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Box Saga Monstros Da Mafia - Rom - Anny Shwan PDF
Box Saga Monstros Da Mafia - Rom - Anny Shwan PDF
Monstros da máfia
SUMÁRIO
Livro 1
Dedicatória
Sinopse
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo bônus 01
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo bônus 02
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo bônus 03
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo bônus 04
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo bônus 05
Capítulo 27
Capitulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo bônus 06
Capítulo 31
Capítulo bônus 07
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo bônus 08
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capitulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capitulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Epílogo
Agradecimentos
Nota Da Autora
Livro 2
Sinopse
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Epílogo
Livro 3
Sinopse
Dedicatória
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Epílogo
Capítulo especial
Agradecimentos
Sobre a Autora
Em breve...
Livro 1
Copyright© Anny Swan & Flor de Maio, 2021
Capa: Katy Branco
Imagens: Gysa Rocha
Revisão: Rosana Bezerra (Vivart – Criação e design)
Diagramação: Rosana Bezerra (Vivart – Criação e design)
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos
descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Atenção
Esse livro contém cenas de sexo e violência que podem ser considerados como
possíveis gatilhos. Não leia caso sinta-se desconfortável. Porém, a autora não
concorda com tais barbáries.
O CHEFE
MÁFIA SÉRVIA
ANNY SWAN & FLOR DE MAIO
2ª Edição – 2021
Ela terá que lutar com todas as forças, para não deixar o próprio
demônio, em forma humana, roubar a sua alma.
Nebraska
New York
A corda!
— Luna! Luna! Acorda! Acordaaaa... — o som da voz da minha
irmãzinha me arrancou das profundezas do meu desespero.
Senti uma onda de frio por todo o meu corpo e uma dor forte na
minha cabeça. Lentamente vou abrindo os meus olhos. A cabeça
está pesada, minha mente completamente enevoada, de tal forma
que nem eu mesma consigo me encontrar.
Aos poucos as lembranças vão se tornando cada vez mais claras.
E, com elas o medo que se apodera de todo o meu corpo. O lugar
está na penumbra.
Ao mover minha cabeça para o lado, me deparo com vários pares
de olhos fixos em minha direção, que pareciam tão perdidos quanto
os meus.
O pânico tomou conta de todo o meu ser. Desesperada, tentei me
levantar, mas ao sentir algo em minhas pernas, logo caí de encontro
ao chão, só aí percebi as algemas com correntes grossas, que
estavam me impossibilitando de me mover.
A única coisa que me restou a fazer foi gritar.
— Socorro! Alguém me ajude! Socorroooo — quando já estava no
limite da minha agonia, um forte clarão surgiu no ambiente, no
mesmo instante que as portas foram abertas pelo indivíduo
responsável por todo o meu sofrimento, eu jamais me esqueceria do
seu rosto.
Então, engoli em seco. Novamente virei à cabeça para o lado e uma
dor se expandiu em meu peito ao ver que tinha mais sete garotas.
Todavia, todas aparentavam ser mais novas do que eu. O medo
estava visível através dos olhos de cada uma delas.
Meus pensamentos foram interrompidos quando a voz do homem
ecoou. Instantaneamente vários outros homens, igualmente vestidos
de preto, surgiram ao seu lado.
— Sejam bem-vindas ao seu novo lar. O lugar de onde vocês só
sairão mortas — um sorriso irônico surgiu em sua face.
O medo atravessou o meu peito, o que fez a dor em minha cabeça
se intensificar. Mas, antes de ter qualquer reação, um barulho sutil
ecoou, em seguida minhas pernas foram liberadas, mas, antes que
fizesse algo, o infeliz segurou com força o meu braço.
Enquanto o homem me puxava, os seus companheiros também
estavam retirando as outras meninas do lugar. Só então percebi que
era o baú de um caminhão. Ele se deteve e novamente sua voz
asquerosa se fez presente.
— Levem todas para o setor B e já sabem o que devem fazer.
Dessa atrevida aqui, eu cuidarei pessoalmente.
Ele continuou me puxando assim que terminou de falar. Eu
tropeçava nas minhas próprias pernas, mas o homem apertava
ainda mais o meu braço.
Minutos depois, parou frente a um elevador, em seguida me puxou,
entramos e a porta se fechou. Logo foi ao destino solicitado, e,
segundos depois saímos do ambiente.
Atravessamos um hall espaçoso e seguimos para um corredor
estreito, onde havia várias portas. Tinha um som de uma música
vindo de um dos quartos, porém, logo meus pensamentos se
direcionaram para o homem. Este me jogou com brusquidão dentro
de um dos quartos e fechou a porta com o pé.
Começou a retirar sua roupa e logo me aproveitei do seu momento
de distração e levantei num pulo. Logo, saí em disparada em
direção à porta. Antes que cogitasse em alcançar o lugar que era
meu objetivo naquele momento, sentir mãos fortes segurando o meu
cabelo e o meu corpo foi jogado em cima de cama. Num único
movimento, notei que meu vestido foi arrancado do meu corpo,
deixando-me somente com as peças íntimas.
Ele se afastou e terminou de retirar suas roupas e ficou
completamente nu em minha frente. Ver a imagem dele despido e
seu olhar de desejo sobre mim, ocasionou uma reação abrupta,
como se estivesse recebido um soco no meu estômago. O meu
peito se expandiu em um grande suspiro. Acabei perdendo o fôlego
e meu coração se acelerou ao o ver caminhando em minha direção.
“Pense Luna! Pensa! Preciso fazer algo ou aquele infeliz irá
conseguir o que tanto deseja. Essa será a minha última chance.”
Ele foi se movendo pela cama até seu corpo ficar estendido sobre o
meu. Respirei fundo assim que olhei o objeto em cima do criado
mudo ao lado. Enquanto ele se esfregava em mim, minha mão que
tremia igual vara verde foi de encontro ao objeto. Então, reunindo
forças, o segurei firme em minhas mãos, percebi que era de metal e
bem pesado.
Sua mão se moveu entre minhas pernas e assim que seus dedos
alcançaram a minha calcinha, sem hesitar e com toda a força vinda
através do pânico e do meu desespero, passei o objeto em sua
cabeça, fazendo seu corpo grande e pesado cair sobre mim.
Afastei o corpo dele para o lado e ao me certificar que somente
estava desacordado, não perdi tempo e me levantei.
Abaixei o olhar e as roupas dele estavam espalhadas no chão. Notei
que havia somente um pedaço de pano que sobrou do meu vestido,
mas precisava de algo para cobrir o meu corpo.
Em desespero, me abaixei para pegar a camisa dele. E, foi quando
a porta foi aberta bruscamente. No mesmo instante, um calafrio
atravessou todo o meu corpo.
Meus olhos estavam fixos no grande telão a minha frente. Pois,
sempre acompanho de perto a chegada dos novos carregamentos.
Temos dezenas de câmeras espalhadas, tanto na parte externa,
como interna desse lugar, incluindo a minha própria suíte.
Contudo, há algumas câmeras que somente eu tenho
conhecimento. Visto que, pessoalmente as instalei antes da
inauguração do The Brothel Empire.
Para os intelectuais, o Voyeurismo é um distúrbio mental. No
entanto, o The Brothel Empire tornou-se a maior e mais procurada
casa de luxo do mundo, onde as salas que temos nesse lugar
permitem aos indivíduos sentir prazer através da observação de
pessoas praticando sexo.
Nunca gostei de mulheres inexperientes. Tanto, que somente após
concluírem o treinamento, é que todas passam por mim, para me
certificar de que estão realmente qualificadas para serem
apresentadas aos clientes. Contudo, nenhuma mulher sequer entrou
em minha suíte.
Jamais perderia o meu tempo com uma virgem. No entanto, me
deixa em puro êxtase observar cada etapa do treinamento e,
principalmente, ver a primeira vez de cada uma delas. Fecho as
portas do meu pensamento ao constatar que finalmente chegaram.
Meus olhos permanecem fixos em cada movimento que está
acontecendo em volta do ambiente. Dylan e os outros caminham em
direção ao baú onde todas estão. Assim que as portas são abertas,
o maldito barulho vindo do meu celular tira minha atenção do
monitor a minha frente.
Encerro a ligação minutos depois após ter sido informado pelo
conselho que dentro de uma semana terei que ir para Belgrado.
Contudo, imediatamente a minha atenção se voltou para tela a
minha frente.
Apertei o botão que dava acesso às câmeras do setor B, porém,
algo me intrigou por não ver Dylan. E, havia somente sete garotas,
que estavam gritando a todo vapor, já estavam sendo
encaminhadas para o treinamento. Deslizei os dedos em volta do
controle digital, acionei as imagens do quarto de Dylan, no exato
momento que o vejo completamente despido, vi uma infeliz que
estava prestes a acertar a sua cabeça com a maldita estatueta que
trouxe quando veio da Austrália.
Senti o ódio inflamando em minhas veias. Meus demônios que
minutos atrás tinham se acalmando, desta vez voltaram com tudo. E
o único pensamento que vinha em minha frente era arrancar com as
minhas próprias mãos o coração da maldita.
Num impulso, me levantei e em passos largos caminhei em direção
aos aposentos do imbecil. Esse desgraçado só me mostrou o
quanto é incompetente. Seja lá o que a vadia fez, será pouco perto
da punição que ele vai receber.
Assim que cheguei em frente ao quarto do infeliz. Abri a porta e
meus olhos foram de encontro ao seu corpo, que estava sob a cama
e havia uma poça de sangue próximo a sua cabeça.
Abaixei o olhar identificando a responsável. Mas, assim que a
mulher se pôs de pé e levantou a cabeça revelando a sua face.
Nesse exato momento, senti todo o meu corpo estremecer ao me
deparar com o rosto semelhante ao de um anjo, com suas órbitas
azuladas e fixas em minha direção.
Capítulo 04
New York
New York
Suzana Gonçales
New York
Três dias depois...
Tudo está tão calmo e não sinto dor. Ao contrário, tenho uma
sensação de paz tão grande. Tudo foi somente um pesadelo que
enfim havia despertado. Meus olhos se abrem e tudo a minha volta
é exatamente como me lembrava. O cheiro de lavanda está
impregnado no ambiente. Instintivamente me levanto e caminho em
direção ao pequeno corredor. Os sussurros das vozes vindo da
cozinha me indicam que dormi demais. Depois de alguns passos,
consigo sentir o cheiro do café fresquinho da minha mãe que invade
as minhas narinas.
Aquele pesadelo parecia tão real, era como se realmente eu
estivesse nas garras do demônio. Nunca pensei que poderia sentir
por alguém tanta raiva e ódio. Seja lá quem era aquele
desconhecido, agradeço a Deus por tudo ter sido somente
momentos de um sonho ruim.
Deixo os meus pensamentos de lado assim que chego frente à porta
da cozinha, atordoada, abaixo a cabeça ao sentir que pisei em algo
molhado e no momento em que meus olhos vão de encontro ao
chão, o medo me domina, meu coração gela ao ver uma poça de
sangue no chão. Desesperada, adentro o ambiente me deparando
com o próprio demônio a minha frente.
— Nãoooooooo... — acordo em um sobressalto.
Meus olhos se arregalaram ao ver o homem que se tornou o motivo
do meu desespero e da minha agonia, com suas órbitas fixas em
minha direção. Confusa, as lembranças invadem a minha mente.
Movida pelo pânico que se apodera de todo o meu ser, tento me
levantar, mas não consigo. Uma vez que sinto todo o meu corpo
dolorido. Minha cabeça dói e antes que faça alguma coisa, ele se
levanta e caminha em minha direção. O medo cru e agudo paira
sobre mim, no entanto, fico estarrecida ao ouvir suas palavras.
— Dentro de dois dias irá comigo para Belgrado. Para o seu bem, é
melhor ficar bem quietinha até lá ou o seu pai sofrerá as
consequências.
Assim que termina de falar, caminha em direção a porta, e, em
seguida some do meu campo de visão. As palavras dele ecoavam
na minha cabeça me deixando em total alerta. Mil coisas se faziam
presentes em meus pensamentos. Por que esse homem vai me
levar para um lugar tão longe? Estou presa nesse pesadelo terrível,
que mesmo acordada, somente a morte é capaz de me libertar.
Involuntariamente as lágrimas começaram a descer pelo meu rosto.
E, assim que ouvi o barulho da porta sendo aberta, os meus olhos
ficaram fixos na imagem a minha frente.
— Você?
Capítulo bônus 02
New York
Karen Santiago
New York
S ede! Minha boca está tão seca. Tudo está tão escuro, no
entanto, o silêncio predomina a minha volta.
Depois de sofrer por três dias, ao ponto de cogitar que meus
membros seriam arrancados como se eu fosse uma boneca. Ao
menos pensei que meu fim seria rápido e, aquela máquina fosse
girar numa velocidade que nem me daria tempo de gritar ou sentir
dor.
A única coisa que, mesmo após a morte, ainda sinto, é uma dor
insuportável em meu coração. Uma, por saber que aquele demônio
vai atrás da minha família. Meu fracasso foi como mulher, como filha
e principalmente como uma irmã mais velha, que jurou sempre
proteger a sua irmãzinha. Sem que eu pudesse controlar, as
lágrimas surgiram e, começaram a inundar o meu rosto. Nunca
pensei que poderia chorar após a morte. Entretanto, a sensação que
tenho, é que a dor da culpa não está deixando a minha alma
encontrar o seu lugar.
No momento que abri os meus olhos, o silêncio que antes pairava a
minha volta, foi quebrando pelo estrondo que ecoou no ambiente,
me causando uma dor infernal, assim que senti o meu corpo indo de
encontro ao chão. O impacto com o concreto fez um gemido alto
sair por entre os meus lábios. Meus membros estavam pesados e
doloridos.
Perdida! Desnorteada! Era dessa forma que me encontrava. O
silêncio novamente se fez presente, minha visão estava embaçada
pelas lágrimas, porém, reconheci imediatamente o lugar a minha
volta. O pânico me dominou.
“Será que mesmo depois de morta eu voltei para perto do
demônio?”
Movida pelo desespero e, mesmo com dificuldade, me pus de pé. E,
no momento em que levantei a cabeça, meu corpo paralisou, meu
coração gelou. Dentro de mim não parecia que tinha um coração,
mas, que tambores foram colocados e, estavam em festa fazendo
um barulho que dava para ouvir nos quatro cantos do ambiente.
Meus olhos estavam fixos na imagem a minha frente. Ele se
mantinha com a cabeça abaixada e, seu olhar fixo em uma única
direção.
Assim que desviei o meu olhar dele e encontrei o motivo que
prendia a sua atenção, ao mesmo tempo senti uma sensação de
alívio invadido todo o meu ser e também fiquei em total alerta.
Ela estava ali, tão brilhante, num tom de vermelho tão intenso e
parada em frente ao buraco. Um único sopro a faria cair em seu
destino. No entanto, era como se um imã a estivesse mantendo
imóvel naquele lugar. Fiquei tão enfeitiçada pela imagem a minha
frente, que só voltei ao meu estado normal quando a voz grave,
potente e aterrorizante do monstro ecoou por todo o ambiente,
fazendo um calafrio atravessar a minha espinha. E, para aumentar o
meu desespero, assim que movi a cabeça. Meus olhos ficaram
novamente fixos nele, a minha única reação foi dá alguns passos
para trás.
— Vai agora mesmo para o seu quarto e, não se atreva a sair, até
que eu autorize.
A imagem a minha frente parecia surreal. Sua feição era algo
assustador. Suas órbitas negras estavam soltando faíscas, sua
mandíbula se contraia, ao ponto de modificar a aparência do seu
rosto, seus cabelos estavam tão úmidos, que caiam na testa e, o
suor banhava seu corpo musculoso.
"Dusan, bonito como um modelo e frio como o demônio."
Antes que o capeta mudasse de ideia, andei tão rápido que
ganharia até uma maratona. Quando fechei a porta e dei alguns
passos, ouvir um grito alto ecoando pelo corredor. Em seguida, um
barulho forte me fez sair correndo e atravessar como um relâmpago
o restante do trajeto e, entrar no meu quarto. Fechei a porta, respirei
fundo e em seguida agradeci a Deus, pois, o impossível se tornou
possível dentro daquele lugar.
— Maldiçãooooooo!!!
Não! Não! Não! Isso não pode ser possível.
Depois da ligação que recebido de Vladimir. Comecei a planejar
minuciosamente como seria cada passo do que faria até o momento
que voltássemos do restaurante e, o meu brinquedinho fosse
apresentada a sala de jogos. Tudo ocorreu como planejei.
A minha intenção era deixá-la o mais confortável possível. Pois,
sabia que ela iria lutar com todas as forças para não sucumbir à
vontade do seu corpo. No entanto, algo dentro de mim vibrou por
dentro ao vê-la tão perdida.
Seus gemidos se tornaram músicas para os meus ouvidos. O sabor
adocicado da sua boceta me fez explorar cada canto e atingir
pontos que a deixaram totalmente vulnerável. Porém, ela tem que
aprender que uma puta jamais poderá sentir prazer ou caso
contrário será igual a todas as outras.
O diferencial do The Brothel Empire, é que oferecemos profissionais
de alta qualidade. Quando elas conseguem controlar o orgasmo,
são capazes de atender vários clientes e mesmo assim ainda
ficarem dispostas.
Como já esperava, o meu brinquedinho fracassou.
Consequentemente, teve a primeira experiência no "giro da morte".
Claro que sabia exatamente o movimento exato para proporcionar
uma dor suportável antes do golpe final.
Ela lutou durante o segundo e terceiro dia, mas, seu fracasso
novamente a levou para o lugar que há três dias estava me
deixando em puro êxtase. Gritos e mais gritos ecoavam no ambiente
e, por mais que algo dentro de mim estivesse me causando certo
desconforto. Eu, Dusan, me mantive inabalável. Ontem, através de
um vídeo conferência com Boris, fizemos o fechamento dos lucros
da noite. E, quando o meu celular começou a vibrar, o peguei de
imediato, pois o alarme do sensor de movimentação implantado no
quarto que ela estava, indicava uma frequência alta.
Passei rapidamente o dedo na tela, acessando as câmeras de
monitoramento e, como esperava, a insolente não ia desistir
facilmente. Fiquei observando cada movimento dela e quando vi a
posição que ficou, já sabia o que o meu brinquedinho faria, porém
desta vez não teria êxito.
Mesmo passando o lençol em volta do corpo, cobrindo até a cabeça,
pelas câmeras que tinha uma lente em especial, de alta tecnologia,
pude observar nitidamente tudo que estava fazendo. Tive que
reconhecer, que Luna Ysmit era uma guerreira. E, lutaria até o
último segundo para proteger sua família, no entanto, estaria
sempre um passo à sua frente.
Hoje, assim que acordei, percebi que ela continuava no mesmo
lugar. Estava determinada em passar de fase. Tomei o meu banho
e, depois de arrumado, segui para o primeiro andar da mansão.
Horas depois, recebi alguns membros do conselho e não me
agradou em nada a forma como Vladimir se referiu a Luna. Não que
aquela infeliz tenha alguma importância para mim. No entanto, ela,
se conseguir passar por todas as fases, só será apresentada aos
clientes o momento certo.
Algumas horas se passaram, e mesmo depois do almoço, continuei
no meu escritório. Quase no fim da tarde tomei meu banho, vesti só
uma calça de moletom e fui até o seu quarto. Era chegada a hora da
decisão e, seja qual for o resultado, a minha palavra será mantida.
Quando entrei no cômodo em que ela estava, fiquei totalmente
imóvel. Senti a mesma coisa quando a olhei pela primeira vez. Meu
corpo todo vibrava por dentro, os meus demônios estavam agitados
como nunca, me causando um desconforto que nunca havia
sentido, como se uma fornalha incandescente estivesse dentro de
mim e meus órgãos internos estivessem pegando fogo.
“Eles não iriam me dominar. Não hoje.”
Com um giro nos calcanhares, caminhei em direção a sala de jogos.
Assim que a porta foi aberta, Luna que estava mais confiante que
nunca, tirou sua roupa e ficou próxima a mesa. Quando coloquei o
seu corpo sobre o objeto, fiquei observando cada movimento em
torno do seu rosto. Precisava a qualquer custo fazê-la perder a
concentração, afetar todos os seus sentidos seria a única forma.
Sei que determinação é o forte dela. O sentimento que tem pela
família a faz suportar qualquer dor, transformando-a em uma fênix,
que sempre ressurge das cinzas. Porém, irei quebrá-la quantas
vezes for necessário. Se tiver que acabar com a sua miserável vida,
não irei hesitar em fazer.
Tinha que reconhecer que não foi fácil. Uma batalha foi iniciada, ela
não jogaria a toalha. No entanto, dessa vez teria que utilizar meios
que nunca me foi preciso. Todavia, se mantinha inabalável, mesmo
alcançando pontos que por uma fração de segundos faziam todo o
seu corpo estremecer, a única solução foi subir em cima da maldita
mesa e dá o golpe final.
Pela primeira vez, os meus lábios estiveram tão próximos de outros.
Mas, quando percebi que seus olhos, que até então se mantinham
fechados foram abertos. Soube que o destino do meu brinquedinho
tinha sido decidido naquele exato momento. E, para confirmar aquilo
que já tinha certeza, deslizei o meu pênis para dentro da sua boceta
apertada, que engoliu o meu garotão como nunca tinha feito antes.
O seu interior estava muito quente, parecia que logo iria explodir,
alcançando o limite do prazer.
Entretanto, precisava aproveitar, afinal de contas tinha que
reconhecer que nunca uma mulher foi capaz de me proporcionar
tanto prazer sem fazer tanto esforço. Rapidamente, sua vagina se
contraiu em torno do meu cacete. Sua respiração ficou
descontrolada e, todo o seu corpo não parava de tremer.
Levantei meus olhos, e estes ficaram fixos no crucifixo na parede.
Institivamente a peguei e a coloquei presa no objeto. Ela, mais uma
vez me surpreendeu, ao em vez de pedir pela sua vida, intercedeu a
favor da sua família. Mas, nem mesmo as suas lágrimas iriam me
parar. Assim que peguei o taco, minha concentração se voltou para
o alvo a minha frente.
Senti uma lufada escaldante de encontro ao meu pescoço e no
exato tempo em que fui dar a maldita tacada, senti uma força
estranha segurando a minha mão, enquanto meu corpo todo ficou
em chamas. A raiva me dominou, minha cabeça estava tão quente,
que parecia um vulcão em erupção, assim que, a desgraçada da
bola ficou se movimentando próximo ao buraco. Como num piscar
de olhos, o meu corpo, que até segundos atrás estava quente,
voltou ao normal.
Não consegui desviar os meus olhos da maldita bola. No momento
em que ficou totalmente imóvel, em questão de segundos, o sistema
que controlava as algemas foi acionado fazendo a desgraçada cair
no chão. Jamais cogitei que algo assim pudesse acontecer. O
sistema foi programado com duas finalidades, se a bola fosse
encaçapada o mecanismo faria o giro de 180 graus e; se caso não
caísse no buraco, algo que até então parecia totalmente impossível,
pois nunca errei uma tacada, as algemas seriam abertas
imediatamente.
O que essa infeliz tem que mexe tanto com eles, ao ponto de eles,
que sempre ficaram em êxtase e me incentivavam a proporcionar
dor a qualquer um, quando o assunto era ela, eles parece se voltar
contra mim.
Movido pela raiva, mandei que saísse do ambiente ou então seria
capaz de ir contra minha própria palavra naquele momento. Assim
que a porta foi fechada, um misto de sensações apoderou-se de
todo o meu ser. Um grito estrangulado saiu rasgando a minha
garganta e movido pelo ódio, comecei a quebrar tudo a minha
frente.
Não importa contra quem ou o que terei de lutar, a minha vontade
sempre terá que prevalecer.
Capítulo bônus 04
Belgrado – Sérvia
Vladimir Kosovo
No dia seguinte...
Cansada!
Era assim que me sentia, extremamente cansada. Depois da noite
de ontem, após ter ficado a noite toda em pé naquele bar, vim para
o quarto e tomei um banho, assim que deixei o banheiro e adentrei o
ambiente, meu coração disparou ao me deparar com o demônio
próximo à cama. Ele já havia tomado banho e estava somente com
uma calça de moletom. Fiquei imóvel, um misto de sensações
apoderou de mim, no entanto, o medo era o mais evidente dentre
todos.
O silêncio pairou no ambiente, estremeci involuntariamente por
dentro, com medo de ele dizer que era chegada a hora de continuar
com o treinamento. O pânico me dominou quando ele se moveu e a
passos largos veio em minha direção. Assim que ficou a centímetros
de distância de mim, sua voz ecoou no ambiente.
— Está pronta?
— Não! Mas não tenho escolha, que seja feita a sua vontade. E,
comece logo a segunda fase do treinamento — tremia muito e sabia
que não teria chance alguma. Mas se fosse para morrer, não daria o
gostinho de ele me ver mais quebrada do que já estava.
Antes que ele tivesse qualquer reação, puxei a toalha que estava
em volta do meu corpo e a deixei cair no chão. Seus olhos me
queimam, e, por uma fração de segundo, muitas emoções cruzaram
seu rosto.
“Desejo, Luxúria e raiva.”
Mas logo suas feições mudaram para algo indecifrável.
— Nisso você tem toda razão, não tem escolha e, nunca terá.
Entretanto, não será hoje o dia que vou vê-la fracassando mais uma
vez, aliás, será a sua última oportunidade.
Não tive tempo de responder, pois, me segurou firme pela cintura e
me puxou para mais perto de si. Senti seu hálito quente contra o
meu rosto. E, rapidamente me levantou, caminhando comigo em
direção à cama. O maldito maníaco por sexo passou o restante da
noite me possuindo de todas as formas possíveis. Já estava com
dormência nas pernas. Depois de algum tempo, se deu por satisfeito
e me deixou sozinha. No entanto, dessa vez respirei aliviada, pois
não estava preparada para a segunda fase do treinamento. E, não
irei desperdiçar minha última oportunidade.
Quando acordei, fui com Karen para o refeitório, onde todas as
meninas faziam suas refeições. Quando entrei no cômodo, vários
pares de olhos se voltaram em nossa direção. Algumas das
meninas não escondiam sua falta de empatia para comigo.
Karen disse que, o fato de estar sendo treinada pelo chefe, acabou
causando inveja e indignação em algumas. Principalmente, por
passar a noite no bar, enquanto elas têm que atender os clientes.
Quando passamos pelo hall, dei de cara com Dusan e Boris. Ele me
avisou para permanecer no quarto até o momento que voltasse.
Depois que os dois sumiram do nosso campo de visão, me despedi
de Karen e resolvi dormir devido a estar morta de sono.
Acordo desorientada e suando frio, tremendo, com o coração
batendo violentamente. Um peso esmagador me deixava sem
fôlego. No mesmo instante em que algo frio estava encostado no
meu rosto. O pânico tomou conta de mim ao ouvir sua voz.
— Agora será o seu fim, sua putinha...
Capítulo 22
New York
New York
Horas depois...
Agoniado! Essa é a palavra para descrever o que sinto agora. Luna
já está desacordada há quase uma hora. Ela perdeu muito sangue,
pois os ferimentos no braço foram muito profundos e precisou levar
pontos.
Meus pensamentos foram interrompidos ao ouvir a voz da mulher a
minha frente.
— Ela está fora de perigo, por pouco não perde os movimentos do
braço esquerdo. No entanto, vai precisar de muito repouso. Essa
menina embora seja muito forte, já passou por muita coisa. Se você
pretende mantê-la viva por um longo período, aconselho a deixá-la
restabelecer sua saúde.
Depois de passar algumas instruções, Lauren enfim pegou sua
maleta e caminhou em direção à porta. Assim que ela sumiu do meu
campo de visão, olhei para mulher em cima da cama. Seu rosto
estava pálido e seus lábios estavam completamente secos e
arroxeados. Dei uma última olhada nela. E, com um giro nos
calcanhares, caminhei em direção ao pequeno móvel que estava
num canto do quarto. Assim que abri gaveta, uma onda escaldante
atravessou a minha espinha, peguei o objeto e após colocá-la em
minhas mãos, segui em direção a porta.
"Chegou a hora de enviar aquele desgraçado ao inferno."
Minutos depois, na sala do desespero...
Estou parado em frente ao painel de monitoramento fixado na
parede externa da sala do desespero.
Inquieto... Agitado... Raivoso... Era assim que estava ao olhar o
monitor a minha frente e acompanhar cada movimento do infeliz.
Deixo meus devaneios de lado quando escuto um gemido ecoando
no ambiente. Observando cada movimento do maldito, vejo quando
se levanta do chão quente, completamente atordoado. Seus olhos
passeiam por todo o cômodo até que vão de encontro à porta que
está escancarada. O idiota logo esboça um sorriso e mal sabe que
os jogos acabaram de começar.
Das quatro paredes do cômodo, em duas foram fixados canos de
metais. Dylan se move e após dar alguns passos, meu dedo
indicador desliza em direção ao botão amarelo e assim que o
desgraçado fica na direção dos canos, libero o vapor fazendo com
que os gritos comecem a ecoar por todo ambiente.
E, isso é música para meus ouvidos.
Dylan entra em desespero e tenta correr. Mas, isso só me faz
aumentar a passagem de ar para o limite máximo, fazendo com que
o vapor penetre em sua pele. Quando enfim o desgraçado consegue
passar pelos canos, olho o monitor e constato que, exceto pelo seu
rosto, que foi protegido pelos seus membros superiores, 80% do seu
corpo estava em carne viva. O infeliz que estava petrificado
segundos atrás, deu alguns passos em direção a porta.
Rapidamente movimentei minhas mãos, que estão cobertas pelas
luvas de couro com garras de metal para que as mesmas se
ajustassem e adentrei o ambiente. Assim que entrei na sala, seus
olhos estavam em chamas de ódio. Minha voz ecoou nos quatros
cantos do cômodo.
— Acha mesmo que um idiota como você pode me enganar?
Pensou que uma merdinha como você sairia vivo ao tocar no que é
meu? Eu sou Dusan Borislav, nada e nem ninguém que cruza o meu
caminho fica vivo. No entanto, não tem capacidade de ter planejado
tudo isso sozinho. Então, podemos acabar rapidamente com isso se
colaborar ou faremos do meu jeito.
— Eu não vou falar nada. Você é um maldito desgraçado, um
bastardo que nem conhece a sua verdadeira história. Sempre te
odiei, só lamento por não ter entregado a sua cabeça a Adônis
quando tive a oportunidade. Mas a sua hora vai chegar, bem como
daquele projeto de prostituta que logo será enviada ao inferno.
Raiva! Ódio!
Meu sangue esquentou me causando um desconforto terrível,
minhas veias latejaram de tão inchadas. Avancei para cima do
infeliz que, mesmo possuído pela dor, ainda tentou me acertar.
Entretanto, assim que desferi o primeiro golpe, jorros contínuos de
sangue começaram a sair do seu rosto. Gritos de agonia ecoaram
pelo ambiente, ele ainda tentou desferir um soco em meu rosto. O
segundo golpe que dei, foi em direção a sua barriga, rasgando a sua
carne e seus gritos acalmaram meus demônios. Lentamente fui
deslizando a minha mão e as lâminas de aço que estavam fixadas
em sua carne, foram rasgando toda a extensão da sua barriga. A
imagem que surgiu em minha frente despertou uma sensação
inexplicável.
Ver o coração dele pulsando, seus pulmões bobeando, seus órgãos
internos funcionando a todo vapor, me deixou elétrico e sem hesitar,
levei minha mão ao encontro do seu coração. Enquanto a outra mão
segurava firme um dos seus pulmões.
Uma onda de eletricidade atravessou o meu corpo. Conseguia sentir
cada batimento do coração do infeliz. Dylan se contorceu assim que
intensifiquei o toque em seu pulmão. E, olhando fixamente para o
infeliz, fechei as mãos. As lâminas de aço penetraram em seus
órgãos, os esmagando e cortando-os em dezenas de pedaços.
Nunca gostei de rodeios e não seria por uma informação que
deixaria esse infeliz novamente vivo. Movi-me em direção a porta,
apertei o botão do painel e as paredes da sala começaram a se
mover. O corpo desse rato, assim como seus órgãos internos, deve
ser estraçalhado.
Deixei o ambiente com um pensamento unicamente.
“Adônis, ou seja lá quem for que estiver por trás de tudo isso.
Ninguém além de mim, tocará no meu brinquedinho. Antes disso
acontecer, farei com que o inferno se torne o próprio paraíso,
comparado com que os aguarda”.
Capítulo 24
New York
Horas depois...
— Hum...
Acordo sobressaltada. Mesmo que o quarto esteja frio, sinto que
todo o meu corpo está em chamas. Uma sensação deliciosa e
dolorida estava invadindo meu corpo. Atordoada, abri meus olhos e
assim que eles ficam fixos na imagem a minha frente, fiquei
completamente petrificada.
Ele estava com o rosto enfiado no meio das minhas pernas. E, ao
levantar a cabeça, esboçou um sorriso cínico em sua face e foi logo
dizendo:
— Daremos início à segunda fase do treinamento. Para o seu bem,
brinquedinho, é melhor que as reações que desperto em seu corpo
não seja maior que desejo de manter sua família viva.
Capítulo 25
New York
New York
Belgrado – Sérvia
Trinta e quatro anos atrás... Na sede da máfia
Sérvia
Vladimir
New York
Um dia depois...
Tinha acabado de tomar o meu banho. Passei boa parte da tarde
ajudando na limpeza do salão ao lado da kah e das meninas. Ainda
tenho praticamente quase quatro horas antes de começar o
expediente. Então, depois de colocar uma roupa confortável, deixei
o banheiro e caminhei em direção a minha cama.
Quando já estava deitada, um barulho ecoou quando a porta foi
aberta. Meus olhos logo ficaram fixos na imagem do demônio a
minha frente. E, as palavras que saem dentre seus lábios, pela
primeira vez não me causou reação alguma.
— Amanhã daremos início à última fase do seu treinamento.
Enquanto isso bem longe dali...
— Entre no site agora.
— Você sabe que tudo deve ser bem planejado. Já que ele irá
averiguar todos os participantes.
— Não se preocupe.
— Tem um lance inicial de 500 mil dólares.
— Faça uma oferta muito maior. Não importa o quanto terei que
pagar, vamos eliminar o maior número de participantes.
— O The Brothel Empire, terá um leilão inesquecível.
Capitulo 28
New York
Em algum lugar...
Adonis Ruçi
New York
No dia seguinte...
New York
N unca havia sentindo uma dor tão intensa, nem mesmo quando
o demônio me colocou naquele crucifixo. Meu peito estava
queimando e o ar foi arrancado dos meus pulmões, que estavam em
chamas. Minhas narinas estavam bloqueadas, assim como um nó
gigantesco fechou minha garganta. Agoniada e sufocada, é assim
que permanecia. E, tudo que vi a minha frente foi um túnel
tenebroso.
No mesmo momento em que estava em pânico, em meio àquela
escuridão, surgiu uma luz tão brilhante, que sequer tinha visto e logo
depois me envolveu. A sensação que tinha, era como se minha
alma estivesse sendo tragada do meu corpo físico por um aspirador
de pó gigante.
O silêncio estava a minha volta. Uma percepção de paz indescritível
pairou sobre mim, perdi totalmente a noção do tempo. Uma porta
branca se abriu e dela surgiu à mesma luz brilhante. E, irradiava
uma força poderosa.
Assemelhava-se a um aspirador, parecia que estava me sugando.
Era como se estivesse flutuando e quando cheguei próximo à porta,
ouvi sussurros. Por uma fração de segundos, senti novamente a dor
em meu peito. Movi-me olhando para trás e lá estava ele. Aquele
homem que me mostrou o pior lado da vida. Que me causou tanta
dor e despertou sensações totalmente desconhecidas. No entanto, a
voz que sempre me aterrorizou, desta vez não parecia à mesma.
Dusan, o rosto de um anjo e o coração de um demônio. Estava
lutando para dar vida a um corpo sem alma. Senti novamente algo
me puxando, preciso de paz, não aguento mais senti tanta dor. No
exato momento que me movi novamente em direção àquela luz, as
palavras proferidas me detiveram, eu fiquei petrificada. E, de
repente, comecei a ver tudo de trás para frente, como uma câmera
de cinema num trilho. O rosto dos meus pais e da minha irmãzinha,
com seu lindo sorriso em minha direção. Tudo passava em minha
frente em uma velocidade espetacular.
Eu não posso ir, não posso desistir!
A porta se fechou e com ela se foi à luz. Tudo que me lembro, foi de
novamente sentir meus pulmões funcionando aos espasmos. Meu
coração disparou e um ruído alto saiu entre meus lábios,
desfazendo o nó que havia se formado.
Enquanto o homem a minha frente se afastou. Um turbilhão de
pensamentos apoderou-se de todo o meu ser.
Dusan me afastou das pessoas que eu amo, roubou a minha
inocência. Vive a todo instante testando os meus limites. E, além
disso, me humilhou da pior forma.
Karen havia me perguntado se era ciúme o que estava sentindo
quando contei o tinha acontecido entre nós.
Ao olhar aquelas duas mulheres próximas à porta e logo após se
aproximaram dele, o choque da realidade caiu como um soco no
meu estômago. Tudo que senti foram raiva e nojo de mim, visto que,
a intenção daquele demônio foi me mostrar que, para ele eu era
somente um objeto, uma prostituta como todas as outras, onde a
única serventia é dar lucros e prazer aos seus malditos clientes.
Estava tão perdida, tão confusa, que somente saí do estado
catatônico que me encontrava quando a médica chegou no
ambiente.
Minha respiração ainda estava fraca, um incômodo forte em meu
peito. Tentei me mover, mas uma dor insuportável vinda da minha
bunda me atingiu. Lauren pediu para ficar quieta, logo depois de ter
medido a minha pressão e feito alguns procedimentos, pediu ajuda
a Dusan, para me virar com cuidado. As lágrimas desciam pela
minha face. E, em seguida ela aplicou um remédio para dor,
enquanto me examinava.
Fiquei pensando em tudo que as meninas desse lugar vêm
passando há anos. Até o momento, em meio a esse treinamento
louco, tive a sorte de não ter sido tocada por nenhum outro homem.
Ao contrário delas, que passam a noite toda transando com vários
clientes numa só noite.
Lauren pediu para Dusan molhar uma toalha, logo depois senti o
pano úmido em contato com a minha pele. Ela estava me limpando
como se eu fosse uma criança. Algum tempo depois, me ajudaram a
me virar novamente. Ela se afastou e começou a fazer um monte de
recomendações para o monstro. Como se logo não acharia um jeito
de me infringir dor novamente.
Não sei o que ela tinha me dado, porque os meus olhos logo ficaram
pesados. Tudo começou a escurecer a minha frente e fui envolvida
novamente pela escuridão.
Quando acordei hoje, totalmente desorientada, olhei o relógio na
parede e já eram quase dez da manhã. Não sei como dormir tanto.
Tentei me levantar, mas ainda estava dolorida. A porta do quarto
logo foi aberta e ele surgiu no meu campo de visão.
“Será que veio me avisar que irá continuar o treinamento hoje?”
Quero muito passar logo por essa maldita fase. Contudo, meu corpo
está muito cansado, sequer teria condição alguma de me concentrar
e muito menos passar a noite toda transando com esse demônio.
Meus pensamentos foram interrompidos quando parou em minha
frente. E, sua voz preencheu o ambiente.
— Vamos! Você precisa tomar um banho.
Antes que tivesse qualquer reação, ele me pegou no colo e
caminhou em direção ao banheiro. Talvez esteja planejando algo,
meu corpo todo começou a tremer pela expectativa do que poderia
acontecer. Ele não pode estar querendo fazer o que estou
pensando. Quando entramos no ambiente, Dusan me colocou em
cima do vaso e andou em direção à banheira, um ruído de dor saiu
por entre meus lábios. Mal podia ficar sentada.
Minutos depois, o banho já estava preparado. Voltou em minha
direção. Depois de retirar minha roupa, pegou no colo e me colocou
dentro da banheira. Dusan se afastou e imediatamente deixou o
cômodo. O contanto da água morna na minha pele, me trouxe uma
sensação grande de alívio. Sequer soube quanto tempo se passou,
já que novamente ele entrou e pegou um roupão. Após me ajudar a
ficar em pé e a colocar a peça, retornamos ao quarto.
O fato dele está me ajudando de nada me fará esquecer tudo que
me fez. Até porque o único culpado de tudo que aconteceu foi ele. O
silêncio que antes pairou no ambiente foi quebrado, quando uma
batida vinda da porta se fez presente.
— Entre! Karen.
Minha amiga logo surgiu no meu campo de visão com uma bandeja
em suas mãos. Sopa! Sempre gostei. Mas ainda tinha um nó preso
em minha garganta. Até quando respirava ainda sentia um
incômodo. Mesmo com dificuldade comecei a comer. Não demorou
muito, o barulho do celular dele começou a ecoar no ambiente.
Nunca tinha visto o demônio tão transtornado com uma ligação.
Olhei para Karen que estava com os olhos cheios de lágrimas. E,
como Dusan, sempre faz questão de não deixar ninguém esquecer
que ele é, o capeta tratou de avisar Karen, sobre a razão de ainda
estar viva.
"Eu preciso ficar boa logo. Dessa vez Dusan, terá uma grande
surpresa. Não serei eu que irei passar mal."
New York
Alguns dias depois...
New York
No dia seguinte...
New York
Nos dias atuais e dia do leilão...
Tenho que reconhecer que aquela atrevida me surpreendeu em
todos os sentidos. Quando a infeliz da Karen, disse que ela não
estava bem, fiquei completamente atordoado. Nem cogitei a ideia de
pegar meu celular e acessar as câmeras de monitoramento. Jamais
esperei que a encontraria daquele jeito. E, por mais que soubesse
que tudo fazia parte de um jogo dela, para conseguir passar pela
última fase. Meu corpo todo estava em chamas, nunca em toda
minha vida senti tanto prazer como naquela noite.
Depois de tudo que fiz, ela se manteve firme. Apesar de que, já
estivesse no seu limite. Luna conseguiu fazer de primeira o que as
outras passaram meses para conseguir.
O garotão parecia que estava no parque de diversões. Mesmo
cansado, era como se estivesse se despedindo do seu brinquedo
favorito. Ganhou vida própria e quanto mais alcançava o limite do
meu prazer, em questão de minutos estava ali com seu tamanho
avantajado, duro, grosso e latejante. Pronto para se enterrar até o
fundo naquela boceta gulosa.
Desde que passou pela última fase, ela estava completamente
diferente. Por outro lado, mesmo tudo saindo como desejava, algo
dentro de mim estava inquieto.
Resolvi manter a maior distância possível dela. Já que a queria
completamente disposta para o grande momento. Uma sensação
que nunca tinha sentindo pairou sobre mim. Mal consegui dormir e
meu corpo há dias parecia estar em chamas. Um forte incômodo
apoderou-se de todo meu ser, fazendo com que todos os meus
órgãos internos ficassem descontrolados.
Lutando com todas as minhas forças, me mantive firme. Porquanto,
nada irá me impedir de fazer o que tem que ser feito. Passei o
restante dos dias preparando tudo para o grande momento e, tudo
ocorreu como eu estava planejando. Todavia, nunca cogitei que o
lance inicial fosse alcançar um valor tão alto.
Desde Suzana, que na época rendeu $400 mil para nossa
organização, não tínhamos um valor tão alto. A nossa expectativa é
alcançar $1milhão de dólares. Então, não acredito que o fato de
olharem a mercadoria, faça o lance final alcançar um valor que
ultrapasse o que já cogitamos.
Meus pensamentos foram interrompidos ao ouvir a voz de Boris me
chamando.
— Vamos, já está tudo pronto.
— Vamos! No momento certo, Karen a levará até o grande hall.
Com passada firmes e precisas, seguimos em direção ao salão.
Atravessamos o longo corredor e as portas duplas foram abertas,
revelando o jogo de luzes do ambiente. Fazendo um contraste
perfeito com os lustres de cristais pendurados no teto. Deixando o
local com o cenário ideal para o momento.
A multiplicidade de vozes que se misturavam com a música tocada,
desviara minha atenção por uma fração de segundos. A casa estava
completamente cheia. Meus olhos circulam por volta do grande
salão. Alguns clientes dançavam rodeados das mulheres. Estas, já
sabiam que hoje deveriam induzi-los a gastar o máximo que fosse
possível. Outros estavam próximos do bar, que desta vez não
contaria com o trabalho da estrela da noite.
Ao lado de Boris, seguimos em direção ao homem que estava nos
aguardando. E, ao parar na sua frente, somente fiz um gesto com a
cabeça e ele seguiu em direção ao palco. Sobre a mira de dezenas
de pares de olhos, o leiloeiro pediu atenção de todos.
Um desafio silencioso foi lançado. Todos estavam com sua atenção
voltada para o palco. E, quando a voz dele se fez presente
novamente, uma grande agitação se formou a minha volta.
— Senhores, uma boa noite a todos e agora quero apresentar a
nossa mais bela beldade para o leilão dessa noite. Ela foi treinada
para lhes proporcionar prazeres inigualáveis. Está preparada para
obedecê-los em qualquer coisa que queiram. É uma perfeita
submissa, treinada pelo próprio Dusan Borislav. Seu corpo
escultural e beleza são ímpares. Com vocês, a estrela da noite,
Luna Ysmit.
Os jogos de luzes foram direcionados para um único local. Uma
melodia ecoou no espaço e todos os olhares que antes estavam
fixos na direção do palco, se voltaram para ela.
Meu corpo todo paralisou. Olhei para os lados e alguns pareciam
não acreditar na imagem à sua frente. Outros tinham em seu olhar a
luxúria em excesso. E, quando ela caminhou lentamente em nossa
direção. Todos os meus órgãos internos disparam, no mesmo
instante, uma onda de eletricidade tomou conta de mim.
Meu coração está a um passo de sair pela minha boca. Não tenho
palavras para descrever o turbilhão de sensações que se apoderou
de todo o meu ser. Estou tentando me manter calma. Desde ontem
que o medo me dominou ao cogitar que estaria vestida desse jeito.
E, sendo avaliada por vários pares de olhos de predadores famintos
e loucos para devorar sua presa, "EU".
Meus pulmões estavam funcionando aos espasmos. A sensação
que sentia, era que na minha garganta tinha uma corda. E, que
automaticamente um nó imenso se formava. Cada vez que
respirava, esse ia se apertando e me sufocando. Minhas pernas
estavam tão bambas, que não parava de tremer. Passei os últimos
dias tentando mostrar ao demônio, que nada mais do que viesse
fazer, poderia me deixar mais despedaçada do que já estava. Um
espelho quebrado em mil pedaços. No entanto, no fundo, tinha
esperança que esse momento não viesse acontecer. Entretanto,
estou com os olhos cravados no espelho a minha frente. Os meus
olhos estavam ardendo, mas não seria com lágrimas que iria sair
dessa situação. Senti um forte aperto em minha mão, me tirando do
estado catatônico em que permanecia.
— Tenha fé. Você mais do que ninguém merece ser feliz. Não será a
sombra que ronda em volta desse lugar que vai apagar a luz que
está dentro de você.
— Eu estou com medo.
— Eu sei, mas você foi à única que conseguiu mostrar para o chefe,
que nem com tantos obstáculos que colocou, conseguiu impedir que
você chegasse à vitória. Somente precisa se concentrar. E, no
momento certo, entrará em ação e com essa roupa. Não terá como
ele descobrir o objeto que colocamos.
— Você sabe que ele vai odiar saber que não estou usando a roupa
que escolheu.
— Se fosse pelo demônio nem roupa iria usar. Do jeito que você
está, te garanto que até aquele coração de pedra vai ter um grande
impacto.
Meu Deus! A Kah é realmente a única que, nesse momento de
agonia, me fazia sorrir.
— Agora vamos, já está na hora!
Suspirei fundo e com um giro nos calcanhares me movi em direção
à porta. A cada passo que dava pelo imenso corredor, a sensação
era como se nunca mais fosse novamente passar por ele. Um forte
incômodo pairou sobre mim. Uma sensação ruim de que algo hoje
alteraria minha vida para sempre. Contudo, era algo indecifrável e
não sabia distinguir se era algo bom ou ruim.
Detive-me assim que paramos em frente às portas duplas do grande
hall. E, ao ouvir o meu nome, o meu coração que já estava agitado,
começou a bater descontroladamente. Minhas pernas ficaram
petrificadas e meus pulmões estavam em chamas.
— Vai em frente, só lutando que você vai consegui a vitória.
Respirei profundamente. Assim que as portas foram abertas e as
luzes focaram em minha direção. Todos os olhares foram
direcionados para um único lugar, onde eu estava.
Pensei em tudo que vinha ensaiando com a Karen nos últimos dias,
com passadas firmes e precisas, fui caminhando elegantemente.
Senti um forte embrulho no estômago ao ver aqueles homens me
olhando como se eu fosse um prato de comida. Os de mais idade
eram os piores, pareciam que as bocas deles tinham travado e não
conseguiam fechar. Meus olhos logo ficaram fixos no homem a
minha frente. Suas órbitas sombrias estavam cravadas em mim.
Não sabia se a reação era de raiva, por ter trocado a roupa
escolhida por outra ou se ficou satisfeito pelos clientes terem
gostado do que estavam vendo.
Quando enfim cheguei próximo ao palco, um homem que estava
impecavelmente vestido como os demais. E, tinha um microfone em
uma das mãos, se manifestou.
— O lance inicial está em $900 mil dólares. Começarmos os lances
agora.
Por alguns segundos o silêncio se fez presente. Olhei para Dusan,
que continuava com sua expressão séria. Porém, logo o silêncio foi
quebrado quando uma voz grave ecoou no ambiente. Ocasionando
náuseas em mim, ao ver um velho, que tinha idade para ser o meu
avô, levantar sua plaqueta.
— $950 mil dólares — Dusan voltou sua atenção para o homem.
Assim que um dos garçons passou em sua frente, ele pegou um
copo de bebida. Meus pensamentos foram interrompidos quando
novamente outro lance foi dado. Movi a cabeça para o lado, indo de
encontro ao dono da voz que tinha sua plaqueta levantada. Desta
vez, ao contrário do outro, era um homem, não tão bonito como o
demônio, mas era além de elegante, muito belo.
— $1 milhão de dólares — novamente olhei para Dusan. Com um
único gole tomou todo o líquido que tinha em seu copo.
— $1milhao e 100 mil dólares.
O homem que deu o lance seguinte tinha por volta de uns quarenta
anos. Contudo, Dusan direcionou sua atenção para ele e suas
feições logo mudaram.
O que aconteceu nos minutos seguintes, parecia surreal. Os dois
homens começaram a travar um duelo e com ele os valores
estavam cada vez mais altos.
Nem a minha própria saliva descia pela minha garganta. A única
coisa que vinha em minha mente era o que faria quando o leilão
chegasse ao fim. Por outro lado, vi quando Boris se juntou a Dusan.
Pelas minhas contas, já tinha tomado quase uma garrafa toda de
uísque.
Os dois homens se tornaram o centro das atenções. O leiloeiro
disse um valor e fez com que o lugar ficasse em um silêncio total.
— Eu ouvir alguém dizer $ 2 milhões de dólares?
Não demorou muito e o homem mais novo que tinha dado o
segundo lance se manifestou.
— $ 2 milhões de dólares.
Um desafio silencioso foi lançado e logo após o leiloeiro disse.
— Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três. O cavaleiro acabou de
adquirir uma noite inteira com a nossa estrela da noite.
Os aplausos ecoaram em volta do ambiente. Boris se aproximou do
homem e ele tinha uma máquina em suas mãos. Passaram-se
minutos que pareciam uma eternidade e, quando ele fez o sinal, o
homem veio em minha direção.
Nunca me senti tão humilhada. Vendida como um objeto, o demônio
realmente havia conseguido o que tanto quis desde o início. Antes
que fizesse algo, senti mãos fortes segurando o meu braço.
— Vamos! Hoje a sua noite será inesquecível.
Estava tão atordoada, que só senti o homem me puxando. Antes de
deixar o salão em direção ao corredor, a última coisa que vi, foi
Dusan com seus olhos sombrios fixos em nossa direção.
Capítulo 33
New York
New York
New York
Mesmo contra minha vontade, tive que deixar minha suíte. Nunca
havia dormido tão bem em toda minha vida e muito menos acordar
com uma sensação tão boa. Depois de ter passado praticamente
toda a noite me perdendo naquela boceta deliciosa, tomamos banho
e meu brinquedinho caiu num sono profundo.
Meus olhos foram de encontro à poltrona, mas ao lembrar-me de
como acordei da última vez. E, não tendo alternativa, me deito ao
seu lado e o cheiro dela logo invadiu minhas narinas. Aproximei-me
mais do seu corpo e para minha total surpresa, minhas pálpebras
logo ficaram pesadas e meus olhos se fecharam.
Acordei sobressaltado ao ouvir o barulho do meu celular e era Boris
me avisando que o maldito já estava pronto. Tomei uma chuveirada
rápida e quando deixei o quarto, vi que Luna ainda estava dormindo.
Deixo meus pensamentos de lado assim que ouço a voz de Boris.
— Vamos!
Entramos no elevador que dava acesso ao corredor da morte.
Depois de alguns minutos, chegamos ao subsolo e com passos
rápidos e precisos, seguimos em direção ao cômodo.
Assim que paramos em frente à porta que logo foi aberta revelando
o infeliz que estava preso ao crucifixo.
Quando movi minha perna direita para adentrar o ambiente, um
grito terrível ecoou dentro do cômodo. Antes que fizesse alguma
coisa, um estrondo terrível se fez presente. E, no mesmo instante
meu corpo foi arremessado de encontro ao chão.
Capítulo 36
Belgrado – Sérvia
Vladimir
M aldiçãoooo!!!
Aquele incompetente não foi capaz de acabar com aquela
vadia miserável. Tudo que precisava era matar a infeliz e todos os
nossos problemas estariam resolvidos.
Gustavo se mostrou um inútil. Depois de tudo que fizemos para
infiltrar o maldito dentro do The Brothel Empire. Isso, sem levantar
suspeitas e, o desgraçado não teve êxito em sua missão.
Depois de obter as informações do site que Dusan criou
exclusivamente para os leilões, só precisávamos encontrar uma
vítima. Matar e usurpar a vida de Bernardo foi necessário. Uma vez
que, era o único que além de milionário, era solteiro e não levantaria
suspeitas. Depois da cirurgia de Gustavo, tudo o que nos restava
era esperar o momento certo para agir.
Quando foi publicada no site todas as informações sobre o leilão. E,
tendo acesso sobre a conta bancária de Bernardo, demos um lance
inicial muito maior do que Dusan pudesse cogitar. Com tudo já
encaminhado, assim que chegou o grande dia, Gustavo já estava
em solo americano e tudo que precisava era colocar o aparelho que
permitia sua voz ser alterada pela de Bernardo. Além de dar o maior
lance e eliminar o alvo.
Tudo era questão de minutos e o incompetente não foi capaz de
executar a ordem. Consequentemente, aquela infeliz, mas uma vez
se livrou da morte. Tudo já está indo longe demais e não vou deixar
que ela atrapalhe o que levei anos para consegui.
"Luna precisa ser eliminada antes que tudo venha a se concretizar".
Como jamais devemos entrar em uma guerra sem ter um segundo
plano, quando estavam fazendo a cirurgia do infeliz, pedi ao médico
que era da minha confiança, para que fosse implantado um
microchip em sua cabeça. Além de monitorar os passos do idiota,
no momento certo seria o responsável pela sua morte.
"Dusan terá uma grande surpresa."
New York
Minutos antes da explosão...
— Filha!
— Luna! Acorda!
Mãe? Minhas pálpebras estão pesadas, mas diante daquela ordem
dada meus olhos se abriram de imediato.
Desorientada, olhei em volta do lugar e assim que meus olhos foram
de encontro a porta, ela surgiu no meu campo de visão.
Mila deu alguns passos e se deteve, suas feições eram algo
assustador, suas órbitas azuladas estavam no tom avermelhado.
Raiva! Nunca a tinha visto dessa maneira. O meu anjo e a pessoa
mais pura que já conheci, me olhava com tanto ódio que seus olhos
soltavam faíscas, tamanha era sua fúria e antes que tivesse
qualquer outra reação, sua voz se fez presente.
— Como você teve coragem de se entregar a ele depois de tudo
que esse demônio fez a nossa família? — a minha mãe que antes
estava imóvel, avançou em minha direção.
— Eu te odeio. Você não é mais a minha filha — eu estava
totalmente desnorteada e novamente a minha irmã voltou a falar.
— Como esqueceu de todo sofrimento que estamos vivendo por
culpa dele? O nosso pai está morto.
Meu coração disparou, um nó imenso se formou em minha
garganta. Senti o ar sendo roubado dos meus pulmões, ela que
antes estava imóvel, avançou em minha direção.
— Jamais vou te perdoar por ter ficado com ele e esquecido da sua
família. Você me prometeu que sempre estaria ao meu lado e
quando te levaram, jurou que faria de tudo para voltar.
Aquela não era a minha irmãzinha. Não! Não! Não! Isso não pode
ser real. Novamente os meus pensamentos foram interrompidos.
Quando o som potente da sua voz, que era totalmente
desconhecido por mim, preencheu todo o ambiente.
— Eu te odeio! Odeio! Te odeiooooooo!!!
Acordei suando frio e com o coração batendo violentamente. As
lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e não pararam mais.
As palavras dela me atingiram como um soco no estômago. Engoli
em seco quando meus olhos foram de encontro ao meu corpo nu e
não permitia que duvidasse de tudo que fiz com aquele homem na
noite passada.
Mila tem toda razão, como pude ceder e entreguei-me de corpo e
alma àquele demônio?
Quando ele aproximou sua boca da minha e segundos depois sua
língua invadiu minha boca, o beijo que despertou uma explosão de
sensações dentro de mim. Meu corpo ficou quente, quentíssimo,
exalando calor como uma fornalha e nunca havia sentido.
Correspondi a cada toque dele, me movendo inquietamente,
remexendo os meus quadris e esfregando a minha vagina latejante,
encharcada, que não parava de pulsar por toda extensão de seu
pênis.
Fui eu quem de forma despudorada comecei a implorar para que
fosse mais fundo e rápido. Permitindo que ele me penetrasse por
inteira e como consequência, tive vários orgasmos, violentos e
arrebatador. Um prazer imensurável. Como se todo o meu
sofrimento estivesse sendo liberado em forma de prazer.
Dusan está mantendo a minha família como refém e não sei qual é
a real situação deles. Cogitar que as palavras de Mila sobre o meu
pai pudesse ser verdade, fez aumentar o meu desespero e
tormento. No entanto, não sei as consequências daquele tiro e o
que estão passando. Mas, tenho consciência que fui fraca, deixei a
luxúria e o prazer carnal apodera-se de todo o meu ser.
Aquele demônio me treinou para ser fria, não hesitou um instante
em me punir para consegui passar por todas as fases. Contudo, de
nada valeu todo o meu esforço e sofrimento, se agora me entreguei,
só porque me quer como seu brinquedinho exclusivo.
Preciso usar dos seus próprios ensinamentos ou a minha família
sempre será o seu alvo, caso não faça tudo aquilo que desejar.
Saio do meu estado catatônico, quando senti uma terrível ânsia de
vômito. Chutei as cobertas descendo da cama e saí correndo em
direção ao banheiro.
Depois de esvaziar o estômago. Agarrei-me à beira da pia e de
repente, um estrondo terrível ecoou no espaço fazendo o chão
tremer.
"O que está acontecendo?"
Droga! Droga! Droga!
Uma dor terrível atravessou todo o meu corpo devido ao forte
impacto com o concreto. A minha cabeça estava pesada e dolorida,
uma de minhas pernas não parava de latejar. Mesmo com
dificuldade, me movi e olhei o estrago feito na minha perna direita.
Desviei o olhar em outra direção e Boris estava jogado no chão.
Lutando com o maldito incômodo, me coloquei de pé, travando os
dentes de imediato para reprimir qualquer som que pudesse a vir
sair entre meus lábios. Desorientado, olhei para porta a minha
frente, que estava trancada. Todavia, o calor escaldante que vinha
através dela me fez constatar que o estrago tinha sido grande. Boris
logo se levantou.
— Obrigado! Se não fosse você o estrago teria sido pior — disse a
ele.
— Essa foi por pouco.
Graças a sua agilidade de ter acionando o botão que fechava a
porta. Logo, em seguida jogou o meu corpo de encontro ao chão e
algo mais grave não aconteceu. Porém, antes que a porta fosse
fechada por completo, a minha perna que estava próxima, acabou
sendo atingida. Se não fosse pelas paredes do corredor da morte
ser feitas de aço, assim como, a sala do desespero e toda estrutura
do The Brothel Empire, teria sido afetada em uma proporção
gigantesca e tendo consequências graves.
O alarme de incêndio logo ecoou no espaço.
O barulho vindo da sala se fez presente, indicando que o sistema de
emergência sprinkler foi ativado, liberando a água para atuar no
combate.
Depois de alguns minutos, a porta foi aberta. Boris logo adentrou o
cômodo e o resto do corpo do desgraçado estava espalhado por
todo cômodo.
Meus pensamentos foram interrompidos assim que a voz dele
novamente se fez presente.
— Você sabe o que isso significa?
— Sim! Ao eliminarem esse maldito, só nos deu a confirmação que
Adônis Ruçi, não foi responsável pelo que aconteceu aqui. Já que
sempre fez questão de deixar claro que estava por trás de cada
ataque contra nós. Vamos! Seja quem for que está por trás de tudo
isso, poderá até cogitar que está um passo a minha frente, no
entanto, mostrarei quem é Dusan Borislav.
Com um giro nos calcanhares, segui em direção à porta, assim que
dei alguns passos o meu celular começou a vibrar. Levei a mão de
encontro ao objeto e ao olhar para tela do aparelho, o nome de
Dimitri surgiu no meu campo de visão.
"Vamos ver quais segredos serão revelados"
Capítulo 37
New York
Belgrado – Sérvia
Vladimir
New York
New York
Belgrado – Sérvia
Vladimir
Belgrado – Sérvia
Alguns dias depois...
Vladimir
New York
Adônis Ruçi
No dia seguinte...
Minutos depois...
Depois que jantamos a comida deliciosa da minha mãe, seguimos
para sala e, Boris vendo o meu estado de confusão, tratou de
esclarecer tudo que havia acontecido.
— Já deveria saber que o Dusan jamais deixa de cumprir com sua
palavra. Se ele garantiu a você que nada aconteceria a sua família,
é porque faria o impossível para mantê-los em total segurança.
Quando descobrimos que os próprios membros da nossa
organização queriam eliminá-la, o que ainda é desconhecido por
nós o motivo, tivemos certeza que assim que soubesse que ele
invadiu aquele quarto no dia do leilão, os nossos inimigos não iam
em hesitar em atacar todos aqueles que estavam ligados de alguma
forma a Dusan e a você. Então, ele me enviou para Nebraska, para
assim, colocarmos o plano que tinha em mente em ação. Depois de
contar tudo a sua família, eu providenciei tudo para que fossem
retirados da casa sem levantar suspeitas. E, os trouxe para
Austrália, o meu país de origem. Este lugar é onde temos a plena
convicção que, todos os membros que pertence a nossa
organização e vivem nesse lugar tem lealdade ao nosso chefe.
— Todavia, eu atendi a ligação que fizeram para Dusan. A explosão
e depois soube que foram encontrados três corpos dentro do local.
— Essa foi a segunda parte do plano. Assim como, em nosso meio
tem pessoas infiltradas pelos nossos inimigos. E, Borislav, embora
para muitos seja a própria encarnação do mal, e, quem o conhece
sabe do que é capaz. Jamais, iriam bater de frente. Foi dessa forma
que o nosso infiltrado, que era o responsável pela equipe, foi
enviado a Nebraska e se tornou essencial para que tudo saísse
como cogitamos. Os corpos que foram encontrados eram de três
pessoas que já estavam mortas. Os homens que adentram com ele
dentro do imóvel foram mortos pelo próprio. Enquanto se ocupavam
em eliminar os nossos dois homens que estavam vigiando os seus
pais. Tudo que foi preciso era deixar os outros que entraram depois,
olharem para os corpos dos seus familiares. E, contou que os dois
que estavam com ele haviam sido mortos por nossos soldados.
Antes de deixar o local eles explodiram tudo. Marcos, o nosso
infiltrado, somente precisou contar ao conselho da máfia Sérvia, a
sua própria versão de como tinham acontecido os fatos. E, como
teve testemunhas, estas contaram que havia duas mulheres e um
homem no ambiente. Enfim, ninguém desacreditou em suas
palavras.
— Por que vocês me fizeram acreditar que eles estavam mortos? E
o Dusan viu todo o meu sofrimento! Como ele foi capaz de fazer
isso?
Antes que Boris se manifestasse a voz de meu pai se fez presente.
— Filha, jamais iria ter a mesma reação se soubesse da verdade.
Como foi dito, o mundo deles tem vários infiltrados. Certamente,
quem está por trás de tudo isso deve ter tido conhecimento que
você estava sofrendo pela nossa suposta morte.
Boris também se pronunciou.
— Exatamente, Luna, sem querer, você poderia colocar a vida deles
em risco. Dusan, jamais deixará de ser quem é, pois foi treinado
para isso. No entanto, sei o quanto a sua chegada mudou a vida
dele e o quanto lutou contra tudo que estava sentido. Mas, o
coração de gelo, parece que não foi capaz de resistir ao calor que
foi transmitido por você. Hoje, está com sua família e conseguiu sair
da gaiola que era sua prisão. Porém, ele há essa hora está nas
garras dos seus piores inimigos. E, tudo porque jamais deixará que
ninguém faça algo com vocês. Mesmo contra minha vontade, Dusan
achou que estando frente a frente com os inimigos, será o único
jeito de acabar com tudo isso.
Fiquei estarrecida ao ouvir as suas palavras.
Então, era por esse motivo que estava tão diferente. Um
pensamento surgiu em minha mente ao lembrar-me das palavras da
minha amiga.
“Será que ela tinha razão e o meu algoz acabou por se apaixonar
pela sua vítima?! No caso, eu?”
Enquanto isso em Belgrado
Vladimir
Finalmente a vitória é nossa!
Daqui a algumas horas, o grande e temido Dusan Borislav, estará
no lugar onde nasceu e iniciou a sua transformação naquilo que
vem sendo por muitos anos, “um monstro”.
Nós o moldamos daquela forma e o fizemos se tornar um
sanguinário. A maldade encarnada numa criança, isso até se tornar
um homem. Agora, chegou o momento de eliminar essa praga ruim.
Esse maldito se tornou um grande obstáculo. E, se não for
destruído, logo todos nós seremos resumidos a pó.
Ele ficará vivo até conseguimos o que tanto almejamos. Com a
morte de Boris, que cedo ou tarde também seria eliminado. Se foi a
única pessoa que além de Borislav, sabia que estávamos por trás de
tudo isso.
Todos ficaram em festa ao saber que aquela que era uma ameaça
para todos, já não existe mais. A vadia se foi junto com a erva
daninha que crescia em seu ventre. Agora, estamos a um passo de
ter o poder absoluto. E, assim que isso acontecer, o próximo alvo
será Adônis Ruçi e, todos aqueles que o cercam.
Desta vez, me tornarei o chefe da maior organização de todos os
tempos.
Com o poder em minhas mãos, profecia alguma será capaz de me
deter.
Minha cabeça está a ponto de explodir. Uma dor insuportável me
atingiu. Todo o meu corpo está dolorido. A sensação é, como se um
caminhão tivesse passado por cima de mim. Tentei abrir os meus
olhos, mas minhas pálpebras estavam tão pesadas. E quando
consegui, foi no exato momento que a mala do carro foi aberta.
Assim que os dois infelizes se aproximaram para me tirar do veículo,
avancei para cima dos malditos. No mesmo momento, quando
acertava um deles e conseguir desferir vários socos, novamente
senti uma dor insuportável na minha cabeça e a escuridão total me
envolveu.
Tentei me mover, mas constatei que, além dos meus braços, as
minhas pernas estavam presas por correntes. Lutando contra as
dores que tomaram o meu corpo, me forcei a abrir os meus olhos.
Porém, tudo o que vejo em minha frente é uma imensa escuridão.
As lembranças logo sugiram na minha mente, embora na penumbra,
jamais iria me esquecer do cheiro desde lugar.
Aquele que por anos foi o meu pior pesadelo, quando ainda era
somente uma criança, e, passei pelas piores punições. Aprendi que
o medo não poderia fazer parte da minha vida e chorar nunca era
permitido. Foi aqui que aprendi que o inferno existia na própria terra,
e que apenas os fortes sobrevivem nesse mundo.
Meus pensamentos foram interrompidos assim que um forte clarão
surgiu no ambiente. Movi a cabeça na direção à porta e vários pares
de olhos estavam fixos nos meus.
— Seja bem-vindo ao seu verdadeiro lar.
Capítulo 49
Horas depois...
Acabei caindo num sono profundo. Passei tanto tempo pensando
nele que fui vencida pelo cansaço.
Depois de saber da minha gravidez, a minha mãe como já era de se
esperar, tratou de providenciar todos os remédios que estavam na
receita que Lauren havia passado. Mandou Mila me acordar, já que
precisava me alimentar por quatro.
Depois que tomei um banho, escolhi um vestido que minha irmã
trouxe alguns minutos atrás. Pois ela, mesmo sem saber se algum
dia estaria junto a eles, tratou de trazer todas as roupas que eu mais
gostava. Já arrumada, segui em direção ao primeiro andar da casa.
E, assim que desci os degraus, a minha atenção se voltou para o
cômodo ao lado, foi quando escutei a voz de Boris no telefone.
— Quero todos prontos o quanto antes. Sei que não irá matá-lo
enquanto não tiverem o microchip. No entanto, eles estão em
grande número. Portanto, não vão hesitar em cometer as piores
atrocidades para obter a informação que tanto querem. A vida de
Dusan depende da nossa agilidade.
Senti uma forte pontada na minha barriga e um ruído de dor e medo
saiu entre meus lábios. Ele rapidamente encerrou a ligação e veio
em minha direção. Respiro profundamente, tentando controlar as
sensações ruins que tomou conta de mim. Boris me ajudou a me
acomodar na poltrona ao lado.
— Necessita ficar calma.
— Conheci aqueles homens e vi em seus olhos que a minha
presença já não os agradava. Assim como senti uma sensação ruim
ao estar próximo a eles. Jamais cogitei que os conselheiros fossem
os responsáveis por tudo que estava acontecendo. Por além de
terem tentado acabar com a minha vida, também tentaram matar
toda a minha família. Dusan me fez conhecer o pior lado da vida.
Mas, também me deu o melhor presente. E, pelos nossos filhos
você precisar tirá-lo do lugar onde está.
— A nossa maior arma estar com você.
Suas palavras ficaram ecoando na minha cabeça e assim o
perguntei o porquê de ele ter falado aquilo. O que ouvi me deixou
sem reação.
— Do que está falando?
— Você detém o objeto que todos eles estão procurando. Somente
as suas digitais são capazes de liberar o sistema de proteção que
Dusan colocou. Dentro da bolsa que trouxe, tem a arma mais
poderosa que existe. Ela é capaz de destruir toda uma nação. Você
foi a escolhida. E, com a sua ajuda, daremos aos malditos traidores
o que merecem. Mostraremos que, para nós só há um Chefe – O
Dusan Borislav.
Capítulo 50
Vladimir
Desgraçado!!!
Já tem alguns dias que vem sendo torturado e o maldito continua
inabalável. O deixamos sem comida e a única água que tem bebido
é a do próprio barril, durante as horas que é torturado. Mandei que o
colocassem no crucifixo dentro da sala. Ainda lembro da primeira
vez que mandei colocá-lo, quando ainda era só um garoto. Boris
tentou interceder com a história que ele era somente uma criança.
E, nada nos impediu de colocar o infeliz preso naquele lugar. Em
questão de minutos, a sala foi preenchida pelos seus gritos. O que
só aumentou a minha raiva, ao ponto de girar ainda mais. Por mim,
teria o quebrado naquele exato momento. Só não o fiz, porque
precisava dele vivo e com os membros intactos.
Deixei as lembranças de lado e me aproximei dos outros
conselheiros. Estes, já estão possuídos pela raiva ao ver que o
maldito até hoje, ainda não havia falado o local onde escondeu o
maldito chip. Com os membros presos, ele logo levantou a cabeça e
seus olhos estavam faiscando de ódio. Assim que nos viu, ficou com
o olhar cravado em nossa direção.
— Te darei uma nova chance, antes que eu comece a levar a sério
tudo isso. Em que lugar você escondeu aquele objeto? — Augusto
disse.
— Essa será as suas últimas palavras, visto que irei acabar com
todos vocês — todos nós começamos a sorrir ao ouvir as palavras
do desgraçado.
O Dusan ainda não se deu conta que seu legado chegou ao fim.
Aproximei-me e notei que não demostrava nenhuma reação. Então,
levei minha mão de encontro à alavanca e comecei a girar, fazendo
o objeto se mover, sua mandíbula se contraiu. Dava para ver que
seus batimentos estavam acelerados, mas, nenhum um som foi
emitido por ele.
— Isso é só o começo — assim que terminei de falar, eu segurei
firme a alavanca. E, no momento que ia girar novamente, um
estrondo do lado de fora deixou todos em total alerta. Os meus
pensamentos foram direcionados para uma única pessoa, Adônis
Ruçi.
Toda uma movimentação se fez presente no ambiente, bem como
os sons de tiros nos deram a confirmação que algo de errado estava
acontecendo. Assim que todos pegaram as suas armas, fomos para
fora do ambiente para ver o que estava acontecendo. Quando
chegamos do lado de fora da sala, novamente outro estrondo se fez
presente. Então, caminhamos em direção ao salão principal e tiros
estavam sendo disparados para todos os lados. Assim como,
grandes explosões do lado de fora da sede.
Em questão de minutos, tudo a nossa volta se transformou num
campo de guerra. Os nossos homens estavam sendo massacrados
e os membros do conselho pareciam perdidos. Corpos estavam
sendo arremessados no ar e, o chão logo ganhou um tom
avermelhados. Havia órgãos espalhados a nossa volta e uma rajada
de tiros foi dada em direção à porta.
Assim que a única pessoa que não esperávamos ver, surgiu no
nosso campo de visão, aconteceu uma nova explosão dentro do
local e uma fumaça se fez presente. Boris colocou uma máscara em
seu rosto e, antes que algum de nós cogitasse em fazer algo, o que
já era tarde demais, fomos envolvidos por uma escuridão sem fim.
Horas depois...
Cada minuto que se passava, só aumentava a minha raiva. Esses
infelizes acharam mesmo que colocar a minha cabeça naquele barril
seria razão de dar o que tanto queriam?
Por anos passei por esse treinamento. Eu tive que aprender a
controlar a minha respiração ainda criança. Toda vez que ficava a
ponto de desfalecer, começava a suplicar por não estar aguentando
mais. E, como consequência, era sempre punido. Com o tempo,
Boris começou a adotar uma nova forma de treinamento. Visto que
consegui superar todos os obstáculos e passar por tudo que me era
imposto.
Estava tão cego, que achava que tudo aquilo era para o meu bem.
E, que eu era especial por ter sido o escolhido. Mas na verdade,
eles só queriam usufruir de tudo que a organização conquistou,
assim que assumir o comando. Proporcionar a todos uma vida
luxuosa e cheia de regalias.
Quando o infeliz mandou trazer o crucifixo, meus pensamentos se
voltaram para Luna. As lembranças surgiram em minha mente de
quando a coloquei naquele objeto. Embora, pudesse suportar a dor
terrível que tomou conta do meu corpo e, quando o traste colocou o
objeto em movimento, tudo que estava pensando naquele momento
foi exatamente o que fiz com ela.
Deixo as lembranças de lado assim que o abutre começou a falar.
No momento que levou a mão de encontro à alavanca, um estrondo
terrível se fez presente, o que fez todo o meu corpo se aquecer.
— Agora chegou a minha vez.
Suspiro fundo ao ouvir o som de uma voz conhecida por mim.
— Sua aparência está péssima.
— A deles ficará muito pior.
Ele se aproximou e começou a desamarrar os meus braços e em
seguida as minhas pernas. Assim que fiquei livre, ordenei que todos
os infelizes fossem trazidos para dentro da sala.
— Você trouxe a minha adaga?
— Sim, estou ansioso para que o show comece.
Rapidamente, os corpos dos onze homens foram colocados dentro
do cômodo. Tínhamos pouco tempo antes de eles acordarem. Ao
meu sinal, tanto Boris, quanto os outros pegaram suas adagas e
começaram a fazer o que tínhamos planejados. Porém, para um
deles, eu tinha algo diferente. Então, assim que coloquei o infeliz
preso no lugar que pelo visto era o seu favorito. Visto que, passou
anos me colocando lá. Então, levei minha adaga em direção ao seu
corpo e tratei de deslizar na camisa do maldito. Passei a minha
adaga por toda extensão do corpo do infeliz. Ao contrário dos
outros, ele começou a despertar se debatendo na medida em que
eu ia introduzindo o objeto em sua carne. Os seus gritos soam como
músicas para os meus ouvidos. Quando sua barriga já estava
totalmente aberta. Falei:
— Agora vamos ver até onde você aguenta. Seu maldito! — levei
minha mão de encontro à alavanca e comecei a girar. Gritos e mais
gritos se fizeram presentes.
— Eu te odeio seu infeliz. Se não fosse por mim você nem teria
existido. Maldita a hora que ouvi as palavras daquela infeliz.
Fiquei completamente atordoado. Do que esse infeliz está falando?
Ao ver o meu estado de confusão, o desgraçado esboçou um
sorriso. E, mesmo em meio a dor, começou a falar.
— Jamais tive visão alguma. Se não fosse pela profecia daquela
velha maldita, nunca teria permitido que você se tornasse o chefe.
Segundo a sua profecia, uma criança faria da nossa organização a
mais poderosa de todos os tempos. No entanto, para isso acontecer,
alguém pura deveria ser corrompida pelo pecado. E, só assim a
semente do mal viria ao mundo. Tudo que precisei fazer foi dizer a
todos que tive uma visão do que iria acontecer. Já que, não poderia
revelar a ninguém que fui o responsável pela morte daquele que
tanto idolatravam — ele se contorce de dor em meio a uma crise de
tosse, continua. — Pois, só um de nós dois ficaria vivo. Quando
disse a todos onde encontrar a escolhida para ser a mãe daquele
que nos faria ser reconhecidos no mundo da máfia, não hesitamos
em ir até aquele maldito convento — outra crise de tosse, mas nem
isso o impede de continuar. — Com o primeiro passo da profecia
iniciado, tudo o que precisávamos era nos deliciar do corpo da
infeliz. Todos os membros do conselho a possuíram por incontáveis
vezes, até o dia que tivemos a constatação da sua gravidez. Dessa
maneira, ninguém saberia quem era de fato o seu pai.
Ouvir as palavras daquele maldito fez um incômodo se intensificar
por todo o meu corpo. Estava tão quente, que a sensação era de
que meu corpo estava em chamas. Meus órgãos internos
funcionando num ritmo intenso. A raiva tomou conta de mim e levei
minha mão novamente de encontro ao objeto. E o girei até que ouvir
o barulho dos ossos do seu braço se quebrando e um ruído alto sair
entre seus lábios. Bufando feito um animal raivoso, novamente
voltou a se manifestar.
— Você pode acabar com a minha vida, mas, tiramos aquela que
faria a última parte da profecia ser concluída. Um anjo, que tinha a
mesma luz da sua mãe, ela seria a única capaz de despertar algum
sentimento em você. E, a união dos dois, resultaria em uma força
poderosa. O fruto dessa união seria o novo príncipe da máfia.
Aquele que seria o clone do próprio pai. Pode acabar com a minha
vida. Mas, estou feliz por ter destruído aquela vad...
Tudo a minha frente começou a escurecer, algo dentro de mim
começou a pulsar freneticamente. Meu coração disparou. O sangue
presente nas minhas veias parecia fogo liquido, me incendiando por
dentro. Ao ouvir as palavras proferidas pelo desgraçado, minhas
mãos se moveram em direção a sua barriga. Eu inseri minhas mãos
pelas suas vísceras, até ter a visão dos seus pulmões pulsando e
seu coração batendo. O maldito começa a se debater, soltando um
grito estrangulado. A minha vontade era arrancar seu coração. Mas,
o sofrimento dele só está começando.
Virei-me em direção aos infelizes que tinham acabado de despertar.
Estes estavam se contorcendo em meio à dor. Visto que, como
Vladimir, todos estavam com a barriga aberta.
— Dê-me a última cópia — disse para Boris, que se aproximou me
entregando a chave.
Peguei o objeto e levei de encontro à barriga do traste. Assim que
joguei a chave dentro, me virei em direção ao restante dos traidores.
— Darei a um de vocês a oportunidade de sair vivo desde lugar.
Aquela porta será fechada e dentro de alguns minutos esse lugar
será tomado pelas chamas. Dentro do corpo de um de vocês, está a
única chave que poderá abrir aquela porta. Para encontrá-la e
sobreviver terão que matar alguém até descobrir onde ela está.
Caminhei em direção à porta. E, essa foi fechada, assim que todos
os meus homens estavam na parte externa do cômodo,
rapidamente, uma corrida contra o tempo foi iniciada, eles pareciam
animais selvagens. Augusto, logo foi na direção de Vladimir e sem
delongas introduziu sua mão dentro da barriga do infeliz.
Enquanto o homem se contorcia e gritava em meio à dor, o outro
que era dito como seu amigo, começou a puxar os seus órgãos
procurando o objeto. Olhei para o outro lado e a cena a minha frente
me deixou em puro êxtase. Havia órgãos espalhados por todo lugar.
Uma luta pela sobrevivência havia sido iniciada. Entretanto, o que
eles procuram, simplesmente não existe. Não há nada mais
prazeroso do que ver eles próprios se destruindo. Os gritos de
agonia vindos de dentro do cômodo me deixaram satisfeito. Os
meus homens estavam em festa pelas mortes dos traidores. Eu não
consegui desviar os olhos daquela cena. Deleitava-me com o
sofrimento dos malditos.
Quando o último homem restou dentro da sala e veio em direção à
porta, todos se afastaram. E, quando já estava a certa distância,
Boris acionou o dispositivo e um forte estrondo ecoou no espaço.
Caminhei para fora do ambiente com um único pensamento que
estava fixo em minha mente: Agora só falta eliminar o meu próximo
alvo. “Adônis Ruçi”.
Capítulo 51
Adônis Ruçi
C omo sempre, o maldito sendo uma pedra no meu caminho.
Torna-se um verdadeiro tormento a cada hora que se passa.
Ele vinha sendo torturado por três dias. E, segundo o meu infiltrado,
eles ainda não tiveram êxito. Já que o infeliz ainda continua vivo.
Acabei agindo sem pensar ao seguir o plano daqueles idiotas. Se
aquela vadia, por quem ele estava enfeitiçado estivesse viva, essa
seria a oportunidade ideal para torturar a desgraçada de todas as
formas possíveis e, só assim já teríamos a informação.
Depois do atentando contra Borislav, assim que foi levado para a
Sérvia. Eu fiquei acompanhando de perto os noticiários para ter a
confirmação de que todos que estavam dentro do veículo, realmente
estavam mortos. Os corpos foram encontrados dentro de dois
veículos, e estes estavam completamente carbonizados. Segundo
os noticiários: o carro que estava próximo à rampa, havia três
corpos dentro. O que me deixou satisfeito. A ajuda daquela médica
foi fundamental para o sucesso do plano. O implacável, o chefe da
maior organização de todos os tempos, foi traído por uma mulher.
Volto minha atenção para o meu celular no instante que o som
indicando uma chamada ecoou. Meus olhos vão de encontro à tela,
e, atendo de imediato ao ver o nome de Lucas.
— Chefe! — os sons de tiros ecoando do outro lado da linha me
deixaram em alerta total.
— Que porra está acontecendo?
— Senhor, os próprios membros da organização deles estão
atacando a sede da máfia Sérvia. Tudo indica que vieram ao
resgaste de Dusan.
Meus batimentos ficaram descontrolados e a raiva tomou conta de
mim.
— Não! Não! Não! — depois de tudo que fizemos, esse desgraçado
não pode escapar.
— Senhor eles estão vindo! Pelo símbolo que vi na roupa dos
malditos, notei que eram os homens da Austrália sobre o comando
de Boris... — ouvi um grito alto do outro lado da linha e
imediatamente encerrei a ligação.
Se aquele maldito não morreu, tudo me leva a crer que tudo não
passou de um plano de Dusan. Um pensamento surgiu em minha
mente, bem como as últimas palavras proferidas pelo idiota vieram à
minha mente. Se Boris veio liderando o pessoal da Austrália, então
aquela prostituta deve estar lá.
Apressadamente, meu dedo foi de encontro a tela do meu celular. E,
assim que entrei no aplicativo, enviei de uma única vez o comando
para todos os meus homens. Com tudo já resolvido deixei o
cômodo.
"Chegou a hora de ir direto para Austrália. Se aquela infeliz é tão
importante para ele. Então, vamos ver o que será capaz de fazer
para salvar a vida dela".
Estava tão nervosa, que sequer a insistência da minha mãe me fez
comer algo. Por mais que tente lutar contra esse sentimento, e, me
convencer que depois de tudo que passei, é de fato, surreal sentir
algo por alguém que me causou tanta dor. Visto que, não consigo
mais lutar contra tudo que estou sentindo.
Tentei colocar a ideia na minha cabeça, que não estava
conseguindo dormir, devido sentir culpa de tudo que aconteceu nos
últimos dias. Mas, sempre pensava naquele corpo enorme grudado
no meu. Ao acordar com aquele braço em volta da minha cintura e
dos seus beijos, a minha boca ansiava pelos seus lábios junto aos
meus.
Tudo que passei e aprendi a cada fase daquele treinamento, me
ensinou a controlar as reações do meu corpo. Lutar contra uma
atração carnal, porém, isso não foi suficiente, pois, o meu maior
inimigo era o sentimento que estava se enraizando dentro do meu
coração. Um sentimento que a cada dia encontrava dificuldades.
Uma luta entre as trevas e a luz.
No entanto, quando permanecíamos juntos, nos entregando a tudo.
O que realmente estávamos sentindo era, como se os nossos
corpos fosse um só. Uma luta onde as trevas e a luz enfim
entenderam que cada uma tinha o seu lugar. E, por mais que ficasse
naquela batalha, as duas seriam predominantes.
Saber que Dusan poderia não sair vivo daquele lugar, deixou-me
com uma sensação que se assemelhou a levar um soco no meu
estômago. Senti um incômodo forte em minha barriga, parecendo
que os meus filhos também estavam sentindo todo o medo que
tomou conta de mim. Jamais esperei que dentro da bolsa que me
entregou, pudesse estar algo que todos estávamos desejando.
Um simples objeto que, por culpa dele, vidas estavam sendo tiradas
e uma guerra foi iniciada. Quando Boris viajou, fiquei ainda mais
nervosa. E, ver o jeito como Karen ficou, partiu o meu coração.
Sabemos que na guerra tudo pode acontecer e entendi
perfeitamente o que estava se passando pela cabeça dela. Porque,
jamais pensei que algum dia ia desejar tanto ver o meu próprio
algoz em minha frente.
Saio do estado catatônico que me permanecia ao ouvir os gritos da
minha mãe. Mesmo desorientada, me levanto e vou em direção ao
som da sua voz. A cada passo dado, começo a senti um calafrio
percorrer todo o meu corpo. Uma sensação ruim paira sobre mim,
quando me aproximo do local de onde estava. Vejo a porta do
quarto da minha irmã aberta, em passos largos adentro o ambiente.
No momento que meus olhos ficam fixos na imagem a minha frente,
sinto o meu coração bater em um ritmo frenético. Minha garganta se
fecha ao ver Mila se contorcendo em cima da cama. Enquanto,
meus pais tentam desesperadamente ajudá-la, sem obter nenhuma
reposta. Pois, já sabíamos que ela estava tendo mais uma crise.
Acabei com a distância entre nós duas e, ao ver seu estado e o
nervosismo dos meus pais me manifestei.
— Temos que levá-la para o hospital.
— Não podemos sair daqui— meu pai disse.
— Não passei por tanta coisa para deixar minha irmã morrer. Vocês
ficam aqui e eu vou com ela.
— Irei com você — Karen disse.
O meu pai a pegou em seus braços e foi em direção à porta. Então,
começo a caminhar na mesma direção, minha mãe logo abre a
porta de entrada e assim que chegamos à porta, uma barreira
humana nos impedem de seguirmos.
— Temos ordem para não deixar ninguém sair do imóvel.
— Você vai sair da minha frente, pois é a vida da minha irmã que
está em jogo. Depois de ter passado meses com Dusan, vocês
acham que terei medo de alguma coisa. Agora, pegue o carro e
vamos para o hospital. Se vocês foram destinados para nos
proteger, não importa o lugar, é isso que vão fazer.
Nem ao menos estava me reconhecendo. Todos ficaram me
olhando fixamente por uma fração de segundo. Então, o homem
logo fez um sinal e nos guiou até um dos carros. Enquanto, outros
quatro homens seguiram em direção ao outro que iria fazer nossa
escolta.
Meu pai colocou Camila na parte de trás do veículo e eu coloquei
sua cabeça no meu colo. A Kah também entrou no automóvel. Além
do motorista também tinha um soldado na parte da frente. O carro
entrou em movimento e seguimos para o hospital mais próximo.
Depois de quase meia, chegamos ao nosso destino.
Um dos homens de Dusan pegou minha irmã em seus braços e
seguimos para dentro do local. Assim que entramos, o homem fez
sinal e logo uma equipe apareceu com uma maca e colocaram Mila
sobre ela e fizeram os primeiros processos de reanimação. Logo
após, seguiram por um logo corredor, enquanto ficamos aguardando
por notícias. As horas se passaram e nada de notícias. Senti um
aperto em meu peito e o medo me dominou.
"Eu não vou aguentar se algo de ruim acontecer a ela."
Capítulo 52
Adônis Ruçi
Depois de quase cinco horas, chegamos à Austrália e agradeci por
estar na Nova Zelândia. Assim, teria tempo de agir. Enquanto o
infeliz levaria mais de dez horas para chegar aqui.
O primeiro passo foi: Entrar em contato com alguns aliados. E
estes, foram divididos em pontos estratégicos, em áreas que
possivelmente Dusan manteria a sua protegida. O segundo:
consistiu em um levantamento em hospitais. Já que, com a
gravidez, teríamos grande chance em encontrá-la em algum
hospital.
Agora era tudo ou nada. Tínhamos a vantagem de o imbecil não
saber que estávamos um passo à sua frente. No entanto, o tempo
era nosso pior inimigo. Visto que, tínhamos que encontrar a maldita.
O hacker que veio comigo, começou a entrar nos sistemas de todos
os hospitais. Horas se passaram, e, quando já estava a um ponto de
mandar o homem encerrar as buscas. Então, as minhas esperanças
se renovaram quando escutei a sua voz dele.
— Achei!
Voltei minha atenção para o notebook.
— Ela forneceu os dados como responsável pela irmã em um
hospital situado na zona leste de Camberra.
As palavras dele ficaram martelando na minha cabeça.
Irmã, como se todo...
Antes que tentasse concluir o pensamento, outro surgiu em minha
mente. E, se Boris e essa maldita estão vivos, provavelmente
aquele verme deu um jeito de novamente nos fazer de idiotas,
salvando a família da maldita. Virei-me em direção ao homem que já
estava com todas as coordenadas do lugar.
— Vamos para o University of Canberra Hospital Bruce ACT, —
disse ao motorista.
"Desta vez aquela vadia não me escapa.”
Depois que forneci todos os dados de Camila. Um dos homens de
Dusan veio de encontro à recepção. E, como o hospital era
particular, tratou de resolver tudo.
Andei até onde Karen estava e não demorou muito, o médico veio
procurar quem era os familiares de Camila Ysmit. Como já
suspeitava, minha irmã novamente teve mais uma crise. No entanto,
meu sangue gelou quando disse: que o estado dela era bem
delicado. Mesmo depois de tudo que passou e tentando viver uma
vida normal, como se não tivesse nada, a verdade era que ficou
com a saúde bem frágil. A qualquer mudança de temperatura ou
situações que a deixam nervosa, logo a faziam ficar com falta de ar.
Fiquei um tanto aliviada quando ele autorizou a minha entrada. E,
ao mesmo tempo preocupada por alguém tão nova ter ficado com a
pressão tão alta. Caminhei ao lado da minha amiga em direção ao
elevador. Já que, o quarto onde ela estava ficava no segundo andar.
Ao chegarmos ao quarto e assim entrei no ambiente, as lágrimas
logo surgiram em meus olhos ao ver alguns aparelhos ligados ao
seu corpo. Ela estava no balão de oxigênio, pois, assim poderia
ajudá-la a respirar melhor.
O dia se foi dando lugar à noite. A minha irmã ainda permanecia
desacordada. Então, eu disse a Karen que ficaria sozinha e ela
poderia ir avisar aos meus pais sobre a minha irmã.
— Eu não acho bom deixar você sozinha. Esqueceu que está
grávida?
— Você sabe que já passei por situações piores. Não vai acontecer
nada comigo! Meus pais devem estar preocupados e eu posso
muito bem dormir no sofá.
— Como eu sei que não vou te convencer e claro, também não vou
te deixar sozinha, vou até um dos seguranças e irei pedir a um deles
que me empreste o celular. E, irei avisar aos seus pais. Esqueceu
que tem telefone na casa? Não estamos mais naquela prisão.
— Você pensa em tudo.
— Pode dizer eu sou muito inteligente, eu deixo.
— Modéstia passou longe também.
Começamos a sorrir sem parar. Mas, logo ela assumiu uma postura
seria e voltou a falar.
— O chefe só me deixou vir para Austrália, porque tinha que cuidar
de você. E, não sou louca de ir contra uma ordem dele. Nem que
passe a noite na cadeira, não vou deixar você sozinha
Karen andou em direção à porta e sumiu do meu campo de visão.
Ela também iria aproveitar para ir até a lanchonete. Depois ficaria
com a Mila, para que pudesse comer alguma coisa. Porquanto,
mesmo não sentindo fome tenho que pensar nos meus filhos.
No dia seguinte...
Quando Boris permitiu que meus pais viessem até o hospital, já que,
segundo ele, tudo já tinha sido resolvido. Aproveitei para ir até em
casa tomar um banho e trocar de roupa. Kah também foi comigo.
Estava tão cansada que quando me deitei um pouco acabei
adormecendo. O que também aconteceu com a minha amiga.
Quando retornamos ao hospital, já estava na parte da tarde. Fui ver
como a minha irmã estava, já que tinha despertado. E, depois de ver
que a minha guerreira estava se recuperando bem, deixei o
segundo andar em direção ao terceiro, onde ele estava.
Depois que saí do elevador e andei pelo imenso corredor,
permanecia muito nervosa, tanto que comecei a esfregar minhas
mãos, uma na outra sem parar. Assim que paro em frente a porta do
quarto que ele está, suspiro fundo e adentro o ambiente. No
entanto, a imagem que vi a minha frente em nada me agradou. E,
ao ouvir sua voz em um tom de arrogância, fiquei estarrecida.
— Tire ela daqui — ele disse para Boris. O seu olhar era frio e seu
tom de voz rude.
Aquilo me deu uma raiva tão grande, pois a sua atitude só
demostrava que continuava o mesmo demônio. Então, movida pela
minha raiva, resolvi confrontá-lo. Mas, o homem ao meu lado me fez
um gesto. Compreendi que queria me dizer algo. Então, virando os
calcanhares, segui em direção à porta. Caminhamos até a sala
privativa onde a Karen tinha ficado. Ele, que permaneceu o caminho
todo em silêncio, ao adentramos o ambiente, resolveu se
pronunciar.
— Quando Dusan acordou... — ele fez uma pequena pausa.
Meu coração gelou, meus batimentos estavam acelerados. Pois,
notei a expressão do homem que demostrava tristeza em sua face.
E, que buscava uma melhor forma de explicar tudo que estava
acontecendo. Novamente sua voz se fez presente.
— Chamei a equipe médica e eles começaram a fazer todos os
procedimentos. No entanto, quando foi se mover, ele não sentiu
nada da cintura para baixo. O médico responsável pelo caso dele.
Após avaliá-lo, constatou que não há nada que indique que tenha
uma paralisia permanente. Então, chegou à conclusão que ele está
com algum bloqueio psicológico. Para um homem como Borislav,
que sempre foi ativo, não poder sentir suas pernas e se movimentar
novamente, é o pior golpe que poderia levar.
Meus olhos se enchem de lágrimas. O silêncio predominou dentro
da sala por alguns instantes. Até ser quebrado por uma Karen
totalmente eufórica. Quando seus lábios se moveram, tanto eu,
quanto o Boris, ficamos em total alerta.
— Eu tive uma ideia.
No momento seguinte, ela começou a falar o que tinha em mente.
Embora, a minha amiga às vezes soltava uma de suas pérolas,
desta vez tinha que reconhecer que na atual situação. Tudo era
válido. Pois, até o Boris concordou com a ideia da Karen.
Era arriscado, uma vez que alguém poderia sair morto de dentro
daquele quarto. No entanto, começamos a planejar tudo que iríamos
fazer. Uma das coisas que aprendi ao passar pelo treinamento: É
que nunca devemos desistir e nada é impossível.
No dia seguinte...
Quando Dusan dormiu, fui avisada e entrei no quarto. Caminhei
lentamente e fiquei com o olhar cravado no homem a minha frente.
Agora era tudo ou nada, vamos ver se ele vai continuar petrificado
em cima dessa cama.
Deixei os pensamentos de lado assim que a porta foi aberta. Meus
olhos foram de encontro ao homem que entrou no ambiente. Ele,
não tão bonito quanto o que estava imóvel em cima da cama, mas
era lindo. Saio dos meus devaneios assim que ouço a voz do
homem. O que me deixou atordoada.
— Luna Ysmit!
— Quem é você e como sabe o meu nome?
— Sou aquele que vai terminar o serviço que aqueles
incompetentes não foram capazes de concluir. E dessa vez,
ninguém vai impedir que tenha o final que merece. Nada será mais
prazeroso que ver o temido chefe da máfia Sérvia, ver o seu
brinquedinho desfalecendo diante dos seus próprios olhos. Mas,
antes irei me deliciar do seu corpo na frente desse inválido.
Tentei correr, mas, senti mãos fortes de encontro a minha cintura.
Então, começo a me debater e a espernear. Mas, ele me segurava
com firmeza.
— Deixe-me em paz, por favor! Não...
— Te prometo que vai adorar assim que o meu pau estiver dentro de
você. Darei prazer como nunca sentiu na vida.
O homem saiu me puxando em direção ao estofado que tinha
próxima a parede. E, logo eu estava sobre o mesmo. Movida pelo
meu desespero comecei a gritar.
— Dusan, por favor, me ajude. Socorroooooo!!
Os olhos do homem ficaram fixos no meu. Sabia que ao contrário de
mim, ele estava tremendo de medo pela expectativa do que poderia
acontecer. A partir daquele momento, tudo aconteceu muito rápido.
Pois, quando o homem que estava em cima de mim levou suas
mãos em direção ao meu corpo, uma voz potente ecoou. Meu
coração deu um solavanco quando olhei para a imagem próxima da
cama.
— Eu vou te matar seu infeliz.
Ele estava em pé. Os seus olhos faiscando de ódio e a respiração
pesada. Pela sua expressão, dava para ver que estava controlando
a dor que vinha da fratura das costelas. No entanto, se manteve
firme. E, assim que ia avançar em nossa direção, a porta foi aberta
bruscamente. E o som da voz de Boris o deteve.
— Pare!
O homem que estava próximo a mim logo se levantou. Um desafio
silencioso se fez presente. Isso até a louca da minha amiga entrar
no cômodo e começa a pular em comemoração.
— Deu certo! Deu certo!
Boris mandou o homem sair do quarto e Dusan parecia perdido.
Contudo, ao ouvir as palavras de Karen, deu um olhar mortal em
sua direção.
— Eu disse que ele não ia aguentar ver ninguém tocando em você.
A gargalhada dela logo ecoou no espaço. Porém, ela logo ficou
quieta ao ouvir as palavras de Dusan.
— Karen!
Ela imediatamente abaixou a cabeça. Pois, se tinha alguém que
fazia aquele furacão ficar quieta, era ele. No entanto, tinha um
esboço de um sorriso ao ver o jeito como ela rapidinho ficou quieta.
Não demorou muito e os dois saíram do ambiente. E, assim que
ficamos somente nós dois, ouvi um gemido alto sair por entre seus
lábios.
Já tinha percebido que estava tentando disfarçar a dor que estava
sentindo. Então, dei alguns passos, acabando com a distância que
nos separava.
— Você precisa se deitar novamente.
Assim que terminei de falar, suas mãos seguraram firme a minha
cintura. Uma delas ficou fixa na minha barriga. E, sua cabeça foi de
encontro à curvatura do meu pescoço. Então, começou a beijar, até
parar próximo ao meu ouvido. Contudo, jamais esperei ouvir as
palavras que foram proferidas dentro daquele quarto.
— Quero que avise a sua família para arrumar as suas coisas.
Assim que sair desse lugar, iremos para Belgrado. Dentro de duas
semanas, você será Luna Borislav, a minha mulher e a minha
esposa.
Capítulo 55
Belgrado – Sérvia
Dias depois...
Boris
S empre dediquei a minha vida aos assuntos da nossa
organização. Quando fui designado para ser o mentor de
Dusan, jamais pensei que ao conhecer aquele menino de olhos
negros como a escuridão, fosse senti algo tão forte.
A criança frágil que havia conhecido anos atrás, deu lugar a um
homem forte, implacável e sanguinário. No entanto, ainda tinha
escondido dentro do seu coração sombrio, o garoto que por diversas
vezes me chamou de pai. E, que chorou em minha presença, até
aprender que o medo, a fraqueza ou qualquer demonstração de
sentimento, eram proibidos para o monstro que estavam criando.
Aos seus dezoito anos, ele foi consagrado o novo chefe da máfia
Sérvia. Em seguida, viemos para os Estados Unidos. No início,
cogitei em voltar para Austrália, mas, ele não aceitou a minha
partida e mesmo indo contra a ideia que os conselheiros colocaram
na sua cabeça, Dusan foi irredutível e disse que a única pessoa que
poderia estar ao seu lado nessa nova jornada, é aquele que em
meio às suas fraquezas, o ajudou a enfrentar o medo e controlar os
demônios que habitam dentro dele.
Desde então, nos dedicamos principalmente ao tráfico humano e o
The Brothel Empire, se tornou o nosso lar.
Entre muitas mulheres que passaram em minha frente e um mundo
de luxúria, aquela garota de olhos arregalados e que se tremia ao
estar dentro da sala da luxúria. Esta fez todo o meu corpo
estremecer.
As sensações desconhecidas tomaram conta de todo o meu ser. Por
mais que tentasse evitá-la, percebi que a cada dia ocupava os meus
pensamentos. O seu cheiro ficou impregnado em minha pele e por
anos tentei adiar, mas chegou a hora de dar a ela o valor que
realmente merece. De assumir tudo o que sinto por ela, que se
resumi em uma única palavra, "Amor".
Deixo meus pensamentos de lado assim que chegamos ao bordel.
Olhei para Karen que tinha uma expressão de tristeza. Certamente,
por saber que sua vida voltaria à velha rotina. E, agora já não teria
mais aquela que se tornou sua amiga ou que não cansa em dizer,
uma irmã.
Em passos largos deixamos o carro e seguimos pelo corredor,
quando passamos pelo grande salão, ela ia seguir em direção ao
seu quarto. No entanto, disse que ela precisava pegar alguns
documentos para mim, que estava em cima da minha cama. Karen
seguiu em direção a minha suíte. Então, esperei um tempo e em
passos cautelosos comecei a caminhar em sua direção. Quando
entrei no cômodo, ela estava precificada próxima à cama, com seu
olhar cravado no objeto sobre a cocha.
Vendo o seu estado, me movi em direção à cama. E, com a caixa
em mãos, me virei para ela abrindo o objeto em sua frente. As
lágrimas logo surgiram em sua face.
— Você aceita se casar comigo, ser a minha mulher pelo resto dos
seus dias?
Seus lábios se moveram, mas, nenhum som saiu da sua boca. Pela
primeira vez, alguém além do Dusan, foi capaz de fazer a minha
futura esposa ficar em silêncio.
— Isso é um não? — fechei a caixa. Mas, ela rapidamente saiu do
transe.
— Não se atreva a voltar a trás! — ela pegou a caixa das minhas
mãos e rapidamente colocou o anel em seu dedo. Antes que tivesse
qualquer reação, ela mesma tomou a iniciativa e aproximou a sua
boca da minha. — Eu pensei que ia usar dentaduras e você nunca
faria esse pedido.
Não me aguentei e comecei a sorrir. Ela realmente é única. Alguém
especial que merece toda felicidade do mundo. Pois, em meio a
tudo de ruim que aconteceu em sua vida, mesmo assim, Karen
soube manter a sua essência.
Tomei o controle da situação e a puxei para mais perto de mim. E a
beijei como nunca tinha feito antes. Um beijo ardente, cheio de
desejo e amor.
Capítulo 59
Sou grata a Deus, por ter concluído mais um livro. Agradeço a Flor
de maio, a minha rocha, por ser simplesmente uma ótima avaliadora
de novas ideias, grande amiga e confidente.
Deixo aqui registrado o meu profundo agradecimento a:
A autora Rita Baptistelli, pelo grande apoio.
A cada leitora do Wattpad, que abraçaram a história do Dusan e da
Luna. E, que foram fundamentais para que o livro se tornasse o que
é.
Estou felicíssima por tantos leitores terem gostado e embarcado
comigo nessa jornada. De coração, muito obrigada.
Enfim, agradeço a você que diretamente ou indiretamente,
colaborou juntamente comigo nesse caminho. E, a você caro leitor,
a minha imensa gratidão por adquirir este obra.
Nota Da Autora
Tenho uma enorme gratidão aos leitores do livro - O chefe da Máfia
Sérvia.
Agradeço a todos vocês por terem acompanhado toda jornada até a
conclusão do livro.
Muitíssimo obrigada por todas terem a mente aberta e separar a
ficção da realidade. Este foi resultado de um verdadeiro trabalho em
equipe, pois, vocês são minha fortaleza.
Livro 2
Copyright © Love Dark, 2021
Capa: T.v designer
Revisão: Rosana Bezerra
Diagramação: Rosana Bezerra
Atenção
Romance dark. Esse livro contém cenas de sexo e violência que podem ser
considerados como possíveis gatilhos. Não leia caso sinta-se desconfortável.
O Monstro Renascido
Love Dark
1ª Edição – 2021
Meu nome é Madalene Piccard. Desde criança os meus pais sempre disseram
que eu tinha algo especial, com sete anos comecei a ouvir vozes e com um
tempo, fortes clarões surgiam em minha frente e eu conseguia ver pessoas
totalmente desconhecida por mim. Com medo que as pessoas viessem, a saber,
os meus pais fizeram de tudo para me manter isolada. Com o tempo as visões se
tornaram constantes, as vozes cada vez mais altas ecoando em minha cabeça. E,
em certa noite, quando todos estavam dormindo, acordei sufocada e assim que
abri os meus olhos, a imagem da nossa casa pegando fogo surgiu em minha
frente.
Atordoada, dei um grito tão alto que todos acordaram, e vieram até o pequeno
quarto onde eu estava. Depois de ter contado tudo que vi, em questão de minutos
a temperatura começou a subir, e quando meu pai constatou que nossa casa
estava sendo tomada pelo fogo, agiu de imediato e conseguimos sair com vida
em meio as chamas.
Perdemos tudo que tínhamos, a maldade tinha se enraizado nos corações
humanos como uma erva daninha.
Deixamos o lugar que sempre foi o nosso lar e mudamos para uma região da
Albânia, conhecida por suas lendas e crenças. Sempre usei o meu dom para
ajudar as pessoas, as visões, com o tempo, se tornaram mais constantes, no
entanto, já não aguentava mais ver o povo sofrendo.
O crime, o tráfico humano, cada dia estava destruindo a vida de pessoas
inocentes, homens ambiciosos que se julgam deuses, capazes de decidir quem
pode viver ou morrer. Sei que como eles, estou mudando a vida de muitos, mas
assim como Vladimir, que cedo ou tarde venderia até a própria alma para ser o
todo poderoso, Omar, pela ambição também acabará com a vida daquele que
sempre o considerou um amigo, todavia, assim como Dusan Borislav conseguiu
encontrar a luz e destruiu todos a sua volta, não importa o que Omar, venha a
fazer, o rumo da profecia será mudado e o monstro renascerá e terá tudo o que
lhe foi usurpado.
Monstros dentro da máfia, no entanto ao lado das trevas sempre terá a luz.
Assim como Luna Ysmit, Helena está destinada a ser a esposa do verdadeiro
chefe da máfia albanesa.
Entre erros e acertos.
Medos e esperança.
Trevas e luz
O amor irá prevalecer.
Capítulo 01
Durrês – Albânia
Meses depois...
VITOR
OMAR
Assim como o meu pai, que era o conselheiro do grande Nicolas Demisovski, pai
do atual chefe da máfia Albanesa. Eu, Omar PETROVIC, me tornei também o
braço direito de Vitor Demisovski.
Um homem, sanguinário e implacável, que se tornou respeitado, exaltado e
temido por todos os membros da nossa organização. Ao contrário do meu pai,
que serviu essa raça maldita até o seus últimos suspiros, eu, Omar, estou
cansado de viver nas sombras desse idiota. Saber da existência de Madalene
Piccard, e sobre a profecia que tornou Dusan o mafioso mais temido de todos os
tempos, ao ponto de até o grande Vitor Demisovski, jamais cruzar o caminho
daquele demônio em forma humana. Eu resolvi procurar a velha maldita e assim
conseguir aquilo que eu sempre almejei, "ser o todo poderoso, o chefe".
Ao contrário de Vitor, eu irei acabar com todos que cruzarem o meu caminho.
Depois que deixei o vilarejo, comecei a planejar minuciosamente tudo que iria
fazer para acabar com a linhagem dos Demisovski. Tive que suportar toda
bajulação dos malditos conselheiros ao saberem da existência do herdeiro, porém
assim como todos, que estão ligados a Vitor, esse maldito fedelho terá o seu
destino traçado por mim.
Os dias se tornaram insuportáveis, os últimos meses uma eternidade. Era como
se o tempo tivesse congelado e o momento tão esperado por mim, não chegava.
Mas, hoje finalmente será o dia que ficará lembrado por todos, como o fim do
legado de Vitor Demisovski e toda sua família. Os meus homens já estão em
posição, assim como os dois infiltrados que tenho dentro da mansão do
desgraçado, que ficaram responsáveis por colocar a substância na comida que
será servida aos soldados que vigiam a mansão.
Meus pensamentos são interrompidos assim que ouço a voz de Lucas, meu
motorista avisando que chegamos. Respiro fundo, tentando controlar todas as
sensações que se apoderam de todo o meu ser, meus batimentos aumentam,
tamanha é a minha expectativa por tudo que vai acontecer daqui alguns minutos.
Depois de tantos anos, o meu grande sonho finalmente vai se realizar.
Logo a sustância fará efeito no organismo dos infelizes e será o momento que
meu pessoal entrará em ação. Saio do veículo e, em passos firmes ando em
direção à porta principal, ao me aproximar, as portas duplas logo se abrem
revelado os malditos que em breve serão enviados ao inferno. Depois de algumas
passadas, passo os meus olhos pela sala e eles vão de encontro ao infeliz que
tem um largo sorriso em seu rosto, assim que sua atenção se volta para mim,
rapidamente forço um sorriso revelando os meus dentes brancos pontiagudos,
dou apenas três passos encurtando a distância que nos separa.
— Achei que não viria — a voz do desgraçado se fez presente.
— Tive alguns contratempos, mas jamais perderia esse momento tão especial
para todos nós.
Novamente um sorriso se abre na face do verme a minha frente, em questão de
segundos os membros do conselho se aproximam e começam a parabenizar o
infeliz.
Todos estavam ansiosos para que, logo o pequeno monstrinho fosse apresentado.
Os minutos se passaram e a cada momento de distração dos malditos, meus
olhos iam de encontro ao relógio em meu pulso, me fazendo constatar que uma
corrida contra o tempo havia acabado de ser iniciada, todavia, ao saber que
Malaquias, um dos membros mais antigos não estava presente por problemas de
saúde, o ódio inflamou em minhas veias, e para não levantar suspeitas, teríamos
que deixar alguns membros do conselho vivos, ou caso contrário, o infeliz poderia
cogitar que tinha algo de errado.
Fui tirado do estado catatônico que me encontrava quando o silencio se fez
presente e ao me virar, meus olhos ficaram cravados na mulher no topo da
escada segurando aquele fedelho. O desafio silencioso foi quebrado assim que a
voz de Vitor ecoou no cômodo.
— Apresento a todos, o príncipe da máfia, ENZZO DEMISOVSKI.
Assim que os aplausos se fizeram presente, um estrondo terrível ecoou no
espaço. O ambiente logo foi invadido por dezenas de homens, com os rostos
coberto por máscaras negras e fortemente armados. Como num piscar de olhos,
tiros começaram a ecoar no espaço não dando tempo de ninguém reagir, meus
olhos estavam fixos na mulher que estava segurando o pequeno pacote em suas
mãos, que logo saiu correndo. O cheiro de sangue fresco começou impregnar o
local, fiz o sinal e eles já sabiam que alguns dos membros do conselho deveriam
sobreviver e, quando o maldito do Vitor que parecia um animal raivoso, pegou sua
arma e eliminou o alvo a sua frente, em seguida se moveu em direção a escada,
rapidamente fui em sua direção.
Precisava sair do campo de visão de todos, só assim meu plano teria êxito total,
subi os degraus numa velocidade impressionante e quando o idiota que estava
atravessando corredor notou a minha presença disse:
— Precisamos tirar Enzzo desse lugar.
— Você tem toda razão.
Ele moveu sua mão de encontro à maçaneta da porta, onde certamente a vadia
estava escondida com o filho e, num momento de distração dele, levei meu dedo
na direção do gatilho e, com o alvo em mente, dois tiros foram disparados,
acertando o alvo em cheio. O corpo do homem a minha frente foi perdendo o
equilíbrio, suas orbitas sombrias fixas em mim, e assim que ele tentou mover sua
arma outro disparo se fez presente.
Andei em sua direção, ao ficar a centímetros de distância e ver a imagem a minha
frente, todo o meu corpo ficou em chamas. Depois de tantos anos, finalmente
serei o chefe da máfia albanesa, porém, chegou a hora de enviar o pequeno
Enzzo e sua mãe, direto para o inferno.
Capítulo 02
Durrês – Albânia
OMAR
HULK
Após a morte da minha mãe, fui criado por Yolanda, já que minha mãe era órfã e
não tinha parentes vivos. A mulher que mesmo sendo escolhida pelo temido
Nicolas Demisovski, não me viu somente como o menino filho de alguém
poderoso, a quem ela receberia uma alta quantia para cuidar. Ela me deu muito
mais que atenção, eu cresci cercado por seu carinho e muito amor.
Mesmo sendo o filho bastardo do poderoso chefe da máfia albanesa, sempre tive
toda atenção do meu pai e quando conheci Vitor, um sentimento inexplicável
pairou sobre mim. O meu irmão me recebeu de braços abertos, mesmo sendo
alguns anos mais novo do que eu, e embora com toda insistência, sempre quis
me manter afastado de todos ao redor dele. Mas assim como Vitor, passei pelo
treinamento, pois o nosso pai disse que mesmo não gostando, isso algum dia
teria utilidade em minha vida.
Acabei aceitando o meu destino, pois o sangue do sanguinário Nicolas
Demisovski corria em minhas veias e ser um predador foi algo que descobri que
fazia muito bem. Com o passar dos anos, sempre que tinha algum obstáculo, que
meu irmão encontrava dificuldade para tirar do seu caminho, eu estava lá para
fazer aquilo que fui treinado, caçar a presa e eliminá-la.
Descobri ontem, que uma alta quantia foi depositada em minha conta e esse foi
um dos motivos que me fez sair das profundezas da escuridão e vir até Vitor, além
do quê, precisava conhecer aquele que dará continuidade ao legado da nossa
família. Depois de minutos que pareciam uma eternidade, assim que me
aproximei do meu destino os estrondos de tiros ecoaram no espaço. Um vento frio
passou por mim, assim como senti uma sensação ruim, reduzi a velocidade da
minha moto e apaguei o farol.
Com minha visão semelhante à de uma coruja, capaz de ver de grande distância
e com a pouca luz, meus olhos grandes e redondos ficaram fixos na imagem a
minha frente. Os soldados de Vitor estavam caídos no chão, os sons dos disparos
pararam e quando ia ligar novamente o farol da moto, um carro saiu em alta
velocidade, eu sei que deveria entrar e ver o que estava acontecendo, mais era
como se uma força sobrenatural tivesse tomado conta de mim e assumido o
controle do meu corpo, pois algo me puxava para ir em direção aquele carro.
Lembrando-me das palavras de Yolanda, que sempre devemos levar em conta a
nossa intuição, liguei o farol, contornei a moto na direção que o carro tinha ido e
aumentei a velocidade. Tentei me manter o máximo possível afastado do veículo,
no entanto não o perdendo de vista. O carro seguiu em direção à estrada que
dava acesso as Montanhas Dajti, ou seja, meu território.
O automóvel continuava em alta velocidade, o que me deixou ainda mais
intrigado. Depois de quase 50 minutos, o veículo reduziu a velocidade, me
mantive afastado e não demorou muito para um homem vestido de negro sair do
carro e sem delongas deu meia volta e abriu a outra porta e tirando de lá um
embrulho. Ele deu alguns passos e logo colocou o pequeno pacote no chão, e foi
nesse exato momento que som que ecoou no espaço, atingiu os meus tímpanos
fazendo o meu corpo ficar em chamas, no entanto, tudo que veio em meus
pensamentos foi Enzzo.
Capítulo 03
TIRANA – ALBÂNIA
HULK
Durrês – Albânia
Alguns anos depois...
OMAR
Dias atuais...
HULK
Parece que foi ontem que peguei em meus braços aquele menino, que teve a sua
vida quase interrompida pela ambição daquele traidor.
Quando cheguei com Enzzo, Yolanda, ao ouvir os gritos do menino que pareciam
não ter fim, logo surgiu no meu campo de visão, antes que eu contasse tudo que
havia acontecido, ela tratou de cuidar dele, pois disse que aqueles gritos eram de
fome. Minutos depois, o silêncio se fez presente, e depois que contei tudo que
havia acontecido deixando a mulher estarrecida, ela disse que cuidaria dele assim
como fez comigo.
Confesso que foi mais difícil do que pensei a morte de Vitor, a responsabilidade
por uma criança, quando tudo que tinha feito nos últimos anos era eliminar
aqueles que cruzavam o caminho do meu irmão ou está enfiado no meio das
pernas de algumas das mulheres daquele bordel, que segundo Yolanda, ainda
será minha perdição. Venho acompanhando desde então, tudo que vem sendo
divulgado sobre Omar Petrovci, que se tornou temido e exaltado, um mafioso para
aqueles que fazem parte da sua organização e para os demais um empresário
respeitado que vive fazendo caridade aos necessitados.
O desgraçado conseguiu tudo que sempre almejou, poder, a esposa dedicada,
porém o que sempre me deixou curioso é o fato de jamais ter visto uma foto da
sua filha, já que tanto ele como a esposa, sempre tem a imagem divulgada em
vários jornais e revistas. Sei que um dos filhos acabou morrendo antes mesmo de
nascer e até onde tenho conhecimento, ele só tem uma única herdeira, aquela
que todos chamam de princesa da máfia.
Os anos se passaram e aquele bebê que pela aparência era tão frágil, mas foi um
guerreiro ao ser o único membro da sua família a ter sobrevivido, se tornou um
homem, se empenhou dia e noite, a cada ano e por mais que eu falasse que ele
ainda não estava pronto, ele se esforçava mais.
Enzzo dedicou a maior parte do seu tempo ao treinamento. Seu corpo, com o
passar do tempo foi se modificando, assim como sua aparência, os olhos azuis no
fundo tinham algo tenebroso, pois a sede de vingança e justiça era sua maior
motivação.
Yolanda praticamente surtou quando o menino fez 15 anos e eu o levei até o
bordel, sendo um Demisovski, eu não esperava menos dele, pois o garoto que
naquele dia se tornou um homem, assim como eu, ficou viciado naquele lugar, ao
ponto das mulheres o chamarem de o monstruoso, pois segundo elas, ele era
grande em todos os sentidos. O som da voz dele interrompeu meus pensamentos.
— Hulk!
— Achei que você estava lá fora.
— Meu treinamento chegou ao fim.
— Tínhamos combinado em esperar mais um pouco.
— Aquele infeliz já usufruiu por tempo demais de tudo que é meu, chegou o
momento de planejamos a queda de Omar Petrovci, e o retorno de Enzzo
Demisovski. Ele destruiu a minha família, agora será a minha vez. Com sangue
ele iniciou o seu legado e com sangue ele chegará ao fim.
Capítulo 05
Tirana – Albânia
ENZZO
Durrês – Albânia
HELENA
Durrês – Albânia
ISABELLA
HELENA
Depois das palavras que foram ditas na sala, eu só consegui sair do estado de
devaneio em que me encontrava, quando chegamos ao meu quarto e minha mãe
começou a falar. Ouvir as palavras que foram proferidas por ela, me deixou em
total alerta, eu jamais iria cogitar em deixá-la, porém ela estava decidida e depois
de minutos conversando, algo me deixou aliviada quando ela me garantiu que
aquele monstro tinha por objetivo maior a sede pelo poder. O único propósito em
Omar querer o meu casamento com aquele homem pervertido, é simplesmente
para ter o seu apoio para que seu próximo passo tenha êxito total, chegar ao
senado e futuramente se tornar o presidente da Albânia. Dessa forma, a
organização liderada por ele dominará todo o território, vai se intensificar ainda
mais em outros países e tudo que ele sempre quis estará bem próximo de se
concretizar. Minha mãe disse que em consequência disso, ele que sempre viveu
pelas aparências, por mais que esteja possuído pela raiva, não vai tocar em um
só fio de cabelo dela, já que vai precisar da esposa para exibir perante todos nas
diversas reuniões que terá pela frente.
Enquanto isso, ela dará um jeito de ir ao meu encontro. Seu amigo fará de tudo
para me tirar do país e antes que deem por minha falta, já estarei bem longe. Ela
deixou o meu quarto e ao anoitecer, eu irei embora do lugar que por anos vem
sendo o cenário onde, Omar Petrovci, mostra sua verdadeira face, “o lobo em
pele de cordeiro”.
Durrês – Albânia
OMAR
Durrês – Albânia
ENZZO
HELENA
Um estrondo, a dor e a escuridão. São as últimas lembranças que dominam a
minha mente. Minha cabeça está tão pesada e a sinto tão grande que não posso
movê-la. Minhas têmporas latejam e as pálpebras estão coladas.
Sinto uma dor, uma dor muito forte e aguda em algum lugar e um calor
insuportável, como se meu corpo estivesse queimando. Meus olhos permanecem
fechados, mas dava para sentir a forte luz que vinha do ambiente onde eu estava.
Comecei a respirar profundamente para me acalmar e, em seguida, forcei a
mente tentando buscar as informações armazenadas, para assim poder
entender o motivo que provocou toda esta dor no meu corpo, esta angústia e
escuridão. As primeiras lembranças que vieram na minha memória foram as do
som da voz de Thadeu e logo após o carro girando e girando. Minha cabeça
começou a doer novamente e minha garganta se trancou de imediato assim que
me lembrei da dor terrível que atravessou a minha cabeça e tudo se dissolver no
escuro sem fim.
"Eu morri?"
Diante daquele pensamento, meus olhos se abriram, mas o arrependimento veio
logo depois. Uma forte claridade arregaça minha retina e só piorava a dor em
minha cabeça. Voltei a fechá-los de imediato.
Instante depois, abri novamente meus olhos, tentando me adaptar àquela luz, e
quando tentei me mexer, a sensação era como se meu corpo estivesse em
chamas e nada, nem um músculo se mexeu. O pânico me atingiu, meu corpo
começou a tremer em cima da cama, sentia que ele estava cada vez mais
pesado, como se fosse afundar.
Antes de tudo se transformar em uma escuridão total, meus olhos foram de
encontro à imagem que surgiu no meu campo de visão. Ele era lindo, cabelos
negros, que estavam molhados e escorriam em sua testa. Seu rosto era perfeito,
com uma boca bem desenhada e com enormes olhos azuis acinzentados. Sua
beleza não parecia ser deste mundo. Ele parecia um anjo. Um anjo vestido de
preto.
OMAR
A noite foi regada a muita bebida e sexo. Quando retornei para casa, tive um
descanso revigorante que me deixou recuperado de todo cansaço da noite
anterior. Assim que acordei, andei em direção ao banheiro e de banho já tomado
e arrumado, precisava falar com a infeliz para que tudo saísse do jeito como
planejei ou caso contrário, hoje eu não só deixaria o seu corpo marcado, como
faria um bom estrago naquele rosto que se tornou o meu maior tormento.
Com passos decididos, segui em direção ao primeiro andar, não me agradava ter
que começar o meu dia olhando para o rosto da maldita, mas era necessário para
que o jantar de hoje a noite fosse perfeito e como consequência, ter o apoio total
de Gustavo Albrantes. Quando adentrei o ambiente, a tola da Isabella parecia
perdida em seus pensamentos e assim que ouviu a minha voz, ficou imóvel por
alguns instantes e logo após sua voz irritante se fez presente.
— Ela não está se sentindo muito bem. Diga o que deseja que quando estiver
melhor, direi tudo a ela.
Se tratando da inútil que ela tem por filha, seria bem provável que estivesse
indisposta, porém pouco me importa o que ela esteja sentindo, hoje vai tratar de
colocar um belo sorriso em seu rosto e agradar o futuro marido.
— Darei 10 minutos para que ela esteja em minha frente ou caso contrário eu a
farei descer escada abaixo.
Meus olhos avaliam a mulher a minha frente, no mesmo instante que um calafrio
atravessou a minha espinha. Isabella segurava as mãos como se estivesse
tentando controlar o seu nervosismo, o que me deixou em total alerta. Virei-me
em direção as escadas e quando me movi, novamente ouvi a voz dela.
— Aonde você vai?
— Eu mesmo irei buscá-la.
Com passos largos caminhei em direção as escadas. Subi os degraus
praticamente correndo e, em seguida, atravessando o corredor na velocidade de
uma bala, indo em direção ao alvo. Meus batimentos estavam alterados e quando
cheguei a alguns metros de distância da porta do seu quarto, uma forte claridade
surgiu em minha frente e como flashes, a imagem daquele infeliz apareceu diante
de mim e ao contrário da última vez que vi o desgraçado do Vitor Demisovski, ele
tinha um largo sorriso em sua face. Fechei os meus olhos e quando voltei a abrir
novamente a única coisa que tinha no meu campo de visão eram as paredes e a
maldita porta.
De supetão a abri, depois que dei algumas passadas e meus olhos passearam
por todo ambiente, fui até o banheiro e assim que entrei no maldito cômodo, uma
fúria descomunal me atingiu e naquele momento só um pensamento se apossou
de minha cabeça.
"Eu vou matar essas duas infelizes”.
Capítulo 10
Durrês – Albânia
Dois dias depois...
ISABELLA
HELENA
Tudo é calmo, silencioso. Abro os meus olhos e a luz vinda através da janela me
atinge no rosto. Meu corpo está pesado, dolorido e me sinto fraca.
Meus olhos vagueiam pelo cômodo. Forço a mente para tentar me lembrar onde
eu estava, mas tudo o que me veio à cabeça foram alguns flashes. Do homem
com rosto de anjo, que sempre surgia em minha frente, do som da sua voz e do
calor que tomou conta do meu corpo, me deixando completamente imóvel e em
seguida tudo se dissolve em escuridão.
É tudo tão confuso, meus pensamentos são como fios emaranhados. Minhas
lembranças foram subitamente interrompidas pelo som da voz que vem ocupando
meus pensamentos.
— Como você está se sentindo? — ele pergunta.
— Confusa!
Meu coração pulava descompassado no peito quando ele começou a caminhar
rumo à direção em que eu estava. Andou alguns passos e parou em minha frente
e novamente ouço sua voz.
— Você esteve doente por alguns dias.
— Como vim parar nesse lugar?
Ele se aproxima ainda mais e senta ao meu lado. No instante seguinte começou a
me contar tudo que havia acontecido. Desde o momento em que me encontrou no
fundo do barranco, dentro do veículo, até quando me retirou de dentro dele.
Também me contou que passei três dias com febre, segundo ele, foi
consequência da pancada que devo ter levado na cabeça, que resultou no corte
em minha testa, mesmo que não tenha sido tão profundo. Eu ainda lembro-me da
dor terrível que senti quando minha cabeça bateu, ainda dentro do veículo.
Quando eu ia perguntar por Thadeu, ele como se lesse meus pensamentos me
respondeu, porém ao ouvir as palavras ditas por ele, a minha reação foi somente
a de chorar.
— O seu pai não teve a mesma sorte que você. O encontrei já sem vida dentro do
carro.
Thadeu perdeu a sua vida tentando me ajudar e sei o quanto a minha mãe ficará
arrasada ao saber que ele não está mais entre nós. As lembranças das palavras
proferidas por Omar surgiram em meus pensamentos e talvez ele esteja certo.
Minha existência só vem causando o sofrimento das pessoas. Primeiro o meu
irmão, depois a minha mãe teve que suportar tantas coisas para me defender e a
minha fuga resultou na morte de mais um inocente.
As lágrimas que brotaram em meus olhos disseram melhor do que eu teria dito se
conseguisse falar. Ele ficou, por alguns instantes, me olhando sem dizer nada.
Acho que ficou com pena de mim. Todo o meu corpo ficou tenso quando senti o
toque do seu polegar contra a minha pele.
— Sinto muito pelo seu pai. Entendo muito bem o que você deve está sentindo.
Eu sei que não era certo deixá-lo pensar que aquele homem era o meu pai, mas
Thadeu, mesmo não sendo, demostrou se importar comigo, coisa que o homem
quem me deu a vida jamais foi capaz de fazer. E embora esse desconhecido
tenha me ajudado, não posso dizer de quem eu sou filha ou de nada terá valido a
pena o sacrifício da minha mãe e do seu eterno amigo.
Horas depois...
Acabei por descobri que ele se chamava Enzzo, e quando perguntou pelo meu
nomen o nervosismo trancou a minha garganta. Atordoada, tentei buscar na
memória pelo nome que havia lido no documento, levantei o olhar e seus olhos
azuis estavam grudados nos meus e quando as lembranças vieram em minha
cabeça e falei que meu suposto nome era Laura, percebi que ele até deu um
esboço de um sorriso.
Enzzo pediu que eu movesse minhas pernas para se certificar que tudo estava
bem e se não houve nenhuma sequela, ao se verificar que estava aparentemente
tudo bem, ele disse que precisava resolver alguns assuntos e mesmo que eu me
encontrasse sozinha, e sem saber se realmente posso confiar nele, do jeito que
estou, se sair daqui vou acabar indo direto para boca do lobo. Com dificuldade me
levantei. Meus olhos foram de encontro a minha mochila e tudo que veio em
minha mente foi o pequeno estojo que estava no fundo do objeto.
Com a bolsa já em mãos, respirei aliviada ao encontrar as joias e os documentos
que havia pego de cima do banco do carro quando Thadeu me mostrou, pois são
a minha única esperança para conseguir chegar até o destino traçado por ele e
minha mãe. Peguei uma roupa limpa, minha escova de dente e segui em direção
ao banheiro, só de pensar em quantos dias estou sem me banhar e escovar os
dentes, estando perto daquele homem tão bonito, me sinto envergonhada.
Quando entro no pequeno banheiro, trato logo de fechar a porta. Dou alguns
passos e ao ver o meu rosto no espelho tomei um justo, minha aparência estava
horrível.
Depois que me livrei das minhas roupas, entrei no box e acabei por perder a
noção do tempo. Estava me sentindo tão suja que a sensação que eu tinha era
que estava há meses sem me banhar. Banhada e arrumada, tratei de escovar os
meus dentes assim que acabei saí do cômodo. O lugar era simples, mas bem
aconchegante, e me transmitia uma sensação de paz.
Meu estômago estava doendo tamanha era a minha fome, porém, desde o
momento em que me levantei, sempre tinha a sensação que tudo estava rodando
a minha volta. Comecei a andar em direção a porta e quando já estava chegando
próximo a ela, uma sensação de mal estar tomou conta de mim, minhas pernas
perderam as forças e quando achei que ia cair no chão, senti braços fortes
segurando minha cintura, o cheiro intenso e inebriante do seu perfume invadiu
minhas narinas e me deixou extasiada. Levantei minha cabeça e nossos olhos
ficaram conectados e eu não conseguia parar de olhar para boca dele. E, todo
meu corpo parecia estar em chamas com tamanha aproximação, então ele abriu
os lábios levemente, e naquele momento senti que meu coração ia sair pela
minha boca, tamanha era a expectativa do que ele iria fazer.
Capítulo 11
Durrês – Albânia
ISABELLA
ENZZO
Com a forte febre daquela que acabei por descobrir que se chamava Laura,
acabei por sair durante poucas horas da cabana. O meu tio, como já era de se
esperar, vem me ligando no mínimo duas vezes ao dia para saber informações.
Acabei por omitir o ocorrido em que salvei a vida da mulher que se encontrava
jogada em sua cama, pois ele não ia gostar nada ao saber que eu estava
deixando algo tirar o meu foco do que realmente vim fazer aqui.
Muitos anos se passaram e assim como eu, ele está sedento por vingança e não
vai descansar até ver aquele usurpador ser desmascarado perante todos os
membros da máfia, que por anos vem enganando.
Não nego que fiquei fascinado pela beleza dela, o meu corpo todo vibrou só em
estar tão próximo a ela. Algo que jamais havia sentido antes pairou sobre mim,
porém, muito maior do que qualquer sentimento que pudesse sentir é a minha
missão. Deixar que qualquer obstáculo me desviasse daquilo que venho sendo
preparado a mais de vinte anos, seria o mesmo que trair a memória dos meus
pais, assim como a esperança que Hulk vem depositando em mim e de todo o seu
empenho durante todos esses anos. Ele poderia matar facilmente aquele infeliz?
Sim! Mas isso não seria nada comparado a tudo que ele fez.
Ele precisa ser desmascarado, derrotado e humilhado perante todos, a morte
daquele maldito sem revelar sua verdadeira face o deixaria perante todos ainda
como um bom líder, aquele que foi fiel ao seu melhor amigo.
Até agora ainda não descobri o que está acontecendo em volta da minha mansão,
que aquele traidor e sua família vêm ocupando por anos. De longe pude ver uma
grande movimentação em volta do lugar e um grande fluxo de veículos entrando e
saindo. Muitos que ali estiveram, eram membros do próprio conselho da
organização. Hoje após a conversa que tive, deixei Laura na cabana e fui
averiguar para ver se obtinha mais informações, pois assim como eu o meu tio
acredita que algo aconteceu em volta de Omar.
Passei quase uma hora analisando cada movimento do lugar, mas ao contrário
dos dias anteriores, tudo estava calmo, algo que me deixou intrigado. Andei até o
meu carro e deixei para voltar à noite, quem sabe o maldito não esteja tramando
algo e assim eu terei as respostas que tanto procuro. Com o carro em movimento,
aproveitei para ligar para casa e o safado que eu tenho por tio, segundo Yolanda,
ainda não havia chegado desde a noite anterior. Comecei a sorrir ao imaginar a
sua expressão, ela até hoje ainda não se acostumou com as nossas saídas e
sempre ficava impactada quando Hulk, começava com seu velho discurso que:
"Homem que é homem não faz muito rodeios, jamais deixar uma oportunidade
passar e muito menos come pela beirada."
Depois de dar umas boas gargalhadas e ter encerrado a ligação, minutos depois
cheguei ao meu destino. Tudo o que jamais cogitei foi que, ao entrar em casa,
logo estaria com a mulher que vem ocupando meus pensamentos em meus
braços. Seu corpo estava trêmulo, seus olhos arregalados e fixos nos meus.
O silêncio predominou no ambiente. Aproximo ainda mais o meu corpo do seu em
um misto de desejo, deixando nossos rostos colados e ao ver aqueles lábios
carnudos, e sua boca entreaberta. Deixei a razão de lado e tomado por um desejo
incontrolável, tomei sua boca em um beijo que deixou o meu corpo em chamas.
HELENA
Nossos olhares se encontraram e foi como se uma conexão se estabelecesse
entre nós. O encostar dos nossos corpos fez cada centímetro do meu ser reagir e
tudo ficou em câmera lenta. Senti seu hálito quente, que tinha um aroma de
menta e, quando sua boca encontrou a minha. Meu corpo estremeceu, meu
coração acelerou, cada pelo de meu corpo se arrepiou. Seus lábios tocaram os
meus e ele me beijou, deleitou-se com minha resposta inibida e começou a
explorar a minha boca, me provocando sensações totalmente desconhecidas e
fazendo o meu corpo se aquecer a cada gesto seu. Sua língua acariciou meu
lábio inferior e pediu passagem, se entrelaçando a minha em um beijo cheio de
desejo, causando efeitos onde me senti ansiando por mais e ao ver a reação
imediata dos meus seios e a parte interna das minhas coxas ardendo, afastei a
minha boca da sua e em seguida o meu rosto ao compreender que um beijo podia
ser muito mais que delicioso e sim perigoso.
Ele continuou com os olhos fixos nos meus e para tentar sair daquela situação
resolvi quebrar o silêncio.
— Desculpas! Eu fiquei tonta.
Seu olhar se desviou do meu rosto, logo após suas mãos deixaram minha cintura
e ouvi o som da sua voz.
— É melhor se sentar no sofá e descansar um pouco, já que você passou muito
tempo deitada é normal se sentir tonta ao permanecer por um bom tempo em pé.
— Eu sei que você já fez muito por mim e não querendo abusar da sua
hospitalidade, mas... é que e.. eu est...
Antes que eu concluísse a frase ele se manifestou novamente?
— Vou providenciar algo para você comer.
Enzzo me ajudou a ir até estofado e depois que eu já estava acomodada, ele
sumiu do meu campo de visão. Os minutos se passaram e meus pensamentos
ficaram voltados para minha mãe, ela certamente já deve saber do que aconteceu
a Thomas, e mil coisas deve ter passado pela sua cabeça. Tudo o que eu espero
é que aquele homem não toque nela, pois não irei suportar em saber que por
minha culpa ela esteja sofrendo. Preciso dar um jeito em entrar em contato com
ela, já que ele não sabe que ela possuí um celular, que não é do seu
conhecimento, graças a ajudar de Hortência.
Deixo meus devaneios de lado ao escutar a voz de Enzzo.
— Venha, você precisa se alimentar.
Levantei-me e fui até a mesa, onde estava a enorme travessa com uma farta
macarronada. Sentamo-nos e começamos a comer, tudo estava delicioso. Fiquei
envergonhada por estar dando tanto trabalho, e mais ainda por um homão
daquele saber cozinhar, enquanto eu nem sei como fritar um ovo. Já que nunca
me foi permitido nem chegar perto da cozinha e muito menos ter contato com os
funcionários, pois seria um prato cheio para o monstro que tenho por pai,
descontar toda sua raiva com suas cintadas contra a minha pele.
Capítulo 12
Durrês – Albânia
HELENA
Durrês – Albânia
HELENA
Durrês – Albânia
ENZZO
HELENA
Acordei alguns minutos atrás, mas ainda não me levantei e muito menos abri os
meus olhos. Não sei como vou agir depois de tudo que fizemos na noite anterior,
depois de ter me comportado de uma forma tão despudorada. Estava exausta e
cada pequena parte do meu corpo estava dolorida, deliciosamente dolorida,
embora depois de ser envolvida por um vendaval de sensações, quando
novamente começamos a fazer tudo de novo, pois o desejo que tomou conta do
meu corpo chegava a arder e ao contrário da primeira vez, uma dor surreal me
invadiu por completo. A sensação que eu tinha era que estava sendo rasgada ao
meio e mesmo com tanto cuidado, que ele estava tendo, eu não conseguia
acreditar como o seu membro estava muito maior, pois me sentia completamente
cheia.
Demorou a cair a ficha de que ele não havia colocado antes, toda aquela
monstruosidade que tem entre as pernas dentro de mim. Entre beijos, passados
alguns minutos imóveis, para que a dor que eu estava sentido diminuísse um
pouco, eu fui me acostumando e muito maior que minha dor era o fogo
incendiando as minhas veias, se espalhando por todo o meu corpo, fazendo
minha vagina pulsar e o calor escaldante dela atravessar o pênis dele que
começou a latejar violentamente dentro de mim. Foi a melhor noite de toda a
minha existência, senti um prazer inexplicável, paixão e desejo que jamais pensei
que existiam.
Quando juntos chegamos ao ápice do prazer, logo depois ele me convidou para
irmos tomar banho, algo que jamais ia acontecer. Vendo que seu convite me
deixou inquieta, ele me deu um beijo delicioso e se levantou. Eu não consegui
desviar os olhos da bela imagem daquele deus grego pelado caminhando em
direção à porta do quarto.
A bunda dele devia ser considerada a nona maravilha do mundo.
Enzzo, ao retornar a sala já me encontrou vestida, eu não poderia correr o risco
dele ver as minhas costas, em passos apressados, fui para o quarto e tomei o
meu banho. A chuva novamente voltou e dessa vez muito mais intensa, de banho
já tomado voltei para sala e acabamos dormindo os dois no tapete que estava
sobre o chão.
Respiro fundo e era chegada a hora de encarar a realidade, pois depois de tudo
que fiz, agora não adiantava mais ter vergonha. Abri os meus olhos e senti um
aperto em meu peito ao perceber que ele não estava, talvez tivesse se
arrependido de tudo que fizemos e o que foi perfeito pra mim, não passou de um
momento de prazer, o qual ele já deve ter tido vários em sua vida. Mesmo com o
incômodo entre minhas pernas, me levantei e fui para o banheiro.
Instantes depois que já tinha tomado banho e arrumada, fui para cozinha, pois
estava morta de fome, no entanto, eu nem sabia como ligar o fogo e tão pouco
tinha um celular para pesquisar como faria isso. Sentei-me na cadeira e com uma
maçã em mãos, comecei a comer, estava tão distraída que nem percebi quando
ele chegou e ao ouvir sua voz, quase me engasguei com o pedaço da fruta que
ainda nem tinha começado a mastigar.
— Bom dia.
Tratei de mastigar rápido, a comida, que estava em minha boca e respondi.
— Bom dia.
Ele colocou um monte de sacolas que trouxe em cima da mesa, foi até a geladeira
pegou a caixa de leite e colocou o líquido dentro de um copo, em seguida
estendeu em minha direção e logo depois um comprimido. Vendo minha reação
ele tratou de me informar a sua utilidade e sem questionar nada, eu tratei de
ingerir de imediato.
O restante da manhã, pela primeira vez, me vi enfiada em uma cozinha e com
ajuda de Enzzo, aprendi até como se fazia o arroz. Depois do almoço, quando
estava lavando a louça, ele se aproximou de mim e assim que suas mãos ficaram
em volta da minha cintura, senti o calor do seu hálito quente em contato com o
meu pescoço e lentamente ele começou a fazer uma trilha de beijo naquela
região.
Suspendi minha respiração quando senti sua língua passeando pela minha pele e
num impulso, juntei minhas pernas ao sentir uma onda de calor entre elas, e
quando num movimento rápido e preciso, me virou de frente para ele, no
momento que ia me beijar, o barulho irritante do seu celular começou a ecoar sem
parar.
Enzzo pegou o objeto e logo depois se afastou indo em direção à sala. Depois do
que havia acontecido, não teve mais clima, ele também acabou saindo horas
depois e passou o restante do dia fora. Olhei para o relógio, já eram quase oito da
noite e ao contrário da noite anterior, estava fazendo muito calor, ele tinha
chegado e ainda eram sete horas e depois que jantamos, não aguentando mais o
calor insuportável que pairava no ambiente, Enzzo ainda me convidou para tomar
banho no rio, algo que recusei assim que ouvi suas palavras e ele acabou indo
sozinho.
Mas, já não estava mais aguentando, pois meu corpo estava banhando pelo suor.
Um pensamento surgiu em minha cabeça e com passadas rápidas fui até a minha
mochila e procurei entre minhas roupas a camiseta que fazia par com uma blusa
transparente que tinha, afinal, nem em meu pior pesadelo cogitei em deixar
minhas costas amostra. Vesti a peça que ficou bem colada em meu corpo, desse
jeito eu não ia correr nenhum risco dele querer tirar a peça. Deixei o ambiente e
segui para a parte esquerda da cabana, onde estava localizado a alguns metros
um rio, com passos largos, já dava para ouvir o barulho causado pela
movimentação dele na água e assim que cheguei ao meu destino, o choque da
realidade pairou sobre mim.
Embora morasse em uma mansão luxuosa, com uma grande piscina, eu nunca
tinha feito uso dela e muito menos sabia nadar. O céu estava estrelado, fazendo o
contraste perfeito com a lua cheia, tirei o short que estava usando e tratei de me
limitar a não sair da beirada ou de certo, se não tinha morrido carbonizada
naquele acidente, agora iria ao me afogar. Enzzo, ao notar a minha presença,
logo tratou de acabar com a distância que nos separava e ao ficar a centímetros
de distância, se manifestou.
— Vencida pelo calor.
— Eu não estava mais aguentando.
— Venha, ficando aí no raso não vai adiantar muita coisa.
Ao ver que fiquei imóvel sua voz novamente se fez presente.
— Você não sabe nadar?
— Não e nunca banhei em um rio antes.
— Não precisa ter medo, você está comigo — ele disse estendo a mão em minha
direção.
Sem hesitar, segurei em suas mãos e andamos até uma parte mais funda, até
paramos e ele envolveu os braços fortes em volta da minha cintura, me puxando
para mais perto de si, fazendo-me sentir todo o poder da sua ereção. Quando
nossos olhos se encontraram, nem uma palavra foi dita, pois nós dois sabíamos
muito bem o que tanto estávamos desejando.
Enzzo inclinou a boca sobre a minha, e por instinto colei minhas mãos na nuca
dele, sentido minha pele correr em arrepios, quando sua língua sedosa
serpenteou em minha boca iniciando uma dança erótica que de início foi lenta e
depois se tornou mais profunda e intensa.
Estremeci toda ao sentir as carícias quentes de sua língua habilidosa, enquanto
suas mãos deixaram minha cintura e seguram com firmeza minhas nádegas.
Com nossas bocas ainda grudadas, ele segurou a barra da minha calcinha e em
questão de segundos a peça desceu pelas minhas pernas e essa certamente
ficaria para sempre naquele lugar. Enzzo me suspendeu e me fez entrelaçar as
pernas em volta da sua cintura.
Embriagados de desejo, e a excitação deixando minha cabeça totalmente
enevoada, tudo que eu queria era ser dele novamente.
Enzzo remexeu os quadris para ter o encaixe perfeito e quando ele finalmente
introduziu seu membro dentro de mim, parecia que tinha entrado dentro do meu
corpo inteiro. Podia senti-lo me atravessando, todos os nervos do meu corpo
interligados, ele começou com movimentos de vai e vem preguiçosos e
torturantes, comecei a movimentar os meus quadris, me esfregando nele,
enquanto ele sugava os meus seios, alternando entre um e o outro.
Fiquei desnorteada quando ele começou a se mover sem tirar por nenhum
segundo o seu pênis de dentro de mim e quando saímos de dentro da água, me
colocou no chão e por uma fração de instantes, pude contemplar todo o auge da
sua excitação, que exibia veias grossas e pulsantes.
Enzzo se juntou novamente a mim e agarrou o seu pênis. Para aumentar o meu
desespero começou a esfregar a grossa cabeça do seu membro no meu sexo,
fazendo uma trilha do meu clitóris até entrada da minha intimidade.
— Por favor — supliquei querendo tê-lo logo de uma vez dentro de mim, mas ele
passou por diversas vezes a cabeça do seu membro na minha vulva
supersensível. Eu gemi alto, me contorcendo em uma demonstração de desejo
ardente.
Um sorriso perverso surgiu em sua face e num tom de voz pecaminoso ele disse.
— Diga-me, o que você deseja anjo?
— Eu preciso de você dentro de mim — supliquei de novo.
Posicionando o corpo sobre o meu e seu imponente membro entre as minhas
pernas. Sem preliminares, ele deslizou o seu pênis para dentro da minha entrada
molhada e ao contrário de minutos atrás, seus movimentos eram preciso, cada
vez mais fundo, me fazendo sentir seu membro quente e volumoso totalmente
dentro de mim, deslizando toda a longa extensão dele para dentro da minha
intimidade faminta. Diante das suas investidas estonteantes, comecei a remexer
meus quadris com maior rapidez, gemendo de êxtase enquanto aquela ereção
imensa e latejante era empurrada com mais força, me levando à loucura.
Ele encostou o rosto no meu e tomou a minha boca com volúpia, chupando a
minha língua e arrancando gemidos abafados de arrebatamento, a cada
movimento vigoroso, que eram seguidos de estocadas fundas, que atingiam até o
meu ponto mais profundo, meus quadris se movimentavam em espasmos
violentos. Enzzo afastou sua boca da minha e soltou um grito alto, em seguida
seus olhos ficaram grudados no meu.
— Goze comigo. Você é minha, toda minha.
O meu corpo obedeceu ao seu comando antes mesmo que minha mente pudesse
registrá-lo. Eu gritei, gritei tão alto que senti minha garganta reclamar, me
contraindo e pulsando ao redor dele. Num movimento rápido, ele tirou seu pênis
de dentro de mim e jatos potentes do seu sêmen atingiu a minha perna.
Uma onda do melhor cansaço do mundo me invadiu imediatamente, logo depois
ele me abraçou, beijando a minha boca com ternura. Outra vez e eu fui tomada
por uma sensação de felicidade.
Capítulo 15
Durrês – Albânia
Uma semana depois...
OMAR
HELENA
Se realmente existe o paraíso, eu estou vivendo nele. Nunca em toda a minha
vida tive momentos tão felizes, até porque os poucos que eu tive, foram ao lado
da minha mãe, e como sempre, aquele monstro tratava de fazer algo para que o
sorriso em nossos rostos fosse substituído pelas lágrimas.
Desde a noite que tomamos banho naquele rio, a sensação que tenho é de estar
vivendo um verdadeiro conto de fadas. Enzzo tem sido muito carinhoso, não só
durante o sexo. Com o passar dos dias, mal conseguimos nos desgrudar, a não
ser pelas saídas que sempre eram no mesmo horário e o seu telefone também
sempre tocava assim que chegava em casa. Ontem ele disse que precisava
retornar para sua casa que ficava em Tirana. Sabia que era o momento de seguir
o meu caminho, embora uma grande tristeza pairasse sobre mim, porém eu fui
surpreendida pelo seu convite em ir com ele para sua casa.
Mesmo vibrando de felicidade por saber que ele sentia muito mais que só desejo
carnal. Depois da noite maravilhosa que tivemos ontem, eu decidi que assim que
chegasse lá, eu iria contar toda verdade. Posso estar vivendo num conto de
fadas, mas às vezes tem fim e por maior que seja o desejo de que tudo
permaneça como está, cheio de paixão e amor, a mentira é capaz de destruir
tudo. Só preciso primeiro deixar os domínios do algoz que tenho por pai e depois
de contar a verdade, tentarei entrar em contato com a minha mãe.
Aqui nesse lugar tão simples, comparado com todo o luxo da mansão em que vive
por anos. Eu tive momentos inesquecíveis, que ficarão para sempre em meu
coração. Foi aqui que o homem que salvou a minha vida me fez novamente
conhecer a luz. Que despertou muito mais que desejo e luxúria, despertou um
sentimento tão grandioso que já não consigo mais imaginar viver longe dele.
Não é só o meu corpo que arde por ele, que queima como se tivesse em vez de
sangue em minhas veias, um fogo líquido, mas o meu coração que vive batendo
fundo como nunca tinha acontecido antes de conhecê-lo. Minhas lembranças
foram interrompidas ao sentir braços fortes em volta da minha cintura, ele inclinou
a cabeça e seus lábios macios tocaram os meus e sem delongas sua boca
esmagou a minha. Sua língua deslizou-se sobre meus lábios até invadir a minha
boca, acariciando a minha em um beijo quente e devastador, que fez de imediato
uma onda de calor surgir entre minhas pernas.
Acabamos por nos separar por falta de ar e do jeito como estávamos, aquele beijo
ia acabar com nós dois em cima da cama. Instantes depois, pegamos nossas
coisas e caminhamos em direção ao carro. Passei todo o percurso nervosa, já
que ele me contou que morava com seu tio e Yolanda, que era como uma avó
para ele, perguntei sobre os seus pais, mais assim como eu disse que não
gostava de falar sobre o assunto de uma das cicatrizes em minhas costas, ele
também disse que o assunto sobre seus pais não era algo que gostasse de
compartilhar.
Acabei adormecendo e quando acordei foi com a voz dele me chamando, para
avisar que havíamos chegado. No momento que saí do carro, senti um calafrio
percorrer a minha espinha e um forte incômodo pairou sobre mim. Fiquei
totalmente imóvel, era como se algo de ruim fosse acontecer, meu coração estava
agitado e minha respiração tornou-se pesada. Eu não sei o que estava
acontecendo comigo, porque por dentro a sensação que eu tinha era que todo o
meu corpo estava tremendo.
Enzzo ao ver minha reação veio ao meu encontro. Ele segurou em minhas mãos
e percebeu o quanto estavam geladas.
— Você está se sentindo bem?
— Acho que é pelo meu nervosismo.
Ele me abraçou e ao ouvir suas palavras fiquei mais confiante.
— Eles vão adorar você — disse ele e em seguida me deu um beijo casto nos
lábios e segurou firme a minha mão direita.
— Vamos!
Fiz um gesto com a cabeça e em passos vacilantes andei em direção à entrada
principal. Assim que ele abriu a porta, uma senhora e um homem que mantinha a
cabeça abaixada olhando fixamente para um jornal surgiram no meu campo de
visão, no entanto, a voz de Enzzo se fez presente.
— Eu quero que vocês conhec...
Antes que ele terminasse de falar, o homem, ao desviar sua atenção do objeto em
suas mãos, se virou em nossa direção e ao me ver, sua expressão ficou fechada
e sua voz carregada de ódio ecoou no ambiente.
— Helena Petrovci.
Capítulo 16
Tirania – Albânia
ENZZO
HELENA
Eu estava com o coração disparado e uma sensação de desespero. O olhar
gelado e furioso, lançado pelo homem a minha frente, fez tremores de medo
percorrem todo o meu corpo, comecei a respirar com dificuldade e ao levantar a
cabeça, o pânico me dominou ao ver a própria imagem do anjo se transformando
no demônio. Seu rosto começou a se contorcer até se transformar numa máscara
rígida e seus olhos azuis ficaram num tom mais escuro, onde o brilho deles deu
lugar a faíscas de ódio. Suas mãos estavam fechadas em punho, como se a
qualquer momento toda aquela fúria não poderia mais ser contida.
E no momento que o som da voz daquele homem enorme, novamente preencheu
o espaço, o choque da realidade caiu como um soco em meu estômago.
— Jamais pensei que a pessoa que você disse que estava trazendo seria a filha
daquele maldito traidor. Essa infeliz por anos vem usufruindo tudo que é seu,
assim como aquele desgraçado usurpou o lugar do seu pai e nada mais justo que
Helena Petrovic, seja a primeira a ser eliminada. Vamos ver qual será a reação do
infeliz ao receber a cabeça da própria filha de presente.
As palavras proferidas por ele começaram a ecoar em minha cabeça e muita
coisa começou a fazer sentido. Enzzo, esse era o nome do filho de Vitor
Demisovski, a minha mãe havia me contado quando falou do massacre que
aconteceu naquela casa, que sempre me deixou com calafrios ao passar por
aquele corredor, mas, Omar fez questão de morar naquela mansão, embora
sabendo que foi lá que o seu melhor amigo morreu, no entanto, não consigo
entender como ele pode estar vivo e por que esse homem está dizendo tudo isso.
O desespero apoderou-se de todo o meu ser quando o tio de Enzzo, movendo
numa velocidade impressionante, pegou uma arma que estava próxima à poltrona
onde, antes ele estava acomodado e começou a caminhar em minha direção.
Tentei falar, mais não saia nenhuma palavra, pois o meu medo era tão grande,
que não conseguia nem me mover e quando ele parou em nossa frente e apontou
a pistola na direção da minha caixa torácica, antes que fizesse qualquer outro
movimento, Enzzo, que até então estava em silêncio, se manifestou.
— Pare! Você não vai tocar nela — respirei aliviada.
O tio dele desviou seu olhar mortal, que antes estava fixo pra mim e encarrou o
sobrinho. Levantou as sobrancelhas de forma inquisitiva como se esperasse uma
justificativa, quando eu escutei as palavras que foram ditas como resposta, eu
senti uma dor terrível como se um punhal tivesse sido cravado em meu peito,
como se fosse tirado o chão debaixo dos meus pés.
— A morte seria um alívio para ela. Helena, assim como aquele infeliz, vai pagar
em vida pela sua maldita existência.
Um sorriso vitorioso surgiu no rosto do homem, que até então tinha uma
expressão fechada. Comecei a ficar com falta de ar e quando pensei que não
poderia ficar pior, senti uma dor infernal em minha cabeça, quando aqueles dedos
que tanto me proporcionaram prazer, começaram a se enroscar em volta dos
meus cabelos. O nó que estava fechando a minha garganta se desfez e um grito
estrondoso saiu rasgando a minha garganta e ignorando a minha dor, ele saiu me
puxando pelo longo corredor.
— Pare! Está doendo — disse aos prantos, pois à medida que ele andava,
intensificava os puxões e a dor se espalhava pelo meu couro cabeludo. Meus
olhos marejaram com lágrimas repentinas inundaram todo o meu rosto.
Instantes depois, que pareceram uma eternidade, onde minha boca já estava
seca de tanto gritar, ele parou, em seguida abriu uma porta e assim que acendeu
a luz, começou a me puxar novamente, descendo os degraus e quando enfim nos
livramos do último. Enzzo chocalhou a minha cabeça com muita força e me
lançou no chão, fazendo novamente um ruído de dor e medo sair da minha boca.
Meus olhos passearam em volta do lugar, que parecia ser um porão. Fiquei
encolhida no chão, pois a dor que antes estava sentido na minha cabeça, agora
era pior em minhas costelas, devido o impacto ao ser jogada ao chão. Mas, eu
precisava esclarecer as coisas.
— Enzzo! — disse, com a voz fraca. — Cale a sua boca, sua infeliz! —
praticamente aos berros, ele mandou que eu me calasse. Seu tom de voz era
cheio de ódio, uma fúria descomunal, semelhante a que Omar demostrava, toda
vez que começava a me bater. Meus pensamentos foram interrompidos quando
ouvi sua voz novamente.
— Não quero ouvir nenhuma palavra que saia da sua maldita boca. Você, assim
como o traste que tem por pai, não passam de dois desgraçados mentirosos.
Vivem escondendo a verdadeira face do lobo em pele de cordeiro.
O pânico havia tomado conta de mim e tudo estava tão confuso que a única coisa
que vinha em meus pensamentos, era que talvez, ele não soubesse da
veracidade dos fatos, pois minha mãe disse que o corpo do pequeno herdeiro
nunca foi encontrado e esse homem que ele tem por tio, possa ser o mesmo que
o tirou daquela mansão. Deixei os devaneios de lado assim que ele se virou e
começou a subir os degraus e ao chegar ao topo da escada, o que ouvi em
seguida me dizia que o paraíso em que eu acreditei estar, tinha acabado de dar
lugar ao verdadeiro inferno.
— Helena Petrovci, você vai se arrepender de ter cruzado o meu caminho, vai
desejar que eu tivesse te deixado morrer dentro daquele carro, farei de cada dia
da sua vida o próprio inferno.
Capítulo 17
Tirana – Albânia
ENZZO
Tirana – Albânia
HELENA
Tirania – Albânia
HELENA
Horas depois...
Nunca em toda minha vida, me senti tão cansada, minhas mãos estavam
latejando e mais do que nunca, dei valor as pessoas que tanto dedicam suas
vidas trabalhando na casa de outras e acabam ganhando tão pouco.
Quase que não terminava, além de ter me sentido tonta por diversas vezes, a
sensação que eu tive foi que, ou eram muito desleixados, ou sujaram tudo de
propósito.
No final de tudo, acabei com a mão toda cheia de calos, pois a madeira do cabo
da vassoura era muito áspera e por isso acabou machucando a minha pele.
Jamais pensei que teria coragem algum dia, de pegar algo que não era meu, mas
durante a limpeza do banheiro, acabei encontrando no armário, vários produtos
de higiene pessoal e escondi entre a minha roupa, onde mais pareço um fofão de
tão grande, uma escova e um tubo de creme dental.
Assim que terminei, dei graças a deus por não encontrar Enzzo e muito menos o
seu tio. Seguindo o cheiro delicioso que invadiu minhas narinas, acabei parando
na cozinha e embora com o pé machucado, era a senhora Yolanda que estava
cozinhando. Ela, ao perceber minha presença, se virou em minha direção,
aproveitei o momento para pedir desculpas.
— Eu sinto muito pelo que aconteceu e queria pedir desculpas por tê-la
empurrado.
— Você não precisa pedir desculpas, eu também errei ao ficar em sua frente.
No instante que ia me mover em busca de pedir algo para comer, a voz de Enzzo,
num tom rude, ecoou.
— O seu serviço ainda não terminou. Se desejar, ganhar algo para comer, procure
fazer por merecer.
A mulher a minha frente me entregou o depósito com o resto de comida que
sobrou do dia anterior e falou onde estava a ração que devia misturar e dá aos
porcos. Seguindo as instruções que ela me deu para chegar até o chiqueiro,
caminhei para fora da casa. Eu já estava suando frio, me sentia cada vez mais
fraca e depois de alguns metros, avistei o lugar e para minha surpresa tinha seis
porcos grandes e, meia dúzia de filhotes.
Dei alguns passos me deslocando até o local onde ficava a ração e abri o grande
depósito que tinha em minhas mãos. Meu estômago deu sinal de vida assim que
meu olhar ficou grudado nos pedaços de carne que devia ser a mesma comida
que eles estavam jantando ontem. Tentei desviar minha atenção, mais um desejo
enorme pairou sobre mim. Meus olhos se voltaram para os lados observando se
não tinha ninguém à vista e, quando constatei que só os porcos estavam com o
olhar em minha direção, me abaixei e levei uma das mãos em direção — Hum...
Que delícia — gemidos começaram a sair entre por meus lábios e por mais que
tentasse me controlar, quando dei por mim, já tinha comido boa parte da comida
que devia ser misturado com a ração. Satisfeita, limpei minha boca e tratei de
pegar a ração e alimentar os porcos. Pela expressão dos animais, era como se
soubesse que eu havia comido o que era deles.
Depois do almoço, onde novamente havia dentro da vasilha que estava no chão
a mesma gororoba da noite anterior, fiquei imóvel e não comi, já que minha
barriga estava cheia. Passei as horas seguintes limpando o galinheiro e toda
minha empolgação desapareceu quando o tio de Enzzo, disse que os porcos só
iam jantar ração. Na hora do jantar, enquanto eles tinham um banquete digno de
um rei, no objeto que está sobre o chão, desta vez tinha o que parecia ser uma
sopa, porém, dava para se conferir nos dedos da mão os grãos de feijão, o resto
era só caldo.
Acabei comendo, já que meu pensamento estava voltado para o dia de amanhã e,
certamente boa parte do que sobrasse, seria para complementar a ração dos
animais. Comi aquela sopa imaginando que era a coxa de frango, que olhei
minutos antes, o tio dele levando de encontro a boa.
Depois de ajudar a lavar toda louça. Voltei para o porão, só queria tomar um
banho e que logo amanhecesse. Entrei dentro do cubículo e me livrei da roupa de
serviço, só de imaginar que a água fria entraria em contato com a minha pele, já
me causava uma angústia, mais eu precisava tomar um banho. Minutos se
passaram, depois de lavar a única calcinha que tinha naquele momento, fui até a
pia, peguei a escova e a pasta de dentes e depois de terminar, vesti a camisa
que dormir na noite anterior e caminhei em direção ao colchão.
Ainda estava úmida uma parte do cobertor, por isso, procurei dentro da caixa até
encontrar uma cocha de cama. Deitei-me e quando ia jogar o tecido em volta da
minha cabeça, já que, embora estivesse com as costas ardendo, eu só conseguia
dormir nessa posição. Tive um sobressalto quando a porta foi aberta e meus olhos
se voltaram para a figura que estava parado no topo da escada.
Capítulo 20
Tirania – Albânia
ENZZO
Tirania – Albânia
OMAR
HELENA
Meus olhos estavam voltados para o homem alto que vibrava com uma energia
poderosa e mais parecia um anjo vingador, todo vestido de negro.
Como se não fosse suficiente meus batimentos cardíacos estarem acelerados, de
repente disparou terrivelmente, como se meu coração pudesse voar para fora do
meu peito, assim que ele começou a descer os degraus da escada, soltei o ar
com força, como se tivesse prendido a respiração e movida pelo desespero me
levantei. E, quando ele se livrou do sobretudo preto, revelando sua nudez, engoli
em seco ao ver o seu membro tão duro como um lápis.
A cada passo que ele dava, minha pulsação acelerava. Comecei a recuar à
medida que a distância entre nós dois ia diminuindo. Minhas mãos começaram a
suar e o pânico me dominou quando senti minhas costas tocarem no concreto, no
mesmo instante que o homem que vem me causando tanta tristeza me
encurralou, colocando uma mão de cada lado da parede, me fez ficar com mais
dificuldade para respirar.
Aqueles olhos azuis me analisavam como se quisesse ver a minha alma. Embora
meu nervosismo fosse grande e a expressão dele era algo indecifrável, as batidas
do seu coração estavam tão descompassadas quanto as minhas. Minha boca
ficou seca e minha respiração pesada, quando ele moveu uma de suas mãos para
mexer nos meus cabelos e em seguida a deslizou pelo meu rosto, o seu toque me
fez fechar os olhos por uma fração de segundos, mas em seguida tive um
sobressalto, o que me tirou do estado de devaneio que me encontrava. E, ao
lembrar de tudo que ele me fez, comecei a me debater tentando sair de sua
posse, mas ele era muito mais forte.
— Solte-me. Afaste-se de mim! — disse enquanto me debatia.
Enzzo, vendo a minha reação, segurou firme a minha cintura fazendo nossos
corpos ficarem grudados, com sua boca a centímetros de distância da minha, o
som da sua voz reverberou no ar.
— O seu corpo diz o contrário — falou pressionando a virilha contra minha
barriga e sem demora senti seus lábios tocarem os meus e sua língua invadiu
minha boca, bagunçando minha capacidade de raciocinar.
Sua língua ávida e úmida iniciou um duelo erótico cheio de possessividade
contra a minha boca, enquanto minha língua lutava desesperadamente contra
seu domínio. Com uma mão afoita, ele percorreu o meu corpo, até alcançar a
barra da minha blusa e num movimento preciso, chegou até a minha intimidade
que ficou totalmente exposta e a sua mercê.
Ele intensificava o beijo à medida que seus dedos habilidosos exploravam os
meus lábios vaginais, fazendo o meu corpo inteiro reagir a cada toque seu. Uma
sensação febril me dominou e quando ele introduziu dois dedos dentro da minha
vagina, sem que eu pudesse controlar, gemidos começaram a sair pela minha
garganta.
O desejo tinha percorrido todo o meu corpo.
Os seus dedos diabólicos, estavam entrando e saindo da minha fenda com
precisão e quando sua boca deixou a minha, ele procurou meu pescoço e seus
lábios deslizaram até a minha clavícula e se deteve nos meus seios. Sua boca
chocou-se contra meus seios, provocando-me e sua língua rodeou meu mamilo,
chupando primeiro um, e depois o outro.
Aumentando ainda mais o ritmo da invasão dos seus dedos incansáveis, um
fogo ardeu em meu ser e minhas pernas começaram a tremer. De repente, ele
retirou seus dedos ousados da minha intimidade úmida e depois levou à boca e
sugou-os diante dos meus olhos. O erotismo do seu ato provocou ainda mais a
minha excitação, mas antes que eu tivesse qualquer reação, ele novamente
segurou nos meus quadris e me suspendeu.
Com as pernas entrelaçadas em volta da sua cintura, senti a cabeça rosada do
seu membro na entrada da minha boceta e só ai o choque da realidade me
atingiu, no entanto, quando meus lábios se moveram, seu pênis me invadiu e sem
delongas ele me beijou com ardência.
Enquanto nossas bocas se devoravam, senti seu membro me invadindo cada vez
mais fundo. À medida que ele acelerava o ritmo da penetração, seu pau
engrossava contra minha vagina.
O desejo vinha com uma voracidade enorme e gemidos roucos de dor e prazer
começaram a sair da minha boca à medida que ele enfiava toda longa extensão
do seu membro faminto dentro de mim.
Trocamos gemidos entrecortados, pelo beijo. Parecíamos arder juntos no mesmo
fogo, seus quadris começaram a se mover, me levando à loucura com suas
estocadas furiosas. Meus quadris se remexiam sem que eu me desse conta,
sentindo meu ventre ser contraído por pequenos tremores de deleite.
Senti minha vagina apertar em volta dele e cada parte da minha intimidade fervia.
— Por favor — disse entre sussurros.
Seu pênis entrava e saía de mim intensamente, me fodendo, seus movimentos
habilidosos me faziam perder o fôlego. Ele rangeu os dentes e encostou a boca
na minha, engolindo a minha língua, sugando com entusiasmo.
Minha boceta começou a arder e um prazer descomunal me envolveu. Meu corpo
desabou e ondas de prazer ainda percorriam a minha intimidade. As forças me
faltaram e no grito alto, ele gozou. Senti o seu membro ondulando e despejando o
líquido cremoso dentro da minha vagina.
Enquanto nossas respirações iam se acalmando, o silêncio predominou no
ambiente, quando levantei minha cabeça, nossos olhos se cruzaram e em
seguida minha voz ressoou no ambiente.
— Enzzo, eu...
— Cale-se.
Antes que eu terminasse de dizer o que estava pensando, a expressão que antes
refletia o puro desejo deu lugar a um sorriso cínico, no mesmo instante que ele
desfez o contato das minhas pernas que estavam em volta da sua cintura, e uma
de suas mãos segurou firme o meu queixo me forçando a encará-lo, logo após a
sua voz ecoou no espaço.
— Você não achou que o fato de transarmos, me faria esquecer-se de quem você
é filha. Assim como um animal, que mesmo sendo rejeitado pelo seu dono,
continua mendigando atenção. Tudo que aconteceu só mostra que posso te
quebrar em vários pedaços, que o seu corpo vai corresponder aos meus toques.
Ele retirou sua mão do meu rosto e com um giro nos calcanhares começou a
andar em direção à escada. As lágrimas quentes logo escorreram, inundando a
minha face. Senti um aperto no coração e a dureza das suas palavras fez algo
dentro de mim se quebrar para sempre.
Capítulo 22
Tirania – Albânia
Dias depois...
HELENA
Durrês – Albânia
Dias antes...
ISABELLA
Tirania – Albânia
Uma semana depois...
HELENA
ENZZO
O mundo tinha parado a minha volta. Por uma fração de segundos, o meu
coração parou de bater, logo depois, rapidamente acelerou no meu peito,
tornando difícil respirar. Minha respiração se tornou descontrolada e urgente, meu
peito subindo e descendo freneticamente.
Os meus olhos se arregalaram e ficaram focados na imagem a minha frente.
Fiquei imóvel e minutos se passaram, enquanto eu digitalizava cada centímetro
das suas costas totalmente desfigurada e moldada pelas enormes cicatrizes em
sua pele. Era como se eu quisesse enraizar isso em minha memória, pois deixei o
desejo e a luxuria tomar conta de todo o meu ser, ao ponto de acreditar na
desculpa esfarrapada dada por ela, quando senti algo de diferente em sua pele.
Assim como as costas do meu tio, que passou por um treinamento muito mais
pesado que o meu, já que o temido Nicolas Demisovski, era implacável e assim
como o meu pai, Hulk foi preparado para ser tão letal quando o chefe da máfia
albanesa. A pele dela foi rasgada e certamente não foi por uma simples queda de
escada e sim por golpes cruéis, o que me deixou ainda mais atormentado.
Quando consegui afastar os meus pensamentos, me abaixei e ao constatar que
sua respiração estava fraca e seu rosto pálido, como se todo o sangue tivesse
evaporado, sem pensar duas vezes a peguei em meus braços.
Agilidade sempre foi o meu ponto forte, mas o pânico tomou conta de mim e como
se tivesse flutuando, eu nunca tinha me movido tão rápido e assim que cheguei
ao topo da escada, o som da minha voz ressoou por todos os cantos da casa em
gritos ensurdecedores.
— Yolandaaaaaaaaaa... — clamando desesperadamente pela única pessoa que
eu sabia que naquele momento poderia me ajudar. Atravessei os corredores indo
em direção aos meus aposentos e antes de chegar ao meu destino, totalmente
desorientada, Yola surgiu no meu campo de visão, ficando estática diante da cena
que se passou em sua frente e só voltou a realidade quando meus gritos
ecoaram novamente no espaço.
— Você precisa salvar a vida dela! — disse num tom de voz desesperado.
Assim que coloquei seu corpo nu sobre a cocha da cama, engoli em seco, quando
meu olhar foi de encontro a suas pernas e vi um líquido avermelhado em sua
pele. O silêncio que predominou no ambiente, logo foi interrompido quando
Yolanda adentrou o recinto feito um raio e minha atenção se voltou para a maleta
em suas mãos e ao se aproximar do leito de Helena, sua voz se fez presente.
— Preciso que você pegue o soro fisiológico, suporte e material para punção —
suas últimas palavras me deixaram mais atordoado.
— Que diabos são materiais para punção? — disse aos berros.
— Enzzo! Se acalme, ou ela sofrerá ainda mais pelas consequências do seu
nervosismo. Está tudo identificad...
Eu nem esperei que ela terminasse de falar e saí praticamente correndo. Agradeci
mentalmente por meu avô ter escolhido Yolanda para cuidar do meu tio e embora
tendo um futuro brilhante como médica, ela não hesitou ao abandonar tudo para
cuidar do menino que sempre viu como um filho. Assim que entrei no cômodo,
que era uma farmácia particular, já que assim como o meu tio, eu sempre me
machucava durante o treinamento e nossa salvadora estava pronta para cuidar
dos ferimentos.
Meus olhos varreram as prateleiras e assim que peguei tudo que ela havia
pedido, caminhei em direção ao meu quarto. Quando retornei, encontrei Helena
virada de costas e Yolanda a examinado com os olhos cheios de lágrimas e
perplexa com o que estava vendo, não demorou muito para o som da sua voz
reverberasse no ar.
— Quem fez isso?
— Eu não sei, só fiquei sabendo hoje.
— Nem mesmo um animal merece ser marcado desta forma. E, além de
desnutrida, tudo indica que graças ao seu ódio e a sede de vingança, você não só
se tornou o algoz dela, como a colocou numa situação onde tudo vai depender de
quão grande é sua força por querer sobreviver e assim salvar a vida da criança
que ela está esperando.
Criança! Que criança? Ela está esperando um filho?
Filho! Meus batimentos aumentaram num ritmo tão alucinante que achei que meu
coração fosse sair pela minha boca, ficando difícil de respirar. Meu peito arfava a
cada instante que essa palavra ecoava em minha mente. O medo começou a se
estabelecer, e eu não conseguia mais controlar meus pensamentos.
Uma palavra tão pequena, que ao ser dita por Yola, foi como ter levado um golpe
terrível no estômago, me levando a ser nocauteado. Assim como aquele traidor,
eu estava prestes a tirar a vida de um ser tão inocente, que ao contrário de mim,
ainda nem tinha vindo ao mundo e já se tornou o alvo de tanto ódio.
Enquanto ela puncionou um acesso venoso onde instalou soroterapia adequada,
e em seguida começou a passar um pano úmido no corpo desfalecido, que estava
tão branco quanto a neve. Como flashes, vários pensamentos passaram pela
minha cabeça, pois quando ouvi as palavras proferidas por Hulk, assim que
chegamos da cabana, eu deixei que a minha alma sombria gritasse mais forte
comigo, acreditando estar fazendo o certo e mesmo vendo a intensidade da luz
que emanava dela, eu preferi a escuridão. O ódio rapidamente substituiu cada
sentimento, cada emoção, como se nunca tivesse existido e o único pensamento
que passou pela minha cabeça, era quebrar, não só o seu corpo como a sua
alma.
Fui arrancado dos meus pensamentos quando ouvi a voz da mulher me
chamando.
— Agora tudo vai depender dela. Não sei se nessas condições conseguirá levar
essa gravidez adiante. Tenha em mente que essa criança não tem culpa de nada
do que aconteceu com você e sua família, tão pouco os filhos devem pagar pelos
erros dos pais.
— Porque ela estava suja de sangue?
— Isso é normal nos primeiros meses de gestação, desde que o fluxo não seja
muito intenso. Pela minha experiência, ela já chegou aqui grávida, mas
saberemos quando sair o resultado do exame através da amostra de sangue que
retirei.
Ela se afastou da cama, e em passos cautelosos deixou o cômodo e quando
sumiu do meu campo de visão, só ai me dei conta que ela tinha colocado uma
camisa minha, que mais parecia um vestido nela. Acabei com a distância entre
nós dois e me sentei na cama ao seu lado.
Durante todo esse tempo, era como se uma guerra tivesse iniciado dentro de
mim, pois achava que quanto mais a quebrasse, tudo que cheguei a sentir fosse
desaparecer, mas no fundo, a minha raiva só aumentava por desejá-la, por trair a
memoria dos meus pais e por me permitir ser envolvido por momentos de
fraqueza, onde a desejava na mesma intensidade em que a odiava.
Um filho significa a união do sangue dos Demisovski com o sangue daquele
traidor. Respirei fundo, tentando controlar todo o desconforto que pairou sobre
mim, minha cabeça estava a mil, meu cérebro soltando faísca e embora as coisas
tivessem mudado de rumo, nada ia mudar o fato que ela é filha daquele
desgraçado. Eu estava tão atormentado, perdido, que ao ouvir a voz potente do
meu tio, dei um salto repentino ficando de pé na mesma hora. No entanto, senti
um calafrio percorrer cada dimensão do meu corpo, ao ver o objeto em sua mão.
— Encontrei isso dentro do carro.
Capítulo 26
ENZZO
“Helena,
Filha, se você conseguiu encontrar essa carta, isso significa que chegou ao seu
destino. Que teve tempo para retirar as joias que foram da sua avó e encontrou o
fundo falso. Conhecendo você, minha princesa, eu sei que certamente está
pensando se fez certo em me deixar para trás, mas saiba que daria a minha vida
para vê-la segura e livre das garras do demônio, que por anos vem fazendo das
nossas vidas um verdadeiro inferno.
Eu falhei com você em todos os sentidos e deveria ter deixado o medo de lado e
revelado a todos quem realmente é Omar Petrovci. Um homem cruel e diabólico,
que ao contrário do que todos pensam, é o pior marido do mundo e o grande
carrasco da sua própria filha.
Quando meu pai interrompeu os meus sonhos, ao anunciar que me casaria com
esse infeliz, eu resolvi aceitar o meu destino e acreditava que aquele homem que
exibia um sorriso perfeito, embora mafioso, pudesse ser a minha tábua de
salvação da prisão que sempre vivi. Mas, o tempo me mostrou o quanto eu estava
errada, que mesmo o meu pai sendo um ser tão insensível, eu vivia no paraíso e
o deixei vindo direto para o inferno. As humilhações, as surras e todo sofrimento,
tudo foi substituído pela notícia que dentro de mim estava crescendo duas vidas,
as quais se tornaria o novo motivo para não me deixar sucumbir às atrocidades
daquele monstro.
No entanto, a vida tinha outros planos e depois da morte do meu filho amado, eu
jamais esperava que nada do que eu achei que já conhecia sobre aquele infeliz,
era o mínimo comparado com sua verdadeira face. A própria personificação do
mal, um espirito maligno parece que enfim tinha se apossado de vez da sua alma
tenebrosa.
Só Deus sabe que a cada golpe que ele desferiu na minha pele, a única coisa que
me confortava, era que toda aquela maldade não poderia te atingir. Mas, o meu
mundo desabou quando todo seu ódio foi direcionado para o melhor presente
que a vida me deu.
A sensação que tive, quando ele desferiu o primeiro golpe em sua pele, era de
que meu peito tinha sido aberto e meus órgãos internos ficaram expostos e a
qualquer momento seriam estraçalhados. Por mais que eu suplicasse que ele
fizesse aquilo comigo, eu comecei a ver o quanto seus olhos brilhavam, por estar
infringindo tanta dor a uma criança, a qual ele culpava somente por sua
existência.
Assim como o seu nome, você reflete a luz e mesmo com toda escuridão e vários
motivos para deixar as trevas habitar em seu coração, você é o maior exemplo de
que existe bondade na terra. Uma guerreira desde o seu nascimento, que embora
crescesse em um verdadeiro castelo, jamais foi tratada por aquele a quem deveria
ser um protetor, como uma princesa.
Eu encontrei em Thadeu, a chance de tirar você desta gaiola cercada de ouro,
mas que na verdade é uma prisão. Não poderia suportar que, assim como fez o
meu pai, ele por ganância, fizesse você se casar com aquele outro maldito. Hoje,
embora triste por ficar longe de você, eu me sinto ainda mais forte e disposta a
lutar para que em breve estejamos juntas novamente. A vida vai te devolver tudo
que foi tirado de você.
Eu amo você, minha princesa.
Com amor, mamãe.
As lágrimas desceram pelo meu rosto sem a minha permissão. A minha garganta
tinha se fechado, assim como parece que algo estava bloqueando as minhas
narinas, me impossibilitando de respirar. Meus pulmões, estavam aos espasmos e
eu estava praticamente sufocando, sendo corroído pela sensação de culpa. E,
quando achei que não poderia mais suportar, senti uma mão forte de encontro ao
meu ombro e o som da voz do meu tio me arrancou daquele tormento.
— Enzzo!
Olhei para Hulk e sabia que ele estava preocupado para saber o que estava
acontecendo e a minha única reação, antes de levantar para ir até onde ela
estava, foi estender o pedaço de papel em sua direção.
"O que foi que eu fiz?”
Capítulo 27
HULK
ENZZO
Devastado, era dessa forma que estava me sentindo. Os meus últimos atos
causaram uma marca muito pior nela. Eu ignorei todas as evidências, jamais dei a
ela o direito de se defender de tudo que estava a julgando, porque me senti o
soberano e a minha palavra, a minha vontade e o que acreditava ser o certo,
deveria prevalecer.
Mesmo sabendo que Helena ainda nem existia, quando tudo aconteceu, alimentei
uma raiva descomunal por ela, só por ser filha daquele traste. Tratei pior que os
porcos, já que esses sempre foram bem alimentados, deixei-a dormir no lugar que
só não estava numa situação caótica, porque Yolanda, sempre tratou de deixar
impecável.
O meu filho, assim como ela, vem sendo um verdadeiro guerreiro. Com todas as
circunstâncias, vem lutando para sobreviver, simplesmente por que assim como a
sua mãe, ele já estava tendo um carrasco antes de vir ao mundo. Entre fome, frio,
trabalhos pesados e tendo que ser privada do próprio sono, sem poder descansar
direito, já que passou um bom tempo levando jatos de água gelada no rosto.
Ela, assim como passou anos resistindo as barbaridades e dores causadas pelo
próprio pai, não se deixou chegar ao fundo do poço, ao qual o homem que ela se
entregou de corpo e alma, estava fazendo de tudo para levá-la ao limite da razão
e assim se entregar as trevas. Meus pensamentos foram interrompidos quando
Yolanda entrou no cômodo.
— Vim trocar o soro, preciso ficar sozinha com ela.
Minha mandíbula se contraiu. Levantei-me e segui até a bolsa que estava jogada
no chão e depois de colocar toda roupa dentro do objeto junto com o estojo, disse
a Yola que eram as roupas delas e certamente ela ia ver que as peças íntimas
estavam no compartimento da frente, já que ao ver não quis expor na frente de
Hulk.
Mesmo contra a minha vontade, tive que sair do quarto. Durante o trajeto até a
sala, só se ouvia o som das nossas passadas. Quando chegamos ao cômodo, ele
que ainda estava assim como eu, desorientado devido aos últimos
acontecimentos, começou a falar.
— Ainda não consegui entender como ela conseguiu sair daquela fortaleza.
— Isso só irá descobrir quando ela acordar.
— Temos que acabar logo com aquele desgraçado. Essa erva daminha só vem
semeando a destruição.
— Agora mais do que nunca, eu vou matá-lo. Omar Petrovci vai pagar em dobro
por cada marca, por cada golpe que desferiu contra a pele dela.
Horas depois...
HELENA
Não sinto dor, só algo macio debaixo de mim e uma sensação de paz tão grande.
Quero abrir os meus olhos, mas minhas pálpebras estão pesadas. Ouço alguns
sussurros em meio à escuridão sem fim, porém logo o silêncio se faz presente,
afastando todo o barulho a minha volta.
Aos poucos as lembranças começam surgir e o meu cérebro acessa memórias do
passado. Meu coração dispara, minha respiração fica ofegante e todo o meu
corpo se contorce ao ouvir as palavras ditas a minha volta.
— Você precisa ser forte, por você e pela criança que esta dentro de você.
“Filho... Não! Não! Não!”
Imediatamente meus olhos se abrem diante de tudo que ouvi. Respiro aliviada ao
ver que tudo não passou de um pesadelo, porém assim que meus olhos varreram
o lugar, o pânico toma conta de todo o meu ser ao constatar onde eu estava.
Movi a cabeça para o lado e todos os meus sentidos ficaram voltados para
mulher a minha frente e ao ver um sorriso em seu rosto, as palavras que pensei
que eram fruto da minha imaginação ecoaram em minha cabeça, me destruindo
por dentro.
Capítulo 28
HELENA
ENZZO
Passei o restante do dia inquieto. Hora, por Helena não acordar e, outra na
expectativa da noite chegar.
Questionei Yola, se era normal ela ficar por tanto tempo desacordada, mas ela me
informou que sim, que no fundo acreditava que a própria Helena não queria
acordar, como se tivesse dentro de uma bolha e não quisesse sair dela, pois sabia
que fora teria que enfrentar tudo aquilo que estava lhe causando sofrimento.
Depois da explicação de Yolanda, tratei de me concentrar somente no que
tínhamos planejado em fazer. Hulk havia saído para colocar parte do plano em
ação, para que na hora certa, Omar tivesse a recepção que merece.
Arrumado, dei uma última olhada no relógio em meu pulso e ao ver as horas e
sabendo que ele já estava me aguardando, fui direto ao seu encontro. Ao chegar
à sala dei de cara com Hulk e Yolanda, ela tinha uma expressão preocupada e
como já esperava, sua voz carregada de desespero se fez presente.
— Acho tudo isso muito arriscado.
— Você não precisa se preocupar, só vamos dar um susto no maldito. A morte pra
ele nesse momento seria um presente.
Com algumas passadas, fiquei a centímetros de distância dela e logo a envolvi no
forte abraço, no entanto, tive que desfazer o contato assim que Hulk me chamou.
— Vamos! Já está quase na hora.
— Cuide de Helena e do meu filho. Qualquer coisa não hesite em me ligar.
Com passos precisos e apressados, fui para fora da casa. Minutos depois, já
dentro do veículo que estava em movimento, passamos boa parte do percurso em
silencio.
Como o evento seria aberto ao público, seria muito mais fácil nos camuflamos em
meio à multidão. Quando enfim, chegamos ao nosso destino, fiquei estarrecido
com a grande quantidade de pessoas, todas iludidas pelo lado de bom samaritano
que o facínora vem demostrando ao longo dos anos. Ao sairmos do veiculo, logo,
cada um foi para lados contrário.
Tive bastante dificuldade para chegar até o centro do palco, mas fui me
misturando entre o pessoal até que parei no lugar que me daria uma boa visão do
desalmado. Aplausos logo se fizeram presentes quando o som da voz de um
cerimonialista começou a chamar alguns nomes e, logo alguns homens subiram
no palco e foi nesse exato momento que me aproximei ainda mais. Meus
batimentos se tornaram descontrolados e todo o meu corpo ficou em chamas,
quando o nome do viperino retumbou no ar.
— É uma honra ter o empresário Omar Petrovci, conosco. Peço a todos que
aplaudam.
Diante daquele pedido, o barulho das mãos chocando-se uma contra outra entoou
a minha volta e, com um sorriso amplo, daqueles que deixam os dentes a mostra,
o atroz subiu ao palco e caminhou até o centro, onde o homem lhe passou o
microfone. A cada palavra que saia da sua boca, só aumentava a minha fúria e a
vontade de avançar em sua direção e quando ele deu alguns passos a frente,
parando justamente em minha direção, levei uma das mãos até o meu rosto,
afastando o meu óculos e foi nesse exato momento que nossos olhares se
cruzaram e um estrondo terrível ecoou no espaço.
Capítulo 30
OMAR
ENZZO
Dentro do carro, o som da gargalhada de Hulk, entoava no espaço e se tornou
contagiante e assim como ele eu já não conseguia me controlar ao lembrar-me da
expressão do maldito.
Embora o homem ao meu lado, acreditasse que não poderia surti efeito, algo
dentro de mim sabia que sim. A cada pesadelo que sempre tive, quando criança,
eu sempre vi aqueles olhos, era como se tivesse ficado registrado em minhas
lembranças e de alguma forma eu tinha plena certeza que assim como eu, ele ia
ter alguma reação ao me ver, além dos olhos, cresci ouvindo o meu tio dizendo
que era a copia do meu pai.
Se estivéssemos dispostos a acabar com sua vida hoje, teríamos feito com êxito,
pois ele estava cercado de incompetentes e isso será um ponto ao nosso favor
quando chegar a hora do confronto final. Com a bomba colocada ainda cedo no
lugar, a nossa intenção era somente dar um leve susto no traidor e sabíamos
exatamente o momento certo para que pessoas inocentes não sofressem as
consequências. Vê-lo imóvel, enquanto o fogo estava a sua volta, me fez vibrar
por dentro e mais ainda quando as chamas envolveram o seu braço, e só em
cogitar que o desgraçado, era o mesmo que bateu nela, me deixou a um ponto de
ir ao seu encontro e arrancar o seu membro, para que ele sentisse dor com
tamanha intensidade, como causou a uma criança que era totalmente indefesa.
Passamos toda viagem de volta para casa falando sobre o que tinha acontecido e
quando enfim, chegamos em casa, não demorou muito para deixamos o carro e
caminhar em direção a entrada principal e assim que abri a porta, os gritos que
ecoavam no ar me deixou desorientado e agindo por instinto, corri feito louco em
direção ao meu quarto.
Assim que cheguei ao cômodo, ela, assim como ontem, estava se debatendo e
gritando aos berros, enquanto Yolanda pedia para ela se acalmar. Era como se
não tivesse no seu estado de lucidez.
— Ele vai matar o meu bebê. Não! Não! Nãooooooo...
Assim que meu tio me alcançou, tanto ela como Yolanda, direcionaram sua
atenção para nós e o estado de Helena só piorou porque ela, num movimento
brusco, arrancou o objeto que estava fixado em sua veia e seu olhar estava
repleto de medo e novamente sua voz se fez presente.
— Afaste esse cinto de mim, por favor, não deixe esse monstro levar o meu filho.
Eu preciso sair daqui, solte os meus cabelos, não... Está doendo, pareeeeee...
Esperneando freneticamente, ela se debatia de um lado para outro em cima da
cama. Cada vez falava coisas desconexas, como se estivesse tendo alucinações,
pelos movimentos e as lágrimas que desciam em sua face, o sofrimento estava
intenso.
Desesperado, invadi o quarto, para assim como Yolanda, que tentava sem
sucesso, fazer a mulher voltar a realidade e quando seus olhos novamente
grudaram nos meus, em vez de medo, eu só vi um ódio mortal. O brilho
intenso que mesmo após tudo que fiz era visível, naquele momento tinha
desaparecido. Quando pedi para Yola, novamente dar um calmante a Helena. Ela
disse que não seria possível e que precisávamos fazer ela voltar a realidade.
Helena continuava com seus olhos cravados em mim e assim que segurei em
sua mão, senti um forte aperto e quando pensei que toda angustia estava
passando. Ela ficou imóvel e em seguida levou uma das mãos em direção à
barriga e um berro estrondoso ressoou no espaço.
Quando desviei o olhar de sua barriga, a cena que vi, pesou como se uma dezena
de bolas de chumbo estivesse dentro do meu estômago. Causando-me um
desconforto terrível, fazendo-me ter ainda mais consciência do tamanho do mal
que fiz, não só a ela, mas ao nosso filho.
Diante daquele líquido vermelho que escorria por entre as suas pernas, o pânico
me envolveu e no instante em que vi a única mulher que foi capaz de fazer o meu
coração bater mais forte, despertando emoções que jamais soube que existia,
fechar os olhos e se entregar a escuridão, um barulho maior ainda, comparado
com o que foi dado por ela, segundos atrás, se fez presente, assim que um ruído
de medo e desespero saiu rasgando a minha garganta.
— Salve o nosso filhoooooo...
Capítulo 31
ISABELLA
ENZZO
— Helena! Nãoooo!
Eu estava mergulhado em desespero e extremamente aflito. Por mais que Hulk
pedisse para que eu me acalmasse diante daquela visão, uma onda de
pensamentos se fizeram presentes. Eu já não conseguia afastá-los e todos eles
ficavam martelando em minha cabeça e uma voz gritava cada vez mais alto que
eu era o único culpado, que não merecia tê-los em minha vida.
Uma sensação de vazio preencheu meu coração e não importava de quem ela
era filha ou o sangue que corria em suas veias. Helena, trouxe luz a minha vida e
com tantas mulheres que poderiam ter cruzado o meu caminho, ela foi a
escolhida, nossos destinos já estavam traçados e eu não deixaria que a morte
novamente tirasse alguém tão importante para mim.
Yolanda, que lutava para salva a vida dos dois, por uma fração de segundos se
concentrou em mim e sua voz se fez presente.
— Saia agora! — disse num tom rude.
Eu nunca a tinha visto falar desta forma, mas suas palavras fizeram o choque da
realidade me atingir e eu constatei que só estava atrapalhando ela, que lutava
para conter a hemorragia e salvar a vida dos dois. Não sei em que momento meu
tio me tirou dali, quando dei por mim já estava na sala jogado no sofá.
— Ela já nos mostrou que é forte e vai lutar com todas as suas forças pela vida do
filho de vocês.
— Ela nunca vai me perdoar se o pior acontecer. Eu nunca vou me perdoar se por
minha culpa, o nosso filho não resistir.
— Ele é um Demisoviski, tem o sangue dos pais, que são dois sobreviventes
nesse mundo cheio de crueldades. Assim como Helena, sofreu desde criança nas
mãos daquele miserável, você também foi o único da sua família, que ele não
conseguiu destruir.
Levantei-me e comecei a andar em círculos, as horas se passaram e não
tínhamos notícias. Aquilo já estava me sufocando e quanto mais tempo se
passava, a minha aflição só fazia com que pensamentos ruins surgissem, me
deixando ainda mais angustiado, quando ouvi passos se aproximando, virei em
direção ao corredor e ao ver a fisionomia da mulher a minha frente, tudo que
pensei foi no pior.
— Consegui, mas ela vai precisar de muito repouso.
Respirei aliviado, e a sensação que eu tinha era que um pouco do penso que
estava em meu estômago, me causando uma sensação ruim, tinha se esvaído.
Dias depois...
HELENA
Horas depois...
Mesmo vivendo um inferno desde criança, sempre procurei tratar bem as
pessoas. E também aos poucos funcionários com os quais eu tinha algum
convívio, minha mãe sempre me ensinou, que os nossos problemas eram nossos
e não deveríamos descontar nossas frustrações nos outros.
Entendo perfeitamente, o quanto o homem que tenho por pai destruiu a vida de
Enzzo, embora sendo uma criança, ele perdeu muita coisa e eu sei o quanto o
amor dos pais é algo que nos faz feliz, assim como a rejeição nos quebrar por
dentro.
Mas, ele simplesmente me julgou e mesmo tendo passado alguns dias comigo, o
peso que levou em consideração foi que eu era filha do seu inimigo. Deveria
saber muito bem que as pessoas não são o que aparentam ser, pois muitos
acham que Omar, é um verdadeiro anjo, quando na verdade é um monstro.
Assim que terminei de me vestir e seguindo as recomendações de Yolanda,
resolvi deixar o quarto, pois segundo ela, eu precisava tomar um pouco de sol.
Andando pelos corredores, comecei a ouvir vozes vindas da sala e quanto mais
me aproximei, eu pude identificar de quem era. Logo parei em frente à porta.
— Ainda não consegui entender como ela saiu daquela mansão?
Ao ouvir a pergunta de Hulk, a minha voz ecoou no ar, fazendo os dois homens
ficaram com os olhos arregalados e fixos em minha direção.
— Existe uma passagem secreta.
ENZZO
Eu cresci, ouvindo Hulk me contar a história de como o meu pai conheceu a
minha mãe. De como antes disso, o grande Vitor, que tinha o coração escuro
como a noite, somente via as mulheres como simples objeto. Cresci ouvindo as
histórias de como no mundo da máfia, as mulheres eram tratadas e tão pouco
tinha suas vontades respeitadas, tratadas muitas das vezes como uma
mercadoria, uma aliança entre famílias para aumentar o poder.
Estupradas, humilhadas e ainda tinham que ser, perante todos, a mãe e a esposa
perfeita. Eu não cresci dentro desse mundo, embora sendo o verdadeiro herdeiro
da nossa organização, talvez poderia ser diferente, se o destino não tivesse me
tirado do meu verdadeiro lar. Treinado por um sanguinário, recebi as lições que
meu tio e meu pai receberam do meu avô, mas a diferença foi que Yolanda,
sempre fez de tudo para que em meio às trevas, a luz que existia em meu
coração nunca se apagasse.
Sempre tive a sensação de que dentro de mim, existia um duelo, onde meus
demônios urravam, tentando afastar tudo de bom que ela me ensinava e
principalmente entre os seus ensinamentos, eu aprendi que não deveria ser
temido e sim respeitado. Que um homem nunca deveria ter uma mulher à força e
por esta razão, embora meus demônios gritem e estejam em confronto pela
rejeição de Helena, eu tenho consciência do estrago que fiz em sua vida.
Embora sedento de desejo e com uma vontade enorme de tê-la em meus braços.
Tive que deixar o quarto, pois se nem em meio ao ódio a tive a força, agora
mesmo que não faria e sabendo do seu estado, não posso correr o risco de que
ela tenha uma recaída e por minha culpa novamente a vida dos dois estejam em
perigo.
Quando voltei para sala, Hulk novamente questionou algo que não
encontrávamos a resposta, já que mesmo com ajuda não era fácil sair daquela
mansão.
Depois de alguns minutos, ela apareceu na sala e o que disse em seguida nos
deixou, boquiabertos.
Depois de nos contar exatamente tudo sobre a tal passagem, ela deixou o
cômodo, aquela informação foi como uma luz no fim do túnel e a peça que faltava
para cercarmos o infeliz por todos os lados.
Capítulo 33
No dia seguinte...
OMAR
MALDIÇÃO!
A minha pela ardia como se estivesse ainda em chamas e quando pensei que o
homem que vi, era o mesmo que me deixou estático, assim que ele levantou a
cabeça e olhei os seus olhos, tive a confirmação de que não era. Não sei se foi
fruto da minha imaginação, já que nos últimos dias, desde que olhei a foto
daquele pequeno monstrinho, os pesadelos se tornaram mais frequentes e além
da risada de Vitor, sempre via a imagem da velha mandingueira vestida toda de
branco.
Desde que a matei, que ao dormir, sempre estou em um lugar sombrio, as
imagens do seu rosto sempre surgem em minha mente trazendo um forte clarão
em meio à escuridão em que me encontro, me fazendo despertar sobressaltado,
como se a escuridão que se apoderou da minha alma, me reivindicasse por
inteiro.
Depois de um tempo, o meu braço já estava melhor, nada que o dinheiro não
fosse capaz de resolver. Busquei pelos melhores tratamentos para que minha
pele viesse a cicatrizar o mais rápido possível e depois do atentado, só consegui
ganhar ainda mais a simpatia dos idiotas e crescer nas pesquisas, ficando a
poucos passos de controlar todo esse país.
Deixei as lembranças de lado e fui até o banheiro. De banho já tomado e
arrumado, sigo para a minha cama, com os medicamentos que venho tomando,
tenho sentindo muito sono. Não sei em que momento, mas acabei adormecendo.
— Deixe-me em paz, sua velha maldita.
Não! Não! Nãooo...
Acordo atordoado, com o corpo banhado pelo suor e ao mover minha cabeça para
o lado, embora em meio à penumbra, meus olhos foram de encontro a imagem
parada em frente à porta.
HELENA
Quando acordo, não tenho ideia de quanto tempo dormi. Espreguiço-me embaixo
do edredom ainda de olhos fechados, as lembranças da noite anterior invadem a
minha mente. O sono não me encontrava devido a um forte incômodo em minha
barriga, tive bastante dificuldade para dormir, já que o barulho vindo do meu
estômago estava cada vez mais alto.
Por mais que soubesse o motivo, me negava a aceitar que depois de tudo que
comi no jantar, eu ainda estivesse faminta. Sendo vencida pelo barulho que se
tornava cada vez mais irritante, me levantei indo de encontro a cozinha, a
sensação que eu tinha, era que dentro da minha barriga não tinha só uma criança
ou talvez essa foi só uma desculpa que inventei para justificar que não conseguia
parar de comer.
Agradeci mentalmente por não ter encontrado ninguém durante o percurso que
fiz, e depois de comer feito uma leoa, voltei para o quarto. O que achei que era a
solução para aquele desconforto e que assim poderia dormir, acabou me
causando um embrulho enorme em minha barriga. Levanto rapidamente e sigo
até o banheiro, coloco tudo que tinha e não tinha em meu estômago para fora.
Só depois de me sentir aliviada e ter escovado os meus dentes, consegui dormir.
Respiro fundo, e resolvo abrir os meus olhos e me levantar. Algum tempo depois,
quando deixei o quarto e fui para cozinha, só encontrei Yolanda, mesmo sem
perguntar ela me disse que os dois homens da casa tinham ido fazer as compras
do mês.
Tomei meu dejejum sossegada e bem relaxada, pois embora os dois ogros
tenham mudado o comportamento deles para comigo, e não visse mais aquele
ódio mortal nos olhos de Hulk, não me sentia bem ao ter que sentar-se à mesa
com eles durante as refeições. Sempre vinha em minhas lembranças às várias
vezes em que me sentei no canto desse cômodo e feito um animal, comia as
migalhas que me davam e como um passe de mágica não ia passar uma
borracha e fingir que éramos a família perfeita.
Depois de terminar a minha refeição, com um único pensamento, fiz algo que há
muitos dias estava planejando e busquei entre minhas lembranças o número que
acabei por gravar na memória. Com o telefone em mãos, após discar alguns
números, meu coração acelerou ao ouvir o som que me deixou vibrando de
alegria.
— Princesa!
— Mãe!
— Meu amor, eu sabia que você estava viva — ouvir os ruídos de choro do outro
lado da linha, indicando que ela estava chorando.
— Mãe não chora, estou morrendo de saudade, tanta coisa aconteceu.
— Como você está? Você tem se alimentado direito. Conte-me tudo.
Os momentos seguintes, eu praticamente contei tudo que tinha acontecido. Omiti
sobre a gravidez e sobre Enzzo e Hulk e principalmente o lugar onde eu estava,
mas disse que estava bem e quando toquei no nome do Thadeu, ela começou a
chorar ainda mais. Foi difícil ter que encerrar a ligação, mas prometi que ia ligar
de novo e que em breve estaríamos juntas.
Entre lágrimas e muita emoção, consegui colocar o aparelho de volta ao lugar.
Enquanto isso...
Fiquei imóvel com o celular em minhas mãos, não conseguia parar de chorar e
meu coração dava pulos de felicidade. Eu estava tão distraída em meio às
emoções, que só voltei à realidade quando objeto foi arrancado bruscamente das
minhas mãos. E, as palavras do demônio fizeram meu mundo desabafar.
— Chegou a hora de trazer a fujona de volta para sua prisão.
Capítulo 34
HULK
HELENA
Eu não estava me aguentando de tanta felicidade, ouvir a voz da minha mãe e
saber que ela estava bem, tirou um pouco da angústia e preocupação que estava
sentindo de que aquele monstro pudesse ter feito algo com ela. Depois que
encerrei a ligação, voltei para cozinha e mesmo contra a vontade da mulher a
minha frente, comecei a ajudar nos afazeres.
Achei estranho que Enzzo e Hulk, não haviam chegado ainda, mas Yolanda disse
que tinham que comprar ração, além dos mantimentos da casa, e era normal
passarem o dia todo fora e que almoçavam no centro da cidade. Depois do
almoço, onde me deliciei de uma sobremesa divina, acabei não resistindo ao
cansaço e tirei um cochilo.
Quando acordei já eram quase quatro horas da tarde. Ela como sempre, já tinha
preparado um lanche e depois de ajudá-la com os porcos e as galinhas, tomei um
banho e voltei para a sala. A voz dela interrompeu meus pensamentos.
— Você tem certeza que foi seguro ligar para sua mãe?
— Sim! Eu liguei para um número confidencial que ela tem e Omar não sabe da
existência.
— Tanto você quanto a sua mãe devem ter sofrido muito nas mãos desse
desalmado.
— Sim! Mas, a esperança me manteve firme, pois eu sempre sonhei que um dia
seriamos livres e juntas poderíamos viver felizes, sem ter a presença dele. Onde a
dor, o medo e a tristeza não teriam espaço.
— Eu sei que tudo que você sofreu aqui, está longe de se cicatrizar. Uma ferida,
que mesmo não sendo física, te causou uma dor enorme, porém, também sei que
o meu menino está arrependido de tudo o que fez e mesmo em meio a tanto
sofrimento, existe a esperança, assim como entre o ódio o amor é muito mais
forte.
— Tudo que desejo é que isso acabe e ao lado da minha mãe e do meu filho eu
possa recomeçar. Possa desfrutar de tudo aquilo que Omar me roubou, ao me
privar de viver a vida.
Ficamos um bom tempo conversando e quando ouvimos um barulho vindo do
lado de fora, eu pensei que eles tinham chegado. No entanto, o que veio a seguir,
quando a porta foi aperta bruscamente revelando o próprio demônio em forma
humana, fez todo o meu corpo gelar.
— Sentiu saudades do papai princesa?
ENZZO
Eu não estava preparado para sensação poderosa e assustadora que passou por
mim. Senti como se o meu rosto tivesse pegando fogo, minha mandíbula se
contraiu e minhas feições mudaram. Era como se todos os meus demônios
reivindicasse o controle do meu corpo.
— Enzzooooo...
Só quando ouvi o grito de Hulk, que voltei ao meu estado normal, pois a única
imagem que surgiu em minha frente foi a de Helena. Era como um mau-presságio
de que algo de muito ruim estivesse acontecendo e quando ele terminou de trocar
o maldito pneu e vi que ele também estava inquieto, tive a constatação que aquilo
não era coincidência.
Pisando fundo no acelerador, conseguimos chegar ao nosso destino, segui direto
para entrada principal da casa, me deparando com a porta escancarada e assim
que diminui a distância e entrei no ambiente, um ruído estrangulado ressoou no
espaço.
— Nãoooooo...
Eu não consegui me mover, fiquei petrificado olhando para o corpo
ensanguentado no chão e quando o meu tio passou por mim, se aproximando
dela. Pela primeira vez eu vi aquele homem chorando, pois Yolanda sempre foi à
mãe que ele nunca teve.
O choque da realidade pairou sobre mim como um soco em meu estômago e, fui
correndo para o meu quarto em busca de Helena, mas foi em vão. Quando voltei
para sala, Hulk, que estava desolado nem se deu conta quando os olhos dela se
abriram e entre sussurros ela disse:
— Om... Omar.
A raiva me dominou, mas ver os olhos dela se fecharem, só me incitou a chamar
o meu tio para que reagisse e a levássemos o quanto antes para o hospital.
Horas depois...
Yolanda nos mostrou que era muito mais forte do que pensávamos. Embora
tivesse levado um tiro na direção do coração, o mesmo foi desviado graças ao
crucifixo que estava em seu cordão.
Depois que soubemos que a operação tinha sido um sucesso e a ela estava fora
de perigo e que não ia acordar tão cedo, deixamos o hospital rumo à cabana, pois
era hora de salvar a minha mulher e o meu filho.
— Eu vou matar aquele infeliz com as minhas próprias mãos — disse Hulk, com
os olhos faiscando de ódio.
— Precisamos pegar o maior número de armas possível, pois eu não sei como ele
descobriu onde ela estava, mas precisamos estar preparados para o confronto.
Já estávamos nos aproximando do desvio, que nos levaria até a cabana, quando
os barulhos de tiros ecoaram no espaço e a nossa frente uma verdadeira guerra
estava acontecendo. O ricochetear da bala atingindo a lataria dos carros e os
diversos disparos faziam do cenário um campo de batalha.
Era uma verdadeira troca de tiros e um dos carros foi encurralado por dois e
empurrado ribanceira a baixo. O carro vermelho, que estava sendo perseguindo
pelos outros três pretos, ao que tudo indicava, o que foi jogado para fora da pista
estava fazendo a sua escolta, este começou a disparar contra os carros que
estavam o perseguindo, mas eles estavam em desvantagem e assim que o teto
de um dos carros obscuro se abriu, revelando um lança foguetes, que logo foi
apontado em direção ao alvo e em questão de minutos um estrondo terrível
preencheu o espaço e o carro vermelho ficou desgovernado. Saiu da pista
rolando pelo barranco, não demorou muito para acontecer a explosão, o que
parecia ser motivo suficiente para os carros que o estavam perseguindo
desaparecer do local.
Minutos depois, quando estávamos chegando na direção em que o carro tinha
indo de encontro ao ribanceira, Hulk acabou por parar o nosso carro e quando o
questionei, ele disse que pelos veículos, tudo indicava que pertencia a máfia
albanesa. Saímos de dentro do carro e no fundo do barranco, os dois veículos
estavam em chamas, porém quando íamos voltar para dentro do automóvel, algo
se mexendo entre as pedras chamou a minha atenção.
Eu vi um homem se mexendo e imediatamente descemos até onde ele estava e,
assim que o alçamos, o desconhecido estava coberto de sangue e com vários
ferimentos pelo corpo, tudo indicava que se jogou de dentro do veiculo rumo às
pedras antes do estouro, fiquei desorientado quando o som da voz de Hulk soou a
minha volta.
— Malaquias!
Capítulo 35
HELENA
Na manhã seguinte...
ENZZO
De imediato não reconheci o homem, mas ao ouvir o nome dele, logo me veio à
memória de quem se tratava. Ele, que até segundos atrás, ainda tinha se
contorcido, acabou por ser envolvido pela escuridão e a nossa única alternativa foi
tirá-lo dali.
Com o homem no banco de trás, seguimos para a cabana e durante o trajeto,
tentávamos entender o porquê dos próprios membros da organização atentar
contra a vida de um dos homens mais antigo da máfia. Um conselheiro que vem
desde o legado do meu pai, com tudo que aconteceu e sendo que Malaquias
sempre esteve ao lado de Petrovci, de fato não sabemos se ele foi cumprisse ou
desconhece tudo que o desgraçado fez.
Mas, o destino o colocou em nosso caminho e isso não pode ser coincidência.
Minutos depois, chegamos ao nosso destino e o levamos para dentro do
ambiente.
Pouco tempo depois ouço a voz do meu tio.
— Ele acordou!
Afastei de imediato meus pensamentos e segui até onde o homem estava.
Quando me aproximei, seu olhar ficou fixo em minha direção e pela primeira vez
escutei a sua voz.
— Vitor.
Capítulo 36
ENZZO
— Vitor!
Mesmo com dificuldade, Malaquias se levantou, ele parecia que estava vendo
uma assombração. Totalmente incrédulo e com os olhos arregalados. A calmaria
pairou no recinto, até que foi interrompida pelo barulho da minha voz.
— Enzzo Demisovski.
— Não! Isso não pode ser possível.
Seu espanto me levou a dúvida, se era por acreditar mesmo que eu estava morto,
segundo a história que foi contada ou se era por saber que Omar tinha dado um
jeito para acabar com a minha vida.
— Tanto é que estou aqui, assim como farei com o maldito do Omar, eu vou
enviar todos os seus aliados ao inferno. A morte dos meus pais não ficará impune
e se sua dúvida é por saber que aquele verme não só matou os meus pais, como
mandou que acabassem com a minha vida, você será o primeiro da minha lista.
Levei uma das mãos até a minha arma em seguida apontei na direção da cabeça
do infeliz. Assim que levei o dedo em direção ao gatilho à voz dele ressoou
novamente. E, pela surpresa em sua expressão e a fúria em seus olhos, eu tive a
confirmação que ele não sabia nada do que o maldito fez.
— Omar matou Vitor? Agora tudo começou a fazer sentindo e eu sempre achei
que algo a mais tinha acontecido. Maldito traidor.
O homem que antes estava em pé se sentou novamente e nas horas seguintes,
Hulk contou tudo que tinha acontecido naquela noite. Depois de ouvir tudo que
meu tio falou, os seus olhos estavam soltando faíscas de ódio.
— A emboscada que sofri, foi arquitetada pelo infeliz que mandou que
acabassem com a minha vida. Já que só ele sabia que eu estava indo para sua
casa, pois disse que ia falar com Isabella e mesmo dizendo que ela estava doente
eu insistir que iria vê-la, já que todos os membros do conselho estavam
empenhados em encontrar Helena.
— Ele já a encontrou.
— Foram vocês que sequestraram Helena?
— Nunca houve sequestro.
Contei tudo o que se passou desde que a tirei do carro. Contei do homem que já
tinha certa idade e como membro de uma organização criminosa que
praticamente já tinha visto de tudo, só não estava preparado para ouvir tudo que
aquele miserável tinha feito com a própria filha desde criança.
Foram várias as sensações que passaram por ele, suas feições foram do esparto
para a tristeza e o ódio pairou sobre ele a cada palavra que saia entre meus
lábios e, quando enfim terminei, ele moveu a mão direita até o peito e disse:
— Eu jurei perante o seu pai que daria a minha vida pela nossa organização. Que
daria a minha vida para proteger o nosso líder. Eu falhei com o meu juramento
não estando lá quando ele mais precisou, mas diante de você, o verdadeiro chefe
da máfia albanesa, eu juro que Omar Petrovci pagará por todo o mal que ele fez,
aquela cobra traiçoeira pagará e será desmascarado perante todos.
Dias depois...
HELENA
Vários dias se passaram desde que cheguei aqui, trancada nesse quarto
tenebroso, que nem eu mesmo sabia que existia. Depois daquele tapa que levei,
ao ver qual era sua intenção e sabendo que o alvo do seu golpe seria a minha
barriga, por instinto levei as mãos até o meu ventre como uma forma de proteção
e fechei os olhos temendo pelo pior, mas ao ouvir o estrondo causando pelo ato,
eu entrei em pânico, porém não sentia dor alguma, mas os gemidos de dor que
ouvi me fizeram abri os olhos e a minha mãe estava caída no chão ao meu lado,
ela tinha se jogado em minha direção, como fez por diversas vezes para me
proteger.
Antes de deixar o quarto, ele sentenciou que em breve o meu noivado com aquele
velho maldito seria anunciado a todos. Desde então, foram poucas as vezes que
minha mãe veio me ver, os enjoos se tornaram mais frequentes e venho
passando muito mal nos últimos dias.
— Filha!
Minha atenção se voltou para porta e minha mãe caminhou em minha direção
segurando uma bandeja. Com dificuldade tentei me levantar do chão, pois cada
dia o meu corpo esta mais dolorido por dormir sobre o concreto.
— Você precisa comer, princesa.
— Eu não sinto fome.
— Isso não é normal, você sempre teve um bom apetite, no entanto esses enjoos.
Eu ainda não tinha contado que estava grávida e também não falei nada sobre
Enzzo, mas do jeito que estava, temia pelo meu filho e tinha medo que pudesse
acontecer o pior. Segurei em suas mãos.
— Eu estou grávida.
Seus olhos se arregalaram e certamente estava por pensar que fui abusada
sexualmente e quando eu ia explicar e contar aquilo que tinha omitido, pela porta
passou um furacão com sua face totalmente transfigurada, porém não foi sua
aparência que me deixou aos prantos e fez o meu mundo desmoronar e sim as
palavras ditas.
— Eu vou mandar arrancar esse bastardo de dentro de você.
No dia seguinte...
Desolada, as palavras ainda ecoavam em minha cabeça, como se tivesse um
gravador, toda hora ficava repetindo a mesma frase. Mesmo na angústia do meu
desespero, eu me forcei a comer, pois acima de qualquer coisa, eu tinha que
pensar no meu filho e tentar sair daquele lugar. A minha mãe, assim que Petrovci
deixou o quarto, se levantou e seus olhos passearam por todo lugar, até se deter
no quadro tenebroso que tinha na parede, nele, um anjo vestido de preto
segurava uma lança enorme em direção ao peito de um anjo vestido de branco.
Eu estava perdida, sem entender o porquê de ela ficar olhando fixamente para a
imagem e quando se moveu até ele e o examinou, só quando apontou o objeto
que estava cravado nele, entendi como foi que o demônio havia descoberto da
minha gravidez.
Eu não sei em que momento, mas lutei o quando pude para que meus olhos não
se fechassem, mas acabei adormecendo novamente. Acordo num sobressalto
assim que ouço a porta sendo aberta, me levantei em um pulo tentando me
afastar ao máximo do homem que veio em minha direção, o pânico me dominou,
mas antes que eu chegasse até o banheiro, fui puxada.
— Chegou a hora de tirar esse monstrinho de dentro de você.
Comecei a espernear com tudo de mim, contudo, ele saiu me puxando, pois era
muito mais forte. Quando passamos pelo corredor, os meus gritos foram
substituídos pelas batidas na porta do quarto da minha mãe, que berrava para
que a tirassem de lá. Eu tropeçava nas minhas próprias pernas e quando
chegamos ao topo da escada, fiquei ainda mais desesperada que ele pudesse me
jogar escada a baixo, mas ele continuou me puxando e só parou quando
chegamos à garagem e fui arremessada dentro do porta malas do carro.
Não sei quanto tempo se passou, até que o veículo parou e novamente fui puxada
para dentro de um prédio. Quando chegamos ao que parecia ser um consultório,
uma mulher e um homem vestidos de branco surgiram em nossa frente.
— Tudo já está pronto — disse o homem.
Comecei a me debater mais, fui colocada em cima de uma maca. Logo todos os
meus membros foram presos, a mulher se aproximou de Omar, e falou.
— Vamos, ele dará um jeito nesse problema.
— Sem sua ajuda não conseguiria resolver isso tão rápido.
— Rômulo é o melhor de todos. Sempre ajudou todas do bordel.
Ele enlaçou a cintura dela e beijou a infeliz na minha frente. Quando deixaram o
cômodo, clamei para que o homem não fizesse aquilo, mas seu rosto era uma
mascara fria, parecia vestir uma armadura impenetrável.
Gritos e mais gritos saíam da minha garganta. Senti uma picada em minha pele,
tudo começou a rodar a minha volta e a única coisa que lembro, foram das
palavras que ele preferiu.
— Tudo ficará bem.
Capítulo 37
Horas depois...
Enquanto os demais já tinham ido rumo ao lugar que seria o cenário da
exterminação do maldito traidor. Helena se juntou a mãe e a expressão de alívio
estava visível em sua expressão, mas o momento entre mãe e filha foi
interrompido pela voz do meu tio.
— Temos que ir.
Quando Helena se afastou da mãe, a atenção de Isabella se voltou para Hulk e
não sei se foi fruto da minha imaginação, mas a troca de olhar entre eles, foi algo
que fez alguns pensamentos surgirem em minha cabeça. Porém, tínhamos algo
que precisava ser terminado.
Entramos no veículo e durante todo o trajeto até o nosso destino, foi feito em
silêncio, cada um perdido em seus pensamentos. Assim que chegamos, já dava
para ouvir do lado de fora os gritos de euforia vindo de dentro do ambiente.
Caminhamos em direção ao pátio e a imagem que vi fez meu coração dar pulos
de alegria. Na bancada direita estavam todos os conselheiros que ficaram vivos,
pois alguns que eram fiéis ao rato de esgoto, foram enviados ao inferno, assim
como todos os seus soldados. Do outro lado estavam os demais membros, como
sócios e soldados da máfia albanesa.
No centro do pátio, a atração principal, totalmente despido e preso em um
pelourinho e ao seu lado uma mesa com vários utensílios e meus olhos logo
brilharam quando foram de encontro a um em especial. Passei dias fazendo-o,
confeccionando-o com um único objetivo e não via a hora de usá-lo.
As duas mulheres foram conduzidas até o local, onde estava Malaquias, enquanto
eu e Hulk seguimos para junto de Omar.
Quando a distância foi diminuída e me detive em frente à pequena mesa. Levei
minhas mãos em direção ao chicote, o mesmo foi feito com sete tranças de couro,
nas pontas foram colocados vários pedaços de metais e ossos, que ao serem
atirados, perfuram a pele e conforme as chicotadas continuam, elas cortam os
tecidos por baixo da pele, rompendo as veias e causando marcas de sangue. Os
cravos de metal em sua ponta produzem grandes e profundos hematomas que se
rompem com as subsequentes chicotadas. Por fim, a pele fica pendurada em tiras
e toda área fica irreconhecível.
Com o objeto em mãos, me aproximei do tirano que se achava o soberano da
máfia. Diante dos olhares atentos de todos os presentes, o som da minha voz
ecoou no espaço.
— Eu Enzzo Demisovski, único herdeiro e o legítimo chefe desta organização.
Sentencio Omar Petrovci à morte. Esse lobo traiçoeiro em pele de cordeiro, um
maldito covarde, que por anos maltratou a sua própria filha e não hesitou em
matar aquele que o considerava seu melhor amigo e vem enganando a todos.
Destruindo todo o legado da minha família, chegou a hora de te enviar direto para
as profundezas do inferno.
Assim que o som da minha última palavra reverberou no ar. Movi o chicote e o
primeiro golpe foi desferido sobre a sua pele, os gritos dele logo começaram a
ressoar no ambiente, o que só aumentou o meu desejo de ver suas costas sendo
dilaceradas pelas lâminas. Hulk, logo se juntou a mim, e um sorriso perverso
surgiu no meu rosto quando olhei o bisturi em suas mãos.
Mesmo possuído de dor e com a voz fraca o infeliz começou a falar.
— Não! Se afaste de mim seu maldito. Eu sou Omar Petrovci.
De nada adiantou suas palavras, pois o povo começou a gritar.
— Morte ao traidor. Morte a Omar Petrovci.
Todos ovacionavam em um só coro. E, assim que Hulk introduziu o bisturi no
canto da unha do dedo polegar e com um único movimento arrancou-a, fazendo o
sangue jorrar, levantei novamente o chicote e o segundo golpe fez o maldito se
urinar. A cada golpe, uma unha era arrancada, tanto dos membros inferiores,
quanto dos superiores. Gritos e mais gritos saiam por entre os seus lábios, o que
me deixou alucinado, completamente em êxtase .
A certa altura, já não se via mais a pele das suas costas, que ficaram em carne
viva. Quando deixei o chicote cair no chão, olhei para Helena que estava
assustada, enquanto Isabella não desviou o olhar da imagem em sua frente. Hulk
me passou o maçarico e o bisturi, que tinha em suas mãos. Olhei para as costas
do infeliz e sem delongas, apertei o botão do objetivo que estava na minha mão
direita e ao ver as chamas, levei de encontro à pele do desgraçado, que quanto
mais gritava, só deixava o povo mais alucinado e clamando por mais. Quando
olhei o estado que ficou sua pele e ao lembrar que ele também tinha marcado
Helena, me movi e fiquei na frente do homem que por anos vem usufruindo o que
não era dele, que roubou algo da minha vida, que o tempo e o dinheiro não
podem trazer de volta, fez uma criança que só desejava ser amada, o maior alvo
da sua crueldade. Tudo pela ambição e sede de poder.
Com o olhar grudado no seu, que já estava quase sem vida, deslizei o objeto por
toda extensão da sua barriga. Seus gritos acalmaram meus demônios, me
deixando em puro deleite. E, à medida que ia deslizando a lamina, a imagem que
começou a surgir a minha frente despertou uma sensação inexplicável, ver o
coração maligno dele batendo, me deixou elétrico e sem hesitar levei as duas
mãos ao encontro do seu peito. Uma onda de eletricidade atravessou o meu
corpo, eu conseguia sentir cada batimento do coração do atroz.
Petrovici começou a se contorceu e, olhando fixamente para o infeliz. Proferi as
últimas palavras que ele ia ouvir na vida.
— Os meus olhos serão a última imagem que você verá. Eu te encontro no
inferno seu maldito.
Fechei as mãos em volta do órgão e o puxei, levantando em direção à multidão.
Todos se levantaram e começam a gritar pelo meu nome.
— Enzzo! Enzzo! Enzzo!
Aquilo soou como a mais bela canção.
Intensifiquei o contato sobre o órgão pulsante, fazendo em seguida as minhas
mãos serem envolvida pelo sangue e vários pedaços caírem no chão. O
esmaguei completamente.
Capítulo 39
HELENA
Meses depois...
Como não podemos parar o tempo, ele passou voando e muita coisa aconteceu
em nossas vidas. Eu precisava me encontrar, pois todo o sofrimento que passei,
fazem parte da minha história e entre perdas, eu ganhei a chance de recomeçar.
Diante das experiências que tive, eu precisava fazer algo para contribuir de
alguma forma para que mulheres, que assim como eu, foram vítimas de tantas
agressões, sendo elas, físicas ou psicológicas. As piores situações ocorrem, vindo
de pessoas da nossa própria família e com o dinheiro da venda das joias, criamos
o Centro de apoio de Durrês para mulheres vitimas de violência doméstica.
Ainda há muito a ser feito, mas o primeiro passo foi dado. Não podemos ficar com
essa ideia machista de que somos um sexo frágil, que devemos ser submissas e
nos conformar a ser a filha, mulher e esposa perfeita. Somos nós, mulheres que
trazemos ao mundo a vida, que sofremos a dor do parto e modificações em
nossos corpos.
Por outro lado, eu não tenho palavras para explicar as sensações que sinto a
cada consulta e como sempre, Enzzo está ao meu lado. Não posso negar que ele,
embora muito ocupado, pois assumiu o posto que era seu por direito, sempre
está presente e como não seria diferente, hoje o dia que finalmente saberemos o
sexo do nosso bebê, ele está aqui.
— Estão prontos?
A voz da médica reverberou no ambiente, ansiosa respondi.
— Sim!
Ela pediu novamente outra ultrassonografia, pois segundo ela, precisava confirma
uma suspeita. Fiquei logo em pânico, mas logo ela me acalmou, dizendo que eu
não deveria me preocupar. Senti um friozinho passar pela minha barriga e aos
poucos as imagens foram surgindo no pequeno monitor a minha frente. Enzzo
permanecia tipo, hipnotizado, olhando fixamente para a tela e quando em meio à
imagem surgiu outra, fiquei desorientada.
— O que está acontecendo? — perguntei nervosa.
— Era esse o motivo para que eu solicitasse o retorno de vocês. Ele enfim
resolveu parecer.
Se meus olhos estavam arregalados antes, agora duplicou de tamanho. Será que
era realmente o que eu estava pensando? A resposta veio logo em seguida.
— Existem dois sacos gestacionais, devido à posição não estava conseguindo
identificar, mas no último ultrassom, achei ter visto uma terceira perna.
Um grito de alegria ecoou no cômodo, olhei para o homem ao meu lado, que
estava imóvel e com uma expressão indecifrável.
— Agora vamos ver o sexo deles.
Novamente ela deslizou o pequeno aparelho em minha pele e assim que suas
palavras foram proferidas e novamente virei em direção a Enzzo, eu tive a
impressão que ele, a qualquer momento ia de encontro ao chão.
— Vocês serão pais de duas meninas.
Capítulo 40
Meses depois...
ENZZO
ENZZO
Era incrível, como ela ficou ainda mais linda. E, depois de hoje eu decidir que não
estou mais disposto a ficar longe dela e das minhas filhas.
Com a viagem que fiz, acabei por fechar uma aliança com Dusan Borislav. Assim
como a máfia chinesa vem se tornando uma pedra em nosso caminho, como se
não fosse suficiente, eles se uniram com a Yakuza e vem atacando a máfia sérvia.
A unificação das duas máfias será necessária e como foi Cecilia a primeira vir ao
mundo, ela foi escolhida para ser a soberana da máfia.
Deixo a água gelada escorrer pelo meu corpo e quando terminei o meu banho.
Deixei o banheiro e segui para o meu quarto, meus olhos foram de encontro ao
celular em cima da cama, diminui a distância e ao pegá-lo, meu sangue gelou ao
deslizar o dedo na tela e ver a quantidade de ligações feita por ela. De imediato
retornei, mas não obtive sucesso, caminhei em direção ao meu closet e minutos
depois já vestido, com passadas precisas, segui rumo ao meu carro.
HELENA
Meu celular acabou por descarregar e depois de horas vendo a minha filha
choramingar, ela em fim dormiu. Aproveitei para tomar um banho rápido e assim
voltar novamente para o seu lado.
Assim que terminei o meu banho, coloquei um robe e fui para o meu quarto,
quando entrei no ambiente ouvi o choro dela e em passos apressados fui ao seu
encontro. Mas, ao me aproximar, o som dos seus gritos foi diminuindo e ao chegar
à porta do ambiente, fiquei estática observando a cena a minha frente.
Enzzo a segurava em seus braços e o que não tinha visto deste a hora que
cheguei estava acontecendo. O som da risadinha gostosa dela soou por todo
cômodo. Meu olhar ficou derretido, não sei quanto tempo se passou, ele acabou
por fazê-la dormir novamente e assim como a médica falou, ela já não tinha mais
febre.
Depois que a colocamos dentro do berço, saímos do quarto para não fazer
barulho. Assim que chegamos ao corredor, ele se manifestou.
— Estava no banho quando você ligou. E quando retornei, como você não
atendeu, resolvi vir, pois temia que algo de ruim tivesse acontecido. Sua mãe
disse que ela ficou doente de repente.
— A médica falou que era emocional. Estava sentindo a sua falta.
Assim que ele deu mais alguns passos, eu acabei recuando e só parei quando
minhas costas tocaram na parede. Suas mãos seguraram firmes a minha cintura.
— E você, não sentiu? — meu coração pulou uma batida diante da sua pergunta
e de tamanha aproximação. Meu corpo estava em chamas e só ele poderia
apagá-las. Enzzo puxou-me para perto de si e assim que nossos olhares se
cruzaram, o desejo e o fogo se espalharam pelo meu corpo, me fazendo ansiar
pelo seu beijo.
Sua boca buscou a minha, as nossas línguas se encontraram e se misturaram,
indo de um lado para o outro, enquanto suas mãos apertavam a minha bunda.
Entre carícias e afagos, ele me pegou no colo com facilidade. Cruzei as pernas
em volta dos seus quadris, e já podia sentir todo o poder da sua masculinidade,
seu membro já duro e grosso, querendo se libertar da sua prisão. Comecei a
gemer em meio às sensações, ficando cada vez mais excitada, mas logo me
lembrei de onde estávamos e como se lesse os meus pensamentos, ele afastou a
sua boca da minha. Seus olhos azuis, com cílios fartos, passearam por todo meu
rosto e sabendo que ele só estava esperando a minha resposta, sem freios e sem
reservas, pois eu o desejava e era em seus braços que eu queria estar para
sempre.
— Faça-me sua.
— Você já é minha, assim como eu serei para sempre seu.
Um sorriso perverso; que me deixou ainda mais molhada; surgiu naquele rosto
lindo. Sem delongas, ele caminhou para o meu quarto e quando chegamos
dentro do ambiente, ele me colocou sobre a cama e após me despir, se afastou.
Volto minha atenção à cena que se constrói à minha frente. As peças de roupa
foram retiradas do seu corpo e lançadas ao chão. Passeio com os olhos pelo
abdômen definido e sinto arrepios invadirem meu corpo e minha intimidade pulsar.
Preciso aplacar o fogo que me consome, mas diante daquele pau enorme, lindo e
cheio de veias latejantes, com a cabeça rosada, as chamas me envolveram por
completo.
Mordo os lábios para conter os gemidos que começaram a sair por entre os meus
lábios, aquele homem a minha frente era erótico demais, mesmo sem ainda estar
dentro de mim, era capaz de me deixar sedenta de desejo. Ele se juntou a mim e
eu senti a sua pele quente contra minha, em seguida aproximou sua boca da
minha pele, deslizando seus lábios pelo meu pescoço, enquanto uma de suas
mãos percorria meu corpo até alcançar a minha intimidade. Fiquei totalmente a
sua mercê quando seus dedos se encaixam no meio dos meus lábios vaginais,
fazendo ruídos saírem dos meus lábios. Seus dedos incansáveis subiam e
desciam, esfregando e apertando a minha parte sensível, me deixando no limiar,
entre a minha sanidade e a loucura.
Eu precisava dele e já havia esperado muito tempo para isso. Entre sussurros
comecei a suplicar.
— Preciso de você dentro de mim, firme e forte.
Enzzo me olhou profundamente, seus olhos brilharam quentes e cheios de
desejos. Encaixando seu pênis em minha vagina, ele arremessou seu membro,
que entrou com tudo de uma só vez. Um ruído alto saiu entre meus lábios, senti
uma pontada de dor e uma ardência profunda ao receber aquele membro
generoso. Quando ele me olhou e vi a preocupação em seu olhar, antes que ele
cogitasse em ter qualquer outra reação, que não fosse me encher de prazer,
minha voz entrecortada se fez presente.
— Se você se atrever a parar, eu juro que vou apertar suas bolas com bastante
força.
O som da gargalhada dele preencheu o espaço e beijando meus lábios, seus
quadris começaram a se mover no vai e vem que era uma verdadeira dança do
prazer. Sob a sensação maravilhosa de estar totalmente preenchida, comecei a
me remexer a medida que suas estocadas se tornam ainda mais fortes.
O cheiro excitante de sexo estava impregnado a nossa volta. O som dos nossos
corpos se chocando, ecoava pelo ambiente. Seu ritmo acelerou, fazendo seu
membro mergulhar fundo nas profundezas aveludadas da minha vagina. Senti o
meu sexo se expandir completamente, fazendo espasmo atravessar por todo o
meu corpo.
— E... Eu vou...
Senti o ar faltando em meus pulmões, quando ele continuou repetindo os
movimentos várias vezes, com estocadas firmes e calculadas. Seu pau
entrando profundamente em minha abertura faminta, deixando-me insana e
despudorada. Gritos de prazer tomaram conta do cômodo, seu pau pulsava
violentamente dentro de mim.
— Goze comigo, gostosa, goze...
Diante de sua ordem, quando a pressão aumentou ao limite e com uma estocada
violenta e deliciosa. Não me contendo mais, deixei o prazer me envolver e juntos
gozamos, forte, alto e alucinadamente, seu líquido quente inundou a minha
intimidade.
Ofegantes, quando ele saiu de dentro de mim, rolou para o lado e me puxou junto
consigo. Fitamo-nos e seus lábios se contorceram e ao ouvir as palavras que
ressoaram dentro do cômodo, me senti feliz por em fim estar completa.
— Eu a amo. Case-se comigo?
Capítulo 42
HELENA
HELENA
No dia seguinte...
ENZZO
— Hum!
Soltei um gemido assim que senti uma onda de calor atravessar o meu corpo. De
imediato, os meus olhos se abriram, me deparando com uma bela visão a ser
apreciada e uma cena que é imperdível de se memorizar.
Sinto meu pau pulsar, e os movimentos de sua cabeça debaixo das cobertas é
hipnotizante. Sua língua molhada desliza por toda dimensão do meu cacete até a
base. Indo e voltando, por diversas vezes. Gemidos agonizantes saem por entre
os meus lábios, quando ela, finalmente o abocanhou todo. Engolindo, centímetro
a centímetro, sentindo-o por inteiro, pulsando em garganta.
Faço um esforço sobrenatural para não perder o controle, enquanto o meu pênis
entrava e saia da sua boca, melado e cada vez mais rijo. Levei uma das mãos em
direção ao cobertor, pois queria ver cada feição sua, enquanto engolia o meu
cacete em sua boca faminta. Assim que alcancei o tecido e ia puxá-lo, o som
familiar me deixou petrificado.
— Papai.
Saindo do transe em que me encontrava, antes que eu tivesse qualquer outra
reação, duas miniaturas adentraram o quarto.
— Cadê a mamãe? — perguntou Ana.
Cecília deu alguns passos até parar centímetros da cama.
— Achei você mamãe.
A minha bela esposa lentamente saiu das cobertas, enquanto tratei de esconder o
estado em que me encontrava.
— Porque a senhora se escondeu ai? — falou Ana, curiosa.
De imediato suas bochechas ficaram tão vermelhas, que pareciam dois tomates.
— A mamãe só estava brincando com o papai.
— Oba! Também quero brincar — disse Cecília.
Diante de suas palavras, comecei a sorrir, ao ver que Helena, ficou ainda mais
vermelha.
— Vocês sabem que não podem entrar no quarto da mamãe e do papai sem
bater. Vamos brincar mais tarde, no aniversário de vocês, agora quem chegar
primeiro na cozinha, eu darei um pedaço enorme do bolo que a vovó Yola fez.
Assim como surgiram, do nada, as duas desapareceram. Helena logo se levantou.
— Você não está se esquecendo de nada? — falei apontando para o meu pau.
— Tenho certeza que um banho gelado pode resolver isso.
A safada saiu rebolando em direção ao banheiro.
Horas depois...
Depois da cena de horas atrás, onde tive que tomar um longo banho gelado, eu
estava no jardim da mansão, que se tornou o palco para a comemoração de mais
um ano das minhas princesas. Olho para as duas e vejo o quanto à vida me deu.
Sempre me lamentei por tudo que me foi tirado. A sede de vingança e o ódio, me
deixaram cego, ao ponto de nem perceber que por causa do espinho, quase
esmaguei a mais bela flor. Omar quase destruiu a minha vida e por causa da sua
ambição, perdi meus pais, mas o homem que mudou a minha vida, sem nem
mesmo imaginar, seria o responsável pelo nascimento daquela que me fez
conhecer o amor, que me deu o maior presente que um homem pode receber.
A dádiva de ser pai e ter uma família.
Caminho em direção as três mulheres da minha vida. O sorriso da minha esposa
logo se abriu, e assim que diminui a distância entre nós, minhas mãos enlaçaram
a sua cintura, a puxando para junto de mim. Minha boca chocou-se com a sua, e
minha língua, sem demora invadiu sua boca, num beijo quente e tentador, mas
logo fomos interrompidos por duas sapecas querendo a minha total atenção.
— Vamos brincar papai.
Elas começaram a correr e não demorei muito para alcançá-las. Daria minha vida
pela delas. E as amarei por toda a eternidade e intensamente.
O anjo conheceu o demônio.
A química entre eles foi fatal.
A sede de vingança, a fez conhecer o seu pior lado.
Entre medos e esperanças.
Ódio e amor.
Nos dois superamos todas as provações e foi o amor e a luz, que no final,
prevaleceu.
Livro 3
Sinopse
Ethan Borislav, filho do temido e sanguinário chefe da maior organização
criminosa já existente. Foi treinado desde criança para ser “O Soberano da máfia”.
Um homem frio e calculista que desde muito cedo já demostrava ter um lado
sombrio, sendo considerado pelos seus inimigos como a personificação pura do
mal.
Cecília Demisovski, uma jovem de beleza estonteante e mesmo vivendo uma vida
cheia de luxo e esplendor, sempre se mostrou generosa com aqueles que
precisavam. Criada dentro dos moldes da máfia, ela sabia desde pequena qual
seria o seu destino.
Um acordo foi feito, unindo assim a vida deles para sempre.
Ela não deseja se unir ao homem a quem foi prometida ainda criança.
Ele jamais aceitará um não; como resposta.
Qual será o destino de Cecília ao estar sob o jugo do SOBERANO?
ATENÇÃO
Este livro contém cenas de sexo explícito, violência física e verbal, tortura e
assassinatos que podem deixar alguns leitores desconfortáveis. Se este for o seu
caso: Não leia!
Esta é uma história de ficção, a autora não concorda com os abusos relatados
aqui. Tenha a mente aberta. Boa leitura.
Proibido para menores de 18 anos.
Copyright © Anny Shwan, 2021
Revisão: Rosana Bezerra (Vivart - Criação e Design)
Diagramação: Rosana Bezerra (Vivart - Criação e Design)
Capa: Liberty
O SOBERANO DA MÁFIA
Livro 03
ANNY SHWAN
1ª Edição – 2021
Dias atuais...
ETHAN BORISLAV
ETHAN BORISLAV
No dia seguinte...
DUSAN BORISLAV
Meus olhos estão atentos no grande telão a minha frente. Em todos
os noticiários se falavam sobre o bombardeio no Iraque, que deixou
duzentos mortos. Pego o controle e aumento o volume.
DUSAN BORISLAV
Horas depois...
Desvio o olhar do celular para o rosto da minha esposa que
adentrou o nosso quarto. Desde o ocorrido com Ethan, ela estava
emburrada. Contínuo observando cada movimento seu, ela tira o
robe, ficando só de camisola e deita na cama.
— Eles já estão dormindo?
— Sim — respondeu em um tom seco.
Num pulo, levantei-me e depois de me livrar da minha cueca,
avancei em cima dela. Suas orbitas azuis logo encontraram o meu
rosto e quando comecei a esfregar o meu pau contra a sua boceta,
através da camisola. Senti todo o seu corpo vibrar em antecipação.
— Você sabe que não gosto de vê-la desse jeito.
— Ele é só uma criança, porque tem que passar por tudo isso?
— Ele é o meu primogênito, o herdeiro da máfia. Sendo o único
menino, precisa ser treinado desde cedo, porém, eu jamais
colocaria a minha família em perigo. No entanto, não importa o que
eu faça ou de que forma aconteça, o destino de Ethan Borislav, já foi
traçado. O nosso filho será o maior entre todos aqueles que sempre
cobiçaram o poder. Agora deixei de se preocupar atoa e mostre ao
seu professor o quanto a aluna se tornou implacável em seu
aprendizado.
Sua carranca logo se transforma em um sorriso travesso e a voz da
safada ressoou no cômodo.
— Pronto para minha dancinha da vitória?
— Se você der conta de domar o garotão aqui, veremos quem fará
essa dancinha.
Sem delongas, minhas mãos encontraram a barra da sua calcinha,
em um puxão, rasguei a peça, deixando sua boceta gulosa, exposta
a mercê da minha posse, comecei a desfrutar do seu belo corpo.
Minha boca devorava com avidez os seus mamilos, enquanto o anjo
não parava de se remexer, esfregando o seu corpo no meu.
Deixei os seus seios de lado e assim que meus lábios tocaram os
seus, a minha língua invadiu a sua boca entreaberta, num carinho
ganancioso, enroscando-a na sua por alguns segundos,
saboreando-a, para depois travar uma batalha com a dela,
explorando cada canto da sua boca. Meu pau já estava rachando de
duro e quando a cabeça do meu pênis tocou a sua entrada quente,
um calor insuportável pairou sobre mim. Entre sussurros ela
começou a suplicar.
— E... Eu quero você ago...
Antes que ela terminasse de proferir suas palavras, pois, eu já
estava ensandecido pelo desejo, meu cacete deslizou para dentro
da sua vagina apertada, me fazendo sentir o aperto de sua abertura
ao meu redor.
— Deliciosa.
— Quero que você me foda com força — dito isso, ela abriu as
pernas mais um pouco para mim, eu aceitei o convite, investindo
todo o meu membro endurecido para dentro.
Gemidos ecoavam dentro do quarto e minhas estocadas se
tornaram mais rápidas, tocando as paredes aveludadas do seu
sexo, fazendo com que ela o apertasse como se quisesse espremer
o meu pênis, como se fosse uma laranja. A mulher mais parecia
uma cobra no deserto, querendo se esquivar da areia escaldante,
pois, não parava de se contorcer sob o meu corpo. A velocidade dos
meus movimentos ia aumentando conforme ela gritava embriagada
de prazer.
Meu pau potente chegava cada vez mais fundo e ao contrário do
duelo que travamos com a língua, uma dança erótica e frenética
apoderou-se de nós dois, me incitando a possuí-la com mais força,
preenchendo-a com golpes rítmicos. Minha gostosa respirava com
dificuldade e no momento que ataquei novamente sua boca e uma
sequência de estocadas foram dadas contra o seu sexo faminto,
chegamos juntos ao ápice do clímax, num orgasmo delicioso e
devastador.
O único som que se ouvia no cômodo, era das nossas respirações
que ainda estavam ofegantes e os batimentos cardíacos acelerados.
O som da voz de Luna quebrou o silêncio que predominava a nossa
volta, deixando o meu corpo todo em chamas.
— Está pronto para a próxima rodada?
— Com você e para você sempre.
Capítulo 04
CECÍLIA DEMISOVSKI
O s meus pais sempre conversaram comigo de que haviam feito
um acordo para o bem da nossa família, eu sei que sou só uma
criança, mais sempre observei tudo ao meu redor e embora o meu
papai seja mafioso, ele jamais fez nada de ruim com quem era
inocente.
Ele sempre diz que não podiam ter escolhido um nome melhor para
mim do que Cecília, que significa sábia, e por isso sou tão
inteligente para minha pouca idade.
Minha mãe disse que quando chegasse à idade certa, eu terei que
deixar a nossa casa e viver com o homem que foi escolhido para ser
o meu esposo. No começo eu chorava muito, mas depois comecei a
entender que era para o bem de todos e para não ser tão difícil, eles
resolveram me trazer para New York, para que eu pudesse conviver
um pouco com ele. Só não esperava encontrar um menino tão
chato, muito diferente das irmãs, que são gentis e doces.
Desde ontem que a minha irmã vive falando daquele menino mal
educado, achei estranho, pois, hoje não quis brincar comigo e
quando resolveu se aproximar de mim, foi para perguntar se o papai
mudasse de ideia, se eu ficaria zangada por ela se casar com
Ethan. Disse que não, afinal, eu já não gostei daquele garoto e
duvido que isso vai mudar algum dia. Deixei de pensar quando a
porta foi aberta.
— Pai!
Corri na direção do meu papai assim que ele passou pela porta.
Levantei os braços para que ele me carregasse, enquanto Ana
permaneceu no mesmo lugar ao lado da minha mamãe, que estava
sentada no sofá.
— O pai está suado, princesa.
— Eu não ligo, me carrega paizinho.
O homem mais bonito do mundo e que mais amo na vida, me pegou
com seus braços musculosos, me tirando do chão. Movi meus
bracinhos agarrando o seu pescoço e o abracei com bastante força,
ele logo encheu o meu rosto de beijo e em seguida começou
caminhar comigo até o centro da sala.
— Amor, você demorou muito — disse minha mãezinha.
Assim que se sentou, me colocando no colo e começou a falar.
— Hoje fizemos uma emboscada contra o pessoal de Dusan. Como
parte do treinamento de Ethan e Luccas, o garoto sem dúvida
comandará com punhos de ferro as duas organizações.
— Ele é tão novo.
— Sim, ele é. Mas, tem muito potencial. Não hesitou em atirar em
um dos meus homens quando foi preciso. E, aproveitando nossa
estádia em New York, será bom acompanhar de perto o treinamento
daquele que um dia será o esposo da minha pequena.
Senti uma raiva me queimando por dentro ao ouvir aquilo. Meu
coração começou a bater forte, tanto que até doeu no meu peito.
Ana que antes estava concentrada no celular, se manifestou.
— Ele é muito lindo — disse exibindo um sorriso bobo no rosto.
— Então você pode ficar com aquele garoto chato. Sempre tivemos
gostos diferentes mesmo. Eu só quero é ficar para sempre ao lado
do meu papai — falei firme.
— Filha, o pai já explicou ontem que você foi a escolhida e o acordo
não será desfeito.
— Eu queria ter nascido um menino, assim não casaria e você
poderia me ensinar a defender a nossa família.
— Por que eu não fui escolhida papai, eu gosto dele?— retrucou a
minha irmã.
— Ana, você vai esquecer isso, ele será o esposo da sua irmã.
Vocês duas são irmãs e isso é mais forte que tudo — disse minha
mãe com uma expressão séria no rosto e Ana começou a chorar.
Será que ela realmente gosta tanto dele assim ou é só porque sabe
que eu fui escolhida. Sempre fazia isso quando o papai trazia algum
brinquedo diferente para mim, chorava tanto que eu acabava dando
para ela e no outro dia, já estava jogado pelo canto da casa.
No dia seguinte...
ETHAN BORISLAV
— Vem Ethan — disse Luccas, que estava brincando no jardim com
Clara e Ayla. Hoje não teve treinamento e o meu pai tinha uma
reunião com os membros da máfia, por isso o meu amigo veio com
a tia karen para almoçar conosco. Meus pensamentos foram
interrompidos quando ouvi novamente me chamarem.
— Vem irmão — dessa vez foi Clara quem falou.
— Eu vou pegar o ipad no quarto para mostrar para vocês o jogo
que criei ontem à noite.
Enquanto os três voltaram a correr, comecei a andar na direção da
porta. Entrei dentro de casa e quando me aproximei da escada, ouvi
a voz da minha mãe vindo da sala. Subi o primeiro degrau, mas, de
repente, algo me fez parar, me puxando naquela direção, desci e
com passos lentos, fui em direção das vozes. Meu coração bateu
mais forte quando ouvi as palavras que foram ditas.
— Você contou que está grávida?
— Não, eu ia contar ontem, mais fiquei desnorteada depois que
soube do ocorrido no treinamento.
— Eu também fiquei espantada quando Luccas chegou contando.
Eu não gosto do meu filho no meio desse mundo cheio de sangue,
mas será em vão ir contra, já que Boris disse que é o destino dele.
— Eu fico pensando e se forem dois meninos? Eles terão o mesmo
destino do Ethan. Tão novo e já vive num mundo tão sombrio.
— Lú, eu sou testemunha de quanto você sofreu e dos obstáculos
que enfrentou, mas sempre se mostrou muito forte.
— Se eu não fosse não teria chegado até aqui. A cada prova
daquele treinamento, só Deus sabe o quanto eu estava prestes a
chegar ao fundo do poço. Dusan quase me destruiu.
— No entanto, no jogo que o predador queria domar sua presa,
vocês acabaram descobrindo o amor.
— O que não foi fácil, pois as paredes daquele bordel podem ser
muito mais que um lugar marcado pela luxúria, pois, a cada prova,
eu sempre buscava vencer os meus próprios limites. Ele me fez
conhecer o meu próprio corpo, não precisou me quebrar
fisicamente, mas, mentalmente, ele quase me levou até a beira do
abismo. Como dizia o demônio, o anjo seria sua submissa, o seu
brinquedinho, que ele poderia quebrar em mil pedaços.
Rapidamente me afastei e alcancei a escada. Sempre fiquei curioso
para saber como uma pessoa tão boa e iluminada acabou amando
um homem tão perverso quanto o meu pai. Luna Borislav, além de
ser inteligente, é a melhor mãe do mundo e se tornou a melhor
dama para um mafioso. Mas, ela disse que o meu pai fez muitas
coisas dentro daquele bordel e será dessa forma que farei aquela
fedelha pagar pelo que disse, se tornando a esposa perfeita para
mim, a minha submissa.
Capítulo 05
YAN MARTINS
Horas depois...
ENZZO DEMISOVSKI
— Maldição!
Continuo andando de um lado para o outro, totalmente incrédulo e
indignado pelo ocorrido de horas atrás. Como pude deixar que os
desgraçados chegassem tão perto das minhas princesas, meus
tesouros, por quem eu daria a minha vida só para mantê-las em
segurança.
Se não fosse pela travessura de Ethan em querer dá um susto em
Cecília, o pior teria acontecido. O que era para repreender o garoto
pelo ato que poderia resultar no acidente, fez dele o herói, não só
daquela que já lhe foi prometida a ele, como da pequena Ana,
mantendo assim o acordo feito entre as duas organizações.
Enquanto Ana ficou em choque, a fúria me dominou ao ver o rosto
de Cecília mais vermelho que um tomate.
Aqueles dois infelizes, dois malditos abutres que vivem escondidos
nas sombras, mandando terceiros fazerem o trabalho sujo, mas,
algum dia, eles sairão do buraco sujo e asqueroso em que vivem e
terei todo prazer em enviá-los direto para as profundezas do inferno.
Meus pensamentos foram atrapalhados quando ouço a voz da
minha mulher.
— Elas já estão dormindo.
O que era para ser motivo de comemoração, depois do ocorrido,
não tinha mais clima para continuar com a festa. As duas não
paravam de chorar, e, Dusan também, ao ver o estado do filho, que
parecia ainda em transe, acabou por achar melhor levá-lo para
casa.
— Nunca iria me perdoar se algo ainda pior tivesse acontecido.
Helena deu alguns passos e ao ficar a centímetros de distância,
seus braços envolveram a minha cintura e o som da sua voz
repercutiu dentro do ambiente.
— Calma, amor, você sempre foi o melhor pai do mundo, protetor e
carinhoso.
Quando eu estava prestes a beijá-la, a porta do nosso quarto foi
aberta e meus olhos caíram sobre o pequeno anjo e algo dentro de
mim vibrou intensamente com as palavras que foram ditas por ela.
— Papai, eu quero que o senhor me treine para ser forte, não quero
ter mais medo.
Capítulo 06
ETHAN BORISLAV
U m desconforto enorme pairou sobre mim, algo estava me
queimando por dentro, fazendo todos os meus demônios
despertarem. Dei alguns passos e me detive ao me aproximar da
desconhecida, que além de ter um belo rosto, tinha um corpo cheio
de belas curvas. Meu olhar ficou fixo na bela imagem a minha frente
e meus pensamentos se misturaram até se tornaram um só, o
tempo pareceu que havia parado ao meu redor e um silêncio
constrangedor tomou conta do espaço, até que a temperatura do
meu corpo voltou ao normal e o som da voz de Luccas ressoou no
ambiente.
— Ethan! Scarlett chegou.
Saí do transe que estava e meus olhos caíram sobre a mulher que
surgiu no meu campo de visão.
— Desculpe a demora, mas estava num engarrafamento
interminável.
— Quero que todas vocês conheçam Scarlett, ela é a médica
responsável por acompanhar a saúde de cada uma de vocês. Todas
irão passar por uma bateria de exames e os chips serão trocados.
Essa semana vocês ficarão em observação sem nenhuma atividade
sexual, desta forma, ela irá observar se alguém tiver algum efeito
adverso ao implante contraceptivo. Como todas já passaram pelo
treinamento na filial de Manhattan, já podem ir diretamente para os
quartos.
No instante seguinte, todas foram conduzidas para fora do salão por
alguns soldados, em direção aos cômodos destinados às prostitutas
que vivem nesse lugar. Olhei para William que estava ao lado do
primo Luccas e então disse;
— Luccas te passará tudo que deve ser feito até o nosso retorno.
Você será o único responsável não só pelo The Brothel Empire,
como caíra sobre você à culpa se algo vier a aconteceu na nossa
ausência.
— Darei sempre o meu melhor, chefe.
— Disso eu não tenho dúvida, caso contrário, não estaria num posto
tão elevado.
— Quanto a você Scarllet, venha comigo.
Ao lado da mulher caminho em direção ao meu escritório. O meu pai
acabou pensando em tudo durante a minha infância, Scarlett foi
preparada pela mãe para assumir o legado de Lauren, que se
mostrou sempre fiel a máfia Sérvia, assim como William, que além
de ser sobrinho de Boris, foi treinado pelo próprio pai para se tornar
o chefe de segurança do soberano da máfia, no caso eu. Todo
pessoal liderado pelo pai dele durante o confronto entre Dusan e os
membros traiçoeiros do conselho, se mostraram os mais dignos de
continuarem a fazer parte da nossa organização, pois, colocaram
acima de tudo, o juramente de honra e fidelidade ao chefe.
Assim que cheguei dentro do meu escritório, meu olhar ficou
cravado no rosto da mulher a minha frente e no momento seguinte,
contei a ela tudo que deveria fazer...
— Você já sabe que deve manter sigilo sobre isso.
— Nem precisava dizer e farei exatamente como você ordenou.
Horas depois...
Já estávamos dentro do carro que nos levaria até a pista de pouso,
quando o veículo entrou em movimento, o som da voz de Luccas
ressoou a minha volta.
— Eu jamais tinha visto você ficar tão interessado por uma das
mulheres do bordel. No entanto, ficou nítido seu interesse pela tal
Amber.
— Ela é bonita e assim como todas as outras, estará à minha
disposição.
— Não é segredo que ao longo dos anos você fez uma verdadeira
coleção entre as centenas de mulheres que passaram pelo lugar,
porém, com seu casamento, achei que isso iria ficar no passado.
Dei uma gargalhada que chamou atenção até do homem que estava
com as mãos no volante. Desde os meus 15 anos, quando tive
minha primeira experiência sexual, e, foi justamente com uma das
novatas que tinha 16 anos e ao contrário de muitas outras que
chegaram ao bordel através de pagamento de dívidas, essa veio por
livre espontânea vontade, já que sempre viveu na miséria. A garota
era virgem, entretanto, assim como no dia que matei aqueles dois
infelizes, senti algo se quebrando novamente dentro de mim.
Meu corpo foi envolvido por um calor escaldante, meus demônios
internos gritavam como se tivessem em êxtase ao se deliciarem do
medo e a dor que ela estava sentindo. Sempre tive um pênis bem
avantajado para um garoto naquela idade, porém, o meu pai sempre
dizia que de nada adiantaria se não soubesse usá-lo ao meu favor e
até então, não entendia direito o significado das suas palavras, até
aquele dia, ao ver o quanto estava causando sofrimento a garota,
rasgando-a por dentro e quanto mais ela gritava, mais o monstro
que habita dentro de mim vibrava fortemente.
Depois disso, acabei por ter todas as mulheres daquele lugar. Não
sou piedoso com elas, as fodo com brutalidade e sinto um prazer
indescritível ao vê-las contorcendo-se de dor.
Luccas e suas perguntas, mas, o que esperar de um virgem e vai
continuar sendo até se casar com Ayla, pois, se tiver a audácia de
colocar sua minhoca para brincar com alguém, é bem capaz de tê-la
cortada por mim. Deixo os pensamentos de lado e com o olhar
cravado, vocifero em tom rude.
— Eu aceitei me casar com aquela que foi escolhida pelo meu pai,
pois, acima de tudo vêm os interesses da nossa organização. Mas,
não pretendo viver em castidade no matrimônio e muito menos ser
exclusivo de alguém tendo afetividade sexual para uma única
pessoa.
O silêncio reinou dentro do automóvel e só foi quebrado quando
entramos dentro do avião.
— Amanhã terá um jantar que seus pais organizaram.
— Não me informaram de nada.
— Ayla acabou de me mandar uma mensagem avisando.
Isso só deve ser coisa da minha mãe e não estava em meus planos
ter que encontrar Cecília antes do casamento, porém, veremos
como ficou a aparência da fedelha mimada e se contínua tão
atrevida como antes. Para o bem dela, espero que tenha sido
ensinada de qual deve ser o papel de uma esposa de alguém como
eu, caso contrário, ela que só viu a minha parte boa, e vai conhecer
o meu lado ruim, pois, estando sobre os meus domínios, irá
aprender a quem ela pertence.
Belgrado / Capital da Sérvia
No dia seguinte...
CECÍLIA DEMISOVSKI
— Filha! O que aconteceu?
Minha mãe perguntou assim que entrou no meu quarto. Sua
expressão era de pura preocupação, respiro profundamente e assim
que me sinto mais aliviada, respondo.
— Foi só uma tontura, hoje fez sete dias que iniciei o uso do
remédio e o meu corpo já está se adaptando ao medicamento.
— Seu pai e muito menos Dusan Borislav, podem imaginar que você
está fazendo uso de anticoncepcional. Todos esperam que logo
venham os herdeiros.
— O sonho de toda mulher é ser mãe, mas antes disso acontecer,
eu preciso estar preparada. Um filho no início do casamento seria
mais um ponto para aquele metido ter domínio sobre mim.
— Você sabe o quanto essa união é importante para todos,
entretanto, acima de tudo está a sua felicidade e ainda dá tempo de
parar com tudo isso. Não importam as consequências, eu estarei do
seu lado.
Seguro firme em suas mãos e novamente volto a falar.
— Um acordo foi feito e jamais iria contra a palavra do meu pai.
Acima da minha vontade, está minha fidelidade com a nossa
organização e o meu amor por Enzzo Demisovski.
— Você foi a melhor escolha e será muito mais que um rosto bonito
ao lado do soberano da máfia. Agora vamos que todos já estão
esperando e, a sua irmã não fala em outra coisa além desse jantar.
Levanto-me e juntas deixamos o cômodo. Assim que passei pelo
corredor, um calafrio percorreu a minha espinha e uma sensação de
desconforto pairou sobre mim. Era como se algo estivesse por vir,
uma certeza, um presságio diante de toda a empolgação de Ana,
que era por reencontrar novamente o garoto que agora já era um
homem, assim como nós duas já não éramos mais as fedelhas que
ele conheceu.
Capítulo 08
Belgrado – Sérvia
CECÍLIA DEMISOVSKI
ETHAN BORISLAV
CECÍLIA DEMISOVSKI
No dia seguinte...
Eu estava dentro do box do banheiro, com os cabelos todo
ensaboado e as lembranças de horas atrás invadiram a minha
mente. Fui acordada por Ana, que já estava a todo vapor e há muito
tempo não a via sorrindo como hoje, tinha um brilho diferente nos
olhos. Mesmo com toda empolgação da minha irmã e de todos os
outros, acordei sentindo um desconforto no peito, muito mais
intenso do que da noite anterior. Contudo, tentei aproveitar ao
máximo todos os minutos na companhia daquele que amo, já que o
casamento seria só na parte da tarde. Além do café da manhã
delicioso, o almoço feito pela vovó Yolanda, que mesmo aos 80
anos está esbanjando saúde, foi um verdadeiro banquete, a comida
estava esplêndida, a sobremesa divina e o mais importante, ter
todos eles reunidos no momento que eu estava tomada por uma
sensação de desconforto, um sentimento de medo pelo que estava
por vir.
Entretanto, nem tudo foi só alegria, pois, uma hora depois do café
da manhã, a minha mãe recebeu uma visita totalmente
desconhecida por mim e para meu tormento, fui forçada a fazer
depilação. Acredito-me que até os soldados em volta da mansão
escutaram os meus gritos, e, eu preferia mil vezes passar pelas
provas impostas pelo meu pai, do que ter novamente a minhas
partes íntimas sendo massacradas por uma desconhecida que por
pouco não deu vontade de estrangular. De nada adiantou suas
palavras de conforto, dizendo que ela já estava bastante tempo
fazendo aquele trabalho, pois, quando a mulher começou a puxar a
cera, gritos e mais gritos ecoaram dentro do cômodo e já estava
prestes a me levantar, quando a minha mãe entrou no cômodo.
— Eu não vou mais fazer isso.
Tanto ela, como a mulher, começaram a sorri e só aí me dei conta
de que ainda não havia terminado o serviço. Contra minha vontade
deixei que ela concluísse e ruborizei, só de imaginar que assim
como ela, aquele homem também olharia as minhas partes íntimas.
Arrepiei-me da cabeça aos pés, aquela constatação me fez
estremecer e depois de vários pelos arrancados da forma mais
dolorosa possível, eu sobrevivi, porém, tinha a leve sensação de
estar toda ardida.
Afasto as lembranças e assim que desligo o chuveiro, saio de dentro
do box. Instantes depois, estava vestindo uma belíssima lingerie
branca, corselet com bojo em renda, um roupão por cima e com
uma toalha nos cabelos úmidos. Segui para dentro do quarto e
quando entrei no cômodo, o barulho provocado pelas batidas na
porta chamou a minha atenção.
— Filha! O pessoal já esta aqui.
— Pode entrar mãe.
Assim que a ordem foi dada, ela surgiu com mais três mulheres em
minha frente.
— Vou deixa você aos cuidados da equipe de Raquel.
A mulher havia sido indicada pela minha sogra, além de muito
bonita, ela também pertencia à máfia Sérvia. Fizeram-me sentar na
poltrona em frente ao espelho e assim foi longas horas da minha
tarde, enquanto a manicure fazia o trabalho dela, Raquel, em posse
da sua maleta de maquiagem, entrou em ação e em seguida foi a
vez dos meus cabelos serem cuidados.
Entre um puxa aqui e outro ali, que até me fizeram perder a noção
do tempo transcorrido, finalmente terminaram e quando ela pediu
que eu levantasse, meu olhar foi de encontro ao vestido que escolhi
e estava em cima da cama. Era branco, tomara que caia estilo
princesa e com detalhes delicados em volta da cintura, feito com
rendas italianas, nada chamativas ou extravagantes, era próprio
para um casamento no jardim durante a primavera.
Elas me ajudaram a colocar a peça e alguns minutos depois, assim
que colocou um pouco mais de spray nos meus cabelos, já estava
pronta.
— Você está belíssima — disse Raquel.
— Uma princesa — falou à manicure que se chamava Isabel.
— Obrigada.
Em seguida as três se despediram e assim que sumiram da minha
frente, virei-me para o espelho e meu coração disparou ao ver o
meu reflexo, mesmo não gostando da ideia de me casar, eu tinha
que reconhecer que estava muito bonita. O vestido havia encaixado
perfeitamente em meu corpo. Nos meus cabelos foi feito um coque
clássico e na lateral uma grinalda com pedras de diamantes.
Fiquei olhando a imagem lindíssima refletida nele e não acreditava
no que via.
— Você está perfeita — a voz chorosa da minha mãe me trouxe ao
presente.
— Obrigada mãe, estou nervosa — minhas mãos estavam frias e
ela as segurou firme.
— Vai dar tudo certo. Por mais sombrio que seja o coração do seu
futuro marido, ele não resistirá a você.
Não sei o porquê ela disse aquilo, como se eu fosse ter a sorte em
viver num casamento assim como o dela ou da minha sogra, que
apesar de tudo, o amor prevaleceu. Fomos interrompidas pelo meu
pai.
— Está na hora.
Os olhos azuis me analisaram e mesmo tentando disfarçar, aquele
homem enorme estava muito emocionado.
— Vamos! — disse minha mãe, quebrando o silêncio a nossa volta.
— Cadê Ana?
— Foi com sua avó e Hulk.
Nós três deixamos o cômodo e minutos depois, estávamos dentro
do veículo que corria veloz pela estrada rumo ao lugar onde
aconteceria não só uma, mas duas uniões. A unificação entre duas
organizações que fortaleceria o território da máfia albanesa e um
casamento que me deixava assustada pela perspectiva de como
será a minha vida ao lado dele. Antes, eu era só a sua prometida e
daqui a alguns minutos, me tornarei a sua esposa, a dama da máfia
e como tal, devo agir com cautela e sabedoria. Minhas incertezas
foram interrompidas com a chegada ao lugar destinado para selar a
união.
Minha mãe foi a primeira a sair do veículo e foi se juntar aos demais.
Quando chegou a minha vez, o meu pai me ajudou e logo em
seguida uma melodia ressoou no espaço. Respirei fundo, minhas
pernas do nada começaram a ficar bambas, ele vendo o que estava
acontecendo, apertou com força a minha mão e disse.
— Você está linda minha filha, uma verdadeira princesa. Quando
soube da sua existência e da sua irmã, senti uma emoção nunca
vivida até ali, e, hoje não é diferente — ele toca meu rosto e
continua. — Apesar de parecer frágil e delicada, nunca se esqueça
de que você pode ser uma mulher, mas, é muito mais forte do que
imagina. Sempre mantenha sua cabeça erguida e jamais deixe que
nenhum obstáculo lhe enfraqueça.
— Eu o amo pai. Obrigada!
— Também a amo minha princesa.
Confiante, assim que ele entrelaçou o seu braço no meu, em
perfeita sintoma, caminhamos em direção ao corredor e quando ele
parou, fiquei olhando para tudo a minha volta. O jardim estava
impecavelmente bem decorado, as flores brancas predominavam e
deixava tudo em perfeita harmonia. A cada passo dado, encontrava
rostos familiares e também desconhecidos e novamente minhas
pernas ficaram pesadas quando os meus olhos focaram na figura
dele, elegantíssimo em um belo terno azul-marinho, impecável, o
traje caia perfeitamente em seu físico.
Quando nossos olhares se cruzaram, o homem mantinha uma
expressão fechada e não dava para saber o que passava em sua
mente tenebrosa. Lembrei-me das palavras do meu pai e com
passos firmes cheguei até o altar.
Quando paramos em sua frente, o meu pai beijou as minhas mãos e
me entregou a Ethan. A cerimônia iniciou com o padre fazendo um
pequeno sermão, depois que nós dois falamos sim e em seguida foi
feita a troca de alianças, ele nos declarou marido e mulher. Então o
homem vestido de branco a nossa frente disse:
— Pode beijar a noiva.
Fiquei petrificada e engoli em seco com as palavras ditas, mas logo
saí do transe que estava, quando Ethan segurou firme em minha
cintura e me puxou para mais junto de si. Meus olhos ficaram tão
arregalados que pareciam que iam saltar a qualquer momento do
meu rosto. Aproximou a sua boca da minha, meu coração disparou
assim que seus lábios tocaram os meus e ele aprofundou o contato.
Meu corpo ficou tão leve, que parecia que tinha sido transportada
para outra dimensão e quando os aplausos se fizeram presentes,
ele interrompeu o ato.
Desvinculei-me de suas mãos assim que os convidados vieram nos
cumprimentar. Estava ao lado da minha mãe e de Ana, quando o
meu pai chegou ao lado de um desconhecido e só então ele
apresentou o homem que se chamava Gael, este manteve seu olhar
direcionado para minha irmã, que parecia desconfortável perante a
situação.
O resto da festa fluiu animada, após o brinde que fizeram desejando
vida longa ao novo chefe supremo da máfia, comecei a dançar ao
lado de Ana, Clara e Ayla. Por fim, nos últimos minutos, já estava
com lágrimas nos olhos ao saber que estava chegando a hora de
sair da festa e ir trocar de roupa.
— Vamos! — Ethan fala próximo ao meu ouvido e antes de se
afastar, sussurra. — Agora você é só minha — suas palavras de
posse fizeram um calafrio atravessar a minha espinha.
Enquanto isso...
— Yan! — atendo a ligação.
— Acabei de enviar o pessoal para Itália, como combinado.
— Dessa vez, Sanada, espero que os infelizes façam o trabalho
direito — digo por entre os dentes.
— Um raio não cai duas vezes sobre a mesma pessoa e com as
informações que tivemos, teremos tempo suficiente para encurralar
e exterminar os dois.
— Agora mais do que nunca, eles precisam ser enviados ao inferno
e depois disso, será mais fácil acabar com Dusan e Enzzo. Veremos
o quanto ficarão devastados com o que está por vir.
Encerro a ligação sentindo o gostinho da vitória.
Capítulo 11
ETHAN BORISLAV
CECÍLIA DEMISOVSKI
Quando chegou a hora de deixar a mansão, quase não tive tempo
direito de me despedir da minha família. Cresci sabendo que esse
momento chegaria, mas foi difícil conter as lágrimas e fiquei com um
aperto no peito ao pensar que tão cedo não voltaria a vê-los.
Entrei no veículo e suspirei fundo, meu olhar foi de encontro ao anel
de casamento ornando meu dedo e vários pensamentos se fizeram
presentes. Fiquei tão distraída, que quando voltei ao meu estado de
lucidez, o carro parou e a porta foi destravada. Seguimos em
direção a escadaria que conduzia para dentro do jatinho, tudo era
incrivelmente luxuoso. Acomodei-me em uma das poltronas e
coloquei o cinto, Ethan por sua vez, sentou-se ao meu lado e tal
proximidade deixava todos os meus sentidos em total alerta devido
às ondas de energia poderosa que vinham dele.
Minutos depois, o avião começou a taxiar pela pista e quando enfim
decolamos, meus olhos pesaram e preferi me entregar ao sono a
ficar na companhia do homem que me deixava atordoada.
Horas depois...
— Cecília! Acorda!
Acordo, sobressaltada, diante daquela ordem, ainda desorientada,
fico com os olhos fechados por alguns segundos e quando os abro
me deparo com a figura alta, com ar imponente, me olhando
fixamente.
— Chegamos — diz ele, que já estava de pé e assim que me livro
do cinto, caminhamos em direção à porta. Assim que saímos da
aeronave, vejo que há três carros nos aguardando, em seguida
entramos em um dos veículos rumo ao lugar desconhecido por mim.
Minutos se passam e durante o percurso só dava para ver as várias
luzes da cidade, no entanto, assim que o carro para, ao sair do
mesmo, fico encantada com a imagem que surge em minha frente.
A fachada anuncia o nome do hotel estampado entre duas estrelas.
Era enorme, todo iluminado, Ethan pega em minha mão e me
conduz em direção as belas portas de vidro do lugar e quando
entramos, deparo-me com um lobby magnífico, fico encantada com
tudo a minha volta, para onde se olhar, é extremamente luxuoso,
mas, sem exageros e conforme andamos, algumas pessoas que
estavam no salão desviam o olhar em nossa direção.
Em vez de ir até a recepção, seguimos direto para o elevador e
quando a porta do mesmo se fechou, resolvi quebrar o silêncio.
— Achei que iríamos até a recepção?
— Não é preciso, já que o hotel nos pertence.
Fiquei surpresa, pois não sabia que ele era dono do lugar, já que
todas as empresas da família Borislav têm a logo DB. O elevador
parou indicando que havíamos chegado e instantes depois,
estávamos parado em frente a porta que sem delongas foi aberta
por ele, revelando uma suíte exuberante, que era maior do que
muitas casas. Meus olhos passeiam em volta do lugar que tinha
vários cômodos, dei alguns passos e fui até a varanda grande que
tinha uma vista incrível. Continuei explorando o lugar e havia uma
sala de jogos, com uma mesa de sinuca, depois de algumas
passadas fiquei petrificada olhando para cama king size com lençóis
de seda.
Meu corpo todo estremeceu quando um dos seus braços ficou em
torno da minha cintura, fazendo minha pele se arrepiar assim que a
sua mão livre alcançou o zíper do meu vestido e o desceu
lentamente, senti seu hálito quente assim que ele começou a beijar
o meu pescoço e os meus ombros, e, enquanto isso baixava as
alças do vestindo, fazendo-o deslizar até o chão. Fiquei só de
calcinha e quando o homem me virou para ficar de frente para ele,
minha respiração acelerou ao ver que ele já havia retirado a sua
camisa. Engoli em seco assim que meu olhar caiu sobre o seu
peitoral grande, braços musculosos e abdômen definido.
Com a respiração ofegante e o coração disparado, numa tentativa
desesperada de me esquivar dos seus toques. As palavras saíram
pelos meus lábios, fazendo suas feições mudarem rapidamente.
— Eu preciso tomar um banho — disse firme, porém, ele me olhou
intensamente e em seguida puxou meu corpo para junto do seu,
apertando com forca os meus quadris ao ponto de um gemido de
dor sair da minha boca e antes que eu viesse a ter qualquer reação,
Ethan aproximou a sua boca da minha e a tomou em um beijo que
veio junto com um furacão, abalando todas as minhas estruturas.
Eu não estava preparada para a avalanche de sensações
desconhecidas que estava sentindo.
Quando ele deixou a minha boca, o som da sua voz grave ressoou
dentro do cômodo.
— Você é minha e eu quero você agora.
Não gostei do seu tom de voz e aquilo fez uma revolta crescer
dentro de mim, porém, o homem aparecia que sempre estava um
passo a minha frente e antes que eu fizesse algo, o meu corpo foi
suspenso e ele seguiu me carregando até a cama. Ethan se afastou
e quase me engasguei com a minha própria saliva assim que ele
começou a se despir, a imagem a minha frente parecia surreal, me
deixando horrorizada ao ver aquele membro animalesco, com veias
saltadas por toda sua extensão, duro como uma rocha e grosso
como se tivesse a ponto de estourar.
Um turbilhão de pensamentos se fazia presente em minha cabeça.
Na minha imensa curiosidade, já havia visto um vídeo com Ana,
mas, nunca tinha imaginado que pudesse haver algo assim e entre
os diversos devaneios, me perguntava como tudo isso estava
escondido entre as suas calças. Meus pensamentos se perderam
quando o homem avançou em minha direção e os seus olhos agora
em vez de raiva, refletiam o mais puro e intenso desejo. Naquele
instante, eu senti um medo absurdo apodera-se de todo o meu ser e
antes que me levantasse, Ethan deitou-se sobre mim, beijando
minha boca e explorando meus seios com uma de suas mãos,
enquanto suas coxas me forçaram a abrir minhas pernas.
Cada centímetro do meu corpo estava envolvido pelo pânico. Ele,
vendo a minha reação, parou de me beija e disse:
— Você só precisa relaxar e deixar que o seu homem faça o resto
— sua voz está rouca e envia vibrações pelo meu corpo sem que eu
tenha nenhum controle.
Dito isso, sua boca deslizou pelo meu pescoço, chegando até os
meus seios, com a língua, ele foi contornando meus mamilos, para
logo depois continuar uma brilha de beijos, até que alcançou o meu
ventre. Ainda desnorteada, senti minha calcinha sendo arrancada do
meu corpo e ele colocou sua cabeça no meio das minhas pernas e
começou a passar a língua na minha intimidade, eu não conseguia
acreditar que ele estava fazendo aquilo e tudo ficou ainda mais
confuso quando arqueei meu quadril e comecei a senti um alvoroço
no meio das minhas pernas e um calor escaldante no interior da
minha vagina.
Arfo e num impulso, entreabri mais as pernas para senti-lo ainda
mais, ele por sua vez, continuou a passar a língua em meu clitóris
para depois pressioná-lo com os lábios, chupando e o deixando
ainda mais inchado, fazendo o meu corpo ficar cada vez mais
ardente. Fiquei totalmente perdida quando sua boca deixou o meu
sexo e o homem novamente colocou o seu corpo sobre o meu. As
orbitas azuis estavam faiscando de desejo, porém, meu corpo ficou
rígido quando ele aproximou a cabeça do seu membro da minha
entrada intocável, que agora estava totalmente a sua mercê. Senti
todo o meu corpo estremecer e novamente o medo pairou sobre
mim, em um impulso tentei fechar minhas pernas e seus olhos
buscaram os meus.
— Não faça desse momento algo doloroso para você.
Respirei profundamente, tentando controlar a minha respiração
quando ele começou a mover os quadris forçando sua invasão
naquela área e a cada movimento em torno da abertura estreita da
minha vagina, avançava um pouco mais. Um ruído alto saiu por
entre meus lábios e meu corpo começou a tremer com aquela
pressão contra o meu sexo úmido. Algumas lágrimas começaram a
descer pelo meu rosto e minha expressão era de medo e
desespero, e, quando ele intensificou o contato, me arqueei com um
grito quando a dor passou por mim, me fazendo cravar minhas
unhas profundamente em sua carne. A dor era insuportável e a cada
movimento dele, era como se tivesse me rasgando por dentro,
mesmo com todo cuidado.
Instantes depois, a dor foi se dissipando um pouco, mas, eu sentia a
cada estocada sua o seu membro me alargando por dentro e
tocando um ponto dentro de mim que causava um desconforto
intenso. De um vai vem lento, os seus golpes ganharam um ritmo
acelerado, meus gemidos eram abafados por sua boca que estava
esmagando a minha. E, quando achei que não poderia senti nada
além de dor, ele afastou a sua boca da minha e num movimento
preciso, me virou, me colocando de lado para logo em seguida
introduzir novamente o seu pênis para dentro de mim. Entretanto, os
seus dedos começaram a acariciar o meu ponto sensível e pareciam
está em perfeita sincronia com o ritmo das suas estocadas. Se
antes eu já estava quente, meu corpo ficou fervendo e minha
respiração nas alturas assim que ele acelerou ainda mais os
movimentos contra o ponto de nervos que estava me levando ao
limite do prazer.
A sensação era devastadora, senti seu pênis aumentar e pulsar de
forma violenta, e, minha pele começou a formigar. Ethan começou a
rugir como um animal, no mesmo instante que tremores violentos se
espalhavam por todo o meu corpo. Ele continuou me penetrando e
jorrando um líquido quente dentro de mim. Quando ele diminuiu o
ritmo dos seus movimentos, depois de alguns segundos, saiu de
dentro de mim. O homem em seguida me puxou para junto do seu
corpo e o único som que se ouvia era da nossa respiração e os
batimentos cardíacos acelerados. Minutos se passaram e meus
olhos já estavam pesados, mas assim que levantei a cabeça e seu
olhar ficou grudado no meu, o som da sua voz se fez presente.
— Essa noite só está começando.
— Eu quero dormir — respondi de imediato, o que fez um esboço de
um sorriso cínico surgir em sua face.
— Você terá todo tempo para dormir depois, agora fará as vontades
do seu marido.
Num impulso, me levantei e fiquei sentada na cama. Senti minha
intimidade latejar e segurei firme para não deixar que nenhum um
som saísse pela minha boca, com os olhos fixos no dele, as
palavras saíram rasgando pela minha garganta, contudo, as que
ouvi em seguida fez meu coração disparar.
— Você é o meu marido e não o meu dono. Não pode me forçar a
fazer nada, afinal de contas, eu só casei com você por causa do
acordo feito pelos nossos pais.
— Engano seu. Você se casou comigo porque esse era o seu
destino, independente de acordo ou não. Com um simples estalar
de dedos, o meu pai ou até eu, já teríamos acabado com todos da
máfia Albanesa, já que num confronto jamais seriam vitoriosos. No
entanto, tudo sempre se tratou de você. É por você, somente por
você que esse acordo foi feito e não importa de quem seja filha,
agora a sua vida está ligada a minha e quem ousar a interferir, só
terá um único destino, "a morte".
Capítulo 12
CECÍLIA BORISLAV
Minutos depois...
Uma sensação de alívio pairou sobre mim assim que tomei o meu
banho.
Acabei passando quase uma hora dentro da banheira, a água
morna me ajudou bastante, já que ativa a circulação sanguínea,
levando mais oxigênio para todo o corpo e, consequentemente,
diminuindo as dores musculares. Depois do banho, fui até o meu
closet e instantes depois, já arrumada, ao pegar o meu celular, fiquei
desorientada ao ver que já eram quase uma hora da tarde. Eu
queria ligar para minha mãe, mas acabei adiando quando a
maçaneta da porta foi girada e ao ser aberta, a única pessoa que
não queria ver em minha frente, surgiu e com ele, um dos
funcionários com um carrinho de serviço que tinha várias bandejas
com comida em cima das três prateleiras.
O garçom entrou empurrando o objeto em direção à varanda onde
havia uma mesa de refeição e em seguida arrumou tudo e deixou o
ambiente. Meu sangue esquentou quando o silêncio foi interrompido
dentro do recinto e o infeliz tinha um esboço de um sorriso cínico no
rosto.
— Vamos almoçar, que depois da noite de ontem. Você deve está
faminta.
Se ele estava a fim de me provocar, eu não ia dar esse gostinho a
ele. Dei de ombro e segui rumo à varanda, não podia negar que
estava morrendo de fome e quando cheguei ao lugar, meus olhos
ficaram cravados na mesa posta e as delícias que estavam sobre
ela. Sentei-me e não demorou muito para ele também fazer o
mesmo. Começamos pela entrada que era a famosa bruschetta,
feito com pão, que é tostado em grelha com azeite e depois
esfregado com alho, a que geralmente se juntam fatias ou pedaços
de tomates.
O primeiro prato era um risoto, que por sinal estava delicioso, mas
nada comparado com o segundo, que era peixe grelhado
acompanhado de batatas ao forno. Eu devorei rapidamente e
achava que já estava satisfeita, mas a sobremesa, essa eu não
podia resistir e o homem me observava minuciosamente, porém, eu
tratei de ignorar seu olhar e comecei a comer duas fatias da
caçarola Italiana, que é um doce típico da Itália, que parece com o
pudim de outros países, porém, mais consistente e feito com queijo.
Agora sim, eu estava de barriga cheia, ele também era muito bom
de boca, afinal, um homem grande em todos os sentidos e com o
corpo cheio de músculos, certamente se alimentava bem. Assim
como foi durante o almoço, o silêncio constrangedor predominou a
nossa volta.
Ethan, após ir ao banheiro, voltou para o quarto e ficou com sua
atenção voltada para o notebook, aproveitei e peguei o meu celular
e fui até a varanda, já que ele estava em cima da cama, eu tratei de
manter distância dele, passei um bom tempo falando com a minha
mãe e Ana, que não parava de fazer perguntas, assim que termino
de falar com elas, ouço a voz de Ethan.
— Quero que você fique no quarto até eu voltar.
Não gostei nada do seu tom autoritário, como se eu fosse alguma
criança ou sua propriedade, mas, assim que ia dizer algo, ele
vociferou num tomou ainda mais rude.
— Eu...
— Nem tente sair dessa suíte. E, isso não é um perdido e sim uma
ordem.
Esse homem tinha o dom de fazer várias sensações me envolverem
e nem me dando tempo para questionar, ele seguiu até a porta e se
foi.
Dei alguns passos e ao abaixar a cabeça, fiquei olhando para
enorme piscina e acho estranho não ter ninguém nela. Embora haja
piscina na cobertura, eu não vou ficar trancafiada nesse lugar como
se fosse uma prisioneira. Com passadas largas, fui até o closet e
minutos depois, já havia colocado o meu biquíni e um vestido estilo
saída de praia, deixei o quarto, pois com aquela piscina a minha
disposição e toda a tranquilidade em volta, seria bom para focar no
meu treinamento.
Entrei no elevador e depois de passar por alguns andares, ouvi uma
grande explosão. Todo o meu corpo ficou em total alerta e quando o
objeto parou e a porta foi aberta, dei alguns passos e havia várias
pessoas no salão, incluído crianças, mas, antes que eu viesse a me
mover novamente, o som de vários disparos vindo do lado de fora
ecoou a minha volta e, meu olhar foi ao encontro do homem que
surgiu em minha frente segurando uma arma que foi colocada em
minha direção e as palavras que ouvi fez um tremor violento me
atingir e uma raiva descomunal tomou conta de cada fibra do meu
corpo.
— Esse é o seu fim, vadia.
Capítulo 13
ETHAN BORISLAV
C resci em um lugar onde, muitas das que chegavam, eram
virgens, outras eram transferidas da filial do bordel de
Manhattan. Já tive os mais variados tipos de mulheres à minha
disposição. De várias idades, nacionalidades e temperamentos,
única e exclusivamente para meu deleite, mas não esperava que
aquela que sempre vi como uma fedelha mimada fosse tão gostosa.
Quando o meu pau, que estava mais duro que uma rocha invadiu
sua boceta apertada, a rasgando por dentro, uma sensação
inexplicável percorreu por todo o meu corpo, no entanto, naquele
momento, ao contrário do que acontecia com todas as outras, eu
queria ver suas feições e ouvir seus gemidos de deleite ao ter o meu
membro engolido por sua fenda minúscula, que ia se alargando para
receber toda extensão do meu cacete que pulsava fortemente, e,
era acariciado pelo seu calor escaldante. Aquilo me deixou
alucinado e ao mesmo tempo, eu queria que ela sentisse, assim
como eu, o prazer arder em sua pele e quando atingi o êxtase total,
algo dentro de mim começou a vibrar freneticamente e ansiava por
mais. Contudo, ver sua indiferença e como ela estava rígida, só fez
com que a escuridão que habita no meu interior assumisse o
controle do meu corpo e meus demônios gritavam me causando um
desconforto terrível, deixando-me ensandecido de tal forma, que ia
cada vez mais fundo e forte em seu corpo pequeno e frágil,
querendo mais e mais, perdi totalmente a noção do tempo, quanto
mais me saciava do seu corpo quente e totalmente imóvel, algo
dentro de mim vibrava querendo ainda mais. Quando enfim, um grito
estrangulado saiu rasgando a minha garganta, senti um prazer que
parecia surreal e ao ver que os olhos que antes refletiam tanta luz,
estavam sem brilho, fiquei satisfeito.
Já estava predestinado que essa insolente seria minha, porém, toda
essa luz emana dela, me causa uma inquietação terrível e saber
que ela se propôs a se manter firme e disposta a me contrariar, só
faz com que eu queira fazer dela a minha submissa e mostrar que
não importa o que aconteça, jamais escapara das minhas garras.
Depois de dizer a ela para não sair do quarto, segui rumo ao meu
escritório e minutos depois, entrei no ambiente, não demorou muito
para Fabrício, um dos meus homens encarregado pela segurança,
surgir no meu campo de visão.
— Chefe, os inimigos avançaram e o lugar está todo cercado.
Algo que eu já cogitava, porém, foram muito mais rápido do que eu
esperava.
— Todos devem manter suas posições e não devem deixar ninguém
chegar até a cobertura.
Enquanto ele saia da sala, meu olhar foi de encontro ao telão fixado
na parede. Através das câmeras de monitoramento colocadas em
pontos estratégicos, tenho a visão em torno de todo o prédio e
chegou a hora de enviar os malditos direto para o inferno. Meus
olhos passeiam em volta de cada imagem exibida na tela, desde a
recepção, até os dois elevadores. Meu coração disparou e senti um
nó se formando em minha garganta ao ver quem estava dentro de
um deles, avancei em direção ao painel de armas no momento em
que um ruído ensurdecedor se fez ouvir por todos os lados. Com as
duas pistolas em punho, saí do ambiente, atravessei o corredor e
assim o barulho de rajadas de tiros chegam aos meus ouvidos,
corro até o hall e é no exato momento que o desgraçado estava com
sua arma apontada na direção dela.
Meus órgãos internos dispararam, funcionando a todo vapor, meu
corpo estava tão quente que parecia uma fornalha, fazendo todos os
meus demônios se manifestarem de um jeito que nunca tinha
sentido antes. Senti o ódio inflamando em minhas veias, correndo
por todo o meu corpo e com o alvo em mira, antes, porém, que o
infeliz pudesse puxar o gatilho, o disparo foi feito por mim. A bala
rasgou o ar e atingiu o meio da sua testa, fazendo-o tombar para
trás e em seguida cair como uma semente inerte no chão, para
nunca mais se levantar.
Com a mesma rapidez com que surgi no ambiente e dei o tiro, vou
até ela e pego em seu braço para tirá-la dali.
CECÍLIA BORISLAV
Eu estava atordoada, minha mente um turbilhão tentando processar
ainda os últimos acontecimentos, meus olhos fixos na cabeça do
homem que estava envolvida por uma enorme poça de sangue e
quando um barulho alto atravessou meus tímpanos, saí do transe
em que me encontrava e senti o aperto em meu braço, logo após o
som da voz de Ethan.
— Eu avisei para você não sair do quarto — disse enfurecido o que
fez o calor em meu corpo se intensificar, mas novamente outro
estrondo ressoou.
— O que está acontecendo?
— Alguns intrusos resolveram fazer uma festa em comemoração a
nossa lua de mel — ele fez uma pequena pausa, o que me fez
lembrar-me das palavras do meu pai. No mundo da máfia, nunca se
tem sossego e os inimigos sempre estão em prontidão como um
bando de tigres a espreita e formando emboscadas, perseguindo
suas presas. Fui tirada dos meus pensamentos por ele. — Venha!
— ele disse e saiu me puxando em direção ao corredor.
— Você está me machucando.
Embora o som da minha voz conseguisse se sobressair ao barulho
infernal vindo do lado de fora, ele se fez de surdo e preferiu me
ignorar. Continuou me puxando, caminhando com rapidez e só
parou quando chegou frente a uma porta e assim que a abriu, soltou
o meu braço.
— Entre!
— Você não pode me deixar aqui com tantas pessoas lá fora
correndo risco.
— Disso cuido eu, agora entre! — disse aos gritos. O homem
segurou novamente no meu braço e me empurrou para dentro do
cômodo e antes que eu tivesse alguma reação, a porta foi fechada.
Tentei abri-la, porém, foi inútil e ao observar o ambiente ao redor,
toda minha atenção ficou concentrada no telão que mostrava tudo
que estava acontecendo em volta do hotel.
Do lado de fora haviam vários homens vestidos de preto e
fortemente armados, eles avançando em direção a entrada principal,
meus olhos foram de encontro as imagens vinda da recepção e o
meu corpo todo gelou ao ver a cena de vários corpos no chão do
salão e alguns homens armados já no ambiente.
Minha respiração fica rápida e ofegante. Meus batimentos aceleram
como se meu coração fosse saltar do peito e o que veio em seguida
me deixou atônita e não conseguia desviar o meu olhar da grande
tela a minha frente. Os homens que estavam do lado de fora
invadiram o hall do hotel e um deles esboçou um sorriso de
satisfação ao ver os corpos sem vida no chão e o piso coberto de
sangue. Por alguns segundos, tudo ficou em silêncio, até que a
calmaria foi interrompida pelo barulho da voz horripilante do
desconhecido que preencheu todo o salão.
— Tragam os dois desgraçados vivos ou mortos.
O maldito deu ordem para que o restante procurasse pelos dois
desgraçados, que só então, entendi que se referia a mim e Ethan.
Os desconhecidos começaram a se movimentar, porém, todos
ficaram paralisados quando em volta deles apareceu um círculo
gigante vermelho, no mesmo instante, as portas dos elevadores
foram abertas e surgiram alguns homens que tinham em suas
vestes o símbolo da máfia Sérvia. Não dando tempo para que
ambos puxassem o gatilho, pois, na porta principal, o homem lindo
como um anjo, porém, sua expressão era tão assustadora e parecia
o próprio demônio e seguido do som da sua voz, uma gargalhada
diabólica reverberou no ambiente.
— Estava ansiando pela chegada de vocês.
Os ruídos que saíram pela boca dele, fizeram os homens que
estavam dentro do circulo despertarem do transe que estavam. Num
segundo, não só o salão, como a sala que eu estava, foi preenchida
por uma barulheira de disparos trocados de ambos os lados.
Embora o som dos tiros continuasse pipocando na minha cabeça,
eu não consegui desviar os meus olhos do monitor e observava
minuciosamente cada movimento a minha frente.
Quando alguns dos invasores tentaram ir além do perímetro do
circulo, gritos ensurdecedores ecoaram no ar quando receberam
uma forte descarga elétrica que parecia não cessar e devido à alta
tensão, eles começaram a se contorcer em meio à dor e depois de
alguns minutos, os corpos dos que foram atingidos caíram no chão
sem vida. Aquilo era muito mais intenso que os confrontos que já
tinha visto da máfia albanesa em alguns vídeos que o meu pai me
mostrou, olhei para o homem que agora é o meu marido e aquilo o
deixou em puro êxtase, como se matar desse-lhe energia.
Minutos se passaram e entre as dezenas de inimigos, só um
permaneceu vivo e entortava-se numa contração dolorosa, devido
ao choque que levou. A calmaria havia voltado a predominar no
salão e, Ethan deu alguns passos, se aproximou do homem e em
seguida se abaixou, depois de enfiar umas das mãos no bolso dele
e pegar o celular disse.
— Vocês limpem toda essa bagunça e leve esse maldito direto para
o porão.
Fiquei estarrecida quando meu olhar foi de encontro ao corpo de
duas crianças que certamente eram hóspedes e o choque da
realidade pairou sobre mim, ele já estava ciente que tudo isso iria
acontecer e deixou pessoas inocentes serem vítimas de tamanha
crueldade. Não sei quanto tempo se passou, só fiquei olhando para
os corpos que estavam sobre o chão frio. Mas, logo voltei ao meu
estado de lucidez quando de repente a porta foi aberta e ele
apareceu no meu campo de visão.
— Venha! — fiquei parada no mesmo lugar. Ele por sua vez,
diminuiu a distância e seus olhos azuis buscaram os meus. — Eu
estou falando com você ou quer passar o resto da sua estadia
trancada nesse lugar — vocifera em tom rude.
— Você sabia que eles iriam atacar e deixou aquelas pessoas
morrerem?
Um esboço de um sorriso surgiu em sua face, o que me fez
questionar se realmente eu não havia me casado com a própria
personificação do demônio.
— Vidas inúteis, pois, para a unificação entre duas máfias nada
melhor que ter o sangue do inimigo sendo derramado.
Eu me negava a acreditar em tudo aquilo, não que lamentasse pelos
infelizes que foram mortos, pois, na máfia, quem ferir um dos
nossos, terá o seu sangue derramado. Mas, eram apenas crianças,
não tive alternativa a não ser sair dali, pois, tudo aquilo estava me
sufocando. Depois de alguns passos, chegamos ao hall e os corpos
dos malditos estavam sendo retirados, me aproximei de onde
estavam os dois meninos, e, um calafrio atravessou a minha
espinha quando ouvi a risada de Ethan, e não só os dois garotos se
levantaram, como as pessoas que tinha visto com vida antes de
serem mortas ficaram de pé.
Confusa e em meio as dúvidas, a resposta veio em seguida.
— Além dos funcionários e alguns soldados que vieram de New
York, os únicos hóspedes humanos somos nós dois. Os demais são
robôs humanoides que foram comprados justamente para se
passarem por hospedes, já que eu tinha ciência de que aqueles dois
infelizes não iam perder a chance de atacar ao cogitarem que
estávamos longe de todos e despreparados.
De fato eu senti um grande alívio. Sabia que ele era astuto, mas não
esperava que estivesse um passo a frente de todos e o que escuto
em seguida faz todo o meu corpo vibrar intensamente.
— Agora vamos que o melhor da festa vai começar. Afinal de contas
você não vai querer perder o tratamento vip que vamos oferecer
para o miserável que foi enviado para nos mandar rumo a uma
viagem sem volta. Sua morte será um aviso para os dois abutres de
que ainda estamos vivos e que em breve, irei enviá-los direto para
as profundezas do tártaro.
Minutos depois...
ETHAN BORISLAV
No momento que adentramos o ambiente, enquanto ela mantinha
seu olhar no maldito, que já estava sentado em uma cadeira e com
os membros superiores e inferiores presos pelas algemas fixadas na
cadeira, olhei para câmera que estava ligada e centralizada na
direção em que ele estava. Tiro minha camisa, vou até um canto
que tinha alguns bastões de ferro e escolho um deles. Aproximo-me
e ele, que até então estava num estado de letargia, desperta e seus
olhos estavam cintilando de raiva.
— Eu posso ser misericordioso com você, seu filho da puta. Basta
me dar a resposta que tanto desejo — pego o meu celular e após
acessar a galeria, levo de encontro a sua face. — Você deve
conhecer, então, me diga quem é?
Seu olhar era insondável e sua expressão era uma máscara dura
como se lutasse para não deixar transparecer nenhuma reação,
mas, pelo movimento das veias saltadas em seu pescoço e sua
respiração pesada, eu sabia que ele conhecia, o que só me deu a
confirmação das minhas suspeitas.
— Já que você parece surdo, vamos piorar ainda mais sua audição.
Seguro firme o bastão e o primeiro golpe é desferido contra o seu
ouvido direito. Um grito ensurdecedor sai de sua boca, porém,
mesmo com a voz fraca, o desgraçado ainda profere algumas
palavras.
— Você pode acabar com a minha vida, mas, cedo ou tarde, não só
vão enviá-lo ao inferno, como espero que antes de matar a infeliz
que você tem como esposa, todos da nossa organização possam
arrombá-la...
Uma fúria incontrolável toma conta de mim ao ouvir o que o atrevido
diz. Sinto o ar se esvaindo dos meus pulmões e o ódio tranca a
minha garganta. A sensação que se apodera de mim, é muito mais
forte do que aquela que percorreu cada centímetros do meu corpo
ao ver aquele maldito com a arma apontada na direção dela.
Enlouquecido, solto o bastão e fecho a minha mão direita e as
palavras dele cessam assim que o soco duro e pesado vai de
encontro a sua boca, fazendo o infeliz engasgar com o sangue que
começou a jorrar pelos cantos da sua boca. Vou até uma mesa que
tem num canto da sala com alguns utensílios em cima, e ao pegar o
bisturi e uma adaga em forma de um punhal, volto para junto dele.
Em todo tempo, sentia meu coração bater num ritmo alucinante, o
meu sangue esquentando cada vez mais em minhas veias, como se
tivesse fogo líquido percorrendo por todo o meu corpo. Toda
autoconfiança dele se esvaiu assim que seu olhar foi de encontro ao
meu rosto e certamente, ele podia ver os meus demônios através
das minhas feições, já que senti uma queimação na minha face,
como se tivesse transfigurada e tudo que havia em minha frente, por
alguns segundos, era somente a escuridão.
— A sua morte é algo inevitável, mas, antes que os abutres
devorem o seu corpo, serei eu quem vai cortar essa língua inútil.
Levo o bisturi em direção a sua boca e o medo estava visível em
seu olhar, no entanto, o miserável trancou a boca, mas, logo a abriu
assim que cravei o punhal que tinha na mão esquerda e em dos
seus olhos. Gritos e mais gritos ecoaram no espaço e lentamente fui
deslizando o objeto cortante que estava na minha mão pela
extensão da língua afiada do traste, enquanto sua boca era
preenchida pelo líquido avermelhado. Nos momentos seguintes, fiz
questão de furar o outro olho e assim que terminei, o libertei das
algemas e depois de lançar o seu corpo ao chão e desferir vários
chutes em suas costelas, avancei feito um tigre faminto para cima
do seu corpo e com a ajuda da minha adaga, deixei o maldito
totalmente despido.
Desvio o olhar e, ela estava com seus olhos cravados em nossa
direção e sua expressão era semelhante a de uma criança quando
está diante de um grande espetáculo e embora não me agradava
em nada que ela olhasse outro pau que não fosse o meu, isso
serviria para que ela soubesse que ninguém além de mim, tocará
em qualquer parte do seu corpo. Ao me lembrar das palavras do
desgraçado, volto minha atenção novamente para ele.
— Já que o seu desejo é que seus companheiros venham a abusar
da minha mulher, vou fazer com você para que sirva de lição para
qualquer um deles, o que farei em quem ousar a tocar em um fio
sequer do cabelo dela.
Com a adaga em mãos, cravei um pouco abaixo do seu peito, já que
não queria atingir o coração do infeliz. Comecei a deslizar por todo
comprimento do seu corpo até chegar ao seu pau murcho, que mais
parecia uma minhoca encolhida. Se antes ele estava em pânico,
começou a espernear assim que passei lentamente o objeto
cortante por cima do seu cacete enrugado e não demorou muito
para cravar com força a lamina em sua carne e os ruídos que
saíram pelos seus lábios, só me incitaram a continuar e a sensação
de ver seu membro sendo dividido ao meio, foi inexplicável.
Enquanto ele se contorcia em meio à dor, não satisfeito, cravei com
força o punhal em sua barriga e fui subindo, abrindo caminho até
que tive a visão privilegiada de seus órgãos internos pulsando
diante dos meus olhos. Seus gritos eram horripilantes, mas, já não
tinha mais controle das minhas mãos, que pareciam que haviam
ganhado vida própria e ao soltar o objeto que tinha em mãos,
comecei a puxar suas vísceras contidas dentro da sua caixa
torácica.
O homem já não respirava mais, porém, eu continuava a tirar tudo
que ainda via pela frente e quando me dei por satisfeito, levantei-me
e antes de sair do ambiente, me aproximei da câmera.
— Isso aqui foi só uma brincadeira para relembrar meus tempos de
criança, pois, o que eu farei com vocês dois antes de estraçalhar
seus órgãos internos, será mil vezes pior.
Girei a cabeça para o outro lado e meus olhos ficaram cravados na
mulher a minha frente. O calor em volta do meu corpo aumentou e
só ela poderia fazer com que esse desconforto pudesse se dissipar.
Capítulo 14
CECÍLIA BORISLAV
Minutos depois...
ETHAN BORISLAV
Durante todo o tempo que passei naquele casino, minha única
vontade era expulsar todos daquele lugar e colocá-la sobre uma das
mesas e fodê-la com força até suas pernas ficarem bambas, como
se tivesse acabado de sair de um ataque de câimbras. Contudo, a
chapeuzinho que estava vestida com aquele casaco vermelho, seria
devorada hoje pelo lobo mau de qualquer maneira. O percurso de
volta foi feito num tempo que parecia uma eternidade e assim que
chegamos ao andar da nossa suíte, ao passar pela porta, era
chegado o momento de envolver a minha presa numa teia que ela
não poderia escapar, se bem que isso jamais iria acontecer, no
entanto, queria tê-la completamente entregue a mim.
Assim que ela caminha em direção ao banheiro, seguro o seu braço
e sua atenção se voltou para mim.
— Venha comigo.
Nem dando tempo para que ela cogitasse em questionar, a puxei
em direção à sala de jogos.
— Agora o jogo será entre nós dois, sem plateia. Quero ver se suas
habilidades são tão boas como foi no casino.
Um sorriso sarcástico surgiu no seu belo rosto e enquanto ela
pegava os tacos, fui até o bar. Com a garrafa de vinho e duas taças
em mãos, novamente me juntei a ela. Enquanto servia a bebida, as
bolas foram colocadas em cima da mesa e dali em diante o jogo
começou, a cada duas bolas encaçapadas, o líquido dentro das
taças eram sorvidos, quando dei por mim, restou somente à bola
branca a garrafa já estava completamente vazia. No entanto, ela
acabou errando a sua última tacada e sendo eu o vencedor, era o
seu néctar que a minha boca iria degustar.
Antes que a sua saliva pudesse descer pela garganta, minhas mãos
já estavam explorando todo o seu corpo e com um movimento
brusco, rasgo o seu vestido e ao tirar sua calcinha minúscula,
seguro em seus quadris e a coloco em cima da mesa, fico olhando
para a bela imagem esparramada a minha frente e ao levar minhas
mãos de encontro as suas pernas e abri-las ao máximo, ela
imediatamente desperta do transe que estava e as fecha.
— Não resista bonequinha.
Enquanto ela estava travando uma luta interna, me movi e inclino a
cabeça a levando de encontro a sua pele, fazendo uma trilha pela
sua barriga, até os seus seios, contornando seus mamilos com a
língua e ao mesmo tempo sinto seu coração bater ainda mais forte.
Quando comecei a devorar os seus seios com minha boca,
chupando, sugando em um ritmo alucinante, ela aos poucos foi se
entregando e seus gemidos ecoavam por todo o ambiente. Uma de
minhas mãos alcançou o seu ponto mais íntimo, apalpando a sua
bocetinha que já estava melada.
— Quentinha.
Com um de meus dedos, esfrego o lugar que sabia que seria a sua
perdição, massageando suavemente o seu clitóris. E, quando
comecei a sugar com ardor o seu seio direito, fui deslizando
lentamente o meu dedo médio e assim como a minha boca
devorava um dos seus pequenos mamilos, meu dedo se movia em
movimentos circulares em torno da abertura minúscula do seu sexo,
abrindo caminho para que em breve fosse substituído pelo meu pau
que estava pulsando para estar dentro dela.
Ao afastar minha boca dos seus seios, inicio novamente uma trilha
de beijos até chegar ao meio das suas pernas que a essa altura,
num convite despudorado, foram escancaradas por ela. Mergulho
de cabeça no meio delas e minha língua desliza entre suas dobras
brilhantes, com movimento de cima para baixo e de baixo para cima,
apertando o seu clitóris com os meus lábios para depois esfregar
suavemente minha língua em volta do prepúcio, seu ponto de
nervos endurecidos. Ela, por sua vez, começou a remexer os
quadris esfregando sua boceta em meu rosto.
— Hummmm...
Ruídos profundos e altos saiam do fundo de sua garganta.
— Pare, por fav... Favor — quanto mais ela implorava, mais minha
língua massageava sua carne ardente com movimentos frenéticos.
— Meu corpo esta queimando.
— Eu vou incendiá-lo ainda mais.
Concentro toda minha atenção no ponto que suplicava por
libertação, acariciando e chupando o seu clitóris com grande
entusiasmo. Sinto todo o seu corpo tremer no mesmo instante que
ela começa a gemer e a se contorcer. Quando abri bem a minha
boca, dando um beijo de boca aberta que envolveu parte da sua
boceta, ela começou a pulsar e gotejar o néctar que foi sugado cada
gota por mim.
— Deliciosa.
A mulher parecia que havia levado uma descarga elétrica, tremia
feito vara verde. Assim que me livrei das minhas roupas, movendo-
me numa velocidade de um predador, subi em cima da mesa. A
respiração dela que estava ofegante, foi às alturas quando comecei
a esfregar a grossa cabeça dilatada do membro que foi se
aconchegando dentro da sua entrada apertada. Meu corpo, assim
como o dela, estava em chamas e como um abrir e fechar de olhos,
fui empurrando o meu cacete e entre gemidos que saíam dos seus
lábios, sua boceta faminta foi engolindo toda extensão do meu pau.
Contudo, mantive-me firme ao senti suas paredes internas beijando
o meu cacete e o calor do seu interior tomou posse do meu membro
e foi se espalhando por todas as partes do meu corpo. Minhas
estocadas se tornaram duras e implacáveis, meu pau entrava e saia
em movimentos rápidos e precisos.
— Você é minha.
— E... Eu vouuuu...
— Goze.
Sua intimidade se contraiu novamente, apertando o meu cacete, o
espremendo fortemente. Seus gritos que antes eram abafados, já
não podiam mais ser contidos, continuei aumentando a velocidade
dos golpes contra sua carne escaldante. Os tremores tomaram
conta do meu corpo, o meu cacete pulsava violento querendo
alcançar o alivio que tanto precisava, e quando a cabeça pulsante
tocou um ponto sensível dentro dela, senti como se algo tivesse
explodido dentro de mim e o grito que escapou da minha boca, foi
abafado por um barulho ensurdecedor dado por ela. A mulher desta
vez estava ainda mais trêmula ao alcançar o limite do prazer.
Meus olhos foram de encontro ao rosto molhado pelo suor,
enquanto ela mantinha seus olhos fechados.
— Seu corpo sabe a quem pertence.
Seus olhos se abriram de imediato e no meu rosto estava
estampado um sorriso triunfante. Por mais que ela resista, e tente
se mostrar forte, será sempre a minha vontade que vai prevalecer.
Capítulo 15
SANADA
Acordei logo nas primeiras horas da manhã. Sinceramente, já faz
aproximadamente dois dias que quase não dormir. Com a falta de
notícias do meu pessoal enviado para Itália, todos os pensamentos
estavam voltados para o que de fato aconteceu, se aqueles dois e
todos que estavam naquele lugar foram exterminados ou se o verme
e a vadia conseguiram escapar.
Em passos largos, deixei meus aposentos, atravessando o corredor
que dava acesso à escada, assim que comecei a descer os
degraus, a porta foi aberta, revelando o homem que eu tanto
aguardava.
Yan mas parecia um anjo da morte vestido de preto da cabeça aos
pés e usava um casaco que tinha um capuz que cobria parte do seu
rosto. Se não fosse a nossa aliança, jamais saberia a verdadeira
face do capeta, que foi capaz de matar aquele que o tirou da sarjeta
para assumir o controle da máfia chinesa. Um homem de uma bela
aparência, com traços suaves e poderia passar facilmente
despercebido ao deduzirem que é alguém normal, quando na
verdade, ele é uma grande ave de rapina, porém, enquanto eu não
alcançar os meus objetivos, deixarei que ele pense que estamos do
mesmo lado.
— Bom dia — disse ele me fazendo deixar os devaneios de lado.
— Bom dia, vamos para o meu escritório.
Chegamos ao ambiente e assim que nos acomodamos, o meu
celular começa a vibrar, acesso de imediato o aplicativo e transfiro o
arquivo para que fosse reproduzindo no monitor fixado na parede e
ao ver as imagens que surgem na tela, sou tomado por um ódio
descomunal.
— Maldição!!!
Meus pulmões estão em chamas, meu sangue esquentando como
se estivesse fogo líquido em minhas veias. Um barulho reverberou
no ambiente. Movido pela raiva que se apoderou de todo o meu ser,
fechei minha mão em um punho e o golpe foi desferido contra a
mesa fazendo tudo que estava sobre ela cair no chão.
— Esse desgraçado tem pacto com o demônio — diz Yan com os
olhos faiscando de raiva.
— Ele pode ter até mil acordos ou ser o próprio capeta, mas não irei
sossegar até acabar com sua vida. Ethan Borislav pode pensar que
está um passo a frente, porém, será atingindo quando menos
esperar e em breve não só ele, como todos da máfia Albanesa e por
fim aqueles dois que o trouxeram ao mundo serão exterminando.
Dando-nos o controle absoluto das duas maiores organizações e o
passaporte para dominar os demais territórios.
CECÍLIA BORISLAV
Meus olhos estão cravados ainda na mulher que tem uma beleza
exuberante. Seus cabelos sedosos estão soltos, o seu rostos parece
de uma daquelas modelos que por serem bonitas, algumas
empresas pegam para fazer propaganda de maquiagem e assim
dizer que o produto é responsável pela aparência dela.
Ela usava um vestido vermelho que deixa em evidencia suas belas
curvas, enquanto eu estava a observando, ela ainda mantinha os
seus olhos em direção a Ethan. Mas, logo foi desviado em minha
direção, quando o homem começou a dizer algumas palavras.
— Quero que todas vocês conheçam Cecília. Ela é a minha esposa,
portanto, todas aqui lhe devem obediência...
Enquanto ele falava, eu senti uma sensação semelhante à de
minutos atrás quando cheguei frente a esse lugar. O olhar lançado
pela mulher em minha direção me fez sentir uma energia negativa
vindo dela, entretanto, todas após receber a ordem de Luccas,
começaram a sair do hall, mas quando movi a cabeça em direção
ao meu marido, ele tinha um brilho diferente no olhar e ao seguir o
mesmo percurso que ele estava fazendo com os olhos, me deparo
com a mulher que estava prestes a sumir do ambiente.
Minutos depois...
Trocamos mais algumas palavras com Luccas, que informou que as
minhas coisas já haviam chegado. Logo em seguida deixamos o
cômodo e seguimos por um corredor imenso e quando paramos em
frente a uma porta branca, assim que ela foi aberta, dei alguns
passos e fiquei atônita olhando para o interior do ambiente.
Por alguns segundos, a impressão era de que estava dentro do
quarto do próprio demônio, onde as trevas eram predominantes.
Sendo quem é, já era de se esperar, pois, o cômodo era luxuoso,
porém, na medida certa. Duas das paredes estavam cobertas por
um papel de parede estilo 3D, estofado, preto, outra, por cortinas
enormes de seda, também num tom preto e na quarta, havia um
enorme espelho que mais parecia um telão fixado nela de frente
para a cama. No teto, estavam algumas luminárias led que fazia o
contrate perfeito com o ambiente, que além possuir alguns moveis,
tinha uma poltrona grande, cinza. Passeio os olhos novamente a
minha volta e observo que tem duas portas.
— Ali fica o banheiro e a outra dá acesso ao closet.
O quarto parecia uma casa de tão grande. Todavia, senti um calafrio
atravessar a minha espinha quando meu olhar repousou na enorme
cama coberta por cochas em duas tonalidades; branco e preto.
Observei também uma luz de cor diferente das demais no teto.
— Aquilo é uma câmera?
— É para sua segurança — antes que eu viesse a perguntar sobre
algo que se passou em minha mente, ele se antecipou. — Não há
monitoramento no banheiro.
Respiro aliviada, embora estivesse me sentindo de volta ao
passado, quando era ainda criança e tanto o meu quarto, como o de
Ana, eram monitorados pelos meus pais.
— Tenho que resolver alguns assuntos com Luccas, você pode
aproveitar e organizar as suas coisas. Não saia até que eu volte.
Sem dizer mais nada, ele andou até a porta que em seguida foi
fechada. Passei alguns minutos explorando o lugar, depois de
organizar boa parte das minhas roupas em um do lado do closet,
que ficava em um quarto que era do tamanho do que eu tinha em
Durrês, fui tomar um banho. Tudo nesse lugar, além de luxo em
excesso, era gigante, e eu soube a pouco tempo que todos os
prédios que envolvem as oito ruas com proximidade ao bordel,
pertencem à família Borislav, assim como o prédio em que fica o
The Brothel Empire, que é equivalente a umas seis mansões das
que pertencia a minha família.
Depois de alguns minutos, eu já estava de banho tomado e
arrumada e ao voltar para o quarto, o barulho vindo da porta
chamou a minha atenção, quando reduzi a distancia e levei minhas
mãos de encontro à maçaneta, ao abrir a porta, meu olhar ficou
direcionado para o rosto da mulher que apareceu em minha frente.
— Você?
Capítulo 16
CECÍLIA BORISLAV
S carlett exibia um largo sorriso no rosto, já tínhamos sido
apresentadas desde a última vez que vim em New York e ela
estava na casa dos meus sogros. Embora, ainda fosse uma
adolescente na época, não me esqueci da sua aparência.
— Boa tarde! Como soube da sua chegada, quis ver se precisava
de alguma coisa.
— Boa tarde. Aproveitando a sua companhia, queria dar uma volta
pelo lugar, pois, ficar somente nesse quarto me deixa inquieta.
— Vamos!
Fechei a porta e ao lado dela caminhamos pelo corredor e só
paramos quando chegamos ao grande salão. Havia uma grande
movimentação em torno do lugar, algumas mulheres estavam
limpando e outras conversando com aquela desconhecida que me
causou uma sensação ruim. Assim que notaram a nossa presença,
ela foi a primeira a se manifestar e não gostei em nada do jeito
como ela se referiu a mim.
— Boa tarde Dra. Scarllet e você Cecília, aproveitando para
conhecer o território?
— Para você e as demais, é senhora Cecília e respondendo a sua
pergunta, estou conhecendo aquilo que me pertence.
Todas ficaram em silêncio, as que estavam com ela, tinham uma
expressão de quem comeu e não gostou, já as que estavam
labutando e com o rosto suado de passar pano no lugar, exibiram
uma expressão de quem haviam gostado de ouvir minhas palavras.
Virando-me para Scarlett, pergunto.
— Todas aqui têm a mesma função ou existem regalias para um
determinado grupo?
— Até onde é do meu conhecimento, todas fazem a mesma coisa.
Minha atenção se voltou para o grupo de mulheres que estavam ao
lado da que se acha a estrela do lugar.
— Se todas tem a mesma função, em vez de vocês estarem
conversando, deveriam estar ajudando as demais, já que não são
superiores a elas.
Antes de seguirem em direção as demais, o olhar que foi lançado
em minha direção estava cheio de raiva, porém, de nada adiantou,
pois, a encarei com firmeza para demostrar que não tinha medo de
cara feia e muito menos da sua fúria.
— Vamos, você deve esta com fome — disse Scarlett, mas pela
suas feições, sabia que esta gostou do que ouviu.
Minutos depois, quando chegamos à cozinha, que por sinal era
impecável e tinha uma mesa farta com vários tipos de bolos, frutas e
sucos, ela resolveu quebrar o silêncio.
— Gostei de você tê-las colocado em seu lugar. Muitas que chegam
aqui têm mania de estrelismo e acabam por se acharem à senhora
da casa.
— Não me importa que todas estejam em busca de crescer na vida,
através desse mundo que gira em torno da luxúria e dinheiro, mas
não me agrada em nada que queiram aparecer mais do que eu.
Conversamos mais um pouco e depois resolvemos fazer um lanche.
ETHAN BORISLAV
— Um dia após o seu casamento, durante o jantar, o seu pai não
parava de contar aos membros do conselho a bela recepção que
você deu aos malditos invasores.
— Aqueles dois vermes acharam mesmo que fariam uma
emboscada? Eu sabia que cedo ou tarde a informação do lugar para
onde iríamos viajar, chegaria até eles.
— Soube que Dusan lançou o maldito traidor que havia passado a
informação de cabeça dentro de um barril cheio de ácido sulfúrico.
Meu pai disse que o rosto do maldito ficou completamente
desfigurado e logo em seguida, todo o seu corpo foi envolvido pela
substância, ele também comentou que o homem gritou até seus
últimos suspiros e os tecidos da sua pele foram destruídos pelo
líquido.
Uma gargalhada alta saiu do fundo da minha garganta, enquanto
Luccas ficou estático me olhando. Instantes depois, caminhamos
rumo ao salão e chegando ao ambiente, os meus olhos foram ao
encontro da mulher que estava próximo ao balcão do bar.
— Pelo visto ela mexeu mesmo com você.
— De tal forma que você não tem noção, porém, irei unir o útil ao
agradável.
Enquanto ele parecia perdido ao ouvir minhas palavras, ando em
direção a mulher, que ao me ver, tratou logo de morder os lábios
inferiores como se eu não soubesse que ela estava com o mesmo
pensamento que eu em sua mente. Ao ficar a alguns centímetros de
distância e tendo minha total atenção, sua voz num tom suave,
ecoou no ar.
— Deseja alguma coisa chefe?
A pergunta era tentadora, mas ainda não era o momento, então,
resolvi pedir algo para beber.
— Amber, me sirva um copo de uísque — ordenei.
Alguns segundos depois, com o copo de bebida em mãos, dividi
minha atenção entre o líquido que estava no copo e o belo rosto a
minha frente, no entanto, meu contato visual foi interrompido quando
escutei uma voz familiar.
— Atrapalho?
Seu olhar é frio e a expressão de suas feições eram duras. Aquela
máscara gélida não pertence ao seu rosto, todavia, havia algo
insondável na face angelical. Fui tirado do transe que estava,
quando Scarlett disse algumas palavras e deixou o bordel.
— Foi um prazer revê-la.
— O prazer foi todo meu.
As duas se abraçaram e assim que meus lábios se moveram, antes
que o som saísse da minha boca, a insolente seguiu rumo à porta,
me ignorando por completo. Fazendo o meu estômago ser revirado
pela raiva, quem ela pensava que era.
— Chef...
A mulher do outro lado do balcão disse algo, mas deixei o copo
sobre o móvel e segui na mesma direção que a atrevida tinha ido.
Ao avistá-la, o som da minha voz reverberou no espaço.
— Pare!
Estremeci ao sentir a raiva se renovar dentro de mim e para
aumentar a minha fúria, ela continuou andando, não acatando
minha ordem.
Com sangue nos olhos, avancei em sua direção como um tigre,
encurralando a minha presa.
— Eu disse para você não sair do quarto.
Não quero que ela fique passeando em volta do lugar.
— Se quer exigir algo, comece a dar o exemplo, já que parecia
muito descontraído com a companhia daquela mulher.
— Está com ciúmes, querida esposa? — um sorriso sarcástico
aflorou nos meus lábios.
— Não se sente ciúmes de quem não gostamos e se fosse em outra
situação, estaria pouco me lixando, mas, aceitei um casamento por
contrato que não foi da minha escolha, e já que agora sou a sua
mulher, não irei aceitar ter um marido cheio de amantes ou você
quer que eu siga o seu exemplo?
A raiva que antes estava percorrendo em minhas veias como um
fogo líquido, me incendiando por dentro, deu lugar a algo muito
maior e os meus demônios internos enfim despertaram.
Tudo à minha volta foi escurecendo e ficando somente a claridade
que vinha da maldita a minha frente e assim que se moveu, com
apenas um movimento, a alcancei e puxei o seu pequeno corpo de
encontro ao meu. Uma de minhas mãos segurou firme o seu
pescoço e os meus olhos ficaram cravado em seu rosto, que tinha
um olhar desafiador.
— Quem ousar tocar no que é meu, será resumido a pó. E quanto a
você, se deixar que alguém toque no seu corpo, eu te farei conhecer
o meu inferno particular, onde eu sou a lei e tudo de ruim que você
já viu na vida ou soube que existe, será o paraíso perto do caos que
vou transformar a sua vida.
Capítulo 17
AMBER
CECÍLIA BORISLAV
Senti sua outra mão no meu pescoço e o meu corpo sendo erguido.
Das suas órbitas trevosas, saíam faíscas de ódio, parecia um farol
no oceano, eu podia sentir a vibração magnética que vinha dele,
fazendo todo o meu corpo estremecer e meus órgãos internos
funcionarem a todo vapor. As mãos dele seguravam firme a minha
garganta, mas, ao ver que eu ainda estava o encarando, ele
intensificou o aperto em volta do meu pescoço. Perdi o fôlego e o
pânico tomou conta de mim e eu comecei a empurrá-lo, porém, ele
não se movia e muito menos, me soltava, pelo contrário, o homem
parecia que estava possuído e seu rosto se contraía numa
expressão em que demostrava uma fúria incontrolável.
Senti o ar se esvaindo dos meus pulmões e respirei profundamente
algumas vezes, pois, meu peito queimava.
Imobilizada pelo pescoço e antes que eu viesse a perder os
sentidos. Precisava agir, em questão de segundos, movida pelo
desespero, a minha única reação foi mover uma de minhas mãos
até a sua parte intima e reunindo todas as minhas forças, comecei a
apertar com o seu pênis por cima da calça, girando a mão como se
tivesse torcendo-o.
Ele ficou paralisado por uma dor terrível e um ruído escapou da sua
boca. Quando ele afrouxou o aperto contra minha garganta, minhas
pernas ganharam vida própria e eu saí correndo o mais rápido que
conseguia pelo corredor, tentando chegar até ao quarto. Meus
pulmões estavam agitados, funcionando aos espasmos, quando
avistei a porta e pensei que seria a minha salvação, senti uma dor
forte em minha cabeça assim que ele puxou os meus cabelos com
força, me fazendo perder o equilíbrio e o meu corpo foi de encontro
ao chão.
Gemidos saíram por entre meus lábios e ao levantar a cabeça, meu
coração começou a bater freneticamente diante da própria imagem
de um monstro a minha frente.
Seus olhos azuis estavam tão escuros, que o ódio resplandecia
através deles e antes que cogitasse em fazer algo para me
defender, ele segurou novamente nos meus cabelos e saiu me
puxando. Percorremos o enorme corredor que parecia não ter fim. A
dor em minha cabeça se intensificava a cada segundo que ele ia me
arrastando.
— Pare! Pare! Está doendo.
Ele continuava se movendo, ignorando as minhas súplicas. Sem a
minha permissão, as lágrimas grossas surgiram inundando o meu
rosto e as minhas costas estavam ardendo devido ao contato com o
concreto. Aquele percurso parecia o mais longo da minha vida e
quando viramos à direita, meus pensamentos foram interrompidos e
com eles fui envolvida pelo desespero.
— Já que você gostou tanto de apertar o meu pau, chegou a hora
dessa boquinha insolente dar a ele o alívio que tanto precisa. E
nada melhor do que te apresentar o corredor 666.
— SOLTE-ME AGORA — disse aos gritos, mas, o homem continuou
me puxando e por mais que eu tentasse retirar suas mãos dos meus
cabelos, era em vão. Aquele lugar enviava calafrios por todo o meu
corpo. Uma sensação ruim apoderou-se de todo o meu ser e eu
tinha a sensação que naquele corredor não estava somente nós
dois, era como se das paredes sombrias viessem ruídos, tipo, gritos
de angustia e sofrimento clamando por socorro, eu jamais havia
sentido uma energia tão poderosa e negativa vinda de um lugar tão
estreito, que parecia inofensivo. Minutos depois, quando já não
aguentava mais a dor em minha cabeça e o latejar vindo das minhas
costas, mesmo protegida pelo tecido fino do vestido, parecia que
estava em carne viva, ele parou, e, ao soltar o meu cabelo, me
puxou, fazendo-me ficar em pé.
Ódio, jamais havia sido envolvida por pensamentos e sensações tão
obscuras, porém, quando ele levou sua mão livre em direção a um
painel que estava fixo na parede, digitou uma senha e a porta se
abriu. Ethan entrou me levando junto. Eu sabia que precisava sair
dali, mas fiquei petrificada, suando frio e com o coração batendo
violentamente ao olhar para imagem a minha frente e um medo cru
e agudo, me envolveu por alguns segundos ao ouvir as palavras
que ecoaram por todo o ambiente.
— Bem vinda à sala do prazer. O lugar onde você vai aprender a
proporcionar todo o prazer que eu, assim, desejar.
Capítulo 18
CECÍLIA BORISLAV
Senti um frio na minha espinha e o coração estava disparado, meus
olhos arregalados. Eu estava atônita diante do cenário a minha
frente, o ambiente tinha uma decoração sadomasoquista, a sala tem
entre algemas penduradas, chicotes, coleiras, máscaras, cordas e
até um crucifixo grande de ferro na parede. Assim como aquele
corredor que ele deu o nome do enigmático número 666, este lugar,
apesar de luxuoso, tinha o cheiro da morte, um aroma de uma
fragrância cítrica. Todavia, embora estivesse com um nó na boca do
estômago, com os utensílios que tinha visto, era a cama que tinha
uma piscina a sua volta, que estava me deixando espantada.
Porém, fui tirada do transe em que estava assim que ele começou a
se despir e vi seu olhar sobre mim. Corri em direção a porta, mas,
antes que eu tivesse a sorte de passar por ela, a mesma foi fechada
automaticamente. A raiva estava percorrendo cada fibra do meu
corpo e ironicamente arqueio minhas sobrancelhas quando me virei
em sua direção. O infeliz já estava centímetros a minha frente,
completamente nu.
Sua musculatura era firme e bem definida e o seu membro, este já
estava totalmente ereto. Ethan abriu um sorriso sarcástico, em
seguida sua risada diabólica ecoou por todo ambiente, fazendo
todo o meu corpo estremecer e foi justamente no momento que o
infeliz avançou em cima de mim, feito um predador, e, mesmo
lutando, suas mãos ágeis começaram a rasgar toda minha roupa,
me deixando só de calcinha.
Ciente do que estava prestes a acontecer, eu não iria desistir de
lutar.
— Eu não quero e você não vai tocar em mim.
— Você deveria ter pensado antes de agir. Nessa porra quem
manda sou eu e embora seja minha esposa, eu jamais vou aceitar
que uma mulher ou alguém passe por cima de mim.
O enviado do capeta que emanava uma vibração poderosa, segurou
em meu pulso e saiu puxando-me. Mesmo aos tropeços, chegamos
até a piscina, com a brutalidade e rapidez com que ele se movia,
acabei perdendo o equilíbrio ao descer um dos degraus, mas, antes
que desabasse dentro da água, ele me segurou e me fez ficar de
joelhos.
Como estávamos na parte mais rasa, a água batia até os meus
seios e ao levantar a cabeça e ele deu alguns passos. O meu rosto
ficou centímetros de distância do seu membro avantajado, fazendo
o nó que havia se formado em minha barriga se intensificar. Fiquei
olhando para aquele pênis animalesco, com veias inchadas por toda
sua extensão, indo até a base bem grossa e a cabeça rosada e
dilatada que estava apontada na direção da minha boca.
— Chupe o meu pau — diante das suas palavras, a minha raiva deu
lugar a um ódio descomunal que estava queimando o meu peito. O
desgraçado se movimentou esfregando aquilo no meu rosto, me
fazendo sentir o cheiro do seu pênis que já estava pulsando
freneticamente. Vendo que eu não demostrava nenhuma reação,
novamente vociferou num tom ainda mais furioso.
— Chupa, você é surda? — lançou um olhar mortal para mim.
Os meus lábios que estavam grudados até então, se moveram e um
sorriso vitorioso surgiu em sua face diabólica, contudo, em vez de ir
ao encontro do seu membro, afastei um pouco a cabeça para trás e
as palavras que foram ditas fez sua fisionomia mudar para algo
assustador.
— Eu não vou chupar o seu pau. Não sou sua propriedade ou uma
das prostitutas que estão aqui somente para proporcionar prazer.
Eu, Cecília Borislav, sou sua esposa e você não vai me tratar como
se eu fosse uma vadia.
No instante que o som das minhas últimas palavras ressoaram
dentro do ambiente, ele levantou uma de suas mãos.
— Bate, mas bate com força, quem sabe assim poderá aplacar a
sua ira — disse sem desviar os olhos dos dele.
Quando novamente ele movimentou o braço, estava ciente de que o
golpe seria desferido ao ver seus olhos queimando de fúria.
Contudo, em vez de acertar o meu rosto, ele segurou firme em
meus cabelos e um gemido incontido saiu da minha boca. Antes que
eu viesse a processar o que estava por vir, Ethan levou a outra mão
até a minha cabeça. Possuído e segurando firme, ele a enfiou
dentro da água e depois de alguns segundos a puxou de volta. O
que parecia ser até uma brincadeira de criança aos poucos deu
lugar ao desespero, pois, cada vez que ele colocava minha cabeça
dentro da água, a deixava por mais tempo. Continuou a fazer o
mesmo movimento por várias vezes e a certa altura, não a retirou
mais. Minha respiração tornou-se escassa, meu peito se expandiu
em uma dor profunda, meus pulmões estavam queimando e
comecei a espernear tentando fazer com que ele acabasse com
aquele tormento.
Senti uma imensa escuridão querendo me envolver, minha cabeça
dava voltas e mais voltas. Comecei a ouvir o som das vozes de Ana,
minha mãe e quando as trevas estavam prestes a consumir toda a
luz a minha volta, foi o som da voz do meu pai, que atingiu os meus
tímpanos, deixando todos os meus sentidos voltados para tudo que
ele estava dizendo.
"Você é muito mais forte do que imagina. Só você pode superar os
seus medos e vencer qualquer obstáculos."
Aquelas palavras martelavam em minha mente como se fosse um
mantra. Não sei quantos minutos se passaram e quando um forte
clarão surgiu a minha frente, eu sabia que aquilo era o sinal. Deixei
de lutar e me entreguei de vez à escuridão total.
ETHAN BORISLAV
Ouvir as palavras que foram ditas por ela naquele corredor, fez
todos os órgãos dentro da minha caixa torácica dispararem,
funcionando a todo vapor, meu corpo estava tão quente, que parecia
uma fornalha. E como se tivessem vida própria, minhas mãos já
estavam em volta do seu pescoço frágil e naquelas órbitas
esverdeadas, havia uma luz que fez algo dentro de mim querer
apagar, porém, como num piscar de olhos, a maldita segurou firme
no meu pau e nem mesmo se tivesse cravado uma adaga no meu
peito, me causaria a dor cruciante que me envolveu naquele
instante. Por alguns segundos, todo o meu corpo paralisou, me
fazendo afrouxar o aperto em sua garganta e quando assumir
novamente o controle do meu corpo, ela já estava a certa distância.
A raiva me dominou, minha cabeça estava tão quente, que parecia
um vulcão em erupção, e, antes que ela viesse a chegar ao seu
destino, minha mão foi de encontro aos seus cabelos. Dali em
diante, os ruídos que saíram da sua boca se tornaram música para
os meus ouvidos, e quanto mais ela clamava, mais a puxava pelo
corredor. Ver sua expressão ao entrar na sala, fez meu corpo vibrar
e era hora de lhe mostrar a quem ela de fato pertencia.
Contudo, ela estava disposta a me desafiar e em meio as suas
palavras e ao brilho reluzente dos seus olhos, irradiando uma luz em
volta do seu corpo, fez todos os meus demônios se manifestarem de
um jeito que nunca tinha sentido antes. De repente, senti uma força
totalmente sobrenatural assumir todo o controle do meu corpo e
segurando a minha mão, enquanto a minha pele estava em chamas.
A escuridão me envolveu e quanto mais enfiava a cabeça dela
dentro da água, tudo que ouvia eram os meus demônios gritando
para acabar com a vida da infeliz. Tudo era um escuro profundo e
em meio ao mundo de trevas, iniciou-se um verdadeiro duelo dentro
de mim.
Respirando profundamente, lutei para assumir o controle do meu
corpo e quando consegui, os meus batimentos cardíacos
aumentaram e a minha respiração acelerou ao vê-la totalmente
desfalecida.
— Maldiçãooooooo!!! — um grito saiu rasgando a minha garganta.
Não! Não! Não! Isso não pode ser possível, assim que a tirei de
dentro da água, a colocando sobre o chão, o ódio me envolveu
novamente ao ver a insolente abrir os olhos e com ar vitorioso em
sua expressão. No entanto, por alguns segundos, um único
pensamento se formou em minha cabeça.
"Como ela conseguiu ficar tanto tempo debaixo da água".
Capítulo 19
CECÍLIA BORISLAV
CECÍLIA BORISLAV
CECÍLIA BORISLAV
Nunca havia sentido tanto ódio em toda sua vida. O homem estava
com olhos fulminantes de ódio, mas, toda minha autoconfiança se
esvaiu quando tentei me levantar e ele me jogou de volta em cima
do colchão. Feito um animal raivoso, vocifera.
— Você sabe que no nosso mundo um casamento só é desfeito com
a morte. Mas, não está nos meus planos acabar com a sua vida, no
entanto, vai depender de você, não só o destino da sua família,
como de todos da máfia albanesa. Uma vez que o acordo for
quebrado, uma guerra sangrenta será iniciada e não pense que eles
terão alguma chance de sair com vida desse confronto.
Meu corpo todo começou a tremer, enquanto ele acabou saindo.
Embora nossa organização seja forte, a máfia Sérvia se infiltrou ao
longo dos anos como uma erva daninha, Dusan Borislav, aquele que
somente Deus é seu juiz, tem toda uma tecnologia ao seu favor e
pelas histórias relatadas pelo meu pai, sei muito bem que a
tecnologia deles avançou muito após Ethan assumir o controle. O
demônio prodígio desde criança, já vinha espalhando a destruição e
parece que o cheiro de sangue fresco serve de alimento para seus
demônios. Meus pensamentos foram atrapalhados quando meu
celular, que estava sobre um móvel próximo à cama, começou a
tocar.
Respiro profundamente ao ver o nome da minha mãe e logo em
seguida atendo a ligação.
— Meu amor, eu estou com saudades.
— Também estou mãe — digo com a voz embargada pelas
lágrimas.
— Aconteceu algo, filha?
Diante da sua pergunta, as palavras de Ethan martelavam em minha
mente, me levando a uma luta interna, por fim, resolvi não dizer
nada, eu mesma iria enfrentar os meus próprios problemas.
— Não mãe, é que estava doente.
Ela fica em silêncio por alguns segundos e quando ouço novamente
sua voz, fico surpresa com o que escuto, era como se de falto, ela
soubesse o que eu estava passando.
— Se tem alguém que pode penetrar no coração do demônio é
você. Tanto para mim e sua sogra, o caminho percorrido não foi
fácil, mas, você precisa mostrar que a escuridão em volta dele não
vai apagar a sua luz. Você é a soberana da máfia e não uma boneca
de pano que podem puxar com força para um lado e para o outro,
até que se rasgue ao meio. Cecília Demisovski Borislav, é aquela
que nasceu para mostrar que na máfia, as mulheres são muito mais
que filhas, esposas ou um rosto bonito ao lado do homem que
detém o poder.
— Obrigada, mãe.
— Nós te amamos, princesa.
Ficamos um bom tempo conversando e quando encerrei a ligação.
Fiquei pensando em suas palavras e chegou a hora de mostrar para
Ethan Borislav, que não sou o seu brinquedinho, o qual ele pode
usar para o seu bel-prazer. Um pensamento veio em minha mente e
lembro-me que no banheiro não tem câmera de monitoramento.
Deixo o meu celular em cima da cama e me levanto, vou até o
closet a procura da maleta que estava dentro de uma das minhas
malas, pois, fiz questão de trazer o kit de ferramentas que ganhei do
tio Hulk. Assim que pego o objeto, caminho até o banheiro, se não
posso sair desse casamento e na força não consigo derrotá-lo, vou
fazer uso da minha inteligência e das aulas de engenharia elétrica
que obtive um tempo atrás. O todo poderoso vai provar do próprio
veneno e veremos se é bom sair dando choque nas pessoas.
Capítulo 22
ETHAN BORISLAV
Quando ouvi as palavras que saíram pelos lábios dela. Um nó
imenso se formou em minha garganta e os meus batimentos
ficaram descontrolados. Tive que me controlar para não perder a
paciência, mas logo fiz o brilho intenso do seu olhar desaparecer, no
entanto, acabei me levantando da cama e deixei o ambiente.
Quando cheguei ao meu escritório, encontrei Luccas, que ainda
estava fazendo a contabilidade do movimento da noite anterior.
Porém, o ódio novamente apoderou-se de todo o meu corpo,
quando meu celular começou a tocar e ao ver o nome que surgiu na
tela, sabia que aquela velha tinha contado a Dusan sobre o ocorrido
com Cecília. Minutos ouvindo o homem do outro lado da linha,
dizendo o motivo pelo qual ela havido sido escolhida e que não iria
permitir que eu viesse a acabar com a vida dela.
Como se eu não soubesse de todas as atrocidades que ele fez a
minha mãe passar e se Luna conseguiu sobreviver, aquela que é
ainda mais audaciosa, teria que aprender a manter a sua língua
afiada dentro da boca e que, mesmo sendo minha esposa, eu não
serei uma marionete nas mãos de ninguém e muito menos de uma
mulher. Nem Dusan e nem Enzzo vão interferir em minha vida, nem
que para isso eu tenha que mostrar a eles quem agora é o dono das
máfias.
Depois da ligação, ainda fiquei no escritório terminando de resolver
alguns assuntos com Luccas, já havia mandado providenciar o
jantar dela e deixei o recinto, já que daqui à uma hora as portas do
The Brothel Empire seriam abertas. Quando cheguei ao quarto, a
mulher estava com sua atenção voltada para o celular, andei até o
banheiro e instantes depois, já havia me livrado das minhas roupas.
Entrei dentro do box e no momento que levei uma das minhas mãos
até o botão para ligar o chuveiro, senti um tremor violento por todo o
meu corpo, o meu pau pulsava fortemente e balançava
descontroladamente. Os meus pulmões se contraíram e o sangue
em minhas veias parecia fogo que me incendiava por dentro.
Raiva! Ódio! E outros sentimentos tenebrosos envolveram-me e
instintivamente puxei a minha mão e logo depois a fechei em punho
e o golpe foi desferido contra a parede na tentativa de aplacar todo
a minha fúria.
Instantes depois, meu olhar foi de encontro ao objeto e observando
minuciosamente tudo a minha volta, não havia nada de diferente.
Saí de dentro do ambiente, indo até a caixa de eletricidade, e após
desligar, puxei o fio da tomada e fui arrumar o maldito aparelho.
Entretanto, meus demônios estavam inquietos, me causando um
desconforto terrível e eu precisava arrumar um jeito de fazer aquela
sensação ser dissipada.
AMBER
Durante os últimos dias, consegui me aproximar de Ethan. Quanto à
coisinha sem sal, tem dias que não a vejo, o que acabou sendo um
ponto ao meu favor.
— Vamos!
A voz de Alice ressoou a minha volta.
Dou mais uma olhada em meu reflexo no espelho e fico satisfeita
com que vejo, com um giro nos calcanhares, movo-me em direção à
porta. A cada passo que dava pelo imenso corredor, podia ouvir o
barulho da música tocada e quando chegamos frente às portas
duplas do grande hall, detenho-me. Meus olhos passeiam em volta
do lugar que está lotado e ao ouvir o meu nome, minhas pernas
ganham vida própria e toda atenção se volta em minha direção.
Retiro o sobretudo e com passos lentos, vou andando pelo salão em
direção ao centro onde, haviam duas enormes fitas penduradas no
teto. Assim que começo a subir nos tecidos, aplausos ecoam no
espaço e quando inicio a dança, os homens vão à loucura.
Eu podia sentir os olhares cheios de desejo lançados em minha
direção, no entanto, somente um homem naquele ambiente era o
meu alvo e hoje ele seria meu. Minutos se passam e quando enrolo
o tecido em volta do meu corpo, suspiro fundo e com um giro, me
lanço em direção ao chão parando exatamente centímetros de
distância do piso, recebendo os aplausos e olhares em admiração.
Além de força e ter confiança, durantes as aulas que tive, peguei
rápido a subida, mas é muito técnico, você tem que entender e
aprender os movimentos para fazer os números finais. Não ter medo
e saber que você está ali segura, que não vai cair e se jogar
mesmo, sem parar para pensar.
Após me livrar das fitas, toda uma movimentação toma conta do
lugar, as meninas começam a partir para cima dos clientes, algumas
dançam, outras servem bebidas e quando vou em direção ao bar,
meu olhar se volta para Ethan, que está a certa distância com
Luccas.
A raiva percorre em minhas veias quando o vejo chamando Alice,
mas, logo minha atenção é desviada quando um dos clientes se
aproxima, e pelo olhar faminto, já sabia o que o infeliz queria.
Todavia, um sorriso vitorioso surge em meus lábios, quando de
repente, Alice surge e suas palavras me deixam êxtase, vibrando
em antecipação.
Instantes depois...
Meu coração batia forte, depois que não o vi mais no salão,
esperando alguns minutos, deixei o hall e passos largos foram
dados, me fazendo atravessar o corredor e chegar frente a porta do
meu quarto. Minha respiração estava ofegante e no instante que
abro a porta, me deparo com o homem já sem camisa. Seu peitoral
desnudo é bem definido e cheio de músculos.
— Tire a roupa, agora — disse ele, me tirando do meu estado de
estupor.
Fechei a porta e comecei a me despir. Quando me livrei da última
peça de roupa, o homem avançou em minha direção, me
encurralando. Senti seu hálito quente contra minha pele e sua boca
se chocou contra o meu pescoço, deslizando a língua pela minha
pele, mordiscando levemente. O calor ardeu em meu peito, se
espalhou pelo meu corpo inteiro, ele me pegou em seus braços e
levou-me em direção a cama, depois se afastou retirando o restante
da sua roupa, me deixando com os olhos arregalados diante da
imagem do seu membro latejante. Movendo-se rapidamente, senti o
seu corpo sobre o meu, ele lentamente, começou a beijar a minha
barriga e seus beijos se arrastaram até os meus seios, chupando e
mordendo avidamente.
Senti o calor do seu pau próximo a entrada úmida do meu sexo. Seu
membro pulsava sem parar e todo o meu corpo estremeceu quando
num movimento rápido e preciso, ele deslizou o seu pênis para
dentro de mim. A cada estocada, gemidos altos de dor e prazer
saiam da minha boca, ele aumentou o ritmo dos seus movimentos,
me penetrando cada vez mais forte e fundo. Comecei a movimentar
os meus quadris, acompanhado o ritmo dos seus movimentos.
Ethan continuava me invadindo cada vez mais fundo, senti minha
boceta apertar o seu pênis, e isso o incitou a prosseguir,
aumentando a força e a velocidade da penetração. Seu cacete,
enterrado até o meu ponto mais profundo. Minha boceta começou a
pulsar e quando um ruído alto escapou da sua garganta, ele numa
sequência de golpes violentos, com estocadas precisas, liberou seu
líquido cremoso tomado por um orgasmo tão forte que fez todo o
seu corpo estremecer.
Minutos depois, as palavras que foram ditas marcaram o início de
como a minha vida mudaria a partir daquele momento.
— A partir de hoje, você ficara somente comigo.
Meu corpo estava vibrando fortemente e meu coração prestes a
saltar do meu peito, entretanto, somente um pensamento se fazia
presente em minha mente.
"O próximo passo será me livrar daquela maldita Barbie".
Capítulo 23
CECÍLIA BORISLAV
Quando o todo poderoso entrou no quarto, mantive meu olhar
firme na direção do visor a minha frente. Seus passos foram
dados até o banheiro e eu tive que me aguentar para não sorrir.
Minutos se passaram, já não aguentava de tanta ansiedade, logo, o
estrondo que ressoou no ambiente, vindo do banheiro, fez todo o
meu corpo vibrar de felicidade. Daria qualquer coisa para ver a cena
dele pelado, com seu corpo todo trêmulo e aquela monstruosidade
que tem no meio das pernas, balançando de um lado para outro
sem que ele pudesse controlar. Sei que matar o soberano da máfia
seria meu passaporte para a morte, mas, eu não ia deixar barato
todo sofrimento que me foi infringido por ele, pois de alguma forma,
eu queria fazê-lo sentir a mesma dor que me causou. Eu deixei tudo
como havia encontrado e não teria como ele pensar que eu fui a
responsável pelo que aconteceu, Ana dizia que eu estava perdendo
tempo em me dedicar tanto aos ensinamentos do meu pai, em focar
tanto nos estudos, porém, conhecimento nunca é demais e hoje me
sinto grata por tudo que me foi ensinado.
Minutos depois, ele saiu do quarto, sua expressão era a pior
possível, seu rosto estava vermelho e até esqueci de que o meu
corpo ainda estava dolorido. Meia hora depois, quando ele saiu do
quarto, eu acabei tendo uma crise de riso e por pouco não fiz xixi na
cama de tanto sorrir. Já havia jantando e depois de falar com o meu
pai pelo aplicativo de mensagem, exausta, acabei adormecendo.
Horas mais tarde...
O barulho que reverberou dentro do ambiente, fez todos os meus
sentidos entrarem em alerta. Contínuo com os olhos fechados, e
logo em seguida ouço o som das passadas rumo ao banheiro e a
porta sendo fechada, não demorou muito para que o som da água
caindo fosse escutado por mim. Passaram-se alguns minutos, olhei
rapidamente no celular que estava debaixo do meu travesseiro, já
eram quatro horas da manhã, quando ouvi novamente o barulho da
porta e a luz do banheiro sendo apagada, fechei os olhos de novo.
No momento seguinte, senti o colchão afundando e depois o barulho
pesado da sua respiração, até que ele acabou dormindo.
Havia uma porção de coisas pipocando na minha cabeça e em
certas horas, não consigo controlar meus pensamentos. Fiquei com
os últimos acontecimentos em minha mente, até que voltei a dormir.
AMBER
A raiva e o ódio implacável que sinto por aquela criatura estava me
queimando por dentro, e ao ver a Barbie no salão, o meu maior
desejo era deformar o seu belo rosto. Mas, ele acabou chegando e
para aumentar a minha fúria, o idiota disse que essa noite sairia
com ela, depois do almoço, vim para o meu quarto, pois, precisava
tomar um banho.
Deixo a água morna cair sobre o meu corpo e penso que depois de
ter chegado tão longe, não posso deixá-lo escapar. Minutos depois,
desligo o chuveiro e com a toalha em volta do meu corpo, deixo o
cômodo e ao entrar no quarto, o dono dos meus pensamentos
estava parado próximo à porta.
Permaneci parada no mesmo lugar, enquanto ele deu alguns passos
e se juntou a mim.
— Pensei que ficaria com a sua mulher.
— É você quem eu desejo.
— Mas, não te verei a noite.
— Preciso ir a um leilão.
Uma expressão de tristeza envolveu o meu rosto e como sempre
acabou funcionando, porque o homem segurou em meu queixo,
forçando-me a olhá-lo.
— Nenhuma outra, me fez sentir tão em êxtase como você, você é
minha.
Sem que eu esperasse, ele puxou a toalha, me deixando exposta
aos seus olhos famintos e fez uma trilha pelo meu corpo com seu
olhar malicioso. Ethan me jogou sobre a cama e ao se livrar das
suas calças, introduziu o seu membro dentro da minha entrada
molhada. Aquela Barbie certamente não o satisfazia, pois, o homem
parecia um animal no cio.
Seus movimentos eram fortes, empurrando o seu membro fundo, o
tirando para depois deslizar toda extensão do seu pênis palpitante e
rígido para dentro de mim. A cada estocada, os ruídos que saiam da
sua boca se tornavam ainda mais alto e numa invertida de posição,
comecei a cavalgar em cima daquele pau que parecia um touro
furioso. Horas se passaram e quando juntos alcançamos o limite do
prazer, gozando violentamente, queria tomar um banho junto, mas o
homem ao olhar para o relógio em seu pulso, mas uma vez disse
que banharia em seu quarto, o que era até bom para aquela
desgraçada sentir o cheiro impregnado de sexo no seu marido, que
agora é o meu homem.
Sozinha no quarto, e esparramada sobre a cama, penso que vários
dias se passaram e já chegou o momento de me livrar daquela
pedra que está em meu caminho. Só assim irei conseguir o que
tanto desejo.
Capítulo 24
ETHAN BORISLAV
CECÍLIA BORISLAV
Rapidamente o lugar transformou-se em um campo de batalha.
Tiros e mais tiros ecoavam por todos os lados, porém, quando o
som de uma voz desconhecida ecoou no ambiente, dizendo que
foram atingidos, saí do estado estático que estava, mas ele foi mais
rápido do que eu e acabou me fazendo abaixar contra a minha
vontade. Os sons dos disparos se tornavam mais altos e aquela
explosão fez meu corpo todo se aquecer, entretanto, eu já estava
inquieta e quanto mais eu ouvia o barulho das rajadas, algo dentro
de mim vibrava querendo se libertar.
Em meio a todo aquele zumbido, quando o vidro da janela foi
quebrado, aquilo era tudo que faltava, pois a adrenalina tomou conta
de cada fibra do meu corpo e quando dei por mim, já estava com as
mãos em uma das armas, das diversas que ele tinha dentro do
veículo.
Eu achava que não teria coragem de interromper a vida de alguém,
talvez não da forma como vi Ethan fazendo ao torturar aquele
homem, mas, naquele confronto, ou atingia o alvo no ponto certo, ou
seria eu a ser atingida. A cada tiro, uma sensação inexplicável
tomava conta de mim, eu já não conseguia parar de puxar o gatilho
e quando enfim o silêncio predominou a nossa volta, ao ver a cena
do estrago que havíamos feito, eu senti como se toda inquietação
que estava sentindo no meu interior, tivesse sido dissipada.
Minutos depois, chegamos à garagem da casa de luxo. Deixamos o
veículo e caminhamos em direção ao elevador. No momento que a
porta foi fechada, fui surpreendida assim que ele me encurralou na
parede e seu olhar estava repleto de desejo. Não sei o que estava
acontecendo comigo, mas novamente o calor escaldante apoderou-
se do meu corpo inteiro.
Ethan examinava meu rosto com um olhar intenso. Em seguida
levou uma de suas mãos até o meu decote, a enfiando por debaixo
do tecido que cobria o meu seio direito e começou a acariciá-lo,
circulando a ponta do meu mamilo numa carícia torturante.
Ele observava atentamente a minha reação, esperando que eu
sucumbisse ao prazer do seu toque. Ele passou um bom tempo
massageando-o e depois fez o mesmo com o seio esquerdo. Não
satisfeito, ele levou uma de suas mãos na direção da fenda do meu
vestido e foi subindo até alcançar a minha calcinha e logo depois a
puxou, deslizando a peça pelas minhas pernas. Em questão de
segundos ela já estava nas mãos dele, que após levar o tecido até o
nariz e cheirar, a guardou no bolso.
Se ele queria causar alguma reação em mim, conseguiu, já que
seus gestos estavam afetando todos os meus sentidos. Ethan
abaixou a cabeça e começou a beijar o meu pescoço com
delicadeza, de um jeito quase preguiçoso, até parar próximo a
minha boca. Minha respiração engatou quando ele abriu o fecho da
calça e pude ver o volume da sua virilidade estufada em sua cueca
e logo em seguida deixou cair pelas suas pernas as duas peças que
deixavam o seu membro preso. Minha respiração ficou ofegante, ele
por sua vez, colou o corpo no meu, suspendeu-me, fazendo-me
entrelaçar as pernas em volta da sua cintura. Fiquei completamente
perdida quando colocou os lábios sobre a minha bochecha, beijando
cada centímetro dela até parar próximo a minha boca. Meu corpo
logo ficou quente e, foi nesse exato momento que seu pênis
deslizou para dentro de mim e sua boca invadiu a minha. Sua língua
acariciando a minha, enquanto movimentava os quadris e seu pênis
entrava e saia de dentro de mim. A cada investida, as minhas costas
batia contra a parede de aço inoxidável do elevador, fazendo um
barulho alto dentro do ambiente. Sua língua continuava explorando
a minha e o homem me invadia mais fundo e rápido.
O calor emanado a nossa volta era intenso e o meu rosto já estava
banhado de suor, suas estocadas eram rápidas e profundas, me
arrancando ruídos de arrebatamento, preenchendo-me com força,
chegando fundo. Seu membro entrando e saindo do meu sexo,
enquanto seus lábios se apossavam dos meus com avidez e sua
boca insaciável parecia querer devorar a minha, provocando uma
convulsão que arrepiou a minha pele. Eu não iria aguentar por muito
tempo, pois uma sensação de êxtase que estava se aproximando,
tomou conta de mim.
Ethan parecia que tinha perdido o controle e começou a xingar
repetidamente.
— Caralho! Porra! Deliciosa, essa bocetinha gulosa está
espremendo o meu pau.
Ele segurou ainda mais firme minha cintura, aprofundando o contato
da sua posse. Uma sequência de estocadas foram dadas contra
minha carne pulsante e meu corpo todo começou a estremecer. Os
olhos azuis ficaram em chamas e quando minha intimidade
começou a latejar freneticamente, rugindo como um animal, ele se
libertou, alcançando o limite do prazer.
Meu coração ainda estava batendo muito forte e depois do calor do
momento, o arrependimento e várias dúvidas pairaram sobre mim, e
logo me lembrei das palavras de Ayla.
"Será possível que em meio a tudo que ele me fez. Toda raiva que
sempre senti desde que o conheci é porque sinto algo por ele".
Tudo era muito confuso e a única certeza que tenho, é que não
posso me deixar levar pela luxúria e o desejo carnal ou irei acabar
me tornando aquilo que ele sempre quis. Um brinquedo que pode
ser manipulado.
Capítulo 26
No dia seguinte...
CECÍLIA BORISLAV
ETHAN BORISLAV
S aímos do restaurante e seguimos para Manhattan. Como as
mulheres que antes pertenciam à casa de luxo da filial foram
levadas para o The Brothel Empire, um novo carregamento chegou
e por esse motivo, tanto eu, como Luccas, estávamos indo checar
de perto as mercadorias. Embora muita coisa tenha mudado e
esteja diferente de quando Dusan controlava tudo, além de muitas
virem por livre e espontânea vontade na busca de uma melhor
qualidade de vida, assim como Amber, que chegou recente e ao
verem sua beleza estonteante foi enviada com as demais que já
estavam há mais tempo. O pagamento de dividas, onde são
vendidas pelos próprios familiares, ainda é um ponto forte do
esquema, o que não descarta o tráfico humano que tem por público
alvo o Brasil.
É desse país que não só a máfia Sérvia, como tantas outras,
fizeram do esquema uma grande fonte de renda e devido a grande
população pertencer a uma classe baixa, os que lá estão infiltrados,
acabam por seduzir e iludir essas garotas com falsas promessas e
como um lobo em pele de cordeiro, fazem da sua presa um alvo
fácil, que acabam descobrindo que tudo que pensam ser o paraíso,
não passa de um caminho que as levará direto para o inferno.
O percurso era longo e quando chegamos à casa de luxo, todas já
estavam dentro do salão nos aguardando. Tinha que admitir que
elas não eram só bonitas de rostos, assim como os seus corpos
eram cheio de belas curvas. Algumas com 17 anos, outras com 18 e
aquelas que já pertenciam a esse mundo luxurioso, tinham por volta
de 20 a 22 anos, o que acabariam passando cerca de até dez anos
nesse lugar, já que ao atingir os 32 anos, seriam dispensadas.
Minutos se passaram e após resolver todos os assuntos pendentes,
deixamos o lugar, e, ao entrar em um dos veículos, peguei o meu
notebook, tendo acesso às câmeras em volta do bordel, meus olhos
passeiam por toda tela e o lugar parecia estar em perfeita harmonia.
Junto com o meu, mais três carros deixaram a garagem do bordel.
O fluxo de veículos era intenso e novamente parece que os
desgraçados estavam dispostos a conseguir de toda forma o meu
território. Parecíamos que estávamos em uma corrida de fórmula 1,
uma verdadeira perseguição foi iniciada, mas ao contrário da noite
do leilão, nenhum disparo foi feito, o que me deu a certeza de que
eles estavam esperando o momento certo para nos encurralar. O
motorista pisou fundo no acelerador, Luccas passava todas as
coordenadas e meu olhar continuava fixo no notebook. Meus dedos
deslizavam sem parar pelas teclas e assim que entrei no sistema de
Dusan, ao inserir o código do microchip, a imagem do satélite foi
direcionada para MH 365. Era o único ponto em que um confronto
poderia ser iniciado, já que dava acesso à ponte localizada em uma
parte totalmente isolada de Manhattan e que justamente, ficava no
percurso a ser feito para voltar para casa.
Em meio a toda aquela perseguição que foi feita, acabamos nos
deparando com chamas que envolviam boa parte da estrada
embaixo da ponte que ficava a alguns quilômetros antes que
chegássemos até a ponte.
— Ethan!
Meus pensamentos foram interrompidos por Luccas.
— Não sei se terá como passar, parece que houve um acidente.
— Fred! — por alguns segundos ganhei atenção total do homem
que mantinha sua concentração firme ao volante.
— Chegou a hora de você mostrar o motivo pelo qual foi escolhido
para fazer parte da nossa organização.
O homem virou o rosto para trás por uma fração de segundos,
ostentando um esboço de um sorriso e logo em seguida dava para
ouvir o barulho vindo dos pneus e realmente me sentir como se
estivesse participando do grande prêmio de Mônaco. Fred era um
ex-piloto de corrida e foi requisitado por mim para fazer parte da
máfia Sérvia devido a sua grande habilidade, pois, um grande
talento jamais deveria ser desperdiçado. Nem o ar condicionado foi
capaz de impedir que a temperatura dentro do veículo chegasse a
um nível tão alto, tanto que parecia que estávamos dentro de uma
fornalha, tudo porque acabamos passando muito próximo das
chamas e estando do outro lado, novamente mantive minha
concentração no notebook e em seguida as imagens do lugar
surgiram na tela do aparelho a minha frente. Como eu cogitei, os
malditos membros da Yakuza dominaram o lugar e vários carros
estão sobre a ponte. Pelas imagens, deu para vê-los abatendo três
carros da polícia que se aproximou, com a alta tecnologia de um
país de primeiro mundo, era certo que Sanada viesse preparado.
Meus pensamentos foram atrapalhados ao ouvir alguém me
chamando.
— Chefe! O helicóptero já está sobrevoando o local.
— Vocês sabem exatamente o que devem fazer.
Dito isso, tanto Luccas, quanto eu, ficamos olhando para tela a
nossa frente e o que veio em seguida fez todo o meu corpo se
aquecer. Meus pulmões ficaram em chamas e meu coração agitado.
Tendo o alvo em mira, o lança chamas foi acionado e um estrondo
terrível reverberou no ar, dava para ser ouvido mesmo à distância
em que estávamos.
Fiquei em puro êxtase pela expectativa, logo sangue fresco seria
derramado a minha volta e o cheiro apreciado por mim, contudo,
depois de alguns instantes, meu motorista nos avisou que já
estávamos sobre a ponte e por mais que soubesse o que nos
esperava, era inevitável e não tínhamos como adiar aquele
confronto.
Quando o nosso veículo parou e os outros três se juntaram a nós,
um barulho infernal ecoou no ar, quando o helicóptero que
sobrevoava e estava prestes a atingir o restante do que achei que
seriam os últimos carros, foi abatido, fazendo o piloto perder o
controle e ir direto para as profundezas do mar.
Sanada mais uma vez me surpreendeu, pois em meio às chamas,
em cima da ponte, vários homens surgiram, todos bem equipados e
armados. Virei à cabeça para trás e acabamos sendo cercado por
cerca de dez carros e dezenas de homens surgiram.
Viramos um alvo fácil em meio a um monte de malditos que
estavam com sangue nos olhos. Tiros e mais tiros foram disparados
e por mais que tanto eu, como Luccas, estivéssemos enviando
aquelas almas podres, direto para o inferno, os homens que
estavam conosco, exceto Fred, que foi lançado direto na água por
mim, acabaram sendo mortos e novamente ouvi outra explosão
terrível e antes que eu tivesse tempo de agir, o corpo de Luccas foi
jogado para longe, o fazendo ir direto para a grade de proteção da
ponte. Corri em sua direção ao ver que ele ainda se apoiava com
uma das mãos e assim que segurei firme em seu braço, senti uma
dor terrível em minhas costas e o meu corpo, assim como o dele,
voou a distância. Tudo começou a girar ao meu redor e a única
coisa que lembro, foi de cair dentro da água e sentir um baque
terrível em minha cabeça.
SANADA
Fazer uma aliança com Yan, por anos me foi conveniente. Contudo,
aquele verme achou que ao acabar com aqueles malditos que
estavam em nosso caminho, ele seria o chefe. Porém, os meus
planos eram outros e já tinha algo em mente que me daria além do
controle da máfia albanesa e sérvia, o domínio da tríade chinesa. Ao
ter as informações que precisava, planejei tudo minuciosamente e
era chegado o momento de deixar as sombras e vir pessoalmente
tomar posse daquilo que seria meu. Com o meu pessoal infiltrado
em solo americano e sabendo dos passos do desgraçado, ele não
teria outro destino, além da morte.
Confesso que o filho do diabo era astuto e acabou dando muito mais
trabalho do que eu esperava. Mas, eu não estava disposto a perder
a batalha e tão pouco, a guerra.
Quando os dois foram lançados para fora da ponte, indo de
encontro à água, só deixei o lugar depois que recebi a confirmação
de que os dois estavam mortos e meus homens estavam
resgatando os corpos.
Com o meu maior obstáculo fora do meu caminho, era o momento
de ir direto para o lugar de onde eu teria a arma para acabar com
Dusan e Enzzo e logo em seguida me livraria de Yan.
Quase meia hora depois, com meus homens fortemente armados,
com armas e silenciadores, chegamos ao The Brothel Empire e
várias vidas foram ceifadas para que tivéssemos o controle do lugar.
Adentramos o ambiente e ao chegar ao salão, todas estavam em
pânico, porém, meu olhar foi de encontro à mulher que estava
vestida de vermelho, junto das outras.
Capítulo 28
SANADA
Minutos depois...
ETHAN BORISLAV
Com os olhos fixo no infeliz que agora já está imobilizado, e, ainda
incrédulo ao tentar processar tudo que estava acontecendo. Não
satisfeito, sua voz fraca se fez presente.
— Como isso é possível? — balançando a cabeça ainda não
acreditando que eu e Luccas estávamos vivos, mesmo tendo em
seu rosto as marcas do meu punho que atingiu a sua pele. — Meus
homens confirmaram que vocês estavam mortos.
Acabei deixando escapar uma gargalhada horripilante e seus olhos
arregalados, assim como os dos demais, ficou cravado em minha
direção.
— Você achou mesmo que ao estar sob os meus domínios iria me
derrotar. Seu maior erro foi toda sua autoconfiança, e por isso não
percebeu tudo que aconteceu a sua volta. Desde o momento que
todos vocês entraram em solo americano, eu já estava ciente que a
velha raposa estava planejando uma tocaia. Conhecendo toda
região, somente naquela ponte que anos atrás outros malditos
ambiciosos como você encurralaram Boris, na tentativa de derrotar
Dusan, poderiam ter alguma vantagem. Confesso que fiquei
surpreso por todo armamento pesado que seus homens estavam
usando, mas, ciente do lugar em que o confronto iria acontecer, o
primeiro passo foi provocar um acidente na estrada e dessa forma,
teríamos tempo para colocar todo equipamento que precisávamos à
nossa disposição, já que sabia que seu pessoal estava em grande
número e tudo poderia acontecer — faço uma pausa proposital e
continuo. — Quando soube de uma espuma metálica desenvolvida
aqui nos EUA, e que era resistente ao fogo e a radiação, e capaz de
destruir balas de armas poderosas, que geralmente atravessam
coletes de proteção, acabei pagando uma fortuna para ter
exclusividade sobre a descoberta e dessa forma, nós dois sairíamos
ilesos.
— Miserável...
— Calma que ainda não acabei — disse sarcástico. — Onde eu
estava? Ah, lembrei — falei com deboche. — Enquanto isso, um
submarino de fabricação holandesa, com capacidade para quatro
pessoas já estava nas profundidades abaixo da ponte. Acabei
perdendo alguns homens durante o tiroteio, mas, no momento
daquela explosão em que Luccas parecia gravemente ferido, eu
aproveitei, já que sabia que vocês eram tão covardes, que não
hesitariam em me atingir pelas costas. Quando caímos da ponte,
agindo rápido, entramos no submarino, onde meu motorista já
estava a serviço, resgatado, e os corpos dos dois homens que já
estavam sem vida e usando uma máscara com o nosso rosto foi
colocado na água, assim vocês iriam pensar que realmente tinham
acabado com a nossa existência. A princípio não daria para
perceber que os dois infelizes estavam usando máscaras, mas
acredito que após os seus homens retirar os corpos de dentro da
água, ao analisar, descobriram a verdade, mas já era tarde demais,
já que todos os meus homens estavam infiltrados dentro do bordel e
por mais que você acreditasse que estava no controle, o meu pai
construiu esse lugar e foi aqui que passei a maior parte da minha
vida, seria um tolo se deixasse você tomar posse do que é meu.
Seus olhos estavam faiscando de raiva, sua expressão demostrava
toda a sua fúria, mas foi o som da voz que ressoou no espaço, que
ganhou a minha atenção e com os olhos cravados no rosto de
Amber, senti o meu interior se envolvido por um calor insuportável.
— Ethan, ele queria acabar com todas nós.
Capítulo 29
AMBER
CECÍLIA BORISLAV
ETHAN BORISLAV
Deste o instante que a bonequinha cravou aquele objeto na pele da
desgraçada, que o cheiro de sangue fresco logo invadiu minhas
narinas, me deixando alucinado e após ouvir as palavras ditas pela
maldita, o meu corpo inteiro se incendiou, parecendo uma fornalha
humana. Apressadamente, acabei com a pouca distância que me
separava dela e tomei posse do seu pescoço.
Ver seus olhos se fechando e o último suspiro sair por entre seus
lábios, me fez ficar em puro êxtase e os meus demônios se agitaram
ainda mais quando meu olhar foi de encontro a minha próxima
vítima. Enquanto Luccas seguiu para o corredor da morte, fui até a
sala de vidros e ver todo o desespero das duas infelizes, que assim
como a desgraçada da Amber, estavam infiltradas e sob o comando
de Sanada, só aumentou o meu desejo em acabar logo com a vida
do maldito.
Uma verdadeira luta pela sobrevivência foi iniciada, tanto Alice,
como Olivia, lutavam contra os fortes jatos de água que inundavam
o cilindro de vidro na tentativa de quebrar o objeto, mas toda a
relutância em aceitar que o destino delas era a morte, só fez com
que seus últimos momentos de vida se tornassem um verdadeiro
tormento e algo prazeroso para mim. A cada grito que ressoava pelo
lugar e ver o medo estampados em seus olhos, fizeram o sangue
em minhas veias me incendiar ainda mais por dentro e no instante
que elas pararam de se debater e seus olhos já estavam sem vida,
saí da sala que estava e fui para o lugar onde sempre era envolvido
por uma onda de prazer e satisfação. Os demônios enfim
adormeciam, fazendo o desconforto que havia me envolvido ser
dissipado.
Deixei meus pensamentos de lado assim que atravessei o salão
indo em direção ao elevador que dava acesso ao lugar. Depois de
alguns minutos, cheguei ao subsolo e com passos rápidos e
precisos, segui em direção ao cômodo. Ao me aproximar da porta,
já dava para ouvir os gritos do infeliz e no momento que adentrei o
ambiente, vi que Luccas já havia preparado tudo e o maldito se
encontrava em cima de uma maca com todos os membros presos,
perto da sua cabeça dele, estava o espremedor de cérebro. Um
equipamento que tinha um enorme parafuso que media uns 10 cm e
era bem grosso, o mesmo estava interligado com uma alavanca que
após ser movida, fazia com que o objeto girasse num angulo de 180
graus. Dei algumas passadas e ao parar em sua frente, sua atenção
se voltou para mim.
— Tire-me daqui seu desgraçadooooo...
— A princípio eu só queria abrir o seu crânio e ter a visão dos seus
miolos e das veias pulsando, antes de estraçalhar o seu cérebro —
fiz uma pequena pausa e Luccas por sua vez, me entregou o bisturi,
com o objeto em mãos, prossegui. — Mas, em meio a toda aquela
conversa sobre máscara e ver o estado que ficou o rosto da vadia
da sua sobrinha. Achei que seria justo que você tivesse uma
aparência semelhante à dela e quem sabe, eu tenha um novo hobby
em me tornar um colecionador de máscaras feitas 100% de pele
humana.
Assim que levei o objeto cortante em até a sua face, ele entrou em
desespero.
— Afaste isso daqu...
Os únicos sons que voltou a sair pela sua boca foram de ruídos
altos de dor. E, à medida que ia cravando o objeto e deslizando-o
lentamente em sua carne, fazendo o contorno pelo seu rosto oval, o
homem começou a se debater, me fazendo parar para cravar o
objeto no seu olho direito e num tom rude disse.
— Você não vai estragar a minha obra de arte, num próximo
movimento, eu vou retirar a pele de todo o seu corpo.
Gemidos saem pelos seus lábios, e aquilo só me incita a continuar e
quando enfim já tinha feito todo o processo, passei o objeto para
Luccas e com as duas mãos, saí puxando sua pele que saiu no
formato do rosto, enquanto eu tinha a visão da sua face em carne
viva, Luccas pegou a máquina de cortar cabelo e após ligar o
aparelho, deslizou pela cabeça do verme e assim que retirou todo o
cabelo do centro da sua cabeça, se afastou. Dei alguns passos e
mesmo movido pela dor, o temido chefe da Yakuza, ainda achou
que suas palavras me amaldiçoando surtiriam algum efeito.
— Você pode ter ganhado a batalha, mas não a guerra. Nesse
momento, eu entrego a minha alma ao diabo, para que no futuro
chegue a hora em que vamos nos encontrar em frente às chamas
do averno e farei de tudo para não deixá-lo escapar do mundo das
trevas.
— Você acha mesmo que eu temo a morte ou que o diabo pode me
intimidar? Eu sou a lei aqui na terra e somente Deus é o meu juiz,
uma vez no inferno, almas podres como sua, devem é sentir medo,
pois, nem depois da morte terão sossego.
Um calor escaldante me envolveu, meus órgãos internos estavam
funcionando num ritmo alucinante, e aquela sensação indicava que
algo dentro de mim só ia se aquietar quando a vida daquele
miserável fosse interrompida.
Com as mãos fixas na alavanca, comecei a movê-la e gritos
horripilantes preencheram o lugar quando o parafuso entrou em
contato com seu couro cabeludo. Minhas mãos se moviam
freneticamente, como se ganhassem vida própria e quanto mais
ouvia o barulho do seu crânio sendo quebrado, uma corrente
elétrica me envolvia e o meu corpo estremecia violentamente. Nem
um som saiu mais da sua boca, seu corpo, que antes sacudia como
se estivesse tendo uma convulsão, ficou imóvel e, assim que puxei
o objeto, coloquei minha mão dentro do buraco e sai puxando tudo
que havia dentro do interior da sua cabeça. Novamente senti algo
gritando dentro de mim e um ruído ensurdecedor saiu do fundo da
minha garganta e só então, a sensação de paz me envolveu.
Afastei-me e fiquei olhando para a imagem perfeita a minha frente.
Sua face estava completamente deformada, o seu crânio quebrou e
seus miolos esmagados pelas minhas mãos. Olhei para Luccas, que
ficou com uma expressão indecifrável ao ouvir minhas palavras.
— Um já se foi, agora chegou a hora de pegar aquele outro verme,
mas para me tornar o chefe supremo, eu terei que exterminar não
só o meu criador, como Enzzo Demisovski.
Capítulo 31
LUCCAS
YAN MARTINS
Eu estava colérico. A raiva espalhando-se pelo meu sistema e
impregnando-se em cada célula do meu corpo e uma fúria incontida
rasgava-me por dentro.
Aquele desgraçado cogitou que era muito mais esperto e acabou
indo direto para as garras do inimigo. Não que eu lamente por sua
morte, mas suas ações só fizeram com que o desgraçado do Ethan
se tornasse ainda mais forte e agora com o controle da Yakuza, sua
organização tomou posse não só do território japonês, como do
coreano também.
Com a união feita com aquele imbecil, todos os nossos planos foram
fadados ao fracasso, era como se uma nuvem sombria tivesse
tapando os meus olhos, me impedindo de ver com clareza algo que
poderia usar ao meu favor. Ao contrário daquele verme, eu acabei
encontrando um jeito para acabar com Borislav e sua maldita
esposa. De alguma forma, ter convivido com Omar vai me servi para
chegar até aquela que certamente, puxou ao avô. Meus
pensamentos foram atrapalhados quando o aparelho em meu bolso
começou a vibrar, assim que pego o objeto, ao ver o nome que
surge no visor, atendo imediatamente.
— Chefe!
— Espero que tenha boas notícias.
— Já chegamos a Durrês e depois de pagar um alto valor, consegui
comprar a casa de onde temos uma boa vista da Mansão de Enzzo.
— Quero que fiquem de olho em cada movimento e sigam cada
passo da fedelha.
— Assim será feito.
Ainda fiquei alguns minutos conversando com ele e após passar
algumas instruções, encerrei a ligação, no mesmo instante, um
sorriso perverso surgiu na minha face.
"Ana por mais que seus pais tenham lutado a envolvendo no mundo
de luz e amor. Eu tenho certeza que você é uma erva daninha como
o seu avô e será uma aliada perfeita".
ANA DEMISOVSKI
Na manhã seguinte...
ETHAN BORISLAV
CECÍLIA BORISLAV
Meu coração disparou e minha garganta estava se fechando. Sinto
algo me sufocando, o ar sendo retirado dos meus pulmões.
Minhas pálpebras estão pesadas, mas diante da minha agonia, os
meus olhos se abrem de imediato.
— Irmã!
Suas feições eram algo assustador, suas órbitas azuladas estavam
num tom avermelhado.
Raiva!
Nunca a tinha visto dessa maneira e suas mãos seguravam com
força o meu pescoço.
— Eu te odeio! Odeio! Odeiooooooo!!!
Acordei suando frio e com o coração batendo violentamente. Num
pulo, me levantei e um gemido alto escapou da minha boca ao senti
um forte incômodo entre as minhas pernas. Minha cabeça estava
pesada, mas, assim que meu olhar ficou fixo no aparelho em cima
do móvel, que não parava de vibrar, eu até esqueci-me do
desconforto que estava sentindo. Ao pegá-lo e ver o nome da minha
mãe, não hesitei em atender, já que Ana não saia dos meus
pensamentos.
— Mãe!
— Filha, sua irmã sumiu — sua voz indicava que ela estava
chorando.
— Como isso pode ser possível?
— Seu pai foi para faculdade em que ela estuda. Como iria ter aula
em período integral hoje, os seguranças só notaram que ela havia
desaparecido pouco tempo atrás.
O choro e os soluços continuavam do outro lado da linha. Senti um
aperto no peito ao saber que ela estava naquele estado, embora o
medo houvesse tomado conta de mim.
— Fique calma, eu vou pedir ajuda ao Ethan.
Encerrei a ligação e fui até o closet pegar alguma roupa para vestir,
já que me encontrava totalmente despida. Instantes depois, saí
praticamente correndo do quarto, mas, ao chegar próxima a escada,
ouço o som de vozes familiares e depois de me livrar de alguns
degraus, me deparo com a pessoa que estava sendo o motivo, não
só do meu desespero, como dos meus pais.
— Ana!
Fui ao seu encontro e ao chegar perto, a envolvi em um forte abraço
e em seguida, me afasto um pouco e assim que seu olhar ficou
grudado no meu, num tom rude, disse.
— Como você pode fazer isso com os nossos pais? A mãe estava
aos prantos no telefone, todos estão preocupados com seu suposto
desaparecimento.
— Eles me obrigaram a fugir, já que insistem em fazer um acordo de
casamento como se eu fosse alguma mercadoria para ser trocada.
Eu sabia bem o que ela estava sentindo, desde criança sempre
questionei e ficava triste por não fazer as minhas próprias escolhas.
Contudo, sabia muito bem que assim como o meu pai, eu sendo sua
filha, tinha algumas responsabilidades. Meus pensamentos foram
afastados quando ela voltou a falar.
— Por favor, deixe-me ficar aqui. Você é a única que pode me
ajudar.
Diante das suas palavras, eu rapidamente olhei para o homem que
observava tudo em silêncio e depois para ela.
— É claro que pode ficar, você é a minha irmã e faria até o
impossível para ajudá-la, sabe que a amo muito.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos, parecia perdida em seus
pensamentos. Mas, logo saiu do transe que estava, para assim
como eu e Ethan, nos despedir de Ayla que hoje voltará para
Belgrado.
Na manhã seguinte...
ANA DEMISOVSKI
Acordei eram sete horas da manhã, coloquei um biquíni e se ele
despertar tão cedo como minha irmã falou, de certo sempre vai até
a piscina. Com os meus óculos escuros em mãos, caminho para
fora do quarto, uns cinco minutos depois, estava próximo à piscina,
deitada sobre uma espreguiçadeira e para disfarçar, coloquei os
óculos. Fiquei ali uns trinta minutos sozinha, até que ouço uma
pequena movimentação em volta do lugar e não demorou muito
para que o meu alvo surgisse no meu campo de visão.
Mesmo não dizendo nada e estando de óculos, não passou
despercebido por mim, o olhar lançado em direção ao meu corpo no
minúsculo biquíni.
O barulho do seu corpo contra a água ressoou a minha volta e o
homem começou a nadar de um lado para o outro com braçadas
vigorosas. Um esboço de um sorriso apareceu em meu rosto.
"Vamos ver até onde você vai aguentar Ethan."
Capítulo 34
ETHAN BORISLAV
YAN MARTINS
Semanas depois...
Três semanas se passaram desde o dia que recebi a pior notícia da
minha vida. O tempo passou, mas a dor que sinto ainda é
semelhante à daquele dia maldito.
Depois que Ana acabou desmaiando, e toda uma agitação se fez
presente, já que ela não despertava. Com a ajuda de Lauren e
Scarllet, que ficaram cuidando dela, minha irmã acabou
despertando, porém, novamente entrou em estado catatônico. Não
podendo mais adiar, os corpos foram levados para o mausoléu que
foi construído para os membros da família. Novamente a tristeza
tomou conta de todos em ter que dar o último, adeus, às duas
pessoas que eram odiadas por alguns, porém, amadas, admiras e
respeitadas por muitos.
Dois dias depois, voltamos para Durrês, o tio Hulk que acabou não
chegando a tempo de se despedir do seu sobrinho amado, ficou
dias em Tirana com avó Yolanda. Agradeci por minha avó estar ao
lado da minha mãe, que precisou muito do seu amor e carinho.
Quanto a mim, a minha rotina durante os dias que passei lá se
resumiu em cuidar de Ana, eu estava cada dia mais preocupada que
ela viesse a ficar para sempre perdida no mundo em que criou para
fugir da realidade. Jamais pensei que ao estar próximo dela, o
silêncio seria predominante.
Ana sempre foi uma tagarela, embora mimada, é muito alegre e
mesmo não demostrando, eu sei o quanto ela o amava e até tinha
ciúmes por achar que eu era a queridinha de Enzzo, quando na
verdade, era ela quem ganhava mais atenção, já que sempre ele
fazia as suas vontades.
Ethan até que foi compressivo, pois, somente ontem retornei para
New York, eu queria ter permanecido junto com as duas pessoas
que mais amo na vida, mas, sabia que agora por ser uma mulher
casada, eu tinha uma vida longe delas.
Deixei os pensamentos de lado ao chegar ao lugar onde sei que
será o único para apaziguar um pouco toda dor que paira sobre
mim. Tirei meu vestido, e, instantes depois, já estava dentro da
piscina. A cada braçada que dava, era como se todo um filme
passasse diante dos meus olhos. O meu pai me instruindo a cada
fase, que foi crucial para que o medo aos poucos desse lugar a
confiança, do quanto aquele rosto perfeito ficava ainda mais lindo
com sua expressão de orgulho ao perceber todo o meu progresso.
Fiquei ali por volta de duas horas, vi quando Luccas chegou e
entrou na casa, daqui a uma semana estará fazendo um mês
daquela tragédia e sendo Dusan Borislav, um dos maiores
empresários do país e admirado por muitos, já que desconheciam
que por trás dos seus negócios havia todo um esquema de tráfico
humano, drogas e que ele era o ex-chefe da maior organização
criminosa existente, haverá uma cerimônia em homenagem ao
grande membro da sociedade americana, que morreu de uma forma
tão trágica.
Minutos depois, estava seguindo para dentro de casa. Tudo estava
em silêncio, o que me fez constatar que os dois homens estavam no
escritório. Caminho naquela direção e ao me aproximar da porta,
sinto um calafrio percorrer o meu corpo e ouço vozes alteradas
vindo de dentro do ambiente.
— Tudo isso foi um erro.
Levei minha mão direita em direção à maçaneta.
— Não me faça perder a paciência com você. O que aconteceu já
está no passado e enterrado com aqu...
Quando a porta foi aberta, o silêncio predominou no ambiente e os
dois pares de olhos ficaram fixos em minha direção. No entanto,
algo ficou inquieto dentro de mim.
Capítulo 37
ANA DEMISOVSKI
S omente existe dor. E, quando achei que não poderia mais
suportar a queimação no meu peito, minha pele ficou em
chamas ao ver o corpo sem vida dentro daquele caixão. O meu
coração já não cabia mais dentro do meu peito. A minha garganta
se fechou por alguns segundos e quando aquele bolo que estava
me sufocado desapareceu, sem que eu pudesse controlar, um grito
estrangulado saiu dos meus lábios rasgando a minha garganta ao
ponto de doer e tudo ao meu redor começou a ser envolvido por
uma escuridão assustadora.
Por mais que o tempo passe, a sensação que tenho é que o buraco
que se formou desde o dia em que recebi a notícia da sua morte,
sempre estará vazio. Sinto o meu peito latejar e uma dor muito
profunda em meu coração. A sensação era como se um punhal
estivesse sido enfiado em meu peito.
Todos esses dias eu não consegui me alimentar direito, passei a
maior parte trancada em meu quarto, abraçada com a sua camisa,
vinha tentando reprimir as lágrimas que tanto insistem em descer,
mas saber que amanhã estará fazendo um mês da sua partida, eu
já não consigo mais segurá-las.
Permito-me chorar, tentando colocar para fora tudo que estava me
sufocando, me queimando por dentro.
A minha vida não faz mais sentido e todos tinham razão, eu sou
ruim, assim como Omar Petrovic. O meu egoísmo me levou a querer
o mal daquela que sempre esteve ao meu lado. Minha irmã, minha
protetora, que sempre fez de tudo para que eu estivesse bem e
segura. Fugi para ir contra a decisão do meu pai sobre o acordo
com Gael, esse foi um dos motivos pelo qual ele estava indo para
New York e diante dos últimos acontecimentos, antes de acabar
com toda essa angústia, tem algo que eu preciso fazer.
Dia do evento...
CECÍLIA BORISLAV
Rostos desconhecidos e familiares estavam espalhados por todo
salão. Assim como todos os membros do conselho vieram da
Albânia, os principais lideres que foram nomeados após o meu
sogro exterminar todos do antigo conselho da máfia Sérvia, vieram
de Belgrado para participar do momento em homenagem a Dusan,
que sempre será lembrado pelo seu grande legado.
Embora minha mãe e minha sogra estivessem fragilizadas, eu podia
ver ainda o brilho dos seus olhos sendo restaurados e quem sabe
algum dia, o sorriso possa surgir novamente em suas faces. Olhei
para o lado e Ethan estava conversando com alguns políticos, entre
eles, o senador mais votado do estado da Califórnia. Ao contrário de
muitos, todos que estão perto dele sabem quem era realmente o
meu sogro e que Ethan, agora é o chefe supremo da máfia.
Os homens ao seu redor tem total ligação com a organização.
Tráfico, negócios ilícitos, sede pelo poder e ter uma organização
criminosa toda estruturada, de nada adiantaria se não fossem esses
grandes aliados que são a base para que esse mundo obscuro se
espalhe por vários territórios. Uma organização que vai além de
homens armados, algo que envolve desde a política, até a religião e
se mantém firme com ajuda de homens como Gael, responsáveis
pelo esquema financeiro. Meus pensamentos foram deixados de
lado assim que dois garçons se aproximaram da nossa mesa onde
estava a minha mãe, minha avó, Ana, minha sogra e as minhas
quatro cunhadas e dona Karen, mãe de Luccas.
Eles começaram a servir algumas bebidas e enquanto todas
estavam prestando atenção nas palavras de Karen, que como
sempre, até num momento de tristeza nos fazia sorrir, um dos
garçons se aproximou de mim, depois de colocar o copo com suco
que eu perdi, ele se afastou e ao abaixar a minha cabeça, meu olhar
foi de encontro ao objeto que estava em cima do meu colo. Movida
pela minha curiosidade, acabei por desenrolar o papel e meus olhos
se arregalam, meus batimentos ficaram descontrolados.
"Se você realmente deseja saber quem é o responsável pela morte
do seu pai, me encontre perto do jardim".
De repente veio em minhas lembranças o dia que Ethan e Luccas
estavam conversando. Desde então, eu estava inquieta e mesmo
questionando, eles acabaram por dizer que estavam discutindo
sobre um confronto que ocorreu na Austrália.
Saio do estado de estupor que me encontrava e trato de amassar o
pedaço de papel e jogo no chão, logo em seguida, o som da minha
voz se sobressai ao da senhora Karen.
— Eu preciso ir ao banheiro.
Num pulo, me levanto e com passos apressados, caminho em
direção ao corredor, me detenho quando ouço a voz de Ana.
— Cecília!
Quando me viro na direção dela, ela já estava prestes a me
alcançar, quando começou a cambalear, me fazendo ir rapidamente
ao seu encontro.
— O que você tem Ana?
— Foi só uma tortura, por favor, me leve até o banheiro, meu
estômago está embrulhado.
Embora precisasse saber quem havia me mandado aquela
mensagem, pois eu tinha a sensação que havia algo sombrio por
trás da morte do meu pai, eu não podia deixá-la sozinha. Seguimos
até o corredor que dava acesso ao toalete e adentramos o ambiente
que estava vazio, Ana entrou em uma das cabines, enquanto eu
fiquei em frente ao espelho da enorme bancada do banheiro. Um
ruído ressoou no ar.
— Mana, está tudo bem aí?
— Sim, foi só a barra de metal que estava mal fixada na parede que
caiu.
Ela devia estar se referindo ao suporte que colocam para pessoas
cadeirantes terem apoio e que é obrigatório em todos os lugares,
não só públicos, mas privados que recebem uma grande quantidade
de pessoas. Eu estava lavando as minhas mãos, quando ouvi o som
da descarga e logo depois o barulho da porta sendo aberta.
— Você está melhor irmã?
— Sim.
Ouvi som de passos se aproximando e antes que eu tivesse
qualquer reação, um ruído ecoou no cômodo e eu senti uma dor
insuportável em minha cabeça, tudo começou a girar, minha visão
ficou turva e tudo de que me lembro, antes de perder os sentidos, foi
de virar e me deparar com Ana segurando uma barra de ferro e o
som da sua voz.
— Desculpe-me.
ETHAN BORISLAV
Assim que meus olhos passeiam em volta do lugar, se detém
quando vai de encontro à mesa das mulheres da família. Ao
perceber que ela não estava, me afasto dos homens que
continuavam a conversar, falando o quanto a morte de Dusan
acabou por afetar o mundo da máfia. Assim que chego próximo ao
grupo de mulheres, os olhares recaem sobre mim.
— Onde está Cecília?
— Foi ao banheiro — diz Helena, mas foram as palavras ditas pela
minha mãe que provocou um tremor violento pelo meu corpo.
— Eu a achei um pouco inquieta. Não sei se era devido à situação.
Ana também saiu logo em seguida, acho que foi atrás dela.
— Droga! — exclamo assim que uma grande movimentação ocorre
no ambiente e toda atenção se volta para o telão que estava no
palco e ao ver a imagem do desgraçado apontado uma arma na
direção da cabeça dela, sou envolvido por uma fúria incontrolável.
— Eu vou estourar os miolos dessa vagabunda — vocifera enquanto
a mulher se mantinha cabisbaixa.
Meu corpo todo ficou em chamas, como se tivessem jogado
gasolina e as palavras do maldito foi o fósforo que iniciou o fogo
dentro de mim.
A sensação era que tudo havia parado ao meu redor, eu fiquei
paralisado de tal forma, que não conseguia me mover um só
centímetro.
Os estrondos ressoaram no espaço e de repente, o desespero
envolveu o lugar, enquanto os sons de tiros pipocam do lado de fora
era, como se os malditos se movessem na velocidade de um raio e
se multiplicassem feito cupim, pois, apareceram dentro do
ambiente, tomando posse do lugar e somente quando haviam
dominado tudo e o desgraçado surgiu no centro do palco com ela,
que assumi o controle do meu próprio corpo.
— Achou mesmo, infeliz, que assim como aqueles dois miseráveis,
não iria chegar o seu fim? — profere o verme, ostentando um largo
sorriso de satisfação.
— Eu vou matá-lo seu miserável se fizer algo com ela — falo e
minha mão direita vai de encontro a minha arma.
— Aqui quem dá as cartas agora sou eu e nem tente nenhuma
gracinha ou não será somente ela que receberá uma bala no meio
da testa — disse me incitando a mover o rosto para o lado e me
deparar com seus homens, que estavam com suas armas
apontadas na direção da cabeça das minhas irmãs, da família da
minha mulher, de Luccas e Boris, que se colocaram na frente de
Ayla e Karen, mas, foi ver um deles colocando suas patas imundas
em Luna, que fez todos os meus demônios internos se agitarem
ainda mais, aquele miserável tinha acabado de assinar a sentença
de morte de todos os invasores dentro e fora daquele lugar teriam o
mesmo fim.
— Coloquem as vadias no centro do ambiente. Vamos ver qual será
sua reação ao assistir os meus homens abusando das suas irmãs,
mãe e sogra.
Gritos e mais gritos reverberaram no ambiente assim que os
homens avançaram pegando todas e colocaram onde o maldito
havia dito. No instante que alguns soltaram suas armas, cogitando
que iriam tocar nelas, um estrondo terrível ecoou do lado de fora,
deixando a todos desorientados.
Os olhares temerosos e curiosos ficaram voltados para a densa
neblina que se formou em frente à porta de entrada e como duas
fênix, imponentes e majestosas, os dois monstros da máfia, aqueles
que eram duas lendas vivas, ressurgiram diante de todos.
— Paiiiiii!!!
Meu coração parou de bater por alguns segundos, minha respiração
falhou quando ouvi um disparo, pois, aproveitando o momento de
distração de Yan, Cecília conseguiu se livrar dele e saiu correndo,
mas acabou recebendo um tiro nas costas e só então, o meu olhar
ficou fixo no dela.
— Ana! — exclamo sentindo um alívio momentâneo.
Como num estalar de dedos, dentro do ambiente começa uma
verdadeira guerra. E em meio aos ruídos dos tiros, um grito alto de
desespero preenche o cômodo quando atrás de mim, Cecília
aparece praticamente se arrastando e desolada ao ver o corpo da
irmã caído no chão, então percebo que elas haviam trocado suas
roupas, por isso pensei que Ana fosse ela quando estava sob a
posse do miserável e eu queria saber o porquê fizeram isso.
Entretanto, novamente eu senti como se a escuridão tivesse me
envolvido e uma grande agitação dentro da minha caixa torácica se
fez presente, agitando-me a um nível inimaginável, fazendo-me
desviar o olhar dela, para olhar em volta, no entanto, já era tarde
demais, pois tudo aconteceu muito rápido e antes que eu puxasse o
gatilho, um disparo foi feito e a bala estava indo rumo ao seu alvo;
ela, e naquele momento, a minha única reação foi entrar em sua
frente, bloqueando o trajeto do projétil e assim livrando-a, de como
foi com a sua irmã, ser alvejada por uma bala.
Há muito tempo eu havia deixado de sentir dor física, mas, a minha
cabeça parecia que tinha sido partida ao meio.
Dor! Dor!
Foi tudo que senti antes que os meus olhos, assim como o meu
corpo, fossem sugados pelas trevas que não pareciam ter fim.
Capítulo 38
CECÍLIA BORISLAV
Minutos depois...
Todos os olhares estavam voltados para o homem que se arrastava
dentro da sala tentando chegar ao que ele achava ser a sua
libertação. Porém, seu corpo foi lançado à distância quando jatos
potentes de água gelada começaram a surgir das mangueiras que
estavam em pontos estratégicos da sala. Gritos de dor e frio
ressoavam no ar vindo de dentro do cômodo, com a força do
impacto causado pelos jatos de água, o sangue começou a surgir
em meios às feridas da sua barriga. Quando ele ouviu o som da
gargalhada diabólica do meu pai ecoando no ambiente, a raiva o
dominou e o infeliz, embora quebrado, era resistente e conseguiu se
levantar. Continuou caminhando e depois de alguns passos, o
maldito conseguiu alcançar a porta, girou a maçaneta e assim que a
mesma foi aberta, uma onda de água o levou de encontro ao chão.
Seu corpo paralisou e todos ao meu lado pareciam hipnotizados
com a cena que se formou em nossa frente e o primeiro de vários
gritos estrangulados saiu rasgando a garganta dele, assim que uma
próxima onda de água veio de dentro da porta e com elas, um
cardume de piranhas se fizeram presentes.
Com o cheiro de sangue fresco impregnado no ar e estando
famintas, as criaturas de dentes mortais e sanguinárias começaram
a estraçalhar o corpo da sua vítima. A água aos poucos foi
ganhando cor, enquanto o homem já não lutava mais. Êxtase, essa
era a palavra que representava o misto de sensações que se
apoderou de todo o meu ser.
Os meus olhos estavam fixos na direção do grande tanque a minha
frente e não demorou muito para que sua carne fosse devorada por
completo, restando apenas os ossos e quando as piranhas se
afastaram, uma rajada de fumaça invadiu o ambiente e em questão
de minutos, todas elas pararam de se mover me causando um
prazer enorme.
Capítulo 40
CECÍLIA BORISLAV
E u estava com Scarllet quando o meu pai, tio Hulk, Boris e o meu
sogro apareceram no salão. Todos iriam viajar hoje, uns com
destino a Belgrado e outros para Durrês, passei um bom tempo
conversando com o meu pai e depois de me despedir de todos e a
doutora que estava ao meu lado também ir embora, as meninas
começaram a limpar o salão, pois, a noite se aproximava. Quando
estava me aproximando da porta, encontrei Luccas.
— Ethan está no escritório?
A resposta que veio em seguida fez o meu corpo todo estremecer
em espasmos violentos.
— Está no corredor 666.
Embora aquele lugar me causasse calafrios, era chegada a hora de
enfrentar os meus medos e não me deixar intimidar novamente.
Com passadas largas, andei pelo corredor sombrio e quando
cheguei frente à porta, meu olhar foi ao encontro do painel. Perdida
estava eu em como adentrar o ambiente, já que para isso precisava
digitar a senha de acesso, de repente, um pensamento passou
rapidamente pela minha cabeça e um esboço de um sorriso surgiu
no meu rosto. Não acredito que isso é possível, não custava nada
tentar, então levei meus dedos até o painel e comecei a digitar.
— B O N E Q U I N H A.
De imediato a porta foi aberta, e, ao passar por ela, engulo em seco.
O homem tinha acabado de sair de dentro da piscina, seu corpo
ainda tinha algumas gotas de água, que escorriam pelo seu
abdômen perfeitamente esculpido, seus braços cheios de músculos
com aquela tatuagem enorme, que segundo ele, simbolizava a
morte e também a vida. Meu olhar passou novamente pela sua
barriga e se deteve no seu membro ereto e com veias grossas ao
seu redor, uma bela e magnifica imagem a ser apreciada. Fiquei ali
admirando e quando dei por mim, ele já estava parado em minha
frente.
— Achei que tivesse medo desse lugar — fala com um ar
sarcástico.
— Isso ficou no passado, entretanto, você disse que este lugar se
chamava sala do prazer e só me fez conhecer a dor. Agora quero
que me mostre de verdade o prazer que podemos sentir aqui dentro.
Ultimamente eu nem me reconhecia mais. Há dias estavam
ansiando pelos seus toques em meu corpo. Meus pensamentos
foram interrompidos quando suas mãos começaram a explorar o
meu corpo e num piscar de olhos, ele começou a rasgar as minhas
roupas, me deixando somente de calcinha. Com os olhos
arregalados e uma expressão nada boa, com uma fúria no olhar o
encaro.
— Seu ogro! Como vou sair daqui, nua?
— Mais fácil o céu desabar sobre nossas cabeças do que deixar
você sair pelada por aquela porta. Ainda tem algumas roupas suas
no closet que ficaram para ser lavadas.
Uma sensação de alívio me invadiu, porém, antes que eu tivesse
tempo de reprimi-lo, ele moveu suas mãos até a minha calcinha,
sem desviar os seus olhos dos meus, puxou a peça do meu corpo
que logo foi jogada ao chão para depois me pegar em seus braços e
seguiu caminhando até a cama. Quando o meu corpo foi colocado
sobre a colcha macia, ele se afastou e pegou algo de dentro do
criado mudo, meus olhos novamente se arregalam em choque, meu
coração disparou ao ver o objeto em sua mão e antes que eu viesse
a levantar, Ethan abriu minhas pernas ao máximo tendo a visão
privilegiada da minha gloriosa boceta.
— Tão linda.
Com os olhos fixos na minha intimidade, ele levou o objeto até ali e
uma onda de eletricidade passou por cada fibra do meu corpo ao
sentir o vibrador em contato com o meu sexo. Ele começou a
massagear a minha vagina e aquilo fez com que todas as
terminações nervosas da minha carne latejante viessem a reagir.
Não consegui segurar os gemidos, pois, as sensações começaram
a me envolver, estava quente muito quente.
— E... Eu... Hummm... — as palavras falharam e somente gemidos
saiam do fundo da minha garganta. Ele continuava me torturando,
movendo o vibrador ao redor do meu clitóris inchado, enquanto dois
dos seus dedos passeiam ao redor da entrada da minha boceta.
Aquilo estava sendo uma verdadeira tortura, Ethan continuou com
sua exploração até deslizar os seus dedos para dentro de mim e um
ruído alto escapou da minha boca.
— Ahhh! — eu gemi, meu corpo se convulsionou e começou a
funcionar como uma máquina bem lubrificada, minha boceta se
contraiu, sugando os seus dedos. A sensação de ter seus dedos
entrando tão fundo e tão rápido em mim fizeram a minha intimidade
se contrair violentamente e, não aguentando mais, gozei com um
gemido alto, incapaz de conter a onda que me dominou.
Meu corpo foi tomado por um prazer mais feroz do que qualquer um
que já tivesse sentido antes. Ainda ofegante, senti o peso do seu
corpo irradiando ondas de calor sobre o meu, seus lábios cobriram
os meus de forma possessiva, sua língua pediu passagem e
começou a se mover rápido. Enquanto me beijava, a cabeça do seu
pau entrou em contato com a minha fenda, que a essa altura estava
encharcada e sem demora, ele enfiou toda extensão do seu
membro para dentro de mim e começou a movimentar os quadris.
— Porra. Você é tão deliciosa!
Seus movimentos eram cautelosos e preguiçosos, o que me deixou
inquieta. Em um instante eu estava parada, no seguinte, estava me
movendo fluidamente, minha vagina apertando o seu pênis, o que
fez Ethan me estocar com uma velocidade impressionante,
provocando pequenos gritos estrangulados.
— Eu vou arrebentar essa bocetinha.
Se fosse antes, eu certamente iria tremer de medo, mas suas
palavras só me deixaram mais acesa.
— Isso se antes ela não esfolar o seu pau — respondi atrevida.
Para que eu fui dizer aquilo. Seus olhos ficaram escuros e suas
estocadas implacáveis, fazendo o meu corpo todo sacudir. Minha
intimidade dolorida estava sendo massacrada pelos seus golpes
fortes, que iam cada vez mais fundo, o vapor começou a dominar o
ambiente ao nosso redor. Não satisfeito, ele saiu de dentro de mim,
me deixando desorientada com a sensação de vazio.
— Calma, baby, fique de quatro — resolvi fazer o que ele ordenou.
Tendo assim a visão do meu traseiro empinado ao seu deleite. Um
ruído abafado foi dado por mim quando ele deu um tapa forte em
minha bunda e engoli em seco, sentindo cada centímetro do meu
corpo fica tenso.
— Ahhh...
— Em breve meu pau vai estará dentro dessa bundinha durinha,
alargando você por dentro, mas, hoje vou te mostrar que você foi
feita somente para mim. Que ninguém além do seu marido pode lhe
dá tanto prazer.
Dito isso, ele levou uma de suas mãos até o meus cabelos,
enrolando-os em torno de seu pulso, segurando firme. Minhas mãos
apertaram com força a colcha, a puxando assim que ele esfregou a
cabeça rosada na minha entrada, deslizando-a em seguida para
dentro de mim. Um choramingar escapou da minha boca, enquanto
ele empurrava o seu membro com precisão e os músculos internos
da minha intimidade começaram a latejar violentamente, porém, ele
ficou paralisado, eu só conseguia sentir o seu pênis pulsando no
meu interior.
— Isso gostosa, deixa essa bocetinha apertada engolir o meu
cacete.
— Foda-me, por favor.
Minha respiração ficou pesada quando ele começou a me estocar,
enfiando o seu pênis todo dentro da minha boceta, entrando e
saindo, no mesmo instante, sua mão puxava os meus cabelos,
sacudindo o meu corpo para frente e para trás. Senti os músculos
da minha carne molhada se contrair em torno do seu cacete, os
meus gemidos ecoam por todos os cantos do ambiente.
— Ethan!
— Ainda não bonequinha.
Ethan continuou socando o meu sexo, com golpes cruéis e
impiedosos. Seu membro incansável me invadindo cada vez mais
firme. Meu sexo doía de tantas estocadas rígidas e violentas,
porém, eu estava ensandecida em meio ao desejo. Meu corpo
estava e chamas, algo dentro de mim vibrava com aquele ato tão
selvagem, meu corpo se contorceu e enrijeceu, enquanto ele
continuava a deslizar o seu membro, sentindo o calor e o aperto do
meu sexo contra aquele pênis avantajado.
— Minha, só minha.
Minhas pernas começaram a tremer e eu gritava feito louca de dor e
prazer, uma sequência de golpes foram dados contra o seu sexo.
Rugindo feito um animal e em uma estocada mais profunda,
gritamos juntos, em seguida alcançamos o êxtase deixando seu
líquido viscoso me preencher.
Minutos depois...
Eu estava me sentindo quebrada e exausta, nós dois, formos
envolvidos por um orgasmo estonteante, que nos deixou
completamente paralisados. As batidas do meu coração eram fortes,
eu ainda estava de olhos fechados, mas quando ouvi as palavras
que foram ditas por Ethan, meus olhos se arregalaram e meus
batimentos aumentaram descontroladamente.
— Eu a amo, você é perfeita! Perfeita para mim.
Capítulo 41
Um mês depois...
CECÍLIA BORISLAV
Instantes depois...
Eu estava ansiosa, comecei a andar de um lado para outro do
quarto. Respirei profundamente, tentando me acalmar e
instintivamente levei minhas mãos de encontro ao meu ventre.
Fiquei passando uma de minhas mãos em volta da minha barriga e
em seguida, me vi divagando em meio ao atoleiro de sensações que
senti no consultório de Scarlett.
Quando criança, eu lutei o quanto pude para que esse acordo fosse
desfeito, mas, depois entendi que seria o meu destino, ao conhecer
aquele que seria o meu marido e ver toda sua petulância e a quem
eu achava um velho, fui alimentando um sentimento de raiva. Desta
forma, ao saber em que ele havia se transformado, eu não queria
engravidar, mesmo sabendo o quanto uma família é algo
maravilhoso. Embora eu pudesse ter tornando cada minuto dentro
daquela sala do prazer algo prazeroso, eu estava tomada por tanta
raiva, e, determinada a mostrar para ele que não era um objeto, o
qual ele podia manipular, que senti na pele como uma mulher se
senti ao ser usada e forçada a fazer algo que não quer, enquanto,
seu parceiro mais parece um animal, disposto a se saciar, nem que
para isso, ele lhe mostre a sua pior face.
Ethan me fez sentir coisas e ter sentimentos ruins, ao ponto que um
pensamento sombrio passou pela minha cabeça, então entendi que
no momento de fraqueza, de dor, as trevas sempre nos puxam,
querendo nos envolver como se a única saída para escapar de todo
aquele sofrimento, fosse à morte. Mas, devemos acima de tudo,
pensar o quanto a vida é preciosa e desistir dela só vai fazer do seu
algoz um vitorioso ao conseguir destruí-la.
Confesso que ao desconfiar de que estivesse grávida, fiquei com
muito medo a princípio, mas, lutarei com todas as minhas forças
para protegê-lo. Meus pensamentos foram afastados quando a porta
foi aberta e toda minha atenção se voltou para o homem que surgiu
em minha frente, suas orbitas azuis começaram a analisar o meu
rosto, certamente ele havia percebido pelas minhas feições, que eu
estava inquieta. Instantes depois, ele deu alguns passos à frente e
parou poucos centímetros de distância de mim.
— Você quer me dizer algo?
Seus olhos foram de encontro ao envelope que eu nem havia
percebido que segurava com muita força.
O meu pai não teve mais filhos pelo ocorrido com a minha mãe, os
meus sogros, se tivessem mais tempo, certamente já tinham um
time de futebol, porém, diante de um homem que luta bravamente
para esconder seus sentimento, não sei como será sua reação ou
se ele será um bom pai. Embora que no início tenha sido difícil, eu
tenho que reconhecer que ele não se tornou nenhum príncipe
encantado e nem vai, já que tudo que ele é, faz parte da sua
essência, e, mesmo sendo um ogro a maior parte do tempo,
querendo impor suas vontades, o homem consegue sair do seu
inferno particular e quando estamos juntos, a química é fatal, como
se fossemos somente um.
Sem mais adiar o momento, estendi o exame em sua direção. Fiquei
observando cada movimento dele e principalmente suas feições
quando retirou o ultrassom de dentro do envelope, seus olhos que
estavam insondáveis, ficaram grudados no papel, eu já não sabia
saberia distinguir o que passava em sua mente sombria. No entanto,
minutos se passaram, ele, que até então tinha uma expressão
indecifrável, esboçou um sorriso e a calmaria foi quebrada no
ambiente.
— Espero que sejam dois meninos. Chega de viver cercado por
mulheres.
Eu senti um tremor diante de suas palavras, porém, o homem voltou
novamente sua atenção para o documento em suas mãos, ele
parecia enfeitiçado, pois, seus olhos azuis tinham um brilho intenso.
Meses depois...
ETHAN BORISLAV
Passei vários anos questionando, o motivo de o meu pai insistir
tanto para que essa união viesse a acontecer. No meio de tantas
outras, porque a fedelha foi a escolhida? Entre tanta raiva que ela
despertou em mim, a atrevida acabou se tornando o meu calcanhar
de Aquiles e a única capaz de fazer os meus demônios ficarem
quietos.
Os meses se passaram e a mulher se tornou um furacão na cama,
porém, há três meses, acordei num sobressalto com os gritos altos
que ecoavam no ambiente, Cecília se contorcia em meio à dor, eu
fui tomado por um sentimento de medo ao ver todo o seu
desespero. Todavia, foi somente um momento e ao confirmar que
seria pai de dois meninos, deixou-me satisfeito. Daqui alguns dias
chegará finalmente o dia do nascimento deles, no entanto, hoje o
grande dia será daquela que embora afrontosa, que sempre me
deixava possuído de raiva quando criança, se unirá para sempre ao
homem que tenho como um irmão.
— Ethan!
Em meios aos meus pensamentos, eu acabei perdendo a noção do
tempo transcorrido. Saímos do carro e devido ao estado de saúde
de Cecília, que nas últimas semanas, vinha se sentindo indisposta.
Luccas e Ayla resolveram que se casariam em New York, afinal foi o
lugar que os dois nasceram e cresceram. Adentramos o jardim da
mansão dos meus pais, pois minha irmã preferiu que a cerimônia
fosse feita no ar livre. Aproximamo-nos da grande multidão e meu
olhar foi de encontro ao clone que estava próxima ao Gael, esse por
sua vez me olhou de uma forma que se não fosse pelo casamento
de Ayla e sabendo que o infeliz tem grande serventia para nossa
organização, eu mesmo arrancaria os seus olhos com as minhas
próprias mãos.
Cecília foi até os pais, enquanto segui para falar com a minha mãe.
Instantes depois que todos já estavam acomodados, o silêncio deu
lugar a uma música suave. Olhei para Luccas, que mais parecia um
palhaço com um sorriso que ia de uma ponta da orelha a outra e só
ficou pior à medida que minha irmã, que estava sendo conduzida
por Dusan, rumo ao altar, se aproximava e assim que ela foi
entregue a ele, não dava para ouvir o que o meu pai disse, mas eu
podia compreender bem o recado através dos movimentos dos seus
lábios, e por alguns segundos, o sorriso desapareceu do rosto de
Luccas e tive que me segurar para não sorrir.
Os anos passam e algumas coisas nunca mudam, o medroso terá
que andar na linha e tratar Ayla como uma rainha ou terá que
aguentar a fúria não só do meu pai, como a minha. Nos momentos
seguintes, o homem a frente deles fez todo um sermão, senti um
aperto forte em minha mão, olhei para Cecília que parecia inquieta.
— Você está sentindo alguma coisa?
— Nã... Não, eu estou bem.
Mesmo ouvindo suas palavras, algo me deixou em total alerta. Volto
minha atenção novamente para o casal, assim que as trocas de
aliança foram feitas e em seguida o som da voz do cerimonialista,
reverberou no espaço.
— Eu agora, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
O infeliz não perdeu tempo em puxar minha irmã contra os seus
braços e à medida que aprofundavam o beijo, uma onda de
aplausos preencheu o ar, porém, um grito alto se sobressaiu aquele
barulho, tirando a atenção dos recém-casados para a mulher que
estava ao meu lado.
— Aiiiiii...
Mesmo durona, ela não conseguiu segurar e as lágrimas, que
começaram a escorrer pelo seu rosto.
— Ethan, está doendo muit...
Antes que ela viesse a dizer mais alguma coisa, um ruído potente
ecoou no ar e tanto Lauren como Scarllet vieram ao seu encontro.
— Tem algo saindo...
Outro grito horripilante se fez presente, me deixando sem reação
com as palavras que ouvi em seguida.
— Não dará tempo de chegar ao consultório, terá que ser um parto
normal.
— Ethannnn...
Gritou ela furiosa, me tirando do transe que estava. Enzzo se
aproximou e com sua ajuda, a levamos para dentro da casa.
Estou andando em círculos, pois toda essa espera está me
deixando enlouquecido. Os barulhos vindos do quarto cessaram, e
tanto Helena, como a minha mãe, não vieram dizer nada. Minutos
de muita agonia se arrastavam e quando Luna apareceu no
ambiente, ostentando um sorriso de orelha a orelha, senti uma
sensação de alívio.
— São lindos.
Eu nem esperei para ouvir o que estavam dizendo, só sei que
enquanto atravessava o corredor, ainda ouvia os risos vindos da
sala.
Quando entrei no cômodo, fiquei parado admirando a bela cena a
minha frente. Pouco depois, me aproximei dela e como Luna havia
dito, eram perfeitos e puxou a beleza da mãe. Ela que parecia
enfeitiçada, olhando fixamente para seus filhos, resolveu
interromper o silêncio que pairava no ar.
— Ele vai se chamar Theo, que significa Deus supremo.
Disse olhando para o garotinho que dormia profundamente.
— Este será Brian, aquele que é forte assim como sua aparência.
Ao contrário do irmão que estava vestido de vermelho, indicando
que era o meu primogênito, o meu caçula tinha o rosto mais largo e
bem bochechudo. Seus olhos já estavam arregalados num tom
esverdeado e naquele momento, eu tive a certeza que estava diante
do meu sucessor.
Capítulo 42
CECÍLIA BORISLAV
A escuridão está a minha volta e vai me consumindo lentamente,
puxando-me com uma força assustadora. Minhas pálpebras estão
pesadas, assim como a minha cabeça, eu preciso acordar, eu tenho
que acordar.
Lutando com todas as minhas forças, meus olhos se abrem. Minha
vista está escura, turva e tudo girando ao meu redor. Com
dificuldade consigo me levantar e ao ver a neblina em volta do
ambiente, o ar que entrava nos meus pulmões, o fazia arder,
causando-me um desconfortável terrível. Levo uma das mãos até o
meu nariz e juntamente com a minha boca que foi fechada, eu
impedi que o ar chegasse até eles e diante da cena a minha frente,
um único pensamento tomou conta da minha mente, "meus filhos".
Saio do quarto, desorientada, e ao chegar ao corredor, respiro
profundamente, fazendo os meus pulmões se enchessem de ar
puro. Sentindo-me um pouco mais aliviada, aumento o ritmo dos
meus movimentos e avanço em direção do quarto deles, porém, no
instante que abro a porta a minha frente, um tremor violento me
atinge ao ver a imagem dos meus filhos em cima da cama,
enquanto a mulher que deveria cuidar e protegê-los, segura uma
faca em uma de suas mãos.
— Os pais de vocês me tiraram a minha única irmã, chegou a hora
de eles sentirem a dor terrível da perda.
Com o ódio percorrendo cada fibra do meu corpo, assim que ela
levou o objeto em direção ao peito de Theo, que a essa altura
chorava desesperadamente. Feito uma leoa pronta para defender
seus filhotes, avancei para cima dela, e antes que ela viesse a
atingir um dos meus filhos, os nossos corpos foram de encontro ao
chão. Nunca havia sentindo tanta raiva em toda a minha vida e ali
nos duas começamos a rolar de um lado para o outro e quando subi
em cima dela, um barulho alto escapou do fundo da minha garganta
quando senti algo entrando, rasgando a minha pele.
— Isso é pela Amber, vadia.
Olhei para o meu braço esquerdo e o sangue começou a escorrer
pela minha pele, pingando no chão. Naquele momento, era como se
uma nuvem escura tivesse novamente me envolvido, meu coração
disparou e quando ela foi novamente desferir outro golpe, embora
com dor, segurei forte em seu braço e a faca acabou caindo no
chão, antes que ela cogitasse em pegá-la, fechei minha mão direita
em punho e o primeiro soco foi dado em sua face.
— Você pode mexer comigo, mas, vai se arrepender em querer
tocar nos meus filhos.
Ruídos começaram a escapar da sua boca, mas, a raiva estava me
queimando por dentro, parecia que algo tinha me possuído, pois,
não tinha mais o controle das minhas mãos e comecei a bater sem
parar. O sangue começou a jorrar pelos cantos da sua boca, eu
continuei batendo ainda mais forte, no entanto, uma voz potente
ecoou, vindo da direção da porta, só levantei o olhar por alguns
segundos naquela direção e as trevas pareciam que tinham se
afastado de mim.
— Pare!
Ethan disse, porém, ouvindo o choro dos meus filhos que estavam
gritando ainda mais alto, e com a imagem dela e aquela faca pronta
para feri-los em minha mente, perdi o resto da minha sanidade e
levei as duas mãos de encontro aos seus cabelos e a cada ruído
que saia dos seus lábios, ao ter sua cabeça batendo no concreto,
ensandecida e com um ódio mortal, eu batia com mais força, a certa
altura somente se ouvia o choro dos meninos e quando Ethan me
puxou, olhei para mulher que já estava sem vida, um calafrio passou
por mim, assim como senti que uma forte fraqueza no meu corpo,
minha vista escureceu e antes de ser envolvida pela escuridão, as
palavras em forma de sussurros ecoaram no espaço.
— Ninguém toca nos meus filhos.
Capítulo 43
ETHAN BORISLAV
ETHAN BORISLAV
Passaram-se três dias desde o ocorrido que levou a minha
bonequinha a se transformar em uma protetora. Uma mãe que não
hesitou em mostrar tudo que era capaz de fazer para defender os
seus filhos.
Aquela infeliz acabou sendo infiltrada ainda criança no coração da
máfia Sérvia. Para todos, assim como a mãe de Amber, sua irmã
mais velha havia falecido no acidente que só teve ela como
sobrevivente, porém, o maldito Sanada, foi muito mais ousado e
deixou que todos pensassem que sua outra sobrinha havia falecido
e apagou tudo sobre a sua existência. Os anos se passaram e
Agatha se mostrou além de inteligente, bem eficiente em tudo que
fazia. Desta forma, quando solicitei uma babá que tivesse ligação
com nossa organização, a desgraçada achou o momento propício
para colocar sua vingança em ação.
Acabamos por descobrir que o soldado que havia supostamente
passado a informação do lugar em que eu e Cecília iríamos viajar,
tinha um caso com a infeliz e não descarto a possibilidade de que foi
ela quem passou a informação para o próprio tio. Não importa o
quanto lutamos para exterminar as ervas daninhas que insistem em
surgir ao nosso redor, mesmo mostrando aos malditos que a morte
será o seu destino, sempre irá surgir um traidor.
Deixo os pensamentos de lado e caminho rumo à escada, depois de
longas passadas, me livrei dos degraus e ao chegar ao corredor, já
dava para ouvir os gritinhos dos meus filhos. Desde ontem que ao
chegar em casa, foi dada a ordem e os berços dos dois foram
colocados em nosso quarto, pois, a bonequinha não quer se separar
deles.
Outro quarto próximo ao nosso estado sendo reformado para
acomodá-los, enquanto o que antes pertencia a eles, eu mandei
fazer uma sala de jogos e quem sabe quando tiverem grandes,
poderão entrar no cômodo novamente. Por enquanto, deixarei que
eles continuem dormindo perto da mãe, já que era bem capaz de ela
mudar para o quarto deles, temerosa de que algo viesse a
acontecer novamente. Lentamente abro a porta e fico os
observando, os três estão sobre a cama e os meninos estão
sorrindo em meios às palavras da mãe.
— Quem são os amores da vida da mamãe?
Ela pergunta enquanto começa a beijar a barriga deles. Ao
contrário de Brian, o sapeca do Theo, acabou percebendo a minha
presença e seu olhar fica fixo em minha direção, fazendo com que
sua mãe seguisse o mesmo percurso com os olhos até onde eu
estava. Com passos cautelosos, ando até eles e ao me juntar a
minha família, enquanto ela continua a brincar os eles, fico
admirando os três.
Eu escolhi um caminho que ao percorrer trançou o meu próprio
destino e não tinha mais volta; sou o que sou. Entre um mundo de
luz, eu escolhi deixar que as trevas também fizesse parte da minha
vida.
Ao contrário de muitos que são moldados pelo sofrimento, eu
escolhi ser quem sou. Os meus demônios internos aprenderam a
deixar de duelar e aceitar a luz que somente ela foi capaz de fazer
chegar até eles. Assim como Dusan e Enzzo, em minha vida já
estava predestinado à chegada de um anjo, contudo, bem diferente
de Helena e Luna. Cecília nasceu dentro da máfia, um anjo lapidado
na medida certa, que conhecia todas as implicações de sua posição
e que era capaz de se tornar implacável para defender quem ama.
O criador fez Eva, pois, Adão se sentia solitário.
Um homem precisa de uma mulher, assim como, o soberano da
máfia jamais seria quem é se não fosse a sua cara metade. A dona
não só da máfia, mas do seu coração.
Acabei ficando perdido em meio aos meus pensamentos e só
quando as palavras ressoaram a minha volta, não só fazendo todos
os meus demônios vibrarem intensamente, como agitando meu
coração freneticamente, foi que pude sentir uma sensação
avassaladora envolve-me instantaneamente em todos os sentidos e
trazendo a realidade.
— Muito obrigada pela nossa família. Obrigada por ter me dado os
maiores presentes da minha vida, eu amo a família que construímos
juntos — seus olhos estão brilhando intensamente. — Eu nunca
pensei que diria isso, mas, amo ainda mais você, Ethan.
Capítulo 44
CECÍLIA BORISLAV
Meses depois...
DUSAN BORISLAV
ETHAN BORISLAV
Olhando para tudo a minha volta, tenho a confirmação de que nada
é como planejamos. Eu fiz vários planos de como lidaria com aquela
atrevida, a fedelha que despertou várias sensações em mim.
Quando nos reencontramos, eu sabia que estava diante de um
grande desafio.
A princípio, eu queria apagar aquela luz que vinha dela, mas, com
Amber naquele lugar, os meus planos acabaram mudando de rumo,
contudo, a bonequinha tinha um olhar tão desafiador, que aquilo só
fazia com que algo dentro de mim entrasse em confronto. Eu não
me arrependo de nada que fiz, pois, escolhi um caminho que ao
percorrer, trançou o meu próprio destino.
Entre um mundo de luz, eu optei deixar que as trevas também
fizesse parte da minha vida. Ao contrário de muitos que são
moldados pelo sofrimento, eu escolhi ser quem sou. Os meus
demônios internos aprenderam a deixar de duelar e aceitar a luz
que somente ela e os nossos filhos, foram capazes de fazer chegar
até eles. Assim como Dusan e Enzzo, em minha vida já estava
predestinado a chegada de um anjo, contudo, bem diferente de
Helena e Luna.
Cecília nasceu dentro do coração da máfia e quis fazer parte dela,
um anjo lapidado na medida certa, mas capaz de se tornar
implacável para defender quem ela ama. Desvio o olhar em direção
a Jasmim, no momento que a vi pela primeira vez, ao tocar em suas
mãozinhas, eu senti a mesma sensação de quando estava preso
naquele tormento e foi com ajuda daquela garotinha que fui
arrancado das profundezas da escuridão. Os seus olhos me deram
a constatação que assim como Luna, Helena e Cecília, ela era um
anjo de luz e foi a minha filha, que antes mesmo de nascer, que
salvou a minha vida.
Deixo as lembranças de lado e caminho em direção ao meu pai,
instantes depois, já estava em sua frente. Meu olhar ficou fixo no
rosto do homem que não tem noção de quanto eu tenho orgulho
dele e espero algum dia corresponder todas as suas expectativas.
Em meio ao barulho das vozes que ressoavam, a minha tentou se
sobressair em meio às demais.
— Obrigado pela confiança e por ter feito a melhor escolha para a
minha vida. Um homem precisa de uma mulher, assim como o
soberano da máfia, jamais seria quem é se não fosse a sua cara
metade. A dona não só da máfia, mas do seu coração.
Cecília Demisovski Borislav, minha mulher, só minha — penso.
Capítulo especial
ENNZO
Risos e gargalhadas se misturam ao barulho das vozes exaltadas
da discussão sobre com quem os meus netos se parecem, o que
acabou tornando-se o assunto principal para os homens que estão
ao meu redor.
A minha família sempre foi o meu bem mais precioso, todo o ódio
que sentia em meu peito, provocado pelas chamas ardentes que
queimavam a minha pele e fez a escuridão envolver o meu coração,
foi dissipado quando acabei com a vida daquele infeliz que não
somente destruiu as pessoas que eu mais amava como foi o maior
algoz da minha esposa, um homem destrutivo, que não hesitou em
mostrar toda sua crueldade impondo sofrimento a uma criança.
A chegada das minhas duas filhas, fez um sentimento imensurável
me envolver e ao aceitar o acordo com Dusan Borislav, somente
quando fiquei diante da criança e ao ver o brilho intenso dentro
daquelas órbitas azuladas que tinham algo sombrio, eu sabia que o
destino do meu raio de luz mudaria para sempre. A cada fase do
seu treinamento, a satisfação e o orgulho me envolviam ao ver que
a minha filha, que embora tivesse uma expressão tão suave e traços
delicados, era muito mais forte do que aparentava. Sua vida não
seria fácil ao estar sob o jugo do soberano, porém, este não
encontraria um cristal, que ao ser jogado ao chão seria quebrado
em vários pedaços. Ela sim era a única capaz de chegar até o
coração trevoso daquele que foi predestinado para se tornar um
verdadeiro monstro dentro da máfia.
Quando Ethan propôs aquele plano para atrair Yan, eu aceitei de
imediato, mesmo sabendo que após pegar aquela raposa
ambiciosa, o meu maior desafio seria enfrentar Helena Petrovic.
Esta por sua vez, me fez voltar ao passado e lembrar de todo
caminho que foi percorrido por mim para consegui o seu perdão.
Talvez, se hoje não estivéssemos mais maduros e soubéssemos
que o nosso amor é capaz de superar qualquer obstáculo, eu ainda
estaria numa batalha para domar o anjo que se transformou numa
fera. Dias, semanas e meses se passaram e, eu tive que reconhecer
que havia agido errado, que a confiança sempre vem em primeiro
lugar e que nem sempre os fins justificam os meios.
A verdade sempre deve ser a melhor opção, contudo, vendo todos
reunidos e de como a união entre Ethan e Cecília, resultou no
nascimento daqueles que serão o futuro das duas famílias, eu tenho
a confirmação que fiz a escolha certa.
Dias depois...
ETHAN BORISLAV
— Papa! — disse Theo assim que Brian iniciou uma tentativa de
pegar o brinquedo que estava em suas mãos.
— Papai! Papai! Papai! — como já era de se esperar, o sapeca
disse no intuito de mostrar ao irmão qual era a forma certa, mas
Theo por sua vez, continuou tentando proteger o carrinho, já que
Brian não parava de puxar e mesmo sendo muito mais forte que
Theo, este embora calmo quando se tratava de defender algo que
gostava, mostrava o seu outro lado. De nada adiantava comprar
sempre dois brinquedos do mesmo, um sempre era deixado de lado
e começava uma verdadeira briga como se um quisesse mostrar ao
outro quem era o dono da situação.
— A vovó está aqui...
Fiquei parado olhando os dois enquanto a minha avó, com toda
paciência do mundo, tentava fazê-los entender que os dois
precisavam aprender a dividir em vez de brigar. Assim como fez
comigo, Ayla e Clara, tanto ela, como o meu avô vivem mimando os
bisnetos que sempre acabam deixando a briga de lado e ficam
rendidos aos carinhos que recebem deles. Dou algumas passadas e
me junto a eles e após fazer um afago naqueles dois bochechudos,
me levanto e meu olhar fica cravado nos dois pedacinhos de gente
que dormiam profundamente. A minha princesinha está cada dia;
mais linda e toda vez que vejo o brilho dos seus olhos, é como se
algo dentro de mim encontrasse uma paz que somente ela é capaz
de me proporcionar.
Com um giro nos calcanhares, viro-me em direção da porta e logo
em seguida com passos apressados, caminho pelo corredor com
destino ao meu quarto. Todavia, fico pensando em como quando
estou perto deles, fico irreconhecível, pois lá fora com os traidores,
contínuo tão implacável quanto antes, porém, da porta de casa para
dentro, é como se os meus demônios deixassem o meu corpo.
Aproveitando que os gêmeos estão dormindo e minha linda esposa
certamente deve estar tomando banho, nada mais justo que me
junte a ela e possa desfrutar de momentos bem prazerosos ao lado
daquela que se tornou a minha perdição e uma tigresa insaciável na
cama. Instantes depois, eu estava dentro do meu quarto e
rapidamente me livrei das minhas roupas, porém, toda calmaria
deixou-me em total alerta e a única justificativa era que a safada
estava dentro da banheira.
Cautelosamente caminho em direção ao banheiro e girando
sutilmente a maçaneta, a cena que se formou em minha frente
provocou um tremor violento por todo o meu corpo. Minha
respiração ficou estertorante e minha pele queimando como se
estivesse em chamas, fecho uma de minhas mãos na tentativa de
dissipar a raiva que inflama em minhas veias, enquanto a mulher
com rosto de anjo arrumava a caixa do chuveiro.
Um filme do que aconteceu dentro do banheiro no bordel passa pela
minha cabeça de maneira acelerada. Assim que ela termina,
rapidamente fecho a porta para que ela não note a minha presença,
segundos depois, respiro fundo e ao ouvir o barulho da água caindo,
era chegada a hora de essa atrevida me pagar com juros. Depois de
abrir a porta novamente, entro no ambiente e meus olhos vão em
direção à caixa de ferramenta que estava no chão. Ela que estava
dentro do box, arregala os olhos e suas feições ficam temerosas,
um silêncio constrangedor envolve o ambiente até o momento que é
interrompido por mim.
— Achei que já estivesse terminado o banho — disse num tom seco
e ela de certo estava no dilema se eu havia descoberto que foi ela a
responsável pela dor insuportável que senti.
— Estava prolongando na tentativa de que você viesse ao meu
encontro — fiquei observando-a e se fosse antes, eu a esmagaria
com as minhas próprias mãos, mas hoje eu vou cobrar da melhor
forma possível, vou fodê-la com força e forte e mesmo quando
terminar, essa atrevida ainda vai sentir como se o meu pau
estivesse pulsando violentamente dentro daquela bocetinha
deliciosa.
Deixo os pensamentos de lado e como num piscar de olhos, avanço
em sua direção, a safada que até então tinha uma expressão de
quem havia sido pega em flagrante, ao direcionar os olhos rumo ao
meu cacete, que está duro feito uma pedra, começa a morder o
lábio inferior, então, eu acabo com o problema ao juntar o meu
corpo ao seu e em seguida beijo a sua boca carnuda.
Um beijo cheio de fome que se torna ainda mais voraz à medida que
uma de minhas mãos desliza por sua pele molhada e chega até a
fonte do meu prazer, meus dedos passam pelos grandes lábios da
sua boceta suavemente, e sem pensar em mais estímulos, chego
até a sua fenda gulosa e enfio dois dedos profundamente, a fazendo
soltar um gemido abafado. Nossas línguas dançam de um lado para
o outro em sincronia com as penetrações dos meus dedos dentro da
sua boceta escaldante.
— Ah, isso, mais rápido — grunhiu em meio ao prazer.
Nos milésimos de minutos que passam entre estar devorando a sua
boca e massacrando a sua boceta com os meus dedos grossos e
experientes, uma de suas mãos segura firme o meu pau e uma
verdadeira tortura se inicia quando seus dedos suaves descem até
as minhas bolas e começam com movimentos suaves e logo depois
se tornam implacáveis, deslizando sua mão macia por todo
comprimento do meu cacete, me deixando ainda mais sedento de
desejo. Num movimento rápido, a puxei e uma troca de posição foi
iniciada. Ela entrelaçou as pernas em minha cintura, fazendo suas
costas baterem contra a parede de concreto. A bonequinha olhou-
me profundamente, seus olhos brilhavam quentes e cheios de
desejos.
— Minha...
— Sempre sua...
Aproximo minha boca da sua pele cheirosa e antes de mover os
lábios pelo seu pescoço comprido e delgado, faço um leve
movimento com o quadril para ter um encaixe perfeito do meu
membro na sua entrada que está molhada e pronta para receber o
meu cacete pulsante. Sem delongas, começo a beijar a sua pele,
enquanto o meu pau deslizava pelas dobras da sua carne rosada,
alagando-a, preenchendo-a e quando a minha boca toma a sua, o
meu corpo todo estremece, enquanto sua boceta aperta com força o
meu pau, o sugando com grande entusiasmo, ela por sua vez,
começa a se remexer e minhas estocadas ganham um ritmo
frenético. Seus gemidos são abafados por minha boca, e a cada
invasão, eu ia mais fundo, tocando terminações nervosas que fazia
com que seu corpo todo começasse a se contorcer.
Sua boca deixa a minha e sua voz num tom fraco se faz presente.
— Mostre para sua mulher porque somente você pode me levar ao
inferno e ao paraíso ao mesmo tempo.
— Seu perdido é uma ordem.
Ver suas feições e ouvir suas palavras só me incitaram a acelerar os
golpes contra o seu sexo com investidas que faziam meu pau
massagear cada um dos seus pontos sensíveis. A mulher se
remexia como se estivesse ensandecida, seus olhos, a cada
estocada, se tornavam mais reluzentes. Repeti o movimento,
entrando profundamente em sua abertura faminta, sentindo sua
bocetinha se contrair completamente.
— Gostosa.
— Continua, por favor...
Segurei firme em sua cintura, afastando um pouco o meu corpo para
ter em seguida a visão do meu pau entrando e saindo. Sendo
engolindo lentamente por sua fenda, acelerei o ritmo e ela começou
a se contorcer, enquanto sua boceta agarrava o meu membro, o
espremendo com força.
Rugindo feito um animal e com uma estocada violenta, nós dois
formos envolvido por um orgasmo estonteante, que me deixou
completamente paralisado. As batidas do meu coração eram fortes,
ela ainda estava de olhos fechados e no instante que eu ia sair de
dentro dela, com um murmuro, disse.
— Os meninos ainda não vão acordar, então. Estou pronta para a
próxima.
Seus olhos se abriram e os meus ficaram fixos nos dela e um
sorriso largo surgiu no meu rosto.
— Você é perfeita para mim, bonequinha.
— Eu amo você, meu ogro.
Agradecimentos
Sou grata primeiramente a Deus, por ter me dado forças e assim concluído mais
um livro.
Agradeço a Mirian Lemos, por ser simplesmente uma ótima avaliadora de novas
ideias, minha beta que foi de grande importância para conclusão desse enredo,
onde me vi cercada de várias dúvidas e incertezas.
Deixo aqui registrado o meu profundo agradecimento a minha amiga Rosana e as
participantes do meu grupo do Whatsapp, que abraçaram a história do Ethan e da
Cecília com muito entusiasmo e carinho. E, que foram fundamentais para que o
livro se tornasse o que é.
Estou felicíssima por tantos leitores terem gostado e embarcado comigo nessa
jornada. De coração, muito obrigada.
Enfim, agradeço a você que diretamente ou indiretamente, colaborou juntamente
comigo nesse caminho. E, a você caro leitor, a minha imensa gratidão por adquirir
esta obra.
Sobre a Autora
Anny Shwan, também conhecida como Love Dark, ambos
pseudônimo adotados em seus livros, nasceu no Maranhão, Brasil.
Depois de formada, trabalhou por vários anos até publicar sua
primeira obra, o livro “a princesa do deserto”, da série de romance
“mulheres fortes”, de grande sucesso. E desde então, vieram
muitos outros e agora ela dedica-se exclusivamente à escrita.
Também é autora da série “monstros da máfia” seu grande sucesso,
que é ovacionado pelo público até os dias de hoje.
Em breve...
Sinopse
Spin off da série “Monstros da máfia
Oвѕeѕѕão Perιgoѕa
A mais pura das intenções pode despertar a mais sombria das obsessões.
Ela foi apresentada a ele por um acaso.
Ele só precisou de um simples olhar, para declarar que ela seria sua para sempre.
Gael Miller, um lobo em pele de cordeiro. Um banqueiro poderoso, que comanda
seus negócios com mãos de ferro.
Ana Demisovski, a princesinha da máfia, que conhecerá o paraíso e o inferno da
pior maneira.
Ela será a obsessão de um homem possessivo e controlador.
A luz e as trevas num duelo fadado ao fracasso, devido às atitudes de um homem
capaz de fazer o impensável para ter o que quer. No entanto, será mesmo que
pode existir redenção para um monstro?