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Mário Sobrinho Assado

Licenciatura em ensino de Biologia com habilidades em Química

Cadeira: Biologia do Comportamento, 5º Ano

Tema: Resumo

Universidade Púnguè

Tete

2023
Mário Sobrinho Assado

Trabalho de caracter
avaliactivo a ser apresentado
no Departamento de Ciências
Agrárias e Biológicas como
requisito parcial de avaliação
na cadeira de BC

Docente: Drª Catarina Fridomo

Universidade Púnguè

Tete

2023
1. Introdução a Biologia do Comportamento

1.2. História da BC

A Biologia de comportamento é uma ciência que procura explicar as bases biológicas do


comportamento animal. Esta ciência, situa-se entre a Fisiologia Animal e a Ecologia, pelo facto
dela se basear nos processos biológicos ao nível dos organismo e o correcto enquadramento do
animal no seu meio ambiente, baseada na interação organismo-meio ambiente, trocando
informação. A Biologia de Comportamento, procura conhecer as bases do comportamento,
instinto de aprendizagem, hormónios, motivação, estímulos e comunicação, orientação,
território animal e agressividade, evolução genética e comportamento social.

1.3. Evolução paradigmática das ciências do Comportamento e escola inglesa dê etologia e


alemã de Biologia do Comportamento

Na Escola Inglesa a Biologia do Comportamento é denominada Etologia (do Grego: ethos,


comportamento, hábito, costume). A Etologia constituíu-se como uma ciência biológica
independente que, de modo geral, procurava estudar hábitos e biologia de espécies animais
isoladas. Por volta de 1911, O. HEINROTH utilizou, pela primeira vez, o conceito Etologia para
designar a cadeira biológica de estudo comparado do comportamento. Hoje, o conceito
Etologia da literatura Inglesa está para Biologia do Comportamento da escola Alemã
(GATTERMANN, et al. 1993). Nesta evolução histórica ocorreram mudanças tanto no
questionamento científico, quanto nos métodos de trabalho da Etologia, que justificam, hoje, o
uso do termo Biologia do Comportamento. Conforme TEMBROCK faz notar, a Etologia
preocupou-se mais com a descrição fenomenológica dos comportamentos: 1) o que é que o
animal faz? 2) Quando é que o faz? 3) Como é que o faz? Estas eram, de modo resumido, as
questões que preocuram os etólogos daquele tempo Do ponto de vista da Biologia do
Comportamento, ás questões acima colocadas acrescenta-se a questão: Porquê?
A questão referente a como é na Biologia do Comportamento indissociável à questão sobre o
porquê, i.e. à questão relativa ao valor biológico do comportamento O conceito de Biologia de
Comportamento é, muitas vezes, usado de modo mais abrangente, compreendendo todo o
conjunto de processos de aprendizagem e de evolução filogenética do comportamento. Este
facto leva a que, hoje, haja ainda a diferenciação entre a Etologia da escola Inglesa e a Biologia
do Comportamento da escola Alemã. A Biologia de Comportamento como ciência é produto da
Etologia, apesar dela possuir uma largo espectro de questões, métodos próprios de
investigação e largo campo de aplicação. Até ao século passado apenas existia a Psicologia
Animal, a qual desenvolveu-se no tempo de Wundt, sec XIX para Psicologia Comparada
aproveitando apartir dela os conhecimentos obtidos apartir da Psicologia Humana. Segundo
Wundt, “ o único e possível caminho da Psicologia Comparada, parte do Homem para o animal
e não o inverso “.

Objecto de Investigação da Biologia do Comportamento

O objecto de investigação da Biologia de Comportamento é constituído por :

a) Indivíduos naturais intactos, i.e. não influenciados de alguma forma pelo Homem ( Ex o leão
na selva);

b) Indivíduos naturais sob influência antropogénica (animais capturados na natureza e


colocados sob custódia do Homem Ex, leão na jaula);

c) Indivíduos naturais laboratoriais, aqueles que são criados pelo Homem em meio laboratorial
(as cobaias e o macaco-Rhesus, por exemplo);

d) Homem;

e) Grupos sociais (nas suas variadas formas de manifestação);

f) Indivíduos isolados.

A Biologia do Comportamento procura investigar vários parâmetros dentre os quais:

i. as estruturas do comportamento (morfologia comportamental),

ii. as bases do comportamento (Etometria, Fisiologia comportamental, genética


comportamental),
iii. o desenvolvimento individual e específico (ontogénese e filogénese comportamentais,
tradições)

iv. a adaptação ao ambiente, adquirida ao longo do processo filogenético (Etoecologia). A


individualidade e a especificidade (relativo à espécie) do comportamento constituem
igualmente objectos de investigação da Biologia do Comportamento.

2. Bases Fisiológicas do Comportamento

2.1. Fisiologia dos órgãos sensoriais

O comportamento animal demonstra uma organização no tempo e no espaço. Trata-se de um


aspecto de organização hierárquica complexa que implica o funcionamento coordenado dos
três vectores de comportamento. Isto pressupõe que algures no organismo, existam
mecanismos de integração que ordenam e coordenam os diferentes elementos
comportamentais de modo a dar-lhes sentido. Questionando-se sobre o funcionamento dos
órgãos dos sentidos, do sistema nervoso central, do sistema nervoso vegetativo, do sistema
motor e do sistema hormonal (também diz-se humoral), etc.

Basicamente existem dois mecanismos de direcção e regulação de processos no organismo


animal nomeadamente, o sistema nervoso e o sistema hormonal. Estas duas instâncias
demonstram muitas semelhanças na sua acção coordenadora entre o organismo e o ambiente;
porém, elas demonstram também muitas diferenças quanto às suas propriedades particulares.
As hormonas actuam de modo relativamente muito lento, demonstram, contudo, um efeito
duradoiro comparativamente aos nervos. O sistema nervoso, está mais para processos
reguladores de curta duração. (Pires, 2009)

A disciplina biológica que se ocupa do estudo comportamental ao nível do fisiológico chama-se


Etofisiologia. Esta disciplina questiona sobre mecanismos de regulação e direcção sobre os
quais assenta o comportamento animal.
O Etofisiólogo coloca o comportamento entre a Fisiologia e a Ecologia, isto é apesar do
etofisiólogo servir-se dos métodos experimentais da Fisiologia, ele não coloca as questões
somente ao nível meramente fisiológico.

O comportamento de construção de armadilhas pela formiga-leão (Euroleon nostras) depende


muito do sucesso anterior na captura de presa (PIRES, 1998).

2.2. Córtex, neocórtex e ohipotálamo

2.2.1. Córtex

Existem dos tipos de córtex: isocórtex e alocórtex. O primeiro é formado por seis camadas bem
definidas durante o desenvolvimento embrionário e o segundo não apresenta este número de
camadas e elas não são nítidas. Apesar de cada camada não ser constituída exclusivamente por
um tipo de neurônio, considera-se a camada IV como sendo receptora da sensibilidade e a V
como sendo motora. As demais camadas são consideradas de associação. Do ponto de vista
filogenético, pode-se dividir o córtex cerebral em arquicórtex, paleocórtex e neocórtex. No
homem, o arquiocórtex esta localizado no hipocampo, o paleocórtex ocupa o uncus e a parte
do giro para-hipocampal. Todo o resto do córtex é classificado como neocórtex. Arquicótex e
paleocórtex estão ligados á olfação e ao comportamento emocional. O neocórtex é o
responsável pelas mais importantes funções cerebrais do homem (Singi 1996).

2.2.2. Neocórtex

Neocórtex é uma estrutura dividida em camadas finas que cobrem o cérebro de mamíferos,
incluindo humanos. Suas principais funções são percepção sensorial, raciocínio espacial,
linguagem, aprendizado, memória, entre outras. A diferença no neocórtex entre humanos e
outras espécies é que sua espessura é muito maior e possui mais convoluções. Isso parece
simbolizar a capacidade de implementar habilidades cognitivas muito mais complexas. Na
espécie humana, o neocórtex é a maior parte do cérebro e cobre os dois hemisférios cerebrais.
O restante das estruturas é chamado “alocórtex”.

2.2.3. Hipotâlamo
O hipotâlamo é uma pequena região do encéfalo localizada abaixo do tálamo. Representa
menos de 1% da massa encefálica, entretanto, apesar de ser uma região pequena, apresenta
grande importância para o organismo. O hipotálamo está conectado à hipófise por uma haste
estreita chamada infundíbulo.

O hipotálamo é uma região do encéfalo que apresenta uma série de funções importantes,
sendo considerado o elo integrador entre o sistema endócrino e o sistema nervoso. Dentre as
funções que podem ser atribuídas ao hipotálamo, podemos destacar:

i. regulação cardiovascular (aumento e diminuição da pressão arterial e aumento e diminuição


da frequência cardíaca);

ii. regulação do apetite e gasto de energia;

iii. regulação da água corporal (controla a excreção de água na urina e proporciona sensação de
sede);

iv. regulação da temperatura corporal;

v. atua no relógio biológico;

vi. regula a ejeção de leite e contração uterina no momento do parto;

vii. desempenha papel no comportamento sexual e de acasalamento;

viii. inicia resposta de luta ou fuga;

ix. estimula e inibe a secreção de hormônios pela hipófise.

2.3. Comportamento motivado

A motivação (Inglês, motivation, mood) é também designada por prontidão de acção ou


predisposição para o comportamento e realiza-se na base de um padrão específico para cada
espécie. Tal padrão, por sua vez, possui uma determinada função, que é o garante da execução
consumatória de um comportamento motivado.
Motivação ou estado motivacional é um impulso interior que nos leva a comportamentos que
garantem a nossa sobrevivência, em primeira instância. Essse estado corporal, em muitos casos,
não está atrelado a funções cognitivas ou emocionais.

a) Conjunto de impulsos internos que nos levam a realizar certos ajustes corporais e
comportamentais (Lent, 2004).

b) Força que compele um comportamento a acontecer (Bear, 2008).

c) O propósito subjacente a um comportamento (Kolb, 2002).

Eles nos levam a realizar tarefas que estão correlacionadas ao prazer e a homeostase corporal.
Suas funções executivas são conhecidas como comportamentos motivados, pois são o
resultado de uma motivação interna. Comportamentos motivados são aqueles que resultam de
uma motivação interna.

Ex.: Fome e sede são motivações, comer e beber são comportamentos motivados (Lent, 2004).

Motivação: Fome e sede.

Comportamentos motivados: Comer e beber.

Lent subdivide esses comportamentos motivados em:

1. Elementares- Regulação da temperatura, sede e fome.

2. Sexuais- Reprodução e prazer sexual.

3. Complexos- Impulsos subjectivos: estudar, trabalho, etc.

Em todas estas subdivisões encontramos elementos que são chamados de:

1. Apetitivos- buscar alimentos na geladeira, buscar agasalho no armário, buscar um parceiro


em uma festa.

2. Consumatórios- Comer, vestir um casaco, acto sexual, fome, a sede, o frio e o calor são
grandes exemplos de estados motivacionais que funcionam como estados de alerta para os
indivíduos. Todos esses sinais são gerados com o objectivo de manter a homeostase corporal.
Entende-se por homeostase a capacidade que o corpo humano apresenta de manter o
equilíbrio hidroeletrolítico e térmico entre o meio intra e extracelular de forma a garantir a
sobrevivência dos seres vivos.

Comportamentos motivados são aqueles comportamentos decorrentes de uma determinada


motivação. Por exemplo: obter o alimento, encontrar um parceiro sexual, defender-se de
perigos.

Uma das funções da ocorrência sequenciada dos diferentes elementos de um comportamento


motivado é de assegurar o encontro com o objecto funcional e, consequentemente, a execução
do comportamento consumatório. Isto é mais notável em comportamentos como a caça de
presas, ou o acasalamento para cópula. Cada elemento segue, mais ou menos, com rigor o
elemento comportamental anterior.

3. Bases Genéticas e hereditariedade não mendeliana do Comportamento

O comportamento é um fenótipo que expressa determinados genes. O problema é de redução


à hereditariedade mendeliana de genes isolados. Ou, por outras palavras, as pessoas
preocupam-se em querer argumentar que o comportamento é complexo e que não pode ser
herdado como acontece com a característica da cor dos olhos. (Pires, 2009) Etogenética é a
disciplina biológica ramificada da Etologia que (1) investiga as determinantes genéticas do
comportamento que só actuam através da parte fixa das propriedades estruturais e funcionais
do sistema nervoso. Ela procura, além disso, (2) esclarecer o grau de expressão do
comportamento no seu significado para a adaptação das espécies ao longo da evolução. Um
outro aspecto que interessa a Etogenética é (3) o esclarecimento da interacção do genoma
com o ambiente na realização do comportamento durante o desenvolvimento individual.

3.1. Hereditariedade Mendeliana

Baseado em trabalhos já existentes acerca de hibridização de plantas ornamentais, mas que não haviam
sido bem-sucedidos, tais como o trabalho de Kölreuter, Gartner, e outros, Mendel decidiu estudar o
mesmo problema. O primeiro cuidado que teve foi selecionar devidamente o material de estudo; para
isso, estabeleceu alguns critérios e procurou material que se lhes adequassem. Tais critérios consistiam
principalmente em encontrar plantas de caracteres nitidamente distintos e facilmente diferenciáveis;
que essas plantas cruzassem bem entre si, e que os híbridos delas resultantes fossem igualmente férteis
e se reproduzissem bem; e, por fim, que fosse fácil protegê-las contra polinização estranha. Baseado
nesses critérios, depois de várias análises, Mendel escolheu algumas variedades e espécies de ervilhas
(Pisum sativum), conseguindo um total de sete pares de caracteres distintos.

Mendel (1865) 1ª lei de Mendel

Os dois elementos de um par de genes (alelos) separam-se nos gâmetas de tal modo que há
probabilidade de metade dos gâmetas transportar uma forma alélica e a outra metade
transportar o outro alelo. 2ª lei de Mendel

Durante a formação dos gâmetas, a segregação dos alelos de um gene é independente da


segregação dos alelos de outro gene.

3.2. Herança poligênica do Comportamento

Herança poligênica ocorre quando vários pares de genes interagem para determinar uma
característica, cada um com efeito aditivo sobre o outro. Graças a esse tipo de interação existe
uma variedade muito grande de fenótipos e genótipos para algumas características. A interação
desses fenótipos com o meio ambiente aumenta ainda mais essa variação, como é o caso da
cor da pele e altura das pessoas, etc.

O número de genes dominantes contribui para a determinação da pigmentação da pele.


Acredita-se que 5 pares de alelos interagem para determinar a cor da pele em seres humanos,
que são agrupados em várias classes fenotípicas.

Quando falamos de herança quantitativa ou poligênica, o número de fenótipos será sempre o


número de alelos + 1, por exemplo:

Se uma característica é determinada pelos alelos A/a, B/b, que possuem efeitos aditivos sobre
os outros, teremos 5 fenótipos.

3.3. Comportamento e ambiente


Segundo o evolucionista Charles Darwin, no decurso da evolução de uma espécie existe uma
interação especial entre as modificações de natureza causal e processos de selecção. O
organismo está submetido a dois ambientes: biogeocenose (habitat com toda cadeia de
factores bióticos e abióticos) e população. O genótipo faz parte de gen pool de uma unidade
reprodutiva (população), na qual só diferentes genes se manifestam de forma diferenciada. O
genótipo confronta-se com o ambiente onde ele que assegura a satisfação das exigências
individuais ecológicas e populacionais. As modificações genéticas são caracterizadas por
mutações e recombinações onde os mecanismos de selecção actuam sobre o fenótipo.

3.3.1. Mecanismos de Isolamento

Os mecanismos de isolamento, resultam das modificacoes determinadas pelas barreiras


reprodutivas, e estes podem ser: Mecanismo geográfico e ecológico de isolamento; mecanismo
fisiológico de isolamento; mecanismo etológico de isolamento; mecanismo morfológico de
isolamento; mecanismo genético de isolamento e macanismo pós- zigótico de isolamento.

3.4. Hibridismo e estudos comparados de comportamentos para aferir sua filogénese

Em ciência biológica, a palavra “Hibrido” significa diferenca. Nesta optica, em


qualquer área do conhecimento para se descobrir uma diferenca énecessario que se
aplique alguns métodos, de modo a aferir a veracidade de um facto ou mesmo objecto.

Os grandes investigadores na área biológica, como o Darwin, por exemplo usaram


muitos métodos nas seus trabalhos sobre hereditariedade, de modo descobrir e analisar
os resultados que ele obtinha nas suas investigações. Desta, feita para afererir a
filogénese de um determinado objecto, ser vivo ou fenómeno usa-se o método
“comparativo”, para:
 conhecer e conhecer-se: comparar ajuda a conhecer o outro na medida em
que se deixam de lado estereótipos do senso comum e ajuda a conhecer-se pois a
análise dos demais permite precisar aquilo que constitui nossa própria identidade.
 compreender: comparar permite compreender/interpretar, ou seja, interpretar
o que quer dizer política neste ou naquele lugar sem se limitar à concepção
universalista ou etnocêntrica.
 relativizar: comparar nos leva a abandonar nosso léxico político, nossas teorias,
nossos determinismos e preconceitos.
 liberar: liberar do etnocentrismo e do peso do universal e do uniforme. Ao
demonstrar a pluralidade, o método comparativo destaca a importância do
acontecimento, da invenção, da ruptura, da mobilização e da ação, revelando que,
se as trajetórias de desenvolvimento político são diferentes.

O objectivo de comparar é apresentar primeiro aquilo que é em determinado lugar e


momento como a expressão do que não poderia ser e que, em todo caso, não existe em
nenhum outro lado e em nenhum outro momento.

4. Comportamento animal e Evolução dos animais

4.1. Evolução e adaptação do Comportamento animal

Segundo o evolucionista Charles Darwin, no decurso da evolução de uma espécie existe


uma interação especial entre as modificações de natureza causal e processos de
selecção. O organismo está submetido a dois ambientes: biogeocenose (habitat com toda
cadeia de factores bióticos e abióticos) e população. O genótipo faz parte de gen pool de
uma unidade reprodutiva (população), na qual só diferentes genes se manifestam de
forma diferenciada. O genótipo confronta-se com o ambiente onde ele que assegura a
satisfação das exigências individuais ecológicas e populacionais. As modificações
genéticas são caracterizadas por mutações e recombinações onde os mecanismos de
selecção actuam sobre o fenótipo.

Podemos concluir que evolução significa modificaçõees morfológicas e funcionais (troca


de materiais energéticos e materiais ao longo do desenvolvimento individual do
organismo. A evolução é o resultado da interação entre o organismo e o meio ambiente.

4.2. Desenvolvimento Ontogénico do comportamento

A palavra ontogênese, significa desenvolvimento individual. O sentido da palavra inclui


todas as modificações, que ocorrem no decurso da existência do indivíduo que para os
organismos pluricelulares começa com o zigoto (óvulo-fecundado) e termina com a
morte, uma posição difícil de assumir no concernente aos protozoários: “podem morrer
mas não devem necessariamente morrer “ (H. Brehmer, 1983), citado por Pires (2009).

Para decurso da ontogênese, existe uma cadeia de factores ou questões importantes que
merecem atenção, porque determinam o início e decurso da ontogênese, podemos
destacar:
1. Desenvolvimento do próprio indivíduo: estrutura e função, troca de informações e de
substâncias;
2. Relações com organismo-mãe: relacionamento fisiológico e interação comportamental
intensiva que vai até aos cuidados com a prole.
3. Relacionamento com a biogeocenose através de troca de substâncias e informações;
4. Interacções com individuos da população que podem atingir níveis complexos como é
o caso de interacções eubissociais. Dentro desta análise, existem aspectos importantes
para compreender a ontogênese do comportamento:
 Desenvolvimento do comportamento durante o tempo de existência do indivíduo,
mais ou menos no sentido de processos de maturação e formação de vários tipos
de comportamento.
 A influência que o próprio comportamento exerce sobre o desenvolvimento,
considerando que entende-se por desenvolvimento uma modificação no tempo
decorrente de processos combinados de crescimento e diferenciação.

Tembrock, sugere um sistema em maturação é caracterizada por:


a) Labilidade (maior capacidade de adaptação as mudanças ambientais).

b) Poucos parâmetros estruturais;

c) Maior produtividade (no geral quantitativa);

d) Pouca complexibilidade e diversidade;


e) Maior número de processos lineares;
f) Pouca especialização dos seus componentes;
g) Muitas flutuações, etc.
Uma das grandes particularidades no desenvolvimento ontogenético dos organismos
são as estratégias que levam a sobrevivência dos descendentes:
 Selecção-K: ligada a prática de cuidados para com a prole assegurando a
probabilidade de sobrevivência até que estes se tornem capazes de enfrentar o
ambiente de forma independente.
 Selecção-r: produção de maior número de descendentes como a única garantia de
probabilidade de sobrevivência, exemplo o tipo de reprodução de formigas.

5. Orientação animal no espaço

A orientação no espaço é uma das características básicas de todos seres vivos, para decurso de
todos outros comportamentos. A orientação no espaço possibilita ao indivíduo colocar as
posições e postura das diferentes partes do corpo, num relacionamento funcional. Exemplo:
um gato na execução da queda livre e ainda durante o salto corrige a posição normal de
marcha-orientação primária. A orientação primária também é notória nos tropismos, e pode
ser:

 Ortotropismo e tropismos transversais (posição vertical em relação a direcção do


estímulo). Os tropismos em relação aos estímulos pode ser: fototropismo, geotropismo,
quimiotropismo, electropismo, termotropismo, hidrotropismo, tigmotropismo. Estes
tropismos são muito raros em animais do que em plantas.

5.1. Bases morfo-fisiológicas

Existem mecanismos de interação que ordenam e coordenam os diferentes elementos


comportamentais de modo a dar-lhes sentido.
Basicamente são dois mecanismos de direcção e regulação de processos no organismo animal
nomeadamente: o sistema nervoso e o sistema hormonal, colocando o organismo numa
situação funcional e optimal no meio que o rodeia (MARKUS, 2003).

Estas duas instâncias demonstram muitas semelhanças na sua acção coordenadora entre o
organismo e o ambiente; porém, elas demonstram também muitas diferenças quanto às suas
propriedades particulares.

5.2. Bases genéticas

Etogenética é a disciplina biológica ramificada da Etologia que:

 Investiga as determinantes genéticas do comportamento que só actuam através da


parte fixa das propriedades estruturais e funcionais do sistema nervoso;
 Esclarece o grau de expressão do comportamento no seu significado para a adaptação
das espécies ao longo da evolução.

5.3. Tactismo

Segundo os autores Meibner e Gattermann (1982), descrevem o conceito de taxias como sendo
todos movimentos que os animais com movimentos livres desenvolvem para orientação. Estes
movimentos são dirigidos a fonte de estímulos. As taxias constituem reacções de orientação
dos animais e consistem em movimentos rotacionais direccionados.
É chamado de tactismo a forma de resposta inata de animais inferiores a estímulos ambientais.
Também é conhecido como táxi. Este tipo de resposta está presente principalmente em
invertebrados.

É equivalente ao tropismo vegetal. Consiste no deslocamento dos animais que se aproximam


ou se afastam do estímulo. O tipo de resposta é codificado geneticamente, ou seja, é uma
resposta herdada que não requer aprendizado.

5.4.Tropismo
De acordo com RAVEN (2007:632) tropismo é a resposta de crescimento devido a um estímulo
externo ou contacto a ele e que determina a orientação do movimento. Assim, uma resposta
em direcção ao estímulo é tropismo positivo, ao passo que, uma resposta em direcção contrária
ao estímulo é tropismo negativo.

De acordo com AMABIS e MARTHO (2006:337) tropismo é um fenômeno do movimento e


orientação de um organismo vivo em resposta de um estímulo. Orientação no crescimento dos
órgãos vegetais em resposta a estímulos físicos (luz, gravidade ou químicos, humidade,
presença de certos iões).

Portanto, os tropismos são movimentos de mudanças de direcção de crescimento que ocorrem


em organismos vivos ou suas partes devido ao estímulo de factor externo. Quando o
movimento ocorre em direcção ao factor estimulante, diz-se que é positivo, quando ocorre em
direcção contrária, diz-se que é negativo.

5.5. Orientação primária

Uma orientação relativa ao corpo, destinada a manter equilíbrio do corpo no espaço chama-se
orientação primária, é pois, esta orientação que nos faz saber que o peixe flutua passivamente
à superfície da água com o corpo orientado lateralmente está morto.

Na orientação primária actua como grandeza básica de referência a força de gravidade. Na


ligação com forças cinéticas derivadas de processos de movimentos, resulta para os organismos
a capacidade de medição de campos de forças e, daí, a possibilidade de determinação de
relações topográficas ou especiais a que chamamos de orientação primária. Esta orientação
primária forma assim condição básica para todos outros movimentos e formas de orientação no
espaço.

5.6. Orientação mnemotáctica

Quando a orientação por marcos ambientais está estritamente relacionada com a capacidade
de aprendizagem do animal, (do Grego: hemnéme, a recomendação, a memória). Tais marcos
ou sinais memorizados podem ser cheiros do próprio indivíduo, como acontece nas formigas.
5.7. Orientação idiotética

A orientação mais complexa é a chamada orientação idiotética vectorial. A sua complexidade


resulta da incorporação do curso e da distância na orientação. Bem analisada a questão, pode-
se deprender que ela, também, resulta de incremento de complexidade da orientação
secundária: onde vou e a que distância encontra-se a meta? Eis as questões a ela relativas. É
assim que certos animais (Uva, aranha, aves, etc.) podem abandonar seus ninhos e retornar a
eles sem refracção.

5.8. Navegação

Basicamente trata-se , aqui, da capacidade de navegação que os organismos desenvolveram, no


sentido em que eles são capazes de orientar-se para alvos localizados a longas distâncias, fora
do campo actual de percepção do seu sensório. O alcance do alvo é conseguido com o uso de
condições colaterais que, não sendo eles próprios alvo da navegação, servem, porém, para o
direcionamento, no sentido de correcção do curso levado pelo organismo.

Em muitos casos o organismo utiliza parâmetros astronómicos, tais como o sol, a lua, as
estrelas, padrões de polarização do céu. Assim, falamos de navegação astronómica. Os
organismos podem servir-se dos astros para uma orientação local, como também eles podem
usá-los no sentido vectorial, quando os astros são utilizados para a determinação do curso e da
distância.

Na sua navegação os organismos dispõem de autênticos mecanismos de pilotagem e navegação.


Eles determinam:

 Os pontos de partida e de chegada (distância);


 O curso a seguir;
 As componentes dos ambientes da terra e do céu que devem ser utilizadas como
auxiliar da pilotagem, dando o curso.

5.9. Migrações
Segundo GATTERMANN apud PIRES (2000:468) migração é toda a deslocação efectuada pelos
animais de seus habitats de origem para outros, geralmente longínquos e em evitação de
condições ambientais adversas temperaturas elevadas ou baixas, falta de alimentos.

Para GARRIDO e COSTA (1996) migração é a deslocação de indivíduos de uma área para outra,
de carácter temporário ou definitivo.

Uma migração ocorre quando uma população de seres vivos se move de um biótopo para o
outro, normalmente em busca de melhores condições de vida, seja em termos de alimentação,
de temperatura, procriação e trabalhos (nos seres humanos) ou para fugirem a inimigos que se
estalarem nos seus biótopos. As migrações podem ser: temporárias ou permanentes.

6. Comportamento e Ecologia: Etoecologia

A palavra Etoecologia provem do Inglês, Behavioural Ecology, Ecoethology). hoje, é uma


area de investigação cientifica biocomportamental importante, que se ocupa sobretudo com a
função do comportamento na adaptação ao ambiente actual.

6.1. Novo paradigma epistemológico e metodológico

O grande mérito da Etoecologia consiste no realce das bases ecológicas do


comportamento, assim como na consideração da sua evolução filogenética sob
determinadas condições ecológicas. Daí que ela se define como ciência experimental e
usa métodos de outras subdisciplinas biológicas e mesmo humanas e sociais. a
Etoecologia investiga a variabilidade do comportamento ao nível do indivíduo, no
contexto de estudos de optimalidade, i.e., no balanço entre ganhos e perdas. Do
conhecimento sobre a decisão que o animal toma na escolha entre dois ou mais tipos de
comportamentos, é possível formular hipóteses que, depois, podem ser testadas em
experiências e observações realizadas na natureza livre.
O princípio de optimalidade diz o seguinte: características subordinadas à selecção
natural expressam-se de tal modo, que gastos (custos) e ganhos (proveitos) estejam
numa óptima relação, sendo o ganho líquido maximal e mensurável, quer de forma
directa, quer de forma indirecta.

A partir da frase da Teoria de Darwin sobre a selecção natural – “na natureza prefere-se
sobrevivência dos que mais podem” - poderia esperar-se que estruturas e funções
estivessem adaptadas às condições de selecção natural, de tal modo que correspondem
uma vantagem individual de seus portadores. Mas o que acontece é que cada capacidade
adaptativa não só traz ganhos (vantagens), como também causa-lhe prejuízos (custos).
As vantagens de uma característica adaptada devem sobrepor-se aos seus custos.

Na Etoecologia, a análise da optimalidade do comportamento através do chamado


balanço de ganhos-e-perdas trouxe novos conhecimentos. A Sociobiologia utilizou estes
conhecimentos para a explicação de determinados comportamentos, tais como
altruísmo, conflitos entre sexos (ocorre entre irmãos não gémeos resultantes de uma
reprodução sexual), conflitos entre pais e filhos (conflito de gerações) e outros
comportamentos semelhantes.

6.2. Evolução natural dos comportamentos

Do ponto de vista funcional e ecológica, o comportamento das espécies evoluiu no


sentido de (1) elevar a probabilidade de encontro com a presa através de aumento da
superfície de contacto e (2) poupar no máximo a energia gasta na construção através do
aumento periódico do mesmo funil, (3) a prática de egoísmo alfruitismo, entre outras
atitudes comportamentais, de modo a lhes facilitar a sua sobrevivência o ambiente em
que vivem.

A Etoecologia firmou-se como disciplina fundamental no estudo da evolução dos


comportamentos, assim como do seu valor adaptativo. Uma forma de o fazer, tratando-
se de estudos causais, é a comparação de comportamentos de espécies filogeneticamente
próximas. No caso da formiga-leão, são interessantes três níveis de análise evolutiva.
Existem três tipos de estratégias que, certamente poderão ter evoluído como
autapomorfias de modo independe umas das outras, ou poderão ter-se desviado de
formas ancestrais próximas (apomorfias), ou ainda poderão ter-se originado de
modificações de comportamentos existentes (simplesiomorfias). De facto, como realça
PIRES (2000), existem espécies de construção obrigatória, que nunca são epiterrestres e
ficam ancoradas no funil. Existem outras que nunca constroem e capturam sua presa de
modo activo, procurando a presa (Inglês, prey searching). Por último, estão os que tanto
constroem para capturar a presa, como ainda podem procurar e capturar a presa
activamente, fora da armadilha que, no dizer do autor, são os de estratégia mista ou de
construção facultativa.

6.3. Comportamentos e domesticação

Tal como acontece com processos filogenéticos de indução natural, a domesticação, quer
de plantas, quer de animais, levou à evolução de muitas espécies. Através da análise de
modificações ocorridas em indivíduos domesticados é possível o aprofundamento da
nossa compreensão sobre os processos de evolução das espécies. Animais resultantes da
domesticação diferem bastante das suas formas selvagens em uma série de propriedades
e características morfológicas, anatómicas, fisiológicas e comportamentais. As
características dos indivíduos domesticados podem ser chamadas de características
ou propriedadas da domesticação.

De acordo com a definição, considera-se que uma característica é verdadeiramente


resultado da domesticação quando a diferença em causa relativamente à sua forma
selvagem encontra-se memorizada no genoma e é transmitida de geração em geração.
Na prática, a distinção ou descoberta de tais características torna-se difícil, uma vez que
as modificações podem ser condicionadas pela interacção com o meio ambiente e
passam a parecer ser produtos da domesticação. As modificações assim originadas
podem sobrepor-se às da domesticação, ou ainda encobri-las.
7. Sociobiologia: Introdução

7.1. História da Sociobiologia

O termo Sociobiologia foi empregue, em 1946, por JOHN P. SCOTT e, independentemente


deste, por C. F. HOCKET, em 1948. Em 1950, SCOTT propôs que a Socioliogia devia ser encarada
como uma disciplina de carácter interdisciplinar que se situa entre Biologia (sobretudo Ecologia
e Fisiologia), Psicologia e Sociologia. Este conceito foi tomado por E. O. WILSON, Professor de
Entomologia no “Harvard Museum of Comparative Zoologie”, um dos maiores dirigentes do
mundo em Entomologia. Foi WILSON que, em 1971, anuncia uma nova disciplina no seu livro
“The Insect Societies” que chamou “The Prospect of a unified Sociolobiology”, numa tentativa
de extrapolar os seus conhecimento profundo que possuia sobre a vida social dos insectos para
o biograma dos vertebrados. Este passo ficou mais completo com a publicação de “Sociobiology.
The New Syntesis” (1975). A Sociobiologia é, em primeiro lugar, uma disciplina comparativa, a
Sociobiologia aplica estrita e consequentemente a teoria neodarwiana na análise dos
comportamentos sociais. Ela não é, por conseguinte, uma nova teoria, mas sim uma nova
disciplina mista, também chamada Disciplina de Wilson, que sintentiza resultados e princípios
da Teoria evolutiva, Biologia das populações, Etologia, Biometria, Etnologia e Antropologia com
o objectivo de esclarecer comportamentos sociais.

7.2. Principais aspectos do estudo sociobiológico

O Homem em si é um ser social, investigações sobre a natureza social de animais esteve


sempre no centro das atenções da Sociobiologia. A Sociobiologia procura esclarecer o
comportamento social de animais com base na Teoria Evolucionária de Darwin, partindo da
premissa de que nada na Biologia faz sentido sem ser no contexto de uma evolução. Evolução é
um processo natural, uma transformação de organismos na forma e nos modos de vida, com
base na qual surgem descendentes portadores de bases hereditárias dos seus ascendentes,
mas que eles mesmos comportam-se biologicamente como novas formações. A Sociobiologia
procura compreender o efeito de comportamentos sociais alternativos, também chamadas de
estratégias, sobre a sobrevivência de indivíduos ou de seus genes.

7.3. Controvérsias nos principais paradigmas da Sociologia

De maneira mais pratica, “contorvesia” quer dizer crise. A crise da sociologia pode ser
real ou imaginária, mas não há dúvida de que tem sido proclamada por muitos. Em
diversas escolas de pensamento, em diferentes países, uns e outros colocam-se o
problema da crise de teorias, modelos ou paradigmas. Desde o término da Segunda
Guerra Mundial, e em escala crescente nas décadas posteriores, esse é um problema
cada vez mais central nos debates. Além dos êxitos reais ou aparentes, das modas que se
sucedem, dos desenvolvimentos efetivos do ensino e pesquisa, da produção de ensaios e
monografias, manuais e tratados, subsiste a controvérsia sobre a crise da explicação na
sociologia.

Para Marshall, citado por PIRES (2009)“Os sociólogos não deviam despender todas as suas
energias na procura de generalizações amplas, leis universais e uma compreensão total da
sociedade humana como tal. Talvez cheguem lá mais tarde se souberem esperar. Nem re
comendo o caminho arenoso das profundezas do turbilhão dos fatos que enchem os olhos e
ouvidos até que nada possa ser visto ou ouvido claramente. Mas, acredito que haja um meio-
termo que se localiza em chão firme. Conduz a uma região cujas características não são nem
gargantuanas nem liliputianas, onde a sociologia pode escolher unidades de estudo de um
escopo manejável, não a sociedade, progresso, moral e civilização, mas estruturas sociais
específicas nas quais as funções e processos básicos têm significados determinados.

7.4. Moral, Ética e Religião


7.4.1. Moral

Moral é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e


do quootidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade. O
termo tem origem no Latim “morales” cujo significado é “relativo aos costumes”.

As regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas, sendo uma palavra
relacionada com a moralidade e com os bons costumes. Está associada aos valores e
convenções estabelecidos coletivamente por cada cultura ou por cada sociedade a partir
da consciência individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos atos de paz e
harmonia.

Os princípios morais como a honestidade, a bondade, o respeito, a virtude, etc.,


determinam o sentido moral de cada indivíduo. São valores universais que regem a
conduta humana e as relações saudáveis e harmoniosas.

A moral orienta o comportamento do homem diante das normas instituídas pela


sociedade ou por determinado grupo social. Diferencia-se da ética no sentido de que
esta tende a julgar o comportamento moral de cada indivíduo no seu meio. No entanto,
ambas buscam o bem-estar social.

7.4.2. Ética

Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra
ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. Num sentido menos
filosófico e mais prático podemos compreender um pouco melhor esse conceito
examinando certas condutas do nosso dia a dia, quando nos referimos por exemplo, ao
comportamento de alguns profissionais tais como um médico, jornalista, advogado,
empresário, um político e até mesmo um professor. Para estes casos, é bastante comum
ouvir expressões como: ética médica, ética jornalística, ética empresarial e ética pública.
A ética pode ser confundida com lei, embora que, com certa frequência a lei tenha como
base princípios éticos. Porém, diferente da lei, nenhum indivíduo pode ser compelido,
pelo Estado ou por outros indivíduos a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer
sanção pela desobediência a estas; mas a lei pode ser omissa quanto a questões
abrangidas pela ética.

A ética abrange uma vasta área, podendo ser aplicada à vertentente profissional.
Existem códigos de ética profissional, que indicam como um indivíduo deve se
comportar no âmbito da sua profissão. A ética e a cidadania são dois dos conceitos
que constituem a base de uma sociedade próspera.

7.4.3. Religião

Religião é uma fé, uma devoção a tudo que é considerado sagrado. É um culto que
aproxima o homem das entidades a quem são atribuídas poderes sobrenaturais. É uma
crença em que as pessoas buscam a satisfação nas práticas religiosas ou na fé, para
superar o sofrimento e alcançar a felicidade.

Religião é também um conjunto de princípios, crenças e práticas de doutrinas religiosas,


baseadas em livros sagrados, que unem seus seguidores numa mesma comunidade
moral, chamada Igreja.

Todos os tipos de religião têm seus fundamentos, algumas se baseiam em diversas


análises filosóficas, que explicam o que somos e porque viemos ao mundo. Outras se
sobressaem pela fé e outras em extensos ensinamentos éticos.

Religião, no sentido figurado, significa qualquer atividade realizada com rígida


frequência. Ex: Ir para a academia todos os dia, para ele é uma religião.

7.5. Evolução de grupos sociais


A vida em grupos sociais pode ser definida por uma grande complexidade de interacções sociais
de um grupo de indivíduos da mesma espécie, determinado, de um lado, pelas potências
comportamentais e reprodutivas específicas e, por outro lado, condicionada pela distribuição e
abundância dos alimentos no tempo e espaço. A estrutura de um grupo social revela-nos o
conjunto de todas relações de coordenação e funcionamento de um grupo.

Numa classificação simples, grupos sociais de animais podem ser: 1. Agregações ou


conglobações, 2. Grupos anónimos, 3. Grupos individualizados e 4. Sociedades animais ou
sociedades verdadeiras (eussociedades). Nesta classificação incluem-se as chamadas
agregações, as quais não se baseam em atracções sociais, mas sim em factores ambientais
(exemplo, alimento, humidade, luz, temperatura, etc.). GATTERMANN et al. (1993) usa também
o termo agregações no lugar de conglobações. Os autores que se referem às agregações como
grupos diferentes das conglobações não se referem à factores específicos que as fazem diferir.
TEMBROCK (1986) procura elucidar a diferença associando às características das agregações
outros elementos, tais como a biocomunicação através de feromónios e outros mecanismos.

7.6. Meio ambiente e comportamentos sociais

O hospitalismo, como também é chamada esta síndrome, é um fenómeno mais


observado no Homem. Segundo SPITZ (1995), citado por PIRES , crianças que crescem
em orfanatos sem pessoa de referência (não se confundir com parentes), sofrem com
frequência de danos físicos e psíquicos: retardamento do desenvolvimento
corpóreo, motor, psíquico e emocional. Não só, elas são igualmente mais
vulneráveis à doenças infecciosas.

As anomalias comportamentais mais visíveis nesses tipos de individuos são: o abanar


da cabeça ao falar, o mordiscar as unhas e o chupar o dedo polegar, a falta
excessiva de expressão facial na convivência social (olhar sem expressão), a
debilidade psíquica, um coeficiente de inteligência não apropriado à idade,
a língua parece prender na fala e incha, o que torna as palavras pouco perceptíveis.
O contacto que mantêm com pessoas do seu meio é sempre extremo: ou são
excessivamente extrovertidos ou introvertidos, o que lhes dificulta manter relações
sociais duradouras.

8. Conflitos sexuais e selecção natural

As formas básicas de comportamentos sociais são a cooperação e a competição. De modo


detalhado, fazem parte de comportamentos sociais os seguintes: i. Comportamento agonístico
(imponência, agressão, briga, defesa, dominância e subordinação, fuga, etc.); ii.
Comportamento alomimético ou de contágio; iii. Limpeza individual (comportamento
epimelético); iv. Limpeza ao parceiro social; v. Comportamento sexual ou epigámico (atracção,
corte, acasalamento, cópula, etc.); vi Jogo, brincar.

Os papéis de jogar e brincar nos animais tanto podem provir dos adultos para com os filhotes,
assim como podem reveler-se ao nível das crias. Tratando-se do adulto que insta os filhotes a
brincar, o comportamento chama-se matacomunicação. O comportamento social leva, muitas
vezes, indivíduos da mesma espécie a constituírem sociedades verdadeiras na base de uma
coordenação social. Todos animais (incluindo os chamados solitários) chegam a viver em
sociedades. Porém, uma sociedade verdadeira e duradoira é de formigas (exemplo, térmitas),
vespas, peixes (não todas espécies), Abelhas; diferentes espécies de primatas (macaco-cão,
gorila, Homem)
8.1. Cuidados com a prole e sistemas de acasalamento (Inc. monogamia, poligamia e
transitório.

Os cuidados com a prole começam com o investimento parental, isso é, tudo o que pais fazem a
favor da prole (filhotes, ninhada, filhos, etc.) e compreende uma espectro variado de
comportamentos que vão desde a produção de óvulos até à alimentação e socialização dos
filhotes. No caso dos mamíferos, o investimento prossegue por longos anos. No Homem, por
exemplo, inclui-se a educação e a profissionalização dos jovens. Para todos os animais o
investimento consiste no tempo e energia gastos nos cuidados com a prole. Em muitos animais
e em muitas culturas humanas integram-se outros membros da família nos cuidados com a
prole.

Poligamia é um fenómeno propagado no reino animal e é, praticamente, observado em todos


grupos de animais. Ele constitui um sistema de acasalamento, no qual um indivíduo, macho ou
fêmea, junta-se com muitos indivíduos do outro sexo para acasalamento. Tratando de macho
para fêmeas chama-se poliginia, o contrário chama-se poliandria. A poligamia opõe-se à
monogamia. A ideia de que a monogamia ocorre mais em aves foi mais sustentada por de
DAVIES LACK (1968). Para ele, as aves só conseguem garantir maior sucesso reprodutivo se elas
poderem dividir as tarefas entre o macho e a fêmea. Esta hipótese explica a monogamia
obrigatória de muitas aves marinhas, aves-de-rapina e muitas espécies de pombos.

8.2. Biocomunicação no reino animal

A comunicação animal é a transferência de informação de um ou de um grupo de


animais (remetentes) para um ou mais animais (receptores) que afetam o
comportamento atual ou futuro dos receptores. As informações podem ser enviadas
intencionalmente, como em uma exibição de corte, ou involuntariamente, como na
transferência de perfume de predador para presa. As informações podem ser
transferidas para uma "audiência" de vários receptores.

TEMBROCK (1986), afirma que a biocomunicação consiste em sistemas de sinais, que


constituem propriedades dos animais, a biocomunicação compõe-se de estruturas-sinais
e comportamentos-sinais.
8.3. Competição, conflitos e cooperação

8.3.1. Competição

Em biologia, competição é a interação de indivíduos da mesma espécie ou espécies diferentes


(humana, animal ou vegetal) que disputam algo. Esta disputa pode ser pelo alimento, pelo
território, pela luminosidade, pelo emprego, pela fêmea, pelo macho, etc. Logo, a competição
pode ser entre a mesma espécie (intraespecífica) ou de espécie diferente (interespecífica). Em
ambos os casos, esse tipo de interação favorece um processo seletivo que culmina, geralmente,
com a preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao meio ambiente, e com a extinção
de indivíduos com baixo poder adaptativo. Assim, na ecologia, a competição constitui um fator
regulador da densidade populacional, contribuindo para evitar a superpopulação das espécies.

8.3.2. Conflitos

A Origem das Espécies (em inglês: On the Origin of Species), do naturalista


britânico Charles Darwin, apresenta a Teoria da Evolução. O nome completo da
primeira edição (1859) é On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the
Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life ("Da Origem das Espécies por
Meio da Selecção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida").
Somente na sexta edição (1872), o título foi abreviado para The Origin of Species (A
Origem das Espécies), como é popularmente conhecido.

Nesse livro, Darwin apresenta evidências abundantes da evolução das espécies, mostrando que a
diversidade biológica é o resultado de um processo de descendência com modificação e
conflito entre espécies, onde vivos se adaptam gradualmente através da selecção natural e as
espécies se ramificam sucessivamente a partir de formas ancestrais, como os galhos de uma
grande árvore: a árvore da vida.
8.3.3. Cooperação

Cooperação é uma ação conjunta para uma finalidade, objetivo em comum. Cooperação é uma
relação baseada entre indivíduos ou organizações, utilizando métodos mais ou menos
consensuais. A cooperação opõe-se, de certa forma, à colaboração e mesmo a competição.
Indivíduos podem organizar-se em grupos que cooperam internamente e, ao mesmo tempo,
competem com outros grupos. A mesma é ainda vista por muitos como a forma ideal de gestão
das interações humanas, pondo a tônica na obtenção e distribuição de bens e serviços em
detrimento da sua confiscação ou usurpação. Operar juntamente com alguém; colaborar: todos
cooperam para o desenvolvimento intelectual Certas formas de cooperação são ilegais em
algumas jurisdições porque prejudicam o acesso das populações a alguns recursos, como
acontece com a fixação de preços por cartéis.

8.4. Evolução do comportamento social no Homem

A Etologia, segundo Carvalho (1989), tem contribuído para a recuperação da noção de homem
como um ser bio -psico-social. A concepção etológica do ser humano é a de um ser
biologicamente cultural e social, cuja psicologia se volta para a vida sociocultural, para qual a
evolução criou preparações bio-psicológicas específicas. A Sociobiologia se apoia em alguns
conceitos que formam a base dessa ciência. Em primeiro lugar a evolução centrada no gene é
importante para se identificar as vantagens e desvantagens evolutivas de um determinado
comportamento social.
A Sociobiologia trata do entendimento do comportamento social dos animais. Como são
animais sociais, ou seja, apresentam vida organizada em sociedades, os seres humanos são
objecto da Sociobiologia.
Entretanto os seres humanos apresentam um factor que os torna diferentes da maioria dos
animais sociais: a cultura. A cultura é capaz de promover transformações na forma como os
humanos interagem com seu ambiente abiótico e biótico, independente de sua herança
genética. Assim, é importante lembrar que para os sociobiólogos, o comportamento é fenótipo,
isto é, um produto dos genes com o ambiente.

9. Comportamentos humanos e Genes

A genética determina o comportamento? Não. O nosso DNA possibilita e favorece


determinados tipos de comportamento, mas não determina nada. Os genes não restringem a
liberdade humana eles a possibilitam. O comportamento emerge como resultado do impacto
dos factores ambientais sobre esses circuitos neurais em desenvolvimento. O ambiente começa
a exercer sua influência in utero, e assume importância primordial após o nascimento. A
genética não é um destino, não determina o que você vai ser. Ela oferece predisposições. Todos
estão sujeitos a influências ambientais que podem, sim, mudar a expressão dos genes e fazer
com que eles simplesmente não se manifestem

9.1. Comportamentos Humanos e sexo.

O comportamento reprodutivo, como todas as formas de comportamento, é uma consequência


da plasticidade do desenvolvimento do cérebro. A faixa de comportamentos potenciais é
geneticamente determinada, mas os comportamentos particulares expressados são formados
por interacções entre as células em desenvolvimento e o ambiente. Essas interacções ocorrem
em períodos críticos específicos.

Em ambos os sexos, as mesmas populações de neurônios contêm receptores para androgênios,


estrogênios e progesterona. Células que expressam receptores esteróides são encontradas na
área pré-óptica, no hipotálamo, na amígdala, no mesencéfalo e na medula espinhal. Também
são encontradas nas áreas corticais: nas áreas frontal, pré-frontal, e nas áreas do córtex
cerebral dos primatas. Evidentemente, esses receptores corticais podem ser importantes para a
diferenciação das capacidades comportamentais sexualmente dimórficas não ligadas à
reprodução. A diferenciação sexual também é reflectida na estrutura de certos neurônios. O
tamanho do núcleo celular das células da área pré-óptica e do hipotálamo ventromedial difere
nos machos e fêmeas, tal como o tamanho dos prolongamentos neuronais e das terminações
sinápticas de células no núcleo arqueado e a densidade dos campos dendríticos na área pré-
óptica.

9.2. Evolução da cultura humana

Para PIRES, citado por Naftal (2008) O Homem parece ter sido desviado da sua
evolução natural através da sua cultura, a qual o tornou numa segunda natureza. De
facto o fenómeno cultura tem sido encarado como um aspecto evolucionário novo que
apenas começou e terminou com a espécie humana, uma posição que parece carecer de
muito debate multidisciplinar.

a) Na cultura do Homem... sobrepõe-se à evolução biológica lenta uma Metaevolução,


exactamente a cultural. Isto traz aos seus portadores originalmente biogenéticos uma
vantagem imensa para o seu fitness. Eles podem adaptar-se rapidamente às condições
ambientais em constantes mudanças, mais do que seria possível no âmbito de uma
evolução (bio)genética] (VERBEEK, 1994, p. 140);
b) A cadeia aprendizada de ideias sobre crenças e modos de comportamento comum à
um povo, que no seu conjunto formam o estilo da sua vida; o conjunto de instrumentos
e utensílios, acções,
conteúdos do pensamento e instituições de cada população humana (VIVELO, 1988, p.
329).

9.3. Cultura como forma da vida humana

As funções que a cultura desempenha através dos seus elementos são várias. Uma delas
é, de novo, a função biológica. A cultura serve, neste sentido, o fitness reprodutivo, ou
ainda o fitness global (Inglês, “inclusive fitness”). Porém, é reciso tomar em
consideração que nem tudo o que o Homem faz do ponto de vista cultural serve o fitness
reprodutivo. Um

grande artista, digamos, que pinta uma grande obra, fá-lo sem pensar no fitness
reprodutivo. Consideremos que ele não consegue deixar descendentes, então, qual seria
o benefício para o seu fitness reprodutivo. O problema é que o educionismo, mesmo o
essencialíssimo, em que se baseam determinadas teorias científicas, fazem emergir
hipóteses por vezes ridículas.

9.4. Comportamentos humanos e Moral

9.4.1. Biologia do Moral e do Amoral

Segundo Naftal (2008) Moral é um conjunto de regras no convívio A moral é:


 autônoma pois é imposta pela consciência ao homem.
 unilateral: por dizer respeito apenas ao indivíduo.
 incoercível: o dever moral não é exigível por ninguém, reduzindo-se a dever de
consciência.

A moral humana sempre foi alvo de curiosidade e investigação. Foram vários, os


filósofos que propuseram origens e desdobramentos dela. Há quem acredite que a moral
do homem tem origens biológicas, empíricas ou é inserida no momento do nascimento.
Dentre tais divergências, Contardo Calligaris em seu texto "A Marcha dos Pinguins' e a
origem da moral" diz que a moral não surge de forma natural, como na benevolência dos
animais sugerida por muitos pensadores, mas da capacidade do ser humano de se
colocar no lugar do semelhante, e fazer com que as experiências do outro enriqueça a
sua.

O primatologista holandês Frans de Waal defende em seu livro “Eu, Primata” que a
conduta política e o altruísmo são constatados nos primatas e têm, portanto, uma raiz
biológica comum. Em outro livro seu, "Primates and Philosophers", Waal defende que a
propriedade da moral, que antes acreditava-se exclusiva do ser humano, também se
apresenta
em outros primatas. Ele acredita que a moral do homem não surgiu do nada ou que seja
produto de religião ou cultura. Ela tem origem semelhante às dos primatas,pois são
encontrados neles a capacidade de empatia, a reciprocidade e o senso de justiça.

10. Cronobiologia

10.1. Natureza e evolução de relógios biológicos

Relógio é, pela definição linguística, qualquer instrumento destinado a medir


intervalos de tempo, tendo sido, antes, um instrumento solar, depois, mecânico e, hoje,
um instrumento electrónico. Vários outros sistemas e mecanismos de medição do tempo
foram desenvolvidos pelas diferentes civilizações humanas.

Em Física, relógio designa o resultado da actividade de um pêndulo, o qual,


rítmicamente, demonsta fases que se repetem em iguais intervalos de tempo, sendo o
espaço de tempo que vai da fase à sua repetição o periodo (Т).

10.2. Biometria

Biometria [bio (vida) + metria (medida)] é o estudo estatístico das características


físicas ou comportamentais dos seres vivos. Recentemente este termo também foi
associado à medida de características físicas ou comportamentais das pessoas como
forma de identificá-las unicamente. Hoje a biometria é usada na identificação criminal,
controle de acesso, etc.

Os sistemas biométricos podem basear o seu funcionamento em características de diversas


partes do corpo humano, por exemplo: os olhos, a palma da mão, as digitais do dedo, a retina ou
íris dos olhos. A premissa em que se fundamentam é a de que cada indivíduo é único e possuí
características físicas e de comportamento (a voz, a maneira de andar, etc.) distintas, traços aos
quais são característicos de cada ser humano.

O termo biometria significa medição biológica, ou seja, é o estudo das características físicas e
comportamentais de cada pessoa. O princípio básico desta técnica para identificação é: seu
corpo, sua senha.
10.3. Uso dos relógios biológicos na medicina, agricultura, produção animal, farmacologia,
etc.

Relógios biológicos ou relógios internos (Inglês, biological clocks, internal clocks)


enquandram-se no círculo roblemático de orientação do organismo no tempo, assim
designado por analogia à orientação no espaço. As duas capacidades de orientação (no
espaço e no tempo) relacionam-se entre si de modo complementar e criam bases para a

existência do organismo. Por outras palavras e a título exemplificativo, o animal deve


saber quando e onde estar se ele quer encontrar uma presa, ou, o contrário, sendo ele
mesmo uma presa, se ele pretende escapar-e de um predador. A mesma questão coloca-
se quando ele procura um parceiro para acasalar-se ou para a cópula.

Nos seres vivos classificam-se cinco formas básicas de processos organizados no tempo:
i. Rítmos ultradianos independentes do ambiente, cujo periodo ( tau) tem uma
duração inferior a 24 horas (de segundos a poucas horas, p.e., biopotênciais, taxa de
batimento cardíaco, movimentos peristálticos, estágios do sono, etc.);
ii. Rítmos infradianos que são os que se relacionam com o ambiente, i.e., seguem ciclos
ambientais, ou são sincronizados por estes. As oscilações ambientais sincronizadas pelo
relógio biológico chamam-se sincronizadores, outro termo para o conceito alemão de
“Zeitgeber” Nesta classe incluem-se os seguintes rítmos:
a) Rítmo circatidal: relaciona-se com as marés (2,4 h);

b) Rítmo circa-hemidiano: relaciona-se com o sol (12 h);


c) Rítmo circadiano: relaciona-se com o sol (24 h);
d) Rítmo circa-septano: segue oscilações ambientais com duração aproximada de
sete dias (7 d);
e) Rítmo semilunar: relaciona-se com ritmos lunares (meialua,14,8 d);
f) Rítmo lunar-mensal: (29,5 d);
g) Rítmo anual: (365 d).

iii. A terceira categoria de processos organizados no tempo refere-se à capacidade que os


organismos têm para uma avaliação contínua do tempo por forma a poderem assegurar
interacções ambientais específicas. Trata-se, neste caso, de interacções que ocorrem de
acordo com as estações do ano;
iv. A outra forma toca a avaliação do tempo sob forma de resposta às mudanças sazonais
da duração da fase de luz num dia de 24 horas;
v. A última forma de processos organizados no tempo é a determinação do tempo de
duração de uma dormência, para que o indivíduo à determinada altura do ano possa
entrar e sair da dormência (torpor, hibernação, estivação, etc.).

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