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Topicos Historia Ambiental
Topicos Historia Ambiental
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homem com o ambiente e no entendimento das perceções, ética, leis que possibilitam a
relação do homem com a natureza9, sendo tarefa dos historiadores unir sociedades e
natureza. Por sua vez aponta que o homem é tanto vítima da natureza como de si mesmo
– hábitos, ambições10. Braudel apresenta o Mediterrâneo como palco para uma história
do mar no âmbito cultural, político e económico. Um palco exposto aos elementos
climáticos que, por um lado, estabelecem limites e, por outro lado, oferecem
possibilidades à ação humana, e, consequentemente, às incessantes trocas por vias
terrestres e marítimas. Esta perspetiva reflete um reconhecimento crescente da
responsabilidade humana nas transformações ambientais, contrapondo-se a visões
anteriores que viam a natureza como inabalável diante das atividades humanas.
É abordada no trecho uma outra mudança - a revolução nos marcos cronológicos
para compreensão do mundo. Com a sedentarização humana, a transformação urbano-
industrial, o aumento da taxa demográfica, a expansão colonial, o fenómeno da
globalização, a economia-mundo, os avanços científicos e tecnológicos a modificação do
ambiente foi inevitável. Estes avanços científicos e tecnológicos favorecem o saber
geográfico e o entendimento do colapso do planeta11. Aborda ainda a natureza como uma
história, um processo de construção e reconstrução ao longo do tempo. Essa abordagem
dinâmica representa uma quebra com a visão estática do ambiente, que historicamente o
tratava como um cenário imutável. Ao reconhecer a natureza como um processo em
constante evolução, os historiadores ambientais podem compreender melhor as
complexas interações entre sociedade e ambiente, considerando as mudanças ao longo do
tempo como parte integrante da narrativa ambiental.
Em jeito de conclusão salientamos que as mudanças epistemológicas apresentam
desafios. A noção de que a ação humana pode degradar o meio ambiente destaca a
urgência para abordar questões ambientais, mas também levanta a questão da
responsabilidade e da necessidade de ações corretivas. Além disso, a consideração de uma
visão dinâmica da natureza demanda uma abordagem mais complexa e interdisciplinar na
pesquisa histórica, o que pode ser desafiador para os historiadores ambientais. É nesta
senda que o texto de José Augusto Pádua destaca transformações fundamentais na
abordagem da História Ambiental, fornecendo uma base crítica para a compreensão da
relação entre seres humanos e meio ambiente ao longo do tempo.
NOTAS DE FIM
1
PÁDUA, José Augusto - As bases teóricas da História Ambiental. Estudos avançados. Vol. 24, nº 68, S.
Paulo: Instituto de Estudos Avançados da Universidade de S. Paulo, 2010, p. 83.
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2
PÁDUA, José Augusto- op. cit., p. 81.
3
WORSTER, Danald – Para fazer história ambiental. Estudos Históricos. Vol. 4, nº 8, Rio de Janeiro,
1991, p. 199.
4
GUIMARÃES, Paulo E.; AMORIM, Inês -A História Ambiental em Portugal: A emergência de um
novo campo historiográfico. AREAS- Revista Internacional de Ciencias Sociales, História ambiental en
Europa y América Latina: miradas cruzadas 35, 2016, p. 48.
5
GUIMARÃES, Paulo E.; AMORIM, Inês – op. cit., p.48
6
WORSTER, Danald – op. cit., p.201.
7
PÁDUA, José Augusto- op. cit., p. 83.
8
WORSTER, Danald – op. cit., p.201.
9
WORSTER, Danald – op. cit., p.202.
10
Braudel, Fernand – Memórias del mediterráneo. Madrid: Catedra, 1998.
11
PÁDUA, José Augusto- op. cit., p. 83.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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