 b -2 6 a.
D o ssie r n u m . 4 y el d o c u m e n to I I I .
1. S ó c ra te s, ¿ c o rru p to r o m a e s tro ?
2. I n te r p r e ta c ió n d e la a c u sa c ió n :
2 .1. ¿L os a c u sa d o re s a c tu a b a n p o r:
— L a d e s c o n c e rta n te v id a p r iv a d a d e S ó crates?
— L a s s u p u e s ta s v in c u la c io n e s c o n los sofistas y c o n a lg u n o s tira n o s ?
— L a a ñ o r a n z a d e l lla m a d o e s p ír itu d e l M a r a th ó n ? S in te tiz a la « e d u
c a c ió n n u e v a y la tr a d ic io n a l» , s eg ú n A ristó fan es.
— · C o m e n ta el s e n tid o d e la p a l a b r a areté.
3. S ó c ra te s y la ju v e n tu d a te n ie n s e :
3.1. R e la c ió n d e S ó c ra te s c o n los jó v e n e s :
— L a fa s c in a c ió n s o c rá tic a .
— L a in te r r o g a c ió n s o c rá tic a y su im p a c to e n la ju v e n tu d .
— E l « m a g is te rio » s o c rá tic o : in t e r p r e ta c ió n d e l h e c h o .
3 .2. L a a c tiv id a d s o c rá tic a , ¿es u n a a u té n tic a e d u c a c ió n ? , ¿se tr a ta d e u n a
m a n ip u la c ió n , p o lític a , d e m a g ó g ic a ? , ¿es u n a p r o v o c a c ió n a la s o c ie
d a d ? , ¿ e ra u n e n f r e n ta m ie n to c o n tin u o c o n t r a el p o d e r? P o n ejem p lo s.
V é a se Apología, d e s d e «26 b -2 8 a» .
A m p líe s e c o n los d a to s d e l d o ssier n ú m . 4 y el d o c u m e n to I I I , IV .
L e c tu r a d e l a Constitución y d e Los Derechos Humanos, a rtíc u lo s 18, 19 y 20.
EL METODO SOCRATICO
V a m o s a c e n tr a rn o s e n do s d iá lo g o s d e la Apología: « D iálo g o e n tr e S ó c ra te s y
C a lia s» (20 a ) , y « D iá lo g o e n t r e S ó c ra te s y M ele to s» (2 4 d ).
E n el d o c u m e n to V I a m p lia re m o s los d a to s c o n el « D iá lo g o d e l M e n ó n » y
u n o s te x to s d e N ie tz s c h e , p a r a c o n tr a s ta r o p in io n e s .
A p lic a r la s la b ia s d e v e r d a d c o r re s p o n d ie n te a a lg u n o d e
tus r a z o n a m ie n to s .
3 .1.5. L a inducción socrática:
S e g ú n A ris tó te le s , S ó c ra te s in v e n tó la in d u c c ió n .
S u ra z o n a m ie n to e s tá c o n s titu id o p o r u n a c a d e n a d e r a z o
nes o silo g ism o , lo q u e e n ló g ic a c lá s ic a se lla m a po lisilo g ism o s.
L a fa lsa c ió n d e la s d is tin ta s p ro p o s ic io n e s se b asa e n el
p rin c ip io d e c o n tr a d ic c ió n , y S ó c ra te s lo u sa, e lim in a n d o las
d ife re n te s p ro p o s ic io n e s falsas, p a r a lle g a r a u n a c o n c lu s ió n
q u e se a c e p ta c o m o v e r d a d e r a .
K1 in te r r o g a to r io , ¿ e m p ie z a c o n u n p r in c ip io g e n e ra l o u n a
c u e stió n c o n c re ta , p a r tic u la r ?
¿C u á l es e s ta p r e g u n t a in icia l?
¿Se v a a p o y a n d o e n v e rd a d e s e n c a d e n a s ? ¿C ó m o se v e e ste
e n c a d e n a m ie n to ? I n te n ta s e g u irlo , p a r tie n d o d e a lg o d e s c o n o
c id o y v e r c ó m o S ó c ra ic s y M c le io s v a n e n c o n tr a n d o v e rd a d e s
n u e v a s. ¿ P e n s a b a n ig u a l a n te s d e e m p e z a r a d ia lo g a r? L a
c o n c lu s ió n , ¿ p u e d e e q u ip a r a r s e a u n a d e fin ic ió n p ro v isio n a l?
¿ Q u é a s ig n a tu r a s y d is c ip lin a s u s a n p r e fe r e n te m e n te el
d is c u rs o d e d u c tiv o , y e n c u á le s el in d u c tiv o ?
II
118
A P O L O G IA I 119
T r i b u n a l p a s a b a a la p r im e r a v o ta c ió n s o b re ia c u lp a b ilid a d o in o c e n c ia d e l p re s u n to
reo . U n a v ez co n o c id o s estos re s u lta d o s , d e b ía a d ju d ic a rs e u n a p e n a , q u e d e b ía s e r
es c o g id a e n tr e la p ro p u e s ta d e los a c u s a d o re s , e n este caso e r a la p e n a d e m u e rte , o la s
p r o p u e s ta s del p re s u n to c u lp a b le . E s ta p r o p u e s ta se lla m a b a a n titím e s is .
L a Apología lle g a a u n m o m e n to á lg id o : ¿ C ó m o re a c c io n a r á S ó crates? D e a c u e rd o
c o n su p r o p ia ló g ic a , n o se s ie n te c u lp a b le , sin o to d o lo c o n tra rio : m e re c e d o r d e l
r e c o n o c im ie n to p ú b lic o d e la po lis p o r los s erv ic io s p re s ta d o s.
120 I APOLOGIA D E SO CRATES
E JE R C IC IO S
LA ETICA SOCRATICA
L a le c tu r a d e la Apología es u n a m u e s tr a e x c e p c io n a l d e Jo q u e p u e d e s er la
tr a y e c to ria d e u n h o m b re p r e o c u p a d o p o r p la s m a r e n sus a c to s u n a s a c titu d e s
étic a s. U n h o m b re c o m o él, in m e rs o e n los p e q u e ñ o s p ro b le m a s d e la c a lle ,
in fo rm á n d o s e s o b re to d o , p a r a o p in a r d e s p u é s y e x ig ir re s p o n s a b ilid a d e s a q u ie n
in c u m b ie ra . U n a « c o n c ie n c ia c rític a » q u e e x ig e a los d e m á s , p o rq u e ta m b ié n se
e x ig e a sí m ism o . Y sin co n cesio n es.
P o r eso, h a y q u e d e te n e rs e y p r o f u n d iz a r e n estos p a s a je s y e n esas a c titu d e s .
D e elJas, e m a n a lu z .
1. L a ética socrática:
1.1. ¿B ro ta d e la in te r io r id a d o d e la e x te rio rid a d ?
A m p lia c ió n d e lo a n te rio r. S u c o n s is te n c ia , ¿surge d e las c o s tu m
bres, d e los dioses, d e la le y , d e la polis, e tc ., o d e la li b e r ta d in te r io r
s o b re la p ro p ia s p asio n e s? C o n te s ta c o m e n ta n d o tu re s p u e s ta .
1.2. ¿C ó m o se d e s c u b re ? ¿Es u n a ta r e a p e rs o n a l o p re c is a d e a y u d a
e x te rio r? ¿Es in tu itiv a o ra c io n a l?
1.3. ¿L a v ir t u d se a p r e n d e e n u n a e s c u e la o p o r refle x ió n p e rso n a l?
1.4. ¿Es a u tó n o m a o h e te ró n o m a ? ¿ P o r q ué?
124 I APOLOGIA D E SOCRATES
125
126 I APOLOGIA D E SOCRA TES
el h o m b r e , p u e s c u a n d o e s tá m u e r to y a n o ex iste; o , es u n c a m b io d e m o r a d a , y e n e ste
caso , d e p e o r a m e jo r, p u e s se tr u e c a e ste m u n d o in ju s to e im p e rfe c to , p o r u n a esp ecie
d e cielo d e in te le c tu a le s , d e p e rfe c to s , d e triu n fa d o re s . S in e m b a rg o , n o d a o tr a s
ra z o n e s p a r a p r o b a r su ex iste n c ia q u e la s q u e n a c e n d e s u ló g ic a , a p lic a d a s a u n a s
h ip ó te sis, y la s q u e su im a g in a c ió n Je su sc ita . S e rá P la tó n q u ie n c r e a r á el m u n d o
o b je tiv o d e la s id e as, el kosmos noetós, e x iste n te f u e r a d e e s te m u n d o , h a b ita d o p o r
n u e s tr a s a lm a s , a n te s d e la e x iste n c ia te r re n a l, a la q u e v e n im o s p o r n u e s tr a s faltas, o
e m p u ja d o s p o r los deseos, y al q u e re g re s a re m o s . E l C ris tia n is m o , tre sc ie n to s añ o s m á s
ta r d e , e x p lic ita r á estos c o n te n id o s .
112 I n ic ia u n la rg o e le n c o d e p e rs o n a je s h is tó ric o s o lite ra rio s p o p u la re s , c o n los q u e
se p r e s u p o n e s e ría h o n ro s o p o d e r c o n v e rs a r. M in o s , rey d e C re ta , c re a d o r d el fam o so
la b e r in to , p r im e r rey d e l M e d ite r r á n e o y q u e im p u s o a A te n a s el tr ib u to d e las siete
p a r e ja s d e jó v e n e s . T rip tó lo m e n o , r e y d e E leu sis y fu n d a d o r d e los m iste rio s d e e s ta
c iu d a d . O rfe o , re y d e T r a c ia , c a sa d o c o n E u ric e , m ú sic o y p o e ta , in v e n to r d e la lir a y
q u e a m a n s a b a las fieras c o n sus c a n to s . L a m ito lo g ía ó rfic a e n s e ñ a b a a s o rte a r los
p e lig ro s d e sp u é s d e la m u e rte .
113 H ijo s d e R e a q u e c u r a b a n c o n c a n to s. H e s io d o y H o m e ro so n Jos dos p o e ta s
c re a d o re s d e la m ito lo g ía g rie g a y c a n to re s d e los o ríg e n e s d e l p u e b lo g rie g o .
114 U lises, c re a c ió n d e H o m e r o , sím b o lo u n iv e rs a l del g u e r r e r o in v e n c ib le , h éro e e n
to d a s sus a v e n tu ra s , s o b re to d o e n T r o y a , y p ro ta g o n is ta d e la Odisea.
116 Sísifo el m á s s e d u c to r y a s tu to d e los h é ro e s , y q u e p o r ello fu e c a stig a d o p o r
130 I APOLOGIA D E SOCRATES.
Z eu s a s u b ir u n a r o c a a Ja c im a d e u n a m o n t a ñ a y d e j a r la c a e r, p a r a v o lv e r a s u b ir la , y
así e te r n a m e n te . L e y e n d a q u e h a d a d o lu g a r al m ito d e Sísifo.
116 T o d a la m ito lo g ía g rie g a , su re lig ió n y las c re e n c ia s p o p u la re s e s ta b a n im b u id a s
d e la e x iste n c ia d e l m á s a llá , o m á s b ie n , d e la c o n tin u a c ió n d e la v id a , a u n q u e sin
c o n c o rd a r d e m a s ia d o e n sus co n c re c io n e s. D esd e lu e g o , q u e el d o g m a d e la tr a s c e n d e n
cia n o e s ta b a d e fin id o c la r a m e n te . Se tr a ta d e u n p r o b le m a tr a ta d o d e s d e d iv e rsa s
ó p tic a s , a u n q u e p r e d o m in e n la relig io sa y la filosófica. L os ó rficos y los p ita g ó ric o s
a d m ití a n la metempsicosis, o tra n s m ig ra c ió n d e la s a lm a s , a u n q u e es P la tó n q u ie n
d e s a r r o lla m e jo r e s ta te m á tic a in t e n ta n to r a z o n a r la (v éase M enón, Fedón, Fedro, R epúbli
ca). S u tesis es c la ra : h a y v id a d e sp u é s d e la m u e r te y á p o r t a u n a a b u n d a n te b a t e r ía d e
razo n es.
117 H a y c o n s ta n c ia d e q u e tu v o tre s h ijos, d e los c u a le s sólo co n o c e m o s el n o m b r e
d e l m a y o r , L á m p ro c le s. S in e m b a rg o , n in g u n o d e los tre s h a te n id o o tr a f a m a q u e la
q u e le h a d a d o el h a b e r sid o h ijo d e ta n s in g u la r p e rso n aje.
APOLOGIA I 131
E JE R C IC IO S
LA SUPERACION DE LA MUERTF
T e x to d e la Apología, 40 a y 29 a.
h a c e r el g u ió n d e a lg ú n a u d io v is u a l, p a s a r u n a e n c u e sta s o b re Ja r e a l id a d de
la m u e rte .
Q u iz á sea la L i te r a t u r a q u ie n m á s a b u n d a n te m e n te se h a p r e o c u p a d o de
la m u e rte . S e ría in te re s a n te c o m e n ta r, en la clase d e L ite r a tu r a , a lg u n a d e las'
o b r a s lite r a ria s e n la q u e se v e a n en fo q u e s d iv e rso s y e n riq u e c e d o re s s o b re la
m u e r te . E n tié n d a s e a q u í, Ja L i te r a t u r a e n u n se n tid o a m p lio : n o v e la , te a tro ,
cin e.
10· ¿ Q u é tip o d e r e d a c c ió n te su g ie re e s ta frase: « O s a r m o r ir d a(Ja v id a » ? E r a el
le m a d e u n n o b le d e l siglo x v i.
L O S S O F IS T A S
M isió n d e l so fista
P r o t a g o r a s . — D eclaro ser sofista e instruir a los hom bres... ¡Oh,
jovencito!, si vas a estar conm igo podrás comprobar, el m ism o día en
que hayas ven id o h acia mí, que al volver a tu casa, ya te has
convertido en m ejor, y lo m ism o sucederá al día siguiente, y cada
día harás nuevos progresos h acia lo m ejor... Los otros (sofistas)
perjudican a los jóvenes, pues conduciéndoles ju stam en te h acia las
disciplinas de las que ellos huyen, los conducen, en contra de su
voluntad, enseñándoles cálculos, astronom ía, geom etría y m úsica (y
aquí volvió la vista h acia H ip ias), m ientras que q u ien viene hacia
mí, no estudiará sino aqu ello que desea estudiar. La p rudencia es
objeto de estudio, ya sea en las cosas dom ésticas (para m ejor
gobierno de la casa), ya sea en las cosas políticas (para la m ayor
capacidad política de acción y de palabra).
S ó c r a t e s . — M e parece que tú entiendes el arte p olítico y que te
em peñas en convertir a los hom bres en buenos ciudadanos.
P r o t á g o r a s . — Eso es ju stam en te, Sócrates, lo que proclam o.
S ó c r a t e s . — E nton ces... llam án d ote «sofista», te exhibes comq
m aestro de cultura y de virtud.
136
D OC UM EN TO S I 137
C a r ic a tu r a de lo s so fista s
E s t r e p s i a d e s . — Esa es la escuela de las alm as sabias. A h í
habitan hom bres que h acen creer con sus discursos que el cielo es
un horno que nos rodea, y que nosotros som os los carbones. Los
m ism os enseñan, si se les paga, de qu é m anera pued en ganarse las
buenas y las m alas causas.
F i d í p i d e s . — ¿Y quiénes son esos hombres?
E s t r e p s i a d e s . — N o sé bien cóm o se llam an . Son personas b u e
nas dedicadas a la m editación.
F i d í p i d e s . — ¡Ah, los conozco, m iserables! ¿Hablas de aquellos
charlatanes pálidos y descalzos, entre los cuales se encuentran el
perdido Sócrates y Querofón?
,
S ó c ra te s .— Y bien, ¿quieres llevarte a tu hijo, o dejarle para
que le enseñe el arte de hablar?
E s t r e p s i a d e s . — E nséñale, castígale, y no te olvides de afilar
bien su lengua, de m odo que uno de sus dos filos le sirva para los
negocios de poca m onta, y el otro para los de m ucha im portancia.
138 I APOLOGIA D E SOCRATES
( A r i s t ó f a n e s : L as nubes, p á g . 6 8 , A ustral.)
P o lé m ic a «n o m o s-p h y sis»
Justicia sería no violar n in gu n a ley del Estado del cual un o es
ciudadano. El hom bre, por tanto, podría servirse de la justicia
con gran ventaja, si delan te de testigos, tuviese en cu en ta las leyes, y
cuando no hay testigos, los preceptos naturales. Pues m ientras que
los de la ley son artificiales, los de la naturaleza son necesarios. Los
de la ley convencionales y no naturales; los de la naturaleza
naturales y no convencionales. V iolan d o, por tanto, las leyes,
hasta tanto no se deje descubrir por los qu e las h a n convenido,
p u ede uno pasar sin vergüenza ni penas; pero si se deja descubrir,
no. En cam bio, si uno violen ta m ás allá de lo posible una norm a
verdaderam ente natural, au nque se oculte a todos los hom bres, no
por ello el m al será m enor, y a u n q u e todos le vean, no será m ayor,
pues el hom bre no es dañado por la ap arien cia, sino por la realidad.
Y nuestra in d agación se refiere ju sta m en te a este propósito: que
la m ayor parte de lo que es justo de acuerdo a las leyes, se h alla en
guerra con la naturaleza. Pues ha sido legislado, para los ojos, qué
cosas d eben m irar y cuáles no; para los oídos las que d eb en
escuchar y cuáles no; para la len g u a , qué d eb e decir y qué d eb e
callar; para las m anos, qué cosas d eb en hacer y cuáles no; para los
pies, adonde deben ir y h a cia d ónde no, y para la in teligen cia, qué
es lo que debe querer y lo que no debe desear. A hora bien, n o es
más valioso ni más propio a la naturaleza, lo que las leyes prohíben,
que aqu ello que postulan. E n efecto, el vivir y el m orir son propios
de la naturaleza, y el vivir deriva de lo que h ace bien, y el m orir de
lo que hace daño. Y con respecto al h acer bien, lo que está
establecido por ley, son cepos para la naturaleza, y lo qu e es
n aturaleza, es totalm ente libre.
II
L A IG N O R A N C IA S O C R A T IC A
O L A H O N E S T ID A D IN T E L E C T U A L
III
¿M A E S T R O O C O R R U P T O R ?
L a fa sc in ació n so c rá tic a
«A m igos, voy a em pezar a alabar a Sócrates recurriendo a las
im ágenes. T al vez él pensará que quiero ponerlo en ridículo, pero la
im agen tendrá por fin la verdad, no la chanza. D igo, pues, q ue se
parece m uchísim o a esos silenos expuestos en los talleres de los
escultores y que los artistas representan óbn una zam poña y una
flauta, y que si las separa en dos, podem os ver que en su interior
con tienen im ágenes de los dioses. D ig o tam b ién que él se asem eja al
sátiro M arsias. N i siquiera tú m ism o, Sócrates, pondrás en duda
que tu aspecto es parecido al de estos seres. Sigue escuchando y
verás en qué sentido te pareces tam b ién en todo lo demás. Eres
insolente, ¿no es verdad? Si no estás de acuerdo con ello, presentaré
testigos. ¿Acaso no eres tam b ién flautista? C laro que sí, y m u ch o
m ás m aravilloso que M arsias. Porque aquél utilizaba instrum entos
para encantar a los hom bres con la fuerza qu e le salía de la b o ca ...
T ú sólo te diferencias de él en qu e produces el m ism o efecto sin
instrum entos, con la palabra desnuda. Lo qu e al m enos es cierto es
que cuando escucham os a algún otro orador, au nque sea m u y
bueno, hablar sobre distintos argum entos, no nos im porta nada casi
estoy por decir que a ninguno; en cam bio, cuando te escucham os a
ti, o tus discursos referidos por otro, aunque éste sea el orador más
inepto, lo m ism o da que sea mujer, hom bre o adolescente, todos nos
quedam os turbados y fascinados. Por m i parte, am igos, si no
tem iera parecer verdadero borracho, os contaría, bajo juram ento,
lo que yo he experim entado y sigo exp erim en tan d o ante los
discursos de este hom bre. E n efecto, cuando le escucho, el corazón
m e bate m ucho m ás que a los invad id os por el furor coribántico; m e
corren lágrim as al oír sus palabras. Y veo q u e hay m uchísim os más
a los que les sucede lo m ism o. C uando oía a Pericles y a otros
buenos oradores, pensaba que h ab lab an bien, pero no exp erim en ta
ba nada parecido: m i alm a no se sentía sobresaltada, ni se agitaba
com o si de repente m e sintiera esclavo. Gracias a este M arsias, en
cam bio, yo m e he encontrando varias veces en tal disposición de
ánim o qu e no m e parecía posible v ivir en m i con d ición presente. Y
esto, Sócrates, no dirás q ue no es verdad. Incluso ahora estoy
convencido de que si quisiera prestarle oídos, no lo podría resistir y
sentiría los m ism os efectos. M e ob lig a a confesar que, a pesar de que
144 I APOLOGIA D E SOCRATES
(P la tó n : Banquete, 215 a .)
IV
A C U S A C IO N P O R IM P IE D A D
E l « im p ío » S ó c rate s
S ó c r a t e s . — ¿Cuál Júpiter?, tú te burlas. N o hay tal Júpiter.
E s t r e p s i a d e s . — ¿Q ué estás diciendo?; ¿pues q u ién hace llover?
D em uéstram e esto antes de todo.
S ó c r a t e s . — Ellas; y voy a dem ostrarlo con grandes razones.
¿Hais visto algu n a vez que J ú p iter h aga llover sin nubes? S i fuese él,
sería necesario que lloviese estando el cielo sereno y después de
haberlas disipado.
E s t r e p s i a d e s . — Perfectam ente; por A p olo, tu argum ento m e ha
convencido. Yo creía antes, com o cosa cierta, que J ú p iter para
hacer llover orinaba en una criba. Pero dim e: ¿quién produce el
trueno? Esto m e hace tem blar.
S ó c r a t e s . — Las nubes truenan cuando se revuelven sobre sí
mismas.
E s t r e p s i a d e s . — ¿De qué m anera, hom bre audaz?
S ó c r a t e s . — C uando están m u y llenas de agua y se p o n en en
m ovim ien to arrastradas por su propio peso, al caer se en trech ocan y
rom pen con estrépito.
[..·]
E s t r e p s i a d e s . — ... Pero nada m e has enseñado todavía del
fragor de los truenos.
L A E T IC A S O C R A T IC A
(P la tó n : Critón, 49.)
O rigen , re lig ió n y le y e s
H ubo una época en qu e la vid a de los hom bres era desordena
da, bestial y esclava de la fuerza; en la cual no existía recom pensa
para la virtud, ni tam poco castigo para el m alvado. Entonces, yo
creo, que inventaron los hom bres las leyes distributivas a fin de que
la ju sticia pudiera ser tan arrogante y poderosa com o su an tagon is
ta, de m anera que si alguien pecab a recibía u n castigo. C uando las
leyes prohibieron com eter ab iertam en te a cción de violen cia y éstos
com enzaron a perpetuarse en secreto, algu ien , m uy sabio e in te li
g ente, descubrió el tem or (a los dioses) para contener la perversidad;
así pues, se disponía de u n m edio d e am edrentar a los m alvados,
148 / APOLOGIA D E SOCRATES
( S e x to E m p íric o : Critias, IX -5 4 .)
Articulo 1 8
T od a persona tiene derecho a la libertad de pensam iento, de
co n cien cia y de religión; este derecho in clu ye la liberad de cam biar
de religión o de creencia, así com o la libertad de m anifestar su
religión o su creencia, ind ivid u al y colectivam en te, tanto en público
com o en privado, por la enseñanza, la práctica, el culto y la
observancia.
Artículo 19
T od o in d ivid u o tiene derecho a la libertad de op in ión y de
expresión; este derecho in clu ye el de no ser m olestado a causa de sus
opiniones, el de investigar y recibir inform aciones y opiniones, y el
de difundirlas, sin lim itación de fronteras, por cu alq u ier m edio de
expresión.
(L os derechos humanos.)
D O C U M E N TO S / 149
VI
EL M E T O D O S O C R A T IC O
7
¿La ironía de Sócrates expresa reb elión o rencor plebeyo?
¿Sacia, en calidad de oprim ido, su propia ferocidad con las cuchi
llas del silogismo? ¿Se ven ga d e los nobles, a quienes fascina? El
d ialéctico tiene en sus m anos u n instrum ento im placable; co n él se
puede ejercer la tiranía; se com prom ete al m ism o tiem po que se
vence. El dialéctico deja a su adversario el cuidado de probar que
no es un idiota, le pone furioso y al m ism o tiem po le priva de toda
ayuda. El d ialéctico desp oten cializa el in telecto de su adversario.
La d ialéctica en Sócrates, ¿será sólo una form a de la venganza?
L a t ir a n ía de la razó n
8
Y a he explicado por qué era Sócrates repulsivo; razón d e más
para explicar por qué fascinaba. H a b ía descubierto una nueva
especie de «agón», de lucha, y fue el prim er m aestro de esgrim a
para los círculos distinguidos de A tenas. F ascinó excitan d o el
instinto de luch a de los helenos; aportó una variante en la lu ch a de
la palestra entre hom bres jóven es y adolescentes. Fue tam b ién un
gran erótico.
10
C uando h ay n ecesidad de hacer de la razón un tirano, com o en
el caso de Sócrates, el peligro no es p equeño de que cualquier otra
cosa se vu elva tam b ién tirano. U n a v ez que la racionalidad fue
descrita com o salvadora, ni Sócrates ni sus enferm os tuvieron más
rem edio que ser racionales, fue de rigor, era su últim o recurso.
El fanatism o con que todo el pensam iento griego se aferró a la
n acionalidad revela un estado de necesidad: se estaba en peligro,
h abía sólo una elección posible: o hundirse o volverse absurdam ente
razonables. El m oralism o de los filósofos griegos a partir de Platón
está p atológicam en te cond icion ad o, así com o su v aloración de la
d ialéctica. R a zó n = virtud = felicidad, significa sim plem ente:
debem os hacer com o Sócrates y levantar un a lu z perm anente
contra las tinieblas: la luz de la razón. El hom bre debe ser a toda
costa claro, sereno, perspicaz, ya que cada concesión a los instintos
condu ce a lo desconocido, a lo in con scien te...
D O C U M EN TO S / 151
6
Sólo se acude a la dialéctica a falta de otros m edios. Excita la
desconfianza, es poco convincente; nada es m ás fácil de destruir que
sus efectos, com o lo dem uestra un poco de experiencia en una
asam blea donde se pronuncian discursos. Es un recurso extrem o en
m anos de personas que d eb en conquistar su propio derecho. Por
esto los hebreos fueron dialécticos. T a m b ién M aese Zorro. ¿Y ta m
bién Sócrates?
V II
S O C R A T E S , ¿ IN O C E N T E O C U L P A B L E ?
El caso S ó crates
3
Sócrates era del más bajó origen. Plebe. T a m b ién se sabe qu e
era horroroso. La fealdad, que para nosotros es ya una objeción,
para los griegos era casi una refutación. Y aú n podem os preguntar:
¿era Sócrates griego? La fealdad deriva frecuentem ente de un cruce
o m estizaje. En otros casos, de la d ecad en cia. Los crim inalistas
antropológos nos d icen que él d elin cu en te trp'ico es feo: monstrum in
fronte, monstrum in animo. Pero los d elincuentes, ¿son decadentes?
¿Fue Sócrates el delincuenté-tipo? Se refiere a que un extranjero
que entendía de rostros, pasando por A tenas, dijo a Sócrates cara a
cara que era un m onstruo, que albergaba dentro de sí los peores
vicios e inclinaciones. Sócrates se lim itó a responder: « M e conocéis,
señor.»
4
Lo decadente en Sócrates está revelado no sólo por la disolución
y confesada anarquía de los instintos, sino tam bién por la superfec-
tación de lo lógico y aq u ella m align id ad de raquítico que lo
distinguía. N o hay que olvid ar tam p oco aquellas ilusiones del oído,
interpretadas en un sentido religioso com o el «d em onio» de Sócra
tes. T od o en él era exagerado, bufo, caricatura. T od o era al m ism o
tiem po oculto, repleto de equívocos, subterráneo. Y o trato de
discernir de qué idiosincrasia proviene aq u ella ecuación socrática:
152 APOLOGIA D E SOCRATES
11
H e tratado de m ostrar qué era lo fascinante en Sócrates: parecía
un m édico, un salvador. ¿Es todavía necesario señalar el error que
im plicaba su creencia en la «racionalidad a toda costa»? Es un
autoengañ o por parte de filósofos y m oralistas creer que para salir
de la decaden cia es necesario hacerle la guerra. El salir de la
d ecaden cia está m ás allá de sus fuerzas: lo que consideran rem edio,
tabla de salvación, no es en sí m ism o sino otra m áscara’ de- la
decaden cia, cam b ian su expresión, pero no abren nin gu n a salida.
Sócrates fue un equívoco: toda m oral de perfeccionam iento, aun la
cristiana, fue un eq u ívoco... La cruda lu z del día, la razón a todo
precio, el vivir claros, fríos, cuidadosos, conscientes, sin instintos, en
contradicción con los instintos, fue en sí m ism o sólo una enferm e
dad, otra enferm edad y no un retorno a la «virtud», a la «salud» o
a la felicidad... C om batir los instintos: ésta es la form a de la
decadencia; tanto com o dure la v id a ,. será la felicidad igual a
instinto.
153
154 I APOLOGIA D E SO CRATES
Traducciones
L a e r c io , D .: Vidas de filósofos más ilustres, lib ro I I : Sócrates, E dito rial A g u ila r, M a d rid ,
1975 ·
C orta, e n tre te n id a y algo fan ta sea d a bio g rafía del « m aestro » . U n clásico.
159
160 I APOLOGIA D E SOCRATES
• S o b re su p e n s a m ie n to y el c o n te x to h is tó ric o
A r is t ó f a n e s : L as nubes, v a ria s e d ic io n e s c a ste lla n a s .
C om edia d o n d e se c a ric a tu riz a la figura de Sócrates, de g ra n reso n an cia en su época.
NOTA: N o h a y q u e d e c ir q u e S ó c ra te s h a sid o e s tu d ia d o c o n s ta n te m e n te , p e ro q u e
n o se t r a ta a q u í d e r e la c io n a r to d a esa e x te n s a b ib lio g ra fía , q u e p u e d e e n c o n tr a r s e e n
la o b r a c ita d a d e G ia n n a n to n i, G ., a Ja q u e d e d ic a v e in tin c ic o p á g in a s .
R e c o m e n d a m o s , p a r a n u ev o s tra b a jo s o a m p lia c io n e s , el re p a s o d e los d iv erso s
Diccionarios del pensamiento q u e se te n g a n a m a n o ,
CLÁSICOS DEL PENSAMIENTO
TITULO S PUBLICADOS
Núm. 1 Núm. 8
Platón: Apología de Sócrates Hegel: Fenomenología
Edición y material didáctico: Edición didáctica y traducción:
Llátzer Bría Carlos Díaz
Núm. 2 Núm. 9
Rousseau: Discurso sobre el Kant: Prolegómenos
origen y fundam entos de la Edición y m aterial didáctico:
desigualdad entre los hombres Luis María C ifuentes
Edición y material didáctico:
Jordi Beltrán
Núm. 10
Núm. 3 Diógenes Laercio: Los Cínicos
Darw in: Viaje del «Beagle» Edición didáctica y traducción:
Edición y material didáctico: Rafael Sartorio
Oriol A lbó
Núm. 11
Núm. 4 Galileo: C artas Copernicanas
M a rx -E n g e ls : El M a n ifie s to Edición y material didáctico:
Com unista. Once Tesis sobre Pere de la Fuente,
Feuerbach X avier Granados
Edición y material didáctico: y Francisco Reus.
Anselm o Sanjuán Grupo «Phi-dos»
Núm. 5 Núm. 12
Aristóteles: Ética eudemia Platón: El Banquete
Edición y material didáctico: Edición didáctica y traducción:
Rafael Sartorio Jo rd i Beltrán y Rafael Ojeda
Núm. 6
Epicuro: Carta a M eneceo y Núm. 13
M áxim as capitales Leibnitz: Monadología
Edición y material didáctico: Edición didáctica y traducción:
Rafael Ojeda y Alicia Olabuenaga H ilari Arnau y Pere de la Fuente
Núm. 7 Núm. 14
Moro: Utopía Maquiavelo: El Príncipe
Edición didáctica y traducción: Edición y m aterial didáctico:
Llátzer Bría A ndrés Plumed