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Meteorização é a alteração provocada pelos agente atmosféricos tais como a água, o ar, as
mudanças de temperatura e outros factores ambientais que modificam as características
químicas e físicas das rochas à superfície (rocha mãe).
Meteorização física: é quando não há alteração química e mineralógica da rocha, ou seja, depois
do processo de alteração, a rocha que se obtém tem as propriedades da rocha mãe.
Efeito do gelo: A água que penetra nos interstícios porosos da rocha pode congelar por
abaixamento da temperatura, aumentando assim o seu volume. Exerce consequentemente uma
pressão que provoca o alargamento das fissuras e a desagregação.
Actividades biológicas: As sementes, germinando em fendas das rochas, originam plantas cujas
raízes se instalam nessas fendas abrindo-as cada vez mais e contribuindo para a separação dos
blocos. Alguns animais cavam galerias nas rochas favorecendo a desagregação.
Acção mecânica da água e do vento: As águas correntes e o vento transportam detritos que
metralham as rochas, acelerando o desgaste e a fragmentação.
Clima: O clima é o factor que mais influencia a meteorização. Este facto, é evidenciado pela
observação da meteorização em zonas temperadas, tropicais, polares desérticas. De uma forma
geral, a meteorização é mais acentuada em zonas tropicais, onde a precipitação, a temperatura e a
vegetação atingem valores mais elevados.
O mínimo de meteorização é observado nos desertos e regiões polares, onde estes factores têm
valores reduzidos. A extensão e o tipo de meteorização são devidos a acção principalmente da
água. Nesse sentido, a pluviosidade, tendo em atenção a intensidade de precipitação, a infiltração,
a taxa de evaporação e as variações sazonais, influencia a taxa de meteorização numa
determinada região.
A água e o vento, transportam materiais que, ao baterem nas rochas, lhes provocam desgaste e
fragmentação. A maior susceptibilidade ao desgaste das rochas encaixantes é muitas vezes
provocada pela existência de fissuras ou diáclases. Uma das formações resultantes destes
desgastes é a Ayers Rock.
B) Meteorização Química
Este tipo de meteorização é mais frequente em regiões quentes e húmidas, nas quais a
temperatura tem um papel importante na velocidade e dinâmica das reacções químicas que se
efectuam. Esta meteorização pode ocorrer de duas maneiras distintas:
- Os minerais são alterados, a exemplo dos feldspatos e micas, e, posteriormente, formam novos
minerais, especialmente, minerais de argila.
A presença da água é fundamental na meteorização química, uma vez que, a água actua como um
meio de transporte dos elementos atmosféricos para os minerais das rochas, facilitando as
reacções químicas. A taxa e o grau de meteorização química são grandemente influenciados pelo
aumento da precipitação.
A meteorização química das rochas inclui diversas reacções químicas, tais como a dissolução, a
hidratação, a hidrólise e a oxidação. Estas reacções ocorrem mais facilmente na presença da água
e do ar atmosférico.
Dissolução
Algumas rochas e minerais são solúveis na água, tais como, as rochas salinas (halite), rochas
calcárias (calcite e dolomites). A capacidade de dissolução da água aumenta quanto menor for o
valor do PH. Na natureza, a acidificação da água é um fenómeno frequente, por exemplo, o dióxido
de carbono pode reagir com a água formando ácido carbónico. A halite é solúvel na água salgada
com iões de sódio e cloro dissolvidos.
Carbonatação
A carbonatação é a reacção entre as águas acidificadas e a calcite(CaCO3), mineral que faz parte
dos calcários, formando produtos solúveis. Assim, os calcários são alterados e distribuídos por
um processo químico.
Hidrólise
É uma reação química específica em que os elementos dos minerais reagem com os iões
hidrogénio e hidróxidos da água para formar um mineral diferente. Um exemplo de hidrólise é a
meteorização dos feldspatos que abundam, em vários tipos de rochas quer sob a forma de
feldspatos potássicos, quer de plagióclases.
Oxidação
A hematite, quando dispersa nos sedimentos, é a responsável pela sua cor avermelhada. A taxa de
oxidação aumenta com a temperatura, pelo que a alteração química por este processo é mais
intensa nos climas quentes e húmidos.
1.1.2. EROSÃO
De acordo com sua origem, o processo erosivo pode ser classificado em erosão pluvial (ação das
chuvas), erosão fluvial (ação das águas dos rios), erosão por gravidade (movimentação de rochas
pela força da gravidade), erosão eólica (ação dos ventos), erosão glacial (ação das geleiras),
erosão química (alterações químicas no solo) e erosão antrópica (ação do homem).
A erosão tem se intensificado em virtude das ações antrópicas, pois o homem tem modificado o
meio natural de forma desastrosa, e uma das consequências é essa erosão acelerada. Os fatores
que contribuem para esse cenário são: desmatamentos, queimadas, urbanização,
impermeabilização do solo, drenagem de estradas, linhas de plantio, etc.
Dentre as possíveis formas de proteger o solo contra a erosão estão: preservar a cobertura
vegetal do solo, técnicas agrícolas menos agressivas ao solo, curvas de nível no terreno,
planeamento de construções, sistemas de drenagem e reflorestamento.
Nos terrenos inclinados constituídos por rochas permeáveis, assentes numa camada argilosa, as
aguas infiltradas nos terrenos permeáveis amolecem-os provocando o seu deslizamento sobre
terrenos argilosos. O mesmo pode acontecer nos terrenos inclinados das zonas frias por acção de
degelo.
2. OS SOLOS
Para um engenheiro civil, sob o ponto de vista da mecânica dos solos, solo é um corpo passível de
ser escavado, sendo utilizado dessa forma como suporte para construções ou material de
construção.
Para um biólogo, através da ecologia e da pedologia, o solo infere sobre a ciclagem biogeoquímica
dos nutrientes minerais e determina os diferentes ecossistemas e habitats dos seres vivos.
A edafologia, por seu lado, estuda o solo como suporte natural das plantas, a sua evolução e
degradação, isto é, a sua destruição.
O solo é constituído por três (3) partes: a parte sólida (elementos minerais e orgânicos), a parte
líquida (água) e a parte gasosa (ar).
De um modo geral, os solos são formados por uma fracção sólida, uma fracção líquida e uma
fracção gasosa.
- A parte sólida é formada por elementos minerais de diversos tamanhos (cascalho, areias, argilas,
colóides), por elementos orgânicos (vermes, insectos, bactérias, fungos) e por substâncias
orgânicas em decomposição.
- A parte gasosa é constituída por gases que preenchem os espaços ou cavidades porosas.
- Textura de um solo: Depende do tamanho ou granulométria das partículas que compõem o solo.
A textura de um solo desempenha um papel importante a nível da capacidade de retenção de água
e é definida em função da percentagem de areia, limo ou silte e argila.
Pode ser formada por blocos, grânulos, prismas, etc. Tem influência directa no arejamento do solo
e na sua impermeabilidade, bem como na sua maior ou menor facilidade de trabalhar o solo;
- Permeabilidade de um solo: Capacidade que o solo tem em se deixar atravessar pela água ou
pelo ar;
- Porosidade de um solo: Existência de espaços entre as partículas sólidas, permitindo a
passagem infiltração da água ou ar.
A análise química do solo tem por objectivo principal determinar o seu teor em elementos
nutritivos susceptíveis de serem utilizados pelas plantas e o seu grau de acidez.
A análise química de um bom solo, evidencia a presença de dois grupos de elementos minerais: os
elementos maiores (entram na composição das substancias fundamentais dos vegetais – azoto,
potássio, cálcio, magnésio, enxofre e ferro) e os oligoelementos (encontram-se em muito pouca
escala nas plantas e são indispensáveis à vida celular - manganês, cobre, zinco e alumínio).
Na sua evolução, um solo apresenta várias fases. No início, apenas encontramos uma rocha nua,
exposta à erosão, não existindo solo. Assim, chamamos litosolo à rocha dura e regosolo à rocha
móvel. Com o tempo, forma-se um solo jovem, ainda muito aproximado da rocha mãe mas,
lentamente, esse solo transformar-se-á num solo maduro e corresponderá ao final dessa evolução
se atingir o equilíbrio. Se, por acaso, a evolução for diferente do normal, devido a uma modificação
da vegetação por intervenção humana, ficaremos na presença de um solo degradado.
As características de cada solo são consequência, em primeiro lugar, das condições climáticas
existentes. No entanto, a rocha-mãe, os organismos do solo e o declive do terreno também
influenciam fortemente o tipo de solo.
Como consequência da multiplicidade de combinações possíveis entre estes factores, o solo pode
apresentar características e propriedades extremamente variadas. Daí existirem diferentes tipos
de classificação de solos.
O primeiro cientista a publicar uma monografia que classificava os solos foi o russo V. V.
Dukuchaev, em 1883. Baseou-se nas propriedades observáveis, a maioria das quais resultantes
dos processos climáticos e biológicos da respectiva formação.
Hoje existem várias taxionomias dos solos, das quais a americana é bastante específica, mas
ultrapassa os limites impostos pelo programa.
- Pedalfer;
- Pedocal;
- Laterites.
PEDALFER
Existem em climas temperados que apresentam uma precipitação média anual superior a 630
milímetros de chuva. Proporcionam uma vegetação abundante, muitas vezes com predominância
de coníferas.
O processo pode demorar anos. Formam-se compostos húmicos solúveis que participam na
alteração das argilas e favorecem a formação de complexos alumino-ferruginosos.
A maior parte dos materiais solúveis são lixiviados e arrastados pelas águas subterrâneas, razão
por que não se encontra, nestes solos, carbonato de cálcio. Os óxidos de ferro e as argilas menos
solúveis deslocados do horizonte
PEDOCAL
São solos caracterizados pela precipitação de substâncias devido à evaporação da água que
ascende por capilaridade.
Existem em climas temperados secos que apresentam uma precipitação média anual inferior a
630 milímetros de chuva. São solos ricos em cálcio resultante do carbonato de cálcio e outros
minerais solúveis.
Estes solos são característicos de zonas quentes e secas, tais como as estepes que rodeiam os
desertos. Em tais climas, muita água do solo é arrastada por capilaridade para a superfície, onde
se evapora, depositando as substâncias que transportava em solução, principalmente carbonato
de cálcio. Originam-se "crustas calcárias" nos horizontes E e C.
A meteorização química é menos intensa nas regiões secas, pelo que se encontra uma
percentagem pequena de minerais de argila.
O pedocal(pédon + cálcio) não é tão fértil como o pedalfer, porque a composição mineralógica e a
carência de água são menos favoráveis ao desenvolvimento de organismos.
LATERITES
Nos climas tropicais quentes e húmidos, com chuvas abundantes, formam-se solos denominados
laterites. Nestas condições a meteorização é intensa.
Os solos lateríticos são frequentemente vermelhos e são compostos quase inteiramente por
óxidos de ferro e de alumínio, geralmente as últimas substâncias da rocha meteorizada a
solubilizarem-se.
Se o solo é rico em hematite, pode ser utilizado como minério de ferro. Mas o clima tropical
geralmente permite a hidratação da hematite em limonite, o que tira valor económico ao depósito.
Contudo, encontram-se muitas vezes neste tipo de solo camadas de bauxite, o principal minério de
alumíniom. Sob o ponto de vista agrícola, as laterites são solos muito pobres, pois o húmus é
praticamente inexistente devido à intensa actividade bacteriana.
Quanto a formação, os solos podem ser classificados em quatro grupos principais: solos
residuais, solos transportados, solos coluviais e solos orgânicos.
Solos residuais: são solos que têm origem na decomposição das rochas por meteorização
química, permanecendo in situ, constituindo o manto do intemperismo.
Solos transportados: são sedimentos inconsolidados recentes que poem ter origem fluvial, eólica,
marinha, etc.
Solos coluviais: são solos formados pela movimentação lenta da parte mais superficial do mato
de intemperismo em encostas mais ou menos inclinados sob acção de diversos agentes,
principalmente a gravidade.
Solos orgânicos: são solos formados pela fracção mineral argilosa adicionada de uma proporção
variada de matéria orgânica predominantemente vegetal.
Com base nas características de drenagem, os solos podem ser: solos ácidos, aluviais, arenosos,
argilosos, áridos, calcários, mineral ou salinos.
A classificação pelo sistema americano baseia-se na génese inferida a partir do clima, drenagem,
relevo e material original e podemos ter solos azonais, zonais e intrazonais.
2.2.2. Factores de que dependem o tipo de solo. Processos para tornar os solos mais produtivos.
Os factores que contribuem para a formação de um solo são fundamentalmente a rocha mãe e os
seres vivos (vegetação, microfauna e microflora do solo).
O clima, o tempo e a topografia do solo também contribuem para a sua formação. Para tornar os
solos mais produtivos, tem-se em conta os seguintes processos: