Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Freire y Faundez (1995) - Por Una Pedagogía de La Pregunta
Freire y Faundez (1995) - Por Una Pedagogía de La Pregunta
ISBN 978-987-629-327-3
siglo veintiuno
m editores 9 789876*293273
biblioteca clásica
de siglo veintiuno
T ra d u c c ió n : C lara B e re n g u e r Revert
paulo freire
antonio faundez
por una
pedagogía
de la pregunta
crítica a una educación basada
en respuestas a preguntas inexistentes
v y v i s ig lo v e in t iu n o
^ X \ J editores
"^ ^ 1 g ru p o editorial
XA N J sig lo veintiuno
siglo xxi e d ito re s , m éx ico siglo xxi editores, arg en tina
GERFO DEL AGUA 2 4 8 , ROMEFC DE TERREROS GUATEMALA 4 8 2 4 , C 1 4 2 5 BUP
0 4 3 1 0 MfoOCO. D .F . BUEJ-IOS M E S . A fG a jT » »
v.ww.sigloxxieditores.com.mx. www.sigloxxiediíores.com.ar
Freiré, Paulo
Por una pedagogía de la pregunta: crítica a una educación basada
en respuestas a preguntas inexistentes.- Ia ed.- Buenos Aires:
Siglo V ein tiun o Editores, 2013.
224 p. il.; 2 1x14 cm - (Biblioteca Clásica de Siglo Veintiuno)
ISBN 978-987-629-327-3
Primera parte
EL ACTO DE PREGUNTAR: CÓMO IR MÁS ALLÁ
DE UNA PEDAGOGÍA DE LAS RESPUESTAS
Segunda parte
PARA QUÉ LOS INTELECTUALES: CÓMO
CONOCER AL OTRO MÁS ALLÁ DE LA
TEORÍA Y EL VOLUNTARISMO
Tercera parte
CUANDO LA EXPERIENCIA
SE CONVIERTE EN SENTIDO
El m o v im ie n to p e r e n n e d e la p re g u n ta nos sitú a en
j n h o riz o n te d e co n v ersació n , in tercam b io , visibilidad y re
c o n o c im ie n to d e o tra s voces n o p rese n tes en el diálo g o p ero
que están vinculadas con él, e n ese transcurso, difícil p e ro n e
cesario, co m p lejo p e ro in eludible, singular y colectivo, d e cons
tru ir u n a p a la b ra colectiva, c o m ú n y, adem ás, a rtic u la d a con
las reflex io n es q u e a q u í y a h o ra planteam os.
Es este u n lib ro conversado 4q u e acerca el c o n o c im ie n to -y
el p roceso d e su c re a c ió n y re c r e a c ió n - fru to d e u n a sistem a
tización y / o re p ro b le m a tiz a c ió n d e las ex p eriencias e d u c ati
vas, éticas y p o lític a s vividas p o r F reire y F au n d ez y, con sus
palabras, n o s a c e rc a n ta m b ié n a sus experiencias situadas que
son, al m ism o tie m p o , sin g u la re s y com unes y, so b re todo,
suscitan o tro s v ín cu lo s c o n los diálogos que las m u je res y los
h o m b res, fu tu ro s lecto res, p u e d a n e n h e b ra r co n este diálogo
p re se n te , a c tu a liz á n d o lo y m ate ria liz án d o lo e n sus prácticas,
m uchas veces atravesadas p o r in q u ie tu d e s e incertezas.
A lgunas d e estas in q u ie tu d e s e incertezas sólo p o d e m o s
ex p resarlas e n el m o v im ie n to p e re n n e de la p re g u n ta ,
e sta b lec ien d o u n d iálo g o c o n el o tro y la otra, a través de u n
ejercicio lib re y actu al e n el cu al las palabras a flo ran y, con
ellas, las m u je re s y los h o m b re s q u e , sencilla y a m o ro sa m e n te ,
som os cap aces d e p o n e rn o s e n ju e g o y ta m b ié n e n lugar.
Esto lo h a c e m o s, claro , d e u n a m a n e ra actual, es d e c ir, real
v efectiva, c o n ju g a n d o el p a rtir d e sí hacia la o tra y el otro,
con sus e x p e rie n c ia s y p a la b ras, co n sus c u e rp o s y gestos...
h acia los c o n te x to s d e q u e re r vivir en los cuales devenim os
c iu d a d a n o s e n la cre-acción d e le e r y escribir el m u n d o y, con
él, a n o so tra s y n o so tro s m ism os, en u n d o b le m o vim iento
q u e o p e ra , y es rea liz a d o , c o m o u n abrirse al m u n d o y a las y
los otros in a u g u ra n d o , c o m o n o s señala F reire, u n a relació n
dialógica q u e in c e s a n te m e n te es a p e rtu ra d e la p o te n c ia al
acto, y viceversa, d el acto, le íd o y escrito com o a c o n te c im ie n to ,
a la p o te n c ia d e los c o n c e p to s vividos y, p o r tan to , circulados
en sin g u la rid a d y c o m u n id a d , in a u g u ra n d o n o u n o s m eros
m om entos, a h o ra adjetivados d e tran sdisciplinarios c u a n d o
Acontecimiento y situación en el movimiento perenne de la pregunta 11
EL ACTO DE PREGUNTAR
Cómo ii más allá de una
pedagogía de las respuestas
-,
a n t o n io Pienso q u e , e n este diálogo, p o
fa u n d ez :
d ría m o s partir de te m a s o de nuestras e x p erien cias concretas.
E n el prim er caso, discutiríam os c o n c e p to s d e te rm in a d o s,
c ó m o se aplican a la rea lid a d , cóm o se tran sfo rm an en la m e
d id a e n que van s ie n d o aplicados a rea lid a d e s diversas, etc.
E n el segundo, p o d ría m o s hablar d e n u e s tra ex p e rien c ia en
A frica y en A m érica L atin a; de e x p e rie n c ia s que nos sean co
m u n e s a ambos o a u n d e aquellas q u e n o lo sean.
Los in te le c tu a le s en el exilio
b ié n . P o r su p u e sto q u e d e u n a m a n e ra m u c h o m enos d ra m á
tica q u e en E u ro p a . A fin de cuentas, C hile, a pesar de se r u n
país u n p o c o e u ro p e iz a d o , es en esen cia A m érica L atina.
U n a d e las p rim e ra s lecciones q u e m e enseñó el ex ilio ,
c u a n d o d a b a ruis p rim e ro s pasos en el co n te x to q u e m e h a
b ía a c o g id o , en el s e n tid o de vivir y n o sólo sobrevivir e n la
c o tid ia n id a d d ife re n te , fu e que las cu ltu ras, las)ex p resio n es
c u ltu ra le s n o so n m e jo re s ni peores, so n d ife ie n te s-e n tre .sí.
AÍ igual q u e n o so tro s, p o r un lado, la c u ltu ra no es sin o q u e
e stá s ie n d o y, a d e m á s, n o podem os o lvidar su carácter d e cla
se. E sta p rim e ra le c c ió n , q u e de las c u ltu ras no p u e d e d e c irse
q u e sean m ejo res o p e o re s , la a p re n d í e n Chile, c u a n d o c o
m e n c é a c o n o c e r c o n c re ta m e n te las fo rm as d iferentes h a sta
d e lla m a r al o tro . N o sé si reparaste, p o r ejem plo, en lo d ifí
cil q u e es llam ar al m o z o del re sta u ra n te e n u n a culLura q u e
n o s re s u lta e x tra ñ a . E n cad a cultura existe u n a form a esp ecial
q u e n o p u e d e ser tra n sg re d id a , existe u n cierto código, ¿no?
M e a c u e rd o de u n a vez, estan d o en C hile, e n el M inisterio d e
R e lacio n es E x te rio re s (n o sé si se llam a así o si es de A su n to s
E x te rio re s). T e n ía q u e resolver u n p ro b le m a vinculado c o n
u n d o c u m e n to n e c e s a rio p ara mi p e rm a n e n c ia en el país. Es
tab a e n la v e n ta n illa d e la oficina y n a d ie m e atendía. N a d ie
m ira b a e n d ire c c ió n a m í. De p ro n to , u n a p ersona lev an tó
la c ab eza y m e vio. L e hice u n a d e m á n para in d icarle q u e
yo e sta b a allí, q u e fo rm a b a parte. El e m p le ad o se a c e rc ó y,
c o n voz d e o fe n d id o , m e dijo que a q u e lla no era u n a m a n e
ra e d u c a d a de lla m a r a n adie. S o rp re n d id o , yo era, e n a q u e l
m o m e n to , p u ra in d e c is ió n , de alg u n a m a n e ra m e las in g e n ié
p a ra decirle: “N o te n ía n in g u n a in te n c ió n de o fen d e rlo , soy
b r a s ile ñ o ...”. “P e ro u s te d es un b rasile ñ o que está en C hile,
y e n C hile no se h a c e e so ”, dijo él, categórico. “Bien, e n to n
ces le p id o d iscu lp as d e nuevo, le p id o disculpas p o r lo q u e
le p a re c ió ofensivo e n m i gesto p e ro n o p o r la in te n c ió n d e
o fe n d e rlo , q u e n o existió. Q uiero decir: subjetivam ente n o
q u ise o fen d e rlo , p e r o objetivam ente lo o fen d í.” ¡Q ué m is
te rio la cultura! El e m p le a d o m e a te n d ió , a u n q u e n o sé si
Lo que enseña la diferencia cultural 45
La id e o lo g ía en acción
pa u lo : L a id eo lo g ía es algo m uy concreto.
c a c ió n p o p u la r, c o m o q u ie ra q u e la llam em o s, d e s e m p e ñ a
12 Paulo Freire, Pedagogía del oprimido. 'Buenos Aires, Siglo XXI, 3ra ed.
60 Por una pedagogia de la pregunta
An t o n i o : La dificultad, P au lo , p a ra e n te n d e r la im p o rta n c ia
pa u lo : N u n ca.
An t o n i o : El m é to d o p a ra ti es u n c o n ju n to de p rin c ip io s que
An t o n io : . . .su d e s c r i p c ió n .
a n t o n io N o, en E u ro p a eso es fu n d a m e n ta l. Yo trabajé e n el
:
In s titu to U n iv ersitario , q u e se o cu p a d el estudio de los países
d el T e rc e r M u n d o . A llí se ve cuán a b stra cto s son los c o n c e p
tos so b re el T e rc e r M u n d o . ¡El c o n c e p to m ism o de T e rc e r
M u n d o es en sí u n a abstracción total! L o p c o n c ep to s^ em p lea
d o s p a ra c o m p r e n d e r la realidad n o e u ro p e a son a b so lu ta
m e n te abstractos^-A prendem os a ser m o d esto s a m e d id a q u e
viajam os cada vez m ás y p articipam os d e la lucha del p u e b lo
La falacia óe la educación neutral 65
L o im p o rta n te es q u e esta p re g u n ta so b re la p re g u n ta , o
estas p re g u n ta s s o b re las p reguntas y so b re las resp u estas,
esta c a d e n a de p re g u n ta s y respuestas, e n ú ltim a in stan cia,
esté a m p lia m e n te v in c u la d a con la re a lid a d , o sea, q u e n o se
ro m p a la c a d en a . P o r q u e estam os ac o stu m b ra d o s a q u e esa
c a d e n a d e p re g u n ta s y respuestas - q u e e n el fo n d o n o son
sin o el c o n o c im ie n to - se rom pa, se in te rru m p a , n o a lc a n c e la
r e a l i d a d e s n e c e s a rio q u e , h ab ie n d o p re g u n ta s m ech ad o ias,
o fic ien sie m p re c o m o p u e n te e n tre la p rim e ra p re g u n ta y la
re a lid a d c o n c re ta ^
P ie n so q u e el a c to d e p reg u n ta r, o la p re g u n ta m ism a en
ta n to p rin c ip io d e c o n o c im ie n to , p o d ría c o m p re n d e rse en
g ru p o s c o n c re to s. R e c u e rd o , p o r e je m p lo , q u e e n la víspe
r a d e m i p a rtid a a Z a ire vino a b u sc arm e u n jo v en o riu n d o
d e ese p a ís q u e e s ta b a p re p a ra n d o su tesis de d o c to ra d o , u n
e s tu d io so b re la e x p e rie n c ia e d u c ac io n al de las iglesias m isio
n e ra s e n Zaire.
Al in ic ia r n u e s tr o diálogo, le dije: “T ú hablas, yo escucho.
T ú m e dirás q u é p ien sa s, qué in fo rm a c ió n has c o n seg u id o ,
cu á le s son tus p re o c u p a c io n e s c o n c re ta s respecto d e e sta te
sis”. D u ra n te c e rc a d e u n a h o ra el jo v e n m e b rin d o u n a in
fo rm a c ió n in c re íb le : visitas a b ib lio tecas, le c tu ra d e libros,
d iálo g o s con las p e rs o n a s que vivieron la ép o ca d e las m isio
n e s e n Zaire. P e ro to d a esa in fo rm a c ió n estaba p o r c o m p leto
desp ro v ista de fo rm a .
Al fin a l le h ic e u n a observación: “¿Q u é p re g u n ta s te h a
p a r a e s tr u c tu r a r el tra b a jo de tu tesis? P o rq u e to d o tra b a jo
d e tesis, c o m o t o d o tra b a jo de in v e stig a c ió n , d e b e im c ia ise
b u s c a n d o las p r e g u n ta s clave q u e es n e c e sa rio r e s p o n d e r .
N o digo q u e n o haya que in fo rm a rse, p ero lo f u n d a m e n
es q u e esa c u rio s id a d que nos lleva a p re o c u p a rn o s p o r un
te m a d e te rm in a d o se concrete en p re g u n ta s e s e n c i a l e s que
lu e g o serán los h ilo s c o n d u cto res d e n u e stro tra b a jo , i
c o n tra m o s c in c o o seis p reguntas esenciales, las respuestas
esas p re g u n ta s c o n stitu irá n u n a tesis académ ica.
La pedagogía de hacer preguntas 75
pa u lo : Y to d o in d ic a q u e , d u r a n te el p ro c e s o d e b u s c a r in fo r
m a c ió n q u e a y u d e a re s p o n d e r esas p re g u n ta s, su rg e n o tras
p r e g u n t a s f u n d a m e n t a l e s p a r a la c o n s t i t u c i ó n d e e s e c u e r p o
c o h e r e n t e , l ó g i c o y r i g u r o s o q u e d e b e s e r la tesis.
a n to n io : Sí, c r e o q u e e l v a lo r d e u n a tesis e s tá e n e l d e s c u
b r i m i e n to y la f o r m u la c i ó n d e p r e g u n t a s e s e n c ia le s q u e d e s
p i e r t e n la c u r i o s i d a d d e o t r o s i n v e s t i g a d o r e s ^ v a l o r n o e s tá
t a n t o e n las r e s p u e s t a s , p o r q u e la s r e s p u e s t a s s o n , s i n d u d a J
t a n p ro v is o ria s c o m o las p r e g u n t a s . .. ^
e n un proceso d e e d u c ac ió n p e rm a n e n te tiene q u e se r un
g ra n p re g u n ta d o r d e sí mismo. Q u ie ro decir,
n o es posible p a sa r del lunes al m a rte s sin
p re g u n ta rse c o n sta n te m e n te . Vuelvo a in
sistir en la n ecesid ad d e estim ular e n fo rm a
p e rm a n e n te la c u rio sid ad , el acto d e p re
g u n ta r, en lugar d e rep rim irlo . Las escuelas
rech azan las p re g u n ta s o bien b u ro cra tiz an
el acto de p re g u n ta r. La cuestión n o rad ic a sim
p le m e n te en in tro d u c ir en la c u rric u la el m o m e n to d e h acer
as preguntas, d e las nueve a las diez, p o r ejem plo. ¡No es eso!
quem os o c u p a n o es la b u ro cra tiz ac io n de las p re g u n ta s
sino reconocer la existencia com o u n acto de p reg u n tar!
La existencia h u m a n a está, p o rq u e se hizo p re g u n ta n d o ,
n la raíz de la tran sfo rm ació n d e l m u n d o . Existe u n a ra-
76 Por una pedagogía de la pregunta
A n to n io : Un e je m p lo p e rtin e n te es el d esperdicio de la c re a
tividad del o p e ra rio d e u n a fábrica. El p roceso de trab ajo es
creativo; pero, co m o la racio n alidad d el trabajo y los pasos a ,
se g u ir están p re d e te rm in a d o s^el o p e ra rio qu ed a in m e rso en
u n p ro ceso que n o es educativo, q u e le n ieg a toda p osibilidad
cle)creatividad.¿.
C u á n to g an arían el co n o cim ien to h u m a n o , las ciencias
h u m a n a s y la so c ie d a d m ism a si la creatividad del o p e ra rio
e n c o n tra ra un espacio d e libertad p a ra m anifestarse. A un así,
esa creatividad de h e c h o se evidencia, p u e s a veces u n o p e ra
rio resuelve p ro b lem as n o previstos p o r la racionalidad. P ero
esa racionalidad le ex ig e que no sea creativo. Si en c am b io le
p e rm itie se serlo, se e n riq u e c e ría m u c h o más con la capaci
d a d d e creación del o p e ra rio , sobre to d o en lo a tin e n te a u n a
78 Por una pedagogía de la pregunta
p a u l o : A h o ra , A n to n io , e n u n p a ré n te sis rá p id o (en se g u id a
vuelves a tu ra z o n a m ie n to ), q u e rría h a c e r a lg u n o s c o m e n
tario s s o b re los riesgos q u e c o rrem o s los in te le c tu a le s c u a n
d o te n e m o s u n a visión se g ú n la cual esos d o s m u n d o s se
c o n tr a p o n e n . D ado q u e n u e s tra visión c o n tr a p o n e esos dos
m u n d o s , ta rd e o te m p r a n o te n d re m o s q u e o p ta r p o r u n o d e
ellos. P e ro al h a c e rlo , d e c re ta m o s la n e g a c ió n del o tro . El
p r im e r rie s g o q u e c o rre m o s es q ue, a p e s a r d e q u e n u e s tro
d isc u rso e sté a favor d e las m asas p o p u la re s, n u e s tra p rá c tic a
c o n tin ú e s ie n d o elitista. C u a n d o o p tam o s p o r el m u n d o de
acá, la o p c ió n p o r el m u n d o p o p u la r es a p e n a s verbal. R o m
p e m o s, c o -n trap o n e m o s l ° s dos m u n d o s, las dos filosofías.
P o r eso m ism o d e c re ta m o s q u e n u e stro m u n d o es el m ejo r.
Es el m u n d o d e la rig u ro s id a d . Ese rig o r tie n e q u e s u p e rp o
n e rse e im p o n e rs e al o tro m u n d o . El o tro riesg o d e la visión
c o n tr a p u e s ta es el b asism o , q u e tam b ié n c o n o c em o s. Es el
riesgo s e g ú n el cual e x iste u n a n eg ació n c o m p le ta del p r i
m e ro , d e la rig u ro sid a d ; p o r lo tan to , n a d a q u e sea cien tífico
La unión entre el saber popular y el científico 89
An t o n io : C o n c u e r d o p le n a m e n te c o n tu a n álisis, Paulo.
Y m ás a ú n : c r e o q u e esa se p a ra c ió n e n tre s a b e r p o p u la r y
c ie n tífic o , e n tr e el se'ntido c o m ú n o filosofía d e los no-filó-
sofos y la filo s o fía co m o tal, e n tr e el sen tir y el c o m p r e n d e r ,
e n tr e la d o x a y la e p iste m e , es u n p ro b le m a d e la te o r ía del
c o n o c im ie n to q u e se re m o n ta a los filósofos a n tig u o s , com o
A ristó tele s y P la tó n , o h asta los filósofos n a tu ra lis ta s grie
gos. Se tra ta d e *una escisión q u e la ciencia social m o d e rn a
d e b e s u p e ra r , e n ta n to c ie n c ia d e la g lo b a lid a d social. Es
fu n d a m e n ta l, p a r a u n a c ie n c ia de este tipo, n o s e p a ra r la
so c ie d a d g lo b a l e n dos m u n d o s: el de la e p is te m e y el de
la d o x a, el d e la filosofía y el d e l sa b er p o p u la r c o m o si se
n e g a ra n u n o a o tro , com o si fu e se n a n ta g ó n ico s. Si es u n a
c ie n c ia d e la g lo b a lid a d , d e b e s e r d e la g lo b a lid a d , es decir,
d e los m u n d o s , y d e b e b u s c a r u n irlo s a través d e la p ráctica
y d e la te o ría . E n té rm in o s a c tu a le s eso e q u iv a ld ría a s u p e ra r
la s e p a ra c ió n e n tr e la te o ría y la práctica, e n tr e el rig o r y la
in g e n u id a d . Así, estoy de a c u e rd o co n tig o en q u e so la m e n te
la u n ió n d e esos dos e le m e n to s, y p o r lo ta n to la r u p tu r a de
la s e p a ra c ió n q u e se re m o n ta a los o ríg e n e s d e l c o n o c im ie n
to filosófico, es fu n d a m e n ta l p a ra c u a lq u ie r c o m p re n s ió n
p ro fu n d a d e la re a lid a d y ta m b ié n p a ra q u e e sa c o m p re n
sión p u e d a r e s u lta r en u n a tra n sfo rm a c ió n d e la rea lid a d .
P o rq u e n i la in g e n u id a d , ni la e s p o n ta n e id a d , ni el rig o r
c ie n tífic o tra n s fo rm a rá n la re a lid a d . La tra n s fo rm a c ió n de
la re a lid a d im p lic a la u n ió n d e esos dos sa b ere s c o n el obje
tivo d e lo g ra r u n sa b er s u p e rio r, q u e es el v e rd a d e r o saber,
y q u e p u e d e tra n sfo rm a rse e n acción y e n tra n s fo rm a c ió n
de la re a lid a d . La se p a ra c ió n d e am bos es la e lim in a c ió n
de to d a p o s ib ilid a d de c o m p re n s ió n de la g lo b a lid a d y de
tra n s fo rm a c ió n . El g ran d e safío q u e e n fre n ta m o s c o m o in
La unión entre el saber popular y el científico 91
a n to n io : En re su m e n , Paulo, ía v e rd a d e ra ciencia es la q u e ,
p a rtie n d o de lo c o n c re to y m ediada p o r el concepto, re to r n a
a lo con creto . Y este es u n ciclo p e rm a n e n te . Sin em b arg o , la
c ien cia, tal com o los intelectuales la e n tie n d e n en la a c tu a li
d a d y tal com o es e n s e ñ a d a en las universidades, consiste en
p a rtir del concepto, r e to r n a r a lo c o n c re to y enseguida r e g re
sa r n u ev am en te al c o n c e p to . Es o tro ciclo, au n q u e ta m b ié n
p e rm a n e n te ; no p o d e m o s decir sim p le m e n te que c u a n d o la
c ie n c ia se ocupa sólo d el concepto n o tien e la in te n c io n a
lid a d de lo con creto ^ Lo concreto ta m b ié n es su p ro b le m a ,
p e ro lo concreto es a q u e llo que a p a re c e com o m ed ia d o r p a ra
m - *4;
96 Por una pedagogía de la pregunta
el c o n c ep to . Se p ro d u ce e n to n c e s la inversión d e l proceso
d e c o n o c im ie n to , para volver al co n cep to ; en ese p ro ce so , lo
co iic re to a p a re c e com o un e le m en to -p u en te e n tr e los con
ceptos. E n ese sen tid o , estás e n lo cierto cu a n d o afirm as que
n o d e b e m o s q u e d a rn o s en el c o n c ep to E r ró n e a m e n te se
c o n sid e ra la vida del concepto c o m o la icalidad, e n lugar de
la vidaTcle lo c o n c re to , que es p a ra nosotros la v e rd a d e ra reali-
d a d e incluye el conce'pto. Esto significa una rev o lu c ió n , pues
se tra ta de u n a nueva c o n c ep c ió n d e la ciencia c o m o m edia
d o ra p a ra la c o m p re n sió n y la tran sfo rm ació n d e la realidad.
Para c o n tin u a r n u e stro análisis te pro p o n g o le e r u n p eq u e
ñ o fra g m e n to d e u n trabajo q u e llam é “Tesis s o b re G ra m sti”,
p u b lic a d o e n Brasil en la revista Comunicacáo e Sociedade. Ese
trabajo fue el re su lta d o de u n a invitación que m e h iz o el sem i
n a rio D e p e n d e n c ia e L iteratu ra n a Am érica L a tin a , realizado
e n la E scuela d e Altos Estudios e n Ciencias Sociales de París.
C u a n d o m is colegas de se m in a rio m e p id iero n q u e hiciese
u n a e x p o sic ió n so b re el c o n c e p to ele “in te le c tu al” e n la obra
de G ram sci, p e n s é que ese c o n c e p to no podía e s ta r separado
de u n a c o n c e p c ió n global del p en sam ien to d e G ram sci. Para
él, el in te le c tu a l n o es un e le m e n to aislado de to d a u n a con
cep ció n d e la so cied ad y la c ie n c ia de la sociedad. D e m odo
q ue, en m i tesis, el co n cep to d e intelectual e s ta b a incorpo
rad o a u n a se rie d e p ro b lem as q u e Gramsci in te n ta b a com-
, p re n d e r. P a rtí d e u n a frase d e él q u e considero n o tab le : "Las
^ ! ideas son g ra n d e s sólo ru a n d o p u e d e n ser a c tu a b lgs”, o sea,
c u a n d o p u e d e n transform arse e n acciones. Yo d iría que la
necesid ad g ram sc ia n a de c o m p r e n d e r la realid ad italian a era
fu n d a m e n ta l p a ra utilizar y c re a r nuevas ideasi^Y, p a ra él, las
| ideas te n ía n s e n tid o c u án d o p o d ía n concretarse e n acciones
p ara la tra n sfo rm a c ió n de esa rea lid a d . /
L eeré e n to n c e s esas notas m ías com o un re s u m e n y u n an-
tirre su m e n d e lo q u e estam os analizando.
La n e c e sid a d m eto d o ló g ic a y revolucionaria q u e Gramsci
ten ía de c o m p r e n d e r y tra n s fo rm a r la historia n o se dividía,
según él, e n c a teg o rías teóricas y realidad m ate ria l, com o dos
La unión entre el saber popular y el científico 97
An D el o r i g e n del s u e ñ o p o s i b l e . .
t o n io :
En u n a entrevista que di e n Santo T om é y P rín c ip e acerca
de la co n stru c ció n de u n a n u ev a sociedad a firm é que “la're
volución n o tie n e m o d elo ”, q u e cu alq u ier p ro c e s o revolucio
nario es u n p roceso de c reació n .
104 Por una pedagogía de la pregunta
p a u lo : D e c u a lq u ie r m an e ra, m e p a re c e in d iscutible q u e , ya
e n la c o n stitu c ió n o e n la gestación del su e ñ o p o sib le , p o r
cuya realización n o s esforzam os, ten e m o s u n m ín im o d e p e r
f i l d el su e ñ o . P o r o tro lado, el su e ñ o sólo será p o sib le e n la
m e d id a e n q u e d e sca n se ¡í'tijuna c o m p re n sió n rig u ro sa del
p re s e n te q ue, al s e r p ro fu n d a m e n te m odificado, h a c e viable
la c o n c re c ió n d el s u b i ó , 4
El s u e ñ o es s u e ñ o p o rq u e, e sta n d o realistam en te a n c la d o
e n el p re s e n te c o n c re to , a p u n ta al fu tu ro , q u e sólo se co n sti
tuye e n y p o r la tra n sfo rm ac ió n del p rese n te.
C reo p o r ello m ism o que una de las tareas p rim o rd ia le s de
los p a rtid o s p o p u la re s , p ero no populistas, es in v e n ta r cam i
n o s q u e, a la vez q u e develen los m ecanism os d e fu n c io n a
m ie n to d e la s o c ie d a d opresora a ser transí o rinada, les h a b le n
a las clases tra b a ja d o ra s de su su e ñ o o de sus aspectos c e n tra
les. P a ra m í, la c u e stió n principal es saber hasta q u é p u n to los
p a rtid o s p o p u la re s y n o populistas -y d e n tro de ellos, los in te
lectu ales re ju v e n e c id o s - son capaces d e e x p e rim e n ta rse con
las clases tra b a ja d o ra s de form a sustantivam ente d e m o c rática .
Q u ie ro sab er si s e rá n capaces de re o rie n ta r su p ro p io su e ñ o
a p a rtir del a p re n d iz a je que realicen c o n las masas p o p u lare s.
P e n s a n d o s o b re la cuestión d e l s u e ñ o y de ese m ín im o
p e rfil d e l s u e ñ o d e l q u e h ab lab a a n te s, re c u e rd o la re fle x ió n
d e M a rx e n El capital c u a n d o , e n el c a p ítu lo so b re el p ro c e so
d e l tra b a jo , c o m p a r a el q u e h a c e r d e la abeja co n el d e l o p e
ra rio , s u b ra y a n d o c ó m o el de la a b e ja “p o d ría a v e rg o n z a r,
p o r su p e rfe c c ió n , a m ás de u n oficial a lb añ il . P eí o, dice
M arx, existe alg o e n lo q u e h asta el p e o r oficial a lb a ñ il aven
taja a la m e jo r a b e ja : el h e c h o de q u e , “a n te s d e e je c u ta r la
c o n s tru c c ió n , ia p ro y e c ta en su c e re b r o ”.15/''
M e p a re c e q u e , a u n re c o n o c ie n d o la d iferen cia e n tr e p ro
y ectar u n a m esa y p ro y ectar u n a so cied ad , la re c re a c ió n de
tivas e n f u n c ió n d e su n e c e s id a d de sobrevivir e n fr e n ta n d o
c o n d ic io n e s negativas d e m a s ia d o intensas. E n tales c irc u n s
tan cias, el lla m a d o a la im a g in a c ió n es tu e r te y c o n sta n te .
Laíj fa c ilid a d e s d e q u e d isp o n e m o s m u c h a s veces tra b a ja n
c o n tr a n u e s tr a fa c u lta d im aginativa. La o tra cu a lid ad q u e
c o n s id e ro fu n d a m e n ta l e n relació n c o n esa p rá c tic a políti-
c o -p e d a g ó g ic a del in te le c tu a l con las m asas, a la q u e ya h ic i
m os r e f e re n c ia , es p re c is a m e n te la se n sib ilid a d históricaT E s
d e c ir, la c a p a c id a d d e p rev e r, de a n tic ip a r, casi d e ad iv in a r,
q u e a p re n d e m o s ta m b ié n c o n la p rác tic a si estam o s a b ie rto s
a ese a p re n d iz a je .
p a u lo : Estoy to ta lm e n te de acuerdo.
a n to n io : L a id e a es u n a id ea histórica. Es u n p ro d u c to d e la
ac ció n y d e la te o ría h u m a n a de la historia.
p a u lo : C laro.
pa u lo : C on o tro ro p a je .
An t o n io : . . . e n la q u e la p a r tic ip a c ió n sea p e r m a n e n t e . . .
La p re g u n ta p o r el poder
p a u i .o : . . . e n la q u e la p a r ti c i p a c i ó n p e r m a n e n t e s e a u n a f o r
m a d e se r d e l p u e b lo , ju n to c o n su r e s p o n s a b ilid a d so cial y
p o lític a .
M ientras h a b la b a s de esas cosas, yo rec o rd a b a u n a conver
sación q u e tuve en Brasil h ace p o co con líd e res obreros. Lo
q ue q u e re m o s d e verdad, d e c ía n ellos, cada u n o a su tiem po,
lú c id a m e n te , es u n a sociedad ju sta , o como m ín im o , en sus co
m ienzos, u n a sociedad m enos injusta. U na so c ie d a d socialista.
P ero lo q u e n o aceptam os, d e c ía n tam bién, es q u e se nos apli
q u e u n e s q u e m a preestablecido.' Exigimos n u e s tra presencia
p articip ativ a d e sd e el p rim e r m o m e n to de las discusiones en
to rn o al estilo d e sociedad q u e deb em o s c re a r ju n to s , así com o
exigim os la c o n tin u id a d de n u e s tra p a rticip a ció n a lo largo
del p ro c e so d e rehacerla'? U n p roceso que n o se d e tie n e, que
se m ueve c o m o se m ueve la histo ria, decía u n o d e los líderes.
Este nivel d e c o n cien cia p o lítica, de c o n c ie n c ia de clase,
que hoy re v e la n am plios se cto res de las clases t r a b a j a d o r a s
La pregunta por el poder 109
a n to n io : T ú p la n te a s el p ro b lem a c e n tra l de la so c ie d a d c o n
te m p o rá n e a , P a u lo , el p ro b lem a d el p o d e r.
S ig u ie n d o n u e s tr a lín e a de análisis, sería in te re s a n te p re
g u n ta r qu é es el p o d e r , d ó n d e se e n c u e n tra y quién lo d e te n ta .
S in d u d a, los in te le c tu ale s se eq uivocan al so ste n e r q u e el
p o d e r se e n c u e n tr a sólo en el E stad o y que to m a r el p o d e r
eq u iv a ld ría a to m a r el p o d e r del E stado. E n tien d o p o r E stado
ta n to la a d m in is tra c ió n y su form a coercitiva com o sus a p a ra
to s ideológicos, c o m o el lugar d o n d e se adm inistra el p o d e r.
P o r eso es q u e los p ro feso res, p e d a g o g o s y políticos d e te n ta n
p a rte del p o d e r, p o r q u e lo recib en d e l Estado.
Existe u n a j e r a r q u í a del p o d er. El p o d e r se diluye a p a rtir
d e l E stado, y c a d a p a rte constitutiva d e ese E stado e n tre g a
u n a p arcela d e p o d e r. Las clases q u e están en la c ú sp id e del
E stad o son las q u e d e te n ta n m ayor p o d e r: el p o d e r d e d ar
p o d e r. P o r lo ta n to , id en tificar p o d e r co n Estado y e sta b lec e r
p o r e n d e q u e la tra n sfo rm ac ió n de u n a sociedad se in ic ia con
la to m a del p o d e r, e n esa id en tificació n E stado-poder, es u n
e r r o r d e n a tu ra le z a epistem ológica, p o lític a y h asta e m o c io
n al. C reo q u e tie n e s razó n c u a n d o afirm as que es n e c esa rio
re in v e n ta r el p o d e r. Y rein v en tar el p o d e r, Paulo, es reinven-
ta r la lu ch a p a ra a lc a n z a r el p o d e r//
p a u l o M e p a re c e im p o r ta n te , A n to n io , s ig u ie n d o tus re
:
p o sic ió n d e l s ile n c io m ás p e s a d o so b re el p u e b lo e n te ro ,
re u n irs e e n e l s e n o de la p a r r o q u ia e ra casi c o m o volver al
ú te ro m a te r n o p a ra d e fe n d e rs e d e la a g re sió n d e l p o d e r
d e sp ó tic o . E r a te n e r la se n sa c ió n d e u n a s e g u r id a d n ecesa
ria. La d e f e n s a e n c o m u n ió n , e n la in tim id a d d e la iglesia,
d e la p a r r o q u ia , se lla d a p o r la fe a través d e la le c tu r a de
los e v a n g elio s, te rm in ó p o r e x te n d e rs e y d a r o rig e n a las
c o m u n id a d e s eclesiales de base. C u a n d o los g ru p o s p o p u la
res a su m e n el p a p e l de sujetos e n la lectura d e los Evange
lios, cjue d e ja n d e serles leíd o s, la lectu ra se h a c e n e c esa ria
m e n te d e s d e la ó p tic a de los o p rim id o s, n o d e s d e la de los
o p reso re s.
Esta le c tu ra d e los o p rim id o s se integra a fo rm a s de ac
ció n , d e p r o te s ta , d e reiv in d ic a ció n y, a mi m o d o d e ver, ter
m in a, p o r u n la d o , p o r “c o n v e rtir” a m uchos s a c e rd o te s y re
ligiosas a la c o m p re n s ió n y la p rá c tic a proféticas; y, p o r otro,
re fu e rz a su o p c ió n ya clara p o r los “p o b re s”. E sta lectu ra
a n im a ta m b ié n la teo lo g ía d e la lib eració n d e s d e sus inicios.
Es in te r e s a n te o b se rv a r c ó m o las c o m u n id a d es eclesiales de
base a c a b a n p o r a su m ir tareas e m in e n te m e n te p o lític a s, sin
p o r ello p e r d e r la d im e n sió n d e fe e n que se c o n stitu y e n , y
c re a n e sp a c io s d e lucha. Sólo d e sp u és del s u rg im ie n to de
o tro s p a rtid o s , a d e m á s de los d o s a los que el g o lp e d e Esta
d o h a b ía r e d u c id o la vida p a rtid a r ia b rasileñ a, las c o m u n i
d ad es d e b a se d ism in u y e ro n su acció n en este á m b ito , a u n
q u e n o p e r d ió su im p o rta n c ia .
No te m o e r r a r al d ecir q u e , d e n tr o y f u e ra d e Brasil, se
e m p ie za a o b s e rv a r de m a n e ra m anifiesta, e n la d é c a d a de
1970, el c re c ie n te d esarro llo y la creciente im p o r ta n c ia de
estos m o v im ie n to s sociales, e s té n relacio n ad o s o n o con la
Iglesia. L a lu c h a d e los ecologistas en E u ro p a, e n J a p ó n , en
los E stados U n id o s , su in te rfe re n c ia directa e n las elecciones
rec ien te s e n F ra n c ia y A lem ania; la lucha de las m u je re s or
ganizadas, d e los n eg ro s, de los h o m o se x u a le s... T o d o eso se
constituye e n u n a fu erza y e n u n a expresión d e p o d e r d e n tro
del e s p íritu d e l análisis q u e hacías.
La pregunta por el poder 115
a n t o n io : Sin d u d a , la r e in v e n c ió n d e l p o d e r p a s a p o r la c rí
tic a d e l p o d e r q u e t ie n e e l p a r tid o s o b r e las m a s a s , p o r la d e
La pregunta por el poder 119
p o d e r so b re lo s a lu m n o s. Esa c o n c e p c ió n n u e v a d e l p o d e r
d e b e c o lo carse e n to d o s los niveles y tam b ién d e n tr o de la
in stitu c ió n fam iliar.
¿ Q u ién d e te n t a el p o d er? ¿C óm o se g e n e ra ese p o d e r?
E n u n a fam ilia el h o m b re es q u ie n lo posee y e s ta b le c e sus
lím ites c u a n d o le c o n fie re c ie rto p o d e r a la m u je r, a los hi
jo s . P ienso q u e la n u e v a c o n c e p c ió n del p o d e r im p lic a todos
esos asp ecto s. T a m b ié n la re la c ió n de am istad es u n a rela
c ió n d e p o d e r. L a d e un in te le c tu a l con o tro in te le c tu a l es
u n a re la c ió n d e p o d e r.
a n t o n io La re in v e n c ió n del p o d e r inform a re s p e c to de la
:
so c ie d a d en to d a s sus d im e n sio n e s y n o sólo e n esa relación
p a rtid o p o lítico-E stado-sociedad, etc. En el fo n d o , c re a r u n a
nu ev a so c ie d a d significa crearse d e nuevo, rec re arse.
E n cu a n to a la p re g u n ta q u e form ulabas,
P a u lo , acerca d e cóm o esa rein v e n c ió n del
p o d e r resp o n d e a la represión d el p o d e r
c e n tra l existente, d iría que n o tie n e una
resp u e sta universal. N o existen recetas. Esa
re s p u e s ta tiene que ser inventada en el se n o de la
rein v e n c ió n del p o d e r, de la reinvención d e la lucha
p o r el p o d e r.
R e to m a n d o lo q u e d ecíam os, p ie n so q u e cada
! rev o lu c ió n es única, la revolución no tie n e m odelo.
L a d e te rm in a c a d a p u e b lo , c ad a p a rtid o , c a d a m o v im ien to
d e m asas, c a d a g r u p o social, u n id o s en la m e d id a e n que
e stán o p rim id o s y n ecesitan d e m o s tra r su so lid a rid a d para
resolver p ro b le m a s concretos d e la vida. C o m o n o e xisten
m odelos, tie n e n q u e in v en tar _su p ro p ia e x p e rie n c ia , que
s e rá sie m p re ú n ic a . Tal vez p o d r á decirse q u e e sto es muy
fácil, q u e esa re s p u e s ta es abstracta, p e ro lo c ie rto es q u e no
hay resp u esta. S im p le m e n te n o existen recetas, n o existen
m o d elo s p a ra c re a r el c o n tra p o d e r. Este es el d e safío q u e las
El redescubrimiento del Otro 121
La u n id a d e n la diversidad p re s u p o n e el re s p e to m utuo
d e las d ife re n te s ex p resio n es c u ltu rale s que c o m p o n e n esa
to talidad.
C reo q u e , o tr a vez, estam os a n te la cuestión d e la reinven
ció n d el p o d e r. M e p arece im p e rio so , en u n a so c ie d a d que
e x p e rim e n ta esas diferencias étnico -cu ltu rales - c o m o las so
cied ad es a fric a n a s qüe c o n o c e m o s -ju n to co n las diferencias
d e clase, q u e los m ovim ientos in teresados en la tran sfo rm a
ción re v o lu c io n a ria c o m ie n c e n a in clu ir en su s u e ñ o la cues
tió n d e la u n id a d en la d iv ersid a d ^ S u p e d a g o g ía revolucio-
' n aria d e b e ría te n e r e n c u e n ta esas diferencias p a ra buscar la
u n id a d e n la diversidad y n o n e g a r la d ife ren c ia e n n om bre
de u n a falsa u n id a d .
R e c u e rd o a h o r a u n a d e m is con v ersacio n es c o n F e rn a n
d o C a rd e n a l y, c re o , ta m b ié n c o n E rnesto C a rd e n a l d u ra n te
m i p r im e r a visita a la rec ién lib e ra d a N icarag u a, c u a n d o m e
esfo rcé p o r h a c e r u n a c o n trib u c ió n , por m ín im a q u e fuese,
a su p u e b lo , q u e to m a b a su h isto ria en las m a n o s. El tem a
p rin c ip a l d e u n a de esas c o n v ersacio n es fu e c ó m o d e b e ría
c o m p o r ta r s e la rev o lu ció n e n re la c ió n con los in d io s m isqui-
tos. Mi p o s ic ió n , com o las d e F e rn a n d o y E rn e s to , era que la
re v o lu c ió n te n ía que re s p e ta rlo s . L a cu estió n q u e se plantea-
I b a n o e r a im p o n e rle s la alfab etizació n e n e sp a ñ o l, lengua
i q u e n o h a b la b a n , sino in c o rp o ra rlo s a la re v o lu c ió n a través
de p ro y e c to s eco n ó m ico s p a r a su reg ió n c o m b in a d o s con
i p ro y e c to s c u ltu ra le s en los q u e form ase p a rte la cuestión de
■ la lengua'?'L a rev o lu ció n n o c o rre ría n in g ú n riesg o , com o de
h e c h o n o c o rrió , si re s p e ta b a el inglés c re ó le q u e h ab lab an
los m is q u ito s . La u n id a d n a c io n a l te n d ría q u e forjarse en la
d iv e rs id a d y n o en la im p o s ic ió n , de la q u e resu lta ría u n a
a rtific ia lid a d . R e c u e rd o m i d iscu rso c u a n d o conversábam os
sin d iv e rg e n c ia s so b re el te m a . Sería im p o r ta n te , decía yo,
q u e los jó v e n e s q u e fu e s e n al á re a in d íg e n a se p rese n tase n
c o m o r e p r e s e n ta n te s d e la revolución y h a b la ra n de lo q u e
se h a c ía e n el país en el á m b ito de la a lfa b e tiz a c ió n , d e j a n d o
e n c la ro q u e la re v o lu c ió n n o p re te n d ía alfabetizarlos en
El redescubrimiento del Otro 127
pa u lo : Exacto.
R e in ve n ta r 'a e d u c a c ió n
b a te e n tre a m b o s q u e se d a e n la transición es fu n d a m e n ta l
p a ra el p ro p io c a m in o de la rev o lu c ió n y del p u e b lo .
La cu e stió n q u e se p lan te a en la recreación d e la e d u c ac ió n ,
e n la e ta p a d e la transición rev o lu cio n aria n o es so la m e n te
la de p re se n ta n ?. los e d u c a n d o s los co n ten id o s p ro g ra m á ti
cos de u n a f o rm a c o m p e te n te , sino, de m an e ra c o m p e te n te
tam b ién , r e h a c e r esos c o n te n id o s con la p a rtic ip a c ió n de las
clases p o p u la re s , s u p e ra n d o así el au to ritarism o im p líc ito en
el h e c h o d e “e n tr e g a r ” los c o n te n id o s al e d u c a n d o .
La p e rm a n e n c ia de p ro c e d im ie n to s a u to rita rio s e n la tra n
sición casi s ie m p re recibe llam adas que son c a ra c te rístic a s de
la p ro b le m á tic a d e esta fase. L a revolución re c ié n lleg ad a al
p o d e r n e c e sita , p a ra su p ro p ia evolución, a c e le ra r la fo rm a
ción rig u ro s a y re q u ie re , tan rá p id o com o sea p o sib le , cua
d ros téc n ico s in d isp en sab les p a ra el proceso d e tra n sfo rm a
ción de la vieja so cied ad y la c re a c ió n de la nu ev a. Este clim a
real, c o n c re to , lleva a los a u to rita rio s a e sta b le c e r u n a falsa
relació n e n tr e rig o r e im p o sició n , rigor y d isc ip lin a rígida,
rig o r y a u to rita ris m o . Y si la rev o lu ció n , com o es e v id e n te, n e
cesita rig u ro sid a d en la fo rm a c ió n téc-
n ico -c ie n tíñ c a de sus c u a d ro s , o p tará
. ü p o r los cam inos verticales^ Lo fu n d a
m e n ta l, p a ra nosotros, n o es negar
la n ecesid ad de rig o r q u e tiene la
rev o lu ció n desde los com ienzos
de su p ro c e s o , sin o desm itificar la falsa re la c ió n , d a d a com o
necesaria, e n tr e rig u ro sid ad y a u to rita rism o ./'
“La rev o lu ció n , es decir, la to m a del p o d e r p o r el pueblo y
po r el F re n te Sanclinista”, clice M arcos A rruda, “n o significa que
todos los en e m ig o s ya se hayan ido. La experiencia h e re d a d a en
form a d e estructuras, instituciones, relaciones sociales, proce
sos, m en ta lid a d es, continúa viva aunque haya p e rd id o m ucho
terren o a n te la lucha del p u e b lo de Nicaragua. [ ...] ¿Cuál es
la e x p e rien c ia heredada?”, p re g u n ta Arruda. “U n a de las di
m ensiones m ás serias de esa experiencia”, dice, “es el concepto
elitista d el conocim iento. Ese concepto a ú n p u e d e encontrarse
El desano de construir una cultura nacional 133
L
136 Por una pedagogía de la pregunta
la m e d id a e n q u e sabem os q u e tanto el le n g u a je d o m in a n te
co m o el d o m in a d o n o se constituyen en el a ire , e n el vacío,
sino e n la c o n c re c ió n del sistem a social y q u e im plican u n a
rela ció n d e p o d e r y u n “esp acio ” de lucha, p o d e m o s in te n ta i
la síntesis a n te s m e n c io n a d a , n o com o u n id ealism o e m p e
c in a d o , sin o a p ro v e c h a n d o el nuevo sistem a social, la nueva
re a lid a d m a te ria l q u e la in v en ció n rev o lu cio n aria de la socie
d a d n o s o fre c e . 4
N a d a d e esto p u e d e h a c erse si, en lu g ar d e u n a posición
r a d ic a lm e n te rev o lu c io n a ria y dem ocrática a su m im o s u n a ac
titu d m esiá n ic a , elitista, a n te las clases p o p u la re s. O co m u l
gam os d e v e rd a d c o n ellas o ja m á s a c ep ta re m o s la síntesis de
la q u e h a b lé . Así com o ten e m o s que re in v e n ta r el p o d er, d e
b e m o s re in v e n ta r el len g u a je, la cultura. E n este^sentido, la
rev o lu c ió n c a m in a ría h a c ia u n a cultura _nacional a p a rtir de
i la.su p e ra c ió n de los a n ta g o n ism o s de clase. >/
An t o n io : O p a ra q u é p ro d u c ir.
pa u lo : P a ra q u é y p a ra q u ié n . A favor de q u é , a favor de
q u ié n , c o n tr a q u é y c o n tra q u ié n . Estas p r e g u n ta s p o sib le
m e n te h a r á n r e í r a alg u n o s b u ró c ra ta s en el p o d e r , o can
d id a to s a o c u p a r lo , q u e so n los q u e están s e g u ro s d e que
d e b e n d e c id ir so lo s p o rq u e s a b e n lo que tie n e n q u e hacer.
P a ra m í, e n la m e d id a en q u e sa b em o s d e m a s ia d o lo que
te n e m o s q u e h a c e r , el p o d e r n o se re in v e n ta . Es to m a d o .
Sólo c a m b ia d e m a n o s. P a ra q u e s e je in v e n .te es n e c e sa rio
q u e n o s e p a m o s to d o lo q u e se d e b e hace r, q u e n o este
m os d e m a s ia d o se g u ro s de n u e s tra s certezas. Y q u e n o poi
eso p r e s c in d a m o s d e h a c e r y e n say a r p ro p u e s ta s . C u a n d o
d ig o q u e n o d e b e m o s esta r d e m a s ia d o se g u ro s d e n u e stra s
ce rtez a s n o q u ie r o d e c ir c o n e llo q u e lo s e g u ro sea a n d a r
d e a m b u la n d o s in ru m b o , b u s c a n d o ad iv in ar q u é h a c e r. Eso
se ría c a e r e n el ya c ritic a d o e s p o n ta n e is m o q u e , c o m o dije
a n te s, n o tie n e su o p u e s to p o sitiv o e n la a r r o g a n c ia autori-
La producción como respuesta a las necesidades 139
CUANDO LA EXPERIENCIA
SE CONVIERTE EN SENTIDO
Los problem as concretos como único punto
de partida
d ad es fu n d a m e n ta le s d el p u e b lo (que el p ro p io p u e b lo d e b e
d e s c u b rir, rein v e n ta r) sin o tam b ién del c o n o c im ie n to q u e él
tie n e p a ra re s p o n d e r a esas necesidades. L os g o b iern o s en
los q u e el p u e b lo es líd e r d e b e n reco n o cer las p resio n es del
e x te rio r, ta n to de am igos c o m o de enem igos.
T o d o in te n to d e fo rm u la r u n a nueva c o n c e p c ió n , u n a
re o rg a n iz a c ió n del d e s a rro llo , debe p a rtir d e l c o n o c im ie n
to y las té c n ic a s q u e 'e l p u e b lo posee p a ra r e s p o n d e r a esas
n e c e s id a d e s . C o m o d e c ía m o s , cu alq u ier p ro y e c to p o lític o
d e b e t e n e r en c u e n ta ese se n tid o c o m ú n , esas resp u estas
e m p íric a s d el p u e b lo a sus necesidades* Y, p a rtie n d o de eso,
a b rim o s u n esp acio p a ra q u e el pueblo d e s a rro lle a ú n inás
su te c n o lo g ía , sus c o n o c im ie n to s para r e s p o n d e r a sus n e c e
sid a d e s e n ese ju e g o d e d e s c u b rir n e c esid ad e s y rein v e n ta r-
las, o d e r e c r e a r técn icas, o d e utilizar al m á x im o aq u ellas
téc n ica s y c o n o c im ie n to s que p e rm ita n satisfacer
esas n e c e s id a d e s /C r e o que p o d e m o s p r o p o n e r u n a
fo rm a d e d e s a rro llo q u e re sp o n d a le n ta m e n te a las
v e rd a d e ra s n e c e s id a d e s del p u e b lo , p e ro co n su
im a g in a c ió n y su p a rticip a ció n , c o n sus acciones,
sus re fle x io n e s y sus c o n o c im ie n to s.
Sería b u e n o recu rrir a cierto s ejem plos p a ra
verificar la existencia de la n o utilización y el
d e sp re c io in co n scien te hacia el c o n o c im ie n to
q u e el p u e b lo tie n e para re s p o n d e r a sus necesi
dades. D esp recio n o sólo hacia la c reació n d e s n e
vas n e cesidades, sin o hacia las fo rm as prácticas q u e
■' ¿el p u e b lo e n c u e n tra p ara resolverlas.
P o d r ía c o n ta rte , p o r e je m p lo , que en G u in e a E cuato rial al
g u n a s o rg a n iz a c io n e s d e ay u d a que m a n ifie sta n la v o lu n ta d
d e c o n tr ib u ir a resolver los problem as d el p u e b lo g u in e a n o
p ro p u s ie ro n a u m e n ta r la p ro d u cc ió n p e s q u e ra , co n scien tes
de q u e el p u e b lo e sta b a s u b n u trid o y de q u e , p o r lo tan to , es
p re c iso a u m e n ta r el v alo r p ro te ico de su a lim e n ta c ió n . C on
ese fin c o n trib u y e ro n a la m ecanización d e la p ro d u c c ió n y
p ro p u s ie ro n h a c erse c a rg o d e la conservación d e esa p ro d u c
Los problemas concretos como único punto de partida 149
y físico d e a c e p ta c ió n , p o rq u e n o c a b e p e n sar q u e to d o y
c u a lq u ie r a lim e n to d e b a ser s o p o rta d o c u ltu ra l o física
m e n te p o r u n d e te r m in a d o p u e b lo . E stá c o m p ro b a d o , p o r
e je m p lo , q u e a lg u n o s p u eb lo s n o to le ra n la lec h e , u n o de
los a lim e n to s m ás ric o s en p ro te ín a s, y p a d e ce n re a c c io n e s
a lé rg ic a s y re c h a z o físico si la c o n s u m e n . A ntes d e h a c e r
c u a lq u ie r p r o p u e s ta es necesario in d a g a r c u áles son las r e s-
p u e s ta s físicas y c u ltu ra le s a esas in n o v ac io n es. Sin e m b a rg o ,
n o p o d e m o s ig n o r a r q u e la p re o c u p a c ió n d e los o rg a n ism o s
n a c io n a le s e in te rn a c io n a le s - a u n q u e p a rte de u n a n e c e si
d a d c o n c re ta , el p ro b le m a de la d e s n u tr ic ió n - tal vez ta m
b ié n re s p o n d e , d e m a n e r a in c o n s c ie n te , a n e c esid ad e s d e la
in d u s tr ia in te r n a c io n a l.
A u n q u e es in n e g a b le q u e c o n stitu y en u n in te n to d e ay u d a
v e rd a d e r a p a ra c r e a r u n espacio q u e le p e rm ita al p u e b lo
re so lv e r sus p ro b le m a s esenciales, las p ro p u esta s d e esos o r
g a n ism o s están c o n d e n a d a s al fracaso si no tie n e n en c u e n ta
los e le m e n to s c u ltu ra le s , de o rg an iz ac ió n social y el s a b e r
e m p íric o del p u e b lo , el c o n o c im ie n to ele sus técnicas y sus
n e c e s id a d e s reales. H ay otra c u e stió n rela cio n a d a c o n eso,
ta m b ié n im p o r ta n te , q u e de a lg u n a fo rm a ya a b o rd é . Es la
im p o ta n c ia de d e s c u b r ir el g rad o d e resisten cia a c ie rta s res
p u e s ta s p r o c e d e n te s d e afuera. En Bolivia, co n v e rsa n d o con
los a im a ra s s o b re la n ecesid ad d e a u m e n ta r el c o n te n id o
p r o te ic o d e su a lim e n ta c ió n p a ra b a ja r la d e s n u tric ió n , m e
e n te r é d e ciertas c re e n c ia s q ue, d e n o h aberlas c o n o c id o ,
n o s h a b ría n im p e d id o estab lecer las respuestas a d e cu a d a s.
% n a m a d re a im a ra m e co m e n tó u n a c re e n c ia c o m ú n e n tr e
las m u je re s d e ese p u e b lo , según la cu al d a r leche y h u e v o al
h ijo significa c o r r e r el riesgo de q u e la c ria tu ra d e m o re en
c o m e n z a r a h a b la r o incluso se q u e d e m uda. O sea, el acto
d e d a r al hijo le c h e y huevos im p lic a u n peligro in m in e n te
p a ra la c ria tu ra . L a m a d re , e n to n c e s, n o le d a n in g u n a d e las
d o s cosas. /¡
¿ Q u é c o n se g u iría m o s si, en u n p ro ce so educativo, d e te r
m in á se m o s q u e es n e c e sa rio e n s e ñ a r a esa gente que se d e b e
Los problemas concretos como único punto de partida 153
p a u i .o : Sin e m b a rg o , él c o n te sta b a .
te p o r el colonizador.
0
pa u l o : M e p a re c e m u y in te resa n te el c a m in o q u e p ro p o n e s al
h a c e r la p re g u n ta , al in d a g a r so b re la resp u esta aim ara.
L a im p re sió n q u e te n g o , sin e m b a rg o , es q u e la s e g u n d a
p r e g u n ta d e b e ría a p u n ta r m u c h o m ás a e n te n d e r el p o d e r
fa n tá s tic o d e la id e o lo g ía c o lo n iz a d o ra in te rio riz a d a p o r el
c o lo n iz a d o , q u e in te rio riz a ta m b ié n u n a fig u ra p r o p ia del
c o lo n iz a d o r.^ C u a n d o el c o lo n iz a d o r es ex p u lsad o , c u a n d o
d e ja el c o n te x to g e o g rá fic o del c o lo n iz a d o , p e rm a n e c e e n el
c o n te x to c u ltu ra l e id eo ló g ic o c o m o u n a “so m b ra ’ in te r io r i
z a d a p o r el c o lo n iz a d o ./'
E x a c ta m e n te e n e so consiste la c o lo n iz a c ió n d e la m e n
te. E n u n a d e m is visitas de tra b a jo a C abo V erd e tu v e la
o p o r tu n id a d d e e s c u c h a r u n e x c e le n te discurso d e l p r e
s id e n te A rístid es P e r e ir a , en el q u e c le c a : “E x p u ls a m os a l
c o lo n iz a d o r, p e r o a h o r a n e c e s ita m o s d e sc o lo n iz a r n u e s tra s
m e n te s ”. ,/
^ 'e s e p ro ce so d e d esco lo n izació n d e las m en tes es m ás len
J to q u e el de la e x p u ls ió n física del c o lo n iz ad o r. No es a u to m a -
tico. L a p re s e n c ia d e l co lo n izad o r c o m o so m b ra e n la inti
m id a d del c o lo n iz a d o es más difícil d e exteriorizar, p o r q u e al
Los problemas concretos como único punto de partida 159
?7 A este propósito, véase Paulo Freire, Pedagogía del oprimido, ob. cit.
160 Por una pedagogía de la pregunta
A N T O N IO : Lo i m p o r ta n te es q u e esas c r e e n c ia s , esas id e a s se
e x p r e s a n e n a c c io n e s c o tid ia n a s , d e m o d o q u e la lib e ra c ió n
n o es s o la m e n te u n a lib e ra c ió n m e n ta l.
pa u lo : ¡O b v ia m e n te no!
a n t o n io : Es u n a l ib e r a c ió n c o r p o ra l, física t a m b i é n .
i
pa u lo : E xacto.
a n t o n io : Es p o sib le p r e s e n ta r m u c h o s e je m p lo s re la c io n a
d o s p r in c ip a lm e n te c o n a c c io n e s c o tid ia n a s, c o n fo rm as d e
a lim e n ta c ió n , y a p a r t i r d e a h í p o d r í a m o s a n a l i z a r la i m p o r
ta n c ia d e la lu c h a c u ltu r a l c o m o lu c h a p o lític a y eco n ó m ica.
H e a q u í u n caso: el c o lo n iz a d o r in tro d u jo e n África a lim e n
tos q u e so la m e n te se p r o d u c e n en E u ro p a y que p e rm a n e
c e rá n c o m o p ro d u c to s esenciales en la alim e n ta ció n de los
p u e b lo s africanos, c o m o es el caso del p an.
H e c h o d e h a rin a d e trig o o de avena o d e gram íneas q u e
e x is te n e n E u r o p a ^ e í'p a n c o n tin ú a s ie n d o la base de la ali
m e n ta c ió n d e p u e b lo s q u e n o p ro d u c e n trig o . Sin em b arg o ,
Experiencias de lucha y aprendizaje 161
m o m en to q u e e ra un v e rd a d e ro desafío. C o m p re n d í inm e
d iata m e n te q u e debía h a c e r lo posible p a ra aprovecharlo y
agucé m i c u rio sid a d p ara a p r e n d e r más.
E v id e n te m e n te esas nuevas condiciones en las q u e com en
cé a p ro b a rm e , que supe a p ro v e c h a r muy b ie n , fueron un
c o m p o n e n te fu n d am en tal d e m i form ación p e rm a n e n te .
Así, c u a n d o dices que m i lle g a d a al C onsejo y m i “convi
vencia” c o n A frica son m o m e n to s im p o rta n tes e n m i form a
ción, estás e n lo cierto. No es casu al que las p rim e ra s o segun
das p a la b ras d e las Cartas a Guinea-Bissau sean u n a hum ilde
d e m o stra c ió n d e lo que sig n ificó p ara m í ep e n c u e n tro con
Africa, q u e e n el fondo fue u n re e n c u e n tro jc o n m ig o mismo,
con Brasil. E n últim a in stancia, co m o decías, al e n fre n ta r los
m isterios d e A frica d escu b rí m is propios m isterio s, mis se
cretos d e b ra s ile ñ o exiliado. D e b o rep etir q u e , gracias a esta
Casa, el c o n te x to africano, el asiático, el latin o a m e ric an o , el
de A m érica C e n tra l, el del C a rib e , sus luchas e n diferentes
niveles... to d o eso me llevó, a lo largo de los d iez años que
p e rm a n e c í a q u í, a alcanzar u n a c o m p ren sió n m ás crítica de
la e d u c ac ió n c o m o acto p o lític o y de la p o lític a com o acto
educativo.
R ecu erd o q u e , en el in fo rm e q u e redacté d e sp u é s de mi
p rim era visita a África, lla m a b a la atención s o b re algo real
m ente obvio p e ro que es n e c e sa rio vivir p ara o b te n e r un co
n o cim ien to m ás sólido: cu án difícil es re c re ar u n a sociedad.
Fueron m is vivencias a n te rio re s a m i llegada a e sta Casa, fue
mi estadía e n C hile, en el C h ile a n te rio r a A lle n d e y el Chile
de A llende, fu e r o n mis visitas a T anzania, a Z am bia, a Angola,
a G uinea-B issau, a Santo T o m é y Príncipe, a C a b o Verde, a
N icaragua, a G ranada, p o r m e n c io n a r sólo estos contextos,
las que m e po sib ilitaro n e n te n d e r —más que la m e ra lectura
d e libros, a u n q u e ayudado p o r alg u n o s- la p rec isió n de la
seriedad, d e la coherencia, d e la persistencia e n el trabajo,
de la h u m ild a d e n el c o m p ro m iso político.^La precisión de
u n a fe rig u ro s a en el Pueblo y n o solam ente en la exactitud
científica./-
164 Por una pedagogia de la pregunta
pa u lo : C o rrec to .
pau lo : ¡Perfecto!
a n t o n io : Es el m o m e n to de la crisis in te rn ac io n al, u n a é p o c a
e n la que la e u fo ria d e la in d e p e n d e n c ia tom a c o n c ie n c ia de
I h s enorm es dificu ltad es que e n tra ñ a liberarse. P ero, m ás allá
d e esta toma de c o n c ie n c ia de los lím ites históricos e n p len a
crisis de la e c o n o m ía in tern acio n al, h ay atisbos de e sp era n z a,
c o m o es el caso d e N icaragua, q u e c re o que d e b e m o s
m e n c io n a r. La e s p e ra n z a renace u n a y o tra vez, p ' ^
las esperanzas son o tras.
pa u lo :Y
las razones tam b ién son o tra s algunas
veces, y otras son las m ism as.
p a u lo : Exacto.
Me g u s ta ría , p o r lo ta n to , a p e la r a tu c a p a c id a d crítica y
d e s a fia rte a h a c e r u n a le c tu r a d e u n o de tus e scrito s: Cartas
a Guinea Bissau. P a ra eso te p r o p o n g o que re to m e m o s n u e s
tros p r im e ro s d iálo g o s, in ic ia d o s e n 1979. R e c u e rd o q ue,
e n u n o d e e llo s, L ig ia C h ia p p in i hizo a lg u n a s o b serv acio
nes s o b re tu tra b a jo . S e g ú n ella, existe en él u n a esp ecie d e
e lu c id a c ió n p e r m a n e n te , c o n tin u a . Es d e c ir q u e c a d a lib ro
c la rific a al a n te r io r . A‘ n u e s tr a am iga L igia le p a re c ía q u e
e n Cartas a Guinea-Bissau e stá m ás claro lo q u e e n tie n d e s
p o r “o p r im id o ” q u e e n Pedagogía del oprimido.™ Y tú le re s
p o n d iste : “T a m b ié n c re o q u e es así, que o c u rr e así, com o
asim ism o e n Pedagogía del oprimido ilu m in o c ie rto s p u n to s
q u e e r a n m á s o sc u ro s e n tra b a jo s a n te rio re s, p a r a a lcan zar
u n a m a y o r c la rid a d d e d e te r m in a d o s c o n c e p to s ”. (A quí ve
m os, Paul^), tu n e c e s id a d p e r m a n e n te de a c la ra rte , de cues
tio n a rte . ^H 'Por e s o ”, a ñ a d e s , “las críticas basad as e n cierto s
c o n c e p to s to m a d o s a is la d a m e n te son in fu n d a d a s , p o rq u e
.! es p re c is o v e r m i tra b a jo c o m o u n p ro ce so y n o c o m o u n
**!j r e s u lta d o fijo . Al fin d e c u e n ta s , tod av ía n o h e m u e rto ”,
|i c o n c lu ía s .//
Y e n to n c e s te hice la sig u ie n te observación: “H e leído tres
libros tuyos: L a educación como práctica de la libertad, Extensión y
comunicación y Pedagogía del ofmmido, p e ro d esg ra c ia d a m e n te
no h e le íd o Cartas a Guinea-Bissau’’. Ya en esa o p o rtu n id a d te
dije q u e veía e n esos tra b a jo s “la falta de u n análisis sociológi
co m ás p r o fu n d o . El c o n c e p to de oprim ido, p o r ejem plo, m e
p a re c e u n c o n c e p to m uy ab stracto ; incluso el d e clase social
es e m p le a d o d e m a n e ra a b stra c ta en esos tres lib ro s”. Y estu
viste d e a c u e r d o c o n m i análisis.
Y a g re g u é : “El p ro b le m a ra d ic a en d e fin ir c ó m o esos c o n
cep to s o p e r a n e n la re a lid a d , en verlos f u n c io n a r e n la re a
lidad, o e n v e r c ó m o r e s p o n d e n a u n a re a lid a d c o n c re ta ,
m ú ltip le . S in d u d a has s u p e ra d o esa a b stra cc ió n d e los con-
e n P e r ú , e n el a e r o p u e r to de Lim a, d o n d e m e vi o b lig a d o
a e s p e r a r siete u o c h o h o ra s . Pedí al g o b ie rn o p e ru a n o q u e
m e d ie s e u n a a u to riz a c ió n p a ra d o rm ir e n u n h o te l y m e fu e
n e g a d a ; e n to n c e s tuve q u e pasar siete u o c h o h o ras e n el
a e r o p u e r to de L im a, d o n d e sólo p u d e c o m e r u n sánd-vich
[risas] y b e b e r u n a b e b id a a la que lla m a n inca-cola. P e ro
b ie n sa b e s q u e , vhijeYos c o m o som os, te n e m o s q u e a p ro v e
c h a r el tie m p o , [-Kzsas.J^Me p ro p u se , e n esas siete h o ra s ,
j el e je rc ic io d e e m p r e n d e r u n a le c tu ra c rític a , u n a n u e v a
| le c tu ra d e tu lib ro . ■*'
T e n g o la c o stu m b re , en los viajes, no sólo de h a c e r c rí
ticas de los lib ro s que leo, sino tam b ié n de escrib ir
todo lo q u e se m e ocurre en u n a especie de d ia rio
de viaje e n el q u e registro esos e le m en to s im p o rta n
tes que sie m p re surgen. Para e m p e z a r ah o ra la le c tu
ra crítica d e Cartas a Guinea-Bissau q u e rría le e r esas
n o ta s u n poco d e so rd e n a d a s, tom adas d e sp u és de u n viaje de
ve i n ti ta n tas horas. Voy a leerlas tal c o m o las escribí.
p a u lo :N o , n o h a b ía un d esco n o c im ie n to del p ro b le m a . En
la segunda c a rta q u e le escribí a M ario Cabral, d ecía: “Final
m en te, e n tre o tro s tantos aspectos q u e venim os d isc u tie n d o y
a los que no h ic e referencia en la c a rta de hoy, existe u n o que
m e preocupa: el lingüístico. P re fe rim o s sin em b a rg o discutir
lo p e rso n a lm e n te , tanta es su c o m p le jid a d ”. P ero m ás adelan
te aclaré m ejo r el tem a.
An t o n i o : L o c u a l e s t i m p o r t a n t e p a r a i m p e d i r u n a l e c t u r a
sim p le y e r r ó n e a .
p au lo: D e acuerdo.
p a u lo : N o m e p a re c e a c e rta d a tu observación.
30 Ibid., p. 92.
Experiencias de lucha y aprendizaje 173
pau jlo : S eg u ro .
El p u n to n o e ra n e g a r p o r c o m p le to la im p o rta n c ia de la
le n g u a p o rtu g u e sa . Eso s e ría in g en u o . L a c u e stió n e ra no
a trib u irle , p o r m u ch o tie m p o , el p a p e l d e m e d ia d o ra en
la fo rm a c ió n del p u e b lo . T e n d r ía q u e lle g a r u n m o m e n to
e n q u e el p o rtu g u é s f u e r a e stu d ia d o e n las escuelas co m o
len g u a e x tra n je ra p riv ileg iad a. E xpresé ta m b ié n esos p u n
tos de vista e n Santo T o m é y C abo V erde, ta n to en co n v er
saciones c o n ed u c ad o re s n a c io n a le s y m in istro s, com o en
en trevistas.
En la c h a rla a la que m e refiero , d u ra n te el a c to de p resen
tación d e l Consejo, tam b ié n a lu d í a la afirm a c ió n del presi
den te d e q u e le dolía la cab eza cu ando te n ía q u e expresarse
en p o rtu g u é s d u ran te un tie m p o p ro lo n g a d o . Y le dolía la ca
beza, d e c ía yo, po rq u e su e s tru c tu ra d e p e n s a m ie n to era otra.
Dos d ías después, p o r c o in c id en c ia o n o , el diario oficial,
que a c o stu m b ra b a p u b licar los textos de A m ílc a r Cabral, en
un esfuerzo loable po r div u lg ar su p e n sam ien to , reeditó uno
en el q u e d e c ía que “el p o rtu g u é s es u n a d e las m ejores co
sas que los tugas [portugueses] nos d e ja ro n ” .31 Era com o si
estuviesen d icién d o m e q u e se ría m ejor no e n tr a r en esa dis
cusión. El tem a, en verdad, e ra dem asiado d e lic ad o . No obs
tante, n o so tro s nos esforzábam os al m áxim o p o r debatir la
cuestión situ á n d o n o s, claro está, en los lím ites q u e debíam os
respetar. Pasam os entonces a m a n te n e r conversaciones reite
radas con M ario Cabral, d e E d u cació n , y M ario d e A ndrade,
p resid e n te del Consejo N acio n al de C ultura, c o n estatus de
m inisterio. L legam os a su g e rir la visita a G uinea-B issau de lin
güistas especializados para d e b a tir el asunto c o n C abral y An-
Paulo Freire .
An t o n io : T ie n e n d iale cto s.
a n t o n io : E x actam ente.
pa u lo : Yo s ie m p r e d ig o que le e r n o e s “p a s e a r ” s o b r e las
p a la b ra s.
pa u lo : Exacto.
pa u lo : C re o q u e fu e ro n razones d e o rd e n po lítico e id e o ló
gico. Esta ra z ó n q u e m en cio n as c o m p re n d e , sin d u d a , a casi
to d as las d em ás. P e ro yo creo q u e existen otras razo n es.
a n t o n io : Sin duda.
p a u l o : P e ro , d e c u a lq u ie r m a n e ra , la alfabetización p o r tu
a n t o n io In d isc u tib le m e n te , el p ro b le m a de S a n to T o m é es
:
u n p ro b le m a a p a rte , p o rq u e se tra ta de un país e n el que
la le n g u a p o r tu g u e s a es h a b la d a p o r la gran m ay o ría d e la
p o b lació n .
y h a c e m o s es conservar el bilingüism o.
pa u lo : ¡Es evidente!
pa u lo : Exacto.
a n t o n io : Por su p u e sto .
pau lo E x a c to , n o sólo las m ultin acio n ales, sin o tam bién ellas
:
q ue, d e a lg u n a m a n e ra , fu n c io n a n “m u ltic u ltu ra lm e n te .
El a s u n to es m uy c o m p le jo . C ierto tip o d e c rític a a n u e stro
tra b a jo e n G uinea-B issau revela, p o r u n a p a rte , u n a com
Reinventar la pedagogía en contacto con el mundo 199
a n t o n io : No, no.
A n to n io : Sí, c r e o q u e es n e c e s a r i o r e s e ñ a r b r e v e m e n t e m i tra
b a jo , q u e d io c o n ti n u i d a d al tu y o e n Santo T om é y P rín c ip e .
Reinventar la pedagogía en contado con el mundo 201
blo es u n g o lp e d e Estado.
a n t o n io F racasa po r co m pleto.
:
La cu estió n d e la particip ació n , de la creació n d e u n a nue
va form a d e p o d e r, de un n u ev o tipo de p a rtic ip a c ió n , era un
p ro b lem a la te n te , im p o rtan tísim o , fu n d am e n ta l p a ra el éxito
del proceso d e transform ación d e la sociedad.
Y así, con tex to s muy sim ples, provocadores, po ético s, como
tú los llam abas, desafiábam os a las masas y a n o so tro s mism os a
reflexionar s o b re u n a nueva clase d e participación y u n a nue
va form a d e p o d e r, sobre la re c o n stru c c ió n , la rec re ac ió n de
u n a o rg an izació n distinta, so b re la ree stru c tu ra c ió n de la so
ciedad, etc. E xistían textos q u e p lan te ab a n q u e la revolución
n o es resp o n sa b ilid ad tan sólo d e l hom bre, de los líderes, sino
tam bién de las m ujeres; no sólo d e los adultos, ta m b ié n de los
niños y de los viejos; textos q u e p ro p o n ía n q u e c a d a u n o de
esos grupos sociales, divididos p o r edad, sexo o p o r las funcio
nes que d e se m p e ñ a b a n en la so c ie d a d y en el p ro c e s o social,
todos ellos te n ía n la obligación d e form ar p a rte d e l proceso
revolucionario p a ra que ese p ro c e so alcanzara el éxito, en el
sentido de c o n s tru ir una so cied ad diferen te y m ejo r.
^ Creo, p o r lo ta n to , que esa e x p e rie n c ia de u n a p rim e ra dis
cusión c o n tig o y después con los responsables e ra u n a form a
d e p a rticip a ció n d e todo el p u e b lo p a ra d e te rm in a r si el texto
realm ente n o s desafiaba.
204 Por una pedagogía de la pregunta
a n t o n io :Y
ellos m o d ific a ro n m uchos de los textos. R ecuerdo
q u e p ro p u s ie ro n cam bios n o sólo de sintaxis, sin o tam bién
d e c o n te n id o , de c o n c e p to s q u e re p re se n ta b a n rea lm e n te la
c a rn e y la vid a del p u eb lo .
pau lo :R e c u e rd o u n h e c h o al q u e haré re fe re n c ia ah o ra p o r
p rim e ra vez. C o n alegría, p e ro sin vanidad. U n m es después
de h a b e r e n v ia d o copias d e l tex to que escribí p a ra la posalfa
b e tiz ac ió n al p re s id e n te y a los m inistros, a d e m á s de las q u e
envié al e q u ip o d e e d u c a d o re s del M inisterio, re c ib í una carta
del p r e s id e n te M anuel P in to d a Costa d o n d e m e decía que,
con ese te x to , yo ya e ra u n p o c o ciu d a d a n o san to to m en se.
R e c u e rd o ta m b ié n la re a c c ió n b a sta n te p o sitiv a del e n
to n c e s m in is tr o d e E d u c a c ió n a n te el libritof' E n u n a c o n
v e rs a c ió n q u e m a n tu v im o s e n Bissau, d u r a n te el e n c u e n tro
¡ d e e d u c a d o r e s d e los c in c o países h e rm a n o s d e l q u e ya ha-
| b lé, y m e d ijo q u e su in te n c ió n e ra e x te n d e r el u so del lib ro
* ta m b ié n a los a lu m n o s d e los p rim e ro s c u rso s d el in stitu to
' o lic e o /'
T e n g o la im p re sió n , sin e m b a rg o , de que eso n o ocurrió,
cosa q u e la m e n to , p u es m e p a re c e que u n a le c tu ra crítica d e
esos te x to s se ría in te re s a n te p a ra los jó v en e s d e enseñ an za
se c u n d a ria .
H ace d o s añ o s p u b liq u é e n Brasil u n p e q u e ñ o libro que ya
va p o r la octava ed ició n y fu e rec ien te m e n te tra d u c id o al cas
tellan o e n M éxico y se está tra d u c ie n d o al inglés: A importancia
do ato de lerF L a terc era p a rte d e ese libro es u n ex ten so artícu-
a n t o n io : Sí, u n c u a d e rn o de ejercicios.
pa u lo : ¡Exacto!
a n t o n io : . . . t a n s ó l o d e v a l o r a r e l a v a n c e d e lo s e d u c a n d o s
p a r a a c o m o d a r lo s tex to s.
206 Por una pedagogía de la pregunta
pa u lo : Me p a re c e q u e está claro.
An t o n io : Mi tex to , el q u in to c u a d e rn o ...
An t o n i o : Me a le g ra m u c h o q u e tú , co n sc ie n te o in co n scien te
m e n te ...
pa u lo : ¿ E so l l e g ó a h a c e r s e ?
An t o n io E n el c u a d e rn o de Biología popular p ro p o n em o s
:
ju s ta m e n te que la fu n c ió n del pan de trig o p u ed e ser d e
s e m p e ñ a d a p o r la fru ta -p a n , q u e conocem os.
a n t o n io : ...c o m o p a rtic ip a n te .
a n t o n io : Sí, so m o s el O tro .
pa u lo : Exacto.
u n m o m e n to s u p e rio r de la alfabetización, c o n s id e ra d a a su
vez com o u n p ro ceso al q u e la p o sa lfa b etiz a c ió n d a b a senti
do; es d e c ir q u e si no se c o n s id e ra b a la a lfa b etiza c ió n como
u n p ro c e so d e ed u cació n p e rm a n e n te , los p rim e ro s pasos
no p ro d u c ir ía n los resu lta d o s an h elad o s.
Desde e n to n c e s, repito, n u e s tra relación c o n N icaragua se
caracterizó p o r dialogar y a p r e n d e r con su p u e b lo .
Y yo n o sé si la p ro g ra m a c ió n de la posalfabetización fue
fruto de ese m ensaje que llevaste allí con tu p re se n c ia , con tu
voz. P ero d e s d e ese m o m e n to estam os a p re n d ie n d o , estamos
in te n ta n d o dialo g ar con el p u e b lo de N icaragua. Ese diálogo
co n tin ú a p o r m edio de cartas, d e intercam bios m ateriales y,
ú ltim a m e n te , m ediante u n a invitación que m e h izo el pueblo
n ica rag ü e n se , a través de su M inisterio de E d u c a ció n , para
visitar el p a ís e in te rca m b ia r experiencias p ed ag ó g icas en el
cam po d e la educación p o p u la r y, en p a rtic u la r, en los de
alfabetización y posalfabetización.
N u estra p rese n c ia en N ic a ra g u a fue de u n a riq u e z a extraor
dinaria, fu e u n a ex periencia q u e nos enseñó m u c h o y nos exi
gió m u ch ísim o más, que n o s desafió m ed ian te program as de
re e n c u e n tro s, de discusiones c o n los responsables nacionales,
locales, c o n los responsables p o r sectores, c o n aquellos que
p a rticip a b an c o n c re ta m e n te e n el proceso educativo. Tuvimos
entonces la o p o rtu n id a d d e p ro fu n d izar en el conocim iento
de los d ife re n te s pro g ram as y actividades d e l M inisterio de
E ducación, y contribuim os d e alguna fo rm a d a n d o a cono
cer los p royectos educativos e n lqs que p articip am o s, tanto en
África c o m o e n A m érica L atina! Creo que ese intercam bio fue
e n riq u e c e d o r, tanto p ara ellos com o para n o so tro s, y espero
que lo sea p a ra nuestra a c ció n pedagógica futura.*
En esa ocasión, p u d im o s v er que las e x p e rie n c ia s de San
to T o m é y P ríncipe y d e N ic a ra g u a p re s e n ta b a n puntos de
con v erg en cia, p ero ta m b ié n d e divergencia. Y esto es lo in
teresan te d e l caso: que a través de las d ife re n c ia s podam os
d e scu b rir q u é somos. D escu b rim o s que, ta n to e n uno com o
en o tro caso, la fo rm ació n d e los profesores fu e uno de los
220 Por una pedagogía de la pregunta
a n to n io fa u n d e z
fue profesor de Filosofía en la
Universidad de Concepción, en Chile,
hasta el golpe de Estado de 1973.
Obtuvo un doctorado en Sociología de
la Literatura y Semiótica de las Artes en
la École Pratique des Hautes Études en
Sciences Sociales. Comprometido con
los procesos de educación de calidad
en África, América Latina y Asia, se
desempeñó com o asesor del
programa de educación de adultos del
Consejo Mundial de Iglesias. Es
profesor invitado en Universidades de
Europa. África y América Latina. Ha
publicado numerosos trabajos sobre
educación cultura y sociología,
c lU H I •u i .j-o Ü u y .
paulo freire O tro s títu lo s d e l a u to r
en Siglo X X I E d ito re s :
antonio faundez
por una Cartas a C ristin a
pedagogía de
!a pregunta Cartas a G uinea-B issau
Apuntes de una experiencia
pedagógica en proceso
El grito m a n s o
¿ E xtensión o c o m u n ic a c ió n ?
La concientización de! medio rural
La educación c o m o
práctica de la lib e rta d
La educación en la ciudad
Pedagogía de ia autonomía
Saberes necesarios
para la práctica educativa
Pedagogía de la esperanza
Un reencuentro con la
“pedagogía del oprimido"
Política y e d u c a c ió n
* Pedagogía d e ia indignación
Cartas pedagógicas en un mundo
revuelto