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Atualmente, a maior dificuldade não é identificar exemplos de

“arte”, mas chegar a um consenso sobre a definição da mesma. O


conceito de arte vai evoluindo constantemente, havendo diferentes
opiniões sobre este assunto. Há teorias que defendem que, o que torna
algo arte, são as suas características intrínsecas (essencialistas), e
existem teorias que defendem que as características que fazem com
que um objeto seja arte têm de ser encontradas fora do objeto (não
essencialistas). Deste modo, torna-se difícil reconhecer o que realmente
é considerado arte. Surge então uma questão: O que é realmente a
arte?
Uma teoria não essencialista que surge como resposta a este
problema é a teoria histórica da arte, defendendo que a essência da
arte reside no seu carácter histórico. Levinson diz que o que conta não
é o ato de alguém propor um objeto para apreciação em nome de uma
instituição, mas a intenção do próprio titular do objeto. Assim, em vez
de um ato manifesto, há uma intenção manifesta; e em vez de alguém
que age em nome de uma entidade, há o autor da obra que procede de
forma independente. Existem duas condições que devem ser
respeitadas: A condição do direito de propriedade, que indica que o
artista não pode transformar em arte objetos que não lhe pertençam e
a condição da existência de uma intenção duradoura, que relaciona a
arte do presente com a arte do passado. A partir destas condições
podemos formular uma tese: x é uma obra de arte se, e só se, x é um
objeto em relação ao qual uma pessoa, possuindo o direito de
propriedade sobre x, tem a intenção séria de que este seja visto como
uma obra de arte,isto é, vista de qualquer modo como as obras de arte
preexistentes são ou foram corretamente vistas.
Esta tese é sólida e é sustentada por diversos argumentos.
Primeiramente, de acordo com a condição do direito de propriedade,
os artistas não deverão sentir-se autorizados a transformar em arte um
objeto que não lhes pertence. Ninguém pode simplesmente
transformar em arte qualquer coisa que queira, de fato, se isto fosse
verdade, todas as coisas - paisagens, pessoas e acontecimentos -
poderiam ser consideradas uma obra de arte. Para fazer de algo uma
obra de arte, temos de ter o pleno direito de propriedade sobre esse
objeto.
Além disso, de acordo com a segunda condição, para se produzir
uma obra de arte é necessário que exista a intenção séria de que o
objeto seja encarado como uma obra de arte. Isto faz todo o sentido,
uma vez que, um artista tem todo o direito de decidir se quer ou não,
que o seu trabalho seja considerado como arte, uma vez que foi este
que o produziu. Ninguém pode obrigar uma pessoa a fazer algo que
não quer, ou dizer-lhe o que fazer com o seu trabalho. De facto, isto
seria inapropriado. Uma obra de arte só será considerada como tal, se
o artista demonstrar a intenção séria de o fazer.
Apesar de a teoria histórica da arte ser sustentada por
argumentos sólidos, existem pessoas que levantam problemas à sua
tese. Uma objeção levantada é que se aceitarmos que o que é decisivo
para fazer de algo uma obra de arte é a sua relação com a arte anterior,
então levanta-se um problema ao considerarmos a primeira obra de
arte a surgir no mundo. O que fez dela arte não pode ter sido o facto
de estar apropriadamente relacionada com a arte anterior, uma vez
que esta não existia.
No entanto, esta objeção não é válida. Em resposta, podemos
argumentar que é uma falácia de generalização precipitada ,uma vez
que, só porque não foram descobertas obras de arte mais antigas do
que a considerada “primeira obra de arte”, não quer dizer que não
existam; apenas ainda não foram descobertas. Ou seja, imaginando a
possibilidade de que a primeira obra de arte não é realmente a
primeira e que existem outras antes dela, podemos esclarecer que a
chamada “primeira obra de arte” que conhecemos hoje, pode ter
relações com as obras de arte anteriores a esta, que não foram ainda
descobertas.
Conclui-se assim que um dos problemas filosóficos da arte é a
sua definição. A teoria histórica da arte é a teoria que chega com uma
resposta a este problema. Esta teoria é válida, uma vez que, as suas
condições sustentam esta tese de uma forma sólida e abrangente.
Apesar de existirem objeções contra esta tese, concluímos que as
mesmas não têm fundamento válido, pois são falácias ou apresentam
premissas falsas.

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