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ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA – PROFA.

WANIA

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COLORISMO, VOCÊ SABE O QUE É?


327 - CHC - Artigo
Antes que você diga que esse texto é sobre cores, vou dizer que
você… acertou! Mas não vamos falar de verde, azul, amarelo…
Essa conversa é sobre tons de preto, ou melhor, sobre os vários tons
da pele negra e sobre o quanto isso tem relação com a vida das
pessoas. Bateu a curiosidade? Ótimo! Vamos conversar…

Ilustrações Mariana Massarani

Há 50 anos, o Brasil comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de


novembro. É uma importante data para se pensar nas lutas dos brasileiros por direitos iguais, especialmente
nas lutas dos descendentes de africanos, os chamados afro-brasileiros. É também um momento para falar
mais sobre o preconceito contra as pessoas negras e tentar entender o quanto ainda precisamos melhorar para
viver em um país sem desigualdade.
Estamos falando de racismo? Sim, estamos. Julgar as pessoas pela aparência física, pelo tom da pele,
não é um fenômeno que ocorre apenas no Brasil: é resultado de uma série de violências contra pessoas
negras no mundo inteiro. Crescemos ouvindo que quanto mais negras, mais inferiores e incapazes as pessoas
são. Essa ideia repetida inúmeras vezes cria raízes na sociedade e interfere nas oportunidades e nos direitos
dos cidadãos de vários tons de pele negra.

Mas e o colorismo?
Colorismo é um termo criado nos Estados Unidos para definir práticas que ocorriam ainda na época
em que a escravidão era aceita por lei. Explicando melhor: o colorismo era uma forma de preconceito em
que os negros de pele mais clara tinham mais chances de receber um tratamento preferencial em
determinados espaços.
Espera aí? Eu disse ‘era’, mas o colorismo acontece ainda hoje! No Brasil, recebe também o nome de
‘pigmentocracia’ e quer dizer que as oportunidades são maiores para quem tem menos melanina (pigmento
que dá cor a pele) – e também menos aparência de uma origem negra, incluindo os cabelos.
No século 19, alguns médicos, intelectuais e outras pessoas da sociedade em geral espalhavam a
ideia de que o atraso na educação, na cultura e na economia do nosso país se devia ao fato de termos grande
parte da população formada por pessoas que eram descendentes do continente africano. Diziam também que
pessoas negras deveriam ter filhos com pessoas brancas para ajudar no “embranquecimento” da população.
Essas ideias ganharam força. Muita gente apoiava que, quanto menos traços negros um indivíduo
tivesse, mais chances ele teria de ser aceito na sociedade. Até mesmo palavras como preto/preta ou
negro/negra eram (e ainda são!) substituídas por: escurinho/escurinha, moreno/morena, mulato/mulata, entre
outros termos com a intenção de apagar a origem africana das pessoas.

Vários tons

Existem mesmo diversas tonalidades da pele negra e, embora o fato de ser negro ou negra em tom
mais claro ou mais escuro indicar afrodescendência, a sociedade não enxerga todos os negros e negras da
mesma forma. As oportunidades não são iguais para todos.
Seguindo os estudos sobre colorismo, é possível perceber as pessoas negras que têm mais
oportunidades são aquelas que têm traços mais próximos da aparência branca, ou seja, pele mais clara, boca
e nariz mais finos, cabelos menos crespos…
Agora vem um detalhe curioso: o tom de pele mais claro de algumas pessoas negras não é garantia
contra racismo e nem que sejam percebidas como brancas. Mesmo assim, muitas continuam a passar por
processos que buscam apagar ou transformar traços de identidade negra em branca, como, por exemplo, o
cabelo (a partir do alisamento), nariz (com cirurgias plásticas) e até mesmo da pele (por meio de
maquiagens, por exemplo).
Orgulho negro

É importante notar que o colorismo tem características próprias dependendo de onde ocorre, isto é,
pode ser que o colorismo no Brasil seja do que ocorre nos Estados Unidos, por exemplo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em nosso país temos mais da metade da
população que se autoidentifica, ou seja, que se considera negra ou negro. Essa autodefinição é resultado de
muita luta das pessoas envolvidas com a defesa dos direitos dos negros (e dos indígenas também), para que
os brasileiros tenham orgulho de afirmar suas origens e cultura, que são diferentes dos brancos descendentes
de europeus.
E como é bom ser quem somos, não é mesmo? Ter orgulho das nossas raízes, da história do nosso
povo, seja ele qual for, nos faz muito bem. E é conversando sobre essas diferenças que podemos descobrir
um caminho de igualdade entre todos. Você acha que estamos caminhando para isso? E o que pensa sobre o
colorismo após essa leitura?

Stephane Ramos
Universidade de Brasília

Fonte: https://chc.org.br/artigo/colorismo-voce-sabe-o-que-e/

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