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DENDROMETRIA

CONCEITO MEDIDAS DIÂMETRO CIRCUNFERÊNCIA E


ÁREA BASAL
No setor florestal, o conhecimento sobre os recursos Quando operações aritméticas são realizadas,
existentes se dá através da medição ou estimação de freqüentemente há a necessidade de arredondar os Cabe mencionar que ao invés de medir o diâmetro com
atributos das árvores e das florestas, além de muitas resultados obtidos, p/ q estes reflitam adequadamente a casca a atura do peito, pode-se medir também,
características das áreas sobre as quais as árvores confiabilidade do valor. Isto é, arredondamentos são dependendo do instrumento, a circunferência com casca
estão crescendo, por meio de instrumentos e métodos necessários para que os resultados tenham um número a altura do peito. Neste caso, esta medida define o CAP.
apropriados. Dentro deste contexto, enquadra-se a apropriado de algarismos significativos. Estes Deve-se apenas observar que a utilização desta medida
Dendrometria (DENDRO= árvore e METRIA = medição), arredondamentos são efetuados no algarismo menos no cálculo da área seccional implica na sua conversão
palavra de origem grega, que representa um ramo da significativo de um número, ou seja, naquele algarismo para DAP.
ciência florestal que trata da medição da árvore, tanto significativo mais à direita do número. Medidas de diâmetro e circunferência a altura do peito
do ponto de vista individual quanto coletivo. Entre os critérios de arredondamento mais utilizados, Suta: é um instrumento comum para a medição direta
tem-se: do diâmetro. Ela consiste de uma barra graduada e de
MEDIDAS a) se o algarismo à direita daquele que será o menos dois braços paralelos dispostos perpendiculares à barra.
significativo do resultado for ≤ do que 4, o resultado Um braço é fixo e o outro se desloca de um lado para o
Três fatores governam a escolha das medidas a serem deverá ser mantido; outro.
realizadas nas árvores: (a) a facilidade e a velocidade b) se o algarismo à direita daquele que será o menos
com que as medidas podem ser realizadas; (b) a significativo do resultado for ≥ a 5, o resultado deverá
exatidão com que elas podem ser feitas e (c) a ser arredondado para cima.
correlação entre as medidas e as características para as
quais se deseja uma estimativa. DIÂMETRO CIRCUNFERÊNCIA E
Medidas diretas: determinação; os diâmetros e as ÁREA BASAL
circunferências dos troncos das árvores, o comprimento O erro instrumental mais freqüente se deve à falta de
Considerando o fuste de uma árvore, pode-se tomar
paralelismo dos braços da suta, resultando em
das toras, a espessura da casca, a altura das árvores várias medidas de diâmetro ao longo deste fuste. No
abatidas, entre outras. Medidas indiretas: estimação; tendências negativas. Assim sendo, obtém-se diâmetros
entanto, o mais usual é medir o diâmetro com casca à
menores do que os diâmetros verdadeiros e,
tem-se aquelas que estão fora do alcance direto do altura do peito, denominado de DAP.
homem, sendo necessário, muitas vezes, a utilização de conseqüentemente, áreas seccionais menores do que
a) É uma característica que pode ser facilmente
as verdadeiras. Erros de medição com a suta:
métodos óticos. Entre estas medidas, pode-se citar a avaliada. Em comparação com outras características
altura e o volume das árvores em pé. a) inclinação da suta: influencia positivamente sobre o
das árvores, as medidas são mais confiáveis. Erros de
cálculo da área seccional, uma vez que os diâmetros
Algumas conversões freqüentemente realizadas em medição e suas causas são reconhecidas e podem ser
Dendrometria citam-se: medidos são maiores do que os verdadeiros.
limitados a um valor mínimo pela utilização de
b) não observância da altura de medição: o erro pode
1 cm = 10 mm; 1m = 100 cm; 1 polegada = 2,54 cm; 1 instrumentos apropriados, pela utilização de métodos de
pé = 30,48 cm; 1 hectare = 10.000 m2. ser positivo ou negativo se o diâmetro foi medido acima
medição adequados e pelos cuidados nas tomadas das
ou abaixo do ponto exato de medição.
Em geral, toda grandeza física tem um valor verdadeiro medidas;
(valor exato da grandeza). Conseqüentemente, o erro c) variação da pressão de contato: a força exercida
b) O DAP é o elemento mais importante medido em
pelos braços da suta sobre o fuste pode resultar em
de uma medição é a diferença entre o valor da medida e uma árvore, pois fornece a base para muitos outros
o valor exato da grandeza em questão. Para realizar compressão da casca. A pressão dos braços da suta
cálculos. Ele serve para a obtenção da área seccional
contra a árvore constitui um efeito negativo, ou seja, há
uma medida de uma grandeza física qualquer de forma à altura do peito (AS), medida importante no cálculo do
correta, deve-se: tendência de obter diâmetros menores do que as
volume das árvores e de povoamentos, a qual é dada
verdadeiras medidas de diâmetros. Entre todos os erros
a) escolher um instrumento adequado para a medida; pela seguinte expressão:
b) aprender a utilizar o instrumento; discutidos, sem dúvida, este é o mais difícil de controlar.
  DAP 2 , DAP em metros. Fita diamétrica: permite obter tanto o diâmetro quanto a
c) aprender a ler a escala de medida desse instrumento. AS 
4 circunferência do fuste e de galhos. Em países tropicais,
  DAP 2 , DAP em centímetros. a fita tem sido exaustivamente utilizada, uma vez que é
A não observância destes itens acarreta em erros de AS 
medição. Entre os erros de medição têm-: 40000 praticamente impossível utilizar uma suta quando as
As quais fornecem a área seccional em metros árvores possuem de diâmetros muito grandes.
a) Erros estatísticos: estes erros são resultantes de
variações aleatórias da medida devido a fatores não quadrados (com pelo menos 4 casas decimais).
controlados. Por exemplo, a presença de corrente de ar c) A freqüência do número de árvores em classes de
quando se está realizando uma medida de massa em diâmetro (classes de DAP) define a distribuição
diamétrica da floresta, a qual é um resultado essencial Normalmente as fitas são feitas de materiais resistentes
uma balança muito sensível. de tal forma que não sofram variações no seu
b) Erros sistemáticos: estes erros têm causas diversas no inventário e no manejo florestal. A distribuição
diamétrica serve como base para a definição do estoque comprimento e nos intervalos de graduação devido a
e influem na medida sempre num mesmo sentido, para variações climáticas e nem sofram desgaste devido ao
mais ou para menos em relação ao verdadeiro valor da de crescimento e para análise de decisões econômicas
e silviculturais; contato com casca das árvores. Elas possuem duas
grandeza. Por exemplo, a falta de calibração de um escalas, uma para obter a circunferência e outra para
instrumento. d) Com os DAP, pode-se calcular a área basal do
povoamento, pelo somatório das AS das árvores: obter o diâmetro.
c) Erros grosseiros: estes não são erros do ponto de c
vista da teoria dos erros. São considerados enganos n
d
que operador comete durante a medição ou nos
B   ASi 
i 1
cálculos durante a análise dos dados. Independentemente do instrumento em que forem
A área basal é um importante parâmetro da densidade obtidos os diâmetros ou as circunferências, estes devem
do povoamento. Normalmente é expressa em m2/ha, ser expressos com duas casas decimais, na escala em
A exatidão de uma medida é um conceito qualitativo e fornecendo o grau de ocupação de uma determinada
refere-se a quanto os valores medidos se aproximam do cm, e com quatro casas decimais, na escala em m.
área por madeira. A área basal deve ser expressa pelo Os erros de medição com a fita diamétrica são
verdadeiro valor da grandeza. Quanto > a exatidão de menos com duas casas decimais. A preferência da
uma medida mais próxima ela estará do verdadeiro semelhantes aos erros com a suta: inclinação da fita;
altura do peito como uma referência de altura: não observância da altura de medição; variação da
valor da grandeza. A precisão de uma medida, a) à altura do peito, os instrumentos de medição de
também, é um conceito qualitativo e é usado para pressão de contato (o erro cometido pela pressão da fita
diâmetros são facilmente manuseados; sobre o fuste das árvores é < do que o erro cometido
caracterizar a magnitude dos erros presentes na b) em muitas árvores as deformações, normalmente
medida. Quanto < a magnitude dos erros > a precisão com a suta, tendo em vista o material empregado na
presentes na base do fuste das árvores, estão bem sua confecção e a menor pressão exercida sobre a
da medida. reduzidas acima da altura do peito.
O número de dígitos com que deve ser escrito o número árvore).
Baseando-se no Sistema Internacional de Unidades – Desvio da seção do fuste da forma circular
associado ao valor de uma medida depende da precisão SI, no Brasil o DAP é medido à altura de 1,30m sobre o
do instrumento. O dígito estimado no valor de uma De uma maneira geral, a área da seção do fuste de uma
nível do solo. Nos Estados Unidos o DAP é medido a árvore assemelha-se muito à forma circular, algumas
medida é chamado de Algarismo significativo duvidoso. 1,37m; na Inglaterra e outros países europeus a 1,29m
Os demais dígitos que compõem o valor da medida são espécies apresentam área seccional extremamente
e; no Japão a 1,25m. Estas diferentes alturas de irregular ao longo do fuste. Outras espécies, por sua
chamados de Algarismos significativos exatos. medição do DAP implicam em impedimento na vez, apresentam deformações somente na parte inferior
comparação de valores de B em nível internacional. do fuste.
DENDROMETRIA
DIÂMETRO CIRCUNFERÊNCIA E DIÂMETRO CIRCUNFERÊNCIA E ALTURA
ÁREA BASAL ÁREA BASAL
Estimação de alturas
Isto se deve a fatores externos como inclinação do Estatísticas associadas ao diâmetro A estimação da altura das árvores é feita utilizando-se
terreno, direção do vento, luminosidade e condições da A média aritmética dos diâmetros pode ser calculada de instrumentos denominados de hipsômetros.
copa das árvores, os quais têm efeito significativo sobre duas formas diferentes, ou seja, utilizando os dados Os hipsômetros podem ser divididos em 2 categorias,
a forma do fuste das árvores, bem como a própria pré- individuais dos diâmetros ou utilizando os dados de uma de acordo com o seu princípio de construção:
disposição genética da espécie. O desvio da seção do tabela de freqüência: a) Os que se baseiam no princípio geométrico
fuste da forma circular pode ser caracterizado por: n (relação entre triângulos);
a) Déficit de conveccidade: diferença entre a área  di n
 cli f i Entre os hipsômetros baseados neste princípio de
ou
D i 1
D i 1
construção, tem-se o hipsômetro de Christen.
encerrada por uma fita diamétrica e a verdadeira área n n
da seção;  fi
i 1
b) Déficit isoperimétrico (igual perímetro): é dado para
todas as áreas convexas fechadas, partindo de um Em que: di = diâmetro da i-ésima árvore; n = número
verdadeiro círculo. A circunferência de todas as áreas total de árvores; cli= centro da i-ésima classe diamétrica;
convexas é sempre > do que a circunferência de um fi = freqüência na i-ésima classe diamétrica.
círculo de igual área. Nem sempre haverá a coincidência das estimativas das
Do ponto de vista prático, isso quer dizer que para médias. Quanto maior a amplitude da classe e maior a
árvores com seções bem próximas a circulares tanto faz variabilidade dos diâmetros dentro das classes, maior a Em que: BD = altura total da árvore; BC = comprimento
medir o diâmetro ou a circunferência, por meio de suta diferença entre as estimativas médias calculadas pelas da baliza auxiliar apoiada na parte inferior do fuste da
ou fita diamétrica, que as áreas seccionais serão bem duas maneiras. árvore; bd = tamanho do hipsômetro (≈ 30 cm); c =
próximas das áreas de um círculo. Em árvores com A área seccional média de um conjunto de n árvores escala do instrumento. Desta forma, tem-se a seguinte
desvio de forma, terão de ser medidos pelo menos dois pode ser obtida por: relação, por semelhança de triângulos:
diâmetros (com uma suta obviamente), p/ o cálculo da  AS ou   q2 BD BC
AS  AS  
média aritmética dos diâmetros e, conseqüentemente, n 4 bd bc
da área seccional. A área seccional média pode ser obtida, ainda, Dado que os segmentos BC e bd são conhecidos, basta
Devido às condições ambientais, geralmente evita-se o dividindo-se a área basal pelo número de árvores. A simular várias alturas (BD) para graduar o hipsômetro.
trabalho de coleta de dados durante as estações de média quadrática dos diâmetros ou o diâmetro O hipsômetro de Christen possui baixa precisão para
crescimento. Se os diâmetros são medidos durante a quadrático (q): árvores muito altas devido ao adensamento da escala.
estação de crescimento, as áreas basais determinadas n
Para evitar a necessidade de correções nas estimativas
no começo da estação podem diferir daquelas  di2 ou n
AS  4
q i 1  cli2  f i ou q  das alturas, deve-se utilizar uma baliza auxiliar do
calculadas no final da estação. Assim sendo, medições n q i 1
n  mesmo tamanho daquela que foi utilizada para graduar
repetidas periodicamente devem ser realizadas no  fi o instrumento. Para utilizar corretamente o hipsômetro
mesmo período do ano e, de preferência, em épocas de i 1
de Christen o observador, segurando o hipsômetro com
menor crescimento. O diâmetro médio (q) é sempre maior ou igual à média os braços esticados e na direção dos olhos, deve se
A casca é definida como parte do corpo da árvore a dos diâmetros. Nunca é menor! deslocar até que a árvore se encaixe na abertura do
qual fica junto com o câmbio. Ao amostrar a casca, A área basal pode ser obtida utilizando o diâmetro instrumento. Concomitante a isto, uma baliza, de
muitas vezes, o câmbio solta-se e adere-se sob a casca. equivalente: mesmo tamanho que graduou o hipsômetro deve ser
Do ponto de vista da mensuração ele é considerado deq   DAP2 AB    d eq AB    d eq
2 2
encostada na árvore que se deseja estimar a altura.
parte integrante da casca. Muitas espécies possuem 4 40000 Altura estimada da árvore é obtida no ponto de
uma casca macia, podendo ser penetradas facilmente interseção entre o topo da baliza e a escala do
com diferentes instrumentos. Outras, porém, são ALTURA instrumento.
extremamente duras, de tal forma que a espessura da b) Os que se baseiam no princípio trigonométrico
casca deverá ser obtida retirando-se um pedaço da (relação entre ângulos e distâncias).
Serve essencialmente p/ computar o volume de árvores
casca com um instrumento cortante. Deve-se destacar
individuais e, em conexão com a idade, para determinar
a relação entre o diâmetro com casca (dcc), o diâmetro
a qualidade de um local para a produção de madeira. As
sem casca (dsc) e a espessura da casca (Ec).
seguintes definições de altura são utilizadas no
dsc = dcc – 2Ec
inventário florestal:
Deve-se converter 1o a Ccc p/ dcc p/ depois descontar
a) Altura total: é a distância entre o chão e o final da
2x a espessura de casca.
copa da árvore. A altura total é uma variável
Distribuição diamétrica
independente em muitas tabelas de volume, bem como
A caracterização de uma floresta é dada pela sua
usada para a determinação da qualidade do local;
composição florística (espécies) e a sua distribuição
b) Altura da copa: é a distância entre o começo e o
diamétrica, definida pela distribuição do número de
final da copa da árvore, em que o começo da copa é
árvores em classes diamétricas sucessivas.
definido pela inserção do primeiro galho vivo ou
A estrutura diamétrica de uma floresta equiânea
bifurcação. Esta altura normalmente é utilizada para a
(árvores de mesma idade) tende a uma distribuição
definição da intensidade da desrama em árvores
normal, podendo apresentar ≠ configurações devido a
destinadas à produção de madeira serrada. Nível de Abney (A), Blume-Leiss (B), Haga (C) e Suunto
seu estágio de desenvolvimento (idade) e ao local de
c) Altura comercial: é a distância entre algum ponto na Clinômetro (D).
plantio.
parte inferior do fuste (tronco) e um diâmetro comercial,
A estrutura diamétrica de uma floresta inequiânea
definido por determinado uso; ou é a distância entre Para a utilização correta destes instrumentos deve-se
(árvores de diferentes idades intermisturadas) tende a
algum ponto na parte inferior do fuste e algum defeito ou conhecer a distância entre o observador e a árvore, para
uma distribuição no formato de J-invertido, podendo
bifurcação do fuste da árvore. Em povoamentos que as leituras no instrumento - uma na base da árvore
apresentar ≠ configurações devido a seu estágio de
naturais, nos países tropicais, este ponto na parte e outra no topo da árvore ou em qualquer outro ponto
desenvolvimento.
inferior do fuste geralmente é definido imediatamente superior - sejam feitas corretamente.
acima de deformações na sua base.
d) Altura do fuste (tronco): é a distância entre o chão e
o começo da copa da árvore. Em certas circunstâncias,
a altura do fuste coincide com a altura comercial.

A amplitude das classes diamétricas, bem como o


número de classes varia de acordo com a magnitude
dos diâmetros. Considera-se o centro de cada classe
como o eixo das ordenadas (eixo x) e a freqüência do
número de árvores o eixo das abscissas (eixo y).
DENDROMETRIA
ALTURA ALTURA VOLUME

A altura da árvore BC pode ser obtida, então, por: Erros nas medições das alturas Determinação do volume do fuste
BC  BD  DC a) Erros relacionados ao objeto: dificuldade de visualizar a) Princípio do Xilômetro: recipiente com água onde
BC  tg  L  tg  L → BC  L  (tg  tg )
o final da copa da árvore ou a base do fuste (alta as toras de madeira são colocadas e o volume de água
regeneração), árvore inclinada. deslocado, igual ao volume das toras, é medido em uma
régua graduada. O xilômetro deve ser utilizado para
CA  CA,  A, A2
pequenas toras, haja vista o gasto excessivo de tempo
na realização das operações. Além disso, a água deve
ser trocada toda vez que ela se turvar, para não
propiciar estimativas de volume incorretas.
b) Cubagem Rigorosa: consiste em quantificar volume
b) Erros relacionados aos instrumentos de partes do tronco para em seguida obter o volume da
c) Erros relacionados ao observador (operador): árvore utilizando que é igual à soma dos volumes das
Problemas de visão, técnica incorreta da tomada das seções ou partes do fuste. O volume de cada seção é
CB  tg  L  tg  L → CB  L  (tg  tg ) obtido por fórmulas aproximativas:
leituras nos instrumentos, operação incorreta do
instrumento, distância incorreta entre o observador e a 1) Huber
árvore, entre outros. V  AS1/ 2  L
A relação entre as alturas das árvores e seus DAP’s V = volume da seção, em m3; AS1/2 = área seccional com
define a chamada relação hipsométrica. ou sem casca, obtida na metade do comprimento da
seção, em m2; L = comprimento da seção, em metros.
2) Smalian
BC  tg  L  tg  L → BC  L  (tg  tg ) AS  AS2
V 1 L
2
Tem-se uma expressão geral para estimar a altura das AS1 e AS2 = áreas seccionais c/ ou s/ casca, obtidas nas
árvores (H), quando o hipsômetro fornece os ângulos de Expressando-se corretamente esta relação através de
extremidades da seção, em m2.
leitura: modelos de regressão pode-se estimar a altura das
3) Newton
H  L  (tg  tg ) árvores de um povoamento florestal medindo-se apenas
o seu DAP. Este procedimento implica em redução de AS1  4 AS1 / 2  AS2
a) Percentagem V L
L custo do inventário, porém pode acarretar uma 6
H  ( P1  P2 ) diminuição da precisão das estimativas das alturas. As expressões fornecem estimativas do volume de
100
P1 e P2 = leituras em percentagem. seções individuais do fuste da árvore. O volume total
b) Leitura direta VOLUME com ou sem casca de um fuste pode ser obtido, então,
pelo somatório dos volumes (Vi) das n seções do fuste:
H  H1  H 2
Madeira do toco: consiste de raízes e do volume do n
H1 e H2 = leitura superior e leitura inferior, em metros. V   Vi
toco, o qual depende da altura do toco; i 1
Fuste comercial: parte do fuste compreendido entre o Os volumes das árvores devem ser expressos com pelo
REGRA GERAL: A escala do hipsômetro baseado no
toco e um diâmetro limite superior (diâmetro comercial) menos quatro casas decimais.
princípio trigonométrico normalmente é dividida em duas
ou um defeito no fuste; A percentagem de casca pode ser calculada por:
partes, assumindo valor zero no centro da escala e
Galhos comerciais: porção dos galhos com diâmetros Vcc  Vsc
valores positivos à direita do zero e negativos à %Casca   100
maiores que o diâmetro comercial; Vcc
esquerda. Independentemente da escala de graduação Determinação de volumes comerciais
Fuste não comercial: parte do fuste com diâmetro menor
dos hipsômetros (percentagem, graus ou metros), se as a) Volume Frankon
do que o diâmetro comercial;
leituras forem obtidas em lados opostos da escala V= (C/4)2 * L
Galhos pequenos e não comerciais: a porção de galhos
(positiva e negativa) elas devem ser somadas para obter Em que: V = volume Frankon com ou sem casca, em
com diâmetros menores que o diâmetro comercial ou
a altura da árvore. Se forem obtidas no mesmo lado metro cúbico; C = circunferência com ou sem casca na
galhos mal-formados.
(mesmo sinal), elas devem ser subtraídas. No caso A, metade do comprimento da tora, em metros; L =
Para espécies que apresentam algum impedimento
mostrado anteriormente, as leituras serão somadas. Nos comprimento da tora, em metros.
quanto à utilização dos galhos para fins comerciais, seja
casos B e C, elas serão subtraídas. b) Volume de madeira esquadrejada: quando uma
pela qualidade tecnológica, seja pela limitação do
diâmetro de utilização ou pela má formação, o volume determinada tora é desdobrada na serraria, nem todo o
As expressões gerais, utilizadas para estimar a altura seu volume é convertido em madeira serrada, tendo em
comercial da árvore será definido apenas pelo volume
das árvores, levam em consideração a distância do fuste comercial. Dependendo da utilização do fuste vista as imperfeições, os defeitos e a própria forma da
reduzida entre o observador e a árvore (L). Até uma tora.
da árvore, tem-se que determinar a quantidade de casca
declividade de ± 10o as expressões podem ser presente no fuste para uma correta definição do volume
utilizadas sem a necessidade de correção desta
comercial, isto é, determinar somente a parte da árvore
distância, ou seja, a distância horizontal (L) é igual à que será utilizada comercialmente.
distância medida no campo. Para declividades acima
Forma do fuste
deste valor utiliza-se a seguinte expressão para corrigir Seria muito desejável se os fustes das árvores
a distância:
possuíssem forma cilíndrica, pois o seu volume poderia O volume de madeira esquadrejada (V) é dado por:
L  cos  D ser obtido por: V=AxL
Em que: D = distância medida no campo, em metros; θ Em que: V = volume de madeira esquadrejada, em
 d2
= ângulo de inclinação do terreno, em graus. V h metro cúbico; L = comprimento da tora, em metros, A =
No caso da utilização de hipsômetros com escala de 4
Em que: V = volume do fuste; d = diâmetro do fuste; h = área esquadrejada, em m2.
leitura direta em metros, o operador deve se posicionar
no campo a uma distância tal que forneça as leituras comprimento do fuste.
Principais fatores q afetam a forma do fuste das árvores: Estimação do volume do fuste
corretas. Esta distância é dada pela seguinte expressão: a) Fator de forma: o volume real do fuste de uma
L • Espécie: a forma do fuste das árvores varia de espécie
D p/ espécie, principalmente devido à taxa de crescimento árvore pode ser considerado como uma % do volume de
cos
e de características genéticas; um cilindro, definido pelo DAP e pela altura total ou
Do ponto de vista operacional, para evitar a correção da
• Idade: a conicidade do fuste das árvores tende a ser comercial das árvores (HT ou HC).
distância entre o operador do hipsômetro e a árvore, em
menor em árvores mais velhas; Essa relação entre os volumes define o chamado fator
terrenos c/ declividade maior que 10o, o operador deve
• Espaçamento: em povoamentos com espaçamento de forma (f), expresso por:
se posicionar na mesma cota que a base da árvore,
entre árvores mais reduzido o fuste das árvores tendem Vreal ; f <1
seguindo as curvas de nível. Alguns instrumentos f 
fornecem a declividade do terreno em % (P). Assim a ser menos cônicos; Vcilindro
sendo, deve-se utilizar a seguinte expressão para obter • Qualidade do local: em locais “piores”, o fuste das O volume de uma árvore, com ou sem casca, pode ser
ângulo de declividade em graus: árvores apresentam crescimento mais irregular e, estimado multiplicando-se o volume do cilindro por um
  ArctgP conseqüentemente, o fuste das árvores são mais fator de forma médio (f) com ou sem casca, apropriado
irregulares. para a espécie.
DENDROMETRIA
VOLUME VOLUME VOLUME

b) Quociente de forma: considerando o decréscimo Hipótese do teste “F”: Para obter o volume de um a determinada parte do fuste
natural do diâmetro ao longo do fuste, pode-se definir o Ho: β0 = β1 = … = βn ou até mesmo o volume total do fuste:
chamado quociente de forma, que é uma razão entre Ha: Pelo menos um parâmetro é estatisticamente h2

V  40000  d  dh
2
diâmetros. Tem-se o quociente de forma de Schiffel: diferente de zero.
D Em termos práticos, se F calculado > F tabelado, então
Q  1/ 2 H ; Q< 1
h1

a regressão existe. Senão, para qualquer valor de X Em que:


DAP
(variável independente) o correspondente valor de Y h1 = limite inferior de altura, acima da qual deseja-se
D1/2H = diâmetro medido na metade da HT da árvore.
será igual à média de Y (variável dependente). Embora estimar o volume do fuste, em metros;
c) Equação de volume: para o fator de forma, o volume
o teste “F”possa indicar que a regressão existe, ele não h2 = limite superior de altura, abaixo da qual deseja-se
do fuste das árvores pode ser expresso como uma % do
garante que todas as variáveis são estatisticamente estimar o volume do fuste, em metros;
volume de um cilindro. Assim, o volume do fuste de uma
significativas a um dado nível de probabilidade. Nesse d = diâmetro comercial que define o volume a ser
árvore pode ser obtido por:
caso, há a necessidade de se efetuar o teste “t” estimado, em centímetros.
  DAP 2
V  HT  f (Student) para os parâmetros separadamente: Modelo de múltiplos volumes
4
Considerando que a expressão π/4 x f é uma constante, ˆ  0   3 TX
   d 1  4 d 
V   0  DAP 1  HT  2  exp DAP   1  
tcal  i   
denominada, genericamente, de β0. Vˆ ( ˆ )
i
    DAP  
V   0  DAP 2  HT Cujas hipóteses a serem testadas são: Em que:
No entanto, como o volume não é função apenas do Ho: βi = 0 e Ha: βi = 0, onde V(βi) é a variância dos TX é uma variável binária, assumindo valores 0 e 1.
diâmetro e da altura da árvore, ou seja, existem outros parâmetros. Se “t” calculado > “t” tabelado, rejeita-se Ho. Se d = 0, a equação ajustada fornece o volume total. Se
fatores correlacionados com o volume, o termo ε (erro Então, se é estatisticamente diferente de zero, a variável assumir qualquer outro valor, a equação fornece o
aleatório) deve ser adicionado à expressão, definindo o deve permanecer na equação. Se algum parâmetro for volume até o diâmetro estipulado. Se TX = 0, a equação
modelo de regressão denominado de modelo estatisticamente = zero, teoricamente a variável deveria fornece o volume com casca. Se TX = 1, a equação
volumétrico da variável combinada: ser tirada da equação e uma nova equação ser ajustada fornece o volume sem casca. Desta forma, ao invés de
V   0  DAP 2  HT   sem ela. Contudo, se a variável for não significativa, ajustar uma equação para cada volume desejado, pode-
porém possuir significado biológico ou tiver caráter se utilizar apenas uma equação para estimá-los. O
O modelo volumétrico da variável combinada apresenta-
explicativo muito forte p/ o fenômeno, ela deve modelo apresentado é um modelo não-linear devido a
se muito rígido, assumindo que o DAP esteja elevado ao
permanecer. Uma vez efetuada a análise de variância, não aditividade de seus parâmetros. Assim sendo, há a
quadrado e que a altura total das árvores esteja elevado
as medidas de precisão podem ser calculadas. necessidade de ajustá-lo através de um processo
a 1. Assumindo que a variáveis DAP e HT estejam
a) Coeficiente de Determinação (R2): Informa a iterativo, por meio de programas computacionais
associadas aos parâmetros β1 e β2 , os quais podem
percentagem da variação dos dados observados em específicos.
assumir diferentes valores em função dos dados
torno da média que está sendo explicada pela equação Volume de madeira empilhada: a obtenção do volume
amostrais, o modelo anterior fica assim definido:
ajustada. 0 ≤ R2 ≤ 100. de madeira de uma pilha por meio da multiplicação das
V   0  DAP  1  HT  2   suas dimensões define o chamado volume estéreo, que
SQ Re gressão
O modelo acima é conhecido mundialmente como o R2  100 segundo INMETRO, é o volume de uma pilha de
SQTotal
modelo volumétrico de Schumacher & Hall, madeira roliça, em que além do volume sólido de
Quanto mais próximo de 100, maior será a precisão do
desenvolvido em 1933. Para facilitar o ajuste do modelo madeira estão incluídos os espaços vazios normais
modelo.
e corrigir problemas estatísticos relacionados às entre as toras. Assim sendo, um estéreo consiste na
b) Erro Padrão da Estimativa (Sy.x): indica o erro médio
pressuposições básicas da regressão como a quantidade de madeira contida em uma pilha de 1,0 m x
associado ao uso da equação.
normalidade dos erros e a heterocedasticidade da 1,0 m x 1,0 m, cujas toras variam em área seccional,
variância, o modelo de Schumacher & Hall normalmente SY . X   QM Re síduo curvatura e forma, o que permite a existência de muitos
é ajustado na sua forma linear: Quanto menor o valor do erro padrão da estimativa, espaços na pilha, não ocupados por madeira.
LnV   0  1LnDAP   2 LnHT   menor será o erro associado ao uso da equação. O volume de madeira empilhada, em estéreo (st):
Existe a necessidade de ajustar o modelo (ou equação) Embora as medidas apresentadas indiquem a precisão V  x* y*z
para obter estimativas dos seus parâmetros. Os dados do modelo, uma análise complementar deve ser feita Em que: V = volume da pilha, em st; x = comprimento
necessários para o ajuste de um modelo volumétrico através dos resíduos, obtidos pela diferença entre os das toras, em metros; y = comprimento da pilha, em
vêm da cubagem rigorosa, ou seja, medições do DAP e valores observados da variável dependente (volume) e metros; z = altura da pilha, em metros.
da altura total e dados de volumes (com ou sem casca). os valores estimados pela equação. A análise dos Quando em uma das dimensões, toras não possuírem o
As árvores selecionadas para a cubagem rigorosa resíduos permite, mesmo sendo um modelo preciso, mesmo comprimento, usa-se o valor médio. O volume
devem representar a distribuição diamétrica da floresta, inferir sobre a existência de problemas de sólido de um conjunto de toras de madeira empilhadas
abrangendo todas as classes de DAP. Além disso, heterocedasticidade de variância. O comportamento pode ser obtido pelo somatório dos volumes das toras
deve-se cubar um número de árvores suficiente para desejável de um gráfico de resíduo é aquele em que os individuais ou por meio de medições das dimensões da
caracterizar a variância dos volumes dentro de cada resíduos apresentam-se uniformemente distribuídos, pilha de madeira e aplicação de um fator de conversão,
classe diamétrica. Como critério prático, normalmente independentemente do tamanho da árvore, e próximos denominado de fator de empilhamento (Fe), o qual é
são cubadas rigorosamente de 5 a 7 árvores por classe de zero. dado por:
de diâmetro. Taper e múltiplos volumes
V ( m3 ) ou Vempilhado (st )
A precisão de um modelo volumétrico pode ser avaliada Outras alternativas p/ estimar volume do fuste são os Fe  sólido  1,0 Fe   1,0
modelos de taper (descrevem o afilamento natural do Vempilhado ( st ) Vsólido (m 3 )
através de estatísticas denominadas de medidas de
precisão, obtidas utilizando-se os elementos da análise fuste da árvore) e os modelos de múltiplos volumes. Em que o volume sólido pode ser o Vcc ou o Vsc,
de variância da regressão (ANOVA): Estes modelos permitem a estimação de volumes de fornecendo, assim, o fator de empilhamento com ou
partes do fuste das árvores para diversos usos. sem casca, respectivamente. Conhecendo-se o volume
Modelos de Taper em estéreo de uma pilha, pela multiplicação das suas
a) Modelo de KOZAK et al. (1969): dimensões, o volume sólido de madeira da pilha com ou
 d 
2
 h   h 
2
sem casca, poderá ser obtido multiplicando-se o volume
   0  1    2    em estéreo por um fator de empilhamento com ou sem
 DAP   HT   HT 
Em que: d = diâmetro com casca ou sem casca em uma casca médio, apropriado p/ a situação. Vários aspectos
altura qualquer (h), em centímetro; DAP = diâmetro com afetam o empilhamento da madeira: espécie, diâmetro e
casca medido a 1,30 metros do solo, em centímetro; h = comprimento da tora, espessura da casca, forma de
altura em que ocorre um determinado diâmetro d, em empilhamento (manual ou mecanizado), tempo que a
metros; HT = altura total, em metros; β0, β1 e β2 = madeira empilhada permanece no campo, espaçamento
parâmetros do modelo; ε = erro aleatório. de plantio, a idade das árvores, a qualidade do local,
b) Modelo de DEMAERSCHALK (1972): entre outros, de tal forma que a utilização de um único
Em que: p = no. de variáveis independentes do modelo. 2 fator como constante de conversão do volume estéreo
 d  2 2 2 2 2
n    10 0  DAP 1  L 2  HT 3   de madeira em volume sólido, em condições muito
( Y ) 2
 DAP  variadas de empilhamento, constitui-se uma justificada
C i 1
L = HT – h, corresponde à distância do topo da árvore preocupação.
n até um ponto qualquer no fuste, em metros.
DENDROMETRIA
BIOMASSA ESTIMAÇÃO POR UNIDADE DE ÁREA MÉTODO DE BITTERLICH

Biomassa é toda massa orgânica produzida em uma Pode-se utilizar mais de uma árvore-modelo, porém Instrumentos
determinada área, normalmente expressa em termos de selecionadas com base na distribuição diamétrica do a) Barra de Bitterlich: simples de ser construído e
peso seco. A quantificação da biomassa dos diversos povoamento. consiste de uma haste de comprimento L com um visor
compartimentos de uma floresta se faz presente em n em uma das extremidades e uma mira na outra
estudos relacionados ao risco de incêndios, ao potencial V  (Vi  f i ) extremidade c/ uma abertura (d).
i 1
energético da madeira, a ciclagem de nutrientes, fixação
Em que: n = número de classes diamétricas; Vi =
de carbono, entre outros. Nestes estudos, a expressão
volume da árvore-modelo na i-ésima classe de diâmetro;
da produção em termos de peso seco permite
fi = freqüência do número de árvores na i-ésima classe
comparações entre diferentes tecidos de diferentes
de diâmetro.
espécies vegetais, uma vez que a quantidade de água Para uma barra com d=2 cm e L=100 cm, o fator de
A área basal do povoamento será obtida por:
presente nestes tecidos não é considerada, área basal (K) deste instrumento será igual a 1, ou seja,
n    cl 2 
identificando espécies apropriadas para a produção de B   i
 f i  cada árvore qualificada representa 1 m2/ha.
carvão, celulose, entre outros produtos, bem como 
i 1 40.000
 b) Relascópio de espelho: utilizado em terrenos com
especificando a adubação correta e o manejo correto Em que: cli = centro da classe diamétrica. qualquer declividade. Apresenta pequenas dimensões
das florestas. (13,0 x 6,5cm) e pesa cerca de 400 gramas. Além da
A biomassa de folhas, galhos e raízes [PS(c)] de uma Parcela de área fixa obtenção da área basal do povoamento em m2/ha, ele
determinada árvore pode ser obtida por: permite a obtenção de alturas, diâmetros ao longo do
PS (c) 
PU (c) * PS (a) fuste, distâncias horizontais e declividade do terreno.
PU (a)
PS = peso seco, PU = peso úmido, a = amostra, c = Determinação do fator de área basal (K)
folhas ou raízes no campo. Seja a seguinte situação em que apenas uma árvore
Biomassa da madeira e da casca [PS(c)] presentes no (n=1) com DAP = D foi qualificada com uma barra de
fuste da árvore: Bitterlich, dando-se um giro de 360º.
Se forem medidos o DAP e a altura de todas as árvores
PS(c)  V * ( DBMTouDBC)
da parcela pode-se elaborar o seguinte arquivo de
Em que: PS(c) = biomassa da madeira ou da casca, em dados, em que os volumes podem ser obtidos através
kg; V = volume de madeira ou da casca, em m3; DBMT de uma equação de volume e as áreas seccionais
= densidade básica média da madeira, em kg/m3; DBC = através de expressões já apresentadas.
densidade básica da casca, em kg/m3.
Biomassa da manta orgânica
Quando se deseja amostrar a quantidade de material
orgânico que será depositado durante certo período de
tempo, em estudos relacionados com ciclagem de
nutrientes e produção de biomassa em povoamentos
florestais, a amostragem se dá pela utilização de caixas Em que: R = distância máxima entre o observador até o
coletoras dispostas entre as árvores, ao longo das Com os dados apresentados na tabela acima pode-se centro da árvore (distância crítica) para que a árvore
linhas de plantio. As caixas coletoras devem possuir em obter o diâmetro médio e a altura média das árvores da seja qualificada, em m; d = abertura da mira, em cm; L =
torno de 1 m2 de base, 10 cm de altura e fundo de parcela, q representam as árvores do povoamento, bem comprimento da barra de Bitterlich, em cm; AS = área
náilon, e ficar suspensas cerca de 50 cm de altura. como pode-se obter os somatórios dos volumes e das seccional, em m2; e A = área da parcela imaginária
Contudo, quando se deseja conhecer a quantidade de áreas seccionais das árvores na parcela, que são definida por R, em m2.
material orgânico, em decomposição, depositado sobre fundamentais para se obter as estimativas para o Tal que:
o solo, são lançadas pequenas parcelas retangulares povoamento. D 2 ; D em m; e A = π.R2.
(gabaritos), que variam de 30 a 50 cm de lado, entre as AS 
MÉTODO DE BITTERLICH 4
árvores, ao longo das linhas de plantio. Pode-se estabelecer a seguinte relação fundamental,
que é muito importante para a descrição matemática do
ESTIMAÇÃO POR UNIDADE DE ÁREA Walter Bitterlich, um engenheiro florestal austríaco,
método: d/L = D/R.
idealizou um método para obter estimativas da área
Tradicionalmente, a área basal por hectare em uma
Árvore-modelo é a arvore cujo DAP é igual ao diâmetro basal por hectare em povoamentos florestais sem medir
parcela de área fixa é obtida pela seguinte expressão:
médio (q) do povoamento, sendo este definido por: os diâmetros das árvores e sem lançar parcelas de área n
fixa. Para isso, ele inventou, a princípio, a barra de 10000
n B / ha   AS *
 di2 Bitterlich, composta por uma haste de 1 m de i 1 Área.da. parcela
q i 1
comprimento, tendo um visor numa extremidade e na Uma vez que na figura anterior existe apenas uma
n
outra uma mira de 2 cm de largura. Mais tarde o método árvore na parcela circular definida por R, então, a área
foi aperfeiçoado de tal maneira que ele fornecesse basal por hectare será igual a:
estimativas de volume por hectare. O método ao qual   D 2 10000 D2  D
2

Bitterlich chamou “prova de numeração angular” baseia- B / ha    2500  2  2500   


4  R 2
R R
se no seguinte postulado: “dando-se um giro de 360o,
as árvore que apresentarem DAP maior ou igual a um Como d/L = D/R, então a expressão acima fica:
ângulo conhecido e constante devem ser qualificadas. O d 
2

número de árvores qualificadas (n) multiplicado por uma B / ha  2500   


Diante desta situação e aplicando o conceito da árvore-  L
modelo, a área basal do povoamento (B) obtido por: constante (K), denominada de fator de área basal,
fornecida por um instrumento apropriado, fornece Desta forma, pode-se concluir que o fator de área basal
  q2 B  AS  N (K) pode ser obtido por 2500(d/L)2. Assim sendo, para
B N diretamente a área basal por hectare (B/ha)”.
40 .000
Seja a seguinte situação onde em um ponto de uma barra com d=2 cm e L=100 cm, o fator de área
O volume do povoamento (V) será obtido por: amostragem, dando-se um giro de 360o, apenas três basal (K) deste instrumento será igual a 1.
V  Várvorem odelo  N V V  N árvores foram qualificadas por apresentarem DAP maior
ou igual ao ângulo de visada (n=3): Definição da relação: B/ha = n . K
Para o cálculo da estimativa de área basal e do volume Seja o exemplo em que n árvores com DAP’s D1, D2,...
do povoamento há a necessidade de medir os diâmetros Dn, sendo D1 ≠ D2 ≠ ... ≠ Dn, foram qualificadas em um
das árvores do pequeno povoamento para encontrar o ponto de amostragem com uma barra de Bitterlich.
diâmetro médio, identificar a árvore cujo DAP seja igual Sejam, também, R1, R2,..., Rn e A1, A2,..., An, os raios e
ou aproximadamente igual ao diâmetro médio e obter o as áreas das parcelas referentes às n árvores
volume da árvore-modelo, através da cubagem rigorosa, Supondo que o fator de área basal (K) seja igual a 1, a
área basal por hectare naquele ponto de amostragem qualificadas.
de equações de volume, fator de forma, entre outras
maneiras. será:
B/ha = n.K
B/ha = 3.1 = 3 m2/ha
DENDROMETRIA E INVENTÁRIO FLORESTAL
MÉTODO DE BITTERLICH CONCEITOS PLANEJAMENTO DO INVENTÁRIO
FLORESTAL
Os inventários florestais são procedimentos para obter
informações sobre quantidades e qualidades de c. Métodos utilizados (programas, computadores)
recursos florestais e de muitas características das áreas 7. Relatório final
sobre as quais as árvores estão crescendo. a. Formato
Embora existam inúmeros procedimentos, um inventário b. Estimativa de tempo para o preparo
florestal completo pode providenciar diversas c. Pessoal responsável pela preparação
informações, entre elas: d. Método de reprodução (xerox, impressora)
A. Estimativas de área; e. Número de cópias
B. Descrição da topografia; f. Distribuição
C. Mapa da propriedade; g. Informações requeridas no relatório final
D. Acessos (estradas, rios,...); g.1. Tabelas e gráficos
E. Facilidade de transporte de madeira; g.2. Mapas e mosaicos
F. Estimativas da quantidade e da qualidade de g.3. Relatório descritivo (narrativo)
diferentes recursos florestais; 8. Manutenção
Princípio de Bitterlich para a qualificação de n árvores G. Estimativas de crescimento (se o inventário for a. Estocagem dos dados
com DAP’s diferentes. realizado mais de uma vez); b. Planos para a atualização do inventário
9. Tempo e custo (mapeamento, trabalho de campo,
Informações adicionais sobre fauna, recursos hídricos compilação, relatório final e estocagem dos dados)
entre outras podem ser coletadas, quando necessárias.
A ênfase sobre um determinado elemento no inventário A decisão de como conduzir um inventário depende
florestal será maior ou menor em função dos seus sobretudo da necessidade da informação, ou seja, dos
objetivos. objetivos a serem alcançados, bem como dos recursos
disponíveis e da precisão requerida.
PLANEJAMENTO DO INVENTÁRIO
FLORESTAL TIPOS DE INVENTÁRIO FLORESTAL

Um importante passo na elaboração do procedimento Existem vários tipos de inventário, os quais são
de inventário é o desenvolvimento de um plano de normalmente definidos pelo seu objetivo.
execução compreensível antes do início dos trabalhos,  Inventário pré-corte: realizado antes da exploração,
Como d/L = D/R é uma relação válida para qualquer ou seja, de um bom planejamento das atividades do com uma alta intensidade amostral;
DAP (D), uma vez que todas as árvores foram inventário. O seguinte checklist inclui todos, ou quase  Inventário florestal convencional: para a obtenção do
qualificadas com mesma barra de Bitterlich, tem-se que: todos, os itens que devem ser considerados no estoque de volume de madeira;
2 2 2 planejamento de um inventário florestal. No entanto,  Inventário florestal contínuo: objetivo de verificar as
d  d  d 
B / ha  2500     2500     ...  2500    cabe salientar que os itens abaixo nem sempre têm a mudanças ocorridas em uma floresta, em um
 L  L  L mesma importância ou nem sempre são todos determinado período de tempo;
B / ha  K  K  ... K  n  K necessários nos inventários florestais.  Inventário para planos de manejo: realizado com alto
Comprovando o princípio de Bitterlich. 1. Objetivos do inventário grau de detalhamento (estimativas por classe de
2. Informações diâmetro, por espécie) em florestas inequiâneas.
Definição do número de árvores e volume por hectare a. Mapas, fotografias aéreas e levantamentos passados  Inventário de sobrevivência: realizado após o plantio,
De acordo com o princípio da “prova de numeração b. Indivíduos ou organização suporte do inventário com o objetivo de verificar o % de
angular”, cada árvore contada representa uma c. Disponibilidade de recursos falhas/sobrevivência das mudas no campo.
quantidade em m2/ha, dependendo do fator de área 3. Descrição da área
basal (K) utilizado. Dessa forma, se for qualificada a. Localização De uma forma genérica, os inventários florestais podem
apenas uma árvore de área seccional (As) com fator K = b. Tamanho (hectares) ser classificados:
1 (d = 2 e L = 100 cm), a área basal será B = 1 * 1 = 1 c. Facilidade de transporte, acesso e topografia a. Quanto à forma de coleta de dados
m2/ha. Por outro lado, o número de árvores por hectare d. Características gerais das florestas Enumeração ou senso: todos os indivíduos são
que cada árvore qualificada representa (N/ha) é dado 4. Desenho de amostragem observados e medidos. Nos inventários (completos ou
por: N / ha  K / AS a.Estimação da área (mapas, fotos, medições em 100%), obtém-se os verdadeiros valores dos parâmetros
O volume por hectare que cada árvore qualificada campo) da população.
representa é dado: V / ha  Vˆ  N / ha b.Determinação das quantidades: peso, volume Amostragem: constituem a maioria dos inventários
Onde Vˆ é o volume da árvore da árvore qualificada, (unidades: m3, kg, st, ...) realizados em todo o mundo. Nesses inventários,
obtido através de equações de volume, fatores de c. Tamanho e forma das unidades amostrais observa-se parte da população, obtendo-se estimativas
forma, entre outros métodos. d. Método de amostragem dos seus parâmetros. A amostragem permite obter
e. Precisão requerida do inventário estimativas precisas das florestas em menor tempo e
Árvores que apresentam DAP’s iguais a abertura da f. Intensidade amostral requerida para satisfazer a custo se a floresta for extensa.
barra de Bitterlich ou iguais à largura da faixa no precisão requerida b. Quanto a abordagem da população no tempo
Relascópio: g. Tempo e custo para as fases do trabalho (alocação Inventários temporários: realizado apenas uma vez. A
Nestas situações, o observador deverá medir o DAP da de parcelas, determinação da área, ...) estrutura da amostragem é abandonada. EX: inventário
árvore em dúvida, para calcular a distância crítica (R): 5. Procedimentos para o trabalho de campo pré-corte.
DAP  L 50  DAP a. Equipe organizadora (no de equipes, no de pessoas Inventários contínuos: realizado várias vezes. Neste
R R por equipe) caso, a estrutura da amostragem é materializada de
d K
b. Suporte logístico e de transporte forma mais duradoura para poder medir novamente os
Barra de Bitterlich e Relascópio, respectivamente.
c. Locação e estabelecimento das unidades amostrais mesmos elementos ao longo do tempo.
Além disso, o observador deverá medir a distância do
d. Determinação das informações correntes da floresta c. Quanto ao detalhamento
observador até o meio da árvore (distância no campo)
(DAP, altura, ...), incluindo instruções sobre medidas Inventário exploratório: a coleta de dados, neste caso, é
para saber se a árvore será qualificada ou não. Se a
das árvores e alocação correta das unidades de mínima, uma vez que o inventário é realizado para
distância no campo for maior que a distância crítica, a
amostra avaliar a cobertura florestal (tipos) e a extensão das
árvore não será qualificada. Se for menor, a árvore será
e. Instrumentos e equipamentos áreas.
qualificada. Há casos em que a distância no campo
f. Planilhas e fichas para anotar as observações Inventário de reconhecimento: os principais objetivos
pode ser igual à distância crítica. Neste caso, a árvore
g. Controle de qualidade (verificação de erros) desses inventários são determinar a composição
deverá ser qualificada como “meia” (1/2), ou seja, se o
h. Conversão de dados e digitação (CAP/DAP,...) florística e o potencial madeireiro da floresta, sem o
instrumento tiver um fator de área basal (K) igual a 2, a
6. Compilação e procedimentos de cálculo controle da precisão.
árvore qualificada representará apenas 1 m2/ha.
a. Conversão das unidades de campo para expressões Inventário detalhado: as informações são obtidas com
Conseqüentemente, o número de árvores por hectare e
de quantidade desejáveis (equações, fatores) precisão até o nível de classe diamétrica.
o volume por hectare também serão divididos por 2.
b. Cálculo do erro de amostragem
INVENTÁRIO FLORESTAL
CENSO OU INVENTÁRIO 100% CENSO OU INVENTÁRIO 100% TEORIA DA AMOSTRAGEM

O inventário de prospecção ou inventário 100%, Por conseguinte, são medidas as coordenadas de Parâmetro ou característica de uma população: é um
diferentemente dos usuais inventários por amostragem campo necessárias para a execução do trabalho de valor ou constante que é obtido para dada variável de
é a enumeração completa de todos os indivíduos de mapeamento em escritório. Ao termino da varredura do interesse, se todas as u.a. de uma população forem
tamanho comercial e pré-comercial que ocorrem em setor de inventário, inicia-se o inventário do próximo mensuradas. O valor estimado de um parâmetro é
uma área. Apropriado para pequenas áreas ou áreas setor, e assim, sucessivamente, até completar o sempre referido como uma estimativa, cujo valor deve
com pequeno número de indivíduos, uma vez que a inventário de cada talhão. Ao término do inventário de ser o mais próximo do referido valor de um parâmetro
medição de muitos indivíduos (árvores) constitui cada talhão, inicia-se no próximo talhão, e dessa forma, populacional.
atividade com grande dispêndio de tempo e com um executa-se o inventário até o último talhão. Estimadores: fórmulas matemáticas usadas no intuito d
muito elevado. FUPEF (1983) utilizou uma metodologia que consiste no condensar informações obtidas através da amostragem,
Mesmo sendo realizado em pequena floresta, o censo encaminhamento, em ziguezague, em faixas de floresta em um único número, a estimativa.
pode acarretar erros na coleta de dados. Isso se deve de 50 m por 1000 m. Sete pessoas auxiliavam nas Em um inventário, como em qualquer procedimento de
ao fato de que, normalmente, as florestas, sejam elas tarefas de medição do DAP, altura, identificação, amostragem, primeiramente deve-se buscar a exatidão
plantadas ou naturais, possuem grande número de planejamento e determinação da localização da árvores de uma estimativa que pode ser conseguida quando
árvores por unidade de área. Assim, embora o censo na faixa. O rendimento da operação ficou entre 10 e 15 visar o máximo de precisão e eliminar, ou reduzir a um
não possua erro de amostragem, devido à medição de hectares por dia. mínimo, o efeito de tendências “bias”.
toda a população, podem ocorrer erros de não AMARAL et al. (1998) também recomendam que a Erro de amostragem: trata-se do erro que se incorre
amostragem, os quais são de difícil detecção. largura das faixas de inventário de prospecção seja de por se avaliar apenas parte da população.
A opção pela realização do inventário de prospecção 50 m. Neste caso, o censo é realizado com uma equipe Fatores que aumentam a probabilidade de ocorrência do
embasará o planejamento de todas as atividade de quatro pessoas: dois ajudantes, um identificador e erro de amostragem: tamanho da amostra, variabilidade
relacionadas com a proteção, a preservação e a um anotador. Os ajudantes percorrem as das u.a. dentro da população e o método de seleção
conservação, a níveis de árvores e de comunidades bordas da faixa de inventário procurando árvores das unidades de amostra.
florestais, além de facilitar a fiscalização e autuação passíveis de serem mapeadas, sendo cada um Erros de não amostragem: não advindos do processo de
pelos órgãos responsáveis. responsável por uma faixa de 25 m, enquanto o amostragem. Devido a equívocos na alocação das u.a.,
Os dados obtidos do inventário 100% com mapeamento identificador e o anotador se deslocam pelo centro da na tomada de dados (medição de árvores) ou no
em coordenadas UTM, qnd integrados e processados faixa. Os laterais também identificam e avaliam as registro dos dados ou das observações, emprego de
num Sistema de Informações Geográficas (SIG), geram árvores no talhão. métodos falhos na compilação e erro no processamento
mapas com, respectivamente, a localização das árvores, No sistema Celos de Manejo, adotado para as florestas dos dados (cálculos, estimadores tendenciosos, falhas
a infra-estrutura e acesso à área, e as árvores do Suriname (BODEGON e GRAAF, 1994), as nos softwares, etc.). Erro total = Erro de amostragem +
selecionadas. Sobretudo, esta atividade poderá apoiar subunidades, chamados de setor de prospecção, Erro de não amostragem: diferença entre a estimativa
decisões de intervenções futuras na florestas visando apresentam dimensões de 40 m por 250 m (1 ha). A de uma amostra e o valor verdadeiro da população.
proteger e preservar árvores individuais e coletivamente, equipe é formada por 5 pessoas que se posicionavam a Variância (S2): dispersão dos dados em relação à
proporcionando conservar e até mesmo elevar a um espaçamento de 10 m. Ao sinal do líder, a equipe se média.S = desvio padrão e CV = coeficiente de variação
biodiversidade. locomove ao longo da parcela no sentido do maior = percentual do desvio padrão em relação à média.
FREITAS (2001), utilizou uma metodologia que consistiu comprimento (250 m). Quando uma árvore comercial é n 
2

na divisão da área de manejo em talhões e estes observada a equipe pára, os dados da árvores são   Yi 
n n
 i 1 
subdivididos em setores de inventário de 40 m de informados ao líder que também anota a distância (Yi  Y ) 2  Yi 
2

largura e comprimento variável, de acordo com a forma percorrida, eixo x, e a distância até o ajudante, eixo y. S 
2 i 1

i 1 n S   S2
do talhão. Antes do início da coleta dos dados, são Após a marcação da árvores a equipe volta a percorrer n 1 n 1
abertas picadas na floresta, orientadas paralelamente à lentamente a subunidade. Uma equipe bem treinada é CV  
S
 100
largura do setor de inventário, maior comprimento, e capaz de cobrir cerca de 20 a 25 ha por dia. Y
eqüidistantes em 40 m. A cada 30 m, ao longo da Nos exemplos citados, as atividades do inventário de Erro padrão: é um desvio padrão entre as estimativas
picada, deverá ser colocado um piquete da cor amarela prospecção foram realizadas após a abertura médias, em vez de ser entre as u.a. individuais.
com, aproximadamente, 1,20 m de altura para servir de sistemática de picadas em todo o talhão de exploração (A) S2 S (B) S2 n
referência para as medições das coordenadas (x, y) de anual. Estas, além de facilitarem a locomoção e SY    SY    (1  )
n n n N
localização de cada árvore com DAP ≥ 20 cm.O método orientação na floresta, foram as responsáveis pela
de inventário de prospecção baseou-se na utilização de exatidão na determinação da localização das árvores. (A) população infinita e (B) população infinita.
equipamento digital de medição denominado de Vertex Erro de amostragem:
da marca Forestor®. Este aparelho trabalha com pulos TEORIA DA AMOSTRAGEM SY  t E  SY  t E  ( E %)  Y
E%    100
ultrasônicos e é formado por duas unidades, o Y 100
instrumento medidor e o transponder originador dos As informações em um inventário florestal são obtidas Limite de confiança: limites dentro dos quais se espera
sinais. O aparelho utilizado, é também um hipsômetro pela medição e avaliação de árvores e de várias encontrar o verdadeiro valor do parâmetro da
digital que permite a leitura da inclinação das picadas e características da área sob a qual as árvores estão população, a um dado nível de probabilidade.
a altura das árvores. A equipe de inventário é formada crescendo, através de medições tomadas sobre o solo IC  Y  t  SY
por quatro pessoas: um anotador e três mateiros. A ou através de fotografias aéreas, imagens de satélite, O valor de “t”, para um nível de probabilidade
coordenada y é medida ao longo da picada. A forma de etc. Como as populações florestais apresentam um selecionado, é obtido da tabela de distribuição de
obtenção dos dados e de caminhamento (varredura) em elevado número de indivíduos e de características Student, usando-se n-1 graus de liberdade, em que n é
cada setor de inventário é executada da seguinte forma: quantitativas e qualitativas, nota-se a necessidade de se o tamanho da amostra.
cada setor é percorrido no sentido da picada lateral que utilizar procedimentos de inventários florestais pela
o delimita, isto é, no sentido do seu maior comprimento. aplicação de técnicas de amostragem. Assim sendo, a Delineamento de amostragem
O líder (anotador), caminha pela picada com as amostragem é um procedimento normal em inventários Um delineamento de amostragem, para atingir os
planilhas de campo e c/ o distanciômetro digital (Vertex). florestais, que permite obter estimativas de diferentes objetivos de qualquer inventário florestal, é determinado
Para cada árvore que apresentar DAP ≥ 20 cm, ou parâmetros populacionais com precisão e menor custo. pelo tipo de unidade de amostra; pelo tamanho e forma
genericamente, DAP igual ou maior que o nível de Conceitos básicos da unidade de amostra escolhida (quando o inventário
inclusão, o mateiro responsável pelo transponder se População: contempla 2 pressuposições: os indivíduos se utiliza de parcelas de área fixa); pelo número de
desloca até a mesma e encosta o equipamento no são da mesma natureza, diferem entre si, de acordo c/ unidades de amostra a ser empregado; e pela forma de
tronco, à altura do DAP (1,3m do solo). Desta forma é uma feição, atributo típico ou característica denominada seleção e distribuição das parcelas sobre a área
possível ao anotador proceder à leitura da coordenada variável. florestal (métodos de amostragem), seguido pelos
x, isto é, a distância da árvore em relação à picada. As Amostra: porção de dada população que é examinada, procedimentos adotados de medição das árvores nas
coordenadas e os demais dados referentes à árvore são permitindo que façam inferências sobre a população em unidades selecionadas e pela análise dos dados
ditados ao líder, que após anotá-los e confirmar os questão. resultantes. Os principais fatores que influenciam o
mesmos dá o sinal para a equipe continuar o inventário. Unidades de amostra: unidades em q serão realizadas planejamento de um inventário florestal são: objetivos;
Cada vez que for adicionada uma árvore à planilha, o as avaliações quantitativas e qualitativas sobre as recursos disponíveis; tipologia florestal e sua
líder anota a distância percorrida pela equipe feições de uma população. Podem ser povoamentos, variabilidade; condições topográficas e acessibilidade à
(coordenada y). talhões, unidades administrativas, parcelas de área fixa área; precisão requerida em torno da média.
ou faixas, ou pontos de amostragem.
INVENTÁRIO FLORESTAL
TEORIA DA AMOSTRAGEM TEORIA DA AMOSTRAGEM TIPOS DE AMOSTRAGEM

Tipos, formas, tamanhos e alocação das u.a. b. Em terrenos com declividade maior do que 10o a área 1) Amostragem casual simples: na seleção de uma
Um dos objetivos centrais da mensuração florestal é a da unidade de amostra deve ser corrigida, de tal forma amostra com n u.a., todas as possíveis combinações de
obtenção do valor total de algum atributo relacionado às que fique no mesmo plano de referência (horizontal) dos n unidades teriam as mesmas chances de ser
árvores que compõem a floresta. Como, às vezes, é mapas utilizados para a definição do desenho da selecionadas. A distribuição e alocação de u.a. de forma
impossível realizar o censo ou inventário 100%, os amostragem. A correção da área da unidade de amostra casual sobre uma área que será inventariada somente
inventários florestais são feitos por amostragem, sendo é dada pela seguinte expressão: será eficiente se a área for homogênea quanto à
as árvores selecionadas individualmente ou em grupos, Ar  a  b  cos( ) distribuição da variável de interesse.
denominados “unidades de amostra”, para a obtenção Em que: Ar = área reduzida, em m2; a = menor lado da 2) Amostragem casual estratificada: consiste na
de estimativas dos atributos da floresta. parcela, em m; b = maior lado da unidade de amostra, divisão da população em sub-populações mais
As unidades de amostra, unidades básicas onde são em m; θ = ângulo de inclinação do terreno, em graus. homogêneas em termos de distribuição da variável de
executadas as medições de características quantitativas Tamanho da amostra interesse, denominadas estrato, dentro dos quais se
e qualitativas da população, podem possuir área fixa O tamanho da amostra é dependente do objetivo do realiza a distribuição das u.a. de forma aleatória.
(parcelas ou faixas) ou área variável, no caso da inventário; dos recursos disponíveis; da precisão Será mais eficiente, se a variabilidade dentro de cada
amostragem por pontos; ser constituída por linha de requerida, dada pelo erro admissível em torno da média, estrato for < que aquela considerando toda a população.
amostragem; ou ainda, ser a própria árvore, no caso de em determinado nível de probabilidade; da variabilidade Vantagens em relação à amostragem casual simples: p/
procedimentos envolvendo árvores-modelo. da característica a ser medida; e do método de seleção um mesmo tamanho da amostra, propicia estimativas
e distribuição das unidades de amostra. mais precisas (< erro de amostragem); para mesma
Critérios para definir o tamanho de uma amostra: precisão requerida, tem-se menor tamanho de amostra.
nj
a) em função de determinada % da área da população a
(a) N 
M Y
N j (b) n   n j (c) Y j 
M
ser amostrada. Ex: intensidade 1:5 = a cada 5 ha, uma

ij
i 1

a) os centro das unidades de amostra circulares podem u.a. de tamanho conhecido será lançada e medida no j 1 j 1 nj
ser facilmente marcados, ao passo que qualquer campo. M

identificação da linha do centro de unidades de amostra b) em razão de um erro de amostragem estabelecido


(d)
N Y j j M
(e) Yˆ  N  Y (f) Yˆ  N  Y
em faixas é mais dispendiosa; b) os limites de uma antecipadamente, segundo determinado nível de Y  j 1
  PjY j j j

unidade de amostra circular não são facilmente probabilidade. N j 1

determinados, ao contrário das unidades quadradas ou t2  S 2 t 2  CV 2 ; para populações infinitas  nj 


2

retangulares; c) em terrenos com declividade acentuada n 2 n   Yij 


E (E %)2
 Yij2   
nj i 1
deve-se utilizar preferencialmente parcelas retangulares,
de forma que o seu maior eixo fique orientado no t2 S2 t 2  CV 2 (g) 2 i 1 nj (h) S   S 2
sentido da declividade; d) as parcelas retangulares tem n n Sj  j j
t2 S2 t 2  CV 2 n j 1
grande % de bordadura = > probabilidade de ocorrer E2  ( E %) 2 
erros de não amostragem por inclusão ou omissão N N (i) S   S 2
incorreta de indivíduos na borda de parcelas quadradas para populações finitas. Y Y

Em que: n=tamanho da amostra; E=precisão requerida M=número total de estratos; Pj=Nj/N=% do no de u.a.
ou retangulares; e) parcelas com mais de 50 m de
ou erro admissível em torno da média, em termos em cada estrato em relação ao no total de u.a. ou % da
comprimento são denominadas faixas, utilizadas quando
absolutos; S2=variância da característica analisada nas área total de cada estrato em relação à área total.
há hipótese de haver diferenças ou variações na
u.a.; t=valor tabelado da estatística “t” de Student, a (a) número total de u.a. na população; (b) número de
quantidade de um parâmetro de acordo c/ um gradiente
dado nível de significância (α) e n–1 graus de liberdade; u.a. lançadas em todos os estratos; (c) média estimada
ambiental, normalmente associado à topografia.
N=no total de u.a. da população. da variável Y em cada j-ésimo estrato; (d) média
estratificada ou média ponderada; (e) valor total
O tamanho da u.a. deve ser tal que seja suficiente para
Seleção e distribuição das u.a. estimado de Y para a população; (f) valor total estimado
incluir um número representativo de árvores, porém
Como as u.a. serão selecionadas e distribuídas em de Y para cada j-ésimo estrato; (g) variância estimada
pequeno o suficiente para que a relação entre o tempo
campo, no inventário florestal? Os métodos de seleção de Y em cada j-ésimo estrato; (h) desvio padrão de Y
de estabelecimento versus tempo de trabalho na coleta
e distribuição de u.a. podem ser classificados em 2 em cada j-ésimo estrato; (i) erro padrão da média
de dados dessa unidade não seja alta em demasia, o
grupos: probabilísticos e não probabilísticos. estimada.
que oneraria os custos desse inventário.
Na amostragem probabilística, a probabilidade de Fixação proporcional: a distribuição do no total de u.a.
Não existe, no entanto, um tamanho ótimo de unidade
seleção de qualquer unidade de amostra é conhecida. nos diferentes estratos é função da proporção das áreas
de amostra, haja vista que este depende do grau de
Esta probabilidade é maior que zero e pode ser a dos estratos em relação à área total da população.
agrupamento das árvores e do custo do processo de
mesma para todas as unidades, em todos os momentos Tamanho da amostra:
amostragem, ou seja, deve existir um intervalo limitado
da seleção da unidade, ou pode variar com o progresso M
de tamanhos no qual a eficiência da amostragem é t 2   Pj S 2j
máxima, tanto em termos de precisão quanto em termos da amostragem. Freqüentemente, nos trabalhos de M

inventário florestal, as probabilidades não são t 2   Pj S 2j n


j 1
de custo. j 1 (E ) 2
Quanto a alocação das unidades de amostra, alguns conhecidas, mas assumidas serem iguais para todas as n M

cuidados devem ser observados: unidades de amostra. Na amostragens não t 2   Pj S 2j


a. Em florestas eqüiâneas (plantios), por exemplo, a probabilística, as unidades que constituem a amostra ( E )2  j 1

alocação das unidades de amostra de área fixa deve não são selecionadas pelas leis da chance, mas pelo N
obedecer as linhas de plantio para que as unidades julgamento pessoal ou sistematicamente.Como exemplo Número de u.a. em cada estrato: Nj
de métodos de amostragem probabilísticos, tem-se:  n P j n nj 
representem a área útil de cada planta. N
Considerando um espaçamento de 3m x 3m entre 1. Amostragem com igual probabilidade de seleção das Fixação ótima: a distribuição é em função da proporção
plantas, a área útil de cada planta será de 9m2. Se unidades de amostra: casual simples, casual das áreas e da variabilidade do estrato. Tamanho da
forem utilizadas árvores como limites da unidade de estratificada, multiestágio, multifase. amostra:
amostra, teria-se 9 árvores em uma parcela de 36m2 de 2. Amostragem com probabilidade variável: por 2
M 
área, representando uma área útil por planta de 4m2. listagem, com probabilidade proporcional à predição – 2 t 2    Pj S j 
3P, proporcional ao tamanho – PPS. M   
Para representar a área útil de 9m2 das 9 árvores t 2    Pj S j  n
j 1

amostradas a unidade de amostra deveria ter sido Como exemplo de métodos de amostragem não  j 1  (E ) 2
probabilísticos, tem-se: n
locada entre as linhas de plantio. M
t 2   Pj S 2j
1. Amostragem seletiva
j 1
2. Amostragem sistemática (E)  2

N
M Número de u.a. em cada estrato:
P S
j 1
j j Nj
Sj
CV   100 N PS
Y nj  Nj
 nnj  N j j j  n
Nj

j 1 N
Sj 
j 1
Pj S j

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