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PEDRO PÁRAMO ESPAÑOL

Pedro Páramo es el libro principal de Juan Rulfo


y uno de los libros más importantes de la
literatura mexicana.

Pedro Páramo también es un libro raro, porque


Juan Rulfo escribió poco y consideró que no
tenía mucho que decir. Pedro Páramo es su
única novela y su segundo libro. El primero fue
una colección de cuentos llamada El llano en llamas

Además de estos dos libros, Juan Rulfo también


escribió guiones para el cine, y después de su
muerte se publicaron algunos cuadernos y
cartas. Así, Pedro Páramo es una joya entre la
pequeña obra de Juan Rulfo, y también una
joya de la literatura latinoamericana.

Juan Rulfo nació en mil novecientos diecisiete


, en el pequeño pueblo de Sayula, en México, y
publicó Pedro Páramo en
mil novecientos cincuenta y cinco, este que fue
el segundo y último libro que escribió.

Pedro Páramo no tuvo mucho éxito cuando fué


publicado, pero todo cambió en la década de
los 60, cuando el libro fue traducido a varios
idiomas, dando a conocer mundialmente el
nombre de Juan Rulfo.

Una característica muy importante de la


escritura de Juan Rulfo es una gran economía,
porque elle quitaba todo lo que consideraba no
esencial, dejando solo lo que consideraba
esencial, y esta característica la notaremos en
Pedro Páramo, que tiene un estilo casi
fragmentario.

Pedro Páramo cuenta la historia de Juan


Preciado, un joven que viaja a la ciudad de
Comala en busca de su padre, cuyo nombre era
Pedro Páramo.

Juan Preciado no conoció a su padre, y va a


intentar encontrarlo porque ese fue un pedido
de su madre antes de morir.

O Juan então parte pra Comala, pra cumprir o desejo da mãe,


que tinha morrido, e na estrada em direção a Comala, a gente
descobre um pouco sobre como é esse lugar, que era muito
quente e árido.

Entonces Juan va a Comala cumplir el deseo


de su madre, y en el camino a Comala
conocemos un poco de este lugar, el cual es
descrito como muy calido y árido

Quando o Juan encontra um tropeiro pelo caminho, antes de


chegar em Comala, o Juan comenta que tava quente, e o esse
homem responde o seguinte, aqui na página 17:

E conforme eles vão conversando, o tropeiro pergunta o que o


Juan tava indo fazer em Comala, e o Juan responde que tava
procurando o pai, que se chamava Pedro Páramo, e descobre
que aquele homem que ele encontrou na estrada também era
filho de Pedro Páramo.
O tropeiro descreve Pedro Páramo como o rancor em pessoa,
e aponta pro Juan uma grande extensão de terras que eram de
Pedro Páramo, que se perdia no horizonte, e que mesmo com
o pai sendo dono de muitas terras, os filhos não tiveram a
mesma sorte, e a partir disso a gente tem um pequeno
vislumbre do caráter do Pedro Páramo.

E o tropeiro também dá mais uma informação muito importante


sobre Pedro Páramo: que ele já tinha morrido.

Juan se encuentra en el camino con un boyero


y descubre que este hombre también era hijo de
Pedro Páramo.
y En el camino Juan encuentra un hombre y
descubre que este hombre también era hijo de
Pedro Páramo

El hombre describe a Pedro Páramo como muy


rencoroso y con muchos hijos alrededor del
mundo, pero la información más importante
es que Pedor Páramo ya estaba muerto.

Mesmo assim, o Juan decide explorar o povoado, que tinha um


ar bem abandonado e solitário, e procura a dona Eduviges,
uma senhora que o tropeiro tinha indicado que daria
hospedagem pra ele.
A pesar de la noticia de la muerte de su padre
, Juan decide conoce Comala, que tenía un aire
muy abandonado y solitario, y busca a
Eduviges, una señora que el tropeiro había
indicado que le daría alojamiento.

Na casa da dona Eduviges, o Juan começa a vivenciar alguns


acontecimentos bem estranhos, porque a Eduviges se
comportava como se estivesse esperando o Juan, como se ela
soubesse que ele viria, mesmo sem eles nunca terem se
conhecido.

A Eduviges chega a perguntar se o Juan era filho “dela”, e o


Juan, desconfiado, pede “ela quem?”, e a Eduivges, com a
maior naturalidade, responde “da Doloritas”, que era o nome
da mãe do Juan.

E pra ficar ainda mais estranho, a Eduviges, com toda


naturalidade, disse que a Doloritas tinha avisado que o Juan
viria, e avisou justamente naquele dia, e segue pra mostrar o
quarto dele, que era um quarto sem cama.

O Juan diz que era impossível que a mãe dele tivesse avisado
qualquer coisa, porque ela tava morta, e mais uma vez a
Eduviges dá uma resposta estranha, de que isso explicava
porque a Doloritas tava com uma voz fraca, e com isso a gente
deduz que a mãe do Juan visitou a Eduviges mesmo morta.
E essa conversa estranha da Eduviges, faz o Juan desconfiar
que ela era louca, e deixa ele com um sentimento
desconfortável.

En casa de doña Eduviges, Juan comienza a


vivir experiencias muy extrañas, que hacen
Juan sospechar que ella estaba loca, y le deja
una sensación incómoda.

E esse livro vai estar cheio de situações que escapam da


lógica tradicional, porque ele faz parte de um gênero literário
muito importante aqui na América Latina, que é o realismo
mágico.

Este libro está lleno de situaciones que escapan


a la lógica tradicional, porque pertenece a un
género literario muy importante en
Latinoamerica, que es el realismo mágico.

E uma das principais características do realismo mágico, são


essas situações que não obedecem à lógica, e que são
tratadas com toda naturalidade do mundo, meio que
misturando os limites entre o que é real e o que é fantasioso.

Una de las principales características del


realismo mágico, son las situaciones que no
obedecen a la lógica, y que son tratadas con
toda la naturalidad del mundo, mezclando los
límites entre lo real y lo fantasioso

Aqui em Pedro Páramo, essa interação entre o real e o mágico


vai acontecer principalmente com a temática da morte, como a
gente acabou de ver, no caso da mãe do Juan, que foi até o
povoado avisar uma senhora sobre a chegada do filho.

Em muitos outros momentos no livro vai existir essa interação


entre o mundo dos vivos e dos mortos, e esse contraste entre
a vida e a morte vai ser muito importante aqui nessa narrativa.

En Pedro Páramo, esta interacción entre lo real


y lo mágico sucederá principalmente con el
tema de la muerte, con varios momentos de
interacción entre el mundo de los vivos y el
mundo de los muertos, y este contraste entre la
vida y la muerte es muy importante en este libro

E a gente também tem que lembrar sobre como certa parte da


cultura mexicana encara a morte, que tem uma forte influência
das culturas pré-colombianas, como os maias e os astecas,
que consideram a possibilidade da comunicação com os
mortos, em momentos específicos do ano.
A celebração do Dia de los Muertos é um exemplo bem
conhecido da questão da morte na cultura mexicana, em que
são feitos altares com comida pra receber os familiares
falecidos, que nesse dia viriam visitar a família.

É claro que essa celebração não é unanimidade no México,


que assim como o Brasil é muito diverso culturalmente, mas é
bem perceptível essa ideia da interação entre os vivos e os
mortos aqui nesse livro, não exatamente da maneira que a
gente tá acostumado a ver na TV, mas traz a ideia geral da
interação entre esses mundos.

Então o que Juan Rulfo faz aqui é inserção dessas raízes


culturais mexicanas na literatura dele, através da estética do
realismo mágico

E mesmo tempo em que esse contraste entre a vida e a morte


é muito forte e importante aqui nesse livro, ele aos poucos
também vai sendo diluído, e a vida e a morte vão virando uma
coisa só, com uma fronteira cada vez mais diluída entre uma
coisa e outra.

Y al mismo tiempo que este contraste entre vida


y muerte es muy fuerte e importante en este
libro, el contraste también se va diluyendo poco
a poco, y vida y muerte se van convirtiendo en
una misma cosa, con una frontera cada vez
más difusa entre una cosa y otra.
Acho que o exemplo que mais mostra a diluição entre essa
fronteira entre a vida e a morte, e também as características do
realismo mágico, é um trecho em que um dos personagens
morre, é enterrado, e na cova em que ele é enterrado já existia
um corpo, e esses dois corpos mortos e enterrados na mesma
cova começam a conversar, e também a ouvir a conversa que
vinha de um caixão próximo.

E o morto mais recente comenta com o corpo ao lado dele que


ouvia uma fala vinda do caixão do lado, e então o morto que
tava lá há mais tempo deduz que deveria estar chovendo do
lado de fora, porque a pessoa que tava naquele caixão ao lado
sempre resmungava quando tinha umidade.

Esse tipo de situação, que quebra a lógica e é tratada com a


mais absoluta normalidade, é um exemplo perfeito do realismo
mágico, e que aqui em Pedro Páramo tá bastante ligado a
essa dissolução das fronteiras entre a vida e a morte.

E apesar dessa presença da morte no livro, essa não é uma


obra macabra, nem de terror ou qualquer coisa parecida com
isso, mesmo que essa descrição possa soar nesse sentido.

A linguagem aqui é muito poética, algumas vezes bem


melancólica, e esses eventos fantásticos são tratados com
normalidade, como é característico do realismo mágico.

Y a pesar de esta presencia de la muerte en el


libro, ésta no es una obra macabra, ni tampoco
de terror. El lenguaje aquí es muy poético, a
veces bastante melancólico, y los
acontecimientos fantásticos son tratados con
normalidad, como es propio del realismo
mágico.

Mas esse sentimento de normalidade vai existir só entre os


habitantes do povoado por onde o Juan passa, porque o Juan
sim vai sentir um certo espanto com as situações sobrenaturais
que ele vai vivenciar, e em diversas vezes ele vai ter medo dos
habitantes de Comala, que tem comportamentos estranhos,
mas que entre si tratam essa estranheza com normalidade,
sem grandes comoções.

Pero ese sentimiento de normalidad sólo


existirá entre los habitantes de Comala. Juan,
por su parte, sentirá cierto asombro con las
situaciones sobrenaturales que vive, y en varias
ocasiones tendrá miedo de los habitantes de
Comala.

Então mais uma vez aqui a gente vai ter uma situação de
contraste, que é entre os habitantes de Comala e o Juan, que
vai diversas vezes se espantar com os acontecimentos mais
sobrenaturais que os habitantes do povoado lidam com a mais
absoluta normalidade.
E a medida que o livro avança, o Juan vai descobrindo um
pouquinho mais sobre Comala, sobre os habitantes do lugar e
principalmente sobre o pai, o Pedro Páramo, que é motivo da
viagem dele.

Y a medida que avanza el libro, Juan descubre


un poco más sobre Comala, sobre los
habitantes del lugar y especialmente sobre su
padre, Pedro Páramo, que fue un gran
terrateniente que tuvo varios hijos con varias
mujeres, y la gran mayoría fueron abandonados
junto con sus madres, como es el caso del
propio Juan.

Pedro Páramo a gente logo percebe que não era flor que se
cheire. Ele era o rancor em pessoa, como o tropeiro filho dele
definiu no início do livro.

Pedro Páramo era um grande proprietário de terras, que tinha


métodos bem questionáveis pra manutenção do próprio poder,
e também alguém que teve várias mulheres, vários filhos com
essas essas várias mulheres, e a grande maioria foi
abandonado junto com as mães, como é o caso do próprio
Juan.

A questão do abandono paterno é muito forte aqui no livro, e já


é exposta desde a primeira página, com o Juan indo procurar o
pai que nunca conheceu, e depois descobre vários outros
filhos de Pedro Páramo, com uma história parecida com a do
Juan e a mãe.

La cuestión del abandono paterno es muy fuerte


en este libro, y ya queda expuesta desde la
primera página, con Juan yendo a buscar al
padre que nunca conoció, y luego descubre a
varios otros hijos de Pedro Páramo, con una
historia similar.

Inclusive muito da história do Pedro Páramo vai ser contada,


através das memórias dos habitantes do povoado que o Juan
vai encontrando, e assim o livro tá sempre indo e voltando no
tempo, sempre de alguma forma conectada com o Pedro
Páramo.

E nesse sentido, acho que a capa dessa edição aqui foi uma
escolha muito boa, porque a gente vê aqui um lugar pouco
habitado, meio desértico, e cheio de portas que se conectam
com as memórias do passado, como se esse lugar vivesse de
memórias, e é exatamente isso que vai se desenvolver aqui
nesse livro.

E é importante que Comala depende de Pedro Páramo, mas


quando o Juan chega lá, Comala é um lugar praticamente
abandonado, empoeirado, desértico e fica a dúvida então do
que aconteceu pra Comala virar essa cidade-fantasma, e vou
deixar que vocês descubram esses motivos durante a leitura.
O ano em que essa história se passa não é mencionado, ela
tem um tom meio anacrônico, mas em algum momento vão
chegar até Comala os respingos de algumas instabilidades
políticas, que vão chegando cada vez mais perto, trazendo
muito medo até Comala e mudando a rotina das pessoas.

Se acredita que essa instabilidade política retratada em certo


momento aqui no livro seja a Revolução Mexicana, que durou
de 1910 até 1920, já que o livro traz uma menção a Pancho
Vila, que foi um dos comandantes dessa revolução.

E a família do Juan Rulfo sofreu muito durante a Revolução


Mexicana, eles ficaram financeiramente arruinados, e a
temática da ruína, do empobrecimento depois de uma grande
instabilidade política é central aqui nesse livro, e reflete muito a
condição de Comala.

Pedro Páramo é considerado como um dos livros mais


importantes da literatura mexicana, e mesmo com uma obra
pequena, o Juan Rulfo foi extremamente influente na literatura
latino-americana, como Gabriel Garcia Marquez, Jorge Luiz
Borges e Julio Cortázar.

Pedro Páramo es considerado uno de los libros


más importantes de la literatura mexicana y fue
de gran influencia en la literatura
latinoamericana, inspirando a otros grandes
nombres de la literatura del continente, como
Gabriel García Máraquez y Julio Cortázar

Esse então foi o livro de hoje, espero que vocês tenham se


sentido inspirados a conhecer essa pequena joia da literatura
latino-americana.

Entonces ese fue el libro de hoy, Espero que te


hayas inspirado a descubrir esta joya de la
literatura latinoamericana.

Por hoje é isso, muito obrigado a quem assistiu e pela


companhia de todos vocês, e a gente se vê de novo em um
próximo vídeo. Abraço e até lá.

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