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UNIVERSIDADE DE BUENOS AIRES FACULDADE DE FILOSOFIA E LETRAS DEPARTAMENTO DE LINGUAS MODERNAS RK PORTUGUES MEDIO EDIGAO 2015 Carlos Alberto Pasero (Org.) Alba Salto Carla Panto Gonzalez Gloria Pérez Pita Helga Schweizer Isabel Moreira Aguiar Leonardo Ortiz | TABELA DE CONTEUDOS: A | PORTUGUES ELEMENTAR | ‘LerTURA viseuRso GRAWATICA Frratato Tox ste soos | Imoger'sconprensto | Coeenca Sree pra Rowroeiou pice | Tema Peon | Sopnoracse Farroe de cose Propongsoe Quwsoe shops Corwcorce Posercret | raga toma Retwince Conteris | Sree Nod catno | Fanos ta inguagem Pratt pare conposo | Rotana pogo dae oa Comore wee PORTUGUES MEDIO LerruRa DISCUREO ‘GRaWATica Idem antror (dom antoror ‘oom atoror Wipes Rade conceal | Tonoargumenttio Conga Resenha Estratogias motacogntvas Operacores argumantatives Modaizagao iégica @ aoreciatva Indice de potonia Interextuaiade ede subjuntive Formas nominais {ininivo pessoa Corelacao de temoos vorbais Informagdes implictas Pressupostos © subentandidos Discussdo ideotdsica Interdecuranodada Moda de ortonar 02 Subjtivomas tempos Devs "Mundo narrado e mundo comentad Progressao textual PORTUGUES SUPERIOR LETTURA iscURsO Gramarica dem anterior dom anterior ‘som antonor Normativa grfiea do texto | Texto académico entre Infinitive poscoal & aeadsmica expositve e argumentative | —impessoal Diario de tetura Estrutura do texto Futuro de subjuntivo Informe de leitura axgumentatvo Colocaraa pronominal Aoresentagdo oral Pergunias retéricas Esto dreto, esto Coléquie Paréia, ron, satira Ineiroto @ nae ura Pag, Pag Pag, Pag, Pag, Pag Pag, Pag, Pag, Pag Pag, Pag Pag, Pag, Pag, Pag, Pag Pag, Pag, Pag, Pag. Pag, Pag, Pag Pag Pag, 95 99, 104 109 113, 114 119 127 132 135 SUMARIO INTRODUGAO UNIDADE 1: AS LINGUAS NA COLONIA Luiz Carlos Vilalta, "Uma Babel coloni Atividades de leitura @ avaliag&o UNIDADE 2: FORMAS DE PENSAR 0 BRASIL | Octavio lanni, "Tipos @ mitos do pensamento brasileiro” Diogo Mainardi, “A invengao do brasileiro” Alividades de leitura @ avaliagao UNIDADE 3: FORMAS DE PENSAR 0 BRASIL II ‘Sérgio Buarque de Holanda, “O homem cordial” (Frag.) Jorge Forbes, “O Homem cordial e a psicanalise Atividades de leitura e avaliagao UNIDADE 4: IMAGENS POETICAS DA NAGAO. Beatriz de Moraes de Vieira, “Onde canta 0 sabia" Luis Camargo, "A cango do exilio @ sua tradigao’ Atividades de leitura e avaliagao UNIDADE 5: HISTORIA DO FUTURO. Anita Novinsky, “Sebastianismo, Vieira e o messianismo judaico” ‘Adma Muhama, *O profeta encarcerado’ Atividades de leitura e avaliagao UNIDADE 6: 0 MUNDO QUE O PORTUGUES DEIXOU Helder Macedo, "Sonhos imperiais" Femando Pessoa, Sobre Portugal (selecao) Atividades de leitura e avaliagao UNIDADE 7: PARA PENSAR PORTUGAL HOJE Eduardo Lourengo, "Pequena mitologia portuguesa” Noticia de Eduardo Lourengo Atividades de leitura @ avaliagao UNIDADE 8: TRANSITOS CULTURAIS Paulo Motta Oliveira, “Entre Brasil e Portugal: Os sortdos @ 0 mito sebastico” Atividades de leitura e avaliagao UNIDADE 9: MITOS E UTOPIAS Luis Bemardo Honwana, "As ma0s dos pretos™ José Saramago, “O conto da ilha desconhecida’ Atividades de leitura e avaliagao 4 Pag. 149 Pag. 167 Pag. 171 Pag. 178 UNIDADE 10: DO RACISMO AO MOVIMENTO NEGRO. Petrdnio Domingues, “Movimento da negritude: uma breve reconstrugao historica” Alividades de leitura e avaliagao MODELO DE PROVA a) Texto: Ferreira Gullar, “Cultura popular’ b) Questoes REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS INTRODUGAO Oque quer/O que pode esta lingua? Caetano Veloso, “Lingua” Ler e escrever néo [constituem] (..) apenas uma questo de dominio do sistema da lingua, mas de participagée no proceso dialGgico, interlocutive. que permite a recuperacéo, atualizacdo e realizacéo de textos ‘marcados pelas variadas expeniéncias cufturais que nos circundam: (Adilson Cited) Portugués, como os outros cursos oferecidos pelo Departamento de Linguas Madernas, visa proporcionar aos alunos da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires, os instrumentos conceituais e procedimentais para ler, de forma auténoma, materiais bibliograficos. Em nosso caso, textos académicos ou de interesse profissional originados nos campos culturais do Brasil e de Portugal e dos outros paises de expressdo portuguesa. Vamos trabalhar, nesta segunda etapa, com textos mais complexos do ponto de vista discursivo, e mais langos do que aqueles estudados no nivel elementar — de uma extensdo aproximada de 300 linhas, mas nao exclusivamente — e com imagem textual menos rica. Estes poderdo ser expositivos ou_narrativos, jomalisticos ou literarios em geral; sempre, em relacdéo com 0 ambito das humanidades ou das ciéncias sociais e de interesse transversal para as diversas carreiras que se cursam na Faculdade. © nosso objetivo principal é formar leitores critics e auténomos em portugués, com énfase especial nos aspectos politicos e culturals. Com isso procuramos contribuir também, na medida das nossas possibilidades, para um projeto maior, com o qual estamos comprometidos firmemente, aquele da integragéio ‘com 0 Brasil € os paises de lingua oficial portuguesa. Prof. Carlos Alberto Pasero E-mail: cpasero@filo.uba.ar Blogue da Secdo de Portugués: http://portugueslectocomprension.blogspot.com.ar UNIDADE 1 AS LINGUAS NA COLONIA i *1964,0 ano do golpe: como e por que Jodo Goulart foi deposto iol i rll #O poder da capoeira Ei Javallias erabos-dé-arraia na luta politica do Rio antiga Teeside Bictmo temo & Garlota Joaquina: ela era mesmo maquiavélical pp RRANCISca Nocunina be Azevepo })Avvitéria da lingua portuguesa na guerra dos idiomas Cantos Vinsatra igo gaicha de 1893 eee ed neces ~ Luiz Carlos Vilalta | Uma Babel colonial 5 mercado mundial e impor dante « brasileiro. momento em que os portage nisi,» portagusis encontratam aqui ume ‘erdadeia Babel indigena. Na cota bras © ie ur eg ls pee. Theparect poco “porque na Torre de Babel, como di Sio erdnimo, howe somente stents © dass lings, ax que se filam no io das Amazonas sto tanta ¢ te diversas, que thes ao sabe © nome, ‘36 nem o numero" Do contato ent missionsrios, Indios Tup misionados esealearados eno indi, suite a lings gras ou sea commune a ie rents grupos endo como base a lingua do tone’ Tupi ngua geal paula (ow do Sel) ea nga \yo=gerlsmazdnica, Ao nal do culo XVI. os jess misionsrioe de outras ordens sifuniramy ma ‘Amazonia, 0 Tapinambs, ado pelos inde dae suo que vai do tora do Maranio até «for do Tocantins. © Tupiaambs seb a infiuénia de outs 49 tinguas da rea ed gto dos eabocio, de orig so henge lingua gel amsainic. As lingua indigenas,somaram se a acanas. Os oye wieram pra em geal ds cots oem tala Ames, petenciam ts grandes grupos cul 0. as. Os sudanes, ete ele om Yorba, os Datorey, os Fan-Ashant (min. e 08 grupos menoces (Gambia, Seer Loa, Cost da Maagucts € Casta co Martin. Os samizados, como 0s Ful os Mancingn® Angola, ets pelo pa 08 Haus, do norte da Nigeria Eas bos Ban, 185 co grupo congoangols, de Angola © de Moyarn big. Ente ess grupos havin centenas de diets, tlk de hoses, que prejuiavam a iterasdo a colbnia.Um exemplo da agrnsvidace entre os ‘ascids na Amico etshegadon da Alia (6e~ rl em 1789 no Engen de Suan, Bahia {uunde of scravoe propusram ao senor, dente uta evindiagie, um tats no ual actin volar 2 tabular sea areas mais pesadas Fosse bandas para os sus pretsomina G5 Epreserar agus nguas arcana nto foi nada fc colonizadr portuguis nfo dew trég,com butendo a lingua eetando ate x concenracio de outrinaon nas sus ropes lings, S95im os ngroso So aa” E aretentars qe nos sogioe des ARTE DA LINGVA DE Sti ANGOLA: opercion must pee fon nas ings a cans “visas econ das mesmas lnguas™ ois tantae “guanto a vavidade elas «que os eliio- OEFERECIDA A VIRGEM SENHORAN. DO ROSARIO, My , 8 Senhora dor metinoe Pretor Sox no pastvam + , ousos eudos [! PeloP. PEDRO DIAS sem primeio sere a Compania de JESU Canbabecopeen: Of Goals de JOSU, 2x" na lingam ‘yest, Tanto queem 1697 fv impress pla Compara de Jone EBB O kL ina reds Lins de NeOM ned MIGUEL DESEANBES, dre Pedro Din, do ‘oli Baia Vaso spo os apo fram prinnos da ive ingnicn gw via oe do perio colonia howe vi tentvasdeom {i> dena dentate comune os sre: 2 Terma de quomboy ez de eas ¢ ‘omnia agin ram thats ao eandomile) lo evdéci dno. Fa ine erin magmas coches por an Theres, dang atuuer pros etn te. ta guards et Kags ene pea se fit Ov region dens rita no enanna0 evnitern enter Ungun wind, pu a. ‘scraas de wma mesma etna ns avis negreeos AP mam tar se apenas de “agua que ning en as progeidades noni ~ um ttca para die Oras resisténias doy afieanone descendents de cravzacio. Esa politica, a variedade de inguas hostlidads que os negro roueram dicultaram 3 formas de ncleos solidroe que paantisiem a tence do patrinonio cultural fine include "98 al sms Lingus. 0 no campo da evangeiasto howe maior exible do colonizadorem lao is in ‘gus frcanas © mesmo padre Antonio Viet, em 1691, rerindo-se & aia, Pernambuco e Rio de Janeiro, afmava que era preciso que os negro fos 0-sem catequzadon em suas lnguts: "Sendo muito mai sem compari sme dos nego gue 9 os ino, assim como o indi so catequirados tenia deduzindo do sua origem afana. Uma excag £0 tal do Aconinds, praticad no de Paracas as Geis de meados do ssula XVII, ve documenta o uso a “lingua de Cour peien- cn so grupo lings Yorba ‘Alguraslingsas europa vem um dominio regional e de tempo resto. © espanhol. em St0 Paulo, rane nila dst Coeoat de Lapana © Portugal (1880 « 1640}, 30 Suh acompanbund 03 *¥conirontos entre portuguese expanhois em temo 4a expansio territorial. Mais sncundariameate o francs. no Rio de Janeen Marae quand se tentom etabelcer a cline da range Antieticn (0555) e da Panga Kyuinocal (1612) ope Comte oh 1 i von 60 aoe seg, frente Eo hones O memo denancame ree e 9 | ENCYCLOPEDIE, | tir Sesion, iatiohogintansiotamnionscne re cmb & como pero condo te DICTIONNAIRE RAISONNE | faba tunica? Cano fox Bre €Ams, home ee Meio bine: cme chi nweEdlcs DES SCIENCES, AN% © portugués en- Baiana de 1798, teve varios livroy cm france bis ARTS ET DES METIERS, | fena omar i spenn fea repenso ct fie haba voet ot com aeerrct | quan conceas g me Ba ee 38 orem tus pea 9 ae eetyensernte | hon campos doco porta cesar 4 sonbscimen de homens SESEEEESEREN TEES Sheen th spine me dc cua bat Ton ; Capers ASigio «dv eiucs. Melo decarou que os envolMidas na Conspracao eee tes Beane aram ee pr eee om gust ets gue debs amas po pc ‘tin catieoe+ @brs ut ae qu tna tao ‘tun, beso fancts cpap vr quate 2 eons am fast soca contra “artim tendo Selena pl ing fens pre Sox 2 ts uta do eel a dogo Dre ged ronan con¥pes m Seu Peau 17, re cies] (covet favs or pl sce om Omri mu ncn come Baga c- ‘Sims tmpuccd tam fad lo RV ps om Barns cee Siyorconane ge tat Viera du aia, do cava te Seine gt nconnings Aint 0, pc ie ‘aon deuger'a Gesten ms tern oo drain open Ate Gace Sisson Marre oe Pr om 179% da joa einen wives on ado sind sor io Coron Se one agama: iodine ana pry ers gene ea Pea © cpr en ote ingur"® Mar cs ngs prs oc cree ma crepndeMaanccretum por eae? Os seu nego vam memes 4195) Ovshumadon’l om espanbol, muito valorizado nos circulos da cite ¢ no espago, a partic de alguns fatoress Q prisweire mnie ‘ovtugusa de 1600, O padee Vin, em 1692, em — dels fo avinulicto das economia eons :om fret Paces Ds ceed © cad maracas ‘Stren Eugr ese eon ofacns SES SRSA cre arr para resetanas Symi eon ett dene 22, aS anor de a ee spite aire pig eens pom ‘cope com o eens seen SSS eheton nor praca de por « a ‘od cea VIL Rte + testes io tga Fo sx. don flo Sante Bro srdot ce paeer eo lags ‘eed ess com mo no Soars agonal de “0 gut op race tru nde meso cin cect ety alr vee cars poe Pekan pect ceed ey ae OC jac hea so Plo coo vot. geass canoe tna do Re neh * mn for enpl fam edon ia de expats ‘do com uma menor quanidade de por fos evnarda da iver Fad de falar sodrea "berdade depois de harerem lid alguns discurso3 ‘fseanosewsando continent Baga SCF Fndigensa gua eral dfundiu-ve por oda a 8- ina lingua fancesa contéa a Soberania do@Smadas soci, mantendo-se dominant até mete pc Nose deen "is eflsbes den AT te fuer odionts a monaeguis, mostando und ‘grande paiso conta elas einclinacto as republic m= de 1700. Em Minas Goria oliminacao ds pows dis lingua ingens fo atensa, erm Fang 0 flesenvbivimento urbano acentuado © da forga Wo wo do escavoafrcano. Si nas fontetas das Anno Jose dos Res Leta, Eno iH ., ' ‘WE caborou composioes na lingua Tupinambs em A qunss a8, YSE cits da lingua portuguese, ow x, be ARTE DE GRA Me { seussuios ecmnadoem vinas pares do pains spocerayeue MATICA DA LING Ow | ingusbratic cra promincade do deporte. yoru ape ‘mevidasscalade Brats | gut dn espanol. ho memo tempo, ot ful eps fiat aa ormaram dorgatario v pronlonts tlngos ps tie nis. © pe Anon Vie, am 1672, regan, por camp abe lngus do Maran ea porous’ lingua com as sa in evi sua "patria a0 ern” Na pimeia mete do tela XV, ao terra nla pela Epon, des 90 lata do Parag esoniin elaborara das Fama 4 kas do Guurania de Alon de Aragona ede sou sn Antinio Rut de Monty, que tambam publiow Gecovanac me um atecismo ¢ dois disiontion Eapanhol+ nero ECan e Gusea- Ean ‘eae Ean fan contrasecom 3 vi ot modes it i devas ings rics coed ded fond 1800 |e de quem fo minis poco Susy se de Caralho¢ Melle conecdo plo tun de marques #7 Pe ma (17302177. ms plies de impot da ing portage arin sng tec fator de du do iiome potugien Em erg tp Orr do ep 1770, onbal oden aos meses de nga tina Somgigonat fg farts et | 7m hel ces apa ng Onin domme HME 169% - ‘tyme, pr wie meen te ligus povlaboen 44s minrasio 0 conjunto da sonoma, asentah usando Grumutia. portiuca impos, por Pak desde nonizaio howveepago para as lingua Mario, resem que anova polis dein fa indgenas Mas pastas que fram par Miss malin pocrbu dlundapoge pr scarearame de dineinar, pelo menos ao8%gtimara pated era e obi» ta de abonpa Princip,» lingua grt do Sul dla origem iat. tio como forma deo misono egtrarem | "7 gen de uma sre de nomesgeogede oo ads Eta pola de impasgua. tens em Mion Gerats em Cones SSG ‘elare orninan bie ee Mato Gros. €or de romores «domino 18 prsenga de misioniros fo Pies pons caobaiinclasomo. um segundo fitor importante para bares, Sogn tm docs ‘nents fia de Sposa “ot min intra! Mr odo oro da sm melhor, para 2-sobrevivencin dat linguas indigenss. No litoral os -issiondrine contribiram. para a preservacto, divlgigio e transfor masio do Tupinam, Como impo- sieio da propria evanglizagi os Jesuitasestudaram 0 Tupinambs, i S ‘raduziram cantigas sacras, produ EE Conguisadon 0 seu iram grams ade fost de Anchictaycm 1598, _ prio Moma por se np 3 do padre Las Figura, em 1621. E em 1575, el queest tum dos mor mais i Publcaram tages do pai-noso, da ave-maria, efczes para destetar dos to coo, trabalhuram coetivamente na labor 4 Powos rics babar 0 de um cateismo, eit ex 1618, como n03"Exate dos ses argos Ime Cateiomo a ting basta, José de Anchieta costumes ¢ 0 mesmo que conguinta am 10% dom los. init UNIDADE 1: ATIVIDADES DE LEITURA E AVALIAGAO A) PARATEXTO: Observem e analisem todos os elementos paratextuais que acompanham © presente texto e extraiam conclusées: 4. Tentem explicar 0 titulo do artigo e considerem para tais efeitos: 0 mito de Babel, a temporalidade antes/depois indicada pela adjetivagae “colonial’, o contexto histérico, a diversidade linguistica, sobre os periodos colonial, pré= colonial e pés-colonial 2. Listem 0s outros paratextos e tentom justificar 0 aparocimento de cada um deles. Qual & informagao que veiculam? 3. Quais so 0s preconceitos ou relatos que se encontram implicitos nesses paratextos? Do ponto de vista do relato histrico, eles sustentam algum tipo de posicionamento? 4. Apés uma primeira leitura exploratéria, procurem referéncias no texto 09 paratextos analisados. 14 5. A partir de todas estas consideragdes, pensam que é relevante, para a compreensao do texto, 0 trabalho com o paratexto? Por qué? 8) TEXTO: Leiam atentamente o texto e respondam 1. Conforme o texto, quai foram 0s fatores de difusdo da lingua portuguesa no Brasil e qual foi o motivo da sua predominancia perante as outras linguas. faladas na colénia durante aquele periodo? Concordam com ossas justiicativas? Poderiam acrescentar outras? 2. Num trecho do texto afirma-se que “O portugués enfrentou outras linguas concorrentes...” Tendo em consideragao essa afirmativa, roalizom ac soguintes atividades (escolham s6 uma ope): a) Uma linha de tempo para plasmar as linguas concorrentes © @ sua temporalidade. b) Um quadro em que coloquem as linguas concorrentes do portugues @ 0 ‘motivo que Ihes colocou em situagzio de concorréncia no Brasil colonial 3. Elaborem um resumo do texto num maximo de 10 linhas. Provio a realizagao do resumo, discutam em equipe a seguinte questo e anotem as decisdes adotadas: © que 6 adequado e o que ¢ inadequado incorporar 2 ‘um resumo? 4. Observem as palavras destacadas no sequinte pardgrafo extraido do texto € indiquem a formagao para cada uma delas. Conhecem outras palavras ‘com a mesma formagdo? Quais? Tentem sintetizer em quadros essa informagao. "So nas fronteiras das areas de colonizagao houve espaco para as lingua. indigenas. Mas os paulistas que foram para Minas encarregaram-se de diesominar, ppelo menos no principio, a lingua geral do Sul, dai a orgem indigena de uma Série de nomes geograficos em Minas Gerais, em Goids Mato Grosso." 5. Analisem os seguintes conectores e tentem identificar as ideias que unem. Poderiam dizer qual ¢ a relacdo de sentido que se estabelece entre as idelas ‘em cada caso e justificar seu emprego? 5.1. Se (linha 108) Idea Ia I 5.2. ou seja (inha 37) Ideia Idea I : _ : 15 5.3. como (linha 53) Idea |: Ica I 6. Nas seguintes oragdes extraidas do texto, troquem 0 conector por aquele que considerarem equivalente em sentido. Escolnam um dentra os que aparecem na caixa abaixo: 6.1."0s registros desses rituals, no entanto (a) nao permitem identficar a lingua utiizada pois (b) afirmam tratar-se apenas de uma lingua que ninguem eentendia" (118), 6.2. "Quando se tentou estabelacer as colnias da Franca Antartica (1555) @ (c) da Franga Equinocial (1612).." (linha 133) porque ‘apesar disso ‘embora ‘conforme ‘bem como) [como também 7. Observem as seguintes ocorréncias verbals e tentem preencher o quadro 2 seguir: [ OCORRENCIA VERBAL | INFINITIVO | SUJEITO | VALOR TEMPORAL TEXTUAL, Uso trouxeram + prejudicavam # tina sido | 16 UNIDADE 2 FORMAS DE PENSAR O BRASIL | [ezal TIPOS E MITOS DO PENSAMENTO BRASILEIRO Octavio Ianni (© cs pode er vito como um pal, uma 40> “edie nacional, um ago oa um Exd6-2530 fr tnsch de conceto A despedo de que fen nome hint, terra © fonts, hundera « hint. 5 ~ popula € govern, herds € sant, ees & ‘uecinencs, gras ¢safiments, ruin € mo rommenton dehate-t contin + percdicimente {eido de conhever se, defnicse,etabelcer 9:20 seu conceto, Perguntmse swe qua poe Se 0 note" deep ue te repetem sen arent, pgs bret: 8= Eoee olan que porns bw pte de terpretacies ste 0 i, Dee 9 a a peetigdes. seam abangents. sem particule Fi sempre uma inquieaean ee ef 08 fem sido « 0 que podert ser © pun nine Inger no mapa do mundo: Europa, Aa ou Novo WO-re uma nebles informe, go sean tn tese de 1O= Mundo benco, mesg. indigena ou neg fo ot exerno atic OM ere petro fur do ere munde ou canine da pit rou Bid ave nome pave Se 0 de un pis 3 fin vege ou de una mercadona free £0 estado de expire ou 1 mente que penne a4 ita inguetages de uns © on tro. evandvos 3 huscr a fsionoma, 0 modo de Sen 3 relidade, 08 demas © 38 perspective de Is- Seniedade, do pove frase, J red ons E> YS. 20 tidonagn Sho mre 8 qe se PerRUEAN Ua pre ser 2 Fon 3 84 expleae a (9) aelagdo © even [Alpuns csUOse nuNas asa presets devs nQi3cOE8 © KERRIES Wile pena relembrir sgune. entre 06 aie at yecohras de Tavares ston. prc, So Be incre. istia de Herts trans, Jou Situco, O abuiciomem, Raul Fompeia, Owe re. Buctes ca Cina, OS were, Lima Rane Tre fim de Poicurp Quarema, Owes Vin a ticlj ds pone rei Mise de Andes ‘Se Moxie Pauls Prd, Beate do Brad ‘Grucliane Ramos, Vale scat, nd ins do Rew, 6 REVISTA BRASILEIRA DF CIENCIAS SOCIAIS - VOL. 17 Ni 49. go more: Cvo Wado Je, transi plea do | raat esa ea Forma pla Wal si Brasil, Sergio Ararque de Holanda, Katzes do Oe rratadns pravica € ideologicsmene 0 indko. US Brasil. Giherwo Frevie fnerpetaane do Aral eg. 0 te, fpans,# POIONES CUES Yaimundo Faora, Os desi de paler Frresan aide coletwndades deme singe“ Femandes, a relia nrg Clovis Moura, ato cl Aces da senate: Anvono Cando, Parma e) © fel teh Xo vita cnn um pi ue {0a tert brain, Afredo Bow, Da as pie Ha paces aoe $0 rica du colomizagdo: Celso Funado, Brasil. a 5 —cumaen : Cento termple S10 win an imuetaetes,ineropes meno interpater ve se cabo meses (mor eaudor ¢ rarities, deadee 4 ok SS-cer a hats, dearevereqeas capa aloe cent descohar as perspectivas do pais, evedaae! tscins,povo ov Eade nae. So vias linha de penstneto 08 me mmo a5 Tamas de nepretgio do Bras Sob 0 tat ou fase que se desenvolven, resem 0 pen eter. Mas eso presente €ewilem ter em mur eador ¢ mamtvas. Desnhamac ono se fr una spa, poli epolénes ‘Supa do impo Pater Vale pena -tepiar alguna, nds gue de forma breve. tit de revels ance” na qual Rove 4 demerit racial, WsetrenK eet rece eee leases eee ae reiivors te 6 eRe re eae point imokeuay treeh bearer ecees oc kaea nous cx manana te dee ‘is pov rest nd das epee 5 stem gn © mote, Gee me QE oe mecden cryin cm Sewer este howe. pee oe see eae peere SiSo do tei de uh ene vn coe tr de pox cm sla dos seers U0 pologias, sendin que em alguns casox desde 1 peopeces Ng foale «nals sec usr dy ps em es ea feces dl satin eo Sede ot oe cl om hte pai SCTE SLSIST, Sc ences "Beer ot nin ptr hy Se ess tek re ip on ees dee ss cs Pee ee Storms dc asst cm Soe (HV Brasil seria um pals cuja histdria ests am- es ee er nae on quis eer dino propeny «cots no plamente determinads pelos movimenior «120 0% Suzie avers dinimens pps YS = cxigencas dos mercados enrnon, deade 9 — mem com sa Net de pate deve coloniatamo ¢ © imperialismo 20 glohaiama, YE em fermos de stgnos, skntokos © emtdemas, fpves © Ageacoen res trac bees 2 Seininéove por afcretes modstdacer se (Hua, «unc wars « le. te 35 $s nero hor metcdoe extern es Srcacea eee (©)0 Bra vizo coma um puis marsdo plo Su heres or tons mann Go =-parasiona qe fms dear m9 sored ase oat Cetipene oe Cero dn stnios ce errno, co desbie®. ua drenclnen hatin tremor no coecane, cesta © tae Sig ques depen do mig ie Gs tai non design Senne que pnsun pes ed nr sowopesan. sem exqucer + conn «32a west cess ¢ om ees 95 ~ text sung, mes conan eate sch eis nk tee tne a Shewdo pca ‘Se team cone ua tae sung a (G10 tea nutrone poo wn emogncs Som tert igeemne, porto A ‘2cadepete dor ocr de epime Se creso-hem crto et ence (9 So Bea 9 Ratan conan x sociedad ii IB que est era pouco organiza. dipens, felsugoss, de tal mane que 0 Exide me 20 TIPOS £ MITOS DO PENSAMENTO BRASILEIRO. 13Se detenmindo pels ementes, 3 subsided, 0 oeagd0 (cord), ut aM alhend ow MESO avewo 30 “nional™Aamben entrant 0 “ne Geir", 9 “indo”, 0 “negro”. “migrate”. 0 Bhicho™ ose 0 ering sek Vio = 2800. 0 “desbesador, 0 avert “Mat ‘ama, “Mani cerer “J geo “preguic™ hota” ees Uta" at “eee cage tries poliica de “concliagdo”. a ese das “revolts Francas™ Assi tmPsém Rorescem 3 ess © 38 {YS figuractes. os mios ¢ 3s miceacoes de “Lampxio”. “ade Cicero” "Anton Conve. “Teer “Pub eos, ease meaginsies SO MAHOR S sm metals en sleyercanente slurs 1 orden que x apesent canplene contr ctor. ciel coma € hahasitnente 2 veshtce Serial et tlre da ahi fom seus age de Frese can Ro hee. snr, snropelogi, scr {8 cfenct poles. pcos, teat. reanance poesia e cuts linguagens, sto Trequenter 36 Wrondries pica Alghmnst ein nenter 20 rivera emp xt epi ps medina tras Rs qe elaboram tp “eve” RT “ides Poverty ser tm cane nai resis, press sess cA he ae ‘ipos € 08 micos que povoam os estudos es VBesias. Sin tsqngrafas he ume hiss ci ‘aravas, 3 ealidadese fants, compondo Gosia vases canograin nt linha inerprestva permeta os exerts de Sergio Buarque de Holands, © conta com, contibuigdes natives de whee Couto, Grae Arana, Paulo Prada, Castano Rica, Ment 13S=e vicchiae ours. Af pode haver essonincias ‘de exo ce Sivio Romero, Ral Passe, nt ormente, José de Alencit e Goncalves Dia. Mas ‘abe ebservar que eso vide da histia do Bras impregna tanem escrtos de virios stores ds Y6O- Sentra de Ante Moser de 1922 Sem exquecer con muitos exudor de citncis socisis. que s imuliplicam posteriormente.conferinde 2 alguns Ups © mos outras © nowas moduagdes. ‘Mais uma vez, cabe reconhecer que cada mintepretagio do Brasil nasce de um dado cima Imcelecsl, envolvendo quesoes e tenses que uname ar ¢ desafam uns caton © cls que Srgo Buarque de Holinds trace no desenho Ge 0 *homem cordial” € 9 mesmo en que Se 190 gexow “macinima", marci cere” “prepuce “Iaxoria” e“jeea atu", conforine ot esertos de Mano de Ande, Cassina Ried, Paulo eid Mentera Laho, ene O00. I hiss do pensamentaheasiewa dena VAS sobre 2 sodedade as cura, 0 frequentes 38 vezes, ROLES 0s pes que se ram € re ‘am, exquirande 3 fice complexa elie Assim, a hitéia aparece como uma coles30 de Figura €Fguragdes, 1 Upos e mis, felatwen x hor inaividuos- colewidades. 2 stages e contents marcines. a momentos da Reohins que xr Notes que diverts ion ponsvem age 6 ‘com, reveamn proximate © semethances dando mpressig de qve x compoe camo se sens ame “Faia” et “Wahspen ee 0 yee revelin pitenta ix mevann mpes mente refed chomem cordial wort cere”, sae perené™ “Fed matazae preguica. “Wein”, Jeca Gu" Tver seam Somente expresses cession «salt. ent Siar da imaginagao. Mas thon & posted reso becer que tom rafzes na sede, rt cua © raise, dee una dads perspec tum dao est de pensimente Neste que A Hipot ites parece has 2 wove enesizades a formacSo sociocull, pole corecontimicn € paleesveul rasa. AV near teadigoes inaigen,afacaas pemtuess 3m de cuss menae fot, até Fine do cule NIX So wets, prides, vores Hack, mine © 5 ancasss tun presents emt ut sociedad ct ‘qe se manvfewim, desde os seus primndh0 mismo, fecha, + pubis. 0 exndme, 2 umbands, a quiehunds, 0 expiitiens poplar © exolceo rural © Mtr fags mY AF ese ocxivets de erigem m0 %0 indigent sicins © Portugues, mis tenn heey meters NS todo wm ato, complenn « migicn shat kurt “poe” 9a forwugio da oxiedade best fea, enuando pelo secu % ¢ continwanda evidente no século XX Esse mio pxave menie. 0 coment isin, sacl «cul om qe se prod 9 mati" de rag de tps emi tos, het come os a atlagen onit” Maconsis’ Gr] 8 REVISTA BRASILEIRA DE CIENCIAS SOCIAIS - VOL ITN 49 cu “hayes See seni € ete Mace 259 san come o “hoe cont pre peer ten cate” Pa a foe pe ‘orc esc, pr me gua = Can scien de ec en Gabe recor mr eae nt one it 5. de up spa prs doceanpromic le. Image Whertne cee ath cone Imaal 0 dexomprovnase com + dc unfene dymuide a0 trata © 46 uatullsdee Dal pre, came eterestipne St maser entry, innen meget, SOON oe Gain ot Teagan « encecieam tron, Ege « fgoe 7 en edo de ner Qu a 8 echo Uo toimunte eee € lave que 0 Tamem coxa Macunaina. “Pedro wulizte” eect tne lemband) 4 “preg” a hoeiea” evan coe nyo wits © native sigiicagban,partcponde pile, 3 rejesgio da irtuiho como obriaacto, + 2Scir compenio v mewimentisie Jo Kuga da Seciaiidade sults, snprevinve, S80 tragos Go Ya hoerem ceil, Macunaina, Mart cere, co vendo cont a preguics © 4 mea, halen Indotente de sc cat sexed ¢ du seus eferentes Seton 89. Cerentes meciligoes, Mas tamben © pensive! recunhecer que pode aver algun partes crtre o-hontem cordial” Macunioe' tre -E uito sietomtico que casi figuras igure: Bowes, fembeande 4 “prspwive” «4 -lumivi’ “Bes eet formulas vivid em uma sxiedade Dagens qusl houve pratamente quatro secular de ‘ecrivismo. HA al perma, um dens em Sociedade em que 0 tabatho € igo come ai Ge suber, exces, de cts ie, er _quindo 4 i a aboligin do escesane, ckese 250 desi premente de redefinic atuto, conten dhe digniade, com 0 qual se expres 2 ga ade do inviduo e da socicdade,resutindo em fiquess © prosperidade; prinipalmente part 0 proprictivios dos meios de prodvg30, 2 uggs 255—em formigdo. Em larga medida, ewe € 0 Hein do movimento aholiconia, presente em O whl ‘iomiemn de Joaquinn Nabwon, dewavanderse fem mites dos discus, eBnicis, reponagens, ts ¢ os promunccentoscomemonson 2600 13 de mio de 1H (corre que o eseravisne eres em decino € ‘enna como regime de rahulho exrivo, ode, compulsério, subordinado, wualmente alerado, Suitaneamente, ntensiics se 3 umigrgio ce -zés-europens. enquanto “bragos para» lous” dexinados 2 subsite 0 excrivo e, simutanes mente, “peanguea, “ewropeiza” ou aranaar” populate, a sociedade, 2 cukurs, 2 viviizagio. De repent, toda ums culturs do trabalho comme To —atwvidade do “uabalhadoe eserwvo” precoa set shandonuds ou redefinida em termos do telalho ‘ome atvdade do "wahalhador lire” De repent (odos so desaiado redefines ics do thao. Desenvolvee um vata e complcada proceso AS sccocuha, picasa ¢ Kelton destinado 8 35 ‘como figuras € figures Com a9 qua mem Se stanza valores, kets © mdse ser Qe orescem ay cereanias dt cust grande, longe dot rentals, O que ent eon can implicit, et 1S ceme ow evnteme, € a ginese da nova ec do Camano, come atwidade dgmicame. For 0 ie "fc Ft" se Lan, Em nmitos eator, tormae dif, ov maemo Jinpossve, ditingwic @ “upo". comma explcact. oto", como formula Wdentogica de reveracao So fregenter oe citoe de metsmodaee da pn se mito. Arai que oe reer ot formule, ‘rumen © por exo qe alguns fens ve 0 lee Fees, coment © repetin. 326 pode ccowrer ain process de ilecgiangs et ‘eiticago, © conceit pode aque er abran soca © uma const que tancende basta ‘4 mutissimo, © conten 36 qual esa ong iamente referida, A pair de como mamentn, Macunaima” pode revelanse im ity tanto ‘qvieto 0 “hone cowial, ov» pula ve comeligdo", Mo quarto &“evohu20 franc sa ¢ una snewmorfose que pode acomere em ‘comida co ruins concen dae ences soit NS am dieretessocedades ¢ épocie No civ ou soietade rasa, 39 yes fem a press de ie # sn isons 2 © fe redunds sui cole de mat, eget tipo, que tena side elaboradoe no empento de *Pcompreenter cs explicrstvaybea, aconteimen tos, llemss, perspectwas. Diane a ealce Detdncosncial complex © prnblenites, labo Tz ‘TIPOS E MITOS DO PENSAMENTO BRASILEIRO ame tipo, com os quis readde se revels inteligivel Aus poweas. no entant, pode newer 25.4 ideniogizacio ou reiigd0, 0 que promone 4 metamoriose do tipo em mito. Engi, suentae + distineis ene a reside e 0 ipa c, miss sin erate a reside © 0 40. Assan, eae des locsrse, fasta, evaporn-se, oen-se inverse ea € a idéia 0 percune di illexio, an Ipusca da “compreensio" ou da “expicxg3o" Pode levar comsiao algo ou uo de fcGB0. A, ‘ealidade wansfigura'se em concen e eateRenia ‘ou metifors © alegoria. Essa metamortoses ‘poido” como dervada e equivalente as diferencas do tipo aventurlro encontrado em Portugal. Espanha © Inglaterra, eo tipo trabalhador,estavel,predominanta no resto da Europa. Havera uma incompreensde rales entre ambos, muito mais do que oposigio evidente.O primeira desses tips tnha como caracteritca oi lém das trontiras, 0 visar hortontes distantes. O segundo prviegiava a dificuldade a vencer, nao 0 tunto 3 alcancar. Nos aventureiros, “cada um ¢ fo de si mesmo, de seu esforco préprio, de suas vrtudes."(8). "A frousldo da estrutura social, flta de hieraruiaorganizada devemse alguns dos episddios mas singulares da historia cas nacGes hspinicas, incuindo-senelas Portugal Brasi(S). Nao importam as tradigbes pols 0 que vale @ maic “a eminéncia propria do que a herdada"C). ses fates contriburam na criagbo do "homem cordial. Sto carateristcas da cordalidade: 25~ 3) intimidade: ah! como & dif a um brasileiro se acostumar 3 sutleza da diferenca do emorego do “tu” e do “vous” em francés e como the parece estranho, até mesmo carieato, a sucess30 de maneios 60 C2D8¢2 SOE Japoneses Vericase uma enorme dfculdade no respeito a um supetor. “A marifestagSo normal de respeito fem outros povos temaqui sua réplica, em regrageral, no desejo de estabelecer intimidade"(7) € com feclidade aque ap6s quinze minutos de conversa dois brasilerosjé “se contaram a vida toda", como até mesmo Sea NO 5rgioe,passada meia hora, se descobrem amigos de infincia 5) uso dos giminutivos: “no dominio da lingustica esse modo de ser parece refletirze em nosso pender acentuado para o emprego dos diminutves"(8), 0 que pode ocasionar frases tals come: - se eu me atraser wm Pouguinko, vo va tomando um chopinho, com alguma comidinha ou entdo dé uma iadinhs.« mancira de fazer tudo mais acesivel, menor, réximo; uma vida que caba na palma da mao; uma vidinna {~ c) omiss¥o do ome de familia: quem fi eranga no Brasil hé de se lembrar seu pal pargunta: “Maé occa cou amigo tem sobrenome? E José do qua?" eas criangas, sem entender, invariavelmente respondem:."€ Jord meu amigo, ponto." E que difculdade na hora de querer encontrar um telefone ns lista. €quantas veses nem 9 Drenome se sabe, pois hé trina anos $6 se conhece 0 apelido. “Seria talver plausivelrelaionr tl foto 8 Sugestio de que o uso do simples prenome importa em abolir psicologicamente as barrerasdeterminadas pelo Wp__fato de exstirem familias diferentes e independentes umas das outras.“(9) Mats Uma ver, para 0 aventuretr, no importa de onde se vem mas 0 que se &. Os estrangerasacham estranho que no Bras a ordem alfabetica 2 dos prenomes e, por sua vet, brasileiros a0 serem chamados pelo nome da familia n30 s® sentem ‘dentifieados, ois pode se tratar de um irmlo, ou de um primo. pute tate cam a grestgh a] ” sirens vionam Cade Pucaee Jape Fore 4) tea da emogdo: qualquer forma de convivio ha de ser ditado por uma “ética de fundo emotvo"(10); até yg mesmo concorretes; antes de mais nada, tem a necessidade de se amigos. ‘Nem mesmo 05 rts religosose seus personagens escapam ao “horror ds datincas"{1) que parece consttuir 6 trago mas especitco do espirto brasileiro. Dizem que at a pompa do Vaticano, xe no Bras eistalase, no resistria 3 irreverénca local e que em poucos das 0 Papa teria um apelido camarada “A uma religiosidade de superficie, menos atenta a0 sentido intimo das ceriménias do que 20 colorido # + ‘50 Dompa exterior. ninguém pedina que se elevasse a produzir qualquer moral social poderosa"(12), € 0 que tpia,conforme Buargue de Holanda, ofato da Republica brasileira ter sido obra de postivstas, ov agnésticos a Independéncia,realizada por macons Por essas caractristieas jd houve quem, no Bras, pensasse que a pscandlise, para aise implantar, deveria sofrer um processo de tropicalizagdo, tormando-a mals a0 gosto da terra; que o estender a mao, 0 diva, etc {55 ~evam coisas boas para os povos rose poids; “cosa de austriaco”, Ndo perceberam que € outa ageografia da psicandlise, que no € gla mais propria a0 polide que a0 cordial, nem vice-versa Sergio Buarque de Holanda no fax apologia do “homem cordial”, ndo 0 coloca no melhor dos mundo. Ele previne que “a vida em sociedade - parao basiera-€ de certo modo, uma verdaderalibertagdo do payor que fle sente de viverconsigo mesmo” e profere a maxima :- “Ele antes um viver nos outros", concuindo, citando {@ -Nietzzehe -"Vosso mau amor de vés mesmos vos faz do isolamento um cativero” (13). Esta tipologia de imaginéro social, do *homem cordial” edo “homer poldo", pode ser comparada, a meu ver, com 0 intito de uma critica psicanaltica, aquela lembrada por Jacaues Lacan, em seu semindio sobre @ Transferencia, quando se refere aos tipos altruistae egosta. Desconfiem do altrust, ele eer, NN3o para preconzar 0 egoismo, ¢ claro, mas, se quanto a este no & necessério advertro deft, por ser 15 -evident,o akrusta, em sua bondade, em sua piedade, no seu incansivel querer bem ao outro pode aparecer camo um wrtuoso moral “E que, de fto,o precioso Mili, o altruismo, nfo pass da cobertura de ume outro cosa, evocks vio observar isso sempre, sob a candlgSo, todavia, de estarem no plano de endise™S4). Lacon teemplfica oaltruista através de um obsessivo que diz casar com a pobre gaota ~ alusSo a uma histrca~ por piedade ou respeito “eando ambos aborrecidos por muite tempo", porquanto,contrariamente ao que exlica, 42 “o que ele espeita, 0 que ele no quer tocar, na imagem do outro, a sua prépris imagem. Se a inttiidade, » Intorabilidade dessa imagem nio fosse cuidadosamente preservada, o que surgi seria simplesmente 0 angusta"(5) ‘pessoa que se concebe altrusta no se angustia em face de uma possivel maldade que cometeria ao deiner @ pobre garota. Uma, porque ela s6 é “pobre” e “garota" em sua imaginacdo, e a experiénca € prédiga em ‘5. mostrar a dureza das “pobres garotas";e outa, mais fundamental, ¢ que a sua angista reside no confronto 20 objeto do seu desejo, quando ultrapassa a queixa ea insatsfago cotidiana. 0 alfc @ que em face do que se {quer = quando se pode querer - surge o desampar, o Hillosighet feudlano, o estar <6 frente 30 seu deseo, Uma pessoa esté sempre acompanhada frente ao que nlo gosta, pos a reclamagSo €coetva, da os sndieatos ‘A opsio desejante, por sua ve, ¢ soltria; ela ndo se explica, se fx. 2. 4 muito de atrusta no “homem cora’,por iss nos permitrmos empareirar Lacan e Buarque de Holanda © pricanalstaexlarece o que ohistorador descreve como “0 pavor de viverconsga mesma” Fase pav> podemos entender como oriundo da ifieuldade para cada pessoa ce nstertar o teu deta, poit Sendo este singular, no compare, surge com facade fantasia de excusio, de er abandonado pelo 47090 trib, ou bando a que pertence- "vo me matar.”, um fantasme pardigmitica, ‘Assim se expressa Lacan a respeito: “se a andlise ndo consegulu fazer com que as homens compreendessem que Seus desejos, em primeio lugar, 0 so a mesma coisa que suas necessidades, e, em segundo gat, Ue 0 desejo apresenta em si mesmo um caster pergoso, amen¢ador para © individ, que ee azarae plo e3or fevdentemente ameagador que ele =o deseo comporta para o bando; pergunto-me, ent, para que a anlce tera serido(16) Essa ¢ entio a nova forma de tratamento da angistia que a psicandlise prope ao homer; levé-lo a sustentar & seu dese,» nfo ceder no que desla Para ating este pont, ¢ necessra atravssaro confor das solutes Coletvas, fantasmaticas, ofantasma 6 colatvivel,osintoma @ singular. Por fio @ QUE 0 FsIdUD, 0 Te Ge tma anise € um sintoma, um saber fazer, um esto singular. No pen'smos que se nos cupamos mais aqui com @ corsial-aruta, a vids tere matt Hei para © pido F egosta, ou que este melhor suportarao dif de simesmo. Ora, 0 evitro contacto com ot outros, © homer oldo perde a chance de descobrir que existem os outros. A sua Solio é fl, pols vive ne mundo dele ‘mesme, onde: familar, 0"como Is em casa, €valorizaco Diaer também que a picandlse se acomodaria melhor ao imagindrio poido-europey, por ser este mas adento aot rtusis de distinc, de repetigdes dos encontros, das horas marcadas, sera to falso quanto pensar que 38 shen ert com i oN n auras Haman Cara a4 Pesrlie. Je Fre AP mais adequada ela estaria a0 imaginario cordial-brasileiro, porque com mais failidade os brasileros falam de sus Intimidade ‘A nenhum dos dois mundos pertence a psicanilise, dai dizermos que sua geografia & 2 de um campo, marcado por seu fundador, freudiano, AO$ init almejar que na terra do campo freudiano surja uma nova proposta de convivio melhor que a cordalidade 2 pole: crticadas. $é podemos esperar que 20 final de uma andlise uma pessoa possa ter-se despoiado de identifiagoes imaginarias embaracantes, estorvantes, e prove uma maneira peculiar de fazer passat na logica deste mundo um qué.de seu desejo, sem sufoco, mas sem por isso desprezar a cordialidade e a polidez, Bibliogratis 1. BUARQUE DE HOLANDA,S,,Raizes do Brasil, José Olympio Ed, Rio de Janeiro, 24 ed, 1992, p. 2 .107. 3 .107 e 108, 4 ps. 5 1.5. 6. P.9. z. . 108. 8 . 108. 9, .108. 10, . 208. u. p.110. 2 pil. 2B. > p.108. 14, LACAN, J, Seminario Livro 8 -A Transferéncia, texto estabelecido por Jacques-Alain Miller, Jorge Zahar Ed, Rio de Janeiro, 1982, . 352 (No original: Le Transfer, Seuil, Paris, 1991, p. 423) 46. 1 P-352 (No original :p. 423). 16, 1p. 386 (No original :p. 428), 1 2035 org eres Cmca Pesquan em ranve, Todor on Sreton eared, seavicaohescamte el gues can ee NO HS UNIDADE 3: ATIVIDADES DE LEITURA E AVALIACAO ‘Sérgio Buarque de Holanda ~ 1902 ~ 1982 A) RAIZES DO BRASIL 1. Elaborem um quadro em se estabelecam os tragos diferenciais entre a Sociedade europeia e a brasileira 2. Tentem justiicar a afirmacdo que 0 autor realiza nas primoiras linhas do texto. A que se refere com cordialidade brasileira ¢ qual ¢ a origem © sentido da expresso *homem cordial"? 3. Quais so, conforme Sérgio Buarque de Holanda, as ragras dessa cordialidade brasileira, t8o caracteristica? 4. No texto aparece um trecho em que 0 autor se posiciona claraments como incluido ou nao dentro dessa caracterizacao, reconhecendo-se a si prdprio. Poderiam indicar essa passagem? 5. Qual 6 o papel da religiosidade na constituicao do ser brasileiro? Qual @ 2 relagdo que estabelece com regras o normas impostas pola doutrina © quaie. ‘as transformagées que introduz na relagdo? Como influi este tipo de relacionamento na caracterizagdo do ser brasileiro? 6. Procurem no texto pelo menos trés exemplos de uso de pretento impertelto cdo subjuntivo e tentem explicar 0 funcionamento textual 7. Indiquem 0 tempo € 0 sujeito textual de: existirem (linha 74); fornegam outros exempios textuais para a mesma forma verbal. (] B)"O HOMEM CORDIAL E A PSICANALISE” No livro Aulas de Portugués: pardmetros © perpectivas de Regina Lica Péret Dell'isola, a autora afirma que Como objeto cultural, o texto tem uma existéncia fisica que pode ser delimitada pelos interlocutores que séo capazes de identificar pontos de contato desse com outros textos. Cada texto constitul uma proposta de significagao que no esta inteiramente construida. Cabe aos interlocutores o desencadeamento dos sentidos textuais, Que conhecimentos espera-se que tenha 0 leitor a fim de realizar uma previsdo mais adequada do tema tratado polo texto a partir do cou titulo *O homem cordial e a psicandlise"? No mesmo livro citado na questao anterior, DeifIsola lembra ainda que Os textos S40 produgdes que quase sempre retomam ou mantem ccontato com outros textos. Essas produgées humanas encontram-se em cconstante interrelagdo e integram uma grande rede cujos fos sao compostos por elementos da linguagem humana.” Logo. depois acrescenta, “Dialogismo envolve a existéncia de uma interacao permanente entre os partcipantes do dialogo e uma interdependéncia entre discurso e contexto: cada qual determina e seleciona 0 outro Qualquer texto 6 duplamente dialégico: apresenta uma relacao entre os interlocutores e uma relagao logica com os textos. O discurso tambem @ fruto de uma relagao dialdgica, visto que ele se constroi por meio do didlogo entre sujeitos fatantes (dialogismo) e através do didlogo com outros discursos (intertextualidade). “Assim, a mistura de elementos transforma 0 texto em um outro texto, que pode, por sua vez, ser rectiado @ transformado em um novo produto textual, como se houvesse uma cadeia infnita de possibilidades (...) Como é possivel identificar 0 dialogismo e a intertextualidade no texto de Jorge Forbes? Demonstrem com o maximo de exemplos possivel Em seu texto, Forbes defende uma tese em relacdo ao espaco da psicandlise. Qual é esta tese e qual tipo de argumentacao é empregaca para defendé-la? Construam um mapa (ou rede) conceitual do texto. ‘A que fazem referéncia as palavras abaixo: ) dessa mascara (linha 12): ) esses fatores (inna 24): a

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