Está en la página 1de 161

COLECCIÓN

LITERATURA

ALMEIDA Manuel Antonio de Meiíioríns de un sargento


de milicias
A L T A M I R A N O Ignacio Manuel Clemencia
ANÓNIMO Lazarillo de Tormes
ARTURO Aurelio Morada al sur y otros poemas
AUSTEN Jane Persuasión
B A B E L Isaak E, Siete relatos
B A L Z A C Honoré de Papá Goriot
BiOY C A S A R E S . Adolfo La invención de More!
CABALLERO CALDERÓN
Eduardo Manuel Pacho EN CADA EJEMPLAR DE LA
CAPOTE Traman Color local COLECCIÓN CARA Y CRUZ EL
C A R R A S Q U I L L A Tomás El padre Casafús y otros cuentos
C E R V A N T E S Miguel de Tres novelas ejemplares LECTOR ENCONTRARÁ DOS
C H E J O V Anton Historia de un contrabajo LIBROS DISTINTOS Y COMPLE-
C O N R A D Joseph La línea de sombra
C O R T Á Z A R Julio Todos los fuegos el fuego MENTARIOS • SI QUIERE LEER
C U A D R A José de la
Los Stmgurimas
D A R Í O Rubén
Antología poética
D I C K E N S Charles FRAGMENTOS POSTUMOS
Las campanas
E C H E V E R R Í A Esteban
El matadero
E L I O T George DE
Silas Manter
F I T Z G E R A L D Francas Scott
El gran Gatsby FRIEDRiCH N1ETSCHE
F L A U B E R T Gustave
Tres cuentos * Madame Bovary
F U E N T E S Carlos EMPIECE POR ÉSTA, L A SEC-
Aura
G A R C Í A L O R C A Federico
Bodas de sangre CIÓN " C A R A " DEL LIBRO • SI
G A R C I A M A R Q U E Z Gabriel
El coronel no tiene quien
le escriba * Crónica de una PREFIERE AHORA CONOCER
muerte anunciada
ENSAYOS SOBRE LA OBRA Y SU
GARMENDIA Salvador Sobre la tierra calcinada
GÓGOL Nicolas Citentos petersburgtieses AUTOR, CITAS A PROPÓSITO DE
D E G R E I F F Leon Poesía escogida
ELLOS, CRONOLOGÍA Y BIBLIO-
G Ü T R A L D E S Ricardo Don Segundo Sombra
H A W T H O R N E Nathaniel El holocausto del mundo GRAFIA, DÉLE VUELTA AL
I S A A C S Jorge María
LIBRO Y EMPIECE POR LA TAPA
L A M P E D U S A Giuseppe
Tornasi di La sirena y otros relatos OPUESTA, LA SECCIÓN "CRUZ".
L O N D O N Jack La llamada de la selva
M A C H A D O D E ASSIS
Joaquim Maria Misa de gallo y otros cuentos
M A R T I José Páginas escogidas
MAUGHAM William Somerset La lima y seis peniques
M A U P A S S A N T Guy de Dos amigos
FRAGMENTOS
POSTUMOS
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E

FRAGMENTOS
POSTUMOS
T R A D U C C I Ó N DU
Germán Meìéndez Acuña

COLECCIÓN

G R U P O E D I T O R I A L N O R M A
Barcelona Buenos Aires Caracas
Miníemela México Miami Panamá Quito San ]asé
San Juan San Satvadcir Santafc de Bogota Santiago
NOTA DEL EDITOR

L a presente selección y traducción de textos p o s t u -


m o s d e N i e t z s c h e se basa e n la edición crítica d e sus
O b r a s C o m p l e t a s realizada p o r G . C o l l i y M . M o n t a r i
© cíe esta edición a p a r t i r de 1 9 6 7 . A u n q u e algunos de estos fragmentos
K t M T O U l A l . N O l i M A S.A. ¡ 9 9 Í
habían aparecido e n la o b r a d e n o m i n a d a La Voluntad
Apartado 53550 Santafé de Bogotá, Colombia
Impreso por Cargraphics S.A. - impresión digital de Poder (Aguilar, 1932), más d e la m i t a d de l o s q u e
Impreso en Colombia - Printcd ¡n Colombia c o n f o r m a n este v o l u m e n estaban inéditos e n español,
Editora: Consueto Gaitán Gaitán
hasta la presente traducción.
Diseño de la colección y de carátula:
Interlínea Editores L a selección y las cuatro divisiones temáticas fue-
r o n realizadas p o r e l traductor, c u y o p r i n c i p a l interés
i * edición, julio de 1992 consiste e n m o s t r a r los temas esenciales de la filosofía
A
I reimpresión, abril de 1993
de N i e t z s c h e . D e n t r o d e estos c u a t r o apartados, la
1

2* reimpresión, noviembre de 1 3 9 3
3'reimpresión, marzo de 1 9 9 1 disposición d e los fragmentos o b e d e c e a u n o r d e n
4? reimpresión, agosto de 1 9 3 7 p u r a m e n t e c r o n o l ó g i c o , establecido p o r los editores
j ' reimpresión, julio de 1997
de la o b r a crítica. Las co n v e n ci o n e s numéricas u t i l i z a -

ISBN: 9 C S - 0 4 - 1 6 6 2 - 1
das para ubicar los fragmentos d e b e n entenderse d e la
siguiente m a n e r a : l a cifra que p r e c e d e a l c o r c h e t e nos
i n d i c a la época e n la q u e f u e r o n redactados l o s
m a n u s c r i t o s de l o s q u e se h a n extraído e l m a t e r i a l
para la publicación d e l a obra p o s t u m a . L a c i f r a q u e
aparece e n t r e corchetes fj es la numeración e s t r i c t a -
m e n t e cronológica que realizaron los editores sobre e l
m a t e r i a l m a n u s c r i t o . P o r e j e m p l o , los fragmentos de
la selección q u e v i e n e n encabezados p o r cifras e n t r e
25 fj y 4 3 fj p e r t e n e c e n a m a n u s c r i t o s d e l p e r í o d o de
la p r i m a v e r a de 1884 al o t o ñ o de 1885 ( v o l u m e n V i l , [PESIMISMO Y N I H I L I S M O ]
t o m o s 2 y 3). L o s fragmentos encabezados p o r cifras
entre 1 [] y 18 [] c o r r e s p o n d e n al p e r í o d o d e l o t o ñ o
de 1885 a agosto de 1888 (volumen VIII, tomos
1,2,3). Los fragmentos cjue c o n la c i f r a 11 f] i n i c i a n
la división temática d e l E t e r n o R e t o r n o , p e r t e n e c e n a
u n p e r í o d o anterior, c o n c r e t a m e n t e , al año de 1881
( v o l u m e n V, trao 2). 25[I6]* [VP 31. Primavera 18841
Para m a y o r c l a r i d a d , e n el m a r g e n d e r e c h o d e cada
fragmento se señala la fecha exacta e n la cual fue EL PESIMISMO e u r o p e o está todavía e n sus c o m i e n -
escrito y, e n los casos e n los q u e el fragmento haya zos: n o tiene todavía aquella t r e m e n d a rigidez a n h e -
aparecido e n La voluntad de poder, se señala el n u m e r a l lante de la m i r a d a en que se refleja la N a d a , c o m o sí
al cual c o r r e s p o n d e . la tuvo e n o t r o t i e m p o en India. H a y e n él aún m u c h o
P o r último, hay q u e t e n e r e n cuenta que p o r ser d e c o n s t r u i d o y de no " d e v e n i d o " , m u c h o p e s i m i s m o
textos que n o estaban — p o r mano del autor— 1 d e e r u d i t o y d e poeta: q u i e r o d e c i r que en él una
totalmente listos para su publicación, poseen el carác- b u e n a parte h a sido ideada e inventada, es " c r e a c i ó n " ,
ter d e fragmentos, esbozos, apuntes, c o n sus c o n s i - p e r o n o causa, algo c o n s t r u i d o y n o " d e v e n i d o " .
guientes particularidades: algunos están i n c o m p l e t o s H u b o épocas q u e pensaron y se pensaron más que
y e n o t r o s la grafía fue i m p o s i b l e d e descifrar p o r la nuestra, para su p r o p i a d e s t r u c c i ó n ; épocas c o m o ,
parte de los editores. Para i n d i c a r estos casos, se h a n p o r e j e m p l o , aquella e n la que apareció B u d a , c u a n d o
utilizado las siguientes convenciones: el p u e b l o m i s m o , después d e luchas sectarias que
llevaban siglos, se halló al final tan p r o f u n d a m e n t e
[ - ] una palabra ilegible p e r d i d o e n los abismos de los dogmas filosóficos
[ — ] dos palabras ilegibles c o m o ocasionalmente los p u e b l o s europeos e n las

[ — ] tres o más palabras ilegibles finezas del d o g m a religioso. A lo que m e n o s nos

— oración i n c o m p l e t a . p u e d e i n c i t a r la " l i t e r a t u r a " y la prensa es c i e r t a m e n t e

[ + ] laguna en el texto. a t e n e r en alto el " e s p í r i t u " de n u e s t r o t i e m p o : p o r lo


demás, los m i l l o n e s d e espiritistas y u n c r i s t i a n i s m o
c o n ejercicios gimnásticos d e aquella espantosa feal-
d a d q u e caracteriza a todas las invenciones inglesas,

* [Nota del traductor:] Este fragmento fue reproducido en VP


con los párrafos en orden invertido.

9
FRIEDRICH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

d e m u e s t r a n mejores p u n t o s de vista — u n t e s t i m o n i o m o m e n t o . L o p r i m e r o que c o m p r e n d í fue que n o se


c o n t r a sí m i s m o s . puede utilizar para este fin la m o r a l c o r r i e n t e e n
E u r o p a de la cual los filósofos y los moralistas e u r o -
J2[22]* [invierno IS84-1885] peos d i c e n ciertamente que es la mismísima y única
m o r a l — t a ! unísono de filósofos es de h e c h o el m e j o r
L a catástrofe nihilista t e s t i m o n i o de q u e aquella m o r a l prevalece real-
Signos: prevalencia de la compasión l a extenuación m e n t e . — Pues ésta es el v e r d a d e r o instinto d e l
espiritual y l a falta d e d i s c i p l i n a m i e n t o Placer rebaño, e l cual sólo anhela sosiego, i n o c u i d a d , ligereza
o displacer — a esto se r e d u c e todo de la vida e i n c l u s o tiene c o m o anhelo último y más
r e c ó n d i t o el d e p r e s c i n d i r d e t o d o s l o s líderes y
C o n t r a m o v i m i e n t o c o n t r a l a gloria guerrera c o r d e r o s c o n d u c t o r e s . Sus dos d o c t r i n a s m e j o r p r e d i -
C o n t r a m o v i m i e n t o c o n t r a la delimitación y cadas rezan: " i g u a l d a d de los d e r e c h o s " y " c o m p a s i ó n
c o n t r a la hostilidad d e las naciones p o r t o d o l o que p a d e c e " — y el p a d e c i m i e n t o m i s m o
F r a t e r n i d a d ... es a s u m i d o p o r t o d o s ios animales d e l rebaño c o m o
la religión se ha vuelto inútil e n l a m e d i d a e n algo que tiene que ser suprimido. Q u i e n , s i n e m b a r g o ,
q u e cuenta aún fábulas y p r o n u n c i a fuertes reflexiona dónde y c ó m o la planta llamada h o m b r e
palabras crece hasta ahora e n la f o r m a más vigorosa y h e r m o s a
concluirá a p a r t i r de la h i s t o r i a , e n oposición a l a
E n o r m e recapacitación c o m o q u i e n d i c e j u n t o a u n a m o r a l de rebaño y falsificación de l a h i s t o r i a europeas,
vieja fortificación q u e la p e l i g r o s i d a d d e s u situación ha de ser i n c r e -
m e n t a d a y su espíritu inventivo y d e simulación
34[!76] [abril-junio 1885] i n c i t a d o p o r u n a larga presión y c o a c c i ó n , y q u e , p o r

Las m o r a l e s y las religiones s o n el medio principal c o n tanto, hay h o y necesidad de c r u e l d a d , reticencia,


el cual se p u e d e f o r m a r d e l h o m b r e l o que se q u i e r a : desapasíbilidad, desigualdad de los derechos, g u e r r a ,
s u p o n i e n d o q u e u n o tenga u n excedente d e tuerzas c o n m o c i o n e s d e t o d o t i p o , e n r e s u m e n , d e lo opuesto
creadoras y p u e d a i m p o n e r su voluntad creadora p o r a t o d o s los ideales d e rebaño. Q u e u n a m o r a l c o n tales
largos espacios d e t i e m p o e n f o r m a d e legislaciones y propósitos inversos sólo p u e d e ser enseñada e i m p l a n -
costumbres. R e f l e x i o n a n d o sobre l o s m e d i o s para tada e n c o n e x i ó n c o n l a ley m o r a l prevaleciente y al
hacer al h o m b r e más fuerte y más p r o f u n d o de l o que abrigo de sus palabras y sus e u f e m i s m o s , q u e , así
ha s i d o hasta a h o r a , m e pregunté y sopesé, ante t o d o , pues, h a n de idearse muchas f o r m a s d e transición y de
c o n ayuda d e qué m o r a l ha s i d o l o g r a d o esto hasta e l engaño y q u e , d a d o que l a vida d e u n sólo h o m b r e es
demasiado breve para la imposición de u n a v o l u n t a d

* [Nota del traductor] Fragmento escrito a comienzos de 18 88. de tan larga proyección, h a n de criarse y disciplinarse

10 11
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

h o m b r e s e n los cuales se le garantice a esta v o l u n t a d de las cosas, el m á x i m o deleite de la existencia; y en


una duración de muchas generaciones: esto se c o m - la " m o r a l " apenas u n m e d i o para otorgar a la v o l u n -
p r e n d e tan b i e n c o m o el nada fácilmente p r o n u n c i a - tad i m p e r a n t e tal fuerza y maleabilidad c o m o para que
tile e t c é t e r a de estos p e n s a m i e n t o s . Preparar una se i m p r i m a a la h u m a n i d a d en f o r m a semejante.
inversión d e los valores en una cierta especie fuerte d e E x a m i n o religiones y sistemas educativos c a l i b r a n d o
h o m b r e s y desencadenar entre ellos u n a cantidad de hasta q u é p u n t o c o n c e n t r a n y legan f u e r z a ; y nada m e
instintos represados)' difamados; p e n s a n d o sobre esto parece más esencial c o m o objeto de estudio q u e las
sopesé qué especie d e h o m b r e ha trabajado ya i n v o - leyes del disciplinamiento, para no p e r d e r nuevamente la
l u n t a r i a m e n t e o en absoluto para la tarea así p l a n - máxima c a n t i d a d de energía a causa de asociaciones y
teada. E n c o n t r é a los pesimistas en tanto su insatisfac- formas de vida inadecuadas.
ción c o n t o d o los c o n m i n a b a lógicamente, por lo
34[204] [abril-junio 1885]
menos, entre otras cosas, a la insatisfacción c o n lo
presente: p o r esta razón favorecí a S c h o p e n h a u e r y al A m i g o s míos, ¿en qué estoy o c u p a d o desde hace
c o n o c i m i e n t o de la filosofía hindú que ahora alborea m u c h o s años? H e p r o c u r a d o pensar el p e s i m i s m o en
lentamente sobre E u r o p a . U n a pesadilla también es p r o f u n d i d a d para r e d i m i r l o de la estrechez e i n g e n u i -
u n m e d i o para despertar h o m b r e s r e p e n t i n a m e n t e . — d a d m e d i o cristianas, m e d i o alemanas en que m e salió
A s i m i s m o e x p e r i m e n t a b a c o m p l a c e n c i a ante c i e r t o s p o r p r i m e r a vez al paso en [la] metafísica de S c h o p e n -
artistas insaciables-dualistas quienes, c o m o Byron, hauer: de tal m a n e r a que el h o m b r e se ha puesto en
c r e e n i n c o n d i c i o n a l m e n t e en las prerrogativas de los condición de h a c e r frente a esta f o r m a de p e n s a -
h o m b r e s superiores, eclipsan en h o m b r e s selectos los m i e n t o gracias a la expresión máxima d e l p e s i m i s m o .
instintos d e l rebaño bajo la seducción d e l arte y H e b u s c a d o también u n ideal i n v e r s o , una m a n e r a de
suscitan en ellos los instintos c o n t r a r i o s . H o n r a b a , en pensar que es la más rebosante y vital y la que más
tercer lugar, a los filósofos e historiadores que p e r s e - llega a a f i r m a r el m u n d o entre todas las posibles
guían el d e s c u b r i m i e n t o d e la Antigüedad p o r q u e en maneras de pensar; la e n c o n t r é a! pensar hasta sus
el m u n d o antiguo p r i m a b a una m o r a l d i s t i n t a a la de últimas consecuencias la consideración mecanicista
hoy y p o r q u e el h o m b r e era entonces, d e hecho, más d e l m u n d o . Se r e q u i e r e verdaderamente d e l m e j o r
fuerte, malvado y p r o f u n d o bajo la égida d e s u m o r a l : h u m o r d e l m u n d o para soportar u n tal m u n d o d e l
la seducción que la Antigüedad o b r a sobre almas e t e r n o r e t o r n o c o m o lo enseñé a través de m i hijo
vigorosas es p r o b a b l e [ m e n t e ] la más sutil y desaper- Z[aratustra]; u n m u n d o , a saber, q u e nos i n c l u y e a
c i b i d a d e todas las s e d u c c i o n e s . n o s o t r o s m i s m o s e n el eterno ' o t r a vez desde el

A t o d a esta f o r m a d e pensar la llamé para m í p r i n c i p i o ' . F i n a l m e n t e , resultó p a r a m í q u e la m a n e r a

m i s m o la filosofía d e D i o n i s o : una visión q u e r e c o - d e pensar más negadora de la v i d a entre todas las

noce e n el crear, e n el t r a n s f o r m a r d e l h o m b r e c o m o posibles es aquélla q u e condena el devenir, el n a c e r y

12 13
FR1FDRICH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S POS T U M O S

el p e r e c e r en sí m i s m o s y q u e a f i r m a tan sólo lo n u n c i a r a m i tarea, la cual r e q u i e r e de m e d i o s c o n t r a -


incondicionado, l o u n o , lo cierto, lo ente*; encontré puestos. U n a m a n e r a de pensar pesimista resulta
que Dios es el p e n s a m i e n t o m á s d e s t r u c t o r y más t e m p o r a l m e n t e (quizás p o r varios m i l e n i o s ) de s u m o
h o s t i l a la vida y q u e sólo d e b i d o a la inaudita falta d e valor para la d e s t r u c c i ó n o para e l r e t a r d a m i e n t o y
c l a r i d a d de nuestros q u e r i d o s devotos y meta tísicos d e profundización d e h o m b r e s y p u e b l o s ; y q u i e n r e i v i n -
todos los t i e m p o s , el c o n o c i m i e n t o d e esta " v e r d a d " dica los fueros del creador e n el gran sentido tendrá
se ha h e c h o esperar tan p r o l o n g a d a m e n t e . t a m b i é n q u e r e i v i n d i c a r los d e l d e s t r u c t o r y enseñar
Se m e perdonará el q u e yo m i s m o n o esté d i s - e n ciertas circunstancias formas de p e n s a m i e n t o des-
puesto e n l o más m í n i m o a r e n u n c i a r a u n a de estas tructivas. E n este sentido, d o y p o r b i e n v e n i d o s al
d o s maneras de pensar — t e n d r í a entonces q u e r e - c r i s t i a n i s m o existente y al b u d i s m o , las dos formas
más amplias de la actual negación d e l m u n d o ; y, a fin
* [Nota del traductor:] La expresión "lo ente" se ha adoptado de d a r e l t i r o d e gracia a razas degeneradas y a g o n i z a n -
a todo lo largo del texto español como traducción de la tes, p o r e j e m p l o , a los hindúes y a los e u r o p e o s d e
expresión alemana "das Seiende". "Das Seiende" representa
hoy, tomaría y o m i s m o a m í c u i d a d o la invención d e
gramaticalmente la forma sustantivada del participio activo
del verbo "sein" ("ser"), como también lo son, por ejemplo,
u n a religión o d e u n a metafísica todavía más severa y
análogamente, "das Herrscbende" ("lo dominarj¡¿", " í o que a u t é n t i c a m e n t e nihilista.
domina") o "das Entsprecbende" ("lo correspon¡/fe«w", "lo Después de l o a n t e r i o r m e n t e d i c h o n o dejo a nadie
que corresponde") de los verbos "herrscben" ("dominar") y
en duda acerca de la significación q u e d e n t r o de una
"entsprechen" ("corresponder"). El alemán "das Seiende" se
encuentra, pues, en cuanto participio activo, en la misma religión semejante atribuiría a l a idea d e " D i o s " . L o s
relación con el infinitivo "sein" que el griego " to on " ("lo mejores nihilistas entre los filósofas han sido hasta
que es") con el infinitivo "einai" ("ser"). "Ente" proviene ahora l o s eléatas. S u D i o s es l a mejor, más c o n c i e n -
del latín "ens", el equivalente latino de "to on". En confor-
zuda y radical interpretación d e l nirvana b u d i s t a ; el
midad con lo anterior, la expresión "lo ente" que adopta la
traducción española no quiere decir, en comienzo, otra cosa ser y l a nada s o n aquí idénticos.
que "lo que es". Se descubrirá, sin embargo, en la lectura de
ios diferentes pasajes en que Niebuehe habla de "lo que es", 35[45]* [VP463 mayo-julio 1885]
esto es, de lo "ente" ("das Seiende"), que él busca recoger en
esta expresión la comprensión que la tradición filosófica (o lo E l filósofo c o m o legislador, c o m o e x p e r i m e n t a d o r de
que, en todo caso, Nietzsche juzga como su vertiente históri- nuevas posibilidades, sus m e d i o s . Utiliza la
camente más determinante) tiene del concepto de "ser" a fin religión. E l N u e v o Testamento — l o que
de convertirla en objeto de polémica. Dentro de esta com-
p u e d e el c r i s t i a n i s m o .
prensión, por así decir, enfática de "ser" en que la tradición
filosófica habla de "lo que (verdadera o realmente) es", "lo S u antítesis: la m o r a l de los animales en rebaño.
ente" viene a adquirir el sentido más estrecho de "lo que
permanece" (igual, inmutable, uno), a diferencia de (y en
* [N.T.] El comienzo y el final de este fragmento fueron
oposición a) "lo que deviene".
omitidos en V E

14 15
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

Así m i s m o los librepensadores etc. religión d e la negación y d e l a fuga d e l m u n d o , u n a


C ó m o se i m a g i n a n hoy l o s animales de de-sensibilización y afeamiento del m u n d o
rebaño al " h o m b r e s u p e r i o r " : m o s t r a r l o
36[49] [VP 91 junio-julio 1885]
en V. H u g o . Sobre el pesimismo alemán.
M i s precursores: Schopenhauer —
e n qué m e d i d a profundicé el p e s i m i s m o y El e n l u g u b r e c i m i e n t o , la coloración pesimista,

m e l o h i c e p o r p r i m e r a vez v e r d a d e r a - llega necesariamente c o m o consecuencia de la I l u s t r a -

mente palpable mediante la invención d e ción. H a c i a 1770 se notaba ya la disminución d e la

s u m á x i m a antítesis j o v i a l i d a d ; había mujeres q u e , c o n aquel i n s t i n t o

L u e g o : los artistas ideales, aquellos des- f e m e n i n o q u e t o m a s i e m p r e p a r t i d o p o r la v i r t u d ,

cendientes d e l m o v i m i e n t o napoleónico. juzgaban la i n m o r a l i d a d c o m o la c u l p a b l e . G a l i a n i d i o

Luego: los europeos superiores, predece- e n e l b l a n c o : cita el verso de V o l t a i r e . * — A h o r a b i e n ,

sores d e la gran política si p r e t e n d o estar aventajado unos cuantas siglos c o n

L u e g o : los griegos y su s u r g i m i e n t o . E n e l respecto a V o l t a i r e e i n c l u s o a G a l i a n i — q u e era algo

Nacimiento de la tragedia puse sobre aviso m u c h o m á s p r o f u n d o — en l o q u e se refiere a l a

acerca de la relación e n t r e " n e c e s i d a d " y Ilustración: ¡cuánto n o t e n d r é q u e h a b e r m e a d e n -

"arte" t r a d o en el e n l u g u b r e c i m i e n t o ! Pero también es c i e r t o


q u e m e puse t e m p r a n a m e n t e en g u a r d i a , c o n u n a
L o s alemanes y el espirita
especie de d e p l o r o , frente a la estrechez y la i n c o n s e -
L a educación personal d e l filósofo e n la soledad.
c u e n c i a alemanas y cristianas del p e s i m i s m o d e S c h o -
L o dionisíaco.
penhauer, e i n c l u s o d e l de L e o p a r d i y que busqué las
35[82] [VP !0S5 mayo-julio 18851 formas más c o n f o r m e s a sus p r i n c i p i o s ( — A s i a — ) .
E n t r e l o s c o n t i n u a d o r e s d e l p e s i m i s m o no c u e n t o a
U n a f o r m a d e pensar y una d o c t r i n a pesimistas, u n
E [ d u a r d ] v[on] H [ a r t m a n n ] ; l o i n c l u y o , m á s b i e n ,
n i h i l i s m o extático, p u e d e n llegar a ser, e n ciertas
circunstancias, algo i m p r e s c i n d i b l e , especialmente d e n t r o d e las " l i t e r a t u r a s agradables" etc. Pero
para e l filósofo: a m a n e r a d e una presión y u n m a r t i l l o para s o p o r t a r este p e s i m i s m o e x t r e m o ( c o m o alcanza
p o d e r o s o s c o n los cuales q u i e b r a y q u i t a d e en m e d i o a entreoírse aquí y allí e n m i Nacimiento de la tragedia),
razas degeneradas y agonizantes, c o n e l fin d e d a r vía para vivir solo, " s i n D i o s n i m o r a l " , tuve que i n v e n -
a u n nuevo o r d e n de l a vida o c o n e l fin d e s u m i n i s - t a r m e u n a c o n t r a p a r t i d a . Quizá sepa y o mejor q u e
trarle a l o que degenera y m u e r e el ansia d e l fin.
Para el r e t a r d a m i e n t o y la profundización d e p u e - * [N.T.] El verso aludido reza: Un monstre¡¡ai raut mieux/Qu' un
b l o s y razas, p u e d e n una c o n c e p c i ó n pesimista, una sentimental ennuyeaus.. Frag. 9[!07].

16 17
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

l[16i] [otoño 1885-otoño 1886]


nadie p o r q u é sólo e l h o m b r e ríe: sólo él sufre t a n
p r o f u n d a m e n t e c o m o para xener que inventar la risa. E l C a d a cual tiene seguramente u n c r i t e r i o para a q u e -
animal m á s desdichado y melancólico es, c o m o es llo que cuenta para él c o m o " s u p e r f i c i a l " : ¡pues b i e n !
justo, el más jovial. y o tengo el mío — u n c r i t e r i o t o s c o , c a n d o r o s o , para
m i uso d o m é s t i c o , tal y c o m o se adapta a m i m a n o
39flS]* [agosto-septiembre 1885]
— ¡ q u e tengan otros d e r e c h o a i n s t r u m e n t o s de más
Pura el prólogo.
fino paladar!
E l g r a n p e l i g r o n o es e l p e s i m i s m o (una f o r m a de Q u i e n siente e l s u f r i m i e n t o c o m o a r g u m e n t o c o n -
h e d o n i s m o ) , la contabilización de p l a c e r y displacer, tra la vida pasa a m i s ojos p o r s u p e r f i c i a l , p o r lo tanto,
y el cálculo de si acaso la vida h u m a n a i m p l i c a u n nuestros pesimistas; igualmente, q u i e n ve en el b i e -
excedente d e sentimientos de displacer. ¡Sino la Jaita nestar u n fin.
de sentido de t o d o acontecer! L a interprcación m o r a l
2[100]* [VP 90S otoño i885-otoño 1886]
ha c a d u c a d o j u n t o c o n la interpretación religiosa; esto
ellos n o l o saben, ¡los m u y superficiales! Se agarran La voluntad de poder
c o n los dientes instintivamente, cuanto más incrédu- Intento de una trans\'aloraáón de los valores
los s o n , a las valoraciones morales. S c h o p e n h a u e r c o -
m o ateo ha p r o f e r i d o u n a maldición c o n t r a q u i e n le
q u i t e al m u n d o s u significatividad m o r a l . E n Inglate- E n cuatro libros.
r r a se p r o c u r a que la m o r a l y la física c o n f r a t e r n i c e n , P r i m e r l i b r o : el p e l i g r o d e los p e l i g r o s (presentación
el s e ñ o r v o n H a r t m a n n hace l o m i s m o c o n la m o r a l y d e l n i h i l i s m o ) ( c o m o ¡a consecuencia ne-
la i r r a c i o n a l i d a d d e la existencia. P e r o la verdadera cesaria de las valoraciones anteriores existentes)
g r a n angustia es: el mundo ja no tiene ningún sentido. Segundo l i b r o : crítica de los valores (de la lógica, etc.)
E n q u é m e d i d a c o n " D i o s " ha c a d u c a d o t a m b i é n T e r c e r l i b r o : e l p r o b l e m a del legislador ( i n c l u y e n d o la
toda la m o r a l hasta ahora existente: se sostenían m u - historia d e la soledad) ¿Cómo tienen que
tuamente. estar c o n s t i t u i d o s los h o m b r e s que valoran
Yo traigo ahora una nueva interpretación, una i n - de f o r m a inversa? H o m b r e s q u e poseen
teq^retación " i n m o r a l " , e n relación c o n la cual nues- todas las p r o p i e d a d e s d e l alma m o d e r n a
tra m o r a l a n t e r i o r aparece c o m o u n caso particular. p e r o q u e s o n l o suficientemente fuertes
D i c h o e n t é r m i n o s p o p u l a r e s : D i o s ha sido refutado, para transmutarlas e n p u r a salud
el d i a b l o n o .

* Borrador para V P con un nuevo subtítulo definitivo


* [N.T.] Este fragmento está asociado ES! primer plan de La (hasta ISSS). Reproducido muy parcialmente y trastocado en
voluntad de poder, di. frag. 39[1]. VE

18 19
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

C u a r t o l i b r o : el m a r t i l l o Crítica d e la f o r m a d e pensar hindú y c h i n a , así c o m o


los m e d i o s para su tarea de la cristiana ( c o m o preparativos d e u n a
Sus M a r i a , Verano de 1886 f o r m a d e pensar nihilista—)
E l p e l i g r o d e los peligros: N a d a tiene sentido.
Se han desencadenado grandes p o d e r e s : p e r o c o n t r a - • (2)
diciéndose las fuerzas desencadenadas ani- E l m a r t i l l o : u n a d o c t r i n a , que efectúa una selección de
quilándose m u t u a m e n t e ligar nuevamente los más aptos para ¡a \ida m e d i a n t e el desenca-
las fuerzas desencadenadas de f o r m a q u e denamiento d e u n p e s i m i s m o ávido d e
n o se a n i q u i l e n m u t u a m e n t e y muerte.
¡abrir los ojos al v e r d a d e r o aumento d e
2C1091 [VP 599 otoño 1885-otoño 1886]
fuerza!
M o s t r a r p o r d o q u i e r l a falta d e armonía L a " f a l t a d e s e n t i d o d e l a c o n t e c e r " : esta c r e e n c i a
e n t r e el ideal y sus c o n d i c i o n e s p a r t i c u l a - es la consecuencia d e una c o m p r e n s i ó n de la falsedad
res (v.gr. la h o n e s t i d a d e n los cristianos de las interpretaciones anteriores, una generalización
q u e están c o n s t a n t e m e n t e obligados a la de la p u s i l a n i m i d a d y de la d e b i l i d a d — n o es u n a
mentira) creencia necesaria. Inmodestia d e l h o m b r e — : i dón-
de n o ve el s e n t i d o , negarlo!
Para el l i b r o 2
2 [ 118] [otoño 18 8 S-otoño 1886]
E n la s o c i e d a d democrática, en la q u e cada cual es
especialista, falta el ¿para qué? ¿para quién?, la 1. I. E l n i h i l i s m o c o n t o d o s l o s i n d i c i o s está a
situación e n la q u e la t o t a l i d a d d e las m i l formas de las puertas.
a n q u i l o s a m i e n t o d e t o d o s l o s i n d i v i d u o s (al conver- II. Inevitable e n e l caso d e que n o se c o m -
tirse e n f u n c i o n e s ) , a d q u i e r e s e n t i d o . p r e n d a n sus presupuestos. Estos s o n las
E l d e s a r r o l l o d e la sensitividad valoraciones (no los hechos sociales: t o d o s
de la c r u e l d a d los cuales o b r a n sólo a través de una c i e r t a
de la venganza interpretación, ya sea d e m a n e r a p e s i m i s t a ,
d e la l o c u r a llevando a la s u m a ya de m a n e r a o p t i m i s t a ) .
d e la c o d i c i a d e la cultura. 2. III. Génesis d e las valoraciones c o m o crítica
d e la ambición de las m i s m a s .
etc. 3. IV L o s inversos. Su psicología.
Sobre 4. V. E l m a r t i l l o : c o m o l a d o c t r i n a q u e d a lugar
E l p e l i g r o e n todos los ideales anteriores a la decisión.

20 21
F R A G M E N T O S P O S T U M O S
r r . i i ^ L ! £ i - N | E T Z S C H E

interpretación cristiana d e l m u n d o y d e la
1. E l peligro de los peligros.
historia. Recaída d e " D i o s es la v e r d a d " e n
2 . Crítica d e la m o r a l .
la c r e e n c i a fanática "todo es f a l s o " . E l
3. N o s o t r o s l o s inversos.
b u d i s m o d e l acto...
4. E l m a r t i l l o .
3. E l e s c e p t i c i s m o ante la m o r a l es lo decisivo.
2fl27]* T'P ' owio 1885-otoñQ 1886] El ocaso de la interpretación moral d e l
m u n d o , la cual n o tiene ya sanción alguna
(2) después de haber intentado buscar refugio
E l n i h i l i s m o está a las puertas: ¿de d ó n d e nos llega en u n m á s allá: c u l m i n a e n e l n i h i l i s m o
éste, e l m á s inquietante d e todos l o s h u é s p e d e s ? — " T o d o carece d e s e n t i d o " (la i m p o s i b i l i d a d
I. 1. P u n t o d e p a r t i d a : es u n error r e m i t i r a l o s de p r a c t i c a r u n a única interpretación d e l
"estados d e p e n u r i a s o c i a l " o a las " d e g e - m u n d o a la cual se le h a d e d i c a d o u n a
neraciones fisiológicas" o i n c l u s o a la c o - fuerza i n m e n s a — d e s p i e r t a la sospecha d e
rrupción c o m o causa d e l n i h i l i s m o . T o d o si n o serán falsas todas las i n t e r p r e t a c i o -
ello aún es susceptible d e i n t e r p r e t a c i o - nes d e l m u n d o — ) Tendencia budista, a ñ o -
nes t o t a l m e n t e distintas. E l n i h i l i s m o se ranza d e l a nada. ( E l b u d i s m o hindú no ha
e n c u e n t r a , p o r el c o n t r a r i o , e n u n a interpre- pasado p o r u n desarrollo fundamental-
tación totalmente determinada, e n la i n t e r p r e - m e n t e m o r a l , razón p o r la cual, en s u caso,
tación c r i s t i a n o - m o r a l . E s la época m á s el n i h i l i s m o contiene sólo u n a m o r a l n o
honesta y c o m p a s i v a . L a p e n u r i a , la p e n u r i a superada: l a existencia como castigo, la
anímica, c o r p o r a l , intelectual n o está d e existencia como error, combinadas; el
p o r s í e n absoluto e n c a p a c i d a d d e generar e r r o r , pues, c o m o castigo — u n a valoración
n i h i l i s m o , esto es, el rechazo radical d e m o r a l ) . L o s intentos filosóficos d e superar
valor, d e s e n t i d o , d e deseabilidad el " D i o s m o r a l " ( H e g e l , p a n t e í s m o ) . S u p e -
2. E l ocaso d e l c r i s t i a n i s m o — a causa d e s u ración de los ideales populares: e l sabio. E l
m o r a l (que es i n d i s o c i a b l e ) — l a cual se santo. E l poeta. A n t a g o n i s m o entre " v e r d a -
vuelve c o n t r a el D i o s cristiano (el sentido dero" y "bello" y "bueno" [-]
de la v e r a c i d a d , altamente desarrollado p o r
4. C o n t r a la "falta d e s e n t i d o " , p o r u n l a d o ;
el c r i s t i a n i s m o ) , e x p e r i e n c i a de repugnancia
c o n t r a los j u i c i o s d e v a l o r morales, p o r el
ante la falsedad y m e n d a c i d a d d e toda
o t r o : ¿hasta q u é p u n t o t o d a ciencia y t o d a
filosofía estuvieron hasta e l presente s u b o r -
* [N.T.] Borrador para el libro 1 del plan correspondiente al
dinadas a juicios morales?, ¿ n o tendrá que
t'rag. 2 [100].

23
22
FRIE DRICH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

arreglárselas u n o entonces, p o r añadidura, 2fl3ip rVP 69.391.856.1054 otoño 1885-otoñol886]


c o n la h o s t i l i d a d de la ciencia? ¿ o a s u m i r la
Plan del primer libro
anticientificidad? Crítica d e l spino/ismo.
L o s juicios de valor cristianos q u e d a n c o m o Se v i s l u m b r a la oposición entre e l m u n d o q u e
residuos, p o r t o d o lado, e n los sistemas veneramos y el m u n d o q u e vivimos, q u e — s o m o s . N o
socialistas y positivistas. Falta una crítica de queda s i n o acabar c o n nuestros objetos de veneración
la m o r a l cristiana. o acabar c o n n o s o t r o s m i s m o s . Esto último es e l
5 . Las consecuencias nihilistas de la c i e n c i a nihilismo.
natural d e l presente (junto c o n sus intentos 1. E l n i h i l i s m o i n m i n e n t e , t e ó r i c o y práctico. D e r i -
de escabullirse e n e l más allá). D e s u f u n - vación e r r ó n e a d e l m i s m o ( P e s i m i s m o , sus m o -
c i o n a m i e n t o se desprende finalmente u n a a u - dalidades: p r e l u d i o s d e l n i h i l i s m o , a u n q u e n o
todisolución, u n g i r o , c o n t r a sí, una a n t i - necesariamente.)
cientificidad — A partir de Copérnico el P r e d o m i n i o d e l N o r t e sobre e l Sur.
h o m b r e r u e d a fuera del c e n t r o hacia X 2. É l c r i s t i a n i s m o s u c u m b i e n d o a causa d e su m o -
6. Las consecuencias nihilistas d e la f o r m a d e r a l . " D i o s es l a v e r d a d " " D i o s es e l a m o r " " e l
pensar: política y e c o n ó m i c a e n la q u e Dios justo" — E l mayor acontecimiento —
todos los " p r i n c i p i o s " ya f o r m a n parte d e l " D i o s ha m u e r t o " — , vagamente s e n t i d o . E l
h i s t r i o n i s m o : e l hálito d e m e d i o c r i d a d , d e intento alemán d e c o n v e r t i r e l c r i s t i a n i s m o e n
m e z q u i n d a d , de i n s i n c e r i d a d , etc. E l n a c i o - gnosticismo h a conducido a la más profunda
n a l i s m o , el a n a r q u i s m o , etc. C a s t i g o . F a l t a n desconfianza: lo " i n s i n c e r o " , experimentado
la clase y el h o m b r e que rediman, los j u s t i f i - aquí de la m a n e r a más acentuada (frente a S c h e -
cadores — lling, p o r ejemplo).
7. L a s consecuencias nihilistas d e la ciencia 3. L a m o r a l , desde ahora s i n sanción, n o sabe y a
histórica y d e l o s " h i s t o r i a d o r e s prácticos", c ó m o sostenerse a sí m i s m a . Se abandona final-
esto es, de los románticos. L a posición d e l m e n t e la interpretación m o r a l dejándola c a d u c a r
arte: absoluta Jaita de o r i g i n a l i d a d d e s u — ( E l s e n t i m i e n t o , p o r todas partes aún l l e n o de
posición e n el m u n d o m o d e r n o . Su e n l u g u - resonancias d e l j u i c i o de valor c r i s t i a n o — )
b r e c i m i e n t o . L a supuesta o l i m p i a - n d a d d e
Goethe.
8. E l arte y la preparación d e l n i h i l i s m o . R o - * [N.T.] Borrador para los cuatro libros de 2[100]. Buena parte
m a n t i c i s m o (el final d e l o s Nibelungos d e de este fragmento fue omitida en VP y lo que se incluyó fue
Wagner) fraccionado en diferentes aforismos (69.391.856.1054).

24 25
F_R i E D R 1 C H N 1 E T Z S C H E F RA G M E N T O S P O S T U M O S

4. Pero el valor residía hasta ahora e n juicios m o r a - 10. T o d o e l sistema e u r o p e o de aspiraciones h u m a -


les ¡y e n especial e l valor de la filosofía! ( " d e la nas se siente e n parte falto de s e n t i d o , en parte ya
voluntad de v e r d a d " — ) los ideales populares de " i n m o r a l " . P r o b a b i l i d a d de u n nuevo b u d i s m o .
" e l sabio", " e l profeta", " e l santo" han cadu- E l m á x i m o p e l i g r o . " ¿ E n q u é relación se e n -
cado. c u e n t r a n la veracidad, el amor, la justicia, c o n el
5. Tendencia nihilista en las ciencias naturales. ("Falta m u n d o real? " ¡En ninguna e n a b s o l u t o ! — L o s
de s e n t i d o " — ) Causalismo, mecanicismo. L a indicios
" r e g u l a r i d a d " , u n entreacto, u n r e s i d u o . E l nihilismo europeo
6. Igualmente e n la política: falta la fe e n el d e r e c h o S u causa: la desvaloración d e los valores hasta
propio, la i n o c e n c i a , d o m i n a la m e n d a c i d a d , e l ahora vigentes.
oportunismo.
7. Igualmente e n la e c o n o m í a : la supresión de la L a oscura palabra " p e s i m i s m o " : gente q u e se e n c u e n -
esclavitud: falta d e una clase r e d e n t o r a , d e u n t r a m a l y gente q u e se e n c u e n t r a b i e n — a m b a s h a n
justificador —Advenimiento del anarquismo. sido p e s i m i s t a s ] . Relación entre el nihilismo, el
"¿Educación?" r o m a n t i c i s m o y e l p o s i t i v i s m o (este último c o m o
8. Igualmente e n la h i s t o r i a : el fatalismo, el d a r v i - c o n t r a - g o l p e c o n t r a el r o m a n t i c i s m o , o b r a
n i s m o , las últimas tentativas d e i n t r o d u c i r razón de r o m á n t i c o s desilusionados).
y d i v i n i d a d p o r l a vía d e l p e n s a m i e n t o , fracasa- " R e g r e s o a la n a t u r a l e z a " 1. sus etapas: en el t r a n s -
das. S e n t i m e n t a l i s m o ante el pasado; ¡no se f o n d o , la ciega confianza cristiana (i a p r o x i m a d a -
resistiría una biografía! —(el fenomenalismo m e n t e ya S p i n o z a , D i o s , o sea, la naturaleza"!)
también aquí presente: e l carácter c o m o m á s - Rousseau, la ciencia según el i d e a l i s m o
cara, n o hay hechos) romántico.
9. D e igual m o d o e n e l arte: e l r o m a n t i c i s m o y s u E l s p i n o z i s m o influyente al m á x i m o : 1) i n t e n t o de
contragolpe (aversión c o n t r a los ideales y las m e n - darse p o r satisfecho c o n e l m u n d o tal como
tiras r o m á n t i c o s ) , los artistas p u r o s (indiferentes es.
al c o n t e n i d o ) . Esto último, m o r a ! , e n cuanto 2) D i c h a y c o n o c i m i e n t o colocados inge-
s e n t i d o de u n a m a y o r v e r a c i d a d , p e r o pesimista nuamente e n m u t u a dependencia es e x -
(psicología d e p a d r e confesor y psicología de presión d e u n a v o l u n t a d e n p o s d e o p t i -
p u r i t a n o , d o s formas d e l r o m a n t i c i s m o psicoló- m i s m o e n la cual se delata alguien q u e
g i c o : p e r o , además s u c o n t r a g o l p e , el intento de sufre p r o f u n d a m e n t e — )
colocarse ante el " h o m b r e " de u n a m a n e r a p u r a - 3) I n t e n t o de deshacerse d e l o r d e n m o r a l
m e n t e artística — ¡ t a m p o c o aquí se arriesga aún del m u n d o para p r e s e r v a r a " D i o s " , un
la valoración inversal). mundo subsistente ante Ja r a z ó n . . .

26 27
FRIED RICH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S POST UMO S

" C u a n d o el h o m b r e deja de considerarse m a l o , mantenga l o q u e p r e s u p o n e en c u a n t o a


deja también de s e r l o . " Bueno y malo son sólo condiciones. El ejemplo grandioso: el
interpretaciones y de n i n g u n a m a n e r a son hechos y n o h o m b r e e n la naturaleza, el ser m á s débil
s o n , en m o d o alguno, n i u n h e c h o n i u n " e n s í " . Se y el más inteligente convirtiéndose en
p u e d e realizar el i n t e n t o d e librarse p a u l a t i n a m e n t e d u e ñ o y señor, s o m e t i e n d o a las potencias
p o r este c a m i n o d e la enraizada necesidad de i n t e r - m á s estúpidas
pretar m o r a l m e n t e .

Para el segundo libro Para el cuarto libro


Origen y crítica de las valoraciones morales. A m b a s E l mayor c o m b a t e : para ello se requiere una nueva
cosas n o c o i n c i d e n c o m o se cree a ta ligera arma.
(esta creencia es ya el resultado d e u n a E l m a r t i l l o : conjurar una t e r r i b l e decisión, enfrentar
apreciación m o r a l : " a l g o o r i g i n a d o d e esta a E u r o p a c o n la consecuencia d e s i s u v o l u n -
o de la otra m a n e r a posee p o c o valor p o r tad " q u i e r e " o n o e l h u n d i m i e n t o .
su o r i g e n i n m o r a l " . Prevención de la mediocrización. ¡Incluso el h u n d i -
C r i t e r i o según el cual se ha d e d e t e r m i n a r e l valor de las m i e n t o es preferible!
valoraciones m o r a l e s : crítica de las p a l a -
bras " m e j o r a m i e n t o , perfeccionamiento, 2p97j* [VP 147 otoño 1885-otoño 1886]

elevación". ¡Incrédulos y ateos, sí! — p e r o s i n aquella a m a r -


E l h e c h o f u n d a m e n t a l que se ha pasado por alto: la gura y pasión d e l desarraigado que hace de s u i n c r e -
c o n t r a d i c c i ó n e n t r e el " v o l v e r s e - m á s - m o - d u l i d a d u n c r e d o , u n fin, frecuentemente u n m a r t i r i o :
r a l " y la elevación y el f o r t a l e c i m i e n t o de n o s h e m o s vuelto d u r o s y fríos e n el c o n o c i m i e n t o d e
la especie h o m b r e . q u e e n e l m u n d o las cosas n o m a r c h a n d i v i n a m e n t e ,
Homo n a t u r a . L a " v o l u n t a d de p o d e r " . más aún, n i s i q u i e r a de a c u e r d o c o n una n o r m a
racional, misericordiosa, humana; lo sabemos, el
m u n d o e n q u e v i v i m o s es i n m o r a l , n o - d i v i n o , i n h u -
Para el tercer libro m a n o — l o h e m o s i n t e r p r e t a d o demasiado p r o l o n g a -
L a v o l u n t a d de- p o d e r . d a m e n t e en el s e n t i d o de nuestra veneración. El
C ó m o tendrían q u e estar c o n s t i t u i d o s los h o m b r e s m u n d o n o vale aquello que c r e í a m o s : y el último h i l o
que e m p r e n d e n en sí m i s m o s esta transva- d e consuelo que S c h o p e n h a u e r hilara l o h e m o s r o t o
loración. n o s o t r o s : q u e e l s e n t i d o d e t o d a la h i s t o r i a sería
El orden jerárquico como orden de poder: guerra y
p e l i g r o , la condición p a r a q u e u n rango * [N.T.] De este fragmento sólo el párrafo final aparece en V E

28 29
r P 1 r n BICH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P Ó ST U M OS

3[l4] [principios 1886-prima\era ¡ 8 8 6 }


justamente q u e ésta llegue a advertir s u falta d e
s e n t i d o y se harte d e sí m i s m a . Este cansarse-de-la- Se h a d e s c u b i e r t o : e l m u n d o n o vale aquello q u e
existencia, esta v o l u n t a d d e n o - q u e r e r - m á s , e l q u e - creíamos. E l pesimista nos da a entender incluso que
b r a n t a m i e n t o d e la p r o p i a v o l u n t a d , d e l bienestar éste es precisamente e l resto d e v a l o r q u e aún g u a r d a -
p r o p i o , d e l sujeto ( c o m o expresión d e esta v o l u n t a d ría para n o s o t r o s : que p o d e m o s d e s c u b r i r eso — y q u e
invertida) — e s t o y nada más era l o que S c h o p e n h a u e r el m u n d o n o tiene aquel valor q u e c r e í a m o s . E l m u n d o
quería v e r h o n r a d o c o n los m á x i m o s h o n o r e s : l o sería de esta m a n e r a u n m e d i o para desencantarse d e l
llamó m o r a l , d e c r e t ó q u e toda a c c i ó n desinteresada m u n d o , para " d e s m u n d a n i z a r s e " u n o m i s m o de la
— creyó i n c l u s o asegurarle al arte su valor q u e r i e n d o mejor manera posible; u n sinsentido que finalmente
r e c o n o c e r e n los estados de i n d i f e r e n c i a q u e éste c o m i e n z a a ser c o m p r e n d i d o después de i n f o r t u n a d o s
suscita precedentes de ese total desligamiento y aque- r o d e o s , u n a C o m e d i a de E r r o r e s u n tanto p r o l o n g a d a
lla total saciedad d e ! asco. que se p i e r d e vergonzosamente e n la nada.
—pero ¿será q u e s o m o s e n realidad pesimistas
5[7¡]* [ V P 4 . S . ¡ I 4 . 5 5 junio [887]
confrontados a la visión d e u n m u n d o i n m o r a l ? N o ,
pues n o c r e e m o s e n l a m o r a l [- - ] , c r e e m o s q u e la
El nihilismo europeo
m i s e r i c o r d i a , e l d e r e c h o , la c o m p a s i ó n , l a legalidad
Lenzer Heide 10 d e j u n i o d e 1 8 8 7
h a n s i d o tenidas e n u n a estimación sobremanera
exagerada, q u e s u o p u e s t o ha s i d o d i f a m a d o , q u e e n
ambas cosas l a exageración y la difamación, e n toda la
1.
disposición d e l ideal y d e l c r i t e r i o moral se e n c o n t r a b a
u n p e l i g r o t r e m e n d o para el h o m b r e . N o o l v i d e m o s
¿ Q u é ventajas ofrecía la hipótesis m o r a l cristiana?
t a m p o c o el aspecto positivo: el r e f i n a m i e n t o d e la
1) ella le c o n c e d i ó al h o m b r e u n valor abso-
interpretación, de la vivisección m o r a l , el r e m o r d i -
l u t o e n contraposición c o n s u p e -
m i e n t o h a elevado \afalsedad d e l h o m b r e a l a cúspide,
q u e n e z y a c c i d e n t a l i d a d e n la c o -
lo h a h e c h o más ingenioso.
r r i e n t e d e l d e v e n i r y d e l perecer.
E n sí m i s m a u n a religión n o tiene q u e v e r c o n la
2) sirvió a l o s abogados d e D i o s p o r c u a n t o
m o r a l : p e r o l o s d o s retoños de la religión judía s o n
d e j ó al m u n d o e l carácter d e l a per-
ambos esencialmente religiones m o r a l e s , de aque-
llas q u e d a n p r e s c r i p c i o n e s de c ó m o se debe vivir y
hacen respetar sus exigencias c o n e l p r e m i o y e l * [N.T.] Este importantísimo fragmento aparece mutilado en
castigo. la segunda edición (alemana) de VP (en los aforismos
4.3.114.55).

30 31
F R ! | E D j y _ C j L _ J Í l l J Z SC HE F R A G M E N T O S P Q S T U MO S

facción a pesar deí s u f r i m i e n t o y d e l 3.


mal — i n c l u i d a aquella " l i b e r t a d "
— e l m a l apareció l l e n o d e s e n t i d o . E n r e a l i d a d y a n o tenemos tanta necesidad d e u n
3) ella postula para e l h o m b r e u n saber d e antídoto c o n t r a e l primer n i h i l i s m o : l a vida ya n o es t a n
valores absolutos y d e esta f o r m a le i n c i e r t a , t a n azarosa, t a n absurda e n nuestra E u r o p a .

otorgó u n conocimiento adecuado jus- U n a t a n d e s p r o p o r c i o n a d a potenciación d e l valor d e l

tamente para l o m á s i m p o r t a n t e . h o m b r e , d e l v a l o r d e l m a l , etc. y a n o es h o y t a n


necesaria, s o p o r t a m o s u n a significativa reducción de
Previno q u e e l h o m b r e se despreciara c o m o h o m -
este valor, n o s está p e r m i t i d o a d m i t i r m u c h a a b s u r d i -
bre, q u e t o m a r a p a r t i d o c o n t r a l a v i d a , q u e desespe-
d a d y m u c h o azar: e l p o d e r a d q u i r i d o p o r e l h o m b r e
rara d e l c o n o c e r : fue u n medio de conservación. E n suma:
p e r m i t e a h o r a u n a atenuación de los medios d e disci-
la m o r a l f u e e l m a y o r antídoto c o n t r a e l nihilismo
p l i n a m i e n t o , e n t r e l o s cuales l a interpretación m o r a l
práctico y t e ó r i c o .
era e l más fuerte.
" D i o s " es u n a hipótesis d e m a s i a d o e x t r e m a .
2

P e r o entre las fuerzas q u e l a m o r a l desarrolló 4.


estaba la inveracidad: ésta se vuelve f i n a l m e n t e c o n t r a l a
m o r a l m i s m a , descubre su teleología, su contemplación P e r o las p o s i c i o n e s extremas n o s o n sustituidas p o r
interesada — y ahora es el reconocimiento d e esta m e n d a - otras m á s m o d e r a d a s s i n o p o r nuevas p o s i c i o n e s

c i d a d , c o n v e r t i d a p o r m u c h o t i e m p o en segunda extremas aunque inversas. Y así, l a creencia e n l a

naturaleza, y q u e n o se acierta a desechar s i n desespe- i n m o r a l i d a d absoluta d e l a naturaleza, e n la falta d e fin

rar, l o q u e o b r a justamente c o m o estimulante. H a c i a y d e s e n t i d o es, pues, e l afecto psicológicamente

el n i h i l i s m o . C o n s t a t a m o s ahora e n n o s o t r o s necesi- necesario u n a vez q u e la fe e n D i o s y e n u n o r d e n


esencialmente m o r a l ya n o p u e d e seguirse soste-
dades d e l o n o - v e r d a d e r o : p o r o t r o l a d o , de ellas
n i e n d o . E l n i h i l i s m o hace ahora s u aparición no
parece d e p e n d e r e l valor gracias al cual s o p o r t a m o s
p o r q u e e l d i s p l a c e r ante la existencia sea m a y o r q u e
vivir. Este antagonismo, no apreciar l o q u e c o n o c e m o s
antes, s i n o p o r q u e se h a llegado e n general a s e r
y n o estarnos y a permitido apreciar l o q u e q u e r e m o s
d e s c o n f i a d o c o n respecto a u n " s e n t i d o " e n e l m a l , e
m e n t i r n o s : — d a c o m o resultado u n p r o c e s o d e d i s o -
i n c l u s o e n l a existencia. Una sola interpretación s u -
lución.
c u m b i ó ; p e r o , p o r e l h e c h o d e h a b e r pasado p o r ser
la interpretación, parece c o m o si n o hubiese ningún
sentido e n l a existencia, c o m o s i t o d o fuese en vano.

32 33
FRIE p s i P H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓSTUMOS

S. 7.

Q u e d a p o r d e m o s t r a r que este " ¡ e n v a n o ! " r e p r e - Entonces se entiende que aquí se b u s q u e u n a


senta el c a r á c t e r d e nuestro n i h i l i s m o presente. L a antítesis d e l p a n t e í s m o : puesto q u e " t o d o p e r f e c t o ,
desconfianza ante nuestras anteriores valoraciones d i v i n o , e t e r n o " o b l i g a igualmente a una creencia en el
c r e c e hasta llegar a l a p r e g u n t a " ¿ n o s o n todos l o s "eterno retorno". Pregunta: ¿acaso se ha h e c h o i m -
" v a l o r e s " m e d i o s d e seducción c o n l o s cuales se p o s i b l e , también j u n t o c o n l a m o r a l , esta p o s t u r a
alarga l a c o m e d i a s i n q u e se a p r o x i m e e n l o m á s panteísta d e S í a todas las cosas? Pues, e n el f o n d o n o
mínimo a u n desenlace?" L a duración, con un "en se h a superado sino al D i o s m o r a l . ¿ T i e n e sentido
v a n o " , s i n propósito n i finalidad, es e l más paralizante alguno c o n c e b i r u n D i o s " m á s allá d e l b i e n y d e l
de los p e n s a m i e n t o s , sobre t o d o c u a n d o se c o m - m a l " ? ¿Será p o s i b l e u n panteísmo e n este sentido?
p r e n d e que se está siendo b u r l a d o y, s i n embargo, n o ¿Excluimos d e l p r o c e s o la representación de la finali-
se tiene p o d e r para n o p e r m i t i r l o . d a d y a f i r m a m o s pese a ello e l proceso? Este sería e l
caso s i d e n t r o d e este proceso, e n cada u n o d e sus
m o m e n t o s , se alcanzara algo — y s i e m p r e l o m i s m o .

6. S p i n o z a se aseguró una posición afirmativa semejante


en la m e d i d a e n que cada m o m e n t o tiene u n a n e c e s i -

C o n s i d e r e m o s este p e n s a m i e n t o e n s u f o r m a más d a d lógica: y triunfó c o n su fundamental i n s t i n t o

t e r r i b l e : la existencia, t a l y c o m o es, sin s e n t i d o n i lógico sobre una tal constitución d e l m u n d o .

m e t a , p e r o r e t o r n a n d o inevitablemente, sin u n final


hacia la nada: " e l e t e r n o r e t o r n o " .
8.
Esta es l a f o r m a más e x t r e m a d e l n i h i l i s m o : ¡ la
nada (la " a u s e n c i a d e s e n t i d o " ) e t e r n a m e n t e !
M o d a l i d a d e u r o p e a d e l b u d i s m o : ta energía d e l P e r o s u caso n o es más que u n caso aislado. Cada

saber y d e l a fuerza n o s obliga a t e n e r u n a c r e e n - rasgo de carácter fundamental q u e se halle e n el f o n d o d e

cia semejante. Es l a más científica d e todas las h i p ó - todo acontecer y se exprese e n t o d o acontecer, e n caso

tesis posibles. N e g a m o s las metas últimas: si l a exis- de ser e x p e r i m e n t a d o p o r u n i n d i v i d u o c o m o su p r o -

tencia tuviera u n a , tendría ya q u e haber sido a l c a n - p i o rasgo f u n d a m e n t a l de carácter, tendría q u e llevar


a este i n d i v i d u o a a p r o b a r j u b i l o s a m e n t e cada instante
zada.
de l a existencia general. Se trataría justamente de
e x p e r i m e n t a r en sí m i s m o este rasgo de c a r á c t e r
f u n d a m e n t a l c o n placer, c o m o algo b u e n o , valioso.

34 35
FRIED RICH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

9. 10.

A h o r a b i e n , la moral ha p r o t e g i d o a l a vida d e la ¡Más b i e n a la inversa] N o hay nada en la vida q u e


desesperación y d e l salto hacia la nada e n aquellos tenga valor fuera d e l g r a d o de p o d e r — d a d o justa-
h o m b r e s y clases q u e h a n s i d o violentados y o p r i m i - mente el caso d e q u e la vida es ella m i s m a la v o l u n t a d
d o s p o r o t r o s hombres: pues es la i m p o t e n c i a frente a de p o d e r . L a m o r a l protegió d e l n i h i l i s m o a los
o t r o s h o m b r e s , no la i m p o t e n c i a frente a la naturaleza, m a l - l i b r a d o s al o t o r g a r a cada cual u n valor i n f i n i t o , u n
Ja q u e p r o d u c e la más desesperada a m a r g u r a c o n t r a la valor metafísico m e d i a n t e su inclusión e n u n o r d e n
e x i s t e n c i a . L a m o r a l h a tratado a quienes detentan e l q u e n o c o i n c i d e c o n e l o r d e n d e l p o d e r y la jerarquía
p o d e r y ejercen l a f u e r z a , a l o s " s e ñ o r e s " e n general, m u n d a n o s : ella e n s e ñ ó la resignación, la h u m i l d a d ,
c o m o a sus enemigos, frente a los cuales e l [ h o m b r e ] etc. Suponiendo que estaje en la moral sucumbiera, e n t o n -
c o m ú n debe ser p r o t e g i d o , esto es, debe ser en primer ces los m a l - l i b r a d o s dejarían de t e n e r su consuelo — y
lugar animado y fortalecido. L a m o r a l ha enseñado, e n sucumbirían.
c o n s e c u e n c i a , a odiar y a despreciar d e la m a n e r a m á s
p r o f u n d a aquello q u e constituye e l rasgo d e c a r á c t e r
f u n d a m e n t a l d e los d o m i n a n t e s : su voluntad de poder. 11.

S u p r i m i r , negar, d e r r u i r esta m o r a l : esto sería p r o v e e r


al i m p u l s o m e j o r o d i a d o d e una sensación y d e u n a E l sucumbir se presenta c o m o u n autodestruirse,
valoración imersas. S i el que sufre, e l o p r i m i d o , perdiera c o m o una selección instintiva de a q u e l l a q u e tiene que
la fe e n que tiene u n derecho a despreciar la v o l u n t a d de o b r a r l a destrucción. Síntomas d e esta autodestrucción
poder, entraría entonces e n u n estado d e la m á s d e los m a l - l i b r a d o s : la autovivisección, el envenena-
desesperanzada desesperación. E s t o sucedería s i ese m i e n t o , la embriaguez, e l r o m a n t i c i s m o , ante t o d o la
rasgo fuese esencial a la vida, s i resultara q u e e n necesidad instintiva d e acciones c o n las cuales se hace
aquella " v o l u n t a d d e m o r a l " sólo se esconde esta d e l o s p o d e r o s o s enemigos mortales ( — c r i á n d o s e , p o r
" v o l u n t a d d e p o d e r " , q u e ese o d i o y ese desprecio así d e c i r , sus p r o p i o s verdugos) l a voiuntari de destruc-
s o n t a m b i é n u n a v o l u n t a d de p o d e r . E l o p r i m i d o se ción c o m o v o l u n t a d d e u n instinto aún más p r o f u n d o ,
daría cuenta de q u e se encuentra sobre el mismo terreno del i n s t i n t o d e autodestrucción, d e la voluntad hacia la
que el o p r e s o r y d e q u e no goza frente a él d e n i n g u n a nada.
prerrogativa, n i tiene u n rango superior.

E l n i h i l i s m o c o m o síntoma d e q u e los m a l - l i b r a d o s

36 37
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

ya n o tienen consuelo alguno: de que d e s t r u y e n para fisiológicamente: ya n o políticamente. L a más insana


ser d e s t r u i d o s , de que, desligados de la m o r a l , ya n o especie de h o m b r e e n E u r o p a (en todas las clases) es
tienen más razones para " r e s i g n a r s e " — d e que se el suelo d e este n i h i l i s m o : sentirá la creencia e n el
c o l o c a n sobre el t e r r e n o d e l p r i n c i p i o c o n t r a r i o y e t e r n o r e t o r n o c o m o una maldición, una vez afectados
también quieren, p o r su parte, poder, obligando a los p o r ésta n o se vacilará ya ante ningún acto: no
p o d e r o s o s a ser sus verdugos. Esta es la m o d a l i d a d extinguirse pasivamente, sino hacer e x t i n g u i r t o d o lo
e u r o p e a d e l b u d i s m o , el hacer-No después de que toda que resulta falto d e sentido y de finalidad e n este
existencia ha p e r d i d o s u " s e n t i d o " . grado: a pesar d e ser sólo una convulsión, una ciega y
furiosa exasperación e n vista d e l r e c o n o c i m i e n t o de
q u e t o d o existió ya desde hace eternidades — i n c l u -
13. sive este m o m e n t o de n i h i l i s m o y d e ansia d e s t r u c t i v a .
— E l v a l o r de una crisis semejante está en que purfica,
L a " p e n u r i a " no se ha vuelto más g r a n d e : ¡por el en que reúne los elementos afines y los hace c o r r o m -
contrario! " D i o s , moral, entrega" fueron remedios en perse m u t u a m e n t e , e n que a d j u d i c a tareas c o m u n e s a
estadios terribles y p r o f u n d o s de la m i s e r i a : el nihi- h o m b r e s c o n maneras de pensar contrapuestas —
lismo activo surge e n c o n d i c i o n e s relativamente m u c h o p o n i e n d o en evidencia a los más débiles y más i n s e g u -
más favorables. Ya el h e c h o de que la m o r a l sea ros entre ellos y d a n d o así el incentivo para una
sentida c o m o algo s u p e r a d o s u p o n e u n grado a p r e c i a - jerarquización de ¡asfuerzas desde el p u n t o de vista d e l a
b l e de c u l t u r a e s p i r i t u a l ; y ésta s u p o n e a su vez u n salud: llegando a c o n o c e r a los que m a n d a n y a los que
relativo bienestar. U n c i e r t o cansancio espiritual, q u e acatan en este s u ser mandantes y acatantes. N a t u r a l -
la larga l u c h a de o p i n i o n e s filosóficas ha llevado a u n m e n t e , más allá de todos los ó r d e n e s sociales e x i s -
e s c e p t i c i s m o desesperado respecto d e la filosofía, es tentes.
igualmente característico d e l nivel de aquellos n i h i l i s -
tas, nivel que n o es de n i n g u n a m a n e r a inferior.
Piénsese e n l a situación en que apareció B u d a . L a 15.
d o c t r i n a d e l e t e r n o r e t o r n o tendría presupuestos eru-
ditos ( c o m o los tuvo la d o c t r i n a [de] Buda, por ¿Quiénes habrán de evidenciarse c o m o los más
e j e m p l o , el c o n c e p t o de causalidad, etc.). fuertes? Los más mesurados, los q u e no necesitan de
dogmas e x t r e m o s , l o s q u e n o sólo a d m i t e n u n a b u e n a
parte d e azar y s i n s e n t i d o sino que también la a m a n ,
14. los q u e p u e d e n p e n s a r al h o m b r e d e n t r o de una
significativa reducción de su valor s i n volverse p o r ello
¿Qué significa ahora " m a l - l i b r a d o " ? A n t e t o d o pequeños o débiles: los más r i c o s en salud quienes

38 39
F R A G M E N T O S P O S T U M O S
F R1 E D R 1 C H N 1 E T Z S C H E

c r e í a m o s , — nuestra fe m i s m a ha p o t e n c i a d o de tal
están e n c a p a c i d a d de h a c e r frenta a m á s i n f o r t u n i o s ,
forma nuestros i m p u l s o s e n p o s d e c o n o c i m i e n t o que
y quienes, p o r consiguiente, n o les t e m e n tanto
hoy tenemos q u e d e c i r l o . E l m u n d o , p o r tanto, pasa
h o m b r e s q u e están seguros de su poder y q u e r e p r e -
en p r i m e r t é r m i n o p o r ser m e n o s valioso: así se
sentan c o n c o n s c i e n t e o r g u l l o la fuerza alcanzada p o r
lo siente e n p r i m e r lugar — s ó l o e n este sentido s o m o s
el h o m b r e .
pesimistas, a saber, c o n la voluntad d e confesarnos sin
reservas esta transvaloración y d e n o s a l m o d i a r n o s , n i
fingirnos nada... Justamente d e esta m a n e r a h a l l a m o s
16.
el p a t h o s q u e quizá nos e m p u j e a buscar nuevos
valores. E n s u m a : el m u n d o podría valer m u c h o más d e
¿Cómo pensaría u n h o m b r e semejante e l e t e r n o
lo q u e c r e í a m o s — t e n e m o s q u e percatarnos de l a
retorno?—
ingenuidad de nuestros ideales y d e q u e nosotros, viviendo
6[9] [verano 1886-primavera 18871 c o n la c o n c i e n c i a de darle la m á s alta interpretación,
no le hemos dado a nuestra existencia h u m a n a u n
Si n o existe una finalidad en t o d a la h i s t o r i a d e l o s
valor s i q u i e r a m e d i a n a m e n t e justo.
destinos h u m a n o s , entonces tenemos q u e i n t r o d u c i r l e
¿Qué es l o q u e se ha divinizado? los instintos
u n a : s u p o n i e n d o q u e n o s es necesaria u n a m e t a y q u e ,
valorativos d e n t r o d e la comunidad (aquello que p e r m i -
p o r o t r o l a d o , se nos h a h e c h o transparente la ilusión
tía la subsistencia d e esta última); ¿qué ha sido
d e u n a meta o d e u n a finalidad i n m a n e n t e s . Y tene-
difamado? aquello q u e separaba a los h o m b r e s s u p e -
m o s necesidad d e metas p o r q u e t e n e m o s necesidad
riores d e los i n f e r i o r e s , los i m p u l s o s creadores d e
d e u n a v o l u n t a d — q u e es nuestra c o l u m n a vertebral.
abismos.
" V o l u n t a d " c o m o sustituto c o m p e n s a t o r i o d e la " f e " ,
Crítica d e l causal i s m o .
esto es, d e la idea d e q u e existe u n a v o l u n t a d divina.
No es siquiera u n a interpretación, sólo u n a for-
A l g u i e n q u e se p r o p o n e algo c o n nosotros...
mulación, descripción; " l a s e c u e n c i a l i d a d " es-
6flSl [verano 1886-primavera 1887] pera aún u n a interpretación.
Crítica d e l c o n c e p t o d e " c o n o c i m i e n t o " .
¡No buscar el sentido e n las cosas, s i n o introducirlo]
C o n t r a eí " f e n ó m e n o " .
6f25] fVP 32.1011 verano 1886-primavera 1887] N u e s t r a g r a n m o d e s t i a : n o divinizar l o d e s c o n o c i d o ;
c o m e n z a m o s justamente a saber p o c o . L o s es-
Crítica d e l p e s i m i s m o precedente.
fuerzos falsos y desperdiciados.
Rechazo d e los p u n t o s d e vista eudemonistas,
N u e s t r o " n u e v o m u n d o " : t e n e m o s que d e t e r m i n a r
c o m o r e d u c c i ó n última a la pregunta: ¿qué sentido
hasta q u é grado somos los creadores de nuestros
tiene? R e d u c c i ó n d e l e n l u g u b r e c i m i e n t o . —Nuestro
sentimientos valorativos, — t e n e m o s , pues, q u e po-
p e s i m i s m o : e l m u n d o n o vale aquello q u e nosotros

41
40
FRj^E D R 1 C H N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S P Ó S T l l MOS

der i n t r o d u c i r " s e n t i d o " e n l a h i s t o r i a . . . existe nada aislado e n ella: l o más p e q u e ñ o sustenta la


Esta fe e n l a v e r d a d llega e n n o s o t r o s hasta su totalidad, sobre t u pequeña injusticia descansa la
última consecuencia — v o s o t r o s sabéis como c o n s t r u c c i ó n total d e l f u t u r o , e n cada crítica q u e
reza: — q u e si acaso existe algo q u e tenga q u e afecta lo más m í n i m o se c o n d e n a también la t o t a l i -
ser a d o r a d o , es la apariencia; que la m e n t i r a — y d a d . A h o r a , d a n d o p o r supuesto, c o m o lo supusiera el
n o la v e r d a d — e s divina...? m i s m o K a n t , q u e la n o r m a m o r a l n o ha s i d o n u n c a
p e r f e c t a m e n t e realizada, q u e quedaría p e n d i e n d o s o -
7[31 ] [linales 1886-primavera ! 887] bre la r e a l i d a d c o m o una especie d e m á s allá s i n c a e r
La época trágica para Europa: c o n d i c i o n a d a p o r l a j a m á s e n ésta: entonces la m o r a l encerraría u n j u i c i o

lucha contra el nihilismo. sobre la t o t a l i d a d , el cual admitiría la pregunta: ¿de


dónde se toma ella este derediol ¿ C ó m o es q u e la parte
7[42] [VP 592 finales 1886-primavera 1887] llega a hacer aquí d e juez d e la totalidad? — - Y s i este
E l a n t a g o n i s m o e n t r e el " m u n d o v e r d a d e r o " t a l y juzgar m o r a l m e n t e y esta insatisfacción m o r a l ante l o
c o m o el p e s i m i s m o l o p o n e al d e s c u b i e r t o , y u n real fueran d e h e c h o , c o m o se h a aseverado, u n
m u n d o vivible: — e n este p a r t i c u l a r es p r e c i s o e x a m i - instinto i n e x t i n g u i b l e ¿ n o vendría entonces quizá a
nar los d e r e c h o s d e l a verdad, es necesario c a l i b r a r el hacer parte d e aquellas inextinguibles i m b e c i l i d a d e s y
sentido d e todos estos " i m p u l s o s i d e a l e s " e n su t a m b i é n i n m o d e s t i a s d e nuestra especie? — P e r o , e n
relación c o n la vida para así c o m p r e n d e r q u é es e n cuanto d e c i m o s esto, hacemos aquello q u e c o n d e n a -
realidad aquel antagonismo: la l u c h a d e l a vida enfer- m o s ; l a posición de la deseabilidad, e l hacer d e juez
m i z a , desesperada, agarrada d e u n más allá, c o n la vida sin a u t o r i d a d , hace parte del c a r á c t e r d e la m a r c h a d e
más saludable, más c a n d i d a , más m e n d a z , más a b u n - las cosas, al igual q u e toda injusticia e i m p e r f e c c i ó n
dante, m e n o s desintegrada. Así, p u e s , n o la " v e r d a d " — e s justamente n u e s t r o c o n c e p t o d e " p e r f e c c i ó n " e l
e n l u c h a c o n t r a la v i d a , s i n o u n a especie d e v i d a que n o e n c u e n t r a c u m p l i m i e n t o . T o d o i m p u l s o q u e
c o n t r a o t r a . — P e r o ¡la especie s u p e r i o r se p r o p o n e quiera ser satisfecho, expresa s u insatisfacción c o n el
ser! — Aquí ha d e i n t e r v e n i r la demostración d e q u e estado presente de las cosas: ¿ c ó m o ? , ¿está acaso el
se r e q u i e r e d e u n a jerarquía — d e q u e el p r i m e r todo c o m p u e s t o d e puras partes insatisfechas, todas
p r o b l e m a es e l d e la jerarquía de las especies de vida. c o n deseabilidades e n l a cabeza?, ¿es l a " m a r c h a d e
las c o s a s " quizá justamente el " ¡ l e j o s de aquí!"
7|62] [VP 331 finales 1886-primavera 1887] "¡lejos de la r e a l i d a d " , la e t e r n a insatisfacción
m i s m a ? , ¿es la deseabilidad acaso la fuerza i m p u l s o r a
L o s m e n o s ven claramente lo que e n c i e r r a el p u n t o
m i s m a ? , ¿es ella — d e u s ?
de vista d e la deseabilidad, cada " a s í debería ser, p e r o
no e s " o i n c l u s o " a s í debería h a b e r s i d o " i m p l i c a : u n a M e parece i m p o r t a n t e deshacerse d e l a u n i d a d , d e l
c o n d e n a d e la m a r c h a total d e las cosas. Pues n o Todo, de c u a l q u i e r fuerza, de u n i n c o n d i c i o n a d o ; n o

42 43
FRIEDR1CH N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

se podría evitar t o m a r l o c o m o instancia s u p r e m a y poder. (La p r e p o n d e r a n c i a t e m p o r a l de los


bautizarlo D i o s . Se ha d e fragmentar el T o d o ; p e r d e r sentimientos sociales de valor, c o m p r e n -
el respeto p o r el T o d o ; r e s t i t u i r a lo más p r ó x i m o , a sible y útil: se trata d e la p r o d u c c i ó n d e u n a
l o n u e s t r o , aquello q u e le h e m o s d a d o a lo d e s c o n o - infraestructura sobre la c u a l se haga final-
c i d o y a la totalidad. L o q u e K a n t , p o r e j e m p l o , d i c e m e n t e p o s i b l e u n a especie más fuerte. Cri-
" D o s cosas siguen s i e n d o e t e r n a m e n t e dignas d e t e r i o d e fortaleza: p o d e r \ivir bajo las valo-
v e n e r a c i ó n " - — h o y diríamos más b i e n " l a digestión es raciones inversas y desearlas de nuevo eter-
más d i g n a de h o n r a . " E l T o d o conllevaría s i e m p r e los n a m e n t e . Estado y s o c i e d a d c o m o infraes-
viejos p r o b l e m a s " ¿ c ó m o es p o s i b l e el m a l ? " etc. Así, t r u c t u r a : p u n t o de vista de la e c o n o m í a
pues: no hay ningún T o d o , falta e l g r a n s e n s o r i u m o m u n d i a l , educación c o m o disciplinamiento.
i n v e n t a r i u m o despensa d e fuerza: e n esto [ + -f + ]
9[35] (VP 2.13.22.23 otoño 1S87]
9[l]* [VP 903 otoño 1887]

Principios y ponderaciones (27) 1. El nihilismo, un estado n o r m a l .


anticipadas Nihilismo: falta la finalidad; falta la respuesta al
1. Para la h i s t o r i a d e l nihilismo e u r o p e o . C o m o " ¿ p a r a q u é ? " , ¿qué significa el n i h i l i s m o ? —que los
c o n s e c u e n c i a necesaria de los ideales ante- valores supremos se desvalorizan.
r i o r e s : absoluta falta de valor. El es a m b i g u o
2. L a d o c t r i n a d e l eterno retorno: c o m o s u aca- A ) Nihilismo c o m o signo d e l poder incrementado del
bamiento, c o m o crisis.** espíritu: en cuanto n i h i l i s m o a c t i v o .
{1) 3. T o d o este d e s a r r o l l o c o m p l e t o de la filoso- P u e d e ser u n signo ¿efortaleza: la fuerza d e l espíritu
fía en c u a n t o h i s t o r i a d e l a voluntad de verdad. p u e d e h a b e r c r e c i d o d e tal m a n e r a q u e sus finalidades
Su ponerse-a-sí-misma-en-cuestión. Los preexistentes ( " c o n v i c c i o n e s " , artículos d e te) s o n i n a -
s e n t i m i e n t o s sociales d e v a l o r elevados a propiadas.
p r i n c i p i o s de valor absolutos. En efecto, tuna creencia expresa en general la
(2) 4. E l p r o b l e m a d e la vida: e n c u a n t o voluntad de f o r z o s i d a d d e ciertas condiciones de existencia, una s u m i -
sión a la a u t o r i d a d d e circunstancias bajo las cuales u n
ser prospera, crece, gana poder...
* [N.T.] Reproducido apenas parcialmente en VP
* * [N.T.] El término "crisis" es empleado aquí por Nietzsche P o r o t r o lado, u n signo de fuerza insuficiente p a r a
en el sentido etimológico de la palabra. "Kxisis" significa en asignarse ahora nuevamente d e m o d o p r o d u c t i v o u n a
griego decisión o, también, división. Nietzsche entiende el meta, u n " ¿ p a r a q u é ? " , u n a fe.
eterno retorno como mía doctrina que conmina a la toma de
una decisión y que obliga a una división jerárquica entre dos S u m á x i m u m d e fuerza relativa l o alcanza c o m o
tipos de hombre: quienes la soportan y quienes no. Fuerza d e d e s t r u c c i ó n ^ c o m o nihilismo activo. S u

44 45
F D I PDR1CH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S POS T U M O S

9 [41] [otoño S887]


c o n t r a r i o sería el n i h i l i s m o cansado q u e ya n o ataca:
s u f o r m a más famosa, e l b u d i s m o : e n cuanto n i h i - (31) ¿ Q u é es u n a creencia? ¿ C ó m o se origina? Toda
l i s m o pasivo. creencia es u n tener-por-verdadero
E l n i h i l i s m o representa u n patológico estado inter- L a f o r m a m á s e x t r e m a d e n i h i l i s m o sería: q u e toda
medio (patológica es la e n o r m e generalización, la c o n - creencia, todo t e n e r - p o r - v e r d a d e r o es necesaria-
clusión d e q u e n o hay ningún sentido): ya sea o u e las m e n t e falso: porque no existe en absoluto un m u n d o
fuerzas p r o d u c t i v a s n o s o n aún l o suficientemente v e r d a d e r o . Así, pues: u n a apariencia perspecürística
fuertes: y a sea p o r q u e la decadencia vacila y n o h a cuya p r o c e d e n c i a está e n nosotros ( e n cuanto n o s -
i n v e n t a d o aún sus recursos. otros necesitamos constantemente u n m u n d o m á s es-
B) N i h i l i s m o c o m o ocaso y regresión de! poder del espíritu: t r e c h o , más a b r e v a d o , m á s s i m p l i f i c a d o )
el n i h i l i s m o p a s i v o c o m o u n signo d e d e b i l i d a d : la — q u e la m e d i d a d e l a f u e r z a está e n hasta q u é
fuerza d e l espíritu p u e d e estar fatigada, agotada, d e grado p o d e m o s aceptar la apariencialidad, l a necesa-
f o r m a q u e las metas y los valores hasta ahora existentes r i e d a d d e la m e n t i r a , sin sucumbir.
resultan inadecuados y ya n o e n c u e n t r a n ningún c r é - En esta medida el nihilismo podría ser una forma divina
dito — de pensar en cuanto d e n e g a c i ó n de un mundo veraz, de
que la síntesis d e los valores y las metas (sobre la un Ser:—
q u e se f u n d a toda c u l t u r a fuerte) se disuelve al p u n t o
9[43]* [VP 20.1069 otoño 1887]
de que los valores aislados se hacen la g u e r r a : d e s c o m -
posición (33) L a pregunta d e l n i h i l i s m o "¿para qué?" surge de
q u e t o d o l o q u e r e c o n f o r t a , sana, c a l m a , anestesia, la c o s t u m b r e hasta ahora existente, en v i r t u d de
aparece e n p r i m e r p l a n o bajo diversos disfraces, r e l i - la cual la m e t a parecía puesta, dada, exigida
giosos, o morales, o políticos, o estéticos, etc. desde fuera — a saber, p o r u n a autoridad sobre-
humana c u a l q u i e r a . Después d e haber desapren-
d i d o a c r e e r e n ella todavía se busca, s i n e m -
2. P r e s u p u e s t o d e esta hipótesis bargo, de a c u e r d o c o n l a vieja c o s t u m b r e , una
Q u e n o hay v e r d a d ; q u e n o hay n i n g u n a c o n s t i t u - autoridad distinta que sepa hablar incondicionada-
c i ó n absoluta d e las cosas, n i n g u n a " c o s a e n s í " mente, que pueda ordenar finalidades y tareas. L a
—esto mismo es un nihilismo, a saber, el más extremo. a u t o r i d a d d e la c o n c i e n c i a hace entonces su
Pone el valor d e las cosas justamente e n q u e a este aparición e n p r i m e r t é r m i n o (cuanto m á s se
valor n o le c o r r e s p o n d e , o n o le c o r r e s p o n d i ó ninguna e m a n c i p a d e l a teología tanto m á s i m p e r a t i v a se
realidad, sino q u e es sólo u n síntoma d e fuerza e n vuelve l a moral): c o m o sustituto c o m p e n s a t o r i o
aquellos que han establecido valores, u n a simplificación
para lafinalidad de la nda. * [N.T.] Fragmento arbitrariamente seccionado en V P

46 47
E m F n R 1C H N I E T Z S C H E
F R A G M E N T O S PÒSTUMOS

de u n a a u t o r i d a d personal. O b i e n l a a u t o r i d a d
4) l a razón ( " e s p í r i t u " )
d e la r a z ó n . O e l instinto social (el r e b a ñ o ) . O la
— s ó l o c o n tal de n o t e n e r q u e querer, de
h i s t o r i a c o n u n espíritu i n m a n e n t e q u e tiene su
no tener que ponerse u n o m i s m o el "para
meta e n sí m i s m o , y e n el q u e se puede confiar. Se qué".
q u i s i e r a eludir la v o l u n t a d , la volición de una
5) finalmente: fatalismo, "no hay ninguna
finalidad, el riesgo de darse a sí m i s m o u n a
respuesta" pero "va a dar a algún
finalidad; quisiera quitarse de e n c i m a la r e s p o n -
l a d o , "es i m p o s i b l e q u e r e r u n ¿ para
s a b i l i d a d (—se estaría dispuesto a aceptar e l
q u é ? " , c o n entrega o rebelión. Agnosti-
fatalismo). P o r último: la felicidad y, c o n algo de
cismo con respecto alfin
hipocresía, ¡afelicidad de ¡a mayoría.
6) finalmente negación c o m o para-qué d e la
metas individuales y su c o n f l i c t o
v i d a ; la vida c o m p r e n d i d a c o m o algo
metas colectivas e n l u c h a c o n las metas i n d i v i -
carente de valor y q u e , finalmente, se
duales
suprime.
Cada cual toma entonces partido, también los filósofos.
L i n o se dice
1) u n a m e t a d e t e r m i n a d a n o es e n absoluto 9[48] fVP 60S otoño 18871
necesaria
(37) e l constatar entre "verdadero" y "no-verdadero", el
2) n o es e n absoluto p o s i b l e anticiparla
constatar h e c h o s en general, es f u n d a m e n t a l -
j u s t a m e n t e ahora c u a n d o se necesitaría de la voluntad
m e n t e d i s t i n t o d e l poner creativo, d e l formar,
e n l a fuerza m á x i m a , ella se m u e s t r a débil y pusilánime
configurar, d o m i n a r , querer, t a l y c o m o reside e n
en grado extremo.
l a esencia de lafilosofía. I n t r o d u c i r u n s e n t i d o
Desconfianza absoluta en la fuerza organizadora de la
— e s t a tarea resta aún, s i n d u d a , p o r c u m p l i r ,
v o l u n t a d para el todo.
s u p o n i e n d o q u e no haya ningún sentido. Así s u -
T i e m p o e n el q u e todas las " v a l o r a c i o n e s i n t u i t i -
cede c o n los s o n i d o s , p e r o también c o n los
v a s " pasan sucesivamente af p r i m e r p l a n o , c o m o si se
destinos d e l o s p u e b l o s : se prestan a la i n t e r p r e -
pudiese recibir d e ellas las directrices q u e ya n o se tienen
t a c i ó n y a la m á s diversa orientación hacia
de o t r a m a n e r a .
distintos fines. E l estadio aún más alto es u n
— " ¿ p a r a q u é ? " la respuesta viene exigida
poner-el-fin y d a r f o r m a a l o fáctico c o n base e n
por
ello, así, pues, la interpretación del acto y n o
1) l a c o n c i e n c i a
s i m p l e m e n t e l a recomposición conceptual.
2) e l i m p u l s o a la f e l i c i d a d
3) el " i n s t i n t o s o c i a l " ( r e b a ñ o )

48
49
F R A G M E N T O S PÓSTUM O S
p p i F n R I C H N 1ET Z SC H E

9| l 0 7 ]* [VP 35.37.26 otoño 1887] pues e n ambos casos no se p o n e ningún o t r o sentido


que la aparición d e placer o displacer.
(72) Desarrollo del pesimismo en nihilismo
Pero así habla u n a especie de h o m b r e que ya n o se
Desnaturalización d e los valores. Escolástica de l o s
atreve a i m p o n e r una voluntad, u n a intención, a p o n e r
valores. L o s valores, sueltos, idealistas, en lugar d e
u n sentido: — p a r a cada especie saludable d e h o m b r e
d o m i n a r y c o n d u c i r la acción se vuelven contra ella,
el valor de la rida n o se m i d e p u r a y s i m p l e m e n t e c o n
condenándola.
el p a t r ó n de estas colateralidades. Sería p o s i b l e u n a
Se h a n i n t r o d u c i d o opuestos e n e l lugar d e l o s
preponderancia d e l sufrimientoy, no obstante, u n a v o l u n -
grados y los rangos naturales. O d i o a l a jerarquía. L o s
tad p o d e r o s a , u n decir-Sí a la vida: u n tener-necesidad
opuestos s o n p r o p i o s de u n a é p o c a plebeya, pues s o n
d e esta p r e p o n d e r a n c i a
más fáciles d e captar.
" L a vida n o vale ta p e n a " : " r e s i g n a c i ó n " " ¿ p o r q u é
El m u n d o condenado e n vista d e u n m u n d o " v e r -
las lágrimas?..." — u n a forma d e pensar débil y senti-
d a d e r o , v a l i o s o " , artificialmente c o n s t r u i d o
mental, "un monstre gai vaut mieux qu un senti-
F i n a l m e n t e : se descubre c o n q u é material se ha
mental ennuyeux."*
c o n s t r u i d o el " m u n d o v e r d a d e r o " : y ahora sólo q u e d a
El pesimismo de ¡os activos: e l ¿ " p a r a q u é " ? después
el m u n d o c o n d e n a d o , se le suma esta máxima decepción
de u n a t e r r i b l e l u c h a , i n c l u s o d e u n a v i c t o r i a . Q u e
a ¡a cuenta de su condenabilidad.
c u a l q u i e r cosa es c i e n veces más importante q u e la
E n t o n c e s se presenta el nihilismo: se h a n conservado
cuestión d e si nosotros nos e n c o n t r a m o s b i e n o m a l :
los valores que enjuician — ¡ y nada más!
instinto f u n d a m e n t a l d e todas las naturalezas fuertes
Aquí surge el problema de lafortaleza y la debilidad:
— y , e n consecuencia, también si l o s otros se e n c u e n -
1) los débiles se d e r r u m b a n
tran b i e n o m a l . E n pocas palabras, q u e tenemos u n a
2) l o s más fuertes d e s t r u y e n l o q u e n o se
meta e n aras d e l a cual n o se vacila e n hacer sacrificios
derrumba
humanos, c o r r e r p e l i g r o , echarse a cuestas t o d o l o
3) los fuertes e n grado s u m o s u p e r a n los
t e r r i b l e y l o más t e r r i b l e : ¡a gran pasión.
valores q u e sentencian.
—esto junto conforma la edad trágica 9[123] [otoño] 887]

Tara la crítica del pesimismo (8 f ) Sobre ¡a génesis dei nihilista


Sólo m u y tarde se tiene el valor para aquello q u e
L a " p r e p o n d e r a n c i a d e l sufrimiento sobre e l p l a c e r "
u n o realmente sabe. Q u e h e sido hasta a h o r a
o l o inverso (el h e d o n i s m o ) : ambas d o c t r i n a s s o n ellas
nihilista d e raíz, esto m e l o h e confesado apenas
mismas y a señales hacia ( 3 ) , nihilistas...

[N.T.] Cita de Voltaire extraída de su correspondencia con


A. Galiani. Cfr. stipra frag, 36[49].
* [N.T] Fragmento arbitrariamente seccionado en V E

51
50
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S POSTU M OS

desde hace p o c o : la energía, la nonchalance, c o n 4) q u e el e m p e q u e ñ e c i m i e n t o , la sus-


que avancé c o m o nihilista m e engañó acerca d e c e p t i b i l i d a d al d o l o r , la i n t r a n q u i l i -
este h e c h o f u n d a m e n t a l . C u a n d o se va al e n - d a d , la p r e m u r a , el tráfago crecen
c u e n t r o de una m e t a parece entonces i m p o s i b l e constantemente — q u e el hacerse de
q u e " l a ausencia de m e t a e n s í " fuera n u e s t r o presente t o d a esta actividad y la l l a -
artículo de fe. m a d a "civilización" resultan cada vez
más fáciles, q u e el i n d i v i d u o claudica
9(1271 [otoño 1887]
y se somete ante esta e n o r m e m a q u i -
El advenimiento del nihilismo. naria.
La lógica del nihilismo.
La autosuperación del nihilismo.
9
í. l 6 4
l [otoño 1887]

Superadorcs y superados. L a voluntad de p o d e r .


Intento de una transvaloración de todos los valores
9fi62] [otoño 1887)

(113) Causas del advenimiento del pesimismo Primer libro:


1) que los impulsos más poderosos y más el nihilismo
p r o m e t e d o r e s de la vida han s i d o di- c o m o conclusión extraída de los valores s u p r e m o s
famados hasta ahora, d e f o r m a q u e la precedentes
vida carga e n c i m a c o n una maldición
2) que la creciente valentía y s i n c e r i d a d Segundo l i b r o :
y la atrevida sospecha d e l h o m b r e Crítica de ios valores supremos precedentes,
c o m p r e n d e la indisolubilidad de estos R e c o n o c i m i e n t o de lo que dijo Sí o N o a través de ellos.
instintos c o n respecto a la vida y le sale
al e n c u e n t r o a la vida Tercer libro:
3) que sólo p r o s p e r a n los más mediocres, La autosuperación del nihilismo
quienes n o sienten en absoluto este Intento de d e c i r Sí a t o d o lo que ha s i d o negado hasta
c o n f l i c t o , p r o s p e r a n ; q u e la especie hoy
s u p e r i o r fracasa y, c o m o formación
d e la degeneración, se i n d i s p o n e c o n - Cuarto libro:
tra sí m i s m a — q u e , p o r o t r o l a d o , lo Los superadoresy los superados
m e d i o c r e presentándose c o m o fin y L i n a profecía
s e n t i d o , indigna — (que nadie puedeya
responderán "¿para qué?")

53
p i r r i R l C H NIETZSCHE F R A G M E N T O S P Ó S T U M OS

9fl77i f otoño 1887]


instinto de los sufrientes, p o r u n l a d o , el i n s t i n t o d e l
( 1 2 7 ) H a b e r r e c o r r i d o t o d o el d e r r e d o r d e l a l m a rebaño, p o r el o t r o , y aquel t e r c e r instinto: e l i n s t i n t o
m o d e r n a , h a b e r estado sentado e n cada u n o d e sus d e la mayoría c o n t r a la e x c e p c i ó n ) .
rincones — m i ambición, m i tortura y m i dicha. C o n c e p c i ó n d e u n t i p o superior d e seres q u e apare-
Superar realmente el p e s i m i s m o — ; una m i r a d a cen c o m o " i n m o r a l e s " de a c u e r d o c o n las n o c i o n e s
goetheana llena de a m o r y de b u e n a v o l u n t a d c o m o hasta ahora existentes: los conatos d e una c o n c e p c i ó n
resultado. semejante e n la historia (los dioses paganos, los
N B . M i o b r a ha d e c o n t e n e r una visión sinóptica d e ideales d e l R e n a c i m i e n t o ) .
nuestro siglo, d e toda la m o d e r n i d a d , de l a " c i v i l i z a -
c i ó n " alcanzada. 10[2!]* [VP 1019 otoño 1887]
(154) Religión
!0[3] [VP 102] otoño 1887]
E n la e c o n o m í a anímica i n t e r i o r d e l h o m b r e pri-
(1 38) Mi nuevo camino hacia el "Sí" mitivo p r e d o m i n a el miedo al mal. ¿ Q u é es e l mal? Tres
M i nueva versión d e l pesimismo c o m o una búsqueda cosas: el azar, lo i n c i e r t o , lo r e p e n t i n o . ¿ C ó m o c o m -
v o l u n t a r i a d e los aspectos terribles y cuestionables de bate e l h o m b r e p r i m i t i v o e l mal? — L l e g a a c o n c e -
la existencia: c o n l o q u e se m e han hecho claros b i r l o hasta c o m o razón, c o m o p o d e r , c o m o p e r s o n a .
algunos f e n ó m e n o s d e l pasado. " C u á n t a ' v e r d a d ' s o - D e esta m a n e r a adquiere la p o s i b i l i d a d de hacer una
p o r t a y osa u n e s p í r i t u ? " U n a cuestión de fuerza. U n especie d e pacto c o n ellos y, e n general, de e j e r c e r de
p e s i m i s m o semejante podría desembocar e n aquella antemano una i n f l u e n c i a sobre ellos — d e p r e v e n i r l o s .
f o r m a de u n dionisíaco decir Sí a l m u n d o , tal c o m o es: — O t r o recurso consiste e n a f i r m a r l a m e r a a p a -
hasta el deseo d e s u r e t o r n o y e t e r n i d a d absolutos, rencialidad de su m a l d a d y de s u n o c i v i d a d : se i n t e r -
c o n l o c u a l estaría d a d o u n nuevo i d e a l de filosofía y pretan las consecuencias d e l azar, d e l o i n c i e r t o , d e l o
sensibilidad. r e p e n t i n o c o m o bienintencionadas, c o m o plenas de
C o m p r e n d e r los aspectos de la existencia hasta sentido...
ahora negados n o sólo c o m o necesarios, sino c o m o — S o b r e t o d o se interpreta l o desastroso como
deseables; y n o sólo deseables e n función de l o s " m e r e c i d o " : se justifica e l m a l c o m o castigo...
aspectos hasta ahora a f i r m a d o s ( p o r e j e m p l o , c o m o su —En s u m a : uno se somete a él: la interpretación
c o m p l e m e n t o o sus p r e c o n d i c i o n e s ) , sino p o r m o r d e m o r a l — religiosa es sólo una forma de s o m e t i m i e n t o
sí m i s m o s , c o m o los aspectos más p o d e r o s o s , más al m a l .
t e r r i b l e s , más v e r d a d e r o s , e n los q u e la v o l u n t a d se
p r o n u n c i a más claramente.
í:
[N-T.] Este fragmento fue corregido por Nietzsche en el
D e v a l o r a r los aspectos exclusivamente afirmados
verano de 1888. Aquí se da fa versión corregida. En VP
hasta ahora; expulsar l o q u e realmente dice Sí aquí (el aparece con el título "Pesimismo de la fortaleza".

54 SS
F u • r-n R ¡ C H N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S P Ó S TU M O S

—La creencia de que en el m a l hay u n b u e n L a a n i m a l i d a d ahora ya n o p r o d u c e espanto; u n a


s e n t i d o significa r e n u n c i a r a c o m b a t i r l o . ingeniosa y feliz soberbia e n favor d e l a n i m a l e n el
A h o r a b i e n , toda la historia de la c u l t u r a representa h o m b r e es, en t i e m p o s semejantes, la f o r m a más
en su i n t e g r i d a d una disminución d e aquel temorfrente jubilosa d e e s p i r i t u a l i d a d .
al azar, ante l o i n c i e r t o , ante lo r e p e n t i n o . C u l t u r a , E l h o m b r e es a p a r t i r de este m o m e n t o lo s u f i c i e n -
significa p r e c i s a m e n t e a p r e n d e r a calcular, a p r e n d e r a temente fuerte c o m o para avergonzarse de su J e en
pensar causalmente, a p r e n d e r a prevenir, a p r e n d e r a Dios: — a h o r a p u e d e a s u m i r d e nuevo el p a p e l d e l
c r e e r e n la necesidad. C o n e l c r e c i m i e n t o de la c u l t u r a abogado d e l d i a b l o .
aquella f o r m a p r i m i t i v a de s o m e t i m i e n t o al m a l ( l l a - S i aboga e n la práctica p o r la preservación d e la
m a d a religión o m o r a l ) , aquella "justificación del v i r t u d , lo hace entonces en aras d e ios m o t i v o s q u e
m a l " se c o n v i e r t e para e l h o m b r e e n algo p r e s c i n d i - p e r m i t e n r e c o n o c e r e n la v i r t u d u n r e f i n a m i e n t o , una
ble. A h o r a le hace la g u e r r a al " m a l " — l o s u p r i m e . Es perspicacia, u n t i p o d e afán de ganancia y poder.
más, se hace posible u n estado consistente e n u n Este pesimismo de la fortaleza t e r m i n a t a m b i é n e n una
s e n t i m i e n t o de seguridad, d e fe en la ley y en la teodicea, esto es, e n u n absoluto decir-Sí al m u n d o
c a l c u l a b i l i d a d e n el q u e éste se presenta a la c o n c i e n - p e r o p o r las m i s m a s razones p o r las cuales se le ha
cia c o m o hastío — e n el q u e entonces surge el placer del d i c h o a n t e r i o r m e n t e N o : a él y p o r ende, a la c o n c e p -
azar, de lo incierto, y de lo repentino a manera de ción d e este m u n d o c o m o el ideal más alto posible e n
excitante. realidad alcanzado...
D e t e n g á m o n o s u n instante e n este síntoma d e la
¡Of22]* {otoño 1887]
más alta c u l t u r a — y o lo d e n o m i n o el pesimismo de la
fortaleza. 155 intelección de conjunto
E l h o m b r e j a no necesita de una "justificación d e l E n realidad t o d a g r a n c r e c i m i e n t o trae consigo u n
m a l " , a b o r r e c e justamente e l " j u s t i f i c a r " : d i s f r u t a d e l i n m e n s o desmoronamiento yfallecimiento:
m a l , p u r o , c r u d o , c o n s i d e r a el mal carente de sentido . el s u f r i m i e n t o , los síntomas de declive, pertenecen a
c o m o el más interesante. Si antes tenía necesidad d e los t i e m p o s d e u n e n o r m e avance.

u n d i o s , ahora se siente fascinado p o r u n d e s o r d e n T o d o m o v i m i e n t o fructífero y poderoso de la


universal s i n d i o s , u n m u n d o d e l azar en el que l o h u m a n i d a d ha creado simultáneamente un movimiento

t e r r i b l e , l o ambivalente, l o s e d u c t o r p e r t e n e c e n a la nihilista.

esencia... Q u e la f o r m a más extremada d e l p e s i m i s m o , el

E n u n estado semejante es ¡o bueno lo cjue r e q u i e r e verdadero nihilismo, viniese al m u n d o , sería quizá

en p a r t i c u l a r d e u n a justificación, esto es, ha d e tener el i n d i c i o d e u n c r e c i m i e n t o c r u c i a l y esencialísima,

un fondo malo y peligroso, o encerrar una gran


* [N.T.] Versión corregida de 1888.
estupidez: entonces gusta todavía.

56 57
r p ,_^_n_RJ_r_H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓS T UM O S

d e u n a transición hacia nueves c o n d i c i o n e s d e e x i s - E n e l tercer libro: E l p r o b l e m a de la H i s t o r i a


E n e l cuarto libro: l o s medios p a r a a b r i r u n a b i s m o :
tencia.
Esto lo he entenidoyo jerarquía
ideal de la d o c t r i n a que a f i r m a e l
10[421* [VP 28 otoño ISS7]
m u n d o en el grado sumo
(127) Tesis principal. H a s t a q u é p u n t o e l nihilismo la edad trágica,
perfecto es l a necesaria consecuencia d e los ideales la i n g e n u i d a d psicológica en e l ideal Dios.
hasta h o y prevalecientes.
10(192]* [VP 3.6.11 otoño 1887]
— e l n i h i l i s m o incompleto, sus formas: vivimos e n
(286) Para el plan.
m e d i o d e él
El nihilismo radical es la convicción d e u n a absoluta
— las tentativas de eludir el nihilismo s i n invertir esos
inaceptabilidad d e la existencia c u a n d o se [trata] d e
valores: p r o d u c e n lo c o n t r a r i o , agudizan e l p r o b l e m a .
los valores s u p r e m o s que se r e c o n o c e n , sumándose a
lUfSSp* [VP 9 otoño 1887] ella también la intelección d e que n o tenemos e l más
(186) E n e l primer libro: el nihilismo c o m o c o n s e c u e n - m í n i m o d e r e c h o a establecer u n más allá o u n e n - s í d e
cia de los valores ideales las cosas q u e sea " d i v i n o " , q u e sea la m o r a l e n

P r o b l e m a d e la civilización persona.

el siglo X I X , su ambigüedad Esta intelección es una consecuencia de la " v e r a c i -


Falta hasta ahora la libertad d a d " q u e y a se h a desarrollado: así, pues, ella m i s m a
c o n respecto a l a m o r a l . L o s es u n a c o n s e c u e n c i a d e la c r e e n c i a e n l a m o r a l .
pesimistas s o n los rebeldes del Esta es la antinomia: en la m e d i d a en q u e c r e e m o s e n
pathos moral. la m o r a l condenamos la existencia.
L a m o r a l c o m o causa d e l p e s i m i s m o La lógica del pesimismo hasta el nihilismo último: ¿ qué
el p e s i m i s m o c o m o f o r m a previa d e l n i h i - es lo que da aquí impulso? — C o n c e p t o d e la falta de
lismo valor, d e \a.falta de sentido: hasta q u é p u n t o las v a l o r a -
E n el segundo libro: h i s t o r i a d e la moralización ciones morales se e s c o n d e n detrás d e todos los demás
c o m o se lleva l a v i r t u d al d o m i n i o altos valores.
la m o r a l c o m o Circe de losfilósofos — Resultado: los juicios de valor morales son condenas,
negaciones, la moral es el acto de renegar de la voluntad de
existir...
* [N.T.] El primer párrafo de este fragmento fue suprimido
en V E P r o b l e m a : ¿pero qué es la moral?
** [N.T.] De este fragmento aparece en V P tan sólo la línea
relativa al "pesimismo como forma previa del nihilismo".
* [N.T.] Fragmento seccionado en VE

58 59
m E D R I C H N1ET2SCHE F RAG ME N TO S P O S T U M O S

ljr¿j-|* [VP701 noviembre 1887-marzo 1888] — q u e la necesidad, la causalidad, la finalidad s o n


(326) " L a s u m a d e d i s p l a c e r p r e d o m i n a sobre la apariencialidades útiles

s u m a d e p l a c e r : el n o - s e r del m u n d o sería, p o r lo — que la meta no es acrecentamiento de la c o n -


tanto, m e j o r que su s e r " : semejante charlatanería se ciencia sino i n c r e m e n t o d e l p o d e r , i n c r e m e n t o en el
llama h o y p e s i m i s m o . cual se halla i n c l u i d a la u t i l i d a d de la c o n c i e n c i a ,
igualmente c o n el placer c o m o — q u e n o se t o m a n los
" E l m u n d o es algo que, no existiría r a c i o n a l m e n t e ,
medios a manera d e c r i t e r i o s u p r e m o de valor ( p o r
dado que causa al sujeto sensible más displacer q u e
ende, n o estados de la c o n c i e n c i a c o m o placer y d o l o r
placer."
c u a n d o la c o n c i e n c i a m i s m a es u n m e d i o )
Placer y displacer s o n marginales, n o s o n causas:
— q u e el m u n d o n o es e n l o más m í n i m o u n
s o n j u i c i o s de valor de segundo rango que se d e r i v a n
o r g a n i s m o s i n o e l caos: q u e e l d e s a r r o l l o d e la " e s p i r i -
de u n valor d o m i n a n t e ; son u n " p r o v e c h o s o " o
t u a l i d a d " es u n m e d i o para la duración relativa d e la
" n o c i v o " que se p r o n u n c i a e n f o r m a de s e n t i m i e n t o
organización...
y, p o r consiguiente, algo absolutamente pasajero y
— q u e toda " d e s e a b i l i d a d " carece de sentido
d e p e n d i e n t e . Pues p o r cada " p r o v e c h o s o " o " n o c i -
referida al carácter integral d e l ser.
v o " se p u e d e preguntar aún p o r c i e n ¿para qué?
distintos. 1! [82] [noviembre 1887-marzo 1888]
D e s p r e c i o este pesimismo de la sensibilidad: él m i s m o
E l sentido d e l d e v e n i r tiene que estar e n cada
es signo d e u n p r o f u n d o e m p o b r e c i m i e n t o de la vida.
instante c u m p l i d o , alcanzado, acabado.
N o a c e p t a r é n u n c a q u e u n m o n o raquítico como
H a r t m a n n hable de s u " p e s i m i s m o f i l o s ó f i c o " . —• 11 [97] [noviembre 1887 -marzo 1888]
11 [74] [VP 711 noviembre S 887-marzo 1888]
(349) E l nihilista filosófico tiene la convicción de q u e
(332) —que e n el "proceso de la totalidad" no entra en t o d o a c o n t e c e r es vano y s i n s e n t i d o ; y no debería
consideración el trabajo de la humanidad, puesto que no hay existir ningún ser vano y s i n s e n t i d o . P e r o ¿de d ó n d e
u n p r o c e s o integral (pensado éste c o m o sistema — ) : viene este: " n o d e b e r í a " ? ¿ D e d ó n d e t o m a u n o este
— q u e n o existe n i n g u n a " t o t a l i d a d " , que ninguna " s e n t i d o " ? ¿esta m e d i d a ? — e l nihilista cree e n el
valoración de ¡a existencia humana, d e las metas humanas fondo q u e la c o n t e m p l a c i ó n d e semejante ser d e s o -
p u e d e hacerse c o n respecto a algo q u e no existe en lado e inútil obra sobre u n filósofo c o m o insatisfactoría,
absoluto... desoladora, desesperadamente; tal c o n o c i m i e n t o c o n t r a -
dice nuestra fina s e n s i b i l i d a d c o m o filósofos. Se d e -
semboca e n la absurda valoración: el carácter d e la
* * [N.T.] Nietzsche se refiere en este fragmento a pasajes de la
obra de Eduard von Hartmann Philosophie des Uabemissten existencia debería complacer al filósofo, si es que ha de
(Filosofía de lo inconsciente ). persistir c o n justicia...

60 61
J R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P ÓS T U M O S

A h o r a es fácil c o m p r e n d e r q u e e n m e d i o del L o c o m ú n a todos estos tipos de representaciones es


acontecer, la c o m p l a c e n c i a y el d i s p l a c e r sólo t i e n e n que debe alcanzarse u n algo m e d i a n t e el proceso
el sentido de m e d i o s : quedaría p o r preguntar si m i s m o : y ahora se advierte q u e c o n el devenir nada se
podríamos ver e n absoluto el " s e n t i d o " y la " f i n a l i d a d " , consigue, nada se alcanza ... Así, pues, el desengaño
si la pregunta d e l s i n s e n t i d o o d e s u opuesto n o es sobre una supuestafinalidad del devenir es la causa d e l
para n o s o t r o s jnsoluble — . n i h i l i s m o : ya sea c o n respecto a u n a finalidad t o t a l -
m e n t e d e t e r m i n a d a , ya sea, e n g e n e r a l , la intelección
11[99]* fVP 12 noviembre 1887-marzo 1888]
de lo insuficiente de todas las hipótesis teleológicas
(351) Crítica del nihilismo.—• hasta ahora existentes, concernientes a la t o t a l i d a d d e l
" d e s a r r o l l o " ( — e l h o m b r e / a no es e l colaborador, n i ,
m e n o s todavía, el e p i c e n t r o d e l devenir).
1. E l n i h i l i s m o c o m o estado psicológico aparece, en
segundo lugar, c u a n d o se ha puesto u n a totalidad, una
E l nihilismo c o m o estado psicológico llegará necesaria- sistematización, i n c l u s o , una organización en t o d o a c o n -
m e n t e , primero, c u a n d o hayamos b u s c a d o en t o d o tecer )' subyacente a t o d o acontecer: d e suerte q u e el
a c o n t e c e r u n " s e n t i d o " que no se e n c u e n t r a e n él: de alma sedienta d e admiración y veneración se c o m -
m o d o que el que busca p i e r d e finalmente el á n i m o . place c o n la representación total d e u n a f o r m a s u p e -
N i h i l i s m o es e n este caso la t o m a d e c o n c i e n c i a d e l r i o r de d o m i n i o v de dirección ( — s i se trata d e l a l m a
p r o l o n g a d o desperdicio d e f u e r z a , el t o r m e n t o d e l " e n de u n lógico, basta entonces la absoluta consecuencia
v a n o " , la inseguridad, la falta d e ocasión para r e p o - lógica y la dialéctica rea! para reconciliarse c o n
nerse de alguna m a n e r a , para r e c u p e r a r la t r a n q u i l i - todo...) U n a especie d e u n i d a d , u n a f o r m a cualquiera
d a d ante c u a l q u i e r cosa — la vergüenza ante sí m i s m o de " m o n i s m o " : y c o m o resultado de esta creencia, el
c o m o si u n o se hubiese engañado a sí m i s m o d e m a - h o m b r e se e n c u e n t r a e n u n p r o f u n d o s e n t i m i e n t o de
siado t i e m p o . . . Ese sentido podría h a b e r s i d o : el " c u m - c o n e x i ó n y de d e p e n d e n c i a respecto a una t o t a l i d a d
p l i m i e n t o " d e u n c a n o n ético s u p r e m o en todo infinitamente superior a él, u n modus d e la d i v i n i -
acontecer; e l m u n d o c o m o o r d e n ético o el i n c r e - d a d . . . " E l bienestar d e la generalidad exige la entrega
m e n t o d e l a m o r y la a r m o n í a e n el trato de los seres; del i n d i v i d u o " ... p e r o ¡he aquí! ¡no hay tal g e n e r a l i -
o la aproximación a u n estado d e f e l i c i d a d general o d a d ! E n el f o n d o , el h o m b r e h a p e r d i d o la fe e n s u
el e n c a m i n a r s e a u n generalizado estado d e Nada valor c u a n d o a través d e él no o b r a u n t o d o i n f i n i t a -
universal — u n a m e t a es, después d e t o d o , u n sentido. mente valioso; esto es, él ha c o n c e b i d o u n t o d o
semejante a j í n de poder creer en su valor.
E l n i h i l i s m o c o m o estado psicológico tiene todavía
* [N.T.] Versión corregida del verano de 1888. Aparece en VP
con el título Crítica de bs valores cosmolátficos. una tercera y última f o r m a . D a d a s estas dos intelecciones

62 63
F RI E D R l C H N 1 E T Z S C H E F RAG M E N TOS P O S T U M O S

de que no existe nada que se haya de alcanzar y d e que S u p o n i e n d o q u e h e m o s c o m p r e n d i d o hasta q u é


no hay una g r a n u n i d a d que reine detrás d e t o d o p u n t o ya no nos está p e r m i t i d o interpretar ei m u n d o
d e v e n i r y en la q u e ei i n d i v i d u o p u e d a sumergirse c o n estas tres categorías y q u e , de a c u e r d o c o n esta
enteramente c o m o en u n elemento d e l m á x i m o valor: intelección, el m u n d o c o m i e n z a a tornársenos carente
entonces ya n o hay más escapatoria que c o n d e n a r t o d o de v a l o r : tenemos q u e p r e g u n t a r n o s entonces de dónde
este m u n d o c o m o engaño e inventar u n m u n d o q u e p r o v i e n e nuestra creencia en estas 3 categorías —
q u e d e más allá d e éste, c o m o m u n d o verdadero. Pero i n t e n t a m o s v e r si n o es p o s i b l e retirarles nuestras fe.
tan p r o n t o c o m o e l h o m b r e descubre q u e ese m u n d o Si ya h e m o s desvalorizado estas 3 categorías, entonces
está c o n s t r u i d o a p a r t i r d e necesidades psicológicas y la d e m o s t r a c i ó n d e s u i n a p l i c a b i l i d a d al t o d o deja de
que no tiene el más m í n i m o d e r e c h o a esa c o n s t r u c - ser u n a razón para desvalorizar el todo.
c i ó n , surge entonces la última f o r m a del n i h i l i s m o ,
ir
que e n c i e r r a la incredulidad con respecto a un mundo
metafísica — q u e se p r o h i b e la creencia e n u n m u n d o
• *
verdadero. A l llegar a esta posición se a d m i t e la r e a l i d a d Resultado: la creencia en las categorías de ¡a razón es la
del d e v e n i r c o m o r e a l i d a d única, y se p r o h i b e t o d o causa d e l n i h i l i s m o — h e m o s m e d i d o el valor d e l
t i p o de c a m i n o s subrepticios hacia t r a n s m u n d o s y m u n d o a t e n d i e n d o a categorías que se refieren a un
hacia falsas divinidades — p e r o no se soporta este mundo mundo puramentefingido.
cuja existencia ya no se quiere denegar...
¿ Q u é ha o c u r r i d o en el fondo? Se llegó al s e n t i -
m i e n t o d e la ausencia de valor en el m o m e n t o e n q u e se
c o m p r e n d i ó eme n o es lícito i n t e r p r e t a r el carácter Resultado c o n c l u s i v o : todos los valores c o n los q u e
total de la existencia n i c o n el c o n c e p t o de " p r o p ó - hasta ahora h e m o s intentado, e n u n p r i m e r m o -
s i t o " , n i c o n el c o n c e p t o de " u n i d a d " , n i c o n e l m e n t o , hacernos el m u n d o estimable y c o n los q u e a
c o n c e p t o de " v e r d a d " . C o n ello n o se alcanza n i se fin d e cuentas l o h e m o s justamente desvalorizado al
o b t i e n e nada; falta en la m u l t i p l i c i d a d d e l acontecer la probarse inaplicables — t o d o s estos valores s o n , p s i -
u n i d a d a b a r c a d o r a : el c a r á c t e r d e la existencia n o es cológicamente r e c o n s i d e r a d o s , resultado de d e t e r m i -
" v e r d a d e r o " , es falso..., n o se tiene sencillamente nadas perspectivas d e u t i l i d a d para el m a n t e n i m i e n t o
razón alguna para meterse uno en la cabeza la i d e a d e y la potenciación d e f o r m a c i o n e s d e d o m i n i o h u m a -
un m u n d o verdadero. nas: tan sólo que falsamente proyectadas e n la esencia
de las cosas. L a hiperbólica ingenuidad d e l h o m b r e sigue
E n r e s u m e n , las categorías d e " f i n a l i d a d " , " u n i -
siendo [colocarse] c o m o sentido y m e d i d a de v a l o r d e
d a d " , " s e r " , c o n las q u e h e m o s i n t r o d u c i d o u n v a l o r
las cosas...
en el m u n d o , son ahora extraídas de nuevo p o r n o s o -
tros — y entonces el m u n d o parece sin valor...

64 65
F R A G M E N T O S P O S T U M O S

I l[l 19] [noviembre S887-nur¿o Í8881


manos a la o b r a , u n o m i s m o destruye... E s t o es, s i se
(362) Para el Prólogo quiere, ilógico; pero e l nihilista n o cree e n la
obligafción] d e s e r lógico... E s e l estado de espíritus
D e s c r i b o l o q u e viene: e l a d e v e n i m i e n t o d e l n i h i - y voluntades fuertes: y a éstos n o les es p o s i b l e
l i s m o . Estoy, e n este caso, e n c o n d i c i o n e s de h a c e r quedarse detenidos en e l N o " d e l j u i c i o " : - — el No del
una descripción p o r q u e aquí acontece algo necesario acto p r o c e d e d e su naturaleza. L a a-nihilación m e -
— los signos se hallan p o r todas partes, sólo faltan los diante el j u i c i o viene secundada p o r la aniquilación
ojos para estos signos. C e l e b r o , n o c o n d e n o , que venga: c o n la m a n o .
creo que tiene lugar una de las crisis más grandes, u n
11(1491 [noviembre 1887-mar/o 1888]
instante e n q u e el h o m b r e recapacita sobre sí m i s m o
de la f o r m a más profunda: s i e l h o m b r e se repondrá o El nihilismo perfecto
n o , si d o m e ñ a r á la crisis o n o , es una cuestión q u e sus síntomas: e i g r a n desprecio
atañe a s u fuerza: es posible... la g r a n compasión
E l h o m b r e m o d e r n o cree tentativamente y a en la g r a n destrucción
este, y a e n aquel valor dejándolo luego caducar: e l su p u n t o c u l m i n a n t e : urjo doctrina que hace j u s t a -
círculo d e los valores desechados y caídos e n desuso m e n t e a l a v i d a , a l asco, a la c o m p a s i ó n y al p l a c e r d e
a u m e n t a s i n cesar; e l vacío y l a pobreza de valores se destrucción más intensos y los enseña c o m o absolutos
convierte cada vez más en vivo s e n t i m i e n t o ; el m o v i - y eternos.
m i e n t o es i m p a r a b l e — a pesar de q u e se intenta, c o n
1 í[ 150] [VP 56 noviembre f 887-marío 1SSS]
g r a n estilo, la dilación.
F i n a l m e n t e e l h o m b r e m o d e r n o se atreve a u n a Para l a historia del nihilismo europeo
crítica d e l o s valores e n general; llega a reconocer s u El período de la falta d e claridad, d e las tentativas d e
p r o c e d e n c i a ; c o n o c e entonces l o suficiente c o m o para todo t i p o para c o n s e r v a r lo n e j o y n o dejar arrancar
no c r e e r ya e n ningún valor; aquí el pathos, e l nuevo a lo nuevo.
sobrecogimiento... El período de c l a r i d a d ! se comprende que lo viejo y lo
L o q u e n a r r o es la h i s t o r i a de l o s p r ó x i m o s d o s nuevo s o n opuestos básicos: los viejos valores n a c i d o s
siglos... de la vida e n declive, l o s nuevos d e la vida e n ascenso,
— [que] e l c o n o c i m i e n t o d e l a N a t u r a l e z a e H i s -
S 1[I23] [VP 24 noviembre 1887-mar/:o 1888J
toria n o n o s p e r m i t e y a tales " e s p e r a n z a s " , —que
(366) E l a d v e n i m i e n t o d e l nihilismo todos ¡os nejos ideales s o n ideales hostiles a la vida
E l n i h i l i s m o n o es sólo una consideración c o n t e m - (nacidos de la decadencia y d e t e r m i n a n d o la d e c a d e n -
plativa sobre el "¡en vano!", y n o es sólo la creencia cia p o r m u c h o q u e se hallen e n la fastuosa gala
de q u e t o d o m e r e c e s u c u m b i r : u n o m i s m o p o n e d o m i n i c a l d e l a m o r a l ) — Comprendemos l o viejo y

66 67
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓ5TUM O S

distamos m u c h o d e s e r l o s u f i c i e n t e m e n t e fuertes través d e u n centenar d e signos, este destino se


para l o nuevo. anuncia p o r todas partes; para esta música d e l p o r v e -
El período de ¡os t r e s g r a n d e s a f e c t o s nir están aguzados ya todos los oídos. Ya, desde hace
d e l desprecio m u c h o t i e m p o , c o n u n a tensión torturante que crece
d e l a compasión de d e c e n i o e n d e c e n i o , t o d a nuestra c u l t u r a e u r o p e a
d e la destrucción se m u e v e , c o m o hacia una catástrofe: i n q u i e t a , v i o -
El período de ¡a c a t á s t r o f e lenta, p r e c i p i t a d a : c o m o u n a c o r r i e n t e q u e q u i e r e
e l a d v e n i m i e n t o de l a d o c t r i n a que filtra a llegar al final, que ya n o recapacita, que tiene m i e d o

los h o m b r e s , que lleva a los débiles a t o m a r d e recapacitar.

decisiones y a s i m i s m o a los fuertes

! 1 [411]* fVP Prólogo noricmbri: 1887-marzo 188S]


3.
Prólogo
— Q u i e n aquí t o m a la palabra n o h a hecho hasta
ahora, p o r el c o n t r a r i o , o t r a cosa q u e recapacitar: c o m o
1. filósofo y e r e m i t a p o r instinto, q u e e n c o n t r ó su
p r o v e c h o estando al m a r g e n , p o r fuera, en l a p a c i e n -
Las grandes cosas exigen q u e se las calle o que se hable cia, e n e l r e t a r d a m i e n t o , e n e l atraso; c o m o u n
de ellas e n grande: e n grande, esto q u i e r e decir espíritu osado y e x p e r i m e n t a d o r que se ha p e r d i d o ya
cínicamente y con i n o c e n c i a . * * alguna vez e n cada laberinto d e l f u t u r o ; c o m o u n
espíritu d e ave profética que mira hacia atrás c u a n d o
narra l o que vendrá; c o m o e l p r i m e r nihilista p e r f e c t o
2. de E u r o p a q u e , sin e m b a r g o , ya ha vivido e l n i h i l i s m o
en sí m i s m o hasta e l final — que l o tiene tras d e sí,
L o q u e narro es la historia d e los d o s p r ó x i m o s debajo d e sí, fuera d e sí...
siglos. D e s c r i b o l o que viene, l o q u e n o puede venir
ya d e o t r a manera: el advenimiento del nihilismo. Esta
h i s t o r i a p u e d e s e r y a narrada: pues la necesidad 4.
m i s m a está aquí e n m a r c h a . Este f u t u r o habla y a a
Pues n o se e q u i v o q u e nadie sobre e l sentido d e l
título c o n que q u i e r e d e n o m i n a r s e este evangelio d e l
* [N.T.]Cfr. suprafrag. 11 [119].
futuro. "La voluntad de Poder. Ensayo d e una transvalo-
[N.T.] Cfr Nietzsche. Ditirambos de Dioniso, "Fama y eterni,
dad", 3. ración d e todos los v a l o r e s " — c o n esta fórmula se da

68 69
F R A G M E N T O S P O S T U M O S

a c o n o c e r u n conuamovimiemo en lo q u e se refiere a su 7. L a voluntad de p o d e r : consideración


p r i n c i p i o y a su tarea: m o v i m i e n t o que en algún psicológica.
futuro sustituirá a ese n i h i l i s m o p e r f e c t o ; aunque lo 8. L a voluntad d e p o d e r : consideración
p r e s u p o n e lógica y psicológicamente, ya que n o puede fisiológica.
venir e n absoluto sino después de él y a partir de él. Pues, 9. L a voluntad de p o d e r : consideración
¿por q u é es necesario ahora el a d v e n i m i e n t o d e l n i h i - histórico-sociológica.
lismo? P o r q u e s o n nuestros m i s m o s valores p r e - D . Los superadoresy los superados
cedentes los q u e e n él sacan su última conclusión; 10. S o b r e la prerrogativa d e los m e n o s .
p o r q u e el n i h i l i s m o es la lógica de nuestros grandes 11. E l m a r t i l l o : d o c t r i n a d e l e t e r n o re-
valores e ideales pensada hasta sus últimas consecuen- torno.
cias — p o r q u e p r i m e r o t e n e m o s q u e vivir el n i h i l i s m o 12. D e la jerarquía de los valores.
para d e s c u b r i r cuál era e n realidad el valor de estos C a d a l i b r o 1 SO páginas.
"valores"... Tendremos necesidad, alguna vez, de C a d a capítulo SO.
nuevos valores...
14[9] [VP 247 primavera 1888]
13[4] [principio J 888-primavera 1888]
Nihilismo
A . Del advenimiento del nihilismo N a d a sería más útil, nada habría que p r o m o v e r más
1. " V e r d a d " . D e l valor de la v e r d a d . L a que u n consecuente nihilismo del acto: tal y c o m o
c r e e n c i a e n la v e r d a d . — decadencia entiendo todos los f e n ó m e n o s d e l c r i s t i a n i s m o , d e l
de este valor s u p r e m o . S u m a t o r i a de p e s i m i s m o , éstos expresan " e s t a m o s m a d u r o s p a r a no
t o d o aquello que se h a hecho contra ser; para n o s o t r o s es razonable n o s e r " .
él. Este lenguaje de la " r a z ó n " sería en este caso
2 . D e c a d e n c i a de t o d a especie de creen- también el lenguaje de la naturaleza selctiva.
cia. L o que, p o r el contrarío, hay q u e c o n d e n a r al
3. D e c a d e n c i a de t o d o s los tipos d o m i - máximo es la f o r m a a m b i g u a y c o b a r d e que t i e n e una
nantes. religión d e dejar las cosas a medias, u n a religión c o m o
B . De la necesariedad del nihilismo el cristianismo: más claramente, la religión de la Iglesia:
4. P r o v e n i e n c i a d e los valores supremos la cual en lugar d e incitar a la m u e r t e y a la autodes-
hasta ahora existentes. trucción, protege t o d o l o m a l o g r a d o y e n f e r m o y l o
5. L o q u e significan moralistas y sistemas hace r e p r o d u c i r s e . —
morales. P r o b l e m a : c o n qué clase de m e d i o s se podría
6. Para la crítica d e los valores estéticos. obtener una f o r m a rigurosa d e l g r a n n i h i l i s m o c o n t a -
C . De la autosuperación del nihilismo gioso: u n a f o r m a tal que e n s e ñ e y p r a c t i q u e la m u e r t e

70 71
F R I E D M C H N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓSTUM O S

v o l u n t a r i a c o n t o d o e l r i g o r científico... (y no u n tiva, u n interés d e d e t e r m i n a d o s tipos de vida: e n e l


endeble seguir vegetando c o n m i r a s a u n a falsa p o s t - fondo t o d o l o q u e es habla e l Sí.
existencia).—
J4[227] [primavera 1888]
N o se p u e d e c o n d e n a r s u f i c i e n t e m e n t e el c r i s t i a -
n i s m o p o r h a b e r desvalorizado e l valor de u n g r a n Se ha c o m e t i d o u n a b u s o — abuso q u e se expande
m o v i m i e n t o nihilista purificante c o m o éste, t a l c o m o c o m o u n a e p i d e m i a contagiosa — c o n una palabra
quizá alcanzó a estar e n m a r c h a , p o r m e d i o d e la idea arbitraria y desde t o d o p u n t o de vista fortuita, c o n la
d e l a i n m o r t a l i d a d d e la p e r s o n a e n c a l i d a d d e p a r t i - palabra " p e s i m i s m o " : se h a pasado p o r alto el p r o -
cular, es decir, m e d i a n t e la esperanza d e l a r e s u r r e c - blema e n q u e v i v i m o s , e l p r o b l e m a q u e somos — n o se
ción: e n r e s u m e n , s i e m p r e i m p i d i e n d o e l acto del trata d e quién tiene l a razón, — l a p r e g u n t a es m á s
nihilismo, e l s u i c i d i o . . . l o sustituyó p o r e l s u i c i d i o b i e n d ó n d e estamos situados, s i entre los condenados,
l e n t o ; p o c o a p o c o u n a vida m e z q u i n a , p o b r e , p e r o entre las f o r m a c i o n e s de la decadencia... E n este caso
d u r a d e r a ; p o c o a p o c o . U n a vida t o t a l m e n t e c o m ú n y juzgamos de m a n e r a nihilista.
c o r r i e n t e , burguesa, m e d i o c r e , etc. Se h a n c o n f r o n t a d o dos f o r m a s d e pensar c o m o si
tuvieran q u e reñir l a u n a c o n l a o t r a e n t o r n o a l a
14[3¡] [primavera 1888]
v e r d a d ; m i e n t r a s q u e ambas s o n sólo síntomas d e
Valor... estados, mientras q u e su lucha atestigua la presencia
E l c o n c e p t o " a c t o c o n d e n a b l e " se n o s hace p r o - de u n p r o b l e m a c a r d i n a l d e la vida — y no de u n
b l e m á t i c o : n o p u e d e e x i s t i r n a d a c o n d e n a b l e e n sí problema de filósofos, ¿dónde estamos situados?
m i s m o . N a d a d e t o d o l o q u e a c o n t e c e e n absoluto —somos
p u e d e s e r e n s í c o n d e n a b l e : pues no sería lícito querer
desecharlo: pues cada cosa está d e tal m a n e r a conectada 16[30] [primavera-verano 1888]

c o n t o d o q u e , q u e r e r e x c l u i r c u a l q u i e r cosa, significa Para u n g u e r r e r o d e l c o n o c i m i e n t o q u e s e halla


e x c l u i r l o t o d o . U n acto c o n d e n a b l e : significa u n s i e m p r e e n l u c h a c o n verdades h o r r i b l e s l a c r e e n c i a
m u n d o c o n d e n a b l e e n general... de que no existe verdad alguna es u n g r a n b a ñ o , u n estirar
E i n c l u s o , aún e n este caso: e n u n m u n d o c o n d e - los m i e m b r o s . — E l n i h i l i s m o es nuestra f o r m a de
n a d o t a m b i é n e l c o n d e n a r sería c o n d e n a b l e . . . Y l a ocio....
c o n s e c u e n c i a d e u n m o d o de pensar q u e l o c o n d e n a
t o d o sería u n a p r a x i s que l o a f i r m a t o d o . . . si el devenir !7[7] [mayo-junio 1888]

es u n g r a n a n i l l o , entonces cada cosa es igualmente N o se trata e n l o absoluto d e l m e j o r o del p e o r d e


valiosa, e t e r n a , necesaria... los m u n d o s : S í o N o , ésta es aquí l a cuestión. E l
E n todas l a c o r r e l a c i o n e s d e S í y N o , d e p r e f e r i r y
instinto nihilista d i c e N o ; s u afirmación más m o d e -
rechazar, a m a r y odiar, se expresa sólo u n a p e r s p e c -
rada es q u e n o - s e r es m e j o r q u e ser, q u e la v o l u n t a d

72 73
p R 1 E D R I C H M 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

d e nada posee más valor q u e la voluntad de vivir; s u de u n a decadencia fisiológica; ésta tiene sus d o s
aserción más rigurosa d i c e q u e , si la N a d a es la más centros e n l o s lugares cuyos cielos h o y [ + + • + ] los
alta deseabilidad, esta vida es, e n cuanto s u antítesis, síntomas de r u i n a en [4- + + ]
absolutamente carente de valor — s e vuelve r e p r o b a -
ble...
I n s p i r a d o p o r tales valoraciones, u n p e n s a d o r i n -
tentará i n v o l u n t a r i a m e n t e a d u c i r todas las cosas a las
que todavía les adjudica instintivamente u n valor, a
m a n e r a d e justificación d e u n a t e n d e n c i a nihilista.
Esta es la g r a n falsificación d e Schopenhauer, q u e se
interesó vivamente p o r m u c h a s cosas: p e r o el espíritu
del n i h i l i s m o le vedó a t r i b u i r l e este m i s m o h e c h o a la
v o l u n t a d d e vivir: y así v e m o s , entonces, u n a serie de
refinadas y arriesgadas tentativas d e e n t r o n i z a r al arte,
a la sabiduría, la belleza de la naturaleza, la religión, la
m o r a l , el genio, en v i r t u d de su p r e s u n t a hostilidad a
la vida, c o m o ansia de la N a d a .

17[8] [mayo-junio 1888]

R e c i e n t e m e n t e se h a abusado m u c h o de u n a pala-
bra f o r t u i t a y desacertada desde todos los p u n t o s de
vista: se habla p o r todos lados de p e s i m i s m o , se lucha
d e f o r m a especial, y a veces entre gente razonable, en
t o r n o a la pregunta — p a r a la q u e presuntamente
tendría q u e haber u n a respuesta — a c e r c a de quién
tiene razón, si e l p e s i m i s m o o e l o p t i m i s m o . N o se ha
c o m p r e n d i d o l o q u e resulta a todas luces patente: que
el p e s i m i s m o n o es u n p r o b l e m a sino u n síntoma
— q u e s u n o m b r e [debería] ser s u s t i t u i d o p o r el de
nihilismo — q u e la pregunta de si es m e j o r n o - s e r que
ser es ella m i s m a u n a e n f e r m e d a d , u n a decadencia,
una i d i o s i n c r a c i a . . .
E l m o v i m i e n t o pesimista es t a n sólo ia expresión

74 75
[GÉNESIS Y CRÍTICA D E
CONCEPTOS Y VALORACIONES]

26[263] [verano-otoño 1884]

TODAS las morales hasta ahora existentes las c o n s i -


d e r o c o m o construidas sobre hipótesis relativas a l o s
m e d i o s de conservación d e u n tipo — p e r o hasta h o y
la especie d e espíritu h a sido aún demasiado débil y
demasiado insegura d e sí m i s m a c o m o para a s u m i r
una hipótesis como hipótesis y t o m a r l a e n sentido
regulativo — se requirió de la f e .

34f28] [abril-junio 188 S]

Superchería: ¡ c r e e r e n lo e n t e * , e n l o ¡ncondicio-
nado, e n e l espíritu p u r o , e n e l c o n o c i m i e n t o a b s o -
luto, e n e l valor absoluto, e n l a cosa e n sí! E n estos
p r i n c i p i o s se alberga p o r todas partes una c o n t r a d i c -
ción.

34[49] [abril-junio 1885]

N u e s t r a c o m p l a c e n c i a e n la s i m p l i c i d a d , e n la
visión de c o n j u n t o , e n l a regularidad, en la c l a r i d a d ,
de lo cual u n 'filósofo' alemán podría inferir, a f i n d e
cuentas, algo así c o m o u n i m p e r a t i v o categórico d e la
lógica y d e l o bello — de ello a d m i t o que existe u n
fuerte instinto. Es tan fuerte que rige e n todas nuestras

* [N.T[ Cfr. supranota al frag. 34[204].

77
J^R IEDR1CH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

actividades sensoriales y r e d u c e , regula, asimila, etc., rar e l a c o n t e c e r e s p i r i t u a l como si correspondiera al


para n o s o t r o s la gran variedad d e p e r c e p c i o n e s reales esquema de aquella ficción regulativa: esta es la voluntad
(de — i n c o n s c i e n t e s ) presentándolas a nuestra conciencia fundamental. Allí d o n d e hay " m e m o r i a " ha regido esta
ya e n esta f o r m a arreglada. L o " l ó g i c o " , l o " a r t í s t i c o " voluntad f u n d a m e n t a l . — E n l a r e a l i d a d n o existe e l
q u e aquí se m u e s t r a es nuestra a c t i v i d a d constante. pensamiento lógico; y n o se puede t o m a r d e ella
¿ Q u é es lo que ha h e c h o esta c a p a c i d a d tan soberana? ningún p r i n c i p i o de la aritmética o d e la geometría
E v i d e n t e m e n t e q u e s i n ella ningún ser vivo viviría p o r q u e n o tiene lugar e n absoluto.
d e b i d o a l fárrago d e las i m p r e s i o n e s . Tengo u n a posición distinta c o n respecto a la
ignorancia y a l a i n c e r t i d u m b r e . N o m e p r e o c u p a q u e
34[5B] [abril-junio 1BB5]
algo p e r m a n e z c a d e s c o n o c i d o ; m e alegro, s i n e m -
E l n ú m e r o es u n g r a n recurso para hacernos el bargo, d e q u e p u e d a e x i s t i r una especie d e c o n o c i -
m u n d o manejable. C o m p r e n d e m o s sólo hasta d o n d e m i e n t o y a d m i r o l a c o m p l e j i d a d d e este p o s i b i l i t a -
p o d e m o s contar, esto es, hasta d o n d e se p u e d e p e r c i - m i e n t o . E l recurso es: l a introducción d e ficciones
b i r una constancia. completas a m a n e r a de esquemas según los cuales
p o d e m o s c o n c e b i r e l acontecer e s p i r i t u a l c o m o m á s
J4[2441 [abril-junio 1885]
sencillo d e l o q u e es. L a e x p e r i e n c i a sólo es p o s i b l e
NB."Conocer" es e l c a m i n o para llegar a sentir q u e c o n ayuda de la m e m o r i a : la m e m o r i a sólo es p o s i b l e
ya sabemos algo: es, pues, la lucha contra una sensación de en v i r t u d d e una abreviación de u n p r o c e s o espiritual
algo nuevo y la conversión de lo aparentemente nuevo en algo en u n signo.
\iejo. L a escritura d e signos.
E\plicación: esta es l a f o r m a d e expresar una cosa
34[249] [abril-junio 1885]
nueva m e d i a n t e los signos d e cosas y a c o n o c i d a s .
L a lógica es el p r o t o t i p o de u n a ficción c o m p l e t a .
34[252] [abril-junio 1885]
Aquí se inventa u n pensar e n e l q u e se p o n e a u n
p e n s a m i e n t o c o m o causa d e o t r o p e n s a m i e n t o ; se C o n o c i m i e n t o : h a c e r p o s i b l e l a experiencia a l s i m -
hace abstracción d e todos los afectos, de t o d o sentir plificar e n o r m e m e n t e e l acontecer r e a l , tanto p o r e l
y querer. N a d a d e esto sucede e n l a realidad: ésta es lado de las fuerzas que r e p e r c u t e n e n nosotros, c o m o
i n d e s c r i p t i b l e m e n t e d i s t i n t a , c o m p l i c a d a . Gracias a por e l lado d e nuestras fuerzas f o r m a d o r a s : de manera
que establecemos aquella ficción c o m o esquema, a que que parecen existir cosas similares e iguales. El conocimiento
filtramos, pues, e n e l p e n s a m i e n t o e l a c o n t e c e r real es falseamiento de lo múltiple e incontable al
c o m o p o r u n aparato s i m p l i f i c a d o r , l o g r a m o s , e n t o n - convertírselo en igual, semejante, contable. La vida es,
ces, una escritura de signos, una comunicabilidad y una pues, sólo p o s i b l e e n v i r t u d de u n aparato de falsea-
notabilidad d e los procesos lógicos. Así, pues, c o n s i d e - miento semejante. Pensar es u n t r a n s f o r m a r falsifi-

78 79
F R 1 E DR. I C H N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

cante, s e n t i r es u n t r a n s f o r m a r falsificante, q u e r e r es los sentimientos valorativos y e n c u e n t r a n , en el e t e r n o


u n t r a n s f o r m a r f a l s i f i c a n t e — : e n t o d o esto se halla la engendrar, s u b l i m e c o n s u e l o p o r e l e t e r n o s u c u m b i r
fuerza de la asimilación, la cual p r e s u p o n e una v o l u n - de sus hijos. Y, p o r último: ¿qué poderfue entonces e l
tad de hacer algo igual a nosotros. que nos obligó a abjurar d e aquella " f e e n la v e r d a d "
sino l a vida m i s m a c o n todos sus instintos creativos
34[2 53] [Y? 493 abril-junio í SS5) fundamentales? — d e f o r m a que, e n consecuencia, n o
La verdad es el tipo de error s i n el c u a l n o podría vivir tenemos necesidad d e conjurar estas " m a d r e s " : —

u n a d e t e r m i n a d a especie d e seres vivos. E l valor para ellas se e n c u e n t r a n y a arriba, sus ojos n o s m i r a n ,


estamos ejecutando, ahora m i s m o , aquello a l o q u e
la vida d e c i d e e n última instancia. H j o m b r e s ] m u y
nos ha p e r s u a d i d o s u magia.
bajos y v i r t u o s o s —

35Í37] [mayo-julio 1885] 35[5lj

L a falsedad d e u n c o n c e p t o n o es para m í todavía En u n m u n d o d e l d e v e n i r e n e l q u e t o d o es


u n a o b j e c i ó n e n s u c o n t r a . Tal vez sea e n este p u n t o c o n d i c i o n a d o , la suposición d e l o i n c o n d i c i o n a d o , d e
e n d o n d e n u e s t r o nuevo lenguaje suene más e x t r a ñ o : la substancia, d e l ser, d e una cosa etc., n o p u e d e s e r
la cuestión es e n q u é m e d i d a el c o n c e p t o p r o m u e v e la sino u n e r r o r . P e r o , ¿ c ó m o es p o s i b l e el e r r o r ?
vida y conserva la v i d a y la especie. Incluso soy
35[52]
f u n d a m e n t a l m e n t e d e la opinión d e que las asunciones
másfalsas son para nosotros justamente las más imprescindi- M o s t r a r l a secuencialidad e n f o r m a cada vez m á s
bles, q u e e l h o m b r e n o p u e d e vivir s i n dejar, e n rigor, clara, esto se l l a m a explicación: ¡nada más!
la ficción lógica, s i n m e d i r l a realidad c o n e l patrón
35[53] [mayo-julio 1885]
del m u n d o inventado d e l o i n c o n d i c i o n a l , s i e m p r e -
igual-a-sí-mismo; y q u e una negación d e esta ficción, C o n c e d e r percepción también a l m u n d o inorgánico
una r e n u n c i a a ella en la práctica, equivaldría a una y, a saber, absolutamente exacta: fallí i m p e r a " v e r -
negación de l a vida. Admitir la no-verdad como condición d a d " ! C o n e l m u n d o orgánico c o m i e n z a la indeter-
de la \ida: esto significa, o b v i a m e n t e , deshacerse d e minación y la apariencia.
una m a n e r a espantosa, d e los a c o s t u m b r a d o s s e n t i -
35[67] [mayo-julio 1885]
m i e n t o s valorativos — y aquí, justamente, es menester
n o " d e s a n g r a r s e " ante l a " v e r d a d r e c o n o c i d a " . A n t e Si la mecánica es sólo una lógica, entonces se aplica
este m á x i m o p e l i g r o se d e b e n c o n j u r a r inmedia- a ella t a m b i é n l o que rige para toda lógica: es c o m o la
tamente los i n s t i n t o s creativos fundamentales d e l c o l u m n a para los animales vertebrados, nada v e r d a -
h o m b r e , q u e s o n más fuertes q u e todos los s e n t i m i e n - dero-en-sí.
tos valorativos; aquéllos q u e s o n las m a d r e s m i s m a s de

80 81
R P , J^J_CH_ N1ETZSCHE F R A G M E N T O S P Ó S T U M OS

3 r j [\'P 618 junio-julio ] 8S5]


6 3 4
paso, todavía una c u a l i d a d i n t e r i o r a la d y n a m i s
D e las interpretaciones d e l m u n d o q u e se h a n obviamente se
intentado hasta ahora, la interpretación mecanicísta
40[1] [agosto-septiembre 18851
parece o c u p a r hoy victoriosa e l p r i m e r p l a n o : e v i d e n -
temente tiene la c o n c i e n c i a l i m p i a d e s u l a d o . N i n - Seres cansados, sufrientes, atemorizados, se i m a g i -
guna c i e n c i a cree e n u n progreso o u n éxito e n s u nan la inmovilidad, el reposo, algo semejante al
t e r r e n o a n o s e r q u e haya s i d o o b t e n i d o c o n la ayuda d o r m i r p r o f u n d o , c u a n d o p i e n s a n e n la máxima d i -
de p r o c e d i m i e n t o s mecanicistas. T o d o el m u n d o c o - cha. D e t o d o esto, m u c h o es l o q u e h a e n c o n t r a d o
n o c e estos p r o c e d i m i e n t o s : se deja, hasta d o n d e r e - cabida e n la filosofía. D e igual f o r m a e l t e m o r ante l o
sulte, a la " r a z ó n " y a los " f i n e s " fuera d e juego, se incierto, lo equívoco, l o susceptible d e transmutación,
muestra q u e e n u n lapso d e t i e m p o p e r t i n e n t e t o d o ha e n t r o n i z a d o s u opuesto, lo s e n c i l l o , l o previsible, l o
p u e d e s u r g i r d e t o d o ; n o se oculta u n a maliciosa cierto, l o p e r m a n e n t e m e n t e idéntico-a-sí-mismo.
sonrisa de satisfacción c u a n d o la " a p a r e n t e i n t e n c i o - — U n género distinto d e seres entronizaría los
nalidad e n e l d e s t i n o " de u n a planta o d e una y e m a de estados inversos. P e r o cuando hace d i e z años y o —
huevo viene r e m i t i d a de nuevo a presión y colisión; e n
40[7] [agosto-septiembre 1885[
pocas palabras, se r i n d e homenaje d e t o d o corazón, si
se nos p e r m i t e una expresión jocosa e n u n asunto tan D e l m i s m o m o d o c o m o al o r i g e n d e l a aritmética
serio, ai p r i n c i p i o d e la mayor estupidez posible. tuvo q u e haberle p r e c e d i d o u n a larga preparación e n
E n t r e t a n t o , se hace p e r c e p t i b l e u n p r e s e n t i m i e n t o el ver-igual, e n e l q u e r e r - t o m a r - p o r - i g u a l , en e l esta-
entre los espíritus selectos q u e se e n c u e n t r a n d e n t r o blecimiento de casos idénticos y e n el " c o n t a r " , así
de este m o v i m i e n t o , u n t e m o r c o m o s i la teoría también tuvo q u e h a b e r sucedido c o n la deducción
tuviera u n h u e c o , u n a fosa, que tarde o t e m p r a n o lógica, ¡El j u i c i o es originalmente algo más q u e la
p u d i e r a convertirse e n la p o s t r e r a : q u i e r o decir, en creencia " e s t o y esto es v e r d a d e r o " , es, m á s b i e n ,
aquélla e n la q u e tenemos ya puesto u n p i e e n los " q u i e r o q u e sea v e r d a d e r o justamente de esta y esta
m o m e n t o s d e m á x i m o p e l i g r o . L a presión y la colisión m a n e r a ! " E l i m p u l s o d e l a asimilación, aquella f u n -
no p u e d e n ser ellas m i s m a s " e x p l i c a d a s " , n o se puede ción orgánica f u n d a m e n t a l sobre l a q u e se basa t o d o
p r e s c i n d i r de la acción a distancia: — s e ha p e r d i d o la c r e c i m i e n t o , adapta también i n t e r i o r m e n t e aquello
fe e n el p o d e r e x p l i c a r m i s m o y se a d m i t e , haciendo que se a p r o p i a d e la cercanía; la voluntad d e p o d e r se
p u c h e r o s , q u e d e s c r i b i m o s , y n o e x p l i c a m o s , q u e la halla en f u n c i o n a m i e n t o e n este i n c l u i r l o nuevo bajo
interpretación dinámica d e l m u n d o , c o n s u negación las formas d e l o viejo, ya - e x p e r i m e n t a d o , d e l o
d e l " e s p a c i o v a c í o " , d e l o s átomos-molécula p r o n t o aún-vivo en la m e m o r i a ; y entonces l o l l a m a m o s :
tendrá a los físicos e n s u p o d e r : a u n q u e , d i c h o sea de ¡"comprender"!

82 83
FRIEDR1CH M I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

40[9] [agosto-septiembre 1885] 40¡ 151 FVP 5 3 2 agosto-septiembre 1885]

H a y cabezas esquemáticas, aquellas q u e tienen u n E l j u i c i o , este es la creencia: " e s t o y esto es a s í " .


c o n j u n t o d e p e n s a m i e n t o s p o r más verdadero si se deja Así, pues, e n el j u i c i o se e n c u e n t r a implícita la
i n s c r i b i r e n esquemas o tablas de categorías previa- confesión de haber e n c o n t r a d o u n caso idéntico:
m e n t e diseñadas. I n n u m e r a b l e s son las formas de p r e s u p o n e , pues, una equiparación c o n ayuda d e la
engañarse a sí m i s m o e n este t e r r e n o : casi todos los m e m o r i a . E l j u i c i o no logra que parezca existir u n caso
grandes " s i s t e m a s " t i e n e n aquí s u lugar. El prejuicio idéntico. A n t e s b i e n , cree p e r c i b i r u n caso t a l ; trabaja
Jimdamental es, sin e m b a r g o : que el o r d e n , el carácter bajo la suposición de q u e existen casos idénticos.
sinóptico, l o sistemático, tendrían que ser inherentes ¿ C ó m o se l l a m a entonces aquella función, necesaria-
al verdadero ser de las cosas y que, p o r el c o n t r a r i o , el mente m u c h o más antigua, que tiene que estar en o b r a
d e s o r d e n , l o c a ó t i c o , lo i m p r e v i s i b l e , solamente se de t i e m p o atrás, igualando y asemejando casos e n sí
presentaría e n u n m u n d o falso o tan sólo i n c o m p l e t a - desiguales? ¿ C ó m o se llama aquella segunda función
m e n t e c o n o c i d o — en u n a palabra, q u e es u n e r r o r : que c o n base en la p r i m e r a , etc.? " L o que suscita
— l o q u e es u n p r e j u i c i o m o r a l extraído d e l hecho de sensaciones iguales es i g u a l " : p e r o , ¿ c ó m o se l l a m a lo
que el h o m b r e veraz y d i g n o de c o n f i a n z a suele ser u n que hace iguales y " t o m a " p o r iguales a las sensacio-
h o m b r e de! o r d e n , de las máximas y e n general nes? — N o podría h a b e r j u i c i o s en absoluto si p r i m e -
previsible y pedante. A h o r a b i e n , que el e n - sí de las ramente no se ejercitara una especie de igualación
cosas se c o m p o r t e c o n f o r m e a esta receta de b u r ó - d e n t r o de las sensaciones: la m e m o r i a es sólo posible
crata e j e m p l a r es, sin e m b a r g o , algo p o r c o m p l e t o mediante u n constante recalcar l o y a a c o s t u m b r a d o ,
indemostrable. vivenciado [- -] Antes de q u e se e m i t a u n j u i c i o tiene
que haber sido ya culminado el proceso de asimilación; hay,
40{ 13] fVP 512 agosto-septiembre 1885] pues, aquí también, u n a actividad intelectual que no
L a lógica está ligada a la c o n d i c i ó n : hecha ¡a suposi- entra e n la c o n c i e n c i a , c o m o e n e l caso del d o l o r a
ción de que hay casos idénticos. E n efecto, se tiene que consecuencia d e u n a h e r i d a . P r o b a b l e m e n t e c o r r e s -
s i m u l a r esta condición c o m o c u m p l i d a para que se p o n d a a todas las funciones orgánicas u n a c o n t e c e r
pueda pensar y d e d u c i r lógicamente. Esto quiere i n t e r n o , es decir, u n asimilar, excretar, crecer, etc.
d e c i r : la voluntad de verdad lógica solamente puede E s e n c i a l , p a r t i r d e l c u e r p o y utilizarlo c o m o h i l o
ejecutarse después d e q u e se ha y a llevado a cabo u n c o n d u c t o r . E l es el f e n ó m e n o más rico, el que p e r m i t e
falseamiento de raíz de t o d o acontecer. D e l o q u e se un más claro e x a m e n . L a fe en el c u e r p o está m e j o r
c o n c l u y e q u e aquí g o b i e r n a u n i m p u l s o capaz de dos afianzada que la fe en el espíritu.
recursos, p r i m e r o d e u n falseamiento y después d e la " U n a cosa p u e d e ser tan fuertemente creída c o m o
p r o s e c u c i ó n d e u n p u n t o d e vista ú n i c o : la lógica no se q u i e r a : e n ello n o hay ningún c r i t e r i o d e v e r d a d "
p r o v i e n e d e la v o l u n t a d d e verdad. ¿Pero q u é es la verdad? ¿Tal vez una especie de fe q u e

84 85
F R I E D R I C H N i E T Z S C H E F R A G M E N T O S P Ó S T ti M O S

se ha c o n v e r t i d o e n c o n d i c i ó n d e vida? E n e s e caso la 1[11S]* [otoño 1885-primavera Í886]

fuerza sería c i e r t a m e n t e u n c r i t e r i o , p o r e j e m p l o , e n E l c a r á c t e r interpretativo de t o d o acontecer. N o


l o que se refiere a la causalidad. existe el a c o n t e c i m i e n t o e n sí. L o q u e sucede es u n

1[37] [otoño lSSS-primavera 1886] g r u p o d e f e n ó m e n o s seleccionados y r e s u m i d o s p o r u n


ser q u e interpreta.
— - l o s m o v i m i e n t o s n o s o n "efectuados" p o r u n a
"causa": ¡eso sería o t r a vez e l viejo c o n c e p t o d e alma! 1(120]** [otoño 1885-primavera 1886]

— e l l o s s o n la v o l u n t a d m i s m a , ¡mas n o d e l t o d o , n o U n m i s m o texto p e r m i t e incontables i n t e r p r e t a -


enteramente! ciones: n o hay u n a interpretación " c o r r e c t a " .

i [18] [otoño 1885-primavera 1886]


1[128] [otoño 1885-primavera 1886]
NB. L a creencia e n l a causalidad se r e m i t e a la
— L o esencial d e l ser orgánico es u n a nuera inter-
c r e e n c i a d e q u e soy y o e l q u e o b r a , se r e m i t e a la
pretación del acontecer, la i n t e r n a m u l t i p l i c i d a d p e r s -
separación d e l " a l m a " d e s u actiridad. Así, pues, ¡ u n a
pectivista q u e es ella m i s m a u n acontecer.
superstición antiquísima!
2[77]*-* fVP 590 otoño 1885-otoño 1886]
1[391 [otoño 1885-primavera ! 8861
L a apariencia d e l o vacío y lo l l e n o , de lo f i r m e y l o
L a remisión d e u n efecto a u n a causa es: remisión
flojo, d e lo estable y l o móvil y de l o igual y lo desigual.
a u n sujeto. Todos l o s c a m b i o s pasan p o r ser p r o d u c i -
(el espacio absoluto) A ia apariencia m á s
dos p o r sujetos.
(la substancia) antigua se la (la
1[92] [otoño 1885-primavera 1886] substancia) h a c o n -
vertido e n metafísica.
Toda lucha — t o d o a c o n t e c e r es u n a l u c h a —
— : e n e l l o están los p a t r o n e s valorativos
requiere d u r a c i ó n . E s o q u e n o s o t r o s d e n o m i n a m o s de seguridad h u m a n o - a n i m a l e s .
" c a u s a " y " e f e c t o " excluye la l u c h a y n o se corres- N u e s t r o s conceptos están i n s p i r a d o s e n nuestra indi-
p o n d e , pues, c o n e l acontecer. E s consecuente negar gencia.
el t i e m p o e n causa y efecto.

* [N.T.] Fragmento relativo a VP, concretamente al título


1Í981 [otoño 1885-primavera 1886]
consignado en frag. 39[i].
" L a s palabras p e r d u r a n " ¡los h o m b r e s c r e e n que ** [N.T.] Fragmento relativo a VE; concretamente al título
t a m b i é n sucede así c o n l o s c o n c e p t o s q u e las palabras consignado en frag. 39[1].
* * * [N.T.] Este fragmento aparece en V P privado del comienzo
designan!
y del final.

86
87
F R I E D R 1 C H J M E T Z S C H E F R A G M E N T O S P Ó S T 11 M O S

E l establecimiento de los c o n t r a r i o s c o r r e s p o n d e a p r o f u n d a , e n sujeto y p r e d i c a d o o e n causa y efecto;


la i n e r c i a (una distinción q u e basta para l a a l i m e n t a - y esta última creencia (a saber, e n c u a n t o afirmación
ción, la s e g u r i d a d , e t c . , vale c o m o "verdadera"). de q u e t o d o efecto es u n a a c t i v i d a d y de q u e cada
¡verdad elemental! — p e n s a m i e n t o d e la i n e r c i a . actividad p r e s u p o n e u n actor), es incluso u n caso
N u e s t r o s valores s o n interpretaciones q u e se h a n p a r t i c u l a r de la p r i m e r a , de f o r m a q u e la creencia:
"hay s u j e t o s " q u e d a c o m o c r e e n c i a f u n d a m e n t a l .
introyectado e n las cosas.
¿Hay, pues, u n sentido e n el en-sí? N o t o algo y l e b u s c o u n a razón: esto significa
¿No es necesariamente el sentido, justamente, originalmente: le b u s c o u n a intención y, sobre t o d o ,
s e n t i d o r e l a c i o n a l y perspectiva? alguien q u e tiene intención, u n sujeto, u n actor: — e n
o t r o t i e m p o se veían intenciones e n todo acontecer,
T o d o s e n t i d o es v o l u n t a d d e p o d e r (todos los
todo a c o n t e c e r era hacer. Esta es nuestra c o s t u m b r e
sentidos relaciónales p e r m i t e n s u reducción a esta
más antigua. ¿La tiene también el animal? ¿ N o está
voluntad).
él s u p e d i t a d o , e n t a n t a ser viviente, a l a interpretación
U n a c o s a = s u s p r o p i e d a d e s : éstas, s i n e m b a r g o ,
de a c u e r d o consigo mismo? — L a pregunta "tpor qué?' '' 1

idénticas a l o q u e nos importa de esa cosa: u n a u n i d a d


es s i e m p r e la p r e g u n t a p o r la causa final, por un
bajo la cual r e s u m i m o s las relaciones q u e para n o s o -
"¿para q u é ? " N o t e n e m o s nada de u n " s e n t i d o d e l a
t r o s entran en consideración. E n el t o n d o , las m o d i f i -
causa e f i c i e n t e " : aquí Hume tiene razón, la c o s t u m b r e
caciones percibidas e n n o s o t r o s ( — e x c l u i d a s aquellas
(¡pero ho solamente la d e l i n d i v i d u o ! ) nos hace
que n o p e r c i b i m o s , p o r e j e m p l o , s u e l e c t r i c i d a d ) . E n
esperar q u e u n c i e r t o f e n ó m e n o f r e c u e n t e m e n t e o b -
s u m a : u n objeto es la s u m a de los impedimentos d e los
servado siga al o t r o : ¡ n o es m á s ! L o q u e n o s d a l a
q u e h e m o s t e n i d o e x p e r i e n c i a , q u e se nos han hecho
extraordinaria s o l i d e z de la creencia e n la causalidad
conscientes. U n a p r o p i e d a d expresa, p u e s , s i e m p r e algo
no es e l g r a n hábito d e l u n o - t r a s - o t r o , de la s e c u e n -
" ú t i l " o " n o c i v o " para nosotros. L o s colores, p o r
cialidad d e eventos, s i n o nuestra incapacidad para
ejemplo — c a d a u n o c o r r e s p o n d e a u n g r a d o de
interpretar u n a c o n t e c e r de m a n e r a d i s t i n t a que c o m o
p l a c e r o d e d i s p l a c e r y cada g r a d o d e p l a c e r o de
un a c o n t e c e r a p a r t i r de intenciones. E s la creencia e n l o
d i s p l a c e r es el resultado de apreciaciones sobre lo
«vívente y pensante c o m o l o ú n i c o operante — e n l a
"útil" o "inútil". — A s c o .
voluntad, l a intención — e n que t o d o acontecer es u n
2(83) fVP 520.627 otoño 1885-otoñu 1886]
hacer; e n q u e t o d o hacer s u p o n e u n actor; es la
creencia e n el " s u j e t o " . ¿ N o será esta creencia e n e l
E l h o m b r e se cree causa, a c t o r — concepto d e sujeto y p r e d i c a d o u n a g r a n t [ o n t e r í a ] ? .

t o d o l o q u e sucede se r e l a c i o n a predicativamente Pregunta: ¿es l a intención causa d e l acontecer? ¿ O


esto t a m b i é n es ilusión? ¿ N o es ella el a c o n t e c e r
c o n respecto a algún sujeto
E n cada j u i c i o se esconde la creencia entera, plena, mismo?

88 89
F R A G M E N T O S POS T U M O S
rRi_Fj3JLL£JÍ-^ E T Z S C H E

" A t r a e r " y " r e p e l e r " , e n sentido p u r a m e n t e m e c á - c o n c e p t o d e " e f e c t o " es a r b i t r a r i o : p o r q u e d e esas


n i c o , s o n u n a ilusión c o m p l e t a : u n a palabra. N o nos m o d i f i c a c i o n e s q u e t i e n e n lugar e n nosotros, y d e las
p o d e m o s i m a g i n a r u n atraer sin u n a intención. L a que ciertamente c r e e m o s que nosotros m i s m o s no
voluntad d e apoderarse d e una cosa o d e resistirse a somos las causas, solamente d e d u c i m o s que h a n de

s u p o d e r y rechazarla—esto lo " c o m p r e n d e m o s " : ésta ser efectos: según la i n f e r e n c i a siguiente: " a toda

sería una interpretación que podría sernos útil. modificación le c o r r e s p o n d e u n a u t o r " . —Ahora

E n pocas palabras: la necesidad psicológica c o n d u - b i e n , esta i n f e r e n c i a es ya mitología: separa lo efec-


tuante y e l efectuar. C u a n d o d i g o " e l relámpago
c e n t e a u n a creencia e n la causalidad, radica en la
b r i l l a " , entonces c o l o c o el b r i l l a r una vez como
inimaginabilidad de un acontecer sin intenciones: c o n lo
actividad y la o t r a c o m o sujeto: así, pues, e n el
c u a l , p o r supuesto, n o se ha d i c h o nada sobre v e r d a d
acontecer he supuesto u n ser q u e no f o r m a una
o falsedad ( l e g i t i m i d a d de tai creencia). L a creencia
u n i d a d c o n el a c o n t e c e r sino q u e , más b i e n , permanece,
en causas c o i n c i d e c o n la creencia e n fines (contra
es, y n o "detiene". — Establecer el acontecer como efectuar:
S p i n o z a y s u causalismo).
y el efecto como ser: ese es el doble e r r o r o la interpretación
2[84] p/P 531 otoño 1885-otoño 1886] de la q u e nos hacemos culpables. P o r l o tanto, p o r
e j e m p l o , " e l relámpago b r i l l a " — : " b r i l l a r " es u n
(30)
estado en nosotros; p e r o no l o t o m a m o s c o m o u n
Juzgar es nuestra creencia más antigua, nuestra más
efecto sobre n o s o t r o s , y d e c i m o s : " a l g o b r i l l a n t e "
a c o s t u m b r a d a f o r m a de t e n e r - p o r - v e r d a d e r o o u n
c o m o u n " E n - s í " y le buscamos u n autor, el " r e l á m -
tener-por-falso.
pago".
E n e l j u i c i o está nuestra creencia más antigua, en
t o d o juzgar hay u n t e n e r - p o r - v e r d a d e r o o u n tener-
2(85] fVP 557 otoño 1885-otoño 1886]
p o r - f a l s o , u n aseverar o u n denegar, u n a c e r t i d u m b r e
de q u e algo es así y no de o t r a f o r m a , u n a creencia de (32)

h a b e r " c o n o c i d o " aquí efectivamente — ¿ Q u é es lo Las p r o p i e d a d e s d e una cosa s o n efectos s o b r e


q u e se cree v e r d a d e r o e n todos los j u i c i o s ? otras " c o s a s " : si se abstrae d e otras " c o s a s " , e n t o n c e s
¿ Q u é s o n los predicados? — N o s o t r o s no t o m a m o s una cosa n o t i e n e p r o p i e d a d e s , es decir, no hay
las m o d i f i c a c i o n e s en n o s o t r o s c o m o tales sino c o m o ninguna cosa sin otras cosas, es decir, n o hay n i n g u n a

un " e n - s í " que nos es e x t r a ñ o y q u e solamente "cosa e n s í " .

" p e r c i b i m o s " : y no las h e m o s p u e s t o c o m o u n a c o n -


2 [86] {VP 604 otoño 18 8 S-otoño 18 86]
tecer sino c o m o u n ser, c o m o " p r o p i e d a d " — y le
h e m o s i n v e n t a d o u n ser a l que están adheridas, e s t o (30)

es, h e m o s establecido el efecto c o m o efectuante y lo ¿ Q u é es l o ú n i c o que puede ser el conocimiento?


efectuante como ente. Pero hasta en esta formulación el — " i n t e r p r e t a c i ó n " , no " e x p l i c a c i ó n " .

9 0 1L
^ IC H N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S POSTUMOS
r r

2 f g(
8 [VP 628 otoño 1885-otoño 1886] cía, agradable o desagradable). U n c o l o r aislado ex-
presa a la vez u n valor para nosotros ( aunque nos lo
Ilusión d e q u e algo ya sea conocido c u a n d o tenemos
confesemos m u y d e tarde e n tarde o tan sólo después
una fórmula m a t e m á t i c a para el acontecer: tan sólo
de s u f r i r larga y exclusivamente los efectos del m i s m o
está designado, descrito: ¡nada más!
color, p o r e j e m p l o , presos en la cárcel o locos). P o r
2[9I| [VP 518 otoño 1885-otoño 1886] eso los insectos r e a c c i o n a n diversamente a distintos
(30) colores: algunos les s o n q u e r i d o s , p o r e j e m p l o , a las
hormigas.
Si nuestro " y o " es para nosotros el único ser
c o n f o r m e al cual hac em os y c o m p r e n d e m o s t o d o ser:
2[152] [VP 556 otoño 188S-otoño 1886]
i m u y b i e n ! entonces es m u y p e r t i n e n t e la d u d a d e si
no se presenta aquí u n a ilusión perspectivista: la E l o r i g e n de las " c o s a s " es p o r c o m p l e t o la o b r a d e

u n i d a d aparente, en la que t o d o converge c o m o en u n los q u e i m a g i n a n , d e los que p i e n s a n , q u i e r e n , i n v e n -

h o r i z o n t e . T o m a n d o al c u e r p o de h i l o c o n d u c t o r , se tan. E l c o n c e p t o m i s m o de " c o s a " tanto c o m o todas

manifiesta u n a e n o r m e multiplicidad; es metodológi- las p r o p i e d a d e s . — I n c l u s o " e l s u j e t o " es algo cr e ado

camente lícito utilizar el f e n ó m e n o más rico y mejor de esta f o r m a , u n a " c o s a " c o m o todas las otras: u n a

estudiable c o m o h i l o c o n d u c t o r para la comprensión simplificación para designar la fuerza q u e p o n e , i n -

del f e n ó m e n o más p o b r e . P o r ú l t i m o : s u p o n i e n d o venta, p i e n s a , c o m o t a l , a d i f e r e n c i a de t o d o p o n e r ,

que t o d o es devenir, entonces el conocimiento solamente inventar, pensar, singular y aislado. L a capacidad, a

es posible con base en la creencia en el ser. diferencia de t o d o l o singular y aislado, designa pues:
en el f o n d o , el h a c e r c o m o algo r e s u m i d o en relación
2[9S] [VP 505 otoño 1885-otoño 1886] c o n t o d o h a c e r aún previsible (el h a c e r y la p r o b a b i l i -
dad de u n h a c e r semejante).
Nuestras p e r c e p c i o n e s , tal c o m o las c o m p r e n d e -
m o s : esto es, la s u m a d e todas aquellas percepciones 5[22] [VP 522 verano 1886-otoño 1887]
c u y o llegar-a-ser-conscientes fue útil y esencial para
Solución f u n d a m e n t a l : c r e e m o s e n la razón: p e r o
n o s o t r o s y para t o d o e l p r o c e s o orgánico a n t e r i o r a
esta es la filosofía de los conceptos grises, el lenguaje
n o s o t r o s : así, pues, n o todas las p e r c e p c i o n e s en
está c o n s t r u i d o s o b r e los prejuicios más ingenuos.
general ( p o r e j e m p l o , n o las e l é c t r i c a s ) . E s t o significa:
Ahora leemos en las cosas disonancias y problemas
que tío teneniosíent/r/oí más que para u n a selección de
que nosotros m i s m o s les hemos i n t r o d u c i d o d e b i d o a
p e r c e p c i o n e s — a q u e l l a s que es p r e c i s o atender para
que sólo pensamos e n la f o r m a d e l lenguaje — y a q u e ,
c o n s e r v a r n o s . La conciencia existe en ¡a medida en que la
p o r e l l o , c r e e m o s la " v e r d a d e t e r n a " de la " r a z ó n " ,
conciencia es útil. N o hay n i n g u n a d u d a d e q u e todas las
p o r e j e m p l o , sujeto, p r e d i c a d o , etc. Dejamos de pensar
p e r c e p c i o n e s sensibles están c o m p l e t a m e n t e i m p r e g - si no ¡o queremos hacer bajo ¡a constricción del lenguaje,
nadas d e juicios de valor (útil, n o c i v o — e n consecuen-
93
92
F R i Fjn R I P H N 1 E T Z S C M E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

llegamos aún a la d u d a d e v e r aquí u n límite c o m o ver c o n la v e r d a d , es algo q u e se r e c o n o c e , i n c l u s o ,


límite. p o r e j e m p l o , e n q u e tenemos que c r e e r e n t i e m p o ,
El pensamiento racional es un interpretar según un espacio y m o v i m i e n t o s i n s e n t i r n o s c o m p e l i d o s a
esquema del que no nos podemos desprender. [+ + + ] '

6[ 111 [VP 513 «¡rano 1886-primavera 1887] S[2] [VP 579 verano i 887]

L a f u e r z a inventiva q u e ha creado categorías ha En torno a la psicología de la metafísica


trabajado a l s e r v i c i o d e l a necesidad, a saber, de l a Este m u n d o es aparente —por lo tanto, existe u n
n e c e s i d a d d e s e g u r i d a d , d e rápida i n t e l i g i b i l i d a d b a - mundo verdadero.
sada e n signos y s o n i d o s , e n m e d i o s de abreviación: Este m u n d o es c o n d i c i o n a d o —por lo tamo, existe
— n o se trata de verdades metafísicas e n los casos de un m u n d o incondicionado.
"substancia", "sujeto", "objeto", "ser", "devenir". Este m u n d o es contradictorio—por Jo tanto, existe
— S o n l o s p o d e r o s o s quienes han c o n v e r t i d o e n ley u n m u n d o sin c o n t r a d i c c i o n e s .
los n o m b r e s d e las cosas; y entre l o s p o d e r o s o s , los Este m u n d o está e n devenir —por lo tanto, existe
mayores artistas d e la abstracción s o n los q u e h a n u n m u n d o d e l o ente.
creado las categorías. M e r a s c o n d i c i o n e s falsas (ciega confianza en la
razón: s i A es, e n t o n c e s tiene q u e ser también s u
7[631 f V 487 finales 188É-prim¿vcra 1887]
p

concepto opuesto B ) .
¿ N o t i e n e toda filosofía que sacar finalmente a luz Estas c o n c l u s i o n e s las inspira el sufrimiento: e n e l
los presupuestos sobre l o s cuales se f u n d a e l m o v i - fondo s o n deseos d e q u e ojalá existiera u n m u n d o
m i e n t o d e la razón! ¿ N o h a d e sacar a la l u z l a creencia semejante; el o d i o c o n t r a e l m u n d o q u e hace s u f r i r se
en el Yo c o m o creencia e n u n a substancia, c o m o manifiesta a s i m i s m o e n q u e se imagine o t r o m u n d o ,
creencia e n l a única r e a l i d a d c o n f o r m e a l a c u a l le un m u n d o valioso: e l resentimiento d e l metafísico c o n t r a
a t r i b u i m o s r e a l i d a d a las cosas? E l más inveterado lo real es aquí creativo.
" r e a l i s m o " sale p o r último a l a l u z : e n e l m i s m o Segunda serie de preguntas: ¿para qué e l s u f r i -
m o m e n t o e n q u e t o d a l a historia religiosa d e la m i e n t o ? . . ^ aquí se presenta una conclusión relativa a
h u m a n i d a d se r e c o n o c e c o m o h i s t o r i a de la s u p e r s t i - la relación de! m u n d o v e r d a d e r o c o n nuestro m u n d o
c i ó n d e l a l m a . Aquí hay un límite: n u e s t r o pensamiento aparente, cambiante, sufriente y c o n t r a d i c t o r i o .
m i s m o i m p l i c a aquella creencia ( c o n s u distinción 1) E l s u f r i m i e n t o c o m o consecuencia d e l
substancia-accidente; hacer, hacedor, etc.), aboliría e r r o r : ¿ c ó m o es p o s i b l e e l e r r o r ?
significaría y a - n o - p o d e r - p e n s a r . 2) E l s u f r i m i e n t o c o m o consecuencia de la
P e r o q u e una c r e e n c i a , p o r necesaria q u e sea p a - c u l p a : ¿ c ó m o es p o s i b l e la culpa?
ra l a conservación d e c i e r t o s seres, n o tiene n a d a que ( — p u r a s e x p e r i e n c i a s p r o v e n i e n t e s d e l ámbito d e

94 95
FRIED RICH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓSTUMO S

la naturaleza o d e la s o c i e d a d unlversalizadas y p r o y e c - p r o b l e m a s de placer y dolor. También la m o r a l tiene


tadas en el " e n - s í ) . para ellos tal importancia p o r la única razón d e que
Pero si el m u n d o c o n d i c i o n a d o está c o n d i c i o n a d o cuenta c o m o c o n d i c i ó n esencial c o n m i r a s a l a s u p r e -

causalmente p o r el m u n d o i n c o n d i c i o n a d o , entonces sión d e l dolor.

la libertad para el error y para la culpa tiene q u e estar Igualmente la prevención contra ¡a apariencia y el error:
también c o n d i c i o n a d a p o r él: y d e nuevo se pregunta causa d e s u f r i m i e n t o , la superstición de que la f e l i c i -
u n o ¿para q u é ? . . . E l m u n d o d e la apariencia, d e l dad estaría ligada a la verdad (confusión: la felicidad

devenir, d e la c o n t r a d i c c i ó n , d e l d o l o r es, pues, en la " c e r t e z a " , en la " f e " ) .

querido: ¿para qué?


9(38] [VP 507 otoña 1887]
E l e r r o r de estas c o n c l u s i o n e s : se h a n c o n s t r u i d o
d o s c o n c e p t o s opuestos, —porque a u n o de ellos (28) L a valoración "yo creo que esto y aquello es a s í "
c o m o e s e n c i a de la "verdad"
c o r r e s p o n d e una r e a l i d a d , " t i e n e q u e " c o r r e s p o n -
derle al o t r o u n a realidad. " D e dónde más habría de en las valoraciones se expresan condiciones de conserva-
ción y crecimiento
tener u n o s u c o n c e p t o c o n t r a r i o ? " — L a razón, p o r
consiguiente, c o m o fuente de revelación sobre l o - todos nuestros órganos cognitivosy sensoriales han sido
desarrollados sólo e n atención a c o n d i c i o n e s de c o n -
que-es-en-sí.
servación y c r e c i m i e n t o
Pero la proveniencia d e estos opuestos no tiene que ser
necesariamente r e m i t i d a a una fuente sobrenatural: la confianza en la razón y sus categorías, e n la d i a -

basta c o n c o n t r a p o n e r l e la verdadera génesis de ¡os léctica, e n otras palabras, la valoración de la lógica n o

conceptos: — é s t a p r o v i e n e de la esfera práctica, d e la demuestra sino la utilidad — c o r r o b o r a d a p o r e x p e -

esfera d e la u t i l i d a d y o b t i e n e p r e c i s a m e n t e d e esta riencia, de las m i s m a s para la vida: no su " v e r d a d " .

fuente sujuerte comiedan (se sucumbe si n o se concluye Q u e tiene q u e h a b e r una b u e n a dosis de comiedan,
d e a c u e r d o c o n l a razón : p e r o c o n ello queda que sea lícito juzgar, que falte la duda en lo que
" d e m o s t r a d o " lo que ella a f i r m a ) . respecta a t o d o s los valores esenciales:
L a i n d i s p o s i c i ó n c o n t r a e l s u f r i m i e n t o entre — e l l o es presupuesto d e t o d o lo viviente y d e s u
los.metafísicos: es totalmente ingenua. L a " b i e n a v e n - vida. Así, pues, q u e es necesario, q u e se t o m e algo p o r
turanza e t e r n a " : s i n s e n t i d o psicológico. L o s h o m b r e s verdadero; no que algo sea verdadero.
valerosos y creativos n o a s u m e n nunca el p l a c e r y el " e l m u n d o verdadero y el aparente" — e s t a oposición
d o l o r c o m o últimas cuestiones d e valor, — s e trata de la r e m i t o yo a relaciones de valor.
estados a c o m p a ñ a n t e s , se tiene q u e q u e r e r ambas h e m o s proyectado nuestras c o n d i c i o n e s de c o n s e r -
cosas si se q u i e r e conseguir algo. — A l g o de cansancio vación c o m o predicados del ser e n general
y d e e n f e r m e d a d se manifiesta en los metafísicos y los q u e t e n e m o s q u e ser A r m e s e n nuestras creencias
religiosos en la m e d i d a en que ven en p r i m e r p l a n o los para prosperar, d e esto hemos extraído: q u e el m u n d o

96 97
F R A G M E N T O S P O S T U M O S

" v e r d a d e r o " n o es u n m u n d o c a m b i a n t e y e n devenir, c a m b i o y d i c h a se e x c l u y e n . E l deseo más grande tiene

s i n o u n m u n d o d e l o ente. en m i r a , p o r l o tanto, volverse u n o c o n l o ente. E s t e


es e l camina singular hacia la d i c h a s u p r e m a .
9,60] FVP 585 otoño 1887]
E n s u m a : el m u n d o tal y c o m o debería ser, existe;
(46) I n m e n s o acto de a u t o e x a m e n : volverse cons- este m u n d o e n q u e vivimos es sólo e r r o r — e s t e
ciente de sí m i s m o n o c o m o i n d i v i d u o sino c o m o m u n d o nuestro no debería existir.
h u m a n i d a d . R e c a p a c i t e m o s , pensemos hacia atrás: re- La creencia en lo ente se revela [ c o m o ] una s i m p l e
corramos los pequeños y los grandes caminos consecuencia: el v e r d a d e r o p r i m e r móvil es la falta de
A . E l h o m b r e busca la " v e r d a d " : u n m u n d o q u e n o fe e n l o q u e deviene, la desconfianza frente a lo q u e
se c o n t r a d i g a , n o engañe, n o c a m b i e , u n m u n d o deviene, e l m e n o s p r e c i o d e t o d o devenir...
verdadero — - u n m u n d o en el q u e n o se sufra: c o n t r a - ¿ Q u é especie d e h o m b r e r e f l e x i o n a de esta m a -
d i c c i ó n , engaño, c a m b i o — ¡ c a u s a s d e l s u f r i m i e n t o l nera? U n a especie i m p r o d u c t i v a , sufriente: una especie
E l h o m b r e no d u d a q u e exista u n m u n d o c o m o debe cansada de la vida. — S i pensáramos en el t i p o
ser; q u i s i e r a buscar e l c a m i n o q u e c o n d u c e a él. opuesto de h o m b r e , éste no tendría necesidad d e la
(Crítica hindú: i n c l u s o el " y o " c o m o aparente, c o m o creencia en l o ente: más aún, l o despreciaría, c o m o
no - r e a l ) . muerto, aburrido, indiferente...

¿De d ó n d e t o m a el h o m b r e , e n este caso, el L a creencia e n q u e el m u n d o , tal y c o m o d e b e r í a


ser, es, existe realmente, es una creencia d e los
c o n c e p t o d e realidad?
i m p r o d u c t i v o s q u e no quieren crear un mundo c o m o
—¿Por qué deriva el sufrimiento justamente del
debe ser. L o d a n p o r existente, buscan m e d i o s y
c a m b i o , d e l engaño, d e la contradicción? ¿Por qué no
caminos para a c c e d e r a él. — " V o l u n t a d de verdad"
más b i e n su d i c h a ? . . . — E l d e s p r e c i o , el o d i o c o n t r a
—como impotencia de la voluntad de crear
t o d o lo q u e pasa, c a m b i a , se t r a n s f o r m a — ¿ D e
r e c o n o c e r que algo es antagonismo e n los
d ó n d e p r o c e d e esta valoración d e l o permanente?
de esta y esta m a n e r a grados d e fuerza
E s b i e n visible q u e l a voluntad d e v e r d a d es aquí
m e r a m e n t e el ansia p o r u n mundo de lo permanente. hacer q u e algo se vuelva d e las naturalezas

L o s sentidos engañan, la razón c o r r i g e los errores; de esta y esta m a n e r a

se c o n c l u y ó , en c o n s e c u e n c i a , que la razón es el ficción de un mundo q u e c o r r e s p o n d e a nuestros

c a m i n o hacia l o p e r m a n e n t e ; las ideas menos sensibles deseos; artificios e interpretaciones psicológicos p a r a

t i e n e n que ser lo más cercanas al " m u n d o v e r d a d e r o " . vincular a este mundo verdadero t o d o lo que h o n r a m o s
y s e n t i m o s c o m o agradable.
— D e l o s sentidos p r o v i e n e la mayoría d e los golpes
d e desgracia — s o n e m b a u c a d o r e s , embelesadores, L a " v o l u n t a d de v e r d a d " es, a este nivel, esencial-
aniquiladores: mente e l drte de ¡a interpretación, d e l cual sigue f o r -
L a dicha sólo p u e d e estar garantizada e n l o ente: mando parte la f u e r z a d e la interpretación. L a m i s m a

98 99
F R 1 E D R I C H N 1 E T Z S C ¡I E F R A G M E N T O S P Ó STU MO S

especie de h o m b r e , al tornarse todavía u n nivel más Conexión entre los filósofos y los hombres morales y sus
pobre y no estar ya más en posesión de la fuerza para patrones d e valor. (La interpretación moral del m u n d o
interpretar, la fuerza d e crear f i c c i o n e s , f o r m a al c o m o s e n t i d o ! después d e l ocaso d e l sentido r e l i -
nihilista. Un nihilista es un hombre que juzga que el mundo gioso).
tal y como es no debería ser, y que el mundo tal y como —Superación de los filósofos m e d i a n t e la destrucción d e l
debería ser, no existe. P o r tanto, el existir (actuar, s u - m u n d o d e lo ente: p e r í o d o de transición d e l n i h i -
frir, querer, sentir) n o tiene ningún s e n t i d o : el pa- l i s m o : antes de que exista la fuerza de invertir los
trios d e l " e n v a n o " es el pathos d e l nihilista — a la valores y d e deificar, de b e n d e c i r lo que deviene, el
vez, e n tanto pathos, una inconsecuencia d e l nihilista. m u n d o aparente, c o m o el único m u n d o .
Q u i e n n o es capaz de p o n e r s u v o l u n t a d e n las B . E l n i h i l i s m o c o m o f e n ó m e n o n o r m a l p u e d e ser
cosas, q u i e n está desprovisto de v o l u n t a d y d e fuerza, u n síntoma de crecientejorta/eza o d e creciente debili-
introyecta, p o r l o m e n o s , u n sentido e n ellas, es decir, dad, p u e d e ser,
la creencia de que ya existe e n las cosas una voluntad e n parte, que la fuerza para crear, para querer, ha
que q u i e r e o debe querer. c r e c i d o hasta el p u n t o de no r e q u e r i r más
E l g r a d o hasta el que se p u e d e p r e s c i n d i r del de estas interpretaciones totalizantes e i n -
sentido e n las cosas, el grado hasta el q u e se soporta troyecciones de sentido ("tareas más i n -
vivir e n u n m u n d o sin s e n t i d o , constituye u n a m e d i d a m e d i a t a s " , E s t a d o , etc.)
para \s.jverza de voluntad: porque uno mismo organiza una e n parte, que i n c l u s o la fuerza creativa q u e
pequeña porción de aquél. genera sentido ceja y la desilusión se vuelve
L a mirada objetiva de la filosofía p u e d e ser, p o r tanto, el estado i m p e r a n t e . L a i n c a p a c i d a d de
u n signo de p o b r e z a , de voluntad y fuerza. Pues, la creer e n u n " s e n t i d o " , la " f a l t a de f e "
fuerza organiza lo p r ó x i m o y l o s u m a m e n t e p r ó x i m o : ¿Qué significa la ciencia e n relación c o n ambas p o s i b i -
los " h o m b r e s de c o n o c i m i e n t o " , q u e tan sólo q u i e r e n lidades?
constatar l o que es, s o n los que n o p u e d e n d e t e r m i n a r 1) c o m o signo de fuerza y a u t o d o m i n i o ,
como deba ser nada. c o m o poder-prescindir d e m u n d o s i l u s o -
L o s artistas una especie i n t e r m e d i a : d e t e r m i n a n , rios dispensadores de c o n s u e l o y salvación
p o r l o m e n o s , u n símil de lo que debe ser — s o n 2) c o m o socavante, diseccionante, d e s i l u -
p r o d u c t i v o s , e n la m e d i d a e n q u e alteran y transfor- sionante, debilitante
m a n ; n o c o m o los h o m b r e s de c o n o c i m i e n t o , que C . L a fe en la v e r d a d , la necesidad de tener u n
dejan t o d o tal cual es. apoyo e n algo q u e se crea v e r d a d e r o : reducción
Vínculo de los filósofos con las religiones pesimistas: la psicológica al m a r g e n d e todos los sentimientos v a l o -
m i s m a especie de h o m b r e (le a d j u d i c a n el máximo rativos que h a n e x i s t i d o hasta ahora. E l temor, la
grado de realidad a las cosas más altamente valoradas). pereza

100 101
F R A G M E N T O S P O S T U M O S

c o h e r e n c i a de sentido, mediante l o n o - a c c i d e n t a l , l o
también la falta de fe: reducción. ¿ E n qué m e -
n o - a r b i t r a r i o , lo causal, Pero a la luz de cada m i r a d a e n
d i d a la falta d e fe a d q u i e r e nuevo valor, si n o existe en
grande sobre la totalidad d e la existencia, ésta parecía
absoluto u n m u n d o v e r d a d e r o (a causa d e ello quedan
desprovista de s e n t i d o , arbitraria, sin propósito, los
l i b e r a d o s nuevamente los s e n t i m i e n t o s valorativos
fines existentes sólo engaños, etc.)
que h a n sido derrochados hasta ahora e n el m u n d o d e
la causalidad m e c a n i c i s t a c o m o tal sería susceptible
lo ente). aún de una perfecta interpretación basada e n la
9[63] [VP 581 otoño JSS7] apariencialidad: es m á s , la provoca,

Ser y devenir 9[9f] [VP 533.552 otoño 1887]

L a " r a z ó n " d e s a r r o l l a d a sobre u n f u n d a m e n t o s e n - (65) E n t o r n o a la l u c h a c o n t r a el determinismo.


sualista c o n base en los prejuicios de los sentidos, es decir, E l que aigo suceda regularmente y suceda p r e v i s i -
en la creencia en la v e r d a d d e los j u i c i o s d e los blemente no i m p l i c a q u e suceda necesariamente. E l que
sentidos. un q u a n t u m d e F u e r z a se d e t e r m i n e y se c o m p o r t e
" S e r " c o m o generalización d e l c o n c e p t o "vida", en cada caso d e t e r m i n a d o de u n a sola f o r m a n o lo

(respirar) " s e r a n i m a d o " , " q u e r e r , o b r a r " " d e v e n i r " . convierte en " v o l u n t a d no l i b r e " . La "necesidad

S u opuesto es: " s e r i n a n i m a d o " , " q u e no d e v i e n e " ; m e c á n i c a " n o es u n h e c h o : nosotros somos los q u e la
hemos i n t r o d u c i d o p r i m e r a m e n t e en el acontecer en
" q u e r j o q u i e r e " . Así: no se le o p o n e a l o " e n t e " lo n o
el acto m i s m o de i n t e r p r e t a r l o . H e m o s i n t e r p r e t a d o
ente, t a m p o c o l o aparente, tampoco l o m u e r t o (pues
hformulabilidad d e l acontecer c o m o consecuencia d e
estar m u e r t o sólo l o p u e d e l o que también puede
una necesidad q u e g o b i e r n a p o r e n c i m a del a c o n -
vivir).
tecer. P e r o el que y o haga algo d e t e r m i n a d o no
E l " a l m a " , el " y o " , c o l o c a d o s c o m o hechos origi-
implica, e n ningún caso, que l o haga c o m p e l i d o . L a
narios; e i n t r o y e c t a d o s allí d o n d e hay devenir. compulsión n o es e n absoluto demostrable en las cosas:
9[73] [otoño 1887] la regla d e m u e s t r a solamente que u n o y el m i s m o
(53) L a n e c e s i d a d d e u n mundo metafísico es l a conse- acontecer n o es a la vez u n a c o n t e c e r d i s t i n t o . S ó l o
c u e n c i a d e q u e n o se l e haya sabido a r r a n c a r al m u n d o porque h e m o s i n t r o d u c i d o sujetos, " a c t o r e s " en las
cosas al interpretarlas, surge la apariencia de que t o d o
existente u n sentido, u n "¿para qué?". " P o r l o tanto, se
acontecer es la consecuencia de u n a compulsión ejer-
d e d u j o , este m u n d o n o p u e d e s e r más q u e aparente."
cida sobre sujetos — ¿ e j e r c i d a p o r quién? n u e v a -
Relación d e la "apariencialidad" con Sa " a u s e n -
mente p o r u n " a c t o r " . Causa y efecto — u n c o n c e p t o
c i a d e s e n t i d o " , la ' a u s e n c i a d e f i n a l i d a d ' : inter- peligroso mientras se piense en u n algo que causa y en
pretar psicológicamente: ¿qué significa esto? un algo sobre el que se obra efecto.
I r r e a l i d a d , sueño, etc.
( ¿ e n qué se d i f e r e n c i a lo real d e l o soñado? en la
103
102
F R I E nRJ_C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓSTUM O S

A ) L a necesidad n o es u n h e c h o s i n o una i n t e q j r e - opuestos). N o hay opuestos: sólo e n virtud d e los


tación. opuestos d e la lógica tenemos el c o n c e p t o de opuesto
B ) U n a vez que se h a c o m p r e n d i d o que e! " s u j e t o " - — y transferidos falsamente a las cosas a p a r t i r d e
no es nada que obre sino una ficción, entonces se ellos.
sigue de aquí una d i v e r s i d a d de cosas. D ) A b a n d o n e m o s el c o n c e p t o de " s u j e t o " y " o b -
N o s h e m o s inventado la cosidad según la imagen d e l j e t o " y luego t a m b i é n e l c o n c e p t o d e " s u b s t a n c i a "
sujeto y la h e m o s i n t r o d u c i d o interpretativamente en — y , p o r consiguiente, también sus distintas m o d i f i -
el fárrago de las sensaciones. Tan p r o n t o c o m o deja- caciones, p o r e j e m p l o , " m a t e r i a " " e s p í r i t u " y otras
m o s d e c r e e r e n u n sujeto efectivo caduca entonces entidades hipotéticas: " e t e r n i d a d e i n m u t a b i l i d a d de
t a m b i é n l a creencia e n cosas efectivas, e n el efecto la m a t e r i a " etc. N o s h e m o s l i b r a d o de la m a t e r i a l i d a d .
r e c í p r o c o , en causa y efecto entre aquellos f e n ó m e n o s D i c h o m o r a l m e n t e : el mundo es falso. Pero, la m o r a l
q u e l l a m a m o s cosas. es falsa en l a m e d i d a e n q u e ella m i s m a es p a r t e d e
C a d u c a o b v i a m e n t e , p o r esta razón, t a m b i é n el este m u n d o ,
m u n d o d e los á t o m o s e f i c i e n t e s : cuya conjetura se L a v o l u n t a d d e v e r d a d es u n hacer-ñ)o, u n hacer-
ha h e c h o s i e m p r e bajo el supuesto de q u e se necesitan v e r d a d e r o - p e r d u r a b l e , u n p e r d e r - d e wsta aquel c a -
rácterjafco, una reinterpretación d e este carácter que
sujetos.
c o n d u c e a l o ente.
C a d u c a , p o r último, t a m b i é n la ' c o s a en sil
p o r q u e esta es, e n el f o n d o , la c o n c e p c i ó n d e u n L a v e r d a d n o es, pues, algo q u e estuviese ahí y

" s u j e t o e n s í " . P e r o h e m o s c o m p r e n d i d o que el hubiese d e ser e n c o n t r a d o , d e s c u b i e r t o , — s i n o algo

sujeto es fingido. L a oposición " c o s a e n s í " y " f e n ó - que hay que crear y que da el n o m b r e para u n proceso,
más aún, para u n a v o l u n t a d de s o m e t i m i e n t o que n o
m e n o " es insostenible; c o n ello caduca el c o n c e p t o de
tiene e n sí final a l g u n o : introyectar v e r d a d , e n c u a n t o
"fenómeno".
un p r o c e s s u s i n í n f í n i t u m , u n disponer activamente, no
C ) A b a n d o n e m o s el sujeto efectivo, a s i m i s m o el
un hacerse consciente d e algo [que] fuera " e n s í " alga
objeto sobre el q u e se o b r a efecto. L a perduración, la
fijo y d e t e r m i n a d o . Es una palabra para la " v o l u n t a d
igualdad c o n s i g o m i s m o , el ser, n o es algo inherente
Je p o d e r " .
al sujeto c o m o t a m p o c o a aquello q u e se llama objeto:
se trata de c o m p l e j o s d e l acontecer aparentemente L a v i d a está f u n d a d a sobre la condición de u n a
p e r d u r a b l e s c o n respecto a otros c o m p l e j o s — a s í , p o r :reencia e n l o constante y r e g u l a r m e n t e - r e c u r r e n t e ;
e j e m p l o , en v i r t u d d e una d i f e r e n c i a e n el r i t m o del ; n t r e m á s p o d e r o s a la v i d a , tanto más ancho es el

acontecer. (Reposo-movimiento, fijo-suelto: opues- n u n d o conjeturable, el m u n d o q u e , p o r así d e c i r l o ,

tos, t o d o s estos, que n o existen en sí y c o n los q u e se ía s i d o hecho ente. Logización, racionalización, siste-

expresan solamente diferencias de grado q u e para c i e r t o matización, c o m o recursos d e la vida.

alcance d e la c a p a c i d a d óptica tienen e l aspecto de E l h a m b r e proyecta fuera d e sí, en u n c i e r t o

104 105
F R I E D R j ^ L _ A l Í : r 2 S C H
^ F R A G M E N T O S P O S T U M O S

s e n t i d o , s u " m e t a " , c o m o m u n d o d e l o ente, c o m o c o m o función d e l mayor, u n o r d e n d e rango, d e


m u n d o metafísica, c o m o " c o s a e n s í " , c o m o m u n d o organización, tiene q u e crear l a impresión d e u n
ya existente. o r d e n de m e d i o y fin.

S u necesidad e n c u a n t o c r e a d o r inventa el m u n d o
en el que él trabaja, l o anticipa: esta anticipación C o n t r a la aparente "necesariedad"
("esta c r e e n c i a " en la verdad) es s u sostén. — é s t a es sólo una expresión de q u e u n a
T o d o acontecer, t o d o m o v i m i e n t o , t o d o devenir fuerza n o es t a m b i é n otra cosa d i s -

c o m o u n fijar relaciones de g r a d o y d e fuerza, c o m o tinta.

u n a lucha... C o n t r a la supuesta "adecuación afines"

El " b i e n e s t a r d e l i n d i v i d u o " es t a n i m a g i n a r i o — e s t a última sólo u n a expresión de u n

c o m o " e l bienestar d e l g é n e r o " : el p r i m e r o no es o r d e n d e esferas de p o d e r y su c o n c i e r t o

sacrificado en aras d e l último, e l g é n e r o es, visto L a distinción y transferencia lógicas c o m o c r i t e r i o


de la v e r d a d ( " v e r d a d e r o es t o d o aquello que es
desde lejos, algo tan fluido c o m o el individuo. La
percibido clara y distintamente" Descartes): c o n ello se
" c o n s e r v a c i ó n d e l g é n e r o " es sólo u n a consecuencia
hace deseable y verosímil la hipótesis mecanicista d e l
d e l crecimiento d e l g é n e r o , esto es, de l a superación del
mundo.
género en e l c a m i n o hacia una especie más fuerte.
Tan p r o n t o c o m o imaginamos a alguien que es P e r o esto es u n a b u r d a c o n f u s i ó n : c o m o s i m p l e x

responsable de que seamos de esta y d e tal m a n e r a s i g i l l u m v e r i . ¿ D e d ó n d e se sabe q u e la v e r d a d e r a

etc., ( D i o s , naturaleza), tan p r o n t o , pues, c o m o le c o n f o r m a c i ó n d e las cosas está e n esta relación c o n

a t r i b u i m o s nuestra existencia, nuestra d i c h a y m i s e r i a nuestro intelecto — ¿ N o será d i s t i n t o ? ¿ Q u e la h i p ó -

c o m o intención, n o s a r r u i n a m o s la inocencia del devenir. tesis q u e le da m a y o r m e n t e l a sensación de p o d e r y

T e n e m o s , entonces, a l g u i e n q u e q u i e r e c o n s e g u i r algo seguridad es preferida, apreciada y consecuentemente d e s i g -

a través d e n o s o t r o s y c o n n o s o t r o s . nada c o m o v e r d a d e r a p o r él? — E l intelecto c o l o c a

Q u e l a supuesta "adecuación telealógica" ("la a d e - su podery capacidad más l i b r e y másjuene como criterio

c u a c i ó n t e l e o l ó g i c a infinitamente superior a todo arte de l o m á s valioso, p o r tanto, de l o verdadero...

humano") es tan sólo la c o n s e c u e n c i a d e aquella " v e r d a d e r o " : en l o que respecta al s e n t i r — : lo q u e


voluntad de poder que tiene lugar e n t o d o acontecer estimula al sentir d e la m a n e r a más fuerte ( " Y o " ) en

q u e el llegar a ser más fuerte conlleva o r d e n a m i e n t o s lo que respecta al pensar — : l o que d a al p e n s a m i e n t o


la más g r a n d e sensación de fuerza e n l o que respecta
que semejan u n p r o y e c t o de a d e c u a c i ó n teleoló-
al palpar, ver, o i r : aquello frente a l o cual hay q u e
gica
ofrecer la m a y o r resistencia.
q u e l o s supuestosfines n o s o n i n t e n c i o n a d o s , sino
Así, p u e s , los grados máximos en el desempeño d e s p i e r -
q u e tan p r o n t o c o m o se ha alcanzado el p r e d o m i n i o
tan, c o n r e f e r e n c i a al objeto la creencia en su "verdad",
s o b r e u n p o d e r i n f e r i o r y este último e n t r a a trabajar
106 107
FR1EDR 1 _ T H _ N 1ETZSCHE F R A G M E N T O S P O S T U M O S

esto es, en su realidad. L a sensación d e f u e r z a , de l u c h a , desde cada p u n t o , una faz dferente; s u ser es esencial-
d e resistencia, p e r s u a d e de q u e existe algo a lo que aquí mente d i s t i n t o e n cada p u n t o ; este m u n d o p r e s i o n a
se ofrece resistencia. sobre cada p u n t o , cada p u n t o le ofrece resistencia — y
estas totalizaciones s o n , e n t o d o caso, totalmente
11 f51 [VP 570 noviembre 1887-mar7.o 1888] incongruentes.

Si se es filósofo, c o m o se l o ha s i d o s i e m p r e , n o se L a m e d i d a d e p o d e r d e t e r m i n a qué esencia tiene


tiene entonces los ojos para aquello que fue y aquello la o t r a m e d i d a d e p o d e r : bajo q u é f o r m a , p o d e r ,
que deviene — ú n i c a m e n t e se ve l o ente. P e r o dado incitación, ésta o b r a o resiste.
que n o existe l o ente, al filósofo le h a q u e d a d o reser- N u e s t r o caso p a r t i c u l a r es s u f i c i e n t e m e n t e i n t e r e -
vado únicamente l o i m a g i n a r i o c o m o s u " m u n d o " . sante: h e m o s e l a b o r a d o una c o n c e p c i ó n para p o d e r
vivir e n u n m u n d o , p a r a alcanzar a p e r c i b i r justo l o
14[93] [VP 568 primavera 18881 suficiente c o m o para soportar todavía...
Voluntad de poder como conocimiento.
14[103]* [VP 583 primavera 1888]
Crítica del concepto de " m u n d o verdadero y
m u n d o aparente"
el p r i m e r o d e éstos es una m e r a ficción hecha de
1.
puras cosas fingidas
la " a p a r i e n c i a l i d a d " p e r t e n e c e ella m i s m a a l a
O b s e r v o c o n a s o m b r o q u e la c i e n c i a se resigna h o y
realidad: es una f o r m a d e s u ser, es decir,
a no p o d e r p r e s c i n d i r d e l m u n d o d e la apariencia; u n
e n u n m u n d o e n e l q u e n o existe ser, h a de crearse
mundo v e r d a d e r o — é s t e p u e d e ser c o m o q u i e r a , l o
p r i m e r o , p o r m e d i o d e la apariencia, un cieno mundo cal-
d e r t o es que n o t e n e m o s u n órgano d e c o n o c i m i e n t o
culabley predeáble de casos idénticos; u n t e m p o e n el que
que nos l o p e r m i t a conocer.
sean posibles l a observación y la c o m p a r a c i ó n , etc.
Aquí ya podría u n o preguntarse: ¿ c o n qué órgano
La " a p a r i e n c i a l i d a d " es u n m u n d o arreglado y
de c o n o c i m i e n t o se plantea s i q u i e r a esta oposición?...
s i m p l i f i c a d o e n el que h a n trabajado, nuestros instin-
El que u n m u n d o que es accesible a nuestros ó r g a -
tos prácticos: se ajusta p e r f e c t a m e n t e a nosotros; es
nos t a m b i é n sea c o m p r e n d i d o c o m o d e p e n d i e n t e d e
decir, mimos, p o d e m o s vivir e n él: prueba de su verdad
?stos órganos, e l q u e [entenda]mos u n m u n d o c o m o
para nosotros..".
: o n d i c i o n a d o subjetivamente, no significa q u e u n
: el m u n d o , h a c i e n d o abstracción d e nuestra c o n d i -
n u n d o objetivo [sea] e n absoluto posible. ¿ Q u i é n
ción d e vivir e n él, el m u n d o que n o h e m o s reducido
a nuestro ser, nuestra lógica y p r e j u i c i o s psicológicos
' [N.T.] Cfr. Nietzsche, Crepúsculo de los ídolos , " D e como el
no existe c o m o m u n d o " e n s í "
"mundo verdadero" acabó convirtiéndose en una fábula".
él es esencialmente m u n d o d e relación: tiene quizá,

108 109
j - R, I B D H 1 C H N í E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

nos i m p i d e pensar que la subjetividad sea real, esen- m u n d o aparente, p e r o n o ú n i c a m e n t e

cial? nuestro m u n d o aparente ...


b . d a n d o p o r supuesto el m u n d o verdade-
E l " e n s í " es i n c l u s o u n a c o n c e p c i ó n absurda: u n a
ro, éste podría ser para nosotros, i n -
" c o n s t i t u c i ó n e n s í " es u n c o n t r a s e n t i d o : n u n c a tene-
cluso, el inferior en valor: justamente el
m o s el c o n c e p t o " s e r " , " c o s a " , sino c o m o u n c o n -
q u a n t u m de ilusión podría ser, e n su
cepto relaciona!.
valor para la conservación, d e u n rango
L o p e o r es — q u e c o n la vieja oposición " a p a -
más alto para n o s o t r o s . ¿A n o ser q u e
r e n t e " y " v e r d a d e r o " se ha r e p r o d u c i d o el j u i c i o de
la apariencia fundamentara p o r sí sola
valor c o r r e l a t i v o : i n f e r i o r en valor y absolutamente
u n j u i c i o de condena?
"valioso". c. que existe una correlación entre los
E l m u n d o aparente n o cuenta para n o s o t r o s c o m o grados de los valores y los grados de la
u n m u n d o " v a l i o s o " : la apariencia h a d e ser una realidad, de f o r m a q u e los máximos
o b j e c i ó n c o n t r a el g r a d o s u p r e m o d e valor. valores tendrían a s i m i s m o la m á x i m a
Sólo u n m u n d o " v e r d a d e r o " puede ser valioso en sí... realidad: éste es u n p o s t u l a d o meta fí-
P r i m e r o : se a f i r m a que existe.
sico que parte d e l supuesto de que
S e g u n d o : se tiene u n a representación totalmente
conocemos la jerarquía d e los valores, es
d e t e r m i n a d a d e su valor.
decir, q u e sabemos que esta jerarquía
¡Prejuicio de los prejuicios! E n p r i m e r lugar, sería en
es u n a jerarquía moral... Sólo bajo esta
sí posible que la v e r d a d e r a constitución de las cosas
suposición es necesaria la v e r d a d p a r a
fuese d e tal f o r m a nociva y c o n t r a r i a a las c o n d i c i o n e s
la definición de t o d o lo s u p r e m a m e n t e
d e l a v i d a , q u e j u s t a m e n t e la apariencia fuera necesa-
valioso
ria para p o d e r vivir... Este es, en efecto, el caso e n
la " a p a r i e n c i a " sería una o b j e c i ó n c o n -
m u c h a s situaciones: p o r e j e m p l o , e n el m a t r i m o n i o .
tra t o d o valor en general
N u e s t r o minado e m p í r i c o estaría c o n d i c i o n a d o ,
incluso e n sus límites para el c o n o c i m i e n t o , a partir
d e los instintos d e auto-conservación; tomaríamos
2.
por v e r d a d e r o , b u e n o , valioso, i o que sirve a la
conservación d e la especie...
Es d e c a r d i n a l i m p o r t a n c i a que se s u p r i m a el mundo
a. n o tenemos categorías atendiendo a las
'.rdadero. Este es el g r a n cuestión ador y el gran d e v a -
cuales nos resultaría lícito separar un
jador d e l mundo que nosotros somos. E l ha s i d o hasta
m u n d o v e r d a d e r o y u n o aparente. En
hora n u e s t r o m á s p e l i g r o s o atentado c o n t r a la vida.
efecto, podría existir s i m p l e m e n t e un

110 111
F R A G M E N T O S P O S T U M O S
F R I F n_RJ_C H N I E T Z S_C_H_E

c o n c i e n c i a , n i alma, n i v o l u n t a d , n i verdad; t o d o son


Gucrra c o n t r a todas los presupuestos sobre los
ficciones inservibles. N o se trata d e "sujeto y o b j e t o " ,
cuales se ha fingido u n m u n d o v e r d a d e r o . H a c e parte
sino d e u n a d e t e r m i n a d a especie a n i m a l que única-
d e estos presupuestos el q u e los valores morales sean los
mente p r o s p e r a bajo una cierta exactitud relativa y,
supremos. sobre t o d o , regularidad de sus p e r c e p c i o n e s (de f o r m a
L a valoración m o r a l , en cuanto la s u p r e m a , estaría que p u e d a n capitalizar la experiencia)
refutada si se la p u d i e s e d e m o s t r a r c o m o derivación E l c o n o c i m i e n t o trabaja c o m o instrumento d e l p o -
de u n a valoración inmoral der. Así, pues, es b i e n o b v i o que crezca c o n cada p l u s
: c o m o u n caso especial d e la i n m o r a l i d a d real de p o d e r . . .
: se reduciría e n t o n c e s ella m i s m a , también, a una S e n t i d o d e l " c o n o c i m i e n t o " : e n este caso, c o m o
apariencia y, como apariencia, no tendría p o r sí m i s m a ya en el de " b u e n o " o " b e l l o " , debe tomarse el c o n c e p t o
más el d e r e c h o d e c o n d e n a r la apariencia estricta y estrechamente e n u n s e n t i d o a n t r o p o c é n -
trico y biológico. Para que una d e t e r m i n a d a especie se
conserve — y crezca en su p o d e r — t i e n e que abarcar
3.
en su c o n c e p c i ó n d e la realidad tanto de calculable e
invariable cuanto sea preciso para que p u e d a c o n s t r u i r
T a m b i é n habría que e x a m i n a r psicológicamente
sobre esta base u n esquema de su c o m p o r t a m i e n t o .
" l a v o l u n t a d de v e r d a d " : n o es una p o t e n c i a m o r a l ,
La utilidad de la conjerración, y no c u a l q u i e r necesidad
s i n o una f o r m a d e la v o l u n t a d de p o d e r . E s t o habría
abstracta y teórica de n o ser engañado, es lo que o b r a
q u e d e m o s t r a r l o a c u d i e n d o al h e c h o d e q u e aquélla se
c o m o m o t i v o detrás d e l desarrollo d e los órganos d e l
sirve d e t o d o s los m e d i o s inmorales: d e la metafísica
c o n o c i m i e n t o . . . éstos se desarrollan de tal m a n e r a q u e
antes q u e
su observación basta para conservarnos. D i c h o d e o t r a
nada— manera: la m a g n i t u d d e l q u e r e r - c o n o c e r d e p e n d e d e
: la metodología de ¡a investigación se o b t i e n e única- la m a g n i t u d d e l c r e c i m i e n t o de la voluntad de poder d e
m e n t e c u a n d o se h a n s u p e r a d o t o d o s los prejuicios la especie: una especie aprehende tanta realidad como
morales... ella representaría una victoria sobre la para señorearla y ponerla a su senicio.
moral... E l c o n c e p t o mecanicista d e l molimiento es ya una
N B . H o y nos vemos situados ante el e x a m e n d e la traducción del proceso-original al lenguaje de signos del ojo
afirmación de q u e los valores m o r a l e s s o n los valores y del tacto.
supremos. E l c o n c e p t o d e " á t o m o " , la distinción entre u n
"asiento de la fuerza m o t r i z y la fuerza m i s m a " es u n
14[U2] [VP 480.625 primavera 1888]
lenguaje de signos proveniente de nuestro
Acerca de la teoría del conocimiento: meramente empírica.
m u n d o lógico-psíquico.
N o hay n i " e s p í r i t u " , n i razón, n i p e n s a m i e n t o , n i
113
112
r p T c n R i r H N I E T Z S C H E F_R_A G M E N T O S PÒ S T U M O S

N o está d e n t r o d e n u e s t r o a r b i t r i o alterar nuestro faltase el efecto d e los débiles , su sutileza, s u c i r c u n s -


m e d i o d e expresión; es p o s i b l e c o m p r e n d e r hasta qué pección, su e s p i r i t u a l i d a d , su maleabilidad?.

p u n t o es u n a m e r a semiótica.
14[l 52] [VP 478 primavera 1888]
La exigencia de una Jorma de expresión adecuada es
absurda: pertenece a l a esencia de u n lenguaje, d e u n V o l u n t a d de p o d e r c o m o conocimiento

m e d i o de expresión, expresar una s i m p l e relación... N o " c o n o c e r " , s i n o esquematizar, i m p o n e r l e al


E l c o n c e p t o de " v e r d a d " es u n c o n t r a s e n t i d o ... t o d o caos tanta regularidad y tantas f o r m a s c o m o satisfagan
nuestra necesidad práctica.
el r e i n o d e " v e r d a d e r o " " f a l s o " se refiere sólo a
relaciones e n t r e seres n o a l " e n s í " . . . Absurdo: no E n la f o r m a c i ó n d e la razón, d e la lógica, d e las
existe el " s e r e n sí m i s m o " — s o n las relaciones las categorías, la n e c e s i d a d ha s i d o lo d e t e r m i n a n t e : l a

que c o n f o r m a n los seres — a s í c o m o t a m p o c o puede necesidad n o d e " c o n o c e r " s i n o d e subsuniir, d e


esquematizar para fines d e l cálculo, c o n el fin de
existir u n " c o n o c i m i e n t o e n s í " . . .
entenderse...
14[140) [primavera S888]
el arreglar, e l inventar que convierte e n semejante, e n
Los instintos de la decadencia se h a n i m p u e s t o a los igual; e l m i s m o p r o c e s o que toda impresión sensorial

instintos ascendentes... atraviesa es el que constituye el d e s a r r o l l o d e la razón!


L a voluntad de Nada se ha i m p u e s t o sobre la voluntad N o ha o b r a d o aquí una " i d e a " preexistente: s i n o la
utilidad d e q u e las cosas sólo se vuelven predecibles y
de riiir...
manuales c u a n d o las v e m o s reducidas a cosas b u r d a s
— ¿ E s esto v e r d a d ? ¿ N o hay acaso una garantía
e iguales...
mayor d e la « d a , de la especie, e n esta v i c t o r i a d e los
\nf¡nalidad e n la razón es u n efecto, n o u n a causa: bajo
débiles y los mediocres?
cualquier o t r o t i p o d e razón, para la q u e constante-
— ¿ S e r á esto acaso sólo u n m e d i o en el desarrollo
mente hay c o m i e n z o s , la vida fracasa, — se vuelve
integral d e la vida, u n r e t a r d a m i e n t o d e l r i t m o ? ¿ U n a
confusa — d e m a s i a d o d e s i g u a l —
defensa c o n t r a algo aún peor?
Las categorías s o n " v e r d a d e s " sólo en el sentido d e
— S u p o n i e n d o que los fuertes h u b i e s e n llegado a
condiciones d e v i d a para nosotros; de la m i s m a f o r m a
ser amos e n t o d o respecto, también e n las valoracio-
como el espacio e u c l i d i a n o representa una tal " v e r -
nes: ¿Asumimos la consecuencia que se desprende de
d a d " c o n d i c i o n a d a . ( D i c h o en sí, pues nadie irá a
c ó m o éstos pensarían s o b r e la e n f e r m e d a d , el sufri- sostener la necesidad d e q u e tengan q u e existir j u s t a -
m i e n t o , el sacrificio? U n autodesprecio de los débiles sería mente h o m b r e s , la razón es, c o m o e l espacio e u c l i -
la c o n s e c u e n c i a ; buscarían desaparecer, extinguirse... diano, u n a m e r a i d i o s i n c r a c i a d e ciertas especies
Y ¿Sería esto acaso deseable? mímales, y una e n t r e m u c h a s otras...)
— ¿ D e s e a r í a m o s e n v e r d a d u n m u n d o e n el que

114 115
FR1EDRICH N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓSTUMOS

L a c o n s t r i c c i ó n sujetiva de n o p o d e r c o n t r a d e c i r m i s m o e n c a d e n a m i e n t o de causas y efectos, aún e n


aquí, es u n a c o n s t r i c c i ó n biológica: el i n s t i n t o de la caso d e faltar estos estados " p l a c e r y d o l o r " : se enga-
u t i l i d a d consistente e n c o n c l u i r de la f o r m a en rjue ña u n o s i m p l e m e n t e al sostener q u e éstos causan
c o n c l u i m o s , lo llevamos m e t i d o e n el c u e r p o . . . casi cualquier cosa: —sonfenómenos acompañantes c o n una
que somos este i n s t i n t o . . . Q u é i n g e n u i d a d , s i n e m - finalidad totalmente distinta a la d e p r o v o c a r r e a c c i o -
bargo, sacar d e ahí la p r u e b a d e q u e p o s e e m o s una nes; s o n ya efectos e n e l seno d e l p r o c e s o de reacción
" v e r d a d en s í " . . . iniciado...
E l no-poder-contradecir demuestra una incapaci- E n s u m a : t o d o lo q u e se vuelve consciente es u n
dad, no una " v e r d a d " . f e n ó m e n o t e r m i n a l , una conclusión — y n o causa

* * * n a d a — t o d a sucesión en la c o n c i e n c i a es t o t a l m e n -
te atómica. Y h e m o s intentado c o m p r e n d e r el m u n d o
N o hay que b u s c a r el f e n o m e n a l i s m o en el lugar c o n la c o n c e p c i ó n inversa — - c o m o si nada p r o d u -
e q u i v o c a d o : nada es más f e n o m é n i c o (o más clara- jera efecto o fuera real, excepto, pensar, sentir, q u e -
m e n t e ) , nada es más engaño que este m u n d o i n t e r n o rer...
que observamos c o n el famoso " s e n t i d o i n t e r n o " .
14fl53] [VP 584 primavera !888]
H e m o s creído en la v o l u n t a d c o m o causa hasta el
grado d e h a b e r i n t r o d u c i d o una causa e n el acontecer, la ciencia
d e a c u e r d o c o n nuestra e x p e r i e n c i a p e r s o n a l (es
decir,, la intención c o m o causa de l o que acontece)
C r e e m o s que p e n s a m i e n t o y p e n s a m i e n t o , tal y Capítulo I
c o m o se suceden e n nosotros, se e n c u e n t r a n e n algún O r i g e n d e l "mundo verdadero"
e n c a d e n a m i e n t o causal: el lógico e n especial, que, de El extravío de la filosofía radica en q u e en lugar de ver
h e c h o , h a b l a d e p u r o s casos que n o se d a n n u n c a en en la lógica y e n las categorías de la razón m e d i o s p a r a
la realidad, se h a a c o s t u m b r a d o al p r e j u i c i o d e q u e los el arreglo d e l m u n d o c o n fines d e u t i l i d a d ("por
p e n s a m i e n t o s causan pensamientos, a esto le l l a m a p r i n c i p i o " , pues, p a r a u n falseamiento útil), se creyó
—pensar... tener e n ellas el c r i t e r i o d e la v e r d a d , o b i e n , d e la
C r e e m o s — e i n c l u s o nuestros fisiólogos todavía lo realidad. E l " c r i t e r i o d e la v e r d a d " h a s i d o , d e h e c h o ,
creen — que el p l a c e r y el d o l o r s o n causa de reac- s i m p l e m e n t e Ja utilidad biológica de un tal sistema de
ciones, que el sentido del placer y del d o l o r es dar oca- falseamiento por principio: y dado q u e u n género a n i m a l
sión a reacciones. D u r a n t e m i l e n i o s se ha c o l o c a d o al no c o n o c e nada más i m p o r t a n t e q u e conservarse, se
p l a c e r y a la prevención d e l d i s p l a c e r c o m o motivos podría hablar aquí, efectivamente, d e " v e r d a d " . L a
de t o d o actuar. R e f l e x i o n a n d o u n p o c o podríamos ingenuidad ha c o n s i s t i d o sencillamente en t o m a r la
llegar a a d m i t i r q u e t o d o podría t r a n s c u r r i r según el idiosincrasia a n t r o p o c é n t r i c a c o m o medida de ¡as cosas,

116 117
JjRJ E D R I Cjj__N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓ S T U M O S

c o m o c r i t e r i o de " r e a l " e " i r r e a l " , en pocas palabras, Y ¡ h e aquí!; e n t o n c e s el m u n d o se volvió falso, y


e n absoiutizar algo c o n d i c i o n a d o . Y ¡he aquí!: ahora precisamente a causa d e las p r o p i e d a d e s que conforman
el m u n d o se dividió d e g o l p e e n un m u n d o v e r d a d e r o su realidad, el c a m b i o , el devenir, l a m u l t i p l i c i d a d , la
y u n o " a p a r e n t e " : y justamente e l m u n d o e n el q u e el oposición, la contradicción, la g u e r r a .
h o m b r e había inventado s u razón para m o r a r e insta- Y ya se hallaba aquí entonces t o d a la fatalidad:
larse e n él, ese m u n d o , precisamente, se encontró 1) ¿Cómo se deshace u n o d e l m u n d o falso y
desacreditado ante sus ojos. E n lugar de t o m a r las m e r a m e n t e aparente? ( — e r a e l v e r d a d e r o , e l ú n i c o ) .
f o r m a s c o m o p r e t e x t o para hacerse el m u n d o maneja- 2) ¿ C ó m o se c o n v i e r t e u n o m i s m o , e n la m e d i d a
ble y p r e v i s i b l e , e l disparatado i n g e n i o filosófico llegó de lo p o s i b l e , e n la antítesis d e l c a r á c t e r d e l m u n d o
a d e s c u b r i r q u e e n éstas categorías estaba d a d o el aparente? ( c o n c e p t o d e l ser p e r f e c t o c o m o antítesis
c o n c e p t o d e a q u e l m u n d o c o n e l q u e el o t r o m u n d o , de t o d o ser real, más claramente, c o m o lo que contra-
éste e n e l q u e se vive, n o se c o r r e s p o n d e . . . L o s medios dice a la \ida...).
f u e r o n m a l e n t e n d i d o s c o m o c r i t e r i o s d e valor, incluso 3) T o d a la orientación de los valores estaba d i r i g i d a
c o m o c o n d e n a de la intención... a la difamación de la vida
L a intención era engañarse d e m a n e r a útil: los 4) se c r e ó una confusión entre el d o g m a t i s m o d e l o
m e d i o s p a r a e l l o , la invención d e fórmulas y signos ideal y el c o n o c i m i e n t o m i s m o en g e n e r a l , de m a n e r a
c o n cuya ayuda se r e d u j o la m u l t i p l i c i d a d desconcer- que el bando contrario llegó entonces a r e p u d i a r t a m -
tante a u n esquema práctico y manejable. bién s i e m p r e a la ciencia
P e r o iay!, e n t o n c e s se p u s o e n juego una categoría el c a m i n o hacia la c i e n c i a . estaba así, p u e s ,
moral: ningún ser q u i e r e engañarse, a ningún ser le es doblemente o b s t r u i d o : p o r u n lado, p o r la creencia e n
lícito engañar — e n c o n s e c u e n c i a n o hay s i n o una el m u n d o v e r d a d e r o , y luego p o r los adversarios d e
v o l u n t a d d e v e r d a d . ¿ Q u é es la " v e r d a d " ? esta creencia
E l p r i n c i p i o d e c o n t r a d i c c i ó n a p o r t ó el esquema: el L a c i e n c i a natural, la fisiología fue 1) condenada e n
m u n d o v e r d a d e r o , c u y o c a m i n o se busca, n o puede sus objetos 2) desprovista de su i n o c e n c i a . . .
estar e n c o n t r a d i c c i ó n consigo m i s m o , n o puede E n el m u n d o real, e n el que absolutamente t o d o
cambiar, n o p u e d e devenir, n o tiene ningún o r i g e n ni está concatenado y c o n d i c i o n a d o , c o n d e n a r c u a l q u i e r
ningún final. cosa y q u e r e r hacer abstracción d e ella significa
Este es el e r r o r m á s g r a n d e q u e se haya c o m e t i d o abstrae rio y c o n d e n a r l o t o d o .
n u n c a , la verdadera fatalidad d e e r r o r sobre la tierra: L a sentencia " e s o n o debería s e r " "eso n o ha
se creyó t e n e r u n c r i t e r i o d e realidad e n las formas de d e b i d o s e r " es una farsa ... Si se q u i s i e r a s u p r i m i r l o
la razón, s i e n d o así q u e se las tenía para d o m i n a r la que es nocivo o destructivo e n algún s e n t i d o , y se p i e n s a n

r e a l i d a d , p a r a m a l e n t e n d e r la realidad d e una manera las consecuencias, se arruinaría entonces la fuente d e


la vida.
inteligente...

118 119
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E
F R A G M E N T O S PÓSTU M OS

¡La fisiología, e n efecto, l o d e m u e s t r a mejor\ d e r o " , ningún ser esencial — c o n estos se expresaría
u n m u n d o sin acción-reacción...
L4[l841 [VP 567 primavera 1888]
L a oposición d e l m u n d o aparente y el m u n d o
la " a p a r i e n c i a i i d a d " = actividad específica de ac- verdadero se r e d u c e a la oposición " m u n d o " y
ción-reacción. "nada"—
el m u n d o aparente, esto es, u n m u n d o visto,
o r d e n a d o , seleccionado según valores, esto es, e n este 18[4]* [julio-agosto 1888]
caso, según e l p u n t o d e vista de la u t i l i d a d c o n
S o s p e c h o de todos los sistemáticos y Ies r e h u y o . L a
respecto a la conservación y al i n c r e m e n t o d e p o d e r
voluntad d e sistema es, p o r lo m e n o s para nosotros
de u n d e t e r m i n a d o g é n e r o a n i m a l . los pensadores, algo q u e c o m p r o m e t e , u n a f o r m a d e
¡Lo perspectiva aporta, pues, e l carácter de la " a p a - nuestra i n m o r a l i d a d . — Q u i z á se adivine, al lanzar una
riencialidad"! m i r a d a detrás d e este l i b r o , a cuál sistemático he
¡ C o m o si restara todavía u n m u n d o si se d e s c o n - logrado apenas evadir yo m i s m o .
tara l o p e r s p e c t i v o ! C o n e l l o se habría deshechado
entonces la relatividad, l o
[-] t o d o c e n t r o d e p o d e r tiene su p r o p i a perspectiva
para t o d o el resto, es decir, su valoración totalmente
d e t e r m i n a d a , su t i p o d e acción, su t i p o d e resistencia.
E l " m u n d o a p a r e n t e " se r e d u c e , pues, a u n t i p o
específico de acción sobre el m u n d o p a r t i e n d o de u n
centro
A h o r a b i e n , no hay ningún o t r o t i p o de acción: y el
" m u n d o " es sólo u n a palabra para el juego total de
estas acciones.
L a realidad consiste exactamente e n esta acción y
reacción — particulares d e t o d o i n d i v i d u o enfrentado
al t o d o . . .
N o queda el m e n o r a s o m o d e derecho p a r a hablar
aquí d e apariencia...
Lajorma específica de reaccionar es la única f o r m a del
reaccionar: n o sabemos cuántas n i qué formas hay en
total.
[N.T.] Cfr. Nietzsche, Crepúsculo de los ídolos , "Sentencias v
Pero no hay ningún " o t r o " ser, ningún ser " v e r d a - flechas" #26. '

120 121
[VOLUNTAD D E PODER]

5[1]* [noviembre 1882-febrero 1883]

1. ¿ V O L U N T A D d e vivir? E n s u lugar e n c o n t r é s i e m p r e
tan sólo v o l u n t a d d e p o d e r . [...]

7[226] [primavera-verano 1883]

Q u e r e r , u n a sensación q u e i n c i t a , ¡muy agradable!


Es el f e n ó m e n o c o n c o m i t a n t e de t o d a emanación de
fuerza.
A s i m i s m o ya todo desear e n cuanto tai ( i n d e p e n -
dientemente d e l l o g r a r ) .

16[20] [otoño 1 88 3]

D o n d e hay algo vivo hay súbitas explosiones d e


fuerza: la sensación subjetiva es la " l i b r e v o l u n t a d " . E l
n ú m e r o y el p o d e r í o d e estas e x p l o s i o n e s d e t e r m i n a n ,
en p r i m e r a instancia, el valor de u n ser viviente: luego
la dirección otorgada a estas e x p l o s i o n e s . C u a n d o h a -
blamos d e " m o t i v o s para e l a c t u a r " q u e r e m o s d e c i r
siempre " m o t i v o s p a r a la d i r e c c i ó n " .

* [N.T.] El S[l] está conformado por una larga serie de


aforismos de los cuales se reproduce aqué tan sólo el primero.

123
F R A G M E N T O S POS T U M O S

16[26] í ü l o ñ o 1 S 8 3
1 25(4341 [primavera 1884]

T o d o l o vivo abarca c o n su fuerza tanto c o m o le es T o d o el m u n d o q u e tenemos ante nosotros es


p o s i b l e y somete a l o débil: así o b t i e n e s u p l a c e r también producto de nuestras valoraciones — a saber, d e
p r o p i a m e n t e d i c h o . La creciente "humanización" en esta las q u e p e r m a n e c e n las mismas.
tendencia consiste e n q u e cada vez más se p e r c i b e
25[436] [primavera 1884]
sutilmente qué tan difícil es p o d e r incorporar realmente
al o t r o : así c o m o el b u r d o daño evidencia, c i e r t a - ( n o debería hablarse de las causas d e l querer, sino
m e n t e , nuestro p o d e r , p e r o nos hace s u v o l u n t a d aún de los estímulos d e l querer)
más ajena — n o s la hace m e n o s s o m e t i b l e . Querer, esto es, mandar : m a n d a r es u n d e t e r m i n a d o
afecto (este afecto es u n a súbita explosión d e f u e r z a )
24[34] [invierno 1883-1884]
—tenso, claro, sólo u n a cosa e n m i r a , convicción
Todas las acciones tienen que estar mecánicamente i n t e r n a de l a s u p e r i o r i d a d , certeza d e q u e se o b e d e -
preparadas c o m o acciones posibles, antes d e que sean c e r á — " l a l i b e r t a d de la v o l u n t a d " es el " s e n t i m i e n t o
queridas. O : el Jin aparece Ja mayoría d e las veces e n de s u p e r i o r i d a d del que m a n d a " c o n respecto a l q u e
la c o n c i e n c i a apenas c u a n d o t o d o se halla ya p r e p a - obedece: "yo soy l i b r e , aquél tiene que obedecer.
rado para su e j e c u c i ó n . E l fin, u n a " e x c i t a c i ó n " A h o r a , vosotros decís: el que m a n d a tiene q u e —-
" i n t e r n a " — n a d a más.
25[460] [primavera 18.84]
N o hay " v o l u n t a d " : ésta es s i m p l e m e n t e una c o n -
cepción simplificadora d e l entendimiento, como Todas las valoraciones s o n resultado d e d e t e r m i n a -
"materia". das cantidades d e f u e r z a y d e l grado d e c o n c i e n c i a que
;e tiene de ellas: s o n leyes perspectirístas de acuerdo c o n
25[397] [primavera 1884]
!a esencia d e u n h o m b r e o u n p u e b l o — l o q u e es
Las valoraciones surgen de las q u e creemos c o n d i -
:ercano, i m p o r t a n t e , necesario, etc.
c i o n e s de existencia: si se alteran nuestras c o n d i c i o n e s
Todos las p u l s i o n e s humanas, así c o m o todos las
d e existencia o n u e s t r a c r e e n c i a e n ellas, se alteran pulsiones animales, se h a n c o n s t i t u i d o , bajo ciertas
t a m b i é n nuestras valoraciones. rircunstancias, en condiciones de existencia, y h a n s i d o

2S[43 3] [primavera 1884]


rolocadas e n p r i m e r p l a n o . Las pulsiones s o n la conse-
vencia de valoraciones largamente abrigadas q u e ahora
E l " m á s a l t o " y e l " m á s b a j o " , l a escogencia de l o )bran instintivamente c o m o u n sistema de j u i c i o s de
más i m p o r t a n t e , útil, urgente, existe y a e n los organis- )3acer y d e d o l o r . P r i m e r o f o r z o s i d a d , luego acos-
m o s más bajos. Vivo: esto significa ya valorar: u m b r a m i e n t o , luego necesidad, luego, inclinación
— E n t o d a v o l u n t a d hay valorar — y hay voluntad íatural (pulsión).
e n l o orgánico.

124 125
F R 1 _E_rj R i c H J^JJETZSCHE F R A G M E N T O S POST UMO S

2Sf4611 [primavera 1887]


Placer y displacer y s u relación c o n l a v o l u n t a d d e
E l s e n t i r — u n a consecuencia d e valoraciones. S e n - poder.
El supuesta altruismo y l a v o l u n t a d d e p o d e r . P o r
soriuni commune.
e j e m p l o , a m o r m a t e r n a l y a m o r sexual.
25[S20] [primavera 1887]
El desarrollo de los sentimientos a p a r t i r d e l s e n t i -
Las valoraciones n o d e p e n d e n del p l a c e r y d i s p l a - miento fundamental.

c e r : se m i d e e l valor según ¡a conservación del todo: Libertad yJaita de libertad de la voluntad.


esto es, según algo f u t u r o q u e es representado según Castigo y recompensa (el t i p o más fuerte, e n c u a n t o
fines. superior, repele d e sí y atrae hacia sí.
Deber y derecho.
E l p l a c e r y el d i s p l a c e r s o n , e n p r i m e r lugar,
consecuencias de j u i c i o de finalidad.
26J27S] [verano-otoño 1884]
N i n g u n a tendencia de conservación p u e d e derivarse de
la m e c á n i c a : ellas s u p o n e n u n hacerse presente e l t o d o E l p l a c e r es u n a especie de r i t m o e n la secuencia de
— s u s fines, peligros y exigencias; e í s e r o b e d i e n t e e ínfimos dolores y sus relaciones d e grado, una excitación
i n f e r i o r tiene t a m b i é n que p o d e r representarse hasta p o r m e d i o d e u n a rápida secuencia d e potenciación y
u n c i e r t o p u n t o ia tarea del ser s u p e r i o r . Por m e d i o suspensión c o m o e n l a excitación d e u n n e r v i o , u n
de p l a c e r y d i s p l a c e r se caracteriza ia vivencia i n d i v i - músculo y, e n general, u n a curva q u e se mueve ascen-
dual c o n respecto a l a consenación. Valoraciones d e d e n t e m e n t e : la tensión es esencial e n e l l o y la d i s t e n -
resultados c o n respecto a sus consecuencias. ción. C o s q u i l l e o
E l d i s p l a c e r es u n s e n t i m i e n t o q u e se d a ante u n
26[5S) (verano-otoño 1884]
i m p e d i m e n t o : p e r o , puesto que e l p o d e r p u e d e llegar
Capítulo. S i n o se tiene una posición d e t e r m i n a d a a hacerse consciente sólo c u a n d o se presentan i m p e -
no se p u e d e hablar d e l v a l o r d e n i n g u n a cosa: es decir, dimentos, así e l d i s p l a c e r es u n ingrediente necesario de
una d e t e r m i n a d a afirmación d e u n a d e t e r m i n a d a vida toda actividad (toda a c t i v i d a d está d i r i g i d a c o n t r a algo

es e l p r e s u p u e s t o d e t o d o valorar. que ha de ser s u p e r a d o ) . L a v o l u n t a d de p o d e r busca


resistencias, displacer. Existe una v o l u n t a d d e d o l o r
26[76] [verano-otoño 1884] en el f o n d o d e toda vida orgánica ( c o n t r a la " f e l i c i -
Representa u n p r o b l e m a saber s i e l placer o e l dad" como "meta")

displacer s o n hechos más primitivos q u e el juicio


26 [276] [verano-otoño 1884]
" ú t i l " , n o c i v o para e l t o d o .
Si c u a n d o d o s seres orgánicos c h o c a n sólo existiera
26[273] [verano-otoño 1884]
lucha por l a vida o e l a l i m e n t o : ¿ c ó m o ? D e b e e x i s t i r
La voluntad de poder e n las funciones d e l o orgánico. ta l u c h a p o r m o r d e l a l u c h a : y dominar es s o p o r t a r e l

126 127
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓSTU M O S

contrapeso d e l a fuerza más débil, esto es, pues, una tras q u e t a n sólo es u n estímulo d u -
especie d e continuación d e l a l u c h a . Obedecer es asi- rante cuya aparición se inicia u n m o v i -
m i s m o u n a lucha: tanta fuerza cuanta q u e d a justa- miento.
m e n t e para resistir. 2) se cree que supera resistencias
3) se c r e e q u e es l i b r e y soberano p o r q u e
26f2771 f verano-otoño 18841
s u o r i g e n se n o s m a n t i e n e o c u l t o y
C o n t r a e l instinto de conservación como i n s t i n t o p o r q u e l o acompaña el afecto d e lo q u e
r a d i c a l : l o viviente q u i e r e , p o r el c o n t r a r i o , descargar su manda
f u e r z a — " q u i e r e " y " t i e n e q u e " (lambas expresiones 4) se l e i m p u t a a la v o l u n t a d e n cuanto
s o n para mí equivalentes!): la conservación es apenas fuerza la necesariedad d e l éxito, p o r q u e
u n a consecuencia. en la g r a n mayoría de los casos, sólo se
quiere c u a n d o se p u e d e tener l a expec-
26[4¡4] [verano-otoño 1884]
tativa d e éxito.
N u e s t r a s valoraciones d e t e r m i n a n qué cosas acep-
34[123] [abril-junio 1885]
tamos e n absoluto y cómo las aceptamos. Estas valo-
raciones s o n inspiradas y reguladas p o r nuestra v o l u n - Q u e el h o m b r e es una p l u r a l i d a d de fuerzas q u e se
tad de poder. e n c u e n t r a n e n u n a jerarquía, de tal m a n e r a que hay
mandatarios, p e r o que también e l q u e manda tiene
27[24] [verano-otoño 1884]
que crear para e l q u e acata t o d o l o q u e éste necesita
L i b e r t a d y l a sensación d e p o d e r . L a sensación de para s u conservación, e n l a m e d i d a e n q u e aquél se
juego e n la superación d e grandes dificultades, p o r halla condicionado p o r la existencia d e éste. Todos estos
e j e m p l o , p o r parte d e l v i r t u o s o ; seguridad d e sí seres vivientes t i e n e n q u e ser d e t i p o familiar, sino n o
m i s m o , seguridad d e q u e a la v o l u n t a d sigue justa- podrían servirse y obedecerse u n o s a otros: los q u e
mente l a acción c o r r e s p o n d i e n t e — s e halla aquí una sirven tienen q u e ser, e n algún sentido, también
especie d e afecto de soberbia, d e s u p r e m a soberanía de obedientes y e n casos sutiles, e l p a p e l desempeñado
l o q u e manda, ordena. T i e n e q u e hallarse aquí la tiene q u e alternarse t r a n s i t o r i a m e n t e entre ellos, y e l
sensación d e resistencia, d e presión. — E n e l l o se da, que p o r lo general m a n d a ha d e o b e d e c e r alguna vez.
sin e m b a r g o , u n engaño c o n respecto a l a v o l u n t a d : no E l c o n c e p t o " i n d i v i d u o " es e r r a d o . Estos seres n o
es la voluntad la q u e s u p e r a la resistencia — hacemos existen aisladamente: l o que más p e s a , aquello e n l o
u n a síntesis e n t r e d o s estados simultáneos e i n t r o d u - que recae el énfasis, es algo c a m b i a n t e ; la constante
c i m o s una unidad. producción de células, etc., deriva e n u n c a m b i o c o n s -
L a v o l u n t a d c o m o invención. tante d e l n ú m e r o de estos seres. Y n o se logra nada
1) se cree q u e ella m i s m a mueve ( m i e n - con sumar. N u e s t r a aritmética es algo demasiado tosco

128 129
i E D R I C H N I E T Z S C H E
F R
F R A G M E N T O S P Ó STU M O S

para estas c o n d i c i o n e s y constituye apenas u n a arit- p r o f u n d a m e n t e i n c o r p o r a d o s , de q u e s i n ellos no


mética d e l o i n d i v i d u a l . sepamos vivir, y cosas similares).
L o creativo e n t o d o ser orgánico, ¿qué es esto?
34r20S] [abril-j unió 1885}
— q u e t o d o l o que es para cada c u a l su " m u n d o
N B . " L a l u c h a p o r la e x i s t e n c i a " — e s t o designa u n e x t e r n o " representa una s u m a de valoraciones; q u e
estado de e x c e p c i ó n . L a regla es, antes b i e n , la lucha verde, azul, r o j o , d u r o , b l a n d o , son valoraciones h e r e -
p o r poder, p o r " m á s " y " m e j o r y " m á s r á p i d o " y " m á s dadas y sus señales,
frecuentemente''. — q u e las valoraciones tienen q u e encontrarse en
alguna relación c o n las c o n d i c i o n e s de existencia,
34[247] [abril-junio 1885]
pero n i m u c h o m e n o s , de f o r m a tal que f u e r a n
A l g o p u e d e ser i r r e f u t a b l e : no p o r ello es ya ver- verdaderas o f u e r a n precisas. L o esencial es justamente lo
dadero. que t i e n e n de i m p r e c i s o e i n d e t e r m i n a d o , gracias a l o
L a t o t a l i d a d del m u n d o orgánico es una u r d i m b r e cual se origina u n a especie de simplificación del mundo
de seres r o d e a d o s d e pequeños m u n d o s fantaseados: exterior — y precisamente esta clase de inteligencia es
en tanto p o n e n fuera d e sí, en las experiencias, su favorable a la conservación.
fuerza, sus apetitos y sus c o s t u m b r e s c o m o su m u n d o —que la v o l u n t a d de p o d e r es lo q u e dirige
e x t e r n o . L a capacidad d e crear ( f o r m a r , inventar, también el m u n d o inorgánico, o m e j o r d i c h o , q u e n o
fantasear) es su capacidad f u n d a m e n t a l : también de sí existe u n m u n d o inorgánico. N o se p u e d e e l i m i n a r el
m i s m o s t i e n e n , o b v i a m e n t e , sólo una representación "efecto a d i s t a n c i a " : algo atrae a otra cosa, algo se siente
igualmente falsa, fantaseada, s i m p l i f i c a d a . atraído. Ese es el h e c h o f u n d a m e n t a l : la representa-
" U n ser c o n l a c o s t u m b r e d e u n a especie d e regla ción m e c á n i c a de presión y colisión es, e n c a m b i o ,
e n el s u e ñ o " — e s t o es u n ser vivo. C a n t i d a d e s i n - apenas u n a hipótesis basada en la apariencia visual y la
mensas d e esas c o s t u m b r e s se h a n vuelto, a la postre sensación táctil, ¡aunque valga para n o s o t r o s c o m o u n a
tan rígidas, q u e basándose e n ellas viven especies. hipótesis regulativa p a r a e l m u n d o de la apariencia
Aquéllas se e n c u e n t r a n p r o b a b l e m e n t e e n u n a rela- visual!
c i ó n favorable c o n las c o n d i c i o n e s de existencia de — q u e , a fin de q u e esta voluntad de p o d e r p u e d a
tales seres. exteriorizarse, tiene q u e p e r c i b i r aquellas cosas q u e
Nuestro m u n d o c o m o apariencia, error — p e r o , atrae; q u e siente si se le acerca algo q u e es a s i m i l a b l e
¿ c ó m o s o n posibles la apariencia y el e r r o r ? (la verdad a ella.
no designa algo o p u e s t o al e r r o r , sino la posición de — l a s supuestas "leyes n a t u r a l e s " s o n las fórmulas
c i e r t o s e r r o r e s c o n respecto a c i e r t o s e r r o r e s , p o r para " r e l a c i o n e s d e p o d e r " d e
e j e m p l o , el h e c h o d e que sean más viejos, estén más E l m o d o d e pensar mecanicista es u n a filosofía p a r a

130 131
r-RlEDRICH N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S P Ó S T U MO S

lo q u e se d a e n l a s u p e r f i c i e . E d u c a para l a constata- dolores tienen que volverse m u y largos y la tensión


ción d e fórmulas y conlleva una gran facilitación. del a r c o hacerse e n o r m e
— l o s distintos sistemas filosóficos h a n d e c o n s i d e - 3 . l a v o l u n t a d d e p o d e r especializándose e n v o l u n t a d
rarse c o m o métodos educativos d e l espíritu: s i e m p r e han d e a l i m e n t o , d e p r o p i e d a d , d e instrumentos, d e ser-
formado ó p t i m a m e n t e u n a d e t e r m i n a d a fuerza d e l vidores — M a n d a r y d o m i n a r : e l c u e r p o . — L a
espíritu; c o n s u exigencia unilateral d e q u e se vean las v o l u n t a d más fuerte d i r i ? e a la más débil. N o existe
cosas p r e c i s a m e n t e d e esta m a n e r a y n o d e o t r a . o t r a causalidad q u e aquella entre v o l u n t a d y v o l u n -
t a d . N o ha e x i s t i d o hasta ahora u n a - - mecanicista
34[250] [abril-junio 1885]

E s n u e s t r a creencia f u n d a m e n t a l q u e s o m o s seres 4. las funciones intelectuales. V o l u n t a d de c o n f i g u r a -


eficientes, fuerzas. L i b r e : significa " n o empujado n i c i ó n , para asemejar, etc.
desplazado, s i n s e n s a c i ó n d e c o m p u l s i ó n " . Anexo. L o s grandes m a l e n t e n d i d o s d e l o s filósofos.
N B . C u a n d o t o p a m o s u n a resistencia y tenemos que
3S[S9] [mayo-julio 1885]
c e d e r ante ella nos s e n t i m o s no-libres: c u a n d o no
c e d e m o s ante ella s i n o q u e la c o m p e l e m o s a plegarse L a transición d e l m u n d o inorgánico al orgánico es
a nosotros nos sentimos libres. Esto significa q u e es la aquella q u e va de las p e r c e p c i o n e s fijas d e los valores
sensación d e nuestro plus de fuerza l o q u e d e n o m i - de fuerza y de las constelaciones de p o d e r al m u n d o
n a m o s l i b e r t a d de l a v o l u n t a d , l a c o n c i e n c i a de que de las p e r c e p c i o n e s inseguras e indeterminadas — p o r -
nuestra fuerza compele e n relación c o n u n a fuerza que que u n a p l u r a l i d a d d e seres e n l u c h a recíproca
es c o m p e l i d a . ( = p r o t o p l a s m a ) se siente enfrentada al m u n d o exte-
rior.
35[15] [mayo-julio i 885}
35[60] [mayo-julio 1885]
Relativo al plan. Introducción
1. — L a s funciones orgánicas traducidas a l a voluntad La incesante voluntad d e p o d e r o d e c o n t i n u a c r e a -
fundamental, a la voluntad de poder, — y deriva- ción o de t r a n s f o r m a c i ó n o d e a u t o - s o m e t i m i e n t o .
das d e él
3S[68] [mayo-julio 1885]
2 . pensar, sentir, q u e r e r e n t o d o l o viviente
— ¿ q u é es u n p l a c e r si n o : una excitación d e la Relativo al anillo de los anillos.
sensación d e p o d e r a través d e u n i m p e d i m e n t o N B . A l a fuerza q u e se t r a n s f o r m a manteniéndose
(más intensamente a través d e i n h i b i c i o n e s y resis- siempre la m i s m a le pertenece u n lado interno, u n a
tencias rítmicas)? — d e m a n e r a q u e se infla en especie d e c a r á c t e r d e P r o t e o - D i o n i s o , disimulándose
v i r t u d d e e l l o . P o r tanto, e n t o d o p l a c e r hay d o l o r )' regocijándose e n l a m e t a m o r f o s i s . L a " p e r s o n a " h a
i n c l u i d o — Sí e l p l a c e r ha d e ser m u y grande los de s e r c o n c e b i d a c o m o engaño: l a herencia es, d e

132 133
r r j_p_n R 1 C H N1ET2SCHE F R A G M E N T O S P O S T U M O S

h e c h o , la o b j e c i ó n f u n d a m e n t a l en cuanto u n sinnú- radicar e n la fuerza d e repulsión q u e ejerce c a d a


m e r o d e fuerzas hormadoras d e t i e m p o s m u y anterio- átomo de fuerza. L a vida tendría q u e definirse c o m o
res constituyen su c o n f o r m a c i ó n persistente: e n reali- una f o r m a d u r a d e r a d e u n proceso de fijaciones de ¡a
d a d , estas fuerzas p u g n a n e n la persona y son regidas fuerza, e n el q u e l o s distintos c o n t e n d o r e s crecen
y domadas — u n a v o l u n t a d de p o d e r atraviesa las desigualmente. Hasta q u é p u n t o hay u n a resistencia
personas, tiene necesidad d e l empequeñecimiento d e la aún e n e l acatamiento; n o se ha r e n u n c i a d o p o r e l l o
perspectiva, d e l "egoísmo",como condición provisoñu de en absoluto al p o d e r p r o p i o . A s i m i s m o , h a y e n e l
existencia; desde cada estadio se m a n t i e n e aquélla a la mandar una c o n c e s i ó n d e q u e e l p o d e r absoluto d e l
expectativa d e u n o s u p e r i o r . adversario n o ha s i d o v e n c i d o , i n c o r p o r a d o , d i s u e l t o .
E l e m p e q u e ñ e c i m i e n t o d e l p r i n c i p i o electivo al " A c a t a r " y " m a n d a r " s o n formas d e l juego d e l u c h a .
transformarse e n " p e r s o n a " , e n i n d i v i d u o .
36[Ü] fVP 619 junio-julio 1885]
36r21] f\'P 655 junio-julio 18851
E l c o n c e p t o v i c t o r i o s o d e " f u e r z a " c o n el q u e
L o m á s débil se aglutina hacia l o m á s fuerte p o r nuestros físicos h a n c r e a d o a D i o s y al m u n d o , aún
a p r e m i o a l i m e n t i c i o ; q u i e r e colarse, hacerse e n l o requiere d e u n a c o m p l e m e n t a c i ó n : se le tiene q u e
posible uno c o n él. E l m á s fuerte, p o r e l c o n t r a r i o , atribuir un m u n d o i n t e r n o q u e y o designo c o m o
repele lejos d e sí, n o q u i e r e s u c u m b i r d e esta manera; " v o l u n t a d d e p o d e r " , esto es, c o m o u n a insaciable
al crecer, p o r el c o n t r a r i o , se divide e n dos y e n varios. ansia de d e m o s t r a c i ó n de p o d e r , d e utilización, e j e r c i -
E n t r e más grande es la tendencia hacia la u n i d a d , más cio d e p o d e r , c o m o i m p u l s o creativo, etc. L o s físicos
puede inferirse d e b i l i d a d ; entre m a y o r sea la tenden- no l o g r a n e l i m i n a r d e sus p r i n c i p i o s l a " a c c i ó n a
cia a l a variedad, a la d i f e r e n c i a , a l d e r r u m b e i n t e r n o , distancia": n i t a m p o c o una fuerza d e repulsión (o d e
tanto más fuerza hay allí. atracción). N o hay nada q u e hacer: hay que a s u m i r
El i m p u l s o d e alimentarse — y el i m p u l s o de todos los m o v i m i e n t o s , todos los " f e n ó m e n o s " , todas
rechazar algo, s o n e l enlace tanto en el mundo las " l e y e s " , sólo c o m o simples síntomas d e u n a c o n t e -
inorgánico c o m o e n el orgánico. L a separación total es cer i n t e r i o r y servirse hasta e l final d e l h o m b r e c o m o
un prejuicio. analogía. E n el caso d e l a n i m a l es p o s i b l e d e r i v a r
L a v o l u n t a d d e p o d e r en t o d a c o m b i n a c i ó n de todos sus i m p u l s o s d e l a v o l u n t a d d e p o d e r : i g u a l -

tuerzas, defendiéndose de lo másfuerte, aralanzándose sobre mente todas las funciones d e l a vida orgánica d e esta

lo más débil: es más c o r r e c t o . N B . L o s procesos c o m o única fuente.

seres
38[8] [•junio-julio 1885]
36f22J [YP642 junio-julio 1885]
La voluntad. E n toda volición está u n i d a una p l u r a l i -
E l vínculo e n t r e l o inorgánico y l o orgánico debe dad d e sensaciones: la sensación d e l estado fuera d e l

134 13S
FR1EDRICH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

cual se q u i e r e ir, la sensación d e l estado hacia e! cual v en q u e , c o m o obedientes, c o n o c e m o s las sensacio-


se q u i e r e ir, la sensación m i s m a d e este " f u e r a de y nes d e resistencia, a p r e m i o , presión y mo\imiento, las
h a c i a " , ia sensación d e duración c o r r e s p o n d i e n t e por cuales suelen c o m e n z a r i n m e d i a t a m e n t e después d e l
último; i n c l u s o u n a sensación m u s c u l a r acompañante acto de la v o l u n t a d ; e n la m e d i d a e n que tenemos la
q u e , aunque n o p o n g a m o s en m o v i m i e n t o brazos ni c o s t u m b r e de ignorar esta d u p l i c i d a d y de engañarnos
p i e r n a s , i n i c i a su juego tan p r o n t o c o m o " q u e r e m o s " acerca d e ella c o n avuda d e l c o n c e p t o sintético " y o " ,
en v i r t u d de u n a especie d e c o s t u m b r e . Así c o m o se se le h a n asociado al q u e r e r una serie de inferencias
ha de r e c o n o c e r a la sensación, e n cuanto sentir de erróneas, y e n consecuencia, d e valoraciones e r r ó n e a s
múltiples f o r m a s , c o m o i n g r e d i e n t e de la voluntad, de la v o l u n t a d m i s m a : — d e m o d o que el que q u i e r e
d e l m i s m o m o d o se ha d e r e c o n o c e r , e n segundo cree d e b u e n a fe q u e s u v o l u n t a d m i s m a es el móvil
lugar, al pensar: e n t o d o acto d e la v o l u n t a d m a n d a u n real y suficiente de la acción e n su i n t e g r i d a d . Y d a d o
p e n s a m i e n t o — y no se debe c r e e r que es posible que e n la g r a n mayoría de los casos sólo se ha q u e r i d o
disociar este p e n s a m i e n t o de la volición m i s m a c o m o algo c u a n d o t a m b i é n era lícito esperar e l efecto d e l
si entonces q u e d a r a restando aún volición alguna. E n mandato, el obedecer, es decir, la acción, entonces se
t e r c e r lugar, la v o l u n t a d n o es solamente u n c o m p l e j o ha t r a d u c i d o la apariencia en sensación c o m o si
de sentir y pensar s i n o , ante t o d o , además u n afecto: existiera aquí u n a necesariedad d e l efecto: el q u e
aquel afecto d e l m a n d o . L a d e n o m i n a d a l i b e r t a d d e la quiere cree c o n u n g r a d o c o n s i d e r a b l e de seguridad
v o l u n t a d es, e n esencia, el s e n t i m i e n t o de s u p e r i o r i - que la v o l u n t a d y la acción s o n , en c i e r t a m a n e r a , u n a
d a d c o n relación a q u i e n tiene que o b e d e c e r : " y o soy y la m i s m a cosa — le atribuye el éxito de la ejecución
l i b r e , él tiene q u e o b e d e c e r " — e s t a c o n c i e n c i a se de la v o l u n t a d t a m b i é n a l a v o l u n t a d m i s m a y d i s f r u t a
e n c u e n t r a alojada en t o d a voluntad y precisamente de u n i n c r e m e n t o de aquella sensación de p o d e r q u e
aquella tensión d e la atención, aquella m i r a d a clara todo m a n d a r c o n l l e v a . " L i b e r t a d de la v o l u n t a d " :
q u e se p o n e e n m i r a u n a sola cosa, aquella valoración ésta es la expresión para aquel estado, m i x t o en alto
excluyente " a h o r a hay necesidad de esto y no d e otra grado, d e l que q u i e r e , esto es, d e l q u e m a n d a y, a la
c o s a " , aquella certeza i n t e r n a de q u e se obedece, todo vez, goza, e n c u a n t o ejecutor, d e l j ú b i l o d e l a s u p e r i o -
esto f o r m a parte d e l estado de q u i e n m a n d a . U n ridad frente a los obstáculos, y que, s i n embargo, juzga
h o m b r e que quiere — , m a n d a a u n algo d e n t r o de sí que es la v o l u n t a d m i s m a la que supera los obstáculos:
q u e o b e d e c e o d e l q u e cree que o b e d e c e r á . Nótese, — s u m a las sensaciones placenteras d e l exitoso i n s t r u -
s i n e m b a r g o , q u é es l o más esencial e n la " v o l u n t a d " , mento ejecutor — d e la v o l u n t a d y s u b v o l u n t a d
en esta cosa tan c o m p l i c a d a para la cual el pueblo serviciales — a sus sensaciones placenteras e n c u a n t o
tiene una sola palabra. E n la m e d i d a e n q u e , d a d o el mandante. Este entreverado n i d o de sensaciones,
caso, s o m o s a la vez quienes m a n d a m o s y obedecemos estados y falsas s u p o s i c i o n e s q u e e l p u e b l o designa

136 137
F RAG M E N T O S P O S T U M O S

c o n u n a sola palabra y c o m o u n a sola cosa p o r | e f o r m a , invariablemente grande e n cuanto t o t a l i d a d ;


h e c h o d e encontrarse ahí de repente y d e " u n a vez", una e c o n o m í a sin gastos n i pérdidas p e r o , a s i m i s m o ,
y p o r p e r t e n e c e r a las vivencias más frecuentes y, p o r sin c r e c i m i e n t o , s i n entradas; r o d e a d o p o r la nada
ende, más " c o n o c i d a s " : la voluntad tal y c o m o aquí la c o m o p o r su límite; n o es algo d i f u s o , q u e se d e s p e r -
he descrito — ¿ h a d e creerse que n o se la ha descrito dicie, n i que se extienda i n f i n i t a m e n t e , sino q u e e n
nunca hasta ahora? ¿ Q u e el t o r p e p r e j u i c i o d e l pue- cuanto fuerza d e t e r m i n a d a , c o l o c a d o e n u n espacio
b l o h a prevalecido e n toda filosofía e x e n t o d e c u a l - d e t e r m i n a d o y n o en u n espacio q u e estuviese " v a c í o "
q u i e r e x a m e n hasta el presente? ¿ Q u e acerca de lo en algún p u n t o , antes b i e n , c o m o fuerza, está presente
que sea " q u e r e r " n o ha h a b i d o entre l o s filósofos en todas partes, c o m o juego d e fuerzas y olas d e
d i f e r e n c i a d e opinión alguna, pues todos h a n creído fuerza, siendo al m i s m o t i e m p o u n o y " m u c h o s " ,
que se estaría aquí e n posesión d e u n a certeza i n m e - acumulándose aquí y al m i s m o t i e m p o disminuyén-
diata, d e u n h e c h o f u n d a m e n t a ! , y q u e e l o p i n a r dose allí, u n m a r d e fuerzas borrascosas anegándose
estaría aquí totalmente fuera d e lugar? ¿Y q u e todos en sí mismas, transformándose eternamente, r e g r e -
los lógicos enseñan aún la t r i n i d a d "pensar, sentir, sando e t e r n a m e n t e , c o n i n m e n s o s años d e r e t o r n o ,
q u e r e r " c o m o s i " q u e r e r " n o i n c l u y e r a ningún sentir c o n u n flujo y reflujo de sus formas que arrastra e n su
n i pensar? — t r a s t o d o l o expuesto, el gran desacierto impulso d e las más s i m p l e s a las más complejas, d e l o
de S c h o p e n h a u e r al haber t o m a d o la voluntad p o r la más q u i e t o , rígido, frío, a l o más ardiente, i n d ó m i t o
cosa más c o n o c i d a d e l m u n d o , más aún, p o r la única y a u t o - c o n t r a d i c t o r i o , y, luego, u n a vez más, retor-
cosa realmente c o n o c i d a , se m u e s t r a c o m o menos nando d e l o a b u n d a n t e a l o s i m p l e , d e l juego d e las
extravagante y a r b i t r a r i o : tan sólo adoptó u n e n o r m e c o n t r a d i c c i o n e s al p l a c e r de la c o n s o n a n c i a , a f i r m á n -
p r e j u i c i o d e todos los filósofos hasta e l presente, u n dose a sí m i s m o aún e n esta igualdad d e sus d e r r o t e r o s
p r e j u i c i o d e l p u e b l o , exagerándolo, c o m o e n general y de sus años, bendiciéndose a sí m i s m o c o m o a q u e l l o
h a c e n los filósofos.— que ha d e regresar eternamente, c o m o u n devenir q u e
no c o n o c e n i saciedad n i hastío n i cansancio — : este
3S[12]* [\'P 1067 ¡urdo-julio 1885]
mí m u n d o dionisíaco d e l c r e a r s e - a - s í - m i s m o - e t e r n a -
¿Y sabéis también q u é es para m í " e l m u n d o " ? mente, del d e s t r u i r s e — eternamente-a-sí-mismo,
¿ H e de mostrároslo e n m i espejo? Este m u n d o : una este m u n d o - m i s t e r i o de los deleites dobles, este m i
e n o r m i d a d d e fuerza, s i n c o m i e n z o , s i n fin; una más allá d e l b i e n y d e l m a l , sin m e t a , a m e n o s q u e se
c a n t i d a d fija, férrea d e fuerza q u e n o se hace m a y o r ni encuentre e n l a d i c h a d e l círculo, s i n v o l u n t a d , a
m e n o r , q u e n o se c o n s u m e sino q u e sólo se trans- menos q u e u n anillo tenga una b u e n a v o l u n t a d p a r a
consigo m i s m o . — ¿Queréis u n nombre para este
* [N.T.] Cfr. Nietzsche, Máa allá del bien y del mal, # 36. m u n d o ? ¿ U n a solución para t o d o s sus enigmas? ¿ U n a

138 139
F MEDRICH N1ETZSCHE F R A G M E N T O S P O S T U M O S

l u z t a m b i é n para vosotros, l o s más o c u l t o s , los más g o b e r n a d o s y de las c o n d i c i o n e s d e jerarquía y d i v i -


fuertes, los más i m p a s i b l e s , los más d e medianoche? sión del trabajo c o m o posibilitadoras tanto d e l i n d i v i -
¡£ste mundo es la voluntad de poder —-y nada más\ ¡ Y duo c o m o del t o d o . También d e c ó m o nacen y
t a m b i é n vosotros m i s m o s sois esta v o l u n t a d d e p o d e r m u e r e n constantemente las unidades vivas y c ó m o al
— y nada m á s ! " s u j e t o " n o le c o r r e s p o n d e e t e r n i d a d ; q u e l a l u c h a se
expresa también e n acatar y m a n d a r y q u e urta f l u i d a
39[1) [agosto-septiembre 1885]
determinación d e límites de p o d e r es p r o p i a d e la
La Voluntad de Poder. vida. L a d e t e r m i n a d a ignorancia e n q u e se mantiene al
Intento gobernante e n l o relativo a las ejecuciones particulares
d e u n a nueva interpretación e, i n c l u s o , a las p e r t u r b a c i o n e s de la c o m u n i d a d
d e t o d o acontecer. pertenece t a m b i é n a las c o n d i c i o n e s bajo las cuales se
Por hace p o s i b l e gobernar. E n r e s u m e n , a d q u i r i m o s a p r e -
Friedrich Nietzsche. cio t a m b i é n p o r el no-saber, el v e r - g l o b a l - y - t a s c a -
mente, p o r el s i m p l i f i c a r y falsificar, p o r lo p e r s p e c -
40(2] [agosto-septiembre 1885]
tívo. L o más i m p o r t a n t e es, s i n e m b a r g o : q u e c o n c e -
La Voluntad de Poder b i m o s al q u e g o b i e r n a y a sus subditos c o m o d e la
Ensayo d e una nueva interpretación d e t o d o a c o n - misma especie, todos s i n t i e n d o , q u e r i e n d o , p e n s a n d o

tecer. — y q u e , e n t o d o lugar e n el q u e vemos o p r e v e m o s


movimiento corporal, aprendemos a inferir una c o -
(Prólogo sobre l a amenazante " f a l t a d e sen-
r r e s p o n d i e n t e vida sujetiva invisible. E l m o l i m i e n t o
t i d o " . E l problema del pesimismo.)
es u n s i m b o l i s m o para el o j o ; i n d i c a q u e algo ha sido
Lógica.
sentido, q u e r i d o , pensado. — E l c u e s t i o n a m i e n t o d i -
Física.
recto d e l sujeto sobre el sujeto y t o d o auto-reflejo d e l
Moral,
espíritu tiene sus p e l i g r o s e n el h e c h o de q u e m a l i n -
Arte.
terpretarse podría s e r útil e i m p o r t a n t e para s u a c t i v i -
Política,
dad. P o r ello i n t e r r o g a m o s al c u e r p o y rechazamos el
40[2í] (agosto-septiembre 1885] t e s t i m o n i o de los .sentidos aguzados: si se q u i e r e ,
P u n t o d e p a r t i d a e n e l cuerpo y e n l a fisiología: i Por c o n t e m p l a m o s s i los s u b o r d i n a d o s m i s m o s n o p o -
qué? — A d q u i r i m o s la c o r r e c t a representación del drían e n t r a r e n trato c o n nosotros.
t i p o de. n u e s t r a u n i d a d c o m o sujetos, es d e c i r , c o m o
40[S3] (agosto-septiembre 1885]
g o b e r n a n t e s e n la c i m a d e una c o m u n i d a d , n o c o m o
" a l m a s " o " f u e r z a s v i t a l e s " , e igualmente d e la d e - C o n t r a la palabra "apariencia"
p e n d e n c i a d e estos gobernantes c o n respecto a los N B . Apariencia, c o m o l o e n t i e n d o , es la v e r d a d e r a y

140 141
F R i E D r y _ c j i _ J l L E l 2 1 í ^ F R A G M E N T O S P O S T U M O S

H¿4J [otoño l885-prima\era 18S6]


única r e a l i d a d d e las cosas, — a q u e l l o a l o que le
corresponden primeramente todos los predicados A l m a , aliento y existencia, equiparados a ser. L o miente
existentes y q u e p u e d e caracterizarse comparativa- es el ser: ya n o hay ningún o t r o ser.
mente mejor, c o n t o d o s los p r e d i c a d o s , es decir,
1[28] [otoño 1885-primavera 1886]
i n c l u s o c o n los opuestos. C o n aquella palabra n o se
expresa, s i n e m b a r g o , o t r a cosa q u e su inaccesibilidad — t o d o s los movimientos han de ser considerados como
para los p r o c e d i m i e n t o s y d i s t i n c i o n e s lógicos: es gestos, c o m o una especie de lenguaje e n el q u e se
decir, " a p a r i e n c i a " e n relación c o n la " v e r d a d lógica" e n t i e n d e n las fuerzas. E n e l m u n d o inorgánico n o hay
— l a cual sólo es p o s i b l e , ella m i s m a , e n u n m u n d o m a l e n t e n d i d o s , la c o m u n i c a c i ó n parece perfecta. E l
i m a g i n a r i o . N o o p o n g o , pues, " a p a r i e n c i a " a " r e a l i - error c o m i e n z a e n e l m u n d o orgánico. " C o s a s " , " s u b s -
d a d " , s i n o q u e i n v e r s a m e n t e t o m o la apariencia c o m o tancias", p r o p i e d a d e s , a c t i v i d a d e s ] — ¡ n o debemos
la realidad, la cual se resiste a su conversión en u n transferir t o d o esto al m u n d o inorgánico! S o n los
" m u n d o de la v e r d a d " i m a g i n a r i o . U n n o m b r e deter- errores específicos los que hacen p o s i b l e q u e los
m i n a d o para esta realidad sería " l a v o l u n t a d de p o - organismos vivan. ¿El p r o b l e m a de la p o s i b i l i d a d d e l
d e r " , al caraterizársela, a saber, desde d e n t r o y n o a error? L a oposición n o es " f a l s o " y " v e r d a d e r o " , s i n o
p a r t i r d e su i n a p r e h e n s i b l e y fluida naturaleza de "abreviaciones de los signos" e n oposición a los signos
Proteo. m i s m o s . L o esencial es: la c o n f o r m a c i ó n de f o r m a s
que representan m u c h o s m o v i m i e n t o s , la invención de
4Ü[61] [agosto-septiembre 1885]
signos p a r a especies enteras de signos.
Relativo al plan. — t o d o s los m o l i m i e n t o s s o n signos de u n a c o n t e -
Nuestro intelecto, nuestra voluntad, así como cer i n t e r i o r ; y t o d o a c o n t e c e r i n t e r i o r se expresa en
nuestras sensaciones, d e p e n d e n d e nuestras valoracio- tales m o d i f i c a c i o n e s d e las formas. E l p e n s a m i e n t o n o
nes: éstas se bailan e n c o r r e s p o n d e n c i a c o n nuestros es todavía el suceso i n t e r i o r m i s m o , s i n o igualmente
i m p u l s o s y c o n sus c o n d i c i o n e s d e existencia. N u e s - sólo u n lenguaje d e signos para el e q u i l i b r i o de p o d e r
tros i m p u l s o s s o n reductibles a ¡a voluntad de poder. de los afectos.

L a v o l u n t a d de p o d e r es el h e c h o último al
t[30] [otoño ¡885-primascra 1886]
que descendemos.
N u e s t r o intelecto u n i n s t r u m e n t o A . Punto de partida psicológico:
Nuestra voluntad — n u e s t r o pensar y valorar s o n solamente u n a
N u e s t r o s sentimientos d e d i s p l a c e r ya de- expresión d e apetencias q u e g o b i e r n a n e s c o n d i -
pendientes d e las valoraciones damente

N u e s t r a s sensaciones — l a s apetencias se especializan cada vez m á s : su

142 143
F R A G M E N T O S P O S T U M O S
F R 1E DRJjLt1_iÍl- £ T Z S C
" E
-

u n i d a d es la voluntad de poder (para t o m a r fe la c o n c i e n c i a , difícilmente lo t e n e m o s , e n c a m b i o ,


expresión c o r r e s p o n d i e n t e al más fuerte d e los para negar los afectos i m p u l s o r e s , p o r e j e m p l o , e n
i m p u l s o s , ei cual ha d i r i g i d o hasta a h o r a toda una selva virgen.

evolución orgánica) (La c o n c i e n c i a c o n t i e n e s i e m p r e u n d o b l e reflejo,


— r e d u c c i ó n de todas las f u n c i o n e s orgánicas — n o hay nada i n m e d i a t o . )
fundamentales a la v o l u n t a d de p o d e r
[[57] [otoño 1885-primavera 1886]
— l a cuestión acerca de s i ella n o constituirá
a s i m i s m o el móvil e n e l m u n d o inorgánico. Las t r a n s f o r m a c i o n e s de la v o l u n t a d de poder, sus
Pues, en la interpretación mecanicista del c o n f o r m a c i o n e s y sus especializaciones — i e x p o n e r -
m u n d o se sigue necesitando u n móvil. las paralelamente a l a evolución morfológica!
— " L e y d e la n a t u r a l e z a " : c o m o fórmula para la
1[58] [otoño 1885-primavera 1886]
producción i n c o n d i c i o n a d a de las relaciones y
los grados de p o d e r D e s d e cada u n o d e nuestros i m p u l s o s f u n d a m e n -
—el moñmiento mecánico es ú n i c a m e n t e un tales existe una distinta apreciación perspectivís-
m e d i o de expresión d e l acontecer i n t e r n o tica d e t o d o a c o n t e c e r y vivenciar. C a d a u n o d e estos

— " C a u s a y efecto" impulsos se siente c o n respecto a c u a l q u i e r o t r o ,


i m p e d i d o , o b i e n , p r o m o v i d o o a d u l a d o , cada c u a l
I (33] rVP 720 otoño i 885-priniavera 1886] tiene s u p r o p i a ley evolutiva (sus altas y sus bajas,
—El ansia más t e r r i b l e y más f u n d a m e n t a l del su ritmo, etc.) y c u a n d o uno está falleciendo o t r o
h o m b r e , s u i m p u l s o e n busca d e p o d e r — a este crece.
i m p u l s o se le l l a m a " l i b e r t a d " — t i e n e que h a b e r sido El hombre es una pluralidad de "voluntades de poder":
m a n t e n i d o a raya d u r a n t e u n m á x i m o de t i e m p o . Por cada una con una pluralidad de medios de expresión y de
esta m i s m a razón, la ética, c o n sus instintos i n c o n s - formas. Las presuntas " p a s i o n e s " tomadas p o r separado
cientes d e educación y crianza, ha estado encaminada (por e j e m p l o , e l h o m b r e es c r u e l ) s o n sólo unidades
hasta ahora a m a n t e n e r a raya el ansia de p o d e r : feticias e n la m e d i d a e n q u e aquello q u e desde los
d e n i g r a al i n d i v i d u o tiránica y realza el i n s t i n t o de diferentes i m p u l s o s fundamentales se presenta a la
p o d e r d e l r e b a ñ o c o n s u ensalzamiento d e la asisten- conciencia c o m o del mismo género, es condensado
cia comunitaria y del a m o r patrio. sintéticamente e n u n a " e s e n c i a " o " f a c u l t a d " , e n u n a
pasión. D e l m i s m o m o d o e n que el " a l m a " m i s m a es
¡[54] [otoño isas-primavera 1886] una expresión p a r a t o d o s los f e n ó m e n o s d e la c o n c i e n -

E l c a r á c t e r d e la v o l u n t a d i n c o n d i c i o n a l d e poder cia: expresión q u e , sin embargo, interpretamos c o m o

se halla presente e n la totalidad d e l r e i n o de la vida. causa de todos estos fenómenos (ila " a u t o c o n c i e n c i a es
ficticia"!)
S i b i e n t e n e m o s u n c i e r t o d e r e c h o a negar el hecho de

144 145
F R [EDRICH N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S PÓS T U M O S

j [-591 [utoño 1885-priittavL-ra 1886')


Seres que juegan c o n astros.
T o d o !o m a t e r i a l es u n a especie de síntoma móvil
2 [76] [VP 260 otoño 1885-otoño ! 886]
de u n acontecer d e s c o n o c i d o : t o d o l o consciente y l o
sentido es, a su vez, síntoma de desconocidos. El (28)
m u n d o q u e se nos d a a c o m p r e n d e r p o r estos dos De la jerarquía:
lados todavía podría tener m u c h o s otros síntomas. N o Relativo a L. £n rorno a ¡a fisiología del poder.
hay n i n g u n a relación necesaria entre e l espíritu y la L a aristocracia e n e l c u e r p o , l a mayoría d e l o s
m a t e r i a , c o m o si d e algún m o d o ellos agotasen las d o m i n a n t e s ¿lucha d e ios tejidos?
f o r m a s d e representación y las representasen e x c l u s i - L a esclavitud y l a división d e l trabajo: e l t i p o
vamente. s u p e r i o r sólo p o s i b l e p o r sometimiento d e u n t i p o
L o s m o l i m i e n t o s s o n síntomas, l o s pensamientos i n f e r i o r c o n v e r t i d o e n u n a función.
también l o s o n : detrás d e ellos p o d e m o s detectar los P l a c e r y d o l o r n i n g u n a oposición. L a sensación d e
apetitos, y e l apetito f u n d a m e n t a l es l a voluntad de poder.

p o d e r . — E l "espíritu e n s í " n o es nada, como L a nutrición, s i m p l e m e n t e una c o n s e c u e n c i a d e l a


t a m p o c o l o es e l " m o v i m i e n t o en s í " . apropiación insaciable, d e la v o l u n t a d d e p o d e r .
Procreación, l a descomposición presentándose
I[62] [otoño i 885-pniriavera 1886]
ante l a i m p o t e n c i a d e las células d o m i n a n t e s p a r a
" V o l u n t a d " , una falsa cosificación. organizar l o a p r o p i a d o .
E s l a fuerzaJormadora l a q u e q u i e r e t e n e r s i e m p r e
1[¡24] [otoño 1885-pr¡jii3icra 1886]
nuevo " m a t e r i a l " d i s p o n i b l e (aún m á s " f u e r z a " ) . L a
¿ C ó m o surgen la esfera d e la perspectiva y el error? obra maestra d e la constitución d e l o r g a n i s m o a p a r t i r
E n la m e d i d a en q u e , p o r i n t e r m e d i o d e u n ser del h u e v o .
orgánico, n o es u n ser, sino la lucha misma lo que quiere " C o n c e p c i ó n m e c a n i c i s t a " : n o q u i e r e sino c a n t i -
conservarse, crecer y hacerse consciente de si. dades: p e r o l a fuerza radica e n l a c u a l i d a d : la m e c á -
L o que l l a m a m o s " c o n c i e n c i a " y " e s p í r i t u " n o es nica, p o r tanto, t a n s ó l o p u e d e d e s c r i b i r procesos, n o
más que u n m e d i o y u n i n s t r u m e n t o , p o r m e d i o del explicarlos.

c u a l , n o es u n sujeto l o q u e quiere conservarse, sino una L a " f i n a l i d a d " . Partir de la "sagacidad" de las
plantas.
lucha.
E l h o m b r e es e l t e s t i m o n i o de las e n o r m e s fuerzas C o n c e p t o d e " p e r f e c c i o n a m i e n t o " : no solamente

q u e p u e d e n ser puestas e n m o v i m i e n t o a través de un una m a y o r c o m p l e j i d a d s i n o también u n m a y o r poder


( — n o t i e n e q u e ser ú n i c a m e n t e u n a masa m a y o r — ) .
p e q u e ñ o s e r d e c o n t e n i d o múltiple (o p o r una lucha
C o n c l u s i ó n referente al desarrollo d e l a h u m a n i -
persistente q u e se c o n c e n t r a e n m u c h o s seres peque-
dad: e l p e r f e c c i o n a m i e n t o consiste e n l a producción
ños).

146 147
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E t- K A G M E N T O S P O S T II M O S

d e l o s i n d i v i d u o s más p o d e r o s o s para quienes la tación es ella misma un medio para enseñorearse de algo. El
i n m e n s a m u l t i t u d es c o n v e r t i d a e n i n s t r u m e n t o (y, proceso orgánico supone un continuo interpretar.
es m á s , e n i n s t r u m e n t o s u m a m e n t e inteligente y
2]1S1] [VP 556 otoño 1885-otoño 1886]
móvil).
L o s artistas c o m o l o s p e q u e ñ o s f o r m a d o r e s . E n N o se debe preguntar: " ¿ q u i é n interpreta e n t o n -
contraste, la pedantería d e los " e d u c a d o r e s " . c e s ? " , s i n o q u e el i n t e r p r e t a r m i s m o , c o m o una f o r m a
E l castigo: preservación d e u n t i p o superior. de la voluntad de p o d e r , tiene existencia ( p e r a n o
c o m o u n " s e r " , sino c o m o u n proceso, u n devenir )
E l aislamiento.
c o m o u n afecto.
Falsas enseñanzas extraídas d e la historia.¡No p o r -
q u e algo e n c u m b r a d o haya fracasado o p o r q u e haya
2[172] [VP 582 otoño 1885-otoño 1886]
s i d o o b j e t o d e abuso ( c o m o l a aristocracia) está y a
E l " s e r " — n o tenemos de él o t r a representación
refutado!
que " v i v i r " . — ¿ C ó m o puede entonces algo m u e r t o
2Ti 30] [VP 797 otoño 1885-otoño 1886] "ser"?
E l f e n ó m e n o " a r t i s t a " es todavía el más transparente:
2[190] [VP 254 otoño 1885-otoño 1886]
—¡lanzar a través d e él una m i r a d a a l o s instintos
fundamentales del poder, de la naturaleza, etc.! ¡También ¿ Q u é valor t i e n e n en sí mismas nuestras v a l o r a c i o -
a los de la religión y l a m o r a l ! nes y nuestras tablas morales? ¿Qué resulta de su
" e l j u e g o " , i o inútil, c o m o ideal d e q u i e n está dominio? ¿ E n favor d e quién? ¿ E n relación a q u é ?
sobreacumulado de fuerza, c o m o " i n f a n t i l " . La " p u e - — R e s p u e s t a : e n favor de la v i d a . P e r o , ¿Qué es vida?
r i l i d a d " d e D i o s , e n griego ¡tais jcaiow (pais paizon) Aquí se hace necesaria, pues, una nueva y más precisa
[ u n n i ñ o q u e juega]. c o m p r e n s i ó n d e l c o n c e p t o d e " v i d a " : m i fórmula a l
respecto reza: vida es voluntad d e poder.
2[148] [VP 643 otoño l88S-otono 1886]
¿Que significa el valorar mismo? ¿ R e m i t e éste a u n
L a v o l u n t a d de p o d e r interpreta: en la f o r m a c i ó n de m u n d o d i s t i n t o , metafísico p o r detrás o p o r debajo?
u n órgano se trata d e u n a interpretación; la v o l u n t a d C o m o todavía lo creía K a n t (quien se encuentra antes
d e p o d e r d e l i m i t a , d e t e r m i n a g r a d o s y diferencias de del g r a n m o v i m i e n t o histórico). E n r e s u m e n : ¿Dónde
p o d e r . Las meras diferencias d e p o d e r n o podrían se originó? ¿ O n o tuvo origen? Respuesta: e l valorar
todavía p e r c i b i r s e c o m o tales: tiene que haber u n algo m o r a l es una interpretación, una f o r m a d e interpretar.
c o n v o l u n t a d d e c r e c i m i e n t o q u e , basándose e n su La interpretación m i s m a es u n síntoma de c i e r t o s
valor, i n t e r p r e t e t o d o o t r o algo c o n v o l u n t a d de estados fisiológicos, así c o m o d e u n c i e r t o nivel
c r e c i m i e n t o . E n esto igual — E n r e a l i d a d la interpre- espiritual de j u i c i o s p r e d o m i n a n t e s . ¿Quién interpreta?
— N u e s t r o s afectos.

148 149
c D i P rvRIC H N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S P Ó S T U MOS

5(g( [verano 1886-utono 1887]


tricta después d e q u e el i m p u l s o f u n d a m e n t a l
Exotérico —esotérico e n pos d e p o d e r ha a d q u i r i d o u n a f o r m a m á s
1. t o d o es v o l u n t a d c o n t r a v o l u n t a d espiritual.
2 . N o existe v o l u n t a d n i n g u n a
! 1 [29] [YP 690 noviembre 1 S87-marao 1S 88]
1. Causal ismo
2 . N o existe nada semejante a causa-efecto N o se p u e d e e n c o n t r a r aquello que constituye la causa
1. Toda causalidad se r e m i t e psicológicamente a la de que exista e n absoluto evolución, t o m a n d o u n a vez
creencia e n intenciones: más la vía de la investigación sobre la evolución; n o se
J u s t a m e n t e e l efecto d e una intención es algo i n - debe q u e r e r e n t e n d e r l o c o m o " e n d e v e n i r " , m e n o s
aún c o m o d e v e n i d o . . .
mostrable.
(Causa eficiente es u n a tautología c o n causa final) la " v o l u n t a d de p o d e r " n o puede haber d e v e n i d o .

visto psicológicamente.
I![73] [VP 715 noviembre 1887-marzo 188S]
9fl51] [otoño ¡887]
(331) E l p u n t o d e vista d e l " v a l o r " es el p u n t o de vista
(104) L a voluntad d e p o d e r sólo p u e d e manifestarse d e las condiciones de conservación-potenciación, c o n
frente a resistencias; ella busca aquello que le miras a estructuras complejas d e relativa p e r -
ofrece resistencia, esta es la t e n d e n c i a original duración d e la vida e n e l seno d e l devenir:
d e l p r o t o p l a s m a c u a n d o e m i t e pseudópodos y — n o hay unidades últimas perdurables, n o
palpa a l r e d e d o r d e sí. L a apropiación y la hay á t o m o s , n i mónadas: t a m b i é n en este caso
incorporación s o n , sobre t o d o , u n q u e r e r - s o - l o ente es algo q u e h a s i d o introducido p o r
meter, u n f o r m a r y t r a n s f o r m a r hasta que n o s o t r o s ( p o r razones prácticas, útiles, d e p e r s -
finalmente l o s o m e t i d o entra p o r c o m p l e t o e n pectiva)
el p o d e r d e l agresor y l o m u l t i p l i c a . — S i esta — " e s t r u c t u r a s d e d o m i n i o " : l a esfera d e l o
i n c o r p o r a c i ó n n o tiene é x i t o , entonces l a es- dominante, creciendo continuamente o dismi-
t r u c t u r a p o s i b l e m e n t e se d i v i d a ; y la dualidad nuyendo y aumentando periódicamente; o
aparece c o m o c o n s e c u e n c i a de la v o l u n t a d d e b i e n , bajo l o favorable o desfavorable d e las
p o d e r : para n o p e r m i t i r q u e se l e escape l o que circunstancias (de la n u t r i c i ó n — )
ha sido c o n q u i s t a d o , la v o l u n t a d d e p o d e r se — " v a l o r " es esencialmente el p u n t o d e vista
divide e n d o s voluntades (en algunas c i r c u n s - p a r a el c r e c i m i e n t o o la disminución de estos
tancias s i n a b a n d o n a r d e l t o d o l a conexión centros d e d o m i n i o ( " p l u r a l i d a d e s " , e n t o d o
entre s í ) . caso, p e r o la " u n i d a d " n o existe e n absoluto e n
" H a m b r e " es sólo u n a adaptación m á s es- la naturaleza d e l devenir)

150 151
r p,cn^J_r_H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

un quantum de poder, u n devenir, en !a t o d o hacer y q u e r e r sigue s i e n d o , justamente


m e d i d a en que nada en él tiene el carácter del p o r esto, el m e n o s r e c o n o c i d o , el más e s c o n -
" s e r " ; e n la m e d i d a d i d o , pues en la práctica acogemos s i e m p r e su
— l o s m e d i o s d e expresión d e l lenguaje no m a n d a t o , p o r q u e somos este m a n d a t o . . . Todas
se prestan para expresar el d e v e n i r : pertenece las valoraciones s o n sólo perspectivas estrechas
a nuestra insoslayable necesidad de conservación el y consecuencias al senicio de esta voluntad única;
instaurar constantemente el tosco mun- una crítica d e l Ser a p a r t i r de c u a l q u i e r a d e
do de lo que p e r m a n e [ c e ] , d e las " c o s a s " , etc. estos valores es u n c o n t r a s e n t i d o y u n m a l e n -
E n t é r m i n o s relativos p o d e m o s hablar d e á t o - t e n d i d o , aún s u p o n i e n d o q u e e n t o d o ello se
m o s y m ó n a d a s : y l o c i e r t o es q u e el mundo más i n i c i e u n p r o c e s o de h u n d i m i e n t o , este p r o c e s o
pequeño es, en duración, el mcís duradero... está al senicio de esta voluntad...
no hay voluntad: hay p u n t u a c i o n e s volitivas H a c e r u n a valoración d e l Ser m i s m o : p e r o e l
que c o n s t a n t e m e n t e i n c r e m e n t a n o p i e r d e n su valorar m i s m o sigue s i e n d o este Ser — : y al
poder. d e c i r N o , h a c e m o s , p o n e m o s e n acto, todavía
l o q u e somos... Se tiene q u e c o m p r e n d e r l a
11[%] fVP 675 noviembre 1887-marzo 1888]
absurdidad de estos gestos c o n d e n a t o r i o s d e l a
(348) Q u e se r e i n t r o d u z c a al actor e n el hacer, des- existencia; y a s i m i s m o intentar i n t u i r es l o q u e
pués de que se lo ha sonsacado conceptualmen- c o n ello tiene lugar. Es s i n t o m á t i c o .
te de éste y se ha vaciado, p o r t a n t o , el hacer;
11 [ 114] [VP 668 noviembre i 887-mar/o 1888]
q u e se vuelva a c o l o c a r al hacer-algo, a la
" m e t a " , a l a " i n t e n c i ó n " , a la " f i n a l i d a d en el " q u e r e r " n o es " a p e t e c e r " , perseguir, exigir: se
hacer" después d e que se l a h a sonsacado diferencia d e éstos p o r el afecto del comando
a r t i f i c i a l m e n t e d e éste y se h a vaciado, p o r n o hay ningún "querer" s i n o s o l a m e n t e u n querer-
tanto, e l h a c e r ; algo: no se debe d i s o c i a r la meta d e ! estado: c o m o l o
q u e todas las " f i n a l i d a d e s " , " m e t a s " , " s e n - hacen los t e ó r i c o s d e l c o n o c i m i e n t o . E l " q u e r e r " ,
t i d o s " s o n tan sólo f o r m a s de expresión y c o m o l o e n t i e n d e n ellos, es algo q u e , a! igual que el
m e t a m o r f o s i s de la v o l u n t a d única q u e es i n h e - " p e n s a r " , n o t i e n e lugar: es u n a p u r a ficción.
rente a t o d o acontecer, la v o l u n t a d d e p o d e r ; Pertenece al q u e r e r el q u e algo sea ordenado ( c o n l o
que t e n e r fines, metas, i n t e n c i o n e s , que querer cual n o se q u i e r e decir, o b v i a m e n t e , q u e la v o l u n t a d
e n general, es tanto c o m o q u e r e r - v o l v e r s e - sea " e f e c t u a d a " . . . )
m á s - f u e r t e , q u e r e r c r e c e r y q u e r e r también los A q u e l estado general d e tensión e n v i r t u d d e l c u a l
medios para ello; una fuerza tiende hacia s u d e s e n c a d e n a m i e n t o — n o
que e l i n s t i n t o más general y más básico en es una " v o l i c i ó n " .

152 153
FRIEDR1CH N I E T Z S C H E F RAG ME NTOS P O S T U M O S

U[415'] r\'F 353 noviembre 1887-nurzo 1888]


esta la más p r o f u n d a , la s u p r e m a intención secreta de
La concepción d e l m u n d o c o n la q u e uno se la c i e n c i a , de la r e l i g i o s i d a d , del ser artista. M u c h a s
tropieza e n el t r a n s f o n d o d e este l i b r o es especial- cosas n o verlas n u n c a ; muchas cosas no verlas sino
m e n t e sombría y desagradable: entre los tipos de equivocadamente; muchas cosas verlas sólo al añadir-
p e s i m i s m o c o n o c i d o s hasta ahora, n o parece haber las. i O h qué inteligente se es e n estados e n los que se
alcanzado n i n g u n o este g r a d o d e m a l i g n i d a d . Está está l o más distante d e tenerse u n o p o r tal! E l a m o r ,
ausente aquí la oposición entre, u n m u n d o verdadero el entusiasmo, " D i o s " — i p u r a s finezas d e l más e x -
y u n m u n d o aparente: hay tan sólo u n único m u n d o t r e m o autoengaño, puras seducciones que invitan a v i -
y éste es falso, c r u e l , c o n t r a d i c t o r i o , seductor, carente vir! E n los m o m e n t o s e n que el h o m b r e se c o n v i e r t e
de s e n t i d o . . . U n m u n d o así c o n s t i t u i d o es el m u n d o en engañado, en que vuelve a c r e e r en la vida, e n q u e
v e r d a d e r o . . . Tenemos necesidad de la mentira para lograr se hace a sí m i s m o víctima d e u n a artimaña: ¡ O h ,
la v i c t o r i a sobre esta realidad, esta " v e r d a d " , esto es, c ó m o se infla! ¡Qué encanto! ¡ Q u é sentimiento d e
p a r a vivir . . . E l q u e la m e n t i r a sea necesaria para vivir, p o d e r ! . . . ¡Cuánto t r i u n f o d e artista e n la sensación d e
también esto m i s m o f o r m a parte d e l carácter terrible p o d e r ! . . . ¡El h o m b r e se ha hecho nuevamente dueño
y d u d o s o de la existencia... v señor d e l " m a t e r i a l " — s e ñ o r de la verdad!... Y c u a n -
La metafísica, la m o r a l , la religión, la ciencia do q u i e r a q u e el h o m b r e se alegra, es él, en su alegría,
— t o d a s ellas son tomadas en consideración e n este siempre el m i s m o : se alegra c o m o artista, disfruta de
l i b r o exclusivamente como diversas f o r m a s de la sí m i s m o c o m o p o d e r . La mentira es el poder...
m e n t i r a : c o n su ayuda se cree e n la vida. " L a vida debe E l arte y nada más que el arte. E l es el g r a n
i n s p i r a r c o n f i a n z a " : la tarea, así planteada, es colosal. p o s i b i l i t a d o r de la \ i d a , el g r a n seductor q u e incita a
E l h o m b r e , para d a r l e solución, tiene que ser u n vivir, el g r a n estimulante para vivir...
m e n t i r o s o p o r naturaleza; más que c u a l q u i e r otra cosa
tiene q u e ser, además, artista... Y d e h e c h o l o es: 14[i4] [VP 1050 primavera 1888]

metafísica, m o r a l , religión, ciencia — son sólo p r o - C o n t r a m o v i m i e n t o arte


d u c c i o n e s d e s u v o l u n t a d de arte, de m e n t i r a , de Nacimiento de la tragedia
h u i d a ante la " v e r d a d " , d e negación d e la " v e r d a d " .
Esta facultad m i s m a , gracias a ta cual él violenta la
realidad por medio de la mentira, esta capacidad de artista
p o r excelencia, el h o m b r e — é l la tiene e n c o m ú n c o n
t o d o l o q u e es: pues él m i s m o es u n pedazo de III
realidad, d e v e r d a d , d e naturaleza — él m i s m o es
también u n pedazo de genio de la mentira... Estas dos potencias artísticas naturales: son c o n -
Q u e se desconozca e l c a r á c t e r d e la existencia — e s trapuestas por Nietzsche como lo dionisiaco y lo

154 155
f ItlEDRICH N1ET2SCHE F R A G M E N T O S P Ó S TU M OS

apolíneo: a f i r m a que C o n la palabra " d i o n i s í a c o " cuales el señor N[ietzsche] se ha sentido atraído en
se expresa: u n urgir hacia la u n i d a d , u n trascender presencia d e la esencia griega. E n el f o n d o N i e t z s c h e
más allá de la p e r s o n a , de la c o t i d i a n i d a d , de | a no se esforzó p o r n i n g u n a o t r a cosa que p o r i n t u i r p o r
s o c i e d a d , d e la r e a l i d a d , c o m o abismo d e l o l v i d o , el qué precisamente el a p o l i n i s m o griego tenía que e m e r -
henchirse a p a s i o n a d o - d o l o r o s o hacia estados más os- ger d e u n transfondo dionisíaco: el griego dionisíaco
curos, más llenos, más flotantes; u n fascinado decir-Sí tenía necesidad de volverse apolíneo, esto es: de
al c a r á c t e r total d e la vida c o m o l o igual e n todo quebrar su v o l u n t a d de lo m o n s t r u o s o , múltiple,
c a m b i o , l o igualmente p o d e r o s o , igualmente biena- incierta, horrendo, p o r medio de una voluntad de
venturado; la g r a n c o m p e n e t r a c i ó n panteísta en la m e d i d a , d e sencillez, d e subordinación a la n o r m a y al
alegría y ei d o l o r , que sanciona y santifica i n c l u s o las concepto. L o d e s m e d i d o , salvaje, asiático, se halla
p r o p i e d a d e s más t e r r i b l e s y cuestionables d e la vida, sobre s u f u n d a m e n t o : la valerosidad d e l griego está e n
a fuerza de u n a eterna v o l u n t a d d e procreación, de la l u c h a c o n su asiatismo: la belleza n o le h a s i d o
fertilidad, de e t e r n i d a d : c o m o s e n t i m i e n t o de la u n i - otorgada a m a n e r a de regalo, c o m o t a m p o c o la lógica
d a d y de la necesidad d e la creación y la destruc- o la naturalidad de las costumbres — s i n o que ha s i d o
c i ó n . . . C o n la palabra apolíneo se expresa: u n urgir conquistada, q u e r i d a , luchada — e s u n t r i u n f o . . .
hacia el perfecto ser-para-sí, hacia el "individuo"
típico, hacia t o d o l o q u e s i m p l i f i c a , resalta, l o que I4f2 J ] [primavera 1888]

hace fuerte, c l a r o , inequívoco, típico: la l i b e r t a d bajo


la ley.
E l u l t e r i o r desarrollo d e l arte está tan necesa- 4.
riamente ligado a su antagonismo c o m o el ulterior
d e s a r r o l l o d e la h u m a n i d a d al antagonismo de los dos Este l i b r o * es, así, pues, i n c l u s o , antipesimista: a

sexos. L a p l e n i t u d d e p o d e r y la mesura, la forma saber, e n el s e n t i d o d e q u e enseña algo q u e es m á s

s u p r e m a d e autoafirmación e n u n a belleza fría, dis- fuerte q u e el p e s i m i s m o , q u e es más d i v i n o q u e la

t i n g u i d a , esquiva l o apolíneo de la v o l u n t a d helé- " v e r d a d " : el arte. N a d i e , tal parece, tomaría tanto la
palabra e n n o m b r e de una negación radical de la v i d a ,
nica.
de u n v e r d a d e r o h a c e r - N o , más q u e de u n d e c i r - N o
E l o r i g e n de la tragedia y la c o m e d i a c o m o u n ver
a la vida, c o m o el a u t o r de este l i b r o : sólo q u e él sabe
presente a u n t i p o d i v i n o en el estado d e u n fascina-
— é l lo ha v i v i d o , quizá no haya vivido otra cosa
m i e n t o total, c o m o u n a c o - v i v e n c i a d e la leyenda
— q u e el arte es más valioso que la " v e r d a d " .
local, d e la visita, d e l m i l a g r o , d e l acto de fundación,
Ya e n el prólogo, e n el que se invita a W a g n e r a u n a
del " d r a m a " .
Esta antítesis d e l o dionisíaco y l o apolíneo dentro
d e l a l m a griega es u n o d e los grandes m i s t e r i o s p o r los * [N.T.] El origen de la tragedia.

156 157
F R A G M E N T O S P O S T U M O S
r r , c n g l C. H N1ET2SCHE

de devenir, crecer, formar, y, p o r ende, de s o m e t i -


, e c i e de diálogo, aparece la confesión d e fe, el
m i e n t o , de resistencia, de guerra, de d e s t r u c c i ó n ) . Se
^ i n o e l i o d e l artista: " e l arte c o m o la verdadera tarea
concibe u n estado s u p r e m o de afirmación d e la
¿ s l í v i d a , el arte c o m o actmdad metafísica "...
existencia e n el q u e hasta e l d o l o r , t o d o tipo de d o l o r ,
[primavera 18881
está i n c l u i d o e t e r n a m e n t e c o m o m e d i o d e p o t e n c i a -
ción: el estado trágico-dionisíaco.

II 14[12i] [VP 688.692 primavera 1888]

La v o l u n t a d d e p o d e r psicológicamente
L o esencial e n esta c o n c e p c i ó n es e l c o n c e p t o de Concepción de unidad de ¡a psicología
arte e n relación c o n l a vida: éste es c o n s i d e r a d o , tanto Estamos a c o s t u m b r a d o s a c o n c e b i r la c o n f o r m a -
psicológicamente como fisiológicamente, c o m o el ción de u n a e n o r m e abundancia de formas c o m o algo
gran estimulante, c o m o aquello q u e impele eternamente compatible c o n la p r o v e n i e n c i a d e la u n i d a d .
a l a v i d a , a l a vida eterna... Q u e la v o l u n t a d d e p o d e r es la f o r m a de afecto

14(24] [primavera 1888]


p r i m i t i v a , q u e todos los demás afectos s o n c o n f o r m a -
ciones suyas.
Q u e existe u n significativo esclarecimiento consis-
tente e n colocar p o d e r e n lugar d e la " f e l i c i d a d "
3.
individual q u e supuestamente persigue cada s e r v i -
viente: " p e r s i g u e p o d e r , u n p l u s d e p o d e r " — E l
Se ve q u e en este l i b r o * e l p e s i m i s m o , digámoslo más
placer es sólo u n síntoma d e la sensación d e l p o d e r
c l a r a m e n t e , e l n i h i l i s m o cuenta c o m o l a " v e r d a d " :
alcanzado, u n a c o n c i e n c i a de la d i f e r e n c i a — n o
p e r o la v e r d a d n o c u e n t a c o m o u n c r i t e r i o s u p r e m o
persigue placer sino q u e e l placer aparece c u a n d o se
d e valor, m e n o s aún c o m o p o d e r s u p r e m o .
alcanza aquello q u e se persigue: e l p l a c e r acompaña,
L a v o l u n t a d d e apariencia, d e ilusión, d e engaño,
el placer n o mueve.
de devenir, d e cambiar, cuenta c o m o más p r o f u n d a y
Q u e t o d a fuerza i m p u l s o r a es v o l u n t a d de p o d e r ,
o r i g i n a r i a , más " m e t a f í s i c a " q u e la v o l u n t a d d e ver-
que n o existe fuera d e ella n i n g u n a fuerza física,
d a d , d e r e a l i d a d , d e ser: — e s t a última es ella m i s m a
dinámica o psíquica...
tan sólo c o m o u n a f o r m a d e l a voluntad d e ilusión.
Así, t a m b i é n e l placer cuenta c o m o más originario — e n nuestra c i e n c i a , en la q u e e l c o n c e p t o de

que el d o l o r : el d o l o r es p r o p i c i a d o sólo c o m o una causa y efecto está r e d u c i d o a u n a relación de e c u a -

c o n s e c u e n c i a de la v o l u n t a d de p l a c e r (de la voluntad ción, c o n la ambición d e d e m o s t r a r q u e a cada l a d o se


encuentra e l m i s m o q u a n t u m d e fuerza, falta la
fuerza impulsora: sólo c o n s i d e r a m o s los resultados,
[N.T.] El origen de la tiogedia.

159
158
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E
F R A G M E N T O S P O S T U M O S

los p o n e m o s c o m o iguales e n relación c o n el c o n t e -


t o d o se esfuerza p o r convertirse e n esta f o r m a d e la
n i d o de fuerza, nos dispensamos de la pregunta p o r la voluntad de p o d e r .
causación de u n c a m b i o . . .
Es u n s i m p l e asunto d e e x p e r i e n c i a q u e el c a m b i o 18[17] fjulio-agosto i 888]
n o cesa: n o tenemos, en realidad, la más m í n i m a razón
Esbozo del
para c o m p r e n d e r que a u n c a m f b i o ] tenga que seguir
p l a n para:
o t r o . Por e l c o n t r a r i o : u n estado alcanzado parecería
¡a Voluntad de Poder
tener que conservarse a sí m i s m o , si n o h u b i e r a en él
Ensayo
una c a p a c i d a d de no q u e r e r conservarse precisamente
d e u n a transvaloración d e los valores.
a sí m i s m o . . .
—Sus M a r i a
E l p r i n c i p i o d e la autoconservación de Spinoza
último d o m i n g o del mes
tendría, en realidad, q u e detener el c a m b i o : p e r o este
d e agosto d e 1 8 8 8
p r i n c i p i o es falso, l o contrarío es v e r d a d . Justamente en
Nosotros los hiperbóreos. —Colocación de la piedra
t o d o lo viviente se puede m o s t r a r clarísimamente que angular del problema.
lo hace t o d o no para conservarse s i n o para devenir
más...
Libro primero: "¿qué es la verdad?"
¿Es " l a voluntad de p o d e r ' una especie de " v o l u n -
1

Capítulo primero. Psicología d e l error.


t a d " o es idéntica al c o n c e p t o " v o l u n t a d " ? ¿Viene a Capítulo segundo. Valor d e v e r d a d y error.
significar l o m i s m o que apetecer? ¿O mandar? Capítulo tercero. L a v o l u n t a d d e v e r d a d (justificada t a n
¿Es ella la " v o l u n t a d " d e la que S c h o p e n h a u e r cree sólo e n e l v a l o r a f i r m a t i v o , e n e l Sí, de l a
que sería e l " e n sí d e las cosas"? vida).
: m i p r i n c i p i o es: que la voluntad, tal c o m o la ha
c o n c e b i d o la psicología hasta nuestros días, es una
Libro segundo: Proveniencia de los valores.
generalización injustificada, que esta v o l u n t a d no existe
Capítulo primero. L o s metafísicos.
en absoluto, que e n lugar de c o n c e b i r la conformación
Capítulo Segundo. L o s h o m b r e s religiosos.
de u n a única v o l u n t a d d e t e r m i n a d a en muchas for-
Capítulo tercero. L o s b u e n o s y los mejoradores.
mas, se h a anulado el carácter de la v o l u n t a d al
sustraérsele el c o n t e n i d o , el " ¿ a d ó n d e ? "
Libro tercero: Lucha de los valores.
:este es el caso, e n g r a d o s u m o , en Schopenhauer: lo
Capítulo primero. Pensamientos sobre el cristianismo.
que él llama " v o l u n t a d " es u n a m e r a palabra vacía.
Capítulo segundo. S o b r e la fisiología d e l arte.
Aún m e n o s se trata de u n a " v o l u n t a d d e mir": pues,
Capítulo tercero. Sobre la historia el nihilismo europeo.
la vida es apenas u n caso particular d e la v o l u n t a d de
poder, ' —es algo t o t a l m e n t e a r b i t r a r i o sostener que
:

Entretenimiento para psicólogos.


160
161
FRIEDR1CH N i E T Z S C H E

L i b r o c u a r t o : El gran mediodía. [EL E T E R N O R E T O R N O ]


Capítulo primero. El principio de la vida "jerarquía"
Capítulo segundo, l o s dos caminos.
Capítulo t e r c e r o . El eterno retomo.

11[141] fprimavera-atoño 1881]

El retorno de ¡o mismo.
Proyecto.
1. L a incorporación d e los errores fundamentales.
2. L a incorporación d e las pasiones.
3. L a incorporación d e l saber y d e l saber que r e n u n -
cia (Pasión d e l c o n o c i m i e n t o ) .
4. E l i n o c e n t e . E l i n d i v i d u o c o m o e x p e r i m e n t o . E l
aligeramiento d e la vida, degradación, debilita-
miento —transición.
5. E l nuevo gran peso: el eterno retorno de lo mismo.
Infinita i m p o r t a n c i a de nuestro saber y errar, d e
nuestras c o s t u m b r e s y m o d o s d e vida para t o d o e l
porvenir. ¿ Q u é hacemos c o n e l resto de nuestra
vida — n o s o t r o s q u e hemos pasado la m a y o r parte
d e ella e n el d e s c o n o c i m i e n t o más esencial? Ense-
ñamos ¡a doctrina — e s e l m e d i o m á s fuerte d e
incorporaría a n o s o t r o s m i s m o s . N u e s t r a especie d e
bienaventuranza c o m o maestros d e la más g r a n d e
de las d o c t r i n a s .
A p r i n c i p i o s d e agosto d e 1881 e n S i l s - M a r i a ,
¡a 6 . 0 0 0 pies sobre e l nivel d e l m a r y m u c h o m á s
a r r i b a d e todas las cosas h u m a n a s ! —
Relativo a 4) Filosofía de l a i n d i f e r e n c i a . L o q u e
antes estimulaba más intensamente o b r a h o y de forma
muy d i s t i n t a , es c o n s i d e r a d o y a d m i t i d o ya tan sólo

162 163
FRIEDR1CH N I E T 2 S C H E F R A G M E N T O S F Ó ST U M O S

c o m o juego (las pasiones y los trabajos), objeto de h u m a n i d a d . O ya b i e n esto: h e m o s d e c o l o c a r e l


reprobación p o r p r i n c i p i o en cuanto vida p o r fuera de pasado, el nuestro y el de toda la h u m a n i d a d , sobre la
la v e r d a d , p e r o , objeto d e goce y cultivo estéticos en balanza y también sopesarlo — ¡ n o ! este pedazo de
c u a n t o f o r m a y estímulo; nos c o m p o r t a m o s c o m o historia de la h u m a n i d a d va a, y tiene que, repetirse
niños frente a aquello que antes constituyera la serie- eternamente, esto lo p o d e m o s dar p o r descontado, n o
dad de la existencia. N u e s t r o e m p e ñ o p o r la seriedad tenemos ningún i n f l u j o sobre e l l o : así d i f i c u l t e nuestra
consiste, e n tanto, en c o m p r e n d e r t o d o c o m o en compasión e i n d i s p o n g a c o n t r a la vida en general. A
devenir, negarnos c o m o i n d i v i d u o s , ver el m u n d o en fin d e n o ser apabullados p o r este h e c h o , nuestra
lo p o s i b l e desde muchos ojos, virar e n i m p u l s o s y compasión n o p u e d e ser grande. L a i n d i f e r e n c i a tiene
o c u p a c i o n e s p a r a así crearse ojos, abandonarse tem- que haber o b r a d o p r o f u n d a m e n t e en nosotros y t a m -
poralmente a la v i d a para después reposar t e m p o r a l - bién el deleite e n la c o n t e m p l a c i ó n . T a m p o c o nos ha
m e n t e sobre ella c o n el ojo: alimentar los i m p u l s o s en de i n c u m b i r en nada la m i s e r i a d e l h o m b r e f u t u r o , Si
cuanto fundamento de todo conocer, pero saber nosotros queremos seguir viviendo o n o , ésta es la cues-
cuándo se vuelven adversarios del c o n o c i m i e n t o : en tión: ¡y de qué m a n e r a !
suma, e s p e r a r a ver hasta dónde se p u e d e i n c o r p o - A c o n s i d e r a r : los diferentes estados sublimes q u e he
r a r el saber y la verdad — y en qué m e d i d a o c u r r e una e x p e r i m e n t a d o , c o m o base para los diferentes capítu-
t r a n s f o r m a c i ó n d e l h o m b r e c u a n d o f i n a l m e n t e vive los y sus materias — c o m o reguladores de la e x p r e -
tan sólo para conocer. — E s t o es consecuencia de la sión, de la exposición, d e l pathos q u e g o b i e r n a e n
pasión d e l c o n o c i m i e n t o : no hay otro medio para su cada capítulo, — a d q u i r i r así una i m a g e n de m i i d e a l ,
existencia q u e c o n s e r v a r también las fuentes y los p o r así decir, m e d i a n t e adición. ¡Y luego más hacia l o
p o d e r e s d e l c o n o c i m i e n t o , esto es, l o s e r r o r e s y las alto!
pasi[ones] d e cuya lucha t o m a aquélla s u fuerza c o n -
11 [143] [primavera-otoño 1881]
servadora. — ¿ Q u é aspecto t o m a esta vida e n l o que
respecta a s u s u m a de bienestar? U n juego de niños, " P e r o si t o d o es necesario ¿qué p u e d o yo d i s p o n e r
hacia el que e l ojo d e l sabio dirige la m i r a d a ; tener de m i s a c c i o n e s ? " E l p e n s a m i e n t o y la creencia s o n u n
c o n t r o l sobre este y a q u e l estado — y sobre la muerte, gran peso que p r e s i o n a sobre t i , j u n t o c o n los d e m á s
si algo así n o resultara p o s i b l e — P e r o ahora viene el pesos y más q u e ellos. ¿Dices q u e la alimentación, e i
c o n o c i m i e n t o de m a y o r peso y hace toda especie de lugar, el aire, la s o c i e d a d , te c a m b i a n y d e t e r m i n a n ?
vida t e r r i b l e m e n t e llena de i n q u i e t u d e s : u n superávit A h o r a b i e n , tus o p i n i o n e s lo hacen aún m a y o r m e n t e ,
d e p l a c e r t i e n e q u e p o d e r s e r c o m p r o b a d o , d e otra pues, éstas te d e t e r m i n a n a esta alimentación, lugar,
suerte ha de optarse p o r nuestra destrucción c o m o aire, s o c i e d a d , — S i i n c o r p o r a s el p e n s a m i e n t o d e los
m e d i o de d e s t r u c c i ó n d e la h u m a n i d a d en aras de la pensamientos, é s t e te transformará. L a pregunta p a r a

164 165
r: R 1 F D _ R 1 C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

todo lo que quieras hacer: " ¿ e s esto de tal manera una y o t r a vez c o m o u n reloj d e arena, y una y o t r a vez
que quisiera hacerlo incontables veces?", este es el se consumirá — u n g r a n m i n u t o de t i e m p o de p o r
más grande d e los grandes pesos. m e d i o hasta c u a n d o todas las c o n d i c i o n e s de las q u e
has surgido vuelvan a juntarse e n el c i c l o d e l m u n d o .
11 [146] [primavera-otoño 1881]
Y entonces encuentras nuevamente cada d o l o r y cada
L a aversión c o n t r a l a vida es rara. N o s mantenemos placer y cada amigo y cada e n e m i g o y cada esperanza
en ella y estamos de acuerdo c o n ella i n c l u s o en y cada e r r o r y cada h i e r b a y cada r e s p l a n d o r d e l s o l ,
último t é r m i n o y e n las situaciones difíciles, no por la entera concatenación de todas las cosas. Este a n i l l o
m i e d o a algo peor, n o p o r esperanza d e algo mejor, no en el que eres u n g r a n o , b r i l l a s i e m p r e de nuevo. Y e n
p o r c o s t u m b r e (que sería t e d i o ) , no p o r el placer cada a n i l l o d e la existencia h u m a n a hay s i e m p r e u n a
ocasional — s i n o p o r la variedad y p o r q u e e n el fondo h o r a e n la que aparece el p e n s a m i e n t o más p o d e r o s o ,
nada es u n a repetición, p e r o r e c u e r d a algo vivido. E l p r i m e r o a u n o , luego a m u c h o s , luego a todos, el
estímulo d e l o nuevo, d e lo que, s i n e m b a r g o , suena pensamiento del e t e r n o r e t o r n o d e todas las c o s a s —
al viejo gusto — c o m o u n a música c o n m u c h o de cada vez es ésta, p a r a la h u m a n i d a d , la h o r a d e l
horrible. mediodía.

11 r i 481 [primavera-otoño 1881] 11[152] [primavera-otoño ! 881]

E l m u n d o de las fuerzas n o sufre m e n o s c a b o : pues, Si todas las p o s i b i l i d a d e s e n el o r d e n y la relación de


si así f u e r a , se habría vuelto débil y habría s u c u m b i d o la fuerza n o estuvieran ya agotadas, entonces no
e n el transcurso d e l t i e m p o i n f i n i t o . E l m u n d o de las habría t r a n s c u r r i d o aún una e t e r n i d a d . Puesto q u e
fuerzas n o acepta detención alguna: pues, de o t r a esto, s i n e m b a r g o , tiene que ser, n o hay entonces
m a n e r a habría llegado a ésta y el reloj d e la existencia ninguna nueva p o s i b i l i d a d más y t o d o tiene q u e h a b e r
estaría d e t e n i d o . E l m u n d o de la fuerza no entra existido ya i n n u m e r a b l e s veces.
n u n c a e n u n e q u i l i b r i o , n o tiene n u n c a u n instante de
U[!57] [primavera-otoño 1881]
r e p o s o , s u fuerza y s u m o l i m i e n t o s o n igualmente
grandes e n cada m o m e n t o . Sea cual sea el estado que C u i d é m o n o s de a t r i b u i r l e a este c i c l o c u a l q u i e r
este m u n d o pueda alcanzar, lo tiene q u e haber alcan- aspiración o m e t a : o d e valorarlo d e a c u e r d o con
zado y n o sólo u n a vez s i n o i n n u m e r a b l e s veces. Así, nuestras necesidades c o m o tedioso, estúpido, etc. E n él
este instante: ya estuvo presente u n a y muchas veces se d a , e n efecto, e l m á x i m o g r a d o d e sinrazón t a n t o
y retornará igualmente c o n todas las fuerzas repartidas c o m o l o c o n t r a r i o : p e r o n o se lo p u e d e m e d i r d e
exactamente c o m o ahora: e igualmente o c u r r e c o n el acuerdo c o n esto, r a z o n a b i l i d a d o irrazonabüidad no
instante q u e engendró a éste y c o n aquel que es el hijo son p r e d i c a d o s para e l t o d o . — C u i d é m o n o s de p e n -
d e l presente. ¡ H o m b r e ! T u vida e n t e r a es volteada sar la ley de este círculo como devenida según la falsa

166 167
r .rjrnRJ_C_H N 1 E T Z S C H E F R A G M E N T O S POS T U M O S

! 1 [ 160] [primavera-otoño 18S! ]


analogía d e l m o v i m i e n t o c i r c u l a r dentro d e l anillo: no
h u b o p r i m e r o u n caos y después g r a d u a l m e n t e u n Esta d o c t r i n a es indulgente para c o n los q u e n o
m o v i m i e n t o más a r m ó n i c o y, p o r último, u n m o v i - creen e n ella, no tiene n i i n f i e r n o s n i amenazas. Q u i e n
m i e n t o c i r c u l a r fijo d e todas las fuerzas: antes b i e n , no cree tiene e n su c o n c i e n c i a u n a vídajü^oz.
t o d o es e t e r n o , n o d e v e n i d o : si existió u n caos de las
]1[16¡] [primavera-otoño 1881]
fuerzas, entonces el caos ha s i d o t a m b i é n eterno y ha
r e t o r n a d o e n cada anillo. E l ciclo n o es algo que ha ¡ N o estar a la expectativa de bienaventuranzas)' d e
devenido, él es la le)' p r i m i g e n i a , tal c o m o la magnitud bendiciones e i n d u l t o s lejanos y d e s c o n o c i d o s , sino vivir
de la fuerza es ley p r i m i g e n i a , sin e x c e p c i ó n , n i trans- de tal m a n e r a q u e q u e r a m o s vivir o t r a vez y q u e r a m o s
gresión. T o d o d e v e n i r o c u r r e d e n t r o del ciclo y vivir así p o r la e t e r n i d a d ! — N u e s t r a tarea se nos
d e n t r o d e la m a g n i t u d de la fuerza; n o utilizar, pues, plantea e n cada instante.
para la caracterización d e l c i c l o e t e r n o los ciclos que
i 1 [163] [primavera-otoño 1881]
devienen y pasan, p o r e j e m p l o , los d e los astros o el
flujo y reflujo, día y n o c h e , las estaciones. E l d e l i r i o político, que m e hace sonreír justamente
c o m o en viejos t i e m p o s el frenesí religioso a sus
Ilfl58] [primavera-otoño 1881]
c o n t e m p o r á n e o s , es ante t o d o secularización, fe e n e l
¡ C u i d é m o n o s d e enseñar una d o c t r i n a semejante mundo, q u i t a r s e - d e - e n - m e n t e el "más allá" y el
c o m o una religión r e p e n t i n a ! E l l a debe p e r m e a r l e n - " t r a n s m u n d o " . S u meta es el bienestar d e l i n d i v i d u o
tamente, generaciones enteras han de trabajar e n ella fugaz", razón p o r la cual el s o c i a l i s m o es su f r u t o , es
y en ella hacerse fértiles, — p a r a que se convierta en decir, los i n d i v i d u o s fugaces q u i e r e n c o n q u i s t a r su
u n g r a n árbol q u e d é s o m b r a a toda la h u m a n i d a d del dicha m e d i a n t e la socialización; n o tienen m o t i v o
porvenir. ¡Qué s o n el p a r d e siglos e n los que el alguno para esperar c o m o los h o m b r e s c o n almas
c r i s t i a n i s m o se ha m a n t e n i d o ! Para el pensamiento eternas y d e v e n i r e t e r n o y f u t u r o , d e v e n i r - m e j o r . M i
más p o d e r o s o se r e q u i e r e n m u c h o s s i g l o s — por mu- d o c t r i n a reza: la tarea es vivir de tal manera que tengas
cho, mucha tiempo h a d e ser p e q u e ñ o e i m p o t e n t e ! que desear vivir de n u e v o —\en todo caso vas a h a c e r l o !
A q u i e n el e m p e ñ o le aporte e l s e n t i m i e n t o m á x i m o ,
11 f 159] [primavera-otoño 1881]
¡que se e m p e ñ e ! ; a q u i e n el reposo le aporte el
¡Imprimamos la i m a g e n d e la e t e r n i d a d sobre s e n t i m i e n t o m á x i m o , i que repose!; a q u i e n la s u b o r -
nuestra vida! Este p e n s a m i e n t o c o n t i e n e más que dinación, el secundar, la o b e d i e n c i a , le a p o r t e n el
todas las religiones q u e d e s p r e c i a n esta vida c o m o s e n t i m i e n t o m á x i m o , ique o b e d e z c a ! S ó l o q u e se
fugaz y q u e enseñaron a m i r a r e n busca de una vida melva consciente de l o que le aporta el s e n t i m i e n t o
distinta i n d e t e r m i n a d a . m á x i m o y no r e t r o c e d a ante ningún medioi ¡La e t e r n i -
dad es l o q u e i m p o r t a !

168 169
^ p ^ F j ^ C H N I E T Z S C H E F RAG M E N T O S P O S T U M O S

11 f 165"| fprimavera-otoño J 8S 1"[


C o n t o d o s sus útiles d e s c u b r i m i e n t o s y s u p l a c e r p o r
¡ Q u e r e m o s e x p e r i m e n t a r s i e m p r e d e nuevo una el c o n o c i m i e n t o de este mando, n o fue capaz de darle
o b r a d e arte! ¡Así se d e b e dar f o r m a a la p r o p i a vida a este m u n d o , a e s t a v i d a la suprema importancia. ¡ El
de m a n e r a que se tenga el m i s m o deseo c o n respecto más allá siguió siendo más importantel L a cuestión capital
a stis partes particidares! ¡Este es el pensamiento sigue s i e n d o la d e reenseñar e n este p u n t o — q u i z á s i la
capital! Sólo al final se expone la doctrina de la metafísica da justamente a esta vida el más pesado
r e c u r r e n c i a de t o d o lo q u e ha e x i s t i d o después d e que a c e n t o — según m i cnseñanza\
está i m p l a n t a d a la tendencia de crear algo que pueda
prosperar c i e n veces más f u e r t e m e n t e bajo el l u m e n 11 [190] [primavera-otoño 1881]

(luz solar) de esta d o c t r i n a . U n frágil e q u i l i b r i o se da tan p o c o frecuentemente


e n la naturaleza c o m o dos triángulos congruentes. N o
11 [ i 66] [primavera-otoño 188!]
hay, p o r tanto, t a m p o c o u n estado de reposo d e las
L o semejante n o es u n grado de l o idéntico: sino fuerzas. ¡Si el estado d e reposo fuera posible, ya habría
algo totalmente d i s t i n t o a l o idéntico. llegado!

11 [167] [primavera-otoño 188!] 11 [ 196] [primavera-otoño 1881]

¿ C ó m o se le p u e d e d a r significación a lo próximo, E l sol d e l c o n o c i m i e n t o se halla nuevamente e n el


p e q u e ñ o , fugaz? A ) E n la m e d i d a e n q u e se l o c o n c i b a mediodía: y enroscada yace bajo su luz la serpiente d e
c o m o raíz d e las c o s t u m b r e s . B ) C o m o e t e r n o y la e t e r n i d a d [- -] es laiestro t i e m p o , í o h h e r m a n o s d e l
a s i m i s m o c o n d i c i o n a n t e de lo e t e r n o . mediodía!

11 [172] [primavera-otoño 1881]


11 [202] [primavera-otoño 188! 1

¿ C ó m o l e d a m o s peso a la v i d a i n t e r i o r s i n volverla L a m a g n i t u d de la fuerza universal está determinada,


perversa y fanática c o n t r a los que p i e n s a n distinto? L a no es nada " i n f i n i t o " : ¡cuidémonos d e semejantes
fe religiosa d e c r e c e y e l h o m b r e a p r e n d e a c o m p r e n - extralimitaciones d e l c o n c e p t o ! E n consecuencia, e l
derse c o m o fugaz y c o m o inesenctal, de esta f o r m a se n ú m e r o de las situaciones, c a m b i o s , c o m b i n a c i o n e s y
\oielve finalmente débil; n o se ejercita m a y o r m e n t e en desarrollos d e esta f u e r z a es, s i n d u d a , i n m e n s a m e n t e
el p r o p u g n a r y e n el soportar, q u i e r e el goce presente, grande y a la vez prácticamente " i n c o n m e n s u r a b l e " ,
se hace las cosas fáciles y ligeras — y e m p l e a quizá p e r o e n t o d o caso d e t e r m i n a d o y n o i n f i n i t o . P e r o el
m u c h o i n g e n i o en ello. t i e m p o , e n el que e l universo ejerce su fuerza, es
o
ciertamente i n f i n i t o , es decir, la fuerza es e t e r n a -
ll[187] [primavera-otoño 1881]
mente igual y e t e r n a m e n t e activa: — h a s t a este i n s -
¿ Q u é h i z o que la c u l t u r a alejandrina sucumbiera? tante h a t r a n s c u r r i d o ya u n a e t e r n i d a d , t o d o s l o s

170
171
F R A G M E N T O S P O S T U M O S

desarrollos posibles t i e n e n q u e haber existido y a . Por h ser más b e l l o , m á s p e r f e c t o , más c o m p l i c a d o . ¡ T o d o


ranto, el d e s a r r o l l o presente tiene que ser una repeti- esto es u n a n t r o p o m o r f i s m o ! Anarquía, fealdad,
ción y así también el que lo engendró y el que surge f o r m a — e s t o s son conceptos inadecuados. Para la
de él y así seguidamente hacia adelante y hacia atrás! mecánica n o hay nada i m p e r f e c t o .
T o d o ha existido i n n u m e r a b l e s veces e n la m e d i d a en
il[213] [primavera-otoño 1881]
q u e la situación total d e todas las fuerzas retorna
s i e m p r e . S i , descontando esto, algo igual ha existido E l devenir i n f i n i t a m e n t e nuevo es una c o n t r a d i c -
alguna vez o no, es algo totalmente i n d e m o s t r a b l e . ción; supondría una fuerza i n f i n i t a m e n t e creciente.
Parece q u e la situación total c o n f o r m a novedosa- Pero, ¡ D e q u é habría d e crecer! ¡ D e d ó n d e habría d e
mente las propiedades hasta e n lo más m í n i m o , de alimentarse, de hacerlo c o n superáñú L a asunción d e
suerte que dos situaciones totales diferentes no p u e - que el u n i v e r s o es u n o r g a n i s m o riñe c o n la esencia de
d e n t e n e r nada igual. ¿Puede o n o h a b e r algo igual en 10 orgánico.
una única situación total, p o r e j e m p l o , dos hojas? L o
1 ¡ [220] [primavera-otoño 1881]
d u d o : esto supondría q u e tendrían u n o r i g e n absolu-
tamente i d é n t i c o y entonces t e n d r í a m o s q u e asumir E l p e n s a m i e n t o más p o d e r o s o c o n s u m e m u c h a
que ha e x i s t i d o algo idéntico p o r toda ¡a eternidad fuerza que antes estaba a disposición de otras metas,
anterior, a pesar de todos los cambios en las situacio- obra, así, pues, transformador, crea nuevas leyes d e
nes totales y t o d a c r e a c i ó n d e nuevas propiedades m o v i m i e n t o de la fuerza, p e r o n o crea u n a nueva
— ¡ u n a asunción i m p o s i b l e ! fuerza. E n ello radica, sin embargo, la p o s i b i l i d a d d e
r e d e t e r m i n a r y r e o r d e n a r en sus afectos a cada h o m -
¡¡[203] [primavera-otoño 1881] bre tomado i n d i v i d u a l m e n t e .
E x a m i n e m o s c ó m o ha o b r a d o hasta ahora e l pen-
11 [225] [primavera-otoño 1881]
samiento d e q u e algo se repite ( p o r e j e m p l o , el año, o las
e n f e r m e d a d e s periódicas, despertar y d o r m i r , etc). S i E l " c a o s d e l u n i v e r s o ' c o m o exclusión de t o d a
1

b i e n la repetición c i r c u l a r es tan sólo una p r o b a b i l i - actividad e n c a m i n a d a a u n fin no está e n c o n t r a d i c -


d a d o una p o s i b i l i d a d , t a m b i é n el pensamiento de una ción c o n la n o c i ó n d e l m o v i m i e n t o circular, del c i c l o :
posibilidad n o sólo las sensaciones o ciertas expectati- 2Ste último es, precisamente, una necesariedad i r r a c i o -
vas p u e d e n s a c u d i r n o s y t r a n s f o r m a r n o s . ¡ C ó m o ha nal, sin n i n g u n a c o n t e m p l a c i ó n f o r m a l , ética, estética.
o b r a d o la posibilidad de la c o n d e n a c i ó n eterna! La a r b i t r a r i e d a d falta, e n l o más p e q u e ñ o y e n el t o d o .

i I [205] [primavera-otoño 1881] I ![231] [primavera-otoño 1881]

C u i d é m o n o s de pensar que e l I o d o tiene una L a coexistencia de dos cosas idénticas es i m p o s i b l e :


tendencia a alcanzar ciertas Jornias, q u e q u i e r a llegar a supondría una h i s t o r i a de su existencia absolutamente

172 173
f R i E D R i C H N1ET2SCHE F R A G M E N T O S P O S T U M O S

11 [245] [primavera-otoño 1881]


idéntica hacia atrás en t o d a la e t e r n i d a d . Esto supondría
una h i s t o r i a genética general absolutamente idéntica; Si alguna vez se h u b i e r a alcanzado u n e q u i l i b r i o d e
esto significa que t o d o e l resto tendría q u e repetirse la fuerza, aún perduraría: p o r tanto, n o h a t e n i d o
constantemente e n sí m i s m o y disociado d e las dos lugar jamás. E l estado actual contradice esta suposición.
cosas idénticas. P e r o , a s i m i s m o , se puede p r o b a r ya Si se asume q u e h a existido alguna vez u n estado
c o n u n a d i f e r e n c i a l a c o m p l e t a d i f e r e n c i a y desigual- absolutamente idéntico al actual estado, entonces este
d a d e n la coexistencia: una disociación es impensable; último no c o n t r a d i c e la suposición. E n t r e las infinitas
si una cosa c a m b i a , entonces e l efecto l o atraviesa posibilidades tiene que haberse dado este caso, pues, ha
todo. t r a n s c u r r i d o hasta ahora una e t e r n i d a d . S i e l e q u i l i -
b r i o fuera p o s i b l e , tendría que haberse d a d o . — Y si
¡1[232] [primavera-otoño 1881]
este estado actual existió, entonces t a m b i é n aquél q u e
H a n e x i s t i d o una infinita c a n t i d a d de situaciones lo d i o a l u z y su estado a n t e r i o r — d e esto se
d e fuerza p e r o n o i n f i n i t a m e n t e diversas: esto último d e s p r e n d e que éste ya existió una segunda, tercera vez,
supondría u n a fuerza indeterminada. Esta tiene apenas etc. — i g u a l m e n t e q u e existirá u n a segunda, t e r c e r a
u n " n ú m e r o " d e posibles p r o p i e d a d e s . vez — i n c o n t a b l e s veces, hacia adelante v hacia atrás.
Esto q u i e r e d e c i r , q u e t o d o d e v e n i r se m u e v e e n l a
11(233] [primavera-otoño 1881]
repetición d e u n d e t e r m i n a d o n ú m e r o d e estados
L a mecánica a s u m e la fuerza c o m o algo a b s o l u - perfectamente iguales. — N o le p u e d e estar entregado
tamente dhisibie: p e r o tiene q u e c o n t r o l a r p r i m e r a - a la cabeza d e l h o m b r e e l i m a g i n a r t o d o l o q u e es
m e n t e cada una de sus posibilidades c o n respecto a la posible: p e r o , e n t o d o caso, e l estado actual es u n
realidad. N a d a es divisible e n partes iguales para e l estado p o s i b l e i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e nuestra c a p a -
caso de cada f u e r z a ; e n cada situación es ella p r o - c i d a d o incapacidad de juzgar c o n respecto a l o
p i e d a d y las p r o p i e d a d e s n o p u e d e n dividirse: p o r posible — p u e s es u n estado real. ¿Habría que d e c i r
l o tanto, n o h a h a b i d o jamás u n e q u i l i b r i o d e fuer- entonces: todos los estados reales tendrían q u e h a b e r
zas. t e n i d a ya s u igual, s u p o n i e n d o que e l n u m e r o d e l o s
casos n o es i n f i n i t o y q u e e n e l transcurso d e u n
1 1(234] [primavera-otoño 1881]
t i e m p o i n f i n i t o tendría q u e haber o c u r r i d o t a n sólo
E s s o r p r e n d e n t e que las suposiciones d e l a m e c á - un número finito? ¿Porque c o n t a n d o hacia atrás
n i c a sean suficientes para nuestras necesidades (má- desde c u a l q u i e r instante s i e m p r e h a t r a n s c u r r i d o y a
quinas, puentes, etc.), s o n p r e c i s a m e n t e necesidades una i n f i n i t u d ? E l reposo de las fuerzas, s u e q u i l i b r i o ,
m u y grandes y los " p e q u e ñ o s e r r o r e s " n o e n t r a n en es u n caso pensable: p e r o n o h a t e n i d o lugar; e n
consideración. consecuencia, el n ú m e r o de las posibilidades es m a y o r
que e l de las r e a l i d a d e s . —

174 175
F R 1 E P " ! J L 2 Í _ J J i ET Z SC H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

E l h e c h o d e que n o r e t o r n a nada igual n o podría partir de la nada, a r b i t r a r i e d a d absoluta y l i b e r t a d e n


ser e x p l i c a d o p o r el azar, sino sólo p o r una i n t e n c i o - el c r e c e r e n las p r o p i e d a d e s ) [ - -]
nalidad i n t r o d u c i d a e n l a esencia d e l a fuerza: pues,
11 [305] [primavera-otoño 188!]
s u p o n i e n d o una masa e n o r m e d e casos, l a obtención
casual de la misma constelación es más p r o b a b l e que el Infinitos nuevos c a m b i o s y situaciones d e una fuerza
que n o se d é n u n c a e n absoluto la igualdad. determinada: es una contradicción, así se c o n c i b a la
fuerza tan grande y tan austera e n e l c a m b i o c o m o se
11[292] fprimavera-otoiio 1881]
quiera, s u p o n i e n d o q u e sea eterna.
C a m í n e s e hacia atrás. S i e l m u n d o tiene una meta, Sería, p o r tanto, c o n c l u i r : 1) o b i e n , la fuerza es
esta ya tendría que h a b e r sido alcanzada: s i existiera activa sólo a p a r t i r d e u n c i e r t o m o m e n t o y cesará
para él u n estadofinal ( i n i n t e n c i o n a d o ) , tendría igual- a s i m i s m o alguna vez •—pero c o n c e b i r u n c o m i e n z o de
mente que h a b e r sido alcanzado. S i fuera en absoluto la actividad es absurdo; ¡si hubiese estado e n e q u i l i b r i o
susceptible d e u n p e r m a n e c e r y u n volverse rígido, si lo estaría e n t o n c e s e t e r n a m e n t e ! 2) o b i e n no existen
existiese en su transcurso apenas u n instante d e " s e r " infinitos nuevos c a m b i o s , sino q u e u n ciclo d e u n
en e l s e n t i d o estricto, entonces n o podría e x i s t i r ya d e t e r m i n a d o n ú m e r o de los m i s m o s se presenta u n a
más d e v e n i r alguno, p o r ende, t a m p o c o ningún p e n - y o t r a vez: l a a c t i v i d a d es eterna, e l n ú m e r o d e l o s
sar, ningún observar d e u n devenir. S i estuviese e n u n p r o d u c t o s y d e las situaciones de fuerza s o n finitas.
eterno devenir nuera, e n t o n c e s el m u n d o se daría c o m o
1 í [312] [primavera-otoño 1881 ]
algo a s o m b r o s o en sí y divino en su libertady autocreatni-
dad. E l e t e r n o d e v e n i r n u e v o s u p o n e : q u e la fuerza se Q u i e n n o cree e n u n proceso circular del universo
i n c r e m e n t e a sí m i s m a a r b i t r a r i a m e n t e , que tenga n o tiene q u e c r e e r e n e l Dios con arbitrio — ¡ a s í se define
sólo l a intención s i n o t a m b i é n los m e d i o s para c u i - m i visión e n contraposición a todas las deístas hasta
darse d e toda repetición consistente e n recaer e n una ahora existentes!
vieja f o r m a y, p o r tanto, d e e n c a m i n a r a cada instante
U [ i 38] [primavera-otoño 1881]
t o d o m o v i m i e n t o hacia esta evasión — o la incapacidad
d e r e c a e r en l a m i s m a situación: esto significaría que ¡La h i s t o r i a f u t u r a : cada v e z este p e n s a m i e n t o
la m a g n i t u d d e la fuerza n o sería n a d a Jijo c o m o triunfará m á s — y quienes n o c r e e n e n él h a n d e
t a m p o c o las p r o p i e d a d e s d e la fuerza. A l g o no-fijo en extinguirse finalmente d e a c u e r d o c o n su p r o p i a n a t u -
la f u e r z a , algo o n d u l a t o r i o es totalmente impensable raleza!
para nosotros. Si n o q u e r e m o s fantasear hasta l o i m - ¡Sólo queda q u i e n tenga su existencia p o r e t e r n a -
pensable y recaer e n el viejo c o n c e p t o d e l creador mente reiterable: entre tales es posible, sin e m b a r g o , u n
(multiplicación a p a r t i r d e l a nada, disminución a estado a l cual n o se ha acercado aún ningún u t ó p i c o !

176 177
F R I E D RJ_g_H * 1 fc 1 z s L n E h K Aü ME N T O S P O S T U M O S

ll[339] [primavera-otoño 1881]


" t a m b i é n d e la ilusión moral" — c o m o el g r a n
¿Estáis ahora preparados? Tenéis que haber vivido y m e d i o para s o b r e p o n e r s e a l a h u m a n i d a d (i su
pasado p o r cada g r a d o d e d u d a y haberos bañado c o n a u t o d e s t r u c c i ó n ! ) Parte III
deleite e n c o r r i e n t e s gélidas — d e o t r a m a n e r a n o NB. Todos los p a d e c i m i e n t o s d e este d e s a r r o l l o ,
tenéis d e r e c h o alguno a este p e n s a m i e n t o ; q u i e r o representados aquí e n Z a r a t u s t r a , d e b e n exponerse
d e f e n d e r m e b i e n c o n t r a l o s creyentes fáciles y los p r e f e r e n t e m e n t e e n quienes l o visitan y c o m o padeci-
exaltados! ¡Quiero defender m i p e n s a m i e n t o d e ante- mientos del hombre superior.
m a n o ! Eí h a d e ser l a religión d e las almas más libres,
joviales y sublimes — una p r a d e r a entre hielo dorado 24[4] ¡VP 1057 invierno 1883-1884]

y cielo puro! El eterno retorno


Un libro de la profecía
11[34S] [primavera-otoño 1881]
1. Presentación de la d o c t r i n a , d e sus p r e m i s a s y
¿En qué p r i n c i p i o y c r e e n c i a se expresa d e la mejor consecuencias teóricas.
m a n e r a el g i r o decisivo q u e h a i r r u m p i d o c o n el 2. D e m o s t r a c i ó n d e l a d o c t r i n a .
p r e d o m i n i o d e l espíritu científico sobre e l espíritu 3. Presuntas consecuencias d e q u e ella sea creída (ella
religioso i n v e n t o r d e dioses? Insistimos e n q u e n o es lo lleva t o d o al rompimiento)
lícito q u e e l m u n d o , c o m o fuerza, sea c o n c e b i d o a) m e d i o s para soportarla
c o m o i l i m i t a d o — n o s p r o h i b i m o s el c o n c e p t o d e una b) m e d i o s para e l i m i n a r l a
fuerza i n f i n i t a e n c u a n t o i n c o m p a t i b l e c o n e l c o n - 4. S u lugar e n la h i s t o r i a , c o m o u n lugar d e l m e d i o .
cepto d e " f u e r z a " . T i e m p o del máximo peligro.
Fundación de una oligarquía c o l o c a d a sobre los p u e -
12[10] [otoño 1881]
blos y sus intereses: educación p a r a u n a política
E l nuevo p r o b l e m a : si n o ha de educarse a u n a parte panhumana.
de la humanidad a costa de la o t r a para q u e se convierta Contrapartida del jesuitismo.
e n u n a raza superior. D i s c i p l i n a m i e n t o
24[7] [VP 10SS invierno 18S3-I8S4]
16[4I] [otoño 1883]
los dos grandes p u n t o s d e vista filosóficos
Dominio de la humanidad con el Jín de su superación. (descubiertos p o r los alemanes)
Superación en nrtud de doctrinas ante las cuales sucumbe, el d e l devenir, d e l desarrollo
con e x c e p c i ó n d e l o s q u e las s o p o r t a n . el acorde al valor d e la existencia (i p e r o
s u p e r a r p r i m e r o l a f o r m a lamentable d e l
16[43] [otoño ¡883]
p e s i m i s m o alemán!)
L a " v e r d a d " , l a " d e s t r u c c i ó n d e las i l u s i o n e s " , puestos e n conjunción e n f o r m a decisiva

178 179
F R I E D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P ÓSTUMOS

p o r mí vosotros habéis e x i s t i d o ya i n n u m e r a b l e s veces y todas


t o d o deviene y r e t o r n a eternamente las cosas c o n vosotros; e n s e ñ o q u e hay u n g r a n d e ,
—¡escabullirse n o es p o s i b l e ! largo, e n o r m e año d e l devenir q u e c u a n d o h a e x p i -
S u p o n i e n d o q u e pudiéramos juzgar el va- rado y t r a n s c u r r i d o es volcado una y o t r a vez igual q u e
lor, ¿qué se sigue de ello? un reloj de arena: de f o r m a que estos años son iguales
el p e n s a m i e n t o d e l r e t o r n o c o m o p r i n c i - a sí m i s m o s e n lo más p e q u e ñ o y l o más grande.
p i o d e selección al servicio de la fuerza (y Y a u n m o r i b u n d o l e diría: " m i r a , m u e r e s , pasas y
barbarie!!). desapareces: y n o hay nada q u e reste de t i c o m o u n
M a d u r e z d e la h u m a n i d a d p a r a esce pensa- " T ú " , pues, las almas s o n tan mortales c o m o l o s
miento cuerpos. Pero el m i s m o p o d e r de las causas q u e te

E s c l a r e c i m i e n t o acerca d e que n o existe creó, esta vez retornará y tendrá q u e recrearte: tú


m i s m o , p o l v o d e p o l v o , perteneces a las causas de
ninguna cosa e n sí y
las que d e p e n d e e l r e t o r n o de todas las cosas. Y si t ú
1) \que no hay ningún conoci-
eres d a d o nuevamente a l u z alguna vez, entonces n o
Las miento en sft
será para una nueva vida o u n a vida m e j o r o u n a v i -
grandes 2) [ningún bien y mal en sft
da p a r e c i d a , sino para la m i s m a e idéntica vida q u e
negaciones 3) [ninguna meta ni ningún orí-
tú ahora decides e n l o más p e q u e ñ o y e n l o m á s
geni
grande".
L a esencia d e lo orgánico es el c o n c e p t o m e n o s p r o b l e -
Esta enseñanza n o ha sido i m p a r t i d a aún sobre la
mático.
tierra: a saber, sobre la t i e r r a de esta vez y en el g r a n
L o s fines c o m o f e n ó m e n o s c o n c o m i t a n t e s d e las
año de esta vez.
necesidades. También las filosofías: nuestra necesidad es
ahora desmoralizar a l m u n d o : "falta de l i b e r t a d de la Je ir ic
v [ o l u n t a d " ] p r o d u c e , s i se l o i n t e r p r e t a moralmente,
aversión.
25(71 [primavera 1884] 2.

E n e l verdadero a m o r es e l alma l a que envuelve a l


1.
cuerpo

A m i g o s m í o s , soy el maestro d e l e t e r n o r e t o r n o . 25[227] [VP 1056 primavera 1884]

Esto es: enseño que todas las cosas r e t o r n a n eter- El eterno retomo
namente y vosotros m i s m o s c o n ellas — , y que C o n s a g r a d o a mis h e r m a n o s .

180 181
p R i E D R l C H N I E T Z S C l i E F R A G M E N T O S PÓSTUM O S

Pero, ¿dónde estáis h e r m a n o s míos? t o r m e n t a . L a m u j e r q u i e r e m a t a r l o c u a n d o sus últi-


mos discípulos están d e c i d i d o s a decirle su N o .
Introducción
¿Qué han q u e r i d o hasta ahora los filósofos? R e t r o s - 25[322] [primavera 1884]
pectiva desde los brahamanes,
Zaratustra expectante
Q u i e r o enseñar e l p e n s a m i e n t o q u e d a a m u c h o s el
1) Signos de la más grande confusión.
derecho a suprimirse — e l gran pensamiento que " N a d a es v e r d a d . T o d o está p e r m i t i d o " .
disciplina. 2) P r o m u l g a s u E [ t e r n o ] R [ e t o r n o ] . D e s a -
2S[248] [primavera 1884] l i e n t o , queja — h a s t a llegar a l atentado.
Ú l t i m o discurso * : aquí e l m a r t i l l o q u e supera a los Zaratustra ríe, está feliz, pues, trae la gran
hombres crisis
¿ S e h a m a l o g r a d o e l h o m b r e ? ¡vamos) 3) los cansados d e l m u n d o se van, e l g r u p o
¡pongamos a p r u e b a si s o p o r t a este m a r t i - se hace m á s p e q u e ñ o , A éste l e c o m u n i c a
llo! su d o c t r i n a para e n c o n t r a r el c a m i n o h a c i a
éste es el g r a n mediodía el s u p e r h o m b r e y estar, pese a t o d o , d e
el q u e se d e r r u m b a se bendice buen humor.
profetiza el d e r r u m b e d e innumerables Jovial c o m o e n e l c a m p o d e trabajo. Procestones,
i n d i v i d u o s y razas etc.

soy la fatalidad
2S[355] [primavera 1884]
he superado ia c o m p a s i ó n — r e g o c i j o d e l
artista ante e l c l a m o r d e l m á r m o l , Jerarquía : q u i e n determina l o s valores y d i r i g e la
los animales y las plantas s o p o r t a n este v o l u n t a d d e m i l e n i o s , d i r i g i e n d o las naturalezas s u -
p e n s a m i e n t o (él se d i r i g e a sus animales) premas, es e l hombre supremo.
¡Alejaos d e m í ! — s e retira sonriente.
2S[4S4] [primavera 1884]
E n la última parte, Z a r a t u s t r a se t o r n a más extraño,
distante, callado, e n sus discursos. F i n a l m e n t e cae e n el " E l h o m b r e es algo q u e debe s e r s u p e r a d o " — l o
s i l e n c i o más p r o f u n d o — d u r a n t e siete días. Mientras que i m p o r t a es e l r i t m o : los griegos, dignos d e
tamo surge la-indignación, l a m u d a presión entre los admiración: s i n p r e m u r a ,
discípulos. — m i s predecesores Heráchta, Empédacles, Spinoza,
— S u d e s p r e n d i m i e n t o , s u disolución e n la fuga, Goethe.

2fi[193] [verano-otoño 1884]

* [N.T.] Nietzsche se refiere aquí a Zaratustra. La filosofía de los Vedas y Heráclito s o n m i s p r e d e c e -

182 183
F R I E " P I T H N I E T 2 S C H E F RAGME N T O S P O S T U M O S

sores: e n q u e e l m u n d o es u n juego d i v i n o y está más ya n o "causa y e f e c t o " , sino l o


allá del b i e n y del m a l . constantemente creativo
ya n o la v o l u n t a d d e conservación,
26[2831 f v p 1 0 6 0
verano-otoño 1884]
sino de poder
Para soportar la idea d e l r e t o r n o : etc.
se requiere l i b e r t a d c o n respecto a la y a n o e l h u m i l d e g i r o " T o d o es
moral, meramente subjetivo", sino
nuevos m e d i o s c o n t r a e l h e c h o d e l dolor ( c o n c e b i r e l " ¡ T a m b i é n es nuestra o b r a ! " ¡ E s -
dolor como instrumento, como pa- temos orgullosos de ello!
d r e d e l p l a c e r — n o hay u n a c o n -
26[376] [VP 1053 verano-otoño 1884]
ciencia sumativa d e l d i s p l a c e r )
el goce de t o d a especie de i n c e r t i d u m b r e y M i filosofía trae e l p e n s a m i e n t o v i c t o r i o s o ante e l
experimentabilidad como contra- cual s u c u m b e , finalmente, cualquier otra forma de
peso d e aquel e x t r e m o fatalismo pensar. E s el gran p e n s a m i e n t o q u e disciplina: las razas
la abolición d e l c o n c e p t o de necesariedad que n o l o resisten están condenadas; aquellos q u e l o
la abolición d e la " v o l u n t a d " e x p e r i m e n t a n c o m o el m a y o r b e n e f i c i o están d e s t i n a -
la abolición d e l " c o n o c i m i e n t o e n s í " das a l d o m i n i o .
máxima elevación de la conciencia de la jherza en el
27[23]* [verano-otoño 1884]
hombre c o m o aquel q u e crea al s u p e r h o m b r e .
Z a r a t u s t r a 1, Todos los tipos de h o m b r e s s u p e r i o -
261284] [VP 1059 verano-otoño 1884]
res, s u a c o r r a l a m i e n t o y a n q u i l o s a m i e n t o (ejemplos
1. E l pensamiento: sus presupuestos, los q u e tendrían individuales, p . ej. Dühring, sucumbe p o r aisla-
q u e ser verdaderos, si él es v e r d a - m i e n t o ) — e l destino de los hombres superiores e n e l
d e r o l o q u e se sigue de él presente, c ó m o aparecen condenados a la extinción: llega
2. c o m o e l p e n s a m i e n t o más pesado: s u efecto p r o - a l o s oídos d e Z a r a t u s t r a c o m o u n g r a n g r i t o d e
b a b l e e n caso d e q u e n o se p r e - a u x i l i o . T o d o t i p o de l o c a degeneración de las n a t u r a -
venga, es decir, e n caso d e que lezas s u p e r i o r e s ( p . e j , n i h i l i s m o ) llega hasta é l .
n o todos los valores sean revalua- Zaratustra 2, — " l a doctrina del eterno r e -
dos t o r n o " — p r i m e r o aplastante para l o s más nobles; a l
3 . M e d i o s d e soportaría parecer, el m e d i o d e extinguirlos — p u e s , ¿restan las
la transvaloración d e t o d o s los
valores: e l p l a c e r ya n o e n la cer- Fragmento en el que se proyecta una nueva obra sobre
teza sino e n l a i n c e r t i d u m b r e Zaratustra.

184 185
PRIE D R I C H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

naturalezas i n f e r i o r e s , m e n o s sensibles? " S e debe m a r t i l l o e n las manos d e los h o m b r e s


s u p r i m i r esta d o c t r i n a y matar a Z a r a t u s t r a " . más p o d e r o s o s .
Z a r a t u s t r a 3. — " o s d i el p e n s a m i e n t o más pesado:
quizá s u c u m b a la h u m a n i d a d ante él, quizá se levante 14[5ó] [abril-junio 1885)

en v i r t u d d e que los elementos hostiles a l a vida son L a explicación mecanicista d e l m u n d o es u n ideal:


superados y e l i m i n a d o s " . " i N o ensañarse c o n t r a la explicar c o n lo m e n o s p o s i b l e lo más p o s i b l e , esto es,
vida sino c o n t r a v o s o t r o s ! " — C a r a c t e r i z a c i ó n del p o n e r l o e n fórmulas. Necesaria todavía: la negación
h o m b r e s u p e r i o r c o m o e l creador. Organización de de la existencia d e l espacio vacío; c o n c e b i r el espacio
los h o m b r e s s u p e r i o r e s , educación d e los futuros c o m o d e t e r m i n a d o y l i m i t a d o ; a s i m i s m o al m u n d o
gobernantes c o m o t e m a d e Zaratustra 3 . c o m o repitiéndose eternamente.
Vuestra prevalencia debe llegar a alegrarse de sí mis-
m a e n el g o b e r n a r y el c o n f o r m a r . " ¡ N o sólo el h o m - 34[76] [abril-junio 1885]

bre t a m b i é n e l s u p e r h o m b r e r e t o r n a e t e r n a m e n t e ! " A n t e p o n e r l a c o n c e p c i ó n mecanicista c o m o p r i n c i -


pio regulativo d e l m é t o d o . N o c o m o la más c o m p r o -
27[80] (verano-otoño 1884]
bada visión d e l m u n d o , s i n o c o m o aquella q u e hace
El eterno retomo necesario el m á x i m o rigor y l a máxima d i s c i p l i n a y
U n a profecía deja d e l a d o m a y o r m e n t e t o d o s e n t i m e n t a l i s m o . A l a
Gran prefacio. vez una p r u e b a para e l p r o s p e r a r físico y a n í m i c o :
L a nueva Ilustración — l a vieja fue en el sentido del razas malogradas y faltas de v o l u n t a d s u c u m b e n ante
r e b a ñ o d e m o c r á t i c o . Nivelación de t o d o s . L a nueva ella p o r s e n s i b i l i d a d o p o r melancolía o, c o m o l o s
q u i e r e m o s t r a r el c a m i n o a las naturalezas dominantes hindúes, p o r ambas.
— e n q u é m e d i d a les está permitido todo, l o que n o le
está p e r m i t i d o a los seres de rebaño: 35[55] [VP 1064 mayo-julio 1885]

1. Ilustración e n relación c o n " v e r d a d y Rechazar " a t e m p o r a l " . E n u n d e t e r m i n a d o i n s -


m e n t i r a " e n l o viviente tante d e l a fuerza está dada la absoluta c o n d i c i o n a l i -
2. Ilustración e n relación c o n " b i e n y dad de una nueva repartición de todas sus fuerzas: n o
mal" puede detenerse. E l " c a m b i o " p e r t e n e c e a la esencia,
3 . Ilustración e n relación c o n las fuerzas p o r lo tanto, t a m b i é n la t e m p o r a l i d a d : c o n lo q u e sólo
f o r m a d o r a s y transfiguradoras (los ar- se i n t r o d u c e c o n c e p t u a l m e n t e , una vez más, la n e c e s i -
tistas ocultos) dad d e l c a m b i o .
4. L a autosuperación d e l h o m b r e . (La
educación del h o m b r e superior) 36[tS] [VP 1062 junio-julio 188S]

5. L a d o c t r i n a d e l e t e r n o r e t o r n o c o m o Si e l m u n d o tuviese u n a m e t a , tendría que haberse

186 187
tK AG ME N TOS P O S T U M O S
FRiE D _ R l C j ± _ N 1 E T Z S C M K

alcanzado. Si hubiese para él u n estado final i n i n t e n - Ésta todavía sigue s i e n d o la vieja f o r m a religiosa d e
c i o n a d o tendría, igualmente, que h a b e r sido alcan- pensar y desear, una especie de anhelo de c r e e r que
zado. Si d e algún m o d o fuese capaz d e p e r d u r a r , de en algún respecto el m u n d o es, e n efecto, semejante al
q u e d a r inmóvil, d e " s e r " ; si s i q u i e r a e n u n instante de viejo y q u e r i d o D i o s i n f i n i t o e i l i m i t a d a m e n t e c r e a d o r
t o d o su d e v e n i r tuviese esta c a p a c i d a d de " s e r " , se — q u e , e n algún respecto, " e l viejo D i o s todavía
habría llegado hace t i e m p o al t é r m i n o d e t o d o deve- v i v e " , — a q u e l anhelo d e S p i n o z a q u e se expresa en la
nir, y así, t a m b i é n d e t o d o pensar, de t o d o " e s p í r i t u " . sentencia " D i o s o la N a t u r a l e z a " (llegando él i n c l u s o
E l h e c h o d e l " e s p í r i t u " , en cuanto devenir, demuestra a sentir " l a Naturaleza o D i o s " ) . ¿Cuál es entonces el
que el m u n d o no tiene ninguna m e t a , ningún estado p r i n c i p i o y la fe c o n los que se f o r m u l a de la m a n e r a
final y es incapaz de ser. L a vieja c o s t u m b r e de pensar más d e t e r m i n a d a el g i r o decisivo, la recién a d q u i r i d a
en metas respecto a t o d o acontecer y e n u n dios preponderancia d e l espíritu científico sobre el espíritu
c o n d u c t o r y c r e a d o r respecto al hecho d e l m u n d o , es, religioso i n v e n t o r de dioses? ¿ N o reza acaso este
sin e m b a r g o , tan p o d e r o s a que e l p e n s a d o r tiene p r i n c i p i o : n o es lícito pensar el m u n d o e n c u a n t o
d i f i c u l t a d en no c o n c e b i r la falta d e meta nuevamente fuerza c o m o algo i l i m i t a d o , pues, éste n o p u e d e ser
c o m o u n a intención. E n esta o c u r r e n c i a — q u e el pensado d e esta manera? — n o s v e d a m o s el c o n c e p t o
m u n d o elude i n t e n c i o n a l m e n t e u n a m e t a y que sabe de una fuerza infinita c o m o incompatible con el concepto
incluso evitar artificiosamente caer e n u n a c i r c u l a r i - de "fuerza". Así, pues, — e l m u n d o carece t a m b i é n d e
dad — h a n de i n c u r r i r todos aquellos q u e desean la capacidad d e eterna n o v e d a d .
decretarle al m u n d o la c a p a c i d a d de eterna novedad,
5¡54] [VP 1063 verano 1886-otoño 1887]
esto es, decretarle a una fuerza finita, d e t e r m i n a d a ,
invariablemente igual de grande c o m o lo es el E l p r i n c i p i o d e la conservación de la energía exige
"raunt/o" — l a p r o d i g i o s a c a p a c i d a d de infinita recon- el eterno retorno.
figuración de sus f o r m a s y situaciones. E l m u n d o , si
1 [54] [VP 617 finales t S86-primavera 1S 87]
b i e n ya n o más u n D i o s , debe ser, s i n e m b a r g o , capaz
del p o d e r divino d e l creador, de u n a i n f i n i t a fuerza de Imprimir al devenir e l carácter d e l ser — e s t a es la
transformación; d e b e p o d e r prevenir a voluntad recaer máxima voluntad de poder.
en sus formas pretéritas, debe tener no solamente la Doblefalseamiento, p r o v e n i e n t e de los sentidos y d e l
intención, s i n o t a m b i é n los medios para cuidarse de espíritu, a fin d e o b t e n e r u n m u n d o d e lo ente, de lo
toda r e p e t i c i ó n ; debe, pues, controlar e n t o d o instante que p e r d u r a , d e l o q u e m a n t i e n e igual su valor, etc.
todos sus m o v i m i e n t o s c o n miras a evitar metas, Que todo retorna, esta es la máxima aproximación de un
estados finales, repeticiones — y t o d o l o q u e puedan mundo del devenir al mundo del ser: cumbre de la indagación.
ser las consecuencias de una f o r m a semejante de D e los valores q u e se le atribuye a l o ente p r o c e d e
pensar y desear i m p e r d o n a b l e m e n t e desquiciadas. la c o n d e n a y la insatisfacción en el seno de lo q u e

188 189
FRIEDRICH N I E T Z S C H E FRAC M E N TOS P O S T U M O S

deviene: después de que p r i m e r a m e n t e se inventara está a p u n t o de convertirse de g o l p e e n nihilismo — e n


semejante m u n d o d e l ser. la creencia en la absoluta ausencia de valor, es decir,
Las m e t a m o r f o s i s de lo ente ( c u e r p o s , D i o s , ideas, ausencia de sentido...
leyes d e l a naturaleza, fórmulas, etc.) L a d e s t r u c c i ó n de los ideales, la nueva desolación,
" L o e n t e " c o m o apariencia; inversión de los valo- las nuevas artes para soportar, nosotros los anfibios.
res: la apariencia, lo que confiere valor— Presupuesto: coraje, paciencia, ningún "regreso",
E l c o n o c i m i e n t o , p o r p r i n c i p i o i m p o s i b l e en el ningún a r d o r hacia adelante.
devenir; ¿ c ó m o es p o s i b l e entonces e l c o n o c i m i e n t o ? N B . Z a r a t u s t r a , c o m p o r t á n d o s e de c o n t i n u o p a r ó -
C o m o e r r o r sobre sí m i s m o , c o m o v o l u n t a d de poder, dicamente frente a todos los valores anteriores, a
c o m o v o l u n t a d d e engaño. fuerza d e p l e n i t u d ,
E l d e v e n i r c o m o inventar, querer, negarse a sí
11 [72] [VP 708 noviembre 1887-maríO 1888]
m i s m o , auto-superarse: ningún sujeto, s i n o u n hacer
y u n p o n e r creativos, nada de "causas y efectos". (330) S i ei m o v i m i e n t o del m u n d o tuviese u n c i e r t o
E l arte c o m o v o l u n t a d d e superar e l devenir, c o m o estado c o m o m e t a , tendría entonces que haber s i d o
" e t e r n i z a r " , p e r o c o r t o de vista, de a c u e r d o c o n la alcanzado. E l único íactum f u n d a m e n t a l es, s i n e m -
perspectiva: r e p i t i e n d o , c o m o q u i e n d i c e , e n pe- bargo, que el m u n d o no tiene ningún estado c o m o
q u e ñ o , la t e n d e n c i a d e l t o d o . m e t a : y toda filosofía o hipótesis científica (por
C o n s i d e r a r l o q u e se m u e s t r a e n roda vida c o m o e j e m p l o , el m e c a n i c i s m o ) en la q u e tal estado se
fórmula abreviada q u e representa la t e n d e n c i a total: vuelve necesario, se halla refutada p o r este único
p o r esto, una nueva fijación d e l c o n c e p t o d e " v i d a " , hecho... Yo b u s c o u n a c o n c e p c i ó n d e l m u n d o q u e
c o m o v o l u n t a d de p o d e r . haga justicia a este h e c h o : se d e b e e x p l i c a r el d e v e n i r
E n lugar d e " c a u s a y e f e c t o " la l u c h a d e los seres sin r e c u r r i r a semejantes intenciones finales: el d e v e -
en devenir entre ellos, frecuentemente c o n absorción nir debe aparecer justificado e n t o d o m o m e n t o (o
d e l adversario; s i n ningún n ú m e r o constante d e seres imposible de devalorar: lo que viene a ser lo m i s m o ) ; n o
e n devenir. ha de justificarse d e n i n g u n a m a n e r a lo presente en
I n u t i l i d a d d e los viejos ideales para la i n t e r p r e t a - aras d e algo f u t u r o , o l o pasado p o r m o r de lo

ción de la t o t a l i d a d d e lo que acontece, u n a vez que presente. L a " n e c e s i d a d " , no en la f o r m a d e u n p o d e r

se ha r e c o n o c i d o la p r o v e n i e n c i a y la u t i l i d a d ani- total, abarcador y d o m i n a n t e , o de u n p r i m e r m o t o r ;

m a l de éstos; todos, además, en contradicción c o n la menos todavía c o m o necesaria c o n e l fin d e p o s i b i l i t a r

vida. algo valioso. P o r ello, es necesario negar una c o n c i e n -


cia integral del devenir, u n " D i o s " , para n o situar e l
I n u t i l i d a d d e la teoría mecanicista — d a la i m p r e -
acontecer bajo e l p u n t o de vista d e u n ser sim-
sión d e ausencia de senado.
E l idealismo entero d e la h u m a n i d a d precedente patizante, co-sapiente, y q u e , sin e m b a r g o , n o q u i e r e

190 191
FRIED1UC H N I E T Z S C H E F R A G M E N T O S P O S T U M O S

nada. " D i o s " es inútil si n o q u i e r e nada y, p o r o t r o de devaloración, p o r tanto, el p e s i m i s m o


l a d o , se establece c o n ello una suma de displacer y de filosófico p e r t e n e c e a las cosas cómicas.
ilogicidad que degradaría el valor total d e l " d e v e n i r " :
H[!8S] [VP 1066 primavera ¡ 8 8 8 ]
p o r f o r t u n a , falta justamente u n tal p o d e r sumatorio
( — u n D i o s sufriente y c o n una visión de t o t a l i d a d , u n La nueva concepción de! mundo
" s e n s o r i u m i n t e g r a l " u n "espíritu u n i v e r s a l " — é s t a 1) E l m u n d o persiste; no es nada que devenga,
sería la más grande objeción contra el ser). nada que pase. O más b i e n : deviene, perece, p e r o n o
Más estrictamente: no se debe siquiera admitir ningún ha c o m e n z a d o n u n c a a devenir y n o ha dejado n u n c a
ente — p u e s , entonces, el d e v e n i r p i e r d e su valor y de p e r e c e r — s e consena e n ambos casos... V i v e d e sí
aparece efectivamente c o m o s u p e r f l u o y carente de m i s m o : sus e x c r e m e n t o s s o n su a l i m e n t o . . .
sentido. 2) L a hipótesis de u n m u n d o creado n o ha d e
E n c o n s e c u e n c i a , se debe i n q u i r i r c ó m o ha p o d i d o p r e o c u p a r n o s n i u n sólo instante. E l c o n c e p t o " c r e a r '
( c ó m o l i a t e n i d o que) surgir la ilusión d e lo ente es h o y t o t a l m e n t e i n d e f i n i b l e , i m p r a c t i c a b l e ; apenas
a s i m i s m o , c ó m o todos los j u i c i o s d e valor, que una m e r a palabra r u d i m e n t a r i a d e los t i e m p o s de la
descansan sobre la hipótesis de q u e lo ente existe, superstición; c o n u n a palabra n o se e x p l i c a n a d a . E l
están desvalorizados. último i n t e n t o d e c o n c e b i r u n m u n d o q u e tenga
C o n e l l o se r e c o n o c e , sin embargo, que esta hipóte- comienzo ha s i d o realizado r e c i e n t e m e n t e , una v o t r a
sis de lo ente es la fuente de t o d a difamación del mundo vez c o n ayuda d e u n p r o c e d i m i e n t o lógico — e n la
" e l m u n d o m e j o r " , el m u n d o v e r d a d e r o , el m u n d o mayoría d e los casos, c o m o se adivinará, a p a r t i r d e
del " m á s allá", " l a cosa e n s í " una segunda intención teológica.
1) el d e v e n i r no tiene un estado que sea su El eterno retomo.
meta, no d e s e m b o c a e n u n " s e r " . Filosofía
2) el d e v e n i r n o es u n estado aparente; 3) Ú l t i m a m e n t e se ha q u e r i d o e n c o n t r a r r e p e t i -
quizá el m u n d o d e lo enre es una apa- damente una contradicción en el c o n c e p t o de la
riencia. i n f i n i t u d t e m p o r a l regresiva d e l m u n d o : incluso se h a
3) el devenir tiene el m i s m o valor en todo e n c o n t r a d o tal contradicción, p e r o ciertamente a l
instante: la s u m a d e s u valor se m a n - p r e c i o d e c o n f u n d i r la cabeza c o n la cola. N a d a m e
tiene igual: dicho de otra manera: no tiene puede i m p e d i r decir, al contar hacia atrás a p a r t i r d e
ningún valor, puesto q u e falta aquello este m o m e n t o : " n o llegaré n u n c a al final": así c o m o ,
c o n l o que podría medírsele y e n rela- a p a r t i r d e l m i s m o m o m e n t o p u e d o contar h a c i a
ción c o n lo cual la palabra " v a l o r " adelante i n f i n i t a m e n t e . Sólo si q u i s i e r a c o m e t e r el
tuviese sentido. e r r o r — m e cuidaré d e h a c e r l o — d e equiparar este
c o n c e p t o c o r r e c t o de u n r e g r e s s u s i n i n f i n i t u m al
El valor total del mundo no puede ser objeto
193
192
F R1 E D R I C H N I E T Z S C H E
F R A G M E N T O S PÓSTU M OS

c o n c e p t o absolutamente impracticable de u n p r o g r e s s u s
h a b e r s i d o alguna vez alcanzada; más aún, tendría q u e
i n f i n i t o hasta a h o r a , sólo sí doy la dirección (hacia
h a b e r sido alcanzada u n n ú m e r o i n f i n i t o de veces. Y
adelante o hacia atrás) c o m o lógicamente indiferente, puesto que, entre c a d a " c o m b i n a c i ó n " y s u p r ó x i m o
llegaría a t o m a r la cabeza, este m o m e n t o , p o r la cola: " r e t o r n o " , tendrían q u e haber t r a n s c u r r i d o todas las
¡esto ya es cosa suya, m i q u e r i d o señor D ü h r i n g L . c o m b i n a c i o n e s e n absoluto posibles, y que cada u n a
4) M e he t r o p e z a d o c o n esta reflexión e n pensa- de estas c o m b i n a c i o n e s c o n d i c i o n a toda la secuencia
dores anteriores: cada vez estaba d e t e r m i n a d a p o r de c o m b i n a c i o n e s e n la m i s m a serie, así, pues, q u e d a -
otras segundas intenciones ( — g e n e r a l m e n t e teológi- ría c o n e l l o d e m o s t r a d o u n c i c l o d e series absoluta-
cas, a favor de! creator spiritus). Si el m u n d o p u d i e r a en mente idénticas: e l m u n d o c o m o c i c l o q u e se h a
absoluto quedarse rígido, marchitar, perecer, volverse r e p e t i d o y a i n f i n i t a m e n t e y juega s u juego i n i n f i n i -
nada, o si p u d i e r a alcanzar u n estado d e e q u i l i b r i o , o tum.
si tuviera una meta cualquiera que i m p l i c a r a la p e r d u -
Esta c o n c e p c i ó n n o es sin más n i más una c o n c e p -
ración, la i n a l t e r a b i l i d a d , el d e - u n a - v e z - p o r - t o d a s (en
ción m e c a n i c i s t a : pues, s i lo fuera, n o condicionaría
una palabra, d i c h o metafísicamente: si el devenir
u n r e t o r n o i n f i n i t o d e casos idénticos, s i n o u n estado
pudiera d e s e m b o c a r e n el ser o en la nada), entonces
final. Dado que el m u n d o n o l o h a alcanzado, el
este estado ya tendría que estar alcanzado. Pero no
m e c a n i c i s m o ha de pasar p a r a n o s o t r o s p o r una
está alcanzado: de lo que se sigue... Esta es nuestra
hipótesis i m p e r f e c t a y apenas p r o v i s o r i a .
única certeza, la única q u e t e n e m o s e n las manos a
m a n e r a de c o r r e c t i v o c o n t r a una g r a n cantidad de
hipótesis e n sí posibles acerca d e l m u n d o . Si el
m e c a n i c i s m o , p o r e j e m p l o , n o p u e d e e l u d i r la conse-
c u e n c i a de u n estado final, lo que T h o m p s o n extrajera
en su n o m b r e , entonces se halla refutado p o r esta
razón.
Filosofía
5) Si es admisible p e n s a r el m u n d o c o m o magnitud
d e t e r m i n a d a de fuerza y c o m o n ú m e r o d e t e r m i n a d o
de c e n t r o s de fuerza — y si toda o t r a representación
sigue s i e n d o i n d e t e r m i n a d a y, p o r tanto, inutilizable
— entonces, se sigue d e aquí que ha d e atravesar por
u n n ú m e r o calculable y previsible de c o m b i n a c i o n e s
d e n t r o d e l gran juego d e dados de su existencia. E n u n
t i e m p o i n f i n i t o cada c o m b i n a c i ó n p o s i b l e tendría que

194
195
AQUI
TERMINA
CARA
LITERATURA

MEJÍA VALLEJO Manuel Cuentos de zona tórrida


MELVILLE Herman Bartleby
M É R I M É E Prosper Carmen
M O N T E R K O S O Augusto Obras completas
(y otros cuentos)
MUTIS Alvaro La mansión de Araucaíma -
Diario de Lecumberri
N E R U D A Pablo Veinte poemas de amor y una
canción desesperada
ONETTI Juan Carlos ¡JOS adioses

P A L M A Ricardo Tradiciones peruanas


P É R E Z G A L D Ó S Benito Misericordia
PINERA Virgilio Cuentos de la risa del horror
F O E Edgar Alian El gato negro y otros cuentos
PROUST Marcel La muerte de las catedrales
QumöGA Horacio E! hombre muerto
SAKI (Hector Hugh Munro) Cuentos de humor negro
SHAKESPEARE William Romeo y Julieta
EN C A D A EJEMPLAR D E L A CO-
SILVA José Asuncion Poemas y prosas
STEINBECK John Tortilla Fiat LECCIÓN CARA V C R U Z EL LEC-
STENDHAL Rojo y negro
STERNE Laurence TOR E N C O N T R A R Á D O S LIBROS
Viaje sentimental
STEVENSON Robert Louis Juego de niños y otros ensayos DISTINTOS Y C O M P L E M E N T A -
El extraño caso del Dr. Jehjll y
RIOS • SI Q U I E R E CONOCER
Mr, Hyde
SwiFT Jonathan Escritos satíricos ENSAYOS SOBRE
TOLSTOI Leon La muerte de Ivan ílkh
TUUGUENIEV Ivan Primer amor
FRAGMENTOS POSTUMOS
U S L A R PIETRI Arturo Las lanzas coloradas
V A L L E J O César Sombrero, abrigo, guantes y
Y
otros poemas
VARIOS Cuento hispanoamericano FRIEDRICH NIETZSCHE
siglo XIX
CITAS APROPÓSITO D E ELLOS,
VARIOS Cuentas brasileños del siglo XI
VÉLEZ de Guevara Luis El diablo copíelo C R O N O L O G Í A Y BIBLIOGRAFÍA,
V E R N E Juliò Dos años de vacaciones
EMPIECE POR ÉSTA, L A SECCIÓN
WELLS H . G. La máquina del tiempo
W H I T M A N , DICKINSON, " C R U Z " D E L L I B R O • SI P R E F I E R E
WILLIAMS Tres poetas norteamericanos
WìLDE Oscar El fantasma de Canterville AHORA LEER L A OBRA, DÉLE

V U E L T A A L LIBRO Y EMPIECE
FILOSOFIA
POR LATAPA OPUESTA, L A
DESCARTES René Discurso del método
H U M E David Investigación sobre el SECCIÓN " C A R A "
entendimiento humano
LEIBNIZ Gottfried Wilhelm Tres textos metafísicas
NIETZSCHE Friedrich Fragmentos postumos
ROUSSEAU Jean-Jacques Ensayo sobre el origen
de las lenguas
M A Q Ü I A V E L O Nicolas El príncipe
H E G E L Georg Friedrich Creer y saber
A propòsito de

FRIEDRICH
NIETZSCHE
Y S U O B R A
A proposito de

FRIEDRICH
NIETZSCHE
Y S U O B R A

COLECCIÓN

GRUPO EDITORIAL NORMA


Bartrlnna Buenns Aires Caraais
Guatemala Mexico Miami Panamá Quito Sanjmc
San Juan San Salvador Somale He Bogotá Santiago
CONTENIDO

EL PUESTO D E NIETZSCHE
E N L A HISTORIA D E L A FILOSOFÍA

Danib Cruz Vélez 9

E L L I B R O LA VOLUNTAD DE PODER

Martin Heidegger 55

LOS F R A G M E N T O S POSTUMOS
DE 1884-1888

Germán Aíeléndez Acuña 65

CITAS A PROPÓSITO D E
FRIEDRICH NIETZSCHE 99
CRONOLOGÍA 104
BIBLIOGRAFÍA 119

7
EL PUESTO D E NIETZSCHE E N LA
H I S T O R I A D E L A FILOSOFÍA

Danilo Cruz Vélez

I. N U E V A I M A G E N D E N I E T Z S C H E

A L COMIENZO de Ecce Homo, l i b r o c o m p u e s t o p o r


N i e t z s c h e a fines de 1 8 8 8 , p o c o s meses antes d e
p e r d e r la razón, encontramos esta amonestación:
" i A n t e t o d o , n o m e c o n f u n d á i s ! " D i c h o escrito es
una especie d e autobiografía intelectual, d o n d e su
autor ofrece una serie de claves para e n t e n d e r su o b r a .
C o n t o d o , d u r a n t e m e d i o siglo no se h i z o más que
a c u m u l a r confusión en t o r n o a ella y c o n f u n d i r a
N i e t z s c h e c o n t o d o l o imaginable. E l caso es s o r p r e n -
dente. A u n q u e durante ese t i e m p o él no deja de estar
en el p r i m e r p l a n o d e l escenario i n t e l e c t u a l , i n -
fluyendo vivamente e n el p e n s a m i e n t o y e n la creación
literaria, y la bibliografía nietzsclieana crece sin cesar,
su figura se hace cada vez más t u r b i a . Y la sorpresa
aumenta si se tiene e n cuenta que el lenguaje de
N i e t z s c h e n o parece o f r e c e r n i n g u n a d i f i c u l t a d a la
mayoría de sus lectores, los cuales leen sus escritos,
citan y r e p i t e n sus a f o r i s m o s c o m o si fueran la cosa
más clara de! m u n d o .
¿A qué se debe esta desproporción entre el c o n t i -
nuado influjo d e N i e t z s c h e , su larga vigencia, la
copiosa bibliografía sobre él y la presunta c l a r i d a d de
su lenguaje, de una parte, y la falta d e ideas precisas
sobre s u p e n s a m i e n t o , de otra?

9
DAN1LO C R U Z V E L E Z EL PUES T O DE N I E T Z S C H E

Las causas de este hecho s o n numerosas. U n a s total rechazo, somete la filosofía o c c i d e n t a l a una
r a d i c a n e n la obra m i s m a d e N i e t z s c h e ; otras hay q u e c u r i o s a o p e r a c i ó n : l a vuelve totalmente a l revés, c o m o
buscarlas fuera, sobre t o d o e n la a c t i t u d d e la crítica explicaremos después. C o n e l l o , d i c h o s conceptos
filosófica frente a ella. Aquí vamos a r o z a r sólo l o m á s a d q u i e r e n u n a g r a n m o v i l i d a d significativa, y es m u y
importante.
difícil saber si se los t o m a e n el viejo s e n t i d o o e n el
U n a de ellas es justamente el estilo de N i e t z s c h e . sentido nuevo que a d q u i e r e n después d e la inversión,
S u aparente c l a r i d a d resulta d e l r e m p l a z o d e l lenguaje o en u n s e n t i d o cambiante. L o c u a l a u m e n t a la
abstracto filosófico p o r o t r o saturado d e imágenes, p o s i b i l i d a d d e l descarría e n el m a n e j o d e sus textos.
símbolos y m i t o s , más p r o p i o de la creación literaria D i f i c u l t a d e s surgen también de) g é n e r o d e los
que d e la filosofía. E l lenguaje l i t e r a r i o n o ofrece
escritos de N i e t z s c h e . E l rechaza los diferentes m o d o s
dificultades e n el s e n t i d o de q u e es accesible a la
del genus cogkandi — e n s a y o , tratado, comentario,
mayoría d e los lectores. Pero c o m o tiene u n h o r i z o n t e
c o m u n i c a c i ó n , etc. — y elige e l a f o r i s m o c o m o m e d i o
a b i e r t o , s u c o n t e n i d o significativo nunca_cstá-fijado
de presentar s u p e n s a m i e n t o . A causa d e s u c a r á c t e r
defirñtÚTrrnen^
epigramático, el a f o r i s m o prqs£a .parajexpresatLgj)
djy^as-iriiejpft^a^ paga s u general c o m - f<iógg_mmprijmida l o e s e p Q a j j J g j i n a cosa^perocalla
prensibilidad c o n una incontrolable polisemia. L o l j L p m e b a . l a expliración y h ilustración y -snhre.tndn,
c u a l , c o n t o d o , pertenece a la esencia de los p r o d u c t o s n o s^Lpxeompa d e j a _ a r l k u l a r i ó n d e ,sn rnnrenjdx¡_£QD.
de la fantasía. L a filosofía, p o r su parte, frecuente- el c o n j u n t n d f ^ j u ^ p t o ^ - a ^ ^ u ^ p Tiene,
m e n t e — c a s i s i e m p r e e n sus m o m e n t o s c u l m i n a n - pues, la t e n d e n c i a a relajar el c a r á c t e r sistemático
t e s — echa m a n o d e esta clase de lenguaje, p e r o s u propio d e la filosofía y a dejar los pensamientos
uso l e i m p i d e alcanzar la precisión d e sentido q u e sueltos y fluyentes, estado e n q u e n o es difícil some-
d e b e n tener las palabras e n e l e n c a d e n a m i e n t o d e terlos a las más heteróclitas c o m b i n a c i o n e s .
c o n c e p t o s q u e constituye t o d o r a z o n a m i e n t o filosó-
O t r o escollo para e l estudio cabal d e l p e n s a m i e n t o
f i c o , a b r i e n d o así la p u e r t a a la fantasía d e los
de N i e t z s c h e fue la extraña relación existente entre las
intérpretes.
publicaciones hechas p o r él m i s m o y su m a t e r i a l ,
A l o a n t e r i o r hay que agregar u n a observación inédito. D e s d e el p u n t o d e vista filosófico, l n r e t p n i d n
sobre los conceptos filosóficos centrales recibidos p o r era más impor^nte^ueJ.CL--píjbliea¿t>. U n a parte d e
N i e t z s c h e d e l pasado. D e t e r m i n a d o p o r u n a clara d i c h o m a t e r i a l l o reservaba N i e t z s c h e para futuras
c o n c i e n c i a de su posición histórica, él filosofa casi obras, q u e n o pudo c o m p o n e r a causa d e s u rauda
s i e m p r e reactivamente, n o c o n t r a u n p e n s a d o r deter- c a r r e r a p o r l a vida. O t r a parte se constituyó c o n los
m i n a d o o c o n t r a una d e t e r m i n a d a c o r r i e n t e d e l p e n - fragmentos sacrificados e n aras d e metas próximas.
samiento, sino c o n t r a toda la tradición filosófica, C o m o s u a c t i t u d polémica l o ataba c o n frecuencia a
frente a cuvas ruinas se veía situado. E n esta a c t i t u d d e u n a situación c o n c r e t a , al i r a hacer una publicación,

10 li
DAN1L0 C R U Z V É L E Z E L P U E S T O D E N I E T Z S C H E

l o q u e elegía d e l o s materiales r e u n i d o s sobre u n t e m a p a r t e , para q u e se p r o d u j e r a u n a reacción p o s i t i v a y se


n o e r a l o más significativo filosóficamente, sino lo que iniciara u n a nueva etapa e n la filología nietzscheana,
l e servía para u n a tarea i n m e d i a t a : d e n u n c i a r u n v i c i o , a la cual le d e b e m o s las p r i m e r a s e d i c i o n e s v e r d a d e r a -
desenmascarar u n signo d e d e c a d e n c i a , a n i q u i l a r a u n m e n t e críticas d e las obras c o m p l e t a s d e N i e t z s c h e .
e n e m i g o o exaltar a u n a m i g o . Así, p o r e j e m p l o , El E n 1956 apareció la de K a r l Schlechta, l o cual fue. u n
nacimiento de la tragedia, su p r i m e r l i b r o p u b l i c a d o , b u e n c o m i e n z o . Y actualmente está e n m a r c h a la de
1

surgió de los materiales para u n extensa obra sobre los Giorgio C o l i y M a z z i n o M o n t i n a r i , quienes están
griegos. C o m o e n ese m o m e n t o estaba bajo la fascina- s u p e r a n d o t o d o l o que se había h e c h o antes. 2

ción de Wagner, e n la composición d e l l i b r o dejó p o r Lascrircunsra n r i a S-señalada^jpjdgjajj. p a r a abrirse


fuera l o que n o le servía para hacer el panegírico de s u c a m i n o hacia la filosofía de N i e t z s c h e , u ^ t r j t a r n i e n t o
a m i g o , y el l i b r o sobre los griegos se le conrirtió en u n 01¿P^^Jiojne^ 1 1 1 1 3
aroW
libro sobre Wagner. Algo semejante o c u r r i ó , c o n IalwcjejHt^ —compues-
p u b l i c a c i o n e s posteriores. tos en g r a n m e d i d a d e palabras jeroglíficas q u e o c u l -
E l legado p o s t u m o de N i e t z s c h e fue p u b l i c a d o tan más q u e l o q u e e x p r e s a n — , e l . e s i a h l e c h n i e n t o de
después d e s u m u e r t e p o r s u h e r m a n a , E l i z a b e t h sus_j2HijexÍQiie^c£uü.a„tr^^
F o r s t e r - N i e t z s c h e , _ p e r o esta e m p r e s a se t r o c ó t a m - a pensarlo apenas-insiauadcua.esbozadodesar^
b i é n e n u n a causa d e confusión, sobre t o d o e n l o r l n l n pn ^LhfjrjzoJil£LXl£jJici)a tradición. P e r o esto no
referente a la o b r a capital planeada p o r él como se p r o d u j o en la m e d i d a adecuada. E n c a m b i o , surgió
exposición sistemática de s u filosofía, y c u y a p r i m e r a el nietzscheísmo, que invadió a E u r o p a y América,
edición apareció en 1901 bajo el título La voluntad de convírtiendo a N i e t z s c h e e n u n a m o d a l i t e r a r i a . L o s
poder. E l título y los textos empleados son de N i e t z s - resultados d e esta m o d a n o f u e r o n todos negativos.
che; el p l a n q u e se p u s o c o m o base d e la o b r a es G r a n n ú m e r o d e los mayores o r i e n t a d o r e s del siglo
t a m b i é n u n o d e los varios proyectos trazados p o r él: X X — A n d r é G i d e , T h o m a s M a n n , H e r m a n n Hesse,
el fechado el 17 de m a r z o de 1 8 8 7 . Pero el trabajo d e G o c t f r i e d B e n n , Spengler, U n a m u n o , O r t e g a y G a s -
c o m p o s i c i ó n es d e los editores, quienes, del caos d e set, e t c . — r e c i b i e r o n influjos m u y fértiles de la
papeles escritos e n t r e 1882 y 1888, e s c o g i e r o n los presencia e r u p t i v a d e N i e t z s c h e e n la c u l t u r a e u r o p e a .
que podían a c o m o d a r al p l a n elegido, ordenándolos Pero, p o r o t r a parte, la m o d a e j e r c i ó también su
a r b i t r a r i a m e n t e , sin tener en cuenta las diversas é p o -
cas e n q u e f u e r o n redactados. T o d o esto salió a la luz ! . F. Nietoche: Werka, hrsg. v. K. Sclüecrtta, Hanser Verlag,
pública después d e la m u e r t e d e la señora F o r s t e r - Münclien, 1956.
2. F. Nietoclie: Werke, lirsg. v: Giorgio Colli u. Mazzino Monti-
N i e t z s c h e e n 1935, además d e o t r o s manejos v i t u p e -
nari, Walter de Gruyter, Berlín. Esta edición está en marcha
rables suyos, como,- p o r e j e m p l o , la falsificación de
desde 1967. (Actualmente, la obra completa está publicada
algunas cartas de su h e r m a n o . L o cual sirvió, p o r o t r a en su totalidad N . de E.)

12 13
DANILO CRUZ VÉLEZ E L P LI E S T O DE N I E T Z S C H E .

acción corrosiva normal: desdibujó la figura de Buenos A i r e s , u n artículo i n t i t u l a d o Los Raros: Nietzs-
N i e t z s c h e , lo desarraigó de su suelo filosófico, vulga- che, e n el c u a l c o n c l u y e : " S u filosofía es b r u m o s a " . 4

rizó y aplebeyó s u lenguaje, y tejió u n a leyenda en t o r - Es casi seguro q u e , para q u i e n sólo disponga de u n a
n o a él, que va desde e l santón fabricado p o r su bibliografía hispánica al respecto, esta afirmación d e
h e r m a n a hasta la caricatura política confeccionada p o r Darío n o h a p e r d i d o s u vigencia, a pesar d e h a b e r
el T e r c e r R e i c h , pasando p o r la figura mítica de E r n s t pasado casi o c h e n t a años desde entonces.
B e r t r a m , el e n d e m o n i a d o q u e r u l a n t e d e Stefan Z w e i g Pero la causa decisiva d e la falta d e c l a r i d a d sobre
y el caso clínico d e algunos m é d i c o s y psiquiatras. N i e t z s c h e es la actitud a s u m i d a frente a él p o r la
E l nietzscheísmo alcanzó g r a n fuerza en el m u n d o llamada crítica filosófica. P o r una u o t r a razón, ésta ha
IñsMnirojT^o^Tblémentt^ ningún escritor d e d i r i g i d o su atención p r e f e r e n t e m e n t e a la~pTntfeTTá dé J

o t r a l e n g u a q u e haya e j e r c i d o u n a i n f l u e n c i a e n nues- s.u o b r a , desatendiendo el c e n t r o d e su filosofía. Este


tras letras tan intensa y sostenida c o m o l a ejercida p o r es u n c e n t r o metafísico. D e m a n e r a q u e s u p o l é m i c a
Nietzsche/Tísto se p u e d e ver ahora claramente gracias c o n t r a la filosofía o c c i d e n t a l es u n a p o l é m i c a c o n t r a
a Jas cuidadosas investigaciones de U d o R u k s e r y la metafísica o c c i d e n t a l . A N i e t z s c h e hay que v e r l o ,
Gonzalo Sobejano. 3
Pero si e x c e p t u a m o s a U n a m u n o pues, e n el h o r i z o n t e d e esa metafísica. D i c h o c e n t r o
y O r t e g a , quienes, p o r s u c o n o c i m i e n t o d e l a lengua es la raíz d e d o n d e b r o t a toda su o b r a , la raíz d e que
alemana y s u f o r m a c i ó n filosófica, podían e n t r a r e n se n u t r e cada u n o de sus c o n c e p t o s , cada una de sus
una relación más segura c o n N i e t z s c h e , e n la mayoría imágenes, cada u n o de sus símbolos y de sus m i t o s . Y
d e los casos se trata de una i n f l u e n c i a mediante si n o se ve ese c e n t r o c o n c l a r i d a d , s u filosofía sigue
m a l e n t e n d i d o s , alimentada p o r conceptos nietzschea- rodeada d e u n a atmósfera b r u m o s a .
nos (afirmación d e la vida, negación d e l c r i s t i a n i s m o , D i c h a crítica filosófica nos ha o f r e c i d o numerosas
m o r a l decadente, v o l u n t a d d e p o d e r , n i h i l i s m o , s u - interpretaciones de N i e t z s c h e , hechas desde d i f e r e n -
p e r h o m b r e . . . ) trivializados, c u a n d o n o d e f o r m a d o s , y tes p u n t o s d e vista. A l p r i n c i p i o , c u a n d o c o m e n z ó a
s i e m p r e desarraigados de s u ^ u e l o j p e t a f í s i c Q . Es tejerse la l e y e n d a e n t o r n o a él y proüferaron los libros
d u d o s o q u e las cabezas hispánicas hayan c o n t r i b u i d o sobre s u vida, se i n t e r p r e t ó s u o b r a biográficamente,
en algo al esclarecimiento de la filosofía de N i e t z s c h e es decir, c o m o e l reflejo viviente de una p e r s o n a l i d a d
d u r a n t e esta larga i n f l u e n c i a , la cual c o m i e n z a e n e x c e p c i o n a l . D e s p u é s v i n i e r o n las interpretaciones
1 8 9 3 , c u a n d o R u b é n Darío p u b l i c a e n La Nación, de biológicas, e c o n ó m i c a s , sociológicas, éticas, religiosas
y políticas. E n t r e ellas hay algunas de g r a n valor, p e r o
3. U Ü D Rukser: Nietzsche in der Hispania, Franke Verlag, Bern uncí todas se m u e v e n en la p e r i f e r i a del f e n ó m e n o l l a m a d o
Manchen, 1962; Gonzalo Sobejano; Nietzsche en España, Edi-
N i e t z s c h e . N a d i e va a negar que su o b r a fue ejecutada
torial Gredos, Madrid, 1967.
gracias a u n a p e r s o n a l i d a d e x c e p c i o n a l , que, además,
4. Rubén Darío: Obras Completas. Afrodisio Agnado, Madrid,
1955, t. IMpág. 714. tenía a la base un o r g a n i s m o ; q u e él vivió en u n

14 15
DAMILO CRUZ V É L EZ C L F U E S T O D E N I E T Z S C H E

c o n t o r n o h u m a n o c r u z a d o d e relaciones e c o n ó m i c a s , E l h o r i z o n t e metafísico d e N i e t z s c h e c o m e n z ó a
sociales y políticas, y que éstas, l o m i s m o q u e sus abrirse e n l o s años t r e i n t a , gracias a los cursos d i c t a -
vivencias éticas y religiosas, i n f l u y e r o n c o n s i d e r a b l e - dos p o r M a r t i n H e i d e g g e r d e 1 9 3 6 a 1 9 4 0 , e n l a
m e n t e e n su existencia. Pero, además, y sobre t o d o , U n i v e r s i d a d d e F r i b u r g o d e Brisgovia, y p u b l i c a d o s
N i e t z s c h e es u n f e n ó m e n o metafísico, y hay q u e v e r l o p o s t e r i o r m e n t e , j u n t o c o n o t r o s trabajos sobre el
e n e l h o r i z o n t e d e l a metafísica. Es m u y c ó m o d o tema escrito entre 1 9 4 0 y 1 9 4 6 , e n l a o b r a e n d o s
d i r i g i r la atención sólo a aspectos periféricos d e este volúmenes i n t i t u l a d a Nietzsche. O t r a s p u b l i c a c i o n e s
5

f e n ó m e n o , p o r q u e n o s a h o r r a e l esfuerzo d e l pensar. e n esta dirección s o n : l o s l i b r o s d e K a r l L o w i t h De


Pues presentando unas explicaciones e c o n ó m i c a s , s o - Hegel a Nietzsche, d e 1 9 5 6 ; el l i b r o de E u g e n F i n k La
6

ciológicas o psicológicas, casi s i e m p r e d e u n a i n g e n u i - filosofía de Nietzsche, de 1960, 7


y el libro d e K . H .
d a d q u e da g r i m a , l i q u i d a m o s el p r o b l e m a desde fuera V o l k m a n n - S c h l u c k Vida y pensar, d e 1 9 6 8 . a

antes d e enfreJitar.nasjQQn-^L Y n o s contentamos c o n


c o n t e m p l a r a N i e t z s c h e desde lejos, s i n tener q u e
internarnos en e l laberinto d e su pensamiento. II. L A F Á B U L A D E L O T R O MUNDO
S i n embargo, d e l c a m p o filosófico p r o v i e n e n algu-
nos trabajos útiles para tomar u n p r i m e r contacto c o n L o s grandes pensadores h a n utilizado casi s i e m p r e la
N i e t z s c h e , c o m o , p o r e j e m p l o , las exposiciones d e polémica c o m o m e d i o para desarrollar s u p r o p i o
c o n j u n t o q u e presentan sucintamente sus obras en pensamiento. Esto ocurre en Nietzsche en grado
o r d e n cronológico y los datos más importantes para s u m o . Para él filosofar es p o l e m i z a r . Pero a d i f e r e n c i a
ingresar e n su m u n d o . A este g r u p o pertenece este d e sus antecesores, su polémica n o se d i r i g e , c o m o ya
líbríto d e Lefebvre, q u e es u n a excelente i n t r o d u c - se d i j o , c o n t r a u n p e n s a d o r o u n a c o r r i e n t e d e l
c i ó n * . Pero n o es suficiente. E n él encontrará el l e c t o r p e n s a m i e n t o , s i n o c o n t r a toda la metafísica o c c i d e n -
u n a b r i l l a n t e exposición de los diversos aspectos d e l tal. Antes d e é j sólo H e g e l l i a h í a J J b f i o i a d o t e n i e n d o
p e n s a m i e n t o d e N i e t z s c h e , p e r o s i n v e r l o s desde s u a l a vistaJa^tpXaj^ d e ía metafísica.
c e n t r o metafísico. L a filosofía d e N i e t z s c h e aparece
allí c o m o u n árbol e n e l aire. P o r eso se ha q u e r i d o
5. Martin Heidegger: Nietzsche, Verlag Günter Neske, Pfullingen,
a n t e p o n e r l e las presentes páginas para llenar ese
1961.
vacío, pensando q u e , p o n i e n d o a la vista la raíz q u e 6. Karl Löwith: Ion Hegel zu Nietzsche. Kohlhammer Verlag,
n u t r e d i c h o árbol, la exposición de Lefebvre se hará Stuttgart, 194!; Nietzsches Philosophie der enigen Wiederkehr des
más c o m p r e n s i b l e y más fértil. Gleichen, Kohlhammer Verlag, Stuttgart, 19S6.
7. Eugen Fink: Nietzsches Philosophie, Kohlhammer Verlag, Sttvtt-
gart, 1960.
* Este ensayo fue publicado como p r ó b g o al libro Nietzsche de 8. Karl-Heinz Volkmann-Schluck: Leben und Denken, Vittorio
Henri Lefebvre en F C E . N . del E. Klostermann, Frankfurt a. M . , 1968.

16 17
DAN1LQ CRUZ VÉLEZ EL P U EST O DE N I E T Z S C H E

P e r o las i n t e n c i o n e s d e a m b o s pensadores s o n d i f e - C o m o l o veremos, l o q u e e n el f o n d o se p r o p o n e


rentes: H e g e l q u i e r e salvar esa h i s t o r i a , mientras q u e N i e t z s c h e es superar el p l a t o n i s m o . Pero la s u p e r a -
NietzstJjp"lg n i r 7 1 p rptpnr
^Fp^festrui"rIar ción d e l p l a t o n i s m o equivale para él a l a superación de
Esta presencia d e l a metafrsTcV*occidentaI c o m o la metafísica, q u e c o n s i d e r a p o s t e r i o r m e n t e e n Ha-
h o r i z o n t e de su pensar, es p e r m a n e n t e e n toda su mano, demasiado humano, d o n d e i n i c i a sus ataques
o b r a . E n los papeles de su legado p o s t u m o r e c o g i d o explícitos c o n t r a ella, c o m o " l a ciencia q u e trata de
p o r A l f r e d B a e u m l e r e n d o s volúmenes bajo el título los errores fundamentales d e l h o m b r e , p e r o c o m o si
La inocencia del devenir, hay una anotación q u e caracte- fuesen verdades f u n d a m e n t a l e s " . ' E l i n t e n t o d e s u -
0

r i z a claramente ese h o r i z o n t e . Allí d i c e : " M i filosofía peración se despliega e n la f o r m a d e una d e s t r u c c i ó n ,


es u n platonismo al revés". 9
Esta anotación fue escrita e n p e r o n o l o g r a su meta. L a superación s u p o n e u n i r
el i n v i e r n o de 1 8 7 0 - 7 1 , cuando N i e t z s c h e tenía v e i n - más allá d e l a metafísica, m a s N i e t z s c h e sigue e n c e -
tiséis a ñ o s , n o había p u b l i c a d o n i n g u n o d e sus l i b r o s r r a d o d e n t r o d e ella. L o q u e él hace c o n l a metafísica
y apenas comenzaba s u vida d e pensador. Pero ella es volverla al revés. Y la vuelta d e l revés n o equivale,
expresa la intuición f u n d a m e n t a l de su v i d a , la i n t u i - claro está, a u n a salida de la metafísica, s i n o a u n
ción q u e está a la base de toda su o b r a . Su filosofía n o enredarse todavía más e n t r e sus mallas.
va a ser más q u e e l . desarrollo d e l p r o g r a m a c o m p r i - L g _ q u e gc2ir-re-_aquí..es-.un,ataque d e la.metafísica
m i d o e n esas pocas palabras. c o n t r a sLrnísma4_o_mejor, u n ataque a la ..metafísica
L a expresión platonismo al revés e n c i e r r a una d e c l a - desde su p r o p i o seoo .no...de3de -UDa*posidór)_^ifc-
v 1

ración d e g u e r r a a la metafísica. Para N i e t z s c h e , rente, es d e c i r , desde una-posición n o .metafísica. Este


Platón es el f u n d a d o r d e la metafísica, p e r o e n s u volverse c o n t r a sí e n l a t o t a l i d a d d e s u h i s t o r i a , se
declaración de guerra él n o se refiere exclusivamente había h e c h o p o s i b l e p o r el d e s a r r o l l o de esta m i s m a
a la metafísica platónica. G o r i - e L ^ m b r e j l a t o n i s m o historia. L a metafísica o c c i d e n t a l había llegado c o n
designa más b i e n la metafrsica^ocddejntaL.desde sj¿_ H e g e l a su m a d u r e z . D e s p u é s d e haberse d e b a t i d o
fundación,pgr.,Pjatón.Jias.fejy.egsUjQue la lleva a su durante siglos e n la p u g n a e n t r e los sistemas filosófi-
m a d u r e z . L a declaración de g u e r r a va, pues, cTirigTHa' cos q u e se negaban unos a o t r o s , H e g e l i n t e r p r e t a esa_
c o n t r a la metafísica en toda su h i s t o r i a , después d e p u g n a c o m o esencial al movimiento-mismo.deLpínia!;
interpretarla c o m o platonismo. y c o n c i l i a d i a l é c t i c a m e n t e todas las c o n t r a d i c c i o n e s ,
r e u n i e n d o , l o - pcnsado~en»la^metafísica desde sus
9. F. Nietzsche: Dk Unsckuld des Wetdens I, Kroners Taschen c o m i e n z o s griegos,en,-una^síntesis...gxanxligsa. A n t e ia
ausgnbe, Stuttgart, § 79. E n adelante, las citas de las obras de totalidad d e su h i s t o r i a , ahora claramente articulada,
Nietzsche, e.\ceptuando el Epistolario, remiten a esta edición,
la metafísica parece enfrentarse a sí m i s m a para
indicando el título de la obra, seguido del número del
parágrafo; agregamos el título de apartado o la página sólo
cuando sea necesario. 10. AtcnschUchcs, Alhttmcnschhdws, § 1 S .

18 19
D AN I L O C R II Z V É L E Z EL P U E S T O DE N 1ETZS C H E

negarse e n total. M a s este conato cíe autonegación se v e r d a d e r o , lo que es en verdad (ovxcos ov) es Jo ideal,
t r a n s m u t a en una enérgica autoafirmación. L a s u p e r a - mientras que l o sensible es cuasi una nada (un. oy).
ción ele la metafísica exigía u n pensar allende la m e t a - F i n a l m e n t e , c o n l a metafísica y d i c h a d i f e r e n c i a nace
física, para el c u a l n o estaba aún m a d u r a la filosofía. la teoría d e los d o s m u n d o s , que d i s t i n g u e n el m u n d o
L a identificación de la metafísica c o n el p l a t o n i s m o físico, este m u n d o n u e s t r o , d e l o t r o m u n d o o m u n d o
c o r r e s p o n d e exactamente al sentido etimológico de l a de las ideas. Esta teoría es la base d e t o d a la metafísica
palabra metafísica. L a filosofía se p o n e e n m a r c h a o c c i d e n t a l , en cuyas diversas etapas las dos d i m e n s i o -
entre los griegos c o n la pregunta: ¿ Q u é es lo ente, lo nes se m o d i f i c a n c o n s i d e r a b l e m e n t e , p e r o mante-
que es, e n cuanto tal? Esta p r e g u n t a inicial de la niéndose s i e m p r e la d u a l i d a d d e los dos m u n d o s hasta
filosofía c o n s i d e r a , pues, t o d o l o q u e es desde el llegar a K a n t , e n q u i e n aparecen c o m o mundus sensibihs
p u n t o d e vista d e ese es, de su ser, n o desde los y mundus intelhgibilis.
diversos p u n t o s d e vista particulares que t i e n e n e n H e aquí e l c a m p o en q u e N i e t z s c h e l i b r a s u g u e r r a
c u e n t a las ciencias positivas. R e f i e r e , p o r t a n t o , la c o n t r a la metafísica. L o que él ataca, en el f o n d o , es
m u l t i p l i c i d a d d e las cosas a la u n i d a d d e l ser, es decir, la teoría de los d o s m u n d o s . E n este c a m p o se
a l o que hace que todas ellas sean l o que s o n . Y c o m o desenvuelve también su p r o p i a filosofía. E l vuelve a
en griego el m u n d o e n cuanto totalidad de las cosas se plantear la p r e g u n t a inicial d e la filosofía — ¿ Q u é es
designa c o n la palabra <pucns (phj^sis), d i c h a pregunta lo e n t e ? — a p u n t a n d o al m u n d o físico c o m o aquello
a p u n t a , en último t é r m i n o , al m u n d o físico. Pues c u y o ser hay q u e conocer. E s t o hay q u e t o m a r l o m u y
b i e n , la respuesta de Platón a la pregunta inicial de la en serio, si se q u i e r e c o m p r e n d e r su filosofía desde la
filosofía es que el ser de lo ente es la Idea, la cual raíz. Niet2^cJiguix^sjoaclA^ejiqujJlo c o n l o q u e se l o
trasciende el m u n d o , está más allá {meta) de l o físico ha c o n f u n d i d o : J Ú . u n , p a r ó i o g o ^ ni un
( r a «puerca) y es, p o r ello, meta-física. c r i t i c o j d g la_s_oci&dajd-y_-deJa_ c u l t u r a , n i u n p o e t a , n i
A u n q u e su n o m b r e se acuña p o s t e r i o r m e n t e al u n _ yitalistaj-rji-U^
clasificar las obras d e Aristóteles, la metafísica surge, verbal. Todos estos n o m b r e s designan u n aspecto de
e n s e n t i d o estricto, e n este m o m e n t o , c u a n d o Platón su ser, p e r o u n aspecto periférico. E l es lo q u e es,
r e s p o n d e a la pregunta inicial d e la filosofía i n d i - desde el h o n d ó n de su ser esencial, en l u c h a c o n el
c a n d o , claramente, el m o v i m i e n t o d e l pensar desde el p r o b l e m a d e l m u n d o . Su.filosofía eSj pOTjkchjo_jisí.
m u n d o físico hacia algo situado más allá de él. C o n una cosmología. Pero su concépf61]eTT rnmcíoTTo^'EleblT :

ella surge también una diferencia de rango ontológico enTénHefse,- claro está, en el sentido q u e le d a n las
e n t r e las dos d i m e n s i o n e s . Pues l o ideal, en cuanto lo ciencias particulares. Este n o es para N i e t z s c h e u n
fundante, es en sí, es decir, i n d e p e n d i e n t e de las cosas c o n c e p t o científico, s i n o u n c o n c e p t o ontológico, y
i n t r a m u n d a n a s , que s o n lo f u n d a d o . Estas, en c a m b i o , designa la t o t a l i d a d d e l o q u e es: la physis de los
son sólo p o r participación e n l o ideal. P o r ello, l o griegos.

20 21
DAN I LO CRUZ VÊLEZ EL PUES TO DE N I E T Z S C H E .

E n s u m a , para N i e t z s c h e el p l a t o n i s m o es el i n - lograr n u n c a una fundamentación absoluta d e l saber,


t e n t o de e x p l i c a r este m u n d o físico nuestro r e c u - se ve obligada a dar u n salto fuera de d i c h a cadena
r r i e n d o a o t r o m u n d o inventado p o r la razón h u m a n a , hacia o t r a dimensión, e n busca d e u n a causa última y,
i n t e n t o en el cual, d e a c u e r d o c o n la d i f e r e n c i a d e p o r ello, n o causada, que resulta ser D i o s . Este rasgo
rango ontológico implícita e n el r e c u r s o , n u e s t r o teológico sigue desarrollándose después en la metafí-
m u n d o es i n t e r p r e t a d o c o m o u n m u n d o aparente y el sica hasta alcanzar su p l e n i t u d e n el i d e a l i s m o alemán,
o t r o c o m o el m u n d o v e r d a d e r o . el cual n o es p a r a N i e t z s c h e más q u e " u n a teología
P o r o t r a parte, N i e t z s c h e i d e n t i f i c a ese " m u n d o taimada". 1 3

verdadera" con D i o s , 1 1
apoyándose e n algo o c u r r i d o C o n v e n c i d o de que el p l a t o n i s m o es el subsuelo
e n e l m o m e n t o de la fundación de la metafísica. sustentador d e la historia d e O c c i d e n t e , N i e t z s c h e
Moviéndose desde las cosas hacia su f u n d a m e n t o sigue el rastro d e ese " m u n d o v e r d a d e r o " n o sólo e n
i d e a l , Platón n o se detiene en el m u n d o de las ideas los avatares d e la metafísica, s i n o t a m b i é n en la
c o m o l o último, s i n o que le busca, a s u t u r n o , u n historia general de la c u l t u r a . E l f e n ó m e n o de esta
f u n d a m e n t o , q u e e n c u e n t r a e n u n a idea s u p r e m a , la historia q u e c o n m a y o r fuerza enciende su a r d o r
Idea d e l B i e n , q u e resulta, a la p o s t r e , ser lo m i s o que p o l é m i c o es el c r i s t i a n i s m o , q u e él l l a m a " u n p l a t o -
l o d i v i n o (TÓ SEIOV). D e s d e entonces la metafísica n i s m o para el p u e b l o " . 1 4
Es o b v i o que aquí la metafí-
tiene u n carácter teológico, que N i e t z s c h e persigue a sica, al entrar en c o n t a c t o c o n esta nueva fuerza
través de t o d a s u h i s t o r i a para hacer ver, c o m o d i c e e n c u l t u r a ! , se m o d i f i c a . E l f u n d a m e n t o d e l m u n d o ya no
El anticristo, q u e " l a filosofía se ha c o n t a m i n a d o y es el D i o s de Platón y de Aristóteles, s i n o u n D i o s -
echado a p e r d e r c o n sangre de t e ó l o g o " . 1 3
Ya Aristó- creador; el m u n d o ya n o es la physis q u e reposa en sí
teles, al desarrollar sistemáticamente la metafísica, le m i s m a , sino u n p r o d u c t o d e l acto c r e a d o r d i v i n o , es
i m p r i m e en f o r m a indeleble este carácter teológico. decir, ens creatum; el m o v i m i e n t o hacia el t r a n s m u n d o
S i g u i e n d o una dirección i n s i n u a d a en Platón, d i c h a ya n o es el g i r o del alma hacia el ser de las cosas, sino
sistematización se lleva a cabo t e n i e n d o c o m o h i l o el paso del h o m b r e a través de este " v a l l e d e l á g r i m a s "
c o n d u c t o r el c o n c e p t o de causalidad. P o r ello, la hacia el o t r o m u n d o , que es el v e r d a d e r o ; la negativi-
pregunta p o r el ser de las cosas se le c o n v i e r t e e n la d a d d e l m u n d o sensible n o tiene u n c a r á c t e r o n t o l ó -
p r e g u n t a p o r sus causas, y la metafísica se desenvuelve gico, sino religioso, pues este m u n d o es lo p e c a m i -
c o m o una teoría d e las causas. P r i m e r o busca las n o s o , y p o r ello hay que s u p e r a r l o ; la superación no
causas en el m u n d o , p e r o c o m o la cadena causal se logra p o r m e d i o de la razón, s i n o c o n la ayuda d e l
i n t r a m u n d a n a es infinita y no se p u e d e d e n t r o de ella Dios-salvador, que lleva al h o m b r e , elevándolo desde

11. Der Willc zur Macht, § S73.


13. Loe. cit.
12. Der Amidiríst, § 10.
14. Jenseits ron Gut und Bosc, Vorrede, pág. 4.

22 23
DANILO CRUZ VÉLEZ EL PUESTO DE N I E T Z S C H E .

!o m u n d a n o , hacia su m o r a d a o r i g i n a r i a , q u e había trascendente d e l o b r a r — , p e r t e n e c e n , según N i e t z s -


abandonado p o r causa d e l p e c a d o . Pero a pesar de che, al p l a t o n i s m o ; pues, e n último t é r m i n o , se basan
todas estas m o d i f i c a c i o n e s N i e t z s c h e encuentra el en u n a d i f e r e n c i a entre e l ser y u n p r e s u n t o d e b e r ser,
m i s m o esquema ontológico d e l p l a t o n i s m o e n la la cual n o es más que u n a traducción al lenguaje d e la
c o n c e p c i ó n cristiana d e l m u n d o . m o r a l d e la teoría de los dos m u n d o s c o n e l p r i n c i p i o

N i e t z s c h e e n c u e n t r a numerosas m o d i f i c a c i o n e s d e l d i v i n o al f o n d o . D e aquí q u e a la ley s u p r e m a d e l a

p l a t o n i s m o e n f e n ó m e n o s que apenas l o dejan sospe- m o r a l i d a d d e K a n t le atribuya u n f u n d a m e n t o de esta

char. U n o d e ellos s o n los llamados ideales, q u e índole. " i A l ' i m p e r a t i v o categórico' le es i n h e r e n t e u n

resultan d e u n a cierta actitud frente a las ideas. imperator!", e x c l a m a e n u n a f o r i s m o d e l legado p o s -

Cuando éstas aparecen como inaccesibles, como tumo. 1 6


Y e n o t r o d e La voluntad de poder aclara: " S e

irrealizables e n este m u n d o , e l h o m b r e , resignado, se tuvo que r e c u r r i r a D i o s c o m o u n a sanción absoluta

l i m i t a a aspirar a ellas, convirtiéndolas así en d e s i d e - q u e n o tuviera n i n g u n a instancia s o b r e s í , c o m o u n

rata, e n ideales. L o s ideales e n c i e r r a n u n a negación d e 'imperator categórico' ".!7

este m u n d o y u n a afirmación d e l o t r o , pues implícita- D i s p e r s a e n las obras de N i e t z s c h e hay u n a h i s t o r i a


m e n t e tachan a aquél d e i m p e r f e c t o para p o n e r de c o m p l e t a de l o q u e él llama el p l a t o n i s m o , que valdría
este m o d o e n l i b e r t a d las fuerzas q u e i m p u l s a n hacia la pena presentar sistemáticamente. Pero ello exigiría
éste, que consideran, aunque desconocido, como u n trabajo especial. Aquí nos h e m o s l i m i t a d o a desta-
mejor. D e l l a d o subjetivo revelan, además, l a insatis- car l o m á s i m p o r t a n t e para nuestro t e m a . Y, final-
facción c o n este m u n d o y una tendencia a " i r lejos de m e n t e , ahora nos vamos a r e f e r i r a u n capítulo d e El
a q u í " . Pero, j u n t o a esta t e n d e n c i a , hay t a m b i é n una crepúsculo de los ídolos, d o n d e N i e t z s c h e presenta una
atracción d e l l a d o d e l p r i n c i p i o teológico i n t r o d u c i d o especie de abreviatura d e d i c h a h i s t o r i a . E l capítulo se
p o r l a metafísica. A p u n t a n d o e n estas d o s d i r e c c i o n e s i n t i t u l a " C ó m o , al fin, e l ' m u n d o v e r d a d e r o ' se c o n -
p r e g u n t a N i e t z s c h e , e n u n estilo jeroglífico, p o r la virtió en u n a fábula", y lleva c o m o subtítulo " H i s t o r i a
f u e r z a que mueve e n este caso la h u i d a d e l m u n d o : ht d e u n e r r o r " . T r a d u c i d o al español, el texto d i c e :
die Wümchbarkeit íielleicht die ireibende Kraji selbsi? ist sie
—deus? — " ¿ E s e l desiderátum tal v e z e l i m p u l s o r ? 1. El mundo verdadero, accesible al sabio, al piadoso,
¿Es e l i m p u l s o r . . . deus?" ls
al virtuoso — é s t e vive en ese mundo, es ese mundo.
L o s i m p e r a t i v o s , todas las reglas d e c o n d u c t a , l o s (La forma más antigua de la Idea, relativamente sensata,
fines, las metas y los llamados valores s u p r e m o s , que convincente. Perífrasis de la frase: " y o , Platón, soy la
establecen u n a esfera i d e a l p o r e n c i m a d e la r e a l i d a d verdad.")
—a la cual se debe aspirar y q u e sirve de pauta
16. Die Unschuld des Werdens I, § 622.
\S.Der Wilk zur Macht, § 331. 17. Der Wüh zur Macht, § 275.

24 25
EL PUESTO DE N I E T Z S C H E
DANILO CRUZ V É L E Z

(Mediodía: momento de la sombra más corta; fin del más


2. E l mundo verdadero, inaccesible ahora, pero p r o -
metido al sabio, al piadoso, al virtuoso ("al pecador antiguo error; cumbre de la Humanidad; INCIPIT ZARA-

que hace penitencia"). TUSTRA.)' 8

(Progreso de la Idea: se hace más matizada, más cap-


ciosa, más incomprensible —se convierte en mujer, se E ! l i b r o El crepúsculo de ¡os ídolos, d o n d e se e n c u e n t r a

vuelve cristiana...) este texto, es d e 1 8 8 8 , el último año d e producción


de N i e t z s c h e . E n el c u r s o d e este año escribe además:
3. E l mundo verdadero, inaccesible, indemostrable, no
El caso Wagner, Nietzsche contra Wagner, El anticristo, Ecce
se puede prometer, pero es ya un consuelo en
Homo y ¡os Ditirambos dionisiacos. E n estos escritos
cuanto meramente pensado, un deber, un impera-
aparece u n N i e t z s c h e q u e h a alcanzado p l e n a c l a r i d a d
tivo.
sobre sí m i s m o . P r e s i n t i e n d o su próxima entrada en
(En el fondo, el viejo sol, pero por entre niebla y
la n o c h e espiritual — e n los Ditirambos dionisiacos, se
escepticismo; la Idea se ha hecho sublime, descolorida,
encuentra este presentimiento claramente expre-
nórdica, de Königsberg.)
s a d o — , hace u n balance en ellos d e s u vida y su o b r a .
4. E l mundo verdadero —¿inaccesible? E n todo, caso,
E l texto " C ó m o , al fin, el ' m u n d o v e r d a d e r o ' se
no alcanzado. Y, en cuanto no alcanzado, también
convirtió e n u n a fábula" es una d e las piezas más
incognoscible. Por lo tanto, ni consolador, ni libera-
importantes d e este balance. S i l o p o n e m o s al l a d o de
dor, ni obligante: ¿a qué nos puede obligar algo
la definición d e su filosofía escrita e n el i n v i e r n o d e
desconocido?
1 8 7 0 - 7 1 , que ya citamos, p o d e m o s d i b u j a r u n c u a d r o
(Comienza a amanecer. Primer despertar de la razón.
c o m p l e t o d e la g u e r r a de N i e t z s c h e c o n t r a la metafí-
Canto de gallo del positivismo.)
sica o c c i d e n t a l , desde su c o m i e n z o hasta su t e r m i n a -
5. E l mundo "verdadero" — u n a idea que no sirve para
ción, y m a r c a r el puesto que c o n q u i s t a m e d i a n t e ella
nada, que ni siquiera es obligante, — u n a idea
en la historia d e la filosofía. L a definición d e t e r m i n a
estéril, que se ba hecho superflua, por lo tanto, una
s u filosofía c o m o u n p l a t o n i s m o al revés. E l texto de
idea refutada: i deshagámosnos de ella!
1888 cuenta la historia d e l p l a t o n i s m o . L a historia
(Claro día; desayuno; retorno del bon sens y de la alegría;
aclara la definición. L a definición e n c i e r r a el p r o -
sonrojo de Platón; gran algazara de todos los espíritus
grama que se desarrolla e n la historia. L a c o m p r e n -
libres.)
sión plena d e la p r i m e r a y el despliegue de la segunda
6. Nos deshicimos del mundo verdadero. ¿Cuál nos
nos e x h i b e n , a una l u z intensa, la situación histórica
queda? ¿Quizás el aparente? i N o , no! ¡Con el mundo
de F e d e r i c o N i e t z s c h e .
verdadero nos deshicimos también del mundo aparente!
E l texto tiene una e s t r u c t u r a insólita e n el estilo
filosófico. Parece más b i e n u n plan de trabajo de u n
18. Götzendäinmcnmg: "Wie die wahre Welt' endlich zur Fabel
d r a m a t u r g o . Y, en efecto, la h i s t o r i a que cuenta tiene
wurde", págs. 99 sigs.

27
26
D A N I L O C R U Z V Ê L E Z
E L P U E S T O D E N I E T Z S C H E

u n t o n o d r a m á t i c o , y podría presentarse e n seis


para después d e la m u e r t e . Así la Idea se hace m á s
escenas, c o r r e s p o n d i e n t e s a sus seis apartados, así:
matizada — a l c o m p l i c a r s e c o n los c o n c e p t o s d e l
Escena primera: C o m i e n z o s d e l siglo I V a. C , e n
p e c a d o , de la o t r a v i d a , e t c é t e r a — , y el trato c o n ella
A t e n a s . Platón funda la metafísica. L a fundación se
exige rodeos y esguinces c o m o si fuera u n a mujer.
efectúa en u n m o v i m i e n t o de la razón hacia o t r o
Escena tercera: Siglo X V I I I e u r o p e o . L a crítica e s c é p -
m u n d o , que se c o n s i d e r a c o m o e l v e r d a d e r o , h u y e n d o
tica de la Ilustración ha socavado las bases d e l m u n d o
de este m u n d o n u e s t r o , que se convierte e n u n
supranatural d e l c r i s t i a n i s m o . E l h o m b r e se desliga de
m u n d o aparente. L a h u i d a en que se alcanza el m u n d o
lo trascendente y se instala en l a N a t u r a l e z a , r e g r e -
v e r d a d e r o i m p l i c a u n a r e n u n c i a al. m u n d o sensible.
sando así a su suelo o r i g i n a r i o . K a n t saca la última
P o r e l l o , d i c h o m u n d o v e r d a d e r o es accesible sólo al
consecuencia de semejante regreso. L o ú n i c o c o g -
sabio, p i a d o s o , v i r t u o s o , que es capaz d e esa r e n u n c i a ;
n o s c i b l e para él es el mundus sensibilis, al que sólo se
e l c u a l , instalado e n l a nueva i n o r a d a i d e a l , sufre u n a
p u e d e llegar p o r m e d i o de la e x p e r i e n c i a . E l mundus
m e t a m o r f o s i s de su ser — é l es l o que lo hace ser ese
intelligibilis es i n c o g n o s c i b l e . P e r o este m u n d o n o
m u n d o v e r d a d e r o . Esta es la p r i m e r a aparición de la
desaparece totalmente. E n c u a n t o el h o m b r e n o es
Idea. Se presenta c o m o una respuesta originaria a la
sólo u n f e n ó m e n o natural sino también u n c e n t r o de
pregunta p o r el ser de las cosas, y en cuanto t a l , es
l i b e r t a d , posee, al lado d e su " c a r á c t e r e m p í r i c o " , u n
legítima. E l filósofo auténtico es el q u e esboza u n
" c a r á c t e r i n t e l i g i b l e " , l o cual l o c o n v i e r t e en u n
m u n d o c o m o m a r c o de aparición de t o d o lo que hay,
habitante de los dos m u n d o s . Sólo la hipótesis de u n
e n el cual se d e c i d e sobre el ser y e l n o ser. E n este
mundus intelligibilis p e r m i t e e x p l i c a r las acciones libres
s e n t i d o , al esbozar u n m u n d o establece el c r i t e r i o d e
del h o m b r e , las cuales t r a n s c u r r e n d e n t r o de la N a t u -
la v e r d a d . D e aquí q u e el establecimiento d e la Idea,
raleza, p e r o n o o b e d e c i e n d o a las leyes naturales, sino
c o m o el esbozo d e u n m u n d o suprasensible c o n la
a una ley que se da el h o m b r e a sí m i s m o . Esta
función i n d i c a d a , equivalga a la frase: " y o , Platón, soy
legalidad n o natural obliga a postular, pues, u n m u n d o
la v e r d a d " .
suprasensible, aunque n o se lo p u e d a c o n o c e r , en
Escena segunda: T e m p r a n a E d a d M e d i a . E l p l a t o - sentido estricto, n i se lo p u e d a demostrar. D e m a n e r a
n i s m o se f u n d e c o n el c r i s t i a n i s m o . P e r o , a causa de que el o t r o m u n d o se c o n v i e r t e en u n p o s t u l a d o de la
esta fusión, la relación entre el h o m b r e y el o t r o razón pura práctica. Y, c o m o tal, n o es accesible, n i
m u n d o mediante la razón se debilita p o c o a p o c o , demostrable, n i se p u e d e p r o m e t e r , p e r o en la esfera
hasta llegar a ser sustentada sólo p o r la fe. D e esta d e l d e b e r ser, c o m o l o q u e hay q u e suponer, es
m a n e r a , el m u n d o v e r d a d e r o se aleja, se hace inacce- todavía u n consuelo para el h o m b r e , que, p o r e n c i m a
sible " a h o r a " , es decir, mientras se p e r m a n e z c a en de su condición natural, se sabe c o m o m i e m b r o del
este m u n d o sensible; p e r o a q u i e n p u e d a negar este " r e i n o de los fines", el c u a l se i d e n t i f i c a e n K a n t c o n
último mediante la p e n i t e n c i a , le es p r o m e t i d a el o t r o el mundus intelligibilis. Este es el m i s m o sol d e Platón

28 29
DANILO CRUZ VÉLEZ EL PUESTO DE N I E T Z S C H E

e n cuya Alegoría d e la C a v e r n a , expuesta en La del alegre c o r r o de los espíritus libres, mientras


República, el s o l es el símbolo de la Idea s u p r e m a . Platón hace m u t i s avergonzado de h a b e r t e n i d o a l a
P e r o la Idea se ha elevado d e m a s i a d o , se ha s u b l i - H u m a n i d a d alejada d e su verdadera m o r a d a durante
m a d o , d e b i l i t a n d o cada vez más s u relación c o n e l dos m i l e n i o s .
h o m b r e . E l viejo sol aparece d e s c o l o r i d o después de Escena sexta: INCIPÍT Z A R A T U S T R A . Aquí e n t r a en es-
h a b e r pasado a través de la crítica de la Ilustración y cena Z a r a t u s t r a , q u e anuncia el c o m i e n z o d e la filoso-
del gélido paisaje n ó r d i c o de Königsberg, d o n d e la fía positiva d e N i e t z s c h e , d e la filosofía q u e viene
fría cabeza de K a n t hacía los últimos esfuerzos p o r n o después de la etapa negativa. A este c o m i e n z o c o r r e s -
dejarlo ocultar. p o n d e Asi hablaba Zaratustra, cuya p r i m e r a parte es d e
Escena cuarta: M e d i a d o s d e l siglo X I X . E l p o s i t i - 1 8 8 3 . Finaliza, pues, el p l a t o n i s m o y c o m i e n z a u n a
v i s m o t o m a en serio las afirmaciones de K a n t s o b r e lo nueva época d e la historia. ( E n una carta a su amigo
c o g n o s c i b l e , y n o a d m i t e más c o n o c i m i e n t o q u e el d e l Paul D e u s e n , d e l 14 d e s e p t i e m b r e de 1888, le d i c e
m u n d o sensible p o r m e d i o de la e x p e r i e n c i a , a t r i - N i e t z s c h e q u e la tarea q u e tiene entre manos " d i v i d e
b u y e n d o a p r e j u i c i o s teológicos los intentos kantianos a la H u m a n i d a d en d o s m i t a d e s " . ) ' Este m o m e n t o es
9

d e salvar el m u n d o suprasensible. E ! l l a m a d o m u n d o el mediodía d e la H u m a n i d a d , que a b a n d o n a las


v e r d a d e r o es inaccesible e i n c o g n o s c i b l e p o r p r i n c i - sombras en q u e había vivido y entra en la dimensión
p i o . Y si es i n c o g n o s c i b l e , n i siquiera se p u e d e p r o m e - de la l u z p l e n a . Esta dimensión es el m u n d o , q u e se le
ter, n i es consolador, n i liberador, n i obligante. C o - abre sonriente. (Sus animales le d i c e n a Z a r a t u s t r a :
m i e n z a , a salir de nuevo la luz, c o m i e n z a a despejarse " S a l de t u caverna; el m u n d o te espera c o m o u n
la o s c u r i d a d creada p o r Platón, y la razón despierta de jardín".) 1 0
P e r o , ¿qué mundo? El mundo "verda-
s u sueño dogmático. d e r o " d e Platón l o h e m o s h e c h o a u n l a d o . E n t o n c e s
Escena quima: A p a r e c e N i e t z s c h e , que c o m i e n z a a debería q u e d a r el aparente. P e r o éste n o es el caso.
h a c e r ver q u e la h i s t o r i a d e l m u n d o " v e r d a d e r o " es la C o n el " v e r d a d e r o " h i c i m o s a u n lado también el
historia de u n e r r o r . Esta es la época en que i n i c i a su m u n d o aparente. Se habla d e u n m u n d o aparente sólo
crítica a la metafísica, representada p o r Humano, p o r contraposición al v e r d a d e r o , p e r o c u a n d o éste se
demasiado humano ( 1 8 7 8 ) , £/ riajerorsu sombra (1 879), desenmascara c o m o u n a ilusión, n o tiene sentido
Aurora ( 1 8 8 1 ) y La gaya ciencia ( 1 8 8 2 ) . E l m u n d o hablar d e u n m u n d o aparente. E n t o n c e s , ¿qué es lo
" v e r d a d e r o " se c o n r i e r t e en una fábula. Ya n o es la q u e queda? L a filosofía c o m i e n z a p r e g u n t a n d o p o r el
Idea, sino una idea de Platón, u n a fantasía suya, una ser de las cosas, cuya t o t a l i d a d se designa e n griego
q u i m e r a . Es una idea refutada, y sólo resta deshacerse
d e ella. Así, el h a m b r e sale de la o s c u r i d a d e ingresa 19. Nietzsches, Briefe Insei-Verlag, Leipzig, 191 1, p. 342.
e n el claro día, i n i c i a n d o u n a nueva j o r n a d a en m e d i o 20. Also sprach Zarathustra: "Der Genesende", § 2.

30 31
E L P U E S T O D E N I E T Z S C H E
D A N I L O C R U Z V É L E Z

c o n la palabra (puois (physis). L a metafísica r e s p o n d e a sonar p o r todas partes, hasta en l o s bosques solitarios.

esta pregunta r e f i r i e n d o el m u n d o físico o sensible a Pero este a c o n t e c i m i e n t o se ve c o m o el más i m -


u n m u n d o ideal o suprasensible. C u a n d o el m u n d o portante sólo desde el p u n t o d e vista d e l h o m b r e .
suprasensible se convierte en u n a fábula, sólo nos Pues, en sí m i s m a , la m u e r t e de D i o s equivale a la
queda, d e nuevo, el m u n d o físico, la physis, p e r o n o ya volatilización d e l " m u n d o v e r d a d e r o . C u a n d o este
11

c o m o u n m u n d o aparente, sino c o m o la R e a l i d a d , m u n d o se c o n v i e r t e en u n a fábula al m i s m o t i e m p o ,


c o m o lo que es en verdad (OVTÍOS ov), al revés de l o q u e D i o s se c o n v i e r t e e n u n a fábula. Pues D i o s había
pensaba Platón. surgido d e n t r o d e l ámbito d e l o t r o m u n d o , c o m o el
f u n d a m e n t o fantástico de u n fantasma, y, al desapare-
c e r éste, se q u e d a s i n función.

III. L A M U E R T E D E D I O S Y E L N I H I L I S M O Según lo anterior, la expresión de Nietzsche: Gott ist


tot ( " D i o s h a m u e r t o " ) , que aparece p o r p r i m e r a vez

Para N i e t z s c h e , e l f u n d a m e n t o d e la h i s t o r i a d e e n La gaya ciencia ( 1 8 8 2 ) , n o se refiere exclusivamente

O c c i d e n t e había sido el p l a t o n i s m o , y el h o m b r e que al D i o s d e l c r i s t i a n i s m o , sino, e n general, al f u n d a -

se p l a s m ó e n ella estaba h e c h o d e sustancia platónica. m e n t o d i v i n o d e l m u n d o suprasensible, i n c l u y e n d o ,

D e aquí que c o n s i d e r e la situación histórica creada p o r tanto, al D i o s de Platón y Aristóteles. Y se refiere

p o r el fin d e la metafísica, no c o m o la suya p e r s o n a l , también a todas las otras m o d i f i c a c i o n e s de l o s u p r a -

s i n o , e n general, c o m o la situación histórica del sensible: a los ideales, i m p e r a t i v o s , p r i n c i p i o s s u p r e -

h o m b r e o c c i d e n t a l . Esta situación la caracteriza p o r m o s , etc.

m e d i o de dos grandes a c o n t e c i m i e n t o s : la m u e r t e de E l n i h i l i s m o equivale igualmente al fin d e la metafí-


D i o s y el s u r g i m i e n t o de! n i h i l i s m o . sica, a la volatilización d e l " m u n d o v e r d a d e r o " y a la
N i e t z s c h e le atribuve a la m u e r t e d e D i o s la m a - m u e r t e de D i o s . Las tres expresiones designan lo
y o r i m p o r t a n c i a . - Pues este a c o n t e c i m i e n t o le da a
5 m i s m o , p e r o considerándolo desde diferentes p u n t o s
la situación histórica u n carácter dramático. D i o s era de vista. N i e t z s c h e d e f i n e el n i h i l i s m o c o m o el p r o -
el último f u n d a m e n t o d e l m u n d o suprasensible, y ceso en q u e " l o s valores s u p r e m o s p i e r d e n su v a l o r " ,
c o n su m u e r t e todo se d e r r u m b a estruendosamente. p o r l o cual " f a l t a la m e t a , falta la respuesta a la
P o r eso Zaratustra se asombra de q u e e l viejo a n a - pregunta ¿por q u é " ' ' L o s valores s u p r e m o s e r a n esas
c o r e t a e n su b o s q u e n o sepa nada d e la m u e r t e d e instancias trascendentes — l a s ideas, los conceptos
Dios. 2 2
Pues el r u i d o d e dicho d e r r u m b e debería re- más generales, los p r i n c i p i o s , los ideales, los i m p e r a t i -
v o s — p o r m e d i o d e los cuales se le daba u n sentido al

21. Die fröhliche Wissensdiaß, § 343; Die Unschuld des Werdens II,
§§ 875, 1411.
22. Also sprach Zarathustra: "Zarathustras Vorrede", § 2. 23. Der Wille zur Macht: "Nihilismus", § 2.

32 33
D A N I L O C R U Z V É L E Z EL PUESTO DE N I E T Z S C H E

m u n d o y se fijaban las metas d e s u evolución y d e l h o m b r e , e n este m u n d o suyo, d e l cual se había alejado


o b r a r h u m a n o . Es o b v i o que c o n la volatilización d e l para negarse a sí m i s m o e n l o e x t r a ñ o , e n u n p r o c e s o
" m u n d o v e r d a d e r o " , c o n el cual se confundían, ya no m i l e n a r i o d e alienación. Esta instalación exigía una
haya metas, p o r q u e n o hay ningún p u n t o d e r e f e r e n - nueva filosofía, q u e y a a n u n c i a Z a r a t u s t r a , y q u e debía
cia para fijarlas; n i hay ya u n a respuesta a la pregunta aparecer expuesta sistemáticamente e n la o b r a que
¿ p o r qué?, pues d i c h a pregunta p o r l o que i n q u i e r e es preparaba N i e t z s c h e c u a n d o tuvo que i n t e r r u m p i r su
p o r el f u n d a m e n t o , el cual se encontraba e n esas trabajo y que ahora c o n o c e m o s bajo el título La
instancias trascendentes. voluntad de poder.
C u a n d o los s u p r e m o s valores p i e r d e n s u valor, el Pero para p o d e r lograr la instalación en el m u n d o
h o m b r e p i e r d e el suelo que lo venía sustentando, y r e c o n q u i s t a d o , era necesario c o n t i n u a r la crítica a la
c o m i e n z a a flotar e n el vacío, e n l a nada (nihil). P o r metafísica, q u e ya se había i n i c i a d o antes d e aparecer
o t r a parte, D i o s , también u n valor s u p r e m o , p e r o p o r Así hablaba Zaratustra. Después d e t e r m i n a d o el d e -
e n c i m a de todos los demás, en cuanto es s u f u n d a - r r u m b e d e l p l a t o n i s m o y d e entrar en escena Z a r a t u s -
m e n t o , p i e r d e s u v a l o r al m i s m o t i e m p o q u e los o t r o s , tra, era necesario renovar la tarea negativa, pues en
p o r q u e ya no tiene nada que fundar. L o cual equivale m e d i o d e las ruinas de la metafísica q u e d a b a n e s c o m -
a u n a exacerbación d e l n i h i l i s m o . P o r e l l o , ahora bros que había que remover. E n una a f o r i s m o d e La
c o m o d i c e el Insensato q u e a n u n c i a la m u e r t e d e D i o s gajo ciencia, t i t u l a d o " L a s nuevas l u c h a s " , leemos:
en La gaya ciencia, e l h o m b r e n o sabe hacia d ó n d e va, " D i o s h a m u e r t o . Pero tal c o m o son los h o m b r e s ,
ya n o tiene n i u n a r r i b a n i u n abajo, cae en todas habrá quizá durante m i l e n i o s cuevas para e x h i b i r su
d i r e c c i o n e s , siente el aliento d e l espacio vacío y va s o m b r a . ¡Y n o s o t r o s t e n d r e m o s que v e n c e r también
e r r a n d o a través de una nada i n f i n i t a . 2 4 esa s o m b r a ! " ' 5
Pero más p o d e r o s o que la tradición
metafísica y religiosa, más difícil d e c o m b a t i r que las
universidades y las iglesias, era el lenguaje. Otro

IV CRÍTICA A L A METAFÍSICA a f o r i s m o d e Aurora d i c e : " L a s palabras nos estorban el


paso... A h o r a , e n t o d o c o n o c i m i e n t o , hay que t r o p e -

L a situación histórica de N i e t z s c h e , que es también la zar c o n t r a palabras duras c o m o piedras, y p r i m e r o se

d e l h o m b r e o c c i d e n t a l , d e t e r m i n a d a p o r el fin d e l r o m p e u n a p i e r n a que u n a p a l a b r a " . 2 6


E l lenguaje es

p l a t o n i s m o , la volatilización d e l " m u n d o v e r d a d e r o " el elemento e n que el h o m b r e es lo q u e es. E l m u n d o

y el s u r g i m i e n t o d e l n i h i l i s m o , imponía u n a nueva lingüístico es el m u n d o i n m e d i a t o d e l h o m b r e , está

tarea: la de instalarse e n el m u n d o q u e le quedaba al

23. Dicfrohlkhe Wisscnschafi, § 108.


24. DieJrohìkhe Wissenscliaft, § 12 S. 26. Morgcnrotc, § 4/.

34 35
D A NI LO CRUZ VÉLEZ EL P U E S T O D E N I E T Z S C H E

tan cerca de él c o m o su p i e l . E l m u n d o físico y e l e m p i r i s m o inglés. Así en Más allá del bien y del mal exige
m u n d o metafísico s o n ya mediatos, pues la relación Nietzsche q u e " c o m o reina de tas ciencias sea r e c o n o -
h u m a n a c o n ellos s u p o n e el m e d i o d e l lenguaje c o m o
cida la psicología, a cuyo s e r v i c i o y preparación d e b e n
m e d i a d o r . Pero, p o r o t r a parte, e l lenguaje se va c o n s -
ponerse las d e m á s c i e n c i a s " , pues " l a psicología es
t i t u y e n d o e n e l p r o c e s o d e la mediación, y, e n el caso
desde ahora el c a m i n o hacia los p r o b l e m a s f u n d a m e n -
de l a constitución de) m u n d o metafísico, se hace m e t a -
tales". 27

físico. Esto es l o q u e tiene N i e t z s c h e a la vista. E l l e n -


Aquí tenemos q u e hacer u n paréntesis p a r a c o r r e -
guaje q u e había q u e usar estaba cargado d e sustancia
g i r u n e r r o r q u e h a d e t e r m i n a d o una de. esas c o n f u s i o -
metafísica, y c e r r a b a t o z u d a m e n t e e l paso hacia e l
nes sobre las cuales nos amonesta N i e t z s c h e al c o -
nuevo c a m i n o .
m i e n z o d e Ecce Homo. Se trata d e l o siguiente. K a n t
L o más i m p o r t a n t e de l a crítica a l a metafísica, q u e también había s o m e t i d o la metafísica a u n a c r i t i c a en
Nietzsche reanuda inmediatamente después de la p u b l i - la Crítica de la razón pura. L a metafísica c r i t i c a d a e r a ,
c a c i ó n d e la última parte d e Así hablaba Zaratustra más o m e n o s , l a m i s m a q u e tenía N i e t z s c h e a l a vista.
( 1 8 8 5 ) , se e n c u e n t r a e n Más allá del bien y del mal Pero la crítica se hace e n el apartado de d i c h a obra
( 1 8 8 6 ) , Genealogía de la moral ( 1 8 8 7 ) , El crepúsculo de titulada " D i a l é c t i c a t r a s c e n d e n t a l " , el cual es u n a
¡os ídolos ( 1 8 8 8 ) y e n n u m e r o s a s anotaciones utilizadas parte d e la Lógica trascendental. D e m o d o q u e l o q u e
p o r los editores en l a c o m p o s i c i ó n d e La voluntad de hace K a n t es u n a crítica lógica d e l a metafísica. Él
poder. analiza los c o n c e p t o s y razonamientos metafísicos,
E l objeto d e la crítica s o n los c o n c e p t o s metafísicos para m o s t r a r los errores lógicos q u e e n c i e r r a n , p r o v e -
centrales c o n q u e se venía o p e r a n d o desde Platón. L a nientes d e l p u r o juego d e l a razón consigo m i s m a , s i n
crítica consiste e n u n análisis d e d i c h o s c o n c e p t o s , n o tener e n c u e n t a la e x p e r i e n c i a , q u e es la fuente
e n c o n t a r la h i s t o r i a d e l p r o c e s o e n q u e el o t r o m u n d o p r i m a r i a de t o d o c o n o c i m i e n t o . P o r o t r a parte, el
se c o n v i e r t e e n u n a fábula. L a crítica y l a h i s t o r i a se e m p i r i s m o inglés ( L o c k e , B e r k e l e y y H u m e ) había
e n t r e c r u z a n e n el c a m i n o , p e r o t i e n e n tareas d i f e r e n - h e c h o t a m b i é n u n a crítica a l a metafísica, p e r o e n
tes. L a crítica busca el origen d e l m u n d o suprasensible o t r o c a m p o y c o n o t r o m é t o d o . A h o r a e l c a m p o d e la
y de l o s c o n c e p t o s c o n s t i t u i d o s e n s u á m b i t o , y es, p o r crítica n o es e l lógico s i n o e l p s í q u i c o , pues e l
t a n t o , u n a especie de genealogía d e la metafísica. E l e m p i r i s m o inglés c o n v i e r t e las ideas platónicas e n
m é t o d o q u e ella emplea es p r e d o m i n a n t e m e n t e e l f e n ó m e n o s psíquicos, y el p r o b l e m a es saber si existen
análisis psicológico. D e aquí q u e l a psicología a d - fuera d e l sujeto las entidades a q u e a p u n t a n d i c h o s
q u i e r a en N i e t z s c h e u n a i m p o r t a n c i a e x c e p c i o n a l . A f e n ó m e n o s . Y e l m é t o d o para averiguarlo es el análisis
veces esta i m p o r t a n c i a es t a n grande, q u e parece q u e psicológico e m p í r i c o , es decir, la descomposición d e
esta c i e n c i a fuera a remplazar a la metafísica c o m o la
filosofía p r i m e r a , c o m o ya había o c u r r i d o antes e n e l 27'. Jenseits wn Gut und Böse, § 23.

36 37
DANILO C R U Z VÉLEZ EL P U E S T O DE N I E T Z S C H E

las ideas, para ver si se h a n o r i g i n a d o e n datos E n el análisis psicológico N i e t z s c h e lleva a c a b o una


empíricos de los objetos que designan. C o m o es reducción. E l r e d u c e t o d o el m u n d o suprasensible y
o b ñ o , el resultado d e l análisis es q u e n o existen los conceptos metafísicos a u n a fuente d e d o n d e
objetos metafíisicos, los cuales s o n , p o r definición, b r o t a n . Esta fuente es la vida h u m a n a . E n la crítica se
suprasensibles o supraempíricos. Pues b i e n , se ha p r o d u c e , pues, u n m o v i m i e n t o de reflexión; una
d i c h o q u e N i e t z s c h e r e t r o c e d e de n u e v o , p o r e n c i m a vuelta d e la vida sobre sí m i s m a , después d e haberse
d e K a n t , hacia el e m p i r i s m o inglés, y se lo ha e n r o l a d o p e r d i d o en sus p r o p i o s p r o d u c t o s . Este m o v i m i e n t o
e n las filas d e l p s i c o l o g i s m o , i m p e r a n t e e n s u época. c o r r e s p o n d e al proceso histórico e n q u e se d e r r u m b a
P e r o ésta es u n a tergiversación de las intenciones d e el m u n d o metafísico, q u e d a n d o c o m o r e s i d u o la
N i e t z s c h e . L a psicología que él p r a c t i c ^ n o e s u n a physis, a la cual pertenece la vida h u m a n a . P e r o e n el
p^siccjogía^emnírica^ estudiar m o v i m i e n t o d e l a vida s o b r e sí m i s m a hay a u t o c o n -
c i e n c i a , m e d i a n t e la cual aquélla se da c u e n t a de su
si a l a s j j d e a j y j ^ t ^ p r o p i o valor. L a crítica le devuelve a la vida l o que
tos. L o que él q u i e r e es analizar l a . ^ x i s t e n c j a j i u había p e r d i d o después de haberla creado.
para s a c a t a ^ Esta crítica es lo más c o n o c i d o y lo más a t e n d i d o
q u e la i m p u l s a n a esbozar un. m u n d o metafísico en la bibliografía sobre N i e t z s c h e . A n o s o t r o s l o q u e
L a crítica a la metafísica asume frecuentemente el más nos interesaba era señalar el puesto de la crítica
c a r á c t e r de una crítica d e l lenguaje, p o r q u e , c o m o d i - en el c o n j u n t o d e su o b r a y los p r i n c i p i o s que la guían,
j i m o s a r r i b a , en e l lenguaje se e n c u e n t r a u n último l o cual sí se desatiende c o n frecuencia. P o r esto, sólo
r e d u c t o del p l a t o n i s m o . E n t o n c e s la crítica persigue rozaremos lo esencial d e ella.
los c o n c e p t o s metafísicos e n sus cristalizaciones l i n - E l c o n c e p t o c e n t r a l d e la metafísica, el d e l o t r o
güísticas. P e r o , en último t é r m i n o , este análisis tiene m u n d o , lo somete N i e t z s c h e a n u m e r o s o s análisis.
t a m b i é n u n carácter psicológico. L o que se busca e n Este es u n tema p e r m a n e n t e e n su o b r a . Aquí nos
él es desentrañar las tendencias d e la existencia h u - l i m i t a r e m o s a u n pasaje de El anticristo q u e recoge los
m a n a q u e e n c u e n t r a n s u expresión en una palabra, l a diversos aspectos expuestos e n otros textos. E l pasaje
c u a l después se i n d e p e n d i z a , se cristaliza y c o m i e n z a d i c e : " T o d o aquel m u n d o d e ficción tiene s u raíz e n
a e j e r c e r u n p o d e r casi mágico. Se trata, pues, d e una el o d i o c o n t r a lo natura! [ c o n t r a la R e a l i d a d ! ] ; es la
crítica de l a metafísica p o r m e d i o d e u n análisis p s i - expresión d e u n p r o f u n d o desagrado frente a l o
cológico del lenguaje, la cual es u n antecedente de la real,.." 2 8
E l s e n t i m i e n t o d e l o d i o c o n t r a l o natural, es
crítica a la metafísica p o r m e d i o de u n análisis lógico decir, c o n t r a la physis, e n la cual está instalado el
d e l lenguaje d e l m o d e r n o p o s i t i v i s m o lógico, la cual se h o m b r e o r i g i n a r i a m e n t e , es la raíz de la ficción d e l
queda en f e n ó m e n o s periféricos d e la metafísica y n o
alcanza la h o n d u r a y el radicalismo de N i e t z s c h e . 28. Der Antichrist, § 15.

38 39
DANILO CRUZ VÉLEZ EL P U E ST O DE N I E T Z S C H E

o t r o m u n d o . Y el o r i g e n de este o d i o es el desagrado valoración de l o p e r m a n e n t e ? E v i d e n t e m e n t e la v o -


frente a l o real. Y ¿cuál es el o r i g e n d e este desagrado? l u n t a d de v e r d a d n o es aquí nada más q u e el anhelo
Según N i e t z s c h e , e l m o m e n t o en que surge la metafí- de u n mundo permanente . 11 J 0
Este m u n d o p e r m a n e n t e
sica en G r e c i a es u n m o m e n t o d e decadencia d e la p u e d e , entonces, convertirse en u n m u n d o r a c i o n a l ,
vitalidad. E l p u e b l o griego se ha d e b i l i t a d o i n t e r i o r - d o n d e la razón y sus leyes t i e n e n u n a validez absoluta.
m e n t e y no se siente seguro e n el m u n d o real. D e este m o d o , la razón, el logos, se establece c o m o el
E n t o n c e s se crea u n m u n d o i m a g i n a r i o , p r o d u c i é n - i n s t r u m e n t o de interpretación de todas las cosas,
dose así una escisión d e l m u n d o e n u n m u n d o real y función que conserva en t o d a la h i s t o r i a de la metafí-
u n m u n d o ideal. E l m u n d o real es u n m u n d o e n el sica, desde sus c o m i e n z o s hasta llegar a Ja m a d u r e z e n
t i e m p o : el m u n d o d e l n a c e r y d e l perecer, d e las la Lógica de H e g e l .
c o n t r a d i c c i o n e s , d e l d o l o r y de l a m u e r t e ; el m u n d o E l c o n c e p t o f u n d a m e n t a l de la metafísica, el d e
d e las ideas, e n c a m b i o , es u n m u n d o fuera d e l D i o s , se origina, según Nietzsche, en el sentimiento de
t i e m p o , e t e r n o , p e r f e c t o d o n d e n o existe e l d o l o r n i veneración. Pero ésta n o resulta de u n a actitud de res-
la m u e r t e , al que se huye p o r no p o d e r resistir más el p e t o frente al mjsteríum treinendum, s i n o ante los c o n -
m u n d o real. " P l a t ó n — d i c e N i e t z s c h e — es u n c o - ceptos s u p r e m o s de la razón. E n u n capítulo del
b a r d e frente a la R e a l i d a d ; p o r eso huye a l o i d e a l " . 2 9 Crepúsculo de los ídolos, t i t u l a d o " L a razón en la h i s t o -
Aquí hay q u e b u s c a r el o r i g e n d e l c o n c e p t o de l o ria", se e n c u e n t r a esta p e r e g r i n a explicación. A l d e -
e t e r n o c o m o c o n t r a p u e s t o a lo t e m p o r a l , d i f e r e n c i a t e r m i n a r las cosas, la razón va alcanzando, en u n p r o -
q u e está a la base de los conceptos metafísicas c e n t r a - ceso de abstracción creciente, c o n c e p t o s cada vez más
les. E l más i m p o r t a n t e de ellos, el c o n c e p t o d e l ser, generales, que, p o r ello, resultan ser los más vacíos,
t i e n e que ver c o n esta d i f e r e n c i a . E l ser, t o m a d o " e l último v a p o r de u n a r e a l i d a d v o l a t i l i z a d a " . Por
metafísicamente, es la p e r m a n e n t e presencia; el n o respeto a esos p r o d u c t o s d e la razón, el h o m b r e n o
ser, e n c a m b i o , es l o cambiante, que es una m e z c l a d e a d m i t e q u e p u e d a n desarrollarse p a r t i e n d o de l o
p r e s e n c i a ) ' ausencia. E l anhelo de e n c o n t r a r u n p u n t o i n f e r i o r desde el p u n t o d e vista lógico, y les atribuye
de r e p o s o , t o m a d o c o m o l o v e r d a d e r o , en m e d i o de u n ser en sí. E n t o n c e s , lo último alcanzado e n el
lo fugaz, es, pues, l o q u e e m p u j a a h u i r d e la phpis, proceso lógico, se t r a n s f o r m a en l o p r i m e r o en el
c o n s i d e r a d a c o m o el n o ser, hacia el ser, que es lo o r d e n de las cosas. L o último es D i o s , el c o n c e p t o
permanentemente presente, simbolizado por el más general. " L o último — c o n c l u y e N i e t z s c h e — , l o
m u n d o v e r d a d e r o . E n La voluntad de poder leemos: " E l más d i l u i d o y acuoso, l o más vacío, es c o l o c a d o c o m o
d e s p r e c i o , el o d i o c o n t r a t o d o lo q u e p e r e c e , pasa, l o p r i m e r o , c o m o causa sui, c o m o ens realissimum '^ 1 i

c a m b i a y se t r a n s f o r m a . . . ¿ D e d ó n d e viene esta
30. Der Wille zar Macht, § 585 A.
29. Götzendämmerung; "Was ich den Alten verdanke", § 2 3 Ì . Göizendömmemng: "Die 'Vernunft' in der Geschichte", g 4.

40 41
DANILO CRUZ VÉ L E Z EL P U E S T O DE N I E T Z S C H E

El " m u n d o verdadero" como marco y Dios como e m p l e a la palabra alemana Werden, el devenir, q u e
el último f o n d o , c o n s t i t u y e n el h o r i z o n t e d e n t r o d e l o p o n e al Sein, el ser. E l d e v e n i r es el r e i n o d e l nacer,
c u a l la razón r e s p o n d e en la metafísica a la p r e g u n - fluir y p e r e c e r ; es el r e i n o d e l o t e m p o r a l y fugaz.
ta p o r el ser de las cosas, p e r o la respuesta expresa se Estos caracteres s o n , p o r t a n t o , i n h e r e n t e s a la R e a l i -
p r o d u c e e n f o r m a categorial. D e s d e este p u n t o d e d a d , d o n d e t o d o fluye. Pero c o m o este d e v e n i r es u n
vista, la metafísica se ha i d e n t i f i c a d o c o n la teoría d e caos, el h o m b r e tiene que i n t r o d u c i r e n él u n o r d e n ,
las categorías. L a metafísica interpreta el ser d e las para p o d e r a f i r m a r s e en m e d i o de l o h u i d i z o . Es decir,
cosas categorialmente desde l o suprasensible — p u e s tiene que falsificar la R e a l i d a d y d e t e n e r s u fluir. Este
ellas p e r t e n e c e n a lo s u p r a s e n s i b l e — , s o m e t i e n d o a proceso se d e s c r i b e en La voluntad de poder p a r t i e n d o
u n a u n i d a d la m u l t i p l i c i d a d fluyente d e l o d a d o . Se d e lo q u e allí se llama el Subjekt-Gefühl, el s e n t i m i e n t o
c o m p r e n d e d e suyo q u e la crítica d e l h o r i z o n t e de la del s u j e t o . ^ Yo soy también algo fluyente, p e r o en el
metafísica tenía q u e d e t e r m i n a r u n a crítica d e las f l u i r d e las vivencias tengo el s e n t i m i e n t o d e que soy
categorías. L o más i m p o r t a n t e d e esta crítica se u n sujeto que subyace en el f o n d o d e ellas unificándo-
e n c u e n t r a en el l i b r o tercero d e La voluntad de poder. las, en tal f o r m a que p u e d o c o n s i d e r a r t o d o s m i s actos
C o m o es de s u p o n e r , las categorías se c o n s i d e r a n allí causados p o r m i querer, y q u e y o , c o m o ese ser
c o m o ficciones y se r e d u c e n a la vida h u m a n a . L a te- substante, n o desaparezco e n la m u l t i p l i c i d a d d e los
sis que guía el análisis es: " N o s o t r o s h e m o s i n v e n - c a m b i o s . D e esta e x p e r i e n c i a surgen los c o n c e p t o s de
t a d o la c o s i d a d , t e n i e n d o c o m o m o d e l o al sujeto, y l a sustancia, accidente y causalidad, q u e después i n -
h e m o s i n t r o d u c i d o e n el caos de las sensaciones p a - troyecto en el caos de las sensaciones, d a n d o o r i g e n a
ra i n t e r p r e t a r l o " . 3 2
L a c o s i d a d (Dinglichkeit) es el ser la cosa c o m o algo substancial y, p o r tanto, i n d i v i d u a l ,
d e la cosa. Este ser es inventado. Esta ficción se idéntico a sí m i s m o , trabado e n relaciones d e causali-
i n t r o d u c e en el caso d e l o d a d o p o r m e d i o de la d a d , etc. L a cosa es, pues, una ficción. E l ser d e la cosa
s e n s i b i l i d a d , y así surge l o q u e l l a m a m o s una cosa. E n es también u n a ficción; la ficción de u n a substancia
este p r o c e s o el m o d e l o de la interpretación es el c o m o lo p e r m a n e n t e m e n t e presente e n m e d i o d e l
sujeto. c a m b i o incesante d e sus p r o p i e d a d e s .

Para e n t e n d e r l o anterior, t e n e m o s q u e r e c o r d a r la Esta falsificación m e d i a n t e las categorías i n t e l e c -


situación creada p o r el fin d e la metafísica. Lo que es tuales —substancialidad, individualidad, unidad,
en verdad, la R e a l i d a d , es l o q u e q u e d a después d e i d e n t i d a d , accidente, causalidad, e t c . — es una f u n -
h a c e r a u n lado lo suprasensible. L o que q u e d a es, ción d e la razón. E n c a m b i o , la s e n s i b i l i d a d nos ofrece
p u e s , la physis. Para designar este resto, N i e t z s c h e lo que es en verdad, la R e a l i d a d : el d e v e n i r incesante. P o r

32. Dar Wilk zurMachí, S SS2. 33. Der Wille zur Maclu, 5 488.

42 43
DANILO CRUZ VÉLEZ EL P U E S T O DE N I E T Z S C H E

t a n t o , e l intelecto es e l que engaña, n o la s e n s i b i l i d a d , jo sobre el p e n s a m i e n t o griego, y q u e d i c e : " P a r m é n i -


al revés d e lo que había enseñado Platón. des — e l o t r o m u n d o detrás de este m u n d o ; éste
como p r o b l e m a " . 3 4
Parménides es, pues, el p a d r e d e
la teoría de l o s dos m u n d o s , tesis q u e sirve de base a
V E L P R O B L E M A D E L F I N D E L A METAFÍSICA la exposición d e " L a filosofía e n la época trágica d e los
griegos".
¿Cuál es, según l o anterior, e l puesto d e N i e t z s c h e en E n este trabajo Nietzsche interpreta la filosofía p r e -
la h i s t o r i a d e la filosofía? Si la metafísica p r i n c i p i a c o n platónica centrándola en t o r n o al p r o b l e m a de la
Platón y t e r m i n a c o n N i e t z s c h e , el t o r n a v o z de su u n i d a d y la m u l t i p l i c i d a d . E n lo referente a P a r m é n i -
r u i n a , entonces p o d r í a m o s d i v i d i r en tres grandes des, hace v e r c ó m o éste, para r e s p o n d e r a la p r e g u n t a
p e r í o d o s d i c h a h i s t o r i a ; el metafísico, tal c o m o q u e d a inicial d e la filosofía p o r el p r i n c i p i o u n i f i c a n t e de la
caracterizado; el premetafísico, q u e c o m p r e n d e los m u l t i p l i c i d a d fenoménica, se sale de lo físico y se
filósofos anteriores a Platón, y el postmetafísico q u e inventa u n m u n d o de la razón, e n oposición a los
sería el p e r í o d o nietzscheano. A h o r a b i e n , si el p e - filósofos anteriores, q u e habían e n c o n t r a d o ese p r i n -
r í o d o metafísico es u n p e r í o d o d e d e c a d e n c i a d e la c i p i o e n el m u n d o físico (agua, aire, etc.). H a c e surgir,
filosofía, el preplatónico tendría q u e ser u n p e r í o d o pues, en Parménides la escisión del m u n d o e n dos
d e p l e n i t u d , p o r q u e sólo así se podría hablar de d i m e n s i o n e s contrapuestas, a l a cual c o r r e s p o n d e la
decadencia e n e l p r i m e r o . D e lo c u a l resultaría que la contraposición del ser y el devenir: el ser c o m o lo
filosofía d e N i e t z s c h e es la superación d e la metafísica p e r m a n e n t e , lo idéntico a sí m i s m o , lo invariable; y el
y u n intento d e r e t o m a r el h i l o d e la filosofía e n sus
devenir, e n c u a n t o e n él i m p e r a el m o v i m i e n t o y el
orígenes. Pero e x a m i n e m o s las relaciones que r e s u l -
c a m b i o , c o m o una mezcla d e s e r y n o ser, q u e n o se
tan aquí, para p o d e r d e c i d i r sobre la validez de esa
puede pensar p o r q u e c o n t r a d i c e los p r i n c i p i o s de la
imagen.
razón. L o cual i m p l i c a una negación d e l d e v e n i r y una
Para establecer las relaciones de Nietzsche c o n el p e - afirmación d e l ser, c o m o lo u n o e t e r n o y v e r d a d e r o ,
ríodo premetafísico, existe u n trabajo suyo d e 1873, frente a la m u l t i p l i c i d a d d e u n m u n d o f e n o m é n i c o
t i t u l a d o " L a filosofía e n la é p o c a trágica d e los g r i e - aparente. F r e n t e a Parménides, N i e t z s c h e ve a H e r á -
g o s " , d e d i c a d o a los llamados filósofos presocráticos; clito c o m o el o t r o g r a n h o r i z o n t e de la filosofía, y
hay, además, n u m e r o s a s anotaciones dispersas en sus destaca su fidelidad a la phjsis al r e s p o n d e r a la
escritos. pregunta i n i c i a l d e la filosofía, lo cual i m p l i c a u n a
E n t r e estas últimas, e n c o n t r a m o s u n a q u e p e r t e - negación d e la teoría d e l o s d o s m u n d o s y una
nece a u n fragmento sobre la polis, p u b l i c a d o p o r los
editores bajo el título " L a ciencia y la sabiduría en 34. "WissenSchaft und Weisheit", (?n Die Geburt der TrOijUdic, pág.
l u c h a " , la c u a l c o n t i e n e u n a especie d e p l a n de t r a b a - 348.

44 45
DANILO CRUZ VÉ L E Z EL P U E S T O DE N I E T Z S C H E .

afirmación d e l d e v e n i r frente al ser, sin p o r e l l o t e n e r p e r o r e t r o c e d i e n d o a este h o r i z o n t e p r e m e t a físico


que rechazar la u n i d a d , que la e n c u e n t r a e n la m u l t i - que había sido o c u l t a d o p o r la c o r r i e n t e q u e p o n e en
p l i c i d a d , de a c u e r d o c o n la ley d e la a r m o n í a q u e se m a r c h a Parménides y desarrolla Platón. E l l o d i c e
m a n t i e n e e n el fluir incesante y e n el c a m b i o , u n i f i - m u y claramente en u n a anotación del legado p o s -
c a n d o todos los c o n t r a r i o s . tumo: " L a filosofía, de la única m a n e r a q u e y o la
N i que d e c i r tiene q u e , así c o m o Parménides es el a d m i t o , c o m o !a f o r m a más general d e la h i s t o r i a :
antecedente de Platón, N i e t z s c h e c o n s i d e r a a H e r á - c o m o el i n t e n t o dé describir, d e algún m o d o , el
c l i t o c o m o su p r o p i o antecedente. A l respecto hay devenir d e Heráclito y de r e d u c i r l o a s i g n o s . . . " 37

n u m e r o s o s t e s t i m o n i o s suyos. Así, p o r e j e m p l o , e n
Esta es la imagen q u e resulta de los textos d e
Ecce Homo d i c e refiriéndose a Heráclito: " E n su
N i e t z s c h e . ¿Podemos c o n f i a r en ella p a r a fijar su
cercanía siento más calor h u m a n o y m e e n c u e n t r o
puesto en la h i s t o r i a de la filosofía? ¿Se l i m i t a N i e t z s -
m e j o r q u e e n c u a l q u i e r a o t r a parte. L a afirmación d e
che, efectivamente, a d e s c r i b i r el m u n d o físico e n s u
la i n c o n s t a n c i a y d e la destrucción, lo decisivo e n ¡a
devenir, e n u n a especie d e fenomenología e n a c t i t u d
filosofía dionisiaca; el decirle sí a la oposición y a la
natural? ¿Supera N i e t z s c h e la metafísica y llega ésta
g u e r r a ; el devenir, j u n t o c o n el rechazo radical i n c l u s o
c o n él, en v e r d a d , a su fin?
d e l m i s m o c o n c e p t o 'ser' — e n t o d o esto tengo q u e
N i e t z s c h e se plantea d e n u e v o la pregunta i n i c i a l d e
r e c o n o c e r , desde t o d o p u n t o de vista, lo más afín a mí
la filosofía: ¿ Q u é es lo ente en cuanto tal? T o d o l o
de t o d o lo que se ha pensado hasta a h o r a . " 3 s
Y, en La
que hay, es decir, l o ente e n t o t a l , es para él el m u n d o .
voluntad de poder, refiriéndose a P a r m é n i d e s : " P a r m é -
P o r ello, s u pregunta es p r o p i a m e n t e : ¿ Q u é es el
nides d i j o : ' n o se p u e d e pensar lo que n o es'; nosotros
m u n d o en c u a n t o tal? A l r e s p o n d e r esta pregunta, no
estamos en el o t r o e x t r e m o , y d e c i m o s : 'lo que p u e d e
se sale del m u n d o hacia u n t r a s m u n d o . Lo que es en
ser p e n s a d o , tiene q u e ser necesariamente una fic-
verdad es este m u n d o nuestro, nuestra m o r a d a n a t u r a l .
ción\" J é

Este es, pues, el m u n d o d e l devenir, cuya inestabilidad


Si r e c o r d a m o s la situación histórica creada p o r el había d a d o o r i g e n a la teoría d e los dos m u n d o s . Este
fin d e l p l a t o n i s m o , saltan a la vista las c o n e x i o n e s d e m u n d o es la plmis de ios griegos. H a s t a aquí t o d o
N i e t z s c h e c o n la filosofía preplatónica. Después de la parece i n d i c a r la exactitud de la imagen que tiene
volatilización del m u n d o de la razón, l o q u e q u e d a es N i e t z s c h e d e sí m i s m o . Pero e n lo a n t e r i o r h e m o s
el m u n d o físico, el m u n d o d e l devenir, es decir, el fijado sólo el c a m p o en que se mueve su pregunta p o r
m u n d o de Heráclito, y él e n c u e n t r a aquí su c a m i n o el m u n d o . Si seguimos la m a r c h a de su pensar en el
filosófico, u n c a m i n o q u e va más allá d e la metafísica, tratamiento d e la pregunta, c a m b i a s ú b i t a m e n t e el
paisaje.
35, Ecce Homo: "Die Geburt der Tragödie" § 3.
36. Der Wille zur Macht, S 359.
37. Die Unschuld des Werdens I. § 636.

46 47
DANILO CRUZ VÊLEZ EL P U E S T O DE N I E T Z S C H E .

A l r e s p o n d e r a la pregunta i n i c i a l de la filosofía, Darvvin c o m o conservación. E n oposición a estas


N i e t z s c h e n o se l i m i t a a d e s c r i b i r el d e v e n i r d e d e t e r m i n a c i o n e s , N i e t z s c h e d i c e : " L a vida es u n q u e -
H e r á c l i t o , sino q u e d a u n a respuesta nueva, m e d i a n t e rer c r e c e r . " 3 8
L a vida n o t i e n d e , pues, a adaptarse n i
la cual n o m i n a el ser d e l m u n d o d e tal m a n e r a , q u e ya a conservarse en el estadio alcanzado e n su m o v i -
e n e l acto de la nominación se sale d e l h o r i z o n t e de m i e n t o , sino q u e es actividad ofensiva y c r e a d o r a , q u e
los griegos. Esta n o m i n a c i ó n se p r o d u c e e n u n a serie pugna s i e m p r e p o r i r más allá de sí m i s m a y p o r ser
d e tanteos, e n los cuales aparecen diferentes n o m b r e s , cada vez más v i d a . L a vida es, p o r tanto, querer,
los que, sin embargo, designan exactamente lo v o l u n t a d ; p e r o u n q u e r e r a u m e n t a r su p o d e r . L a vida
m i s m o : el ser de lo ente, el ser de las cosas en su es v o l u n t a d d e p o d e r . " D o n d e hay vida — d i c e Z a r a -
totalidad, el ser d e l m u n d o . t u s t r a — , allí hay v o l u n t a d d e p o d e r " . 3 9

U n o de estos n o m b r e s d e l ser es Lehen, v i d a . E n el L a respuesta d e N i e t z s c h e a la pregunta i n i c i a l d e

a f o r i s m o 582 de La voluntad de poder leemos: "El ser la filosofía es q u e el ser de lo ente en total, es decir,

—para ello n o tenemos otra representación que d e l m u n d o , es la v o l u n t a d de poder.

S i d a ' . ¿ C ó m o podría algo m u e r t o ' s e r ' ? " Y en e l ¿ Q u é c a m p o de f e n ó m e n o s tuvo a la vista N i e t z s -


a f o r i s m o 5 8 1 : " ' S e r ' c o m o generalización d e l c o n - che para el análisis que lo llevó a esta respuesta?
c e p t o ' v i d a ' (respirar), 'ser a n i m a d o , ' q u e r e r ' , 'ac-
1 A u n q u e la v o l u n t a d d e p o d e r y la vida son lo m i s m o ,
t u a r ' , ' d e v e n i r ' " . Las n u m e r o s a s c o m i l l a s e n estos d o s d i c h o c a m p o n o fue la vida orgánica. E l c a m p o está
textos tienen u n a función semántica, pues c o n ellas se dado en el título que expresa la respuesta. L a v o l u n -
les q u i e r e dar u n s e n t i d o diferente a las palabras. E l tad, el querer, nos refiere a u n sujeto volente, a u n ego
ser n o es aquí el ser e n sentido p a r m e n í d i c o , c o m o l o rolo, y éste a u n ego cogito. Ese c a m p o fue, p o r tanto,
p e r m a n e n t e m e n t e presente, sino q u e es u n s i n ó n i m o el sujeta, t o m a d o e n s e n t i d o m o d e r n o ; n o m b r e que
d e devenir; y el d e v e n i r no es el d e v e n i r d e Heráclito, nos aleja d e u n g o l p e del m u n d o griego y nos sitúa en
s i n o u n devenir q u e es lo m i s m o q u e la v i d a , e l q u e r e r m e d i o d e la metafísica de la subjetividad, f u n d a d a p o r
y el actuar; y, p o r su parte, la vida n o es la vida Descartes: Si es así, tenemos q u e c o r r e g i r la imagen
orgánica de la planta y el a n i m a l , s i n o el ser, e l cual n o que tiene N i e t z s c h e de su puesto en la h i s t o r i a de la
se refiere sólo a la planta y al a n i m a l , s i n o a la filosofía. E l p r e t e n d e estar más allá d e la metafísica,
t o t a l i d a d de los entes. q u e , en s u opinión, ha llegado a su f i n , y situado en u n
h o r i z o n t e premetafísico s i m i l a r al d e los griegos. Y
N i e t z s c h e i d e n t i f i c a el ser c o n l a v i d a , y la vida c o n
ahora resulta moviéndose e n u n h o r i z o n t e metafísico.
el q u e r e r (la v o l u n t a d ) y el actuar. Esta última i d e n t i -
L a causa de esta falsa i m a g e n es la ceguera que
ficación se basa en la esencia d e la vida, A l t o m a r l a
c o m o u n t é r m i n o ontológico, él d e t e r m i n a la vida e n
oposición a las ciencias biológicas de s u t i e m p o . 38. Die Unschuld des Werdens I, § 1316.
S p e n c e r había d e f i n i d o la vida c o m o adaptación, y 39. Aho sprach Zarathustra: "Von der Selbstüberwindung", pág. 126.

48 49
D A N I L O C R U Z V É L E Z
E L PUESTO DE N I E T Z S C H E

N i e t z s c h e tenía para l a metafísica d e l a subjetividad, p l i c a , p o r tanto, dos ideas diferentes d e l ser. Para la

p o s i b l e m e n t e p o r q u e era el e l e m e n t o d e su ser, c o m o mayoría d e las formas de la metafísica de la subjetivi-


el agua para el p e z . Para él, metafísica e r a exclusiva- d a d , el ser es representación o posición d e l sujeto
mente el p l a t o n i s m o , s i n darse cuenta de q u e el constituyente; para N i e t z s c h e , e n c a m b i o , s e r es v o -
i n t e n t o de e x p l i c a r e! ser d e los objetos desde e l sujeto luntad de p o d e r , q u e se avista a través d e l sujeto
también es metafísica: la metafísica q u e resulta paradigmático.
c u a n d o el f u n d a m e n t o divino trascendente se hace E l m a r c o d e esta d i f e r e n c i a es la definición metafí-
c a d u c o a fines de la E d a d M e d i a , y el h o m b r e se sica d e l h o m b r e c o m o animal rationale, d e n t r o d e la
establece a sí m i s m o c o m o e l f u n d a m e n t o explicativo cual se sigue m o v i e n d o N i e t z s c h e , a pesar de s u
d e l o existente. Aquí e l más allá (meta) de la metafísica pretensa superación de l a metafísica. E n d i c h a d i f e -
es u n más acá, si vemos la relación desde el p u n t o d e rencia se refleja, d e l lado subjetivo, l a d u p l i c i d a d d e
vista d e l sujeto; p e r o vista desde el m u n d o , el sujeto, dimensiones de l o metafísico. L a animalitas c o r r e s -
es u n más allá de éste, es su f u n d a m e n t o metafísico. p o n d e al m u n d o sensible, y la ratio al m u n d o s u p r a -

L a metafísica de la subjetividad es el despliegue sensible. Pues b i e n , N i e t z s c h e vuelve al revés la r e l a -

sistemático d e l a n t r o p o c e n t r i s m o característico de la ción existente allí. A n t e s l o p r e d o m i n a n t e en ella era

é p o c a m o d e r n a . E l l a interpreta la objetividad de los la razón, y ahora, para N i e t z s c h e , lo p r e d o m i n a n t e es

objetos c o m o el p r o d u c t o de la actividad c o n s t i - la animalitas. Según esto, el sujeto q u e es el h o m b r e n o

tuyente d e l sujeto. L o s objetos s o n aquí l o represen- es el " y o p i e n s o " cartesiano, sino el sujeto de los

tado p o r el sujeto, y e l m u n d o , c o m o la totalidad de apetitos, las pasiones, ios instintos, ios i m p u l s o s . . .

ellos, es m i representación. P e r o N i e t z s c h e n o dice N i e t z s c h e l l a m a a este sujeto e l Leih, palabra alemana

que e l m u n d o sea m i representación, sino v o l u n t a d d e i n t r a d u c i b i e . E n español se suele t r a d u c i r p o r c u e q i o ,

p o d e r . Aquí se anuncia una d i f e r e n c i a de N i e t z s c h e p e r o el Lcib n o es c u e r p o solamente, p o r q u e es

c o n e l resto d e l a metafísica d e l a subjetividad. también i n t i m i d a d , es decir, y o ; p e r o t a m p o c o es eí


y o c o m o el c e n t r o d e actos q u e c o n t r a p o n e m o s al
El fundamento explicativo d e l m u n d o es para
c u e r p o , p o r q u e también es c o r p o r a l . E l Lcib tiene una
N i e t z s c h e el h o m b r e c o m o sujeto, p e r o éste n o es u n
naturaleza f r o n t e r i z a : es u n a especie d e i n t r a c u e r p o
sujeto constituyente, sino una especie de p a r a d i g m a
( c u e i p o vivido desde d e n t r o ) o de y o c o r p o r a l (yo
d e l a explicación, t o m a n d o esta palabra e n su s e n t i d o
f u n d i d o c o n el c u e r p o ) . N o constituye, pues, u n
e t i m o l ó g i c o . E l v e r b o griego rcapaoEixvuvca, de d o n d e
d o m i n i o aparte c o m o e l y o r a c i o n a l , s i n o q u e c o m u -
viene paradigma, significa dejar ver, p o n e r a la vista.
nica, a través d e l c u e r p o , c o n el m u n d o físico, y es de
Y ésta es la función metafísica d e l sujeto en N i e t z s c h e .
este m o d o u n a parte de la physis.
E l p o n e a la vista el ser d e l m u n d o . L a d i f e r e n c i a entre
el sujeto constituyente y el sujeto paradigmático i m - Es evidente q u e este sujeto n o p u e d e ser c o n s t i -

50 51
D A N I L O C R U Z V É L E Z
EL P U E S T O DE N I E T Z S C H E

t u y e n t e del ser d e l m u n d o . P e r o , e n c a m b i o , a través posibilidades de d e s e n v o l v i m i e n t o , tiene que refluir,


de él p o d e m o s lanzar una m i r a d a e n el i n t e r i o r d e l volverse sobre sí, repetirse, retornar, y esto e t e r n a -
m u n d o , p o r q u e es una parte suya, y, e n cuanto sabe mente, p o r q u e e l d e v e n i r es i n f i n i t o . E l m u n d o es,
de sí m i s m o , u n a parte privilegiada, desde el p u n t o de pues, e l e t e r n o r e t o r n o de l o m i s m o . Y en el r e m o l i n o
vista de la c o m p r e n s i ó n d e l ser. de fluir c o n t i n u o hay, p o r d e c i r l o así, u n p u n t o
Así adquiere la metafísica de la subjetividad una q u i e t o : en m e d i o del nacer y p e r e c e r y d e l aparecer d e
f o r m a nueva. E n ella se sigue c o n s i d e r a n d o al sujeto nuevo, hay u n centro e t e r n o , s i e m p r e idéntico a sí
c o m o el f u n d a m e n t o explicativo d e l ser d e l m u n d o . m i s m o ; en el corazón d e l d e v e n i r anida e l ser c o m o
L a explicación se lleva a cabo m e d i a n t e u n análisis d e l una p e r m a n e n t e presencia. E n u n a f o r i s m o r e c o g i d o
sujeto i n t r a c o r p o r a l paradigmático, c u y o ser se m u e s - en La voluntad de poder bajo el n ú m e r o 6 1 7 , y q u e lleva
tra c o m o u n q u e r e r c r e c e r incesante m o v i d o p o r los el título " R e c a p i t u l a c i ó n " , d i c e N i e t z s c h e : " E l h e c h o
apetitos, las pasiones y los instintos, es decir, c o m o d e q u e todo retorna es la m á x i m a aproximación d e u n
v o l u n t a d de p o d e r , Y c o m o d i c h o sujeto es una m e r a mundo del devenir a u n mundo del ser".
vibración d e l m u n d o , éste se interpreta, p o r e x t e n -
N i e t z s c h e veía su puesto e n la h i s t o r i a de l a f i l o s o -
sión, c o m o v o l u n t a d de poder.
fía allende la metafísica. N o s o t r o s , en c a m b i o , lo
P e r o N i e t z s c h e n o sólo sigue moviéndose e n e l h e m o s e n c o n t r a d o d e n t r o d e ella. E s t o n o significa
h o r i z o n t e de la metafísica p o r el h e c h o de desarrollar que él n o haya llevado a cabo u n a tarea p e c u l i a r : la d e
u n a nueva f o r m a d e la metafísica de la subjetividad, desarrollar la última p o s i b i l i d a d que le quedaba a la
s i n o también p o r q u e , a la p o s t r e , n o puede liberarse metafísica, después de h a b e r llegado c o n H e g e l a s u
de la c o n c e p c i ó n griega p r e d o m i n a n t e d e l ser, q u e él m a d u r e z e n la línea del ego cogito. D i c h a p o s i b i l i d a d
c o m b a t i ó tan acremente contraponiéndola al devenir. era la de una metafísica basada e n el ego voló, que
Esta idea d e l ser c o m o la p e r m a n e n c i a - p r e s e n c i a se Nietzsche despliega c o m o la metafísica de la v o l u n t a d
cuela e n la metafísica d e la v o l u n t a d de p o d e r , c u a n d o de p o d e r . ¿Es esta la última f o r m a de la metafísica?
N i e t z s c h e intenta u n a caracterización más precisa d e l Para r e s p o n d e r a esta pregunta no hay e l e m e n t o s d e
ser d e l m u n d o . E l resultado d e este i n t e n t o es la d e - j u i c i o suficientes. P o r lo p r o n t o , lo único q u e se ve
t e r m i n a c i ó n d e l m u n d o c o m o el e t e r n o r e t o r n o d e lo c o n c l a r i d a d es que ella es la metafísica vigente,
mismo. N i e t z s c h e luchó p o r darle c l a r i d a d a sus p o r q u e es el f u n d a m e n t o d e esta é p o c a de la técnica
p e n s a m i e n t o s al respecto, p e r o sin lograrlo n u n c a . en que vivimos.
A q u í tenemos que r e n u n c i a r a c o n s i d e r a r el p r o -
blema. Para n u e s t r o propósito, basta la siguiente
presentación esquemática.
E n cuanto e l m u n d o c o m o v o l u n t a d d e p o d e r es
f i n i t o y el devenir incesante, lo fluyente, al agotar sus

52 53
E L L I B R O LA VOLUNTAD DE PODER

Aíartin Heideqger

[...\ PARA N i e t z s c h e t o d o ser es u n devenir, y este


devenir tiene el carácter d e la acción y d e la actividad
del querer. L a voluntad es e n s u esencia v o l u n t a d d e
poder. Esta expresión n o m b r a aquello q u e N i e t z s c h e
piensa c u a n d o se plantea l a pregunta c o n d u c t o r a de la
filosofía*. Y p o r esta razón, este n o m b r e se i m p u s o
c o m o título para su planeada o b r a capital q u e , e m -
p e r o , n o fue ejecutada. L o q u e b o y existe e n f o r m a de
l i b r o c o n el título de La voluntad de poder contiene
apuntes preparatorios y desarrollos fragmentarios
para esta o b r a . D e l m i s m o N i e t z s c h e p r o v i e n e n el
esquema d e l plan e n el q u e están o r d e n a d o s estos
fragmentos, la división e n cuatro l i b r o s y los títulos d e
cada u n o de ellos.
D i g a m o s , e n p r i m e r lugar, l o más i m p o r t a n t e sobre
la vida d e N i e t z s c h e , así c o m o sobre el s u r g i m i e n t o de
los planes, los apuntes preparatorios y la p o s t e r i o r
edición de los m i s m o s después de s u m u e r t e .
N i e t z s c h e nació e n el año de 1844 e n casa de u n

Heidegger entiende aquí por "pregunta conductora" (leir-


Jragc) de la filosofía la pregunta por "lo que es" (das ScienJe)
o como se traducirá en adelante esta expresión: por "lo ente".
[Nota del traductor].

ss
M AR T I N H E I D E G G E R EL LIBRO LA VOLUNTAD DE PODER

p á r r o c o protestante. S i e n d o estudiante d e filología menta. E n los m i s m o s años surge el plan para su cons-
clásica e n L e i p z i g , c o n o c i ó e n 186S la o b r a capital d e trucción filosófica capital. D u r a n t e la preparación de
S c h o p e n h a u e r El mundo como voluntad y representación. la o b r a planeada m o d i f i c a u n a y o t r a vez los p r o y e c t o s ,
E n n o v i e m b r e d e 1868, durante su último semestre planes, divisiones, y los p u n t o s d e vista de la c o m p o s i -
en L e i p z i g , tuvo u n e n c u e n t r o p e r s o n a l c o n R i c h a r d ción; n o se llega a n i n g u n a decisión en favor de u n o
W a g n e r . F u e r a d e l m u n d o d e los griegos, que siguió sólo. T a m p o c o tiene lugar una c o m p o s i c i ó n d e la
s i e n d o decisivo durante toda s u vida (aunque éste totalidad que p e r m i t a apreciar u n andamiaje d i r e c t r i z .
h u b o d e c e d e r e n l o s últimos años d e l u c i d e z ante el E n el último año ( 1 8 8 8 ) , antes d e su colapso, N i e t z s -
m u n d o r o m a n o ) , las fuerzas intelectualmente d e - che abandona d e f i n i t i v a m e n t e los planes iniciales. L e
t e r m i n a n t e s f u e r o n , ante t o d o , S c h o p e n h a u e r y W a g - sobrecoge u n p e c u l i a r desasosiego y ya n o p u e d e es-
ner. E n la p r i m a v e r a d e 1869, a la edad de 2 5 años, p e r a r al lento m a d u r a r de u n a o b r a de grandes d i m e n -
e i n c l u s o antes d e r e c i b i r s e c o m o d o c t o r , fue n o m - siones que d e b e r í a p o d e r hablar p o r sí sola c o m o
b r a d o P r o f e s o r d e Filología Clásica en Basilea. Allí obra. T i e n e que hablar él m i s m o , exponerse a sí m i s -
inició su amistad c o n J a k o b B u r c k h a r d t y c o n el m o y e x p o n e r su posición en e l m u n d o , cuidándose
h i s t o r i a d o r d e la Iglesia O v e r b e c k . L a cuestión de si de n o ser c o n f u n d i d o c o n o t r o s . Surgen así l o s p e q u e -
e n t r e J a k o b B u r c k h a r d t y N i e t z s c h e existió una v e r d a - ños escritos El Caso Wagner, Nietzsche contra Wagner y El
d e r a amistad o n o , tiene una i m p o r t a n c i a que va más ocaso de los ídolos, Ecce Homo y El Antichsto, que apare-
allá d é l o m e r a m e n t e biográfico. Esta discusión n o nos c i e r o n apenas e n 1890.
a t a ñ e , s i n e m b a r g o , e n el presente c o n t e x t o . C o n o c i ó Pero la v e r d a d e r a filosofía de N i e t z s c h e , la posición
a B a c h o f e n sin q u e s u trato llegara más allá de la fundamental a p a r t i r d e la cual habla e n éstos y en
reserva p r o p i a de colegas. D i e z años después, e n todos los escritos p o r él m i s m o p u b l i c a d o s , no llega a
1 8 7 9 , abandona N i e t z s c h e su cátedra c o m o profesor. su configuración final, n o llega a su publicación c o m o
D e s p u é s de u n n u e v o p e r í o d o de diez años, e n e n e r o o b r a n i el en d e c e n i o c o m p r e n d i d o entre 1 8 7 9 - 1 8 8 9 ,
de 1 8 8 9 , cayó p r e s o de la l o c u r a y murió el 2 5 d e n i en los años anteriores. L o que N i e t z s c h e m i s m o
agosto de 1900. publicó d u r a n t e el t i e m p o d e su p r o d u c c c i ó n intelec-
Y a e n la é p o c a d e Basilea t i e n e lugar la r u p t u r a tual es s i e m p r e u n m e r o p r i m e r p l a n o . Esto se aplica
i n t e r i o r c o n S c h o p e n h a u e r y W a g n e r . Pero sólo e n los también a la p r i m e r a o b r a El nacimiento de la tragedia a
años c o m p r e n d i d o s entre 1880 y 1883 N i e t z s c h e se partir del espíritu de la música ( 1 8 7 2 ) . Su v e r d a d e r a
halla a sí m i s m o ; esto significa, para el caso de u n filosofía queda c o m o " l e g a d o p o s t u m o " (Nachlass).
pensador, q u e e n c u e n t r a s u p o s i c i ó n f u n d a m e n t a l e n U n año después d e la m u e r t e de N i e t z s c h e , en
la t o t a l i d a d de l o que es, y así, c o n ello, el o r i g e n 1 9 0 1 , apareció u n a p r i m e r a compilación d e los a p u n -
d e t e r m i n a n t e de su pensar. E n t r e 1882 y 1885 la tes preparatorios para su o b r a capital. Esta c o m p i l a -
composición del " Z a r a r u s t r a " i r r u m p e c o m o una tor- ción se h i z o t o m a n d o c o m o f u n d a m e n t o el plan de

56 57
EL LIRRO LA VOLUNTAD DE PODER
MARTIN H E I D E G G E R

PLANES Y TRABAJOS PREPARATORIOS PARA L A


N i e t z s c h e d e l 17 de m a r z o d e 1 8 8 7 * . Además se
"CONSTRUCCIÓN PRINCIPAL"
u t i l i z a r o n catalogaciones que el m i s m o N i e t z s c h e
había utilizado p a r a agrupar fragmentos.
Antes de e n t r a r a caracterizar el p l a n sobre el cual
E n la p r i m e r a y e n las siguientes e d i c i o n e s , los
descansa la actual edición d e la Voluntad de Poder [...],
fragmentos individuales extraídos de los manuscritos
permítasenos presentar algunos t e s t i m o n i o s extraídos
p o s t u m o s están n u m e r a d o s d e c o m i e n z o a fin. L a
d e las cartas d e Nietzsche q u e arrojan l u z sobre el
p r i m e r a edición d e Voluntad de Poder reunía 483
origen d e los apuntes p r e p a r a t o r i o s para la o b r a
numerales.
capital proyectada y el á n i m o f u n d a m e n t a l d e l cual
P r o n t o se vio q u e esta edición era bastante i n c o m -
emerge el trabajo.
p l e t a e n c o m p a r a c i ó n c o n el m a t e r i a l m a n u s c r i t o
E l 7 de a b r i l de 1884 N i e t z s c h e escribe a su amigo
existente. E n 1 9 0 6 apareció u n a nueva edición subs-
O v e r b e c k e n Basilea:
t a n c i a l m e n t e aumentada c o n s e r v a n d o el m i s m o p l a n .
Los últimos meses be estado ejercitándome en
Incluía 1067 n u m e r a l e s , es decir, más d e l d o b l e c o n
Historia Universal con deleite, aunque con uno que
respecto a la p r i m e r a . Esta edición apareció e n 1911
otro terrible resultado. ¿Te he mostrado alguna ve/,
c o m o t o m o s X V y X V I de la Grossoktavausgabe (gran
la carta de jakob Burckhardt que me hizo ir de
e d i c i ó n d e octavo) d e las obras d e N i e t z s c h e . P e r o
bruces contra la Historia Universal? E n caso de que
t a m p o c o ésta c o n t i e n e el m a t e r i a l c o m p l e t o ; l o q u e
vaya este verano a Süs-Maria, quisiera emprender
n o fue i n c l u i d o e n e l p l a n apareció e n los t o m o s X I I I
una revisión de m i metaphysica y de mis posiciones
y X I V d e la Grossoktavausgabe [...]
sobre la teoría del conocimiento. H e de atravesar,
paso a paso, por una serie completa de disciplinas,
* [N.T. ] Heidegger se refiere al siguiente plan: pues me he propuesto desde ahora emplear los
7[64] próximos cinco años en la consumación de m i
[ + 4- + ] de todos ios valores 'filosofía' para la cual ya he construido un pórtico
Primer libro con m i 'Zaratustra . 1

El nihilismo europeo. Valga esta o p o r t u n i d a d para dejar sentado q u e es u n


Segundo libro e r r o r la opinión c o r r i e n t e según la cual el Así habló
Crítica de los valores supremos. Zaratustra d e N i e t z s c h e habría de traer su filosofía en

Tercer libro f o r m a p o é t i c a ' p e r o que N i e t z s c h e , p u e s t o q u e el


Principio de una nueva valoración. " Z a r a t u s t r a " n o o b r ó , habría q u e r i d o reescribirla en
prosa para m e j o r c o m p r e n s i ó n . E n realidad, la p l a -
Cuarto libro
Crianza y disciplinamiento. neada o b r a capital La Voluntad de Poder es una o b r a tan
poética c o m o el " Z a r a t u s t r a " , es u n a o b r a de pensa-
Bosquejado ei 17 de marzo de 1887, Niza.

58 59
MARTIN H E ID E G G E R EL LIBRO 1.1 VOLUNTAD DE PODER

m i e n t o . La relación entre ambas obras sigue siendo p o s i b i l i d a d de una configuración de su filosofía en


aquella entre p ó r t i c o y c o n s t r u c c i ó n p r i n c i p a l . E n lo f o r m a d e o b r a . P e r o u n año después se m u e s t r a
q u e a e l l o respecta, entre 1882 y 1888, t u v i e r o n lugar nuevamente c o n f i a d o :
pasos esenciales q u e q u e d a n c o m p l e t a m e n t e e n c u - Septiembre 2 de 1886, a su madre y a su hermana:
b i e r t o s p o r la compilación hasta ahora existente de los Para los próximos cuatro años está anunciada la
fragmentos p o s t u m o s y que i m p o s i b i l i t a n u n a m i r a d a elaboración de una obra capital en cuatro tomos; el
c o m p r e n s i v a de la c o n s t r u c c i ó n esencial de la metafí- título ya es para inspirar temor: " L a voluntad de
sica d e N i e t z s c h e . Poder. Intento de una transvaloración de todos los
A su hermana, a mediados de junio de I884: valores". Para ello lo requiero todo, salud, soledad,
E n este verano ha de erigirse el andamiaje para m i buen genio, quizá una mujer.
construcción principal; o dicho de otra manera: [...]
quiero dejar nota del esquema para m i filosofía y el Diciembre 20 de 1887, a Cari v. Gersdoijf:
plan para los próximos seis años. ¡Ojalá alcance m i E n un sentido significativo m i vida se halla justa-
salud para este propósito! mente ahora como en pleno mediodía: una puerta se
Septiembre 2 de 1884 desde Sils María, a su amigo y cierra, otra se abre. L o único que he hecho en los
colaborador Peter Gast: últimos años ha sido un arreglar cuentas con, un
H e cumplido además con ei cometido principal de llevar a término, un hacer la suma total de lo pasado.
este verano tal y como me lo había planteado, — l o s Agotado el asunto, me he agotado gradualmente
próximos 6 años están destinados al desarrollo de un como hombre. H e hecho "borrón y cuenta nueva".
esquema con el cual he delineado m i "filosofía". L a Quién y qué me ha de restar ahora que tengo que
cosa marcha b i e n y en forma esperanzadora. Zara- pasar (que estoy condenado a pasar) a la verdadera
tustra tiene por lo pronto tan sólo el sentido total- cuestión capital de m i existencia; ésta es ahora una
mente personal de ser mi " l i b r o edificante y aleccio- cuestión capital. Pues, dicho entre nos, la tensión en
n a d o r " — por lo demás 'oscuro y oculto' y risible la que vivo, la presión de una tarea y pasión enormes,
para el común. es demasiado grande como para que ahora pudieran
Julio 2 de 1885 a Overbeck: aproximarse a mí nuevos hombres. D e hecho, la
H e dictado casi todos los días de dos a tres horas, desolación a mi alrededores monstruosa;en realidad
pero m i 'filosofía', si es que tengo el derecho de no resisto ahora sino personas totalmente extrañas y
llamar así a aquello que me ha maltratado hasta las casuales y, p o r otro lado, las que de antaño y desde
raices de m i ser,_ra no es comunicable, p o r lo menos mi infancia son los míos. Todo lo demás se ha
no a través de la imprenta. desmoronado o ha sido repudiado (hubo mucho de

Ya aquí se a n u n c i a n p e r c e p t i b l e s dudas sobre la violento y doloroso en e l l o — ) .

60 61
M ART-IN HE ID-EGCER EL LIBRO LA VOLUNTAD DE PODER

Aquí ya n o se habla de una s i m p l e " o b r a c a p i t a l " . su filosofía y e n cada una están i n c l u i d a s respectiva-
Estos son ya los signos anticipados d e l último año de mente las otras d o s , aunque c o n una f o r m a d i s t i n t a d e
su p e n s a m i e n t o , c u a n d o t o d o se presenta e n t o r n o a configuración i n t e r n a y una estratificación distinta d e l
él c o n una c l a r i d a d s o b r e d i m e n s i o n a d a v c u a n d o , a la centro c o n f i g u r a d o r . Y era sólo la cuestión relativa a
vez, lo desmesurado se abre c a m p o a lo lejos. E n este este c e n t r o la q u e " m a l t r a t a b a " a N i e t z s c h e . Esta
año de 1888 e l p l a n de la o b r a es c o m p l e t a m e n t e cuestión n o e r a , p o r supuesto, u n a cuestión accesoria
m o d i f i c a d o . C u a n d o ya la l o c u r a se ha abatido sobre relativa al adecuado c o m p e n d i o d e l m a t e r i a l m a n u s -
N i e t z s c h e en los p r i m e r o s días de enero d e 1 8 8 9 , éste crito existente; era, sin q u e N i e t z s c h e llegara r e a l -
escribe el 4 de este mes, c o m o última señal, a su mente a saberlo n i se e n c a m i n a r a hacia ello, la
a m i g o y colaborador, el c o m p o s i t o r Peter Gast, una pregunta p o r la autofundamentación de la filosofía.
postal c o n el siguiente c o n t e n i d o : [...]
A m i maestro Pietro. Cántame una nueva can- C a d a una de estas tres posturas fundamentales está
ción: el mundo está transfigurado y todos los cielos caracterizada, si se m i r a c o n agudeza, p o r u n título
se alegran. E l Crucificado. p r e d o m i n a n t e . N o es accidental que los dos títulos
Estos pocos t e s t i m o n i o s p u e d e n significar para n o s o - respectivamente e x c l u i d o s c o m o títulos p r i n c i p a l e s
t r o s , en p r i m e r t é r m i n o , apenas u n i n d i c i o e x t e r n o de reaparezcan bajo el título p r i n c i p a l del caso.
básicos estados d e á n i m o e n los cuales se desenvolvían L a p r i m e r a postura f u n d a m e n t a l está caracterizada
los planeamientos de ia o b r a y los c o r r e s p o n d i e n t e s p o r el título " F i l o s o f í a d e l e t e r n o r e t o r n o " c o n el
trabajos p r e p a r a t o r i o s , sí b i e n N i e t z s c h e e x t e r i o r i z a subtítulo: " U n i n t e n t o de inversión de todos los
e n ellos lo más í n t i m o . Se r e q u i e r e , sin embargo, d e valores" (XIV, 418). U n p l a n c o r r e s p o n d i e n t e a esta
u n a indicación sobre los planes m i s m o s y s u m o d i f i c a - primera postura (pág.414) contiene c o m o último
c i ó n ; esto n o p u e d e hacerse nuevamente s i n o desde capítulo c u l m i n a n t e (5) " L a d o c t r i n a d e l e t e r n o r e -
afuera. L o s planes y los esbozos están p u b l i c a d o s e n el t o r n o " c o m o martillo e n m a n o del hombre más pode-
tomo X V I , 413-467. roso". Resulta evidente de i n m e d i a t o q u e la n o c i ó n d e
P u e d e n distinguirse en la sucesión de b o r r a d o r e s p o d e r — e s t o significa s i e m p r e d e la v o l u n t a d de
tres posturas fundamentales: la p r i m e r a c u b r e t e m p o - p o d e r — p e n e t r a la t o t a l i d a d .
r a l m e n t e desde 1 8 8 2 hasta 1 8 8 3 (Así habló Zaratustra); La segunda postura f u n d a m e n t a ! está caracterizada
la segunda desde 1885 hasta 1887 (Alas allá del bien y p o r el título: " L a v o l u n t a d d e p o d e r " c o n el subtítulo:
del mal, Genealogía de la moral); la tercera c o m p r e n d e " I n t e n t o de u n a inversión de los v a l o r e s " . U n plan
los años 1887 y 1888 (El ocaso de los ídolos, Ecce Homo, correspondiente (pág.424) contiene como última
El Anticristo). P e r o estos n o s o n estadios de u n d e s a r r o - parte de la o b r a : " E l e t e r n o r e t o r n o " .
llo. L i s tres posturas fundamentales t a m p o c o se d i f e - L a tercera p o s t u r a c o n f o r m a el título que hacía las
r e n c i a n en su alcance; cada una abarca la totalidad de veces de subtítulo en las dos anteriores ( p á g . 4 3 5 ) :

62 63
MARTIN H E 1D E G G E R

"Transvaloración de todos los v a l o r e s " . L o s planes FRIEDRICH NIETZSCHE


correspondientes contienen c o m o cuarta parte la
LOS F R A G M E N T O S P O S T U M O S
" F i l o s o f í a d e l e t e r n o r e t o r n o " y c o m o o t r a d e sus
partes, de posición variable, la parte sobre los " A f i r -
D E 1884-1888
m a d o r e s " . E t e r n o r e t o r n o , v o l u n t a d de p o d e r , inver-
sión valorativa, estas s o n las tres expresiones d i r e c t r i - Germán AJeléndez Acuña*
ces bajo las cuales se subsume, e n diferente e s t r a t i f i -
cación, la t o t a l i d a d d e la obra capital planeada. "Es igualmente mortal para el espíritu tener
A h o r a b i e n , sí n o desarrollamos u n p l a n t e a m i e n t o un sistema como no tener ninguno. Tendrá
que esté en c a p a c i d a d de c o m p r e n d e r la d o c t r i n a d e l pues que decidirse por conectar ambas cosas".
e t e r n o r e t o r n o d e l o m i s m o , la d o c t r i n a de la v o l u n t a d F. Schlegel
d e p o d e r , y de c o m p r e n d e r c o m o u n i d a d estas dos
d o c t r i n a s en s u c o n e x i ó n íntima como inversión
valorativa, y si n o pasamos a c o n c e b i r este plantea- I.
m i e n t o fundamenta] c o m o u n p l a n t e a m i e n t o necesa- HISTORIA EDITORIAL
r i o e n el curso .de la metafísica ooccidental, no
asiremos jamás la filosofía de N i e t z s c h e y n o c o m - En ENERO d e 1 8 8 9 la vida intelectual d e N i e t z s c h e se
p r e n d e r e m o s nada d e l siglo X X y de los futuros, no i n t e r r u m p e a b r u p t a y d e f i n i t i v a m e n t e , a! p r o d u c i r s e
c o m p r e n d e r e m o s nada de lo que es nuestra tarea el colapso q u e habría de dejarlo s u m i d o e n la l o c u r a
metafísica.* p o r el resto d e sus días. C o m o si le hubiese sobreve-
n i d o u n vivo p r e s e n t i m i e n t o de esta crisis irreversible,
N i e t z s c h e se ve acuciado e n los últimos meses d e
l u c i d e z ( p a r t i c u l a r m e n t e e n la segunda m i t a d de
1888) p o r u n i m p e r i o s o afán de publicación. O b e d e -
c i e n d o a esta u r g i d a v o l u n t a d d e exposición tanto d e
su p e n s a m i e n t o c o m o d e s u p e r s o n a , N i e t z s c h e da
p o r c o n c l u i d o s seis escritos e n m e n o s de u n año: El
caso Wagner, El crepúsculo de los ídolos, El Anticristo, Ecce
Homo, Ditirambos de Dioniso y Nietzsche contra Wagner .
N i e t z s c h e solía c o m p o n e r sus obras seleccionando,
p u l i e n d o y o r d e n a n d o de e n t r e u n d i v e r s o y disperso

* Tomado de: Martín Heidegger, Nietzsche, PfuIIingen, 1961,


Voi 1, pág. i 5 y sigs. * Profesor de filosofía de la Universidad Nacional de Colombia.

64 65
GERMÁN M E L É N D E Z LOS F R A G M E N T O S P O S T U M O S

m a t e r i a l c o n f o r m a d o en l o esencial p o r fragmentos N i e t z s c h e pasa o b l i g a d a m e n t e p o r u n a discusión en


incesantemente a c u m u l a d o s a lo largo d e los años en t o r n o a la significación d e l trabajo p r e p a r a t o r i o para
sus cuadernos m a n u s c r i t o s . T e n i e n d o e n cuenta que La voluntad de poder.
N i e t z s c h e h u b o d e r e c u r r i r a este c ú m u l o d e trabajo Para hacer breve u n a larga h i s t o r i a , nos r e m i t i m o s
p a r a v e r t i r l o en las obras m e n c i o n a d a s , ¿qué podría aquí a s u final y consignamos lo q u e hoy p u e d e
h a b e r p e r m a n e c i d o aún e n reserva d e este m a t e r i a l d e tenerse p o r c i e r t o c o n respecto a la tan debatida
sus c u a d e r n o s m a n u s c r i t o s al t é r m i n o de este año Voluntad de poder. N i e t z s c h e había, d e h e c h o , a n u n -
febril? ciado públicamente e n la c o n t r a p o r t a d a de Más allá del
E l legado p o s t u m o c o r r e s p o n d i e n t e a los últimos bien y del mal ( 1 8 8 6 ) y en la Genealogía de la Moral II,
a ñ o s d e producción d e N i e t z s c h e p r o b ó , m u y p r o n t o , # 27 ( 1 8 8 7 ) u n a o b r a c o n el título: La voluntad de
ser t o d o m e n o s exiguo en sus p r o p o r c i o n e s . Y, l o que poder. Intento de una inversión de los valores. L o s c u a d e r -
es más i m p o r t a n t e , u n a parte de este legado se d i o a nos m a n u s c r i t o s t e s t i m o n i a n no sólo la c o n c e p c i ó n de
c o n o c e r , e n u n p r i m e r m o m e n t o , c o m o tanto o más u n p r o y e c t o d e o b r a c o n este título (verano d e l 8 8 5 )
significativo filosóficamente q u e c u a l q u i e r a d e las acompañado de una diversidad de esquemas relativos
obras p u b l i c a d a s e n v i d a de N i e t z s c h e . N o s r e f e r i m o s a la titulación y o r d e n de.los capítulos ( 1 8 8 5 - 1 8 8 8 ) ,
a la c o m p i l a c i o n . d e fragmentos p o s t u m o s que se d i o s i n o a s i m i s m o u n intenso trabajo en la ejecución del
a c o n o c e r p r i m e r a m e n t e c o m o o b r a c o n el título d e m i s m o desde el o t o ñ o de 1887, es decir, después d e
La voluntad de poder E n la p r i m e r a edición de la o b r a
1 la publicación de la Genealogía de la Moral. E x i s t e n , s i n
c o m p l e t a de N i e t z s c h e , c o n o c i d a c o m o Grossoktavaus- embargc^jejtjmpjiic>sj
gabe (edición e n octavo mayor) y aparecida a p a r t i r de vez_en_la c o r r e s p o n d e n c i a de N i e t o c h e ^ u ^ j n d i c a n
1894, se p u b l i c a n o c h o volúmenes (vols. I X - X V I ) de q u e éstó ^l^rixKk^nr^ i(2j^9_^>^^flL\líiiFJGi^ií;) ' a

textos p o s t u m o s . E n dos de ellos ( X I V y X V ) aparece cc¿nsumacÍQi^Jkera^


( 1 9 1 1 ) una o b r a titulada La voluntad de poder. C o n la 1 verano d e 1888, e n u n m o m e n t o de clara insatisfac-
clara intención de c o n v e r t i r l a en u n éxito e d i t o r i a l , los ción p o r l o l o g r a d o . - A la iuz_djL_gsta evidencia, la
editores presentan esta obra c o m o la " o b r a filosófica leyenda de La voluntad de poder, c o m o o b r a t e r m i n a d a
c a p i t a l " que la e n f e r m e d a d de N i e t z s c h e t r u n c a r a a o c o m o la expresión acabada del p e n s a m i e n t o m a -
u n paso de s u publicación. E n ella — s e p e n s ó o, d u r o d e N i e t z s c h e , queda así c o m p l e t a m e n t e disuelta.
mejor, se h i z o p e n s a r — habría llegado a cristalizar l a ¿Qué sucedió c o n el m a t e r i a l a c u m u l a d o c o n
extrañada y anhelada exposición sistemática d e l p e n - miras a la c o m p o s i c i ó n de esta obra? D e s p u é s de
s a m i e n t o d e N i e t z s c h e , e l c u a l aparecía a la l u z d e la suspender el p r o y e c t o , N i e t z s c h e se d e c i d e p o r la
o b r a p u b l i c a d a c o m o falto de u n p r i n c i p i o visible de publicación de u n ' e x t r a c t o ' d e su filosofía. Este
c o h e s i ó n . D e s d e entonces toda discusión en t o r n o al sucede d u r a n t e u n breve lapso ( s e p t i e m b r e - n o v i e m -
valor filológico y filosófico del legado p o s t u m o de bre 1888) e n e! q u e c o n c i b e aún la publicación (para

66 67
G E RM ÁN MELÉNDEZ LOS FRAGMENTOS P O S T U M O S

1889) d e u n a o b r a d e gran a m p l i t u d p e r o a h o r a e l histórico-crítica d e la o b r a d e N i e t z s c h e realizada a


subtítulo, Inversión de todos ¡os valores, ha pasado a ser partir de 1 9 6 4 p o r los mencionados G . C o l l i y M .
e l título y los n o m b r e s de las divisiones de l a o b r a h a n M o n t i n a r i p a r a q u e los textos p o s t u m o s q u e llegaron
c a m b i a d o . E l p r o p ó s i t o de p u b l i c a r u n extracto d e su a integrar La voluntad de poder fueran t o t a l m e n t e r e i n -
filosofía c o n c l u y e e n l a publicación d e E¡ crepúsculo de tegrados y redísueltos e n l a m u l t i t u d d e fragmentos
los ídolos. Este l i b r o se c o m p o n e e n b u e n a p a r t e d e que c o n f o r m a b a n l o s c u a d e r n o s m a n u s c r i t o s , y d i s -
textos preexistentes, consignados e n sus c u a d e r n o s , puestos en e l o r d e n estrictamente c r o n o l ó g i c o e n que
q u e N i e t z s c h e juzgaba ya m a d u r o s p a r a l a i m p r e n t a . aparecen en éstos. E n las grandes lenguas d e la c u l t u r a
E n l o que se refiere al p r o y e c t o d e l a Inversión de los filosófica de O c c i d e n t e — i n g l é s , francés, alemán,
valores c o m o ostensible sustituto d e La voluntad de i t a l i a n o — se h a llevado y a a t é r m i n o e l e s f u e r z o d e
poder, N i e t z s c h e o p t a e n n o v i e m b r e p o r la p u b l i c a - sacar a la l u z la edición histórico-crítica ( C o l l i - M o n t i -
c i ó n i n d e p e n d i e n t e de l o que había planeado c o m o e l nari) d e la o b r a d e N i e t z s c h e c o n s u p r i n c i p a l a p o r t e :
p r i m e r o de c u a t r o l i b r o s que debían integrar l a o b r a : la publicación integral en estricto o r d e n c r o n o l ó g i c o
El Anticristo. Tras este último r e p l a n t e a m i e n t o , queda de los papeles p o s t u m o s (desde el p e r í o d o d e gesta-
i n t e r r u m p i d o el largo trabajo d e N i e t z s c h e t e n d i e n t e c i ó n d e l Nacimiento de la tragedia hasta el m o m e n t o
a la publicación d e . u n a obra capital. P o c o después, e n en q u e cae d e f i n i t i v a m e n t e preso d e l a e n f e r m e d a d :
enero d e 1889, ocurre el derrumbe de Nietzsche y 1 8 6 9 - 1 8 8 9 ) . E n t r e tanto, l a realización d e u n a tarea
q u e d a c o n ello c e r r a d a para s i e m p r e la p o s i b i l i d a d d e semejante e n lengua castellana sigue s i e n d o , h o y p o r
s u p l i r al l e c t o r c o n " e l r e s t o " , L a conclusión en l o que hoy, u n m e r o desiderátum, i n c l u s o en l o q u e respecta
respecta a t o d o este e m p e ñ o de N i e t z s c h e t e n d i e n t e al material esencial correspondiente al trabajo prepara-
a la c o n f e c c i ó n d e u n a obra capital podría r e s u m i r s e t o r i o d e aquella frustrada obra de a m p l i a s m i r a s , c u y o
e n las palabras de G . C o l l i y M . M o n t i n a r i , coeditores título oscilara ( c o m o b i e n destaca H e i d e g g e r ) entre La
de la edición histórico-crítica de l a o b r a d e N i e t z s c h e : filosofía del eterno retomo, Inversión de todos ¡os valores y La
voluntad de poder. M i e n t r a s n o se s u p l a esta fun-
Desde el punto de vista del contenido la Inversión de damental carencia, el lector hispanoparlante tendrá que
todos los vaiores era en cierto sentido lo mismo que la c o n f o r m a r s e c o n l a traducción castellana d e l a h o y
Voluntad de poder, pero justamente p o r esta razón insatisfactoria edición d e los textos p o s t u m o s de l a
aquélla era la negación literaria de ésta. O también: Grossoktavausgabe ( G O A ) y c o n las defectuosas e d i c i o -
4

D e las anotaciones para la Voluntad de Poder surgieron nes castellanas d e s u m á s c é l e b r e c o m p o n e n t e : La


El crepúsculo de los ídolos y El Anticristo ; el resto es obra voluntad de poder: o b l i g a d a m e n t e defectuosas tanto e n
5

postuma". 3 virtud del seccionamiento arbitrario d e gran número


d e fragmentos c o m o p o r los e r r o r e s en e l d e s c i f r a -

F u e necesario esperar hasta l a aparición d e l a e d i c i ó n m i e n t o d e los m a n u s c r i t o s registrados e n la ( h o y

68 69
L O S F RA GME NT O S POSTUMOS.
G E R M Á N M E L É N D E Z

revaluada) edición original alemana que sirvió necesa- de La voluntad de poder al estatuto d e u n a compilación

r i a m e n t e de base para la traducción castellana; i n e x - o, su (cabal) disolución e n el c o n j u n t o d e los papeles

cusablemente defectuosas, p o r o t r o lado, en v i r t u d de p o s t u m o s , i m p l i c a la devaluación filosófica de su

l a inexacta r e p r o d u c c i ó n de la n u m e r a c i ó n o r i g i n a l de c o n t e n i d o , trátese ya d e l q u e le fue a t r i b u i d o p o r


los aforismos y p o r el ocasional descuido e n la traduc- parte de los editores d e l A r c h i v o N i e t z s c h e o trátese
ción. d e su c o n t e n i d o virtual, es decir, d e l m a t e r i a l que
hasta el verano d e 1888 — m o m e n t o e n q u e N i e t z s -
A toda esta precaria situación, d e c i m o s , daría so-
che desistió de su p u b l i c a c i ó n — p u d o h a b e r s e r v i d o
lución en nuestra lengua una traducción d e la i n t e g r i -
al autor para su p r o p i a c o m p i l a c i ó n y subsecuente
d a d d e los fragmentos p o s t u m o s o, c u a n d o m e n o s , de
elaboración final. L a cuestión es, e n otras plabras, si
los c o r r e s p o n d i e n t e s a la época de preparación d e la
la significación d e los p o s t u m o s de este p e r í o d o queda
frustrada " o b r a c a p i t a l " de N i e t z s c h e , c o n base en la
r e d u c i d a a la m i s m a que se Ies r e c o n o c e a los d e o t r o s
edición crítica d e C o l l i - M o n t i n a r i . M i e n t r a s se d a n las
períodos, es d e c i r , a la de ser, a lo s u m o , u n comple-
c o n d i c i o n e s para este i m p o r t a n t e paso u n a selección
mento o reiteración para m a y o r c o m p r e n s i ó n de l o
d e estos últimos p u e d e servir c o m o c o r r e c t i v o , a u n -
expresado e n la o b r a p u b l i c a d a o si puede c o n c e d é r -
q u e p a r c i a l y p r o v i s i o n a l , d e la situación descrita.
seles u n peso p r o p i o .
H e c h a s estas observaciones sobre la h i s t o r i a e d i t o -
L o s n u m e r o s o s esquemas para una " o b r a c a p i t a l "
r i a l d e los fragmentos p o s t u m o s d e l o s años o c h e n t a ,
diseminados a p a r t i r d e 1884 e n los c u a d e r n o s de
interesaría finalmente evaluar la relevancia filosófica
Nietzsche p e r m i t e n r e c o n o c e r , pese a sus variaciones,
d e los m i s m o s d e n t r o d e l c o n t e x t o de la o b r a de
una e s t r u c t u r a largo t i e m p o (otoño 1885-verano
Nietzsche.
1888) p r e p o n d e r a n t e . Se trata d e la división de la
obra en c u a t r o secciones (libros) bajo él título de La
voluntad de poder. L o s títulos d e estas secciones m u e s -
II.
CARACTERÍSTICA D E L A P R E S E N T E t r a n también variaciones, p e r o puede r e c o n o c e r s e e n

SELECCIÓN D E T E X T O S P O S T U M O S ellos ciertos b l o q u e s temáticos r e c u r r e n t e s . 6


Es esta
división la q u e d o m i n a en el p e r í o d o de más intenso
trabajo en el p r o y e c t o ( 1 8 8 7 - 1 8 8 8 ) . De ésta se
L o s fragmentos p o s t u m o s de los últimos años de
v a l i e r o n l o s c o m p i l a d o r e s d e La voluntad de poder para
l u c i d e z de N i e t z s c h e n o se p u e d e n hacer pasar h o y
o r d e n a r los textos p o r ellos s e l e c c i o n a d o s , 7
(agre-
p o r l o más sobresaliente d e s u o b r a c o n e l e x p e d i e n t e
gando, s i n e m b a r g o , varias subdivisiones q u e n o t i e -
d e s u b s u m i r una parte selecta de ellos bajo el sonado
nen sustento e n lo c o n s i g n a d o e n los c u a d e r n o s de
título de La voluntad de poder c o m o supuesta garantía
Nietzsche).
de su estatuto d e " o b r a c a p i t a l " . Se hace entonces
p e r e n t o r i a la pregunta de si la degradación filológica U n a división análoga se utiliza en la selección q u e

70 71
GERMÁ N M E L É N D E Z LOS F R A G M E N T O S P O S T U M O S

aparece e n este v o l u m e n ( i . P e s i m i s m o y n i h i l i s m o guntarse si el v a l o r d e los textos p o s t u m o s se r e d u c e


2. Génesis y crítica d e c o n c e p t o s y valoraciones a la evidenciación paradójica ( p o r tratarse defragmen-
3. L a v o l u n t a d d e p o d e r 4. E l e t e r n o r e t o r n o ) . L a tos ) de una i n t e n c i ó n articulatoria, d e u n a v o l u n t a d d e
razón n o está s i m p l e m e n t e en el h e c h o d e q u e esta cohesión, n o presente c o n la m i s m a c l a r i d a d e n la
división constituya e l más persistente e s q u e m a de obra p u b l i c a d a . ¿ N o bastaría c o n p u b l i c a r los diversos
trabajo p a r a u n a o b r a d e amplias m i r a s . Este h e c h o esquemas para la " o b r a c a p i t a l " y c o n s u m a r a éstos
r e m i t e a o t r o q u e constituye la v e r d a d e r a cuestión de los fragmentos que incluyen una formulación expresa
f o n d o . L a subsiguiente exposición (véase abajo III), de tal tentativa d e c o n e x i ó n entre las temáticas n u -
relativa a las c u a t r o divisiones temáticas proyectadas cleares de los últimos años? P u e s , e n l o que respecta
para la frustrada Voluntad de poder, se p r o p o n e , e n a los temas m i s m o s , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e su virtual
efecto, dejar en claro que N i e t z s c h e llegó a c o n c e b i r conexión: ¿no se encuentran ellos acaso, cada u n o p o r
u n a o b r a e n la q u e daría una c i e r t a articulación a l o s sí m i s m o , más p r o f u s a m e n t e y m e j o r elucidados en l o
temas p o r él m i s m o p r o m u l g a d o s c o m o centrales para que el m i s m o N i e t z s c h e destinara c u i d a d o s a m e n t e a
s u p e n s a m i e n t o . J u s t a m e n t e e n esta articulación, detec- la i m p r e n t a q u e e n los c u a d e r n o s p o s t u m o s , más aún
table n o sólo e n la ordenación c o r r e s p o n d i e n t e de los tratándose d e temas centrales c o m o aquí se viene
fragmentos s i n o e n s u c o n t e n i d o m i s m o , reside el sugiriendo? L a pregunta p o r Ja significación d e l legado
rasgo quizá más sobresaliente de los textos p o s t u m o s p o s t u m o d e n t r o d e l c o n t e x t o de la o b r a de N i e t z s c h e
d e l o s años 1 8 8 4 / 5 - 1 8 8 8 . D i c h a articulación, e n la es, naturalmente, la pregunta p o r s u relación c o n la
que se reconoce u n a refinada hílactón estratégica, obra p u b l i c a d a , la pregunta p o r la s u f i c i e n c i a relativa
resulta difícilmente p e r c e p t i b l e e n la o b r a p u b l i c a d a . d e la última. Estos interrogantes e x i g e n u n a respuesta
H a s i d o , básicamente c o n miras a facilitar la a p r e h e n - d i f e r e n c i a d a según los respectivos temas.
sión d e esta articulación, que se h a o p t a d o e n l a
presente selección d e fragmentos p o s t u m o s p o r el
a l u d i d o o r d e n t e m á t i c o d e n t r o d e l c u a l hay u n o r d e -
III.
n a m i e n t o estrictamente cronológico. 8
L a adopción
LOS G R A N D E S T E M A S D E L A FILOSOFÍA D E
d e l e s q u e m a p r e d o m i n a n t e para La voluntad de poder se NIETZSCHE Y SU PRESENCIA E N LOS TEXTOS
hace, sin embargo, dejando claramente sentado, P O S T U M O S D E 1884-1888.
c o m o se colige d e l o expuesto e n e l a n t e r i o r apartado,
q u e ella n o c o r r e s p o n d e en absoluto a u n a v o l u n t a d
1. E l Nihilismo
última d e N i e t z s c h e y q u e , p o r t a n t o , c o n ella se
i n c u r r e en cierta a r b i t r a r i e d a d i n h e r e n t e , p o r lo d e -
D e a c u e r d o c o n el plan p r e d o m i n a n t e para la Voluntad
más, a t o d a selección.
de poder, su p r i m e r a parte ( p r i m e r l i b r o ) tendría p o r
Aún si se da t o d o esto p o r descontado, podría p r e - tema el f e n ó m e n o d e l n i h i l i s m o c o n c e b i d o c o m o la

72 73
G E R M Á N M E L É J N D E Z L O S F R A G M E N T O S F Ó S T U M O S.

e x p e r i e n c i a de la ausencia d e t o d o s e n t i d o , valor o " n i h i l i s t a s " — l a crisis nihilista, e n el s e n t i d o estricto


finalidad en el acontecer. E l n i h i l i s m o constituye la del t é r m i n o ( n i h i l i s m o : ausencia d e s e n t i d o ) , i r r u m p e
m á s p r o f u n d a devaluación d e l m u n d o : el ser (este en el instante en q u e ya n o se c r e e en la r e a l i d a d d e l
m u n d o ) es (vale) nada. Este j u i c i o acerca d e l v a l o r de " m u n d o v e r d a d e r o " . A éste se l o r e c o n o c e finalmente
la existencia se desprende i n e x o r a b l e m e n t e , según c o m o u n a ficción fabricada p o r e l h o m b r e . L o que la
N i e t z s c h e , de nuestras íntimas valoraciones y d e una metafísica había elevado al estatuto d e " l o que v e r d a -
c o r r e s p o n d i e n t e ontología: la metafísica. C o n base en deramente e s " — l o p e r m a n e n t e , l o i n c o n d i c i o n a d o ,
estas valoraciones q u e juzgan este m u n d o e n el que e t c . — se convierte e n fábula. E l " s e r " (de la metafí-
v i v i m o s c o m o esencialmente adverso e i n a d m i s i b l e , la sica) es nada ( n o existe). Este es el s e n t i d o a m p l i o d e
metafísica h a c o n s t r u i d o y elevado al estatuto de la conocida proclama nietzscheana: "Dios ha
v e r d a d e r a r e a l i d a d lo q u e N i e t z s c h e p o n e al d e s c u - m u e r t o " . Esto sucede al t é r m i n o de u n p r o c e s o en el
b i e r t o c o m o hjicción d e l " m u n d o v e r d a d e r o " , o c o m o que la i n c o n d i c i o n a l " v o l u n t a d de v e r d a d " se vuelca
él suele t a m b i é n expresarlo, la fábula d e l m u n d o d e l o c o n t r a sí m i s m a y se autodevela c o m o f o r m a e n c u -
" e n t e " (de l o que v e r d a d e r a m e n t e es). Este " m u n d o bierta, inconfesada d e una o m n i a b a r c a d o r a v o l u n t a d
v e r d a d e r o " se define d e n t r o de la tradición metafísica d e ilusión y m e n t i r a . L a metafísica, esto es, la o n t o l o -
c o m o el m u n d o d e lo p e r m a n e n t e , de lo q u e es u n o gía fundada sobre las deseabilidades implícitas en las
e idéntico a sí m i s m o (no c o n t r a d i c t o r i o ) , de lo valoraciones hasta ahora i m p e r a n t e s , entra e n crisis.
absoluto e i n c o n d i c i o n a d o : e n fin, u n m u n d o d i a m e - S u incondicional adhesión a la v e r d a d le i m p i d e justa-
t r a l m e n t e opuesto a este m u n d o en q u e v i v i m o s : el mente conciliarse c o n el hecho de que su o r i g e n
m u n d o d e l constante devenir ( " l o q u e es n o deviene; l o radique en la ilusión, su o p u e s t o . Se i n i c i a el d e -
q u e deviene no es . . . " ) . E l " m u n d o v e r d a d e r o " (cuya
9 r r u m b e del m u n d o v e r d a d e r o se d e s p l o m a a! ponerse
deseabilidad al t e n o r de nuestras valoraciones nos i n - al d e s c u b i e r t o s u carácter fictivo, p e r o las valoraciones
f u n d e el c o n v e n c i m i e n t o acerca d e s u " v e r d a d " , d e s u sobre las q u e se fundaba la metafísica le sobreviven
realidad) se nos aparece c o m o u n (el) m u n d o real (el p o r u n t i e m p o , persisten e n cuanto tales, es decir,
v e r d a d e r o ser) d i a m e t r a l m e n t e opuesto al m u n d o e n siguen juzgando y c o n d e n a n d o el m u n d o en que
q u e vivimos, que q u e d a entonces degradado, a la l u z v i v i m o s , a u n c u a n d o se ha r e c o n o c i d o ya q u e a estas
de aquél, c o m o m u n d o aparente. Si b i e n N i e t z s c h e no c o r r e s p o n d e n i n g u n a r e a l i d a d . Este es el p e r í o d o
suele referirse ocasionalmente a esta degradación del (que N i e t z s c h e caracteriza c o m o de transición) del
m u n d o en que vivimos a una m e r a apariencia c o n el n i h i l i s m o . Ya n o existe lo " v e r d a d e r o " y, el único
t é r m i n o " n i h i l i s m o " ( n i h i l i s m o c o m o negación de m u n d o que nos q u e d a , el m u n d o en que vivimos q u e
este m u n d o ) — y es e n este sentido que N i e t z s c h e ahora l o es t o d o sigue dándosenos c o m o carente de
p u e d e hablar d e la religión y la metafísica como valor. T o d o carece d e valor y sentido. N o hay ya nada

74 75
GERMÁN ME LÉ N D E 2 LOS F R A G M E N T O S P O S T U M O S

... nada a q u e aferrarse. E l n i h i l i s m o es, pues, en perfecto e i m p e r f e c t o , n i h i l i s m o activo y pasivo, n i h i -

s e n t i d o estricto e l n o m b r e para la crisis de la metafí- l i s m o radical, n i h i l i s m o extático, n i h i l i s m o d e l acto,


sica (el desvanecimiento d e l m u n d o v e r d a d e r o ) . etc.), la más p u n t u a l explicitación d e sus c a u s a s — s o n
E l diagnóstico d e l n i h i l i s m o constituye t o d o u n aspectos que sólo r e c i b e n u n t r a t a m i e n t o cabal e n
frente d e l incansable trabajo crítico de N i e t z s c h e q u e estos últimos.
se halla, sin lugar a dudas, m e j o r d o c u m e n t a d o e n los Después d e c o n c l u i d o s los prólogos para la se-
c u a d e r n o s p o s t u m o s . U n a m i r a d a s u p e r f i c i a l al tér- gunda edición d e sus obras tempranas (redactados
m i n o " n i h i l i s m o " e n el índice analítico de la o b r a de entre el verano d e 1886 y la p r i m a v e r a d e 1 8 8 7 ) ,
Nietzsche 1 0
p e r m i t e c o n c l u i r rápidamente q u e tal N i e t z s c h e se o c u p a intensamente de esta p r o b l e m á -
t e m a ha aflorado, apenas m u y p a r c i a l m e n t e e n la o b r a tica central de los últimos años. N o aparecen en la
p u b l i c a d a . U n a revisión de los pasajes alusivos a éste obra p u b l i c a d a n i el c u r s o gradual d e estas reflexiones,
en l a o b r a p u b l i c a d a , e n comparación c o n los p e r t e - n i el p u n t o c u l m i n a n t e d e las m i s m a s . P o r este último
necientes a los fragmentos p o s t u m o s , revela que en entendemos el sobresaliente fragmento de Lcnzer
los p r i m e r o s se da e n l o f u n d a m e n t a l u n uso episódico Heide lx
i n f o r t u n a d a m e n t e d e s m e m b r a d o e n la e d i -
d e l c o n c e p t o de " n i h i l i s m o " , para d e n u n c i a r diversas ción c o n o c i d a d e La voluntad de poder. E n él se hace
manifestaciones de la c u l t u r a (en especial la religión inigualablemente clara y expresa la articulación q u e
y la m o r a l ) c o m o formas de negación de la vida, d e l •guarda la problemática del n i h i l i s m o c o n las d o c t r i n a s
devenir, o c o m o f o r m a s de e x p e r i e n c i a de la ausencia " p o s i t i v a s " de la o b r a de N i e t z s c h e : v o l u n t a d de
d e s e n t i d o . E l n i h i l i s m o aparece en estos contextos poder, inversión d e los valores, e t e r n o r e t o r n o , el
ante t o d o c o m o u n calificativo ( d e n u n c i a t o r i o ) , mas h o m b r e superior.
n o c o m o el sujeto m i s m o de discusión. N o se e n c u e n - E n t r e estas vinculaciones d e l n i h i l i s m o c o n las
tra, u n intento d e hablar g e n é r i c a m e n t e d e l n i h i l i s m o doctrinas " p o s i t i v a s " de N i e t z s c h e llama en especial
i n d e p e n d e n t e m e n t e del f e n ó m e n o d e t u r n o al q u e la atención el n e x o c o n la d o c t r i n a d e l e t e r n o r e t o r n o .
sirve de calificativo, aunque no dejan de m e n c i o n a r s e Este v i n c u l o , n a d a ostensible en la o b r a p u b l i c a d a , es
sus más destacadas notas definitorias ( p o r e j e m p l o , el el t e m a expreso de algunos f r a g m e n t o s . ' E n m o m e n -
1

n i h i l i s m o c o m o v o l u n t a d de N a d a , c o m o s i n s e n t i d o , tos en que trabaja en la cuarta parte d e l Zaratustra


c o m o devaluación o negación d e l m u n d o y de la v i d a , ( 1 8 8 4 ) , N i e t z s c h e califica la d o c t r i n a d e l e t e r n o r e -
c o m o cansancio c o n respecto al h o m b r e , etc.). N o torno como un " m a r t i l l o " . 1 3
Algún t i e m p o después
hay e n la o b r a p u b l i c a d a u n t r a t a m i e n t o especial- ( 1 8 8 5 ) , N i e t z s c h e c o n c i b e este " m a r t i l l o " c o m o la
m e n t e e n c a m i n a d o a la elucidación detenida de su (su) máxima radicalización d e l p e s i m i s m o y ésta,
c o n c e p t o y su dinámica c o m o sí l o hay en los textos p o c o t i e m p o después, c o m o " n i h i l i s m o e x t á t i c o " que
p o s t u m o s . Sus estadios y sus m o d a l i d a d e s ( n i h i l i s m o ha d e servir c o m o la más p o d e r o s a incitación a una

77
76
G E R MÁN M E LÉNDEZ LOS F R A G M E N T O S P O S T U M O S . . .

radical transformación d e l h o m b r e y c o m o tránsito en vano es N i e t z s c h e a la vez " e l último discípulo de


hacia una c o r r e s p o n d i e n t e inversión de los valores D i o n i s o " y " e l maestro del e t e r n o r e t o r n o " . 1 9

q u e p e r m i t a c o n v e r t i r aquello m i s m o que c o n m i n a a
la más p r o f u n d a negación de la existencia en objeto de
2. Génesis y crítica de conceptos y valoraciones
la más d e c i d i d a afirmación. E l más aplastante y mortí-
f e r o d e los pensamientos — N i e t z s c h e lo llamó " e l
L a segunda parte de La voluntad de poder habría d e
g r a n p e s o " — resulta ser el p u n t o d e inflexión hacia
contener u n a crítica de los valores hasta a h o r a i m p e -
" l a f o r m a de pensar que más llega a a f i r m a r el
rantes e n c u a n t o directos responsables d e la insoslaya-
mundo".
ble crisis nihilista. Sería este el lugar p a r a u n a genealo-
Justamente e n la evidenciación de la d o c t r i n a del gía del " m u n d o v e r d a d e r o " , d e l m u n d o d e " l o q u e
eterno r e t o r n o c o m o el n i h i l i s m o acabado sale a (verdaderamente) e s " en c u a n t o opuesto al m u n d o
r e l u c i r u n o de los más sorprendentes aspectos del del devenir que es, según N i e t z s c h e , el m u n d o en q u e
pensamiento de Nietzsche. Los extremos, máxima realmente vivirnos. Según la tradición metafísica es la
negación y m á x i m a afirmación, c o n v e r g e n e n lo razón la q u e nos c o n d u c e a la contemplación d e aquel
m i s m o y se r e q u i e r e n m u t u a m e n t e . ' P r i n c i p i o ( n i h i -
4
" m u n d o v e r d a d e r o " . Para N i e t z s c h e , es la razón la
l i s m o ) y fin d e la o b r a proyectada (eterno retorno) se artífice d e la fabulación d e l m i s m o . L a génesis de!
p r e s u p o n e n m u t u a m e n t e y se f u n d e n . L a d o c t r i n a d e l " m u n d o v e r d a d e r o " equivale, así, a una génesis d e los
e t e r n o r e t o r n o es la c o n s u m a c i ó n del n i h i l i s m o e u r o - conceptos fundamentales d e la razón. N i e t z s c h e e n -
peo. 1 3
E l objeto de la más acérrima c r i t i c a de N i e t z s - c u e n t r a e n ellos el andamiaje s o b r e el q u e se ha
che y l a más " p o s i t i v a " de sus d o c t r i n a s se revelan c o n s t r u i d o e l " m u n d o v e r d a d e r o " : los c o n c e p t o s de
c o m o lo m i s m o y no lo m i s m o : el m i s m o c o n t e n i d o s u j e t o - p r e d i c a d o , substancia-accidente, causa-efecto,
bajo diferente signo (negativo/positivo), a s u m i d o bajo de y o , de u n i d a d , de finalidad, d e totalidad, y, c l a r o ,
una significación opuesta, transmutada p o r la i n v e r - de verdad y ser. E n ellos, — t a l el p u n t o de llegada de
sión d e los valores. (Se p u e d e entrever p o r q u é esta genealogía d e las "categorías de la r a z ó n " — se
N i e t z s c h e fuera, a la vez, crítico y catalizador del han p r o y e c t a d o las c o n d i c i o n e s necesarias bajo las
n i h i l i s m o ) . E l secreto de esta s o r p r e n d e n t e unión se cuales u n a especie d e t e r m i n a d a , la h u m a n a , se faculta
revela e n el m i s t e r i o d e l o dionisíaco, en " l a g r a n para su c o n s e r v a c i ó n - p o t e n c i a c i ó n . " V a l o r e s " es el
c o m p e n e t r a c i ó n p a n t e í s t a " c o n el d e v e n i r " s e n t i d o e t é r m i n o que tiene N i e t z s c h e para estas c o n d i c i o n e s . 2 0

i n t e r p r e t a d o desde d e n t r o " , c o n el devenir " c o m o


1 6
" V a l o r a c i ó n " o " i n t e r p r e t a c i ó n " son los t é r m i n o s
s e n t i m i e n t o de la u n i d a d y la necesidad de la creación para la actividad p o r la cual se establecen estos
y la d e s t r u c c i ó n " : " q u i e n r e i v i n d i c a los fueros d e l
1 7
valores. E l sujeto de tal actividad interpretativa es la
c r e a d o r tendrá que r e i v i n d i c a r los del d e s t r u c t o r y vida y ésta es, para N i e t z s c h e , voluntad de p o d e r . L a 2 1

enseñar formas de p e n s a m i e n t o d e s t r u c t i v a s " . 13


No

78 79
G E RM AN M E L É N D E Z
LOS F R A G M E N T O S P O S T U M O S . . .

f o r m a c i ó n de los conceptos de la razón c o m o valores


estas formas como pretexto para hacerse el mundo
constituye el g r a n artificio d e la " v o l u n t a d d e p o d e r
manejable y previsible, el disparatado ingenio filosó-
como c o n o c i m i e n t o " — v o l u n t a d q u e Nietzsche
2 2

fico llegó a descubrir que en estas categorías estaba


e n t i e n d e e n este c o n t e x t o c o m o v o l u n t a d d e conser-
dado el concepto de aquel mundo con el que el otro
vación-potenciación.
mundo, este en el que vive, no se corresponde... los
S i n embargo, estos valores, c o n d i c i o n a d o s e n p r i n -
medios fueron malentendidos como criterios de
c i p i o p o r l a v i d a para s u conservación-potenciación,
valor [...] 25

esto es, p o r la v o l u n t a d de p o d e r para el c r e c i m i e n t o


de c e n t r o s de d o m i n i o , t e r m i n a n p o r disociarse de
L a selección de textos p o s t u m o s ha otorgado a m p l i o
ella, se le vuelven ajenos para convertirse e n los
espacio a esta exposición d e la génesis y crítica d e l o s
" p r e d i c a d o s d e l s e r " , en l o d e f i n i t o r i o d e l o real.
medios conceptuales fundamentales p a r a nuestra apre-
" H e m o s p r o y e c t a d o nuestras c o n d i c i o n e s d e conserva-
hensión d e l m u n d o (del " m u n d o v e r d a d e r o " ) . A este
ción c o m o p r e d i c a d o s d e l s e r " . 2 i
Las c o n d i c i o n e s
c o m p l e j o t e m á t i c o pertenece el último d e s a r r o l l o d e
establecidas p o r l a vida e n aras d e s u conservación-
su c o n c e p c i ó n d e la lógica y del lenguaje ( p o r e j e m p l o
potenciación aparecen c o m o l o i n c o n d i c i o n a d o . Bajo
la gramática c o m o f u n d a m e n t o de atávicos prejuicios
esta f o r m a d e l o i n c o n d i c i o n a l o c u r r e l a apropiación
acerca d e la constitución m i s m a d e l m u n d o ) , q u e
(la r e i n t e r p r e t a c i ó n ) d e estos conceptos-valores p o r
24

sustenta la crítica de las " c a t e g o r í a s de la r a z ó n " c o m o


parte d e una cierta v o l u n t a d . Esta los a c o m o d a ahora
causantes d e l n i h i l i s m o . 2 6
E n e l c o n t e x t o d e este
a s u f i n que es e l d e l a negación d e l m u n d o (el d e la
denso c o m p l e j o temático N i e t z s c h e se ve o b l i g a d o n o
N a d a ) . D e ser simples m e d i o s p a r a la conservación de
sólo a r e c o n o c e r ocasionalmente límites n o r e m o n t a -
u n g é n e r o a n i m a l pasan a s e r el patrón absoluto c o n
bles para su " d e s t r u c c i ó n " d e c o n c e p t o s y v a l o r a c i o -
el q u e se juzga y se c o n d e n a a la vida. L a investidura
nes, a d m i t i e n d o l a existencia d e c o n d i c i o n e s i n m o d i -
c o n l a q u e se elevan a este infausto p a p e l d e jueces
ficables ("el pensamiento racional es un interpretar según
c o n d e n a t o r i o s de la existencia es la d e la " v e r d a d " . L a
un esquema del que no nos podemos desprender)". T a m - 11

v o l u n t a d d e v e r d a d es l a f o r m a c o m o u n a v o l u n t a d d e
bién se ve instado a rebasar u n a p o s t u r a m e r a m e n t e
N a d a (de negación d e l m u n d o ) busca hacerse efectiva.
negativa y a pasar al d e l i n e a m i e n t o p o s i t i v o d e algunas
posiciones p r o p i a s r e s u m i d a s en conceptos c o m o el
Y i he aquí!: de interpretación y perspectirismo ( c o n t r a u n supuesto
ahora e! mundo se dividió de golpe en u n mundo " e n s í " d e las cosas); e! del comprender (contrapuesto
verdadero y uno "aparente": y justamente el mundo al de explicación y d e s c r i p c i ó n ) , e l d e voluntad de
en el que el hombre había inventado su razón para apariencia ( c o m o u n a voluntad más f u n d a m e n t a l que,
morar e instalarse en él, ese mundo precisamente se y subyacente a, la " v o l u n t a d de v e r d a d " ) .
ha desacreditado ante sus ojos. E n lugar de tomar Se ha d a d o , pues, a m p l i o espacio e n la presente

80
81
G E R MAN ME L É N D E Z LOS F R A G M E N T OS P O S T U M O S

antología a lo que podría llamarse una "filosofía d e la L a intelección c o n s o l i d a d a a t o d o lo largo de la


mentira". 2 8
N o tanto p o r q u e n o se encontrase una obra d e N i e t z s c h e d e q u e la metafísica, l a m o r a l , la
filosofía semejante e n el N i e t z s c h e a n t e r i o r o p o r q u e religión y la c i e n c i a s o n ficciones creadas a p a r t i r de
n o se e n c u e n t r e n antes los l i n e a m i e n t o s f u n d a m e n t a - la necesidad básica d e l h o m b r e d e hacer frente a u n
les de la m i s m a , s i n o p o r q u e aquí se halla una vieja y, devenir que n o p u e d e e x p e r i m e n t a r , e n p r i n c i p i o , de
podría decirse, obsesiva temática c e n t r a l que e x p e r i - otra manera q u e c o m o adversidad, revierte en la
m e n t a , n o obstante, i m p o r t a n t e s precisiones. Así, confirmación p o r parte d e l N i e t z s c h e m a d u r o d e u n a
a u n q u e estos temas n o se e n c u e n t r a n de ninguna intuición ya presente en el joven. T o d o s estos p r o d u c -
m a n e r a ausentes en la o b r a p u b l i c a d a , n i faltan t a m - tos de la c u l t u r a d e l h o m b r e son p r o d u c c i o n e s de su
p o c o en su úJtima versión, de la q u e existe también u n voluntad de arte, d e m e n t i r a , de h u i d a ante la " v e r -
i m p o r t a n t e " e x t r a c t o " en el Crepúsculo de Jos ídolos , 29
d a d " , de negación de la " v e r d a d " . " 3 4

los textos de los c u a d e r n o s p o s t u m o s van en algunos S i " l a v o l u n t a d d e p o d e r c o m o c o n o c i m i e n t o " , es


p u n t o s más allá, además de servir aquí c o m o i l u m i n a - decir, " l a v o l u n t a d de v e r d a d " , es, en el f o n d o , u n a
d o r y a m p l i o c o m p l e m e n t o para la c o m p r e n s i ó n de l o f o r m a inconfesada de la v o l u n t a d de apariencia, el arte
expuesto e n aquélla. es esta m i s m a v o l u n t a d d e apariencia p e r o consciente
E l c u e s t i o n a m i e n t o d e la v e r d a d t i e n e e n N i e t z s c h e de sí m i s m a c o m o tal. Y puesto que la v o l u n t a d d e
desde u n p r i n c i p i o su c o n t r a p u n t o e n l a exaltación del p o d e r es v o l u n t a d d e constante creación y el arte es
arte ( " e l arte es más valioso q u e la v e r d a d " ) . Ya e n 3 0
creación que se sabe tal, entonces el arte constituye la
El nacimiento de ¡a tragedia se o c u p a N i e t z s c h e intensa- f o r m a más transparente de la v o l u n t a d de p o d e r . 3 0

m e n t e d e este p r o b l e m a q u e , c o m o e l d e la v e r d a d , su P o r esto m i s m o el arte i m p l i c a , en c u a n t o creación


c o n t r a p a r t i d a , ya no abandonaría. A este p r o b l e m a constante, u n a afirmativa c o m p e n e t r a c i ó n c o n la v o -
regresa e n 1 8 8 6 c o n m o t i v o d e la redacción d e l luntad d e p o d e r , esto es, c o n el d e v e n i r i n f i n i t o . P o r
prólogo ( " E n s a y o de a u t o c r í t i c a " ) para una nueva ello el arte se mueve s i e m p r e e n el p l a n o de las
edición de El nacimiento de la tragedia. L o que a r r i b a se valoraciones inversas (valoraciones a f i r m a d o r a s de la
caracterizaba — e n oposición a la v o l u n t a d d e v e r d a d , vida c o m o d e v e n i r ) . 3 6
N i e t z s c h e c o n c i b e el arte c o m o
p e r o subyacente a e l l a — c o m o capacidad de f a b u l a - contramolimiento c o n t r a el n i h i l i s m o . E l arte es, según
cíón n o es otra cosa que lo que N i e t z s c h e d e n o m i n a , Nietzsche, u n a p o t e n c i a esencialmente a f i r m a d o r a d e
e n u n sentido a m p l i o d e la palabra, c o m o " a r t e " . E l la v i d a . 3 7
Es u n estimulante que i m p e l e a e l l a . 3 8

arte c o m o el acontecer universal ("el m u n d o c o m o D e n t r o d e l contexto de las consideraciones retros-


una o b r a de arte q u e se engendra a sí m i s m a " ) , es 3 1
pectivas de N i e t z s c h e acerca d e l p u n t o d e p a r t i d a de
la v o l u n t a d de p o d e r c o m o v o l u n t a d de " c o n t i n u a su p e n s a m i e n t o , regresa él a sus c o n c e p t o s d e lo
c r e a c i ó n " , es el devenir c o m o " i n v e n t a r [...]
3 2
como apolíneo y l o dionisíaco. E l p r i m e r o n o había recibido
u n hacer y u n p o n e r c r e a t i v o s " . 33
desde entonces ningún nuevo t r a t a m i e n t o y ahora eí

82 83
G E R Al Á N M E L É N D E Z LOS F R A G M E N T O S P O S T U M O S .

r e c o g i d o apenas c o n algunas m o d i f i c a c i o n e s q u e tie- 3. La voluntad de poder


n e n que ver, e n parte, c o n su reconsideración a partir
d e l reciente p r o y e c t o d e N i e t z s c h e de u n a "fisiología E n la tercera división se pasa a lo que se suele

del a r t e " . L o apolíneo aparece a h o r a , además, c o m o entender c o m o las doctrinas " p o s i t i v a s " d e N i e t z s c h e .

u n a f o r m a d e embriaguez, el estado fisiológico o t r o r a Tema d e esta división es la v o l u n t a d de p o d e r c o m o

c o n s i d e r a d o característico d e lo dionisíaco. " p r i n c i p i o del v a l o r " . 4 1


C o m o tal se lo h a a n t i c i p a d o

L o dionisíaco, que entretanto se ha asegurado un en el apartado anterior, e n tanto que es este p r i n c i p i o

p u e s t o c e n t r a l e n el p e n s a m i e n t o d e N i e t z s c h e , h a i d o el q u e p e r m i t e realizar el análisis g e n é t i c o y la crítica

ganando desde s u p r i m e r a o b r a m a y o r c o n t o r n o y de las valoraciones hasta ahora p r e p o n d e r a n t e s . Es

proyección a m e d i d a que N i e t z s c h e se entrega a su este m i s m o p r i n c i p i o el que c o n m i n a , a la vez, al

p r o p ó s i t o de una radical transformación d e l h o m b r e intento d e una inversión d e los valores tras la t o m a de

y u n a c o n c o r d e inversión de los valores. E l c o n c e p t o conciencia d e l " p e l i g r o d e los p e l i g r o s " (el n i h i l i s m o )

d e l o dionisíaco rebasa d e n t r o d e este h o r i z o n t e y tras la intelección de que el g e r m e n de esta ace-

transvalorativo el p l a n o de l o estrictamente estético c o n chante catástrofe se halla implícito desde u n c o -

l o c u a l N i e t z s c h e no hace nuevamente sino seguir los m i e n z o en el corazón m i s m o d e aquellas valoraciones.

l i n c a m i e n t o s d e l Nacimiento de la tragedia y s u c o n c e p t o Pero en los fragmentos p o s t u m o s de estos años


a m p l i a d o o, mejor, omniabarcador, d e arte: el arte N i e t z s c h e da n o sólo f u n d a m e n t o a su pretensión d e
c o m o la incofesada actividad f u n d a d o r a d e t o d a la elevar la v o l u n t a d d e p o d e r al estatuto axiológico de
c u l t u r a d e l h o m b r e y c o m o definición, pare pro roto, de p r i n c i p i o de t o d a v a l o r a c i ó n , 42
sino que insiste y
l o que es el a c o n t e c e r d e l m u n d o . N i e t z s c h e p u e d e p r o f u n d i z a en la de c o n c e d e r l e el estatuto ontológico
hablar entonces tanto de u n h o m b r e c o m o de u n d e ser la esencia m i s m a d e l m u n d o . L a v o l u n t a d d e
4 3

m u n d o dionisíacos que se c o m p e n e t r a n c o m o m i c r o - p o d e r es para N i e t z s c h e el c a r á c t e r f u n d a m e n t a l de


c o s m o s v m a c r o c o s m o s al t e n o r de la inversión d e los t o d o l o viviente p e r o a s i m i s m o de t o d o l o que es ( " l o
valores. C o n respecto a este desarrollo n o es m u c h o viro es el ser: n o hay ningún o t r o s e r " ) . C o n el f i n de
4 4

l o q u e ganan l o s últimos p r o n u n c i a m i e n t o s relativos evidenciar esta tesis, N i e t z s c h e se esfuerza p o r detec-


a l o dionisíaco a n o ser algunas r e f o r m u l a c i o n e s tar la p r e s e n c i a d e la voluntad d e p o d e r e n todas las
estilísticamente n o t a b l e s . 39
E n l o tocante a su signifi- funciones orgánicas (reproducción, alimentación,
c a c i ó n estrictamente estética, d o m i n a d a ahora p o r el adaptación, h e r e n c i a . . . ) , más aún p o r r e d u c i r éstas a
m e n c i o n a d o propósito de una "fisiología d e l a r t e " , se aquella. L a definición de v o l u n t a d d e p o d e r c o m o
registran, s i n e m b a r g o , m o d i f i c a c i o n e s apreciables. " t o d o l o que e s " , tiene q u e i n c l u i r una c o n c e p c i ó n
U n " e x t r a c t o " de esta última estética aparece en el acorde d e l o inorgánico. C o n el c o n c e p t o d e la
Crepúsculo de los ídolos . 4 0 voluntad de p o d e r intenta N i e t z s c h e desdibujar la
rígida separación d e l o orgánico y lo inorgánico.

84 85
GERMÁ N ME L É N D E Z LOS F R A G M E N T O S P O S T U M O S

El e x p e d i e n t e utilizado p o r N i e t z s c h e e n este tivas, m i e n t r a s q u e en l o s textos p o s t u m o s aparece


p u n t o nos lleva a u n o de los temas m e j o r d o c u m e n t a - o t r o que c o n o c e s u f i c i e n t e m e n t e la c u e s t i o n a b i l i d a d
dos e n los p o s t u m o s : la relación de las doctrinas (esotérica: " p a r a sus a d e n t r o s " ) de los supuestos
positivas d e N i e t z s c h e c o n la airosa c i e n c i a física de su sobre los q u e éstas f u n d a n su p r e t e n d i d a p l a u s i b i l i d a d
m o m e n t o , esto es, la mecánica. E n fragmentos c r o n o - ("hacia a f u e r a " : e x o t é r i c a ) , s i n que esto, s i n e m b a r g o ,
lógicamente vecinos al p r i m e r p l a n d e la Voluntad de i m p l i q u e para N i e t z s c h e la c o n s t r i c c i ó n d e d e s m o n t a r
poder N i e t z s c h e b u s c a ( c o m o a n t e r i o r m e n t e s u p r i - estas teorías.
m e r guía, Schopenhauer) establecer u n vínculo entre T o d o l o q u e es, es voluntad de poder. P e r o , ¿qué es,
el " c o n c e p t o v i c t o r i o s o d e f u e r z a " d e la física y su para N i e t z s c h e , la v o l u n t a d d e poder? L a v o l u n t a d de
c o n c e p t o de v o l u n t a d . N i e t z s c h e busca apropiarse de p o d e r es la fórmula para dar cuenta d e u n m u n d o
los resultados de l a ciencia física d e s u t i e m p o para cuyo rasgo más esencial es el de ser u n d e v e n i r
h a c e r plausibles sus c o n c e p c i o n e s centrales. D e t r á s de i n f i n i t o , s i n fin: s i n t é r m i n o , n i m e t a : " E l únicojüctum
los conceptos de fuerza (y de su coextensivo de fundamental es [...] que el m u n d o n o tiene ningún
causalidad) está el c o n c e p t o d e u n a v o l u n t a d q u e obra estado c o m o meta...Yo b u s c o una c o n c e p c i ó n del
como "causa". L a insuficiencia de los conceptos m u n d o q u e haga justicia a este h e c h o [ , . . ] " 48
Este
centrales d e la física para u n a comprensión d e l m u n d o devenir i n f i n i t o [...] se c o n c i b e c o m o creación inago-
( " i n u t i l i d a d de la teoría mecanicista — d a la i m p r e - table (que p r e s u p o n e necesariamente la negación de
sión de ausencia d e s e n t i d o " ) objeto de c o n o c i -
4 5 lo existente) y, en cuanto v o l u n t a d , c o m o " v o l u n t a d
m i e n t o de la ciencia mecánica, es una s i m p l e s e m i ó - de c o n t i n u a c r e a c i ó n " (invención), c o m o v o l u n t a d de
tica de u n acontecer i n t e r n o que se comprende c o m o autorebasamiento, d e auto-superación (también e n el
v o l u n t a d (de p o d e r ) . sentido de a u t o - d o m i n i o ) de c r e c i m i e n t o (de u n

E l Nietzsche d e los fragmentos p o s t u m o s sabe, sin " m á s " ) , c o m o u n reiterado proyectarse más allá de sí,

e m b a r g o , de las insuficiencias d e l c o n c e p t o de v o l u n - negarse a s í . 4 9

tad. D e s d e m u y t e m p r a n o se e n c u e n t r a en los c u a d e r - E l " s e n t i d o " d e l devenir, en cuanto devenir infinito,


nos d e N i e t z s c h e l a afirmación: " n o existe n i n g u n a es su eterna reiteración c o m o tal y n o la c o n s e c u c i ó n
voluntad." 4 6
Esto da p i e para establecer u n a d i f e r e n - de una m e t a última (distinta d e sí)- E n c u a n t o v o l u n -
cia, c o m o l o hace C o l l i , entre una presentación tad que carece d e una f i n a l i d a d , la v o l u n t a d d e p o d e r
exotérica y una faceta esotérica d e la d o c t r i n a de la es v o l u n t a d d e nada. La v o l u n t a d sólo busca r e p r o d u -
v o l u n t a d de p o d e r en la o b r a d e N i e t z s c h e . 4 7
Esta cirse s i e m p r e como tal, eternizarse en una i n f i n i t a
división c o r r e s p o n d e a p r o x i m a d a m e n t e a la división reiteración. Esta v o l u n t a d , podría decirse, es " v o l u n -
entre obra p u b l i c a d a y obra p o s t u m a . E n la p r i m e r a tad d e v o l u n t a d " . 3 0
Esta v o l u n t a d , r e f e r i d a p o r esen-
se d a a c o n o c e r u n Nietzsche q u e parece e x p o n e r cia no hacia u n fin s i n o , p o r el c o n t r a r i o , al sinfín, es
c o n v e n c i d a e incuestionadamente sus d o c t r i n a s p o s i - afirmación del devenir en cuanto permanente, esto es, e n

86 87
ti E R M Á N iMELÉ.MDEZ L O S F R A G M E N T O S P O S T U M O S

c u a n t o ser (según l a identificación cjue hace l a t r a d i - del c o n c e p t o de v o l u n t a d de p o d e r llega más lejos.


c i ó n metafísica entre ser y p e r m a n e n c i a ) . "Imprimir al Este c o n c e p t o t a m b i é n se d i r i g e e n c o n t r a d e la idea
d e v e n i r el carácter del s e r — esta es la máxima de que la vida volitiva y, p o r ende, la acción, t i e n d e n
v o l u n t a d d e p o d e r [...] Que todo retorna, esta es la al p l a c e r c o m o a s u fin último. E l p l a c e r es para
máxima aproximación de un mundo del devenir a un mundo Nietzsche u n a s i m p l e c o n c o m i t a n c i a , u n efecto, de la
del ser: cumbre de la indagación." 51
sensación de p o d e r que sólo es p o s i b l e e x p e r i m e n t a r
Esta clarísima articulación entre v o l u n t a d d e p o d e r en la superación de obstáculos e i m p e d i m e n t o s : no
y e t e r n o r e t o r n o constituye ciertamente una d e las hay fuerza que se p u e d a manifestar c o m o tal si n o hay
c u m b r e s de la o b r a de N i e t z s c h e . D e s d e ella puede resistencia correlativa. L a v o l u n t a d de p o d e r , que
divisarse una nueva vinculación de las d o c t r i n a s " p o s i - aspira a e x p e r i m e n t a r s e c o m o despliegue de fuerza,
t i v a s " c o n el p r o b l e m a del n i h i l i s m o : la v o l u n t a d de i m p l i c a la búsqueda de resistencias, o sea, de d i s p l a -
p o d e r aparece c o m o voluntad d e N a d a , es decir, cer. L a búsqueda d e l placer en cuanto colateralidad
c o m o voluntad carente de una m e t a , de u n s e n t i d o (la del ansia de d e m o s t r a c i ó n d e p o d e r i m p l i c a la b ú s -
N a d a c o m o ausencia de s e n t i d o ) . 5 2
queda del displacer.
L a teoría de l a v o l u n t a d de p o d e r está desde u n D e c r u c i a l i m p o r t a n c i a en e l c o n t e x t o d e la d o c -
p r i n c i p i o enfrentada a una d e las constantes d e la trina de la v o l u n t a d d e p o d e r es la precisión de que n o
metafísica m o d e r n a , según la c u a l , t o d o tendría c o m o se p u e d e hablar e n sentido e s t r i c t o de la v o l u n t a d d e
f i n último la conservación. C o n e! c o n c e p t o de v o l u n - p o d e r sino d e una pluralidad de voluntades de p o d e r , 5 4

tad de poder, N i e t z s c h e busca desplazar la v o l u n t a d (o lo q u e equivale a d e c i r q u e existen diferentes p o s i b i l i -


instinto) de autoconservación d e l puesto c e n t r a l que dades de establecer lo q u e sean, para cada caso, las
o c u p a e n el p e n s a m i e n t o desde el conatus d e S p i n o z a c o n d i c i o n e s d e c o n s e r v a c i ó n - p o t e n c i a c i ó n . E x i s t e , sin
hasta su c o n t e m p o r á n e o D a r w i n . 5 1
Aquí se c o n f u n d e embargo, d e n t r o de esta p l u r a l i d a d una esencial d u a l i -
u n s i m p l e m e d i o c o n el v e r d a d e r o f i n . Para N i e t z s c h e d a d sobre la que descansa la f u n d a m e n t a l oposición
t o d o t i e n d e c i e r t a m e n t e a conservarse p e r o n o c o m o valorativa y el c o r r e s p o n d i e n t e " i n t e n t o de una i n v e r -
fin último sino c o m o m e d i o indispensable para la sión d e todos los v a l o r e s " e n t o r n o a la cual gira t o d o
potenciación, c o m o lo m í n i m o que ha de asegurarse el p e n s a m i e n t o de N i e t z s c h e : la oposición entre u n a
para el c r e c e r y el p r o s p e r a r incesantes. Sólo c u a n d o voluntad d e p o d e r c o r r e s p o n d i e n t e a la v i d a en as-
la posibilidad d e la potenciación le q u e d a cerrada a u n censo y otra a la vida e n d e c l i v e . L a cuestión relativa
ser, sufre éste la limitación a la s i m p l e lucha p o r la al " v a l o r de las v a l o r a c i o n e s " r e m i t e en último tér-
conservación, p o r el aseguramiento d e l estadio alcan- m i n o a la distinción p o l a r e n t r e estos d o s m o d o s d e
zado (la realidad ), p o r la s i m p l e estabilidad y el la vida (fortaleza, salud/debilidad, e n f e r m e d a d ) . " E l
equilibrio. valor para la vida d e c i d e en última i n s t a n c i a " 5 5
y la
P e r o la intención polémica q u e se esconde detrás vida, la v o l u n t a d de poder, valora desde la perspectiva

88 89
CERMÁN M É L É N D E Z L O S F R A G M E N T O S P O S T U M O S

d e u n a de estas dos modalidades fundamentales. Las h o m b r e s u p e r i o r , el h o m b r e q u e N i e t z s c h e c o n c i b i e r a


d o s formas de valorar respectivas se p l a s m a n e n la c o m o el " s e n t i d o d e la t i e r r a " .
p o l a r i d a d : afirmación o negación d e l devenir c o m o A p o r t a r las c o n d i c i o n e s para s u " c u l t i v o " , para 5 7

rasgo f u n d a m e n t a l d e l t o d o . su s u r g i m i e n t o y p r o s p e r i d a d es el propósito último


del p e n s a m i e n t o d e N i e t z s c h e . C o n el fin de crear una
4. E l eterno retorno h u m a n i d a d nueva N i e t z s c h e se forja una poderosísima
h e r r a m i e n t a : la d o c t r i n a d e l e t e r n o r e t o r n o , d e n o m i -
T o d a esta problemática de la inversión d e los valores, nada p o r N i e t z s c h e " e l m a r t i l l o " , y t e m a dispuesto
d e la l u c h a entre dos formas inversas de valorar, se invariablemente c o m o el último en los planes para La
halla ligada a la temática de los h o m b r e s superiores, voluntad de poder. A la m a n e r a d e u n i n s t r u m e n t o para
d e los afirmadores (del devenir), d e los superadores discernir lo quebrantable de lo inquebrantable,
(del n i h i l i s m o y de sí m i s m o s ) , e n fin, d e los h o m b r e s Nietzsche e n t i e n d e la d o c t r i n a d e l e t e r n o retorno
inversos (de los q u e e m p r e n d e n l a inversión d e los c o m o u n c r i t e r i o para d i f e r e n c i a r a los h o m b r e s de
valores). 56
Esta temática d e la autosuperación del valoraciones opuestas y sacar a la l u z al hombre
h o m b r e mediante su c o m p e n e t r a c i ó n c o n el devenir, s u p e r i o r : una d o c t r i n a frente a la c u a l h a n d e s u c u m -
m e d i a n t e su inclusión en el seno del m i s m o — b i r necesariamente quienes p e r m a n e z c a n adheridos a
problemática que oscila entre los l i b r o s III y ÍV de los las valoraciones precedentes y a través d e la c u a l h a n
planes para La voluntad de poder— p e r m i t e r e c o n o c e r de salir engrandecidos y acrisolados quienes para
o t r a de las grandes d o c t r i n a s de N i e t z s c h e , la d o c t r i n a soportarla se hayan capacitado para el tránsito hacia
d e l superhombre c o m o el fin y s e n t i d o de la t i e r r a (sin una nueva (la inversa) f o r m a d e valorar. L a d o c t r i n a
q u e , s i n embargo, se la n o m b r e e n estos años c o n esta del e t e r n o r e t o r n o es u n c r i t e r i o de distinción o, en
e x p r e s i ó n ) . N i e t z s c h e t e m e que el h o m b r e c o n t e m - términos d e N i e t z s c h e , u n p r i n c i p i o d e selección al
poráneo se c o n c i b a c o m o el punto terminal del servicio d e la instauración de una j e r a r q u í a — mas no
d e v e n i r de la h u m a n i d a d ; t e m e que al destino d e la una jerarquía d e p u e b l o s , d e razas, de clases, sino u n a
h u m a n i d a d se lo declare c o n s u m a d o e n la m e d i o c r i - "jerarquía d e l e s p í r i t u " e n la que cuenta la adhesión
d a d y la atrofia d e l h o m b r e c o n t e m p o r á n e o , e n l o q u e o el r e p u d i o a la vida. Esta d o c t r i n a , que e n c i e r r a el
el a u t o r del Zaratustra d e n o m i n ó el "último h o m b r e " , más aplastante y m o r t í f e r o d e los p e n s a m i e n t o s —
objeto de su más p r o f u n d a repulsión. E l h o m b r e debe "¡la nada (la "ausencia de sentido") eterna-
q u e r e r más, q u e r e r más de sí, debe i r s i e m p r e más allá m e n t e ! " — y que N i e t z s c h e c o n c i b e inicial m e n t e
5 8

de sí m i s m o , crecer, hacerse grande (nunca ser para c o m o el p e s i m i s m o e x t r e m o y luego, expresamente,


sí l o ú l t i m o ) . Este h o m b r e p r o v i s t o d e esta infinita c o m o la cabal consumación d e l n i h i l i s m o , ha de
5 9

v o l u n t a d de c r e c i m i e n t o , capacitado para vivir sin una c o n d u c i r a la h u m a n i d a d a u n a c r i s i s 6 0


sin p r e c e d e n -
m e t a , sin u n fin último, es decir, sin sentido, es e l tes, a una gran decisión (Sí o N o ) y a u n a dhisión

91
G E RMA N ME L É N D E 2 LOS FR A G M E N T O S P O S T U M O S

c o n g r u e n t e e n e l seno d e l a h u m a n i d a d (afirmadores p r i m e r a vez e l p e n s a m i e n t o d e l e t e r n o retorno ', 6

y negado res; fuertes y débiles). E n u n fragmento de e n c o n t r a m o s , e n t o d o caso, a u n Nietzsche más


o t o ñ o d e 1883 N i e t z s c h e p r o c l a m a : " L a d o c t r i n a del interesado e n e l efecto virtual d e l m i s m o e n caso d e
e t e r n o r e t o r n o es e l quiebre de ¡a historia'". 6i ser a s u m i d o (después d e t o d o se l o c o n c e b i r á hasta el
E n l o tocante a la inaprensible d o c t r i n a d e l eterno final c o m o u n medio ) , que e n s u a d m i s i b i l i d a d teórica.
r e t o r n o los papeles p o s t u m o s d e N i e t z s c h e aportan Para N i e t z s c h e l a d o c t r i n a d e l e t e r n o r e t o r n o n o
u n r i c o y esclarecedor material q u e supera e n algunos significa n i n g u n a c e r t e z a . 63
C o n m i r a s a u n a versión
aspectos l o presente e n l a o b r a p u b l i c a d a . Para l a exotérica, N i e t z s c h e busca, s i n e m b a r g o , d a r f u n d a -
d o c u m e n t a c i ó n d e la d o c t r i n a d e l e t e r n o r e t o r n o la m e n t o a s u plausibilidad científica c o n ayuda d e
selección h a r e c u r r i d o a m p l i a m e n t e a textos corres- algunos planteamientos d e !a física d e s u t i e m p o .
p o n d i e n t e s a la más t e m p r a n a elaboración d e la P o d e m o s c o n c l u i r esta revisión acerca d e l c o n t e -
m i s m a . Para ello se h a t e n i d o que r e m o n t a r hasta los n i d o d e los fragmentos p o s t u m o s d e los años o c h e n t a
textos p o s t u m o s d e 1881 r o m p i e n d o así e x c e p c i o n a l - reiterando l a especial relevancia q u e a d q u i e r e n l o s
m e n t e el c r i t e r i o , guardado e n las d e m á s secciones d e textos p o s t u m o s a l a l u z d e esta p a r t i c u l a r relación
la compilación, d e restringirse e n l o básico a l o q u e con la obra p u b l i c a d a (que Eieidegger planteara c o m o
a q u í h e m o s d e n o m i n a d o r e p e t i d a m e n t e c o m o el p e - relación entre trasfondo y p r i m e r p l a n o ) . L a d i s t i n -
r í o d o de preparación de la " o b r a c a p i t a l " (1884/85- ción entre p l a n o e x o t é r i c o y p l a n o esotérico q u e ,
1888). Este m a t e r i a l p e r m i t e apreciar c o n más detalle c o m o se ha dejado sentado, c o r r e e n buena parte
las diferentes motivaciones originarias (reductibles a paralela a aquella entre o b r a p u b l i c a d a y o b r a pos-
tantas otras i n t e n c i o n e s p o l é m i c a s ) para l a presenta- t u m a , c o r r e s p o n d e , según C o l l i , a q u i e n d a m o s la
c i ó n d e l a d o c t r i n a y diferentes versiones d e su última palabra, " a l m á s alto nivel especulativo d e
sustentación teórica fundada sobre ciertos supuestos N i e t z s c h e y nos aporta u n a clave para descifrar las
del m e c a n i c i s m o , especialmente sobre su c o n c e p t o de c o n t r a d i c c i o n e s aparentemente i n e x p l i c a b l e s e n su
fuerza y el supuesto d e su conservación. p e n s a m i e n t o . M u c h a s de las f o r m u l a c i o n e s c o n s t r u c -
tivas o i n c l u s o sistemáticas que son características d e
A l pasar revista a este m a t e r i a l se tiene u n a i m p r e -
los escritos d e estos años [ G . C o l l i hace referencia a
sión p a r e c i d a a l a suscitada c o n respecto a la otra
1885 -1886] n o se toparán ya c o n la p e q a l e j i d a d o c o n
doctrina positiva de Nietzsche, la voluntad de p o d e r :
la crítica d e l lector. Para N i e t z s c h e se trataba e n t o d o
parece existir aquí también una d i f e r e n c i a e n t r e u n a
ello d e l i n t e n t o de u n a elaboración exotérica cuyas
presentación exotérica q u e c o r r e s p o n d e (más o m e -
debilidades tenían que h a b e r l e s i d o c o n o c i d a s si se les
nos) a la de l a o b r a p u b l i c a d a y u n a presentación
contraponía u n p u n t o d e vista e s o t é r i c o . Bajo esta
esotérica que c o r r e s p o n d e (más o menos) a l o regis-
perspectiva los fragmentos p o s t u m o s a d q u i e r e n u n
trable en l a o b r a p o s t u m a . C u a n d o se atiende a los
nuevo y m a y o r interés y se c o n v i e r t e n e n algo más que
fragmentos p o s t u m o s e n los q u e se desarrolla p o r

92 93
T O S F R A G M E N T O S P O S T U M_Q_S
G ERMAN ME L E N D E Z

torno/E¡ martillo/Eternidad y mediodía/ Jerarquía/La gran


u n a s i m p l e r e c o l e c c i ó n de m a t e r i a l c o n miras a p u b l i -
política/La gran guerra...
caciones planeadas. D e h e c h o , e n ninguna parte
7. Las cuatro secciones llevan en las ediciones castellanas los
p u e d e reconocerse c o n m a y o r c l a r i d a d q u e e n los siguientes títulos: J . El nihilismo europeo 2. Crítica de los
c u a d e r n o s p o s t u m o s la coexistencia d e u n a exposi- supremos valores históricos 3. Fundamentos de una nueva
ción exotérica d i r i g i d a a la c o m p r e n s i ó n c o m ú n y una valoración 4. Disciplina y educación.
8. No obstante, a manera de atenuante, la numeración de
profundización esotérica, secreta y totalmente p e r s o -
Colli-Montinari (Cfr. "Nota editorial" del presente volu-
nal d e s u p r o p i o p e n s a m i e n t o . " 6 4
men) en conjunción con las fechas de composición de los
fragmentos colocadas en el encabezamiento de cada uno de
NOTAS: ellos, dejan abierta ía posibilidad de una lectura estricta-
mente cronológica que atrariese dichas divisiones.
9. Crepúsculo de las ídolos, Cap. " L a razón en la filosofía",
1. El tomo X V de la "edición de gran octavo" (GOA) publicado
en 1901, contenía una primera edición de " L a voluntad de 10. Cfr. F. Nietzsche, Werke (ed. K. Schiechta), Ullstein, Frank-
poder" integrada por 483 aforismos. Cinco años más tarde furt/Berlin/Wien, 1977, vol.V, pág. 270 y sigs.
aparece separadamente una segunda edición, esta vez con un
11. Cfr. frag. 5(71],
total de 1067 aforismos. Esta segunda edición es la que se 12. Cfr. frags. 34[204], 3S[82] , 9[l] y 10[22].
convierte en la edición canónica de La voluntad de poder
13. Cfr. frag. 27[80] [82],
cuando aparece en 1911 en la GOA (tomos XIV y XV) en
14. Frag.35[204].
sustitución del tomo X V de la edición de 190i.
15. Frag. 9[1].
2. Carta a Meta von Salís del 22,8.1888 y a la madre del 16. Frag 2 [110].
30.8.1988. Cfr. M . Heidegger, Nietzsche. 17. Cfr. frag. 14[i4],
3. G.Colii y M.Montinari en: Friedrich Nietzsche. Samtliche 18. Frag.35[204],
Werke, Kritische Studknausgabe in 15 Banden, Munich, 1980,
19. Cfr. Crepúsculo de los ídolos, " L o que debo a los antiguos", § §
tomo 14 (Kommentarband ), pág.400. Se cita en adelante
esta edición de la obra de Nietzsche como KSA. 4, 5.
20. Cfr. frag. 11 [73].
4. Federico Nietzsche, Obras Completas, Aguiiar, Madrid.
21. Cfr. frag. 2[148].
5. Federico Nietzsche, La voluntad de dominio, en: Obras Comple- 22. Cfr. los encabezamientos de los frags. 14[93] y 14[1S2].
tas, Aguiiar, Buenos Aires, Í 9 6 7 , tomo IV, págs. 15-393
23. Cfr. frag.9[38].
(Traducción de Eduardo Ovejero y Maury) y Federico
24. Para esta noción cfr. Genealogía de la moral II, § 12.
Nietzsche, La voluntad de poderío, EDAF, Madrid, 1980
(Traducción de Aníbal Froufe). 15. Frag. 14[iS3].
26. Cfr. frag. II [99], § 2.
6. Los títulos para estos bloques temáticos y el orden prepon-
27. Véase la "solución fundamental" del frag. 5[22]: "dejamos de
derante de los mismos son: 1. Nihilismo/Crítica del pre-
pensar s¡ no lo queremos hacer bajo la consiñeción del lenguaje,
sente... 2. Crítica de los valores/Proveniencia de los valores/
alcanzamos a llegar aquí a la tncertiduinbre de ver aquí un
Voluntad de verdad /Valor de la verdad/Crítica del ideal
límite como límite." Cfr. 11[73] sobre el condicionamiento
cristiano/La moral como Circe de los filósofos... 3. Autosu-
del lenguaje por nuestra insoslayable necesidad de conserva-
peración del nihilismoA'oluiitad de poder/Problema del
legislador/ El nuevo principio dei valor...4. El eterno re- ción como componente de todo valorar. Y cfr. frags.
34[2S2] [253], 3S[37].

95
94
IOS F R A G M E N T O S P O S T U M O S .
G E RMA N M E L È N D E Z

28. G.Colli, Distanz und Pathos, Frankfurt a.M, 1982, p, 136. 43. Cfr. frag. 38[12] y especialmente Más allá del bien y del mal §
29. Cfr. Cap. " D e cómo el "mundo verdadero" acabó convir- 36.
tiéndose en una fábula" y cap. " L a razón en la filosofía" §§ 44. Frag. 1 [24].
2-5. 45. Cfr. frag. 7 [54].
30. Cfr. frag. 14[21]. 46. Cfr. 24[34]. Cfr. también frags. 5 [9] y 11[7 3],
31. Cfr.frag. 2[114]. 47. Colli sigue aquí una indicación contenida en el frag. 5[9].
32. Frag.3S[60]. Cfr. G . Colli, NachKort zu Band 12 und 13, en: KSA, tomo 13,
33. Frag.7[S4], pág. 65 í.
34. Cfr. frag. 11[415]. Se ha de entender aquí "verdad" ya no 48. Cfr. frag. 11 [72] Cfr. 36[15].
como la "verdad" de lo ente, de to permanente, sino como 49. " E l devenir como inventar, querer, negarse a sí mismo,
la "verdad dionisíaca" de ia que habla Nietzsche en El autosuperarse [...]" Frag. 7[54].
nacimiento de ¡a tragedia. Esta verdad equivale a "la verdad de! 50. Tal, en efecto, la interpretación heideggeriana de la voluntad
pesimismo".
de poder en Niefeísche.
35. " E l fenómeno "artista" es aún el más transparente:—ianzar
51. Frag. 7(54].
a través de él una mirada a los instintos fundamentales del
52. Cfr. frag. 5[7I], 5 6.Cfr. nota ....
poder, de la naturaleza, etc.! También a ia religión y la
53. Cfr. Frag. 1 4 [ 1 2 Í j .
moral." Frag. 2[130].
54. Cfr. frag. 1 [58],
36. " ¿ Q u é significa un arte pesimista? ¿No es esto una contra-
55. Frag. 34[253].
dicción? — S í . [...] N o hay arte pesimista. El arte afirma."
56. Cfr. 2 [ l ! 8 ] ; 2 [ 1 0 0 ] y 2 [ I 2 7 ] .
Frag. 14F47]. .
57. Nietzsche habla de cultivo (Zucbt) en el sentido de un
37. Por esta razón y por ser el arte la manifestación más
aportar las condiciones para el óptimo crecimiento de ía
transparente de la voluntad de poder se han incluido en la
"planta" llamada hombre.
presente selección los fragmentos relativos al arte en el
58. Frag. 5[71], § 6.
tercer apartado dedicado a la voluntad de poder en el
59. Cfr. frag. 9[j].
contexto de la inversión de los valores.
60. El término crisis es aquí utilizado en su original acepción
38. Cfr. frag. 14[23].
griega: Kpicrts como decisión, división, discernimiento.
39. Cfr. Crepúsculo de los ídolos, "Lo Cjue debo a ios antiguos" §§
61. KSA, t.10, frag.l6[49].
5, 6.
62. Cfr. los fragmentos iniciales de la sección correspondiente al
40. Cfr. Crepúsculo de los ídolos, "Incursiones de un intempestivo"
eterno retorno numerados con 1 ![-].
§5 8, 9, 10, 19, 20, 26.
41. Cfr. Frag. 14[136]. 63. Cfr. frag. 11 [203].

42. Que el concepto de voluntad de poder tenga que ver con 64. G . Colli, Nachivort zu Band 12 und 13, en: KSA, 1980, tomo
toda valoración y a la vez con el propósito específico de la 13, pág. 651.
transvaloración denota una cierta ambigüedad en el término.
En un sentido amplio la voluntad de poder incluve tanto la
voluntad de poder de ia vida ascendente (del hombre fuerte)
como la de la vida decadente (del hombre débil) mientras
que en sentido más estricto, el término alude por antonoma-
sia sólo a la primera.

97
96
CITAS A PROPÓSITO D E
NIETZSCHE

EL MARTIRIO de N i e t z s c h e n o está e n la l u c h a p o r el
c o n o c i m i e n t o , n o es s u conquista, su posesión, su
goce, s i n o la eterna p r e g u n t a , la caza, la busca. S u
pasión es a la vez c e r t i d u m b r e y n o c e r t i d u m b r e , una
voluntad 'vuelta a l a metafísica': amor-placer del
c o n o c i m i e n t o , deseo diabólico d e seducir, d e d e s n u -
dar, de violar cada objeto intelectual: c o n o c e r e n el
sentido bíblico, e n q u e el h o m b r e ' c o n o c e ' a la m u j e r
y descubre así s u secreto.
Stefan Zwcig

NIETZSCHE s o ñ ó c o n u n h o m b r e q u e n o h u y e r a más u n
destino trágico, sino que lo amara y lo encarnara
plenamente, q u e n o se m i n t i e r a más a sí m i s m o y se
elevara p o r e n c i m a d e l s e r v i l i s m o social.
Georges Bataille

NIETZSCHE ha divisado una nueva zona de la e x p e r i e n -


cia, en la que ya no valen las m e d i d a s habituales, las
categorías n o r m a l e s . Existe u n e n i g m a p o r resolver, y,
en c o n t r a de lo que p u d i e r a pensarse, n o está ligado

99
C I T A S A P R O P Ó S I T O D E C I T A S A P R O P Ó S I T O D E . . .

a u n a e x p e r i e n c i a e x c e p c i o n a l . N o hay necesidad QUIENES hablan de N i e t z s c h e sin c o m p r e n d e r l o , q u i e -


alguna de s u b i r hasta l o alto de u n m o n t e o de nes c o n f u n d e n s u ética i n d i v i d u a l c o n la n i n g u n a ética
d e s c e n d e r al f o n d o de los a b i s m o s . L a e x p e r i e n c i a de del n a z i s m o , p u e d e n e n c e n d e r o t r a g u e r r a , e n la q u e
la q u e se habla es la nuestra, la d e cada día. perezcan todos los l i b r o s d e l o r b e o c c i d e n t a l , salvo el
Pier Aldo Roratti enigmático Z a r a t u s t r a , que fatalmente quién sabe en
qué naciones y en qué dialectos, ascenderá a l i b r o
sagrado. M u c h a s generaciones han f o r m u l a d o el
REALMENTE t o d o l o que m i generación discutía, r u - E t e r n o R e t o r n o ; N i e t z s c h e fue el p r i m e r o q u e lo
m i a b a en s u i n t e r i o r , e x p e r i m e n t a b a y analizaba en sintió c o m o u n a trágica c e r t i d u m b r e y que forjó c o n
detalle, ya l o había e x p l i c a d o y a p u r a d o antes Nietzs- él una ética d e la felicidad valerosa.
c h e , le había e n c o n t r a d o una formulación definitiva; Jorge Luis Borges
todo l o demás era exegesis. S u naturaleza brillante,
tempestuosa y amante d e l p e l i g r o , su elocución llena
de n e r v i o , su privación de c u a l q u i e r i d i l i o o de NlL r¿scHU p o r muchas c o n t r a d i c c i o n e s que pueda e n -
r

c u a l q u i e r argumentación o razón genérica, s u inter- trañar, tiene u n a c o h e r e n c i a innegable: identificar, en


pretación de !a psicología d e l i n s t i n t o , de lo c o n s t i t u - la base de la m o r a l , u n a pulsión c o m o el instinto d e
c i o n a l c o m o causa, de l a psicología c o m o dialéctica conservación o la búsqueda de! p l a c e r n o significa
—el 'conocimiento como compasión'—, t o d o el señalar la fuente del valor m o r a l e n estructuras esta-
psicoanálisis, t o d o e l e x i s t e n c i a l i s m o : he aquí su obra. bles, ' n o derivadas', p r o p i a s d e l ser m i s m o , esas
N i e t z s c h e es, y esto se ve cada día c o n m a y o r claridad, estructuras q u e h a n servido s i e m p r e a la m o r a l t r a d i -
el g r a n gigante de la época p o s t e r i o r a G o e t h e . cional, metafísica o religiosa, para j u s t i f i c a r sus siste-
Gottfried Benn mas de p r e c e p t o s . Instinto de conservación y b ú s -
queda d e l p l a c e r s o n fuerzas plásticas q u e p e r m i t e n
¡Precisamente ver la m o r a l c o m o h i s t o r i a y como
H A Y E N N i e t z s c h e u n a crítica de la p r o f u n d i d a d ideal, proceso.
d e la p r o f u n d i d a d d e c o n c i e n c i a , q u e él d e n u n c i a Gionni Vattimo
c o m o invención d e los filósofos; esta p r o f u n d i d a d
sería búsqueda p u r a e i n t e r i o r d e la v e r d a d . N i e t z s c h e
m u e s t r a c ó m o ella i m p l i c a la resignación, la h i p o c r e - NOSOTROS, lectores de N i e t z s c h e , d e b e m o s evitar c u a -
sía, la máscara. tro contrasentidos posibles: 1. S o b r e la v o l u n t a d de
Michel Foucaüh p o d e r (creer que la v o l u n t a d de p o d e r significa " d e s e o
de d o m i n a r " o " q u e r e r el p o d e r " ) . 2. S o b r e los
fuertes y los débiles (creer que los más " p o d e r o s o s ,

100 101
C I T A S A P R O P Ó S I T O D E -
C I T A S A P R O P Ó S I T O D E

como fenómeno estético, c u a d r a del m o d o más


en un régimen social, son por ello "fuertes").
3. S o b r e el e t e r n o r e t o r n o (creer que se trata d e una exacto a él, a s u v i d a , a su o b r a de p e n s a m i e n t o y d e

vieja idea, t o m a d a d e los griegos, d e los hindúes, de poesía; tan sólo c o m o f e n ó m e n o estético es justifica-

los b a b i l o n i o s . . , ; c r e e r que se trata de u n c i c l o , o de ble, inteligible, venerable.


Thomas Mann
u n r e t o r n o d e lo M i s m o , de u n r e t o r n o a lo m i s m o ) .
4. S o b r e las últimas obras (creer que esas obras son
excesivas o que ya están descalificadas p o r la locura).
Gilíes Deleuze

N i e t z s c h e llevó la lengua alemana a l o más alto a que


ella puede ser llevada, nadie h a escrito u n mejor
alemán. También le resultaron bellas poesías al solita-
r i o profesor. E n ocasiones c o m b i n ó prosa y poesía en
c o n s t r u c c i o n e s de c o n c l u y e m e e x p r e s i v i d a d .
Golo Mann

EN TURÍN, en el p r i n c i p i o de sus crisis, N i e t z s c h e se


p r e c i p i t a b a s i n cesar hacia el espejo, se m i r a b a , se
apartaba, y volvía a m i r a r s e . E n el tren que lo c o n d u -
cía a Basilea, lo único que reclamaba c o n insistencia
era u n espejo. N o sabía ya quién era, se buscaba, y él,
tan apegado a salvaguardar su i d e n t i d a d , tan ávido de
sí m i s m o , n o tenía ya, para encontrarse, sino el más
vulgar, el más lamentable de los recursos.
E.A1. Ciaran

NIETZSCHE es, p o r el c o n t r a r i o , el esteta más c o m p l e t o


y más insalvable que la historia del espíritu c o n o c e . Y
su p r e m i s a , que c o n t i e n e e n sí su p e s i m i s m o d i o n i -
síaco: la p r e m i s a d e que la vida es justificable tan sólo

103
102
CRONOLOGÍA

NIETZSCHE C O N T E X T O HISTÓRICO-CULTURAL

1844 Nace el el 15 tic octubre en el


pueblo tic Rücken, junto a Lut- Primer sindicato obrero en Alemania, Kierkegaard: El concepto de anymcia. Nace Aliato]
zcii, perteneciente a Prusta (testiti France. Marx: Analesfriiniv~(deniancs.
ISIS, Es el primer hijo del pastor
protestante Karl Ludwig Nietzs-
che y de Fraiwiska Ochler.

IS4S
Guerra ile Estados Unidos contra México. Nace Luis í[ ib Baviera. Wa»ncr termina
UmnliMiscr. Muere A. Schlegel. Engels: La condición de las clases trabajadoras'en infjlatcrm.
lS4ú Nace su hermana Elisabeth, cuyo
manejo do las obras postumas de Revolución en Portugal. ProniIhun: rilomfa Je la miseria. Irlanda padece Brandes
Nietzsche crearía grandes coiifu- hambrunas. *
siones y malentendidos,

1847
Marx: tu miseria de laJllosofiu. Heine: Aita truie.
IS4S
Año de las revoluciones: Sicilia, Italia, Francia, Alemania, Austria, Hungría, Croacia
Bohemia. Se establece en Francia la Segunda República. Wagner termina ¿o/iwyr/n.

¡ 849 Fallece su padre. Nace Paul Gauguin. Marx-Engels: Manifiesto del partida comunista.
Se reúne en París el Congreso para la Paz Universa]. Muere Chopin. Dickens: David
Copperfield.
1850 Se traslada con su familia a
Naumburgo en donde realiza sus Se crea el motor ile combustión interna. Abolición ibl sufragio universal en Francia.
estudios de primaria y secundaria. Sehopenhauen Püniyu y Paraiipómcna. Wagner estrena Lolmmjrin y publica El arte y la
Inicia su amistad con Wilhetm revolución.
Pimbr y Gustav Krug.

1851 Comienza clases de piano y sol-


Feo. Asiste a lecturas de los clási- El golpe ib Estado de.Luis Napoleón establece en Francia el segundo imperio. Gran
cos de la literatura alemana. exposición de Londres. Heine: Romancera. Wagner escribe Opera y drama.
Compone sus primeros poemas y
pequeñas piezas musicales.

1852
Se funda la "Fracción católica" en el parlamento prusiano. Kuno Fischer: Historia de ¡a
fdusufííi moderna. Mucre N. Gogol.
I8S3
Nace Van Gogh. Guerra de Crimea. Wagnor: El anillo de lux mbclunjjüs. Verdi: tu iraviata.
1354
Se funda en Estados Unidos el Partido Republicano. Primer tratado comercial entre
Japón y Estados Unidos. Nace A. Rimhaud. Moimnsen: tliscoria de Roma. Wagner: Lloro
del Rhin.
185S
Muere Nicolás I ib Rusia. Primera expusición universal de París. Muere Kierkegaard.
1856
Fin de la Guerra de Crimea. Nacen: Frcud, O. Wilib y B. Shaw. Mueren H. Heine y
NIETZSCHE C O N T E X T O HÍSTÓRÍCO-CULTURAL

1857 Comienza a padecer l'uci'tcs dolo- Schumann.


res <!c cabeza, <|t¡L' serán recuiTen- Nace j. Conrad. Guerra cié Marruecos. Baudelaire: IMSJIOKÍ dd mal. Flaubert: Ma<b
les A lo largo tic tuda su vida. Bovary. Muere A. De Mussct
Inicia ¡a escritura de un diario,

1858 Ingresa a la escuela de Pibita.


Realiza un C-SIJOM) autobiográfico Nace M. Planck. Guerra Civil cu Mexico. Prillici-cable telegrafico a, través del Atlantico.
("De mi vida") y el provecto para
un drama ("Prometeo").

1859 En Piuría conoce n Paul Dcusscn.


Lectura de los clásicos griegos y Comicnz.m los trahajos ilei Canal tic Sue/. Darwin: lil oriyun ile las esperta. Nacen
-

Bergson y Husserl. Muel'eii Humboldt y T. de Quiiicey.

1S60 Junto con sus amigos Piiidcr y


Ki'ug, funda la asociación liíera- Comienza !a guerra de Scce.sión. Mucrc A. Schopenhauer. Baudelaire: Los puntina
rio-musiea¡ Gvnnatiia. nnjjkìales. Burckhardt: La cultura del renoelmiento cri Italia. Nace G . Maliler.
1861 Prosigue componiendo pequeñas
piezas musicales y poemas. Es- Emalicipación ile los stervos en Rusia. Dosloìevski: Rccacnlos de la casa de lus nmcrtm.
cribe ensayos sobre HíSlilcrlin, Nace Whitcliead.
Byron y Scliiller.

1S62 Escribe los ensayos "Voluntad ! i -

historia" v "Hado e histo- Victor Hugo: Los miserables. Flaubert: Sahmbó. Spencer: Sistema deJUoscjío sintética.
foro
ria".

1863 Elabora una conferencia "Sobre


lo demoníaco en la música" y Abolición de la esclavitud en los Estados Unidos. Levantamiento en Polonia contra los
varias composiciones musicales. rusos. Alianza de Rusia y Prusia. Renán: Vida de Jesús.

1864 Termina sus estudios de bacliillc-


rato en Pl'ortn c ingresa a la Uni- Guerra entre Dinamarca y Prusia. Se fúndala Primera Internacional. Tolstoi: Guerra y
versidad tic Bonn como estu- paz.
diante de Teología y Filología clá-
sica. Se hace miembro déla aso-
ciación estudiantil Francosiia.

1865 Abandona la teología y se dedica


exclusivamente al estudio de la Acaba la inerra de Secesión. Lincoln es asesinado. Carrol!; Alida en el país de las
filología. Siguiendo a su profesor maravillas. % estrena en Munich Tmttín a Isolda. Mendel: lìnsajvs sobre hibridaciones- de
RitscSl, .se traslada a la llnivcrsí- plantas.
dail ile Leipzig donde continúa
sus estudios. Descubre la ülosoJía
de Sciiopenhauer con ia lectura
lie El mundo como voluncady repre-
sentación.

1&66 Dicta su primera conferencia


como filólogo, que despierta gran Guerra entre Austria y Prusia. Dostoievski: Crimen y custiao. Rimbaud: Iluminaciones.
admiración en los círculos acadé- Védame: Poemas satnrnianos.
micos. Sus trabajos se. ocupan de
NIETZSCHE C O N T E X T O HISTÓRICO-CULTURAL

Teognis ite Mcgara, Diógcucs


Laurei", Democrito y Aristóteles.
Conoce a Erwin Rollile.

1867 Recibe premio tic In Universidad


ile Leipzig por su trabajo sobre A. Nobel inventa la dinamita. El Emperador Maximiliano es fusilado en México. Marx:
Diógesies Lácrelo, Lee la filosofia El capital. Mucre Baudelaire. Wagner: Los maestros cámara.
ile fcmt. Entra al servicio militar
en un regimiento ile caballería en
Naumburgo.

1868 Tras sufrir la caída de un caballo,


es licenciado del ejército. Conoce Muere Luis I, rey de Baviera. Revolución en España. Dostoievski: El idiota. Brahms:
a Richard Wagner y su música. Rápiiem alemán.

1869 Renuncia a su nacionalidad ale-


mana v adopta la suiza. Se traslada Se abre el Canal ile Suez. Se fuiula el partid» soeial-demócrata alemán. Taine: Hlosojía
a Basilea como catedrático de la delane. Lautréamont: £UJ cantos de Maidoror. Flaubert: Educación sentimental.
Universidad ile dicha ciudad. Co-
noce a Jacob Burckhardt. La Uni-
versidad ile Leipzig le otorga el
doctorado en Ufologia clásica sin
ningún examen, gracias a sus tra-
bajos publicados en la revista

Rhcinisches Museum. Para su cá-


tedra inaugurai en Basilea escribe
"Homero y la filología clásica".

IS70 Dicta las conferencias: "El drama


musical griego" y "Sócrates y ia Guerra franco-prusiana. Francia cede Abacia y Lorena. Nace Lenin. Excavaciones de
tragedia y L a visión dionisiaca
h
Scliliemann en Troya. Wagner: La Walkiria.
do/mundo" i[Ue prefiguran El ori-
gen de la tragedia. Participa en la
guerra tranco-prusiana como en-
fermero. Se enferma fie ditteria y
disentería, luego de su curación
regresa a la Universidad ile Basi-
lea. Inicia su amistad con el teó-
logo Franz Ovei'hcek.

1871 Escribe El nacimiento de la tragedia


en el espíritu de la música. Unificación ile Italia. Caída de París. Guillermo I Emperador de Alemania. Emerson:
Ernajus. Nace Proust. Verdi: Aída.

1872 Se publica £7 nacimiento Je la trage-


dia que recibe fuertes críticas por Expulsan <i los jesuítas ile Alemania. Guerra carlista. Muere L. Feuerbach. Nace B.
parte <le los filólogos. Dicta 5 Russell.
conferencias "Sobre el porvenir
de nuestros centros de ense-
ñanza". Conoce a Mabviiln von
Meysenburg. Asiste en Eiayraitl),
a donde se ha trasladado Wagner,
NIETZSCHE
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL

al Itiict» do l.i construcción de]


teatro wagneriano.

1871 Publica su primera Consideración


Intempestiva: "David Strauss. El Proclamación de la República en España. Muere Napoleón I». Bakunin: Estado y
confesor y el escritor". Redacta la ananima. Tolstoi; Ami hareninu, Charcot: Manual de enfermedades del sistema nervioso
primera parte de otro proyecto Rimbaud: Una temporada en el infierno.
titulado La filosofía en la época
trágica de los s>riesj>s". Escribe el
ensayo "Sobre verdad y mentira
en sentido extramural' . Redacta
la Segunda Intempestiva. Conti-
núan sus serios problemas de sa-
lud.

1874 Se realiza la segunda edición ilei


Nacimiento de h tragedia y se pu- Golpe de Estado en España, Alfonso XII rey de España. Lev contra la prensa socialista
blica la Segunda Intempestiva: en Alemania. Flaubcrt: La tentación de San Antonio, Nace E. Cassirer. Wagner: El
"Sobre la utíliilail y la desventaja crepúsculo de hs dioses. Surge el Impresionismo.
de la ciencia histórica para la
vida". Escribe y publica la Tercera
Intempestiva; "Schopenhauer co-
mo educador". Compone su

pieza para piano "Himno a


amistad". Conoce a Paul Ree.

1875 Escribe la Cuarta Intempestiva


"Richard Wagner en Bayreuth". Nacen T. Mann, Rilke, Jung y Ravel, Inauguración de la Opera de Paris.
Conoce al Joven músico Heiuríck
Kosolitz, a quien Nietzsche dará
el seudónimo de Peter Gast y
quien se convertirá en su discí-
pulo y secretario.

1376 Publica la Cuarta Intempestiva y


Primera automóvil de 4 ruedas. Bell patenta el teléfono. Se funda el partido Conserva-
empieza a trabajar en su libro
Humano demasiado humano. Asiste dor en Alemania. Disolución île la Primera Internacional. Expansion del imperio
a tos festivales de Bayreuth que le colonial inglés. Zola: La taberna. Muere George Sand.
decepcionan notoriamente. Por
motivos de salud realiza un viaje
por Italia en compañía de Paul
Rué.

1877 Redacta la primera parte de los


Rusia declara la «ierra a Turquía. La Reina Victoria es coronada como emperatriz de
aforismos líe Humana demasiado
humano y se reincorpora a la Uni- la Indio. Flaubert: Tres cuentos. Wagner: Parsifúl. Rodin: La edad de bronce. Nace Hermán
versidad ile Basilea, aunque su sa- Hesse,
lud no mejora.

I87S Ruptura con Wagner. Se publica


Congreso de Berlín. Muere Pío IX. Fin de la guerra ruso-turca. Engels: El And-Dühring.
la primera parte ife Humano demo-
NIETZSCHE C O N T E X T O HISTÓRICO-CULTURAL

SÍUJU humano, dedicado a ta me- Nace Martín Buber


moria de Voltairc. Redacta gran
paite de los aforismos que com-
ponen "Miscelánea de opiniones
y sentencias", que vendrá a ser la
segunda parte de Humano dema-
siado haitiana. Lis intempestivas
sobre Wagncr y Schopenhaucr
son traducidas al francés. Su salud
sigue empeorando.

1879 Se ve obligado a abandonar defi-


nitivamente la cátedra por moti- Alianza austro-alemana. Dostoievski; ios- hermanos Karamazov. Spencen Principios de la
vos de salud; ta universidad de ética. Nacen Einstein y P. Klee. tbseu: GIRI de muñecas.
Basílea le concede una pensión.
Se publica la segunda parte lie
Humano demasiado humano. En el
verano redacta El viajero y su som-
bra, que aparecerá en noviembre.

1880 Inicia su próximo libro Aumrn. Se


traslada a Venecia con Peter Gast Se funda la compañía del Canal de Panamá. Abolición do la esclavitud en Cuba. Nace
a quien le dicta varios aforismos Snciigier. Zola: La novela experimental. Rodin: El pensador. Nace R. Musil. Muele
cun el título L'ombra di Venezia. Se Flaubert. Wimlelbanei: Historia de la filosofía moderna.

dedica con gran intensidad a la


lectura de obras de teología, his-
toria ite la iglesia y literatura fran-
cesa.

¡ 881 Se publica Aurora. Pasa su primor


verano en Sils-Maria, sitio al que Asesinato de Alejandro 1E de Rusia. Muere Dostoievski. Wilde: Poemas. Ranke: Historia
regresará durante los veranos su- universal. Ofienbach: Los cuentos de llojjhiíinn. Nace Picasso.
cesivos, v en donde concibe su
idea del eterno retorno. Viaja a
Genova. Descubre la filosofía de
Spinoza con la que se identifica en
algunas puntos. Escribe varios
a turismos que luego insertará en
su libro La ¡¡aya ciencia.

1882 Termina y publica La gaya ciencia.


En Italia escribe su libro de poe- Ocupación de Egipto por Inglaterra. Surge la Triple Alianza: Austria, Alemania e Rali;
mas titulado Idilios de Aíesina. Co- Nacen Joyce, V Wuoif y Stravinski. Cautil: La sagrado familia.
noce a Lou von Salomé en Roma.
A final ileí año se traslada a Rapa-
lio en donde comienza a trabajar
en el Zaratustra.

1883 Escribe la primera y segunda


paite de Asi habló Zaratustra, pu- Nace. F. Kalka. Dilthey: introducción a las ciencias del espíritu. Mueren K. Marx y Wagner.
blicadas este mismo año. Cotis- Maupassíint: Unii vida,
tantea viajes por Francia, Italia,
NIETZSCHE C O N T E X T O HISTÓRICO-CULTURAL

Suiza y Alemania. Muore Wagner,


Proyectos para una obra titulada
La inocencia del dennir.

I8S4 Escribe y publica la tercera parte


ele Así naliló Zaratiistru, Grandes Coherencia colonialista en Berlín: reparto de África. Engels: El oríacn de la [umilia, la
conti ictos con su hermana por el praptedad priiuday al estado. Twain: Hacileberry Linn,
antiseniitismo de ésta.

1885 Concluye la última parto de Asi


habló Ztiratustra, <|uc no encuentra En España regencia de María Cristina de Habsburgo. Muere Alfonso XII. Zola:
editor y de la cual Nietzsche rea- Carminai. W Palei': Alaría, el epicúrea. Mucre Víctor Hugo.
liza una edición privada. Viajes a
Veneria, Sils-María, Naumburg»,
Leipzig, Munich, Florencia y
Niza, 1

1886 Escribe un nuevo libro titulado


Más allá del bien y del mal, que Muere Luis II de Gaviera. Tolstoi: La sonata a Kreuuer. Muele Lis*,
tampoco encuentra editor. Nue-
vamente lo publica él mismo y en
esta edición anuncia dos obras
que nunca llegará a publicar; La
voluntad de poder (en cuatro li-

bros) y El eterno retorno. Se ree-


ditan con nuevos prólogos El nací-

masiado humana.

18S7
Asesinato del presidente Trances Carnet. Jubileo de la Reina Victoria. Na
Schrödingcr, Mallarmé: Poemas completos.

1888 Durante ¡jocos meses escribe fe-


Segunda Internacional Socialista. Muere Guillermo I de Prusia. Engels: Ludwig Ivuerbi
brilmente y da forma a varios li-
bros: El anticristo. El caso Wayner, y eljm de la filosofìa alemana. Avenarius: Crítica de la experiencia para.
El crepiíscido de los ¡dalos, Ecce liorna,
Nietzsche contra Wagner y de|a va-
rios cuadernos con innumerables
anotaciones. Se publican sus Or'tí-
tambos u Diunisas. En septiembre
se traslada a Turín; so comienza a
NIETZSCHE C O N T E X T O HISTÓRICO-CULTURAL

vislumbrar su derrumbamiento
intelectual y psíquico.

1889 El 3 tíe cuero sufre LUÍ colapso en


Turili, y se pone (le manifiesto su Se construye la torre, Eiffel. Nace A. Hitler. Primera conferencia de los Estados
desequilibrio mental. Ingresa en Americanos en Washington,
una clínica para enfermedades
nerviosas en Basilea y se le diag-
nostica parálisis progresiva. Su
madre lo interna en la clínica psi-
quiátrica de la LI. de Jena, en
donde permanecerá durante el
resto del año. Se publican sus
obras El crepúsculo de los ídolos y
Nietzsche contra Wagner. El esposo
de su hermana Elisabeth se sui-
cida en Paraguay.

1890 Su madre lo traslada a su casa de


Naitlnburgo. Regresa su hermana
de Paraguay. El estado del en-
fermo es cada vez más precario.

1892 Su amigo Peter Cast inicia la pu-

blicación tic las obras completas


del filósofo. Se publican las cuatro
paites que conforman yin habló
¿aratastra.

1894 Su hermana interrumpe la publi-


cación de las obras' completas y
crea el Archivo-Nietzsehe, hacién-
dose cargo completamente del
manejo de su obra.

1896 La hermana traslada al enfermo y


al Archivo a su casa en Weimar.

1897 Muere su madre.

1900 El 2S do agosto muere Nietzsche.


BIBLIOGRAFÍA

Assoun, Paul-Laurent, Freud y Nietzsdte, México, F C E , 1986.


Bataìlle, Georges, Sabre Nietzsche, Madrid, Taurus, J989.
Borges, Jorge Luis, Historia de ìa eternidad, Madrid, Alianti, 1989.
Camus, Albert, E! hombre rebelde, Buenos Aires, Losada, 1976.
Colli, Giorgio, Después de Nietzsche, Barcelona, Anagrama, 1988.
Deleuze, Gilles, Nietzsche y la filosofia, Barcelona, Anagrama,
1988.
Spinoza, Kant, Nietzsche, Barcelona, Labor, 1974.
Derrida, Jacques, Espolones: los estilos de Nietzsche, Valencia, Pre-
textos, 1981.
Fink, Eugen, Lafilosofia de Nietzsche, Madrid, Alianza, 1989.
Foucault, Michel, Nietzsche, la genealogía, la historia, Valencia,
Pre-textos, 1988.
Nietzsche, Freud, Marx, Barcelona, Anagrama, 1981.
Frenxel, Ivo, Nietzsche, Barcelona, Salvai, 1985.
Gutiérrez, Rafael, Nietzsche y la filología clásica, Buenos Aires,
Editorial Universitaria, 1966.
Habermas, Jürgen, Sobre Nietzsche y otros ensayos, Madrid, Tecnos,
1982.
jahnig, Dieter, Historia del mundo: historia del arte, Mexico, F C E ,
1982.
Jatiz, Curt Paul, Friedrich Nietzsche (4 Vols), Madrid, Alianza,
19SS.
Jaspers, Karl, Nietzsche y el cristianismo, Buenos Aires, Deucalión,
1955.
Klossowski, Pierre, Nietzsche v el círculo ricioso, Barcelona, Seix
Barrai, sin f.
Lefebvre, Henri, Nietzsche, Mexico, F C E , 1987.
Lowith, Karl, De Hegel a Nietzsche, Buenos Aires, Sudamericana,
1968.

119
BIBLIOGRAFÍA

Mann, Heinrich, El pensamientoriiode Nietzsche, Buenos Aires,


Losada, 1947.
Mann, Thomas, Schopcnhauer, Nietzseke, Freud, Barcelona, Bru-
guera, 1984.
Massuh, Víctor, Nietzsche y el Jin de la religión, Buenos Aires,
Sudamericana, 1985.
Salomé, Lou von, Nietzsche, Madrid, Zero, ¡ 9 8 6 ,
Savnter, Fernando, Nietzsche, Barcelona, Barcanova, 1986.
Sobejano, Gonzalo, Nietzsche en España, Madrid, Gredos, !967.
Valadier, Pane, Nietzsche y la crítica de! cristianismo, Madrid,
Ediciones cristiandad, 1982.
Varios, Revista E C O No. 113-115 "Nietzsche 125 años", Bo-
gotá, Librería Bucbhob, 1969.
Vattimo, Gianni, Introducción a Nietzsche, Barcelona, Península,
1990.
El sujeto y la máscara, Barcelona, Península, 1989.
Mas allá del sujeto, Barcelona, Paidós, 1989.
Vattimo, Gianni; Rovatti, Pier Aldo (Eds.), El pensamiento débil,
Madrid, Cátedra, 1990.
Zweigg, Stefan, La lucha con el demonio: Holderlin, Kleist, Nietzsche,
Buenos Aires, Tor, 1947.

AQUI
TERMINA
CRUZ

120

También podría gustarte