Está en la página 1de 15

Guinha Evassone Muassinar Gimo

Hermane Colene Vicente Tomás


Kharene Luís Ferrão
Luísa Domingos Sande
Luneia Eduardo de Oliveira

História do Pensamento Economico – Escola Clássica (Adam Smith, David Ricardo,


Thomas Malthus).

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Univercidade-Púnguè

Tete

2021
Guinha Evassone Muassinar Gimo
Hermane Colene Vicente Tomás
Kharene Luís Ferrão
Luísa Domingos Sande
Luneia Eduardo de Oliveira

História do Pensamento Economico – Escola Clássica (Adam Smith, David Ricardo,


Thomas Malthus).

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Trabalho de Pesquisa Bibliográfica a ser


apresentado no curso de Licenciatura em
Gestão de Recursos Humanos na cadeira
de Introdução a Economia como requisito
parcial de avaliação.

Docente: Pensado Tinga

Univercidade-Púnguè

Tete

2021
Índice
1. Introdução.........................................................................................................................4

1. Objectivos.........................................................................................................................5

a. Objectivo Geral.................................................................................................................5

b. Objectivos Específicos......................................................................................................5

2. Metodologia......................................................................................................................5

3. Trajectória do Pensamento Económico.............................................................................6

4. A Escola Clássica – Precursores.......................................................................................6

5. Adam Smith (1723-1790).................................................................................................9

6. David Ricardo (1772-1823)............................................................................................11

7. Thomas Robert Malthus..................................................................................................12

Contribuição de Malthus à demografia e ao pensamento econômico....................................12

8. Conclusão........................................................................................................................14

9. Bibliografia.....................................................................................................................15

3
1. Introdução

O presente trabalho subordina-se ao tema História do Pensamento Economico – Escola


Classica (Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus).

Período Medieval A Idade Média (500 a 1000 d.C) marca uma nova fase da história da
humanidade. Uma outra concepção de vida surgiu com o cristianismo, e floresceu com a Queda
do Império Romano. Os ensinamentos cristãos, legalizados por um decreto do ano 311, assinado
pelo Imperador Constantino, passaram a ser disseminados por toda a Europa.

Foi nessa época, segundo Gastaldi (1999), que as igrejas e os mosteiros católicos tornaram-se
poderosos e a instituição passou a ser o principal agente de disseminação do saber e da cultura
económica da época. Como o pensamento cristão condenava a acumulação de riqueza e a
exploração do trabalho, a opção da Igreja, então, voltou-se com força para a actividade rural.
Diante dessa situação o que de fato aconteceu foi que, através de seus conventos e mosteiros, ela
acabou tornando-se proprietária de grandes áreas de terra.

A escola clássica começou em 1776, quando Adam Smith publicou seu trabalho A riqueza
das nações, e teve fim em 1871, quando W. Stanley Jevons, Carl Menger e Leon Walras
publicaram, independentemente, trabalhos expondo as teorias neoclássicas.

4
1. Objectivos
a. Objectivo Geral
 Descreve sobre o Pensamento Economico.
b. Objectivos Específicos.
 Mencionar os percursores da Escola Clássica;
 Mencionar as Contribuições de Adam Smith;
 Mencionar Contribuições de David Ricardo;
 Mencionar as contribuições de Thomas Malthus.
2. Metodologia

Segundo LAKATOS (1999:57), método é uma forma de pensar para chegar a natureza dum
determinado problema quer seja para estuda-lo quer seja para explica-lo. Para a realização deste
trabalho usei o seguinte método:

 Método Bibliográfico

Para a realização deste trabalho usei a metodologia Bibliográfica e de Internet. Mas aprofundei
mas sobre a matéria utilizando a Metodologia Bibliográfica. Segundo Gil (2002: 44), “a pesquisa
bibliográfica é desenvolvida com base nos livros e artigos científicos (…), a principal vantagem
desta pesquisa reside no facto de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de
fenómenos muito amplos.”

5
3. Trajectória do Pensamento Económico

Período Medieval A Idade Média (500 a 1000 d.C) marca uma nova fase da história da
humanidade. Uma outra concepção de vida surgiu com o cristianismo, e floresceu com a Queda
do Império Romano. Os ensinamentos cristãos, legalizados por um decreto do ano 311, assinado
pelo Imperador Constantino, passaram a ser disseminados por toda a Europa.

Foi nessa época, segundo Gastaldi (1999), que as igrejas e os mosteiros católicos tornaram-se
poderosos e a instituição passou a ser o principal agente de disseminação do saber e da cultura
económica da época. Como o pensamento cristão condenava a acumulação de riqueza e a
exploração do trabalho, a opção da Igreja, então, voltou-se com força para a actividade rural.
Diante dessa situação o que de fato aconteceu foi que, através de seus conventos e mosteiros, ela
acabou tornando-se proprietária de grandes áreas de terra.

A terra transformou-se no símbolo de riqueza por excelência. Nasceu, assim, o regime feudal,
caracterizado por propriedades nas quais os senhores e os trabalhadores viviam do produto da
terra ou do solo. Neste período embora fosse o rei quem dirigisse o Estado, ele não possuía
influência ou poder de decisão nos feudos, onde a autoridade máxima era a do senhor da gleba
(os proprietários ou arrendatários) e onde labutavam os servos (os trabalhadores).

4. A Escola Clássica – Precursores


A escola clássica começou em 1776, quando Adam Smith publicou seu trabalho A riqueza
das nações, e teve fim em 1871, quando W. Stanley Jevons, Carl Menger e Leon Walras
publicaram, independentemente, trabalhos expondo as teorias neoclássicas.

5.1. Visão Geral da Escola Clássica


Duas "revoluções", uma relativamente madura e a outra apenas no inicio, foram
especialmente significativas para o pensamento económico clássico.
A revolução científica. Em 1687: O impacto de Newton pode ser percebido nas ideias da
escola clássica. De acordo com os Clássicos, as instituições feudais remanescentes e os
controles restritivos do mercantilismo não eram mais necessários. Para eles, a ci ência
newtoniana fez surgir uma natureza tão verdadeira quanto à vontade de Deus, anteriormente.
6
Se a vontade divina tivesse criado um mecanismo que funcionasse harmoniosa e
automaticamente se m interferência, o laissez-faire seria a forma mais alta de sabedoria nas
questões sociais. As l eis naturais guiariam o sistema económico e as acções das pessoas.
A Revolução Industrial. Em 1776, a Revolução Industrial estava apenas começando,
mas se intensificou durante o period° em que os economistas clássicos mais recentes
escreveram. Eles estavam ci entes do cr escimento substancial da manufatura, do comercio
e das invenções, além da divisão do trabalho. Muitas práticas mercantilistas es tavam
acabando com o surgimento da atividade comercial que se espalhava em todas as direcções.

5.2. Principais Dogmas da Escola Clássica


A doutrina clássica é geralmente chamada de liberalismo econômico. Suas bases são
liberdade pessoal, propriedade privada, iniciativa individual, empresa privada e
interferência mínima do governo.
 Envolvimento mínimo do governo. O primeiro princípio da escola clássica era que
melhor governo governa o mínimo. As forças do mercado livre e competitivo
guiariam a produção, a troca e a distribuição.
 Comportamento econômico de autointeresse. Os economistas clássicos supunham que o
comportamento de autointeresse básico para a natureza humana.
 Harmonia de interesses. Com exceção importante de Ricardo, os clássicos
enfatizavam a harmonia natural de interesses em uma economia de mercado. Ao
correr atrás de seus interesses individuais, as pessoas atendiam aos melhores interesses
da sociedade.
 Importância de todos os recursos e atividades econômicas. Os clássicos assinalavam que
todos os recursos econômicos como as at ividades econômicas contribuíam para a
riqueza de uma nação.
 Leis econômicas. A escola clássica deu grandes contribuições para a economia ao
concentrar a analise em teorias econômicas explicitas ou "leis".

7
5.3. Quem a Escola Clássica Beneficiou ou Procurou Beneficiar?
No longo prazo, a economia clássica atendeu a toda a sociedade porque a aplicação de
suas teorias promovia o acumulo de capital e o crescimento econômico. Ela dava respeitabilidade
aos empresários, em um mundo que anteriormente tinha di recionado as honras e a renda
para a nobreza e os abastados. Os mercadores e os industriais obtiveram um novo st at us
e dignidade, como promotores da riqueza da nação, e os empresários estavam seguros de
que, ao procurar o lucro, estavam atendendo a sociedade.

5.4.Como a Escola Clássica foi Válida, Útil Ou Correta em sua Época?


A economia clássica racionalizava as praticas em que estava envolvida ao transformar as
pessoas em empreendedores. A concorrência era um fenômeno crescente, e a confiança
nela como a grande reguladora da economia era um ponto de vista sustentável. Quando a
industrialização estava começando, a maior necessidade da sociedade era concentrar recursos na
máxima expansão possível da produção. A projeção do setor privado em relação ao setor
público serviu a esse objetivo admiravelmente. Como os consumidores eram geralmente
pobres e as oportunidades de investimento eram aparentemente ilimitadas, os capitalistas
tinham um forte incentivo para reinvestir uma parte substancial de seus lucros.

5.5. Quais Dogmas da Escola Clássica se Tornaram Contribuições Duradoura?


Os dogmas que se tornaram contribuições duradouras incluem, mas não se limitam: (1)
à lei de rendimentos decrescentes, (2) a lei da vantagem comparativa, (3) a noção de
soberania do consumidor, (4) a importância do acumulo de capital para o crescimento
econômico e (5) ao mercado como um mecanismo para reconciliar os interesses dos indivíduos
com os interesses da sociedade.
“Exemplos incluem a lei da vantagem co mparativa, a lei de rendimentos cada vez
menores, a teoria da população de Malthus, a lei dos mercados (lei de Saw), a teoria da

8
renda de Ricard o, a teoria quantitativa da moeda e a teoria do valor-trabalho. Os clássicos
acreditavam que as leis da economia são universais e imutáveis”.

5. Adam Smith (1723-1790)


Filósofo, teórico e economista, nascido na Escócia em 1723, dedicou-se, quase exclusivamente,
ao magistério. É considerado: o pai da Economia Política Clássica Liberal.
Seu pensamento filosófico e econômico encontra-se, basicamente, em “Teoria dos Sentimentos
Morais” (1759) e em “Riqueza das Nações” (1776). Os críticos a essas duas importantes obras de
Smith, afirmam haver um paradoxo entre ambas: Na “Teoria”, Smith teria como sustentação de
sua concepção ética, o lado simpático da natureza humana; enquanto na “Riqueza das Nações”
realça a ideia do homem movido pelo egoísmo, constituindo-se este, na força motriz do
comportamento humano. Crítica, essa, repudiada e apontada como um falso problema, não
havendo descontinuidade de uma obra para outra.
Influências no campo filosófico
No campo filosófico, Adam Smith sofre a influência do filósofo e historiador Francisco
Hutcheson, de quem foi aluno. No Sistema de Filosofia Moral de Hutcheson, Smith irá encontrar
numerosas ideias econômicas sobre a divisão do trabalho, valor, preços, moeda e impostos. Sua
linha de pensamento filosófico está, também, vinculada à reação da concepção Hobbesiana de
Estado. A maior influência exercida sobre Smith, entretanto, é a de David Hume. Amigos desde
a adolescência, já se afirmou que Smith não teria “existido” sem Hume. David Hume, assim
como John Locke6 , reage à filosofia moral e política de Hobbes: pessimista em relação à
natureza humana, que seria essencialmente perversa.

Influências no campo econômico


No campo econômico, é inegável a influência recebida por Smith, da efêmera Escola
Fisiocrática. Tanto que iniciou a escrever a Riqueza das Nações durante viagem e permanência
na França, por cerca de dois anos. Durante esse período de permanência na França, manteve
contato com os representantes da Escola Fisiocrática, liderados por Quesnay.
As ideias liberais de Adam Smith
Em a Riqueza das Nações, elas aparecem, entre outras, na sua defesa à liberdade irrestrita do
comércio, que deve, não só ser mantida como incentivada, por suas inegáveis vantagens para a

9
prosperidade nacional. Ao Estado caberá manter uma relação de subordinação entre os homens e,
por essa via, garantir o direito da propriedade. Esta concepção envolve a noção smithiana de
fortuna, classes e a ideia de conveniências e necessidades.
Fortuna
A fortuna, para Smith, está fundada no trabalho, tanto no plano individual quanto no plano
coletivo. Diz Smith, que os ricos são movidos pela avareza e pela ambição, enquanto os pobres,
pelo ódio ao trabalho, amor ao ócio e preferência pelo desfrute imediato da renda. Isso gera
conflitos e a necessidade do Estado para garantir direitos individuais.
Classes
As classes se constituem em:
 Classe dos proprietários;
 Classe dos (as) trabalhadores(as), que vivem de salários;
 Classe dos patrões, que vivem do lucro sobre o capital.
Subordinação
A subordinação, na sociedade, se deve a quatro factores: qualificações pessoais, idade, fortuna
e berço. Este último pressupõe fortuna antiga da família, dando a seus detentores mais prestígio e
a autoridade da riqueza aos mesmos.
conveniências e necessidades
Smith discrimina dois tipos de mercadorias: as de consumo necessário e as luxúrias. O primeiro
grupo compreende aquelas mercadorias absolutamente imprescindíveis à subsistência humana e
aquelas que o costume determina. Quanto às mercadorias do segundo grupo, que incluía a
cerveja e o vinho, o termo “luxúria” não envolvia qualquer crítica ou reprovação, mas as tarifas e
impostos incidentes sobre elas, deveriam onerá-las mais.
Na sua concepção, uma economia capitalista caracteriza-se pela existência simultânea:
 Do proprietário dos recursos naturais ou proprietário fundiário.
 Do capitalista, concebido como a pessoa que antecipa, ao (à) trabalhador(a), os meios de
produção necessários ao processo produtório e os bens de consumo, necessários ao seu
sustento, até o momento em que a produção se complete.
 Do (a) trabalhador(a), o qual não sendo proprietário, perde sua independência e coloca
sua força de trabalho a serviço de um “patrão”.
Em correspondência com essas três “classes”, a renda social se divide em três partes:

10
 Renda, auferida pelo proprietário.
 Lucro do capitalista.
 Salário, do(a) trabalhador(a).

Smith considera a economia capitalista aquela que se contrapõe a uma economia de proprietários
individuais, independentes, proprietários dos meios de produção e dos produtos que trocam,
entre si, no mercado. Esta última, considerada uma economia “primitiva”.

6. David Ricardo (1772-1823)

Nasceu em Londres, em 1772, filho de pai judeu ortodoxo, abandonou a fé judaica e dedicou-se
à atividade de corretor na Bolsa. Antes de completar trinta anos de idade, já era detentor de
imensa fortuna. Começa a interessar-se pela teoria econômica em 1799, após ler a Riqueza das
Nações de Adam Smith. Com a publicação de um panfleto intitulado “O elevado preço da barra
de ouro”, ganha notoriedade e começa a corresponder-se com os mais refutados economistas e
escritores políticos da época, incluindo: Malthus; Bentham; James Mill e Smith. Muito de sua
contribuição para o pensamento econômico surge dessa correspondência, em grande parte,
somente resgatada em 1930, por John Maynard Keynes.

Estimulado, principalmente, por James Mill, Ricardo publica a sua principal obra Princípios de
Economia Política e de Tributação, em abril de 1817. Dando a entender que esta era uma obra
destinada a um público selecionado, composto por homens de negócio e estadistas, a obra trata
de diversos estudos sobre os princípios e questões da Economia Política: valor, preço, renda,
comércio, impostos. No prefácio, Ricardo alerta que o principal problema da Economia Política é
o da REPARTIÇÃO DA RENDA NACIONAL ENTRE A RENDA, O LUCRO E OS
SALÁRIOS. Mas este é somente o principal problema.

Ao longo da obra, esclarece que: O problema mais difícil de ser resolvido e o que mais
interessa, no funcionamento do sistema econômico, é o volume da produção e o rendimento
absoluto recebido por cada pessoa que nela participa.

As conclusões de Ricardo sobre a Teoria do Valor irão permitir a Karl Marx, em um


prolongamento consciente, desenvolver a sua Teoria do Valor-trabalho. Por ter se utilizado do
método dedutivo de análise, Ricardo é censurado por muitos e elogiado por outros tantos.

11
Todavia, é reconhecido como aquele que deu o impulso científico para permitir à Escola Clássica
Liberal dominar o pensamento econômico em boa parte do século XIX e, ainda, sobreviver nas
teorias da Escola Hedonista. Os Princípios de Ricardo colocaram, pela primeira vez, de forma
clara, no pensamento econômico, o significado de “valor excedente” para reprodução do
processo de acumulação.

7. Thomas Robert Malthus

Thomas Robert Malthus nasceu em 13 de fevereiro de 1766, no condado de Dorking, na


Inglaterra e morreu em 29 de dezembro de 1834, no mesmo país. Nascido numa família de
aristocratas rurais de religião anglicana, Malthus teve acesso a uma educação erudita desde cedo,
dedicando-se ao estudo dos clássicos da literatura e da filosofia, e mesmo à botânica. Em 1788,
Malthus se formaria em Matemática no Jesus College, da Universidade de Cambridge, e seria
ordenado pastor. Em 1793, Malthus foi admitido como pesquisador em Cambridge, ofício que
exerceria juntamente com a supervisão de uma paróquia em Albury. Em 1798, lançaria uma obra
anônima, o Ensaio sobre o Princípio da População, cuja tese central – a de que a população
crescia a taxas maiores do que o produto – tinha como decorrência a atribuição dos fenômenos
da pobreza e da fome ao “excesso populacional”.

Contribuição de Malthus à demografia e ao pensamento econômico


Segundo Eduard Heimann (1971, p. 91), as contribuições de Malthus ao pensamento econômico
deram-se em duas medidas: uma, na teoria da população; outra, na teoria das crises
económicas.

O princípio malthusiano da população, se não totalmente original em sua concepção, o foi em


sua formulação e aderência a um problema então considerado como iminente à conjuntura.
Frente à expansão da divisão do trabalho, crescente urbanização, e crescimento populacional das
cidades inglesas, Malthus apontou – ignorando-se o mérito de suas conclusões – para um
problema social decorrente da expansão desenfreada das forças produtivas. Com o princípio da
população, Malthus tomou o partido do que se consolidaria como a visão clássica do problema
populacional na teoria econômica. Ao elaborar sua teoria das crises econômicas, contudo,
Malthus tomaria um caminho mais arriscado.

12
O questionamento e a inversão da chamada “Lei de Say” colocariam a explicação das crises
econômicas pela insuficiência de demanda, ao mesmo tempo, o pensamento econômico e
demográfico de Malthus sob outra perspectiva, e este, por sua vez, à margem da linha-mestra da
teoria elaborada à sua época. Se o Ensaio revelara-se um ponto de sustentação da visão clássica
da relação entre produto e população – e uma conveniente justificativa para a pobreza gerada
pela expansão do capital industrial - os Princípios apresentavam verdadeiras inconveniências aos
capitalistas da época, como a necessidade de as classes mais abastadas dispenderem o máximo
possível de sua renda, a necessidade do empreendimento de obras públicas que assegurassem o
nível de emprego da economia, etc. Não deixa de ser curioso o fato de que uma grande crise do
capital (a de 1929), caracterizada justamente pelo elevado desemprego, daria o mote para a
“recuperação” dessa nuance do pensamento malthusiano.

13
8. Conclusão

Observada em conjunto, a obra de Malthus e sua contribuição ao pensamento econômico, à luz


tanto de seus críticos mais violentos – que o acusam desde o plágio mais descabido à platitude
mais apologética do capital, com traços de hipocrisia e mesmo desonestidade intelectual – como
de seus admiradores mais gratos – que lhe atribuem não apenas o princípio da demanda efetiva,
mas a explicação moderna da origem das crises capitalistas, tendo sido injustamente ostracizado
pelo mainstream teórico de sua época, mas resgatado pelos fatos – oferece um impasse,
caracterizado pelas contradições que a própria trajetória do pensamento de Malthus deixa ao
exame histórico. É provável que essa “herança contraditória” seja o legado de longo prazo do
pensamento malthusiano; em parte por sua propriedade de aderência às conjunturas em que foi
chamado a oferecer explicação; em parte pela falta de coesão interna entre as teses de
superpopulação e subconsumo. Se a tese de superpopulação mostra Malthus, no melhor dos
julgamentos, como um coordenador de ideias de sua época, a tese de subconsumo, questionada
em Marx como um plágio de Sismondi (MARX, 1982), é assumida por Schumpeter como uma
solução, ainda que insuficiente, original, após exame (SCHUMPETER, 1991).

14
9. Bibliografia

Samuelson, Paulo A. e William D. Nordhaus. Economia, 16a Edição, McGraw-Hill, Lisboa,


(1999).
Mankiw, N. Gregory. Introdução à Economia, Editora Campus Lda, Rio de Janeiro, (2001).
HEIMANN, E. História das Doutrinas Econômicas. Rio de Janeiro: Zahar, 2ª. edição, 1971.

BLAUG, M. Metodologia da Economia ou Como os Economistas Pensam. São Paulo: Edusp,


1999.

15

También podría gustarte