Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
El Maestro Sin Recetas. El Desafío de Enseñar en Un Mundo Cambiante
El Maestro Sin Recetas. El Desafío de Enseñar en Un Mundo Cambiante
• El servicio gratuito que brinda la Biblioteca Digital De Pedagogía; Pedagogium Didáctica, es motivo de tres
objetos de estudio que a continuación se presentan:
• Una vez leído el documento digital, el lector deberá borrar permanentemente el material de su
PC, Laptop, Tablet, Celular o Dispositivo USB, ya que el préstamo del ejemplar solicitado queda
absolutamente vencido después de su uso. No hacerlo inmediatamente, usted se hace responsable de los
perjuicios que tal incumplimiento genere.
• Pedagogium Didáctica, le recomienda que en caso de que usted tenga posibilidades de financiar el
material, compre la versión original en cualquiera de las librerías de su país, ya que algunos
materiales publicados en la Biblioteca son ligeramente reducidos como cumplimiento del tamaño
reglamentario que establece la Red Social, lo que resulta de manera inconveniente en algunas
partes del material digitalizado y escaneado, estas se vean borrosas o no muy claras para el lector.
Si las leyes de su país prohíben este tipo de préstamo, absténgase de seguir utilizando totalmente
los servicios gratuitos de esta Biblioteca. El proyecto Pedagogium Didáctica, no genera ningún interés
económico de forma directa como indirecta, ni de sus usuarios, ni de la red social ni tampoco de
la publicidad de la Biblioteca.
s ig lo x x l e d it o r e s , m é x ic o
C f f lR O D B . A G U A 2 4 8 . R O M E R O D E T E R R B ^ O S , 0 4 3 1 0 h /É H C O . D F
w w w . s i g b x x i e d i t o r e s .c o m . m x
s ig lo x x i e d it o r e s , a r g e n tin a
G U A T E M A L A 4 8 2 4 , C 1 4 2 5 B U P , B U B v lO S A IR E S . A R G E N T IN A
w w w . s i g to x x i e d lto n B S .c o m .a r
a n th r o p o s
LE P A M T 2 4 1 , 2 4 3 0 8 0 1 3 B A R C S .0 N A . E S P A Ñ A
w w w .a n t h r o p o s - e d i t o r i a l .c o m
Freire, Paulo
El maestro sin recetas: El desafío de enseñar en un mundo cambian
te.- i* ed.- Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2016.
192 p.; 21 x 14 cm - (Biblioteca clásica de Siglo Veintiuno)
ISBN 978-987-629-680-9
N o ta d e l e d ito r 11
D IÁ L O G O S Y C O N F E R E N C IA S
D E P A U L O F R E IR E
D e r e c h o s h u m a n o s y e d u c a c i ó n lib e r a d o r a 37
E ducar al e d u ca d o r 49
U n a c o n v e r s a c ió n c o n a lu m n o s 81
L a a l f a b e t i z a c i ó n d e s d e la p e r s p e c t i v a
d e la e d u c a c i ó n p o p u l a r 101
A lf a b e t iz a c i ó n : l e c t u r a d e l m u n d o , le c t u r a
d e la p a l a b r a 115
D e b a t e s o b r e la p o s m o d e m i d a d 139
C a m b i a r e s d if íc il, p e r o e s p o s i b l e 143
P o s fa c io 177
F u e n t e s d e lo s t e x t o s 183
m e n te tr a d u c id a y p u b lic a d a p o r S ig lo X X I E d ito r e s e n
o b ra o r ig in a l (‘T e s t i m o n i o s y e n s a y o s ” , " E n tr e v is ta s ” y
“ C a r t a s " ) , a d e m á s d e la P r e s e n t a c i ó n y e l P r e f a c i o ; y e l
s e g u n d o , q u e e l le c t o r tie n e e n s u s m a n o s , El m a e stro
sin recetas, q u e i n c l u y e la s e c c i ó n d e “ D i á l o g o s y c o n f e
r e n c ia s ” y e l P o s fa c io .
P r e s e n t a c i ó n a Pedagogía
de los sueños posibles
D e a h í q u e a l l e n g u a je d e la p o s i b i l id a d , q u e c o m p o r t a la
u t o p í a c o m o s u e ñ o p o s i b le , p r e f i e r a n e l d i s c u r s o n e o lib e r a l,
“ p r a g m á t i c o ” , s e g ú n e l c u a l d e b e m o s a d e c u a m o s a lo s
h e c h o s t a l c o m o s e e s t á n d a n d o , c o m o s i n o p u d ie r a n d a r s e
d e o t r a f o r m a , c o m o s i n o d e b i é s e m o s lu c h a r , p r e c i s a m e n t e
p o r s e r m u je r e s y h o m b r e s , p a r a q u e s e d e n d e o t r a m a n e r a
( P a u lo F r e ir e , Pedagogía de la esperanza, p . 1 1 5 ).
S o ñ a r n o e s s ó l o u n a c t o p o l í t ic o n e c e s a r io , s in o t a m b i é n
u n a c o n n o t a c i ó n d e la f o r m a h i s t ó r i c o - s o c i a l d e e s t a r s i e n d o
m u je r e s y h o m b r e s . F o r m a p a r t e d e la n a t u r a le z a h u m a n a ,
q u e , d e n t r o d e la h is t o r ia , s e e n c u e n t r a e n p e r m a n e n t e
p r o c e s o d e d e v e n ir . [ ...] N o h a y c a m b io s in s u e ñ o , c o m o
n o h a y s u e ñ o s in e s p e r a n z a . L a c o m p r e n s i ó n d e la h is t o r ia
la c o n c e p c i ó n determinista s e s ie n t e i n c o m p a t ib l e c o n é l, y
p o r e s o lo n ie g a ( ib í d ., p p . 1 1 6 - 1 1 7 ) .
El sueño de la humanización, c u y a c o n c r e c ió n e s s ie m p r e
p r o c e s o , s i e m p r e d e v e n ir , p a s a p o r la r u p t u r a d e la s a m a
r r a s r e a le s , c o n c r e t a s , d e o r d e n e c o n ó m i c o , p o l í t ic o , s o c ia l,
i d e o l ó g i c o , e t c . , q u e n o s e s t á n c o n d e n a n d o a la d e s h u m a
n iz a c ió n . E l sueño e s a s í u n a e x ig e n c ia o u n a c o n d i c i ó n q u e
v ie n e h a c i é n d o s e p e r m a n e n t e e n la h is t o r ia q u e h a c e m o s y
q u e n o s h a c e y r e h a c e ( ib í d ., p . 1 2 6 ) .
1 4 El m a e s tr o s in re c e ta s
C u a n t o m á s m e d e j o s e d u c i r p o r la a c e p t a c i ó n d e
la m u e r t e d e la H i s t o r i a , t a n t o m á s a d m i t o q u e la
i m p o s i b i l i d a d d e u n m a ñ a n a d i f e r e n t e i m p li c a la e t e r n i d a d
d e l h o y n e o l i b e r a l q u e e s t á a llí, y la p e r m a n e n c i a
d e l h o y m a t a e n m í la p o s i b i l i d a d d e s o ñ a r . U n a v e z
d e s p r o b l e m a t i z a d o e l t i e m p o , la l l a m a d a m u e r t e d e la
H is t o r ia d e c r e t a e l in m o v ilis m o , q u e n ie g a a l s e r h u m a n o
E l r ie s g o s ó lo t ie n e s e n t id o c u a n d o lo c o r r o p o r u n a r a z ó n v a
C u a n d o p i e n s o e n m i T ie r r a , p i e n s o s o b r e t o d o e n e l sueño
posible, a u n q u e n a d a f á c i l, d e la in v e n c ió n d e m o c r á t i c a d e
n u e s t r a s o c i e d a d ( ib í d ., p . 3 2 ) .
N u n c a p u d e p e n s a r q u e la p r á c t i c a e d u c a t i v a [ . . . ] p u d i e r a
h a c e r s e a l m a r g e n d e la c u e s t i ó n d e lo s v a l o r e s y , p o r lo
t a n t o , d e la é t i c a ; a l m a r g e n d e lo s s u e ñ o s y d e la u t o p í a ,
e s d e c i r , d e la s e l e c c i o n e s p o l í t ic a s ; a l m a r g e n d e l c o n o c i
m i e n t o y d e la b e lle z a , v a le d e c i r , d e la g n o s e o l o g í a y d e la
e s t é t ic a ( P a u lo F r e ir e , Pedagogía de la indignación, p . 1 1 3 ).
* C o m o s e a c la r ó e n la N o ta d e l e d it o r (v é a s e p . 1 1 ), e l p r e s e n te v o
lu m e n e s tá in te g r a d o p o r la s e g u n d a p a r t e d e l lib r o o r ig in a l. P a ra n o
a fe c t a r la c o h e s ió n d e la P r e s e n ta c ió n , s e h a n m a n te n id o la s r e fe r e n
c ia s a la e d ic ió n e n p o r tu g u é s .
1 8 B m a e s tro s in re c e ta s
E u c lid e s R e d in y J a im e J o s é Z it k o s k i ( o r g s .) , 2 a e d ., B e lo H o r iz o n te ,
A u té n tic a , 2 0 1 0 , p p . 1 4 7 - 1 4 8 .
P re s e n ta c ió n a Pedagogía de los sueños posibles 1 9
* In c lu id o e s te ú ltim o , c o n p e r m is o d e A n a M a n a A r a ú jo F re ir e , e n e l
p r e s e n te v o lu m e n .
F o r te s M e n d o n g a (o r g s .) .
2 0 E l m a e s tr o s in re c e ta s
* E l p r e f a c io d e A n a L ú c ia S o u z a s e in c ljy ó e n e l p r im e r v o lu m e n d e l
3 “ L a v o c a c ió n h is tó r ic a n o e s d e s tin o , s in o p o s ib ilid a d . Y n o h a y
p o s ib ilid a d q u e n o s e e x p o n g a a s u n e g a c ió n , a la im p o s ib ilid a d . V
2 0 0 0 , p . 8 2 , itá lic a s n u e s tr a s ) .
P re s e n ta c ió n a Pedagogía d e b s sueños posibles 2 3
Es m i d e b e r in fo rm a r q u e , c u a n d o c o rre s p o n d ía , a g re g u é
la p a la b ra mujeres al tra ta m ie n to p o r e n to n c e s m a ch ista d e
P au lo , p u e sto q u e él m ism o h a b ía p e d id o a las e d ito riales
q u e así lo h ic ie ra n e n las re e d ic io n e s d e Pedagogía de la
esperanza.
Hoy, e n 2014, an alizan d o la co y u n tu ra m u n d ial, p o d em o s
co n statar u n a m ejo ría e n o rm e e n la situación d e p e n u ria qu e
caracteriza a la m ayor p a rte d e n u e stra p o b lació n . P ero en
m i p re sen tació n de 2001 afirm ab a q u e, sin n ece sid ad d e ser
d o cto res e n ciencias políticas o econom istas -¡lo s d em iurg o s
d e la g lobalización!-, p o d íam o s c o m p ro b a r q u e la p resen cia
- d e n u n c ia d a p o r P au lo h acía a ñ o s - d e co n trad iccio n es q u e
re d u n d a b a n en u n estad o de injusticia e n todos los niveles y
grados y q u e cad a d ía e ra n mayores, dictadas p o r la globali
zación d e la eco n o m ía, estaba “a la o rd e n d e l d ía ” e n n u e stra
vida político-social.
Decía: esta fo rm a p o s m o d e m a d e c o n tro la r el d estin o del
m u n d o y d e los seres h u m an o s, q u e c o n c e n tra las ren tas n a
cionales en m anos d e pocas perso n as y países, distribuye m ag
n án im a m en te - p u e s n ecesita h a cerlo p a ra m a n te n e rs e - u n a
p o lítica d e e n d e u d a m ie n to , d e n eg ació n d e las soberanías
nacionales, de m iserias de to d a clase. H a m b re, e n ferm ed a
des, m últiples p e n u rias q u e vuelven cad a vez m ás frágil a la
m ayoría d e la p o b lac ió n d e A frica y A m érica L atin a y tam b ién
a seg m en to s significativos d e n tro de las p ro p ias sociedades
del N o rte to d o p o d e ro so . N osotros, brasileños y brasileñas, ri
g u ro sam en te h a b la n d o , som os ta n d espojados cad a d ía co m o
n u estro s pares latin o am erican o s, a u n q u e m en o s q u e n u es
tros h erm an o s d e los países africanos. Nos sentim os y n o s sa
b em os p erv ersam en te sustraídos, co m o n u n c a an tes, d e n u es
tras co n dicio n es y posibilidades d e ser, d e ten e r, d e desear, d e
q u e re r y d e p o d er.
2 4 E l m a e s tro sin re c e ta s
4 L o s d é fic its d e m a tr ic u la s p a r a e s c u e la s p r im a r ia s y ja r d in e s d e in fa n
te s c o n tin ú a n e n 2 0 1 4 e n t o d o e l p a ís , u n a r e a lid a d a b s o lu ta m e n te in
d ig n a n te e in ju s ta p a r a lo s e s tr a to s p o p u la r e s q u e ta n t o lo s n e c e s ita n .
5 R e s p o n d ie n d o a e s ta in v ita c ió n d e m i e s p o s o o r g a n ic é , c o n e s c r ito s
2014.
P re s e n ta c ió n a Pedagogía de los sueños posibles 2 7
7 Ib íd ., p . 5 3 . '
2 8 El m a e s tro sin re c e ta s
N it a
S a n P a b lo , 1 9 d e a g o s t o d e 2 0 0 1
S a n P a b lo , 1 3 d e m a r z o d e 2 0 1 4
S a n P a b lo , 1 5 d e o c t u b r e d e 2 0 0 1
víctimas, q u e n o p u e d o n i q u ie ro d e ja r d e m e n c io n a r aq u í, y
a q u ie n d eseo h o m e n a je a r - e x te n d ie n d o m i h o m e n a je y com
p asió n a todos los q u e, com o ella, m u rie ro n p o r causa del
estad o d e in to le ran c ia re in a n te e n el m u n d o - , es m i n u e ra
Elsie H asche, fallecida el 8 d e e n e ro d e 2014. D espués d e p a
sar tod o s estos años tra ta n d o los p ro b lem as p u lm o n a re s que
la aq u ejab an trág icam en te d esd e en to n ces, y de h a b e r estado
hosp italizad a diez m eses y cinco días e n tre la vida y la m u e rte ,
re sp ira n d o c o n ayuda d e m áq u in as y so m etién d o se a los p ro
ced im ien to s m édicos m ás crueles, su frien d o m a n sam e n te , sin
quejarse n i lam en tarse, e n los hospitales d e la c iu d a d q u e la
vio n a c e r e n 1958, Elsie partió sere n a m en te. Vaya m i h o m e n a
je d e am o r, g ra titu d y c ariñ o p o r su am istad y so lid arid ad h a
cia n u e stra fam ilia, p o r el a m o r q u e le d io a m i h ijo E d u a rd o
H asche y p o r m i n ie to A n d ré, n acid o d e esa u n ió n .
M u ertes co m o la d e m i n u e ra y tan to s o tro s n eo y o rq u in o s,
so b re to d o los b o m b ero s q u e a c u d ie ro n al rescate d e los q u e
visitaban o trab ajab an e n esos edificios, q u e e n c u estió n de
m in u to s fu e ro n devorados p o r las llam as p a ra e sp a n to del
m u n d o e n te ro , n o fu e ro n “n in g ú n m en saje” p a ra q u e a q u e
llos q u e g o b ie rn a n el m u n d o refle x io n a ra n so b re el h o r r o r y
la in sa n ia de la violencia recíp ro ca, so b re la b a rb a rie d e los
terro rism o s ejercid a p o r intereses e ideologías an tag ó n ico s,
sobre los a ten tad o s san g rien to s g en eralizad o s - n o gratuitos,
sino m ás b ie n actos d e v enganza alim en tad o s p o r el o d io q u e
fanatiza y en ceg u ec e a sus se g u id o re s- y, e n co n secu en cia,
p e n sa ra n im p le m e n tar políticas q u e n o im plicasen retrib u
ció n e in to leran cia.
L o q u e estam os p rese n c ian d o , v e rd a d e ra m e n te sin p o d e r
h a c e r n ad a, e n estos tiem p o s de globalización, d e “m u n d o sin
fro n te ras”, es q u e n u n c a fue tan difícil a n d a r p o r el m u n d o ,
sea p o r el m otivo q u e sea. Las au to rid a d es co n stitu id as, sobre
.o d o las del N o rte “civilizado”, d esco n fía n y fiscalizan el c u er
p o d e l o tro e n b u sca d e cu alq u ie r cosa q u e les p e rm ita c o n d e
n a rlo co m o terro rista. N ad ie se p re o c u p ó p o r lo q u e o c u rría
e n el co tid ian o de los h ab itan tes c o m u n es d e este p la n e ta y,
P re s e n ta c ió n a Pedagogía d e to s sueños posibles 3 1
Q u é b u e n o s e r ía [ . . . ] s i o t r a s m a r c h a s s ig u ie r a n a la s
s u y a s . L a m a r c h a d e lo s d e s e m p lé a d o s , d e lo s q u e
s u f r e n i n j u s t i c i a , d e l o s q u e p r o t e s t a n c o n t r a la i m p u n i
d a d , d e l o s q u e c l a m a n c o n t r a l a v i o l e n c i a , la m e n t i r a y
l a f a l t a d e r e s p e t o p o r la c o s a p ú b l i c a . L a m a r c h a d e l o s
s in t e c h o , lo s s in e s c u e la , lo s s in h o s p it a l, lo s d e s p la z a
d o s . L a m a r c h a e s p e r a n z a d o r a d e lo s q u e s a b e n q u e
c a m b ia r e s p o s ib le . 8
N it a
9 d e fe b re ro d e 2 0 1 4
D IÁ L O G O S Y C O N F E R E N C IA S
D E P A U L O F R E IR E
D erec h o s h u m an o s
y e d u c a c ió n lib e r a d o r a
[ C o n f e r e n c i a e n la U n iv e r s id a d d e S a n P a b lo ,
2 d e ju n io d e 1 9 8 8 .]
cre c e r m i m ie d o c u a n d o d ije ro n q u e la c o n fe re n c ia se co n
v ertirá e n u n libro. U n a de las cosas q u e m ás m e h o rro riz a es
le e rm e desp u és d e q u e m e h a n grab ad o . Es u n trab ajo q u e n o
m e g u sta m u c h o , p e ro q u e es n ecesario h acer.
El tem a q u e m e asig n aro n es “e d u ca c ió n y d e re c h o s h u
m an o s, ed u ca c ió n lib e ra d o ra ”. Voy a p la n te a rm e a m í m ism o
alg u n as cu estio n es so b re eso.
L a p rim e r a es el h e c h o d e q u e h a b la r so b re e d u c a c ió n
y d e re c h o s h u m a n o s ya n o s p o s ic io n a a n te u n p r im e r d e
r e c h o n e g a d o y q u e se n ie g a q u e es el d e r e c h o a la e d u
cac ió n . Es la e d u c a c ió n m ism a la q u e p r e te n d e m o s q u e se
e n tr e g u e al e sfu e rz o d e d e sa fia r a q u ie n p r o h íb e q u e la
e d u c a c ió n se lleve a c ab o , es la e d u c a c ió n m ism a c o m o d e
re c h o d e to d o s q u e es n e g a d a a g ra n p a rte d e la p o b la c ió n .
Y esta p rim e r a re fle x ió n e n s e g u id a m e lleva a c o m p r o b a r
o tr a o b v ie d a d q u e es e x a c ta m e n te la n a tu r a le z a p o lític a d e
la e d u c a c ió n , es d e c ir, c o m p ro b a r la a b s o lu ta im p o sib ili
d a d d e q u e te n g a m o s u n p ro c e so e d u c a tiv o q u e e sté d iri
g id o al “b ie n e s ta r d e la h u m a n id a d ”, p o r e je m p lo . C u a n d o
d ig o e sto m e r e tro tra ig o a m i ju v e n tu d , a a lg u n a s le c tu ra s
d e lib ro s in g e n u o s d e filo so fía d e la e d u c a c ió n , q u e in te n
ta b a n e x p lic a r o d e fin ir la e d u c a c ió n c o m o u n e sfu e rz o al
servicio d e la h u m a n id a d o d e l b ie n e s ta r d e la h u m a n id a d .
E sto e n v e rd a d n o o c u rr e y n o ex iste. L a im p o s ib ilid a d d e
u n a e d u c a c ió n n e u tr a re s u lta d e e sta c u a lid a d q u e la e d u
c ac ió n tie n e d e s e r p o lític a , n o n e c e s a ria m e n te p a rtid a ria ,
p o r s u p u e sto .
Esta p o liticid a d d e la ed u cació n se devela e n el p reciso
m o m e n to e n q u e p en sam o s e n ed u ca ció n y d e re c h o s h u m a
nos, n o es n ecesario siq u iera q u e in te n te m o s d e fin ir lo q u e
e n te n d e m o s p o r d e re ch o s h u m an o s, p e ro e n el p rec iso m o
m e n to e n q u e p en sam o s e n ed u cació n y d e re c h o s h u m a n o s,
d e rech o s básicos, el d e re c h o d e co m er, el d e re c h o d e vestir,
el d e re c h o d e d o rm ir, el d e re c h o d e te n e r u n a a lm o h a d a y
p o r la n o c h e ap o yar la cabeza e n ella, ya q u e este es u n o d e
los d e re ch o s cen trales d el an im al p erso n a, d ecim o s q u e es
D e re c h o s h u m a n o s y e d u c a c ió n lib e ra d o r a 3 9
ta n te y fu n d a m e n ta l p a ra n o c a e r e n p o stu ra s in g e n u a s q u e
n o h a c e n m ás q u e fru s tra rn o s y d e sa n im a m o s . P o r ejem
p lo , a trib u ir a la e d u c a c ió n , ya sea e n esta c a m p a ñ a , e n o tra
c u a lq u ie ra o e n n in g u n a , p e ro a trib u irle a ella el p o d e r d e
tra n sfo rm a r el m u n d o , ta rd e o te m p ra n o , lleva a q u e to d o s
y to d as n o s su m em o s a la fila d e q u ie n e s s u fre n esa e n o rm e
fru stra c ió n .
P e ro al d e c ir eso es preciso q u e aclare u n p o c o m ás, p o r
q u e e n el fo n d o es u n e d u c a d o r el q u e está h a b la n d o y lo
q u e p a ra m í es algo obvio p u e d e n o serlo p a ra todos. A lguien
p o d ría d ecir: ¿p o r q u é u ste d sigue sie n d o e d u c a d o r si acab a
d e n e g a r la ed u cació n ? C o n testaría q u e e n p rim e r lu g a r n o
soy yo el q u e n ieg a la ed u cació n , sólo estoy c o rro b o ra n d o his
tó ric a m e n te c ó m o se h a p re se n ta d o la p rá c tica educativa. En
s e g u n d o lu g ar, la n e g ació n a la q u e la e d u ca c ió n se e x p o n e es
la m e jo r fo rm a q u e ella tien e d e afirm arse. ¿Q ué q u ie ro d e cir
c o n esta co n trad icció n ?
L a e d u c a c ió n n o es la llave n i la p a la n c a o el in s tru m e n to
p a ra la tra n sfo rm a c ió n social. N o lo es p re c is a m e n te p o rq u e
p o d ría serlo . E sa c o n tra d ic c ió n es la q u e ex p lícita , ilu m in a,
d ev ela la eficacia lim ita d a d e la e d u c a c ió n . L o q u e q u ie ro
d e c ir es q u e la e d u c a c ió n es lim ita d a , la e d u c a c ió n s o p o rta
lím ites. P o r o tr a p a rte , eso n o es p riv ileg io d e la e d u c a c ió n ,
n o ex iste n in g u n a p rá c tic a h u m a n a q u e n o esté so m e tid a a
lím ites, lím ites h istó rico s, p o lític o s, id e o ló g ic o s, c u ltu ra le s,
e c o n ó m ic o s, sociales, lím ites d e c o m p e te n c ia d e l su je to o
d e los su jeto s, lím ites d e s a n id a d d e l su jeto ; h ay lím ites q u e
so n p a rte d e la n a tu ra le z a d e la p rá c tic a y h ay lím ites q u e
e stá n im p líc ito s e n la n a tu ra le z a fin ita d e los su jeto s d e la
p rá c tica .
Y p re c is a m e n te p o rq u e la e d u c a c ió n se so m e te a lím ites,
e lla es eficaz. P asem o s e n to n c e s a c o m p r e n d e r esta c o n tr a
d ic c ió n : tal vez la e d u c a c ió n lo p u e d a to d o , c o m o c o n c ie rta
in g e n u id a d m u c h a g e n te p ie n s a to d av ía - h e o íd o d e c ir a
m u c h o s, e n e ste p aís y e n o tro s, p e ro so b re to d o e n este,
q u e el g ra n p ro b le m a d e B rasil es la e d u c a c ió n -; d a ría la
D e re c h o s h u m a n o s y e d u c a c ió n lib e ra d o r a 4 3
sen sa ció n d e q u e la e d u c a c ió n , p o r e n c im a d e to d o , p u d ie
ra r e o r d e n a r la so cie d a d q u e tie n e d e la n te . P e ro e n caso d e
n o s e r así, es; p re c is a m e n te p o rq u e n o es. Y p o rq u e n o es,
es; p o rq u e es lim itad a, es eficaz. V olvam os a la id e a a n te
rio r: si la e d u c a c ió n lo p u d ie r a to d o , n o h a b ría p o r q u é h a
b la r d e sus lím ites. P e ro p re c is a m e n te p o rq u e n o lo p u e d e
to d o , p u e d e “a lg u n a s cosas”, y e n este p o d e r alg u n a s cosas
re s id e su eficacia. Así, se p la n te a al e d u c a d o r la c u e stió n d e
sa b e r cu ál es e ste poder ser d e la e d u c a c ió n , q u e es h istó ric o ,
social, p o lític o .
El g ra n p ro b le m a del e d u c a d o r n o es d iscu tir si la e d u c a
ció n p u e d e o n o p u e d e , sino d iscu tir dónde p u e d e , cómo p u e
d e, co n quién p u e d e , cuándo p u e d e ; es re c o n o c e r los lím ites
q u e su p ráctica im p o n e. Es p e rc ib ir q u e su trab ajo n o es in d i
vidual sino social y se d a e n la p rá ctica social d e lo q u e él es
p a rte . Es re c o n o c e r q u e la e d u ca c ió n , a u n q u e n o sea la llave,
la p a lan ca d e tra n sfo rm ac ió n social, co m o ta n to se viene p re
g o n an d o , es sin e m b arg o in d isp en sab le p a ra la tran sfo rm a
ció n social. Es re c o n o c e r q u e hay espacios posibles q u e so n
políticos, hay espacios in stitu cio n ales p a ra q u e sean o cu p a d o s
p o r las ed u ca d o ra s y los e d u c a d o re s cuyo su eñ o es tran sfo r
m a r la re a lid a d injusta co n la q u e conviven todos los días,
p a ra q u e los d e re c h o s p u e d a n c o m e n z a r a ser co n q u istad o s
y n o d o n ad o s.
La ed u ca c ió n p a ra los d e re c h o s h u m a n o s, e n la perspectiva
d e laju sticia, es e x actam en te a q u ella e d u ca c ió n q u e d e sp ie rta
a los d o m in ad o s p a ra q u e vean la n ece sid a d d e lu ch ar, d e o r
ganizarse, la n e ce sid a d d e u n a m ovilización crítica, ju s ta , d e
m o crática, seria, rig u ro sa, d iscip lin ad a, sin m an ip u lacio n es,
a sp ira n d o a rein v en tar el m u n d o , a re in v e n ta r el p o d e r. L a
c u estió n q u e se está p la n te a n d o a q u í n o es la de u n e d u c a d o r
q u e se in serte co m o u n estím u lo p a ra to m a r el p o d e r, q u e
se c o n c e n tre e n la to m a d el p o d e r, sino la d e u n a to m a d e l
p o d e r q u e se p ro lo n g u e e n la rein v en c ió n d e l p o d e r to m a d o ,
lo q u e q u ie re d e c ir q u e esa e d u ca c ió n tie n e q u e ver c o n u n a
co m p re n sió n d ife re n te d el d esarro llo , q u e im p lica u n a p a r
4 4 E l m a e s tro s in re c e ta s
L a e d u c a c ió n d e la q u e h a b lo es u n a e d u c a c ió n d e l a h o ra
y u n a e d u c a c ió n d e l m a ñ a n a . Es u n a e d u c a c ió n q u e to d o el
tie m p o n o s p o n e a p re g u n ta rn o s , re h a c e rn o s, in d a g a rn o s .
Es u n a e d u c a c ió n q u e n o a c e p ta , si q u ie re se r b u e n a , q u e
d e b a p o n e r tristes a los e d u c a n d o s. Yo c re o e n la e d u c a c ió n
seria y rig u ro sa q u e m e p o n e c o n te n to y m e d a ale g ría. Y
d e sc re o p o r c o m p le to d e la e d u c a c ió n q u e e n n o m b r e d e la
rig u ro s id a d o p a ca el m u n d o . N o c re o , d e n in g u n a m a n e ra ,
e n la re la c ió n e n tr e s e rie d a d y fe a ld a d . C o m o si p a r a escri
b ir c o n rig o r o rig u ro s a m e n te se tu v iera q u e e sc rib ir feo.
Si e sc rib ie ra alg o m ás b o n ito , c o m e n z a ría n a d e cir: n o es
cien tífico . Yo sólo e sc rib o feo c u a n d o n o p u e d o , c u a n d o n o
soy c o m p e te n te .
Esa e d u c a c ió n p a ra la lib e rta d , esa e d u c a c ió n lig a d a a
los d e re c h o s h u m a n o s d e sd e e sta p ersp ectiv a, tie n e q u e ser
a b a rc a d o ra , to talizan te, tie n e q u e v er c o n el c o n o c im ie n to
c rítico d e lo real y c o n la a le g ría d e vivir. Y n o sólo c o n la ri
g u ro sid a d d el análisis d e c ó m o la so cie d a d se m u ev e, se m ez
cla, cam in a; ella tie n e q u e v er ta m b ié n c o n la fiesta q u e es
la vida m ism a. P e ro es n e c e sa rio h a c e r eso d e fo rm a crítica
y n o d e fo rm a in g e n u a . N i a c e p ta r la o m n ip o te n c ia in g e n u a
d e u n a e d u c a c ió n q u e lo h a c e to d o , n i a c e p ta r la n e g a c ió n
d e la e d u c a c ió n c o m o alg o q u e n o h a ce n a d a , p e ro a c e p ta r
la e d u c a c ió n e n sus lim ita c io n e s es, p o r lo ta n to , h a c e r lo
q u e h is tó ric a m e n te p u e d e s e r h e c h o con y a través, ta m b ié n ,
d e la e d u c a c ió n .
H a b la r u n p o c o so b re e d u c a c ió n y d e re c h o s h u m a n o s
im p lic a q u e q u ie n h a b la d e b e e sta r ta m b ié n m u y c o n sc ie n
te d e alg u n o s d e sus d e re c h o s , d e h o m b re o d e m u je r, e n
ta n to q u e h a b la n te y e n ta n to q u e p e rs o n a . A h o ra voy a
u s a r u n d e re c h o q u e yo te n g o , p id ié n d o le s d iscu lp as, e n
p a rte , a u ste d es, p o r u n a c u e s tió n d e a m o ro s id a d m ía . Sólo
es p o r eso q u e p id o d iscu lp as. Voy a u sa r el d e re c h o d e te r
m in a r a q u í y d e n o h a c e r u n a co sa q u e m e c a ra c te riz a , q u e
es q u e d a r m e s ie m p re u n a o d os h o ra s d e b a tie n d o c o n el
a u d ito rio , sin im p o rta r su ta m a ñ o . P e ro o c u rre q u e h o y n o
4 8 El m a e s tro s in re c e ta s
lo p u e d o h a c e r. S u p e ré el m ie d o d e h a b la r, p e r o estoy c a n
sad o , p a d e z c o u n a g rip e q u e m e p ro v o c a u n a tos te rrib le y
m a ñ a n a d e b o v iajar b ie n te m p ra n o h a c ia B rasilia, y te n g o
q u e in te n ta r d o rm ir u n p o co , d e sc a n sa r u n p o c o d e u n d ía
c a n s a d o r. E n to n c e s, te rm in o a q u í, a g ra d e z c o e n o rm e m e n
te la p re s e n c ia fan tástica, h e rm o sa , c a riñ o sa d e u ste d e s y
d is c u lp e n p o r n o c o m e n z a r u n a c o n v e rsa c ió n a h o ra , u n
d iá lo g o q u e m e g u sta ría e n ta b la r. Q u ié n sab e, tal vez vuelva
o tr a n o c h e d e estas.
E d u car al e d u c a d o r
U n d iá lo g o c r í t i c o c o n P a u lo F r e ir e
[ D iá lo g o m a n t e n i d o p o r P a u lo F r e ir e , D o n a l d o M a c e d o
y J a m e s W . F ra s e r, e d u c a d o r e s a m e r ic a n o s , e n a g o s to
d e 1 9 9 6 e n S a n P a b lo , y p u b l i c a d o e n la o b r a M entoríng the
M e n to r (Educar al educador).]
N o e n c u e n tr o o tro m o d o m e jo r d e c o m e n z a r m i res
p u e sta co m o n o sea d e c ir c u á n to m e c o m p lace q u e los e ru d i
tos, re p re s e n ta d o s e n este v o lu m en , hay an d e d ic a d o p a rte d e
su valioso tie m p o a o c u p a rse d e m i o b ra d e u n a m a n e ra críti
ca y reflexiva. N o in te n ta ré re s p o n d e r a c ad a u n o p o r su n o m
b re , n i ta m p o c o p o r c ap ítu lo . A ntes b ie n , re s p o n d e ré a los
q u e a m i e n te n d e r son los tem as m ás im p o rta n te s q u e su rg en
d e los diversos cap ítu lo s, las d ife re n te s p ro p u e sta s expuestas,
d e m o d o tal q u e , al lleg ar al fin al, p o d am o s m a n te n e r u n diá
log o crítico e n to m o a alg u n a s ideas d ire ctric es a q u í re p re
sen tad as. P o r e n d e , m i c ap ítu lo n o será P au lo F re ire d irig ié n
d o se a tal o cual p e rso n a , sin o P au lo F reire o c u p á n d o se d e los
tem as p rin c ip a le s q u e su rg e n e n este im p o rta n te v o lu m en .
P o r lo ta n to h e o rg a n iz a d o m is n o tas a lre d e d o r d e los q u e,
a m i e n te n d e r, so n los tem as y cu estio n es m ás relev an tes q u e
atrav iesan tod o s los cap ítu lo s.
L a c u e s tió n d e lo s m é to d o s : e s p e c íf ic a m e n t e ,
¿ e s p o s ib le q u e m is “ m é t o d o s ” fu n c io n e n
e n u n c o n te x to n o r te a m e r ic a n o ?
L a c la v e p a r a e l d iá lo g o c r ít ic o : e s c u c h a r y c o n v e r s a r
L o q u e p u e d o y n o p u e d o o fre c e r
a lo s e d u c a d o r e s d e o t r o s c o n t e x t o s
r-O"?
tid a d c u ltu ra l d e los a lu m n o s y las alu m nas: f fBiBj
u n a id e n tid a d c u ltu ra l q u e im p lica re s p e to P. I
p o r el le n g u aje d e l o tro , el c o lo r d e l o tro , ) í \
el g é n e ro d e l o tro , la clase social d el o tro , \ 11
la o rie n ta c ió n sex u al del o tro , la c ap a c id a d
in te le c tu a l d e l o tro ; q u e im p lica la h a b ilid a d d e es
tim u la r la creativ id ad d el o tro . P e ro to d as estas cosas
o c u rre n e n u n c o n te x to social e h istó rico , n o e n el aire. Estas
cosas o c u rre n e n la h isto ria y yo, P au lo F re ire , n o soy el d u e
ñ o d e la historia.
E n tie n d o la h isto ria co m o p o sib ilid ad . L u c h o y co m b a to
p o r q u e se re sp e te a las p erso n as q u e p a rte n d e la p ersp ectiv a
d e v er la h isto ria co m o u n a p o sib ilid a d q u e ta m b ié n p o d ría
d e ja r d e serlo. P o r esta ú n ic a razó n , el e d u c a d o r q u e a ce p ta
m is ideas y el d ía d e m a ñ a n a e n c u e n tr a d ificu ltad es p a ra lo
g ra r q u e sus alu m n as y alu m n o s a su m an el re sp e to h a cia sí
m ism os n o p o d rá d e c ir q u e F reire está eq u iv o cad o . S im ple
m e n te él o ella te n d r á q u e d e c ir q u e n o fu e p o sib le vivenciar
el re s p e to n e ce sario e n ese c o n te x to p a rtic u la r. C reo q u e e n
v e rd a d este es el p u n to , e n el sen tid o d e q u e los e d u c a d o re s
id ealizan m is id eas sin in te rn a liz a r u n m o d o sustantivo de
e n te n d e r y a p re n d e r lo q u e significa ser fre ire a n o . E n sum a,
m u ch o s d e los e d u c a d o re s y e d u c a d o ra s q u e m e u tilizan d e
m o d o su p erficial co m o u n m e d io d e reso lv er d esd e la p e d a
g o g ía sus p ro b le m a s técn ico s so n , e n c ie rto sen tid o , turistas
fre ire a n o s. Se to m a n casi fu n d a m e n ta lista s fre irea n o s y e n
to n ces el m u n d o se vuelve fijo y d e sa p a re c e la p o sib ilid ad d e
q u e la h isto ria sea u n a p o sib ilid ad . Y yo p ro p o n g o ex acta
m e n te lo c o n tra rio . L a h isto ria es sie m p re u n a p o sib ilid ad ,
n o es algo fijo o p re d e te rm in a d o . A sim ism o, la e d u c a d o ra o
el e d u c a d o r p ro g resistas d e b e n e sta r e n cam b io p e rm a n e n
te, d e b e n re in v e n ta rm e y re in v e n ta r c o n tin u a m e n te lo q u e
significa ser d e m o c rá tic o e n su p ro p io c o n te x to c u ltu ra l e
h istó ric o específico.
5 6 0 m a e s tro s in re c e ta s
R e s p o n d e r a la r a z a , la c la s e s o c ia l y e l g é n e r o
e n lo s E s t a d o s U n id o s
P e r m itir m e s e g u ir c r e c ie n d o
y t r a n s f o r m á n d o m e e n m is c o n t e x t o s
e l p u e b lo c o m o o p r e s o r y c o m o o p r im id o
R e q u is it o s é t ic o s p a r a lo s d o c e n t e s
E l d e s c u id o d e la é t i c a e n la f o r m a c ió n
d e lo s e d u c a d o r e s
E s n e c e s a r io m a n t e n e r la c la r id a d é t ic a
L a é t ic a y e l m ie d o a ia é t ic a
ra c ia l”. P o r d esgracia, m u c h o s e d u ca d o re s y ed u ca d o ra s p ro
gresistas y b ie n in te n c io n a d o s m ás d e u n a vez c o m p re n d e n
m al las exigencias teóricas d e la n o c ió n d e “suicidio clasista”
d e C ab ral y te rm in a n cay en d o en la a ce p ta c ió n ciega d e l suici
d io o el m artirio . C u a n d o esto o c u rre , “su fre n ” d e n tro d e u n
p ro ceso q u e m a n tie n e vivos y vigentes sus privilegios a través
d e la idealizació n d el o tro . Esta p o sició n está e n co n trad ic
ció n d ire cta co n la n o c ió n d e C abral. A m ílcar C abral n o s d e
safió a p ro b lem a tiza r la id e o lo g ía d o m in a n te p a ra q u e e n te n
d iéram o s có m o c o m b a tir la c ru e ld a d d el colo n ialism o y q u e
p u d ie ra n a c e r u n a d e m o c ra c ia d e ese c o m b ate. P o r lo tan to ,
c o m e te r suicidio co m o u n acto ciego sería u n a fo rm a d e fa
talism o q u e n ie g a la c re e n c ia cab ralin a e n la h isto ria com o
p o sibilidad. R e p re se n ta u n a fo rm a d e individualism o -im p lí
cita e n “salvar m i alm a” c o m o m á r tir- e n o p o sició n al com
p ro m iso d em o c rá tic o d e c o n tin u a r el c o m b a te e n la historia.
Y la n o c ió n c ab ra lin a d e suicidio d e clase n o tie n e n a d a q u e
v er co n el m e ro cru ce d e fro n te ra d e u n espacio geográfico
a o tro : c ru z a r d el espacio o p re so r al espacio d el o p rim id o . El
su icidio clasista n o se tra ta d e ser tu rista e n co m u n id a d e s q u e
su fren . El suicidio clasista es u n a fo rm a d e pascua: im p lica la
p ro b lem a tiza c ió n del pasaje a través d e u n co n
te x to c u ltu ra l e id eo lóg ico . Lo q u e c u e n ta es el
co m p ro m iso co n u n a so lid arid ad significativa y
d u ra d e ra p a ra c o n los o p rim id o s y las oprim idas.
B a r r e r a s a l d iá lo g o é t ic o e n lo s s is te m a s t o t a lit a r io s
y lo s s is te m a s “ d e m o c r á t ic o s ”
se p re s e n ta b a u n p ro fe so r d e la U n iv ersid ad d e M oscú. U n o
d e los textos a d e b a tir e n el e n c u e n tro e ra d e m i a u to ría . E n
ese tex to criticab a las actitu d es d e los q u e d e n o m in a b a “H e rr
P ro fesso rs”; vale d e cir, la p o sició n d el p ro fe so r q u e h a b la de
d iálo g o p e ro rech aza la p rá c tica del d iálogo. R e c u e rd o q u e
el jo v e n p ro fe so r d e M oscú se p u so fu rio so e n los d eb ates
y, a p u n tá n d o m e co n el d e d o , disp aró : “Sí, yo soy u n ‘H e rr
P ro fesso r’”. Se sin tió v io len tad o p o rq u e yo a ta c ab a su esta
tus d e privilegio, p o rq u e e ra u n o d e los q u e p o d ía n o fre c e r
co n o c im ien to s p a ra u n a lu c h a d e lib era ció n . Yo n o escrib í
el tex to p e n sa n d o e n él, p e ro p a re cía escrito p o r cau sa suya.
E n to n ces dije: “OK, p e ro d e b id o a eso u ste d es u n p ro fe so r
rea c cio n a rio , u n d o c e n te a u to ritario , y n o tie n e n a d a q u e ver
co n las ideas q u e p re p o n d e ra n e n su país; e n su m a, u sted es
u n a d isto rsió n d el socialism o”. T al vez e n ese m ism o m o m e n
to, d esd e su c á te d ra e n la U n iv ersid ad d e M oscú, h a b la ría
so b re lib erarse d el im perialism o; p e ro e n la p rá c tic a n e g ab a
é tic a m e n te ese d iscurso lib e ra d o r. P a ra él to d o se re d u c ía
a a c o rta r la d istan cia e n tre lo q u e h a b ía e scrito y d ic h o o
h e ch o .
Esta d isto rsió n , esta d istan cia o in c o h e re n c ia e n tr e los va
lores a d o p ta d o s y la p ráctica d e la ed u c a c ió n se d a tam b ié n
e n los E stados U n id o s d e b id o a las n o cio n es d e l m e rc a d o y
al d eseo d e u tilizar c u alq u ie r nivel d e e x p re sió n p a ra m a n te
n e r y d e h e c h o n o c u estio n a r ja m á s el statu q u o ; ig u a lm e n te
p u e d e d ecirse q u e lo m ism o p u e d e o c u rrir ta n to e n u n a so
c ie d ad d e m o c rá tic a ab ie rta co m o en u n a so cied ad to ta lita ria
d o n d e el d o c e n te ad scrib e cie g am e n te al eslo g an vacío d e
“lib eració n y ju stic ia p a ra to d o s” m ie n tra s n o d e ja n d e violar
se los p rin c ip io s v e rd ad ero s d e esos v e rd a d ero s clichés, e n
la m e d id a e n q u e o p e ra n c ieg am e n te a través d e e stru c
turas totalitarias e inflexibles e n cosas tales co m o
la escolarización. P o r ejem p lo , ¿cu án tas veces los
d o c e n tes e n los Estados U n id o s p re g o n a n y e n
señ a n la d em o cracia, la so lid arid a d , la ju s tic ia y
la ig u a ld a d p a ra tod o s, p o r u n lad o , m ie n tra s p o r
E ducar al ed u cad o r 6 7
¿ E s p o s ib le im p r im ir u n d iá lo g o s in in m o v iliz a r lo
o m a ta r lo e n e l a c t o d e im p r im ir lo ?
L a n o c ió n d e c o m p le tu d , e n la c o m u n ic a c ió n o r a l
o e s c r it a , e s p a r t e d e l p r o b le m a
Y así n u e s t r o m e n s a je fin a l a L is ia s y H o m e ro o a
c u a lq u ie r e s t a d is t a u o r a d o r e s q u e s i e l e s c r it o r
s u p i e r a la v e r d a d s o b r e l a s c o s a s d e l a s q u e h a b l ó
y fu e ra c a p a z d e d e fe n d e rla s y h a c e r q u e s u e s c r it o
p a r e c ie r a p o b r e e n c o n t r a s t e c o n s u p a la b r a h a b la d a ,
m e r e c e r í a u n a d e n o m in a c ió n s u p e r io r a la d e a u t o r ,
o ra d o r o p o e ta .1
L a fo rm a escrita, al c a p tu ra r la fu e rz a y la vida d e l m o m e n to
d ialó gico , a p o rta u n a p o sib ilid ad d e c o n tin u id a d q u e p e rm i
te a los le cto res in te ra c tu a r, c re a r y re c re a r la fu e rz a orig i
n al e n u n esp acio y u n tiem p o nuevos. Esto d e m u e s tra q u e
c u a n d o leem o s a P lató n e n fo rm a m ecán ica, n u e stro e n te n
d im ie n to es ig u a lm e n te m ecán ico . Si leem o s a P la tó n co m o
p a la b ra viva, n u e stro e n te n d im ie n to será vivo y c o n tin u a rá
cre c ie n d o .
1 9 3 3 , 1 9 6 5 , p . 1 5 8 . [N . d e l A .]
E d u c a r a l e d u c a d o r 71
C ó m o s o b r e v iv ir y p r e v a le c e r c o m o d o c e n t e
d e m o c r á t ic o / c ó m o c o n s t r u ir u n m o v im ie n to
R e in v e n ta r a P a u lo F r e ir e e n e l c o n te x to
n o r t e a m e r ic a n o o e n c u a lq u ie r o tr o
L a b ú s q u e d a d e ic o n o s e s p r o d u c to
d e l m ie d o a la d e m o c r a c ia
P a r a c o n c lu ir
[ L a i n v i t a c i ó n a e s t e d i á l o g o f u e m o t iv a d a p o r u n a le c t u r a
q u e lo s a l u m n o s y a l u m n a s d e p r i m e r o y s e g u n d o a ñ o d e la
E s c u e la d e V e r a C r u z , S a n P a b lo , h i c i e r o n d e l lib r o d e P a u lo
a lu m n o s : T o d o s.
p f: P o r o b lig a c ió n ...
a lu m n o :T e n e m o s q u e te n e r libros p a ra la escuela p o rq u e
no s los p id e n ; es d ife re n te d e te n e r u n lib ro q u e q u e ré s y qu e
elegiste p o rq u e te g u s ta ... Es m u c h o m ás in te re san te te n e r u n
8 2 E l m a e s tro s in re c e ta s
a l u mn a : Lo q u e d a la e s c u e la n o m e p a r e c e m u y in te re s a n te .
a lu m n o s : Q u ie re d e c ir q u e ella ex p u so su o p in ió n ...
p f: ¡Aaaaah!
- C r e o q u e explicaste b ie n q u e le e r es algo n a tu ra l. C u a n d o
leía, se n tía q u e to d o e ra estar ley en d o y q u e e n to n c e s u n o
ya n ace leyendo. Yo te n ía eso e n la cabeza, p e n sa b a q u e e ra
n e ce sario te n e r u n a vivencia p a ra p o d e r e n te n d e r, q u e n o
servía p a ra n a d a q u e n o s e n se ñ a ra n cosas q u e están fu e ra d e
n u e stra vivencia. C reo q u e la m ay o ría d e las p erso n as te n ía n
esa idea. E n to n ce s fue m uy in te re sa n te ver c o n firm a d o e n tu
tex to lo q u e estaba p en sa n d o .
- L o q u e m e ayudó a e n te n d e r es q u e te n g o q u e j u n t a r le e r
c o n o tro s d escifram ien to s q u e h ag o , c o n lo q u e veo, oigo,
U n a c o n v e rs a c ió n c o n a lu m n o s 8 7
- P o r eso es m u c h o m e jo r y m u c h o m ás in te re s a n te el lib ro
q u e la película.
—N o es co m o te lo im ag in ab as...
a lu m n o s : Nos g u sta...
-N o , yo c re o o tra co sa ...
a l u mn o : Yo c r e o q u e e l lib ro tie n e q u e a d a p ta rs e a lo q u e a
v o s te g u s ta ...
a lu m n o s : ¡No!
pf : No , y o q u i e r o s a b e r c u á le s s o n lo s c r ite r io s q u e tie n e n
u s te d e s .
a lu m n o s : T a m b ién d e p e n d e d el m o m en to .
- D e p e n d e d e c ad a u n o ...
a l u mn a : Yo e s to y e n u n a e ta p a q u e m e g u s ta l e e r n o v e la s .
p f: M e p a re ce m uy b ien .
a lu m n o s :[Risas.] Yo le í u n a n o v ela a h o ra q u e te rm in ó
m al y llo ré to d a la ta rd e . [Risas.] P e ro al m ism o tie m p o fu e
b u e n o ...
p f: P e ro d ig a n o tra cu alid ad .
a lu m n o s : ¿O tra más?
a l u m n o s : Yo p ie n so lo m ism o.
-S í, n o es co m o le e r u n a e n c ic lo p e d ia ...
-E so es o tra co sa...
-N a d a q u e v e r...
-R ela cio n ás el lib ro n o sólo con vos, co n tus sen tim ien to s,
sin o co n lo q u e te rod ea.
U n a c o n v e rs a c ió n c o n a lu m n o s 9 3
-Y o c re o q u e el lib ro n u n c a se eq u iv o ca e n lo q u e dice. N u n ca
está e q u iv o c a d o ...
- N o , u n le n g u a je m ás p o ético .
-E s v erd ad .
p f: E so es.
h a sta c o n u n p o co d e d o lo r. Y ese p u n to d e d o lo r es el q u e ,
in clu so , p ro v o cará e n m í el gusto d e h a b e r s u p e ra d o el d o lo r.
a l u mn o :As í e l q u e n o t i e n e g a n a s d e l e e r n o v a a l e e r n u n c a . ..
pf : Eso ...
a lu m n o s : Y o tr a c o s a : t a m b i é n e s tá s m u c h o m á s a b i e r t o a lo s
te m a s d is tin to s q u e e s tá s le y e n d o . Y a s í e m p e z á s a d is tin g u ir
m e jo r lo s lib r o s q u e te g u s ta n d e lo s q u e n o te g u s ta n .
[H ab la n to d o s al m ism o tiem p o .]
a lu m n o s : [Risas.]
a lu m n o s : [Risas.]
a lu m n o s : [Risas.]
[M a c e ió , 1 7 d e n o v ie m b r e d e 1 9 9 0 .]
d a , S a n P a b ló , C o r te z , 1 9 9 5 [A M A F ],
1 0 4 E l m a e s tro sin re c e ta s
[ E s t e t e x t o s e p u b l i c ó p o r p r im e r a v e z p o r s u g e r e n c i a d e
M a jid R a h n e m a , a m i g o y a d m i r a d o r d e P a u lo F r e ir e ; la
s e g u n d a f u e p o r g e s t ió n d e M á r io S é r g i o C ó r t e la ( s e c r e t a r io
m u n ic ip a l d e E d u c a c ió n e n e l g o b i e r n o d e L u iz a E r u n d in a d e
S o u z a d e s d e ju n io d e 1 9 9 1 a d i c i e m b r e d e 1 9 9 2 ) . ] 3
3 L a a m is ta d e n tr e P a u lo y M a jid R a h n e m a s e fo r ta le c ió c u a n d o m i
e s p o s o c o la b o r ó e n lo s d e b a te s d e la C o m is ió n in te r n a c io n a l s o b r e e l
D e s a r r o llo d e la E d u c a c ió n , o r g a n iz a d a p o r la U n e s c o y p r e s id id a p o r
E d g a r F a u r e , d e la q u e M a jid - u n o d e s u s s e is m ie m b r o s - p a r t ic ip ó
e n c a lid a d d e e x m in is tr o d e E n s e ñ a n z a S u p e r io r y C ie n c ia s d e Ir á n
(1 9 6 7 -1 9 7 1 ) (flpprendre á étre, P a r is , F a y a rd - U n e s c o , 1 9 7 2 . C o le c
c ió n L e M o n d e s a n s F r o n tié r s ) . M a jid R a h n e m a fu e e m b a ja d o r d e Ir á n
e n la O r g a n iz a c ió n d e la s N a c io n e s U n id a s d u r a n t e d o c e s e m a n a s
c o n s e c u tiv a s e n la d é c a d a d e 1 9 7 0 . P o s te r io r m e n te c r e ó e n Ir á n u n
c e n tr o d e e s tu d io s in s p ir a d o e n la s id e a s d e P a u lo F re ir e .
E n 1 9 7 5 s e r e a liz ó e l c é le b r e E n c u e n tr o d e E d u c a c ió n d e A d u lto s e n
P e r s é p o lis , Ir á n , o r g a n iz a d o g r a c ia s a l e s fu e r z o d e la p r in c e s a h e r m a n a
e n c u e n tr o . E l a r g u m e n to d e la “ d ip lo m a c ia b r a s ile ñ a ” , p o r o r d e n d e B r a
C o n s te r n a d o , e l s a h c o n v o c ó a s u h e rm a n a y a M a jid R a h n e m a p a r a
d e c id ir q u é h a c e r d a d o q u e h a b ía n in v it a d o a P a u lo p o r s u g e r e n c ia d e l
e x m in is tr o . P o r s u p u e s to q u e e l a m ig o y a d m ir a d o r d e P a u lo , h o m b r e
d e c o n fia n z a d e l s a h , d e fe n d ió a l “ s u b v e r s iv o ” g a r a n tiz a n d o s u s b u e n a s
r e p r e s a lia d e l g o b ie r n o d ic ta to r ia l b r a s ile ñ o . L o s e d u c a d o r e s d e M o b r a l
p r e s e n te s e n e l e n c u e n tr o , b a jo la s ó r d e n e s d e s u p r e s id e n te e n a q u e lla
é p o c a , a b a n d o n a r e n e l lu g a r a n te s d e la le c tu r a d e l d is c u r s o d e P a u lo
y d e q u e s e le e n tr e g a r a e l p r e m io M o h a m m a d R e z a P a h le v i. P a u lo
re c o r d a b a c o n d o lo r e l m o m e n to d r a m á tic o e n q u e s u s c o m p a tr io ta s
a b a n d o n a r o n p r e m e d it a d a m e n te la s a la u n o p o r u n o y lo d e ja r o n “ s o lo ” .
L a c o m p r e n s ió n e s tr e c h a y m a lv a d a d e lo s d u e ñ o s d e l p o d e r d e tu m o
n o s o p o r t ó s iq u ie r a p r e s e n c ia r e l h o n r o s o h o m e n a je a la in te lig e n c ia
b ra s ile ñ a . M ie n tr a s P a u lo e r a p r o c la m a d o c o m o u n g r a n e d u c a d o r a
1 1 6 El m a e s tro s in re c e ta s
n iv e l m u n d ia l, la d ic ta d u r a p re fe r ía in s is tir e n e l a r g u m e n to d e q u e e ra
“ c o m u n is ta e ig n o r a n te ” ; a s í lo c a lif ic a r o n d e s p u é s d e l g o lp e d e m a r z o
d e 1 9 6 4 . E l títu lo d e e s te d iá lo g o e s ta m b ié n e l d e u n lib r o d e P a u lo
F re ir e y D o n a ld o M a e e d o . [A M A F ]
A lfa b e tiz a c ió n : le c tu ra d e l m u n d o , le c tu ra d e la p a la b ra 1 1 7
o la e d u c a d o ra a los e d u c a n d o s y e d u c a n d a s e n el s e n tid o
d e e je rc ita r la o ra lid a d d e m a n e ra sistem ática. E sa o ra li
d a d , a d e m á s, e stá p re s a n e c e s a ria m e n te e n lo q u e llam o
“le c tu r a d e l m u n d o ”; la le c tu ra d e l m u n d o es el o rig e n d e
la in v e n c ió n d e la e s c ritu ra d e la p a la b ra , p u e sto q u e fu e
la le c tu r a d e l m u n d o la q u e c o n d u jo al a n im a l h u m a n o a
re g is tra r m e d ia n te sig n o s los so n id o s c o n q u e ya “d e c ía ” el
m u n d o . E n to n c e s, la a lfa b e tiz a c ió n im p lic a re c o n o c e r el
p u n to d e p a r tid a d e la le c tu ra d e l m u n d o , im p lica p e n s a r
e n q u é niveles se p re s e n ta la le c tu r a d e l m u n d o o cu áles
so n los niveles d e s a b e r q u e la le c tu ra d e l m u n d o revela,
y a p a r tir d e l a p re n d iz a je d e la e s c ritu ra y d e la le c tu ra d e
la p a la b ra q u e se e sc rib ió volver, c o n u n c o n o c im ie n to a u
m e n ta d o , a r e le e r e l m u n d o . In c lu so d iría : le e r la le c tu ra
a n te r io r d e l m u n d o . Y r e c u e r d o q u e e n a q u e l e n c u e n tr o ,
a h o r a u n p o c o a le ja d o d e este m o m e n to e n q u e n o s e n c o n
tra m o s , d isc u tim o s esto.
V am os a re to m a r e n to n c es la cu estió n d e la le c tu ra del
m u n d o , de la le c tu ra d e la p alab ra, q u e n e cesariam en te está
v in cu lad a c o n d ife re n te s niveles d e saber-el-m undo im plícitos
en su lectu ra, y p o r lo ta n to tie n e q u e ver c o n có m o n o s posi-
cio n am o s fre n te a los dos polos: el d el sab er in g e n u o y el del
sab er riguroso.
Es co m o si n o so tro s, u ste d - e s e físico cu rio so q u e
p o rta u n a in g e n u id a d necesaria, sie m p re n iñ o p o r
eso m ism o - y yo - u n p e d ag o g o bastan te m ás viejo
y p o r lo ta n to c o n u n estilo y u n tiem p o d e lectu
ra d el m u n d o a n te rio r al suyo p o r varios a ñ o s-, revisáram os
a h o ra n u estras fo rm as individuales y co n ju n tas d e p e n sa r la
d in ám ica d e estos d o s p olos d el saber.
Es in te re s a n te o b se rv a r esa lu c h a q u e c a d a u n o d e n o
so tro s e n f r e n ta e n tr e el s a b e r in g e n u o y u n a rig u ro s id a d
m ás lím p id a , s in m e te rs e c o n la id e o lo g ía p o rq u e s ie m p re
h a b r á u n a e sp e c ie d e s o m b ra id e o ló g ic a e n la rig u ro s id a d
p ro p ia m e n te d ic h a c o n q u e d ev elam o s la p r o p ia id e o lo g ía .
Mi p rá c tic a h a sid o esta: la p rá c tic a d e p e n s a r rig u ro s a m e n
1 1 8 E l m a e s tro s in re c e ta s
m á rc io d ’o l n e E sta es u n a o p o r tu n id a d in m e
cam po s:
jo r a b le p a ra rev isar n u e stra s co n v ersa cio n es a n te rio re s y
e m p e z a r a sistem atiz ar los tem as d e d e b a te e n n u e s tro s e n
c u e n tro s . U sted sab e q u e d e sd e h a ce tie m p o m e p re o c u p a
la re la c ió n e n tr e los c o n o c im ie n to s p o p u la r, trib a l y c ie n
tífico . A p ro v e c h a n d o q u e m e n c io n ó la r e le c tu r a d e lo q u e
ya se leyó e n el m u n d o , re c o rd e m o s el caso d e las p o b la c io
A lfa b e tiz a c ió n : le c tu ra d e l m u n d o , le c tu ra d e la p a la b ra 1 1 9
res y las ed u cad o ras siem pre resp eten los niveles d e co n o ci
m ien to q u e los n iños tra e n a la escuela y q u e te rm in a n p o r
m arcar, p o r ex p resar lo q u e p o d ríam o s d e n o m in a r id e n ti
d a d c u ltu ral d e los niños q u e llegan a la escuela, y q u e
n ecesariam en te pasa p o r el rec o rte d e la clase social.
N o hay razones p a ra n o h ab lar aq u í d e los n iñ o s ya q u e
el A ño In tern acio n al d e A lfabetización n o p o d ría, bajo
n in g ú n co n cep to , d ejar de lado la p re o c u p ac ió n p o r los
m illones d e niñas y n iños que e n el m u n d o hoy n o tie
n e n posib ilidad d e a p re n d e r a leer y escribir y q u e se su m arán
a los m illones d e jóv en es y adultos analfabetos.
A mi e n te n d e r, el resp eto a esa id e n tid a d cu ltu ral d e los
n iñ o s q u e, co m o dije, tien e u n reco rte d e clase es co n d ició n
fu n d a m e n tal p a ra q u e el ed u cad o r trab aje co n eficacia - e n
A lfa b e tiz a c ió n : le c tu r a d e l m u n d o , le c tu r a d e la p a la b ra 1 2 1
d e re sp e to revela in c o m p e te n c ia ta m b ié n e n el p la n o c ie n tí
fico, p o rq u e n o sólo se tra ta d e u n a o p c ió n p o lítica. Lo q u e
yo h ag o co n ese “sa b e r h e c h o d e e x p e rie n c ia ” q u e el n iñ o
tra e a la escuela, y có m o lo h ag o o d e jo d e h a c e rlo , es u n a
c u estió n político-id eo lóg ica. N e g a r ese sa b e r es sin ó n im o
d e in c o m p e te n c ia cien tífica, ad em ás d e u n a m a n ifestació n
re a c cio n a ria .
A lfa b e tiz a c ió n : le c tu ra d e l m u n d o , le c tu ra d e la p a la b r a 1 2 3
m doc: Es u n a in c a p a c id a d d e u tiliz a r u n a m e to d o lo g ía e n e l
h a c e r - e n e l a c to - p a ra , e s ta n d o e n el m u n d o , c o n s tru ir u n a
m e to d o l o g í a c o n s e c u e n t e e n l a d in á m i c a d e l a v iv e n c ia .
n o s g e n e ra d o re s in serto s e n el c o n te x to m ás a m p lio d e la
re lac ió n H o m b re / N atu raleza p ro p ia d e la c u ltu ra local.
P o r lo ta n to la c o n d ic ió n inicial es d e a p re n d iz o c o n stru c
to r d e c o n o c im ie n to , y es u n a c o n d ic ió n d e in g e n u id a d . O
sea, c u a n d o u ste d dice q u e el c am in o d e la in g e n u id a d es
n e ce sario p a ra q u e se alcance la rig u ro sid a d , es n e ce sa rio
q u e co m o e d u c a d o re s cam in em o s c o n n u e s tra p ro p ia in g e
n u id a d p a rtie n d o d e la in g e n u id a d d e l o tro . E n el c o n te x to
esc o lar d eb em o s p a rtir de la “c u ltu ra del n iñ o ” q u e lleg a al
saló n d e clase.
AI I
estam o s inserto s e n u n a rea lid ad d a d a o e n u n u niverso
local q u e tien e la p o te n c ia lid ad d e e x te n d erse a o tros
universos.
Esto se vuelve fu n d a m e n ta l e n la convivencia d el ser
h u m a n o co n su m e d io am b ien te, d o n d e re c o n o c e “esas
p a la b ra s”. A p a rtir d e su le c tu ra fo rm u la signos p a ra la
p e rc e p c ió n d e los fe n ó m e n o s q u e tien e d ela n te: c rea sím
b olos d u ra n te su co m u n ic a ció n co n el m u n d o . D eb em o s p e n
sar ese sim bolism o co m o u n fe n ó m e n o g e n e ra d o r an álo g o a
la p a la b ra g e n e ra d o ra ; los dos se m ezclan e n la le c tu ra d el
m u n d o y e n la g e n e ra c ió n d e los tem as d e c o n stru cc ió n de
c o n o c im ien to , los tem as g en erad o res.
Si p e n sa m o s e n el fe n ó m e n o g e n e r a d o r , p o d e m o s p e n
sar, in c lu so , e n la p a la b ra c o m o f e n ó m e n o , d ic h a d e n tr o
d e u n c o n te x to . Si la c o n sid e ra m o s c o m o u n fe n ó m e n o
m o m e n tá n e o , la p a la b ra p u e d e ser te m a tiz a d a e n n u e s
tra c o m u n ic a c ió n c o n el m u n d o . E n este p ro c e so el te m a
p u e d e e s ta b le c e rse d e m a n e ra in m e d ia ta ta n to a p a r tir d e
la p a la b ra c o m o d e c u a lq u ie r o tr o fe n ó m e n o , c o m o si m i
rá ra m o s la r e a lid a d a través d e u n a c á m a ra fo to g rá fic a y
u s á ra m o s p r im e r o u n g ra n a n g u la r y d e sp u é s c e rrá ra m o s
el c a m p o d e visió n c o n u n z o o m h a sta r e c o r ta r la n a tu r a
leza p a r a a n a liz a r esa p a la b ra in s e rta e n el m u n d o . E n to n
ces, esa p a la b ra / fe n ó m e n o g e n e r a d o r a p u e d e d is p a ra r
el d e se o d e c o n o c e r el m u n d o a través d e ese e n fo q u e /
e n c u a d re . Y a p a r tir d e ese e n c u a d re p u e d o y d e b o am
p lia r, g e n e ra liz a r. P e ro tal vez n e c e s ite m ira r las cosas e n
u n c o n te x to d e m a y o r e x p e rim e n ta c ió n . E n to n c e s llevo el
e n fo q u e a u n la b o r a to rio , d e sd e u n a p e rsp e c tiv a c o n v e n
c io n a l. A q u í se im p o n e u n id a y v u e lta e n tr e el la b o ra to rio
y el m u n d o , d e s d e u n la b o r a to rio c o n v e n c io n a l a lo q u e
a c o s tu m b ro lla m a r - c o m o re c u rs o p e d a g ó g ic o - la b o ra to -
1 3 0 B m a e s tro s in re c e ta s
rio v ivencial, q u e es s in ó n im o d e m e d io a m b ie n te p o rq u e
in c lu y e el c ielo y la tie rra .
El m e d io a m b ien te co n el h o m b re in se rto e n él, interac-
tu a n d o c o n el ser h u m a n o , p a ra q u e p o d am o s restitu ir el
v ín cu lo so cied ad / n atu raleza y p ro d u c ir cu ltu ra. E n este sen
tid o , las ideas d e fe n ó m e n o g e n e ra d o r y te m a g e n e ra d o r apa
re c e n c u a n d o e n m i reco rte del m u n d o vuelvo al m u n d o p a ra
re c o n stitu ir m i p e rc ep c ió n / observación / e x p erim en tació n
e n u n tem a in te g ra d o a su co n tex to n a tu ral, socioeconóm ico,
cu ltu ral, ideológico, etc. Y lo tem atizo co m o algo am p lio q u e
se in c o rp o ra rá a m i reflexión, m i vivencia y m i visión d el m u n
d o. P e ro e n alg u n o s casos p u e d e no ex te n d erse d e m a n e ra tan
am plia. P u e d o observar u n fen ó m e n o y q u e re r an alizar ese
fe n ó m e n o específico y local e n c u a d rá n d o lo e n u n fotogram a.
Ese p ro ce so g e n e ra lo q u e yo d e n o m in o TIM : tem a in stan tá
n e o d e m otivación. Se tra ta d e u n a m otivación q u e d u ra p o co
p e ro es im p o rta n te p a ra la co n stru cció n d e la lec tu ra d el m u n
d o e n el sen tid o m ás am p lio d e los tem as g e n erad o res.
H em o s d esarro llad o estas ideas e n las p rácticas d el A ldeba-
ra n -O b se rv a to rio a O lh o N u d e la U n ic a m p - y e n trabajos
d e e tn o c ie n c ia y ed u cació n . H a n sido m u y im p o rta n te s en
n u e stro s trabajos so b re ed u cació n m e d io am b ien tal. A h o ra
b ien , ¿cóm o c a m in a r e n d irecció n a la rig u ro sid ad ? B u en o ,
co n tam o s co n h e rram ie n ta s p a ra h acerlo . N u e stra so cied ad
las tien e. Las h e rra m ie n ta s son los libros, el c o n o c im ien to
q u e se co n stru y ó h asta a h o ra , el lab o rato rio co n ven cio n al, el
s ab e r in stitu id o , el c o n te n id o p ro g ram ático . N o in te n to n e
g a r n a d a d e eso; sólo q u ie ro reco n o ce rle s su d e b id o lu g a r y
c o n te x to p a ra n o o b lig ar a los alu m n o s a sen ta rse e n el b an co
d e l saló n d e clase y e scu ch ar y ad iestrarse y h a c e r ejercicios
e n u n c ia d o s p o r tercero s. T en em o s q u e estar-en -el-m u n d o le
y é n d o lo y vivenciándolo.
O rio n . T o d o s estos son ejem plos d e ind icad o res d el calen d ario
n atu ral y social local d e Cam piñas y sus alred ed o res. Son re p re
sentaciones del tiem p o e n el espacio vivencial. Esto sin co n ta r
los tiem pos d el m ito, los tiem pos del sueño, el tiem p o históri
co: e n fin, todos los tiem pos vivenciales q u e d efin en n o sólo
los relojes n aturales y los “calendarios” locales sino tam b ién el
p ro p io c o n tex to am biental, n atu ral y social fu e ra del tiem p o
cíclico: e n las representaciones lineales del uso, d e la ed ad y d e
los tiem pos generacionales. Y eso p o d ría n o rte a r, p o d ría o rien
tar u n a actuación e n el m u n d o , u n a vivencia del m u n d o , ayu
d á n d o n o s a pasar d e la in g en u id ad local a la rig u ro sidad local.
A ntes q u e las disciplinas, y trascen d ién d o las, las categorías
d e tiem p o y espacio nos o rd e n a n , n os sitú an p a ra m ira r el
m u n d o sin el sesgo d e las disciplinas. Esas categorías, in d e
p e n d ie n te s d e las disciplinas, nos sitú an h istó rica m e n te y nos
d a n lib e rtad p a ra c o n stru ir el co n o cim ien to . C o n eso, y con
c o n cien cia histórica, ten em o s tam b ién la lib e rtad d e transi
ta r las disciplinas en fu n ció n de las cu estio n es q u e n os p la n
team o s e n n u e stro estar-en-el-m undo. E n este sen tid o h e in
sistido m u c h o en el co n cep to d e “tra n sd iscip lin arid ad ”, q u e
c o n d u c e a tra sc e n d er las disciplinas p a ra p o d e r p e rc ib ir el
m u n d o a p a rtir d e las categorías d e tiem p o y espacio. Y qu e,
m ás allá d e eso, sugiere u n trán sito lib re p o r las disciplinas; o
sea, u n trá n sito e n tre especializaciones q u e re q u ie re el u so de
“h e rra m ie n ta s” específicas.
Esa h a sido n u e stra p o stu ra m eto do ló g ica, n o sólo e n el
ejercicio d e la e tn o cien c ia e n el cam p o , sino tam b ié n e n la
escuela. Eso n o s p e rm ite m ira r el m u n d o p a rtie n d o d e u n a
in g e n u id a d q u e, p o co a poco, va sistem atizándose y situ án
d o se e n el tie m p o y el espacio. Así p o d em o s re c o n o c e r e n los
co n o cim ien to s d e o tra cu ltu ra, o e n la “c u ltu ra d e l a lu m n o ”,
n o n u estras p ro p ias disciplinas sino otras esp ecialid ades o las
“d isciplinas” del otro.
[M a n u s c r ito e n v ia d o e n o c a s ió n d e u n a c o n fe r e n c ia
e n M a la s ia , 1 9 9 3 . ]
el c o n tra rio , si la p o s m o d e rn id a d - c o m o la m o d e rn id a d ,
c o m o la tra d ic io n a lid a d -, p e se a su c o n ju n to su stan tiv o d e
c o n n o ta c io n e s , im p lic a u n a n e c e sa ria c o n tin u id a d q u e ca
ra c te riz a a la h is to ria m ism a e n ta n to e x p e rie n c ia h u m a n a
cu y a fo rm a d e ser se e sc u rre d e u n a p ro v in c ia d e tie m p o a
la o tra . E n este s e n tid o c ad a p ro v in cia se c a ra c te riz a p o r la
p re p o n d e r a n c ia , n o p o r la exclu siv id ad , d e sus c o n n o ta c io
n e s. A m i e n te n d e r la p o s m o d e rn id a d - c o m o a n te s la m o
d e r n id a d y a n te a y e r la a n tig ü e d a d tra d ic io n a l- , al c o n d i
c io n a r a h o m b re s y m u je re s e n ella in se rto s e in v o lu cra d o s,
n o m a ta n i m a tó lo q u e llam am o s su naturaleza, q u e sin se r
u n a p rio ri d e la h is to ria se co n stitu y e so c ia lm e n te e n ella
y só lo e n ella.
T al vez p u e d a d ecir, v alién d o m e d e m i p ro p io a rg u m e n to ,
q u e la fu erza d e la h isto ria e n cuya e x p erie n c ia se co nstituyó
o v ien e co n stitu y én d o se y reco n stitu y én d o se la n a tu ra le z a h u
m a n a es suficiente p a ra re h a c e rla p o r co m p leto , d e m o d o tal
q u e a lg ú n d ía los h o m b res y las m u jeres ya n o se reco n o zc a n
e n lín eas g en erales co m o seres siq u iera re m o ta m e n te p areci
d os a sus an tep asad o s.
Sin em b arg o , p a re ce ind iscu tib le q u e ciertas e x p resio n es o
ciertas form as d e ser n o so tro s c o m p o n e n te s d e la n a tu ra
leza h u m a n a se ex terio rizan e n el tie m p o y e n el espacio
d e m a n e ra d ife ren te. Sin em b arg o , esa m a n e ra dife-
re n te e n q u e se m an ifiestan n o las n iega.
A lo larg o d e la h isto ria se im p u so a m u je re s y h o m
b res, p o r ejem p lo , la necesid ad d e te n e r certezas resp ec
to d e l m u n d o . C ertezas c o n trarre sta d as p o r du d as.
A tal p u n to se im p u so esta n ecesid ad a los seres h u m a n o s
q u e su au sen cia e ra u n o b stácu lo a la convivencia h u m a n a .
L n a d e las características d e la m o d e rn id a d , p ro v e n ie n te
d e la cien tificid ad q u e se p ro lo n g ó e n cientificism o, fu e la
m istificación d e la certeza. El p e n sa m ie n to c ien tífico in stau
ró d o g m á tic am en te la certeza d em asiad o firm e e n la certeza.
E x a ctam e n te co m o , an tes d e eso, la relig io sid ad h a b ía d o g
m atizad o su certeza.
D e b a te s o b r e la p o s m o d e m id a d 1 4 1
Los m é to d o s rig u ro so s p a ra la a p ro x im a c ió n y a p r e h e n
sió n d e l o b je to m istificaro n la c erteza - a n te s d e cu alid a d di
f e r e n te - a falta d e rig u ro sid a d m etó d ica. F u e esta rig u ro sid a d
m e tó d ic a o su m istificación, o tam b ié n la m istificación d e la
m ay o r e x a c titu d d e los hallazgos e n la m o d e rn id a d , la q u e
n e g ó la im p o rta n c ia d e los sentidos, d e los deseos, d e las em o
cio n es, d e la p a sió n e n los p ro c e d im ie n to s o e n la p rá c tic a d el
c o n o c e r.
E n tie n d o , p o r o tr a p a rte , q u e así co m o h u b o pro g resistas y
re tró g ra d o s e n la a n tig ü e d a d y en la m o d e rn id a d , ta m b ié n los
hay e n la p o s m o d e m id a d . H ay u n a fo rm a re a c c io n a ria d e ser
p o s m o d e m o , así c o m o hay u n a fo rm a p ro g resista de serlo.
L a p o s m o d e m id a d n o está e x e n ta d e conflictos y, p o r c o n
sig u ien te, d e o p cio n es, d e ru p tu ra s, d e decisiones.
A m i e n te n d e r , la p rá c tica educativa p ro g re sista m e n te pos-
m o d e rn a - s ie m p re m e inscrib í e n ella, d e sd e m i tím id a ap a
ric ió n e n los añ o s c in c u e n ta - es la q u e se fu n d a e n el resp e to
d e m o c rá tic o h a cia el e d u c a d o r co m o u n o d e los sujetos d el
p ro c e so y tie n e e n el acto d e e n se ñ a r-a p re n d e r u n a in stan cia
c u rio s a y c r e a d o r a e n la q u e los e d u c a d o re s r e c o n o c e n y
r e h a c e n c o n o c im ie n to s ya sabidos y los e d u c a n d o s se a p ro
p ia n y p ro d u c e n lo a ú n n o sabido. Es la q u e d e so c u lta verd a
d es e n lu g a r d e esc o n d e rlas. Es la q u e e stim u la la b elleza d e
la pureza c o m o v irtu d y se b ate a d u e lo c o n tra el puritanism o e n
ta n to n e g a c ió n d e la v irtu d .
Es la q u e , h u m ild e , a p re n d e d e l lid e ra z g o y rech aza la
a rro g a n c ia .
C o n m i a b ra zo fra te rn o .
[ R e c it e , f e b r e r o d e 1 9 9 7 . ]
b ia e n la d ire c c ió n so ñ ad a. P e ro d e b em o s sab e r
q u e el cam b io n o es individual sin o social c o n
u n a d im e n s ió n individual. ¡Pero el cam b io es
posible!
P a ra te rm in a r -fin a lm e n te h a b lé q u in c e m in u to s
d e m is nostalgias y añ o ran zas, p e ro n o m e a rr e p ie n to -, d iré
q u e el p a p e l d e la e d u ca c ió n es m uy im p o rta n te . A lg u n a vez
se p e n só q u e la e d u ca c ió n lo p o d ía to d o y a lg u n a vez se p e n só
q u e la e d u c a c ió n n o p o d ía n a d a. C reo q u e el g ra n valo r d e
la e d u c a c ió n ra d ic a e n q u e , si b ie n n o lo tie n e to d o , p u e d e
m u c h a s cosas. Y n u e stra ta re a c o m o e d u c a d o re s n o es o tra
q u e re fle x io n a r so b re lo posible. P o rq u e lo p o sib le ta m b ié n
está c o n d ic io n a d o histó rica, social e id e o ló g ic am e n te. Lo q u e
h o y es p o sib le e n R ecife, p o r ejem p lo , n o n e c e sa ria m e n te es
p o sib le e n C a r u a r u ... y viceversa. Al fin d e cu en tas es necesa
rio d e sc u b rir los c o n d ic io n a m ien to s h istóricos, sociales, p o lí
ticos, etc., d o n d e se d a n o n o se d a n las p o sib ilidad es. Y diag
n o stic a r esas p o sib ilid ad es es la e n o rm e ta re a d el e d u c a d o r y
la e d u c a d o ra j u n t o a o tro s p ro fesio n ales.
P o r eso q u ie ro d ejarles el a lm a lle n a d e esp eran za. Sin es
p e ra n z a n o p o d e m o s siq u iera e m p e z a r a p e n s a r la e d u ca ció n .
Las m a trices d e la e sp e ran z a so n las d e la educabilidad d el ser,
d e l s e r h u m a n o . N o es p o sib le ser in co n clu so s y co n scien tes
d e esa in c o n c lu sió n , co m o lo som os n o so tro s, y n o buscar.
L a e d u c a c ió n es ese m o v im ien to d e b ú sq u e d a , esa b ú s q u e d a
p e rm a n e n te .
C re o q u e los cursos, los e n c u e n tro s d e fo rm a c ió n d o n d e se
e stu d ia n p ro b le m a s c o m o este so n e n c u e n tro s fu n d a m e n ta
les q u e n o s a y u d an a seg u ir e n fre n ta n d o obstáculos. Sin em
b a rg o , n o d e b e m o s p e rm itir q u e se n o s ag o te la esp eran za,
q u e la lu c h a acab e. Y d esd e ese lu g a r p ro fu n d o d o n d e a rrai
g an m is co n v iccio n es p ed ag ó g icas y políticas les digo: a mis
75 añ o s ten g o , n o d e sd e el p u n to d e vista físico sino d esd e
u n a p ersp ec tiv a m o ra l e in te le ctu a l, m ás fu erza p a ra lu c h a r
q u e c u a n d o te n ía 25: p re c isa m e n te c u a n d o estab a a q u í m is
m o , e n el Sesi, co T n en zan d o ... Yo n o a c e p to q u e mi e sp e ran
1 5 4 E l m a e s tro s in re c e ta s
D iá lo g o c o n lo s p a r t ic ip a n te s
L a c u e s t ió n d e la e s c r it u r a y la le c tu r a
Q u e n o s guste o n o n o s guste leer está re la c io n a d o c o n la p ro
p ia e x p e rie n c ia in telectu al. N o ten g o n in g u n a d u d a d e q u e
la escu ela n o es la ú n ic a resp o n sab le, p e ro u n a d e sus tareas
p rim o rd ia le s d e b e ría ser estim u lar el gusto p o r la le c tu ra e n
los alu m n o s. Y n o siem p re lo hace. P o r o tra p a rte B rasil - n o
sólo Brasil, p e ro m e referiré a n u e stro c a s o - h a vivido u n a ex
p e rie n c ia b asta n te d ram ática. Brasil inten sificó la co m u n ica
c ió n visual a través d e la televisión e n vez d e ay u d ar a q u ien e s
n o te n ía n e x p erie n c ia d e lectu ra a s u p e ra r esa d ificu ltad . Es
d e c ir q u e la televisión llegó al país cu an d o la g e n te tod av ía n o
c o n o c ía la lectu ra. N osotros tsn e m o s u n a c u ltu ra p re p o n d e -
ra n te m e n te o ral e n cierto s lugares, m ien tras q u e e n o tro s hay
u n a c u ltu ra o ra l... n o p re p o n d e ra n te , p e ro o ral al fin. P ara
q u e te n g a n u n a id ea, e n 1968, céleb re a ñ o d e la sublevación
d e la ju v e n tu d e n el m u n d o , yo estab a ex iliad o e n C hile y
la U n esco m e llam ó a París. Viajé allí e n ju n i o d e 1968, es
C a m b ia r e s d ifíc il, p e ro e s p o s ib le 1 5 5
4 S ig la c o r r e s p o n d ie n te a l M o v im ie n to d e C u ltu r a P o p u la r c r e a d o e n
R e c if e e l 1 3 d e m a y o d e 1 9 6 0 p o r M ig u e l A r r a e s , e n to n c e s a lc a ld e d e
la c a p ita l p e m a m b u c a n a . F u e e n e s e m o v im ie n to d o n d e P a u lo r e a liz ó
la p r im e r a e x p e r ie n c ia d e a p lic a c ió n d e lo q u e m á s ta r d e s e c o n o c e r la
c o m o e l ‘ m é t o d o P a u lo F re ir e ’ . P a u lo F r e ir e f o r m ó p a r t e d e l C o n s e jo
d e D ir e c c ió n d e l M C P , e x tin to , c o m o o tr o s m o v im ie n to s p o lí t ic o -
e d u c a tiv o s , p o r e l g o b ie r n o m ilita r p o c o d e s p u é s d e l g o lp e d e m a r z o
d e 1 9 6 4 . [A M A F ]
1 5 6 El m a e s tro s in re c e ta s
e s c r ib a ,5 d u r a n te u n a ñ o , so b re su e x p e r ie n c ia p o lític o -
p e d a g ó g ic a . Y q u e lleg u e a ser p refec to tam b ién , p e ro q u e
an tes d ig a q u é fu e el MCP. Q u e P aulo Rosas e scrib a so b re el
M CP, q u e A n ita Paes B arreto, u n a de las in telectu ales m ás se
rias n o sólo d e Recife sino de to d o este p a ís ... ¡que A n ita tam
b ié n escriba! Yo estoy b u scan d o e n San P ab lo g e n te in te re sa
d a e n g ra b a r m em o ria s... ¡N osotros n o te n e m o s m em o ria! Y
u n a d e las características d e n u e stra c u ltu ra es p re c isa m e n te
la m e m o ria m ás oral, q u e n o se graba.
P a ra q u e te n g a n u n a id e a d e la o ra lid a d d e n u e stra c u ltu ra,
p ie n se n q u e yo soy c o n sid erad o , e n tre los in telectu ales brasi
leños, co m o u n esc rito r d e best-sellers. ¿U stedes sab e n cuál es la
can tid a d de ejem p lares d e u n a ed ició n n o rm al, d igam os del
lib ro d e u n jo v e n escrito r q u e recién com ienza, e n San Pablo?
T res m il ejem p lares. ¡Q uiere d e cir q u e u n su jeto q u e v en d e
tres m il ejem p lares e n u n añ o en San P ab lo es c o n sid era d o
u n g ra n v e n d e d o r d e libros! Brasil n o c o m p ra n i v en d e n i lee
m u ch o s libros.
O tro a rg u m e n to p a ra n o leer es q u e los salarios d e los
m aestros y las m aestras, e n este país, so n p o r c o m p le to invia-
bles. ¡Hay q u e g a n ar lo q u e ganam os nosotros! Y m e incluyo
e n eso. Yo soy u n intelectu al, u n d o c e n te a típ ico e n Brasil,
p o rq u e h ag o otras cosas: v en d o libros, escribo, salgo, doy co n
feren cias e n Brasil y fu e ra del p a ís... Y eso ta m b ié n significa
d in e ro . ¿¡Pero im ag ín en se si u n su jeto q u e g a n a 400 o 500
reales va a a n d a r co m p ra n d o libros!? ¡Y cu an to s m e n o s libros
c o m p ra, m en o s le gusta leer! ¡Y su d efe n sa es n o lee r, si b ie n
se piensa!
5 A te n t o a lo s in s is te n te s p e d id o s d e P a u lo y a s u s p r o p io s d e s e o s ,
v ita c ió n d e G e r m a n o e s c r ib í u n te x t o p a r a e s e v o lu m e n t it u la d o “ P a u lo
F r e ir e e n te n d e u q u e h o m e n s e m u lh e r e s p o d e m m u d a r o m u n d o ” ,
p p . x x v - x x v iii. [A M A F ]
C a m b ia r e s d ifíc il, p e ro e s p o s ib le 1 5 7
L ím it e s y p o s ib ilid a d e s d e la e d u c a c ió n
C u a n d o re fle x io n o so b re los lím ites d e la e d u c a c ió n y las
p o sib ilid ad es d e la e d u c a c ió n d e b o c u id a rm e d e n o e x ag e
r a r los asp ecto s p ositivos y n o e x a g e ra r los asp ecto s n e g a ti
1 5 8 E m a e s tr o s in re c e ta s
C reo q u e lo m e jo r q u e p o d e m o s h a c e r es n o c a e r e n lo q u e
p o d ríam o s llam ar o p tim ism o p ed ag ó g ico , seg ú n el cu al la p e
d ag o g ía to d o lo p u e d e , p e ro tam p o co e n el p esim ism o p e d a
gógico, seg ú n el cual la p e d ag o g ía n a d a p u e d e . C reo q u e los
añ o s sesen ta e n Brasil - y n o sólo a q u í sin o e n to d a A m érica
L a tin a - rev elaro n algo d e la p rim e ra p o sib ilid ad , la p rim e ra
ten d e n c ia , q u e e ra a d m itir q u e la e d u cació n p o d ía casi to d o ;
p e ro e n los añ o s se te n ta caím os e n el p esim ism o p ed ag ó g i
co, y a p a rtir d e los añ o s o c h e n ta y n o v en ta c re o q u e se e stá
b u scan d o a nivel m u n d ia l u n a co m p re n sió n m ás crítica, m ás
radical d e la p rá c tic a ed u cativ a q u e d e sn u d e las d ificu ltad es y
las posib ilidad es d e la ed u cac ió n .
P a la b r a g e n e r a d o r a y c o n s tr u c tiv is m o
C reo q u e hay lib e rta d y hay equívocos. E n Brasil, p o r ejem
p lo , h ay q u ien es d ic e n - a u n q u e hoy se d ice c ad a vez m e n o s -
q u e d esp u és d e E m ilia F e rre iro , P aulo F reire ya fue. C reo , e n
p rim e r lug ar, q u e esa afirm ació n carece d e fu n d a m e n to cien
tífico y filosófico. N ad ie y a fue, to d o el m u n d o está sien d o .
E n to n ces, esta es u n a a firm ació n in c o m p e te n te . Y h asta m e
d a p e n a el q u e la hizo. C reo q u e es u n e rro r. E m ilia F e rre iro
es, sin d u d a alg u n a , u n a d e las m ayores investigadoras actu a
les e n el cam p o d e la p sico lin g ú ística y la sociolingüística. N o
cab e la m e n o r d u d a d e eso. R e c u erd o u n a c o n v ersació n q u e
tuvim os en San P a b lo y d esp u és, n o h ace m u c h o , e n los Esta
dos U n id o s. Y r e c u e rd o q u e ella m e dijo: “P a u lo , u n a d e las
g ra n d e s d ificu ltad es q u e te n e m o s es có m o e n fre n ta r la m iti-
ficación d e la in v estig ació n. Q u ie ro decir, e n el fo n d o yo soy
u n a in v estig ad o ra”. Y a veces p re te n d e n q u e ella sea d ife re n te
de algo de lo q u e , a q u ié n se le o c u rriría d iscu tirlo , es d ife re n
te. P e ro yo d iría, inclu so , q u e a Em ilia le falta - a u n q u e h oy ya
se a p ro x im a - p re c is a m e n te algo q u e a m í n o m e so b ra p o r
q u e lo ten g o e n la m e d id a c o rrecta, q u e es la c o m p re n sió n
d e la politicidad d e la e d u c a c ió n del len g u aje. Q u ie ro d ecir, la
p re o c u p a c ió n p e d a g ó g ic a ja m á s ap arec e n e u tr a e n mí, ja m á s
a p arec e en s í L a e d u c a c ió n es siem p re u n m o m e n to p o lítico.
1 6 0 B m a e s tr o s in re c e ta s
Yo q u e ría lo g ra r q u e el h o m b re y la m u je r co m u n es se des
c u b rie ra n co m o individuos capaces d e h a c e r cu ltu ra, a u n q u e
fu e ra n an alfab eto s. ¿Y por qué y para qué? D esde el m o m e n to
e n q u e el alfab etizan d o - y lo h e d e m o s tra d o - p e rc ib e q u e
ex cav and o u n ag u jero e n el suelo y e n c o n tra n d o ag u a y h a
c ie n d o el p o zo h ace cu ltu ra, d esd e el m o m e n to e n q u e d es
c u b re q u e p u e d e cam b iar u n m u n d o y u n a n a tu ralez a q u e él
n o hizo, ¿p o r q u é n o p o d ría cam b iar el m u n d o d e la cu ltu ra,
q u e es el m u n d o d e la política, q u e es u n m u n d o q u e él hizo
o q u e le lev a n taro n encim a?
Y a h í es d o n d e , p o r ejem p lo , ya n o ten g o n a d a q u e ver con
E m ilia. Q u ie ro d ecir, las p reo cu p acio n e s d e E m ilia ja m á s la
llevaron a d iscu tir esto. Lo q u e E m ilia hizo y c o n tin ú a ha
c ie n d o es investigar la p ro d u c c ió n del len g u aje. ¡Y es u n a
c o n trib u c ió n ex trao rd in aria! Mi p re o c u p ac ió n e ra otra: n o
se su straía al m o m e n to p e ro lo so brepasaba. Lo q u e yo q u e
ría e ra c o m b a tir la id eo lo g ía fatalista q u e dice q u e Dios o el
d e stin o so n resp o n sab les p o r la esp an to sa vida d el ex p lo tad o
y el d o m in a d o . Yo q u e ría q u e el cam p esin o e x p o lia d o p erci
b ie ra p o r fin q u e su m iseria n o se explica in v o can d o a Dios
o al d e stin o o al h ad o , sino q u e son las relacio n es sociales
d e p ro d u c c ió n las q u e ex p lican su vida. Y q u e p e rc ib ie ra la
in stru m e n ta lid a d científica, q u e e ra la siguiente: si yo p u e d o
cam b ia r u n m u n d o q u e n o hice, ¿por q u é n o cam b io el m u n
d o q u e hago? ¿Por q u é n o voto d iferen te? ¿Por q u é n o pien so
d iferen te? ¿Por q u é n o lu ch o diferente?
Esa e ra m i p reo c u p ació n . ¡Eso es alfabetizar p a ra mí! La
alfab etización q u e se q u e d a e n el bla ble bli blo bliu. B u en o ,
tam p o c o d iría q u e n o vale n a d a ... C reo q u e h asta sería in
ju s to d e c ir q u e q u ie n se q u e d a e n el bla ble bli blo blu n o vale
n ad a. H asta eso tien e alg ú n valor. P o rq u e es posib le q u e , des
p u és d e u n p rim e r m o m e n to m ecán ico d e bla ble bli, el tip o se
ilu m in e y la e d u c a d o ra o el e d u c a d o r q u e están todavía e n la
fase a n te rio r, m ágica, in g e n u a d e la alfabetización d e sc u b ra n
q u e lo m ás im p o rta n te es cam b iar el m u n d o , n o h a c e r el bla
ble bli blo blu. E n otras palabras, el bla ble bli blo blu tie n e sen tid o
C a m b ia r e s d ifíc il, p e ro e s p o s ib le 1 6 3
( T r a n s c r ip c ió n o r ig in a l d e u n d i á l o g o q u e m a n t u v i e r o n P a u lo
F r e ir e y A d r i a n o N o g u e r a , q u i e n a c e r c ó e l d o c u m e n t o c o n
s u s c o r r e s p o n d i e n t e s n o t a s a la o r g a n iz a d o r a . ]
6 P a u lo F r e ir e a lu d e a to s c o n s u lto r e s d e /e n e l p r o y e c t o d e G r a d u a c ió n
e n E d u c a c ió n y C ie n c ia s , C a m p u s d e G o io - E r é , U n iv e r s id a d d e M a r in -
g á P R ) . E l g r u p o e s ta b a c o m p u e s to p o r lo s d o c to r e s C a r lo s A r g u e llo
A d r ia n o N o g u e ir a ( N ú c le o N im e c / U n ic a m p , p o s d o c to r a d o e n F ilo s o
fía d e la C ie n c ia ) . L a U n iv e r s id a d d e M a r in g á e s tu v o r e p r e s e n ta d a p o r
e l c o o r d in a d o r d e l c a m p u s , M a n o e l J a c ó G . G im e n e z , y la S e c r e ta r ia
E s ta d u a l d e E d u c a c ió n , p o r e l s u p e r in te n d e n te J o á o M á n fio y la r e p r e
s e n ta n te d e l N ú c le o R e g io n a l S te ia A lv im .
tr a n s c u r s o d e la r e fle x ió n .
1 7 0 El m a e s tr o sin re c e ta s
8 P a u lo F r e ir é s e r e fie r e a q u í a u n c o n v e n io e n tr e e l n ú c le o N im e c -
U n ic a m p y la U . E . M a r in g á p a r a la im p le m e n ta c ió n d e u n p r o y e c t o d e
g r a d u a c ió n e n E d u c a c ió n y C ie n c ia s a p o y a d o p o r la C a p e s .
9 S e g ú n la p e r t in e n t e o b s e r v a c ió n d e la p r o fe s o r a D r a . A n a M a r ía A r a ú jo
la c o n c ib e s ó lo c o m o in ic ia c ió n a l c ó d ig o e s c r ito , s in o c c m o u n p r o c e
s o c o g n itiv o e n c u a lq u ie r n iv e l y g r a d o y e n c u a lq u ie r c ie n c ia .
1 7 2 E l m a e s tr o s in re c e ta s
1 0 P a u lo F re ir e a lu d e a q u í a u n a p a r te d e la r e fle x ió n p r o d u c id a p o r
la f iló s o fa M a r ile n a C h a u f, e s tu d ia d a e n e s ta r e la c ió n o r ie n ta d o r -
P r o y e c to A m b ié n c ia .
A lfa b e tiz a c ió n e n c ie n c ia s 1 7 3
O lgair G om es García
vez p o c o a p o c o - e n m i p rá c tica d e e d u c a d o ra y e n la d e ta n
tos o tro s e d u c a d o re s y e d u cad o ras, m u ch o s e n el a n o n im a to ,
a p a rtir d e P au lo F reire y con él m uy vivo e n tre n o s o tro s - deja
d e ser s u e ñ o y se vuelve algo co n creto . Al ex h ib irse e n el pla
n o d e las p lasm a cio n es efectivas, d a d o q u e tien e las caracte
rísticas d e u n p ro c e so , va a lla n a n d o el c am in o h a cia nuevas
d im e n sio n es e n q u e su p ed ag o g ía d e los su eñ o s posibles re
sulte c o n siste n te y v igorosa co m o altern ativ a factib le, p a ra así
lo g ra r u n a so cie d a d ju s ta y co n m en o s d esig u ald ad .
F u e n t e s d e lo s t e x t o s
D IÁ L O G O S Y C O N F E R E N C IA S
D E P A U L O F R E IR E
D e r e c h o s h u m a n o s y e d u c a c ió n lib e r a d o r a . C o n f e
r e n c ia r e a liz a d a e l 2 d e ju n io d e 1 9 8 8 , e n e l C ic lo d e
C o n fe r e n c ia s s o b r e D e r e c h o s H u m a n o s , p o r in v ita
c i ó n d e l a C o m i s i ó n d e J u s t i c i a y P a z d e la A r c h i d i ó -
c e s i s d e S a n P a b l o , e n l a F a c u l t a d d e D e r e c h o d e la
U S P , L a r g o d e S a o F r a n c is c o .
E d u c a r a l e d u c a d o r U n d iá lo g o c r ít ic o c o n P a u lo
F r e ir e . P u b l i c a d o b a j o e l t í t u l o “ A R e s p o n s e ” , e n
P a u lo F r e ir e , J a m e s W . F r a s e r , D o n a ld o M a c e d o ,
T a n y a M c K in n o n y W illia m T . S t o k e s ( e d s .) , M e n to -
rín g th e M e n to r: A C ritic a l D ia lo g u e w ith P a u lo Freire,
N u e v a Y o r k , P e te r L a n g , 1 9 9 7 ( C o u n t e r p o in t s , 6 0 ) .
T r a d u c c i ó n d e É lc i o F e m a n d e s .
U n a c o n v e r s a c ió n c o n a lu m n o s . P u b l i c a d o o r i g i n a
r ia m e n t e e n la r e v is t a L in ha d ’Á g u a , n ° 6 , t r a n s c r ip to
p o r C r is t in a C h ia p p in i M o r a e s L e ite .
L a a lf a b e t iz a c ió n d e s d e la p e r s p e c t iv a d e la
e d u c a c ió n p o p u la r . C o n f e r e n c i a p r o n u n c i a d a e n e l
I S e m in á r io E s ta d u a l s o b r e C id a d a n ia e A lf a b e t iz a d o ,
M a c e ió , 1 7 d e n o v ie m b r e d e 1 9 9 0 , c o o r d i n a d o p o r la
U n iv e r s id a d F e d e r a l d e A la g o a s .
1 8 4 El m a e s tr o s in re c e ta s
A lf a b e t iz a c ió n : le c t u r a d e l m u n d o , le c t u r a d e la
p a la b r a . S a l v o p e q u e ñ a s a n o t a c i o n e s y m o d i f i c a c i o
n e s , e s te t e x t o , e d ita d o p o r C lé o T o le d o , f u e p u b li
c a d o d o s v e c e s : F r e ir e , P ., C a m p o s , M . D ’ O ., L e itu ra
d a p a la v ra ... le itu ra d o m u n d o , C o r r e o d e la U n e s c o ,
v . 1 9 , n ° 2 , p p . 4 - 9 , f e b r e r o d e 1 9 9 1 ; F r e ir e , P . , C a m
P a b lo , S e c r e ta r ia M u n ic ip a l d e E d u c a g á o ( C O - D O T -
C B 1 S a .), 1 9 9 1 .
D e b a te s o b r e la p o s m o d e r n id a d . M a n u s c r i t o
e n v ia d o p o r fa x a Z a h a r o m N a i n , c o o r d i n a d o r d e la
C o n f e r e n c i a C o m m u n i c a t i o n a n d D e v e l o p m e n t in a
P o s t m o d e r n E ra : R e - e v a lu a tin g th e F r e ire a n L e g a c y ,
U n i v e r s i t i s a i n s M a la y s ia , 6 - 9 d e d i c i e m b r e d e 1 9 9 3 .
C a m b ia r e s d if íc il, p e r o e s p o s ib le . C o n f e r e n c i a
p r o n u n c ia d a e n u n e v e n to o r g a n iz a d o p o r e l S e r v ic io
S o c i a l d e la I n d u s t r i a ( S e s i) , R e c i f e ( P e r n a m b u c o ) ,
fe b r e r o d e 1 9 9 7 , y p u b lic a d a lu e g o (e n u n a v e r s ió n
a b r e v ia d a ) p o r la C o n f e d e r a c ió n N a c io n a l d e la I n d u s
t r ia (C N I) y e l S e s i, e n h o m e n a je a P a u lo F r e ir e t r a s s u
m u e rte .
A lf a b e t iz a c ió n e n c ie n c ia s . P u b l i c a d o b a j o e l t í t u l o
“ S u b je t iv id a d e , c o n h e c im e n t o e a m b ie n te , e le m e n t o s
p a ra u rn a p ro p o s ta e m E d u c a g á o e C ié n c ia s ” , e n
A d r ia n o N o g u e ir a , A m b ié n c ia : d ire c io n a n d o a visa o
d o e d u c a d o r p ara o III m ilénio, T a u b a té , C a b ra l E d ito ra
U n iv e r s i t á r i a , 2 0 0 0 , p p . 1 1 - 1 8 .
R e f e r e n c i a s b ib li o g r á f ic a s
Le recordamos al lector que estos archivos digitales han sido prestados de forma completamente
gratuita, sin obligación alguna de aportar de su parte ningún monto económico por el uso total de estos
materiales. Tenga en cuenta que los préstamos de la Biblioteca son exclusivamente para fines
educativos, bajo esta condición, le pedimos a usted de manera reflexiva y participativa, ayude a la
comunidad a seguir con este proyecto, mostrando en su totalidad la decencia correcta de borrar el
documento una vez que este ha sido leído.
ADVERTENCIA
NOTAS FINALES
Si te percatas de algún usuario irracional que dentro de la comunidad manifieste acciones inexplicables
como; el ciberbullying, la publicación de contenidos inapropiados no relacionados con la educación, la
comercialización de los materiales de la Biblioteca, la falsificación cómo alteración de nuestros
administradores y seguidores, la venta y compra de objetos y sustancias ilícitas así como de toda
persona que eternamente presuma de no ser humano, no dudes inmediatamente de informar a los
fundadores de la comunidad “Pedagogium Didáctica” sobre lo sucedido y generado por el
robot inconsciente, para que este sea expulsado permanentemente de nuestra comunidad de lectores.
“A TODA LA COMUNIDAD DE
pedagogiayeducacion@hotmail.com
LECTORES QUE NOS SIGUEN CON EL
AFÁN DE ACTUALIZARSE Y
http://pedagogiayeducacion.wix.com/didacticus
h MEJORAR SU LABOR DÍA A DÍA, LES
DAMOS LAS GRACIAS POR SER
Pedagogium Didáctica (FACEBOOK) PARTE DE NUESTRA ACTIVIDAD
Pedagogium Didáctica (ISSUU) COTIDIANA Y A TOD@S L@S
Pedagogium Didáctica (TWITTER) AMANTES DEL HÁBITO DE LA
LECTURA LES DESEAMOS ÉXITO Y
YouTube (MULTIMEDIA) UN FELIZ AÑO CULTURAL”.