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1590/1678-49442020v26n2a207 e262207
ARTIGO
Daniela Feriani1
1
Universidade de São Paulo, Brasil
Linha 1: 1. Foto: Cláudia Andujar, série “sonhos” (xamanismo); 2. Foto: Susan Falzone (doença de Alzheimer) [descolorida].
Linha 2: 1. Cláudia Andujar, série “sonhos” [descolorida]; 2. Exposição “Alzheimer”, Associação Internacional de
Alzheimer [descolorida]
Para Viveiros de Castro (2006: 326), o fundo em comum “... que vem
à tona no xamanismo, no sonho e na alucinação” é “quando o humano e o
não humano, o visível e o invisível trocam de lugar”.
A transmutação das coisas é o papel central do nevoeiro – tanto como
fenômeno atmosférico quanto a fumaça do cozimento dos alimentos –
percebido por Lévi-Strauss (1993) ao percorrer a mitologia ameríndia.
Cobrindo a realidade, a névoa opera como um elemento de inversão na
narrativa mítica ao interromper e reinstaurar o mundo a partir de outra
ordem, trocando as posições dos seres (humanos e não humanos).
Névoa, neblina, nevoeiro também são imagens recorrentes nos relatos
de pessoas que vivem processos demenciais para sinalizar a confusão em
um mundo que foi interrompido e se tornou estranho.2 Quando alguém diz
que perdeu algo no curso da doença, não significa algo visível, como se
olhássemos dentro da pessoa para ver o que perdeu, mas o que se perde é
um modo de ser no mundo (Das 2015). Ao embaçar a visão e a realidade,
o denso véu da doença exige outra maneira de ver e viver. Nesse ver mais,
ver além, ver em meio à névoa, em um “mundo às avessas”, onde, como
nos mitos, “tudo acontece de um modo diferente do que no mundo comum
e, frequentemente, ao inverso” (Lévi-Strauss 1993: 12), o chinelo é controle
remoto, o urso de pelúcia é uma criança, a embalagem brilhante de biscoito
vira uma borboleta (Feriani 2019b).
Compartilhando uma dimensão fantasmagórica – uma desfiguração,
uma relação entre luz e sombra, como as imagens que abrem este texto –,
doença de Alzheimer e xamanismo podem funcionar como uma dobra para
discutir noções importantes para este trabalho, como as de pessoa, doença,
realidade.3 A intenção é pensar nos deslocamentos conceituais quando se
transita de um fenômeno a outro. Quais recursos materiais, cognitivos, sociais
são acionados e por quais sujeitos em cada situação? Se, para Cesarino
(2011), a noção de pessoa, a cosmologia e a escatologia estão imbricadas e
são elementos importantes para compreender o xamanismo e o pensamento
indígena, a minha proposta é levar isso em conta como uma conexão que
me ajuda a pensar quais são os componentes centrais da medicina e do
pensamento não indígenas no que diz respeito à demência.4
O diálogo com o xamanismo se dá numa tentativa de compreender a
dimensão do imaginário, do alucinatório na doença de Alzheimer e lidar com
a questão de como uma pessoa em processo demencial pode ser interlocutora
de uma pesquisa. Tanto o xamanismo quanto a doença de Alzheimer possuem
uma dimensão mística na medida em que há o sentimento da presença
da ação de um poder invisível ou do contato com uma realidade que não
está dada nas circunstâncias reais ou cotidianas. O que é essa “realidade
outra” em cada caso? Qual é o valor analítico e inventivo do delírio nos
diferentes contextos?
4 Doença de Alzheimer e xamanismo: diálogos (im)possíveis
Exposição “Alzheimer”, organizada pela ADI (Associação Internacional da Doença de Alzheimer), nos Estados Unidos,
com os quadros Grandson, Daughter e Husband
6 Doença de Alzheimer e xamanismo: diálogos (im)possíveis
Nada de comparável ocorre com nossos doentes quando se lhes explica a causa
de seus problemas invocando secreções, micróbios e vírus. Talvez sejamos
acusados de paradoxo se respondermos que é assim porque os micróbios
existem, e os monstros não existem. Contudo, a relação entre micróbio e
doença é externa ao espírito do paciente, é uma relação de causa e efeito, ao
passo que a relação entre monstro e doença é interna a esse mesmo espírito,
consciente ou inconsciente, é uma relação entre símbolo e coisa simbolizada,
ou, como dizem os linguistas, entre significante e significado. O xamã fornece
à sua paciente uma linguagem na qual podem ser imediatamente expressos
estados não formulados, e de outro modo informuláveis. E é a passagem para
essa expressão verbal (que ao mesmo tempo permite viver de forma ordenada e
inteligível uma experiência atual, mas que sem isso seria anárquica e indizível)
que provoca o desbloqueio do processo fisiológico, isto é, a reorganização, num
sentido favorável, da sequência de cujo desenrolar a paciente é vítima (Lévi-
Strauss 1975a: 213).
Eu vejo com meu olho espiritual os astros que são ao mesmo tempo portadores
das vozes e do veneno de cadáver, que é descarregado no meu corpo, na forma
de longos fios esticados, descerem para minha cabeça, partindo de algum
lugar extremamente distante no horizonte. Eles são visíveis só para o meu olho
espiritual, quando meus olhos se fecham por milagre ou quando eu mesmo
os fecho voluntariamente, isto é, nestes momentos eles se espelham do modo
indicado no meu sistema nervoso interno como longos fios deslizando para a
minha cabeça. [...] os fios de raios que zarpam na direção da minha cabeça,
ao que tudo indica, provenientes do Sol ou talvez de numerosos outros corpos
cósmicos remotos, não chegam a mim em linha reta, mas fazendo uma espécie
de curva ou parábola... (Schreber 1984: 201; 203).
As pessoas que não entendem o que é Alzheimer insistem em dizer que minha
mãe foi vítima de macumba ou que está com algum encosto, ficam falando pra
levar em alguma igreja, em igreja espírita, não entenderam ainda que minha
mãe está doente e tem diagnóstico [...] só porque minha mãe não fala coisa
com coisa, conversa sozinha e outras atitudes, sintomas dessa doença que a
gente já sabe [...].
distúrbios mentais. Isto não significa que não haja loucos nessas sociedades,
“mas sim que nós mesmos tratamos às cegas fenômenos sociológicos como
se eles pertencessem à patologia”. E conclui: “Na realidade, é a noção
mesma de doença mental que está em causa. Pois, se o mental e o social
se confundem, como afirma Mauss, seria absurdo, nos casos em que social
e fisiológico estão diretamente em contato, aplicar a uma das duas ordens
uma noção (como a de doença) que só tem sentido na outra” (Lévi-Strauss
2003: 21).
É possível acionar outras relações, nas quais diferentes recursos estão
disponíveis. Quando perguntei à Sílvia se a mãe dela, Eunice, diagnosticada
com doença de Alzheimer, tinha alucinação, ela pareceu não compreender a
pergunta. Dei como exemplo dizer ter visto alguém que já faleceu, pois notava
certa frequência desses episódios nas famílias que estava acompanhando.
Sílvia respondeu que não veria dessa forma, uma vez que são espíritas e,
portanto, acreditam nessa possibilidade. Eunice, inclusive, já foi médium e
psicografava cartas no centro espírita que frequentava com a mãe, que lhe
passou as concepções religiosas.
A presença da mãe é marcante nas conversas com Eunice. “Bom,
querida, o papo está muito bom, mas tenho que ir pra casa. Minha mãe
já deve estar preocupada, me procurando”, disse-me depois de passar
uma tarde com ela. Quando eu a convidei pra passear, demostrou receio,
dizendo que precisava primeiro falar com a mãe, porque conhecia “a peça”,
referindo-se à braveza da matriarca. Outro dia, ao olhar o relógio, contou
que estava à espera da mãe para almoçar.
Às vezes, Eunice se referia a uma criança. Um dia, conversávamos
no quarto e, ao ouvir um barulho, disse, preocupada, ter deixado o bebê
na cadeira da sala, questionando se ele teria caído. A psicóloga via como
alucinação. Sílvia, porém, cogitava a possibilidade de ser uma experiência
mediúnica, ao invés de um sintoma patológico.
Não apenas os episódios de alucinação são tidos como potenciais
para um “devir louco”, mas outras situações também parecem indicar esse
processo, como a desorientação espacial e temporal, o não reconhecimento
de si, dos parentes e da casa onde mora, a desinibição, a falta de higiene
pessoal, além de outras ações que parecem fugir de qualquer lógica, como
guardar roupa no armário da cozinha, comer ração do cachorro, beber água
sanitária, entrar no chuveiro de roupa, usar colcha de cama como toalha de
mesa e tantas outras.
“Welcome to my World”, convida-nos Joe. Se a doença instaura um
outro mundo, é preciso se perguntar que mundo é esse.
Doença de Alzheimer e xamanismo: diálogos (im)possíveis 13
Reflections, de Tom Hussey, usado por uma indústria farmacêutica para lançar um remédio para postergar o declínio
da memória, indicado para a fase inicial da doença de Alzheimer14
É muito diferente uma conversa entre duas pessoas em que ambas possuem o
mesmo entendimento da realidade e outra em que uma delas pode estar vivendo
parcialmente fora dela. Não nos achamos mentirosos, por exemplo, quando
contamos um sonho onde fizemos peripécias que somente ali aconteceriam.
Nem chamamos o diretor de um filme de ficção de mentiroso porque colocou
nele cenas impossíveis de acontecer. Se entendermos que muitas vezes o doente
14 Doença de Alzheimer e xamanismo: diálogos (im)possíveis
são reais, literais. Segundo Deleuze, o delírio opera no real – não existe
outro elemento que não seja o real. O delírio não é uma inadequação ao
real, mas a invenção de uma subjetividade, de um estilo de vida. Não se
trata de negar o real, mas uma determinação única e ontológica do mesmo
(Seligmann-Silva 2003).
O delírio pode ser uma maneira de tocar um mundo, uma vida com
sentido. “O que é melhor: que a pessoa tenha sensatez o tempo todo ou uma
vida que faça sentido pra ela, mesmo que seja uma mentira?”, questionou a
neurolinguista voluntária da ABRAz diante da dúvida da filha se contava à
mãe que os pais tinham morrido quando ela insistia em vê-los. Sacks (2013)
diz que, para Freud, os delírios são tentativas de reconstituição e reorientação
de um mundo que se tornou caótico. O autor mostra como alguns pacientes
não queriam se livrar deles, pois mais os ajudavam do que atrapalhavam. “‘O
senhor certamente não iria proibir uma alucinação amigável a uma velha
frustrada como eu!’”, teria lhe dito Gertie C., uma paciente que esperava
toda noite “a visita de um cavalheiro de outra cidade”, que trazia “amor,
atenção e presentes invisíveis” (: 88). “Não vejo mais ‘coisas’. Parecia tão
real, tão vivo antes. Será que tudo parecerá morto quando eu for tratado?”
(Sacks 1997: 122), questionou Miguel O., que, depois de medicado, deixou
de imaginar e desenhar o que via, mostrando-se desanimado por considerar
ter uma vida com menos sentido e criatividade. “Estamos em terreno estranho
aqui, onde todas as considerações usuais podem ser invertidas – onde a
doença pode ser bem-estar e a normalidade, mal-estar, onde a excitação
pode ser um cativeiro ou uma libertação e onde a realidade pode residir na
ebriedade e não na sobriedade” (Sacks 1997: 125).
Nessa inversão, o espelho – como o nevoeiro – relaciona diferentes
elementos. Deleuze (1992), ao mostrar como o cinema moderno opera
um movimento entre imagens que não é um prolongamento linear, toma
o espelho como aquilo onde uma imagem atual e uma imagem virtual se
relacionam e compõem uma imagem cristal, “um circuito em que as duas
imagens não param de correr uma atrás da outra, em torno de um ponto de
indistinção entre o real e o imaginário” (: 71). Para ele, “o imaginário não é
o irreal, mas a indiscernibilidade entre o real e o irreal. Os dois termos não
se correspondem, eles permanecem distintos, mas não cessam de trocar sua
distinção” (: 89). Trata-se da “potência do falso”, da “forma do tempo como
devir” que “põe em questão todo um modelo de verdade” (Deleuze 1992: 89).
Se, no cinema ou no sonho, a conotação moral de mentira se perde porque
entramos em outra realidade onde tudo é possível, o mundo da demência
também exige de nós esse acordo.
Doença de Alzheimer e xamanismo: diálogos (im)possíveis 19
1. “Cabeça” (2000), último autorretrato de William Utermohlen. 2. “The Great Being”, desenho de Allen Ginsberg
sobre sua experiência alucinatória em rituais xamânicos, no Peru (Taussig 2011: 14)
Mapear esse campo de relações levou meu estudo para outras direções: da
alucinação na clínica ao ver alucinatório da imagem, da “dissolução do self ”
ao ponto de vista demente (ou grafia-demente), da névoa como embaçamento
da visão à névoa como outro modo de ver-viver. Foi assim que eu também
atravessei o espelho, puxei linhas de fuga. Doença de Alzheimer, xamanismo
e etnografia funcionaram como uma tríade para pensar e experimentar o
deslocamento, a estranheza, o devir, a troca de posição e a dissolução do
sujeito: tudo aquilo, enfim, que atravessa quem sofre um processo demencial,
um ritual xamânico e uma (boa) pesquisa.
Notas
1 Este artigo é parte de uma pesquisa que venho realizando desde o doutorado
– Entre sopros e assombros: estética e experiência na doença de Alzheimer, orientado
por Guita Grin Debert – e que se desdobrou no projeto de pós-doutorado – Como
narrar a perda do narrar: autobiografias de pessoas em processo demencial, com
supervisão de Sylvia Caiuby Novaes –, ambos financiados pela Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O material aqui apresentado resulta
de pesquisa de campo em diferentes frentes, como: acompanhamento de consultas
médicas nos ambulatórios de neurologia e psiquiatria geriátrica de um hospital
universitário; participação em reuniões do grupo de apoio da Associação Brasileira
de Alzheimer (ABRAz); visitas domiciliares às famílias; reunião de imagens sobre
doença de Alzheimer disponíveis na internet; leitura de blogs e autobiografias de
pessoas em processo demencial. Os sujeitos da pesquisa são, sobretudo, as pessoas
com demência e os familiares-cuidadores (cônjuges e filhos, na maioria), provenientes
principalmente de classes sociais mais desfavorecidas.
11 Disponível em https://td38.wordpress.com/2015/06/05/lo-que-ve-un-chaman-
en-un-hospital-psiquiatrico/. Acesso em 17/07/2015.
12 Em http://news.stanford.edu/2014/07/16/voices-culture-luhrmann-071614/.
Acesso em 20/09/2016.
14 Disponível em https://www.tomhussey.com/PROJECTS/REFLECTIONS/
thumbs. Acesso em 06/08/2020.
15 Em http://well.blogs.nytimes.com/2016/06/21/alzheimers-disease-as-an-
adventure-in-wonderland/? smid=fb-share&_r=3 Acesso: 22/06/2016.
16 Disponível em www.psupress.org/books/titles/978-0-271-07468-9.html.
Acesso em 22/06/2016.
20 Isso não significa negar que a doença de Alzheimer tenha uma materialidade
– e que a medicina não seja um importante meio de conhecimento e tratamento da
mesma –, mas mostrar como essa materialidade transborda e se conecta com/tensiona
outras relações, como as noções de pessoa, doença, memória, velhice, realidade.
23 Ainda que a doença de Alzheimer não seja vista como traço da personalidade
– apesar de alguns traços de personalidade serem elencados como fatores de risco
para a doença –, existe uma reivindicação de uma diferença ontológica criada pela
doença – “Bem-vindo ao meu mundo”, escreve Joe. Se tal reivindicação pode ser
importante para que essas pessoas sejam ouvidas e reconhecidas, ela pode criar
um abismo ou uma dicotomia entre “nós”, saudáveis, e “eles”, doentes, podendo
prejudicar a comunicação e a convivência.
24 Em uma reunião da ABRAz, uma filha disse: “minha mãe gosta de tomar
banho à noite, mas ela engana a gente e não toma. Quando eu pergunto, ela diz que
já tomou, mas eu não sei se ela esqueceu ou se tá sendo esperta, isso sim!”. Um filho,
que também cuida da mãe, complementou: “ela tem resposta pra tudo. Não sei se é
a doença ou a malandragem dela”.
28 Tomo estética tal como Cesarino (2011): como “uma reflexão sobre a
configuração dos códigos sensíveis, das imagens e das metáforas” (: 16) – para ele, que
constitui o pensamento xamanístico; para mim, que constitui a doença de Alzheimer.
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Resumo Abstract
EnFerMedAd de ALZHeIMer Y
CHAMAnIsMO: dIÁLOGOs (IM)
POsIBLes
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