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WIKIPÉDIA _- ILSE LOSA

Ilse Lieblich Losa (Buer, Melle, Alemanha, 20 de março de 1913 — Porto, Portugal, 6 de
janeiro de 2006) foi uma escritora e tradutora portuguesa de origem judaica.

Biografia

Filha de Artur Lieblich e de Hedwig Hirsch Lieblich,[1] ambos judeus alemães, Ilse Lieblich
Losa nasceu na pequena aldeia de Buer, em Melle, perto de Hanôver, na Baixa Saxónia,
Alemanha, a 20 de março de 1913,[2] sendo criada e educada pelos seus avós paternos
Joseph e Fanny durante os seus primeiros anos de vida.
Anos mais tarde, já a viver com os seus pais e os seus dois irmãos mais novos, Ernest
(nascido em junho de 1914) e Fritz, frequentou os liceus de Osnabrück e Hildesheim, e mais
tarde o Instituto Comercial de Hanôver.[2]

Após a morte prematura do seu pai, vitimado por um cancro, em finais da década de 1920,
a família começou a sofrer várias dificuldades financeiras.
Decidida a ajudar a família, Ilse partiu em 1930 para Inglaterra, onde trabalhou como au
pair, tomando conta de crianças. Por lá, teve os primeiros contactos com escolas infantis e
os problemas das crianças, assim como pôde aperfeiçoar o seu inglês.

Apenas um ano depois, regressou à Alemanha. Contudo, em pleno clima de fervor e terror
nazi, muito rapidamente, devido à sua origem judaica, a sua família começou a ser alvo de
ataques anti-semitas. Ameaçada pela Gestapo de ser enviada para um campo de
concentração, após ter sido submetida, durante horas, a um exaustivo interrogatório,
tomou a decisão de abandonar o seu país de origem com a sua mãe, “[…] num barco
miserável e superlotado de escorraçados”.

Chegou a Portugal em 1934, tendo-se fixado na cidade do Porto, onde o seu irmão Fritz,
que já estava a viver em Portugal, e era casado com Florisa Estelita Gonçalves, de quem
teve duas filhas, Sílvia Gonçalves Lieblich e Ângela Gonçalves Lieblich, a acolheu
prontamente. Em 1935, Ilse casou com o arquiteto Arménio Taveira Losa, tendo adquirido a
nacionalidade portuguesa. Nesse mesmo ano, tornou-se sócia na Associação Feminina
Portuguesa para a Paz, uma associação apolítica e não religiosa de mulheres antifascistas e
antibélicas.

Em 1938 nasceu a sua primeira filha, Alexandra Lieblich Losa; e em 1949, ano em que
nasceu a sua segunda filha, Margarida Lieblich Losa, publicou o seu primeiro livro, "O
mundo em que vivi", o qual relatava a sua infância, adolescência e juventude, até ao
momento em que teve de abandonar a sua pátria para escapar à perseguição e aos
horrores dos campos de concentração.
Desde essa altura dedicou a sua vida à tradução e à literatura infanto-juvenil, tendo sido
galardoada duas vezes com o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças em
1981, pelo livro "Na Quinta das Cerejeiras", e em 1984 pelo conjunto da sua obra dirigida às
crianças.[2]

Em 1989, a pintora Manuela Bacelar recebeu o Prémio Maçã de Ouro da Bienal


Internacional de Bratislava, pelo livro "Silka" escrito por Ilse Losa.

Ainda que o seu nome se encontre profundamente ligado à escrita destinada aos mais
novos, a sua obra estende-se ao romance, ao conto e à crónica.

Em 1998 recebeu o Grande Prémio da Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores


devido à sua obra "À Flor do Tempo". Colaborou em diversos jornais e revistas, alemães e
portugueses, como o Jornal de Notícias, Seara Nova, Vértice, Jornal das Letras, O Comércio
do Porto, Diário de Notícias, Público ou Neue Deutsche Literatur, está representada em
várias antologias de autores portugueses e colaborou na organização e tradução de obras
portuguesas publicadas na Alemanha.
Traduziu do alemão para português alguns dos mais consagrados autores, como Brecht,
Erich Kästner, Max Frisch ou Anna Seghers, sendo ainda de salientar o icónico "Diário de
Anne Frank".

Segundo Óscar Lopes "os seus livros são uma só odisseia interior de uma demanda
infindável da pátria, do lar, dos céus a que uma experiência vivida só responde com uma
multiplicidade de mundos que tanto atraem como repelem e que todos entre si se
repelem".

Em "A Representação do Holocausto em Ilse Losa", Paulo Jorge Teixeira Cavaco defende
que as obras narrativas da autora podem ser lidas como uma trilogia, nas quais se
representa este evento histórico.

Neste sentido, os romances de Ilse Losa exploram três tempos (o antes, o durante e o
depois do Holocausto) e diversos atores que estiveram envolvidos no acontecimento (as
vítimas, os perpetradores, os bystanders e os resistentes).

A 9 de Junho de 1995 foi feita Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique.[5]

Ilse Losa faleceu aos 92 anos, vítima de doença prolongada, em sua casa, no Porto,
encontrando-se sepultada no Cemitério do Prado do Repouso, na mesma cidade.[6]

LINK WIKIpedia : https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilse_Losa


INFOPÉDIA _ Ilse Losa

Escritora portuguesa, autora essencialmente de literatura infantil, nasceu numa aldeia


perto de Hanôver, na Alemanha, a 20 de março de 1913, e faleceu a 6 de janeiro de 2006,
no Porto.

Fugida à perseguição nazi, refugiou-se, em 1934, em Portugal e radicou-se no Porto,


adquirindo a nacionalidade portuguesa.

Colaborou em várias edições periódicas como O Diabo, Gazeta Musical e de Todas as


Artes, Seara Nova, Vértice, Colóquio/Letras, Portucale, JL. Traduziu, para português, vários
escritores de língua alemã (Brecht, Max Frisch, Adolf Himmel, entre outros) assim como o
dinarmaquês Andersen, e, para alemão, vários autores portugueses.

A sua obra narrativa e poética, publicada essencialmente na década de 50, centra-se na


retrospetiva autobiográfica, evocando a infância e a adolescência, enquanto vivência
ensombrada pela rutura da inocência e da unidade efetuada pela experiência do horror
nazi e pela perda da pátria de origem.

A simplicidade com que exprime angústias passadas e presentes, com especial menção para
o sentimento de se reconhecer estrangeira e estranha quer no espaço natal quer na pátria
adotiva, estabelece uma continuidade com a escrita para crianças, domínio a que dedicou
uma obra extensa, distinguida, em 1984, com o Prémio Gulbenkian de Literatura Infantil.

O seu primeiro romance, O Mundo em que Vivi (1949), retrata o ambiente de guerra vivido,
ainda em criança, na Alemanha.

Do conjunto das suas obras, destacam-se ainda Sob Céus Estranhos (1962); Na Quinta das

Cerejeiras (1984 - Prémio Calouste Gulbenkian); e Caminhos Sem Destino (1991).

Como referenciar

Porto Editora – Ilse Losa na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-13
22:00:58]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$ilse-losa
LINK : https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$ilse-losa
ETC e Tal Jornal - lse Losa _/ 1 Maio 2018

No ano em que se assinala o 105º aniversário do nascimento da escritora Ilse


Losa deixamos aqui algumas notas biográficas sobre a sua existência e a sua oba literária.

Ilse Lieblich nasceu a 20 de Março de 1913, na Alemanha, numa aldeia perto Hannover,
concretamente, em Melle-Buer. A primeira infância passou-a com os avós paternos, indo
depois viver com os pais e os irmãos. Frequentou o Liceu em Osnabrück e Hildesheim e,
mais tarde, um Instituto Comercial, em Hannover.

Com a morte prematura do pai, vitimado por um cancro, surgiram muitas dificuldades
financeiras na família, o que levou a jovem Ilse a partir para Londres a fim de aperfeiçoar o
inglês e, ao mesmo tempo poder trabalhar, tomando conta de crianças.

O seu regresso à Alemanha foi marcado pela perseguição movida pela Gestapo, dado que
Ilse tinha ascendência judaica. Depois de ter sido submetida, durante horas, a um exaustivo
interrogatório, levado a cabo pela polícia política alemã, tomou a decisão de abandonar a
Alemanha. Ilse tinha consciência que, com os nazis no poder, a sua vida e a dos seus
familiares estava em perigo, pois corria o risco de ser conduzida para um campo de
concentração.

Como a decisão do inquiridor demorava, normalmente, três dias a ser anunciada, Ilse
aproveitou este interregno para fugir “[…] num barco miserável e superlotado de
escorraçados […]”, segundo o que ela própria, um dia, recordou. Foi assim que chegou a
Portugal, em 1934, com 21 anos, aqui se radicando, no Porto, onde já vivia o seu irmão Fritz
que a acolheu. O resto da família seguiu outro rumo. No Porto, Ilse conheceu o jovem
arquitecto Arménio Taveira Losa, com quem casou, em 1935 adquirindo,
depois, a nacionalidade portuguesa.
A sua condição de judia, na Alemanha, a fuga deste país e toda a contextualidade da época,
marcada pelo nazismo e pela 2.ª Guerra Mundial, foram factores que a perturbaram e que
lhe iam criando momentos de depressão, daí que o seu médico lhe aconselhasse que
escrevesse para expurgar os males que a atormentavam – foi isso que Ilse Losa começou a
fazer, a partir de 1943, quando já dominava bem a língua portuguesa. A sua estreia literária
teve lugar com a obra “O mundo em que vivi”, de cariz autobiográfico, onde relata a sua
infância rural, a sua adolescência e a sua juventude, até ao momento em que teve de
abandonar a sua pátria para escapar à perseguição e aos horrores dos campos de
concentração.

A abordagem literária do holocausto tornou Ilse Losa uma precursora desta temática, em
Portugal, sobressaindo uma voz inovadora pela força de um testemunho vivido e
afectivamente sentido.

A sua vida em Portugal dividiu-se entre a família e a literatura. Além de escritora foi
também tradutora, quer do português para o alemão quer, sobretudo, do alemão para
português, traduzindo conceituados autores como Brecht, Erich Kästner, Max Frisch,
Adolf Himmel ou Anna Seghers, além de ter feito a tradução portuguesa do “Diário” da
adolescente judia, Anne Frank. Foi ainda colaboradora em jornais e revistas, alemãs e
portuguesas, de que salientamos “Seara Nova”, “Vértice”, “Jornal das Letras”,
“Colóquio/Letras”, “Portucale”, assim como no “Jornal de Notícias”, “O Comércio do
Porto”, o “Diário de Notícias”, “Neue Deutsche Literatur”, entre outros. Trabalhou também
para a televisão, criando séries infantis.

Esta autora deixou uma obra vastíssima que inclui romances, contos, crónicas, teatro,
trabalhos pedagógicos e, sobretudo, literatura infanto-juvenil. Destacamos algumas das
suas obras: “Faísca Conta a Sua História” (1949), “Um fidalgo de pernas curtas” (1961), “Sob
céus estranhos” (1962), “Um artista chamado Duque” (1965), “Beatriz e o Plátano” (1976),
“O quadro roubado” (1985), “Silka” (1989),…

É de salientar o facto de Ilse Losa ter dado um grande destaque à literatura infanto-juvenil,
retirando-a do desígnio de uma literatura menor, sendo pioneira no nosso país, no ensino
da Literatura para a Infância e Juventude, por ter participado na leccionação de seminários
e depois como professora convidada, na velha Escola do Magistério Primário, no Porto.
DISTINÇÕES:
Ao longo da sua actividade literária Ilse Losa foi contemplada com várias distinções de que destacamos:

– Prémio Gulbenkian de Texto (1982), pela obra “A Quinta das Cerejeiras”;

– Grande Prémio Gulbenkian (1984), pelo conjunto da sua obra para crianças;

– Prémio Maçã de Ouro da Bienal Internacional de Bratislava (1989), pelas ilustrações de Manuela Bacelar, na obra “Silka”;

– Condecoração pelo governo Alemão (1991), pela tradução alemã de “O Mundo em que Vivi”;

– Grande Prémio de Crónica (1998), da APE (Associação Portuguesa de Escritores), pela obra “À Flor do Tempo”;

– Ordem do Infante D. Henrique (1995).

Ilse Losa exprimia-se através de uma escrita muito simples, mas muito cuidada, por vezes,
com ternura e com uma enorme carga poética, embora tivesse retratado a realidade cruel
do mundo que vivenciou.

Segundo escreveu Óscar Lopes, grande especialista de literatura, Ilse Losa apresenta uma
“[…] escrita inexcedivelmente sóbria e transparente […]” e “[…] os seus livros são uma só
odisseia interior de uma demanda infindável da pátria, do lar, dos céus a que uma
experiência vivida só responde com uma multiplicidade de mundos que tanto atraem como
repelem e que todos entre si se repelem […]”.

Tanto Ilse Losa como seu marido, o arquitecto Arménio Losa eram assumidamente anti-
fascistas e profundamente democratas, tendo enfrentado ambos as vicissitudes impostas
pelo regime salazarista. À sua volta gravitava todo um conjunto de personalidades ligadas à
vida cultural e cívica do Porto, como Óscar Lopes, Eugénio de Andrade, Luísa Dacosta,
Papiniano Carlos e muitos outros.

Ilse Losa faleceu no Porto, em 6 de Janeiro de 2006, com 92 anos.

Texto: Maximina Girão Ribeiro

Fotos: pesquisa Google

Obs: Por vontade da autora e, de acordo com o ponto 5 do Estatuto Editorial do “Etc eTal
jornal”, o texto inserto nesta rubrica foi escrito de acordo com a antiga ortografia
portuguesa.
LINK : https://etcetaljornal.pt/j/2018/05/ilse-losa/
NOTÍCIA CM - Faleceu escritora Ilse Losa - 7 de Janeiro de 2006 às 00:00

A escritora portuguesa de origem alemã Ilse Losa faleceu ontem, no Porto, aos 92 anos, de doença
prolongada. O funeral realiza-se hoje, partindo o corpo, pelas 09h45, da casa de família para o Prado do
Repouso.

Ilse Losa fugiu da perseguição nazi para Portugal em 1934

Ilse Losa fugiu da perseguição nazi para Portugal em 1934

Ilse Losa, que se refugiou em Portugal em 1934 fugindo à perseguição nazi, é conhecida principalmente
pelos seus livros para crianças.

“Ilse Losa é consagrada como escritora de livros infanto-juvenis. A sua escrita é altamente inventiva mas
não infantiliza demasiado as crianças”, declarou ao CM José Ribeiro, da Afrontamento, editora que publica,
desde a década de 70, a obra da escritora.

“Os seus romances e livros de contos têm a ver com a sua experiência de vida, pois a autora, oriunda de
uma família judia, foi forçada a sair da Alemanha e a adaptar-se a um país diferente”, explicou o editor.

Grande admiradora de Losa, a deputada Odete Santos tinha seis anos quando leu o livro ‘Faísca conta a sua
história’ (1949), cujo narrador é um cão que se separa do menino pobre.

“Este livro impressionou-me muito. Lembro-me que chorei copiosamente”, confessou ao CM,
acrescentando: “Ver os pobres serem privados de alegria criou sentimentos de solidariedade. É violento,
pois leva a reflectir sobre a pobreza, mas não a gratuita, que hoje é muito comum.”

Por sua vez, a escritora Agustina Bessa-Luís recorda Ilse Losa como “uma amiga e mulher de grande
vivacidade e com uma ironia finíssima” de quem, afirmou, ter sido muita amiga e companheira.

Considerando-a “uma das personalidades mais relevantes” da literatura infanto-juvenil portuguesa, o


presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), José Manuel Mendes, referiu que a escritora
luso-alemã “sempre nos propôs uma faceta muito peculiar, cingida aos ideais de uma literatura livre,
sensível e exigente”.

Nascida na Alemanha a 20 de Março de 1913, Ilse Losa refugiou-se em Portugal, onde se casou com o
arquitecto Arménio Losa e adquiriu a nacionalidade portuguesa.

A sua vastíssima obra inclui romances, contos, crónicas e trabalhos pedagógicos. Além de ter colaborado
com diversos jornais e revistas alemães e portugueses, traduziu do alemão alguns dos mais consagrados
autores e ainda antologias de obras portuguesas publicadas na Alemanha.

Em 1984, recebeu o Grande Prémio Gulbenkian pelo conjunto da sua obra para crianças e, com o livro ‘À
Flor do Tempo’, ganhou o Grande Prémio de Crónica da APE (1998).

‘O Mundo em que Vivi’ (1949) é uma das obras de leitura integral aconselhada pelo Ministério da
Educação, mas entre os seus livros mais conhecidos destacam-se ‘Sob Céus Estranhos’ (1962), ‘Rio sem
Ponte’ (1988), ‘Caminhos sem destino’ (1991) e ‘O Príncipe Nabo’ (2000).

LINK : https://www.cmjornal.pt/cultura/detalhe/faleceu-escritora-ilse-losa

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