Está en la página 1de 432

O B R A S

lib r o J J /v o l.l

^AI.TEll

: ^ALTER
B e n ja m ín

OBRAS Primeros trabajos de crítica


lib ro ll/v o i.l: de la educación y de la cultura

Estudios metafísicos
y de filosofía de la historia

Ensayos literarios y estéticos

B
32Ü9:B58
T53/V.2 P t
W A L T E R
B e n j a m ín

OBRAS

EDICIÓN DE
R o l f T ie d e m a n n y H e r m a n n S c h w e p p e z th a u s e e
CON I A COLABOHACIÓN DE
T iie o d o r W . A d o r n o y G e r s h o m S c h o l e m

EDICIÓN E SPAÍíO IA A L CUIDADO DE


Ju a n B a r j a , F é l ix D u q u e y F e r n a n d o G u e b b e e o

A B A D A E D ITO R E S
OBRAS

T H E P U B L I C A T I O N O F T H I S W O R K W AS S U P P O R T E »
B Y A G K A N T F R O M T H E G O E T H E —I N S T I T U T

L A P U B L IC A C IÓ N DE E ST A O B R A H A C O N T A D O
C O N U N A A Y U D A D EL G O E T H E -IN S T IT U T

Reservados tod o s lo s derechos. N o se p erm ite rep ro d u cir, alm acenar en sistemas de
recuperación de la inform ación n i transmitir alguna parte de esta publicación, cualquiera
q u e sea e l m ed io e m p le a d o —e le c tró n ic o , m e c á n ic o , fo to c o p ia , g ra b a ció n , etc,—t
s in el p erm iso p rev io de Los titu lares de lo s d ere ch o s de la p ro p ie d a d in telectu a l.

títu lo O r ig in a ls W a lte r B e n ja m in : Gesammelte Schrißen


e d i c i ó n d e R o l f T ie d e m a n n y H e r m a n n S g h w e p p e n h Ä u s e r
co n la c o la b o r a c ió n d e T h e o d o r W. A d o rn o y G ersh om Sch o l e m
B and II—1 * F rü h e A r b e it e n z u r B ild u n g s - u n d K u lt u r k r it ik
4 M e ta p h y s is c h -g e s c h ic h ts p h ilo s o p h is c h e S t u d ie n
* L ite r a r is c h e u n d ä s th e tis c h e Essays

© SuH R K AM P V e r l a g , F r a n k fu r t a m M a in , 1 9 8 9

© A b a d a E d i t o r e s , s . l ., 2 0 0 7
para todos los países de lengua española
P la z a d e J e s ú s , 5
2 8 014- M a d r id 1
T e l . : ( + 3 4 ) 9 1 4 3 9 6 8 8 2 / fa x : ( + 3 4 ) 9 1 4 2 9 7 5 0 7
h t t p ¡ /A v w w .a b a d a e d it o r e s .c o m

d is e ñ o E st u d io J o a q u ín G a l l e g o

p r o d u c c ió n G U A D A LU PE G lS B E R T

ISBN 9 7 8 - 8 4 - 9 6 2 5 8 - 6 1 - 7 [ o b r a c o m p le t a ]
ISBN 9 7 8 - 8 4 - 9 6 3 5 8 - 9 1 - 4 [v o i- I I - lJ
d e p ó s it o le g a l M -I0 3 5 0 -2 0 0 7

p r e im p r e s ió n D alubert A t.i.t
im p r e s i ó n EGESA
W ALTER
B e n ja m in

o b r a s
lib r o II/ v o i. 1

Primeros trabajos
de crítica de la educación y de la cultura

Estudios metafísicos y de filosofía de la historia

Ensayos estéticos y literarios

EDICIÓN DE
R o l f T ie d e m a n n y H e r m a n n S c h w e jp p e n h a u s e h

TRADUCCIÓN
Jo bge N avarro P érez

«O B R A S »
A B A D AEOITORES
PRIMEROS TRABAJOS
DE CRÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA
LA BELLA DURMIENTE14

V ivim o s e n la e ra d e l so c ia lism o , d e l fe m in is m o , d e l in d iv id u a lis m o ,


del trá fic o . ¿ N o estarem os y e n d o hacia la era de la ju v e n tu d ?
E n to d o caso, vivim os en u n a ép oca en la q u e n o se p u e d e a b rir u n a
revista sin en co n tra rse c o n la p alab ra « e s c u e la » , e n la q u e exp resiones
co m o « c o e d u c a c ió n » , « c e n t r o d e e d u c a c ió n r u r a l» o « in f a n c ia y
a rte » están e n b o c a de to d o s. P e ro la ju v e n tu d es la B e lla D u r m ie n te

i P u blicado e n m arzo de 19H b ajo e l p seu d ó n im o latin o «Ardor>> en la revista ju v e n il


DerAnfang. Se trata de u n o de los p rim ero s textos pu b licados p o r B en jam ín , y refleja
(al igual que los demás textos de esta sección) la p articip a ció n de su autor en los
in tentos de refo rm a pedagógica que acom etió b u en a parte de la ju ve n tu d burguesa
alem ana de finales d el siglo XIX y p rin cip io s del XX (Jvgendbewegung). B en jam ín p e rte ­
necía al « ala izquierda^» de este m ovim ien to , cuyo m en to r era el pedagogo Gustav
W yneken ( l 875 - I 964 )* W yneken fu e m aestro d el adolescente B en jam ín en tre 19 0 5 Y
19 0 6 , y a co n tin u a ció n fu n d ó e n W ick ersd o rf u n a C o m u n id a d E scolar L ib re (Freie
Schulgememde), u n tip o de escuela que m ediante la co la b o rac ió n en tre alum n os y p r o ­
fesores en la organ ización de la enseñanza in tentaba in cu lcar a los jóven es e l sentido
de la auton om ía, de la lib ertad y de la responsabilidad. A su vez, B en jam ín creó en su
escuela de B e rlín u n « c írc u lo de am igos» de la Freie Schulgememde Wickersdorf, D e b id o a
diferencias co n sus colaboradores y co n las autoridades, W yneken abandonó en a bril de
1910 la escuela que él m ism o había fu n d ad o , y cen tró sus esfuerzos en los estudian ~
tes universitarios,- B en jam ín em pezó a ir a la u n iversidad en 1912; tanto e n F riburgo
com o en B e rlín p articip ó activam ente e n gru p o s de estudiantes y a llí p ropagó las ideas
de W yneken. S in em bargo, n u n ca fu e u n segu id or o rto d ox o de éste y em pezó a sepa­
rarse de é l y de la revista DerAnfang e n el o to ñ o de 19*3 con sid erar precipitada su
ten den cia a la política. E l estallido de la Prim era G u e rra M u n d ial e n agosto de 1914
puso p u n to, fin a l de m anera abrupta a un a fase e n el d esarrollo d el « m ovim ien to
ju v e n il» y d e la vida d el p ro p io B en jam ín , que en 19*5 ro m p ió definitivam ente con
W yneken porqu e n o com partía el entusiasmo co n el que éste había aceptado la guerra.
IO PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

q u e n o sabe q u e el p r ín c ip e q u e la va a lib e r a r se e n c u e n tra ya m u y


cerca. Y n uestra revista q u iere c o n trib u ir c o n todas sus fu erzas a q u e la
ju v e n tu d d esp ierte, a q u e la ju v e n tu d p a rticip e en la batalla q u e se está
lib r a n d o e n to r n o a ella. N u estra revista q u ie re m o stra r a la ju v e n tu d
q u é v a lo r y ex p re sió n ella o b tu vo e n lo s a ñ os ju v e n ile s d e lo s gran d es:
d e u n S c h ille r , d e u n G o e tb e , de u n N ie tz sc h e . Q u ie r e m o stra rle
c a m in o s p a r a q u e d e sp ie r te al s e n tim ie n to de c o m u n id a d , p a ra q u e
d esp ierte a la co n scien cia de sí m ism a, de q u ie n d en tro de u n o s lustros
tejerá y m o d ela rá la Historia.
U n rep a so s o m e ro d e la lite r a tu r a u n iv e r sa l d e m u e stra q u e este
id eal de u n a ju v e n tu d co n scien te de sí m ism a en ta n to q u e fu tu r o fac­
t o r c u ltu ra l n o es n a d a n u e v o , q u e es u n a id e a q u e lo s g ra n d e s d e la
literatu ra ex p u siero n ya c o n clarid ad .
Pocas ideas hay q u e o c u p e n a n u e stro tie m p o q u e n o haya to c a d o
S h akesp eare e n sus d ra m a s, so b re to d o e n la tra g e d ia d e l h o m b re
m o d e r n o , es d ecir, en Hamlet. A h í d ice el p ro ta g o n ista estas palabras:

E l m u n d o está fu e r a d é q u ic io . .. ¡ S u e rte m ald ita!


Q u e haya te n id o q u e n a c e r y o p a ra e n d e r e z a r lo ^ .

E l c o ra zó n d e H a m let se en c u e n tra am argad o. S u tío le p arece u n ase­


sin o , y su m a d re le p a rece u n a in cestu o sa . ¿ Q u é se n tim ie n to es fru to
de este c o n o c im ie n to ? E l m u n d o le asquea, p e r o H a m let n o se aparta
de él a la m a n era de u n m isá n tro p o , sin o q u e tie n e u n sen tim ien to de
m isió n : H am let h a ve n id o al m u n d o para p o n e r lo e n o r d e n . ¿ A q u ién
p o d ría m o s a p lica r estas p alab ras m e jo r q u e a la ju v e n tu d de n u estro s
d ías? Pese a to d o lo q u e se d ice sob re la ju v e n tu d , el a m o r y la p r im a ­
vera, e n to d o jo v e n q u e p ien sa en co n tra m o s el g e rm e n d el pesim ism o.
Y este g e rm e n tie n e el d o b le d e fu e r z a e n n u e stro s tie m p o s. P u es,
¿ c ó m o p u e d e u n jo v e n (e n esp ecia l el de la g r a n ciu d a d ) a fro n ta r lo s
p ro b le m a s m ás p r o fu n d o s , la m ise ria d e la so cied a d , sin s u c u m b ir al
m en os te m p o ra lm en te al p e sim ism o ? A h í n o hay n in g ú n c o n tra a rg u ­
m en to , a h í só lo p u e d e y d eb e a yu d arn os la co n scien cia: p o r m a lo q u e
sea el m u n d o , tú has n a c id o p ara e n d e re z a rlo . E sto n o es a rro g a n cia ,
sin o sólo co n scien cia d el deber.

2 A c to I, escena 3 , fin a l [ed. e n español de M an u el Á n g e l C o n e je ro y je n a r o Talens,


M ad rid , E d ito rial C áted ra, 1992 . (n . d el T .)]
LA B ELLA D UR M IENTE II

Esta c o n scien cia h a m le tia n a de la m a ld a d d el m u n d o y d e la vo ca ­


c ió n d e m e jo r a r lo la p o se e ig u a lm e n te K a r l M o o r - 31. P e ro m ie n tra s
que en u n m u n d o m alvado H a m let n o se o lvid a de sí m ism o y d o m in a
su an sia d e v e n g a n za c o n el o b je to d e m a n te n e rs e p u r o , K a r l M o o r
pierd e el c o n tr o l sob re sí m ism o y se en trega a su d e lirio an arq u ista de
lib e r ta d . A s í, q u ie n p a r tió c o m o lib e r ta d o r acaba s ie n d o d e r r o ta d o
p o r sí m ism o . A u n q u e d e r r o ta d o p o r el m u n d o , H a m le t p e rm a n e c e
v e n ced o r.
U n tie m p o más tard e, S c h ille r creó o tro rep resen tan te de la ju v e n ­
tu d ; M a x P ic c o lo m in i[*5. A u n q u e resu lte m ás s im p á tic o q u e K a r l
M o o r, lo s jó v e n e s n o lo se n tim o s ta n c e rc a n o e n ta n to q u e p e rs o n a ,
pues las luchas de K a r l M o o r so n nuestras lu ch as, la r e b e lió n etern a de
la ju v e n tu d , las luch as c o n la socied ad , el E stado, el d erech o . M ax P ic ­
c o lo m in i se e n c u e n tra p o r su p a rte e n u n c o n flic to ético m u c h o m ás
lim itad o.
¡G oeth e! ¿E sp eram os e n co n tra r en G o e th e sim patía hacia la ju v e n ­
tu d ? Pensam os e n Tasso, creem os ver el ro stro severo de G o e th e o su sutil
son risa sarcástica tras la m áscara de A n t o n i o Isl. Y sin e m b a rg o ... Tasso.
D e n u evo se trata d e la ju v e n tu d , m as p o r ra z ó n c o m p le ta m e n te d ife ­
rente; n o es casual q u e el h é r o e sea u n poeta. L a costu m b re y el d e c o ro
so n las n o rm a s m ás estrictas e n la c o rte de F erra ra . N o lo es la « g r o ­
sera» m o ralid a d . A h o r a c o m p ren d em o s q u e Tasso es la ju v e n tu d . Tasso
custodia u n id eal, el d e b elleza. P ero co m o n o p u e d e d o m in a r su fu ego
ju ven il, co m o hace lo que u n p o eta n o d eb ería h acer, co m o su a m o r a la
princesa viola los lím ites de la costu m bre, co m o Tasso vu ln era su p r o p io
id eal h a d e p le g a rse a lo s a d u lto s, p a ra lo s cu ales la c o n v e n c ió n se ha
con vertid o en « c o s tu m b re » . L a iro n ía de sus ú ltim as palabras:

S o k la m m e rt sic h d e r S c h iffe r e n d lic h n o c h


A m F e lse n fest, a n d e m e r s c h e ite r n so llte ,

co n siste e n q u e Tasso se a fe r ra a la r o c a d e la c o n v e n c ió n tras h a b e r


p ro fa n a d o el id e a l d e la b e lle z a . K a r l M o o r e n calla al apartarse d e su
ideal m oral; Tasso, al apartarse de su id eal estético.

3 K a rl M o o r es el protagon ista de Los bandidos de S ch ille r, [ n . d el T.]


4 M ax P icco lo m in i es u n person aje de la trilo g ía Wollenstem de S ch ille r, [ n . d el T -]
5 A n to n io es u n personaje de Torquato Tasso de G o e th e , [ n . d el T.]
6. « A sí se aferra fin alm en te e l m arin ero / a la roca que le hace e n c a lla r á . A c to V , esce-
na 5, w . 3 4 g2 ss.
PRIMEROS TR A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

E l re p re se n ta n te m ás u n iv e r sa l d e la ju v e n tu d es F au sto, p u e s su
vid a en tera es ju v e n tu d ; n o estando lim ita d o e n parte algu n a, ve c o n t i­
n u am en te nuevas m etas q u e tien e q u e c o n se g u ir q u e se rea licen ; y u n a
p erso n a es jo v e n m ien tras n o haya realizado su id eal p o r c o m p leto . Éste
es el sig n o d e l en v e je cim ie n to : ve r lo p e rfe c to e n lo d a d o . D e a h í que
Fausto te n g a q u e m o r ir , q u e su ju v e n tu d acabe e n el in s ta n te e n q u e
d isfru ta de lo d ado y e n q u e ya n o desea n ad a m ás. S i sigu iera viv ien d o ,
sin d u d a en co n tra ría m o s en él a u n A n to n io . E n Fausto se n os m uestra
cla ram e n te p o r q u é estos h éro e s ju v e n ile s n o h a n de « lle g a r a n a d a » ,
p o r q u é su c u m b e n e n el in s ta n te de la c o n s u m a c ió n o h a n d e lu c h a r
in fru ctu o sa y etern a m en te p o r lo s ideales.
Ib se n h a p re se n ta d o e s p e c ia lm e n te e n d os tip o s c o n m o v e d o re s a
esas personas q u e lu ch a n sin éxito p o r el ideal: el d o c to r S to ck m an n e n
Un enemigo del pueblo y, de m an era a ú n m ás serena y co n m o ved o ra , e l G r e -
gers W erle d e l Pato salvaje. G r e g e rs W e rle e n c a rn a de m a n e ra esp ec ia l­
m en te b ella lo q u e es p ro p ia m e n te ju v e n il, la fe en él id eal y el sa crifi­
cio q u e lo g ra p e r m a n e c e r in q u e b r a n ta b le a u n q u e el id e a l sea
irr e a liz a b le p o r c o m p le to o r e su lte in c lu s o d e sd ic h a d o . (P u es a
m e n u d o la d ich a y el id eal se m u estra n c o n tra rio s.) E n e fe cto , al fin a l
d el Pato salvaje, cu an d o G regers ve las con secu en cias de su fan ático id e a ­
lis m o , su d e c is ió n d e serv ir al id e a l p e rm a n e c e fir m e . Y si el id e a l es
irrealizab le, la vid a carece de va lo r p ara él; en ton ces, la tarea d e su vida
es « s e r el d e c im o te rc e ro d e la m esa » , es d ecir, m o r ir . E n el Pato salvaje
sobresale otra cosa. G o m o tantas obras de Ib sen , Pato salvaje está im p u l­
sada p o r p rob lem as, p e ro n o los resuelve. Estos p ro b lem a s son ta n sólo
el fo n d o , la atm ósfera d e la ép oca, d e la cu al sobresale el carácter de u n
G rege rs, q u e resuelve e n sí m ism o lo s p ro b le m a s de la c u ltu ra a través
de su p r o p ia vida, la v o lu n ta d e in te n c ió n de su a cc ió n m o ral,
Ib sen expuso a la ju v e n tu d co m o tal e n el p erso n a je de H ild e Wan -
gel de El arquitecto Solnefi. P ero n u estro in terés se d irig e al a rq u itecto , n o
a H ild e W angel, que sólo es sím b o lo p á lid o d e la ju v e n tu d .
P aso, p o r ú ltim o , al m ás r e c ie n te p o e ta d e la ju v e n tu d , q u e es al
tie m p o u n p o e ta d e la ju v e n tu d a ctu al, an tes q u e lo s dem ás q u e h e
m e n c io n a d o : C a r i S p itte le r 171. G o m o Shakespeare enH am let, y al igu al
q u e Ib sen e n sus dram as, S p itteler n os presenta u n o s h éro es q u e su fren
p o r el id ea l. Más claram ente que e n Ib sen todavía, p o r u n id eal u n iv e r-

7 C a ri Sp itteler ( 1845 ^ 9 ^ 4 ) fu e u n escrito r suizo m uy celebrad o e n su época p o r su


m e z c la d e t r a d i c i o n a l i s m o y m o d e r n i s m o , [ n . d e l T .]
LA REFORM A ESCOLAR. UN MOVIMIENTO CU LTU R A L 13

sal de h u m a n id a d . S p itte le r a n h e la u n a n u eva h u m a n id a d q u e p o sea


coraje p ara la verd a d . S o b re to d o sus dos gran d es cre a cio n e s (los p o e ­
mas ép ico s Prometeoj) Epimeteo y Primavera olímpica) so n ex p resió n de su c o n ­
vicció n , y a q u í (co m o en su gran n ovela Imago, u n a n ovela de r e c o n o c i­
m ien to , q u e e n m i o p in ió n es el lib r o más h e rm o so q u e exista p ara u n
jo ve n ) ex p o n e de m a n era o r a trágica, o ra có m ica o sarcástica, la in d o ­
le n c ia y c o b a rd ía d e l h o m b r e d e la calle. T a m b ié n S p itte le r p a rte d e l
pesim ism o para elevarse al o p tim ism o d e la fe en la p e rso n a lid a d m o ra l
(P ro m e teo , H era cles e n Primavera olímpica). S p itte le r es u n p o eta p ara la
ju v e n tu d y e n esp e c ia l p a r a la n u e s tr a gracias a su id e a l u n iv e rsa l de
h u m a n id a d y a su s u p e r a c ió n d e l p e s im is m o , p e r o ta m b ié n gracias
sobre to d o a su m a g n ífic o páthos, q u e le d eb e a u n d o m in io d e l len gu a je
que n in g ú n a u to r vivo co m p a rte c o n él.
D e esta m a n e ra , el c o n o c im ie n to c o n q u e q u ie re a ctu a r n u e stra
revista ya se en cu en tra b ie n fu n d a m en ta d o e n las obras de los más g ra n ­
des de la literatu ra.

LA REFORMA ESCOLAR, UN MOVIMIENTO CULTUR AL111

L a p rim era a cc ió n p ro p ag ato ria de to d o s lo s q u e actúan al servicio de la


re fo rm a esco la r tie n e q u e ser: salvar d ic h a r e fo r m a d e esa m a la fam a
que la p rese n ta c o m o in te ré s d e lo s in te re sa d o s o c o m o ataq u e d e los
diletantes fren te al g re m io de lo s p ed agogo s. « L a re fo rm a escolar es u n
m o v im ie n to c u l t u r a l e s el p r im e r p r in c ip io a d e b a tir. S ó lo él ju s ti-
f i c a q u e el p ú b lic o re c la m e u n a y o tra vez esa r e fo r m a . Y , p o r o tra
parte, sólo esta divisa saca a la lu z la seried a d y la esp eran za d e q u ie n e s
se d e d ic a n a d ich a ta rea. P e ro u n a cosa an tes. Se n o s re p lic a r á : « ¡ L o
q u e deseáis está m u y c la ro ! E n n u e s tr a é p o c a r u id o s a y d e m o c rá tic a ,
to d o n u e v o p e n s a m ie n to y to d a n u eva o c u r r e n c ia b u sca e n seg u id a
acceso a las masas m ás a m p lias, q u ie re ser u n " m o v im ie n to c u ltu r a l” ,
p o rq u e d ich a ex p resió n n o es solam en te u n títu lo h o n o r ífic o , sin o qu e
tam bién sign ifica p o d e r » . F ren te a esta o b je c ió n hay q u e m ostra r que la
reforma escolar se encuentra más allá de toda tesis científica específica, q u e es u n id ea -

I P u blicado en 1912 b ajo el p se u d ó n im o « E c k h a rt» en la revista iSfucfenf und Schulreform,


rgan o de la asociació n de estudiantes Freie Studentenschafi p e rten ecien te a la U n iv e r­
idad de F rib u rgo .
14 p r im e r o s t r a b a j o s d e c r ít ic a d e l a e d u c a c ió n y d e l a c u l t u r a

r io , u n p ro g ra m a ético d e n u estra ép oca; p o r su p u esto , n o e n el s e n ­


tid o d e q u e to d o s d e b a m o s d e fe n d e r lo , sin o c o n la e x ig e n c ia de q u e
tod os to m em o s p a rtid o ante él. E n pocas palabras: e n el m o v im ien to de
la re fo rm a esco la r se m a n ifiesta n c o n c la rid a d y u r g e n c ia u n as n e c e si­
dades de n uestra ép oca q u e, al igu al q u e to d o s sus m ayores p ro b lem a s,
p e r te n e c e n al á m b ito é t ic o - c u ltu r a l. L a r e fo r m a e sc o la r n o es, e n
e fe c to , m e n o s im p o r ta n te q u e n u e s tr o p r o b le m a so c ia l y r e lig io s o ,
p e r o tal vez su im p o rta n c ia sea m ás clara.
D e sd e m u c h o s p u n to s d e vista es p o s ib le h a b la r de esta r e fo r m a
c o m o de u n m o v im ie n to cu ltu ra l. P u ed e verse u n m o v im ie n to cu ltu ral
e n cualquier esfu erzo refo rm ista : « E n to d o lo q u e es n u evo yacen fuerzas
reb osantes d e vid a, in fo rm e s y efervescen tes, p e r o p ro m e te d o ra s ... .
T e n e m o s q u e ro m p e r de u n a vez p o r todas c o n estas ideas y otras sim i­
lares. Es tan absurd o c o m o rep ro b a b le h ab lar de m o v im ie n to s c u ltu ra ­
les si n o se sabe q u é m o v im ien to s son b e n e ficio so s o p erju d icia les para
la cu ltu ra. V am o s a e n fre n ta rn o s m ed ia n te la cla rid a d a to d o abuso de
esa p a lab ra p r o m e te d o r a y sed u cto ra. E n este se n tid o , y lim itá n d o n o s
m u y co n scie n te m e n te (c o m o lo exige el espacio d el q u e d isp o n em o s),
vam os a p resen tar c o m o valiosos e insu stitu ib les cu ltu ra lm en te só lo tres
elem en tos, q u e so n lo s q u e se e n c u e n tra n a la base de to d o in te n to via ­
b le d e refo rm a escolar.
¿ Q u é sign ifica y c o n q u é fin q u ere m o s la re fo rm a esco la r? A s í n os
p e rm itim o s v a r ia r el c é le b re te m a d e S c h ille r [al. R u d o lf P a n n w itz h a
d e fin id o acertad am ente la educación co m o « la r e p r o d u c c ió n de los v a lo ­
res esp iritu a les» * 31. A c e p ta m o s esta d e f in ic ió n y p re g u n ta m o s : ¿ q u é
sig n ifica ocuparse d e la r e p r o d u c c ió n de los valores esp iritu a les?
S ig n ific a , e n p r im e r lu g a r, q u e cre ce m o s m ás allá de n u e stro p r e ­
sen te . N o só lo pensamos sub specie aeternitatis: al ed u ca r, vivimosy actuamos sub
specie aeternitatis. Q u e r e m o s u n a c o n t in u id a d de s e n tid o e n to d o d es­
a r r o llo ; q u e la h isto ria n o se d e sc o m p o n g a e n las v o lu n ta d e s d e é p o ­
cas p a rticu la re s o in c lu so d e in d iv id u o s , q u e el d e sa r ro llo h a cia a d e ­
la n te d e la h u m a n id a d en q u e cre em o s ya n o se dé c o n in c o n s c ie n c ia
b io ló g ic a , s in o q u e siga al e s p ír itu q u e va p la n te a n d o m etas: lo q u e
n o so tro s q u ere m o s es el cultivo d el d esa rro llo n a tu ra l h a cia a d elan te de

3 ¿ Qué significajr con qué fin se estudia Ja historia universal? es e l título de la « le c c ió n in au gu ra l»


d e S ch ille r en la U n iversid ad d eJ e n a en 1789. [N. d elT .J
3 R u d o lf Pannw itz, Die Enjehuíig, F rankfu rt a ,M ., 19 0 9 , p . 7 -
LA REFORMA ESCOLAR, UN MOVIMIENTO CU LTUR AL 15

lá h u m a n id a d , es d e c ir , la cultura. Y la e x p r e s ió n d e esta n u e s tr a
v o lu n ta d es: la e d u c a c ió n .
R e p r o d u c ir valores s ig n ific a o tra cosa tod a vía . E l p r o b le m a n o es
sólo la reproducción d e lo esp iritu a l, a saber, la cu ltu ra (en este s e n tid o ) ;
la segun da exigen cia es la r e p r o d u c c ió n d e lo espiritual. S u rg e así la p r e ­
g u n ta d e q u é va lo res q u e re m o s d e ja r a n u e stro s d e sc e n d ie n te s c o m o
legado su p rem o . L a re fo rm a escolar n o es só lo la re fo rm a de la r e p r o ­
d u c c ió n de lo s va lo res, sin o q u e al m ism o tie m p o es la re v isió n de los
m ism os valores. Este es su segu n do sign ificad o fu n d a m en ta l para la vida
cultural.
E n la re fo rm a escolar de n u estros días se m an ifiesta claram en te esta
d o b le r e la c ió n c o n la c u ltu ra . S u r g e n n u ev o s m é to d o s d e e n s e ñ a r y
ed u ca r. A q u í se trata d e l tip o d e r e p r o d u c c ió n , y es b ie n c o n o c id a la
plu ralid ad d e exigencias q u e se p la n tea n . Se p u e d e ca lifica r d e urgente la
exigencia d e veracidad en los m éto d o s educativos. Se c o n sid e ra in d ig n o
q u e el m a estro tran sm ita u n saber de cuya n e c e sid a d n o está c o n v e n ­
cido, q u e ed u q u e al n iñ o o al ad olescen te c o n m ed id as (castigos) q u e n i
siq u ie ra él se to m a e n se rio , o q u e em ita u n ju ic io d e c o n d e n a m o r a l
so n rie n d o p o r d en tro (« es p o r su b ie n » ) . L a re la c ió n c o n el p ro b le m a
cu ltu ra l está cla ra. H a y q u e e n c o n tr a r u n a salid a al c o n flic to e n tre el
d e sa r ro llo n a tu r a l y vera z (d e u n a p a rte ) y la tarea de tr a n s fo r m a r al
in d iv id u o n a tu ra l e n in d iv id u o cu ltu ra l (de o tra p a r te ), u n a tarea qu e
n u n ca p o d rá llevarse a cabo sin vio le n cia.
Y sin em b argo casi te n d ría m o s q u e d ecir q u e a q u í n o se com bate si
echam os u n vistazo al o tro cam p o de batalla, e n el q u e se lu ch a p o r los
valores, p o r lo s valores a legar a la nueva g e n e ra c ió n . Es u n salvaje a lb o ­
ro to . N o hay u n o s p o co s ejé rc ito s d e u n o s p o co s rivales, sin o la lu ch a
e n c a rn iza d a de to d o s c o n tr a to d o s . J u n to al esc u d o y la esp ad a (e
in clu so las flech a s e n v e n e n a d a s), cada u n o va a d o rn a d o c o n el esta n ­
darte de u n b an d o . L o s grandes rivales q u e lib r a n e n la vida p ú b lica u n a
batalla m ás lib r e y m ás alegre, lo s d efe n so res d e las g ra n d es ideas r e li­
giosas, filosóficas, sociales y estéticas contrapu estas, in te n ta n afirm arse
en este cam p o fre n te a q u ie n e s lu ch a n p o r u n a asign atu ra en c o n c re to
( « g r ie g o » , « in g lé s » , « la t ín » , « m a n u a lid a d e s » , « p o lít ic a » , « g im ­
n a sia » ). S o n u n o s co m b a tie n te s m u y capaces, in su stitu ib les; p e ro tan
sólo crean c o n fu sió n si n o e n c u e n tra n su lu gar en el ejército de u n o de
los grandes rivales y se alian a las grand es c o n tra p o sicio n e s cuyo fresco
grito de g u erra se ahoga en tre lo s m u ro s d e la escuela.
l 6 PRIMEROS TR A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

P ero el lazo m ás estrech o e n tre la re fo rm a escolar y la c u ltu ra es la


juventud. L a escuela es la in s titu c ió n q u e cu sto d ia y p resen ta a la h u m a ­
n id a d sus a d q u is ic io n e s . C u a n to h ace la escu ela es m é r ito y o b ra d el
pasado, a u n q u e aveces se trate d el pasado rec ie n te. N o p u e d e o frecerle
al fu tu r o n ad a m ás q u e a te n ció n y reveren cia. M as la ju v e n tu d en vía el
fu tu r o a la escu ela , q u e se e n c u e n tr a p u e sta a su s e r v ic io . L a escu ela
recib e u n a g e n e ra c ió n in segu ra en todas las cu estiones, egoísta quizás e
ig n o ra n te , ta n n atu ra l c o m o sin cu ltivar (tien e q u e fo rm a rse en efecto
e n la e sc u e la ), p e r o u n a g e n e r a c ió n q u e está re b o s a n te al m ism o
tiem p o d e las im ágen es q u e trae d e l país d e l fu tu ro . A l fin y al cab o, la
cu ltu ra d el fu tu ro es el o b jetivo d e la escuela, q u e tien e q u e callar ante
e l fu tu r o q u e e n la ju v e n tu d sale a su e n c u e n tr o . Incluso h a d e d e ja r
actuar a la ju v e n tu d , lim itá n d o se a d ar y fo m e n ta r lib e rta d . A s í vem os
c ó m o la e x ig e n c ia m ás a p re m ia n te de to d a la p e d a g o g ía m o d e r n a n o
q u ie r e o tra cosa q u e c re a r esp acio p a ra la c u ltu ra e n s u r g im ie n to . A l
c o n fia r e n la ju v e n tu d , q u e h a d e a p r e n d e r p o c o a p o c o a tra b a ja r, a
to m a rse e n s e r io y a e d u c a rse , la h u m a n id a d c o n fía e n su fu tu r o , es
d ecir, en lo irr a c io n a l q u e ta n sólo p u e d e v e n e ra r, en la ju v e n tu d q u e
n o só lo está m ás lle n a d e l e s p íritu d e l fu tu r o ( ¡n o !) , s in o q u e se
en cu en tra sim p lem e n te m ás lle n a de esp íritu , y q u e sien te en sí m ism a
la alegría y co ra je de los n u evo s p o rta d o res de cu ltu ra . D e esta m a n era
va gen eralizán d ose la con scien cia d el va lo r m c o n d ic io n a d o d e la jo v ia li­
d a d y seried a d p ro p ia s d e esta n u eva ju v e n tu d . Y se h a p r o c la m a d o la
exigen cia de q u e la m en ta lid a d de esta ju v e n tu d d eb ería con vertirse e n
o p in ió n , e n u n a b rú ju la para n u estra vida.
C o m p a ñ e ro s , ¿ c o m p re n d é is a h o ra p o r q u é n o s d irig im o s a v o s o ­
tro s, a los p o rta d o res d e cu ltu ra ?
L a ju v e n tu d , la n u ev a escu e la , la c u ltu ra : éste es e l circulus egregius
q u e e n tod as y cada u n a d e las d ire c c io n e s te n e m o s q u e r e c o r r e r u n a
y o tra vez.
DIÁLOGO SOBRE LA RELIGIOSIDAD DEL PRESENTE111

V isité a u n am ig o c o n in te n c ió n d e aclarar e n u n a c o n v ersa ció n p e n sa ­


m ien tos y dudas sob re el arte q u e m e h a b ía n traíd o las ú ltim as sem anas.
Y a era casi m e d ia n o c h e c u a n d o la c o n v e r s a c ió n se a le jó d e l a rte y se
d irig ió a la r e lig ió n .
Y O . L e agrad ecería m e d ije ra q u ié n tie n e e n n u estro tie m p o u n a b u en a
c o n cien cia al d isfru ta r d el arte. E xcluyo a lo s in g e n u o s y a los artis­
tas. C o n s id e r o in g e n u o s a q u ie n e s so n capaces p o r n a tu ra le za de
n o sen tir em b riagu ez en la alegría instan tánea (co m o ta n a m en u d o
n o s su c e d e ), p o r q u e p a ra e llo s la a le g ría v ie n e a se r u n r e c o g i­
m ie n to d e la to ta lid a d de la p e rso n a . Estas gen tes n o sie m p re tie ­
n e n g u sto , casi m e atrevo a d e c ir q u e la m a y o r p a rte d e ellas so n
in cu lta s. P ero sin d u d a sab en q u é h a ce r c o n el a rte y e n a rte n o se
en trega n a las m od a s. E n cu an to a los artistas: ¿verd ad q u e n o hay
p r o b le m a ? P o r q u e , e n su caso, la c o n te m p la c ió n d e l a rte es u n a
p r o fe sió n .
É L , P ero usted, en tanto q u e h o m b re ilu strad o, tra ic io n a así a la en tera
tra d ic ió n . H e m o s sid o ed ucados p ara n o p reg u n ta rn o s p o r el va lo r
d el arte. L ’art pour I’art!
Y O . Es c o r r e c to q u e así n o s h a y an e d u c a d o . L'artpour l’art es la ú ltim a
b a rre ra q u e p ro te g e al arte d e los filiste o s[,i. Pues, de lo c o n tra rio ,
c u alq u ier co n ceja l n eg o cia ría so b re el d erech o d el arte c o m o sob re
e l p ré c io de la carn e . P ero nosotros ten em o s lib e rta d . D ígam e: ¿ q u é
p ie n sa u ste d d e l ’art pour /'arí? M e jo r: ¿ c ó m o lo e n tie n d e ? , y ¿ q u é
sig n ifica ?
ÉE. S ig n ifica sim p lem en te q u e el arte n o está al servicio de la Iglesia, n i
tam p oco d el Estado, q u e n i siq u iera existe p ara la vid a de los n iñ o s,
etc. L ’art pour l ’art sig n ifica q u e n o sabem os q u é va a ser d el arte.

I.:: B en jam ín n o p u b licó n u n ca este texto, que escrib ió en tre fin ales de 1912 y p r in c i­
pios de i 9 I 3 -
2 La palabra alem ana Phtfrsfer era utilizad a desde fin ales d el siglo XVIII p o r los estudian ­
tes de un iversidad para referirse despectivam ente a las personas de la ge n e ració n de
sus padres que, gozan d o d e u n a situ ación eco n ó m ica acom odada, carecían de gusto
artístico y lite ra rio y n o se recataban e n e xh ib ir pú b licam en te su m al gu sto. L a tra ­
d u cción literal com o filisteo de esta palabra de o rig en teo ló gico (los filisteos eran los
enem igos d el p u eb lo elegid o) está autorizada p o r la Real A cadem ia E spañola, q u e en
;su: d iccio n ario d efin e filisteo e n sen tido fig u rad o d el sigu ien te m odo; « D íce se de la
persona de espíritu vulgar, d e co n o cim ie n to s escasos y p o ca sen sib ilid ad artística o
lite ra ria » , [ n . d e lT .]
18 p r im e r o s t r a b a j o s de c r í t i c a de l a e d u c a c ió n y de l a c u l t u r a

Y O . T ie n e usted r a zó n p o r cu an to hace a la m ayoría. P ero n o e n cu an to


a n o so tro s. P ie n so q u e te n em o s q u e lib ra rn o s de este m iste rio del
filiste o , de VartpourVart. P u es só lo vale e n el caso d e l artista, m ie n ­
tras q u e p a ra n o s o tr o s tie n e o tr o s e n tid o . N a tu ra lm e n te , n o h ay
q u e d irig irse al arte para o b ten er fú tiles fantasías. P ero n o p o d em o s
c o n fo r m a r n o s c o n el a so m b ro . P o r ta n to : Vartpournous! E xtra ig a ­
m o s de la o b ra d e a rte valores de vid a: la b elleza , el c o n o c im ie n to
de la fo rm a y el sen tim ien to . « T o d o arte está d ed icad o a la alegría.
Y n o hay tarea más elevada e im p o rta n te q u e la de h a cer felices a los
seres h u m a n o s » , d ice S ch ille r.
ÉL. Las p erso n as m en o s capaces d e d isfru ta r d el arte so n las sem icultas
c o n VartpourVart, c o n su en tu siasm o id e o ló g ic o y su d eso rie n ta ció n
p erso n a l, c o n su sem iin telig e n cia técn ica.
Y O . D esd e o tr o p u n to d e vista, to d o eso só lo es u n sín to m a . N o so tro s
som os irrelig io so s.
ÉL. ¡L o a d o sea D io s! ¡S i u s te d e n tie n d e p o r r e lig ió n la fe ciega e n la
a u to rid a d , o in clu so la fe e n lo s m ilag ro s, o la m ística in clu so ! L a
re lig ió n es in c o m p a tib le c o n el p ro g re so . L o p r o p io de ella es aco~
p ia r e n la in t e r io r id a d to d a s las fu e rza s a p re m ia n te s , expansivas,
p ara q u e fo r m e n u n so lo y elevado c en tro de gravedad. L a re lig ió n
es raíz d e la apatía. S u sa n tifica ció n .
Y O . N o le lle v a r é la c o n t r a r ia . L a r e li g i ó n es a p a tía s i se c o n s id e r a
a p atía la in te r io r id a d p e rse v e ra n te y la m eta p e rm a n e n te de to d o
e sfu erzo . S o m o s irr e lig io s o s p o r q u e ya n o resp eta m o s la p e rse ve­
r a n c ia . ¿ S e d a c u e n ta d e c ó m o se d e s tru y e e l f i n e n sí m is m o ,
q u e es la s a n t ific a c ió n ú ltim a de u n a m e ta ? ; ¿ d e c ó m o to d o lo
q u e n o se c o n o c e c o n c la rid a d y fra n q u e z a se v ie n e a c o n v e r tir en
u n « f i n e n sí m is m o » ? C o m o v iv im o s e n la m ise r ia p o r cu a n to
resp ecta a lo s v a lo res, to d o lo a islam os. E n to n c e s , h a ce m o s d e la
n e c e s id a d la v ir tu d o b lig a d a . E l a rte , la c ie n c ia , el d e p o r t e , las
r e la c io n e s s o c ia le s ... esta d iv in a a u to fin a lid a d d e s c ie n d e al m ás
a n d ra jo so d e lo s in d iv id u o s. C a d a u n o es ú n ic o , rep rese n ta a lg o ,
s ig n ific a a lg o .
MI A M IG O . L o q u e u sted d escrib e n o so n sin o sín tom as de u n a alegría
de vivir o rgu llo sa y so b erb ia . N o s h em o s v u e lto m u n d a n o s, am igo
m ío , y ya va sien d o h o ra de q u e hasta las cabezas m ás m ed ievales lo
c o m p ren d a n . D am o s su p ro p ia d ign id ad a las cosas; el m u n d o en sí
m ism o es ya p e rfe cto .
DIÁLOGO SOBRE LA RELIGIOSIDAD DEL PR ESENTE 19

YO. ¡D e acuerd o! ¿ Q u é es lo m ín im o q u e exigim os de lo m u n d a n o ? La


alegría p o r este m u n d o , q u e es n u evo y m o d e r n o . ¿ Y q u é tie n e que
ver to d o p ro g re s o , to d a m u n d a n id a d , c o n la r e lig ió n , c u a n d o n o
n os da u n a paz a le g re? N o n ecesito d e c irle q u e n u estra m u n d a n i­
dad se h a co n v ertid o c o m o e n u n d e p o rte ago tad o r. E stam os to ta l­
m en te atosigad os e n aras de la alegría de viv ir. S e n tirla es n u e stra
m ald ita o b lig a ció n . E l arte, el trá fic o , el l u j o . . . to d o n o s ob liga.
MI AMIGO. E so n o lo ig n o r o , p e ro rep are e n lo q u e v ie n e su ced ien d o .
N u e stra v id a lleva a h o r a u n r itm o q u e p o c o tie n e q u e v e r c o n la
seren id ad clásica y c o n la A n tig ü e d a d . P ero es u n a n u eva fo rm a de
in ten sa a legría. A m e n u d o se m u estra alg o fo rzad a , p e r o está ahí.
Buscam os lo alegre atrevid am en te. T o d o s ten em o s u n extrañ o afán
de irn o s em b a rca n d o en aventuras p ara c o n o c e r lo s o r p r e n d e n te -
m en te p ro d ig io so y alegre.
Y O . H a b la u ste d de m a n e r a h a rto im p r e c is a , y alg o s in e m b a rg o n o s
im p id e atacarle. T e n g o la sen sa ció n de q u e .e n el fo n d o d ice u sted
la v e rd a d , u n a v e rd a d n o b a n a l q u e resu lta ta n n u ev a q u e p r e s u ­
p o n e la r e lig ió n e n su p r o p io s u r g im ie n to . N o o b sta n te, n u estra
vid a n o se e n c u e n tra a fin a d a e n ese to n o p u r o . P ara n o s o tr o s, en
lo s ú ltim o s siglos h a n estallado las viejas r e lig io n e s. P ero cre o q u e
este h e c h o tie n e un as co n secu en cia s q u e im p id e n q u e celeb re m o s
sin más la Ilu stra ció n . L a r e lig ió n m a n te n ía u n id o s a p o d ere s cuya
actu ación lib re es te m ib le. Las relig io n es d el pasado ocu ltaban en sí
la n e c e sid a d y la m is e r ia . A h o r a éstas h a n q u e d a d o lib r e s , y a n te
ellas ya n o ten em o s la seg u rid a d q u e n u estros antepasados extraían
de la fe e n la c o m p e n s a c ió n de la ju s tic ia . N o s in tr a n q u iliz a la
c o n s c ie n c ia de u n p r o le t a r ia d o , u n p r o g r e s o y u n a s fu e rz a s q u e
n u estro s antepasados p o d ía n satisfacer de m a n era o rd e n a d a , para
o b te n e r la paz, e n su servicio re lig io so . Estas fu erzas n o n o s d eja n
ser sin ceros, o p o r lo m en o s n o e n la alegría.
MI A M IG O . C o n la d ec a d e n c ia d e la r e lig ió n so cia l, lo so cia l se n o s ha
vu elto m ás cerca n o . Se en cu en tra an te n o so tro s d e m o d o m ás exi­
g e n te , o m ás p re se n te al m e n o s . T a l vez m ás d e sp ia d a d o . Y a e llo
hacem os fre n te c o n so b ried ad , c o n severidad tal vez.
YO. M as p o r c o m p le to n o s falta el resp eto a lo social. U ste d so n ríe ; ya
é q u e d ig o alg o p a r a d ó jic o . Q u i e r o d e c ir q u e n u e stra activid ad
ocial, p o r severa q u e sea, m a n ifiesta u n d efe cto : h a p e rd id o tod a
u seried ad m etafísica, c o n v irtié n d o se e n asunto de o r d e n p ú b lico
30 PRIMEROS TR A B A JO S DE C R ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

y d e c o r o p e r s o n a l. P ara casi tod as las p e rso n a s q u e se e sfu e rz a n


socialm en te, ya n o es m ás q u e cu estió n d e civilizació n , co m o la lu z
e lé c tr ic a . Se h a d e sd iv in iz a d o el s u fr im ie n to , si m e p e r m ite esta
ex p resió n p o ética.
M I A M IG O . V uelvo a oírle lam entarse u n a vez más p o r la d ign id ad desapa­
rec id a , es d e c ir, p o r la m etafísica. P e ro in tro d u z c a m o s las cosas
so b ria m e n te e n la vid a; n o n o s p e rd a m o s e n lo ilim ita d o , n o n o s
sintam os elegidos cada día. ¿ N o es cultura el bajar de las alturas de la
patética arb itraried ad a la obviedad ? C re o en efecto qu e tod a la c u l­
tura se basa en q u e los m an d am ien tos de los dioses se con viertan en
h u m a n a s leyes, ¡Q u é esfu erzo ta n s u p e rflu o el to m a r to d o de lo
m etafísico!
YO. S i to d a vía tu v ié ra m o s c o n s c ie n c ia d e u n a s in c e ra s o b r ie d a d e n
n u estra vid a s o c ia l..., p e ro n o , n i eso. E stam os a tra p a d o s e n u n a
rid ic u la c o n tra d icc ió n : se su p o n e q u e la to le ra n cia h a lib e ra d o a la
a ctividad social d e to d a exclu sivid ad de o r d e n re lig io so , y los m is­
m os q u e p ro c la m a n la actividad so cia l de los ilu strad o s c o n v ie rte n
e n r e lig ió n la to le ra n c ia , la Ilu stra ció n , la in d ife re n c ia e in c lu so la
friv o lid a d . N o ten g o in te n c ió n d e h a b la r c o n tra las fo rm a s se n c i­
llas d e la v id a c o tid ia n a , p e r o hasta el p r o p io s o c ia lis m o es u n a
r e lig ió n si se h ace de la n a tu ra l activid ad so c ia l u n sagrad o y tir á ­
n ic o p a tr ó n de las p e rso n a s, m u c h o más allá de la n ecesid ad d e lo
q u e el E sta d o p r e s c r ib e . A su vez, lo s ilu s tr a d o s s o n h ip ó c r ita s
fre n te a la r e lig ió n o en sus exigencias. U n ejem p lo en tre m u chos:
los días de las flo r e s 13*.
M I A M IG O . P ien sa u ste d c o n d u reza p o rq u e p ie n sa de m a n e ra a h istó -
rica . Es v e rd a d q u e n o s e n c o n tra m o s e n m e d io d e u n a crisis r e li­
gio sa, y to d a vía n o p o d e m o s p r e s c in d ir d e la p r e s ió n b e n e fic io s a
(p e ro in d ig n a de u n a p e rso n a lib re ) d e u n a o b lig a c ió n re lig io so -
so cia l. A ú n n o h e m o s c o n q u is ta d o p o r c o m p le to la a u to n o m ía
m o ral. Esta es la esencia de la crisis. H e m o s d escu b ierto q u e l a r e li-
g ió n , es d c c ir , la gu ard ia n a d e los c o n te n id o s m o rales, es ta n sólo
u n a fo r m a , y estam os in te n ta n d o c o n q u is ta r n u e stra m o r a lid a d
co m o a lg o o b v io . E ste trab ajo a ú n n o está acabado; n o s e n c o n tra ­
m os c o n fe n ó m e n o s de tran sició n .

3 A I parecer, los «¿días de las flores>> eran u n a propuesta de gru p os ateos para sustituir
las fiestas religiosas p o r otras fiestas laicas.
DIÁLOGO SOBRE LA RELIGIOSIDAD D EL PR ESENTE 21

YO . ¡G racias a D io s! P o r m i p a rte, m e h o r r o r iz a la im a g e n de a u to n o ­
m ía m o ra l q u e usted evoca. L a r e lig ió n es el c o n o cim ie n to de n u es­
tros deberes co m o m a n d a m ien tos d ivin os, d ice K a n t 1*1. Es d ecir, la
r e lig ió n n o s garan tiza algo e te rn o en n u e stro tra b a jo c o tid ia n o , y
eso es lo q u e m ás fa lta n o s h a ce . L a a u to n o m ía m o r a l de la q u e
u ste d h a b la h a ría d e l se r h u m a n o u n a m e r a m á q u in a de tra b a jo
destinada a u n a serie in te rm in a b le de fin es, cada u n o de lo s cuales
c o n d ic io n a al sig u ie n te. T al c o m o u sted la en tie n d e , la a u to n o m ía
m o ral es u n a b su rd o, la reducción de toido-trabajo a lo técnico.
MI AM IG O . D iscu lp e, p e ro se d iría q u e u sted vive ta n lejo s de la m o d e r ­
n id a d co m o el te rra te n ie n te m ás r e a cc io n a rio de la P ru sia O r ie n ­
tal. S in d uda, la c o n c e p c ió n té cn ico -p rá c tica h a d esp o jad o de alm a
: todas las form as de vid a en la n atu raleza, in c lu so al su frim ie n to y la
¡ p o b reza . P ero e n el p a n te ísm o h em o s e n c o n tra d o el alm a c o m ú n
de to d o lo p a r tic u la r , es d e c ir, d e to d o lo a isla d o . P o d e m o s, en
e fe cto , r e n u n c ia r a to d o s lo s fin e s d iv in o s su p re m o s, p u e s el
m u n d o , la u n id a d d e to d o lo m ú ltip le, es el fin de lo s fin e s. Es casi
ve rg o n zo so te n e r q u e tratar de esto. L ea u ste d a n u e stro s gra n d es
poetas vivos, a W h itm a n , a P a q u e t^ , a E ilke y m u ch os otros; estudie
el m o v im ie n to de la lib r e relig io sid a d ; lea lo s p e rió d ic o s liberales:
p o r todas partes hay u n sen tim ien to veh em en tem en te panteísta. P o r
n o hablar d el m o n ism o , la síntesis de tod a n u estra fo rm a . L a fu erza
viva (pese a to d o ) de la técn ica consiste e n q u e n os h a d ado el o rg u -
Eo de los q u e sab en y al tie m p o la reveren cia de q u ie n e s h a n estu -
d iad o el im p o n e n te ed ific io d el m u n d o . P u es, pese a to d o n u estro
saber, n in g u n a g e n e ra c ió n h a c o n o cid o la vid a c o n m ayo r reve re n -
cia q u e n o so tro s. E l sen tim ien to pan teísta de la n atu raleza, q u e ha
in sp ira d o a lo s filó so fo s desde los p rim e ro s jo n io s hasta S p in o za, y
a los p o eta s hasta lle g a r al sp in o zista G o e th e , se h a c o n v e rtid o en
n uestra p ro p ie d a d .
YO. Si le llevo la co n tra ria (y sé q u e se la llevo n o sólo a usted , sin o ta m ­
b ié n a la ép oca, desde sus m ás sim ples rep resen tan tes hasta algunos
de lo s m ás sig n ifica tiv o s), h ágam e el fa vo r de n o e n te n d e r lo co m o
l d eseo d e re su lta r in te r e s a n te . H a b lo c o m p le ta m e n te e n serio

4¡ . Crítica de ¡a razón práctica > p rim e ra parte, lib ro segu n do , sección, segunda, V ,
5 A lfo n s Paquet ( l 8 8 l - l 944 ,)i poeta alem án. P o r lo dem ás, W alt W b itm a n había fa lle­
cido veinte años antes, en e l 189 2 . [N. d e l T.]
22 PRIMEROS TR A B A JO S DE C R ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

cu an d o d igo q u e n o re c o n o zco o tro p a n teísm o q u e el h u m a n ism o


d e G o e th e . E n su p o e sía , el m u n d o a p a re ce d iv in o p o r d o q u ie r ,
p u e s G o e th e era u n h e r e d e r o de la Ilu s tra c ió n , al m e n o s e n el
h e c h o de q u e sólo lo b u e n o era esen cial p ara él. Y lo q u e e n b o c a
de c u a lq u ie r o tr o n o s ó lo h a b r ía r e su lta d o in e s e n c ia l, sin o q u e
sería ta n só lo retó rica sin c o n te n id o , e n la b o ca de G o e th e (y e n las
obras d e lo s poetas en gen era l) se c o n v irtió en c o n te n id o .
N o m e m a lin terp rete : n o se le p u e d e d iscu tir a n a d ie el d e r e ­
c h o a sus s e n tim ie n to s , p e r o hay q u e e x a m in a r la p r e t e n s ió n de
te n e r sen tim ien to s determinantes. Y a h í d ig o : p o r m ás sin ce ra m en te
q u e u n a p e rso n a p u e d a sen tir su p a n teísm o , ta n sólo los p o etas lo
h a ce n co m u n ica b le y d ete rm in a n te. Y u n sen tim ien to q u e tan sólo
es p o s ib le e n la c u m b re de su c o n fig u r a c ió n ya n o c u e n ta c o m o
re lig ió n . Pues eso es arte, e d ific a c ió n , p e ro n o ese sen tim ien to que
p u e d e fu n d a m e n ta r relig io sa m en te n u estra vid a de c o m u n id a d . Y
eso lo h a de ser la re lig ió n .
MI A M IG O . P erm ítam e, n o q u ie ro re fu ta rle , p e ro m e gu staría m ostra r
c o n u n ejem p lo la en o rm id a d d e lo q u e está d ic ie n d o : ese ejem p lo
es la escuela su p erio r. ¿ E n q u é esp íritu ed u ca la escu ela su p e rio r a
sus a lu m n o s?
Y O . E n e l esp íritu d e l h u m a n ism o , segú n d ice.
MI AM IGO. P o r ta n to , e n su o p in ió n , n u e s tr o sistem a e s c o la r es u n a
e d u c a c ió n p a ra p o eta s y p e rso n a s c o n fu e r te vid a se n tim e n ta l, la
más capaz de c o n fig u ra r.
YO . U s te d lo d ic e c o m o y o lo s ie n to . E n v e rd a d m e p r e g u n to q u é
p u e d e h a c e r u n a p e r s o n a n o r m a l c o n el h u m a n is m o . ¿ E s el
m a d u r o e q u ilib r io d e c o n o c im ie n to s y s e n tim ie n to s u n m e d io
form ativo p ara jó v e n e s sed ien to s de va lo re s? ¿ E s el h u m a n ism o , el
p a n te ísm o , o tra cosa q u e v ig o ro sa e n c a r n a c ió n d e la c o n c e p c ió n
estética d e la v id a ? E n verd ad , n o lo c re o . P o d em o s ex p erim e n ta r
en el p a n teísm o los instantes más elevados y e q u ilib rad o s de la fe li­
cidad , p e ro el p an teísm o n u n c a te n d rá fu erzas p ara d e te rm in a r la
vid a m o ra l. D e l m u n d o n o hay q u e reírse n i q u e lam en ta rse: sólo
h a y q u e c o m p r e n d e r lo . E l p a n te ís m o c u lm in a p r e c is a m e n te en
esas p a lab ras d e S p in o z a 161. P o r c ie r to , ya q u e p r e g u n ta p o r la
escu ela: la escu e la n o n o s da n i siq u ie ra configurado su p a n te ísm o .

6 C a r ta XXX. [N. d e lT .]
DIÁLOGO SOBRE LA RELIGIOSIDAD D EL PR ESENTE 23

¡ Q u é p o ca s veces r e c u r r e sin c e ra m e n te a lo s clásicos! L a o b ra d e


arte, ú n ic a s in c e ra m a n ife s ta c ió n d e l s e n tim ie n to p a n te ísta , se
e n c u e n tra p r o s c r ita . Y si q u ie re o ír o tra d e m is o p in io n e s : a este
p a n teísm o q u e n o s receta la escuela le d eb em os la retó rica vacía.
MI AMIGO. A s í q u e ah ora rep ro ch a al p an teísm o tam b ién la falta de sin ­
cerid ad .
YO . Falta de s in c e rid a d ... p u es n o , n o es eso lo q u e q u ería d e c ir exacta­
m en te. P ero sí le r e p ro c h o falta d e p e n sa m ie n to . P o rq u e n u estro s
tiem p o s ya n o so n lo s d e G o e th e . H e m o s te n id o el ro m a n tic ism o ,
al q u e d eb em o s el só lid o c o n o c im ie n to d el lad o o scu ro de lo n a tu -
ral: lo n a tu r a l n o es b u e n o e n su fo n d o ; es e x tra ñ o , esp a n to so ,
te r r ib le , a tr o z ... v u lg a r. P e ro v iv im o s c o m o si el ro m a n tic is m o
n u n c a h u b ie ra existid o, co m o si acabáram os d e n acer. P o r eso d ig o
que n u estro p a n teísm o carece en realid ad de p e n sa m ien to .
M I A M I G O . C a si cre o h a b e r d ado c o n u n a id ea fija en tre las suyas. O ,
d ich o a b iertam en te: desespero de h acerle c o m p r e n d e r lo sen cillo y
e le m e n ta l d e l p a n te ís m o . C o n agu d eza ló g ic a d e sc o n fia d a jam á s
c o m p r e n d e r á lo m a ra v illo so q u e es el p a n te ísm o : e n él lo fe o y
m alo aparece c o m o n ecesario y, p o r tan to, d ivin o . Esta c o n v icc ió n
n o s p r o d u c e el ra ro s e n tim ie n to de e n c o n tra rn o s e n casa, esa paz
que S p in o za llam ó in su p era b lem e n te el amor Dei171.
YO . A d m ito que, en ta n to c o n o c im ie n to , el amor Dei resulta in c o m p a ti­
b le c o n m i id ea d e la r e lig ió n . L a r e lig ió n tie n e a su base u n d u a ­
lism o , u n a in ten sa a sp iració n a la u n ific a c ió n c o n D io s. U n a p e r ­
sona g ra n d e p u e d e lleg a r a h í p o r el cam in o d e l c o n o c im ie n to . L a
r e lig ió n p r o n u n c ia las m ás p o d ero sas en tre las palabras, p e ro a d e­
m ás es m ás e x ig e n te , c o n o c e lo n o d iv in o , in c lu s o el o d io . U n a
d ivin id a d q u e se h a lle en todas partes, q u e c o m u n ic a m o s e n efecto
a to d a viv en cia y a to d o sen tim ien to , es u n en salzar lo s se n tim ie n ­
tos y, e n realid ad , u n a p ro fa n a c ió n ,
MI A M IG O . Se eq u ivoca si p ie n sa q u e al p a n teísm o le falta el n ecesa rio
d ualism o religio so . D e n in g u n a m an era. Y a h e d ich o q u e en n o s o -
tros, pese a lo p r o fu n d o d el c o n o c im ie n to c ie n tífic o , hay u n se n ti-
m ie n to de h u m ild a d ante to d o s los seres, e in clu so an te lo in o rg á ­
n ic o . N a d a está m ás le jo s de n o s o tr o s q u e la a rr o g a n c ia esco la r.
C o n té s te m e u ste d m is m o : ¿ n o te n e m o s la m ás p r o fu n d a c o m -

7 Sp in oza, Etica, V , p ro p o sicio n es 32 y siguientes, [n , d el T , ]


24 PRIMEROS TR A B A JO S D E CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

p r e n s ió n p o r cu a n to su ced e? P ien se e n las c o rrie n te s actuales d el


d erech o p e n a l. Q u e r e m o s respetar co m o p e rso n a in clu so al c r im i­
n a l. E x ig im o s m e jo r a , n o castigo . A través de n u e stra v id a s e n ti­
m e n ta l se ex tie n d e el r e lig io so a n ta g o n ism o en tre la c o m p r e n sió n
p e n e tra n te y u n a h u m ild a d q u e casi llam aría « re sig n a d a » .
Y O . P o r m i p a rte, e n este a n ta g o n ism o veo solam en te escep ticism o. N o
c o n s id e ro relig io sa u n a h u m ild a d q u e n iega to d o p o sib le c o n o c i­
m ie n to c ie n tífic o p o r q u e d u d a (c o n H u m e ) de la valid ez de la ley
causal, n i legas esp ecu la cio n es sim ilares. E so es sim p le m e n te u n a
d eb ilid a d sen tim en tal. S i n uestra h u m ild a d socava la con scien cia de
lo q u e es m ás valioso p ara n o so tro s, tal co m o u sted califica al saber,
n o n o s p r o p o rc io n a u n an tagon ism o vivo, religio so , sin o u n a m era
a u to d estru cció n escéptica. P ero yo sé m u y b ie n q u e lo q u e h ace tan
a g rad a b le al p a n te ís m o es q u e p r e c is a m e n te gra cia s a é l u n o se
siente igu alm en te b ie n en el in fie r n o y en el c ielo , e n la arro ga n cia
y e n el escep ticism o , c o m o su p e rh o m b r e y e n la h u m ild a d social.
Pues está claro q u e la cosa n o fu n c io n a sin u n p o co de so b reh u m a -
n id a d de to n o n o patético , es d ecir, caren te d e su frim ie n to . D o n d e
la C re a c ió n es d ivin a, tanto m ás lo es el rey de la C re a c ió n .
M I A M I G O . E ch o en falta u n a cosa e n cu an to d ice. U ste d n o h a p o d id o
d escrib ir la excelsitud de u n saber q u e lo d o m in e to d o . Y eso es u n
p ila r fu n d a m en ta l de n u estra c o n v icció n .
Y O . ¿ Q u é es ese n u e stro saber para nosotros? N o p r e g u n to c o n ello q u é
sig n ifica p ara la h u m a n id a d , sin o q u é v a lo r tie n e d e viv en cia para
cada u n o de los in d ivid u o s. T en em o s q u e p reg u n ta r p o r la vivencia,
y a h í sólo veo q u e d ich o saber se h a co n v ertid o en u n h e c h o de co s­
tu m b re c o n el c u al c re c e m o s , d esd e q u e te n e m o s seis a ñ os h asta
n u e stro fin a l. C re e m o s e n el s ig n ific a d o d e este saber p a ra a lg ú n
p ro b le m a , para la h u m a n id a d o p ara el saber m ism o , p e r o n o n os
afecta p e rso n a lm e n te , n o s d eja b ie n fr ío s , c o m o pasa c o n to d o lo
q u e es h abitu al. ¿ Q u é d ijim o s al alcanzarse el P o lo N o r te ? F u e u n a
sensación q u e p ro n ta m en te cayó e n el o lv id o . C u a n d o E h rlic h d es­
c u b r ió el rem ed io c o n tra la sífilis , la p ren sa satírica re sp o n d ió co n
escepticism o y cin ism o . U n p e rió d ic o ru so in clu so escrib ió q u e era
la m e n ta b le q u e el v ic io tu v iera así el ca m p o lib r e . E n pocas p a la ­
bras: sim p lem en te, n o creo en la excelsitu d religiosa d el saber.
MI A M IG O . ¿ N o tie n e u sted q u e d esesp erar? ¿ N o cree u sted e n n ad a ?
¿E s usted u n escép tico co m p le to ?
DIÁLOGO SOBRE LA RELIGIOSIDAD D EL PR ESENTE 25

Y O . C r e o e n n u e stro p r o p io escep ticism o, e n n u estra p r o p ia d esespe­


ra c ió n . D e b e c o m p re n d e r lo q u e le d ig o . N o creo m en os q u e u sted
en el sig n ifica d o relig io so de n u estra ép o ca, p e ro cre o ta m b ié n en
el s ig n ific a d o r e lig io s o d e l sa b e r. C o m p r e n d o el b o r r o r q u e el
c o n o c im ie n to de la n atu raleza n o s h a causado, y, sob re to d o , te n g o
la sen sa ció n d e q u e segu im os v iv ie n d o p r o fu n d a m e n te en lo s d es­
cu b rim ien to s d el ro m a n ticism o .
M I A M IG O . ¿ Y a q u é lla m a u ste d « d e s c u b r im ie n to s d e l r o m a n t i­
c is m o » ?
Y O . E s lo q u e h e d ic h o an te s, la c o m p r e n s ió n d e to d o l o te r r ib le ,
in c o n c e b ib le y b ajo q u e se h a lla en trelaza d o e n n u estra vid a . P ero
to d o s estos c o n o c im ie n to s y m il m ás n o s o n u n t r i u n f o . N o s h a n
asaltado; estam os ap a b u llad o s, sim p le m e n te . H ay u n a ley tr a g ic ó ­
m ica e n el h e c h o d e q u e e n el m is m o in s ta n te e n q u e to m a m o s
co n scien cia d e la a u to n o m ía d el e sp íritu c o n K a n t, Fich te y H e ge l,
la n a tu ra le za se p r e s e n ta ra e n su e n o r m e o b je tu a lid a d ; q u e e n el
in stan te e n q u e K a n t d e sc u b rió las raíces de la v id a h u m a n a e n la
razó n práctica, la ra zó n teó rica co n stru yera c o n u n trab ajo in fin ito
la m o d e r n a c ie n c ia de la n a tu ra le z a . A s í están las cosas. T o d a la
m o ralid a d social q u e q u erem o s crear c o n u n celo so b erb io , ju v e n il,
está en cad en ad a p o r la escép tica p r o fu n d id a d de n u estro s c o n o c i­
m ien to s. A sí, h o y c o m p re n d e m o s a ú n m en o s q u e n u n c a la p r im a ­
cía kan tiana d e la r a z ó n p rá ctica so b re la ra z ó n te ó rica .
M I A M I G O , E n n o m b r e de esa n e c e sid a d re lig io sa , u ste d está p r o p u g ­
n an d o u n re fo rm ism o d ese n fren a d o y a cie n tífic o . P arece n o ad ap ­
tarse a la so b ried ad q u e antes p a reció re c o n o c e r. Ig n o ra la grandeza
y sa n tid a d d e l tra b a jo o b je tiv o y a b n e g a d o q u e se lleva a cab o n o
sólo al servicio d e la cien cia , sin o (e n u n a era d e fo r m a c ió n c ie n tí­
fica) ta m b ié n , ig u a lm e n te , e n el cam p o so cia l. P e ro u n a ju v e n tu d
revo lu cio n aria n o cu b re así lo s costes.
YO, S in d u d a. D e a cu erd o c o n la situ a c ió n de n u estra cu ltu ra , ta m b ié n
ese m ism o tra b a jo so c ia l h a d e so m e terse n o a esfu erzo s h e r o ic o -
revo lu cion arios, sin o a u n cu rso evolu cionista. P ero le d igo una cosa.-
¡ay de n o so tro s si olvid am os la m eta y n os a b a n d o n a m o s co n fia d o s
al can cero so cu rso de la ev o lu ció n ! Y eso está su c e d ie n d o . P o r eso
n u n ca saldrem os de esta situ a ció n en n o m b r e d el d e sa rro llo , sin o ,
antes b ie n , en n o m b re de la m eta. Y esta m eta n o p o d em o s estable­
cerla d e m o d o e x te r io r . E l h o m b r e ilu str a d o s ó lo tie n e u n lu g a r
26 PRIMEROS TR A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

q u e p u e d a conservarse p u r o , e n el q u e p u e d a existir rea lm e n te sub


¡pede aeterni: ese lu g a r es él m ism o , su in te r io r . Y el v ie jo p ro b le m a
es q u e n o s p e r d e m o s a n o s o tr o s m ism o s. N o s p e rd e m o s mediante
to d o s los p ro g re so s g lo rio so s que u sted a h ora ensalza; m e atrevería
a d e c ir q u e n os p e rd e m o s m e d ia n te el p ro g re so . L as re lig io n e s n o
p r o c e d e n d e la fe lic id a d , sin o de lo s p ro b le m a s. Y el s e n tim ie n to
p an teísta d e la vid a se eq u ivoca cu an d o ensalza co m o fu s ió n c o n lo
so cia l a esta p u r a n ega tiv id a d , al p e rd e rse a sí m ism o y al vo lverse
extrañ o a sí m ism o .
MI A M IG O . C la r o , p o r supuesto. M as n o sabía q u e u sted fu era u n in d i­
vidualista.
Y O . E s q u e n o lo soy, lo m ism o q u e usted. L os individ u alistas h a ce n de
su yo el fa cto r d ete rm in a n te de la vid a. Y a le h e d ich o q u e el h o m ­
b re ilu strad o n o p u e d e h a cer esto si el p ro g re s o de la h u m a n id a d es
u n a m áxim a in c u e s tio n a b le p ara él. P o r lo dem ás, esta m áxim a ha
sid o a co g id a e n la c u ltu ra de fo r m a ta n r o tu n d a q u e ya p o r eso
m ism o sería vacía, c ó m o d a e in d ife r e n te p a ra lo s avanzad os, e n
tanto base de la re lig ió n . Se lo d igo d e paso. N o ten g o la in te n c ió n
de p re d ic a r el in d iv id u a lism o . S ó lo q u ie ro q u e el ser h u m a n o c u l­
tu r a l capte su r e la c ió n c o n la so c ie d a d . Q u e r o m p a m o s c o n la
in d ig n a falsed ad de q u e el h o m b re se realiza p o r en tero en el servi­
cio a la sociedad, de q u e lo social e n q u e vivim os es lo q u e en ú ltim a
in stan cia d ete rm in a la p e rso n a lid a d .
H a y q u e to m a r en serio la m á xim a socialista, hay q u e a d m itir
q u e el in d iv id u o está fo rz a d o y o scu recid o e n su vid a in te r io r ; y, a
p a rtir d e esta situ a ció n de n ecesid ad , recu p era r u n a c o n scien cia de
la r iq u e z a y el ser n a tu r a l d e la p e r s o n a lid a d . P o co a p o c o , u n a
n ueva g e n e ra c ió n se atreverá a estudiarse de n u evo a sí m ism a, y ya
n o so la m en te a sus artistas. Se c o n o c e rá la p r e s ió n y falsed ad que
ah ora n os fu erza n , y se r e c o n o ce rá el d u a lism o d e m o ra lid a d social
y p e rs o n a lid a d . D e esta n e c e sid a d c re ce rá u n a r e lig ió n , q u e será
n ecesa ria p o r q u e n u n c a antes la p e r s o n a lid a d h a b ía estado e n r e ­
dada d e u n a fo r m a ta n d esesp erad a e n el m e c a n is m o so cia l. P ero
te m o q u e n o m e haya e n te n d id o p o r c o m p le to y q u e su p o n g a u n
in d iv id u a lis m o d o n d e yo só lo e x ijo s in c e r id a d , re c la m a n d o p o r
ta n to u n so c ia lism o s in c e ro c o n tr a el so c ia lis m o c o n v e n c io n a l
actual. C o n tr a u n socialism o q u e r e c o n o c e to d o el q u e sien te qu e
e n sí m ism o hay sin duda algo q u e va m al.
DIÁLOGO SOBRE LA RELIGIOSIDAD DEL PR ESENTE 37

M I A M IG O . L le g a m o s a u n te r r e n o casi in d is p u ta b le . U s te d apen as
a p o rta p r u e b a a lg u n a y a p ela al fu tu r o . D é u n vistazo al p re se n te .
T ie n e u sted el in d iv id u a lism o . Y a sé q u e lo co m b a te, p e r o p recisa ­
m en te, desde su p u n to de vista, tien e q u e re c o n o c e r su sin cerid ad ,
seg ú n m e p a re c e . A h o r a b ie n , e l in d iv id u a lis m o n o c o n d u c e a la
m eta q u e usted busca.
Y O . H ay m u c h o s tip o s d e in d iv id u a lis m o . N o n ie g o q u e haya in c lu s o
p e rso n a s q u e se p u e d a n d iso lv e r d e m a n e r a s in c e ra e n lo so cia l,
mas n o so n las m ejo res, n i las m ás p r o fu n d a s . N o p u e d o d e te rm i-
n a r sí e n el in d iv id u a lism o existen gérm e n e s para m is ideas, o q u i­
zás, m e jo r d ic h o : p a ra u n a fu tu r a re lig io sid a d . E n to d o caso, veo
sus in ic io s e n este m o v im ie n to . P o r así d e c irlo , la ép oca h e ro ic a de
u n a n u eva r e lig ió n . L o s h é r o e s d e lo s g r ie g o s so n fu e r te s c o m o
1 d io ses, p e r o a ú n les fa lta n la m a d u re z y c u ltu r a d iv in a s. A s í m e
: p a recen lo s individualistas.
M I A M I G O . N o le p id o u n a c o n s tr u c c ió n . P e ro in d íq u e m e e n la vid a
s e n tim e n ta l de n u e stra é p o c a esas c o r r ie n te s n e o r r e lig io s a s , ese
so c ia lism o in d iv id u a lista , ig u a l q u e u ste d d ete cta e n to d a s p a rtes
p a n te ísm o e n lo s á n im o s . Y o n o e n c u e n tr o n ad a e n lo q u e u sted
p u d ie ra apoyarse. U n c in ism o in g e n io so y u n esteticism o agotad o
n o p u e d e n ser los gérm en es d e esa religio sid a d fu tu ra .
YO . N u n c a m e h u b ie ra im ag in a d o q u e u sted ta m b ié n rechazaría n u e s­
tra lite r a tu r a c o n la m ira d a h a b itu a l d esd e su alta atalaya. V e o de
otra m a n e ra to d o eso. A l m a rg e n de q u e el in g e n io s o esteticism o
n o es p r o p io d e n u estras m ás g ra n d e s c re a c io n e s . Y n o ig n o r e lo
exigente q u e hay e n lo in g e n io so , e n lo rico e n esp íritu , e l ansia d e
abrir abism os y saltar p o r en cim a. N o sé si m e co m p re n d e si le d igo
q u e esa riq u eza d e esp íritu es la p re c u rso ra y, a l tie m p o , la en em ig a
de ese sen tim ien to religio so .
MI A M IG O . ¿ C r e e u ste d r e lig io s o al d ese o sa cia d o d e l o in a u d it o ?
: E n to n ces sí p o d rá te n e r razón .
Y O . ¡C o n te m p le m o s ese deseo de m a n era algo d iferen te! ¿ N o p ro c e d e
d e u n a fu e r te v o lu n ta d d e n o c re e rlo to d o b asad o e n el yo d e la
fo rm a tran q u ila e in cu estion ab le q u e es h a b itu al? Ese deseo pred ica
u n a h o s tilid a d m ís tic o - in divi dualista fre n te a lo h a b itu a l. Es lo
fecu n d o en él. P ero n o p u e d e c o n fo rm a rse c o n su ú ltim a palabra y
ánade la co n clu sió n im p e rtin en te. L a trágica in g en u id ad de lo in g e ­
n ioso. L o in gen ioso, co m o h e d ich o, salta p o r en cim a de los abism os
28 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA D E LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

q u e h a a b ie rto él m is m o . Y o te m o y am o al tie m p o este atrevid o


cin ism o q u e tan sólo es u n p o co dem asiado egoísta para n o p o n e r la
p ro p ia co n tin g en cia p o r en cim a de la n ecesid ad h istórica existente.
MI A M IG O . U s te d fu n d a m e n ta u n s e n tim ie n to q u e ta m b ié n yo
c o n o z c o . E l n e o rro m a n ticism o : S ch n itzler, H o fm a n n sth a l, aveces
T h o m a s M a n n , significativo, agradable, p e lig ro so y sim pático.
Y O . N o estoy h a b la n d o de ésos, sin o d e o tr o s q u e d o m in a n n u estra
é p o c a . O q u e al m e n o s le o to rg a n u n s ig n ific a d o . S i q u ie re , le
h a b lo d e esto, p e ro n o acabarem os.
MI A M IG O . L o s sen tim ien to s n o te rm in a n n u n ca , y el o b jeto d e la r e li­
g ió n es la in fin itu d . Esto es lo q u e a p o rto c o n m i p a n teísm o .
Y O . B ó ls c h e 181 n o s d ice en cierta o ca sió n q u e el arte p resien te y an ticip a
la c o n scien cia ge n e ra l y la esfera vital d e épocas p o sterio res. Y a m i
ve z yo p ie n s o q u e las o b ra s de a rte q u e d o m in a n to d a n u e stra
é p o c a ..,, n o , n o la d o m in a n s im p le m e n te ..., p ie n so q u e las obras
q u e n o s a fecta n c o n m ás c o n tu n d e n c ia al e n c o n tr a r n o s c o n ellas
p o r p rim e ra vez (sobre to d o Ib sen y el n atu ra lism o ) llevan en sí esta
c o n scie n c ia n e o rre lig io sa . V ea m o s lo s dram as de Ib sen . S in d u da,
en el tra n sfo n d o está el p r o b le m a social. P ero el im p u lso es de las
p e rso n a s q u e tie n e n q u e o r ie n ta r su p e r s o n a lid a d ju s ta m e n te
fren te al nuevo o rd e n social: N o r a , la señ o ra A lv in g y, si p r o fu n d i­
zam os algo más: H e d d a , S o ln e fi, B o rk m a n n , G re g e rs, etc. L u e g o
está el m o d o d e h ab lar d e estas perso n as. E l n atu ra lism o h a d escu ­
b ie r t o el le n g u a je in d iv id u a l. Y esto es alg o q u e n o s im p r e s io n a
ta n to c u a n d o le e m o s n u e s tr o p r im e r Ib sen o n u e s tr o p r im e r
H a u p t m a n n [sI q u e c o n n u e s tra m a n ife s ta c ió n m ás c o tid ia n a e
ín tim a r e c o n o c e m o s u n d e r e c h o e n la lite r a tu ra , e n u n o r d e n
válid o d el m u n d o . N u estro sen tim ien to in d iv id u a l se h a b rá elevado
así. O , si n o, veam os u n a c o n c e p c ió n d el in d iv id u o y de la socied ad
co m o la d e Herakles’ Erdenfahrt d e S p itte le r llí>1. Eso n o s con ven ce, n os
c o n m u e v e , p u es a h í te n e m o s n u estra m eta, y al tie m p o se trata de
u n o de lo s textos m ás vib ran tes y entusiastas q u e se hayan escrito en
la m o d e r n id a d . H e ra cle s n o p u e d e co n serv a r su p e rso n a lid a d (n i

8 W ilh e lm B o lic h e (18 6 1-19 3 9 ), escrito r alem án, [ n . d e l T .]


9 G erh art H au ptm an n (1862 -19 4 6 ), escritor naturalista y sim bolista alem án, [ n . d el T.]
10 Se trata d el q u in to canto de la q u inta parte de Primavera olímpica. [Sobre Spitteler, véase
supra, p . 12 , n ota 7 de la Mella Durmiente (n . d e lT .) ]
DIÁLOGO SOBRE LA RELIGIOSIDAD DEL PR ESENTE 29

su h o n o r siq u ie ra ) estan d o a l se rv ic io d e la h u m a n id a d c o m o su
r ed en to r, P ero esto lo co n fie sa c o n h o n estid a d co rtan te y ju b ilo sa .
H o n e stid a d q u e e n to d o s u fr im ie n to lo eleva m e d ia n te ese s u fr i­
m ie n to , (V iva e im p e tu o s a o p o s ic ió n a la apatía so cia l de n u estra
ép oca.) A q u í ten em o s la m ás p r o fu n d a h u m illa c ió n (sí, la m ás p r o ­
fu n d a ) a la q u e h a d e su cu m b ir el in d iv id u o m o d e r n o b a jo p e n a de
p e rd e r las p o sib ilid ad es sociales: la o c u lta ció n de la in d iv id u a lid ad ,
de to d o lo q u e se agita in te r io rm e n te . V o y a d e c irle algo m ás c o n ­
creto: la r e lig ió n se en d erezará a p a r tir de aqu í. V e n d rá a p a rtir de
lo esclavizado, y el estam ento q u e h o y sufre esta esclavitud h istó rica,
necesaria, es ju sta m en te el d e lo s litera to s. L o s literato s q u ie re n ser
los mas hon estos, ex p o n er su entusiasm o p o r el arte, su « a m o r a los
le ja n o s» , p o r d ecirlo c o n N ietzsch e1“ 1, p e ro la socied ad los rechaza,
y así ellos m ism os tie n e n q u e ex tirp a r e n u n a p a to ló g ic a a u to d e s -
tr u c c ió n lo d em a sia d o h u m a n o q u e q u ie n vive p re c isa . A s í, s o n
ta m b ié n ello s q u ie n e s h a n d e lle v a r v a lo res a la v id a , a la c o n v e n ­
c ió n : n u e stra fa lsed ad lo s c o n d e n a a ser óutsiders y a exagerar hasta
volverse estériles. Jam ás e sp iritu a liza re m o s las c o n v e n c io n e s si n o
llen am os c o n n u estro esp íritu p e rso n a l todas estas form as de la vida
social. A esto n os ayudan lo s literato s y n os ayuda la n ueva re lig ió n .
L a r e lig ió n da n u e v o fu n d a m e n to y u n a n u eva n o b le z a a la vid a
c o tid ian a , a la c o n v e n c ió n . S e co n v ierte e n u n cu lto . ¿ N o estam os
sed ientos de u n a c o n v e n c ió n esp iritu al, cu ltu a l?
M I A M I G O . P o r d e c irlo de m a n era d elicad a , n o veo c la ro có m o p u e d e
usted esp erar la nueva re lig ió n de u n as perso n as q u e llevan u n a vida
im p u ra e n lo s cafés, adem ás a m e n u d o caren te d e esp íritu , de p e r ­
son as q u e p o r m e g a lo m a n ía y a p atía ev ita n a su m ir o b lig a c io n e s ,
p ersonas q u e rep rese n ta n la desvergüenza m ism a.
Y O . N o h e d ic h o q u e esp ere de ello s la n u eva r e lig ió n , s in o q u e lo s
con sid ero p o rta d o res d el esp íritu religio so e n n u estra ép oca. Y esto
lo a firm o a u n q u e m e re p r o c h e c ie n veces q u e estoy h a c ie n d o u n a
c o n s tru c c ió n . S in d u d a, esas p e rso n a s llev a n e n p a rte la vid a más
rid ic u la , p e rv ertid a y a n tie sp iritu al. P e ro esta m iseria su rge p r e c i­
sam ente de la n ecesid ad de esp íritu , de la a sp ira c ió n a u n a h on esta
vida p erso n a l. P ues, ¿ q u é hace esta gen te, sin o ocu parse de su p r o -

II Asfhúbló&ratustra, p rim era parte, « D e l a m o r al p r ó jim o » .


30 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y D I LA CULTUR A

p ía y d ificu lto sa h o n e stid a d ? P ero , n atu ra lm e n te , lo q u e c o n s e n ti­


m os a lo s h é ro e s de Ib sen n o n o s in teresa en n u estra vida.
MI A M IG O . ¿ N o h a d ic h o h a ce u n rato q u e esta h o n e stid a d fa n á tica le
está n egada al h o m b re ilu stra d o ? , ¿ q u e destruye tod a n uestra capa­
cidad , tan to in te r io r co m o e x te rio r?
Y O . S í, y p o r eso m ism o sería te r r ib le q u e la vid a de lite ra to se e x te n ­
d iera. P ero h ace falta u n fe rm e n to , u n a levad u ra. N o q u erem o s ser
literatos e n este ú ltim o sen tid o , p e r o d eb em o s respetar a los lite r a ­
tos e n tan to q u e ejecu to res de la vo lu n ta d religiosa.
MI AM IG O . L a re lig ió n actúa p u d o rosam en te, es p u rifica c ió n y santifica­
c ió n e n soledad, m ien tras que en la vida d el literato p ercib im o s tod o
lo co n tra rio . P o r eso n o es con ven ien te para las personas pu d orosas.
Y O . ¿ P o r q u é a trib u ye u sted tod a la san tid ad a la v e rg ü en za y n o habla
e n c a m b io d e l éxtasis? O lv id a m o s q u e lo s movimientos re lig io so s n o
h a n apresado en el silen cio in te r io r a las g e n e ra cio n e s. D ig a q u e la
ve rg ü en za es u n a rm a n ecesaria d e l im p u ls o de au to c o n serv a ció n ,
p e ro n o la san tifiq u e, p u es es com p letam en te n atu ral. L a vergü en za
n ad a tien e que te m er d e u n páthos o de u n éxtasis q u e p u e d a n ex ten ­
d erse, d ifu n d irse . L o ú n ic o q u e tal vez p u e d a d estru irla es el fu eg o
im p u r o de u n páthos co b ard e, re p r im id o .
MI AM IG O . E n verd a d el literato se en cu en tra b ajo el sign o de esta c o m ­
p le ta fa lta d e v e rg ü e n z a . P o r eso p e r e c e , c o m o a causa d e u n a
p u tre fa c c ió n in te r io r.
Y O . Eso n o d eb ería u ste d d e c irlo ; el literato su cu m b e b ajo el efecto de
u n páthos corrosivo p o rq u e la sociedad lo ha desterrad o, p o rq u e ape­
nas posee las form as más lastim osas de vivir de acu erd o a sus ideas. S i
r ecu p erá sem o s la fu e r z a p a ra c o n fig u r a r la c o n v e n c ió n d e fo rm a
seria y digna, en vez de n u estro actual em b eleco social, ten d rem os el
sín to m a de la n ueva r e lig ió n . L a c u ltu ra d e la e x p re s ió n es la m ás
elevada, y sólo p o d e m o s p en sa rla so b re la base d e la r e lig ió n . P ero
n uestros sen tim ien tos religiosas so n libres. Y así d otam os a co n v en ­
cion es y sen tim ien tos falsos c o n la in ú til en ergía de la pied ad .
MI A M IG O . L e fe lic ito p o r su o p tim ism o y c o h e re n cia . ¿ C r e e u sted de
verd ad q u e e n m ed io de la m iseria social d o m in a n te , e n esta in u n ­
d a c ió n de irre su e lto s p r o b le m a s , es n e c e s a ria o p o s ib le s im p le ­
m e n te u n a p r o b le m á tic a n u eva , q u e in c lu s o d e n o m in a « r e l i ­
g i ó n » ? N o tie n e m ás q u e p e n s a r e n u n p r o b le m a e n o r m e : la
c u estió n d el o r d e n sexual d el fu tu ro .
DIÁLOGO SOBRE LA RELIGIOSIDAD D EL PR ESENTE 31

Y O . ¡U n a id ea m agn ífica! E sto p recisa m en te só lo se p u e d e resolver, en


m i o p in ió n , so b re la base de u n a h o n estid a d p e rso n a l. N o p o d r e ­
m os to m a r p o s ic ió n a b ierta m en te ante el c o m p le jo de lo s p r o b le ­
mas sexuales y el a m o r hasta q u e hayam os lib e ra d o a éste d e su falaz
c o n e x ió n c o n tal can tid ad de ideas sociales. E l a m o r es u n asu n to
p e rs o n a l e n tre d os seres h u m a n o s, n o u n m e d io p a ra el f i n d e la
p ro c re a c ió n ; lea a este resp ecto la Faustina d e W a sserm an n 1““1. P o r lo
dem ás, p ie n so q u e u n a r e lig ió n h a de n a c e r de u n a n ecesid ad p r o ­
fu n d a y casi d e sc o n o c id a . P o r ta n to , ta m b ié n p ie n so q u e p a ra los
dirigen tes esp irituales el elem en to social ya n o es u n elem en to r e li­
gio so , tal c o m o h e d ic h o an tes. A l p u e b lo hay q u e d eja rle su r e li­
g ió n , s in c in is m o . Es d e c ir, el p u e b lo n o n e c e sita to d a vía u n o s
c o n o cim ie n to s y fin e s n u evos. H a b ría p o d id o h a b la r c o n u n a p e r ­
son a q u e se ex p resara d e fo r m a c o m p le ta m e n te d istin ta a la de
usted . P ara esa p e rso n a , lo so cia l sería u n a viven cia q u e le arran có
v io le n ta m e n te d e su h o n e s tid a d in g e n u a , c e rra d a . E sa p e rs o n a
h a b ría rep resen ta d o a la en tera masa de lo s vivos, p e rte n e cie n d o en
el m ás lato sen tid o a las relig io n es h istóricas.
MI A M IG O . H a b la u ste d a q u í ta m b ié n de h o n e s tid a d . P o r lo ta n to ,
¿ d eb em os vo lver al p u n to d e vista d el h o m b re e g o c é n tric o ?
YO . U sted m e m a lin te rp re ta sistem áticam en te. E stoy h a b la n d o d e d os
h o n estid ad es: la h o n estid a d ante lo social y la h o n estid a d q u e tie n e
u n a p e r s o n a d esp u és de c o n o c e r sus v in c u la c io n e s so cia le s. T a n
sólo d esp recio el té rm in o m e d io : el falaz p rim itivism o p r o p io de la
p e rso n a co m p licad a .
MI A M IG O . ¿ Y cree u ste d r e a lm e n te e n la p o s ib ilid a d de e r ig ir esa
n ueva h o n e stid a d e n m e d io d e l caos r e lig io s o y c u ltu ra l e n el que
están atados lo s d ir ig e n te s ? ¿P ese a la m ística y a la décadence, a lo s
te ó so fo s, a lo s a d a rn ita sy a lo in n u m e r a b le de las sectas? P u es la
r e lig ió n tie n e e n ellos o tro s tan tos e n ca rn iza d o s e n em ig o s. U sted
o cu lta el a bism o e n tre la n atu raleza y el esp íritu , e n tre la h o n e s ti­
dad y la m e n tira , en tre el in d iv id u o y la socied ad , o c o m o u sted lo
p refie ra agrupar.
YO. A h o ra es usted q u ie n d ice q u e la m ística es en em ig a de la re lig ió n .
La m ística n o sólo red u ce la severidad de la p ro b lem á tica religiosa,
sin o q u e, al m ism o tie m p o , es so cia l y a d ecu ad a . P ero p reg ú n tese

íi Jakob W asscrm ann, Faustino: Ein GaprachüberdteLtebe, B e rlín , I 9 I S .


32 PRIMEROS TR A B A JO S DE C R ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

en qué m ed id a vald ría esto para el p a n teísm o . P o r el c o n tra rio , n o


vale p ara el s e n tim ie n to r e lig io s o q u e está d e sp e r ta n d o . H asta tal
p u n to q u e in c lu so p e rc ib o sus sín tom as en la vigen cia y d ifu s ió n de
la m ístic a y de la décadence. P e ro p e r m íta m e q u e m e e x p liq u e c o n
m ás detalle: ya b e d icb o q u e sitú o h istó ricam e n te el instan te d e esta
n ueva r e lig ió n , el in stan te de su fu n d a c ió n . F u e aq u el e n q u e K a n t
a b rió el a bism o en tre sen sib ilid ad y e n te n d im ie n to , y vio o b ra n d o
e n to d o c u a n to su ced e a la r a z ó n p r á c tic a , m o r a l. L a h u m a n id a d
h a b ía d espertado d el en su eñ o d e su d esa rro llo , y al tie m p o ese des­
p e r ta r le h a b ía q u ita d o su u n id a d . ¿ Q u é h izo la ép o ca c lá s ic a ? [l3)
R e u n ific ó n aturaleza y esp íritu : p u so en fu n c io n a m ie n to la cap aci­
dad de ju zg a r y creó esa u n id a d q u e sólo p u e d e ser u n id a d d el in s ­
ta n te, d e l éxtasis, d e lo s g ra n d es v is io n a rio s . F u n d a m e n ta lm e n te ,
e n verd ad , n o p o d e m o s vivirla. D ic h a u n id a d n o p u e d e ser fu n d a ­
m e n to de la vida, sin o q u e sig n ifica su elevación estética. A s í co m o
la é p o c a clá sica fu e u n a r e a c c ió n estética p ro v o c a d a p o r la c o n s ­
c ie n c ia in c isiv a de q u e h a b ía q u e lu c h a r p o r la to ta lid a d d e l ser
h u m a n o , c o n s id e ro ig u a lm e n te rea ccio n e s a la décadence y a la m ís­
tica. L a co n scien cia qu e en el ú ltim o m o m e n to q u ie re salvarse d e la
h o n estid a d d el d u alism o , q u e q u ie re h u ir d e la p e rso n a lid a d . P ero
la m ística y la décadence lib r a n sin d u d a alg u n a u n a b atalla p e rd id a ,
d ado q u e se n ie g a n a sí m ism as. L a m ística, c o n la fo rm a rebuscada
escolástico-extática c o n q u e en tien d e lo sen sib le c o m o esp iritu al, o
a m b o s en ca lid a d d e a p a ric ió n d e lo su p ra sen sib le v e rd a d e ro . E n
estas esp ecu la cio n es sin salid a in c lu y o al m o n is m o . P ie n so q u e se
trata d e u n o s p r o d u c to s in o c u o s d e l p e n s a m ie n to q u e n e c e sita n
u n a e n o r m e a p o r ta c ió n d e á n im o sugestionable,- lo in g e n io s o es,
co m o h em o s d ich o , el len gu a je p r o p io de la m ística. L a décadence es
p e o r , p e r o p a ra m í es el m ism o s ín to m a , y es ta m b ié n la m ism a
esterilid ad . L a décadence b u sca la síntesis e n lo n a tu ra l, y así co m ete
el p e ca d o m o rta l d e n a tu r a liz a r el e s p íritu , d e c o n s id e r a r lo algo
o b v io , só lo cau sa lm en te c o n d ic io n a d o . N ie g a lo s va lo res (y p o r
tanto a sí m ism a) para d o m in a r el d u alism o d e d e b e r y p erso n a.
MI A M IG O . T a l vez u ste d sepa lo q u e a veces s u c e d e . U n o p ie n sa c o n
e sfu erzo d u ra n te a lg ú n tie m p o , cree se g u ir la p ista de alg o in a u -

13 E n la historia cu ltu ral de A lem an ia, la época clásica (die Kíassih) es la época dom in ada
p o r G o eth e y S rfiille r, [n. d el T.]
DIÁLOGO SOBRE LA RELIGIOSIDAD D EL PR ESENTE 33

d ito , y se e n c u e n tr a te m b la n d o de r e p e n te a n te u n a m o n stru o sa
b a n a lid a d . E s lo q u e m e su ced e a m í. P o r e llo , m e p r e g u n to sin
q u e re r: ¿ d e q u é estam os h a b la n d o ? E l h e c h o de qu e-vivam os e n
u n a escisión de lo in d iv id u a l y lo social, ¿ n o es u n a ob viedad , algo
de lo q u e n o vale la p e n a q u e h a b le m o s ? T o d o s la h e m o s e x p e r i­
m en tado en n o so tro s m ism os, la exp erim en tam os cada d ía. H e m o s
p ro v o c a d o el t r iu n fo d e la c u ltu r a y d e l s o c ia lis m o , y así to d o ha
qu ed ad o d e c id id o . Y a lo ve, h e p e rd id o la v isió n , h e p e rd id o to d a
c o m p r e n s ió n ...
YO. S egún m i ex p erien cia, q u ie n p r o fu n d iz a (o esp iritu aliza, c o m o m e
gustaría d ecir) u n a ob viedad se en cu en tra d e p r o n to ante u n a v e r ­
dad p ro fu n d a . A s í n o s h a su ced id o c o n la re lig ió n . S in d u d a, tien e
razón e n lo q u e d ice. P ero añad a u n a cosa. Esta r e la c ió n n o d e b e ­
m os en te n d e rla co m o re la c ió n té c n ic o -n e c e sa ria su rgid a de m o d o
exterio r y azaroso. E n te n d á m o sla co m o u n a r e la c ió n m o r a l- n e c e ­
saria, esp iritu a lice m o s a ú n u n a vez m ás la n ecesid ad c o m o v irtu d .
S in d ud a, vivim os e n la n ecesid ad . P ero n u e stro c o m p o rta m ie n to
sólo será valioso si es q u e se c o m p re n d e m o ra lm e n te . ¿ Q u iz á s n o s
h em o s d ic h o lo te r r ib le , lo in c o n d ic io n a d o q u e subyace e n la
su m isión d e la p e rso n a respecto a los fin e s m orales sociales? N o . Y
¿ p o r q u é n o ? P o rq u e actu alm en te ya n ad a sabem os de la riq u eza y
el peso de la in d iv id u a lid ad . P o r lo q u e c o n o z co a las gentes de h o y
día creo p o d e r d ecirle q u e h a n p e rd id o el sen tim ien to c o rp o r a l de
:,su p e rso n a lid a d esp iritu al.
E n el in stan te e n q u e lo r e e n co n tra m o sj! n o s d o b leg a m o s c o n
ello a la m o r a lid a d c u ltu ra l, n o s v o lv em o s h u m ild e s . O b te n e m o s
en to n c e s ese s e n tim ie n to de d e p e n d e n c ia a b so lu ta d e l q u e h a b la
S c h le ie r m a c h e r 11'1'1, e n vez d e l s e n tim ie n to d e u n a d e p e n d e n c ia
co n v e n cio n a l. P ero quizás yo apenas p u e d a d e c irle esto, d ado que
se basa en u n a n ueva co n scien cia de la in m ed iatez p e rso n a l.
MI A M IG O . D e n u evo sus p en sa m ien to s se elevan ve rtica lm e n te, c o n lo
que usted se aleja a to d a m á q u in a de la p ro b le m á tica actual.
YO. Pues eso es lo ú ltim o q u e esp erab a o ír , d esp u és de estar h a b la n d o
casi to d a la n o ch e de la n ecesid ad d e lo s d irig en tes.

14. E l concepto de « d e p e n d en cia absoluta» (schkchthinnige Abhá!\gigke¡t) p roced e de Ferdi-


n an d D elb rü ck, aunque fue Sch leierm ach er q u ien lo p op u larizó en su lib ro DercJirisf-
liche Glaube, de 1830.
34 PRIMEROS TR A B A JO S DE C R ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

M I A M IG O . Y , sin e m b a rg o , « f e y s a b e r» es el le m a d e n u estras lu ch as
re lig io sa s. U s te d n o h a d ic h o n i u n a sola p a la b ra al re s p e cto . Y o
a ñ a d o p o r m i p a rte q u e , d e sd e m i p u n t o d e vista p a n te ís ta o
m o n is ta , esta c u e s tió n n o ex iste ta n s iq u ie r a . P e ro usted te n d r ía
q u e c o n ta r c o n ella.
Y O . C la r o q u e lo h a g o : al d e c ir q u e el s e n tim ie n to re lig io so tie n e sus
raíces e n la to ta lid a d d e la ép o ca; a esto p e r te n e c e ju s ta m e n te el
sa b er. S i el m ism o sa b e r n o es p r o b le m á tic o , u n a r e lig ió n q u e
e m p ie c e p o r lo m ás a p re m ia n te n o te n d r á sin d u d a q u e p r e o c u ­
parse de él. Y apenas h u b o épocas e n las qu e el saber haya sid o p r o ­
b le m á tico d e m o d o n atu ra l. A tal p u n to lo h a n llevad o lo s m a le n ­
te n d id o s h is tó r ic o s . Y este m o d e r n ís im o p r o b le m a , d e l q u e lo s
p e r ió d ic o s r e b o sa n , su rg e p o r el h e c h o de q u e n o se p r e g u n ta a
fo n d o p o r la r e lig ió n de la ép oca; sin o q u e so la m en te se p re g u n ta
si alguna de las religio n es históricas a ú n p o d ría e n co n tra r aco m o d o
e n ella , a u n q u e h u b ie r a q u e c o r ta r le lo s b ra z o s, las p ie rn a s e
in c lu so la cabeza. A q u í m e d eten g o : el tem a es c o n o c id o .
MI AM IG O . R e cu e rd o u n as palabras d e W alter C alé: « T ra s u n a c o n v e r­
sa ció n , u n o siem p re cree q u e n o h a d ich o lo " a u té n tic o ” » 115-. Tal
vez tenga usted ah ora u n sen tim ien to así.
Y O . E n efe cto , lo te n g o . P ien so qu e en ú ltim a instancia u n a religió n n o
p u e d e ser só lo d u a lism o ; q u e la h o n e stid a d y la h u m ild a d d e q u e
estábam os h a b la n d o es su co n cep to m o ra l u n ita r io . P ien so q u e n o
p o d e m o s d e c ir n ad a so b re el D io s y la d o c tr in a d e esta r e lig ió n , y
m uy p o c o so b re su vid a cu ltu al. Q u e lo ú n ic o c o n c re to es el se n ti­
m ie n to d e u n a re a lid a d n u eva e in a u d ita q u e h ace q u e su fra m o s.
C r e o ta m b ié n q u e ya h e m o s te n id o profetas-. T o ls to i, N ie tz sc h e ,
S tr in d b e rg . Q u e al fin a l n u e stra é p o c a p r e ñ a d a e n c o n tr a r á a u n
n u evo ser h u m a n o . R e cie n te m e n te o í u n a c a n ció n ; cre o en el ser
h u m a n o relig io so , tal co m o lo d ice esta p ica ra c a n c ió n de am or:

D a ß d o c h g e m a lt a ll d e in e R e iz e w ä re n
U n d d a n n d e r H e id e n fü r s t das B ild n is fä n d e :
E r w ü rd e d ir e in g r o ß ’ G e s c h e n k v e r e h r e n
U n d legte se in e K r ö n in d e in e H ä n d e .
Z u m r e c h te n G la u b e n m ü ß te sic h b e k e h re n
S e in ga n zes R e ic h b is a n se in fe rn ste s E n d e .
I m g a n z e n L a n d e w ü rd ' es a u sg e sc h rie b e n :

15 W alter C a lé , Nachgelassene Schriften, ed. de A . B rü ck m an n , B e rlin , 1920 , p . 329 -


EN SEÑ AN ZA Y VALO RACIÓN 35

C h r is t so lí e i n j e d e r w e rd e n u n d d ic h lie b e n .
E in j e d e r H e id e flu g s b e k e h r te sic h ^
U n d w ü r d ’ e in g u te r C h r is t u n d lie b te d ic h

M i am igo s o n rió , d e m an era escéptica p e ro am able, y m e aco m p a ñ ó en


silencio hasta la p u erta.

ENSEÑANZA Y VALO RACIÓN w

< I.)

E n dos lugares qu ed ará esp ecialm en te clara la re la c ió n d e la enseñ anza


con los valores, c o n los valores vivos d el presen te, a saber, e n las asign a­
turas de alem án y de h isto ria . E n alem án se tratará sob re to d o de v a lo ­
res estéticos; y, e n h isto ria , d e valores éticos. D e m o m e n to , eso es in d i ­
feren te. P reg u n ta m o s: ¿ v a lo ra la en señ a n za (y p o r ta n to la e sc u e la )? ,
¿ p o r q u é m eta se o rien ta tal v a lo ra c ió n ? N o estam os d icie n d o q u e todos
los casos q u e vam os a m e n c io n a r r e su lte n típ ic o s, p e r o sí p r e s u p o n e ­
m os sin em b argo q u e u ñ sistem a ú til tien e q u e ex clu ir ciertas p o s ib ili­
dades extrem as. A c o n tin u a c ió n m en cio n a m o s sin com en tarlas algunas
de estas po sibilid ad es:
E n u n a clase d e Obersekunda1' 1 se le e n u n o s p o em a s d e W a lth er v o n
der V ogelw eid e e n alem án a n tig u o . Se trad u cen al a le m án m o d e r n o , y
los a lu m n o s a p r e n d e n a lg u n o s d e m e m o r ia . T o d o esto ex ige varias
h oras. E l re su lta d o de estas clases p a ra el a lu m n o , d esd e el p u n to d e
vista estético, es lá frase u n a y otra vez rep etid a p o r el m aestro d e q u e , a
diferen cia de H o m e r o , W a lth er n o em p leab a r ip io s.

16 « S i h ub iera u n retrato de to d o s tus encantos / y el p rín c ip e de los paganos lo e n c o n ­


trara, / él sin duda te h aría u n gran regalo / y depositaría en tus m an os su co ro n a . /
T en d ría q u e con vertirse a la fe verdadera / to d o su im perio» hasta las region es más
rem otas, / y se h aría saber en to d o e l país / que to d os ten ían que am arte y hacerse
cristianos- / L o s paganos se con vertirían m uy rápid am ente, / te am arían y serían
u n os b u en o s c ristia n o s^ .
I Las dos partes de este a rtícu lo se p u b lica ro n b ajo el p se u d ó n im o la tin o « A rd o r^
en los n ú m e ro s de m ayo y ju lio (respectivam ente) de 1913 de la revista ju v e n il Der
Anfang.
% E n e l sistem a educativo alem án d el siglo XEX, Ober&fcuncfa era e l an tep en ú ltim o curso
d el b ach illerato. [N. d el T*]
36 PRIMER05 TR A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

A lg u n a s fra se s q u e d e sc rib e n el p u n to de vista estético fre n te a


G o e tb e : G o e th e es c o m p le ta m e n te r e a lista ; sim p le m e n te , hay q u e
c o m p re n d e r lo q ue q u iere d e c ir » . O : « L o característico de las ob ras
de G o eth e es q ue cada p alab ra tien e su sen tid o , p o r lo g e n e ra l u n se n ­
tid o b ello y a d e c u a d o » .
O : e n u n a clase su p e rio r se lee el Cantar de los Nibelungos trad u c id o y,
lu e g o , en v ersió n o rig in a l; u n o o d o s ap artad o s hay q u e le e rlo s e n casa
y, a c o n tin u ac ió n , so n expuestos en clase. U n a vez estu d iad a la tra d u c ­
c ió n , el m a e stro lee en alta voz el p o e m a e n su v e rsió n o r ig in a l, tal
com o figu ra en el lib ro d e texto q u e lo s alu m n o s tie n en ante sí, y lo va
trad u c ien d o o c o m en tan d o m ed ian te in d icacio n es de trad u c c ió n . Este
e stu d io p u e d e d u r a r m e d io a ñ o ; así q u e d a ag o tad a p o r c o m p le to la
p o sib le le ctu ra d el p o e m a. S o b re su c o n te n id o in te rio r n o se d ice sin
em b argo u n a p alabra.
E l tra ta m ie n to esc o lar de H erm a n n j D oroth ea ^ p u e d e to m a r fo rm a
sim ilar. Se e lab o ran en c o m ú n en clase, h o ra tras h o ra, u n o s esquem as
q u e c o in c id en c o n los d eseo s d el m aestro . U n o de esos esqu em as sería
el sigu ien te:

« C anto cuauto: E uteríe

I- L a m a d re b u sca al h i j o :
a) e n e l b a n c o d e p ie d r a ,
b ) e n la c u a d ra ,
c ) e n e l ja r d ín ,
d) e n e l v iñ e d o y
e) e n e l b o sq u e .
II. L a m a d re e n c u e n t r a a l h i j o b a j o e l p e ra l.
III. C o n v e r s a c ió n e n tr e l a m a d r e y e l h ijo .
1. L a d e c is ió n d e H e r m a n n .
a) L o s p r o b le m a s d e la g e n te ,
b ) la c e r c a n ía d e l e n e m ig o y
c) la d e c is ió n d e H e r m a n n d e lu c h a r.
2 . L a e x h o rta c ió n d e la m a d re ,
3. L a c o n fe s ió n d e H e r m a n n .
4 - E l p la n m e d ia d o r d e la m a d r e » .

C a d a u n o de estos esquem as hay q u e ap re n d e rlo e n casa de m e m o r ia y


vo lv erlo a c o n ta r lu eg o c o n el texto c o rre sp o n d ie n te . A se r p o sib le ,

3 E l p oem a ép ico Hermannj Dorothea, que trata de las con secuencias de la R evolu ción
Francesa e n A le m a n ia , íu e u n a de las obras de G oeth e más pop ulares en su país
d uran te el siglo XIX, [ n , d el T ,]
EN SEÑ AN ZA Y VALORACIÓN 37

varías veces e n u n a h o ra . L a ela b o ra ció n de red accio n es d io lu g a r a lo s


temas siguientes: « ¿ E n q u é m ed id a el can to p r im e r o de Hermannj Doro-
théa ex p o n e to d o el p o e m a ? » (adviértase q u e, a falta de u n a p e n e tr a ­
ció n espiritual, la escuela su ele despedazar té cn ica m en te las ob ras p o é ­
ticas); « ¿ E n q u é m e d id a la to r m e n ta es sim b ó lic a e n H erm annj
Dorothea?»-. E n esta r e d a c c ió n se p e d ía u n a e x p o s ic ió n d e la to rm e n ta
co m o e q u ilib r io s im b ó lic o d e las te n sio n e s e n el p o e m a é p ic o , so b re
todo: de la te n sió n eró tica en tre los am antes (!).
: La en señ anza n o da u n a v a lo ra c ió n d e l p o em a . P ero p ara la m ayor
parte de los alu m n os el p o em a está ya va lorad o; su sim p le n o m b re ya les
causa náuseas.
Se elab o ra u n esq uem a de Minna van Bamhelm [*].
Se elab o ra u n esquem a de Egmont. U n ejem p lo :

« E g m o n t y e l s e c re ta rio d esp ach a n :


I. A s u n to s o fic ia le s:
a) p o lític o s ,
b ) m ilita re s . .
I I . A s u n to s c r im in a le s :
a) a su n to s d e d in e r o .
b) a d v e rte n c ia d e l c o n d e d e O l i v a .11

O érram o s esta lista n e g ra , q u e c u a lq u ie r a lu m n o p o d r ía a m p lia r a


vo lu n ta d , c o n u n a s p a lab ras c aracte rística s d e u n m a estro q u e d e ja n
claro en qué consiste la red a cció n . E l a lu m n o co n sid era in co rre cta u n a
idea a favor de la cual se le p id e q u e a rgu m en te, y se lo explica su fic ie n ­
tem ente al m aestro. L a respuesta d ice q u e las red accion es son ante to d o
ejercicios de estilo y q u e las m aterias tratadas e n ellas n o son tan im p o r ­
tantes co m o para q u e lo s alu m n os te n g an re m o rd im ie n to s d e c o n c ie n ­
cia cu án d o e sc rib e n algo q u e c o n s id e ra n in c o r r e c to . E n c o n s o n a n cia
con esta idea, al devolver las red accion es el m aestro suele a co m p añ ar los
co n tra p u esto s ju ic io s d e v a lo r d e d iverso s a lu m n o s c o n las p a lab ras:
« D ejem os estar e s o » .
H em os Hecho u n a e n u m era c ió n de casos sin in te rru m p irla u n a sola
vez. Y tan sólo q u ere m o s a n o ta r u n a cosa: im agín ese en u n a clase así a
ü n grupo de alu m n os q u e se to m e n en serio las cu estiones literarias.
La en señ an za n o se esfu erza p o r rela c io n a rse e n serio c o n la o b ra
dé arte. E l c o n te n id o (y tal vez la fo r m a ) se a n a liza ex h a u stiv am en te,

4. C o m ed ia de G . E . Lessing de 176 7. [N- d e l T .l


PRIMEROS TR ABA JO S DE CRÍTECA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTUR A

p e ro n o se lle g a a u n estu d io fe c u n d o , es d e c ir, u n estu d io c o m p a ra -


tiv o ; fa lta n los c rite rio s. E l resu ltad o es q u e lo s p o em a s d e lo s au tores
clásicos (pues se trata de ellos sob re to d o ) le p a recen a la m ayoría de los
a lu m n o s ju e g o s a rb itra rio s, caren tes de r e la c ió n c o n la rea lid a d , só lo
b u e n o s p ara especialistas; q u ie n p u e d a lle n a r su tie m p o c o n cosas más
« ú tile s » lo s en cu en tra sequísim os.
E sta s itu a c ió n se vu elve c atastró fica e n c u a n to se trata d e arte
m o d e r n o . P ero tal vez eso sea exagerado, pu es e n la m ayo r parte de lo s
casos ni siquiera se trata de arte m o d e r n o . A h í sirve co m o m áxim a lo que
d ijo u n a vez u n m a estro d e Oberprima l5]: « N o vam os a ir m ás allá de
K leist. N o vam os a leer nada m o d e r n o » tfi|. A lg ú n po eta o artista alem án
de n u estros días d eb ería acu d ir a u n a clase y escuchar lo q u e ahí se dice
sob re el a rte m o d e r n o ( p o r lo d em ás, lo s m aestros e n tie n d e n el c o n ­
cepto de « m o d e r n o » de m a n e ra m u y vaga; p a ra ello s n o hay gran d es
corrien tes contrapuestas). U n se ñ o r p u e d e d e c ir desde su cátedra cosas
ridiculas e in fu n d ad as sobre la Secesión : « esa gente n o q u iere sin o p in ­
tar lo fe o , y n o aspira a otra cosa q u e a lo g ra r la m ayo r sem ejanza p o s i­
b le » ; y n o se le p u e d e lle v a r la c o n tr a r ia . E n cu a n to se n o m b r a a la
m o d ern id a d , to d o está p e rm itid o : « I b s e n ... ¡M e basta c o n ver ese ro s ­
tro d e ch im p a n c é !» (frase de u n m aestro).
A h í n o hay ju ic io s tra d ic io n a le s, es d e c ir, r e c o n o c id o s co m o v á li­
d o s. L a o p in ió n p ú b lic a n o e je rc e tod avía al resp e cto n in g ú n tip o de
c o n tro l. A h í to d o es « c u e stió n de g u s to » , la escuela n o se co n sid era e n
este cam p o resp o n sa b le respecto d e su é p o c a . T al vez, e n n in g ú n o tr o
lu ga r q u ed e m ás claro que la escuela es incapaz de valorar p o r sí m ism a.
L a escu ela g e n e ra así u n a o p in ió n p ú b lic a d e las p e rso n a s cultas
cuyo c re d o lite r a r io d ic e así: « G o e t h e y S c h ille r s o n lo s p o eta s m ás
g r a n d e s » , m ien tra s se ap arta a b u rrid a d e sus d ram as, y p a ra la cu al el
arte m o d e rn o es o b jeto de b u rla o de la cháchara m ás irresp on sab le.
A lg o p a recid o su ced e c o n la en señ an za de la h isto ria . P o r la razó n
sen cilla de que aqu í n o se p u ed e va lo rar. L a h isto ria p o lític a n o resulta
valorabie, y la histo ria cu ltu ral sim p lem en te n o existe, ya q u e la h isto ria
in te rn a , q u e em p ieza a d ese m p eñ a r e n la en señ a n za u n a fu n c ió n cada
vez m ás im p o rta n te, n o es todavía h isto ria cu ltu ra l. E n eso la con vierte
el p u n to de vista, faltan d o la perspectiva sobre n u estra c u ltu ra e n tanto
q u e resu lta d o de m ile n io s. E sta en señ a n za apen as n o s o fr e c e a lgu n o s

5 U ltim o c u r s o d el b ach illerato, [ n . d el T .]


6 H e in ric h v o n K le ist falleció e n iS lI . [ n . d e l T .]
EN SEÑ AN ZA Y VALORACIÓN 39

datos sob re el d e sa r ro llo d e l d e r e c h o , de la e d u c a c ió n , d e l a rte , de la


ética y d e la p siq u e m o d e r n a . E l o b serva d o r im p a rc ia l p u e d e p r e g u n ­
tarse si dich a en señ anza de la h isto ria p u e d e d a r u n a im ag en d e la c u l­
tura o si n o es más b ie n ju sta m en te u n a im a g en de la cu ltu ra . S ólo hay
u n p u n to en el cual valora la enseñ anza de la historia: el instan te en qu e
la socialdem ocracia aparece e n el h o riz o n te . P ero , ¿ q u é fu erza de c o n ­
vicción p u ed e te n e r u n a v a lo ra c ió n q u e sucede claram en te n o e n n o m ­
bre d el c o n o c im ie n to (p u es e n ese caso se h a b ría v a lo ra d o sin cesar),
sino en n o m b re de u n fin ?
S ob re d ich a base, la en señ an za d e la h isto ria o frec e la im ag en m ás
desfavorable. O b ie n recla m a el a p re n d iza je m e m o r ístic o de d iversos
hechos in co n ex o s, o su p erficia lm e n te con ectad os; o b ie n in ten ta a ce r­
carse de m an era co n scien te a lo s d istin to s « p e r ío d o s d e la c u ltu r a » , y
en ton ces r e c u r r e a lo s tó p ic o s d e la h is to r ia d e la lite r a tu r a y a u n o s
cuantos n o m b res afam ados. O si n o aparece fin a lm e n te en su stitu ció n
de u n a v a lo ració n lib re y gra n d e el e n ju icia m ie n to m in u c io so de alg ú n
hecho h istó ric o c o n c re to ; en to n ces se p reg u n ta: ¿estaba ju stific a d o el
in ten to d e N a p o le ó n d e so m e te r a R u s ia ? P re g u n ta s c o m o ésta s o n
debatidas e n clase de m o d o in acab able.
H em os h ab lad o de las asignaturas de la Realschule llam adas a estable­
cer valoracion es. P ero el Gymnasíum h u m an ista ta m b ién tien e sus valores
hu m anistas, q u e h a b r á n de te n e r tan ta im p o r ta n c ia c o m o lo s v a lo res
culturales actuales. D e esto h ablará u n seg u n d o a rtícu lo w .

II. S o b r e e l « G y m n a s iu m » h u m a n is t a

Es relativam ente se n c illo c ritic a r lo s d efe cto s y lo s e rro re s de la e n se ­


ñanza, lu ch ar c o n tra u n p u n to de vista desde el q u e se en señ a o d e fe n ­
der u n a n u eva d is tr ib u c ió n d e lo s m a teria les le c tiv o s. L o d ifíc il es
enfrentarse a la falta de p e n sa m ien to , es d ecir, en fre n tarse a la falta de
espíritu. E n realid ad , el in te n to es im p o sib le, pues lo ú n ic o q u e p o d e ­
mos e m p re n d e r c o n ella es el h e c h o m ism o de mostrarla. A n te s h e m o s

J E ñ el sistema educativo alem án d el siglo XIX, la Rmischuie y el Gymnasium eran las dos
m odalidades principales de la enseñanza p ost-ob ligatoria. La Realschule p reparaba para
ei m undo d el trabajo* e l Gymnasivm, para la universidad. D e las diversas m odalidades
del Gymnasium, la más prestigiosa era el Gymnaáum hum anista, que se centraba en las
lenguas clásicas, la literatura, la filosofía y la historia, [n . d el T.]
4o PRIMEROS TR A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

tratad o d e llevar a cabo esta desagradabilísim a tarea e n r e la c ió n c o n las


clases de a lem án y de h isto ria . P ero es más d ifíc il h a cer eso m ism o c o n
las a sign atu ra s h u m a n ístic a s. N i siq u ie ra sabem os q u é o b je tiv o tie n e
esta p e c u lia r en señ a n za h u m a n ista, m ie n tra s q u e sí te n em o s u n a id ea
sob re la m eta de la en señ anza d el a lem án y d e la en señ anza de la h isto ­
ria en u n a escuela m o d ern a .
A d m itim o s p o r de p r o n to q u e e n el fo n d o sen tim os g ra n sim patía
p o r la fo r m a c ió n h u m a n ista. L a am am os c o n u n a esp ecie de o b stin a ­
c ió n , p o r q u e vem os e n ella u n a m e n ta lid a d ed u cativa q u e h a c o n s e r ­
va d o en sí u n n o b le sosiego, estan d o lib r e d e l d e lirio u tilita rio d a rw i-
n ista p r o p io d el resto de n u estra p ed agogía. P o r eso, al le e r el acta de la
r e u n ió n de los « A m ig o s d el Gymnasium h u m a n ista » n o s so rp re n d e que
se constate c o n a p ro b a c ió n g e n e ra l q u e p ara el.m é d ico o para el ju ris ta
el c o n o c im ie n to d el g rieg o es de g ra n utilidad. Y q u e el c o n fe re n c ia n te
vuelva agrad ecid o la m ira d a a los años en q u e ..., y a q u í sig u en las p a la ­
b ra s h u e ca s c o n q u e q u ie n h a d e ja d o tras d e sí esos a ñ o s se d irig e de
m o d o patern alista a lo s « c h ic o s » .
Este típ ic o to n o c o n q u e u n se ñ o r alaba can sin am en te la « m e n ta ­
lid a d id e a lis ta » y el c o n o c im ie n to d e m u c h o s e x tra n je rism o s q u e el
Gymnasium le h a p r o p o rc io n a d o n o s parece sin d u d a te rr o rífic o . Y ta m ­
b ié n n o s resulta b ie n p e n o sa esa sen tim en ta lid a d aco m o d ad a q u e cu a­
ren ta años después recita d u ra n te la co m id a fa m ilia r los p rim e ro s v e r ­
sos d e la Odisea y d o m in a la gram ática de la apód osis m e jo r q u e su h ijo ,
q u e ya estudia e n PrimaÍSI, L a in tim id a d e n tre el filis te ís m o [sl y n u estro
Gymnasium hu m an ista es b ie n sospechosa. Y así n os asalta la sen sación de
q u e, c o m o n u estro s p ad res h a n v in c u la d o c o n P la tó n y S ó fo c le s to d o
tip o de sen tim ien to s an ticu ado s, ten em o s q u e lib ra rn o s de esa a tm ó s­
fera fam iliar d el Gymnasium.
Y sin em b a rg o te n e m o s u n a n h e lo , y a lg u n o s tal vez in c lu s o u n a
idea, de lo q u e d eb ería ser nuestro Gymnasium. N o d eb ería e x p o n e r G recia
a la m a n era d e W in ck e lm a n n , d a d o q u e h ace ya tie m p o q u e la « n o b le
sim p licid ad y silen ciosa g ra n d eza » h a te n id o la desgracia de con vertirse
en elem e n to de la fo r m a c ió n s u p e rio r de las n iñ as. N u e stro Gymnasium
deb ería apelar a N ietzsche y a su tratado Sobre elprovechoj el inconveniente de la
historia. C o n fia n d o altivam ente en u n a ju v e n tu d q u e le sigue c o n e n tu -

8 Prima e ra n lo s d o s ú ltim o s c u rso s d e l Gymnasium, [n . d e l T .j


9 Sob re la palabra «filisteísmo>>, véase supra, p. 1*7, n o ta 2 d el Diálogo sobre la religiosidad
del presente. [N. d el T.]
EN SEÑ AN ZA Y VALORACIÓN 41

siasmo, n u estro Gymnasium d eb ería d ejar atrás a los p e q u e ñ o s p ed ag ogo s


reform istas m o d ern o s, en vez de convertirse en m o d ern ista y p ro clam a r
lá nueva u tilid a d secreta d e la escuela. L o s grieg os de este Gymnasium n o
serían u n r e in o fa b u lo so h e c h o d e « a r m o n ía s » e « id e a le s » , sin o los
griegos aristocráticos de P ericles, q u e d esp reciaban a las m u jeres y am a­
b an a los h o m b re s; u n o s griegos c o n esclavitud y c o n los m itos oscu ros
de E squilo. N u estro Gymnasium m ira ría to d o esto a la cara. E n él se en se­
ñ aría ál m ism o tie m p o filo s o fía g rie g a , alg o h o y ta n p r o h ib id o c o m o
leer a W e d e k in d . A h o r a se a p r e n d e , m e d ia n te u n m a n u a l, q u e T ales
sostenía que el m aterial p rim ig e n io es el agua; H e rá clito , el fu ego; A n a ­
xagoras, el nóus; E m p éd ocles, el a m o r y el o d io (y q u e se a rro jó al E tna);
D e m ó c rito , lo s áto m o s; y q u e los sofistas d e stru y e ro n la vieja fe . (Este
tipo de en señanza es de las cosas q u e más d esacreditan a la filo so fía .)
Tal co m o hem os d ich o , co n o cem o s o in tu im o s u n Gymnasium h u m a ­
nista que sin d u d a am aríam o s. A h í, e n esa escu ela, la escu ltu ra grieg a
sería algo más q u e u n a sucia lá m in a q u e a d o rn a el aula d u ra n te cu atro
sem anas. Ese Gymnasium p o d r ía ayu d a rn o s al m e n o s. L o s p ed ag o g o s se
preguntarán si p u e d e n crear u n a escuela q u e h abría de ser h ostil al p r e ­
sente, n ad a d em o crática y a rro ga n te, y q u e n o pactaría c o n la Oberreal-
schule, el Realgpmnasium y el Reformgymnasium[To1. P ero si en n o m b re de los dos
m ilenios d espués d e C ris to n o p o d e m o s lleg a r a te n e r esa escu ela, n os
despedim os d el Gymnasium co n tristeza.
¡Basta de ese h u m a n ism o d esteñ id o ! L o q u e te n em o s es u n esteti­
cismo que n o c o n o ce la fo r m a c ió n estética en el sen o de nuestras clases
de lectura. C h á c h a ra acerca de la CTw4>pocrwr| sin in tu ir la desm esura de
la vieja A s ía . D iá lo g o s d e P la tó n sin le e r el Banquete ( c o m p le to , c o m ­
pleto, señ ores m ío s).
C o n fesa m o s p o r tanto u n a vez más q u e n o sabem os q u é p re te n d e n
cuando n os sirven esta fo rm a c ió n hum anista actual. D e cada lib ro clásico
léem os seleccion ados lo s « m e jo r e s p asajes» , p e ro sólo el p r im e r o d e la
clase p u ed e e n te n d e r el grieg o sin p rob lem as, y só lo los más am biciosos
estudiantes h a ce n v o lu n ta ria m e n te trab ajo s h u m an istas. N o s o tro s , los
alum nos que n os en con tram os m etid os ahí d en tro, estamos hartos de esa
h ipocresía q u e cu b re la falta de e sp íritu y ju ic io c o n el a b rig o de la
« arm on ía g rie g a » .

ÍÓ ■La Oberrealschule era un a d e las m odalidades de la Realschule-, el Realgpmnasium y e l Reform-


gjlmnasmm, dos m odalidades d el Gfmnasium. [ N . d e l T .]
42 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CU LTUR A

L ista n egra:
U n a frase de u n m a estro so b re H oracio.- « A q u í te n em o s q u e le e r
a H o r a c io ; da ig u a l q u e n o s gu ste o n o n o s gu ste; está e n e l p la n de
e stu d io s» .
R espuesta a u n a o b je c ió n c o n tra u n a a rg u m e n ta c ió n d e C ic e r ó n :
« A q u í n o q u e re m o s d e sa r ro lla r n u estras id eas, s in o sab er q u é d ice
C ic e r ó n » .
S o b re el cap ítulo « a rte c lá sic o » : u n día se in tro d u c e e n u n Gymna-
sium la enseñ anza de la h isto ria d el arte, q u e a las pocas sem anas desapa­
rece de fo rm a tan rep e n tin a co m o llegó . E l m aestro declara: « Y o ten go
q u e d ar tantas clases a la semana,- p o r e n t o n c e s te n ía a la sem an a u n a
clase m en o s, de m a n era q u e d i h isto ria d e l arte. A h o r a to d o está ya de
n u evo en o r d e n » .
« A h , y n o p ie n se q u e n os creem os su en tu siasm o p o r la A n tig ü e ­
d a d » , d ijo u n m a estro a u n a lu m n o de Oberprima de u n Gymnasium
hum an ista.

ROMANTICISMO

U n d i s c u r s o n o p r o n u n c i a d o a n t e i a j u v e n t u d e s c o l a r 1' 1

C o m p a ñ e ro s,
cu an d o alguna vez hem o s p en sad o en n osotros m ism os, n o en n o so tro s
en tanto q u e in d iv id u o s, sin o en n o so tro s e n tanto q u e co m u n id a d , en
n o so tro s e n ta n to q u e ju v e n tu d , o c u a n d o h e m o s le íd o alg o so b re lo s
jó v e n e s, siem p re h em o s p e n sa d o q u e la ju v e n tu d es ro m á n tic a . M illa ­
res d e p o em a s b u e n o s y m a lo s lo a fir m a n ; lo s a d u lto s n o s d ic e n q u e
h a ría n lo q u e fu e ra p o r vo lv er a ser jó v e n e s. T o d o eso es u n a rea lid a d
q u e, e n a lg u n o s in stan te s, se n tim o s c o n so rp re sa y alegría: c u a n d o
h em o s h e c h o u n b u e n trab a jo , o u n a a scen sió n , c u a n d o h em o s c o n s ­
tr u id o algo o c u a n d o le e m o s u n r e la to a tre v id o . E n p o ca s palab ras:
c o m o c u a n d o de r e p e n te c o m p r e n d í ( r e c u e rd o q u e o c u r r ió e n u n a
escalera) q u e, e n efecto, soy jo v e n (ten ía catorce años, y lo q u e m e a le­
gró fu e q u e h ab ía le íd o algo sobre u n d ir ig ib le ) .

I P u b licado b ajo e l p seu d ón im o latin o « A r d o r » en la revista ju v e n il Der Anfang en


ju n io de 1913.
ROMANTICISMO 43

La ju v e n tu d está ro d ea d a p o r la esp eran za, p o r el a m o r y la a d m i­


ración! de q u ien es todavía n o so n jó v e n e s y de q u ien es ya n o lo p u e d e n
ser, p o rq u e h a n p e rd id o su fe en algo m e jo r. T e n e m o s la sen sa ció n de
que som os e n verd ad represen tan tes, de q u e cada u n o de n o so tro s vale
p o r m illares, igu al q u e cada r ic o vale p o r m illa res de p ro le ta rio s, cada
p e rso n a c o n ta le n to p o r m illa re s de p e rso n a s s in ta le n to . P o d e m o s
pues sen tirn o s, e n e fe c to , co m o ju v e n tu d p o r la gracia d e D io s, si q u e ­
rem os en te n d e rlo de ese m o d o .
Y ah ora m e im ag in o q u e n o s en co n tra m o s e n u n con g reso ju v e n il,
cón c en ten a res o m illa re s d e p a r tic ip a n te s jó v e n e s . D e r e p e n te o ig o
abucheos: ¡Retórico, absurdo!, y m iro a los b an co s, y ju n t o a a lgu n o s exal­
tados q u e m e in t e r r u m p e n h a y c e n te n a re s q u e están casi d o r m id o s .
U n o q u e o tr o se en d ereza u n p o c o , p e ro parece n o to m a rm e e n serio .
P e ro en ton ces se m e o c u rre a lg o :
: « H e h a b la d o d e la ju v e n tu d p o r la g ra cia d e D io s , h e h a b la d o de
nuestra vid a tal co m o es en la tra d ic ió n , e n la literatu ra, e n los ad u ltos.
Pero la ju v e n tu d a la q u e m e d ir ijo d u e r m e o a b u c h e a . A lg o d e b e de
estar p o d rid o en D in a m arca. O s agradezco vu estro su e ñ o y vuestra ira,
pues de eso q u e ría h a b la r p recisa m en te. Y o q u e ría ta n sólo preg u n tar:
¿qué p e n sa m o s d e l r o m a n tic is m o ? , ¿ lo te n e m o s ? , ¿ lo c o n o c e m o s ? ,
¿creem os e n él? M il voces r íe n y d ice n al u n ís o n o u n no a p a sio n a d o » .
i « A s í pues, ¿ re n u n cia m o s al r o m a n tic is m o ? , ¿ som os tal vez la p r i ­
mera ju v e n tu d q u e se q u ie re s o b r ia ? »
D e n u e v o re s o n ó u n fu e r te « n o » , d e l q u e ap en as tres o c u a tro
voces m uy claras se sep a ra ro n c o n su « s í » . S eg u í en to n ces d icie n d o :
i « M e habéis resp o n d id o, y yo com parto sin duda vuestra respuesta. A
todos los q u e cre en te n er ante sí u n a ju v e n tu d atem p oral, u n a ju v e n tu d
etern a m en te ro m á n tic a , e te rn a m e n te seg u ra, q u e r e c o r r e el c a m in o
éterno hacia el filisteísm o íal, les decim os: "N o s m en tís y os m en tís. C o n
vuestros gestos patern ales, c o n vuestra v e n e ra ció n ad u lad ora, n os robáis
In co n scien cia. N o s eleváis a n u b e s arreb olad as, hasta q u e p e rd e m o s el
contacto c o n la realid ad . E n to n ces veis cada vez m ás u n a ju v e n tu d que
se d u e rm e e n el n a r c ó tic o in d iv id u a lis m o . E l filis te ís m o n o s p araliza
para d o m in a r la ép oca en so lita rio ; si n os d ejam os q u ed a r paralizados
p o r e fe cto d e las n a rco sis id ea les, te n d r e m o s q u e s u c u m b ir r á p id a ­
m ente, y la ju v e n tu d será la g e n e ra c ió n de los filisteo s más ta rd ío s” » .

2 Sobre la palabra « filisteísm o»» véase supra, p. V ], nota 2 d el Diálogo sobre ia religiosidad
del presente. [N ,d e lT .]
44 PRIMEROS TR ABA JO S DE CHÍTJCA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

N o sé, c o m p a ñ e ro s , p e r o m e te m o q u e de este m o d o estoy e n el


r o m a n tic is m o . N o e n el r o m a n tic is m o v e rd a d e r o , s in o e n u n o m u y
p o d e ro so y p e lig ro so . E l m ism o ro m a n ticism o q u e red u ce el casto cla­
sicism o c o s m o p o lita d e S c h ille r a u n a p o e s ía c ó m o d a y a p a cib le e n
favor d el p a rticu la rism o y la lealtad bu rgu esa. P ero voy a segu ir u n p o c o
tod avía la h u e lla de ese fa lso ro m a n tic is m o . E stá a d h e r id o a n o so tro s
p o r c o m p le to , y sin em bargo n o se trata de otra cosa q u e d el grasien to
traje q u e u n filisteísm o p reo cu p a d o h a echado sob re n o so tro s para que
n o n o s con o zcam os.
N u estra escuela está llen a de falso ro m a n tic ism o . L o q u e n o s da de
los dram as, de los h éro e s h istó rico s, de las victorias de la té cn ica y d e la
cien cia , to d o eso es falso, ya q u e n o s lo da fu era de su p r o p io con texto
e sp iritu a l. Estas cosas de las q u e n o s d ic e n q u e h a n de fo r m a r n o s so n
h e c h o s in d iv id u a le s, y la c u ltu ra es u n a fe liz casu a lid ad . M as algu n as
escuelas n i siq u ie ra la c o n sid e ra n « f e liz » , pu es, ¿ d ó n d e n os h a b la n de
la h isto ria viva que c o n d u ce al esp íritu a la v ictoria, e n la q u e el esp íritu
co n sig u e sus co n q u ista s, q u e él m ism o se fo r m a ? N o s a rr u lla n , y n o s
arrebatan los pen sam ien tos y accion es al o cu lta rn o s la h isto ria, el deve­
n ir de la c ie n c ia , el d e v e n ir d e l arte, el d ev en ir d e l E stado y d el d e r e ­
c h o . A s í n os h a n q u itad o la r e lig ió n d e l esp íritu , la fe en el esp íritu . E l
falso ro m a n ticism o consistía e n q u e d eb íam o s ver lo e x tra o rd in a rio en
lo in d iv id u a l, en vez de v e rlo e n el d e v e n ir d el ser h u m a n o , e n la h is ­
to ria de la h u m a n id a d . A s í se crea u n a ju v e n tu d a p o lítica, q u e se halla
etern a m en te lim ita d a al arte, la literatu ra y las vivencias am orosas, que
carece de esp íritu y se m u estra d ileta n te. C o m p a ñ e ro s, el falso r o m a n ­
tic ism o , el g r o te sc o a is la m ie n to r e sp e c to al d e v e n ir e n q u e n o s h a n
situ a d o , h a a g o ta d o a m u c h o s d e n o s o tr o s : tu v ie r o n q u e c r e e r e n lo
fú til d u ra n te ta n to tie m p o q u e la p r o p ia fe se v o lv ió fú til. L a caren cia
d e ideales de n uestra ju v e n tu d es el ú ltim o resto d e su h o n estid a d .
C o m p a ñ e r o s , así se e n c u e n tra la fo r m a c ió n de u n a ju v e n tu d a la
q u e se aísla de lo real, a la q u e se ro d e a de u n ro m a n tic is m o o b jetivo ,
de u n ro m an ticism o id ea l, de in visibilid ad es. N o q u erem os volver a o ír
h a b la r d e los griegos y los ge rm a n o s, de M o isés y J esu cristo , de A r m i-
n io y N a p o le ó n , de N ew to n y d e E u le r, hasta q u e n os m u estren el espí­
ritu e n ellos, la realid ad activa y fanática e n la cual esas épocas y personas
v iv ie ro n y lleva ro n sus ideas a la práctica.
Esta es la situ a c ió n d el ro m a n ticism o d e la fo r m a c ió n escolar, que
h ace q u e to d o sea falso e irre a l p ara n o so tro s.
ROMANTICISMO 45

D e ahí, com pañeros, qu e hayam os com en zad o a d irig irn o s im p e tu o ­


samente a n osotros m ism os. Q u e n os hayam os convertido en la difam ada
ju ven tu d su p erkum an a e individualista. N o es extraño que n os abalanzá­
ram os sob re el p r im e r o q u e n o s d ijo q u e fu é ra m o s n o so tro s m ism os,
convocándonos al esp íritu y a la hon estidad . S in duda, la m isió n de Fric-
d rich N ietzsche ante la ju v e n tu d escolar con sistió en señ alarle algo más
allá d el ayer, h o y y m añ an a de los deberes escolares. L a ju v e n tu d escolar
ya n o p o d ía m ás. E in clu so esta id ea se co n v irtió e n u n a pose, al fo rzá r­
sele siem pre a p ro c e d e r así.
A h o r a h a b lo d e lo q u e es m ás triste. N o s o tro s , q u e c o n N ietzsch e
p reten d ía m o s ser a risto crá tico s, o , d ich o de o tr o m o d o , v e rd a d e ro s,
b ellos, n o te n ía m o s o r d e n e n la ve rd a d , n o te n ía m o s u n a escuela d e Iá
verdad. M e n o s a ú n te n e m o s lu g a r e n la b e lle z a . N i siq u ie ra p o d e m o s
tutearn os sin q u e su en e b a n al. L a etern a p o se id e a l q u e la escu ela n o s
im p o n e , su so le m n id a d ta n m a n id a , n o s h a v u e lto in s e g u ro s hasta el
pu n to de que n o p o d e m o s ser n o b les y lib res al m ism o tie m p o lo s u n o s
con los otros, sin o: libres e in n o b le s o n o b le s y esclavos.
N ecesitam os u n a c o m u n id a d q u e sea b ella y lib r e para p o d e r d e c ir
lo g e n e ra l sin vo lv e rn o s o r d in a rio s . N o te n em o s a ú n esta p o s ib ilid a d ,
así q u e p r e te n d e m o s c o n q u is ta rla . N o n o s asusta d e c ir q u e to d a vía
deberem os ser triviales cu an d o hablam os de lo ju v e n il. ( O ten em o s qu e
a d o p ta r u n gesto ir r e a l, a ca d é m ic o o e s té tic o .) E sta m o s to d a vía tan
p o co cultivados e n n u estra c o m u n id a d q u e la sin ce rid a d resulta b an al.
¡ A s í pues, suced e lo sig u ien te en cu an to lo e ró tic o (qu e, co m o tod o s
sentim os, n ecesita m u c h ísim o de la sin ce rid a d ) se atreve fin a lm e n te a
salir de la o scu rid a d en q u e se en cu en tra :
¡Q u e la ju v e n tu d escolar se d esahoga en lo s cin es (es in ú t il p r o h i­
birlos) ! ¡Q u e represen tacion es de cabaret sólo adecuadas para rea n im ar
lós sobrexcitados sen tim ien to s sexuales d e los c in cu en to n es so n o fr e c i­
das a jó v e n e s estudiantes! E n lo e r ó tic o , q u e es d o n d e d eb ería m a n d a r
la ju v e n tu d m a d u ra de en tre vein te y trein ta años, esta ju v e n tu d se deja
ahogar y ro d e a r p o r costum bres seniles y perversas. E stam os habitu ad os
hace tiem p o a pasar p o r alto la delicada (ñ o ñ a , si q u eréis) sen sib ilid ad
sexual q u e es p ro p ia de los jó ven es. L a g ra n ciu d ad d irig e d ía y n o ch e su
ataque con tra ellos. P ero la gen te p re fie re c erra r los ojos a crear ju v e n i­
les relacio n es sociales: tardes en q u e los jó v e n e s p u e d a n reu n irse y vivir
in m erso s e n su a tm ó sfe ra e r ó tic a , e n vez de c o n fo r m a r u n a m in o r ía
o p rim id a y r id ic u la en las fiestas q u e h a ce n lo s ad u ltos. (E n la escuela
4-6 PRIMEROS TR A B A JO S DE C R ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

n o se le e el Banquete; y se tacha la frase e n la q u e E g m o n t dice q u e p o r la


n o ch e visita a su am ada.)
E n to d o caso, el co n su e lo es, p o r m ás q u e esté m a l visto h a b la r de
e llo , q u e va su rg ien d o y va to m a n d o fo rm a , a u n q u e de m o d o o cu lto en
vez de lib re .
E se es el vie jo ro m a n ticism o , que n o está alim en tad o p o r n osotros,
n o p o r lo s m e jo re s de n o so tr o s, sin o p o r q u ie n e s q u ie re n ed u c a rn o s
p asivos c o m o im ita d o re s d e lo e x iste n te . C o n t r a esto os h e mostrado,
c o m p a ñ e ro s , u n p o s ib le n u e v o r o m a n tic is m o d e u n a m a n e r a a ú n
in d e te rm in a d a , lejan a. U n ro m a n tic ism o q u e en su actitu d se caracte­
riza p o r la sin ce rid a d , algo q u e e n lo e r ó tic o es d o n d e m ás d ifíc il n o s
resu lta o b te n e r , p e ro q u e d esd e a h í h a d e im p r e g n a r to d a n u e stra
fo r m a c o tid ia n a d e ser. U n r o m a n tic ism o d e la v e rd a d q u e re c o n o z ca
nexos espirituales, q u e reco n o zca la h isto ria d el trab ajo , y q u e convierta
tal c o n o c im ie n to e n v iv e n c ia p a ra a ctu ar e n c o n s o n a n c ia c o n él dé
m a n era sob ria y a rro m á n tica.
Esta es la nueva ju v e n tu d , u n a ju v e n tu d so b ria y ro m án tica. P orq u e
n o c re em o s q u e se p u e d a p r e s c in d ir d e lo r o m á n tic o , q u e se q u e d e
a n ticu a d o y sea su p era d o alg u n a vez. E sto es lo in su p e ra b le : la voluntad
ro m án tica de b elleza, la voluntad ro m á n tica de verd ad , la voluntad r o m á n ­
tica d e a c c ió n . R o m á n tic a y ju v e n il: p u es esta v o lu n ta d , q u e p a r a el
h o m b re m a d u ro p u e d e ser n ecesid ad y actividad in cu lcad a , n o so tro s la
ex p erim en ta m os lib re m e n te d u ra n te a lg ú n tie m p o , la ex p erim en tam os
p o r p r im e r a vez, de fo r m a im p e tu o s a e in c o n d ic io n a d a . É sta es la
v o lu n ta d q u e m arca a la h is to ria d e m a n e ra ética y le da su páthos, p o r
m ás q u e n o le d é su c o n te n id o .
Y si, a h o ra q u e h e m o s lle g a d o al fin a l, echáis u n vistazo a vu estro
a lr e d e d o r , q uizás v e ré is, casi s o r p r e n d id o s , el lu g a r e n d o n d e os
en contráis: u n lugar e n e l q u e e l ro m an ticism o h a retro ced id o a las ra í­
ces de tod o lo b u e n o , b e llo y verd ad ero, las cuales son , p o r cierto, in e s­
crutables. D o n d e el im perativo n a rcó tico « V in o , m u jeres y ca n cio n es»
ya n o es u n a m era frase sen sorial, d o n d e « v in o » p o d ría sig n ifica r abs­
tin e n c ia , así co m o « m u je r e s » u n n u evo e ro tism o , y « c a n c io n e s » n o
u n a c a n ció n d e b o rra ch o s, sin o u n n u evo can to estu d ian til.
Y c o n esto acabo aqu í, esp eran d o u n a acu sación q u e n ad a te m o : la
de h a b e r p riva d o de sus ideales a la ju v e n tu d .
ROMANTICISMO: LA RESPUESTA DEL « P R O FAN O »“

N o vale la p e n a a rg u m en tar c o n tra u n se rm ó n . A s í q u e sólo voy a d ecir


lo siguien te p ara d ejar m ás claro lo q u e dije:
¡ Q u e re m o s q u e el su frim ie n to se con vierta p o r fin e n u n o b je to . E l
arte n o h a de ser m o r fin a c o n tra la v o lu n ta d q u e su fre e n u n p resen te
d o lo ro so . T e n e m o s so b re el a rte u n a o p in ió n d em asiad o elevada (y la
pub ertad n o se p u e d e so lu c io n a r m ed ia n te la p o esía ). C ie rta m e n te , el
m aestro de escuela n o s co n c e d e ese ro m a n ticism o q u e ve p recisam en te
en el arte u n n a rcó tico : q u e se su m erja n —d ice— e n u n pasado in o fe n ­
sivo y ge n e ra l (S ch ille r y G o e th e , H ö ld e r lin y L e n a u , R e m b ran d t, B ö c -
k lin y B e e t h o v e n ) ; u n to r r e n te d e s e n tim ie n to s así lo s castrará. P e ro
n osotros h em o s d esp ertado d e este ro m a n ticism o estrictam en te escolar
que red u ce el esp íritu a p la ce r. H ip e r ió n 1' 1 p u e d e d ecir lo q u e m u ch os
piensan, p e ro to d o s ésos se en c u e n tra n d o rm id o s. H é ro e s y poetas sólo
son para ellos m u ltitu d d e bellísim as figuras on íricas a las q u e se a ferra n
p a ra n o d esp ertar.
N i S c h ille r n i H ö ld e r li n p u e d e n a y u d a rn o s. N i ta m p o c o u n a
ju v e n tu d q u e se r e c re a e n sus p o eta s p r e fe r id o s y d eja e n p az a la
escuela. C u a n d o p o r fin esa ju v e n tu d se co n o zca m a n te n ie n d o lo s o jo s
b ie n a b ierto s, ve rá cu án ta c o b a rd ía e in fin ito can san cio h a b ía e n ella.
E ntonces c o m p re n d e rá el esca rn io q u e ejerce q u ie n la llam a « r o m á n ­
tic a » . E l esp íritu ju v e n il d esp ertará así e n todos, y ya n o p asarán c o m o
individuos a través de la escuela. E n to n ces, « r o m a n tic ism o » significará
la voluntad operante hacia u n a n ueva ju v e n tu d y su escuela.
D e tal m a n e ra se m a n ife sta rá u n a r e a lid a d e s p iritu a l. A h o r a
m ism o, em p iezan a creer e n el arte y la h istoria, y poetas y h éro e s se v u e l­
ven los garantes de la escuela fu tu ra . A s í, esta ju v e n tu d q u e sirve al esp í­
ritu c o n fe va a ser u n a ju v e n tu d ro m án tica.
P ero ta m b ié n d e s c o n fia m o s de a q u e llo s q u e se e m b ria g a n d e u n
espíritu al q u e e n cam b io n o sirven . Éstos so n lo s in c ré d u lo s.

I: P u blicado b ajo el pseu d ó n im o latin o « A r d o r » en la revistajuven.il Der Anfang e n se p~


tiem b re d e 19* 3 - Se trata de la ré p lica d e B enjam in, a u n a respuesta a su artícu lo
a n te rio r sobre e l ro m an ticism o pu b licada e n el m ism o n ú m e ro de la revista.
2 N o se trata del. person aje de la novela de H ölderlin» sin o d el p se u d ó n im o d el autor
de la respuesta a la q u e B e n jam in replica.
LA ENSEÑANZA DE LA MORAL[l]

T a l vez se esté ten ta d o a rechazar de an tem an o todas las reflex io n es te ó ­


rica s so b re la e n se ñ a n z a d e la m o r a l d ic ie n d o sim p le m e n te q u e la
in flu e n c ia m o ra l es asunto estrictam en te p e rso n a l q u e se escapa a tod a
esq u em atización y n o rm a c ió n . Esta frase p o d rá ser o n o co rrecta , p e ro
el h e c h o de q u e se exija u n a en señ an za de la m o r a l g e n e ra l y n ecesaria
n o se p r e o c u p a p o r ella; y si se exige te ó ric a m e n te la e n señ a n za d e la
m o ra l, h a b rá q u e exam in ar esa exigen cia te ó ric a m e n te.
A c o n tin u a c ió n vam os a a n a liza r, e n sí m ism a, la en señ a n za d e la
m o r a l. N o vam os a p r e g u n ta r en q u é m e d id a r e p re se n ta u n a m e jo ría
relativ a fr e n te a u n a en se ñ a n z a d e fic ie n te de la r e lig ió n , s in o , antes
b ie n , q u é re la c ió n gu ard a d ich a en señ an za de la m o r a l c o n las ex ige n ­
cias p ed agógicas absolutas.
N os situam os p o r tanto en el te rre n o de la ética kan tiana (pues, en
esta cu estió n , basarse e n lo filo s ó fic o es sin d u d a alg u n a im p r e s c in d i­
b le ) . K a n t d istin g u e le g a lid a d y m o ra lid a d , d is tin c ió n q u e expresa de
este m o d o : « E n el caso de lo q u e ha d e ser m o ra lm en te b u e n o n o basta
c o n q u e sea conforme a la ley m o ral, sin o q u e, adem ás, ha de su ced er por
mor cíe la misma»[fl!. D e este m o d o , se in d ica al m ism o tiem p o otra carac­
terística de la vo lu n ta d m o ra l: el q u e ésta carece de m o tiv o , el q u e sólo
está d eterm in ad a p o r la ley m o ra l, p o r la n o rm a d el « A c tú a b i e n » .
D o s frases p arad ójicas d e F ich te y G o n fu c io a rro ja n clara lu z sobre
estos p en sa m ien to s.
F ich te n ie g a el sig n ifica d o ético d e l « c o n flic to d e lo s d e b e r e s » '31.
Es evid en te q u e él a h í só lo da u n a in te r p re ta c ió n d e n u estra c o n c ie n ­
cia; cu an d o , al c u m p lir u n d eb er, ten em o s q u e d esaten d er o tr o d eb er,
n o s e n c o n tra m o s e n u n a p re m io té c n ic o (si p o d e m o s d e c ir lo d e este
m o d o ) , p e r o in t e r io r m e n te n o n o s se n tim o s c u lp a b le s . P u es la ley
m o r a l n o exige q u e h a g a m o s esto o a q u e llo e n c o n c r e to , sin o lo
m o r a l1*1. L a ley m o ra l es la n o rm a de la a ctu ació n , n o su c o n te n id o .

1 P u blicado en ju lio de 1913 en la revista Die Freíe Schulgemeinde, d irigid a p o r Gustav


W yneken. S ob re la im portan cia d e W yneken en la fo rm a c ió n d el pen sam ien to de
W alter B en jam ín , véase supra, p. 9, n ota i de La Bella Durmiente. P o r otra parte, éste es
el p r im e r texto que B en jam ín p u b licó b ajo su p ro p io n o m b re.
2 Fundamentación de la metafísica de las costumbres, prólogo-.
3 System der Sittenlehre, §§ 2 3 s.
4 Aid., § 1 5 .
LA EN SEÑ AN ZA DE LA MORAL 49

D e a c u e rd o c o n C o n fu c io , la ley m o r a l c o n tie n e el d o b le p e lig ro


de q u e al sa b io le p a re z c a d e m a sia d o elevad a, y e n c a m b io al n e c io
d em asiad o b a ja 15'. Es d e c ir : la r e a liz a c ió n e m p ír ic a d e la m o r a lid a d
n unca está d escrita e n la n o rm a m o r a l, y p o r eso m ism o so b reva lo ra -
mos la n o rm a cu an d o p en sam os q u e e n ella está ya dada la to talid a d de
lo sp re c e p to s em p írico s; y, p o r o tra p a rte, C o n fu c io se d irig e c o n tra el
necio cu an d o dice q u e u n a a cc ió n legal tan sólo o b tien e u n va lo r m o ral
si su in te n c ió n era m o ral. V o lvem o s así a K a n t y a su fam osa fo r m u la -
c ió n : « N o resu lta p o s ib le p e n s a r n a d a n i e n el m u n d o n i fu e r a d el
m u n do q u e p o d am o s co n s id e ra r b u e n o sin restriccio n es, sin o ta n sólo
u n a voluntad bueno»[eI. B ie n e n ten d id a , esta frase c o n tie n e la id e a básica
d é la ética kan tian a, lo ú n ic o q u e cu en ta e n este caso. « V o lu n ta d » n o
significa e n este co n tex to n ad a p s ic o ló g ic o . E l p s ic ó lo g o co n s tru y e e n
su cien cia u n a a c c ió n p s ic o ló g ica , y e n su su rg im ie n to la v o lu n ta d (en
tanto q u e causa) v ie n e a ser c o m o m á x im o u n fa c to r. A l ético le in t e ­
resa lo m o ra l de la a cc ió n , y la a c c ió n n o es m o r a l en tan to su rgid a de
a b u n d an tes ra zo n e s, sin o e n ta n to su rg id a de la in t e n c ió n m o r a l; la
vo lu n ta d d e l ser h u m a n o cap ta su o b lig a c ió n re sp e cto a la ley m o ra l;
ahí se agota su sig n ifica d o ético .
- N o s e n c o n tra m o s an te u n a r e fle x ió n q u e p a rece a p ro p ia d a co m o
p u n to de p a r tid a d e to d a s las c o n s id e r a c io n e s s o b r e la e d u c a c ió n
m oral. P ues el c o n o c im ie n to d e la a n tin o m ia d e la e d u c a c ió n m o r a l,
que ta l vez só lo sea u n caso p a r tic u la r d e u n a a n tin o m ia g e n e r a l, se
halla ante n oso tro s:
L a m eta d e la e d u c a c ió n m o r a l es la fo r m a c ió n de la v o lu n ta d
m oral. Y , sin em b a rg o , n ad a es m ás in a ccesib le q u e esta m ism a v o lu n ­
tad m o ra l, ya q u e ésta n o es u n a m a g n itu d p s ic o ló g ic a q u e p o d a m o s
tratar c o n a lg ú n in s tru m e n to . N in g u n a in flu e n c ia em p írica in d iv id u a l
garantiza q u e d em os rea lm en te c o n la v o lu n ta d m o r a l e n tan to q u e tal.
N os falta e n efecto la palan ca p ara m a n eja r la e d u c a c ió n m o ra l. C o m o
la ley m o r a l p u r a (q u e es la ú n ic a vá lid a) es in a c c e s ib le , ta m b ié n d el
m ism o m o d o la v o lu n ta d p u r a es in a cce sib le p ara el ed u c a d o r.

5; A l parecer, B e n ja m ín tom a la cita de: K u H u n g -M in g , Chinas Mrieidigunggegen euro­


päische Ideen: Kritische AufsäUp, trad. d e R ich ard W ilh elm , ed. de A lfo n s Paquet, Jen a,
i g n , p p . 63 s-: « A s í d ice C o n fu c io : "Y o sé p o r qué n o hay m o ralid a d autén tica.
En su o rg u llo espiritual, los sabios van dem asiado le jo s, y los n e cio s n o van bastan ­
te le jo s” » .
6 Fundamentarían de la metafisica de ¡as costumbres, ca p ítu lo p rim e ro .
5o PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTIC A DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

C o m p r e n d e r este h e c h o e n to d o su peso es el p resu p u esto d e u n a


te o r ía de la e d u c a c ió n m o r a l. L u e g o , e n seg u id a h a y q u e lle g a r a la
c o n c lu sió n sigu ien te: co m o el p ro c e so de la e d u c a ció n m o ra l se resiste
a tod a ra c io n a liza c ió n y esq u em a tiza ció n , n o p u e d e te n e r n ad a q u e ve r
c o n n in g ú n tip o d e en se ñ a n z a , p u e s la e n se ñ a n z a es el ( p r in c ip a l)
m ed io ed ucativo ra cio n a liza d o p o r c o m p le to . A q u í n o s c o n fo rm a m o s
c o n esta d e d u c c ió n ; m ás a d e la n te in fu n d ir e m o s v id a e n esta frase
cu an d o a n a licem o s la en señ anza m o ra l q u e se im p a rte .
¿ T ie n e n estas re fle x io n e s c o m o c o n s e c u e n c ia la b a n c a r ro ta d e la
e d u c a c ió n m o r a l? E so su ced ería so la m en te si el irr a c io n a lism o s ig n i­
ficara la b a n ca rro ta de la e d u ca ció n . P ero el irr a cio n a lism o só lo sig n i­
fica la b a n ca rro ta de u n a ciencia exacta de la e d u c a ció n . Y la r e n u n c ia a
u n a te o r ía c ie n tífic a de la e d u c a c ió n m o r a l n o s p a r e c e ser la c o n s e ­
c u e n c ia de lo q u e h e m o s d ic h o . P o r c o n s ig u ie n te , a c o n t in u a c ió n
in te n ta r e m o s d e lin e a r la p o s ib ilid a d de u n a e d u c a c ió n m o r a l e n su
c o n ju n to , p e ro n o sistem áticam en te en la to ta lid a d de sus detalles.
A q u í p arece b ásico el p r in c ip io de la C o m u n id a d E sco la r L ib r e f?!,
e l p r in c ip io d e la c o m u n id a d m o r a l. L a fo r m a e n q u e la e d u c a c ió n
m o ra l tie n e lu g a r e n ella es la relig io sid a d , p u es esta c o m u n id a d ex p e­
rim en ta , u n a vez y otra, u n p ro ceso q u e gen era r e lig ió n y q u e d esp ierta
la actitud dé lo relig io so , p ro ceso q u e q u isiéram os d e n o m in a r « c o n f i­
g u ra ció n de lo m o r a l» . C o m o h em o s visto, la ley m o r a l está m u y lejo s
d e lo m o ra l e m p íric o (en ta n to q u e empírico). Y sin em b arg o la c o m u ­
n id a d m o ra l exp erim en ta u n a y otra vez có m o la n o rm a se co n v ierte e n
u n o r d e n e m p íric o leg al. C o n d ic ió n de u n a vid a así es la lib e rta d , que
p e rm ite a lo legal adaptarse a la n o rm a . M e d ia n te d ich a n o rm a o b te ­
n em o s el c o n c e p to de c o m u n id a d . L a m ezcla de se rie d a d m o r a l en la
c o n scien cia de la o b lig a ció n co m u n ita ria y c o n fir m a c ió n d e la m o r a li­
dad e n el o rd e n de la c o m u n id a d p arece ser la esencia de la fo r m a c ió n
m o ra l co m u n ita ria . P ero en tan to q u e p ro c e so relig io so se resiste a u n
análisis algo más p reciso .
D e este m o d o n o s en c o n tra m o s ante la in v e rsió n p e c u lia r d e a fir ­
m a cio n es m u y actuales. M ie n tra s q u e h o y se m u ltip lic a n p o r d o q u ie r
las voces q u e co n sid e ra n q u e la m o ra lid a d y la r e lig ió n so n c o m p le ta ­
m e n te in d e p e n d ie n te s la u n a d e la o tra , n o s o tr o s p e n sa m o s q u e la

7 L a Co m u n idad . E scolar L ib re era la escuela que Gustav W yneken. d ire cto r de la


revista e n la que B en jam ín p u b licó este artículoj había fu n d ad o e n 19 0 6 . A este res­
p ecto, véase supra, p . 9» n ota I de LaBelia Durmiente. [ n . d el T.]
LA EN SEÑ AN ZA DE LA MORAL

volu ntad p u ra só lo en cu en tra su c o n te n id o en la r e lig ió n . L a vid a c o ti­


diana de u n a c o m u n id a d m o r a l está m arcad a relig io sa m en te.
E sto h ay q u e d e c ir lo te ó r ic a y p o s itiv a m e n te s o b re la e d u c a c ió n
m oral, antes d e q u e se p u e d a ela b o ra r u n a crítica de la en señ an za de la
m o ra l e x iste n te . Y a u n e n esta c rític a d e b e r e m o s te n e r e n c u e n ta la
idea m e n c io n a d a . D ic h o de m a n e r a p u r a m e n te d o g m á tic a , el m a yo r
p elig ro de la en señ a n za d e la m o r a l rad ica e n la m o tiv a c ió n y leg aliza ­
ció n de la v o lu n ta d p u ra , es d e c ir, e n la o p re s ió n de la lib e rta d . S i la
enseñanza d e la m o r a l se p la n tea co m o m eta la fo r m a c ió n m o r a l de los
a lu m n o s, se e n c u e n tr a a n te u n a tarea ir r e a liz a b le . S i se q u e d a e n lo
válido u n iversalm en te, n o irá más allá de lo q u e h em o s d ich o a q u í o de
lo que van ciertas d o ctrin a s kan tianas. L a ley m o ra l n o se p u e d e cap tar
más d eta llad a m en te c o n lo s m e d io s d e l in te le c to , es d e c ir, d e m a n era
u n iv ersa lm e n te válid a. D a d o q u e d o n d e o b tie n e sus c o n te n id o s c o n ­
cretos está d e te rm in a d o p o r la re lig io sid a d d e l in d iv id u o . Y rebasar el
lím ite pu esto de este m o d o , p e n e tra r e n la r e la c ió n (todavía n o c o n f i­
gurada) d el in d iv id u o c o n la m o ra lid a d , lo p r o h íb e la frase de G o e th e
que d ice : « L o m ás elev a d o e n el se r h u m a n o c a re c e de fig u r a , y hay
que evitar c o n fig u r a r lo d e d istin ta m a n e r a q u e c o n u n a a c c ió n
n o b l e » [6]. ¿ Q u i é n (a p a rte d e la Ig lesia ) se p e r m ite h o y h a c e r de
m ed ia d o r e n tre el se r h u m a n o y D io s ? , o ¿ q u ié n q u e r r ía in t r o d u c ir
u n m e d ia d o r e n la e d u c a c ió n , d a d o q u e esp eram o s q u e to d a m o r a li­
dad y relig io sid a d b ro te d el h e c h o d e estar so lo c o n D io s ?
Q u e la en señ anza de la m o ra l n o tien e sistem a, q u e se h a planteado
una tarea irrealizab le, es exp resió n d o b le de u n a m ism a base claram ente
fallida.
A s í q u e n o le q u e d a o tr o r e m e d io q u e lle v a r a c a b o , e n ve z de la
ed u cación m o ra l, u n extrañ o tip o de e d u c a ció n cívica en la q u e to d o lo
n ecesario h a de vo lv er a h a cerse v o lu n ta rio , m ien tra s q u e to d o lo que
en el fo n d o es v o lu n ta rio h a d e ser n e c e sa rio . Se Cree así p o d e r su sti­
tu ir la m o tiv a c ió n m o r a l p o r a lgu n o s ejem p lo s racion alistas, y n o se ve
que esto p r e s u p o n e la m o r a lid a d [9*]. Es c o m o si le ex p lic á ra m o s a u n

8 Los afinidades electivas, segu n da p a rte , ca p ítu lo séptim o .


9*' « N o se pu ede servir p e o r a la m oralidad que cuando se in tenta derivarla de ejem plos.
Pues antes de presentarm e u n ejem plo de m oralidad hay que juagar de acuerdo con
los p rin cip io s de la m oralidad si es d ign o de servir co m o ejem plo orig in ario , es decir,
com o m o d elo , p e ro en n in g ú n caso pu ed e p ro p o rcio n a rn o s el con cepto de m o ra li­
d ad » (K a n t). [N .d e B.] [Fundamentación de ¡a metafísica de los costumbres, capítulo segundo].
52 PRIMEROS TR A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

n iñ o el a m o r al p r ó jim o d e sc rib ié n d o le el trab a jo de n u m ero sas p e r ­


sonas gracias a las cuales él está d isfru ta n d o el d esayu n o. E s triste q u e a
m e n u d o el n iñ o recib a e n la en señ an za m o ra l estas c o n c e p c io n e s d e la
v id a . P e ro esta e x p lic a c ió n su rte e fe c to ta n s ó lo e n u n n iñ o q u e ya
co n o zca la sim p atía y el a m o r al p r ó jim o . Y éstos ta n sólo lo s e x p e r i­
m en tará en el sen o de la co m u n id a d , n o e n la en señ anza de la m o ral.
D ic h o d e p a so : la « e n e r g ía e s p e c ífic a » d e l s e n tid o m o r a l, de la
em p atia m o r a l, n o crece a co g ie n d o m o tiv a cio n es, m a teria l, sin o sólo
activán d ola. E xiste así el p e lig ro de q u e el m a terial so b rep u je a la ex ci­
ta b ilid a d m o r a l y la em b o te .
L a enseñanza d e la m oral se distingue p o r cierta falta de escrúpulos al
elegir los m ed ios, ya qu e n o d isp o n e de u n a m otivación au tén ticam en te
m o ral. P o r ello tien e que re c u rrir n o sólo a unas reflexion es racionalis ­
tas, sin o esp ecialm en te a estím u lo s p sic o ló g ico s. P e ro rara vez llega tan
lejos com o u n o rad o r en el C o n g re so de E n señ an za M o ra l celeb ra d o en
B e rlín , q u e r e c o m e n d ó en tre otras cosas ap elar in c lu so al eg o ísm o del
a lu m n o (así ya sólo p u e d e tratarse d e u n m e d io p ara la le g a lid a d , n o
p ara la e d u c a c ió n m o r a l). T a m p o c o la a p e la c ió n al h e r o ís m o , la e x i­
g e n c ia y a la b a n za de lo e x tr a o r d in a r io , t ie n e n n a d a q u e ve r c o n la
con stan cia de la m en ta lid a d m o ra l, d a d o q u e c o n d u c e n sim p lem en te a
la exaltación sen tim en ta l. K a n t n o se cansa de c o n d e n a r esas prácticas.
P o r otra parte, lo p sico ló g ico c o n tie n e el p e lig ro esp ecífico de u n a u to -
a n á lisis so fista . E n él to d o p a r e c e n e c e s a r io , d a d o q u e a d q u ie r e u n
in te ré s g e n é tico e n vez de u n in terés m o ra l. ¿ D e q u é sirve d istin g u ir y
en u m erar las clases de m en tira, tal com o p r o p o n e u n p ed agogo ?
C o m o h e m o s d ic h o , lo a u té n tic a m e n te m o r a l se d eja d e la d o
n ecesariam en te. V ea m o s u n ejem p lo característico , to m a d o (co m o lo s
a n teriores) de la Teoría de lajuventud de F o e rs te r1101. U n ch ico es g o lp ea d o
p o r sus co m p a ñ e ro s. F o erster arg u m en ta: « D ev u elve s lo s go lp es para
satisfacer tu im p u lso de a u to a firm a c ió n ; p e r o , ¿ q u ié n es tu e n e m ig o
m ás co n stan te, d e l q u e es m ás n ecesa rio q u e te d e fie n d a s? T u p a sió n ,
tu im p u ls o de v e n g a n za . D e m o d o q u e , e n el f o n d o , te están a f i r ­
m a n d o si n o devuelves los golpes, a saber, si rep rim es tu im p u lso in t e ­
r io r » . Esto es u n ejem p lo de r e in te rp re ta c ió n p sico ló g ica . E n u n caso
sim ila r se le sugiere al ch ico g o lp ea d o p o r sus c o m p a ñ e ro s q u e al fin a l

IO F rie d ric h W ilh e lm F oerster, Jugendíehre: Ein Bttch Jur Eltem, Lehrer unJ Geistliche, B e rlín ,
Big n .
LA EN SEÑ AN ZA DE LA MORAL 53

vencerá si n o se d e fie n d e y q u e la clase va a d e ja rlo e n paz, P ero apelar


de este m o d o al re su lta d o n o tie n e n a d a q u e ve r c o n la m o tiv a c ió n
m o ral. L a m e n ta lid a d m o r a l b ásica co n siste e n alejarse d e l p r o v e c h o ,
n o en m otivarse m ed ia n te el m ism o .
N o ten em o s espacio p ara segu ir co m en ta n d o la m in u cio sa práctica,
que a m e n u d o es m o r a lm e n te p e lig ro sa . Y n o d ire m o s n ad a so b re las
analogías técn ica s c o n la m o r a l, s o b re el tra ta m ie n to m o ra lista de las
cosas más sob rias. V am o s a acabar c o n u n a escen a de u n a clase d e c a li­
grafía. E l m aestro p reg u n ta: « ¿ Q u é cosas m alas h ará q u ie n n o se o b li­
gue a m an ten er co n las letras la lín e a m arcada, sin o q u e se deslice c o n ti­
nuam ente hacia a r r ib a ? » . L o s alu m n os dan u n a can tidad so rp ren d en te
de respu estas. ¿ N o es eso casu ística d e l p e o r t ip o ? N o h a y c o n e x ió n
alguna en tre esas o cu p a cio n es (grafológicas) y sen tim ien to m o ral.
; P o r lo dem ás, este tip o de en señ a n za d e la m o r a l n o es in d e p e n ­
d ie n te (c o m o su e le d e c irse ) d e las id e a s m o r a le s d o m in a n te s , de la
legalid ad . A l c o n tra rio : el p e lig ro de so b reva lo rar la c o n v e n c ió n leg al
queda a q u í d ado d e in m e d ia to , p u es c o n su fú n d a m e n ta c ió n r a c io n a ­
lista y p s ic o ló g ic a la e n señ a n za ja m á s p o d r á a lc a n za r a la m e n ta lid a d
m o ral, sin o só lo lo e m p íric o , lo p r e sc rito . A m e n u d o , la b u e n a c o n ­
ducta (que se so b ren tien d e) le parecerá al a lu m n o extraord in ariam en te
sig n ifica tiv a so b re la base d e esas r e fle x io n e s . E l c o n c e p to s o b r io de
deber am enaza así c o n p e rd e rse .
Si, pese a to d o , se sigu e p r e te n d ie n d o u n a en señ an za de la m o ral,
a fró n te n se lo s p e lig r o s . H o y n o s o n p e lig ro sa s las c o n tr a p o s ic io n e s
cristianas « b u e n o - m a lo » , « e s p ir itu a l- s e n s ib le » , sin o lo « s e n s ib le -
b u e n o » y lo « e s p ir it u a l- m a lo » , las d os fo rm a s q u e a d o p ta e l e s n o ­
b ism o. E n este se n tid o , se p u e d e p o n e r el Donan Gray de O sc a r W íld e a
la base de u n a en señ anza de la m o ra l.
A u n q u e , p o r ta n to , la e n s e ñ a n z a d e la m o r a l esté m u y le jo s de
satisfacer a u n a exigen cia p ed ag ógica absolu ta, p o d rá te n e r y te n d rá su
sig n ifica d o e n c a lid a d d e e sta d io de tr a n s ic ió n . N o p o r q u e sea, tal
co m o h e m o s v isto , m ie m b r o m u y im p e r fe c to e n e l d e s a r ro llo de la
enseñanza de la re lig ió n , sin o p o rq u e p o n e de m a n ifiesto la d e fic ie n ­
cia de la fo r m a c ió n actu al. L a en señ an za de la m o ra l co m b a te lo p e r i­
fé ric o , lo d e sc re íd o d e n u e s tr o sab er, el a isla m ie n to in te le c tu a l d e la
fo r m a c ió n esco la r. E l o b je tiv o n o h a de ser d o m e ñ a r el m a te ria l f o r -
m ativo desde fu era , c o n la te n d e n c ia de la en señ an za de la m o ral, sin o
. cáptar la h isto ria d el m a terial fo rm a tiv o y, c o n e llo , d el e sp íritu o b je ­
54 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTIC A DE LA EDUCACIÓN Y DE LA C U LTUR A

tivo. E n este se n tid o , hay q u e te n e r la esp eran za d e q u e la en señ a n za


de la m o r a l re p re se n te la tr a n s ic ió n a u n a n u eva en señ a n za de la h is ­
t o r ia e n la q u e ta m b ié n el p r e se n te e n c u e n tr e su lu g a r d e n tr o de la
h isto ria d e la c u ltu ra .

«EX P ER IEN C IA » ' 11

N u estra lu ch a p o r la resp o n sa b ilid a d se d esa rrolla c o n tra u n en m asca ­


r a d o . L a m áscara d e l a d u lto se lla m a « e x p e r ie n c ia » . S ie m p r e ig u a l,
in exp resiva, im p e n e tra b le . E ste a d u lto ya lo h a vivid o to d o : la ju v e n ­
tu d , lo s id eales, las esperan zas, la m u je r . Y to d o era só lo u n a ilu s ió n .
A m e n u d o estam o s in tim id a d o s o a m a rg a d o s. Es p o s ib le q u e te n g a
r a z ó n el a d u lto . ¿ Q u é p o d e m o s n o s o tr o s c o n te s ta r le ? T o d a v ía n o
ten em o s ex p erien cia.
V am os a in te n ta r q u ita rle la m áscara. ¿ Q u é h a e x p e rim e n ta d o este
a d u lto ? ¿ Q u é q u ie re d e m o s tra r n o s ? S o b re to d o , u n a cosa: q u e ta m ­
b ié n él fu e jo v e n , q u e ta m b ié n él q u iso lo q u e n o so tro s q u erem o s, qu e
ta m p o co él creyó a sus padres, p e ro q u e ta m b ié n a él la vid a le h a en se­
ñ ad o q u e sus padres te n ía n razó n . E l a d u lto s o n ríe c o n su p erio rid a d al
d e c irn o s q u e n o s su ced erá lo m ism o a n o so tro s. D e este m o d o desva­
lo r iz a d e a n te m a n o lo s a ñ o s q u e n o so tro s estam os v iv ie n d o , lo s c o n ­
v ie rte e n la ép o ca d e lo s d u lces disparates ju v e n ile s , en la em b ria g u e z
in fa n til antes de la larga so b rie d ad de la vid a seria. A s í h a b la n los b e n é ­
vo lo s, lo s ilu strad o s. C o n o c e m o s a o tro s p e d ag o go s cuya a m argu ra n i
s iq u ie ra n o s c o n c e d e lo s b reves a ñ o s de la « ju v e n t u d » ; ya q u ie r e n
p o n e rn o s, serios y cru eles, al en tero servicio de la vid a. L o s d os desva­
lo r iz a n n u e str o s a ñ o s , h asta lo s d e s tro z a n . Y cada vez n o s in v a d e e n
m ayo r grad o este sen tim ien to : tu ju v e n tu d sólo es u n a b reve n o ch e (e n
co n secu en cia , llén ala de em b riagu ez); lu eg o llegará la gran « e x p e r ie n ­
c ia » , lo s a ñ o s de lo s c o m p r o m is o s , la p o b r e z a de id ea s y la fa lta d e
b r ío . A s í es la vid a. Eso n os d ice n los ad u ltos, así lo h a n exp erim en tad o
ellos.

I P u b lica d o e n o ctu b re de 19*3 k ajo e l p se u d ó n im o la tin o d e «Ardor>> e n la revista


ju v e n il Der Anfang.
«E X P E R IE N C IA » 55


; Sí, eso es lo q u e h a n e x p e r im e n ta d o , eso y n a d a m ás: la fa lta de
se n tid o de la vid a . L a b ru ta lid a d . ¿ N o s h a n a n im a d o a lg u n a vez a lo
gran d e, a lo n u e v o , a lo fu tu r o ? P o r su p u esto q u e n o , p u es eso n o se
pued e e x p erim e n ta r. E l sen tid o , lo ve rd a d ero , lo b u e n o , lo b e llo , está
fu n d a m e n ta d o e n sí m is m o ; ¿ d e q u é n o s sirve a h í la e x p e r ie n c ia ? Y
aqu í está el m iste rio : c o m o el f ilis t e o 1,1 n u n c a alza su m ira d a h a cia lo
grand e, h a cia lo q u e tie n e sen tid o , la ex p erie n cia se h a vu e lto su evan ­
g elio . L a e x p e rie n c ia se c o n v ie rte p ara él e n la fie l n o tic ia de lo h a b i­
tual de la vid a . P ero el filiste o n o c o m p r e n d e q u e existe algo m ás q u e
la e x p e r ie n c ia , q u e h a y v a lo r e s ( in e x p e r im e n ta b le s ) a cu yo s e r v ic io
n osotros estam os.
A sí, ¿ p o r q u é la vid a carece p a ra el filiste o de c o n su e lo y se n tid o ?
P o rq u e e l filis te o c o n o c e só lo la e x p e rie n c ia , n a d a m ás. P o r q u e está
aban d on ad o p o r el co n su elo y carece de esp íritu . Y p o rq u e n o gu ard a
con n ad a u n a r e la c ió n tan in te r io r c o m o c o n lo g ro se ro y lo c o m ú n .
P e ro n o s o tr o s c o n o c e m o s o tr a cosa q u e la e x p e r ie n c ia n i n o s
o to rg a n i n o s q u ita: q u e existe la ve rd a d , a u n q u e to d o lo q u e se haya
pensado hasta ah ora resultara u n e r r o r . O q u e hay q u e ser leal, a u n q u e
n adie lo haya sido a ú n hasta ah ora. L a ex p erie n cia n o p u e d e arreb atar­
n os esa vo lu n ta d . S in em b a rg o , lo s m ayores, c o n sus gestos cansados y
su desesperanza a rro ga n te, ¿ te n d rá n quizás ra z ó n en una cosa? ¿ L o que
n o so tro s experimentamos h a d e ser tristeza , y s ó lo p o d r e m o s b a sa r el
c o ra je y el s e n tid o e n lo in e x p e r im e n ta b le ? E n to n c e s , el e s p ír itu sí
sería lib re , p e ro lo reb ajaría la vid a u n a y o tra vez; p u es la vida, la sum a
de n uestras exp erien cias, n o te n d ría co n su elo .
Estas p r e g u n ta s ya n o las c o m p r e n d e m o s . ¿ V iv ir e m o s acaso a la
m an era d e q u ie n e s n o c o n o c e n el esp íritu , de a q u e llo s cu yo yo in d o ­
len te es lan za d o p o r la vid a co m o p o r las olas al a ca n tila d o ? N o . C a d a
una de nuestras experiencias tien e sin d u d a alguna c o n te n id o . N o so tro s
m ism os le d arem o s c o n te n id o desde n u e stro es p íritu . E l h o m b re q u e
carece de p e n sa m ien to s se tra n q u iliza ju sta m e n te e n el e r r o r . « N u n c a
en con trarás la v e rd a d » , le dice al investigad o r, « y o h e h e c h o esa exp e­
r ie n c ia » . P e ro p a r a e l in v e s tig a d o r el e r r o r es ta n s ó lo u n a n u e v a
ayuda h a cia la verd ad (S p in o z a ). L a ex p e rie n c ia só lo carece d e sen tid o
y sólo está a b a n d o n a d a p o r el esp íritu p a ra el q u e d e h e c h o carece de

2 Sobre la palabra « f i li s t e o >>, c f r . sufra, p . I ? , n o t a 3 del Diálogo sobre la religiosidad del presente.
[N. d e l T -3
56 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN V DE LA CULTURA

esp íritu . T a l vez resu lte d o lo r o sa a quien, se esfu erza, p e r o n o le h a rá


desesperar.
E n to d o caso , q u ie n se e sfu erza n u n c a se re sig n a rá n i se d eja rá
a d o r m e c e r p o r el r itm o d e l filis te o . P u es éste (ya os h a b r é is d a d o
cu en ta) p ro n ta m e n te ensalza cu alq u ier n u evo a b su rd o . E l ten ía razón .
Se c o n firm a : realmente, n o hay esp íritu . P ero n a d ie reclam a u n a m a yo r
su m isión o « re v e re n c ia » al « e s p íritu » q u e él. Pues si criticara, ten d ría
q u e crear. Y eso n o p u e d e h a ce rlo . In clu so la ex p erie n cia d el esp íritu ,
q u e el filisteo h ace de m ala gana, le p arece estar caren te de esp íritu .

S a g e n S ie
I h m , d afi e r fü r d ie T r ä u m e s e in e r J u g e n d
S o ll A c h t u n g tr a g e n , w e n n e r M a n n s e in w i r d .

N ad a o d ia m ás el filisteo q u e los « s u e ñ o s de su ju v e n tu d » . ( Y la se n -
tim en ta lid a d suele ser el cam u flaje q u e ad opta d ich o o d io .) Pues lo que
se le a p arecía e n esos su e ñ o s era la voz d el e sp íritu , q u e u n a vez ta m ­
b ié n le lla m ó a él, c o m o a tod as las d em ás p e rs o n a s . L a ju v e n tu d es
p ara él el re c u e rd o e te rn a m e n te m o n ito r io ju s ta m e n te d e esto. Y p o r
eso m ism o la c o m b a te . E l filis te o le h a b la de esa e x p e rie n c ia g ris,
p o d ero sísim a, y le en señ a al jo v e n a reírse cu an to antes de sí m ism o . Y
esto sob re to d o p o r q u e ex p e rim e n ta r sin e sp íritu es c ó m o d o , a u n q u e
in ú til.
U n a ve z m ás d ire m o s: c o n o c e m o s sin d u d a o tra e x p e r ie n c ia .
P u ed e ser h o stil fre n te al e sp íritu y d estru ir m u ch o s su eños, p e ro es lo
m ás b e llo , y lo m ás in ta n g ib le e in m e d ia to , d a d o q u e n u n c a carecerá
de esp íritu si es q u e nosotros p e rm a n e ce m o s jó v e n e s. U n o so la m en te se
e x p e rim e n ta a sí m ism o , d ic e al f in a l d e su c a m in o Z a r a tu s tr a 11'1. E l
filisteo h ace su « e x p e r ie n c ia » , la e x p erie n cia e te rn a d e la c aren cia de
esp íritu . E l jo v e n q u ie re e n ca m b io ex p erim e n ta r el esp íritu ; y cu an to
m ás le cueste alcanzar lo gra n d e, tan to m ás e n c o n tra rá en su cam in o y
e n lo s seres h u m a n o s al esp íritu . E l jo v e n será u n h o m b re b o n d a d o so .
Q u é in to le ra n te es el filis te o .

3 « D íg a le / que respete los sueños de su ju ve n tu d / cu an d o sea u n h o m b re » . Sch iller,


Don Carlos, acto V , escena 2,I> versos 4,2 8 7-4 28 9*
4- T ercera p a rte , « E l viajero » . [N. d el T .]
PENSAM IENTOS SOBRE EL « F E S T IV A L »
DE GERHART H A U P TM AN N !l)

I. E l « s e n t i d o h i s t ó r i c o »

L a h u m a n id a d n o h a d esp erta d o tod avía a la c o n s cie n c ia p e rm a n e n te


de su existen cia h istó ric a . S o la m e n te e n algu nas o ca sio n e s lo s in d iv i­
duos y lo s p u e b lo s h a n r e c ib id o la ilu m in a c ió n de q u e se e n c u e n tra n al
servicio d e u n fu tu r o d e s c o n o c id o ; « s e n tid o h is t ó r ic o » p o d ría m o s
d e n o m in a r a esa ilu m in a c ió n . P ero el p re se n te e n tie n d e p o r se n tid o
h istó rico algo c o m p letam e n te d ife re n te y re p ro c h a la « fa lta d e sen tid o
h istó ric o » a q uienes se en cu en tra n fu ertem en te anim ados p o r el sen ti­
m ien to de u n a tarea fu tu ra . Pues el sen tid o h istó rico es para el presen te
el se n tid o d e lo c o n d ic io n a d o , n o el s e n tid o d e lo in c o n d ic io n a d o ;
para lo d a d o , n o para la tarea. H o y es tan fu e rte el sen tid o h istó ric o , es
d ecir, el sen tid o de lo s h ech o s, de la v in c u la c ió n y la p ru d en cia , q u e tal
vez n u estro tie m p o sea esp e c ia lm e n te p o b r e en « id ea s h is tó r ic a s » . A
éstas las su ele lla m a r « u to p ía s » y las h ace e n c a lla r e n las « le y e s e te r ­
n a s» de la n a tu ra le z a . N u e s tr o tie m p o rech a za u n a tarea q u e n o se
p u e d e e n c e r r a r d e n tr o d e u n p r o g r a m a de r e fo r m a s , q u e ex ig e u n
n u ev o m o v im ie n to d e lo s espíritus y u n a m a n e r a d e v e r ra d ic a lm e n te
n u eva. E n u n a é p o c a así, la ju v e n tu d h a d e se n tirse e x tra ñ a e im p o ­
te n te , p o r q u e to d a vía n o tie n e u n p r o g r a m a . E s e n to n c e s c u a n d o
G e rh a rt H a u p tm a n n se p resen ta ante ella c o m o lib e rta d o r.

I P u blicado e n agosto de 1913 b ajo el pseu d ó n im o latin o de « A r d o r » e n la revista


ju v e n il Der Anfang. U n a asociación de estudiantes de B reslau en cargó a H au ptm an n ,
u n o de los escritores alem anes más im portantes d el m o m e n to , un a ob ra de teatro
p ara c o n m e m o ra r e l c e n ten a rio de la G u e rra de L ib e ra c ió n con tra N a p o le ó n . E l
Festiiifl/ en rimas alemanas (Festspieí in ífeutschen Reimen) se estrenó e l 3* de m ayo de 1913 y
causó gran escándalo p o r su co n te n id o a n tip atrió tico , hasta el p u n to de que las
represen tacion es fu e ro n suspendidas p o co s días después. B e n ja m ín con ocía el -Festiva/
de H au ptm an n n o p o r las represen tacion es, sin o p o r su p u b lica ció n en fo rm a de
lib ro .
58 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

II. E l « F e s t i v a l » d e H a u p t m a n n

U n a s m a rio n e ta s r e p r e s e n ta n la lib e r a c ió n d e A le m a n ia . H a b la n e n
p a rea d o s[zl. E l escen a rio d el teatro d e m a rio n eta s es E u ro p a; la h is to ­
ria n o está falseada, p e ro a m e n u d o sí sim p lificad a . L a g u erra de 18 0 6
es u n a fu r ia b é lica , y la d e rro ta de N a p o le ó n só lo es el em p a lid ecerse
de u n a im a g e n . F ilis tía d e s t3) a p a re ce e in te r r u m p e la h is to r ia . ¿ Q u é
sig n ifica e so ? ¿ S e trata de u n a « id e a rep leta de e s p ír itu » ? N o . T ie n e
u n s ig n ific a d o p r o fu n d o , r e v e la d o r . L o s h e c h o s n o h a c e n g r a n d e a
18 13, ta m p o c o las p e rso n a s. S in d u d a, estas m a rio n e ta s n o so n g r a n ­
des, sin o p rim itivas. S u len gu aje n o tie n e so le m n id a d , a q u í n o se trata
de yam b os etern o s. Las m arion etas ex p elen sus palabras, o las b u sca n o
las d e ja n ir cayen do, igu al q u e hace c ie n a ñ o s. A s í q u e n i los a co n te ci­
m ie n to s n i los p erso n a jes n i el len g u a je llevan en sí m ism os el sen tid o .
P ero los h ech o s se o rd e n a n segú n el esp íritu ; las m arion etas están c o n ­
feccio n a d as e n la m ism a m ad era d e su id e a ; y el len g u a je está lle n o de
b ú sq u ed as de la id ea . ¿ D e c u á l? P re g u n té m o n o s si h ace c ie n a ñ o s n o
h abríam o s fo rm a d o parte de los ciu d ad an os q u e so n re ían c o n su p e rio ­
r id a d p o r q u e n o se n os p o d ía d a r respu esta ad ecu ad a a esta p reg u n ta.
Pues el « E sta d o n a c io n a l n e o a le m á n » n o era u n p ro g ra m a , sin o sólo
el p e n sa m ien to alem án . D ic h o p e n sa m ien to , q u e n in g u n a de esas p e r ­
son as cap tó p o r c o m p le to n i ex p resó c la ra m e n te e n sus p a la b ra s, se
en c u e n tra a firm a d o fervo ro sam en te a través de cada u n a de sus a c c io ­
nes: tal es el e sp íritu ta m b ié n d e esta o b ra . A n te él, los seres h u m a n o s
só lo so n m a rio n e ta s (q u e n o m u estra n gestos n i caracteres p riva d o s),
m a rio n e ta s e n p o d e r d e l p e n s a m ie n to . D e a c u e rd o a esta id e a se
e x tie n d e n lo s verso s: c o m o si las p e rso n a s h a b la ra n y h a b la ra n hasta
q u e el sen tid o surgiera de su len gu a je. E n tre estas perso n as activas ta m ­
b ié n se e n c o n tra b a la ju v e n tu d , q u e era m u y p o c o clara p e r o m u y
entusiasta, co m o sus d irig en tes.
P e ro ya p o r e n to n c e s h a b ía p e rso n a s m a d u ra s, q u e te n ía n u n a
v isió n clara d el c o n ju n to . E l « p r im e r c iu d a d a n o » d ice a B lü c h e r 1*1;

2 « P aread os» es m ala tra d u cció n de Knittelverse, u n tip o de m etro p r o p io de la poesía


m edieval alem ana (H ans Sachs) que c o n el paso d el tiem p o había acabado p o r resu l­
tar vulgar. [ N . d e l T . ]
3 Para co m p ren d er e l sign ificad o d el n o m b re de este perso n aje del Festival, véase supra,
p . 17, nota 2 d el Diálogo sobre la religiosidad del presente, [ n . d el T . ]
4 G e n e ra l p ru sian o , h éro e de la co a lició n a n tin a p o leó n ica. [N . d el T . ]
PENSAM IENTOS SOBRE EL «F E S T IV A L » DE GER H AR T H AU PTM ANN 59

Ist d e r W e lte r o b e r e r e in m a l p e r d u ,
d a n n s in g ic h ga n z g e r n I h r e M e lo d ie .
U n d h a b e n S ie ih n z u r S tre c k e g e b ra c h t
d a n n ä n d e r t sic h alles ü b e r N a c h t,
d a n n w e rd e ic h m ic h g e w iß n ic h t s trä u b e n
u n d etw a g a r n a p o le o n is c h b le ib e n .
W ie d ie D in g e j e t z t lie g e n , w e rd ' ic h z u le tzt
im m e r w ie d e r in s R e c h t g e s e t z t .

Y es q u e h o y n o se h a b la c o n la ju v e n tu d de m a n e ra d is tin ta q u e p o r
entonces:

G r o ß m ä u lig e , u n r e ife G y m n a sia ste n .


N e h m t e u r e F ib e l u n d g e h t i n d ie K la s s e ...
W as, F ritz, D u h ie r ? m e in e ig n e r S o h n ? . ,.
Ü b e r s tie g e n e s G esch w ätz! p u e r ile N a r r h e it e n

U n o les resp o n d e:

O ih r K n e c h ts e e le n ! w ie ic h e u c h h asse.
U n b e w e g lic h e , fu h llo s e , trä g e M asse.
E in d ic k e r, s c h la m m ig e r M o st, o h n e G ä r u n g ,
o h n e F e u e r u n d o h n e K lä r u n g .
K e i n F u n k e v e r fa n g t, k e in S t r a h l d u r c h d r in g t e u c h ,
k e in G e is t, d o c h j e d e r F u ß t r it t b e z w in g t e u c h .

A m b os, b u rg u eses y estu d ian tes, q u e h o y h a b la n así, si h u b ie r a n vivid o


hace c ie n a ñ os n o h a b r ía n h a b la d o d e o tr o m o d o . P u es su a ctu a c ió n
histórica n o estaba d ete rm in a d a p o r c o n o c im ie n to s , sin o sin d u d a p o r
la m e n ta lid a d , y las m en ta lid a d es so n las m ism as e n to d o s y cada u n o
de los tiem p os.
H a u p tm a n n situó la fiesta hacia e l fin a l de la lu ch a, y a h í es d o n d e
ob tien e su fo rm a y len gu a je lo q u e era el alm a a p rem ia n te d el a co n te ­
cer c o tid ia n o . L a m a d re a le m a n a to m a rá fo r m a g rie g a , p u e s la fiesta

5 « U n a vez que el co n q u istad o r d el m u n d o esté p e rd id o , / de b u e n grado cantaré su


m elodía. / U n a vez que usted lo haya cazado, / todo cam biará de la noche a la m añana
/ y yo n o me resistiré, / n o seguiré sien d o n a p o le ó n ic o . / T al com o están las cosas /
voy a ser e l ú ltim o al q u e se haga ju s t ic ia » .
6 «Estudiantes bravucones, in m ad u ros, / coged vuestros lib ro s e id a cla se... / Y tú,
F ritz, h ijo m ío , ¿q u é haces a q u í? / jC h á ch a ra exagerada! ¡E stu pid eces p u e rile s !» .
7 « [O s o d io , almas esclavas, / masa in m ó v il, in d o le n te e insensible! / U n m osto g ru e ­
so y fan goso, sin ferm en ta ción , / sin cla rifica ció n y sin. fu e go . / N i las chispas os
en cien d en , n i los rayos os atraviesan, / e l espíritu n o os som ete, p e ro sí cu alqu ier
patada*-.
6o PRIMEROS TR A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

s ig n ific a la e n tra d a e n el r e in o d e la c u ltu ra , a la q u e la lu ch a estaba


p rep a ra n d o el c a m in o .
A ten a s A le m a n ia :

U n d d a r u m la ß t u n s E ro s fe ie r n ! D a r u m g ilt
d e r fle is c h g e w o r d n e n L ie b e d ieses Fest, d ie sich
ausw irkt im G e ist! U n d aus d e m G e is te w ie d e r u m
in W o r t u n d T o n , in B ild n e r e i aus E rz u n d S te in ,
i n M a & u n d O r d n u n g , k u r z i n T a t u n d T ätigfceit.

E n la lu c h a n o se o b tie n e o tr a cosa q u e la lib e r ta d . L a lib e r ta d es la


p r im e r a n e c e sid a d e n el m u n d o d e las fu erza s. E n la fiesta, el día y la
actividad irreflexiva alcanzan la co n s cien cia d e l esp íritu . L a fiesta c e le -
b ra la paz c o m o s e n tid o o c u lto d e la lu c h a . L a p az o b te n id a tra e rá la
cu ltu ra .

III. L a J U V E N T U D Y L A H IS T O R IA

L a escu ela y la fa m ilia d e sd e ñ a n c o m o r e tó r ic a n u e s tr o s m ás se rio s


p e n s a m ie n to s . N u e s tr o m ie d o al m a e s tro es casi s im b ó lic o ; é l n o s
m alin terp reta co n tin u a m en te, capta solam en te nuestras letras, p e ro n o
n u e stro e sp íritu . T a m b ié n te n e m o s m ie d o a m u c h o s ad u ltos, p u es se
fija n e n to d o lo q u e d ecim o s, p e ro n o e n tie n d e n n u n c a lo q u e q u e re ­
m os d e c ir . N o s r e p r e n d e n p o r u n o s p e n s a m ie n to s q u e apen as están
su rg ien d o a ú n e n n o so tro s.
P ero n o so tro s sabem os q u e la falta d e cla rid a d n o es u n re p ro c h e ,
q u e n u n c a a lg u ie n q u e haya p r e t e n d id o alg o se rio h a p r e p a r a d o u n
p ro g ra m a p ara cu rio so s y escép ticos. E s ve rd a d q u e n o s falta el « s e n ­
tid o h is tó r ic o » , p e r o n o s sen tim o s em p a ren ta d o s c o n la h isto ria , n o
c o n la pasada, sin o c o n la fu tu ra . N u n c a co m p re n d e re m o s el pasado si
es que n o deseam os el fu tu ro .
L a escu ela n o s vu e lve in d ife r e n te s , n o s d ice q u e la h is to r ia es la
lu ch a en tre el b ie n y el m al y q u e tard e o te m p ra n o el b ie n triu n fa . D e
m o d o q u e n o hay p risa p a ra a ctu ar. P o r así d e c ir lo , e l p re se n te ñ o es
actual, el tiem p o es in fin ito . P ero a n o so tro s n o s p arece q u e la h isto ria

8 « ¡C e le b re m o s p o r eso a Eros! jP o r eso / se refiere al a m or en carn ado esta fiesta» que


/ co n tin ú a e n e l espíritu! Y del espíritu pasa / a la palabra y a la m úsica, a la escu ltu ­
ra de b ro n c e y piedra» / a la m edida y al o rd en , es d ecir, a la acción y a la a ctivid ad ».
METAS Y CAMINOS DE LOS GRUPOS PEDAGÓGICOS E S TU D IA N TILES 6l

es u n a lu ch a más c ru e l y severa. N o lu ch am o s p o r valores ya existentes,


n o lu ch am os p o r el b ie n y el m al, sin o p o r la p o sib ilid a d d e lo s valores,
q u e está c o n tin u a m e n te a m en a za d a , p o r la c u ltu ra , q u e vive e n u n a
etern a crisis: p u es c o n cada p re se n te lo s v ie jo s v a lo res se v u e lv e n m ás
viejos; el b r ío se co n v ierte e n in d o le n c ia ; y el esp íritu , e n estu p id ez. Y
con ello se p ie rd e la lib e rta d , el m ayo r b ie n h is tó ric o . P o rq u e la lib e r ­
tad n o es u n p ro g ra m a , sin o la v o lu n ta d p ara u n p r o g ra m a , es d e c ir,
u n a m en ta lid a d .
L a h is to r ia es la lu c h a e n tr e lo s e n tu sia sm a d o s y lo s in d o le n te s ,
en tre los fu tu ro s y lo s pasados, en tre los lib res y los esclavos. L o s escla­
vos p o d rá n siem p re p re se n ta rn o s el c a n o n d e sus leyes, m ie n tra s q u e
n osotros a ú n n o p o d e m o s in d ic a r la ley b ajo la cu al n o s e n c o n tra m o s.
T e n e m o s sin em b a rg o la se n sa ció n d e q u e a q u í se trata de u n d e b e r.
P oseída p o r esta sen sació n , la ju v e n tu d te n d rá al f in co ra je p ara lo q u e
los otro s c o n sid e ra n re tó rica . A c tu a rá , a u n q u e lo s dem ás la crean c o n ­
fusa. L a ju v e n tu d es c o n fu sa , c o m o lo es el e s p ír itu de la h is to r ia , y
nunca resp la n d ece hasta la fiesta.
D eb em o s a G e rh a rt H a u p tm a n n u n sen tid o ju v e n il d e la fiesta y de
la lu ch a.

M ETAS Y CAMI NOS DE LOS GRUPOS PEDAGÓGICOS ESTU DI A N U L E S


EN LAS UNIVERSIDADES ALEM ANAS
(CON ESPECIAL REFERENCIA A LA «COR R IENTE DE FRIBURGO»)*11

C o n o z c o p o r m i tr a b a jo ta n s ó lo a lo s g r u p o s d e B e r lín y F r ib u r g o ,
am bos p e rte n e cie n te s a la m ism a c o rrie n te . P o r ta n to , n o vo y a h a b la r
sobre la praxis de los o tro s gru p o s, sin o só lo sob re las d iferen cia s f u n ­
d a m e n tales d e la lla m a d a « C o r r i e n t e d e F r ib u r g o » re sp e cto a las
dem ás, se g ú n las e n tie n d o ; lu e g o , fin a lm e n te , d ir é alg o acerca d e la
praxis de ese g ru p o .

I P u blicado en 1914 (sin p se u d ó n im o ) en las actas del P rim er C o n g re so P ed agó gico-


E studian til, celebrado e n B reslau los días 6 y 7 de octu b re de 1913* Se trata d el texto
del discurso que B en jam ín p ro n u n c ió . En. este congreso se en fre n taro n dos
corrientes; la de B reslau y la de F rib u rgo (a la que B e n jam ín p erten ecía). L a p r im e ­
ra ten ía m etas más m oderadas: la refo rm a d el sistem a educativo, m ientras que la
ú ltim a aspiraba a u n cam bio radical en la vida de la ju ve n tu d .
62 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTUR A

E l m o v im ie n to p e d a g ó g ic o estu d ia n til tie n e sus raíces e n la situ a ­


c ió n g e n e ra l de lo s estu d ian tes. E stam os a co stu m b ra d o s a a tr ib u ir lo s
e sfu e rzo s r e fo r m is ta s e stu d ia n tile s a la in flu e n c ia d e l c o n o c im ie n to
so c ia l y al s e n tim ie n to so c ia l d e l d e b e r . L a m e n ta lid a d so c ia l de lo s
estu d ian tes ha e n c o n tr a d o su e x p re s ió n m ás sig n ific a tiv a e n el E stu ­
d ia n ta d o L ib r e 1*1, p e r o ta m b ié n las a so c ia c io n e s e stu d ia n tile s a b s te ­
m ias, lo s cu rso s p ara trab ajad ores, el teatro a m b u la n te y m u c h o s g r u ­
po s m ás tie n e n sus raíces e n el c o n o c im ie n to y el s e n tim ie n to so cia l.
E sta es ta m b ié n la base d e la m a y o r p a rte d e las a so c ia c io n e s d e e stu ­
d ian tes u n iv ersita rio s p a ra la re fo rm a esco la r o la p ed ag o gía . A c o n s e ­
cu e n cia de su ex p erie n cia o sus estudios e n tre lo s estu d ian tes su rgió la
c o n v ic c ió n de q u e la escu e la n e c e sita u n a r e fo r m a y d e q u e esta
r e fo r m a es u n a de las cu estio n es más im p o rta n tes de cara al fu tu r o . D e
este m o d o n ace p ara el estu d ian te el d e b e r de o cu p a rse de la c u estió n
p ed ag ógica e n tanto q u e p a d re de u n a n ueva g e n e ra c ió n , tal vez in clu so
co m o su m aestro. Esta p a rticip a c ió n en la c u estió n p ed ag ógica d el p r e ­
sen te n o sig n ifica e n tro m e te rse e n u n a p ra xis q u e só lo es a ccesib le al
p e d a g o g o , sin o q u e se trata de u n a o r ie n ta c ió n te ó ric a y p rá ctica qu e,
en ta n to q u e tal y q u e e s tu d ia n til, n o es p a r tid is ta . P recisa m en te esta
a ctitu d d e lo s estu d ian tes e n su re la c ió n c o n la c u e stió n p ed ag ó gica ya
h a sid o d etallad am en te fu n d a m en ta d a, so b re to d o p o r el d iscu rso que
el p r o fe s o r S te r n p r o n u n c ió e n B re s la u el p a sa d o a ñ o 13’1. A esta
c o r r ie n te c o n c r e ta p e r te n e c e la m a y o ría de lo s g r u p o s p e d a g ó g ic o -
estud ian tiles, c o n las ex cep cio n es de B e r lín , F rib u rg o y je n a .
L a fu n d a m e n ta c ió n de estas co m u n id a d e s estu d ian tiles se basa e n
o tro s sen tim ien to s y p e n sa m ien to s. J u n to al p e n sa m ien to social, p o co
a p o c o algo n u evo va o c u p a n d o u n lu g a r e n tre lo s estu d ian tes avanza­
dos, n o p o r c o n tra p o s ic ió n al m o v im ie n to social, p e r o sí c o n el claro
sen tim ien to de q u e hasta a h o ra la a ctu ació n social h a sid o in su ficien te;
H o y te n e m o s ju n t o al E stu d ia n ta d o L ib r e al T r o p e l L ib r e Í41. C ie r t a ­

2 E l E studiantado L ib re (/refe Studenfensctají,) era una asociació n a la q u e perten ecían los


estudiantes u n iversitarios que estaban descon ten tos c o n las asociaciones trad icio n a­
les. B en jam in se in tegró en la Freie Studentenschaft desde su p rim e r sem estre e n la u n i- !
versidad de F rib u rgo (en el veran o de 1912). E n la prim avera d el 1914 p resid ió la Freie
Studentenschaft de B e rlín , [n , d el T .]
3* Soemann-Schrifién, n ° 6- [n. de B.] [W illiam S tern , Der Student und dk padagogischen
Bestreburtgen der Gtgenwart> L eipzig/B erlín » 1913-, n ° 6 de la co le cció n Sáemann-Schriften
jü r Er&ehung und Unterricht. ]
4 Este T r o p e l A ca d ém ico L ib re (Ákademische Freischar) era u n a asociación estu dian til fo n -
METAS Y CAMINOS DE LOS GRUPOS PEDAGÓGICOS ES TU D IA N TILES 63
m en te, n o se p u e d e n c o m p a ra r p o r el n ú m e r o d e m ie m b ro s, p e r o el
T ro p e l L ib r e es el tip o p r o v isio n a l de u n a n u eva m en ta lid a d estu d ia n ­
til. E n e fe c to , h e m o s h e c h o la e x p e rie n c ia d e q u e al E stu d ia n ta d o
L ib re (y h a b lo d e él c o m o tip o ) le fa lta b a , p e se a lo m o d e r n o d e su
esfu erzo , la n e c e sa ria o r ig in a r ie d a d , p o r cuya r a z ó n su d e s a r ro llo
quedó e n c ierto m o m e n to d e te n id o . Sab em o s q u e ese trab ajo e n y p o r
un a m asa a n ó n im a es sin d u d a u n d e b e r . P e ro a las m etas so cia le s
generales (c o m o la r e p re se n ta c ió n de lo s n o asociad os, lo s cargos, los
cursos p ara tra b a ja d o re s y to d o el tra b a jo de fo r m a c ió n , e n el cu al el
grupo p e d ag ó g ico se en cu en tra in c lu id o co m o tip o ) les falta la in te rn a
c o n e x ió n , n e c e sa ria , c o n e l e s p ír itu e s tu d ia n til. C ie r t o q u e se h a
inten tad o c o n s tru ir d ich a c o n e x ió n te ó ric a m e n te ; p e ro B eh ren s p r e ­
supuso u n id e a l d e u n iv e r s id a d q u e, a u n s ie n d o u n a tarea, n o p u e d e
ser la base d e las c o m u n id a d e s e stu d ia n tile s de h o y . C a d a u n o de los
m iem bros d el E stu d ian tad o L ib r e (y r e ite ro q u e a q u í m e r e fie ro ig u a l­
m en te a g r u p o s n o a d h e r id o s o r g a n iz a tiv a m e n te al E s tu d ia n ta d o
L ibre) refu ta estas co n stru c c io n e s teóricas u n a y o tra vez. E l trab ajo de
estos estudiantes o b ie n se d irig e a las n ecesid ad es sociales d e lo s estu ­
diantes e n abstracto o a las n ecesid ad es de u n a so c ied a d m ás abstracta
todavía. P ero el e n o r m e esfu erzo so cia l n o h a su rgid o o rig in a ria m e n te
a p a rtir del esp íritu estud ian til. Se trata d e u n a co p ia de la vid a p ú b lica,
en la que a m e n u d o el in d iv id u o p ie rd e p o r c o m p le to su c o n scie n c ia y
sé a to lo n d ra en el g e n e ra l desasosiego. E xiste, pese a to d o , u n a a ctivi­
dad d e l E s tu d ia n ta d o L ib r e interiormente fu n d a m e n ta d a y al m ism o
tiem po m u y social. P ero a ú n así a n o so tro s n o s p arece q u e lo q u e es el
esp íritu e s tu d ia n til to d a v ía está p o r d e s a r r o lla r . T o d a v ía fa lta n las
conexiones en tre la p e rso n a y el trab ajo . T a l vez esto exp liq u e las c u r io -
sas d iferen cias e n la v a lo ra c ió n d el trab ajo so c ió -e s tu d ia n til y d e l estu ­
diante in d iv id u a l so cia lm en te activo.
H e d ich o q u e el T r o p e l L ib r e rep resen ta u n a n ueva c o n c e p c ió n de
la vida estu d ia n til. N o vo y a a n a liza r a q u í su e sp íritu , a u n q u e n o esté
m uy le jo s d e n u e s tr o te m a , sin o q u e p r e f ie r o su b ra y a r u n a cosa: el
T rop el L ib r e h a sid o , c o n s cie n te o in c o n sc ie n te m e n te , el p r im e r o e n
nuestros días en situ a r a la ju v e n tu d e n el c e n tro d el sen tim ie n to estu ­
d ian til m o d e r n o . T o d a v ía n o h a p o d id o sacar p a r tid o a esta id e a d e

d a d a e n 1 9 0 6 c o n l a i n t e n c i ó n d e r e c u p e r a r e l e s p í r i t u d e la s t r a d i c i o n a l e s a s o c ia ­
c io n e s e s t u d i a n t i le s a l e m a n a s , [ n . d e l T . ]
í> 4 ' PRIMEROS TR A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y D E L A CULTURA

ju v e n tu d e n la v id a p r o p ia m e n te estudiantil, h a b ié n d o s e e n c e r r a d o en
d istin to s gru p o s in d iv id u a les. P e ro , p ese a to d o , en la c o n tra p o s ic ió n
d e T r o p e l L ib r e y E stu d ian tad o L ib r e te n em o s p refo rm a d a s en la vida
d e lo s e stu d ia n te s las m ism a s c o n tr a p o s ic io n e s q u e se d a n e n tre la
c o rrie n te de F rib u rg o y las otras co rrien tes.
E n el c e n tro de los p en sam ien tos de F rib u rg o n o fig u ra n la escuela
y la re fo r m a escolar, sin o d ire cta m en te la ju v e n tu d . M as n o se trata d e
u n a r e la c ió n c o n la ju v e n tu d e n tanto q u e o b je to , sin o d e la c o n s c ie n ­
cia d e la ju v e n tu d estu d ian til en el estu d ian te in d iv id u a l. N o p r e s u p o ­
n e m o s u n c ír c u lo d e in te re se s n i h a b la m o s de u n d e b e r a b stra cto ,
g e n e ra l, sin o de la situ a c ió n d el estu d ia n te. E l estu d ian te q u e h o y n o
en c u e n tra su lu g a r en el c írc u lo re d u c id o d e trab a jo d e l E stu d ian tad o
L ib r e y al q u e le está ig u a lm e n te p r o h ib id a la exclu sivid ad d e l T r o p e l
L ib r e (p o r n o h a b la r d e las otras c o m u n id a d e s ) n ec esita s in d u d a u n
n u e v o c ír c u lo . N o s a d h e rim o s al E stu d ia n ta d o L ib r e , p u es es la base
so b re la q u e se lleva a cab o el tra b a jo p a ra to d o s lo s estu d ia n tes, y n o
te n em o s r a zó n estatutaria para a p artarn os de ella. L a c o rr ie n te d e F r i­
b u r g o n o se r e ú n e p a ra a lc a n za r u n o b je tiv o sin o s o b r e la b ase de la
n e c e sid a d : p o r ta n to , h a y q u e e n te n d e r la a p a r tir d e l v a c ío y d e la
m ism a falta de ju v e n tu d de las dem ás co m u n id a d es estu d ian tiles. A u n ­
q u e se p u e d a lig a r e stre ch a m e n te al T r o p e l L ib r e y al E s tu d ia n ta d o
L ib r e , en u n o se echa de m en o s el sen tid o p ara el c o n ju n to de lo estu --
d ian til, y en el o tro la ju v e n tu d e n cu an to tal.
D e sc rib im o s de este m o d o la p r e te n s ió n p r o p ia d e la c o rr ie n te de
F rib u rg o en el sen o de la vid a estu d ian til, y d escrib im o s su o r ig e n . L a
r e fo r m a e sc o la r n o es p u e s su p u n to d e p a rtid a ; la c o r r ie n te de F r i­
b u rg o n o se e n tie n d e c o m o p a r tic ip a c ió n e n e l trab a jo p e d a g ó g ic o de
h o y y n o se d irig e a la c u estió n p ed ag ógica c o m o tal, sin o a la cu estió n
e stu d ia n til. P e ro , a ú n así, n o s e n c o n tra m o s d e n tr o d e l á m b ito de la
pedagogía; y en ella en c o n tra m o s e l o b je to a cuyo través d esarrollam o s
n u estra m e n ta lid a d ju v e n il- e s tu d ia n til, al p r in c ip io d e u n m o d o casi
sim b ó lico e in te rio riz a d o .
É ste es e l lu ga r p ara a b o rd a r el r e p r o c h e ese n cia l q u e se h a p la n ­
te a d o fr e n te a la c o r r ie n te d e F r ib u r g o : q u e r e d u c e u n m o v im ie n to
estu d ian til a u n p a rtid o en la lu ch a p ú b lica . S i eso fu e ra co rrecto r e fu ­
ta ría lo q u e n o s in teresa , p u e s la a u to n o m ía d e l e s p ír itu e s tu d ia n til
estaría de h e c h o a n iq u ila d a . P ero h ay u n p u n to de vista m ás allá de la
n e u tr a lid a d q u e , e n te n d id o d esd e d e n tr o h a cia fu e r a , n o es n in g ú n
METAS Y CAMINOS DE LOS GRUPOS PEDAGÓGICOS E S TU D IA N TILES 65
partid o. E n la c u e stió n q u e a q u í tratam os a p a rtir d e lo s estudian tes, la
n e u tra lid a d n o s p a re c e lo m ás p a r tid is ta . Y a h e d ic h o q u e n o so m o s
u n a m era in s ta n c ia p a ra resolver la c u e s tió n p e d a g ó g ic a , p e r o estam os
con ven cid os d e q u e m uchas cosas im p o rta n tes n o se h a n d ich o a ú n n i
se h a n c u e s tio n a d o , q u e d o n d e estuvo n u estra p r im e r a ju v e n tu d h a y a
m e n u d o u n c a m p o de ru in a s de fu erza s d e sc o n o c id a s p o r c o m p le to .
P o r ta n to , la o r ie n ta c ió n ta m p o c o p u e d e ser lo q u e b u sca m o s, r e s u l­
tando falso p reg u n ta r: ¿ p a rtid o o n o p a r tid o ? N o estam os in te n ta n d o
averiguar a cu ál de lo s r e fo r m a d o r e s escolares de h o y hay q u e seg u ir,
sin o q u e estam os in te n ta n d o d esa rro lla r las cosas a p a r tir de n o so tro s
m ism os. Y e n to n c e s p o d r ía su c e d e r q u e a lg u ie n sien ta lo m ism o q u e
n o so tro s, q u e ta m b ié n fo r m u le sus p re g u n ta s d esd e el e s p ír itu d e la
ju ve n tu d , o b ie n q u e las suscite. S in em b a rg o , c o m p a ñ e ro s, n o som os
u n o s fa n á tic o s p a r tid a r io s d e G u sta v W y n e k e n ísl. C o n o c e m o s , p o r
cierto , q u e p e le a m o s c o n é l fo r m a n d o u n fr e n te , y q u e é l es n u e s tro
d irig e n te , p e r o n o p a ra avan zar h a cia u n a m e ta q u e é l n o s p r o p o r ­
ciona, sin o hacia aqu ella m eta q u e está dada de m a n era in m e d ia ta . P o r
eso n o se n o s p u e d e p la n tea r e l r e p r o c h e de u n su p u esto p a rtid ism o .
T a l vez haya te n id o q u e d e d ic a r d em asiad o tie m p o a d istin c io n e s.
A h o ra , usted es recla m a rá n c o n im p a c ie n c ia algo m ás c o n c r e to . V o y a
in te n ta r d a rles a lg u n a in d ic a c ió n . P e ro u ste d es y a esta rá n p e n s a n d o
que, si a q u í m is palab ras so n d em a siad o exactas y seguras, in c u r r ir á n
en c o n tr a d ic c ió n c o n lo q u e h e d ic h o . P u es la c o n s c ie n c ia ju v e n il es
algo q u e se está d e s a r ro lla n d o a h o r a e n n o s o tr o s . T a n só lo es, p u e s,
posible h ab lar de sín tom as, c o m o m u c h o de sím b o lo s. P u es el p e n sa ­
m ien to y las viven cias a m p lía n n u estra c o n s cie n c ia sin cesar, y m u c h o
de lo alcan zad o e n lo s debates tod avía n o h em o s c o n s e g u id o c o n fig u ­
rarlo en la co m u n id a d .
P ara la p ra xis so n fu n d a m e n ta le s d o s cosas: la c o m u n id a d e s tu ­
d ia n til e n c u a n to tal y el m o d o e n q u e d esd e sí m ism a d e s a r ro lla e l
objeto p e d a g ó g ic o c o m o su o b je to p r im e r o , al m o d o de u n esp ejo de
sus p ro p ia s n ecesid ad es y esfuerzos. N u estro s g ru p o s n u n c a in te n ta rá n
apartarse d e l c o n ju n to d e l E s tu d ia n ta d o L ib r e . Q u ie r e n e n e fe c to
actuar e n él, y c o n su p r e s e n c ia , el to n o y la m e n ta lid a d q u e va s u r ­
gien d o y (m ás aún) ha d e su rgir e n ellos co n trib u y e n a la im p re g n a ció n

5 Sob re Gustav W y n ek e n y su relación co n B en jam ín , véase supra, p , 9, nota I de LaBella


D urm iente, [ n . d e l T . ]
66 PRIMEROS TR A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

d e l E stu d ian ta d o L ib r e c o n lo q u e es el esp íritu ju v e n il. L a c o m p o s i­


c ió n de n u estros g ru p o s sólo o fre c e rá p e rso n a lm e n te su im ag en esp e­
cífic a cu an to m ás cerca se h a lle n de su m eta. D e m o m e n to n o asp ira ­
m o s a éxitos n u m é r ic o s , a la p ro p a g a n d a o la o b te n c ió n d e in tereses.
P e ro vam os a ir d a n d o la b ie n v e n id a a lo s y las e stu d ia n tes q u e c o m ­
p r e n d a n la in te n c ió n in t e r io r de n u estro tra b a jo . P o r ta n to , ta n sólo
m ed ia n te la c o m p o s ic ió n p e rso n a l se apartará n u estro g ru p o respecto
de la m asa d e l E s tu d ia n ta d o L ib r e , te n ie n d o la esp e ra n z a de p o d e r
actu ar e n p r in c ip io m ed ia n te su existencia.
U n as palabras, p o r ú ltim o , respecto al tip o d e n u estro trab ajo, que
se en cu en tra al servicio d e la a cu ñ ació n d el esp íritu ju v e n il, sobre tod o
e n lo que hace a la cuestión pedagógica. A sí, n o se interesa p o r las cu estio­
n es técn ica s en tan to q u e tales, n i p o r la p u r a o r ie n ta c ió n e n lo exis­
ten te. N u estro in terés se en m arca d o n d e la ju v e n tu d y los valores c u ltu ­
rales se c o n fr o n ta n , e n u n a n u eva p e d a g o g ía filo s ó fic a . L a e d u c a c ió n
artística, la en señanza d e la r e lig ió n y la m o ra l, la ed u ca ció n p o lítica , la
c o e d u c a c ió n , to d o esto so n c u estio n es q u e d isc u tim o s u n a y o tra vez.
C iertam e n te , esto lo tratam os de m an era te ó rica , p e ro u n a m en talid ad
práctica se m anifiesta en ello: igu al q u e el jo v e n estudiante u n iversitario
n o tie n e d ific u lta d e s e n tr e n o s o tr o s p a ra c o m p r e n d e r las p re g u n ta s
relativas a la fo r m a c ió n esp iritu al d el escolar, ya q u e él ta m b ién es jo v e n
y sien te la m ism a ten d en cia in c o n d ic io n a d a p o r los valores y las va lo ra-
cion es, ta m p o co los prob lem as d el m aestro de escuela h a n de conservar
en tre n o so tro s su carácter p e n o so . H em os d iscu tid o pocas veces la p o si­
c ió n del m aestro fren te al alu m n o p o rq u e en estas cuestiones la cosa está
b ie n clara: la e d u c a c ió n , si su ced e e n el e s p íritu d e la ju v e n tu d , n o
c o n o c e u n p ro b le m a p e rso n a l de p o d e r en tre m aestro y a lu m n o , sin o
q u e el m aestro o b tien e el va lo r m ed ian te su ju v e n tu d y seriedad.
L a d iscu sión teó rica e n los gru p o s es sólo u n a parte de n u estro tra ­
b a jo . C o n la o tra p a rte n o s e n c o n tr a m o s e n la lu c h a m ism a d e la
ju v e n tu d , so b re to d o e n la lu ch a d e la ju v e n tu d escolar. C o n su revista
DerAnfang, así c o m o c o n las « a u la s d e r e u n i ó n » , d o n d e a lu m n o s de
escuela y estudiantes u n iversitarios h a b la n u n o s c o n otros, n o s r e la c io ­
n am o s estrech am en te c o n la ju v e n tu d escolar: sabem os q u e su lu ch a es
n u estra lu ch a . N a tu ra lm e n te , hay q u e subrayar q u e la r e fo r m a escolar
es tan sólo u n cam p o lim ita d o de la actividad ju v e n il. N u estro s g ru p o s
in te n ta n p r o m o v e r de m a n era in m a n e n te ( p o r así d e c irlo ) la re fo rm a
u n iversita ria desde d e n tro hacia fu e ra . L o s a lu m n o s d e escuela h a n de
LA JU V E N TU D SE MANTUVO EN SILENCIO 67

estar lig a d o s ig u a lm e n te a n o so tro s e n esto: e n B e r lín ya se em p ieza a


convocar a escolares a lo s actos so cio -estu d ian tiles (lecturas de cu en tos,
veladas de la sección, de re fo r m a escolar).
E n el m arco d e esta c o n fe re n c ia n o m e h a sid o p o sib le d esa rro lla r
el c o n c e p to de c u ltu ra ju v e n il. P e ro ta m p o c o p a rece im p r e s c in d ib le ,
una vez que los escritos del d o c to r "Wyneken161 y DerAnfang lo h a n desarro -
Hado d esd e sus aspecto s m ás d ive rso s. P e ro ese c o n c e p to es el p r e s u ­
puesto d e cu an to os h e d ic h o . H e in te n ta d o m o stra r q u e hay dos p o s i­
b ilid a d es d e l tra b a jo p e d a g ó g ic o - e s tu d ia n til. U n a b ro ta a p a r tir d el
p en sa m ien to social, y n o ha co n s eg u id o establecer la c o n e x ió n in te rn a
co n la idea m ism a de estudiante; y es el caso q u e d ich a c o n e x ió n ten d ría
que sig n ificar actualm ente la ren o va ció n d el esp íritu estudian til. L a otra
p o sib ilid ad analizada reposa d irectam en te e n la c u ltu ra p r o p ia d el esp í­
ritu ju v e n il, que con ecta de m o d o n ecesario a escolares y un iversitarios:
así surge u n a nueva m en talid ad p ro p ia m en te estudiantil, que h a e n c o n ­
trado su p r im e r o b je to e n la r e la c ió n d e l estu d ian te c o n la p ed agogía.

LA JU V EN TU D SE M ANTUVO EN SILENCIO1,1

D e d ic a d o a l Tägliche Rundschau^

A h o r a d e b e m o s p e r m a n e c e r a te n to s. N o va m o s de n in g ú n m o d o a
p e rm itir q u e el hecho d e l C o n g r e s o de la J u v e n tu d A le m a n a L ib r e n o s
som eta. S in d ud a, es verd a d q u e h em o s vivid o e n el sen o de u n a nueva
re a lid a d : d o s m il p e rso n a s jó v e n e s y m o d e r n a s se h a n r e u n id o ,
p u d ié n d o se ve r e n el H o h e r M e iß n e r* 31 lo q u e es u n a n u eva ju v e n tu d

6 C fr. Gustav W yneken, ücta/e undJug&ndkultur, Jena, 1913; Was istJvgendfmltur ?, M unich, 1913-
1 P u b lica d o e n o ctu b re de 1913 b ajo el p se u d ó n im o la tin o de « A r d o r » e n la revista
Die Aktion. Este a rtícu lo se refie re al P rim e r C o n g re so de la Ju v en tu d A le m a n a L ib re
(Erster FreideutscherJugendtag), q u e se celeb ró e n tre los días IO y 12 de o ctu b re de 1913
a las afueras de K assel. A l p a re ce r, W alter B e n ja m in asistió a este congreso» e n el
q u e W yn eken se op u so al to n o n acio n a lista p red o m in a n te e n tre los participan tes.
D e h e ch o , los g ru p o s ju v e n ile s y estudian tiles relacio n ad os c o n W yn eken fu e ro n
expulsados de la Ju v en tu d A le m a n a L ib r e en m arzo d el sigu ien te año de 1914-
2 La d ed ica to ria al p e rió d ic o Tägliche Rundschau parece re ferirse iró n ica m e n te a u n
a rtícu lo de ese p e rió d ic o sob re e l P rim e r C o n g re so de la Ju ven tu d A le m an a L ib re.
3 U n a ltip la n o a las afu eras de K assel, [n . d e lT .]
68 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA D E LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

co rp o ral, u n a nueva te n sió n en cada ro stro . P ero esto n o es para n o s o ­


tros otra cosa q u e la garan tía de existen cia d e l esp íritu ju v e n il. E x c u r­
sio n es, trajes de fiesta y danzas p o p u la re s n o so n im p o rta n te s y, e n el
a ñ o 19 13 , n o so n esp iritu ales todavía.
A lg u n o s de n o so tro s n o salu d a rem o s c o n en tu sia sm o el co n g re so
ju v e n il hasta q u e al esp íritu g lo b a l n o lo co lm e la vo lu n ta d de ju v e n tu d ,
a lg o q u e h a sta a h o ra s o la m e n te su ced e e n u n o s p o c o s . H asta ese
m o m e n to , h a b rá q u e p la n te a r u n a y o tra vez al c o n g re s o , e n n o m b r e
d e la m ism a ju v e n tu d , u n a exigen cia esp iritu al.
E n la asam blea de d eleg ad o s e n el castillo de H a n ste in su c e d ió lo
sigu ien te: u n o ra d o r acabó c o n estas palabras: « ¡V iv a la lib erta d ! ¡Viva
A le m a n ia !» . U n a voz: « ¡ Y v iv a la ju v e n tu d !» . E l o r a d o r añ ad ió: « ¡ Y
viva la ju v e n tu d !» a to d a prisa.
P e ro a ú n s u c e d ie r o n otras cosas p e o r e s . A l e n tr e g a r lo s p r e m io s
d e p o rtiv o s , se n o m b r ó el a p e llid o Isa a cso h n , y se o y ó la ris a de u n a
m i n o r ía 1*1. M ie n tr a s u n a sola d e tales p e rso n a s te n g a sitio e n tre lo s
jó v e n e s alem an es lib res, carecerem os d e ju v e n tu d y de n o b le za.
E ste co n g reso ju v e n il h a d em o stra d o q u e m u y p o co s e n tie n d e n el
s e n tid o d e la p a la b ra « ju v e n t u d » , q u e s ó lo e lla d ifu n d e el e s p íritu
n u evo , a saber, el esp íritu . L o s dem ás h a n bu scad o u n o s pretextos se n i­
les, r a c io n a le s , p a r a su m a n e r a d e e n c o n tra rs e : la h ig ie n e r a c ia l, la
r e fo r m a agraria o la a b stin e n c ia . P o r eso , alg u n as p e rs o n a s ávidas de
p o d e r p u d ie r o n atreverse a en su ciar la fiesta de la ju v e n tu d em p lean d o
u n a je r g a partid ista. E l p r o fe s o r K e i l ísl exclam ó: « ¡V iv a n las a rm a s!» .
S ó lo d o s h o m b re s p r o t e g ie r o n a la ju v e n tu d : W y n e k e n y L u s e r k e t6!.
A m b o s p r o c e d e n d e la C o m u n id a d E sco la r L ib r e . W y n ek en p r o m e tió
situarse c o n lo s suyos c o m o u n a m u ra lla an te u n a ju v e n tu d a la q u e se
ataca y m a n ip u la co m o a u n a r e u n ió n electo ra l. Para esta lu ch a c o n fia ­
m os e n la g e n te d e W ic k e rsd o rf, q u e c o n sus g o rras b lan cas fo rm a b a n
u n g ru p o b ie n com p acto en M e iß n e r .

4 S e t r a t a d e u n a p e l l i d o c l a r a m e n t e j u d í o , [ n . d e l T .]
5 E rn st K e i lr austríaco. [N .d e lT .]
6 M artin Luserke (18 S 8 -19 6 8 ) d irig ió la C o m u n id a d E sco lar L ib re de W ick ersd o rf
e n tre los años I9IO y 1924?. Sobre Gustav W yn eken y la C o m u n id a d E scolar L ib re de
W ickersd orf, véase sufira, p . 9, nota I de La Bella Durmiente. E l discurso p ro n u n cia d o
p o r W yn eken en el congreso se p u ed e con su ltar en las páginas 1 6 - 2 0 d el lib ro de
G ustav M ittelstrass y C h ristian Sch neeh agen (eds.). FreideutscherJugendtogl$13: Reden von
GottfriedTraubu.a., H am burgo, 1913. Por el con trario, el discurso de Luserke n o parece
haberse pu b licado.
LA JU V E N TU D SE MANTUVO EN SILENCIO 69

L a ju v e n t u d se m a n tu v o e n e l s ile n c io , y s i e x c la m ó « ¡ H u r r a ! »
fue m ás d u ra n te el d isc u rso d e l c h o v in ista K e i l q u e a n te las palab ras
de W yn eken . C o n igu al d o lo r p u d o observarse q u e la ju v e n tu d se s e n ­
tía ad ulad a p o r las p alab ras p atern alistas d e A v e n a r iu s [íI. Y lo p e o r es
q u e esta ju v e n tu d a ce p ta ra las b ro m a s , y q u e se d e ja ra a rre b a ta r p o r
personas « m a d u r a s » la seried a d sagrada c o n la q u e se h a b ía r e u n id o ;
que acep ta ra la ca m p ech a n ía , e n vez de r e c la m a r la d e b id a d ista n cia.
E n e fe cto , esta ju v e n tu d n o h a e n c o n tra d o tod avía al e n e m ig o in n a to
al q u e tie n e q u e o d ia r . P e r o , ¿ q u ié n d e to d o s lo s q u e estab a n e n el
H o h e r M e iß n e r lo c o n o c e ? ¿ Q u é fu e d e la p ro te sta c o n tra la fa m ilia
y la escuela q u e esp eráb a m o s? A l resp e cto , la r e tó r ic a p o lític a n o alisó
el c a m in o d e l s e n tir j u v e n il. ¿ E s ésa la r a z ó n p o r la q u e n in g u n o lo
to m ó ? A h í estaba to d o p o r h a ce r. Y ah í hay q u e m a n ifesta r lo ju v e n il,
hay que m o stra r a h í la rebelión: en c o n tra de lo s pad res, q u e a h o g a n los
ánim os, y e n c o n tra d e la escu ela, q u e fu stiga el esp íritu . L a ju v e n tu d
se m an tuvo e n él s ile n c io . Y a ú n n o h a te n id o la in tu ic ió n ante la cual
se vie n e abajo el c o m p le jo de la ed ad . L a p o d ero sa id e o lo g ía in tegra d a
p o r la e x p e r ie n c ia , la m a d u r e z , la a u to r id a d , la r a z ó n y la b u e n a
v o lu n ta d de lo s a d u lto s n o se vio n i fu e atacad a e n el c u rso d e l c o n ­
greso ju v e n il.
E l hecho d el con g reso ju v e n il es sin em b argo lo ú n ic o positivo- Basta
para v o lv e r a r e u n im o s m e jo r p e rtre c h a d o s el a ñ o q u e v ie n e y lo s
siguientes hasta q u e, alg ú n d ía, e n u n con g reso d e la ju v e n tu d alem ana
lib re lo g re h a b la r, p o r fin , lajuventud.

7 F erdin an d A venariu s (1 8 5 6 -19 3 3 ) era u n crítico artístico y lite ra rio m uy fam oso en
su época, gracias sobre to d o a ser so b rin o de W agner. S u discurso en el con greso se
pu ede le e r en las páginas S I - 33 d el lib ro m en cio n a d o e n la n ota an te rio r.
VELADAS LITERARIAS ESTUDIANTILES[l!

N ad ie duda q u e el arte delatará to d o el leta rgo , tod a la lejan ía d el esp í­


ritu , to d a la d e fic ie n c ia q u e hay e n la socied ad estu d ian til. V o y a d arle
p a lab ras a esta d e la c ió n . M e b a so e n la ca tá stro fe in o lv id a b le d e la
velada literaria.d e h ace u n año, así co m o e n m i p r o p ia c o n c e p c ió n res­
p e cto al a rte y el e stu d ia n ta d o .
V o y a con trastar la velada litera ria d e lo s estu d ian tes c o n u n a « le c ­
tu ra p ú b lic a d e las p ro p ia s o b ra s» c o m o las q u e tie n e n lu g a r c o m ú n ­
m en te e n lo s locales d e B e r lín . A c u d e a ellas u n p ú b lico d e p ag o, d es­
o rie n ta d o y c u rio s o ju n t o c o n a lgu n o s in vitad o s, la m a yo ría b u sca n d o
d iv e rsió n . L a r e u n ió n está m ed ia d a p o r el p a g o ; la c u e stió n n o es p o r
ta n to c u á n to e s p íritu se a p o rte , p a r a e l p ú b lic o al m e n o s . L a m asa
cuchichea, y el in d iv id u o p u e d e sen tir devotam en te. L a velada d ep en d e
e n co n secu en cia d el e sp íritu d el au tor: si es u n d ileta n te y q u ie re in t e ­
resar o d ive rtir, to d o irá b ie n y n o será p reciso r e c u rr ir al arte. T al vez
p u e d a tra ta rse de u n p o e ta . A s í q u e le e rá sin c o n ta r c o n la m asa que
tie n e d elan te: él y el arte están e n o tr o sitio . L e seg u irá n algu n o s. A sí,
a q u í la m asa n a d a tie n e q u e v e r c o n el a rte , c o m o el a rte n a d a c o n la
m asa. E l d in e r o s in d u d a d e sin fe c ta . E l e s p ír itu a cu d e e n ta n to qu e
in d iv id u o a lo s lugares q u e so n d e l arte p ú b lic o , y q u ie n se sien te a su
lad o h a de pagar.
E l p r o c e d im ie n to , ta n h ig ié n ic o , q u e v ie n e e la b o r a n d o lim p ia -
m e n te u n p re p a ra d o d e l arte a p a r tir de n u estro s te atro s, de n u estras
c o n fe r e n c ia s y de n u e str o s c o n c ie r to s , es el sig n o d e u n a te r r ib le
p o b reza . M as se d ice: p o b r e , p e r o lim p io .
E sta h ig ie n e p e c u lia r d e la p o b r e z a , e l p e o r e lo g io q u e p o d r ía
h a ce rse (p u es a q u í el a rte p u e d e h u ir to d a vía c o n sus d is c íp u lo s p o r
c a m in o s a ú n n o h o lla d o s ) , n o se p u e d e a t r ib u ir e n a b s o lu to a las
ve la d a s e s tu d ia n tile s lite r a r ia s . A la c o m u n id a d a c a d é m ic a , p o r su
p a rte , n o se le p u e d e d isc u lp a r el p a g a n ism o , la le ja n ía al a rte com o
ta l. L a fa lta d e p e n s a m ie n to es u n p e c a d o . E sta m o s e x c lu id o s d el
r e in o de la p o b r e z a e s p iritu a l. E l d ia r io tra to c o n lo e s p iritu a l q u ita

I P u b licad o en en ero de 1914- en la revista DerStudent, órgan o d el E studiantado Libre


de B e rlín . A l texto de B en jam ín le preced ía u n a nota de la d ire cció n de la revista en
la que se afirm aba: «Estas palabras d eb ería n h ab er sido leídas e n la velada literaria
estu dian til d el 16 de diciem bre de 1913. La m ayoría d el ju ra d o las rechazó p o r razo­
nes de p r in c ip io » .
VELADAS LITERARIAS ESTU D IA N TILES

todo d erech o a p rese n tarse an te el a rte a la m a n e ra de m e ro s b u r g u e ­


ses q u e p agan .
T o d o esto sig n ific a q u e u n a velad a lite r a r ia e s tu d ia n til n o p u e d e
establecer a su m a n e r a la m e d id a d e su e s p ir itu a lid a d . S e e n c u e n tr a
bajo u n a le y d esd e el p r in c ip io , b a jo la ley q u e p re s c rib e el arte: r e u ­
nirse ante él e n c o m u n id a d . P ero n o es el d in e ro lo q u e u n e .
■ N o s te n e m o s q u e to m a r e n serio este c o n o c im ie n to in d isc u tib le .
U n a velada lite ra ria e stu d ia n til so la m en te p o see u n a d e esas d os p o s i­
b ilid a d es. P re s u p o n e la c o m u n id a d de lo s estu d ia n te s y n o p u e d e
ren u n ciar a ella. U n a velad a litera ria estu d ian til resu lta ser, p o r ta n to ,
una velada en la q u e el e sp íritu c o m u n ita rio de lo s estu d ian tes se c o n ­
fronta c o n el arte. C o n e llo se tra n sfo rm a la r e la c ió n existente e n tre el
áutor y el p ú b lic o . A d ife re n cia d e lo q u e su ced e e n u n a sala p ú b lic a de
conferencias, q u e n o está p resid id a p o r el n o m b re de u n a c o m u n id a d ,
el p ú b lic o se vu elve a q u í im p o r ta n te . Y el a u to r n o se e n c u e n tra , en
n om bre d e l arte, p o r e n c im a d e l p ú b lic o , n i e n m e d io d e u n p ú b lic o
variado y sin o tro c o n tacto q u e la v u lg arid ad q u e se co m p a rte.
; | P o r el c o n tra rio , el arte c o n e cta a q u í al a u to r c o n e l p ú b lic o T a l
voluntad de arfe c o n fo r m a la v e la d a lite r a r ia . D e sa p a re c e la reb u sca d a
in d e te rm in a ció n de lo s ju ic io s artísticos. E l p ú b lic o n o espera al p o eta
ilu m in a d o , q u e n ad a tie n e q u e v e r c o n el estu d ian tad o n i c o n la a u to -
Jría. E l p ú b lic o n o a d o p ta a c titu d a lg u n a , n o se e n c u e n tr a á v id o d e
ivivencias n i de literatu ra , sin o q u e está e n espera de sí m ism o , d e l d ile ­
ta n te al q u e oye p r o fe s a r e l a rte . É ste es, e n el m ás la to s e n tid o , e l'
^ isjífflv o U e la e d u c a c ió n a rtística , y ta m b ié n p o r ta n to de u n g r u p o
lite ra rio de e stu d ia n te s. E d u c a c ió n p a r a c o n v e r tirs e e n d ile ta n te s, y
ed u cación p a ra ser p ú b lic o . P ero a q u í e l d ile ta n te n o es e n n o b le c id o
po r el arte, p ues se trata de a lg u ie n q u e n o sabe, sin o p o r el esfuerzo. S in
duda, a ú n es p o sib le dar b u e n a m u estra de la seried ad y d e l r ig o r de la
creación a u n q u e u n o n o sea u n g ra n artista, alcan zar el c o n o c im ie n to
que es p r o p io d e l g e n io ; y a eso está lla m a d o el d ile ta n te . É ste, p o r
tanto, se p rese n ta c o n la c o n fe s ió n de q u e es a lu m n o . A b a n d o n a r á el
in su frib le a b so lu tism o , esa m a n era p rim itiv a de situ arse an te el a rte y
de e n tra r a tien ta s e n su se n o . E l d ileta n te será u n im ita d o r y a p r e n ­
derá el o fic io e n sus p r im e r o s c o m ie n z o s . C o n e llo va a c o n v e rtirs e )
seria m en te e n m ie m b r o p e r t e n e c ie n te a u n a c o r r ie n te a rtística q u e
¿óntiene su p r o p io sen tim ien to vital, q u e c o n tie n e su p r o p ia vo lu n tad ,
de m an era sin d u d a más rig u ro sa q u e otras. A p re n d e r á y trabajará co n
72 p r im e r o s t r a b a j o s d e c r ít ic a d e l a e d u c a c ió n y d e l a c u l t u r a

ella , la p r o fe s a r á y p r o p a g a r á . E l d ile ta n te se estab lece así e n u n


á m bito , y desde él ya p u e d e d irig irse de m o d o receptivo (co m o p erso n a
. culta) h a cia o tro s á m b ito s. Y , en co n se c u e n c ia , va a e d u c a r al p ú b lic o
en la c o m p r e n s ió n de lo q u e es la la b o rio sa civilid a d d e l g e n io . N o es
p o sib le in ic ia rlo s en lo ge n ia l d e l g e n io , n i ta m p o co h ace falta.
Éste es el se n tid o q u e p o see u n a a u to ría estu d ian til, y esto es ta m ­
b ié n lo q u e c a r a c te riz a a l p ú b lic o e s tu d ia n til e n c u a n to ta l. U n
p ú b lic o q u e h a d e estar u n id o e n el rech azo de lo p o p u la rm e n te se n ­
t id o , c o m o d e to d a p e n o s a in m e d ia te z q u e p r o c e d a d e u n a p riv a d a
ig n o r a n c ia . U n o q u e h a de h a lla rs e p r e p a r a d o p a r a c o n te m p la r lo
n u e v o , r e v o lu c io n a r io e in a u d ito q u e atrap a a lo s m ás p ro d u c tiv o s de
e n tr e sus fila s. Y h a d e estar u n id o e n el re c h a z o , h a de estar f ir m e ­
m e n te d e c id id o e n la n e g a c ió n d e lo c lá sic o a p r o b le m á tic o y d e las
rim as b ie n hech as. E l lite r a to es a q u e l a q u ie n la m u ltitu d d e d ile ta n ­
tes tie n e q u e seg u ir. E l lite ra to va d ela n te c o m o u n le g io n a r io , su cio y
p o lv o r ie n t o a c o n s e c u e n c ia d e u n s e r v ic io s u p e r io r e n e l q u e c re e ,
a u n sin c o m p r e n d e rlo ^Él, q u e h a sid o el p r im e r o e n o lvid a r su cu n a,
h a c o m p r e n d id o la c o b a rd ía q u e subyace e n la c o n v e n c ió n a rtística y
n o h a v a c ila d o e n h a c e r p ú b lic a su e x is te n c ia p r iv a d a e n e l d e b a te ,
P o se íd o p o r to d a s las m ise ria s d e la é p o c a y p o r el c o n o c im ie n to de
lo s r ig o r e s a rtístico s , el lite r a to se p u s o al se rv ic io d e l g e n io , al q u e
a h o r ró el m o rta l c o n ta c to c o n el p ú b lic o .
D e la ética del artista hay q u e d e c ir q u e q u ed ó su m ergid a d e n tro de
su o b ra p o r c a m in o s d ifíc ile s de e s tu d ia r. P e ro e lla se m u e stra e n la
g ra n d e za a rtística de la o b ra . L a obra da al artista el d e re c h o a h a b la r,
p e r o n o al d ile ta n te . S u p e r s o n a lid a d , su s e r ie d a d , su p u r e z a m o r a l
h a n de ser garan tía d e lo s in te n to s a rtísticos q u e p rese n te. P o rq u e n o
hay q u e to m a rlo s co m o arte, co m o reve la ció n . A n te s b ie n , so n lo s tes­
tim o n io s de u n lu c h a d o r -h u m a n o q u e, a p esa r d e todas las con d en as,
r e m ite a lo s q u e e n c o n t r a r o n u n a s fo r m a s , y q u e a d ich as fo r m a s se
d ob lega. E l d iletan te e n carn a lo h u m a n o -c o n d ic io n a d o p o r el arte, su
a sp ecto te m p o r a l, su te n d e n c ia in m a n e n te . E n ta n to q u e e d u c a d o r,
en señ ará a los otros el cam in o desde su h u m a n o c o n d ic io n a m ie n to , su
m o r a l d ir e c c ió n , h a cia el a rte y h a c ia el n u e v o g e n io . P ara v e r tal
c a m in o hay q u e ver u n a y o tra vez a la h u m a n id a d , cuya atadura y lib e ­
r a c ió n so n p r e c is a m e n te d ich as fo r m a s . E l d ile ta n te es el a u té n tic o
ed u c a d o r para este m o d o de ver. Y el literato d el q u e h ablam os n o será
o tra cosa q u e la m ás elevada y p u ra fo r m a c ió n d el d ileta n te.
EDUCACIÓN ERÓTICA 73

F in a lizo : u n a velad a lite r a r ia e stu d ia n til tie n e q u e h a c e r h a b la r a


u n as p e rso n a s cuya p e r s o n a lid a d m o r a l o b lig a . E n to n c e s sa b rá e l
p ú b lic o q u é s ig n ific a el a u to r e s tu d ia n til p r o p ia m e n te d ic h o , e l
p ú b lico estu d ian til e n cu an to tal. P o r el c o n tra rio , p arecerá im p o s ib le
escuchar p o e m a s d e p e rso n a s cu ya se r ie d a d a rtística sea d e s c o n o c id a
p o r c o m p le to , cuyo sen tid o de lo trág ico sea p r o b le m á tic o , y m ín im o
su c o n o c im ie n to d e la ép oca. Im p o sib le ig u a lm en te o ír h a b la r de se n ­
tim ientos innegables a personas que sólo con ozcam os p o r sus actividades
incesantes. Im p o sib le , ta m b ié n , ver talen tos in c ie rto s q u e se en tregu en
a sus capacidades. S ó lo es p o sib le escu ch ar a la p e rso n a cuya m o ra lid a d
se h a s o m e tid o al a rte c o n o b je to d e in t u ir lo , cu ya in c a p a c id a d va
e n n o b le c id a e n r a z ó n a su p r o p ia n e c e sid a d , la q u e la v in c u la c o n el
arte lu ch a d o r de su tie m p o , cuya o b ra r in d e te stim o n io d e la lu ch a que
entabla e l ser h u m a n o d o n d e la fo r m a a ú n n o h a p o d id o triu n fa r.
; T o d o s los d irig en tes estu d ian tiles d e b e ría n le e r u n a vez al a ñ o u n a
ob ra de su p r o d u c c ió n . A s í sería p o sib le u n a se le cc ió n de lo s p r o d u c ­
tos, y hasta u n a se le cc ió n m ás rig u ro sa de lo s v e rd a d eram e n te d ir ig e n ­
tes. P u es así c o m o e l v e rd a d e r o d ile ta n tis m o p r e s u p o n e lo m o r a l
h u m a n o , la c u ltu ra im p o n e a d ich o s seres u n d e b e r d e servicio e n la
luch a artística de la ép oca: el d ileta n tism o .

EDUCACIÓN ERÓTICA
C o n o c a s ió n d e l a ú l t im a v e l a d a l it e b a e ia

E S T U D IA N T IL C E L E B K A D A E N B E R L Í N ^

Más im p o rta n te que la p e ro g ru lla d a de a firm a r q u e n o hay cu ltu ra e r ó ­


tica es el h e c h o de la doble in c u ltu r a e r ó tic a e x iste n te : la fa m ilia r y la
p r o s titu c ió n . Es p o r c o m p le to in ú t il e l in t e n to de c o m b in a r am bas
cosas caren tes d e e s p íritu e n la a u re o la d e l f i l i s t e r i o [aI ju v e n il: e n la
« r e la c ió n » . L o q u e h em o s escu ch a d o era ese n c ia lm e n te p o e sía sob re
las relacion es. Es d ecir: m o d ern id a d es de la sele cció n de vocablos segú n

1 P u blicado e n en ero de 19*4 b ajo el p se u d ó n im o latin o de « A r d o r » en la revista Die


Aktion * A l parecer, la velada lite ra ria q u e Benjam ir* com en ta tuvo lu gar el 16 de
d iciem b re d e 1913*
2 S ob re e l sign ificad o de esta palabra, véase lo d ich o e n re la ció n c o n la palabra « filis ­
te o » en p . 17, nota 2, d el Diálogo sobre la religiosidad del presente, [n . d el T ,]
74 PRIMEROS T R A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

ritm o s de G e i b e l13'; d esd e el p u n to de vista d e l c o n te n id o : excesos


p a n e ró tico s d otad os de a p oyo fa m ilia r. Se rescataro n n o m b re s b iz a n ­
tin o -ro m a n o s , co m o T e o d o ra , c o n fitá n d o se lu e g o c o n d u lce p o esía de
m u ch ach a s. O t r o ib a c a n ta n d o sus c a n c io n e s ó r fic a s p a ra así o c u lta r
co n r e fe r e n c ia s a G r e c ia la c e g u e ra p o é tic a y a lu d ir s in p r o b le m a s al
m a r y al a m o r. A lg u ie n trasladó a u n circo ro m a n o la n eced ad excitante
de u n a v io la c ió n . L o s escen a rio s clásicos so n sig n o de la d e p e n d e n c ia
fam iliar, trayénd ose a la lu z u n o s poem as eró tico s q u e u n o p o d ía le e r a
to d o el m u n d o (si n o a tu pad re, al m en o s a tu tío ).
N o h em o s d e o cu lta r q u e, en m e d io de to d o esto, se co n se rv a ro n
fó siles d e la ép o ca d e lo p u ra m en te fa m ilia r, y así su p im o s c o n in terés
sin ce ro q u e a ú n existen cosas co m o éstas. A saber: « Ju ven tu d , u n b o s ­
q u e jo al fr e s c o » , q u e traslad a al h o g a r el e r o tis m o , y el h ijo am a a la
« e sp o sa » d e su p ad re.
S ó lo u n a u to r m ostró el cam in o hacia d elante: A . E . G ü n th e r , c o n
b o sq u ejo s d e c id id o s, siem p re in te lig e n te s y m o rd aces. O tr o al m en o s
su p o c o n s e rv a r u n a n e u tr a lid a d b a sta n te d ig n a : h a b la m o s d e E r ic h
K rau ß .
M ie n tra s lo s estu d ian tes e n tie n d a n su p o esía de esta fo rm a , segú n
este m o d e lo fa m ilia r, y n o se atrevan a v e r espiritualmente el ero tism o d e la
p ro stitu ta (q u e sin d u d a es el mas cercano a ellos), e n vez de ju g a r c o n g ra ­
ciosas p a sio n cilla s, se q u e d a rá n e n la e n m o h e c id a p o e sía q u e c o r r e s ­
p o n d e a las r e la c io n e s y n o p r o d u c ir á n u n so lo v e rso q u e sea visto y
fo rm a d o co m o tal.

LA POSICIÓN RELIGIOSA DE LA NUEVA JU V E N T U D [d

E l m o v im ie n to de la ju v e n tu d q u e a h o ra va d e sp e r ta n d o m a rca su
d ir e c c ió n p o r ese p u n to in fin ita m e n te le ja n o e n el q u e sabem os q u e
está la r e lig ió n . Y el m o v im ie n to ya es p a ra n o s o tr o s la g a ra n tía más
h o n d a d e q u e la d ire c c ió n es la co rrecta . L a ju v e n tu d q u e d esp ierta en
A lem a n ia se en cu en tra igu al de lejos respecto de la totalid ad d e las re li-

3 E m an u el G e ib e l (18 15 -18 8 4 ), poeta p a trió tico alemán, [N .d e lT .]


I P u b licado en mayo de 1914 (sin p seu d ó n im o) en la revista Bic Tat: Social-retinóse
Monatsschrijifür deutsche Kultur, d irigida p o r E u gen D ied erich s y K arI H offm a n n .
LA POSICIÓN RELIGIOSA DE LA NUEVA JU V E N TU D 75

giones y asociaciones cosm ovisivas. T a m p o co adopta p o sicio n es r e lig io ­


sas, p e ro sign ifica algo p ara la r e lig ió n y, en u n sen tid o co m p letam en te
nuevo, la r e lig ió n co m ien za h o y a a d q u irir u n sig n ifica d o p ara ella. L a
ju v e n tu d se h a lla e n ese c e n tro en q u e lo n u ev o su rge. Su n ecesid a d es
en o rm e, y la ayuda de D io s le está m u y p r ó x im a [zl.
L a r e lig ió n n o p u e d e c a p ta r m e jo r a la c o m u n id a d q u e e n la
ju ve n tu d , y el im p u lso h a cia ella n o p u e d e darse e n n in g ú n o tr o lu ga r
de u n m o d o m ás c o n c r e to , ta m p o c o m ás in t e r io r , m ás pen etran te^
P o rq u e el c a m in o fo r m a tiv o p r o p io de la g e n e r a c ió n jo v e n ca recería
sin ella de se n tid o . Está vacío y lle n o de su frim ie n to s, sin el lu g a r e n el
cual él se b ifu rc a e n la d isyu ntiva d ecisiva. Este lu g a r h a de ser c o m ú n
para to d a u n a g e n e ra c ió n ; a h í se en cu en tra el te m p lo d e su d ios.
L a in q u ie tu d re lig io s a lle g ó a lo s v ie jo s ta rd é y a isla d a m e n te. Fue
u n a d e c isió n e n lo e sc o n d id o , e n la sin gu lar b ifu rc a c ió n , p o r m ás que
no en la ú n ica . L a d ecisió n n o ten ía garantías al faltarle la ob jetivid ad de
lo religio so . A s í p e rm a n e ció el in d iv id u o c o n fro n ta d o c o n la re lig ió n .
P ero ah ora se p resen ta u n a ju v e n tu d q u e se h a fu n d id o c o n la r e li­
gió n , la cual es ya su c u e rp o , en e l q u e ella p ad ece las q u e son sus n e c e ­
sidades. Una generación quiere volver a situarse en la bifurcación, pero ésta no está en
ningún sitio. C a d a ju v e n tu d d eb ió e le g ir, m as los o b jeto s p ara su e le c c ió n
le estaban m arcados. La n ueva ju v e n tu d se h alla h oy ante el caos e n q u e
los o b je to s de su e le c c ió n (lo s o b je to s sagrad o s) d e sa p a re c e n . S u
c a m in o n o lo a b r e n las p a la b ra s « p u r o » e « i m p u r o » , « s a n t o » y
« r e p r o b o » , s in o p a la b ra s p r o p ia s de u n m a e stro de escu ela , c o m o
« p e r m itid o » y « p r o h i b i d o » . Q u e la ju v e n tu d se sien ta a ctu alm en te
d eso rien ta d a y sola es garan tía de su relig io sa seried a d , de q u e la r e li­
g ió n ya n o sig n ifica p a ra ella u n a fo r m a c u a lq u ie ra d el es p íritu o u n o
de los m u ch ísim o s cam in os que p o d ría to m a r d iariam en te. P o r el c o n ­
tr a r io , h o y la ju v e n tu d n o re c la m a m ás u r g e n te m e n te n in g u n a o tr a
cosa q u e e le g ir, la p o s ib ilid a d de e le g ir, la d e c is ió n sagrad a. L a e le c ­
ció n crea sus ob jetos, y éste es el saber q u e está m ás p r ó x im o al saber de
la re lig ió n .
L a ju v e n tu d q u e se p ro fe sa a sí m ism a significa r e lig ió n a ú n n o exis­
ten te. R o d e ad a c o m o se h alla p o r el caos de las cosas y de las p erso n a s,
de las cuales n in g u n a está san tificad a o rep ro b a d a , exige u n a e le c c ió n .

2 A lu s ió n a u n refrán alem án de acuerd o co n el cual D io s está más cerca de quienes


su fren m ayor necesidad. [N .d e lT .J
76 PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

Y n o p o d rá eleg ir desde la m ás p r o fu n d a seried ad hasta el m o m e n to en


q u e la g ra cia n o haya v u e lto a c re a r lo im p ío y lo sa n to n u e v a m e n te .
C o n fía en q u e lo ré p r o b o y lo santo se m a n ifiesten al fin e n el in stan te
e n el cu al su c o m ú n v o lu n ta d de e le g ir se haya te n sa d o hasta el gra d o
m áxim o.
M ie n tra s ta n to , h o y la ju v e n tu d vive u n a vid a d ifíc il d e c o m p r e n ­
d e r , lle n a d e e n tre g a y de d e s c o n fia n z a , d e v e n e r a c ió n y de e s c e p ti­
cism o, de egoísm o y de sa crificio . P ero esta vid a es su v irtu d . E n efecto,
n o p u e d e r e p r o b a r n i a n a d a n i a n a d ie , p u e s e n to d o (h asta e n lo s
a n u n cio s y e n el c rim e n ) p u e d e su rg ir el sím b o lo o el san to. P ero , au n
así, la ju v e n tu d n o p u e d e darse a n ad ie p o r c o m p le to , n o p u e d e r e e n ­
c o n tr a r e n te r a m e n te su in t e r io r e n el h é r o e q u e v e n e ra n i e n la
m u ch ach a a la q u e am a. L a re la c ió n d el h é r o e y d e la am ada c o n lo que
es lo ú ltim o y e se n c ia l, a sa b e r, c o n lo sa n to , es o sc u ra e in c ie r ta .
C o m o es in c ie rto n u estro p r o p io y o , q u e a ú n n o h em o s h allad o e n la
e le c c ió n . D e ta l m a n e r a q u e esta ju v e n tu d p u e d e te n e r c o m u n e s
m u ch o s rasgos c o n lo s q u e te n ía n lo s p r im e r o s cristian o s, a lo s q u e el
m u n d o ta m b ié n les p a recía estar ta n re b o sa n te de lo santo q u e p o d ía
su rg ir en cada c u al q u e se q u ed ab a n sin a ccio n es n i palab ras. L a d o c ­
tr in a d e u n n o - a c tu a r está m u y cerca d e esta ju v e n tu d . M as su ili m i ­
tado escep ticism o (q u e n o es sin o c o n fia n za ilim itad a) le o b lig a a am ar
la lu ch a. A u n en la lu ch a p u e d e su rg ir D io s. L u ch a r n o sig n ifica c o n ­
d e n a r p o r e llo al e n e m ig o . P e ro las lu ch as de la ju v e n tu d so n ju ic io s
d iv in o s. L u ch a s e n las q u e esta ju v e n tu d se e n c u e n tra d isp u e sta p o r
ig u a l a v e n c e r y a p e r d e r . P o r q u e a q u í lo ú n ic o im p o r ta n te es q u e a
p a r tir de estas lu ch a s se m a n ifie s te lo sa n to e n su fig u r a . Esta lu c h a
m a n tie n e a la ju v e n tu d lejos p o r e n te ro de la m ística, q u e sólo o fr e c e ­
ría al in d iv id u o u n sim u lacro d e la r e d e n c ió n e n tan to q u e n o exista la
c o m u n id a d religiosa en cu an to tal. L a ju v e n tu d sabe q u e lu ch ar n o sig ­
n ific a o d ia r, q u e se d eb e a su p r o p ia im p e rfe c c ió n q u e todavía e n c u e n ­
tre o p o sic ió n y su ju v e n tu d n o im p re g n e a ú n to d o . L a ju v e n tu d q u iere
e n c o n tra rse en esa lu ch a, en la v ic to ria co m o en la d e rro ta , e lig ie n d o
en tre lo santo y lo p r o fa n o . Sabe q u e e n ese in stan te ya n o ten d rá e n e ­
m igo s an te sí, sin p o r ello caer en el q u ie tism o .
L a gente de h oy co m p ren d erá m uy len ta m en te q u e esa ju v e n tu d n o
es el o b jeto de n in g ú n debate cu ltu al, n i ta m p o co de m ed id as d isc ip li­
n arias n i cam pañ as de p ren sa. C o m b a te a sus en em ig o s cam u flad a, de
m o d o q u e q u ie n lu ch a c o n tra ella n o p u e d e s in e m b a rg o c o n o c e rla .
LA VIDA DE LOS ES TU D IAN TE S 11

Pero a u n así, esta ju v e n tu d e n n o b le c e rá a sus rivales, fin a lm e n te im p o ­


tentes, m ed ia n te la h isto ria .

LA VIDA DE LOS E S TU D IA N TES 1'1

H ay u n a c o n c re ta c o n c e p c ió n d e la h is to ria q u e, e n ta n to c o n fía e n la
in fin itu d d el tie m p o , só lo d istin gu e el r itm o de lo s seres h u m a n o s y de
las épocas, q u e van pasand o ráp id a o len ta m en te a través d e la senda d el
progreso. A esto co rresp o n d e lo in c o n e x o , lo im p reciso y falto d e r ig o r
de la e x ig e n c ia q u e d ich a c o n c e p c ió n d e la h is to ria le p la n te a al p r e ­
sen te. P e ro , b ie n al c o n t r a r io , la r e fle x ió n q u e vam os a e la b o r a r se
refiere a u n estado d ete rm in a d o e n el q u e la h isto ria reposa c o m o r e u ­
n id a e n u n c e n tr o , ta l y c o m o h a sid o d esd e a n tig u o e n las im á g en es
u tó p icas d e lo s p e n sa d o res. L o s e le m e n to s p r o p io d e l estad o fin a l n o
están a la vista co m o in fo rm e te n d en cia de p ro g re so , sin o q u e se h a lla n
h o n d a m e n te in sertad o s en cada presen te en su calid ad d e cre acio n e s y
de p e n sa m ien to s e n p e lig ro , re p ro b a d o s y rid ic u liza d o s. L a tarea h is ­
tórica es c o n fig u ra r e n su p u reza el estado in m a n e n te d e la p e rfe c c ió n
co m o estado a b so lu to , h a ce r q u e sea visib le, h a ce rlo d o m in a n te e n el
presente. P ero d ich o estado n o h a b rá q u e e x p o n e rlo c o n la pragm ática
d e sc r ip c ió n d e lo s d eta lles (in s titu c io n e s, co stu m b re s, e tc .) , a la cu al
p refe re n te m en te se sustrae, sin o q u e ta n sólo se p u e d e captar e n lo qu e
es su estru ctu ra m etafísica, c o m o el r e in o m esiá n ico o la id ea fran cesa
de la re v o lu c ió n . E l sig n ifica d o h istó ric o actu al de la u n iv ersid a d y lo s
estudiantes, la fo r m a de su ex isten cia en el p rese n te, só lo vale la p e n a
d e s c r ib irlo e n ta n to q u e m e tá fo ra , e n ta n to q u e r e fle jo de u n estado
su p rem o , m etafísico, de la h isto ria . S ó lo así es p o sib le y co m p ren sib le.
D e m a n e r a q u e esa d e s c r ip c ió n n o es u n lla m a m ie n to n i n in g ú n
m an ifiesto (dos cosas p o r c o m p le to in o p e ra n te s), p e ro m u estra la c r i­
sis q u e, ra d ic a n d o e n la esencia de las cosas, c o n d u c e a la d e c isió n a la

I P u blicado en septiem bre de 191S (si 11 p se u d ó n im o ) en la revista PerJVeuc Merkur. Este


articu lo se basa e n d os discursos q u e B en jam ín p r o n u n c ió en m ayo y ju n io de 1914^
cuyos textos n o se h an conservado. E l p rim e ro era el discurso de p resen tación del
nu evo presid en te del E studiantado L ib re de B e rlín . E l segundo es e l discurso con
que B e n jam ín , e n su recien te calidad de presiden te de esa asociación estudiantil,
p a rticip ó en u n a re u n ió n de asociaciones estudiantiles e n W eim ar.
78 PRIMEROS T R A B A JO S DE CR ITICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

q u e su cu m b en lo s cob ard es y a la q u e los valientes se so m eten . E l ú n ic o


c a m in o p a ra h a b la r d e l lu g a r h is tó r ic o de lo s estu d ian tes y de la u n i ­
versidad es el sistem a. M ien tras n o haya co n d ic io n e s para esto, sólo p o r
m e d io d el c o n o c im ie n to p o d e m o s lib e ra r a lo fu tu r o de su fo rm a d es­
figu ra d a e n el p rese n te. A esto sirve la crítica tan só lo .
A l a v id a d e lo s estu d ian tes se le p la n tea la c u e s tió n de su u n id a d
co n scien te , u n a c u estió n q u e se en c u e n tra al c o m ie n z o , p u e s es in ú til
d is tin g u ir e n la vid a e s tu d ia n til d iv e rso s p r o b le m a s (la c ie n c ia , el
E stado, la virtu d ) si le falta el coraje de som eterse. E n efecto, lo d is tin ­
tivo en la vid a d el estu d ian te es la v o lu n ta d - d e - o p o s ic ió n al som eterse
a u n p r in c ip io , al im p re g n a rse e n la id e a . E l in v o c a r la c ie n c ia sirve
a q u í m u y b ie n p ara o cu lta r u n a in d ife re n c ia m u y p r o fu n d a , in t e r io r i­
zada. E l ju z g a r la vid a estu d ia n til de a c u e rd o c o n la id ea d e la c ie n c ia
n o im p lica e n absoluto u n p a n lo gism o , n i ta m p o co u n in telectu a lism o
(c o m o se está te n ta d o d e te m e r ), s in o q u e es u n a c rític a ju s tific a d a ,
p u e s, p o r lo g e n e ra l, se p re se n ta a la c ie n c ia c o m o el b a lu a rte d e lo s
estudiantes fre n te a las « a je n a s » p reten sio n e s. P o r lo tan to, se trata de
u n id a d in te r io r , n o de crítica extern a. A q u í, la respuesta v ie n e dada a
través de la in d ic a c ió n de q u e p ara la m ayo r p a rte d e lo s estu d ian tes la
c ien cia es su fo r m a c ió n p r o fe s io n a l. G o m o « la c ien cia n o tie n e n ad a
q u e ver c o n la v id a » , h a de c o n fig u ra r exclusivam en te la vid a de q u ie n
la sig n e . U n a de las reservas m ás in o c e n te s y fa la ces a n te e lla es la
expectativa d e q u e la cien cia tie n e q u e ayu d ar a X e Y a c o n s e g u ir u n a
p r o fe s ió n . L a p r o fe s ió n n o se sigu e de la cien cia , hasta el p u n to de que
ésta p u e d e ex clu ir a aqu élla. P u es, p o r su m ism a esen cia, la cien cia n o
to le ra verse alejad a d e sí m ism a, c o m p r o m e tie n d o e n c ie rto m o d o al
in vestigador a ser siem p re m aestro y n o aceptar n in g u n a d e las fo rm as
estatales de p r o fe s ió n , c o m o m é d ic o , ju rista o p r o fe s o r u n iv ersita rio .
N o c o n d u c e p o r ta n to a n a d a b u e n o q u e las in s titu c io n e s d o n d e se
p u e d e n o b te n e r diversos títu lo s, a u to rizacio n es, p o sib ilid ad e s vitales o
p ro fe sio n a le s, se c o n s id e re n sedes de la cien cia . L a o b je c ió n d e có m o
o b ten d rá d e lo c o n tra rio el E stado actu al sus m éd ico s, ju ristas y p r o f e ­
sores n o es n ad a co n clu y en te, m o stra n d o tan sólo la m a g n itu d re v o lu ­
c io n a ria de la tarea: es d ecir, fu n d a r u n a c o m u n id a d de p e rso n a s que
c o n o c e n , e n vez d e la h a b itu a l c o r p o r a c ió n fo rm a d a p o r fu n c io n a rio s
y h o m b re s de carrera. P ero ello n os m u estra hasta q u é p u n to las c ie n ­
cias d e h o y, e n v ir tu d d el m ism o d e sa rro llo de su ap ara to p r o fe s io n a l
(c o n el saber y las h a b ilid ad e s), se e n c u e n tra n apartadas p o r co m p leto
LA VIDA DE LOS ES TU D IAN TE S 79

de su c o m ú n o r ig e n e n la id ea m ism a d e l saber, q u e se b a c o n v e rtid o


p ara ellas e n u n m is te rio o in c lu s o u n a fic c ió n . Q u i e n p ie n s e q u e el
Estado en su fo r m a actu al es ya lo d a d o , in c lu y é n d o se to d o en la lín e a
de su d esa rrollo, habrá d e rechazar tal c o n c e p c ió n si es q u e n o se atreve
a p e d ir a p o y o y p r o t e c c ió n p a r a la « c ie n c ia » p o r p a rte d e l E sta d o .
: P orq u e, e n rea lid a d , la p e rv e rsió n n o con siste en la c o in c id e n c ia d e la
u n iversid ad c o n el E stado —q u e n o se c o m p a d ec ería n ad a m a l c o n u n a
b a rb a rie sin cera—, sin o en la fia n za y la d o c tr in a d e la lib e rta d de u n a
cien cia de la q u e se espera sin em b a rg o , c o n b ru ta l ob vied ad , q u e c o n ­
duzca a sus d isc íp u lo s a la in d iv id u a lid a d so cia l y a p o n e rs e al servicio
del Estado. L a to le ra n c ia c o n las ideas y d o ctrin a s m ás lib res n o servirá
de n ad a m ien tra s la vid a q u e esas id eas y d o c trin a s (n o m e n o s q u e las
que so n m ás rigu ro sas) tra n sp o rta n c o n s ig o n o se h a lle ta m b ié n a u to ­
rizada y se siga n e g a n d o in g e n u a m e n te este e n o r m e ab ism o m e d ia n te
la d irecta c o n e x ió n d e la u n iv ersid a d c o n el E sta d o . R esu lta eq u ívo co ,
pues, d e sa rro lla r exigen cias c o n creta s m ien tra s se ved a e n su c u m p li­
m ien to el esp íritu d e su to talid a d , y só lo esto es lo q u e hay q u e su b ra ­
yar en tan to q u e n o ta b le y so rp re n d e n te : có m o e n la in s titu c ió n q u e es
la clase las totalid ad es de p ro fe so res y estu d ian tes ju e g a n al esco n d ite y
n i siq u ie ra se m ira n . N o sie n d o fu n c io n a rio s , lo s estu d ian tes se q u e ­
d an siem p re a q u í p o r d etrás d e lo s p ro fe so re s, y la estru ctu ra ju r íd ic a
de la u n iv e r s id a d (e n c a r n a d a p o r el m in is t r o d e E d u c a c ió n , al q u e
n o m b ra el s o b e r a n o , n o la u n iv ersid ad ) es u n a sem io cu lta c o rr e s p o n ­
d en cia de la a u to rid a d académ ica sob re las cabezas de los estudiantes (y,
e n casos in frecu en tes y felices, ta m b ié n de los p ro feso res) c o n los ó rg a ­
nos estatales c o m o tales.
L a s u m is ió n s in c rític a n i re siste n c ia a esta s itu a c ió n es u n rasgo
esen cial de la actu al vid a estu d ia n til. C ie r ta m e n te , las o rg a n iz a c io n e s
de estu d ian tes lib re s y otra s sem e ja n tes d e te n d e n c ia so c ia l h a n a c o ­
m etid o el in te n to a p a re n te d e u n a s o lu c ió n . P e ro , e n ú ltim a in s ta n -
: cia, d ic h o in te n to b u sca el c o m p le to a b u rg u e sa m ie n to de la in s titu ­
c ió n , v ié n d o se a q u í c o n to d a cla rid a d q u e lo s estu d ian tes actu ales n o
son capaces co m o c o m u n id a d de p la n tea r la c u e stió n d e la vid a c ie n tí­
fica n i d e c o m p r e n d e r su p ro te sta irr e s o lu b le c o n tra la vid a p r o fe s io ­
n al de n u e s tr a é p o c a . C r it ic a r a lo s e s tu d ia n te s lib r e s y a las id ea s a
ellos cercanas es sin d u d a alg o n e c e sa rio , p o r q u e ex p lica m u y a gu d a ­
m en te la n o c ió n c a ó tic a q u e lo s e stu d ia n te s t ie n e n a ce rc a d e la vid a
cien tífica , y e llo es cosa q u e h a de su ced er c o n las p alab ras d e u n d is ­
8o PRIMEROS T R A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

c u rso q u e yo m ism o p r o n u n c ié a n te lo s e stu d ia n te s c u a n d o in te n té


c o n t r ib u ir a la tarea de la r e n o v a c ió n t=I: « H a y u n c r ite r io s e n c illo y
b ie n se g u ro p a ra e x a m in a r el v a lo r e s p ir itu a l d e u n a c o m u n id a d . A
saber, las p regu n tas: ¿ e n c u e n tr a la to ta lid a d de la a ctu a c ió n ex p resió n
e n e lla ? , ¿se e n c u e n tra el c o m p le to se r h u m a n o c o m p r o m e tid o c o n
e lla ? , ¿ re s u lta e lc o m p le t o ser h u m a n o im p r e s c in d ib le p ara e lla ? , ¿ o
es la c o m u n id a d ta n p r e s c in d ib le p a ra cada p e rs o n a c o m o cad a p e r ­
son a p ara e lla ? E s se n c illo p la n te a r estas p reg u n tas, y ta m b ié n es s e n ­
c illo resp o n d erla s resp ecto de lo s tip o s actuales de la c o m u n id a d d e lo
s o c ia l, s ie n d o esta re sp u e sta d e c isiv a . T o d o el q u e a ctú a a sp ira a la
to ta lid a d , y el v a lo r de to d a a ctu a c ió n está s in d u d a e n ella, e n q u e el
se r c o m p le to e in d iv is o d e u n a p e rs o n a co n sig a ex p resarse. P e ro , tal
c o m o h o y n o s la e n c o n tr a m o s , la a c tu a c ió n fu n d a m e n ta d a s o c ia l­
m e n te n o c o n tie n e la to ta lid a d , s ie n d o alg o d e l to d o fr a g m e n ta r io y
c o m p le ta m e n te d eriva d o . N o e n p o cas o ca sio n e s, la c o m u n id a d de lo
so c ia l v ie n e a ser el lu g a r e n q u e se lu ch a de m o d o secreto , d o n d e en
ig u a l m ed id a se co m b a te c o n tra lo s d eseos s u p e rio re s y las m etas p r o ­
pias, m ien tra s se va o c u lta n d o el d e s a rro llo in n a to m ás p r o fu n d o . L a
a c tu a c ió n so c ia l d e la m a y o r p a rte d e la g e n te ta n s ó lo sirve p a ra
r e p r im ir lo s é sfu e rz o s o r ig in a r io s e in d e r iv a d o s q u e v ie n e n d e l ser
h u m a n o e n su in t e r io r . A q u í estam os h a b la n d o d e p e rso n a s c o n f o r ­
m a c ió n u n iv e rsita ria , d e u n as p e rso n a s q u e, p o r su p r o fe s ió n , están
e n cierta c o n e x ió n in te r n a c o n las lu ch as esp iritu a les, c o n el esc e p ti­
c ism o y c r itic is m o q u e s o n p r o p io s d e lo s e s tu d ia n te s . P e ro d ich a s
p erso n a s se a p o d e ra n , c o m o p u e sto d e tra b a jo , d e u n e n to r n o c o m ­
p le ta m e n te a je n o , q u e se e n c u e n tra sin d u d a a le ja d o d e l suyo; a h í se
crean , e n u n lu g a r r e m o to , u n a lim ita d a actividad, y la to ta lid a d de su
actu ació n con siste e n q u e b e n e fic ia a u n a g e n e ra lid a d a m e n u d o abs­
tracta. N o hay c o n e x ió n in t e r io r y o r ig in a r ia e n tr e la vid a e s p iritu a l
d e u n estu d ian te y su in te ré s caritativo p o r lo s h ijo s d e lo s tra b a ja d o ­
res, o in c lu so p o r los estu d ian tes. N o se da a q u í otra c o n e x ió n q u e u n
c o n c e p to d e d e b e r d e sc o n e c ta d o d e l tra b a jo de lo s estu d ia n tes y q u e
esta b lec e e n to d o caso u n a c o n t r a p o s ic ió n s ó lo m e c á n ic a : " a q u í el
b e c a r io d e l p u e b lo , a h í la a ctu a c ió n so c ia l” . A q u í, el s e n tim ie n to d el
d e b e r se e n c u e n tra ca lc u la d o y d e riv a d o , in c lu s o r e to r c id o , p e r o n o
b r o t a d e l tr a b a jo m is m o . Y s in d u d a se c u m p le c o n ese d e b e r : n o

J? Se trata d el discurso de m ayo de 1914; que se ha m en cio n a d o e n la n ota I an te rio r.


LA VIDA DE LOS ESTU D IA N TE S 8 l

su frie n d o p o r u n a ve rd a d in ven tad a, n o s o p o r ta n d o to d o s lo s e s c rú ­


p u lo s q u e co rresp o n d en , al in v estig a d o r, n o e n u n a fo r m a de m e n ta ­
lid a d q u e se h a lle ligad a d e a lg ú n m o d o a n u estra vid a e sp iritu a l, sin o
e n tajante y al m ism o tie m p o m u y su p e rfic ia l c o n tra p o s ició n ; u n a que
resu lta c o m p a r a b le a la c o n t r a p o s ic ió n id e a l- m a t e r ia l o a la q u e
o p o n e te ó r ic o y p r á c tic o . E n p o ca s p alab ras, esa c o n c e p c ió n d e l tr a ­
b ajo so cia l n o c o rre sp o n d e al in c r e m e n to ético de u n a vid a esp iritu a l,
sin o q u e c o n stitu y e su r e a c c ió n te m ero sa . P e ro la m ás a u tén tica o b je ­
c ió n n o es q u e en ese caso el trab a jo so cia l se h a lle e se n cia lm e n te d es­
c o n e c ta d o y se n o s re v e le c o m o a b stra cto fr e n t e al tr a b a jo p r o p ia ­
m en te e s tu d ia n til, s ie n d o e x p r e s ió n s u p re m a y r e p r o b a b le d e ese
rela tiv ism o q u e ve a to d o lo e s p ir itu a l a c o m p a ñ a d o s ie m p re p o r lo
físico, co m o a to d a tesis p o r su antítesis (sien d o in cap az de s in te tiz a r);
pues lo d ecisivo n o es a q u í q u e la to ta lid a d d e l tra b a jo so cia l sea so la ­
m en te e n rea lid a d u n a u tilid a d g e n e ra l y vacía, sin o q u e, p ese a esto,
sigue e x ig ie n d o el gesto y la a ctitu d d e l a m o r d o n d e ta n s ó lo a d vien e
u n d e b e r m e c á n ic o , y m u y a m e n u d o só lo u n m e r o desvío p ara evitar
las c o n secu en cia s de u n a ex isten cia e sp iritu a l d e carácter c rític o , q u e
es la o b lig a c ió n d e l e s tu d ia n te . P o r q u e r e a lm e n te el e s tu d ia n te es
estu d ia n te c o n el o b je tiv o d e q u e la v id a e s p ir itu a l le im p o r te en
m ayor m e d id a q u e la praxis d e la asisten cia so cia l. F in a lm e n te , es u n
sign o in e q u ív o c o q u e ese tra b a jo so c ia l e stu d ia n til n o h a d a d o lu g a r
en a b s o lu to a la r e n o v a c ió n d e l c o n c e p to y v a lo r a c ió n d e l tr a b a jo
social. E l trab ajo so cia l sigu e sie n d o h o y , p a ra la o p in ió n p ú b lica , esa
cu riosa m ezcla de d e b e r y c o n d e s c e n d e n c ia d e l in d iv id u o . L o s e stu ­
diantes, e n e fe cto , n o h a n p o d id o a cu ñ a r su n ecesid a d e sp iritu a l, n o
p u d ie n d o p o r ta n to b a sa r e n e lla u n a c o m u n id a d e n v e rd a d seria ,
sin o ta n s ó lo u n a c o m u n id a d c u m p lid o r a e in te re s a d a . E se e s p ír itu
p ro p ia m en te to lsto ia n o q u e a b rió el e n o rm e a bism o en tre las ex iste n ­
cias b u rg u e sa y p r o le t a r ia , c r e a n d o el c o n c e p to de q u e s e r v ir a lo s
p o bres es u n a tarea de la h u m a n id a d y n o u n a su n to de lo s estu d ia n ­
tes e n el e m p le o d e su tie m p o lib r e , y q u e p r e c is a m e n te en este caso
exige to d o o n ad a , ese c o n c e p to su rg id o ju sta m e n te e n las ideas d e los
an arq u istas m ás p r o fu n d o s y e n c o m u n id a d e s cristia n a s m o n a c a le s,
éste e s p ír itu v e r d a d e r a m e n te s e r io de c o n s id e r a r u n tr a b a jo so c ia l,
qu e n o p re c isa d e lo s in te n to s in fa n tile s d e h a lla r u n a e m p a tia e n la
psiq ue de los trab ajad ores y d e l p u e b lo , n o su rg ió e n c o m u n id a d e s de
estu d ian tes. E l in te n to de o rg a n iz a r la v o lu n ta d d e l c o n ju n to d e u n a
8? PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

c o m u n id a d a ca d é m ic a c o m o c o m u n id a d d e tr a b a jo s o c ia l fra c a só
d e b id o a la a b s tra c c ió n y al a is la m ie n to d e l o b je to . L a to ta lid a d d e l
in d iv id u o n o e n c o n tr ó e n e llo su e x p re s ió n , p o r q u e e n ta l c o m u n i­
d a d su v o lu n ta d n o p o d ía o r ie n ta r s e a la to t a lid a d » . E l s ig n ific a d o
sin to m á tico d e lo s in te n to s de lo s estu d ian tes lib res, c o m o ta m b ié n de
lo s so c ia l-c ris tia n o s y de m u c h o s o tro s tod avía es q u e r e p ite n a escala
m ic r o c ó s m ic a en el in t e r io r d e la u n iv e rsid a d esa m ism a e scisió n q u e
ella fo rm a resp ecto d el c o n ju n to d el E stado, en in terés d e su a d h esió n
a d ic h o E stad o y a sus activid ad es e n la vid a . L a u n iv e rs id a d co n stru y e
así u n re fu g io p ara to d o s lo s eg o ísm o s y a ltru ism o s, p a ra to d a o b v ie ­
d a d de la g r a n v id a ; u n r e fu g io q u e só lo está n e g a d o ju s ta m e n te á la
d u d a r a d ic a l, así c o m o a la c r ític a m ás se r ia y a a q u e llo q u e es m ás
n e c e s a r io : a la v id a q u e se h a lla d e d ic a d a a la m ás to ta l r e c o n s t r u c ­
c ió n . E n estas c u estio n es, la v o lu n ta d de p ro g re so de las a so ciacio n es
d e e stu d ia n tes lib re s n o se o p o n e a la fu e r z a re a c c io n a r ia d e las a s o ­
c ia c io n e s tr a d ic io n a le s . T a l c o m o h e m o s in te n ta d o m o stra r, y c o m o
adem ás lo im p o n e n la u n ifo r m id a d y d is p o s ic ió n p a c ífic a d e l estado
g lo b a l u n iv e r s it a r io , las o r g a n iz a c io n e s d e e stu d ia n te s lib r e s se
e n c u e n tr a n m u y le jo s d e lle v a r a la p r á c tic a u n a v o lu n ta d e s p ir itu a l
sistem ática. H asta a h o ra, su v o z n o se h a h ech o n o ta r d e m a n era d e c i­
siva en n in g u n a d e las c u e stio n e s q u e h e m o s id o tra ta n d o e n el p r e ­
s e n te en sa y o ; u n a v o z q u e , p o r in d e c is ió n , p e r m a n e c e d e l to d o
im p e rc e p tib le . S u o p o s ic ió n tra n sc u rre p o r el c a m in o lla n o de lo que
es la p o lític a lib e ra l, c o n lo q u e el d e sa r ro llo d e sus p r in c ip io s so c ia ­
les se h a q u e d a d o ju s ta m e n te e n el n iv e l q u e so s tie n e la p r e n s a d e
d ic h a te n d e n c ia . L o s e stu d ia n te s lib r e s n o h a n p e n s a d o a f o n d o la
c u e s tió n d e la u n iv e rsid a d , sie n d o p o r ta n to m u estra de u n a am arga
fo r m a de ju s tic ia h istó ric a q u e e n las o ca sio n e s o fic ia le s aqu ellas a so ­
c ia c io n e s q u e e n o tr o s tie m p o s se e n f r e n t a r o n a l p r o b le m a d e la
c o m u n id a d acad ém ica ap a rezca n c o m o in d ig n o s rep rese n ta n tes de la
tr a d ic ió n estu d ia n til. E n las c u estio n es ú ltim as, e l estu d ia n te lib r e n o
a p o r ta e n a b s o lu to u n a v o lu n ta d m ás se ria n i u n c o r a je s u p e r io r al
tr a d ic io n a l, y su activid ad resu lta casi u n p e lig r o m ayo r q u e la d e éste,
p o r su c o n d ic ió n m ás en g a ñ o sa ; p o r q u e , p o r su p a r te , la te n d e n c ia
b u rg u esa , in d isc ip lin a d a y m e z q u in a c o m o es, a ú n reclam a la fam a de
lu c h a d o r a y lib e r a d o r a e n la v id a d e la u n iv e r s id a d . E l e stu d ia n ta d o
a c tu a l n o se e n c u e n tr a n u n c a e n lo s lu g a re s e n q u e se lu c h a p o r el
ascenso e sp iritu a l d e la n a c ió n , e n el cam p o de su n u eva b atalla p o r el
LA VEDA D E LOS ESTU D IA N TE S 83

arte, al la d o d e sus escritores y p o eta s, n i en las fu en te s d e la vid a r e li­


gio sa . E l e stu d ia n ta d o a le m á n n o ex iste e n c u a n to ta l. Y n o p o r q u e
n o p a rticip e e n las c o rr ie n te s m ás recien tes y « m o d e r n a s » , sin o p o r ­
q u e sus a so cia cio n e s ig n o r a n to d o s estos m o v im ie n to s e n su p r o f u n ­
d id a d , d a d o q u e se d e ja n a rr a s tra r p o r la p o te n c ia de la o p i n i ó n
p ú b lic a y así se c o n v ie r te n e n e l n iñ o m im a d o de to d o s lo s p a r tid o s,
to d o s lo s cu ales s in d u d a las a la b a n p o r q u e les p e r t e n e c e n d e a lg ú n
m o d o , c a r e c ie n d o al tie m p o p o r c o m p le t o d e a q u e lla n o b le z a q u e
basta h a ce c ie n a ñ o s h a cía v isib le al estu d ia n ta d o a le m á n , h a c ié n d o le
presen tarse e n lugares visib les c o m o el d e fe n s o r d e u n a v id a m e jo r .
L a fa ls ific a c ió n d e l esp íritu c re a d o r e n aras d el e s p íritu p r o fe s io ­
n a l q u e v e m o s fu n c io n a n d o p o r d o q u ie r a tra p ó p o r c o m p le to a la
u n iv e r s id a d , d e já n d o la a isla d a d e to d a fo r m a d e v id a e s p ir itu a l n o
fu n c io n a r ia l y creativa. E l d e s p re c io d e casta h a cia lo s e r u d ito s y lo s
artistas lib re s, a je n o s al E sta d o —y a m e n u d o h o stile s al E stad o—, es u n
sín to m a d o lo r o s a m e n te c la r o . U n o de lo s m ás fa m o so s c a te d rá tic o s
actuales d e A le m a n ia h a h a b la d o d e lo s « lite r a to s d e café* d e a c u e rd o
c o n lo s c u a le s el c ris tia n is m o se a g o tó h a ce t i e m p o » . E l to n o y el
a cie rto de tales p alab ras se e n c u e n tr a n sin d u d a al m ism o n iv e l. A s í,
fr e n te a las m u sa s, u n a u n iv e r s id a d d e este m o d o o r g a n iz a d a se
e n c u e n tr a c la r a m e n te c o n las m a n o s va cías e n m a y o r m e d id a q u e
fr e n te a la c ie n c ia , la c u a l, p o r m e d io d e la « a p lic a b ilid a d » , sim u la
un as te n d e n c ia s estatales d e m a n e ra in m e d ia ta . A l c o n d u c ir h a c ia la
p ro fe sió n , la u n iv ersid ad tie n e q u e fracasar n ecesariam en te e n la crea­
c ió n in m e d ia ta e n ta n to q u e fo r m a d e la c o m u n id a d . P o r e llo , r e a l­
m e n te , la h o s til e stra ñ e z a , la fa lta d e c o m p r e n s ió n q u e m a n ifie sta la
escu ela re sp e cto de la v id a q u e e l a rte re c la m a , se p u e d e in te r p r e ta r
co m o re c h a zo de la c r e a c ió n in m e d ia ta , n o r e fe r id a a u n c a r g o . E sto
es cosa q u e se m u estra , d esd e d e n tr o , e n el in fa n tilis m o d e lo s e stu ­
d ian tes. D esd e el p u n to d e vista d e l s e n tim ie n to estético , q u izá sea lo
m ás p e n o s o y lla m a tiv o e n el a sp e cto d e la u n iv e r s id a d la r e a c c ió n
m ecán ica c o n q u e lo s estu d ian tes van sig u ie n d o las clases. T a n extrem a
recep tiv id ad só lo se p o d r ía c o m p e n sa r m e d ia n te u n a c u ltu ra d e l d iá ­
logo ve rd a d era m e n te aca d ém ica o sofista. M as de esto están m u y lejo s
hasta lo s se m in a rio s, q u e ta m b ié n se sirven d e la fo r m a d iscu rso , c o n
in d e p e n d e n c ia de q u ie n h a b le , sea el p r o f e s o r o lo s a lu m n o s . L a
o r g a n iz a c ió n de la u n iv e r s id a d n o se h a lla b asad a a c tu a lm e n te e n la
p ro d u c tiv id a d d e lo s estu d ian tes, tal c o m o lo e ra e n el e sp íritu de sus
PRIMEROS TR ABA JO S DE CR ITICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA C U LTUR A

fu n d a d o r e s SsI. É sto s p e n s a r o n a lo s e stu d ia n te s s im u ltá n e a m e n te


c o m o m aestros y a lu m n o s; los p e n s a r o n e n ta n to q u e m aestros, p o r ­
q u e p r o d u c tiv id a d s ig n ific a in d e p e n d e n c ia c o m p le ta , a te n c ió n a la
c ie n c ia y n o a q u ie n en se ñ a . P e ro si la id e a d o m in a n te p r o p ia d e la
v id a e s tu d ia n til es el ca rg o y la p r o f e s ió n , n o p u e d e se r c ie n c ia . S u
v id a y a n o p u e d e c o n s is tir e n la e n tre g a a u n c o n o c im ie n to d e l q u e
hay q u e te m e r q u e ap arte al estu d ia n te d el c a m in o d e la se g u rid a d de
lo b u rg u é s. N o p u e d e c o n s istir d e l m ism o m o d o n i e n la en tre g a a la
c ie n c ia , n i ta m p o c o e n la en treg a de la vid a a u n a g e n e r a c ió n r e c ié n
llegad a- Y , sin e m b a rg o , la c ie n c ia n os im p o n e el o f ic io de e n se ñ a r,
a u n q u e e n fo rm a s d e l to d o d ife r e n te s d e las a ctu ales. E sa a rriesg a d a
e n tr e g a a la c ie n c ia y a la ju v e n t u d h a de v iv irla el e s tu d ia n te c o m o
c ap acid ad p a ra a m ar, y h a de ser la ra íz d e su c re a c ió n . L o c o n tr a r io
su ced e c o n su vid a c u a n d o sigu e a lo s viejo s; el estu d ian te a p ren d e del
m a estro su c ie n c ia sin seg u irle e n la p r o fe s ió n . R e n u n c ia sin p r o b le ­
mas a la c o m u n id a d q u e lo lig a a los cread o res y q u e so la m en te p o d ría
o b te n e r su fo r m a g e n e ra l d e la filo s o fía . P o r u n a p a rte h a de ser, al
m is m o t ie m p o , c r e a d o r , f iló s o f o y m a e s tr o , y esto p o r c ie r to e n su
n atu ra le za m ás d e te rm in a n te y ese n cia l. D e a h í resu lta la fo r m a de la
p r o fe s ió n y d e la vid a . L a c o m u n id a d d e lo s cread o res eleva to d o estu ­
d io a u n iv ersa lid a d : b a jo la fo r m a d e la filo s o fía . Y esa u n iv ersa lid a d
n u n c a se o b tie n e e x p o n ie n d o al ju r is t a tem as lite r a r io s y lo s tem as
ju r íd ic o s al m é d ic o (co m o in te n ta n a lgu n o s g ru p o s de estu d ia n tes); se
o b tie n e c u a n d o la c o m u n id a d se e n c a rg a d e q u e antes d e a lcan zarse
to d a e s p e c ia liz a c ió n de lo s e s tu d io s (co sa q u e s ó lo se p u e d e lle v a r a
cab o e n r e la c ió n c o n la p r o fe s ió n ) , p o r e n c im a d e l tra b a jo p r o p io de
las d istin tas fa cu lta d es, la c o m u n id a d d e la u n iv e r s id a d e n c u a n to tal
es la cre a d o ra y p r o te c to ra de la fo r m a filo s ó fic a de c o m u n id a d , p e r o
n o c o n las c u e stio n e s p r o p ia s d e la lim ita d a filo s o fía c ie n tífic a , sin o
co n las p reg u n tas m etafísicas p lan tead as p o r P la tó n y p o r S p in o z a , así
co m o p o r lo s ro m á n tic o s y p o r N ie tz sc h e . E sto , y n o la visita a in s ti­
tu c io n e s d e b e n e fic e n c ia , s ig n ific a ría la m ás p r o fu n d a c o n e x ió n q u e
p u e d a establecerse p o r la p r o fe s ió n c o n la vid a, p e ro c o n u n a vid a más
p r o fu n d a . Y esto evitaría q u e el e s tu d io se p e tr ific a ra c o m o u n m ero

3 B en jam ín se refie re a la re fu n d ació n de la u n iversidad alem ana a p rin cip io s d el siglo


XIX p o r W iliie lm vo n H u m b old t, m in istro de E d u ca ció n d el estado de Prusia, que se
in sp iró e n la filo so fía idealista de Fichte y Schleierm acH er. [ n , d el T.]
LA VIDA DE LOS ES TU D IA N TE S 85

a m o n to n a m ie n to de saberes. L o s estu d ian tes d e b e r ía n r o d e a r la u n i ­


versidad, q u e c o m u n ic a el saber y los atrevid os p e ro exactos ensayos de
n u evo s m é to d o s , c o m o e l r u m o r d e l p u e b lo r o d e a d ifu s a m e n te el
p a la cio d e l p r ín c ip e , p a ra q u e la u n iv e rsid a d sea la sed e d e u n a p e r ­
m a n en te r e v o lu c ió n e sp iritu a l, el lu g a r d o n d e se in c u b a n y p re p a ra n
esas n uevas p re g u n ta s, m ás extensas, o scu ras e in exactas q u e las p r e ­
gu n tas c ie n tífic a s , p e r o ta m b ié n a veces m ás p r o fu n d a s . H a b ría q u e
c o n s id e r a r al e s tu d ia n ta d o e n su f u n c ió n cre ativ a c o m o ese g r a n
tr a n s fo r m a d o r q u e c o n su a ctitu d filo s ó fic a tra n sp o rta y c o n d u c e las
nuevas ideas, q u e antes q u e e n la c ie n c ia su rg e n e n el arte y e n la vid a
social, p ara co n v ertirla s e n p reg u n tas c ie n tífic a s.
E l secreto d o m in io de la id ea d e la p r o fe s ió n n o es la m ás in te r n a
de esas te rrib les fa lsifica cio n es q u e afectan al c e n tro de lo q u e es la vida
creativa. U n a b an al actitu d vital to m a los su ced án eos a cam b io d e l esp í­
ritu , c o n s ig u ie n d o o cu lta r cada vez más lo s riesgo s de la vid a esp iritu a l
y b u rla rse de a q u e llo s q u e a ú n v e n tild á n d o lo s de m e ro s fa n ta sio so s.
P ero a ú n m ás p r o fu n d a m e n te d e fo r m a la c o n v e n c ió n e r ó tic a la vid a
in c o n sc ie n te d e lo s estu d ian tes. C o n la m ism a o b v ie d a d u n a vez m ás
co n q u e la id eo lo g ía de la p r o fe s ió n en cad en a la c o n cien cia in telectu al,
las ideas d e m a trim o n io y de fa m ilia a b ru m a n c o n el peso d e su carga,
su c o n v e n c ió n o scu ra , al e ro s. Y éste p a re c e esfu m a rse e n u n a é p o c a
q u e se e x tie n d e va cía e in d e te r m in a d a e n tr e la e x iste n c ia d e l h ijo de
fa m ilia y la existen cia d el p a d re d e fa m ilia . N o h a p o d id o p la n tea rse la
p r e g u n ta de d ó n d e está la u n id a d e n la e x is te n c ia d e l c r e a d o r y d e l
p r o c r e a d o r —y si d ic h a u n id a d ya v ie n e d a d a e n la fo r m a m ism a de
fa m ilia — m ie n tra s se m a n te n ía a ú n e n v ig o r la expectativa secreta d e la
b od a, in te r v a lo ile g ítim o de tie m p o e n e l q u e , c o m o m u c h o , p o d ía
a cred itarse resiste n cia fr e n te a las p o sib les te n ta c io n e s. S i u n a c o m u ­
n id a d fu e ra capaz d e c o n te m p la r el eros de lo s cre ad o res e in c lu so de
lu c h a r e n su fa v o r, sería la c o m u n id a d e s tu d ia n til. P e ro in c lu s o a llí
d on d e faltan todas las co n d icio n es exteriores d e la vida burguesa, d o n d e
n o hay n i siq u ie ra perspectivas de p o d e r fu n d a r u n a fa m ilia , d o n d e en
m uchas ciu d a d es e u ro p ea s m illa res d e m u je re s (p ro stitu ta s) b asa n su
existencia e n l o e c o n ó m ic o p re c isa m e n te e n lo s estu d ian tes, el e stu ­
d ian te n o se p r e g u n ta to d a vía p o r el e ro s q u e es el p r o p io su yo . S in
d u d a, d e b e r ía p r e g u n ta r s e si la r e p r o d u c c ió n y la c r e a c ió n h a n de
estar separadas e n su caso, si u n a c o rre sp o n d e a la fa m ilia y e n cam b io
la o tra al c a rg o y si, d esfig u ra d a s c o m o están e n r a z ó n de su se p a ra ­
86 PRIMEROS T R A B A JO S DE CR ÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

c ió n , n in g u n a de las d os p u e d e b r o ta r d e lo q u e es su ex isten cia p r o ­


p ia . P u es a u n q u e sea in s u lta n te y d o lo r o s o p la n te a r ju s ta m e n te esa
p re g u n ta a la vid a de lo s actuales estu d ian tes, hay q u e p la n tea rla , p u es
en ellos (es d ecir, de a cu erd o c o n su esencia) estos d os p o lo s d e la exis­
ten cia h u m a n a están u n id o s d e m o d o te m p o ral. Se trata, p u es, a q u í de
la p r e g u n ta q u e n in g ú n tip o de c o m u n id a d p u e d e n u n c a d e ja r sin
resolver, la cual, sin em b a rg o , desde los g rieg o s y lo s p r im e r o s cristia ­
nos, n in g ú n p u e b lo h a d o m in a d o c o n la id ea; es ésta u n a p reg u n ta que
h a p esa d o d e siem p re sob re lo s m ás gra n d es cread ores: có m o estar a la
a ltu ra d e la im a g e n d e la h u m a n id a d y h a c e r p o s ib le a l tie m p o la
c o m u n id a d c o n las m u je re s y lo s n iñ o s , cuya p r o d u c tiv id a d lleva o tra
d ire cc ió n . Tal co m o sabem os, lo s g rieg o s a n te p u sie ro n c o n v io le n c ia el
ero s c r e a d o r al e ro s m e r a m e n te r e p r o d u c to r , p o r lo q u e al f i n se
d e r r u m b ó su E sta d o , d e l q u e e x c lu ía n a las m u je re s y lo s n iñ o s . L o s
cristian o s d ie r o n p o r su parte la p o sib le so lu c ió n en cam in ad a a la civitas
dei: re c h a za ro n la in d iv id u a lid a d e n am bos casos. H o y, e n sus sectores
avanzados, los estudiantes se vie n e n c o n fo rm a n d o c o n co n sid e ra cio n e s
in fin ita m e n te estetizantes en lo q u e h ace a la cam arad ería y a las c o m ­
p añ eras d e estud ios; in c lu so a lca n za ro n a so ñ a r c o n u n a « sa n a » n e u ­
tra liza ció n eró tica d e a lu m n o s y alu m n as. P ero , en cam b io , la n e u tr a ­
liz a c ió n d e l e ro s e n la u n iv e r s id a d só lo se h a c o n s e g u id o , de h e c h o ,
c o n ayuda d e las p rostitu tas. Y a llí d o n d e n o se co n s ig u ió , cayó la p r e ­
s u n c ió n in o fe n s iv a , q u e era c o m p le ta m e n te in c o n s is te n te , y la e stu ­
d ia n te c a m p e c h a n a es salu d ad a c o n jú b i l o su stitu y e n d o a la m a estra
v ie ja y fea . Se im p o n e a q u í la g e n e ra l o b se rv a c ió n d e l te m e ro s o in s ­
tin to q u e la Ig lesia c a tó lic a p o s e e e n m a y o r g r a d o q u e la b u rg u e s ía
fr e n te al p o d e r y n e c e s id a d d e l e r o s . E n las u n iv e r sid a d e s se sep u lta
u n a tarea e n o rm e , sin resolver, negada; m ayo r q u e las tareas in n u m e ­
rables q u e a fro n ta h o y la actividad social. T a l tarea sería la sig u ien te: a
p a r tir de la vid a esp iritu a l, c o n fo r m a r la u n id a d c o rr e s p o n d ie n te a la
in d e p e n d e n c ia esp iritu a l d el c re a d o r (en las asociacion es estu d ian tiles
trad icio n a les) y la in d ó m ita fu erza n a tu ra l (desplegada en la p r o s titu ­
c ió n ) , q u e se n o s m a n ifie s ta c o m o to r s o j c o m o el to r s o q u e b ra d o y
d e fo r m a d o d e ese e ro s e s p iritu a l q u e h o y n o s c o n te m p la te ñ id o de
tristeza. L a n ecesa ria in d e p e n d e n c ia d e l c re a d o r y la n ecesa ria in c lu ­
s ió n de la m u je r —n o p ro d u c tiv a al m o d o d el v a ró n — e n u n a c o m u n i­
dad ú n ic a d e los cread ores (ju sta m en te p o r m e d io d e l a m o r): tal es la
c o n fig u ra c ió n p a rticu la r que se h abrá de ex igir al estu d ian te, p o rq u e es
LA VIDA DE LOS ES TUD IAN TES 87

la fo rm a de su vid a . D o m in a a q u í u n a c o n v e n c ió n ta n d estru ctiva qu e


n i siq u iera lo s p r o p io s estu d ian tes h a n a d m itid o su c u lp a b ilid a d en lo
que hace a la p ro stitu c ió n ; de m o d o q u e se p r e te n d e c o n te n e r aqu ella
e n o r m e d ev a sta c ió n b la s fe m a c o n r e c o m e n d a c io n e s de ca stid a d , n o
te n ie n d o el c o ra je n ecesa rio p ara m ira r de fr e n te al p r o p io ero s. Esta
m u tila c ió n d e la ju v e n tu d le afecta e n su e se n c ia hasta el ex tre m o de
q u e n o p u e d a h a b la rse m u c h o d e ella . H a y p u e s q u e tr a n sm itir la a la
c o n s c ie n c ia d e a q u e lla s p e rso n a s q u e m e d ita n y a la d e c is ió n d e lo s
valientes. P o r a h o ra n o hay p o lé m ic a p o sib le.

¿ C ó m o se ve a sí m ism a, q u é im ag en p o see de sí m ism a, en su in te r io r,


u n a ju v e n tu d q u e p e rm ite ese o sc u rec im ie n to d e su id ea, ese to r c e r los
c o n te n id o s d e su v id a ? D ic h a im a g e n va a cu ñ ad a en el e sp íritu de las
asociaciones estu d ian tiles trad icio n a les, q u e sig u en sien d o el m ás v is i­
b le p o r ta d o r d e l c o n c e p to e s tu d ia n til d e ju v e n tu d , fr e n te al c u a l las
dem ás o r g a n iz a c io n e s (e n e sp e c ia l las de e stu d ia n te s lib r e s ) v ie n e n
o p o n ie n d o sus con sign as d e carácter so cia l. E n efe cto , lo s estu d ian tes
alem an es se e n c u e n tr a n a c tu a lm e n te p o s e íd o s , e n m a y o r o m e n o r
grad o, p o r la id ea im p e ra n te de q u e tie n e n q u e d isfru ta r d e su ju v e n ­
tu d . E se ir r a c io n a l tie m p o d e esp e ra re sp e cto al c a rg o y re sp e cto al
m a trim o n io d e b e ría p r o d u c ir u n c o n te n id o q u e d e b e ría ser p s e u d o -
rro m á n tico , igu a l q u e u n ju e g o p ara m atar el tie m p o . C o sa q u e es u n
te rrib le estigm a p ara la fam osa jo v ia lid a d de las ca n cio n es de lo s estu ­
diantes. E so es m ie d o al fu tu r o y al m ism o tie m p o u n pacto tr a n q u ili­
zante c o n el fíliste ísm o in e v ita b le 1,1, al q u e u n o sie m p re gu sta im a g i­
n arse c o m o u n a n tig u o cam arad a. C o m o le h a n v e n d id o el a lm a a la
b u rg u esía , j u n t o c o n la p r o fe s ió n y el m a tr im o n io , ex ige n u n o s añ os
de lib e r ta d b u rg u e sa . T r u e q u e este q u e se lleva a cabo e n n o m b r e de
esa m ism a ju v e n tu d . A b ie r ta o secretam en te, en el b a r o c o n discursos
a tro n a d o re s, se e n g e n d ra la em b ria g u e z v e n d id a cara, a la cu al n u n c a
hay q u e m o lestar. Es la d o b le co n scien cia de ju v e n tu d d erro ch a d a y de
vejez ven d id a; sed ienta está d e paz, y en ella en callan , e n ú ltim a in sta n ­
cia, los in te n to s d e re a n im a r al estu d ian ta d o . P ero esta fo r m a de vida,
que se b u rla de lo d ado en su c o n ju n to , es castigada p o r la to talid a d de
las fuerzas ta n to esp irituales c o m o n atu rales, p o r la c ien cia m ed ia n te el

4 S ob re el sign ificad o de esta palabra, véase supra, p . 17, n ota 3 d el Diálogo sobre la reli­
giosidad de! presente. [ n . d e l T .]
88 PRIMEROS TR A B A JO S D E CR ITICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA

E stado y p o r el eros c o n la p ro stitu ta , así q u e es d estru id a p o r la n a tu ­


raleza. P u es lo s estu d ian tes n o so n la g en era ció n , m ás jo v e n , sin o q u e
ellos so n los q u e en vejecen . R e c o n o c e r su edad es u n a d ecisió n h ero ica
p ara q u ie n e s h a n p e rd id o sus años de a d o lescen cia e n escuelas a le m a ­
nas y p ara q u ien es la u n iv ersid a d pa recía a b r ir p o r fin la vid a d el a d o ­
le s c e n te q u e se les n eg a b a a ñ o tras a ñ o . S in e m b a rg o , h a y q u e saber
q u e tie n e n q u e ser cread o res, p erso n a s solitarias q u e en ve je ce n , p u es
ya vive tras ellos u n a g e n e ra c ió n de ad olescen tes y d e n iñ o s más rica , a
la q u e só lo se p u e d e n con sagrar e n tanto q u e en señ antes. D e to d o s los
se n tim ie n to s, éste es el q u e les resulta m ás ex tra ñ o . Y si n o se adaptan
a su ex iste n cia y n o están d isp u esto s a v iv ir d esd e el p r in c ip io c o n los
n iñ o s (p u es eso es e n s e ñ a r ), es p re c isa m e n te p o r q u e n o e n tr a n e n la
e sfe ra de la so le d a d . N o r e c o n o c ie n d o su ed a d , están o c io s o s . P e ro
sólo el a n h e lo c o n fe sa d o de u n a in fa n cia b e lla y de u n a ju v e n tu d d ign a
es c o n d ic ió n p ara la cre a ció n . S in esto, n o será n u n c a p o sib le la r e n o ­
v a c ió n de su vid a : sin c o n o c e r el lla n to p o r la g ra n d e z a d e s a p r o v e ­
ch ad a . E l m ie d o a la so le d a d es lo q u e causa su d e s e n fr e n o e r ó tic o ;
co m o el m ied o a la en trega. Se co m p a ra n c o n lo s antepasados, p e ro n o
c o n lo s d escen d ien tes, y d e este m o d o de su ju v e n tu d so la m en te salvan
la a p a rien cia . S u am istad carece de gran d eza, c o m o carece ta m b ié n de
soled ad . Esa am istad de los cread ores, expansiva, am istad d irig id a a lo
in f in it o , q u e ta m b ié n se r e fie r e a la h u m a n id a d c u a n d o s o la m e n te
a fecta a d o s, n o tie n e sitio e n la ju v e n tu d u n iv e r s ita r ia . S itio p o r el
c o n tra rio sí q u e tie n e el h erm a n a m ien to p e rso n a l, a u n tie m p o d e se n ­
fre n a d o y lim ita d o , q u e p e rm a n e ce id é n tic o a sí m ism o , en el sen o del
b a r y al fu n d a r u n a a so ciació n e n el café. T o d a s estas in stitu cio n e s de la
v id a so n u n m e r c a d o d e lo p r o v is io n a l, tal c o m o lo so n , d e l m ism o
m o d o , la a ctiv id a d e n clases y café s, sim p le s m a n e ra s d e lle n a r e l
tie m p o vacío d e la esp era, y u n desvío d e la e x h o rta c ió n a c o n s tru ir la
vid a desde el esp íritu u n ific a d o d e c re a c ió n , de ju v e n tu d y ero s. P ero
hay u n a ju v e n tu d casta y r e n u n c ia d o r a , lle n a de re v e re n c ia a lo s d es­
cen d ien tes, de la que d a n te stim o n io estos versos d e G eo rg e:

E r fin d e r r o lle n d e n gesangs u n d s p r ü h e n d


G e w a n d te r Z w i e g e s p r ä c h e : fr is t u n d tr e n n u n g
E r la u b t dass ic h a u f m e in e d ä c h t n i s t a f e l
D e n f r ü h e m g e g n e r g ra b e — t u d e s g l e i c h e n !
D e n n a u f d es Tausches u n d d e r r e g u n g le it e r
S in d b e id e w ir im sin k en - m e m e h r w e r d e n
LA VIDA DE LOS ES TU D IAN TE S 89

D e r k n a b e n p r e is u ri d j u b e l so m ir sc h m e ic k e ln -
N ie w ie d e r s t r o fe n so im o h r d ir d o n n e r n ■

P o r falta de co ra je, la vid a de lo s estu d ian tes se lia alejad o d e ese c o n o ­


c im ie n to . M as cada fo r m a d e vid a , c o n su r itm o , se h a n de s e g u ir sin
d u d a de lo s p recep to s q u e d e te rm in a n la vid a de lo s cread o res. M ie n ­
tras a e llo se su stra ig a n , su e x iste n c ia lo s castigará c o n la fe a ld a d , e
in clu so los apáticos se ve rá n presa de la d esesperanza.
A ú n más, se trata en este caso de u n a n ecesid ad am enazada, h a cié n ­
dose precisa y n ecesaria u n a rig u ro sa d ire cc ió n . H allará sus p recep tos el
que lleve a su vid a la exigencia suprem a. Y ése, así, p o r el c o n o cim ien to ,
lib erará sin d uda lo fu tu ro de su fo rm a d esfig u ra d a en el p resen te.

5 « In v en to r de cantos que van rod an d o y de conversaciones / centelleantes y fluidas:


separación y plazo. / Perm itid m e q u e grabe en la tabla / de m i m em oria al que file m i
rival: ¡haz tú lo m ism o! / Pues p o r la escala de la em briaguez y la e m oción / ios dos
bajam os. N o volverán a d eleitarm e / e l jú b ilo y elo gio de lo s n iñ os. / N o volverán en
tus oídos a tro n a r las estrofas» . SLeían G eorge, H.H., en; DasJahrderSeele, 1S99.
ESTUDIOS METAFÍSICOS
Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA
METAFÍSICA DE LA JUVENTUD111

La c o n v e r s a c ió n

Wo bist du, Ju gen dlích es! das im m er m ich


Z u r Stun de weckt des M orgens, wo b ist du, l i c h t ?
HolderHn [al

C ad a d ía u tilizam o s un as fu erzas e n o rm e s, c o m o h a ce n los q u e d u e r ­


m en . P ero a q u e llo q u e h a cem o s y p en sam os está lle n o d el ser d e n u e s­
tros a n te p a sa d o s. U n in c o m p r e n d id o s im b o lis m o n o s esclaviza sin
so le m n id a d . A l d e sp e rta r, a veces, r e c o r d a m o s u n s u e ñ o . A s í, m u y
raram en te ilu m in a la c la riv id en cia las ru in a s de tod as nuestras fuerzas,
a través de las cuales pasó el tie m p o d e la rg o . Estábam os acostu m brad os
al esp íritu c o m o id la tid o d e n u estro c o ra z ó n , m e d ia n te el cu al levan ­
tam os y d ig e rim o s a q u e llo q u e n o s pesa.
E l c o n t e n id o de cad a c o n v e r s a c ió n es c o n o c im ie n to d e l pasad o
com o n u estra ju v e n tu d , y h o r r o r a las masas esp iritu ales q u e c o n s titu ­
yen lo s cam p os de ru in a s. N o h em o s visto n u n c a todavía el lu gar d e esa

1 Benjam ín, n o p u b licó n in gu n a d e las tres partes (La conuarstjánn, El diario y E l baile) de
este texto, que preten d ía ser u n ciclo. N o se sabe si se daba p o r satisfecho c o n estas
tres partes, que escrib ió en tre finales d el añ o 1913 y p rin cip io s d el I 9 M'. o si quería
añ a d ir alguna más; en to d o caso, rep artió copias en tre sus am igos.
2 « ¿ D ó n d e estás, ju v e n il, tú que siem pre m e / despiertas de m añ an a? ¿ E n d ó n d e estás
tú, 3i.i7.l.J» . Der blinde Sanger, versos 1- 2 -
94 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

so rd a lu c h a q u e e n fr e n ta al yo c o n lo s a n te p a sa d o s. A h o r a v e m o s lo
q u e h e m o s d e stro za d o y h e m o s elevad o s in s a b e rlo . L a c o n v e rs a c ió n
e n to n ces se lam e n ta p o r la gran d eza de to d o lo p e rd id o .

II

L a c o n v e r s a c ió n tie n d e al s ile n c io , y el o y e n te es m ás b ie n el q u e se
calla. E l h ab lan te recib e d e él sen tid o ; el silen te es la fu e n te d el sen tid o
q u e se halla p o r cap tar. L a c o n v ersa ció n alza p alab ras hacia él, q u e so n
lo s r e c e p tá c u lo s, lo s c á n ta ro s . E l h a b la n te h u n d e el r e c u e r d o d e su
fu e rza e n p alab ras, y b u sca fo rm a s e n las cu ales el o y en te ya se m a n i­
fie sta . P u es el h a b la n te h a b la c o n o b je to de h a c e rs e c o n v e r tir . E l
e n tie n d e al o y e n te , y e llo a p e sa r de sus p a la b ra s: q u e fr e n te a é l h a y
a lg u ie n cu yo s rasg os s o n in d e le b le m e n t e ta n se rio s c o m o b u e n o s ,
m ien tra s q u e p o r su pa rte el h ab lan te d ifam a al len gu a je.
A u n q u e el o y e n te avive, o r g iá stic a m e n te , u n p a sa d o v a c ío , él n o
e n tie n d e palab ras, sin o el callar de lo p re se n te . D a d o q u e el h a b la n te
está p rese n te, pese a la fa g a de su alm a y la vacied ad de sus palabras; su
ro stro se en c u e n tra a b ierto al oyen te, y so n visib les lo s esfu erzo s de sus
la b io s. E l o y en te m a n tie n e al v e rd a d e ro le n g u a je d isp u e sto ; e n él van
p e n e tra n d o las palabras, m ien tra s, al m ism o tie m p o , ve al h a b la n te.
E l q u e h a b la p e n e tr a e n q u ie n e sc u c h a . P o r lo ta n to , el s ile n c io
n ace d e la co n v ersa ció n . T o d o el q u e es g ra n d e tie n e só lo u n a c o n v e r­
sació n , a cuyo m a rg en espera to d a la gran d eza silen ciosa. E n el silen cio
se ren o vó la fu erza: el o y en te c o n d u jo la co n v e rsa ció n hasta el m ism o
m a rg en d el le n g u a je , y a su vez el h a b la n te cre ó el sile n cio d e u n le n ­
gu aje n u evo , cuyo p r im e r o y en te era él.

III

E l s ile n c io es el lím ite in t e r io r d e la c o n v e r s a c ió n . E l im p r o d u c tiv o


n u n c a lle g a al lím ite , p ie n sa q u e sus c o n v e rsa cio n e s so n m o n ó lo g o s .
D e la c o n v ersa ció n pasa al d iario o al café.
E n los espacios acolch ad os se m antu vo callad o m u ch o tie m p o . Pero
a q u í ya p u e d e h a ce r r u id o . Está en tre p ro stitu ta s y cam arero s c o m o el
p r e d ic a d o r e n tre d evotos; él, e l c o n v e rso d e su ú ltim a c o n v e rsa ció n ,
M ETAFÍSICA DE LA JU V E N TU D 95

habla ah ora dos lenguajes, los d e la p reg u n ta y la respuesta. (E l que p r e ­


gu nta es alguien que e n tod a su vida n o ha p en sad o n u n ca en el len gu aje
y que ah ora e n cam b io le q u iere agradar. Q u ie n p reg u n ta es am able c o n
los dioses.) E n tre los activos, los pensadores y las m ujeres, el im p r o d u c ­
tivo p reg u n ta p o r la revelación m ien tras q u e va en tra n d o en el silen cio .
El está en p ie al fin al, n o se in c lin ó . S u p le n itu d de palabras huye d e él;
y él escucha su voz co m o extasiado; n o p e rc ib e palabras n i silen cio .
P e ro se salva e n el e r o tis m o . S u m ira d a d esv irg a . Q u ie r e ve rse y
oírse, ad ueñ arse d el q u e ve y d e l q u e oye. P o r eso n o da con sigo n i c o n
su grandeza, p o rq u e él huye h a b la n d o . E n cam b io, cae siem p re a n o n a ­
d ado e n el o tr o a lo s p ie s d e la h u m a n id a d ; p e rm a n e c e s ie m p re
in c o m p re n sib le . B u sca n d o , la m ira d a de lo s silen cio so s resbala p o r él
hacia el q u e e n silen cio h a de ve n ir.
L a g ra n d e za es el s ile n c io e te rn o tras la c o n v e r s a c ió n . E s p r e c iso
p e rc ib ir el r itm o d e las p ro p ia s p alab ras e n m e d io d el v a c ío . E l g e n io
ha m a ld e c id o p o r c o m p le to su r e c u e r d o e n la c o n fig u r a c ió n . T ie n e
poca m e m o ria , y adem ás está d e so rie n ta d o . S u pasado ya se h a c o n v e r­
tid o e n d e stin o y jam á s se p o d r á c o n v e r tir e n p re se n te . D io s h a b la e n
el g e n io y escucha lo q u e se c o n tra d ice d e l le n g u a je .
A l ch arlatán el g e n io le p a re c e la escap atoria fr e n te a la g ra n d eza .
E l arte es el m e jo r re m e d io q u e se p u e d a o p o n e r a la d esgracia, p e ro la
co n v e rsa ció n p r o p ia d el g e n io es u n a o r a c ió n . A l h a b la r, las p alab ras
caen de él c o m o a b rig o s. L as p alab ras d e l g e n io h a c e n d e s n u d o , p e ro
son e n v o lto rio s e n lo s q u e el o yen te se sien te vestid o . Q u ie n escucha es
el pasado d e l g ra n h a b la d o r, es su o b je to y es su fu e rz a m u erta . P e ro el
gen io q u e habla es m ás silen cio so q u e el oyen te, igu al q u e q u ie n reza es
más sile n cio so q u e D io s m ism o .

IV

E l hablante siem p re se halla p o seíd o p o r lo que es el presen te. D e m o d o


que se e n c u e n tra c o n d e n a d o a n o d e c ir n u n c a lo pasad o, a q u e llo q u e
em p ero él q u ie re d ecir. Y a q u e llo q u e d ice ya c o n tie n e hace tie m p o la
p reg u n ta m u d a d e l sile n te e n sí c o n te n id o , a q u e l cuya m ira d a le p r e ­
gu n ta c u á n d o va a te rm in a r . E l h a b la n te h a de c o n fia r e n la q u e oye,
para q u e tom e su b lasfem ia de la m a n o y así la co n d u zca hasta el abism o
en el q u e se h a lla el a lm a d e l h a b la n te, y ta m b ié n su pasad o, el cam p o
96 ESTUDIOS METAFÍSICOS ¥ DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

m u e rto e n d ir e c c ió n al cu al él e rra . L a p ro stitu ta lleva m u c h o tie m p o


ah í, e sp e ra n d o . P o r q u e to d a m u je r tie n e el pasad o y, e n to d o caso,
carece de presen te. Y p o r eso p ro te g e al sen tid o de la co m p ren sió n ; ella
se o p o n e al abuso d e las palabras y n o p e rm ite q u e la m a n ip u le n .
E lla gu ard a el te so ro de lo c o tid ia n o , m as ta m b ié n lo n o c tu r n o , el
b ie n s u p re m o . P o r eso, la p ro stitu ta es la q u e oye; y salva a la con versa­
c ió n d e la p e q u e n e z; la gran d eza n o tie n e alcance so b re ella, p u es an te
ella acaba. T o d a clase d e m a scu lin id a d ya h a pasado ante ella, y ah ora el
to rre n te de palabras se vie n e d erra m a n d o h a cia sus n och es. E l presen te
e te rn a m e n te s id o va a v o lv e r a ser u n a vez m ás. L a lu ju r ia es la o tr a
c o n v ersa ció n d el silen cio .

EL G E N IO . A q u í h e v e n id o p ara rep o sar ju n t o a ti.


LA p r o s t it u t a . T o m a a s ie n to .
EL G EN IO . M e sen ta ré a tu la d o . A p e n a s te h e to c a d o , y y a m e sie n to
co m o si h u b iera descansado m u ch os años.
LA PROSTITU TA. M e in q u ie ta s . S i estu viera y a c ie n d o j u n t o a ti n o
p o d ría d o r m ir .
EL GENIO T o d a s las n o ch es hay g e n te e n tu h a b ita c ió n . S ie n to c o m o si
y o h u b ie ra re c ib id o a to d o s, y m e h u b ie ra n m ira d o d ecep cio n a d o s y
se h u b ie r a n m arch ad o .
LA PROSTITUTA. E n trég am e tu m a n o . E n tu m a n o d o rm id a n o to ah ora
q u e has olvid ad o to d o s tus poem as.
EL G EN IO . S ó lo p ie n so e n m i m a d re. ¿ P u e d o h ablarte de e lla ? E lla m e
p a r ió . Ig u al q u e tú : c ie n p o em a s m u e rto s. N o c o n o c ió a sus h ijo s,
co m o tú . Sus h ijo s fo r n ic a r o n c o n gentes extrañas.
LA PROSTITUTA Igual q u e los m ío s.
EL GENIO M i m adre siem p re m e m ira b a, y m e p reg u n tab a, y m e esc ri­
b ía . H e olvid ad o en ella a to d a la gen te. T o d o s se c o n v irtie ro n en m i
m a d re. T o d a s las m u jeres m e h a b ía n p a r id o , p e r o n in g ú n h o m b re
m e h a b ía e n g e n d r a d o .
LA PROSTITUTA. A s í se la m e n ta n cu an tos d u e r m e n c o n m ig o . C u a n d o
está n m ir a n d o c o n m ig o e n su vid a , s ie n te n q u e se e r iz a n hasta el
c u ello , c o m o cen iza espesa. N a d ie lo s h a e n g e n d ra d o , y a m í acu d en
p ara n o en g e n d ra r.
M ETAFÍSICA DE LA JU V E N TU D 97

EL GENIO T o d a s las m u je r e s a q u e a cu d o s o n ig u a l q u e tú . M e K an
p a rid o m u e rto y q u ie re n c o n c e b ir algo m u e rto c o n m ig o .
LA PROSTITUTA P e ro yo soy la m ás osad a c o n la m u e r te . ( Y se va n a
d o r m ir .)

VI

La m u je r g u ard a las co n versa cio n es. C o n c ib e ella el sile n cio , m ien tras
q u e la p r o s titu ta c o n c ib e al c re a d o r d e lo s id o . P e ro n a d ie c u id a d e l
lam en to cu an d o lo s h o m b re s h a b la n . Su h a b la r se to r n a e n d esesp era­
c ió n m ie n tra s r e su e n a e n el so r d o esp a cio y , b la s fe m a n d o , ataca a la
g ra n d eza . D o s h o m b re s ju n t o s so n sie m p re a lb o r o ta d o r e s, y siem p re
acaban p o r usar las arm as. D estru y en a la m u je r a través de lo ob scen o ;
la p a rad o ja vio la a la gran d eza. L as palabras q u e so n d el m ism o sexo se
u n e n y se in stiga n m e d ia n te su secreta in c lin a c ió n ; u n d o b le sen tid o se
alza sin alm a, m a lam en te cu b ie rto p o r la c ru e l d ialéctica. L a revelación
se r íe fre n te a ellas y lu e g o las o b liga a q u e se callen . V e n c e la o b sc e n i­
dad, y el m u n d o estaba de palabras fo rm a d o .
A h o r a tie n e n q u e a lzarse y d a r m u e r te a sus lib r o s , y h a b r á n de
rap tar a u n a m u je r; p u es, si n o , a h ogarán en secreto a sus alm as.

VII

¿ C ó m o h a b la b a n S a fo y sus a m ig a s? ¿ C ó m o fu e q u e h a b la r o n las
m u je re s? P ues el len g u a je las d esp o ja de alm a. Las m u jeres n o o b tie ­
n e n d e l le n g u a je r e d e n c ió n a lg u n a . L as p a la b ra s s o p la n s o b r e las
m u jeres reu n id a s, m as su so p la r es to sco y ap agad o, y así ellas se v u e l­
ven ch arlatan as. M as su s ile n c io r e in a so b re su h a b la . E l le n g u a je n o
lleva el alm a d e las m u jeres, p o r q u e ellas n o le h a n c o n fia d o n ad a y su
pasad o n u n c a está acab ad o. Las p alab ras las va n m a n o se a n d o y algu n a
h a b ilid a d les da respuesta, m u y rá p id a m e n te . M as el le n g u a je só lo se
les m u e s tra e n ese h a b la n te q u e , a to r m e n ta d o , les va e s tr u ja n d o el
c u e rp o a las palabras d o n d e co p ia el sile n cio de las q u e am a. L as p a la ­
bras so n m ud as, y el len g u a je de las m u jeres se m a n tu v o in c re a d o . Las
m u jeres q u e h a b la n se h a lla n p o seíd a s d e u n le n g u a je d em e n te .
98 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

V III

¿ C ó m o h a b la b a n S afo y sus am igas? E stá velad o el le n g u a je , c o m o lo


está e l pasad o, y ad em ás es fu tu r o , co m o lo es e l s ile n c io . E l h ab lan te
hace que el pasado suba hasta el len gu aje; velad o co m o está p o r el le n ­
g u a je, va r e c ib ie n d o e n la c o n v e rsa ció n lo q u e e n él es su s id o - f e m e ­
n in o . M as las m ujeres callan; cu an d o escuchan, las palabras q u ed an sin
d ecir. A p ro x im a n sus cu erp os, se van acarician do m u tu am en te. Su c o n ­
versar se h a lib e ra d o d e l o b jeto , y ta m b ié n d e l len gu a je. S in em b argo,
h a o b te n id o u n te r r ito r io . P o rq u e só lo e n tre ellas y cu a n d o se h a lla n
ju n ta s la conversación com o tal ha pasado y descansa. A h o r a se ha alcan ­
zado ya p o r fin a sí m ism a: lle g ó a hacerse grand eza bajo sus m iradas, al
ig u a l q u e la vid a era gran d eza antes de lo su p erflu o d e la con versación .
L as m u jeres q u e callan se h a ce n lo s h ab lan tes de lo h a b la d o . A s í salen
d el círcu lo , y sólo ellas lo ve n c o m p leto en su red o n d e z.
G u a n d o están tod as ju n ta s n o se q u e ja n de n ad a, sin o q u e m ira n
c o n a d m ira c ió n . E l a m o r de sus cu erp o s n ad a en gen d ra, p e ro es b e llo
m ira r lo . Se atreven a m ira rse u n as a otras. L a m ira d a h ace q u e r e s p i­
r e n , m ien tras las palabras se ex tin gu en e n m itad d el espacio. Y silen cio
y lu ju ria , etern a m en te separados e n la co n v ersa ció n , se h a n c o n v ertid o
e n u n o . E l silen cio de la c o n v ersa ció n era lu ju ria fu tu ra; m ien tra s qu e
la lu ju ria era silen cio pasado. P ero , en tre las m u jeres, e l c o n tem p la r de
las con versacion es acaeció desde el lím ite de la lu ju ria silen te. A h í s u r ­
g ió , lu m in o s a , la ju v e n tu d ; de las c o n v e r sa c io n e s m ás o scu ras. Y la
esencia, ahí, resp la n d e ció .
m e t a f ís ic a d e l a j u v e n t u d
99

E l DIAJLIO

N a c h b a r lä n d e r m ö g e n i n S e h w e ite lie g e n
D aß m an d en R u f d er H äh n e u n d H u n d e
g e g e n se itig h ö r e n k a n n .
U n d d o c h s o llte n d ie L e u te im ' h ö c h s te n
A l t e r s te rb e n
O h n e h i n u n d h e r g e re ist z u se in .
La o-T se™

N u e s tr o in t e n t o a h o r a es r e p a r a r e n las fu e n te s d e la in n o m b r a b le
d e se sp e ra ció n q u e se a d v ierte m a n a n d o e n tod as las alm as. P u e s las
alm as escu ch a n c o n a te n c ió n la m e lo d ía d e su ju v e n tu d , de la q u e se
cercio ra n de m il m od os. P ero cu an to más van su m ergién d ose en el sen o
de d éca d a s in c ie r ta s , in c lu y e n d o así lo m ás fu t u r o de su ju v e n tu d ,
ta m b ié n ta n to m ás h u é rfa n a s r e s p ir a n e n el v a c ío p r e se n te . Y u n d ía
desp iertan a la desesperación: el d ía d el su rg im ien to d el d ia rio .
E l d ia rio p lan tea c o n su seried ad desesperada la cu estió n d e e n qué
tiem p o vive el ser h u m a n o . Q u ie n e s p ien sa n h a n sabido siem p re q u e el
ser h u m a n o n o vive en n in g ú n tie m p o . L o in m o rta l de p en sam ien tos y
d e a ccio n es lo d estie rra a la a te m p o ra lid a d , e n cu yo c e n tro acecha la
m u erte in com p ren sib le. D u ra n te tod a su vida lo va atrapando la vaciedad
d el tie m p o , p e r o n u n c a la in m o rta lid a d . D e v o ra d o p o r las cosas m ás
diversas, p ara él el tie m p o h a d esa p a recid o , q u e d a n d o d e stru id o al
tiem p o el m e d io e n el q u e h u b ie ra d eb id o hacerse o ír la m e lo d ía de su
ju v e n tu d . A s í, q u ed ó p riva d o d el c u m p lid o sile n c io e n q u e, m ás a d e ­
lan te, d eb ería m a d u ra rse su gra n d eza . D e él le p riv ó la vid a co tid ia n a ,
vin ien d o a in te rru m p ir de m il m aneras, co n acontecim ien tos, casualida­
des y deb eres, ese tie m p o in m o rta l y ju v e n il q u e él a ú n n o in tu ía . M ás
am enazante todavía se alzó la m u erte tras la vida cotidiana. D e m o m en to ,
la m uerte va aparecien do a p eq u eñ a escala, y mata cada día para h acer que
la vid a c o n tin ú e . H asta q u e u n d ía al f i n la m u e rte g ra n d e le cae d e las
n u bes, al igual q u e u n a m a n o q u e n o deja que la vid a c o n tin ú e . A sí, de
día en día, d e segun do en segu n do, el yo se autoconserva, agarrándose al
tiem p o, al in stru m en to q u e el y o d eb ería tocar.

3 « A u n q u e los países vecinos se h allaran tan cerca / q u e se oyese e l canto de los gallos /
y los ladridos de los p e rro s de u n o y o tro la d o , / m o riría la gen te sin e m b a rgo , an cia­
na, / sin h ab er cruzado la fr o n te ra » . Tao TeKing, n ° 8 o , versos 1 6 -1 9 .
IOO ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

L a p e rs o n a así d esesp era d a r e c o r d ó su in fa n c ia ; p o r en to n c e s, el


tiem p o a ú n carecía de fuga, d e igu al m o d o que el y o carecía de m u erte.
M ira la c o r r ie n te d e la cu al e m e r g ió , y p ie r d e su in te lig e n c ia le n ta ­
m e n te , al f i n y d e m a n e r a r e d e n to r a . E l d ia r io s u r g ió e n ese o lv id o ,
ig n o r a n d o lo q u e q u ie re d e c ir la p e rso n a , p e r o h a su rg id o p ara r e d i­
m irla . E ste lib r o in s o n d a b le de vid a n o vivida, el lib r o d e u n a vid a en
cu yo tie m p o cu an to h em o s vivid o de m o d o in s u fic ie n te se tra n sfo rm a
ya en lo a ca b a d o 141.
E l d ia rio es u n acto de lib e ra c ió n , secreto e ilim ita d o e n su v ic to ­
r ia , N a d ie q u e n o sea lib r e c o m p r e n d e r á ese lib r o , G o m o el y o se
h allab a c o n s u m id o e n aras d el a n h e lo de sí m ism o , c o n s u m id o p o r la
v o lu n ta d de ju v e n tu d , c o n s u m id o p o r el a n sia de p o d e r q u e se
ex tien d e en las décadas q u e v ie n e n , c o n su m id o p o r el a n h e lo de pasar
reco g id o los días e in fla m ad o p o r ese fu eg o o scu ro q u e atiza el deseo de
la h o lg a n za , al verse sin em b a rg o c o n d e n a d o a sujetarse al tie m p o d el
calen d ario , el de los relojes y las B olsas, sin q u e n i u n solo rayo c o rre s­
p o n d ie n te a u n tie m p o d e in m o rta lid a d d escen d iera hasta él, en to n ces
el yo m ism o c o m e n z ó a irr a d ia r . U n rayo —sabía el y o — q u e so y yo
m ism o . P e ro n o la b o r r o s a in t e r io r id a d d e ese se r v iv ie n te q u e m e
llam ajto y q u e m e m a rtir iz a c o n sus fa m ilia rid a d e s, sin o u n rayo que
v ie n e de a q u e l o tr o se r q u e p a re c ía o p r im ir m e , y q u e y o m ism o soy:
rayo d e l tie m p o . U n yo q u e ta n só lo c o n o c e m o s a través de n u e stro s
d iarios aparece to d o te m b lo ro so al b o rd e d e la in m o rta lid a d en q u e se
a rro ja . P ues ese yo es tiempo. E n él, e n ese yo al q u e s u ced en cosas, ese
q u e se en c u e n tra c o n p erso n as (am igas, en em igas y p erso n as am ad as),
e n ese yo tr a n s c u r r e el tie m p o in m o r ta l, el tie m p o d e su g ra n d e z a
co rre en él, n ad a m ás él es su irra d ia c ió n .
Este creyen te escrib e su d ia r io . Y lo va e s c r ib ie n d o a in terva lo s; y
n u n c a lo acabará, p u es m o r irá . ¿ Q u é es el in terva lo , la d istancia, qu e
aparece e n el seno d el d ia r io ? E l d ia rio n o actúa en el tie m p o d el d es­
a r r o llo , tie m p o q u e se h a lla s u s p e n d id o . N o a ctú a s iq u ie ra n i en el
tie m p o , d ado q u e éste está h u n d id o . Es u n lib r o del tie m p o : es u n d ia ­
r io . E l em ite los rayos d e su c o n o c im ie n to a través d e l espacio, p e r o en
él n o tra n sc u rre la cad en a m ism a d e viven cias, p u e s ca recería d e d is ­
tancia. S in o q u e a h í el tie m p o está su sp en d id o , su sp en d ié n d o se u n yo

4 Esta frase tien.e más sen tido d icha e n a lem án q u e en español, ya que e n alem án « d ia ­
r io » se dice Thgebuch, esto es, « lib ro d el d ía » , [n . d el T .]
M ETAFÍSICA DE LA JU V E N TU D IOI

q u e actú a e n él; y o estoy trasla d ad o p o r c o m p le to al tie m p o , q u e m e


irr a d ia a m í p r e c is a m e n te . A este y o , a la c r e a c ió n d e l tie m p o , n ad a
más le p u e d e su ced er. A él se d o b leg a to d o p ara lo cu al el tie m p o aú n
sucede. P o rq u e , p ara to d o lo dem ás, n u estro yo su ced e co m o tie m p o ,
y así a to d a s las cosas ese yo les su ced e e n el d ia r io , tod as ellas v iv e n
hacia el y o . P ero a éste, al n a c im ie n to d el tie m p o in m o rta l, el tie m p o
ya n o le su c e d e . L ó a te m p o ra l sí le s u c e d e , p u e s e n el yo se h a lla n la
totalid ad d e las cosas reu n id a s. V iv e el y o o m n ip o te n te en la distancia;
en ella (e n el s ile n c io d e l d ia r io ) le su ced e al yo su p r o p io t ie m p o , le
su ced e, al y o , el tie m p o p u r o . E n la d ista n cia se h a lla r e c o g id o e n sí
m ism o , n a d a se in filt r a e n su in m o r ta l r e c o g im ie n to . Y a h í to m a
fu erza p ara suced erles a las cosas, p ara atraerlas hacia sí, ig n o ra n d o de
ese m o d o su d estin o. L a distancia es segura, y d o n d e rein a el silen cio es
que n ad a p u e d e su c e d e r. N o , n in g u n a catástrofe en trará en las lín eas
de este lib r o . A s í q u e n o creem o s e n las d erivacio n es o e n las fu en tes; y
n u n ca reco rd a m o s lo q u e n os h a su ced id o e n rea lid a d . E l tie m p o que
irrad iab a c o m o ese yo q u e so m o s, le su ced e, al ser n u e str o d e stin o , a
cuanto n o s ro d ea . Y ese tie m p o , sie n d o n u estra esencia, es lo in m o r ­
tal en lo q u e otro s m u e re n . P ero lo q u e a éstos m ata es ta m b ié n lo q u e
h ace q u e en la m u e rte (a sab er, e n la ú ltim a d istan cia) n o s sin tam o s,
n osotros, esenciales.

II

N e ig e n d e rstra h lt in Z e it d ie G e lie b t e d e r L a n d s c h a ft,


A b e r v e r d u n k e lt v e r h a r r t ü b e r d e r M itte d e r F e in d .
S e in e F lü g e l s c h lä fe rn . D e r sch w arze E r lö s e r d e r L a n d e
H a u c h t s e in k rista lle n e s : N e in u n d e r b e s c h lie ß t u n s e r n Tod^ 5*.

D u d o so , rara vez sale el d ia r io de la in m o rta lid a d de su d ista n cia, y al


hacerlo se escribe. Y se alegra en silen cio , y echa u n a ojeada a lo s d esti­
nos que, estando tejid os p o r el tiem p o , hay e n él claram en te. Sedientas
de d ete rm in ació n , a él a cu d en las cosas, esp eran d o re c ib ir d estin o de su
m a n o . E m ite n su im p o te n c ia h a cia la alteza, y lo m ás in d e te r m in a d o

5 « D e clin a n d o resplandece en e l tiem p o la amada del paisaje, / p e ro oscu recid o p e r­


m anece so b re e l m ed io el en em igo. / Sus alas tie n e n sueño* El negro re d e n to r de las
naciones / lanza su " n o ” cristalin o y decide nuestra muerte>>, Estos versos parecen
ser de B en jam in .
ESTUDIOS METAFÍSICOS Y OE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

q u e hay en ellas está im p lo ra n d o d e te rm in a c ió n . Las cosas d elim ita n la


esencia h u m a n a m ed ian te su existencia in terrogativa, es d ecir, las cosas
p r o fu n d iz a n el tie m p o ; y co m o éste su ced e al m áxim o a las cosas, en él
vibra u n a leve in segu rid ad q u e resp o n d e p reg u n tan d o a la p reg u n ta que
las cosas fo r m u la n . V ive el yo en el tran scu rso d e esas vib ra cio n e s, y tal
es el c o n te n id o de n u estros d iarios: n u estro d estin o h ace p r o fe s ió n de
n o so tro s, p o rq u e ya h ace tiem p o q u e n o lo referim o s a n o so tro s; n o s ­
otros, los m u ertos, q u e resucitam os en lo q u e n o s sucede,
P ero hay u n lu gar de esas resu rre ccio n e s d el y o , cu an d o lo em ite el
tie m p o en u n as o n d as cada vez más am plias. Y ese lu g a r sin d u d a es el
paisaje. T o d o lo q u e su ced e n o s ro d e a e n tan to q u e paisaje, p u es n o s ­
o tro s, el tie m p o de las cosas, n o c o n o c e m o s el tie m p o . S ó lo in c lin a ­
cio n e s de lo s árb oles, h o r iz o n te y arista de crestas de las m on tañ as, que
de p r o n to d esp iertan llenas de relació n , al situ arn os e n m e d io d e ellas.
E l paisaje n o s traslada hasta su m ed io ; las copas de los árb oles n os asal­
tan p la n tea n d o pregu n tas; lo s vallqs n o s r o d e a n c o n su n ie b la e in c o n ­
ceb ib les casas n os acosan c o n form as. T o d o esto n o s sucede ju sta m en te
a n o s o tr o s , q u e so m o s su c e n tr o . Y d e l tie m p o q u e h e m o s pasad o
e stre m e c id o s n o s q u e d a u n a p r e g u n ta e n n u e s tr o in t e r io r , a saber:
¿so m o s tie m p o ? L a a rro g a n cia n o s su giere d e c ir « s í» , p e r o en to n ces
el paisaje d esaparecería. S eríam o s b u rg u eses. M as el h e c h iz o d el lib r o
n o s h a ce c allar, y la ú n ic a resp u esta es q u e r e c o r r e m o s u n s e n d e r o ,
p e r o q u e al ca m in a r n o s sa n tifica el m ism o c o n t o r n o . E ig u a l q u e sin
resp u esta d e te rm in a m o s las cosas c o n el m o v im ie n to de n u e str o
c u e rp o , y que, sien d o el m e d io , ca m in a n d o n o s alejam os y acercam os,
ta m b ién desgajam os árb oles y cam pos de sus sim ilares y lo s in u n d a m o s
c o n el tie m p o de n u e stra ex iste n c ia . D e m a n e r a q u e el c a m p o y las
m o n ta ñ a s lo s d e te rm in a m o s e n su a r b itr a r ie d a d : so n n u e s tr o ser
p a sad o ; así ju s ta m e n te p r o fe tiz ó la in fa n c ia . N o s o tr o s so m o s ello s,
p e ro ya e n el fu tu r o ; el paisaje n os recib e a los m ayores e n la d esn u d ez
de lo fu tu r o . D esvalid o, devuelve el h o r r o r de lo te m p o ra l, c o n lo cu al
asaltam os al paisaje. A q u í d esp ertam o s y p a rticip a m o s e n el d esayu no
ju v e n il. Las cosas n o s m ir a n , su m ira d a n o s v ie n e c o n d u c ie n d o a lo
v e n id e r o ; y es q u e n o s o tr o s n o les c o n te sta m o s, sin o q u e las vam os
r e c o rr ie n d o . A sí, en to r n o a n o so tro s, hay paisaje d o n d e h em o s rech a ­
za d o la lla m a d a . M il g r ito s d e a le g ría e m itid o s p o r la e s p iritu a lid a d
r u g ía n ju s ta m e n te e n el p a isa je , y e n to n c e s el d ia r io les e n v ió s o n ­
r ie n d o su ú n ic o p e n sa m ie n to . E l paisaje re sp ira an te n o so tro s p e n e ­
M ETAFÍSICA DE LA JU V E N TU D 103

trad o d e tie m p o , a gita d o . E stam os co b ija d o s u n o e n o tr o , el paisaje y


yo m ism o . Y n o s la n za m o s, y e n d o d e d e s n u d e z a d e s n u d e z . A s í n o s
alcanzam os, reco gid o s.
E l paisaje n os envía p o r fin a la am ada. Y n o hay en c u e n tro sin o en
él paisaje, y ta n só lo e n él n os e n c o n tra m o s en cu a n to fu tu r o . P o rq u e
sólo el fu tu r o es q u ie n c o n o ce a la m u ch ach a ú n ic a , la q u e ya es m u je r.
Pues la m u ch ach a en tra en el d ia rio ju n t o c o n la h isto ria d e su p r o p io
fu tu r o . Y a h a b ía m o s m u e r to u n a vez ju n t o s . Y a fu im o s u n a vez d e l
tod o iguales e n lo q u e a él respecta. Y si el fu tu ro n o s su ced ía ahí, e n la
m u erte, ya n o s su ced e e n vid a , p e ro p o r m il veces. D e s d e la m u e r te ,
cada m u ch a ch a es esa am ada q u e a lo s d o r m id o s se n o s p rese n ta e n el
d ia rio . S u d esp erta r su ced e p o r la n o c h e , in v isib le al d ia r io co m o tal.
La fig u ra d el a m o r e n el d ia rio es q u e el a m o r se p resen ta en el paisaje,
b ajo u n c ie lo fu e r te m e n te lu m in o s o . L a p a sió n se h a d o r m id o e n tre
n o so tro s, y ah ora la m u je r es la m u ch ach a, q u e d evuelve ju v e n ilm e n te
n u e stro tie m p o , tie m p o n o c o n s u m id o , q u e e lla h a r e u n id o e n su
m u erte. L a d esn u d ez q u e n o s asalta en el paisajé se n o s conserva p o r la
d esn uda am ada.
G u a n d o n u e stro tie m p o n os la n zó d esd e la d ista n cia hasta el p a i­
saje y la a m ad a v in o a n u e s tr o e n c u e n tr o p o r la g u a rd a d a sen d a d el
pensar, volvim os a sen tir có m o flu ía vig o ro so el tiem p o hacia n o so tro s,
ese tiem p o q u e n o s enviaba. A d o r m e c e d o r es ese r itm o d el tiem p o qu e
se vu elve hasta n o s o tr o s d esd e tod as p a rte s. E l q u e le e u n d ia r io se
queda d o r m id o y c u m p le el d estin o de q u ie n lo e sc rib ió . Evoca el d ia ­
rio u n a y otra vez la m u e rte d el escrito r de ese d ia rio , a u n q u e sea e n el
su eñ o d e l q u e le e : n u e s tr o d ia r io só lo c o n o c e u n le c to r , u n o q u e se
convierte en re d e n to r p o rq u e d ic h o 'lib ro le d o m in a . N o so tro s m ism os
som os el le c to r, o som o s a su vez n u estro e n e m ig o . Éste n o h a p o d id o
p e n e tra r e n el r e in o q u e flo r e c ía e n to r n o n u e s tr o . N o es o tr a cosa
pues q u e el yo exp u lsad o, es d e c ir, el y o p u r ific a d o , q u e a u n in v isib le
p e rm a n e ce en el m e d io in n o m b ra b le de lo s tiem p o s. N o se en treg ó al
to r r e n te d e l d e stin o q u e n o s r o d e a b a . G o m o el p a isa je se a lzó h a cia
n o so tr o s, e x tra ñ a m e n te a n im a d o p o r n o s o tr o s , c o m o la a m ad a n o s
pasó d e la rg o , esposada a n tañ o c o n n o so tro s, así se e n c u e n tra el e n e ­
m igo e n el to r r e n te e n su c e n tro , e rg u id o co m o ella. P ero m ás p o d e ­
r o s o . E l e n e m ig o n o s en vía el p a isa je , y a la a m ad a , y es el p e n s a d o r
in ag otab le d e los p e n sa m ien to s q u e n os lleg a n . P resen tán d o sen o s c o n
tod a c la rid a d , va tr a b a ja n d o m ie n tra s se o c u lta el tie m p o e n la m u d a
104 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

m e lo d ía de las d ista n cias. D e p r o n to se levan ta e n la d ista n cia, c o m o


u n s o n id o de fa n fa r r ia , y n o s en vía h a cia la a v en tu ra . E l e n e m ig o es
a p a ric ió n d el tie m p o n o en m e n o r m ed id a q u e n o so tro s, y es n u estro
m ás p o te n te r e fle c to r . P ro d u c ie n d o u n d eslu m b ra m ien to c o n el saber
q u e es p r o p io d el a m o r y las visiones de los países más lejan os, irr u m p e
ya d e vu e lta e n tre n o so tro s y ah u yen ta así n u e stra in m o rta lid a d h a cia
u n a m is ió n siem p re m ás lejan a. E l e n em ig o c o n o ce b ie n los r e in o s de
esas c ie n m u ertes que ro d ea n el tiem p o y q u iere in u n d a rlo s de in m o r ­
ta lid a d . T ras cada c o n te m p la c ió n y cada h u id a m o rta l v o lv em o s h a cia
n u estra casa d el m ism o m o d o q u e n u estro e n e m ig o . N o h abla el d iario
de o tro s en em ig o s, p o rq u e an te la h o stilid a d d e n u estro augusto saber
to d o e n em ig o se va al fo n d o , cayen d o to rp e m e n te a n u estro la d o ; así,
n u n c a alcanzam os n u estro tiem p o y siem p re n o s refu gia m o s detrás de
él o lo sobrepasam os, in solen tes. P o n ie n d o siem p re la in m o rta lid ad en
ju e g o y p e rd ié n d o la siem p re cada vez. E sto lo sabe b ie n el en e m ig o , la
co n scien cia v a lien te e in fa tig ab le q u e n o s a g u ijo n ea . A sí, n u estro d ia ­
r io escribe el d ia rio d e n u estro e n e m ig o , m ien tra s q u e él se m a n tie n e
activo en el p u n to cen tra l de la d istancia. E n su m a n o reposa la balanza
de n u e s tr o tie m p o y d e l in m o r ta l. ¿ C u á n d o r e s p o n d e r á el tie m p o
en to n c e s? N o s su ced em o s a n o so tro s m ism os.

III

L a c o b ard ía p r o p ia de lo vivo, cuyo yo está p rese n te de diversas m a n e ­


ras en todas las d istin tas aventuras m ien tra s esco n d e c o n tin u a m e n te el
ro stro e n los ro p a jes d e su d ig n id a d , tuvo al fin q u e volverse in s o p o r ­
table. A u n avanzando p o r el r e in o d el d estin o , d ábam os m a rch a atrás,
y s in em b a rg o é ra m o s sin c e ro s in c lu s o c u a n d o n a d ie n o s m ira b a : la
alteza en n o so tro s, o fe n d id a in fin ita m e n te , d e p r o n to se cansó y se d io
la vuelta, lle n a de d esp recio ilim ita d o hacia el yo q u e le h a b ía n c o n c e ­
d id o . S u b ió a u n tr o n o en lo im a g in a rio y esp eró . E l láp iz de su esp í­
r itu d o r m id o escrib ió c o n gran d es letras el d ia rio .
D e m o d o q u e estos lib r o s tie n e n p o r te m a la su b id a al tr o n o de
u n o q u e h a a b d ic a d o al m is m o tie m p o . A lg u ie n q u e a b d ic ó d e la
viven cia resp ecto de la cual n o cree d ig n o n i capaz a su yo , al q u e fin a l­
m e n te se sustrae. A n ta ñ o , e n o tro s tie m p o s, las cosas m ism as salían a
su e n c u e n tro , e n vez de dar c o n él; p o r todas partes las cosas le acosa-
M ETAFÍSICA DE LA JU VEN TUD 105

b a n , y él h u ía in c e s a n te m e n te . Y es q u e el n o b le n u n c a sa b o re ó e l
a m o r d e lo s v e n c id o s . Y , al tie m p o , re c e la b a si las cosas se r e fe r ía n
ig u a lm e n te a é l. « ¿ T e r e fie r e s a m í ? » , p r e g u n tó a la v ic to r ia q u e
g a n ara. « ¿ T e r e fie r e s a m í ? » , le p r e g u n tó a la m u c h a c h a q u e se le
había acercad o . D e m a n era q u e el n o b le se salió así de su p e rfe c c ió n . A
la victo ria le parecía el ve n c e d o r, co m o a la am ante le p arecía el am ad o.
Pero el a m o r y la v ic to ria le h a b ía n su ced id o ju sta m en te m ien tras d e d i­
caba sus o fr e n d a s e n h o n o r de lo s p e n a te s de su h o g a r . N u n c a se
e n c o n tró c o n el d estin o , pu es pasó de largo ju n t o a él.
M as c u a n d o e n el d ia r io la alteza d e l yo se r e tir ó y e n m u d e c ió la
fu ria c o n tra el a co n te ce r, los a co n te cim ie n to s se m o stra ro n in d e ciso s.
La cada ve z m ás le ja n a v is ib ilid a d d e l y o , el c u a l ya n o r e fie r e a h o r a
nada a sí m ism o , te je el m ito m ás p r ó x im o cada vez de las cosas q u e se
lan zan al yo c o n u n afecto in m e n so , co m o p reg u n ta in q u ieta , sed ien to
com o está de d e te rm in a c ió n .
R u g e el n u e v o asalto e n el yo a g ita d o . E l y o está e n v ia d o c o m o
tie m p o , de m o d o q u e las cosas le p a sa n d e la r g o y se va n a le ja n d o
h u m ild e m e n te hacia el p u n to cen tra l d e la d istan cia, h a cia el sen o del
tie m p o , d esd e d o n d e el y o re sp la n d e cía . E l d e stin o es ya este c o n tr a ­
m o v im ie n to de las cosas e n el tie m p o d e l y o . Y la m ism a g ra n d e za es
ese tie m p o d e l yo e n el q u e las cosas n o s s u c e d e n . P ara e lla , to d o el
fu tu ro es pasado. E n efecto, el pasado de las cosas equivale al fu tu r o d el
p r o p io t ie m p o - y o . P e ro lo s p a sad os se v u e lv e n fu tu r o s , y de n u e v o
em ite n el tie m p o d el yo u n a vez q u e h a n e n trad o e n la distancia. A tra ­
vés d e lo s a co n te c im ie n to s, el d ia r io escrib e la h isto ria d e n u e stro ser
fu tu ro , y p o r tan to p ro fe tiz a n u estro d estin o p asad o. E l d ia rio escribe
la h isto ria de n u estra g ra n d eza , p e ro c o m en za n d o p o r la m u e rte . U n a
vez q u e el tie m p o d e las cosas está s u s p e n d id o e n el tie m p o d e l y o ,
q u ed a el d estin o su sp en d id o e n la g ra n d eza , c o m o las distancias están
su sp en d id a s a h í, e n la d is ta n c ia . U n a vez tu v im o s el m ás fu e r te e n e ­
m ig o , el c u a l, e n su a m o r ilim it a d o , r e u n ió to d a n u e stra d e b ilid a d
cegada ya e n su fo rta le za , a co g ió n u e stra d e sn u d e z e n su in c o r p o r e i­
dad, c o n su m u tism o acalló n u estro sile n cio y, lleva n d o al h o g a r todas
las cosas, p o n e f in a to d o s los h u m a n o s: ésa es la g ra n d istancia; ésa es
la m u e r te . E n ella n o s su ced em o s a n o s o tr o s m ism o s; n u e str o esta r-
m u ertos se d esp re n d e de las cosas, y el tie m p o de la m u e rte es n u estro
tie m p o . R e d im id o s, p e rc ib im o s el c u m p lim ie n to d el ju e g o ; el tiem p o
de la m u erte era ya el tiem p o d e n u estro d ia rio , la m u erte era la ú ltim a
106 e s t u d io s m e ta f ís ic o s y de f i l o s o f í a de l a h i s t o r i a

d istan cia, era el p r im e r e n e m ig o e n a m o ra d o ; de m o d o q u e la m u erte


n o s c o n d u c e hasta el c e n tro in n o m b r a b le d e lo s tie m p o s con. to d a la
g ra n d e za y lo s d e stin o s d e n u e stra m ás a m p lia s u p e r fic ie . N o s da la
in m o rta lid a d p o r u n in stan te. E sto es de m il m aneras, y m u y se n c illa ­
m en te, el c o n te n id o de n u estro s d iario s. C ie r to q u e n o s so rp re n d e la
lla m a d a q u e n u e stra ju v e n tu d re c h a zó c o n o r g u llo . P e ro n o es n ad a
m ás q u e la lla m a d a q u e n o s rec la m a a la in m o r ta lid a d . A s í es c o m o
e n tra m o s e n el tie m p o q u e estaba ju sta m e n te e n el d ia r io , e n el sím ­
b o lo m ism o d el a n h e lo , e n el r ito de la p u r ific a c ió n . Las cosas se h u n ­
d e n c o n n o so tro s e n su cen tro , y esp eran c o n n o so tro s de in m e d ia to el
destello d el n u evo resp la n d o r. L a in m o rta lid a d está sólo en el m o r ir , y
el tie m p o se alza al fin a l de lo s tiem p os.

El b a ile

¿ D e b id o a q u é p r e lu d io n o s p rivam os al fin de n u estro s su e ñ o s? Pues


c o n m a n o lig e ra los d ejam os de la d o , ahí, sob re la alm o h ad a, los d eja ­
m o s d etrás m ien tra s a lg u n o s re v o lo te a n a ú n e n el sile n cio en to r n o a
n u estra cabeza levantada. ¿ C ó m o n os atrevem os lo s d esp iertos a llevar
lo s su e ñ o s a la lu z ? ¡O h , a la lu z! T o d o s n o s o tr o s lleva m o s e n e fe cto
a lr e d e d o r lo s su e ñ o s in v isib les; ¡q u é h o n d a m e n te veladas se e n c u e n ­
tr a n las cabezas d e las jó v e n e s , cu yo s o jo s so n secreto s n id o s d e lo s
in q u ieta n tes, d e lo s sueños, sin acceso, rad ian tes e n v ir tu d d e su p r o ­
p ia co m p leció n ! Mas la m úsica n os va elevando a to d o s a la altura de esa
lín e a ilu m in a d a (tú b ie n la con o ces) q u e se ve b ajo el te ló n cu an d o u n a
orq u esta afin a lo s vio lin es. Y l a danza co m ien za. Y n u estras m an os van
re sb a la n d o , u n a s e n tr e o tra s, y n u estras m ira d a s c o in c id e n , p e sa d a ­
m en te, y se vacían , y so n ríe n , d esd e el ú ltim o c ie lo . N u estro s cu erp o s
se to c a n c o n recato , d e m a n era q u e n o n o s d esp ertam o s u n o s a otro s
d e l su eñ o . ¡O h ! ¡C ó m o n os am am os! ¡ Y có m o p ro te g e m o s y cu id am os
n u estra d esn u d ez! ¡C ó m o la h em o s id o e n c a d e n a n d o en lo c o lo rid o ,
en m ascarad o, lo n e g a d o r -d e s n u d o , p r o m e te d o r - d e s n u d o . E n tod os,
algo m o n stru o so q u e callar. P ero n o s lan zam os a lo s ritm o s q u e m a r ­
c a n lo s v io lin e s ; n u n c a u n a n o c h e fu e m ás in c o r p ó r e a , in q u ie ta n te y
casta q u e esta n o ch e .
D o n d e n os en co n tra m o s solos, en u n a cu ba d e charangas, solos en
la n o c h e lu m in o sa de las n och es q u e h em o s co n ju ra d o , n u estro h u m o r
M ETAFÍSICA DE LA JU V E N TU D 107

fu g itiv o h a ce a h o r a v e n ir a u n a m u je r q u e se e n c u e n tr a —ella , u n a
m uchacha— e n le ja n a fuga.
L a m u je r vie n e ya p o r el p a rq u é, q u e está tan liso en tre lo s b a ila ri­
nes q u e hasta se d iría q u e re fle ja la m ú sica, p u es este su elo liso al qu e
n o p e rte n e c e n las perso n as crea u n espacio a q u í p ara lo elíseo q u e c ie ­
rra la cad ena de la soled ad de la g e n te. L a m u je r avanza, y a su paso va
o r d e n a n d o a lo s b a ila rin e s, a a lg u n o s lo s exp u lsa y así va a d a r c o n tra
las m esas, d o n d e im p e r a el r u id o d e lo s so lita rio s , o d o n d e , e n lo s
p a sillo s, atraviesan la n o c h e lo s q u e p asan c o m o so b re u n a c u erd a de
fu n ám b u lo s.
¿ C u á n d o lle g ó la n o c h e a la cla rid a d y fu e irra d ia d a , salvo en este
á m b ito ? ¿ C u á n d o q u e d ó el tiem p o su p e ra d o ? ¿ Q u i é n sabe c o n q u ié n
vam os a e n c o n tr a r n o s e n este m o m e n to ? D e lo c o n tr a r io (si alg o así
existiera), estaríam os sim p lem e n te aqu í, p e ro ya co m p leto s; de lo c o n ­
tra rio , tal vez agotaríam os esos m o m e n to s ú ltim o s d el d ía q u e h a q u e ­
d ado c o n s u m id o y sabo rearíam os el n u evo . P ero a h o ra v ertem os el día
espum oso en el cristal p u rp ú re o de la n o ch e, q u e se va calm a n d o y q u e
relu ce.
L a m ú sica aleja to d o p e n sa m ie n to , y n u estro s o jo s r e fle ja n la a le ­
g ría e n t o r n o , c ó m o se m u e v e n to d o s e sta n d o a ú n r o d e a d o s p o r la
n o c h e . R e a lm e n te , estam os d e n tr o de u n a casa sin v e n ta n a s, e n u n a
sala s in m u n d o . E scaleras de m á r m o l h a cia a rr ib a y a b a jo . E l tie m p o
está a q u í a d e n tro , a tra p a d o . E n n o s o tr o s ya só lo agita c o n r e p u ls ió n ,
algu n as veces, su ca n sa d o a lie n to , y n o s in q u ie ta . P e ro u n a p a la b ra
p r o n u n c ia d a e n la n o c h e h ace q u e u n a p e rso n a acu d a hasta n o so tro s,
q u e c a m in e m o s ju n t o s , q u e ya n o n e c e site m o s la m ú sica; p o d ría m o s
tu m b arn o s en lo o scu ro , p e r o n u estro s ojos b r illa r ía n c o m o b rilla n te
espada e n tre la g e n te . A lr e d e d o r d e esta casa, lo sabem os, va n r e v o lo ­
tean d o todas las realid ad es despiadadas, todas las realid ad es expulsadas.
Y lo s p o eta s c o n su s o n risa a m arga , y lo s p o lic ía s y lo s sa n to s, y lo s
a u to m ó v ile s q u e e sp e ra n . A lg u n a s veces, la m ú sica d e s b o rd a hasta el
ex te rio r, y lo s sepulta.
DOS POEMAS DE FRIEDRÍCH HOLDERLIN
« C o r aje d e r o r .T A » y « A p o c a m ie n t o

L a tarea de esta investigación, n o se p u e d e in te g ra r sin ex p licacio n es en


la estética de la lite ra tu ra . C o m o estética p u ra , tal c ie n c ia h a d ir ig id o
sus p r in c ip a le s e sfu erzo s al estu d io de lo s d iversos g é n e ro s lite r a r io s ,
m u y e n esp ecial d e la trag ed ia . A s í, p rá ctic a m e n te , só lo se h a n e la b o ­
ra d o c o m e n ta rio s d e las gran d es o b ra s clásicas, m ien tra s q u e fu e r a de
lo s dram as clásicos lo s co m e n ta rio s h a n te n id o en g e n e ra l u n carácter
m u c h o más filo ló g ic o q u e estético. A q u í vam os a in te n ta r ela b o ra r u n
c o m e n ta rio e s té tic o d e d os p o e m a s líric o s, in te n c ió n q u e exige algunas
n o ta s p rev ias s o b r e el m é to d o . L a fo r m a i n t e r i o r [aI, a sa b e r, lo q u e
G o e th e llam aba Gehaltl3\ es lo q u e rastrearem os en estos p o em a s. In d a ­
garem os p u es la tarea p o é tic a en tan to p resu p u esto p ara u n a au tén tica
v a lo ra c ió n d e l p o e m a . U n a v a lo ra c ió n q u e n o p u e d e o rie n ta rse a tr a ­
vés d e l m o d o e n q u e el p o e ta ha resu elto en el texto su tarea, sin o que
resultará sin d u d a d ete rm in a d a p o r la seried ad y la gra n d eza de la tarea
m ism a . P u es esta tarea la d eriva m o s del p o e m a m ism o . P e ro ta m b ié n
hay q u e e n te n d e r la , al m ism o tie m p o , c o m o p re su p u e sto d e l p o e m a ,
co m o estru ctu ra e sp iritu a l-s e n so ria l d el m u n d o d el cu al el p o e m a n os
da te s tim o n io . V a m o s a q u í a e n te n d e r esta ta rea, este p r e s u p u e s to ,
c o m o la ú ltim a capa a la q u e u n an álisis p o d r ía a cc ed e r. N o h a re m o s
n in g ú n tip o de averigu acion es sob re el p ro c e so de la c re a c ió n líric a , la
p e rso n a o la c o sm o v isió n d el c re a d o r, sin o sob re la esfera p a rticu la r y
ú n ic a en q u e la tarea y presu p u esto d e l p o e m a se h a lla n . Esta esfera es
p r o d u c to y es o b je to de la in v estig a ció n al m ism o tie m p o . N o la p o d e ­
m o s c o m p a r a r c o n el p o e m a , s in o q u e e lla es lo ú n ic o c o n s ta ta b le a
través de la in v e s tig a c ió n . Y p o d e m o s lla m a r « l o p o e tiz a d o » [das
Gedichtete] a esta esfera, q u e, p ara cada p o e m a , ad op ta u n a fig u ra p ar ti-

1 B en jam ín n o p u b lic ó este artícu lo, que escrib ió en tre fin ales d el 19 14 y p rin cip io s
d el 1915* [Los títu los de los poem as en alem án so n Dichtermut —d el q u e hay dos v er­
siones— y ( n . d el T .)J
2 Sob re el co n cep to de « fo rm a in te r io r » , véase el artícu lo « F o rm , in n e re ^ , en:
Hi$toriscke$WdrterbuchderPkifasophie, vol. III, p p . 974 s*
3 La tra d u cció n más sencilla de GehaU es ^ co n ten id o >>* p e ro G oeth e se refería co n esta
palabra n o a cu alqu ier co n te n id o , sino a aquel q u e b ro ta de u n a in te rio rid a d activa,
la cual le da form a. Gehaít es con tenido que lleva en sí la form a. Véase a este respecto el
artícu lo ^ G e h a lt» en: Goethe-Handbuch in uierBánden, ed. de B e rn d W itte et a i , Stuttgart/
W eim ar, M etzler, I 99 &> vol. fa/i, pp , 34 I “ 34,3 - [N .d e lT ,]
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN 109

c u la r. E n ella es p r e c iso sacar a la lu z ju s ta m e n te ese á m b ito p e c u lia r


q u e c o n tie n e lo q u e es la verd a d d e l p o em a . A q u e lla « v e rd a d » q u e los
artistas m ás se rio s a trib u y e n c o n a h ín c o a sus c re a c io n e s h a b r á q u e
e n te n d e r la c o m o sie n d o la o b je tu a lid a d d e l p ro c e s o d e la c re a c ió n , a
saber, co m o el c u m p lim ie n to d e la tarea artística co m o tal. « C a d a ob ra
de a rte tie n e u n id e a l apríori, cad a u n a tie n e n e c e s id a d d e e x is tir »
(N o v a lis)1*1. L o p o e tiza d o , e n su fo r m a g e n e ra l, es la u n id a d sin tética
d e lo s ó rd en es esp iritu a l y sen so rial. U n a u n id a d q u e o b tie n e su figu ra
esp ecífica co m o fo r m a in te r io r d e u n a c re a c ió n esp ecífica.
E l c o n c e p to d e lo p o e tiz a d o es u n c o n c e p to lím ite , y e llo a p a r tir
d e d os p u n to s de vista. E n p r im e r té r m in o , es u n c o n c e p to lím ite
fren te al co n cep to de p o em a . E n tanto q u e categoría de la investigación
estética, lo p o e tiz a d o se d is tin g u e de m o d o d ecisiv o r e sp e c to d el
esq uem a d e fo r m a - m a te r ia e n q u e p reserva la u n id a d estética fu n d a ­
m en ta l d e fo rm a y m ateria y, e n vez de separarlas, expresa su n ecesaria
c o n e x ió n in m a n e n te . A c o n tin u a c ió n , n o e x p lic a re m o s esto te ó r ic a ­
m en te, sin o sólo en u n caso p a rticu la r y c o n c re to , d ado q u e se trata de
lo p o e tiza d o de u n o s p o em a s co n c re to s. P ero éste ta m p o c o es el lu ga r
para u n a crítica te ó ric a d el co n c e p to de fo rm a y m ateria e n su s ig n ifi­
cado estético esp ecífico . A s í, en la u n id a d de fo rm a y m ateria, lo p o e ti­
zado c o m p a rte c o n el p o e m a m ism o u n o de sus rasgos esen ciales. L o
p o e tiza d o está c o n s tru id o d e a cu e rd o c o n la ley fu n d a m en ta l d e l o rg a ­
n ism o a rtístico. Y , a su vez, se d istin gu e d el p o e m a co m o u n co n cep to
lím ite, el cu al es el c o n c e p to p r o p io d e su tarea; n o d e m o d o ab so lu to
n i ta m p o c o a través d e u n rasgo fu n d a m e n ta l, s in o ya s im p le m e n te ,
m e d ia n te su m a y o r d e te r m in a b ilid a d : es d e c ir , n o m e d ia n te u n a
caren cia cuan titativa d e d ete rm in a cio n es, sin o p o r la existencia p o te n ­
cial de las d e te r m in a c io n e s a c tu a lm e n te p re s e n te s e n el p o e m a , así
c o m o d e otras. L o p o e tiz a d o co n siste e n u n a flo ja m ie n to d e la c o n e ­
x ió n fu n c io n a l estricta y fir m e q u e im p e r a e n el p o e m a , y n o p u e d e
s u r g ir d e o tr a m a n e r a q u e d e ja n d o d e la d o cierta s d e te rm in a c io n e s ,
pues esto vuelve visib le la tra b a zó n , la u n id a d fu n c io n a l d e lo s dem ás
e le m e n to s. Y es q u e m e d ia n te la existen cia actu al d e todas las diversas
d e te r m in a c io n e s el p o e m a se d e te r m in a d e ta l m o d o q u e y a s ó lo lo
p o d e m o s e n te n d e r en ta n to q u e u n ita r io . P ero el c o n o c im ie n to de la
fu n c ió n p resu p o n e la p lu ra lid a d de las p o sib ilid ad e s conectivas. A s í, el

4 Schriften, ed. d e j . M in o r, Jen a, 19 0 7 , v o l. 2 , p . 23 1 -


110 ESTUDIOS M ETAFiSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

c o n o c im ie n to de la estru ctu ra d el p o e m a consiste e n u n cap tar su cada


vez m ás severa d e te rm in id a d . D e ta l m a n e ra q u e p ara c o n d u c ir a esta
su p rem a d e te rm in id a d en el p o e m a , lo p o e tiz a d o d e b e d eja r de la d o
c ie rto n ú m e ro d e d ete rm in a cio n es.
A través de esta co n creta rela ció n c o n la u n id a d fu n c io n a l sen sorial
y esp iritu a l q u e es el po em a, lo p o e tiza d o se m u estra p o r su parte co m o
d e te r m in a c ió n lím ite fr e n te a él. P e ro , al m ism o tie m p o , es u n c o n ­
cepto lím ite ta m b ién fre n te a otra u n id a d fu n cio n a l; pu es u n co n cep to
lím ite só lo es p o sib le , c o m o lím ite , e n tre d os c o n c e p to s. E n cu a n to a
esta o tra u n id a d fu n c io n a l, es la id ea d e la m ism a tarea, q u e c o r r e s ­
p o n d e a la id ea de la re so lu c ió n que represen ta el p o e m a . (D a d o q u é la
tarea y su re so lu c ió n tan só lo se p u e d e n separar in abstracto.) M as p ara él
c re a d o r, la id ea de la tarea ya es siem p re la vid a. Y e n ella rad ica la o tra
u n id a d fu n c io n a l extrem a. D e esa m a n era , lo p o etiza d o resulta ser así
la tra n sic ió n desde la u n id a d fu n c io n a l de la vid a a la u n id a d fu n c io n a l
d el p o em a . E n lo p o etiza d o , la vida se d ete rm in a m e d ia n te el p o em a , y
la tarea m ism a m ed ia n te la r e so lu c ió n . A la base n o se halla la d isp o si­
c ió n v ital in d iv id u a l d e l a rtista, sin o u n n e x o v ita l q u e está d e te r m i­
n ad o p o r el arte. L as categorías e n las cuales n os resulta p o sib le captar
esta esfera, a saber, la esfera d e tr a n sic ió n e n tre las dos u n id a d e s f u n ­
cion ales, n o están todavía p refo rm a d as, y tal vez estén cerca de los c o n ­
c ep to s d e l m ito . L a s p r e s ta c io n e s m ás d é b ile s d el a rte se r e f ie r e n al
sen tim ien to in m e d ia to d e la vida, m ien tras q u e las m ás fu ertes se r e fie ­
r e n (c o n fo rm e a su verdad) a u n a esfera em p aren tad a c o n lo m ític o : a
saber, lo p o e tiza d o . D e este m o d o , p o d ría m o s d e c ir q u e la vid a es, e n
g e n e ra l, lo p o e tiz a d o d e l p o e m a ; p e r o c u a n to m ás d ire c ta m e n te
in te n ta el p o e ta ir tra s la d a n d o a la u n id a d a rtística la u n id a d v ita l,
tanto m ás se revela u n ch ap u cero . Estam os sin em b argo acostu m brad os
a v e r d ia r ia m e n te d e fe n d id a (o in c lu s o ex ig id a ) esta ch ap u za c o m o
« se n tim ie n to in m e d ia to d e la v id a » , « c o r d ia lid a d » y « s e n s ib ilid a d » .
E l significativo ejem p lo de H ö ld e r lin n o s deja b ie n claro có m o lo p o e ­
tizad o h ace p o sib le e n ju ic ia r la p o esía m ed ia n te el gra d o de gra n d eza y
v in c u la c ió n d e sus elem e n to s. E stos d os rasgos so n in sep arab les. P u es
cu an to más sustituya la fláccid a ex p an sió n d el sen tim ien to a lo q u e es la
gran d eza y fig u ra in te r io r d e los elem e n to s (la cual sin d u d a p o r a p r o ­
x im a c ió n q u izás p o d r ía m o s c a lific a r d e m ític a ), ta n to m e n o r será la
c o n e x ió n y tanto más h abrá d e ir s u rg ie n d o u n p r o d u c to n a tu ra l lle n o
de a m o r y vacío de arte, o b ie n u n a chap u za ajen a tanto al arte co m o a
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN III

la n a tu ra le za . L a v id a está a la b ase d e lo p o e tiz a d o c o m o u n id a d


ú ltim a . M as c u a n to a n tes c o n d u z c a el a n á lisis d e l p o e m a a la v id a
m ism a e n ta n to q u e lo p o r él p o e tiz a d o (sin re p a ra r e n la c o n fig u r a ­
c ió n de la v isió n n i e n la c o n s tru c c ió n de u n m u n d o esp iritu a l), tanto
más m a teria l, in fo r m e e in s ig n ific a n te se revela el p o e m a . A l c o n t r a ­
rio , el análisis de los gran d es p o em as n o rep a ra en el m ito , p e ro sí sin
d u d a en la u n id a d p r o d u c id a p o r la fu erza q u e alb ergan los elem en to s
m ítico s en fre n ta d o s co m o ex p resió n au tén tica de la vida.
D e la n atu raleza d e lo p o e tiza d o c o m o ám b ito q u e se en fre n ta co n
dos lím ites n o s da b u e n te stim o n io el m ism o m éto d o d e su ex p o sició n ,
el cual n o se in teresa p o r m o stra r lo s e le m e n to s « ú ltim o s » . P u es, e n
efecto, e n lo p o e tiza d o n o existen tales elem e n to s. P o r ta n to , lo ú n ic o
q u e se p u e d e m ostra r es la in te n sid a d de la c o n e x ió n de los elem e n to s
esp irituales y sen soriales e n ejem p lo s co n creto s . P ero e n esta co n creta
m o stra ció n tien e q u e ser visib le q u e e n realid ad n o se trata de e le m e n ­
tos, sin o d e relacio n es, igu al q u e lo p o etiza d o es u n a esfera de la r e la ­
c ió n e n tre la o b ra y la vid a , cuyas u n id a d e s n u n c a so n cap tables e n sí
m ism as. L o p o etiza d o se presen tará, p o r tan to, co m o presu p u esto d el
p o e m a , c o m o su fo r m a in t e r io r , c o m o ta re a a rtística . L a le y de
acuerd o a la cual to d o s los elem e n to s aparentes de la sen so rialid a d y de
las ideas se m u estra n c o m o c o n ju n to s q u e agru p a n las fu n c io n e s ese n ­
ciales, q u e s o n in fin ita s , se d e n o m in a « le y de id e n tid a d » . A s í se da
n o m b re a la u n id a d sin tética d e dichas fu n c io n e s , q u e se c o n o c e en su
fig u r a p a r tic u la r c o m o u n a p r io r i d e l p o e m a . D e a c u e rd o c o n lo
d ich o , la a verig u a ció n de lo p o e tiza d o p u r o , la tarea absolu ta, c o n s ti­
tuye u n a m eta p u ra m e n te m e tó d ica , id e a l. L o p o e tiz a d o p u r o d eja ría
de ser u n co n cep to p u r o : sería ya la vida, ya el p o em a . M ien tras q u e n o
e x a m in em o s la a p lic a b ilid a d d e n u e s tr o m é to d o p ara la estética d e la
poesía líric a co m o tal (y tal vez ta m b ié n p ara o tro s ám b ito s), n o p o d e ­
m os s e g u ir h a c ia a d e la n te e n esta e x p o s ic ió n . P o r q u e s ó lo e n to n c e s
p o d rá q u e d a r cla ro q u é es u n a p r io r i d e l p o e m a in d iv id u a l y q u é u n
a p r io r i p r o p io d e l p o e m a e n g e n e r a l o de o tr o s g é n e r o s p o é tic o s , o
in c lu s o d e la p o e s ía e n g e n e r a l. Y c o n m ás c la r id a d se v e rá e n to n c e s
que el ju ic io sob re la poesía lírica, si b ie n n u n c a se p u e d e d em ostrar, sí
que p u e d e ser fu n d a m e n ta d o .
V am o s p ues a estu d iar de a cu e rd o c o n este m é to d o d os p o em as de
H ö ld e r lin , Coraje de poeta y Apocamiento, am bos de su ép o ca de m ad u rez.
E l resu lta d o será la c o m p a ra b ilid a d d e lo s p o em a s. C ie r to p a ren tesco
112 ESTUDIOS M ETAFlSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

los co n ecta, d e m o d o q u e tal vez p o d r ía hablarse de diversas versio n es


de u n m ism o p o em a . V am os en cam b io a d eja r de lad o , p o r in esen cial,
u n a v e rsió n ( Coraje de poeta, seg u n d a v e rs ió n ) q u e se e n c u e n tra situ ad a
en tre la p rim e ra y la ú ltim a Isl.
E l estud io c o n creto de la p rim era ve rsió n n os da p o r resu ltad o u n a
in d e te r m in a c ió n c o n s id e ra b le de lo se n so ria l y la d e s c o n e x ió n de los
detalles. E n efecto, el m ito d el p o em a se en cu en tra im p reg n a d o todavía
p o r lo m ito ló g ic o . L o m ito ló g ic o se revela co m o m ito e n la m ed id a de
su c o n e x ió n . Y es q u e el m ito es r e c o n o c ib le en la u n id a d in t e r io r de
D io s y d e stin o , b a jo el im p e r io d e áu,áyicr|. U n d e stin o es sin d u d a el
o b je to de H ö ld e r lin en la p r im e r a v e r s ió n de su p o e m a : a sa b er, la
m u e r te d e l p o e ta . H ö ld e r lin can ta las fu e n te s d e l c o ra je p a ra d ich a
m u e r te . Y esta m u e r te es el c e n tr o d e l q u e d e b e r ía s u r g ir el m u n d o
m ism o d el m o r ir p o é tic o . E n cu an to a la existencia en ese m u n d o , sería
e l coraje del poeta. P ero a q u í solam en te la m ás atenta de las in tu icio n e s
p u ed e llegar a p e rc ib ir u n rayo de esa legalid ad d e u n m u n d o q u e es sin
d u d a el m u n d o d el p o eta . L a voz se eleva a h í tím id a m e n te p ara can tar
u n cosm os p ara el cual la m u erte d el p o eta represen ta ta m b ié n su p r o ­
p io ocaso. M ás b ie n d irem os q u e se fo rm a el m ito a p a rtir de 3a m ito lo ­
g ía . E l d ios S o l es an tep asad o d e l p o eta , m ien tra s q u e su m u e rte es el
d e stin o e n el c u al la m u e rte d e l p o e ta , d esp u és d e r e fle ja d a , se vu elve
re a l. E s ésta u n a b e lle za cuya fu e n te i n t e r io r d e s c o n o c e m o s y q u e
disuelve la fig u ra d e l p o e ta (y apenas algo m e n o s la d el dios) e n vez de
d a rle fo r m a . E x tra ñ a m en te, el á n im o o c o ra je d e l p o e ta se sigue a q u í
b asan do e n u n o r d e n ajen o, en el parentesco de los vivos. D e él o b tie n e
el po eta la q u e es su c o n e x ió n c o n su d estin o. P ero , ¿ q u é p o d rá s ig n ifi­
car el p a ren tesco m o stra d o c o n el p u e b lo c o n resp e cto al á n im o p o é ­
tic o ? E n el p o e m a n o se hace p e rcep tib le el p r o fu n d o d erech o a p a rtir
d el cu al el p o e ta se acerca a su p u e b lo , a lo s vivos, y se sien te sin d u d a
em p aren ta d o c o n ellos. S ab em os q u e esta id ea co n su ela a los poetas, y
q u e era adem ás m u y cara a H ö ld e r lin . A ú n así, n o p o d em o s co n sid era r
a q u í ju s tific a d a tal c o n e x ió n n a tu ra l c o n to d o el p u e b lo e n ta n to q u e
c o n d ic ió n d e la vid a po ética. ¿ P o r q u é n o canta el p o eta (y au n c o n más

5 B e n jam in cita estos poem as de H ö ld e rlin de acuerd o c o n la e d ic ió n de Paul E rn st de


19 0 5 ; e n ella se d en o m in a « p rim e ra versión>> de Dichtermut (Coraje de poeta) .a lo que
las ed icion es posteriores llam an « segu nd a versión»-, y viceversa. L a p rim e ra versión
es d el o to ñ o de l8 0 0 j ía segunda, del in viern o de 18 0 0 -18 0 I; m ientras que Blödigkeit
(Apocamiento) es d el in viern o de 1S 0 3 -18 0 4 -
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN 113

razón ) el odiprofanum? Esto se p u ed e y se debe p reg u n tar cu an d o los vivos


n o h a n in stau ra d o tod avía u n a u té n tic o o rd e n esp iritu a l. Es m u y s o r ­
p re n d e n te q u e el po eta re c u rra a to d a costa e n este caso a ó rd en es a je­
n os para el m u n d o , a saber, D io s y el p u e b lo , p ara en d erezar su p r o p io
á n im o , el c o ra je p r o p io d e l p o e ta . P e ro el c a n to , lo ín t im o al p o e ta ,
fu en te q u e sign ifica su virtu d , aparece (d o n d e se le n o m b ra ) d eb ilitad o,
sin fu e rza n i g ra n d eza . E l p o e m a vive el m u n d o g r ie g o , lo a n im a u n a
b elleza solam en te aproxim ad a a lo grieg o , y sin d u d a se b aila d o m in a d o
p o r la m ito lo g ía de lo s grieg o s. P ero el p r in c ip io c o n c re to y esp ecífico
de esta fo r m a d e c o n fig u ra c ió n griega n o se d esp liega de m an era p u ra .
« P u es desde q u e huyó el canto de los labios h u m an o s, / alen tan d o p a cí­
fic o , p ia d o so de su frim ie n to y alegría, / n u estra ton ad a a legró / el c o ra ­
z ó n de los h o m b r e s ...» 161. Estas palabras c o n tie n e n sólo m u y d eb ilitad a
la re v e re n c ia an te la fig u ra de lo p o é tic o q u e sen tía P ín d a r o , y, ju n t o
co n él, el ú ltim o H ö ld e r lin . V isto d e este m o d o , tam p oco los que llam a
los « can to res del p u e b lo » , « a fe c tu o so s» co n Lodos ’71, sirven p ara d ar a
este p o e m a u n c la ro fu n d a m e n to se n so ria l. E n la fig u r a d e l d io s S o l
m u rie n te se m an ifiesta c o n tod a clarid ad la d u alid ad in d ó m ita de tod o s
los d istin tos elem en tos. La n aturaleza id ílic a va d esem p eñ an d o todavía,
fren te a la fig u ra d el d ios, la fu n c ió n q u e le es p a rticu la r. D ich o de otra
m anera: la belleza n o se ha vuelto todavía p o r co m p leto figu ra, y a su vez
la id ea de la m u e rte ta m p o c o b r o ta d e u n n e x o p u r o c o n fig u r a d o . L a
m u e rte m ism a n o es a h í ta m p o c o (c o m o se e n te n d e r á m ás a d e la n te )
figu ra en su vin cu larse m ás p r o fu n d o , sin o solam en te apagam iento d el
ser plástico, h e ro ic o , en la belleza in d e term in a d a d e lo que es la n atu ra ­
leza . E l esp acio y e l tie m p o d e esta m u e r te n o h a n s u rg id o a ú n c o m o
u n id a d e n el esp íritu que alienta e n la figu ra. Y esa m ism a in d e term in a ­
c ió n q u e afecta al p r in c ip io fo rm a d o r, q u e aqu í ta n claram en te se d is ­
tin g u e de la G r e c ia evocad a, am en aza al p o e m a e n su c o n ju n to . Esa
b e lle za q u e c o n e c ta casi e n u n estad o d e á n im o la a p a r ic ió n b e lla d el
canto c o n la seren id ad p ro p ia d el dios, y ese aislarse d el dios (cuyo des­
tin o m ito ló g ic o só lo a p o rta s ig n ific a d o a n a ló g ic o p a ra el p o e ta ), n o
b r o ta n a h í d e l c e n tr o de u n m u n d o e n v e rd a d c o n fig u r a d o cu ya ley
m ítica fu era ya la m u erte, sin o q u e u n m u n d o en sam blad o d éb ilm e n te
m u ere a h í b e lla m e n te c o n la puesta d el S o l. L a re la c ió n d e los dioses y
los h o m b re s c o n el m u n d o p o é tic o , c o n la u n id a d esp a cio tem p o ra l en

6 Coraje de poeta, segunda versión , versos 9 -1 2 .


7 Ibid., versos 13 y i 4 -
ii4 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

la q u e viven , n o está c o n fig u r a d a c o n in te n s id a d n i de m a n e ra p u r a ­


m en te grieg a. A l efe cto , hay q u e c o m p r e n d e r q u e el sen tim ie n to de la
vida, de u n a vida extend id a e in d eterm in a d a, el sen tim ien to fu n d a m e n ­
tal de este p o e m a (q u e n o está lib r e de la c o n v e n c ió n ), es q u e de a h í se
deriva la c o n e x ió n a n ím ica de sus m iem b ro s b ella m en te aislados. A q u í
la vida en tanto que h ech o fu n d a m en ta l in d u b ita b le (tal vez en can tado r,
tal vez excelso) d e te rm in a a ú n e n te ra m e n te este m u n d o de H ö ld e r lin
(m ien tras oculta, al tie m p o , el p en sa m ien to ). D e esto da te stim o n io de
m a n e ra c u rio sa el m ism o títu lo , p u e s u n a falta p e c u lia r de c la rid a d
caracteriza a esa virtu d a la q u e o to rg a el n o m b re m ism o de su p o rta d o r,
in d icán d ose ahí, de esta m anera, u n oscu recim ien to d e su pureza a c o n ­
secuencia de su excesiva cercanía a la vida. (C o m p á rese en p articu lar c o n
la e x p re s ió n « fid e lid a d de m u j e r » 1® 1.) U n s o n id o q u e casi se h ace
extraño p o n e ahí seriam ente su fin a l a la en tera cadena de las im ágenes:
« y e n pa rte alguna al esp íritu le falta su d erech o » ls!; la p o te n te ad ver­
ten cia q u e surge en teram en te d el coraje se en cu en tra a q u í sola, y ú n ic a ­
m e n te la g ra n d e za d e u n a im a g e n se le su m a a p a r tir d e u n a estro fa
a n terior: « N o s sostiene / ergu id os, com o a n iñ o s, / e n andadores d o ra ­
d o s» ,Io). L a c o n e x ió n d el d io s c o n los h u m a n o s se e n cu en tra así e n c a ­
ja d a e n u n a g ra n im agen d e a cu erd o a u n ritm o ríg id o . P ero , e n su ais­
la m ie n to , d ich a im ag en n o resulta capaz de in te rp re ta r el fu n d a m e n to
de las fuerzas conectadas, y al cabo se p ie rd e. E l p o d e r de la tran sfo rm a ­
c ió n la h a de v o lv e r clara y a d ecu a d a p ara q u e lo g r e exp resarse: la ley
po ética n o se h a cu m p lid o todavía en este m u n d o de H ö ld e rlin .
L a ú ltim a v e r s ió n [ll! n o s e x p o n e el sig n ifica d o d el n exo más ín tim o
de ese m u n d o p o é tic o al q u e la p r im e r a tan só lo alu d ía, y có m o a q u í la
p r o fu n d iz a c ió n tie n e p o r co n secu en cia la tra n sfo rm a c ió n de la estru c­
tu ra , c ó m o d esd e el c e n tro a q u í c o n fig u r a d o la c o n fig u r a c ió n va a ir
im p reg n a n d o de m o d o n ecesa rio u n verso tras o tr o . L a id ea n o sen so ­
r ia l re sp e cto d e la v id a , y u n c o n c e p to n o m ític o de vid a , c a re n te de
d estin o , to m a d o de u n a esfera e sp iritu a lm en te irrelev a n te, era el p r e ­
supuesto conectivo de la v e rsió n p rim e ra . M as d o n d e h abía aislam iento
de la fig u ra e irrelativid ad d el a co n tecer, aparece ah ora el o rd e n sen so -
ria l-e sp iritu a l, q u e es el n u ev o cosm os d e l p o eta . D ifíc il acced e r hasta

S Weibertreue es u n tó p ic o de la literatura alem ana de los siglos XVIII y XIX. [ n . d el T .]


9 Coraje de poeta, segunda versión, verso 26.
10 Ibid., versos 18 - 2 0 .
11 Apocamiento, [N. d el T.]
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN

ese m u n d o , ú n ic o y u n it a r io p o r c o m p le to . L o im p e n e tr a b le d e las
re la c io n e s se o p o n e a to d a a p r o x im a c ió n q u e n o sea sen sib le, p u e s el
m é to d o exige p a r tir d e lo ya e n p r in c ip io c o n e c ta d o p a ra c o n o c e r la
estru ctu ra. C o m p á r e s e si n o la estru c tu ra p o é tic a de am bas ve rsio n es
desde el p u n to d e vista d e l n ex o d e las figu ra s, avan zan d o le n ta m e n te
en d ire c c ió n al c en tro d e c o n e x ió n . Y a antes h em o s visto la v in c u la c ió n
in d e te rm in a d a q u e tie n e n p u e b lo y d io s u n o c o n o tr o (así co m o re s­
p ecto d el p o e ta ). P ues c o n ello con trasta la p o d ero sa v in c u la c ió n d e las
esferas in d iv id u a les e n el caso d el ú ltim o p o e m a . L o s dioses y lo s vivos
están a h í fé rre a m e n te co n ectad o s e n el d e stin o m ism o d el p o eta , q u e ­
d a n d o su sp en d id a p o r su pa rte la sim p le y tra d ic io n a l su p rem acía de la
m ito lo g ía . D e l c a n to , q u e lo s lle v a h asta el « r e c o g im ie n t o » , se d ic e
q u e c o n d u c e a lo s h u m a n o s « ig u a l q u e a los cele ste s» , y a lo s celestes
m ism o s, p o r su p a r te liaI. D e este m o d o q u e d a s u s p e n d id o el f u n d a ­
m e n to a u té n tic o de la c o m p a ra c ió n , d a d o q u e se n o s d ice : ta m b ié n a
los celestes, ig u a l q u e a los h u m a n o s, lo s c o n d u c e el can to . A q u í, e n el
c e n tro d e l p o e m a , el o r d e n de lo s d io ses y lo s h o m b re s se e n c u e n tra
extrañ am en te levan tado el u n o c o n tra el o tr o , el u n o e q u ilib ra d o p o r
el o tr o . (Ig u al q u e d os p la tillo s de b alan za: en am bos se lo s d eja c o n ­
trapuestos, p e ro el b razo lo s alza y los sep ara.) A s í se presenta m u y p e r ­
c e p tib le m e n te lo q u e es la ley fo r m a l fu n d a m e n ta l de lo p o e tiza d o , el
o r ig e n d e esa le g a lid a d cu yo c u m p lim ie n t o da su fu n d a m e n to a la
ú ltim a v e r s ió n . A q u e lla ley d e la id e n tid a d d ice q u e las u n id a d e s d el
p o e m a h a n d e a p a re ce r c o m p e n e tra d a s, q u e lo s d ife re n te s elem e n to s
n u n c a son captables p u ra m e n te , sin o so la m en te la estru ctu ra d e a q u e ­
llas relacio n es e n q u e la id en tid a d d el ser in d iv id u a l resulta ser fu n c ió n
de u n a in fin ita cadena de series en q u e lo p o etiza d o se despliega. L a ley
de a cu erd o a la cu al todas las esencialid ad es se n os m u estra n e n lo p o e ­
tiza d o c o m o u n id a d d e fu n c io n e s in fin ita s es la le y de la id e n tid a d .
N in g ú n ele m e n to d e b e a b a n d o n a r, c aren te de n ecesa ria re la c ió n , esa
in ten sid a d d el o r d e n d el m u n d o q u e e n el fo n d o sen tim os. Se trata de
u n a ley q u e h a de m ostrarse c u m p lid a e n todas las c o n s tru c c io n e s, en
la fo rm a in te r io r de las estrofas así co m o ta m b ién d e las im ágen es, para
alcanzar p o r fin a p r o d u c ir e n el c e n tro d e todas las relacio n es p o éticas
la id e n tid a d de las fo rm a s sen soriales y esp iritu ales, la c o m p e n e tra c ió n
esp aciotem p oral de todas las figu ras en u n c o n ju n to esp iritu al, a saber,
en lo p o e tiz a d o , q u e es a h í id é n tic o a la vida, P e ro a q u í só lo va m o s a
12 Coraje de poeta, segunda versión , versos 10 y 9*
Il6 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

n o m b ra r la figu ra presen te de ese o rd e n : es d ecir, el e q u ilib rarse (m uy


alejad o de lo m ito ló g ic o ) de las esferas de los celestes y los vivos (así las
su ele d e n o m in a r el m ism o H ö ld e r lin ) . A lo s celestes se eleva u n a vez
m ás, in c lu so tras h a b e r n o m b ra d o el can to , « e l c o ro de lo s p rín c ip e s,
d e a c u e rd o c o n lo s g é n e r o s » 1131. C o n e llo , a q u í, e n el c e n tr o d e l
p o em a , los h u m a n o s, los celestesy lo s p r ín c ip e s están en filad o s, co m o
caídos de sus viejo s órd en es. P ero que ese o r d e n m ito ló g ico n o es d eci­
sivo, q u e u n c a n o n d ife re n te de las figu ra s atraviesa el p o e m a , resulta
m u y c la r o e n la tr ip a r tic ió n e n q u e lo s p r ín c ip e s o b tie n e n u n sitio
ju n t o a lo s h u m a n o s y celestes. Este n u evo o r d e n de las figu ras poéticas
(a saber, de lo s d io ses y lo s vivos) r e p o sa e n el s ig n ific a d o q u e am bos
tie n e n tanto para el d estin o d el p o e ta c o m o p ara el o rd e n sen so rial de
su m u n d o . Y es q u e ju sta m e n te su a u té n tic o o r ig e n , teil y c o m o H ö l ­
d e r lin lo veía, n o p u e d e c o n o c e r s e h asta el fin a l c o m o re p o s o d e las
relacio n es, y lo q u e se ve desde el p r in c ip io es so la m en te la d iversid ad
de las d im e n s io n e s de este m u n d o y de este d e s tin o q u e a d o p ta n las
d istin tas r e la c io n e s e n las esferas d e lo s d io ses y lo s vivos: y c o n e llo ,
p o r ta n to , la vid a en tera de estos m u n d o s de figu ras (antes tan sep ara­
dos) e n el co sm o s p o é tic o c o m o tal. A s í, la le y q u e g e n e ra l y fo r m a l­
m e n te p a re c ía serv ir de c o n d ic ió n p a ra ir c o n s tru y e n d o este m u n d o
p o é tic o co m ien za a desplegarse d e m a n era v io le n ta y extraña. E n c o n ­
secuen cia, todas las figu ras a d q u ieren id e n tid a d e n el con tex to d el d es­
tin o p o é tic o , estan d o a h í sup erad as en u n a v isió n ; y a u n q u e p a rezcan
dueñ as de sí m ism as, acaban n u eva m en te p o r v o lv e r a la ley d e l can to.
L a c re cie n te d e te rm in id a d de las fig u ra s así in te n sific a d a s se ad vierte
m e jo r e n lo s cam b ios respecto a la p r im e r a v e rsió n . L a c o n c e n tr a c ió n
de la fu erza p o ética se va crean d o espacio a cada p aso, y la c o m p a ra c ió n
m ás r ig u ro s a n o s p e r m ite c o n o c e r el fu n d a m e n to hasta de la m ás
p e q u e ñ a d iv e rg e n c ia c o m o fu n d a m e n to u n it a r io d e l p o e m a . L o
im p o r ta n te se o b tie n e a p a r tir ju s ta m e n te d e la in t e n c ió n i n t e r io r ,
in c lu so a llí d o n d e la v e rsió n p r im e r a só lo la seg u ía d é b ilm e n te . Y la
vid a e n el can to, en el d estin o p o é tic o in m u ta b le , ley d el m u n d o p o é ­
tico de H ö ld e r lin , la estu d iam os al h ilo d el n exo q u e re ú n e las figu ras.
D iv in o s y m o rta le s atraviesan el p o e m a de este m o d o a u n r itm o
co n tra p u e sto y e n m u y d istin to s ó r d e n e s. E sto q u ed a m u y c la ro e n el
avance y en el retroceso desde la estrofa cen tral. Se consu m a, e n efecto,

13 Ibid., versos 11-12.


DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN 117

u n a sucesión, de las d im en sio n e s q u e es m u y o rd en ad a, p e ro ocu lta. E n


este m u n d o de H ö ld e r lin , lo s vivos so n así extensión d e l esp a cio , so n el
p la n desplegado d o n d e (c o m o verem os) el d estin o se extien d e. D esd e lo
alto o , e n su caso, desde u n a distancia que es casi orien tal, se p ro d u c e de
p r o n to la lla m a d a « ¿ N o te s o n c o n o c id o s m u c h o s v i v o s ? » 1141. ¿ Q u é
fu n c ió n tie n e pues el p r im e r verso d e la ve rsió n p rim e ra ['sI? E l p a re n ­
tesco d el p o e ta c o n la to ta lid a d de lo s vivos se in v o c ó c o m o o r ig e n del
coraje, n o q u ed an d o o tra cosa q u e u n s e r -c o n o c id o , u n c o n o cim ie n to
de m u ch os. E n cam b io, la p reg u n ta p o r el o r ig e n de esta d ete rm in id a d
de la m u ltitu d a través d el g e n io , al q u e ella le resulta « c o n o c id a » , hace
q u e sea p o sib le c o m p r e n d e r lo q u e v ie n e a c o n tin u a c ió n . Las palabras
sig u ie n tes (d e n u ev o ajen as, c o m o p r o c e d e n te s d e l m u n d o o r ie n ta l,
p e ro m u c h o más o rig in a ria s q u e la Parca griega) n o s d ice n m u ch ísim o
sob re el cosm os dé H ö ld e rlin , y le dan al p o e ta elevación. « ¿ N o cam ina
tu p ie p o r lo v e rd a d ero c o m o p o r a lfo m b r a s ? » 1161. L a tra n sfo rm a c ió n
del c o m ien zo d el p o em a , e n cu an to h ace a su sig n ifica d o para el tip o de
coraje, co n tin ú a , y el recu rso a la m ito lo g ía d eja a h í su lu ga r al n ex o del
m ito p r o p io . Pues n o s q u ed aríam o s e n la su p e rfic ie si sólo viéram os la
tr a n s fo r m a c ió n su frid a p o r la im agen, m ito ló g ic a e n la s o b ria im a g e n
del cam in o; o si tan sólo viéram os q u e la d ep en d en cia de la ve rsió n o r i­
gin a l ( « ¿ N o te alim en ta la Parca, puesta co m o está a tu s e r v ic io ? » 1171) se
c o n v ie rte e n activid ad e n la seg u n d a ( « ¿ N o ca m in a tu p i e . . . ? » ) . D e
m a n era a n áloga, ta m b ié n se e n c u e n tra in te n sific a d o el « p a r e n te s c o »
expreso en la p rim e ra v e rsió n en el « c o n o c e r s e » de q u e h abla la otra:
u n a relació n d e d ep en d e n cia se h a co n v ertid o e n actividad. P ero lo que
resulta d ecisivo es el vo lca rse de esta activid ad en eso m ític o de d o n d e
b rotab a la d ep en d en cia en el p rim e r po em a. Pues e l carácter m ítico que
c o rr e s p o n d e a esta a ctiv id ad se basa e n q u e ella m ism a tr a n sc u rr e e n
c o n fo rm id a d c o n el d estin o el cu al e n ella m ism a se con su m a. L a exis­
te n c ia d el p u e b lo , y c o n él su m en ta d a c erca n ía c o n resp ecto al p o eta ,
dan u n b u e n te stim o n io de có m o a h í tod a actividad p ro p ia d el po eta se
d esa rro lla e n ó r d e n e s m a rcad o s p o r e l d e stin o , h a llá n d o se in te g ra d a
etern am en te en esos m ism os órd en es, a los qu e, a su vez, les da acogida.
E l c o n o c im ie n to d e lo s vivos p o r el p o eta , y la p r o p ia existen cia de lo s

14 Ibid., verso I.
« ¿ N o se em parenta co n tigo la totalidad de los vivo s? » (Coraje de poeta, segunda ver­
sión» verso i).
16 Apocamiento, verso %
17 Coraje de poeta, segunda versión, verso 2.
n 8 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

h o m b re s, reposa a q u í en el o r d e n al q u e, c o n fo rm e al p o e m a , hay sin


d u d a q u e c o n s id e ra r c o m o v e rd a d d e la s itu a c ió n . L a p o s ib ilid a d d el
s e g u n d o v e rso , c o n la te n s ió n in a u d ita d e su im a g e n , p r e s u p o n e de
m o d o n ecesa rio la v e rd a d de la situ a c ió n co m o c o n c ep to d e o r d e n d el
m u n d o d e H ö ld e r lin . L o s ó r d e n e s esp acial y e sp iritu a l se revela n
estando con ectad os a través de u n a id en tid ad de lo d ete rm in an te c o n lo
d e te rm in a d o q u e es c o m ú n a am bos. M as tal id e n tid a d n o es la m ism a
en u n o y o tro o rd en , sino tan sólo id én tica, y a su través se co m p en etra n
e n la id e n tid a d . P ara el p r in c ip io esp acial resu lta d ecisivo q u e e n la
in t u ic ió n se re a lic e la id e n tid a d d e lo d e te rm in a n te c o n lo d e te r m i­
n a d o . Y es q u e, e n esta u n id a d , la m ism a s itu a c ió n es e x p re s ió n ; e n
co n secu en cia , en te n d e re m o s el espacio c o m o id e n tid a d d e situ a c ió n y
situ ad o. A to d o lo d e te rm in a n te e n el espacio le es p u es in m a n e n te la
d e te rm in id a d de d ich o esp a cio . C a d a situ a c ió n ta n sólo está d e te rm i­
nada, pues, en el espacio, y sólo en él será d eterm in an te, A l igual qu e en
la im a g e n d e la a lfo m b r a (e n la cu al u n p la n o rep rese n ta to d o u n sis­
tem a espiritual) aquello q u e habrá q u e reten er consiste en su carácter de
m o d e lo —d eb ién d o se ad vertir, p o r o tra p a rte, esa a rb itra rie d ad e sp iri­
tu al d el o rn a m e n to en el p e n sa m ien to (de tal m o d o q u e, ahí, el o r n a ­
m e n to ha c o n fo rm a d o u n a verd a d era d e te rm in a c ió n de la situ a ció n , a
la q u e co n v ierte en absolu ta)—, el o r d e n tran sita b le de la verd a d p o see
ahí tam bién , d el m ism o m o d o , la inten sa actividad d el cam in ar en tanto
q u e fo r m a in te r n a , fo r m a p lá stic a m e n te te m p o r a l. A s í, el te r r ito r io
espiritual se hace ya te rrito rio transitable, y la arb itraried ad de cada paso
d eja n e c e sa ria m e n te al c a m in a n te e n el á m b ito d e lo v e rd a d e r o . E l
e n te ro c o n ju n to de estos ó rd e n e s esp iritu a les-se n so ria le s c o n fo rm a a
los vivos, e n lo s cuales está d ep ositad a la to talid a d de lo s elem e n to s d el
destin o p o ético en u n a fo rm a esp ecífica e in te r io r. E n cu an to a la exis­
ten cia te m p o ra l en aq u ello que es ex te n sió n in fin ita , en la verd ad de la
situ a c ió n , en laza a q u í al p o e ta c o n lo s vivos. E n el m ism o se n tid o se
revela, en la estrofa fin al, la co n e x ió n de los elem en tos en la rela c ió n d el
p u e b lo y el poeta. D o n d e se dice: « T a m b ié n som os b u en o s, y hábiles e n
algo p a ra a lg u ie n » [lS]. D e a c u e rd o c o n u n a ley (tal vez g e n e ra l) d e la
p o esía líric a , las palabras alcanzan su sen tid o sen sorial en el p o e m a sin
p e rd e r el sen tid o figu ra d o . A s í se c o m p e n e tra n m u tu am en te dos ó r d e ­
nes e n el d o b le sen tid o d e la p alab ra ge.sc/1rc/ct1191. E l p o e ta aparece c o m o

18 Apocamiento, verso 21.


19 L a p a lab r a g E s c/iíc fcf p u ede ser tanto u n adjetivo {<<h áb il» , ^ d iestro » ) com o el participio
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN 119

d eterm in an te y co m o d eterm in ad o en tre los vivos. A s í co m o en el p a rti­


c ip io m e n c io n a d o (geschickt) u n a d e te rm in a c ió n te m p o ra l-c o m p le ta el
o rd e n espacial en el a co n tecer, la a p ro p ia ció n , la id en tid a d d e los ó r d e ­
nes se re p ite e n la cláusu la fin a l, d o n d e se d ice: « h á b ile s e n algo p a ra
a lg u ie n » . G o m o si a través d el o r d e n d e l arte la a n im a ció n tu viera que
q ued ar d o b lem en te clara, to d o lo dem ás está d ejado p o r el co n tra rio en
la in c e rtid u m b re , y al a islam ien to en el in te r io r de u n a gran exten sió n
se alude c o n las palabras « e n algo p ara a lg u ie n » . P ero es so rp ren d en te
q u e e n este lu g a r e n el q u e el p u e b lo q u ed a d esig n a d o de m a n era sólo
m u y abstracta se eleve d e l in te r io r d e d ich o verso u n a fig u ra casi n ueva
d e la vid a con creta. Igual qu e co m o ín tim a esencia d el c a n to r se e n c o n ­
trará lo h á b il11301, co m o fro n te ra fren te a la existencia, esto aparece aquí,
ante lo s vivos, c o n la calid ad de lo en via d o ; la id e n tid a d su rge, así, e n
u n a forma.- co m o d e te rm in a n te y d e te rm in a d o , c o m o c e n tro y e x te n ­
sió n . L a activid ad p r o p ia d e l p o e ta se e n c u e n tra d e te rm in a d a p o r los
vivos, p e ro a su vez los vivos d ete rm in an su existencia concreta ( « e n algo
p ara a lg u ie n » ) e n lo q u e es la ese n cia d el p o e ta . E l p u e b lo existe cual
signo y escritura de la in fin ita exten sió n d el d e stin o 1=11 p r o p io d el poeta.
M as, c o m o verem os m ás abajo, su d e stin o es el ca n to . Y , en ta n to qu e
sím b o lo d el can to , tie n e el p u e b lo q u e lle n a r el cosm os d e H ö ld e r lin .
Eso m ism o resulta de la tra n sfo rm a c ió n q u e h a co n v ertid o a « lo s p o e ­
tas d el p u e b lo » en «las lenguas d el p u e b lo » [aaI. L a c o n d ic ió n previa del
p o e m a es así tr a n s fo r m a r cada vez m ás las fig u ra s to m ad as de u n a
« v id a » n eu tra l en m iem b ro s d e lo q u e es u n o r d e n m ítico . C o n id é n ­
tica fu e rza se in c lu y e n e n este o r d e n , c o n d ic h o g ir o , el p u e b lo y lo s
poetas. E specialm ente p ercep tib le se n os vuelve en estas palabras la leja ­
n ía d el g e n io e n su d o m in io . P u es el p o eta y, c o n él, el p u e b lo desde el
q u e el p o eta canta, se en cu en tra trasladado p o r co m p leto al c írc u lo d el
can to, y así u n a u n id a d su p erficia l d el p u e b lo y el c a n to r (u n id a d en el
p o é tic o d estin o ) es de n u evo a q u í la c o n c lu s ió n . A h o r a el p u e b lo apa­
rece desp erson alizado (¿ p o d e m o s com p ararlo c o n las figuras d e m o sa i­
cos b iz a n tin o s ? ), co m o a p retu jad o e n la su p e rfic ie en to r n o a la figu ra

(« e n v ia d o » ) del verbo ichiftan. E n el p rim e r sentido, la palabra aparece en el verso 21


de Abocamiento, que B en jam in acaba de citar. D e n tro de la m ism a fam ilia sem ántica se
encuentra el térm ino GíícJucfc, « d e stin o » . Véase además nota 21 [ n .d e l T.]
20 Apocamientot verso 24 -
21 La palabra « d e stin o » traduce Schichal, otro térm in o relacionado congesc/iíckt. [n. d el T\]
22 Coraje de poeta, p rim era v ersió n , verso 13; Apocamiento, verso 13-
130 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTOR[A

g ra n d e y p lan a de su p o eta sagrado. Este p u e b lo es o tro , m ás d e te rm i­


n ad o ese n c ia lm e n te q u e el de la p r im e r a v e rsió n , c o r r e s p o n d ié n d o le
ah ora otra id ea d istin ta de la vid a: « ¡ P o r eso, g e n io m ío , en tra / des­
n u d o e n la vida y n o te in q u ie te s!» 1,31. A q u í, la « v id a » se en cu en tra sin
duda al e x te rio r de la existencia po ética; e n la n ueva ve rsió n n o es p r e ­
su p u esto , sin o q u e es e l o b je to de u n m o v im ie n to q u e se lleva a cab o
c o n u n a p o d e ro sa lib e rta d : el p o eta entra así e n la vid a , n o cam in a p o r
ella 1“11. L a in teg ra ció n d el p u e b lo en aquella idea de la vid a d e la versió n
p rim e ra se h a co n v ertid o en u n a c o n e x ió n d el d estin o de los vivos c o n
el p r o p io p o eta, « ¡ Q u e to d o cu an to suceda sea o p o rtu n o p ara t i ! » 1**1.
L a p r im e r a ve rsió n d ice en este p u n to : « ¡ Q u e to d o cu an to su ced a sea
para ti u n a b e n d ic ió n !» [,GI. Es el m ism o p ro ceso d e d esp lazam ien to de
lo m ito ló g ic o q u e p o r tod as p artes co n stitu y e la fo r m a in t e r io r d e la
re e la b o ra c ió n . L a b e n d ic ió n es u n a id ea d e p e n d ie n te de lo tr a n s c e n ­
d en te, de lo tra d ic io n a lm e n te m ito ló g ic o , q u e n o se e n tie n d e desde el
c e n tro d el p o e m a , es d e c ir, d esd e el g e n io . L o « o p o r t u n o » vu elve
a h o ra al c e n tro , s ig n ific a n d o u n a r e la c ió n d e l p r o p io g e n io d o n d e el
r e tó r ic o « s e a » de esta estro fa resu lta su p e ra d o e n la p re s e n c ia d e la
« o p o r tu n id a d » . L a extensión espacial se en cu en tra ahora dada, u n a vez
m ás c o n s e rv a n d o el s e n tid o q u e te n ía . D e n u e v o , p u e s, se trata de la
legalidad del m u n d o b u e n o , e n el cual la situ ació n , al m ism o tiem p o , es
lo situ a d o p o r el p o e ta , y la v e rd a d se le h a ce tr a n s ita b le [a?I. E n cierta
o casión , H ö ld e r lin com ien za u n p o em a d icie n d o : « ¡A lég rate! H as e le ­
g id o la b u e n a fo r tu n a » [aSI. A h í se h a b la p u es d e l e le g id o ; la fo r tu n a
existe só lo p ara él, y p o r ta n to la b u e n a . E l o b je to de esta r e la c ió n de
carácter id é n tic o trab a d a e n tr e el p o e ta y el d e stin o so n s in d u d a los
vivos. Y la frase q u e dice: « R im a d o estáte p ara la a le g r ía » 1“91 p o n e a la

23 Abocamiento, versos 3 -4 .
24 C fr . Coraje de poeta, p rim era versión , versos 3 -4 : « ¡P o r eso, cam ina in e rm e / p o r la
vida y n o te in q u ietes!» , [n. d el T.]
20 Apocamiento, verso 5.
26 Coraje de poeta, segunda versión , verso 5.
27 B en jam in hace aqu í u n ju e g o de palabras in trad u cib ie al español: las palabras
« o p o r tu n o » (gelegen) y « o p o rtu n id a d » (Gelegenheit) tie n en en alem án la m ism a raíz
que « situ a c ió n » (Lage) y « situ a d o » (gelegen), [n. d el T.]
28 An Landauer, verso I.
29 Apocamiento, verso 6 . iL a tra d u cció n literal de las palabras de H ö ld e rlin Sei zur Freude
gereimt (cuyo sen tido p o d ría ser «Prepárate para la a le g ría » ) es sin duda absurda en
español, p e ro los argum entos que aqu í B en jam in va elabo ran d o a p a rtir de ellas nos
im p o n e la literalid ad , (n. d el T.)]
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN

base el o r d e n sen sorial del so n id o . E n la rim a está dada, a q u í tam b ién ,


la id e n tid a d e n tre lo d e te rm in a n te y lo d e te rm in a d o , ig u a l q u e la
estru ctu ra de la u n id a d ap arece c o m o m e d ia d u a lid a d . N o su stan cial,
sin o fu n cio n a l, la id en tid a d está dada c o m o ley. Las palabras d e la rim a
n o se n o m b ra n , pues resulta evidente q u e ese « rim a d o para la a legría»
n o s ig n ific a r im a d o con la a le g ría, ig u a l q u e « o p o r t u n o p a ra t i » n o
co n v ierte el « t ú » en algo esp acial. D e l m ism o m o d o e n q u e lo o p o r ­
tu n o fu e c o m p r e n d id o e n ta n to q u e r e la c ió n d e l g e n io (p e ro n o e n
tanto q u e rela ció n con él), la rim a es u n a rela ció n de la alegría (p ero n o
es u n a re la c ió n con ella). M ás b ie n , esa d iso n a n cia de las im ágen es, que
en el caso d e in te n sid a d ex trem a a lu d e a u n a d is o n a n cia fó n ic a , tien e
a q u í la fu n c ió n d e q u e lo g re v o lv erse p e r c e p tib le el o r d e n te m p o r a l
esp iritu al p r o p io de la alegría, en la cad ena d e u n a co n te ce r ex te n d id o
siem p re al in fin ito , q u e c o rre sp o n d e a las in fin ita s p o sib ilid a d e s p r o ­
pias d e la rim a . F ue así co m o p ro v o có la d ison an cia, e n la im ag en de lo
verd ad ero y de la a lfo m b ra, la tran sitabilid ad en tanto q u e rela ció n u n i-
fic a d o r a de lo s ó rd e n e s, ig u a l q u e la « o p o r t u n id a d » sig n ifica b a la
id en tid ad e sp íritu -te m p o ra l (la verdad) de la situ ació n . Las disonancias
resaltan e n el p o e m a la id en tid a d te m p o ra l q u e se halla ínsita e n el seno
de to d a r e la c ió n te m p o ra l, y, p o r lo ta n to , la n atu raleza d ete rm in a n te
absolutam en te de la existen cia esp iritu a l e n el in te r io r de la ex te n sió n
id én tica. L os p o rta d o res de esta re la c ió n so n lo s vivos c o n en tera c la ri­
d a d . P e ro a h o r a , u n a vía y u n a m eta ig u a lm e n te p e r tin e n te s h a n de
h a ce rse v isib le s d e o tr o m o d o h a c ia lo s e x trem o s d e la im a g e n q u e
hacia a q u el id ílic o sen tim ie n to d e l m u n d o q u e e n o tr o tiem p o p r e c e ­
d ió a estos versos: « ¿ Q u é p o d ría / o fe n d e rte , c o ra z ó n ? , ¿ q u é / p o d ría
pasarte allí a d o n d e v a s ? » l3Ql. E n to d o este pasaje p o d e m o s com p a ra r la
p u n tu a c ió n q u e está p re se n te e n lo s d os b o c e to s , p a ra así p e r c ib ir e n
c ie rto m o d o esa fu e rz a c r e c ie n te c o n q u e la e stro fa avanza h a cia el
fin a l. A h o r a es p o r c o m p le to c o m p re n sib le q u e e n la estrofa sigu ien te
lo s m o rta les fu e r a n ex p resam en te a p ro x im a d o s al can to c o n el m ism o
sign ificad o q u e los celestes, colm ad os de d estin o p o é tic o co m o estaban.
Para c o m p ren d er to d o esto en su inten sidad , habrá q u e com p ararlo c o n
el grad o de fig u ra q u e H ö ld e r lin c o n fir ió al p u e b lo e n la p rim e ra v e r­
sió n , c u a n d o el p u e b lo d isfru ta b a a ú n d el c a n to , estaba em p a ren ta d o
c o n el p o e ta y lo s p o eta s d e l p u e b lo le p o d ía n h a b la r. P e ro a q u í ya

30 Coraje ele poeta, segunda versión , versos 6 -8 .


122 ESTUDIOS METAFÍS1COS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

p o d ría p resu m irse la extrem a v io le n c ia de u n a im ag en d el m u n d o que


h a a ce rta d o a id e n tific a r el sig n ifica d o d el p u e b lo c o m o d estin o —a lo
q u e antes tan sólo se aspirab a sin d u d a desde lejo s—, e n u n a in tu ic ió n
q u e lo c o n v ie r te e n f u n c ió n s e n s o r ia l- e s p ir it u a l d e la v id a p o é tic a
c o m o tal.
Esta situ a ció n , q u e era a ú n m u y oscu ra e n re la c ió n c o n la fu n c ió n
d el tie m p o , c o b ra u n a n ueva d e te rm in a c ió n al estu d iar su tra n sfo rm a ­
c ió n p a rticu la r al h ilo de la fig u ra de lo s d ioses. P o r la fig u r a in te r io r
q u e c o rre sp o n d e a lo s dioses e n el sen o d el n u evo e d ific io d el m u n d o
se c o n o c e m e jo r (p o r el c o n tra ste ) la ese n cia d e l p u e b lo . D e l m ism o
m o d o q u e en la v e rsió n p rim e ra n o hay u n sig n ifica d o d e los vivos cuya
fo r m a in te r io r sea su existen cia en ta n to q u e in c lu id a p o r su p a rte e n
aq u ello q u e es el d estin o p o é tic o —d eterm in ad a y d ete rm in a n te, sien d o
v e rd a d e ra e n el e sp a cio —, ta m p o c o se d a e n ella e n n in g ú n caso u n
o r d e n especial p ara los d ioses. M as la n ueva ve rs ió n , m u y al co n tra rio ,
se halla en tera m en te r e c o rrid a p o r u n im p u lso de d ire c c ió n p lá stic o -
in te n sa q u e vive c o n la m a y o r fu e r z a e n lo s d io se s . ( E llo j u n t o a esa
d ir e c c ió n q u e , re p re se n ta d a p o r el p u e b lo , tie n e la d ir e c c ió n de lo
esp a cia l h a cia e l in fin it o a c o n te c e r .) L o s d ioses se c o n v ie r te n de este
m o d o e n u n as fig u ra s m á x im a m e n te p a rticu la re s y d e te rm in a d a s, e n
las cuales la ley de la id en tid ad se en cu en tra e n te n d id a d e m an era c o m ­
p le ta m e n te nueva. L a id e n tid a d d e l m u n d o de lo s d ioses y su re la c ió n
c o n el d estin o d el c a n to r es d ife re n te de la id e n tid a d c o rre sp o n d ie n te
e n el o r d e n de lo s vivos. A h í se c o n o c e u n a c o n te c e r, e n la q u e es su
d e te r m in a c ió n m e d ia n te el p o e ta y p a r a él, c o m o f lu i r d e la m ism a
fu en te . E l p o eta vivió lo v e rd a d e ro , y así lé era c o n o c id o él p u e b lo . E n
el o r d e n d ivin o hay sin em b a rg o , c o m o ve re m o s a c o n tin u a c ió n , u n a
esp ecial id e n tid a d in t e r io r y p r o p ia a la fig u r a . A esta id e n tid a d ya se
a lu d ía a través d e la im a g e n d e l e sp a cio , y e n la d e te r m in a c ió n de la
su p erficie m ed ia n te el recu rso al o r n a m e n to , P ero , al haberse co n v e r­
tid o e n lo d o m in a d o r p r o p io de u n o rd e n , cosifica al tie m p o q u e vive.
S u rge pues, d e este m o d o , u n a d u p lic a c ió n de la fig u ra (que la con ecta
c o n d e te rm in a c io n e s espaciales) c u a n d o cada u n a e n c u e n tra , d e n tro
d e sí m ism a , u n a vez m ás su c o n c e n tr a c ió n , a c a rr e a n d o u n a p lá stica
p u r a m e n te in m a n e n te e n ta n to q u e e x p re s ió n de su ex iste n c ia e n el
tie m p o . E n esta d ir e c c ió n de c o n c e n tr a c ió n , las cosas a sp ira n ya a la
e x iste n c ia e n c u a n to id ea p u r a , y , en el m u n d o p u r o de las fig u ra s ,
d e te rm in a n el d estin o d el poeta. L a plástica de la figu ra , d e este m o d o ,
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN

resulta ser lo esp iritu a l, y así el « d ía a le g re » se v in o a c o n v e rtir e n día


« p e n s a n t e » [3tI. P e ro e l d ía n o está c a ra c te riz a d o e n su p e c u lia r id a d
m ed ia n te u n ad jetivo, sin o q u e se le a trib u ye ju sta m e n te el d o n q u e es
sin d u d a la c o n d ic ió n d e la id e n tid a d e sp iritu a l: a sa b er, e l d o n d e l
p e n s a m ie n to . E l d ía v ie n e así a a p a re c e r, e n la n u e v a v e r s ió n de ese
p o em a , c o n fig u ra d o al m á xim o , rep o san te, c o n c o rd a n te co n sig o e n la
co n scien cia, e n tanto q u e figu ra de plástica in te r io r de la existencia a la
q u e c o rre sp o n d e la id e n tid a d d e l a co n te ce r e n el o r d e n m ism o de lo s
vivos. A s í, d esd e lo s d io ses, el día se ap arece ju s ta m e n te e n ta n to q u e
c o n ju n to c o n fig u r a d o d e l tie m p o . D e él, e n ca lid a d d e alg o p e r m a ­
n e n te (si es p o s ib le d e c ir lo de este m o d o ) , a d q u ie r e su s e n tid o m ás
p r o fu n d o el h e c h o de q u e el d io s co n ced a el d ía 1''“1, P ero d ich a id ea de
q u e el d ía se n o s h a c o n c e d id o hay q u e sep ararla estrictam en te de u n a
m ito lo g ía tra d ic io n a l q u e h ace d e l d ía ju sta m e n te u n regalo. P u es a q u í
ya se a lu d e a lo q u e m ás ad elan te se m ostra rá c o n la fu erza m ás sig n ifi­
cativa: q u e la id ea c o n d u c e a la c o sifica c ió n de la fig u ra , y q u e los d io ­
ses están a b a n d o n a d o s p o r c o m p le to a su p r o p ia p lá stic a so la m e n te
p u d ie n d o c o n ced e r o n o el día, ya q u e so n ellos lo s q u e están más cerca
dé la q u e es la fig u ra d e la id ea. T a m b ié n a q u í es p o sib le re m itirn o s , a
través de lo p u r a m e n te fó n ic o , al in te n s ific a r d e la in t e n c ió n : c o n la
a lite ra c ió n d e las palabras. E sa b elleza sign ificativa c o n la q u e el d ía es
a q u í elevad o a p r in c ip io p lá stic o , y c o n te m p la tiv o al m ism o tie m p o ,
re a p a re c e a u n in c r e m e n ta d a al p r in c ip io d e l p o e m a titu la d o Qij.irón:
« ¿ D ó n d e estás, p e n sa tiv a , q u e sie m p re tie n e s / q u e a p a rta rte a
tie m p o ? ¿ E n d ó n d e estás tú , l u z ? » . Esa m ism a v isió n h a tran sfo rm ad o
m u y in t e r io r m e n te el v e rso d os d e la q u in ta e stro fa , r e fin á n d o lo al
m á x im o fr e n te al pasaje c o r r e s p o n d ie n t e de la v e r s ió n p r im e r a . E n
to ta l y c o m p le ta o p o s ic ió n fr e n te al « tie m p o fu g a z » y lo s « e f í m e ­
r o s » 1331, e n la v e r s ió n n u eva d e este v e rso se d e s a r ro lla ya lo p e r m a ­
n e n te , se d e s a r ro lla ya la d u r a c ió n , e n la fig u r a d e l tie m p o y d e lo s
h o m b re s. Ese « g ir o d el t i e m p o c a p t a el in stan te d e la p e rm a n e n ­
cia, a saber, el m o m e n to de la plástica in te r io r , d e n tro d e l tie m p o . Y
que d ich o m o m e n to de u n a plástica in te rn a te m p o ra l sea c en tra l q u ed a
d esp u és e n c la r o , d e l m is m o m o d o q u e el s ig n ific a d o c e n tra l d e lo s

31 G fr. Coraje de poeta, segunda versión , verso 17 ; Apocamiento, verso 17.


32 C fr .
33 Coraje de poeta, segunda versión , verso 18.
34- Apocamiento, verso 18.
ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

fe n ó m e n o s resta n tes q u e h asta a h o r a h e m o s id o p r e s e n ta n d o . L a


m ism a e x p re s ió n tie n e n e n c o n c r e to las p a lab ras sig u ie n te s, c u a n d o
e sc rib e : « a n o s o tr o s lo s d o r m id o s » l3Sl. A s í, u n a vez m ás, está a q u í
dada la ex p resió n de la p r o fu n d a id e n tid a d de la fig u ra (en el in te r io r
d e l s u e ñ o ) . A l r e sp e c to , h a y q u e r e c o r d a r el fr a g m e n to d e H e rá c lito
q u e d ic e : « D e s p ie r t o s , v e m o s m u e r te ; d o r m id o s , el s u e ñ o » 1361. Se
trata a q u í de u n a estru ctu ra plástica d el p e n sa m ien to e n su in ten sid a d ,
de su ú ltim o fo n d o d e n tro de la co n scien cia q u e c o n tem p la . L a m ism a
r e la c ió n de id e n tid a d q u e a q u í va c o n d u c ie n d o e n se n tid o in ten sivo a
la plástica te m p o ra l d e la fig u ra , tie n e q u e c o n d u c ir p o r otra p a rte, en
e l s e n tid o ex te n siv o , a la fo r m a de u n a fig u r a in fin ita , a u n a p lá stica
( p o r así d ecir) a m ortajad a e n la q u e la fig u ra se h a ce id é n tica a lo q u e
n o la tie n e . L a c o sifica c ió n de la fig u ra e n la id ea sig n ifica ta m b ié n , al
m ism o tie m p o , c o h e re n te m e n te , su p r o p a g a c ió n cada vez m ás i l i m i ­
tada e in fin ita , la u n ific a c ió n d e las figu ras e n la fig u ra e n q u e los d io ­
ses se co n v ierten . Y , a su través, se da el o b jeto c o n q u e el d estin o p o é ­
tico lim ita. L o s dioses sig n ifica n para el po eta la in m en sa c o n fig u ra c ió n
de su d e s tin o , al igual q u e los vivos garan tizan la m áxim a ex p an sió n d el
aco n te ce r en lo q u e h ace al á m b ito d el d estin o p o é tic o . Esta p a rticu la r
d e te rm in a c ió n d e l d estin o a través d e su c o n fig u r a c ió n c o n stitu y e sin
d u d a la o b jetu a lid a d d el cosm os p o é tic o , p e ro al m ism o tie m p o sig n i­
fic a el m u n d o p u r o de la p lá stica te m p o r a l e n el i n t e r io r de la c o n s ­
cien cia ; la id ea se h ace d o m in a n te e n él; m ien tra s lo v e rd a d ero estaba
antes en la actividad m ism a d el p o eta , aparece ah ora d o m in a n te e n su
c u m p lim ie n to sen sorial. E n la co n secu en te fo r m a c ió n de esta im ag en
d e l m u n d o se b o r r a cada vez c o n m ás r ig o r el a p o y o e n la m ito lo g ía
c o n v e n c io n a l. E l lu g a r d e l r e m o to « a n te p a s a d o » lo o c u p a a h o r a e l
« p a d r e » ; m ien tra s q u e el d io s d e l S o l se h a tra n sfo rm a d o sin m ás e n
d io s d e l c i e l o [3íI. P e ro el s ig n ific a d o p lá s tic o , a r q u ite c tó n ic o , q u e
co rresp o n d e al cielo es in fin ita m e n te m ayo r q u e n o el d e l S o l. M as, al
m ism o tie m p o , a q u í está c la ro c ó m o el p o e ta su p rim e d e m o d o p r o ­
gresiv o la d ife r e n c ia e n tr e la fig u r a y lo q u e carece d e fig u r a ; y, e n
c o m p a ra ció n c o n la d el S o l, la d el cielo sig n ifica tanto d ilata ció n c o m o
d ism in u c ió n de la figu ra . L a fu erza p r o p ia de esta c o n e x ió n ilu m in a al
r e sp e c to las sig u ie n te s p a lab ras: « n o s s o s tie n e / e r g u id o s , c o m o a

35 Mid.
3 6 'F ragm en to 21.
37 C fr . Coraje depoeta, segunda versión ,’ verso 16; Apocamiento,, verso 16.
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN

n iñ o s, / e n an d ad ores d o r a d o s » . A s í, u n a vez m ás, la rig id ez e in a c c e ­


sib ilid a d de tal im a g en n o s recu erd a u n a v isió n o rie n ta l. A l estar dada
e n m e d io d e u n esp a cio n o c o n fig u r a d o la c o n e x ió n p lá stic a c o n el
d io s (sub rayad a e n su in te n s id a d p o r el c o lo r , ú n ic o q u e c o n tie n e la
v e rs ió n r e e sc rita ), este verso resu lta m u y e x tra ñ o y casi m o r tífe r o . E l
e le m e n to a r q u ite c tó n ic o es ta n fu e r te q u e c o r r e s p o n d e a la r e la c ió n
q u e estaba dada en la im ag en d e l c ie lo . Las figu ras d el m u n d o p o é tic o
se h a c e n in fin ita s , p e r o al tie m p o so n lim ita d o ra s; de a cu e rd o c o n lo
in scrito e n su ley in te r io r, la figu ra tie n e q u e in tegrarse en el existir d el
m ism o c a n to , c o m o las m ó v ile s fu erza s d e lo s vivos. M as ta m b ié n el
dios tie n e q u e acabar sirvien d o al can to y ejecu ta r su ley, al igu al q u e el
p u e b lo h a d e ser sig n o d e su m ism a e x p a n s ió n , lo q u e se c u m p le al
fin a l d el texto: « y d e lo s celestiales / traem o s U n o » 1*81, D e este m o d o ,
la c o n fig u ra c ió n , el p r in c ip io in te r io rm e n te p lá stico , se en cu en tra tan
in c r e m e n ta d o q u e in c lu s o h a c a íd o s o b r e el d io s la m a ld ic ió n d e la
fo rm a m uerta, p u es (h ab lan d o en im ágenes) lo plástico pasó de d e n tro
a fu e ra , c o n v irtié n d o s e el d io s to ta lm e n te e n o b je to . P o r su p a rte , la
fo r m a te m p o r a l h a q u e d a d o q u e b ra d a d esd e d e n tr o h a cia fu e r a en
ta n to q u e alg o m ó v il. Y lo c e le stia l viene traído. A s í se da u n a m á xim a
exp resió n de la id en tid ad : el d ios grieg o q u ed a p o r c o m p le to en m anos
de su p r o p io p r in c ip io , la fig u ra . Y se a lu d e al m ás g ra n d e de lo s c r í­
m en es: esa üpplS, q u e, só lo al alcance d el d io s, lo tra n sfo rm a e n fig u ra
m u e r ta . D a rse fig u r a a u n o m ism o : eso es la íippLS. E l d io s d e ja c o n
e llo de d e te r m in a r el c o sm o s d e l c a n to ; s ie n d o m ás b ie n el ca n to el
que elige (c o n arte) lib re m e n te lo ob jetu a l: el can to trae al d io s, p o r ­
q u e lo s d ioses ya se h a n c o n v e rtid o e n c o s ifica d o ser d e l m u n d o e n el
p e n s a m ie n to . Y a a q u í p u e d e verse la d is p o s ic ió n e x tra o rd in a ria d e la
ú ltim a estrofa, en la cu al se alcanza la q u e es m eta in m a n e n te de to d a la
c o n fig u r a c ió n d e este p o e m a . A s í, la e x te n s ió n esp a cia l de lo s vivos
vie n e d e te rm in a p o r la in te r v e n c ió n d e l p o eta , d o ta d a d e u n carácter
tem p o ral in te rio r: c o n ello se explicaba la palabra « e n v ia d o » (geschickt);
a través d e l m ism o a is la m ie n to m e d ia n te e l c u a l se h a c o n v e r tid o el
p u e b lo e n to d a u n a se rie d e fu n c io n e s d e l d e s t in o . « T a m b ié n som o s
b u en o s, y h ábiles e n algo p ara a lg u ie n » ; u n a vez q u e el d io s se h a c o n ­
vertid o e n o b jeto , e n su m u erta in fin itu d , el p o e ta lo atrapa. E l o rd e n
d e p u e b lo y d io s, d isu elto co m o está en u n id a d es, se co n v ierte a q u í en

38 Apocamiento, versos 22 s.
ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

la u n id a d e n el d estin o p o é tic o . Ig u alm en te, q u ed a m a n ifiesta la m ú l­


tip le id en tid ad e n la cual p u e b lo y d ios resu ltan asu m idos e in tegra d o s
e n ta n to q u e c o n d ic io n e s d e la ex iste n cia sen sib le . Y es q u e a o tr o le
c o rre sp o n d e a h o ra osten tar el c e n tro de este m u n d o .
H e m o s estu d iad o c o n e x te n sió n su fic ie n te la c o m p e n e tr a c ió n de
las d iversas fo rm a s in d iv id u a le s d e v is ió n y su c o n e x ió n e n y c o n lo
e s p ir itu a l, e n ca lid a d de id e a , de d e s tin o , etc. A l fin a l n o es p o s ib le
tra ta r d e d e sc u b rir lo s e le m e n to s ú ltim o s , d a d o q u e la ley ú ltim a d el
m u n d o es la c o n e x ió n : e n tan to q u e u n id a d de la fu n c ió n q u e fo rm a n
c o n e c tiv o y c o n e c ta d o . P e ro a ú n h a b rá q u e señ a la r u n lu g a r q u e es
c e n tr a l e s p e c ia lm e n te e n lo q u e h a ce a esta c o n e x ió n , e n el q u e el
lím ite de lo p o etizad o fren te a la vid a se adelanta al m áxim o, y en el que
la en ergía d e la fo rm a in te r io r se n o s va revela n d o ta n to m ás p o d ero sa
c u a n to m ás flu id a y m ás i n f o r m e es la v id a m e n ta d a . E n ta l lu g a r se
h ace b ie n v isib le la u n id a d d e lo p o e tiz a d o , a b a rc á n d o se tod as las
co n ex io n es y ad virtiénd ose el cam b io p r o d u c id o en tre las dos versio n es
d el p o em a , ahon d án d o se la p r im e r a e n la segunda. Y es q u e, en efecto,
n o se p u e d e h a b la r de u n a u n id a d de lo p o e tiz a d o e n lo q u e h a ce a la
p rim e ra versió n . E l tran scu rso es in te r ru m p id o p o r la detallada a n a lo ­
gía d el p o eta c o n el dios d el S o l, m as lu e g o ese tran scu rso ya n o vuelve
c o n to d a in te n sid a d hasta el p o e ta . M as, e n esta v e rsió n , e n su c o n f i­
g u ra c ió n detallada d el m o r ir , tod avía se da (hasta en su títu lo ) la te n ­
sió n existente en tre dos m u n d o s, e l d el p o eta y el d e esa « re a lid a d » en
la q u e la m u erte ya am enaza, y q u e a q u í aparece revestida co m o d iv in i­
d a d . M ás ta rd e e n c a m b io h a d e sa p a re c id o esa d u a lid a d e n tre am bos
m u n d o s; c o n el m o r ir, en efe cto , se h a p e r d id o la cu alid ad m ism a d el
co ra je, y en el tran scu rso n o está d ado n ad a más q u e la m ism a ex iste n ­
cia d e l p o e ta . P o r ta n to , se h a ce u r g e n te p r e g u n ta r e n q u é se b asa la
c o m p a r a b ilid a d de u n o s b o c e to s ta n d ife r e n te s e n sus tra n sc u rso s y
detalles. L a com p a ra b ilid a d de lo s p o em as n o la p u e d e m o stra r la m era
igu a ld ad de u n e le m e n to , sin o sólo la c o n e x ió n de u n a fu n c ió n . Y tal
fu n c ió n se en cu en tra en el ú n ic o c o n ju n to q u e sea d e fu n c ió n a cre d i-
ta b le , a sa b er, e n lo p o e tiz a d o . H a y q u e c o m p a ra r lo p o e tiz a d o de
am bas v e rsio n e s ; n o e n su ig u a ld a d , la cu al n o ex iste, s in o e n su
« c o m p a ra tiv id a d » e n cu an to tal. A m b o s p o em a s se h a lla n con ectad os
en lo q u e e n ellos es lo p o e tiza d o , y e n c o n c re to en u n a actitu d an te el
m u n d o . D ic h a a c titu d es el c o r a je , q u e , c u a n to m ás h o n d a m e n te se
c o n o c e , ta n to m e n o s es u n a c u a lid a d y ta n to m ás u n a r e la c ió n , la de
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN 127

u n a p e rso n a c o n el m u n d o ju n t o c o n la d e l m u n d o c o n u n a p e rso n a .
L o p o e tiz a d o de la p r im e r a v e r s ió n c o n o c e ta n s ó lo el c o ra je c o m o
cu a lid a d . E l se r h u m a n o y la m u e r te se h a lla n r íg id o s , u n o fr e n te al
o tro , c a recien d o de m u n d o visu al e n c o m ú n . E n lo q u e hace al p o eta ,
en su ex iste n cia d iv in o - n a tu r a l, se h a in te n ta d o e n c o n tr a r u n a p r o ­
fu n d a r e la c ió n c o n la m u erte; p e r o só lo a través de lo q u e es la m e d ia ­
c ió n d el d io s, u n o al q u e la m u e rte (m ito ló g ica m e n te ) le e ra p r o p ia y
al cu al el p o e ta se a cercó (ta m b ié n m ito ló g ic a m e n te ). L a vid a a h í aú n
era c o n d ic ió n p rev ia d e la m u e r te , la fig u r a b ro ta b a d e la n a tu ra le za .
S e h a b ía ev ita d o u n a d e c id id a fo r m a c ió n , de la v is ió n c o m o de la
fig u r a , a p a r tir d e u n p r in c ip io e s p ir itu a l, p o r lo q u e am bas n o se
c o m p e n e t r a r o n . E l p e lig r o de la m u e r te q u e d a b a s u p e ra d o e n el
p o e m a m e d ia n te la b elleza , m ie n tra s q u e e n el caso de la versión, p o s ­
te rio r la b elleza b ro ta en tera m en te de la su p era ció n d el p e lig ro . A n tes,
H ö ld e r lin acababa c o n la d is o lu c ió n d e la fig u ra , m ien tra s q u e el p u ro
fu n d a m e n to d e la c o n fig u ra c ió n aparece a l fin a l de la nueva v e rsió n . Y
ésta está a d q u irid a desd e u n fu n d a m e n to esp iritu a l. L a d u a lid a d de ser
h u m a n o y m u e rte so la m en te p o d ía re p o sa r e n u n b la n d o sen tim ien to
de la vid a. P ero tal d u alid ad n o su bsistió, pues lo p o etiza d o p r o fu n d iz ó
e n su c o n e x ió n , y u n p r in c ip io e sp iritu a l (el d e l co ra je ) c o n fig u r ó la
vida. E l coraje es la en trega al p e lig ro q u e am enaza al m u n d o , y en él se
en c u e n tra ocu lta u n a m u y c o n c reta p a ra d o ja , desde la cual se en tie n d e
p o r c o m p le to la estru ctu ra d e lo p o e tiza d o d e am bas versiones: la p e r ­
son a c o n c o ra je c o n o c e el p e lig ro , m as n o presta a te n c ió n . P u es sería
cob ard e si se la prestara; m as si n o c o n o c ie ra q u e hay p e lig ro , n o te n ­
d ría co ra je. Esta tan extraña re la c ió n se disuelve, pu es, cu an d o el p e li­
gro n o am enaza a la p erso n a, sin o al m u n d o . E l coraje es el sen tim ien to
vital d e la p e rso n a q u e se en trega al p e lig r o , q u e, al m o r ir , a m p lía tal
p e lig ro a p e lig ro d el m u n d o y, al m ism o tiem p o , lo supera, Y es q u e la
g ra n d eza d e l p e lig r o b r o ta de la p e rs o n a c o n c o ra je ; y u n a vez q u e el
p e lig ro en verd a d afecta a esa p e rso n a , c o n su en trega al p e lig ro , afecta
al m u n d o . E n la m u erte q u e afecta a esa p e rso n a el p e lig ro q u ed a su p e­
rado, ha alcanzado al m u n d o , al qu e ya n o am enaza; en ella se da pues la
lib e ra c ió n y, al m ism o tie m p o , la estab ilizació n d e las te rrib les fu erzas
q u e r o d e a n a l c u e r p o cad a d ía e n c a lid a d d e cosas lim ita d a s. E n la
m u erte, en to n ces, ya están sup erad as esas fu erzas q u e e ra n u n p e lig ro
para la p erso n a c o n coraje, en co n trá n d o se en ella apaciguadas, (E sto es
ju sta m e n te la c o s ific a c íó n d e d ich as fu e rz a s, q u e a cercab a al p o e ta la
138 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

ese n cia m ism a de lo s d io s e s .) E l m u n d o q u e c o r r e s p o n d e al h é r o e


m u erto es ta m b ié n u n n u evo m u n d o m ítico , lle n o de p e lig ro : tal es sin
d u d a el m u n d o d e la seg u n d a v e r s ió n d e este p o e m a . E n ella se c o n ­
v ie rte e n d o m in a n te u n p r in c ip io e sp iritu a l: el a u n a rse e l p o e ta
h e r o ic o c o n el m u n d o . E l po eta n o h a de te m e r a la m u erte, sien d o u n
h é r o e p o r v iv ir el c e n tro m ism o de las r e la c io n e s . E l p r in c ip io de lo
p o etizad o es la au tocracia d e la relació n . U n a que aqu í, e n este p o em a,
se c o n fig u ra co m o coraje: c o m o la in te r io r id e n tid a d q u e m a n tie n e el
p o e ta c o n el m u n d o , cuyo flu jo c o n fo rm a n todas las diversas id e n tid a ­
des d e lo sen sorial y lo esp iritu a l d e l p o e m a . Este es el fu n d a m e n to en
q u e, u n a y o tra vez, la fig u ra apartada va a in tegra rse e n el o r d e n espá-
c io tem p o ra l, al cual se acoge co m o caren te de figu ra , o ta m b ié n , co m o
om n ifigu ra, en tanto q u e p roceso y existencia, plástica tem p o ral y a co n ­
tecer espacial. E n la m u erte, la m u erte que es su m u n d o , se en cu en tra n
p u es u n ific a d a s tod as las re la c io n e s c o n o cid a s. E n ella está la m áxim a
figu ra in fin ita ju n t o a la carencia de figu ra, la plástica tem p o ral y la exis­
ten cia espacial, la id ea y la sen sib ilid ad . Y cada fu n c ió n de la vida en este
m u n d o es d e stin o , m ie n tra s q u e e n la p r im e r a v e rs ió n d e l p o e m a el
d estin o d eterm in ab a tra d ic io n a lm e n te la vida. Este es el p r in c ip io m ís­
tico, orien tal, su p erad or de los lím ites, que, en este p o em a, va reem p la ­
zan d o u n a y otra vez al p r in c ip io c o n fig u ra d o r p r o p ia m e n te g rie g o , el
cual crea u n cosm os esp iritu a l a p a r tir d e p u ras relacio n es de la in t u i­
c ió n , d e la ex iste n cia sen sib le ; c o sm o s e n el c u al lo e sp iritu a l só lo es
exp resió n de la fu n c ió n q u e aspira a id en tid a d . L a tra n sfo rm a ció n de la
d u alid ad d e m u erte y po eta e n la u n id a d lograd a de u n m u n d o p o ético
m u erto , « lle n o d e p e lig ro s » , es la relació n en q u e se en cu en tra lo p o e ­
tizad o de am bos p o em as. A s í, e n este espacio se ha vu e lto ya p o sib le el
estud io de la tercera estrofa. Se h ace así evid en te que la m u e rte h a sido
trasladada p o r la fig u r a d el « r e c o g im ie n to » 1391 hasta el c e n tro m ism o
d e l p o e m a , q u e e n este c e n tro se h a lla el o r ig e n d el can to c o m o c o n ­
ju n t o de todas las fu n c io n e s , y q u e a q u í las ideas de « a r te » y « v e rd a ­
d e r o » b ro tan co m o exp resión de la u n id a d en estado de rep o so . L o que
antes se d ijo sob re la su p resió n del o r d e n co rresp o n d ie n te a m ortales y
celestes q ued a pues c o n firm a d o en este co n tex to . H ay q u e su p o n e r que
las palabras « u n a n im a l so lita rio » ,4°] se r e fie r e n a lo s seres h u m a n o s,

39 Ibid., verso IO.


4-0 Ibid., verso 9'
DOS POEMAS DE FRIEDRICH HÖLDERLIN 129

cosa q u e c o n c u e r d a c la r a m e n te c o n el títu lo m is m o d e l p o e m a . E l
« a p o c a m ie n to » se h a c o n v e rtid o así en la a ctitu d au tén tica d e l p o eta .
T raslad ad o al c e n tro d e la vid a, n o le q u ed a o tra cosa q u e la existencia
in e rte , la pasividad m ás absolu ta q u e es la esencia m ism a d el c o ra je, las
d e u n en tregarse p o r e n te ro a la re la c ió n . Esta parte de la p e rso n a co n
co ra je, y ta m b ié n vuelve a ella. A s í atrapa el can to a lo s q u e viven , y así
so n c o n o c id o s p a ra él, ya n o em p a re n ta d o s. E l p o e ta y el can to n o se
d istin g u e n en el cosm os d e l p o em a . E l p o eta ya n o es o tra cosa q u e el
lím ite existen te c o n la vid a , a saber, la in d ife r e n c ia , estan d o ro d e a d o
p o r la id ea y p o r los en o rm es p o d e re s sensibles, q u e a h o ra, e n sí m is ­
m os, cu sto d ia n su ley. P ero hasta q u é p u n to es el p o e ta el c e n tro in t o ­
cab le de to d a r e la c ió n n o s lo d ic e n c o n fu e rz a lo s d os ú ltim o s verso s.
E n ello s los celestes se h a n c o n v ertid o e n signos d e la vid a in fin ita , esa
q u e lim ita c o n el poeta: « y de los celestes / traem os a U n o . M as n o so tro s
m ism o s / a p o rta m o s n uestras m a n o s h á b ile s » [*l!. E l p o e ta ya n o se ve
c o m o fig u ra , sin o sólo c o m o p r in c ip io de la fig u ra , es d ecir, lo lim ita ­
d o r , c o m o a q u e llo q u e carga ta m b ié n su p r o p io c u e r p o . E l p o e ta
a p o rta sus m a n o s, y a p o rta ta m b ié n a lo s celestes. L a e n fá tic a cesu ra
q u e co rta este pasaje tie n e p o r resu lta d o la d istan cia q u e d eb e m a n te ­
n e r el p o e ta an te tod a fig u ra y ante el m u n d o , ju sta m en te e n ta n to que
u n id a d . L a estru ctu ra d el p o e m a es b u e n a p ru e b a de la sa b id u ría c o n ­
te n id a e n las p a lab ras de S c h ille r : « E l m is te r io d e l a rte d e l m a estro
con siste p re c isa m e n te e n d e stru ir la m a teria m e d ia n te la fo r m a . .. E l
á n im o d el esp ectad or, y d el oyen te, h a d e p e rm a n e ce r lib r e e ileso ; ha
de sa lir d e l c írc u lo m á gico q u e es p r o p io d e l artista c o n p u re za y c o n
p e rfe c c ió n , c o m o d e las m an os d el C r e a d o r » 1421.
E n el c u rso d e to d o este tr a b a jo h e m o s evitad o c o n c u id a d o
e m p le a r la p a la b ra « s o b r ie d a d » , la cu al h a b r ía sid o m u ch a s veces la
c á r a c te riz a c ió n m ás a d e c u a d a . P u es s ó lo a h o r a p o d e m o s c ita r al f i n
aquellas palabras de H ö ld e r lin , las d e « sagrad o y s o b r io » l4S\ cuya v e r­
dadera co m p re n sió n ya se en cu en tra prep arada. Se ha d ich o al respecto
q u e tales p alab ras c o n tie n e n la te n d e n c ia d e las ú ltim as c re a cio n e s de
H ö ld e r lin . B ro ta n de la ín tim a seg u rid a d c o n la q u e se h a lla n éstas en
la p r o p ia vid a esp iritu a l, d o n d e la so b rie d a d p recisa m en te es leg ítim a,
im p u e sta , p o r q u e es e n sí sagrad a, p o r q u e está m ás allá d e to d a

41 versos 2 2-24 -
42 Sobre la educación estética dei hombre, carta 22 -
43 Hälfte des Lebens, verso 7*
130 ESTUDIOS METAFÍSECOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

su p u esta e le v a c ió n e n lo ex celso . ¿ E s esta vid a a ú n la d e lo s g r ie g o s ?


S in d u d a q u e n o lo es, p u es la vid a de u n a o b ra de arte p u ra n o p u e d e
ser al tie m p o la vid a de u n p u e b lo ; ella n o es la vid a d e u n in d iv id u o ,
n i es o tra cosa q u e su p r o p ia vid a, la q u e en co n tra m o s e n lo p o etiza d o .
Esta v id a se e n c u e n tr a d e h e c h o fo r m a d a e n fo rm a s q u e s o n las d e l
m ito g r ie g o , p e ro (y esto es lo d ecisivo ) n o ta n só lo e n ellas; p re c is a ­
m en te el ele m e n to grieg o se com p en sa, e n la ú ltim a ve rsió n , c o n o tro
q u e h a sid o lla m a d o « o r ie n t a l» (lo q u e se h a h e c h o sin ju s tific a c ió n
ex p lícita ). C a si to d o s lo s cam b ios in tro d u c id o s e n la ú ltim a v e rsió n se
van m o v ie n d o e n esta d ire c c ió n , en las im ág en es y e n la in tr o d u c c ió n
d e las id eas y , fin a lm e n te , de u n n u e v o s ig n ific a d o p r o p io de la
m u erte; to d o lo cual se eleva, en tanto q u e resulta ilim ita d o , c o n tra ese
fe n ó m e n o q u e rep o sa e n sí m ism o y q u e está fo rm a d o y lim ita d o . Q u e
a q u í se o cu lte u n a p reg u n ta decisiva, y ello tal vez n o sólo p ara el c o n o ­
c im ie n to de H ö ld e r lin , n o p u e d e m ostrarse en este c o n tex to . E l estu ­
d io de lo p o etiza d o n o c o n d u c e al m ito , sin o (en las m ayores c re a c io ­
nes) ta n só lo a aquellas c o n e x io n e s m íticas q u e en la o b ra de arte están
fo rm a d a s c o m o u n a fig u r a ju s ta m e n te q u e n o es m ito ló g ic a n i ta m ­
p o co m ítica, sin q u e se p u e d a c o n c e b ir c o n m ás d etalle.
M as si hubiera,palabras q u e p u d ie ra n captar la re la c ió n a h í estable­
c id a c o n el m ito d e esa v id a in t e r io r de la q u e su rg e p r e c is a m e n te el
ú ltim o p o e m a , sería n las q u e H ö ld e r lin escrib e en u n a ép oca algo más
tardía: « L as leyendas q u e se alejan de la T ie r r a / ... / se vu elven hacia la
H u m a n id a d , en su c o n ju n to » [*4*.

LA FELICIDAD DEL HOMBRE A N TIG U O 111

E l h o m b re p o ste r io r a la A n tig ü e d a d tal vez sólo co n o zca u n estado d el


alm a e n el q u e c o n to ta les p u re z a y g ra n d e z a su in t e r io r se r e la c io n a
c o n el c o n ju n to de la n a tu ra le z a , d e l co sm o s: a sa b er, el d o lo r . E l
h o m b r e s e n tim e n ta l, ta l c o m o S c h ille r lo d e n o m in a la!, só lo p u e d e
o b te n e r lo q u e es u n s e n tim ie n to d e sí m ism o c o n p u re za y gra n d eza

44 DerHerbsi, v e rso s I y 3-
1 B e n jam in n u n ca p u b licó este artícu lo, que redactaría al p arecer e n ju n io <ie 1916.
2 Sobre poesía ingenuúj sentimental, 1795*
LA FELICIDAD DEL HOMBRE AN TIGUO

sim ilares (es d ecir, c o n u n a in g e n u id a d sim ilar) p a g an d o el alto p re c io


de r e u n ir su ser in t e r io r p o r e n te ro m ed ia n te u n a u n id a d separada de
la n aturaleza. H asta su m ayo r sen cillez y sim p licid a d h u m a n a reposa en
la m en ta d a sep a ra ció n d e la n atu raleza a través d e l d o lo r , y es e n d ich a
c o n tra p o sició n d o n d e se p resen ta ju sta m en te u n fe n ó m e n o se n tim e n ­
tal y, al m ism o tie m p o , u n a r e fle x ió n . P o d ría h asta p e n sa rse q u e la
r e fle x ió n está a d h erid a c o n tanta in ten sid a d al h o m b re m o d e r n o q u e,
e n la sen cilla fe lic id a d q u e n o c o n o ce el con traste c o n la n atu raleza, el
h o m b r e in t e r io r la sie n te d em a sia d o c a r e n te d e c o n t e n id o e in te r é s
co m o p a ra d esp legarse lib r e m e n te h a cia fu e ra , c o m o p a ra n o p e r m a ­
n e c e r e s c o n d id o y o c u lto de v e rg ü e n z a . T a m b ié n p a ra e l h o m b r e
m o d e r n o la fe lic id a d v ie n e a ser, n a tu r a lm e n te , u n estad o d e l alm a
in g e n u a KaT’ e^oxiív, p e ro n ad a es más característico q u e su in te n to de
r e in te rp re ta r esta p u rísim a m a n ife sta c ió n de lo in g e n u o e n lo s e n ti­
m en ta l. L o s c o n cep to s de « in o c e n c ia » e « in f a n t il» , c o n su e m b ro llo
d e ideas falsas y co rru p tas, p o n e n e n cu e stió n este p ro c e so d e r e in te r -
p re ta c ió n . M ie n tra s q u e la in o c e n c ia p u ra m e n te in g e n u a , es d e c ir, la
g ra n d e , vive e n co n ta cto in m e d ia to c o n tod as las fu erzas y fig u ra s d el
co sm o s y e n c u e n t r a sus s ím b o lo s e n la p u r e z a , la fu e r z a y la b e lle z a
p r o p ia s d e la fig u r a , p a ra el h o m b r e m o d e r n o s ig n ific a la in o c e n c ia
d e l h o m ú n c u lo , u n a in o c e n c ia d im in u ta y m ic r o s c ó p ic a e n la fo r m a
de u n alm a q u e n ad a sabe d e la n atu raleza, q u e es m u y p u d o ro s a y que
n o se atreve a r e c o n o c e r su estad o, c o m o si (re p itá m o slo ) u n h o m b re
fe liz fu e r a m e r a m e n te u n e stu c h e v a c ío a n te cu ya c o n t e m p la c ió n
h u b ie r a q u e m o r ir s e d e v e r g ü e n z a . D e a h í q u e el m o d e r n o s e n t i­
m ie n to de fe lic id a d in clu ya lo m e z q u in o y, al m ism o tie m p o , lo h o g a ­
r e ñ o , e ig u a lm e n te q u e haya p r o d u c id o lo q u e es la id e a d e l a lm a
fe liz, q u e se o cu lta su fe lic id a d m e d ia n te u n a activid ad c o n stan te y u n
a r tific ia l a n g o s ta m ie n to d e lo s s e n tim ie n to s - E l m is m o s ig n ific a d o
c o rre sp o n d e a la id ea d e u n a fe lic id a d in fa n til, la cu al n o ve e n el n iñ o
a ese ser p u r o cuyo sen tim ie n to se expresa c o n más in m e d ia te z q u e en
o tros seres, sin o q u e ve tan só lo a u n n iñ o e g o c é n tric o q u e, p o r ig n o ­
ra n c ia y gan as d e ju g a r , r e in te r p r e ta y r e d u c e la n a tu ra le z a a s e n ti­
m ie n to s siem p re in c o n fe sa b le s. E n el Lenz d e B ü c h n e r se d e sc rib e d el
m o d o sig u ie n te , e n u n a fa n ta sía d e l e n fe r m o a n sio s o d e p a z, la
p e q u e ñ a fe lic id a d q u e c o rr e s p o n d e al c o n c e p to de alm a sen tim en ta l;
« " M ir e u s te d ” , c o m e n z ó de n u e v o , " c u a n d o ella c a m in a b a p o r la
h a b ita c ió n m ie n tra s ib a c a n ta n d o a m e d ia vo z, cada paso era m ú sica,
132 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

h a b ía u n a fe lic id a d e n ella q u e se m e tra n sm itía ; y o estaba tr a n q u ilo


cu an d o la m ira b a o ella re c lin a b a en m í su cabeza ... E ra u n a n iñ a p o r
c o m p le to ; c o m o si fu e r a el m u n d o d em a sia d o g r a n d e p a ra ella; se
reco gía e n sí m ism a, buscaba el m ás p e q u e ñ o r in c ó n d e la casa y lu eg o
se q u e d a b a a h í sen tad a c o m o si to d a su fe lic id a d se c o n tu v ie ra e n u n
p e q u e ñ o p u n to ; yo e n to n c e s m e s e n tía así ta m b ié n : h asta h a b r ía
p o d id o ju g a r co m o u n n iñ o ” » ts!.
R esulta decisivo p ara la im ag en q u e tie n e de la fe lic id a d el h o m b re
a n tig u o el q u e esa m o d estia q u e tie n e p o r o b je to sep u lta r la fe lic id a d
e n el in d iv id u o y d ejarla o cu lta e n su in te r io r a través de la r e fle x ió n a
u n a p r o fu n d id a d in a lca n zab le (cual ta lism án c o n tra la in fe lic id a d ) , se
con vierta e n él en su c o n tra rio , en el p e ca d o d em e n c ia l de la a rro g a n -
cia, es d ecir, e n l a ü&plS1. Y es q u e la Ü(JplS es p ara lo s griegos el in te n to
de p resentarse a u n o m ism o (o al h o m b re in te r io r , al in d iv id u o ) co m o
el q u e lleva la fe lic id a d . L a íífípls es la c re e n c ia e n q u e la fe lic id a d es
vina cu alid ad , in c lu id a la d e la m od estia. L a t)(3pLS- es la cre en cia e n que
la fe lic id a d es o tr a cosa q u e u n reg a lo d e lo s d io ses q u e éstos p u e d e n
q u ita r n o s e n c u a lq u ie r m o m e n to ; p u e s, e n c u a lq u ie r m o m e n to , lo s
dioses p u e d e n in flig ir al v e n c e d o r u n a desgracia in esp era d a c in a u d ita
(c o m o a A g a m e n ó n , c u a n d o v o lv ió ) . C o n esto q u e d a d ic h o q u e la
fig u r a e n q u e la fe lic id a d le lle g a al h o m b r e a n tig u o es la v ic to r ia . S u
fe lic id a d n o es sin o n ad a si es q u e lo s dioses n o la h a n e n treg a d o , y su
p e rd ic ió n es la cre en cia de q u e los dioses se la hayan o to rg a d o a él, p r e ­
cisam en te. P ín d a r o can tó sus h im n o s de v ic to ria e n esa h o r a su p rem a
q u e h ace d el h o m b re u n h é r o e p ara a lejar d e él la r e fle x ió n , v e rtie n d o
en esta h o r a sob re él tod o s los h o n o re s q u e r e c o n c ilia n al v e n c e d o r co n
su ciu d a d , c o n la cv a é |3í u i d e sus antep asad o s y ta m b ié n , fin a lm e n te ,
c o n el p o d e r q u e es p r o p io de los dioses. A sí, al h o m b re d e la A n tig ü e ­
d ad la fe lic id a d le exige estas d os cosas: la v ic to r ia y la c e le b r a c ió n , o
ta m b ién , el m érito y la in o ce n c ia . Y am bas cosas sin d u d a c o n la m ism a
n ecesid ad y severid ad . P o rq u e n o p u e d e recla m a r el m é r ito a q u e l que
lu ch a en las c o m p e ticio n es: hasta al m e jo r le p u e d e n en viar lo s dioses
u n o aú n m e jo r que le haga m o r d e r el p o lv o y su cu m b ir. Y , e n ese caso,
el v e n c e d o r te n d rá q u e d ar las gracias a lo s dioses q u e le h a n c o n c e d id o
la victo ria p o r en cim a de u n h é ro e . ¿ Q u é h a sid o a q u í p u es de la in sis-

3 G e o rg B ü chn er, « L e iiz » , Somflícfie WerkeundBriefe, a partir de su legado m anuscrito, ed.


de Fritz B ergem an n , Leipzig, 1927» p* [Obras completos, trad. de C a rm e n G auger,
M ad rid , Trotta, 1992 f p. 148].
SÓCRATES 133

ten cia e n el m é rito , de la expectativa aven tu rera d e fe lic id a d c o n la cual


el b u rg u és a fro n ta la v id a ? E l áyíóv, y éste es el sen tid o p r o fu n d o de su
in stitu ció n , co n c e d e a cada u n o la m ed id a de la felicid a d que lo s dioses
le en trega n . ¿ Q u é hay a h í de la vacu a y o cio sa in o c e n c ia d el ig n o ra n te
c o n q u e el h o m b re m o d e r n o se o c u lta su fe lic id a d a n te sí m is m o ? A l
v e n c e d o r lo v e n to d o s, el p u e b lo lo alaba, la in o c e n c ia le h ace m u c h í­
sim a falta cuan d o alza la copa de la victo ria en sus m anos, u n a cop a llen a
de ese v in o d e l q u e u n a sola go ta d erra m a d a q u e caiga so b re él lo v e n ­
d ría a m an ch ar etern a m en te. E l v e n c e d o r n o tien e q u e n ega r u o cu lta r
el m é r ito q u e lo s d ioses le h a n o to r g a d o , y n o le h a ce fa lta n in g u n a
r e fle x ió n sob re su in o ce n c ia , co m o su ced e al alm a p e q u e ñ a e in q u ieta ,
sin o el cu m p lim ien to de los h o n o res, p ara q u e ese círcu lo d ivin o q u e lo
ha eleg id o siga co n sid e ra n d o al fo rastero u n a u tén tico h é ro e .
L a fe lic id a d d e l h o m b r e a n tig u o está c o n te h id a e n la fie sta q u e
sigue a la victoria ; es d ecir, en la fam a d e su ciu d a d , e n el o rg u llo de su
lu g a r y su fa m ilia , c o m o e n la alegría de lo s dioses y e n el su e ñ o q u e lo .
c o n d u c e h a cia lo s h éro e s.

SÓCRATES[l1

L o m ás b á rb a ro p re se n te e n la fig u r a de S ó cra tes es q u e este h o m b re


a b a n d o n a d o p o r las m usas c o n fo rm a el c e n tro e ró tic o d e las relacio n es
del círc u lo p la tó n ic o . S in em b a rg o , si su a m o r p re sc in d e d e la cap aci­
dad g e n e ra l d e c o m u n ic a rs e , es d e c ir, si su a m o r p r e s c in d e d e l arte,
¿ d e d ó n d e v ie n e en to n ces su efic a cia ? V ie n e , es c la ro , de la vo lu n ta d .
Sócrates p o n e el eros al d ire cto servicio de sus fin e s, y este d esafu ero se
r e fle ja e n el c a r á c te r castra d o de su p e r s o n a , a lo c u a l se r e fie r e en
ú ltim a in s ta n c ia la a v e rsió n de lo s a te n ie n se s; y, sin e m b a rg o , d ic h o
se n tim ie n to , a u n q u e su b jetivam en te sea g ro se ro , tie n e la ra zó n h is tó ­
r ic a m e n te . S ó c ra te s e n v e n e n a a la ju v e n tu d , es d e c ir , la s e d u c e . S u
a m o r h a c ia ella n o es 'f i n n i es eidos p u r o , s in o q u e s ó lo es m e d io .
Sócrates es el m ago, el m ayeuta q u e ob ra c o n fu n d ie n d o los sexos, c o n -

I B e n ja m ín n u n ca p u b licó este artícu lo , que redactaría al parecer e n ju n io de 1916.


134 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

d e n a d o in o c e n te q u e m u e re p o r ir o n ía y p ara esca rn io de sus e n e m i­


go s. S u ir o n ía se n u tre d el h o r r o r , p e r o Sócrates sig u e sie n d o el o p r i­
m id o , m ás aun , el exp u lsad o, el d esp recia b le. E in clu so se m u estra u n
p o co b ro m ista. E l d iá lo g o socrático hay q u e estu d iarlo e n re la c ió n c o n
e l m ito . ¿ Q u é p r e te n d e P la tó n ? S ó c ra te s es la fig u r a e n q u e P la tó n
a n iq u ila el m ito an tigu o, la o fre n d a de la filo so fía a los dioses d e l m ito ,
esos q u e siem p re ex ige n sa crificio s h u m a n o s. E n m e d io de u n a lu ch a
a terra d o ra, la jo v e n filo so fía , c o n P la tó n , in te n ta a firm a rse 1* '.

II

G r ü n e w a ld p in tó ta n g ra n d e s a lo s san tos p o r q u e sacó su g lo r ia d e l


n eg ro más ve rd o so . Y es q u e sin d u d a lo resp la n d e cien te sólo es v e rd a ­
d e r o d o n d e se re fra c ta e n lo n o c t u r n o ; ta n só lo a h í es g r a n d e , s o la ­
m en te a h í es in ex p resivo , sólo a h í está asexuado y e m p e ro a h í ta n sólo
es de sexualidad su p ra m u n d a n a . Q u ie n así resp la n d e ce es el g e n i o , el
testigo de cada c re a c ió n re a lm e n te e sp iritu a l. E l es q u ie n c o n fir m a y
g a ra n tiza lo asexu al d e su c a rá c te r. E n u n a s o c ie d a d de h o m b re s n o
h abría u n g e n io ^y es que el g e n io vive p o r la existencia d e lo fem enino^
Es verd a d : la ex iste n cia d e lo fe m e n in o ga ran tiza la asexu alid ad de lo
esp iritu al e n el m u n d o . D o n d e u n a o b ra , u n a a cció n , u n p e n sa m ien to
su rg e s in c o n o c e r esta ex iste n c ia , su rg e alg o m a lv a d o , alg o m u e r to .
D o n d e surge a p a r tir d e lo fe m e n in o , es su p e rfic ia l y d é b il y n o a tra ­
viesa la n o c h e . P e ro d o n d e este sab er de lo fe m e n in o im p e ra e n el
m u n d o , en to n ces sí n ace lo p r o p io d el g e n io ^ T o d a r e la c ió n p r o fu n d a
en tre h o m b re y m u je r rep o sa e n el fu n d a m e n to d e esta verd a d era c re ­
atividad y se en cu en tra p o r tan to b ajo el g e n io . P o rq u e es ta n e r ró n e o
in terp re ta r la c o n m o c ió n más ín tim a en tre h o m b re y m u je r en calid ad
de a m o r a p e titiv o q u e , d e to d o s lo s g ra d o s d e ese a m o r ( in c lu id o el
a m o r de h o m b r e y m u je r ) , el m ás p r o f u n d o y g r a n d io s o y e r ó tic a y
m ític a m e n te ta m b ié n el m ás p le n o , ese a m o r q u e casi es r e s p la n d e ­
c ien te (si n o fu era n o c tu rn o ), es sin d u d a el a m o r de dos m ujeresJjA ún
sig u e s ie n d o el m a y o r m is te rio c ó m o la m e r a e x is te n c ia d e la m u je r
g a ra n tiz a la a sex u a lid a d de lo e s p iritu a l. L o s seres h u m a n o s n o h a n
p o d id o re so lv e r esto to d a vía . E l g e n io sigu e s ie n d o p a r a e llo s n o e l

1* V éase tam b ién N ietzsche, La gaya ciencia ^ aforism o ) 3 4 ° . [N- d e B.]


SÓCRATES

in exp resivo , q u e surge de rep e n te de la n o ch e , sin o u n o expresivo q u e


vib ra y se m a n tie n e en tre la lu z.
S ócrates elog ia e n el Banquete el a m o r en tre lo s h o m b re s y lo s jó v e ­
n es co m o m e d io d el e sp íritu c re a d o r 1® 1. A sí, de a cu e rd o con. sus e n se ­
ñ an zas, q u ie n sabe está p r e ñ a d o d e l sa b er, y S ó c ra te s só lo c o n o c e lo
esp iritu al e n tanto q u e saber y q u e v ir tu d . P ero el esp iritu al (a u n q u e tal
vez n o el p ro c re a d o r) es el q u e co n c ib e sin p o r ello q u ed arse p reñ a d o .
Igual q u e p ara el caso de la m u je r la in m a cu la d a c o n c e p c ió n es la id ea
exaltad a d e p u re za , ta m b ié n / la c o n c e p c ió n s in e m b a ra zo es el m ás
h o n d o sig n o esp iritu al q u e co rresp o n d e al g e n io m a scu lin o . Este es u n
resp la n d o r, Sócrates destruye eso ju sta m e n te . L o esp iritu a l d e Sócrates
es algo c o m p letam e n te sexual f]jSu c o n c e p to d e la c o n c e p c ió n esp iritu a l
es el em barazo, y su c o n c e p to de la p ro c re a c ió n esp iritu al consiste en la
d escarga d e l d e se o . E sto d ela ta el m é to d o s o c r á tic o , c o m p le ta m e n te
d ife r e n te d e l p la tó n ic o . E l m é to d o s o c rá tic o n o es p o r ta n to la p r e ­
g u n ta sagrada q u e espera u n a respuesta y cuya reso n an cia e n ella revive;
sin d uda, n o posee, co m o la p regu n ta erótica o cien tífica p u ra , el métho-
dos c o rre sp o n d ie n te a la respuesta, sin o q u e es v io le n to , atrevido e ir ó ­
n ic o , u n m e ro m e d io p ara o b lig a r a h a b la r: sabe m u y b ie n cu ál sea la
respuesta.^ ja p regu n ta socrática im p o n e la respuesta desde fu era , y la va
p e rsig u ie n d o c o m o al ciervo los p e rro s. L a p reg u n ta socrática n u n c a es
d elicada; es tan creativa co m o receptiva, p e r o n u n c a es g e n ia l. A l igu al
que la iro n ía socrática q u e hay e n ella, se trata de u n a e re c c ió n d el saber|
(p erm ítasem e u n a im a g e n ta n te rr ib le p ara algo q u e es ta m b ié n te r r i­
b le ). A través d e l o d io y d e l d eseo , va p e rs ig u ie n d o S ó cra tes el eidos, e
in te n ta o b je tiv a r lo p o r q u e le está n ega d a la v is ió n . ( ¿ S ig n ific a r á el
a m o r p la tó n ic o u n a m o r n o so c rá tic o ? ) A tan te rr ib le d o m in io de las
visiones sexuales e n lo esp iritu al le co rresp o n d e, co m o con secu en cia, la
im p u ra m ezcla im p u esta a estos c o n cep to s e n el sen o de lo n a tu ra l. E l
discurso expuesto e n el Banquete h a b la d e la sem illa y d e l fru to , de p r o ­
c re a c ió n y n a c im ie n to , p e r o s in d istin g u irlo s m u tu a m e n te , e in c lu so
presenta en el o ra d o r esa te rrib le m ezcla d esa stra d o y fa u n o . E n verd ad
q u e Sócrates n o es h u m a n o , e in h u m a n a m e n te (co m o alg u ien q u e en
verd ad n o tie n e id ea d e las cosas hu m an as) avanza su d iscu rso so b re el
eros- P u es así fig u r a n S ócrates y su ero s e n la escala q u e c u b re e l e r o ­
tism o : e l e r o tis m o e n tr e dos m u je re s, e n tre d o s h o m b re s , e n tr e u n

3 3 iid -2 i2 b .
136 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

h o m b re y u n a m u je r , el fantasm a, el d e m o n io y, p o r fin , el g e n io . L a
iró n ic a ju sticia q u e se le h izo a Sócrates era pues la existencia de Jan tipa.^

SOBRE LA EDAD MEDIA119

E n su c a r a c te riz a c ió n d e l e s p íritu m ed iev a l, F r ie d r ic h S c h le g e l ve su


m o m e n to negativo en el p r e d o m in io d e la d ire c c ió n ilim ita d a h a cia lo
a b s o lu t o , q u e se p la sm a e n e l a rte c o m o fa n ta sía a m a n e ra d a , y e n la
filo so fía y la te o lo g ía escolástica co m o u n racio n a lism o q u e es sin du d a
ig u a l d e a m an erad o . E sto h a y q u e e la b o ra rlo u n p o c o m ás a través d el
contraste c o n la d ire cc ió n asiática d el esp íritu . Pues ta m b ién el esp íritu
asiático se c a ra c te riza p o r la in m e r s ió n d esm e d id a de la filo s o fía y la
re lig ió n e n lo a b so lu to . S in em b a rg o , u n ab ism o lo separa d el esp íritu
m ed ieval. Pese a la extrem a gra n d eza d e las fo rm as, al esp íritu asiático
n ad a le p r e o c u p a el o r n a m e n to . S u d ife r e n c ia in t e r io r r e sp e c to d el
esp íritu de la E d a d M e d ia se d eb e ju sta m e n te a q u e el esp íritu asiático
tien e siem p re presen te co m o tre m e n d o c o n te n id o a lo a bso lu to, desde
el cu al d e sp lie g a e l e n te r o le n g u a je d e sus fo r m a s . E l e s p íritu de
O r ie n te d isp o n e de lo s c o n te n id o s reales d e lo ab so lu to , cosa q u e ya se
m u estra e n la t in id a d d e r e lig ió n , filo so fía y arte, y m u y esp ecialm en te
e n la u n id a d de r e lig ió n y v id a j S e h a d ich o m u chas veces q u e la r e li­
g ió n e n la E d a d M e d ia d o m in a b a la vid a . P ero , en p r im e r té rm in o , la
q u e d o m in a b a era la Ekklesía; y, e n seg u n d o té rm in o , en tre el p r in c ip io
d o m in a d o r y el p r in c ip io d o m in a d o siem p re tie n e lu g a r u n a sep a ra ­
ció n . L o m ás característico d el esp íritu de la E d a d M ed ia es q u e su te n ­
d en cia a lo a bso lu to, cu an to m ás rad icalm en te se presenta, es ta n to más
fo r m a l. E l e n o r m e leg a d o m ito ló g ic o d e la A n tig ü e d a d n o se h a p e r ­
d id o to d a v ía , p e r o fa lta la m e d id a d e su f o n d o re a l, q u e d a n d o só lo
im p r e s io n e s d e lo q u e es su p o d e r : el a n illo d e S a lo m ó n , la p ie d ra
filo s o fa l, lo s lib r o s s ib ilin o s . L a id e a fo r m a l de la m ito lo g ía , lo q u e
c o n fie r e p o d e r , lo m á g ic o , está viv o p a ra la E d a d M e d ia ^ P e r o ese
p o d e r e n ella n o p u e d e ser leg ítim o ; la Iglesia h a d estru id o a sus s e ñ o ­
res feu d a les, a lo s dioses. A q u í se da u n o r ig e n d el e sp íritu fo rm a lista
de la ép o ca. Pues la ép oca in te n ta o b te n e r el p o d e r sob re la n atu raleza

I B en jam ín n u nca p u b licó este artículo, que redactaría al parecer e n e l verano de


TRAUERSPIEL Y TR AGED IA 137

d esd ivin izad a rea liza n d o u n r o d e o , h a ce m agia sin t a s e m ito ló g ic a j Y


su rge así u n ^esquem atism o m ágico). C o m p á r e se la p ra xis m ágica de la
A n tig ü e d a d c o n la de la E d a d M e d ia , p o r e je m p lo e n el r e in o d e la
q u ím ica: el en can ta m ie n to de la A n tig ü e d a d em p lea las sustancias d e la
n atu raleza e n b re b a je s y u n g ü e n to s q u e tie n e n u n a r e la c ió n d e te r m i­
n a d a c o n el r e in o m ito ló g ic o de la n a tu r a le z a . E l a lq u im is ta b u s c a ,.
c ie rta m e n te , p o r u n c a m in o m á g ic o , p e r o ¿ q u é b u sc a ? E l o r o . A lg o
a n á lo g o su c e d e c o n el a rte . E l a rte b r o ta , c o n el o r n a m e n to , d e lo
m ític o . E l o rn a m en to asiático está rep leto de m ito lo g ía, m ien tras q u e el
o rn a m e n to g ó tic o se h a vu e lto m á g ic o -ra c io n a l: actúa, sin d u d a, p e ro
s o b re h o m b re s y n o so b re d io ses. L o excelso tie n e p u e s q u e a p a re ce r
c o m o algo elevado, elevad ísim o ; el arte g ó tic o n o s da la q u in ta ese n cia
p r o p ia m e n te m ecá n ica de lo excelso: lo esb elto , lo elevado , lo excelso
p o ten cia lm en te in fin ito . E l p ro g re so a h í es au to m á tico . L a m ism a clase
de ex te rio rid ad p r o fu n d a , an h elan te y desdivin izada se en cu en tra to d a ­
vía e n el estilo p ic tó r ic o d e l p r im e r R e n a cim ie n to de A le m a n ia , co m o
ta m b ié n de S a n d ro B o ttic e lli^ L o am an erad o d e esta fantasía b ro ta d el
fo r m a lis m o j Y a llí d o n d e in ten ta abrirse u n cam in o a lo absolu to, esto
se em p eq u eñ ece en p r o p o rc ió n . A s í co m o el despliegue del estilo gó tico
fu e ta n sólo p o sib le e n la estrechez de las ciudades m edievales, tam b ién
fu e sólo p o sib le b ajo u n a c o n c e p c ió n d e l m u n d o q u e, p o r cu an to res­
p ecta a su escala ab so lu ta, e ra m ás p e q u e ñ a q u e la de la A n tig ü e d a d (y
q u e la n u estra). E n la E d a d M e d ia tardía, la c o n c e p c ió n a n tig u a en' lo
q u e h ace al m u n d o estaba ya o lvid a d a e n g ra n m e d id a , y e n el m u n d o
em p eq u eñ ecid o q u e restaba es d o n d e b ro ta r o n el racio n a lism o escolás­
tico y el a n h e lo autod estru cti vo- que em an a d e l g ó tico .

TRAUERSPIEL Y TR A G ED IA[l1

T al vez, la p r o fu n d a c o m p re n sió n de lo trágico n o deba p a rtir d el arte,


sin o de la h isto ria . O al m en o s hay q u e p re su m ir q u e lo trágico m arca
u n límite d el re in o d el arte, n o m en os q u e del ám bito p r o p io de la h isto ­
ria, E n efe cto , el tie m p o de la h isto ria pasa e n p u n to s d e te rm in a d o s y
sobresalientes de su transcurso al q u e es el tie m p o trágico: a saber, en las

I B en jam ín n u n ca pu b licó este artículo, que al parecer redactó e n el v erano de 1916.


138 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

accion es de los grandes in d iv id u o s. E n tre la grand eza h istó rica y la tra -


g ic id a d existe sin d u d a u n a c o n e x ió n n ecesaria, la cu al, p o r su p u esto ,
n o se p u ed e re d u cir a identidad.¿Es p o sib le d e c ir e n to d o caso que en el
arte la gra n d eza h istó ric a só lo se p u e d e c o n fig u ra r trág ica m en te fjPues
su ced e q u e el tie m p o d e la h isto ria es in fin ito e n cada d ire c c ió n y está
s in c o n s u m a r e n cada in s ta n te . Es d e c ir: n o es líc ito p e n sa r q u e u n
a co n te cim ien to de carácter em p írico ten ga u n a re la c ió n forzosa y n e c e ­
saria c o n la situ ació n te m p o ra l en qu e sucede. E n efecto, para el a c o n ­
tecer em p íric o , el tiem p o sólo es fo rm a , y algo q u e es a ú n m ás im p o r ­
tante: fo rm a sin con su m ar en cu an to tal .¡ Y es q u e el a co n tecim ien to n o
con su m a la naturaleza fo rm a l del tiem p o e n que se en cu en tra . Pues, en
efecto, n o hay q u e pen sar que el tiem p o n o sea sin o la m ed id a e n q u e se
m id e la d u ra c ió n que tien e c u a lq u ie r cam b io m ecá n ico . P o r su puesto,
ese tiem p o es u n a fo rm a relativam ente vacía, cuyo relle n o n o tien e sen ­
tid o p en sa r. Pero¿él tie m p o de la h isto ria es o tra cosa m u y d istin ta del
tiem p o de la m ecán ica. E l tie m p o de la h isto ria d ete rm in a m u ch o más
q u e la p o s ib ilid a d d e ca m b io s esp aciales de m a g n itu d y re g u la rid a d
d e te rm in a d a s (e l cu rso d e las m a n ecilla s d e l r e lo j) d u ra n te cam b io s
espaciales sim u ltá n e o s d e estru ctu ra c o m p le ja . Y sin p recisa r q u é o tra
cosa es la q u e d e te rm in a el tie m p o h is tó ric o , sin d e fin ir su d ife re n c ia
respecto del tiem p o m ecán ico, hay q u e d ecir q u e la fu erza d eterm in an te
de la fo rm a h istó rica d el tiem p o n o p u e d e ser captada p le n a m en te p o r
n in g ú n tip o de a co n te cim ien to em p íric o , n i se recoge ta m p o co p le n a ­
m en te e n n in g ú n aco n tecim ien to em p írico con creto. Ese perfecto a co n ­
tecim ien to desde el p u n to de vista de la h istoria es sin duda más b ie n algo
q u e se h a lla e m p íric a m e n te in d e te r m in a d o , es d e c ir, u n a id ea . Y esta
id ea d e l tie m p o co n su m ad o es ju sta m e n te a q u e llo q u e e n T a lííb lia , en
cuanto idea histórica d o m in a n te en ella, es el tiem p o m esiánico^jAsí, en
to d o caso, la id ea d el tiem p o h istó rico con su m ad o se en cu en tra pensada
al m ism o tiem p o co m o la id ea de u n tiem p o in d ivid u a l. Y esta circu n s­
tancia, que n aturalm en te tran sform a p o r com pleto el sen tid o de la c o n ­
sum ación, es lo que distingue al tiem p o trágico d el tiem p o m esián ico. E l
tiem p o trágico es al tiem p o m esiánico lo que el tiem p o consum ado in d i-
vid u alm en te es al tiem p o d ivin am ente co n su m ad o .
Trauerspiel y traged ia se d istin g u e n p o r su d ife re n te p o s ic ió n ante el
tie m p o h is tó ric o . E n la traged ia a n tigu a, el h é r o e m u e re p o r q u e e n el
tie m p o con su m ad o n o hay n ad ie q u e sea capaz de vivir.^Él h é ro e m u ere
d e in m o rta lid a d . (La m u e rte es u n a in m o rta lid a d iró n ic a , tal es el o r i ­
TRAUERSPIEL Y TR AGED IA r39

gen de la iro n ía trágica. E l o rig e n d e la cu lp a trágica se en c u e n tra exac­


ta m e n te e n id é n tic o á m b ito . Y es q u e la cu lp a trág ica se basa e n ese
tie m p o p r o p io d e l h é r o e trá g ico , q u e q u ed a c o n s u m a d o de m a n era
estricta y p u r a m e n te in d iv id u a l. E se tie m p o q u e es p r o p io d e l h é r o e
trágico , y q u e n o vam os a q u í a d e fin ir (al igu al q u e n o h em o s d e fin id o
tam poco el tiem p o h istó rico ), dibuja co m o c o n m ágico com pás todas las
accion es q u e realiza el h é r o e y, c o n ello , tod a su existencia. S i el en red o
trá g ico se p re se n ta de re p e n te e in c o m p r e n s ib le m e n te y si el m e n o r
traspié se en cam in a a la cu lp a, si el m e n o r e r r o r o ta m b ié n el azar m ás
im p r o b a b le p r o v o c a n la m u e r te , si las p a lab ras d e r e c o n c ilia c ió n , e n
a p a rien cia al alcance de cu alq u iera , n o so n p ro n u n c ia d a s, to d o ello se
d eb e a esa in flu e n c ia p e c u lia r q u e e je rc e el tie m p o d e l h é r o e s o b re el
en tero acon tecer, d ado q u e en el tiem p o con su m ad o to d o cu an to a co n ­
tece es fu n c ió n suya. C asi resulta p a rad ó jica la clarid ad d e esta f u n c ió n
e n el in s ta n te d e la c o m p le ta p a siv id a d d e l h é r o e , c u a n d o ( p o r así
d e c irlo ) el tie m p o trág ico se abre co m o u n a flo r d e cu yo cáliz asciende
el agrio a ro m a q u e em an a l a ir o n ía . P o rq u e n o pocas veces es d u ra n te
las pausas d e descanso to tal (en el su eñ o d el h éro e ) cu an d o se c u m p le la
desdicha de su tiem p o, así co m o , igu a lm en te, el sig n ifica d o d el tiem p o
con su m ad o e n el d estin o trágico sale a la lu z en los m o m e n to s destaca­
d os de p asivid ad : a sab er, e n el a cto de la d e c is ió n trág ica , e n el
m o m e n to reta rd a d o r, e n la catástrofe./La m ed id a trágica de Sh akespe­
are se basa e n la gran d eza c o n q u e d istin gu e y p recisa los diversos esta­
d ios de la tragicid ad e n su c o n d ic ió n d e rep eticio n es de u n tem a. P o r el
c o n tra rio , la trag ed ia an tigu a m u estra u n in c r e m e n to m ás fo r m id a b le
cada vez d e fu erza s trá g ica s^ L o s a n tig u o s c o n o c e n el d e stin o trá g ic o ;
Shakespeare, el h é ro e trágico, la a cció n trágica. C o n razó n G oeth e c o n ­
sidera ro m á n tic o a Shakespeare[z].
D e m o d o q u e la m u erte e n la traged ia es u n a iró n ic a in m o rta lid ad ;
jíró n ica p o r excesiva determ in ación j; la m u e rte trágica está so b re d e te r-
m inad a, y esto es la autén tica exp resió n de la cu lp a d el h é ro e . T al vez iba
H e b b e l p o r el b u e n c a m in o al e n te n d e r la in d iv id u a c ió n e n calid ad de
cu lp a p r im ig e n ia 135; p e ro lo m ás im p o r ta n te es c o n tra q u é a ten ta la
cu lp a de la in d iv id u a c ió n . A s í p u e d e e n te n d e rse la p r e g u n ta p o r la

2 G fr. G o e th e , Shakespeare und tam Ende, en: Werke. Hamburger Ausgabe, vol. X II, p p . 287^
29S*
3 F ried rich H eb bel ( l8 l3 “ l8 6 3 ), Mein Wort überdos Drama, en: Werke, ed. de G , Fricke a l,
M un ich , H anser, 1967, vo l. I ll, p . 545 *
140 ESTUDIOS M ETAFÍSIC05 Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

c o n e x ió n en tre h isto ria y tragicid ad . M as n o se trata de u n a in d iv id u a ­


c ió n q u e haya que e n ten d er en re la c ió n c o n el h o m b re . L a m u erte en el
Trauerspiel, e n c a m b io , n o se basa e n esa d e te rm in a c ió n extrem a q u e el
tie m p o in d iv id u a l le c o n fie r e al a c o n te c e r. P o rq u e n o se trata de u n
fin a l; sin certeza e n la vid a su p e rio r y sin iro n ía , d ich a m u erte es |1GTC(-
p a a is d e to d a vid a e ig áXXo y é v o s .jE l Trauerspiel es e n esto co m p a ra b le
m atem áticam en te a u n a d e las ram as de la h ip é rb o la , cuya otra ram a se
e n c u e n tra e n lo i n f i n i t o . A h í está e n v ig o r la ley p r o p ia de u n a vid a
su p e rio r e n el esp acio lim ita d o de lo q u e es la existen cia te rre n a , y así
tod os actúan hasta el m o m en to en q u e la m u erte p o n e fin a la o b ra para
p r o s e g u ir e n o tr o m u n d o la r e p e tic ió n a m a y o r escala de d ich a o b ra .
P recisa m en te e n esa r e p e tic ió n se fu n d a m e n ta la ley d e l Trauerspiel. Sus
a co n tecim ien to s so n tan sólo co m o m ero s esquem as alegóricos, reflejo s
m etafó rico s de lo q u e es otra ob ra . U n a a la cu al la m u erte n os im pu lsa J
Y es q u e el tie m p o d el Trauerspiel n o está co n su m a d o , a pesar de lo cual,
sin em b argo, es fin ito . N o se trata de u n tie m p o in d iv id u a l, p e ro ta m ­
p o c o d e u n a g e n e ra lid a d h is tó ric a . E l Trauerspiel es p u e s, e n to d o s lo s
sentidos, u n a fo rm a in term e d ia. L a g en era lid a d d e su tie m p o es fantas­
m agórica, n o m ítica. C o n la p e cu lia r n aturaleza esp ecular de la o b ra se
relacion a estrecham ente el h ech o d e q u e el n ú m e ro d e sus actos sea par.
E l ejem p lo d e esto, y de las restantes relacion es pensadas, es el Atareos de
Schlegel, q u e es en gen era l u n o b jeto excelente p ara analizar este tip o de
o b r a 1*1. E l ra n g o y c o n d ic ió n de sus p erso n ajes so n regio s, lo q u e e n el
Trauerspiel n o p u e d e ser d e o tra m an era d ado su sig n ifica d o m eta fó ric o .
E ste tip o de d ra m a se e n n o b le c e ad em ás p o r la d ista n cia q u e p o r
d o q u ie r separa a la im a g e n d e l r e fle jo , a lo s ig n ifica tiv o de lo s ig n ifi­
cad o . C o n ello ,[e l Trauerspiel n o es la im a g e n de u n a vid a su p e rio r, sin o
só lo u n o d e e n tre d os r e fle jo s , y p o r lo m ism o su c o n tin u a c ió n n o es
m en os espectral de lo que él es. L o s m u ertos se con vierten en fantasmas.
E l Trauerspiel agota así artísticam ente la idea h istórica de rep etició n ; y, p o r
lo tanto, abord a u n p ro b le m a d el to d o d iferen te al q u e se p lan tea e n la
traged ia. |La culp a y la gran d eza recla m a n en efecto e n el Trauerspiel m uy
escasa d e te r m in a c ió n (sin s o b r e d e te r m in a c ió n e n a b so lu to ) y u n a
m ayo r exp an sión en cam b io, n o d eb id o a la cu lp a y a la gran d eza, sin o
al rep etirse d e su situación

4 F rie d ric h Sch legel, Alarcos. Ein Trauerspiel, B e rlin , l8 0 2 -


EL SIGNIFICADO D EL LEN G U A JE EN EL TRAUERSPIEL ...

L a ese n cia d e d ic h a r e p e tic ió n te m p o r a l im p lic a el h e c h o de q u e


n in g u n a fo r m a p u e d a r e p o s a r c e r ra d a e n ella . Y así, p o r m ás q u e la
r e la c ió n q u e tie n e la trag ed ia c o n el arte c o n tin ú e sie n d o p r o b le m á ­
tica, a u n q u e la traged ia tal vez sea algo más y algo m en o s q u e u n a fo rm a
artística, se trata e n to d o caso de u n i f o r m a cerrad a. S u carácter te m ­
p o ra l q u ed a agotad o y c o n fig u ra d o e n la fo rm a d ram ática. E l Trauerspie!
e n ca m b io n o se h a lla c e rra d o , y la id e a d e su r e s o lu c ió n ya n o q u ed a
in c lu id a e n el in te r io r d el ám b ito d ram ático JÉ ste es el p u n to en q u e el
análisis d e la fo r m a m u estra la d ife re n cia decisiva en tre el Trauerspiel y la
traged ia. E l resto d el Trauerspiel es ya la m ú sica. D e m o d o qu e^ tal vez, el
Trauerspie! m a rq u e lo q u e es la tr a n s ic ió n desde el tie m p o d ra m á tico al
tie m p o d e la m ú sica, d e igu a l m a n era q u e la trag ed ia m arca la tr a n s i­
c ió n d e l tie m p o h istó ric o al d ram ático ^

EL SIGNIFICADO DEL LENGUAJE


EN EL TRAUERSPIEL Y E N LA TR A G ED IA1,1

L o trágico se basa e n u n a esp ecial leg alid ad d e l le n g u a je h a b la d o en tre


los h o m b re s. E n su virtu d , n o existe la p a n to m im a trágica, c o m o ta m ­
p o co existen la p o esía trágica, n i la n ovela trágica, n i e l a co n te cim ie n to
trág ico . L o trág ico n o sólo existe exclu sivam en te e n el ám b ito d el le n ­
gu aje d ram ático h u m a n o , sin o q u e in c lu so es, o rig in a lm e n te , la ú n ic a
fo r m a p r o p ia d e in t e r lo c u c ió n h u m a n a . Es d e c ir : n o h ay tr a g ic id a d
m ás q u e e n la in te r lo c u c ió n en tre lo s h o m b re s, y n o hay o tra fo r m a de
in te r lo c u c ió n q u e la fo r m a trágica. D e m a n era q u e a llí d o n d e se p r e ­
sen ta u n d ra m a n o tr á g ic o , n o se está d e sp le g a n d o la ley p r o p ia d e l
len g u a je h u m a n o , sin o q u e, sim p lem e n te, u n sen tim ie n to o u n a r e la ­
c ió n aparece en m e d io d e u n con texto lin g ü ístico , aparece en u n c ierto
estadio lin g ü ístico .
E n sus m a n ifestacio n es pu ras, la in te r lo c u c ió n n o es n i lu ctu osa
n i cóm ica, sin o sin d u d a trágica. P o r ta n to , la trag ed ia es la fo r m a d ra ­
m á tica clá sica p u r a ; L o lu c tu o s o n o tie n e su fu e r z a y e x p re s ió n m ás

1 B e n jam ín n u n ca p u b lic ó este a rtícu lo , q u e al p a re ce r red actó d u ran te e l veran o de


i g i 6.
2 La palabra « lu c tu o so » tradu ce traurig, que fo rm a parte de la palabra Trauerspiel, lite ­
ralm en te: « o b r a lu ctu osa te a tra l» , [n, d e l T.]
142 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFIA DE LA HISTORIA

p ro fu n d a s n i en la palab ra d ram ática n i en la p alab ra e n gen eral. C la r o


q u e n o sólo h ay o b ras trágicas, m ás a ú n , la trag ed ia n o es lo m ás lu c ­
tu o so d e l m u n d o ; u n p o e m a , u n relato o u n a vid a p u e d e n se rlo m ás.
£Pues lo lu ctu o so n o es, co m o lo es la tragicid ad , u n a fu erza im p e ra n te,
la ley in e lu cta b le e in d iso lu b le de ó rd en es q u e se resu elven al fin e n la
tragedia, sin o u n sentim ientoT^Entonces, ¿ cu á l es la re la c ió n m etafísica
q u e m a n tie n e este s e n tim ie n to c o n la p a la b ra , c o n el le n g u a je o r a l?
E ste es el e n ig m a m ism o de la tra g ed ia . ¿ Q u é in t e r io r r e la c ió n e n la
esen cia de lo lu ctu o so h a ce a éste salir d e la existen cia d el sen tim ien to
p u r o y pasar así al ám b ito d el o r d e n d el a rte?
D e h e c h o , e n la tra g e d ia , la p a la b ra y lo tr á g ic o b r o t a n al m ism o
tie m p o , de m o d o s im u ltá n e o , e n el m is m o lu g a r. Y es q u e to d o d is ­
curso en la tragedia es trágicam en te d ecisivo. Y la palab ra p u ra es a q u e­
llo q u e es in m e d ia ta m en te trág ico . E l có m o el len gu a je se p u e d e lle n a r
de lo lu ctu oso y ser exp resió n d e lo lu ctu o so vie n e a ser la cu estió n f u n ­
d a m e n ta l d e to d o el Trauerspiel, j u n t o a o tra a n te r io r : ¿ c ó m o p u e d e
e n tra r lo lu ctu o so , e n cu a n to se n tim ie n to , e n el o r d e n lin g ü ístic o del
a rte ? La palab ra q u e actúa de acu erd o co n su p u r o sig n ificad o p o rta n te
se tran sfo rm a e n trágica. L a palabra, e n ta n to q u e p u r o p o rta d o r d e su
sig n ifica d o , es la palab ra p u ra . P ero , ju n t o a ella, hay o tra q u e se tran s­
fo r m a , q u e vira a p a r tir d el lu g a r de su o r ig e n e n d ir e c c ió n a o tro : su
d esem bo cad u ra. L a p alab ra así en tra n sfo rm a c ió n es p r in c ip io lin g ü ís­
tic o q u e in fo r m a el Trauerspiel. E xiste u n a v id a se n tim e n ta l p u r a de la
palab ra en la q u e ésta se p u r ific a para d eja r d e ser so n id o de la n a tu ra ­
leza y con vertirse en so n id o p u r o d e l se n tim ie n to . Para esta palabra, el
len guaje es tan sólo u n estadio de paso e n el ciclo de su tran sfo rm ació n ,
y e n esta p alab ra el Trauerspiel n o s habla.JEI Trauerspiel, p o r tan to, d escrib e
su c a m in o d esd e el s o n id o n a tu r a l, p a sa n d o p o r el la m e n to , hasta
a lca n za r la m ú sic a . Y es q u e e n e l Trauerspiel se d e s c o m p o n e el s o n id o
s in fó n ic a m e n te , lo q u e es al m ism o tie m p o p r in c ip io m u sic a l d e su
le n g u a je y p r in c ip io d ra m á tico d e su d is g r e g a c ió n e n p e rso n a jes^ Es
n atu raleza q u e sólo ascien d e al p u r g a to rio d el le n g u a je p o r m o r d e la
p u reza de sus sen tim ien to s; c o n e l i s i a esencia d e la traged ia m o d e rn a
ya está c o n te n id a en la vieja sabid u ría q u e n o s d ice q u e tod a n atu raleza
em p ieza a q u ejarse e n cu an to le es c o n c e d id o el le n g u a je ] E l Trauerspiel
n o es de n in g ú n m o d o el paso esférico d el se n tim ie n to p o r el m u n d o
p u r o d e las palabras p ara fin a lm e n te d esem b o car e n la m ú sica, e l lu to
lib e r a d o d e l s e n tim ie n to d ich o so , sin o q u e, e n m e d io d e l c a m in o , la
EL SIGNIFICADO D EL LEN G U A JE EN EL TRAUERSPIEL..

n aturaleza se ve traicio n ad a p o r el len gu a je, y ese e n o rm e fr e n o q u e es


el sen tim ien to se co n v ierte en lu to . A s í, c o n el d ob le sen tid o p r o p io de
la p alab ra, c o n su significado, la n atu ra leza q u ed a p aralizad a, y m ien tra s
q u e la C r e a c ió n d ese aría c o n v e r tirs e e n p u re z a , el h o m b r e se q u e d ó
c o n su c o ro n a . Tal es el sign ificad o d el p e rso n a je d el rey e n el Irauerspiel,
y ta l es el s e n tid o d e las g ra n d e s a c c io n e s p o lític a s e n é l. P u e s d ich as
a c c io n e s r e p r e s e n ta n el f r e n o de la n a tu ra le za , c o m o u n fo r m id a b le
estancarse q u e afecta al se n tim ie n to , al q u e e n la p a lab ra d e r e p e n te se
le rep rese n ta u n m u n d o n u e v o , esto es, el m u n d o d e l sig n ifica d o , del
tie m p o h is tó ric o ya sin s e n tim ie n to ; y el rey p o r su p a rte es al m ism o
tiem p o u n ser h u m a n o (u n p ro d u c to de la n aturaleza) y ta m b ién u n rey
(el p o r ta d o r y s ím b o lo d e l s ig n ific a d o ) . Y , al tie m p o , la h is to ria
a d q u ie r e s ig n ific a d o e n el le n g u a je h u m a n o , el c u al se c o n g e la e n el
s ig n ific a d o ; la trag icid a d am enaza, y el h o m b re (la c o ro n a de la C r e a ­
ció n ) sólo es conservado al sen tim ien to c o n v irtié n d o s e e n rey: sím b o lo
e n tanto q u e p o rta d o r de esa c o ro n a . E n tan excelso sím b o lo , la n a tu ­
raleza d el Trauerspiel es só lo u n frag m en to , m ien tras q u e lo lu ctu o so lle n a
e l m u n d o sen sible, e n el q u e n atu raleza y len gu aje se en cu en tra n .
L o s d os p r in c ip io s m etafísico s d e la r e p e tic ió n , q u e se c o m p e n e ­
tr a n e n el Trauerspiel, r e p r e se n ta n su o r d e n m e ta fís ic o : c iclo y r e p e ti­
c ió n , c ír c u lo y d o s. P u e s e l c ír c u lo d e l s e n tim ie n to se c ie r r a e n la
m ú sic a , y el d o s d e la p a la b r a y su s ig n ific a d o d e stru y e la p a z d e l
a n h e lo p r o fu n d o y d ifu n d e el lu to p o r la n atu ra leza. L a in te r re la c ió n
e n tre sig n ifica d o y\son ido se vu elve p a ra el Trauerspiel algo ta n esp ectral
c o m o te r r ib le ; su n a tu r a le z a , p o s e íd a c o m o está p o r e l le n g u a je , se
c o n v ie r te eri b o t ín d e u n s e n tim ie n to i n f i n i t o , tal c o m o su ced e c o n
P o lo n io , q u e al r e fle x io n a r se v u e lv e l o c o 1® 1. M as la o b r a ha de
e n c o n tr a r la r e d e n c ió íi, y p a ra el Trauerspiel el m is te rio r e d e n to r se da
e n la m ú sica; e n el re n a c e r d e l se n tim ie n to e n u n a n atu ra le za s u p ra -
sen so ria l.
E n e fe c to , la n e c e sid a d de r e d e n c ió n c o n fo r m a lo p r o p ia m e n te
teatra l de esta fo r m a artística. P u es c o m p a ra d a c o n la irr e v o c a b ilid a d
p r o p ia d e lo trá g ico , q u e c o n fo rm a u n a ú ltim a rea lid a d d el len g u a je y
su o r d e n , h a y q u e c o n s id e ra r c o m o te a tra l to d a o b ra cu ya a lm a sea el
sen tim ien to (lu ctu o so ). E l Trauerspiel n o se basa e n el len gu a je real, sin o
en la co n scien cia d e la u n id a d d e l len gu aje m ed ia n te el se n tim ie n to , la

3 C fr . Shakespeare, Hatnld, acto II, escena 2*


144 ESTUDIOS METAFÍS1COS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

c u al se d esp lie g a e n la p a la b ra . E n m e d io d e ese d e sp lie g u e , el d es­


o r ie n ta d o s e n tim ie n to p r o n u n c ia la q u e ja de lo lu c tu o s o . P e ro ésta
d e b e d iso lve rse ; s o b r e la base p resu p u esta de a q u e lla u n id a d , pasa al
len gu a je d el sen tim ien to p u r o , es d ecir, a la m úsica. A s í, lo lu ctu o so se
co n ju ra y re d im e a sí m ism o e n el Trauerspiel. Esta te n sió n y so lu c ió n d el
s e n tim ie n to e n su p r o p io á m b ito es te a tr o . E n él, lo lu c tu o s o es tan
sólo u n a n o ta e n la escala d e lo s sen tim ien to s, y p o r ta n to n o hay (p o r
así d ecir) n in g ú n Trauerspiel p u r o , p u es en él se van tu r n a n d o los va ria ­
d os se n tim ie n to s d e lo c ó m ic o , d e lo te rr ib le , de lo h o r r e n d o , etc. E l
estilo, e n el sen tid o de u n id a d pu esta p o r en cim a d e lo s sen tim ien to s,
q ued a reservado a la tragedia. P ero el m u n d o d el Trauerspiel es p articu lar,
y a firm a ta m b ié n su valid ez fr e n te a a q u é lla . Es la sed e d e la a u tén tica
c o n c e p c ió n de la p a lab ra y d e l le n g u a je e n el sen o d e l arte; a h í p esa n
ig u a l las fa cu lta d es d e l le n g u a je y d e l o íd o , hasta q u e, fin a lm e n te , lo
fu n d a m en ta l es el o íd o d el la m e n to , p u es el la m e n to p e rc ib id o y h o n ­
d am en te escuchado se co n v ierte ya e n m ú sica. Y d e este m o d o , d o n d e
e n la tra g e d ia se lev an ta la e te rn a r ig id e z d e la p a la b ra h a b la d a , el
Trauerspiel reco ge la reso n an cia in fin ita de lo q u e es su so n id o .

SOBRE EL LENG UAJE EN CUANTO TA L Y SOBRE E L LENG UAJE DEL HOM BRE*11

T o d a m a n ife sta c ió n de la vid a esp iritu a l h u m a n a p u e d e ser e n te n d id a


e n ta n to q u e u n tip o d e le n g u a je , id e a q u e d e s c u b re p o r d o q u ie r
(a ctu an d o a la m a n era de u n a u té n tic o m é to d o ) p la n tea m ie n to s n u e ­
vos. A sí, se p u e d e h a b la r d e u n len g u a je de la m ú sica y d e la escu ltu ra,
de u n le n g u a je d e la ju s tic ia (q u e n ad a tie n e q u e v e r d e m o d o in m e - .
diato c o n las lenguas en q u e se red actan las sen tencias inglesas o alem a­
n as), o d e u n le n g u a je de la té c n ic a (a lg o q u e n o es lo m is m o q u e el
len g u a je esp ecializad o de lo s té c n ic o s). E n este c o n te x to , « le n g u a je »
sig n ifica el p r in c ip io d irig id o a la c o m u n ic a c ió n de c o n te n id o s e sp iri­
tu ales e n lo s c o rre sp o n d ie n te s o b jeto s: e n la té cn ica o el arte, la r e li­
g ió n o la ju stic ia . E n pocas palabras: tod a c o m u n ic a c ió n d e c o n ten id o s
esp iritu ales es len gu aje, y la c o m u n ic a c ió n p o r la p alab ra n o es sin o u n

I B e n ja m ín n u n ca p u b lic ó este artículo» que al p a recer red actó en n o viem b re de


1916.
SOBRE EL LEN G U A JE EN C U ANTO TAL... 145

caso p a rticu la r, el caso d e la c o m u n ic a c ió n h u m a n a y el de la c o m u n i­


ca c ió n q u e está a su base o q u e se basa e n ella (p o r e je m p lo , la ju stic ia ,
o la p oesía). L a existencia d el len gu aje n o só lo se extien d e p o r to d o s los
ám bitos d e la m a n ifestació n esp iritu al h u m a n a , a la cu al, e n alg ú n se n ­
tid o , el len gu a je siem p re es in h e re n te , sin o q u e se extien d e a to d o s e n
a b s o lu to . A s í, n o hay cosa n i a c o n te c im ie n to q u e p u e d a d arse e n la
n aturaleza, e n la an im ada o e n la in a n im a d a , q u e n o p a rticip e d e algú n
m o d o e n el le n g u a je , p u es a to d o es esen cial c o m u n ic a r su c o n te n id o
e sp iritu a l. U sa d a de este m o d o , la p a la b ra « le n g u a je » n o es n in g u n a
m etáfo ra . P ues se trata e n 'e fe c to d e u n c o n o c im ie n to p le n o , al p u n to
q u e n o p o d e m o s im a g in a rn o s algo q u e n o c o m u n iq u e su ser esp iritu a l
en la e x p re s ió n ; e l m a y o r o m e n o r g r a d o de c o n s c ie n c ia al q u e esa
c o m u n ic a c ió n va e n a p a rien cia (o e n realid ad ) efectivam en te u n id a n o
h a de c a m b ia r el h e c h o d e q u e n o n o s p o d a m o s im a g in a r u n a to ta l
a u se n cia d e l le n g u a je e n alg o e x iste n te . P o r q u e u n a e x is te n c ia q u e
carezca p o r c o m p le to d e re la c ió n c o n el len gu a je es d e h e c h o u n a idea;
p e ro u n a id ea a la cu al n o se le p u e d e sacar n in g ú n p a rtid o n i siq u ie ra
en el á m b ito de las ideas, cuyo p e rím e tro lo m arca la id ea de D io s.
L o c o r r e c to , p o r ta n to , es q u e e m p le a n d o esta te r m in o lo g ía se
con sid era len gu a je a tod a ex p resió n q u e sea u n a c o m u n ic a ció n de c o n ­
te n id o s esp iritu a le s. Y la e x p re s ió n , d e a c u e rd o c o n su ese n cia c o m ­
pleta e in te r io r , só lo p u e d e en ten d erse e n tanto q u e lenguaje-, y au n , p o r
o tra p a rte, p ara c o m p re n d e r a u n ser lin g ü ístico siem p re hay q u e p r e ­
g u n ta r d e q u é ser esp iritu a l es ex p resió n in m ed ia ta . Es d ec ir: la len g u a
a le m a n a , p o r e je m p lo , n o es e x p re s ió n e n a b so lu to d e to d o a q u e llo
q u e p re su n ta m e n te p o d e m o s exp resar mediante ella, sin o q u e ella es la
ex p re sió n in m e d ia ta de to d o c u a n to e n ella se n o s c o m u n ic a . Y d ich o
« s e » M es u n ser esp iritu al. E sto n o s d eja claro q u e el ser esp iritu al qu e
se c o m u n ic a e n el len g u a je n o es el len gu a je m ism o; sin o algo a d istin ­
g u ir r e sp e c to d e él. E n te n d id a c o m o h ip ó te s is , la id e a d e q u e e l ser
esp iritu a l d e u n a cosa co n siste e n su le n g u a je es el g r a n ab ism o e n el
que to d a te o ría d e l len gu a je am enaza c a e r 13'1, y la tarea d e la te o ría d el
len gu aje consiste en m an ten erse sob re él su sp en did a. A sí, la d istin ció n
estab lecid a e n tr e el ser e s p ir itu a l y el ser lin g ü ís tic o a través d e l c u al

2 « S e » tr a d u c e jíc/i, q u e es u n p r o n o m b r e refle x iv o , [n . d e l T .]
3* ¿ O es m ás b ie n la te n ta c ió n d e situ a r la h ip ó te sis a l p r in c ip io lo q u e c o n fo r m a el
a b ism o d e to d o fi l o s o f a r ? [ n . d e B.]
146 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

a q u é l se c o m u n ic a es la d is tin c ió n m ás p r im o r d ia l e n u n a te o r ía d el
le n g u a je , d is t in c ió n q u e es ta n in d u b ita b le q u e la id e n tid a d (a
m e n u d o a firm ad a) e n tre ser esp iritu a l y ser lin g ü ístic o resu lta ser u n a
p a r a d o ja ta n p r o f u n d a c o m o in c o n c e b ib le cu ya e x p r e s ió n se ha
e n c o n t r a d o e n el d o b le s e n tid o d e la p a la b r a X óyoS- S in e m b a rg o ,
d ich a p arad o ja tie n e p o r lo dem ás su s o lu c ió n e n el c e n tro d e la te o ría
d e l le n g u a je , n o d e ja n d o p o r e llo d e s e g u ir s ie n d o u n a p a r a d o ja ; y
u n a ad em ás irr e s o lu b le c u a n d o n o s la e n c o n tra m o s al p r in c ip io .
¿ Q u é c o m u n ic a el le n g u a je ? E l ser esp iritu a l q u e le c o rre sp o n d e .
L o c ru c ia l es sa b e r q u e este se r e s p iritu a l se c o m u n ic a s in d u d a en e l
len g u a je, n o mediante el le n g u a je . P o r ta n to , n o hay u n h a b la n te de las
len g u a s, si p o r tal se e n tie n d e al q u e se c o m u n ic a mediante d ich as l e n ­
g u as. Q u e el ser e s p iritu a l se c o m u n iq u e p u e s e n u n a le n g u a y n o
m ed ia n te u n a len gu a sig n ifica qu e, desd e fu e ra , el ser esp iritu a l n o es
desde lu eg o igual al ser lin g ü ístico . E l ser esp iritu al es ta n só lo id én tico
al lin g ü ístico en la medida e n q u e es c o m u n ic a ble. L o q u e e n u n ser esp i­
ritu a l es co m u n ic a b le es su ser lin g ü ístico . A s í pu es, el len g u a je c o m u ­
n ica el ser lin g ü ístico p r o p io d e cada cosa, m ien tra s q u e su ser e s p iri­
tu a l s ó lo lo c o m u n ic a e n la m e d id a e n q u e está in m e d ia ta m e n te
c o n te n id o e n el ser lin g ü ístico , e n la m ed id a e n q u e es comunicafi/e.
E l le n g u a je c o m u n ic a el ser lin g ü ís tic o de las cosas, y la m ás clara
m a n ifesta ció n de d ich o ser es el m ism o le n g u a je . P o r c o n sig u ien te, la
respuesta a la p re g u n ta «¿que c o m u n ic a el le n g u a je ? » d ice así: «Cada
lenguaje se comunica a sí mismo». P o r e jem p lo , el len gu a je d e esta lám p ara n o
co m u n ica la lám p ara (pues el ser esp iritu a l de la lám p ara, en la m ed id a
e n q u e es comunicable, n o es la lá m p a ra m is m a ), sin o só lo la lá m p a ra -
le n g u a je , la lá m p a ra en la c o m u n ic a c ió n , la lá m p a ra e n la e x p resió n .
D a d o q u e ahí, en el len gu a je, sucede lo sigu iente: etser lingüístico de ias cosas
es su lenguaje. L a c o m p r e n s ió n d e la te o ría d e l len g u a je d e p e n d e d e qu e
d em os a esta frase la clarid ad q u e lo g re d estru ir to d a a p a rien cia de ta u ­
to lo g ía en ella. Y es q u e esa frase n o es ta u to ló g ica , p u es sig n ifica qu e
lo q u e es c o m u n ic a b le en u n ser esp iritu a l es su len g u a je. T o d o se basa
p u e s e n este « e s » (q u e a h í e q u iv a le a « e s in m e d ia ta m e n te » ) . L o
co m u n ica b le en u n ser esp iritu a l n o aparece c o n la m ayo r c la rid a d en su
le n g u a je , c o m o h em o s d ich o e n u n a tr a n s ic ió n , sin o q u e esto q u e es
c o m u n ic a r e es el m ism o le n g u a je d e m o d o in m e d ia to . O m e jo r : el
len g u a je de u n ser esp iritu a l es in m e d ia ta m en te lo q u e en él es c o m u ­
n ic a b le. U n ser esp iritu a l se c o m u n ic a e n lo q u e e n él es co m u n ica b le;
SOBRE EL LEN G U A JE EN C U AN TO TAL... 147

así, to d o le n g u a je se c o m u n ic a a sí m ism o . O , d ic h o c o n m ás ex a cti­


tu d : to d o len g u a je se c o m u n ic a en sí m ism o , d ado q u e él es, e n el s e n ­
tid o m ás p u r o , el « m e d i o » m ism o d e la c o m u n ic a c ió n . L o m e d ia l,
q u e es la inmediatez d e to d a c o m u n ic a c ió n e s p iritu a l, es p u e s e l p r o ­
b le m a fu n d a m e n ta l de la te o ría d e l len gu a je; y si se c o n sid e ra m ágica a
esta p e c u lia r in m e d ia te z , el p r o b le m a p r im ig e n io d e l le n g u a je es su
m agia. C la r o q u e, al m ism o tie m p o , el h a b la r de la m agia d el len g u a je
n o s r e m ite a o tr a cosa: a su i n f i n i t u d . Y ésta tie n e q u e v e r p r e c is a ­
m e n te c o n la in m e d ia te z . P o r q u e , p r e c is a m e n te , h a b id a c u e n ta de
que mediante el le n g u a je n o se c o m u n ic a n ad a , lo q u e se c o m u n ic a en el
len gu a je n o p u e d e ser m e d id o o lim ita d o a p a rtir d e fu era , p o r lo q u e
to d o le n g u a je p o see su ú n ic a e in c o n m e n s u r a b le in f in it u d . Y e s q u e
su ser lin g ü ís tic o , y n o sus c o n te n id o s verb ales, le m arca su lím ite .
E l ser lin g ü ístico d e las cosas es p u es su len g u a je; ap licad a al h o m ­
b re , tal frase n o s d ice: « E l ser lin g ü ístico d el h o m b re es su le n g u a je » .
Es d e c ir, q u e el h o m b re c o m u n ic a su p r o p io ser esp iritu a l, y lo c o m u ­
n ica en su len g u a je. P ero el len g u a je d e l h o m b re h a b la e n las palabras.
Y , p o r lo ta n to , el h o m b re c o m u n ic a su ser esp iritu a l (e n la m ed id a en
q u e sea c o m u n ic a b le ) al darles nombre a las o tra s cosas. ¿ C o n o c e m o s
otros len guajes q u e d e n n o m b re a las cosas? N o se n os re p liq u e q u e n o
c o n o c e m o s sin o el le n g u a je h u m a n o , p u e s eso n o es c ie r to . P e ro n o
c o n o ce m o s o tr o len g u a je denominador q u e el len g u a je h u m a n o ; al id e n ­
tifica r el len gu a je d e n o m in a d o r c o n el le n g u a je e n cu an to tal, la te o ría
del len gu aje se priva d e los c o n o cim ie n to s más p r o fu n d o s. Por tanto, el ser
lingüístico del hombre consiste en que éste da nombre a las cosas.
¿ P a ra q u é d a n o m b r e ? ¿ A q u ié n se c o m u n ic a el ser h u m a n o ?
P ero , ¿es esta p reg u n ta d ife re n te en el caso d e l h o m b re q u e e n e l caso
de otras c o m u n ic a cio n e s, d e o tro s le n g u a je s? ¿ A q u ié n se c o m u n ic a n
la lá m p a ra , la m o n ta ñ a , o b ie n el z o r r o ? L a re sp u e sta d ice : al ser
h u m a n o . E so n o es a n tr o p o m o r fis m o . L a v e rd a d q u e c o n t ie n e esta
respuesta se n o s m uestra e n el c o n o c im ie n to , y tal vez e n el arte. A d e ­
m ás: si la lá m p a ra , la m o n ta ñ a y e l z o r r o n o se c o m u n ic a r a n al ser
h u m a n o , ¿ c ó m o es q u e el h o m b r e les d a ría n o m b r e ? E l h o m b r e , en
efecto, les da n o m b re; él se c o m u n ic a al dar/es n o m b re . P ero , en ton ces,
¿a q u ié n se c o m u n ic a ?
A n te s de re sp o n d e r a esta p reg u n ta, hay q u e ex a m in a r u n a vez m ás
có m o se c o m u n ic a el ser h u m a n o , A l respecto, hay q u e establecer u n a
d ife r e n c ia m u y p r o fu n d a , p la n te a r u n a a lte rn a tiv a a n te la c u a l es
148 ESTUDIOS META FÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

seg u ro q u e la o p in i ó n e s e n c ia lm e n te falsa s o b re e l le n g u a je resu lta


delatada. ¿ C o m u n ic a el h o m b re su ser esp iritu a l mediante esos n o m b res
q u e o to rg a a las cosas?, ¿ o c o m u n ic a en e llo s? E n la p arad o ja de dich a
p reg u n ta está su respuesta. Q u ie n crea q u e el h o m b re c o m u n ic a su ser
esp iritu a l mediante lo s n o m b res n o p u e d e e n m o d o a lg u n o su p o n e r que
es su ser e s p iritu a l lo q u e él c o m u n ic a , p u es eso n o su ced e m e d ia n te
n o m b re s d e cosas, m ed ia n te palabras m ed ia n te las cuales designa a u n a
co sa . T e n d r á q u e s u p o n e r q u e e l se r h u m a n o c o m u n ic a u n a co sa a
otras p e rso n a s, d ado q u e eso su ced e m e d ia n te la p a lab ra m e d ia n te la
c u a l y o d e sig n o a u n a cosa. E sta es la c o n c e p c ió n b u rg u e s a d e l l e n ­
g u aje, cuya in so ste n ib ilid a d y va cu id ad irá q u e d a n d o clara a c o n tin u a ­
c ió n . D e a c u e rd o c o n ella , el in s tr u m e n to d e la c o m u n ic a c ió n es la
palab ra; su o b je to es la cosa; su d estin a tario es u n ser h u m a n o . P o r el
c o n tra rio , la o tra c o n c e p c ió n d el len g u a je n o c o n o ce in s tru m e n to , n o
c o n o c e o b je to n i d e s tin a ta r io d e la c o m u n ic a c ió n . D e a c u e rd o c o n
ella , en el nombre e! ser espiritual del ser humano se comunica a Dios.
Y es q u e , e n e l á m b ito d e l le n g u a je , el n o m b r e s ó lo tie n e este
sen tid o y este sig n ifica d o in c o m p a ra b le m e n te e le v a d o : el n o m b r e es la
e se n c ia m ás i n t e r io r d e l le n g u a je . E l n o m b r e es a q u e llo mediante lo
c u al n ad a m ás se c o m u n ic a , y en lo cu al el le n g u a je a b so lu ta m e n te se
c o m u n ic a a sí m ism o . E l ser esp iritu a l q u e se c o m u n ic a en el n o m b r e
es p u es el le n g u a je . E l n o m b r e só lo existe d o n d e el ser e sp iritu a l, en
su c o m u n ic a c ió n , es el le n g u a je m ism o to m a d o e n su abso lu ta to ta li­
dad, y a h í existe so la m en te el n o m b r e . A s í pu es, el n o m b r e , e n cu an to
p a tr im o n io d e l le n g u a je h u m a n o , ga ran tiza que el lenguaje en cuanto tal es
el ser esp iritu a l d e l h o m b re ; y só lo p o r eso el ser e sp iritu a l d el h o m ­
b r e es el ú n ic o de lo s seres esp iritu a les q u e es c o m u n ic a b le p o r c o m ­
p le to . E sto fu n d a m e n ta la d ife r e n c ia d e l le n g u a je h u m a n o resp e cto
d e l le n g u a je d e las cosas. C o m o el se r e s p ir itu a l d e l h o m b r e es el
m ism o le n g u a je , el h o m b re n o se p u e d e c o m u n ic a r m e d ia n te e l l e n ­
g u a je , s in o só lo e n é l. E l n ú c le o de esta to ta lid a d in te n s iv a d e l l e n ­
gu aje, e n ta n to q u e ser esp iritu a l d el h o m b re , es ju sta m e n te el norn^
b r e . E l h o m b r e es el q u e da n o m b r e ; esto n o s p e r m ite c o m p r e n d e r
q u e desde él h a b la el le n g u a je p u r o . T o d a la n atu raleza, e n la m ed id a
e n q u e se co m u n ic a , se c o m u n ic a sin d u d a e n e lle n g u a je , e n el h o m ­
b re e n ú ltim a in sta n c ia . P o r eso , el h o m b r e es el s e ñ o r de la n a tu r a ­
leza, y p o r eso p u e d e d ar n o m b re a las cosas. S ó lo m ed ia n te el ser l i n ­
g ü ís tic o d e las cosas, lle g a e l h o m b r e a c o n o c e r la s a p a r t ir d e sí
SOBRE EL LEN G U A JE EN CUANTO TAL... 149

m ism o : a sab er, e n el n o m b r e . L a C r e a c ió n d e D io s q u ed a co m p le ta


al r e c ib ir las cosas su n o m b r e d e l h o m b re , d esd e e l cu a l, e n el n o m ­
b re , só lo h a b la el le n g u a je . Se p u e d e p o r lo ta n to c a lific a r al n o m b r e
d e len g u a je d el len g u a je (si el ge n itiv o n o in d ic a la r e la c ió n de in s tr u ­
m e n to , s in o la de m e d io ) , y e n este s e n tid o el ser h u m a n o , ya q u e
h a b la e n e l n o m b r e , es ta m b ié n e l h a b la n te d e l le n g u a je , su ú n ic o
h a b la n te. A l d esig n a r hablante al ser h u m a n o (de a cu e rd o c o n la B ib lia ,
p o r e je m p lo , el q u e h a b la es c la ra m e n te el q u e d a n o m b re s: « to d o s
lo s seres viv o s llevarían el nombre q u e el h o m b r e les d i e r a » ) 141, m u ch a s
len gu as in c lu y e n este c o n o c im ie n to m eta físico .
P ero el n o m b r e n o es sólo la ex clam a ció n ú ltim a , sin o la au tén tica
llam ad a d el len gu a je. D e este m o d o , e n el n o m b re aparece la ley ese n ­
cial d el len gu a je, de a cu e rd o c o n la cu al h ab lar de u n o m ism o y h ablar
de lo dem ás serán lo m ism o . E l len gu aje, y e n él u n ser esp iritu al, sola ­
m en te se expresa p u ra m en te d o n d e habla e n el n o m b re , e n la d e n o m i­
n a c ió n u n iv e rsa l. D e este m o d o c u lm in a n e n el n ó m b r e l a to ta lid a d
intensiva d el len gu aje, en calidad de ser espiritual absolutam ente c o m u ­
n icab le, y la totalid ad extensiva d el len gu a je, e n calidad de ser c o m u n i­
cante u n iversalm en te (d e n o m in a d o r ). D e a cu erd o c o n su ser c o m u n i­
can te, de a c u e rd o p u e s c o n su u n iv e rsa lid a d , el le n g u a je es sin d u d a
im p e rfe c to d o n d e el ser esp iritu a l q u e h a b la desde él n o es e n to d a su
estru ctu ra u n ser lin g ü ístico , es d e c ir, u n ser c o m u n ic a b le . E n efecto,
sólo el ser humano tiene el lenguaje perfecto de acuerdo con la universalidadj/ la intensidad
A l a vista d e tal c o n o c im ie n to , es p o sib le sin rie sg o de c o n fu s ió n
fo r m u la r a q u í u n a p re g u n ta q u e, in c lu so p o se y e n d o la m a yo r im p o r ­
ta n c ia m eta física , p o r a h o ra s ó lo p o d e m o s p la n te a r e n su c o n d ic ió n
te rm in o ló g ic a : d esd e el p u n to d e vista d e la te o ría d e l le n g u a je , ¿h ay
q u e c o n sid e ra r lin g ü ístic o n o sólo al ser esp iritu a l d el h o m b re (lo cual
es n e c e s a r io ), sin o ig u a lm e n te al d e las co sa s?, ¿ h a y q u e c o n s id e ra r
c o m o lin g ü ís tic o al s e r e s p ir itu a l e n c u a n to ta l? E n e fe c to , si el ser
esp iritu a l resulta ser id é n tic o al lin g ü ís tic o , la cosa, de a cu e rd o c o n su
ser esp iritu a l, será el m e d io de la c o m u n ic a c ió n , y lo q u e se c o m u n ic a
a h í, e n ella (e n c o n fo r m id a d c o n la r e la c ió n m e d ia l) , es este m e d io

4 G én esis 2.: 19. La cursiva es de B en jam ín . [Las citas en españ ol d el texto d el Génesis
se basan en la tra d u cció n de J u a n G u ille n y J o a q u ín M en ch é n (La Gasa de la B ib lia,
19 9 2 ). B en jam ín cita e n alem án un a versión ligeram en te m o d ern izad a de la tra d u c­
ció n de L u te ro . (n . d e lT - )]
i5o ESTUD IOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

m ism o , es el le n g u a je . E n to n c e s se c o n c lu y e q u e el le n g u a je resu lta


ser el ser esp iritu a l de las cosas. D e m a n era q u e el ser esp iritu a l q u ed a
p u e sto d e a n te m a n o c o m o c o m u n ic a b le , o m ás b ie n q u ed a p u e sto en
la c o m u n ic a b ilid a d , y la tesis de q u e « e l ser lin g ü ís tic o de las cosas es
id é n tic o a su ser e sp iritu a l e n la m e d id a e n q u e éste es c o m u n ic a b le »
se c o n v ie r te e n u n a ta u to lo g ía c o n las p a la b ra s « e n la m e d id a e n
q u e » . N o hay pues contenido del lenguaje; en efecto, en cuanto comunicación, el len­
guaje comunica un ser espiritual, una comunicabilidad en cuanto tal. Las d iferen cia s
de las len gu as so n d iferen cia s de m e d io s, lo s cuales se d ife re n c ia n a su
vez p o r su d e n s id a d , g r a d u a lm e n te ; y esto e n e l d o b le s e n tid o d e la
d e n s id a d d e lo c o m u n ic a n te ( d e n o m in a d o r ) y la d e n s id a d d e lo
c o m u n ic a b le (n o m b r e ) p re c isa m e n te e n la c o m u n ic a c ió n . N a tu r a l­
m e n te , estas d os esferas, las cuales so la m en te e n el le n g u a je d e n o m ­
b re s, q u e es el d e l ser h u m a n o , c o n s titu y e n esferas sep arad as p e ro al
m ism o tie m p o u n ifica d a s, se c o rr e s p o n d e n ta m b ié n co n sta n te m e n te.
L a e q u ip a ra c ió n com p a ra tiva d e l ser e sp iritu a l c o n el lin g ü ís tic o ,
q u e só lo c o n o c e d ife r e n c ia s g ra d u a le s, tie n e sin d u d a c o m o c o n s e ­
c u e n c ia p a ra la m etafísica d el le n g u a je la g ra d a c ió n d e l ser esp iritu a l.
D ic h a g ra d a c ió n , q u e tie n e lu g a r en el in t e r io r m ism o d el ser e s p ir i­
tu a l, n o p u e d e su b su m irs e b a jo u n a c a te g o ría s u p e r io r , p o r lo q u e
c o n d u c e a la g r a d a c ió n d e to d o s lo s seres e s p iritu a le s y lin g ü ís tic o s
desd e el p u n to d e vista de la existen cia o d el ser, cosa a la q u e la e sc o ­
lástica ya estaba aco stu m brad a e n r e la c ió n c o n los seres esp iritu ales. La
e q u ip a r a c ió n d e l se r e s p iritu a l c o n el ser lin g ü ís tic o es ta n relev a n te
m e ta físic a m e n te p a ra la te o r ía d e l le n g u a je p o r q u e c o n d u c e al c o n ­
cepto q u e u n a y o tra vez se h a elevado c o m o p o r sí m ism o en el c en tro
d e la filo so fía d e l len g u a je y q u e h a c o n fo rm a d o la m ás estrecha c o n e ­
x ió n d e d ich a filo so fía c o n la filo so fía de la r e lig ió n . N o s estam os r e f i­
r ie n d o c o n ello al co n c e p to d e reve la ció n . D e n tr o de to d a c o n fig u r a ­
c ió n lin g ü ís tic a im p e r a el a n ta g o n ism o d e d ic h o y d e c ib le c o n
in d e c ib le y n o d ic h o . A l o b servar este a n ta g o n ism o , e n la p ersp ectiva
de lo in d e c ib le p u e d e verse al m ism o tie m p o el ú ltim o ser esp iritu a l.
A h o r a b ie n , está claro q u e e n la e q u ip a ra c ió n d e l ser esp iritu a l c o n el
se r lin g ü ístic o esta r e la c ió n d e p r o p o r c io n a lid a d inversa e n tre am bos
q u ed a puesta en cu estió n . P u es la tesis n o s d ice q u e, cu an to más p r o ­
fu n d o (o m ás rea l y existente) ven ga a ser el esp íritu , tanto m ás d ecib le
y d ic h o es; d e ig u a l fo r m a , esta e q u ip a r a c ió n ex ig e h a c e r c o m p le ta ­
m e n te u n ív o c a la r e la c ió n e n tre e s p íritu y le n g u a je , d e m o d o q u e la
SOBRE EL LEN G U A JE EN CU ANTO TAL...

ex p resió n m ás existente (es d e c ir, m ás fijad a) lin g ü ística m en te ven g a a


ser a su vez lo lin g ü ís tic a m e n te m ás in a m o v ib le y ex p resiv o ; e n p o cas
p alabras: lo m ás d ich o es al tie m p o lo p u ra m e n te e sp iritu a l. A esto se
r e fie re el c o n c e p to de reve la ció n cu an d o establece la in ta n g ib ilid a d de
la p a lab ra c o m o c o n d ic ió n y característica ú n ic a y su ficien te de la d iv i­
n id a d d e l ser esp iritu a l q u e está h a b la n d o e n ella . E l su p rem o á m b ito
e sp iritu a l d e la r e lig ió n es (e n el c o n c e p to d e revela ció n ) así, al m ism o
tie m p o , el ú n ic o á m b ito q u e e n n a d a c o n o c e lo in d e c ib le . D e él se
h a b la en el n o m b r e , y él m ism o se expresa p re c isa m e n te e n ta n to que
revelación . A q u í se n o s a n u n cia q u e sólo el ser esp iritu a l su p rem o , tal
c o m o a p a re ce e n la r e lig ió n , r e p o sa p u r a m e n te s o b r e el h o m b r e y
s o b r e el le n g u a je q u e hay e n él, m ie n tra s q u e to d o a rte ( in c lu id a la
poesía) n o reposa sin d u d a e n el n ú cle o ú ltim o d e l esp íritu lin g ü ístico ,
sin o e n el esp íritu lin g ü ístico ya co sifica d o , a u n q u e b e llís im o . «E l len­
guaje, que es madre d e la revelación y la ra z ó n , su A y £2» , d ice H a m a n n [sl.
E l len gu aje m ism o n o está en tera m en te expresado e n las cosas. Esta
frase tien e u n d o b le sen tid o de a cu erd o al sig n ifica d o fig u ra d o y al sig­
n ific a d o sen sorial: lo s len gu a jes p r o p io s de las cosas so n im p e rfe c to s,
m u d o s, Y es q u e a las cosas les está n ega d o el p r in c ip io fo rm a l lin g ü ís ­
tico p u r o , a saber: el so n id o . Y sólo p u e d e n co m u n ica rse m u tu a m en te
m e d ia n te u n a c o m u n id a d m ás o m e n o s m a te ria l; c o m u n id a d in m e ­
d iata e in fin ita , c o m o la d e to d a c o m u n ic a c ió n lin g ü ís tic a ; e ig u a l­
m en te m ágica (ta m b ién existe la m agia e n la m a teria). L o in c o m p a r a ­
b le d e l le n g u a je h u m a n o es p u e s q u e su m á g ica c o m u n id a d c o n las
cosas es u n a c o m u n id a d in m a teria l, p u ra m e n te esp iritu al; y el sím b o lo
d e e llo es el s o n id o . E ste h e c h o s im b ó lic o lo m a n ifie s ta la B ib lia
cu an d o d ice q u e D io s le in s u fló al h o m b re el h á lit o !6!: eso es sin du d a
al m ism o tie m p o vid a, y esp íritu , y len g u a je.
S i a c o n tin u a c ió n an a liza m o s la esen cia d e l le n g u a je s o b re la base
d e lo s p r im e r o s c a p ítu lo s d e l G é n e s is , n o es p o r q u e a b r ig u e m o s la
in te n c ió n de ex p o n e r u n a n ueva p o sib le in te rp re ta c ió n de la B ib lia , n i
p o n d r e m o s ta m p o c o a la b ase d e la r e fle x ió n la B ib lia e n c a lid a d d e
verd ad revelada, sin o q u e p re te n d e m o s in vestigar q u é es lo q u e se d es­
p r e n d e d e l texto b íb lic o e n r e la c ió n c o n la n atu ra leza d e l le n g u a je ; y,

5 C a rta de J o h a n n G e o rg H am an n a F rie d rich H e in ric h Jacob i d el 18 de octu b re de


I 7&5 * [H am an n (17 3 0 -17 8 8 ) pu ed e d ecir q u e el len gu aje es m adre, p o rq u e la pala­
b ra que e n alem án co rresp on d e a « le n g u a je ^ (Sprache) es fem en in a, (n . d el T .)]
6 G én esis 2 : 7 * E n h e b reo , « h á lito ^ es néfes.
152 ESTUDIOS M ETAFiSICOS ¥ DE FILOSOFIA DE LA HISTORIA

enprimera instancia, la B ib lia só lo n o s es in su stitu ib le p ara dich a in te n c ió n


e n tanto q u e este análisis le sigu e cu an d o p re su p o n e q u e el len g u a je es
rea lid a d ú ltim a , in e x p lica b le y m ística, so la m en te accesib le e n su d es­
p lieg u e. A l co n sid e ra rse a sí m ism a reve la ció n , la B ib lia d eb e d e sa rro ­
lla r n ecesa ria m en te los h e ch o s lin g ü ístico s b ásicos. L a segu n d a versión,
de la h isto ria d e la C re a c ió n , la q u e n o s h abla d el in su fla r el h á lito , nos
c u e n ta a l m is m o tie m p o q u e e l h o m b re fu e h e c h o a p a r tir de la tie -
r r a [í). É ste es e l ú n ic o pasaje e n to d a la h is to r ia d e la C r e a c ió n q u e
h a b la d e u n m a te r ia l e n el q u e el C r e a d o r exp resa e fe c tiv a m e n te su
vo lu n ta d , la cu al es pen sad a e n los dem ás pasajes e n tanto q u e crean d o
de m o d o in m e d ia to . E n esta segu n d a h is to ria de la C re a c ió n , el h o m ­
b re n o fu e cread o m ed ia n te la p a lab ra ( « d ijo D io s » , y eso s u c e d ió )181,
sin o q u e a este h o m b re , n o cread o a p a r tir de la palab ra, se le co n ced e
ah ora ju sta m e n te el don d el len gu a je, c o n lo cu al se eleva p o r en cim a de
la n atu raleza.
Esta p e c u lia r r e v o lu c ió n d e l a cto c r e a d o r c u a n d o se d ir ig e al ser
h u m a n o n o se p rese n ta c o n m e n o s cla rid a d e n la p r im e r a h isto ria de
la C r e a c ió n , y, e n u n c o n te x to c o m p le ta m e n te d ife r e n te , ese a cto
g a ra n tiza c o n ig u a l firm e z a la esp e c ia l c o n e x ió n e sta b le c id a e n tr e e l
se r h u m a n o y el le n g u a je a p a r t ir d e l a cto d e c r e a c ió n . E l v a r ia d o
r itm o de lo s actos de c re a c ió n q u e se d e s c rib e n e n el p r im e r cap ítu lo
c o n s ie n te e n u n a e s p e c ie d e fo r m a fu n d a m e n ta l d e la q u e s ó lo se
a p a rta s ig n ific a tiv a m e n te e l a cto e n q u e se crea al h o m b r e . C i e r t a ­
m e n te , n i e n el ser h u m a n o n i e n la n a tu ra le z a se tra ta de u n a r e la ­
c ió n ex p líc ita c o n el m a te ria l d e l cu al f u e r o n cread os; y a q u í te n em o s
q u e d eja r d e la d o la c u e stió n d e si c o n las p alab ras q u e n o s d ic e n « é l
h i z o » [sI se está p e n sa n d o en u n a c re a c ió n h ech a a p a rtir d e la m ateria.
P e ro el r it m o d e a c u e r d o c o n e l c u a l tie n e lu g a r la c r e a c ió n d e la
n a tu ra le z a (se g ú n G é n e s is i ) es e l s ig u ie n te : Q u e e x is t a ...; E l h iz o
( c r e ó ) ; E l ll a m ó [l0]. E n a lg u n o s a cto s d e c r e a c ió n ( i: 3 y 1 4 ) fig u r a
so la m en te ese « Q u e e x is ta ...» . P ero , en su c o n ju n to , en las p alab ras
q u e n o s d ic e n « Q u e e x is ta ...» y « E l lla m ó » , al c o m ie n z o y al fin de
cada a cto , va a p a re cien d o cada vez la p r o fu n d a y clara r e lá c ió n d e l acto

7 Ibid E n h ebreo, « tie r ra » se d ice aAamah, de d on d e p ro ced e Adam, « A d á n » .


8 G én esis I: 3, 6 , 9 , 1 1 ,1 4 , 2 0 , 2 6 .
9 G énesis I: 7 . l6> 25 -
10 E i verb o « c re a r» figura e n G énesis I: 2 1, 7; e l v erb o llamar'-'-', en G én esis I: 5 i
8 , IO .
SOBRE EL LEN G U A JE EN CUANTO TAL... 153

c r e a d o r c o n e l le n g u a je . E l a cto c r e a d o r c o m ie n z a d e h e c h o c o n la
o m n ip o te n c ia c re a d o ra d e l le n g u a je , y al fin a l el le n g u a je se a n e x io n a
(p o r así d e c ir) lo c re a d o , a saber, le da n o m b r e . A s í p u e s, e l le n g u a je
es c re a d o r y c o n s u m a d o r, es p a lab ra y n o m b r e . E n D io s el n o m b r e es
c re a d o r p o r q u e es p a lab ra, y la p a la b ra de D io s es a su vez c o n o c e d o ra
sin d u d a p o rq u e es n o m b r e . « V io e n to n ces D io s cu a n to h ab ía h e c h o ,
y to d o e ra m u y b u e n o » 1“ 1, es d e c ir : D io s lo c o n o c ió m e d ia n te el
n o m b r e . Y esto es así p o r q u e la r e la c ió n a b so lu ta d e l n o m b r e c o n el
c o n o c im ie n to ta n só lo se da e n D io s; ta n sólo a h í el n o m b r e (q u e en
su in t e r io r es id é n tic o co m o tal a la p a lab ra cre a d o ra ) es m e d io p u r o
d e l c o n o c im ie n to . Es d e c ir , q u e D io s h iz o las cosas c o m o c o g n o s c i­
b les e n sus n o m b re s. Y el h o m b re p o r su p a rte les da n o m b r e e n v ir ­
tu d d e l c o n o c im ie n to .
E n la c re a c ió n d el ser h u m a n o , el r itm o trip le de la c re a c ió n de la
n atu ra leza h a d eja d o a h o ra su lu g a r a u n o r d e n c o m p le ta m e n te d ife ­
r e n te . P o r lo ta n to , en ella e l le n g u a je tie n e p o r su p a rte ta m b ié n u n
sig n ifica d o m u y d iv e rso ; la tríad a d e l acto se Conserva aqu í, p e ro e n el
p a ra le lism o la d ista n cia se m a n ifiesta c o n m a yo r fu erza in c lu so : e n el
trip le « E l c r e ó » q u e n o s p resen ta el versícu lo 1: 27 - D io s n o creó p u es
al ser h u m a n o e n a b so lu to a p a rtir de la palab ra, y adem ás ta m p o c o le
d io n o m b r e . Y eso p o r q u e n o q u is o s u b o r d in a r lo al le n g u a je , s in o
q ue, e n el h o m b re , d esp legó el len gu a je lib re m e n te , el m ism o q u e a él
le h a b ía se rv id o c o m o m e d io d e la C r e a c ió n . D io s al f i n d esca n só
cu an d o , e n el h o m b re , a b a n d o n ó lo creativo a sí m ism o . A sí, lo crea­
tiv o , d e sp ro v isto d e lo q u e fu e su a ctu a lid a d d iv in a , se c o n v ir tió e n
c o n o c im ie n to . E l h o m b re es así el c o n o c e d o r d e ese m ism o le n g u a je
en el cu al D io s es C r e a d o r . D io s cre ó a l h o m b r e a su im ag en , cre ó al
c o n o c e d o r a la im a g e n d e l c re a d o r . D e a h í q u e h aya q u e e x p lic a r la
frase « E l ser esp iritu a l d e l h o m b re es el len gu aje*» . S u ser esp iritu a l es
el len gu aje e n q u e tuvo lu g a r la C re a c ió n . Esta tuvo lu g a r en la palabra,
y el ser lin g ü ístico de D io s es la p alab ra. T o d o h u m a n o len gu a je es tan
sólo re fle jo , el de la palabra en el n o m b re . P ero el n o m b re n o alcanza a
la palabra, d e l m ism o m o d o q u e el c o n o c im ie n to n o alcanza a la cre a ­
c ió n . L a in fin itu d d e l len gu a je h u m a n o es siem p re lim ita d a y a n alítica
si se co m p a ra c o n la in fin itu d absoluta, ilim ita d a y cread ora q u e carac­
teriza la palab ra de D io s.

II G én esis I: 31,
154 ESTUDIOS M ETA FÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

E l m ás h o n d o re fle jo de la palab ra d ivin a y el p u n to e n q u e el le n ­


gu aje de lo s h o m b re s o b tie n e la m ás estrecha p a rtic ip a c ió n en la d ivin a
in fin itu d d e la m e ra palab ra, ese p u n to e n q u e el len g u a je h u m a n o n o
p u e d e e n c u a n to tal n o c o n v e r tirs e e n p a la b r a f in it a y e n c o n o c i ­
m ie n to , es p r e c is a m e n te el n o m b r e h u m a n o . L a te o r ía c o r r e s p o n ­
d ie n te al n o m b r e p r o p io es ta m b ié n la d e l lím ite d e l le n g u a je fin it o
fre n te al in fin ito . D e to d o s lo s seres, el ser h u m a n o es el ú n ic o q u e da
n o m b r e a sus se m e ja n te s, y ta m b ié n el ú n ic o al q u e n o le h a d a d o
n o m b r e D io s . T a l vez sea a tre v id o , p e r o n o im p o s ib le , m e n c io n a r la
se g u n d a p a rte d e l v e rs íc u lo 2 : 20 e n este c o n te x to : el h o m b r e d io
n o m b re a to d o s los seres, « pero p ara el h o m b re n in g u n a ayu d ad ora fu e
e n co n tra d a, para q u e estuviera e n to r n o a é l » 1,21. A d á n le da n o m b r e a
su m u je r e n c u a n to la re c ib e (la lla m a Varona e n el c a p ítu lo seg u n d o ;
Eva en el tercero)*13*. C o n la im p o s ic ió n de d ich o n o m b r e , lo s pad res
co n sag ra n sus h ijo s a D io s; e n te n d id o e n se n tid o m eta físic o , p e r o n o
e t im o ló g ic o , al n o m b r e q u e lo s p a d re s así im p o n e n n o c o r r e s p o n d e
c o n o c im ie n to a lg u n o , al ig u a l q u e lo s p a d re s d a n u n n o m b r e a lo s
n iñ o s q u e acaban de n acer. T o m a d o strido sensu, n in g u n a p e rso n a d e b e ­
ría c o rr e s p o n d e r al n o m b r e { c o n fo rm e a su sig n ifica d o e tim o ló g ic o ),
d a d o q u e el n o m b r e p r o p io es p a la b ra d e D io s e n s o n id o s h u m a n o s.
C o n él se garan tiza a cada p e rso n a el h e c h o de q u e h a sid o creada p o r
D io s , y, en este sen tid o , el n o m b r e es sin d u d a c re a d o r, seg ú n lo dice
la sabid uría m ito ló g ica c o n la id ea (q u e n o se en cu en tra pocas veces) de
q u e el n o m b re ya es el d estin o de u n a p e r s o n a 1,11. A sí, el n o m b re p r o ­
p io es la c o m u n id a d d e l ser h u m a n o c o n la d iv in a p a la b ra creadora de
D io s . (P e ro ésta n o es la ú n ic a c o m u n id a d , sin o q u e e l ser h u m a n o
a ú n c o n o c e o tra c o m u n id a d lin g ü ís tic a c o n la p a la b ra de D io s .)
M e d ia n te la palabra, el ser h u m a n o se en cu en tra co n e ctad o c o n lo que
es el len g u a je d e las cosas. D a d o q u e la p a lab ra h u m a n a es el n o m b r e
m ism o d e las cosas, n o p o d r á p u e s r e a p a re c e r la id e a ( p r o p ia de la
c o n c e p c ió n b u rg u esa d e l len g u a je) de q u e la p a lab ra sólo gu a rd a u n a
re la c ió n accid en tal c o n la cosa, de que la palabra es signo de las cosas (o
q u e es u n signo de su c o n o cim ie n to ) q u e se estableció p o r c o n v en ció n .
E l len g u a je n o da n u n c a meros signos. P ero el rech azo de la te o ría b u r ­

12 L a cursiva es de B en jam ín .
13 G én esis 2: 23 [en k eb reo , « va ro n a » es f$aht versió n fem en in a de ís, « v a ró n » ] y
G én esis 3: 2 0 [p o r su parte, .hawwok sign ifica algo así co m o « v id a » ],
14- E n latín: nomen esí ornen. [N. d ei T*]
SOBRE EL LEN G U A JE EN CUANTO TAL.., 155

gu esa d e l le n g u a je m e d ia n te la te o r ía m ística d e l le n g u a je sin d u d a es


eq u ívo co . D e a cu e rd o c o n ésta, la p a lab ra es la esencia de la cosa, algo
que es in c o rre cto p o rq u e la cosa n o tien e n in g u n a palab ra, h a b ién d o se
cread o a p a r tir ju sta m en te de la p a lab ra de D io s y sien d o e n su n o m b re
c o n o c id a s e g ú n p a la b ra h u m a n a . E ste c o n o c im ie n to de la cosa n o es
c re a c ió n e sp o n tá n e a ; n o su ced e a p a r tir d el le n g u a je de fo r m a i li m i ­
tada e in fin ita , c o m o é l sí su ced e; s in o q u e el n o m b r e q u e el h o m b re
da a la cosa se basa e n c ó m o ella se c o m u n ic a al h o m b re . A s í pu es, en el
n o m b r e , la p a lab ra d ivin a ya n o sigu e cre a n d o ; co n c ib e p a rcia lm e n te,
p e ro sólo al le n g u a je . D e m a n era q u e esta c o n c e p c ió n se d irig e al le n ­
guaje de las cosas, a p a rtir de las cuales la palab ra d ivin a resp lan d ece e n
la m agia m u d a de la n atu raleza.
P ara la c o n e x ió n de c o n c e p c ió n y esp on tan eid ad , q u e de esta ú n ic a
m a n era só lo tie n e lu g a r e n el sen o d e l á m b ito lin g ü ís tic o , el le n g u a je
tien e su p r o p ia palab ra, y esta m ism a p a lab ra ta m b ié n vale p a ra la c o n ­
c e p c ió n de lo in n o m in a d o e n el n o m b r e . S e trata p o r tan to d e la tra ­
d u c c ió n d e l le n g u a je d e las cosas al le n g u a je p r o p io d e l h o m b r e . E s,
p ues, n ecesa rio fu n d a m e n ta r el c o n c e p to de tra d u c c ió n e n la capa más
p r o fu n d a de la te o ría d e l le n g u a je , ya q u e se trata d e a lg o d em a siad o
im p o r ta n te c o m o p a r a tr a ta r lo e n u n a p é n d ic e , tal c o m o s e h a ce
m uchas veces. D e m o d o q u e su p le n o sig n ifica d o lo a d q u ie re así e n el
c o n o c im ie n to de q u e cada len gu a s u p e rio r ( c o n ex cep ció n de la pala­
b ra d e D io s ) p u e d e verse c o m o tr a d u c c ió n d e to d a s las o tra s. C o n la
m en tad a re la c ió n en tre las len gu as en su calid ad de re la c ió n de m ed io s
de d en sid ad diversa está ya dada la tr a d u c ib ilid a d m u tu a de las len gu as
en tre sí. L a tr a d u c c ió n co n siste p o r lo ta n to e n el lleva r u n a le n g u a a
otra a través d e u n c o n tin u o d e tra n sfo rm a c io n e s. L a tra d u c c ió n r e c o ­
r r e p u e s c o n t in u o s , p e r o c o n tin u o s d e tr a n s fo r m a c ió n , n o á m b ito s
abstractos de m era igu a ld ad y sem ejan za.
L a tr a d u c c ió n d e l le n g u a je d e la s cosas v e rtid a al le n g u a je d e lo s
h o m b re s n o solam en te es la tra d u c c ió n de lo m u d o e n lo s o n o r o , sin o ,
al tie m p o , ta m b ié n la tr a d u c c ió n d e lo in n o m in a d o e n el n o m b r e .
E sto es, p o r ta n to , tr a d u c c ió n d e u n a le n g u a im p e r fe c ta a o tra m ás
perfecta; u n a q u e lo q u e hace es a ñ a d ir algo más: el c o n o c im ie n to . La
o b je tiv id a d de esta tr a d u c c ió n se e n c u e n tr a sin d u d a g a ra n tiz a d a e n
D io s, d a d o q u e D io s h a sid o el C r e a d o r de las cosas; la p a lab ra cre a ­
d o ra es e n ellas el g e rm e n d e l n o m b r e c o n o c e d o r , ig u a l q u e al fin a l
D io s d io n o m b r e a cada cosa u n a vez cread a. P ero es evid en te q u e esta
156 ESTUD IOS METAFisfCOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

d e n o m in a c ió n sólo es ex p resió n d e la id e n tid a d de la p alab ra cread ora


c o n e l n o m b r e c o n o c e d o r e n D io s , n o la r e s o lu c ió n a n tic ip a d a d e la
tarea que D io s m ism o exp resam en te atribuye al ser h u m a n o : a saber, la
q u e im p o n e darles n o m b r e a las cosas. A l r e c ib ir el len g u a je m u d o , el
len gu a je sin n o m b res de las cosas, y tra n sfe rirlo a so n id o s e n lo s n o m ­
bres, el h o m b re va e je rc ie n d o esta tarea. P ero ésta sería irre so lu b le si el
len g u a je de n o m b re s p r o p io d e l ser h u m a n o y e l len g u a je sin n o m b re s
d e las cosas n o estu vieran am bos em p aren ta d o s e n D io s, si n o p r o c e ­
d ie r a n de la m ism a p a la b ra c re a d o ra , q u e e n las cosas se co n v ie rte e n
c o m u n ic a c ió n d e la m ateria e n c o m u n id a d m ágica, y e n el ser h u m a n o
se co n v ierte e n el len g u a je d el c o n o c im ie n to y d el n o m b r a r en el esp í­
r it u d ic h o s o . H a m a n n d ice al resp e cto : « T o d o lo q u e el ser h u m a n o
o y ó al p r in c ip io , c u a n to h a b ía visto c o n sus o jo s . .. así c o m o c u a n to
to có c o n sus m a n o s era ... p a lab ra viva,- p o rq u e D io s era la p alab ra. Y
c o n ella e n la b o ca y en el co ra zó n , el o r ig e n d e l len gu a je fu e ta n n a tu ­
r a l, alg o ta n s e n c illo y ta n c e r c a n o c o m o u n ju e g o d e n i ñ o s » [líI. E l
p in t o r M ü lle r , e n su p o e m a titu la d o Adams erstes Erwachen und erste Selige
Nächte (El primer despertar de A dä rij sus primeras nochesfelices), h a ce q u e D io s
in d iq u e al h o m b re q u e dé n o m b re s c o n estas p a lab ras: « H o m b r e de
tie r r a , ¡a cércate, m e jó r a te m e d ia n te la v is ió n , m e jó r a te m e d ia n te la
p a la b r a !» [l61. T a l c o n e x ió n d e v is ió n y d e n o m in a c ió n se r e fie r e sin
d u d a in te r io rm e n te al m u tism o c o m u n ic a d o r de las cosas (de lo s a n i­
m ales) e n re la c ió n c o n el len g u a je d e palabras p r o p io d el ser h u m a n o ,
q u e lo a co g e e n el n o m b r e . E n el m ism o c a p ítu lo d e l p o e m a h a b la
desde el p o eta el c o n o c im ie n to de q u e sólo la palab ra a p a rtir de la cual
se c r e a r o n las cosas p e r m ite al ser h u m a n o d arles n o m b r e c u a n d o se
co m u n ica (in clu so a u n q u e sea m u d am e n te) en las m ú ltip les len gu as de
lo s a n im ales a través d e la im a g en : D io s h a ce u n a señ al a los a n im ales
p ara q u e se p re se n te n ante el ser h u m a n o y éste les d é n o m b r e . A sí, de
u n a m a n e ra q u e es casi s u b lim e , q u e d a p u e s d a d a la c o m u n id a d l i n ­
gü ística d e la cre a c ió n m u d a c o n D io s a través de la im ag en d e la señal.
C o m o en la existencia de las cosas la palab ra m u d a q u ed a in fin ita ­
m en te p o r d eb ajo d e la p a lab ra d e n o m in a d o r a en el c o n o c im ie n to de
lo s h o m b res, y com o ésta q u ed a p o r d eb ajo d e aqu ella palabra cread ora

15 J o h a n n G e o rg H am an n , Des Ritters von Rosencreuz iettfe Willensmeynung über ¿en göttlichen und
menschlichen Ursprung der Sprache, 1772 -
16 M aler (F riedrich ) M ü ller, Adams erstes Erwachen und erste seelige Nächte, 2 a ed. corregida»
M an n h eim , I 779 >P- 4 9 *
SOBRE EL LEN G UA JE EN CU ANTO T A L .. 157

q u e es la p r o p ia de D io s, q u ed a ta m b ié n dada la r a z ó n de la p lu ra lid a d
de las lenguas hu m an as. E l len g u a je de las cosas p u e d e e n efecto e n tra r
e n el le n g u a je d e l c o n o c im ie n to y d e l n o m b r e s ó lo p o r tr a d u c c ió n :
p e ro hay tantas lenguas co m o trad u ccion es e n cu an to el ser h u m a n o cae
d el estado p a rad isía co , el cual, c o m o es sabid o, te n ía só lo u n a len gu a .
(D e a cu erd o c o n la B ib lia , tal co n secu en cia d e la ex p u lsió n d el Paraíso
se p r o d u jo e n r e a lid a d m ás a d e la n te .) E l le n g u a je p a ra d isía co d e l ser
h u m a n o tuvo q u e se r el le n g u a je q u e c o n o c e d e u n m o d o p e r fe c t o ;
m ien tras q u e, más ad elan te, to d o el c o n o cim ie n to se d iferen cia in f in i­
tam en te e n la p lu ra lid a d d el len gu a je, y, e n u n n ivel in fe r io r , fo rz o s a ­
m e n te d e b ió d ife re n c ia rse c o m o c re a c ió n e n el n o m b r e . Q u e el l e n ­
guaje d el Paraíso sin d u d a c o n o cie ra a la p e rfe cc ió n n o lo p u e d e ocu ltar
la existen cia d el á rb o l d el c o n o c im ie n to . Sus m anzanas p r o p o r c io n a ­
b a n , en efecto, el c o n o c im ie n to d el b ie n y d el m al. P ero D io s ya c o n o ­
c ió e n el sé p tim o d ía, c o n a q u e lla s p a lab ras d e la C r e a c ió n : « V io
en ton ces D io s cuan to h ab ía h e c h o , y to d o era m u y b u e n o » . E l c o n o c i­
m ie n to al q u e in d u c e la se rp ie n te , e l saber de lo b u e n o y de lo m a lo ,
carece d e n o m b r e . N o es n ad a en el sen tid o m ás p r o fu n d o , p o r lo q u e
este saber es lo ú n ic o m a lo q u e se da e n el estado p a rad isía co . E l saber
d e l b ie n y d e l m a l es u n sab er q u e a b a n d o n a al n o m b r e , u n c o n o c i­
m ie n to d esd e fu era ; es la im ita c ió n n o creativa de lo q u e es la palab ra
c re a d o ra . Y es q u e e l n o m b r e sale de sí m ism o a través de tal c o n o c i­
m ie n to : el p e c a d o o r ig in a l es e n e fe cto el n a c im ie n to de la palabra
humana, e n la que el n o m b re ya n o vive ile s o ; la cual salió d el len gu aje de
los n o m b res, es d ecir, d el len gu aje c o n o c e d o r o , in clu so , d ich o d e otro
m o d o , d e la m a gia in m a n e n te p r o p ia , p a ra v o lv erse ex p res a m en te
m ágica, a saber, desde fu e ra . Y es q u e la p a lab ra h a d e c o m u n ic a r algo
(adem ás de sí m ism a ). E so es re a lm e n te el p e ca d o o r ig in a l p r o p io d el
esp íritu lin g ü ístico . L a p alab ra e n ta n to q u e e x te rio rm en te c o m u n ic a ­
do ra, p a r o d ia de la p a lab ra ex p resam en te m ed ia ta so b re la p a la b ra de
D io s ex p re sa m e n te in m e d ia ta , es d e c ir , s o b re la p a la b ra c re a d o r a de
D io s, y ru in a al tie m p o d el esp íritu lin g ü ístico a d án ico y d ich o so q u e se
en c u e n tra en tre ellas. E fectiva m en te, e n el fo n d o se da u n a id e n tid a d
en tre la palabra q u e c o n o c e el b ie n y el m al, de a cu erd o c o n la p ro m esa
de la se r p ie n te , y la p a la b ra q u e c o m u n ic a e x te rio r m e n te . E l c o n o c i­
m ie n to d e las cosas se basa e n el n o m b r e , p e r o el c o n o c im ie n to d el
b ie n y d el m al se co n v ierte en « c h á c h a ra » e n el sen tid o p r o fu n d o que
K ie rk e g a a rd le da a esta palab ra, a d m itie n d o tan sólo u n a p u r ific a c ió n
158 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

y e le v a ció n (a la q u e ta m b ié n fu e so m e tid o el ch a rla tá n , es d e c ir , el


p e c a d o r ), a sab er: e l j u ic i o . P o r q u e a la p a la b ra ju z g a d o r a e l c o n o c i­
m ien to d el b ie n y d el m al le es in m e d ia to . S u m agia es d iferen te a la d el
n o m b r e , m as sigu e s ie n d o m a gia . E sta p a la b ra ju z g a d o r a ex p u lsa d el
P araíso a lo s p r im e r o s h o m b re s ; e llo s m ism o s la h a b ía n p r o v o c a d o
se g ú n la ley e te rn a e n v ir tu d de la cu al la p a la b ra ju z g a d o r a castiga (y
esp era) el d esp erta r d e u n o m ism o c o m o cu lp a ú n ic a , a sab er, la m ás
p r o fu n d a c u lp a . E n el p e c a d o o r ig in a l, al h a b e rse v io la d o la e te rn a
p u reza c o n te n id a en el n o m b re , se alzó la p u reza m ás severa d e la p a la ­
b ra ju z g a d o ra , d el ju ic io . E l p e ca d o o r ig in a l tie n e p o r ta n to u n trip le
sig n ifica d o e n lo q u e h ace a la esencia d el len g u a je (sin m e n c io n a r sus
o tro s sign ificad os). P o rq u e el h o m b re , al salir d e ese len gu aje p u ro qu e
es p r o p io d e l n o m b r e , h a ce d e l le n g u a je u n in s tru m e n to (y e llo p ara
u n c o n o c im ie n to n o ad ecu ad o a él), y, p o r lo ta n to , h ace d e l len gu a je
e n parte u n mero signo; y esto tie n e después p o r con secu en cia la p lu ra li­
dad d e las len gu a s. E l seg u n d o sig n ifica d o es q u e, a p a r tir d e l p e ca d o
o rig in a l, y e n calid ad de re stitu c ió n de la in m e d ia te z d el n o m b re e n él
le sio n a d a , su rg e u n a m agia n u eva , la m a gia d e l j u i c i o , u n a q u e n o
reposa ya feliz en sí m ism a. E n cu an to al te rc e r s ig n ifica d o , q u e p o d e ­
m os osa r c o n je tu ra r, sería q u e el o r ig e n de la a b stra cc ió n (e n cu an to
facultad d el esp íritu lin g ü ístico ) ta m b ié n hay q u e bu scarlo en el m ism o
p ecad o o rig in a l. E l b ie n y el m al se en c u en tra n , en tanto q u e in n o m i­
nables y en ta n to q u e in n o m in a d o s, fu era d el len g u a je de los n o m b res,
ese al q u e el ser h u m a n o a b a n d o n a al abism o d e aqu ella cu estió n . Y es
q u e el n o m b r e o fr e c e , c o n r e la c ió n al le n g u a je e x iste n te , ta n só lo el
fu n d a m e n to en q u e sus c o n c re to s elem e n to s tie n e n sus raíces. T a l vez
sea p o sib le su p o n e r que los elem en to s lin g ü ístico s abstractos te n g an sus
raíces e n la q u e es la p alab ra ju zg a d o ra , a saber, e n el ju ic io . L a in m e ­
diatez (y tal es la raíz lingüística) de la c o m u n ica b ilid ad de la abstracción
se h a lla d ep ositad a e n e l j u i c i o . P ero , adem ás, d ich a in m e d ia te z e n la
c o m u n ic a c ió n d e la a b stra cc ió n se p r e s e n tó ju z g a n d o , c u a n d o e n el
p ecad o o rig in a l el ser h u m a n o a b a n d o n ó la in m e d ia te z en la c o m u n i-
ca c ió n de lo co n c re to ; así a b a n d o n ó al n o m b r e y cayó e n e l a b ism o de
la m ed ia tez d e to d a c o m u n ic a c ió n , d e la p a lab ra e n ta n to q u e in s tr u ­
m en to , d é la palabra vana; cayó en el abism o de la cháchara. Pues, d iga-
m oslo al fin u n a vez más, cháchara era sin d u d a la p re g u n ta p o r el b ie n
y e l m a l e n el m u n d o d esp u és de la C r e a c ió n . E l á r b o l d e l c o n o c i­
m ie n to n o se en co n tra b a en el ja r d ín d e D io s d e b id o a las in fo r m a c io ­
SOBRE E L LEN G U A JE EN CU ANTO TA L... 159

n es so b re el b ie n y el m a l q u e c o m o tal e ra capaz d e d a r, sin o c o m o


m a rca d e l j u i c io so b re el q u e p r e g u n ta . Y esta e n o r m e ir o n ía es el
a u tén tico rasgo d istin tivo d e l o r ig e n m ítico d el d erech o .
D e s p u é s d e l p e c a d o o r ig in a l, q u e e n ta n to q u e h iz o m e d ia to al
le n g u a je h a b ía p u e s to ta m b ié n el fu n d a m e n to d e su p lu r a lid a d , n o
q u e d a b a s in o u n p e q u e ñ o p a so h a sta la c o n f u s ió n d e las le n g u a s .
D a d o q u e lo s h o m b r e s h a b ía n v u ln e r a d o c o n su a cto la p u r e z a d e l
n o m b r e , n o te n ía m ás q u e c o n su m arse el a b a n d o n o d e a q u e lla v isió n
d e las cosas de las cuales a h o ra su len g u a je in teresa só lo al ser h u m a n o
p a ra p riv a r a lo s h o m b re s de la b ase c o m ú n d e l q u e b ra n ta d o e sp íritu
lin g ü ís tic o . L o s .signos tie n e n p u e s q u e c o n fu n d ir s e d o n d e las cosas se
e n re d a n . A l esclavizam ien to d e l len g u a je e n la ch ách a ra se a ñ ad e, casi
c o m o c o n s e c u e n c ia in e v ita b le , e l e s c la v iz a m ie n to de las cosas e n la
p u ra d e m e n c ia . Y e n ese a b a n d o n o de las cosas q u e s u p o n ía su escla ­
viza m ien to su rg ió el p la n de la to r r e d e B ab el, y ya c o n é l la c o n fu s ió n
lin g ü ística .
L a v id a d e l h o m b r e e n e l e s p ír itu lin g ü ís tic o p u r o e r a f e liz , sin
d ud a. P ero la n atu raleza es m u d a, y, cierta m e n te , en e l seg u n d o c a p í­
tu lo d el G én esis ya se p e rc ib e c ó m o este m u tism o , d e n o m in a d o p o r el
ser h u m a n o , se h a co n v ertid o e n u n a fe lic id a d q u e resulta ser d e grad o
in fe r io r . E l p in to r M ü lle r hace d e c ir a A d á n , sob re lo s anim ales q u e lo
a b a n d o n a n u n a vez les h a d a d o n o m b r e : « v i la n o b le z a c o n q u e se
m archaban, p o rq u e el h o m b re les h abía d ado n o m b r e » [lí!. A p a rtir del
p e ca d o o r ig in a l ha cam b iad o y a p r o fu n d a m e n te el aspecto d e la n a tu ­
ra leza , y e llo p o r q u e D io s h a m a ld e c id o la t i e r r a [lSI. P e ro a h o ra
e m p ieza o tr o m u tis m o , al q u e n o s r e fe r im o s c u a n d o h a b la m o s d e la
p r o fu n d a tristeza de la n a tu ra le z a . C o n s titu y e sin d u d a u n a v e rd a d
m etafísica el q u e la n a tu ra le za co m ie n za a la m e n ta rse d esd e el m ism o
m o m en to en q u e se le co n ced e el len gu aje. (Y , en tién d ase b ie n , « c o n ­
c ed er el le n g u a je » d ice m ás q u e « h a c e r q u e p u e d a h a b la r » .) P ero esa
frase tie n e d os se n tid o s. P o r u n a p a rte , s ig n ific a q u e la n a tu ra le z a se
lam en ta p o r el len g u a je. L a caren cia d e len g u a je es el g ra n d o lo r de la
n atu raleza (y p a ra r e d im ir la están la vid a y el le n g u a je d e l hombre e n la
n atu ra le za; n o só lo d e l p o e ta , c o m o n o r m a lm e n te se p r e s u m e ). P o r
o tra p a rte, esa frase d ice : la n atu ra le za se la m e n ta . P ero el la m e n to es

17 I b k p. 51.
18 G én esis 3: 17 -
i6o ESTUD IOS METAFÍS1COS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

sin d u d a la ex p resió n más in d ife ren c ia d a e im p o te n te d el len gu aje; casi


só lo c o n tie n e el h á lito sen sorial; y hasta d o n d e só lo su su rra n las p la n ­
tas, resu en a u n la m e n to . P ero , c o m o es m u d a, la n atu raleza se e n tris­
te ce . S in e m b a rg o , a su vez, la in v e r s ió n de esta frase n o s c o n d u c e a
m ayor p r o fu n d id a d de la esencia de la naturaleza: la tristeza de la n a tu ­
raleza la h ace e n m u d e c e r. E n to d a tristeza está p rese n te ya la p r o p e n ­
sió n a caer e n la caren cia de len gu a je, y esto p o r su parte es m u c h o más
q u e la in ca p a cid a d o la desgana para co m u n ica rse. L o triste así se sien te
c o m o c o m p le ta m e n te c o n o c id o p o r lo in c o g n o s c ib le . S e r d e n o m i­
n a d o , au n q u e el q u e d e n o m in a sea alg u ien b e n d ito e igu al a D io s, q u i­
zás d eje siem p re u n resto de tristeza. Y , ta n to más, el ser d e n o m in a d o
n o a p a rtir d el len gu aje paradisíaco de los n o m b res, sin o a p a rtir de los
c en ten ares de len guas hu m an as e n las q u e el n o m b r e ya se m arch itaba,
p e r o q u e sin e m b a rg o c o n o c e n las cosas seg ú n la se n te n c ia p o r D io s
em itid a. Las cosas n o tie n e n n o m b re sin o e n D io s . D io s las h a llam ad o
m ed ia n te la p alab ra cread ora p o r sus n o m b res p ro p io s. P ero en el le n ­
gu aje de lo s h o m b re s están las cosas so b red en o m in a d a s. E n la re la c ió n
de las len gu as h u m a n a s resp ecto d e l len g u a je de las cosas h ay algo q u e
se p u e d e c a lific a r, p o r a p r o x im a c ió n , de « s o b r e d e n o m in a c ió n » : la
cu al es sin d u d a el fu n d a m e n to lin g ü ís tic o m ás h o n d o de la tristeza y
(desde el p u n to d e vista de la cosa) d e l e n m u d e c im ie n to . L a so b r e d e -
n o m in a c ió n , co m o esencia lin g ü ística de lo triste, alu d e a o tro aspecto
cap ital d el len gu aje: a la so b re d e te rm in a c ió n q u e al tie m p o im p e ra en
la trágica re la c ió n en tre las len gu as d e los h o m b res.
H ay u n len g u a je d e la escu ltu ra, de la p in tu r a o d e la poesía. Y así
co m o el len gu a je de la poesía se basa en el len g u a je d e n o m b re s d e l ser
h u m a n o (al m en o s e n p a r te ) , ta m b ié n es p en sab le q u e los len gu ajes de
la escu ltu ra o la p in tu r a se b asen en ciertos tip o s de len gu ajes de cosas,
q u e e n ellos se dé la tra d u c c ió n d el len gu a je de las cosas e n o tro in fin i­
tam en te su p e rio r, p e ro tal vez d e la m ism a esfera. Se trata en este caso
de un as len guas sin n o m b res, sin so n id o , len gu as a p a r tir d el m aterial;
hay q u e p e n sa r p o r ta n to e n la c o m u n id a d m a te ria l d e las cosas e n lo
q u e es su c o m u n ic a ció n .
P ero , p o r lo dem ás, la c o m u n ic a c ió n de las cosas es sin d u d a de tal
tip o d e c o m u n id a d q u e ab a rca al m u n d o e n te r o c o m o u n to d o sin
n in g u n a d ivisión .
P ara c o n o c e r las fo rm as artísticas hay q u e in te n ta r en ten d erla s en
tanto q u e len gu ajes, p ara así bu scar la c o n e x ió n q u e tie n e n c o n las le n ­
SOBRE E L LEN G U A JE EN CU ANTO TAL... 161

guas n aturales. U n ejem p lo e n el q u e es fá cil p en sar, p o rq u e p e rte n e ce


a la esfera acústica, es el paren tesco q u e tie n e el canto c o n el len gu aje de
lo s p ájaros. P o r o tra p a rte, n o cabe d u d a alg u n a d e q u e el le n g u a je del
arte so la m en te se p u e d e c o m p r e n d e r d e n tro d e la m ás h o n d a r e la c ió n
c o n la c ie n c ia p r o p ia de lo s sign os. S in ésta, la filo s o fía d e l le n g u a je se
q u ed a m e ra m e n te fra g m e n ta ria , p o r q u e la r e la c ió n e n tre el le n g u a je
y el s ig n o (d e la c u a l a d em á s la r e la c ió n e n tr e le n g u a je h u m a n o y
e sc ritu ra só lo es u n e je m p lo , a u n q u e m u y esp ecial) es fu n d a m e n ta l y
o r ig in a r ia .
E sto da o c a s ió n p a ra e x p o n e r o tra c o m p le ja c o n t r a p o s ic ió n q u e
atraviesa to d o el á m b ito d e l len g u a je y q u e tie n e im p o rta n te s r e la c io -
nes c o n la c o n tra p o s ic ió n ya m e n c io n a d a en tre el len g u a je e n sen tid o
estricto y lo q u e es el sig n o c o m o tal, lo s cuales n o c o in c id e n sin m ás.
C la r o q u e , e n to d o caso , e l le n g u a je n o es s ó lo c o m u n ic a c ió n de lo
c o m u n ic a b le , sin o ya, al m ism o tie m p o , sím b o lo d e lo n o c o m u n ic a ­
b le . E ste a sp e cto s im b ó lic o d e l le n g u a je a p a re ce u n id o a su r e la c ió n
c o n el sig n o , p e r o , e n c ie rto s e n tid o , se ex tie n d e ( p o r e je m p lo ) ta m ­
b ié n p o r el n o m b r e y el j u i c i o . É sto s n o só lo tie n e n u n a f u n c ió n
co m u n ic a d o ra , sin o ta m b ié n , m u y p ro b a b le m e n te , u n a fu n c ió n sim ­
b ó lic a q u e se h a lla estrech am en te ligad a a ella, a la q u e a q u í n o h em o s
a lu d id o , o n o al m en o s de m an era exp resam en te.
T ras tod as estas co n sid e ra c io n e s q u ed a u n c o n c e p to p u r ific a d o de
le n g u a je , a u n q u e to d a v ía sea im p e r f e c t o . E l le n g u a je d e u n ser es,
p u e s, e l m e d io e n q u e su s e r e s p ir itu a l se c o m u n ic a . E l t o r r e n t e
in in t e r r u m p id o de esta c o m u n ic a c ió n flu y e p o r to d a la n a tu r a le z a ,
desd e lo m ás b a jo d e lo existen te h a cia el h o m b re , y d el h o m b re h a cia
D io s. E l h o m b re se c o m u n ic a , p u e s, a D io s m e d ia n te el n o m b r e q u e
d a a la n a tu r a le z a y a sus se m e ja n te s ( e n e l n o m b r e p r o p io ) ; y a la
n atu raleza le da n o m b r e tras la c o m u n ic a c ió n q u e de ella recib e, d a d o
q u e ta m b ié n la n a tu r a le z a e n su c o n ju n t o se e n c u e n t r a a tra vesa d a
p o r u n le n g u a je m u d o y ca re n te de n o m b r e s , p o r e l m ism o r e s id u o
de la p a la b ra c re a d o r a q u e es p r o p ia d e D io s , q u e se c o n s e rv a e n el
h o m b r e e n ta n to q u e n o m b r e c o n o c e d o r , y p o r e n c im a d e d ic h o
h o m b re e n tan to q u e ju ic io . D e m a n era q u e h a y q u e c o m p a ra r el l e n ­
g u a je de la n a tu r a le z a c o n la secreta c o n s ig n a q u e cad a c e n tin e la
e n tre g a e n su p r o p ia le n g u a a l q u e le sig u e , p e r o e l c o n t e n id o d e
d ich a c o n sig n a es el le n g u a je m ism o de d ic h o c e n tin e la . P o rq u e to d o
len g u a je s u p e rio r es la tr a d u c c ió n d el in fe r io r , hasta q u e se d esp liega
l6 í ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

la p a lab ra de D io s, u n id a d c o m o tal d e l m o v im ie n to lin g ü ís tic o , e n la


cla rid a d ú ltim a p o sib le .

SOBRE E L PROGRAMA DE LA FILOSOFÍA VENIDER A11’

L a tarea cen tra l d e la filo so fía v e n id era es c o n v e rtir las m ás p ro fu n d a s


in tu ic io n e s q u e ella m ism a to m a d e la ép o ca y d el p re se n tim ie n to que
la in u n d a de u n g ra n fu tu r o d e c o n o c im ie n to p o n ié n d o la s en rela ció n
e n su c o n ju n to c o n el sistem a k a n tia n o . L a c o n tin u id a d h istó ric a que
se g a ra n tiza m e d ia n te la c o n e x ió n c o n d ic h o siste m a es al m ism o
tie m p o la ú n ic a c o n tin u id a d de a lca n ce sistem ático d ecisivo . P u es de
a q u ellos filó so fo s a lo s q u e n o in teresa b a d e in m e d ia to el p e rím e tro y
la p r o fu n d id a d d el c o n o c im ie n to , sin o ante to d o y e n p r im e r lu g a r su
n ecesaria ju stific a c ió n , K a n t es el m ás re c ie n te y (ju n to a P la tó n ) ta m ­
b ié n el ú n ic o . A m b o s filó s o fo s c o m p a r te n e n e fe c to la c o n fia n z a e n
q u e el c o n o c im ie n to d e l q u e p o d a m o s d a r r a z ó n será, al m ism o
tie m p o , el m ás p r o fu n d o . N o h a n ex p u lsad o de la filo s o fía la exigen cia
d e p r o fu n d id a d , s in o q u e la h a n sa tisfe c h o d e u n a m a n e r a ú n ic a al
id e n tifica rla c o n la exigen cia de ju s tific a c ió n . C u a n to más im p revisib le
y atrevid o se a n u n c ia el d e sp lie g u e de la filo s o fía v e n id e ra , ta n to más
h o n d a m e n te h a b r á e lla d e lu c h a r p o r la certeza , c u y o c r it e r io es sin
d u d a la sistem ática u n id a d o la verd ad .
S in em b a rg o , el o b stá c u lo m ás sig n ifica tiv o q u e d ific u lta la c o n e ­
x ió n c o n K a n t de u n a filo s o fía ve rd a d era m e n te co n s cien te de la e te r ­
n id a d y d el tie m p o se en c u e n tra en lo sig u ien te: la rea lid a d a p a r tir de
la cu al q u e ría K a n t basar el c o n o c im ie n to e n la v e rd a d y la certeza es
u n a realid ad de ra n g o in fe r io r , in c lu so ín fim o . E l p ro b le m a de la te o ­
ría k an tian a d el c o n o c im ie n to , co m o el de to d a g ra n te o ría d e l c o n o ­
c im ie n to , p o see d os lad os, y K a n t solam en te fu e capaz de d ar exp lica ­
c ió n válida d e u n o . S e trataba, p r im e r o , de la c u e stió n d e la certeza d el
c o n o c im ie n to , q u e es p e rm a n e n te ; seg u n d o , de la c u e stió n de la d ig ­
n id a d de u n a ex p erien cia, la cu al era efím era . P u es el in terés filo só fic o
u n iversa l siem p re se d irig e al m ism o tie m p o a la valid ez a tem p o ra l d el

I B e n ja m ín n u n ca p u b lic ó este artícu lo, q u e al parecer redactó e n n oviem b re de 19* 7 *


el Apéndice es de m arzo de 19*8-
SOBRE EL PROGRAMA DE LA FILOSOFÍA VEN ID ER A 163

c o n o c im ie n to y a la certeza d e u n a e x p e rie n c ia te m p o ra l, e n la q u e ve
su o b je to m ás c e r c a n o , c u a n d o n o el ú n ic o , P ero lo s filó s o fo s (K a n t
in c lu id o ) n o tu v ie r o n c o n s c ie n c ia d e esta e x p e r ie n c ia e n to d a su
e stru ctu ra co m o u n a ex p erie n cia te m p o ra l sin gu lar. K a n t q u iso , sobre
to d o e n lo s Prolegómenos, e x tra er lo s p r in c ip io s d e la e x p e rie n c ia de las
cie n c ia s, y e n esp ec ia l de la físic a m a tem á tica , si b ie n e n la Crítica de la
ra&npura la e x p erie n cia n o era p o r cierto id é n tic a al m u n d o d e o b jeto s
p r o p io s de esa cien cia ; y a u n q u e h u b ie ra llega d o a serlo p ara é l, co m o
h a su ced id o c o n lo s n eo k an tia n o s, el co n cep to de ex p erie n cia así id e n ­
tifica d o y d e te rm in a d o a ú n seg u iría sien d o el m ism o v ie jo co n c e p to de
exp erie n cia, cuyo rasgo más característico v ie n e a ser así su r e la c ió n n o
s o la m e n te c o n la c o n s c ie n c ia p u r a , s in o , al m ism o tie m p o , ta m b ié n
c o n la c o n s c ie n c ia e m p íric a . P e ro se trata p re c isa m e n te de eso: d e la
n o c ió n de ex p erien cia d esn u d a p rim itiv a y obvia q u e a K a n t, q u e c o m ­
p a rtía el h o r iz o n te de su ép o ca, le p a recía ser la ú n ic a dada e, in c lu so ,
la ú n ic a p o s ib le . Y , s in e m b a rg o , esa e x p e r ie n c ia e r a , ta l c o m o ya
h em o s in d ic a d o , u n a e x p e rie n c ia sin g u la r y te m p o r a lm e n te lim itad a ;
y, m ás allá d e esta fo r m a (q u e e n c ie rto m o d o es p r o p ia p ara to d o s los
tip os de ex p erien cia), era u n a ex p erien cia a la que, e n sen tid o en fático ,
se p o d ría llam ar cosmovisión, q u e fu e la p r o p ia d e la Ilu stra ció n . Y , e n los
rasgos q u e a q u í s o n esen ciales, n o se d ife r e n c ia b a g r a n d e m e n te d e la
e x p e rie n c ia de lo s o tr o s sig lo s c o r r e s p o n d ie n te s a la E d a d M o d e r n a .
Esta fu e u n a de las e x p erie n cia s o v isio n e s m ás bajas d e l m u n d o . Q u e
K a n t p u d ie ra a co m e ter su o b ra co lo sa l b a jo la co n s te la ció n d e la Ilu s­
tr a c ió n sig n ific a sin d u d a q u e su o b ra fu e e jecu ta d a so b re u n a e x p e ­
rie n c ia re d u cid a al m ín im o de sig n ifica d o . Se p u e d e d e c ir in c lu so qu e
la g ra n d e za y ra d ic a lism o de su in te n to te n ía n c o m o p re su p u e sto esa
ex p erie n cia q u e carecía p rá ctica m en te d e v a lo r e n su sen tid o p r o p io , y
la c u a l so la m e n te h u b ie r a p o d id o o b te n e r u n s ig n ific a d o (d iría m o s
q u e triste) m ed ia n te su certeza. A sí, p u e d e d ecirse q u e n in g ú n filó so fo
p re k a n tia n o se vio situ ad o e n este se n tid o an te la tarea de la te o ría del
c o n o c im ie n to , y n in g u n o tu vo tan ta lib e r ta d e n ella , p u es u n a e x p e ­
r ie n c ia cuya q u in ta e s e n c ia e ra la físic a d e N e w to n se p o d ía tra ta r de
m a n era ta n ru d a c o m o tirá n ica , sin s u fr ir p o r e llo . L a Ilu stra ció n n o
r e c o n o c ía a u to rid a d e s; p e r o n o e n el s e n tid o d e te n e r q u e s u b o r d i­
narse a ellas sin crítica, sin o en ta n to q u e fu erzas esp iritu ales q u e d e n a
la e x p e rie n c ia u n g r a n c o n te n id o . L o q u e c o n fo r m a lo in f e r io r d e la
e x p e r ie n c ia p r o p ia d e esa é p o c a , su p e so m e ta fís ic o s o r p r e n d e n te ­
i64 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFIA DE LA HISTORIA

m e n te b a jo , só lo se p o d r á d a r a e n te n d e r m e d ia n te la p e r c e p c ió n de
c ó m o este c o n c e p to i n f e r i o r d e e x p e r ie n c ia h a in f lu id o lim ita tiv a ­
m en te sob re lo q u e es el p en sa m ien to k an tia n o . Se trata, p o r su p u esto,
d el m is m o h e c h o q u e a m e n u d o se h a c alificad o de cegu era relig io sa e
h is tó r ic a d e la Ilu s tra c ió n , sin p re g u n ta rse al tie m p o e n q u é se n tid o
esos rasgos d e la Ilu stra ció n c o rre sp o n d e n a la en tera E d a d M o d e rn a .
E s en to d o caso de la m ayo r im p o rta n c ia p a ra la filo so fía v e n id e ra
a v erig u a r q u é e le m e n to s d e l p e n sa m ie n to k a n tia n o h a y q u e a c o g e r y
cultivar, q u é elem e n to s hay q u e tra n sfo rm a r, y q u é elem e n to s h ay que
re c h a za r. C u a lq u ie r e x ig e n c ia de c o n e cta rse c o n K a n t se basa e n la
firm e c o n v ic c ió n d e q u e ese sistem a, q u e se había e n c o n tra d o c o n u n a
e x p e rie n c ia resp e cto a cu yo asp ecto m e ta físic o u n M e n d e ls s o h n y u n
G a rv e h ic ie r o n ju s tic ia [a\- to m ó y d e s a r ro lló de la in v e stig a c ió n d e la
certeza y ju stific a c ió n d el c o n o c im ie n to (increm en tad as hasta lo gen ial)
la h o n d u ra q u e p a rece la adecuada fre n te a u n tip o n u evo de e x p e rie n ­
cia, u n tip o de ex p erien cia su p e rio r. D e este m o d o , q u ed a p lan tead a la
p r in c ip a l e x ig e n c ia a la filo s o fía d e h o y , m ie n tra s q u e se a firm a al
m ism o tiem p o q u e es p o sib le de satisfacer: tal exigen cia es la q u e c o n ­
siste e n a c o m e te r , b a jo la típ ic a q u e se c o r r e s p o n d e al p e n s a m ie n to
k a n tia n o , la fu n d a m e n ta c ió n e p istem o ló g ica de u n c o n c e p to su p e rio r
de la ex p erie n cia. Y el tem a d e la filo so fía v e n id e ra co n sistirá en m o s ­
tr a r e n el sistem a k a n tia n o u n a típ ic a q u e se h a lle e n c o n d ic io n e s d e
h a c e r ju s tic ia a u n a e x p e rie n c ia s u p e r io r . K a n t n o d is c u tió n u n c a la
p o sib ilid a d de la m etafísica, p e ro estableció u n o s crite rio s c o n lo s cu a­
les a cred ita r esa p o sib ilid a d en u n caso c o n c r e to . L a e x p e rie n c ia de la
ép o c a k a n tia n a n o p recisa b a de la m etafísica; e n tie m p o s d e K a n t, lo
ú n ic o p o sib le desde el p u n to de vista h istó ric o era d estru ir las p r e te n ­
siones p ro p ia s d e la m etafísica, p o rq u e la d em an d a d e m etafísica re a li­
zada p o r sus c o n tem p o rá n e o s era d eb ilid a d o h ip o cresía . Y , p o r eso, de
lo q u e se trata es d e o b te n e r lo s p ro le g ó m e n o s de u n a m etafísica fu tu ra
so b re la b ase d e la típ ic a k a n tia n a , p e r o e llo te n ie n d o sie m p re en
cuen ta esa m etafísica fu tu ra , esa ex p erien cia su p e rio r.
A h o r a b ie n , la filo s o fía v e n id e ra h a de lleva r a cab o la re v isió n de
K a n t n o sólo en cuan to h ace a la e x p erie n cia y a la m etafísica. Y h a de
rea liza rlo m etó d ica m en te, es d ecir, co m o au tén tica filo so fía , n o desde
c u a lq u ie r p u n to d e vista, sin o d esd e el p u n to de vista d e l c o n c e p to de

2 M oses M en d elsso h n (172 9 -178 6 ) y C h ristian G arve (17 4 3 -1 7 9 8 ), filó so fo s alem a­


n es. [N. d el T .]
SOBRE EL PROGRAMA DE LA FILOSOFÍA VENIDERA 165

c o n o c im ie n to . S in d u d a, lo s erro re s decisivos d e la te o ría kan tian a d el


c o n o c im ie n to resu ltan im pu tab les ig u a lm en te a la va cu id ad de la exp e­
r ie n c ia de su é p o c a , p o r lo q u e sin d u d a la d o b le ta re a de c re a r u n
n u e v o c o n c e p to de c o n o c im ie n to así c o m o u n a n u eva v is ió n d el
m u n d o será u n a tarea so la m en te sob re la base d e la filo s o fía . L a d e b i­
lid a d c a ra c te rístic a d e l c o n c e p to k a n tia n o d e c o n o c im ie n to h a sid o
p e r c ib id a a m e n u d o p o r q u e se h a p e r c ib id o la fa lta de r a d ic a lis m o y
c o h e r e n c ia de su te o r ía d e l c o n o c im ie n to . P e ro ésta n o e n tr a e n el
á m b ito d e la m e ta físic a , p u e s c o n t ie n e e le m e n to s p r im itiv o s de u n a
m etafísica ya estéril q u e excluye c u a lq u ie r otra m etafísica. E n la te o ría
d el c o n o c im ie n to , to d o e le m e n to m e ta físic o es u n g e rm e n p a tó g e n o
q u e se m a n ifie sta e n la e x c lu s ió n d e l c o n o c im ie n to d e l á m b ito d e la
e x p e rie n c ia e n to d a su lib e r ta d y p r o fu n d id a d . S in d u d a, to d a vía hay
que esperar el d esa rro llo d e la filo so fía , d ado q u e tod a a n iq u ila c ió n de
estos e le m e n to s m e ta físic o s e n la te o r ía d e l c o n o c im ie n to r e m ite al
p u n to a esta te o r ía a u n a e x p e rie n c ia m ás p r o fu n d a , lle n a ju sta m e n te
de m etafísica. H a y al respecto, y a q u í se e n c u e n tra el g e rm e n h is tó ric o
de la filo so fía ve n id era , u n a p r o fu n d ísim a r e la c ió n en tre esa e x p e rie n ­
cia cuya m ás h o n d a in v estig a ció n n o p o d ía e n m o d o a lg u n o c o n d u c ir
hacia las verd ad es m etafísicas y esa te o ría d el c o n o c im ie n to q u e n o fu e
capaz de d e te r m in a r d e m o d o efica z y s u fic ie n te e l lu g a r ló g ic o q u e
co rresp o n d e a la in vestigación m etafísica co m o tal; p e r o , e n to d o caso,
e l s e n tid o e n q u e K a n t u tiliz a e l té r m in o « m e ta fís ic a de la n a tu r a ­
l e z a » 13’ p a r e c e fo r m a r p a r te d e la in v e s t ig a c ió n d e la e x p e r ie n c ia
s o b r e la b ase d e p r i n c ip i o s a c r e d ita d o s p o r la t e o r ía d e l c o n o c i ­
m ie n to . Las d e fic ie n cia s q u e a h í hay en r e la c ió n c o n la e x p e rie n c ia y
c o n la m e ta físic a se m a n ifie s ta n e n la te o ría d e l c o n o c im ie n to c o m o
elem en to s de m etafísica especulativa (es d ecir, q u e se vo lv ió r u d im e n ­
taria). L o s m ás im p o rta n tes de estos e lem e n to s so n : p r im e r o , la c o n ­
c e p c ió n d e l c o n o c im ie n to (n o su p e ra d a to d a vía d e fin itiv a m e n te p o r
K a n t) co m o re la c ió n q u e se establece en tre sujetos y ob jeto s o en tre u n
su jeto y u n o b je to ; e n s e g u n d o lu g a r, la r e la c ió n (ta m p o c o su p era d a
p o r c o m p le to ) d el c o n o c im ie n to y la e x p erie n cia resp ecto d e la c o n s ­
cien cia em p írica h u m a n a . A m b o s p ro b lem a s se h a lla n relacio n ad o s del
m o d o m ás e stre c h o , y a u n q u e K a n t y lo s n e o k a n tia n o s h a y an ya sin
duda su p érad o la n aturaleza de o b jeto de la cosa en sí co m o causa de las

3 Crítica de la razpnpura, A 841 / B 869.


i66 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS y d e FILOSOFIA DE LA HISTORIA

sen saciones, todavía hay q u e e lim in a r la n atu raleza de su jeto p r o p ia de


la c o n s c ie n c ia c o n o c e d o r a . E sta n a tu r a le z a d e su je to q u e se da a la
co n scie n c ia c o n o c e d o r a es d eb id a a q u e ella está fo r m a d a e n a n alogía
c o n el sujeto e m p íric o , q u e tie n e lo s o b jeto s fre n te a sí. D e a h í resulta
u n r u d im e n to m etafísico e n la te o ría d el c o n o c im ie n to , u n fra g m en to
de la « e x p e r ie n c ia » su p e rfic ia l p r o p ia de a q u ello s siglos q u e se i n f i l ­
tró e n la te o ría d el c o n o c im ie n to . P o rq u e es in d u d a b le q u e e n el c o n ­
cepto k a n tia n o de c o n o c im ie n to d esem peñ a u n a fu n c ió n fu n d a m en ta l
la n o c ió n , a u n su b lim ad a, de u n y o in d iv id u a l c o rp o r a l-e s p iritu a l q u e
recib e las sen saciones m ed ia n te lo s sen tid os y fo rm a sus re p re se n ta c io ­
n es a p a r tir d e esa b ase. P ero esta n o c ió n es m itología; y p o r su c o n te ­
n id o d e v e rd a d es eq u ip a ra b le a c u a lq u ie r o tra m ito lo g ía d e l c o n o c i­
m ie n to . Sab em o s q u e hay p u e b lo s n atu rales d e l n iv e l « p r e - a n im is ta »
q u e se id e n tific a n c o n a n im a le s y c o n p la n ta s sa grad o s, y se d a n a sí
m ism o s ig u a l n o m b r e q u e a ellos; sabem os b ie n q u e hay lo c o s q u e se
id e n tific a n p a r c ia lm e n te c o n lo s o b je to s d e su p e r c e p c ió n ; sabem os
q u e hay e n fe rm o s q u e r e la c io n a n las sen sacion es de su cu erp o n o c o n ­
sigo m ism os, sin o c o n otro s seres, y q u e hay vid en tes q u e a firm a n r e c i­
b ir las p e rc e p c io n e s de lo s o tro s c o m o si fu e r a n suyas. L a c o n c e p c ió n
habitu al q u e se p ractica d el c o n o c im ie n to sen sorial (y esp iritu al), tanto
e n n uestra ép oca co m o en las épocas kan tiana y p rekan tian a, constituye
u n a m ito lo g ía , al igu al q u e las m en cio n a d a s. D esd e este p u n to de vista,
la « e x p e r ie n c ia » k an tian a, p o r cu a n to respecta a su in g e n u a c o n c e p ­
c ió n d e la r e c e p c ió n de p e rc e p cio n e s , es m etafísica o m ito lo g ía , y u n a
q u e es m o d e r n a y e sp e c ia lm e n te e s té r il p a r a la r e lig ió n . A su vez, la
ex p erie n cia, e n te n d id a en re la c ió n c o n el ser h u m a n o c o r p o r a l- e s p i­
ritu al in d iv id u a l y su co n scien cia, y n o co m o sistem ática esp ecifica ció n
d e l c o n o c im ie n to , es e n tod as sus clases m e ro objeto d e este p a r tic u la r
c o n o c im ie n to real, e n c o n creto de su ram a p sico ló g ica , el cu al articu la
siste m á tic a m e n te la c o n s c ie n c ia e m p ír ic a e n las d istin ta s clases de la
d em en cia. E l ser h u m a n o c o n o c e d o r, la co n scien cia em p írica c o n o c e ­
d o ra , es p u e s u n a clase d e la c o n s c ie n c ia d e m e n te . A lg o q u e s im p le ­
m en te sig n ifica q u e e n el in te r io r de la c o n s cie n c ia e m p íric a s ó lo hay
d ife re n cia s grad u ales e n tre las clases diversas q u e c o n tie n e . P e ro estas
d ife re n c iá s so n al tie m p o sin d u d a d ife re n c ia s d e v a lo r, cu yo c r ite r io
n o p u e d e c o n sistir e n la c o r r e c c ió n de los c o n o c im ie n to s ; p u e s e n la
esfera e m p ír ic a , p s ic o ló g ic a , n o se tra ta d e eso . A v e r ig u a r el c r ite r io
ve rd a d ero de la d ife re n cia de v a lo r e n tre diversas clases de co n scien cia
SOBRE E L PROGRAMA OE LA FILO SO FÍA VEN ID ER A

co n stitu irá sin d u d a u n a d e las tareas esenciales de la filo so fía ve n id era .


A l a s clases d e la c o n s c ie n c ia e m p ír ic a les c o r r e s p o n d e n o tra s tan tas
clases de la e x p e rie n c ia co m o tal, q u e p o r cu a n to h a ce a la ve rd a d tie ­
n e n , resp e cto a la c o n scien cia e m p íric a , sim p le m e n te el v a lo r de fa n ­
tasía o el v a lo r d e la a lu c in a c ió n , Y e llo p o r cu a n to , e n e fe cto , la exis­
te n c ia d e u n a r e la c ió n o b je tiv a e n tre la c o n s c ie n c ia e m p ír ic a y el
co n cep to ob jetivo de ex p erie n cia es sin m ás im p o sib le. T o d a e x p e rie n ­
cia a u tén tica se basa e n la c o n s cie n c ia p u r a ep iste m o ló g ic a (tra n sc e n ­
d e n ta l), si este té r m in o es a ú n u tiliz a b le b a jo la c o n d ic ió n d e d e s p o ­
ja r lo d e to d o lo su b je tiv o . M as la c o n s c ie n c ia tr a n s c e n d e n ta l p u r a es
d ife re n te d e to d a c o n s c ie n c ia e m p íric a , y p o r lo m is m o hay q u e p r e ­
g u n ta rs e si es a q u í p r o c e d e n te e m p le a r el té r m in o « c o n s c ie n c ia » .
Q u é r e la c ió n g u a r d a el c o n c e p to p s ic o ló g ic o d e c o n s c ie n c ia c o n el
c o n c e p to d e esfera d e l c o n o c im ie n to p u r o es u n o d e lo s p r o b le m a s
fu n d a m en ta les de la filo so fía , q u e tal vez só lo se p u e d a restitu ir a p a r ­
tir d e la é p o c a d e la esco lá stica . A q u í se lo c a liz a el lu g a r ló g ic o d e
m u ch os p ro b lem a s q u e la fe n o m e n o lo g ía h a v u e lto a p la n tea r r e c ie n ­
tem en te. Y es que, e n efecto, la filo s o fía se basa e n q u e en la estru ctu ra
del c o n o c im ie n to ta m b ié n está la estru ctu ra d e la exp erien cia, la cual es
p re c iso d e sp le g a r d esd e a q u é lla . Y esta e x p e r ie n c ia in c lu y e a la r e l i ­
g ió n , a saber, e n tan to q u e v e rd a d era , de m o d o q u e n i D io s n i e l ser
h u m a n o so n o b je to o su jeto d e ex p erie n cia , sin o q u e ésta se basa e n lo
q u e es e l c o n o c im ie n to p u r o , c o m o cu yo n ú c le o la filo s o fía p u e d e y
debe pues pen sar a D io s. L a tarea de la fu tu ra te o ría d el c o n o c im ie n to ,
en lo q u e hace al c o n o c im ie n to , es e n c o n tra r la esfera d e to ta l n e u tr a ­
lid a d e n r e la c ió n c o n lo s c o n c e p to s d e o b je to y de su jeto ; o , e n otras
p alabras: b u sca r la esfera a u tó n o m a p r o p ia d e l c o n o c im ie n to e n que
este c o n c e p to ya n o se r e fie r a e n m o d o a lg u n o a la r e la c ió n e n tre dos
en tid ad es m etafísicas.
H ay q u e establecer co m o tesis p ro g ra m ática de la filo s o fía v e n id era
que, c o n esta p u r ific a c ió n d e la te o ría d el c o n o c im ie n to q u e K a n t h izo
p o sib le e in c lu s o n e c e sa rio p re s e n ta r c o m o p r o b le m a ra d ic a l, q u ed a
estab lecid o u n n u evo c o n c e p to n o ta n só lo de c o n o c im ie n to , sin o , al
m ism o tie m p o , ta m b ié n d e e x p e rie n c ia , e n c o n fo r m id a d c o n la r e la ­
c ió n q u e ya e l m ism o K a n t e n c o n t r ó e n tre a m b o s. P o r su p u e sto , n o
hay q u e r e la c io n a r e n m o d o a lg u n o .la c o n s c ie n c ia e m p ír ic a c o n la
e x p e rie n c ia n i e l c o n o c im ie n to , p e r o , a u n así, a q u í o b te n d r ía su
au tén tico sen tid o la tesis de q u e las c o n d ic io n e s d e l c o n o c im ie n to so n
i68 ESTUDIOS M ETAFiSIC O S Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

las c o n d ic io n e s de la e x p e rie n c ia t4]. E ste n u evo c o n c e p to d e e x p e rie n ­


cia, q u e se b asa ría p o r lo ta n to e n n u evas c o n d ic io n e s d e l c o n o c i­
m ie n to , se ría e l lu g a r ló g ic o y la ló g ic a p o s ib ilid a d de la m eta físic a .
P ues, ¿ p o r q u é h izo K a n t co n stan te m e n te, u n a y o tra vez, de la m e ta ­
física u n p ro b le m a y de la ex p erie n cia la ú n ic a base q u e p o d ía darse del
c o n o c im ie n to , sin o ju sta m e n te p o r el h ech o d e q u e a p a rtir d e su c o n ­
cep to de e x p e rie n c ia te n ía q u e p a re c e r ex clu id a la p o s ib ilid a d d e u n a
m etafísica q u e tu viera el sig n ifica d o de la a n te rio r (p e ro n o la p o s ib i­
lid a d de la m etafísica e n tanto q u e ta l)? R esu lta evid en te q u e lo carac­
te rístic o e n e l c o n c e p to d e m eta física n o ra d ic a e n la ile g itim id a d de
sus c o n o c im ie n to s (e n to d o caso , e ra e v id e n te p a r a .K a n t, q u e d e lo
c o n tra rio n u n c a h a b ría escrito sus p r o le g ó m e n o s a la m etafísica), sin o
e n su im p u lso un iversal, el cu al con ecta in m ed ia ta m en te la totalid ad de
la ex p erie n cia , p o r m e d io d e ideas, c o n el c o n c e p to d e d ivin id a d - A s í
p u es, la tarea de la filo so fía ve n id era p u e d e ser d efin id a co m o el e n c o n ­
tra r o el crear el c o n c e p to de c o n o c im ie n to q u e, al p o n e r el co n cep to
d e e x p e rie n c ia exclusivamente e n r e la c ió n c o n la c o n s c ie n c ia tr a n s c e n ­
d en ta l, n o só lo h a ce p o sib le la e x p e rie n c ia m ecá n ica, sin o ta m b ié n la
e x p e rie n c ia r e lig io s a . L o c u a l n o sig n ific a q u e e l c o n o c im ie n to h aga
p o sib le a D io s, p e r o sí d esd e lu eg o q u e el c o n o c im ie n to h ace p o sib les
lo q u e so n su e x p erie n cia y su d o c trin a .
D e l d e s a r r o llo d e la f ilo s o f ía q u e se h a e x ig id o a q u í c o m o a d e ­
cu ad o ya se p u e d e c o n te m p la r u n in d ic io e n el n e o k a n tism o . U n p r o ­
b le m a fu n d a m e n ta l d e l n e o k a n tis m o h a s id o e lim in a r la d ife r e n c ia
e n tr e i n t u ic ió n y e n te n d im ie n t o , q u e es u n r u d im e n to m e ta fís ic o ,
c o m o a sim ism o tod a la d o c tr in a d e las fa cu lta d es d e a c u e rd o al lu g a r
q u e o c u p a e n K a n t. P e ro esta p a r tic u la r tr a n s fo r m a c ió n d e l c o n c e p to
d e c o n o c im ie n t o n o s c o n d u c e e n se g u id a a la t r a n s fo r m a c ió n d e l
c o n c e p to de e x p e rie n c ia . Es d e h e c h o in d u d a b le q u e la r e d u c c ió n d e
to d a la e x p e rie n c ia a la e x p e rie n c ia c ie n tífic a , a u n q u e e n c ie rto s e n ­
tid o sea o b r a d e l K a n t h is t ó r ic o , n o estab a p r e t e n d id a e n a b so lu to
c o n esa e n te r a e x c lu siv id a d p o r K a n t . E n K a n t h a b ía s in d u d a u n a
te n d e n c ia c o n t r a la d is g r e g a c ió n d e la e x p e r ie n c ia e n lo s d iv e rso s
á m b ito s c ie n t ífic o s ; y a u n q u e la te o r ía d e l c o n o c im ie n t o p o s t e r io r
deba n ega rle el recu rso a la e x p e rie n c ia e n el se n tid o h a b itu a l (q u e se
da e n K a n t) , e n in terés de la c o n tin u id a d de la e x p e rie n c ia es todavía

4 Jlíá.-Am .
SOBRE EL PROGRAMA DE LA FILOSOFÍA V ENIDERA 169

m u y d efe ctu o sa esa e x p o s ic ió n q u e d e la m ism a, e n ta n to q u e sistem a


de las cien cia s, n os da el n e o k a n tism o , y hay q u e b u sca r e n la m e ta fí­
sic a la p o s ib ilid a d p a r a fo r m a r u n p u r o c o n t in u o s iste m á tic o de lo
q u e es la ex p erie n cia ; y, e n efe cto , su a u té n tic o sig n ifica d o p arece q u e
se h a b rá d e h a lla r a h í. P ero la r e c tific a c ió n n e o k a n tia n a de u n p e n s a ­
m ie n to d e te n d e n c ia m e ta fís ic a q u e se a d v ie r te e n K a n t ( a u n q u e
d esd e lu e g o n o e l m ás im p o r ta n t e ) h a p r o d u c id o d e in m e d ia to u n
ca m b io e n el c o n c e p to m ism o d e e x p e rie n c ia , sie n d o de h e c h o s ig n i­
ficativo q u e éste con sista e n la e la b o ra c ió n m ás extrem ad a d e l aspecto
m ecá n ico d el c o n c e p to ilu strad o (relativam en te va cío ) de exp erie n cia.
E n to d o c a so , n o se p u e d e pasar p o r a lto el h e c h o d e q u e el c o n c e p to
d e lib e rta d se e n cu en tre e n p e cu lia r c o rre la ció n c o n el co n cep to m ecá ­
n ic o d e exp erien cia, y q u e el n eo k an tism o lo haya d esarrollad o e n c o n ­
fo r m id a d c o n este h e c h o . P ero ta m b ié n a q u í hay q u e su b rayar q u e la
ética n o p u e d e red u cirse al co n cep to de m o ralid a d q u e tie n e n la Ilustra­
ció n , K a n t y los k an tianos, d el m ism o m o d o q u e la m etafísica ta m p o co
se r e d u c e e n a b so lu to a lo q u e e llo s lla m a n « e x p e r ie n c ia » . Y d e a h í
resulta al m ism o tie m p o q u e d isp o n ie n d o de u n n u evo c o n c e p to de lo
q u e es e l c o n o c im ie n to d eb a c a m b ia r d ecisiva m en te n o só lo e l c o n ­
c ep to d e e x p e rie n c ia , sin o ta m b ié n el de lib e rta d .
Se p o d r ía d e fe n d e r a q u í la tesis de q u e e n c o n tra r u n c o n c e p to de
e x p e rie n c ia q u e m a rq u e el lu g a r ló g ic o d e la m eta física e lim in a r ía la
d ife r e n c ia e n tr e lo s á m b ito s d e n a tu ra le z a y lib e r ta d . P e ro a q u í, en
d o n d e , en efe cto , n o se trata de d em o stra r n in g u n a cosa, sin o d e p r e ­
s e n ta r u n p r o g r a m a d e in v e s tig a c ió n , h a y q u e d e c ir al re sp e cto lo
s ig u ie n te : a u n q u e sea n e c e s a ria e in e v ita b le la ta re a d e tr a n s fo r m a r
sobre la base de u n a n ueva ló g ica tran scen d e n tal el á m b ito c o r r e s p o n ­
d ien te a la d ialéctica, la tra n sic ió n en tre la te o ría de la e x p erie n cia y la
te o r ía d e la lib e r ta d , esta tr a n s fo r m a c ió n im p r e s c in d ib le n o p u e d e
d e se m b o ca r e n u n a m e zc la de lib e r ta d y e x p e rie n c ia , p o r m ás q u e el
c o n c e p to d e e x p e rie n c ia to m a d o e n el se n tid o m etafísico se haya visto
alterad o p o r el c o n c e p to de lib e rta d e n u n sen tid o q u e, m u y p r o b a b le ­
m e n te , n o s r e su lte a ú n d e s c o n o c id o . P u es a u n q u e lo s c a m b io s q u e
aqu í se p u e d a n p resen tar a la in vestigación sean en o rm es, la trico to m ía
d el sistem a k a n tia n o es u n o d e lo s g ra n d es c o m p o n e n te s d e esa típ ica
q u e hay q u e c o n s e rv a r, c o n s e rv a n d o a ésta e s p e c ia lm e n te . P o d e m o s
p reg u n tarn o s si la segu n d a p a rte d el sistem a ( p o r n o h a b la r d e la d if i­
cu ltad d e la tercera) tod avía se tie n e q u e r e fe r ir a la ética o si la catego ­
170 ESTUD IOS METAFÍSICOS Y D E FILOSOFÍA DE LA H I5T0R IA

ría de « cau sa lid ad m ed ia n te lib e rta d » 131tie n e quizás o tr o sig n ifica d o ;


la tr ic o to m ía , cuyas r e la c io n e s m etafísicas m ás p r o fu n d a s sig u e n p o r
d e s c u b rir , tie n e s in d u d a e n el sistem a k a n tia n o su fu n d a m e n ta c ió n
m ás decisiva ya e n la tríad a de las categorías de r e la c ió n 161. E n la t r ic o ­
to m ía a b so lu ta d e l sistem a, q u e c o n esta t r ip a r t ic ió n ya se r e fie r e al
e n te ro á m b ito de la cu ltu ra , rad ica u n a d e las h istó ricas s u p e r io r id a ­
des d e l sistem a k a n tia n o so b re el de sus p red e ce so re s. S in em b a rg o , la
d ia lé ctica fo rm a lista p r o p ia d e lo s sistem as p o stk a n tia n o s n o tie n e su
b ase e n la d e te r m in a c ió n d e la tesis c o m o r e la c ió n c a te g ó ric a , de la
a n títesis c o m o r e la c ió n h ip o té tic a y d e la sín tesis c o m o r e la c ió n d is ­
y u n tiv a . P e ro , m ás a llá d e l c o n c e p to d e sín te sis, ta m b ié n el de u n a
c o n c r e ta n o - s ín te s is d e d os c o n c e p to s d a d o s e n o tr o c o n c e p to será
m u y im p o rta n te d esd e el p u n to de vista sistem ático, d a d o q u e, aparte
d e la sín te sis, es p o s ib le o tr a r e la c ió n e n tr e tesis y a n títe sis . S in
e m b a rg o , esto apen as p o d rá c o n d u c ir a u n a c u a te rn id a d de categorías
d e la re la c ió n .
A s í pues, hay q u e co n serva r la g ra n tr ic o to m ía p ara la a rtic u la c ió n
de la filo s o fía , p o r m ás q u e sus m ie m b ro s estén m a l d e fin id o s ; p e r o
esto n o vale sin m ás, m e r a m e n te , p a ra lo s d iversos esq u em as d e l sis­
tem a. L a escu ela de M a rb u rg o ya h a em p eza d o a e lim in a r la d ife r e n ­
cia e n tre ló g ic a y estética tran scen d e n tales (a u n q u e a ú n d eb am o s p r e ­
g u n ta rn o s si u n a a n a lo gía d e esta d is tin c ió n n o te n d rá q u e rea p a recer
e n u n n iv el s u p e rio r), y, en cu an to a la tabla d e las categorías, h a y q u e
revisarla p o r c o m p le to , c o m o h o y recla m a to d o e l m u n d o . L a tr a n s ­
fo r m a c ió n d el c o n c e p to de c o n o c im ie n to se a n u n cia rá en to n ces e n la
o b te n c ió n d e u n n u e v o c o n c e p to d e e x p e rie n c ia , p u e s las c atego ría s
a risto télic a s, q u e s o n a rb itra ria s, f u e r o n ex p lo tad a s u n ila te r a lm e n te
p o r K a n t c o n vistas a u n a e x p e r ie n c ia m e c á n ic a . S o b r e to d o , h a b rá
q u e p o n d e r a r si la tab la de las catego ría s tie n e q u e seg u ir aislad a o si
p o d ría e n c o n tra r su sitio (e n tre o tro s m ie m b ro s ) e n u n a te o ría d e los
ó r d e n e s, o in c lu s o ser r e e la b o ra d a e n e l sen o de esa te o r ía y b asarse
e n co n c ep to s ló g ic a m e n te a n te rio re s, o c o n e c ta r c o n ello s e n su caso.
E n esa te o ría g e n e ra l de lo s ó rd en es te n d ría su lu g a r d e l m ism o m o d o
lo q u e K a n t e x p o n e e n la estética tr a n s c e n d e n ta l, así c o m o lo s c o n ­
cep tos fu n d a m en ta les n o sólo de la mecánica,- sin o ta m b ié n de la g e o ­

5 Ibid., A 4 4 4 / B 4 7 3 .
6 Ibid., « tab la de las catego rías», A 80 / B 10 6.
SOBRE EL PROGRAMA DE LA FILOSOFÍA V ENIDERA

m etría , d e la lin g ü ístic a , de la p s ic o lo g ía , d e la c ie n c ia d escrip tiva de


la n atu ra le za y de todas las cien cias q u e p o se e n r e la c ió n in m e d ia ta co n
las c a te g o ría s, o b ie n c o n a lg ú n o tr o c o n c e p to f ilo s ó f ic o d e o r d e n .
E je m p lo s so b re sa lie n te s so n a q u í lo s c o n c e p to s fu n d a m e n ta le s de la
gra m ática . P ero ta m b ié n hay q u e te n e r p re se n te q u e c o n la e x c lu sió n
m ás r a d ic a l d e to d o s lo s c o m p o n e n te s q u e e n la te o r ía d e l c o n o c i ­
m ie n to d a n la o cu lta resp u esta a la p re g u n ta o cu lta p o r el d e v e n ir d el
c o n o c im ie n t o , q u e d a lib r e el g r a n p r o b le m a de lo fa ls o , d e l e r r o r ,
cuya estru ctu ra y o r d e n ló g ic o n o s resu lta p re c iso a verig u a r c o n tan ta
e x a c titu d c o m o e n e l caso de lo v e r d a d e r o . N o se p u e d e , e n e fe c to ,
seg u ir ex p lic a n d o el e r r o r a p a r tir d e l e rra r, c o m o ta m p o c o se p u e d e
segu ir ex p lica n d o la verd a d a p a r tir d el e n te n d im ie n to c o rr e c to . C a b e
p r e s u m ir q u e ta m b ié n p a ra esta in v e s tig a c ió n de la n a tu ra le za ló g ic a
d e l e r r o r y lo falso h a b rá q u e ir a b u sca r las catego rías e n la te o ría d e
lo s ó r d e n e s : e n to d a la f ilo s o f ía m o d e r n a está p r e s e n te el c o n o c i ­
m ie n to de q u e el o r d e n c a teg o ria l es sin d u d a alg o d e c e n tra l im p o r ­
tan cia p a ra el c o n o c im ie n to de la e x p e rie n c ia e n sus d iversos gra d o s,
in c lu id a a h í la n o m e c á n ic a . E l a rte , el d e r e c h o , la h is to r ia y o tr o s
ám b ito s tie n e n q u e o rie n ta rs e p o r la te o r ía d e las catego ría s c o n u n a
in ten sid a d m u y d ife re n te a la prevista e n K a n t. P ero la r e la c ió n c o n la
ló g ic a tr a n s c e n d e n ta l p la n te a u n o d e lo s m a yo res p r o b le m a s d e l sis­
tem a, la p re g u n ta p o r su te rc e ra p a rte , c o n otras palabras: la p re g u n ta
p o r las clases d e e x p e rie n c ia c ie n tífic a (a saber, p o r las b io ló g ica s) q u e
K a n t n o trab ajó so b re la base d e la ló g ic a tra n scen d e n ta l, y la r a z ó n d e
q u e n o lo h ic ie ra . A d e m á s, la p r e g u n ta p o r la c o n e x ió n d e l a rte c o n
esta te r c e r a p a r te d e l siste m a , a sí c o m o d e la é tic a r e s p e c to a la
segu n d a p a rte . C a b e p re su m ir q u e la fija c ió n d el c o n c e p to de id e n t i­
d ad, d e s c o n o c id o p a ra K a n t, d ese m p eñ a rá u n a fu n c ió n m u y im p o r ­
ta n te e n el s e n o d e la ló g ic a tr a n s c e n d e n ta l, p u e s a u n q u e este c o n ­
c e p to n o se e n c u e n t r e e n la ta b la d e las c a te g o ría s se d ir ía q u e es el
c o n c e p to su p rem o d e lo s d e la ló g ic a tra n sc e n d e n ta l, y tal vez sea a d e ­
cu ad o p a r a fu n d a m e n ta r de m a n e r a a u tó n o m a la esfe ra d e l c o n o c i­
m ie n to m ás allá de la te rm in o lo g ía d e s u je to - o b je to . Y a e n su ve rsió n
k an tia n a , la d ia lé ctic a tr a n sc e n d e n ta l e x p o n e las id eas e n q u e se basa
la u n id a d d e la e x p e r ie n c ia . P e r o , ta l c o m o ya a n tes h e m o s d ic h o ,
p ara el c o n c e p to p r o fu n d iz a d o de e x p e r ie n c ia la c o n tin u id a d es tan
im p r e s c in d ib le c o m o la u n id a d , d e b ié n d o s e m o s tra r e n las id ea s el
fu n d a m e n to de la u n id a d y c o n tin u id a d p ro p ia s d e esa e x p erie n cia n o
172 e s t u d io s m e t a f ís ic o s y d e f il o s o f ía d e l a h is t o r ia

v u lg a r , y n o s ó lo c ie n t ífic a , s in o a sim ism o m e ta fís ic a . Y h a b r á q u e


m o stra r la c o n v e rg e n c ia q u e tie n e n las ideas e n el c o n c e p to su p rem o
de c o n o c im ie n to .
G o m o p a r a i r e n c o n t r a n d o sus p r in c ip io s la d o c tr in a k a n tia n a
tu vo fo r z o s a m e n te q u é b u s c a r u n a c ie n c ia c o n r e la c ió n a la cu al
p u d ie ra d e fin irlo s, algo sim ilar le su ced erá a h o ra a la m o d e rn a f ilo s o ­
fía. L a g ra n tr a n s fo r m a c ió n y c o r r e c c ió n q u e hay q u e lleva r a cabo e n
el c o n c e p to de c o n o c im ie n to d e u n ila te r a l o r ie n ta c ió n m a te m á tico ~
m ecánica sólo p u e d e o b ten erse desde lu eg o al p o n e rse el c o n o cim ie n to
e n la r e la c ió n c o n el le n g u a je , c o m o e n v id a d e K a n t ya in te n tó
H a m a n n 1’ 1. L a co n scie n c ia de q u e el c o n o c im ie n to filo s ó fic o es ab so ­
lu ta m e n te a p r ió r ic o y s e g u r o , la c o n s c ie n c ia de estos asp ecto s de la
filo so fía com p arab les a la m atem ática, h iz o q u e K a n t olvid ara q u e to d o
c o n o c im ie n to filo s ó fic o tie n e su ú n ic a ex p re s ió n e n el len g u a je, y n o
e n las fó rm u la s n i en los n ú m e ro s. P e ro , e n ú ltim a in stan cia , esta c ir ­
cu n stan cia es decisiva, y p o r esta r a z ó n hay q u e a firm a r la su p rem a cía
sistem ática de la filo s o fía s o b re tod as las c ie n c ia s, in c lu id a la c ie n c ia
m a tem ática. U n c o n c e p to d e c o n o c im ie n to a d q u irid o e n la r e fle x ió n
so b re la ese n cia lin g ü ís tic a d e l c o n o c im ie n to d e b e cre a r sin d u d a u n
c o n c e p to c o r r e s p o n d ie n te de e x p e r ie n c ia q u e in c lu ir á á m b ito s q u e
K a n t n o c o n s ig u ió in te g r a r e n el sistem a, sie n d o e l s u p re m o de esos
ám b ito s el q u e respecta a la re lig ió n . Y así se p u e d e fo r m u la r p o r fin la
exigencia a la filo so fía ve n id e ra c o n las palabras siguientes: crear, sobre
la b ase d e l siste m a k a n tia n o , u n c o n c e p to de c o n o c im ie n to al q u e
co rresp o n d a el co n cep to de u n a ex p erie n cia de la q u e el c o n o c im ie n to
sea la te o ría . Y así, o a esa filo so fía se le p o d ría llam a r « te o lo g ía » estu ­
d iad a en su parte gen era l o la te o lo g ía qu ed aría su b o rd in ad a a ella en la
m ed id a en q u e c o n tie n e elem e n to s filo só fic o s h istó rico s.

L a ex p erie n cia es, en co n secu en cia , la m u ltip lic id a d c o n tin u a y u n ita ­


ria d el c o n o c im ie n to .

7 C fr . J o h a n n G e o rg H am an n , Sesruion sjir Kritik der reinen Vernunft (1781) y Metakritik über den
Purismum der Vernunß (17Ö4) ■
SOBRE EL PROGRAMA DE LA FILOSOFÍA V ENIDERA 173

A p é n d ic e

E n in te ré s de la c la r ific a c ió n de la r e la c ió n de la filo s o fía c o n la r e li­


g ió n , h a y q u e r e p e tir el c o n te n id o de lo a n te rio r p o r c u a n to respecta
al esq uem a sistem ático d e la filo so fía . E n efe cto , se trata d e la re la c ió n
de los tres co n cep to s d e n o m in a d o s « te o r ía d el c o n o c im ie n to » , « r e li­
g ió n » y « m e ta fís ic a » . T o d a la filo s o fía se d ivid e e n te o ría d e l c o n o c i­
m ie n to y m etafísica, o, expresado e n té rm in o s k an tian os, e n u n a p a rte
c rític a y u n a p a r te d o g m á tic a [SI, p e r o esta d iv is ió n n o es im p o r ta n te
co m o in d ic a c ió n d el c o n te n id o , sin o c o m o p r in c ip io de d ivisió n . C o n
ella se n o s d ic e s o la m e n te q u e , u n a vez a fia n z a d o s p o r la c rític a lo s
co n c e p to s d e l c o n o c im ie n to y el c o n c e p to de c o n o c im ie n to , se p u e d e
e la b o r a r la te o r ía d e a q u e llo de cu yo c o n o c im ie n to , ig u a lm e n te de
m a n e ra c rític a , ya está e sta b le c id o el c o n c e p to . Y ta l vez n o se p u e d a
in d ic a r c o n e x a ctitu d d ó n d e te r m in a lo c r ític o y d ó n d e c o m ie n z a lo
d o g m ático p o rq u e el c o n c e p to d e lo d o g m ático se re fie re sim p lem en te
a la tr a n s ic ió n de la c rític a a la te o r ía , d e c o n c e p to s fu n d a m e n ta le s
g e n e ra le s a c o n c e p to s fu n d a m e n ta le s p a r tic u la re s . A s í p u e s, to d a la
filo so fía es te o ría d e l c o n o c im ie n to , sie n d o p o r lo tan to te o ría , te o ría
c rític a y d o g m á tic a d e to d o c o n o c im ie n to . Y am bas p a rte s, c rític a y
d ogm ática, se e n c u e n tra n e n el á m b ito de lo filo s ó fic o . D a d o q u e ése
es el caso, d a d o q u e la parte d ogm ática n o es u n a c ie n c ia p a rticu la r, se
p lan tea n a tu ra lm e n te la p reg u n ta p o r el lím ite en tre cien cia y filo so fía .
E l sig n ifica d o te r m in o ló g ic o de lo m e ta fìsic o , se g ú n lo h em o s i n t r o ­
d u cid o antes, consiste pues, m u y p recisa m en te, e n d eclarar in existen te
d ic h o lím ite , y la r e fo r m u la c ió n de la « e x p e r ie n c ia » —r e fo r m u la d a
c o m o « m e ta fís ic a » — sig n ifica q u e e n la p a r te m e ta físic a o d o g m ática
de la filo so fía , a la q u e pasa la p a rte ep istem o ló g ica q u e co n sid e ra m o s
s u p e r io r (a sa b e r, la p a r te c r ític a ) , está in c lu id a ya v ir tu a lm e n te la
« e x p e rie n c ia » m ism a co m o tal. (U n a e je m p lific a ció n q u e p u e d e darse
para captar esta re la c ió n e n el ám b ito p r o p io de la física p u e d e verse e n
m i a r tíc u lo s o b r e e x p lic a c ió n y d e s c r ip c ió n 191.) S i d e este m o d o se
esboza p o r c o m p leto la r e la c ió n en tre te o ría de c o n o c im ie n to , m e ta fí­
sica y c ie n c ia , q u e d a n a ú n , sin e m b a rg o , d os p re g u n ta s. Q u e so n , en
p rim e r té rm in o , la p reg u n ta p o r la re la c ió n d e los m o m e n to s c rític o y

8 G fr. Crítica de la razpnpura, B 3ÍXXV-XXXVI.


9: Intento de demostrar que ìa descripción científica ¿e. unproceso presuponejra su explicación, e n el voi- V I
de esta e d ic ió n de las obras de W alter B e n jam in .
i74 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFIA DE LA HISTORIA

d o g m á tic o e n lo s á m b ito s d e la ética y la estética, q u e a q u í va m o s a


d ejar de la d o p o stu la n d o u n a s o lu c ió n p o r analogía sistem ática, co m o
p u e d e darse, p o r e je m p lo , en el ám b ito de la te o ría de la n atu raleza; y
ya, e n s e g u n d o té r m in o , la p r e g u n ta p o r la r e la c ió n e n tre filo s o fía y
r e lig ió n . Q u e d a rá así c la ro q u e, e n el fo n d o , se tie n e q u e tratar de la
p re g u n ta n o p o r la r e la c ió n q u e existiría en tre filo so fía .y re lig ió n , sin o
p o r la e x iste n te e n tr e filo s o fía y te o r ía de la r e lig ió n ; o , d ic h o c o n
palabras diferentes.: lo q u e se p la n tea es la p re g u n ta p o r la re la c ió n d el
c o n o c im ie n to e n c u a n to ta l c o n el c o n o c im ie n to d e la r e lig ió n . M as
ta m b ié n la p r e g u n ta p o r la e x iste n c ia de la r e lig ió n , d e l arte, e tc .,
p u e d e d e se m p e ñ a r u n a fu n c ió n filo s ó fic a , a u n q u e só lo a través d e la
p reg u n ta p o r lo q u e es el conocimiento filo s ó fic o d e d ich a existencia. Y es
que, en efe cto , la filo so fía siem p re p reg u n ta p o r el c o n o c im ie n to , y la
preg u n ta p o r el c o n o c im ie n to de su existencia es tan sólo m o d ific a c ió n
(a u n q u e sob resalien te, claro está) d e la p re g u n ta p o r el c o n o c im ie n to .
H a y q u e d e ja r b ie n c la ro q u e la filo s o fía n u n c a p u e d e lle g a r c o n sus
p reg u n tas hasta la u n id a d existen cial, sin o sólo a esas nuevas u n id a d es
de ley cuya in teg ra l es la « e x iste n c ia » .
E l c o n c e p to e p is te m o ló g ic o p r im o r d ia l tie n e d os fu n c io n e s . P o r
u n a p a r te , él es el q u e , p o r m e d io d e su e s p e c ific a c ió n , d e a c u e rd o
c o n la fu n d a m e n ta c ió n ló g ic a g e n e r a l d e l c o n o c im ie n to , lle g a a lo s
c o n c e p to s de las clases especiales d e c o n o c im ie n to y las clases esp ecia ­
les d e e x p e rie n c ia . E sto, q u e es su sig n ific a d o e p iste m o ló g ic o , v ie n e a
ser ta m b ié n , al m ism o tie m p o , el aspecto m ás d é b il de su sig n ifica d o
m etafísico . S in em b a rg o , el c o n c e p to p r im o r d ia l de c o n o c im ie n to n o
se a b re p aso e n tal c o n te x to h asta u n a to ta lid a d c o n c r e ta d e la e x p e ­
r ie n c ia n i hasta u n c o n c e p to de ex isten cia. P ero hay e n to d o caso u n a
u n id a d de e x p e rie n c ia q u e n o p u e d e e n te n d e rse c o m o su m a de ex p e­
rien cias, a la cual se r e fie r e , de m o d o inmediato, el c o n c e p to d e c o n o c i­
m ie n to co m o te o ría en su c o n tin u a d o d esp legarse. E l o b je to y el c o n ­
te n id o de d ich a te o ría , d e tal to ta lid a d c o n c re ta d e la e x p e rie n c ia , es
la r e lig ió n , q u e e n p r in c ip io se e n c u e n tra so la m en te d ad a a la f ilo s o ­
fía co m o te o ría . L a fu e n te d e la existen cia se e n c u e n tra e n la to talid a d
d e la e x p e r ie n c ia , s ie n d o e n la te o r ía d o n d e la f ilo s o f ía lle g a a alg o
a b so lu to , e n ta n to q u e existen cia, y p o r tan to a esa c o n tin u id a d e n la
esen cia d e la e x p erie n cia e n cuyo o lv id o cabe p re su m ir el d efe cto p r o ­
p io d e l n e o k a n tis m o . D e sd e el p u n to de vista puramente m e ta físic o , el
p r im o r d ia l c o n c e p to de e x p e r ie n c ia p a sa p u e s a su to t a lid a d d e
D ESTINO Y CARÁCTER 175

m a n era co m p le ta m e n te d ife r e n te q u e e n sus diversas esp ecifica cio n e s,


es d e c ir, q u e e n las cien cia s: lo h ace sin d u d a d e m o d o in m e d ia to , si
b ie n a ú n q u ed a p o r d e te rm in a r el se n tid o de esta in m e d ia te z fr e n te a
a q u e lla o tr a m e d ia te z. Q u e u n c o n o c im ie n to sea m e ta físic o s ig n if i­
cará strictosensu q u e m e d ia n te el c o n c e p to p r im o r d ia l de c o n o c im ie n to
se r e fie r e a la to ta lid a d c o n c r e ta d e la e x p e rie n c ia , o , lo q u e es d ecir,
a la existencia. P ero el c o n c e p to filo s ó fic o de ex isten cia tie n e q u e a c re ­
d itarse an te el c o n c e p to re lig io s o d e d o c tr in a , y a su vez éste c o n re s­
p e c to al c o n c e p to e p is te m o ló g ic o p r im o r d ia l. T o d o esto n o es m ás
q u e u n a b reve a lu s ió n , p e r o la te n d e n c ia fu n d a m e n ta l d e esta d e te r ­
m in a c ió n d e la r e la c ió n e n tr e r e lig ió n y f ilo s o f ía se rá la s ig u ie n te :
sa tisfa ce r p o r ig u a l las e x ig e n c ia s d e ( p r im e r o ) la u n id a d v ir tu a l de
r e lig ió n y filo s o fía , (se g u n d o ) la in te g r a c ió n d e l c o n o c im ie n to de la
r e lig ió n e n la filo s o fía , y (te rc e ro ) g u ard ar la in te g r id a d d e la tr ip a r ­
tic ió n de este sistem a.

DESTINO Y CARÁCTER*1’

Se su e le v e r al d e s tin o y al c a rá c te r c o m o ca u sa lm e n te c o n e c ta d o s , e
in clu so se d ice q u e el carácter es u n a de las causas d el d estin o . A l a base
d e lo c u a l se e n c u e n tr a esta id e a ; s i c o n o c ié r a m o s to d o s lo s d eta lles
p r o p io s d e l carácter d e u n a p e rso n a ( in c lu id o su m o d o de rea cc io n a r)
y to d o s lo s aspectos d e lo q u e su ced e en el m u n d o e n ta n to q u e afectan
a ese c a rá c te r, p o d r ía m o s d e c ir ex a cta m e n te q u é le va a p a sa r a ese
carácter y q u é es lo q u e va a h a ce r. Es d e c ir, co n o ce ría m o s su d estin o.
P e ro las id ea s c o n te m p o r á n e a s n o n o s p e r m ite n lle g a r h asta el c o n ­
cepto de d estin o , p o r lo q u e lo s seres h u m a n o s de lo s tiem p o s m o d e r ­
n os p re fie re n su p o n e r q u e el carácter p u e d e ser le íd o en lo s rasgos físi­
cos d e u n a p erso n a , p ues de algu n a m a n era e n cu en tra n e n sí m ism os el
saber d e l carácter; m ien tra s q u e la id ea de le e r el d e stin o de u n a p e r ­
son a e stu d ia n d o las lín e a s d e su m a n o les re sa lta sin m ás in a c ep ta b le.
E sto les p a r e c e ser ta n im p o s ib le c o m o la sola id e a d e « p r e d e c ir el
fu tu r o » 1 b a jo esta catego ría se su b su m e sin m ás la p r e d ic c ió n d el d es­

I P u b licado en 192 1 e n la revista Die Argonauten* S egú n parece, B e n ja m ín redactó este


artícu lo en tre septiem bre y n oviem b re de 1919*
176 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

tin o , y fr e n te a e llo el carácter p arece algo p resen te e n el h o y y el ayer,


es d e c ir, alg o c o g n o sc ib le . Q u ie n e s aseg u ra n q u e p u e d e n p r e d e c ir e l
d e stin o q u e to c a a las p e rs o n a s a p a r tir de u n o s sig n o s d ic e n q u e de
a lg ú n m o d o el d estin o se en cu en tra ya p rese n te p ara el q u e sabe v e rlo ,
p a ra q u ie n h a lla e n sí m ism o u n saber in m e d ia to d e l d e s tin o . M as la
su p o sic ió n de q u e n i la « p re se n c ia » d e l d estin o fu tu r o c o n tra d ice a su
p r o p io c o n c e p to n i su p r e d ic c ió n a las c a p a cid a d e s c o g n o sc itiv a s
h u m a n a s n o es p o r sí m ism a absurda, tal c o m o se p u e d e d em o stra r. Y
d e h e c h o , e n e fe c to , ta n to el d e s tin o c o m o el c a rá c te r s o la m e n te se
p u e d e n ver e n signos, p e ro n o e n sí m ism os; pu es p o r m ás q u e ten g a ­
m o s an te n u estra vista u n o u o tr o rasgo d e l carácter, u n a u o tra c o n ­
creta c o n c a te n a c ió n d e l d estin o, la c o n e x ió n a la q u e esos co n cep to s se
re fie r e n n o p u e d e estar p rese n te de m a n era d istin ta q u e p o r signos, ya
q u e está m ás allá d e lo q u e es visib le de m o d o in m e d ia to . E l sistem a de
los signos caracteroló gicos suele lim itarse al ám b ito d el cu erp o, si d eja­
m os de lad o el sig n ifica d o caracte ro ló gico de lo s signos q u e investiga el
h o r ó s c o p o , m ie n tra s q u e d e a c u e rd o c o n la c o n c e p c ió n tr a d ic io n a l
ta m b ié n p u e d e n ser sign os d el d estin o n o só lo lo s fe n ó m e n o s c o r p o ­
rales, sin o to d o s lo s fe n ó m e n o s de la vid a e x te rio r. La c o n e x ió n en tre
el sig n o y lo d esign ad o rep resen ta p o r tan to e n am bas esferas u n p r o ­
b le m a q u e es ig u a lm e n te d ifíc il, a u n q u e d ife r e n te e n cada caso, p u e s
pese a las teorías su p erficiales y a las falsas hipóstasis de lo s signos, éstos
n o se r e fie r e n e n n in g u n o de am bos sistem as d ire cta m en te al carácter
o al d estin o so b re la base de c o n e x io n e s de tip o causal. U n a c o n e x ió n
de s ig n ific a d o n o p u e d e te n e r n u n c a u n a base cau sal, a u n q u e e n e l
caso p r e s e n te la e x iste n c ia d e esos sig n o s se e n c u e n tr e ca u sa lm e n te
p ro v o cad a p o r el d estin o y, ju n t o c o n él, p o r el carácter. A c o n tin u a ­
c ió n n o va m o s a in v e stig a r q u é a sp e cto te n d r ía tal sistem a d e sig n o s
para el d estin o y el carácter, sin o q u e n u estro análisis se d irig e s im p le ­
m en te a lo s así d esign ad os.
Q u e d a claro q u e la c o n c e p c ió n tr a d ic io n a l d e la esen cia y la r e la ­
c ió n d e d e stin o y carácter n o só lo es p r o b le m á tic a , ya q u e n o está en
c o n d ic io n es d e co m p re n d e r de m o d o ra c io n a l la p o sib ilid a d d e p re d e ­
c ir el d estin o, sin o q u e adem ás, sin d u d a, es e rró n e a , p o rq u e la sep a­
r a c ió n e n q u e se basa es te ó ric a m e n te irr e a liz a b le . P u es es im p o s ib le
fo r m a r u n c o n c e p to n o c o n t r a d ic to r io d e l e x te r io r d e u n a p e r s o n a
activa, el n ú c le o d e la cual, desd e ese p u n to d e vista, es el carácter. N o
es p o s ib le e n e fe c to d e fin ir el c o n c e p to de m u n d o e x te r io r c o n tra el
DESTINO ¥ CARÁCTER 177

lím ite d el c o n c e p to d e p e rso n a activa. P ero al tie m p o , d e k e c h o , en tre


p e rso n a activa y m u n d o e x te rio r to d o es in te ra c c ió n , al p u n to q u e sus
c ír c u lo s d e a c c ió n se c o n fu n d e n ; p o d e m o s im a g in a r lo s de m a n e ra s
b astan te d ife re n te s, m as sus c o n c e p to s n o p u e d e n sep ararse. N o só lo
n o se p u e d e in d ic a r e n n in g ú n caso q u é es en ú ltim a in stan cia fu n c ió n
d el carácter y q u é es a su vez f u n c ió n d el d estin o d u ra n te la vid a de u n a
p e rso n a (esto a q u í n o te n d ría m a yo r im p o rta n c ia si am bos se c o n fu n ­
d ie r a n ta n só lo e n la e x p e r ie n c ia ), sin o q u e ad em ás el e x te rio r c o n el
q u e se en c u e n tra la p e rso n a activa se p u e d e d eriva r d e su in te r io r e n la
m ed id a en q u e se q u ie ra , y viceversa, e in c lu so el u n o p u e d e ser c o n s i­
d era d o c o m o el o tr o . D esd e este p u n to de vista, d e stin o y carácter n o
q u ed a n te ó ric a m e n te sep arad os, sin o q u e c o in c id e n . A s í su ced e e n el
caso de N ietzsc h e, q u e dice: « S i u n o tie n e carácte r, p o se e rá ta m b ié n
u n a v iv e n c ia q u e s ie m p re r e t o r n a » 1*1. E sto q u ie r e d e c ir q u e , si u n o
tie n e carácter, su d estin o será e se n cia lm e n te con stan te . P ero esto s ig ­
n ific a al m ism o tie m p o q u e ése, e n realid ad , n o tie n e d estin o , y ju s ta ­
m en te a esta c o n c lu s ió n lle g a ro n a n tig u am e n te lo s estoicos.
S i, p o r t a n t o , q u e re m o s o b te n e r el c o n c e p to m ism o de d e s t in o ,
d eb em os sep ararlo c o n cu id ad o respecto d e l co n cep to de carácter, cosa
q u e n o p u e d e su ced er basta q u e hayam os d e fin id o éste c o n exactitu d .
S o b re la base d e tal d e fin ic ió n , am bos co n cep to s será n d e l to d o d iv e r­
gentes; en d o n d e esté el carácter, es segu ro q u e n o estará el d estin o , y
e n el co n tex to d e l d estin o n o se b ailará e l carácter. P ara eso b a b rá q u e
p r o c u r a r la in te g r a c ió n de am bos c o n c e p to s e n esferas e n las q u e n o
u s u r p e n , ta l c o m o su c e d e e n e l le n g u a je c o m ú n , la e le v a c ió n d e las
esferas y de lo s co n c e p to s s u p e rio re s. P u es, n o rm a lm e n te , el carácte r
se su ele in te g r a r e n u n c o n te x to é tic o , y el d e stin o e n u n o r e lig io s o .
H ay p u es q u e sacarlos de estos d os sectores se ñ a la n d o el e r r o r q u e los
h a in c lu id o e n esos á m b ito s. E n lo q u e h a ce al c o n c e p to d e d e s tin o ,
d ich o e r r o r sin d u d a está causado p o r su c o n e x ió n c o n el c o n c e p to de
cu lp a . A s í, p o r n o m b r a r e l caso t íp ic o , el d e s tin o d e s d ic h a d o su e le
con sid erarse la respuesta d e D io s o los dioses fre n te a la cu lp a religiosa.
P e ro ta m b ié n n o s d e b e r ía h a c e r r e fle x io n a r e l h e c h o d e q u e a h í n o s
falta la r e la c ió n c o rr e s p o n d ie n te d e l c o n c e p to de d estin o c o n el c o n ­
cepto q u e la m o r a l añade al c o n c e p to d e cu lp a: a saber, el co n c e p to de

3 Másaüáde! bienj de! mal, cuarta parte, n ° 70 . L a cita es im precisa.


ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

in o c e n c ia . E n la c o n fig u r a c ió n clá sica g r ie g a d e lo q u e es la id e a de


d e s tin o , la d ich a q u e se c o n c e d e a u n a p e r s o n a n u n c a se e n tie n d e
co m o c o n fir m a c ió n de la in o c e n c ia de su vida, sin o en calid ad de te n ­
ta c ió n p a ra la m a y o r cu lp a , q u e es la hybris. A s í p u e s, el d e stin o n o se
relacio n a c o n la in o ce n c ia . Y (esta p reg u n ta a h o n d a más aú n) ¿se re la ­
cio n a el d estin o c o n la d ich a? ¿ E s la d ich a, c o m o sin d u d a es la d e sd i­
cha, categoría constitutiva d el d estin o ? M ás b ie n , la d ich a es lo q u e saca
al d ich o so de la c o n c a te n a c ió n de los d estin os y d e la re d m ism a d e su
d estin o. N o es n in g u n a casualidad q u e H ö ld e r lin d e n o m in e « caren tes
de d e s tin o » a los dioses b ie n a v e n tu ra d o s131. A sí, la d ich a y la b ie n a v e n ­
tu ran za sacan de la esfera d el d estin o, igu al q u e la in o ce n c ia . U n o rd e n
cuyos ú n ic o s co n cep to s con stitu tivos so n la desd icha y la cu lp a y d e n tro
d e l cu al n o hay c a m in o p e n sa b le de lib e r a c ió n (p u es algo q u e es d es­
tin o es al tiem p o ta m b ién d esd icha y cu lp a) n o p u e d e ser relig io so , p o r
más q u e el m a le n te n d id o c o n c e p to de cu lp a lo haga p a re c e r. H ay q u e
b u scar, p o r tan to, todavía o tro ám b ito en el q u e sólo valgan la desdicha
y la culp a, u n a b alan za e n la cu al in o c e n c ia y b ie n a ve n tu ra n za resu lten
ta n lig era s q u e p u e d a n s u b ir. Y esa b a la n za es la d e l d e r e c h o . P u es el
d erech o eleva las leyes d e l d estin o (la d esd icha y la cu lp a) a m ed id as ya
d e la p e rs o n a ; es d esd e lu e g o fa ls o s u p o n e r q u e ta n só lo la c u lp a se
e n c u e n tr a e n el c o n te x to d e l d e r e c h o , p u d ié n d o s e m o stra r s in d u d a
a lg u n a q u e to d o tip o d e in c u lp a c ió n ju r í d i c a n o es e n r e a lid a d sin o
d esd icha. B ie n eq u ívo ca m en te, d e b id o a su in d e b id a c o n fu s ió n c o n lo
q u e es e l r e in o de la ju s tic ia , el o r d e n d e l d e re c h o (q u e ta n sólo es u n
resto d e l n iv e l d e m o n ía c o de e x iste n c ia d e lo s seres h u m a n o s , e n el
q u e las n o r m a s ju r íd ic a s d e te r m in a b a n n o s ó lo las r e la c io n e s e n tr e
ellos, sin o ta m b ié n sus rela c io n es c o n lo s dioses) se h a m a n te n id o más
allá d el tie m p o q u e a b rió la v ic to ria so b re d ich o s d e m o n io s . N o e n el
d erech o , sin o en la trag ed ia , fu e el esp acio d o n d e la cabeza d e l g e n io
se lo g r ó eleva r p o r vez p r im e r a de la espesa n ie b la d e la c u lp a , d a d o
q u e e n la trag ed ia ya se q u ie b ra el d estin o d e m o n ía c o . P ero n o su sti­
tu y e n d o la c o n c a te n a c ió n d e c u lp a y e x p ia c ió n (im p e n s a b le d esd e el
p u n to de vista pagan o) p o r la p u reza d e l ser h u m a n o exp iad o y r e c o n ­
c ilia d o c o n el d io s p u r o , s in o q u e , e n la tr a g e d ia , c o m p r e n d e el
p a g a n o q u e es m e jo r q u e sus dioses, y ju s ta m e n te ta l c o n o c im ie n to lo

3 Fffperions Schicksalslied, verso 7-


DESTINO Y CARÁCTER 179

d eja e n m u d e c id o , sin p alab ras. S in p ro fe sa rse a sí m ism a , la trag ed ia


in t e n ta i r a g r u p a n d o su fu e r z a e n s e c r e to . N o va d e p o s ita n d o c o n
c u id a d o cu lp a y e x p ia c ió n e n lo s d os p la tillo s d e la b ala n za , sin o q u e
lo s revu elve. E l « o r d e n m o r a l d e l m u n d o » n o q u e d a p u es a h í r e sta ­
b le c id o , s in o q u e , e n su s e n o , e l ser h u m a n o m o r a l q u ie r e e n d e r e ­
zarse, tod avía m u d o e in fa n til (y c o m o tal se le lla m a « h é r o e » ) , e n el
te m b lo r d el m u n d o a to rm e n ta d o . L a p a ra d o ja q u e co n stitu ye el n a c i­
m ie n to d e l g e n io e n e l s ile n c io m o r a l, e n la q u e a ú n es in fa n tilid a d
m o r a l, es p u e s lo s u b lim e d e la tr a g e d ia . P r o b a b le m e n te ésa sea la
r a z ó n d e lo s u b lim e e n ta n to q u e ta l, d o n d e el g e n io a p a re c e an tes
q u e D io s .
A s í p u es, el d estin o se m u estra cu an d o ob servam os u n a vid a co m o
algo c o n d e n a d o , e n el fo n d o co m o algo q u e p r im e r o fu e ya co n d e n a d o
y, a c o n tin u a c ió n , se h iz o cu lp a b le. G o e th e resu m e am bas fases e n las
palabras siguientes: « H a c é is q u e lo s p o b res deven gan c u lp a b le s» l't). E l
d erech o n o c o n d e n a p o r tan to al castigo, sin o a la cu lp a . Y el d estin o
es c o n e llo el p le x o d e cu lp a de to d o lo viv o . E l c u al c o rr e s p o n d e a la
c o n d ic ió n n a tu ra l p r o p ia de lo v iv o , a esa lu z q u e a ú n n o h a q u ed ad o
d isu e lta p o r c o m p le t o , a la q u e e l ser h u m a n o se su stra jo ta n to q u e
n u n c a p u d o h u n d ir s e p o r c o m p le to e n e lla , s in o q u e , a u n b a jo su
d o m in io , solam en te p u d o p e rm a n e ce r in visib le e n su m e jo r p a rte. P o r
ta n to , e n el fo n d o , el ser h u m a n o n o tie n e u n d e stin o , s in o q u e e l
su jeto d e l d e stin o es c o m o tal in d e te r m in a b le . P u e d e el ju e z v e r d es­
tin o d o n d e q u iera ; al castigar, lo d icta ciega m en te. Y a u n q u e el h o m ­
b re n o q u ed a afectado p o r esto, sí se afecta la m era vid a e n él, q u e, en
virtu d d e la lu z, p a rticip a e n la cu lp a n a tu ra l co m o p a rticip a e n la d es­
dicha. E l d estin o p u e d e lig a r lo vivo a las cartas igu al q u e a lo s planetas,
y la a d iv in a d o r a se sirve d e la té c n ic a se n c illa d e p o n e r al d e s tin o e n
c o n e x ió n c o n la c u lp a a través d e las cosas m ás cerca n a s, las q u e s o n
m ás seg u ras, las q u e se h a lla n p re ñ a d a s d e c e rte z a . D e este m o d o ,
in ten ta d escu b rir e n lo s sign os algo so b re u n a vid a n a tu ra l e n el h o m ­
b re q u e ella a su vez trata d e p o n e r e n lu g a r d e la cabeza m e n c io n a d a ,
igu al q u e la p e rso n a q u e va a ella h a abd icad o e n favor de la vid a in c u l­
pada. P o rq u e el p lexo de cu lp a es im p ro p ia m e n te te m p o ra l, co m p le ta ­
m en te d ife re n te p o r su tip o , d el m ism o m o d o q u e p o r su m ed id a , d el

4 Wilhelm Meisters Lehrjahre, lib r o II, cap. 13, verso 6 d el p o em a que com ienza co n las
palabras Wer nie sein. Brot mit Tranen ass.
18 o ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

tie m p o de la r e d e n c ió n , o de la ve rd a d o d e la m ú sica. D e la necesaria


fija c ió n d e l tip o esp ecia l d e tie m p o d e l d e stin o d e p e n d e la c o m p le ta
d ilu c id a c ió n d e estas cosas. E n to d o caso, el ca rto m á n tico y el q u ir o -
m á n tic o e n se ñ a n q u e se p u e d e h a c e r a este tie m p o s im u ltá n e o c o n
c u a lq u ie r o tro tie m p o n o p rese n te. P u es se trata de u n tie m p o d e p e n ­
d ie n te , p a r a s ita r io d e l tie m p o p r o p io d e u n a v id a s u p e r io r y m e n o s
n a tu r a l. U n tie m p o q u e carece de p re se n te , s in d u d a, p u e s in stan tes
d e l d e stin o sólo lo s hay e n las n ovelas m alas, y pasad o y fu tu r o ig u a l­
m en te sólo lo s c o n o ce e n m o d ific a c io n e s p ecu liares.
Se da, pues, u n co n cep to d e d estin o (y es el au tén tico , el ú n ic o que
vale tan to para el d estin o e n la traged ia c o m o p ara las in te n cio n e s de la
cartom án tica) q u e es co m p leta m e n te in d e p e n d ie n te resp ecto d e l c o n ­
c e p to de c a rá c te r y b u sca su fu n d a m e n ta c ió n e n o tra esfe ra , Y lo
m ism o hay q u e s u p o n e r c o n re sp e cto al c o n c e p to de c a rá c te r. N o es
casu a lid ad el q u e a m b o s ó r d e n e s ap a rezca n u n id o s a sendas p rá ctica s
in terpretativas, n i q u e en la q u ir o m a n c ia carácter y d e stin o c o in c id a n
d e m a n e r a m u y p r o p ia . A m b o s a fe c ta n al h o m b r e n a tu r a l, o , m e jo r
d ich o , a la n atu raleza en el ser h u m a n o , y ésta se a n u n c ia e n lo s signos
q u e están dados (sea e n sí m ism o s o ex p erim e n ta lm en te) a su vez en la
n a tu ra le z a . L a fu n d a m e n ta c ió n d e l c o n c e p to d e c a rá c te r te n d r á sin
d u d a ta m b ié n q u e r e fe r ir s e c o n r e s p e c to a u n a esfera n a tu r a l y b ie n
p o c o va a te n e r q u e v e r c o n las esferas de la m o r a l y d e la ética, co m o el
d e stin o c o n la r e lig ió n . D e o tra p a rte , el c o n c e p to de carácter te n d rá
q u e d esp ren d erse de lo s rasgos q u e lo co n e cta n ta n e rró n e a m e n te co n
el c o n c e p to de d e stin o . E n lo q u e hace a esta c o n e x ió n , la establece la
id ea de u n a red q u e hay q u e espesar c o n el c o n o c im ie n to , hasta q u e al
f in se lo g re u n te jid o m u y firm e , q u e es c o m o el análisis su p e rfic ia l se
im a g in a el carácter. J u n to a lo s gran d es rasgos fu n d a m en ta les, la aguda
m ira d a q u e p osee el c o n o c e d o r de lo h u m a n o h a de p e rc ib ir p resu n ta ­
m en te rasgos más in terrela cio n a d o s y sutiles, hasta q u e la a p a rien cia de
esa r e d se espese e n u n p a ñ o . F in a lm en te, en los h ilo s de d ich o te jid o ,
u n a in telig en cia secu n d aria ha cre íd o te n e r la esencia m o ra l p r o p ia d el
carácter c o rre sp o n d ie n te , y d is tin g u ir así sus cu alid ad es b u en a s d e las
m alas. M as, c o m o la m o ra l h a de m o stra r, lo q u e es relevan te m o r a l­
m en te n o son las cualid ad es, sin o ú n ic a m e n te las a ccio n es. A p r im e r a
vista n o es así, pues n o sólo los té rm in o s « la d r ó n » , « d e r r o c h a d o r » o,
en tre o tro s, « v a lie n te » p a recen c o n te n e r v a lo racio n es m o rales (y a q u í
p o d e m o s p r e s c in d ir d e l a p aren te m atiz m o r a l de lo s c o n c e p to s), sin o
D ESTINO Y CARÁCTER l8l

q u e , s o b r e to d o , p a la b ra s c o m o « a b n e g a d o » , « p é r f i d o » , « e n v i­
d io s o » y « v e n g a tiv o » p a re c e n in d ic a r rasgos de carácter e n lo s q u e n o
se p u e d e ya h a ce r a b stra cció n d e l v a lo r m o r a l. P ero d ich a a b stra cció n
n o es sólo rea liza b le, sin o q u e es in c lu so n ecesa ria p a ra cap tar el se n ­
tid o de los co n cep to s. H ay q u e pen sarla pues d e tal m a n era q u e la va lo ­
r a c ió n se m a n te n g a y sim p le m e n te sea d esp o jad a de su a ce n to m o r a l,
p ara así d e ja r sitio a a p re c ia c io n e s positivas o negativas, co m o lo so n ,
p o r e je m p lo , las q u e c o n tie n e n las d esig n a cio n es d e las cu alid ad es d el
in te le c to (tales c o m o « li s t o » o « t o n t o » ) , las cu ales so n in d u d a b le ­
m en te in d ife re n te s desde el p u n to de vista m o ra l.
D ó n d e está la ve rd a d era esfera q u e c o rre sp o n d e a esas d e sig n a c io ­
nes de un as cu alid ad es p s e u d o m o ra le s lo en señ a ju sta m e n te la c o m e ­
d ia . E n su c e n tr o e n c o n tr a m o s a m e n u d o , c o m o p r o ta g o n is ta d e la
c o m e d ia d e carácter, a u n a p e rso n a a la q u e calificaríam o s de can alla si
n o s c o n fro n tá ra m o s a sus a ccio n es en la vid a real, y ya n o e n lo s m eros
e scen a rio s. Y es q u e, en el esc e n a rio d e la c o m e d ia , sus a ccio n es só lo
a d q u ie re n el in terés q u e cae sob re ellas c o n la lu z d el carácter, y, e n los
casos clásicos, éste es o b je to n o de u n a c o n d e n a m o ra l, sin o d e la h ila ­
r id a d m ás elevada. E n e fe cto , las a ccio n es d el h é r o e c ó m ic o a fecta n a
su p ú b lic o , p e r o n u n c a e n sí m ism as, es d e c ir, n u n c a m o r a lm e n te ; y
ta n s ó lo in te r e s a n e n la m ism a m e d id a e n q u e d e v u e lv e n la lu z d el
c a rá c te r. N o s d a m o s así c u e n ta de q u e e l g r a n c o m e d ió g r a fo , c o m o
M o lie re , n o in te n ta d e te r m in a r su p e r s o n a je e n la p lu r a lid a d d e sus
rasg os c a r a c te ro ló g ic o s . Y , p o r lo m ism o , el a n á lisis p s ic o ló g ic o n o
p u e d e e n tra r p ara n ad a e n su ob ra . N ad a tie n e q u e v e r c o n u n in terés
de tip o p sic o ló g ic o el q u e la avaricia o la h ip o c o n d r ía sean h ip o sta sia-
das e n El avaro o e n El enfermo imaginario y q u e d e n p u e sta s a la b ase de la
a cc ió n . E stos dram as n ad a e n señ a n so b re la h ip o c o n d r ía y la avaricia,
en n a d a n o s las v u e lv e n c o m p r e n s ib le s , sin o q u e las e x p o n e n de
m a n era tosca; de m o d o q u e, si el o b je to de la p sico lo g ía es la vid a in te ­
r io r d e l h o m b r e e m p ír ic o , lo s p e rso n a je s de M o liè r e n i s iq u ie ra so n
ú tiles p a ra ella e n cu a n to m e d io d e d e m o s tra c ió n . E l ca rá cte r se d es­
p lieg a e n ellos, e n e fe cto , a la lu z d el q u e es su ú n ic o rasgo, cu yo re s­
p la n d o r n o n o s p e r m ite v e r n in g ú n o tr o e n sus p r o x im id a d e s . L o
su b lim e de la c o m e d ia de ca rá cte r se basa e n este ex tra ñ o a n o n im a to
d el ser h u m a n o y su m o ra lid a d e n m ita d d e l m áxim o d esp liegu e a que
es so m etid o el in d iv id u o c o n su ú n ic o rasgo de carácter. M ien tra s que
el d estin o d ese n ro lla la e n o rm e c o m p lic a c ió n q u e c o rre sp o n d e al p e r ­
182 ESTUDIOS MÉTAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

son aje in cu lp a d o , o sea, la cabal c o m p lic a c ió n y lig a z ó n de su cu lp a , el


ca rá cte r o fr e c e p o r su p a rte la resp u esta d e l g e n io al escla viza m ie n to
m ític o d e l p e r s o n a je e n el p le x o c u lp a b le . C o n e llo , fin a lm e n te , la
c o m p lic a c ió n se c o n v ie rte e n sim p lic id a d , y el h a d o en lib e rta d . Pues
el carácter d e l p e rso n a je c ó m ic o n o es el esp an tajo de lo s d e te rm in is ­
tas, s in o la lu m in a r ia a cu ya lu z se ve p r e c is a m e n te la lib e r ta d d e sus
actos. E l g e n io c o n tra p o n e a h í al d ogm a q u e p rescrib e la cu lp a n atu ra l
de to d a vid a h u m a n a —a saber, la cu lp a p r im ig e n ia cuya irre so lu b ilid a d
es la d o c tr in a y cuya o c a s io n a l r e s o lu c ió n es el c u lto q u e p r o fe s a el
p a g a n ism o — la v is ió n d e la in o c e n c ia n a tu ra l p r o p ia d e l ser h u m a n o .
V is ió n q u e p e rm a n e c e e n el se c to r de la n a tu ra le za , p e r o q u e p o r su
ese n cia está ta n cerca de lo s c o n o c im ie n to s m o ra le s c o m o lo está a su
vez la id ea c o n tra ria so la m en te e n la fo r m a p r o p ia de la trag ed ia , q u e
n o es sin em b argo su ú n ic a fo rm a . L a v isió n d el carácter es lib e ra d o ra
en todas y cada u n a de sus form as: va u n id a a la lib e rta d p o r la a fin id a d
q u e m a n tie n e c o n la ló g ic a , lo q u e a q u í n o p o d e m o s sin e m b a rg o
m ostrar. P o r lo ta n to , el rasgo de carácter n o es el n u d o en la red . Es el
s o l d e l in d iv id u o e n el c ie lo in c o lo r o (a n ó n im o ) d e l h o m b r e , q u e
a rro ja la so m b ra p r o p ia de la a cc ió n cóm ica, h a cié n d o la visib le d e este
m o d o . (E llo sitúa en su a u tén tico con tex to la h o n d a frase d e C o h é n de
q u e to d a a c c ió n trágica, p o r elevada q u e vaya, c alza n d o sus c o tu rn o s ,
a rro ja u n a som b ra có m ica tras sí.)
E n la ép o ca a n tig u a, lo s sig n os fis io g n ó m ic o s (c o m o lo s restantes
sig n o s m á n tic o s) tu v ie r o n q u e serv ir e sp e c ia lm e n te p a ra in v estig a r el
d e stin o , de c o n fo r m id a d c o n el d o m in io d e la fe p a g an a e n la cu lp a .
L a fisio g n o m ía y la c o m e d ia serían ya fe n ó m e n o s de la n ueva era, d e la
era d e l g e n io . D e h e c h o , la m o d e rn a fisio g n o m ía m u estra su evid ente
c o n e x ió n c o n las viejas prácticas adivinatorias e n la estéril m o ra lid a d de
sus co n cep to s, así co m o e n la b ú sq u ed a de co m p licacio n es analíticas. A
este re s p e c to , v e r ía n m ás p r o f u n d o lo s fis io g n o m is ta s a n tig u o s y
m ed iev ale s, q u ie n e s c o m p r e n d ie r o n q u e el c a rá c te r só lo p u e d e c a p ­
tarse rastrean d o u n o s p o co s c o n cep to s fu n d a m en ta les q u e so n in d if e ­
r e n te s d esd e el p u n to d e vista m o r a l; a q u e llo s q u e , p o r e je m p lo , la
te o ría de lo s tem p eram en to s in te n tó establecer efica zm e n te.
HACIA LA CRÍTICA DE LA VIOLENCIAW

L a tarea d e u n a crítica de la v io le n c ia p u e d e ser d e fin id a c o m o la e x p o ­


sic ió n de la rela ció n de la v io le n cia co n el d erech o y c o n la ju sticia. Pues
u n a causa o p eran te d e u n o u otro m o d o se co n v ierte e n v io le n c ia (e n el
se n tid o e n fá tic o d e la p a la b r a ) Ial e n c u a n to se a d e n tra e n s itu a c io n e s
m orales. P ero la esfera de tales situ aciones se designa m ed ia n te lo s c o n ­
cep to s de d e re c h o y ju s tic ia . P o r c u a n to resp ecta al p r im e r o de ello s,
está cla ro q u e la situ a c ió n m ás e le m e n ta l d e to d o o r d e n a m ie n to j u r í ­
d ico es la d e f i n y m e d io , y q u e, e n p r in c ip io , la v io le n c ia só lo p u e d e
b u sca rse e n el á m b ito p r o p io de lo s m e d io s , n o e n el d e lo s fin e s . A
través d e tal co n statació n h em o s o b te n id o p ara la crítica de la v io le n cia
a lg o m ás (y d is tin to ) d e lo q u e p o d r ía p a r e c e r. S i la v io le n c ia es u n
m ed io , p o d ría p a recer q u e ya ten em o s u n c rite rio p ara h a ce r su crítica.
Y es q u e d ich o c rite rio se im p o n e e n la p regu n ta de si la vio le n cia es, en
ciertos casos d eterm in ad os, u n m ed io para fin e s q u e so n ju sto s o in ju s­
tos, D e a c u e rd o c o n e sto , la c rític a d e la v io le n c ia estaría d ada, ya
im p lícitam en te, a través d e u n sistem a d e lo s fin e s ju sto s. P ero , sim p le­
m en te, n o es así, p u e s lo q u e ese sistem a c o n te n d r ía (s u p o n ie n d o q u e
p u d ie ra h a ce r fre n te eficaz a cu a lq u ier duda) n o sería u n c rite rio d e la
v io le n c ia m ism a e n ta n to q u e p r in c ip io , sin o y a u n c r ite r io p a ra lo s
casos d e su a p lica ció n . Y qu ed aría sin respuesta la p reg u n ta de si la v io ­
le n c ia es m o r a l e n c u a n to p r in c ip io , in c lu s o e n c u a n to m e d io p a ra
fin e s ju sto s . Para r e sp o n d e r a esta p re g u n ta h ace falta u n c r ite r io m ás
exacto, estab lecer u n a d is tin c ió n p a ra la esfera de lo s m e d io s m ism os,
sin te n e r e n cu en ta e n abso lu to lo s fin e s a los q u e sirven.
L a ex c lu sió n de este p la n te a m ie n to c rític o , q u e sin d u d a es el m ás
exacto, es tal vez el rasgo d esco llan te de u n a g ra n te n d e n c ia e n la f i l o ­
so fía d el d e re c h o : a saber, el d erech o n atu ra l. Y es q u e éste n o ve p r o ­
b le m a a lg u n o e n el u so d e m e d io s v io le n to s p a r a o b te n e r fin e s q u e
sean ju s to s , ig u a l q u e el ser h u m a n o n o ve p r o b le m a a lg u n o e n su
« d e r e c h o » a m o v e r su c u e r p o e n d ir e c c ió n a la m e ta q u e p e rsig u e .
D esd e este p u n to de vista, q u e d io base id eo ló g ica al te r r o r e n el p e r ío -

1 P u b licad o en agosto de 1921 en la revista Archivfur So^jalwissenschaji und Sozjúipolitik. Según


parece, B e n jam ín redactó este artícu lo en tre d iciem b re de 19 2 0 y en ero de 192 1.
2 La palabra alem ana Güwalt, que correspon de a la palabra española « v io le n cia » , signi^
fica en su sentido más sencillo lo m ism o que « fu e rza » , « capacid ad », « p o d e r » , y, en
sentido en fático , « vio len cia » - [n. d e lT .]
184 ESTUDIOS M ETAFÍSIC05 Y DE FILOSOFIA DE LA HISTORIA

do de la R e v o lu c ió n Francesa, la v io le n c ia es u n p r o d u c to n atu ra l, a la
m a n e r a d e la m a te r ia p r im a cu yo u so n o n o s da n in g ú n p r o b le m a
m ien tras n o esté al servicio de fin e s in ju stos. S i, d e a cu erd o c o n la te o ­
ría p o lít ic a p r o p ia d e l d e r e c h o n a tu r a l, las p e rso n a s r e n u n c ia n p o r
c o m p le to a s u v io le n c ia e n b e n e fic io d e l E sta d o , esto s u ced e b a jo el
p resu p u esto (ex p lícito p o r e jem p lo e n el Tratado teológico-político de S p i-
n o z a ) tsl de q u e a n tes d e fir m a r ese c o n tr a to d e in d u d a b le c a rá c te r
r a c io n a l el in d iv id u o ejerce ya de iure to d a a q u e lla v io le n c ia q u e defacto
p o s e e . T a l vez estas id ea s h a y an sid o a su m o d o re a n im a d a s a lg ú n
tie m p o d esp ués p o r la b io lo g ía d arw in ista, q u e, de fo r m a d o g m ática ,
ju n t o a la q u e su p o n e la sele cció n n atu ra l, so la m en te ad m ite la v io le n ­
cia e n calid ad de m e d io o r ig in a r io de la n atu raleza, y adem ás c o m o el
ú n ic o a d ec u a d o a lo s fin e s vitales q u e ella tie n e . L a filo s o fía p o p u la r
darw inista h a m o stra d o a m e n u d o q u é p e q u e ñ o es el paso q u e va desde
este d ogm a de la h isto ria d e la n atu raleza al d ogm a (m ás b u rd o todavía)
de la filo s o fía d el d e re c h o seg ú n el c u al lá v io le n c ia , si ad ecu ad a a los
q u e so n los fin e s n atu rales, es adem ás u n a v io le n c ia ju sta.
A esta tesis d e l d e r e c h o n a tu r a l d e q u e la v io le n c ia es u n h e c h o
n a tu ra l v ie n e a o p o n e rse d ia m e tra lm en te la tesis d e l d erech o p o sitivo
de q u e la v io le n c ia es, s in d u d a , u n r e s u lta d o h is t ó r ic o in n e g a b le .
M ie n tr a s e l d e r e c h o n a tu r a l s ó lo p u e d e ju z g a r el d e r e c h o e x is te n te
c ritic a n d o sus fin e s , el d e re c h o p o sitiv o p o r su p a rte só lo p u e d e j u z ­
ga r el d e re c h o q u e se va d e sa r ro lla n d o c ritic a n d o sus m e d io s. M ie n ­
tras q u e la ju s tic ia es el c r ite r io p r o p io de lo s fin e s , la le g a lid a d es a su
vez el c r ite r io p r o p io d e lo s m ed io s. P e ro , al m a rg e n d e su c o n t r a p o ­
s ic ió n , am bas escu e la s s in d u d a c o in c id e n e n u n d o g m a q u e les es
fu n d a m e n ta l: p u e d e n alcan zarse fin e s ju s to s m e d ia n te m e d io s le g íti­
m o s, y u n o s m e d io s le g ítim o s se p u e d e n a p lic a r a fin e s ju s to s . P o r
e llo , e l d e r e c h o n a tu r a l in t e n ta la « j u s t i f i c a c i ó n » d e ta les m e d io s
m e d ia n te la ju s tic ia de lo s fin e s; y, p o r su p a rte , en el d e re c h o p o s i-
tiv o , se tra ta e n c a m b io d e « g a r a n tiz a r » la n e c e s a r ia ju s t ic ia d e lo s
fin e s p o r la le g itim a c ió n c o r r e s p o n d ie n te d e lo s m e d io s . L a a n t in o ­
m ia se r e v e la r ía ir r e s o lu b le s i e l p r e s u p u e s to d o g m á tic o c o m ú n a
am bos d erech o s fu era falso, si lo s m ed io s leg ítim o s y los fin e s ju s to s se
e n fr e n t a r a n de fo r m a in s u p e r a b le . P e ro el c o n o c im ie n t o d e este
h e c h o n o p o d r ía o b te n e rse antes d e q u e se sa lie ra de ese c ír c u lo y se

3 C a p ítu lo 16.
HACIA LA CR ITICA DE LA VIOLENCIA

lo g r a r a e sta b le c e r c r ite r io s q u e fu e r a n in d e p e n d ie n te s e n tr e sí p a ra
lo s fin e s ju s to s y lo s m e d io s le g ítim o s .
E l á m b ito d e lo s fin e s y, c o n él, la c u e stió n d e l c r ite r io de ju stic ia
q u e d a n fu e r a de esta in v e s tig a c ió n . P o r e l c o n tr a r io , e n su c e n tr o se
halla la cu estió n d e la le g itim a c ió n de ciertos m ed io s q u e c o n fo rm a n la
v io le n c ia . L o s p r in c ip io s d e l d e re c h o n a tu ra l n o p u e d e n d e c id ir esta
cu e stió n , ya q u e só lo c o n d u c e n a u n a in a ca b a b le casu ística. P u es si el
d erech o p o sitivo es c iego p ara el carácter in c o n d ic io n a d o d e lo s fin e s,
el d e r e c h o n a tu r a l lo es a su ve z p a ra e l carácte r c o n d ic io n a d o d e lo s
m e d io s . P o r el c o n t r a r io , la te o r ía p o sitiv a d e l d e r e c h o es a ce p ta b le
c o m o base h ip o té tic a e n el p u n to d e p a r tid a d e la in v e s tig a c ió n p o r
cuan to lleva a cabo u n a d istin c ió n fu n d a m en ta l en re la c ió n c o n las cla ­
ses d e v io le n c ia , al m a rg en de lo s casos de su a p lica c ió n . D ic h a d istin ­
c ió n tie n e lu g a r en tre la v io le n c ia h istó ric a m e n te re c o n o c id a (es d ecir,
« s a n c io n a d a » ) y la n o san cion ad a. E l h e c h o de q u e las reflex io n e s qu e
a c o n tin u a c ió n p resen tam os p a rta n d e esta c o n c reta d is tin c ió n n o sig­
n ific a p u es, n a tu ra lm e n te , q u e las vio le n cias dadas sean a su vez cla sifi­
cadas seg ú n ellas estén o n o san cion ad as. P u es u n a crítica de la v io le n ­
cia n o a p lica el c r ite r io d e l d e r e c h o p o s itiv o , s in o q u e s o la m e n te lo
e n ju icia . D e lo q u e a q u í se trata es de la c u e stió n d e q u é se sigue e n lo
q u e h ace a la esen cia de la vio le n c ia p o r el h e c h o d e q u e tal c rite rio (o
ta m b ié n d e q u e esa d ife r e n c ia ) sea e n ella p o sib le ; o , con. otras p a la ­
bras: de lo q u e se trata es d el sen tid o de esa d istin c ió n . P u es n o tardará
en dejarse cla ro q u e esa d is tin c ió n , p r o p ia d el d erech o p o sitivo , p o see
sen tid o, está p erfectam en te fu n d a m en ta d a en sí m ism a y n o es sustituí"
b le p o r n in g u n a otra ; de este m o d o , se ilu m in a rá al m ism o tie m p o la
ú n ica esfera en q u e tal d istin ció n tien e lu gar. E n p o cas palabras: el c r i­
te rio d el d erech o p o sitivo p a ra la leg a lid a d de la v io le n c ia so la m en te se
p u e d e an a liza r p o r cu an to respecta a su sen tid o , y la esfera de su a p li­
c a c ió n , p o r su p a rte, hay q u e criticarla p o r cu a n to respecta a su v a lo r.
Para h a ce r dich a crítica hay q u e e n c o n tra r u n p u n to de vista fu era d e la
filo so fía positiva d el d erech o , p e ro ta m b ié n , al tie m p o , fu e ra d el d e re ­
cho n a tu ra l. Y a verem os lu eg o q u e sólo el estu d io d e l d erech o desde la
filo so fía d e la h isto ria p u e d e c o n d u c irn o s a ese p u n to d e vista.
E l sen tid o d e la d istin c ió n de la v io le n c ia e n leg al e ilega l n o queda
sin más cla ro . H a y q u e rechazar d ecid id a m en te el m a le n te n d id o iu sn a-
turalista de q u e se trata de la d is tin c ió n e n tre u n a v io le n c ia p ara fin e s
ju sto s y u n a vio le n c ia p ara fin e s in ju sto s. M ás b ie n , ya h em o s in d ica d o
i86 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

antes q u e el d erech o p o sitivo exige a to d a v io le n c ia q u e ven ga a e x p o ­


n e r su o r ig e n h is tó r ic o , p a ra , tras e llo , d a rle su s a n c ió n , p e r o b a jo
ciertas c o n d ic io n e s. C o m o el r e c o n o c im ie n to de las vio le n cias j u r í d i ­
cas se m an ifiesta e n su en tera cla rid a d en el so m e tim ien to sin resisten ­
cia a sus fin e s, te n e m o s q u e e m p le a r c o m o fu n d a m e n to h ip o té tic o de
c la sific a c ió n d e las vio le n cias la existen cia o c aren cia respectivas de u n
re c o n o c im ie n to h istó ric o g e n e ra l de sus fin e s. A los fin e s q u e carecen
d e este r e c o n o c im ie n to se les p u e d e lla m a r « fin e s n a tu r a le s » ; y, e n
c a m b io , lo s o tr o s se r á n « fin e s j u r í d i c o s » . L a d iversa f u n c ió n d e la
v io le n c ia , seg ú n sirva a fin e s n atu rales o a fin e s ju r íd ic o s , resu lta su s­
c e p tib le de o b serva rse c o n la m a y o r c la r id a d b a sá n d o se e n a lg u n a
situ a ció n ju r íd ic a d eterm in ad a . A sí, e n a te n c ió n a la sen cillez, vam os a
re fe rirn o s a c o n tin u a c ió n a la actu al situ a ció n ju r íd ic a en E u ro p a .
C a r a c te rís tic o d e esa s itu a c ió n ju r íd ic a , p o r c u a n to resp e cta a la
p e rso n a in d iv id u a l e n su c o n d ic ió n de su jeto ju r íd ic o , resu lta la te n ­
d en cia a n o a d m itir lo s fin e s n atu rales d e las p erso n a s in d iv id u a les en
lo s casos e n q u e d ic h o s fin e s s e r ía n su sc e p tib le s d e o b te n e r s e de
m a n era exitosa m ed ia n te la v io le n c ia . Es d ecir, q u e en to d o s los á m b i­
tos e n q u e las p erso n a s in d iv id u a les p o d ría n p e rse g u ir exitosam en te la
o b te n c ió n d e sus fin e s c o n v io le n c ia , este p a r tic u la r o r d e n a m ie n to
ju r íd ic o a p re m ia a e sta b le c e r fin e s ju r íd ic o s q u e só lo el p o d e r le g a l
p u e d e re a liz a r. E l o r d e n a m ie n to j u r í d i c o e s ta b le c id o n o s a p re m ia
in clu so a lim itar, m ed ia n te fin e s ju ríd ic o s , u n o s ám bitos en lo s q u e lo s
fin e s n atu rales están a m p lia m e n te p e rm itid o s ( p o r e je m p lo la ed u c a ­
c ió n ) en cu an to q u e esos fin e s n atu rales se p ersig an en su c o n s e c u ció n
c o n can tid ad excesiva de v io le n c ia (se trata de las leyes sob re lo s lím ites
d e lo s castigos educativos, p o r e je m p lo ) . D e m o d o q u e es p o sib le f o r ­
m u la r esta m áxim a g e n e ra l sob re la actual leg isla ció n eu rop ea: lo s fin es
n atu rales de las p erso n as in d iv id u a le s'e n tra n e n c o lis ió n c o n lo s fin e s
j u r íd ic o s si so n p e rs e g u id o s c o n v io le n c ia m ás o m e n o s g r a n d e . (L a
c o n tra d ic c ió n en q u e el d erech o a la leg ítim a d efen sa in c u r re c o n esto
se exp licará p o r sí m ism a e n el cu rso de estas co n sid e ra c io n e s.) D e esta
m ism a m áxim a se sigue q u e el d erech o ve e n la v io le n c ia e n m a n o s de
las p e rso n a s in d iv id u a les u n grave p e lig ro p ara el o r d e n a m ie n to j u r í ­
d ic o . P e r o , ¿es u n p e lig r o p a ra lo s fin e s ju r íd ic o s y la e je c u c ió n d e l
d e r e c h o ? D e sd e lu e g o q u e n o , p u es, e n ese caso, n o se c o n d e n a ría la
v io le n c ia c o m o tal, sin o so la m en te la ap lica d a a fin e s ilega les. Se d irá
q u e u n sistem a de fin e s ju r íd ic o s n o p o d rá sostenerse m ien tra s q u ed en
HACIA LA CR ÍTICA DE LA VIOLENCIA 187

fin e s n atu ra les cuya o b te n c ió n se p u e d a p e rse g u ir c o n v io le n c ia . P ero


eso es u n d o g m a sim p le m e n te . C o n tr a é l, q u izá se p u e d a r e c u r r ir a la
s o rp re n d e n te p o sib ilid a d d e q u e el in terés d el d erech o e n la m o n o p o ­
liz a c ió n de la vio le n c ia fre n te a las p erso n a s in d iv id u a les n o se ex p liq u e
m e d ia n te la in t e n c ió n de salvagu ard ar lo s fin e s ju r íd ic o s , s in o , antes
b ie n , m ed ia n te la in te n c ió n de salvaguardar el d e re c h o c o m o tal; p u es
la vio le n c ia , si n o se en c u e n tra en m an os d el d e re c h o , lo p o n e e n p e li­
g ro , n o m ed ia n te lo s fin e s q u e p ersiga, sin o ya p o r el h e c h o de su m era
existencia ex tern a al d erech o . Ju stam en te, esa m ism a su p o sic ió n p u e d e
d arse a e n te n d e r m ás d rá s tic a m e n te in d ic a n d o e l h e c h o de q u e a
m e n u d o la p o te n te fig u ra d el « g r a n » c rim in a l, a u n q u e sus fin e s sean
re p u g n a n te s, p r o v o c a la secreta a d m ir a c ió n d e l p u e b lo . Y esto n o se
p u e d e d e b e r a su a cc ió n , sin o so la m en te a la vio le n c ia q u e aqu élla h ace
p a te n te . P o rq u e en este caso, esa v io le n c ia q u e el d e re c h o e u r o p e o de
n u e stro s días in te n ta a rreb atarle al in d iv id u o e n to d o s lo s sectores de
su a c tu a c ió n se p r e se n ta a m e n a z a d o ra m e n te , y d e sp ie r ta al fa lla r la
sim patía de la m u ltitu d hacia el d e r e c h o . M e d ia n te q u é fu n c ió n la v io ­
le n c ia le p u e d e p a r e c e r al d e r e c h o a lg o tan te m ib le y p e lig r o s o h a de
q u ed ar p recisa m en te claro d o n d e el d esp lie gu e d e la v io le n c ia se to lera
p o r el o rd e n a m ie n to ju r íd ic o actual.
Tal es el caso, e n la lu ch a d e clases, d el d erech o a la h u elg a g a ra n ti­
zad o a lo s tra b a ja d o re s. L o s tra b a ja d o re s o rg a n iz a d o s so n h o y , p o r
tan to, ju n t o a los Estados, ya el solo y ú n ic o su jeto ju r íd ic o al q u e se da
d erech o a la v io le n c ia . P o r su p u esto , a esta id ea se le o b jeta en segu id a
q u e n o se p u e d e c a lific a r c o m o v io le n c ia la o m is ió n de a cc io n e s (y la
h u e lg a es eso e n ú ltim a in s ta n c ia ) . E sta r e fle x ió n le p u s o m ás fá c il al
E sta d o la c o n c e s ió n d el d e re c h o de h u e lg a c u a n d o sim p le m e n te n o
h a b ía o tr a o p c ió n , m as n o es vá lid a sin ciertas r e s tr ic c io n e s , estan d o
c o n d ic io n a lm e n te c o n c e b id a . E n e fe c t o , es v e rd a d q u e la o m is ió n de
u n a a c c ió n o d e u n a o b lig a c ió n , c u a n d o eq u iva le s im p le m e n te a u n a
« ru p tu ra e n las r e la c io n e s » , p u e d e ser u n m e d io p u r o , sin vio len cia. Y
así co m o , desde el p u n to de vista d el Estado (o b ie n d el d erech o ), c o n el
d erech o d e lo s trabajad ores a la h u e lg a n o se está c o n c e d ie n d o el d e r e ­
ch o a la v io le n c ia , s in o el d e re c h o a su straerse a ella c u a n d o e fe ctiv a ­
m en te el em p resario la p o d ría ejercer d e m an era in d irecta , p u e d e ta m ­
b ié n h a b e r de vez e n cu an d o cierto s casos d e h u elgas q u e re sp o n d a n a
e llo , p o n ié n d o s e p o r ta n to d e m a n ifie sto u n « a le ja m ie n to » o u n
« r e c h a z o » resp ecto al em p resario co m o tal. E l m o m e n to d e v io le n c ia
i88 e s t u d io s m e t a F ís ic o s y d e f i l o s o f í a d e l a h i s t o r i a

irru m p e (co m o exto rsión ) e n esa o m isió n e n cu an to q u e sucede c o n la


p red isp o sició n a ejercer n u evam en te la a cc ió n o m itid a som etid a a c ie r ­
tas co n d icio n es q u e o no. tie n e n q u e ver n ad a c o n ella o sólo m o d ific a n
u n aspecto q u e le es ex terio r. E n este sen tid o, desde el p u n to d e vista de
los trabajadores (q u e se c o n tra p o n e al d el E stado) el d erech o a la h u elga
es e l d erech o a usar la vio le n cia c o n el ob jetivo de alcanzar ciertos fin es.
L a c o n tra p o sic ió n de am bos p u n to s de vista se m u estra c o n to d a c la ri­
dad en la h u elga gen era l revo lu cio n aria. E n ella, lo s trabajadores ap ela­
r á n a su d e re c h o a la h u e lg a , m ie n tra s q u e e l E sta d o la c a lific a rá de
abuso, ya q u e el d erech o a la h u e lg a n o fu e « a s í» p en sa d o , y p r o m u l­
gará m ed id a s especiales. P u es el E stado p u e d e a firm a r q u e el e je rc ic io
sim ultáneo de la huelga e n todas las em presas es ilegal d ado q u e n o tien e
e n cada u n a el m o tiv o p a rticu la r q u e h a p resu p u esto el le g is la d o r. E n
esta d ife re n cia d e in te r p re ta c ió n se expresa p o r ta n to la c o n tra d ic c ió n
objetiva de u n a situ ació n ju ríd ic a en la cual el Estado re c o n o ce u n a v io ­
le n c ia cuyos fin e s le resu lta n n o rm a lm e n te in d ife re n te s e n ta n to q u e
so n fin e s naturales, p e ro a los q u e en u n caso grave (en la h u elga g e n e ­
ral revo lu cion aria) se en fren ta de m a n era co n tu n d e n te . P ero , a u n q u e a
p rim e ra vista parezca p a r a d ó jic o , si están dadas ciertas c o n d ic io n e s hay
q u e calificar co m o vio len cia u n c o m p o rta m ien to q u e se lleva a cabo ju s ­
ta m e n te p a ra e je r c e r u n d e r e c h o . G u a n d o ese c o m p o r ta m ie n to sea
activo, se p o d rá calificar co m o v io le n cia cu an d o ejerza u n d erech o c o n
la in te n c ió n de subvertir el o rd en am ien to ju r íd ic o gracias al cual ostenta
ese d erech o; y cu an d o sea pasivo, tam b ién habrá q u e calificarlo de v io ­
len cia si es u n a ex to rsió n en el sen tid o antes m e n cio n a d o . P o r lo tanto,
el h ech o de q u e b ajo ciertas c o n d ic io n e s el E stado se en fre n te c o n v i o ­
le n cia a lo s huelguistas (p recisa m en te e n tan to q u e v io le n to s) p o n e de
m a n ifiesto so la m en te la existen cia de u n a c o n tra d ic c ió n ob jetiva e n la
situ a c ió n ju r íd ic a , n o u n a c o n tra d ic c ió n ló g ic a e n el d e re c h o . P u es el
E stado tem e e n la h uelga, más q u e nada, la fu n c ió n de la v io le n cia cuyo
estud io se p r o p o n e esta in v estig a ció n co m o ú n ic o fu n d a m e n to segu ro
de su crítica. S i la v io le n c ia fu e ra lo q u e p a rece ser a p rim e ra vista, u n
m e r o m e d io p ara asegurarse c o n la m a y o r ra p id e z u n f i n c u a lq u ie ra ,
solam en te p o d ría te n e r éxito e n tanto q u e v io le n cia d ep red ad ora, p e ro
sería al tie m p o p o r c o m p le to in ca p a z de fu n d a m e n ta r o m o d ific a r las
situaciones d e u n a fo rm a relativam ente constan te. Mas, au n q u e el sen ti­
m ie n to d e ju stic ia se sienta o fe n d id o , la h u elga n o s m u estra q u e la v io ­
len cia es capaz de esto, que está en co n d icio n es de fu n d a m en ta r y m o d i­
HACIA LA CR ITICA d e l a v i o l e n c i a 189

fica r situ a cio n e s ju ríd ic a s . Es fá cil o b je ta r a este respecto q u e esa c o n ­


creta fu n c ió n d e la v io le n c ia es in h a b itu a l y accid en tal. P ero el análisis
de la v io le n cia b élica an u lará sin d u d a esta o b je c ió n .
L a p o sib ilid a d d e u n d erech o de g u e rra se basa exactam ente e n las
m ism as co n tra d icc io n e s objetivas de la situ a c ió n ju r íd ic a q u e la p o s ib i­
lid a d d e u n d e r e c h o de h u e lg a : lo s su je to s ju r íd ic o s s a n c io n a n u n as
vio len cias cuyos fin e s, p ara lo s sa n cio n ad o res, so n fin e s n atu rales, p o r
lo q u e , h a b ie n d o u n caso gra ve, p u e d e n e n tr a r e n c o n f lic t o c o n sus
p r o p io s fin e s ju r íd ic o s o n a tu ra le s. L a v io le n c ia b é lic a se d irig e p r i ­
m e ro , y e n ta n to q u e v io le n c ia d e p re d a d o ra , hacia la m e jo r c o n s e c u ­
c ió n de sus fin e s. P ero es m u y llam ativo q u e el c e re m o n ia l q u e es p r o ­
p io d e la p a z se ex ija in c lu s o (o p r e c is a m e n te ) e n las s itu a c io n e s
p r im itiv a s , q u e ap en as h a n d a d o lo s p r im e r o s p asos e n d ir e c c ió n al
E stado, y e n a q u e llo s casos e n q u e el v e n c e d o r se h a situ a d o e n p o s i­
c ió n in e x p u g n a b le . Y es q u e la p a la b ra « p a z » d e sig n a , c u a n d o es
correla to de la palab ra « g u e r r a » (hay o tr o sig n ifica d o c o m p letam e n te
d is tin to , q u e n o es m e ta fó r ic o n i p o lít ic o , el s ig n ific a d o e n el q u e
K a n t p u d o h a b la r de la « p a z p e r p e tu a » ) , la s a n c ió n de la v ic to r ia
n ecesaria e in d e p e n d ie n te de tod as las situ a cio n e s ju r íd ic a s restantes.
D ich a sa n c ió n co n siste e n q u e la n u eva situ a c ió n es r e c o n o c id a co m o
n u evo « d e r e c h o » , al m a rg e n d e q u e, defacto, p u e d a o n o p r e c isa r de
alguna garan tía p ara subsistir. Y si resu lta p o sib le extraer co n c lu sio n e s
a p a rtir de la v io le n c ia b élica , e n ta n to q u e v io le n c ia o r ig in a r ia y p r o -
totíp ica, p ara to d a vio le n c ia c o n fin e s n atu rales, en to n ces to d a v io le n ­
cia de ese tip o p o see u n carácter in s ta u ra d o r d e d e re c h o . V o lv erem o s
m ás ad elan te a este c o n o c im ie n to , el cu al es el q u e ex p lica la m e n c io ­
nada te n d e n c ia d el d erech o m o d e r n o a to m a r en ta n to q u e sujeto j u r í ­
d ico to d a v io le n c ia de la p e rso n a in d iv id u a l, a u n q u e só lo p ersiga fin e s
n a tu ra le s. E sta m ism a v io le n c ia se le e n fr e n ta así e n e l su p u e sto d el
gra n c r im in a l c o n la a m en a za d e in s ta u r a r u n n u e v o d e r e c h o , q u e al
p u e b lo aterra h o y d el m ism o m o d o q u e en lo s tie m p o s rem o to s, pese a
su im p o te n c ia e n los casos m ás sig n ifica tivos. E l E stad o te m e esta v io ­
le n c ia in s ta u r a d o ra d e d e r e c h o , p e r o tie n e q u e r e c o n o c e r la e n ta n to
q ü e ta l c u a n d o las p o te n c ia s e x tra n je ra s lo o b lig a n a c o n c e d e r le s el
d erech o a h a ce rle la g u e rra , y c u a n d o , p o r su p a rte , las clases lo o b li­
gan a co n c e d e rle s el d erech o a la hu elga.
S i e n la ú ltim a g u e r r a la c rític a d e la v io le n c ia m ilita r h a sid o el
p u n to d e p artid a para u n a crítica apasionada de la vio le n cia e n gen eral,
190 ESTUDIOS METAFÍ51C0S Y DE FILOSOFIA DE LA HISTORIA

que al m en o s en señ a q u e la vio le n cia ya n o se ejerce n i to le ra c o n in g e ­


n u id a d , la v io le n c ia h a sid o o b je to de la crítica n o só lo en cu an to in s-
tau rad ora de d erech o , sin o q u e tal vez haya sido en ju iciad a, m ás d e m o -
led o ram en te todavía, en o tra fu n c ió n . Pues es lo p r o p io del m ilitarism o
u n a característica d u a lid a d e n lo q u e es la fu n c ió n d e la v io le n c ia q u e
ja m á s h a b r ía p o d id o fo r m a r s e s in el se rv ic io m ilit a r o b lig a to r io . E l
m ilita r is m o es la o b lig a c ió n d e e m p le a r u n iv e r s a lm e n te la v io le n c ia
c o m o m e d io para lo s fin e s d el E stado. D ic h a o b lig a ció n de em p le ar la
v io le n c ia h a sid o e n ju ic ia d a e n lo s ú ltim o s tie m p o s c o n u n a c o n t u n ­
d e n c ia ig u a l o m a yo r q u e el u so m ism o de d ich a v io le n c ia . E n ella, la
v io le n c ia se n os m u estra e n u n a fu n c ió n co m p leta m e n te d ife re n te que
en su u so sen cillo en favor de fin e s n atu rales. Se trata d e l em p le o de la
v io le n c ia e n ta n to q u e m e d io p a ra fin e s ju r íd ic o s . P u es la s u b o r d in a ­
c ió n de lo s ciu d a d a n o s a la ley (e n este caso, a la ley d el servicio m ilitar
o b lig a to rio ) constituye sin d u d a u n fin ju r íd ic o . S i la p rim e ra fu n c ió n
de la v io le n c ia consiste en el h e c h o de in stau ra r el d erech o , b ie n p o d e ­
m os d e c ir q u e esta segu n d a f u n c ió n con siste p o r su p a rte en m a n te n e r
e l d erech o . G o m o el servicio m ilita r o b lig a to rio es só lo u n caso más de
la v io le n c ia c o m o m a n te n e d o ra d e l d e re c h o , e la b o ra r su c rític a r e a l­
m e n te r o tu n d a n o resu lta tan. fá c il c o m o d ic e n las d e c la m a c io n e s d e
p a cifistas y activistas. M ás b ie n c o in c id e c o n la c rític a d e la v io le n c ia
ju r íd ic a , es d e c ir , c o n la c r ític a d e l p o d e r le g a l o e je c u tiv o , y n o se
p u e d e lle v a r a cab o e n a b so lu to e n e je r c ic io de u n p r o g ra m a m ás
m o d esto . A d em ás, p o r sup u esto (a n o ser q u e q u era m o s p ro c la m a r u n
an a rq u ism o p u e r il) , la crítica d e l servicio m ilita r o b lig a to rio n o c o n ­
siste m era y sim p lem en te e n n o r e c o n o c e r o b lig a c ió n algu n a y d eclarar
q u e « se h a lla p e r m itid o lo q u e a cada u n o le p l a z c a » E s a m á xim a
elim in a sim p lem e n te la re fle x ió n sob re la esfera é tic o -h is tó ric a y, p o r
tan to, sob re el sen tid o de la a cció n , así co m o sob re el sen tid o d e la rea ­
lid a d , la cu al n o se p u e d e c o n s titu ir c u a n d o la « a c c ió n » h a sa lid o de
su á m b ito . M as, p a rece ser m ás im p o r ta n te q u e, p a ra esta c rític a , n o
basta r e c u rr ir, tal co m o se ha h e c h o tantas veces, al im p erativo categó ­
ric o c o n su in d u b ita b le m ín im o p ro g ra m a ’51 ¡ « A c tú a de tal m o d o qu e
em p lees a la h u m a n id a d , en tu p e rso n a c o m o e n la d e o tr o , siem p re al
m ism o tiem p o c o m o fin , n u n c a sim p lem e n te co m o m e d io » 16*1. P ues,

4 G o e th e , Torquato Tasso, verso 9 9 4 •


5 K a n t, Fundamentación de la metafísica de los costumbres> capítu lo segu n do.
6 * L o que se p o d ría p o n e r en duda en tan fam osa exigencia es si n o con ten d rá d em a-
HACIA LA CR ÍTIC A DE LA VIOLENCIA

e n e fe c to , el d e r e c h o p o s itiv o , si es c o n s c ie n te re sp e cto a sus raíces,


reclam ará r e c o n o c e r y p r o m o v e r el in terés de la h u m a n id a d e n la p e r ­
sona de cada in d iv id u o . E l d erech o p o sitivo divisa ju sta m en te este in te ­
rés e n la e x p o s ic ió n y m a n te n im ie n to de u n o r d e n de d e s tin o . Ig u al
q u e n o se p u e d e a h o rra r u n a crítica resp ecto a éste, q u e d ice c o n ra zó n
ser la salvaguarda d el d erech o , resulta im p o ten te fre n te a él to d o ataque
q u e só lo se p resen te e n n o m b re de u n a « lib e r ta d » in fo rm e , sin q u e se
p u e d a d e sig n a r ese o r d e n s u p e r io r d e lib e r ta d . Y re su lta im p o te n te
p o r c o m p le to cu an d o n o ataca to d o el o rd e n a m ie n to ju r íd ic o , sin o tan
sólo leyes o costu m b res con cretas q u e el d erech o p ro te g e e n su p o d e r,
el cu al co n siste e n q u e h a y só lo u n d e s tin o y e n q u e lo a m e n a za n te y
existen te fo r m a n p a rte in q u e b ra n ta b le d e su o r d e n . P u es la v io le n c ia
e n q u e el d e r e c h o se m a n tie n e es a m e n a za d o ra . P e ro su am en aza n o
p o see el sen tid o de la in tim id a c ió n c o n q u e la in te rp re ta n lo s te ó rico s
lib era les. In tim id a n te , en su sen tid o exacto, es u n a d e te rm in a c ió n que
c o n tra d ic e la ese n cia p r o p ia d e d ich a a m en aza, n o s ie n d o a lca n za b le
p o r la ley, p o r cu an to q u e se alberga la esperan za de escapar a su b ra zo .
L a le y se n o s revela a m e n a za n te , al ig u a l q u e el d e s tin o , d e l q u e
d e p e n d e q u e el c r im in a l sea a tra p a d o . P e ro el s e n tid o m ás p r o fu n d o
de la in d e te rm in a c ió n de la am enaza ju ríd ic a n o s lo aclara el análisis de
la esfera p r o p ia d el d estin o , de la cual p r o c e d e . U n a valiosa in d ic a c ió n
resp e cto a e lla se e n c u e n tr a e n el á m b ito d e lo s castigo s. D e e llo s, la
p e n a d e m u e rte es el q u e h a p r o v o c a d o m a y o r c rític a d esd e el m ism o
m o m e n to e n q u e se p u so e n c u e s tió n la va lid ez d e l d e re c h o p o sitiv o .
A u n q u e e n la m ayo r p a rte d e lo s casos lo s a rg u m en to s d e la c rític a n o
hayan sid o de tip o fu n d a m e n ta l, sus m otivos sí era n y a ú n so n im p o r ­
tan tes. L o s c rític o s de la p e n a de m u e r te se n tía n , a u n q u e ta l vez sin
p o d e r d a r ra zó n , p ro b a b le m e n te sin q u e re r se n tirlo , q u e el ataque q u e
se le h ace a la p e n a d e m u erte n o ataca a u n castigo, n o ataca a u n a ley,
sino al m ism o d erech o e n sus o rígen es. P o rq u e si el o r ig e n d el d erech o
está e n la vio le n cia , y e n u n a c o ro n a d a p o r el d estin o, n o es m u y d ifícil
su p o n e r q u e cu an d o la vio le n c ia su p rem a, la vio le n c ia ejercid a sob re la
vid a y la m u e rte , se p rese n ta e n el c e n tro d e l o r d e n a m ie n to ju r íd ic o ,
sus o ríg e n e s lle g a n rep rese n ta tiv am e n te hasta lo existen te, y se m a n i­
fiestan a h í te rr ib le m e n te . C o n esto c o n c u e r d a el h e c h o de q u e e n las

i laclo p o c o , es d ecir, sí es líc ito servirse de u n o m ism o o de o tro com o m ed io . Se


p o d r ía n a p o r ta r b u e n a s raz o n e s e n fav o r d e esta d u d a . [n . d e B .]
192 ESTUDIOS m e t a f ì s i c o : Y DE FILOSOFÌA d e LA HISTORIA

situ acio n es ju ríd ic a s p rim itiva s la p e n a de m u e rte se a p liq u e ta m b ié n a


lo s d elito s c o n tra la p r o p ie d a d , c o n lo s q u e n o p a rece g u a rd a r « p r o ­
p o r c ió n » . Y es q u e su sen tid o n o es castigar la in fr a c c ió n d el d erech o ,
sin o establecer el n u evo d erech o . P u es al ejercer ese p o d e r sob re la vida
y la m u erte, el d erech o se fo rta le ce m u c h o m ás q u e c o n c u a lq u ie r o tra
p rá ctic a . P e ro , al m ism o tie m p o , u n su til s e n tim ie n to n o ta a h í cla ra ­
m e n te alg o p u tr e fa c to e n el d e r e c h o , p u e s se sab e m u y le jo s d e u n a
situ a c ió n e n la q u e el d estin o se p u d ie ra m o stra r e n m ajestad. L a in t e ­
lig e n c ia tie n e q u e in te n ta r acercarse a esta situ a c ió n c u a n d o p re te n d e
c o m p leta r la crítica, ta n to d e la vio le n c ia q u e in stau ra el d erech o co m o
d e la v io le n c ia q u e m a n tie n e el d e re c h o .
Y es q u e estos d os tip o s d e v io le n c ia se h a lla n c o n e c ta d o s d e
m a n era m u c h o m ás antinatural*que e n la p e n a d e m u erte, d a n d o lu gar
a u n a m ezcla fan ta sm á tica e n o tra in s titu c ió n d e l E sta d o m o d e r n o : a
saber, e n la p o lic ía . C ie rta m e n te , en sí la p o lic ía es u n a v io le n c ia para
fin e s ju r íd ic o s (q u e in clu ye el d erech o de d isp o sició n ), p e ro , al m ism o
tie m p o , está a u to rizad a a a m p lia r lo s lím ites de d ich a v io le n c ia (e n lo
q u e se lla m a d e r e c h o de m a n d o ) . L o ig n o m in io s o d e esa a u to r id a d
(algo q u e sólo u n o s p o co s p e r c ib e n en a te n c ió n a q u e sus a trib u c io n e s
rara vez lle g a n a las in te rv e n c io n e s m ás ru d as, p e ro q u e actúa ta m b ié n
m ás c ie g a m e n te e n lo s secto re s q u e s o n m ás v u ln e r a b le s y c o n tr a las
p e rso n a s reflexivas, r e s p e c to d e las cu ales el E sta d o n o está p r o te g id o
e n p r in c ip io p o r las leyes) c o n siste e n q u e , e n ella , está a n u la d a la
sep a ra ció n im p re sc in d ib le de u n a vio le n c ia in stau ra d o ra de d erech o y
u n a v io le n c ia m a n te n e d o r a d e d e r e c h o . M ie n tra s d e la p r im e r a se
reclam a el q u e se acred ite e n la v ic to ria , la segu n da se halla som etid a a
la elem e n tal lim ita c ió n d e q u e n o se p la n tee fin e s n u evos. P ero la v io ­
le n cia p o lic ia l se h a em an cip ad o de am bas c o n d ic io n e s. A h í se trata, en
e fe c to , de u n a v io le n c ia in s ta u r a d o ra d e d e r e c h o , ya q u e su f u n c ió n
ca ra cte rística n o co n siste e n p r o m u lg a r las leyes, s in o ya to d o e d ic to
q u e ella m ism a p u e d a p u b lic a r e m p le a n d o el r e sp a ld o de la ley ; y es
vio len ciai m a n te n e d o r a de d e r e c h o p o r q u e se p o n e a d is p o s ic ió n d e
tales fin e s. L a a firm a ció n de q u e lo s fin e s p o lic ia le s so n id én tico s a los
d e l resto d e l d e r e c h o o están s im p le m e n te lig a d o s a ello s es d e l to d o
fa lsa. M ás b ie n , e n el fo n d o , el « d e r e c h o » de la p o lic ía d esig n a ese
p u n to e n q u e el E sta d o , sea p o r im p o t e n c ia o p o r las c o n e x io n e s
in m a n e n te s q u e so n p r o p ia s de to d o o r d e n a m ie n to j u r í d i c o , ya n o
p u e d e g a ran tiza r sus fin e s em p írico s a través de d ich o o r d e n a m ie n to ,
HACIA LA CR ÍTICA DE LA VIO LENCIA 193

q u e rié n d o lo s lo g ra r a to d a costa. D e a llí q u e la p o lic ía in terven g a « e n


n o m b r e de la s e g u r id a d » e n m u c h ís im o s casos e n q u e la s itu a c ió n
ju r íd ic a n o es cla ra, o q u e in c lu s o (sin r e la c ió n a lg u n a c o n lo s fin e s
ju ríd ic o s ) vaya a co m p a ñ a n d o al ciu d a d a n o e n tan to q u e m olestia p e r ­
m a n e n te a causa de la vid a regu la d a p o r in n u m e ra b le s regla m en to s, O
q u e, sim p lem e n te, lo v ig ile. E n c o n tra p o sic ió n c o n el d erech o , q u e en
la « d e c is ió n » estab lecid a c o n su h o r a y lu g a r r e c o n o c e u n a catego ría
m etafísica m ed ia n te la cual p ro c la m a su d erech o a la crítica, el análisis
d el in stitu to p o lic ia l n o da c o n n ad a q u e p u e d a ser su esencia. S u v io ­
le n cia es in fo r m e , c o m o su fantasm al a p a ric ió n e n m e d io de la vid a de
los E stados m o d e rn o s, estando ex te n d id a u b icu a m e n te , p e ro in a sib le.
A u n q u e la p o lic ía te n g a el m is m o a sp e cto p o r d o q u ie r , n o se p u e d e
n ega r q u e su esp íritu es m en o s d estru ctivo a llí d o n d e rep resen ta (e n la
m o n a r q u ía a b so lu ta ) e l d ir e c to p o d e r d e l g o b e r n a n te , e n el c u a l se
u n e n d os p o d e re s , le g isla tiv o y e je c u tiv o , q u e e n las d e m o c r a c ia s ,
d o n d e la existencia d e la p o lic ía n o se eleva so b re esa re la c ió n , c o n s ti­
tu y en d o e n cam b io la m ayo r d e g e n e ra c ió n p o sib le d el p o d e r .
E n ta n to q u e m e d io , to d a v io le n c ia es in s ta u ra d o ra d e d e re c h o o
m a n te n e d o ra de d e r e c h o . P e ro , si n o recla m a n in g u n o e n tre a m b o s
p red icad o s, p o r lo m ism o r e n u n c ia a su va lid ez. D e a q u í se sigu e que,
e n gen eral, tod a vio le n cia, e n tanto q u e m e d io , p articip a a u n en el m ás
favorable d e los casos e n la p ro b lem á tica d el d erech o . Y a u n q u e en este
m o m e n to de la in vestigación todavía n o se p u e d a establecer c o n certeza
el sign ificad o de esa p ro b lem á tica , tras to d o lo d ich o el d erech o aparece
a u n a lu z m o ra l sin duda ta n equívoca q u e se n o s im p o n e la p regu n ta de
si p ara re g u la r in tereses h u m a n o s a n ta g ó n ic o s n o h a b rá o tro s m ed io s
q u e lo s m ed io s v io le n to s. P e ro , sob re to d o , esta p re g u n ta n o s o b lig a a
constatar q u e u n a re so lu c ió n de los co n flic to s caren te p o r c o m p leto de
v io le n c ia n o p u e d e c o n d u c ir a u n c o n tra to j u r í d i c o . Y es q u e éste se
basa, p o r más q u e lo s con tratan tes lo hayan firm a d o p a cífica m en te, en.
la p o s ib ilid a d de la v io le n c ia . P u es c o n c e d e a cad a p a rte el d e re c h o a
e je rc e r v io le n c ia c o n tra el o tr o caso de q u e éste r o m p a su c o n tra to . Y
n o sólo esto: igual q u e su fin a l, ta m b ién el o rig e n d el con trato rem ite a
la v io le n c ia . S in d u d a, la v io le n c ia q u e in sta u ra el d e re c h o n o tie n e
necesidad de estar presente in m ed iatam en te e n el con trato, p e ro está en
él re p re se n ta d a e n la m ism a m e d id a e n q u e e l p o d e r q u e ga ran tiza el
c o n tra to j u r íd ic o es d e o r ig e n v io le n to o h a sid o in c lu id o m e d ia n te
la v io le n c ia en ese c o n tra to . A sí, u n a vez desaparece la con scien cia de la
194 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFIA DE LA HISTORIA

p re se n c ia la te n te d e la v io le n c ia e n u n in s titu to ju r íd ic o , su p o te n c ia
d ecae. L o s p a rla m en to s so n s in d u d a ejem p lo de ello e n n u estro s días
cu an d o, e n efecto, o fre c e n el p en o so espectáculo que tod os con o cem os,
y ello e n tan to q u e ya n o so n con scien tes de aquellas fuerzas re v o lu c io ­
narias a las q u e les d eb en la existencia. M u y e n especial e n A le m a n ia , la
ú ltim a m a n ife sta c ió n d e d ich as fu erzas n o tuvo co n secu en cia e n a b so ­
lu to para lo s p a rlam en tos. Pues éstos n o p e rc ib e n la v io le n cia in stau ra-
d o ra de d erech o q u e en ellos está representad a; n o es p u es d e extrañar
q u e n o lle g u e n a a cu e rd o s q u e p u d ie r a n h a ce rse d ig n o s de ella , sin o
qu e, a través d el c o m p ro m iso , cultiven u n a m an era de tratar los asuntos
p o lítico s carente p resun tam en te d e vio len cia. Pero el co m p ro m iso es u n
« p r o d u c to q u e, a u n rech azan d o la vio le n c ia abierta, fo rm a p a rte d é l a
m e n ta lid a d d e la v io le n c ia , d a d o q u e el e sfu e rz o q u e a é l c o n d u c e n o
está m otivad o e n sí m ism o, sin o desde fu era , desde el esfu erzo c o n tra ­
r io ju sta m en te, en cu an to q u e n o es p o sib le e lim in a r d e n in g ú n c o m ­
p ro m iso , au n q u e p o r cierto sea vo lu n ta rio , el esencial carácter coactivo.
Q u e "sería m e jo r d e o tra m a n e r a ” es la s e n sa ció n b ásica q u e afecta a
to d o c o m p ro m iso >>[7>I. Es bastante significativo que la d ecadencia de los
p a rla m en to s haya alejad o d e l id e a l de u n a r e s o lu c ió n de lo s c o n flic to s
p o lític o s caren te de v io le n c ia tal vez a tantos esp íritu s c o m o e n cam b io
la g u e rr a a ce rc ó . A lo s p a cifistas h o y se o p o n e n a n a rc o sin d ica lista s y
b o lch e v iq u e s. Y es q u e éstos h a n id o e la b o ra n d o u n a c rític a d e m o le ­
d ora, y en c o n ju n to certera, d e lo s parlam en tos d e n u estros días. A u n -
q u e p u ed a q uizá ser deseable te n e r u n p arlam en to flo recie n te, al e x p o ­
n e r lo s m ed ios para alcanzar acu erd os sin vio le n cia n o se está h a b la n d o
de parlam en tarism o. P u es lo q u e éste p u ed e co n segu ir en lo s asuntos de
v e rd a d vitales s o n só lo o r d e n a m ie n to s a co rd a d o s q u e , e n su o r ig e n ,
co m o e n su fin al, van u n id o s d e suyo a la vio len cia.
P e ro , ¿es p o sib le r e s o lv e r lo s c o n flic to s sin v io le n c ia a lg u n a ? S in
d u d a q u e sí: las r e la c io n e s p riv a d a s e n tr e p e rs o n a s están lle n a s de
ejem p lo s de esto. E l a cu e rd o caren te de v io le n c ia se e n c u e n tra d o n d e
la c u ltu ra d e l c o ra z ó n h a p u e sto a d isp o sic ió n de lo s h o m b re s m ed io s
p u r o s d e a c u e rd o . H a y q u e c o n t r a p o n e r c o m o m e d io s p u r o s a los
legales e ilegales d e cu a lq u ier tip o (to d o s ellos v io le n to s sin ex cep ció n )
a q u e llo s o tr o s m e d io s q u e c a re c e n de v io le n c ia . A s í, la c o rte sía d e l

7* E ric h U n g e r, « D ie T h e o r ie . V ersu ch e zu p h ilo so p h isc h e r P o litik , I. V e r ö ffe n t li­


ch u n g» , Politik und B e rlin , ig S I , p . 8 , [N .d eB .]
H ACIA LA CR ÍTIC A DE LA VIOLENCIA 195

c o r a z ó n , la in c lin a c ió n y e l a m o r h a cia la p a z, j u n t o a la c o n fia n z a y


otras cosas q u e a ú n p o d ría m o s n o m b ra r, so n su p resu p u esto su b jetivo .
S u a p a r ic ió n de c a r á c te r o b je tiv o la d e te r m in a e n e fe c to a q u e lla ley
(cuyo alcance sin dud a fo r m id a b le n o vam os a e x p o n e r e n este caso) de
q u e lo s m e d io s p u ro s n o so n m e d io s de s o lu c ió n d ire cta e in m e d ia ta ,
sin o siem p re de s o lu c ió n m ed iata. Y , de ahí q u e n u n c a se r e fie r a n d el
m ism o m o d o , in m e d ia ta m e n te , a la r e s o lu c ió n de c o n flic to s e n tre
p e rso n a s, sin o a través d e cosas so la m e n te . E n la o b jetiva r e la c ió n de
lo s c o n flic to s h u m a n o s c o n lo s b ie n e s se abre e l á m b ito d e lo s m e d io s
p u ro s. Y , p o r eso, la técn ica (en el sen tid o m ás lato de este:té rm in o ) es
su te r r ito r io c o m o tal. S u m e jo r e je m p lo tal vez sea la co n v ersa ció n en
cu an to té cn ica p ara alcan zar civilizad am en te a cu erd o s. P u es e n ella, el
a cu e rd o s in v io le n c ia n o es ta n só lo p o s ib le , sin o q u e la e x c lu s ió n ya
c o m p le ta y to ta l d e la v io le n c ia se n o s m u estra e n u n h e c h o s ig n ific a ­
tivo: la im p u n id a d de la m e n tira . N o hay tal vez le g is la c ió n e n to d o el
m u n d o q u e la castigue o rig in a ria m e n te , Y esto n o s in d ic a cla ram en te
q u e hay u n a esfera d e l a cu e rd o h u m a n o a tal p u n to c a ren te de v io le n ­
cia q u e ésta le es p o r c o m p le to in a c c e s ib le : la e sfe ra a u té n tic a d e l
« e n te n d im ie n t o » I8\ a saber, la esfera d e l le n g u a je . E l d e re c h o e n tró
en e lla alg o m ás a d e la n te y e n u n p r o c e s o p e c u lia r d e d e c a d e n c ia , al
asign ar castigos a l e n g a ñ o . M ie n tra s q u e, to m á n d o lo e n su o r ig e n , el
o rd en a m ien to ju r íd ic o c o n fia b a e n su capacidad p ara d e rro ta r a la v io ­
le n cia c o m o en tera m en te c o n tra ria a la ley, y el e n ga ñ o (q u e carece de
v io le n c ia ) n o era e n m o d o a lg u n o castigado p o r el d erech o ro m a n o n i
p o r el g e rm á n ico —sig u ie n d o d e este m o d o lo s p r in c ip io s «iuscivile vigi-
lantíbusscriptum est>> y < disce cautivs mercan»—, el d erech o de u n a ép oca p o s­
te rio r p e r d ió c o n fia n za e n su p r o p ia fu erza y ya n o se sen tía s u p e rio r.
S in d u d a, el m ie d o a las otras fu erzas y la d esco n fian za h a cia sí m ism o
nos in d ic a n u n a c o n m o c ió n . E l d erech o co m ien za p o r lo tanto a p la n ­
tearse la o b te n c ió n d e fin e s c o n la in t e n c ió n d e a h o r r a r le p ru e b a s
fu e rte s a la v io le n c ia d e q u e se m a n tie n e . A s í c o m ie n z a a ir c o n tr a e l
e n ga ñ o n o p o r razo n es m o ra le s a d u cib le s, sin o p o r m ie d o a lo s actos
d e v io le n c ia q u e el e n g a ñ o p o d r ía p r o v o c a r e n la q u e se ve p e r s o n a
en gañ ad a. Y d a d o q u e ese m ie d o está e n ra d ic a l c o n tr a d ic c ió n c o n la
n aturaleza vio le n ta d e l d erech o ya desde sus o ríg e n es , d ich o s fin e s so n

8 « E n te n d im ie n to » es, com o Verst&ndigung, la capacidad de com pren dern os u n os a o tros


y d e p o n e rn o s de acuerd o u n os co n otros, [n . d e l T.)
ESTUD IOS M ETAFÍSICOS Y D E FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

in a d ecu a d o s a lo s leg ítim o s m e d io s d el d e re c h o . En. ellos se m an ifiesta


n o só lo la d eca d en cia de su p r o p ia esfera, sin o ta m b ié n u n a r e d u c c ió n
d e lo s m e d io s p u r o s, pu es, al p r o h ib ir el e n g a ñ o , el d e re c h o lim ita el
u so de m e d io s n o v io le n to s d a d o q u e ésto s p o d r ía n p ro v o c a r ta m b ié n
en cierto s casos rea ccio n e s vio len tas. Esta co n creta te n d e n c ia d el d e r e ­
ch o ta m b ié n h a in flu id o so b re el h e c h o d e la c o n c e s ió n d e l d e re c h o a
la h u e lg a , q u e c o n tra d ice lo s in tereses d el E sta d o . P ero el E stado c o n ­
ced e este d erech o c o n el ob jetivo d e evitar u n as accion es vio len tas a las
q u e te m e e n fr e n ta r s e . P u es, an te s, lo s tr a b a ja d o r e s r e c u r r ía n en
seguida al sabotaje e in c e n d ia b a n las fábricas. P ara a n im a r a la g e n te a
c o n c ilia r p a c ífic a m e n te sus in te re se s m ás acá d e to d o o r d e n a m ie n to
ju r íd ic o , ta m b ié n hay (al m a rg en de las virtu d es) u n m otivo eficaz q u e
p r o p o r c io n a hasta a la v o lu n ta d m ás rea cia la d is p o s ic ió n d e m e d io s
p u ro s e n lu gar de vio len to s: el m ie d o a las co n secu en cia s negativas qu e
u n e n fre n ta m ie n to de carácter v io le n to (sea cu al fu e r e al fin su re su l­
tad o) p o d ría te n e r p ara to d o s. Esas co n secu en cia s negativas están b as­
tante claras e n n u m ero so s c o n flic to s de intereses en tre p erso n as p riva ­
das. P e ro las cosas c a m b ia n c u a n d o s o n clases y n a c io n e s las q u e se
e n fr e n ta n , p u es lo s ó r d e n e s s u p e r io r e s q u e a m e n a za n c o n so ju zg a r
tan to al v e n c e d o r c o m o al v e n c id o a ú n están o cu lto s al sen tim ie n to de
la m a yo ría y a la in te lig e n c ia d e lo s m ás. L a b ú sq u e d a d e esos ó rd en es
su p erio res y lo s in tereses c o m u n e s q u e les c o rre s p o n d e n , y q u e d a n el
m otivo p r in c ip a l p a ra u n a p o lític a de lo s m ed io s p u ro s, n o s c o n d u c i­
r ía d e m a sia d o l e j o s 19*1. D e a h í q u e s ó lo vayam os a q u í a h a b la r d e los
m ed io s p u ro s d e la p o lític a p o r a n alogía c o n los m ed io s q u e d o m in a n
lo q u e es el p a c ífic o trato en tre p erso n as privadas.
P o r cu an to respecta a las lu ch as d e clases, b a jo ciertas c o n d ic io n e s
h ay'q u e c o n sid e ra r sin d u d a la h u elg a c o m o m e d io p u r o . T e n e m o s p o r
ta n to q u e "d escribir c o n d e ta lle d os tip o s d e h u e lg a q u e so n e se n c ia l­
m en te d iferen tes, y cuya respectiva p o sib ilid a d ya h em o s m e n c io n a d o .
S o r e l tie n e el m é r ito d e h a b e r sid o el p r im e r o e n d is tin g u ir lo s , m ás
so b r e la base d e c o n s id e r a c io n e s p o lític a s q u e d e c o n s id e r a c io n e s
p u r a m e n te te ó ric a s. E n e fe c to , S o r e l lo s c o n t r a p o n e e n c a lid a d de
h u e lg a g e n e r a l p o lític a , d e u n la d o , y h u e lg a g e n e r a l p r o le t a r ia , de
o tr o . P e ro , e n c o n c re to , su c o n tra p o sic ió n se re fie re ta m b ié n a la v i o ­
le n c ia . S o r e l d ic e al re sp e cto d e lo s p a r tid a r io s d e l p r im e r tip o de

9* V éase U n g e r, op. cíf., p p . 18 ss. [N. de B.]


HACIA LA CR ÍTIC A DE LA VIOLENCIA 197

h u elg a: « E l fo rta le cim ie n to d e l E stado está a la base de todas sus c o n ­


c e p c io n e s ; e n sus o r g a n iz a c io n e s a ctu ales, lo s p o lít ic o s ( c o n e llo se
re fie re a lo s socialistas m o d era d o s) p o n e n el fu n d a m e n to d e u n p o d e r
fu erte , d iscip lin a d o y c en tra lizad o , q u e n o escuche la crítica d e la o p o ­
sic ió n , sa b ie n d o sin d u d a im p o n e r el silen cio y d e n u n c ia n d o sus falsas
o p in io n e s » 110*1. Y añade: « L a h u e lg a g e n e ra l p o lític a ... m u estra có m o
el E stado n o p ie rd e e n ella n ad a d e su fu erza , c ó m o el p o d e r se p u e d e
tr a n s m itir e n tr e u n o s y o tr o s p r iv ile g ia d o s , y c ó m o el p u e b lo d e lo s
p r o d u c to r e s cam b iará de am os s im p le m e n t e » 111,5. F re n te a esa h u e lg a
g e n e ra l p o lític a (cuya fó r m u la p arece ser, p o r lo dem ás, la de la pasada
r e v o lu c ió n a le m a n a )[laI, p o r su p a rte la h u e lg a g e n e r a l p r o le t a r ia se
p r o p o n e co m o ú n ic a tarea la eficaz d es tru c ció n d e l p o d e r d el E s ta d o .
E n e fe cto , la h u e lg a ge n e ra l p ro le ta ria « s u p rim e todas las c o n s e c u e n ­
cias id e o ló g ic a s d e to d a p o lít ic a so c ia l p o s ib le , p u e s sus p a r tid a r io s
c o n s id e r a n b u rg u esa s hasta las m ás p o p u la re s d e las r e f o r m a s » 113*1.
« E sta clase d e h u e lg a g e n e ra l m arca de fo r m a m ás p a te n te su e n tera y
total in d ife re n c ia fre n te a lo s b e n e fic io s m ateriales p r o p io s d e la c o n ­
q u ista al a fir m a r q u e lo q u e p r e te n d e es s u p r im ir e l E s ta d o ; p u e s el
E stado h a s id o , c la r a m e n te , ... la r a z ó n d e ser e le m e n ta l de a q u e llo s
g ru p o s d o m in a n te s q u e o b tie n e n b e n e f ic io de la to ta lid a d d e las
em p resas cuyas cargas s o p o r ta to d a la s o c ie d a d » * 1**1. M ie n tra s q u e la
p rim e ra de estas fo rm as de in te r ru p c ió n d el trab ajo es ya vio le n cia, p o r
c u a n to causa so la m en te u n a e x te rio r m o d ific a c ió n de las c o n d ic io n e s
de trab a jo , la segu n d a carece de vio le n c ia , es d e c ir, es u n m e d io p u r o .
Pues ésta n o se da c o n la in te n c ió n de rea n u d a r el trab ajo n u evam en te
tras o b te n e r c o n c e s io n e s e x te rio re s ju n t o a c o n creta s m o d ific a c io n e s
de las c o n d ic io n e s de trab a jo , sin o c o n la d e c isió n de rea n u d a r u n tra ­
b ajo co m p letam e n te tra n sfo rm a d o ; u n o n o fo rza d o p o r el E stado (u n
cam b io rad ical q u e este tip o d e h u e lg a n o p ro v o ca, sin o q u e sólo c o n ­
sum a). D e a h í ta m b ié n q u e la p r im e r a de d ich as em presas sea in s ta u -
rad o ra d e d e re c h o , m ien tra s q u e la segu n d a es an arq u ista. S u m án d o se

IO * G eorges S orel, Séfiexiom surlaviokrice, g a ed ., Paris, 1919 , p . 2 5 o - [ N .d e B .] [Sorel vivió


en tre 18 4 7 y 19^ 2, y fu e u n te ó rico de la p o lítica, p rim e ro m arxista, después anar­
quista y fin a lm en te fascista, ( n . d e l T . ) l
II* 2 6 5 . [ N . d e B .]
12 B en jam ín se refiere a la revolución espartaquista (com unista), que estalló en A lem an ia
e n noviem bre de 1918. Ln . d el T.]
13* S orel, o p .r ít, p. 19 5 . [N .de B,]
14 * p . 3 4 9 . [ N . d e B .]
ESTUDIOS M ETAFÍSICOS V DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

a m a n ife s ta c io n e s o c a sio n a le s d e M a rx , S o r e l re c h a za p a r a el M o v i­
m ie n to r e v o lu c io n a r io c u a lq u ie r tip o de p r o g ra m a s y u to p ía s (o , e n
pocas palabras: las in stau ra cio n es de d e r e c h o ) : « C o n la h u elg a ge n e ra l
d esa p a rece to d o eso ta n b o n it o ; la r e v o lu c ió n se n o s p r e se n ta c o m o
u n a revuelta p u r a y sim p le, y n o reserva u n sitio a los so ció lo g o s, n i a la
gen te d e m u n d o , q u e es siem p re ta n am iga d e las refo rm as sociales, n i
ta m p o c o a lo s in telectu a les q u e h a n abrazado c o m o p r o fe s ió n el p e n ­
sar p a ra el p r o le t a r ia d o » 115’1. A l a h o n d u r a de esta c o n c e p c ió n , m o r a l
y a u tén ticam en te re v o lu c io n a ria , n o es p o sib le o p o n e rle u n a c o n s id e ­
ra c ió n q u e tache d e v io le n c ia a tal tip o d e h u e lg a g e n e ra l p o r sus p o s i­
b le s c o n s e c u e n c ia s ca ta stró fic a s. A u n q u e haya b u e n a s r a z o n e s p a ra
d ecir q u e la e c o n o m ía d e h o y en día resulta m u c h o m en o s co m p a ra b le
a u n a m á q u in a q u e se d e tie n e c u a n d o la a b a n d o n a el fo g o n e r o q u e a
u n a bestia q u e descansa en cu an to su d o m a d o r le da la espalda, sobre la
v io le n c ia de u n a a c c ió n n o se p u e d e ju z g a r n i de a cu e rd o c o n sus c o n ­
secu en cias n i ta m p o c o de a cu e rd o c o n sus fin e s, sin o sólo d e a cu e rd o
c o n la le y d e sus m e d io s . P o r su p u e sto ta m b ié n q u e el p o d e r d e l
E stado, q u e ta n sólo se lija e n las con secu en cias, se o p o n e a esa h u elg a
( e n c o n tra ste to ta l c o n las p a rcia le s , q u e sí s u e le n te n e r u n c a rá c te r
e x to r s io n a d o r ), y e llo p o rq u e d ice q u e es v io le n c ia . P o r lo dem ás, e n
q u é m ed id a u n a c o n c e p c ió n tan rig u ro sa de la h u e lg a g e n e ra l es a p r o ­
p iad a para d ism in u ir el d esp liegu e d e la v io le n c ia au tén tica d e las re v o ­
lu c io n e s l o h á e x p lic a d o S o r e l c o n a rg u m e n to s b a sta n te in g e n io s o s .
P o r el c o n tra rio , u n caso d estacado de o m is ió n vio le n ta , m ás in m o ra l
y r u d o q u e la h u e lg a g e n e r a l p o lític a , p a r e c id o a u n b lo q u e o , es la
h u e lg a de m éd ico s, tal c o m o se h a d ado re c ie n te m e n te en algunas c iu ­
dades a lem an as. E n ella se n o s m u e stra d e l m o d o m ás r e p u g n a n te el
u so de u n a v io le n c ia sin escrú p u lo s, sin d u d a r e p r o b a b le e n u n a clase
p r o fe sio n a l q u e d u ra n te a ñ os « h a asegurado a la m u erte su b o t ín » sin
o p o n e r n in g u n a resistencia y, a c o n tin u a c ió n , h a a b a n d o n a d o a la vida
en la p rim e ra o ca sió n q u e se le o fre c e .
P ero , c o n m ás clarid ad q u e e n las lu ch as de clases m ás recien tes, en
la h isto ria m ilen a ria d e lo s E stados se h a n fo rm a d o m e d io s p ara llega r
a acu e rd o s sin v io le n c ia . L a tarea de lo s d ip lo m á tic o s so la m en te c o n ­
siste ra ra vez e n m o d ific a r o r d e n a m ie n to s j u r íd ic o s p r e e x iste n te s, y
b ie n al c o n tra rio , en lo q u e es esencial, ellos resu elven e n paz y sin tr a ­

15* Ibid., p. ÍO O . [N. d e B .]


HACIA LA CR ÍTICA DE LA VIOLENCIA 199

tados lo s c o n flic to s en tre E stados, p o r a n alogía c o n lo s a cu erd os en tre


p e rso n a s p rivad as. U n a tarea d e lic a d a —q u e lo s trib u n a le s de arb itraje
resuelven de m an era más d irecta—, p e ro c o n u n m éto d o d e re so lu c ió n
m u y s u p e r io r s in d u d a al m é to d o a rb itra l, al estar m ás allá de to d o
o r d e n a m ie n to de tip o ju r íd ic o , y p o r ta n to ta m b ié n de la v io le n c ia .
C o n ello, tan to el trato de las p erso n as privadas c o m o el q u e es p r o p io
d e lo s d ip lo m á tic o s lia n p r o d u c id o fo rm a s y v irtu d e s q u e , a u n q u e se
hayan to rn a d o exteriores, n o lo h a n sido siem p re.
E n to d o el á m b ito de las v io le n c ia s q u e d iv isa n ta n to el d e r e c h o
n atu ra l co m o el d erech o p o sitivo n o hay n in g u n a lib r e d e esta d ific u l­
tosa p ro b le m á tica de la v io le n c ia legal. G o m o , sin em b a rg o , la re so lu ­
c ió n de las tareas h u m a n a s ( p o r n o h a b la r d e la r e d e n c ió n m ism a d el
h e c h iz o d e to d a s las s itu a c io n e s d e e x is te n c ia q u e se h a n d a d o hasta
a h o ra ) es ir r e a liz a b le si se r e n u n c ia p o r c o m p le to a la v io le n c ia , se
im p o n e la p re g u n ta p o r o tro s tip o s d e v io le n c ia q u e lo s q u e m e n c io n a
la te o ría d e l d e re c h o . Y ta m b ié n la p re g u n ta p o r la ve rd a d d el d o g m a
q u e es c o m ú n a tales teorías: « s e p u e d e n a lcan zar lo s fin e s ju sto s c o n
m ed io s le g ítim o s; se p u e d e n a p lic a r m e d io s le g ítim o s a lo s fin e s j u s ­
to s » , L a p re g u n ta d ice: si ese tip o de v io le n c ia de d estin o q u e em p lea
m ed io s leg ítim o s se e n c o n tra ra e n in salvab le c o n tra d ic c ió n resp ecto a
la ju stic ia de los fin e s y si, al m ism o tie m p o , fu era p en sab le u n a v io le n ­
cia d e o tro tip o , q u e p ara d ich o s fin e s n o p o d ría ser m e d io n i leg ítim o
n i ile g ítim o , n o p u d ie n d o ser m e d io p ara ellos, ¿ q u é r e la c ió n e n to n ­
ces gu ard aría c o n e llo s? E sto a rro ja ría alg u n a lu z so b re la ta n extraña y
d esa len ta d o ra e x p e rie n c ia d e q u e, e n ú ltim a in sta n cia , lo s p ro b le m a s
ju ríd ic o s n o tie n e n s o lu c ió n (e n su d eso la ció n , esta ex p erie n cia ta l vez
sea ta n só lo c o m p a ra b le a la im p o s ib ilid a d de d e c id ir r o tu n d a m e n te
so b re « c o r r e c t o » y « f a ls o » e n las le n g u a s a ú n e n d e s a r r o llo ) . P u es
so b re la le g itim a c ió n d e lo s m e d io s y so b re la ju s tic ia de lo s fin e s n o
d ecid e n u n c a la ra zó n , sin o la v io le n c ia de d estin o ejercid a so b re ella,
y sobre ésta D io s. U n c o n o c im ie n to q u e resulta in fre c u e n te p o r cu an to
p re d o m in a la tenaz co stu m b re de p e n sa r esos fin e s ju sto s en tan to q u e
fin es de u n d erech o p o sib le , es d e c ir, n o só lo co m o sien d o u m v e rsa l­
m en te válid os (cosa q u e se sigue a n a lítica m en te d el rasgo q u e d istin gu e
a la ju stic ia ), sin o ta m b ié n c o m o u n iversalizab les, lo cu al c o n tra d ice a
d ich o rasg o , c o m o se p o d r ía d e m o s tra r . P u e s lo s fin e s q u e p a r a u n a
situ a c ió n r e su lta n ju s to s y u n iv ersa le s, n o lo so n p a ra o tra situ a c ió n ,
au n q u e se le parezca fu e rte m e n te e n a lgu n o s aspectos.
300 ESTUDIOS METAF15ÍC05 Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

U n a fu n c ió n ya n o de m e d io de la vio le n cia, co m o la q u e a q u í apa­


rece en c u e stió n , la m u estra la e x p e rie n c ia c o tid ia n a . A s í, la ira h ace
q u e u n a p e rso n a ten ga u n o s estallidos de v io le n c ia q u e n o so n m ed io s
para el fin p ro p u e sto . Esa v io le n c ia n o es u n m e d io , sin o m ás b ie n un a
m a n ifesta ció n . Y tie n e m a n ifestacio n es objetivas e n las cuales sin d u d a
p u e d e ser som etid a a la crítica. Las m an ifestacion es de q u e h ablam os se
en c u e n tra n de m an era significativa en el m ito .
E n la q u e es su fo r m a p r o to típ ic a , la v io le n c ia m ític a es u n a m e ra
m a n ife s ta c ió n d e lo s d io se s . S in d u d a n o es u n m e d io d e sus fin e s , y
apenas es m a n ifesta c ió n de su vo lu n ta d , sin o m a n ifesta ció n d e su exis­
te n c ia . L a le y e n d a de N ío b e c o n tie n e así u n e je m p lo d estaca d o de
e l l o '161. E s v e rd a d q u e p o d r ía p a r e c e r q u e la a c c ió n d e A r te m is y de
A p o lo es só lo u n castigo- P ero su v io le n c ia in stau ra u n d e re c h o , y ello
sin castigar la tra n sg re s ió n de u n d e re c h o ex isten te. L a a rro g a n cia de
N ío b e p ro v o ca la fa ta lid a d n o p o rq u e haya v u ln e ra d o el d e re c h o , sin o
al d esafiar al d estin o a u n a lu ch a e n cu al éste tie n e q u e v e n cer y sacar a
la lu z de este m o d o u n d e re c h o . Q u e esa v io le n c ia de o r ig e n d ivin o n o
era e n m o d o a lg u n o p a ra lo s a n tig u o s la v io le n c ia ( m a n te n e d o r a d el
d e re c h o ) q u e resu lta la p r o p ia d e l castigo lo m u e stra n las leyen d as en
q u e el h é r o e (c o m o P r o m e te o , p o r e je m p lo ) fl7* d esa fía c o n c o r a je y
d ig n id a d a l d estin o , lu ch a c o n él c o n fo r tu n a variab le y n o es a b a n d o ­
n a d o p o r la leyen d a sin la esp eran za d e q u e, alg u n a vez, les traerá a los
h o m b re s u n n u e v o d e r e c h o . P r o p ia m e n te , este h é r o e y la v io le n c ia
ju r íd ic a d e su m ito s o n eso q u e h o y el p u e b lo sig u e a ú n in te n ta n d o
rep resen tarse cu an d o a d m ira, d e p r o n to , al g ra n c rim in a l. A s í, la v io ­
le n cia cae so b re N ío b e desde la esfera sin d u d a in s eg u ra y eq u ívoca d el
d e stin o , la cu al, p r o p ia m e n te , n o es d estru ctiva. A u n q u e c o n d u z c a a
lo s h ijo s d e N ío b e a u n a m u e r te sa n g rie n ta , r e sp e ta rá la v id a d e su
m ad re, q u e q u ed a (sien d o in clu so m ás cu lp a b le q u e antes, d e b id o a la
m u e r te d e sus h ijo s ) c o m o la p o r ta d o r a e te rn a y e n m u d e c id a d e la
cu lp a , m o jó n e n tr e lo s h u m a n o s y lo s d io se s. S i esta v io le n c ia in m e ­
d iata e n las m a n ife sta c io n e s m íticas resu lta p a re c id a , o in c lu s o id é n ­
tic a , a la in s ta u ra d o ra de d e r e c h o , d esd e ella reca e u n a p r o b le m á tic a
so b re tal v io le n c ia in stau ra d o ra e n la m ism a m ed id a en la q u e antes (al
e x p o n e r la v io le n c ia b élica ) h em o s caracterizad o a esta v io le n c ia en su

16 H o m e r o , Ufada i canto 2 4 »versos 6 0 5 - 6 1 ? ; O v id io , Metamorfosis, lib ro 6, versos 14 6 “


312.
17 H e sío d o , Teogoníü, versos 5 0 7 ~ 6 l6 ; Los trabajosj los días, versos 47 _I<^5 '
HACIA LA CR ÍTICA DE LA VIOLENCIA 301

c o n d ic ió n de m e r o m e d io . Y al m ism o tie m p o esta c o n e x ió n p r o m e te


a rr o ja r n ueva lu z so b re el d e stin o q u e se h a lla a la base de la v io le n c ia
ju r íd ic a e n to d o s y cada u n o de lo s casos y al tie m p o c o m p leta r a g r a n ­
des rasgos su crítica. P ues la fu n c ió n de la v io le n c ia e n la in sta u ra ció n
d e l d e r e c h o s ie m p re es d o b le ; la in s ta u r a c ió n d e l d e r e c h o , c ie r ta ­
m en te, aspira co m o fin (te n ien d o la v io le n c ia c o m o m e d io ) a aquello que
se in stau ra p recisa m en te e n ta n to q u e d erech o ; p e r o , en el in stan te de
la in s ta u r a c ió n d el d e re c h o , n o r e n u n c ia ya a la v io le n c ia , sin o q u e la
co n v ierte stridosensu, e in m e d ia ta m e n te , en in s ta u ra d o ra de d e re c h o , al
in stau ra r b ajo el n o m b r e de « p o d e r » u n d erech o q u e n o es in d e p e n ­
d ien te de la m ism a vio le n c ia c o m o tal, h a llá n d o se lig a d o p o r lo ta n to ,
ju sta m en te, d e m o d o n ecesa rio , a d ich a v io le n c ia . L a in sta u ra ció n d el
d erech o es sin d u d a alg u n a in s ta u ra ció n d e l p o d e r y, p o r ta n to , es u n
a cto d e m a n ife s ta c ió n in m e d ia ta d e v io le n c ia . Y s ie n d o la ju s tic ia el
p r in c ip io d e tod a in sta u ra ció n d ivin a de u n fin , el p o d e r en ca m b io es
el p r in c ip io p r o p io de to d a m ítica in s ta u ra ció n d el d erech o .
E sto ú ltim o e x p e rim e n ta u n a a p lic a c ió n d e graves c o n s e c u e n c ia s
en el E stado. P ues, en el espacio de su ám b ito , la d e lim ita c ió n a c o m e ­
tid a p o r la « p a z » resp e cto a tod as las g u erra s de la e ra m ític a v ie n e a
ser el fe n ó m e n o p r im o r d ia l d e la v io le n c ia in s ta u ra d o ra de d e re c h o .
C o n to d a clarid ad se m uestra en ella q u e el p o d e r h a d e ser garantizado
p o r to d a v io le n c ia in s ta u r a d o ra de d e r e c h o , y esto e n m a y o r m e d id a
q u e la excesiva o b te n c ió n de p ro p ie d a d e s. D o n d e se p o n e n lím ites, el
rival n o es a n iq u ila d o , sin o q u e se le co n c e d e a lg ú n d erech o a u n q u e el
v e n c e d o r ten g a m ás fu e r z a . S e trata p o r ta n to d e d erec h o s « ig u a le s »
de u n a m a n era d e m o n ía c o -e q u ív o c a , p u es p ara las d os p artes c o n tr a ­
tantes hay u n a lín e a q u e n o se p u e d e atravesar. A q u í se p resen ta d e u n a
fo r m a te r r ib le m e n te o r ig in a r ia esa m ism a m ític a a m b ig ü e d a d d e las
leyes q u e n o se p u e d e n « tr a n s g re d ir » ; de la q u e A n a to le F ra n ce h abla
en to n o satírico cu an d o d ice que las leyes p r o h íb e n p o r igu al a p o b res y
ric o s d o r m ir b a jo u n p u e n t e 1181. T a m b ié n p a r e c e q u e S o r e l to ca u n a
ve rd a d , n o s ó lo h is tó r ic a , sin o m e ta físic a , c u a n d o c o n je tu r a q u e al
p r in c ip io to d o d erech o fu e p rerro ga tiva só lo d e lo s reyes y lo s grandes,
es d ecir, d e lo s p o d e ro so s. A ú n seg u irá sié n d o lo , muíofc mutandis, to d o
el tie m p o q u e exista. Pues desde el p u n to de vista de la v io le n c ia , ú n ic a
qu e p u e d e g a ran tiza r el d e re c h o , n o hay igu a ld ad , sin o so la m en te, e n

18 A n a to le France, Le ¡ys rouge > París, 1894*


202 e s t u d io s m e t a f ís ic o s y d e f il o s o f ía d e l a h is t o r ia

el m e jo r de los casos, un as fuerzas ig u a lm en te gra n d es. E l acto d e d e li­


m ita c ió n es sig n ific a tiv o p a ra el c o n o c im ie n to d e l d e r e c h o ta m b ié n
desde u n p u n to de vista a ñ a d id o . L o s lím ites establecidos so n , al m en os
e n los tiem p o s m ás rem o to s, u n as leyes n o escritas. S in darse cu en ta el
h o m b re p u e d e tran sgred irlas y caer así e n m an os de la ex p ia ció n . Pues
la in te rv e n c ió n d el d erech o p ro v o cad a p o r la v u ln e ra c ió n d e u n a ley n o
co n o cid a n i escrita es, a d iferen cia d el castigo, u n a « e x p ia c ió n » p r e c i­
sam ente. P ero a u n q u e afecte de fo rm a d esdichada a la p e rso n a q u e está
despreven ida, su llegad a n o es u n a casualidad p ara el d erech o , sin o qu e
es u n d estin o q u e se ex p o n e aqu í u n a vez más en su a m b ig ü ed ad in t e n ­
cio n a d a. Y a d ijo H e r m a n a C o h é n , co m o h a b la n d o enpassant de la a n ti­
gu a id ea d e d estin o , q u e es u n « c o n o c im ie n to in e lu d ib le » , y q u e sus
« ó r d e n e s m ism o s so n lo q u e p a re c e o c a sio n a r y p r o v o c a r esta d e fe c ­
c ió n » D e este e sp íritu , el p r o p io d e l d e r e c h o , o fr e c e te s tim o n io
tod avía el p r in c ip io m o d e r n o de q u e el d e s c o n o c im ie n to d e la ley n o
lib r a d el castigo, d eb ién d o se e n te n d e r ta m b ié n la lu ch a p o r el d erech o
escrito en lo s p r im e r o s tiem p o s de la an tigu a p o lític a co m o u n a r e b e ­
lió n c o n tra el esp íritu d e las leyes d e l m ito .
P o rq u e, lejos d e a b rir u n a esfera m ás p u ra , la m ítica m a n ifestació n
d e la vio le n c ia in m e d ia ta se n os m u estra ya id én tica a la v io le n c ia j u r í ­
dica, y h ace d e la in tu ic ió n de su p ro b le m á tica la certeza de la c o r r u p ­
tib ilid a d de su f u n c ió n h istó ric a , cuya a n iq u ila c ió n se co n v ierte así en
ta rea. Y p re c isa m e n te esta ta re a p la n te a e n ú ltim a in s ta n c ia , u n a vez
m ás, la p r e g u n ta p o r la v io le n c ia in m e d ia ta p u r a q u e se vea cap az de
p o n e r co to a la v io le n c ia m ítica. A l igu a l q u e D io s se c o n tra p o n e e n la
to ta lid a d d e lo s ám bito s al m it o , la v io le n c ia d ivin a se c o n tra p o n e a la
v io le n c ia m ítica. E n c o n c r e to , sin d u d a, la v io le n c ia d ivin a es lo c o n ­
tra rio d e la vio le n c ia m ítica en to d o s los aspectos. S i la v io le n c ia m ítica
in stau ra d erech o , la v io le n c ia d ivin a ló a n iq u ila ; si aqu élla p o n e lím i­
tes, ésta d estruye ilim ita d a m en te; si la v io le n c ia m ítica in c u lp a y exp ía
al m ism o tie m p o , la d ivin a red im e; si a q u é lla am enaza, ésta g o lp ea ; si
a q u é lla es le ta l de m a n e r a sa n g rie n ta , ésta v ie n e a se rlo d e fo r m a
in c r u e n ta . A la le y e n d a d e N ío b e p o d e m o s c o n t r a p o n e r le , c o m o
e je m p lo d e d ic h a v io le n c ia , el j u i c i o d iv in o r e s p e c to de C o r é y sus
secu a ces[ao1. Este ju ic io afecta a lo s p rivileg iad os; afecta a los levitas, de

19* H e r m a n n C o h é n , ElMc des reinen Wilkns, 3 a ed. co rre g ., B e rlín , 1907. p . 3 Í>2 - [N. d e B.]
20 N ú m e ro s 16.
HACIA LA CR ÍTICA DE LA VIO LENCIA 203

im p ro viso , sin am enaza previa, de m o d o fu lm in a n te, y carece d e dudas


c u an d o toca la h o r a d e d e stru ir. P ero , adem ás y al m ism o tie m p o , esa
v io le n c ia es la q u e r e d im e , n o p u d ie n d o ig n o r a r s e la c o n e x ió n p r o ­
fu n d a e n tre el carácter in c r u e n to y r e d e n to r q u e la caracteriza, p u e s la
sangre es el sím b o lo de la m era vida. E l d e se n c a d e n a m ie n to de la v io ­
le n c ia ju r í d i c a d e r iv a (co sa q u e n o p o d e m o s e x p o n e r a q u í c o n m ás
d eta lle) de la in c u lp a c ió n de la v id a n a tu ra l, la cu al en trega a lo s seres
vivos in o c e n te y d esd ich a d a m en te a la e x p ia c ió n ; exp ía su in c u lp a c ió n
y re d im e al tie m p o al q u e es c u lp a b le, p e ro n o de u n a c u lp a , sin o d el
d e re c h o . P ues c o n la m era vid a cesa to d o d o m in io d e l d e re c h o sob re
lo s seres v iv o s. L a v io le n c ia m ític a es v io le n c ia s a n g rie n ta s o b r e la
m e ra v id a a causa de la v io le n c ia q u e le es p r o p ia ; la v io le n c ia d ivin a
p u r a es, p o r su p a rte , ya v io le n c ia sa n g rie n ta so b re to d a la vid a , ju s ta ­
m e n te a causa de lo v iv o . L a p r im e r a ex ig e s a c r ific io s , m ie n tra s q u e
lo s acepta la segu n d a.
L a v io le n c ia d iv in a n o se m a n ifie sta so la m e n te e n las tr a d ic io n e s
religiosas, sin o q u e ta m b ié n se e n c u e n tra al m e n o s e n u n a m a n ifesta ­
c ió n b ie n con sag rad a d e la vid a a ctu al. Y u n a d e sus fo rm a s de a p a ri­
c ió n se halla e n su fo r m a con su m ad a e n ta n to q u e v io le n c ia ed u ca d o ra
fu era ya d el d erech o . P o r lo tan to, las form as d e a p a ric ió n q u e resu ltan
ser p ro p ia s d e la v io le n c ia d ivin a n o p u e d e n d e fin irse p o r el h e c h o de
q u e D io s las e je c u te in m e d ia ta m e n te e n m ila g ro s , s in o p o r esos
m o m e n to s d e c o n s u m a c ió n in c r u e n ta , c o n s u m a c ió n fu lm in a n t e y
re d e n to ra . Y ta m b ié n , fin a lm en te, p o r la ausen cia d e tod a p o sib le in s­
ta u ra c ió n de d e re c h o . P o r co n sig u ien te, h ay b u en a s razon es p a ra c o n ­
sid erar destructiva esta vio le n cia; p e ro lo es sólo relativam en te, e n r e la ­
c ió n c o n lo s b ie n e s , el d e r e c h o o la v i d a ..., n o a b s o lu ta m e n te , e n
re la c ió n al alm a de lo vivo. P o r su p u esto , esa ex p an sió n de la vio le n c ia
co m o p u ra o divin a p ro v o cará h o y lo s ataques m ás vio le n to s, y se saldrá
a su e n c u e n tro d icie n d o q u e de a cu e rd o c o n su d e d u c ció n ella ta m b ién
p o n e e n m a rc h a la v io le n c ia le ta l c o n t r a lo s h o m b r e s . Y esto n o se
a d m ite , p o r c u a n to a la p r e g u n ta d e « ¿ P u e d o m a ta r ? » se r e s p o n d e
c o n el in m u ta b le m a n d a m ie n to de « N o m a ta r á s » . D ic h o m a n d a ­
m ie n to se h a lla situ ad o ante la a cc ió n co m o D io s an te el h e c h o d e qu e
esa a cc ió n suceda. P ero , p o r m ás q u e n o p u e d a ser e l m ie d o al castigo
lo q u e o b lig a a c u m p lir el m a n d a m ie n to , éste es in a p lic a b le , in c o n ­
m en su rab le, pu esto ante la a cc ió n ya realizada. Pues d e l m a n d a m ien to
n o se sigue u n ju ic io respecto de la a cc ió n . Y así, n o se p u e d e p r e d e c ir
304 ESTUD IOS M ETAFÍSiCOS V DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

n i el ju ic io d ivin o sob re ella n i su fu n d a m e n to . P o r lo d ic h o , n o a cie r­


ta n q u ie n e s b asa n e n este m a n d a m ie n to la c o n d e n a d e c u a lq u ie r
m u erte vio le n ta de u n a p e rso n a a m an os d e o tra. E l m a n d a m ie n to n o
es c rite rio d el ju ic io , sin o só lo u n a pau ta de co n d u cta p ara la c o m u n i­
d a d o la p e rso n a q u e, e n so lita rio , tie n e q u e arreglárselas c o n él y, e n
casos tr e m e n d o s , a su m ir la r e s p o n s a b ilid a d de n o o b se rv a rlo . A s í lo
e n te n d ió el ju d a ism o , q u e rech azó expresam ente la c o n d e n a d el h o m i­
c id io e n d efe n sa p r o p ia . P ero esos p e n sa d o re s se h a n b asad o e n o tr o
te o re m a, a p a r tir d e l cual tal vez q u ie ra n in c lu so fu n d a m e n ta r a su vez
el m a n d a m ie n to . Se trata de la tesis de q u e la vid a es sagrada, u n a tesis
q u e o r e fie r e n a to d a vid a a n im a l (e in c lu so vegetal) o lim ita n a la vida
h u m a n a . E n u n caso ex tre m o q u e p o n e c o m o e je m p lo el a sesin a to
r e v o lu c io n a rio d e lo s o p r e s o r e s , su a rg u m e n to n o s d ice de este m o d o :
« s i n o m a to , n u n c a e sta b le c e ré el r e in o d e la ju s tic ia , así p ie n s a el
te r r o r is ta e sp iritu a l ... P e ro n o s o tr o s d e c im o s q u e p o r e n c im a d e la
d ich a y ju s tic ia d e u n a ex iste n cia está la ex iste n cia e n cu a n to t a l » l“1' 1.
A u n q u e esta ú ltim a frase sin d u d a sea falsa, in c lu so in n o b le , d eja b ie n
a las claras la o b lig a c ió n d e n o s e g u ir b u sc a n d o e l fu n d a m e n to de
d ich o m a n d a m ie n to e n lo q u e la a c c ió n h a ce al asesin ad o , sin o e n lo
q u e h a ce a D io s y al asesin o. E n e fe cto , la frase de q u e la existen cia se
h alla p o r en cim a d e la existen cia ju s ta es falsa y abyecta si a h í « e x iste n ­
c ia » n o s ig n ific a m ás q u e m e r a vid a , y , e n e fe cto , c o n tal sig n ific a d o
fig u ra esa p a lab ra d e n tr o d e la citad a r e fle x ió n . M as la frase c o n tie n e
u n a ve rd a d im p o r ta n te si acaso « e x is te n c ia » o , m e jo r , « v id a » (unas
palabras cuyo d o b le sen tid o, q u e es an á lo go al de la palab ra « p a z » , hay
q u e sep a ra r c o n g ra n c u id a d o e n su r e la c ió n c o n d os esferas) v ie n e a
referirse al in m u ta b le agregad o d e « h o m b r e » ; es d ecir, si la frase sig­
n ific a q u e el n o - s e r d el h o m b re es m ás te rr ib le q u e el m e ro a ú n - n o -
ser d el h o m b re ju s to . L a frase a q u í citada d eb e a su a m b ig ü ed ad su fa l­
sedad. E l h o m b re n o c o in c id e e n m o d o alg u n o c o n la m era vid a q u e es
la suya; ta m p o c o c o n la m era vid a e n él, n i c o n n in g ú n estado o p r o ­
p ied ad ; n i c o in c id e ta m p o c o , ta n siq u iera , c o n la u n ic id a d de su p e r ­
so n a . A u n q u e e l ser h u m a n o sea sa grad o (o ta m b ié n la vid a e n él,
id é n tic a e n la vida terren al, e n la m u e rte y e n la vid a u ltr a te rr e n a ), n o

21* K u r t H ille r, « A n ti- K a in . E in N a ch w o rt» , en: Dos Z jel Jahrbiicherjurgeütige Politik, ed,
de K u n H ille r , voL 3, M u n ich , 1919, p . 2 5 - [H ille r, escritor exp resion is­
ta alem án, vivió e n tre los años 1885 y * 9 7 2 » (n . d el T .)]
HACIA LA CR ÍTICA DE LA VIO LENCIA 205

lo s o n sus estad o s, n i ta m p o c o su v id a c o r p o r a l, v u ln e r a b le p o r lo s
dem ás seres h u m a n o s . ¿ Q u é la d ife r e n c ia e se n c ia lm e n te de la d e lo s
a n im ales y las p la n tas? A u n q u e éstos fu e r a n sagrados, n o lo sería n p o r
su m era vid a , co m o n o p o d ría n serlo e n ella. V a ld ría la p e n a sin du d a
in v estig a r el o r ig e n d e l d o g m a d e q u e la vid a es, sin m ás, sagrada. T al
vez, p r o b a b le m e n te , sea reciente-, el ú ltim o extravío d e la tr a d ic ió n
o c c id e n ta l d e b ilita d a , b u s c a n d o e n lo im p e n e tr a b le c o s m o ló g ic o al
santo q u e p e rd ió . (L a edad de lo s m a n d a m ie n to s re lig io so s estab leci­
d os c o n tr a el asesin ato n o n o s d ice n ad a e n c o n tr a d e esto, p u es a su
b ase h a y o tr o s p e n s a m ie n to s q u e a la d e l m o d e r n o te o r e m a .) Y , p o r
ú ltim o , h a b ría q u e p e n sa r q u e lo q u e a q u í se da c o m o sagrad o es, de
acu e rd o al p e n sa m ie n to m ític o , el p o r ta d o r de la in c u lp a c ió n , esto es:
la m era vida.
L a c rític a de la v io le n c ia es ya la filo s o fía de su h is to r ia . Y es la
« f ilo s o f ía » d e esta h is to ria p o r q u e só lo la id e a d e su d e se n la ce h a ce
p o sib le u n a a ctitu d crítica; u n a sep a ra d o ra y decisiva an te sus p r o p io s
datos te m p o ra le s . U n a m ira d a só lo d irig id a h a cia lo m ás ce rca n o a lo
su m o es capaz d e p e rc ib ir las vicisitudes p ro d u cid a s en la c o n fig u ra c ió n
de la v io le n c ia , e n su c o n d ic ió n d e in s ta u r a d o r a y m a n te n e d o r a d e l
d e r e c h o . P e ro la le y d e su o s c ila c ió n q u e d a b asa d a e n q u e , c o n el
tie m p o , to d a v io le n c ia m a n te n e d o ra d el d erech o in d irecta m en te d e b i­
lita a la v io le n c ia in stau ra d o ra d el d erech o , la cu al está representad a e n
e lla , m e d ia n te la o p r e s ió n d e las v io le n c ia s q u e a e lla s o n , p r e c is a ­
m en te, h ostiles. (Ya h em o s a lu d id o a a lgu n o s sín tom as d e lo q u e a q u í
estam os a p u n ta n d o e n el c u rso d e la in v e s tig a c ió n .) Y esto d u ra así
hasta q u e otra s n u evas v io le n c ia s , o las a n tes o p r im id a s , v ie n e n a
d e r ro ta r a la v io le n c ia q u e in stau ra b a hasta e n to n c e s el d e re c h o ; y así
fu n d a m en ta n u n o n u evo para u n a n ueva d ecad en cia. U n a n ueva ép oca
h istó ric a se alza así so b re la q u ie b ra de este c ic lo —u n o q u e, s in d u d a,
está h e c h iz a d o p o r las m ítica s fo rm a s d e l d e r e c h o —, so b re la s u sp e n ­
sió n , p u es, d e l d erech o y d e la v io le n c ia e n q u e se basa (c o m o ellas en
él); u n a v io le n c ia q u e es, sin m ás, la v io le n c ia d e l E sta d o . S i el d o m i­
n io d e l m ito ya aparece q u e b ra d o , p o r a q u í y p o r allá, e n lo p resen te,
lo n u evo n o se en c u e n tra a ú n tan lejo s co m o p ara h a cer q u e u n a p a la ­
b ra ex p resad a a q u í c o n tra el d e re c h o se d ifu m in e s in m ás s in c o n s e ­
c u e n cia s. P e ro si, e n to d o caso, m ás allá d e l d e r e c h o a la v io le n c ia le
está asegurada su existencia c o m o v io le n c ia p u r a e in m e d ia ta , q u ed a así
d em ostrad o q u e y c ó m o ta m b ié n se h ace p o sib le la v io le n c ia r e v o lu c io ­
206 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

n aria, y q u é n o m b r e hay q u e dar a la su p rem a m a n ife sta c ió n de la v io ­


le n c ia p u r a d e l ser h u m a n o . N o resu lta ig u a lm e n te p o s ib le n i ig u a l­
m e n te u r g e n te p a ra el h o m b r e d e c id ir c u á n d o esa v io le n c ia p u r a fu e
rea l e n u n caso e n v e rd a d d e te r m in a n te . P o r q u e s ó lo la v io le n c ia
m ítica, p e r o n o la d ivin a, se d eja c o n o c e r exactam en te y e n ta n to q u e
ta l (au n q u e sea e n efectos verd a d eram en te in co m p arab les), p o r cuan to
q u e la fu e rz a r e d e n to r a p r o p ia de la v io le n c ia n o se h a lla a la vista de
lo s h o m b r e s . D e n u e v o están así a d is p o s ic ió n d e la v io le n c ia d iv in a
p u r a c o m o ta l to d a s las fo rm a s ete rn a s q u e el m ito b a s ta rd e ó c o n e l
d e r e c h o . E lla es capaz d e a p arecer en la a u tén tica g u e rra , c o m o e n el
j u i c i o d iv in o d e la m u ltitu d re s p e cto al c r im in a l. P e ro es s in d u d a
r e p r o b a b le to d a v io le n c ia m ític a , la in s ta u r a d o ra de d e r e c h o , q u e se
p u e d e c o n s id e ra r c o m o a rb itra r ia . S ie n d o ig u a lm e n te r e p r o b a b le la
m a n te n e d o ra d e l d e re c h o , la fatal v io le n c ia a d m in istrad a q u e se halla
pu esta a su servicio . L a v io le n c ia d ivin a, in sig n ia y sello, n u n c a m e d io
de santa e je c u c ió n , se h a de calificar co m o im p e ra n te.

<FRAGM ENTO TEO LÓ G IC O -P O LÍTIC O )'1'

Es el M esías m ism o q u ie n sin d u d a co m p leta to d o a co n te ce r h is tó r ic o ,


y esto e n el sen tid o d e q u e es él q u ie n red im e, q u ie n c o m p leta y crea la
r e la c ió n d e l a c o n te c e r h is tó r ic o c o n lo m e s iá n ic o m is m o . P o r eso,
n a d a h is tó r ic o p u e d e p r e te n d e r r e la c io n a r s e p o r sí m ism o c o n lo
m e siá n ic o . P o r eso , el R e in o de D io s n o es e l télos d e la dynamis h is tó ­
r ic a , y n o p u e d e p la n tea rse c o m o m eta. E n e fe c to , d esd e el p u n to de
vista h istó ric o , el R e in o d e D io s n o es m eta, sin o q u e es fin a l. P o r eso
m ism o , e l o r d e n d e lo p r o fa n o n o p u e d e lev an ta rse so b re la id e a d el
R e in o de D io s , y p o r eso ta m b ié n , la te o c r a c ia n o p o se e u n se n tid o
p o lític o , sin o so la m en te re lig io so . H a b e r n ega d o c o n to d a in ten sid a d
e l s ig n ific a d o p o lít ic o de la te o c ra c ia es el m a y o r m é r ito d e l lib r o de
B lo c h titu la d o El espíritu de la utopía1*1.

1 B e n jam ín n u n ca p u b lic ó este texto» cuyo títu lo fu e añ adido p o r T h . W , A d o rn o


(basándose en in d icacion es d el autor) y cuya fech a de red acció n es d esconocida:
A d o rn o pensaba que e l texto era de 1937 ; G ersh om S ch olem y R o lf T ie d e m a n n lo
fech an e n los años 1 9 2 0 -1 9 2 1.
2 E l h ech o de que este lib ro de E rn st B lo ch se pu b licara e n 191S y q u e B e n ja m in lo
FR AGM ENTO TEO LÓ GfCO -PO LÍTICO 207

E l o r d e n d e lo p r o fa n o tie n e q u e en d erezarse p o r su p a rte h a cia la


id e a d e la fe lic id a d , y la r e la c ió n d e este o r d e n c o n lo m e s iá n ic o es
u n o de lo s elem e n to s esenciales d e la filo s o fía de la h isto ria . C o n ello ,
da lu g a r a u n a c o n c e p c ió n m ístic a d e la h is to r ia , c u y o p r o b le m a es
s u sc e p tib le d e e x p o n e r a través de u n a im a g e n . S i u n a fle c h a in d ic a
d ó n d e está la m e ta e n q u e actú a la dynamis de lo p r o f a n o , y o tr a n o s
in d ic a la d ir e c c ió n d e la in te n sid a d m esiá n ica , la b ú sq u e d a de la f e l i ­
c id a d d e la h u m a n id a d e n lib e r ta d se a le ja r á de d ic h a d ir e c c ió n
m e s iá n ic a ; p e r o a sí c o m o u n a fu e r z a q u e r e c o r r e su c a m in o p u e d e
p r o m o v e r u n a fu e rz a d e d ir e c c ió n c o n tra ria , ta m b ié n el o r d e n p r o ­
fa n o d e lo p r o fa n o p u e d e p r o m o v e r la lle g a d a d e l m e s iá n ic o R e in o .
A s í p u e s, lo p r o fa n o n o es p o r c ie r t o u n a c a te g o ría d e l R e in o , s in o
u n a c a te g o ría (y de las m ás c e rte ra s) d e su a p r o x im a c ió n s ile n c io s a .
P ues e n la fe lic id a d , to d o lo te rr e n o se d irig e a su p r o p io ocaso; q u e
só lo e n la fe lic id a d p u e d e e n c o n tr a r , m ie n tra s q u e, p o r su p u esto , la
in te n s id a d m e siá n ic a in m e d ia ta , la p e r te n e c ie n te al c o r a z ó n , d e l ser
h u m a n o in d iv id u a l in te r n o , pasa p o r la d esd ich a, p o r el su fr im ie n to .
A la restüutio in integrum r e lig io s a q u e c o n d u c e a la in m o r ta lid a d le
c o rr e s p o n d e u n a restitutio in integrum m u n d a n a q u e a su vez c o n d u c e a la
e te r n id a d d e u n o ca so ; s ie n d o p o r su p a rte la fe lic id a d r itm o de eso
m u n d a n o etern a m en te e fím e ro , p e ro u n o e fím e ro e n su to talid a d , e n
su to ta lid a d e sp a cia l y te m p o r a l, a sa b e r, e l r itm o d e la n a tu r a le z a
m e siá n ic a . P u e s la n a tu ra le z a es s in d u d a m e siá n ic a d esd e su c o n d i­
c ió n e fím e ra e tern a y to ta l.
P ersegu ir esta c o n d ic ió n efím e ra , in c lu so p ara a q u e llo s niveles del
h o m b re q u e so n ya, co m o tal, n atu raleza, es tarea de esa p o lític a m u n ­
d ial cuyo m é to d o h a d e r e c ib ir el n o m b re d e « n ih ilis m o ^ .

estudiara d u ran te e l o to ñ o de 1919 pu ed e ser u n in d icio de que B en jam ín redactó


este fragm en to e n los años 1 9 3 0 -19 2 1.
<I.>
DOCTRINA DE LO S E M E JA N TE *11

E l c o n o c im ie n to d e lo s á m b ito s de lo « s e m e ja n te » tie n e u n s ig n ifi­


cado fu n d a m en ta l para esclarecer grandes sectores d el saber o c u lto . Ese
c o n o c im ie n to se o b tie n e m en o s p rese n ta n d o sem ejanzas q u e hayam os
e n c o n tr a d o q u e r e p r o d u c ie n d o p r o c e so s q u e cau san sem eja n zas. L a
n atu ra leza causa sem ejanzas; al resp e cto , n o hay m ás q u e p en sa r e n el
m im etism o . P ero la m a yo r capacidad p ara p r o d u c ir sem ejanzas la tie n e
el ser h u m a n o . T al vez n i u n a sola de sus fu n c io n e s su p erio res n o esté
m a rc a d a d e c isiv a m e n te p o r la fa c u lta d m im è tic a . P e ro esta fa cu lta d
tie n e u n a h is to r ia , ta n to e n s e n tid o f ilo g e n è tic o c o m o e n s e n tid o
o n to g é n ic o . P o r cu a n to respecta a esto ú ltim o , y a p a rtir de m u c h ís i­
m os p u n to s de vista, su escuela es el ju e g o . L o s ju e g o s in fa n tile s están
lle n o s , e n e fe c to , d e c o m p o rta m ie n to s m im é tic o s, y su á m b ito n o se
lim ita e n abso lu to a lo q u e u n a p e rso n a im ita d e o tra. Y es q u e el n iñ o
n o ju e g a solam en te a ser u n m aestro o u n ve n d e d o r, sin o ta m b ién a ser
u n fe r r o c a r r il o u n m o lin o de v ie n to . L a p r e g u n ta a q u í m ás im p o r ­
tan te sería la sig u ien te: ¿ cu á l es el b e n e fic io q u e le a p o rta al n iñ o este
ap ren d iza je d el c o m p o rta m ie n to m im è tic o ?
L a respuesta su p o n e la clara r e fle x ió n sobre el sign ificad o filo g e n è ­
tic o d e l c o m p o r ta m ie n to m im è tic o . P ara c o n o c e r tal s ig n ific a d o , n o
b asta c o n p e n s a r e n lo q u e h o y in c lu im o s d e n tr o d e l c o n c e p to d e
sem ejan za. C o m o es b ie n sabid o, en o tro s tiem p o s el c írc u lo vital que
parecía hallarse d o m in a d o p o r la ley de la sem ejanza era m u c h o m ayo r.
Se trataba d el m icro co sm o s y el m acrocosm os, p o r n o m e n c io n a r a este
respecto sin o u n a de las m u ch ísim as versio n es q u e la e x p erie n cia d e la
sem ejan za h a id o e n c o n tr a n d o a lo la rg o d e la h is to r ia . T o d a vía p a ra
n u e stro s c o n te m p o r á n e o s p u e d e a firm a rs e lo s ig u ie n te : lo s casos en
q u e se p e r c ib e n de m o d o c o n s c ie n te sem eja n zas e n la v id a c o tid ia n a
so n solam en te u n a m ín im a p a rte de los casos casi in n u m e ra b le s q u e la
sem ejanza d ete rm in a de m o d o in c o n sc ie n te . A sí, las sem ejanzas p e r c i­
b id a s de m o d o c o n s cie n te (e n a lg u n o s ro stro s, p o r e je m p lo ) so n , e n
c o m p a r a c ió n c o n la s in n u m e r a b le s sem eja n zas p e rc ib id a s d e m o d o

I B en jam in n o pu b licó n u nca este texto n i el siguiente, que son dos versiones de u n
m ism o texto. E l p rim ero lo redactó, al parecer, e n feb rero de 1933 * el segundo, en el
verano de ese m ism o año.
DOCTRINA DE LO S E M EJA N TE 209

in c o n sc ie n te , o n i ta n siq u ie ra p ercib id a s, co m o el colosal b lo q u e su b ­


m a r in o d e l ic e b e r g e n c o m p a r a c ió n c o n la p e q u e ñ a p u n ta q u e se
p u e d e v e r so b resa lir so b re el agua.
Estas co rre sp o n d e n c ia s n atu rales a d q u ie re n su sig n ifica d o decisivo
a la lu z de la r e fle x ió n de q u e todas d esp ierta n y estim u la n esa facu ltad
m im ètica q u e e n el ser h u m a n o les resp o n d e. H ay q u e te n e r e n cu en ta
a este re sp e cto q u e n i las fu erza s m im é tic a s n i lo s o b je to s m im é tic o s
p e rm a n e ce n in m u tab les a lo la rg o d e l tie m p o , y q u e c o n el p aso d e los
sig lo s la fu e r z a m im è tic a (y, m ás a d e la n te , c o n e lla , la p e r c e p c ió n
m im ètica) h a d esap arecid o e n cierto s cam p os, tal vez p ara d erra m a rse
e n o tro s d istin to s. Y q u iz á n o sea d em a siad o atrevid a la c o n je tu ra de
q u e, en su c o n ju n to , hay u n a d ire c c ió n cla ram en te u n ita r ia e n lo q u e
es el d e sa rro llo h istó ric o de esta m ism a facu lta d m im ètica.
A p r im e r a vista, la d ir e c c ió n ta n só lo p o d r ía h a lla rse e n la c r e ­
cien te d e c re p itu d de d ich a fa cu lta d . P u es es evid en te q u e el m u n d o de
p e rc e p c ió n d el ser h u m a n o m o d e r n o c o n tie n e m u chas m en o s c o rre s­
p o n d e n c ia s m ágicas q u e el de los p u e b lo s a n tig u o s o el de lo s p r im iti­
vos. L a cu estió n es sólo la sigu ien te: ¿se trata e n rea lid a d de u n a ex tin ­
c ió n d e la fa cu lta d m im è tic a , o tal vez de u n a tr a n s fo r m a c ió n q u e e n
ella m ism a h a te n id o lu g a r ? S o b r e la p o s ib le d ir e c c ió n e n q u e esa
tr a n s fo r m a c ió n p o d r ía h a lla rs e se p u e d e a p r e n d e r a lg o , in d ir e c ta ­
m e n te , d e la a s tr o lo g ia . E n c u a n to in v e stig a d o re s d e las tr a d ic io n e s
an tigu as, te n e m o s q u e s u p o n e r a este resp ecto q u e h u b o u n a p a te n te
c o n fig u ra c ió n , u n carácter a u té n tic o de o b je to m im è tic o , d o n d e h o y
n i siq u ie ra som o s capaces ya de b a r ru n ta rlo . P o r e jem p lo , e n las c o n s­
telacion es d e los astros.
P ara c o m p r e n d e r este re s p e c to , h ay q u e e n te n d e r e l h o r ó s c o p o
a n te to d o c o m o u n a to ta lid a d o r ig in a r ia q u e la in t e r p r e ta c ió n de
c arácte r a str o ló g ic o sim p le m e n te a n a liza . (L a s itu a c ió n d e lo s astros
re p re se n ta u n a u n id a d c a ra c te rístic a , y lo s ca ra cte re s de lo s d ive rso s
planetas sólo se c o n o c e n u n a vez q u e o p era n e n ella .) H a y q u e su p o n e r
qu e los p ro ceso s d e l cielo e ra n im itables p o r las gen tes de an ta ñ o , ya se
tratara de colectivos o b ie n de in d iv id u o s, y q u e esta con creta im ita b ili-
dad c o n te n ía la in d ic a c ió n de g e stio n a r u n a sem e ja n za ex iste n te . E n
d ich a im ita b ilid a d , m e d ia n te el ser h u m a n o , e n la fa cu lta d m im è tic a
q u e el ser h u m a n o tie n e , sin d u d a q u e h ay q u e ve r la ú n ic a in sta n c ia
que h a d ado a la astrologia su carácter e m p íric o . M as si el g e n io m im è ­
tico fu e e n sí, rea lm e n te , u n a d e las fu erzas d ete rm in an tes de la fo rm a
310 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

d e vida d e lo s a n tig u o s, n o se p u e d e evitar a tr ib u ir al r e c ié n n a c id o la


p le n a p o s e s ió n d e d ic h o d o n ( e n e sp e c ia l, su a s im ila c ió n a la fig u r a
cósm ica d el se r ),
E l in s ta n te d e l n a c im ie n to , q u e a q u í es lo d e c isiv o , es u n a b r ir y
c erra r d e o jo s. E sto n o s c o n d u c e a otra p e c u lia rid a d e n el á m b ito de la
sem ejan za. S u p e rc e p c ió n va ligad a e n cada caso a u n ch ispazo. Pasa en
seguid a, a u n q u e tal vez se p u e d a vo lv er a o b te n e r, p e ro , p ro p ia m e n te ,
es cosa q u e n o se p u e d e r e te n e r , al c o n tr a r io q u e otras p e rc e p c io n e s .
L a sem e ja n za se o fr e c e c o n e llo a la vista c o n id é n tic a fu g a c id a d q u e
u n a c o n s te la c ió n a stral. A s í, la p e r c e p c ió n de sem e ja n zas p a re c e ir
ligad a a u n m o m e n to te m p o ra l, q u e es c o m o a d ic ió n de u n te rc e r e le ­
m e n to ; algo p a re c id o a lo q u e ex p erim e n ta el astró lo go e n la c o n ju n ­
c ió n d e dos astros q u e es p re c iso cap tar e n el in stan te. S ie n d o de o tra
m an era, el a stró n o m o n o o b te n d rá su reco m p en sa pese a la agudeza de
sus in stru m e n to s de o b serva ció n .
B aste la a lu s ió n a la a s tr o lo g ia p a r a v o lv e r c o m p r e n s ib le el c o n ­
cepto n o sen sorial de sem ejanza. P o r supuesto, tal co n cep to es relativo,
s ig n ific a n d o q u e, e n n u e s tra p e r c e p c ió n , ya n o p o se e m o s eso q u e
a lg u n a vez h iz o p o s ib le h a b la r d e sem e ja n za e n tre u n a c o n s te la c ió n
astral y u n ser h u m a n o . S in e m b a rg o , p o seem o s u n ca n o n d e a cu erd o
c o n e l c u a l p u e d e d arse c la r id a d a la o s c u r id a d q u e está a d h e r id a al
c o n c e p to n o se n s o r ia l d e sem e ja n za . U n c a n o n q u e sin d u d a es el
m ism o len g u a je.
D esd e m u y a n tig u o , se a trib u y ó u n a in flu e n c ia so b re el len g u a je a
u n a cierta fa cu lta d m im ètic a . S in e m b a rg o , esto su ced ió sin el m e n o r
r ig o r , y sin p e n sa r se ria m e n te e n u n s ig n ific a d o (y m u c h o m e n o s e n
u n a h is to ria ) de la fa c u lta d m im è tic a c o m o tal. E s p e c ia lm e n te , tales
reflex io n es se h allab an ligadas de m o d o estrech ísim o al ám b ito habitu al
(el sen sorial) de la sem ejan za. M as se le d io e n to d o caso al c o m p o rta ­
m ie n to im ita tiv o su lu g a r e n el s u r g im ie n to d e l le n g u a je c o m o e le ­
m e n to o n o m a to p é y ic o . S i, c o m o las p e rs o n a s in te lig e n te s sa b e n , el
len g u a je n o es u n sistem a c o n v e n cio n a l de signos, al in te n ta r acercarse
a él habrá q u e r e c u rr ir, u n a y o tra vez, a lo s p e n sa m ien to s r u d o s y p r i ­
m itiv o s q u e c o n tie n e la e x p lic a c ió n o n o ra a to p é y ica . L a c u e stió n es la
sig u ien te: ¿se p u e d e ela b o ra r esta ex p lic a c ió n y adaptarla a u n c o n o c i­
m ie n to m ás a g u d o ?
E n o tra s p a lab ras: ¿se p u e d e d a r s e n tid o a la fra se d e L e o n h a r d
c u a n d o a firm a e n su lib r o Das Wort: « C a d a p a la b ra y ta m b ié n to d o el
DOCTRINA DE LO SEM EJA N TE

le n g u a je es o n o m a t o p é y ic a » ? 1*1 L a clave que vu elve tra n sp a re n te p o r


c o m p le to esta tesis se e n c u e n tra ju sta m e n te e n el co n c e p to de la sem e­
ja n za n o sen sorial. S i ord en áram o s las palabras de distintas len gu as que
sig n ifiq u e n lo m ism o e n to r n o al q u e es su sig n ifica d o , te n d ría m o s que
investigar có m o su ced e el q u e todas ellas (q u e a m e n u d o n o g u a rd a n la
m e n o r sem ejanza) sean sem ejantes a su sig n ifica d o . N a tu ra lm e n te , esta
id ea es a fín a las te o ría s m ísticas o te o ló g ica s d el le n g u a je , sin ser p o r
ello ajen a a la filo lo g ía em p írica . S in d u d a, es b ie n sab id o q u e las te o ­
rías m ísticas d e l len gu a je n o se c o n te n ta n c o n re fle x io n a r sobre la p ala­
b ra h a b la d a, sin o q u e ta m b ié n tra ta n la escritu ra , Y a h í resu lta d ig n o
de a te n c ió n q u e estas te o ría s n o s e x p liq u e n la ese n cia de la sem ejan za
n o sen so rial (tal vez m e jo r q u e ciertas c o n e x io n e s fon éticas) m ed ia n te
la re la c ió n d e la im ag en de las palabras o las letras c o n su sig n ifica d o o
c o n q u ie n les da n o m b r e . A s í, la letra bet tie n e , ta m b ié n , el n o m b re de
u n a casa131. P o r ta n to , la sem ejanza n o sen sorial es a q u ello q u e fu n d a la
c o n e x ió n n o só lo en tre lo q u e d ich o y lo q u e q u ería d ecirse, sin o ta m ­
b ié n en tre lo escrito y lo q u e q u e ría d ecirse, así c o m o en tre lo d ich o y
lo q u e se h a e sc r ito . Y , e n cada caso, d e u n a m a n e r a c o m p le ta m e n te
nueva, o rig in a ria e in d e riv ab le.
S in em b a rg o , la m ás im p o r ta n te d e estas c o n e x io n e s p a re c e ser la
ú ltim a, aquella q u e se da en tre lo escrito y lo d ich o . P u es la sem ejan za
a q u í im p e r a n te sin d u d a es la m e n o s s e n s o r ia l c o m p a ra tiv a m e n te .
A d e m ás es ta m b ié n la q u e m ás tard e se alcanza. J u n to a e llo , el in te n to
de rep resen ta rse su a u tén tica esen cia apen as es p o s ib le llev a rlo a cabo
sin ech a r u n vistazo a la h isto ria d e su su rg im ie n to , p o r m ás im p e n e ­
trab le q u e resu lte la o sc u rid a d q u e a ú n h o y n o s la ocu lta. L a g ra fo lo g ia
m ás r e c ie n te n o s h a e n se ñ a d o a v e r e n la e sc ritu ra im á g e n e s o, q u izá
m e jo r, en igm as q u e e s c o n d e n lo in c o n sc ie n te de cada e sc rito r. A este
respecto hay q u e su p o n e r q u e la facu ltad m im è tic a q u e resu lta e x p re ­
sada d e esta m a n e r a e n la a ctiv id a d d e l e s c r ito r tu v o e n to d o caso la
m a yo r im p o r ta n c ia p a ra lo q u e era el acto de e s c r ib ir e n lo s tie m p o s
rem o to s e n q u e su rgió la escritu ra. A sí, se h a co n v ertid o la escritu ra (al
lado del len gu aje) en u n arch ivo n o sen sorial d e sem ejanzas, de c o rre s­
p o n d en cia s q u e n o so n sen soriales.

2 R u d o lf L e o n h a rd , DasWort, B e rlín , 1931, p. 6.


3 E n h ebreo, bit es tanto el n o m b re de la segunda letra d el alfabeto (b) com o la palabra
(en estado con stru cto) que sig n ific a « c a sa » . [n . d el T .]
2 12 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

Este aspecto m á gico (si se q u ie re d e c irlo de este m o d o ) p r o p io d el


len gu a je y la escritu ra n o carece de c o n e x ió n c o n o tro aspecto, a saber,
el s e m ió tic o . M ás b ie n , to d o lo m im é tic o d e l le n g u a je es in t e n c ió n
fu n d a d a q u e só lo p u e d e m an ifestarse en algo a je n o , e n lo se m ió tico y
c o m u n ic a n te d e l le n g u a je , es d e c ir , e n su f o n d o . C o n e llo , el te xto
lite r a l d e la e s c r itu ra re su lta se r el f o n d o e n q u e só lo el e n ig m a se
p u e d e fo rm a r. Y así, el p lexo de sen tid o q u e se esco n d e e n lo s so n id o s
d e la fra se v ie n e a ser el f o n d o d esd e el c u a l lo se m e ja n te ya p u e d e
m anifestarse de p r o n to a p a rtir de u n so n id o . G o m o esta sem ejanza n o
sen so ria l in flu y e e n to d a lectu ra , en esta capa p r o fu n d a se n o s abre el
acceso al d o b le se n tid o d e la p a lab ra « l e e r » , y ello c o n su d o b le sig n i­
fica d o , el p r o fa n o y el m á gico . E l a lu m n o lee p u es u n lib r o , y el a stró ­
lo g o el fu tu r o en las estrellas. E n la p r im e r a frase, el le e r n o se d ivid e
en sus d os c o m p o n e n te s . P e ro sí e n la seg u n d a , q u e aclara el p r o c e so
en sus dos capas: el a stró lo g o le e la situ a c ió n de lo s astros e n el c ielo ;
p e ro ta m b ié n sin d u d a, al m ism o tie m p o , le e el fu tu r o a p a rtir d e ella,
o b ie n el d estin o .
S i tal le c tu ra a p a rtir d e las estrellas, las c o in c id e n cia s ó las visceras
fu e en lo s p rim e ro s tiem p os de la h u m a n id a d la lectu ra co n sid era d a en
cu an to tal, y si adem ás h a b ía in te rm e d ia rio s c o n u n a n ueva lectu ra (tal
c o m o su ced e c o n las ru n as), p o d e m o s su p o n e r q u e ese ta len to m im é -
tic o , q u e a n tes fu e fu n d a m e n to de la c la r iv id e n c ia , se fu e d e s a r r o ­
lla n d o a lo la rgo de varios m ile n io s e n d ire c c ió n al len gu a je y la esc ri­
tu r a , y así c re ó e n e llo s el m ás p e r fe c t o a rc h iv o d e sem e ja n zas n o
sen soriales. D e este m o d o , el len gu aje sería el u so su p rem o d e la fa cu l­
ta d m im é tic a : u n m e d io al q u e las cap acid ad es a n te rio r e s d e p e r c e p ­
c ió n d e lo sem eja n te h a n pasad o d e fo r m a ta n c o m p le ta q u e a h o ra el
len gu a je rep resen ta el m e d io e n q u e las cosas ya n o e n tra n en re la c ió n
u n as c o n otras d e m o d o d ir e c to , c o m o antes sin d u d a su c ed ía , e n el
e sp íritu d el sacerd ote o d el vid e n te , sin o en sus esencias, en las sustan ­
cias m ás fu g aces y su tiles, e n f in , sus a ro m a s. E n otras p a lab ras: la
escritu ra y el len gu a je so n a q u e llo a lo q u e la cla rivid en cia le h a ced id o
sus viejas fuerzas e n el curso de la h isto ria .
E l ritm o , esa ve lo cid a d en la lectu ra o e n la escritu ra q u e apen as se
p u e d e se p a ra r de este p r o c e s o , se ría ya alg o así c o m o e l e s fu e rz o , o
q u izá c o m o el d o n , p ara lo g ra r q u e p u e d a p a rticip a r el e sp íritu en esa
c o n c re ta m e d id a d e l tie m p o en q u e las sem ejanzas v ie n e n a r e lu c ir p o r
u n in stan te a p a rtir d el flu jo de las cosas, p ara vo lv er después a su m e r­
SOBRE LA FACULTAD M IM ÈTICA 313

g irse . A s í, la v id a p r o fa n a (si n o q u ie r e d e ja r de c o m p r e n d e r ) c o m ­
p a rte tod avía c o n la vid a m ágica e s to : q u e se halla sin d u d a so m e tid a a
u n r itm o n e c e sa rio , o a u n in sta n te c rític o , q u e n o d eb e o lvid a r n in ­
g ú n le c to r si es q u e n o q u ie re irse c o n las m an os vacías.

A p o s t il l a

E l d o n d e v e r sem eja n zas q u e n o s o tr o s to d a v ía p o s e e m o s n o es n ad a


m ás q u e u n d é b il r u d im e n to d e la o b lig a c ió n , q u e e ra p o d e r o s a e n
o tro s tiem p o s, de h acerse e n efecto sem ejan te y c o m p o rta rse d e m o d o
se m e ja n te . Y la d esa p a recid a fa c u lta d de ese c o n c r e to h a ce rse se m e ­
ja n te alcanzaba m u c h o m ás allá d e l p e q u e ñ o m u n d o de p e rc e p c ió n e n
q u e a ú n so m o s capaces d e a d v ertir sem ejan zas. L o q u e h a ce m ile n io s
p ro v o cab a la situ a c ió n d e lo s astros en u n a vid a h u m a n a , en el in stan te
de su n a c im ie n to , suced ía sin d u d a so b re la base d e d ich a sem ejanza.

< *.>
SOBRE LA FACULTAD M IM ÉTICA1,1

L a n a tu ra le za causa sem eja n zas. N o h a y m ás q ü e p e n s a r e n el m im e ­


tism o . P ero la m a yo r cap acid ad de p r o d u c ir sem ejan zas la tie n e el ser
h u m a n o . E l d o n d e v e r sem e ja n zas q u e é l p o se e n o es s in o u n r u d i ­
m en to d e la o b lig a ció n , p o d e ro sa en o tro s tiem p o s, de volverse y c o m ­
p o rta rse de m a n e ra sem e ja n te. T a l vez, el ser h u m a n o n o p o sea n i n ­
g u n a fu n c ió n s u p e rio r q u e n o se h a lle m arcad a d ecisivam en te p o r esa
m ism a fa cu lta d m im ética.
D ic h a facu lta d tie n e u n a h isto ria , tan to e n el se n tid o filo g e n é tic o
co m o e n el se n tid o o n to g e n é tic o . P o r cu a n to a este ú ltim o respecta, el
ju e g o es su escuela d esd e m u c h o s p u n to s d e vista. E l ju e g o in fa n til está
lle n o d e c o m p o r ta m ie n to s m im é tic o s , y su á m b ito n o se lim it a e n
a b so lu to a lo q u e u n a p e r s o n a im ita d e o tra . E l n iñ o n o ju e g a s o la ­
m en te a ser u n m aestro o u n v e n d e d o r, sin o ta m b ié n a ser u n fe r ro c a ­

I V éase suprá, p . 208, nota I d e Doctrina de lo semejante, [n . d e l T .]


214 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

r r i l o u n m o lin o de v ie n to . ¿ C u á l es el b e n e f ic io q u e le a p o rta este


ap ren d iza je de la facu ltad m im è tic a ?
L a respuesta p r e s u p o n e el c o n o c im ie n to d el sig n ifica d o filo g e n è ­
tic o d e la fa cu lta d m im è tic a c o m o tal. E n e fe c to , n o basta c o n p e n sa r
e n lo q u e h o y in c lu im o s d e n tro d e l c o n c e p to de sem ejan za. G o m o se
sabe, e n o tro s tie m p o s el c írc u lo v ita l q u e p a re c ía h a lla rse d o m in a d o
p o r la le y d e la se m e ja n za e ra m u y a m p lio ; la sem e ja n za g o b e r n a b a
tanto el m icro c o sm o s co m o el m a cro co sm o s. P ero esas c o rr e s p o n d e n ­
cias n atu rales o b tie n e n su peso a u tén tic o c o n el c o n o c im ie n to de q u e
to d a s ellas d e sp ie rta n y e s tim u la n la fa cu lta d m im è tic a , q u e e n el ser
h u m a n o les r e s p o n d e . H a y q u e te n e r e n c u e n ta q u e n i las fu erza s
m im é tic a s n i lo s o b je to s m im é tic o s s ig u e n s ie n d o lo s m ism o s e n el
cu rso de lo s m ile n io s tra n scu rrid o s. M ás b ie n , es p re c iso s u p o n e r q u e
el d o n de p r o d u c c ió n d e sem ejanzas ( p o r e jem p lo , en las danzas, cuya
fu n c ió n más an tigu a ya era ésa) y ta m b ié n , p o r ta n to , el d o n d e c o n o ­
cer las sem ejanzas, h a n cam b iad o e n el cu rso d e la h isto ria .
L a d ire c c ió n q u e o rie n ta d ich o cam b io p arece estar m arcad a p o r la
cre cien te d ecre p itu d de la facu ltad m im ètica co m o tal, p u es resulta evi­
d e n te q u e el m u n d o de p e r c e p c ió n p r o p io d e l h o m b r e m o d e r n o ya
apenas c o n tie n e u n o s p o co s restos d e esas co rresp o n d en cia s y analogías
m ágicas q u e eran fam iliares a los p u e b lo s a n tig u o s. L a cu e stió n es si se
trata de la d ecad en cia de esta facultad o más b ie n de su tran sfo rm a ció n .
S o b re la co n creta d ire c c ió n e n q u e esa tra n sfo rm a c ió n p o d ría hallarse
se p u e d e a p ren d e r algo in d ire c ta m e n te de la astrologia.
H ay q u e su p o n e r q u e, e n u n pasado re m o to , lo s p ro ceso s d e l cielo
fo r m a b a n p a rte de a q u ello s q u e se c o n s id e ra b a n im ita b les. A s í, ta n to
en la danza co m o en o tro s m u ch o s d e los actos de cu lto se p o d ía causar
u n a im ita c ió n de d ich o tip o , y ta m b ié n se p o d ía g e stio n a r u n a se m e ­
ja n z a de ese tip o . P ero si el g e n io m im è tic o fu e r e a lm e n te u n a fu erza
d e te rm in a n te e n el m o d o de vid a de lo s a n tig u o s, n o es d ifíc il im a g i­
n arse q u e se veía al r e c ié n n a c id o e n p o se sió n p le n a d e este d o n , y en
especial co m p leta m e n te asim ilad o a la fig u ra cósm ica d el ser.
L a a lu s ió n al á m b ito a s tr o ló g ic o p u e d e p r o p o r c i o n a r s in d u d a
algu n a u n p r im e r apoyo p ara lo q u e hay q u e e n te n d e r p o r el co n cep to
n o se n so ria l d e sem ejan za. C ie r ta m e n te , e n n u e stra ex iste n cia ya n o
se e n c u e n tra lo q u e h izo p o s ib le e n o tro s tie m p o s el h a b la r de d ich a
sem e ja n za y, m u y e sp e c ia lm e n te , p r o d u c ir la . S in e m b a rg o , ta m b ié n
n o s o tr o s p o s e e m o s c ie r t o c a n o n d e a c u e r d o c o n el c u a l p o d e m o s
SOBRE LA FACULTAD MIM ÈTICA 215

a cla ra r q u é sig n ifica la sem eja n za q u e n o es se n so ria l. Y ese c a n o n es


el d e l le n g u a je .
Y a desde a n tig u o se h a a trib u id o e n cu an to tal a la fa cu lta d m im è ­
tica c ie rta in flu e n c ia re sp e cto d e l le n g u a je . P e ro esto se d io s in g ra n
rig o r: sin p e n sa r u n u lte r io r sig n ifica d o (y m u c h o m e n o s a ú n e n u n a
h isto ria ) de lo q u e es la facu lta d m im ètica. S o b re to d o , esas reflex io n e s
ib a n ligadas d e l m o d o m ás estrech o al á m b ito h a b itu al, sen so rial, de la
sem ejan za. Y aun, e n to d o caso, b a jo el n o m b r e d e lo o n o m a to p é y ic o
se d io u n lu g a r al co m p o rta m ie n to im itativo en el su rg im ien to d el le n ­
gu aje. S i el len gu a je, co m o sin d u d a resulta evid en te, n o es u n sistem a
c o n v e n c io n a l de sig n o s, h a b r á u n a y o tr a vez q u e r e c u r r ir a p e n s a ­
m ie n to s q u e se n o s p rese n ta n e n la m ás p rim itiv a de sus fo rm as co m o
ex p licació n o n o m a to p é y ica . L a c u estió n es, p o r tan to, la sigu ien te: ¿se
p u e d e ela b o ra r esta e x p lic a c ió n y adaptarla a u n m e jo r c o n o c im ie n to ?
S e h a d ic h o al re sp e cto q u e « c a d a p a lab ra, y to d o el le n g u a je , es
o n o m a t o p é y ic a » [aI, p e r o r e su lta d ifíc il p r e c is a r el p r o g r a m a q u e
p o d ría c o n te n e r esta frase. E n to d o caso, el c o n c e p to d e sem ejan za n o
sen so rial n o s o frec e alg u n a in d ic a c ió n . S i o rd e n á ra m o s las palabras de
len gu as d ife re n te s q u e sig n ifica n lo m ism o , puestas e n to r n o a su sig ­
n ific a d o , d e b e r ía m o s in v e stig a r la m a n e r a e n q u e to d a s ellas (q u e a
m e n u d o n o g u a rd a n la m e n o r sem ejanza) so n sem ejan tes a su s ig n ifi­
c a d o . S in e m b a rg o , este tip o de se m e ja n za es p r e c is o e x p o n e r lo n o
só lo al h ilo de las r e la c io n e s de las p a lab ras p r o c e d e n te s de len g u a s
d iferen tes c o n u n ú n ic o y m ism o s ig n ific a d o . P ero esto , al ig u a l q u e la
r e fle x ió n , n o p u e d e lim ita rse a la p a la b ra h a b la d a, sin o q u e ta m b ié n
tien e q u e ver c o n la palab ra escrita. Y a h í resulta d ig n o d e a ten ció n qu e
ésta, a través d e la re la c ió n d e su im a g en c o n su sig n ifica d o , ilu m in e la
ese n cia d e la sem e ja n za n o s e n so r ia l, y c o n m ás p r e c is ió n e n c ie rto s
casos q u e c o m o lo h a ce la p a la b ra h a b la d a . P u e s es la se m e ja n za n o
sen so rial lo q u e v ie n e a fu n d a r las c o n e x io n e s n o só lo e n tre lo d ich o y
lo q u e q u e ría d e c irse , s in o ta m b ié n e n tr e lo e s c r ito y lo q u e q u e ría
d ecirse, así co m o en tre lo d ich o y a q u e llo q u e se h a escrito.
L a g ra fo lo g ia , p o r su p a rte, n o s h a e n señ a d o a ve r e n la esc ritu ra
im ágenes que lo incon sciente del escritor h a escon d id o e n ella. Y hay que
su p o n e r q u e el p ro ceso m im è tic o q u e se expresa de d ich a m an era e n la
actividad del escritor tuvo sin duda la m ayor im p ortan cia para lo que es el

2 Véase sufra, p . 211, nota 2 d e Doctrina de lo semejante.


2i6 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

acto de escribir e n los tiem p os rem otos e n q u e su rgió la escritura. A sí, la


escritu ra se h a c o n v e rtid o (ju n to al len g u a je) en u n fie l a rch ivo de las
sem ejanzas n o sensoriales, y de las n o sensoriales corresp on d en cias.
E ste a sp e cto d e l le n g u a je y d e la e s c r itu ra n o carece d e c o n e x ió n
c o n o tr o a sp e cto , a sa b er, el s e m ió tic o . M ás b ie n p u e d e d e c irs e q u e
to d o lo m im é tic o d e l le n g u a je so la m e n te p u e d e m a n ife sta rse e n u n
tip o c o n c re to d e p o r ta d o r (al igu a l q u e la lla m a ) . Y ese p o r ta d o r es lo
se m ió tico . D e m an era q u e el p le x o de sen tid o q u e fo r m a n las palabras
o las frases es ju sta m en te ese p o rta d o r a cuyo través la sem ejan za se n os
m a n ifie s ta d e r e p e n te . P u es su p r o d u c c ió n p o r lo s h o m b r e s , d e l
m ism o m o d o q u e su p e rc e p c ió n , se e n c u e n tra ligad a e n m u c h o s casos
(y e n los más im p orta n tes) a u n chispazo. Pasa c o m o él, a tod a p risa. Y ,
sin d u d a, n o es in v ero sím il q u e la rap id ez d el esc rib ir y d el le e r, p o r su
p a r te , in t e n s ifiq u e la fu s ió n de lo s e m ió tic o y d e lo m im é tic o e n el
ám b ito p r o p io d e l len gu a je.
« L e e r lo n u n c a e s c r ito » . Esa le c tu ra es la m ás an tig u a: le e r antes
d e l le n g u a je , a p a r tir de las visceras, o de las d anzas o de las estrellas.
M ás a d e la n te se u tiliz a r o n lo s in te r m e d ia r io s de u n a n u eva le c tu r a ,
c o m o so n las ru n a s y lo s je r o g lífic o s . Y p a rece fá cil s u p o n e r q u e éstas
f u e r o n las c o n c r e ta s esta c io n es a través d e las cu ales fu e p a s a n d o , al
á m b ito de la escritu ra y el len gu a je, ese talen to m im é tic o q u e en otro s
tiem p o s era el fu n d a m e n to de u n a praxis o cu lta. D e este m o d o , el le n ­
gu aje v e n d ría a ser el n iv el m ás alto d el c o m p o rta m ie n to m im é tic o , así
c o m o el arch ivo m ás p e rfe c to de la sem ejan za n o sen so rial: u n m e d io
al q u e las fu erza s a n te rio re s de p r o d u c c ió n y p e r c e p c ió n m im é tic a se
fu e r o n transvasando p o r c o m p le to hasta liq u id a r las de la m agia.

EXPERIENCIA Y POBREZA11'

E n n u estro s lib r o s escolares fig u ra b a la fá b u la d el a n c ia n o q u e, en su


le c h o d e m u e rte , les exp lica a sus h ijo s q u e e n su v iñ e d o hay u n tesoro
o c u lto . N o tie n e n m ás q u e d e s e n te r r a r lo . L o s h ijo s ex cav aro n , p e r o
n o e n c o n tr a r o n el te so ro . G u a n d o lle g ó el o to ñ o , el v iñ e d o era ya el

I P u b licad o el 7 d iciem b re de 1933 e n la revista Die Wkltim Wort. B en jam ín , al pare­


cer, redactaría este artícu lo e n el v erano de ese m ism o año.
EXPERIENCIA Y POBREZA

m ás p r o d u c tiv o d e to d o el país. Y , en to n ces, lo s h ijo s c o m p r e n d ie r o n


q u e su p a d re les h ab ía leg ad o u n a ex p erien cia: la riq u e z a n o está e n el
o r o , sin o e n el e s f u e r z o 1“5. E n e fe c to , esas e x p e rie n c ia s las h a n id o
e s g r im ie n d o a n te n o s o tr o s , a m e n a z á n d o n o s o tr a n q u iliz á n d o n o s ,
m ie n tra s c re cía m o s: « J o v e n z u e lo , ya te lle g a rá el tu r n o de h a b la r » ,
« Y a lo c o m p r e n d e r á s » 131, se n o s d e c ía . A h í estaba m u y c la ro q u é
rep rese n ta b a la ex p e rie n c ia : lo s m ayores se la d a b a n a lo s jó v e n e s . D e
m a n e ra co n cisa : c o n la a u to r id a d de la ed a d , c o n re fra n e s; de m o d o
m ás p r ó lij o : c o n su lo cu acid ad y c o n h is to ria s; c o n ta n d o a veces c u en -
tos de o tro s países, ju n t o a la ch im en e a , d ela n te d e lo s h ijo s y los n ie ­
tos. ¿ Q u é fu e de to d o e so ? ¿ D ó n d e p o d e m o s e n c o n tra r a a lg u ie n qu e
sepa a ú n re latar b ie n a lg o ? ¿ D ó n d e hay m o r ib u n d o s q u e d ig a n frases
q u e p a se n d e g e n e r a c ió n e n g e n e r a c ió n , al m o d o de u n a n illo ?
¿ Q u ié n se a cu erd a a h o ra d e u n r e fr á n ? ¿ Y q u ié n in te n ta rá d esp ach ar
a la ju v e n tu d ap ela n d o así a su e x p erie n cia ?
P u es n o ; está m u y c la ro q u e la c o tiz a c ió n d e la e x p e rie n c ia se h a
v e n id o abajo, y ello adem ás en u n a g e n e ra c ió n q u e, en tre T9T4, y 1918 ,
h a h e c h o u n a de las ex p erie n cias m ás trem en d as d e la h isto ria . T a l vez
esto n o sea ta n e x tra ñ o c o m o p a re c e a p r im e r a vista. ¿ N o se p u d o
observar ya p o r en to n ces q u e la gente volvía en m u d ecid a d el fre n te ? N o
m ás rica e n e x p e rie n c ia c o m u n ic a b le , sin o m u c h o m ás p o b r e . L o q u e
d iez años después se d erra m ó e n la riad a d e lib ro s q u e tratan d e la g u e ­
rra era cu a lq u ier cosa m en o s ex p erie n cia tran sm itid a co m o siem p re lo
fu e, de b oca e n b oca. P ero eso n o era extrañ o. Pues n in g u n a e x p e rie n ­
cia fu e d esm entid a c o n más ro tu n d id a d q u e las exp eriencias estratégicas
a través d e la g u e rr a de tr in c h e r a s , o las e x p e rie n c ia s e c o n ó m ic a s
m e d ia n te la in fla c ió n ; las e x p e rie n c ia s c o rp o r a le s p o r el h a m b re ; las
exp erien cias m orales p o r los q u e ejercían el g o b ie rn o . U n a ge n e ra ció n
qu e fu e al c o leg io todavía e n tranvía de caballos se en co n tra b a ah ora a la
in tem p e rie y en u n a re g ió n d o n d e lo ú n ic o q u e n o había cam biad o eran
las n ubes; y ahí, en m e d io d e ella, en u n cam p o de fuerzas d e ex p lo sio ­
nes y torren tes destructivos, el d im in u to y frág il cu erp o h u m a n o .
U n a m ise ria c o m p le ta m e n te n u eva cayó so b re lo s h o m b re s c o n el
d esp liegue fo rm id a b le de la té cn ica . P ero el reverso d e d ich a m iseria es
la so fo ca n te riq u eza de ideas q u e se h a d ifu n d id o en tre la gen te (o que,

2 E sopo , El labradory sus hijos*


3 V éase al p rin c ip io de este m ism o v olu m en , p p . artícu lo « E x p e rien cia ^ ,
de 1913* [Ni. d e l T.J
2i 8 ESTUDIOS M ETAFÍSIC05 Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

m ás b ie n , se le v in o e n c im a ) c o n la c o n s ig u ie n te r e a n im a c ió n d e la
astro logia y el yoga, de la christian science y la q u iro m a n c ia , d el vegetaria­
n ism o y de la gn osis, de la escolástica y el esp iritism o . P u es, e n efe cto ,
aqu í n o ha te n id o lu gar u n a verd ad era rea n im a c ió n , sin o u n a fo rm a de
g a lv a n iz a c ió n . P e n se m o s al re sp e cto e n a q u e lla s g ra n d e s p in tu r a s de
E n s o r e n las q u e las calles d e las g ra n d e s ciu d a d es a p a re c e n lle n a s de
m o n stru o s: b u rg u eses c o n disfraces d e carnaval, m áscaras desfigu rad as
p o r la h a rin a , c o ro n a s d e o r o p e l so b re la fr e n te . E stos cu ad ro s tal vez
n o sean o tra cosa q u e u n r e fle jo d e l te rrib le y c aó tico re n a c im ie n to en
q u e tan tos h a n p u e sto sus esperan zas. P ero a q u í se m u estra c o n c la r i­
dad q u e n u estra p o b reza en ex p erien cia es tan só lo u n a parte de la gran
p o b r e z a , q u e a h o ra h a v u e lto a r e c ib ir u n r o s tr o , ta n a g u d o y exacto
co m o el de lo s m en d ig o s m ed ievales. P o rq u e , ¿ q u é v a lo r tie n e to d a la
c u ltu ra c u a n d o la ex p e rie n c ia n o n o s co n e cta c o n e lla ? A d o n d e c o n ­
d u ce sim u la r e x p erie n cia n o s lo h a d eja d o d em asiad o c la ro esa h o r r i ­
b le m ezcla de varios estilos y cosm ovision es d el pasado siglo, co m o para
q u e n o c o n s id e r e m o s h o n o r a b le a d m itir n u e s tr a p o b r e z a . P u es sí,
a d m itá m o s lo ; esta p o b r e z a d e e x p e rie n c ia es p o b r e z a , p e r o lo es n o
só lo de e x p e rie n c ia s privad as, sin o de e x p e rie n c ia s d e la h u m a n id a d .
Es, p o r ta n to , u n a esp ecie de n ueva b arb a rie.
¿ B a r b a r ie ? E n e fe c to . P e ro lo d e c im o s p a ra in t r o d u c ir u n c o n ­
ce p to n u e v o de b a r b a r ie , p o s itiv o . ¿ A d o n d e lleva al b á r b a r o esa su
p o b re za d e e x p e rie n c ia ? A c o m e n z a r d e n u evo y desde el p r in c ip io , a
te n e r q u e a rreg lá rselas c o n p o c o , a c o n s tr u ir c o n p o c o y m ir a n d o
siem p re h a cia d ela n te. E n tre lo s gran d es cread ores siem p re h a h a b id o
los im placables q u e h a n h ech o tabla rasa. Q u e r ía n u n a tabla d e d ib u jo ,
p u e s e r a n c o n s tru c to re s . U n c o n s tr u c to r d e este tip o fu e D esca rte s,
q u e p ara co m en zar su filo s o fía n o q u e ría o tra cosa q u e te n e r u n a sola
c ertid u m b re: « P ie n s o , lu e g o e x is to » . E in s te in fu e ta m b ié n u n c o n s ­
tr u c t o r de este tip o , al q u e , d e r e p e n te , n o le in te r e s ó ya de to d a la
física m ás q u e u n a p e q u e ñ a d iscrep an cia en tre las ecu acion es estableci­
das p o r N ew to n y las ex p erie n cias d e la a stro n o m ía . E n esta a c c ió n de
co m en zar desde el p r in c ip io p en sab an los artistas cu an d o se in s p ira ro n
en la m atem ática y c o n stru y e ro n el m u n d o a p a r tir de fo rm as estereo ­
m étricas, tal c o m o lo h ic ie r o n lo s cubistas, o al basarse en lo s in g e n ie ­
ro s, c o m o e n el caso d e K le e . P u es las figu ras de K le e a p a re ce n co m o
d iseñ ad as so b re u n a tabla de d ib u jo , y la ex p re sió n d e sus gestos o b e ­
d ece en to d o al in te r io r , co m o la carro cería de u n b u e n au to m ó v il a las
EXPERIENCIA V POBREZA 219

n ecesid a d e s d e l m o to r . A I in t e r io r m ás q u e a la in te r io r id a d : esto es
sin d u d a lo q u e las h ace b árbaras.
T a n to a q u í co m o allá, las m ejo res cabezas ya lleva n m u c h o tie m p o
sacando c o n c lu sio n e s de estas cosas. Y su rasgo m ás característico es la
to ta l fa lta de ilu s io n e s so b re n u e str a é p o c a y, j u n t o a e llo , su e n te r a
a ce p ta ció n , sin a b rig a r reservas fr e n te a ella. T a n to si el p o e ta B e r to lt
B re c h t a firm a q u e el c o m u n ism o n o es el ju s to re p a rto d e la riq u eza ,
s in o d e la p o b r e z a , c o m o si A d o l f L o o s (el p r e c u r s o r d e la m o d e r n a
a rq u itec tu ra ) d eclara p o r su p a rte: « E s c r ib o so la m en te p ara a q u e llo s
cap aces de s e n tir a la m a n e r a m o d e r n a ... N o p a r a p e rso n a s q u e se
c o n s u m e n e n el a n h e lo d e l R e n a c im ie n to o el r o c o c ó » [iI. U n artista
tan c o m p le jo c o m o el p in to r P aul K le e , y u n o ta n p ro g ra m á tico co m o
L o o s, se apartan de la im a g e n p r o p ia d e l h o m b re tra d ic io n a l, siem p re
so le m n e y n o b le , a d o rn a d o c o n tod as las diversas o fren d as d el pasado,
p ara d irig irs e p o r su p a rte al c o n te m p o rá n e o d e s n u d o q u e, g r ita n d o
c o m o u n r e c ié n n a c id o , se e n c u e n tr a e n lo s su c io s p a ñ a le s de esta
ép o ca. N a d ie lo h a saludado c o n m ayo r alegría q u e P au l S c h e e r b a r t151.
A lg u n a s d e sus n o v e la s, vistas d esd e le jo s , se p a r e c e n a las d e J u le s
V e r n e , p e ro , a d iferen cia de las d e éste (e n las cuales siem p re p e q u e ñ o s
rentistas in gleses o fran ceses via ja n p o r el esp acio e n sus extravagantes
ve h ícu lo s), S c h e e rb a rt se in teresa p o r la c u e s tió n de e n q u é cria tu ra s
c o m p le ta m e n te n uevas, dign as sin d u d a alg u n a d e e s tu d io y d e a m o r,
h a n co n v ertid o n u estros telescop ios, n u estros avion es y n u estro s c o h e ­
tes a lo s seres h u m a n o s a n te rio re s. P o r lo dem ás, ya estas criatu ras tie ­
n e n len g u a je co m p leta m e n te n u evo : lo d ecisivo e n él es la te n d e n c ia a
lo v o lu n ta r ia m e n te c o n s tru c tiv o , e n c o n t r a p o s ic ió n a lo o r g á n ic o .
T e n d e n c ia in c o n fu n d ib le en el len g u a je d e lo s seres h u m a n o s id ead os
p o r S ch eerb a rt (es d ecir, d e sus p erso n a jes, ya q u e éstos rech azan to d a
sem ejan za c o n lo s h o m b re s, el p r in c ip io m ism o de to d o h u m a n ism o ).
In c lu so e n sus n o m b res: S o fa n ti, Peka, L a b u ..., así se lla m a n lo s p e r ­
son ajes e n el lib r o q u e lleva p o r títu lo el n o m b r e de su p ro ta g o n ista :
Lesabéndio. T a m b ié n lo s ru sos d a n h o y a sus h ijo s u n o s n o m b re s « d e s ­
h u m a n iz a d o s » : O c tu b r e , p o r el m es d e la r e v o lu c ió n ; P ia tiletk a , en
referen cia al p la n q u in q u e n a l; A v iajim , p o r u n a co m p a ñ ía d e aviación .
N o se tra ta a q u í d e u n a r e n o v a c ió n té c n ic a d e l le n g u a je , s in o de su

4. A d o lf Loos, Keramika, 190 4, en: SamtHcheSchrifien, vo l. I, V iena/M únich, 1962, pp . 253 ss.
5 P au l S ch eerbart (1 8 6 3 -19 15 ), escrito r alem án de relatos fantásticos. [N. d el T,]
220 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FIL 0 5 0 FÍA DE LA HISTORIA

com pleta m o v iliza ció n al servicio d e la lu ch a o el trab a jo ; en to d o caso,


al servicio d e l cam b io de la realid ad , n o de su d e sc rip c ió n .
P o r eso S ch eerb a rt, p o r vo lver a él, da u n a e n o r m e im p o rta n c ia al
h e c h o de a lo ja r a sus p e rso n a jes (y de a cu e rd o adem ás c o n su m o d e lo
ig u a lm en te a sus c o n c iu d a d a n o s) en vivien das q u e sean adecuadas a la
p o s ic ió n so cia l q u e o cu p a n : e n u n as casas m óviles d e cristal, tal co m o
L o o s y L e G o rb u s ie r ya h a n h e c h o . N o e n van o el cristal es u n m aterial
b ie n d u ro y liso , en el que n ad a p u e d e ser fija d o . T a m b ié n es u n m a te­
r ia l m u y fr ío y so b rio . Las cosas d e cristal n o tie n e n « a u r a » . E l cristal
es el e n e m ig o d e l m iste rio , y es ta m b ié n e n e m ig o d e la p r o p ie d a d . E l
g ra n p o eta A n d r é G id e d ijo u n a vez: cada cosa q u e q u ie ro p o se e r deja
al tiem p o de serm e tran sp aren te. ¿L as p erso n as c o m o S ch eerb a rt su e­
ñ a n c o n casas de cristal p o rq u e so n p artid arias d e u n a n ueva p o b re za ?
T al vez u n a c ie rta c o m p a r a c ió n d ig a m ás a q u í q u e la te o r ía . G u a n d o
en trab as e n la h a b ita c ió n b u rg u e sa d e lo s a ñ os o c h e n ta , la im p r e s ió n
m ás fu e r te , pese a to d o el c o n fo r t q u e tal vez irra d ia ra , era: « a q u í n o
se te h a p e rd id o n a d a » . Y a q u í n o se te ha p e rd id o n ada, p u es a q u í n o
hay r in c ó n alg u n o e n el q u e el h abitan te n o haya d eja d o sus hu ellas: e n
los estantes, m ed ia n te las figu ritas; e n el silló n a co lch a d o , m ed ia n te las
m a n tita s; e n las v e n tan as, m e d ia n te las c o rtin a s ; a n te la c h im e n e a ,
m e d ia n te la p a n ta lla . U n a h e r m o s a fra se d ic h a p o r B e r to lt B r e c h t
v ie n e a q u í en n u estro a u x ilio ; d ic e , « ¡B o rr a las h u e lla s !» . D ic h a frase
es el e strib illo d el p r im e r p o e m a d e Aus dem LesebuchjurStadtebewohnerl6i.
E n la h a b ita c ió n b u rg u e sa , el c o m p o rta m ie n to c o n tr a r io se h a v u e lto
co stu m b re . Y , a la inversa, el intárieur o b lig a a su h a b ita n te a a cep tar el
m áxim o d e costum b res, las cuales h a ce n ju stic ia m ás al intérieur q u e a su
h a b ita n te. E sto lo e n tie n d e c u a lq u ie ra q u e re c u e rd e la absu rd a situ a ­
c ió n a q u e los habitan tes de to d o s esos ap osen tos de fe lp a ib a n a p arar
c u a n d o alg o se r o m p ía e n la casa. In c lu s o su m a n e r a de e n fa d a rse
(p o d ía n in te r p re ta r v irtu o sa m en te este a fecto , q u e va d esa p a recie n d o
p o c o a p o c o ) era a n te to d o la r e a c c ió n d e u n a p e r s o n a a la c u a l le
h u b ie r a n b o r r a d o « la h u e lla de sus días te r r e n a le s » [íl. Y esto es sin
d u d a lo q u e h a n lleva d o a cabo S c h e e rb a rt c o n su cristal y la B au h au s
c o n su acero: h a n cread o espacios e n lo s q u e es m u y d ifíc il d eja r h u e ­
llas. « D e a c u e rd o c o n lo d i c h o » , e x p lic ó S c h e e r b a r t h a ce ya v e in te

6 B e rto lt B rech t, Ven'.uthe H eft 2.


7 G o eth e, Fausto, segunda parte, verso 11,58 3 .
EXPER IEN CIA Y POBREZA 221

a ñ o s, « p o d e m o s h o y h a b la r d e u n a n u eva " c u lt u r a d e c ris ta l” . E ste


n u e v o e n to r n o d e c rista l tr a n sfo r m a r á p o r c o m p le to al ser h u m a n o .
P ero a h ora hay q u e d esear q u e la n ueva c u ltu ra d e cristal n o en c u e n tre
d em asiad os e n e m ig o s » 181.
P o b reza d e e x p e rie n c ia : esto n o hay q u e e n te n d e r lo e n el se n tid o
d e q u e la g e n te d esee u n a e x p e r ie n c ia n u ev a . N o , b ie n al c o n tr a r io :
q u ie r e n lib r a r s e de las e x p e r ie n c ia s , d e se a n u n e n t o r n o e n el q u e
p u e d a n m a n ife sta r sin m ás, p u r a y c la ra m e n te , su p o b re za (e x te rio r e
in t e r io r ) , es d e c ir, q u e su rja alg o d e c e n te . N o so n sie m p re ig n o r a n ­
tes o in e x p e r to s y a m e n u d o se p u e d e d e c ir lo c o n t r a r io : e llo s h a n
« d e v o r a d o » to d o eso, « la c u ltu r a » y, c o n ella , el « s e r h u m a n o » , y
e stá n a h ito s y c a n sa d o s. N a d ie se s ie n te p u e s m ás a fe c ta d o q u e e llo s
p o r las p a la b ra s de S c h e e r b a r t: « E s tá is m u y c a n sa d o s, p o r q u e n o
c o n c e n trá is to d o s vu estro s p e n sa m ie n to s a lr e d e d o r d e u n p la n s e n c i­
llo y g r a n d io s o » . A l c an sa n cio le sig u e siem p re e l s u e ñ o , y n o es n ad a
ra ro q u e el su e ñ o c o m p e n se la tristeza y d esa lien to d el d ía, y m u estre
rea liza d a esa vid a se n c illa y g r a n d io s a p a r a la c u a l, d u ra n te la v ig ilia ,
n o s fa lta n las fu erza s. A l re sp e cto , la vid a d e l r a tó n M ick ey es u n o de
esos su eñ os de lo s seres h u m a n o s d e n u e stro s d ías. Esa vid a está lle n a
d e p r o d ig io s q u e n o só lo su p e ra n a lo s p r o d ig io s té c n ic o s, sin o q u e,
adem ás, se r íe n de ellos. P u es lo m ás llam ativo es q u e ello s su rg e n sin
m a q u in a ria , im p ro visa d a m en te, desde el c u e rp o m ism o d el r a tó n , de
sus a m ig o s y sus p e rse g u id o res; d esd e lo s m ás c o tid ia n o s d e lo s m u e ­
b les, ig u a l q u e de lo s á rb o les, de las n u b e s o el m a r. L a n atu ra le za y la
té c n ic a , el p r im itiv is m o y el c o n fo r t , se h a n u n id o a q u í ya p o r c o m ­
p le to ; y d ado q u e la g e n te se h a cansado de ese sin fin de c o m p lic a c io ­
n es p r o p ia s d e la v id a c o tid ia n a y p e r c ib e la m eta de la v id a c o m o e l
p u n t o d e fu g a le ja n ís im o de u n a p e rs p e c tiv a i n f in it a d e m e d io s , le
p a rece r e d e n to r a u n a ex isten cia q u e se satisface e n cada m o m e n to de
la m a n era m ás sim p le y m ás s e n c illa y, al m ism o tie m p o , la m ás c o n ­
fo r ta b le ; a q u e lla e n la c u a l u n a u to m ó v il n o 'p e s a u n g r a m o m ás q u e
u n s o m b r e r o d e p a ja , y e n la q u e lo s fr u to s d e lo s á rb o le s se r e d o n ­
d ea n c o n tan ta ra p id e z co m o las b a rq u illa s de lo s g lo b o s . P e ro a h o ra
vam os a ap a rta rn o s, a d ar u n p aso atrás.
N o s h e m o s v u e lto p o b re s. H e m o s id o p e r d id o u n o tras o tro p e d a ­
zos d e la h e r e n c ia de la h u m a n id a d ; a m e n u d o h e m o s te n id o q u e

8 Paul Sch eerbart, Glasarchitektur, B e rlín , 1914-7 p- 125 -


222 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILO SO FÍA DE LA HISTORIA

em p eñ arlo s e n la casa d e p réstam o s p o r la cen tésim a pa rte de su valor,


a cam b io de la cald erilla de lo « a c tu a l» . N o s espera a la p u erta la crisis
e co n ó m ica , y tras ella u n a som b ra, la p ró x im a g u erra . A g u a n ta r h o y se
h a c o n v ertid o e n cosa d e u n o s p o co s p o d e ro so s , q u e D io s sabe q u e n o
son más h u m a n o s q u e la m ayoría; su elen ser m ás b árb aros, p e ro n o e n
la b u e n a fo r m a . Y lo s o tro s tie n e n q u e arreglárselas, u n a vez m ás, c o n
p o c o . R e c u rre n a lo s h o m b res q u e h a n h ech o su causa de lo c o m p leta ­
m en te n uevo y q u e, adem ás, lo basan en el c o n o c im ie n to y la ren u n cia .
E n sus e d ific io s , sus c u a d ro s y sus h isto ria s, la h u m a n id a d se p re p a ra
p a ra so b reviv ir a la c u ltu ra , si es q u e esto le fu e ra n e c e sa rio . Y lo m ás
im p o rta n te es q u e lo hace r ie n d o . Y tal vez esa risa p u e d a so n a r bárbara
e n u n o u o tr o sitio . B u e n o . E l in d iv id u o p u e d e c ed er a veces u n p o c o
d e h u m a n id a d a esa m asa q u e , u n d ía , se la d evo lverá c o n in tereses.

JO HANN JAKO B BACH OFENu

H a y p ro fe cía s c ie n tífic a s. S e ría fá c il d istin g u irla s de las p r e d ic c io n e s


cien tífica s, las cuales, p o r e je m p lo , so n p rev isio n es exactas en el o r d e n
n a tu ra l, o ta m b ié n e n el o r d e n e c o n ó m ic o . L as p r o fe c ía s c ie n tífic a s
m erecerían este n o m b re e n tanto q u e u n se n tim ie n to de las cosas fu tu ­
ras m ás o m e n o s p r o n u n c ia d o in s p ir a d e te rm in a d a s in v e s tig a cio n e s
q u e p q r sí m ism a s e n n a d a se se p a ra n de lo s m a rco s g e n e ra le s d e la
c ien cia . D ich as p ro fe cía s, e n e fe cto , d o r m ita n e n estudios esp ecializa­
dos, ocultas al gran p ú b lico , y la m ayo r parte de sus autores n o so n c o n ­
siderados p recu rsores, n i p o r sí m ism os n i ante la p o sterid ad . R ara vez,
y ta rd e , a lca n za n la g lo r ia , tal c o m o le acab a d e su c e d e r a B a c h o fe n ;
E n to d o caso, estos au tores n o le h a n faltad o a n in g ú n m o v im ie n to
in telectu a l, in c lu id o s ta m b ié n lo s m ás recien tes, q u e p r e fie re n p r o c la ­
m a r sus a fin id a d e s artísticas y lite ra ria s antes q u e h a b la r c o n cla rid a d
d e lo s q u e so n sus p recu rso re s c ie n tífic o s. R e co rd e m o s p o r e je m p lo , a
este r e sp e c to , el s u r g im ie n to d e l e x p r e s io n is m o . E ste se a p re su ró a

I B en jam in n u n ca p u b licó este artículo» que escrib ió en francés en tre fin ales de 1934
y p rin cip io s de 1935 » co n la esperanza de p u b lica rlo e n la Nouvelle Revue Française que
d irig ía J ea n PauUian.
JO H AN N JAK O B BACHOFEN 223

r e u n ir sus te stig o s a rtístico s e lecto s: a sa b e r, G r ü n e w a ld y E l G r e c o ,


te n ie n d o a M a rlo w e y a L e n z c o m o sus p a d r in o s lite r a r io s . M as,
¿ q u ié n se a co rd ó en to n c e s d e q u e a p r in c ip io s de siglo d os sabios v ie -
n eses p u s ie r o n m a n o s a la o b ra p a r a r e a liz a r, a través d e u n tra b a jo
m etó d ico q u e n o d eb ía salir d el m a rco de su cien cia , la c im e n ta c ió n de
los m ism os valores visuales q u e sólo u n a década d espués ib a n a in s p ira r
a lo s e x p re s io n ista s avant la lettre m ás o s a d o s ? U n o d e esos sa b io s fu e
A lo is R ieg l, q u e e n su lib r o so b re Las artesj los oficios de la decadencia romana
acertó a r e fu ta r la p resu n ta b a rb a rie artística d e la ép o ca de C o n s ta n ­
tin o el G ran d e*21 ; el o tr o fu e F ran z W ic ld io ff, q u e c o n su e d ic ió n de El
Génesis de Viena n o s lla m ó la a te n c ió n so b re lo s p r im e r o s m in ia tu rista s
m ed iev a le s, q u e tu v ie r o n u n a fu e r te d ifu s ió n p r e c is a m e n te c o n el
[*>]
ex p resio n ism o .
H a y q u e r e c o r d a r este tip o d e e je m p lo s p a r a c o m p r e n d e r el
re c ie n te r e to r n o a B a c h o fe n . M u c h o antes d e q u e lo s sím b o lo s a rc a i­
cos, el cu lto y la m agia m o r tu o r io s y lo s rito s d e la tie rra h u b ie r a n lla ­
m ado la a te n ció n n o só lo de lo s ex p lo ra d o res de la m e n ta lid a d p r im i­
tiva, sin o ta m b ié n de lo s p s ic ó lo g o s fr e u d ia n o s y d e la g e n te cu lta e n
g e n e ra l, u n sabio su izo h a b ía e la b o ra d o u n a in te r p re ta c ió n d e la p r e ­
h is to r ia q u e rech a za b a to d o c u a n to el s e n tid o c o m ú n d e l sig lo XIX
había im a g in a d o so b re lo s o rígen es de la r e lig ió n y d e la socied ad . C o n
el paso d el tie m p o , esta in te r p re ta c ió n , q u e p o n e e n p r im e r p la n o las
fu erzas irr a c io n a le s e n su s ig n ific a d o cívico y m e ta fisic o , resu ltó m u y
in teresa n te para los te ó ric o s fascistas; p e r o ta m b ié n atrajo a lo s p e n sa ­
d o re s m arxistas p o r su sugestiva e v o c a c ió n d e u n a p r im e r a fo r m a de
s o c ie d a d c o m u n is ta ju s to e n lo s c o m ie n z o s d e la h is to r ia . C o n e llo ,
B a c h o fe n , q u e d u ra n te to d a su vida, y m ás allá de ella, sólo fu e c o n s i­
d e ra d o c o m o u n sabio de u n m é r ito m ás o m e n o s s e g u r o , h a p o d id o
ver c ó m o , e n estos ú ltim o s lu stro s, se h a id o revelan d o el aspecto p r o ­
fètico d e su o b ra . C o m o u n v o lc á n cuyo p o te n te c o n o h a sid o p r o v o ­
cad o p o r fu e rza s su b te rrá n e a s, q u e d esd e e n to n c e s h a n d o r m ita d o
m u c h o tie m p o , la o b r a de B a c h o fe n h a p r e s e n ta d o d u ra n te m e d io
siglo u n a m asa im p o n e n te , y sin em b argo apagada, hasta q u e u n a nueva
m a n ife sta c ió n d e las fu erzas q u e la h a b ía n e n g e n d ra d o lo g ró c a m b ia r
su aspecto y llam a r la a te n c ió n de los cu rio so s.

2 A lo is R iegl, Die spatromische Kunstíndustrie nach den Funden in Osterreich- Ungarn, V ien a , 1901.
3 Franz W ick h o ff, Die Wiener Genesis, B e rlín , 192 2 .
224 ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

II

C u a n d o e n 18 5 9 p u b lic ó en B asilea su Ensayo sobre los símbolos funerarios de


los antiguos1*1, B a c h o fe n ya n o era u n p r in c ip ia n t e . P e ro e n la d e c e n a
a p r o x im a d a d e o b ra s q u e la p r e c e d ie r o n n o h a b ía m u c k o m ás d e
tr e in ta p á g in a s q u e d ie r a n te s tim o n io de lo s in te re se s q u e, d esd e ese
m o m e n to , se m a n ife s ta r o n d e m o d o im p e tu o s o . E l a u to r d e este
ensayo a rq u e o ló g ic o solam en te se h ab ía p r o n u n c ia d o sob re cu estio n es
de d e r e c h o e h is to r ia d e R o m a ; y n i s iq u ie r a te n ía fo r m a c ió n de
a rq u e ó lo g o . N i sus estudios n i sus a ficio n es, sin o u n g iro e n su vid a de
so lita rio v ia je ro lo c o n d u jo al c a m in o q u e ya n u n c a ib a a a b a n d o n a r.
B ach o fe n m ism o alud e ju sta m e n te a este g ir o ya e n las p rim era s p a la ­
bras d el lib ro . R e co rd a n d o el d e sc u b rim ie n to de u n c o lu m b a rio a n ti­
g u o e n el 18 3 8 , B a c h o fe n n o s re la ta la visita q u e le h iz o c u a tro a ñ o s
después.- « L a im p r e s ió n q u e m e p r o d u jo el aspecto d e este r in c ó n de
la paz e te rn a fu e e n v e rd a d m u y p r o fu n d a , p u es y o n o c o n o c ía r in c o ­
nes sem ejan tes, salvo dos ex cep cio n es ... A estas visitas d eb o el p r im e r
im p u lso hacia el estu d io d el m u n d o q u e es p r o p io de las tu m b as a n ti­
guas, q u e después m e ha llevado dos veces m ás a Italia, y q u e h a e n c o n ­
tra d o n u ev o s tem as e n G r e c ia ... E l c u rso d e lo s sig lo s, c o n tod as las
n o v e d a d e s q u e tr a e c o n s ig o , n o h a a fe c ta d o a p en a s a las tu m b as, n i
ta m p o c o a su cu lto ... E l sig n ifica d o p o d e ro s o q u e el v ie jo m u n d o de
las tu m b a s h a c e suyo p o r este c a rá c te r d e e sta b ilid a d in m u ta b le
a u m e n ta m ás a ú n al re v e la rn o s b e llís im o s asp ecto s d e l e s p íritu de la
A n tig ü e d a d . S i otras partes de la h isto ria d e la c u ltu ra a n tig u a p u e d e n
cap tu rar al p e n sa m ie n to , el estu d io d e las n e c ró p o lis se in s in ú a en las
p ro fu n d id a d e s d e n u estro c o ra zó n , c o n lo q u e n o só lo au m en ta n u e s ­
tr o saber, sin o q u e, al m ism o tie m p o , se d irig e a las a sp iracio n es m ás
p r o fu n d a s. S ie m p re q u e se h a p rese n tad o la o ca sió n , h e r e te n id o este
asp ecto d e las cosas r e c o r d a n d o lo s p e n s a m ie n to s cu ya p le n itu d y
m ajestad, ju s to e n estos rin c o n e s d e la m u erte, es accesible al sím b o lo ,
p e ro n o a la p a la b ra &
C o n ello, el m éto d o de las investigacion es de B a c h o fe n q u ed a esta­
b le cid o d e rep en te, co n sistien d o en situ ar el sím b o lo a la base d el p e n -

4 Versuchüberdie Grábersymbole der Alten, B a s ile a , 1 8 5 9 .


5 Ibid-, pró lo go ; vol. II, pp . 4^“44 de d icha ed ición : J.J. B ach ofen , [Irreligión und art>tke
SjimhoU: ¡yystematisch angeordnete Auswahlausseinen Werken ín dretBánden, ed. de C . A . B e rn o u lli,
L eip zig, 1936.
JO H ANN JAK O B BACHOFEN 225

sa m ie n to y de la v id a d e la é p o c a a n tig u a . M ás a d e la n te , e n su en sayo
sob re El oso en las religiones de la Antigüedad, n o s d ice B a c h o fe n : « L o im p o r ­
tan te es estu d iar aislad am en te cada sím b o lo . A u n q u e , lle g a d o u n día,
se e c h e a p e r d e r y se c o n v ie r ta s ó lo e n u n a tr ib u to , sus o r íg e n e s lo
m u e stra n fu n d a d o e n sí m ism o , d o ta d o de u n p r e c is o s ig n ific a d o . Y
así co n v ien e e x a m in a rlo ; su e n tra d a en el cu lto y su a trib u c ió n a d iv e r­
sas d eid a d e s n o hay q u e co n sid e ra rla s sin o e n seg u n d o lu g a r » 161. E sto
p o r c u a n to resp ecta a la r e lig ió n . P ero in c lu s o , c o n ta n ta m ás ra zó n ,
to d o a q u e llo m e d ia n te lo c u a l lia c o n t r ib u id o B a c h o fe n al c o n o c i ­
m ie n to d e l a rte a n tig u o se basa ju sta m e n te e n su n o c ió n de sím b o lo .
C o n e llo se h a p o d id o a p ro x im a r a B a c h o fe n a W in c k e lm a n n y d ec ir:
« W in d k e lm a n n le h iz o c o m p r e n d e r la fu e r z a s ile n c io s a d e la im a ­
g e n » [í). P ero W in c k e lm a n n p e rm a n e c ió a je n o sie m p re a l m u n d o d e l
sím b o lo . A s í, e n cierta o ca sió n , escrib ió lo sig u ien te: « T a l vez pase u n
siglo antes d e q u e u n a le m án siga el c a m in o q u e h e seg u id o yo y sienta
las cosas tal co m o yo las h e s e n t id o » 1®1. S i B a c h o fe n c u m p lió esta p r o ­
fecía, fu e d el m o d o m ás in e sp e ra d o .

III

B e r n o u lli d ijo alg o m u y a fo r tu n a d o al h a b la r de ese c la r o s c u r o q u e


r e in a e n las in v e stig a c io n e s d e B a c h o fe n . Se p o d r ía estar te n ta d o d e
exp licarlo p o r el d eclive d el ro m a n tic ism o , cuyas ú ltim as m a n ifesta cio ­
n es lu ch a n c o n las p rim eras q u e ya a n u n cia n la llegad a d el p o sitivism o,
situ a c ió n d e la cu al la filo so fía de L o tz e n o s o frec e u n aspecto estrem e-
c e d o r. S in em b argo, p e n sa m o s q u e aqu ella p a lab ra in vita a o tra in t e r ­
p r e ta c ió n . P u es p o r vastas y m in u c io sa s q u e sea n las e x p lic a c io n e s de
B a c h o fe n , e n ellas n a d a hay q u e n o s re c u e rd e lo s p r o c e d im ie n to s de
lo s positivistas. E l cla ro sc u ro q u e acoge a h í al le c to r es m ás b ie n el que
r e in a e n la cav ern a p la tó n ic a , e n cuyas p a re d e s se d ib u ja n lo q u e so n
lo s c o n to rn o s de las ideas, o la lu z in d istin ta q u e p la n e a sob re el r e in o
de P lu t ó n . L as d o s p o s ib ilid a d e s s o n c o rr e c ta s , p u e s e l c u lto de la
m u e r te , q u e les da su id e a l s ig n ific a d o a lo s o b je to s p r e fe r id o s d e

6 Der Bar m den Religionm desAitertunis, v o l. I, p . I4.0 de Urreligion uncí antíke Sfmbok, op. rit.
7 C a ri A lb re c h t B e rn o u lli, Johann jahob Bachofen und das Natursymbol: £m Vfórd^rcgsuersuc/i,
Basilea, 19 2 4 , p- 47 -
8 W in ckelm an n , carta a V o lk m a n n d el 16 de ju lio d e 176 4 .
226 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

B a c h o fe n , h a im p re g n a d o la im ag en de la A n tig ü e d a d e n su c o n ju n to ,
m ien tra s q u e las ideas m ito ló g ica s e v o lu c io n a n a través de sus escritos,
m ajestuosas e in c o lo ra s c o m o som bras.
P o r lo dem ás, a estas ideas les su ced e lo m ism o q u e a las n e c r ó p o ­
lis rom an as, respecto de las cuales escu lp ió B a c h o fe n este motto, al igu al
q u e si fu e r a u n a m e d a lla : « Q u i e n se a cerca a ellas c re e d e s c u b r ir ­
l a s » 191. O , ta m b ié n , su ex p resió n q u e desafía to d a tra d u c c ió n : die unbe-
weinte Schöpfung1' 01, la c r e a c ió n a ra y a d e s a p a r ic ió n n o sigu e lla n to
a lg u n o . E lla sale sin m ás de la m a teria , m as la p a la b ra Stoff (estofa) se
r e fie r e a la m a te ria d en sa, espesa y co m p a cta . E lla es el a g e n te de esa
g e n e r a l p r o m is c u id a d d e la q u e la c u ltu r a m ás a n tig u a lleva la
im p ro n ta , al m o d o de u n a h etaira. D e tal p ro m isc u id a d n o están exen ­
tas la vid a y la m u erte m ism as; ellas se c o n fu n d e n , e n efecto, e n c o n s ­
tela cio n es efím eras, d e a cu e rd o c o n el r itm o q u e m ece to d a esta cre a ­
c ió n . T a m p o co e n este o r d e n v e rd ad eram en te in m e m o ria l reco rd a rá la
m u erte n in g u n a clase d e d e stru c ció n vio le n ta . L a A n tig ü e d a d la c o n s i­
dera siem p re e n r e la c ió n c o n u n m ás o u n m en o s e n co m p a ra c ió n c o n
la vid a. E l e sp íritu d ialé ctico d e esa c o n c e p c ió n h a sido pu es, e n el m ás
alto gra d o , el esp íritu p r o p io d e B a c h o fe n . P u ed e d ecirse in c lu so que
la m u erte era para él clave de cu alq u ier c o n o c im ie n to , c o n c illa n d o ju s ­
tam en te los p rin c ip io s que en el m o v im ie n to d ialéctico se o p o n e n . A sí,
B a c h o fe n es, a fin d e cu en tas, u n m e d ia d o r p r u d e n te e n lo q u e so n
n atu raleza e h isto ria : lo q u e h a sid o h is tó ric o , recae fin a lm e n te p o r la
m u e rte e n el d o m in io de la n atu ra leza; y a q u e llo q u e h a sid o n atu ra l,
recae fin a lm e n te p o r la m u e rte e n el q u e es el d o m in io d e la h isto ria .
N o hay p ues q u e so rp ren d erse si B a c h o fe n evoca reu n id a s a la n a tu ra ­
leza y a la h isto ria e n esta c o n fe sió n de fe goetheana: « L a cien cia n atu ral
de a q u ello q u e h a llegad o a ser es el g ra n p r in c ip io sob re el cu al reposa
to d o c o n o cim ie n to ve rd a d ero , co m o to d o p ro g reso v e r d a d e r o » .

IV

P a tr ic io de u n a a n tig u a fa m ilia d e B asilea , B a c h o fe n se c o n s id e ra ría


c o m o tal d u ra n te to d a su v id a . E l a m o r a su p a tr ia , c o n fu n d ié n d o s e

9 B a c h o fe n , Autobiographische Aufigichnung&n, v o l. l f p . 3 2 d e Urreligion und antike Symbole, op. cit,


10 B a c h o fe n , Itas Mutterrecht, v o l. I, p , 2 6 5 d e Urreligion und antike Symbole, op. cit.
JO H A N N JAKO B BACHOFEN 2 2 ?

c o n las q u e fu e r o n sus p re d ile c cio n e s cien tíficas, lo c o n d u jo a ese b ello


estu d io so b re la n a c ió n lic ia , q u e es co m o u n casto y tím id o h o m e n a je
a su n a tiv a c o n fe d e r a c ió n h e lv é tic a . L a in d e p e n d e n c ia q u e esos d os
p e q u e ñ o s países salvaguard aron tan celosam en te e n el cu rso d e su h is ­
to r ia c o n stitu ía a lo s o jo s d e B a c h o fe n la m ás r e c o n fo rta n te an a lo gía .
P o r lo d em ás, e ra la p ie d a d lo q u e B a c h o fe n c o n s id e ra b a c o m u n e s a
am b os, así c o m o ese a m o r p o r el te r r u ñ o q u e « e n lo s c o n fin e s d e lo s
valles y de lo s países p e q u e ñ o s lle n a lo s c o ra z o n e s c o n u n a fu e rz a que
lo s h a b ita n te s d e las vastas lla n u ra s d e s c o n o c e n » [ld. E sta c o n s c ie n c ia
cívica jam á s h a b ría p o d id o alcan zar e n B a c h o fe n u n v ig o r tan g ra n d e si
n o h u b ie r a estad o h o n d a m e n te im p re g n a d a d e s e n tim ie n to c tó n ic o .
N ad a m ás característico d esd e este p u n to de vista q u e el m o d o en q u e
B a c h o fe n n o s relata la h is to ria d el m ilag ro c o n c e d id o a lo s ciu d a d a n o s
d e M e g a ra . « A l a b o lir la m o n a r q u ía , e l E sta d o atravesó u n p e r ío d o
in q u ie to , p o r lo q u e se d ir ig ie r o n a D e lfo s a p re g u n ta r c ó m o estab le­
cer lo s d estin o s de la c o m u n id a d . L a respu esta fu e q u e co n su ltaran a la
m a yo ría . E , in te r p re ta n d o esta in d ic a c ió n , se sa crificó u n a garza a lo s
m u e r to s e n el p r ita n e o . H e a h í u n a m a y o ría q u e n o c o n v e n d r ía a la
d em o cracia a c tu a l» [lsl.
B a c h o fe n insiste en el m ism o sen tid o sob re el o r ig e n de la p r o p ie ­
d ad in m o b ilia r ia , in a p r e c ia b le te s tim o n io d e la c o n e x ió n e n tr e el
o r d e n c ív ic o y la m u e r te . « E s m e d ia n te la lo sa s e p u lc r a l c o m o se
fo r m ó el c o n c ep to de lo sanctum, de la cosa in m ó v il y ya in a m o v ib le. A s í
c o n stitu id o , vale desde en to n ces ta m b ié n para lo s m o jo n e s de fr o n te ra
y p ara lo s m u ro s, q u e p o r lo tan to fo r m a n , ju n t o c o n las losas s e p u l­
crales, el c o n ju n to d e las q u e so n ressandae»!l3K
B ach o fen escribió estas frases en el texto de su autobiografía. M u ch os
años más tarde, en la cu m b re de su vida, se h izo co n stru ir e n Basilea u n a
gran casa parecid a a u n a to rre c o n la in s crip c ió n siguiente: Moriiurosat!lH]
C o m o se casó p o c o tiem p o después, n u n ca llegó a vivir en esta casa. P ero
es ju stam en te en esta circu nstan cia en d o n d e se h a p reten d id o en co n tra r
u n a fie l im ag en d e lo q u e constituye aqu ella p o la rid a d de vita et mors que
d irig ió su en tero p en sam ien to y que re in ó e n su vida.

ir Bachofen, Dos JykischeVolkund seine Bedeutungfur die Entwicklung des Altertums, vol. III» p- 105
de [Irreligión und antike Symbole, op. d L
10, Bachofen, Das Muüerrecht, vol. II, p. 164 de í/rre/igton und anfifce Symboíe, op. cit,
13 Bachofen, AutobiographischeAuf&ichnungen , vol. I, p. 30 de Urreligion und Qntike Symbole, op. cit,
14 Cfr. G. A.Bernoulli, op. cit., p. [La inscripción significa: «Bastante para m orir».]
228 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

B a c h o fe n p r a c tic a b a la c ie n c ia al m o d o de n n g r a n s e ñ o r . E se tip o
señ o rial de sab io , que L e ib n iz in a u g u ró d e fo r m a esp lén d id a , d eb ería
e stu d ia rse b asta a lc a n za r a n u e str o s días, e n lo s q u e k a e n g e n d r a d o
esp íritu s ta n n o b le s e in teresan tes c o m o el de A b y W a rb u rg , fu n d a d o r
de la b ib lio te c a q u e lleva su n o m b r e y q u e se acaba de traslad ar de A l e ­
m a n ia a.In gla terra . M e n o s visib le q u e lo s gran d es señ o res d e la lite r a ­
tu ra, el p r im e r o de lo s cuales es V o lta ire , esta lín e a d e sabios b a te n id o
in flu e n c ia d ecisiva , s ie n d o e n su o r d e n , m ás q u e e n el d e V o lta ir e ,
d o n d e se in scrib e G o e th e , cuya actitu d represen tativa e in c lu so p r o t o ­
c o la ria se basaba m ás e n sus a sp ira c io n e s c ie n tífic a s q u e e n su m ism a
c o n d ic ió n de p o eta . L a actividad d e estos esp íritu s, q u e siem p re o frece
alg ú n aspecto « d ile ta n te » , gusta de ejercitarse e n los te rr ito r io s lim í­
tr o fe s de d istin ta s c ie n c ia s, s o lie n d o estar ex en ta de to d a o b lig a c ió n
p r o fe s io n a l. E n lo q u e h ace al aspecto d o c trin a l, es sab id o q u e G o e th e
se e n c o n tra b a en situ a c ió n d ifíc il respecto d e lo s físico s d e su tie m p o .
B a c h o fe n n o s o fre c e u n a im p re sio n a n te a n alogía e n to d o s estos p u n ­
to s. L a m ism a a c titu d altiva y s o b e ra n a ; el m is m o d e s p re c io d e las
d e m a rc a c io n e s c o n v e n c io n a le s e n tr e c ie n c ia s; la m ism a re siste n c ia
ejercid a p o r p a rte de lo s dem ás c ien tífic o s. U n a sem ejanza q u e n o d es­
a p a re ce al e x a m in a r las c irc u n sta n c ia s s e c u n d a r ia s, p u e s a m b o s se
e n c o n tra b a n e n p o se sió n de u n aparato c ie n tífic o p o te n te . S i G o e th e
ib a to m a n d o p o r todas partes c o n trib u c io n e s a sus vastas c o le c cio n e s,
B a c h o fe n fu e p o n ie n d o sus gran d es riq u ezas n o tan sólo al servicio de
u n a d o c u m e n ta c ió n , sin o ta m b ié n d e u n m u se o p riv a d o q u e lo h izo
in d e p e n d ie n te e n g ra n m e d id a d el a p oyo d e o tro s.
N o hay duda de q u e esta p rivilegiad a situ ació n p ro v o c ó o tro tip o de
con secuen cias ta m b ién p a ra B a c h o fe n . A l atacar a N ew to n , G o e th e n o
tu vo m e n o s p r o b le m a s q u e B a c h o fe n al d e se n c a d e n a r e n lo s ú ltim o s
tie m p o s d e su activid ad ( c o n el caso d e El mito de Tanaquil, l 87 o ) fl51 su
fa m o sa p o lé m ic a c o n tra M o m m s e n , n o só lo c o n o b je to d e r e fu ta r su
e s p íritu ta n p o sitivista (lo c u al p u d o h a b e r h e c h o v ic to r io s a m e n te ),
sin o ta m b ié n , al tie m p o , para p o n e r e n cu estió n q u e M o m m s e n fu era
u n m aestro e n la crítica d e las fu en tes. S e sien te u n o ten tad o de ve r e n

15 Bachofen, Dfe Soge vori Tanaquii. Eine Untersuchungüber den OrientalismusinRom und¡folien, Heidel-
berg-, 187O; B e ila g e d e r S c h r ift D\eSoge von Tonaquil: Theodor Mommsen'$Kritikder Erzflhlungvan
Cn, Marcius Coriolarvus, Heidelberg, 1870.
JO H AN N JAKO B BACHOFEN 229

el d ebate u n a especie de p r ó lo g o d el q u e u n o s añ os m ás tarde la cien cia


p o sitivista , e n la p e rso n a de W ila m o w itz - M o lie n d o r ff, d ir ig ió c o n tra
N ietzsch e co m o a u to r de El nacimiento de la tragedia. E n to d o caso, en estos
d os c o n flic to s, el agreso r seria d e rro ta d o : B a c h o fe n fu e ven g ad o de la
c ie n c ia p o r N ietzsc h e. (N o p a re c e q u e h u b ie r a r e la c ió n d ire cta en tre
u n o y o tr o ¡ lo q u e a este resp ecto se p u e d e d e c ir h a sid o exp u esto c o n
r ig o r p o r C h a rle s A n cU eríl6!.) L a in d e p e n d e n c ia se ñ o ria l d e su situ a ­
c ió n n o c o m p e n s ó a B a c h o fe n p o r su a is la m ie n to . E l r e n c o r q u e se
ocu lta en la p o lé m ic a ab ierta c o n tra M o m m s e n es el m ism o q u e u n día
se reveló e n estos té rm in o s: « N a d ie es m as calu m n ia d o q u e el q u e esta­
b le ce los vín cu lo s q u e hay en tre el d erech o y otras fo rm as de vida, r o m ­
p ie n d o así el a isla m ien to e n q u e se a co stu m b ra situ ar a cada m a teria y
cada p u e b lo . Se p re te n d e a h o n d a r e n las in vestig acion es lim itán d o las.
P e ro este m é to d o c o n d u c e a u n a c o n c e p c ió n s u p e rfic ia l y ca re n te de
esp íritu , y adem ás e n g e n d ra la o b sesió n p o r u n a activid ad m era m e n te
ex te rio r, cuya m áxim a ex p resió n es la fo to g ra fía d e m a n u s c rito s » 1,71.

VI

B a c h o fe n b eb ía de las fu en te s ro m án ticas, p e r o éstas n o lle g a ro n hasta


él sin h a b e r pasado antes p o r ese g ra n filtr o q u e con stitu ye co m o tal la
cie n c ia h istó ric a . S u m a e stro , K a r l v o n S avign y, p r o fe s o r d e d e re c h o
e n la u n iv ersid ad d e G o tin g a , p e rten e cía a ese esp lén d id o e q u ip o c ie n ­
tífic o q u e se situ ó en tre la ép oca d e la p u ra esp ecu la ció n ro m á n tic a y la
de u n p o sitivism o a u tosatisfech o . E n las Notas autobiográficas q u e escrib ió
B a c h o fe n e n el 1 8 5 4 P ara su m aestro existen sin d u d a m u ch o s acen to s
r o m á n tic o s , y, an te s q u e n ad a , u n e n o r m e r e sp e to p o r lo s o r íg e n e s
q u e le h a ce d e c ir: « S i e n o tr o tie m p o el fu n d a d o r d e R o m a fu e p r e ­
se n ta d o c o m o u n v e rd a d e r o A d á n itá lic o , d esp u és d e m i estan cia en
R o m a y o ve ría e n él m ás b ie n u n a fig u r a m u y m o d e r n a , y en R o m a el
té rm in o y ocaso de u n m ile n a rio p e r ío d o c u lt u r a l» [lS1.
E l p r o n u n c ia d o respeto p o r el o r ig e n de las in s titu c io n e s era u n o
d e lo s rasgos acusados d e la « e sc u e la h istó rica d el d e r e c h o » , cuyo a n i-

16 Charles Andler, N ie t& c h e. S a v i e e t s a p e n s é e , París, 1921, vol. II, pp. ^5^-266.


Iy Bachofen, carta ajoseph K ohler del 6 de mayo de 1883; vol. I, pp. 2 *£I s - ^-e Urreligion
und antike Symboíe, op. cít.
18 Bachofen, Autúbioffvphisch&AujzpichnuT^en^ vol. I, p, 35 de UrreJigion und an fik eS y m bo le, op. cif.
ESTUDIOS M ETAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

m a d o r fu e S a v ig n y '151. P o r m ás q u e éste p e r m a n e c ie r a al m a rg e n d el
c o n ju n to d e l m o v im ie n to h e g e lia n o , S avign y b a sa ría su p r o p ia d o c ­
trin a e n u n céleb re pasaje de la in tr o d u c c ió n a la Filosofía de la historia de
H e g e l. Se trata de la d e fin ic ió n d e l c o n c e p to de Volksgeist, es d e c ir, d el
e sp írítu d e cad a p u e b lo , q u e, de a c u e rd o c o n H e g e l, le c o n fie r e u n a
im p ro n ta c o m ú n a su arte, a su m o ra l, a su re lig ió n , a su cien cia y ta m ­
b ié n a su sistem a ju r íd ic o . Esta c o n c e p c ió n , cuyo v a lo r c ie n tífic o se h a
reve la d o d u d o s o , fu e m o d ific a d a p o r B a c h o fe n d e m a n e r a b a stan te
sin gu lar. Sus estudios ju r íd ic o s y a rq u e o ló g ico s le p r o h ib ía n e n te n d e r
el d e r e c h o d e la A n tig ü e d a d c o m o u n a u n id a d ú ltim a , p le n a m e n te
ir r e d u c tib le , y cre yó p o r su p a r te e n c o n t r a r le u n a b ase d e ca rá cte r
m e n o s im p r e c is o q u e la d e l e s p íritu d e l p u e b lo . C o n e llo , j u n t o a la
re v e la c ió n d e la im a g e n c o m o u n m e n sa je d e l país d e lo s m u e r to s se
sitúa a q u í p ara B a c h o fe n la revela ció n d el d erech o co m o u n a c o n s tru c ­
c ió n sob re la tierra cuyas raíces su b terrán eas (d e p ro fu n d id a d in e x p lo ­
rada) se en c u e n tra n form ad as p o r los usos y p o r las costum bres r e lig io ­
sas pro p ia s d el m u n d o an tigu o. L a d isp o sició n y estilo característicos de
d ic h a c o n s tr u c c ió n e r a n b ie n c o n o c id o s , p e r o n a d ie h asta e n to n c e s
h a b ía e stu d ia d o su s u b su e lo . Y es lo q u e h iz o B a c h o fe n c o n su g r a n
o b ra sob re el m atria rca d o .

V il

H a ce ya m u c h o tiem p o se h a ob servad o q u e rara vez los lib r o s m ás le í­


d os so n ta m b ié n lo s q u e e je r c e n m a yo r in flu e n c ia . N a d ie ig n o r a qu e
sólo u n a ín fim a pa rte d e q u ie n e s h ace c in c u e n ta o sesenta a ñ o s se a p a ­
s io n a r o n p o r el d a rw in ism o h a b ía n le íd o El origen de las especies, n i q u e
El capital está m uy lejos de h a b e r pasado p o r las m an os de to d o s los m a r-
xistas. L a m ism a o b s e r v a c ió n se im p o n e p a r a la o b ra m a estra de
B a c h o fe n , El matriarcado1*^. Y esto n o es so rp re n d e n te , ya q u e tan v o lu ­
m in o s o lib r o es d ifíc il d e le e r y está lle n o d e citas e n g rie g o y la tín de
u n o s autores la m ayo r pa rte de lo s cuales so n d e sc o n o c id o s hasta para
e l p ú b lic o c u lto . P e ro sus id ea s p r in c ip a le s se h a n e x p a n d id o h a cia

19 F rie d rich C a ri v o n Savigny, Vb/n Beruf unserer Tgit j*ur Gesebgebung und kecktswissenschaji,
H e id elb e rg , 1814*
20 Bachofen, DasMutterrecht: E im Untersuchungüber die Gynaikokratie der alten Welt núc/i ihrerreligió-
sen und recfct/ídien N q íu t, S tu ttg a rt, í 8 6 i .
JO H ANN JAKO B BACHOFEN 231

fu e ra d el te x to , lo cual se h a visto fa cilita d o p o r la im ag en (a u n tiem p o


ro m á n tic a y p re c isa ) d e la e ra m a tria rc a l q u e B a c h o fe n d ib u ja . P u es
p ara B a c h o fe n el o r d e n fa m ilia r estab lecid o de la A n tig ü e d a d a n u e s ­
tro s d ías, y q u e se c a ra c te riza p o r el d o m in io d e l paterfamilias, estuvo
p re c e d id o de o tro o r d e n q u e c o n fe ría a la m ad re la a u to rid a d fa m ilia r
e n su c o n ju n to . D ic h o o r d e n era ad em ás m u y d ife r e n te d e l o r d e n
p a triarcal, ta n to desde el p u n to de vista ju r íd ic o co m o desde el p u n to
d e vista sexual. D e m a n e r a q u e to d o p a re n te sc o y , p o r lo ta n to , to d a
su c e sió n se e n c o n tr a b a n esta b lec id o s p o r la m a d re , q u e a co g ía e n su
casa a su m a rid o (o a v a rio s m a rid o s , e n lo s p r im e r o s tie m p o s d e esa
e ra ). A u n q u e las p r u e b a s q u e p re se n ta El matriarcado e n fa v o r de estas
tesis se d irig e n sob re to d o a lo s h isto ria d o re s o a lo s filó lo g o s, h a n sid o
los etn ó lo g o s q u ien es se h a n p la n tea d o e n serio la cu estió n , q u e (d ich o
sea de paso) V ic o fu e el p r im e r o en p la n tea r de u n a m an era a d iv in a to ­
ria , M as los e tn ó lo g o s, a u n q u e n o se h a lle n d ispu estos a n ega r cierto s
casos d e m a tria rca d o , so n m u y reservad os sin em b a rg o e n lo q u e h ace
a la id ea de u n a au tén tica era m atriarcal co m o ép oca b ie n caracterizad a
y estado social só lid a m e n te in stalad o. P ero ésa es la id ea q u e B a c h o fe n
se h acía, y q u e él in clu so su b rayó, s u p o n ie n d o u n a ép o ca de e n v ile c i­
m ie n to y se rv id u m b re m a scu lin a . E n r e la c ió n c o n esa d e c a d e n c ia , el
E sta d o de las a m azo n a s (q u e e ra p a r a B a c h o fe n r e a lid a d h is tó ric a )
a d q u iría to d o su relieve.
S ea c o m o fu e re , h o y p o r h o y el d eb ate se h a lla le jo s de estar c o n ­
clu id o . C o n in d e p e n d e n cia d e sus in terio rid a d e s filo só fica s, de las que
d ir e m o s p r o n t o a lg u n a cosa, sus d atos h is tó r ic o s h a n sid o r e c ie n t e ­
m e n te re to m a d o s e n u n se n tid o n u e v o . C ie r to s sab io s, e n tre ello s el
m exicanista W alter L e h m a n n , h a n in ten ta d o a p u n talar la c o n s tru c c ió n
de B a c h o fe n estu d ian d o lo s vestigios d e u n a g ra n re v o lu c ió n cu ltu ra l y
so cia l q u e acabó c o n el m a tria rc a d o . Y h a n c re íd o e n c o n tra rlo s en la
fam osa tab la d e o p o s ic io n e s q u e sie m p re fo r m ó p a rte d e la tr a d ic ió n
p ita g ó ric a , y cuya o p o s ic ió n fu n d a m e n ta l se da e n tre la iz q u ie rd a y la
d erech a . T a m b ié n se in c lin a n a ve r e n el a u tén tico se n tid o de la esvás­
tica o c ru z ga m a d a (la v ie ja ru e d a d e fu e g o de lo s a r io s ), c o n su
im p u ls o de g ir o a la d e re c h a , u n a in n o v a c ió n d e l p a tr ia r c a d o q u e
r e e m p la z ó al a n tig u o m o v im ie n to q u e d e s c r ib ía esta r u e d a h a c ia la
iz q u ie rd a Ilwl.

21 Cfr. C*A . Bernoulli, o p .c it , pp, 3 0 4 - 3 11-


332 ESTUDIOS M ETAFÍ5IC0S Y DE FILO SO FÍA DE LA HISTORIA

E n u n o de sus cap ítu lo s m ás céleb res, B ach ofen se exp lica so b re el


c h o q u e de estos d os m u n d o s. N o vem os in c o n v e n ie n te e n r e p r o d u c ir
e l r e su m e n q u e E n gels n o s o fr e c e e n su ensayo Sobre el origen de la familia,
pues tal pasaje c o n tie n e al m ism o tie m p o ese ju ic io serio y p o n d e r a d o
so b re lo s trab a jo s d e B a c h o fe n q u e g u ió m ás a d elan te a o tro s a u to res
m arxistas, c o m o es el caso d e L a fa rg u e . A s í, E n g e ls e sc rib e : « S e g ú n
B a c h o fe n , lo q u e h a p r o d u c id o los cam b io s h istó ric o s e n la situ a c ió n
social d e l h o m b re fr e n te a la m u je r n o es el d esa rro llo d e las c o n d ic io ­
nes reales de vid a de las perso n as, sin o su r e fle jo relig io so d e n tro de la
cabeza de dichas p e rso n a s. S ig u ie n d o esta te o ría , B a c h o fe n p rese n ta la
Orestíada de E sq u ilo c o m o la d ram ática d e sc rip c ió n de la lu ch a e n tre el
m a tria rc a d o d e c lin a n te y e l p a tr ia r c a d o a s c e n d e n te , q u e es e l f i n a l ­
m e n te v e n c e d o r . .. E sta in t e r p r e ta c ió n , sin d u d a n o v e d o s a , p e r o
c o rrecta ... es u n o d e los m ás b e llo s pasajes d el lib r o , y ta m b ié n es u n o
de lo s m ás con segu id os. Y al m ism o tiem p o m u estra q u e B a c h o fe n cree
e n A p o lo , A te n e a y las E rin ia s n o m e n o s q u e E sq u ilo ; B a c h o fe n cree
q u e ellos fu e r o n q u ie n e s h ic ie r o n , en tie m p o s de lo s h é ro e s, el m ila ­
g r o d e re e m p la za r el m a tria rc a d o p o r el p a tr ia r c a d o . Está b ie n cla ro
q u e u n a te o ría q u e c o n sid e ra e n sí a la r e lig ió n c o m o p a lan ca decisiva
de la h isto ria n o s c o n d u c e al p u r o m is tic is m o » [,aI.

V III

E l d esenlace m ístico de las teorías d e B a c h o fe n , q u e E n gels subrayó, ha


sid o n o ta b le m e n te p e r fe c c io n a d o e n el c u rso d e su « r e d e s c u b r i-
m ie n to » , cuya h isto ria n o s m u estra c o n to d a c la rid a d ese ta n recie n te
eso terism o q u e ib a a c o n s titu ir u n a a p o rta c ió n im p o rta n te al fascism o
alem án . A l p r in c ip io de tal d escu b rim ien to se en cu en tra la cu riosísim a
fig u ra d e A lfr e d S ch u le r, cuyo n o m b re tal vez haya so rp re n d id o a algu~
n o s segu id ores d e S te fa n G e o rg e co m o d estin atario d e u n p o e m a sin ­
g u la r m e n te a tre v id o , el d e n o m in a d o Porta Nigra1^ . S c h u le r era e n
e fe c to u n h o m b r e c illo , su izo c o m o B a c h o fe n , q u e p a só casi to d a su
vid a en M u n ich . Y p arece in d u d a b le q u e este h o m b re , q u e sólo estuvo

22 Friedrich Engels, prólogo a la cuarta edición (1891) de Der Ursprung <¡er Famiüe, des
Privateigentums un;/ (bsSlaah , en: K a rl M arx y F ried rich Engels, Werke, B e rlín , D ietz, 1969,
vol. a i, pp . 4 7 5 s.
23 Recogido en su libro Der Siebente Ring, en Obras completas, vols. 6 ~7 , Berlín, 1931, pp- 16 s.
JO H A N N JAKO B BACHOFEN 233

u n a vez en R o m a , p e ro cu yo c o n o c im ie n to de la R o m a a n tig u a y cuya


fa m ilia rid a d c o n la vid a ro m a n a d e la A n tig ü e d a d p a re c e n h a b e r sid o
p ro d ig io so s, se en co n tra b a d o ta d o d e u n a c o m p re n sió n ex cep cio n al de
to d o cu a n to h ace al m u n d o c tó n ic o . A sí, tal vez a cie rte n q u ie n e s d ice n
q u e esas esp ecíficas facultad es in n a tas fu e r o n adem ás a lim en tad as p o r
aq u ella s fu erza s sim ilares q u e p e r te n e c e n a ese r in c ó n d e B av iera . E l
caso es q u e S c h u le r, q u e n o e s c rib ió casi n ad a, era c o n s id e ra d o e n e l
c ír c u lo d e G e o r g e u n a a u to r id a d a d iv in a to r ia / s ie n d o é l, e n e fe c to ,
q u ie n in ic ió e n la d o ctrin a de B a c h o fe n a L u d w ig K lages, q u e fr e c u e n ­
taba en to n ces ese círc u lo .
Y a sí, c o n K la g e s , la d o c t r in a t e r m in ó s a lie n d o d e l e s o te r is m o
p a ra h a c e r p o r f i n p re v a le ce r sus d erec h o s e n la filo s o fía , cosa c o n la
q u e B a c h o fe n , p o r su p a rte, n i s iq u ie ra so ñ a b a . A s í, e n Eros Cosmogo-
nos, K la g e s tra za el siste m a n a tu r a l y a n t r o p o ló g ic o p r o p io d e l c t o -
n is m o . A l r e a liz a r las su stan cia s m ític a s de la v id a y a rre b a ta rla s d e l
o lv id o e n q u e se e n c u e n tra n , el filó s o fo alcanza las q u e so n las « im á ­
g e n e s o r ig in a r ia s » (Urbilder) [atl, Y éstas, a u n q u e a p e le n a l m u n d o
e x te rio r , so n m u y d ife re n te s d e las r e p r e se n ta c io n e s 1’ 51. E n e fe cto , en
éstas in te rv ie n e el esp íritu , a p lica n d o sus ideas u tilita ria s y sus u su rp a ­
doras p reten sio n e s, m ien tra s q u e la im ag en se d irig e al alm a e n e x c lu ­
siva, la cual, al acogerla de fo r m a p u ra m e n te receptiva, se ve gra tifica d a
p o r su in te lig e n c ia s im b ó lic a . P e ro la filo s o fía de K la g e s, a u n s ie n d o
u n a filo so fía de la d u ra c ió n , n o c o n o c e e n ab so lu to la e v o lu c ió n cre a ­
d o ra , sin o so la m e n te el m ecerse e n u n s u e ñ o cuyas fases n o so n sin o
reflejo s, y re fle jo s n ostálgicos, d e u n as alm as y form as h ace tie m p o aca­
badas. Y d e a h í su d e fin ic ió n : las im ágen es o rig in a ria s so n e n rea lid a d
la a p a ric ió n de alm as d e l p a s a d o 1“61. L a e x p lic a c ió n d e l c to n is m o q u e
n o s h a d a d o K la g e s se ap arta de B a c h o fe n ju sta m e n te p o r su carácter
siste m á tic o , cuya in s p ir a c ió n se n o s revela d esd e e l títu lo de su o b ra
p r in c ip a l: El espíritu en tanto que adversario del alma1*71. U n sistem a sin salida
q u e se p ie rd e en u n a p ro fe c ía am enazante p ara lo s h u m a n o s q u e se h a n
d eja d o c o n fu n d ir p o r las in s in u a cio n e s d el es p íritu . C ie r to q u e, pese
a su a sp e cto p r o v o c a d o r y s in ie s tr o , esta p e c u lia r f ilo s o fía , p o r la

24 Ludwig Klages, Vom kosmagmischen Eros, M úxiich, 1925» pp- 88 ss-


25 I b i¿ , pp. 79 ss.
26 .ftíd., p. 154.
27 Ludwig Klages, Der Geistais W idersacherderSeele, 3 vols,, Leipzig, 1929 ss.
234 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILO SO FÍA DE LA HISTORIA

extrem a fin e za de su an álisis, la p r o fu n d id a d d e sus ideas y el n iv e l d e


sus disensiones, es in fin ita m e n te su p e rio r a las adap tacion es de B ach o -
fe n q u e a su vez h a n llevad o a cabo lo s q u e so n p ro fe so re s o ficiales d el
fa scism o a le m á n . B a e u m le r , p o r e je m p lo , d e c la ra q u e ta n só lo la
m e ta físic a p r o p ia d e B a c h o fe n m e r e c e r ía ser r e c u p e r a d a , p u e s sus
investigacion es h istóricas n o sirven de n ad a, p o r cu an to q u e « u n a o b ra
cie n tífic a m e n te exacta so b re el o r ig e n d e la h u m a n id a d ... n o te n d ría
m u ch o q u e d e c ir n o s » 1,81.

IX

M ien tra s u n a n ueva m etafísica celeb rab a el d e sc u b rim ie n to de B a c h o ­


fe n , se o lv id ó de b u e n a gan a q u e su o b ra n u n c a h a b ía d e ja d o de
en co n tra rse p resen te en las in vestigacion es de lo s so ció lo g o s, c o n e x ió n
q u e se da p o r tr a d ic ió n d ire cta e n la p e r s o n a d e E lisé e R e c lu s 1’ 91. S u
su fragio entusiasta, cuyo te n o r d e b ió d e ser desagradable p ara el sabio
su izo , n o fu e sin em b argo rech azad o p o r éste. T al vez, B a c h o fe n estaba
d e m a sia d o a isla d o p a r a n o a c o g e r c u a lq u ie r a s e n tim ie n to , d á n d o le
ig u a l sin d u d a de d ó n d e le v in ie ra . P e ro h a b ía ta m b ié n u n a r a z ó n más
seria. B a c h o fe n h a b ía escru tad o , a in e x p lo ra d a p r o fu n d id a d , las f u e n ­
tes q u e a lo la rg o d e lo s tie m p o s a lim e n ta b a n lo s id ea les lib e r ta r io s a
q u e apelaba R eclu s. T e n e m o s pues a q u í q u e r e c o rd a r la p ro m isc u id a d
a n tig u a d e q u e h a b la El matriarcado, u n estad o d e cosas c o n e l c u a l
c o rre sp o n d e , p o r su p a rte, c ierto id ea l d e d e re c h o . E l h e c h o in d is c u ­
tib le de que ciertas com u n id ad es m atriarcales hayan desarrollado en alto
g ra d o u n o r d e n d e m o c rá tic o j u n t o a id eas d e cívica ig u a ld a d ya h abía
lla m a d o la a te n c ió n d e B a c h o fe n , al c u al el c o m u n i s m o le p a recía ser
in s ep a ra b le de la g in e c o c ra c ia . Y , c u rio s a m e n te , el d esp iad a d o ju ic io
q u e, e n c u a n to c iu d a d a n o y p a tr ic io d e B asilea , te n ía resp e cto d e la
d em ocracia n o le im p id ió d escrib ir e n páginas m agn íficas las m ú ltip les
b e n d ic io n e s de D io n is o , q u e é l c o n s id e ra b a e n ca lid a d d e a u té n tic o
p r in c ip io f e m e n in o . « L a r e lig ió n d io n is ía c a es la c o n fe s ió n de la
d em ocracia, p o rq u e la naturaleza sensual hacia la que ella se d irig e es u n

28 Alfred. Baeumler, «Bachofen. der Mythologe der Romantik^, en.: Der Mythus uon Orient
und Occident: Eine Metaphysik der alten Welt, aus den Werken v on j. J. Bachofen herausgegeben von Manfred
Schröter, Múnich, “1956* p. CGLXXXI.
29 Elisée Reclus (1830-1905), geógrafo francés de tendencia política anarquista, [N. del T.]
JO H AN N JA K O B BACHOFEN

p a trim o n io d e to d o s lo s h o m b re s» y « n o acepta u n a sola d iferen cia de


aquellas q u e establece el o r d e n cívico o la excelen cia e s p ir itu a l» 1301.
Pasajes co m o éste llam a ro n fu erte m e n te la a ten ció n d e algunos te ó ­
ric o s so cia listas. L a id e a d e m a tria rc a d o les in te re sa b a n o só lo p o r la
n o c ió n d e c o m u n ism o p rim itiv o , sin o ta m b ién p o r el cam b io d el c o n ­
cepto d e a u to rid a d q u e ella im p licab a. A s í, ya P au l L afa rg u e (yern o de
K a r l M a rx y u n o d e lo s p o c o s m a e stro s de su m é to d o ) te r m in a su
en sayo so b re el m a tria rc a d o c o n la s ig u ie n te c o n s id e ra c ió n : « V e m o s
p o r lo ta n to q u e la fa m ilia p a te rn a es u n a in s titu c ió n r e la tiv a m e n te
r e c ie n te , cuya e n tra d a e n el m u n d o se c a ra c te riza p o r d isc o rd ia s, así
co m o p o r crím en es y p o r las m ás viles n e c e d a d e s» 13,1. E l acen to, que n o
es el d e u n a in vestig ación desinteresada, p e rm ite fá cilm en te c o m p r e n ­
d e r q u é capas p r o fu n d a s de lo s in d iv id u o s s o n p u esta s e n j u e g o p o r
estas c u e stio n e s . Y s o n ellas sin d u d a las q u e h a n c o n fe r id o su to n o
apasion ad o a a q u el d eb ate d esa rro lla d o en to r n o de B a c h o fe n , d e l cu al
n o h a n escapado e n abso lu to lo s frío s vered icto s de la c ien cia . E n todas
partes, estas teorías h a n p ro v o cad o u n a rea cció n e n la que la vid a ín tim a
de la afectividad y las arraigadas co n v iccio n es p o lítica s p a recen ir in d i ­
so lu b lem en te u n id as. E n u n n otab le estu d io sob re El significadopsico -social
de la teoría matriarcal, E r ic h F r o m m h a estu d ia d o r e c ie n te m e n te este
a sp e cto . E v o c a n d o las m ú ltip le s filia c io n e s e n tre el r e n a c im ie n to de
B a c h o fe n y el fascism o, F ro m m d e n u n c ia la seria p e rtu rb a c ió n q u e e n
las socied ad es actuales am enaza a la re la c ió n en tre u n n iñ o y su m ad re.
A sí, d ice F ro m m : « la a sp ira c ió n al a m o r m a tern o q u ed a reem p lazad a
p o r la a sp ira c ió n a p r o te g e r a la m a d re, q u e es v e n e ra d a y situ ad a p o r
e n c im a d e to d o . A la m a d re ya n o le in c u m b e el d e b e r d e p r o te g e r ,
n e c e s ita n d o e n c a m b io q u e su p u re z a sea salvagu ard ad a y tu tela d a . Y
esta fo r m a d e r e a c c io n a r c o n tr a e l d e s o r d e n q u e a fec ta a la a c titu d
n atu ral hacia la m ad re, m o d ific a al tiem p o igu alm en te los sím b olos qu e
la rep resen ta n en tanto q u e país, p u e b lo y t i e r r a » [3aI.

30 G.A. Bernoulli, op> c it, pp. 0,^ 0, s.


31 Paul Lafargu.er «D as Mutterrecht. Studie über die Entstehung der Familie^, en: Die
N e u e s t , Stuttgart, 1885-1986, afto 6, p. 3 ° 3 '
33 Erich Fromm, «D ie sozialpsychologische Bedeutung der Mutterechtstheorie>>, en:
j^ftschrißf i r Sozialför$chxij]g 3 (l 9 3 4 ?X pp- 2203.
236 ESTUDIOS METAFÍSICOS Y DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA

B a c h o fe n n o se h izo p in ta r n u n c a , y la ú n ic a im a g en q u e de él p o s e e ­
m os es u n retrato p o stu m o basado e n u n a fo to g ra fía . Y , sin em b a rg o ,
tie n e u n a s o r p r e n d e n te p r o fu n d id a d expresiva. U n m a je stu o so b u sto
sostien e u n a cabeza c o n u n a fre n te alta y abom b ad a. U n o s cab ellos cla ­
ro s q u e se p r o lo n g a n e n u n as rizadas patillas c u b r e n lo s lad o s d e l c rá ­
n e o , cuya p a rte s u p e rio r está ya calva. U n a gran paz em an a de lo s o jo s
p la n e a n d o p o r e n c im a de ese r o s tr o , e n el c u a l la b o c a p a r e c e se r la
p a rte m ás m o v id a . L o s lab io s p o r su p a rte están cerra d o s, y sus c o m i­
suras acusan el c ierre, p e ro n o hay rasgo algu n o de dureza. U n a a m p li­
tu d casi m a te rn a l re p a rtid a p o r el c o n ju n to d e la fis io g n o m ía le c o n ­
fie r e u n a a r m o n ía q u e p a re c e p e rfe c ta . L a o b r a e n te r a está a h í p a ra
d a rn o s te s tim o n io d e e llo . E n este s e n tid o , u n a vid a seren a y sensata
d eb ía de estar a su base, c o n lo q u e el c o n ju n to de la o b ra vie n e c o n d i­
c io n a d o p o r u n e q u ilib rio sin p a r.
É ste se r e fle ja e n tres asp ecto s. E q u ilib r io e n tre la v e n e ra c ió n d el
e s p íritu m a tria rc a l y e l r e sp e to p o r el o r d e n p a tr ia r c a l. E q u ilib r io
e n tr e la sim p a tía p o r la d e m o c r a c ia a rcaica y lo s s e n tim ie n to s d e la
a ris to c r a c ia b a s ilie n s e . E q u ilib r io e n tr e la c o m p r e n s ió n d e l s im b o ­
lism o a n tig u o y la fid e lid a d a la fe c ristia n a . D e te n g á m o n o s a h o ra en
esto ú ltim o , p u es, a la vista d e las teo ría s d e K la g e s, hay q u e subrayar,
b ie n al c o n tra rio , la falta de to d o n eo p ag an ism o en B a c h o fe n . S u p r o ­
testan tism o, fu e rte m e n te en ra iza d o e n la h a b itu a l le c tu ra de la B ib lia ,
se e n c u e n tra m u y le jo s de ser u n m e r o fr u to de la vejez. B a c h o fe n n o
se a le jó ja m á s d e él, n i s iq u ie r a e n las m a yo res p r o fu n d id a d e s d e su
e s p e c u la c ió n s im b ó lic a . A este re s p e c to , n o h ay n a d a m ás e d ific a n te
q u e la d ista n cia q u e s ie m p re m a rc a ría B a c h o fe n r e sp e c to a F ra n z
O v e rb e c k , su m ás e m in e n te c o n c iu d a d a n o , el a m ig o d e N ie tz sc h e ;
a qu el p r o fe s o r d e te o lo g ía q u e, a u n a m p lísim o c o n o c im ie n to de toda
la d ogm ática m ed ieval añ ad ía, adem ás, u n escep ticism o p e rfe c to .
S i lo s sen tim ien to s d e B a c h o fe n se in c lin a n p u es hacia el m a tria r ­
c a d o , su agu d a a te n c ió n d e h is to r ia d o r se d ir ig e sie m p re al a d v e n i­
m ie n to d el p atriarcad o, cuya fo rm a su p rem a es p ara él la fo r m a m ism a
d e la esp iritu alid ad cristiana. B a c h o fe n estaba p ro fu n d a m e n te co n v en ­
c id o d e q u e « n in g ú n p u e b lo cuyas creen cia s se b ase n en la m a te ria ha
alcanzado n u n c a la v ic to ria de la p a te rn id a d p u ra m en te esp iritu a l ... A
la base de la esp iritu a lid ad de u n D io s p a te rn a l y ú n ic o está la d estru c­
JO H ANN JAKO B BACHOFEN 237

c ió n del m a terialism o , y n o su p u r ific a c ió n n i su d e s a r r o llo » !3sl. D esd e


este p u n to de vista, la d estru cció n de G artago p o r parte R o m a le parecía
e l h e c h o sa lva d o r p o r e x c e le n c ia de la h is to r ia m u n d ia l. P e ro lo q u e
E scip ió n y C a tó n co m en zaro n , B a c h o fe n lo veía c u m p lid o p o r A u g u sto .
S o b re este d e sa r ro llo m a gistral (e n las Cartas sobre las antigüedades de
1 8 8 0 )1341 se cierra el círcu lo d e sus investigaciones. Pues n o hay q u e olvi­
d ar q u e al d em o stra r que c o n A u g u sto O c c id e n te aseguró la victo ria del
p atriarcad o re c u rrie n d o a su p r o p io g e n io , B a c h o fe n volvía al p u n to de
p a rtid a de sus in vestigacion es, situ ad o sin d u d a e n el d erech o ro m a n o .
P ero m en o s a ú n hay q u e o lvid ar q u e el país d e su rev e la ció n había sid o
R o m a , D e tal m a n era , e n su c o n c e p c ió n su p rem a , B a c h o fe n se r e e n ­
c o n tró c o n ese suelo d o n d e, según su au tob iografía, « la ru ed a de la vida
. . . s e h a lab rad o su carril m ás p r o f u n d o » 1351. Y es q u e el su elo ro m a n o
le h a b ía sid o d a d o e n te s tim o n io d e u n a a r m o n ía q u e , gracias a u n a
c o m p le x ió n dich osa, él h abía sin d u d a co n s eg u id o revivir en su p e n sa ­
m ie n to , p e r o q u e la h is to r ia d e b e rá re h a c e r m u ch as veces tod avía.

33 Bachofen, Das Mutterrecht', vol. I, p. 4 2 3 de Urreligion und antike Symbole, op. d t,


34 Bachofen, Antiquarische Briefe vornehmlich zur Kenntnis der ältesten Verwandtschafisbegriffe, op. d t.
35 Bachofen, AutobiographischeAufeeichnungen-, vol. I, p. 34 de Urreligion und antike Symbole, op. cif.
ENSAYOS ESTÉTICOS Y LITERARIOS
EL IDIOTA DE DOSTOIEVSKI[l)

E l d estin o d e l m u n d o se p resen ta sin d u d a a D osto ievski p o r m e d io del


d e stin o d e su. p u e b lo . E s la m a n e r a típ ic a d e p e n s a r de lo s g ra n d e s
n a cio n a lista s, de a c u e rd o c o n la cu al la h u m a n id a d ta n só lo se p u e d e
d esp leg a r en el p u e b lo . L a gra n d eza d e la n o v e la se h ace p a te n te e n la
d e p e n d e n c ia re c íp ro c a abso lu ta en q u e se e x p o n e n las leyes m etafísicas
d e l d esp liegu e d e la h u m a n id a d y d e la n a c ió n . D e a h í q u e n o haya u n
s o lo m o v im ie n to d e la m ás p r o f u n d a v id a h u m a n a q u e n o vaya a
e n c o n tra r su lu g a r d ecisivo e n el a u ra p r o p ia d el esp íritu ru s o . T al vez,
el e x p o n e r este m o v im ie n to h u m a n o e n m e d io de su a u ra , flo ta n d o
lib r e e n lo n a c io n a l y, e m p e r o , in sep a ra b le de e llo , sea la q u in ta e se n ­
cia d e la lib e rta d e n el g ra n arte p r o p io de este escrito r. P ero esto sólo
se p u e d e c o m p r e n d e r al observar la te rrib le m ezcla de elem e n to s h e te ­
r o g é n e o s e n lo s p e rs o n a je s d e sus n o ve la s m e n o r e s . A h í, la p e rs o n a
in d iv id u a l y social se e n c u e n tra n de h e c h o p u e rilm e n te m ezcladas, y la
r e p e le n te costra de lo q u e es p a lp a b le p s ic o ló g ic a m e n te v ie n e a c o m ­
p le ta r el m a n iq u í. P o r el c o n tr a r io , la p s ic o lo g ía d e los p e rso n a jes n o
es el p u n to de p a rtid a d e D o sto ievsk i, sin o , más sim p le m e n te , la d e li­
cada esfera e n la q u e la p u r a h u m a n id a d se g e n e ra a p a r tir d e ese gas
íg n e o q u e es lo n a c io n a l. L a p s ic o lo g ía a h í só lo es la e x p r e s ió n d e la
ex iste n cia lím ite de lo s seres h u m a n o s . P o r q u e , e n re a lid a d , to d o lo
q u e e n la cabeza de n u estros c rítico s se p resen ta co m o p ro b le m a p s ic o -

I Publicado en. 1 9 2 1 en la revista D teArgonauten- Según parece, Benjamín debió de redac­


tar este artículo en el 1917*
242 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

ló g ic o n o es a q u í tal: p u es el tem a n o es la « p s iq u e » ru sa n i ta m p o c o
la d el e p ilé p tic o . L a c rític a d em u estra su d erech o a acercarse a la o b ra
d e a rte c u a n d o resp e ta su s u e lo y, p o r ta n to , se c u id a d e p is a r lo . U n
e je m p lo de ese d e sv e rg o n z a d o c ru z a r la f r o n t e r a es e l e lo g io q u e se
h ace de u n a u to r p o r la p sico lo g ía de sus p ersonajes, c o n lo q u e lo s c r í­
tic o s y lo s e sc r ito r e s s ó lo su e le n se r d ig n o s u n o s d e o tr o s e n r a z ó n a
q u e el típ ic o n o v e lista v ie n e u tiliz a n d o esos gastad os esq u em as q u e
lu e g o la crítica p u e d e id e n tific a r y alabar p o r ta n to . M as la crítica d ebe
m an ten erse al m a rg en de esta esfera; sería in so le n te y e rró n e o estu d iar
la ob ra de D osto icvski c o n esos co n c ep to s. Y , p o r el c o n tra rio , se h ace
p r e c iso cap ta r e n su sen o la id e n tid a d m e ta físic a d e lo n a c io n a l y lo
h u m a n o e n la id ea de c re a c ió n de D osto ievski.
L a n ovela se basa, co m o to d a o b ra d e arte, e n u n a id ea, « tie n e u n
id eal a priori, u n a n ecesid ad p ara e x is tir » , co m o d ice N o va lis1“1, y la c r í­
tica tie n e q u e m ostra r esa n ecesid ad y n ad a más. T o d o lo q u e sucede en
El idiota o b tie n e su carácter fu n d a m en ta l d e l h ech o de q u e se trata d e u n
e p is o d io e n la v id a d e su p r o ta g o n is ta , el p r ín c ip e M is h k in . P u e s su
vid a a n te rio r y p o s te r io r a d ich o ep iso d io se en c u e n tra e n la o scu rid a d
para n o so tro s, in c lu so en el sen tid o de q u e, d u ra n te lo s años a n te rio ­
res y p o ste rio re s, el p r ín c ip e M íshfcin re s id irá en el e x tra n je ro . ¿ Q u é
n ecesid ad es la q u e c o n d u c e a R u sia a este h o m b r e ? S u vid a rusa se alza
d esd e el tie m p o s o m b r ío e n el e x tr a n je r o , c o m o la b a n d a v isib le d el
e s p e c tro se alza a p a r tir d e la o s c u r id a d . P e r o , ¿ c u á l es la lu z q u e se
d esco m p o n e d u ra n te el tie m p o d e esta vid a e n R u sia ? Q u iz á sea im p o ­
sib le d e d u c ir q u é h a ce e n ese tie m p o el p r ín c ip e M ish k in , si se d eja n
a p a rte lo s n u m e r o s o s e r r o r e s y v a riad a s v ir tu d e s de su c o m p o r ta ­
m ie n to . S u vid a , e n e fe c to , tr a n s c u r r e b a ld ía , y h asta e n su m e jo r
ép oca se p a rece a la vid a d e u n a p e rso n a in ca p a z y en fe rm iza . N o sólo
fracasa según el c rite rio d e la socied ad ; y n i siq u ie ra su m e jo r am igo (si
to d o lo q u e le v ie n e s u c e d ie n d o n o e x ig ie ra al tie m p o q u e n o te n g a
am igos) p o d r ía ahí e n c o n tra r n i u n a id ea n i u n a m eta e n su vid a . P o r
el c o n tra rio , la m ás co m p leta so led a d le ro d e a de u n m o d o casi im p e r ­
c e p tib le : to d o a q u e llo q u e a este h o m b r e le c o n c ie r n e p a r e c e ir
e n tra n d o al p o c o tie m p o en u n cam p o de fu erzas q u e le im p id e a c e r ­
carse a é l. A u n m a n ife stá n d o se m o d e s to y h u m ild e , este h o m b r e es
in a c c e s ib le ; su v id a ir r a d ia u n o r d e n cu yo c e n tr o es la so le d a d m ás

E Schrífien, ed. d e j. Minor, Jen a, i g o 7 > vol. II, p. 331.


EL IDIOTA DE DOSTOIESVKI 243

extrem a, m a d u ra ya p ara d esap arecer. D e este m o d o , su ced e algo m u y


p e cu lia r: to d o s lo s a co n te cim ie n to s, p o r más lejo s q u e vayan tra n sc u ­
r r ie n d o , gravitan hacia él, y solam en te esta ge n e ra l gravitació n d e todas
las cosas y de todas las p erso n as h acia u n a p e rso n a es el c o n te n id o v e r ­
d a d e ro d el lib r o . C la r o que, e n to d o caso, pocas so n las cosas y p e r s o ­
nas q u e a lc a n za n al p r ín c ip e , y p o r su p a r te él tie n d e a e lu d irla s . L a
te n sió n es m u y sim p le e in e x tin g u ib le: la te n sió n d e la vid a en lo que es
su d e sp lie g u e in a c a b a b le , u n o cada vez m ás a g ita d o , p e r o q u e n o se
deshace. ¿ P o r q u é el c e n tro de la a c c ió n e n Pávlovsk es la casa d e l p r ín ­
cip e, y n o e n cam b io la casa d e lo s Y e p a n c h in ?
L a vid a d e M ish k in es u n ep iso d io q u e só lo sirve p a ra h a ce r visible
sim b ó lica m en te la in m o rta lid a d d e esta vida. Y es q u e su vida n o p u e d e
extin guirse, igual (o a ú n m en os) q u e la vid a n atu ral, c o n la q u e gu arda
u n a h o n d a r e la c ió n . L a n a tu ra le z a tal vez sea e te rn a , p e r o la v id a d el
p rín c ip e es sin dud a in m o rta l (y esto hay q u e en ten d erlo in te r io r y esp i­
r it u a lm e n te ) . T a n to su vid a c o m o la d e to d o s e n cu a n to q u e gra vita n
hacia él. Y es q u e la vid a in m o rta l n o es la vid a e tern a de la n atu raleza,
a u n q u e parezca hallarse cerca de ella, p u es la in fin itu d está superada e n
el co n cep to d e la etern id ad , m ien tras q u e, sin d u d a, e n la in m o rta lid a d
alcanza el q u e es su b r illo m ás in te n s o . L a vid a in m o r ta l de la q u e esta
n ovela n os da te stim o n io n o es la d el sen tid o h abitu al. Pues, e n efecto,
en ésta la vid a es m o rta l, m ien tras q u e la carn e, al igu a l q u e la fu erza, y
que la p erso n a y el esp íritu sí q u e son in m o rta les en sus varias versiones.
A s í p u d o h a b la r G o e th e d e u n a in m o rta lid a d de lo efectiv o c u a n d o le
d ijo a E ck erm an n q u e la n aturaleza está ob ligad a a o to rg arn o s u n nuevo
espacio d e a cció n cuan d o n os arrebatan el de a q u í131. T o d o ello está lejos
sin em b argo de la in m o rta lid a d de la vida, de la vid a q u e p ro sig u e in f i­
n ita m e n te su in m o r ta lid a d y a la q u e ésta da fo r m a . P u es a q u í n o se
habla de la d u ra c ió n . M as, ¿ q u é vid a es ya lo in m o rta l si n o es n i la vida
de la n aturaleza n i la de la p e rso n a ? P o r el c o n tra rio , se p u e d e d ecir d el
p r ín c ip e M ish k in q u e su p e rso n a se retira tras su vid a co m o u n a flo r se
retira tras su arom a o u n a estrella tras su p a rp a d e o . L a vid a in m o rta l es
in o lv id a b le ; tal es el sig n o e n q u e la re c o n o c e m o s . Es sin d u d a la vid a
q u e ja m á s caería e n el o lv id o , a u n q u e n o h u b ie r a u n só lo te s tim o n io
q u e la reco rd a ra . Y es que, sim p lem e n te, n o se p u e d e olvid ar. Esta vida
es im p e re c e d e ra a u n q u e n o te n g a r e c e p tá c u lo n i fo r m a . Y la p a la b ra

3 C o n v e rsa ció n d el 4. de fe b re ro de 18 3 9 .
244 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

« in o lv id a b le » sig n ifica aqu í m ás q u e u n m e ro « n o p o d e r o lv id a r » ; se


refiere a algo en la esencia de lo in o lvid ab le gracias a lo cual es in o lv id a ­
b le co m o tal. La p r o p ia am nesia d el p r ín c ip e en su en ferm ed a d , al fin a l
d el lib ro , sim b oliza de lo in o lvid ab le de su vida; pues su vida se e n c u e n ­
tra aparen tem en te su m ergid a en el abism o de su au to rre cu e rd o , d el que
ya n o sale. S o la m e n te lo s o tro s le visitan . E l b reve in fo r m e fin a l de la
n ovela co n ecta a to d o s lo s personajes para siem p re c o n aqu ella vida, e n
la q u e to d o s h a n p a rticip ad o , m as sin saber có m o .
L a p a la b ra p u r a p a ra la v id a e n su in m o r ta lid a d es ya: ju v e n tu d .
Esa es la g ra n q u eja q u e D o sto ievsk i e m ite en este lib r o : el fracaso d el
m o v im ie n to de la ju v e n tu d . L a vid a de la ju v e n tu d es in m o rta l, p e ro se
p ie rd e a h í en su. p r o p ia luz: eso es « e l id io ta » . D o sto ievsk i se q u eja de
q u e R usia n o p u e d a con servar su p r o p ia vid a in m o rta l (d ado q u e estas
p erso n as llevan eso, el c o ra z ó n ju v e n il de R u sia ). Esa vid a cae e n suelo
ex tra ñ o , avanza sin d u d a m ás allá de sus lím ite s, y así pasa a E u ro p a , a
« la jactan ciosa E u r o p a » . A s í c o m o la te o ría p o lític a de D osto ievski n os
va d ic ie n d o , u n a y o tra vez, q u e la ú ltim a esp eran za es la re g e n e ra ció n
d el p u e b lo p u r o , el a u to r de este lib r o ve e n el n iñ o la ú n ic a salvación
p ara los jó ven es, co m o ta m b ié n para su país. E sto ya se d esp re n d ería de
este lib r o , en el q u e las figu ras de K o lia y d e l p r ín c ip e s o n sin d u d a las
m ás p u ra s e in fa n tile s , a u n q u e D o s to ie v s k i n o h u b ie r a d e sa rro lla d o
en Los hermanos Karamázov la ilim ita d a fu e rza curativa de la vid a in fa n til.
U n a in fa n cia h e rid a es el m al de esta ju v e n tu d p recisa m en te p o r q u e la
in fa n c ia h e rid a q u e h a sid o la d e l h o m b re ru so , co m o ta m b ié n la d e la
tie r r a ru sa, p a ra liza b a su fu e rz a . E n D o sto iev sk i q u ed a sie m p re c la ro
q u e sólo en el esp íritu d el n iñ o se p ro d u c e e n efecto u n n o b le d esp lie­
gu e de la vid a h u m a n a , a p a rtir ju sta m e n te de la vid a d e l p u e b lo . E n la
falta d e le n g u a je q u e es p r o p ia d e l n iñ o se d esgarra el le n g u a je de los
p erso n a jes de D osto ievski, y así, en u n a n h e lo exacerb ad o de in fa n cia ,
se c o n s u m e n so b re to d o las m u je r e s de esta n o v e la , a sa b er, L izaveta
P rok ófievn a, y A g laia y Nastasia F ilíp p ovn a. E l m o v im ie n to d el lib r o en
su c o n ju n to r e c u e r d a s o b r e to d o la caíd a e n u n c rá te r . A l fa lta r la
in fa n cia y la n aturaleza, la h u m a n id a d tan sólo se p u e d e alcanzar a tra ­
vés de u n a a u to d e s tr u c c ió n c a ta stró fic a . G o n e llo , la esp e ra n z a d el
p u e b lo ru so n o es sin o la r e la c ió n q u e la v id a h u m a n a m a n tie n e c o n
lo s vivos, in clu so e n su m ism o d eclin ar: el gran a bism o d e l cráter desde
el cual, a lg ú n d ía, un as fuerzas h u m anas fo rm id a b les p o d ría n d esenca­
d en arse in m e n sa m en te.
PRESENTACIÓN DE LA REVISTA ANGELUS NOVUSM

L a revista cu yo p la n h o y p re se n ta m o s tie n e la e sp era n za d e in s p ir a r


c o n fia n za e n su c o n te n id o d a n d o cu e n ta al tie m p o de su fo r m a . U n a
fo rm a q u e surge de la re fle x ió n sob re la esencia p r o p ia d e u n a revista,
y a u n q u e n o h a ce s u p e r f lu o su p r o g r a m a , lo evita c o m o e stím u lo d e
u n a en ga ñ o sa p r o d u c tiv id a d . L o s p ro g ra m as só lo va len p a ra la actu a­
c ió n d e in d iv id u o s o de g r u p o s q u e c o n s c ie n te m e n te p e r s ig u e n u n a
m eta; p o r el c o n tra rio , u n a revista, q u e e n cu a n to m a n ife sta c ió n vital
d e u n talante esp iritu a l d e te rm in a d o resu lta m u c h o m ás im p red ecib le ,
así c o m o in c o n s c ie n te (p e ro ta m b ié n m u c h o m ás p r o m e te d o r a ), que
u n acto vo litiv o , se en ten d ería m al a sí m ism a resu m id a e n u n as u otras
frases. E n la m ed id a en q u e a u n a revista se le p u e d a ex igir la re fle x ió n
(p ro p ia m e n te , sin d u d a, se le p u e d e ex igir e n u n a m e d id a ilim ita d a ),
se r e fe r ir á m u c h o m e n o s a sus p e n sa m ie n to s y c o n v ic c io n e s q u e a lo
q u e son sus bases y sus leyes; d e l m ism o m o d o q u e d e u n a p e rs o n a n o
se p u e d e esp erar c o n tin u a m e n te la c o n scien c ia de tod as sus ten d en cias
m ás ín tim as, p e r o sí la co n scien cia de su d estin a ció n .
L a verd ad era d estin a ció n de u n a revista es h a cer pa ten te el esp íritu
p r o p io d e su é p o c a . L a a c tu a lid a d de ese e s p íritu es p a ra ella m ás
im p o r ta n te q u e su u n id a d o c la r id a d , y p o r ta n to u n a revista estaría
c o n d e n a d a (c o m o lo s p e rió d ic o s) a la in su sta n cialid ad m ás c o m p leta si
e n ella n o p u d ie ra c o n fig u ra rse u n a vid a c o n fu erza su ficien te p ara sal­
v a r in c lu s o to d o c u a n to resu lte p r o b le m á tic o , c o n base e n su p r o p ia
a fir m a c ió n . E n e fe c to , u n a revista cuya a ctu a lid a d v e n g a a c a re c e r de
p reten sio n es históricas n o tien e desde lu eg o d erech o a existir. L a revista
d e los ro m á n tico s Athenäum era e n esto m o d élica, p u es p la n teó su p r e ­
te n s ió n h istó ric a c o n énfasis e n ve rd a d in c o m p a ra b le . P ero , al m ism o
tie m p o , aqu ella revista sería u n ejem p lo d e q u e el c rite rio de la v e rd a ­
d e ra a ctu a lid a d n o se e n c u e n tra e n el p ú b lic o , A l ig u a l q u e Athenäum,
h o y tod a revista d eb ería resultar im placab le e n el p en sa m ien to e im p e r-

1 Benjam in nunca publicó este texto, que al parecer redactó entre finales de I 9 2 I y
principios de 1922, El editor Richard Wéissbach le había propuesto durante el verano
de 1 9 2 1 que dirigiera una nueva revista literaria a la que Benjamin quería llamar /ircge-
lusNovus, como la acuarela de Klee que había adquirido aquel mismo verano. Los pro­
blemas económicos de la editorial impidieron que finalemente se publicara la revista»
cuyo prim er número estaba completamente preparado. En él iba a editarse también
este texto.
2 D irigida entre 1798 y 1800 por los hermanos Schlegel.
ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

tu r b a b le e n lo q u e d ic e , sin p re sta rle al p ú b lic o la m e n o r a te n c ió n


c u a n d o así resu lte n e c e sa rio , a fe rrá n d o s e a lo q u e es v e rd a d era m e n te
actual, q u e va to m a n d o fo rm a p o r d eb ajo de la estéril su p e rfic ie de eso
n u e v o o n o v ís im o cuya e x p lo ta c ió n h ay q u e c e d e r a lo s p e r ió d ic o s .
P ara to d a revista q u e se en tie n d a así, la crítica es sin d u d a el g u a r ­
d iá n d e l u m b ra l. M ie n tra s q u e allá p o r sus p r im e r o s tiem p o s la crítica
sólo se veía c o n fro n ta d a c o n la más b an al de las vilezas, ah ora está e n te ­
ra m e n te c o n fr o n ta d a c o n la fa ls ific a c ió n de lo s ta len to s, ya q u e e n tre
lo s p r o d u c to s h a d eja d o de p r e d o m in a r lo soso y atrasado, y, en tre los
p r o d u c to r e s , la c h a p u c e ría y la sim p le z a . G o m o a d em ás, d esd e h a ce
casi ya c ie n añ os, las p á g in a s c u ltu ra le s d e lo s p e r ió d ic o s alem an es
d ic e n q u e so n c rític a , es d o b le m e n te u r g e n te d e v o lv e r su p o d e r a la
p a la b ra c rític a c o m o tal. D e m a n e r a q u e hay q u e r e n o v a r j u n t o s el
v e re d icto y la sen te n cia. S ó lo el te r r o r p o d ría d o m in a r esa p a ro d ia de
la g ra n c re a c ió n p ic tó r ic a e n q u e co n siste el e x p re s io n ism o lite r a r io .
M as si esa c rític a a n iq u ila d o r a tie n e q u e e x p o n e r lo s g r a n d e s n ex o s
(pues, ¿ d e q u é o tra m a n era lo g ra ría salir a d e la n te ? ), la crítica positiva
tie n e forzosam en te q ú e lim itarse a las ob ras de arte in d ivid u ales m u ch o
más q u e hasta a h ora, y más in clu so de lo q u e lo h izo en tre lo s r o m á n ti­
co s. P u e s, al c o n t r a r io d e lo q u e su e le d e c irs e , la c rític a g r a n d e n o
tien e e n absolu to q u e in s tru ir a través de la ex p o sició n h istó rica, n i qu e
fo r m a r c o n c o m p a ra c io n e s, sin o q u e está o b lig a d a a c o n o c e r s u m e r ­
g ié n d o s e . L a c rític a g r a n d e tie n e q u e d a r r a z ó n d e la v e rd a d d e las
ob ras q u e el arte exige n o m en o s q u e la filo so fía . E l sig n ifica d o d e esa
c rític a im p id e p u es q u e, al fin a l de cada n ú m e r o , se le reserve n u n as
pocas páginas p ara c u m p lir sim p lem en te su d eb er. AngelusNovus n o te n ­
d rá u n a « p a r te c r ít ic a » , y n o im p o n d rá el estigm a de C a ín a sus a rtí­
culos c rítico s m ed ia n te u n recu rso tip o g rá fic o .
G o m o esta revista p ie n sa d ed icarse p o r igu al a la p oesía, a la filo s o ­
fía y a la crítica, esta ú ltim a n o p u e d e sin duda ocu lta r lo q u e deba d ecir
d e la p r im e r a . S i n o n o s e n g a ñ a m o s , c o n el c a m b io d e sig lo d io
c o m ie n z o u n a é p o c a d ecisiva y p e lig ro s a p a ra la p o e s ía a le m a n a . Esa
frase de H u tte n a cerca de la ép o ca, y d e l p la ce r de vivir e n e lla 131, cuya
p r e s e n c ia p a r e c ía o b lig a d a h asta a h o ra e n lo s p ro g ra m a s d e to d a s las
revistas, n o se p u e d e d ecir de la po esía n i de lo s otros asuntos de la A le -

3 Carta de U lrich von Hutten aW illibald Pirckheymer del 2 5 de diciembre de 1318.


[Hutten era un autor humanista que vivió entre 1488 y 1 5 2 3 - (n . del T ,)]
P RESENTACIÓN DE LA REVISTA ANGELUS NOVUS 247

m an ia actual. U n a vez q u e las creacion es de Stefan. G e o rg e em p ieza n ya


a v o lv erse h istó ric a s e n su e n r iq u e c im ie n t o d e l le n g u a je , la p r im e r a
o b ra de cada a u to r p a rece ir c o n fo r m a n d o u n n u ev o thesaurus d e l le n ­
gu aje p o é tic o a le m á n . E ig u a l q u e n o se p u e d e esp erar m u c h o d e u n a
escu ela cu yo m a yo r efe cto p r o n to se ve rá q u e s ó lo h a sid o m o stra r lo s
lím ite s d e u n g ra n m a estro , ta m p o c o la m e c á n ic a ev id en te de las m ás
recien tes p r o d u c cio n e s n o s p e rm ite c o n fia r en el len gu a je q u e osten tan
sus poetas. M ás d ecid id a m en te q u e e n tiem p o s de K lo p s to c k [+I, algunos
d e cuyos p o e m a s sí q u e su e n a n c o m o lo s q u e se q u ie re b u sca r h o y , y
m ás co m p letam e n te q u e e n lo s ú ltim o s siglos, la crisis actual d e la p o e ­
sía a le m a n a c o in c id e c o n la d e c is ió n s o b r e la le n g u a m ism a , e n cuya
p o n d e r a c ió n n o son d eterm in an tes n i el gu sto, n i el c o n o c im ie n to , n i
la fo r m a c ió n , y cuyo estu d io adem ás se vuelve p o sib le , y só lo e n cierto
sen tid o , tras aven tu rar u n a sen ten cia. U n a vez e n el lím ite m ás allá d el
cu al n o se p u e d e e x te n d e r esta e x p lic a c ió n p r o v is io n a l, quizás esté de
m ás la in d ic a c ió n d e q u e to d a la lite r a tu ra (e n p o esía y e n p ro sa ) q u e
p u e d a p rese n tar esta revista te n d rá e n cu en ta lo d ich o , y q u e, e n esp e­
cial, las ob ras d el p r im e r n ú m e ro q u ie re n ser en ten d id as p recisa m en te
c o m o d e c is io n e s e n el se n tid o a h o ra m e n c io n a d o . J u n to a éstas se
e n c o n tr a r á n m ás a d e la n te las d e o tr o s a u to res q u e b u s c a n su lu g a r
p o n ié n d o se a la som b ra de los p rim e ro s, p ro te g id o s p o r ellos; p e ro qu e
se h a lla n lib res de la esp ectral v io le n c ia de n u estros celeb rad os au tores
d e h im n o s; ese fu eg o q u e ellos n o h a n e n c e n d id o , p e ro q u e a ú n in te n ­
tan preservar.
L a actu al s itu a c ió n de la lite r a tu r a a le m a n a n o s exige d e n u ev o
im p u lsa r u n a fo r m a q u e siem p re h a a co m p a ñ a d o b e n e fic io s a m e n te a
sus gran d es crisis: a saber, la de la tra d u cció n . P o r su p u esto, las tra d u c ­
cio n e s de esta revista n o q u ie re n ser en ten d id as e n calid ad d e tra n sm i­
sió n de m o d elo s, corno antes solía su ced er, sin o c o m o escuela severa e
in su stitu ib le para el d esarrollo de la len gu a . D o n d e ésta a ú n n o co n o ce
el c o n te n id o sobre el q u e se constru ye, el co n te n id o d e otras se le ofrece
c o n la tarea d e a b a n d o n a r lo s elem en to s m u erto s d el len gu aje y d esp le­
gar lo s e le m e n to s n u evo s. P ara d e ja r m ás c la ro este v a lo r f o r m a l de la
ve rd a d era tra d u c c ió n , el texto o r ig in a l se m o n ta rá siem p re al la d o del
trabajo q u e haya de ju zga rse desde este p u n to d e vista. P o r lo dem ás, el
p r im e r n ú m e ro de la revista exp licará e n detalle eso ta m b ié n .

i- Friedrich Gottlieb KIopstocfc vivió entre 1724 y 1803. [n . del T .]


ENSAYOS e s t é t i c o s y l i t e r a r i o s

L a u n iv ersa lid a d o b jetiva q u e su b yace e n el m is m o p la n de Angelus


Novwt n o h a de c o n fu n d irse sin em b argo c o n n in g u n a clase d e u n iv e r ­
salidad m a terial. Y c o m o esta revista sabe b ie n q u e el tratam ien to f ilo ­
só fic o c o n fie r e s ig n ific a d o u n iv e rsa l a to d o o b je to c ie n tífic o o p r á c ­
tic o , y a u n a rg u m e n to m a te m á tico ig u a l q u e a u n o p o lít ic o , n o
o lvid a rá ta m p o c o q u e sus o b jeto s lite r a r io s o filo s ó fic o s m ás cercan o s
tan sólo lo s acepta e n n o m b r e d e ese tip o d e tra ta m ien to y ju sta m e n te
b ajo su c o n d ic ió n . L a u n iversalid ad filo só fic a es la fo rm a e n cuya rea li­
z a ció n p u e d e la revista d em o stra r c o n la m a yo r exactitu d q u e es sen si­
b le a la verd ad era actualid ad . P ara ella, la validez u n iversal d e las m a n i­
fe s ta c io n e s v itales e s p iritu a le s tie n e q u e ir u n id a a la p r e g u n ta d e si
éstas p o se e n el d erech o a u n lu ga r en los ó rd en es religioso s e n d esa rro ­
llo - Y n o es q u e esos ó r d e n e s sea n p r e d e c ib le s , p e r o sí es p r e d e c ib le
q u e sin ellos n o se m an ifestará lo q u e e n estos días (sin d u d a, lo s p r i ­
m e ro s de u n a ép o ca ) lu ch a fe r o z m e n te p o r viv ir. J u sta m e n te p o r eso
p a re c e h a b e r lle g a d o ya la h o r a d e p r e s ta r a te n c ió n m e n o s a q u ie n e s
d ic e n h a b e r h a lla d o el a rc a n o q u e a a q u e llo s q u e e x p o n e n la m ise ria
c o n la m ayo r o b jetivid a d , fria ld a d y d isc rec ió n , a u n q u e tan sólo fu e ra
p o rq u e u n a revista n o es n u n c a el lu g a r para lo s escritores m ás grand es.
M e n o s a ú n p o d r á se r lo , p o r lo ta n to , p a ra lo s m ás p e q u e ñ o s ; .y, p o r
e llo , q u ed a reservada p a ra q u ie n e s c o m p r e n d a n , e n su b ú sq u e d a y en
s u ’p e n s a m ie n to , q u e la r e n o v a c ió n só lo p u e d e p r o c e d e r a p a r t ir d e
u n a p r o fe s ió n de fe, P ero esto n o hay q u e falsearlo: el o cu ltism o esp i­
ritu a lista , el o s c u r a n tis m o p o lít ic o y el e x p re s io n is m o c a tó lic o só lo
a p a re ce rá n e n estas págin as c o m o o b je to de crítica im p la ca b le . A sí, el
h e c h o d e q u e la revista r e n u n c ie a to d a c ó m o d a o s c u r id a d d e l e so te -
rism o n o sig n ifica p o r ello q u e p r o m e ta ex p o sicio n es m ás accesibles y
atractivas. B ie n al c o n tra rio , te n d rá n éstas a ú n q u e ser tanto m ás duras
y m ás so b ria s. Q u e n a d ie esp ere p u e s fr u to s d e o r o a q u í p rese n ta d o s
e n b a n d e ja s de p la ta 151. E n ve z d e esto , b u sc a r e m o s la r a c io n a lid a d
hasta el fin a l; y co m o a q u í só lo h a b la rá n de r e lig ió n lo s espíritus libres,
esta revista p u e d e d irig irse , desd e el c írc u lo q u e fu n d a su len g u a je, lo
q u e es d e c ir , d esd e el de O c c id e n te , a tod as las resta n tes r e lig io n e s .
P e ro , e n c a m b io , e n la p o esía , su á m b ito de a c c ió n va a lim ita r s e a la
le n g u a alem an a.

5 Esta frase contiene una cita de Goethe, que el 25 de diciembre de 1825 dijo a Ecker-
mann: «Shakespeare nos da manzanas de oro en bandejas de p latal.
P RESENTACIÓN DE LA REVISTA ANGELUS NOVUS 249

P o r su p u e sto , n ad a garan tiza u n a ex p resió n p le n a d e la u n iv e rsa li­


d a d a q u e a sp ira m o s . P u e s ig u a l q u e la fo r m a e x te r io r d e la revista
excluye la in m e d ia ta m a n ifesta c ió n d e las artes plásticas, ta m b ié n (a u n ­
q u e de m o d o algo m en o s paten te) se m a n tie n e en esencia a d eb id a d is­
ta n cia de lo c ie n tífic o , ya q u e, e n las m a n ifesta c io n es de lo c ie n tífic o ,
lo actual y lo esen cial su e le n separarse m u c h o m ás que e n el arte y en la
filo so fía . D e este m o d o , la cien cia co n stitu ye, e n la serie d e o b jeto s de
u n a revista, la tran sició n a a quellos de la vid a práctica, en lo s cuales, p o r
c ie rto , lo en verd a d actual só lo se m u estra a la c o n c e n tra c ió n filo só fic a
q u e es m ás in fre c u e n te .
P ero estas lim ita c io n e s s ig n ific a n m u y p o c o fr e n te a la lim ita c ió n
in e vita b le q u e hay e n el d ire c to r d e la revista. P erm ítase u n as palabras
al resp ecto, q u e tie n e n q u e in d ic a r e n q u é m ed id a el d ire c to r es c o n s­
c ie n te d e lo s lím ite s d e lo q u e es su persp ectiva, y c ó m o lo s a d m ite. E l
d ire c to r n o p re te n d e d o m in a r desde u n a atalaya el c o m p le to h o r iz o n te
e sp iritu a l de sus días¿ Y si p u e d e c o n tin u a r h a b la n d o c o n e m p le o de
im ágen es, p re fe rir á la de u n h o m b re q u e después de trab ajar, al a ta r­
d ecer, y p o r la m añ an a, antes de em p ezar, se d etie n e u n instan te en el
u m b r a l y ab a rca e l h o r iz o n t e d e c o s tu m b re p a ra p e r c ib ir q u é cosas
nuevas le están sa lu d a n d o e n este p aisaje. E ste d ire c to r e n tie n d e p u es
co m o su trab ajo m ás p r o p io el trab ajo filo s ó fic o , c o n lo q u e esa m etá ­
fo r a sig n ifica q u e el le c to r n o va a h a lla r e n estas págin as n ad a q u e sea
aje n o p o r c o m p le to y q u e el d ir e c to r se va a se n tir sie m p re e m p a r e n ­
tado d e a lg ú n m o d o c o n to d o cu an to e n ellas aparezca. D e esa im ag en
te n em o s q u e in fe r ir , p e r o a ú n c o n más énfasis, q u e averigu ar el m o d o
y e l g ra d o d e d ic h o p a r e n te s c o n o es a su n to d e l p ú b l i c o , y q u e e n su
se n tim ie n to n ad a hay q u e u n a a lo s c o la b o ra d o re s m ás allá de su p r o ­
p ia vo lu n ta d y su co n scien cia . P u es, al igu al q u e va a qu ed arse fu e ra de
esta revista la b a n a l b ú s q u e d a d e l fa v o r d e l p ú b lic o , lo m is m o d eb e
en to n ces su ced er c o n la b ú sq u e d a falsa de c o m p r e n s ió n y c o m u n id a d
en tre to d o s lo s co lab o rad o res. N ad a p arece más im p o rta n te al d ire cto r
q u e el h e c h o d e q u e a q u í, e n esta a u sen cia de c u a lq u ie r fa lso tip o de
ap arien cia, la revista d iga lo q u e es, a saber: n i la vo lu n ta d m ás p u ra , n i
ta m p o c o el esfu erzo más p a cien te, so n capaces de crear u n a u n id a d (y
m u c h o m en o s ya c o m u n id a d ) en tre las p e rso n a s q u e así p ie n sa n ; c o n
ello p o r lo tanto la revista, en la m u tu a y recíp ro ca extrañeza de sus c o n ­
tr ib u c io n e s , h a d e p r o c la m a r c u á n in e fa b le resu lta e n estos días to d a
clase d e c o m u n id a d (p e ro u n a c o m u n id a d a la cu a l, al f i n y al cab o ,
250 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

alude el lu ga r de la revista) y que esa c o n e x ió n q u e el d ir e c to r tien e q u e


m o stra r se p o n e a p ru eb a .
D e este m o d o llegam os a lo e fím e ro q u e hay e n la revista, d e lo cual
es co n scien te ya desde el p r in c ip io , d ado q u e éste es el p r e c io q u e tie n e
q u e p a g ar p o r su b ú sq u e d a d e v e rd a d e ra a c tu a lid a d . A l f i n y al cab o ,
u n a vieja leyen d a ta lm ú d ica d ice q u e lo s án geles so n cread os (ca n tid a ­
des in g e n te s a cada in sta n te de án geles n u evo s) para, u n a vez q u e h a n
e n to n a d o su h im n o an te D io s, te rm in a r y d isolverse ya e n la n ad a . E l
n o m b r e d e la revista sig n ifica q u e b u sca a q u e lla ú n ic a a ctu a lid a d q u e
p u e d e ser, al tie m p o , verd ad era.

EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS DE CALDERÓN


Y HERODES Y MARIENE DE HEBBEL
O b s e r v a c i o n e s s o b r e e l p r o b l e m a d e l d r a m a h i s t ó r i c o 11'

<<Un e r ro r e n o rm e de estos ú ltim o s siglos tan p o c o p o ético s (q u e, p o r


lo que sabem os, a ú n n o h a sido co rreg id o a fo n d o ) consiste en reclam ar
de los autores o rig in a lid a d hasta el p u n to de p ro h ib irle s q u e u tilice n las
ideas d e o tro s. E n n u estra ép oca, en la q u e el arte se h a lla sep arad o de
su c o n te x to o r g á n ic o , e n la q u e lo s a u to re s se e n c u e n tr a n aislad os y
ca recen de vivas in te rre la cio n e s , se co n sid e ra u n p la g io a q u e llo q u e se
p u e d e d em o stra r q u e es u n a c o stu m b re g e n e ra l e n to d o s lo s p e río d o s
verd a d eram en te gran d es d e la literatu ra . E l a islam ien to resp ecto de las
fu en tes q u e flu y en en las ob ras de lo s o tro s le qu ita al escrito r la c o n e ­
x ió n c o n las raíces de las q u e p u e d e to m a r p a ra su o b ra u n n u trie n te
ric o y sano; ello lo c o n d u c e a u n a p e cu lia rid a d afectada, a la b ú sq u ed a
de lo o r ig in a l y n u evo , y ésta es sin d u d a u n a d e las causas d e ese triste
fe n ó m e n o d e q u e la actu al lite r a tu ra carece p o r c o m p le to d e u n id a d
in te r io r y aún , ju n t o c o n e llo , de d e sa rro llo o r g á n ic o » . S o n palabras
escritas p o r el co n d e Schack e n el te rcer v o lu m e n de su Historia de la litera-
tura j’ del arte dramáticos en España, p u b lica d a e n B e r lín e n el 1 8 4 6 1,1. C u a tro

1 B e n ja m ín n u n ca p u b lic ó este texto, que al parecer redactó a m ed iados de 1923 - E n


p rin cip io , parece ser el germ en del lib ro titulado E¡ origen del 'TrauerspieV alemán, in clu id o
en e l lib ro I, v olu m en I, de esta e d ición de sus Otros.
2 A d o lp h F ried ricli v o n Schack, GeschkhtederdramatischenLiteraturundKunstmSpanien, B erlín ,
184 6, vol. III, p- 5 7 -
EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE 251

años más tard e se p u b lica la p rim e ra e d ic ió n d e Herodesj! Mariene d e F rie -


d ric h H ebb el*31, el d ram a en q u e este a u to r abord a m u ch o más q u e en
c u alq u ier o tro u n tem a q u e p e rten e ce a la literatu ra u n iversal y d el cual
O c cid e n te se venía o cu p a n d o sin in te r ru p c ió n desd e las obras religiosas
d e la E d ad M ed ia y los dram as jesu ítico s en las literaturas p roced en tes de
sus m ayo res n a c io n e s , a sab er, la ita lia n a , la esp a ñ o la , la fra n ce sa , la
inglesa y la alem an a. U n fe n ó m e n o su ficien te p ara dar sig n ifica d o a las
palabras d e l co n d e S c h a c k y h a ce r re fle x io n a r sob re su o b jeto m ás de lo
q u e es h a b itu a l. P u es n o p u e d e n ega rse q u e , a u n q u e e l c a u d a l de las
in v estig a cio n es so b re la h isto ria d e lo s tem as haya sid o a b u n d a n te , sin
d u d a p o cas veces arrastrab a el c o n o c im ie n to d e l v a lo r de esas m ism as
investigaciones. Pues éste n o se agota n i en el m ostrar las in flu en cias que
s u g irie r o n al a u to r este o a q u e l g ir o , n i en in d ic a r d e m o d o o c a sio n a l
q u é m o d e lo en cam b io rech azó . L a h isto ria d e los tem as tie n e p r o b le ­
m as más p r o fu n d o s y gen erales, ya q u e la cien cia g e n e ra l d e l arte tie n e
q u e p la n tea rse esta p reg u n ta : ¿es verd ad , c o m o se d ice a v e c e s , q u e lo
ú n ic o q u e cuen ta e n el arte es el cómo, p e ro n o el qué? O , d ich o d e o tro
m o d o : ¿ a q u é se d e b e q u e G o e th e , e m in e n te c o n o c e d o r de las artes
plásticas, se c o n fo rm e al h a b la r de cu ad ro s c o n d e sc rib ir sus tem as? S i
la o b ra d e arte es u n id a d (co m o c o in c id e e n e n te n d e rla la to talid a d d e
las teorías estéticas), n o se p u e d e d istin g u ir e n ella el cómo y el qué, y u n o
n o es m ás im p o r ta n te q u e o tr o . P u es el cómo y el qué so n d ife re n te s en
ta n to q u e m é to d o s d e in v estig a ció n , y así, estos d os m é to d o s (las p r e ­
gu n ta s p o r el qué y p o r el cómo) ta n só lo p u e d e n re su lta r fr u c tífe r o s
cu an d o se a p lica n d e u n a m a n era p u ra , exclusiva y sin m ezclas. E sto se
h a a d m itid o p o cas veces p a ra la in v estig a ció n c rític a de lo s tem as, algo
q u e ta l vez se d eb a e n p a rte a la in d e c is ió n c o n q u e la m ism a se su ele
d ete n e r en sus c o m ien zo s, e n lo su p erficia l. P ero este tip o d e investiga­
c ió n p a re c e q u e resu lta im p r e s c in d ib le a l c o m p a ra r u n o s d ram as q u e
tie n e n e n c o m ú n el m ism o tem a; cosa q u e a ú n se d e b e a fia n za r si las
co n sid e ra cio n e s q u e ah ora sigu en , cuyo p u n to de p a rtid a es siem p re el
tem a, ap o rta n e n verd ad algo esen cial a la c o m p re n sió n de dichas obras
y al c o n o c im ie n to d e su fo rm a.
E l tem a tie n e p a ra la o b ra in d iv id u a l el m ism o s ig n ific a d o ju s ta ­
m e n te q u e la n a tu ra le za tie n e p a ra el arte. P o d e m o s p e n sa r p u e s tres
te o ría s. Q u e la n a tu ra le z a n o tie n e s ig n ific a d o p a ra el a rte; u n a p r i -

3 F rie d rich H e b b e l, Herodes und Mariamne. Eine Tragödie m fü n f Arten, V ie n a , lS g o .


252 ENSAYOS ES TÉTICO S y l i t e r a r i o s

m era o p c ió n q u e n o h a d e fe n d id o casi n ad ie, y q ú e es, sin m ás, in s o s ­


te n ib le . P ues in c lu so u n a escu ela co m o la cubista se aparta de las cosas
só lo p a r a a ce rc a rse h asta el e sp a cio e n q u e ellas se e n c u e n tr a n . E n
seg u n d o lu g a r, p u e d e en ten d erse la n atu raleza co m o aqu el arsen al co n
cuyas piezas c o m b in a el a rte d e m o d o in te lig e n te p ara cre a r c o m p o s i­
cio n e s nuevas. E sto es pues el eclecticism o , el cu al n o pocas veces se ha
a trib u id o de m a n era frív o la a lo s c o n te n id o s d e la te o ría d e l arte de las
épocas clásicas y clasicistas. E n cu an to a la tercera te o ría , q u e es la m ás
antigua, es la p la tó n ico -a risto té lic a de la |i C|JJ1CTLS. D e a cu erd o c o n ella,
el arte im ita a la realid ad ; y esto es, ju sta m e n te , lo c o n tra rio d e l e c le c ­
ticism o . E l dram a fu e sin d u d a p ara A ristó te le s el p arad igm a m ism o de
d ic h a f u n c ió n im ita tiv a d e l a rte , y la tra g e d ia era p a ra é l la (XÍ[ir|CTLS
co n c re ta de u n a c o n te c im ie n to . P ara c o m p r e n d e r q u e esta d e fin ic ió n
n o es n atu ra lista (al c o n tr a r io d e lo q u e p ie n sa n lo s le c to re s d e h o y ) ,
hay q u e te n e r en cu en ta q u e, p ara los grieg o s, la leyen d a establecía los
tem as de la tra g e d ia . P u es la le y e n d a n o daba al a u to r sin o lo s rasgos
g e n e ra le s de u n su ceso q u e cad a r e g ió n y cada c iu d a d o r g a n iz a b a y
en te n d ía a su m a n era . D e a h í v ie n e el h e c h o de q u e cada v e rs ió n lit e ­
raria de este a co n te cim ie n to fu n d a m e n ta l y, si se q u ie re , a u n c e r e m o ­
n ia l q u e la leyen d a e x p o n e (sea el asalto de lo s S iete c o n tra T ebas, o la
m u e r te d e A n t íg o n a o la sa lv a ció n de A d m e t o ) Í4i in tr o d u z c a e n la
^ií|j.r|CnS' el m o m e n to e se n c ia l q u e s u p o n e la to m a d e p o s ic ió n de esa
nueva o b ra sobre el tem a q u e a p orta la leyen d a. Y , de m o m e n to , d e b e ­
m o s co n testa r a firm a tiva m en te a la p re g u n ta d e si dich a |il|J.T}aLS vie n e
a ser m u c h o m en o s la sa n ció n e lo cu en te d el o r d e n de d estin o m a n ifes­
tado e n aqu ella leyen d a q u e su cu estio n a m ien to , a m e n u d o in m a d u ro .
A u n q u e , p o r ta n to , esté cla ro el sig n ifica d o de la |ií (Ariais p a ra el
dram a grieg o , sin em b arg o hay q u e p re g u n ta r si es q u e d ich o co n cep to
aristotélico c o n tie n e u n a categoría verd a d eram en te g e n e ra l d e la in ves­
tig a c ió n crítica de lo s tem as, o si hay q u e e n te n d e r el d ram a m o d e r n o
p o r su p a rte ig u a lm en te c o m o [ií|J.r|0'LS, P e ro , e n este c o n te x to , te n e ­
m os q u e lim ita rn o s p o r a h o ra al estu d io d el d ra m a h istó ric o c o m o tal,
resu lta n d o in n e g a b le su d ife re n c ia resp ecto de la traged ia, q u e se basa
e n el m ito . L a su c e sió n d e im á g en es c e r e m o n ia le s, q u e c o n fo r m a en
efecto ese n ú c le o d e l m ito e n to r n o al cu al cristaliza la trag ed ia , ya n o

4 C f r . E sq u ilo, Los siete contra Tebas, y E u rípid es, Las fenicios] S ófocles, Antígona; E u rípid es,
Afcesírs,
EL MA YOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE 253

la p o d e m o s e sp e ra r e n el á m b ito h is tó r ic o c o m o tal. M ie n tra s q u e la


tra g e d ia d e te r io r a el o r d e n m ític o d e l m u n d o m e d ia n te u n a se n c illa
in te r p r e ta c ió n , ta n p r o fu n d a al tie m p o , de la le y e n d a , y a u n lo q u e ­
b ra n ta p r o fé tic a m e n te c o n p a lab ras p o c o llam a tiva s, e n c a m b io , a la
vista d e la h isto ria, el a u to r n o ve máá q u e la tarea de m o stra r su u n id a d
al im ita r la . E l m ito tie n e s e n tid o p o r sí m is m o e n cad a u n o d e sus
c o m p le jo s c e r ra d o s d e le y e n d a , p e r o la h is to r ia n o . D e a h í q u e el
m o d e lo d el arte (pues el o b jeto de (ií¡J.r|(JLS es sin d u d a el m o d e lo , n o el
e je m p lo ) n u n c a sea la h isto ria , n i siq u ie ra e n el d ra m a h is tó ric o . M ás
b ie n , e l sig n ifica d o d e esta fo r m a se p o d r ía e n te n d e r (c o n la b reved a d
q u e es n e c e sa ria a q u í) c o m o la e x p o s ic ió n d e la n a tu r a le z a q u e
im p r e g n a las v icisitu d es d e lo h is tó r ic o y q u e, fin a lm e n te , tr iu n fa e n
ellas. Pues el resultad o d el d ram a h istó rico es la n atu raleza de los h o m ­
b re s, o , m e jo r , la n a tu ra le z a d e las cosas. D o n d e fa lte la in t e n c ió n
c o r r e s p o n d ie n t e , el d ra m a tu rg o d e sp le g a rá su m a te r ia l, el m a te r ia l
h istó ric o , en su cesió n casual d é la s escenas co m o in te n to im p o te n te de
m ostra r la m o v ilid a d p r o p ia de la h isto ria , p e ro n o de la n aturaleza; en
cuya fig u r a e l te s tim o n io , y c o m o ta l e l te s tim o n io h is tó r ic o , se c o n ­
v ie rte (c o m o h e c h o c o n s u m a d o ) e n a u té n tic o te m a d e l p o e ta . P u es la
co n su m ad a fa cticid ad , q u e es p o r c ie rto la p r o p ia de las cosas h is tó r i­
cas, las p re se n ta ya c o m o d e s tin o . Y e n él se d a la la te n te re siste n c ia
c o n tra ese to r r e n te im p r e d e c ib le de lo q u e es el d e v e n ir h is tó r ic o , ya
que, d o n d e h ay d estin o , hay u n tr o z o de h isto ria q u e se h a co n v ertid o
e n n atu raleza. D e a h í q u e al m o d e r n o d ra m a tu rg o se le p rese n te ya e n
calid ad de c o n fig u r a c ió n d e ese d e stin o la tarea d e lo g ra r q u e su rja la
n ecesaria to ta lid a d de lo s detalles —y e n c o n c re to de lo s q u e s o n p la u ­
sibles— q u e la fu e n te h istó ric a le o fr e c e . L a tra g e d ia a n tig u a se cen tra
en el e n fre n ta m ie n to c o n el d estin o ; y el d ram a h is tó ric o , en su e x p o ­
s ic ió n . E sta id e a , e n la q u e te n d r e m o s q u e in s is tir m ás a d ela n te, n o s
hace vo lver a las frases citadas antes, del co n d e Schack. S i hay tem as qu e
p e rm ite n en treve r las fo rm a s d e l d e stin o , sería in d ig n o en ve rd a d d el
d ra m a tu rg o q u e e l m e r o h e c h o de q u e ya o tro s au to res lo s h a y an tr a ­
tado antes le fre n a ra . Y este fr e n o sería ta n to m ás p e lig ro s o d a d o q u e
n o h a y m a n e r a d e sa b e r si la alta c u a lific a c ió n d ra m á tic a p r o p ia de
ciertos tem as se d eb e m ás a su a n tigü ed ad o a la serie d e version es a n te ­
r io r e s . P u e s c u a n to m ás n o ta b le n o s re s u lte esta ú ltim a , m ás m u d as
señales irá en vian d o al p o eta so b re lo q u e es su au tén tica tarea. C u a n to
m ás a n tig u o y ela b o ra d o sea el tem a, tanto m en o s se c o n v ertirá e n o c a ­
254 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

sió n , y tan to m ás e n o b jeto de la litera tu ra . L a c u al n o p a rte de él p ara


d a rle u n a fo r m a , sin o q u e se in tr o d u c e e n él p a ra im ita r lo , hasta tal
p u n to q u e u n so lo e x tre m o p u e d e c o n f u n d ir a u n g ra n a u to r , c o m o
su c e d ió a G o e th e e n A M /eifIsl. M as la a n tig ü e d a d d e tales tem as tie n e
sin d u d a su s ig n ific a d o , y e llo n ó só lo c o m o c o n d ic ió n p re v ia d e su
cu ltivo p re c e d e n te . P ues, e n efe cto , cu an to m ás re m o to n o s resulta u n
a co n te cim ie n to , tan to m ás va te ñ id o de d estin o , m u y s u p e rio r e n esto
a c u a lq u ie r a c o n te c im ie n to d e carácter p re se n te o in c lu so a tem p o ra l.
Ese a c o n te cim ie n to ya h a acabado, y c o n d ic io n a al m u n d o e n q u e viv i­
m o s. Y en to d o aq u ello q u e n os c o n d ic io n a n o s h allam os sin d u d a más
dispuestos a a d m itir el d estin o que n o para n o so tro s; pues in clu so b u s ­
ca m o s el d e s tin o c o m o n u e str a p r e v ia c o n d ic ió n , r e c h a z á n d o lo e n
cam b io en lo q u e h ace a n u estra existen cia. Esta ley im p e ra d e m an era
m u c h o m ás v isib le e n la v id a d e lo s p u e b lo s q u e n o e n la v id a de lo s
in d iv id u o s . Y s i, p o r ta n to , el tem a es m e m o r a b le d esd e el p u n to de
vista d e lo h is tó r ic o , el in te ré s p o r su m a n ife s ta c ió n co m o d e stin o se
n o s hace p a ten te p o r c o m p le to . Y al d ra m a tu rg o le in teresa m ás q u e a
n a d ie. Se sabe q u e, al p r in c ip io , H e b b e l sen tía satisfecho su in terés e n
la h is to r ia d e H e r o d e s p o r la e x p o s ic ió n d e J o s e fo , la c u a l e ra su
f u e n t e 16’1. N o p o d e m o s e x p lic a r a q u í q u e esto e ra u n e r r o r , q u e la
e x p o sic ió n ad ecuad a d e l d estin o n o p u e d e ser h istó ric a n i ép ica, sin o
só lo d ram ática. P ero sí te n e m o s q u e d e c ir q u e c o n esa co n creta m ito -
lo g iz a c ió n d e su fu e n te , q u e tu vo p o r c o n s e c u e n c ia p a ra el d ra m a su
e stre ch ísim a y fie l v in c u la c ió n re sp e cto d e l r e la to d e J o s e fo (q u e se
h a b ía c o n v e r tid o ya e n le y e n d a ), H e b b e l p u s o las bases p a r a u n a
fu n esta m ezcolan za d e estilos. E n e fe cto , este d ram a vie n e a plan tearse
d os tareas; d e sa rro lla r el d estin o a la m a n era p r o p ia d e lo s m o d e rn o s y
ju z g a r e l d e stin o a la m a n e r a p r o p ia de lo s g r ie g o s; p o r lo ta n to , n o
p u e d e resolver n in g u n a d e las d os de m o d o p u r o . A sí, si de este m o d o
el m a tr im o n io d e H e ro d e s se le h a ce p r e s e n te al a u to r n o só lo co m o
tem a sign ificativo desde u n p u n to de vista n o ve lístico , sin o agigan tado
p o r su a n tig ü e d a d , d ic h o te m a im p lic a la d e s c o m u n a l e x ig e n c ia de
satisfacer a lo h is tó ric o y n o s ó lo a la tram a: p a ra esto n o h ace falta ir
c u id a n d o de to d o s lo s detalles, p e ro sí el estilo d el c o n ju n to , el cu al es

5 AcAí/feis-(Itf Aquí/eida) es el títu lo de u n poem a ép ico q u e G o e th e co m en zó a escrib ir en


18 0 8 y que luego n u n ca te rm in ó . [N .d el T .j
6* Flavius Jo sephus, De bellojudaico [TTepi t o ü ’lovSa'ikoO iroXénov], lib ri V II ( 1, 1 7 - 2 2 ) ; id ,,
Antiquitatesjudaicas [’louScÜicf) ápxaioXoyia], l i b r iX X (X V , 2 , 3 , 6 , 7) . [ n . d e B ,]
EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES YMARIENE 255

fo r z o so q u e sea a ce p ta b le (n o d esd e el p u n to de vista a ctu al, p e r o sí a


p a r tir de a lg ú n p u n to d e vista) c o m o estilo de vid a r o m a n o je r o s o li -
m ita n a d e lo s p r im e r o s a ñ o s d e l c ristia n is m o , p a ra q u e la v e rsió n n o
r e su lte g ro te sc a . Y este p u n to m a rca ju s ta m e n te el fracaso d e la o b ra
ca ld ero n ia n a .
S i e n g e n e ra l se p u e d e c o n s id e ra r im p o rta n te e l sig n ifica d o de las
in v estig a cio n es críticas e n lo q u e h a ce a la h is to ria d e lo s tem as, e n el
caso q u e n o s o cu p a resultan, adecuadas p o r d a rn o s el fu n d a m e n to m ás
se g u ro q u e n o s h a g a p o s ib le c o m p a r a r o b ra s ta n d ife r e n te s e n tr e sí
c o m o lo s d ram as de H e b b e l y d e C a ld e r ó n s o b r e H e r o d e s . P e ro n i
s iq u ie ra e n r e la c ió n c o n la tra m a v e m o s m u ch as cosas c o m u n e s a
am bos, y a u n m ás allá d e ella tan sólo u n a cosa: la lim ita c ió n , la tra n s­
p a r e n c ia q u e le h a n d a d o al te m a , a d ife r e n c ia d e lo s o tr o s a u to re s.
P recisa m en te d e eso q u e c o n fie r e al T e tra rc a su b r u ta l carácte r, tan to
en las obras religiosas c o m o en la m a yo r p a rte de lo s dram as p ro fa n o s
q u e se h a y a n c o m p u e sto s o b r e H e r o d e s , lo c u a l le acerca al tip o de
B erserk e r1’ 1, estos dram as n o tie n e n casi n ada, y el de C a ld e r ó n m en o s
a ú n q u e el c o m p u e sto p o r H e b b e l. E sto es b astan te in teresa n te , p o r ­
q u e su ele d e c irse q u e la fu e n te p r in c ip a l de C a ld e r ó n f u e , ju n t o a la
Historia de J o se fo , u n lib r o d e carácter p o p u la r, p o r m ás q u e W u rzb a ch
n o haya e n c o n tra d o c o in c id en cia s respecto de los rasgos ca ld ero n ia n o s
e n e l ú n ic o lib r o p o p u la r sob re H e ro d e s q u e se c o n o ce e n la E spañ a de
la ép o ca. Sea co m o fu ere, es n o ta b le e n C a ld e r ó n la m o d e r a c ió n d e la
fig u r a de H e r o d e s , cuya e x c e n tr ic id a d se d e s a r ro lla a p a r tir de u n a
p a sió n ú n ica , el a m o r p o r M a rie n e . P u es H e ro d e s era desde a n tig u o el
fu r io s o sin ra zó n , n o sólo en lo s lib ro s p o p u la res, sin o e n la c o n s c ie n ­
cia g e n e ra l. Y ése es el p u n to c u lm in a n te ya e n el d ra m a q u e hay qu e
c o n s id e ra r a n te ce d e n te d e lo s d ram as p r o fa n o s so b re H e r o d e s 18*1; en
1565 1 tr e in ta y c in c o a ñ o s antes de q u e h u b ie r a n a c id o C a ld e r ó n , se
p u b lic ó la Marianna d e l tr á g ic o ita lia n o L u d o v ic o D o lc e . Y , e n e fe cto ,
p o d e m o s c o n s id e ra r c o m o a n te ce d e n te g e n e ra l a esta o b ra p o r q u e , a
d iferen cia de la q u e es su ú n ic a y solitaria p recu rso ra (Elfurioso rey Herodes

7 Personaje de la m ito lo gía escandinava especialm en te v io le n to , [ n . d el T.J


&* S ob re lo sigu ien te, p u e d e verse M arcus L a n d a u , « D ie D ra m e n v o n H e ro d e s u n d
M a ria m n e » , en : ZpitschrififtrvergleichendeLiteraturgeschichte 8 (18 9 5), pp- I 75 “ 2 I 3 , 2 / 9 -
3I7p y tam b ién 9 (18 9 6 ), p p . l8 5~ 2 2 3 - E l trabajo citado trata de n u m eroso s d ra ­
mas sob re H ero d es u tilizan d o u n to n o m uy desenvu elto y de m an era n o siem pre
fia b le , [n. d e B .]
256 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

de H a n s Sachs) Í9*!, la d e D o lc e tuvo gran d es con secu en cias e n el caso de


to d o s estos d ra m a s. A u n q u e n o e n su rasg o m ás g e n ia l, q u e el a u to r
d esa rro lla to r p e m e n te . A s í, m ie n tra s q u e H e r o d e s (q u e es v íc tim a e n
esta o b r a d e u n a in trig a , d el m ism o m o d o q u e lo es O te lo ) c o n fía en
M a rie n e p le n a m en te y le da la o p o rtu n id a d d e ju stificarse, ella en cam ­
b io n o p u e d e d ejar d e p en sa r en q u e H e ro d e s h a m atado a su h e rm a n o
A r is tó b o lo , n o v ie n d o e n la o p o rtu n id a d d e ju stific a rse sin o u n m ero
pretexto para elim in a rla . M a rie n e lo d ice, y de rep en te u n o d io en v e r­
d a d ilim ita d o co m ien za a im p e ra r e n tre los cónyu ges. Es sin d u d a ev i­
den te q u e C a ld e r ó n n o p o d ía usar este m otivo. M as C a ld e r ó n con sigu ió
e n su o b ra , cuyo p ro ta g o n ista será H e ro d e s c o n m ayo r clarid ad q u e en
las otras v e rsio n e s , q u e lo s c e lo s d e l re y n o se c o n v irtie ra n e n o d io y
estu vieran siem p re a co m p a ñ a d o s p o r el a m o r m ás a p a sio n a d o . P o r el
c o n tra rio , D o lc e le prestó e n su texto a C a ld e r ó n n o sólo (tal co m o pasa
c o n otros autores) el m otivo d el su eñ o o d e la p ro fe cía d o n d e el fin a l de
la tram a se refleja, sin o ta m b ié n el títu lo d el dram a. A s í, e n D o lc e , u n
p r ó lo g o m ito ló g ico in tro d u c e el m otivo de lo s celos en tanto m o n stru o
p e rso n ific a d o . E n su Historia del drama, K le in ha in ten tad o d em ostrar, de
m a n era p o c o co n v in c e n te , q u e Shakespeare c o n o c ía la o b ra de D o lc e .
A u n q u e Otelo q u izá haya a d o p ta d o e n efecto a lgu n o s detalles p resen tes
e n D o lc e , se m a n tie n e sie m p re a g r a n d ista n cia re sp e cto al te m a de
H e ro d e s co m o tal. Y es q u e , e n lo s d ram as so b re éste, la catástrofe
sie m p re se c o n s u m a p o r el m u tu o c o m p o r ta m ie n to d e lo s có n yu g es,
m ie n tra s q u e e n S h akesp eare, al c o n tr a r io , su c o m ú n in o c e n c ia lo s
re ú n e e n la m u erte. A q u í se h a a b a n d o n a d o la dialéctica, q u e a llí sí está
p re se n te . L a ex trem a su tileza d e la tram a e n v ir tu d d e la cu al am bos
cónyuges « tie n e n la r a z ó n » , co m o d ice H e b b e l[lD), debía ser funesta en
c u a lq u ie r caso p a ra au to res m e n o s sig n ifica tiv o s, e in c lu s o p a ra el
m ism o H e b b el; el in terés d ram ático se p ie rd e si la e x p o sició n de a q u e­
llo s celos, que se co n v ierten de in m e d ia to e n o d io , n o p u e d e ya m a n i­
festar su o rige n , q u e b ro ta del a m o r precisam ente. T al vez, pues, C a ld e ­
r ó n ven g a a se r el ú n ic o d e lo s a u to re s de este tip o d e d ram as so b re
H e ro d e s q u e lo g ró resolver esta tarea. P ero ella n o es el p ro b le m a c e n ­
tral p ara la m a yo ría d e los a u to res. M ás b ie n , e n la ép o ca b a rro ca , hay

9* H ans Sachs, Tragedia mit 1$ Personen zu agíren, Der Wüíerích KónigHercdes, wie derseindrey Son und
sein Gemohel UTnbbrQcht, unndhat^Actus, 155 ^- [N .d eB .]
JO C a r ta a E d u a r d ja n in s k i d e l 14 d e a g o s t o de 1S 4S*
EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE 357

m o tiv o s m ás a n tig u o s y p rim itiv o s q u e d e te rm in a n a lo s escrito res. E l


B a r r o c o es la é p o c a e n q u e m ás se tra tó el tem a d e H e ro d e s ; ta l vez
p u e d a d e c irse q u e este tem a se h a lla b a p r e d e s tin a d o e n c ie rto m o d o
para ser cultivado e n u n a ép oca q u e a b a n d o n ó el esquem a de los dram as
de m á rtire s. H e ro d e s es sin d u d a el g ra n m o d e lo de u n a tram a p o m ­
posa, y p o r en to n ces n o só lo fu e tratad o co m o tem a d ra m á tico . A s í, la
o b ra ju v e n il de G r y p h iu s , a q u e llo s p o e m a s é p ico s c o m p u e sto s so b re
H e ro d e s e n la tín 1,1,1, vie n e a m ostrar c o n to d a clarid ad q u é fascin ó a su
g e n e r a c ió n : el so b e ra n o d e l sig lo XVII, q u e e ra la c u m b re de la C r e a ­
c ió n , se e n fu r e c e al m o d o d e u n v o lc á n y se d estru ye c a b a lm e n te a sí
m ism o c o n la en tera co rte q u e lo sigu e. T a n to el teatro c o m o la e scu l­
tu r a d isfru ta b a n así re p r e s e n ta n d o c ó m o el elevad o s o b e r a n o , so ste­
n ie n d o dos n iñ o s en sus m an os y a p u n to ya de d estru irlo s, cae víctim a
al fin de la lo c u ra . M a rin o h izo d el asesinato d e los in o ce n te s de B e lé n
igu alm en te el o b jeto de u n p o e m a q u e todavía d u ra n te el siglo x v n i fu e
trad u cid o al alem án p o r B ro ck es[l1ii. U n terrib le secreto se escon d ía pues
en este rey, mas n o só lo para aquella ép oca. P ero antes d e qu e, e n tanto
q u e tir a n o , y a u n q u e tir a n o e n lo q u e c id o , v in ie r a a c o n v e rtirs e e n u n
em b lem a d e u n a C r e a c ió n p le n a m e n te trastorn ad a, el cristia n ism o de
lo s p rim e ro s tiem p o s se lo im agin ab a a ú n más cru e l, co m o u n a especie
d e A n tic r is to , S o b re esto, T e r tu lia n o , p o r e je m p lo , n o s h a b la de u n a
secta d e h ero d ia n o s que venera en H e ro d e s al M esías. Este d o cu m en to es
sin d u d a im p o r ta n te , sie n d o c la ra m e n te el m ás a n tig u o de la vid a qu e
lleva esta fig u ra e n el c o n ju n to del recu erd o h istó ric o , a u n q u e ta m b ién
carece p o r co m p leto de sustancia h istórica co m o tal. Pues cabe p resu m ir
q u e, sim p lem e n te, la palab ra « h e r o d ia n o » designaba a los p a rtid ario s
de la dinastía de H ero d es A n tip as, co m o tam bién a los de los rom an os.
D u ra n te to d o el sig lo XVII y a c o m ie n z o s d e l sig lo XVIII existe u n a
se rie c o m p le ta de d ram as re lativ am e n te in d e p e n d ie n te s so b re H e r o ­
d es, q u e a q u í n o p o d e m o s c a r a c te riz a r e n d e ta lle . A s í, lo s ita lia n o s
p o sterio res a D o lc e (co m o C ic o g n in i113*1, R e g g io n i1'**1 y L a lli113’1) h ic ie ­

II * Andreas Gryphiufi, Herodisjuriae et Eachelis lacrymae, 163 4 . en: itf., Deivindicis Ímpetus et Herodis
interitus, 1635, [N,de B.] [Gryphius vivió entre 1616 y 1664» siendo el poeta y drama­
turgo de mayor importancia del Barroco alemán, (n. del T.)]
i !% Hemt B.H. Broches verteutschter bethlehemitischer Kinder-Mord des Ritters Marino >C olonia y Ham -
burgo, 1715. [Giambattista M arino vivió entre 1569 y 1625 (N .delT,)].
13* G .A . C icognini, II maggior mortstro del mondo. Opera tragica, Perugia, 1656* [N. deB.]
14.* J .B . Reggioni, La felonía d ’Erode, Bolonia, 1672. [N.de B.]
15* Dom enico Lalli, LaMariane, interpretada enV enecia en 1724 - [N-íLe B.J
258 ENSAYOS ESTÉTICOS Y LITERARIOS

r o n a n te to d o y so b re to d o u n as v e rsio n e s o p erística s q u e se e n c u e n ­
tr a n b a jo la in flu e n c ia d e C a ld e r ó n . M ás a d e la n te , G o z z i s ig u ió e l
d ram a d e V o lta ire sob re M a rie n e 1’61. P o r el c o n tra rio , apenas hay d ra ­
mas esp añ oles sob re H e ro d e s. E n la é p o ca de re d a c c ió n d e la p rim e ra
v e rsió n d el d ram a de C a ld e r ó n se p u b lic ó La vida de Heredes, de T ir s o de
M o l i n a A l a m o r d e O c ta v ia n o , q u e e n e l caso d e C a ld e r ó n se
en c ie n d e ante u n retrato (de m o d o sim ilar a co m o su ced e e n el caso de
J o se fo c o n la lascivia de A n t o n i o ) , le c o rre sp o n d e e n el caso de M o lin a
el e x c é n tric o g ir o d e q u e H e ro d e s alcan za de p r o n to a v e r p e r s o n a l­
m en te en la galería q u e p o see el rey d e A r m e n ia el h e rm o so retrato de
M a rie n e y se in fla m a así de a m o r p o r ella. E l m otivo d el e n c u en tro co n
la am ada de m o d o casual e n la im ag en de u n cu ad ro vie n e su gerid o p o r
J o se fo y se e n c u e n tra adem ás e n casi to d o s lo s d ram as sob re H e ro d e s,
s ie n d o p r o b a b le m e n te d e o r ig e n o r ie n ta l, P ero , e n el caso d e C a ld e ­
r ó n , a d q u ie r e u n s ig n ific a d o c la ra m e n te e s p e c ífic o . E l r e tra to de
ta m añ o n a tu ra l de la b e lle z a p re su n ta m e n te m u erta , el c u al h a m a n ­
d a d o p in ta r O c ta v ia n o a p a r tir d e u n a m in ia tu r a , cae d e la p a r e d de
d o n d e cuelga p o r cu an to H e ro d e s, q u e está a sus espaldas, h a alzado de
p r o n to su p u ñ a l p a ra g o lp e a r al e m p e r a d o r . A n u n c ia n d o c o n e llo la
desgracia, el p u ñ a l n o da en O c ta v ia n o , sin o en el retrato d e M a rie n e .
C a ld e r ó n e n c o n tró este m o tiv o e n a lgu n o s dram as esp añoles (e n T ir s o
de M o lin a , p o r e je m p lo , y e n S a lu c io d e l P o y o ) tlS*!, p e ro sin d u d a n o
e n r e la c ió n c o n la h isto ria esp ecífica de H e ro d e s. L a p r im e r a v e rsió n
q u e h izo d e l d ram a sería p u b lica d a b ajo el títu lo de El mayor monstruo del
mundo e n el 1 6 3 6 , p o r lo q u e se trata cla ram e n te de u n a o b ra bastan te
ju v e n il d el p o eta , m ien tra s q u e la segu n d a de sus versio n es (ú n ica qu e
é l c o n s id e ra b a a u té n tic a ) la re d a c tó h a cia 1 6 6 7 . D ic h o d ra m a fu e
re p re se n ta d o p o r ve z p r im e r a e n M a d rid , e n e l 1 6 6 7 , e n su seg u n d a
v e r s ió n , al fin a l de la c u a l el a u to r p r o te s ta e x p re s a m e n te c o n tr a la
r e p r e s e n ta c ió n e im p r e s ió n d e la p r im e r a . E n el 1 7 0 0 , el d ra m a fu e
re p re se n ta d o e n F ra n k fu r t, y alg o a n tes e n D re sd e . C a b e al resp e cto
su p o n e r q u e in flu ir ía so b re a lg u n o s textos de las co m p a ñ ía s d e te atro
alem an as q u e só lo c o n o c e m o s p o r su títu lo . E l p r im e r d ra m a a lem án
sobre H e ro d e s después de H an s Sachs (Herodes der Kindermórder d e jo h a n n

16 G asparo G o zzi tradu jo en I 75 1 al italian o la p rim era v ersió n de Marianne de V oltaire,


que es de 1724"
17* T ir s o de M o lin a , Lavida de Herodes, 1636* [n. de b J
18 * D am ián Salucio del Poyo, Lo próspera fortuna delfamoso Ruy López de Avalos, 1611. [N .d e B .]
EL MA YOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENS 259

K la j, q u e se p u b lic ó e n N ú r e m b e r g e n el 1 6 4 5 ) n o d e p e n d e p u e s d e
C a ld e r ó n , sin o d e l Herodes infanticida e sc rito p o r H e in s iu s IlsI. P o r lo
dem ás, su relativa fam a en la h isto ria de la literatu ra n o la o b ten d ría p o r
sí m ism o , sin o p o r la crítica b ilio sa qu e le h izo J o h a n n Sch legel [2°*J, que
e n ella salda cuen tas al tie m p o c o n H a r s d ö rffe r, el p r o te c to r d e K la j.
D e lo s a u to res in g lese s p o d e m o s n o m b r a r a M a ssin g e r, u n p o e ta d e l
sig lo XVII, c o n su o b ra El duque de M ilán121' 1. G u a n d o d ic h o d ra m a , q u e
traslada la h isto ria de J o sefo hasta la co rte de L u d o vico S forza, se re p re ­
senta, e n e l 1 8 4 9 >e n A le m a n ia , seg ú n u n a v e rsió n de D e in h a rd tste in ,
H e b b e l le h iz o u n a c rític a d estru ctiv a c o n b ase e n la c o n fia n za , a ú n
secreta, q u e le daba su dram a sobre H e ro d e s [aaI. Esta apresurada p a n o ­
rá m ic a n o s c o n fir m a s in d u d a q u e la h is to r ia de H e r o d e s es u n te m a
p r o p ia m e n te b a r r o c o . E sto q u ed a m ás cla ro to d a vía si te n e m o s e n
cuen ta el sim p le h e c h o d e q u e casi to d o s los dram as sob re H e ro d e s de
tiem p os p o steriores al B a rro co se q u ed aro n en estado de proyectos e n el
caso de autores im p ortan tes (tales co m o L essín g y G rillp a rz e r) o fu e r o n
escritos p o r autores m en o res (R ü ck ert y S tep h en P h illip s )1,31. H e b b e l es
la ex cep ció n más im p o rta n te, pu es, de tod o s lo s dram as sob re H ero d es,
sólo el suyo p u e d e reclam ar ser com p arad o c o n el de C a ld e r ó n .
P ero , e n cu an to a esto, todavía n o se h a en tera d o n ad ie en A le m a ­
n ia . L a r a z ó n sin d u d a es e v id e n te , p o r m ás q u e casi n u n c a haya sid o
expresada c o n cla rid a d . E l d ram a d e C a ld e r ó n pa recía te n e r ta n to que
p e r d e r c o n la c o m p a ra c ió n q u e se p r e fir ió d e ja rlo d e la d o . P o rq u e le
faltab an m uchas cosas: u n a tram a d esa rro lla d a m a n te n ie n d o la ló g ica ,
m o tiv a c io n e s p s ic o ló g ica s p r o fu n d a s , o , e n f in , u n c o lo r id o d ig n o y
f ie l. Y m u ch as otra s cosas n o d e b ie r o n ta m p o c o h a b e r estad o e n el
d ram a q u e h izo C a ld e ró n : el p u ñ a l y el retrato c o m o atrezo p ara la tra -

19 E l dram a d e D a n ie l H e in siu s se e n cu e n tra in c lu id o e n su lib r o Poemata, p u b lica d o


e n A m sterd am e n e l 1649*
2,0 * J o h a n n E lias Sch legel, Nachricht und Beurtkeihing van Herodes dem Kindermörder einem
Trauerspiele Johann Klajs- Beiträge £ur kritischen Historie der deutschen Sprache, Poesie und Beredsamkeit,
v o l. V II , I 74 1 Q °h ‘ £iiüs SeMegels tyferta. Dritter Theit, e d . de J o h a n n H e in ric h Sch legel,
C o p e n h a g u e / L e ip z ig , 1764., p p . 1 -2 6 ). [n. d e B.]
2 1* P h ilip M assin ger, The Duke ofM ilb in , 16 2 3 . [n. de BJ
22 F rie d rich H eb b el, Sämtliche Werke. Historisch-kritische Ausgabe besorgt von Richard Maria Werner,
se cció n I, v o l. II, B e rlin , 1 9 0 3 , pp- 2 4 7 ~2 6 o .
53 C f r . G o ttk o ld E p h ra im Lessing, Fatime, e n Sämtliche Schrißen, v o l. 3, Stuttgart, 1887»
p p . 3 9 0 - 3 9 9 ; F ranz G rillp a rz e r, Die let&en Könige von Juda, en Sämtliche Werke, vol. 8/9,
V ie n a , 1936» PP- 7 9 s , > F rie d rich R ü ck ert, Herodes der Grosse in uvei Stücken, Stuttgart,
1844.; S tep h en P h illip s, Herod, 1 9 0 0 .
26o ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

ged ia d el d estin o , las exageracio n es g o n g o riñ a s, la v e rsific a ció n d e los


so n e to s, la m ú sic a y lo s c o ro s d e m u je r e s ... P o r su p u e s to , to d o e llo
era n c o m p o n e n te s n ecesa rio s de la p o esía de C a ld e r ó n ; y si el d ram a
so b re H e ro d e s o cu p a e n c ierto sen tid o p o s ic ió n ex cep cio n al en tre sus
ob ras, n o se d eb e sin d u d a a esos m o m e n to s. L a p o s ic ió n ex c e p cio n a l
q u e lo s esp añoles (y tal vez ta m b ié n G rie s d e b id o a su tra d u c c ió n ) h*1 le
a tr ib u y e n n o lo h ace in d ig n o d e la c o m p a r a c ió n , s in o q u e lo eleva
e n tr e sus p r im e r a s o b ra s. U n a a u to r id a d e sp a ñ o la (el c o m p ila d o r de
Tesoros del teatro español) íasi d ic e q u e El mayor monstruo es la p r im e r a de las
cu a tro ob ras q u e rep rese n ta n las cu m b res d e l teatro h isp a n o . A s í p u es,
está claro q u e la causa d e q u e los autores alem an es d u d e n e n h a b la r de
d ich o dram a cu an d o estu d ian a H e b b e l n o es su m e n o r v a lo r, sin o que
su g é n e r o r e s u ltó sie m p re e x tra ñ o e n A le m a n ia . S i n o te n e m o s e n
cu en ta este d eta lle, n o p o d re m o s r e fle x io n a r e n se rio so b re el d ram a
e n cu estió n . M as tal vez haya u n so lo a u to r a le m án q u e se h a o c u p a d o
c o n la m áxim a in ten sid a d de las ob ras d ifícilm e n te accesibles d e C a ld e ­
r ó n ; y ese a u to r fu e G o e th e . A l m a rg e n d e su v a lo r p r o p io , el estu d io
de G o e th e so b re C a ld e r ó n (respecto d e l cu al n o h a y q u e le e r el in s ig ­
n ific a n te lib r o d e D o r e r 136’ 1, s in o la re se ñ a d e l m ism o, d e S c h u -
ch a rd tfaí*1) sigue sien d o h o y im p re sc in d ib le desde el p u n to de vista h is ­
tó r ic o p a ra to d o s lo s q u e d esd e e l á m b ito de la lite r a tu r a a le m a n a
q u ie ra n c o n o c e r a C a ld e r ó n . G o e th e es sin d u d a im p re sc in d ib le , y n o
A .W . S c h le g e l. P u es la c é le b r e le c c ió n d e c im o c u a r ta (o tr ig é s im o -
q u in ta ) s o b r e el a rte y la lite r a tu r a d ra m á tic a s [sS|, a u n q u e c o n te n g a
fo r m u la c io n e s sig n ifica tiv a s y c e rte ra s, es c u a lq u ie r cosa m e n o s u n
e stu d io in e lu d ib le d e este e s p ír itu . M ás b ie n esa le c c ió n e n sa lza tan
exagerad am ente a C a ld e r ó n q u e su falta d e u rb a n id a d tuvo q u e m o le s ­
ta r a lo s lite r a to s . A s í, T i e c k [39\ K l e i n y el c o n d e S c h a c t c r itic a n a
S ch legel en sus trabajos sob re el d ram a esp añ ol y, d e fe n d ie n d o a L o p e ,
ven ya m ás o m en o s e n C a ld e r ó n al p o eta m ás p r o p io d e la d ecad en cia

24 Jo h a n n D ied erich G ries ( l7 7 5 " l8 4 2 ) tradu jo al alem án, en tre 1815 y 1829, n u m e ro ­
sas obras de C a ld e ró n , [n . d el T.]
35 E u g e n io de O c h o a , 18 15 -18 7 3 . [N. d el T.]
26® Goethe und Calderón. GedenkblatterzttrCalderonfeier, ed- d e E d m u n d D o r e r, L e ip zig , 1881.
[N . de B.]
2 7 * H u go S ch u ch a rd t, SomanúcfiesuníKeltüches. GesammelteÁujsai!í, E strasburgo, 18 8 6, pp .
120 -14.9 . [N. de B.]
38 A u gu st W iUielm Schlegel, VoriMungen überdromatuchc iW l.itteratu?. V icn a , 18 0 9 -18 11.
29 L u d w ig Tiecfe, 1 7 7 3 -1 8 5 3 . [N. d el T .j
EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE 26l

p o lític a . P ues, d e h e c h o , a u n q u e estas a n alogías d e lo s p e r ío d o s d e la


h isto ria p ra gm á tica c o n los p e río d o s de la lite ra tu ra sean m u y p r o b le ­
m áticas, n o se p u e d e n e g a r q u e , e n A le m a n ia , S c h le g e l h a s id o p a ra
C a ld e r ó n m en o s u n a rg u m e n to q u e u n estím u lo . Se le p o d ría a trib u ir
in c lu so c o m o u n a fu n c ió n d e d ip lo m á tic o . Y , e n verd ad , q u ie n estu ­
d ie c o n d eta lle las in trig a s e n to r n o al n o m b r e de este g r a n esp a ñ o l a
p r in c ip io s d e l sig lo X IX p u e d e cre erse sin d u d a traslad ad o d e l á m b ito
d e la literatu ra al d e la alta p o lítica . S ch legel in te n tó gan arse a to d o s los
q u e se o c u p a b a n de C a ld e r ó n , p e ro n o sólo G rie s se q u ed ó esp eran d o
u n a resp u e sta al e n v ío d e lo s p r im e r o s v o lú m e n e s de su tr a d u c c ió n ,
sin o q u e, in c lu so en u n asu nto c o m o la céleb re co n tro v ersia q u e B ó h l
v o n F a b er ( u n a le m á n ) p la n te ó e n E sp a ñ a c o n tr a J o a q u ín d e M o ra
so b re el v a lo r p o é tic o de C a ld e r ó n y c o n tra el in s íp id o teatro fran cé s
q u e se in filtra b a en to n ces en E spaña, S ch legel se n egó im p líc ita m e n te
a in t e r v e n ir e n fa v o r de su c o m p a tr io ta , c o m o le h a b ía n p e d i d o 130*1.
P u e s S c h le g e l p e n sa b a q u e c o n f e r i r la fa m a lite r a r ia e ra ta n s ó lo su
p rerro ga tiva . A esto hay q u e a ñ a d ir q u e su tra d u c c ió n de C a ld e r ó n fu e
superada en calid ad p o r la de G rie s, y q u e Sch legel ten ía q u e co m p a rtir
c o n W ilh e lm v o n H u m b o ld t la f u n c i ó n d e c o n s e je r o , al m e n o s p a ra
G o e th e . T a m b ié n las cartas de H u m b o ld t d esd e E spañ a le h a b la ro n a
G o e th e de C a ld e r ó n . Es b ie n c o n o c id o el relato de la p ú b lic a le c tu ra
de El príncipe constante e n W eim a r p o r G o e th e , q u e, hacia el fin a l, cu an d o
el p r ín c ip e m u e r to avanza c o m o u n e s p ír itu al fr e n te d e sus tro p a s ,
a rr o jó c o n m o v id o el lib r o so b re la m esa: S ch u ch a rd t h a r e c o rd a d o la
c a ld ero n ia n a apoteosis d el fin a l de EgmontllJ\ Y es q u e este en tu siasm o
fu e e n to d o caso p a ra G o e th e el c o m ie n z o de u n a lu c h a de m u c h o s
a ñ o s fr e n te al in g e n io d e l e s p a ñ o l. Y , e n este c o m b a te , sacó a la lu z
ideas (a u n q u e de h e c h o sólo b osq u eján d o las) q u e recla m a n u n s ig n ifi­
cad o q u e es sin d u d a c a n ó n ic o p a ra el estu d io d e C a ld e r ó n p o r p a rte
de la c rític a a le m a n a . S i n o n o s e q u iv o c a m o s , G o e th e a p o r tó a esta
lu ch a tres talen tos m u y elabo rad os e n los cuales p arecía hallarse n o sólo
a la altura d el esp añ ol, sin o in clu so c o n él em p aren ta d o . D ich o s ta le n ­
tos le p e r m itie r o n abrazar a este ex tra ñ o g e n io m ás estre ch a m en te de

3 0 * C f r . C a m ille P ito lle t, La querelle ealdéronienne de JohanNikolasBoM von Faber etJoséJoaquín de


Mora, París, i g o i . [n. de B.] [Johann K i to la s B o h l v o n Faber vivió en tre 173 ° y
1836; era el padre de C e c ilia B o h l de Faber —que u tilizó e l p se u d ó n im o de Fernán
C a b a lle ro —, José J o a q u ín de M o ra vivió e n tre 1783 y 1864. (n . de T .)].
31 H u go S ehu ch ardt, op. cií., p . 143 ,
262 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

lo q u e n u n c a lo h a b ía co n segu id o u n po eta alem án : a saber, fantasía y


n o b le za y arte. A H e b b e l en cam b io ve n ía n a fa ltarle p o r c o m p le to lo s
d os ú ltim o s m o m e n to s ; y se c o m p r e n d e p o r q u é a él C a ld e r ó n le
resu ltó ex tra ñ o sie m p re . E n esp ecial, es d ifíc il q u e h aya n in g ú n o tro
p o eta m o d e r n o d e l ra n g o de H e b b e l al q u e to d o lo artístico le qu ed ara
m ás le jo s . E sto p u e d e e n te n d e rse c o m o u n e lo g io o d e o tra m a n era :
p e r o , e n to d o caso, le im p id e c o m p r e n d e r a C a ld e r ó n . P ara ju z g a r
p o éticam e n te al español, el m o m en to d e l arte es más im p o rta n te q u e la
p o s ic ió n r e lig io s a de q u ie n ju z g a . G o e th e estaba ta n le jo s d e l c a to li­
cism o co m o H e b b el, p e ro , e n tanto q u e artista, sabía co n c e d e rle de vez
e n c u a n d o u n lu g a r en lo in te r n o de la e c o n o m ía d el d ra m a . G o e th e
a b a n d o n ó tie m p o después aqu ella p r im e r a a ctitu d entusiasta, u n a q u e
le había h ech o d e c ir q u e a p a r tir d e El príncipe constante p o d ría restablecer
la p o esía si ésta desapareciera p o r c o m p leto del m u n d o [3al. P ero a ú n en
el a ñ o l 8 l 2 v ie n e a m e n c io n a r a C a ld e r ó n e n u n a o b se rv a c ió n al re s­
p e cto d e S h akesp eare. L o s re p a ro s c o m e n z a r o n algo m ás a d ela n te, al
h ilo d el co n cep to de lo « a b s tru so » : lo abstruso d el c o n te n id o , el c ato ­
lic is m o , y lo a b stru so de la fo r m a , a sa b er, la p o m p a te a tra l. E n este
m ism o se n tid o d ijo G o e th e q u e C a ld e r ó n p u d o h a b e r sid o p e lig ro so
sin d u d a p a r a S c h ille r , p e r o q u e , e n c a m b io , n o e je r c ió n u n c a la
m e n o r in flu e n c ia sob re é l,33). M as in c lu so e n esa ép oca e n q u e G o e th e
in te n tó fo rm u la r d efin itiva m en te su re la c ió n respecto a C a ld e r ó n en la
reseñ a q u e h iz o d e La hija del aire, in s is tir ía e n el c o n o c im ie n to d e las
circu n stan cia s de la ép o ca e n la q u e escrib ía el esp a ñ o l, y sin d u d a n o
p a ra ex c u lp a rlo a la lu z de esos c o n d ic io n a m ie n to s , s in o , antes b ie n ,
p ara cap tar cu ál fu e su m o d o de lo in c o n d ic io n a d o . A sí, escrib e G o e ­
the e n las ob serva cio n es a su tr a d u c c ió n de El sobrino de Ramean: « P ié n ­
sese e n Shakespeare y en C a ld e r ó n . E l trib u n a l estético su p rem o nada
tie n e q u e p u e d a r e p r o c h a rle s ; y si a lg ú n s a b io n d o se e m p e c in a ra en
acusar a estos artistas d e b id o a cierto s pasajes, ello s p re se n ta ría n s o n ­
rie n d o u n a im ag en de la n a c ió n y de la ép oca e n y para las cuales trab a­
ja r o n ; y esto n o les g ra n je a ría la m e n o r in d u lg e n c ia , sin o a u n nuevas
alabanzas p o r h a b e r lo g ra d o a co m o d arse d e m o d o tan d ic h o s o » .
A q u é se a c o m o d ó p u e s C a ld e r ó n es la c o n d ic ió n p r e lim in a r qu e
hay q u e esclarecer c o n el ob jeto d e c o m p re n d e r sus dram as. A sí, habrá,

32 C a rta a S c h ille r d el 28 d e e n ero de 1804*


33 C o n v e rsa ció n co n E ck erm an n d el 12 de m ayo de 18 2 5 ■
EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE ?63

ante to d o , que m e n c io n a r dos cosas-, el catolicism o y la co rte regia. M as


el d ra m a d e C a ld e r ó n , e n cu ya p e r s o n a v ie n e n ju n t o s el r a n g o r e l i ­
g io so y el m u n d a n o , n o está n u n c a m a rcad o p o r las am enazas d e c e n ­
su ra d e l c a to lic is m o y de la c o rte , s in o p o r la fu e r z a de las id ea s q u e
viven e n ello s. U lr ic i h a ex p licad o a este respecto d e m a n era excelen te
e n su o b ra Sobre el arte dramático de Shakespearej su relación con Caiderónj Goethe
en q u é se n tid o vale esto p a ra el c a to lic ism o . E n C a ld e r ó n —n os d ice—
« d e b id o a la r e c o n c ilia c ió n de lo s c o n tra rio s, q u e a h í ya está p rese n te
y p resup uesta, d e b id o a la r e d e n c ió n de la h u m a n id a d ya efectu ad a p o r
D io s, ... la a c c ió n está lan zad a a u n en re d o tal, la v o lu n ta d y la a cc ió n
de las p e rs o n a s va n c o m e tie n d o tales c o n tr a d ic c io n e s c o n el o r d e n
d ivin o , q u e la in te rv e n c ió n e x te rio r in m e d ia ta de D io s a d q u iere p o r lo
m e n o s la a p a rie n c ia d e la n e c e s id a d » 1341. P ero la in te r v e n c ió n in m e ­
diata d e D io s q u e a q u í se p resu p o n e n o vie n e a p ro d u c irse e n to d o s los
dram as (y ta m p o co en el dram a so b re H e ro d e s). L a extraña « e x te r io ­
r id a d » de C a ld e r ó n n o c o n fie sa fá c ilm e n te su secreto . P ero sigu e en
vig o r la p reg u n ta de U lric i: ¿ q u é tem as p ro fa n o s so n u tilizab les c o n u n
in terés a u tén ticam en te d ra m á tico e n u n m u n d o e n el cu al lo s ó rd en es
m orales m ás p r o fu n d o s (in clu so e n los detalles: p ién sese e n la casu ís­
tica de la ép oca) vie n e n d eterm in ad o s p o r la tra n sc en d e n c ia ? P ero , sea
cual fu ere la respuesta, p arece q u ed a r c la ro de a n te m an o q u e el carác­
te r d e la o b r a te a tra l se m a n ife sta rá e n estos d ra m a s de u n a m a n e r a
m u ch o más osten sible q u e e n los casos restantes. Y , adem ás, ta m b ién es
evidente q u e el in te n to de ver e n este dram a u n a trag ed ia im p id e c o m ­
p r e n d e r lo . Y es p o r ello p o r lo q u e U lric i, n o c o n o c ie n d o o tra p o s ib i­
lid ad , acaba p o r alegar d eso rien ta d o : « A q u í, lo q u e e n el ser h u m a n o
es n o b le y g ra n d e n o su cu m b e p o r cu lp a de su d e b ilid a d te rren al, sin o
que, en su gran d eza m o ra l y religiosa, vie n e a e n c o n tra r la m u e rte e n la
lu c h a e n ta b la d a c o n las fu e rz a s d e l m a l y la d e s d ic h a » 1351. Y sin
em b argo El príncipe constante, de q u ie n se d ice esto, es sin m ás u n d ram a
de m a rtirio . P ero ta m b ié n p o d ría d em ostrarse d e lo s restantes dram as,
en esp ecial d el d ram a sob re H e ro d e s , q u e en ellos n o se p u e d e h a b la r
de la existencia de u n a cu lp a trágica (lo q u e sería algo p a r a d ó jic o ) , n i de
u n a a u té n tic a r e s ta u r a c ió n q u e r e im p la n te el o r d e n m o r a l e n el

34* H e rm a n n U lr ic i, Übsr Shakespeore’s dramatischs Kunsí und seifl V ejha ltn isC a ld erón und Gothe ,
H alle, 183 9 , p . 517.
35 H>i¿; P- 528 .
ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

m u n d o , e tc ., e tc. E l lu to a co m p a ñ a e n esa o b ra al o ca so q u e su fr e el
n o b le esposo,- lu to q u e sería ilim ita d o si la in te n c io n a lid a d q u e d ijo
G o e th e q u e h a de resp la n d e ce r en to d a o b ra d e arte n o se m an ifestara
claram en te en el cu rso d e lo s a co n te cim ien to s c o n u n a in ten sid a d qu e
im p id e el lu to . Se trata d e u n Trauerspkl, sin d u d a a lg u n a , de u n a o b ra
lu c tu o s a te a tr a l1361. Y así tie n e s e n tid o q u e el fr a g m e n to d ra m á tic o
escrito p o r G o e th e b a jo la in flu e n c ia d e C a ld e r ó n a p a rtir d e u n tem a
d e la é p o c a d e C a r lo m a g n o c ir c u le a ú n b a jo e l n o m b r e a p ó c r ifo d e
u n a « tra g e d ia de la c r is tia n d a d » l3?l.
E l d ram atism o de la ob ra se ve o b lig a d o p u es a d esp legar el d estin o
co m o ju e g o cu an d o se en cu en tra e n fre n ta d o a tem as h is tó ric o s 1381. Esta
d iverg en cia es lo q u e constitu ye ju sta m e n te a la « tra g e d ia ro m á n tic a » .
D e lo s p o etas m o d e rn o s , n in g u n o h a lu ch a d o m ás q u e S c h ille r c o n el
o b jetiv o d e a firm a r e l páthos a n tig u o , la se rie d a d ú ltim a d e la trag ed ia
a n tig u a e n esos tem as, q u e e n sí n a d a tie n e n ya q u e v e r c o n el m ito
p r o p io d e los trágico s. D o n d e G o e th e te n d ía a m ed ia cio n es sig n ific a ­
tivas y fu n d a m e n ta d a s, e l d ra m a de S c h ille r (n a tu ra lista e h is tó r ic o )
in te n ta b a a g o ta r las d os p o sib ilid a d e s q u e to d a vía p a re c ía h a b e r p a ra
e x p o n e r el d e stin o a n tig u o e n el se n o d e la m o d e r n id a d . Y am bas se
e c h a ro n a p e r d e r m ás a d e la n te : u n a e n lo s d ram as d e R a u p a c h so b re
lo s H o h e n s ta u fe n 1391, y la o tr a e n lo s d ra m a s d e d e s tin o , c o m o p o r
e je m p lo Losfantasmas1*0^. E l s ig n ific a d o d e la id ea de lib e r ta d e ra p a ra
S ch ille r q u e m ed ia n te la u tiliz a c ió n d e los reflejo s (si es p o sib le d ecirlo
de ese m o d o ) resu lta b a capaz de su b rayar el carácte r de d e stin o d e lo
h istó ric o . Y sin em b argo S c h ille r n o lo g ró apenas dar seried ad an tigu a
a su o b ra so b re María Estuardo n i ta m p o c o a La doncella de Orleans-, el
c o m ie n z o de Guillermo Tell es o p e r ís tic o , y el in t e n to m ás r a d ic a l de
c u a n to s h iz o p o r a p r o p ia rs e d e l a n tig u o h a d o e n su p ie za La novia de
Messina te n ía m en o s r e la c ió n c o n G r e c ia q u e c o n el d ra m a r o m á n tic o
d e l d e s tin o . A p a r tir d e estas r e fle x io n e s , la fra se (ya m e n c io n a d a )

36 La palabra alem ana Trauer-spie! (donde Spkl es ‘obra’ siendo Trauer 'luto') se puede trad u ­
cir literalm ente com o « o b r a teatral lu c tu o sa ». [N . del T.]
37 G oethe, Gedenkavsgabe der Werke, Briefi und Gesproche, ed. de E . B eutler, vol. 6, Z ú rich /Stu tt-
gart, 19 6 2 , pp . 8 5 0 -8 5 7.
38 Tén gase en cuenta que, e n alem án, com o tam bién sucede en otras lenguas, para decir
^ obra teatral*' se emplea una palabra (Spiel) que significa •fcjuego». [n. d e lT .]
39 Ernst Raupach, que vivió entre 178 4 y 1852 , escribió entre 1825 Y q u in ce dramas
sobre los H ohenstaufen .
40 los^anfssmas, dram a de Ibsen de 1881. [N .del T.]
EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE 26g

expresada p o r G o e th e d e q u e el te atro de C a ld e r ó n p o d r ía h a b e r sid o


p e lig ro s o p a ra S c h ille r d eja rá sin d u d a d e re s u lta r e n ig m á tic a . T e n ía
G o e th e r a z ó n p a ra se n tirse a salvo si, c o m o al f in de Fausto, a co m e tía
c o n s c ie n te y so b ria m e n te a q u e llo a lo q u e S c h ille r se veía a p re m ia d o
c o n disgusto y, al tie m p o , atraíd o d e m o d o irresistib le. P o r el c o n tra ­
r io , el h ech o d e q u e H e b b e l n u n ca haya sido situado cerca d e C a ld e r ó n
n os resulta en verd a d so rp re n d e n te y apenas se p u e d e c o n s id e ra r ju s t i­
fic a d o p o r la fra se de T re itsc h k e de q u e « la fa n ta sía d e s b o r d a n te se
h a lla e m p a r e n ta d a e n su i n t e r io r c o n lo s ex tra vío s p r o p io s d e u n a
d em asiad o su til in t e lig e n c ia » 141,5.
L a e la b o r a c ió n e m in e n te d e l e le m e n to r o m á n tic o y, p o r ta n to ,
ta m b ié n su e m in e n te c o n s c ie n c ia h a c e n c o m p le ta m e n te d ife r e n te al
d ram a c a ld e r o n ia n o d e l d ram a d e S c h ille r, pese a tod as las an alogías.
P o r el c o n tra rio , el c o n d e S ch ack ve e n C a ld e r ó n el o r ig e n de la trag e­
d ia d e d e stin o d e lo s r o m á n tic o s a le m a n es, y n o s d ic e q u e el d ra m a
so b re H e ro d e s es « e l p r im e r g e r m e n de esas o b ra s c o n fu s a s » IésI. Sea
c o m o fu ere, u n estu d io recie n te realizad o p o r B eren s sob re Las tragedias
de destino de Calderón1*3^ sim p lifica e n exceso cu a n d o le q u ita al p ro b le m a
de la traged ia d e d estin o to d o su sig n ifica d o al a firm a r q u e su co n cep to
(en tan to q u e c o n c e p to d e u n g é n e r o p o é tic o c o m o tal) fu e in t r o d u ­
cid o en la literatu ra p o r parte de la crítica y la p o esía alem anas. E l c o n ­
c ep to p o r la c rític a , tal vez; p e r o la cosa p o r la p o e s ía , n o . E l p r o p io
B e re n s tie n e q u e a d m itir q u e ju s ta m e n te el d ra m a de C a ld e r ó n sob re
H e ro d e s se e n c u e n tra sin d u d a « e m p a re n ta d o c o n la traged ia de d es­
tin o d e l r o m a n tic is m o a le m á n » 1**1. P o r lo cu al, ella m ism a n o será
m en o s típ ica de C a ld e r ó n . U n vistazo a la tram a da p r o n to c o n los ras­
gos característicos d el dram a d e d estin o . A l p r in c ip io hay u n a p ro fe cía .
M a r ie n e le relata a su m a rid o lo q u e le h a d ic h o u n m a g o , el cu al ha
previsto u n a d o b le ca tá stro fe: M a rie n e será víctim a d e l m o n s tr u o más
c ru e l d e l m u n d o y H e ro d e s m atará c o n su p u ñ a l a lo q u e m ás am a en
este m u n d o . P e ro la tram a se c o n d u c e de tal m o d o q u e, u n a vez p r o -

4 1 * [H e in rich v o n T reitschke,] « Z eitgen össisch e D ic h te r. III: F ried rich H e b b e l» , en:


Preußische Jahrbücher, ed. de R u d o lf H aym , vol. V , B e rlín , l8 6 o , p . 559 - de B-1
[Treitschke, u n o de los más in flu yen tes de los historiadores alem anes de la segunda
m itad d el XIX, vivió en tre 1834 y 189 6 . (n. d e l T.)]
42 Schack, op. cit., p. 178 .
4 3 * Peter B eren s, ■*C a ld e ro n s S ch icksalstragöd ien » , en: [{omanischeForschungen 39 (1921),
p p . 1- 6 6 . [N .d e B.]
4 4 Ibid., p . 6 5.
266 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

n unciadas aquellas palabras, el p u ñ a l está siem p re en el cen tro de a te n ­


c ió n d e l e sp e c ta d o r. H e ro d e s , p o c o in tr a n q u iliz a d o p o r la p r o fe c ía ,
a rr o ja el p u ñ a l al m a r p a ra d e m o s tra r q u e n o se h a lla so m e tid o a los
astros. P ero d esd e el m a r le re sp o n d e u n la m e n to : el p u ñ a l h a h e r id o
al m e n s a je ro q u e tra e la n o tic ia de la v ic to r ia de O c ta v ia n o s o b r e la
flo ta d e H e r o d e s a lia d a c o n A n t o n i o . Y H e r o d e s , al q u e O c ta v ia n o
h a ce ir a M e n fis p a ra q u e le d é e x p lic a c io n e s , c o n te m p la s o b r e la
p u e rta d e la sala de a u d ien cias reales el retrato a ta m añ o n a tu ra l de su
esp osa. Se trata d e u n re tra to e n m in ia tu r a q u e , fo r m a n d o p a r te d e l
b o t ín v ic to r io s o , h iz o q u e el r o m a n o se e n a m o ra ra de la re tra ta d a ,
M a r ie n e . S u h e r m a n o A r is t ó b o lo , q u e se h a lla p r is io n e r o d e O c t a ­
v ia n o , b a r ru n ta la d esg ra cia q u e esta p a s ió n p o d r ía p r o v o c a r , p o r lo
q u e le dice al e m p e ra d o r q u e M a rie n e (cu yo n o m b r e le ocu lta) m u r ió .
O c ta v ia n o o r d e n a c o p ia r la m in ia tu ra e n u n retrato de tam añ o n a tu ­
ra l, q u e a to d a p risa se c u e lg a e n el d in t e l. Y a u n q u e la v is ió n d e l
retrato en o ja rá p r o fu n d a m e n te a H e ro d e s, la n ecesid ad d e d efe n d erse
a n te O c ta v ia n o n o le d eja tie m p o p a ra p r e g u n ta r s e c ó m o p u d o el
retrato lleg a r hasta ahí. P ero H e ro d e s n o d u d a d e su esposa. E n efecto,
si h u b ie ra q u e resaltar u n a de las tantas b ellezas d e l dram a, sería a q u e ­
lla escena en la cual el T etrarca, desarm ado co m o está p o r la in esperad a
p r e s e n c ia d e l c u a d r o (cu yo o b je to p o r c ie r to ta n s ó lo él c o n o c e ) , se
h a lla c o n aspecto d eso la d o ante el a rro g a n te v e n c e d o r , q u e lo m a lin -
terp reta. F in a lm en te, O c ta v ia n o se da la vuelta, dispu esto p ara irse, lo
q u e a p ro vech a H e ro d e s p ara abalan zarse so b re su espalda b la n d ie n d o
su p u ñ a l d ese n v a in a d o . E n este m o m e n to , el re tra to cae de la p a red ,
y e n d o a p a ra r en tre lo s rivales, c o n lo q u e H e ro d e s clava sin q u e re r el
p u ñ a l en la im ag en de M a rie n e . Y a e n la cárcel de M e n fis, le im p a rte al
sirv ie n te d e A r is t ó b o lo la o r d e n de m a rc h a r a J e r u s a lé n y m a tar a
M a rie n e . P ero allí M a rie n e d escu b re al sirvien te, gracias n o (co m o d ice
J o se fo , y ta m b ién H e b b el) a su c o m p o rta m ie n to , sin o a u n a d iscu sió n
q u e T o lo m e o (el r e c e p to r d e la o r d e n ) tie n e c o n su a m a n te , cuyos
celos sospechan e n co n tra r e n la carta el c ifra d o te stim o n io de u n am o r
secreto. M a rie n e , que presen cia la d isp u ta y o rd e n a q u e le d e n la carta
r o ta , re c o n stru y e d esp u és su c o n te n id o c o n palab ras q u e ex p resan el
carácter d e la o b ra e n u n p u n to cu lm in a n te :

D ic e [ e lp a p e l] , á p a rte s, d e esta su e rte :


« M u e r t e » es la p r im e r ra z ó n
q u e k e to p a d o . « H o n o r » c o n t ie n e
EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE 267

ésta. « M a r ie n e * 1 a q u í
se e s c rib e . ¡C ie lo s , v a le d m e !,
q u e d ic e n m u c h o e n tres v o ces
« M a r le n e , h o n o r y m u e r t e >>.
« S e c r e t o * ' a q u í, a q u í « r e s p e t o » ,
« s e r v ic io » a q u í, a q u í « c o n v ie n e » ,
y a q u í « m u e r t o y o » , p r o s ig u e .
M ás ¿ q u é d u d o , si m e a d v ie rte n
lo s d o b le c e s d e l p a p e l
a d ó n d e están lo s d o b le c e s
lla m á n d o s e u n o s a o t r o s ?
S é , o h p r a d o , lá m in a v e r d e
e n q u e, a ju stá n d o lo s, lea;
« a m i se rv ic io c o n v ie n e ,
a m i h o n o r y a m i re sp eto ,
q u e m u e r t o y o —¡h a d o s c ru e le s!—
d e i s —¡c o n q u é te m o r r e s p ir o !—
d e is la m u e rte a M a r le n e » ^ .

H asta a q u í lo s d os p r im e r o s actos. E l te rc e r o n o s m u estra la lleg a d a a


J e ru sa lé n de O c ta v ia n o , el c u al p e r d o n a a H é r o d e s a p e t ic ió n ju s ta ­
m en te d e M a rie n e , en la c u al ya h a r e c o n o c id o a la m u je r d el retrato .
L as p a la b ra s c o n q u e e lla h a ce su sú p lic a y m a n ifie s ta su a g r a d e c i­
m ie n to in d ic a n q u e el resp e to d e su g ra n v a lo r y su b e lle z a p o r p a rte
d el v e n c e d o r, e n a b ierto co n tra ste c o n el d esp recio p o r pa rte d el v e n ­
cid o , h a causado sin d u d a u n a im p re sió n e n M a rie n e p r o fu n d a y d u ra ­
d era. Y , así, e n el p a la c io , d ice c la r a m e n te a su m a r id o , e n u n la rg o
d iscu rso tras el cual se m arch a, q u e n o q u ie re saber n ad a m ás d e él. E n
to d o el d ram a ta n sólo hay u n d iálo g o trab ad o en tre lo s cónyuges, qu e
se e n c u e n tr a al p r in c ip io y se r e fie r e a la p r o fe c ía . A b a n d o n a d o ,
H e ro d e s p id e cuen tas a h o ra a T o lo m e o , q u e n o tien e la cu lp a de nada
de lo su c e d id o , e in te n ta m a ta rlo . T o lo m e o h u ye a la tie n d a de O c t a ­
v ia n o y le c u e n ta , ju s tific a n d o su p r e s e n c ia , u n a g ra ve m e n tir a : q u e
H e ro d e s p re te n d e m atar a M a rie n e . O cta via n o acu d e d e in m e d ia to , ya
de n o c h e , al p a la c io d e M a r ie n e , a la q u e e n c u e n tr a d esv istién d o se y
a co m p a ñ a d a p o r sus d o n ce lla s. M a rie n e e n to n ces hu ye, y O cta via n o le
sigue. E l T etra rca aparece e n e l escen a rio vacío y m a lin te rp re ta lo q u e
ve. E n el suelo está el p u ñ a l de H e ro d e s, q u e O cta via n o gu ard ó tras el
in te n to a n te r io r d e asesin ato y q u e M a r ie n e le h a b ía a rreb a ta d o p a ra
m atarse si él se le a ce rca b a . M a r ie n e r e a p a re c e , p e rs e g u id a a ú n p o r

45 Pedro C a l d e r ó n de la Barca, El mayor monstruo del mundo, segunda jo m a d a , cuadro tercero.


K68 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

O cta v ia n o , H erod.es co ge en to n ces su p u ñ a l y se lan za sob re su adver ­


sa rio , p e r o e n g a ñ a d o p o r la o s c u r id a d lo clava e n el c u e r p o d e su
esposa. T ras de lo cual, desesperado, H e ro d e s se a rro ja al m a r, q u itá n ­
dose la vid a.
« L o más n atu ra l h ab ría s id o » , d ice B eren s, « e l basar la m u erte de
M a rie n e e n lo s celos de H e ro d e s. L a s o lu c ió n se im p o n ía in clu so c o n
fu erza en verd ad ex tra o rd in aria, sien d o pa ten te la in te n c io n a lid a d co n
q u e C a ld e r ó n se o p u so fir m e m e n te a e lla p a r a d a r a la "tra g e d ia de
d e s t in o ” el fin a l q u e le c o r r e s p o n d e » tíS1. S in d u d a , a q u í se h a d a d o
c o n el c e n tro de la p o esía ca ld ero n ia n a , p e r o só lo para d eja rlo lu e g o a
u n lad o , co m o u n cap rich o in c o m p re n sib le qu e a rru in a el p la n p r o p io
d el p o eta. Y a pesar de to d o , sin em b arg o, la estructura y b elleza de esta
o b ra se le m u estran tan sólo al q u e se ve capaz p ara e n te n d e r su n o c ió n
esp ecífica d el d estin o d ra m á tico . N ad a p o d ría d ejá rn o sla m ás clara qu e
el ec h a r u n vistazo a EdipoRey, d e S ó fo c le s . E n efecto,- e n el c e n tr o de
a m b o s d ra m a s se e n c u e n tr a u n o r á c u lo , y su p r o fe c ía se c u m p le en
am bos casos c o n tra la v o lu n ta d de lo s h é ro e s. D e rep e n te , E d ip o c o m ­
p re n d e , al h ab lar c o n el pasto r, q u e la p ro fe c ía se h a c u m p lid o hace ya
tie m p o . P o r el c o n tra rio , lo q u e su ced e en C a ld e r ó n está lig a d o c o m o
de fo r m a m a g n ética a la p r o fe c ía , de la q u e n o p u e d e apartarse n i u n
m o m e n to . Y esta p a rtic u la r v in c u la c ió n de lo q u e su ced e c o n el o r á ­
c u lo tie n e lu g a r m e d ia n te el a tre z o . T a l es el c r ite r io d is tin tiv o d el
a u tén tico (ro m á n tic o ) d ra m a d e d e stin o fr e n te a lo q u e es la tra g ed ia
a n tig u a , q u e e lu d e el o r d e n d e l d e s tin o . P e ro las cosas n o so n a h í lo
ú n ic o q u e h a de a d o p ta r e n el m o d e r n o d ra m a el carácte r d e a tre zo .
P o r q u e H e r o d e s n o m ata a su esp o sa p o r c e lo s, sin o q u e e lla m u e r e
p o r m e d io de los celos. H e ro d e s se en cu en tra m ed ia n te lo s celos ligad o
al d e s tin o , y, e n su e sfe ra , el d e stin o se sirve d e ello s (la n a tu ra le z a
p e lig r o s a m e n te in fla m a d a p r o p ia d e l se r h u m a n o ) , de la m ism a
m a n era q u e se sirve d e la n atu raleza m u erta d e p u ñ a les y cu ad ro s para
a n u n cia r c o n signos la desgracia y causar la desgracia fin a lm e n te . Pero
el d ram a de C a ld e r ó n sob re la h isto ria de H e ro d e s n o n o s o fre c e aqu í,
en n in g ú n caso, el desp liegu e m o ra l de u n m ítico a co n te cim ien to en la
traged ia, sin o la m o d e rn a e x p o sició n d e lo q u e es el tran scu rso n atu ral
d e l d e s tin o e n el ta m b ié n m o d e r n o Trauerspiel. P e r o , p r e c isa m e n te ,
c o m o lo s ce lo s m o n s tr u o s o s d e l T e tra rc a , a h o ra e x o n e r a d o s d e to d a

46 B eren s, op. d t., p p . 55 s


EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE 269

p ro b le m á tica m o r a l (d ado q u e y a lo s h a c o n d e n a d o el d e stin o ), en tran


c o m o atrezo e n e l e n re d o , el a m o r c o b ra esp acio p ara e l d esp liegu e de
su m a g n ificen cia . E n la n atu raleza d el a m o r, la n atu ra leza d e lo s celos
se so m e te e n el p r ín c ip e . Y a u n q u e ésta sea m o n s tr u o s a , él m ism o
n ad a tie n e de m o n stru o so . T a n só lo C a ld e r ó n lo g r ó p rese n tar ju n to s
el a m o r m ás p r o fu n d o y los m ás exaltados celos. Y es q u e las dudas de
H e r o des sob re la fid e lid a d de M a rie n e n o so n al tie m p o dudas sob re el
a m o r d e M a rie n e . P u es en u n g ir o c o n m o v e d o r e in c o m p a ra b le , C a l­
d e r ó n a cie rta a p re se n ta r a la h e rm o s a M a r ie n e a lo s o jo s de H e ro d e s
a tra p a d a e n lo q u e es u n a ir r e s o lu b le d isy u n tiv a. Y n o es casual q u e,
s ig u ie n d o a j o s e f o , C a ld e r ó n su b raye d e m a n e ra y a casi o p e rís tic a la
in c r e íb le b e lle za d e la esp osa, q u e e n H e b b e l carece d e im p o r ta n c ia .
D e m o d o q u e el la m e n to q u e e m ite el H e r o d e s de C a ld e r ó n n o se
re fie re a lo s m a rid o s d e m u jeres vo lu b les, sin o q u e su en a d e u n m o d o
ab so lu tam en te d iferen te:

¡M a l h aya e l h o m b r e in fe liz ,
o tra y m il veces m a l h aya
e l h o m b r e q u e c o n m u je r
h e r m o s a e n e x tr e m o casa!
Q u e n o h a d e t e n e r la p r o p ia
d e n ad a o p i n ió n , p u e s b asta
s e r p e r fe c ta u n p o c o e n t o d o
p e r o c o n e x tr e m o e n n ad a,
q u e es a r m iñ o la h e r m o s u r a
q u e s ie m p r e a r ie s g o se guarda-,
si n o se d e fie n d e , m u e re ;
si se d e fie n d e , se m a n c h a 1*'71.

P ero M a rie n e ta n sólo está o b liga d a a serle fie l al vivo (y aq u í, c o m o e n


o tro s lu gares, la c o stu m b re esp a ñ o la se h a c o n v e r tid o e n u n p re te x to
para d esp legar u n c o n te n id o im p e re c e d e ro ), y, tras la m u e rte d e él, el
a fo rtu n a d o su c e so r ya p u e d e recla m a r, c o n el tr o n o , a M a r ie n e , y tal
vez ella sea a ú n capaz de h o n ra r le y servirle c o n el m ism o sen tim ie n to
d e d eb er. L a pasivid ad de la re in a q u ed a así subrayada a q u í al m á xim o ,
m ien tra s q u e la v io le n c ia de lo s celos q u e afecta al T etra rc a n o lo hace
capaz e n n in g ú n caso d e o fe n d e r a su esposa, d a d o q u e él n o d u d a en
n in g ú n m o m e n to d e su a m o r. T a l co m o subraya el a u to r en la escen a
q u e p reced e in m e d ia ta m en te a la re d a c c ió n de la o r d e n de asesinato, el

4.7 C a ld e ró n , op. ct'fc, segunda jo rn a d a , cu ad ro segu n do.


270 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

rey está segu ro p o r c o m p leto d e l a m o r de la rein a . M as, p o r el c o n tra ­


r io , e l cu rso q u e H e ro d e s da a sus celos es b ie n d o lo r o so , y M a rie n e ,
sin em b a rg o , habla varias veces c o n in d u lg e n c ia al respecto.
T a l vez sea p o sib le dar u n paso m ás e n el in te n to de ir a le ja n d o de
esta ob ra la a p arien cia de lo abstruso. M as d ich o in te n to tien e q u e v o l­
ver, fo rzo sa m en te, u n a y o tra vez, al d erech o d e la « tr a g e d ia » de d es­
tin o . A u n sin en red arse e n u n a d iscu sió n m u y d etallad a so b re el c o n ­
c e p to d e d e s tin o e n c u a n to tal, se n o s h a ce p r e c is o e sta b le c e r ya de
m o d o p re v io lo sig u ie n te: el n ex o in e lu d ib le de las causas n o es e n sí
u n n exo de d e stin o . P o r m ás q u e lo rep ita n , n u n c a será ve rd a d q u e la
tarea d el d ra m a tu rg o consista e n d e sa rro lla r ante lo s esp ectad ores u n
d e te rm in a d o a c o n te c im ie n to de m o d o cau sa lm en te n e c e sa rio . P u es,
¿ c ó m o ib a el a rte a c o r r o b o r a r u n a tesis q u e es p r o p ia m ás b ie n d el
d e te rm in is m o ? U n a o b ra d e arte cuya estru ctu ra co n te n g a a u tén ticas
ideas filo só fica s p u e d e aceptar ú n ic a m e n te ideas relativas a lo q u e es el
se n tid o de la existencia. P ero , p o r su p a rte, los d ogm as so b re la facti
cid ad d e lo q u e suced e e n el m u n d o so n irrelevan tes p ara u n a o b ra de
arte, p o r m ás q u e aquéllos p u e d a n referirse precisam en te a la totalid ad
d e l m u n d o . A s í p u es, la tesis d e te rm in ista , e n cu a n to te o ría so b re lo
q u e su ced e e n la n aturaleza, n o p u e d e d e te rm in a r u n a fo rm a artística.
N o pasa lo m ism o c o n la id ea au tén tica de d estin o, cuyo m o tiv o d e c i­
sivo es la su p o sic ió n d el sen tid o etern o de esa co n creta d e te rm in a c ió n .
Y , desd e ella, d ich a d e te rm in a c ió n n o tie n e q u e co n su m arse e n m o d o
alg u n o a través d e leyes natu rales; p u es ta m b ié n u n m ila g ro n o s p u e d e
m ostra r su sen tid o e te rn o , y u n o q u e n o se e n cu en tra e n la in e lu d ib i-
lid ad p ráctica co m o tal. M ás b ie n , el n ú c le o d el co n c e p to de d estin o es
la c o n v icc ió n de q u e só lo la cu lp a (q u e e n este con tex to siem p re es u n a
c u lp a creatu ral, co m o lo es el p e ca d o o r ig in a l), y n o u n e r r o r m o ra l,
h ace de la causalidad el in s tru m e n to de u n h a d o q u e avanza de m an era
in c o n te n ib le . D e stin o es la en te le q u ia de u n a co n te ce r e n cuyo cen tro
se alza la p e rso n a c u lp a b le; p e r o fu e r a d el á m b ito de la cu lp a , v ie n e a
p e rd e r ya to d a su fu erza . E l in d ic a d o c e n tro de graved ad q u e c o r r e s ­
p o n d e al m o v im ie n to d el d estin o es sin d u d a la m u erte, mas la m u erte
n o c o m o castig o , sin o e n ca lid a d de e x p ia c ió n : c o m o e x p r e s ió n d el
s o m e tim ie n to d e la v id a c u lp a b le a la ley de la v id a n a tu r a l. E n este
s e n tid o , el c a rá c te r d e la m u e r te p r e s e n te e n e l d ra m a de d e stin o es
c o m p le ta m e n te d ife re n te de la m u erte v ic to rio sa d el h é r o e trá g ico . Y
este so m e tim ien to de la vid a cu lp able a la n atu raleza es lo q u e se m a n i­
EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MAMENE 271

fie sta e n la ir r e fr e n a b ilid a d d e su s p a s io n e s . L a fu e r z a q u e las cosas


in an im ad as a d q u ieren e n el e n to r n o de u n ser h u m a n o cu lp able, ya e n
vid a d e éste, es a u tén tico a n u n cio d e la m u erte. L a p a sió n p o n e sólo el
atrezo e n m archa; p u es, p o r así d e c ir, las p a sio n es n o so n sin o só lo la
aguja sism ográfica q u e registra las fu ertes c o n m o c io n e s p ro p ia s d el ser
h u m a n o . Las p a sio n es m a n ifiestan e n el d ram a d e d estin o lo q u e es la
n atu raleza d el ser h u m a n o , ig u a l q u e en el azar las cosas se m a n ifiestan
d e r e p e n te b a jo la c o m ú n le y d e l d e s tin o . L e y q u e sale a la lu z ta n to
m ás claram en te cu an to m ás sign ificativa sea la curva d e o sc ila c ió n de la
a gu ja. E n este s e n tid o , n o es e n a b so lu to in d ife r e n te q u e , tal c o m o
a co stu m b ra su ced er e n tantos dram as alem an es de d estin o , u n in s tr u ­
m e n to p o b r e y m iserab le lleg u e a im p o n e rs e al p e rse g u id o e n m e z q u i­
n o s e n re d o s o q u e se m a n ifie s te n e n su caso d e te r m in a d o s m o tiv o s
an tiq u ísim o s, co m o la re n u n c ia al sa crificio ante el p u ñ a l o el h e c h izo
d el retrato p e r fo r a d o . E n este co n tex to se v ie n e a p o n e r d e m a n ifiesto
to d a la ve rd a d de la frase d e S ch le g e l d e q u e n o hay n in g ú n « o tr o d ra ­
m a tu rg o q u e h aya p o e tiz a d o así el e f e c t o » 1*81. C a ld e r ó n e ra e n esto
in c o m p a ra b le , p o r cu an to q u e el efecto era la in t e r io r n ecesid ad de su
fo rm a m ás p r o p ia , p recisa m en te el d ram a d e d estin o .
S u b ra ye m o s a h o ra , u n a vez m ás, q u e el m u n d o d e l d e stin o c o m o
ta l era u n m u n d o c e r r a d o so b r e sí, el m u n d o s u b lu n a r ¡trido sensu;
m u n d o de la c re a tu ra m ise ra b le o la c re a tu ra r e lu c ie n te , e n el cu al,
u n a y o tr a vez, la re g la d e l d e s tin o , e n lo q u e h a ce a las cre atu ra s, se
c o n fir m a d e fo r m a virtu o sa y so r p r e n d e n te , ad maiorem Deigloriam, p a ra
e l d is fru te de lo s e sp ecta d o re s. Las id ea s te ó ric a s d e C a ld e r ó n , e n la
m e d id a e n q u e p o d e m o s c o n je tu ra rla s a p a r tir d e las fo r m u la c io n e s
d e sus d ram as, p a re c e n c o n d u c ir n o s hasta a q u í. N o e n va n o u n esp í­
r itu co m o Z ach arias W e r n e r 1*91 te n tó su su erte en el d ra m a d e d estin o
p ara d esp ués ir a refu g ia rse de m a n era d irecta e n la Iglesia católica . E l
c a rá c te r p r o fa n o , p a g a n o so la m e n te e n a p a rie n c ia , q u e d is tin g u e al
d ra m a d e d e stin o es, e n ú ltim a in sta n c ia , el c o m p le m e n to ló g ic o d el
te a tr o r e lig io s o e n ese im p e r io d e F e lip e IV d e n tr o d e l c u a l t o d o lo
m u n d a n o h a b ía p r o s p e r a d o hasta ta l p u n to q u e n o p u d o d e ja r de
a n e xio n a rse ig u a lm e n te ese tip o teatra l. M as lo q u e fa scin ó d e C a ld e -

48 A .W . von Schlegel, fárfeyungen überdramatische Kunstimd LxteratUr. Kritische Ausgabe, eingekitet und
TnitAnmerkwigenversehenvonGiovanniVittorioAmoretti, B o n n / L e ip zig , 192 3 , vol. II, p. 274 *
4-9 V iv ió e n tre 1768 y [N. d el T .]
272 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

r ó n a lo s te ó ric o s d e l R o m a n ticism o (y e llo a tal ex trem o q u e tal vez se


lo p u e d a c o n s id e ra r —e n to d o caso y a p esar de Shakespeare— c o m o su
d ra m a tu rg o KCCT tcjjy j\v ) es q u e e n él v e n ía c o m o d a d o , y e n m e d id a
e x tre m a , a lg o q u e e llo s m ism o s p e r s e g u ía n c o n la e s c r itu r a d e sus
p r o p ia s ob ra s: la in fin it u d q u ed a a llí g a ra n tiza d a a través d e la m era
re fle x ió n . P o r e llo , to d o el d ra m a so b re H e ro d e s está de p a rte a p a rte
r e c o r r id o p o r lo s debates m ás grotescos sob re el p o d e r d e l d e stin o y la
v o lu n ta d h u m a n a . B ie n ju g u e to n a m e n te , lo q u e su ced e es e m p e q u e ­
ñ e c id o p o r la r e fle x ió n q u e lo s h é ro e s c a ld e ro n ia n o s siem p re tie n e n a
p u n to p a r a ir le d e ese m o d o d a n d o vu eltas al e n te r o o r d e n d e l d e s ­
tin o , ig u a l q u e e n tre las m a n o s d am os vueltas a u n a p e lo ta q u e vam os
c o n te m p la n d o a h o ra p o r u n la d o y lu e g o p o r o tr o . P o rq u e , al f in y al
cab o, ¿ q u é es lo q u e a ñ o ra b a n lo s ro m á n tic o s, s in o ese g e n io q u e sin
co n secu en cia s re fle x io n a e n las d o rad a s cadenas d e l d o m in io ?
S i esta c o n c e p c ió n d el d ram a c a ld e ro n ia n o d e d estin o es correcta,
ta m b ié n in clu y e algo extrañ o: la n atu raleza, en tan to q u e c o n ju n to de
las creaturas, te n d ría q u e resu lta r m u y releva n te a p a r tir d e l p u n to de
vista d ra m á tico . U n a id ea d ifíc il de e n te n d e r p ara q u ie n haya segu id o
c o n fa scin ació n el d ram a a lem án d e lo s ú ltim o s d o scien to s años, y m ás
accesible ya para q u ie n p ie n se en los d ram atu rgos alem anes c o n te m p o ­
rá n e o s d e C a ld e r ó n , esp ecialm en te en G ry p h iu s. Sea co m o fu e r e , lo s
m ás releva n tes c r ític o s a le m a n es se e n c o n tr a b a n d e a c u e rd o so b re el
llam ativo énfasis p rese n te, e n lo s dram as d el esp a ñ o l, en lo q u e h ace a
la n atu raleza. A sí, escribe A .W . Sch legel: « S u p o esía , sea cu al fu e re su
o b je to en a p a rien cia , es ú n h im n o in fa tig ab le de alabanza a las m a g n i­
ficen cia s de la C re a c ió n ; p o r eso C a ld e r ó n ensalza c o n aso m b ro y a le ­
g ría lo s p r o d u c to s de la n a tu ra le za y lo s d e l arte h u m a n o , c o m o si lo s
viera p o r vez p rim e ra c o n to d o su resp la n d o r in tacto a ú n . Es el p r im e r
d esp ertar de A d á n , u n id o a u n a esp ecial lo c u a c id a d y a u n a e x tra o rd i­
n aria destreza expresiva, ju n t o c o n ese g ra n c o n o c im ie n to d e las r e la ­
c io n e s m ás secretas d e la n a tu ra le za q u e só lo la fo r m a c ió n e s p iritu a l
s u p e r io r y la c o n te m p la c ió n b ie n m a d u ra d a p u e d e n p r o p o r c io n a r .
C u a n d o C a ld e r ó n re ú n e en tre sí cosas ta n alejadas, lo m ás gra n d e c o n
lo m ás p e q u e ñ o , co m o las estrellas c o n las flores, el sen tid o q u e im p u l­
san sus m etáforas expresa in ten sa m e n te la te n d e n c ia de las cosas crea ­
das a a p ro x im a rse u n as a otras d e b id o a su p le n o o r ig e n c o m ú n » [so1.

go A .W . Sch legel, op. cit., p . 282-


EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE 273

D e m a n e r a b astan te s im ila r , c o n fe só G o e th e e n 18 16 q u e las tr a d u c ­


c io n e s d e C a ld e r ó n lo tra n sp o rta b a n « a u n país m a ra v illo so , b a ñ a d o
p o r el m a r, lle n o sie m p re de flo r e s y d e fr u to s e ilu m in a d o p o r lo s
astros m ás c la r o s » Isi1. P o r su p u e sto ta m b ié n tie m p o d esp u és G o e th e
d irá o tra cosa: d irá q u e C a ld e r ó n es « e s q u e m á tic o » y q u e carece de
u n a v isió n real d e la n a tu ra le za [5aI. T a m b ié n , e n sí, este ju ic io es c o m ­
p re n sib le . L a extrañ eza d e G o e th e se c o m p r e n d e c u a n d o se recu erd a ,
p o r e je m p lo , la d e s c r ip c ió n e n El mayor monstruo d e la b a ta lla n aval,
d o n d e la C re a c ió n (e n tanto q u e solid aria p o rta d o ra de la vid a n atu ral)
está p re se n te d e m o d o so b resa lie n te e n tod as las p a sio n es de lo s seres
h u m a n o s y e n las casualidades d e cu a n to a llí su ced e. (A u n q u e hay que
d e c ir a este respecto q u e tal vez n o haya u n a sola extravagancia c a ld e r o ­
n ia n a q u e n o reap arezca e n u n o u o tr o pasaje d e la seg u n d a p a rte del
Fausto g o e th e a n o .) T a m b ié n e l o r d e n so c ia l y su r e p r e s e n ta c ió n , es
d ecir, la c o rte , es en C a ld e r ó n alg o así c o m o u n fe n ó m e n o n a tu ra l, y
s in d u d a d e l m á x im o n iv e l. S u p r im e r a ley es el h o n o r d e H e r o d e s .
C o n e x tr a o r d in a r io a tre v im ie n to , e n El mayor monstruo C a ld e r ó n n o s
p rese n ta la so lid a rid a d e n tre lo s ó rd e n e s estatal y n a tu r a l e n la C r e a ­
c ió n , cu an d o H e ro d e s b usca el p o d e r e n el m u n d o , p e ro ello tan sólo
e n in te ré s d e su a m o r. E so , e n c u a lq u ie r o tr o c o n te x to d e id eas, d is ­
m in u ir ía sin d u d a su h o n o r d e rey, p e ro a q u í, al c o n tr a r io , lo in c r e ­
m en ta , p ues p recisa m en te c o n la u n ió n c o n su a m o r, el h o n o r d el rey
d em u e stra al tie m p o e n c o n tra rse u n id o a la C r e a c ió n . P o r lo dem ás,
C a ld e r ó n apen as d eja p asar u n a o c a s ió n p a ra ex a gera r m o n s tr u o s a ­
m e n te las p a ra d o ja s p r o p ia s d e l c o n c e p to n a c io n a l e sp a ñ o l so b re el
h o n o r , c o m o e x p re s ió n ex a cerb a d a d e u n a e s p e c ífic a m a n ife sta c ió n ,
desastrosa e irre sistib le , d el d e stin o , al q u e se ve s o m e tid a la creatu ra,
co m o el á rb o l lo está a la to rm en ta . Y es q u e la creatu ra sólo p u e d e sal­
varse m ed ian te infatigables reflexion es dialécticas. E n este sen tid o, acer­
ta d am e n te d ice B eren s: « M ie n tr a s q u e la tra g e d ia a n tig u a de d e stin o
surte efecto m ed ian te la fu erza destructiva d el su frim ie n to , y a su vez la
ro m án tica alem an a a través de u n a atm ósfera espectral, en el caso c o n ­
creto d el d ram atu rgo esp añ ol el rasgo co rre sp o n d ie n te es la esp iritu a li­
dad, el p r e d o m in io to ta l d e l p e n s a m ie n t o » l53Í. B e re n s a d vierte m u y

51 C a rta de G o e th e a J .D . G ries del 29 de m ayo de 1816,


52 G o eth e, reseña de la íii/'c de/aíre, 18 2 a, en : Goetkes Werhe. Homburger Ausgabe irt 1 4 Bándeni
v ol. 12, p p . 3 0 3 - 3 0 í>
53 Berens, o p .c i t , p. 6 5 -
274 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

agudam ente la m an ifestación de este m o m en to esp iritu al en que las tra­


gedias de destin o de C a ld e r ó n su elen desarrollarse d u ran te el día. P re ­
cisam ente, la ú n ic a ex cep ció n q u e h ace el dram a de H e ro d e s a esta regla
p u d o q u izás in f lu ir so b re la tra g e d ia a le m a n a de d e stin o gracias a la
extrem a co n tu n d en cia q u e este h ech o co n creto le c o n fie re . Y , al m ism o
tiem p o , se c o n firm a u n a vez m ás qu é lejo s se está a q u í de la tragedia, si
es co rre c ta la agu d a frase de B ossu (q u e J e a n P au l cita e n su Estética) de
q ue n o se p u e d e trasladar u n a tragedia a la n o ch e en n in g ú n caso131'1.
N in g u n a reflex ió n p u e d e a rro ja r m ás clara lu z sob re el Trauerspiet, o ,
m e jo r, sob re el d ram a d e d estin o (p o rq u e n o to d o Trauerspiel lo es) que
c o m p a ra r el d ra m a d e C a ld e r ó n so b re H e ro d e s c o n el d ra m a típ ic a ­
m en te h istoricista q u e H e b b e l escrib ió sob re el m ism o m o tiv o . C u a n to
m ás avanza la c o m p a r a c ió n , ta n to s m ás c o n o c im ie n to s a d q u ir im o s ,
p o r m ás q u e a q u í ten gam os q u e c o n fo rm a rn o s c o n u n as in d ic a c io n e s
m e r a m e n te . P e ro , a n te to d o , n o está cla ro p o r q u é se su e le s u p o n e r
q u e H e b b e l c o n o cía el d ram a de C a ld e r ó n . E l p r o p io H e b b e l n o habla
n u n c a d e é l, y la tr a d u c c ió n de C a ld e r ó n q u e el a le m á n d e m u e stra
c o n o c e r es sólo la d e M alsb u rg, d o n d e n o se c o n tie n e d ich a o b r a 1” 1. Y
a la vista d el c o m p o rta m ie n to re fle x iv o de H e b b e l en su r e la c ió n c o n
sus p r o p io s p ro d u c to s, n o es e n ab so lu to v e ro sím il el q u e haya d ejad o
esca p a r la o c a s ió n d e d ife r e n c ia r su p r o b le m á tic a e n el d ra m a de
H e r o d e s re sp e cto d e l d ra m a c a ld e r o n ia n o . C a ld e r ó n le fa scin a b a
c o m o o b je to de c rític a , p o r lo c u al lo n o rm a l h a b r ía sid o estu d ia r su
d ra m a so b re H e r o d e s y c o n fir m a r las a n te r io r e s c rític a s . P o r q u e es
in d u d a b le q ue, estu d ian d o ese d ram a, H e b b e l h a b ría visto c o n firm a d o
su ju ic io d estru ctivo d e l 845 - P ° r en to n ces, H e b b e l a n o tó lo sig u ien te
a cerca de La aurora en Copacabana y d e La Sibila del Oriente: « A l e n ju ic ia r
estas ob ras m e sitúo e n el p u n to de vista católico y cristia n o , p o rq u e n o
so n tom adas e n c o n s id e ra c ió n desde n in g ú n o tr o p u n to e n a b so lu to .
M as ta m b ié n desde a q u í m e sig u e n p a r e c ie n d o d e l to d o irrelev a n tes y
vacías; la p o e sía q u e se o c u p a d e l m is te rio h a d e in te n ta r e x p lic a r lo ,
h u m a n iza rlo , p e r o n o im ag in a rse q u e está ya h a cie n d o algo cu an d o se
p o n e u n a n illo m á g ico e n el d e d o y va d e sp le g a n d o u n m ila g r o tras
o t r o . P o r s u p u e s to , estas o b ra s n o d a n p ie a tales p e n s a m ie n to s , n i

54 J ean Paul, Vorschule der Ästhetik (18 0 4 ), se cció n 3 , I, c a p . 2 (Werke, ed. de N . M ille r,
vol. V , M u n ich , 1973 . p . 34 ^)-
55 Schauspiele von Pedro Calderón de la Barca, übersetzt von Ernst Friedrich Georg Otto von der Malsburg,
G v o ls., L eip zig , 1 8 19 -18 2 5 .
EL MAYOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MARIENE 275

siq u ie ra e n sen tid o n egativo, p o rq u e la n o c ió n d el cristia n ism o q u e se


plasm a e n ellas es tan ru d a y pagana, m ien tras q u e carece a tal p u n to de
id eas, q u e u n o n o sabe si ig n o r a r la s p o r gro tescas o c ritic a rla s q u izá
p o r in m o r a le s » 1361. Y ésta es u n a im a g en q u e n o cam bia a ñ a d ien d o los
o tr o s j u ic io s de H e b b e l s o b r e e l e sp a ñ o l, q u e n o s o n n u m e r o s o s .
D ig a m o s a b o r a e n p o ca s p a la b ra s q u é es lo q u e a n te to d o im p e d ía a
H e b b e l c o m p r e n d e r a lo s d ra m a tu rg o s e sp a ñ o le s (sus j u ic io s so b re
L o p e de V ega n o so n e n abso lu to d iferen tes) y lo q u e m arcab a h o n d a ­
m e n te sus ob ra s: H e b b e l n o c o n o c ía p a ra n a d a lo lú d i c o l5rl, n i e n e l
d ram a n i en el arte e n g e n e ra l, p u es n i siq u ie ra la c o m e d ia era p ara él
u n ju e g o . N o hay n in g u n a otra cosa q u e m u estre a su arte c o n ta n b ie n
d e fin id a c la r id a d lo q u e es su p o s ic ió n e x c e p c io n a l, q u e n o e ra u n a
p o s ic ió n de p r iv ile g io . A s í, la m ás p e sa d a se rie d a d se c o n v ir tió e n el
rasgo in a lien a b le d e sus p ro d u c cio n e s . Y ella d ete rm in a sus ideas sob re
el d ram a h istó ric o y la te o ría d e l d ram a. P u es e n las cavilaciones so lita ­
rias de u n a u to d id a cta era b astan te fá cil q u e su rg iera la c o n v ic c ió n de
p o se e r e n el caso de la o b ra de arte d ra m á tica la fó r m u la ad ecu ad a de
lo real. L o cu al n o se refiere n i a la ju stifica d a c o n scien cia d e l artista de
h a b e r captado e n su. o b ra la esencia de lo real n i a la eventual sobreva-
lo r a c ió n d el d ra m a tu rg o H e b b e l, sin o a su n o c ió n equ ivocad a, caren te
de c o n c e p to s y fa ls a m e n te m o n u m e n ta l re sp e cto d e l d ra m a , q u e él
c o n v ir tió e n u n a e sp ecie de c o m p a r tim e n to e n el q u e , sin e m b a rg o ,
to d o cabe. A q u í rad ica el e r r o r d esco m u n a l d el p a n tra g icism o , el cu al
es ig u a lm en te p ro b le m á tico ya sea co m o palab ra o c o m o cosa, e ig u a l­
m en te lim itad o y au tod id acta sin re m e d io . P ero lo serio , sin b ro m a s n i
iro n ía s , c o n q u e la tra g e d ia h e b b e lia n a v ie n e a e stab lecerse ya a priori
co m o fo r m a ad ecu ad a al c o n te n id o h is tó ric o c o n c r e to , n o s d eja b ie n
cla ro q u e o c u p a u n a p o s ic ió n p a r tic u la r e n tre la m o d e r n a lite ra tu ra .
Y a h e m o s in d ic a d o , al tr a ta r s o b r e C a ld e r ó n , q u e éste sitú a el g ra n
tem a d e l d ra m a d e H e r o d e s d e n tr o de u n esp acio lim ita d o p a ra d es­
p le ga r el d estin o c o m o ju e g o . E l talen to artístico de S c h ille r d em o stra ­
ría ser in c o m p a ra b le c u a n d o , en La doncella de Orleans, c o m o ta m b ié n en
Waüenstein, in tr o d u jo esos m o m e n to s de m ilag ro o de a stro lo gía tan a la
m a n era d e C a ld e r ó n . P ues el d estin o só lo es p u esto co m o algo real e n
las m alas tragedias de d estin o , e n las n o ro m á n tica s. (P o r su p u esto , el

56 H e b b e l, Sämtliche Werke, se cció n 2, v o l. 3, B e rlín , 1 9 0 3 , p . 8.


57 V éase supra, n o ta 38 de p . 364* CN* cíeI. T.]
276 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

c o n c e p to de ro m a n tic ism o n o hay a q u í q u e e n te n d e rlo e n sen tid o h is ­


tó r ic o ; el R o m a n tic is m o p r o d u jo m u ch as trag ed ias d e d e s tin o m alas
q u e n o están in c lu id a s e n el q u e es su m a rc o s u p e r io r .) P ero cu an d o
e n la traged ia au tén tica to d o s lo s m o m en to s de carácter lú d ic o se d ejan
d e la d o , n o p o r e llo e l d e s tin o se fo r ta le c e e n la h is to r ia , s in o q u e ,
antes b ie n , su fé r r e o o r d e n q u ed a p r o fé tic a m e n te q u e b ra n ta d o e n el
m ito c o n la a ctiv id a d d e l d ra m a tu rg o . F re n te a to d o esto, es p o s ib le
observar en el dram a h istó rico de H e b b e l el reitera d o in te n to de ex p li­
car la h is to r ia d ra m á tic a m e n te a p a r tir d e la b ase de su c o n d ic io n a ­
m ie n to causal e n ta n to q u e tra n s c u rs o de d e s tin o . D e m o d o q u e, e n
e fe cto , este te ó ric o , atrapad o p o r el n atu ra lism o de m ed ia d o s d el siglo
X IX , n u n c a p u d o c o m p r e n d e r q u e el d e stin o n o p e rte n e c e al á m b ito
causal, sin o al á m b ito te le o ló g ic o , p o r lo q u e n o resu lta d e la m o tiv a ­
c ió n m in u c io sa , sin o de lo p r o d ig io s o c o m o tal. E n ta n to q u e teórico,
H e b b e l s in d u d a ap en a s c o m p r e n d ió la n e c e sid a d d e h a c e r p a sa r al
tem a p o r la fo r m a , alg o q u e n o p u e d e su s titu ir n i la m ás ex trem a d a
in m e r s ió n en el tem a. Sus e rro re s so n p o r c ie rto m u c h o m ás p r o p io s
d e l te ó r ic o q u e d e l p o e ta , y n in g ú n e s c r ito r h a te n id o u n in té r p r e te
p e o r de sí m ism o d e lo q u e lo fu e H e b b e l. U n a o b s e r v a c ió n q u e, e n
to d o caso, c o n tin u a rá sie n d o acertada m ien tra s sus a d m ira d o re s c o n ­
tin ú e n to m a n d o a su vez sus arg u m en to s d el d iario m ism o d el m aestro.
P ero , e n to d o caso, la seq u ed ad d e su d ram a so b re H e ro d e s, q u e ta n ­
tos c rítico s p e rc ib e n c o n d o lo r , se d eb e e n parte a la p ro b lem á tica te o ­
ría d el d ra m a de la n ecesid ad h istó ric a c o m o tal. E m il K u h sería u n o
de los p r im e r o s e n llam a r la a te n c ió n sob re su seq u ed ad , y ello e n té r ­
m in o s casi in d iscu tib le s. K u h escrib e, en e fe c to : « L a s d os n aturalezas
apasionadas y escindidas se m id e n en tre sí, e n co n c o rd a n c ia c o n el tip o
de carácter p r o p io de cada u n a , m as (pese a lo s fu erte s acen to s p a té ti­
cos) d e m a n e r a q u e p asa m o s d e p r o n t o d e estar c o n m o v id o s a u n
ob servar p s ic o ló g ica m e n te . L o s a rg u m en to s y c o n tra rg u m e n to s a q u e
se re c u rre , a u n q u e n o p o d a m o s n e g a r su eficacia, e n fría n la se n sib ili­
d ad p o é tic a e n cu a n to tal. H e ro d e s y M a r ie n e p r o v o c a n la situ a c ió n ,
lla m a n p o r su n o m b r e al m o tiv o tr á g ic o , y esto , e n u n d ra m a , tie n e
q u e causar siem p re el m ism o efe cto q u e el seco v ie n to de levan te, que
hace q u e las flo res se m a r c h ite n » [>sl. E n efecto, el talen to de dejarse ir,
q u e es la d o te d e tod as las fig u ra s d e S h akespeare, se les h a c o n c e d id o

58 E m il K u h , Biographie Friedrich Hebbels, Viena/Leipzig» *1907, vol. II» p . 24 &-


e l m a y o r m o n s tru o , l o s c e lo s y h e ro d e s y m ariene 277

rara vez a las q u e so n las figu ras h eb b clian as. D esd e este p u n to de vista,
la fig u ra de J osé sobresale sin d u d a p o r en cim a de todas las restantes de
este d ra m a . Y si fu e ra a su n to d e la c rític a el a cu m u la r las o b je c io n e s ,
lia b ría q u e a ñ a d ir a ú n m u ch as m ás. P e ro h a y a lg o q u e la c rític a n o
p u e d e p asar p o r a lto , a u n q u e s ó lo u n an álisis p o r m e n o r iz a d o p u e d e
d e m o s tra r n o s q u e es c o r r e c to . H e b b e l fracasó s in d u d a a lg u n a e n la
ta re a s ie m p re in e lu d ib le d e d e s a r r o lla r la n o b le z a de sus fig u r a s así
c o m o el c o n flic to d e las m ism as. L o s g iro s y situ acio n es esenciales su e­
le n estar tratad o s c o n u n a excesiva c o n c is ió n , ta l c o m o s u c e d e p o r
e je m p lo e n la tu m u ltu o sa fiesta de M a rie n e . P e ro , adem ás, la c o m p o ­
s ic ió n —q u e h ace q u e la in s íp id a fig u r a d e T it o ve n g a a a co m p a ñ a r e n
las escenas fin a le s p o r ig u a l a H e ro d e s y a M a r ie n e , p r o d u c ie n d o c o n
e llo u n a n iv e la c ió n d e las p o s ic io n e s d e lo s p e rs o n a je s p r in c ip e s c o s
c u a n d o su d ig n id a d y su d istan cia (q u e acab an d e c o n d u c ir a la catás­
tr o fe ) d e b ía n h a b e r sid o p reserv ad a s hasta el m ás elev a d o d e lo s g r a ­
d os— d eja a q u í e n m a n o s d e la d ir e c c ió n de escen a tareas q u e c o r r e s ­
p o n d ía n a l a u to r . D e la m ism a m a n e ra p u e d e verse la tím id a p ro te sta
q u e h a ce T it o d u ra n te el p r o c e s o ju d ic ia l, y, al re s p e c to , h a b rá q u e
p reg u n ta rse q u é d iscu rso h a b ría p u e sto S hakespeare, sin a lterar a h í la
situ a ció n , e n el lu g a r en el q u e escribe H e b b el: « A esto n o lo lla m o yo
u n " ju ic io ” . / D isc u lp a . ( Q u ie r e i r s e ) » [ssl. ¿ Y có m o c o m p a g in a r c o n
ese d ram a estos versos d ich o s p o r H e ro d e s ? :

B e i D e in e m s ta rre n T r o t z , d e r a u f d e r E rd e ,
W o A li e s w an k t, a lle in b e h a r r lic h sc lie in t;
Beijedem schonen Tag, den ich mit Dir
Verlebte... S°

V ersos estos q u e h a b la n el len g u a je d e la d iscu sió n d e u n m a trim o n io


b u rg u é s . P o d ría p a r e c e r irr e s p o n s a b le d e te n e rs e e n d eslices d e este
tip o si la grave falta d e n o b le e la b o ra c ió n d e las figu ras y lo s d iscu rso s
en q u e se m a n ifiestan n o n o s c o n d u je ra hasta u n d efecto q u e es fu n d a ­
m en ta l en esta o b ra . E n el pasaje d e la c o n fe s ió n q u e M a rie n e realiza
p ara T ito :

59 Herodes und Mar iamnet acto V , escena 5 »w . 19 s»


60 « P o r tu ríg id o o rg u llo , q u e e n la T ie r ra , / d o n d e to d o vacila, p a rece ser lo ú n ic o
constante; /por cada ¿fía hermoso queposé contigo...» . H ebbel, Scwitíicfte WtÁe, sección I, vol. 2 ,
p . 4 6 9 , Los versos pertenecen a la prim era versión de Herodes vndMaríamne, p e ro H ebbel
decidió elim in arlos de la versión im presa.
278 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

N u n n o c h e in W o rt v o r ’m S c h la fe n g e h 'n , in d e ß
M e in letzt r r K a m m ’ r e r m i r d as B e tte m a c h t —

n ad a p u e d e a h í d isim u lar el acto d esap asion ad o d e vengan za, cosa q u e


a r r o ja so b re la m u e r te d e M a r ie n e la s o m b ra e q u ív o c a d e l r e s e n ti­
m ie n to . Y es q u e esa fó r m u la d e l re s e n tim ie n to se le escapa a H e b b e l
claram en te c u a n d o , fre n te a esta ex p resió n d e T ito :

D ’ ru m f ü h l'ic h tie fe s M it le id a u ch m it ih m
U n d D e in e R a c h e fin d e ic h z u streng^6a'

da esta respuesta p r o fu n d a m e n te in n o b le :

A u f m e in e e ig 'n e n K o s t e n n e h m 'ic h sie!


U n d d a ß es n ic h t des L e b e n s w e g e n w a r,
W e n n m ic h d e r T o d d es O p fe r t h ie r s e m p ö r te ,
D a s zeige ic h , ic h w e r f das L e b e n w eg!

P ero ¡basta c o n esto! S in d u d a H e b b e l era lo bastan te p o e ta co m o p ara


lo g ra r im p o n e r le a su crític o la o b lig a c ió n de q u e en tie n d a sus erro re s
c o m o extravíos de c o n c e p c io n e s verdaderas. P u es resu lta evid en te q u e,
c o n todas las fu erte s d e fo rm a cio n e s q u e u n a te o ría d ram ática co m o la
de H e b b e l le im p o n d r ía hasta al m a y o r in g e n io , n o es p o s ib le q u e el
d ra m a se p rese n tara an te él d esd e el p r in c ip io . E n e fe cto , u n ex a m en
m ás a te n to da a q u í c o n u n m o tiv o q u e , a u n q u e p ie r d e su p e so e n la
o b ra acabada, al p r in c ip io fu e d e te rm in a n te p a ra el in te ré s d e l p o e ta
p o r el te m a , si es q u e d ic h o m o tiv o es a u té n tic a m e n te h e b b e lia n o ,
c o m o a p r im e r a vista lo p a rece. P u es resulta p reciso p o n e r e n c u estió n
q u e los celos se en c u e n tre n en el c e n tro d el d ra m a d e H e b b e l, co m o lo
están e n el de C a ld e r ó n . T a l vez estos celo s, d esp erta d o s p o r el asesi­
n ato d e A r is tó b o lo y más ad elan te p o r el d escu b rim ien to de la p rim e ra
o r d e n d e asesin ato, sean so la m e n te c o n d ic ió n p a ra e x p o n e r u n p r o ­
b le m a d ife re n te y q u e c o rre sp o n d e b ie n sin d u d a a la m a n era de p e n ­
sar de H e b b e l: la c u e s tió n de si, e n tre p e rso n a s q u e se a m a n , p u e d e
h a b e r u n a p r u e b a , q u e e n e l d ra m a es r e c íp r o c a . H e b b e l p a r e c e de

6l « U n a palabra más antes de ir a d o rm ir, m ien tras / m e hace la cama m i ú ltim o s ir­
v ien te» , HerodesvndMarianine, acto V , escena 6, w* 3959 s-» °p- ñki p* 347 -
63 « P o r eso sien to u n a h o n d a com pasió n p o r é l / y tu venganza se m e hace dem asiado
severa^*.
63 <<fYo cargo con los gastos sobre mí! / Y que n o file a causa de la v id a / que el sacrificio
del anim al m e sublevó / lo mostraré a la vida ren u ncian d o». Ibidr, w. 3 ° 57 " 3 ° ^ t P* 35 1 -
EL MA YOR MONSTRUO, LOS CELOS Y HERODES Y MAR1ENE 279

h e c h o h a b e r estad o in d e c is o e n r e la c ió n c o n esta c u e s tió n , p u e s el


tr is te fin a l d e lo s ex á m en es n o p a r e c e d e b e r se a q u e la id e a fu e r a
in ad ecu ad a, sin o a q u e am bos cón yu ges la h a n llevad o a la p rá ctica c o n
u n rad ica lism o cla ram en te in h u m a n o . A d e m á s, la sign ificativa in t e n ­
c ió n d ra m á tica d e l r e p r o b a b le ex a m e n d e l a m o r q u e d a al m is m o
tie m p o o scu recid a p o r la in se g u rid a d q u e su fre H e ro d e s c o m o c u lp a ­
b le d e la m u e rte de A r is tó b o lo - P u es ju s ta m e n te tal c o n ste la ció n , q u e
h ace p la u sib le su b jetiv a m en te el q u e te n ta ra H e ro d e s a su esp osa, n o
s ó lo h ace p o sib le el p rev er clara y o b jetiva m en te q u e te n d rá u n re su l­
tad o n egativo, sin o q u e casi la h ace in d isc u tib le desde el p u n to de vista
s u b je tiv o , d a d o q u e p r o c e d e de u n c u lp a b le . Y p r e c is a m e n te este
m o tiv o , m o tiv o de la p ru e b a d el a m o r, su n ecesaria in m o ra lid a d y au n
su fracaso in e v ita b le , v in o a en g a ñ a r a H e b b e l p o r c o m p le to so b re lo
ex tre m o d e lo s c aracte re s y a u n lo e x tre m o d e la s itu a c ió n . E l d ifíc il
p r o b le m a q u e p la n te a d e h a c e r s u r g ir de la p r u e b a d e l a m o r el o d io
in e x tin g u ib le en tre lo s cónyu ges p u e d e h a b e rle in s p ira d o sin em b argo
e n lo s m ejo res pasajes d e su d ram a. Y u n o de esos pasajes, q u e m a n i­
fiesta u n a p le n itu d p r o p ia y característica de Shakespeare, así c o m o u n
carácter im p la ca b le p r o p io y c aracte rístico d e S tr in d b e rg , es la ex cla ­
m a c ió n q u e hace M a rie n e :

D e r T o d ! D e r T o d ! D e r T o d ist u n t e r u n s!
U n a n g e m e ld e t, w ic e r im m e r k o m m t!

A s í q u e esta traged ia, cuyo tem a p u e d e p a rec er al o b serva d o r u n e sp e ­


jis m o de los d ram aturgos, tie n e en H e b b e l su c u m b re e n lo q u e hace al
d e s lu m b ra n te r e s p la n d o r d e l o d io . Es a q u í p o r c ie r to im p r e v is ib le
a d o n d e h a b ría c o n d u c id o a H e b b e l si éste n o se h u b ie r a h allad o atado
p o r u n p r e c e p to m u y m o d e r a d o r q u e le h a cía a s p ira r e n su te a tro a
u n a b e lle z a clásica —a cu yo r e m e d o se a c e r c a r o n e n m a y o r g r a d o sus
c o n te m p o rá n e o s d e m e n o r ta le n to — cuya r e n o v a c ió n era d esd e lu eg o
im p en sa b le.
A estos c o n t e m p o r á n e o s 165’1, p o r su p a r te , n o se les escapaba la
te n d e n c ia ve h em e n te de su d ra m a tu rg ia. T h e o d o r M u n d t la llam a p o r

64 ^ jL a m uerte! ¡La m uerte! [La m u erte está en tre n osotrosf / ¡Sin avisar llega, com o
siem pre?^* Ibid., acto IV, escena 8, w . 25^ 6 s.
6 5 * C f r . Hebbel in der zgiigenossichen Krxtih, fferausgegeben und mitAntnerkuugen verseñen vonH. Wufec/ita,
B e rlín , 1910? así com o: K on sta n tin v o n W iglach, Biographisches Lexikon des Kaisertums Oster-
reich, V ien a , 18 6 2 , artículo « H e b b e l^ . [ n . de B .]
28o ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

e je m p lo « p o e s ía d e l d e stin o s e x u a l» , y G o tts c lia ll h a b la de u n a d es­


tr u c c ió n <<q u e se esco n d e b a jo la a p a rien cia d e u n trab ajo firm e m e n te
a r q u ite c tó n ic o . H e b b e l es s in d u d a el m a y o r r e v o lu c io n a r io e n lo
m o ra l de to d o s lo s poetas alem anes, q u e escon d e su m o ra l ja c o b in ism o
b a jo la a rtific io sa m áscara d e l tr á g ic o » . T o d a te n d e n c ia g ra n d e tie n e
q u e c re a r su p r o p ia fo r m a (esa fo r m a e n q u e d e ja de se r vista c o m o
« p o e sía de te n d e n c ia » ). Q u izá , e n efecto, todas las grand es form as del
d ram a d eb en h a b e r su rgid o d e te n d en cia s q u e n o tie n e n q u e v e r n ad a
d ire cta m e n te c o n el arte. H e b b e l, q u e estaba lle n o de dichas te n d e n ­
cias, n o se atrevió a escrib ir u n d ram a cuya fo r m a artística n o estuviera
ya g a ra n tiza d a . A s í q u e se a fe r r ó al d ra m a h is tó r ic o e in t e n t ó d a rle
extrem a realid ad . P ero si la h isto ria só lo p u e d e exigir verd ad dram ática
en tanto q u e d estin o, el in te n to de rea liza ció n de u n o s dram as h is tó r i­
cos n o ro m á n tico s se en cu en tra co n d e n a d o a fracasar. A sí, fin a lm en te,
las más fu ertes ten d en cias q u e h ab ía en H e b b e l se q u e d a ro n im p lícitas.
S o b r ia m e n te c o n fe s ó u n a vez a K ü h n e , p o r su p a rte , lo q u e pasaba:
« L a lu z em pieza a en cen d erse e n m í, en especial desde q u e lo s c o n flic ­
tos a p a rtir de los cuales h a n su rgid o m is dram as h a n sido discu tid os en
las calles y se h a n visto resu elto s h is tó ric a m e n te , d ado q u e e l p o d r id o
estado d e l m u n d o m e causaba fo rtísim o s p ro b lem a s, co m o si y o fu e ra
el ú n ic o al q u e hacía su frir; y n o m e pa recía in d ig n o d e l arte ex p o n e r
c la ra m e n te , c o n sus m e d io s , q u e el estad o d e l m u n d o era in t o le r a ­
b l e » 1661. M as c o m o H e b b e l, e n sus d ra m a s ju v e n ile s , se a v e n tu ró
m u c h o más allá d e tan tím id a y fatal fo r m u la c ió n , piezas c o m o Judith y
Genoveva siem p re se co n ta rá n en tre las m ás vivas de sus obras.

66 C arta de H e b b e l a Gustav K ü h n e del l6 de ju n io de 1848.


JO HANN PETER HEBEL < I >
C o n o c a s i ó n d e i . p r i m e » c e n t e n a r i o d e s u m u e r t e 1'1

E l h e c h o de q u e h o y , c u a n d o se c u m p le n c ie n a ñ o s d e la m u e r te de
J .P . H e b e l, n o haga falta d e se n te rra r a u n a u to r « in c o m p r e n d id o » y
re c o m e n d a rlo al in te ré s d el p ú b lico es más m é rito suyo q u e d e la p o s ­
te rid a d . Es m é r ito d e su m o d e s tia , q u e n i siq u ie ra p o s tu m a m e n te se
a co m o d a ría a ese p a p e l y q u e h a o c u lta d o d u ra n te u n sig lo q u e Schatz-
kastlein des rheinischen Hausjreundes está en tre las m ás pu ras ob ras de o r fe b re ­
ría de la p ro sa alem an a. P o r el c o n tra rio , es cu lp a d e este siglo X IX , de
esta p o sterid ad , q u e esto su ene n u evo o in clu so p a ra d ó jic o ; es cu lp a de
la h o r r ib le a rro g a n cia cu ltu ra l, q u e h a ced id o, este lib r o a lo s cam p esi­
n o s y a los n iñ o s p o rq u e los escritores p o p u la res tie n e n u n ra n g o in f e ­
r io r a l d e c u a lq u ie r « p o e t a » , p o r m a lo q u e éste sea. T a n to m ás si su
f u e n te flu y e e n u n d ia le c to , s ie n d o p u e s, a d m itá m o s lo , u n a fu e n te
tu r b ia q u e , e n caso d e e n m o h e c e r y d arse p o r sa tisfech a c o n s ig o
m ism a , se ap arta a lta n e ra d e lo s dem ás escrito res d e la n a c ió n , y a u n
c o n c erra zó n de lo s c o n te n id o s de la h u m a n id a d . P ero el h u m a n ism o
ilu stra d o de H e b e l sin d u d a le lib r ó de to d o esto, p u e s n a d a está m ás
lejo s d e d ich o lo calism o q u e el d eclarad o c o sm o p o litism o d e sus esce­
n ario s. A m ste rd a m y M o scú , J eru sa lé n y M ilá n fo r m a n el h o r iz o n te de
u n te r r ito r io e n cuyo c e n tro están S e g rin g e n , B ra ssen h eim y T u ttlin -
g e n íal. E sto es siem p re algo q u e su ced e c o n to d o arte p o p u la r au tén tico
( ir r e fle x iv o ) , q u e h a b la d e lo e x ó tic o y m o n s tr u o s o , c o n e l m ism o
a m o r , la m ism a le n g u a , q u e d e lo s a su n to s d o m é s tic o s . L a m ira d a
aten ta p r o p ia de este c lé rig o y filá n tr o p o alcan za a h í in c lu so a la e c o ­
n o m ía ru ra l, y cu an d o n o s h a b la d e los planetas, o d e las lu n as y de lo s
com etas n o lo hace jam á s c o m o e ru d ito , sin o c o m o cro n ista . A s í, dice
lo sig u ie n te d e la L u n a (q u e d e g o lp e se e n c u e n tr a fr e n t e a u n o al
m o d o d e u n paisaje, c o m o e n el céleb re cu ad ro d e C h a g a ll): « A llí, el

1 P u b licado en varios p erió d ico s aleman.es en septiem bre de 19^ 6 y redactado unos
meses antes, co m o e l texto sigu ien te. E l suizo J o h a n n Peter H eb el, al que n o se debe
c o n fu n d ir co n e l alem án F rie d ric h H e b b el, vivió en tre 176 0 y 182 6 . E ra p astor p r o ­
testante y a u to r de poem as e n dialecto. A p a rtir d el 18 0 7 p u b licó e n la revista Der
Rheinlándische Hausjreund diversos relatos que tu viero n g ra n éxito , p o r lo que en l 8 l l los
re co p iló e n e l v o lu m e n titu lad o «Se/mfccfcaítfeín des rheíníscKen Hau$freundest que sería la más
p o p u la r de sus obras. [El lib ro p u ed e leerse en español: Cofrecillo dejoyas ¿el amigo ée la
casa renano, trad. de A n tó n D ie te rich , B arcelon a, A lb a , 199 8 , ( n . d e l T .)]
2 L o calid ad es de la Selva N egra, [n . d el T .]
282 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

día d u ra e n c u a lq u ie r sitio c o m o d os sem anas nuestras más o m en o s, y


lo m ism o suced e c o n la n o ch e , y el seren o h a de te n e r m u c h o cu id ad o
al co n tar las h oras, p ara n o equivocarse cu an d o llega a 2 2 3 ó a 3 0 9 » [jI.
A la vista de frases co m o éstas, n o es d ifíc il ad ivin ar q u e el escrito r
p r e fe rid o de H e b e l fú e r a je a n P a u ll'lJ, Y se e n tie n d e q u e este tip o c o n ­
cre to d e h o m b re s (e m p íric o s « d e lic a d o s » , c o m o d iría G o e th e , d a d o
q u e p a ra ellos to d o lo fá ctico ya era te o r ía 131, y m u y esp e c ia lm e n te lo s
h e c h o s a n e c d ó tic o s , c r im in a le s, c ó m ic o s , lo c a le s , ya e r a n e n c u a n to
tales u n te o r e m a m o r a l) tu v ie ra n u n c o n ta c to c o n lo rea l d e to n o
su m a m e n te v e le id o s o , g r o te s c o e in c o m p a r a b le . J e a n P a u l e n Levana
r e c o m ie n d a el a g u a rd ie n te p a ra lo s b e b é s , y hasta exige q u e se les dé
cerveza 161. D e m a n era ya m ás a cep ta b le, H e b e l in c lu y e c rím e n e s, b r i ­
b o n a d a s y m u ch a s travesu ras e n sus a lm a n a q u es p o p u la r e s . Y a q u í,
co m o en sus o tro s textos, la m o ra leja n o se p resen ta e n el lu g a r e n que
las c o n v e n c io n e s n o s h a c e n e sp e ra rla . T o d o el m u n d o sabe c ó m o el
a p re n d iz d e b a r b e r o d e S e g rin g e n afeita al « fo r a s te r o d e l e jé r c it o » ,
d ado q u e n o hay o tro q u e se atreva. « S i m e cortáis, os m ato a p u ñ a la ­
d a s » ; y el a p r e n d iz le d ic e fin a lm e n te : « S e ñ o r , n u n c a m e h a b ría is
c o n segu id o m atar a puñ alad as, p u es si os h u b ie ra is m o v id o e n el silló n
y yo os h u b ie ra co rtad o sin q u e re r, al m o m e n to m e h a b ría a n ticip a d o ;
os h a b ría re b a n a d o la gargan ta y m e h a b ría esca p a d o a la c a r re ra »
T al es la m a n era e n la q u e H e b e l ex p o n e la m o ra leja de su h isto ria .
M u ch a s h isto ria s de p ic a ro s d e H e b e l a p a re c e n to m a d a s d e las
fu en tes antiguas, p e ro el te m p era m e n to de b r ib ó n y tu n a n te p r o p io de
Z u n d e lfr ie d e r , H e i n e r y el r o jo D ie te r era sin m ás su te m p e ra m e n to .
P u es H e b e l, d e jo v e n , era ya tristem en te céleb re p o r sus travesuras181. Y
d e l H e b e l a d u lto se cu en ta ig u a lm e n te q u e, c u a n d o le p r e s e n ta r o n al

3 J .P . H eb el, Allgemeine Betracktung über das Weltgebaudei Der Mond, en: J.P. Hebeh sammtliche
Werke, v o l. 8 , K arlsru h e, 1834^ pp- 21 s.
4 Jean Paul es p seu d ón im o (en h o m en aje a Rousseau) d el escritor alem án J o h a n n Paul
F ried rich R ich ter (176 3 —18^5) * Su estilo se caracteriza p o r u n h u m o r que es directo
h e re d e ro de S tern e y de F ield in g. E scrib ió novelas m uy volu m in osas y e l tratado te ó ­
rico Vorschuíe derAsthetik. [n. d el T.]
5 c H a y u n em pirism o delicado que se vuelve id én tico al objeto, convirtiéndose en
auténtica te o ría » ; « L o m áximo sería com pren der que lo fáctico es ya te o r ía » , Goethe,
Maximasy reflexiones, n ° 565 y 575 *
6 Jean Paul, Levana oderEr&ehiere, a pénd ice Uber diephysische Erziehung,
7 J-P - H e b e l, Der Barbierjunge von Segñngen, en.* J. ?. H ebeh sámmtliche Werke, op. cít, v o L 8,
pp. 59 ss.
8 P ersonajes de los relatos de H e b el. [n . d el T . j
JO H ANN P ETER H EB EL I 283

fr e n ó lo g o G a ll, le p id ió u n d ia g n ó s tic o ; m u r m u r a n d o a lg o i n c o m ­
p r e n s ib le , el m é d ic o al p a lp a r lo n o p r o n u n c ió o tra s p a la b ra s sin o
éstas: « e x tr a o r d in a r ia m e n te d e s a r r o lla d o » . Y le p r e g u n tó H e b e l:
« ¿ e l ó rg a n o de r o b a r ? » .
C u á n to s aspectos fra n ca m e n te d e m o n ía c o s hay e n este tr u h á n n o s
lo m u e s tra n las g r a n d e s lito g r a fía s q u e h iz o D a m b a c h e r e n e l 1 8 4 2
p a r a u n a e d ic ió n de Die Schivanke des rheinischen Hausfreundes1^ . Estas ilu s ­
tra c io n e s, in s ó lita m e n te fu e rte s, v ie n e n a ser alg o así co m o señ ales e n
e l c a m in o d e c o n tra b a n d is ta s e n el c u a l lo s r a d ia n te s b r ib o n e s de
H e b e l tratan c o n lo s so m b río s y te rr ib le s p e q u e ñ o b u rg u e s e s d el W oj-
&ck de B ü c h n e r . P ues este p e c u lia r p a sto r p ro te sta n te , q u e p o r c ierto
sabía d e s c r ib ir lo s n e g o c io s m e jo r q u e n in g ú n o tr o e s c r ito r a le m á n ,
e m p le a n d o fá cilm e n te to d o s lo s registro s, d e l m ás b ajo tra p ic h e o a la
g e n e ro sid a d m ás esp lé n d id a , n o ib a a pasar p o r alto lo d e m o n ía c o de
la vid a e c o n ó m ic a b u rg u esa , a cuyo efe cto su fo r m a c ió n c o m o te ó lo g o
le v e n ía fra n ca m e n te b ie n . P ero la d iscip lin a p ro te sta n te ta m b ié n v in o
a in flu ir so b re el p rosista H e b e l. E n ge n e ra l tal vez sea u n a a firm a c ió n
r e d u c c io n ista , p e ro es p o s ib le a firm a r d e H e b e l, sin q u e n o s q u e d e n
d u d a s al r e sp e c to , q u e la p r o s a a le m an a m o d e r n a es u n a c o n f r o n t a ­
c ió n su m a m en te tensa cuya d ialé ctica g ira e n tre d os p o lo s , u n o c o n s ­
ta n te y o tr o v a ria b le : el p r im e r o es el a le m á n d e la tr a d u c c ió n de la
B ib lia d e L u te r o y, el se g u n d o , el h a b la p o p u la r . L a c o m p e n e tra c ió n
d e am bos e n H e b e l será la clave de su m aestría artística, q u e sin d u d a
n o es de n a tu ra le za lin g ü ís tic a so la m e n te . A s í, e n su Reencuentro inespe­
rado, al d e s c r ib ir el lap so d e c in c u e n ta añ os en el q u e gu ard a lu to u n a
m u je r p o r su p r o m e tid o , u n jo v e n m in e r o q u e h a p e r d id o la vid a e n
u n a cc id e n te , H e b e l escrib e este pasaje in c o m p a ra b le : « E n tr e ta n to ,
la c iu d a d de L is b o a (e n P o rtu g a l) fu e d estru id a p o r u n te rr e m o to , la
G u e r r a d e lo s S ie te A ñ o s te r m in ó , m u r ió el e m p e r a d o r F ra n cisc o I,
la o r d e n d e lo s je s u íta s fu e d is u e lta , P o lo n ia fu e d iv id id a , m u r ió la
e m p e r a tr iz M a r ía T e r e s a , e l c o n d e d e S tr u e n s e e f u e e je c u ta d o , fu e
lib e ra d a A m é r ic a y la alianza de tro p a s fran cesas y esp añ olas n o r e c o ­
b r ó el p e ñ ó n d e G ib ra lta r . L o s tu rco s e n c e r r a r o n al g e n e ra l S te in en
u n a cu eva de H u n g r ía y el e m p e r a d o r J o s é ta m b ié n m u r ió . E l rey
G u sta v o de S u e c ia c o n q u is tó F in la n d ia , la R e v o lu c ió n F ra n ce sa y la

9 JrP . H eb el, Die Schwanke des Rheinlándischen Hausjreundes, Mit 0 riginal-Liihografihíen von
Dambacher, Stu ttgart, 18 4 2 .
284 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

g u e rra c o m e n z a r o n , y el e m p e r a d o r L e o p o ld o II, p o r su p a rte , ta m ­


b ié n b a jó a la tu m b a . Y N a p o le ó n c o n q u is tó P ru s ia y lo s in g le se s
b o m b a r d e a r o n C o p e n h a g u e y los a gricu lto res se m b ra ro n y seg a ro n . Y
m o lió el m o lin e r o , y m a rtille a ro n lo s h e r r e ro s , y lo s m in e ro s excava­
r o n e n b u sca d e v e n e r o s . P e ro c u a n d o e n 1 8 0 9 lo s m in e r o s de
F a l ú n ...» !idI. A l e x p o n e r d e este m o d o el paso de u n p e r ío d o de c in ­
c u e n ta a ñ o s d e lu to , H e b e l h a ce h a b la r a u n a m e ta fís ic a q u e p o se e
e x p e rie n c ia , y q u e cu en ta m ás q u e to d a m etafísica « v iv id a » .
A s í, en o tro s casos, la ilim ita d a lib e rta d artística se basa en u n le n ­
gu aje q u e e n algun o s pasajes es d ictatorial, c o m o el len gu a je d e G o e th e
en la segu n d a p a rte de Fausto. P e ro , n a tu ra lm e n te , d ich a a u to rid a d n o
to m a su base d e l m e r o d ia le cto , sie m p re s e c u n d a r io , sin o d e la c o n ­
fr o n ta c ió n crítica y tensa d el a lem án cu lto c o n la q u e es el habla p o p u ­
la r; el resu lta d o p a ra el v o ca b u la rio será (c o m o e n el caso de L u te r o )
q u e de viejas joyas reto rcid a s se d e sp re n d e n fin as lim ad u ras: «Danngeht
er (der verständige Mann) mit guten Gedanken seines Weges weiter... und kann sich nicht
genug erschauen an den blühenden Bäumen und farbigen Matten um her»1**1. Frases
co m o ésta (y el Schatzkästlein en su c o n ju n to es su cesió n casi in in te r r u m ­
p id a de este tip o de frases) d eb ería n fig u ra r sin d u d a e n la m e jo r a n to ­
lo g ía , m as n o c o m o p re te x to p a ra ilu s tr a c io n e s a la m o d a n i c o m o
b a n al p re m io escolar, sin o e n su c o n d ic ió n d e m o n u m e n to d e la prosa
alem an a c o m o tal. E n d ich a a n to lo g ía , o en u n a e d ic ió n c o m p le ta de
sus ob ras, q u e a ú n n o te n em o s, b ie n vald ría la p e n a ir h o je a n d o . Pues
lo p r o p io de estas h isto ria s de H e b e l, q u e es ta m b ié n u n s ig n o d e su
p e r fe c c ió n , es el q u e se o lv id a n m u y rá p id a m e n te . S i crees te n e r u n a
e n el r e c u e rd o , la c o p io s id a d d e d ich o s textos siem p re te h a rá ve r qu e
n o es así. N o es ra ro q u e u n fin a l, alg o q u e n o se p u e d e « c o n o c e r » ,
s in o , c o m o m u c h o , saber d e m e m o r ia , haga o lv id a r al p u n to to d o lo
q u e v e n ía p o r d e la n te . « E sta p ie c e c ita m e la h a le g a d o m i a yu d a n te,
q u e ah ora está en D resd e. ¿ N o en vió desde D resd e co m o recu erd o u n a
h e rm o sa ta b a q u e ra e n la q u e u n m u c h a c h o a la d o y u n a c h ic a h a c e n
a lg o ? P e ro , a q u í vu elve el a y u d a n te » . A s í acaba La prueba 1**1. S i, desde

10 J .P . H ebel, Unerhoßes Wedersehen, e n : J.P. Hebels sämmtliche Werke, op. eit., voL 3, pp. 188 s.
11 J .P . H eb el, Betrachtungen über verschiedene Thiere: 5*DieEidexen, en: J.P. Hebels sämmtliche Vferke,
op> c l t , vol. 8 , p. 105 - [Para la debida apreciación del estilo y carácter de ese texto
—que en absoluto afecta a la debida co m p ren sión d el presen te a rtícu lo—» se m an tie ­
n e en id io m a o rig in a l, ( n . d el T , ) ]
13 J -P . H e b el, Píe Probe, e n : J.P, Hebels sämmtliche Werke, op. d t , v o l. 3, p . 316.
JO H AN N P ETER H E B E L <2, 285

u n a frase c o m o ésta, n o sie n te s la p r o fu n d a m ira d a d e H e b e l, n o lo


en con trarás en otras frases. Q u e e l n a rra d o r se inm iscu ya así e n la h is ­
to r ia n o es u n rasgo r o m á n tic o , sin o q u e resu lta p r o p io d e l in m o r ta l
S te rn e , p o r e je m p lo .

J.P . HEBEL < 2 >


U n JEROGLÍFICO COMPUESTO CON OCASION
DEL PRIMER CENTENARIO DE SU MUERTE [l1

N o to d o e sc rito r so p o rta ser r e c o m e n d a d o . Y a resu lta d ifíc il h a b la r de


H e b e l, p e ro r e c o m e n d a rlo es b ie n o c io so , e im p o n e r lo al p u e b lo (tal
c o m o su c e d e ) es cosa s in d u d a r e p r o b a b le . H e b e l n u n c a a ce p ta rá
sum arse al fr e n te cu ltu ra l d e gra n a d ero s e n q u e lo s m aestros alem an es
h a ce n ejercitarse a sus sold ad os, H e b e l es p o r cierto u n m o ralista , mas
n o de la m o r a l q u e p r o p o r c io n a n lo s n e g o c io s de la b u rg u e sía su p e ­
r io r . A ésta, q u e p o r en to n ces se p re p a ra p ara u n a a scen sió n irre sisti­
b le , la v ig ila H e b e l c o n c u id a d o , y e llo p o r q u e e n tie n d e lo q u e es la
m o r a l d e lo s n e g o c io s . E n ca lid a d d e e x p e rto d e u n a é p o ca e n la cu al
lo s n e g o c io s tra b a ja b a n c o n u n e n o r m e r ie s g o , H e b e l tasó b ie n esta
m o r a l. P u e s, e n e fe c to , la R e v o lu c ió n F ra n ce sa se p r o d u jo e n u n
tie m p o e n q u e y a H e b e l e ra u n h o m b r e m a d u r o , y p o r eso sabía y
c o m p r e n d ía q u é sig n ifica el q u e u n p u e b lo en masse re v o q u e el c ré d ito
d e su clase d o m in a n te . H e b e l p o d ía sim p atizar de h e c h o c o n p a rte de
esa clase d o m in a n te e n sus m iem b ro s m ejo res y m ás d ig n o s, u n a sólid a
p e q u e ñ a b u rg u e sía desde e l p u n to d e vista c o m ercia l; y p o r eso m ism o
ju sta m en te p re te n d ía exp licarle a d ich a clase la ú n ic a c o n ta b ilid a d que,
a su j u i c i o , p o d ía c o n s id e ra rs e sa lva d o ra . L as p a la b ra s « C o n D io s »
d e b ía n e n c o n s e c u e n c ia fig u r a r e n la e d ic ió n e n f o lio d e su fa m o so
Rheinischer Hausfieund, q u e c o n tie n e eje m p lo s ab u n d an tes d e ese p ia d o so
c álcu lo c o n c e b id o y p ro v isto p ara el u so d o m é s tico , b ie n d istrib u id o s
en se c c io n e s. C o n ta b ilid a d p o r p a rtid a d o b le , q u e es la q u e sie m p re
cu ad ra. E n el h a b e r, la vid a co tid ia n a , cam p esin a y b u rg u esa , la p o s e ­
sió n de lo s m in u to s q u e rep o rta n intereses, el capital cu b ie rto a base de

I P u b licado e n septiem bre de 1926 d en tro de la revista Die literarische V&lt-r estaba dirigid a
p o r el escritor W illy Haas, u n o de los p o co s am igos de K afka.
286 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

la astucia y el tr a b a jo . E n e l d e b e , el d ía d e l j u i c i o , u n o q u e n o se
c u e n ta p o r m in u to s y q u e n o da g lo r ia n i c o n d e n a , s in o ese secreto
so sie g o in t e r io r q u e , c o m o e n e l esp a cio lo c o n c e d e el b o g a r , e n el
paso d el tie m p o lo co n c e d e el lu gar, ese q u e se o cu p a e n la g e n e ra ció n ,
el c o b ijo h istó ric o c o rre c to q u e se c o n c e d e a lo s más p riva d o s. D e este
m o d o , H e b e l tie n e a la d erech a y a la izq u ie rd a el m ism o b alan ce; y es
q u e su m o r a l n o se rm o n e a , sin o q u e n o s im p o n e u n p u n to y ap arte.
U n a vez q u e se h a lle g a d o a h í, ya se p u e d e a p agar la lu z y d o r m ir el
sueñ o de los ju sto s. N in g ú n a u to r h a p o d id o p r e sc in d ir hasta tal p u n to
de la « a tm ó sfe ra » e n sus h istorias breves. E n efecto, el p resen te de sus
p erso n ajes n o so n lo s añ os 1 7 6 0 - 1 8 2 6 ; el tie m p o e n q u e ellos viven n o
se n u m e ra e n añ os. Igu al q u e la te o lo g ía (H e b e l e ra te ó lo g o e in c lu so
fu e m ie m b ro de u n a c o m is ió n eclesiástica) siem p re p ie n sa la h isto ria
en g e n e ra cio n e s, H e b e l ve e n las a ccion es y o m isio n e s d e sus p e rs o n a ­
je s a la g e n e r a c ió n q u e se tran sp o rta en todas las crisis, esas q u e estalla­
r o n co m o r e v o lu c ió n en F ran cia en el 17 8 9 . E n sus b rib o n e s y granujas
viven V o lta ire , C o n d o r c e t y D id e ro t, m ien tra s q u e la desd eñosa in te li­
gen cia de sus ju d ío s n o tien e m ás d el T a lm u d que d el esp íritu de M oses
H ess, p r e c u r s o r alg o p o s te r io r d el so c ia lis m o [2!. P o r lo d em ás, el e le ­
m e n to c o n s p ir a d o r n o e ra a je n o a H e b e l. N a tu r a lm e n te , la secreta
alianza de este h o m b re (cuya vid a sim p le, p e ro sin fo rm a , n o se p u e d e
c o n o c e r a fo n d o ) n o e ra p o lític a . M ás b ie n , su c a r á c te r p r o te ic o , a
saber, su « b e lc h is m o » [sI, esa m ística d e la n atu raleza cuyo altar era el
B e lc h e n y cu yo sa ce rd o te era él e n p e r s o n a , e l « fa ls o rey P e d ro I d e
A s s m a n n sh a u se n » , n o s r e c u e rd a a lo s ju e g o s p r e r r e v o lu c io n a r io s de
lo s rosacruces. P o r lo dem ás, el h ech o de q u e H e b e l sólo fu e ra capaz de
d ecir, y ta m b ié n d e pensar, lo im p o rta n te, lo gra n d e, de m a n era siem ­
p re m etafó rica, sien d o el p u n to fu e rte d e sus h isto rias, es e n su vid a el
p u n to d é b il, la en tera falta de p la n ific a c ió n . P u es hasta los textos para
el a lm a n a q u e d e l Rheinlandischer Hausfreund s u r g ie r o n p o r u n a c o a c c ió n
e x te rio r q u e m o lestó m u c h o a H e b e l. M as e sto , e n c u a lq u ie r caso, n o
im p e d ía q u e s ie m p re tu v ie ra el s e n tid o c o r r e c to d e lo q u e s o n lo
g ra n d e y lo p e q u e ñ o ; y, a u n q u e n u n c a c o n sig u ió exp resarlos m ás q u e
e n re d a d o s e n su p r o fu n d id a d , su re a lis m o fu e sie m p re lo b a stan te
fu e r te c o m o p ara evitar ese p e lig ro s o m isticism o d e lo m ás p e q u e ñ o y

2 E l escrito r alem án M oses Hess, co lab o rad o r de M arx e n la Jftemisc/ie ¿feitung, así com o
p recu rso r d el sion ism o, vivió én tre l8 l2 y
3 Belchen es e l n o m b re alem ánico de u n a m ontañ a de la Selva N egra.
JO H ANN P ETER H EB EL 3 287

lo m e z q u in o q u e a veces sí fu e el p e lig ro de S tifte r [,íJ. S u e sc rito r p r e ­


fe r id o n o era só lo J ea n P au l, c o n e l q u e está lin g ü ís tic a m e n te e m p a ­
r e n ta d o , s in o ta m b ié n G o e th e , s in d u d a ; a S c h ille r e n c a m b io n o
p o d ía le e r lo . A s í, este a u to r p ia d o so de p o em a s en d ia le cto y c atecis­
m o s sig u e h o y e x p o n ie n d o sus d e fe c to s a lo s m a e stro s d e escu e la en
AndreasHofer, q u e se e n c u e n tra al fin a l d el Schatzjidstkin, d el a ñ o l 827 Is!-
A h í se h a b la c o n se v e rid a d , e in c lu s o sa rca sm o , d e la r e b e lió n e n el
T i r o l. E l típ ic o h is to r ia d o r a le m á n d e la lite r a tu r a p e r c ib ir á a h í p o r
c ie r to c o n s e r io d isgu sto alg o m u y sem e ja n te a la fa lta de en tu sia sm o
p a tr ió tic o d e G o e th e , q u e le sigu e sin d u d a d isgu stan d o tras la d erro ta
s u fr id a e n la G u e r r a M u n d ia l. E n v e rd a d q u e e n am bos só lo h a b la el
respeto in q u eb ra n tab le ante el p o d e r, fre n te al cu al n o está n u n c a p e r ­
m itid a la m e n o r in g e n u id a d en cu estio n es m orales. H e b e l c o n tab ilizó ,
d e a c u e rd o a este p r in c ip io , la vid a c o tid ia n a d e l p u e b lo y la c iu d a d ,
p e ro , e n sus tran saccion es, só lo existe el p ago al c o n ta d o . H e b e l jam á s
acepta el ch eq u e de la iro n ía , mas su h u m o r c o b ra en c én tim o s las más
grand es sum as. A s í, m ás q u e m o d é lic o en el vasto c o n ju n to de su lib r o
d e h isto ria s, H e b e l se n o s m u estra in a g o ta b le e n to d o s y cada u n o de
sus detalles. C u a n d o u n o d e sus relatos em p ieza de este m o d o : « G o m o
es b ie n sa b id o , u n v ie jo a lcald e de W a sseln h eim d e m a n d ó a su esposa
p o rq u e hablaba el fran cés de fo rm a d e p r im e n te » 161, esas sim p les p a la ­
bras, « c o m o es b ie n s a b id o » , fra n q u e a n el a bism o q u e p ara cu alq u ier
p e q u e ñ o b u r g u é s sep ara siem p re la h isto ria de la vid a p riva d a. Y ello ,
p o r n o h a b la r d e ese ex c u rso h is tó r ic o d e v e in te lín e a s e n Reencuentro
inesperado, q u e c o n tie n e e n e se n c ia a to d o H e b e lt7). P u e s su ta le n to es
ta n p o c o lla m a tiv o c o m o lo s o n , e n esas v e in te lín e a s, la h is to r ia , el
e m p e ra d o r y las victo ria s. D ifíc il de a p recia r in c lu so e n lo lin g ü ístico ,
sob re cuyos p o d ere s el dialecto se c o rre co m o u n velo m isterio so , sié n ­
d o le m u c h o m ás q u e u n a fu e n te d e fu erza . P o r lo dem ás, la m o d estia
d e su o b ra es g a ra n tía d e su p e rv iv e n c ia in c lu s o e n el e n to r n o m ás
e x tr a ñ o . U n b á cu lo d e o b isp o q u e se h e re d a en u n a fa m ilia p u e d e ser
u n d ía rech azad o (igu a l q u e u n g o r r o fr ig io ) co m o si se tratara d e u n
p e n o so r e c u e rd o . P ero n o ese b ro c h e p o c o llam ativo d o n d e el b á c u lo
de o b isp o y el g o r r o fr ig io se cru za n .

4 A d a lb e rt S tifter, escrito r austríaco que vivió en tre iSog y 18 6 S . [ n . d e l T . ]


5 J .P . H eb el, Andreas Hofer, e n : J.P. Hebebsammtliche^rke, vol, 3, p p . 194 - 197 '
6 J .P . H ebel, Missverstand (o ZterWígffleíser), en; J.P. tkbelssammÜiche Wfa-ke, op. d t , vol. 3, p. 35-
7 V éase n ota IO d el texto a n te rio r, p . 284.. f.N. d el T . ]
GOTTFRIED KELLER
En h o m e n a je a u n a e d ic ió n c r ít ic a

C O M PLE T A D E SUS O BRAS


u*]

A lo s a m a n te s d e la s « b u e n a s c o s a s »
p o d e m o s m o d e s t a m e n t e a s e g u ra r le s
q u e , s e ria m e n te , h a y a q u í algo así.

Gottfried K elkr
sobre los poemas de Leuthold

Según, se cuen ta, e n cierta o ca sió n te n ía H a y d n m u ch ísim o s p ro b lem a s


c o n u n a sin fo n ía , y, p ara salir de aqu el a p u r o , de rep e n te im a g in ó u n a
h is to ria : u n c o m e r c ia n te al q u e las cosas le v a n m a l in te n ta a b rirse
c a m in o , p e ro q u ie b ra (andante), to m a n d o e n to n c e s la d e c is ió n ( allegro
ma non troppo) d e em ig ra r a A m é ric a , e n d o n d e (scherzo) alcanza el éxito;
d e m o d o q u e (finale) al fin vuelve ra d ia n te c o n los suyos. E sto es a p r o ­
x im a d a m e n te la p r e h is to r ia y el c o m ie n z o de Martín Salanderl3]. Y para
d a r e x p re s ió n a la in d e s c r ip tib le d u lz u r a d e l e stilo d e K e l l e r , c o m o
ta m b ié n a su s o n o r id a d , n o estaría m a l in v e n ta r esta h isto ria , y lu e g o
con tarla, de igual fo rm a q u e K e lle r , al escrib ir su prosa, se dejaba d ir i­
g ir p o r m elo d ía s. P ero c o m o estas m elo d ía s n o se escu ch an , n o queda
m ás re m e d io q u e r e c u r r ir a u n o s m e d io s m ás ásp eros p a ra d e c ir algo
de su p ro sa . E ste n o es el lu g a r p a ra e x p lic a rlo , p e r o es s o rp re n d e n te
q u e h a ce u n o s d ie z a ñ o s, c u a n d o el a m o r de lo s a le m a n e s se d ir ig ió
p o r f i n a S t ift e r 14'5, n i u n só lo s o n id o de la fla u ta d e P a n p r o p ia de
K e lle r se in filtra ra en la calm a, q u e es tan veran iega co m o in vern al, del
p a isa je d e S tifte r . P e ro lo s a le m a n es, n a d a m ás fin a liz a r la g u e rr a ,
h a b ía n re n u n c ia d o p o r u n o s años a las danzas p o lítica s, cuyo ritm o en

I* Gottfried Kellers sämtliche Werke. A u f Grund des Nachlasses herausgegeben von Jonas Frankel Von der
Verwaltung des Gottfried Kellerschen Nachlasses autorisierte Ausgabe, E u gen Rentsch Verlag;
E rle n b a c h -Z ú ric h / M ú n ic h , [N .de B,] [B en ja m in p u b lic ó e l texto de este artícu lo en
agosto de 1937 » d en tro de la revista Die literarische pocas sem anas después de
redactarlo. El escritor suizo G o ttfr ie d K e lle r vivió en tre 1819 y 18 9 0 . Sus novelas, la
más fam osa de las cuales es la volu m in osa Enrique el Verde, d escrib en co n h u m o r y
m elan colía el curso de la vida cotid ian a. Pero la ú ltim a de ellas, que es Martin Salander,
aban don a ya e l ton o am able y elabora u n a crítica de la sociedad in d ustrial.]
2 G o ttfr ie d K e lle r , Gedichte von Heinrich Levthold, e m Gottfried Kellers sämtliche Werke, op. eit,
v o l. 2 2 , p . 3 10 ,
3 G . K e lle r , Martin Salonder, en: Gottfried Kellers sämtliche Werke, op. c it, vol. 13.
4 A d a lb e rt S tifte r vivió en tre 180 5 y 1868, y escrib ió novelas y relatos que e xp on en el
triu n fo de la arm o n ía en tre el in d ivid u o, la naturaleza y la sociedad, [n . d el T.]
G O TTFR IED KELLER 289

K e lle r resu en a m u y b ajo , y visitab an el n o b le paisaje de S tifte r, a u n q u e


n o c o m o h o g a r, sin o e n calid ad d e sa n a to rio .
Sea co m o fu e re , la verd a d vieja y n ueva de q u e K e lle r es u n o de lo s
tres o c u a tro m ás g ra n d e s p ro sistas d e la le n g u a ' a le m a n a a ú n sigu e
en co n trá n d o se e n situ a c ió n d ifíc il. Es d em asiad o vieja p ara in teresar a
la g e n te , y d em a sia d o n u e v a p a ra c o m p r o m e te r la . L e va ig u a l q u e al
siglo XIX, e n cuyo « c e n tr o e s tiv a l» fnl Seldw yla (u n a esp ecie de civitasdei
helvetica) erige sus to r r e s 161. E l p r im e r c o n o c im ie n to vá lid o d e la o b ra de
K e lle r se en cu en tra ligad o a u n a reva lo riza ció n d e l siglo XIX q u e resulte
capaz de su p erar las d ificu ltad es de los h isto ria d o re s de la literatu ra . ¿ A
q u ié n n o le h a lla m a d o la a te n c ió n el v a lo r d istin to p o r c o m p le to que
tien e este siglo, respectivam ente e n la literatu ra b u rg u esa y e n la lite r a ­
tu ra m aterialista? ¿ Y q u ié n n o está h o y segu ro d e q u e la o b ra de K e lle r
se en cu en tra todavía reservada a u n a más atenta ob servación q u e pu ed a
d esign ar c o m o h ered e ro la m ism a base h istó rica e n q u e se alza su o b ra ?
M as la h isto ria b u rgu esa d e la literatu ra n o p o d ría h a cer esto e n n in g ú n
caso c o n el m a te r ia lism o y a teísm o d e K e lle r . Y a n o p o d r ía h a c e rlo ,
d a d o q u e este a teísm o , q u e , c o m o se sabe, el e s c r ito r a p r e n d ió de
F eu erb ach d u ra n te lo s añ os pasados e n H e id e lb e r g 171, n o era e n a b so ­
lu to su b versivo. M ás b ie n , era p r o p io de u n a b u rg u e sía fu e r te , v ic to ­
riosa, p e r o n o e n su cam in o hacia el im p eria lism o p o ste rio r. L a fu n d a ­
c ió n d e l Reich re p re se n ta sin d u d a u n a fr a c tu r a e n la h is to ria d e la
b u rg u e sía d e A le m a n ia , ta m b ié n d esd e e l p u n to d e vista id e o ló g ic o .
C o n ella desaparece el m aterialism o, tanto el filis te o 181 co m o el p o ético .
Las capas su p e rio re s de S u iz a s o n las q u e h a n c o n s e rv a d o p o r m ás
tie m p o rasgos de la b u rgu esía p reim p eria lista . (S ig u e n todavía c o n s e r­
v á n d o lo s: y p o r eso les falta e l savoirvivre, p r o p io d e los esp ecu lad o res,
c o n q u e lo s E stad o s im p e ria lis ta s h a n r e c o n o c id o el d o m in io de lo s
soviets.) P ero es q u e, adem ás, el carácter su izo tal vez haya a lim e n ta d o
más el a m o r p a trio y m en o s el e sp íritu n acion alista q u e c u a lq u ie r o tro
estado. E n e fe cto , fu e desde B asilea desde d o n d e , al fin a l d e la vid a de

5 G o t t f r ie d K e l le r , d ia r io d e l I d e m a yo d e 1 8 4 8 , e n : Gottfried Kellers sámtliche Werke, op. cit,


v o l. 2 Ij p* 97*
6 S e ld w y la es la c iu d a d im a g in a r ia d o n d e tr a n s c u r r e e l c ic lo d e n o v e la s d e Die Lente von
SeMwyía, q u e K e l le r e m p e z ó a p u b lic a r e n el 1 8 5 6 .
7 K e l le r v iv ió e n H e id e lb e r g e n tre 1 8 4 8 7 1 8 5 0 , y a llí c o n o c ió a L u d w ig F e u e rb a ch ,
8 S o b r e e l s ig n ific a d o d e la p a la b ra « f ilis t e o » , véase p . I 7 j n o ta % d e l a r tíc u lo Diá­
logo sobre b religiosidad del presente, [N, d e l T.]
290 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

K e lle r , re so n a ro n serias advertencias de N ietzsch e so b re el esp íritu d el


n u evo Rekh. Y K e lle r , q u e d u ra n te lo s a ñ o s pasados e n M u n ic h ts! tuvo
q u e trab ajar artesa n a lm en te e n m ayo r m ed id a de lo q u e h u b ie ra q u e ­
r id o , rep resen ta a u n a clase q u e todavía n o h ab ía co rtad o p o r c o m p leto
c o n el p ro c e so artesanal de p r o d u c c ió n . R esulta so rp ren d en te la c o n s­
ta n c ia c o n la cu al el r ic o p a tr ic ia d o d e Z ú r ic h fu e fo r m a n d o a este
h o m b re , d u ran te largos años de sacrificio, para que fu era u n ciu dad ano
respetado y u n o de sus m ás altos fu n cio n a rio s (era el escribano d el c a n ­
tó n ) bo1. D u ra n te a ñ o s h u b o algo así co m o u n a especie de socied ad a n ó ­
n im a p a ra fo r m a r y estab lecer a G o t tfr ie d K e lle r , y d esd e lo s im p r o ­
ductivos co m ien zo s de su carrera se in crem en tó u n a y otra vez el capital,
q u e m ás ad elan te K e lle r d evolvió c o n m u c h o s in tereses a a q u ello s q u e
fu e r o n sus m ecen as. Y cu an d o p o r fin K e lle r fu e n o m b ra d o escribano
de la n o ch e a la m añana, la n ovedad fu e glosada c o n el m ayor detalle en
la p ren sa lo c a l. E l 2 0 de se p tie m b re d e l 8 6 l , el ¿jirchersche Freitagszeitung
e sc rib e e n sus p á g in a s: « T o d o el m u n d o sabe q u e , hasta h ace m u y
p o c o , el s e ñ o r K e l l e r n o sabía n ad a n i de la p o lític a e n g e n e ra l n i
(m e n o s) d e la a d m in is tr a c ió n e n su d e ta lle ... P e ro , ú ltim a m e n te ,
p arece h aberse d esp ertado e n él la n ecesid ad de criticar y rid ic u liz a r de
vez en cu an d o los aco n tecim ien to s p o lític o s d el c a n tó n de Z ú r ic h co m o
c orresp on sal de p e rió d ic o s diversos, y ello c o n m ás in g e n io y b rillan tez
literaria q u e u n c o n o c im ie n to y estu d io c o n s ta n te » . Este pu esto b u r o ­
c rático de alto n ivel c o rre s p o n d ía b ie n a su n atu raleza, lle n a de fren o s
p r o fu n d o s y ap asion ad as reservas. L a a c tu a c ió n p e d a g ó g ic a le era ta n
n atu ra l co m o a la m ayor parte d e lo s grand es au tores de su p u e b lo , y la
p o sib ilid a d d e d esplegarla de m an era m ed iad a y, al tie m p o , a lo gran d e
era la m ás adecuada para é l. P o rq u e , e n su p ú b lica actu ación , K e lle r n o
p o d ía ser m aestro, sin o , antes b ie n , leg isla d o r. (P o r eso p a rticip ó efe c ­
tivam en te en la red acció n de u n a n ueva C o n s titu c ió n para el c a n tó n de
Z ú r ic h .) S eg ú n se cu en ta, K e lle r cu m p lió b ie n c o n las o b lig a cio n es de
su ca rg o . T ra b a ja r e n u n o s lím ite s estrictos le m a n tu v o al m a rg e n d el
m o v im ie n to idealista en A le m a n ia , situ ació n q u e en tro n ca b a su trabajo
c o n su m aterialism o. Y es sabido q u e K e lle r d efe n d ía las tesis m a teria ­
listas (esp ecialm en te la tesis de la m o rta lid a d in te g ra l d e l ser h u m a n o )
n o e n tan to q u e ra cio n a lista s a b io n d o , sin o , antes b ie n , co m o h e d o

9 K e l le r v iv ió e n M ú n ic h e n tr e 1 8 4 0 y I& 4-2 p a ra fo r m a r s e a llí c o m o p in t o r .


10 E n tr e 1 8 6 1 y 1 8 7 6 K e l l e r s e ría P r im e r E s c r ib a n o d e l c a n tó n d e Z ú r ic h .
G O TTFR IED KELLER 291

n ista q u e n o estaba d isp u esto a p e r m itir q u e su cita a p asion ad a c o n la


vid a se vie ra trasto rn a d a p o r n in g u n a o tra cita . S u o b ra es el m a le c ó n
d e l m o v im ie n to e s p iritu a l b u rg u é s, q u e r e tr o c e d e a n te e lla y d eja lo s
teso ro s d e l pasado antes d e a solar E u ro p a e n te ra c o n v e rtid a e n m area
idealista. H ay q u e te n e r b ie n claro q u e K e lle r se en cu en tra cerca d e u n a
g e n e r a c ió n q u e está e n fe r m a d e m u e r te , devastada, y q u e ap en as u n
p o co d e fo rm a lin gü ística —u n esfu erzo obsesivo que él n o co m p ren d ía ­
n o s hace sus relatos en igm áticam en te p erfectos, co m o lo s relatos d ep ra ­
vad os d e A u e r b a c h y H e y s e 1“ 1. E l h e c h o d e q u e T h u m a n n , así c o m o
V a u tie r y algu nos otro s de este tip o , fu e ra n lo s en cargados de ilu strar su
Romeoy Julieta en el pueblo[TQ] ya lo d ice to d o . P ero su estricto se n tid o p r o ­
fa n o n o c o n d u jo a K e l l e r a u n a ética de la c o n v ic c ió n d e las d e l tip o
lib rep en sad o r. S u rad icalism o le lib r ó de ello. A sí, los m ás so rp re n d e n ­
tes d o cu m en to s d el rad icalism o d e K e lle r se en cu en tra n e n los e n fr e n ­
tam ien tos q u e tuvo c o n G o tth e lf1*31. Q u ie n n o d é im p o rta n c ia al h ech o
d e q u e K e lle r c o m ie n c e su reseñ a d e lo s escrito s de G o t t h e lf c o m e n ­
tan d o el p re c io d e los lib r o s [xil p u e d e le e r a q u í o tro pasaje: « H o y to d o
es p o lític a y to d o se e n c u e n tra re la c io n a d o c o n ella, desde el c u e ro de
las suelas de n uestros zapatos hasta la ú ltim a teja d el tejad o; y ta m b ién el
h u m o q u e sale p o r la c h im e n e a es p o lític a , ése q u e cu e lg a e n n u b e s
in sid io sa s so b re las cabañas y p a la c io s, so b re las c iu d a d e s y lo s p u e ­
b l o s » [isl. K e l l e r se o c u p a a h í e n esp e c ia l de lo e d ific a n te q u e h ay e n
G o tth e lf, y, e n este co n tex to , escrib e estas palabras so rp ren d en tes: « E l
p u e b lo , e n esp ec ia l lo s ca m p e sin o s, ta n s ó lo c o n o c e el b la n c o y el
n e g r o , o , d ich o d e o tr o m o d o , la n o c h e y el d ía, y n o q u ie re siq u ie ra
o ír h a b la r d e u n a m e d ia lu z lle n a d e lág rim a s y d e s e n tim ie n to s e n la
q u e n ad ie sabe ya q u ié n es el c o c in e ro o el cam arero . S i deja de satisfa­
cerle su re lig ió n an tiq uísim a, el p u e b lo se pasa a su c o n tra rio , pues ante
to d o q u ie re seg u ir sien d o u n ser h u m a n o y n o con vertirse e n u n pájaro
o e n u n a especie de a n f i b i o » [lSl.

11 B e r t h o ld A u e r b a c h , 1 8 1 2 - 1 8 8 2 , y P a u l H e y s e , 1 8 3 0 - 1 9 1 4 . [ n . d e l T .]
12 G . K e l l e r , Romeo undJulia a u f dem Doife, e n : Gottfried Keilers sämtliche Werke, op. cif., v o l. 7,
PP- 8 3 -18 7 .
13 G . K e l le r , Jeremías Gotíhelf, e n : Gottfried Kellers sämtliche Werke, op. dt., v o l. 2 2 , p p . 4 3 - 1 1 7 .
G o t t h e l f , q u e v iv ió e n t r e lo s a ñ o s 1797 Y 3 ,y,54
■e ra u n p a s to r p r o t e s ta n t e s u iz o q u e
e s c r ib ió rela to s y n o ve las e n lo s q u e c r itic ó a la s o c ie d a d d e su tie m p o d esd e u n p u n t o
d e vista co n s e rv a d o r.
14 Ibid., p . 4.4.
15 Ibid., p . 8 8 ,
iG Ibid. , p . 78-
292 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

E l lib e ra lism o de K e lle r (c o n el q u e p o r sup u esto el lib e ra lism o de


h o y n ad a tien e que ve r e n absolu to, pues n o tien e n in g u n a re la c ió n co n
u n c o m p o r ta m ie n to ela b o ra d o ) respetaba c o n exactitud lo s criterio s de
lo q u e e ra o b lig a to r io y d e lo q u e e ra r e p r o b a b le . Y s in d u d a resu lta
m o n stru o so d e c ir q u e e n c o n ju n to eran lo s crite rio s del o rd en a m ien to
ju r íd ic o bu rgu és. Pero n o hay más que m ira r co n a ten ció n . Igual q u e en
Las afinidades electivos su rg e u n d e stin o a n iq u ila d o r de la d e s tru c c ió n d el
v ín cu lo m a trim o n ial, e n el im p e reced e ro relato q u e constituye su Romeo
yJulieta en el pueblo surge u n d estin o a n iq u ila d o r d e la q u ie b ra del d erech o
de p ro p ie d a d e n u n cam p o. S ie n d o ya m u y m ayor, estudiaría K e lle r en
su h is to ria de Martin Salander la estricta c o m u n ic a c ió n e n tre las fo rm a s
ju ríd ic o -b u rg u e sa s y h u m a n o -m o ra le s d e existencia. C o n ello le estaría
a seg u ra d o el p u e s to , e n tre F élix D a h n y la s e ñ o r a M a r littllf], q u e h o y
m u ch o s alem anes le c o n c ed e n en el in te r io r de su cu lto co ra zó n . Hasta
a h í, to d o sería p o r c ie rto n o r m a l. P e ro a q u í se alza ju s ta m e n te el
u m b ra l d el « p r o b le m á tic o » sistem a d e gru tas y cavernas q u e, cu an to
m ás n o s in tr o d u c e e n K e lle r , ta n to m ás im p e r c e p tib le m e n te va a lte ­
ra n d o el ritm o d el r u id o q u e p r o d u c e n las voces y o p in io n e s burguesas,
hasta q u e, fin a lm e n te , lo expulsa c o n lo s ritm o s cósm icos q u e capta en
e l in te r io r de la T ie r ra . S i buscam os u n n o m b re para este m ilag ro de las
m en ta d as gru tas y las cavernas sería el de « h u m o r » . L a risa d u lc e y
m eló d ica d e K e lle r se siente tan a gusto en las bóvedas terrestres co m o la
risa d e H o m e r o e n las celestes. P e ro u n a y o tr a vez se h a c o m p r o b a d o
q u e n os cerram os el paso a u n g ra n a u to r cu an d o p artim os d e la id ea de
q u e es u n h u m o rista . P o rq u e ta m p o c o el h u m o r de K e lle r eq u ivale al
d o r a d o p u lim e n to d e la s u p e rfic ie , sin o al im p r e d e c ib le p la n o c o n s ­
tru ctivo d e su ser m e la n c ó lic o - c o lé r ic o . K e lle r sigue este p la n o e n lo s
arabescos abom bad os de su vo cab u lario , y cu an d o proclam a su respeto a
las n orm as burguesas, lo h a a p ren d id o en el m u n d o de arb itraried ad del
in t e r io r ; p u es el a fecto m ás a p a sio n a d o q u e h a y e n K e lle r , a saber, la
v e rg ü e n za , se e n c u e n tra sin d u d a a la b ase de a m b o s. E l h u m o r de
K e lle r es a su m an era u n o rd e n ju r íd ic o , y es p o r cierto el m u n d o de la
e je c u c ió n caren te de ju ic io , e n el q u e el ve re d ic to y el in d u lto se d a n a
v e r e n la carcajada. Esta es la reserva realm en te m o n stru osa a p a rtir de la
cual h ab lan el silen cio y la literatu ra de K e lle r . K e lle r n o creía e n el d is-

17 F é lix D a l in ( l 8 3 4 - l 9 r 2 ) , a u t o r d e n o v ela s h is tó ric a s ; E u g e n íe M a r lít t ( i 8 2 5 ' 1 8 8 7 }.


a u t o r a d e n o v e la s r o s a . [ n . d e l T .]
GO TTFR IED KELLER 293

c ü rso , n i m e n o s e n el j u i c i o y la c o n d e n a , y n o hay m ás q u e le e r las


p a lab ras fin a le s de esa h is to ria d e a m o r p a ra sab er q u é p e n sa b a de la
co n d en a m o r a l'181. Para re c o rd a rlo con stru yó Seldwyla e n la fald a m e r i­
d io n a l de esas colinas y bosq u es en cuya falda sep ten trio n a l se en cu en tra
la c iu d a d d e R u e ch e n stein , a cuyos h ab itan tes les gustaba te n e r « b u e n
tiem p o para sus a ju sticia m ien to s» , p o r lo q u e « lo s días d e veran o siem ­
p r e pasaba a l g o » [l9]. P ara K e lle r , p o r ta n to , resu lta b a in d u d a b le q u e
« to d a u n a c iu d a d p o b la d a d e p erso n as injustas o frívolas p u e d e s o b re ­
vivir a lo largo d el tie m p o » , m ien tra s q u e « tr e s ju sto s n o p u e d e n vivir
sin pelearse bajo el m ism o te c h o » ho1. E l d u lce y re c o n fo rta n te escep ti­
cism o q u e m ad u ra b ajo u n a tan atenta m ira d a y se a p od era d el observa­
d o r, co m o u n fu e rte arom a q u e n o s llega desde las p erso n as y las cosas,
ha e n tr a d o p o r c ie r to e n la p ro sa de K e l l e r c o m o e n n in g u n a o tra ,
sie n d o p o r c o m p le to in s e p a ra b le d e la v is ió n de la fe lic id a d q u e esta
p ro sa , así, h a r e a liz a d o . E n ella (y ta l es la secreta c ie n c ia d e l p o e ta
é p ic o , el ú n ic o q u e h a ce la fe lic id a d c o m u n ic a b le ), cad a p e d a c ito de
m u n d o observad o vie n e a pesar ta n to c o m o el resto d e to d o lo real. L a
m ano que e n la tabern a daba golpes d e m an era ru id o sa n o se c o n fu n d ió
n u n c a sob re el peso de las cosas q u e están en tre las m ás d elicad as. D is ­
tr ib u ir c o n cu id a d o lo s pesos d e los so n id o s y las cosas es o b ra d el a le­
m á n de can cillería, q u e de vez en cu an d o se abre paso. E n determ inadas
circunstancias, u n a cuchara d e sopa sostenida en la m a n o d e u n h o m b re
h o n ra d o pesa m u ch o más q u e la b e n d ic ió n d e la m esa y la salvación d el
alm a e n b o c a d e l b r ib ó n . « E n tod as las situ a c io n e s de su vid a e n q u e
h a b ía u n a sop a de p o r m e d io , M a r tin S a la n d e r te n ía la c o stu m b re d e
c o m e n z a r a d is fru ta r ya d e ella e n c u a n to la servía n e n e l p la to 1” 1» .
Q u e la o b ra d e K e lle r está c o n s tru id a so b re u n fu n d a m e n to q u e
n o es r o m á n tic o n o s lo d eja p e rfe cta m en te claro la o r g a n iz a c ió n ép ica,
nada sen tim en ta l, d e sus escen arios. C o n r a d F erd in a n d M e y e r1'151habla
c e r te r a m e n te d e este e x tr e m o c u a n d o , e n j u l i o de 1 8 8 9 , e sc rib e a
K e lle r , c o n g iro casi b íb lic o , c o n o ca sió n de su sep tu agésim o c u m p le ­
años; « C o m o usted am a a la tierra, la tierra lo reten d rá to d o el tiem p o

18 Romeo imdjulia, op, rifc, p - 18 7-


19 G . K e l le r , Dietegen, e n : Gottfried Kellers sämtliche Werbe, op. d i., v o l. 8 , p . 2 2 1 .
2 0 . G . K e l l e r , Die drei gerechten Kommacher, en.: Gottfried Keilers sämtliche Werke, op. cif., v o l. J ,
. P- 3 5 9 ’
21 Martin Salander, op. cit, p . 2 8 9 .
22 G o n r a d F e r d in a n d M e y e r, e s c r ito r s u iz o . V iv ió e n tr e 1 0 2 5 y 1898. [n . d e l T .]
294 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

q u e p u e d a » . E l a teísm o h e d o n is ta , q u e es el p r o p io de K e lle r , n o le
p e rm ite a d o rn a r la n atu raleza c o lo c a n d o co ro n a s d e la fe cristian a, tal
c o m o h izo G o tth e lf. « L a n atu raleza m ás h erm o sa p ara él es ta m b ié n la
q u e le da m ás fr u to y le m o le sta e n m e n o r m e d i d a » ; esto d ijo H e h n
so b re e l r o m a n o de la A n tig ü e d a d , y lo m ism o p u e d e d e c irs e de
K e l l e r 1’ 31, In te r p r e ta r la n a tu ra le za y p r o n u n c ia r h e rm o so s d iscu rso s
n o era lo suyo. E l paisaje en tra sólo m ed ia n te la a cc ió n e n la eco n o m ía
d e la e x iste n c ia h u m a n a , cosa q u e le da u n to q u e alg o a n tig u o a los
a c o n te c im ie n to s . A m e n u d o , lo s p in to r e s y p o eta s d e lo s p r im e r o s
tiem p o s d el R e n a cim ien to creía n q u e se h allab an e x p o n ie n d o , d irecta ­
m en te, la A n tig ü e d a d , p e ro en realid ad tan sólo estaban caracterizan d o
su é p o c a . D e K e lle r p u e d e d e c irse casi ju s ta m e n te lo c o n t r a r io . E l
creía q u e estaba e x p o n ie n d o su tie m p o , c u a n d o exp u so e n él la A n t i ­
g ü ed ad . P ero c o n las ex p erie n cia s de la h u m a n id a d (y la A n tig ü e d a d ,
sin d uda, es u n a d e ellas) su ced e lo m ism o q u e c o n las ex p erien cias d el
in d iv id u o . S u ley fo r m a l es u n a ley de e n c o g im ie n to ; su la c o n ism o n o
es el de la sagacid ad , sin o el d e la se q u e d a d d e l fr u to v ie jo , d e l v ie jo
r o s tr o h u m a n o . L a c ab eza ó r fic a q u e p r o fe tiz a se h a r e d u c id o a la
cab eza h u e c a d e u n a m u ñ e c a d e n tr o de la c u a l su e n a el z u m b id o de
u n a m o sc a a trap ad a, tal c o m o le e m o s e n u n r e la to d e K e l l e r 6,41. Sus
escritos están lle n o s p o r c ie rto d e A n tig ü e d a d au tén tica, arru gad a. S u
T ie r r a se h a r e d u cid o a u n a « S u iz a h o m é r ic a » , q u e es ju s to ese paisaje
d e l q u e to m a sus m e tá fo ra s K e lle r . « E lla se d io c u e n ta d e q u e , dé
m o m e n to , carecía de iglesia, y en ton ces, e n su m en te d e m u je r, d eb id o
a la fu e rz a de la c o s tu m b re , se s in tió c o m o u n a a b e ja ex tra viad a q u e
u n a fría n o c h e d e l o to ñ o sobrevuela inacab ables olas sob re el m a r » 1“’ 1.
E n la n ostalgia de K e lle r p o r Su iza resu en a el a n h elo de la lejan ía te m ­
p o ra l. Y es q u e, e n e fe cto , d u ra n te m e d ia vid a , S u iza fu e p a ra él u n a
im ag en lejan a, co m o lo era Itaca p ara U lises. L u e g o , al vo lver K e lle r a
su patria, lo s A lp e s (q u e n u n c a visitó) sig u ie ro n sien d o siem p re para él
u n as im á g en es h erm o sa s y lejan a s. L a o b r a p r e fe r id a p a ra K e l l e r fu é
to d a su vid a la Odisea, y, c o m o p in to r a fic io n a d o , sie m p re se le cu ela
en tre las lín e a s lo q u e es u n a p aráfrasis fan tástica d e l h e rm o so paisaje
de su tierra.

23 V ic t o r H e h n , Italien: Ansichten und Streiflichter, B e r lín , sl8 9 $ , p . 4-9 - { H e h n e r a u n h is t o ­


r ia d o r de] a rte q u e v iv ió e n tr e 1813 y 1 8 9 0 . (N. d e l T .)]
24* Horneo und Julia, op. cit, p . 9 3 *
25 G . K e l le r , Das verlorene Lachen, e n : Gottfried Kellers sämtliche Werke, op. cit, v o l. 8, p . 3 9 9 ,
GO TTFR IED KELLER 395

E l esp íritu e n q u e K e lle r rec o rre to d o este espacio, q u e es d el siglo


XIX e n ta n to q u e es e l d e la A n tig ü e d a d , resu lta p e rc e p tib le e n su le n ­
guaje. Pues es cierto q u e K e lle r apenas p u lió n u n ca la fo rm a lingü ística,
dado q u e era m u y tím id o al releer sus cosas. M ed ia n te el aparato crítico
de la e d ic ió n c o m p le ta a lca n za m o s a v e r q u e la m a y o r p a r te de las
c o rre c c io n e s q u e K e lle r llevó a cab o b u sca b an lo c o rre c to lin g ü ístic a ­
m en te, p e ro n o lo p o é tic o . T an to m ás esen cial será, p o r ta n to , re c u p e ­
rar lo que q u itó K e lle r . S in em b argo, el vo cab u lario y el uso d e las p ala­
b ra s d e la ta n p o r d o q u ie r c ie rto to q u e b a r r o c o e n sus h isto ria s
d o m éstica s. M as la p ro sa de K e lle r es sin d u d a ú n ic a , p o rq u e n in g ú n
alem án desde lo s tiem p o s de G rim m e ls h a u s e n 1361 c o n o c ía tan b ie n lo s
m árgenes de la len gua, em p lean d o c o n tanta lib ertad las palabras d iale c­
tales m ás antiguas y las extranjeras m ás recie n tes. E l v o ca b u la rio d e los
d ialecto s es c o m o c a ld e rilla q u e c irc u la e n las a cu ñ a c io n e s d e m u c h o s
siglos, y si el p o eta q u ie re exp resar e n sus palabras u n a v isió n esp ecial­
m e n te fe liz y e n tr a ñ a b le , r e c u rr e in s tin tiv a m e n te a este te s o r o h e r e ­
d ado . P ero K e lle r fu e ta n g e n e ro s o al h a c e r el r e c u e n to de ese te so ro
c o m o su h e r m a n a fu e ta ca ñ a c o n el te s o ro m e tá lic o , s o b r e la c u al él
d iría q u e , « p o r cu a n to resp e cta a las so lte ro n a s, se e n c u e n tr a n e n el
lado más in fo rtu n a d o de esta n a c ió n 1’ 71. P o r el co n tra rio , e n su prosa las
palab ras ex tra n jeras v ie n e n a ser algo así c o m o la le tr a d e c a m b io , u n
d o cu m en to p reca rio q u e K e lle r siem p re em plea c o n te n sió n y p r u d e n ­
cia. S o b re to d o lo em p lea red actan d o sus cartas, a la lu z de las cuales n o
se p u e d e d u d a r de q u e, p a ra este e sc rito r (m ás q u e p a ra to d o s lo s re s­
tantes) , lo más h e rm o so y esencial era el p r o p io acto d e escrib ir, p o r lo
cual, cualitativam ente, se creyó cada vez m en os capaz de lo q u e en re a li­
d a d era , y cada ve z m ás, e n c a m b io , c u a n tita tiv a m e n te . D e a h í q u e , a
m e n u d o , K e lle r se so m e tie ra a « s u m ajestad la p e re za » * 281. K e lle r n o
creía n i siq u iera q u e h u b ie ra m u ch o q u e d ecir, p e ro su m a n o escritora
te n ía u n a n e c e sid a d d e c o m u n ic a rs e q u e era d e s c o n o c id a d e su b o c a .
« H o y h ace m u c h o fr ío ; el ja r d in c ito q u e hay ante la ven tan a se h a q u e ­
dado a t e r id o : se te c ie n to s sesenta y d os b o to n e s de ro sa casi v u e lv e n a
rastras a las r a m a s » '29’ . Pasajes c o m o éstos, c o n su p e q u e ñ o p o so de

26 J .J . v o n G r im m e ls h a u s e n , e l a u t o r d e Sin^Hásámus, v iv ió e n tr e 162,1 y 16 76 . [n. del T.]


27 Esta frase de K e lle r está citada en : E m il Erm ating-er, GottfriedKeüersLeben. Mit Benutzung
vonJakobBaechtoldsBiographiedciTgesteUt, Stuttgart/Berlín» 1924» p* *3 *
28 Ibidr, p . 6 53 .
29 C a rta d e K e lle r a L u d m illa A s s m g d e l 15 d e m ayo d e 1 8 5 9 , cita d a e n : J a k o b B a e c h to ld ,
2
Gottfried Kelles Leben. Seine Briefe und Tagebiicher, v o l. , B e r lín , 1 8 9 4 , p . 438»
296 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

ab su rd o e n la p ro sa (q u e e n cierta o ca sió n G o e th e d eclaró o b lig a to rio


para el verso )1301, so n el d o cu m en to m ás patente de la im p red ecib le p r o ­
d u c c ió n de K e lle r , q u e d eterm in a la h isto ria ed ito ria l de sus obras.
P e ro lo q u e lle n a p o r c o m p le to lo s lib r o s d e K e l l e r es e l p la c e r
sen sib le n o tanto d e m ira r c o m o de d escrib ir. D e s c rib ir es sin d u d a u n
p la ce r sen sorial, p o rq u e en él el o b je to devuelve la m irad a d el observa­
d o r , y e n to d a b u e n a d e s c r ip c ió n q u ed a atrapad o el p la ce r c o n q u e se
e n c u e n tr a n d os m ira d a s q u e se b u s c a n . L a c o m p e n e t r a c ió n d e lo
n arrativo y lo p o ético (el cre cim ien to esencial q u e la ép oca p o stro m á n -
tica d io a la len g u a alem an a) se halla realizad a p o r c o m p le to d en tro de
la p ro sa d escrip tiva de K e lle r . Y es q u e e n casi to d o s lo s trab ajo s d e la
escu ela ro m á n tic a se sep a ra n am bos ele m e n to s: p o r u n a p a rte, o b ra s
c o m o Die Serapionsbrüder-, p o r o tra , n o vela s c o m o Godun13,1. E n c a m b io ,
p a ra K e lle r , estas fu erza s re p o s a n e n e q u ilib r io re sp e c tiv o . Y de a h í
p r o c e d e la p rese n cia c a n ó n ic a y r e d o n d a q u e la a ctu a ció n c o tid ia n a de
sus perso n ajes debía de te n e r p ara u n r o m a n o . W alter C a lé , u n o de los
p o co s autores q u e h a n h a b la d o de K e lle r em p le an d o u n a cen to in c o n ­
fu n d ib le , escrib e a este resp ecto: « E n esa m ism a lín e a e n c o n tra m o s el
h e c h o d e q u e a m e n u d o n o p u e d e a trib u irse u n a "id e a ” co n creta a sus
relatos: p u es id ea sería lim ita rse a e m itir u n ú n ic o sig n ifica d o s im b ó ­
lico ; p e ro K e lle r , ... v e rd a d ero im ita d o r de la n atu raleza, la re p ro d u c e
tal co m o ella es, infinita infinitis modis: c o n sig n ifica d o in n u m e r a b le , u n o
q u e va b r o ta n d o p o r d o q u ie r de m a n e ra q u e casi n o s resu lta in q u ie ­
tante, y que n o se p u e d e resu m ir e n u n a palabra, p o r cuan to a h í parece
q u e se d ice to d o , y ta m b ié n lo m ás p r o f u n d o » . P o r su p u esto , re fle ja r
la r e a lid a d n o p u e d e n u n c a ser el c o n t e n id o d e l a rte , p e r o esto n o
im p id e q u e sea ex p re sió n válid a d e l esfu erzo em p eñ a d o p o r lo s g r a n ­
des po etas. Y d ich o r e fle jo es el c o m p o rta m ie n to p a r tic u la r d e l po eta
é p ic o . D e sp le g a r el p la n n a tu ra l e n to d a su a m p litu d es p r o p io d e él,
igu al q u e es p r o p io p ara el d ra m a tu rg o h a ce r u n c o rte en la estru ctu ra
d el aco n tecer, y es p r o p ia d el líric o la in fin ita c o n c e n tra c ió n de la exis­
te n cia . E l típ ic o m u n d o d e lo s textos de K e lle r v ie n e a ser u n m u n d o
esp ecu lar, p o r su p u esto ta m b ié n p o r q u e e n él alg o está a lte ra d o , y la

30 C o n v e r s a c ió n d e G o e th e c o n E d k e rm a n n d e l 6 d e m ayo d e 1 8 2 7 : « c u a n to m ás in c o n -
m e n s u r a b le , c u a n to m ás in c o m p r e n s ib le sea p a r a e l e n te n d im ie n to u n a p r o d u c c ió n
p o é tic a , ta n to m e jo r s e r á » ,
31 Die Serapionsbrüder es u n c ic lo d e r e la to s d e E . T . A . H o f f m a n n ( 1 8 1 9 - 1 8 2 1 ) ; Godiures'
u n a n o v e la d e G le m e n s B r e n ta n o (1 8 0 1 ), [n . d e l T .]
G O TTFR IED KELLER 297

d e r e c h a y la iz q u ie r d a están in te r c a m b ia d a s . M ie n tra s q u e e n é l lo
a ctiv o y re le v a n te m a n tie n e su o r d e n a p a re n te m e n te s in c a m b io s, lo
m a scu lin o se co n v ierte e n fe m e n in o y viceversa de m a n era im p e rc e p ti­
b le . Y a e n v id a de K e l l e r h u b o a lg u n o s le c to r e s p a r a lo s q u e , e n lo s
re fle jo s d e su p á lid o h u m o r , se d elatab a u n m u n d o de a p a rien cia qu e
se h a cía in q u ie ta n te . A s í, S to r m le escrib e so b re el fin a l d e La baronesa
pobrel3xl: « ¡D ia b lo s , m a estro G o t tfr ie d ! ¿ C ó m o es q u e u n p o e ta tan
d e lic a d o y sen sib le n o s p in ta co m o agrad able esta ru d e za (¡sí, n o abra
la b o c a !): q u e u n h o m b r e m u e stre a su a m ad a c ó m o están su e x ­
m a rid o y sus h e rm a n o s e n grotesca y abierta d ecad en cia p ara au m en tar
c o n e llo sus ganas de f i e s t a ? » ,33i. H a y ta m b ié n algo tr é m u lo e n la lu z
q u e e n El gobernador de Greifenseelu l se d e r ra m a d e fo r m a c o n c ilia d o r a
sob re la fe lic id a d n o co n segu id a; c o m o hay a su vez algo d em e n te e n la
risa d el v ie jo . L e estuvo reservad o al p o e ta K e lle r filtra r esa lu z tu rb ia e
in estable e n u n o s p o c o s (p e ro m a gn ífico s) poem as:

L a n g s a m u n d s c h im m e r n d fie l e in R e g e n ,
I n d e n d ie A b e n d s o n n e sc h ie n ;
D e r W a n d r e r s c h ritt a u f s c h m a le n W e g e n
M it d ü s tr e r S e e le d r u n t e r h i n 35 .

E n ese S o l d e l p o n ie n te se e n c u e n tra n las im ág en es rem otas q u e evoca


e l p o e ta , c u a n d o lá m u e r te se a cerca a lza n d o la gu ad añ a, c o n u n a risa
im p reg n a d a de re n u n c ia q u e só lo tie n e q u izá su p a r a n g ó n e n las c a n ­
cio n e s de la h u r í en el Diván1361:

D o c h d ie lie b lic h s te d e r D ic h t e r s ü n d e n
L a ß t n ic h t b ü ß e n m ic h , d e r sie g e p fle g t:
S ü ß e F r a u e n b ild e r z u e r fin d e n ,
W ie d ie b ittr e E r d e sie n ic h t h e g t ! 1371

33 G . K e l le r , Die arme Baronin, e n : Gottfried Keilers sämtliche Werke, op. dt., v o l. II, p p . 1 9 1 - 1 9 6 ,
33 C a r ta d e l e s c r ito r a le m á n T h e o d o r S t o r m ( 1 8 1 7 - 1 8 8 8) d ir ig id a a K e l l e r e n fe b r e r o
d e 1 8 7 8 ; c ita d a e n : J . B a e c h to ld , op. cit., p . 2 8 9 .
34 G . K e l le r , Der Landucgt mm Greifensee, e n : Gottfried Kellers sämtliche Werke, op. eit., v o l. 9 , p p .
158 - 3 9 0 .
35 L e n ta y lu m in o s a m e n te ca la la llu via , / a través d e la c u a l y a r e lu c ía e l S o l d e l p o n ie n te ;
/ e l c a m in a n t e a v a n z a b a p o r a n g o s to s c a m in o s / y c o n é l s u a lm a e n t r is t e c id a >>. G .
K e lle r , Abendregen, v ersos 1 -4 , en: Gottfried Kellers sämtliche Werke, op. dt., v o l. I , p . 34.
36 E l Diván de Orientej Occidente d e G o e th e . ÍN. d e l T ,]
37 « P e r o el m ás b e llo d e lo s p eca d o s d e l p o e ta / n o lo v o y a e x p ia r, yö q u e lo h e cu ltiv ad o :
/ in v e n ta r d u lc e s im á g e n e s d e m u je r / q u e Ja am a rg a T i e r r a n o c o n o c e » . G . K e l le r ,
Tod und Dichter, v ersos iG - r g , a n : Gottfried Kr.Ilp.rs 'Mmllkhz H'éí'ÍCü, op, cit.,v ol. 2 , p* 1 4 1 .
398 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

E n tr e sus fig u r a s se e n c u e n tra J u d ith , q u e es a llí la m u je r m ás d e se ­


ad a, la m ism a de la c u a l n o s d ic e K e l l e r q u e es « u n a fa n ta s ía n o
e n tu r b ia d a p o r r e a lid a d a lg u n a » IsS|. N o es ir r e le v a n te q u e , d e las
p o ca s m u je r e s q u e a m ó K e l l e r , u n a aca b ara lo c a y o tra se su icid a se .
M as ta m b ié n c ita re m o s lo s d o s ve rso s d e l h im n o n a c io n a l su iz o qu e
c a ra c te riza n a la p e r fe c c ió n el esp acio d e v is ió n d e K e lle r : la ro sa e n
esa playa, S u iza, q u e, a u n q u e el p e d a n te n o p u e d a c u id a rla , n o es sin
d u d a u n a flo r retó rica :

S c h ö n ste R o s ’ , o b j e d e m ir v e r b lic h , ^
D u fte s t n o c h a n m e in e m ö d e n S tra n d !

L a « seren a triste za » ^ol que p ro fesa K e lle r es ta m b ién el fo c o e n q u e el


h u m o r con verge u n a y otra vez. P o r d e c irlo de m a n era g ra fo ló gica : las
extrañas form as de caverna y d e óvalo p ro p ia s de esta escritu ra so n (sin
m en oscab o de las investigacion es psícoanalítícas) unas form as cóncavas,
m ien tra s q u e la im a g e n d el « c u c h itr il» [*lj, q u e era su in t e r io r , es sin
d u d a con vexa, eq u iva len te visu al d e sus m an ías. E l p o e ta n u n c a q u iso
ve r el retrato q u e le h izo S ta u ffe r -B e r n t4*\ p e ro el K e lle r cansado que
p u d o observar el gra b a d o r d u ran te u n m in u to de d escu id o era sin du d a
el v e rd a d e ro K e lle r ; p o r lo d em ás, el i n t e r io r s o n o r o , q u e e m itía u n
eco de a q u e l h o m b r e c a n sa d o , c o n s titu ía p o r c ie rto su in t e r io r . « A
m e n u d o , de n o c h e , aco stado e n la c a m a » , d ijo K e lle r e n su le c h o de
m u e rte a A d o l f Frey, « m e sien to c o m o si fu e r a u n e n te rra d o so b re el
c u al se so s tie n e u n e d ific io m u y alto; e n to n c e s , o ig o : soy c u lp a b le y
s u f r o » [+jl. G u a n d o cosas de este tip o salen a la lu z e n algu n o s pasajes de
sus o b ra s, e llo sie m p re su ced e a p a r tir d e la im a g e n fe m e n in a . Pues
p a re c e q u e K e l l e r se c o n te m p la b a jo la fig u r a d e la o n d in a q u e, u n a
n o c h e de in v ie r n o , p a lp a e n va n o esa capa de h ie lo q u e la e n c ie rra . Y
K e lle r se co n o ce « e n la tristeza » , co m o se co n o ce la danaide:

38 G , K e l le r , Der grüne Heinrich, e n : Gottfried Kellers sämtliche Werke, op. eit, v o l. 6 , p , 3 3 *-


39 « R o s a h e rm o s ís im a , a u n q u e to d a s se m e h a y a n m a r c h ita d o , / t ú sigu e s p e r fu m a n d o
a ú n m i y e r m a playa>>. O . K e l le r , An das Vaterland, v e rso s i s . , e n : Gottfried Kellers sämtliche
Werke, op. cif., v o l. I, p . 2 3 *-
4-0 Seg-úrn E . E r m a tin g e r , op. cit., p . 6 6 3 .
41 Ibid., p , 2 1 4 .
42 K a r l S t a u if e r - B e r n ( 1 8 5 7 - ^ 8 9 1 ) 'p in t o r y g ra b a d o r s u iz o , [n . d e lT .]
43 A d o l f F rey, £rmnerungen cm Gottfried Keller, L e ip z ig , ’ 1 8 9 3 , p . 155 *
GO TTFR IED KELLER 299

U n d w ie d ie m ü d e D a n a id e w o h l,
D a s S ie b ge se n k t, n e u g ie r ig u m sic h b lic k e t,
S o sc h a u ic h e u c h v e r w u n d e rt n a c h ,
B e s o rg t, w ie ih r e u c h fu g t u n d sch ick et! **

P e ro ta m b ié n e n la b r o m a (m u ch as veces ta n c erca d e la tristeza ) so n


p o sib les g iro s d e esté tip o . A s í, escribe K e lle r e n u n a carta de sus añ os
e n B e r lín : « G r a c ia s al e stu d io p r e c is o d e las c o fia s y s o m b re ro s q u e
llevo a cab o en lo s en trea ctos, en segu id a p o d r é atreverm e a a b r ir u n a
so m b re re ría d is t in g u id a » [4Sl. Y q u ie n , a la vista d e tales im á g en es, se
atreva a d e c ir q u e la triste se re n id a d d e K e lle r se basaba e n el h o n d o
e q u ilib r io q u e lo fe m e n in o y lo m a scu lin o m a n te n ía n e n é l, se re fie re
sin d u d a al m ism o tie m p o a la ap a rien cia fisio g n ò m ic a de este h o m b re .
Pues, e n efecto, el h e rm a fro d ita n o era el ú n ic o tip o m a s c u lin o -fe m e ­
n in o q u e se c o n o c ió e n la A n tig ü e d a d . S u s eleg a n te s fo r m a s so n de
o rig e n tard ío y d eb en m ás a la a rb itra rie d a d a le ja n d rin a y ro m a n a qu e
a la G re c ia antigua. Y a u n q u e n o se p u e d a n i p en sa r q u e la A n tig ü e d a d
id eara u n tip o m a sc u lin o -fe m e n in o m a d u ro a p a rtir de esp ecu lacion es
fis io g n ó m ic a s , y a u n q u e el A f r o d i t o (la A f r o d it a b a r b u d a ) sea u n a
im ag en cu ltu al, d e la m ism a m an era q u e las m u jeres d e A r g o s te n ía n la
co stu m b re cultual de p o n e rse u n a b arb a en la n o c h e d e b od as, im a g i­
n arse h o y esas cabezas tal vez sea lo q u e más p u e d a a cercarn o s hasta esta
cabeza de p o eta .
Ese m u n d o in te r io r e n q u e el ob servad or, el ciu d ad an o y p o r fin el
p o lític o su izo, h a cía flo ta r lo real so b re fu ertes to rren tes d e b u e n v in o
n o era u n a solead a h a b ita c ió n , sin o m ás b ie n u n a celd a, ro d e a d a p o r
los d os río s in sid io so s d e la vid a, e n la que se fo rm a b a n c o n tin u a m en te
sus v is io n e s . Y , e n e fe c to , su Libro de los sueñosliei es c o m o u n c ó d ic e
d o n d e las reco ge . E n lo s escritos de K e lle r en caja n u n as en otras, c o n ­
fo r m a n d o ju n ta s u n b la só n . Y es q u e su m a n era de e sc rib ir tie n e algo
de h e rá ld ic o , q u e a m e n u d o re ú n e las palabras c o n esa m ism a te rq u e ­
d ad b a r r o c a c o n q u e u n b la s ó n r e ú n e m ed ia s cosas. E n u n a carta
redactada e n su vejez, e n la q u e da las gracias p o r u n a lm o h a d ó n b o r -

44 igual que la cansada danaide / baja la crátera y m ira curiosa a su alrededor, / yo os


m iro asom brado, / preocu p ad o p o r vuestras a ctitu d es» . G . K e ller, Aus einem Roman. Ih
in ¿er Trauer, versos 9 -1 2 , en: Gottfried Kellers sämtliche Werke, op. dt., vol. 3 , p . 153.
45 C a rta de K e lle r a H e rm a n n H e ttn e r d el l 6 d e se p tie m b re d e 185O ; citada en : J .
Baechtold, op. dt., vo l. 2 , p . 131.
46 G . K e lle r, Traumbuch, en: Gottfried Kellers sämtliche JA£rke, op. dt., vol. 21, p p . 6 3 -8 9 .
300 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

d a d o , K e lle r escribe: « A p e n a s p u e d o ... ju s tific a r la m o lestia q u e sus


artísticas m a n o s se h a n to m a d o p a ra d a r a estas d os p o b re s in ic ia le s
m o ra d a ta n h e rm o sa ; p r o b a b le m e n te n o vayan a se g u ir ju n ta s p o r
m u c h o tie m p o m á s » [*fl. D e m a n e ra h a rto co m p lica d a , se a p e lo to n a n
p o r ú ltim a vez e n su o b ra —ese b o le t ín d e lo s c a n to n e s— lo s sím b o lo s
p ro p io s d el Estado b u rg u és. K e lle r , de jo v e n , escrib ió estos versos:

L a ß t fa h r e n M y th o s, N ib e lu n g e n , B ib e l!
D i e a lte n T r ä u m e s in d g e n u g g e d e u te t,
D e r alte D r a c h e ist g e n u g g e h ä u te r .. .
M a lt n u n d e r F r e ih e it e in e B ild e r fib e l!

L o s e sc rito s d e K e lle r se c o n v ir tie r o n e n eso . F u e r o n p u b lic a d o s e n


u n a ép o ca e n la q u e se h a b ía em p eza d o a o lv id a r su le n g u a je , y, d esd e
la m ism a A m é r ic a , q u e K e l l e r h a b ía ev o cad o n o ve le sca m en te m u ch as
veces, las hijas d e Su iza, en las q u e su m ira d a sabía e n c o n tra r, al m ism o
tie m p o , a H e len a y L u crecia , em p eza b a n estu d ios de c o n ta b ilid a d .

Los volúmenes de la edición publicados hasta ahora f*9Í son igualmente nota­
bles p o r su organ izació n y su presen tación . El aparato crítico in d ica las
divergencias de las prim eras versiones respecto de la últim a m ediante una
clasificación basada en criterios estilísticos. Es d ifícil d ecir si este p ro ced i­
m ien to, m uy atrevido desde el p u n to de vista filo ló g ic o , p o d rá llegar a
im pon erse en las costum bres científicas. Sí es seguro en cam bio que el
apéndice es uno de los pocos cuyo estudio es u n placer. A h í dom ina la lim i­
tación a lo estrictamente necesario que cuadra muy b ien con el rostro serio
de la edición, a la que es ajena toda concesión al esnobismo y todo coqueteo
con el p ú b lico , ¿C u án tas ediciones com pletas alem anas hay de las que se
pueda decir esto? E l problem a de la tipografía, que es especialm ente grave
en K e lle r , me parece resuelto. Y en lo que hace a la en cu ad ern ación , da
también, po r su parte, testim onio del m ismo sobrio gusto que la im presión.

4? Carta de Keller a Lydia Welti-Escher de mayo de 1888: citada en: J, Baechtold, op. di.,
vol. 3, p. 318.
48 « ¡O lvid ao s de los m itos, de los nib elu ngos, de 3a Biblia! / D e sobra in terpretam os ya
los viejos sueños, / y el viejo dragó n ya está m uy despellejado ... / ¡Pintadle ahora u n
lib ro de ilustraciones a la libertadí>>. G . K e lle r, M a le r -S o n e tte . V : A n die deutschen K ü nstler,
v e r s o s 1-3 y en; G ottfried Kellers säm tliche Vierte, op . dt., vo l. 13, p . I 4'I*
4-9 Los volú m en es 3 -8 y 1 6 -1 9 . La e d ició n , de veintidós volúm enes, se acabó de pu b licar
e n 19 4 9 .
E t SURREALISMO
La ú l t im a in s t a n t á n e a d e l a in t e l ig e n c ia e u r o p e a 1
w

L as c o r r ie n te s e s p iritu a le s p u e d e n a lc a n z a r u n d e sn iv e l s u f ic ie n t e ­
m e n te a gu d o co m o p ara que el c rític o p u e d a e r ig ir e n ellas su cen tra l
d e e n e rg ía . U n d esn iv e l q u e crea, e n el caso d e l su rre a lism o , la d ife ­
re n c ia en tre F ra n cia y A le m a n ia . L o q u e e n 1919 su rgió e n F ran cia e n
el c ír c u lo d e u n o s c u a n to s lite r a to s (d ig a m o s e n seg u id a lo s m ás
im p o rta n te s de lo s n o m b re s : A n d r é B r e tó n , L o u is A r a g ó n , P liilip p e
S o u p a u lt, R o b e r t D e s n o s y P a u l E lu a r d ) p u e d e q u e fu e r a u n sim p le
r ia c h u e lo , a lim e n ta d o p o r el h ú m e d o a b u r r im ie n to d e la E u r o p a d e
p o s tg u e r r a y lo s r e g u e ro s ú ltim o s de la d e c a d e n c ia fra n c e s a . L o s
sa b io n d o s q u e h o y sig u en sin p o d e r ir m ás allá de lo s « a u té n tic o s o r í­
gen es» d e l m o v im ie n to , y s ó lo n o s sa b e n d e c ir al re sp e cto q u e a q u í,
u n a vez m ás, u n p e q u e ñ o g r u p ito d e lite ra to s m istific ó a la resp etable
o p in ió n p ú b lica , so n algo así c o m o u n a asam blea de ex p erto s q u e, tras
estud iar a fo n d o cierta fu e n te , llega a la c o n c lu sió n d e q u e d ich o a r r o -
y u e lo n u n c a p o d rá im p u lsa r u n a tu r b in a .
E l o b servad or alem án n o se e n cu en tra e n la fu en te , y ésa es su v e n ­
taja. E l ob servad or a lem án se e n cu en tra en el valle. P o r lo ta n to , p u e d e
c a lc u la r las e n e rg ía s d e l m o v im ie n to . P ara é l, fa m ilia r iz a d o tie m p o
atrás c o n la crisis d e la in t e lig e n c ia o , m e jo r d ic h o , d e l c o n c e p to
h u m an ista d e lib e rta d ; q u e sabe q u e u n a v o lu n ta d d e carácter fre n é tic o
ha d esp ertad o al fin en la in te lig e n c ia p a ra salir d e u n estadio de e te r ­
nas d iscu sion es y to m a r d e c is ió n a to d a costa; y q u e c o n o c e b ie n , p e r ­
so n a lm en te, la p o s ic ió n extrem ad am en te arriesgada q u e sostien e h o y la
in te lig e n c ia , e n tr e la h o r d a a n a rq u ista y la d is c ip lin a r e v o lu c io n a r ia ;
para él n o hay disculp a si, tras u n exam en su p erficia l, d ice q u e el m o v i­
m ie n to es « a r tís tic o » , « p o é tic o » . S i lo fu e e n su p r in c ip io , ya d eclaró
B r e tó n p re c isa m e n te e n to n c e s q u e es p r e c is o r o m p e r c o n u n a p ra xis
q u e le p r e se n ta al p ú b lic o las e x p re s io n e s lite r a r ia s de u n a fo r m a
d e te rm in a d a de ex isten cia, m ie n tra s le n ie g a esa fo r m a de ex iste n cia.
D ic h o m ás b re v e y d ia lé c tic a m e n te : e l á m b ito d e la p o e s ía re s u ltó
reventad o desde d e n tro cu an d o u n c írc u lo de p erso n as estrech am en te
rela cio n a d a s e n tre sí c o m e n z ó a p ra c tic a r la « V id a P o é tic a » hasta los
lím ite s e x tre m o s de lo p o s ib le . Y se les p u e d e c r e e r lite r a lm e n te

I P ublicado en febrero de 1929 en la revista Die íiterarische Welt


302 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

cu an d o a firm a n q u e la Saison en enfer de R im b a u d carece de secretos para


ellos. D a d o q u e , e n efe cto , d ich o lib r o es el p r im e r texto d o c u m e n ta l
de ese m o v im ie n to , (E n lo s tiem p o s recien tes; p o rq u e , ya h a b la re m o s
d e a n te c e d e n te s r e m o to s .) ¿ H a y fo r m a m ás d e fin itiv a e in c isiv a de
d e c ir d e q u é se trata a q u í, q u e lo q u e R im b a u d e s c r ib ió e n su e je m ­
p la r? A l m a rg e n de las palabras « so b r e la seda d e lo s m ares y de las f lo ­
res á rtica s» , R im b a u d a n o tó : « E lle s n 'ex iste n t p a s » 1“’ .
E n q u é sin gu lar sustancia estaba ocu lto al p r in c ip io ese n ú cleo d ia ­
lé c tic o q u e se h a desplegado en el su rrealism o n o s lo m o stró A r a g o n en
su Vague de rêves d e I 9 ? 4 > es d e c ir, e n u n a ép o ca e n la q u e era tod avía
im p o s ib le sab er a d o n d e c o n d u c iría el d e sa rro llo . P ero ah ora sí q u é lo
sabem os. P o rq u e n o cabe d u d a d e q u e h a llega d o ya a su fin el estadio
h e r o ic o cu yo catálo g o de h é r o e s e x p o n e A r a g o n e n este te xto . E n lo s
m o v im ien to s de este tip o siem pre hay u n instan te e n q u e la te n sió n o r i­
gin a l de la alianza secreta tie n e q u e exp lo tar en la lu ch a p ro fa n a y o b je ­
tiva p o r el p o d e r y el d o m in io , o d e c a e r có m o m a n ifesta ció n p ú b lic a y
tran sfo rm arse. E l su rrealism o se en c u e n tra p u es, ahora, en esa fase de
tran sfo rm a ció n . P ero p o r en ton ces, cu an d o irr u m p ió sob re sus fu n d a ­
d ores e n fo rm a de u n a ola in sp ira d o ra de su eños, el su rrealism o p a r e ­
cía ser lo m ás in tegral, lo absolu to y d efin itiv o , d ado que absorbía to d o
aqu ello co n lo que en trab a e n contacto. L a vid a solam en te parecía dign a
d e vivirse a llí d o n d e el u m b ra l q u e a b re y sep ara la v ig ilia d e l su e ñ o
h a b ía q u e d a d o d e l to d o d e stru id o p o r p isad as d e im á g en es q u e de
rep e n te flu ía n e n masa, y el len gu aje ya só lo parecía ser el m ism o d o n d e
palabra e im ag en se en trelazab an tan p le n a y felizm en te, c o n u n a exac­
titu d tan autom ática, q u e n o dejaba resq u icio ya p ara el « s e n tid o » . La
im ag en y el len gu a je c o m o tales tie n e n p re fe re n c ia . S a in t-P o l R o u x, al
irse a d o r m ir p o r la m a ñ a n a , p o n e e n s u p u e rta u n le tr e r o q u e d ice :
« L e p o è te tr a v a ille » 131. Y B r e to n a n o ta : « ¡S ile n c io ! M i in t e n c ió n es
llegar d o n d e n ad ie h a llegad o todavía. ¡S ilen cio! Tras usted, m i q u erid o
le n g u a je » [iI. P ues el len g u a je tie n e p refe re n cia.

2 E n rea lid ad , n o se trata d el lib ro titu lad o U ne saison en e n fir , sin o d el poem a e n prosa
d en o m in ad o JWbare, d el lib ro de Les illum inations ¡ y n o se trata de un a n ota al m argen,
sino d el p ro p io texto d el poem a: « L e p a v illo n en viande saignante su r la so ie des m ers e t d esfleu rs
Qrçfiquts; (elles n'existentpas)>> (Rim baud* O eu v res, e d . de Suzanne B e rn ard , Paris, 19 6 0 ,
p. 292).
3 A n d ré B re to n , M anifestes du Surréalism e, Paris, G allim ard, I 9 7 5 >P- 2 4 - [S ain t-P o l R oux
era u n poeta sim bolista que vivió en tre 18 6 1 y I 9 4 0 • (N . d el T .)]
4 A n d ré B re to n , Poinf d u jo u r . N o u v elle édition revue e t corrigée t Paris, G allim ard, 19^0, p . 2 3 -
EL SURREALISMO 303

N o só lo so b re el se n tid o . T a m b ié n sob re el y o . E n el en sam ble d el


m u n d o , el su e ñ o a flo ja la in d iv id u a lid ad c o m o u n d ie n te H ueco. Y este
a flo ja m ien to d el y o en la em b riagu ez es, al m ism o tiem p o , la e x p e rie n ­
cia viva y ta n fe c u n d a q u e h iz o sa lir a estas p e rso n a s d e l h e c h iz o de la
e m b ria gu e z e n cu an to tal. N o es éste sin d u d a el lu g a r p ara d esc rib ir la
e x p erie n cia de lo s surrealistas e n to d o su alcan ce. P ero q u ie n h a c o m ­
p r e n d id o q u e lo s textos ad scritos a este c írc u lo n o so n litera tu ra , sin o
otras cosas (m a n ifestació n , con sig n a, d o c u m e n to , bluff, o , si se q u ie re ,
fa ls ific a c ió n ), ta m b ié n h a c o m p r e n d id o q u e a q u í se h a b la lite ra lm e n te
de e x p e rie n c ia s, y n o d e te o ría s; y m u c h o m e n o s a ú n , d e fan tasm as.
P ero , adem ás, estas ex p erie n cias n o se lim ita n al su e ñ o n i al c o n su m o
de h ach ís o de o p io . E s u n e r r o r e n o r m e d e c ir q u e las ú n ica s « e x p e ­
r ie n c ia s su r re a lis ta s » q u e c o n o c e m o s so n lo s éxtasis r e lig io s o s o lo s
p r o d u c id o s p o r las d ro g a s. L e n in d ijo q u e la r e lig ió n es el o p io d el
p u e b lo 151, c o n lo q u e, de ese m o d o , a p ro x im ó m u c h o más am bas cosas
d e lo q u e lo s su rre alista s q u is ie r a n . M ás a d e la n te h a b la re m o s d e la
a m arga y a p a sio n a d a r e b e lió n c o n tr a el c a to lic ism o m e d ia n te la cu al
R im b a u d , L a u tré a m o n t y A p o llin a ir e c re a r o n el su rre a lism o . P e ro la
verdadera su p era ció n creativa de la ilu m in a ció n religiosa n o se e n c u e n ­
tra d esd e lu e g o e n lo s estu p efacien tes, sin o e n u n a esp ecifica iluminación
profana, e n u n a in s p ir a c ió n m a teria lista ; u n a in s p ir a c ió n a n t r o p o ló ­
gica, cuya p r e p a r a c ió n p u e d e p r o c e d e r d e l h a ch ís, d e l o p io o d e o tra
cosa. (P ero sin d u d a es u n a p re p a ra ció n p e lig ro sa . L a de la r e lig ió n es
más severa.) Esta co n creta ilu m in a c ió n p r o fa n a n o siem p re h a e n c o n ­
tra d o al su rrealism o e n su c u m b re (a saber, n i e n la d e ella n i e n la de
é l) , y p r e c is a m e n te lo s e sc rito s q u e la p r o c la m a n c o n m ás fu e r z a (el
in c o m p a r a b le Paysan de Paris de A r a g o n y Nadja d e B re to n ) tie n e n u n as
caren cias m u y m olestas. A s í, en Nadja, hay u n pasaje im p o rta n te sob re
las « m a g n ífic a s jo r n a d a s d e p illa je e n P arís h ech a s e n h o m e n a je a
S acco y V a n z e tt i» , y B r e to n a ú n a ñ a d e a esto la a se v e ra c ió n d e q u e ,
d u r a n te esos d ías, el b u le v a r B o n n e N o u v e lle c u m p lió la estra tég ica
prom esa de revuelta q u é llevaba e n su n o m b r e 161. P ero ta m b ién aparece

5 E n realidad, lo d ijo M arx e n su C rítica de la filo s o fía d el derecho de H e g e l [n. d el T.]


6 A n d ré B re to n , N a d jù . E d itio n entièrem ent revue p a r Tauteur, Paris, G allim ard, 1 9 7 5 » P P r 17 9 ”
18 0 . N ico la Sacco y B artolom eo V an zetti eran dos anarquistas con d en ados a m uerte
p o r asesinato en Massachussets en el I9 2 ï; aunque n o había pruebas contra ellos, fu e ­
ro n finalm ente ejecutados en el 1927 pese a las protestas internacionales. E l gobern ador
d el Estado era p o r en tonces A lv in F u ller. [ n . del T . Î
3°4 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

M m e S a cco , q u e n o es la esp o sa de la v íc tim a d e F u lle r , s in o u n a


v id e n te q u e h abí La en el 3 ; R u é des U s in e s 1'1, y q u e d ice a E lu a r d q u e
nad a b u e n o tie n e q u e esp erar de N ad ja. P u es bien., a h o ra te n em o s que
d e c irle a este arriesg ad ísim o cam in o d el su rrealism o, q u e re c o rre te ja ­
d os, pararrayos, go teras, m ira d o res, veletas y estu cad os (al á g il escala­
d o r de las fachadas le v ie n e b ie n to d a clase de o r n a m e n to s ), te n em o s
q u e d e c ir le , r e p e tim o s , q u e , e n tal c o m p a ñ ía va a p a r a r al h ú m e d o
cu arto d e lo s trastos d el e s p iritis m o . E n verd a d q u e n o n o s gusta o írle
c ó m o da g o lp e c ito s e n la v e n ta n a p a ra p r e g u n ta r p o r su f u t u r o .
¿ Q u ié n n o q u e rrá q u e estos h ijo s a d op tivos de la r e v o lu c ió n se m a n ­
te n g a n al m a rg e n d e c u a n to su ced e e n lo s c o n c iliá b u lo s de las viejas
dam as c o n los com an d an tes ju b ila d o s y esp ecu lad ores ex iliad o s?
P o r lo dem ás, el lib r o de B r e tó n sirve p ara e x p o n e r a lgu n o s rasgos
fu n d a m en ta les de esta esp ecífica « ilu m in a c ió n p r o fa n a » . B r e tó n d ice
q u e Nadja es u n « liv re á p o rte b a tía n te » , u n « lib r o e n el cu al la p u e rta
g o lp e a » (8!. (E n M o scú estuve alo ja d o u n a vez en u n h o te l e n el q u e casi
tod as las h a b ita c io n e s estab an o cu p a d as p o r lam as tib e ta n o s q u e a c u -
d ía n a u n c o n g re so d e las Iglesias b u d istas. M e lla m ó la a te n c ió n q u e
m uchas pu ertas estuvieran siem p re abiertas. L o q u e al p r in c ip io p a r e ­
cía u n a casu a lid ad acabó p o r resu lta rm e m ás b ie n in q u ie ta n te . Y así,
m e e n teré d e q u e e n esas h a b ita c io n e s estaban alo ja d o s lo s m ie m b ro s
d e u n a secta q u e h a b ía n p r o m e tid o n o estar n u n c a e n esp acios c e r ra ­
d o s. E l le c to r d e Nadja h a de s e n tir u n shock ta l c o m o el q u e y o se n tí
e n to n c e s.) V iv ir e n u n a casa de cristal es u n a v irtu d r e v o lu c io n a ria p o r
e x c e le n c ia . P e ro es ta m b ié n u n a e m b ria g u e z , u n e x h ib ic io n is m o de
carácter m o ra l d e lo s q u e h o y n o s h a ce n m u ch a falta. L a d isc re c ió n en
cu an to respecta a la p r o p ia existen cia h a pasado de ser u n a v irtu d a ris­
to c r á tic a a vo lv erse u n a su n to d e p e q u e ñ o b u r g u e s e s a rrib ista s. P e ro
Nadja ha e n c o n tra d o la verd ad era síntesis creativa en tre la n ovela artís­
tica y la n ovela cifrad a.
P o r lo d em ás, n o hay m ás q u e to m a rse e n se rio lo q u e es el a m o r
( p o rq u e Nadja ta m b ié n c o n d u c e a esto) p a ra r e c o n o c e r al p u n to e n él
ese c a rá c te r de « ilu m in a c ió n p r o f a n a » . A l l í el n a r r a d o r c u e n ta , en
efecto: « P o r en to n ces (es d ecir, d u ra n te la r e la c ió n c o n N ad ja) y o m e
estaba o c u p a n d o in te n s a m e n te d e la é p o c a d e L u is VI y d e L u is VTI,

7 Ibid., p p . 92 s., nota.


S Ibid., p p . 18 y 185.
EL SURREALISMO 305

p o rq u e ésa era la ép o ca ig u a lm en te de las " C o rte s de A m o r ” , e in t e n ­


taba im a g in a rm e activam en te cu ál p o d ía ser, e n a q u e l tie m p o , la c o n ­
c e p c ió n d e la v id a » [sI. R e sp e cto d e l a m o r c o rté s p r o v e n z a l sa b e m o s
a lg o c o n s e g u r id a d g ra cia s a -un a u to r a ú n m u y r e c ie n te , y esto n o s
c o n d u c e , c o n so rp resa , n o to r ia m e n te cerca d e la c o n c e p c ió n s u r re a ­
lista d e l a m o r . « T o d o s lo s p o e ta s d e l N u e v o E s t i lo » , e s c rib e E ric h
A u e r b a c h e n su e sp lé n d id o lib r o Dante como poeta del mundo terreno, « t i e ­
n e n u n a co n creta am ada m ística; a to d o s les su ced en , más o m en o s, las
m ism as a ven tu ras a m o ro sa s lle n a s d e ex tra ñ e za p o r ig u a l; a to d o s el
a m o r les regala o les n ie g a d on es q u e se p a re c e n m u c h o m ás a u n a i l u ­
m in a c ió n q u e a u n p la ce r sen sorial; y to d o s fo r m a n p a rte d e u n a esp e­
cie de a so c ia c ió n secreta q u e es d e te rm in a n te d e su vid a in t e r io r , y tal
vez, ta m b ié n , d e la e x t e r i o r » [lcI. L a d ia lé c tic a d e la e m b ria g u e z n o s
resulta bastante p e cu lia r. ¿ N o será to d o éxtasis e n un m u n d o so b ried ad
vergon zosa e n el c o m p le m e n ta r io ? ¿ Q u é b u sca el a m o r co rtés (q u e es
el tip o d e a m o r q u e u n e a B r e tó n c o n la extraña m u ch ach a te le p á tic a ),
sin o ya q u e la castidad ven ga a ser ta m b ié n u n a rre b a to ? Se trata de u n
m u n d o q u e lin d a n o sólo c o n la crip ta e n q u e yace el C o r a z ó n d e Jesús
o c o n lo s altares d e la V ir g e n M a ría , s in o ta m b ié n , sin lu g a r a d u d as,
c o n la m añ an a a n te rio r a u n a b atalla o la p o s te r io r a u n a victo ria .
E n el a m o r e s o té r ic o , la d am a es lo m e n o s e se n c ia l. Y lo m ism o
suced e, p o r su p u esto e n el caso d e l lib r o b re to n ia n o . B r e tó n está m ás
cerca d e las cosas q u e están c e rca d e N a d ja q u e d e e lla m ism a . P e ro ,
¿ q u é cosas están cerca d e N a d ja ? S u c a n o n es b astan te in fo rm a tiv o de
lo q u e es el su rrealism o, a u n q u e, ¿ d ó n d e em p eza r? B re tó n b ie n p u e d e
p reciarse d e u n d escu b rim ien to so rp re n d e n te : fu e sin d u d a e l p r im e r o
en dar c o n las en ergías revo lu cio n arias q u e se c o n tie n e n e n lo « e n v e ­
j e c id o » , c o m o e n las p rim era s co n stru ccio n e s de h ie r r o , o e n las p r i ­
m eras fá b rica s, o e n las p r im e r a s fo to g r a fía s , o e n lo s o b je to s q u e
em p ieza n a ex tin gu irse, c o m o en lo s p ia n o s de salón , o en lo s vestidos
de h a ce c in c o a ñ o s, o e n lo s lo ca les m u n d a n o s d e r e u n ió n c u a n d o la
vogue com ien za a retirarse. N ad ie sabe m e jo r q u e estos au tores q u é rela­
c ió n m a n tie n e n estas cosas c o n la r e v o lu c ió n e n c u a n to ta l. P u es, e n
e fe c to , hasta q u e lle g a r o n estos v is io n a r io s y a d iv in o s , a ú n n a d ie se
h a b ía d a d o c u e n ta de q u e la m is e r ia , n o só lo so c ia l, s in o ta m b ié n

9 Ibid., p p . m - 1 1 3 .
10 E rich A u erb ach , Dante aisDichter der ¡rdischen B e rlín / L eip zig , 19 2 9 , p . 7 ^-
3°6 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

m ise ria a r q u ite c tó n ic a , o la m is e ria p r o p ia d e l intérieúr, c o n las cosas


esclavizadas y esclavizantes, se tra n sfo rm a n en n ih ilis m o re v o lu c io n a ­
r io . Y e llo p o r n o h a b la r d e l Passage de VOpéra, d e A r a g ó n 1” 1: y es q u e
B r e tó n y N ad ja so n la pa reja de am an tes q u e c o n v ie rte e n e x p erie n cia
re v o lu c io n a ria , si n o en a cc ió n re v o lu c io n a ria , cu a n to h em o s vivid o y
ex p erim e n ta d o en tristes viajes e n tr e n (los tren es em p ieza n ya a en ve­
je c e r ) , en esas tardes vacías de d o m in g o e n las b arriad as p ro leta ria s de
las gran d es ciudad es, e n la p r im e r a m ira d a q u e se a rro ja p o r las v e n ta ­
n as, m o ja d a s p o r la llu v ia , de u n a v iv ie n d a n u ev a . B r e tó n y N a d ja
h acen exp lo tar las fo rm id ab les fuerzas d e la « a tm ó sfe ra » q u e se esc o n ­
d e n d e n tr o d e estas cosas. ¿ Q u é fo r m a cree u ste d q u e a d o p ta ría u n a
vid a q u e, e n u n in stan te d ecisivo, se d ejara d e p r o n to d e te rm in a r p o r
la más recie n te c a n ció n ca llejera ?
E l tr u c o q u e d o m in a este m u n d o de cosas (resu lta m ás h o n r a d o
h ab lar de tr u c o a q u í q u e n o de m é to d o ) con siste e n el h e c h o de c a m ­
b ia r la m ira d a h istó ric a al pasad o p o r o tra p o lític a . « A b r io s , tum bas,
v o s o tr o s , m u e r to s de las p in a c o te c a s , cad áveres tras b io m b o s , en
m on asterio s, palacios y castillos, p o rq u e a q u í aparece el fa b u lo so g u a r ­
d iá n d e las llaves, el q u e tie n e e n sus m a n o s u n m a n o jo d e llaves de
to d o s los tiem p o s, q u e sabe a b r ir lo s m ás d ifícile s can d ad os y os in vita
a p a sa r al m u n d o d e h o y , a m e z c la ro s c o n c a rg a d o re s y m e c á n ic o s
e n n o b le c id o s ya p o r el d in e r o , a estableceros e n sus au tom óviles, h e r ­
m o so s c o m o a rm a d u ra s m ed iev a le s, a to m a r v u e stro a sie n to e n lo s
c o c h e s -c a m a in te r n a c io n a le s y a u n ir o s a tod as las p e rso n a s q u e a ú n
están o rgu llo sa s de sus p r iv ile g io s . M as la c iv iliz a c ió n v e n d rá a acabar
rá p id a m e n te c o n e lla s » . E s u n d iscu rso q u e le atrib u y e a A p o llin a ir e
su am igo H e n r i H e r tz [lsI. P ero es q u e esta té cn ica p ro c e d e en verd a d de
A p o llin a ir e , q u e la em p le a c o n cálcu lo m aq u iavélico en su v o lu m e n de
relatos L ’Hérésiarque p ara h a c e r q u e salte p o r lo s aires el c a to lic ism o , al
q u e estaba sin d u d a m u y u n id o [lsl.
E n el c e n tr o de to d o ese m u n d o d e cosas se e n c u e n tr a el m ás
so ñ a d o de sus o b jeto s, la ciu d a d de París. Y la revuelta saca a la lu z p o r

II Se trata de la p rim era parte d el Pausan de Paris.


13 E n realidad, es el p ro p io H ertz el que va d icien do estas palabras, cuya tradu cción ale­
m ana realizada p o r B en jam ín (en la que se basa esta trad u cción española) es bastante
libre. C fr . al respecto la nota de M aurice de G an dillac a su tradu cción francesa de este
artículo de B en jam ín en: W . B en jam ín , OeuvresI; Mythe et violence, París, 1Q71 , pp- 3 ^ 2 s,
13 G u illau m e A p o llin a ir e , L ’Hérésiarque et Cié., París, 19IO .
EL SURREALISMO 307

c o m p le to la im a g e n d e su r o s tr o su rre a lista . (G a lle s d esie rta s d o n d e


silb id os y d isparos d ictan ya sin m ás la d e c isió n .) P u es n in g ú n ro stro es
ta n su rrealista c o m o el v e rd a d e ro r o s tr o de u n a c iu d a d . N in g ú n c u a ­
d ro de G h ir ic o o M ax E rn st p o d r ía n u n c a m ed irse fre n te a lo s agudos
y afilad os c o n to rn o s de sus fo rtific a c io n e s in terio re s, q u e hay q u e c o n ­
q u istar y q u e o c u p a r p a ra, de ese m o d o , d o m in a r su d e stin o ; y en él,
en el d e stin o de sus m asas, d o m in a n el d e stin o de u n o m ism o . N ad ja
es u n ex p o n en te de estas masas y d e lo q u e revo lu cio n ariam e n te las in s ­
p ir a : « L a g ra n d e in c o n s c ie n c e vive et s o n o r e q u i m ’in s p ire m es seuls
actes p ro b a n ts dans le sens o ù to u jo u rs j e veux p ro u v er, q u ’elle dispose
à tou t jam ais de to u t ce q u i est à m o i » 1x11. A sí, aqu í se en cu en tra el c o m ­
p le to catálogo d e todas esas fo r tific a c io n e s , c o m e n z a n d o p o r esa Place
M a u b e rt e n la q u e la su cied ad h a con servad o to d a su fu erza sim b ó lica ,
hasta u n T h é â tre M o d e rn e q u e lam e n to n o h a b e r c o n o c id o . P ero en la
d escrip ció n q u e hace B re to n d el b ar d el p r im e r p iso (« ta n o scu ro , c o n
sus tún eles siem pre im penetrables, al igu al qu e " u n salón e n el fo n d o de
u n la g o ” » ) [l3! algo hay q u e m e recu erd a al espacio m ás in c o m p re n d id o
d el vie jo P rin ze ss-C a fé . Se trata de la trastien da e n el p r im e r p iso , c o n
sus p a rejas a la lu z azu l. L a llam á b a m o s « la a n a to m ía » ; era el ú ltim o
local p ara el a m o r. E n los pasajes de este tip o , B re to n re c u rre e n fo rm a
sin duda n otab lem en te interesante a la práctica de la fotografía. L a fo t o ­
grafía h ace de las calles, de las pu ertas y plazas de la ciu dad , ilu stracion es
d e u n a n ovela p o r entregas; d esp oja a esta arq u itectu ra cen ten aria de lo
q u e sólo es su. evid encia b an al para d irig irla c o n in ten sid a d al a co n te ci­
m ie n to a h í rep resen ta d o ; a co n te cim ie n to al q u e re m ite n (co m o e n los
vie jo s lib r o s c o n c e b id o s p a ra las sirvien tas) u n as cu an tas citas literales
provistas d e sus n ú m e ro s de p á g in a . Y to d o s lo s lu ga res de P arís q u e
aparecen aqu í ante n o so tro s son p u n to s e n lo s cuales lo que q u ed a en tre
estas personas se m ueve co m o u n a p u erta gira toria .
P e ro el P a rís de lo s su rre a lista s es c o m o u n « m u n d o a p e q u e ñ a
escala» . Es d ecir, q u e las cosas n o c am b ian e n el m u n d o a g ra n escala,
a saber, e n el cosm os. T a m b ié n hay carrefours d o n d e r e lu ce n espectrales
señ ales.d el trá fic o , e n los cuales están a la o r d e n d el d ía in im a gin ab les
a n a lo gía s y e n tr e c ru z a m ie n to s d e lo q u e su c e d e . T a l es el e sp a cio d e l
qué habla la líric a d el su rrealism o. Y esto hay q u e a n o tarlo a u n q u e sólo

14 A: Breton, N adja¡ cp. cit., p. 183- El texto dice más exactamente: « Q u e lagrande inconscience
vive et sonore qui m'inspire m&ssûuk actesprobants dispose à toutjamais de tout ce qui est moi^.
15 /¿ici.f p. 4*4 -
3 °8 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

fu era p ara o p o n e rse al h a b itu al m a le n te n d id o sob re Vartpour l’art. P o r ­


q u e eso de « e l arte p o r el a r te » n o h a h a b id o casi n u n c a q u e e n te n ­
d e r lo d e m o d o lite r a l; casi sie m p re h a sid o u n a b a n d e r a b a jo la cu al
navega u n b ie n q u e n o se p u e d e d eclarar, d ado q u e a ú n n o tie n e n o m ­
b r e . M as, ya va s ie n d o h o r a d e a c o m e te r u n a o b ra q u e esclarezca p o r
f in y p o r c o m p le to la crisis d e las artes d e q u e som o s testigos: esc rib ir
u n a h isto ria d e la p o esía eso térica. P ero n o es casual q u e d ich a h isto ria
n o se haya escrito a ú n , p u e s e s c rib irla a d ecu a d a m en te (n o c o m o u n a
ob ra colectiva a la cual cada « e x p e r to » a p orte « lo más im p o r ta n te » de
su á m b ito , sin o c o m o la o b ra de u n a sola p e rso n a q u e, e n su im p u lso
in te r io r , irá ex p o n ie n d o n o ta n to el d e sa rro llo co m o el c o n tin u o rév i-
v ir de la p o esía esotérica) h aría sin d u d a d e ella u n a de las pocas c o n fe ­
s io n e s d e fe q u e su r g e n cada s ig lo . A h í , e n ese lib r o , y e n su ú ltim a
p á g in a , se e n c o n tr a r ía e n v e rd a d re a liza d a la r a d io g r a fía d e l s u r r e a ­
lism o . B re tó n n o s in d ic a e n su Introduction au discours sur le peu de réaiité q u e
el re a lism o f ilo s ó fic o d e la E d a d M e d ia se e n c u e n tr a a la base d e la
ex p erie n cia p o é tic a !,sl. D ic h o realism o (la fe e n q u e lo s c o n cep to s tie ­
n e n ex iste n cia de m o d o o b je tiv o , fu e r a de las cosas o b ie n d e n tr o de
ellas) h a pasado siem p re m u y rá p id a m en te desde el r e in o ló g ic o de los
c o n cep to s hasta el r e in o m ágico de las palabras. Y e x p erim e n to s m á g i­
cos c o n palabras, n o ju e g o s artísticos, so n lo s apasionad os ju e g o s fo n é ­
tico s y grá fico s d e tr a n s fo r m a c ió n q u e, desde h a ce q u in c e añ os, r e c o ­
r r e n to d a la lite r a tu r a de v a n g u a rd ia , ya se lla m e a esto fu tu r is m o o
d adaísm o o su rrealism o . C ó m o se c o n fu n d e n a q u r la con sig n a, la f ó r ­
m u la m ágica y el c o n c e p to lo m u estra n las sigu ien tes palabras de A p o~
llin a ir e in clu id a s e n su ú ltim o m a n ifie sto , L'esprit nouveau et ¡espoetes, del
a ñ o 19 18 : « L a r a p id e z y la s im p lic id a d c o n q u e lo s e sp íritu s se h a n
a c o stu m b ra d o a d e sig n a r c o n u n a sola p a la b ra en tes ta n c o m p le jo s
c o m o u n a m u ltitu d , u n a n a c ió n o e l u n iv e rso , n o te n ía n eq u iva len te
m o d e r n o en p o esía . L o s poetas lle n a n este h u e c o ; sus p o em a s sin té ti­
co s c re a n u n a s n uevas e n tid a d e s q u e tie n e n v a lo r p lá s tic o ta n c o m ­
p u e sto c o m o el d e lo s té r m in o s c o le c t iv o s » 1'71. P o r su p u e sto q u e
c u a n d o , ta n to A p o llin a ir e c o m o B re tó n , lo g ra n ir avanzando c o n más
e n e r g ía e n la d ir e c c ió n in d ic a d a , c o n s u m a n la a d h e s ió n d e l s u r re a ­
lis m o al e n to r n o , tal c o m o lo exp resa la d e c la r a c ió n s ig u ie n te : « L a s

16 A . B re tó n , Pointdujour.
I'7 G , A p o llin a ire , L'esprit nouveau et lespoetes, en: Mercure de France, n ° 491» voL C X X X , I de
d iciem b re de 1918, p . 387-
E L SURREALISMO 309

c o n q u ista s de la c ie n c ia so n o b r a « ru ch o m ás d e l e s p íritu su rre a lista


q u e d e la r a z ó n d isc u rsiv a » I,si; y c u a n d o (e m p le a n d o d istin ta s p a la ­
b ra s) v ie n e n a h a c e r de la m is tific a c ió n , cuya c u m b re ve B r e tó n e n la
p o e s ía (y esto es alg o q u e se p u e d e d e fe n d e r ) , la b ase d e l d e s a r r o llo
c ie n tífic o y té c n ic o , d ic h a ra d ic a l in te g r a c ió n n o s resu lta d em a siad o
im p etu osa. E s a este respecto bastante in stru ctivo co m p a ra r la ad h esió n
p r e c ip ita d a d e este m o v im ie n to al m ila g r o in c o m p r e n d id o d e las
m á q u in a s ( A p o llin a ir e : « L a s fá b u la s ya están rea liza d as e n su m a yo r
p a rte , y a h o r a c o m p e te a lo s p o eta s el im a g in a r fá b u la s n u evas, u n as
q u e a su vez lo s in v en to res p u e d a n n u eva m en te r e a liz a r » ) llsI, esas fa n ­
tasías sofo can tes, c o n las b ie n ven tila d as u to p ía s d e S c h e e rb a rt[ao1.
« L a id e a de a ctiv id ad h u m a n a m e h ace r e ír » : la fra se d e A r a g ó n
in d ic a claram en te q u é extenso c a m in o tuvo q u e re c o rr e r el su rrealism o
d esd e sus o r íg e n e s a su p o s te r io r p o lit iz a c ió n . P ie r r e N a v ille , q u e al
p r in c ip io fo rm a b a p a rte d e l g r u p o , tie n e r a z ó n sin d u d a c u a n d o c a li­
fica d e d ialé ctico a este d esa rro llo e n su excelen te lib r o La révolution et les
intellectuels. U n fa cto r q u e fu e fu n d a m e n ta l en esta p e cu lia r tra n sfo rm a ­
c ió n de u n a a ctitu d m u y con tem p la tiva en o p o s ic ió n re v o lu c io n a ria es
la h o s tilid a d d e la b u rg u e sía fr e n te a c u a lq u ie r m a n ife s ta c ió n d e u n a
lib e rta d esp iritu a l rad ical, h o stilid a d q u e a rrastró al su rre alism o e n su
d esp la za m ien to hasta la iz q u ie rd a . L o s a c o n te c im ie n to s p o lític o s , en
esp ecial la g u e rra de M a rru eco s, a ce le ra ro n este d e sa rro llo . A sí, c o n el
m a n ifie s to titu la d o Los intelectuales contra la guerra de Marruecos, q u e se
p u b lic ó e n L ’Humanité, se a d q u ir ió u n a p la ta fo r m a ya c o m p le ta m e n te
d ife r e n te a la re p re se n ta d a p o r el c é le b re e sc á n d a lo d u ra n te el b a n ­
quete q u e h o m e n a je ó a S a in t-P o l R o u x. E n aqu ella o ca sió n , p o c o d es­
p u é s d e la g u e r r a 1“11, c u a n d o lo s su rrealistas v ie r o n c o m p r o m e tid o el
h o m e n a je d e d ic a d o a u n p o e ta al q u e a b ierta m en te v e n e ra b a n , p o r la
p rese n cia d e elem e n to s n acion alistas, y r o m p ie r o n e n g rito s de « ¡V iv a
A le m a n ia !» , se q u e d a r o n en lo s lím ites d e l escán d alo, fre n te al q u e la
b u rg u esía ya se sabe q u e es tan in sen sib le c o m o es susceptible e n lo q u e
toca a la a cc ió n . B ajo la in flu e n c ia de este c lim a p o lític o , resu lta m u y
n o ta b le q u e A p o llin a ir e y A r a g ó n v ie ra n d e ig u a l fo r m a el fu tu r o qu e

i& C fr . P ierre N aville, La révolution etlésinteíledueís, París, 19 2 6 , p . 14.6.


19 G4 A p o llin a ire , L'espñt nouveau et ¡espoeies, op. d t , p . 3 9 2 .
20 Sobre Paul Scheerbart, véase supra el artículo Experienciajpobre%it pp . 2 i6 -2 2 2 . [N .d e lT ,]
21 La g u erra h ispan o-fran cesa con tra los rebeldes de A b d e l- K r im tuvo lugar en tre sep­
tiem bre de 192 5 y ju n io de 1927- [n . d e lT .]
3io ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

le estaba reservad o al p o eta . L o s cap ítu los Persecuáón y Asesinato p e r te n e ­


cientes a Le poete assassiné, o b ra de A p o llin a ir e , c o n d e n e n aqu ella céleb re
d escrip ció n de u n p o g r o m de poetas: las ed ito riales se ve n asaltadas, los
lib r o s d e p o e m a s s o n a rr o ja d o s al fu e g o , y lo s p o eta s so n a p a le a d o s.
P ero estas escen as tie n e n a llí lu g a r, al m ism o tie m p o , e n to d a la T ie ­
r r a 11'''1. E n A r a g ó n , p o r su p a r te , la « im a g in a c ió n » p r e s ie n te estos
h o r ro re s y con voca a su tro p a para u n a ú ltim a cru za d a íaal.
P ara c o m p r e n d e r estas p ro fe cía s y m e d ir estratégicam en te la lín e a
q u e alca n zó el su rrealism o , hay q u e ve r cu ál es el m o d o d e p en sa r q u e
está g e n e ra lm en te d ifu n d id o en tre la in te lig e n c ia burguesa d e iz q u ie r ­
das q u e suele calificarse de « sen sa ta » . D ich a fo rm a de p en sar se m a n i­
fiesta, c o n tod a clarid ad , en la a ctitu d fren te a R usia p r o p ia de esos c ír ­
c u lo s . N a tu r a lm e n te , n o estam o s h a b la n d o de B é r a u d , q u e a b r ió el
c a m in o a la m e n tir a so b re R u sia , n i d e F a b r e - L u c e , q u e sig u e ese
c a m in o al ig u a l q u e u n b u e n a sn o , c a rg a n d o c o n to d o s lo s r e s e n ti­
m ie n to s b u rg u ese s. P ero hasta el típ ic o lib r o m e d ia d o r, c o m o el q u e
c o m p u s o D u h a m e l, n o s p a r e c e s in d u d a p r o b le m á tic o : p u es su l e n ­
gu aje fo rza d a m e n te e n é r g ic o , a u n q u e c o rd ia l, de te ó lo g o p ro te sta n te
re su lta m u y d ifíc il d e s o p o r ta r ; e n c u a n to a su m é to d o d e d a r a las
cosas sig n ifica d o sim b ó lic o , d icta d o p o r la m e ra c o n fu s ió n y el d esco ­
n o c im ie n to d e l le n g u a je , está m u y gastad o. S u c o n c lu s ió n , e n f in , es
d e la to ra : « N o h a te n id o a ú n lu g a r la r e v o lu c ió n v e rd a d e ra , esa m ás
p r o fu n d a que, en c ie rto sen tid o , p o d ría tra n sfo rm a r hasta la sustancia
p r o p ia d e l alm a e s la v a » 1241. L o típ ic o e n esta in te lig e n c ia fra n ce sa de
izq u ie rd a s (c o m o ta m b ié n e n su eq u iva len te ru so ) es q u e su fu n c ió n ,
q u e es p o sitiv a , su rg e de u n s e n tim ie n to d e c o m p r o m is o n o c o n la
rev o lu ció n , sin o c o n la cu ltu ra ya h ered ad a. S u p restació n colectiva, e n
la m ed id a en q u e resulta positiva, se ap rox im a a la d e lo s conservadores
d e m u se o s. P e ro a u n así, p o lít ic a y e c o n ó m ic a m e n te , s ie m p re h a b rá
q u e c o n ta r c o n el p e lig ro de q u e, al fin a l, co m eta n sabotaje.
L o m ás c aracte rístico d e esta p o s ic ió n de la iz q u ie rd a b u rg u e sa es
su m ezcla in c u r a b le d e m o r a l id ealista y de p ra xis p o lític a . S o la m e n te
e n c o n tra ste c o n lo s in ú tile s c o m p r o m is o s d e las « c o n v ic c io n e s » se
n o s h a ce p o s ib le c o m p r e n d e r c ie rto s e le m e n to s fu n d a m e n ta le s d e l
s u r re a lis m o : d e la tr a d ic ió n su rre a lista . N o se h a a van zad o m u c h o ,

22 G . A p o llin aire , L e p o ete assassiné. N a u veJ k pdition, París, I9 2 7 >p* 10 4.


23 L o u is A ra gó n , L e p q y sa n d eP a ris, París, I 9 6 lr p p . 8 0 -8 2 .
24 G eorges D u h am el, L e vqyage de M o s co u , París, 192 2 , p. 189*
EL SURREALISMO 311

todavía, e n esta d ire c c ió n . A sí, era d em asiad o te n ta d o r in c lu ir el sata­


n is m o d e R im b a u d y L a u tr é a m o n t, c o m o pendant d e « e l a rte p o r el
a r te » , en el in v e n ta rio p r o p io d e l e s n o b ism o . P e ro si a cep tam os esta
tram p a ro m á n tic a , d escu b rim o s ta m b ié n algo m ás ú til, q u e es el cu lto
d el m a l e n su c o n d ic ió n d e aparato (ro m á n tic o ) d e d e sin fe c ció n y ais­
la m ie n to de la p o lític a c o n tra to d o m o ra liza n te d ileta n tism o . C o n esta
c o n v ic c ió n , si d e n tr o d e u n a o b r a d e B r e tó n n o s e n c o n tr a m o s el
h o r r o r d e la ped erastia, estam os r e tro c e d ie n d o algunas décadas. E n tre
18 6 5 y 1 8 7 5 , a lg u n o s g ra n d es an arq u istas tr a b a ja r o n e n sus m á q u in as
in fe rn a le s sin saber los u n o s de lo s o tro s, y lo m ás so rp re n d e n te es qu e
p u s ie r o n el r e lo j a la m ism a h o r a , de ig u a l m o d o q u e , c u a re n ta a ñ o s
después, lo s escritos d e D osto ievski, R im b a u d y L a u tré a m o n t ex p lo ta ­
r o n to d o s a la vez a lo la rgo d e E u ro p a o ccid en ta l. Para ser m ás exactos,
p o d r ía m o s e x tra e r d e l c o n ju n to de to d a la o b r a d e D o sto ie v s k i u n
p asaje q u e n o se p u b lic ó hasta el a ñ o I 9 I 5 : confesión de Stavroguin, e n
Demonios. Este cap ítu lo , q u e se e n c u e n tra m u y rela cio n a d o c o n el canto
te rc e r o de lo s Chants de Maldoror1151, c o n tie n e u n a c o n c re ta ju s tific a c ió n
d e l m a l e n la c u al se e x p o n e n a lg u n o s d e lo s m o tiv o s d e l su rre a lism o
c o n bastan te más fu erza q u e e n cu alq u iera d e sus rep resen tan tes actua­
les. S ta v ro g u in es, sin d u d a, u n su rrealista avantla lettre, p u es n a d ie ha
c o m p re n d id o co m o él q u e los p e q u e ñ o b u rg u es es se eq u ivo ca n cu an d o
d ic e n q u e el b ie n está in sp ira d o p o r D io s, m ien tra s q u e el m a l p ro ced e
ú n ic a m e n te de n u estra e sp o n ta n e id a d . N a d ie h a visto c o m o él la in s ­
p ir a c ió n hasta e n la a c c ió n más vil. S ta vro gu in h a c o m p r e n d id o q u e la
in fa m ia fo rm a p a rte tanto d el m u n d o co m o d e n o so tro s m ism os, a u n ­
q u e n o estem o s llam a d o s a realiza rla c o m o el b u rg u é s id ea lista la v ir ­
tu d . P ero es q u e el D io s de D osto ievski n o h a cread o tan sólo el cielo y
la T ie r r a , lo s h u m a n o s y lo s anim ales, sin o ta m b ié n la vileza, y la v e n ­
ganza, y la cru e ld a d . Y es q u e n u n c a c o n s in tió q u e el d iab lo se e n tr o ­
m etie ra e n su tra b a jo . P o r eso, la vileza y la cru e ld a d y la ven gan za so n
sin d u d a alg u n a o rig in a ria s; tal vez n o sean « m a g n ífic a s » , p e ro están
siem p re n uevas « c o m o el p r im e r d ía » , y b astan te alejad as de lo s c li­
chés b ajo cuyas figu ras el p e ca d o se vie n e a p rese n tar al filis te o [a61.
Q u é g ra n d e es la te n sió n q u e h ace capaces a to d o s los poetas m e n ­
c io n a d o s de su s o r p r e n d e n te in flu e n c ia lo d em u e stra , d e fo r m a b ie n

25 L ib ro de Lau tréam on t, fechado e n 186 9 . [n . d el T .]


26 Sob re el significado de la palabra « filiste o » , véase sujira, p. iy , n o ta % del Diálogo sobre lo
religiosidad de!presente. [N. d el T .]
ENSAYOS ES TÉTICO S V LITERARIOS

grotesca, aqu ella carta q u e D ucasse escrib ió a su ed ito r, el 23 de o c tu ­


b re de 18 6 9 , p ara h a ce rle p lau sibles sus p o em as. A l l í D u casse se e q u i­
p a r a a M ic k ie w icz y a M ilto n , c o m o a S o u tk e y a A l f r e d d e M u sset y a
B au d ela ire, y d ice a ese respecto: « N a tu ra lm e n te , h e exagerado el d ia ­
p a só n p ara crear algo n u evo e n el sen tid o de esa literatu ra su b lim e que
can ta a la d ese sp e ra ció n p ara a g o b ia r al le c to r y h a ce rle a n sia r el b ie n
c o m o r e m e d io . A s í p u e s, al fin a l, sie m p re es el b ie n lo q u e se canta;
p e ro se h ace en v ir tu d de u n m éto d o m ás filo só fic o y algo m en o s in g e ­
n u o q u e el d e la v ie ja esc u e la , de la q u e ya só lo v iv e n V ic t o r H u g o y
u n o s cu an to s m á s » 1’ 71. S i el e rrá tic o lib r o d e L a u tr é a m o n t p e rte n e c e
e n ve rd a d a a lg ú n c o n te x to , si al f in co n s e g u im o s situ a rlo e n a lg u n o ,
será p o r c ie rto en la in s u rre c c ió n . P o r eso fu e bastan te c o m p re n sib le y
p ara n ad a a b su rd o q u e S o u p a u lt escrib iera , e n el 1 9 2 7 , u n a b io g r a fía
p o lític a d e D ucasse p ara la e d ic ió n d e sus ob ras com p letas. P o r d esgra­
cia, n o q u e d a n d o c u m e n to s de la v id a p o lít ic a de D u ca sse , y lo s q u e
S o u p a u lt n o s p rese n tó so n fru to d e u n a fu e r te c o n fu sió n . P o r el c o n ­
tr a r io , a fo rtu n a d a m e n te , u n in t e n to d e tip o s im ila r h a te n id o éx ito
c o n R im b a u d , s ie n d o m é r ito de M a r c e l C o u l o n el h a b e r d e fe n d id o
c o n a cierto la verd ad era im ag en de R im b a u d fre n te al in te n to de u s u r ­
p a c ió n católica p o r pa rte d e C la u d e l y B e r r ic h o n . C la r o q u e R im b a u d
era c a tó lic o , p e ro lo era (seg ú n él m ism o d ijo ) e n su p a rte m ás b aja y
m ise ra b le , q u e n u n c a se can só de d e n u n c ia r y e n tr e g a r a su o d io y a
to d o o d io , a su d esp recio y a c u a lq u ie r d esp re cio : la p a rte q u e le o b li­
gaba a co n fesa r n o h a b e r e n te n d id o la revuelta. P ero es la c o n fe sió n de
u n communard q u e estaba in satisfe ch o e n lo q u e h a cía y q u e, al d a rle la
espalda a la p o esía , h a cía m u c h o tie m p o q u e se h a b ía d e sp e d id o d e la
r e lig ió n p re se n te e n sus p o em a s in ic ia le s. « O d i o , te h e c o n fia d o m i
t e s o r o » , d e jó e sc rito R im b a u d e n su Saison en enferl2&\ S in d u d a q u e,
sig u ie n d o estas p alab ras, p o d r ía ir c re c ie n d o u n a p o é tic a c o r r e s p o n ­
d ie n te al su r re a lis m o , q u e , a d em ás, h u n d ir ía sus raíces a b astan te
m a y o r p r o fu n d id a d q u e esa te o r ía d e la surprise p r o c e d e n te de G u i -
llau m e A p o llin a ir e , hasta alcan zar a la p r o fu n d id a d d e lo s p e n s a m ie n ­
tos de A lia n Poe.

27 C o m te de Lautréam ont (Isidore Ducasse), Oeuvres completes, c o n prefacios de L . G cn o n


ceaux d a!., éd. C o rti, París, 1953 ? P- 39^ ted. española de Luis Justo en: Lautréam ont,
Poesiasj)cartas, B u e n o sA ire s, M arym ar, 1977, p. ( N .d e lT .)],
S8 A , R im baud, Oeuvres, op. cit., p, 211.
EL SURREALISMO 313

D e sd e lo s escrito s d e B afcu n in , n o h a h a b id o e n E u r o p a u n c o n ­
cepto rad ical d e lib e rta d . L o s surrealistas sí lo tie n e n . E llo s so n los p r i ­
m e r o s e n h a b e r d e sp a c h a d o el a n tic u a d o id e a l lib e r a l h u m a n is ta -
m o r a l de lib e r ta d , p o r q u e sa b e n q u e « la lib e r ta d , q u e h a sid o
a d q u irid a en esta T ie r r a al p re c io de tan d u ro s sacrificio s, se h a d e d is­
fr u ta r sin r e s tr ic c io n e s d u ra n te to d o el tie m p o e n q u e esté d ad a, sin
h a c e r c o n c e s ió n al p ra g m a tism o e n n in g u n a d e sus e n c a r n a c io n e s » .
E sto, al m ism o tie m p o , les d em u estra « q u e la e m a n c ip a c ió n h u m a n a ,
co n c e b id a e n d e fin itiv a e n su fo r m a r e v o lu c io n a ria m ás sen cilla —tin a
q u e ta n só lo p u e d e ser la e m a n c ip a c ió n h u m a n a p racticad a desde la tota­
lidad de los puntos de vista—, es la ú n ic a causa a cu yo servicio siem p re vale la
p e n a s it u a r s e » [a9!. P e r o , ¿ c o n s ig u e n lo s su rre a lista s c o m b in a r esta
e x p e rie n c ia de la lib e r ta d c o n la o tr a e x p e rie n c ia r e v o lu c io n a r ia q u e
h em o s d e r e c o n o c e r p o r q u e la te n ía m o s: lo co n stru ctiv o y d icta to ria l
de la re v o lu c ió n ? O , e n p ocas palabras; ¿ co n sig u e n co n ectar lo s s u rre ­
alistas la r e v o lu c ió n c o n la re v u e lta ? ¿ C ó m o im a g in a r u n a ex iste n cia
q u e se establezca e n el b u le v a r de B o n n e N o u v e lle , e n e d ific io s de L e
G o rb u s ie r y P ie te r O u d ? iio1
G a n a r las fuerzas d e la em b ria gu ez para el servicio a la r e v o lu c ió n :
e n to r n o a esto g ir a el s u r re a lis m o ta n to e n sus lib r o s c o m o e n sus
em presas. T al es lo m ás p r o p io de su em p e ñ o . P ara lleva rlo a cab o, n o
basta, s in e m b a rg o , c o m o sa b e m o s, c o n q u e u n c o m p o n e n te d e
e m b ria g u e z esté viv o « n to d o acto r e v o lu c io n a r io . U n c o m p o n e n te
id é n tic o al c o m p o n e n te a n á rq u ico , sin d u d a. E n fa tiza r só lo ese c o m ­
p o n e n te eq u ivald ría, al tie m p o , a r e n u n c ia r a la p re p a ra c ió n d isc ip li­
n ad a de la r e v o lu c ió n e n b e n e fic io de u n a m era praxis o scila n te en tre
e je r c ic io y festejo a n tic ip a d o . P ero a esto ad em ás h ay q u e a ñ a d ir u n a
id e a im p r e c is a de e m b ria g u e z , p o r e n te r o c a r e n te d e d ia lé c tic a . L a
estética d e l p in to r o d el p o e ta « e n état d e s u r p r is e » , la estética d el arte
co m o r e a cc ió n d el so r p r e n d id o es sin d u d a tod avía p r is io n e r a de p r e ­
ju ic io s ro m á n tic o s fu n esto s. T o d a rig u ro sa in v estig a ció n de lo s ta le n ­
tos y fe n ó m e n o s o c u lto s , su rre a lista s y fa n ta s m a g ó r ic o s , d e b e te n e r
co m o p resu p u esto u n p a rticu la r e n tre c ru za m ie n to d ia lé ctico q u e u n a
cabeza de te n d e n c ia r o m á n tic a ja m á s y e n n in g ú n caso p o d r ía a p r o ­
p iarse. S u b ra ya n d o , patética o fan áticam en te, el aspecto en igm á tico de

29 A . B retó n , Nadja, op. á t , p* 168.


30 J a co b u s J o h a n n e s P ie te r O u d ( 1 8 9 0 - 1 9 6 3 ) . a rq u ite c to h o la n d é s, c o fu n d a d o r de
De Stjjl y u n o de los m áxim os representantes d el E stilo Intern acion al, [n, d el T.]
314 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

lo e n ig m á tic o n o h a y avance p o sib le ; el m iste rio lo p e n e tra m o s so la ­


m e n te e n la m ed id a en q u e lo re e n co n tra m o s p recisa m en te e n lo c o ti­
d ia n o , gracias a u n a ó p tica d ia lé ctica q u e p rese n ta lo c o tid ia n o e n su
c o n d ic ió n d e im p e n e tr a b le , y lo im p e n e tr a b le e n su c o n d ic ió n de
c o tid ia n o . P o r e je m p lo , el m ás a p a sio n a d o estu d io d e lo s fe n ó m e n o s
te le p á tic o s n o n o s p u e d e e n s e ñ a r d e la le c tu r a ( p r o c e s o e m in e n t e ­
m en te telep ático) n i la m itad d e lo q u e n os en señ a la p ro fa n a ilu m in a ­
c ió n d e la lectu ra sob re los fe n ó m e n o s telepáticos. O ta m b ié n , el estu ­
d io ap a sio n a d o d e la e m b ria gu e z p o r e l h a ch ís n o n o s en señ a rá sob re
el p e n sa m ie n to (q u e es u n n a r c ó tic o e m in e n te ) n i la m ita d de lo qu e
n o s en señ a la p r o fa n a ilu m in a c ió n d e l p e n sa m ie n to so b re la e m b ria ­
gu ez p o r el h ach ís. T a n to el le c to r co m o el p e n sa d o r, el esp eran zad o y
e l Jláneur, so n to d o s tip o s d el ilu m in a d o , co m o lo so n el q u e co n su m e
o p io , y el so ñ a d o r, y el em b ria g a d o . Y ello s so n , adem ás, lo s m ás p r o ­
fa n o s. P o r n o h a b la r de la m ás te rrib le de las drogas (la m ás te rr ib le , a
saber, n o so tro s m ism o s), q u e c o n su m im o s e n n u estra soledad .
« G a n a r las fu erza s d e la e m b ria g u e z p a ra el se rv ic io a la r e v o lu ­
c ió n » ; o, c o n otras palabras: ¿ h a c e r u n a p o lític a p o é tic a ? « N o u s en
avon s so u p é . ¡C u a lq u ie r cosa es m e jo r a n tes q u e eso !» . Q u iz á s , e n
to d o caso, u n a d ig re sió n so b re la p o esía p u e d a a q u í cla rifica r las cosas.
P u es, e n e fe c to , ¿ c u á l es el p r o g r a m a d e lo s p a r tid o s b u rg u e s e s ? U n
p rim a v e ra l p o e m a m a lo , a tib o rra d o d e c o m p a ra c io n e s hasta el p u n to
d e reven tar. D e ese m o d o , e n e fe cto , el socialista ve ese <<fu tu r o m e jo r
d e n u e str o s h ijo s , c o m o ta m b ié n d e n u e str o s n ie t o s » , e n q u e to d o s
a ctú en « c o m o si fu e ra n á n g e le s» , to d o s ten gan tanto « c o m o si fu e ra n
r ic o s » y to d o s vivan « c o m o si fu e r a n lib r e s » . P ero p o r a h í n o hay n i
rastro de án geles, n i de riq u e z a , n i d e lib e rta d . Y es q u e eso s ó lo so n
im ág en es. ¿ Y cuál será el vasto r e p e r to r io d e im ág en es de esos poetas
co m o de asam blea sociald em ó crata, cu ál será su gradvs adpamassum? R e s­
p u esta: el o p tim is m o . A h í se p e r c ib e ya o tr o a ire q u e e n el lib r o de
N aville, q u e h ace de la « o r g a n iz a c ió n d el p e sim ism o » la exigen cia d el
d ía. E n n o m b r e d e sus a m igos lite r a r io s , N av ille n o s p la n te a u n u lt i­
m átum q u e ob liga a ese o p tim ism o d iletan te y p o r c o m p leto caren te de
escrú p u lo s a to m a r p o r su p a rte posición.- ¿ cu á l será el req u isito d e la
r e v o lu c ió n ? , ¿ lo será el c a m b io de la m e n ta lid a d o el e x te r io r d e la
s itu a c ió n ? Esta es la p reg u n ta ca rd in a l q u e d e te rm in a la r e la c ió n en tre
m o r a l y p o lític a y q u e n o to le ra d isim u lo s. E l su rre a lism o se h a a c e r ­
cad o m ás cad a vez a la resp u e sta c o m u n is ta . L o q u e s ig n ific a : p e s i­
EL SURREALISMO 315

m ism o c o m p le to . D e sc o n fia n za e n el d estin o de la litera tu ra , d e sc o n ­


fia n z a e n el d e s tin o d e la lib e r ta d , d e s c o n fia n z a e n e l d e s tin o d e la
h u m a n id a d e u r o p e a , p e r o so b re to d o d e s c o n fia n z a , d e s c o n fia n z a y
d esco n fian za e n to d o e n te n d im ie n to : en tre las clases, p u e b lo s, in d iv i­
d u os. Y sólo u n a c o n fia n za ilim ita d a en la I .G . F a rb e n 131’ y en la p a c í­
fica m o d e r n iz a c ió n de la Lujiwaffe. B u e n o , ¿ y a h ora q u é ?
A q u í da fr u to la id ea q u e e n el Traite du Style, q u e es el ú ltim o lib r o
de A r a g ó n , reclam a la o p o rtu n a d istin ció n en tre la im a g e n y la c o m p a ­
r a c ió n . U n a id e a a d ecu a d a a las c u e s tio n e s d e e s tilo y q u e h a y a h o r a
q u e a m p lia r . A m p lia c ió n : a sa b er, la c o m p a r a c ió n y la im a g e n n o se
e n c u e n tra n n u n c a la u n a c o n la otra d e m a n era ta n drástica e ir r e c o n ­
c ilia b le c o m o les suced e en la p o lític a . Pues o rg a n iza r el p e sim ism o n o
sig n ifica o tra cosa q u e extraer la m e táfo ra m o ra l ju sta m e n te a p a r tir de
la p o lític a y, a su vez, d e s c u b rir e n el esp acio de lo q u e es la a ctu a ció n
p o lít ic a el esp a cio in te g r a l d e las im á g e n e s . U n esp a cio de im á g e n e s
q u e n o es su scep tible de m e d irse d e m a n era sin m ás con tem p lativa. S i
la d o b le tarea p r o p ia d e la in te lig e n c ia r e v o lu c io n a r ia c o n siste ju s ta ­
m e n te e n acab ar c o n el p r e d o m in io in telec tu a l de la b u rg u esía y c o n ­
ta ctar c o n las m asas p r o le ta r ia s, h a fra ca sa d o casi p o r c o m p le to e n la
seg u n d a m ita d d e la tarea, p o r q u e ésta ya n o se p u e d e a c o m e te r so la ­
m e n te c o n la c o n te m p la c ió n . Y a u n así, sin e m b a rg o , casi to d o s la
sig u e n p la n te a n d o de este m o d o y v a n c la m a n d o a ú n p o r lo s p o etas,,
p e n sa d o r e s y artistas p r o le t a r io s . E n c o n tr a de esta id e a , ya T r o ts k i
h a b ía te n id o q u e in d ic a r (e n Literaturaj revolución) q u e lo s p o eta s, y los
p e n sa d o re s, y ta m b ié n lo s artistas p r o le ta r io s , só lo p o d r á n s u r g ir en
ta n to e n c u a n to haya tr iu n fa d o la r e v o lu c ió n . E n v e rd a d q u e se trata
m u c h o m en o s de c o n v e rtir al artista d e o r ig e n b u rg u é s en m aestro d el
« A r t e P r o le t a r io » q u e d e h a c e rlo fu n c io n a r (in c lu s o a costa de su
a ctiv id a d a rtística ) e n lu g a re s v e rd a d e r a m e n te re le v a n te s de c u a n to s
c o n stitu y en ese espacio de im ágen es. ¿ N o será ju sta m e n te la in t e r r u p ­
c ió n d e su « c a rre ra a rtística » parte esen cial de tal fu n c io n a m ie n to ?
T a n to m e jo r e s s o n lo s ch istes q u e c u e n ta , y a u n ta n to m e jo r lo s
con tará. P ues ta m b ié n e n el chiste, e n la a fre n ta y e n el m a le n te n d id o ,
a llí d o n d e u n a a c c ió n v ie n e a sacar la im a g e n de sí m ism a y lu e g o , de
in m e d ia to , la devora, a h í sin d u d a, d o n d e la cerca n ía alcanza a verse a

31 I.G. Farbenmdustrie e r a e í n o m b r e d e l a e m p r e s a q u í m i c a q u e s u r g ió e n 1 9 3 5 d e I a f u s i ó n
d e Bayer, B a sf y H oechst. [n . d e l T . ]
316 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

sí m ism a c o n sus o jo s, este b u sca d o esp a cio d e im á g en es se a b re , a


saber, ese m u n d o de o m n ila te ra l e in tegra l actualidad, en el q u e n o hay
n i u n a « b u e n a h a b ita c ió n » , a q u e l p re c iso esp acio en q u e el m a te ria ­
lism o p o lític o y la creatura física se rep a rten , actu an d o c o n fo rm e a u n a
ju stic ia d ialéctica, al ser h u m a n o in te r io r , o a la p siq u e , o al in d iv id u o
o co m o q u era m o s q u e se llam e; y ello de tal m o d o q u e n in g ú n m ie m ­
b r o q u ed e a h í sin d esgarrar. S in em b argo (y de a cu e rd o c o n esa m ism a
a n iq u ila c ió n d ialéctica), este espacio a ú n seg u irá sie n d o u n espacio de
im á g e n e s; m ás c o n c r e ta m e n te : u n o de c u e r p o s . P u es n o h a y m ás
r e m e d io q u e c o n fe s a r q u e el m a te r ia lis m o m e ta físic o f ie l a V o g t y a
B u ja r in ,3a! n o se p u e d e c o n d u c ir e n te r a m e n te a ese m a te r ia lism o
a n tro p o ló g ic o q u e e x p o n e la e x p erie n cia de los surrealistas y, antes de
ellos, d e H e b e l, d e G e o r g B ü c h n e r , de N ietzsch e y d e R im b a u d . P ero
a ú n q u ed a u n resto. T a m b ié n el colectivo es c o rp o r a l. Y la jj/réís q u e se
le o rg a n iza a través de la té cn ica sólo se la p u e d e g e n e ra r, de a cu e rd o a
to d a su r e a lid a d p o lític a , o b jetiva , e n ese esp acio d e im á g en es al cu al
n o s in tro d u c e la ilu m in a c ió n p r o fa n a so la m e n te . S ó lo u n a vez q u e el
c u e rp o y el espacio de im ágen es se c o n ju g a n e n ella c o n tal p r o fu n d i­
d ad q u e la te n sió n re v o lu c io n a ria se c o n v ie rte e n in e rv a c ió n c o rp o r a l
c o le c tiv a y las in e rv a c io n e s c o r p o r a le s d e l c o le c tiv o se c o n v ie r te n e n
descarga re v o lu c io n a ria , la rea lid a d se p u e d e su p era r a sí m ism a hasta
el p u n to q u e exige el Manifiesto comunista. P o r el m o m e n to , lo s su rre alis­
tas so n sin d u d a lo s ú n ic o s e n h a b e r c o m p r e n d id o la tarea d e h o y . Y
v a n in te r c a m b ia n d o , de u n o e n u n o , la c o le c c ió n de gesto s de su
m ím ic a e n la esfera de u n d e s p e r ta d o r cu yo tim b r e , a cad a m in u t o ,
atru en a p o r espacio de sesenta segu n d o s.

32 K a r l V o g t ( 1 8 1 7 1 8 9 5 ) , z o ó lo g o y filó so fo alem án c o n tra el q u e M arx e scrib ió u n


ensayo? N ik o lá il. B u jarin (18 8 8 -193 8 ). político y econom ista bolchevique, [N .d e lT .]
HACIA LA IMAGEN DE PROUSf“

L o s trece vo lú m e n e s d e A la recherehe du fempspmlu d e M a rce l P ro u st so n el


resu lta d o de u n a síntesis in c o n str u ib le en la q u e la su m e rsió n d e l m ís ­
tic o , el a rte d e l p ro sista , la a gu d eza d e l sa tíric o , el c o n o c im ie n to d el
e ru d ito y la fe r o z in sisten cia d e l m o n o m a n ia c o se r e ú n e n e n u n a o b ra
a u to b io grá fica . C o n ra zó n se h a d ich o q u e todas las grand es obras de la
lite r a tu r a fu n d a n o d isu e lv e n e n sí m ism as u n g é n e r o , q u e so n casos
ú n ic o s . E sta o b ra de P ro u s t es u n a s in d u d a d e las m ás sin g u la re s .
D esd e la estru ctu ra, q u e re ú n e p o esía , m e m o ria y c o m e n ta rio , hasta la
sintaxis de las frases salidas de m adre (el N ilo d e l len gu a je, ese q u e d es­
b o r d a y q u e fe c u n d a las a m p lias la titu d e s d e la v e rd a d ), to d o se h a lla
fu e r a d e la n o r m a . Q u e este caso p a r tic u la r d e la lite r a tu r a es, al
m ism o tie m p o , su m ás g ra n d e o b ra e n las ú ltim as décadas es el p r im e r
c o n o cim ie n to q u e el ob servad or a d q u iere d e m o d o in d u d a b le . P ero las
c o n d ic io n e s a su base e ra n p e rju d icia le s p o r c o m p le to : u n a e n fe r m e ­
d a d ex tra ñ a , u n a r iq u e z a e n o r m e y u n c a rá c te r c o m p le jo y a n o r m a l.
N o to d o e n esta v id a n o s resu lta m o d é lic o , p e r o to d o s in d u d a es
ejem p lar. L e señala a la p r o d u c c ió n litera ria so b resa lien te de estos días
su lu ga r e n el co ra zó n de la im p o sib ilid a d , e n el cen tro y, al tie m p o , en
el p u n to c ru c ia l d e in d ife r e n c ia de to d o s lo s p e lig ro s , ca ra cte riza n d o
c o n e llo esta g r a n r e a liz a c ió n de la « o b r a de to d a u n a v id a » c o m o la
ú ltim a p o r m u c h o tie m p o a ú n . Y es q u e la im a g e n d e P ro u s t es la
e x p re s ió n fis io g n ò m ic a s u p re m a q u e p o d ía o b te n e r la d is c re p a n c ia
c r e c ie n te e n tre là p o e sía y la v id a . T a l es la m o r a le ja q u e ju s t if ic a el
estricto in te n to d e in vocarla.
E s sa b id o q u e P r o u s t n o d e sc r ib e e n su o b ra u n a v id a se g ú n ella
fu e , sin o u n a vid a co m o la recu erd a el q u e la h a v iv id o . P ero esto a ú n
es im p r e c is o , d em a siad o to s c o . P u es lo m ás im p o r ta n te p a ra el a u to r
q u e recu erd a n o es lo q u e h a vivid o , sin o el p ro c e so m ism o e n q u e su
re c u e rd o se te je , ese la rg o trab ajo d e P e n è lo p e q u e es el re c o rd a r. ¿ O
sería m e jo r h a b la r a q u í d el d ifíc il trab ajo de P en è lo p e q u e es el o lv id o ?
¿ N o se halla la mémoire ínvolontoire de P ro u st m ás cerca d e l o lvid o q u e de

I P u blicado p o r partes en tre ju n io y ju lio de 1929 e a literorische Weít y redactado unas


sem anas antes.
3 i8 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

lo q u e se su e le d e n o m in a r « r e c u e r d o » ? ¿ Y esta o b ra c o m p u e sta de
r e c u e r d o e s p o n tá n e o , e n la q u e el r e c u e r d o e q u iv a le a la tra m a y el
o lv id o a la u r d im b r e , n o es lo c o n t r a r io d e l tr a b a jo d e P e n é lo p e
m u c h o antes q u e su p ro s e c u c ió n ? P u es a q u í el día d eshace lo q u e te jió
la n o c h e . A s í, al d esp erta r cada m a ñ a n a , ta n sólo co n serv a m o s, co m o
d e b ilita d o s y d isu e lto s, u n o s escasos fle c o s d e l ta p iz de lo q u e h e m o s
viv id o , y q u e el o lv id o h a id o te jie n d o en n o so tro s. P ero cada día des­
h a ce c o n sus actos in s tru m e n ta le s , m ás a ú n , c o n su r e c u e rd o in s tr u ­
m en tal, lo q u e es el te jid o , los orn a m en to s m ism os d e l o lv id o . P o r eso,
al fin a l, P ro u st c o n v ertiría sus días e n n o ch es, p ara p o d e r d ed icarse e n
su h a b ita ció n oscu ra y c o n lu z a rtific ia l p le n a m en te a su o b ra , y q u e n o
se le escapara n in g u n o de sus in trin ca d o s arabescos.
L o s ro m a n o s veían e n el texto u n te jid o , y p o co s textos lo so n , sin
d u d a a lg u n a , c o n m a y o r d e n sid a d q u e este te x to d e P r o u s t. P o rq u e
n ad a e ra p ara él s u fic ie n te m e n te d e n so y d u ra d e r o . S u e d ito r, G a lli-
m ard , n os h a con tad o q u e las costu m b res d e P rou st cu an d o corregía las
p ru eb as de im p ren ta desesperaban a to d o s lo s tip ó g r a fo s M. Las gal era -
das tr a ía n m u c h a s a n o ta c io n e s , p e r o P ro u s t n o h a b ía c o r r e g id o n i
siq u ie ra u n o solo de lo s erro re s de im p ren ta ; to d o el espacio d is p o n i­
b le se e n c o n tr a b a lle n o c o n u n te x to n u e v o . A s í, la ley d e l r e c u e r d o
a ú n se ejec u ta b a e n la e x te n sió n de la o b ra . P u es u n a c o n te c im ie n to
vivido es fin ito , o se en cu en tra al m en os in c lu id o d en tro de la esfera de
la viv en cia , p e r o u n a c o n te c im ie n to r e c o rd a d o es, e n sí m ism o , algo
ilim ita d o , p o rq u e es u n a clave de to d o lo su ced id o antes y d esp u és de
é l. Y , e n o tr o s e n tid o , e l r e c u e r d o es lo q u e estab lece c o n el m a y o r
r ig o r c ó m o te je r . L a u n id a d d e l te x to lo es s ó lo e l acíus purus d e l
recu erd o , n u n ca la p e rso n a d el au tor, y a u n m en os la a cció n . Se p u ed e
p u e s d e c ir q u e las in te r m ite n c ia s de la a c c ió n só lo s o n el reve rso d el
co n tin u o q u e fo rm a el rec u e rd o , só lo so n el d ib u jo p o ste r io r d e l tapiz.
A s í lo q u iso P ro u st y así lo d io a e n te n d e r cu an d o n o s d i jo 13' q u e p r e ­
fe r ir ía q u e to d a su o b r a fu e r a p u b lic a d a a d o s c o lu m n a s, e n u n so lo
v o lu m e n y en u n so lo p á rra fo .
¿ Q u é b u sca b a P ro u s t ta n fr e n é tic a m e n te ? ¿ A q u é se d e b ía esté
esfu erzo in fin ito ? ¿ P o d ría m o s d e c ir q u e la to talid a d de las vidas, ju n t o
a la de las ob ras y los actos q u e c u en ta n , n u n c a h a sid o o tra cosa q u e el

a B enjam ín tom ó esta in fo rm a ció n de u n artícu lo de p e rió d ico (no id en tificad o


3 L a in fo rm a ció n p ro ced e del artículo p erio d ístico m entado e n la n ota an terio
HACIA LA IM AGEN DE PROUST 319

im p e rtu rb a b le d esp liegu e d e la h o ra m ás b a n al y m ás fugaz, la h o ra más


s e n tim e n ta l y d é b il de la v id a c o m p le ta d e u n a p e r s o n a ? Y c u a n d o
P ro u st d e sc rib ió , en u n pasaje céleb re, esa h o r a c o n c reta d e su vid a , lo
h izo de tal m o d o q u e el le c to r , p o r su p a rte, la r e e n c u e n tre e n la suya
p r o p ia . U n p o c o m ás y p o d r ía m o s c a lific a r a d ich a h o r a c o m o c o t í-
d ian a. V ie n e c o n la n o c h e , c o n u n g o rje o p e r d id o , o c o n la c o rr ie n te
d e a ire q u e e n tr a p o r la v e n ta n a . Y n o sa b e m o s q u é e n c u e n tr o s t e n ­
d r ía n lu g a r s i fu é r a m o s a lg o m e n o s c o n d e s c e n d ie n te s c o n n u e s tr o
d o r m ir . P e ro P ro u st n o lo era, y sin em b a rg o , o tal p o r vez e llo , p u d o
tr a n sm itir n o s J e a n C o c te a u e n u n h e r m o s o en sayo q u e el to n o d e su
vo z o b e d e c ía a las leyes d e la n o c h e y d e la m i e l 1*1. Q u e d a n d o b a jo el
d o m in io de estas leyes, lo g r ó d e r ro ta r P ro u st a la d esesperad a tristeza
e n su in t e r io r (a la q u e e n c ie rta o c a sió n d e n o m in ó « l ’ im p e r fe c tio n
in c u ra b le dans l ’ essence m êm e d u p r é s e n t» ) y, de este m o d o , le c o n s­
tru yó u n a casa al en ja m b re de sus p e n sa m ien to s a p a r tir d e lo s pan ales
d el r e c u e rd o . C o c te a u h a visto c la ro lo q u e d eb ería o c u p a r al m á xim o
a lo s lecto res d e P roust: ese deseo ciego , absu rd o y obsesivo de felicid a d
q u e p o s e ía a este h o m b r e , q u e re s p la n d e c ía e n sus m ir a d a s 131. L as
m irad as d e P ro u st n o era n felices, m as la fe lic id a d estaba e n ellas c o m o
está en el ju e g o o en e l a m o r. N o es d ifíc il d e c ir p o r o tra p a rte p o r q u é
esta v o lu n ta d d e fe lic id a d , q u e im p r e g n a e n te r a m e n te la o b r a d e
P rou st, se tran sm ite ta n sólo algu na rara vez a sus lectores. P ero e l p r o ­
p io P ro u st les su g irió en d iversos pasajes q u e v ie ra n esta o b ra desde la
v ie ja y c ó m o d a p e rsp e c tiv a d e l h e r o ís m o , el a sce tism o y la r e n u n c ia .
P o rq u e n ad a les es ta n evid en te a los m ejo res a lu m n o s d e la vid a co m o
q u e to d a a m b ic io sa p r e s ta c ió n v ie n e a ser el fr u to d e l e sfu e rz o , d e la
d e c e p ció n y el su frim ie n to . P o rq u e, sin d u d a, q u e la fe lic id a d sea p a r ­
tic ip a n te de lo b e llo sería d em a siad o p a ra ello s, d e tal m a n e ra q u e su
rese n tim ie n to n o p o d r ía n u n c a co n so larse.
P e ro h a y u n a d o b le v o lu n ta d de f e lic id a d , y u n a d ia lé c tic a d e la
fe lic id a d , Y hay, d e l m is m o m o d o , u n a fig u r a h ím n ic a y u n a fig u r a
elegiaca q u e c o rr e s p o n d e n a la felic id a d . L a p r im e r a es lo in a u d ito , lo
n u n c a v is to , la c u m b r e de la d ic h a . L a s e g u n d a , e l e te r n o u n a - v e z -
m ás, la resta u ra ció n , ta m b ié n etern a, d e la fe lic id a d p rim e ra , o rigin al.

4- Jean C o cte a u , ^ L a v o ix de M arcel P ro u s t^ , en : Hommagi à Marcel Proust. Nouvelle. Berne


Française, añ o IO, n ° 112, I de en ero de 192 3 , p . 92.
5 jffriíí.
320 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

Esta id ea elegiaca d e fe lic id a d , q u e p u e d e calificarse de « e le á tic a » , es


lo q u e tra n sfo rm a , p ara P ro u st, la vid a e n u n esp acio d e r e c u e rd o . Y a
ella sa crificó n o ya e n la vid a lo s am igos y la so cied a d , sin o , e n la o b ra ,
a la a c c ió n , j u n t o c o n la u n id a d d e l p e r s o n a je , c o n el f lu jo d e la
n a r ra c ió n , y c o n el ju e g o de la fan tasía. M ax U n o ld , n o el p e o r d e sus
le c to re s, c o m p a ró la « le n t it u d » de sus escrito s c o n las « h is to ria s de
lo s rev iso re s» y a cu ñ ó la fó r m u la sig u ie n te: « P r o u s t c o n s ig u ió vo lv er
in teresan tes las h isto ria s de lo s revisores. A s í, d ice: "Im agín ese, le c to r,
ayer m o jé e n m i té u n a m a g d a le n a y r e c o r d é d e p r o n t o q u e de n iñ o
h a b ía estad o e n el c a m p o ” . P ara esto n ecesita o c h e n ta p á g in a s, y esto
n o s es ta n a r r e b a ta d o r q u e u n o n o c re e se r ya q u ie n esc u c h a , s in o
q u ie n , d e sp ie rto , está s o ñ a n d o » . Y es q u e U n o ld h a id e n tific a d o e n
las h is to ria s d e este re v iso r ( « lo s su e ñ o s h a b itu a le s se c o n v ie r te n en
típ ic a s h is to ria s d e re v is o r ta n p r o n t o c o m o lo s c o n t a m o s » ) ese
p u e n te q u e al su e ñ o se e n c a m in a . Y c o n e l s u e ñ o tie n e q u e e n la za r
tod a in te r p re ta c ió n sin tética de P ro u st. M u ch as p u e rtas p o c o lla m a ti­
vas n o s c o n d u c e n a h í p recisa m en te. P o r e je m p lo , el estu d io fre n é tic o
d e P ro u s t, su a p a sio n a d o c u lto de la sem e ja n za, lo s sig n o s c ie rto s de
cu y o d o m in io n o se e n c u e n tr a n n u n c a d o n d e P r o u s t la ilu m in a de
m o d o in e sp e ra d o e n las m an eras de la co n v ersa ció n , o e n las ob ras, o
e n las fis io g n o m ía s . L a se m e ja n za c o n la q u e c o n ta m o s , esa q u e n o s
o c u p a ju sta m e n te cu an d o estam os d esp iertos, a lu d e so la m en te a a q u e­
lla sem ejan za más p r o fu n d a q u e es la p r o p ia d e l m u n d o d e los su eños;
u n o e n el cu al lo q u e su c e d e n u n c a se p re se n ta c o m o id é n tic o , sin o
sin d u d a c o m o sem eja n te (para sí m ism o d e fo r m a in c o m p re n s ib le ).
L o s n iñ o s c o n o c e n u n sig n o d e este m u n d o , a sa b e r, la m e d ia , q u e
tie n e ju s ta m e n te la estru c tu ra q u e c o rr e s p o n d e al m u n d o d e los s u e ­
ñ o s c u a n d o , e n r o lla d a s o b r e sí e n la cesta d e la r o p a su c ia , es u n a
« b o ls a » y es su « c o n t e n id o » . E ig u a l q u e lo s n iñ o s n o se can sa n e n
tra n sfo rm a r de g o lp e estas d os cosas (aqu ella b olsa y lo q u e h a y e n ella)
a ú n en u n a tercera, q u e es la m ed ia , P ro u st se m o stró sie m p re in a g o ­
table e n el vaciar de g o lp e al yo p ara in tr o d u c ir eso te rcero , a sab er, la
im a g en , q u e al f i n calm ara su cu rio s id a d , a u n q u e n o , e n a b so lu to , su
n ostalgia. D esg arrad o p o r ella, se q u ed ab a tu m b a d o e n su cam a: n o s ­
talgia p o r el m u n d o d e sfig u ra d o e n el estado d e la sem eja n za, d o n d e
sale a la lu z el v e rd a d e r o r o s tr o su rre a lista de la vid a . A él p e r te n e c e
cu a n to se da e n P rou st, y la ex trem a p r u d e n c ia y d is tin c ió n c o n q u e se
h a ce p a te n te : esa fo r m a q u e n u n c a es p a té tica n i, m e n o s, v is io n a ria ,
HACIA LA IM AGEN DE P ROUST 321

p e r o q u e su sten ta u n a r e a lid a d p re c io sa y fra g ilísim a : la im a g e n . Esa


im a g e n q u e s ie m p re se d e s p r e n d e d e l c o m p le jo e n sa m b la rse de las
frases d e P ro u s t, c o m o e n tre las m a n o s d e F ra n ç o is e , e n B a lb e c , el
d ilata d o d ía de v e ra n o , v ie jo , in m e m o ria l, m o m ific a d o , se d esp re n d e
d e l tu l d e las co rtin a s.

II

L o m ás im p o r ta n te q u e u n o tie n e q u e d e c ir n o sie m p re lo p r o c la m a
en alta vo z. Y ta m p o co , e n sile n cio , lo c o n fía a la p e rso n a más cercana,
la q u e está más dispuesta a d ar o íd o s a su c o n fe sió n . P ero , si n o sólo las
p e rso n a s, sin o ta m b ié n las ép o cas, tie n e n esa fo r m a ta n m o d e s ta (es
d ecir, tan frív o la y astuta) de c o m u n ic a r a to d o el m u n d o lo q u e v ie n e
a ser lo p r o p io de ellas, e n el caso d e l siglo XIX n o fu e r o n Z o la n i A n a -
to le F ran ce, sin o p recisa m en te el jo v e n P ro u st, el lig e r o esn o b ir r e le ­
van te y el fr e c u e n ta d o r d e lo s salon es, a q u e l q u e su p o atrapar al v u e lo
las m ás ex tra o rd in arias y las m ás so rp re n d e n te s c o n fid e n c ia s d el cu rso
e n v e je c id o de a q u e l tie m p o (c u a l si se tra ta ra de o tr o S w an n , ig u a l­
m en te cansado de v iv ir). Pues fu e P rou st el q u e h iz o al siglo XIX te rre n o
apto p ara las m e m o ria s. A q u e llo q u e antes de él era esp acio de tie m p o
sin te n sió n se c o n v irtió e n u n cam p o de fuerzas e n el q u e las co rrien tes
m ás diversas d esp iertan para lo s autores p o sterio res. Y ta m p o co resulta
casual q u e la o b ra m ás in teresa n te de este tip o p r o c e d a d e u n a a u to ra
q u e estu vo m u y c e rca p e r s o n a lm e n te d e P ro u s t, c o m o a d m ir a d o ra y
co m o am iga. A sí, el p r o p io títu lo b ajo el q u e la p rin cesa d e C le r m o n t-
T o n n e r r e p r e se n ta e l p r im e r v o lu m e n de sus m e m o r ia s , Au temps des
équipagesm , n o sería p o s ib le a n tes d e P ro u s t. P o r lo d em á s, este lib r o
v ie n e a se r el eco q u e r e s p o n d e c o n e x tr a o r d in a r ia su avid ad a la lla ­
m ada cariñ o sa y d esafian te d e l p o e ta d esd e el faubourg S a in t- G e r m a in .
L o m e lo d io so de esta e x p o sició n aparece rep leta d e rela c io n es d irectas
o in d ire c ta s c o n P ro u st, e n su a c titu d y ta m b ié n e n sus figu ra s, en tre
las cuales se h a lla n tan to él m ism o co m o a lgu n o s de sus o b jeto s p r e fe ­
rid o s d e e stu d io e n e l R itz . A s í, n o s e n c o n tra m o s , c o m o es sin d u d a
in d iscu tib le , d e n tro d e u n e n to r n o m u y fe u d a l q u e d ete rm in ad o s p e r ­
sonajes, co m o el fa m o so R o b e r t de M o n te s q u io u , —q u e la p rin cesa de

6 Elisabeth de Clermont-Tonnerre, Mémoires. TomeLAu temps des équipages, París, 1928.


ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

C le r m o n t- T o n n e r r e n os retrata d e m o d o m agistral—, van h a cié n d o n o s


m u y p a r tic u la r 171. Y ta m b ié n eso m ism o n o s su ced e c o n P ro u st, sien d o
cosa sabida q u e, en su caso, n o n os falta el eq u ivalen te de u n p erso n a je
c o m o M o n te sq u io u . N o vald ría la p e n a c o m e n ta rlo (ya q u e la cu estió n
d e los m o d e lo s es p o r c ie rto de seg u n d o ran go , irreleva n te p ara el caso
d e A le m a n ia ) si a la crítica alem an a h a b itu al n o le gustara sim p lifica rlo
to d o . Y , e n esp ecial, c o m o se sabe, la c rític a a le m a n a h a b itu a l n u n c a
d eja pasar u n a o c a sió n p ara en can allarse su ciam en te c o n la chu sm a de
b ib lio te c a s a m b u la n te s. D e tal m a n e r a q u e sus routinieri n o p u d ie r o n
evitar sacar d e l e n to r n o esn o b de d ic h a o b ra c o n c lu s io n e s a cerca d e l
a u to r, califican d o así a la o b ra d e P rou st de u n asunto fran cés, de m ero
s u p le m e n to lite r a r io d e l Gotha. P e ro es e v id e n te q u e lo s p r o b le m a s
p r o p io s de lo s p erso n ajes de P ro u st c o rre sp o n d e n a u n a socied ad satu­
rada, y n in g u n o de ellos c o in c id e c o n lo s p ro b lem a s p r o p io s d el au tor.
E stos so n , p o r c ie r to , sub versivos, y, si h u b ie r a q u e r e d u c ir lo s a u n a
fó r m u la , su o b je tiv o se ría c o n s tr u ir la e stru c tu r a in t e r io r d e la alta
socied ad c o m o fisio lo g ía de la cháchara. E n el te so ro de lo s p r e ju ic io s
y las m áxim as de la alta so cied a d n o existe u n o so lo q u e n o q u e d e , en
efe cto , a n iq u ila d o p o r la p e lig ro s a c o m ic id a d d e su ch ach a ra . H a b e r
sid o el p r im e r o en llam a r la a ten ció n e n to d o lo que a ésta se re fie re n o
es el m e n o r d e lo s m é r ito s q u e L é o n - P ie r r e Q u i n t h a r e u n id o e n
ta n to q u e p r im e r in t é r p r e te d e P ro u s t. « G u a n d o se h a b la de o b ra s
h u m o rístic a s» , seg ú n escrib e Q u in t, « se aco stu m b ra p e n sa r h a b itu a l­
m en te e n lib r o s m ás b ie n breves y d ivertid os c o n u n a ilu stra c ió n e n la
p o rta d a . Y , c o n e llo , se olvid a a Don Quijote, a Pantagruel y a Gil Blas, tod o s
lo s cuales so n v o lu m in o s o s » ’81. E l la d o subversivo d e la o b ra de P ro u st
se n o s m u estra así, e n este co n tex to , c o n la más co m p leta clarid ad . Y el
a u té n tic o c e n tr o de su fu e r z a es m e n o s el h u m o r q u e la c o m ic id a d ;
p o rq u e P rou st n o p ro te g e al m u n d o e n la risa, sin o q u e lo a rro lla u tili-
zán d ola. Y e llo , a u n a riesgo d e q u e el m u n d o se haga pedazos, an te los
q u e, p o r c ie r to , el p r o p io P ro u s t r o m p e lu e g o a llo r a r . Y se h a ce n
pe d azo s, e n e fe c to , la u n id a d de la fa m ilia y de la p e rso n a lid a d , d e la
m o r a l sexual y d e l h o n o r . L as p r e te n s io n e s de la b u rg u e sía v ie n e n a
estrellarse e n esta risa; su rea sim ila ció n e n la n o b le za da el tem a s o c io ­
ló g ic o a la obra.

7 E lisabeth de C le rm o n t-T o n n e rre , Robert de Montesquiou et Marcel Proustf París, 1925 *


8 L é o n -P ie rre Q u in t, Marcel Proust. Sa vie, son oeuvre. Edition nouveìle, revue et conigée, augmenté? dè:
Le comiqueet le nvystère chezProvst, Paris, sin fecha (1928 ó 1929)» p* 27 ^*
HACIA LA IMAGEN D E PROUST 3«3

P ro u st n o se cansó d e l en tren a m ien to q u e exigía el trato e n lo s c ír ­


cu lo s feu d a les. C o n p e rse v e ra n c ia y sin te n e r q u e h a cerse u n a ex a ge­
rada v io le n c ia a sí m ism o , fu e m o d e la n d o su n atu raleza c o n o b je to de
h a cerla ta n h á b il e im p e n e tra b le , y ta m b ié n ta n d ifíc il y devota, co m o
su tarea lo exigía. A lg o m ás ad elan te, la m istific a c ió n y el fo rm a lism o se
fu e r o n c o n v ir t ie n d o hasta ta l p u n t o e n la n a tu ra le z a y a p r o p ia de
P ro u st q u e a veces sus cartas so n sistem as co m p leto s de p arén tesis, y n o
sólo p o r causas gram aticales. C artas q u e, a p esar d e su r e d a c c ió n in f i ­
n itam e n te ch isp ean te y ágil, a veces n o s re c u e rd a n u n fa m o so esq u em a
le g e n d a rio : « E stim a d a señ o ra , acabo d e d a rm e cu en ta d e q u e ayer m e
o lv id é m i b a s tó n e n su casa, p o r lo q u e le r u e g o q u e lo e n tr e g u e a la
p e r s o n a q u e le h a tr a n s m itid o esta carta. P .D . P o r fa v o r, d isc u lp e la
m o le stia , a h o r a m ism o a ca b o de e n c o n t r a r lo » . ¡ Q u é in g e n io s o era
P ro u s t al e n c o n tra rse e n d ificu lta d es! A altas h o ra s d e la m a d ru g ad a ,
e n o tra o ca sió n , se p resen ta e n casa d e la p rin ces a d e C le r m o n t - T o n -
n e r r e p a r a q u e d a rse c o n la c o n d ic ió n d e q u e le tr a ig a n d e casa su
m e d ic in a . P ro u s t e n v ía al s ir v ie n te y le d e sc r ib e m in u c io s a m e n te la
z o n a y la casa. P o r ú ltim o , le d ice: « N o se eq u ivocará: es la ú n ic a v e n ­
ta n a e n el b u le v a r H a u ssm a n n d o n d e h a y lu z t o d a v ía » lsl. C u a lq u ie r
cosa m en o s d a r el n ú m e r o . In te n te n a verigu ar e n u n a c iu d a d extraña
la d ire c c ió n de u n b u rd e l; u n a vez q u e h ayan r e c ib id o la in fo r m a c ió n
más co m p leta (cu a lq u ier cosa m en o s el n o m b re de la calle y el n ú m e ro
exacto d el p o rta l), e n te n d e r á n lo q u e esto sig n ifica y la extrem ad a rela ­
c ió n q u e g u a rd a c o n el a m o r d e P ro u s t p o r el c e r e m o n ia l, c o n su
ve n e ra c ió n p o r S a in t-S im ó n y c o n su apego in tra n sig en te a F ra n cia . A l
fin y al cab o , la q u in ta e se n c ia de tales e x p erie n cia s es c o m p r o b a r q u é
d ifíc il es el saber cosas q u e, a p a re n te m en te, se p o d r ía n d e c ir c o n b r e ­
vedad. P ero las palabras em p lead as p e rte n e c e n a la je r g a d e u n a casta, y
q u ienes están fu era n o p u e d e n , sim p lem e n te, co m p ren d erla s. N o s o r ­
p r e n d e q u e a P ro u s t le a p a sio n a ra el le n g u a je sec reto d e lo s sa lo n e s.
C u a n d o , tie m p o m ás ta rd e , a c o m e tió la d esp iad a d a y agu d a d e s c r ip ­
c ió n d e l petit clan, d e lo s C o u r v o is ie r y e l espritd’Oriane, s o b r a d a m e n te
h a b ía c o n o c id o en su trato h a b itu a l c o n lo s B ib e sco las im p r o v is a c io ­
nes q u e c o n tie n e u n len gu aje c ifra d o e n el q u e ta m b ié n n o so tro s en tre
tanto n o s h em o s in ic ia d o en sus e sc rito s’101.

9 E . de C le rm o n t-T o n n e rre , Robert de Montesquiouet Marcel Proust> op. c i t , p . 136.


10 C f r . M arth e B ib esco , Catherine-Paris. Roman-, e d . en alem án d e K ä th e Illích , V ie n a /
L eip zig, 192 8 .
324 ENSAYOS ESTÉT1CDS Y LITERARIOS

E n sus a ñ o s d e v id a e n lo s sa lo n e s, P ro u s t e la b o r ó e n u n g ra d o
e m in e n te (casi se p o d r ía d e c ir q u e te o ló g ic o ) n o s ó lo e l v ic io d e la
a d u la c ió n , sin o ta m b ié n el de la c u r io s id a d . E n sus la b io s vem o s u n
re fle jo de esa son risa q u e e n el in tra d ó s d e algunas antiguas catedrales
q u e él ta n to am ab a p a re c e d esliza rse p o r lo s la b io s d e las v írg e n e s
n ecias. Es la son risa d e la cu rio sid a d . ¿F u e en el fo n d o la cu rio sid a d lo
q u e h iz o de P ro u st u n ta n g ra n p a ro d ista ? S i fu ese así, sabríam o s q u é
p e n s a r re sp e cto de la p a la b r a « p a r o d is ta » d ic h a e n este c o n te x to ,
d o n d e sig n ifica : n ad a b u e n o . P u es a u n q u e esta p a lab ra sin d u d a haga
ju s tic ia a la m a licia de P rou st, pasa ta m b ié n p o r alto lo a m argo, lo sal­
vaje y lo fu r io s o d e a q u e llo s g r a n d io s o s re p o rta je s q u e r e d a c tó e n e l
estilo d e B alzac, F la u b e r t y S a in tc -B e u v e , d e H e n r i d e R é g n ie r , y de
lo s G o n c o u r t , M ic h e le t y R e n á n y d e su p r e fe r id o S a in t- S im ó n , q u e
reco p ila e n el v o lu m e n titu la d o Pastiches etMélangesíl!K A llí, el m im etism o
d e l c u rio s o es e l tr u c o d e g e n io q u e c o n fig u r a estos r e p o rta je s, p e r o
éste es ta m b ié n u n ele m e n to p r o p io d e su e n te ra cre a ció n , e n la q u e la
p a s ió n p o r lo vegetal n u n c a será to m a d a c o n la s u fic ie n te se rie d a d .
O rte g a y G asset fu e el p r im e r o en lla m a r la a te n ció n sob re esa existen ­
cia vegetativa q u e resulta ser p r o p ia d e lo s p e rso n a jes de P rou st, q u e se
e n c u e n tra n lig a d o s a su lu g a r so c ia l, d e p e n d e n :d e l fa v o r de su s e ñ o r
feu d a l, lo s m ueve el v ie n to q u e so p la desde G u erm a n te s o desde M é sé-
glise , y están fir m e m e n te e n tre la z a d o s e n lo q u e es su d e s t in o 1” 1. D e
este p r e c is o c ír c u lo v ita l p r o v ie n e , c o m o p r o c e d im ie n to , el m im e ­
tism o . S u cien cia m ás exacta y evid en te v ie n e a asentarse en sus o b jeto s
c o m o los in sectos e n las h ojas, e n las flo res y e n las ram as de los á rb o ­
les, las cu ales n o d ela ta n su p re se n c ia h asta q u e u n salto o u n a letazo
re p e n tin o m uestra al asustado o b servad or q u e u n a vid a in d ivid u a l se h a
in filtr a d o así e n u n m u n d o e x tra ñ o . « L a m e tá fo ra m ás in e s p e ra d a » ,
co m o d ice P ie rre Q u in t, « se c o n fo rm a pegad a al p e n s a m ie n to » .
Y es q u e al v e rd a d ero le c to r de P ro u st v ie n e n a estrem ecerlo c o
tin u a m e n te esos p e q u e ñ o s su stos. P o r lo d em á s, e n la m e ta fó r ic a se
e n c u e n tra la p la s m a c ió n d e l m ism o m im e tis m o q u e le s o r p r e n d ió
co m o lu ch a p o r la vid a d e este c o n c re to esp íritu e n la selva de la so c ie ­
d ad . P ero aún. hay algo q u e d e c ir so b re la fe c u n d id a d c o n q u e am bos

11 P rim era ed ició n : París, 1919*


12 José O rtega y Gasset, «L e temps, la distance et la form e chez Proust. S im ple contribu-:
t io n a uxétud es p ro u stien n e s» , en ; Hommage a Maree! Proust. Nouveüe Mevue Franpbe, op. á t ,
p. 2?2 [en español, este artículo se encuentra e n e lv o l. V III de Efe^erfaifor ( N . d e l T . ) ] .
HACIA LA IMAGEN DE PROUST 325

vicios (la cu rio sid a d y la a d u la c ió n ) se h a n c o m p e n e tra d o . U n im p o r ­


ta n te pasaje de la p r in c e s a d e C le r m o n t - T o n n e r r e n o s d ic e de este
m o d o : « P o r ú ltim o , n o p o d e m o s o cu lta r q u e a P rou st le entusiasm aba
d ed icarse al estu d io d el p e rso n a l de servicio. ¿ E r a p o r q u e a q u í u n e le -
m e n tó q u e n o en co n tra b a en n in g ú n o tro lu g a r llam aba su a ten ció n , o
es q u e P ro u st en vid ia b a el q u e ello s p u d ie ra n ob servar a u n m e jo r que
él los ín tim o s detalles de las cosas q u e le in teresa b a n ? Sea co m o fu ere,
el p e r s o n a l de serv icio e n sus d iversos tip o s y fig u ra s era su p a s ió n » .
E n las extrañas m a tizacio n es d e u n J u p ie n , u n M o n s ie u r A im é , o u n a
C é le ste A lb a re t, la serie d e to d o s estos p e rso n a je s se e x tie n d e d esd e la
fig u r a d e F ra n ç o is e , q u e c o n lo s rasgos r e c io s y a fila d o s p r o p io s d e
S an ta M a rta p a r e c ía to m a d a d e u n lib r o d e h o ra s, h asta lle g a r a esos
grooms y esos chasseurs a lo s q u e se les paga n o el trab a jo , sin o , al c o n tra ­
rio , el o c io . T al vez in clu so la rep rese n ta ció n n o reclam e n u n c a el in t e ­
rés d e este c e lo so e x p e rto e n c e re m o n ia s c o n m a y o r a te n c ió n q u e en
estos grad os in fe rio re s. ¿ Q u ié n será capaz de averigu ar cu án ta c u rio s i­
d ad p r o p ia de sirv ie n te h ay e n la fr a n c a a d u la c ió n d e P ro u st y cu án ta
a d u la ció n p ro p ia de sirviente hay a su vez en su cu riosid ad ; y d ó n d e tuvo
sus lím ite s exactos esta astuta c o p ia d e la f u n c i ó n d e sirv ie n te e n la
m ayo r altura de la vid a so c ia l? P ro u st h izo esa cop ia, y n o p o d ía actu ar
de o tra m a n era . Pues, co m o él m ism o d ijo , voir y désirer imiter era n cosas
id én ticas p ara él. M a u rice B arres ha fija d o esta actitu d , sob eran a y su b ­
a lte rn a c o m o era , e n u n a d e las d e fin ic io n e s m ás agudas q u e se h a n
h ech o de P roust: « U n p o è te p ersa n dans u n e lo g e c o n c ie r g e » [l31.
L a cu rio sid a d d e M a rcel P ro u st ten ía algo de detectivesco. Esas d iez
m il personas q u e o c u p a n la capa su p e rio r sig n ifica b an sin d u d a para él
u n a b an d a sin p ar de crim in ales: la cam o rra de los c o n su m id o res. Y esa
b an d a excluye de su m u n d o cu an to tien e q u e ver c o n la p r o d u c c ió n , o al
m enos exige que la p articip ación en la p ro d u c ció n se ocu lte pú d icam en te
tras u n gesto, c o m o el q u e e x h ib e n lo s p r o fe s io n a le s d e l c o n s u m o . E l
análisis p r o u s tia n o de to d o c u a n to h a ce al e s n o b is m o , m u c h o m ás
im p ortan te q u e su apoteosis de las artes, es el p u n to cu m b re de su acerva
crítica social. Pues la actitu d d el esn ob n o es otra cosa q u e la co h eren te
co n sid era ció n , organ izad a y constan te, de la vid a desde el p u n to d e vista
q u ím ica m en te p u r o d el c o n su m id o r. Y c o m o el recu erd o más rem o to y
p rim itivo de las fuerzas prod u ctivas de la n aturaleza debía q u ed ar fu era

13 B en jam ín to m ó esta in fo r m a c ió n d irectam en te de u n artícu lo de p e rió d ico .


326 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

de esta fo rm a de satánica co m ed ia , hasta el v ín cu lo in vertid o e n el am o r


era más ú til p ara P ro u st qu e-lo n o rm a l. E l p u r o c o n s u m id o r es para él
e l e x p lo ta d o r p u r o c o m o tal. Y l o es ta n to ló g ic a c o m o te ó ric a m e n te ,
con stitu yén d o se así a ojos de P rou st e n la más extensa c o n c re c ió n d e su
existencia h istó rica actual. C o n cre ta , p o r im p en etra b le. P rou st d escribe
u n a clase que, e n tod as sus partes, se en cu en tra ob ligad a a ca m u fla r su
base m aterial, p o r lo q u e ha fo rm a d o u n feu d a lism o q u e, caren te e n sí
m ism o de sign ificad o e c o n ó m ic o , le sirve c o m o m áscara a la gran b u r ­
gu esía . E ste d e se n c a n ta d o r im p la ca b le d e l y o , co m o d e l a m o r y la
m o ra l, tal c o m o a P ro u s t le gu staba verse, h a ce d e su a rte ilim ita d o el
velo en c u b rid o r d e ese m iste rio q u e es el más im p o rta n te d e su clase: el
m iste rio e c o n ó m ic o . N o es q u e P ro u st esté al servicio de su clase. S im ­
p le m e n te , él va d ela n te d e ella. L o q u e su clase vive co m ien za a hacerse
c o m p re n sib le e n é l. M as b u e n a p a rte de la gra n d eza d e esta o b ra h a de
q u ed ar in c ó g n ita y o cu lta hasta el m o m e n to m ism o en q u e esta clase dé
a c o n o c e r sus rasgos m ás agu d os a la h o r a de la lu ch a decisiva.

III

E n el sig lo p a sa d o h a b ía e n G r e n o b le (y n o sé si ex iste to d a vía ) u n a


posada llam ada Au temps perdu . D e l m ism o m o d o , som os en P rou st h u é s­
p e d e s q u e , b a jo la e n se ñ a a h í o s c ila n te , e n su o b ra atra viesan u n
u m b r a l tras e l c u a l n o s e sp e ra n la e t e r n id a d y la e m b ria g u e z . T ie n e
ra zó n F e rn á n d e z11*1 al d istin g u ir e n P ro u st u n thème de l’éternité y u n thème
du temps. P ero esta p e c u lia r etern id a d n o es p la tó n ica , u tó p ica : es e te r ­
n id a d em b ria ga d o ra. D e fo r m a q u e si « e l tie m p o desvela, al q u e p r o ­
fu n d iz a e n su tran scu rso , u n tip o c o n c re to d e e te rn id a d n u e v o y des­
c o n o c id o hasta a h o r a » , e l in d iv id u o n o se a ce rc a d e este m o d o a
« a q u e lla s esferas s u p e rio re s q u e P la tó n o S p in o z a sí a lc a n z a ro n
a b r ie n d o b ie n sus a la s » . C ie r ta m e n te , h ay e n P ro u s t r u d im e n to s de
u n id ealism o de la perviven cia, p e ro ellos n o son lo q u e a esta o b ra da
sig n ifica d o . P u es, e n e fe cto , esa e te rn id a d e n q u e P ro u st n o s in ic ia es
e l tie m p o en trecru za d o , n o el ilim ita d o . P ro u st n o s h a b la sin d u d a d el
tran scu rso d el tie m p o e n su fig u ra real, en trecru zad a, esa q u e e n n in ­
g ú n o tr o lu g a r v ie n e a im p e r a r m ás c la r a m e n te q u e d e n tr o , e n el

14- R am ón Fernándei (18 9 4 -19 4 4 ) ' crítico literario francés de orig en m exicano. [N.delT.]
HACIA LA IMAGEN DE PROUST 327

re c u e rd o , y e n el e n ve je cim ien to , e n lo ex te rio r. Y p e rse g u ir la c o m b i­


n a c ió n d e l e n v e je cim ie n to y el re c u e rd o s ig n ific a p o r c ie rto p e n e tra r
d en tro d el c o ra zó n d el m u n d o p ro u stia n o , el u n iv erso d el e n tre c ru z a -
m ie n to . Se trata, pu es, d el m u n d o e n el estado de la sem ejan za, y e n él
im p e ra n las « c o r r e s p o n d e n c ia s » , q u e el ro m a n tic is m o y B a u d e la ire
fu e r o n lo s p rim e ro s e n captar, p e ro q u e P ro u st es el ú n ic o e n sacar a la
lu z e n n u e stra v id a . C o s a q u e es o b r a d e la mémoire involontaíre, d e esa
fu e r z a r e ju v e n e c e d o r a q u e h a ce fr e n te al e n v e je c im ie n to in e x o r a b le .
A l l í d o n d e el pasad o se re fle ja e n lo n u e v o , u n d o lo r o s o shock de r e ju ­
v e n e c im ie n to l o r e c o p ila c o n la m ism a c o n t u n d e n c ia c o n q u e el
c a m in o d e G u e r m a n te s se e n tr e c ru z a p a r a P ro u s t c o n el d e S w an n
c u a n d o va r e c o r r ie n d o p o r ú ltim a vez (en el v o lu m e n trec e) la r e g ió n
d e C o m b ra y y d escu b re el e n re d a r d e lo s cam in o s. D e re p e n te , el p a i­
saje cam b ia, c o m o el v ie n to . « A h ! q u e le m o n d e est g r a n d á la ciarte
des lam pes! / A u x y eu x d u so u v en ir q u e le m o n d e est p e tit!» ll5l P ro u st
h a lleva d o a cab o la e n o r m id a d d esc o m u n a l de h a c e r en v e je ce r e n u n
instan te al m u n d o e n te ro e l espacio d e u n a vid a . Esta p e c u lia r c o n c e n ­
tra c ió n en la cu al eso m ism o q u e se va m a rch ita n d o se va c o n s u m ie n d o
rá p id a m en te, es, d e re p e n te , re ju v e n e c im ie n to . P o rq u e A la recherche du
tempsperdu re p r e s e n ta el in t e n to in a c a b a b le de c a rg a r u n a v id a c o n la
m a yo r p rese n cia p o sib le de esp íritu . P ero el p r o c e d im ie n to em p le ad o
p o r P rou st ya n o es el m o d e lo de la re flex ió n , sin o el h a cer p resen te en
cu an to tal, estando p o seíd o p o r la verd ad d e q u e n o ten em o s tie m p o de
vivir lo s verd ad eros dram as de la existencia q u e a cada u n o está d e te rm i­
n ad a . E so es lo q u e n o s h a ce en ve je ce r, eso y n o o tra cosa. Las arrugas
d e l r o s tr o so n las h u e lla s d e las g ra n d es p a sio n e s, d e lo s v ic io s, d e lo s
c o n o cim ie n to s q u e n o s visitaron cu an d o n o estábam os e n casa.
E s d ifíc il p o r c ie r to q u e d esd e lo s e je r c ic io s e s p iritu a le s de S a n
Ig n a c io haya h a b id o en la lite ra tu ra o c c id e n ta l m ás ra d ic a l in te n to de
in m e r s ió n e n sí m is m o . P e ro a d em ás, d ic h a in m e r s ió n tie n e e n su
c e n tr o u n a s o le d a d q u e a rra stra al m u n d o e n su t o r b e llin o c o n la
fu e r z a q u e tie n e el M a e ls tr ó m . Y la ch á ch a ra vacía y r u id o s a q u e
r e tu m b a a través d e las n ovelas d e P ro u s t v ie n e a ser el es tru e n d o c o n
q u e la so cied a d va su m e rg ié n d o se e n e l a b ism o de esa so le d a d . Y a q u í
tie n e n su sitio las invectivas d e P ro u st c o n tra la am istad. E l silen cio en

15 B aud elaire, Le vcyage, e n Oeuures competes, ed. de Y . - G . L e D a n tec y G . Pichois» París,


1961, p. 1^3.
328 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

el fo n d o d e ese c rá te r (sus o jo s so n los m ás sile n cio s o s y a b so rb en tes)


d e b ía se r p e r c ib id o . L o q u e e n tan tas a n é cd o ta s se m a n ifie s ta de
m an era irrita n te y cap richosa es d irectam en te c o n e x ió n de u n a altísim a
in te n sid a d d e la co n v ersa ció n c o n u n a in su p e ra b le leja n ía q u e c o rr e s ­
p o n d e al in te r lo c u to r . N u n c a hasta e n to n c e s h a b ía h a b id o n a d ie q u e
n o s m o stra ra las cosas c o m o él; su d e d o in d ic a d o r n o tie n e igu al. P ero
hay o tr o gesto e n la am istad y e n la c o n v ersa ció n : el c o n ta cto . Y d ich o
gesto a n a d ie p u e d e resu ltarle m ás a je n o de lo q u e le resu lta al p r o p io
P rou st, q u e p o r n ad a d el m u n d o aceptaría to ca r a su le c to r. S i o rd e n a ­
m o s la lite ra tu ra e n to r n o a estos d os p o lo s (el in d ic a d o r y el c o n ta c ­
tan te), el c e n tro d e u n o sería la o b ra d e P ro u st, y el d el o tr o la o b ra de
Péguy. Y esto es, e n el fo n d o , eso q u e F ern á n d e z h a c o m p r e n d id o a la
p e r fe c c ió n : « L a p r o fu n d id a d o , m e jo r , el én fasis sie m p re está d e su
la d o , siem p re d e l la d o d el in t e r lo c u t o r » . L o cu al se m a n ifiesta c o n u n
d iscreto to q u e d e c in ism o y virtu o sam en te e n la crítica litera ria p r o u s ­
tia n a . S u d o c u m e n to m ás sig n ific a tiv o es a q u e l en sayo q u e P ro u s t
e s c r ib ió esta n d o ya e n la c u m b r e d e la fa m a y h u n d id o al m ism o
tie m p o e n su lech o d e m u erte, titu la d o Apropos de Baudelaire. Jesu ítico e n
la co n n iv e n c ia c o n el q u e era su p r o p io s u fr im ie n to , d esm esu ra d o e n
la lo c u a c id a d d el c o n v a le cie n te , te r r ib le e n la in d ife r e n c ia p r o p ia d el
m o r ib u n d o , q u e q u ie re h a b la r a ú n u n a vez m ás, le da ig u a l so b re qué,
lo q u e lo in s p iró fre n te a la m u erte m arca su trato c o n sus c o n te m p o ­
rán eo s: u n a a ltern a n cia tan b ru sca e n tre el sarcasm o y la d elicad eza, la
d elicad eza y el sarcasm o, q u e su o b je to am enaza c o n caer agotad o.
M as lo in c ita n te e in c o n s ta n te de este h o m b r e ta m b ié n a fe c ta a
aqu el q u e le e su ob ra . N o hay m ás q u e p en sa r e n la cad en a in te r m in a ­
b le d e «soit que» q u e m u e s tra n u n a a c c ió n d e u n m o d o a g o ta d o r y
d e p rim e n te , a la lu z de lo s siem p re in n u m e ra b le s m otivos q u e q u ed a ­
b a n a s ú b a s e . Y a h í, sin e m b a rg o , este a lin e a m ie n to p a ra tá c tico n o s
d eja b ie n c la ro d ó n d e e l g e n io y la d e b ilid a d s ie m p re v a n j u n t o s e n
P ro u st: e n la r e n u n c ia in te le c tu a l, e n el e x p e rim e n ta d o escep ticism o
c o n q u e en carab a las cosas. P ro u st lle g ó d esp u és de las p resu n tu o sas y
r o m á n tic a s in te r io rid a d e s y estaba d e c id id o , c o m o d ice R iv iè re , a n o
p r e sta r a las sirènes intérieures la m e n o r a t e n c ió n 1“61. « P r o u s t se a cerca
sie m p re a la v iv e n cia s in el m e n o r in t e n to m e ta fis ic o , c o m o s in la

16 Jacques R ivière, « M a rcel Proust et l’ esprit p o s itif» , en: Hommage¿ Marce!Proust. Nouvelle
Revue Française, op, cit, p. 184*
HACIA LA IMAGEN DE PROUST 329

m e n o r a m b ic ió n con stru ctiva: sin in c lin a c ió n a c o n s o la r » 1171. N ad a es


en él m ás v e rd a d ero . Y así, ta m p o co q u ed a co n stru id a la fig u ra p r in c i­
p a l d e su .g ra n o b ra , de la q u e P ro u s t n o se can sa d e a firm a r q u e , e n
to d o caso , sigue u n p la n . S ig u e u n p la n q u e es ig u a l q u e e l cu rso d e las
lín eas d e la m a n o , o la o r d e n a c ió n de lo s estam bres e n el cáliz, d e n tro
d e la c o r o la d e la flo r . C an sad o, P rou st, ese n iñ o a n cia n o , se d ejó caer
d e p r o n t o e n e l se n o de la n a tu r a le z a , n o p a r a ir m a m a n d o d e su
p e ch o , sin o p ara so ñ a r ju n t o al latid o in n u m e r a b le d e su co ra zó n . T an
d é b il h a y q u e v e rlo p a ra e n te n d e r d e q u é m o d o a fo r tu n a d o J a cq u es
R iv iè re h a p o d id o c o m p r e n d e r lo d esd e la d e b ilid a d y d e c ir así:
« P ro u s t m u r ió p o r la m ism a in e x p e rie n cia q u e le p e rm itió e sc rib ir su
o b ra . M u r ió sin d u d a p o r extrañeza al m u n d o , y p o rq u e n o su p o variar
sus c o n d ic io n e s d e vid a, las cuales se h a b ía n v u e lto d e p r o n to d estru c­
tivas p a r a é l. Se m u r ió sim p le m e n te p o r q u e n o sabía h a c e r fu e g o , n i
sabía a b r ir u n a v e n t a n a » flS1. Y ta m b ié n , p o r su p u e sto , p o r su asm a
n erviosa, h ab ría fin a lm e n te q u e añ a d ir.
L o s m é d ic o s n o s u p ie r o n q u é h a c e r n u n c a c o n esta e n fe r m e d a d ,
p e r o s í el e s c r ito r , q u e a l p u n to la p u s o a su s e r v ic io . P r o u s t e ra ,
co m e n za n d o p o r lo m ás e x te rio r, co n su m a d o d ir e c to r de su d o le n cia .
A s í, d u r a n te m ese s, a so cia c o n i r o n ía d e s tru c tiv a la im a g e n d e u n
a d m ira d o r q u e le h a b ía en viad o flo r e s al o lo r in s o p o rta b le d e las m is­
m as. Y c o n lo s r itm o s d e su e n fe r m e d a d a la rm a a sus a m ig o s, q u e
te m ía n y deseaban el in stan te e n q u e d e re p e n te , m u c h o d esp u és de la
m e d ia n o c h e , el e s c r ito r h a cía acto de p re se n c ia e n el sa ló n , brisé de fati­
gue y sólo p o r c in c o m in u to s, seg ú n a n u n cia b a , p ara d esp u és, a c o n t i­
n u a c ió n , q u e d a r s e a llí h a sta e l a m a n e c e r : d e m a sia d o ca n sa d o p a ra
le v a n ta rse , c o m o ta m b ié n p a r a d e ja r d e h a b la r . P r o u s t n o o lv id a
s iq u ie r a el sa ca rle p a r tid o a su e n fe r m e d a d h asta e n sus carta s. « E l
m a tra q u e o d e m i r e s p ir a c ió n a ca lla e l d e m i p lu m a , y e l d e u n b a ñ o
q u e están a h o ra p re p a ra n d o e n el p iso d e a b a jo » , P ero n o es sólo eso,
n i ta m p o co q u e la e n fe rm e d a d fu e ra a p a rtá n d o lo de la vid a m u n d a n a .
E l asm a e n tró e n su arte, si es q u e n o la cre ó d ire cta m e n te . S u sintaxis
im ita , c o n su r it m o , ese m ie d o a a h o g a r s e . Y su r e f le x ió n , q u e es
sie m p re ir ó n ic a , y a l tie m p o f ilo s ó fic a y d id á c tic a , es la r e s p ir a c ió n
c o n q u e te r m in a la p e sa d illa p r o p ia d e l r e c u e r d o . A m a y o r escala, la

17 Ibid., p . 183.
18 Ibid., p . 17 9 .
330 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

m u e rte v ie n e a ser eso q u e P ro u s t te n ía p re se n te d e m o d o c o n tin u o ,


so b re to d o m ien tra s escrib ía , la b ru ta l am en aza d e la crisis d e a h o g o .
A s í estaba la m u e r te fr e n t e a P ro u s t, p e r o lo estu vo d u ra n te m u c h o
tie m p o , b a sta n te a n te s de q u e su e n fe r m e d a d a d q u ir ie r a a l f i n su
fo r m a c r ític a . M as n o c o m o m a n ía h ip o c o n d r ía c a , s in o ya e n ta n to
q u e réaiité nouvelle, c o m o a q u e lla n u eva r e a lid a d cu yo r e fle jo so b re las
cosas y lo s h o m b r e s so n ya lo s rasgos d e l e n v e je c im ie n to . E l e stu d io
fis io ló g ic o d e l estilo c o n d u c iría p u es, d ire cta m en te , al in te r io r d e esta
cre a c ió n . D e tal m a n era q u e, n a d ie q u e co n o zca esa p a rticu la r te n a c i­
dad c o n q u e lo s recu erd o s se co n serv a n p resen tes y a d h e rid o s al o lfa to
(p e r o n o lo s o lo r e s al r e c u e r d o ) p o d r á d e c ir q u e la s e n s ib ilid a d d e
P ro u s t en su r e la c ió n c o n lo s o lo r e s era s im p le m e n te casu al. N o hay
d u d a alg u n a de q u e la m a yo r p a rte d e a q u e llo s re c u e rd o s q u e in d a g a ­
m o s se p r e s e n ta n a n te n o s o tr o s c o m o r o s tr o s , y ta m b ié n las fig u r a s
p r o p ia s de la mémoire involontaire so n , e n b u e n a p a rte, ro s tro s aislad os,
e n ig m á tic o s . P o r eso es p r e c is o tra s la d a rs e , si lo q u e se q u ie r e es
c o n o c e r las o scila cio n es in te rn a s d e esta o b ra , a u n a capa p r o fu n d a de
a q u e lla m e m o r ia in v o lu n ta r ia e n q u e lo s m o m e n to s d e l r e c u e r d o ya
n o n o s in fo rm a n d e u n c o n ju n to , a islad am en te, c o m o im ágen es, sin o
sin im a g e n y sin fo r m a , d e l m ism o m o d o q u e a lo s p escad o res el p eso
de la r e d les in fo r m a resp ecto a las cap tu ras. E l o lo r a h í es, co m o tal,
el se n tid o d e l p eso d e l q u e a r r o ja sus red es al in m e n s o m a r d e l temps
perdu, m ie n tra s q u e sus fra se s s o n lo s m ú s c u lo s q u e s o s tie n e n e l
c u e rp o in te lig ib le , y q u e c o n tie n e n el e n o r m e esfu erzo p ara lev a n ta r
esas cap turas.
P o r lo d em ás, cu án in te r io r es la sim b io sis d e esta c re a c ió n d e te r­
m in ad a c o n este d eterm in ad o su frim ie n to , n o s lo m uestra co n tod a cla­
rid ad el h ech o d e que, e n Proust, n o triu n fa n u n ca el h ero ísm o c o n que
las personas creativas suelen alzarse ante su en ferm ed a d . Y p o r eso ta m ­
b ié n p u e d e decirse q u e u n a co m p lic id a d ta n arraigada c o n el cu rso d el
m u n d o y la existencia co m o la de P rou st c o n d u c iría in d e fectib le m e n te a
u n a vulgar e in d o le n te satisfacción c o n cu alq u ier otra base q u e la de u n a
en ferm ed a d tan grave. P ero sin d u d a aquella en ferm ed a d estaba estric­
tam en te destinada a q u e u n fu r o r sin deseo n i re m o rd im ie n to vin iera a
in d ica rle su lu gar en el gran p ro ceso de la ob ra. P o r segunda vez, se alzó
u n a n d a m io c o m o el q u e M ig u e l Á n g e l u só p a ra p in ta r, c o n la cabeza
hacia atrás, la C re a c ió n e n la bóveda Sixtina: ese lech o de en ferm o e n el
q u e P ro u st d e d ic ó u n a c a n tid a d in n u m e r a b le de h o ra s y de h o ja s (de
ROBERT W ALSER 331

■unas hojas que, en el aire, cu b ría en teram en te de escritura) a la creación


de su extenso m icro co sm o s.

r o b er tw alser '11

D e R o b e r tW a ls e r p u e d e n le e rse m u ch as cosas, p e r o so b re él n a d a de
n a d a . A l fin y al c a b o , ¿ q u é sa b e m o s d e lo s p o c o s d e n o s o tr o s q u e
saben to m a rse de la fo r m a co rrecta la glosa v e n a l? , es d e c ir, n o c o m o
el p e r io d is ta q u e q u ie r e e n n o b le c e r la « e le v á n d o la » h a c ia sí, s in o
a p rovech an d o su d esp reciable y m od esta actitu d p ara extraer lo q u e ella
tien e e n sí de vivifican te, lo q u e p o see d e p u r ific a d o r . M u y p o co s saben
h o y e n q u é con siste esta « p e q u e ñ a f o r m a » , tal co m o A lfr e d P o lg a r la
llam a b a 131, y cuántas m ariposas d e la esperan za van reh u y en d o las c u m ­
b res de la « g r a n lite r a tu ra » p a ra alo jarse e n sus cálices s e n c illo s . L o s
dem ás n i siq u iera se im a g in a n cu án to tie n e n q u e agrad ecerle a u n P o l­
gar, al ig u a l q u e a u n H e s s e ltsI, o , e n f in , a u n W alser, p o r sus flo r e s
d elicad a s o esp in o sas e n el d e sie rto d e l p a p e l im p r e s o . R o b e r t W alser
p o d ría ser in c lu so el ú ltim o e n el q u e to d o s p e n sa ría n . P o rq u e la p r i ­
m era r e a cc ió n de su raq u ítica cu ltu ra litera ria an te eso q u e ellos d e n o ­
m in a n « u n irr e le v a n te c o n t e n id o » es el re sa rc irse c o n la fo r m a
su p u esta m en te « e la b o r a d a » y « n o b l e » . Y a h í d esp ierta la a te n c ió n ,
e n lo q u e respecta a R o b e r t W alser, u n a d ejadez q u e es casi in s ó lita , al
tie m p o q u e d ifíc il d e d e s c r ib ir . E l e stu d io d e W a lser tie n e p u e s p o r
o b je to e l ir m o s tr a n d o q u e esa ir r e le v a n c ia tie n e p o r su p u e s to su
im p o rta n c ia , y q u e el d escu id o es perseveran te.
P ero d ich o estud io n o es sen cillo . Estam os e n efecto acostum brados
a q u e lo s en igm as d el estilo p ro c e d a n de obras d e arte q u e se h a lla n más

í P u b licado en la revista Das Tagehuch en septiem bre de 1929 »pocas sem anas después de
redactarse. [El escritor suizo R obert Walser vivió entre 1878 y 1956 . Las novelas de W al­
ser, que pasó los últim os veintisiete años de su vida en u n a clínica psiquiátrica, cuentan
la historia de personas que n o consiguen integrarse en el o rd en burgués. M uchos de sus
libros están traducidos al español, p o r ejem plo: Los hermanos Tanner, trad, de Ju an José del
Solar, M adrid, Siruela, 2 0 0 0 ; El ayudante, trad. de Juan José del Solar» M adrid, Siruela,
200I;/úfco¿u>RGunten, trad. de Ju an José del Solar, M adrid, Siruela, 1998; Poemas, seguido
de B l a n c a n i e v e s de C arlo s O rtega, B arcelona, Icaria, 1997 ( n . del T.)]
2 A lfr e d Polgar, escritor austríaco, I& 75 - I 955 - [n. d el T.]
3 Franz H essel, l 8 8 o - i g 4 l* [ n . d e lT .]
332 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

o m en os elaboradas, m ien tras que a q u í n o s en co n tra m o s u n asilvestra-


m ie n to d e l le n g u a je q u e e n a p a rie n c ia ca rece de in t e n c ió n p e r o q u e
resu lta fa scin a n te . Y n o s e n c o n tra m o s ig u a lm e n te a n te u n e sp e c ífico
«dejarse llevar» que exhibe todas las form as, desde la gracia hasta la am ar­
g u ra. H e m o s d ich o ya q u e en ap arien cia ese estilo carece de in te n c ió n .
Y a se h a d iscu tid o algunas veces si ta m b ié n es así en rea lid a d , p e r o ésta
es, sin d ud a, u n a d isputa vacía, algo q u e c o m p ren d em o s cu an d o pen sa­
m os en la c o n fe sió n de R o b e rt W alser respecto a que e n sus textos n u n ca
c o r r ig ió u n a sola lín e a . C r e e r en ello n o es o b lig a to rio , p e r o n o vien e
m al en to d o caso, pues n o s calm arem os c o n la id ea d e q u e escrib ir y n o
c o rre g ir lo q u e se h a escrito es la c o m b in a c ió n m ás acabada de la c a re n ­
cia extrem a de in te n c ió n y, al m ism o tie m p o , la in te n c ió n suprem a.
L o cu al n o n o s im p id e , sin em b a rg o , q u e in vestig u em o s esa d eja ­
d ez. H e m o s d ich o q u e tie n e todas las fo rm as p o sibles e n su sen o , p e ro
a h o ra a ñ a d im o s q u e esto será así c o n e x c e p c ió n d e u n a d e las fo rm a s
q u e resultan más habituales: la q u e solam en te se p reo cu p a p o r el c o n te ­
n id o , E n efecto, el cómo d el trab ajo n o es u n a cu estió n m e n o r para W al­
ser, y ello hasta el p u n to de q u e cu an to tie n e q u e d ecir pasa a seg u n d o
p la n o a n te lo q u e la e sc ritu ra s ig n ific a . S e p o d r ía a fir m a r q u e l o q u e
W alser tie n e q u e d e c ir d esaparece al p u n to al e s c r ib ir lo ; p e r o esto hay
q u e exp licarlo. Y así llegam os a algo m u y suizo en este escrito r, a saber,
el p u d o r. R especto d e A r n o ld B o c k lin 111, de su h ijo G arlo y d e G o ttfrie d
K e l l e r se c u e n ta esta h is to ria : u n d ía se e n c o n tra b a n r e u n id o s , c o n ­
fo r m e a su costum b re, en u n café. S u te rtu lia era céleb re desde tie m p o
atrás p o r su la c o n is m o , y ta m b ié n e n esta o c a sió n re in a b a el s ile n c io .
D espués de u n b u e n rato , d ijo el h ijo de B o c k lin : « H o y h ace c a lo r » ; y
u n c u a rto de h o r a d esp u és a ñ a d ió su p a d re : « Y n o c o r r e el a ir e » .
K e lle r esperó a ú n o tro rato y, p o r fin , se levantó d icien d o : « N o q u ie ro
b e b e r e n tre ch arlatan es*1. E l p u d o r d e lo s ca m p e sin o s al h a b la r, q u e
a q u í es alcanzado en la frase in g en io sa , es p r o p io de W alser, E n cu an to
to m a la p lu m a , se d esespera. T o d o le p a rece estar p e r d id o , y se desata
u n to rre n te de palabras en el q u e cada frase tien e solam en te la tarea de
h a cer que se olvide la a n te rio r. G u a n d o e n u n a d em o stra ció n de v ir tu o ­
sism o W a lser tr a n sfo r m a e n p r o s a el m o n ó lo g o s c h ille r ia n o titu la d o
« P o r este desfiladero tien e que v e n ir » 131, com ien za co n las clásicas p ala­
b ra s: « P o r este d e s fila d e r o » ; e n to n c e s T e ll se asusta, y se sien te

4- A r n o id B o ck lin , p in to r suizo ( l 827 " I 9 0 l)t es au to r de La isla délos muertos, [n . d e lT .]


5 F rie d rich S ch ille r, Guillermo Tell, acto IV, escena 3 -
R O BER T W ALSER 333

p e q u e ñ o , y p e r d id o , y , p o r f i n , a ñ a d e: « P o r este d e s fila d e ro , seg ú n


creo, tien e q u e v e n i r » í61.
A lg o así, sin duda, ya existía. Esta torpeza p ú d ica y artificiosa en todas
las cuestiones d el len gu aje es h eren cia d el h ablar d e los b u fo n e s. S i P o lo -
n io , el m o d e lo de la ch arla ta n ería , es sin d u d a u n ju g la r , W alser se
co ro n a báq uicam en te c o n guirnaldas lingüísticas que a rru in a n su estilo.
Y así, e n efecto, la gu irn a ld a es la im agen p ro p ia d e sus frases. Y el p e n ­
sa m ien to q u e se m u ev e a tr o m p ic o n e s p o r ellas es u n va g a b u n d o , u n
p ic a ro , u n g e n io , c o m o lo so n lo s h é ro e s d e la p ro sa de W alser. P o r lo
demás, él n o p u ed e jam ás d escrib irn os otra cosa q u e « h é r o e s » ; n u n ca se
lib ra d e sus p erson ajes y, así, se c o n fo rm a c o n las tres novelas in ic ia le s171
para vivir después fratern alm ente c o n e l cen tón de sus picaros p referid os.
G o m o es b ie n sabid o, en la literatu ra g erm á n ica hay varias gran d es
versio n es d el h é r o e fa n fa rr ó n , h aragán , va g ab u n d o y d ep ravad o. K n u t
H a m s u n , m a estro e n estas fig u ra s, h a em p e z a d o a ser a ce p ta d o h a ce
p o co . P ero tam b ién E ic h e n d o rff, q u e creó al Taugenichts, así co m o H eb el,
q u e cre ó al /¿mdeífrieder, so n o tro s m aestros. ¿ C ó m o se las a rreg la n lo s
p erson ajes d e W alser e n el sen o d e esta so cied a d ? Y , ¿ d e d ó n d e p r o c e ­
d e n to d o s e llo s? S ab em o s e n efecto d e d ó n d e p r o c e d e el p e rso n a je de
E ic h e n d o r ff: d e lo s b o sq u e s y valles d e la A le m a n ia r o m á n tic a . E l de
H e b e l p ro c e d e p o r su parte d e la p e q u e ñ a b u rgu esía reb eld e e ilustrada
d e las ciu d ad es ren an as, d u ra n te el paso d el siglo XVIII al sig lo XIX. L o s
p e rso n a jes de H a m su n , a su vez, v ie n e n d e l m u n d o p r im ig e n io de los
fio rd o s n o ru e g o s, y so n siem p re p erso n as q u e se vu elven m alvadas p r e ­
sas co m o están de la a ñ oran za. ¿ Y lo s perso n ajes de W alser? ¿ P r o c e d e ­
rá n p o r su p a rte d e las m o n ta ñ a s d e G la r n ? ¿ O de lo s p ra d o s d e
A p p e n z e ll, e n d o n d e n a c ió W a lse r? D e n in g u n a m a n e ra . L o s suyos
p r o c e d e n de la n o c h e m ás n e g ra , u n a v e n e cia n a (si se q u ie re ), ilu m i“
nada tan sólo p o r u n o s fa ro lillo s d e esperanza; tie n e n todavía algú n b r i­
llo en los o jo s, p e ro están sin d u d a trasto rn a d o s y resu lta n tristes hasta
echarse a llo r a r . A lo cu al a ú n a ñ a d ire m o s q u e lo q u e llo r a n es p rosa,
p u es el s o llo z o es, sin d u d a , la m e lo d ía p r o p ia de la c h a rla ta n e ría de
W alser. L o cu al n o s delata de d ó n d e p r o c e d e n esos p erso n ajes: v ie n e n
de la lo c u ra y de n in g ú n o tr o sitio . Se trata e n to d o caso de p erso n ajes
que llevan y q u e tie n e n tras d e sí la lo cu ra ; y p o r eso resu ltan de tan d es-

6 R ob ert W alser, Tell in Prosa [1913], Áujsát&t IO, e n Dos Gesamtwerk, vol. I, G in eb ra /H am -
b u rgo, 1972, p . 258*
7 GeschwisterTanner, 1 9 0 7 ; Der.Gehülfi, 1 9 0 8 ; Jakobvon Cunten, 1 9 0 9 .
334 ENSAYOS E S TÉ TIC 0 5 Y LITERARIOS

garrad ora, in h u m a n a e im p e rté rrita su p erficia lid a d . S i se q u ie re n o m ­


b ra r c o n m u y p ocas palabras lo d ich o so e in q u ieta n te q u e h ay e n ellos,
p o d ría decirse: todos están curados. A u n q u e , p o r supuesto, ta m p o co c o n o ­
cem o s e l p r o c e s o d e esa c u r a c ió n , a n o ser q u e n o s atrevam os c o n su
Blancanievesw , u n a d e las ob ras m ás p r o fu n d a s d e la lite ra tu ra re c ie n te ,
q u e b astaría p a ra c o m p r e n d e r p o r q u é este e s c r ito r , a p a re n te m e n te
ju g u e tó n , era u n o d e lo s autores p re fe rid o s d e l rig u ro so K a fk a .
S o n h isto ria s in s ó lita m e n te d elicad a s, c o m o p u e d e v e rlo to d o el
m u n d o . P ero n o to d o el m u n d o ve q u e lo q u e hay en ellas n o es la te n ­
s ió n n e rv io sa p r o p ia de la v id a d e c a d e n te , sin o el estado d e á n im o ya
p u r o y d esp ierto p r o p io d e la vid a d e l co n valecien te. « M e h o r ro riz a la
idea d e triu n fa r e n el m u n d o » , d ejó escrito W alser e n abierta paráfrasis
d el sc h ille ria n o d iálo g o d e F ran z M o o r IsI. P ero to d o s sus h é ro e s c o m ­
p a rten ese h o r r o r p recisam en te. Y , ¿ p o r q u é les su ced e? N i p o r asco al
m u n d o , n i p o r r e s e n tim ie n to m o r a l, n i ta m p o c o p o r páthos, sin o p o r
razon es epicúreas. L o s h éro es de W alser q u ie re n , en efecto, d isfru tar de
sí m ism os; y para eso tie n e n u n ta len to q u e n o resulta n ad a h abitu al. Y
p o seen ta m b ién u n a n o b le za q u e n o es h a b itu al e n a bso lu to. Y adem ás;
p a ra eso, a su vez d e te n ta n u n d e re c h o q u e n o es ta m p o c o h a b itu a l;
P o rq u e n ad ie d isfru ta más q u e el con valecien te. T o d o lo orgiástico se le
h ace a je n o : el m u rm u llo de su sangre renovad a le llega desde arroyos, y
la resp ira ció n más p u ra de los labios le vie n e d e las cim as. L os p e rso n a ­
je s de W alser co m p a rte n esta in fa n til n o b le za c o n los p erso n ajes de lo s
cu en tos, que ta m b ién su rgen de la n o c h e y la lo cu ra , la lo c u ra d el m ito .
Se aco stu m bra d e c ir a este respecto q u e este d esp ertar tuvo lu ga r en las
r e lig io n e s p o sitiva s. S i fu e así, n o se d io e n u n a fo r m a m u y s e n c illa y
u n ívo ca. Y ésta hay q u e b u scarla e n la gran c o n fr o n ta c ió n p r o fa n a co n
el m ito acaecid a e n el c u e n to . P o r su p u esto q u e sus p e rso n a je s n o se
p a recen sin más a los d e W alser. T odavía lu ch a n p ara liberarse de su frir;
Y es q u e W alser co m ien za ju sta m e n te d o n d e lo s cu en to s acaban . « Y si
n o h a n m u e rto , todavía v iv e n » . W alser m u estra, e n efe cto , cómo viven .
Sus lib ro s, y acabaré co m o él em pieza, se titu la n siem p re de este m o d o :
Historia':, Artículos, Poemas, Pequeña prosa, etcÍK>1.

8 R o b e rt W alser, Schnee&ittchen [19 o í ] , GedichU und Dramoleite, e n Das Gesamiaíerk, v o l. II,


G in eb ra /H a m b u rg o , i g i , p p . 10 4-145-
g Rolbert W alser, BerükmterAujbñtt [190 7], en: Avjioiif., op. et'í. E l diálogo de Franz M o o r se
en cuen tra en: F ried rich Sch iller, LosfcafidtJos, acto I, escena I.
10 Gachichten, 1914: Aufiatte, 1913: Gedichk, 19 0 9 ; KleineProsa, 1917. [n. d el T.]
JU L IE N G R EEN w

« N o u s q u i som m es b o r n é s e n to u t, c o m m e n t le s o m m e s-n o u s si p e u
lo rsq u ’ il s’agit d e s o u f f r ir ? » [aI. Esta p regu n ta de M arivau x es u n a de esas
b rilla n te s fo r m u la c io n e s c o n las q u e a veces el d esapego regala al esp í­
ritu . P ues la co n te m p la ció n d el su frim ie n to n o le fu e más ajena a n in ­
g u n a o tra é p o ca q u e a la ép o ca de la Ilu s tra c ió n . D e sd e esta d ista n cia
fo r m u ló su p reg u n ta M arivau x d e m an era ta n h o n d a y co n v in cen te. E n
c u a n to a J u lie n G r e e n , q u e situ ó estas p a lab ras al fr e n te d e su n o v e la
Adrienne Mesuratl3\ sin d u d a sabe de q u é se trata, a saber, de la id e a de
p a sió n . P e ro n o so la m en te e n esta n o vela , sin o e n rea lid a d e n to d a su
obra, e n la q u e el su frim ie n to es el tem a d o m in a n te, o, m e jo r d ich o , el
ú n ic o tem a. Q u ie n em p iece a investigar de q u é m a n e ra el su frim ie n to
p u e d e lleg a r a ser el o b je to exclusivo de u n e sc rito r p r o n to d escu b rirá
q u e J u lie n G r e e n tie n e q u e estar m u y lejos n o sólo d e la p sico lo g ía a n a ­
lítica de M arivaux, sin o de cu alq u ier c o n c e p c ió n p sico ló g ica respecto al
ser h u m a n o . Q u i e n d esee e stu d ia r al ser h u m a n o d esd e u n p u n to de
vista h u m a n o , h u m a n is ta (se p o d r ía d e c ir: d esd e el d e l le g o ), h a de
ex p o n e rlo e n su « p le n it u d » : sa n o , d is fru ta n d o , d o m in a n d o . P e ro al
in g e n io te o ló g ic o sie m p re se le p resen ta el ser h u m a n o e n la q u e es su
m ayor p r o fu n d id a d , ju sto e n e l m o m e n to d e la passio. P o r sup u esto q u e
te n ie n d o en cu en ta ese d o b le sen tid o fo rm id a b le de la palab ra latina: el
cru c e d e su fr im ie n to y a rre b a to c o n e l q u e la passio se c o n v ie rte e n u n
m acizo h istó rico , la lín e a d ivisoria de las religio n es. D e tal altura in h ó s ­
p ita recib e su. o r ig e n la o b ra tu rb a d o ra y esquiva d e G r e e n . D e a h í su r­
g ie ro n tan to el m ito trág ico c o m o el m ito c a tó lic o , ta n to a q u e lla passio
pia d o sa y p agan a p r o p ia d e l rey E d ip o , d e E le c tra o d e A yax, c o m o la
m ism a passio piadosa y cristiana de Jesús. E n este p u n to d e in d ife ren c ia ,
p u e rto de m o n ta ñ a de lo s m itos, se p o n e a d escrib ir e l escrito r la actual
situación d el ser h u m a n o p e rsig u ie n d o las h u ellas de su passio.

P u b lica d o en la revista NeueSchweizfirRundschau. NouveUe Revue Suisse e n a b ril de 1 9 3 0 , y


redactado d uran te el v erano d e l añ o a n terior. [E l escritor fran cés J u lie n G r e e n vivió
e n tre 1 9 0 0 y I 9 9 &; los person ajes d e sus n ovelas h u yen de la angustia existen cial al
am or o al sueño, o acaban lo co s y crim inales. M uchos de sus lib ros están traducidos al
esp añ ol, p o r ejem p lo : Adrienne Mesurat, trad, d e J o a n V íñ y o li, B a rce lo n a , D e stin o ,
1987? Leviatán, trad. de M au ricio W acquez, B arcelon a, Anaya, 199 3 (n. d e lT .)]
M arivaux, La vie deMarianne, parte 9 : ^ N osotros, que estamos lim itados en todo* ¿cóm o
pod em os estarlo tan p o co en cuanto se trata de s u frir? » .
3 P a r ís , 1 9 2 7 .
336 ENSAYOS ESTÉTICOS Y LITERARIOS

E l su frim ie n to d e la cre a íu ra es, e n cu an to tal, a tem p o ra l. P ero n o


las pasion es d e las q u e la passio se alim en ta. A v aricia , a m b ic ió n , pereza,
o r g u llo ...: cada u n o de estos v icio s va a p a re cien d o e n esta o b ra e n p e r -
sonajes de h o n d a agudeza alegó rica; p e ro , sin em b a rg o , lo q u e fu stiga
in t e r io r m e n t e a estas p e rso n a s n o se e n c u e n tr a in c lu id o e n e l v ie jo
c a n o n c ristia n o d e los pecad os m o rta le s. Y a u n así, el q u e q u ie ra d es­
c rib ir, u tiliza n d o co n cep to s te o ló g ico s, el g e n io y la m a ld ic ió n p ro p io s
d e lo s vivos p r o n ta m e n te d ará c o n este v ic io r e c ie n te , m o d e r n o e n
se n tid o in fe r n a l, a sa b er, la im p a c ie n c ia . E m ily F le tc h e r , A d r ie n n e
M e su ra t o P au l G u é r e t1*1 so n llam as de im p a c ie n c ia e n la c o rr ie n te de
aire d e l d estin o . ¿ Q u ie r e m o stra rn o s G r e e n (así p o d ría m o s in te r p r e ­
ta r sus ob ras de m o d o a p o lo g étic o ) lo q u e h a b ría sid o este lin a je si n o
h u b ie r a p o d id o saciar esa im p a c ie n c ia co n su n tiv a c o n las v e lo cid a d es
sie m p re in g e n te s d e l m o v im ie n to , de la c o m u n ic a c ió n y d e l p la c e r ?
¿ O más b ie n p re te n d e c o n ju r a r esas p eligrosas en ergías q u e al in te r io r
d e este lin a je c o rr e s p o n d e n a sus con q u istas m ás osadas y orgu llo sa s, y
q u e están e s p e r a n d o la o c a s ió n d e a c e le ra r a ú n m ás d ic h o r it m o ,
su m id o e n p ro ceso s d estru ctivos d e v e lo cid a d in im a g in a b le ? P u es, en
efecto, la p a sió n (y es éste u n m o tivo fu n d a m en ta l d e lancino) n o atenta
ta n s ó lo c o n tr a lo s m a n d a m ie n to s d e D io s , sin o ta m b ié n c o n tr a el
o r d e n n atu ra l. Y p o r eso d esp ierta la to talid a d d e las fuerzas d estru c ti­
vas d el co sm o s. L o q u e cae so b re la p e rso n a a p asion ad a n o v ie n e a ser
ta n to el j u i c io d iv in o , c o m o la revu elta d e la n a tu ra le za c o n tra q u ie n
ro m p e su paz y d e fo rm a su ro stro , u n castigo p r o fa n o q u e q u ed a c o n ­
su m a d o a través d e e lla m ism a ; y u n o , a d em ás, q u e es o b ra d e l azar.
A s í, e n Léviathan, su lib r o m ás recie n te y m ás m a d u ro , G r e e n co n su m a
la d e s tr u c c ió n d e la p e r s o n a q u e su fre de u n a m a n e r a q u e es m e n o s
in t e r io r y m ás a gu d a e n la in trig a . C o n e llo h a ce ju s tic ia al e le m e n to
e x te r io r , e x te r io r ís im o , p o r lo m is m o p o r lo q u e C a ld e r ó n , el g r a n
m a estro de la p a s ió n d ra m á tica , h a b asa d o sus d ram as sie m p re e n e l
e n re d o m ás b a r r o c o , e n el m e c á n ic o la n c e d o n d e resp la n d e ce la f o r ­
tu n a . E l azar es fig u r a de la n e c e s id a d a b a n d o n a d a p o r D io s . Y p o r
eso , e n G r e e n , el r e p r o b a d o in t e r io r de la p a s ió n se h a lla ta n d o m i­
n ad o p o r el ex te rio r q u e la p a sió n ya n o es sin o el m e ro agen te d el azar
e n la cre atu ra . L a v e lo cid a d , q u e es p a rte de él, c o m u n ic a d ese sp e ra ­

4 E m ily F letch er es u n p erso n aje de la novela de G re e n n titulada M ont-Cinire, d el año


1926; Paul G u éret lo es de Léviathan, d el año 1929-
JU L IE N GREEN 337

c ió n a lo s d estin o s. Y , a su vez, la esp eran za es el ritardando d e l d estin o .


L os p e rso n a jes de G r e e n n o están e n c o n d ic io n e s de te n e r esp eran za;
n o se to m a n tie m p o . E stán lite ra lm e n te exasperados.
« P a c ie n c ia » es la p a la b ra q u e re s u m e tod as las v ir tu d e s d e este
a u to r, sie n d o ta m b ié n to d o lo q u e falta p recisa m en te a sus p erso n a jes.
E l h o m b r e q u e sabe ta n to d e to d o s esos fu r io s o s lo s m ira fija m e n te ,
m a n te n ie n d o lo s o jo s m u y a b ierto s. M ie n tra s su r o stro p o see la p r o ­
p o r c ió n y el p á lid o to n o a ce itu n a d o p r o p io s d e l esp a ñ o l, e n la n o b le za
de su voz existe algo q u e p arece o p o n e rse a la lo c u a c id a d ; y d e l m ism o
m o d o q u e ella , d e p u n tilla s , traza su m o v im ie n to la e sc ritu ra c o n sus
sig n o s a u stero s, tr a n sp a re n te s; se p o d r ía q u izá s h a b la r d e le tra s q u e
h u b ie ra n a p re n d id o a re n u n c ia r. P ero lo m ás d ifíc il es a q u í o fr e c e r u n
c o n c e p to de la a c titu d in f a n til q u e se m a n ifie s ta e n esta c o n fe s ió n :
G r e e n d ijo en cierta o ca sió n q u e n o era capaz de d e s c rib ir u n a c o n te ­
c im ie n to , p o r s e n c illo q u e fu e r a , s i lo h a b ía v iv id o . N a d a le p o d r ía
re su lta r m ás in c o m p r e n s ib le a q u ie n b u s q u e a lg ú n p u e n te h a c ia e l
c o n c e p to h a b itu a l de la n ovela, esa m ezcla ab su rd a en tre lo v iv id o y lo
in v e n ta d o . G r e e n está m ás allá de esta d u a lid a d van a y e s té r il. Jam ás
escribe n ad a q u e haya viv id o , y es q u e su viven cia es e sc rib ir. G r e e n n o
in v e n ta n a d a , p u e s lo q u e él e s c r ib e n o a d m ite el m e n o r m a rg e n de
m a n io b ra . P ero G r e e n ta m b ié n d ijo q u e n ad a le resu ltab a m ás d ifíc il
en el cu rso d e su trab ajo q u e u n a a cc ió n sen cilla, el sen c illo cu rso de la
tra m a . P u e s ésta n o se p u e d e p o r c ie r to in v e n ta r. G r e e n e sc r ib e sin
d u d a p ara seg u ir la vid a d e sus p e rso n a jes ta n le jo s c o m o p u e d a n e x i­
girlo las próxim as páginas. Y , sin p o d e rlo investigar cu an d o n o escribe,
al día sig u ien te c o n tin ú a d o n d e lo d e jó . Se p o d ría d e c ir q u e el suyo es
u n p r o c e d im ie n to v is io n a rio , y q u e a h í está el o r ig e n de esa cla rid a d ,
d em asiad o severa y a lu c ín a to ria , c o n la q u e se m u ev en sus p e rso n a jes.
Pues la d ista n cia de G r e e n re sp e cto al tip o h a b itu a l de n o ve lista es el
m ism o a bism o q u e hay e n tre h a ce r p rese n te y d e sc rib ir.
E n lo q u e h a ce a ese « h a c e r p r e s e n t e » , h a b la re m o s p r im e r o n o
d el ele m e n to m ágico q u e p arece h a b e r e n la ex p resió n , sin o de su e le ­
m e n to te m p o r a l, q u e al p u n to n o s o b lig a a d is tin g u ir e n tre d os tip o s
de n a tu ra lism o : el d e Z o la , q u e d escrib e las p erso n a s y las situ a cio n e s
c o m o só lo el c o n te m p o r á n e o p u d o verla s, y este o tr o d e G r e e n , q u e
n os las h ace presen tes c o m o tales c o m o n u n c a se h a b ría n o fr e c id o a u n
c o n te m p o r á n e o . P e ro , ¿ d ó n d e lo h a c e ? ¿ E n n u e s tr a fa n ta s ía ? E sto
dice b ie n p o c o . L o hace en n u estro espacio te m p o ral, u n o q u e es ajeno
338 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

a esas p e rso n a s y q u e p o r lo m is m o las e n v u e lv e c o m o la b ó v e d a d e


u n o s añ os h u e co s e n la cu al el eco les devuelve su c o le c c ió n d e g r ito s y
susurros. Esta fo r m a segu n da d el p resen te h ace ser e te rn o lo q u e fu e; y
p o r eso m ism o h a c e r p r e s e n te es u n a cto d e m a g ia . P e ro G r e e n n o
d escrib e a sus p e rso n a jes, sin o q u e, antes b ie n , n os lo s h ace presen tes
e n m o m e n to s p recisos de d estin o . Es d ec ir: sus p e rso n a jes se c o m p o r ­
ta n tal c o m o sí fu e r a n a p a ric io n e s . A s í, A d r ie n n e M e su ra t, q u e se
e n c u e n tra pegad a a la ven tan a p a ra m ira r la villa d e M a u rec o u rt; co m o
ta m b ién el v ie jo M esurat, q u e se atusa la barba; o b ie n M ad am e Legras,
c u an d o se m arch a c o n el c o lla r d e A d r ie n n e : y es q u e cada u n o d e sus
gestos sería así y n o de o tra m a n era si tu v iera n q u e revivir estos in s ta n ­
tes c o m o á n im a s b e n d ita s m ás a llá d e la tu m b a . E n la d e se sp e ra n te
e s te r e o tip ia de to d o s lo s m o m e n to s v e rd a d e r a m e n te d e d e s tin o , lo s
p erso n ajes de G r e e n se le h a ce n presen tes al le c to r co m o las figu ras d el
in fie r n o de D a n te e n la ir r e v o c a b ilid a d d e l J u ic io F in a l. P u e s j u s t a ­
m e n te esta e s te r e o tip ia es el sig n o m is m o d e l esta d io in fe r n a l, y, si
c o n s e n tim o s e n e stu d ia rla a f o n d o , lo q u e n o r m a lm e n te se lla m a
« d e s t in o » v ie n e a revelarse d e r e p e n te c o m o la fo r m a p e rfe c ta , d es­
piadada, e n q u e el azar m an d a. G o m o la fo r m a m ás d esesperan te. P o r ­
q u e la p e rfe c ta d esesp era n za es la q u e se d a e n la p e r fe c c ió n . A l igu a l
q u e Pascal só lo veía en el cielo estrellad o, q u e es sin d u d a el m o d e lo de
la p e r fe c c ió n m atem ática, el más vasto d esierto d el silen cio e te rn o , ese
g ra n analista y c o n o c e d o r d el d estin o q u e es este e sc r ito r ad vierte so la ­
m en te, en la p erfecta c o n c a te n a c ió n d e lo s d estin o s q u e a su vez in ves­
tiga, el desam paro d e to d a creatura.
E l a u ra visio n aria e n q u e los p erson ajes se en c u e n tra n es a q u í cu al­
q u ie r cosa m en o s « c o n fig u ra c ió n plástica y re a lista » . A esta id ea esq u e­
m ática de v isió n le gusta n o rm a lm e n te ap ela r al su e ñ o , a la evid en cia y
fu erza d e las ap aricion es. P ero , su p on gam o s u n m o m en to q u e u n a p e r ­
son a tie n e u n a p esad illa y so p o rta u n a de esas im ágen es te rrib les de las
q u e lo s lib r o s d e este a u to r se e n c u e n tra n rep leto s. ¿ Q u é h a rá al d es­
p e r ta r ? E n c e n d e rá la lu z y resp irará aliviada. L a s itu a c ió n es d e l to d o
d iferen te para a q u el q u e tien e u n a visión: p o r te rrib le que sea, el p u n to
c u lm in a n te d e l t e r r o r va a ser el d e sp e rta r e n to d o caso . Y e llo p o r
c u a n to el m ás acá es sin d u d a el sello d e lo a u té n tic o q u e cada v is ió n
lleva c o n s ig o , el m ás acá q u e e n c o n tra m o s d e u n a vez, d e u n a vez para
siem p re, co n q u ista d o y p o b la d o p o r sus a p a ricio n e s. U n a su m ersió n y
u n despertar p o r fases: así hem o s d e im ag in a r sin d u d a alguna el trabajo
JU L IE N GREEN 339

p r o p io d e este a u to r ; u n te m b lo r p o r m ile s d e te m o re s; cad a u n o de


ellos u n te m o r d e p a rto . E l e n to r n o se m u estra de este m o d o presa de
u n a lu z d esagrad ab le, c o n som b ras desgarradas y p r o fu n d a s . T o d o u n
« valle de lág rim a s» se m u estra a la p e rso n a q u e desp ierta. Y tal vez esto
m ism o sig n ifiq u e q ue, si ya h ace a lg ú n tiem p o q u e al ser h u m a n o n o le
q u ed an lágrim as, se va irr ig a n d o el m u n d o e n to r n o suyo c o n el su d o r
o el r o c ío d e l s u fr im ie n t o . A s í, e n el e m p o r io d e u n a c a r b o n e r ía e n
cuyo in t e r io r se re fu g ia G u é r e t tras s u p e ra r u n m u r o hay tres gran d es
m o n to n es d e c a rb ó n . Y G r e e n d escrib e c o n tod a p re c isió n esas negras
m o n ta ñ a s q u e re lu c e n a la lu z de la L u n a . Y o co n o cía esta d e sc rip c ió n
cuan d o de p r o n to le p reg u n té a G re e n si co n o cía el o rig e n de sus obras.
¿ U n carácter, u n a exp eriencia, o u n a id ea ? G r e e n contestó así; « P u e d o
d e c ir le , y ad em ás c o n to d a ex a ctitu d , cu ál es el o r ig e n de m i ú ltim o
lib r o . U n m o n tó n de c a rb ó n c o n el c u al u n d ía m e t o p é » . E n efecto ,
tod o se le agrupa de rep en te e n to r n o a esas im ágen es q u e se en cu en tra n
dispuestas p ara siem p re ante el a terra d o c o n te m p la r p r o p io de la p e r ­
son a q u e d e sp ie rta . E sto se n o s h a ce b ie n p a te n te , s o b r e to d o , al
c o m ie n zo de sus ob ras. A s í, el p r im e r o de lo s p e rso n a jes c o n el q u e el
le c to r en tra en con tacto en la totalid ad de sus novelas es el p rotagon ista,
q u e está absorto: G u é re t, q u e está m ira n d o su relo j; A d r ie n n e , m ie n ­
tras observa en sim ism ad a lo s d a gu erro tip o s d e sus abu elos; E m ily, c o n ­
tem p lan d o el paisaje, an te su ventan a. Se trata en cada caso d el instan te
de u n a extraña ausencia d el esp íritu , de u n a b an al su m ersió n e n la cual
el d e stin o se p re se n ta , in c o r p o r a d o e n sus p e rs o n a je s , c o m o si fu e r a
u n a e n fe r m e d a d . A s í es c o m o lo s ve é l, c o m o n o s o tr o s ta m b ié n n o s
vem os a n o s o tr o s m ism o s m u c h o s a ñ o s d esp u és e n el r e c u e rd o (q u e
ta m b ié n es u n d e s p e r ta r ), e n o c u p a c io n e s e n las cu ales n o se ob serva
n ad a c o n s is te n te . E stos s o n lo s in sta n te s p a ra sie m p re . G r e e n en laza
co n ellos solam en te. « T o u jo u r s , sem b la it-il, m u rm u ra la rivière, tou te
la v ie d e m ê m e , to u te la v ie » . E s la c a n c ió n p r o p ia d e la vid a de estas
p e rso n a s, a las q u e sus m o m e n to s de d e s tin o h a n d e v a le r ya hasta el
final. N o c o n o c e n jam ás el d esarrollo. A n o ser que q u eram os llam ar así
al h e c h o d e q u e vayan cayen d o d e d esgracia e n d esgracia, ig u a l q u e u n
cu erp o q u e cae p o r u n a escalera n o pasa p o r alto n in g ú n escalón .
L o s p e rs o n a je s d e G r e e n se va n c a y e n d o p r e c is a m e n te así, hasta
m o r ir. Y , c o n e llo , e n ellos se co n su m a la c o n d e n a te rren a de la passio:
la d e stru c ció n d el c u e rp o y d e la vida. L a im p o te n cia y el su eñ o ; al fin ,
la m uerte-, u n a y o tr a vez e n estas o b ra s la re sp u e sta d e l c u e r p o se
34 0 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

e n c u e n tra al fin a l d e l s u fr im ie n to . L a cam a, p u es, p ara este n ovelista,


es s in d u d a e l lu g a r m ás a d e c u a d o p a ra la c re a tu ra ; es y a su tr o n o .
« U n e p assion p a r p e rso n n e , cela suffit>>ís!: eso basta; la p a sió n es ta m ­
b ié n el vía cru cis, y el su ced erse d e sus estacio n es se e n c u e n tra en ella
p r e d e te r m in a d a . ¿ P u e d e ex p resarse e n to n c e s esta r e g la ? ¿ L e c o n ­
c ie r n e al p r e s e n te ser h u m a n o ? L o s p e rs o n a je s d e G r e e n n o so n
m o d e r n o s . R íg id o s c o m o las m áscaras de lo s trág ico s, va n a gotán d ose
e n e l intérieur de la ciu d a d fran cesa p ro v in cia n a . Sus ropas y su vid a c o ti­
d ia n a a p a recen m architas y pasadas d e m o d a , p e r o , e n sus gestos, a ú n
p e rv iven lo s a n tig u o s señ ores d el d o m in io , vie jo s c rim in a les y posesos.
E n tre la felp a y las tallas de m ad era a ú n re sid e n en sus h a b ita cio n e s los
ancestros de sus p erso n a jes, co m o d e n tro d e u n tr o n c o o d e u n a caña.
L a c o m p leta fu s ió n de lo a n ticu a d o c o n a q u e llo q u e es su p re h isto ria ,
e l trau m a q u e p r o d u c e la v isió n de lo s p ad res e n su fig u r a d o b le , d es­
d ob lad a co m o fe n ó m e n o p re h istó ric o e h istó ric o , vie n e a ser el m otivo
p e rm a n e n te p a ra este e s c r ito r . D e l c la r o s c u ro e n q u e yace e l m u n d o
su rg e n a q u í las casas y las h a b ita cio n e s d o n d e vivían n u estros antepasa­
d o s. E n e fe c to , las tres g ra n d e s o b ra s d e G r e e n t ie n e n lu g a r e n la
m ism a casa, ya p e rte n e zca a la s e ñ o ra F le tc h e r , al v ie jo M e su ra t o a la
G r o s g e o r g e s ; ta m b ié n lo s v ie jo s d ra m a s d e lo s trá g ic o s t ie n e n lu g a r
an te el d e c o r a d o de u n m ism o p a la c io , q u e o r a p u e d e ser de A g a m e ­
n ó n , y o r a d e C r e o n te , o de T e se o . V iv ir a q u í es tod avía u n a c o n te c i­
m ie n to lle n o de m ie d o y m agia, algo qu e, tal vez, n u n c a haya sid o más
ex tre m a d a m e n te c o n s u n tiv o q u e b a jo el m a n to d e la v id a c ivilizad a y
d el p e q u e ñ o m u n d o cristia n o b u rgu é s. C o n e llo , la casa d e lo s a n te p a ­
sados, q u e se en cu en tra en la d o b le tin ie b la de lo apenas pasado y d e lo
in m e m o r ia l, q u ed a ilu m in a d a d u ra n te u n o s s eg u n d o s p o r lo s d u ro s
rayos d e l d estin o , p o r lo s cuales se vu elve tran sp a ren te al igu a l q u e u n
c ie lo d e to rm e n ta ; y así se c o n v ie r te fin a lm e n te e n u n a larga serie de
cavern as, cám aras y ga lería s q u e se p ie r d e n e n lo m ás r e m o to d e lo
h u m a n o . S in d u d a q u e u n p ed azo d e p re h isto ria se h a id o fu n d ie n d o ,
p a ra cada g e n e ra c ió n , c o n las fo rm a s d e v id a q u e e ra n p r o p ia s de las
g e n e r a c io n e s p r e c e d e n te s , y, p o r lo ta n to , p a r a lo s q u e h o y viv im o s
a ca rrea n d o el m e d io y el fin a l c o rre sp o n d ie n te s al pasado sig lo . G r e e n
n o es el ú n ic o e n p e r c ib ir lo . Les enfants terribles d e C o ctea u ® es a su vez

5 J 'ilie n G r e e n , Léviathan, p rim e ra parte, capítulo V III, en Oeuures completes 1, p refacio de


José C a b an is e in tro d u c c ió n d e ja c q u e s Petit, París, 1972 , p . 642-
6 P rim era ed ició n : París,' 192 9 .
KARL KRAUS 341

u n a exp ed ición , eq u ip a d a c o n to d o s lo s m e d io s té cn ico s a las p r o f u n ­


d id a d e s su b m a rin a s e n q u e se h u n d e e l c u a r to d e lo s n iñ o s , p o r n o
h a b la r a h o ra de la o b ra d e P ro u st, q u e se cen tra e n el tie m p o p e rd id o
y sus celdas, e n las cuales, a n ta ñ o , fu im o s n iñ o s . P ro u st evoca e n efecto
la h o r a m ágica p r o p ia d e la in fa n cia , m ien tra s q u e G r e e n p o n e o r d e n
e n n u e s tr o s te r r o r e s m ás a n tig u o s . E n el d e sa lo ja d o d o m ic ilio d e la
in fa n c ia va r e c o g ie n d o , c o n e l m a yo r c u id a d o , las h u ellas d e la vid a de
n u e stro s p a d re s. Y , d e este m o d o , d e sd e la m o n ta ñ a h e c h a d e s u fr i­
m ien to s y de h o r ro re s q u e e n su o b ra a m o n to n a , el in s e p u lto cadáver
d e lo s p a d re s n o s va a fe c ta n d o ta n p r o fu n d a m e n te c o m o h a ce sig lo s
afectaba el c u e rp o al p ia d o so al q u e estigm atizaba.

K AR LK R A U S W

D e d ic a d o a G u s t a v G l ü c k ^

I
E l ho m bre total

Q u é r u id o s o se v u e lv e t o d o
Worte in Versen i l ' 3'

E n u n v ie jo grabad o se m u estra a u n m en sa je ro q u e, g rita n d o y c o n los


cabellos erizad o s, a gita n d o e n tre sus m a n o s u n a h o ja lle n a d e g u erra y
p e s tile n c ia , d e a sesin a to y d e d o lo r , d e in c e n d io s y d e h a m b r e , va
fu n d ie n d o las « ú ltim a s n o tic ia s » . Die Fackel es este tip o d e p e rió d ic o :

1 P u blicado en m arzo de I9 3 1 e n el p erió d ico Frankfurter ^fitungundHandelsblatt y r e d a c tíd o


d urante lo s meses anteriores. [E l escritor austríaco K a r l K rau s, que vivió en tre ^ / 4- y
193 6 , d irig ió en tre 1899 y 19341 ®revista Die FacM (La antorcha), e n la que, desde 1913,
pu b licó solam ente textos suyos. K rau s era u n crítico im placable de los usos perversos
d el lenguaje, e n especial p o r parte de la prensa. E n español contam os con sus libros:
Contra ¡ospiríodistasj oíros coniras, trad. d e Jesús A g u irre , M ad rid , Tau ru s, I9 8 I; l a tercera
nochede Wklpurgis, trad. de Pedro M adrigal, B arcelon a, Icaria, 1977; Escritos, trad. de José
L u is A rá n te g u i, M a d rid , V is o r , 1 9 9 0 ; Los últimos días de la humanidad, trad. de A d á n
K ovacsics, B a rce lo n a , T u sq u ets, 19 9 1; D ichosj contradichos, tra d . d e A d á n K ovacsics,
Barcelon a, M inúscula, 2 0 0 3 . (N. d el T .)]
2 G ustav Glücfe ( i 87 I - I 952 )i h isto ria d o r d e l arte. [N. d el T-]
3 K a rl K rau s, Alie Vdgelsindschon da, verso 13 , en: W&rfefn Mrseníl, Leipzig, 1917, p-
342 ENSAYOS ESTÉTICOS Y LITER A R IO S '

lle n o d e te rrem o to s y tra ic io n e s, de ve n e n o s e in c e n d io s en el sen o del


mundus intelligibilis. E l o d io c o n q u e Die Fackel p ersig u e al p u lu la n te lin a je
de lo s p e rio d ista s es, m ás q u e m o ra l, u n o d io vital, c o m o el q u e lan za
u n a n te p a sa d o s o b r e u n lin a je de e n a n o s d e g e n e ra d o s . L a p r o p ia
e x p resió n « o p in ió n p ú b lica *1' p r o d u c e h o r r o r a K r a u s. L as o p in io n e s
so n cosa p rivad a, m ien tra s q u e al á m b ito p ú b lic o sólo le in te re sa n los
ju ic io s . Éste o ju z g a o n o es n ad a. P ero el sen tid o de la o p in ió n p ú b lica
q u e la p re n sa crea c o n siste e n u n h a c e r al á m b ito p ú b lic o in c a p a z de
ju z g a r , s u g e r ir le la a c titu d d e l irr e s p o n s a b le , d e l d e s in fo r m a d o . E n
efe cto , ¿ q u é son las más precisas in fo rm a c io n e s d e los d iario s e n c o m ­
p a r a c ió n c o n la e sp e lu z n a n te e x a ctitu d c o n q u e Die Fackel e x p o n e lo s
h e ch o s ju r íd ic o s , lin g ü ístico s y p o lític o s ? L a o p in ió n p ú b lic a n o tien e
p o r q u é p restar a te n c ió n a lo escrito e n Die Fackel, p u es las sa n g rien ta s
n oticias q u e da este « p e r ió d ic o » d esafían sin d u d a a las sen ten cias que
e m ite esa o p in ió n . Y a n ad ie c o n m ás ím p e tu q u e a la m ism a p ren sa .
U n o d io c o m o el q u e K ra u s fu e fu lm in a n d o so b re lo s p e rio d istas
n o p u e d e derivarse so la m en te de lo q u e ellos h a cen , p o r m ás re p r o b a ­
b le q u e esto sea, s in o q u e h a de te n e r o tra s r a z o n e s e n eso q u e e llo s
so n , ya esté co n tra p u e sto o e m p a ren ta d o c o n lo q u e K r a u s m ism o es.
Y , de h e c h o , su ced en am bas cosas. L a p r im e r a frase de la m ás recie n te
d e fin ic ió n d e p e rio d ista d ice q u e se trata de « u n a p e rso n a q u e se in t e ­
resa p o c o p o r sí m ism a y p o r su ex iste n cia, c o m o p o r la ex iste n cia de
las cosas, y q u e sólo p e rc ib e dichas cosas e n sus re la c io n e s, so b re to d o
cad a vez q u e éstas se e n c u e n tr a n u n as c o n o tra s e n a c o n te c im ie n to s ;
s ó lo e n este m o m e n to el p e r io d is ta n o s e m p ie z a a d a r señ a les de
v i d a » 1*1. L a fra se n o s o fr e c e el n eg a tiv o d e la im a g e n d e K r a u s . E n
efecto: ¿ q u ié n h a m o stra d o p o r sí m ism o y p o r su p r o p ia existencia u n
in te ré s m ayo r q u e é l, q u e n u n c a se h a apartad o d e este te m a ? ¿ Q u ié n
h a m o stra d o p o r la m e r a ex iste n cia d e las cosas, y a u n p o r su o r ig e n ,
in terés m ás a te n to ? ¿ A q u ié n le causa m a yo r d ese sp e ra ció n la c o in c i­
d e n c ia d el a c o n te c im ie n to c o n la fe c h a , o c o n e l te stig o o c o n la
cám ara? Y au n , p o r ú ltim o , K ra u s h a r e u n id o la totalid ad d e sus e n e r ­
gías p ara la lu ch a c o n tra las frases hechas, las cuales so n ex p resió n lin ­
gü ística de la a rb itra rie d a d c o n q u é la a ctu a lid a d se va a p o d e ra n d o de
las cosas m e d ia n te el p e rio d ism o .

4 Peter Sukrkam p, « D e r Jo u r n a lis t» , en: O .v.d. G ablem y C . Mennicke (eds.),


Deutscke Berufskunde: fin Querschnitt durch die Berufe máArbeüskreise der Gegmwart, Leipzig, 1930 ,'
p- 3®3-
KAR L KRAUS 343

L a lu z m ás clara so b re este a sp ecto de la lu c h a d e K r a u s c o n tr a la


pren sa la a rro ja el trab ajo d e su a lia d o A d o l f L o os. L o o s e n c o n tró a lo s
q u e s e r ía n sus p r o v id e n c ia le s e n e m ig o s e n lo s p r o fe s o r e s d e A r te s y
O f ic io s así c o m o e n lo s m ism o s a rq u ite c to s q u e , e n el m a rc o d e lo s
« T a lleres V ie n e s e s » , b u scab an u n a n u eva in d u stria artística. E l a r q u i­
te cto ex p u so sus co n sig n a s e n sus c o m b a tiv o s y a b u n d a n te s a rtíc u lo s,
c o n s ig u ie n d o d a rles fo r m u la c ió n d u ra d e ra e n el titu la d o Ornamentoj
crimen, q u e se p u b licó e n el Frankfurter /¿itung en el a ñ o 1 9 0 8 . E l b rilla n te
rayo q u e e n c e n d ió d ich o texto to m ó u n ex tra ñ ísim o cam in o , tan d e c i­
sivo c o m o zigzagueante. « A l le e r las palabras c o n q u e G o e t h e c r i t i c a
la m an era e n q u e lo s ig n o ra n tes, así c o m o a lgu n o s en te n d id o s e n arte,
p a lp a n lo s g ra b a d o s y r e lie v e s, c o m p r e n d ió q u e a q u e llo q u e se d e b e
to ca r n u n c a p u e d e ser u n a o b ra de arte, y c o m p re n d ió q u e u n a o b ra de
arte n o se p u e d e to ca r e n a b s o lu to » . P o r lo tanto, el p r im e r ob jetivo de
L o o s era separar la o b ra de arte d ecisivam en te d el o b jeto d e u so , m ie n ­
tras q u e el p rim e r objetivo de K ra u s consistió en separar la in fo rm a ció n
de la ob ra de arte en cuan to tal. D e m o d o q u e el p e rio d ista sin escrú p u ­
los es lo m ism o en el fo n d o qu e el o rn a m en ta d o r. K ra u s n u n ca se cansó
de d e n u n c ia r a H e in e , e n cu an to que éste h abía d ifu m in a d o los lím ites
e n tre el p e r io d is m o y la lite r a tu ra , c o m o m ás a d e la n te c ritic a r ía a
N ietzsch e p o r tr a ic io n a r el a fo rism o a la im p r e s ió n , « M i i d e a » , d ice
K ra u s, « e s q u e N ietzsch e a ñ a d ió la p s ic o lo g ía a la m ezco la n za de e le ­
m en tos ... d e los disgregados estilos eu ro p eo s d el ú ltim o m e d io siglo, y
que sin d u d a el n u evo n iv el d el len g u a je cread o p o r N ietzsch e es el del
en sayism o , c o m o el p e r io d is m o es el d e H e i n e » . A m b a s fo rm a s so n
síntom as de esa en ferm ed a d q u e se h a vuelto cró n ica, respecto d e la cual
los p u n to s d e vista só lo trazan la curva de la fie b r e : la en ferm ed a d d e lo
inauténtico. D e l d ese ñ m a sca ra m ie n to de ese c á n ce r su rg ió esta lu ch a en
co n tra d e la p ren sa. « ¿ Q u i é n h a traíd o al m u n d o la d iscu lp a de p o d e r
ser lo q u e n o se e s ? » K1.
L a respuesta está e n las frases hechas. P ero se trata d e u n p r o d u c to
de la té c n ic a . « E l a p a ra to p e r io d ís t ic o r e q u ie r e , al ig u a l q u e u n a
fábrica, trab ajo y m erca d o s. E n d e te rm in a d o s m o m e n to s d e l día (d os
o tres veces e n el caso d e lo s g ra n d e s p e r ió d ic o s ) es im p r e s c in d ib le
p r o p o r c io n a r u n a d e te rm in a d a c a n tid a d de tra b a jo a las m á q u in as. Y

5 Las afinidades electivas, II, 6.


6 Frase de K rau s citada en: L e o p o ld L iegler, Karl Kraus undsein Werk, V iena, 193O, p.
305.
344 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

n o c o n u n m a teria l cu alq u iera : to d o a q u e llo q u e haya su c e d id o en tre


ta n to e n a lg ú n á m b ito de la vid a , d e la p o lític a , d e la e c o n o m ía , d el
a rte , e tc ., tie n e q u e h a b e r sid o e la b o ra d o p e r io d ís t ic a m e n t e » 171. O ,
co m o d ice K r a u s e m p le a n d o u n a gra n d io sa abreviatura: « D e b e r ía ser
m u y ilu strativo sob re d ich a té cn ica el h e c h o de q u e, a u n q u e n o p u e d a
fo r m a r nuevas frases hechas, siem p re d eja al e sp íritu d e la h u m a n id a d
en el estad o d e n o p o d e r p r e s c in d ir d e vie ja s frases h e c h a s. E n esta
característica d u a lid a d d e u n a fo r m a d e v id a tra n sfo rm a d a y o tra q u e
vie n e arrastrad a, vive y crece h o y el m a l d el m u n d o » . C o n estas p a la ­
bras, K ra u s en laza d e g o lp e el n u d o en q u e la técn ica y las frases hechas
h a n q u e d a d o r e u n id a s . P o r su p u e s to , s in d u d a , e n su d esatarse va
sig u ie n d o o tr o n u d o : p o r q u e , p a ra ella, el p e r io d is m o co n siste e n la
e x p re s ió n d e l ca m b io de fu n c io n e s d e l le n g u a je e n el m u n d o d e l alto
c a p ita lism o . A s í, la frase h e c h a , e n el s e n tid o q u e K r a u s fu e p e r s i­
g u ie n d o in cesan tem e n te , es la m arca q u e h ace al p e n sa m ie n to c o m e r -
eializable, c o m o el o r n a m e n to r e tó r ic o lo vuelve valioso p ara c o le c c io ­
n istas. P e ro , ta m b ié n p o r eso , la lib e r a c ió n d e l le n g u a je se h a v u e lto
id én tica a la lib e ra ció n de la frase hech a, a su rad ical tra n sfo rm a c ió n de
im p r o n ta en in s tru m e n to d é l a p r o d u c c ió n . DieFackel c o n tie n e m o d e ­
los p ara e llo , m as n o su te o ría ; sus fó rm u la s so n d el tip o e n q u e se ata,
n o d e l q u e d esata. A s í, el e n re d a d o e n tr e c ru z a rs e d e c ie r t o páthos
b íb lic o c o n la fija c ió n m ás te sta ru d a e n lo s aspecto s re p u g n a n te s q u e
e ra n p r o p io s d e la v id a v ie n e sa v ie n e a ser su c a m in o p a ra irs e a c e r ­
ca n d o a lo s fe n ó m e n o s . E n e fe cto , n o basta c o n to m a r al m u n d o p o r
testigo respecto d el m al c o m p o rta m ie n to de c u a lq u ie r ca m a re ro , sin o
q u e d ic h o m u n d o h a d e sacar a lo s m u e r to s d e sus tu m b a s. Y c o n
r a zó n , sin d u d a, p u e s la o p u le n c ia m e z q u in a y p e n e tra n te p r o p ia de
lo s escándalos de café, co m o de los p e rió d ic o s y d e la so cied a d vienesa,
sólo es el m o d esto te s tim o n io s o b re u n saber p re v io q u e de p r o n to , y
m ás r á p id a m e n te d e lo q u e se p o d ía p e r c ib ir , lle g ó a su a u té n tic o
o b je to para, d os m eses d esp u és d e l in ic io de la gu erra , lla m a rlo p o r su
n o m b r e e n a q u e l d is c u rs o titu la d o En esta gran época, m e d ia n te el cu al
to d o s lo s d e m o n io s q u e h a b ía n p o b la d o a este p o seso e n tr a r o n fin a l­
m en te e n la m anad a de su c o n te m p o ra n e id a d más rad ical.
« E n esta g ra n ép o ca q u e y o c o n o c í c u a n d o a ú n era p e q u e ñ a ; qu e
volverá a ser p e q u e ñ a si le q u ed a tie m p o ; y a la q u e, co m o esa tra n sfo r-

7 Peter S u hrkam p , op. cit f p . 386 .


KAR L KRAUS 345

m a ció n n o resulta p o sib le e n el á m b ito d el cre cim ie n to o rg á n ic o , p r e ­


fe r im o s c o n s id e ra r u n a é p o ca gru esa y ta m b ié n pesada; e n esta ép o ca
en la cu al su ced e lo q u e u n o n o p o d ía im a g in a r y e n la q u e te n d rá qu e
suceder lo q u e u n o ya n o p u e d e imaginar (en tanto q u e eso n o su ced ería si
u n o lo p u d ie r a im a g in a r ); e n esta é p o c a seria , q u e se h a r e íd o hásta
m o r ir d e la p o sib ilid a d de q u e p u d ie ra lleg a r a ser seria; e n esta ép oca
q u e, s o r p r e n d id a p o r su c a rá c te r tr á g ic o , q u ie re d istra e rse y va b u s ­
c a n d o p a la b ra s u n a ve z se h a a tra p a d o a sí m ism a injraganti; e n esta
ép o ca ru id o sa en la q u e retu m b a la espantosa s in fo n ía de lo s actos q u e
p r o d u c e n n o tic ia s , y d e las n o tic ia s c u lp a b le s d e acto s: a q u í, e n esta
ép oca, n o esp eren d e m í palabras p ro p ia s. Salvo éstas, q u e p reservan al
s ile n c io d e ser m a le n te n d id o . P u es s ie n to u n r e sp e to e n o r m e p o r lo
q u e es in m u ta b le , p o r la su b o r d in a c ió n d el le n g u a je a la d esd ich a. E n
lo s r e in o s de la p o b r e z a d e fan tasía, d o n d e el ser h u m a n o m u e re p o r
h a m b re d el alm a sin ad vertir q u e su alm a tie n e h a m b re, d o n d e las p lu ­
m as se s u m e r g e n e n sa n g re y las espadas e n tin ta , s ie m p re h a y q u e
h a ce r lo q u e n o se p ie n sa , m as lo q u e s ó lo se p ie n sa es in d e c ib le . N o
e sp e re n de m í p a la b ra s p r o p ia s . N o soy cap az d e d e c ir u n a p a la b ra
nueva; p u es e n la h a b ita c ió n d o n d e u n o escrib e es e n o r m e el r u id o , y
p o r a h o r a n o h ay q u e c o n c lu ir si el r u id o p r o c e d e d e a n im a le s , de
n iñ o s , o d e m o r te r o s . Q u ie n a trib u y e actos d ifa m a ta n to a la p a lab ra
c o m o al a cto , y así es d o b le m e n te d esp re cia b le . M as n o fa lta la g e n te
cuya p r o fe s ió n es h a c e r eso . L o s q u e a h o ra n o tie n e n n ad a q u e d e c ir,
p o rq u e el acto tie n e la p alab ra, c o n tin ú a n h a b la n d o . Q u ie n a ú n tenga
algo q u e d e c ir, q u e d é u n paso al fre n te y q u e se c a lle » [sl.
T o d o cu an to K r a u s h a e sc rito es así, e n e fe cto , u n s ile n c io in v e r ­
tid o , u n o al q u e la to rm e n ta d e lo s a co n te cim ie n to s se le in tro d u c e en
su n e g ro a b rig o , y se lo levanta y da la vu e lta a su f o r r o c h illó n . P ero , a
pesar d e la d iversid ad de lo s m o tiv o s, cada u n o de lo s a co n te cim ien to s
p arece h a b erse la n za d o so b re él tan r e p e n tin a m e n te c o m o u n a ráfaga
de v ie n to . E n to n c e s , u n a p a ra to b ie n p r e c is o e n tr a e n a c c ió n p a ra
d o m in a r lo : c o n la c o m b in a c ió n de ex p resió n o ra l y ex p resió n escrita se
exp lo tan a fo n d o las p o sib ilid ad es p o lé m ica s d e cada situ a c ió n . D e qué
cautelas se r o d e a K r a u s a q u í p u e d e d e d u c irs e c la ra m e n te ta n to de la
a la m b ra d a d e avisos q u e c e rca cad a n ú m e r o d e Die Fackel c o m o d e las
tajantes d e fin ic io n e s y reservas d e lo s p ro g ra m as de sus lectu ras p ú b li-

8 K a rl K rau s, In dieser grossen^git, 1914» ei15 Weltgericht, v o i, I, L eip zig1, 1919, p p . 7 s.


346 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

cas « d e sus p r o p io s e s c r ito s » . L a tr in id a d co n s titu id a p o r el c o n g lo ­


m e r a d o silencio-conocimiento-presencia de espíritu c o n s titu y e la fig u r a d e l
p o le m ista K r a u s . S u s ile n c io es u n d iq u e an te el q u e el agua b rilla n te
d e su c o n o c im ie n to se va en sim ism an d o d e c o n tin u o . S u p rese n cia de
e sp íritu n o ad m ite p reg u n tas, n o está n u n c a dispuesta a c o rre sp o n d e r
a lo s p r in c ip io s c o n q u e a lg u ie n la c o n f r o n t e . P o r q u e lo q u e ella
in te n ta es d esm o n ta r la situ a ció n , d e sc u b rir la p re g u n ta v erd ad era qu e
ésta c o n tie n e y e n tregá rsela lu e g o a su riv a l, e n ve z d e la resp u esta . S i
e n J o h a n n P ete r H e b e lIs! e n c o n tra m o s el aspecto co n s tru ctiv o y cre a ­
d o r d el tacto en su d esp liegu e m á xim o , en K r a u s n o s e n c o n tra m o s, al
c o n tra rio , c o n su aspecto d estru ctivo y c rític o . P o rq u e , p ara am bos, el
tacto es la p rese n cia m o r a l d e l esp íritu (Stoessl n o s d ice : « c o n v ic c ió n
r efin a d a e n la d ia lé c tic a » )1101 y ex p resió n d e u n a c o n v e n c ió n d e sc o n o ­
c id a q u e es m ás im p o rta n te q u e la c o n v e n c ió n r e c o n o c id a . K r a u s vive
e n u n m u n d o e n el q u e la p e o r d e las vilezas es d a r u nfauxpas; y esta­
b le c e d is tin c io n e s e n lo m o n s tr u o s o , p o r q u e su c r ite r io n o es el
d e c o r o b u rg u é s , q u e p o r e n c im a d e la lín e a de la c a n a lla d a triv ia l
p ie r d e el a lie n to ta n rá p id a m e n te q u e ya n o es capaz de e la b o ra r u n a
c o n c e p c ió n de la can allad a m u n d ia l.
K ra u s siem p re h a c o n o cid o este crite rio ; p o r lo dem ás, para el tacto
v erd ad ero n o existe o tr o . Se trata d e u n c rite rio te o ló g ic o . Pues el tacto
n o es, co m o su e le n d ecir lo s c o n fu n d id o s, el talen to de d ar a cada cual
lo q u e le co rresp o n d e socialm en te e n cada situ a ció n . B ie n al co n tra rio ,
el tacto es la capacidad para tratar las situ aciones sociales, sin n u n ca lle ­
gar a pasarlas p o r alto, co m o situaciones naturales o paradisíacas in clu so, y
así tratar n o sólo al rey co m o si h u b ie ra n acid o c o n c o ro n a e n la fren te,
sin o ta m b ié n al lacayo c o m o si éste fu e r a u n A d á n c o n lib r e a . H e b e l
p o se ía esta n o b le za e n su a c titu d d e sa ce rd o te, m ie n tra s q u e K r a u s la
posee e n la arm ad ura. Y es q u e su co n cep to de creatu ra a ú n c o n tie n e la
h e r e n c ia te o ló g ic a de e s p e c u la c io n e s q u e f u e r o n válid as p a ra to d a
E u ro p a p o r ú ltim a vez en el leja n o siglo X V II, P ero , en el n ú cle o te o ló ­
g ic o de este c o n c e p to , tu vo lu g a r u n c a m b io q u e lo h a c o n v e rtid o sin
vio le n cia e n el cre d o h u m a n o y p r o fa n o austríaco q u e hace d e la entera
C r e a c ió n u n a iglesia e n la q u e, ya só lo d é vez e n cu a n d o , u n leve o lo r a
in c ie n s o n o s r e c u e rd a al r ito . S t if t e r 1“ 1 fu e q u izá q u ie n fo r m u ló c o n

9 V éase supra, p. í 8 l , nota I dzJohannPeterHebel < i). [N .d e lT .]


10 O tto Stoessl, Lebensform undDichtungsform, M u n ich y Leipzig, 1914, p p . 4 6 s,
11 Sobre A d alb ert S tifter, véase supra, p , 3 S 8 , n ota 4 de GottjriedKeUer: [n. d el T .]
KAR L KRAUS 347

p re c isió n este cred o , y su eco se sigue p e rc ib ie n d o siem p re q u e K r a u s se


o c u p a de a n im a le s, d e p la n ta s y de n iñ o s . P u es « e l s o p lo d e l a ir e » ,
c o m o e sc rib e S t ift e r [l2\ « e l m u r m u llo d e l agu a, el c r e c im ie n to d e l
tr ig o , el o le a je d e l m a r, el v e rd e c e r d e la tie r r a , el b r illo d el c ie lo y el
re sp la n d o r de las estrellas: to d o esto lo c o n s id e ro gra n d e. L a fo r m id a ­
b le to r m e n ta , el in c e n d ia r io rayo q u e d estru ye las casas, la tem p estad
q u e in c r e m e n ta el o le a je , la m o n ta ñ a q u e v o m ita fu e g o , e l te rr e m o to
q u e sepulta los países: to d o esto n o p u e d o co n sid e ra rlo m ás gra n d e q u e
lo s fe n ó m e n o s antes m e n cio n a d o s, sin o m ás p e q u e ñ o , p o rq u e só lo se
trata de con secu en cias d e leyes q u e le so n m u y su p erio res ... G o m o los
seres h u m an o s todavía e ra n n iñ o s y co m o su o jo esp iritu al a ú n n o había
sid o tocado p o r la ciencia, fu e r o n atrapados p o r lo más cercan o y llam a­
tivo y arrastrados al m ie d o y, c o n él, a la a d m ira ció n : m as cu an d o lu ego
d esp ertó su m en te, cu an d o su m irad a em p ezó a d irig irse a las c o n e x io ­
n es, los fe n ó m e n o s particu lares p asaro n a segu n do p la n o fren te a la ley,
lo s p r o d ig io s d e sa p a re c ie ro n y c re c ió el a s o m b ro ... A s í c o m o e n la
n atu raleza las leyes gen erales o p e r a n d e u n a m a n era in cesan te y s ile n ­
ciosa, y lo llam ativo só lo es m a n ifestació n in d iv id u a l de esas leyes, la ley
m o ra l o p e ra d e m an era vivificante y silenciosa m ed ian te el trato in fin ito
d e un as y otras personas en tre sí, c o n lo q u e los m ilagro s d el instan te ya
sólo so n co m o p e q u e ñ o s rasgos de aqu ella fu erza g e n e ra l» . A sí, im p lí­
c ita m e n te , e n sus fam osas frases, lo sa grad o h a d e ja d o de p r o n t o su
lu ga r al co n cep to m o d esto , p e ro p ro b lem á tico , d e ley. M as esta n a tu ra ­
leza , caracte rística de S tifte r , y su m u n d o m o r a l s o n su fic ie n te m e n te
tra n sp a ren tes p a ra n o ser c o n fu n d id o s c o n lo s c o n c e p to s k a n tia n o s y
h acerse así re c o n o cib le s en su n ú c le o co m o creatu ra. Y todas esas t o r ­
m entas y esos rayos, y esos te rrem o to s y oleajes, desd eñ osam en te secula­
rizados, h a n v e n id o a ser recu p erad o s p o r el h o m b re total para la C re a ­
c ió n al c o n v e r tirlo s e n su resp u esta e n el J u ic io F in a l a la c r im in a l
existencia de los seres h u m a n o s. P ero el tie m p o q u e m ed ia en tre la C r e ­
a ció n y el J u ic io F inal n o es a q u í u n a h isto ria de la salvación, y n o p o see
s u p e ra c ió n h istó ric a . P u es d e l m ism o m o d o q u e el p a isa je d e A u s tria
llen a en teram en te la dich osa a m p litu d de la p rosa d e S tifter, para K ra u s
los n egros años de su vid a n o so n h isto ria , sin o n atu raleza, u n río c o n ­
d en a d o a serp e n tea r p o r u n paisaje in fe rn a l. Y ése es el paisaje e n que
cada d ía se talan u n total de f j O .O O O árb oles p ara p r o d u c ir 6 o p e r ió d i-

12 A d a lb e rt S tifte r, Bunte Steine. EinFesigeschenk, v o l. I, Pesth, 1S 5 3 , p p . 2 ~3 r 5 » IQ-


348 ENSAYOS ESTÉTICOS Y LITERARIOS

cos. K r a u s n os p resen ta esa in fo r m a c ió n b ajo el títu lo d e su a rtíc u lo El


Pues q u e en su lu cb a co n la creatu ra la h u m a n id a d lleva todas las
de p e rd e r es algo ta n seg u ro para K ra u s co m o evidente le resulta q u e la
técn ica, u n a vez q u e es u tilizad a e n c o n tra d e la C re a c ió n , n o respetará
a su señ o r. S u d erro tism o es d e tip o su p ra n a cio n a l y p la n e ta rio , m ie n ­
tras q u e la h is to ria es só lo p a ra él el in m e n s o d esie rto q u e sep ara a su
lin a je d e la C re a c ió n , d el q u e la g u erra m u n d ia l es el ú ltim o acto. P ero
K r a u s va m id ie n d o ese d esierto c o m o u n d e se rto r q u e se h a pasado al
b a n d o de la creatura. « U n d n u r das T ie r , das M e n sch lich em erlieg t, /
ist H e ld des L e b e n s » 1'*1: el c re d o tra d ic io n a lista m a n ifie sto e n S tifte r
n o tien e u n a ve rsió n m ás ten eb rosa, h eráld ica.
A sí, en n o m b re de la creatura, va a cu d ie n d o K ra u s u n a y o tra vez al
a n im a l y « a l c o ra z ó n d e to d o s lo s c o ra zo n e s, al c o r a z ó n d e l p e r r o » ,
p a ra él a u té n tic o m o d e lo d e las v irtu d e s de la C r e a c ió n , e n el cu al la
lealtad, la p u reza y el a g rad ecim ien to n o s so n ríe n desde tiem p o s r e m o ­
tísim o s. ¡Q u é la m e n ta b le es q u e haya p e rso n a s q u e se q u ie r a n p o n e r
e n su lugar! Esos so n lo s secuaces, q u e antes q u e reu n irse e n to r n o a su
m aestro p r e fie re n re u n irse c o n m alas in te n cio n e s en to r n o al en em ig o
h e r id o de m u erte. S in d u d a, n o es el p e r r o p o r azar él a n im a l e m b le ­
m ático p r o p io de este au tor: el p e rr o es el caso id e a l d el secuaz, q u e n o
es o tra cosa q u e creatu ra servil. Y cu an to m ás in fu n d a d a y p e rso n a l sea
esta a d h e s ió n , ta n to m e jo r . K r a u s tie n e r a z ó n al s o m e te r la a u n a
p r u e b a d u rísim a . M as si algo da ex p re sió n a lo in fin ita m e n te p r o b le ­
m á tico de estas creatu ras, es q u e se re c lu ta n e n tre aq u ellas q u e K r a u s
h izo vivir esp iritu a lm en te, y en tre aquellas q u e, e n u n so lo acto, K rau s
cre ó y al tie m p o co n v en ció . M as su te stim o n io p u e d e valer sólo p ara las
creaturas q u e n o p u e d e n crearse.
R e su lta m u y ló g ic o q u e e l ser h u m a n o e m p o b r e c id o y r e d u c id o
p r o p io d e estos días, el c o n te m p o rá n e o , ya n o esté e n c o n d ic io n e s de
e x ig ir a cceso al te m p lo d e la c re a tu ra s in o e n la m ás a tr o fia d a de las
fo r m a s , la d e l h o m b r e p r iv a d o . ¡C u á n ta r e n u n c ia e ir o n ía h a y e n la
extraña lu ch a p o r lo s « n e r v io s » , p o r las ú ltim as raicillas d e l vien és, en
las q u e K r a u s h a lle g a d o a d e s c u b r ir su tie r r a m a te rn a ! « K r a u s » ,;
escrib e R o b e rt S c h e u 1'51, « d e s c u b rió u n g ra n o b je to q u e hasta e n to n -

13 K a rl K rau s, «D as E n d e ^ en: DíeFachel, 19 de septiem bre de 1913, p . 68,


14 « Y sólo e l anim al que sucum be a lo h u m an o / es h é ro e de la v id a » . K a r l K ra u s, Die
Fundverkeimlichung, versos I2 I s ., en: W)rte in VersenII, op. cit, p , 4 9 ’
15 R o b e rt Scheu, fiúríiCraus, V ien a , i g 0 9 ? p - 23 - —
KAR L KRAUS 349

ces n o h ab ía lla m a d o la a te n ció n d e n in g ú n e sc rito r, a sab er, lo s d e r e ­


chos de lo s n ervios. A v e rig u ó , e n efecto, q u e lo s n ervios so n tan d ign o s
d e u n a d e fe n sa en tu sia sta c o m o la p r o p ie d a d , la casa, el p a r tid o y la
C o n s titu c ió n . A s í se c o n v ir t ió e n el a b o g a d o de lo s n e rv io s, e n ta ­
b la n d o la lu ch a c o n las p eq u eñ a s m o lestias de la vid a co tid ian a ; m as su
o b jeto se le fu e y e n d o de las m an os y se c o n v irtió e n u n p ro b le m a d e la
vid a p riv a d a al q u e h a y q u e d e fe n d e r c o n t r a la p o lic ía , la p re n sa , la
m o ra l y los co n cep to s, e in clu so co n tra las personas m ás cercanas. D e s ­
c u b r ir a lo s e n e m ig o s de lo s n e rv io s acab ó s ie n d o la p r o f e s ió n de
K r a u s » . A q u í q ued a clara la p e c u lia r a ltern a n cia e n tre te o ría re a c c io ­
n a r ia y p ra x is r e v o lu c io n a r ia q u e e n K r a u s se h a c e p r e se n te p o r
d o q u ie r. E n efe cto , d e fe n d e r la vid a p rivad a resp ecto d e la m o r a l y lo s
c o n cep to s e n u n a so cied a d q u e h a a co m e tid o el e scla recim ien to p o lí ­
tic o d e la sex u a lid a d y la fa m ilia , d e la ex isten cia e c o n ó m ic a y la ex is­
te n c ia físic a , e n u n a so c ie d a d q u e se d is p o n e a c o n s tr u ir casas c o n
paredes de cristal y terrazas q u e e n tra n e n las h a b ita cio n e s —las cuales,
p o r ta n to , h a n d eja d o d e ser h a b ita c io n e s—: este p ro y e c to h a b ría sid o
sin d u d a el m ás r e a c c io n a r io si la v id a p riv a d a ya n o fu e r a eso q u e , a
d ife r e n c ia d e la v id a b u rg u e sa , c o r r e s p o n d e d e l m o d o m ás e stric to a
esta n ueva tra n sfo rm a c ió n social; d ich o e n pocas palabras: esa vid a p r i ­
vada q u e se d e s m o n ta a sí m ism a , q u e se o r g a n iz a a sí m ism a , d e lo s
p o b res, co m o p o r e je m p lo P eter A lte n b e r g |l6), u n a gita d o r (c o m o lo es
A d o l f L o o s) cuya p r o te c c ió n es la causa d e K r a u s . P u es e n esta lu ch a, y
sólo e n ella, es d o n d e lo s secuaces n o s sirven d e algo, v io la n d o la a n o -
n im ia e n q u e el s a tíric o in t e n tó e n c e r r a r su v id a p riv a d a , y lo ú n ic o
que les h ace d eten erse es esa fir m e d e te rm in a c ió n c o n la q u e el p r o p io
K r a u s a c u d e a la e n tra d a p a ra h a c e r lo s h o n o r e s a la r u in a e n la q u e
p u ed e ser u n « h o m b r e p r iv a d o » , fin a lm e n te .
C o n la m ism a d e te r m in a c ió n c o n la q u e K r a u s sabe h a c e r de su
vid a c u e s tió n p ú b lic a e n c u a n to q u e la lu c h a se lo ex ig e , s ie m p re h a
sid o im p la ca b le al o p o n e rse a la p red icad a d istin c ió n en tre u n a crítica
d e c a rá c te r p e r s o n a l fr e n t e a u n a c rític a o b je tiv a , c o n cu ya a yu d a se
d esacred itan lo s ataques, sie n d o u n o de lo s p r in c ip a le s in s tru m e n to s
d e c o r r u p c ió n d e n u e str a v id a lite r a r ia y p o lític a . P u es, e n e fe c to , el
h ech o de q u e K r a u s se base m ás e n lo q u e las p erso n a s so n q u e n o e n
lo que h a cen , y más e n lo q u e d ice n q u e e n a q u e llo q u e escrib en , vie n e

16 Peter Altenberg- ( i 859 “ ^9 I 9 )> u n o de los escritores p referid o s.d e los expresionistas.
[N. del T,J
35 ° ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

a ser el m ism o p resu p u esto d e su a u to rid a d p o lé m ic a , q u e, c o n fia n d o


en u n a a rm o n ía verd a d eram en te preestablecid a, u n a a rm o n ía r e c o n c i­
liad o ra , sabe alzar, e n te ro e in ta c to , el m u n d o esp iritu a l p r o p io de u n
a u to r (y c o n tan ta m ás seg u rid a d cu a n to m en o s relevan te sea) a p a r tir
d e u n a sola frase, d e u n a sola p a lab ra, c o m o d e u n a sola e n to n a c ió n .
Q u e lo p e rso n a l y lo ob jetivo c o in c id e n n o sólo e n el e n e m ig o , sin o en
él m ism o sob re to d o , lo d em u estra el h e c h o de q u e K ra u s n o d efien d a
n u n c a u n a o p in ió n . P u es la o p i n i ó n es esa falsa s u b je tiv id a d q u e se
p u e d e sep arar d e la p e rso n a p ara p o n e r la e n c irc u la c ió n ya e n calid ad
de m e rca n cía . K r a u s n u n c a h a a rg u m e n ta d o sin c o m p r o m e te rs e c o n
to d a su p e rso n a , y d e este m o d o en c a rn a el m is te rio de la a u to rid a d :
ja m á s d e c e p cio n a r. N o hay o tro fin a l para la a u to rid a d q u e n o venga a
ser éste: o m o r ir o d e c e p c io n a r, P ero n o es atacada p o r lo q u e to d o s
lo s dem ás h a n d e evitar-, la a rb itra rie d a d , la in c o h e re n c ia , la injusticia^
B ie n al c o n t r a r io , sería m u y d e c e p c io n a n te p o d e r v e r c ó m o lle g a la
a u to r id a d a sus se n te n c ia s (m e d ia n te la e q u id a d , p o r e je m p lo , o ,
in c lu so , c o n la c o h e r e n c ia ). « P a r a el h o m b r e » , d ijo K r a u s e n cierta
oca sió n l,,\ « t e n e r r a z ó n n o es u n a su n to e r ó tic o , d e m o d o q u e p r e ­
fie r e q u e o tr o ten ga ra zó n fr e n te al p r o p io estar e q u iv o c a d o » . K r a u s
n o co n sig u ió acreditarse v irilm e n te en esto ; p o rq u e su vid a q u ie re que,
en el m e jo r de lo s casos, las ganas de te n e r razó n de los dem ás se opon-r
g a n firm e s a su p r o p io e r r o r , y es ju s ta m e n te e n to n c e s cu a n d o K ra u s
tie n e ra zó n e n aferrarse a él. « M u c h o s te n d rá n ra zó n alg u n a vez. P ero
será r a z ó n so b re el e r r o r m ism o e n e l q u e y o estoy a h o r a » ílSl. E ste es
p u es el len g u a je de la au tén tica a u to rid a d . Y el estu d io d e su a ctu ació n
só lo p u e d e te n e r u n resu ltad o; q u e la a u to rid a d , cu an d o es a u tén tica,
es ta n b ru ta lm en te v in c u la n te p ara sí m ism a c o m o p ara lo s dem ás; q u e
n o se cansa de te m b la r a n te sí m ism a (p e ro jam á s ante lo s d em á s); que
n o d eja d e r e sp o n d e r ante sí m ism a, y q u e esta resp o n sa b ilid a d n u n c a
se basa e n la c o n s titu c ió n p rivad a, e n los lím ites d el ser h u m a n o , sin o
en el asunto e n cu estió n , p o r más in ju sto q u e sea p recisa m en te desdé y
a p a rtir de lo p riva d o .
U n rasgo d e esta ilim ita d a a u to r id a d h a sid o s ie m p re la u n if ic a ­
c ió n e n tre el p o d e r leg is la tiv o y el m ism o p o d e r e je c u tiv o , P e ro está

17 KarJ K ra u s, Ñachis, en: Werke, ed. de H e in ric h Fischer, vol- 3 : Béim Wort genammen,
M u n ich , 19 5 5 , p p . 311 s.
18 K a rI K rau s, Pro domo et mundo, en: Ausgewáhlte Schrijien, v o l. <£* M u n ich , I9 12 , p . 175 *
KARL KRAUS 351

u n ific a c ió n n o es m ás p r o fu n d a e n n in g ú n o tr o lu g a r q u e e n la « t e o ­
r ía d e l le n g u a je » . Y d e a h í q u e ésta sea e n K r a u s la e x p r e s ió n m ás
firm e y d e c id id a d e su a u to rid a d . E rr a n d o d e in c ó g n ito , c o m o H a r u n
a lR a s h id [l9] , r e c o rre K r a u s d u ra n te la n o c h e esas frases q u e im p r im e n
los d iario s y b usca tras la ríg id a fach ad a de las frases hechas lo in te r io r,
d e scu b rien d o así e n las orgías de esa « m a g ia n e g r a » la d ifa m a c ió n y el
m a rtirio de las palab ras: « ¿ E s la p ren sa p u es u n m e n sa je ro ? N o : ella
es el a c o n te c im ie n to . ¿ E s la p ren sa u n d is c u rs o ? N o , es la vid a . P u es
n o só lo p re te n d e q u e lo s verd a d ero s a co n te cim ie n to s sean sus n o ticia s
d e lo s a c o n te c im ie n to s , sin o q u e p r o d u c e esa in q u ie ta n te id e n tid a d
q u e h a ce q u e p arezca q u é se relatan las a ccio n es antes de q u e sean lle ­
vadas a cab o, co m o ta m b ié n p r o d u c e m u ch as veces la p o s ib ilid a d p a ra
esto m ism o , p r o d u c ie n d o e n to d o caso la fatal circu n stan cia d e q u e los
co rresp o n sales d e g u erra n o p u e d a n v e r lo q u e está p a sa n d o , m ien tras
q u e lo s g u e rre ro s se c o n v ie rte n a su m o d o ta m b ié n e n re p o rte ro s . E n
este se n tid o , h e de a d m itir q u e , d u ra n te to d a m i vid a , h e s o b re v a lo -
ra d o s in d u d a a la p r e n s a . L a p r e n s a n o es u n sie rv o ( ¿ c ó m o ib a u n
siervo a reclam ar y o b te n e r ta n to ? ), sin o ya el a co n te cim ie n to . A sí, u n a
vez m ás, el in s tru m e n to se n o s h a escapado d e las m a n o s. P u e s h em o s
p u e sto al h o m b r e q u e d e b e a visa rn o s d e q u e h a y u n in c e n d io , y q u e
d eb ería o c u p a r el lu g a r m ás b ajo e n el E stado, p o r en cim a d e l m u n d o ,
así co m o d e l in c e n d io y de la casa, y a u n p o r en cim a d e los h ech o s y de
n u estra m ism a fa n ta s ía » bo). V em o s la a u to rid a d y la p a lab ra c o n tra la
c o rr u p c ió n , c o n tra la m agia: así están repartidas e n esta d u ra lu c h a las
consignas. M as n o es o c io so ela b o ra r u n a p ro g n o s is . N a d ie , y K ra u s el
ú ltim o , se p o d ría en trega r a la u to p ía de ela b o ra r u n p e rió d ic o « o b je ­
tiv o » , al ab su rd o de u n a p resu n ta « tra n sm isió n im p a rc ia l de las n o ti­
cias» . E l p e rió d ic o es u n in s tru m e n to d e l p o d e r . Y su va lo r d eriva d el
carácter p r o p io d e l p o d e r a q u ie n sirve; el p e r ió d ic o es e x p re s ió n de
éste, y n o só lo en lo q u e d efien d e, sin o e n la m a n era en q u e lo hace. Si
el alto c ap italism o n o só lo d eg ra d a lo s fin e s d e l p e r ió d ic o , sin o ta m ­
b ié n sus m e d io s, d e a q u e l p o d e r q u e lo d e r ro te n o h a b rá q u e esp erar
u n n u evo flo r e c e r d e h u m a n id a d total, p arad isíaca, de la m ism a fo rm a
q u e n o es e s p e r a b le u n r e n a c im ie n t o d e l le n g u a je d e G o e th e o de

19 H aru n al Rashid, califa de Bagdad en tre los años 786 y 8 0 9 . fu e in m ortalizado en Las
milj una noches. [N. del T.]
20 K a rl Kraus» In diesergrossen^it, en: W&Itgericht, vol. I, op. c it, p . 14.
352 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

M a tth ia s C la u d r a s l2li. D e l p o d e r d o m in a n te se d is tin g u ir á e n q u e


p o n g a fu era d e circ u la c ió n lo s ideales m ism os q u e a q u él d egrad ó. Baste
co n esto para c o m p re n d e r q u e K ra u s ten ía p o c o q u e gan ar o p e rd e r en
esa lu c h a , y q u e , a su vez, Die Fackel d e b ía ilu m in a r lo s in c esa r. A s í,
K r a u s c o n tra p o n e a esas sen saciones siem p re iguales q u e la p ren sa d ia ­
r ia le p r e se n ta a su p ú b lic o la « n o t i c ia » e te rn a m e n te n u eva q u e hay
q u e dar de la h isto ria de la C re a c ió n : a saber, el la m e n to etern a m en te
n u e v o , in cesan te.

II
E l d e m o n i o 1* “1

¿ H e d o r m i d o ? M e e sto y q u e d a n d o d o r m id o
Worte in Verasn

T ie n e e n K r a u s causas p r o fu n d a s , y es e l estigm a d e to d o d eb a te e n
to r n o a é l, el q u e lo s a rg u m e n to s a p o lo g é tic o s sean d esa certad o s. L a
g r a n o b ra d e L e o p o ld L ie g le r su rge de u n a a ctitu d a p o lo g ética p ara la
cu al p rese n tar a K ra u s co m o u n a « p e rs o n a lid a d é tic a » co n stitu ye sin
d u d a e l p r im e r o b je tiv o 1“*1. P e ro esto n o p u e d e sa lir b ie n . P u e s el
fo n d o o scu ro d el q u e se destaca la im ag en de K ra u s n o es jam ás la c o n ­
te m p o ra n eid a d , sin o o tro m u n d o más re m o to , el de lo d e m o n ia c o . La
lu z d e l d ía de la C r e a c ió n cae sob re él, y es así co m o sale de esta n o ch e.
M as n o e n tod as sus partes, y hay algunas q u e se h a lla n arraigadas en la
n o c h e m ás h o n d a m e n te d e c u a n to se p r e s u m e . U n o jo q u e n o se
p u e d a a co m o d a r a ella n u n c a será capaz de p e rc ib ir el c o n to r n o q u e es
p r o p io d e esta fig u r a , n o c a p ta n d o las señ a le s q u e K a r l K r a u s n o se
cansa de h a ce r y d e e m itir en su n ecesid ad m ás acu cian te d e ser p e r c i­
b id o . P u es, co m o e n el cu e n to bsl, el d e m o n io h a h ech o e n K r a u s de la
va n id a d ex p resió n d e su esen cia. L a so led a d d el d e m o n io es su soledad

21 M atthias C lau d ius (17 4 0 -18 15 ), escritor alem án, [n . d el T.]


22 La palabra « d e m o n io » (Díánon) debem os entenderla aquí, a la vez, en sentido griego y
en sentido cristiano, [n . del T.]
23 K a rl K rau s, Halbschlaf, verso 9 , en: Worte ¡n Venen JV, L eip zig, 1919, p. 17-
24 L . Liegler, KarlKravsundseinWerk, op. cit-, p p . 59, 65 s.
25 J a c o b y W iUielm G rm u n , Rúmpdes-Tljeles, en: Cuentos de los hermanos Grimm, trad. de M aría
C am p u zan o, B arcelon a, N ogu er, 1971, pp- 93~96. [N. d e lT .]
K AR L KRAUS 353

exactam en te c u a n d o e n u n a e sc o n d id a y ap a rta d a c o lin a se c o m p o rta


p o r c ie rto c o m o u n lo c o : « G r a c ia s a D io s , n a d ie sabe q u e m e lla m o
R ú m p e le s -T íje le s » . C o m o ese d e m o n io b a ila rín , q u e n u n c a se calm a,
ta m b ién en K r a u s la r e fle x ió n ex cén trica m a n tie n e u n a c o n tin u a r e b e ­
lió n . « P a c ie n te de lo q u e eran sus ta le n to s» le h a lla m a d o c o n a cierto
V i e r t e l1“61. P o r c u a n to , e n e fe c to , sus a p titu d e s s o n e n fe r m e d a d e s, y
más allá de sus en ferm ed a d e s verd ad eras su v a n id a d lo co n v ierte en u n
h ip o c o n d r ía c o -
P ero adem ás, si K ra u s n o se refleja e n sí m ism o , se refleja e n cam ­
b io e n el riv a l, al q u e tie n e a sus p ie s . S u a ta q u e sie m p re h a s id o el
en tre c ru z a m ie n to d e u n a té c n ic a d e d e se n m a sc a ra m ie n to q u e u tiliz a
m e d io s avan zad os c o n u n a rte d e la a u to e x p r e s ió n q u e e m p le a lo s
m e d io s m ás a rcaicos. P ero es q u e ta m b ié n e n esta z o n a v ie n e a m a n i­
festarse a q u e l d e m o n io , a través de la a m b ig ü ed ad : la a u to e x p re sió n y
el d esen m a scaram ien to se fu n d e n siem p re e n ella e n calid ad d e a u to -
d e s e n m a s c a r a m ie n to . G u a n d o K r a u s n o s d ice : « E l a n tis e m itis m o
v ie n e a ser a q u e l m o d o de p e n sa r q u e ta n s ó lo u tiliz a se ria m e n te u n a
d écim a p a r te de lo s r e p r o c h e s q u e el in g e n io b u r s á til h a ce c o n tr a la
q u e es su p r o p ia s a n g re » [271, n o s p re se n ta el esq u e m a p o r el c u a l se
organiza la p r o p ia re la c ió n d e sus rivales c o n él. N o hay n in g ú n r e p r o ­
che c o n tra K r a u s , n in g u n a d ifa m a c ió n d e su p e rso n a , cuya fo r m u la ­
c ió n más le g ítim a n o se e n c u e n tre e n sus p r o p io s escritos y, d e n tro de
ellos a ú n , en lo s pasajes e n q u e el a u to r re fle jo se co n v ierte en a u to a d -
m ira c ió n . N in g ú n p r e c io e n e fe c to es d em a siad o alto p a ra K r a u s a la
h o ra d e h a ce r h a b la r d e sí m ism o , y el éxito o b te n id o e n ese cálcu lo le
h a d ado siem p re la ra zó n . S i el estilo es la cap acid ad p a ra explayarse a
lo largo y an ch o d el p e n sa m ien to lin g ü ístico evitan d o caer e n lo b an al,
p o r lo g e n e ra l su ele o b te n e r lo esa fu e r z a card íaca p r o p ia d e lo s g r a n ­
des p e n sa m ie n to s, esa q u e va im p u ls a n d o la sangre lin g ü ís tica p o r las
venas e n q u e flu ye la sin taxis hasta alcanzar lo s m ie m b ro s m ás le ja n o s.
Y , a u n q u e e n K r a u s estos p e n sa m ie n to s n o se p u e d a n v e la r n i p o r un-
instan te, la fu erza card íaca p r o p ia de su estilo es la im a g e n q u e él tie n e
de sí m is m o , e n el c o r a z ó n d e su in t e r io r , p a r a e x p o n e rla e n fo r m a
despiadada. S í, p o r cie rto , K r a u s es van id o so. K a r in M ich a elis h a d es­
crito c ó m o K r a u s ib a r e c o r r ie n d o el esp a cio a sa ltito s p a ra alzarse al

26 Bertholcl V ie rte l, ¿Cari Kraus. £ín Ctaraírfer imíf die /feií, D resde, 1921, p . 7.
2*7 K a rl K rau s, Ñachis, en: Werke, op- cit., p . 3 61.
354 ENSAVOS E S TÉTIC O S Y LITER AR IO S

estrad o e n u n a c o n fe r e n c ia 1“81. Y c u a n d o K r a u s h ace u n s a c r ific io en


h o n o r de su va n id a d , n o sería e l d e m o n io q u e sin d u d a es si, al fin a l,
n o fu e r a sie m p re él m ism o , c o n su vid a y c o n su s u fr im ie n to , lo q u e
en trega c o n todas las h erid as, c o m o c o n todas las d eb ilid ad es. A s í surge
su estilo , y c o n él el le c to r p r o p io de Die Fackel; u n o al cual in clu so e n el
e m p le o d e las p artícu las y las su b o rd in ad a s, co m o hasta en el u so de las
com as, se le estre m e c e n lo s j ir o n e s m u d o s y las fib ra s n erv io sa s d e su
c u e rp o , y hasta d el h e c h o m ás seco y apartad o p e n d e u n tro z o de carn e
d eso lla d a. Y es q u e la id io sin c ra sia , c o m o ó rg a n o c rític o s u p re m o , es
la m eta o c u lta de este a u to r r e fle jo y d e l estad o in f e r n a l e n q u e se
encuentra-, u n o q u e, p o r c ie rto , solam en te c o n o c e n lo s escritores para
lo s q u e cad a acto d e sa tis fa c c ió n es, al m is m o tie m p o , esta c ió n d e l
m a rtirio : o sea, K r a u s y K ierk eg a a rd .
•«Tal vez y o s e a » , h a escrito K r a u s í:i91, « e l p r im e r caso d e u n tip o
de e sc rito r q u e vive d e fo rm a teatral la e sc r itu ra » ; c o n e llo le in d ic a a
su va n id a d su lu g a r m ás legítim o.- la m ím ica . P o r c u a n to , e n efe cto , el
g e n io m ím ic o , q u e im ita e n la glo sa y d esp liega sus m u ecas e n la p o lé ­
m ica , v ie n e a d estacarse de m o d o so le m n e e n las le c tu ra s p ú b lica s d e
dram as cuyos autores o cu p a n , n o p o r casualidad, u n a p a rticu la r p o s i­
c ió n in te r m e d ia : S h akesp eare y N e stro y , q u e era n a la vez escrito res y
a cto re s; así c o m o O ffe n b a c h , q u e era c o m p o s ito r y d ir e c t o r de
o r q u e s ta . E s c o m o s i el d e m o n io d e este h o m b r e fu e r a b u s c a n d o la
atm ó sfera agitada p r o p ia de aq u ellos dram as, sacu d id a p o r los rayos de
la im p ro visa ció n , p o rq u e tan só lo ella le o frec e m il o p o rtu n id a d es para
e x h ib irs e b r o m e a n d o , im p o r tu n a n d o , a m e n a z a n d o . L a p r o p ia voz
p o n e a h í a p ru e b a la riq u eza d a im ó n ic a d e sus p erso n a jes (e n la tín per­
sona sig n ifica: eso a cu yo través pasa el s o n id o ) ; m ien tras, e n las pun tas
d e lo s d e d o s, va n c r e c ie n d o lo s gestos de a q u ella s fig u ra s q u e v iv e n y
r e s id e n e n su v o z. P e ro lo m ím ic o d e se m p e ñ a al m is m o tie m p o u n a
f u n c ió n d e c isiv a e n r e la c ió n c o n lo s o b je to s d e su p o lé m ic a : K r a u s
im ita a su o b je to p a ra in s e rta r c o n e llo la p a lan ca d e l o d io e n las más
fin a s ju n tu r a s d e su m ism a a ctitu d . D e ese m o d o , este c rític o p e d an te
bu sca e n las sílabas las larvas que h a n a n id a d o e n ellas; larvas de v e n a li­
d ad y ch arlatan ería, c o m o de in fa m ia y d e b o n d a d , d e p u e rilid a d y dé
avaricia, de p e rfid ia y g lo to n e ría . E n efe cto , el ataq u e a lo in a u té n tico ,

28 K a r in M ichaelis, « E in K a rl K r a u s -A b e n d » , en¡ Die Fackel, 27 ^e n oviem b re de 19H,


pp. 4-2 - 4 6 '
29 K a rl K rau s, Ñ a ch is, en : Vferke, op, c i t , p. 334*
KAR L KRAUS 355

q u e es bastante m ás d ifíc il q u e el ataque a lo m a lo , vie n e a q u í a p r o d u ­


cirse d e la m a n e r a m ás b e h a v io rista . L as citas de Die Fackel so n así m as
q u e p ru eb as, p o r q u e so n el atrezo d e lo s m ím ico s d esen m a scaram ien ­
tos realizad os p o r p a rte d e l q u e cita. C o n e llo , e n este co n tex to q u ed a
c la ro q u e la c ru e ld a d d el sa tírico va ligad a d e l m o d o m ás estrech o a la
h u m ild a d a m b ig u a d e l in té r p r e te , q u e , e n el caso d e u n a le c tu r a
p ú b lica , siem p re se in c re m e n ta hasta el extrem o. «A rrastrarse**, así se
d e n o m in a el n ivel de la más baja a d u la ció n , y esto es p o r cierto aqu ello
que h a ce K ra u s; p o rq u e lo h ace p ara a n iq u ila r. ¿ S e h a co n v ertid o a q u í
la cortesía cab a lm en te e n la m ím ic a d e l o d io , y, a su vez, el o d io e n la
m ím ica de la cortesía? Sea co m o fu ere, am bos h a n llegad o hasta el n ivel
de u n a co n su m a c ió n q u e se p o d ría calificar d e ch in a . L a « to r tu r a » de
la q u e K ra u s habla a m e n u d o , y en alusiones tan oscuras, p o see a q u í su
sede. Las protestas d e K ra u s c o n tra las cartas, lo s m ateriales y la d o c u ­
m e n ta c ió n , n o so n n u n c a o tra cosa q u e la r e a c c ió n de d efe n sa de ese
h o m b re al que q u ie re n m ezclar e im p licar en u n m a r d e com plicid ad es.
Y , ju sta m e n te , eso q u e lo im p lica , m u c h o m ás q u e la a cc ió n o la o m i­
sió n , es el len g u a je de sus sem ejan tes. S u irr e fr e n a b le p a sió n p o r i m i­
ta rlo s es e x p re s ió n de y lu ch a c o n tra esa b ie n c o n c re ta im p lic a c ió n , y
ta m b ié n es la causa y co n secu en cia d e esa co n scien cia de cu lp a siem p re
alerta d o n d e el d e m o n io tie n e su elem e n to .
L a a d m in istra c ió n de lo s erro re s y d e lo s p u n to s d é b ile s d e K ra u s
(m ás p r o d ig io s a q u e la to ta lid a d de sus talen tos) se e n c u e n tra adem ás
o rg a n iza d a d e u n a m a n e ra ta n s u til y p re c isa q u e to d a c o n fir m a c ió n
ex te rn a la q u e b ra n ta . S o b re to d o si resu lta ra p re c iso p re se n ta r a este
h o m b re c o m o « m o d e lo de u n tip o h u m a n o a r m ó n ic o ^ 1301, o , e n su
caso, ta m b ié n , c o m o « filá n t r o p o » ( p o r d e c irlo c o n u n g ir o ab su rd o
desde el p u n to de vista d el estilo al ig u a l q u e desde el p e n s a m ie n to ), de
m o d o q u e q u ie n escuche su « d u re z a c o n lo s o íd o s d e l a lm a » e n c o n ­
traría su causa m ism a ya e n la c o m p a sió n . P ero esta seg u rid a d in s o b o r ­
n a b le, e n é r g ic a al e x tre m o , y d efe n siv a n o p r o c e d e ja m á s de esa p r e ­
su n ta m e n ta lid a d fila n tr ó p ic a o p o é tic a q u e sus s e g u id o r e s le
a trib u yen . E l d erivar su o d io d e l a m o r es ta n b an al co m o en tera m en te
falso, p u es resulta evid en te q u e se trata d e algo m u c h o m ás o rig in a rio :
u n a h u m a n id a d q u e sólo es tra n s ic ió n d e la m a ld a d a la sofística y d e la
sofística a la m ald ad ; u n a p e c u lia r n atu raleza q u e es la alta escuela de la

30 L e o p o ld L ieg le r, Karl Kraus und sein Werk, op. d i . , p . 8 a.


356 ENSAYOS E S TÉTIC O S Y LITERARIOS

m is a n tr o p ía , y u n a c o m p a s ió n q u e s ó lo vive e n tr e c ru z a d a ya c o n la
vengan za: « O h ätte m a n m ir n u r d ie W ahl gelassen, / d e n H u n d o d e r
d e n S ch lä c h te r zu tr a n c h ie re n , / ic h h ä tt’ gew äh lt!» (3,]. N ad a h ay más
a b su rd o q u e a q u e l in te n ta r fo r m a r a K ra u s a im ag en y sem ejan za de lo
que am a. C o n ra zó n se h a o p u esto pues al K r a u s , « a te m p o ra l p e r tu r ­
b a d o r d e l m u n d o » , a ese o tr o « e te r n o m e jo r a d o r d e l m u n d o » al q u e
la gen te m ira c o n c a riñ o .
« C u a n d o la é p o c a a lzó la m a n o c o n tr a sí m ism a , era K r a u s esa
m a n o » , h a d ic h o B r e c h t. M u y p o c o está a la a ltu ra de esta id e a , y
se g u ro q u e n o , e n to d o caso, las p a la b ra s de su a m ig o A d o l f L o o s:
« K r a u s se alza an te el u m b ra l de u n a n u eva é p o c a » 1321. N o se trata de
eso e n a bso lu to, p u es d o n d e K ra u s se en c u e n tra es ya, p o r c ie rto , en el
u m b ra l d el D ía d el J u ic io . D e la m ism a m a n era e n la q u e vem os, e n los
altares b a r r o c o s , a lo s san tos j u n t o s y a p re tu ja d o s c o n t r a el m a rc o ,
ex te n d ien d o sus m an os tem blorosas hacia las extrem idades d e los á n g e­
les, lo s c o n d e n a d o s y los re d im id o s, a K r a u s la h isto ria en tera lo ciñ e a
las extrem id ades de u n a sola n o tic ia lo cal, a las d e u n a sola frase hecha,
de u n a n u n cio tan sólo. Y ésta es la h e re n c ia q u e le llega a K r a u s de los
s e r m o n e s de A b r a h a m de S a n ta C la r a l33\ D e a h í esa c e r c a n ía q u e se
in v ierte, esa p a rtic u la r in m e d ia te z d e l in stan te n o co n tem p la tivo y ese
e n tre c ru za rs e q u e ta n só lo le p e r m ite a su v o lu n ta d el en tre g a rse a la
e x p resió n te ó ric a , c o m o la p rá ctica a su c o n o c im ie n to . P o rq u e K ra u s
n o es u n g e n io h istó ric o e n el u m b ra l d e u n a n ueva ép o ca, y si le da la
esp ald a a lo c re a d o , y ceja e n su c o n t in u o la m e n ta rse , es p a ra acusar
ante el J u ic io .
N o se en tie n d e n ad a de este h o m b re m ien tra s n o se haya visto qu e
p a r a él to d o (s in e x c e p cio n e s , e l le n g u a je y la cosa) se d e sa rro lla p o r
n ecesid ad e n la esfera m ism a d el d e re c h o . S u circen se filo lo g ía de d ia­
r io va sigu ien d o las huellas d el len gu aje tanto co m o las hu ellas d el d ere­
c h o . Y es q u e n o se c o m p r e n d e lo q u e es la « te o r ía d e l le n g u a je » de
K r a u s m ie n tra s n o se ve e n ella u n a a p o r ta c ió n al o r d e n d e l p ro c e so

31 « ¡A h , si m e h u b ie ra n p e rm itid o e le g ir / en tre trin ch a r al p e rr o o al ca rn ice ro , /■yo


habría e le g id o !» . K a rl K raus, Die Funduertaím/icfcung’, versos 1 7 2 -174 • en; Hörte in Versen U,
Op* eit., p .
32 A dolf Loos, ífar/ fíraus, 1913, en: Die Schrißen uonAdolfLoos inzwei Bänden, vol. II» Inns-'
b ru ck, 19 3 1, p . 13 0 .
33 A b ra h a m de Santa C la ra (164.4.-1709^ agustino alem án que se hiao céleb re p o r sus
brillantes serm ones, [n, d el T.]
KARL KRAUS 357

lin g ü ístico , m ien tras se vie n e a e n te n d e r la palab ra d el o tro en su b o ca


tan só lo co m o corpus delicti y la p ro p ia palabra de K ra u s, a su vez, e n tanto
q u e palab ra ju zg a d o ra . K ra u s n o tien e sistem a en a b so lu to , y así, e n su
caso, cada p e n sa m ien to vie n e a p o seer su p r o p ia celda. P o r m ás qu e, de
p r o n to , y sin causa aparente, cada celd a p u e d a co n vertirse, r e p e n tin a -
m e n te , e n u n a sala, e n la sala d e ese tr ib u n a l e n la q u e el le n g u a je es
p resid en te. P o r lo dem ás, se h a d ich o q u e K ra u s tuvo q u e « so ju zg a r su
judaism os* p ara r e c o rre r a q u el « c a m in o q u e va d el ju d a ism o a la lib e r ­
ta d » 1341; a firm a c ió n q u e q u ed a refu ta d a al p u n to p o r e l h e c h o d e q u e
ta m b ié n p ara él van ju n to s la ju stic ia y el len gu a je. N o hay d u d a al res­
p ecto : el v e n e ra r la im a g en d e la ju stic ia divin a ju sta m en te e n tan to qu e
len gu aje (en la len g u a alem an a e n cu a n to tal) es el salto m o rta l, y b ie n
j u d ío , c o n el q u e K r a u s in te n ta q u e b ra n ta r el h e c h iz o d e l d e m o n io .
P o rq u e éste es el ú ltim o o fic io q u e p ra ctic a este celota: e m p r e n d e r el
p ro ceso c o n tra el o rd e n ju r íd ic o co m p leto . Y n o c o n irrita c ió n p e q u e -
ñ o b u rgu esa c o n tra la esclavización d el « in d iv id u o lib r e » p o r las « f ó r ­
m ulas m u e rta s» . M u ch o m en o s a ú n c o n la actitud d e esos radicales qu e
atacan irrita d o s u n a rtícu lo in c lu id o e n u n a ley, sin h a b e r estu d iad o el
sistem a ju d ic ia l n i u n so lo in sta n te . K r a u s acusa al d e re c h o e n su sus­
tancia, p e r o n o en sus efectos. Y l a acu sación es, e n su caso, la tra ic ió n
d el d erech o a la ju stic ia . O m e jo r, d el c o n c e p to a la p alab ra gracias a la
cu al p u e d e vivir: asesin ato de la fan tasía, m u e rta p o r falta d e u n a sola
letra y a la q u e K ra u s le canta e n su Elegía a la muerte de un sonido el la m e n to
más c o n m o v e d o r !sí\ P ues p o r en cim a de la a d m in istra c ió n de la ju s t i­
cia se h a d e situ a r la o r to g ra fía , y a la p r im e r a le va a ir m u y m a l si la
seg u n d a ch o c a c o n p r o b le m a s . T a m b ié n a q u í se e n c u e n tr a c o n la
p ren sa , u n lu g a r q u e es in c lu s o d o n d e le gu sta c ita r a sus fa n tasm as.
K ra u s c o n o c e el d erech o co m o p o co s. P e ro , si lo in voca, es solam en te
p o r c u a n to su d e m o n io se sie n te e stim u la d o y a tra íd o p o r e l a b ism o
q u e el d e r e c h o re p re se n ta . P o r ese a b ism o q u e K r a u s estu d ia c o n
entera p recisió n , d o n d e esp íritu y sexo se re ú n e n , e n el p ro ceso su frid o
p o r d e lin q u ir c o n tr a la m o r a l, y q u e él m ism o h a d e s c rito p r o n u n ­
cian d o estas célebres palabras: « U n p ro ceso p o r d elitos co n tra la m o ra l
es el d e s a r r o llo m ás c o n s c ie n te de u n a in m o r a lid a d in d iv id u a l h a cia

34f L . L iegler, op. d t., p , 87. K rau s aban don ó la relig ió n ju d ía e n 189 9 , y en 1911 se c o n ­
virtió al catolicism o, con fesió n q u e, a su vez, aban don ó en el 1923*
35 K a rl K rau s, EJegie aufdeti TodeinesLautes, en: Worte. m Versen I, Leipzig-, 19 16 , p p , 41 - 4-5 *
358 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

u n a de a lcan ce g e n e r a l, de cuyo o s c u r o fo n d o se destaca, b ie n lu m in o ­


sam ente, la culp a acred itad a al acusado » [sGI.
A sí, e sp íritu y sexo se vie n e n a m o v er e n esta esfera c o n u n a so lid a ­
r id a d c a ra c te rístic a cuya ley es lo a m b ig u o . L a o b s e s ió n p o r el sexo
d e m o n ía c o es el yo q u e d isfru ta sed u cid o p o r esas d u lces im ág en es de
m u je r « q u e la am arga T ie r r a n o c o n o c e » Í3?I. Y lo m ism o vie n e a suce­
d e r c o n la fig u ra au to su ficien te y sin a m o r p r o p ia d el esp íritu p o seíd o :
a saber, c o n el dbiste. P ero n in g u n o alcan zará su m eta: n i el y o alcanza
a la m u je r n i ta m p o c o el ch iste a la p a la b ra . L o d isg re g a d o r ya h a b rá
o c u p a d o el lu g a r asign ad o a lo q u e e n g e n d ra , c o m o lo e strid e n te a lo
secreto ; y am bos in te rc a m b ia n sus m atices m ás su g eren tes y re v e la d o ­
res: en el chiste triu n fa así el d eseo, y e n el o n an ism o la agudeza. K rau s
se h a retratad o in c lu so a sí m ism o e n la fig u r a d e u n p reso d e l d e m o ­
n io ; e n el p a n d e m ó n iu m de la ép o ca él se h a reservad o su lu g a r e n el
m ás d esolad o d esierto de h ie lo , ilu m in a d o p o r el re fle jo de llam as. A h í
es d o n d e se e n c u e n tr a , d u ra n te el u ltim o d ía d e la h u m a n id a d , el
« c r itic ó n » q u e ha d escrito al p o r m e n o r lo s días a n te rio re s. « H e car­
g a d o so b re m í c o n la trag ed ia q u e se d e sc o m p o n e e n las escenas d e la
p u trefacta h u m a n id a d , p ara q u e al fin la escu ch e aqu el esp íritu q u e se
c o m p a d ece de las víctim as, a u n h a b ie n d o r e n u n c ia d o para siem p re a la
c o n e x ió n c o n u n o íd o h u m a n o . E l in t e n to p r e te n d e q u e p e r c ib a el
to n o fu n d a m en ta l de n u estra ép o ca y el eco de m i sa n g rien to desvarío;
q u e m e sitúa a m í e n tre lo s cu lp ables d el r u id o in cesan te q u e se escu ­
cha. ¡Q u e él lo acepte, co m o re d e n ció n ! » lsSl.
« Q u e m e sitúa a m í e n tre lo s cu lp a b les» : p u e sto q u e esto recu erd a
fr a n c a m e n te a lo s m a n ifie s to s d e lo s in te le c tu a le s , q u e q u e r ía n así
h a c e r p r e se n te (a u n q u e fu e r a m e d ia n te u n a a u to ín c u lp a c ió n ) u n a
é p o ca q u e sin d u d a p a re c ía a m en a za r c o n alejarse de ello s, h a b rá qué
d e c ir algo so b re este c o n c re to sen tim ie n to de cu lp a e n el sen o d el cual
la c o n s c ie n c ia p riv a d a se e n c u e n tr a ya c o n la c o n s c ie n c ia h is tó ric a .
S ie m p re c o n d u c irá a ese ex p resio n ism o d e l q u e se a lim e n tó la-m adu­
re z d e la o b ra d e K r a u s , c o n raíces q u e ib a n r e v e n ta n d o su p r o p io
s u e lo . L as p a la b ra s fu n d a m e n ta le s al re s p e c to n o s re s u lta n d e so b ra

36 Karl Kraus, Sprüche und Widersprüche, Viena/Leipzig, 1924;» p- 6$,


37 Gottfried Keller, Tod und Dichter, verso 19, en: Gottfried Kellers sämtliche Vferke, op. c it, vol. II,
p . 14 1.
38 Karl Kraus, Die lettfen Tageder Menschheit Tragödie inßinfAkten mit Vorspiel und Epilog, Vienä,
1919. p- 59 9 -
KARL KRAUS 359

c o n o cid a s, ya q u e K r a u s las registra c o n esc a rn io : a p e lo to n a d o s, g r a ­


d u ados y escarpados se c o m p o n ía n frases, d e c o ra d o s y cu ad ro s. T a m ­
b ié n es in n e g a b le (los expresionistas hasta la p ro c la m a b a n ) la in flu e n ­
cia d e las m in ia tu ras m edievales sob re las fo rm a s d e su im a g in a c ió n . E l
q u e exam in e sus figu ras (p o r e je m p lo , las d el G én esis d e V ie n a ) t39,verá
algo e n igm á tico n o só lo e n lo s o jo s a b ierto s c o m o platos, o en lo s p lie ­
gues in s o n d a b le s d e sus ro p a s, sin o s in m ás e n to d a la e x p re s ió n .
G o m o si se sin tie ra n im pu lsad as p o r la n ecesid ad im p e rio sa de caer, al
h a cer su cam in o a tro p e lla d o se in c lin a n u n as h a cia o tras. Esta « i n c li ­
n a c ió n » d e la q u e h a b la m o s p a r e c e e l a fecto h u m a n o m ás p r o f u n d o
q u e im p re g n a el m u n d o d e estas m in ia tu ras, c o m o im p re g n a ta m b ié n
lo s m a n ifie sto s de esa c o n c re ta g e n e r a c ió n d e esc rito re s. P e ro esto es
tan só lo u n o de lo s aspectos (el aspecto có n ca vo ) d e l h e c h o , la m ira d a
hacia el ro stro de dichas figu ras. C o m p le ta m e n te d ife re n te le p arece el
fe n ó m e n o a q u ie n se fija e n sus espaldas. Estas se escalon an e n lo s sa n ­
tos de las a d o ra cio n e s, en los siervos d e la escen a de G etsem a n í, e n lo s
testigos de la en trad a en J e ru sa lé n fo r m a n d o terrazas de cu ellos h u m a ­
nos, de h u m a n o s h o m b ro s q u e, ap elo to n a d o s co m o escarpados escalo­
nes, sin d u d a n o c o n d u c e n hacia a rrib a , e n d ire c c ió n al c ielo , sin o ya
hacia abajo, e in clu so d irectam en te b a jo tie rra . Es im p o sib le h allar u n a
sola ex p re sió n p ara su páthos q u e n o ten g a eso e n cuenta-, esas espaldas
resultan escalables al igu a l q u e u n g r u p o d e peñ ascos o c o m o escalones
ta lla d o s de fo r m a gro sera...M as, sea n cu ales fu e r e n las fu erza s q u e se
hayan c o m b a tid o e n esta lu c h a d e esp íritu s so b re d ich o s h o m b ro s , la
e x p e rie n c ia q u e al acab ar la g u e rr a p u d im o s r e a liza r de la c o n d ic ió n
de las m asas abatidas p e r m ite q u e n o m b r e m o s a u n a d e e lla s . L o q u e
al fin a l le q u ed ó al ex p resio n ism o, en el q u e u n im p u lso o rig in a lm en te
h u m a n o se c o n v irtió , casi p o r c o m p le to , en u n im p u lso d e m o d a , era
la ex p erien cia ju n t o al n o m b r e m ism o de esa fu erza sin n o m b r e ante la
qu e las espaldas de lo s h o m b re s se d o b la ro n : a saber, la cu lp a . « N o el
h ech o m ism o de q u e u n a m asa o b e d ie n te sea pu esta e n p e lig ro p o r u n a
vo lu n tad que ella d escon oce, sin o q u e lo sea p o r u n a culpa que ella des­
c o n o c e : eso es lo q u e la h ace d ig n a de n u e stra c o m p a s ió n » , e s c rib ió
K ra u s ya e n 1 9 1 2 1*01. K r a u s p a r tic ip a e n ella c o m o « c r i t i c ó n » p a ra

39 E l Wiener Génesis es u n a tra d u cció n del lib ro d el G én esis al griego hecha en el siglo VI,
que se conserva e n V ie n a en fo rm a de u n m anuscrito co n m iniaturas. ÍN. d el T. ]
40 Karl Krarn, Urdergcuigder \V?ltdurchíéMG 7?s Mcgie, üp. nt,, p. 4*52-
36o ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

d en u n cia rla , y la d en u n cia , al tie m p o , p a rticip a n d o en ella. Y p ara ir a


su e n c u e n tr o m e d ia n te el s a c r ific io , K r a u s se a r r o jó u n d ía e n tr e lo s
b ra zo s de la Iglesia católica.
E n eso s in c is iv o s m in u e to s q u e K r a u s d e d ic ó al chassez-croisez d e
V e n u s y J u s titia , e l leitmotiv (a sa b e r, q u e el f i l i s t e o 1*'1 n a d a sabe d e
a m o r ) se e n c u e n tr a a h í ex p u esto c o n a g u d eza e in s is te n c ia tales q u e
s o la m e n te se p u e d e c o m p a r a r c o n la a c titu d c o r r e s p o n d ie n t e d e la
décadence, c o n la p ro c la m a c ió n de I orí pour l ’art. P u e s, en efe cto , « e l arte
p o r el a r t e » , q u e la décadence a p lica al a m o r m ism o , h a lig a d o estrech a
y firm e m e n te el c o n o cim ie n to a la técn ica y el saber artesanal, h a b ie n d o
h e c h o q u e la p o e sía tan só lo sob resalga e n c o m p a ra c ió n c o n el f o lle ­
tín , c o m o el a m o r e n c o m p a r a c ió n c o n la la s civ ia . « L a n e c e s id a d
p u e d e h a ce r de c u a lq u ie r h o m b re u n p e rio d ista , p e ro n o de c u a lq u ie r
m u je r u n a p r o s t it u ta » . K r a u s v ie n e a d e la ta r e n esta fo r m u la c ió n el
d o b le su e lo de su ataque al p e r io d is m o , u n a lu ch a im p la ca b le q u e n o
d esen cad en a sin d u d a el filá n tr o p o , el a m ig o ilu strad o de los h o m b re s
y la n a tu r a le z a c o m o ta l, s in o y a el lite r a t o , e l a rtista , el dandy, q u e
t ie n e p o r a n te p a sa d o a B a u d e la ir e . P u e s só lo éste h a o d ia d o c ó m o
K r a u s la sa tu r a c ió n d e s e n tid o c o m ú n y c o m p r o m is o a q u e h a n l l e ­
g a d o lo s in te le c tu a le s h asta a b r ig a rse e n el p e r io d is m o . P o r q u e el
p e r io d is m o es, en e fe cto , la tr a ic ió n a la lite ra tu ra , así c o m o al e s p í­
r itu y al d e m o n io . L a ch ách ara es su a u tén tica su stan cia, y cada s u p le ­
m e n to c u ltu ra l n o s p la n te a de n u e v o la c u e s tió n sie m p re irr e s o lu b le
d e la p r o p o r c ió n a d ecu ad a d e fu erza s e n tr e la estu p id e z y la m a ld a d ,
cuya ex p resió n él m ism o es. E n el fo n d o , se trata de la c o r r e s p o n d e n ­
c ia m ás p e r fe c ta de estas fo r m a s d e v id a , de la v id a b a jo el s ig n o d e l
m e ro esp íritu o b a jo el de la m era sexu alid ad , cosa q u e fu n d a m e n ta la
so lid a rid a d d e l lite r a to c o n la p u ta , cu yo m ás cla ro te s tim o n io es, de
n u evo , la vid a d e B a u d ela ire . A s í, K r a u s p u e d e e n tre c ru za r las leyes dé
su o fic io c o n las ley es d e l sex o , p o r e je m p lo e n La muralla china. E l
h o m b re , se n o s d ice, « h a lu ch a d o m il veces c o n el o tr o , q u e tal vez n ó
viva, p e ro cuya v ic to r ia s o b r e él es seg u ra . N o p o r q u e te n g a m e jo re s
cu alid ad es, sin o p o rq u e es el o tr o , el p o s te r io r , el q u e v ie n e a trae rle
a la m u je r el p la ce r d e la serie y el q u e tr iu n fa rá c o m o el ú ltim o . P erb
c o n s ig u e n a p a rta r lo , c u a l si fu e r a u n m a l s u e ñ o , y p r e t e n d e n ser

4.1 Sob re e l sign ificad o de la palabra « filis te o ^ , véase supra, p . 17 « nota 3 d el Dialogo sobre
la religiosidad del presente. [N. d el T.]
KARL KRAUS

sie m p re lo s p r i m e r o s » 14-11. S i el le n g u a je es u n a m u je r (y esto lo le e ­


m o s e n tre lín e a s ) , u n in s tin to in fa lib le aleja a q u í al a u to r de q u ie n e s
de in m e d ia to se a p resu ra n a ser lo s p r im e r o s e n ese le n g u a je ; el cu al
d iv e rsific a el p e n s a m ie n to m ie n tra s lo azuza c o n p r e s e n tim ie n to s e n
lu g a r de sa cia rlo c o n saber, y va e n re d a n d o al a u to r e n el o d io , c o m o
e n el d e s p r e c io y la m a ld a d , q u e m a n tie n e su r it m o y q u e b u sca e l
r o d e o d el e p ig o n ism o p a ra d a r f in al p la c e r d e la m u je r c o n el ú ltim o
go lp e q u e a L u lú le da J a c k t4Sl.
E l lite r a to vive b a jo el sig n o de lo q u e es el m e r o e sp íritu , al igu a l
q u e la p ro stitu ta vive b a jo el sig n o d e lo q u e es el sexo c o m o tal. Y ese
m ism o d e m o n io q u e echa a la p ro stitu ta a h a c e r la calle en vía al e sc ri­
to r a lo s tr ib u n a le s . D e a h í q u e p a r a K r a u s , c o m o p a r a lo s g r a n d e s
p e rio d is ta s ( G a r r e l, P a u l- L o u is C o u r ie r , L a ssa lle ), su f o r o sie m p re
hayan sid o d ich o s tr ib u n a le s. E vita rlo s, y c o n e llo su straerse a la f u n ­
c ió n a u té n tic a y d e m o n ia c a p r o p ia d e l m e r o e s p íritu d e ser e n sí u n
p e r t u r b a d o r , o , d ic h o d e o tr o m o d o , d a r la e sp a ld a a la p u ta : este
d o b le fra c a so d e fin e p a ra K r a u s al p e r io d is ta . R o b e r t S c h e u h a visto
así m u y b ie n q u e p a ra K r a u s la p r o s titu c ió n era u n a fo r m a n a tu ra l, y
e n a b s o lu to d e fo r m a c ió n s o c ia l, d e l sexo f e m e n i n o [4il. Y , sin
em b a rg o , es el en trecru za rse d e l c o m e rc io d e l sexo c o n el c o m e rc io de
las m ercan cías lo q u e le da e l carácter a la p r o s titu c ió n . A s í q u e, si ésta
es e n sí m ism a u n fe n ó m e n o n a tu ra l, lo es ta n to d esd e el la d o n atu ra l
d e la e c o n o m ía (c o m o fe n ó m e n o d e l c o m e r c io d e m erca n cía s) c o m o
d esd e e l la d o n a tu r a l d e l sexo. « V e r a c h tu n g d e r P r o s titu tio n ? / D i r -
n e n s c h lim m e r ais D ie b e ? / L e r n t: L ie b e n im m t n ic h t n u r L o h n , /
L o h n g ib t a u ch L ie b e ! » 1151, Esta a m b ig ü ed ad característica (n atu raleza
d o b le e n ta n to q u e d o b le n a tu ra lid a d ) c o n v ie r te a la p r o s t it u c ió n en
d e m o n ía c a . P e ro s in d u d a K r a u s « to m a p a r tid o p o r la fu e r z a n a tu ­
r a l » (t6), E l h e c h o d e q u e e l á m b ito s o c io ló g ic o n u n c a le r e su lta ra
tran sp a ren te (n i al atacar a la p re n sa n i al d e fe n d e r a la p r o s titu c ió n )
está re la c io n a d o in ten sa m e n te c o n este apego a la n atu raleza. E l h e c h o

4-2 K a rl Kraus* Die chinesischeMauer, em Dk chinesische Mauer, L eip zig , 19IO» p p . 4 4 1 s.


43 E n el dram a de Franic W edekind Die Biichse der Pandora, 19 0 2 .
44 R- Scheu, iCari Jfrauí, ap. cit., p . 29*
45 ^ ¿ D e s p r e c io d e la p r o s titu c ió n ? / ¿ S o n p e o re s las ram eras q u e lo s la d r o n e s ? /
A p re n d e d : e l a m o r n o sólo q u ita e l su eld o, / p o r q u e e l su eld o da tam b ié n amor>>.
K a rl Kraus, Reinigung. Inschriften, n ° IO, en: Worte in VirsenI, op, di., p . 4-8 -
4.6 K.< Scheu, KarlKnms, op. cit, p . 25 -
ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

de que lo d ig n o de lo s h o m b re s n o se p rese n te a K r a u s c o m o rea liza ­


c ió n de la n a tu ra le za lib e ra d a , d e la n a tu ra le z a r e v o lu c io n a r ia m e n te
tra n sfo rm a d a , sin o c o m o e le m e n to de la n atu ra le za e n cu a n to tal, de
u n a n a tu r a le z a a rcaica y a h is tó r ic a e n su ser p r im ig e n io s ie m p re
in tacto , a rro ja re fle jo s in c ie rto s e in q u ieta n tes so b re su id ea de lib e r ­
tad y d e h u m a n id a d . U n a id e a q u e n u n c a se h a e sca p a d o d e l á m b ito
q u e es p r o p io d e la c u lp a , ese m is m o q u e K r a u s h a r e c o r r id o de u n
p o lo al o tr o : d el e sp íritu hasta el sexo.
F re n te a esta rea lid a d , q u e él h a s u fr id o de fo r m a m ás sa n g rie n ta
q u e n in g u n o , ese « e s p ír itu p u r o » q u e sig u e n v e n e ra n d o lo s secuaces
e n la a ctu a c ió n de su m aestro se revela e n ta n to q u e in d ig n a q u im e ra .
Y , p o r eso m ism o , de to d o s lo s m otivos d e l d e sa r ro llo d e K r a u s n i n ­
g u n o v ie n e a ser m ás im p o r ta n t e q u e su p e r m a n e n t e lim it a c ió n y
c o n tr o l. S u lib r o d e c o n tr o l es, e n e fe cto , el titu la d o De noche1*71, p u es
la n o ch e es el c o n m u ta d o r e n el q u e el m e ro esp íritu se tra n s fo rm a en
m era sexualidad , la m era sexu alid ad en m e r o e sp íritu , y estas dos abs­
tra ccio n e s, q u e so n sin d u d a co n tra ria s a la vid a, se calm a n al r e c o n o ­
c e rse u n a a o tr a . « T r a b a jo ig u a l d e d ía q u e d e n o c h e , y así te n g o
m u c h o tie m p o lib r e . P a ra p r e g u n ta r le a u n c u a d r o e n la h a b ita c ió n
q u é es lo q u e o p in a d el tr a b a jo , p a r a p r e g u n ta r le al r e lo j si está can^
sad o, y a la n o c h e q u é tal d u r m i ó » [*81. U n a o fre n d a al d e m o n io vien e
a ser esta clase d e p r e g u n ta s q u e le p la n te a K r a u s m ie n tra s tra b a ja .
S u n o c h e n o es la n o c h e m a te r n a l, c o m o n o es ta m p o c o la n o c h e
ro m á n tica ; es la h o ra en tre el su eñ o y la vigilia, es la g u ard ia n o ctu rn a ;
el elem e n to in te r m e d io p r o p io de su tr ip le soledad : la d e l café, d o n d e
K ra u s se en cu en tra solo fre n te a su e n e m ig o ; la de su n o ctu rn a h a b ita ­
ción , d o n d e está solo fren te a su d em o n io ; y la de la sala de conferencias;
d o n d e está solo c o n su o b ra .

47 K a r l K rau s, Nachts , en: Werke, op. c it , p p . 3 0 3 “ 4 5 2 -


48 K a rl Kraus» Pro domo et mundo, op. cit, p. 175-
KAR L KRAUS 363

rir
E l m on struo

Y a cae la n ie v e
Worte in Versen III 491

La sátira es la ú n ic a fo rm a q u e es ad ecu ad a e n el caso d el a rte localista.


Esto n o es p o r c ie rto lo q u e q u e ría n d e c ir lo s q u e c a lific a r o n a K r a u s
d e m e ro « sa tíric o v ie n é s » . E llo s m ás b ie n in te n ta b a n re le g a rlo a esta
vía m u erta , p a ra in c lu ir su o b ra en el d e p ó sito d e los b ie n e s lite r a r io s
d e c o n s u m o . D e m o d o q u e el in te n to de p re s e n ta r a K r a u s co m o u n
s a tíric o n o s p u e d e d a r ta n to la in f o r m a c ió n m ás p r o f u n d a s o b r e él
c o m o la m ás tr iste d e las c a ric a tu ra s . D e a llí q u e K r a u s s ie m p re se
b aya p r e o c u p a d o e n d is tin g u ir al sa tíric o v e rd a d e ro re sp e cto de esos
o tro s escrito res q u e h a ce n del. e sc a rn io u n a p r o fe s ió n y n o p r e te n d e n
c o n sus in v ectiva s n in g u n a o tra cosa q u e h a c e r r e ír al p ú b lic o . B ie n
p o r el c o n tr a r io , el gran sa tírico n u n c a h a te n id o u n su e lo m ás fírm e
b a jo sus p ie s q u e e n m e d io d e u n g r u p o q u e se d is p o n e a s u b irs e a
u n o s ta n q u e s y a p o n e r s e las m á sca ras a n tig á s , e n m e d io d e u n a
h u m a n id a d q u e se h a q u e d a d o s in lá g rim a s, p e r o n o e n c a m b io sin
risa. L a h u m a n id a d se apresta e n él a so b reviv ir a la c iv iliz a c ió n s ie m ­
p re q u e n o haya m ás r e m e d io , y se c o m u n ic a c o n él p re c isa m e n te e n
el m is te r io d e la sá tira , q u e c o n s is te e n d e v o ra r al e n e m ig o , p u e s el
sa tírico es sin d u d a la fig u r a b ajo la cu al el a n tro p ó fa g o es a co g id o p o r
la c iv iliz a c ió n . N o sin p ie d a d r e c u e rd a el q u e es su p r o p io o r ig e n , y
p o r eso la p r o p u e s ta d e d e v o r a r seres h u m a n o s se h a c o n v e r tid o e n
u n a de sus ideas fijas, desd e el p ro y e c to d e Sw ift sob re el u so a lim e n ti­
cio de lo s n iñ o s de las clases bajas hasta la p ro p u e sta d e L é o n B lo y de
c o n c e d e r a lo s caseros el d e re c h o a e m p le a r la carn e de lo s in q u ilin o s
in s o lv e n te s . C o n estas id ea s, lo s g r a n d e s s a tíric o s h a n m e d id o la
h u m a n id a d d e sus sem ejan tes. « L a h u m a n id a d , la c u ltu ra y la l ib e r ­
ta d s o n b ie n e s ta n v a lio s o s q u e c o n sa n g re , in t e lig e n c ia y d ig n id a d
h u m a n a s se va n p a g a n d o a u n p r e c io q u e n u n c a es d em a sia d o alto*-;
ásí co n c lu y e K r a u s la c o n fr o n ta c ió n d e l a n tr o p ó fa g o c o n el c o n ju n to
de lo s d e re c h o s h u m a n o s 130®. C o m p á r e s e tal c o n fr o n ta c ió n c o n la de

49 K a rl K rau s, Inschriften. Jahres&it, verso 3 . en: Wortein VersenlII, L eip zig, 1918, p . 7 0 .
50 K a rl K ra u s, Sprüche undWídersprüche, op. cit., p . 107 -
364 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

M a rx e n La cuestión judía p a ra c o m p r e n d e r q u e esta ju g u e to n a r e a c c ió n


Hecha e n el a ñ o 1 9 0 9 (la r e a c c ió n c o n tra el clá sico id e a l d e h u m a n i­
d ad ) sin d u d a h a b ría de co n v ertirse, a la p r im e r a o ca sió n , e n la d ecla ­
r a c ió n r e a l d e l h u m a n is m o . P o r s u p u e sto q u e h a b r ía h a b id o q u e
e n te n d e r al p ie d e la le tr a y d esd e el p r im e r n ú m e r o lo s textos d e Die
Fackel p ara ve r q u e esta lite ra tu ra esteticista estaba d estin a d a a c o n v e r ­
tirse e n la p ro sa p o lític a d e 1 9 3 0 sin s a crifica r u n o s o lo d e sus m o t i­
vo s n i g a n a r ta m p o c o n in g u n o . E sto se lo d e b e a su c o m p a ñ e r a , la
p re n sa , q u e acab ó c o n la h u m a n id a d . K r a u s a lu d e a esto ju s ta m e n te
c o n las s ig u ie n te s p a la b ra s: « L o s d e r e c h o s h u m a n o s s o n e l fr á g il
ju g u e te d e lo s a d u lto s, c o n el c u al to d o s q u ie r e n ju g a r y q u e p o r eso
n o d e ja n q u e les q u i t e n » [3l]. D e este m o d o , la d e lim ita c ió n e n tre lo
p riv a d o y l o p ú b lic o , q u e e n 1 7 8 9 p ro c la m a b a la lib e rta d , se h a c o n ­
v e rtid o h o y e n u n sa rca sm o . P u es m e d ia n te e l p e r ió d ic o , c o m o d ice
K ie r k e g a a rd , « la d is tin c ió n e n tre lo p ú b lic o y lo p riv a d o es relevad a
p o r u n a v e rb o r re a q u e es p r iv a d a -p ú b lic a » .
H a c e r q u e las zon as p ú b lic a y p rivad a, d e m o n ía c a m e n te m ezcladas
e n la v e r b o r r e a , p u e d a n c o n fr o n ta r s e d ia lé c tic a m e n te y p e r m it ir el
t r iu n fo de la h u m a n id a d re a l, es el s e n tid o m ism o d e la o p e re ta q u e
K ra u s h a d escu b ierto y q u e h a lló ju s ta m e n te su ex p re sió n m ás in ten sa
e n la o b r a d e O f f e n b a c h . P o r q u e , al ig u a l q u e la v e r b o r r e a se lla la
e sc la v iz a c ió n d e l le n g u a je p o r la e s tu p id e z , la o p e r e ta se lla a su
m a n e ra la tr a n s fig u ra c ió n de la estu p id ez a m a n o s de la m ú sica. Q u e
p u e d a d e s c o n o c e r s e la b e lle z a d e la e s tu p id e z f e m e n in a es c o sa q u e
siem p re h a sid o p a ra K r a u s la m a yo r d e las ig n o ra n c ia s, p u e s a n te esa
b e lle z a d e s lu m b ra n te se e v a p o r a n las q u im e ra s d e l p r o g r e s o . Y , d e l
m ism o m o d o , e n la o p ereta de O ffe n b a c h , la tr in id a d b u rg u esa d e lo
v e r d a d e r o , lo b e llo y lo b u e n o se n o s p re se n ta e n u n a fo r m a n u eva ,
ig u a l q u e u n n ú m e r o c o n a c o m p a ñ a m ie n to m u s ic a l s o b r e el a ltivo
tra p e c io de la id io te z. E l d isp arate es sin d u d a v e rd a d e ro , la estu p id ez
es b e lla , la d e b ilid a d es b u e n a . E ste es e l s e c r e to q u e su b y a ce e n
O ffe n b a c h : c ó m o e n m e d io d e l d isp arate q u e co n stitu y e la d isc ip lin a
p ú b lic a (ya sea la d e lo s d ie z m il q u e están a rr ib a , la de u n a p is ta d e
b a ile o la d e l E sta d o m ilita r ) el s e n tid o p r o f u n d o de la in d is c ip lin a
p r iv a d a a b re u n o s o jo s s o ñ a d o r e s . Y así, lo q u e , e n ta n to q u e l e n ­
g u aje, h a b ría sid o sin d u d a r ig o r ju d ic ia l, resig n a ció n y v io le n c ia d iv i­

51 íi>id.,p. 108 .
KARL KRAUS 365

so ria , se re c o n v ie r te a h í, e n ta n to q u e m ú sica, e n astu cia y m e d io de


evasiva, e n o b je c ió n y e n a p la z a m ie n to . ¿ L a m ú sica c o m o g u a rd ia n a
d e l o r d e n m o r a l? ¿ L a m ú sica c o m o p o lic ía de u n m u n d o d e s e n fr e -
n a d o de a le grías? P u es, sin d u d a, ta l es el r e s p la n d o r q u e, e n c u a n to
se h a b la d e La vie parisienne1^ , se va d e r ra m a n d o p o r lo s v ie jo s salon es
de b a ile p a risin o s, so b re la Grande Chaumière y la Clóserie des Lilas. « A h í, la
in im ita b le d o b le z de d ich a m ú sica, q u e lo d ice to d o al m ism o tie m p o
c o n s ig n o p o s itiv o y n e g a tiv o , q u e tr a ic io n a el i d ilio e n la p a r o d ia ,
c o m o la b u r la e n la p o esía ; la o p u le n c ia d e esas fig u ra s d e b a r r o b ie n
d isp u e sta s a t o d o , q u e u n e n e n su se n o d o l o r y p la c e r : éste es el
ta le n to q u e a q u í se d e sp lie g a c o n la m a y o r p u r e z a y c a l i d a d » 1331. L a
a n a rq u ía, q u e es el ú n ic o o r d e n m o ra l d el m u n d o , p o r q u e es ta m b ié n
e l ú n ic o o r d e n h u m a n o d e l m u n d o , se c o n v ie r te d e h e c h o e n la
a u tén tica m ú sica de estas o p ereta s. Y así ta m b ié n la v o z d e K r a u s d ice ,
más q u e can ta, esta leve m ú sica in te r io r . In cisiv a m e n te va atacand o las
c u m b r e s d e la id io te z c h a r la ta n a , c u a n d o r e s u e n a , e s tr e m e c e d o r a ,
d e sd e el a b is m o m is m o d e lo a b s u r d o , o m u r m u r a , e n la c a rta d e
Frascata, c o m o el v ie n to e n la c h im e n e a , u n r é q u ie m p o r la g e n e r a ­
c ió n d e n u e stro s a b u e lo s. L a o b ra d e O ffe n b a c h p a d ec e sin d u d a u n a
crisis m o rta l. S e c o n tra e y se d esp re n d e de to d o lo s u p e rflu o , atraviesa
el esp acio p e lig ro so d e n u estra existen cia, y reap arece a salvo, m ás real
q u e a n te s. P u e s a llí d o n d e esta v e le id o s a v o z se v u e lv e u n m o m e n to
p e r c e p tib le , lo s ra y o s de lo s a n u n c io s lu m in o s o s y e l e s tr u e n d o d e l
Métro va n atravesan d o el P arís d e lo s ó m n ib u s y las fa ro la s d e gas. Mas
la o b ra le devuelve to d o esto, p u e s, p o r u n o s in stan tes, v ie n e a tr a n s ­
fo rm a rse e n u n te ló n , y c o n lo s gestos salvajes de v e n d e d o r c a lle je r o ,
q u e a co m p a ñ a n tod as sus e x p o sicio n e s, K r a u s d e sc o rre el te ló n y deja
v e r el in te r io r de su g a b in ete, c o lm a d o d e h o r r o r e s . A h í están tod o s:
S c h o b e r, Bekessy, K e r r IstI y lo s o tro s n ú m e ro s, q u e ya n o so n e n e m i­
gos, sin o m ás b ie n rarezas, h eren c ia s de a q u e l m u n d o de N e s tr o y y de
O ffe n b a c h , a n tiq u ísim o s y rarísim os p enates de los troglo d itas, san gu i­
n a rio s lares de la estu p id ez p r e h is tó r ic a . Y es q u e , c u a n d o e x p o n e ,
K rau s n o habla d e O ffe n b a c h , n i ta m p o co de N estroy: ellos son lo s q u e

52 O p e re ta de O ffe n b a c h estrenada e n 18 6 7. U n o de sus p erso n a jes es el b a r ó n de


Frascata. [n . d e l T.]
53 ív a rl K ra u s, « O ffe n b a c h -R e n a issa n e e » , en : DkFackel, a b ril de 1927 » P* 4*7 *
54 Jo h a n n es S ch o b er, p o lític o austríaco, i 874 ‘- I 9 3 2 j A lfr e d K e r r , crítico lite ra rio
alem án, i 867 - i 94 ,8 ; E m m e rich Bekessy, m agnate de la pren sa, [n. d e l T.]
366 ENSAYOS ESTÉTICO S y LITERARIOS

h a b la n d esd e é l. Y , de vez e n c u a n d o , la n za u n a m ira d a fu lm in a n te ,


u n a m e d io b r illa n te , m e d io o b tu sa , a la m asa q u e tie n e ya a n te sí; la
invita a la m ald ita b o d a c o n las m áscaras e n las q u e ella n o se re c o n o ce ,
e in c lu so se a rro ga ya p o r ú ltim a vez el p r iv ile g io siem p re m a lig n o de
la a m b ig ü ed a d .
A q u í sale a la lu z el v e rd a d e ro r o s tr o , o m e jo r , la ve rd a d era m ás­
cara d e l s a tír ic o . Y es la m ism a m á sca ra d e T i m ó n , e l m is á n tr o p o .
« S h a k e sp ea re lo su p o to d o de a n te m a n o » 1**1. S in d u d a q u e es así, y,
so b re to d o , se su p o a sí m ism o . S h akesp eare d ib u ja fig u ra s in h u m a ­
n as, y T i m ó n (q u e es la m ás in h u m a n a de to d a s) n o s d ic e d e este
m o d o : la n a tu r a le z a c re a r ía u n se r así q u e r ie n d o c re a r a q u e llo q u e
c o r r e s p o n d e a u n m u n d o q u e h a c re a d o seres c o m o v o s o tr o s , alg o
q u e, sin d u d a, estaría a su altu ra . T i m ó n es ese ser, y ta m b ié n K ra u s.
N in g u n o de ello s q u ie re e n a d elan te te n e r ja m á s n ad a q u e ve r c o n los
seres h u m a n o s . « T h i e r f e h d está a q u í: cosa q u e n o s d isp e n sa de ser
h u m a n o s » 1561; K r a u s está d e s a fia n d o a la h u m a n id a d d e este m o d o
d esd e u n p u e b lo p e r d id o de lo s A lp e s , y T i m ó n q u ie re q u e ju n t o a su
tu m b a ta n só lo llo r e el m a r. A l ig u a l q u e los versos d e T im ó n , la p o e ­
sía d e K r a u s se e n c u e n tr a tras lo s d os p u n to s d e la dramatispersona, es
d e c ir , d e l p a p e l. U n b u fó n , u n G a lib á n o u n T i m ó n , n i m ás in t e li­
g en te, n i m ás d ig n o n i m e jo r , p e ro u n o q u e es su p r o p io Shakespeare.
H a b r ía q u e v e r e n S h a k e sp e a re e l o r ig e n de to d a s las fig u r a s q u e
r o d e a n a K r a u s. Y él v ie n e a ser sie m p re su m o d e lo , ya esté h a b la n d o
c o n W e in in g e r so b re e l h o m b r e , c o n A lt e n b e r g so b re la m u je r , c o n
W ed e k in d sob re el te a tro , c o n L o o s so b re la c o m id a , c o n E lse L asker -
S c h ü le r so b re lo s ju d ío s o c o n T h e o d o r H a eck er so b re lo s cristia n o s .
L a fu e r z a d e l d e m o n io 't e r m in a e n este r e in o , y lo in t e r h u m a n o o
in fr a h u m a n o q u e h ay e n é l es s u p e ra d o p o r a lg o e n v e rd a d i n h u ­
m a n o . K r a u s m is m o lo h a in d ic a d o c o n estas p a la b ra s : « E n m í sé
r e ú n e u n a g ra n cap acid ad p a ra la p s ic o lo g ía c o n u n a a ú n m a y o r para
d e ja r de la d o lo p s ic o ló g ic o » lsíI. E s lo in h u m a n o d e l a c to r lo q u e
rec la m a K r a u s c o n estas p a lab ras; lo d ijim o s an tes: lo a n tr o p ó fa g o ;
P u es, c o n cada p a p e l, el a cto r se a sim ila u n ser h u m a n o , y, así, e n los
d iscu rso s b a r ro c o s de S hakespeare (c u a n d o el a n tr o p ó fa g o se d e se n ­
m a sca ra c o m o b u e n a p e r s o n a , al ig u a l q u e el h é r o e c o m o a c to r; y

55 T ítu lo d el a rtícu lo p u b licad o p o r K a rl K ra u s e n Die Facíel, m ayo de 19 '2.5. p . i.


56 K a rl K ra u s, Landschaft. Thierfehdam Tddi, verso I, en: Worte in Versen II, op. d t . , p . 66.
57 K a rl K ra u s, Ñachis, en: op. c it , p . 338.
KARL KRAUS 367

c u a n d o T i m ó n h ace d e r ic o , y H a m le t d e lo c o ) es c o m o si sus la b io s
e s tu v ie r a n e m p a p a d o s d e sa n g re . A s í e s c r ib ió K r a u s , s ig u ie n d o el
m o d e lo shakespearean o, esos p ap eles p a ra ch u p a r sangre. L a in s is te n ­
c ia de sus c o n v ic c io n e s es la in s is te n c ia e n u n p a p e l, c o n su e s te r e o ­
tip o y sus c o letillas. Sus viven cias n o so n o tra cosa q u e e s o : co letilla s.
P o r eso in s is te e n ellas y ex ig e q u e ex ista n , al m o d o de u n a c to r q u e
n o p e rd o n a a ese c o m p a ñ e ro q u e n o da b ie n la en trad a .
L a le c tu ra p ú b lic a d e O ffe n b a c h , c o m o la le c tu ra d e lo s c u p lés de
N estro y, n o r e c u rr e a m e d io s m u sicales. P u es a q u í la p a la b ra n u n c a
abdica en favor del in stru m e n to ; p e ro al ir alejan d o m ás y más sus lím i­
tes, acaba p o r despotenciarse de sí m ism a, disuelta e n m era voz creatural:
u n susu rro q u e gu arda la m ism a relació n c o n la palabra q u e la de la s o n ­
risa c o n el chiste es el sanctasanctórum de este arte d el hablar en p ú b lico .
Y es e n tal sonrisa, e n tal su su rro , d o n d e , d e igu al m o d o que e n el lago
d e u n c rá te r el m u n d o se re fle ja p a c ífic a m e n te e n tre p eñ a s y escorias
gigantescas, ir r u m p e esa p r o fu n d a c o m p lic id a d resp ecto a sus oyen tes
(que tam b ién le u n e a sus m od elos) a la que K r á u s n u n c a ha d ado espa­
cio en la palabra. S u servicio a ella n u n ca le p e rm ite co m p ro m iso s. Pero
en cu an to se da la vu elta la palab ra, K ra u s se m u estra dispu esto a h acer
a lgunos. E n to n ces se n os vuelve p e rc e p tib le el en can to a to rm e n ta d o r e
inagotable d e estas lecturas: ver destruirse la sep aración en tre los esp íri­
tus ajenos y los espíritus em paren tados, e irse fo rm a n d o la masa h o m o ­
gén ea de falsos am igos q u e suele d o m in a r e n estos actos. K ra u s c o m p a ­
rece an te u n m u n d o de e n e m ig o s y p r e te n d e o b lig a rlo a q u e le a m en ,
p e r o só lo le o b lig a a ser h ip ó c r ita . S u in d e fe n s ió n fr e n te a esto tie n e
m u ch o q u e ver c o n el diletantism o subversivo de, m uy especialm ente, las
lecturas de O ffe n b a c h . K r a u s im p o n e e n ellas a la m ú sica lím ite s m ás
estrechos de lo que los m anifiestos de la escuela de G eo rg e n u n ca se a tre­
viero n a soñ ar. N atu ralm en te, ello n o elim in a la rad ical c o n tra p o sició n
de los gestos lingüísticos de am bos. M ás b ie n , lo q u e se da es la co n e x ió n
m ás p recisa e n tre las razo n es q u e p e r m ite n a K r a u s a cced e r a a m b o s
p o lo s de la expresión lingüística (el d ep oten ciad o del susurro y e l arm ado
d el pathos) y aquellas que im p id e n a su santificación de la palabra el a d o p ­
tar las fo rm a s d el cu lto g e o r g u ia n o d e l le n g u a je . P ara ese su b ir y b a ja r
cósm ico que, de acuerd o c o n G eo rg e, « d ivin iza al cu erp o y corp oreiza al
tiem p o al D io s » 1581, el len gu aje es tan sólo la escala de Jacob c o n diez m il

58 S tefan G e o rg e, Templer, verso 36, en t Der siebente Ring, B e rlin , 1931, p . 5 3 -


368 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

peldañ os de palabras. Mas, p o r el con trario , el len guaje de K ra u s ya se ha


d e sp re n d id o p o r c o m p le to d e m o m e n to s h ie rá tico s. E l suyo n o es u n
m e d io n i para ver n i para d o m in a r. C o n la certeza ju d ía de q u e el le n ­
guaje es, co m o tal, el escenario m ism o d e la san tificación d el n o m b re , se
en fren ta a la teú rgia q u e le oto rga « c u e r p o a la p a la b ra » . Y a m u y tarde,
y co n reso lu ció n que m ad u ró e n años de silen cio, se en fre n tó K ra u s a su
g ra n c o m p e tid o r, cuya o b ra había su rg id o p o r c ierto al m ism o tie m p o
q u e la suya, c o n el cam b io d e sig lo . P o rq u e , e ñ efe cto , el p r im e r lib r o
p u b lica d o p o r G e o rg e y el p r im e r n ú m e ro de Die Fackel so n d e l m ism o
añ o, precisam ente el 1899- Y n o fu e hasta 19 2 9 , en la retrospectiva Treinta
años después, c u a n d o K r a u s d e c id ió c o n v o c a r a G e o r g e . A s í, a K r a u s , el
desafiante, se en fren ta G eo rg e, el ensalzado,

d e r i n d e m T e m p e l w o h n t, w o r a u s es n ie
z u t r e i b e n g a lt d i e H ä n d l e r u n d d i e W e c h s l e r ,
n ic h t P h a r is ä e r u n d d ie S c h r iftg e le h r te n ,
d ie d r u m d e n O r t u m la g e r n u n d b e s c h r e ib e n .
P r o f a m i m v u lg u s l o b t s ic h d e n E n t s a g e r ,
d e r n i e i h m s a g t e , w a s z u h a s s e n s e i.
U n d d e r das Z ie l n o c h v o r d e m W eg g e fu n d e n ,
e r k a m v o m U r s p r u n g n ic h t

« T ú p ro ced es y vienes d e l o r ig e n : el cu al es la m e t a » ; tales so n el c o n ­


su elo y la p ro m esa q u e le da D io s al « h o m b r e m o r ib u n d o » [So1. K ra u s
a lu d e a q u í a esto, c o m o V ie r t e l ta m b ié n c u a n d o lla m a al m u n d o
(s ig u ie n d o así a K r a u s ) « e l e x tra v ío , e l d e sc a m in o y el r o d e o p a ra
regresa r al p a r a ís o » 1611. « Y a s í » , p r o sig u e V ie r t e l en el m ism o pasaje
relevan te d el lib r o so b re K ra u s, « in te n to in te rp re ta r el d e sa rro llo de
tan c o n creto y sin gu lar talen to: el in telecto , c o m o d escam in o q u e c o n ­
d u c e de vu elta, n u e v a m e n te , a la in m e d ia te z . .. L a p u b lic id a d , co m o
extravío q u e c o n d u ce de vu elta hasta el len gu aje. Y la sátira, al m o d o de
u n r o d e o q u e c o n d u c e de vu elta hacia el p o e m a » . E ste « o r ig e n » (que

59 que vive en e l tem p lo d el q u e n u n ca / h u b o q u e expulsar a los cam bistas y a los


m ercadereSf / a los escribas y a los fariseos, i q u e p o r eso m ism o se establecen éñ
o tro lu gar. / E l profanum vulgus ensalza al re n u n c ia d o r, / q u e n u n ca le d ijo qué es lo
que hay que o d ia r. / Y e l que e n c o n tró la m eta antes que e l ca m in o , / ése n o venía
d el o r ig e n » . K a r l K rau s, Nach drdßigjahren, versos 3 3 4 " 34 I » e n : Die Fackel, m ayo de
19 2 9 , p . IO; véase tam b ién Worte in Versen IX, en: Werke, op. d t , v o l. J, p . 527 -
60 K a r l K rau s, Der sterbende Mensch, verso 4 0 , en: Woñe in Versenlt op. e it, p . 6o* E n rea­
lid a d , las p rim era s palabras de ese verso d icen d e este m o d o : « T ú te has q uedado
en e l o r ig e n » .
61 B e rth o ld V ie rte l, Karl Kraus. Ein Charakter und die %git, op. d t , p . 64*
KARL KRAUS 369

es sello d e a u te n tic id a d d e lo s fe n ó m e n o s ) es o b je to de u n d e s c u b r i­
m ie n to q u e se c o n e c ta , e n p a r tic u la r , c o n el m o d o d e l r e c o n o c i­
m ie n to . E n lo q u e respecta a este re c o n o c im ie n to filo s ó fic o e n la ob ra
de K r a u s , su escen a rio es la p o esía , y su le n g u a je es la rim a : « P a la b ra
q u e n u n c a m ie n te e n e l o r i g e n ^ y q u e tie n e su o r ig e n , p r e c is a ­
m en te, al fin a l d el verso, al igu al q u e la b ien aven tu ran za alcanza el fin a l
m ism o d e lo s días. Y la r im a so n d os a n g elo te s q u e e n tie r r a n , r is u e ­
ñ o s, al d e m o n io . Y es q u e la r im a c o r r e s p o n d ió al o r ig e n p o r cu a n to
v in o al m u n d o c o m o h íb r id o d e l e s p ír itu y e l sex o . S u esp ad a y su
escudo (q u e son c o n c e p to y cu lp a) se h a n caíd o , y se h a n c o n v e rtid o ya
e n e m b le m a s a lo s p ie s d e l á n g e l q u e lo m a ta. E s u n á n g e l p o é tic o ,
m a rc ia l, q u e su jeta el flo r e te e n tr e las m a n o s , c o m o e l q u e c o n o c ía
B au d ela ire , « s ’ exerçan t seu l à sa fantasq u e e s c r im e » ,

F l a i r a n t d a n s t o u s le s c o i n s le s h a s a r d s d e l a r i m e ,
T r é b u c h a n t s u r le s m o t s c o m m e s u r le s p a v é s ,
H e u r t a n t p a r f o i s d e s v e r s d e p u i s l o n g t e m p s r ê v é s [6sI.

M as ta m b ié n es u n á n g e l d esb o ca d o , « a la caza a q u í d e u n a m e tá fo ra
q u e a h o ra acaba d e d o b la r la esq u in a , en sa m b la n d o a llí u n as palabras,
p e rv irtie n d o algunas frases hechas, en a m o ra d o d e las sem ejanzas, a b u ­
sando fe lizm e n te d el q u ia sm o , b u scán d o se aventuras incesan tes, c o n el
p la cer y el to r m e n to de acabar, im p a c ie n te y vacilan te s ie m p r e » i6ii. A s í
se expresa, al fin , en su p u reza , el m o m e n to h e d o n ista d e esta o b ra e n
esa r e la c ió n p a r tic u la r m e la n c ó lic o - fa n tá s tic a c o n la v id a e n la q u e
K ra u s, desde la tr a d ic ió n vien esa d e R a im u n d y d e G ir a r d i[6sl, elab o ra
u n a c o n c e p c ió n d e la fe lic id a d ta n se n so ria l c o m o resign ad a. E sto hay
q u e te n e r lo b ie n p rese n te a efectos d e cap tar la n ecesid ad a p a rtir d e la
c u al se o p u s o K r a ú s a lo d a n z a rín q u e h a b ía e n N ie tz s c h e , p o r n o
h a b la r d e la ra b ia c o n q u e e l m o n s tr u o —o , d ic h o d e o tr o m o d o , el
a ú n - n o - h o m b r e — d eb ía d irig irse al su p erh o m b re.

62 K a r l K rau s, DerReim, verso 4?i, en: Wortein Versen II, op. cit., p . 3 2 .
63 C h a rle s B au d elaire, Lesoleü, versos 5 -8 , en : Lesjleursdu mal. E n realid ad , el p r im e ro
de los versos d ice así: <<Je vais m’exercer seul à ma fantûsque escrime■ ?>. [E n riq u e L ó p ez
C a ste lló n tradu ce estos versos co m o sigue: « salg o so lo a en tregarm e a m i in sólita
esgrim a, / h u sm eo e n los rin co n e s el azar de la rim a, / tro p iezo e n las palabras
co m o e n el e m p ed ra d o , / y a veces doy c o n versos la rgo tie m p o so ñ a d o s» . E n
C h a rle s B aud elaire, Obra poética completa. M ad rid , 2 0 0 3 , p p . I 9 4 _I9 5 - (N .-d elT .)]
64 K a r l K ra u s, Pro domo eí mundo, op. cit., p p . 1*77 s»
65 F erdinand Jakob R aim undi, actor y escritor austríaco, 179 0 -18 3 6 ; A lexan d er G irard i,
actor y cantante de opereta austríaco, 18 5 0 -19 18 . [ n . d el T,]
37o ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

A través de la rim a c o m p re n d e al fin el n iñ o q u e h a llegad o hasta la


cresta m ism a-d el le n g u a je , d o n d e escu ch a, e n su o r ig e n , el m u r m u llo
de to d a s las fu e n te s . A h í a rr ib a está e n casa p o r fin. la cre a tu ra , q u e,
tras h a b e r e n m u d e c id o e n el a n im a l y h a b e r m e n tid o e n la r a m e r a ,
v ie n e a h a b la r e n el n iñ o . « U n b u e n c e r e b r o tie n e q u e se r cap az d e
im a g in a r se cad a fie b r e de la in fa n c ia c o n to d o s sus sín to m a s p a ra
lo g ra r q u e suba la te m p e r a tu ra » [6SI: c o n frases c o m o ésta, K r a u s va más
allá d e lo q u e p a rece. E n to d o caso, él m ism o ya ha realizad o la e x ig e n ­
cia, hasta el p u n to de q u e el n iñ o n u n c a está an te él c o m o u n o b je to ,
sin o (a la lu z d e su p r o p ia in fa n cia ) co m o ese e n e m ig o d e la e d u c a ció n
al cu al ed u c a d ich a en em ista d , e n n in g ú n caso e l e d u c a d o r. « L o qu e
hay q u e e lim in a r n o es la vara, sin o al m aestro q u e la em p le a m a l» K?I.
K ra u s n o q u ie re ser así o tra cosa q u e el q u e m e jo r em p le a d ich a vara.
S u c o m p a sió n , su fila n tr o p ía , tie n e n c o m o lím ite la vara cuya víctim a
él fu e e n la m ism a clase d o n d e sus b u e n o s p o em a s se gesta ro n .
« Y o n o soy sin o u n o d e los e p íg o n o s » 1681: K r a u s lo es d e los viejos
m anuales. La bendición de ¡a mesa del niño alemán, La espada de Sigfrido, La tumba de
Busento, La visita del emperador Garlos a la escuela: éstos fu e r o n p o r c ie rto los
m o d e lo s de K r a u s , tran sfo rm ad o s e n este a lu m n o a ten to q u e ta n b ie n
se los ap ren d ía. A sí, Los corceles de Gravelotte se c o n v irtió e n el p o em a Lapaz
perpetua, e in c lu so sus p o em a s d e o d io m ás a rd ien tes se in fla m a r o n en
Fuego en el bosque d e H ó lty , q u e e ra el q u e re in a b a e n n u estro s lib r o s de
texto . Y si al lleg a r el día d el J u ic io n o sólo v in ie r a n a ab rirse las tu m ­
bas, sin o ta m b ié n lo s viejo s m an u ales, c o n la m e lo d ía titu la d a Húsares,
¿a qué tocan las trompetas? v e re m o s c ó m o se alza d esd e ellas el v e rd a d e ro
Pegaso de lo s n iñ o s , y este in c o m p a ra b le p o e ta stro , u n a m o m ia a rr u ­
gada, u n m u ñ e c o d e te la o q u izá d e m a r fil a m a r ille n to , irá p a sa n d o ,
m u e rto , colgad o b ie n reseco sob re el m o h o so estrib o de su cab allo, y el
sable de d o b le filo q u e b la n d irá e n tre sus m a n o s, b rilla n te y relu cie n te
co m o sus rim as y ta n co rta n te c o m o el p r im e r d ía, atravesará las h ojas
d e los p e rió d ic o s, y flo res d e estilo c u b r irá n el s u e lo 1691.

66 K a r l K rau s, und W'dersjlw'ücJie, ojn cit-, p . 8g-


67 íhid., p . 8 5.
68 K a rl K rau s, verso I, en: Worte in Versen II, op. c it, p . 30.
69 E l poem a de K rau s %}im eu¡igsn Frieden se encuentra en Worte in Versen IV, Leipzig, 1919» pp ■
58 s, [Los títu los m en cion ados e n este p árrafo co rresp o n d e n a poem as patrióticos o
edifican tes utilizad os para edu car a los n iñ o s alem anes d u ran te e l siglo XIX, Holty. es
Ludw ig C h risto p h H e in rich H olty, 1 74 8 -1776 (N .d e Ü T .)].
KARL KRAUS 371

N u n c a se h a sep a ra d o m ás rig u ro sa m e n te el len g u a je resp e cto d el


espíritu, n u n ca se h a ligad o más ín tim a m en te el len gu aje en cam b io c o n
e l ero s, q u e e n el se n o d e esta id e a d e K r a u s : « C u a n t o m ás de cerca
m iras u n a palab ra, ta n to m ás d e lejo s te está m ira n d o e l l a » 1701. E sto sí
q u e es p o r cierto u n a m o r p la tó n ico al len gu aje. L a cercan ía d e la que la
palabra n o p u e d e escapar sin d u d a es la rim a . Y co n ello se vuelve p e r ­
ceptible la relació n erótica p r im o r d ia l en tre cercan ía y lejan ía e n el le n ­
gu aje de K rau s: co m o rim a y n o m b re . C o m o rim a se alza ahí el len guaje
a p a rtir d el m u n d o creatural; co m o n o m b r e lo hace ir a scen d ien d o a la
to talid a d de las creaturas. E n el p o e m a Los abandonados, la c o m p e n e tra ­
c ió n e n tre len g u a je y ero s, tal co m o K r a u s la e x p e rim e n tó , se expresa
c o n u n a grand eza in sen sib le q u e n o s recu erd a a los epigram as griegos y
a lo s d ib u jo s de las á n foras. L o s a b a n d o n a d o s lo están u n o s p o r o tro s.
P e ro , y esto es su g r a n c o n s u e lo , lo están ta m b ié n u n o s c o n o tr o s . Se
d etie n e n p o r ello en el u m b ra l, ju sto en tre <<m u e r e » y « r e s u c ita » . Y ,
c o n la cabeza g ir a d a h a cia atrás, v e m o s al p la c e r q u e se d e sp id e « d e
m an era in a u d ita » , e te rn a m e n te 171’ ; en to n ces, apartada ya de él, s ile n ­
ciosa, el alm a en tra « d e m o d o in s ó lit o » en el e x tr a n je r o I,aI. A b a n d o ­
nados así u n o co n o tro están p la cer y alm a, p e ro ta m b ié n están len gu aje
y eros, la rim a y él n o m b r e . « A lo s a b a n d o n a d o s» se d ed ica el q u in to
vo lu m e n de Palabras en versosln \ p e ro solam en te les alcanza la d ed icato ria,
q u e n o es o tra cosa q u e la c o n fe sió n de u n a m o r p la tó n ico q u e n o expía
en lo a m ad o su deseo, sin o q u e lo p o see p o r m ed io d e l n o m b r e y e n él
lo m im a . E ste ob seso d e l yo n o c o n o c e o tra a u to e n a je n a c ió n q u e el
a grad ecim ien to . S u a m o r n o es p o sesió n , sin o qu e consiste e n gratitu d .
G ratitu d y, co m o tal, d ed icato ria; p u es agrad ecer sign ifica dar n o m b re
a lo s sen tim ien tos. C ó m o la am ada se aleja y resplan d ece, c ó m o su lu z y
su p e q u e ñ e z sin d u d a se esta b lecen e n el n o m b r e , v ie n e a se r la ú n ic a
e x p e rie n c ia a m o ro sa q u e se id e n tific a e n Palabras en versos. Y , p o r eso,
« L e ich t, o h n e Frau zu leb en . / Schw er, o h n e F rau geleb t zu h a b e n » [?i\
A p a r tir d e l c írc u lo d e l n o m b r e , y s ó lo a p a r tir de él, q u ed a claro
sin d uda el p ro c e d im ie n to p o lé m ic o d e K ra u s, a saber; citar. C ita r u n a

70 K a r l K ra u s, Pro domoet mundo, op. c it, p . 16 4 .


71 K a r l K rau s, Die Verlassenen, verso 3 > en: Worte in Versen V, L eip zig , 19 2 0 , p . 17*
72 Ibid., verso 13-
73 K a r l K ra u s, Wbrte m Versen V, op. cit, p . 5 -
74, « E s sen cillo vivir sin m u jer, / H a b e r vivido sin m u je r es lo d ifícil» * K a rl K rau s,
Donk, versos 3 s -> Worte in VersenIII, L eip zig , 1918 , p- 2 2 .
372 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

palab ra sig n ifica : llam a rla p o r su n o m b r e . Y , de este m o d o , la p resta ­


c ió n d e K r a u s e n su m á x im o n iv e l se agota e n h a c e r cita b le h asta el
p e rió d ic o . L o traslada a su espacio, y de rep en te la frase h ech a tien e que
darse cu en ta d e q u e e n las p ro fu n d id a d e s de los d iario s n o se en cu en tra
segura ante el em p u je de la voz, q u e ya d escien d e sobre las alas q u e abre
la palabra para a l fin sacarla de su n o ch e. ¡Q u é h erm o so el m o m en to en
q u e la voz n o se acerca p ara castigar, sin o p ara salvar, tal c o m o su ced e
sobre las alas de Shakespeare173' a ese verso e n el cu al ante A rrá s u n so l­
d a d o va escrib ien d o u n a carta en la q u e cuen ta q u e a p rim e ra h o r a de la
m a ñ a n a c o m e n zó de p r o n t o a c a n ta r u n a a lo n d r a e n el ú ltim o á rb o l
d e s tru id o p o r lo s c a ñ o n e s, p r e c isa m e n te a n te su tr in c h e r a . U n so lo
v e rso , q u e n i s iq u ie ra es su yo, le es b astan te a K r a u s p a ra b a ja r c o m o
salvad or hasta este i n fie r n o , u n a sola cursiva: « E r a u n r u is e ñ o r y n o
u n a a lo n d ra el q u e estaba can tan d o en el granado»[,G!. E n la cita castiga­
d ora y salvadora, el len gu aje se revela de rep e n te e n calidad d e p a d re de
la ju stic ia . L a cita in voca en el n o m b r e a la palab ra, la saca c o m o tal de
su c o n te x to , y, de este m o d o , la d evu elve a su o r ig e n . L a p a la b ra n o
suena m al en el en sam ble de u n n u evo texto. E n tanto q u e rim a , reú n e
e n su a u ra lo q u e era sem e ja n te; p e r o , e n ta n to q u e n o m b r e , se
en cu en tra sola y sin expresión. A n te el len gu aje, am bos rein o s (destruc­
c ió n y origen ) q u ed an acreditados e n la cita. Y , al co n tra rio , el len guaje
está c o m p le to ta n só lo d o n d e a m b o s p u e d e n c o m p e n e tra rs e , e n u ñ a
cita. Y esto p o rq u e en la cita se refleja el que es el len gu aje de los á n g e­
les, en el cual todas las palabras, sacadas d el id ílic o con texto d el sen tid o,
se h a n con vertid o e n lem as e n el lib r o d e la C re a c ió n .
A sí, desde sus p o lo s (el h u m a n ism o clásico y el h u m a n ism o r e a l), la
cita va abarcand o e n este a u to r tod a la exten sió n d e su cu ltu ra . P o r ello,
sin n o m b r a rlo , en c o n tra m o s a S c h ille r ju n t o a Shakespeare: « A d e l ist
auch in d e r sittlich en W elt. G e m e in e N atu re n / Z a h le n m it d em , was sie
tu n , ed le m it d em , was sie s i n d » 1” 1. E ste d ístic o clásico lo c a liz a e n su
e n tre c ru za m ie n to de n o b le z a fe u d a l y c o sm o p o litism o ese p u n to u tó -
p ic o d e fu ga q u e resu lta b a p r o p io d e l h u m a n is m o de W eim a r, y qu e

75 Shakespeare, RomeojJulieta t acto III, escena 5 *


76 K a r l K rau s, DieFackel, 2 de agosto de 19^6. C la ro que ahí ICraus n o habla de la batalla
de A rr á s, sin o de la d el fren te d el Y se r, durante la p rim era de las guerras m u n d iales.:
77 « T am b ié n hay n ob leza en el m un d o m oral. Las naturalezas vulgares / cuentan co n io
q u e h acen ; m as las n o b le s, cu en ta n c o n lo que s o n » , F rie d ric h S c h ille r, Votivtafeln.
Unterschied derStánde, e n 5á'mt/íc/ie Werke, val. I, Stuttgartr l 877 >p* 24-0 *
KARL KRAUS 373

S tifter fu e el ú ltim o en fija r. P ero lo decisivo para K r a u s es la más c o m ­


p leta exactitud al trasladar el o r ig e n a este p u n to de fu g a. S u p ro g ra m a
consiste en h a cer re tro c e d e r la situ a ció n b u rgu és-cap italista a u n estado
en el que, hasta en ton ces, n o se h a en co n tra d o n u n ca. P ero K rau s, ad e­
más, es sin d u d a el ú ltim o b u rgu és q u e aún p reten d e valer desde el ser, y
el ex p resio n ism o se c o n v irtió e n su d estin o p o rq u e a q u í esa a ctitu d se
d eb ió acred itar p o r vez p r im e r a ante el fe n ó m e n o d e la re v o lu c ió n . E l
h ech o m ism o de que el exp resio n ism o le in ten tara h a cer p o r fin ju sticia
n o m ed ia n te la a cció n , sin o e n el ser, le c o n d u jo a sus aglom era cion es,
co m o ta m b ié n a sus escarpaduras. D e a h í q u e el exp resio n ism o acabara
s ie n d o el ú ltim o a silo h is tó r ic o de la p e r s o n a lid a d . L a cu lp a q u e lo
d o b legó y la pu reza q u e p ro c la m ó fo r m a n p arte, e n efecto, d el fantasm a
del ser h u m a n o a p o lítico o « n a tu r a l» , que aparece al fin a l de esa re g re ­
s ió n y q u e fu e , e n su m o m e n to , d ese n m a sca ra d o p o r M a rx . « E l ser
h u m a n o , e n c u a n to m ie m b r o de la s o c ie d a d b u r g u e s a » , esc rib e
M a rx [,®!, « e l ser h u m a n o a p o lítico , aparece n ecesariam en te co m o el ser
h u m a n o n atu ra l ... L a re v o lu c ió n p o lític a disuelve la vid a b u rg u esa en
sus co m p o n en tes, sin revo lu cio n arlo s n i so m eterlo s a la crítica. Se rela ­
cio n a c o n la so c ied a d b u rg u e sa , c o n e l m u n d o d e las n ecesid ad e s, d e l
trab a jo , d el in te ré s p riv a d o , d e l d erech o p riva d o , c o m o c o n la base de
su ex iste n cia, ... c o m o c o n su base n a tu r a l ... E l ser h u m a n o rea l es
r e c o n o c id o , p o r vez p rim e ra , m ed ia n te la fig u ra d e l in d iv id u o egoísta;
y el ser h u m a n o ve rd a d ero , m ed ia n te la fig u ra d el ciu d a d a n o abstracto
... S o la m e n te u n a vez q u e el ser h u m a n o , in d iv id u a l y re a l, d e ro g a al
c iu d a d a n o abstracto y se c o n v ie rte (e n c u a n to ser h u m a n o in d iv id u a l
co n su vid a em p írica, c o n su trabajo in d ivid u a l, c o n su situ ació n in d iv i­
dual) en el ser ge n é rico ... sin separar ya d e sí la fu erza social en la figu ra
de la fu erza p o lítica , tan só lo en to n ces q u ed a con su m ad a la em a n cip a ­
ció n h u m a n a co m o t a l» . E l h u m a n ism o real q u e aqu í M a rx c o n tra p o n e
al h u m a n ism o clásico se m an ifiesta sin d u d a p ara K ra u s en el n iñ o , que
alza su r o s tr o c o n tr a lo s íd o lo s de su ser n a tu r a l id e a l, d e ser n a tu r a l
ro m án tico , co m o c o n tra los íd o lo s d el ciu d ad an o m o d e lo . E n n o m b re
de este n iñ o , revisaría K ra u s el m an u al, realizan d o el análisis estricto de
la e d u c a c ió n a lem an a y h a llá n d o la va cila n te, e n treg a d a al o le a je d e la
a rb itra ried ad p e rio d ística . D e a h í su Lírica de tos alemanes: « W er k an n , ist

J8 K a rl M arx, Judenfrage, en: K a rl M arx y F ried rich E ngels, Wirfe, vol. I, B erlín -E ste,
í 97 o , pp. 369 a.
374 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

ih r M a n n u n d n ich t ein er, d er m u ß / sie irrte n v o m W esen zu m S ch ein e .


/ I h r ly risch er Fall w ar n ic h t C la u d iu s / a b e r H ein es*^ 9'. P ero saber que
el n iñ o n o to m a fo r m a e n el esp acio n a tu ra l, s in o e n el e sp a cio de la
h u m a n id a d , e n la lu c h a p o r la lib e r a c ió n ; q u e se c o n o c e al n iñ o p o r
aqu ella actitud q u e la lu ch a le im p o n e c o n la ex p lo tació n y la n ecesidad;
q u e n o hay lib e ra c ió n id ealista d el m ito , sin o sólo lib e ra c ió n m a teria ­
lista; y q u e e n el o rig e n de la creatura n o se halla la pureza, sin o, al c o n ­
tr a r io , la p u r ific a c ió n , to d o esto h a d eja d o m u y tard e sus h u e lla s e n el
real h u m a n ism o que es p r o p io d e K ra u s. T u vo q u e ser el desesperado el
q u e , p o r su p a rte , d e sc u b rie ra e n la cita u n a fu e rz a n o d e co n serv a r,
sin o m ás b ie n de p u r ific a r , y d e d e s tru ir y sacar de c o n t e x to ; la ú n ic a
q u e in fu n d e todavía la esperanza de q u e algunas cosas sobrevivan a esté
escaso espacio te m p o ral, p recisam en te p o rq u e las h a n sacado de él.
A s í se c o n fir m a q u e las fu erza s de a c c ió n p r o p ia s de este h o m b re
so n virtu d es burguesas, y q u e sólo en la lu ch a h a n o b te n id o su aspecto
m a rcia l. P ero ya n a d ie se h a lla en c o n d ic io n e s d e re c o n o ce rla s, de ver
la n ecesid ad a p a r tir de la cu al este g ra n y fu e rte carácter b u rg u é s se ha
id o c o n v irtie n d o e n co m ed ia n te : este g u a rd iá n d el len g u a je de G o e th e
re c o n v e rtid o así e n p o lem ista , este in tach a b le cab a llero tra n sfo rm a d o
e n g u e r r e r o s a n g u in a r io . C o s a q u e d e b ió s u c e d e r p o r q u e K r a u s
e m p e zó a m e d ita r e l c a m b io d e l m u n d o e n su clase, e n su casa y e n
V ie n a . Y c u a n d o , a d m itie n d o q u e su em p re sa era irr e a liz a b le , in t e ­
r r u m p ió a m ed ia s su tra b a jo , situ ó el p r o b le m a , n u e v a m e n te , e n las
m a n o s d e la n atu raleza: y, esta vez, de la n atu ra leza d estru ctiva, n o de
la n atu raleza cread ora:

L asse s te h e n d ie Z e it! S o n n e , v o lle n d e d u !


M a ch e d as E n d e g r o ß ! K ü n d e d ie E w igkeit!
R e c k e d ic h d r o h e n d a u f, D o n n e r d r ö h n e d e in L ic h t ,
d a ß u n s e r s c h a lle n d e r T o d v e rstu m m t!

G o ld e n e G lo c k e d u , s c h m ilz in e ig e n e r G lu t h ,
w e rd e K a n o n e d u g e g e n d e n k o s m is c h e n F e in d !
S c h ie ß ih m d e n B r a n d in s G e s ic h t! W ä r e m ir J o s u a s M a ch t,
w isse, w ie d e r w a r ’ G ib e o n !

79 <,!S u h om b re es q u ien puede, n o aquel que ha de serlo. / H an errad o de la esencia a la


a parien cia. / S u ru in a lírica n o fu e C lau d iu s, / sin o H e in e » . K a r l K rau s, Inschriften:
£yrifi <ferDeutschen, versos I - 4 i en: Worte in Versen VI, V ien a /Leip zig, i g a a . p . 16.
So « ¡D e ja estar a ltim p o ! S o l, ¡acabala faena! / ¡Haz que el fin al sea grande! ¡Proclam ala
eternidad! / ¡Levántate am enazadoram ente! T ru e n o , ¡haz retum bar a tu lu z / para que
n u estra ru id o sa m u erte en m u d ezca! // C a m p an a de o r o , ¡d e rríte te en tu p r o p io
KARL KRAUS 375

E n esta n a tu ra le za d esatad a se basa el c re d o p o lít ic o d e l K r a u s d e lo s


ú ltim o s tiem p os, u n o q u e es el co n tra rio d el cred o p atriarcal de S tifter.
T o d o e n este c re d o n o s re su lta a s o m b ro s o , y lo ú n ic o e n él in c o m ­
p r e n s ib le es q u e n o lo c o n s e rv e n lo s g ra n d e s ca ra cte re s de Die Fackel,
sin o q u e esta fo r t ís im a y b u rg u e sa p ro sa d e p o stg u e rra b aya q u e b u s ­
carla e n u n n ú m e ro p e rd id o de Die Fackel (d e n o v ie m b re de 1 9 2 0 ):
« L o q u e q u ie r o d e c ir (y, p o r u n a vez, h a b la r é c la r o c o n esta
n id a d a d e sh u m a n iz a d a d e a ristó cra ta s y te r r a te n ie n te s y secu aces, ya
q u e n o s o n cap aces d e e x tr a e r d e m is " c o n t r a d ic h o s ” e l q u e es m i
p u n to d e v ista v e r d a d e r o ) es c o n c r e ta m e n te lo s ig u ie n te : el c o m u ­
n ism o , e n cu a n to rea lid a d , sin d u d a es so la m e n te el c o m p a ñ e ro d e su
id e o lo g ía u ltra ja d o ra de la vid a, p e ro tie n e u n o r ig e n id eal q u e es, p o r
c ié r t o , m ás p u r o ; es u n m e d io fu n e s to e n b u s ca d e u n a m eta id e a l y
m ás p u ra . L le ve el d ia b lo su praxis, p e ro , e n cam bio,, q u e D io s n o s lo
co n serv e c o m o am en aza con stan te so b re las cabezas d e q u ie n e s tie n e n
b ie n e s , q u e , p a ra p r e s e rv a r lo s , e n v ía n a lo s o tr o s a lo s fr e n te s d e l
h a m b re y d e l h o n o r p a tr io , m ie n tra s lo s c o n s u e la n d ic ie n d o q u e los
b ie n e s n o s o n lo m ás im p o r ta n t e e n esta v id a . D io s n o s c o n s e rv e
siem p re el c o m u n ism o p ara q u e, an te él, a q u e lla ch u sm a n o se vuelva
m ás d esvergon zad a todavía, p a ra q u e la so c ied a d de lo s ú n ic o s a u to r i­
zados a d isfru ta r, q u e cree q u e las p e rso n a s so m etid as a ella tie n e n ya
a m o r bastante cu an d o les c o n ta g ia n la sífilis, al m en o s vaya a d o rm irse
a ten aza d a p o r u n a p e sa d illa . P ara q u e p ie r d a n al m e n o s el d ese o d e
p re d ic a r m o ra l a n te sus víctim as y a u n de h a ce r chistes sob re e lla s » tSl1.
U n le n g u a je h u m a n o , n a tu ra l y n o b le , so b re to d o a la lu z d e esta
frase de L o o s: « S i el trabajo h u m a n o sólo está fo rm a d o p o r la d estru c­
c ió n , en to n c e s es re a lm e n te u n tra b a jo h u m a n o , n o b le y n a t u r a l» [SsI.
D u ran te dem asiado tiem p o se ha puesto el énfasis en lo creativo. Pero tan
creativo lo será solam en te q u ie n evite el en cargo y el c o n tro l. E l trabajo
encargado, c o n tro la d o , cuyos m o d elo s so n el trabajo p o lítico y el trabajo
té cn ico , so la m en te p r o d u c e su cied a d y d esechos, destru ye el m a terial,

ardor!, / ¡conviértete en u n cañ ón co n tra e l en em igo cósm ico!, / ¡haz arder a su ro s­


tro! S i yo tuviera la fuerza de Jo sué, / entérate, j G ab aón volvería! >>. K a rl K rau s, Gehet
andkSomevon Gibeon, versos H 7- I 2 4 >en¡ Vfortein VersenII, op. cit.f pp . J ls . C fr. Josué IO; 12.
81 K a rl K raus, « A ntw ort an Rosa L u xem b u rgvon einem U nsentim entalen^ , en: Die Fackel,
noviem bre de 1920, p. 8.
82 A d o lf L o os, Die moderne Siedlung. Ein Vortrag, 19 2 6 , en: DieSchriflen vonAdolfLoos in zfvei Ban-
deti, voi. II, p. 212-
376 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

desgasta lo cread o, critican d o sus p ro p ia s c o n d ic io n es, y vien e a ser co n


ello lo c o n tra rio d el trab ajo q u e hace el diletante, q u e disfru ta crean d o.
L a o b ra de éste es e n ca m b io in o fe n siv a y p u ra ; c o n su m e y p u r ific a lo
m agistral. P o r eso el m o n stru o se en cu en tra en tre n osotros co m o m e n ­
sajero d el m ás real h u m a n ism o . Es el q u e d e rro ta la frase h ech a. N o se
solid ariza c o n el delgado abeto, sin o c o n el cep illo de c arp in tero q u e lo
co n su m e, n i m en o s c o n el n o b le m in e ra l, sin o c o n el h o r n o de fu n d i­
c ió n q u e lo d ep u ra . E l e u r o p e o m e d io n o h a sid o capaz de u n ific a r su
vida c o n la técnica, p o rq u e se aferra al fetiche de la creatividad. Es preciso
h a b e r seguid o a L o o s e n su lu ch a c o n el d ra g ó n d el « o r n a m e n to » , hay
que haber escuchado el esperanto estelar de los personajes de Paul S ch eer-
b art1Sjl o b ie n hay que haber visto el « á n g el n u evo » de K le e , que p refiere
lib e ra r a los h um an os al irlo s q u itan d o a hacerlos felices c o n sus dádivas,
p ara así detectar u n a h u m a n id a d q u e se acredita e n la d estru cció n .
T a m b ié n es destructiva la ju stic ia q u e vie n e a p o n e r fin a las a m b i­
gü ed ad es con stru ctivas d e l d e re c h o ; d estru ctivam en te h a h e c h o K ra ü s
ju sticia a su p ro p ia obra: « D ir ig ir m e ya sólo lo p u ed e m i e r r o r » Bl). Tal
es el len gu aje de la sob ried ad , q u e e n la d u ra c ió n fu n d a m en ta su d o m i­
n io ; p o rq u e p o r fin , sin d u d a, los escritos de K ra u s ya h a n em p ezad o a
d u ra r, y K r a u s m ism o p o d r ía e n c a b eza rlo s c o n las p a lab ras c o n q u e
L ic h te n b e rg d ed icó u n o d e sus escritos más p r o fu n d o s a aquel q u e cali­
fica co m o « S u M ajestad el O lv i d o » [Ssl. Este es pues el aspecto q u e ahora
m uestra la resign ación , m u ch o más atrevida q u e la a u to a firm a ció n p r o ­
p ia de otro s tie m p o s, u n a q u e se d eshizo en su a u to rre fle x ió n d e carác­
ter d em ó n ico . N i la pureza n i los sacrificios h a n p o d id o n u n ca d o m in a r
al d e m o n io , p e ro d o n d e el o r ig e n y la d estru cció n se en c u e n tra n u n o a
o tro , h a acabado su re in o . C o m o m ezcla d e n iñ o y a n trop ófago ah ora se
en c u e n tra su v e n c e d o r an te él: p e r o n o es u n ser h u m a n o n u evo , sin o
m ás b ie n u n m o n s tr u o , u n á n g el n u evo . T a l vez u n o de a q u e llo s que,
según el T alm ud , se crean sin cesar a cada instante, en cantidades in g e n ­
tes p a ra, u n a vez q u e h a n en salzad o a D io s , d iso lve rse e n la n ad a.
¿ L a m e n tá n d o se , acusan do o a le g rá n d o se ? L o m ism o da. L a o b ra e f í­
m era de K ra u s im ita aquella voz, q u e se d isipa tan ráp id a m en te. Angelus:
esto es, el m en sajero segú n lo co n tem p la m o s e n los grabados an tigu os.

83 Sobre Paul Scheerbart, véase sufra el artículo Experienáajpobrew, p p . 2 1 6 -2 2 2 - ÍN. d el T.]^


84 K a rl K rau s, Nadixiíatvygjohriín, ú ltim o verso, en: iVóf'íe ¡n Vrnen V, op. cit.r p . 13 -
85 G e o rg C h risto p h L ichten b erg, Timorus, 1773-
PEQUEÑA HISTORIA DE LA FOTOGRAFÍA1'1

L a n ie b la q u e c u b r e lo s p r im e r o s tie m p o s d e la fo to g r a fía n o es p o r
c ie rto ta n d en sa c o m o la q u é c u b r e lo s p r im e r o s tie m p o s de la
im p re n ta . P e ro e n el caso de la fo to g r a fía tal vez resu lte a ú n m ás e v i­
d en te q u e había llegad o la h o r a de in ven tarla y q u e más de u n o se había
d ado cu en ta; varios h o m b re s, c o n in d e p e n d e n c ia u n o s de o tro s, b u s­
cab an o b te n e r la m ism a m eta: fija r las im á g en es de la cám ara o scu ra,
q u e se c o n o c ía n c o m o m ín im o d esd e L e o n a r d o . C u a n d o , tras u n o s
c in c o años d e esfu erzo s, N ié p c e y D a g u e rre lo c o n s ig u ie r o n d e m o d o
sim u ltá n e o , lo s p ro b lem a s ju r íd ic o s c o n q u e lo s in v en to res se e n c o n ­
tr a r o n e n r e la c ió n c o n las p aten tes p e r m itie r o n al E sta d o a d q u ir ir el
in v e n to y c o n v e r tir lo así e n p r o p ie d a d p ú b lic a 1“1. C o n e llo estab a n
dadas las c o n d ic io n e s p a r a u n d e s a r r o llo a c e le ra d o q u e , p o r m u c h o
tie m p o , im p id ió ech ar la vista atrás. D e a h í qu e, d u ra n te algunas d éca­
das, n o se le prestara la m e n o r a te n c ió n a las cu estio n es h istó ricas o, si
se p r e fie r e , filo s ó fic a s q u e e l ascen so y d e c a d e n c ia de la fo to g r a fía
ah ora n o s p la n tea n . Y el h e c h o d e q u e h o y estem os em p eza n d o a p la n ­
tearn o s ju sta m en te todas esas p regu n tas tie n e u n a razó n clara y precisa.
L o s estu d ios m ás recie n tes in vestigan el h e c h o s o rp re n d e n te d e q u e la
edad d e o r o de la fo to g ra fía (los tiem p o s de H ill y C a m e r o n , de H u g o
y d e N a d a r) se lo c a lic e e n su p r im e r a d é c a d a 131, la p r e c e d e n te a su
in d u stria liz a c ió n . C la r o q u e ya e n sus p r im e r o s tiem p o s h u b o m u lti­
tu d d e ch arlatan es q u e se a p o d e ra ro n de la n u eva té cn ica p o r razon es
m e r a m e n te c o m e r c ia le s , e in c lu s o esto de m o d o m a sivo ; p e r o n o se
tratab a d e la in d u s tria , sin o de la fe r ia , e n la q u e la fo to g r a fía n o ha
d e ja d o n u n c a d e estar p r e s e n te . L a in d u s tr ia n o p u d o c o n q u is ta r el
te rre n o hasta q u e lle g a ro n las fotografías para las tarjetas d e visita, cuyo
p r im e r p r o d u c to r se h izo m illo n a rio . N o sería extrañ o q u e las p r á c ti-

r P u blicado e n tres partes, en tre septiem bre y octu b re de 1931, en la revista Dieliterarische
Vvklt; redactado unas sem anas antes.
2 Josep h N ícép h ore N iépce (176 5 -18 3 3 ) in ven tó en 1822 la h eüografía, p r im e r p ro ce ­
d im ie n to fo to g rá fic o . E n 18 2 9 se asoció c o n L o u ís D a g u e rre ( l 787 ” i 85 l ) , cl u6 en
1837 in ven tó la d agu errotipia. A instancias del físico y astrón om o D o m in iq u e A rago
(1786-18 53)* el go b ie rn o francés co m p ró e n 1839 e l p roced im ien to de la d agu erro­
tipia y lo puso a disposición de 3a hum anidad.
3 D avid O ctavius H ill vivió en tre 18 0 2 y 18 7 0 í J u lia M argaret C a m e r o n , e n t r e i 8 l 5 y
1879; V íc to r H u go, en tre 180 2 y 1885? N ad ar (pseu dó n im o de G aspard F é lix T o u r -
n acíion ), entre y 1910 . [n . d e lT .]
Ilustración 1

El fotógrafoKarl Dauthendey (el padre del poeta) y su prometida


F oto de K arl Dauthendey
I lu s tr a c ió n 2

Pescadora de NewHaven
Foto de David O ctavius H ill
38o ENSAYOS ESTÉTICOS Y LITERARIOS

cas fotográficas q u e h o y d irig e n la m irad a p o r p rim era vez a esa edad de


o ro p rein d u stria l estén relacion ad as, p o r m ás q u e de m an era su b terrá ­
n e a , c o n el q u e b ra n ta m ie n to de la in d u s tria cap italista . P e ro n o p o r
e llo re su lta rá m ás fá c il e x tr a e r d e la fa s c in a c ió n d e las im á g e n e s c o n
q u e n o s e n c o n tra m o s e n algu nas h erm o sa s p u b lic a c io n e s r e c ie n te s [t*'
c o n o c im ie n to s reales sob re lo q u e es la esencia d e la fo to g ra fía antigu a
de q u e h ablam os. S o n m u y r u d im e n ta rio s lo s in ten to s d e ela b o ra r u n a
te o ría a tal e fe c to , y a u n q u e a lo la r g o d e l p a sad o sig lo h u b o m u c h o s
debates sob re la fo to g ra fía , n o se lib r a r o n d el g ro tesco esq u em a c o n el
q u e u n p e r ió d ic o ch o vin ista , el Leipziger A.nzeiger, creyó d e b e r o p o n e rse
b ie n te m p ra n o a este d ia b ó lic o in v en to fran cés; « P re te n d e r fija r fu g a ­
ces re fle jo s n o es só lo im p o s ib le , c o m o h a d e m o stra d o u n a in vestiga­
c ió n alem ana riguro sa, sin o q u e hasta el sim p le deseo de h a cerlo es u n a
b la sfe m ia . P o rq u e el ser h u m a n o fu e cre a d o a im a g e n y sem ejan za de
D io s m ism o , y la im a g e n d e D io s n o la p u e d e f ija r u n a m á q u in a
hu m aría. G o m o m u c h o , el d ivin o artista, c u a n d o está in s p ira d o p o r el
c ie lo , p u e d e atreverse a r e p r o d u c ir lo s rasgos d iv in o - h u m a n o s e n su
in sta n te de m a y o r in te n sid a d , y e llo p o r o r d e n s u p e r io r de su g e n io ,
p e ro sin ayuda d e m á q u in a a lg u n a » [sl. A q u í se m a n ifiesta claram en te,
c o n to d o el p eso de su g ro se ría , el c o n c e p to m ás b a n a l de « a r t e » , al
q u e c u a lq u ie r c o n s id e r a c ió n té cn ica es a je n a , y q u e h a c o m p r e n d id o
cla ram e n te q u e la p ro v o c a d o ra a p a ric ió n d e la n u eva té cn ica sin du d a
rep resen ta su fin a l. N o ob stan te lo cual, es c o n este co n c e p to fetich ista
y a n titécn i'co d e a rte c o n el q u e lo s te ó r ic o s de la fo to g r a fía h a n id o
tr a b a ja n d o d u ra n te casi c ie n a ñ o s , s in lle g a r (c la r o está) a n in g ú n
resu lta d o . P u es lo q u e h a n h e c h o h a sid o a cred ita r al fo tó g r a fo ante el
tr ib u n a l q u e él d estru ía . A l c o n tra rio , la a tm ó sfe ra resu lta c o m p le ta ­
m e n te d ife r e n te e n el d isc u rso c o n q u e el fís ic o A r a g o d e fe n d ió el
in v en to de D a g u e rre an te la C á m a ra d e lo s D ip u ta d o s el 3 de j u l io de
1839- P ero lo más h e rm o so d el d iscu rso es ve r có m o con ecta c o n todos
los aspectos de la actividad h u m an a. E n e fe cto , el p a n o ra m a q u e dibu ja
es lo s u fic ie n te m e n te g r a n d e p a ra q u e la p r o b le m á tic a d e fe n s a d e la
fo to g r a fía fr e n te a la p in tu r a (q u e a q u í ta m p o c o falta) resu lte ir r e le -

4* H elm u th T h . Bossert y H e in rich G u ttm a n n , Aus der Frühzeit der Photographie 1 8 4 0 -7 0 . Ein
BiJdbuch nach 2 0 0 Originalen, Frarúsfurt a-M -, 1930? H e in rich Schwarz, David OdaviusHili
DerMeisterderPhotograpkie. M it8 o Büdtofeln* Leipzig, 1931. [ n . d e B.]
5 Benjam ín, tom a esta cita d e ; M ax D authendey, Der Geist meines Vaters. Aufepichmtrtgen aus einem
begrabenenJakrhundeTÍ, M ún ich , 1913, p . 61.
PEQUEÑ A HISTORIA DE LA FOTOGRAFÍA 381

va n te p o r c o m p le to , d e s a r r o llá n d o s e e n c a m b io la in t u i c i ó n d e l
alcance real de d ich o in ven to. « C u a n d o los in ven tores d e u n nuevo in s­
tru m en to» :, n o s d ice A r a g o , « lo a p lica n a la o b serva ció n de la n a tu ­
raleza, a q u ello q u e ellos q u is ie ro n crear n ad a es e n co m p a ra c ió n c o n la
serie d e d escu b rim ien tos sucesivos cuyo o rig e n es el in s tru m e n to » . Este
h o n d o d iscu rso re c o rre to d o el á m b ito d e la n ueva técn ica, de la a stro ­
física a la filo lo g ía : j u n t o a la p e rsp ectiva d e fo to g r a fia r las estrellas se
en c u e n tra la id ea de fo to g ra fia r to d o s lo s je r o g lífic o s egip cios.
L as fo to g r a fía s d e D a g u e r r e e r a n p la n c h a s de p la ta y o d u ra d a s e
im p r e s io n a d a s e n la cá m a ra o s c u r a , a las q u e h a b ía q u e d a r vu eltas
hasta p o d e r r e c o n o c e r, c o n la ilu m in a c ió n adecuada, u n a im a g e n gris.
A d e m á s, e r a n e je m p la re s ú n ic o s ; e n 1 8 3 9 se p a g a b a n p o r té r m in o
m ed io 2 S fra n co s de o r o p o r u n a p la n ch a . P o r eso, m uchas veces, era n
conservadas e n estuches, co m o si fu e ra n joyas. P ro n ta m en te, e n m an os
d e a lg u n o s p in to r e s , se tr a n s fo r m a r o n e n h e r r a m ie n ta s té cn ica s. A s í
c o m o seten ta añ os d esp u és U tr illo p in tó sus fascin an tes vistas de casas
d e las afueras d e P arís ya n o a p a r tir d e l n atu ral, sin o u tiliza n d o tarjetas
p o sta le s171, el retratista in g lés D avid O cta viu s H ill p in ta ría su fresco d el
p r im e r sín o d o g e n e ra l de la Iglesia escocesa en el 18 4 3 a p a rtir de u n a
a m p lia se rie d e fo to g r a fía s q u e h a b ía h e c h o él m is m o . P e ro estas
m od estas h e r r a m ie n ta s , p a ra su u so in t e r n o , s o n lo q u e da a H i l l su
releva n cia h is tó ric a , m ie n tra s q u e h a c a íd o e n el o lv id o e n ta n to q u e
p in to r . P o r supuesto, algunas p ru eb as p r o fu n d iz a n e n la n u eva té cn ica
más a ú n q u e las series de aquellas cabezas retratadas: im ág en es a n ó n i­
m as, p e ro n o retratos. C abezas c o m o éstas existían, desde tie m p o atrás,
e n m u c h o s c u a d ro s. S i e r a n p r o p ie d a d d e u n a fa m ilia , a lg u ie n p r e ­
gu n tab a de vez e n c u a n d o d e q u ié n se trataba. P ero d os o tres g e n e ra ­
c io n e s d esp u és d ic h o in te r é s e n m u d e c ía : d e este m o d o , lo s c u a d ro s
q u e p e rd u r a n só lo d a n te s tim o n io d e l arte d e a q u e l q u e lo s p in tó . P o r
el c o n t r a r io , c o n la fo to g r a fía su ced e alg o n u e v o y p a r tic u la r; e n esa
p e sc a d o ra de N ew H a v e n q u e está m ir a n d o al su e lo c o n p u d o r e n tre
se d u c to r y d e s c u id a d o 181 hay alg o s in d u d a q u e va m ás allá de u n e le ­
m e n ta l d a r te s tim o n io d e l a rte f o t o g r á f ic o d e H i l l , a lg o q u e n o es
p o sib le h a ce r callar, y q u e n o s o b lig a a p re g u n ta r c ó m o se llam a b a esa

6 C fr . G eorges P o to n n iée, Histoire de la découverte de laphotographie, París, 1925*


y Mam-ice U trillo , p in to r francés, 18 8 3 -19 55* ÍN .d el T.]
8 V éase la ilu stración 2 - [ n . d el T.]
3^2 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

p e r s o n a q u e v iv ió p o r e n to n c e s , y q u e h o y sig u e s ie n d o ta n r e a l q u e
n o va a d isolverse p o r c o m p le to jam á s e n el « a r t e » . « U n d ic h frage:
w ie h a t d ie s e r h a a re z ie r / U n d d iese s b lic k e s d ie f r ü h e r e n w ese n
u m zin g e lt! / W ie d ie se r m u n d h ie r g e k ü ß t zu d e m d ie b e g ie r / S in n ­
lo s h in a n als ra u c h o h n e fla m m e sich r in g e lt!» 191. O m ire m o s la im a ­
g e n de K a r l D a u th e n d e y , el fo tó g r a fo , el p a d re d el p o eta , e n la ép o ca
de su n o v ia z g o c o n a q u e lla m u je r a la q u e u n d ía, p o c o d e sp u és de
n acer su sexto h ijo , h a lló e n el d o r m ito r io de su casa de M o scú c o n las
venas c o rta d a s1101. A q u í p o d e m o s ve rla ju n t o a su p r o m e tid o , q u e n os
p a rece casi sosten erla; m as la m ira d a d e ella n o se d irig e a él, sin o que
se clava e n u n a d e sg ra c ia d a le ja n ía . Q u i e n se c o n c e n tr a d u r a n te el
tie m p o su fic ie n te e n u n a im a g e n c o m o ésta ta m b ié n se da c u e n ta de
q u e a q u í lo s e x tre m o s se to c a n : la m ás exacta té cn ica p u e d e d a r a sus
p r o d u c to s a q u e l v a lo r m á g ic o q u e u n a im a g e n p in ta d a ya n o p u e d e
te n e r p a ra n o s o tr o s . Pese a la d estreza d e l fo tó g r a fo y a la p o se d e su
m o d e lo , el o b s e r v a d o r se s ie n te a q u í im p e lid o a ir r e b u s c a n d o en
estas im á g e n e s la m in ú s c u la c h isp a de in d iv id u a lid a d , d e ese a q u í y
ah o ra c o n q u e la re a lid a d h a abrasad o la im ag en ; a id e n tific a r el lu g a r
e n el c u a l, e n la c o n c r e c ió n d e a q u e l m in u t o p a sa d o , lo fu tu r o n o s
sig u e h a b la n d o h o y , hasta el p u n to de q u e p o d e m o s d e s c u b r ir lo
retro sp e ctiva m en te. S o n d os n atu ralezas d ife re n te s las q u e le h a b la n a
la cám ara y al o jo ; p u e s e n vez de u n espacio c o n scie n te m e n te creado
p o r u n h o m b r e h ay u n e sp a cio c re a d o in c o n s c ie n t e m e n te . A lg u ie n
q u e c o n o z c a , p o r e je m p lo , la m a n e r a d e a n d a r q u e a d o p ta la g e n te
(a u n q u e sólo sea a g ra n d es rasgos) n ad a p o d rá saber d e su p o stu ra en
la fr a c c ió n de seg u n d o d e l « a p re ta r el p a s o » . M as la fo to g ra fía le p r e ­
sen ta d ich a p o stu ra c o n sus h e rra m ie n ta s: c o n el r a le n tí y la a m p lia ­
c ió n . E sto in c o n s c ie n te ó p tic o lo c o n o c e r á p o r m e d io d e ella , y e llo
d el m ism o m o d o q u e lo in c o n s c ie n te in s tin tiv o se c o n o c e p o r m e d io
d el p sicoan álisis. Las cu alid ad es estru ctu rales, lo s te jid o s celu lares co n
q u e la té c n ic a y la m e d ic in a a c o s tu m b r a n c o n t a r . . . : to d o eso es en
p r in c ip io m ás a fín a la cám ara q u e el p a isa je e n c a n ta d o r o el retra to

9 « Y y o pregun to: ¡cóm o cercó el ad o rn o de estos cabellos / y de esta m irada a los seres
anteriores! / jC ó m o besó esta bo ca hacia la que asciende, desvariado, / e l deseo, com o
h u m o sin lla m a !» . Stefan G eorge, Stanefti/cfeir. Das sechste, versos 13-16» en: Der Teppich des
Lebens und die heder von Traum und Tod, B e rlin , 1932, p , 6 2.
10 V éase la ilu stració n I* E l fotógrafo K a rl D authendey vivió en tre 1819 y 1896; su hijo,
e lp in t o r y escritor Max D authendey, entre 1867 y 1918. [n . d e l T.]
PEQUEÑA HISTORIA DE LA FOTOGRAFÍA 383

ex p resiv o . P e ro , al m ism o tie m p o , la fo to g r a fía va sacan d o a la lu z, a


través de este m a te r ia l, lo s d iv e rso s a sp e cto s f is io g n ó m ic o s y esos
m u n d o s d e im á g en es q u e viv en d e n tr o de lo m ás p e q u e ñ o , y q u e so n
lo b a sta n te in te r p r e ta b le s , c o m o ta m b ié n lo b a s ta n te o c u lto s , p a ra
h a b e r e n c o n tr a d o su r e fu g io e n lo s su e ñ o s q u e n u tr e la v ig ilia , p e r o
q u e e n c a m b io a h o ra , u n a vez q u e se h a n v u e lto fo r m u la b le s y g r a n ­
des, h a ce n b ie n p a te n te q u e la d ife re n c ia en tre la té cn ica y la m agia n o
es sin o u n a v a riab le h istó ric a . D e este m o d o , las asom b rosas fo to s de
vegetales realizad as p o r B lo fife ld ttH*' sa ca ro n a la lu z e n el caso de los
e q u is e to s a n tiq u ís im a s fo r m a s d e c o lu m n a , c o m o e n h e le c h o s u n
b á c u lo d e o b isp o , e n el vástago d e la castaña d iez veces a u m en ta d o u n a
esp ecie d e á rb o le s to té m ic o s , o e n la c a r d e n c h a las tra c ería s g ó tica s.
P o r eso , lo s m o d e lo s rea liza d o s p o r H ill n o estaban lejo s d e la ve rd a d
c u a n d o el « f e n ó m e n o de la f o t o g r a f ía » e r a to d a v ía p a r a e llo s , sin
m ás, « u n g ra n m is t e r io » ; y es q u e , sim p le m e n te , « s e e n c o n tr a b a n
ante u n ap arato q u e e n m u y p o c o tie m p o resu lta b a capaz de p r o d u c ir
u n a c ie rta im a g e n d e l m u n d o v isib le q u e p a recía ta n viva y v e rd a d e ra
c o m o la m ism a n atu ra le za c o m o t a l » 1’“1. Se h a d ich o de la cám ara de
H ill q u e sie m p re g a ra n tiza ú n a reserva d iscreta. M as sus m o d e lo s n o
so n m e n o s reservad os; g u a rd a n c ie rto recato e n fre n ta d o s an te el a p a ­
r a to , c o n lo c u a l la fra se de o tr o f o t ó g r a f o d e la e d a d d e o r o , « N o
m ire a la c á m a r a » !l3*, p o d r ía d eriva rse c ie rta m e n te d e su c o m p o r ta ­
m ie n to . P ero esto n o eq u ivale a a q u e l « te están m ir a n d o » de lo s a n i­
m ales, las p e rso n a s o lo s b eb és q u e en g a ñ a al c o m p r a d o r y al q u e n o
se p u e d e r e p lic a r sin o c o n las p alab ras c o n q u e K a r l D a u th e n d e y n os
h abla a cerca d e la d a g u e r r o tip ia : <S:A1 p r in c ip io , tal c o m o c o n tab a , la
gen te n o se atrevía a m ir a r d u ra n te m u c h o tie m p o las im ágen es q u e él
ib a c r e a n d o . S e te m ía a la n it id e z d e las p e rs o n a s , y se c re ía q u e lo s
d im in u to s ro stro s de la im a g e n p o d ía n m ira r n o s . T a n ch o c a n te era la
in só lita n itid e z y fid e lid a d de lo s d a g u e rro tip o s in ic ia le s » 11*1.
Las p rim eras p erso n a s retratadas en tra b a n e n el cam p o visu al d e la
fo to g r a fía sin a n te ce d en tes, m e jo r d ic h o q u izá , sin esc ritu ra , o ta m -

II* K a rl Blofefeldt, UrfomenderKunst. PkctographischePflaru&nbilder, ed. e in tr. de K a rl N ie re n -


d orf, 120 ilustraciones, B e rlín , 19^8. [N .d e B .] [K arl B lossfeldt, escultor y fotógrafo,
vivió en tre 1865 y (N. del T ,)]
12 H . Schwarz, David OctaviusHiU.DerMeisterderPhotographie, Leipzig, 1931, p. 4-2.
13 Frase de H en ry H . S n ellin g, C fr , zbicf.
14 M . Dauthendey, Der Gtist meines Voten, op. d t . , p. 72 - E n cuanto a ese « te están m iran d o » ,
cfr. P a u IE ip p e r, Tieresehen dich an, B e rlín , 1928.
ilustración 3

El filósofoSchelling
F otógrafo alemán desconocido , ca . isso
Ilustración í

Retrato de Robert Bryson


Foto de David O ctavius H íll
3 86 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

b ié n , sin le y e n d a . L o s p e rió d ic o s a ú n e ra n o b je to s d e lu jo q u e n o se
so lía n c o m p ra r, sin o q u e se le ía n en lo s cafés; el p r o c e d im ie n to f o t o ­
g rá fico tod avía n o se h a b ía c o n v e r tid o e n h e r r a m ie n ta esen cia l de lo s
p e rió d ic o s , y m u y pocas p erso n a s v e ía n im p re so su n o m b r e . E l ro stro
h u m a n o te n ía a su a lred e d o r u n silen cio d o n d e reposaba la m irad a. E n
pocas palabras: todas las p o sib ilid ad e s de este n u ev o a rte d e l retrato se
b asa b a n e n q u e to d a vía n o se h a b ía p r o d u c id o el c o n ta c to e n tr e la
actu alid ad y la fo to . P o r e jem p lo , m u c h o s de lo s retratos de H ill están
h ech o s e n el c e m en terio de G rey fria rs, e n la c iu d a d d e E d im b u rg o , lo
q u e resulta m u y característico d e estos p rim e ro s tiem p o s (ta m b ié n que
lo s m o d e lo s se s in tie r a n a h í co m o e n casa). A d e m á s, a la vista d e u n a
fo to g r a fía de H i l l 1'51 este c e m e n te r io es e n v e rd a d alg o p a r e c id o a u n
intérieur, u n espacio cercad o y apartado en el q u e, apoyadas e n las tapias,
se alzan desde el césp ed un as tu m b as q u e, ahuecadas co m o chim en eas,
m u estra n en su in te r io r algunas letras, y n o len gu as de fu eg o . P ero este
lo c a l n u n c a h a b ría p o d id o causar tal e fe cto si su e le c c ió n n o h u b ie r a
estad o té cn ica m en te b ie n ju stific a d a . L a escasa sen sib ilid a d a la lu z de
las p la n c h a s de lo s p r im e r o s tie m p o s im p o n ía u n a la rg a e x p o s ic ió n
h ech a al aire lib r e . Y , a su vez, esta circu n stan cia reco m en d a b a co lo c a r
al m o d e lo e n u n lu ga r apartad o e n el q u e la paz y la c o n c e n tr a c ió n n o
se a lteraran fá cilm e n te . « L a síntesis lo g ra d a de ex p resió n q u e im p o n e
la la rg a in m o v ilid a d d e l m o d e l o » , d ic e O r l i k de la fo t o g r a fía de los
p r im e r o s tie m p o s 1161, « c o n stitu y e sin d u d a la r a z ó n p r in c ip a l (ju n to a
la sim p lic id a d , c o m o la d e lo s b u e n o s re tra to s d ib u ja d o s o p in ta d o s)
p o r la q u e estas viejas fo to g ra fía s causan al o b serva d o r u n a im p r e s ió n
m ás p e n e tr a n te y d u ra d e r a q u e las fo to g r a fía s recien tes?" - P o r lo
dem ás, el p r o p io p r o c e d im ie n to h a cía q u e lo s m o d e lo s n o v iv ie ra n a
p a rtir d e l instan te, sin o qu e, al co n tra rio , se m e tie ra n e n él; d u ra n te el
tie m p o de larg a e x p o s ic ió n al r e a liz a r las fo to g r a fía s , lo s m o d e lo s se
m e tía n e n la im a g e n , co sa q u e c o n tra sta b ie n d rá stic a m e n te c o n el
c o n c e p to m o d e r n o d e in s ta n tá n e a , q u e c o r r e s p o n d e a ese m u n d o
tra n sfo rm a d o e n el q u e, co m o observa c o n acierto K r a c a u e r , despende
d e la fra c c ió n de segun do q u e d u ra la e x p o sició n « q u e u n d ep ortista se
vu elva ta n fa m o so q u e lo s fo tó g r a fo s lu e g o lo re tra te n p o r en carg o de

15 H . S d iw a n , David OctaviusHill, op. cit. , p . 5 9 , ilustración 58.


16 E m il O rlik , KleíneAufsatig, B e rlín , 192 4, p p . 38 s. [O r lik vivió en tre I8 J O y 1 9 3 2 ; era.
tam bién p in to r y grabador, (n . d el T .)]
PEQUEÑA HISTORIA DE LA FOTOGRAFÍA 387

las revistas ilu s tr a d a s » . T o d o e n estas im ág en es d e lo s p r im e r o s tie m ­


po s se e n c o n tra b a lla m a d o a p e rd u r a r ; y n o sólo esos g ru p o s d e l to d o
in co m p a ra b les en lo s q u e la g e n te se re u n ía , cuya d esa p a rició n c o n s ti­
tu y ó u n o d e lo s m ás p r e c iso s sín to m a s de a q u e llo q u e estaba s u c e ­
d ie n d o e n e l se n o d e la so c ie d a d d u ra n te la se g u n d a m ita d d e a q u e l
siglo, sin o q u e hasta lo s p lieg u es q u e se fo r m a n en las rop as que vem os
en aquellas im ágen es p a recen d u ra r m ás. N o hay más q u e m ira r la ch a ­
qu eta d e S c h e llin g 1171, q u e sin d u d a p u e d e a co m p a ñ a rle a la in m o r ta li­
d a d p e r fe c ta m e n te ; e n e fe c to , las fo rm a s q u e d ic h a c h a q u e ta p a re c e
h a b er to m a d o en su p o rta d o r n o so n in d ig n a s de las arrugas d e su ro s ­
t r o . O , e n p o ca s p a lab ras: to d o in d ic a q u e B e r n a r d v o n B r e n ta n o
acerta b a al c o n je tu r a r « q u e u n fo tó g r a fo de 1 8 5 0 se e n c o n tra b a a la
a ltu ra d e su in s tr u m e n to » ; y esto, p o r c ie r to q u e p o r vez p r im e r a , y
p o r ú ltim a vez p o r m u c h o tie m p o .
P o r lo d em á s, p a r a c o m p r e n d e r la fo r m id a b le in flu e n c ia d e la
d a g u e r r o tip ia so b re la é p o c a d e su d e s c u b r im ie n to h a y q u e te n e r e n
c u en ta q u e p o r e n to n c e s la p in tu r a al a ire lib r e h a b ía ya em p e z a d o a
d e sc u b rir un as perspectivas co m p letam e n te nuevas a los m ás avanzados
en tre los p in to re s. C o n s c ie n te d e q u e en este p u n to la fo to g ra fía tien e
que relevar a la p in tu ra , A r a g o n o s d ice lo sig u ien te sob re lo s in ten to s
d e G io v a n n i B attista P o rta : « P o r c u a n to resp e cta al e fe c to , q u e
d e p e n d e de la im p e rfe c ta tran sp a ren cia de n u estra atm ó sfera y al q u e
se h a d ado el n o m b r e in a d ecu a d o d e "persp ectiva aérea ” , n i lo s p in t o ­
res m ás e x p e rim e n ta d o s p u e d e n e s p e ra r q u e la cám a ra o s c u r a » , es
d ecir, p in ta r c o p ia n d o las im ágen es captadas a través de d ich a cám ara,
« les p u e d a ayudar a p ro d u c irla s c o n la más exacta p r e c is ió n » [l81. E n el
instan te m ism o e n q u e D a g u e rre lo g r ó la fija c ió n de las im ágen es de la
cám ara oscu ra, lo s p in to re s fu e r o n su stitu ido s en este p u n to c o n c re to
p o r el té c n ic o . P ero la au tén tica víctim a de la fo to g ra fía n o era la p in ­
tura d e paisajes, sin o el retrato e n m in ia tu ra. Las cosas se d esa rro lla ro n
tan rá p id a m en te q u e ya h a cia el a ñ o 18 4 0 la m ayo r p a rte d e lo s in n u ­
m erables p in to re s de m in ia tu ras existentes se h a b ía n c o n v ertid o a tod a
prisa en fo tó g ra fo s, al p r in c ip io tan só lo en ta n to q u e fu e n te secu n d a ­
ria de in g re so s, p e r o , p o c o d esp u és, d e m a n e ra exclu siva. A este r e s -

17 V é a s e la i l u s t r a c i ó n 3 . Í N . d e l T .]
18 Gfr. G. Potonniée, H isto ire de ia d éco uu erte de la p h o to g r a p h ie , op . c i t [El escultor italiano
Giovanni Battista della Porta vivió entre *542 y 1597 (N-del T.)J.
388 e n s a y o s e s t é t ic o s y l it e r a r io s

p e cto , les fu e r o n d e g ra n ayuda las ex p erie n cias p r o p ia s d e su trab a jo


a n te r io r , si b ie n el a lto n iv e l de sus o b ra s fo to g rá fic a s sin d u d a n o se
d e b e a su fo r m a c ió n a rtística , sin o a su fo r m a c ió n a rte sa n a l. L u e g o ,
m u y p o c o a p o c o , d e sa p a re c ió esta g e n e r a c ió n d e tr a n s ic ió n ; casi
p a re c e co m o si u n a b e n d ic ió n b íb lic a h u b ie ra re c a íd o so b re a q u e llo s
p r im e r o s fo tó g ra fo s: los N ad a r, S te lzn e r, P ie r s o n y B ay a rd 11®
1 se a c e r ­
c a r o n a lo s n o v e n ta o lo s c ie n a ñ o s. P e ro lo s c o m e r c ia n te s a ca b a ro n
in filtr á n d o s e p o r to d a s p a rtes e n la p r o fe s ió n d e lo s fo tó g r a fo s , y el
g u sto d ecayó r á p id a m e n te c u a n d o se g e n e r a liz a r o n lo s r e to q u e s d e l
n egativo c o n q u e los p in to res m alos se v e n g a ro n d e la fo to g ra fía . Esa es
la ép o ca e n q u e lo s á lb u m es fo to g r á fic o s estaban em p e za n d o ya a lle ­
n arse. P o r e n to n c e s s o lía n e n c o n tra rs e e n lo s lu ga re s m ás fr ío s de la
casa, s o b r é las c o n s o la s o lo s v e la d o r e s d e l sa ló n : u n o s a b u lta d o s
m a m o tr e to s de c u e r o c o n h o r r e n d o s b r o c h e s de m e ta l y u n a s h o ja s
gruesas co m o u n d e d o y o rlad a s d e o r o p o r las q u e h a b ía d istrib u id a s
u n as figu ra s vestidas d e m a n e ra in d e s c r ip tib le (el tío A n t o n io y la tía
D o lo r e s , m am á c u a n d o p e q u e ñ a , p a p á e n su p r im e r a ñ o de u n iv e rs i­
d a d ); y, p a ra q u e la v e rg ü e n z a ya fu e r a c o m p le ta , ta m b ié n n o s o tr o s
m ism os: de tiro lés q u e can ta y agita e l so m b re ro hacia u n n evado d e c o ­
ra d o , o si n o ta m b ié n d e m a rin e ro q u e se apoya e n u n p ila r lu strad o .
E l e sc e n a rio típ ic o de a q u e llo s re tra to s, d o ta d o s c o n p e d esta les,
b ala u strad a s y ovalad as m esitas, re c u e rd a to d a vía a q u e lla é p o c a e n la
cu al, a causa d e la larga d u ra c ió n de la e x p o sició n , h a b ía q u e o fr e c e r a
lo s m o d e lo s u n o s p u n to s de a p o y o p a ra q u e p u d ie r a n estar q u ie to s.
M ie n tra s q u e al p r in c ip io h a b ía b astad o c o n u n « a p o y a c a b e z a » , o si
n o c o n u n a « r o d ille r a » 1201, p r o n to h u b o q u e a ñ a d ir « m á s accesorios,
co m o lo s d e lo s c u a d ro s m ás fa m o so s, p o r lo q u e d e b ía n ser "a rtísti­
co s” ; al p r in c ip io , la c o lu m n a y el t e l ó n » Iai1. C o n tr a este d isp arate se
su b leva ro n lo s m ás in teligen tes, ya e n los añ os sesenta. A s í, u n a revista
in g le sa e s c r ib ió lo s ig u ie n te p o r e n to n c e s : « E n lo s c u a d ro s, la
c o lu m n a tien e u n a a p arien cia de p o sib ilid a d , p e ro la m a n era e n qu e se
em p le a e n fo to g ra fía es absu rd a; d a d o q u e, e n g e n e ra l, se su ele situar
s o b r e u n a a lfo m b r a . Y es q u e to d o el m u n d o d e b e r ía sa b e r q u e las

19 C a ri F erd in an d S telzn er vivió en tre 1 8 0 5 y 1 8 9 4 -; L o u is P ierson , e n tre 1 8 2 2 y 1913 ;


H i p p o l y t e B a y a r d , e n t r e 1 8 0 1 y 18 8 7 * [N* d e l T .]
20 G fr. J o s e f M aria E d er, Gescfuc/ite derPhotogrophie, H alle, 3I 9 0 5 , p- 2 1 1 .
21 Friedrich Matthies-Masuren, íuircst/erisc/ie Photographie. EntwickluTig und Emfiuss inDeutschlani,
L e ip z ig , 19 0 7» p- 2 2 .
Ilustración 5
Foto de G ermaine K xull
39° ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

co lu m n a s d e m á rm o l o de p ie d r a n o se p u e d e n c o n s tr u ir so b re u n a
a lfo m b r a » 1=21. D e esa ép o ca so n ig u a lm en te lo s talleres, c o n sus c o r t i­
n ajes y p a lm e ra s, c o n sus cab a lletes y sus g o b e lin o s , o s c ila n d o e n tr e
e je c u c ió n y rep rese n ta ció n , en tre cám ara de to r tu r a y salón d el tr o n o ,
de lo s q u e, p o r e jem p lo , u n retrato de K a fk a su m in istrab a u n te rrib le
te s tim o n io : lu c ie n d o u n tr a je a ju sta d o y h u m illa n te , re c a rg a d o c o n
pasam an ería, el n iñ o , más o m en os de seis años, está e n u n a esp ecie de
ja r d ín d e in v ie r n o . P o r detrás de él se v e n un as p alm eras. P e ro , co m o
si h u b iera q u e h a cer más sofo can te todavía esta especie de tr ó p ic o a co l­
ch ad o , el m o d e lo lleva e n la m a n o izq u ie rd a u n so m b re ro e n o r m e co n
u n ala m u y ancha, c o m o el q u e se p o n e n lo s esp añ oles. S e g u ro q u e el
m o d e lo d e sa p a re c e ría e n m e d io d e to d o s esos a c c e so rio s si sus o jo s
tristísim os n o d o m in a ra n d el to d o ese paisaje.
Esa im a g e n d e K a fk a , e n su triste za in fin ita , es el m ás c o m p le to
c o m p le m e n to d e la fo to g r a fía de lo s p r im e r o s tie m p o s, e n la q u e las
p erso n a s tod avía n o m ira b a n desolad as al m u n d o , tal c o m o este n iñ o
h a ce en c a m b io . H a b ía e n to r n o a ellas c o m o u n au ra , m e d io q u e da
p le n itu d y seg u rid a d a aq u ella m ira d a q u e lo im p reg n a . S u equ ivalen te
té cn ico ta m b ié n es p a ten te: u n a absoluta c o n tin u id a d desde la lu z más
cla ra hasta a lca n za r la so m b ra m ás o sc u ra . Y , p o r lo d em ás, ta m b ié n
a q u í se c o n fir m a la ley q u e establece el a n u n cio d e las nuevas c o n q u is­
tas e n las técnicas viejas: la p in tu r a de retratos, en efecto, p r o d u jo antes
d e d esaparecer u n flo r e c im ie n to ú n ic o d e l grabad o h e c h o al aguatinta.
P o r sup uesto q u e tal p r o c e d im ie n to era u n a té cn ica de r e p ro d u c c ió n ,
co m o la q u e más ad elan te se u n ir ía a la n ueva técn ica fo to g rá fica . Y así,
e n efecto, c o m o sob re las hojas de u n grabad o h e c h o al agu atin ta, se ve
a la lu z lu ch a n d o e n las fo to s de H ill p ara salirse de la oscu rid a d : O r lik
d ice al re sp e cto q u e a q u e l la r g o p e r ío d o d e e x p o s ic ió n p r o d u c e u n a
« lu z s in te tiz a d o r a » q u e les da « s u g ra n d e z a a estas fo to g r a fía s de la
p r im e r a é p o c a s !a31. Y ya u n o d e lo s c o n te m p o r á n e o s d e l in v e n to , a
saber, D e la ro c h e , p e rc ib ió p ro n ta m e n te la im p r e s ió n g e n e ra l « n u n c a
a n tes a lca n za d a y v a lio sísim a , q u e n o v ie n e a a lte ra r la paz d e las
m asas» ***'. H asta aqu í el c o n d ic io n a m ie n to té cn ico de lo q u e es la apa­
r ic i ó n a u rá tic a . P o r lo d em ás, y m u y e s p e c ia lm e n te , a lg u n a s de esas

32 Ibid
23 F. Orlik, Kkm eAufsatzp, o¡>. c it , p. 38.
24 Palabras del pintor francés Paul Delaroche (l 7 9 7 _1^ 5 6 ). citadas en: H . Schwarz, David
OtíamusHiU, op. c it, p. 3 9 -
Ilustración 6
Foto de Germaine K rull
392 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

viejas fo to g r a fía s d e g r u p o fijan, u n a a n im a d a c o n v iv e n c ia , ta l c o m o


aparece p o r p o c o tie m p o e n la p la n ch a , antes d e desaparecer p o c o des­
p u és p o r cu lp a d e la « fo to g r a fía o r ig in a l» . D ic h a a u ra es lo q u e c i r ­
c u n sc rib e , a veces d e m a n e ra q u e resu lta m u y b e lla , la a h o r a ya a n ti­
cu ad a fo r m a oval de r e c o r ta r la im a g e n . P o r eso m a le n te n d e ría m o s
estos in c u n a b le s de la fo to g r a fía si en fa tizá ra m o s e n ello s la « p e r f e c ­
c ió n a rtís tic a » o el « g u s t o » [“51. T o d a s esas im á g e n e s s u r g ie r o n en
locales en los q u e el c lie n te te n ía ante sí u n té cn ico q u e siem p re estaba
a la ú ltim a , m ie n tra s q u e el fo t ó g r a fo te n ía an te sí a u n m ie m b r o de
u n a clase so cia l e n ascenso, d o ta d o de u n a u ra q u e se h a b ía in filtr a d o
hasta e n lo s p lieg u es de la ch aq u eta o de la lavalliére. Pues d ich a au ra n o
es m e ro p r o d u c to de u n a cám ara desde lu e g o p rim itiva . M ás b ie n , a lo
la rgo d e esos p rim e ro s tiem p o s, el o b je to y la té cn ica se c o rre sp o n d ía n
b ie n exactam ente, m ien tra s q u e e n el p e r ío d o d e d eca d e n cia sucesivo
q u e d a ro n separados. P ues, e n efe cto , u n a ó p tica avanzada m u y p r o n to
d isp u so d e in s tr u m e n to s q u e le p e r m it ie r o n s u p e ra r la o s c u r id a d y
reg istra r los fe n ó m e n o s co m o e n u n esp ejo. S in e m b a rg o , a p a r tir de
18 8 0 lo s fo tó g ra fo s p e n sa ro n q u e su tarea con sistía e n sim u lar el au ra
m ed ia n te todas las artes d el re to q u e (en especial la fle x o g ra fía )[a61, p u es
c o n la e x p u ls ió n d e la o s c u r id a d m e d ia n te o b je tiv o s m ás p o te n te s el
a u ra q u e d a b a a h o r a ex p u lsa d a p o r c o m p le to d e la im a g e n , ig u a l q u e
h a b ía sid o expulsada d e la rea lid a d c o n la cre cien te d e g e n e ra c ió n de la
b u rg u e sía im p e ria lista . S e p u so así d e m o d a (al m e n o s e n el m o d e r ­
n ism o ) u n a to n a lid a d crep u scu lar, p e ro in te rru m p id a p o r reflejo s evi­
d en tem e n te artificiales; así, pese al cre p ú scu lo , irá q u e d a n d o cada vez
m ás clara u n a p o se cuya r ig id e z delataba la im p o te n c ia d e esa g e n e r a ­
c ió n fre n te al avance d el p ro g re so té cn ico .
P ero e n to d o caso, sin em b a rg o , lo d ecisivo e n la fo to g r a fía sie m ­
p re h a de ser la re la c ió n q u e el fo tó g r a fo tie n e c o n su té cn ica . C a m ille
R e ch t lo ha d ich o c o n u n a h erm o sa im a g e n 12’1: « E l v io lin ista tie n e qu e
em p eza r p o r fo r m a r el s o n id o , tie n e q u e b u sca rlo y e n c o n tra rlo m u y
rá p id a m e n te , m ien tra s q u e el p ian ista sólo p u lsa u n a tecla y el so n id o
su en a. E l in stru m e n to se en cu en tra a d isp o sició n d e l p in to r , c o m o lo
está e n el caso d el fo tó g ra fo . E l d ib u jo y el c o lo rid o d el p in to r c o rre s-

25 Alfred Lichtwark, «D ie Incunabeln der Bildnísphotographie » , en: PhatagraphischeRund­


schau 14 (1900), pp. 25 ss.
26 Cfr. F. Matthies-Masuren, KünstkrischePhotographie, op, c it, pp. 2 9 s* y 4 4 ss*
27 Camille Recht, introducción a: E. Atget, Lichtbiíder, París/Leipzig, 1930, pp. IO s.
PEQUEÑA HISTORIA DE LA FOTOGRAFÍA 393

p o n d e n a la fo r m a c ió n de los so n id o s p o r el v io lin ista , m ien tra s q u e el


fo tó g ra fo tie n e c o n el p ian ista la ventaja c o m ú n d e lo m ecá n ico , so m e­
tid o a u n as leyes restrictivas q u e n o e je rc e n so b re el v io lin ista la m ism a
p re sió n . N in g ú n P aderew ski alcanzará la fam a n i d esp ertará la fascin a­
c ió n casi le g e n d a ria de u n P a g a n in i» . P e ro , p o r seg u ir c o n esta im a ­
g e n , hay u n B u s o n i d e la fo to g r a fía e n e l caso d e A t g e t Ia8!. L o s d os
era n , e n efe cto , virtu o so s y , al m ism o tie m p o , p recu rso res. A m b o s tie ­
n e n e n c o m ú n la en trega a la cosa, a p a re cien d o u n id a a la m a yo r p r e ­
c isió n . Y hasta e n sus rasgos hay alg o sim ila r. A tg e t era u n a cto r q u e,
asquead o p o r a q u e l m u n d illo , se q u itó la m áscara y se d ed ic ó a desm a­
q u illa r la rea lid a d . V iv ió e n París, p o b r e y d e sc o n o c id o , m alv en d ió sus
fo to g ra fía s a amateurs q u e n o e r a n m u c h o m e n o s e x c é n tric o s q u e él, y
hace m u y p o c o h a m u e r to le g á n d o n o s u n a o b ra d e m ás de cu atro m il
fo to g r a fía s . B e r e n ic e A b b o t , de N u e v a Y o r k , h a id o r e u n ie n d o esas
im ág en es, y C a m ille R e ch t acaba d e p u b lic a r u n a ex c e le n te s e le c c ió n
d e n tro d e u n h e rm o sísim o v o lu m e n 1’ 9*1. M as la o p in ió n p ú b lic a de su
ép o ca « n o sabía n ad a de este h o m b re , q u e r e c o rría c o n sus fo to grafía s
lo s talleres a ce p ta n d o ven d erla s p o r p o c o d in e r o , a m e n u d o al p r e c io
d e u n a de esas tarjetas p o sta le s de 1 9 0 0 q u e m u e stra n u n a s ciu d a d es
m u y b o n ita s , su m e rg id a s e n u n a n o c h e a zu l d o n d e a p a re ce la L u n a
reto ca d a. A tg e t a lcan zó el p o lo de la m ás extrem a m aestría; p e ro , c o n
la m od estia fe r o z de u n g ra n ex p erto q u e vivía en la so m b ra , se o lv id ó
p o r c o m p le to de p la n ta r su b a n d e ra . P o r eso, h o y hay q u ie n cree d es­
c u b rir u n p o lo al q u e A tg et ya habla lle g a d o » t®°1. E n efecto, las fo to s de
París de A tg e t so n las p recu rso ra s de la fo to g ra fía surrealista, avanzadi­
llas d e la ú n ic a c o lu m n a r e a lm e n te a m p lia q u e el su r re a lis m o lo g r ó
p o n e r e n m a rc h a , A t g e t fu e el p r im e r o e n d e s in fe c ta r la a tm ó sfe ra
a sfix ia n te p ro p a g a d a p o r la fo to g r a fía c o n v e n c io n a l d e re tra to s de la
ép oca de d eca d en cia. D e p u ró e n efecto d ich a atm ósfera, e in ic ió e n su
trab ajo la lib e ra c ió n d e l o b jeto respecto d el au ra, cosa q u e es el m é rito
in d u d a b le de la escuela fo to g rá fic a re c ie n te . A s í, cu an d o Bifur o Variété,
revistas q u e edita la van guard ia, sólo m u estra n detalles b ajo títu lo s tales
c o m o « W e s tm in ste r» , « L i l l e » , « B r e s la u » o « A m b e r e s » ( u n tr o z o

28 IgnacyJa n Paderewski, pianista, compositor y político polaco, 1860-194!; Niccolò Paga­


nini, violinista y compositor italiano, 1782-1840; Ferruccio Busoni, pianista y com­
positor italiano, 1 8 6 6 -1 9 2 4 » Eugène Atget, fotógrafo francés, 1 8 5 7 -1 9 2 7 * [N *d e l T .]
í>9* Eugène Atget, Lichtbiider, intr. d e Camille Recht, París/Leipzig, 1 9 3 0 . ÍN .d e .B .]
30 C. Recht, introducción a E. Atget, Lichtbiíder, op. cit.* p. 8.
394 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

de u n a b ala u stra d a , u n a calva co p a cuyas ram as se v e n r o d e a n d o u n a


fa ro la de gas, u n a ta p ia o u n p o s te de la lu z c o n la in s c r ip c ió n d e l
n o m b r e d el lu g a r), esto n o es o tra cosa q u e agu zam ien tos lite ra rio s de
m o tiv o s d e sc u b ie rto s p o r A tg e t. A tg e t b u s c ó lo a p a rta d o y d e sa p a re ­
cid o , p o r m ás q u e estas im ágen es se d irig e n al tie m p o c o n tra el so n id o
e x ó tic o , o sten toso y ro m á n tic o , q u e resu en a e n lo s n o m b res d e dichas
ciu d a d es; así exp u lsa el aura de la rea lid a d , c o m o el agua de u n b a rco
q u e se h u n d e .
P e ro , ¿ q u é es el a u ra ? E l en trete je rse siem p re ex tra ñ o d el espacio
y el tiem p o ; la irrep etib le a p a rició n de u n a lejan ía, y esto p o r más cerca
q u e se h a lle. D escan san d o u n a tard e de vera n o , ir sig u ie n d o la lín e a de
u n as m on tañ as e n el h o r iz o n te o la de u n a ram a q u e a rro ja su som b rá
so b re la fig u ra d el o b serva d o r, hasta q u e la h o r a o el in stan te p a r tic i­
p e n e n esa a p a r ic ió n : p o r q u e esto ya es r e s p ir a r el a u ra d e a q u e lla s
m on tañ as, de esa ram a. Pues b ie n , « a c e r c a r l a s cosas a u n o m ism o o,
m e jo r , a las m asas es u n a te n d e n c ia ta n a p a sio n a d a d e n u e stro s c o n ­
te m p o rá n eo s co m o sup er a r lo irre p e tib le en cada situ a c ió n a través de
su r e p r o d u c c ió n . D e fo r m a m ás a p r e m ia n te cad a d ía , se va i m p o ­
n ie n d o la n ecesid ad de h a cerse d u e ñ o s d el o b je to , p e ro e llo , adem ás,
desde m u y cerca, en la im ag en , e n la r e p r o d u c c ió n . Y la r e p r o d u c c ió n
d e q u e d is p o n e n n o tic ia r io s y revistas ilu stra d a s se d ife r e n c ia c la r a ­
m e n te de la im a g en . Ir re p e tib ilid a d y d u ra c ió n se e n c u e n tra n e n ésta
tan estrech am en te en trelazadas co m o lo están e n aqu élla r e p e tib ilid a d
y fu gacid ad . Q u ita r le al o b jeto su en vo ltu ra, d e m o le r el aura, es sign a­
tu r a d e u n a p e r c e p c ió n cu ya se n s ib ilid a d p a r a lo h o m o g é n e o crece
tanto e n el m u n d o q u e, a través de la r e p r o d u c c ió n , lo localiza hasta e n
lo irre p e tib le . A tg e t pasaría casi siem p re de largo « a n te las gran d es vis­
tas y los m o n u m e n to s » t3!l; p e ro n o , al c o n tra rio , ante u n a larga fila de
h o r m a s de b o ta s; n o an te lo s p a tio s d e P arís d o n d e , d e la ta rd e a la
m a ñ a n a , los carre to n es d e m a n o se fo r m a n e n fila; n o a n te la vista de
las m esas vacías d o n d e yacen los p latos sin lavar, d e lo s q u e hay a la vez
cen ten ares de m iles; n o a n te el b u rd e l q u e se sitúa e n el n ú m e ro 5 de
la c a lle ..., cuyo cin co figu ra en grand es d im en sio n es sob re cu atro p u n ­
tos d iferen tes de la que es su fach ad aÍ3,). P ero es igu a lm en te in teresan te
el q u e casi todas sus im á g e n e s se e n c u e n tre n vacías. V acía está la P o rte

31 Ibid-, p . 17. .
33 Ei Atget, Lichtbüder, op. c it ¡ ilustraciones 7 * &7 , I 5 * 64-. 63.
P EQUEÑ A HISTORIA DE LA FOTOGRAFÍA 395

d ’A r c u e il en lo s fortifs; vacías las ostentosas escaleras, co m o lo s p atios, o


las te rrazas de lo s cafés; vacía, c o m o d e b e ser, la P la c e d u T e r t r e 1331.
P ero n o están en soled ad , sin o ya sin a m b ie n te ; e n tod as estas im á g e ­
n es, la c iu d a d aparece vaciada, al ig u a l q u e u n a casa q u e a ú n n o tie n e
u n n u evo in q u ilin o . D e este m o d o , la fo to g ra fía surrealista p rep ara u n
e x tra ñ a m ie n to sa lu d a b le e n tre el e n to r n o y el ser h u m a n o , y p e rm ite
c o n e llo a la m ira d a p o lític a m e n te in s tr u id a v e r el c a m p o e n q u e las
in tim id a d es fa vo recen el escla recim ien to d el d etalle.
C o n to d o e llo , es p a te n te q u e a esta n u e v a m ira d a n a d a se le h a
p e r d id o d o n d e c o n m ás in d u lg e n c ia se su ele n o rm a lm e n te p ro c e d e r;
en el retrato r e m u n e ra d o , rep rese n ta tiv o . P o r o tra p a rte, la r e n u n c ia
al se r h u m a n o es, p a r a la fo to g r a fía , la r e n u n c ia m ás ir r e a liz a b le . Y
q u ie n n o lo sabía h a b rá id o a p r e n d ie n d o en las m ejo res d e las p e líc u ­
las rusas q u e ta m b ié n el e n to r n o y e l p a isa je s ó lo se le p r e s e n ta n al
fo tó g ra fo q u e sabe captarlos en la p resen cia in e fa b le q u e hay e n su r o s­
tro . M as la p o sib ilid a d p a ra h a ce r esto se ve c o n d ic io n a d a e n e n o rm e
m ed id a p o r el retratad o. L a g e n e ra c ió n q u e n o estaba obsesio n ad a p o r
pasar a la p o ste rid a d en fo to grafía s, sin o q u e se retira b a c o n tim id ez a
su esp a cio v ita l ( c o m o se r e tir a b a S c h o p e n h a u e r , e n la fo t o g r a fía d e
18 5 0 , a las p ro fu n d id a d e s d el s illó n ) 1341 p ara llevarse lu eg o ese espacio
vital a la fo to g ra fía , d ich a g e n e ra c ió n n o d ejó e n h e re n c ia sus virtu d es.
Y en to n c e s el c in e d e lo s ru so s o fr e c ió p o r vez p r im e r a d esd e décadas
la o c a sió n d e p o n e r an te la cám ara a p erso n as q u e n o sabían q u é h abía
q u e h a cer p ara en fren tarse a u n a fo to g ra fía . Y así, de p r o n to , el ro stro
h u m a n o a p a re ció e n la p la n c h a c o n u n s ig n ific a d o n u e v o , in m e n s o .
M as ya n o se trataba de u n retra to . E n to n c es, ¿ q u é e ra ? U n fo tó g ra fo
a lem án tie n e el m érito e m in e n te d e h a b e r re sp o n d id o a esta p reg u n ta.
A u g u st S a n d e r Í35<1 h a r e u n id o u n a serie de cabezas q u e n o va a la zaga a
la fo rm id a b le galería fisio g n ó m ic a q u e u n E isen stein o u n P udovkin*361
h a n in a u g u r a d o , y ad em ás lo h a h e c h o d esd e u n p u n to d e vista sin

33 Ibid., ilustraciones 89, 4 4 >3 4 i 65.'


34. H .T. Bossert y H . Guttmann, A vs derFrüh&itderPhotographie FranJcfurt, 1930,
ilustración 63*
3 5 * August Sander, Antlitzder /feit. SechjgAufnahmeri deutscher Menschen des2 0 . Jahrhunderts. Miteimr
EinleitungvonAlfredDdbhn, Munich, 1929, [N. de B.] [A. Sander vivió entre los años 1876
y 1964 (n , del T.)]
36 Serguéi Mijáilovich Eisenstein vivió entre 1898 y 1 9 4 8 ; sti * 9 2 5 » dirigió la película £/
acorando Potemkin. Vsevolod Ilarionóvich Pudovkin vivió entre 1893 y 1 9 5 3 : en *9^6,
dirigió la película La madre, [n . del T.]
Ilustración7
Pastelero
Foto de August S ander
PEQUEÑA HISTORIA DE LA FOTOGRAFÍA 397

d u d a c ie n tífic o . « S u o b ra se d ivid e en siete gru p o s, q u e c o rre s p o n d e n


al o r d e n so cia l existen te, y será p u b lica d a en 4 5 carpetas c o n 12, f o t o ­
g rafías cada u n a » . H asta a h o ra se h a id o p u b lic a n d o u n a se le cc ió n en
u n v o lu m e n d o n d e se in c lu y e n 6 o r e p ro d u c c io n e s q u e o fr e c e n al exa­
m e n u n m a te r ia l d e l to d o in a g o ta b le . « S a n d e r p a rte d e l c a m p e sin o ,
d e l h o m b r e q u e se h a lla lig a d o a la tie r r a , c o n d u c ie n d o d esp u és al
o b servad or p o r las d istin tas capas y p r o fe s io n e s hasta lleg a r a los m á xi­
m os rep resen tan tes de la c iv iliza c ió n y, p o r abajo, al id io ta » . E l a u to r
n o h a a b o rd a d o esta e n o r m e tarea c o m o u n e ru d ito , n o le h a n aseso­
rad o te ó ric o s de las razas n i c ie n tífic o s sociales, sin o q u e (c o m o d ice el
e d ito r) se basa so la m e n te « e n la o b se rv a c ió n i n m e d ia t a » Í37i. P e ro se
trata de u n a o b s e r v a c ió n sin p r e ju ic io s , ta n a u d az c o m o , al tie m p o ,
delicada, e n el sen tid o d e G o e th e: « H a y u n em p irism o d elicad o q u e se
vu elve id é n tic o al o b je to , c o n v ir tié n d o s e así e n a u té n tic a t e o r í a » 1381.
P o r lo ta n to , es c o rr e c to q u e u n o b se rv a d o r c o m o D ó b lin d é c o n lo s
m o m e n to s c ie n t ífic o s q u e d is tin g u e n esta o b r a y así v e n g a a a n o ta r:
« A s í c o m o hay u n a a n a to m ía com p a ra d a , a p a rtir de la cu al se elab o ra
u n a c o n c e p c ió n de la n atu ra leza ju n t o c o n la h is to ria de lo s ó rg a n o s,
S a n d e r lle v ó a cab o u n m o d o de fo to g r a fía c o m p a ra d a , c o n lo cu al
a d q u irió u n p u n to de vista c ie n tífic o p o r en c im a d e lo s fo tó g r a fo s de
d e t a lle s » i39). S e r ía u n a lá stim a q u e la p u b lic a c ió n c o m p le ta d e esta
o b ra e x tr a o rd in a r ia n o fu e r a p o s ib le p o r ra zo n e s e c o n ó m ic a s, p e r o ,
ju n t o a este a lie n to g e n e ra l, ta m b ié n se le p u e d e d ar a la e d ito r ia l u n
a lie n to algo más p reciso . E n efe cto , d e la n o c h e a la m a ñ a n a , u n a o b ra
c o m o la de S a n d e r p u e d e a d q u ir ir a c tu a lid a d in e sp e ra d a . D e sp la z a ­
m ien to s d e p o d e r co m o lo s q u e se h a n vu elto im p rescin d ib les e n n u es­
tro país su e le n te n e r c o m o c o n s e c u e n c ia q u e el a h o n d a m ie n to e n las
p e r c e p c io n e s fis io g n ó m ic a s se c o n v ie r ta n e n v ita l n e c e s id a d . U n o
p u e d e v e n ir de la d erech a o d e la iz q u ie rd a , p e r o sin d u d a te n d rá que
a co stu m b ra rse a q u e se le n o te d e d ó n d e p r o c e d e . Y ta m b ié n te n d r á
q u e p e r c ib ir lo e n sus c o n c iu d a d a n o s . L a o b ra d e S a n d e r es alg o m ás
q u e u n lib r o de fotografías: es u n atlas de ejerc ic io s, a este efe cto .
« E n n u estra ép o ca n o hay n in g u n a o b ra de arte q u e sea observada
c o n ta n ta a te n c ió n c o m o la fo t o g r a fía d e r e tr a to d e l y o , y d e los

37 Esta cita y las dos anteriores n o se h an tom ado d el lib ro de Sander, sino (al parecer) de
ú n fo lle to de la editorial.
38 G oeth e, Móximasj reflexiones, n ° 3 ^ 5 .
39 A lfre d D ó b lin , in tro d u c c ió n a: A . San der, AntlihíderZfit, M ún ich , I 9 2 9 r p- VI.
398 ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

p a rie n tes y am igos m ás p ró x im o s, co m o ta m b ié n de la m u je r a m a d a » ,


escrib ió ya L ich tw ark e n el a ñ o i g o y 1*“1, c o n lo q u e traslad ó la in v e stí-
g a c ió n d esd e el á m b ito p r o p io de las d is tin c io n e s estéticas al c o r r e s ­
p o n d ie n te a las fu n c io n e s sociales. Y es qu e, e n e fe cto , la in vestig ación
só lo p u e d e avan zar h o y d esd e a h í. E s c a r a c te rís tic o q u e e l d eb ate se
haya e n c a rn iza d o cu an d o se trata d e la estética d e la « fo to g r a fía com o
a r t e » 1*11, m ie n tra s q u e apen as se re p a ra e n el h e c h o so c ia l (s in d u d a
m u c h o m e n o s p r o b le m á tic o ) d e l « a r te e n ta n to q u e f o t o g r a fía » . Y ,
sin em b a rg o , la in flu e n c ia de la r e p r o d u c c ió n fo to g rá fic a de las ob ras
de arte sob re la fu n c ió n d el arte m ism o es m u c h o más im p o rta n te que
la c o n fig u r a c ió n m ás ó m e n o s a rtística de u n a fo to g r a fía , p a ra la q u e
c u a lq u ie r a co n te cim ie n to se co n v ierte en « b o tín p ara la c á m a r a » . E n
e fe cto , el amateur q u e vu elve a casa a ca rrea n d o u n sin n ú m e r o d e f o t o ­
g ra fías artística s n o p a re c e m e jo r q u e el c a za d o r q u e reg resa d e u n a
cacería c o n u n a m asa de p iezas q u e ta n só lo so n a p ro ve ch a b le s p o r el
c o m e r c ia n te . Y e n v e rd a d q u e p a re c e estar m u y c e rca el d ía e n q u e
h a b r á m ás revistas ilu strad a s q u e c a r n ic e r ía s . P e ro b a sta n te h e m o s
hab la d o de « in sta n tá n e a s» . L a situ a ció n cam b ia p o r c o m p leto cu an d o
p asam os d e la fo t o g r a fía c o m o a rte al a rte m is m o c o m o fo to g r a fía .
C u alq u iera habrá p o d id o realizar la exp erien cia de q u e u n cu adro o un a
escultura (p o r n o h a b la r de la arq u itectu ra) siem p re es m u ch o más fácil
d e captar en u n a fo to grafía que n o e n la realid ad . R esulta fácil caer en la
te n ta ció n de a trib u ir este h ech o a la decadencia d el sen tid o artístico, o a
u n d e fe c to d e lo s c o n te m p o r á n e o s . P e ro a esto se o p o n e el c o n o c i­
m ie n to de que, a p ro x im a d a m en te al m ism o tie m p o , la e la b o ra ció n de
técn icas rep ro d u ctiva s ca m b ió la in te r p re ta c ió n c o rr e s p o n d ie n te a las
grandes obras. Y a n o n o s es p o sib le con sid erarlas e n tanto q u e produc-r
tos de ind ivid u o s; se h a n c o n v ertid o en obras colectivas, tan im p o n e n ­
tes q u e p ara asim ilarlas n o s es p reciso em p eq u eñ e ce rla s. C la r o q u e, al
fin y al cabo, lo s m éto d o s m ecá n ico s d e r e p r o d u c c ió n so n u n a técn ica
d e e m p e q u e ñ e cim ie n to p ara p r o p o r c io n a r al ser h u m a n o ese grad o de
d o m in io d e las obras sin el cual ellas m ism as n o servirían de nada.
S i algo caracteriza actu alm en te las re la c io n e s e n tre arte y fo to g r a ­
fía , es lo p e c u lia r d e la te n s ió n q u e la fo t o g r a fía de o b ra s d e a rte ha
causado en tre am bas. M u ch os de los fo tó grafo s q u e d ete rm in a n actual-

40 A lfr e d Lichtw ark, « E n tw ic ld u n g u n d E in flu ss d er k ü n stle r isd ie n P h o to g ra p h ie in


D eu tsch lan d » , en: F. M attliies-M asuren, Künstlerische Photogrúphie, op. cit., p . 16.
4.1 Ibid., pp . 12 s.
Ilustra ción 8

Diputado(demócrata)
Foto de August Sander
4oo ENSAYOS ESTÉTICO S Y LITERARIOS

m en te el ro stro d e esta técn ica c o m e n z a ro n sin d u d a p o r la p in tu ra , a


la q u e d ie r o n la esp ald a tras in te n ta r d a r a sus m e d io s exp resivos u n a
rela c ió n viva y u n ív o ca c o n la vid a actual. M as cu an to más d esp ertaba su
se n sib ilid a d a la sig n a tu ra d e la é p o c a , ta n to m ás p r o b le m á tic o se les
volvía su p u n to d e p a rtid a . P u es, igu al q u e h ace o ch en ta añ os, la f o t o ­
g r a fía h a releva d o a la p in tu r a . « L a s p o s ib ilid a d e s creativas d e lo
n u e v o » , d ice M o h o ly - N a g y 1+21, « s u e le n ser d escu b ierta s le n ta m e n te
p o r m ed io de esas fo rm as e in stru m e n to s a n tig u o s q u e h a n sid o despa­
chad os p o r lo n uevo, p e ro q u e ju sta m e n te , c o n la p r e sió n d e lo n u evo ,
se d e ja n a rrastra r a u n flo r e c im ie n to casi e u fó r ic o . D e este m o d o , la
p in tu r a fu tu r is ta (q u e e ra estática) in t r o d u jo la p r o b le m á tic a de la
sim u lta n e id a d d el m o v im ie n to y la c o n fig u r a c ió n d e l m o m e n to te m ­
p o ra l, lo q u e, m ás ad elan te, acabó c o n ella; to d o esto su c e d ió e n u n a
ép o ca en la q u e el c in e ya se c o n o c ía , p e ro a ú n n o se c o m p r e n d ía ...
Ig u a lm e n te , se p u e d e c o n s id e ra r ta m b ié n (c o n p r e c a u c ió n ) a algu n o s
de lo s p in to re s q u e h o y trab ajan c o n m e d io s figu rativos (neoclasicistas
y veristas) e n su c a lid a d d e p r e c u r s o re s de u n a n u ev a c o n fig u r a c ió n
expositiva ó p tica q u e m u y p r o n to ya sólo em p leará u n o s m e d io s m ecá ­
n ic o s » . Y d ice T r is ta n T z a ra e n el 19 2 2 : « C u a n d o to d o lo q u e se lla ­
m ab a arte q u e d ó p a r a liz a d o , el fo tó g r a fo e n c e n d ió su lá m p a ra d e m il
b u jías, y el p a p e l fo to sen sib le a b so rb ió p o c o a p o c o la n e g ru ra de c ie r ­
tos o b je to s c o tid ia n o s . E l fo tó g r a fo h a b ía d e s c u b ie rto el a lc a n c e q u e
te n ía u n chispazo d elica d o , u n d isp a ro e n verd a d in m a c u la d o , q u e era
m ás im p o rta n te q u e tod as las c o n stela cio n es q u e d eleita n h o y p o r h oy
n u estra v is t a » íls!. L os fo tó g ra fo s q u e p a sa ro n d e las artes plásticas a la
fo to g ra fía n o p o r o p o rtu n ism o , casualidad, o c o m o d id a d , c o n fo rm a n
h o y la va n g u a rd ia de la fo to g ra fía , p o r q u e su d e sa rro llo lo s d e fie n d e ,
h asta c ie r to p u n to , d e l m a y o r p e lig r o q u e a m en a za a la fo to g r a fía
actual, el g ir o e n d ire c c ió n a las A r te s y O fic io s . « L a fo to g r a fía co m o
a r te » , n o s d ice Sasha S to n e , .«es u n te rre n o bastan te p e lig r o s o » .
L a fo to g r a fía q u e d e sc ie n d e d e la c o n e x ió n e n q u e la em p la za n
S a n d e r , B lo ftfeld t. o K r u l l 1*1'1, la fo t o g r a fía e m a n c ip a d a d e l in te ré s

42 Lasado M o koly-N agy, Molerei Fotografié Film. Mit einerÁnmerkung des Hg. und einem Nochwort von
Otto Stel&rf M agu n cia/B erlín , I 967 >PP* 25 s- B en jam ín cita p o r la p rim era e d ición de
1937* [M oholy-'N agy vivió entre I &95 J r 94;6 ; p in to r y fo tó g rafo, y estuvo v in cu
lado a la Bauhaus (n . d el T .) 3-
43 Tristan T zara, « D ie PKotographie von d er K eh rseite^ (traducción al alemán de Walter
B en jam ín ), en: fyitschñftjvr elementare Gestaítung 3 (ju lio de 192 4X P- 3 0 *
44 G e rm ain e K r u ll, 1897-29S5» fbtógrafa francesa. [N* del T.J
PEQUEÑ A HISTORIA DE LA FOTOGRAFÍA 401

fis io g n ó m ic o , p o lític o o c ie n tífic o , se vu elve e n c o n s e c u e n c ia « c r e a ­


tiv a ^ . E l a su n to q u e a ta ñ e al o b je tiv o será a p a r tir d e e n to n c e s la
« v is ió n d e c o n ju n t o » ; y c o n e llo a p a rece el fo tó g r a fo a s u e ld o . « E l
e sp íritu , su p e ra n d o a la m ecá n ica, r e in te rp re ta lo s exactos resu ltad os
d e ésta e n ta n to q u e m etáforas d e la v id a » . C o n e llo , cu an to m ás se va
e x te n d ie n d o la crisis q u e h o y a fe c ta a n u e s tr o o r d e n s o c ia l, y c u a n to
más se o p o n e n m u tu a m en te sus diversos m o m en to s , tanto más lo crea­
tivo (q u e en fu n c ió n d e su esencia m ás p r o fu n d a es la varian te, ya que
su p a d re es el d ise n tim ie n to , m ien tra s su m ad re es la im ita ció n ) se n os
va c o n v irtie n d o e n u n fe tic h e cuyos rasgos ya só lo le d e b e n su vid a a la
siem p re versátil ilu m in a c ió n de las m od a s. L o creativo e n la fo to g ra fía
es, e n e fe c to , su en tre g a a la m o d a . « E l m u n d o es b e llo » : tal será su
le m a l4Sl. Y e n él se d ese n m a scara la a c titu d q u e r e su lta ser p r o p ia d e
u n a fo to g r a fía q u e es capaz d e in stalar u n a lata d e conservas en el c e n ­
tr o m ism o d el u n iv e rso , p e ro n o d e cap tar las r e la c io n e s h u m a n a s e n
las q u e esa lata sin d u d a se e n cu en tra ; p o r e llo , hasta e n sus tem as m ás
a b ierta m en te so ñ a d o re s, la fo to g r a fía v ie n e a ser u n a p r e c u r s o ra d e la
c o m e rcia liza c ió n , p e ro n o d e l c o n o c im ie n to . C la r o q u e co m o el r o s ­
tro v e rd a d e ro d e esta fo to g r á fic a creativid ad es la p u b lic id a d o la a so ­
c ia c ió n , su e n e m ig o le g ítim o es el d ese n m a sca ra m ie n to o , e n su caso
ta m b ié n , la c o n s tr u c c ió n . P u e s la s itu a c ió n , n o s d ice B r e c h t1*61, « s e
co m p lica tan to de este m o d o q u e la sim ple " d e sc rip ció n d e la rea lid a d ”
ya a p en a s d ic e alg o s o b r e esa m ism a r e a lid a d . U n a fo t o g r a fía d e las
in d u strias K r u p p o de la A .E .G . p rá ctica m en te n o n os d ice n ad a sob re
estas d os in stitu c io n e s. Y es q u e h o y la au tén tica rea lid a d h a pasad o ya
a lo fu n c io n a l. L a c o s ific a c ió n d e las re la c io n e s h u m a n a s (véase e n la
fá b rica , p o r e je m p lo ) im p id e q u e las m ism as salgan fu e r a . P o r c o n s i­
g u ie n te , el " c o n s t r u ir a lg o ” es " a r t if ic ia l” , " o r g a n iz a d o ” » . P e ro el
h a b e r fo r m a d o a los p io n e r o s d e esta p e c u lia r c o n s tru c c ió n fo to gráfica
es el m é rito de lo s surrealistas. Y o tra etapa e n tal c o n fr o n ta c ió n en tre
fo to g ra fía creativa y fo to g ra fía con stru ctiva es el cin e ru so . N o es e n tal
se n tid o exagerad o d e c ir q u e las g ra n d es p restacio n es d e sus d ire cto re s
era n só lo p o sib les v iv ie n d o en u n país d o n d e la fo to g ra fía n o q u e ría n i
em b elesar n i fascin ar, sin o in s tru ir y e x p e rim e n ta r. E n el m ism o se n -

45 A lb e rt R enger-Patzsch, Dic TO/tisf sciidn. EinhundertphotographischeAufhahmen, ed. e in tr. de


C a ri G e o rg H eise, M u n ich , 19 2 8 .
46 B e rto it B rech t, Der Dreigroschenpro&ss. Ein so&ologisckes Experiment, III.2 , en : Versuche 8 -1 0 .
Heft2 , B erlín /F ra n k fu rt, 19 5 9 , p . 3 6 0 .
402 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

tid o , y s ó lo en é l, se p u e d e a tr ib u ir tod avía u n se n tid o a a q u e l sa lu d o


im p r e s io n a n te q u e e n 18 5 5 el to s co p in t o r d e id ea s A n t o in e W ie r tz
d ir ig ió a la fo t o g r a fía ’ 171: « H a c e u n o s a ñ o s n a c ió la g lo ria de n u estra
é p o c a , u n a m á q u in a q u e cad a d ía es el a s o m b ro d e n u e s tr o s p e n s a ­
m ie n to s , y ta m b ié n el te r r o r d e n u e str o s o jo s . P o r eso , an tes d e q u e
pase u n siglo , esta m á q u in a será el p in c e l y la paleta, los co lo res, la d es­
treza y la exp erien cia, la p a cien cia y la p re c isió n , el esm alte, el m o d e lo ,
el acab ad o, el extracto d e to d a la p in tu r a ... N o crean q u e la d a g u e r ro ­
tip ia m ata al arte ... C u a n d o crezca ese n iñ o gig an te sco , c u a n d o to d o
su arte y su forta leza se d esp lie g u e n , la to m a rá él g e n io de re p e n te y le
d irá: "¡V e n aquí, q u e ya eres m ía! E n ad elan te trab ajarem os ju n t o s ” » .
M as ta m b ié n , al c o n t r a r io , s o n so b ria s y p e sim ista s las p a la b ra s c o n
q u e, cu atro a ñ o s d esp u és, p re se n ta B a u d e la ire la n u eva té cn ica e n su
Salón de 18 5$ . C o m o las q u e acabam os d e citar, éstas palabras n o p u e d e n
h o y le e rse sin c a m b ia r al tie m p o u n p o c o el to n o . M as, c o m o s o n lo
co n tra rio de ellas, h a n g u a rd a d o ta m b ié n su b u e n sen tid o co m o f r o n ­
tal rech azo d e las u su rp a cio n e s q u e la fo to g r a fía artística e jerc ía . « E n
a q u e llo s días la m e n ta b le s s u r g ió u n a in d u s tria n u ev a q u e c o n trib u y e
n o p o c o a c o n fir m a r a la id io te z e n su c o n v icc ió n ... d e q u e el arte n o
es n i p u e d e ser o tra cosa q u e la r e p r o d u c c ió n m era y exacta d e lo q u e es
la n aturaleza ... A lg ú n dios vengativo escu ch ó las p legarias q u e le alzaba
esa m u ltitu d . D a g u e rre fu e sin d u d a su m e sía s» . A ñ a d ie n d o d espués:
« S i se p e rm ite q u e la fo to g ra fía su p la al a rte e n algunas d e las q u e h a n
sid o sus fu n c io n e s , la a lian za estre ch a y n a tu r a l q u e la fo to g r a fía va a
e n c o n tra r en la estupid ez de la m u ltitu d expulsará y c o rro m p e rá al arte
e n te r a m e n te . P o r lo ta n to , la fo to g r a fía tie n e q u e c u m p lir , b ie n al
c o n tra rio , c o n su d eb er ve rd a d ero : ser la m era sirvien ta de las ciencias
y las a r te s » Í4ltI.
N i W ie r tz n i B a u d e la ire c o m p r e n d ie r o n e n to n c e s u n a cosa: las
in d ic a c io n e s q u e su b y a c e n e n lo a u té n tic o d e la fo to g r a fía . N o se
lo g ra rá sie m p re e lu d irla s e n lo s re p o rta je s, cu yo s c lic h é s s ó lo tie n e n
c o m o c o n s e c u e n c ia el h e c h o re d u n d a n te d e a sociarse c o n lo s c lich és
lin g ü ístico s d e l o b servad or. L a cám ara se vuelve cada vez más p e q u e ñ a ,
y cada vez se e n c u e n tra m ás d ispu esta a atrap ar e n su sen o esas im á g e-

47 A n to in e I. W iertz, Oéüümlittémires, París, 18 70 , p . 3 0 9 -


48 Charles B aud elaire, Salón de LettresáM. le Diredeur de la RevueJranfaise. II: Lepublk modem
étfophotographie , en: Oeuvres completes, ed. de Y . - O . L e D an tec y C . Pichoi&, París» 1961,
P P - 1033 - 1035 -
PAUL VALÉRY 403

n es ocultas y fugaces cu yo shock e n el o b se rv a d o r d e tie n e el m eca n ism o


de a s o c ia c ió n . E n ese lu g a r tie n e ya q u e in t e r v e n ir el p ie de f o t o , es
d ecir, la leyen d a q u e in tegra a la fo to g ra fía e n la lite r a r iz a c ió n ge n e ra l
d e to d a vid a y sin la cu al la c o n s tru c c ió n fo to g rá fic a m ism a n o s resulta
im p r e c is a . N o es p u e s casu al e n a b so lu to q u e se b aya c o m p a r a d o las
fo to g r a fía s d e A tg e t c o n las d e la p o lic ía e n e l lu g a r d e u n c r im e n .
P e ro , ¿ n o es cada r in c ó n de n u estras ciu d ad es, p recisa m en te, el lu ga r
d e u n c r im e n ? ¿ N o es cada u n o de sus tran seú n tes b ie n p recisa m en te
u n c rim in a l? Y , ¿ n o tie n e el fo tó g r a fo (el su ceso r d e arú sp ices y a u g u ­
res) q u e d escu b rir la cu lp a e n sus im ágen es y señ alar al c u lp a b le ? Se ha
d ich o q u e « e l a n a lfab eto d e l fu tu r o n o será a q u e l q u e n o c o n o zca p o r
c ie rto las letras, sin o q u ie n n o c o n o z c a la f o t o g r a fía » . P e ro , ¿ n o h ay
q u e c o n s id e r a r d e l m is m o m o d o a n a lfa b e to al f o t ó g r a fo q u e se n o s
revele in ca p a z d e le e r sus p r o p ia s im á g e n e s? ¿ N o se c o n v e r tirá el p ie
d e fo to e n c o m p o n e n te esen cia l d e la fo to g r a fía ? Estas so n las p r e g u n ­
tas e n q u e la distancia de n oven ta añ os q u e n o s separa de la d a g u e rro ti­
p ia se descarga d e tod as sus te n sio n es h istó ricas. A l a lu z d e estas c h is­
pas salen las p rim eras fo to grafía s d e la o scu rid a d q u e las envuelve desde
lo s días de n u estros ab u elo s, siem p re tan b ellas c o m o in accesibles.

PAUL VALÉRY
Con o c a s ió n d e s u s e x a g é s im o a n iv e r s a r io [i!

0 langage chargé de sel, et paroles


véritabkment marines!

V aléry q u iso ser o fic ia l d e m a rin a , y en a q u e llo q u e h a lleg a d o a ser se


p u e d e n r e c o n o c e r lo s rasg os d e este su e ñ o d e su ju v e n t u d . P o r u n a
p a r te , su p o e s ía p o s e e u n a a b u n d a n c ia d e fo r m a s q u e e l le n g u a je le
ga n a al p e n s a m ie n to , ig u a l q u e e l m a r a la ca lm a c h ich a ; p o r o tra
p a rte , este p e n s a m ie n to d e d ir e c c ió n m a tem á tica se in c lin a s o b r e las
cosas c o m o so b re cartas n á u tica s y, s in c o m p la c e rs e e n c o n te m p la r
« p r o f u n d id a d e s » , se sie n te fe liz c u a n d o p u e d e s e g u ir u n r u m b o

I P u b licado e n Ja revista Die líterarische Welt en octu b re de I 9 3 1 y redactado unas semanas


antes.
3 P a u lV a lé iy , EupaUnosoul’architecte [19 2 3 1• en : Oeuvres, ed . d e j . H ytier, v o l. 2, París,
1971, p. 117-
404 ENSAYOS ES TÉTICO S y l i t e r a r i o s

seg u ro . E l m a r y la m atem ática a p a recen c o n d eslu m b ra n te a so ciació n


d e id ea s e n u n o d e lo s pasajes m ás h e r m o s o s q u e h a e sc rito V a lé r y ,
a q u e l e n el q u e S ó c ra te s h a b la a F ed ra d e l h a lla z g o q u e h a h e c h o
estan do e n la o rilla . Las olas h a n arrastrad o algo q u e es d ifíc il de id e n ­
tific a r (o m a rfil, o m á rm o l o q u izás e l h u e s o d e u n a n im a l), a lg o q u e
casi p a rece u n a cabeza c o n lo s rasgos de A p o lo . Y S ócrates se p re g u n ta
si esa cosa es o b ra de las olas o b ie n de íin artista; p o n d e ra lu eg o cu án to
tiem p o h aría falta para que, entre m iles de m illo n es de form as, él océano
fo r m e ésta casualm en te, y cu án to tie m p o n ecesitará el artista, y S ó c ra ­
tes llega así a la c o n c lu sió n d e q u e « u n artista vale p o r m iles d e siglos,
o p o r c ie n to s d e m ile s , o q u izá m u c h o s m ás . .. L o cu al es u n c r ite r io
b ie n e x tr a ñ o re sp e cto de las o b r a s » !3]. S i p o r c ie r to tu v ié ra m o s q u e
so rp re n d e r al a u to r de esa o b ra gra n d io sa titu lad a Eupalinos o el arquitecto
c o n u n extibris p o r su sexagésim o a n iv e rs a rio , éste p o d r ía ser u n g ra n
c o m p á s, u n a d e cuyas p ie rn a s se va h u n d ie n d o e n el f o n d o d e l m a r,
m ie n tra s la o tra se e x tie n d e sie m p re e n d ir e c c ió n al h o r iz o n te . E sto
sería ta m b ié n u n a m e tá fo ra d ig n a d e la en ve rg a d u ra de este h o m b r e .
L a te n sió n es sin d u d a la im p r e s ió n d o m in a n te e n lo q u e es su p r e s e n ­
cia c o rp o r a l, así c o m o la e x p re s ió n de su cabeza, cuyos o jo s h u n d id o s
n o s in d ic a n u n a le ja m ien to resp ecto de las im ág en es te rren a s q u e, de
a c u e rd o c o n ellas, le p e r m ite n m a rc a r e l r u m b o p r o p io de su vid a
in te r io r , c o m o se m arca el r u m b o d e lo s n avios d e a cu e rd o a las im á ­
g e n e s d e las estrellas. L a soled ad es la n o c h e desde la q u e esas im ágen es
r e lu c e n , de la cu al p o se e V a léry u n a g r a n e x p e rie n c ia . U n a vez q u e, a
lo s v e in tic in c o a ñ os d e ed ad , h a b ía p u b lic a d o sus p r im e r o s p o em a s y
lo s dos p rim é ro s d e en tre sus ensayos, c o m e n zó aqu ella pausa de veinte
añ os e n su p rese n cia p ú b lica , d e la q u e salió b rilla n te m e n te e n el ÍQJ’J
c o n el p o e m a titu la d o La joven Parca1*1. O c h o a ñ o s d e sp u é s151, u n a serie
d e obras extraord in arias —y astutas m a n io b ra s e n socied ad — le p e rm itió
in g resa r e n la A c a d é m ie F ran çaise. C o n su til m a licia le c o n c e d ie ro n el
s illó n de A n a to le F ra n c e 161. P ero V a léry atajó el g o lp e c o n u n d iscu rso
d e in s ó lita eleg a n cia (el o b lig a to r io p a n e g ír ic o de su a n te ce so r) e n el

3 na., p . 119.
4- Los « p rim e ro s poem as^ de V aléry son los que, escritos y publicados e n diversas revis­
tas en tre 189O y 1893, re u n ió en 19 2 0 e n e l vo lu m en Album de vers anciens; los « d o s p ri­
m eros ensayos» so n ínfroííucti'on à la méthode de Léonard de Vinci, de iS g g , y La soirée ovecMonr
sieurTeste, de 1896. P or su parte, LajauneParque es de 1917»
5 E n realidad* n o fue en 1925 »sino e n 19^ 7 -
6 V aléry había sido en em igo declarado de A n a to le F ra n ce.
PAUL VALÉRY 40g

q u e n o m e n c io n ó u n a vez siq u ie ra el n o m b r e d e l e sc r ito r y n ovelista.


P o r lo dem ás, el d iscu rso c o n tie n e u n a especial in d ic a c ió n sob re lo que
es el arte de e s c r ib ir lo su fic ie n te m e n te in u s u a l p a ra ca ra cte riza r a su
a u to r . A s í Habla V a lé r y d e u n « v a lle d e Josafat>> p a r tic u la r d o n d e se
agolp a la m u ltitu d d e lo s q u e escrib en , lo s d e o tro s tiem p os y lo s actu a­
les: « T o d a n oved ad se disuelve a su vez e n n oved ad es. T o d a ilu s ió n de
ser o r ig in a l se n o s d isip a . E l a lm a se e n tr is te c e y se im a g in a , c o n u n
d o lo r m u y p a r tic u la r m e zc la d o d e p ie d a d m u y p r o fu n d a e ir ó n ic a , a
esos m illo n e s de seres arm ad os d e plum as, a esos in n u m e ra b le s agentes
d el esp íritu , cada u n o d e lo s cuales se sin tió e n su m o m e n to c o m o u n
c re a d o r in d e p e n d ie n te , causa p r im e r a y d u e ñ o d e u n a d a r a certeza ,
fu e n te ú n ic a y d e l to d o in c o m p a r a b le , y q u e a h o ra , d esp u és d e h a b e r
vivid o e n fo r m a tan la b o rio sa y d e h a b e r c o n s u m id o sus m ejo res h o ra s
para d istin gu irse etern a m en te, se en cu en tra d egrad ad o p o r el n ú m e ro ,
p e r d id o e n la m u ltitu d sie m p re c re c ie n te de sus s e m e ja n te s » [7i. Y es
q u e e n V a lé ry , e n lu g a r de esa van a v o lu n ta d d e d is tin g u ir s e está la
v o lu n ta d d e p e rd u r a r , d e q u e lo e sc rito p e r d u r e p a ra sie m p re . Y , sin
e m b a rg o , esa p e r d u r a c ió n d e lo e sc rito es alg o c o m p le ta m e n te d if e ­
re n te d e la in m o rta lid a d d e l e sc rito r, y e n m u c h o s casos se p u e d e d a r
sin ella. L a p e rd u ra c ió n , y n o p o r c ie rto la o rig in a lid a d , es a q u e llo que
vie n e a d istin g u ir la clasicidad en la escritu ra, y V aléry n u n c a se h a c a n ­
sad o d e a n a liza r sus c o n d ic io n e s . « U n e s c r ito r c lá s ic o » , n o s d i c e 1*1,
« e s u n o q u e d isim u la o rea b so rb e las a sociacion es de id e a s » . P ero , en
esos pasajes e n q u e el ím p e tu iba la n za n d o al a u to r a p o r todas, e n los
q u e V a léry p u d o cre erse s u p e r io r al en sa m b le, e n lo s q u e n o a d virtió
fugas y, al n o verlas, n o las r e lle n ó , e n a q u e llo s pasajes se cría el m o h o
d e l e n v e je c im ie n to . P ara c o n o c e r aqu ellas fugas, lo s lím ite s q u e tie n e
e l p e n s a m ie n to , h a ce fa lta a u to c r ític a . V a lé r y estu d ia in q u is it o r ia l­
m en te la in te lig e n c ia d e l e sc rito r, m u y e n esp ecial la d e l p o eta , y p id e
en co n secu en cia la ru p tu ra c o n la id ea exten d id a d e q u e la in te lig e n c ia
se s o b r e n tie n d e e n el e sc rito r, y c o n la id ea m ás d ifu n d id a tod avía d e
q u e, e n el caso d e l p o e ta , la in te lig e n c ia n a d a tie n e q u e d e c ir . V a léry
m ism o p o see in te lig e n c ia , y ésta es de u n tip o q u e n o se so b re n tie n d e .
Y n a d a p u e d e r e s u lta rn o s m ás e x tr a ñ o q u e la e n c a r n a c ió n d e d ic h a
in te lig e n c ia , a sab er, M o n s ie u r T este. U n a y o tra vez, de sus p r im e r o s

7 P. Valéry, Remerciementa l ’Académiejranfaise, 1927» en: Oeuvres, vol. I, París, 1 9 6 8 , p . 73 1’


8 P. Valéry, Tel Quel, I 94 -I-I 94 -3 » en: Oeuvres, vol. 2 , op. tit., p . 5 ^3 *
4-o6 ENSAYOS ES TÉTIC O S V LITERARIOS

a sus ú ltim o s esc rito s, V a lé r y r e c u rr e a esta extra ñ a fig u r a p e c u lia r , a


cu yo a lre d e d o r se agru pa e n su o b ra to d o u n c írc u lo de p e q u e ñ o s tex­
tos (es el caso de u n a velada c o n M o n sie u r T este, o el de u n a carta de su
esp osa, o u n p r e fa c io y, j u n t o a e llo , p o r su p u e sto , hay ta m b ié n u n
c u a d e rn o de b itá c o r a ). M o n s ie u r T este (es d e c ir, el s e ñ o r C ab eza ) es
p e r s o n ific a c ió n d e l in te le c to q u e n o s r e c u e rd a n o ta b le m e n te a l D io s
d e q u e tra ta la te o lo g ía n eg a tiv a d e N ic o lá s de G u sa . Y es q u e to d o
a q u e llo q u e V a lé r y n o s c u e n ta d e T e s t e va c o n d u c ie n d o sie m p re a la
n e g a c ió n . Y lo atractivo de su ex p o sició n n o so n lo s a b u n d an tes te o r e ­
m as, sin o lo s tru c o s d e u n m o d o de c o m p o rta rs e q u e d a ñ a lo m e n o s
p o s ib le a lo q u e es e l n o - s e r y q u e c u m p le a l tie m p o c o n la m á xim a :
« T o d a e m o c ió n , to d o se n tim ie n to , es sín to m a d e u n d efe cto de a d ap ­
t a c ió n » lsl. A s í, a u n q u e el s e ñ o r T e ste se c o n s id e re a sí m ism o u n ser
h u m a n o , h a a ce p ta d o la id e a d e V a lé r y d e q u e lo s m ás im p o r ta n te s
pen sam ien tos so n lo s q u e c o n tra d ice n a n u estros s e n tim ie n to s 1101. P ero
Teste es tam b ién n e g a c ió n de lo « h u m a n o » ; « E stá llega n d o el crep ú s­
cu lo d e lo V ag o , y se p rep ara el re in o d e lo In h u m a n o , q u e b ro ta r á de
la n itid e z, d e l r ig o r y pu reza e n lo s asu ntos h u m a n o s » fld. N ad a r e c a r­
g a d o n i p a tético , n ad a « h u m a n o » e n tra e n el m u n d o d e este extrañ o
p e rso n a je, p ara el cu al sin d u d a el p e n sa m ie n to es la su stan cia ú n ic a a
p a r tir de la cual es p o sib le fo r m a r lo q u e es p e rfe c to . U n o de lo s a tr i­
b u to s d e lo p e r fe c t o es d e sd e lu e g o la c o n t in u id a d , y, así, ta m b ié n
c ie n c ia s y artes so n e n e l p u r o e s p ír itu u n c o n t in u o p o r el c u a l el
m éto d o d e L e o n a rd o (q u e e n la p r im e r a ob ra d e V aléry, la Introducción a!
método de Leonardo da Vinci, aparece c o m o p r e c u r s o r d e l s e ñ o r T este) abre
c a m in o s q u e e n n in g u n o d e lo s casos p u e d e n ser m a lin te r p r e ta d o s
c o m o lím ites. E n cu a n to a d ich o m é to d o , es a q u e llo q u e, al a p lica rlo a
la p o esía de V aléry, h a c o n d u c id o al cé le b re c o n c e p to de p o esía p u ra ;
u n o n o cread o en ab so lu to p ara q u e u n abbé a ficio n a d o a lo s p ro d u c to s
d e la lite r a tu ra lo fu e r a a p a sear d u r a n te m eses p o r to d a s las revistas
lite r a r ia s d e F ra n cia c o n e l f i n d e o b lig a rle a c o n fe sa r su id e n tid a d a
través d e l c o n c e p to d e o r a c i ó n 1131. A este r e s p e c to , e l p r o p io V a lé r y
d e sc rib ió repetid as veces, c o n a cie rto , las varias estacion es de la h is to -

9 P. V aléry, Mauvatses pernees et cutres, en; Oeuwef, vol. 2 r op. á t , p , 8 6 6 .


10 P. Valéry, TelQueí, en: Oeuvres, vol» 2 , op. cit., p . 764*
11 üidL.p. 621.
12 Se trata de H e n ri B rem o n d (18 6 5-19 3 3 ), sacerdote» escritor e historiador de la litera­
tura, que acuñ ó e l con cepto de poesía p u ra. [n. d el T.]
PAUL VALÉRY 407

r ia q u e se c o rr e sp o n d e n c o n las te o ría s p o ética s (d e P o e , B a u d e la ire y


M a lla rm é) e n las q u e el aspecto c o n stru ctiv o y el m u sica l p r o p io de la
líric a in te n ta r o n d e lim ita r sus co m p e ten cia s, hasta q u e e n r e fle x io n e s
cu yo c e n tr o s o n las o b ra s m aestras d e la p o e s ía d e V a lé r y (Le cimetière
marin, Laje m e Parque, Le serpent) la lír ic a se e n tie n d e ya a sí m ism a co m o la
m ás p e r fe c ta c o m b in a c ió n de la in t e lig e n c ia y de la vo z. Y es q u e las
id ea s de sus p o e m a s se a lza n c o m o islas e n el m a r v o c a l. C o s a q u e es
ta m b ié n lo q u e sep ara a esta p o esía filo s ó fic a d e lo q u e así se llam a en
A le m a n ia : p u es e n ella, la id ea n o c o lisio n a n u n c a c o n la « re a lid a d » o
c o n la « v id a » . E l p e n s a m ie n to só lo tie n e q u e v e r c o n la voz: tal es la
q u in ta e s e n c ia d e la p o e sía p u r a . V a lé r y n o s d ic e : « E l lir is m o es e l
g é n e r o d e la p o e sía q u e v ie n e a s u p o n e r la voz en acción, la q u e sale
d irecta, o q u e es p ro v o cad a , p o r aquellas cosas q u e u n o ve o q u e sien te
presentes» [isl. Y , d el m ism o m o d o : « L a s exigencias p ro p ia s de u n a p r o ­
so d ia estricta so n el a rtific io q u e c o n fie re a l len g u a je n a tu ra l las c u a li­
dades d e u n a m a teria resisten te, ajen a a n u estra alm a y so rd a a lo s q u e
so n n u estro s d e s e o s » [l4'1. J u sta m en te en esto v ie n e a co n s istir lo p e c u ­
lia r d e la in te lig e n c ia p u r a . P e ro esta in te lig e n c ia p u ra , q u e e n V aléry
se ha retira d o a las cu m b res in h ósp itas de u n a p o esía d u ra m en te eso té­
rica, es la m ism a b a jo cuya d ire c c ió n la b u rg u esía e u ro p ea se lan zó a sus
c o n q u ista s e n la e ra de lo s d e s c u b r im ie n to s . A s í, e n V a lé r y , la d u d a
cartesia n a e n el sa b e r se h a c o n v e r tid o , de m a n e r a casi a v e n tu r e r a y
e m p e ro m e tó d ica , e n u n a d u d a e n las p reg u n ta s m ism as: « L a in s u f i­
c ie n c ia d e n u e str o e s p íritu v ie n è a p e r m itir p re c isa m e n te el d o m in io
d e las fu e rza s d e l azar, c o m o de lo s d ioses y el d e s tin o . S i tu v iéra m o s
respuestas p a ra to d o (es d e c ir, si tu v iéra m o s respu estas exactas), tales
fuerzas n o existirían ... L o p e rc ib im o s c o n tanta clarid ad q u e acabam os
v o lv ién d o n o s c o n tra n uestras p regu n tas. P o r a q u í es p re c iso co m en zar.
T e n e m o s q u e ela b o ra r u n a p reg u n ta a n te rio r a todas las p reg u n tas que
les p reg u n te cuál es su v a l o r » llS). R e la c io n a r estos p e n sa m ien to s c o n el
p e r ío d o h e r o ic o d e la b u rg u e sía e u r o p e a p e r m ite q u e d o m in e m o s la
sorp resa c o n la q u e a q u í, e n u n p u n to avanzado de a q u e l m ism o vie jo
h u m a n is m o e u r o p e o , n o s vam os a to p a r u n a vez m ás c o n la id e a d e
p r o g r e s o . P e ro a q u í se tra ta de la a u té n tic a : la id e a d e u n p r o g r e s o

13 P. Valéry, Tel Quel, en: Oeuvres, vo l. 2 , op. 549.


14 P . Valéry, Variété, I 9 2 4 " Ï 9 4 4 >en: Otfuum, vol. I, op. cit., p . 4 8 °-
ïg P. Valéry, leí Quel, en: Oeuvres, vol. 2 »op. cit., p p . 647s*
408 ENSAYOS E S TÉTIC O S Y LITER AR IOS

tr a n sfe r ib le e n lo s m é to d o s, u n a id e a q u e c o rr e s p o n d e ju s ta m e n te al
c o n c e p to de c o n s tru c c ió n de V aléry, y ello c o n la m ism a c o n tu n d e n c ia
c o n q u e v ie n e a o p o n e r s e a la id e a de la in s p ir a c ió n . « L a o b r a de
a r te » , h a d ich o u n o d e lo s in térp re tes d e V aléry, « n u n c a es u n a crea­
c ió n : es u n a c o n s tru c c ió n cuyos p rotagon istas so n el análisis, el cálcu lo
y el p l a n » . L a ú ltim a v ir tu d d e l p r o c e s o m e t ó d ic o , q u e c o n d u c e al
in v e s tig a d o r m ás a llá d e sí m is m o , se a cre d ita así e n V a lé ry . P o r q u e
M o n s ie u r T e ste n o es o tr a cosa sin o el in d iv id u o q u e, estan d o f in a l­
m e n te p rep a ra d o p ara atravesar el u m b ra l d e la d esa p a rició n h istó ric a ,
a cu d e a la llam a d a a ú n u n a ve z m ás (c o m o u n a so m b ra ) y se su m erge
e n ella de inm ediato-, n o afectad o ya p o r n ad a m ás, en tra en u n o r d e n
cuyo a d ven im ien to V aléry n o s d escrib e d e este m o d o : <<En lo s tiem p o s
d e N a p o le ó n , la e le c tr ic id a d te n ía , m ás o m e n o s , la im p o r ta n c ia q u e
e n tie m p o s de T ib e r io se p o d ía a tr ib u ir al c ristia n is m o . M as va q u e ­
d a n d o c la r o , p o c o a p o c o , q u e d ic h a g e n e r a l in e r v a c ió n d e l m u n d o
tie n e m ás co n secu en cia s y es m ás capaz de m o d ific a r la vid a , y m o d ifi­
carla e n el fu tu r o , q u e los a co n te cim ien to s " p o lític o s ” su ced id os de los
tie m p o s d e A m p é r e h asta el d ía de hoy>>[lli!. L a agu d a m ira d a q u e
V aléry va a rr o ja n d o a este m u n d o v e n id e r o ya n o es la m ira d a d e l o f i ­
cia l de m a rin a , s in o m ás b ie n la d e l m a r in e r o q u e sabe q u e se a cerca
u n a to r m e n ta y q u e c o n o c e d em asiad o b ie n el c a m b io q u e se h a d ado
e n las c o n d ic io n e s d e la h is to r ia ( « in c r e m e n t o d e la n it id e z y d e la
p r e c isió n , in c r e m e n to p o r ta n to d e l p o d e r » ) ÍI?I p a ra n o d arse cu en ta
d e q u e , a h o r a , hasta « lo s p r o f u n d o s p e n s a m ie n to s p r o p io s d e
M a q u ia v elo o R ic h e lie u ya só lo tie n e n la c o n siste n cia y el v a lo r d e u h
c o n s e jo b u r s á t il» [,!1. A s í está ese « h o m b r e , sie m p re e n p ie e n el cabo
d el P en sam ien to , a b rie n d o b ie n lo s o jo s sob re las fro n te ra s d e las cosas
o d e la vista m ism a, c o m o t a l » |isl.

16 P. V aléry, Æegarà sur Je momie octuei et outra essais, 1913, en : Oeuvres, vol. 2 , op. etf-, p p . 919 *■
17 JMîJ-, p. 92«,
18 JW .f p . 925*
19 P- "Valéry, Extraits du Log-Book de Monsieur Teste, 1925» en.- Oeuvres, vo l. 2 , op, cit., p . 3 9 '
EDIPO O EL MITO RACIONAL^1

F u e m u y p o c o tie m p o d esp u és de la g u e r r a c u a n d o se o y ó h a b la r p o r
vez p r im e r a d e l e x p e rim e n to teatra l in g lés d e Hamletenjrac, d is c u tié n ­
d o s e m u c h o so b r e é l; ta l v e z , a q u í n o s b a ste s ó lo c o n m e n c io n a r la
p a ra d o ja de q u e Hamlet es u n a o b ra d em a siad o m o d e r n a p ara m o d e r ­
n iza rla . S in d ud a, h a h a b id o ép ocas q u e h ic ie r o n alg o así sin p r e t e n ­
d e rlo : es b ie n c o n o c id o q u e e n la p in tu r a y e n lo s m iste rio s m ed iev a ­
le s las fig u r a s a p a re c ía n ve stid a s c o n las r o p a s d e su é p o c a . S i esto
q u ie re ser h o y algo m ás q u e u n a b r o m a típ ic a m e n te esn o b , tie n e q u e
p r o c e d e r e n to d o c a so d e la m ás r ig u r o s a r e f le x ió n a rtís tic a . D e
h e c h o , e n lo s ú ltim o s a ñ o s, cierto s artistas gran d es o, al m en o s, r e fle ­
xivos h a n lleva d o a cab o « m o d e r n iz a c io n e s » d e este tip o , y e llo ta n to
e n la lite r a t u r a c o m o ta m b ié n e n m ú s ic a y p in tu r a . S e h a d a d o el
n o m b r e de « n e o c la s ic is m o » a la te n d e n c ia q u e P ica sso r e p r e s e n ta
c o n lo s c u a d r o s de I 9 ^ 7 > S trav in sk y c o n su O edipusrexy C o c te a u c o n
Orphée. M as n o sacam os este n o m b r e a c o la c ió n p a ra in c lu ir a G id e e n
la te n d e n c ia , a lo c u al se o p o n d r ía c o n r a z ó n , sin o p ara in d ic a r c ó m o
es p o s ib le q u e artistas ta n d ife re n te s e n tre sí h ayan lleva d o a cab o ese
p a r tic u la r d e sn u d a m ie n to (o r e v e stim ie n to , si se q u ie re ) d e las ob ras
g rie g a s e n fo r m a m o d e r n a . E n p r im e r lu g a r , esos a u to r e s p o d ía n
o b te n e r de esa m a n e ra , al re a liz a r sus e x p e rim e n to s, o b je to s c o n o c i­
d os p e ro , al tie m p o , alejad os d e lo s tem as actu ales. P ues, e n e fe cto , e n
to d o s estos casos, se trata de e x p e rim e n to s o r ie n ta d o s d e a c u e rd o c o n
u n tip o c o n s tr u c tiv o , o , e n c ie r t o s e n tid o , d e o b ra s d e e s tu d io . E n
seg u n d o lu g a r, n ad a p o d ía ser m ás in teresa n te p a ra la in t e n c ió n c o n s-
tru c tiv is ta q u e r iv a liz a r c o n las o b ra s g r ie g a s , las c u a le s h a n s id o ,
d u ra n te m u c h o s siglos, el a u té n tic o c a n o n d e lo o r g á n ic o . Y , en te r ­
c e r lu g a r, a h í se p e r c ib e u n a in t e n c ió n , p ú b lic a o secreta, de p o n e r a
p r u e b a la e t e r n id a d (lo q u e es d e c ir , la a c tu a lid a d , re n o v a d a u n a y
o tra vez) d e las o b ra s grieg as m e n c io n a d a s. Y , c o n esta te rc e r a r e f le ­
x ió n , el o b s e r v a d o r ya está e n el c e n tr o d e la ú ltim a o b r a d e A n d r é
G id e . P e ro sin d u d a c o m p r e n d e r á m u y p r o n to q u e el e n to r n o c o n ­
c re to d e este Edipo es m u y p e c u lia r . A h í se h a b la d e l d o m in g o , d e la
e x p u ls ió n y d e lo s lo r e n e s e s , c o m o de d e c a d e n te s y vestales. E l a u to r

I P u b lica d o e n ju n io de 193 2 e n e l p ro gra m a d e m an o de la p rim e ra rep resen ta ción


alem ana del Oedipe de A n d r é G id e e n Darm stadt.
4io EN5AY0S ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

im p id e q u e su p ú b lic o se a g a rre a lo s d eta lles d e l lu g a r , d e la s itu a ­


c ió n ; le q u ita e n te ra m e n te la ilu s ió n ; d esd e el p r in c ip io , m e n c io n a el
escen a rio . C o n lo cu al, cu a lq u iera q u e q u ie ra seg u irle tie n e q u e a rr e ­
glárselas p o r su cu en ta, to m a r tal co m o v ie n e n las crestas y lo s valles de
las olas de este m a r d e ley en d a q u e se agita d esd e h ace d os m il a ñ o s, y
d ejarse lleva r p o r esas olas. S ó lo así p u e d e darse cu en ta de q u é p u e d e
ser G r e c ia p a ra él, y de q u é p u e d e ser él p ara G re c ia . P ero esto se h a lla
e n e l p r o p io Edipo, s ie n d o p o r c ie rto la m ás caracte rística d e las p r o ­
fu n d a s o c a p ric h o sa s m o d ific a c io n e s q u e el m ito e x p e r im e n ta a q u í,
é n G id e . « P e ro c o m p r e n d o , y só lo yo h e c o m p r e n d id o , q u e la ú n ic a
c o n tr a s e ñ a q u e p o d r ía lib r a r n o s de las g a rra s de la ¡esfinge es, sin
d u d a , " h o m b r e " . H a c ía fa lta v a lo r p a r a d e c ir la , p e r o yo y a la te n ía
p r e p a r a d a a n tes d e e sc u c h a r el a c e r tijo , y m i fu e r z a c o n s is tía ju s t a ­
m e n te e n u n n o estar d isp u e sto a o ír h a b la r de o tra resp u esta , y e llo
fu e ra cu al fu ese la p r e g u n ta » h].
E d ip o co n o cía d e a n te m an o la sola palab ra ante la cu al el p o d e r de
la e sfin g e te n ía q u e q u e b r a r s e ; y ta m b ié n G id e se sabía d e a n te m a n o
cu ál era p alab ra en virtu d de la cual el h o r r o r d el q u e vive la traged ia de
S ó fo c le s p o d ía d esp ejarse fin a lm e n te . H a ce ya alg o m ás de d o c e añ os
p u b lic ó sus Pensamientos sobre ¡a mitología griega, e n lo s cu ales n o s d ice :
« ¿ C ó m o se p u d o c r e e r e n esas c o sa s? , se p r e g u n ta V o lta ir e . Y sin
em b a rg o : e n p r im e r lu g a r es $ la ra z ó n y só lo a ella a lo q u e to d o m ito
se d irig e , y n o es p o sib le c o m p r e n d e r u n m ito cu an d o a ú n la r a z ó n n o
lo h a a co g id o . Y es q u e los m ito s g rieg o s so n p r o fu n d a m e n te r a c io n a ­
les, p u d ié n d o se d ecir a este resp ecto, sin ser u n m al cristia n o , q u e so n
m u c h o m ás fáciles d e e n te n d e r q u e lo es la d o c trin a d e S an P a b lo » 131.
P e ro G id e n o n o s d ic e q u e haya sid o la ratio lo q u e h a te jid o el m ito
g rieg o n i q u e tan sólo e n ella esté el sen tid o g rieg o d e lo s m ito s. A n te s
b ie n , lo im p o rta n te es q u é d istan cia o b tie n e el sen tid o actual respecto
d e l a n tig u o , y c ó m o la d ista n cia resp ecto d e la a n tig u a in te r p r e ta c ió n
v ie n e a ser u n a n ueva cerca n ía a a q u e llo q u e es el m ito m ism o , desde la
cu al ese se n tid o n u evo se o fr e c e , in a g o ta b le , a n uevas b ú sq u e d as. P o r
eso, el m ito grieg o es co m o la ja r r a de F ilem ó n : « n in g u n a sed la vacía
c u a n d o u n o está b e b ie n d o e n c o m p a ñ ía d e J ú p i t e r » íi!. E l in s ta n te

2 A . G id e, Oedipe (pieza teatral), ed. en alem án de E rn st R ob ert C u rtiu s, Stuttgart/


B e rlín , 1931, p . 62.
3 A . G id e, Incidences, París, 1924 » P*
4- Ibid., p . 125.
EDIPO O EL MITO RACIONAL 4II

c o rre c to es ta m b ié n , sin. d u d a, un. J ú p ite r , y p o r lo ta n to el n e o c la s i­


c ism o n o s p u e d e d e s c u b rir h o y e n el m ito eso q u e antes n a d ie h a b ía
e n c o n tra d o : la c o n s tru c c ió n , la ra z ó n , la ló g ic a .
A q u í n o s d ete n e m o s p ara re s p o n d e r a la o b je c ió n d e q u e e n lu g a r
de u n a ex p licació n h em o s fin a lm en te p resen tad o u n a vertigin o sa p a ra ­
d o ja . D o n d e antes estuvo el p alacio de E d ip o , esa casa im p reg n a d a más
q u e c u a lq u ie r otra d e h o r r o r y de n o c h e , d e in cesto y d e p a r ric id io , d e
c astigo y d e c u lp a , ¿ se alza h o y el te m p lo d e la d io sa d e la r a z ó n ?
¿ C ó m o p u e d e se r e s to ? ¿ Q u é le h a p a sa d o a E d ip o e n lo s v e in titré s
sig lo s tr a n s c u r r id o s d esd e q u e S ó fo c le s lo lle v ó p o r ve z p r im e r a a la
escen a e n la a n tig u a d e G r e c ia , h asta a lc a n za r n u e s tr o s d ías, c u a n d o
G id e lo lleva n u e v a m e n te a lo s e s c e n a rio s de la F ra n cia m o d e r n a ?
P o c o . ¿ Q u é c o n s e c u e n c ia s p u e d e a c a rr e a r ? S in d u d a q u e m u c h a s.
Edipo ha adquirido porfin el lenguaje. E l E d ip o de S ó fo c le s es m u d o , o es casi
m u d o . E s u n p e r r o d e p re sa q u e p e r s ig u e su r a s tro , a lg u ie n q u e se
q u eja d el m altrato q u e sus m an os le in flig e n : el p e n sa m ien to y la r e fle ­
x ió n n o p u e d e n te n e r sitio e n sus d iscu rso s. C ie r ta m e n te q u e E d ip o
resu lta in s a c ia b le a la h o r a d e r e p e tir lo te r r ib le sin cesar, u n a y o tra
vez, e n cu an to dice: « ¡ O h m a trim o n io s, m a trim o n io s! M e en ge n d ras­
teis y, lu e g o , h a b ie n d o v u e lto a e n g e n d r a r d esd e m í m ism o , dejasteis
b ro ta r m i p r o p ia sem b rad u ra, y así m e m ostrasteis c o m o p a d re, co m o
h e r m a n o , h ijo y a sesin o de u n fa m ilia r ín tim o , c e rca n o , y a la m u je r
c o m o esp osa y m a d re , cosa q u e s o n lo s c rím e n e s m ás h o r r e n d o s q u e
a co n te ce n jam á s en tre lo s h o m b r e s » Is].
P e ro este d isc u rso es lo q u e h a ce e n m u d e c e r a su in t e r io r , p u e s
E d ip o desea p arecerse a la n o ch e : « s i m e fu e ra p o sib le tod avía la c o m ­
p le ta o b str u c c ió n d e l can al au d itivo q u e c o rre a través d e lo s o íd o s, sin
d u d a n o m e h a b r ía c o n te n id o e n c e r r a r a c al y ca n to esta m i p e rs o n a
desgraciada; m e q u ed a ría ciego y sin o í r » 161.
¿ Y c ó m o n o ib a E d ip o a enm udecer?-, ¿ c ó m o iba el p en sa m ien to a
d e sh a c e r el n u d o q u e h a ce im p o s ib le sa b e r q u é es eso q u e d estru ye a
E d ip o : eso, es d ecir, e l c rim e n m ism o , la sen ten cia d e A p o lo o la m a l­
d ic ió n que él m ism o lanza sobre el asesino d e L a y o ? M as, p o r lo dem ás,
esta m u d e z n o ca ra cte riza só lo a E d ip o , sin o al h é r o e d e la tra g ed ia
grieg a e n tan to q u e tal. P o r eso lo s estu d iosos a cu d e n sin cesar a la tra -

5 Sófocles, Ediporsy, w . 14 0 3 -14 0 8 [ed. española d e jó s e Vara D orador Sófocles, Tragedias


completas, M ad rid , Cátedra, 198 5, p . 2341 -
6 itfii, versos 13 8 6 -13 8 9 [ed. esp. cit-, p . 233].
412 ENSAYOS ES TÉTICO S Y LITERARIOS

ged ia. « S ó lo h a y u n len gu a je que c o rresp o n d a b ie n al h é r o e trág ico : y


ése es el s ile n c io » Y o tro a u to r escribe: los h éro e s trágicos « h a b la n ,
en cierto sen tid o , d e fo rm a m ás su p erficia l q u e en la q u e a ctú a n » M. Y
tod avía u n te rc e r a u to r: « E n la traged ia, c o m p re n d e el p a g an o q u e es
m e jo r q u e sus d ioses, y ju sta m e n te tal c o n o c im i e n t o lo deja e n m u d e ­
c id o , sin palabras. S in profesarse a sí m ism a, la tragedia in ten ta ir a gru ­
p a n d o su fu e rza en secreto ... E l " o r d e n m o r a l d e l m u n d o ” n o q u ed a
pu es a h í restablecido, sin o que, en su sen o, el ser h u m a n o m o ra l q u iere
enderezarse, todavía m u d o e in fa n til (y co m o tal se le llam a "h é ro e ”), en
el te m b lo r del m u n d o atorm en tad o. La parad oja q u e constituye el n a c i­
m ie n to d e l g e n io e n el s ile n c io m o r a l, e n la q u e a ú n es in fa n tilid a d
m o ral, es p ues lo su b lim e de la tr a g e d ia » 1,1.
D esd e a q u í p o d e m o s c o m p r e n d e r la e n o r m e osadía d el in te n to de
hacer hablar al h éro e p r o p io de la tragedia. A h o ra queda claro q u é su p o ­
n e n las grandiosas palabras sobre el « d e s tin o » q u e G id e escribiría en el
co n te x to antes m e n c io n a d o , m u c h o antes d e c u m p lirla s e n su Edipo:
« M e d ia n te esta palabra repu gn an te se con ced e al azar bastante más de lo
que, sin m ás, le c o rresp o n d e; el azar cam pa a sus anchas allí d o n d e se da
la ren u n c ia a explicar. P ero y o a firm o q u e, cu an to más se re p rim e en el
m ito al d e stin o , ta n to m ás in s tru ctiv o n o s r e s u lta » tic,]. A l fin a l d el
segun do acto del dram a d e S ófocles (la ob ra tien e cin co ) finaliza el p apel
d el adivino T iresias. E d ip o ha n ecesitad o dos m il años para en frentarse
(en G id e ) c o n el vid ente, en ese gran debate en el qu e dice u n a cosa que
S ó fo cles n i siq u ie ra se atrevería a p en sar: « E s te c rim e n m e lo im p u so
D io s, q u e lo d ejó o c u lto e n m i ca m in o . A n te s q u e y o n aciera, ya estaba
preparada aquella tram pa e n que yo iba a caer, p o rq u e o tu o rácu lo m in ­
tió o yo n o p o d ía salvarme en n in g ú n caso. Y o estaba a tra p a d o » [l!|.
G ra cia s sin d u d a a esta n a tu ra l su p e rio rid a d q u e h a y e n el h é r o e ,
e n G id e , e n el lu g a r de r e s id e n c ia d e l v ie jo h o r r o r , se d a a h o r a la
sátira, q u e aparece e n las palab ras de G r e o n te , c o m o a veces ta m b ié n
en las d el c o ro . P e ro n u n c a c o n m ás su p e rio rid a d q u e e n esa e x h o rta ­
c ió n q u e el m ism o E d ip o les d irig e a lo s n iñ o s cuya c o n v e rsa ció n está

7 Franz Rosenzweig, D ír 5tem derlsWoíung, Frankfu rt a.M., 1921, p* 9 ^*


8 F rie d ric h N ietzsch e, Die Geburt der Tragödie,n ° 17, en Werke in drei Bänden, ed, d e K a r l
Schlechte, v o l. I, M ün ich , 1954» p- 9 4 -
9 W alter B e n jam in , Schicksal und Charakter, en Die Argonauten, s e r ie I, 1 0 -1 2 , I 9 2 1 f p .
ahora jujbra {bajo el títu lo de'Destinojf carácter], pp . 178 s *
10 A . G id e, Incidences, op. c it, p . 81.
11 A . G id e, Oediper op. c it, p . 81.
CHRISTOPH M ARTIN W IELAND 413

e sc u c h a n d o . ¿ Q u i é n h a b ría p o d id o m a n ifesta rse c o n m a y o r d e s p a r ­


p a jo so b re aquella p re g u n ta ? E s co m o si e n la in extricab le situ a ció n de
su casa E d ip o tu viera d e rep e n te ante sí, am p lificad as de m a n era c o m ­
p leta y m on stru osa, las m iserias dom ésticas p ro p ia s d e la p e q u e ñ a b u r ­
guesía. P ero E d ip o les dará la espalda p ara segu ir las h uellas de la em a n ­
c ip a ció n q u e so n las q u e n o s a b ren el ca m in o : las d e l h e rm a n o m e n o r
de El hijo pródigo y las d el vagab u n d o de Los alimentos terrestres1^ . E d ip o es el
más viejo de u n a serie d e gran d es fugitivos q u e h a n re c ib id o su señal de
aquel q u e escribió: «Ufauttoujourssortirn 'imported’o ü » íl:í].

CHRISTOPH M ARTIN W ÍELAND

C on o c a s i ó n d e l s e g u n d o c e n t e n a r i o d e s u n a c i m i e n t o [i1

Y a n a d ie lee a W ie la n d . N o seríam os h o n ra d o s c o n el h o m b re n i ta m ­
p o c o c o n su b ic e n te n a r io si p a sá ra m o s p o r a lto d ic h o h e c h o o s ó lo
h iciéra m o s unas in d ica cio n es de d u d oso va lo r sob re lo s « p asajes» q u e,
a ú n h o y, son legibles. A s í n o llegaríam os a lo esencial. L o esencial es sin
d u d a la p e rte n e n c ia h istó ric a d e W ie la n d a la ép o ca en tre el B a r r o c o y
el R o m a n tic is m o , y , a ú n m ás e se n c ia l, el q u e su o b ra esté lig a d a de
m o d o ta n estre ch o a las c irc u n sta n c ia s d e la é p o c a q u e n o p o d e m o s
d e s p re n d e r la de ellas s in le s io n a r sus e le m e n to s m ás v a lio so s . P o r e l
co n tra rio , n o se p u e d e estu d iar e n serio aquellas circu n stan cias alem a­
n as s in q u e r e r a d e n tra rse e n la fig u r a d e W ie la n d . T h e o d o r H e u ß
a cie rta c u a n d o e s c r ib e 1,1: « E l n ú m e r o d e p e rso n a s p a r a las cu ales el
e n c u en tro c o n W iela n d im p o n e e n to d o caso u n a c o n fr o n ta c ió n in m e ­

12 A , G id e, Le retour de l ’enfantprodigue, París, 19 0 ?; Les nourritures terrestres, París, 1897.


13 Parece que B en jam in cita de m em oria estas palabras d el prefacio de íe s novrritures terres­
tres: « E t q u an d tu m ’ auras lu , je tte ce liv re — et sors. J e vo ud rais q u ’ il eút d o n n é le
désir de sortir — so rtir de n ’ im p orte o ü » .
1 Publicado e l 5 de septiem bre de 1933 c u el p e rió d ico Frankfurter ¿feitunghajo el p seu d ó­
n im o G . C o n rad (H itler estaba e n el p o d e r desde el 3 0 de en ero de ese añ o). E l escri­
to r alemán C h ristop h M artin W ielan d vivió entre 1733 y l S l 3 - prim eras obras son
m uy religiosas, pero, a partir de IJ& O , íu e girando hacia u n a Ilustración de ton o escép­
tico al tiem p o que elegante. R enovó a fo n d o la literatura alem ana, si b ien la siguiente
gen eració n de escritores (G o eth e, H erd er, etc.) lo d ejó anticuado m uy rápidam ente.
2 T h e o d o r H euss, ^ I n m ein es V aters Stube>>, en: Festschrift ¿um 200 . Geburtstag des Dichters
Christoph Martin Wieland, Heramgsgeben wrn der Stadtgemeinde und dem Kunst- undAItertumsverein Bibe-
rach/Riss, B iberach an d er R iß , 1933, p . 120 .
414 ENSAYOS ES TÉTIC O S 1 LITERARIOS

diata c o n la n aturaleza h u m a n a así co m o ta m b ién c o n la cre a c ió n p o é ­


tica p u e d e h o y sin d u d a ser p e q u e ñ o . P ero W iela n d a ú n sigue te n ie n d o
u n a im p o rta n te relevan cia, y casi siem p re es m ás in teresan te cu an d o lo
vem os e n su esp acio h is tó r ic o » . E sto es m ás fá cil desde lu e g o de d e c ir
q u e de h a ce r, pues la o b ra d e W ie la n d n o ib a e n busca d e la p r o f u n d i­
d ad, p o r lo q u e se da la te n ta c ió n d e e x p o n e rla sin p r o fu n d id a d . Y así
d ifícilm e n te p o d rem o s acabar p o r exp on erla. M ás b ie n , el co n te n id o y,
ju n t o a e llo , el se n tid o h is tó ric o d e la su p e rfic ia lid a d p r o p ia de W íe -
la n d sigu en sin co n o cerse todavía y « p la n te a n p ro b lem a s estrictam ente
esp irituales sob re lo s cuales se h a d e m ed itar, y n o só lo tareas a resolver
p o r la h isto ria de la lite r a tu r a » l3'. M as co m o estos p ro b lem a s r e q u ie re n
u n e stu d io p o r m e n o r iz a d o , la r e d u c c ió n d e l n ú m e r o d e le c to r e s de
W iela n d va acom p añ ad a p o r el in c re m e n to d e l in terés d e lo s investiga­
dores respecto de la gran e d ic ió n de sus obras q u e la A ca d em ia Prusiana
de las C ie n c ia s está p u b lic a n d o d esd e 1909» y q u e acab ará c o n ta n d o
fin a lm en te c o n cin cu en ta vo lú m e n e s e n total. T ie n e p u e s su b u e n s e n ­
tid o h istó ric o q u e alg ú n d ía (esp erem os q u e n o d em asiad o tard e) W ie ­
la n d salga a la lu z m e d ia n te esta e d ic ió n , c o n to d o s lo s h o n o r e s y el
esm ero q u e él p o r su parte d ed icó a A ristó fa n e s , asi co m o a L u c ia n o , a
C ic e r ó n y a H o r a c io [i],
W ie la n d n a c ió el 5 de se p tie m b re d e 1733 e n el p u e b lo de O b e r -
h o lzh e im , m u y cerca de B ib era ch . E n cu an to a este lu gar, e n el q u e sus
antepasados re sid ía n desde d os siglos antes, era u n a « c iu d a d im p e ria l
l i b r e » tsI. P e r o , a u n así, u n a cosa la d is tin g u ía d e las o tra s ciu d a d es
im p e ria le s y lib res: q u e la Paz d e W estfalia le h a b ía c o n c e d id o « p a r i ­
d a d » , algo q u e n o era b e n e fic io s o d esd e la to ta lid a d de lo s p u n to s de
vista. A llí, to d o s lo s cargo s se v ie r o n o cu p a d o s desd e e n to n ces p o r u n
p a r de p e rso n a s, p e rte n e c ie n te cada u n a de ellas a u n a de am bas c o n ­
fe s io n e s e n c o n flic to , cosa q u e se e x te n d ía d esd e el a lc a ld e h asta las
co m ad ro n as y lo s sep u ltu rero s. D ic h o p r iv ile g io , q u e rep resen tab a sin
e m b a rg o u n a g ra n carga e c o n ó m ic a p a ra la c iu d a d , le d aba al m ism o

3 E m il E rm atinger, « M e in e B egegn u n g m itW ie la n d » , en: Festschrijt, op. cit., p. 161.


4- W ielan d tra d u jo ai alem á n ob ras de Shakespeare, H o r a c io , L u c ia n o , A ristó fa n e s,
J e n o fo n te , E urípides y C ic eró n , [n . d el T.]
5 Las « ciu d a d e s im p e ria le s lib re s » era n , en el S a cro Im p e r io R o m a n o G e rm á n ico ,
ciudades q u e al p rin c ip io h ab ían d ep en d id o de u n obispo; al ro m p e r dicho víncu lo
pasaron a d ep end er directam ente del em perador, y n o de n in gu na a utoridad regional,
si b ie n , a d iferen cia de las « ciud ades im p e ria le s» , estaban exentas de ciertas ob liga­
cion es para c o n el em perador. [N* d el T.]
CHRISTOPH M ARTIN W IELAND 415

tie m p o u n carácte r a b ie rto . E n to d o caso, W ie la n d veía e n esta p a r t i­


cu la rid a d u n a o p o rtu n id a d in m e jo ra b le .
S u p a d re lo in gresó a lo s trece añ os de ed ad e n la escuela m on ástica
de K lo s te r b e r g e n , cerca de M a g d e b u r g o . P o r esa m ism a ép o c a , e n la
q u e K lo p s to c k p u b lic ó la p r im e r a e d ic ió n de El Mesíasm , las in flu e n c ia s
pietistas so b re la fo r m a c ió n d e W ie la n d p a recen alcanzar su p u n to c u l­
m in a n te y p rep ara r al tiem p o su rechazo. P o r supuesto, la ru p tu ra n o se
d io hasta tres años d espués, cu an d o W iela n d fu e c o n fia d o p o r su p a d re
a la tu tela d e B o d m e r , e n su casa d e cam p o , ju n t o al lago d e Z ú r ic h l,!.
« Y a q u e la lite r a tu ra re su lta b a e n su caso in e x tir p a b le » , d ic e B e r n -
h a rd t S e u ffe r t[8i, « p o r lo m en o s el h ijo d e b e ría a p re n d e rla b ie n . Mas
W ie la n d , p o r e n to n c e s , ya e sc rib ía ve rso s m ás flu id o s q u e su sesu d o
p r o fe s o r su izo. N o tard ó e n con vertirse e n el ayu d ante d e l m a estro, en
a p ren d er a ju zg a r y a co n d en a r, en escribir sus catilinarias, y en d esa rro ­
lla r p o te n te m e n te la sen sib ilid a d y el in g e n io lite r a r io p ara lo m aravi­
llo s o de la é p ic a » . S in e m b a rg o , el u so q u e de eso h a ría W ie la n d al
re g r e sa r a B ib e r a c h fu e m u c h o m ás allá d e lo q u e se p o d ía e s p e ra r
ra zo n a b le m e n te de u n d isc íp u lo d e B o d m e r . W ie la n d h a b ía o b te n id o
el cargo d e sen a d o r, a c o n tin u a c ió n fu e n o m b ra d o a d m in istra d o r d e la
ca n cille ría y, co m o u n p u e sto llevaba a o tr o , e n el 176 1 ya era d ire c to r
de la « a so c ia c ió n evangélica de c o m e d ia n te s » . E n calid ad d e tal, o r g a ­
n iz ó ese m ism o a ñ o u n a re p re se n ta c ió n d e La tempestad de Shakespeare.
E l éxito fu e e n o r m e , y fu e la p r im e r a vez e n A le m a n ia q u e u n a r e p r e ­
se n ta c ió n d e co m ed ia n te s hacía h o n o r a S hakespeare, co m o su ced iera
tie m p o atrás e n el caso fa m o so d e los co m ed ia n te s ingleses.
A la tra d u c c ió n d e La tempestad le sigu ió la de o tro s v e in tiú n dram as
de S hakespeare. P ara h a cerse u n a id ea de estas tra d u c c io n e s, cosa q u e
resu lta h o y m u y d ifíc il, c o n v ie n e r e c o rd a r las p alab ras q u e G o e th e les
d e d ic a e n Poesíay verdad. S e trata de p alab ras escritas c o n la m e n ta lid a d
so b ria y crista lin a p r o p ia d e a q u e lla ép o ca p a ra la q u e W ie la n d tra b a ­
ja b a , y pese a su au sterid ad y seq u ed ad están llen a s d el m o d o m ás s in ­
c e ro de más c o n fia n za e n la p o esía q u e el análisis p u ra m e n te estético.
S o b r e esto d ic e G o e t h e '91: « L o q u e su rte su e fe c to d e u n a m a n e r a
só lid a y p r o fu n d a , lo q u e d e verd a d n o s ed u ca y a lien ta, es a q u e llo que

6 L o s tres p rim ero s cantos se p u b lica ro n en 1748-


7 Joh a n n Ja k o b B o d m e r (16 9 8 -178 3 ), escritor e h isto ria d o r suizo, [ n . d el T .]
8 B e m h a rd S eu ffert, « W ie la n d » , en: Fesíschrifi, op. cit. , p . 183.
9 G o eth e, Dichtungund Wahrhp.it, parte tercera, lib ro segundo.
416 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

q u ed a d e l p o e ta al tr a d u c irlo e n p ro sa . L o q u e e n to n ces n o s q u ed a es
el p u r o y p e rfe cto c o n t e n id o » . Shakespeare, tal c o m o W ie la n d lo tra ­
d u jo e n p ro sa a le m an a, n o era el g e n io q u e en tu sia sm ó m ás ad elan te
tam b ién al m ism o G o e th e. Pues éste n u n c a h abría ad m irad o e n Shakes­
peare eso q u e había im p resio n a d o a W iela n d , es d ecir, « lo m o r a l b ello ,
... lo h o n esto , lo que resulta am able e n las sensaciones y en las accion es
m o r a le s » [wI. S in e m b a rg o , sería e n tre las lín e a s d e ese texto a le m á n
p r e p a r a d o p o r W ie la n d d o n d e lo s le c to re s p o s te r io r e s e n c o n tr a r o n
a q u e llo q u e les h aría a d m ira r a Sh akespeare... y, al m ism o tie m p o , des­
p recia r a W ielan d .
Para la fam a y la carre ra w iela n d ia n a tu v ie ro n m ás im p o r ta n c ia én
to d o caso obras co m o Agatón y Musarión, q u e escrib ió d u ra n te su ép oca de
B ib e r a c h 1" 1. L o a q u í d e te rm in a n te , c o m o ya v e n ía su c e d ie n d o m u c h o
tiem p o atrás, y co m o segu iría su ced ien d o d u ra n te m u c h o tiem p o to d a ­
vía, fu e r o n los vín cu lo s q u e p o d ía n existir en tre u n escrito r alem án y el
fe u d a lis m o . L o s v ín c u lo s d ecisivo s p a r a W ie la n d e r a n , e n e fe c to , lo s
trab ad os c o n el c o n d e S ta d io n , cu yo lin a je resid ía e n la zo n a de B ib e ­
rach desde hacía, más o m en o s, u n o s d oscien tos a ñ o s 1'*1.

« C ie r t o castillo en can tado al q u e el co n d e S ta d io n se h a retirad o desde


h a ce o c h o a ñ o s y q u e , p o r c a p r ic h o d e lo s A lq u if e s y las U rg a n d a s,
p a re c e d e stin a d o a a lo ja r a las p e rs o n a s m ás extrañ as y a p r o v o c a r las
m ás extrañas aven tu ras, fu e d u ra n te a lg u n o s a ñ os m i re sid e n cia p e r ­
m a n e n te » 1131. L a m ás extrañ a d e estas aventuras fu e el r e e n c u e n tro de
W ie la n d c o n su a m o r ju v e n il tras casi n u ev e a ñ o s de s e p a ra c ió n . L o s
p r im e r o s tie m p o s d e l a m o r p o r S o p h ie G u te r m a n n se r e m o n ta n a la
ép o ca p ietista d e l p o eta , y su p r im e r a d e c la ra c ió n d e a m o r ib a e s c o n ­
d id a e n la exégesis de u n se rm ó n . P ero esta re la c ió n , e n la q u e la m e n ­
talid ad de esa p r im e r a ép o ca se expresa d e m a n era tan p e rfe cta, estaba
d estin ad a a te rm in a rse p o r cu lp a d e los lím ites estrechos de tal m e n ta ­
lid a d . In trig a s p e q u e ñ o b u r g u e s a s y m a le n te n d id o s p riv a d o s h a b ía n
sep a ra d o a lo s a m an tes. S in e m b a rg o , n in g u n a e x p e r ie n c ia e r ó tic a

10 W ie lan d , Theorie und Geschichte der Red-Kunst und Dicht-Kunst, cita d o en: E rh a rd B ru d e r,
« W iela n d ais S ch au spield irektor >>, en: Festschrift, op. cit , p. 75 -
11 G&sc/uc/ite desAgathon, 17 6 6 -1 7 6 7 ; oderDie Philosophie der Gro$enf 176 8.
12 E l con d e F ried rich v o n Stadion-W arthausen, que vivió en tre 1691 y I 7 &6 , fu e u n o de
los h om b res más in flu yen tes en la p o lítica alem ana d e su tie m p o , [n. d el T.]
13 C a rta de W ie la n d a R ie d l, citada en : G a b rie le F r e iin v o n K o e n ig -W a rth a u se n ,
« F rie d rich G r a fv o n S ta d io n » , en; íesísc/iri/l, op. cíí., p . 84*
CHRISTOPH M ARTIN W IELAND 417

p o s te r io r p a re c e h a b e r a fe c ta d o a W ie la n d ta n p r o fu n d a m e n te . A s í,
esta e x p e rie n c ia fu e n o só lo e n s e n tid o te m p o r a l, sin o ta m b ié n e n el
in te r io r , ex p resió n c o m p leta d e su r e la c ió n c o n la m u je r y, p o r tan to,
p r o fu n d a m e n te significativa.
D e c im o s e n s e n tid o te m p o r a l p o r q u e la a m istad de W ie la n d c o n
S o p h ie se e x tie n d e d u ra n te casi sesen ta a ñ o s . Y e n s e n tid o in t e r io r
p o r q u e ta l r e la c ió n le h a ce p a sa r de u n a im a g e n d e la m u je r q u e en
algun o s rasgos se p arece a la q u e se establece c o n las santas y las m ártires
in a b o r d a b le s y será fica s d e lo s altares b a r r o c o s al tip o b ie n d is tin to ,
p e ro n o m en o s rep resen ta tiv o , d e la m u je r lib re y p ro d u c tiv a q u e es la
p r o p ia d e l ro m a n tic ism o . A sí, S o p h ie L a R o ch e (pu es así se lla m ó tras
casarse c o n el secretario d e l c o n d e S ta d io n ) se v in o a c o n v e rtir gracias
a W ie la n d e n u n a escritora, y su Historia de la señorita Stemheim fu e e n efecto
u n o d e los lib ro s m ás leíd o s de la é p o c a 1'*1. M ás tard e, en la p e rso n a de
su n ie ta , q u e fu e S o p h ie B r e n ta n o , la c u a l c o n v e in tic u a tr o a ñ o s de
ed a d m u r ió e n b ra zo s d e l casi se p tu a g e n a rio W ie la n d , a tra e ría éste a
u n a d e las m ás c o m p le ta s m u je r e s ro m á n tic a s . L a in s c r ip c ió n d e la
láp id a q u e e n O ß m a n n s te d t cu b re las tu m b as co m u n e s de W ie la n d , de
su esposa y de S o p h ie B re n ta n o d escrib e el h erm o sísim o arabesco d e li­
cad am en te r o c o c ó q u e ro d e a su vida:

L ie b e u n d F r e u n d s c h a ft u m s c h la n g d ie v e r w a n d te n S e e le n im L e b e n ,
U n d ih r S te r b lic h e s d e c k t d ie s e r g e m e in s a m e S te in * TSl.

W ie la n d e sc rib iría d ic h o s versos el m ism o d ía d e l ú ltim o cu m p le a ñ o s


de su am iga de ju v e n tu d .
G o e th e , p o r su p a rte , r e n d ir á su h o m e n a je d e este m o d o a W ie ­
la n d e n su Maskenzug desJahres 1818:

W ie la n d h ie ß e r! S e lb st d u r c h d r u n g e n
V o n d e m W o r t, das e r g e g e b e n ,
W a r s e in w o h lg e fü h r te s L e b e n
S till, e in K r e is v o n M ä ß ig u n g e n

14 Sophie La R oche vivió en tre 1731 y 180 7. Fue autora de novelas de gran éxito, com o la
Geschichte des Fräuleins non Stemheim, 2 v o ls ., 1771. [N .d e lT .]
ig « E l am or y la amistad entrelazaron en vida a estas almas afines, / y esta piedra com ún
cubre sus restos mortales®-. C fr . W ern er D eetjen , «W ieland in W eim ar^ , en: Festschriß,
op. cif., p. 154-
16 « ¡S e llam aba W ielan d ! Im b u id o / p o r la p alabra q u e daba, / su vida b ie n c o n d u c i­
da era / tra n q u ila , com o u n círcu lo d e m o d e ra cio n e s» .
4 i8 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

N o se p o d r ía caracteriza r d e fo r m a m ás feliz la in ten sa vid a eró tic a de


W ie la n d , p u e s e n la m o d e r a c ió n a q u e se a lu d e n o h a b ía s o m b ra d e
m e d io c r id a d . Es G o e th e u n a vez m ás q u ie n ex p re só la id e a d e q u e
W ie la n d n o fu e p o s e e d o r de u n a aurea mediocritas, sin o q u e vivió « to d a
su vid a in extremis»!l?I. L a m o d e r a c ió n q u e su vid a n o s p resen ta al o b se r­
varla e n c o n ju n to p ro c e d e de la fir m e d e te rm in a c ió n q u e, en cada u n a
de sus ép o cas, a lc a n zó h asta su e x tre m o . Y a a lo s d ie c in u e v e a ñ o s de
ed a d W ie la n d había escrito lo sig u ien te: « Q u i e n pasa m ás allá, e n sus
d eseos, de b esa r u n a m a n o , ése n o p o d r á d e c ir q u e am a» 11’ 1. R esu lta
b ie n sabido q u é v io le n ta sería e n las ob ras de W ie la n d la re a cc ió n c o n ­
tra la m e n ta lid a d q u e q u e d a m a n ifie s ta e n esta fra se , y q u é e n o r m e
escán d alo cau sa ro n sus frív o lo s relatos, y m u y esp ecialm en te la Historia
del príncipe Biribinker, al ser p u b lic a d o s . Q u e , al re d a c ta rlo s , W ie la n d
h u b ie r a a b rig a d o la in t e n c ió n d e d e sp e r ta r c o n estos te xto s e n la
n o b le za alem an a u n in te ré s m a yo r p o r la lite ra tu rá de su tie rra , n o es
cosa m u y d ig n a d e c r e e r p o r el b ie n d e esa m ism a n o b le z a a le m a n a .
M as, sea co m o fu e re , tan to e n su é p o ca relig io sa c o m o e n su ép oca
m aterialista W ie la n d se atuvo a la frase d e F ield in g q u e dice: « P a ra esta
vid a n o hay sistem a m ás c o r r e c to q u e el de lo s a n tig u o s e p ic ú re o s , n i
ta m p o c o sistem a m ás a b su rd o q u e ese q u e p ra ctic a n sus a n típ o d a s, es
d e c ir , lo s m o d e r n o s , q u e v a n b u s c a n d o la fe lic id a d e n la ilim ita d a
satisfacción de cu a lq u ier deseo s e n s o r ia l» . E l p o e ta m a d u ro evitó así el
a m o r celeste e n n o m b r e d e la escu e la f ilo s ó fic a a n tig u a , y el a m o r
te rr e n o e n c o n tr a p o s ic ió n a la m o d e r n a p a ra , c o m o gu staba r e p e tir,
p o d e r m o r ir « s in a r r e p e n tim ie n to » .

Se h a a n o ta d o , sin d u d a c o n ra zó n , q u e W ie la n d n o p e rten e cía al c ír ­


c u lo de lo s ilu strad o s racion alistas, sin o al de lo s ilu strad o s sen su a lis­
tas. Sus m aestros fu e r o n los ingleses y, m ás a ú n , lo s franceses (M o n te s­
q u ie u , B o n n e t, H e lv étiu s ). P ero W ie la n d n o to m a rá de ellos las ideas
p e lig ro sa s y exp losivas, d ed icad a s a la r e v o lu c ió n , sin o m ás b ie n esos
m ateriales q u e le p e rm itie ro n d a r a su escep ticism o u n as fo rm a s m u n ­
danas. C o sa q u e h izo W iela n d c o n g ra n éxito en su n ovela p o lític a titu ­
lad a El espejo dorado, o: Los reyes de Chechiánb9\

17 C o n v e rsa c ió n de G o e th e co n R ie m er d e l 11 de fe b re ro de 18 0 7.
18 G fr. A d r ia n o B e lli, « D e r E in d r u c k » , en: Festschrift, op. cit . , p . 157.
19 C .M , W ielan d , Dergoldne Spiegel oder die Könige von Scheschian, 4 vo ls.,
CHRISTOPH M ARTIN W IELAND 4 19

« S i n o m e eq u ivoco, la h isto ria d e los reyes de C h ech iá n qu e p o n g o


a lo s p ie s de S u M a je sta d n o p a r e c e c o m p le ta m e n te in d ig n a de i r a
f o r m a r p a rte de las serias d iv e rs io n e s e n q u e v u e stro e s p íritu , ja m á s
in activo , suele descansar tras el esfu erzo d e lo s asuntos graves e im p o r ­
tan tes» . E l em p erad o r verd ad ero al que W iela n d se refería en esta d e d i­
c ato ria de El espejo dorado, o c u lto b a jo la m áscara d e l c h in o T a i-ts u , era
J osé II. Esta o b ra es u n d escen d ien te de las novelas políticas d el B arro co ,
p e ro c o n el m atiz de que la a cció n o cu p a e n este caso u n lu ga r secu n d a­
r io e n el m arco ricam en te o rn a m en ta d o que la con versación le prepara.
L a h is to ria d e lo s reyes de C h e c h iá n es le íd a e n la c o rte d e S haj -
G ueb al, q u e en cu en tra en su am ada N u rm ah al y e n su filó so fo , el d o c to r
D a n is h m e n d , lo s d os ra zo n a d o re s q u e n ecesita p ara ir ex tra yen d o d el
im a g in a r io lib r o d e la h is to r ia to d a s las p o s ib le s m o ra le ja s . W ie la n d
n o s p u d o p r e se n ta r a q u í c o n to d a tr a n q u ilid a d su c re d o p o lític o p o r
se r éste a ce p ta b le e n las c o rte s ilu stra d a s q u e e r a n p r o p ia s d e l sig lo
X V III. W ie la n d sim p a tiza b a c o n el d e sp o tism o ilu s tra d o , p e r o esto n o
in te n tó fu n d a m e n ta rlo de m a n era te ó ric a , sin o q u e se c o n fo r m ó c o n
estab lecer u n a esp ecie de argumentatío ad hominem (o adpopulum, c o m o sería
q u izá m e jo r d e c ir) m ás o m en o s am able. E n u n a d em o cracia, lo s in t e ­
reses d e l p u e b lo le p a re c e n ta n m a l d e fe n d id o s c o m o m ás a d elan te le
p a re c e rá n lo s de lo s a b d erita n o s, a lo s cuales les d ice q u e lo q u e e n su
E stado « p a re c ía d e m o c r á tic o » era « m e r a a p a rien cia y b u fo n a d a p o lí­
tic a » [ao1. P ero , a u n q u e la crítica de W ie la n d sin d u d a carezca de o r ig i­
n alid ad , se p o d ría d e c ir e n to d o caso q u e fu e , c o n B e rn h a rd L u th e r , el
ú n ic o e sc rito r (alem án ) g ra n d e d el siglo XV III q u e « se in teresa ra e n lo
p o lí t ic o » [ai1. W ie la n d d e b e rá ju s ta m e n te a este h e c h o la o b te n c ió n de
u n a c á te d ra e n E r f u r t 1" 5, d o n d e u n a te n d e n c ia n a c io n a l d e l c a t o li­
cism o , c o n tra ria a R o m a , b u scab a p ro fe s o r e s q u e p u d ie ra n o to rg a rle
p r e s tig io . S ta d io n lla m a ría la a te n c ió n d e la u n iv e r s id a d de E r fu r t
sob re W iela n d , y él in te n tó ju stific a r su n o m b ra m ie n to c o n la p u b lic a ­
c ió n d e El espejo dorado y u n cu rso de filo so fía de la h isto ria . C o n su g ra n
n ovela p o lític a lo g ra ría , e n e fe cto , d esp ertar el in te ré s d el e m p e r a d o r
au stríaco; e n cam b io , el lib r o im p re sio n a ría m en o s a la c o rte de V ie n a
q u e a la de W eim ar, c o n lo cual, fin a lm en te, p r o p o rc io n ó a su a u tor u n

30 G . M . W ielan d , Geschichte derAbderiten [1781], en: GesammelteSchriften, ed. de la A cadem ia


Prusiana de las C ien cia s, v o l. IO, B e rlín , 1913» p . 204. (parte 2i lib ro 4 , capítu lo 9).
21 B ern h ard L u th er, <<Von W ieland zu H e in ric h v . K le is t» , en: Fesischrifi, op, cit., p. 173 ’
22 W ie lan d fu e n o m b ra d o e n 17^9 cated rático d e filo so fía e n la u n iversidad de E rfu rt.
420 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

cargo p ro v isio n a l e n d ich a co rte, q u e le c o n d u jo a c o n tin u a c ió n a v in ­


cularse d e m o d o p e rm a n e n te c o n la co rte de la d u qu esa A n a A m a lia y,
después, c o n la corte de G a rlo s A u g u s to 13® 1.

E n u n a carta d e j u n i o d e I ?79 W ie la n d n o s d e sc rib e , c o n im a g e n en


ve rd a d en c a n ta d o ra , la am istosa a tm ó sfe ra re in a n te en lo s p r im e r o s y
fe lic e s a ñ os d e su c o n v iv e n c ia e n W e im a r c o n G o e th e . « C o n G o e th e
pasé la sem a n a pasad a u n ra to m u y b u e n o . T u v im o s q u e p o s a r el
m ism o d ía p a ra el c o n s e je r o M ay, q u e, p o r u n e n c a rg o de la d u q u esa
d e W ü r tte m b e r g , n o s p in ta u n r e tr a to . G o e th e estu vo p o s a n d o la
m a ñ a n a y la tard e y, c o m o estaba au sen te el S e re n ís im o , m e p id ió q u e
le aco m p añ ara e n la p e n o sa sesió n y le leyera algo de Oberón para e n tr e -
ten erse. P o r su erte, este h o m b re , q u e p o r lo ge n e ra l está e n fa d a d o , se
e n c o n tra b a ese d ía ta n r e c e p tiv o y alegre c o m o u n a ch ica d e d ieciséis
años. E n to d a m i vid a n o h e visto n u n c a d isfru ta r tanto a n ad ie c o n la
o b ra d e o tr o c o m o d is fr u tó G o e th e c o n Oberón, e n e sp e c ia l c o n el
q u in to c a n to » 1’ 41. C o n o c e m o s el cu a d ro que M ay p in tó de W iela n d . E l
e s c r ito r n o p a re c e q u e tu v ie ra sus 4 6 a ñ o s de e d a d . P e ro sus rasgos
sen su a les y se n sib le s, fu e r te m e n te im p r e g n a d o s de ir o n ía , y a están
m arcad o s p o r la resig n a ció n . Y a p o r esos añ os e n W eim ar se le llam aba
el « v ie jo W ie la n d » , y « d u r a n te casi c u a re n ta tu v o q u e s o p o r ta r esta
d e sig n a c ió n , cariñ o sa a veces y otras veces, e n c a m b io , m a lic io s a » [asI.
W ie la n d te n ía u n a se n s ib ilid a d b astan te agu d a p a ra la im p r e s ió n
q u e causaba en las otras p e rso n a s. D e a h í su in fre c u e n te ta len to d ip lo ­
m á tico , p e r o ta m b ié n su p r e c o z r e s ig n a c ió n . « T e n g o la d e s g ra c ia » ,
escribe e n sep tiem b re de 1 7 7 6 a G h ristia n K a ise r, « d e ser u n o d e esos
tib io s q u e sie m p re s o n e s c u p id o s ig u a lm e n te p o r fr ío s y c á lid o s » .
G o e th e era u n o d e lo s c á lid o s y, e n su fa rsa Dioses, héroesy Wieland1*0 ,
« e s c u p ió » al escrito r de m ás ed a d . C u a n d o escrib ió ese texto, G o e th e
se h a lla b a en el p r in c ip io de su ca rre ra , y W ie la n d e n la c u m b re d e la
suya. A u n q u e esta o b rita de G o e th e fu e la señ al de ataque c o n tra W ie -

23 W ielan d fue n om b rad o en 1772 precep tor de los dos hijos de A n n a A m alia, duquesa
de S ajon ia-W eim ar-E isen ach, que, desde i 75 ®j ejercía la regencia. E l m ayor de sus
h ijos, KarI Auglhst. gran duque de Sajorna-W eim ar, subió al tro n o en 1775 7 co n vir­
tió a W eim ar en el cen tro de la cultura alem ana.
24 C a rta d e W ie lan d a M erck d el 26 de ju n io de 1779 -
25 H an s W ahl, « W ie la n d u n d G o e t h e » , en: ifeíjc/iri/t, op. c it, p . 19 0 .
26 G o e th e , Gdfter, Helden und Wiélúnd, I 774 -
CHRISTOPH M ARTIN W IELAND 421

la n d , éste s ie m p re m a n tu v o u n a a c titu d reservad a. Es d ifíc il e x p lic a r


dich a reserva, p e ro el tacto d e W ie la n d n o s resu lta cla riv id en te si p e n ­
sa m o s e n q u e , m ás a d e la n te , u n a e stre ch ísim a r e la c ió n d e v e c in d a d
u n ió a G o e th e y a W ie la n d a lo la rgo de cu aren ta años.
P e ro n o e ra ta n só lo v e cin d a d , sin o ta m b ié n u n a su c e sió n (n o e n
s e n tid o p o é tic o , sin o e n el p o lít ic o ) , c o m o W ie la n d le d ice de fo rm a
m u y h e rm o sa e n I J J & a L avater: « T e n ía 38 a ñ o s c u a n d o u n a fantasía
d e carácter m á g ic o y la m agia (m ás fu e r te tod avía) de la id ea in te n s a ­
m e n te se d u c to ra de re a liz a r m u ch as cosas b u e n a s, y a lo g r a n d e , p a ra
v a rio s sig lo s, m e c o n d u je r o n hasta esta c o r te y m e e n r e d a r o n e n la
a ven tu ra p e lig ro sa , ro d e a d a de a b ierto s p re c ip ic io s, q u e, vista lu eg o a
la lu z d e l d ía, resu ltaba im p o s ib le p o r c o m p le to . G o e th e apenas ten ía
?6 a ñ o s » . P o r su p u e sto , a lo im p o s ib le de esta ta re a n u n c a le p u d o
W ie la n d sacar ta n to p a r tid o c o m o G o e th e , q u ie n , se g ú n a p r e n d ía a
d o m in a rla , se iba s in tie n d o m en o s ad ecu ad o a ella, m ien tra s q u e W ie ­
la n d se en c o n tra b a e n su ele m e n to estan d o en la co rte y e n su am istad
c o n A n a A m a lia (q u e é r a la m ad re de G a rlo s A u g u sto ). D e m o d o que,
e n su é p o c a de W e im a r, W ie la n d p u d o p u b lic a r ta n s ó lo , a p a rte de
diversas tra d u c c io n e s, d os ob ras gran d es: Losabderitanos y Oberón.
E n c u a n to al é n fa sis c o n el q u e h a b la G o e th e u n a y o tr a vez d el
Oberón n o sie m p re n o s r e su lta c o m p r e n s ib le , p e se al e n c a n to q u e
m u estran sus detalles; a n o ser q u e su p o n g am o s q u e G o e th e d isfru tab a
v ie n d o a W ie la n d c o n fu n d ir el á m b ito de lo g rie g o —q u e a G o e th e le
in teresa b a esp ecialm en te, y al q u e n o le gustaba e n ab so lu to ve r d u d o ­
sam en te c o n v e rtid o en escen a rio de un as fantasías n o ta b le m e n te vagas
y arbitrarias— c o n el ám bito p r o p io d e lo s tiem p o s de la vieja A le m a n ia .
Y es q u e « W ie la n d n u n c a se c o n sid e ró respo n sab le an te n a d ie » , co m o
le d ijo G o e th e , tra n sc u rrid o s d iez años de su m u e rte , al c a n cille r V o n
M ü lle r [a71. A G o e th e tuvo q u e resu lta rle m u y d ifíc il p e r d o n a r le esto a
W ie la n d e n re la c ió n c o n lo s tem as y p erso n a jes grieg o s. A s í, e n su e lo ­
gio a Oberón se p u e d e ve r e n p a rte el am istoso c o m p le m e n to d e l ataque
in ic ia l c o n tra el a u to r d e u n a ab su rd a Aiceste e d u lc o ra d a [aS1. P e ro , c o n
este r e c o n o c im ie n to ta m b ié n tie n e q u e ver la n ecesid ad de a p rovech ar
to d a s las o c a sio n e s de d if u n d ir la fa m a q u e c o r r e s p o n d e a W ie la n d .
P u es G o e th e n o o lv id ó n u n c a q u e W ie la n d , q u e era m a y o r q u e él, le

í?7 C o n versación del 6 de ju n io de 1834*


28 W ielan d estrenó en 1773 u n a ob ra de teatro titulada -A/ceste.
ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

d io la b ie n v en id a e n u n u m b ra l q u e éste había ya atravesado. Q u ie n lea


e n las fam osas con versacion es de G o e th e las páginas sob re los p rim e ro s
a ñ o s d e W e im a r n o se e n c o n tr a r á m ás a m e n u d o c o n n in g ú n o tr o
n o m b re q u e el de W ie la n d . Y n in g u n o d e sus co m p a ñ e ro s de la ép oca
d e l Shirm und Drang lo g ró acercarse m ás a la d u lzu ra de la p o esía ju v e n il
d e G o e th e q u e W ie la n d en lo s versos q u e le d irig ió :

S o tra t e r u n te r u n s, h e r rlic h u n d h e h r,
E i n ec h ter G e iste rk ö n ig , d ah er;
U n d n ie m a n d fra g te, w er ist d e n n d e r ?
W ir fü h lte n b e im e rste n B lic k , 's w ar er!
W ir fü h lte n ’s m it a lle n u n se r n S in n e n ,
D u rc h alle u n sr e A d e r n r in n e n .
S o h at sic h n ie in G o tte s W elt
E in M e n sc h e n so h n u n s d arg estellt,
D e r alle G ü te u n d alle Gew alt
D e r M e n sc h h e it so in sich verein ig t!

P e ro la p e rso n a a la q u e W ie la n d ib a sa lu d a n d o d e este m o d o v e n ía al
tie m p o a ser la resp o n sa b le d e q u e a su p r o p ia o b ra le llega ra ese in s ­
tan te q u e él d e fin e , e n Los abderitanos, co m o a q u el in stan te « e n q u e esta
h isto ria n o in teresa rá ya a n ad ie m ás, n o e n tre te n d rá a n a d ie m ás, n o
fastid iará a n ad ie m ás y n o en o ja rá a n ad ie m á s » .
U n a d e las causas q u e p ro v o c a n qu e, co m o h em o s d ich o ya al p r in ­
c ip io , el c o n te n id o y el se n tid o h is tó ric o s de la su p e rfic ia lid a d p r o p ia
de W ie la n d sigan a ú n h o y sin c o n o ce rse es q u e aqu el d iscu rso p r o n u n ­
c ia d o p o r G o e th e e n el a ñ o 18 1 3 , c o n la fu e r z a in te n s a e im p e ra n te
c o n la q u e se eleva e n e l u m b r a l de la fa m a p o s tu m a d e W ie la n d , n o
p o d r ía apenas a le n ta r la existen cia d e in te n to s sim ila re stso1. M ás d u ro
d e e n te n d e r r e su lta el h e c h o d e q u e a lg u n a s de las cosas exp resad a s
p o r G o e th e so b re W ie la n d (y n o ta n to e n el c u e rp o d el d iscu rso co m o
e n o tro s lugares m ás d isp erso s) apen as d eja rá n h u e lla n in g u n a . C i e r ­
ta m e n te , n o s es b ie n c o n o c id a la fra se r e tr o sp e c tiv a d ic h a a E c k e r -
m a n n : « T o d a la A le m a n ia s u p e rio r está e n d eu d a c o n W ie la n d p o r su

29 « A sí se presentó entre nosotros, m ajestuoso y esplén dido, / u n auténtico rey de los


espíritus; / y n adie p regu n tó q u ién era ése, / p o rq u e nada más verlo ya supim os de
q u ién se trataba. / C o n tod os n uestros sentidos lo supim os, i re co rrie n d o todas n u es­
tras venas. / N u n ca se nos había presentado / n in g ú n h om b re así, que e n su persona
/ ju n to a toda la fuerza de lo h um an o / todas las bon dades u n ific a » . C .M . W ieland,
An Psyche, cit. en: D eetjen , « W ielan d in W eim a r» , op. cif., p p . I ^ O s ,
30 G o e th e , brüderlichem Andenken Wtelonds, 1813*
CHRISTOPH M ARTIN W IELAND 423

e s t ilo » 131*; p e ro p ara ex p lica rn o s el p o r q u é, G o e th e h iz o in d ic a c io n e s


valiosísim as cuya in te rp re ta ció n p u e d e sin d u d a aco m p añ ar a ú n p o r u n
b u e n trech o a lo s estud iosos w iela n d ia n o s.
V o lv a m o s a alg o a ú n m ás c o n o c id o : ¿ p u e d e h a b e r alg o m ás r a r o
q u e la frase a cu yo través a lu d e G o e th e al Musarion de W ie la n d : « A h í
m ism o fu e d o n d e c re í ve r a la A n tig ü e d a d viva y ren o va d a» ^ 5' ? P o rq u e
n o hay d u d a de q u e el le c to r d e h o y n o e n c u e n tra o tra cosa en Musarion
sin o la típ ica viñ eta r o c o c ó so b re la vid a grieg a. P ero eso ta n d ifíc il de
e n te n d e r cu an d o se n o s p rese n ta aislad am en te, a d q u irirá o tr o aspecto
e n tre ob serva cio n es sim ilares. « W ie la n d tuvo in flu e n c ia e x tr a o rd in a ­
r ia » , escrib e G o e th e e n las n otas so b re el Diván oriental-occidental, « p o r ­
q u e a q u e llo q u e siem p re le atraía y la m a n era e n q u e se lo a p ro p ia b a y
a su vez lo c o m u n ic a b a era agrad able a sus c o n te m p o r á n e o s » . G u a n d o
h a b la de W ie la n d , G o e th e p a re c e só lo r e fe r irs e a su in flu e n c ia so b re
sus contemporáneos (so b re él m ism o y s o b r e lo s d e m á s), y esto es, sin
d u d a, e sc la re c e d o r. P u es e n su in flu e n c ia s o b re sus c o n te m p o rá n e o s
W ie la n d d io lo q u e antes n u n c a n ad ie h a b ía te n id o cap acid ad d e d a r y
lo q u e , tras é l, ya n u n c a n a d ie c o n s id e r ó n e c e sa rio d ar: la f u s ió n de
u n a A n tig ü e d a d id ealizad a c o n u n a lite ra tu ra d irig id a a lo actual, a las
am plias capas de lectores. N o es p u es casual q u e DerTeutscheMerkur alcan ­
zara 83 v o lú m e n e s 133'. C o n su e n o r m e sen sib ilid a d p o r lo actual, W ie ­
la n d era el m e d ia d o r p e rfe c to q u e ad ap tó el m u n d o d e la A n tig ü e d a d
clásica al n iv el cu ltu ra l p r o p io de su ép o ca. L o q u e esto sig n ifica q u ed a
claro al ech ar u n vistazo a la ob ra d e K io p sto c k , cuyas evocacion es de la
A n tig ü ed a d están llenas d el m ism o pdthos de distancia q u e los pasajes más
exaltados de El Mesías. G o e th e , p o r el c o n tra rio , n o s d ice lo sigu iente de
las tra d u ccio n e s d e C ic e r ó n hechas p o r W iela n d : « A h í se escucha, sin
d uda, la cla rific a ció n m áxim a p o sib le d e la situ a ció n d el m u n d o e n esa
época, el cual q u e se en co n tra b a d ivid id o en tre los p a rtid ario s d e C ésar
y lo s p a rtid a rio s de B ru to , M as e n c o n ju n to , esas tra d u c c io n e s se le e n
c o n id én tica frescu ra q u e si fu esen u n p e rió d ic o ro m a n o , pu es n o n o s
d ice n n ad a de la cu estió n de la q u e se trata en r e a lid a d » (3tl.
W ie la n d m u r ió el 2,6 de e n e ro d el a ñ o 18 13 . G o e th e v in o a im a g i­
n a r en to n ces u n a a legoría d em o n íaca al ob servar el b o c e to de u n a verja

31 C o n v e rsa c ió n d el 18 de e n ero de 18 2 5.
32 G o e th e , Díc/itungund Wakrheit, segunda p a rte , séptim o lib r o .
33 W ielan d d irig ió , en tre 1773 y * 7 ^ 9 » la revista cu ltu ral Der Teutsche Merkur.
34. C o n v e rsa c ió n de G o e th e c o n Falk d el 2 5 de e n ero de 1813-
424 ENSAYOS ES TÉTIC O S Y LITERARIOS

p a ra su tu m b a e n O ß m a n n s te d t. Y , c o n e llo , te n e m o s n o só lo el más
p r o fu n d o p e n sa m ie n to , sin o ta m b ié n el m ás ju s to q u e d e d ic ó G o e th e
a W iela n d : « G o m o vivo e n m ile n io s, m e suena siem p re ra ro o ír h ablar
d e las estatuas o lo s m o n u m e n to s . N o c o n s ig o p e n sa r e n u n a estatua
q u e le esté d e d ica d a a u n h o m b r e d e m é r ito s in im a g in á rm e la d e r r i­
b ad a y d e stru id a p o r las g u erra s d e l fu tu r o . L o s b a rro te s de G o u d r a y
e n to r n o a la tu m b a de W ie la n d ya lo s v e o r e lu c ir c o m o h e r r a d u r a s
b ajo las patas de lo s caballos de u n a cab allería v e n id e r a » [3Sl. H a y a u to ­
res^ *5p ara cuya sup ervivencia la p o sib ilid a d d e volver a ser le íd o s n o es
m ás im p o r ta n te q u e u n a estatua. Sus fe r m e n to s se h a n fu n d id o p a ra
siem p re c o n el suelo m a tern o , c o n la le n g u a m a tern a . C h ris to p h M a r­
tin W ie la n d era de esos au tores.

35 C o n v e rsa ció n de G o e th e co n E ck erm an n d el 5 de j u lio de 1 8 2 7 -


36* E l ayun tam ien to y la A so c ia c ió n de A rte y A n tig ü e d a d de B ib erach an d er R iß h an
publicado» c o n o ca sió n d el b ice n te n a rio d el n a cim ie n to d e W ielan d , u n lib r o [cfr.
sufra, p . 4.13, n o ta 2 (n . d el T,)J cuyas cuatro partes c o n tie n e n un a an tolo gía de los
escritos de W ielan d e n d ich o lu gar, u n a exp o sició n de B ib e rach y de la vida de
W ielan d e n d ich o lugar» u n a serie de m an ifestacion es de autores suabos sob re su
paisano y u n a serie de a rtícu los de varios estudiosos. A esta u ltim a parte, q u e p r e ­
senta la situ ació n actual de los estudios sob re W ieland* le d eb e m uchas citas este
a rtícu lo , [ n . de B .]
ÍNDICE

P r im e r o s t r a b a j o s
DE CRÍTICA DE LA EDUCACIÓN Y DE LA CULTURA
La B ella D urmiente 9 ■
L a reforma un movimiento cultural 13
D iálogo sobre la religiosidad del presente 17
E nseñanza y valoración 35

R omanticismo 43
R O M A N T IC IS M O : LA RESPUESTA D E L « P R O F A N O » 47
La en señ an za de la m oral 48
« E x p e r ie n c ia s » 54
P ensamientos sobre el « fes -itval » de G erhart H auftmann 57
M etas y cam inos de l o s g ru p o s p e d a g ó g ic o s e s tu d ia n tile s
en l a s u n iv ersid ad es alem an as 61
L a ju v e n tu d se m antuvo en sile n c io 67
V eladas literarias estudiantiles 70
E ducación erótica 73
L a posición religiosa de la nueva ju v en tu d 74
L a v id a de l o s e stu d ia n te s 77

E s t u d io s m e t a f ís i c o s y d e f i l o s o f í a d e l a h i s t o r i a

M e ta físic a de l a ju v e n tu d 93
D os poemas d e F ried rich H ó ld e r lin 10S
L a fe lic id a d d e l hom bre a n tig u o 130
j S ó c ra te s 133
S obre la E dad Media 136
'Trauerspiely tr a g e d ia 137
E l sig n ific a d o d e l len g u aje
EN EL THAViaiSPISLY EN LA TRAGEDIA 141
S obre el lenguaje en cuanto tal
Y SOBUE EL LENGUAJE DEL HOMBKE 144
S obre el programa de la filosofía venidera 163
D estino y carácter 175
H acia la crítica de la violencia 18 3

Fragmento teo ló gico - po u tic o 206


D octrina de lo semejante 208
S obre la facultad mimétioa 213
E xperiencia y pobreza 2 1 6
J o h a nn J akob Bachofen 222

ENSAYOS ESTÉTICOS Y LITERARIOS


El id i o t a de D o sto ie v sk i 241
P re se n tac ió n de l a r e v ista Angelus Novus 2 4 5
El mayor monstruo, los celos de C a ld e ró n
y Hexodms ymariene d e H ebb el 2 5 0
J ohann P eter H eb el i 281
Jo h a n n P e te r H eb e l 2 285
Go ttfried K eller : 288
E l surrealismo 301
H acia la imagen de P roust 317
R obert Walser 331
J ulien G reen 3 3 5
K a s l R raus 341
Peq ueña histo ria de la fotografía 377
Pa u l "Wíléry 4 0 3
E dipo o el mito racional 40 9
C hristoph Martin Wieland 413
^ALTER
B e n j a m ín

obras

LIBRO I
vol. i . El concepto de crítica de arte en el Romanticismo alemán, —
«Las afinidades electivas» de Goethe— £1 origen del 'Trauerspiel' alemán
vol. i>. La obra de arte en la época de su- reproductibilidad técnica —
Charles Baudelaire. Un poeta lírico en la era del gran capitalismo —
Sobre el concepto de Historia

LIBRO II
vol. i. Primeros trabajos de crítica de la educación y de la cultura — Estudios
metafísicos y de filosofía de la historia — Ensayos literarios y estéticos
vol. 2, Ensayos literarios y estéticos (cont.) - Fragmentos estéticos -
Conferencias y discursos—Artículos de enciclopedia —
Artículos de política cultural

LIBRO III
Críticas y recensiones

LIBRO IV
vol i. Charles Baudelaire, Tableauxparisiens — Traducciones de otras partes
de 'Les fleurs du mal’ — Calle de dirección única — Personajes alemanes —
Infancia en Berlín hacia upoo — Pensamientos — Sátiras, polémicas, glosas —
Informes
vol ?. Artículos ilustrados - Modelos de audición - Historias y novelísticas -
Miscelánea

LIBRO V
vols. i y 2. El libro de los pasajes

LIBRO VI
Fragmentos de temas variados — Escritos autobiográficos

LIBRO VII
Suplementos
G.W.F. HEGEL
o Filosofía del arte o Estética led. bilingüe!
o
<M FRIEDRICH NIETZSCHE
2 Fragmentos postumos led. Günter Wohlfart!
cc
o FÉLIX DUQUE
<
s El cofre de la nada
ARISTÓTELES
B I B L I O T E C A Protréptico led. bilingüe!
U na exhortación a la filosofía
a b a d a @ a b a d a e d ito re s .c o m
W ALTER BENJAM IN
A B A D A EDITORES Obras, libro 1-1

G. TR A K L/A . KUBIN
Revelación y ocaso led. bilingüe!

MARTIN HEIDEGGER JO H N MILTON


Desde la experiencia del pensar (ed. bilingüe! El Paraíso perdido [ed. bilinguel

F .W J. SCHELLING FRANCOISE FRONTISI-DUCROUX


Panorama general de la literatura El honíbre-ciervo y la mujer araña
filosófica más reciente

ARISTÓTELES
Constitución de los atenienses led, bilingüe) monográficos S I L E N O
VARIACIONES SOBRE A R TE Y P E N S A M IEN TO
ÁN G EL GABILONDO
sileno@abadaeditores.com
Mortal de necesidad [2a ed.)

MARIA DARAKI oí Baudelaire


□ioniso y la diosa Tierra 02 Muñecos
MASSIMO CACCiARI 03 Nueva York
Paraíso y naufragio
M u s íly e l hom bre sin atributos
04 H ö lderlin
05 Buenos A ire s
C A R LJ.B U R C K H A R D T
Una mañana entre libros (2 a e d ]
06 La casa
Un encuentro insólito con Rilke 07 Pasolini
W OLFGANG SOFSKY 08 Nietzsche
Tratado sobre la violencia 09 La escritura
FÉLIX DUQUE 10 Expresionism os
Contra el Humanismo 11 Heidegger
MASSIMO CACCIARI 12 Vallejo
Soledad acogedora 13 T e rr o r
De Leopardi a Celan
14-15 N o-Ciudad
JE A N -LU C BRISSON
Platón, las palabras y los mitos
1 ó Kant
17 Mitos
CHRISTOPHER MARLOWE
La trágica historia de la vida y muerte 18 La Lectura
del doctor Fausto led. bilingüe! 19 Dios
20 Islas
GIULIO CARLO ARGAN
Walter Gropius y la Bauhaus 21 W elles

También podría gustarte