Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
2
RODOLFO KUSCH,
NUESTRA AMÉRICA Y NUESTROS DOLORES
3
DIRECCIÓN EDITORIAL: Willames Frank
S85p
ISBN: 978-65-88994-93-1
CDD: 100
4
Breno Augusto da Costa
Silvia López
Coordinadores
RODOLFO KUSCH,
NUESTRA AMÉRICA Y NUESTROS DOLO-
RES
5
SUMÁRIO
Prefácio ............................................................................................. 8
Giselle Moura Schnorr
Introducción .................................................................................... 16
Breno y Silvia
¡Cuidemos la casa de Kusch! Espacio de memoria, magia y
cultura americana: carta abierta...................................................... 17
Sentipensares de los adherentes a la Carta Abierta ..................... 24
Acerca de la necesidad de preservar la materialidad
de los símbolos ................................................................................ 25
Alejandro Godoy - Anahí Llanes - Jeremías Dos Santos - Milagros
Labriola - Rodolfo Fabián Cabrera - Marcelo Ferrari
La casa de Rodolfo Kusch ............................................................. 28
Taller “Kusch en Juego”
¿Cómo resguardar de la intemperie-olvido el corpus kuschiano?
........................................................................................................... 32
El Hedor de América
Cuándo viajes................................................................................... 33
B3astie80
Cura................................................................................................... 34
Matías Ahumada
O fogo e o novo.............................................................................. 35
Breno Augusto da Costa
Gestación orgánica.......................................................................... 41
Felipe Malicchio de Castelar
Hemos perdido el olfato muchas veces ....................................... 44
Carolina Wajnerman
La Herida.......................................................................................... 45
Usha
6
Kusch................................................................................................ 48
Miguel Angel Ahumada
Un legado ancestral entre cenizas y ruinas: a propósito del
incendio de la casa de Rodolfo Kusch ......................................... 49
Juliana Diaz Quintero
El mandamiento de volver fasto el mundo ................................. 54
Cabrera Florencia
Gonzalez Gastón Leonel
La negación que afirma .................................................................. 56
Dyan
PANegírico al hombre-maíz .......................................................... 58
Natalia Lentino
Pensamento-chão............................................................................ 60
Adilbênia Freire Machado
Siempre el fuego .............................................................................. 61
Guillermo Cagliolo
Somos Sementera............................................................................ 62
Lina Constanza Boada/Elena Miguel/Cecilia Fiel/Dora Assissi-
Carmen Velázquez/Magalí Chiocchetti/ Sol Villanueva/ Fátima
Cabrera/Amanda Rodríguez y Silvia López
Visita a la casa de Kusch en Maimará ........................................... 63
Ricardo Rodríguez
Conversatorio en honor a la obra de Rodolfo Kusch ................ 65
Registros fotográficos ..................................................................... 66
7
Prefácio
8
símbolos, das linguagens e das dinâmicas de enfrentamento
e de dominação econômica, política e cultural. A filosofia
como geocultura adotada por Kusch é escavação,
desentranhamento, escuta e registro acerca da América
vivida, sentida, ou seja, do estar como ontologia que
cumpriria o importante papel na superação da identidade do
ser ocidental, dominador e opressor que se impôs: “o
problema da América em matéria de filosofia é saber quem
é o sujeito do filosofar (...) O discurso filosófico tem um só
sujeito e este será um sujeito cultural. (...) A filosofia é o
discurso de uma cultura que encontra seu sujeito"3
A escrita afiada de Rodolfo Kusch chega até nós
no âmbito de um grupo de estudos na década de noventa
do século passado4. À época o assombro e a inquietude
de nós jovens estudantes de filosofia, juntamente com
alguns professores, mobilizou estudos, pesquisas e
atitudes em torno dos desafios de filosofar desde nosso
solo. Assombro diante da centralidade no currículo do
curso de filosofia de pensadores europeus e a inquietude
acerca da questão: existe filosofia latino-americana? Se
existe, por que não está em nossos currículos?
À época tivemos contato com parte da rica
9
produção, acerca da autenticidade, da originalidade e dos
desafios do filosofar em “Nuestra America”, com escritos de
José Martí, José Carlos Mariátegui, Salazar Bondy, Leopoldo
Zea, Arturo Andrés Roig, Orlando Fals Borda, Enrique
Dussel, Juan Carlos Scannone, Raúl Fornet-Betancourt,
Mauricio Langon, Hugo Assmann, Paulo Freire, entre
outros. A leitora e o leitor podem questionar: E onde
estavam as mulheres filósofas? Ainda que timidamente,
naquele momento, tivemos o encontro com escritos de
Flora Tristán, Ofelia Schutte, Dina Picotti, Cecília Pinto
Pires e Neusa Vaz e Silva5
Os testemunhos, manifestos e versos que
encontramos nas páginas que se seguem tem um tema
gerador6: a casa incendiada. Sob os escombros um acervo de
valor inestimável para a cultura popular latino-americana. O
que pode a escrita diante das chamas que queima um
patrimônio do povo latino-americano? Recorremos a
força do poder das palavras que lutam como nos ensinou
Eduardo Galeano7:
Terra, 1987.
7GALEANO, Eduardo. A descoberta da América (que ainda não
10
Escrevendo é possível oferecer, apesar da
perseguição e da censura, o testemunho de
nosso tempo e da nossa gente - para agora e
para depois. Pode-se escrever como dizendo, de
certo modo: "Estamos aqui, aqui estivemos;
somos assim, assim fomos". Lentamente vai
ganhando força e forma, na América Latina,
uma literatura que não ajuda os demais a
dormir, mas que lhes tira sono: que não se
propõe a enterrar os nossos mortos, mas a
perpetuá-los; que se nega a varrer as cinzas e
procura, em lugar disso, acender o fogo. Essa
literatura continua e enriquece uma formidável
tradição de palavras lutadoras
11
es aquella que nos permite generar bases sólidas para
nuestros pensamientos.
Adentremos, então, em “La casa de Rodolfo
Kusch”. Incendiada. As palavras e as imagens semeadas
por “Taller “Kusch en Juego” ardem aos olhos. A escrita
relata a dor diante do patrimônio praticamente destruído
e conclama: “Que tu casa, tus obras, tus libros, tus objetos
que fueron tu manera de ser en el mundo puedan volver a
encontrar el horizonte que aprendimos a mirar contigo.”
Com poéticas de indignação, dor e denuncia o
colectivo artivista pergunta: ¿Cómo resguardar de la
intemperie-olvido el corpus kuschiano? Como não
cuidar? Seguido dos versos intitulados “Cuándo viajes”
(B3astie80) e de Matías Ahumada em “Cura” que nos
indagam: ¿Quién(es) puede(n) curar, hoy, no ya a la dis-
tancia, sino cara a cara, una Quemadura por la dejadez de
Ser Alguien?
Sim, vivemos num mundo doente e somando as
palavras lutadoras “O fogo e o novo” de Breno Augusto
da Costa, escancara que o incêndio da casa de Rodolfo Ku-
sch não é um fato isolado de nossa tradição colonial e auto-
ritária:
12
A casa de Rodolfo Kusch em ruínas é signo da
colonialidade do poder, do saber e do ser 9 que segue as
políticas de morte, de epistemicídio, de perda de memó-
rias e de pertencimentos. Mas as palavras lutadoras se-
guem dando corpo ao livro-manifesto-testemunho num
potente registro memorial de resistência como em “Ges-
tación orgânica” de Felipe Malicchio de Castelar, que
nos conduz a um lugar quase sem vida e conclama: “En
sentido contrario, cuidar de aquel recinto es asegurar la
fluencia de la vida, los libros y textos en su templo origi-
nario, siendo puras semillas, de las que quedan muchos
frutos por madurar para comprender —un poquito
más— nuestra profundidad americana.” Em “Hemos
perdido el olfato muchas veces” de Carolina Wajner-
man, que surge com a lembrança de que o sagrado so-
brevive aos incêndios e que: “Los libros sobreviven a
quienes los escriben, a quienes los destruyen y a quienes los
olvidan.”
Aqui temos múltiplas vozes que convocando as
instituições, a sociedade e o Estado a agirem pela
preservação, conservação, defesa e restauração do
patrimônio e memória. Pois, justo no centenário do nas-
cimento de Kusch sua casa queima em Maimará depõe Usha
em “La Herida”!
Com Miguel Angel Ahumada em “Kusch” e Ju-
liana Diaz Quintero em “Un legado ancestral entre
cenizas y ruinas: a propósito del incendio de la casa
de Rodolfo Kusch” sentimos Kusch a força ancestral
13
do mestre. Homem que viveu como pensou, ligado à sua
terra, ao povo e sua ancestralidade. “El mandamiento de
volver fasto el mundo” Cabrera Florencia significa o
legado de kuscheano como frutos que alimentam o saber
latino-americano.
Este poderia ser apenas um livro em tributo ao
mestre de America Profunda não fosse um incêndio em sua
casa, na Rua Lavalle al 300, Maimará (Jujuy), Argentina,
ocorrido em 2022. Mas o que temos aqui é um livro, mani-
festo, testemunho, fruto e semente, ao estilo próprio Kusch,
tecido com força insurgente e poética da coletividade. Cada
página expressa a farta semeadura do mestre em múltiplas
vozes que seguem brotando. Como em “Siempre el fue-
go” de Guillermo Cagliolo. Como do DYAN (Colectivo
de Animadoras socio-comunitarias) - “Del yo al Nosotros”,
que se define como netas de Rodolfo Kusch em “La nega-
ción que afirma” reafirmando: “Seguiremos entonces
aplicando la negación kuscheana, para poder afirmar
todo lo que es esencial a la vida, en nuestra gran aventura
planetaria.”
Seja em prosas e em versos, como em
“PANegírico al hombre-maíz” de Natalia Lentino e
em “Pensamento-chão”, de Adilbênia Freire Machado, o
leitor e a leitora sentirá mais um pouquinho da força deste
pensador que gestou a si mesmo desde onde teve os pés.
Cuidar e preservar e a obra de Rodolfo Kusch
representa somar no contínuo esforço para que nosso
continente se encontre consigo mesmo, como afirmam
“Somos Sementera”, de Colectiva de pensamiento
decolonial representada por Lina Constanza Boada;
Elena Miguel; Cecilia Fiel- Dora Assissi; Carmen
Velázquez; Magalí Chiocchetti; Sol Villanueva; Fátima
14
Cabrera; Amanda Rodríguez y Silvia López: “Por más
que nuestra Abya Yala sea tierra fértil, sabíamos que si
queríamos tener las mejores posibilidades, teníamos que
ayudar al “suelo” a recuperarse de los “cultivos” que le
habían sido impuestos.”
Por fim e não menos relevante, chegamos ao final
da tessitura com “Visita a la casa de Kusch en
Maimará” por Ricardo Rodríguez que depõe sobre seu
encontro com escritos do mestre de América Profunda, a
visita que realizou em sua casa quando recebido por
Elizabeth Lanata Kusch em 2005, o assombro com sua
biblioteca naquela ocasião que aprofundou seu desejo em
torno de “los inéditos posibles, de un nuevo pensar, un
nuevo vivir, un estar siendo en los caminos polvorientos de
nuestra tierra.”
“Rodolfo Kusch, Nuestra América Y Nuestros
Dolores” precisa ser lido e semeado somando ao desejo
deste mestre que segue atual, de que nosso filosofar
encontre seu sujeito, pois: “El problema de la filosofía es
el problema de la liberación.” 10
15
Introducción
Breno12 y Silvia13
16
¡Cuidemos la casa de Kusch! Espacio de memoria,
magia y cultura americana: carta abierta
17
te no sea casualidad que Kusch comience a ser recupera-
do después de que se cumplan los 500 años de la “con-
quista de América”, donde se da un giro importantísimo
sobre la mirada de lo indígena en nuestro país.
Con el paso del tiempo, el pensamiento de Kusch
cobra cada vez más importancia. No hay dudas de que es
un pensador del futuro. En el momento en que Rodolfo
Kusch escribe, flota en el continente una pregunta abier-
ta por el ser nacional, el pensamiento popular y “lo pro-
pio” latinoamericano, pero la negación por lo indígena,
principalmente en la Argentina, era determinante. La
búsqueda de Kusch, ese encuentro efectivo y afectivo
con el “otro” marcó un sendero de lo posible, el encuen-
tro con el “indio”, ese que hoy también es presidente.
El pensamiento de Rodolfo Kusch es reserva
y patrimonio de nuestro continente, en tiempos de
reconfiguración mundial, la necesidad de nuestra américa
de bucear en su propia identidad y consolidar lazos es
tarea prioritaria y fundamental del escenario actual. Des-
cuidar el patrimonio de un pensador y cientista del tama-
ño de Rodolfo Kusch, habla del desdén propio de las
prácticas coloniales y racistas. Descuidar su legado, es
descuidar el futuro.
Ocuparse y no preocuparse, estar y no ser, creer
que aquel lugar donde se gestó un pensamiento que nos
da identidad y por lo tanto, cobijo, debe ser cuidado.
Estamos dispuestes a ir al lugar y acomodar cada ado-
quín que lo recuerde pero deben llamarnos antes de que
sea una ruina.
Llamamos a la acción urgente de quienes diri-
gen las universidades nacionales y a los funcionarios na-
cionales para evitar que sigamos perdiendo este patrimo-
18
nio americano. Ese espacio tiene magia. Llegar, tocar los
libros, ver el patio largo de las casas típicas de nuestro
norte andino y recordarlo a él sobre sus libros o llegando
a los mates de Elizabeth después de entrevistar a sus
hermanes informantes, se vuelve una necesidad de quie-
nes lo tenemos en el corazón agradecido.
Confiamos en que hoy, el Estado argentino, re-
presentado por un gobierno nacional y popular, sea ga-
rante y principal interesado en la conservación del patri-
monio cultural del pueblo argentino.
Solicitamos la pronta intervención sobre el mate-
rial, que se ponga a resguardo y se garanticen todos los
medios de protección de lo que queda.
Julio de 2022
19
Palacios -Rodolfo Kaufmann -Inés Vera- Eland Vera -
Mónica Fernández Braga -Antonella Zóccali - Ortiz Cris-
tina - Marcelo Cosnard - Damián Ariel Lucero - Nicolas
Mazzella - Daniela Arroyo - Carla Elizabeth López - Cu-
ria Alba - María del Carmen Barcia - Mercedes Miró -
Gaston Churrupit - Ana Parafioriti - Sofía Parafioriti -
Oriana Mauriño - Humberto Toriglia - Claudia Falvo -
Manuel Mársico - Florencia Fernandez Frank -Alicia
Susana Torroija - Ana Lucila Lencina - Julia Lombardi
Mayan - Dora Assisi - Claudia Angeles Pérez Gaona -
Maria Guadalupe Matute - Gerónima Martínez - Juliana
Klein - Cecilia Turoldo - Mary Pellucchi - Claudia Lien-
dro - Natalia Castro - Anabel Orellana - Hugo Cesar
Villarreal - Julia López Dabat - Silvina Ledesma - Adria-
na Ramos -Giannina Zerr - Elvira Martínez - Agustina
Sanguinetti - Alicia Olivares - Irene Luparia - Maria So-
lange Martinez -Ariel Hartlich - Carina Murua - Roberto
Damián Sicari - Boris Meza - Tamara Stahl Burger - Al-
berto Careri - Teresa Urquiza - Ricardo Arano - Sergio
Adrian Rotela - Norberto Rodríguez - Gabriela Alejandra
Insua Alves de Oliveira - Lucia de Jesús - Ramiro Garcia
- Pablo Andres Guardia - Luciano Eiriz - Alicia Sastra-
da - Sandra Serena - Guillermo Carlos Paolino - Clau-
dio Héctor Abal -Vanesa Solange Giner - Nazareno
Zampa - María Agustina Villalba - Ruben Sassano -
Alejandra Leyes - Patricia Curcio - Néstor Olivera - Ma-
riel Reber - Maria Inés Camps - Claudia Valente - Nora
Gomez Zaffini - Esther Rodriguez - Alberto Morales -
Silva José Luis - Alberto Raul Hilal - Karina Maidana -
Alicia Rodríguez - Maria Estela Nieto - Maria Andrea
Berro - Ana Claudia Almeyda - Eduardo César Areso -
Candela Areso - Enrique Horacio García - Galo Rafael
20
Oliva - Marta Mercedes Rocha - Sofia Ighina - Silvana
Andrea Vignolo - Patricia Barilari - Carolina María Cer-
vantes - Marcela Campana Piarrou - Gisela Lewin -
Marcela Seoane - Marta Badano - Gladys Abitante -
Prof. Dr. Raúl Montenegro - Hilda Leonor Olivera -
Domingo Ighina - Gloria Rodriguez - Llaves Herlinda -
Maria Ines Ferrari - Andrés Bestard - Claudia Baigorria -
Patricia Rosales - Ruth Gómez - María Ocampo - Maria-
na Laura Barzola - Ana Maria Borges Diniz - Ana Teresa
Santarelli - Alicia de Sa Torres - Valeria Pascale - Guil-
lermo Conde - María del Carmen Armana - Paula Tresols
- Tessy Beiguel - Maria Clara Tagliafico - Graciela Ton-
nier - Etel Anahi Tuchin - Liliana Medela - Elvio Nilo
Fernandez - Mariana Hoffmann - Carmen Mariscotti -
Adriana Lavagna - Carlos Brzozowski - Iglesias Floren-
cia - Susana Pettinati - Cecilia Casamajor - Marcela Di
Matteo - Maria Karina Lucero - Virginia Cetrångolo -
María Inés Montenegro - Gabriel Moscovici - Julio Cin-
cioni - Pamela Ayelen Funes - Hugo Luis Ferreira Olaso
- Estela Sicardi - Carlos Franchimont - Marcela Olea -
Eugenia Parjomchuk - Lilia Garcen - Verónica Contardi
- Dario Miguel Romero Belén - Milena Villegas - Mario
De Salvo - Sandra Hojman - Daniela Villegas - Aranda
Soledad - Agustina Caballero - Viviana De Salvo - Alfre-
do Rando - Silvia Puccini - Elena Faivovich - Cynthia
Sandoval - Silvana Fernández - Natalia Lentino - Eduar-
do Molinari - Horacio Cárdenas - Daniela Navarrete -
Nora Longo - Daniel Acosta - Anabel Gimenez - Maria
Veja - Ana Marina Gualchi - Nora Manca - Romina Bar-
rionuevo - Carlos Molina - Carla Bettino -Remo Leaño -
Reina Escofet - Ignacio Moñino - Maria Eugenia Castillo
- Marcelo Iommi - Carina Circosta – Edgardo - Ana
21
Maria Catania Maldonado - Gabriela Sennes - Cristina
Art - Victor Martinez - Osvaldo Alonso - Gabriela Sa-
gristani - Carolina Menke - Roberto Crespo - Laura Della
Fonte - Analía Laura Gaguin - Florencia Conti - Victo-
ria Biagiola - Verónica P. Verdier - Nelda Ramos - Sergio
Langer - Victor Giusto - Marisa Lopez - Diana Dreyfus
- Patricia Báez - Ruth Gandara - Juan José María Tirigall
- Mecha Falke - Daniel Vázquez - Juan Miceli - Claudia
Sandra Rodrigues - Sara Elisabeth González - Cecilia
Gros - Elena Zambonini - Gaston Siniscalco - Maria
Alvarez Rivera - Martha Jacubovich - Grupo de Pedago-
gías del Sur - Virginia Henry - Francisco Depetris - Lucía
Acebo - German Ruccella - Martha Rosa Gutierrez -
César Belcic - Diego Giani Vico - Marcia Herce - Violeta
Manoukian - Ethel Agostino - Sabina Andrada - Mónica
Magdalena Melián - Çlaris Misrahi - Beatriz Hedelscoff -
Olga Lichtenstein - Luis Contreras - María Socas - Pe-
dro Lanteri - Nicolás Tisselli - Strunz Luis Alejandro -
Verónica del Val - Frias Silvia Monica - Maria Cristina
Martin - Delfina Ester Ceballos - Sergio Gustavo - Fer-
nández Santiago - Maia Kozow - Manuel Salas - Matias
Rebecca - Beatriz Susana Torres - Antonio Daniel Fe-
noy - Luciano Rebecca - Mario Sorsaburu - Julián Sor-
saburu - Celia Pagán - Adriana Fuchs - Diego Keser -
Lidia Mabel Garnelo - Ana Maria Roca - Laura Riganti -
Cecilia Grassi - Sergio Cejas - García Norberto Dario -
Pablo Adolfo Diotto - Patricia Susana Falbo - Sánchez
Marcela - Fernanda Carrera - Sara Miriam Zayat - Mar-
cela Sánchez - Marcelo Arbillaga - Fatima Cabrera - Guil-
lermo Cagliolo - Juan Eduardo Garcia - Francisco Bo -
Silvia María Kelly - Dora Assisi - Hector M Gallardo -
22
Luisa Vivanco - Silvia Vidal - Juan Lichtenstein - Hebe
Muñoz - Federico Restifo - Adriana Pellerino
23
Sentipensares de los adherentes a la Carta Abierta
24
Acerca de la necesidad de preservar la materiali-
dad de los símbolos
25
loquio de París”, los días 26, 27 y 28 de marzo de 1981,
bajo el auspicio de la Fundación Fritz Thyssen de Köln,
evento del que estuvo ausente Rodolfo Kusch por su
prematuro fallecimiento el 30 de septiembre de 1979,
pero que contó con sus aportes (cf. Scannone, 1984). En
esa oportunidad Cullen explicó (op.cit:46) que el noso-
tros no es meramente nosotros, sino el "nosotros-que-
experimenta-el-símbolo".
Impedir que se destruya el legado material y sim-
bólico de Kusch es evitar el olvido de sus aportes para
potenciar una de las claves interpretativas de lo que pre-
tendía señalar el grupo argentino, con esta dimensión
más originaria de la racionalidad que es la inteligencia
simbólica de la razón como razón de los pueblos. Según
Kusch, nuestra principal dificultad para erigirnos en suje-
tos filosofantes se debe a que estamos sometidos a un
patio de objetos que carece de sujeto; esto no sucede al
pueblo, ya que éste se mantiene en una autenticidad cul-
tural por cuanto subordina la importancia de los objetos
a su cultura (cf. Kusch III:187). Asimismo, ¿cómo darle
entidad al sujeto que debe agenciar el discurso latinoame-
ricano si seguimos borrando de nuestra memoria aquello
que nos impulsa a construir ese horizonte simbólico lati-
noamericano? “Recordar no es una operación de simple
nostalgia: consiste en dar de nuevo vida a lo que ha deja-
do de tenerla”, cita Fernández-Savater (2020:36) a Trías,
en su reciente libro post-pandémico. Párrafos previos
manifiesta que los movimientos sin memoria corren el
riesgo de ser inconsistentes y demasiado flotantes. Es
decir, la memoria es aquella herramienta que nos permite
re-crear desde el presente, es aquella que nos permite
generar bases sólidas para nuestros pensamientos. Final-
26
mente, ¿cómo vamos a revisitar nuestra tradición cultural
para la construcción de un nosotros si no preservamos
aquellos símbolos que mantienen viva la memoria?
Camiolo, S. – Ferrari, M. (2021) Fugas del pen-
samiento (de)colonial y horizontes de comprensión des-
de el nosotros latinoamericano hacia un proyecto
(post)humano. Rev. Fil. Lat. Y Cs. Soc. Año XLVI
(2021) N° 31 (81–95).
Fernández-Savater, A. (2020) Habitar y gobernar:
Inspiraciones para una concepción política. España: Edi-
ciones Ned.
Kusch Rodolfo (1975) “Una reflexión filosófica
en torno al trabajo de campo”. Revista de Filosofía Lati-
noamericana y Ciencias Sociales N° 1 - Enero/Junio –
1975.
Kusch, R.: Obras Completas, cuatro tomos, Ro-
sario, Editorial Fundación Ross, 1998-2003
Scannone, J. C. (ed.) (1984) Sabiduría Popular,
Símbolo y Filosofía. Diálogo internacional en torno de
una interpretación latinoamericana, Buenos Aires: Gua-
dalupe.
27
La casa de Rodolfo Kusch
28
La cultura tiene un sentido biológico, orgánico, constituye una
complementación orgánica para el individuo. No es solo su cuerpo,
sino que se haya conectado a una totalidad simbólica que le ofrece
abrigo y sentido a su vida.
Un hombre es su manera de alimentarse, sus costumbres, su forma
de pensar. Los utensilios no son solamente objetos, sino su manera
de ser.
La cultura no es algo que se tiene, sino algo que se ES. El hom-
bre es un ser en la cultura, un ser arraigado en un tejido especifico,
sin el cual no podría existir. No hay ser sin estar, la cultura es el
suelo que caminamos y habitamos, ese suelo nos sostiene e impide
que caigamos en la nada, nos hace tener raíces en algo, pertenecer a
algo, si no la vida carecería de sentido.
La cultura cumple la función existencial de concretar mis proyec-
tos, me hace ver el horizonte…
El sentido de la cultura es que puebla de signos y símbolos al
mundo y este poblamento es para lograr un domicilio en el mundo
a los efectos de no estar demasiado desnudos y desvalidos en él.
La cultura es como la prolongación del cordón umbilical que une al
hombre con la naturaleza y que le ha permitido sobrevivir (Kusch,
2007).
29
30
Que tu casa, tus obras, tus libros, tus objetos que
fueron tu manera de ser en el mundo puedan volver a
encontrar el horizonte que aprendimos a mirar contigo.
31
¿Cómo resguardar de la intemperie-olvido el cor-
pus kuschiano?
¿Dónde alojar
sentires
pensares
espacios
escritos
rituales
memorias
si arrasa el fuego?
¿Dónde encontrarse
recordando
estar siendo
cuidando
preservando
si no hay casa?
El Hedor de América
colectivo artivista
32
Cuándo viajes
B3astie80
Temperley- Argentina
Invierno de
Septiembre 2022
33
Cura
Matías Ahumada
Gran Bs As
(Filosofía-UBA)
34
O fogo e o novo
35
Se é verdade que esses eventos elencados, apa-
rentemente tão díspares no espaço e no tempo, são ex-
pressão imediata de âmbitos distintos da realidade, al-
guns referindo-se à nossa história social, outro às deci-
sões políticas que nos eram impostas por uma nação
colonizadora, o outro um evento patrimonial-
arquitetônico que, “por acidente”, revela algumas das
características do neoliberalismo – isto é, seu descaso
pelo público e por aquilo que é cultural e que não foi
subsumido à lógica de mercado –, também é verdade que
todos esses eventos estão unidos por uma mesma coisa:
a dominação.
Várias são as formas como as coisas, seres e fe-
nômenos se correlacionam: este causa aquele, isto age
reciprocamente com aquilo, fulana ama beltrano. Por sua
vez, dominação indica a relação cuja característica essen-
cial é o exercício do poder de um polo sobre o outro,
sendo que o dominador possui vantagens e benefícios
em detrimento do dominado. Ela não é uma relação es-
sencial, ou seja, constitutiva da essência desses polos,
mas instaura-se por meio de uma ação, violenta na maio-
ria das vezes, a partir da qual um é favorecido pela sub-
missão do outro. A relação de dominação pode ser enta-
bulada tanto entre pessoas quanto entre povos, tanto
entre nações quanto correntes filosóficas, e assim suces-
sivamente.
Aludimos acima a vários eventos, alguns exempli-
ficando claramente a dominação: Pombal, representante
que era dos interesses colonizadores portugueses, des-
bastava a ferro e fogo a presença jesuítica no Brasil-
colônia para agarrar com ainda mais segurança os povos
e territórios dominados, como expressão do domínio
36
português sobre os protobrasileiros; o extermínio dos
amautas, a erradicação de artes, ciências, filosofias e téc-
nicas milenares, como a leitura dos quipus, por exemplo,
como expressão da frente cultural na guerra pela con-
quista do império dos incas. Por sua vez, como o episó-
dio da casa de Kusch representaria uma forma de domi-
nação?
Ora, se o filósofo Julio Cabrera tem razão, em
Nossa América a filosofia não pode surgir, apenas surgir,
pura e simplesmente surgir, mas deverá sempre insurgir.
Isto é, considerando as condições sociais, políticas, eco-
nômicas e culturais que marcam nossas nações, que são
dominadas, o exercício filosófico aqui deve sempre rebe-
lar-se à dominação que nos manieta. As expressões dessa
dominação vão desde o policiamento eurocêntrico que
abafa e sufoca até aniquilar toda reflexão filosófica que
almeja respirar ares não-colonizados, passando pela leitu-
ra eurodogmática dos autores ou autoras do Sul Global,
até o solapamento político e econômico das bases que
permitiriam aos acadêmicos e acadêmicas interessadas no
pensamento Outro – brasileiro, latinoamericano, africa-
no, feito por mulheres etc. – prosseguirem na difícil tare-
fa da produção filosófica crítica. Por leitura eurodogmá-
tica entendemos a atitude da consciência ingênua de tan-
tos quanto entendem que sua função principal, enquanto
leitor de um autor ou uma autora do Sul, consiste em
remeter o pensar deste ou desta a alguma suposta matriz
europeia. Assim, Álvaro Vieira Pinto não tem um pen-
samento próprio, senão é um marxista que leu ou enten-
deu mal Marx ou um hegeliano que aplicou mal o pen-
samento de Hegel, enquanto Paulo Freire é visto como
expressão da democracia cristã ou de um marxismo dilu-
37
so. Por sua vez, o solapamento das bases dos acadêmicos
e acadêmicas se refere à crescente dificuldade que en-
frentam em seu processo formativo ou laboral em mo-
mentos de tensão social em Nossa América. Seja através
da diminuição do número de bolsas disponíveis ou do
coetâneo enfraquecimento de seu poder de compra, seja
a inexistência de condições institucionais para seu desen-
volvimento no sentido crítico, isto é, o oferecimento de
linhas de pesquisa e de orientadores que não impeçam
seu desenvolvimento etc., seja através da diminuição das
oportunidades de trabalho em sua área de formação,
temos alguns exemplos do aludido solapamento.
Se há a dominação de Nossa América pela Euro-
pa e seu sucedâneo estadunidense, então essa dominação
se especificará, no plano cultural, pela dominação eu-
rocêntrica e, ato contínuo, constituirá aquilo que alguns
chamam de dominação euronidense, termo que conjuga
o papel opositor ao nosso ser livre desempenhado tanto
pelos europeus quanto pelos ianques. Essa conjugação de
interesses se mostra patente no recente conflito que es-
pocou no leste europeu, a partir do momento em que
cada vez mais a Europa apequena-se ante ao protago-
nismo geopolítico dos Estados Unidos.
Bartolomeu de las Casas reagiu teórica e pratica-
mente à dominação que desenvolvia-se a pleno vapor na
Mesoamérica; Padre Antônio Vieira desempenhou o pa-
pel de acólito da dominação portuguesa no Brasil-
colônia, aumentando a carga do padecimento do preto
africano e aliviando – ainda que filosoficamente apenas –
o sofrer do indígena; Nísia Floresta Brasileira exilou-se,
acuada por uma sociedade conservadora, machista e
agressiva; Roland Corbisier amargou a perseguição polí-
38
tico-policial instaurada pela ditadura imperialista-militar
de 1964; Enrique Dussel teve sua casa avariada por uma
bomba: esses são alguns exemplos da dominação e sua
expressão na vida e na obra dos filósofos e filósofas lati-
noamericanos. Temos agora um percurso reflexivo que
nos habilita a compreender como estão interligados to-
dos esses dolorosos episódios que marcam a história da
filosofia em Nossa América.
O descaso que marca o tratamento do legado e
patrimônio kuscheano é inversamente proporcional ao
esmero que recebe Hegel na Argentina. O descuido com
seus bens materiais cresce em razão inversa à conserva-
ção da obra de Sartre. Estou longe de ser oriundo de um
país inocente de um ponto de vista histórico: o Museu
Nacional exemplifica isso tão bem que me deixa sem
vidro e sem teto. Tampouco minha intenção é acusar
uma pessoa em particular ou coletividade. Mas eu, como
um dos representantes de nós, nós latinoamericanos, nós
do Sul Global, nós, os condenados da terra, os habitantes
do vale de lágrimas, os esfarrapados do mundo, eu
chamo à atenção o fato de que o patrimônio daqueles
que lutaram antes de nós pela liberdade está ameaçado.
Não bastando sofrerem com a perseguição, a ameaça e a
violência em vida, seu legado se vê em perigo depois de
sua morte. Isso ocorre com Álvaro Vieira Pinto, cujos
manuscritos ninguém sabe onde estão – ou pelo menos
não se tem uma informação oficial. Pode ser que estejam
guardados com alguém que espera um momento mais
oportuno para publicá-los; pode ser que estejam esqueci-
dos em uma caixa que recebe água da chuva; pode ser
que alguém se apoderou das obras e destruiu ou então
publicou-as como se fossem suas próprias; pode ser que
39
viraram cinzas no incêndio do Museu Nacional –. Isso
ocorre também com Kusch, ainda que os perigos que seu
legado enfrenta sejam outros. Mais do que acusar, nosso
intuito é conclamar à ação.
Se o fogo já foi tomado como a arché de todas as
coisas, que ele seja também o princípio de uma nova
consciência de coletividade latinoamericana, que cuida de
seus sábios e de seus legados. Se hoje lutamos pela liber-
tação de Nossa América, é preciso buscar o auxílio e
aprender com tantos quanto nos precederam nessa impi-
edosa luta que terá como resultado ou a manutenção do
pauperismo e da mortificação durante a vida em Nossa
América ou o prenúncio da verdadeira vida, com bem-
viver e felicidade autêntica como direitos de nossos po-
vos.
40
Gestación orgánica
41
Al encontrarme con el dibujo de Pachacuti se me
tornaron libro y hogar, profundamente semejantes. Las
palabras de Kusch me develaron la comunión secreta
entre estos dos sitios, que el humilde dibujo anticipaba:
“una idea, un sueldo, una casa, un libro, una plataforma
política, todo se engendra, madura y muere” 14, es decir,
ambos son gestaciones orgánicas. Siguen las leyes de la
vida como lo hace una manzana, que primero es semilla,
madura y luego se desprende del árbol, para reintegrarse
al suelo. Y el dibujito desdoblado, hacia el afuera en pá-
ginas y hacia el adentro enmarcado, delataba los pulsos
de un escritor/habitante que fue madurando los espacios
de su vida con los símbolos que le importaban; un hom-
bre-árbol con sus frutos de aroma similar.
Visitar una casa sin habitante (sin Rodolfo, ni
Elizabeth, ni sus hijxs) implica presenciar la última ins-
tancia de este proceso, donde el fruto caído ya no bebe
de la vida. Se está frente a su reintegración al suelo, ya
lejos del árbol. Entonces todo parece paralizado. Ser
visitante en esta instancia es ser testigo de la orfandad de
los objetos de la casa, que se han quedado sin habitantes,
quienes conocen los porqués de sus destinos comparti-
dos. Pero ocurre que de esta caída ha resurgido otro ár-
bol, que ya no le cabe la condición de domicilio, sino que
ha mutado. Me refiero a la Biblioteca y Archivo Rodolfo
Kusch.
Este año, un desperfecto provocó incendios en la
casa. Además, la estructura edilicia está comenzando a
ceder. Parece que la muerte o la pudrición están próxi-
42
mas. Pero si este es nuestro diagnóstico, será porque
pensamos en términos de objetos. En verdad, la vida
sigue colándose en la casa de Kusch. La Biblioteca y el
Archivo enraizaron en ese mismo sitio y ya están provo-
cando la llegada de pensadores y pensadoras en búsqueda
de material; turistas en búsqueda de asombros. Ya no se
trata de un hogar, ya no pertenece a aquel árbol que le
dio vida, sino que ya se ha vuelto otro árbol madurando
otros frutos. Descuidar este espacio es actuar bajo una
lógica inmobiliaria: pensar que su función ya fue cubier-
ta, la herencia y el papelerío firmado, entonces bueno, si
no se habita problema del propietario, y si se llegase a
derrumbar, coincidiendo tantos años de impuestos impa-
gos según estipula la cláusula número no-sé-cuánto, po-
dría alzarse un rascacielos en algún momento. En sentido
contrario, cuidar de aquel recinto es asegurar la fluencia
de la vida, los libros y textos en su templo originario,
siendo puras semillas, de las que quedan muchos frutos
por madurar para comprender - un poquito más - nuestra
profundidad americana.
43
Hemos perdido el olfato muchas veces
Carolina Wajnerman
Caba / Argentina
44
La Herida
45
rren tragedias pero en chiquito, con papelitos-monigotes
de niños que se trepan a los vagones de carga y a veces
caen en las vías y se lastiman y vuelven a intentarlo. Vol-
viendo a hoy, Seba andaba con una herida y no había tre-
nes. Estuvimos jugando a restaurar antiguas piezas de ce-
rámica que nos trajeron unos arqueólogos. Cuando entré a
la dirección con Lucila, una compañerita que se había las-
timado un dedo, vi los ojos de Seba. Uno de los profes
intentaba darle un abrazo. Le propuse ponerle una curita a
él también, le pregunté: dónde? Y con una sonrisa pícara,
ofreció su mano. Luego, fue como hacer lo mismo pero
con las piezas arqueológicas. Entre los dos pudimos re-
montar una cerámica y hasta hubo aplausos. Me encontré
sonriendo con él. Después, volviendo a mi casa pensaba
un poco triste, en la herida. La que andaba por los ojos de
Seba y también la otra, la de la memoria del barrio y sus
historias y fragmentos sepultados. Pensaba en aquello que
consideramos valioso y olvidamos con insistencia. Pensaba
en las repercusiones de lo valioso en estos tiempos de re-
des, los reconocimientos efímeros y los homenajes tardíos.
Y me preguntaba, casi casi diría a mi mismo, desde el fon-
do del anonimato diario en las villas y de tantos otrxs
compas, pibes como Seba o el de las vías sepultadas ¿dón-
de entra la repercusión de nuestro sentir? Maypi kanki ¿de
qué materialidad está constituido lo valioso, lo que debe-
ríamos enseñar o aprender o cuidar o estudiar? Preservar
ciertos legados en vitrinas, atender a la cantidad de megustas
o visualizaciones de alguna publicación en redes o leer el
decir de alguna persona exitosa en vida o no, hacer un
museo o un patio con objetos para mirar, parecieran ser
mecanismos contra el olvido. Pero sospecho que algo se
nos debe andar escapando entre cosas y redes que las co-
46
nectan. Hoy, por ejemplo, vi una nota donde comentaban
sobre el filósofo preferido del Papa Francisco. Resulta que
era Rodolfo Kusch. Y, qué extraño. En la nota no se men-
cionaba la pieza de cerámica remontada por Seba, tampoco
había fotografías registrando la herida en sus ojos o algún
epígrafe mencionando la curita en la que ofreció su mano.
Y miren que yo leí mucho a ese filósofo y aún no lo en-
tiendo. Pero sé que se cumplieron 100 años de su naci-
miento, que se quemó su casita de Maimara, qué aun andan
las cenizas sin juntar, y que aunque lo anden homenajean-
do en diarios y universidades con palabras que solo algu-
nos pocos entienden, nos gustaría mucho decirle a Seba,
que sabe, que nos señale dónde está la herida, así entre
todos ponemos la curita. Qué coincidencia, 100 años. Hace
poco izaron una bandera en honor de Rodolfo, en Maima-
rá, hubo funcionarios, promesas y aplausos. Pusieron un
tango y una placa en Buenos Aires, donde murió. Tal vez
también Rodolfo andaba triste remontando piezas ances-
trales, mientras todavía pasaban los trenes en lo que ahora
es villa. Siento a veces que su filosofía señala algo indeci-
ble, algo imposible de repostear o megustear o cuantificar
o izar. En cambio, ojalá izaran una bandera en las vías
donde falleció la piba, o pusieran en la tumba del filósofo
una foto de la cerámica antigua que dijera: “Cerámica re-
montada por Seba de 8 años”. Sería casi como que nadie
viera la cerámica antigua remontada sino apenas ese fondo
pequeño y enorme, lleno de amor, que nos encuentra co-
mo pueblo en la herida.
47
Kusch
48
Un legado ancestral entre cenizas y ruinas: a pro-
pósito del incendio de la casa de
Rodolfo Kusch
49
qué el pensador latinoamericano y uno de los principales
precursores de la filosofía amerindia decidió existir cerca
de la frontera.
Observando luego imágenes de la casa antes de la
tragedia, se evidencia la sencillez del lugar, una vivienda
sustentable, típica de la puna, según Eduardo Soto: “los
diversos pueblos de la Región Puna jujeña de la Repúbli-
ca Argentina, son los precursores de un principio susten-
table a través de sus viviendas. Y de acuerdo a un marco
histórico-antropológico hace más de 400 años”. Las ca-
sas son hechas de la tierra tomada de las montañas, arena
y piedras extraídas del rio, agua, paja iru con la que pos-
teriormente realizan el proceso de adobe para la cons-
trucción. En esta simplicidad vivió, escribió y murió el
pensador, quien hasta el final de sus días creyó en el po-
der del pensamiento telúrico, al punto de querer habitar
absolutamente cada entraña de la tierra.
La extinta casa de tierra, estaba, además, poblada
de símbolos, cuadros grandes y pequeños con imágenes
de campesinos, indígenas, pequeñas esculturas de barro y
jarrones, mesitas decoradas con tejidos andinos, fotogra-
fías de montañas, sillas de madera, utensilios de paja, una
máquina de escribir y su biblioteca. Según un bello texto
de Felipe Melicchio (2021), de la profundidad de la casa
destacaba un dibujito “se trata del presunto altar de Co-
ricancha del Cuzco (Perú) dibujado por el indio Joan de
Santa Cruz Pachacuti, en el manuscrito que le entrega al
padre Ávila —cerca del año 1600— a unas cuantas le-
guas al sur del Cuzco. En él, Pachacuti esquematiza las
cualidades de Viracocha, un dios central en la cosmovi-
sión incaica. Es en América profunda donde Kusch pro-
duce páginas y páginas analizando este esquema, desme-
50
nuzándolo. Y es en ese mismo libro donde cuelga tam-
bién el dibujito”.
Y es que sin duda Kusch es un pensador que vi-
vió como pensó, que estaba ligado a su tierra, a su ances-
tralidad, queriendo entenderla experimentándola, como
lo deja entrever un bello texto intitulado “Vivir en Mai-
mara”, de 1979, en él se refiere a la pequeña localidad
como el otro lado, como el borde y como representación
de esa incesante frontera mental creada casi siempre por
los otros. Entonces el texto se manifiesta como una re-
flexión sobre el lugar, sobre lo singular y lo mítico, una
especie de elogio de la dificultad que a cada tanto nos
pone a prueba y nos fortalece. Kusch entra en defensa de
estos exiliados, habitantes que han elegido existir en este
lugar independiente de las penurias y contratiempos de
una geografía indeleble:
51
mi cuarto donde escribo; afuera, en el patio, es-
tá un molde grande; enfrente vive el carpintero
Choque, y más allá, del otro lado del rio se le-
vanta la montaña (…) y yo sé que, si logro cru-
zarla alguna vez de ir del otro lado, encontraré,
como los héroes gemelos, del otro lado, toda la
vida, esa que aun no se ha desprendido de los
dedos divinos.
52
de la reconstrucción y materialización de una casa-museo
abierta a los ciudadanos, para las gentes del común, para
el indígena y el mestizo, para los estudiantes, en la cual
puedan ver representadas su cultura y la belleza de nues-
tra ancestralidad latinoamericana.
53
El mandamiento de volver fasto el mundo
54
cuidado de nosotros y nosotras mismas, evitar el mayor
peligro; El peligro de aquellos que pretenden ser sin estar,
de aquellos que en su ser alguien: “Saben que existe un
mandamiento que consiste en salvar la vida, pero hacen
lo posible para que no se cumpla”. (Kusch. 1999. P.180).
Cabrera Florencia
Gonzalez Gastón Leonel
Embarcados. Filosofías de Nuestra América
55
La negación que afirma
56
Kusch mismo, hecho semilla, nos responde hoy:
si lo que se intenta negar (con la desidia) es la herencia
kuscheana o su valor, sepamos que la negación, tomada
en su sentido semántico (y no matemático) implica sólo
la negación de su vigencia (la vigencia de la herencia) no
su existencia. Cuando niego, no niego su existencia
(ergo existe) sino su vigencia. No niego que exista, sino
que yo lo vea. Entonces, a través de la lógica de la nega-
ción, llegamos a la afirmación de la existencia de tal he-
rencia kuscheana. Fruto que debemos cuidar y sostener
para nosotres mismes y para las generaciones futuras.
Negación que no implica un cierre, sino una apertura a
muchas y distintas posibilidades simultáneas de “cuidar
la casita de Maimará”, cuidarla física y espiritualmente,
desde dónde cada una está siendo, en nuestra Abya Yala.
Seguiremos entonces aplicando la negación
kuscheana, para poder afirmar todo lo que es esencial a
la vida, en nuestra gran aventura planetaria. Igual que
Kusch… nos preguntamos: …¿es que el pensar en su totali-
dad encierra la negación como condicionante?
Dyan
“Del Yo al Nosotros”
Agosto 2022
57
PANegírico al hombre-maíz
58
Negar el pan(egirico): y encontrarse con el hom-
bre-maíz. Nuestro Kusch.
Negar el archivo: y encontrarse con la rebelión
incendiada de los utensilios y las mazorcas de maíz, y volver
a unir el hombre con su alimento, como aquel relato en
el Popol Vuh.
Y así: “Danos hoy nuestro pan de cada día”.
Eso sólo basta….Nada más que un pan…
Nuestro pan…y asumir “concretarlo mejor”
(Kusch).
Natalia Lentino
Filosofía-UBA
Paso del Rey, Moreno.
59
Pensamento-chão
Pensamento-chão
de quem trilha caminhos com sagacidade e poesia
América profunda
cultura
poesia
olhar
sentir
ser-mais
fazer mais
libertação
pertencimento
Pensamento-chão
educação popular
Cultura enraizada
Perten-ser
60
Siempre el fuego
Siempre el fuego
Guillermo Cagliolo
Septiembre 2022
61
Somos Sementera
62
Visita a la casa de Kusch en Maimará
63
deslumbrados, mirábamos la casa con asombro, la biblio-
teca , sus libros, el escritorio, la maquina de escribir, el
grabador. Sus anteojos allí , acomodados dulcemente…
Fue así que ya no nos apartaríamos de Kusch. Ya
no habrá retorno al pensamiento único porque” es que
hay viajes que son como la vida misma”. Mientras tanto,
para nosotros, la visita a su casa en Maimará profundizó
la búsqueda de los inéditos posibles, de un nuevo pensar,
un nuevo vivir, un estar siendo en los caminos polvo-
rientos de nuestra tierra.
Ricardo Rodríguez
Lanus, Argentina
64
Conversatorio en honor a la obra de
Rodolfo Kusch
65
Registros fotográficos
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
2) Fotos del incendio
80
81
82
3) Como está ahora, aclarando que el Instituto Rodolfo
Kusch de la UNJU (Universidad Nacional de Jujuy) Ar-
gentina, en Julio 2022 reparó la chapa del techo, removió
los escombros y pintó el frente. Pero estas medidas ur-
gentes y necesarias, no alcanzan; como ellos mismos lo
informaron en la reunión que realizaron con arquitectos
especializados el 26 de julio de este año.
83
84
WWW.PHILLOSACADEMY.COM
85