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FICHA DE LEITURA

REFERÊNCIA DA OBRA

JUNIOR, C. F. D.; SILVA, C. R. L. D. da .; DA ROS, M. A.; BOSO, A. C. A rua é minha


casa : condições de vida de pessoas em situação de rua em um município de Santa
Catarina. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 17, n. 3, p. 28–42, 2019. DOI:
10.14393/rep-v17n32018-art02. Disponível em:
https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/43451. Acesso em: 2 nov. 2023.

INFORMAÇÕES SOBRE A AUTORIA

Carlos Francisco Duarte Junior


Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Regional de Blumenau, Santa Catarina,
Brasil; professor da Universidade do Vale do Itajaí, Santa Catarina, Brasil.
Cláudia Regina Lima Duarte da Silva
Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil; professora
da Universidade Regional de Blumenau, Santa Catarina, Brasil.
Marco Aurélio Da Ros
Médico sanitarista com pós-doutorado em Educação Médica pela Universidade de
Bolonha, Itália; foi professor da Universidade do Vale do Itajaí, Santa Catarina, lecionou
no Departamento de Saúde Pública, do Centro de Ciências da Saúde (CCS) durante 34
anos. Durante sua carreira atuou na formação de médicos para o Sistema Único de Saúde
(SUS), lecionando no Programa de Residência Multiprofissional e Especialização em
Saúde da Família. Teve participação nos coletivos de saúde do MST e colaboração no
Programa Mais Médicos.
Ana Claudia Boso
Especialista em Medicina de Família e Comunidade pela Universidade do Vale do Itajaí,
Santa Catarina, Brasil.

SÍNTESE
O presente artigo tem como objetivo analisar as condições de vida de pessoas em situação
de rua em um município de Santa Catarina, Brasil, por meio de uma abordagem qualitativa.
A pesquisa busca compreender as histórias de vida e as estratégias de sobrevivência desses
indivíduos, a fim de subsidiar uma proposta de educação em saúde baseada na perspectiva
da educação popular. A metodologia adotada foi a pesquisa qualitativa, que permite uma
compreensão aprofundada das experiências e percepções dos sujeitos envolvidos. Para a
coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com pessoas maiores de 18
anos que se encontravam em situação de rua no município em questão. A técnica de análise
de conteúdo de Bardin (2011) foi utilizada para organizar e interpretar os relatos das
histórias de vida dos entrevistados. A seleção dos participantes foi feita por meio da técnica
da "bola de neve", na qual os entrevistados iniciais indicaram outros indivíduos que
também se enquadravam nos critérios de inclusão. A coleta de dados foi encerrada quando
se alcançou a saturação de dados, ou seja, quando as informações obtidas passaram a
apresentar certa redundância ou repetição. Os resultados da pesquisa revelaram que as
histórias de vida das pessoas em situação de rua no município estudado são marcadas por
uma sucessão de tragédias, perdas, violências, exclusão social e dificuldade de acesso aos
serviços públicos. Além disso, os entrevistados relataram as estratégias que utilizam para
suprir suas necessidades básicas, como buscar alimentos, água, abrigo e atendimento a
necessidades fisiológicas. Essa pesquisa contribui para a compreensão da realidade da
população em situação de rua e destaca a importância de políticas públicas e ações que
atendam às suas necessidades reais. Além disso, ressalta a relevância da educação em saúde
sob a perspectiva da educação popular, que busca promover a participação ativa dos
indivíduos na construção de seu próprio cuidado e bem-estar.

CITAÇÕES RELEVANTES

“Embora a Política Nacional esteja em vigor há quase uma década, ainda predominam os
problemas de acesso, estigma, preconceito, despreparo profissional, desarticulação entre os
setores, cuidado uniprofissional e uma atenção à saúde voltada para ações assistencialistas e
medicalizantes.” (Junior et al., 2019, p. 30)
“Apesar das dificuldades encontradas para o levantamento demográfico, é notório o
aumento do número de pessoas em situação de rua, principalmente nos grandes centros
urbanos.” (Junior et al., 2019, p. 30)
“Para manter a existência e a sobrevivência, o ser humano necessita de alimento, água,
abrigo e do atendimento a necessidades fisiológicas que constituiriam uma base para que
outras necessidades fossem contempladas, como lazer, emprego, relações sociais, respeito,
dignidade, autorrealização, entre outras.” (Junior et al., 2019, p. 35)
“O ambiente influencia diretamente na saúde, em seu amplo sentido. Não apenas a moradia
ou sua ausência, mas todo o conjunto de relações sociais que perpassa a vida de uma pessoa
e que envolve uma série de elementos objetivos e subjetivos. (Junior et al., 2019, p. 36)
“Viver nas ruas quase sempre significa estar em perigo. Os perigos de um espaço instável
como a rua se transformam em medo cotidiano (…).” (Junior et al., 2019, p. 35)
“A rua é vivida como um mundo à parte da sociedade formal, onde a presença do Estado
como garantidor da ordem e da segurança é relativa.” (Junior et al., 2019, p. 39)
“Portanto, sobreviver na rua é uma luta individual e cotidiana, em que cada dia é mais um
dia, em que a garantia da própria vida é lucro em relação ao que se pode esperar do
cotidiano.” (Junior et al., 2019, p. 39)p

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