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CAPITULO - I – GEODINÂMICA EXTERNA DA TERRA

1. PROCESSOS DA GEODINÂMICA EXTERNA

A geodinâmica,é ramo da geologia que se dedica ao estudo do conjunto de fenómenos que


ocorrem na Terra e as suas consequências. Ela estuda os fenómenos endógenos (geodinâmica
interna) e os fenómenos exógenos (geodinâmica externa).

A geodinâmica interna é o conjunto de processos internos (calor, fluidos de circulação, pressão,


que produzem alterações na crosta terrestre.

Os agentes da geodinâmica interna são também conhecidos como os agentes construtores de


relevo, pois são os responsáveis pela criação da maioria das formas de relevo terrestre - cadeias
montanhosas, paisagens geológicas, etc.

A geodinâmica externa é o conjunto de processos externos que conduzem a alteração da


superfície da crosta terrestre... Os agentes da geodinâmica externa, constituem os agentes
modeladores de relevo ou agentes erosivos, pois modelam o relevo que os agentes da
geodinâmica interna criam através da erosão.

Os agentes da geodinâmica externa são a água, o vento, as mudanças de temperatura, a


gravidade, os glaciares, os seres vivos, etc. Os principais processos geodinâmicos são a
meteorização e a erosão.

1.1. METEORIZAÇÃO E EROSÃO

Meteorização é a alteração provocada pelos agente atmosféricos tais como a água, o ar, as
mudanças de temperatura e outros factores ambientais que modificam as características
químicas e físicas das rochas à superfície (rocha mãe).

A erosão é o conjunto de processos de aplanação da crosta terrestre através dos agentes da


geodinâmica externa envolvendo meteorização do material já existente, transporte e deposição do
mesmo noutro local, contribuindo para a modificação das formas criadas pelos agentes de
geodinâmica interna.

1.1.1. TIPOS DE METEORIZAÇÃO

Os processos de meteorização actuam através de mecanismos modificadores das propriedades


físicas dos minerais e rochas (morfologia, resistência, textura, etc), e das características químicas
(composição química e estrutura cristalina).

Em função do mecanismo predominante de actuação, a são normalmente classificados em


meteorização física e meteorização química. Quando a acção (física ou bioquímica) de
organismos vivos ou da matéria orgânica proveniente da sua decomposição participa do
processo, a meteorização é chamada de físico-biológico ou químico-biológico.

Meteorização física: é quando não há alteração química e mineralógica da rocha, ou seja, depois
do processo de alteração, a rocha que se obtém tem as propriedades da rocha mãe.

Meteorização química: é quando há alteração química e mineralógica da rocha, ou seja, depois do


processo de alteração, a rocha que se obtém tem as propriedades completamente diferentes das
propriedades da rocha mãe. Os minerais novos formados quando a rocha é submetida a novas
condições atmosféricas ou termodinâmicas, são chamados minerais de neoformação.
A) Meteorização física

A meteorização física, provoca nas rochas uma desintegração (desagregação) em fragmentos


cada vez menores, mas que retém as características do material original. Há vários agentes
externos que podem actuar sobre as rochas e acelerar a sua fragmentação tais como, o efeito do
gelo, a actividade biológica, a acção mecânica da água e do vento, a descompressão à superfície,
as dilatações e contrações térmicas e o clima.

Efeito do gelo: A água que penetra nos interstícios porosos da rocha pode congelar por
abaixamento da temperatura, aumentando assim o seu volume. Exerce consequentemente uma
pressão que provoca o alargamento das fissuras e a desagregação.

Actividades biológicas: As sementes, germinando em fendas das rochas, originam plantas cujas
raízes se instalam nessas fendas abrindo-as cada vez mais e contribuindo para a separação dos
blocos. Alguns animais cavam galerias nas rochas favorecendo a desagregação.

Acção mecânica da água e do vento: As águas correntes e o vento transportam detritos que
metralham as rochas, acelerando o desgaste e a fragmentação.

Descompressão à superfície: Quando as rochas formadas em profundidade são aliviadas da carga


suprajacente, a parte exposta expande-se, enquanto que a parte profunda continua sob pressão.
Podem produzir-se diáclases paralelas à superfície, que favorecem a separação do maciço
rochoso em placas.

Dilatações e contrações térmicas: As variações de temperatura provocam dilatações e contrações


alternadas dos minerais, que reagem de diferentes modos por terem diferentes coeficientes de
dilatação. Este processo ocorre nos desertos e em zonas de incêndios, devido a grandes
variações de temperatura.

Clima: O clima é o factor que mais influencia a meteorização. Este facto, é evidenciado pela
observação da meteorização em zonas temperadas, tropicais, polares desérticas. De uma forma
geral, a meteorização é mais acentuada em zonas tropicais, onde a precipitação, a temperatura e a
vegetação atingem valores mais elevados.

O mínimo de meteorização é observado nos desertos e regiões polares, onde estes factores têm
valores reduzidos. A extensão e o tipo de meteorização são devidos a acção principalmente da
água. Nesse sentido, a pluviosidade, tendo em atenção a intensidade de precipitação, a infiltração,
a taxa de evaporação e as variações sazonais, influencia a taxa de meteorização numa
determinada região.

As grandes amplitudes térmicas são também um importante agente de meteorização física,


provocando a fracturação das rochas devido à instabilidade gerada pela dilatação e contração e,
por outro lado provocam fenómenos de gelo e degelo na água que se infiltra nas rochas.

A água e o vento, transportam materiais que, ao baterem nas rochas, lhes provocam desgaste e
fragmentação. A maior susceptibilidade ao desgaste das rochas encaixantes é muitas vezes
provocada pela existência de fissuras ou diáclases. Uma das formações resultantes destes
desgastes é a Ayers Rock.

B) Meteorização Química

O processo de meteorização química transforma os minerais das rochas em novos produtos


químicos e a sua acção é tanto mais intensa e facilitada quanto maior for o estado de
desagregação física das rochas.

Este tipo de meteorização é mais frequente em regiões quentes e húmidas, nas quais a
temperatura tem um papel importante na velocidade e dinâmica das reacções químicas que se
efectuam. Esta meteorização pode ocorrer de duas maneiras distintas:

- Os minerais são dissolvidos completamente, a exemplo da calcite ou halite, e, posteriormente,


podem precipitar formando os mesmos minerais;

- Os minerais são alterados, a exemplo dos feldspatos e micas, e, posteriormente, formam novos
minerais, especialmente, minerais de argila.

A presença da água é fundamental na meteorização química, uma vez que, a água actua como um
meio de transporte dos elementos atmosféricos para os minerais das rochas, facilitando as
reacções químicas. A taxa e o grau de meteorização química são grandemente influenciados pelo
aumento da precipitação.

A meteorização química das rochas inclui diversas reacções químicas, tais como a dissolução, a
hidratação, a hidrólise e a oxidação. Estas reacções ocorrem mais facilmente na presença da água
e do ar atmosférico.

Dissolução

A dissolução é o processo através do qual, o material constituinte das rochas passa


imediatamente ao estado de dissolução. A água é o mais eficaz e universal solvente conhecido. A
molécula da água é polar e funciona como um pequeno magnete que atrai os iões situados à
superfície dos minerais. Devido a polaridade da molécula da água, praticamente todos os
minerais, em maior ou menor grau são solúveis nela.

Algumas rochas e minerais são solúveis na água, tais como, as rochas salinas (halite), rochas
calcárias (calcite e dolomites). A capacidade de dissolução da água aumenta quanto menor for o
valor do PH. Na natureza, a acidificação da água é um fenómeno frequente, por exemplo, o dióxido
de carbono pode reagir com a água formando ácido carbónico. A halite é solúvel na água salgada
com iões de sódio e cloro dissolvidos.

Carbonatação

A carbonatação é a reacção entre as águas acidificadas e a calcite(CaCO3), mineral que faz parte
dos calcários, formando produtos solúveis. Assim, os calcários são alterados e distribuídos por
um processo químico.

O cálcio e o carbonato de hidrogénio são removidos em solução, deixando somente as impurezas


insolúveis. Estas reacções provocam alargamento das fissuras nas quais a água se infiltra e
circula, podendo conduzir a formação de uma rede de galerias e de grutas subterrâneas.

Hidrólise

É uma reação química específica em que os elementos dos minerais reagem com os iões
hidrogénio e hidróxidos da água para formar um mineral diferente. Um exemplo de hidrólise é a
meteorização dos feldspatos que abundam, em vários tipos de rochas quer sob a forma de
feldspatos potássicos, quer de plagióclases.

A meteorização desses minerais que conduz a formação de minerais de argilas e denomina-se


caulinização. Quando um feldspato potássico entra em contacto com o ácido carbónico, ocorre a
seguinte reação:

Oxidação

Consiste na combinação do oxigénio atmosférico com um elemento do mineral para constituir um


óxido. O processo é especialmente importante na meteorização de minerais que possuem o ião
ferro, tais como as olivinas, piroxenas e anfíbolas. O iao ferro dos silicatos reage com o oxigénio
para formar hematite(Fe2O3) ou limonite[Fe2O3(OH)].

A hematite, quando dispersa nos sedimentos, é a responsável pela sua cor avermelhada. A taxa de
oxidação aumenta com a temperatura, pelo que a alteração química por este processo é mais
intensa nos climas quentes e húmidos.

C) Acção dos seres vivos

As plantas e as bactérias são também importantes agentes de meteorização química devido a


produção de alguns ácidos e compostos orgânicos. A água libertada pelos seres vivos é
normalmente mais ácida(pH menos elevado) que a água corrente, aumentando a capacidade de
meteorização das rochas.

1.1.2. EROSÃO

A erosão é um fenómeno natural provocado pela desagregação de materiais da crosta terrestre


pela ação dos agentes exógenos, tais como as chuvas, os ventos, as águas dos rios, entre outros.
Essas partículas que compõem o solo são deslocadas de seu local de origem, sendo
transportadas para as áreas mais baixas do terreno.

De acordo com sua origem, o processo erosivo pode ser classificado em erosão pluvial (ação das
chuvas), erosão fluvial (ação das águas dos rios), erosão por gravidade (movimentação de rochas
pela força da gravidade), erosão eólica (ação dos ventos), erosão glacial (ação das geleiras),
erosão química (alterações químicas no solo) e erosão antrópica (ação do homem).

A erosão tem se intensificado em virtude das ações antrópicas, pois o homem tem modificado o
meio natural de forma desastrosa, e uma das consequências é essa erosão acelerada. Os fatores
que contribuem para esse cenário são: desmatamentos, queimadas, urbanização,
impermeabilização do solo, drenagem de estradas, linhas de plantio, etc.

O avanço da erosão desencadeia uma série de problemas socioambientais: deslizamentos


(provocados pela força de gravidade), enchentes (através do preenchimento de lagos e rios),
assoreamento dos rios, morte de espécies da fauna e da flora, redução da biodiversidade, perda
de nutrientes do solo, redução da área de plantio, danos econômicos, entre tantos outros.

Dentre as possíveis formas de proteger o solo contra a erosão estão: preservar a cobertura
vegetal do solo, técnicas agrícolas menos agressivas ao solo, curvas de nível no terreno,
planeamento de construções, sistemas de drenagem e reflorestamento.

1.1.3. TRANSPORTE DE MATERIAIS

Geralmente o transporte de materiais é feito pela acção da gravidade e os produtos acumulam-se


na base da rocha que os originou, formando depósitos de vertentes constituídos por detritos de
taludes.

Nos terrenos inclinados constituídos por rochas permeáveis, assentes numa camada argilosa, as
aguas infiltradas nos terrenos permeáveis amolecem-os provocando o seu deslizamento sobre
terrenos argilosos. O mesmo pode acontecer nos terrenos inclinados das zonas frias por acção de
degelo.

2. OS SOLOS

O Solo é um complexo mineral e orgânico resultante da desagregação física e da decomposição


química das rochas expostas à meteorização.
O solo, contudo, pode ser visto sobre diferentes ópticas. Para um engenheiro agrônomo, através
da edafo/pedologia, solo é a camada na qual pode-se desenvolver vida (vegetal e animal).

Para um engenheiro civil, sob o ponto de vista da mecânica dos solos, solo é um corpo passível de
ser escavado, sendo utilizado dessa forma como suporte para construções ou material de
construção.

Para um biólogo, através da ecologia e da pedologia, o solo infere sobre a ciclagem biogeoquímica
dos nutrientes minerais e determina os diferentes ecossistemas e habitats dos seres vivos.

A pedologia estuda a origem, a morfologia, a classificação e a distribuição espacial dos solos e, de


uma forma geral, ocupa-se do estudo de todos os fenómenos que ocorrem nos solos.

A edafologia, por seu lado, estuda o solo como suporte natural das plantas, a sua evolução e
degradação, isto é, a sua destruição.

O solo é constituído por três (3) partes: a parte sólida (elementos minerais e orgânicos), a parte
líquida (água) e a parte gasosa (ar).

2.1. FORMAÇÃO DOS SOLOS

Os processos de meteorização, que alteram a composição química e física das rochas,


constituem o primeiro passo para a formação do solo. Mas o solo, além dos produtos minerais
resultantes da meteorização, possui também matéria orgânica, que é essencial para a sua
definição.

De um modo geral, os solos são formados por uma fracção sólida, uma fracção líquida e uma
fracção gasosa.

- A parte sólida é formada por elementos minerais de diversos tamanhos (cascalho, areias, argilas,
colóides), por elementos orgânicos (vermes, insectos, bactérias, fungos) e por substâncias
orgânicas em decomposição.

Entre os constituintes sólidos do solo, podemos destacar os silicatos, os óxidos e hidróxidos de


ferro, os fragmentos da rocha mãe, a matéria orgânica, etc.

- A parte líquida é composta por água com diferentes substâncias em solução;

- A parte gasosa é constituída por gases que preenchem os espaços ou cavidades porosas.

2.1.1. Características físicas do solo

Dentre as várias características físicas dos solos, podemos destacar as seguintes:

- Textura de um solo: Depende do tamanho ou granulométria das partículas que compõem o solo.
A textura de um solo desempenha um papel importante a nível da capacidade de retenção de água
e é definida em função da percentagem de areia, limo ou silte e argila.

Atendendo à fracção predominante, os solos denominam-se argilosos, limosos ou arenosos;

- Estrutura de um solo: Depende da forma como as partículas se agrupam, em fragmentos cada


vez maiores.

Pode ser formada por blocos, grânulos, prismas, etc. Tem influência directa no arejamento do solo
e na sua impermeabilidade, bem como na sua maior ou menor facilidade de trabalhar o solo;

- Permeabilidade de um solo: Capacidade que o solo tem em se deixar atravessar pela água ou
pelo ar;
- Porosidade de um solo: Existência de espaços entre as partículas sólidas, permitindo a
passagem infiltração da água ou ar.

2.1.2. Características químicas do solo

A análise química do solo tem por objectivo principal determinar o seu teor em elementos
nutritivos susceptíveis de serem utilizados pelas plantas e o seu grau de acidez.

A análise química de um bom solo, evidencia a presença de dois grupos de elementos minerais: os
elementos maiores (entram na composição das substancias fundamentais dos vegetais – azoto,
potássio, cálcio, magnésio, enxofre e ferro) e os oligoelementos (encontram-se em muito pouca
escala nas plantas e são indispensáveis à vida celular - manganês, cobre, zinco e alumínio).

O conjunto de elementos nutritivos disponíveis para a planta, representa a fertilidade mineral do


solo. A acidez de um solo está ligada à concentração dos iões H+ em solução e, depende dos iões
livres, dos colóides argilo-húmicos e do teor do cálcio.

Segundo o valor do pH da solução, existente no solo, distinguem-se os seguintes solos: solos


alcalinos (pH 7), solos neutros (pH 7) e solos ácidos (pH 7).

2.1.2. Perfil de um solo

Na sua evolução, um solo apresenta várias fases. No início, apenas encontramos uma rocha nua,
exposta à erosão, não existindo solo. Assim, chamamos litosolo à rocha dura e regosolo à rocha
móvel. Com o tempo, forma-se um solo jovem, ainda muito aproximado da rocha mãe mas,
lentamente, esse solo transformar-se-á num solo maduro e corresponderá ao final dessa evolução
se atingir o equilíbrio. Se, por acaso, a evolução for diferente do normal, devido a uma modificação
da vegetação por intervenção humana, ficaremos na presença de um solo degradado.

Ao analisarmos um solo bem evoluído, distinguiremos 3 zonas sucessivas (horizontes),


constituindo o seu conjunto aquilo a que se chama perfil.

Horizonte A – corresponde à zona superior, mais ou menos escura, consoante a concentração de


matérias orgânicas. Por via da infiltração, os elementos solúveis são arrastados para baixo (ferro,
alumínio,etc.). Este é um horizonte de eluviação;

Horizonte B – camada intermédia, mais ou menos escura, onde a infiltração provoca a


acumulação de elementos minerais vindos de cima (óxidos de ferro e alumínio). Ao se
concentrarem nesta camada, dão-lhe uma coloração amarelada ou avermelhada, podendo-se
formar uma carapaça, por sedimentação, completamente estéril. É uma zona de iluviação.

Horizonte C - é a zona inferior onde se regista ou se verifica a presença de fragmentos da rocha


mãe, mais ou menos alterados ou decompostos.

2.2. TIPOS DE SOLOS

As características de cada solo são consequência, em primeiro lugar, das condições climáticas
existentes. No entanto, a rocha-mãe, os organismos do solo e o declive do terreno também
influenciam fortemente o tipo de solo.

Como consequência da multiplicidade de combinações possíveis entre estes factores, o solo pode
apresentar características e propriedades extremamente variadas. Daí existirem diferentes tipos
de classificação de solos.

O primeiro cientista a publicar uma monografia que classificava os solos foi o russo V. V.
Dukuchaev, em 1883. Baseou-se nas propriedades observáveis, a maioria das quais resultantes
dos processos climáticos e biológicos da respectiva formação.
Hoje existem várias taxionomias dos solos, das quais a americana é bastante específica, mas
ultrapassa os limites impostos pelo programa.

Em função do clima e da vegetação, os solos podem ser assim classificados:

- Pedalfer;

- Pedocal;

- Laterites.

PEDALFER

São solos caracterizados pelo transporte de substâncias da superfície para o interior.

Existem em climas temperados que apresentam uma precipitação média anual superior a 630
milímetros de chuva. Proporcionam uma vegetação abundante, muitas vezes com predominância
de coníferas.

A actividade dos decompositores, em função do clima desfavorável, é pouco intensa e o horizonte


O é constituído fundamentalmente por agulhas de coníferas e folhas de bétulas, que se acumulam
em espessura razoável (cerca de um decímetro) e experimentam uma humificação muito lenta.

O processo pode demorar anos. Formam-se compostos húmicos solúveis que participam na
alteração das argilas e favorecem a formação de complexos alumino-ferruginosos.

A maior parte dos materiais solúveis são lixiviados e arrastados pelas águas subterrâneas, razão
por que não se encontra, nestes solos, carbonato de cálcio. Os óxidos de ferro e as argilas menos
solúveis deslocados do horizonte

A acumulam-se no horizonte B, dando-lhe uma coloração castanho-avermelhada ou castanha. O


termo pedalfer é formado pelas primeiras letras de pédon (solo) e dos símbolos químicos do
alumínio (AI) e do ferro (Fe).

PEDOCAL

São solos caracterizados pela precipitação de substâncias devido à evaporação da água que
ascende por capilaridade.

Existem em climas temperados secos que apresentam uma precipitação média anual inferior a
630 milímetros de chuva. São solos ricos em cálcio resultante do carbonato de cálcio e outros
minerais solúveis.

Estes solos são característicos de zonas quentes e secas, tais como as estepes que rodeiam os
desertos. Em tais climas, muita água do solo é arrastada por capilaridade para a superfície, onde
se evapora, depositando as substâncias que transportava em solução, principalmente carbonato
de cálcio. Originam-se "crustas calcárias" nos horizontes E e C.

Quando cementados ou endurecidos, estes depósitos são denominados caliche ou Kunkur.


Encontram-se na Austrália e no deserto de Kalari e dos Estados Unidos.

A meteorização química é menos intensa nas regiões secas, pelo que se encontra uma
percentagem pequena de minerais de argila.

O pedocal(pédon + cálcio) não é tão fértil como o pedalfer, porque a composição mineralógica e a
carência de água são menos favoráveis ao desenvolvimento de organismos.
LATERITES

Nos climas tropicais quentes e húmidos, com chuvas abundantes, formam-se solos denominados
laterites. Nestas condições a meteorização é intensa.

Os solos lateríticos são frequentemente vermelhos e são compostos quase inteiramente por
óxidos de ferro e de alumínio, geralmente as últimas substâncias da rocha meteorizada a
solubilizarem-se.

Se o solo é rico em hematite, pode ser utilizado como minério de ferro. Mas o clima tropical
geralmente permite a hidratação da hematite em limonite, o que tira valor económico ao depósito.

Contudo, encontram-se muitas vezes neste tipo de solo camadas de bauxite, o principal minério de
alumíniom. Sob o ponto de vista agrícola, as laterites são solos muito pobres, pois o húmus é
praticamente inexistente devido à intensa actividade bacteriana.

Quanto a formação, os solos podem ser classificados em quatro grupos principais: solos
residuais, solos transportados, solos coluviais e solos orgânicos.

Solos residuais: são solos que têm origem na decomposição das rochas por meteorização
química, permanecendo in situ, constituindo o manto do intemperismo.

Solos transportados: são sedimentos inconsolidados recentes que poem ter origem fluvial, eólica,
marinha, etc.

Solos coluviais: são solos formados pela movimentação lenta da parte mais superficial do mato
de intemperismo em encostas mais ou menos inclinados sob acção de diversos agentes,
principalmente a gravidade.

Solos orgânicos: são solos formados pela fracção mineral argilosa adicionada de uma proporção
variada de matéria orgânica predominantemente vegetal.

Com base nas características de drenagem, os solos podem ser: solos ácidos, aluviais, arenosos,
argilosos, áridos, calcários, mineral ou salinos.

A classificação pelo sistema americano baseia-se na génese inferida a partir do clima, drenagem,
relevo e material original e podemos ter solos azonais, zonais e intrazonais.

2.2.2. Factores de que dependem o tipo de solo. Processos para tornar os solos mais produtivos.

Os factores que contribuem para a formação de um solo são fundamentalmente a rocha mãe e os
seres vivos (vegetação, microfauna e microflora do solo).

O clima, o tempo e a topografia do solo também contribuem para a sua formação. Para tornar os
solos mais produtivos, tem-se em conta os seguintes processos:

- Controlo da disponibilidade de água (rega e irrigação);

- Excesso de água (drenagem);

- Aumentar a fertilidade (correcção dos solos - adubação/fertilizantes naturais ou químicos);

- Evitar o empobrecimento (eliminação das ervas daninhas);

- Facilitar a circulação de ar e água (lavrar os solos).

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