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Lima Barreto (escritor)

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Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro, 13 de maio de 1881 — Lima Barreto
Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1922), mais conhecido como Lima Barreto,
foi um jornalista e escritor que publicou romances, sátiras, contos, crônicas e
uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas
e periódicos anarquistas do início do século XX. A maior parte de sua obra foi
redescoberta e publicada em livro após sua morte por meio do esforço de
Francisco de Assis Barbosa e outros pesquisadores, levando-o a ser
[1][2]
considerado um dos mais importantes escritores brasileiros.

Índice
Vida
Juventude
Carreira literária
Morte
Publicações póstumas
Lima Barreto, 1917.
Obra
Crítica Nome Afonso Henriques de
Temas
completo Lima Barreto
Legado Nascimento 13 de maio de 1881[1]
Laranjeiras, Rio de
Lista de obras
Janeiro, província do Rio
Adaptações de Janeiro, Império do
Brasil
Notas
Referências
Morte 1 de novembro de
1922 (41 anos)
Bibliografia Rio de Janeiro, DF,
Estados Unidos do
Leitura adicional
Brasil
Ligações externas
Nacionalidade brasileiro
Ocupação escritor, jornalista
Influenciados
Vida Lista
Conceição Evaristo
Juventude Género Romance
literário Conto
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de maio
Crônica
de 1881.[1] Era filho de João Henriques de Lima Barreto e de Amália Augusta.
Sátira
Tanto pela parte paterna quanto materna, Lima Barreto apresentava
ascendência negra: suas avós faziam parte de povos escravizados. À época do Movimento Pré-modernismo
literário modernismo
nascimento do autor, sua família morava na Rua Ipiranga, próxima aoLargo do
Machado. Seu pai trabalhava como tipógrafo e sua mãe foi professora. Magnum opus Triste Fim de Policarpo
Quaresma
Depois que Amália Augusta faleceu quando Lima Barreto tinha 6 anos, os
quatro filhos do casal ficaram sob a responsabilidade exclusiva do pai, que passou a trabalhar ainda mais para manter o sustento da
família. O pai de Lima Barreto era um monarquista e amigo do Visconde de Ouro Preto, que se tornou padrinho do futuro escritor.
Tal apadrinhamento permitiu-lhe uma educação escolar de qualidade.

Em 1897, Lima Barreto começou a estudar na Escola Politécnica, porém foi reprovado continuamente em várias matérias. Foi
também nesse período que passou a conviver com mais um problema: as internações cada vez mais frequentes do pai. Em 1903, foi
aprovado num concurso público, passando a trabalhar no setor burocrático da Secretaria de Guerra.

Carreira literária
Em abril de 1907, Lima Barreto fez suas primeiras contribuições para um revista de grande circulação, ao se tornar secretário da Fon-
Fon, a pedido do poeta e jornalista Mário Perdeneiras.[3] Contudo, sua estada na revista não durou muito: em junho do mesmo ano,
sentido-se desvalorizado, demite-se e, em outubro, lança a revista Floreal, da qual foi o diretor e principal contribuinte.[3] Além
destas, Barreto também contribuiu para as revistasA.B.C. e Careta.[3]

Em 1911, publicou o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma nas páginas do Jornal do Commercio, pagando do próprio bolso a
edição em livro lançada em dezembro de 1915. Nessa época, tornaram-se mais agudas as crises de alcoolismo e depressão do escritor
,
o que provocou sua primeira internação no hospício em 1914.

Em 1916, colaborou com a revista ABC, publicando alguns textos em periódicos de viés socialista. Passados quatro anos da primeira
internação no Hospital dos Alienados devido ao alcoolismo, seus problemas de saúde pioraram e Lima Barreto foi aposentado em
dezembro de 1918. No ano seguinte, 1919, publicou o romance Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá pela editora Revista do Brasil,
de Monteiro Lobato.

Os períodos de internação no hospício resultaram na composição de diversos diários e no romance inacabado Cemitério dos Vivos, do
qual trechos foram publicados em 1921, mesmo ano em que o autor apresentaria sua terceira candidatura à Academia Brasileira de
Letras (nas duas tentativas anteriores, fora preterido; nesta última, o próprio escritor desistiria antes das eleições).

Morte
Com a saúde cada vez mais debilitada, Lima Barreto faleceu de um colapso cardíaco no dia primeiro do mês de novembro de 1922,
aos 41 anos, em sua casa, no bairro de Todos os Santos do Rio de Janeiro.

Seus restos mortais estão nocemitério de São João Batista, próximo ao mausoléu dos imortais daAcademia Brasileira de Letras.[4]

Publicações póstumas
Em dezembro de 1992, Jacinto Ribeiro dos Santos publicou Os Bruzundangas, com uma nota afirmando que se tratava do último
livro que Lima Barreto havia revisado: o prefácio, contudo, indicava que o manuscrito fora completado em 1917.[4] Além deste,
também foram publicados Bagatelas, em 1923, e Clara dos Anjos, serializado entre 1923 e 1924 na Revista Santa Cruz, mas escrito
entre dezembro de 1921 e janeiro de 1922.[4]

A maior parte de seus escritos, tais como Cemitério dos Vivos, Diário Íntimo e parte da correspondência pessoal, foram publicados
postumamente entre as décadas de 1940 e 1950, a partir de pesquisas deFrancisco de Assis Barbosa, um de seus principais biógrafos.

Obra

Crítica
Muitos críticos apontam que a obra literária de Lima Barreto ora alcança
altos níveis de criatividade e realização estética, ora abdica de maiores
preocupações artísticas para se assumir como panfleto ou meio de
documentação social, política e histórica. Antonio Candido (1918), por
exemplo, observa que a concepção literária de Lima Barreto "de um lado
favoreceu nele a expressão escrita da personalidade", enquanto "de outro
pode ter contribuído para atrapalhar a realização plena do ficcionista". O
crítico ressalta o valor de sua "inteligência voltada com lucidez para o
desmascaramento da sociedade e a análise das próprias emoções", mas
também afirma ser ele um escritor que não atingiu toda a sua potencialidade
como narrador, sendo algumas vezes malsucedido na transposição de uma
ideia numa realização literária criativa.

O crítico Osman Lins afirmou que, para além de realizações estéticas


desiguais, há "certas características de ordem literária e humana que
atravessam todos os seus livros – ou, até, todas as suas páginas –, dando-lhes
grande homogeneidade", concluindo que "sua obra tão variada é um bloco
coerente e em toda ela reconhecemos, inconfundível, nítida, a personalidade
Busto de Lima Barreto noRio de Janeiro.
do autor".[5]

Temas
Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da Primeira República Brasileira, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a
nu a roupagem republicana que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares. Definindo seu projeto literário como
o de escrever uma "literatura militante" — apropriando-se da expressão de Eça de Queirós — sua produção literária está quase
inteiramente voltada para a investigação das desigualdades sociais, da hipocrisia e da falsidade dos homens e das mulheres em suas
relações dentro da sociedade. Em muitas obras, como no seu célebre romance Triste Fim de Policarpo Quaresma e no conto "O
Homem que Sabia Javanês", o método escolhido por Lima Barreto para tratar desses temas é o da sátira, cheia de ironia, humor e
sarcasmo.

Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados, assim como a sátira que criticava de maneira
sagaz e bem-humorada os vícios e corrupções da sociedade e da política. Foi severamente criticado por alguns escritores de seu
tempo por seu estilo despojado e coloquial, que Manuel Bandeira chamou de "fala brasileira" e que acabou influenciando os
escritores modernistas. Suas obras seguem duas vertentes principais: a sátira menipeia e o romance do realismo resgatando em ambos
formatos as tradições cômicas, carnavalescas e picarescas dacultura popular.[6]

Para Lima Barreto, escrever tinha a finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras dos costumes e
de práticas que, na sociedade, privilegiavam certas classes sociais, indivíduos e grupos.

Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, narra-se a história de Policarpo Quaresma, homem de inteligência mediana, mas de
nacionalismo e boa-fé inabaláveis. Agindo de modo a valorizar e popularizar ideais do que ele julga ser a verdadeira cultura
brasileira, Quaresma obtém da sociedade uma resposta sempre dura, sendo classificado como louco (ora inofensivo, ora perigoso).
Desse modo, como observa Osman Lins, esse "é um romance sobre o desajuste entre o imaginário e o real, entre a idealização e a
[5] No decorrer da obra, o autor também
verdade, entre a ideia que o personagem-título faz do seu país e o que o seu país é realmente".
procura ridicularizar o apego da sociedade aos títulos, sobretudo o de bacharel, bem como as instituições políticas da época, sua
burocracia e sua inoperância.

Em "O Homem que Sabia Javanês", é apresentado o caso de uma pessoa que, afirmando dominar o idioma javanês sem na realidade
conhecê-lo, consegue enganar boa parte da sociedade carioca da época e até mesmo ascender na carreira política, acadêmica e
diplomática com base nessa mentira; a certa altura, o personagem declara: "Imagina tu que eu até aí nada sabia de javanês, mas estava
empregado e iria representar o Brasil em um congresso de sábios", trecho que representa uma crítica contundente à predominância
das aparências nos meios sociais e políticos do período retratado.

Esses mesmos temas, quase sempre de ordem social, apresentam abordagens distintas em outras obras: no contoA"Nova Califórnia",
a escrita de Lima Barreto ganha certos contornos macabros ao narrar a história dos habitantes de uma pequena cidade que, ao
descobrirem que se poderia fabricar ouro a partir de ossos humanos, esquecem todos os seus supostos valores éticos e morais, de
extrato cristão, e cometem profanações e assassinatos em função da possibilidade de riqueza e ascensão social.

Lima Barreto declara diversas vezes não aprovar nenhum tipo de preciosismo na escrita literária. Critica seu contemporâneo Coelho
Neto, afirmando que "não posso compreender que a literatura consista no culto ao dicionário" e declarando que a beleza literária "não
é um caráter extrínseco da obra, mas intrínseco, perante o qual aquele pouco vale. É a substância da obra, não são suas aparências" -
declarações, sobretudo esta última, que indicam como eram indissociáveis a estética buscada e a ética preconizada pelo autor, que
procura despir tanto a literatura quanto a sociedade de suas falsas aparências. Dessa postura, cria-se uma literatura marcada pelo
coloquialismo, por um vocabulário pouco rebuscado e pela expressão direta - o que não significa desleixo ou pouca preocupação
formal, mas a adequação do modo de expressão àquilo que se deseja demonstrar
.

Essa crueza estilística, no caso de um romance de teor autobiográfico como Recordações do Escrivão Isaías Caminha, é a ideal para
a representação dos percalços e dos preconceitos de ordem social e racial enfrentados por seu personagem em busca de ascensão na
profissão de jornalista. O mesmo acontece em Cemitério dos Vivos, dura descrição da loucura e da internação em um hospício. É
sobretudo nessa força e nessa tentativa de construir uma obra cujos preceitos estéticos são tão pouco disseminados na literatura
brasileira, ainda afeita aos ideais de beleza doparnasianismo, que reside a singularidade da arte de Lima Barreto.

Legado
Em 2016, uma vasta parte de sua obra escrita publicada sob pseudônimos foi descoberta por Felipe Botelho Corrêa, que organizou o
livro Sátiras e Outras Subversões que traz à tona 164 textos que permaneciam inéditos em livro. No mesmo ano, o pesquisador
Rogério Nascimento publicou o livro Cartas de um Matuto e Outros Causos, afirmando que os textos publicados originalmente na
revista Careta foram escritos por Lima Barreto. Carlos Drummond de Andrade, contudo, diz em seu Dicionário de Pseudônimos
Brasileiros que os textos da coluna foram escritos por Mário Behring. A chave para esse pseudônimo também aparece na própria
revista Careta de 8 de junho de 1912, em texto que afirma ser de Mário Bhering a pena por trás do Coroneliburcio
T d'Annunciação.

O escritor foi homenageado, no Carnaval carioca de 1982, pela Escola de Samba GRES Unidos da Tijuca, com o samba-enredo
"Lima Barreto, mulato pobre mas livre".

O escritor carioca será homenageado na 15ª edição daFesta Literária Internacional de Paraty(Flip).[7]

Lista de obras
1953 - Feiras e Mafuás
1909 - Recordações do Escrivão Isaías Caminha
1953 - Marginália
1911 - Triste Fim de Policarpo Quaresma
1953 - Vida Urbana
1912 - As Aventuras do Dr. Bogoloff
1956 - Cemitério dos Vivos (póstumo e inacabado)
1915 - Numa e a Ninfa
1956 - Coisas do Reino de Jambon
1919 - Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá
1956 - Impressões de Leitura
1920 - Histórias e Sonhos
1956 - Correspondência (2 volumes)
1923 - Os Bruzundangas
1997 - O Subterrâneo do Morro do Castelo[nota 1]
1923 - Bagatelas
2016 - Sátiras e outras subversões: textos inéditos.
1948 - Clara dos Anjos (póstumo)
Organização de Felipe Botelho Corrêa.
1953 - Diário Íntimo
2017 - Sátiras de um homem morto

Adaptações
Fera Ferida (1993-94), de Dennis Carvalho e Marcos Paulo
O Homem que Sabia Javanês(2003), de Xavier de Oliveira
Policarpo Quaresma, Herói do Brasil(1998), de Paulo Thiago

Notas
1. Originalmente publicado em textos dispersos peloCorreio da Manhã, em 1905. Organizado e publicado pela
primeira vez pela Dantes Editora, em 1997.

Referências
1. «Lima Barreto» (http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa6209/lima-barreto) . enciclopédia Itaú Cultural.
Consultado em 12 de Maio de 2015.
2. «Lima Barreto» (http://acervo.estadao.com.br/noticias/personalidades,lima-barreto,714,0.htm) . Acervo estadão.
Consultado em 12 de Maio de 2015.
3. Correa 2014.
4. Teixeira 1979, p. 36.
5. Lins 1976.
6. Zilly, Berthold (2006). Lima Barreto e a cultura nacional(http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=482).
Traduzido por Mello, Simone de. [S.l.]: Abril
7. «Lima Barreto» (http://flip.org.br/edicoes/flip-2017/homenageado) . Página oficial da Flip. Consultado em 23 de junho
de 2017.

Bibliografia
Correa, Felipe Botelho (2014).«Lima Barreto's Marginália: The Magazine W riter's Dream». Rio de Janeiro. Machado
Assis em Linha. 17 (14). doi:10.1590/S1983-68212014000200005. Consultado em 4 de abril de 2018.
Lins, Osman (1976). Lima Barreto e o espaço romanesco. São Paulo: Atica
Teixeira, Vera Regina (1979). «Lima Barreto: Dead or Alive». World Literature Today. 53 (1): 36-40. ISSN 0196-3570.
Consultado em 4 de abril de 2018.. (pede registo (ajuda))

Leitura adicional
Barreto, Barreto; Mendonça, Bernardo (1993). «Lima
Barreto, Lima (2001). Prosa seleta. Rio de Janeiro: Barreto por Lima Barreto: um roteiro».Um longo sonho
Nova Aguilar do futuro. Rio de Janeiro: Graphia
Barbosa, Francisco de Assis (2002).A Vida de Lima Barreto, Lima; Nascimento, Rogério (2012).
Barreto. Rio de Janeiro: José Olympio Editora «Introdução». Cartas de um matuto e outros causos.
Beiguelman, Paula (1981).Por que Lima Barreto. São Campina Grande: Bagagem, EDUFCG
Paulo: Brasiliense Antonio Arnoni, Prado (1976).Lima Barreto: o crítico e
Correa, Felipe Botelho (2016).Sátiras e outras a crise. Rio de Janeiro: Cátedra
subversões: textos inéditos. São Paulo: Penguin- Hidalgo, Luciana (2008).Literatura da urgência: Lima
Companhia das Letras Barreto no domínio da loucura. São Paulo: Annablume
Dias, André (2012). Lima Barreto e Dostoiévski: Vozes Campato Jr., João Adalberto (2013).Lima Barreto:
Dissonantes. Niterói: EDUFF Retórica e Literatura Militante nas Recordações do
Escrivão Isaías Caminha. Curitiba: CRV

Ligações externas
Contos de Lima Barreto(em português brasileiro)
Lima Barreto : o cronista de uma jovem República(em português brasileiro), no canal Nexo Jornal do YouTube

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