Está en la página 1de 18

UMA COCA-COLA CONTIGO

vuelos voos

Las cosas
inês fonseca santos LISBOA
1979

Prólogo a la invención del diluvio UMA UNA Licenciada y profesora de Filosofía,


ex-doctoranda en Literatura Portuguesa,

COCA-COLA COCA-CO LA
josé luiz tavares Facultad de Letras, Universidad de
Lisboa. Ha publicado Groto Sato
(Mariposa Azual, 2012); una plaquette

CONTIGO CONTI GO de homenaje a Álvaro de Campos, con

UNA COCA-COLA CONTIGO


Y amores imperfectos
dibujo original de Luis Manuel Gaspar
maria do rosário pedreira
(Palavras-por-Dentro Editora, 2013);
Habitación 28: SMS de amor e odio
TRADUCCIÓN DE JERÓNIMO PIZARRO RAQUEL NOBRE GUERRA
(Residências no Largo, Amor-Livro,
Una Coca-Cola contigo 2013) y Senhor Roubado (Douda
raquel nobre guerra Correria, 2016, Portugal, 1ª ed.;
Demônio-Negro, São Paulo, 2017;
Hochroth, Berlim, 2019).
e scr ito por

r aq u e l n o b r e gu e r r a

UNA COCA-COLA
CONTIGO

CONTIGO
UMA COCA-COLA

t r a duci do por

jeróni mo piz a r ro
P RI M ERA I MPR ESIÓN : ABR IL D E 2 0 1 9 .

Nuestro cuarto vuelo no habría sido posible sin:

J E R ÓN I M O D IEG O C EPEDA
P I ZA R RO R AQUEL N OBRE G UERRA
traducción revisión de la
traducción

D IEGO N ATHALIA
C E P E DA V ECINO
diagramación portada y
contraportada

Obra publicada con el apoyo del Camões


Instituto para la Cooperación y la Lengua, I.P., 2019.

Obra apoyada por la Dirección General del Libro, Archivos y Bibliotecas.

© Ilustración de portada: Nathalia Vecino.

© De la traducción, Jerónimo Pizarro, 2019.

© Raquel Nobre Guerra, 2013 - 2016. Todos los derechos


reservados incluidos los de reproducción total o parcial.
Esta edición ha sido publicada con permiso de Raquel Nobre Guerra.

ISBN: 978-958-56549-3-8

N U ES T RO C I EL O S E A BRIÓ EN BOG OTÁ D ESD E MAR Z O 2 0 1 8 .


r aqu e l nob r e gu e r r a

Una Coca-Cola contigo



Uma Coca- Cola contigo

Traducción
jerónimo piz a r ro

Revisión
d i e g o c e p e d a y r aq u e l n o b r e gu e r r a
Beautiful, sobbing, high-geared fucking
and then to lie silently like deer tracks
in the freshly-fallen snow beside the one
you love. That’s all.

richard brautigan
Aos meus pais, Maria João e Fernando
como sempre

Para mis papás, Maria João y Fernando


como siempre
Senhor Roubado
(2016)

I am the little man who smokes & smokes.


I am the girl who does know better but.

john berryman
para Rosalina Marshall

O fim do mundo começa sempre no café do bairro.

O vietnamita eleva uma maçã acima da cabeça


como se me atravessasse nesse seu gesto corso.
Gente que está viva, diria, pasto para as sensações
e isto não quer dizer nada senão que sigo a forma
dos objectos mortos para que as coisas passem.
Que me esforço por um certo sossego.

Ainda sou essa criança predadora


que empurra a noite para o lado com os dentes.
Acordo no lado mais duro da terra
faço contas ao corpo antes de ser bicho.
Penso, esta obsessão não é verdade
estou morta, sou infinita
e a manhã despenca como uma grua.

Agora vou ao café todos os dias


para que o mundo que me percorre
entre pela ordem exacta dos punhos.
Respiro com as raparigas da cidade
digo, como é quente e pesado este fato preto
que vai doendo menos abrir os olhos debaixo de água
que se canta melhor na Praça das Flores
de frente como estás para mim.

10
saudação a álvaro de campos

Portugal-Prometido, dezassete de Abril de dois mil e doze... 


Eiaaaaa-a-a-a-a-a-a-a-a!

Desde aqui de Portugal emagrecido, deste Deus murado


neste corpo presente, eu te saúdo, Álvaro, eu te saúdo
irmão de todos os sonhos descampados da alma, eu
de preto eu de cotovelos nas coisas por dentro, eu
desmoronando junto a ti no que sinto, vindo silêncio na
emoção de todas as línguas de mãos dadas, Walt Álvaro,
nós bebericando cariocas de limão em cada homem,
descendo como subindo do Príncipe ao Calhariz
os três provando do mesmo sal numa atmosfera
cosmopolita de todos os Portos, de todas as Eras porque
ah não há coisa melhor que o sinal de abertura de uma
estância balneária, e o juízo a correr livre musculando
tenras na areia as fés, e o resultado disso: umas férias
grandes como um dia vivo na tua alma!

Eh uma Granada interior!


Eh um tapete à saída da Igreja!
Eh um rei menino movendo-se além do trono!

E nós rezando pelos candeeiros apagados — pelo sentido


engarrafado da água, pelo sossego de lago dos jardins,
pela exaustão das governantas, das criadas, dos seus
cansaços relvados nos dias brancos das grandes
praças vistas só do parapeito para baixo, e um templo
andarilho nos movimentos mínimos da consciência
adolescente por intensidade.
112
saludo a álvaro de campos

Portugal-Prometido, diecisiete de abril de dos mil doce... 


¡Eaaaaa-a-a-a-a-a-a-a-a!

Desde aquí de Portugal languidecido, desde este Dios


amurallado en este cuerpo presente, yo te saludo, Álvaro,
yo te saludo hermano de todos los sueños descampados
del alma, yo de negro yo de codos en las cosas por
dentro, yo desmoronándome junto a ti en lo que siento,
viendo silencio en la emoción de todas las lenguas
cogidas de la mano, Walt Álvaro, nosotros bebiendo
infusiones de limón en cada hombre, bajando como
subiendo del Príncipe al Calhariz los tres probando la
misma sal en una atmósfera cosmopolita de todos los
Puertos, de todas las Eras porque ah no hay nada mejor
que el anuncio de apertura de una estancia balnearia, y
el juicio cruzando libre robusteciendo tiernas en la arena
las fes, y el resultado de eso: ¡unas vacaciones grandes
como un día vivo en tu alma!

¡Eh una Granada interior!


¡Eh un tapete en la salida de la Iglesia!
¡Eh un rey niño moviéndose más allá del trono!

Y nosotros rezando por las lámparas apagadas: por el sentido


embotellado del agua, por el sosiego de lago de los
parques, por el agotamiento de las ayas, de las criadas,
de sus cansancios tapizados en los días blancos de las
grandes plazas vistas solo desde el alféizar hacia abajo, y
un templo andariego en los movimientos mínimos de la
consciencia adolescente por intensidad.
113
indice

senhor roubado

[o fim do mundo começa sempre 10


no café do bairro.]
[aprendi a tranquilidade de passar 14
sobre os dias]
[bebo uma bica por dia, 18
às vezes bebo-a fria]
[«onde se come ficam migalhas»] 20
[gosto de achar que sempre fui 24
uma boa solitária.]
[quem nunca hesitou 28
na paragem do 28]
[é evidente que nos mentem 30
quando põem por escrito]
[não foi preciso muito 34
para que a cidade]
[foi então que me perguntaram 36
para que serve a poesia.]
[hoje é o nosso aniversário 42
e não sei de ti.]
[uma vez ofereceste-me bananas] 44
[vim para dividir contigo a doença 48
imaginária dos amantes.]
[objectos restantes 50
do nosso último encontro:]
[sorrio aos mortos e enterro os vivos] 54
índice

senhor roubado

11 [el fin del mundo comienza siempre


en el café del barrio.]
15 [aprendí la tranquilidad de pasar
sobre los días]
19 [bebo un café por día,
a veces lo bebo frío]
21 [«donde se come quedan migajas»]
25 [me gusta pensar que siempre fui
una buena solitaria.]
29 [quién nunca vaciló
en la parada del 28]
31 [es evidente que nos mienten
cuando ponen por escrito]
35 [no se necesitó mucho
para que la ciudad]
37 [entonces me preguntaron
para qué sirve la poesía.]
43 [hoy es nuestro aniversario
y no sé de ti.]
45 [una vez me ofreciste bananos]
49 [vine a dividir contigo la enfermedad
imaginaria de los amantes.]
51 [objetos restantes
de nuestro último encuentro:]
55 [sonrío a los muertos y entierro a los vivos]
[passo bem sem ti agora que mal te vejo] 56
[deixa que nos chamem] 60
[hoje, enquanto destinava fim 62
ao moribundo tocaram]
[andaram na mesma carruagem] 64
groto sato

[no paraíso só se entra 70


com uma escavadora.]
swans - song for the sun 72
com a adília, a sophia 74
e um contemporâneo
no tempo dos golos 76
1998-2012
pelicano 80
atravessando a rua 82
com a paixão de são tomé
trapézio 84
himeneu exaltado 86
sem título 90
intervenção cristiana 92
[subindo rei no horizonte 96
sou rei de luzes apagadas]
pura 98
57 [la paso bien sin ti ahora que casi no te veo]
61 [deja que nos llamen]
63 [hoy, mientras le daba fin
al moribundo tocaron]
65 [estuvieron en el mismo vagón]
groto sato

71 [al paraíso solo se entra


con una excavadora.]
73 swans - song for the sun
75 con adília, sophia
y un contemporáneo
77 en el tiempo de los tragos
1998-2012
81 pelícano
83 atravesando la calle
con la pasión de santo tomé
85 trapecio
87 himeneo exaltado
91 sin título
93 intervención cristiana
97 [mientras asciendo rey en el horizonte
soy rey de luces apagadas]
99 pura
abissínios e outra fancaria 100
ce qui se passe dans les séjours 106
de l’enfer, dans l’enfer
ermo vocábulo 110
saudação a álvaro de campos 112
(quase) inéditos
[a tanta outra grande 134
janela aberta sobre]
lua-de-mel com d.h. lawrence 136
[fecho a mão sobre 140
o lustre da caneta]
[Terá sido um dia 142
em que acordas]
101 abisinios y otras bagatelas
107 ce qui se passe dans les séjours
de l’enfer, dans l’enfer
111 yermo vocablo
113 saludo a álvaro de campos
(casi) inéditos
135 [a tanta otra gran
ventana abierta sobre]
137 luna-de-miel con d.h. lawrence
141 [cierro la mano sobre
el lustre de la pluma]
143 [habrá sido un día de esos
en que te despiertas]
O portugal futuro é um país El portugal futuro es un país
aonde o puro pássaro é possível donde el puro pájaro es posible
e sobre o leito negro do asfalto da estrada y sobre el lecho negro del asfalto del camino
as profundas crianças desenharão a giz los profundos niños dibujarán con tiza
esse peixe da infância que vem na enxurrada ese pez de la infancia que viene en el aluvión
e me parece que se chama sável y me parece que se llama sábalo
Mas desenhem elas o que desenharem Pero dibujen lo que dibujen
é essa a forma do meu país es esa la forma de mi país
e chamem elas o que lhe chamarem y llamen como lo llamen
portugal será e lá serei feliz portugal será y allá seré feliz
Ruy Belo, «O Portugal Futuro» Ruy Belo, «Portugal Futuro»

Este libro es el cuarto vuelo de Puro Pássaro,


desarrollado en carácteres Garamond de 10 puntos
e impreso en papel propalibro de 60 gramos.
UMA COCA-COLA CONTIGO
vuelos voos

Las cosas
inês fonseca santos LISBOA
1979

Prólogo a la invención del diluvio UMA UNA Licenciada y profesora de Filosofía,


ex-doctoranda en Literatura Portuguesa,

COCA-COLA COCA-CO LA
josé luiz tavares Facultad de Letras, Universidad de
Lisboa. Ha publicado Groto Sato
(Mariposa Azual, 2012); una plaquette

CONTIGO CONTI GO de homenaje a Álvaro de Campos, con

UNA COCA-COLA CONTIGO


Y amores imperfectos
dibujo original de Luis Manuel Gaspar
maria do rosário pedreira
(Palavras-por-Dentro Editora, 2013);
Habitación 28: SMS de amor e odio
TRADUCCIÓN DE JERÓNIMO PIZARRO RAQUEL NOBRE GUERRA
(Residências no Largo, Amor-Livro,
Una Coca-Cola contigo 2013) y Senhor Roubado (Douda
raquel nobre guerra Correria, 2016, Portugal, 1ª ed.;
Demônio-Negro, São Paulo, 2017;
Hochroth, Berlim, 2019).

También podría gustarte