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FÓRUM DRS

www.iicaforumdrs.org.br

IS S N 2 2 2 7 - 6 5 9 9
Revista Eletrônica
Ano 2 | Edição 4 | março/2013

Venezuela teje
nueva ruralidad,
con tecnología y
Buen Vivir

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 1


SEMEANDO
INOVAÇÃO
PARA COLHER
PROSPERIDADE

2 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS


EDITORIAL EDITORIAL

En un período turbulento de impases e indecisiones In a troubled period of conflicts and indecision, appe-
que atraviesan las discusiones sobre el futuro sostenible y ar a series of discussions related to the wold sustainable
social del mundo, sobre todo en cuestiones relacionadas and social future, mainly on issues related to the thematic
con los cambios temáticos, la seguridad alimentaria y la changes, food security and social inequality, there is an
desigualdad social, existe una evidente falta de liderazgo evident lack of leadership as well as the lack of concrete
y falta de compromisos concretos por parte de nuestros commitments of our representatives. This is even more
representantes. Esto es aún más evidente en las zonas ru-
sensible in rural areas, which increasingly seems to have a
rales, que cada vez más parece carecer de voces activas en
lack of active voices in the public sphere. In this context, the
la esfera pública. Por lo tanto, la Revista Foro DRS - Revista
DRS Forum Magazine brings to the reader, in this edition,
Electrónica trae al lector, en esta edición, un perfil para
a profile to inspire leaders and serve as a mirror for future
inspirar a los líderes y servir de espejo para futuros por-
spokespersons and advocates of social equality, especially
tavoces y defensores de la igualdad social, especialmente
en las zonas rurales: Carlos Miranda, un estímulo para los in rural areas: Carlos Miranda, an encouragement to those
que viven en las zonas rurales y para aquellos que deseen living in the countryside and for those wishing to join the
ingresar en el oficio de operarios de un mundo sostenible. workers context in a fair sustainable world.

Para enriquecer el carácter Latinoamericano de la Re- To enrich the Latin American character of the DRS Fo-
vista Foro DRS – Revista Electrónica, seleccionamos dos rum Magazine, we selected two managers of public entities
gestores públicos de entidades que desempeñan un papel that play an important role in the achievement of public po-
importante en el logro de la política pública y el desarrollo licies and rural development in the continent. One of them
rural en el continente. Por un lado, Víctor Villalobos, Di- is Victor Villalobos, General Director of IICA that speaks of
rector General del IICA que habla de la importancia de la the importance of technological and social innovation for
innovación tecnológica y social para el progreso de la regi- the region’s progress. The other one is Andrea Butto, Secre-
ón. Por otra parte, Andrea Butto, Secretaria de Desarrollo
tary of territorial development, she analyzes the Brazilian
Territorial, analiza las políticas brasileñas enfrentamiento
policies against social inequalities.
de las desigualdades sociales.
Besides the three opinion articles on DRS current to-
Además de los tres artículos de opinión sobre temas
pics, this fourth edition highlights three articles on broad
actuales del DRS, en esta cuarta edición destacamos tres
range projects not only nationally but also internationally.
reportajes sobre la amplitud de los proyectos no solo a nivel
nacional como también internacional. En el primer caso, The first case, as cover material, presents the results of a
como materia principal, se presentan los resultados de un Venezuelan project that aims “to build a new rurality in the
proyecto Venezolano que tiene como objetivo “construir country associated with productive technology to the life
una nueva ruralidad en el país con tecnología productiva quality of rural population”.
asociada al buen vivir de la población del campo”.
The second article is about the debate that took place in
El Segundo artículo trata del debate realizado en el Se- the Brazilian Senate about the project “Rethinking the Con-
nado sobre el proyecto brasileño “Repensar el Concepto de cept of Rurality in Brazil and its implications on public po-
Ruralidad en el Brasil y sus implicaciones sobre las políticas licy.” To conclude this edition, we present an article about
públicas”. Para concluir esta edición, presentamos un infor- the achievements of the implementation of the Strategy for
me con avances logrados en la aplicación de la Estrategia Rural and Land Development in Central America - ECADERT.
de Desarrollo Rural y Tierras en América Central - ECADERT.
Have a nice reading!
Buena lectura!

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 3


Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA
Diretor Geral: Víctor Villalobos
EDITORIAL Representante do IICA no Brasil: Manuel Rodolfo Otero
Coordenação de Comunicação: Mário Salimón

Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável


Coordenador Executivo: Carlos Miranda
Em um período conturbado, de impasses e indecisões, Assessor Técnico: Breno Tiburcio
pelo o qual atravessam as discussões sobre o futuro susten- Assistente Técnico: Renato Carvalho
Jornalista: André Kauric
tável e social do mundo, principalmente, em temas relacio- Secretária Executiva: Tatiana Cassimiro
nados às mudanças temáticas, a segurança alimentar e a de-
sigualdade social, fica evidente a escassez de líderes e a falta
de comprometimentos concretos por parte de nossos repre-
sentantes. Isto é ainda mais sensível no meio rural, que cada
vez mais parece carecer de vozes atuantes nas esferas públi-
cas. Assim, a Revista do Fórum DRS traz ao leitor, nesta edição,
um perfil para inspirar líderes e servir de espelho para futuros
REVISTA FÓRUM DRS
porta-vozes e defensores da igualdade social, principalmente www.iicaforumdrs.org.br
no meio rural: Carlos Miranda, um alento para àqueles que
vivem no campo e pra àqueles que pretendem ingressar no
Conselho Editorial: Manuel Otero, Carlos Miranda,
ofício de operários de um mundo sustentável justo.
Breno Tiburcio, Byron Miranda, Alberto Adib e
Para enriquecer o caráter latinoamericano da Revista do João Torrens.
Fórum DRS, selecionamos dois gestores públicos de entidades
Redação
que jogam um papel importante na consecução das políticas
Editora de Arte e Editoração Patricia Porto
públicas e de desenvolvimento rural no continente. De um
Jornalista responsável André Kauric
lado Victor Villalobos, diretor geral do IICA que fala da impor- Foto de Capa IICA
tancia da inovação tecnologica e social para o progresso da Foto 4a capa: Cortesía RSIP Antonio José de Sucre
região. De outra parte, Andrea Butto, secretária de desenvol- Fotos Arquivo IICA
vimento territorial, analisa as politicas brasileiras de enfren-
damento das desigualdades sociais. Entre em contato com a redação
Representação do IICA no Brasil
Além dos três artigos de opinião sobre temas atuais do SHIS QI 03, Lote A, Bloco F, Centro Empresarial
DRS, nesta quarta edição destacamos três reportagens sobre Terracotta
projetos de amplitude não só nacional como internacional. No CEP 71605-450, Brasília-DF, Brasil.
primeiro caso, como materia de capa, apresenta-se os resulta- Telefone: (55 61) 2106-5477
Fax: (55 61) 2106-5458 / 5459
dos de um projeto Venezuelano que visa “construir una nue-
comunicacao@iicaforumdrs.org.br
va ruralidad en el pais con tecnología productivas asociada al
buen vivir de la población del campo”. A segunda reportagem A REVISTA FORUM DRS É UMA PUBLICAÇÃO ELETRÔNICA
trata do debate realizado no Senado Federal brasileiro sobre TRIMESTRAL. OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS E
MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS
o projeto “Repensando o Conceito de Ruralidade no Brasil
AUTORES, NÃO REFLETINDO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO
e suas implicações sobre as políticas públicas”. Finalizando DO FÓRUM DRS.
essa edição, apresentamos um reportagem com os avenços
É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DA REVISTA, DESDE QUE
logrados na execução da Estratégia de Desenvolvimento Rural
CITADA A FONTE.
e Territorial na América Central - ECADERT.

Boa leitura!

Siga-nos: http://twitter.com/forumdrs
6
SUMÁRIO Perfil
Carlos Miranda
6
Coordenador Executivo do Fórum DRS e Especialista em
Desenvolvimento Rural do IICA no Brasil

10 Entrevista
Víctor M. Villalobos
10
Mexicano, ingeniero agrónomo, maestro en Ciencias en
Genética Vegetal, Director General del IICA

Andrea Butto
38
Brasileira, Mestre em antropologia e Secretária de
Desenvolvimento Territorial do MDA

16 Desafios do DRS
Venezuela teje nueva ruralidad, con tecnología y Buen Vivir
16

Conceito de rural é debatido no Senado Federal do Brasil 22

ECADERT: una estrategia de desarrollo que se consolida


30

45 Artigo
Silvana Vallejo Páe
9
Los Desafíos del Buen Vivir Rural

Sérgio Sepulveda
37
Políticas para la Agricultura Familiar (PAF) en América Latina:
potencial y desafíos
André Kauric
Informa-se muito, comunica-se pouco
45
PERFIL

Carlos Miranda

Não vou parar. Eu quero mais.
Mais desafios. Fiz uma opção política
de lutar contra a desigualdade social
quando ainda era pequeno e vou
continuar.


Raio X
Graduado em Direito pela
Universidade Federal
de Pernambuco e com
especializações em
desenvolvimento econômico e
planejamento do desenvolvimento
rural pela CEPAL e Escolatina,
da Universidade do Chile.
Atualmente é Coordenador
Executivo do Fórum DRS e
Especialista em Desenvolvimento
Rural do IICA no Brasil.
Foto: Arquivo IICA

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PERFIL

Um homem, vários desafios e um objetivo:


enfrentar as desigualdades sociais
Da cidade de Canhotinho, no interior de Pernambuco, para o mundo. Nesta edição, o
leitor vai viajar pela vida de Carlos Miranda e entender porque é considerado um grande
negociador de projetos para o meio rural e o desenvolvimento

Esta edição do “Perfil” começa Zona da Mata, interior de emprego: professor de português.
com um pedido de desculpa ao Pernambuco, Brasil, foi lá, próxi- O exercício do ofício despertou
leitor por um provável episódio mo da cidade de Canhotinho, em Miranda outra vocação, a de
que não será aqui relatado. Do pe- onde nasceu, que Miranda teve formação de pessoas, além de ter
ríodo entre o qual foi produzido sua primeira experiência com o aprimorado muito bem sua didá-
até este momento, no qual você tema das desigualdades sociais. tica. Mais tarde, Miranda foi convi-
está lendo esta editoria, provavel- Seu pai, um dos gerentes da Usi- dado para dar aulas de Economia
mente, Carlos Miranda já terá fina- na Catende, a maior de açúcar e Rural na faculdade de Economia
lizado outra importante negocia- álcool da América Latina naquela da Universidade Católica de Per-
ção e, assim, assumido um novo época, o levou para morar na Usi- nambuco. “Me impressionava e
desafio em sua vida dedicada a na. Foi o primeiro impacto com as ainda impressiona o baixo nível
enfrentar as desigualdades sociais desigualdades sociais. “Foi minha em português dos nossos alunos.
e que, infelizmente, não será ex- primeira percepção do que era É essencial dominar a língua para
plicitado aqui. riqueza e pobreza. Ver o traba- ser um profissional de sucesso, in-
lhador, o operário e o dirigente dependente da área”.
No entanto, talvez isto sirva
é ver os que tinham tão pouco e
para ilustrar a inquietude de Car- Em 1958 um fato iria alterar a
os que tinham demais”, lembra.
los Miranda por novos desafios e vida de Miranda. Durante a forte
Para Miranda, a convivência com
o faro por conquistar novos proje- seca que atingia o Nordeste na-
as desigualdade sociais destacou
tos voltados para a área rural. Não quele ano, bispos formaram um
um traço político em sua perso-
queremos levar o leitor a criar o movimento para solicitar auxílio
nalidade.
estereótipo daquele executivo ao Governo Federal para a região.
usando terno e gravata, com três Após a experiência em Caten- O resultado da ação foi a criação
celulares nos bolsos e presença de, Miranda cursou Direito e Eco- da Superintendência do Nordeste,
ativa em eventos políticos. Não nomia em Recife. A experiência a Sudene. Miranda acompanhou
se equivoque. Para o perfil deste em Catende e as leituras dos livros tudo de perto e fez concurso para
mês, a arte de negociar não tem “Geografia da Fome” e “Geopolíti- formar parte da equipe técnica do
receita, não é um dom. Para Mi- ca da Fome”, do médico Josué de novo órgão criado. Deu certo e
randa, negociar um projeto para Castro, o levaram a desenvolver em 1962 Miranda começou sua
o meio rural é simplesmente de- sua primeira monografia a respei- jornada de dez anos na instituição
dicar tempo e energia na aposta to do tema Economia Canavieira fazendo o Curso de Especialização
que fez quando ainda era adoles- e o Tratamento dado ao Trabalha- em Planejamento e Desenvolvi-
cente. Talvez ai esteja o segredo dor rural. À época, Miranda conci- mento Econômico. O curso tinha
do sucesso. liava os estudos com seu primeiro entre os professores o primeiro

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PERFIL

superintendente da Sudene, nada des sociais. A experiência do SNPA mais uma vez inovou ao montar
mais nada menos que Celso Fur- destacou um traço marcante de um curso de capacitação para
tado. “Foi uma honra tê-lo como Miranda: a formação de pessoas. desenvolvimento, planejamento
professor”, ressalta. Durante uma Isso se comprovou com a criação e projeto.
década Miranda participou de do Curso de Pós Graduação em Sete anos depois, em 1988, Mi-
diversas atividades no órgão que, Desenvolvimento, Agricultura e randa desembarca na Costa Rica
na opinião dele, pesou muito em Sociedade (CPDA), um programa para trabalhar no Instituto Intera-
sua formação. interdisciplinar de ensino, pes- mericano de Cooperação para a
Em 1972 Miranda recebe con- quisa, extensão e intercâmbio Agricultura (IICA). Ali, durante seis
vite do BID para coordenar pro- em Ciências Sociais aplicadas ao anos, viaja por diversos países da
América Latina e o Caribe e co-
nhece a dura realidade da popu-
lação rural na região.
Em 1994, ainda pelo IICA, volta ao
Brasil e começa a desenvolver uma
série de ações e atividades que re-
sultaram na criação do Fórum Per-
manente de Desenvolvimento Rural
Sustentável, o Fórum DRS.
Miranda, desde 2005, é coorde-
nador executivo do Fórum DRS,
coordenador da área de Desen-
volvimento Rural da representa-
ção do IICA no Brasil e continua
procurando temas na fronteira do
conhecimento com o propósito
de enfrentar as desigualdades e a
pobreza. “Sempre comecei as coi-
sas partindo do zero. Nada existia.
Foto: André Kauric Vou persistir na minha escolha po-
lítica de contribuir para melhoria
jeto na Bahia. Três anos depois, conhecimento do mundo rural e do povo, pela superação da pobre-
um novo desafio. Desta vez en- áreas afins. Foi criado como Mes- za. Vou ser fiel a isso”, explica. Para
comendado pelo Ministério da trado em 1977. isso, Miranda vem desenvolvendo
Agricultura do Brasil e, talvez, um o projeto Repensando o Concei-
Chegamos à década de 80 e
dos mais importantes de sua car- to de Ruralidade no Brasil que vai
reira: organizar o Sistema Nacional Miranda é convidado pelo go- contribuir com a proposição de
de Planejamento Agrícola (SNPA). verno baiano para um novo de- políticas públicas para o meio rural,
Durante seis anos, Miranda per- safio no projeto de interiorização tanto no Brasil quanto na América
correu todo o país organizando do desenvolvimento no estado: Latina. Além disso, está engajado
as Comissões Estaduais de Pla- a criação de uma empresa, que no desenvolvimento de outros
nejamento Agrícola, as Cepa´s; mais tarde viria a se chamar projetos, voltados para a área de
aumentou ainda mais seu conhe- Companhia de Desenvolvimen- Comunicação Pública e enfrenta-
cimento e mapeou as desigualda- to e Ação Social, a CAR. Miranda mento da pobreza.

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ARTIGO
ARTIGO

Silvana Vallejo Páez é Viceministra de


Desarrollo Rural Ministerio de Agricultura, Los Desafíos del Buen Vivir Rural
Ganadería, Acuacultura y Pesca - Ecuador

exclusión social, el ajuste al cambio por el crecimiento de con-


Foto: Santiago Arguello

climático y gestión del riego, la pro- glomerados urbanos.


tección a la biodiversidad, la valora- • Reconocer como un factor
ción de las culturas tradicionales y clave el rol que pueden asu-
de la interculturalidad, el reconoci- mir los gobiernos autónomos
miento del derecho a la alimenta- descentralizados como factor
ción como base de la dignidad del de éxito en la implementaci-
ser humano, entre otros aspectos. ón de la estrategia de desar-
rollo rural.
El nuevo enfoque del Desarrollo

D
Rural adquiere una dimensión inno- • Fortalecer la articulación in-
urante décadas, el De-
vadora, que en Ecuador la hemos terinstitucional para lograr
sarrollo Rural fue enten-
denominado el Buen Vivir Rural, sinergia entre las políticas
dido como un proceso
que no es sino una estrategia que sectoriales y, al mismo tiem-
de inversión pública que atiende
po, impulsar alianzas públi-
los pequeños productores, a los reconoce la necesidad de honrar
co–privadas y estrategias de
sectores marginados y por eso se una deuda social e histórica con
mejora competitiva.
generó un sesgo paternalista y sin el campesinado ecuatoriano, los
aspiración de crecimiento. Lo rural pueblos indígenas, montubios y • Preparar un nuevo “contrato
vino explicado como sinónimo de afroecuatorianos. social” para que la transfor-
agricultura con lo cual se genera- mación y cambio de matriz
En este sentido se hace pruden- productiva sea un proceso
ba una intervención separada de su
te establecer las políticas y estrate- compartido.
interrelación con lo urbano y políti-
gias que conciban los siguientes • Transferir poder a los ciuda-
cas intervencionistas centralistas y
con enfoque sectorial. Por años, la desafíos como un cambio de para- danos, aumentando su parti-
intervención del Estado ofreció res- digma que configura el Buen Vivir cipación efectiva en procesos
puestas débiles, desarticuladas y sin Rural: decisorios.
reconocer su heterogénea realidad • Entender el espacio rural no Considerando estos desafíos,
y su espacio multidimensional. como un mundo agropecua- el Buen Vivir Rural es aquel que se
La ruralidad ecuatoriana del rio sino como un espacio de articula a procesos sociales, tecno-
presente debe indudablemente dinámica multisectorial. lógicos, organizacionales e institu-
rescatar las lecciones aprendidas • Saber que el paradigma cionales, que permiten fortalecer
del pasado y debatir las actuales productivista no ha logrado la seguridad y soberanía alimenta-
estrategias en el marco del reco- resolver los problemas de ria, mejorar los niveles de ingreso,
nocimiento de su carácter multidi- distribuir el poder, participar del
marginación y exclusión, es
mensional y multisectorial y de su cambio de la matriz productiva y
necesario incorporar las di-
rol hacia un proceso de cambio de cuidar de la naturaleza. Por lo tanto,
mensiones ambiental, políti-
la matriz productiva. Se puede afir- el debate constructivo que afiance
ca y social.
mar que al menos parcialmente, la este enfoque será la tarea de los
solución de problemas fundamen- • Consolidar una alianza rural– ciudadanos y ciudadanas que cre-
tales que tendrán que definirse en urbana ya que hay que reco- emos que es posible ir hacia una
las estrategias de desarrollo rural nocer que el espacio rural es verdadera Revolución Rural y Agro-
pasan por salir de la pobreza y la progresivamente invadido pecuaria. 

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ENTREVISTA

Redes de conocimiento son clave para la


innovación agrícola de las Américas
Por Byron Miranda
Fotos Rafa Cartín

Víctor M. Villalobos, de nacionali- ¿Usted lidera una organizaci-


dad mexicana, es el Director Gene- ón reconocida y de larga trayec-
ral del Instituto Interamericano de toria en las Américas, ¿cómo se
Cooperación para la Agricultura siente con esa responsabilidad?
(IICA) desde 2010. Anteriormente
Es un honor presidir una insti-
fue Subsecretario de Recursos Na-
tución reconocida a nivel hemis-
turales y Subsecretario de Agricul-
férico y que atiende el tema al que
tura de México.
he dedicado mi vida profesional y
mis aspiraciones éticas. Me sien-
Durante su gestión en el IICA ha to satisfecho porque al frente del
impulsado un cambio de paradig-
Víctor M. Villalobos ma en la agricultura de las Améri-
IICA me acompaña gente que
comparte mi visión y mi forma de
Mexicano, ingeniero cas, orientado hacia una agricul- ver la agricultura.
agrónomo de la Escuela tura más productiva, más inclusiva
Nacional de Agricultura de y más sustentable, un reposiciona- Líderes políticos y expertos
Chapingo, México, maestro miento basado en la innovación, el coinciden en señalar que los de-
en Ciencias en Genética safíos de las Américas giran en
intercambio de buenas experien-
Vegetal del Colegio de Post- tornoa la búsqueda de la inclusi-
Graduados de Chapingo cias entre países y la incorporación
ón social, la competitividad, la se-
y doctor en Morfogénesis de una cultura de transparencia en
guridad alimentaria y la goberna-
Vegetal de la Universidad de la gestión institucional.
Calgary, en Canadá. Como
bilidad en democracia. ¿Coincide
investigador, ha promovido el con esta apreciación?
Villalobos destaca en la entrevis-
desarrollo de la biotecnología
ta la importancia de las redes de Coincido. En muchos de nues-
agrícola como herramienta
para la producción conocimiento para promover la tros países el sector rural, parti-
sustentable y la seguridad innovación en la agricultura de las cularmente la agricultura de pe-
alimentaria mundial. Américas. queña y mediana escala, ha sido

10
10 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
ENTREVISTA

el más rezagado, por lo que incor- Usted habla de una agricultu- ¿Cuáles son los principales lo-
porar a los productores a la diná- ra más productiva, más inclusiva gros de su gestión al frente del
mica de progreso general debe y más sustentable. ¿Qué significa IICA?
ser la aspiración de todos. en la práctica?
Hemos logrado el fortaleci-
Labaja competitividad de la La agricultura que hemos veni- miento técnico de nuestra or-
agricultura de pequeña y media- do practicando ha resuelto las de- ganización, reconociendo que
na escala esparte de este proble- mandas y los retos que se le han por su naturalezael IICA es una
ma; es necesario superar la visión presentado en el pasado reciente, entidad para la cooperación téc-
tradicional de asistencia, com- pero por sus costos ambientales y nica, cuyas fortalezas estratégicas
pensación y subsidios y cambiarla
por una que, si bien reconoce que
los pequeños productores tienen
recursos limitados, comprende La nueva forma de hacer agricultura se debe fundamentar
que estos, debidamente organi-
en al menos tres principios: debe ser más productiva, debe
zados y con tecnología adecua-
da, pueden alcanzar importantes ser más inclusiva y debe ser más sustentable.
niveles de competitividad que les
permita superar las condiciones
de pobreza.

En cuanto al cambio climáti- el impacto en los recursos natu- están siendo aprovechadas por
co, la clave es cómo adaptarnos rales es difícil mantenerla en los los países en la reformulación de
a esos cambios que están ocur- mismos términos. Por esto, la nue- políticas y el desarrollo de capaci-
riendo producto de nuestro de- va forma de hacer agricultura se dades, por ejemplo en fuentes al-
sarrollo, por lo que tenemos que ternas de energía y bioseguridad.
debe fundamentar en al menos
practicar una agricultura con res- tres principios: debe ser más pro- Además hemos hecho apor-
ponsabilidad ambiental que se ductiva, es decir, producir más en tes en el fortalecimiento de las
adapte mejor a las cambiantes la misma superficie destinada a la capacidades nacionales en mu-
condiciones ambientales. producción agropecuaria; debe chos temas, por ejemplo en las
ser más inclusiva, no concibo una sanidades, en el que más allá de
El tema de gobernabilidad en
agricultura que excluya a un im- una simple capacitación, estamos
democracia es el colofón de todo
portante sector de la población formando escuela.
esto.La democracia es una con-
dición indispensable para el de- rural; y debe ser más sustentable,
La implementación de la estra-
sarrollo, se requieren gobiernos porque es indispensable hacer tegia IICA-país ha sido un buen
que asuman la responsabilidad un uso racional de los recursos instrumento que nos permite es-
de liderar estos procesos con un naturales para mantenerlos, con- tar más en contacto con las prio-
horizonte de largo plazo. servarlos y mejorarlos en el futuro. ridades de los Estados Miembros.

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 1111


ENTREVISTA

También hemos incursionado tende consolidar en grupos de mento a la producción, agricultu-


con éxito en programas regio- consenso en las diferentes regio- ra sustentable o sanidades, pues
nales, como en desarrollo rural y nes, como el Consejo Agropecua- la mujer está participando igual
agronegocios, en los que trabaja- rio del Sur, el Consejo Agropecua- que el hombre, aunque no sea
mos con una visión más allá de lo rio Centroamericano, el CARICOM reconocida.
nacional. y otras redes donde participan los
ministerios. Los indígenas están todavía
¿Cuál es el papel del IICA en mucho más abandonados, no
apoyo a los gobiernos de sus paí- Como parte de esa política de hemos logrado despertar aten-
ses miembros? diálogo, se procura que el Direc- ción respecto al papel que ellos
han jugado en la agricultura, pero
debemos reconocer que han sido
La mujer en la agricultura no se le ha hecho justicia. Yo los depositarios no solo de los
no creo que se le tengan que hacer programas especiales recursos genéticos que hoy nos
dan los alimentos, sino también
de incremento a la producción, agricultura sustentable o de todo el acervo cultural asocia-
sanidades, pues la mujer está participando igual que el do a la agricultura, que va más allá
de la simple producción.
hombre, aunque no sea reconocida.
Se debe partir de que todos los
productores cuentan, pequeños,
La diversidad de países que tor General del IICA participe en
medianos y grandes; yo no hago
atiende el IICA es el reflejo de la las reuniones de Ministros, eso
una diferenciación para mujeres
diversidad de problemas que se nos ha ayudado a mantener un
o indígenas, todos cuentan y hay
pueden presentar en el sector flujo permanente de información, que dar valor a cada uno.
agrícola. No es lo mismo la re- ajustar nuestras agendas y opti-
lación y las expectativas que se mizar nuestro papel como insti- ¿Qué se puede hacer para que
tienen respecto al IICA en un país tución que ofrece cooperación el mundo rural sea más atractivo
con menos recursos y menos ca- técnica. para los jóvenes?
pacidades, que las que se pueden
concebir en países con más cono- ¿Cómo apoya el IICA la parti- El tema de la mejora de la ca-
cimiento, más tecnología o más cipación en la agricultura de las lidad de vida del sector rural tie-
recursos. mujeres rurales y los pueblos in- ne que ir más allá de agricultura,
dígenas? si los jóvenes tienen más acceso
Es muy difícil para una instituci- al conocimiento y a la tecnología
ón tener agendas específicas para He señalado, y lo repito aquí, pueden aspirar a una mejor vida
cada país, de modo que parte de quea la mujer en la agricultura de la que se le ha ofrecido a sus
esa vinculación con los gobier- no se le ha hecho justicia. Yo no padres o abuelos, entonces se
nos, que se da entre el IICA y el creo que se le tengan que hacer estará en capacidad de retener
Ministerio de Agricultura, se pre- programas especiales de incre- esa fuerza, esa capacidad; que no

12
12 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
ENTREVISTA

vean la agricultura como una acti- conocimiento, es muy probable Entre estas redes puedo men-
vidad de expulsión, sino más bien que ese recurso sí tenga una re- cionar INNOVAGRO, la red Agri-
percusión en el tiempo. cultura G20 y los PROCI. Seguiré
como una actividad en la que se
fortaleciendo los mecanismos de
puede forjar un futuro. ¿Cómo cambiar de mentali- redes, pues la comunicación es
dad? Yo creo que es a partir del fundamental y por eso buscamos
¿Cómo trascender el carácter
reconocimiento de que en la facilitar el diálogo entre actores y
asistencial de apoyo al sector rural misma zona rural hay capacidad; países.
para convertirlo en una inversión más que cambiar la política pú-
estratégica? blica de arriba hay que partir de Algunos países han incorpora-
do políticas de fomento a la agri-
cultura familiar y al mismo tiempo
Si solo se les da dinero, nunca se les sacará de la pobreza, de fomento al desarrollo territo-
rial, con aparatos públicos que
pero si ese dinero se pone en un esquema de asociatividad, caminan en paralelo. ¿Qué opina?
en un esquema de competitividad, orientándoles y
Lo importante es que haya
acercándoles el conocimiento, es muy probable que ese transparencia, que haya mecanis-
recurso sí tenga una repercusión en el tiempo. mos de rendición de cuentas que
permitan evaluar cuáles son las
contribuciones de las entidades
El subsidio distorsiona, no abajo hacia arriba, a través de un en función de lo que se invierte.
quiero decir que no es necesa- sistema de organización que per- En una agenda tan rica como es
la agenda de la agricultura tendrí-
rio, sino que hay que tener muy mita sacar a una comunidad de la
amos que enfocarnos en temas
claro qué se subsidia y cómo. Es pobreza.
mayores y orientar las dependen-
muy diferente dar US$100 por
¿Qué hace el IICA para colo- cias en una visión multisectorial,
hectárea a unos campesinos que
en la que cada quien defina cuál
en su tierra no tienen posibilidad car en la agenda de los países
es su papel, con la existencia de
de producir nada, que darles ese el apoyo a la agricultura de pe-
un mecanismo de coordinación y
mismo dinero en semilla adap- queña escala y el desarrollo rural,
rendición de cuentas.
tada a sus condiciones de suelo, así como para comunicar entre
o para comprar una bomba para países las experiencias exitosas? Tiene que haber una política
usar mejor el agua. de Estado que diga que al sector
Esa decisión que hemos toma- rural lo llevaremos‘de aquí a acá’
Si solo se les da dinero, nunca do de promover y fortalecer la co- en 20 años y tienen que participar
se les sacará de la pobreza, pero municación entre los países a tra- diversos ministerios no solo el de
si ese dinero se pone en un es- vés de los sistemas de redes nos Agricultura, sino otros como Edu-
quema de asociatividad, en un ha permitido descubrir espacios y cación, Salud y Ambiente. Una
esquema de competitividad, experiencias a la que difícilmente política de Estado es una ley que
orientándoles y acercándoles el hubiéramos podido acceder. permite medir ese proceso de

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 13


13
ENTREVISTA

mejora; los países que lo han lo- Yo tuve a mi cargo a directores estimulándose la emigración en
grado, como Brasil y México, nos generales en el Ministerio de Agri- los próximos años. La situación
han demostrado que han tenido cultura, cuando se les asignaba el económica mundial no mejorará,
éxito en sacar al sector rural de la presupuesto me decían “ya cumplí entonces el escenario no es muy
pobreza, en involucrarlo en el de- mi trabajo porque ya entregue to- halagüeño, es complicado.
dos los recursos”, y yo les decía “no,
sarrollo y en hacer de la actividad Ante esos escenarios, el IICA
aquí es donde empiezas, tienes
agrícola una actividad tan pro- debe tener un papel cada vez
que darle seguimiento y me tienes
ductiva como la de manufacturas más estratégico, cuando la inercia
que demostrar que ese dinero lle-
o alguna otra. gó adonde tenía que llegar”. y las fuerzas van en una dirección,
el Instituto y otras organizaciones
Entonces este tema tiene que Hablamos de recursos públi- deben aglutinar esfuerzos y tratar
ver con cultura y decisión política cos, tienen un destino y en con- de revertir esos procesos.
de rendición de cuentas. secuencia deben tener un meca-
nismo de rendición de cuentas. En el contexto mundial, si bien
Lo importante es que ya sean las situaciones se pueden hacer
ministerios, dependencias o di- ¿Cómo percibe al mundo rural
mucho más extremas para algu-
recciones generales, esas estruc- en cinco años?
nas regiones, la nuestra, afortuna-
turas cumplan su responsabilidad Lo veo en situación más críti- damente, tiene mucho espacio
y haya un mecanismo de rendici- ca, veo mucha más presión sobre para seguir creciendo, para seguir
ón de cuentas sobre la inversión las áreas rurales, sobre los recur- produciendo, para seguir lideran-
que se hace. sos naturales, veo que seguirá do la agricultura mundial.

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14 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
Disseminando conhecimentos de melhores
práticas em desenvolvimento rural sustentável.

Acesse o site do Fórum DRS e fique por dentro de todas atividades


desenvolvidas pela Instituição e seus parceiros

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DESAFIOS do DRS

16 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS


Foto: Agencia Venezolana de Noticias
Con la Revolución Agraria, Venezuela tiene
una distribución más igualitaria de las tierras

Venezuela teje
nueva ruralidad,
con tecnología
y Buen Vivir

El espacio rural venezolano ha cambiado, sustancial-


mente, con políticas públicas que activan una distribu-
ción equitativa del territorio y de las riquezas. Actual-
mente, el 70% de los alimentos que se consumen, en
Venezuela, provienen de la producción nacional prima-
ria. Bajo la premisa zamorana “Tierras y hombres libres”,
el Gobierno Nacional está impulsando una economía
basada en la producción local, la inclusión social, la in-
corporación de nuevas tecnologías, y el reconocimien-
to de los derechos del campesinado. Programas como
las Redes Socialistas de Innovación Productiva repre-
sentan un ejemplo exitoso de la voluntad política y el
trabajo comunal, autogestionado y planificado, en la
formación de una nueva conciencia para el desarrollo
de los espacios agropecuarios.
FOTOS
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REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 17


17
DESAFIOS do DRS

D
urante los últimos 40 nes siempre ocuparon y trabaja- perior a 3000% de la inversión de
años del siglo XX, Vene- ron la tierra, y nunca tuvieron la la banca pública en el agro; resca-
zuela experimentó un oportunidad de poseerla”. te del 55% de las tierras ociosas;
continuo deterioro de colectivos urbanos que tienen
su proceso de producción agro- Integración multisectorial para el tierras en el campo; programas
alimentario. Los campesinos eran tejido social de cooperación agraria con Ar-
explotados, con la complicidad del gentina, Cuba, Nicaragua y Brasil.
Tras promulgar una nueva
Estado; y los campos de produc-
Constitución en 1999, la primera La tecnología aplicada al desarrollo
ción venezolanos estaban más en
medida que tomó el Gobierno productivo
los puertos que en las tierras.
Nacional, en su reto por cambiar
Frente a los daños de un los patrones y condiciones pro- Venezuela es una nación don-
modelo que empobreció a los ductivas, fue aprobar la Ley de de — como dice Martínez — “lo
productores, el Gobierno actual Tierras y Desarrollo Agrario, como urbano se ruraliza y lo rural se
asumió el reto de recuperar los un instrumento para la reducción urbaniza”. Bajo esta visión, una
territorios rurales. Desde el año de las brechas de desigualdad, y experiencia que se debe reseñar
2003, más de 8 millones de hec- para garantizar la soberanía agro- es la de las Redes Socialistas de
táreas productivas han sido regu- alimentaria. Innovación Productiva (RSIP), cre-
larizadas, y 235 mil instrumentos adas desde 2001, con el apoyo del
de tierra han sido entregados a Tal como concluye la inves- Ministerio del Poder Popular para
pequeños y medianos produc- tigadora del Departamento de Ciencia, Tecnología e Innovación
tores, según cifras publicadas, en Ciencias Sociales de la Universi- (Mppcti) y el Fondo Nacional de
noviembre 2012, por el Ministerio dad de Los Andes-Táchira, Lucía Ciencia, Tecnología e Innovación
del Poder Popular para Agricultura Martínez, en su artículo “El espacio (Fonacit).
y Tierras (MAT). Se estima que di- rural venezolano”, publicado en la
cha regularización de la tenencia revista Agrária, de São Paulo, en Estas redes son una forma de
de la tierra ha beneficiado a cerca 2006, la Ley de Tierras permitió organización popular que sirve de
de 1 millón 250 mil campesinos y “la revalorización de lo rural en espacio para el aprendizaje conti-
campesinas de Venezuela. Venezuela”. nuo y el intercambio de saberes
sobre la producción de alimentos,
Para el antropólogo César Ben- Las estadísticas 2012 del MAT bienes y servicios, a través de pro-
como, estudioso de las variacio- y el Ministerio del Poder Popular cesos de innovación tecnológica.
nes de la cultura latinoamericana, para la Alimentación revelan el
el campo venezolano ya no es co- impacto de la sinergia entre las Los productores que confor-
lonia de los grandes empresarios. instituciones públicas y el pueblo man las RSIP deben estar organi-
“En Venezuela, los campesinos de- organizado: 50% de crecimiento zados en cooperativas, consejos
jaron de ser peones explotados y en la superficie cosechada; 70% comunales, asociaciones, empre-
se convirtieron en productores de de los alimentos que se consu- sas de producción social. Una vez
su propio alimento, y de riqueza men provienen de la producción en la Red, se crean 3 comités: Ad-
local. Es la dignificación de quie- nacional primaria; incremento su- ministración; Innovación, Tecnolo-

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18 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
DESAFIOS do DRS

Foto: Agencia Venezolana de Noticias Foto: Fonacit

La agricultura urbana y periurbana es otra de las estrategias agroalimentarias venezolanas Viceministro Guillermo Barreto

gía y Productividad; y Formación y la siguiente: 1) Identificación de Esta dimensión política de la


Articulación Comunitaria. potencialidades y necesidades tecnología está incluida en el II
productivas, a través de diagnós- Plan Socialista de la Nación Simón
Según el registro de la Direc- ticos participativos. 2) Articulación Bolívar, para el período 2013-2019,
ción de Innovación en Ciencia y con productores, universidades, con dos objetivos claves: 1) Im-
Tecnología, actualmente, Vene- centros de investigación cien- pulsar la innovación y producción
zuela tiene 548 Redes Socialistas tífica, instituciones financieras, de insumos tecnológicos para la
de Innovación Productiva, en las autoridades locales y regionales. pequeña agricultura, con miras a
que participan y actúan más de 3) Formulación del proyecto con incrementar los índices de efica-
17 mil productores y productoras. el acompañamiento técnico del cia y productividad. 2) Fomentar
Fonacit. 4) Evaluación y aproba- la organización y formación del
Por ahora, las Redes se agru- Poder Popular y las formas co-
ción del proyecto. 5) Asignación
pan en 4 grandes categorías: au- lectivas para el desarrollo de los
y transferencia de recursos. 6)
toconsumo, producción artesanal; procesos productivos a nivel local.
Ejecución, seguimiento y control.
producción semiindustrial y pro-
ducción industrial. Pueblos que siembran lo que comen
Guillermo Barreto, viceminis-
El 62% de estas redes se de- tro para el Fortalecimiento de la Según Carlos Carbonell Ar-
dica a la producción de frutas, Ciencia y de las Tecnologías, afir- reaza, biólogo del Centro de In-
hortalizas y cacao; a la ganadería ma que “el diálogo directo con vestigaciones del Estado para la
bovina doble propósito; al turis- los productores permite conocer Producción Experimental Agroin-
mo; a la creación de artesanía; y a sus inquietudes y necesidades, y dustrial (Ciepe), en Venezuela, se
la pesca, piscicultura y acuicultura. mejorar los programas de finan- vive una evolución en términos
ciamiento y apoyo. De esta forma, ideológicos, metodológicos y
La metodología establecida estamos logrando que las innova- operativos. “Hemos aprendido
para formular, evaluar, aprobar y ciones tecnológicas se incorporen a trabajar con las poblaciones
ejecutar proyectos productivos es a los procesos productivos”. rurales más necesitadas. En los

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 19


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DESAFIOS do DRS

últimos años, hemos desarrolla- culmine 2013, se va a comenzar


do paquetes tecnológicos para a ejecutar un proyecto de escala-
producir alimentos de alto con- miento que permitirá obtener la
tenido nutricional y a bajo costo, primera producción venezolana
a partir de especies autóctonas semiindustrial de embutidos a
piscícolas, como la cachama, el base de cachama. Esto es funda-
mental; porque —como indica el
ministro para las Industrias, Ricar-
“La tecnología armoniza la rapidez, calidad e inocuidad de do Menéndez—, “si el prototipo
realizado queda como una curio-
los procesos productivos. En nuestro caso, pudimos cam- sidad, y no termina en una fábrica
biar todos los utensilios de madera y aluminio, por otros de o en una unidad de producción,
resolviendo como un esquema
acero inoxidable. De trabajar con gas, pasamos a trabajar alternativo de producción, no es-
al vapor”. ( José Gregório González) tamos haciendo nada”.

Signos de campesinos y campesi-


nas que transforman
Foto: Inces Lara

Integrada por 86 productores


coporo, el bagre y otros peces de
—de los cuales 24 son mujeres—,
agua dulce”.
la Red Antonio José de Sucre co-
Desde los laboratorios del menzó con un proyecto inicial
Ciepe, se han producido embu- que incluyó la formación de los
tidos, salchichas, enlatados, cuya 86 productores en el área de cría,
materia prima es el pescado. A di- reproducción y procesamiento
ferencia de los embutidos y otros de cachamas. Luego, presentó
productos a base de cerdo —para un prototipo de un oxigenador
los que se utiliza carne de segun- que permite ampliar la produc-
da, o residuos—, los alimentos a ción piscícola. El Mppcti certi-
base de pescado son hechos con ficó el prototipo, y entregó los
carne de primera, y son más be- recursos para la elaboración de
Red Socialista Innovación
neficiosos para la salud humana. 20 oxigenadores. El proyecto de
Productiva Siembra Vida
escalamiento actual comprende
El conocimiento obtenido por la instalación de una fábrica de
el Ciepe ha sido socializado con alimentos para peces, una plan-
los productores de la Red Socia- ta procesadora de pescado y un
lista de Innovación Productiva laboratorio de reproducción de
Antonio José de Sucre, en Soco- alevines. Asimismo, contempla
pó, estado Barinas; y antes de que la fabricación chinchorros para la

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20 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
DESAFIOS do DRS

pesca y la capacitación de otros trabajar con gas, pasamos a tra- ra del Premio de Innovación del
productores. bajar al vapor”. estado Lara, con un proyecto de
producción artesanal de alimen-
La RSIP Antonio José de Sucre González destaca, además, to para gallinas ponedoras, a base
ha recibido apoyo del Institu- los resultados: “Se duplicó la pro- de cortezas de frutas y verduras,
to Nacional de Investigaciones ducción: ahora, producimos 2 mil y cáscaras de huevos. La fórmula,
Agrícolas, del Ciepe, de Petróleos kilos de queso diarios. El queso, que tiene 17.8 de proteína, asegu-
de Venezuela, y de universidades refrigerado, duraba 3 días; ahora, ra la producción de huevos con
nacionales reconocidas, como dura 30 días. Se involucraron otros colesterol cero.
la Universidad Centroccidental productores pecuarios: 10 pro-
Lisandro Alvarado y la Universi- ductores participan en la produc- Vargas añade: “Yo informé al
dad Nacional Experimental de ción del queso, y 60 productores Ministerio sobre la necesidad de
los Llanos Occidentales Ezequiel proveen la leche. Y otro elemento adquirir un molino, un deshidra-
Zamora. David Saturno, uno de importante: la Red ha involucrado tador y una mezcladora a gran
los productores de la Red Anto- a las escuelas y consejos comuna- escala; y enseguida, recibimos el
nio José de Sucre, de los Llanos les para ir multiplicando el cono- apoyo. Antes de obtener las má-
venezolanos, expone que el Go- cimiento sobre cómo se prepara quinas, producíamos un saco de
bierno entrega un financiamiento el queso telita”. alimento por día; ahora, sacamos
“no retornable”, que se debe tra- hasta 20 sacos, que sirven para
Visión femenina del desarrollo rural alimentar cerca de 2 mil gallinas,
ducir en desarrollo local. Para él,
la investigación, la formación, el En la nueva ruralidad vene- durante 3 días... Las máquinas
financiamiento, la asistencia téc- zolana, también, emergen las fueron elaboradas por tecnólogos
nica y el acompañamiento son los mujeres en las políticas públicas. populares”.
principales componentes para el Alcira Vargas, una de las 23 tec-
desarrollo rural y el Buen Vivir de
Aprendizajes y saberes compartidos
nólogas populares apoyadas por
los campesinos. el Mppcti, es consciente de la Para los productores venezola-
participación activa de la mujer nos, es cuestión de “conciencia y
Otro pequeño productor que
en los procesos de innovación de que lo que se produzca no se
expresa su postura sobre la aplica-
para el desarrollo rural. “En la Red vaya del territorio”. Ahí, Venezuela
ción de la tecnología y las buenas
Siembra Vida, lideramos las mu- tiene un camino bien andado. En
prácticas agrícolas es José Grego-
jeres. De los 68 productores, 57 este país, se están promoviendo
rio González, miembro de la Red
son mujeres. Cultivamos cilantro, relaciones sociales de cooperaci-
de Queso Telita (un queso fresco, apio españa, cebollín... Todos los ón, y no de competencia. La po-
bajo en sal) de Upata, estado Bo- viernes, hacemos una dinámica lítica rural venezolana prioriza la
lívar. “La tecnología armoniza la ra- de compartir rubros. En total, so- propiedad social, el autoconsumo,
pidez, calidad e inocuidad de los mos 865 personas que estamos la articulación colectiva y la movili-
procesos productivos. En nuestro participando en la red”. zación de las energías sociales.
caso, pudimos cambiar todos los
utensilios de madera y aluminio, Esta mujer campesina, de 47
por otros de acero inoxidable. De años de edad, se hizo merecedo-
 Nerliny Carucí, periodista colaboradora de
la Revista do Fórum DRS.

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 21


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DESAFIOS do DRS

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22 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
Conceito de rural
é debatido
no Senado Federal
do Brasil

No último dia 22 de março, o Senado Federal do Bra-


sil abriu as portas da casa para discutir o futuro do rural
no País por meio de uma reconceitualização da área
rural. Especialistas ouvidos pela Comissão de Agricul-
tura e Reforma Agrária chamaram a atenção para o real
tamanho da população no campo e para a importância
da agropecuária para o país. Eles pediram mais investi-
mento em políticas públicas para melhorar a qualida-
de de vida e a produtividade na área rural. O encontro,
transmitido ao vivo para todo o País, aumentou ainda
mais a discussão em torno do tema. Conheça os princi-
pais pontos debatidos

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DESAFIOS do DRS

A
s discussões em torno estamos muito contentes e espe- “Brasil rural” precisa de políticas
do projeto “Repensando rançosos pelo aprofundamento públicas diferenciadas
o conceito de Ruralida- do diálogo. Estou convencido que
de no Brasil: implicações é uma contribuição não apenas Tendo como ponto de partida
para as Políticas Públicas” se am- para o Brasil, mas para toda Amé- o projeto do Instituto Interameri-
pliam cada vez mais. O tema de rica Latina”, explicou. “Há que se cano de Cooperação para a Agri-
proporções mundiais está esti- destacar que as conclusões desse cultura (IICA) que busca redefinir
mulando o interesse de outras projeto podem ser apresentadas os critérios de ruralidade, especia-
esferas da sociedade. Prova disso na reunião dos Ministros de Agri- listas ouvidos em audiência pela
foi o interesse do Senado Federal cultura, a JIA”, lembrou. Comissão de Agricultura e Refor-
brasileiro em discutir o tema. ma Agrária (CRA) esperam que a
A apresentação do projeto foi
Neste sentido, a instituição consciência do tamanho e da di-
feita por Tânia Bacelar e Humber-
promoveu, no último 22 de mar- versidade do Brasil rural estimule
to Oliveira. Tânia registrou que o
ço, no marco do Ciclo de Pales- políticas públicas mais favoráveis
Projeto visa a construção de uma
tras e Debates da Comissão de e realistas para o setor.
tipologia atualizada dos espaços
Agricultura e Reforma Agrária rurais no Brasil e implicações para Acir Gurgacz (PDT-RO), vice-
um evento dedicado ao tema. O as políticas públicas, abordando presidente da CRA, destacou que,
senador Acir Gurgacz (PDT/RO), 4 componentes principais, cuja segundo levantamentos oficiais
vice-presidente da Comissão, execução está a cargo do IICA: do Instituto Brasileiro de Geogra-
conduziu o debate, que contou
• (I) análise das concepções fia e Estatística (IBGE), em 2010
com as participações do diretor-
de ruralidade, seus alcances o Brasil tinha menos de 16% de
geral do IICA, Víctor Villalobos; a
e limitações, no Brasil e em população rural. A partir desse
embaixadora do México, Beatriz
8 países da América Latina e dado, o Brasil passa a ser consi-
Paredes; a secretária de desenvol-
Europa; derado um país mais urbanizado
vimento territorial, representado
que muitos países europeus e até
o Ministro do Desenvolvimento • (II) formulação e validação mesmo que os EUA. No entanto,
Agrário, Andrea Butto; o repre- no campo de propostas de os debatedores chamaram a aten-
sentante do IICA no Brasil, Manuel tipologias dos espaços rurais ção para o tamanho da popula-
Otero; o consultor do IICA, Hum- no Brasil;
ção no campo — maior do que as
berto Oliveira e a coordenadora
• (III) análise das implicações estatísticas oficiais apontam — e
do Projeto, Tânia Bacelar.
e impactos de uma releitura a expressiva importância da agro-
Para Otero a discussão no Se- do rural e suas tipologias nas pecuária na economia brasileira.
nado foi importante para a visibi- políticas públicas de desen-
volvimento rural; e Víctor Villalobos, diretor-geral
lidade do projeto e a diversidade do IICA, defendeu um lugar cen-
de participantes. “Reconheço • (IV) elaboração de subsídios tral nas políticas públicas em face
que nesses dois anos de projeto, técnicos e institucionais para do potencial agrícola do Brasil,
trabalhamos muito próximo do a realização de iniciativas se- ressaltando que conhecimento e
executivo e, agora, a discussão se melhantes em outros países inovação serão determinantes para
aproxima do legislativo. Assim, da América Latina. fazer frente à demanda crescente

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24 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
DESAFIOS do DRS

Foto: Arquivo IICA

Da esquerda para direita: Humberto Oliveira, Victor Villalobos, Beatriz Paredes, Acir Gurgacz, Tânia Bacelar, Manuel Otero e Andrea Butto.

por alimentos. “E os demais países Há que se destacar que as conclusões desse projeto
latino-americanos também deve-
rão investir no aumento da produ- podem ser apresentadas na reunião dos Ministros de
tividade agrícola”, disse. Agricultura, a JIA. (Manuel Otero)
“Sabemos que, para 2050, se
requererá duplicar a quantidade
de alimentos que hoje se produz,
enquanto a produtividade agrope- estudo vai reorientar os investi- relevância para pensar o rural e
cuária também deverá atender as mentos públicos no rural”, afirmou. pensá-lo integrado ao nacional,
demandas de derivados agrícolas não pensá-lo de forma isolada.
para seus crescentes usos alimen- Visão integrada Fazer isso no âmbito do Senado,
tícios. Os territórios rurais também na CRA, é também muito impor-
A secretária de Desenvolvimen- tante”, afirmou.
requerem um lugar central nas
to Territorial do Ministério do De-
políticas e nas ações do Estado”,
defendeu.
senvolvimento Agrário, Andrea Lo- Urbanizar o rural e ruralizar o
rena Butto Zarzar, reivindicou uma urbano
A embaixadora do México, Bea- “visão integrada sobre o rural” e a
Durante o debate na CRA, a
triz Paredes, considerou importante articulação dele com um projeto
professora Tânia Bacelar, da Uni-
mudar o paradigma cultural e in- de desenvolvimento nacional. Ela
versidade Federal de Pernambu-
vestir em educação no campo de ressaltou a importância de discutir
co (UFPE), propôs uma “releitura do
modo a combater o êxodo rural. o conceito de ruralidade no país.
rural contemporâneo” de modo a
“Para nós, do ministério, é algo questionar as políticas públicas de
“Construir uma nova ruralida-
muito importante socializar o co- hoje para o mundo rural.
de é indispensável para o mundo.
Ainda mais para o Brasil, que conti- nhecimento acumulado, difundir Ela considera positivo que,
nuará sendo um país agrícola. Este uma pesquisa que é de muita desde os anos 90, a agricultura

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 25


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DESAFIOS do DRS

familiar tenha voltado a ser vista Análise - Ausência de Políticas


como patrimônio do país — con- Públicas para o rural
ceito que, lembrou, já sofreu muita
resistência.
Humberto Oliveira
Cristovam Buarque (PDT-DF)
A contagem da população
É preciso definir classificou como preconceituosa
pelo IBGE apresenta um índice de
a visão de que riqueza é sinôni-
progresso pela qualidade urbanização que coloca o Brasil
mo de urbano, afirmando que até
entre os países mais urbanizados
hoje a base da balança comercial
de vida, não por renda, do mundo, gerando uma distor-
do país tem sido o produto rural.
ção que impacta negativamente
consumo e técnica “É preciso definir progresso pela
qualidade de vida, não por ren- o meio rural, na medida em que
moderna. da, -consumo e técnica moderna.” se interpreta que a sua população
Para o senador, será preciso “urba- diminui a cada década e que as
políticas públicas devem se voltar
(Cristovam Buarque) nizar o rural e ruralizar o urbano”.
com prioridade para as regiões
“Precisaremos de uma política metropolitanas e as médias e gran-
que mantenha a qualidade urba- des cidades brasileiras.
Foto:Arquivo IICA na, que leve a qualidade rural a
quem não está nas próprias cida- A ausência de uma política de
des e case o rural com o urbano. desenvolvimento rural que tenha
Fazer com que as pequenas ci- como premissa essa nova defini-
dades se transformem também ção sobre o que é rural no Brasil
nas produtoras de alimentos, dos agrava essa situação. A falta de
bens agrícolas, e ter uma vida ru- uma política de desenvolvimen-
pestre, digamos, perto da cidade.”, to para o meio rural exclui uma
disse. significativa parcela da popula-
ção brasileira do planejamento
Para Humberto de Oliveira, governamental e do desenho de
consultor do IICA, no Brasil há “es- políticas públicas, cuja prioridade é
tados inteiros rurais”, o que torna urbana e está voltada para as áreas
necessário modificar o orçamento de maior concentração populacio-
público para auxiliar os 70% dos nal (municípios com mais de 100
Cristovam Buarque municípios brasileiros que têm mil habitantes) e cuja prioridade
menos de 20 mil habitantes: “O rural é o setor econômico primá-
meio rural não reivindica apenas rio - agricultura, pecuária, pesca e
política agrícola e agrária, mas extrativismo - e não o espaço rural.
também políticas de saúde, edu-
cação, comunicação, entre outras. Aliás, essa confusão entre o
Não podemos ter uma educação rural território e o rural setor é
que nos expulse de nosso lugar”, responsável por deixar sempre
afirmou. em segundo plano, quando não

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26 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
DESAFIOS do DRS Foto: Arquivo IICA

muitas vezes esquecidos os pe- certamente incentiva a migração


quenos municípios brasileiros. e novas concentrações popula-
É só observar que muitas ações cionais. Essa realidade é muito
governamentais voltadas para os frequente no Norte do Brasil.
municípios são priorizadas para
municípios com mais de 50 mil É importante admitir que uma
habitantes, quando 89% dos muni- cidade com menos de 50 mil ha-
cípios do país possuem população bitantes, e milhares delas com
igual ou inferior a esse número. menos de 20 ou 10 mil habitan-
tes, deva ter todos os serviços pú- nalizante, serviços hospitalares de
Um importante indicador reve- blicos e infraestrutura que possui média ou alta complexidade, ser-
lado pelo Censo 2010 é sobre cres- um município de 100 mil ou mais viços de segurança pública, lazer,
cimento da população nos muni- pessoas. Por isso se faz necessário esporte, cultura, comunicação, ins-
cípios de acordo com o tamanho uma política de desenvolvimento titutos de pesquisa e tecnologia e
da população, onde se constata rural que tenha estratégias, instru- investimentos públicos e privados
que o conjunto dos municípios mentos, mecanismos e ferramen- para atividades produtivas nos se-
com menos de 10 mil habitantes tas apropriadas ao planejamento tores primário, secundário e terciá-
tem taxa de crescimento negativa, e gestão pública de acordo com rio. Some-se isto os investimentos
ou seja, perde população, os mu- essa realidade, como planos dire- em projetos ambientais, primando
nicípios de 10 a 20 mil habitantes tores das cidades adequados ao pela escolha de uma visão multi-
praticamente estão estagnados, papel que elas desempenham dimensional e multisetorial do de-
pois a taxa de crescimento é de nesses lugares, planos territoriais senvolvimento sustentável.
apenas 0,07%, enquanto os muni- de desenvolvimento, planos de
cípios que crescem acima da mé- apoio a cadeias produtivas, planos O Projeto “Repensando o con-
dia nacional que é de 1,17% são os de educação, entre outros. ceito de ruralidade no Brasil: impli-
municípios com população acima cações para as políticas públicas”
de 100 mil habitantes. Um exemplo de estratégia tem como objetivo construir uma
adequada ao meio rural é o uso tipologia atualizada dos espaços
O mais grave é que uma parte da abordagem territorial, que con- rurais do Brasil, tomando por base
significativa desses municípios es- siste em prover o território e não os avanços conceituais da temáti-
tão concentrados em territórios es- obrigatoriamente cada um dos ca da ruralidade e territorialidade
sencialmente rurais, fazendo com municípios, tanto de infraestrutu- desenvolvidas no âmbito da aca-
que a ausência de prioridade para ras e serviços públicos necessários demia, de entidades governamen-
municípios com menos de 50 mil e de qualidade como outros inves- tais gestoras de políticas agrárias
habitantes, prive toda uma região, timentos para o desenvolvimento e dos movimentos sociais, para
as vezes várias regiões contíguas, do território como um todo, be- impactar políticas públicas desti-
de serviços e infraestrutura públi- neficiando toda a sua população. nadas a atender a população do
ca, dificultando enormemente o Significa que é possível incluir no meio rural brasileiro, ampliando
acesso dessa população, que é planejamento público anual e os resultados da ação do estado e
obrigada a deslocar-se a grandes plurianual, a implantação em cada melhorando o desempenho dos
distâncias para ser suprida pelo território de universidades, institui- governos na entrega de bens e
atendimento do estado, fato que ções de ensino técnico profissio- serviços a essas populações.

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 27


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DESAFIOS do DRS

Conheça o projeto

O projeto Repensando o conceito de Ruralidade no Brasil: implicações para as Políticas


Públicas tem como objetivo a construção de uma tipologia atualizada dos espaços rurais
do Brasil, tomando por base os avanços conceituais da temática da ruralidade e territo-
rialidade desenvolvidos no âmbito da academia, de entidades governamentais gestoras
de políticas agrárias e dos movimentos sociais. Além disso, uma parte do estudo estará
centrada em conhecer os espaços rurais de outros oito países: Holanda, França, Espanha,
México, Costa Rica, Chile, Equador e Uruguai.

O estudo explicitará também as implicações desta releitura atualizada do rural bra-


sileiro nas políticas públicas de promoção do seu desenvolvimento. Proporcionará um
novo instrumento para ampliar e consolidar o debate acerca do lugar e importância dos
espaços rurais e das populações que deles dependem no processo de construção de um
projeto nacional de desenvolvimento sustentável, em suas distintas dimensões: política,
econômica, social, cultural e ambiental.

O projeto é desenvolvido em parceria pelo Fórum DRS, pelo Ministério do Desenvolvi-


mento Agrário, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) e do Núcleo
de Estudos Agrários (Nead), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério do Planejamento e Orçamento
e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Mais:

• Assista video reportagem sobre o evento no Senado Federal;

• Assista entrevista em vídeo com o coordenador-executivo do Fórum DRS, Carlos


Miranda, especialista em Agricultura, Territórios e Bem Estar Rural do Instituto In-
teramericano de Cooperação para a Agricultura (IICA);

• Notícias, galerias de imagens, vídeos e outros no link: http://iicaforumdrs.org.br/


iica2011/noticias/lernoticia/396

FOTOS
Veja mais fotos dessa reportagem em
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 Bruno Moraes, jornalista da Revista do
Fórum DRS, com informações da Comuni-
cação do Senado Federal.

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28 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
Mais que uma Série.
Uma referência no tema do
Desenvolvimento Rural Sustentável.

Volume 1 - Pobreza Rural

Volume 2 - Pobreza Rural

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REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 29
DESAFIOS do DRS

30 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS


Foto: ECADERT
ECADERT:
una estrategia
de desarrollo
que se consolida

Visto en el mapamundi, el istmo centroamericano


puede parecer un puente pequeño que une a las dos
grandes masas continentales. Sin embargo, esta fran-
ja de tierra compuesta por siete países, es un amplio
mosaico de convivencia para más de cuarenta millones
de de personas de diversos grupos étnicos. Gran parte
de ellas habitan y se desarrollan en los territorios rura-
les. Articular, fortalecer e impulsar las potencialidades
en las zonas rurales centroamericanas, así como en la
República Dominicana, es parte del propósito de la Es-
trategia Centroamericana de Desarrollo Rural Territorial
ECADERT 2010-2030, con el fin de mejorar las condicio-
nes de vida en todos los ámbitos de los pobladores ru-
rales centroamericanos. Dos años después de su crea-
Participación de los actores territoriales en los
ción, algunos resultados son elocuentes y alentadores.
procesos ECADERT es uno de los pilares del éxito de la
implementación de esta iniciativa.
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31
DESAFIOS do DRS

ECADERT, dos Años Después, los y sequías afectaron a zonas rurales fortalecer las capacidades de la
Sueños Empiezan a Concretarse y urbanas, provocando pérdidas población de los territorios rurales

A
humanas y trastornos mayores de Belice, Costa Rica, El Salvador,
ntes de que se formula- en las economías, acentuando Guatemala, Honduras, Nicaragua,
ra la Estrategia Centroa- las condiciones de pobreza rural. Panamá y República Dominicana,
mericana de Desarrollo Hoy debemos sumar los eventos para que puedan mejorar signifi-
Rural Territorial para extemos y fuertes variaciones en cativamente la calidad de la vida
Centroamérica y República Do- la distribución de las lluvias, pro- en ellos y construir una sólida ins-
minicana, conocida como ECA- vocadas por el cambio climático. titucionalidad social que impulse
DERT, los habitantes rurales cen- y facilite un desarrollo solidario,
troamericanos, históricamente no Estas situaciones, aunadas a incluyente y sostenible.
solo habían sido excluidos del de- problemas heredados de la his-
sarrollo socio económico, educati- toria de la región, sumieron a los Desde su elaboración, la ECA-
vo y comercial, sino también de la pobladores rurales de Centroa- DERT ha contado con la partici-
toma de decisiones sobre asuntos mérica en un estado de angustia pación de hombres y mujeres,
que los afectan directamente. Si y deterioro. Surgieron múltiples jóvenes, las familias rurales, los
bien los territorios centroameri- proyectos, propuestas y acciones pueblos indígenas y comunida-
canos comparten problemáticas por parte de los Estados, de incon- des afrodescendientes, así como
afines, cada territorio tiene su tables NG´S y organismos interna- las comunidades y las organiza-
propia historia e identidad. Para cionales que trabajaron en la bús- ciones públicas y privadas del
aprovechar su potencialidad es- queda de soluciones inmediatas. territorio.
pecífica, es necesario que su po- Sin embargo, a pesar del trabajo y
fuertes inversiones que se ejecu- Parte del trabajo desarrollado
blación pueda definir un proyecto
taron, muchos de estos esfuerzos por la ECADERT durante estos
de futuro para el territorio y orga-
fueron insuficientes para resolver dos años de ejecución ha estado
nizarse para impulsarlo.
los profundos y acentuados pro- en la formación de capacidades,
Algunos hechos marcaron la tanto en el ámbito regional como
blemas en la región.
vida de muchos centroamerica- nacional y territorial. Este ha co-
nos y repercutieron en el desar- La ECADERT, una estrategia de brado fuerza y ha comprometido
rollo social y económico de la integración y desarrollo a todos los componentes que se
región. Conflictos armados cos- entrelazan para su ejecución, in-
taron miles de vidas, una sangría La ECADERT es una estrategia cluyendo tanto a la sociedad civil
económica y el desequilibrio so- regional aprobada primero por el como a las instituciones estatales,
cial y emocional en las décadas Consejo Agropecuario Centroa- gobiernos locales y otras autori-
de 1970 y 1980. Aun donde no se mericano y avalada por la Cumbre dades territoriales.
sufrió de manera directa la dura de Jefes de Estado y de Gobier-
etapa bélica, hubo flujos masivos no del Sistema de la Integración Hoy, dos años después, el ba-
de inmigrantes y dificultades co- Centroamericana SICA, en el 2010, lance sobre la Estrategia de parte
merciales. Por otra parte, fenóme- después de un proceso de con- de dirigentes comunitarios, cam-
nos naturales como terremotos, sulta ampliamente participativo. pesinos, acaldes, representantes
huracanes, explosiones volcánicas Busca generar oportunidades y indígenas, jóvenes, representan-

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DESAFIOS do DRS

Foto: ECADERT

I Congreso de Desarrollo Rural Territorial en Cen-


troamérica y República Dominicana donde destacó
la participación de los Ministros de Agricultura del
Consejo Agropecuario Centroamericano (CAC) y de
autoridades de los países y las organizaciones socias
de ECADERT.

tes gubernamentales y de orga- los cantones más pobres de Cos- territorios y con la población prin-
nismos de cooperación extranje- ta Rica. ¨Estamos muy motivados cipalmente. Esta es una estrategia
ra, es optimista. porque sentimos que por prime- para el desarrollo rural y el territo-
ra vez hay una voluntad política rio rural. No es solamente la parte
En voz de beneficiarios clara, que ve el desarrollo rural agrícola o la parte agropecuaria,
como una responsabilidad de sino que hay agroindustria, turis-
Hoy después de dos años de
los actores locales, pero que tie- mo y otras actividades mas allá de
trabajo de la ECADERT en algunos
ne que tener responsabilidad de la parte agropecuaria que llevan
territorios rurales de Centroaméri-
parte de los Estados. La ECADERT al desarrollo del territorio partien-
ca y República Dominicana, don-
expresa esa intención y estamos do de las necesidades del mismo¨,
de tiene incidencia la Estrategia,
trabajando para que se convierta acotó Rodríguez. Su compatriota
las dudas, los temores y la descon-
en proyectos y en desarrollo para Deisy Pérez Vásquez, representan-
fianza han empezado a disiparse
los habitantes del sector rural¨, te del pueblo indígena San Lucas,
conforme se madura el trabajo y
agregó Campos.
el proceso empieza a dar resul- del Departamento de Madríz, al
tados positivos. En palabras de Por su parte Roger Rodríguez norte de Nicaragua, hace eco de
pobladores rurales, ¨La ECADERT Cruz, Director General de Política esta afirmación, al decir de mane-
expresa una voluntad política de del Ministerio Agropecuario Fo- ra animada: ¨la ECADERT significa
nuestros gobernantes, especial- restal de Nicaragua, expresó que el rescate de nuestra cultura, de
mente el sector agropecuario la ECADERT es el concurso de to- nuestra forma de sembrar, cultivar
que responde a una demanda dos los sectores que habitan en y comercializar nuestros produc-
muy antigua de parte de actores las áreas rurales. ¨La ECADERT tie- tos tradicionales. Para nuestros
locales, productores, redes de mu- ne algo significativo y es que nos pueblos originarios, también sig-
jeres, grupos indígenas¨, expresó permite desarrollarnos con base nifica seguir en la lucha por me-
el costarricense Wilson Campos, en las potencialidades del terri- jorar las condiciones de vida de
vice alcalde y dirigente comunal torio. No es un esquema ya de- nuestras familias tanto indígenas
y campesino de Guatuso, uno de finido, sino que se trabaja en los como campesinas.¨

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 33


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DESAFIOS do DRS

Una particularidad de esta rica, eso fortalece las relaciones


estrategia es la integración de entre los países.¨ De esta manera
República Dominicana, que si se expresó la dominicana Oneida
bien por su naturaleza insular Felix Medina, miembro de la Co-
no intercambia frontera terrestre misión Nacional para la Ejecuci-
con ningún país del istmo, vio la ón de la ECADERT y coordinadora
necesidad de sumarse al trabajo para Centroamérica y República
Dominicana de la red regional de
Grupos de Acción Territorial.
ECADERT está incluyendo a todos, sin distingo de raza, Proyectos en el marco de la ECADERT
de sexo ni religión, todos estamos trabajando juntos En la actualidad existen 38
por el desarrollo rural del territorio de Mariato territorios focales que fueron
designados por las comisiones
nacionales. También hay varias
propuestas de territorios trans-
fronterizos y de territorios afines,
Foto: ECADERT
con características o identidades
centroamericano para enfrentar comunes y situados en varios pa-
y mejorar las condiciones de vida íses. Con el objetivo de impulsar
rural en el país caribeño. ¨Estamos y estimular el trabajo en el marco
fuera del istmo pero no fuera del de la Estrategia, 23 proyectos de
área y la organización nos obliga desarrollo rural territorial, fueron
a trabajar de manera unida para seleccionados en dos convoca-
lograr resultados impactantes y torias del Fondo Regional para
las experiencias de Centroaméri- la ejecución de la ECADERT, con
ca. Para nosotros es la clave para recursos del Fondo España-SICA.
lograr el desarrollo que estamos Entre otros objetivos, algunos de
buscando. Nuestro gobierno so- estos proyectos procuran mejorar
licitó su incorporación al Sistema los servicios de salud en un ter-
de Integración Centroamericana ritorio de Honduras, fortalecer la
y fue aceptada y eso demuestra identidad cultural en el distrito de
La ECADERT se orienta al rescate de
que los países necesitan estar Río Jesús en Panamá, promover
la cultura territorial, de las formas de
juntos para poder aprender de acciones de manejos sostenible
sembrar, cultivar y comercializar los
las experiencias. El haber entrado en la Cuenca Bahía de Jiquilisco
productos tradicionales.
al SICA y poder ser parte de todo en El Salvador, fortalecer la insti-
este proceso es muy importante, tucionalidad y el desarrollo eco-
porque ya no nos sentimos solo nómico rural en el sur de Costa
una isla en el Caribe, ahora tam- Rica, fomentar la fruticultura para
bién somos parte de Centroamé- dinamizar el desarrollo de la eco-

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34 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
DESAFIOS do DRS

nomía rural territorial en Huista de que ha jugado un papel impor- ción de las iniciativas regionales
Guatemala y desarrollar el turismo tante en la formulación y apoyo que están en curso. Hay mucho
eco-cultural en la zona de River de la ECADERT, los resultados ob- que hacer todavía en apoyo a los
Valley en Belice. Dichos proyectos tenidos en el proceso de dos años despachos de los ministerios de
deben contribuir en forma directa de trabajo han sido suficientes agricultura, en las diversas ins-
con el cumplimiento de una o va- para justificar el seguimiento y la tancias que tienen que ver con
rias acciones estratégicas conte- colaboración de parte de de esta el desarrollo agropecuario de la
nidas en los planes de desarrollo instancia de cooperación. región, los avances en el tema de
territorial. En total se asignaron un unión aduanera centroamericana,
millón ochocientos mil dólares ¨El fondo España SICA es un el fortalecimiento de agricultura
distribuidos entre los proyectos instrumento conjunto creado por familiar y el trabajo intersectorial
seleccionados, que serán ejecu- la Cooperación Española y el Sis- como lo es la iniciativa de segu-
tados y administrados exclusiva- tema de Integración Centroameri- ridad alimentaria y nutricional de
mente por las organizaciones en cana. Pretende canalizar el apoyo Centroamérica y República Domi-
los territorios. institucional español al proceso nicana¨, concluyó Calderón.
de integración regional. El instru-
¨ECADERT nos ha brindado mento de la cooperación españo- Por último Ernest Banner, co-
apoyo para desarrollar proyectos la y el desarrollo rural ha sido uno ordinador de desarrollo rural del
en medio ambiente, economía, de los componentes centrales de Ministerio de Trabajo, Gobierno
comercialización de productos, la cooperación española en Cen- Local y Desarrollo Rural de Beli-
agricultura y turismo, y esto nos troamérica y se justifica porque ce, externó sus sueños sobre el
favorece enormemente, ya que la ECADERT es una de las estrate- futuro de la ECADERT. ¨En algún
nuestro municipio y otros muni- gias que más sólidamente se han momento quiero ver la estrate-
cipios vecinos, están instalados en creado en el seno del proceso de gia implementada, quiero ver las
uno punto altamente turístico en integración¨, adujo Vicente Gon- herramientas utilizadas, a la gente
la provincia de Veraguas¨, externó zález, Asesor Principal del Fondo beneficiándose del desarrollo y de
Ángel Batista, alcalde del munici- España-SICA. lo que ellos necesitan y la ECA-
pio panameño de Mariato. ¨ECA- DERT les permite a las personas
DERT está incluyendo a todos, sin Para el Consejo Agropecuario que digan qué es lo que quieren
distingo de raza, de sexo ni reli- Centroamericano CAC, instan- y qué necesitan. Creo que es un
gión, todos estamos trabajando cia que tiene la responsabilidad ideal que se va cumpliendo, aun
juntos por el desarrollo rural del político-institucional por la ejecu- frente cambios de gobiernos o
ción coordinada de la ECADERT, cambios de personal a nivel lo-
territorio de Mariato. Al 2030 se
esta propuesta es la que más ex- cal,… es un desarrollo sostenible
supone que tendremos resulta-
pectativas ha despertado, ya que continuo y hay que continuar
dos y Mariato va a ser un polo de
según Julio Calderón Secretario trabajando para lograr nuestras
desarrollo turístico, económico y
Ejecutivo del Consejo Agropecu- metas,¨ finalizó el señor Banner.
comercial gracias al apoyo de Eca-
dert,¨ concluyó el alcalde. ario Centroamericano la ECADERT
pasó de ser solamente un acuer-
Para la cooperación española,
mediante el fondo España SICA,
do a ser una iniciativa viva. ¨Hoy
debemos continuar con la ejecu-
 Luis Gamboa Hernández, periodista cola-
borador de la Revista do Fórum DRS.

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 35


35
Diálogos do Fórum DRS

Gestores públicos, pesquisadores e representantes da sociedade civil


discutindo o rural brasileiro.

Edição 1

Diálogos do Fórum DRS


Edição 6
Ano 1
Diálogos do Fórum DRS Ano 1
Março/2012
Dezembro/2012

o7
Ediçã
2
Ano

mD RS reiro
/201
3

Fóru
Feve

gos do
Diálo Maria Nazareth Wanderley Nelson Martins
Ivanilson Guimarães Cândido Grybowski

Jean Marc Alberto Adib

Carlos Eduardo Barbosa Humberto Oliveira


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Cândi
do Grybo

Os Desafios Políticos e Institucionais para


A inclusão Socioprodutiva
Gestão do Desenvolvimento Rural sob a óptica dos movimentos sociais
a
Santan
Camilo

Edição 5 Edição 4
Diálogos do Fórum DRS Ano 1 Diálogos do Fórum DRS Ano 1
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Joaquim Soriano Jerônimo Souza

Philippe Bonnal Sérgio Leite

Desenvolvimento Rural, Miguel Carvajal Aguirre

Território e Políticas Públicas de


enfrentamento da Pobreza Inclusão Socioprodutiva no Equador

TODO MÊS UM NOVO DIÁLOGO! NÃO PERCA!

www.iicaforumdrs.org.br
ARTIGO
ARTIGO

Sérgio Sepulveda es Director de la B & C


Asociados. San José. Costa Rica. Políticas para la Agricultura Familiar
(PAF) en América Latina:
Foto: Arquivo IICA

potencial y desafíos

ma institucional responsable por comprender que el sistema


las PAF, dificulta la consolidación actual requiere de ajustes en el

L
as PAF han evolucio- de mecanismos que aprovechen ámbito macro, meso y micro.
nado en los países de sinergias intersectoriales. Esa Por ende, las PAF deben ser
la región a través de tendencia ha inducido a focali- concebidas y ejecutadas como
programas desiguales en con- zar esfuerzos en la producción componentes de una política de
cepción, tamaño de esfuerzo y agrícola primaria, dificultando la Estado de largo plazo que contri-
resultados obtenidos. Sin embar- aplicación de un enfoque de buya a un desarrollo solidario e
go, en la última década se ha he- cadenas de valor, así como la incluyente.
cho más obvia la importancia incorporación de opciones pro-
De igual manera debe que-
de concebirlas con objetivos ductivas que amplíen el espectro
dar claro que las PAF tienen
de mayor cobertura social y de bienes y servicios ofrecidos.
que ser complementadas por
productiva. Esa tendencia es el Por otro lado, las instituciones políticas habilitantes que empa-
resultado de factores generados públicas deben afinar su enten- rejen el terreno, superando te-
por el ambiente volátil en los dimiento de la lógica de la AF, mas críticos de acceso a la tierra,
mercados globales de alimentos para perfeccionar las políticas capital e innovación tecnológica
y la aparición de escenarios so- e innovar sus métodos, conte- y, que a la vez, fortalezcan y
ciales y ambientales inestables nidos y estructura acordes con promuevan formas asociativas
en los países. Definitivamente se la diversidad étnica, social, econó- de la producción, sumadas a
ha reconocido la importancia vi- mica y de género que caracteriza agendas para la formación de
tal de la contribución de la AF a a la AF. No obstante los países capacidades en gestión de em-
la oferta interna de alimentos, así han reconocido el rol crucial de prendimientos y mercados.
como su potencial para acoplar- la formación de capacidades en
En síntesis, las PAF deben
se favorablemente a procesos de gestión del negocio rural, sus
adoptar un marco de análisis y
globalización que salvaguarden esquemas didácticos requieren
operativo innovador que per-
la identidad cultural, respeten el ser actualizados y escalados para
mita articular factores econó-
capital natural y fortalezcan pro- preparar un número mayor de
micos, sociales, ambientales y
cesos democráticos de toma de emprendedores rurales.
políticos tendientes a equilibrar
decisiones.
Para que las PAF contribuyan las fuerzas de la sociedad civil or-
En ese contexto es crucial a transformaciones productivas, ganizada, del estado y del merca-
reconocer que la inercia secto- sociales, ambientales y organi- do en procesos participativos de
rial preponderante del esque- zacionales, se hace necesario toma de decisiones. 

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DESAFIOS
ENTREVISTA
do DRS

A importância da abordagem territorial e


suas implicações nas desigualdades sociais
Por Redação da Revista Fórum DRS

Foto: Pedro Ladeira


Com grande experiência na área O Brasil é conhecido por ser mui-
de Antropologia, com ênfase em to desigual, mas há uma desigual-
dade entre o rural e o urbano e
Antropologia e Gênero, atuando
entre as regiões, que incide forte-
principalmente nos temas de gê- mente nas questões de gênero e
nero, mulher, trabalho e políticas etnia. Qual a importância da abor-
públicas, Andrea Butto, como se- dagem territorial para as políticas
públicas e a implicação desta so-
cretária de desenvolvimento ter-
bre as desigualdades?
ritorial, analisa nesta entrevista
que o desafio de integrar políticas A partir do governo Lula e
Andrea Lorena Butto Zarzar é uma imensa tarefa do governo
no governo da Presidenta Dil-
ma Russeff, o Estado brasileiro
Mestre em antropologia pela e da sociedade civil; passa por impulsionou uma importante
Universidade Federal de uma apropriação por parte das transformação na economia bra-
Pernambuco (UFPE), 1996 e sileira, passou a combinar cres-
populações beneficiárias das polí-
graduada em Ciências Sociais cimento econômico e melhoria
pela mesma universidade ticas existentes, uma aproximação da distribuição de renda. A maior
(1992); Professora titular da entre os órgãos responsáveis por expressão dessa mudança está
Universidade Federal Rural
cada uma das políticas públicas, no aumento do PIB real em 29%
de Pernambuco; Atuou como
Diretora de Políticas para
entre 2001 a 2011 com uma evo-
de construir um olhar de conjunto
Mulheres Rurais da Secretaria- lução mais favorável na renda da
e mais aprofundado sobre os pro- população mais pobre.
Executiva do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (SDT/ cessos econômicos e sociais dos
MDA) e atualmente é Secretária Reduziram-se as desigualdades
territórios, nos estados, regiões e do
de Desenvolvimento Territorial regionais com o incremento de
do MDA.
país. Saiba mais o que Butto falou renda nas regiões mais pobres. Os
para a Revista Fórum DRS. dados da PNAD/IBGE entre 2001

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38 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
DESAFIOS do DRS
ENTREVISTA

e 2011 mostram que no nordeste, e mulheres, que foi impactada A promoção política articulada
a renda do trabalho se expandiu diretamente pelas políticas de entre as três esferas de governo
em média 3,3% ao ano, acima redistribuição de renda. As medi- com participação social, o des-
do índice nacional que equivale das adotadas para a valorização taque recai nos programas que
a 2,1%. Associada à redução das do salário mínimo e os programas foram criados na chamada agen-
desigualdades regionais, é impor- de transferência de renda tiveram da social do governo Lula, e no
tante observar que é a renda dos papel decisivo para o aumento de Plano Brasil Sem Miséria, para além
mais pobres a que mais cresce. renda das mulheres. As políticas de um processo crescente e cada
Entre 2001 a 2011 a renda dos de apoio à agricultura familiar e vez mais institucionalizado e inte-
20% mais pobres aumentou em reforma agrária e as políticas para grado de participação social no
ritmo sete vezes maior do que a
dos mais ricos. A população em
situação de extrema pobreza pas- A pobreza rural teve uma queda expressiva, com redução da
sou de 14% em 2001 para 4,2 em
2011 e os dados relativos a 2012 já taxa de 48,6%, em 2002, para 32%, em 2008, indicando a
nos indicam um patamar menor saída da pobreza de mais de quatro milhões de pessoas.
ainda, equivalente a 2,5 milhões
de pessoas. A pobreza extrema também foi reduzida passou de 19,9%
para 11,7% no mesmo período.
A pobreza rural teve uma que-
da expressiva, com redução da
taxa de 48,6%, em 2002, para
32%, em 2008, indicando a saída as mulheres rurais resultaram conjunto da agenda do governo
da pobreza de mais de quatro na diminuição do trabalho não federal.
milhões de pessoas. A pobreza remunerado e no aumento da
renda no chamado trabalho por O destaque que cabe ser fei-
extrema também foi reduzida
passou de 19,9% para 11,7% no conta própria. to é ao Programa Territórios da
mesmo período. Cidadania que promover a inte-
Esta mudança integra uma gração de políticas públicas num
Entre 2003 e 2011, a renda mé- clara estratégia de promoção do
arrojado plano de investimentos
dia dos domicílios da agricultura desenvolvimento nacional que
comuns ao governo federal, e aos
familiar teve um crescimento real se traduz na universalização dos
governos estaduais e municipais e
de 52% enquanto que a da po- direitos sociais e diminuição das
a real efetivação de políticas num
pulação brasileira no período teve desigualdades sociais e regionais
ambiente inovador de governan-
um crescimento real de 16% e a e que se alia a outras duas frentes
importantes, a da promoção de ça pública que se desenvolve
renda proveniente do trabalho
políticas articuladas entre as três a partir dos territórios rurais e a
agrícola foi de 47%.
esferas de governo com participa- partir dos acúmulos da política de
Também deve-se considerar ção social e; a da recuperação da desenvolvimento territorial que
as desigualdades sociais, dentre capacidade de planejar e investir já estava em construção desde o
elas as existentes entre homens fortalecendo o mercado interno. início do governo Lula.

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 39


39
ENTREVISTA

A partir dos seus três eixos de agrária, bem como a participação Um importantíssimo destaque
atuação: apoio a atividades pro- social associada a uma estratégia está na destinação dos investi-
dutivas; cidadania e direitos e; de desenvolvimento territorial já mentos no território nacional.
infraestrutura e de um ciclo de que como disse recentemente a Com exceção da ação de iniciação
gestão que inclui o fortalecimen- Presidenta Dilma Russeff : o fim da ao esporte todos os investimen-
to do pacto federativo e a parti- pobreza extrema é só o começo. tos voltados para a infraestrutura
cipação social por meio de mais social e urbana, comohabitação,
A ampliação da capacidade de
de 9 mil entidades da sociedade creches e pré-escolas, unidades
planejamento e de investimento
civil envolvidas, rompe-se com o básica de saúde, pavimentação,
tem maior expressão do PAC2, o
paradigma do rural como atraso saneamento, estradas vicinais e
cidades digitais estão dirigidos
para os municípios com até 50
Seguiremos fortalecendo a politica de desenvolvimento mil habitantes excluídos aqueles
que se encontram nas regiões
territorial, a participação social nas instâncias colegiadas
metropolitanas.
e com maior sustentabilidade, promoveremos maior
Um bom exemplo de inves-
coordenação das entidades parceiras e dos entes timento em infraestrutura com
federados. rebatimento direto na renda
dos produtores e provimento de
serviços básicos, é a atuação do
e como apenas um espaço de maior programa de investimentos Ministério do Desenvolvimento
produção de mercadorias, para Agrário na implantação e recu-
em infraestrutura do país. A taxa
afirmar o rural como espaço de peração de estradas vicinais que
de investimentos do setor públi-
vida, integrado a um projeto de visa garantir o escoamento da
co cresceu em 51% no período
desenvolvimento nacional justo produção da Agricultura Familiar.
de 2003 a 2012, e como parte
e solidário e protagonizados por O programa é agora coordena-
deste programa não se expandiu
distintos setores sociais. do pela SDT o que permitirá sua
apenas investimentos em logís-
articulação com o Programa de
Alimentando-se desta experi- tica e energia, mas também em
Infraestrutura e Serviços da Agri-
ência e buscando focalizar ações infraestrutura social e urbana, a
cultura Familiar, fortalecendo os
para a população extremamente exemplo do Comunidade Cidadã;
vínculos com os governos locais
pobre cria-se em 2011, o Plano Minha casa, Minha vida; Água e
e a participação social na gestão
Brasil Sem Miséria. Atuando nos Luz para Todos, o que inclui obras
da política de desenvolvimento
mesmos eixos mas criando instru- de saneamento, infraestrutura vi-
territorial.
mentos específicos em adequa- ária, equipamentos para estradas
ção de uma estratégia mais focali- vicinais, educação, saúde dentre Apesar das transformações
zada no público a ser beneficiado, outros. Associado à melhoria da estruturais em curso, o Brasil país
este plano também prevê a inte- infraestrutura obtivemos a maior ainda é um dos países mais desi-
gração com as políticas publicas taxa de elevação do emprego, guais. Para consolidar este mode-
da agricultura familiar e reforma que cresceu 75,4% . lo inclusivo de desenvolvimento

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40 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS
ENTREVISTA

e potencializá-lo é muito impor- A pesquisa Repensando o Con- total do país, o que representa
tante avançar na adoção da abor- ceito de Ruralidade no Brasil: impli- um aumento do peso do rural na
dagem territorial, que considera o cações para as políticas públicas geografia nacional, elevando sua
desenvolvimento rural como um retoma um debate importante presença na definição da agenda
processo social com distintas fa- sobre o que é o rural e o dimen- das políticas que ainda hoje estão
ces e dimensões (econômica, so- sionamento do rural no Brasil. orientadas prioritariamente para a
cial e ambiental). E, ao fazer isso, realidade urbana.
estaremos fortalecendo alguns Tomando as distintas dimen-
dos principais eixos do novo mo- sões contidas no conceito, a A pesquisa contribui, ainda,
delo de desenvolvimento, como a pesquisa considera os conceitos para avaliar a situação atual das
articulação das políticas setoriais, vigentes e suas repercussões so- ações dirigidas a um novo padrão
a valorização do protagonismo da bre o ordenamento jurídico, tri- de planejamento, integração e
população envolvida e o estimulo butário, geográfico e estatístico descentralização das políticas
a processos locais que dinamizam a fim de indicar como o rural foi públicas destinadas ao rural. Per-
as regiões e as integram ao desen- reduzido e isolado na historia do mite, ainda, melhor caracterizar
volvimento nacional. nosso país. os territórios rurais e qualificar o
planejamento territorial em suas
Os principais motores desta Partindo da premissa que
distintas escalas.
estratégia fortalecem o modelo orural não pode estar associado
em curso já que: 1) articula as po- exclusivamente à dimensão agrí- A Senhora possui grande ex-
líticas setoriais e sua forma de exe- cola, nem concebido como um periência na questão de gênero.
cução; 2) valoriza o protagonismo resíduo atrasado do urbano que Como avalia a atual situação das
da população envolvida e 3) in- necessita se modernizar, afirma mulheres do campo na América
tegra o rural ao desenvolvimento o Brasil Rural Contemporâneo, Latina, mais especificamente no
nacional, estimulando processo como espaço de produção e re- Brasil? Quais os desafios para as
locais,integrados às demais esca- produção de vida, da cultura bra- políticas públicas?
las de forma a estimular a partici- sileira, da preservação dos bens
pação de governos e sociedade da natureza. Na América Latina e Caribe, as
civil na definição de projetos de mulheres estão consolidando o
desenvolvimento. A elaboração de uma nova seu papel na soberania alimen-
tipologia do rural a partir destas tar como as principais gestoras
Como os resultados do Projeto problematizações e da conside- da produção de alimentos, dos
“Repensando o conceito de Rura- ração das dimensões econômicas, serviços ambientais e da biodi-
lidade”, desenvolvido em parceria sociais, culturais e ambientais, já versidade.
com a SDT/MDA, que pretende indicamuma ampliação do que
apresentar um olhar moderno vem a ser rural no Brasil quando As mulheres desenvolvem
da concepção do rural, podem comparada com as estatísticas uma intensa carga de trabalho
influenciar essa abordagem ter- oficiais. Os municípios rurais pas- com jornadas superiores as dos
ritorial no País? E como isso pode sam arepresentar 89% da totali- homens, combinam o trabalho
ser repercutido a outros países da dade dos municípios brasileiros produtivo com atividades do-
América Latina? e agregam 30% da população mésticas, incluindo a preparação

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 41


41
ENTREVISTA

Foto: MDA/SDT

de alimentos para suas famílias, o população rural, as mais jovens total das mulheres trabalhadoras
trabalho comunitário e de cuida- são as mais afetadas pelos pro- brasileiras que não auferem renda.
dos, participando de forma sig- cessos migratórios e a maioria
nificativa, na superação de crises delas não contam com o devido O seu trabalho é considerado
econômicas. reconhecimento da sua condição como uma mera extensão dos
de agricultora familiar. cuidados dos filhos e dos demais
Contudo, esse trabalho não é membros das famílias, um traba-
suficientemente valorizado e, por- A economia rural sempre este- lho concebido como uma ajuda,
tanto, a renda das mulheres ainda ve marcada pela divisão sexual do decorrente também do oculta-
é menor do que a dos homens, o trabalho. Os homens estão asso- mento do trabalho delas.
que afeta também a capacidade ciados a atividades econômicas
de tomar decisões. que geram emprego, ocupação e Apesar disso, transformações
renda, enquanto as mulheres con- vem ocorrendo: o arrefecimento
As mulheres enfrentam muitas centram-se em atividades volta- da migração feminina, uma ten-
restrições no acesso à terra, aos das para o auto-consumo familiar, dência a maior igualdade entre os
recursos naturais, aos recursos com baixo grau de obtenção de sexos no rendimento dos ocupa-
públicos de apoio a produção renda e assalariamento. Ocupam- dos e uma queda na proporção
(crédito, assistência técnica e tec- se principalmente da criação de de mulheres ocupadas sem re-
nologias) e à educação. aves e pequenos animais e da muneração.
horticultura. Esta realidade nos
No Brasil, as mulheres corres- permite entender porque as mu- A promoção do desenvolvi-
pondem a quase a metade da lheres rurais representam 64% do mento sustentável no país consi-

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ENTREVISTA

derou a necessidade de valorizar nica e extensão rural, na adoção lho não é remunerado, necessita
o protagonismo das mulheres de um conjunto de medidas para ser valorizado e compartilhado
considerando-as como sujeitas favorecer e priorizar a compra da com os homens. Deve-se tam-
ativas e interlocutoras na relação produção delas no Programa de bém ampliar a responsabilidade
com o Estado. Elas lideraram na Aquisição de Alimentos e do es- do Estado, por meio de implan-
família a efetivação do direito à timulo à participação em eventos tação de serviços e de ações de
habitação e às transferências de de promoção comercial a exem- sensibilização e conscientização
renda, através do Programa Minha plo da Feira Nacional da Agricul- sobre o valor e a necessidade de
Casa e Minha Vida e do Programa tura Familiar e Reforma Agrária socialização do trabalho domés-
Bolsa Família, ganhando centra- onde elas já são mais de um terço tico e do cuidado.
lidade portanto na implementa- das expositoras.
ção de programas estratégicos do A Senhora está à frente da
governo federal e no desenvolvi- O governo federal também Secretaria de Desenvolvimento
mento rural, políticas de promo- garantiu o direito à terra para as Territorial do Ministério do Desen-
ção da igualdade buscaram reco- mulheres, embora previsto em volvimento Agrário. Quais são os
nhecer o seu trabalho e garantir nossa constituição federal só em principais desafios de sua gestão?
seus direitos. 2003 veio a se efetivar. O direito
à terra foi complementado com Grandes avanços marcaram a
No Ministério do Desenvol- estímulos à sua participação na primeira década da política de de-
vimento Agrário, para além do economia por meio da oferta de senvolvimento territorial. A etapa
Programa Nacional de Docu- assessoramento e financiamento inicial da criação de uma politica
mentação da Trabalhadora Rural da produção, através da ATES e do de desenvolvimento territorial
e do Programa de Organização Credito Apoio Mulher. no MDA já foi alcançada princi-
Produtiva de Mulheres Rurais, fo-
palmente com a criação de uma
ram promovidas ações afirmativas O conjunto destas políticas
institucionalidade local – colegia-
que qualificaram e ampliaram a foram articuladas à estratégia
dos, de sensibilização de gover-
participação das trabalhadoras do desenvolvimento territorial,
nos estaduais e de outros órgãos
rurais nas políticas de apoio à em parceria com ONG,s e movi-
federais. A experiência do MDA
agricultura familiar e reforma mentos sociais, constituíram-se
foi muito rica na criação de uma
agrária. Este esforço se traduziu comitês territoriais de mulheres,
desde o reconhecimento delas nova institucionalidade de gover-
promoveram-se ações de capa-
como agriculturas no cadastro da nança, já que fomos muito além
citação e articulação de políticas
agricultura familiar brasileira, atra- da criação de espaços de partici-
públicas nos territórios da cida-
vés da instituição da titularidade pação social – marca importante
dania.
conjunta em caráter obrigatório do governo Lula e Dilma e afirma-
na Declaração de Aptidão ao Pro- Penso que um desafio impor- mos um conceito novo de gestão,
naf , passando pela instituição da tante é a incorporação da dimen- em que a participação social e o
política de credito especial para as são não monetária da economia, pacto federativo se combinam e
mulheres, com o Pronaf Mulher, presente no trabalho doméstico e formam um modo permanente
a criação de uma política setorial de cuidados das pessoas. É neces- de promoção do desenvolvimen-
especializada na assistência téc- sário reconhecer que este traba- to rural.

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ENTREVISTA

Também foi importante a ex- da sociedade civil, passa por uma to prazo em sintonia com proje-
perimentação de instrumentos apropriação por parte das popu- to local e global, de aproximação
de planejamento, gestão social lações beneficiárias das políticas com as chamadas frentes de ex-
implementados principalmente existentes, uma aproximação en- pansão das dimensões estratégi-
a partir dos PTDRS e de outros tre os órgãos responsáveis por cas do desenvolvimento nacional
instrumentos de planejamento cada uma das políticas públicas, expresso no Plano Plurianual e no
específicos para a promoção da de construir um olhar de con- projeto Brasil 2022.
inclusão produtiva, com destaque junto e mais aprofundado sobre
especial para os Planos Safras Ter- os processos econômicos e so- Os territórios da cidadania, são
ritoriais e os Planos Territoriais de ciais dos territórios, nos estados, uma referência para a priorização
Cadeias Produtivas. regiões e do país. de investimentos públicos é mui-
to importante que busquemos
Sem dúvida o maior resultado Com o que já foi feito, com o aprofundar a experiência atri-
desta experiência foi a resposta Programa Territórios da Cidada-
buindo a ele maior capacidade
de todo o governo federal a estas nia, o Plano Brasil sem Miséria e
de articulação local e setorial e
iniciativas com a criação do Pro- as possibilidades abertas no di-
como parte desta estratégia ar-
grama Territórios da Cidadania, à álogo com a agenda territorial li-
ticular mais o PTC com o Plano
medida que obtivemos uma res- derada pelo Ministério do Plane-
Brasil sem Miséria.
posta do conjunto do governo fe- jamento, muito mais poderá ser
deral à agenda de promoção do feito. O futuro da política deve
Promover um forte investi-
desenvolvimento rural de grande valorizar esta trajetória, buscar
mento na integração de políticas
alcance e sob coordenação do qualificar a experiência, atualizar
públicas, a começar pelo próprio
núcleo de governo. a estratégia e sintonizá-la com
o projeto de desenvolvimento MDA e suas políticas de inclusão
nacional em curso. produtiva. Ajustar a estratégia de
Foi um período também de
inclusão produtiva de forma a se
criação e consolidação das prin-
cipais políticas de fortalecimento Seguiremos fortalecendo a complementar com as unidades
da agricultura familiar, dos assen- politica de desenvolvimento ter- do MDA e outorgar-lhe maior di-
tados, para as mulheres e comu- ritorial, a participação social nas mensão territorial.
nidades rurais tradicionais. Hoje instâncias colegiadas e com maior
há um conjunto de política pú- sustentabilidade, promoveremos Também é muito importante
blicas diferenciadas que não havia maior coordenação das entidades promover estratégia de supri-
antes e que já alcançaram escala parceiras e dos entes federados. mento de infraestrutura rural em
e amadurecimento para ganhar especial diálogo com o PAC2, o
consciência da necessidade de Devemos investir num trabalho que a dimensão produtiva, viária,
maior integração entre si. complementar de planejamento hídrica e de inclusão digital supe-
territorial, por meio de ações de rando a visão ainda presente de
O desafio de integrar políticas é qualificação e atualização para projetos atomizados e concorren-
uma imensa tarefa de governo e uma estratégia também de cur- tes no território.

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ARTIGO
ARTIGO

André Kauric é Jornalista e


Consultor do Fórum DRS
Informa-se muito, comunica-se pouco
Foto: Arquivo IICA

recem se contentar com uma política do código linguístico; a contextualiza-


de informação em grande quantidade ção do tema; com a complexidade da
para atingir o cidadão. São inúmeras in- mensagem e, principalmente, com a
formações de qualidade, acumuladas atribuição de relevância do receptor
por meio de um processo de gestão com determinado tema. Este último
do conhecimento, desenvolvidas por condiciona todo o processo de comu-
profissionais gabaritados e transmiti- nicação, pois determina o quanto uma
das ao grande público por meio do pessoa está disposta a gastar tempo e

É
que há de melhor em tecnologia da energia para consumir a mensagem. Se
cada vez mais alarmante a
informação que se perdem nas mãos não há atribuição de relevância, dificil-
forma como o conhecimento
do cidadão comum. Um alto investi- mente será estabelecido um processo
técnico e científico acumula-
mento em informação e que, sem dú- de comunicação e os altos gastos com
do das instituições e organizações é
vida, traz alguns resultados positivos, informação serão inúteis.
transmitido à população, especial-
no entanto, não garante o consumo
mente para os micros e pequenos Academicamente a comunicação
dessa informação pela população e,
empresários, agricultores familiares e ocupa um patamar que oferece solu-
consequentemente, não se consegue
os membros das comunidades mais ções para este impasse. Em 2011, foi
estabelecer um processo de comuni-
carentes. Decide-se o quê e como se reconhecida pela comunidade acadê-
cação, por meio do qual as pessoas irão
fala, sem ter uma imagem fiel do re- interagir, criticar, dialogar e outros. mica uma nova área da comunicação:
trato e realidade do cidadão. a Comunicação Pública de Conteúdos
Continuar com essa política de in-
Não há hoje nas organizações, com Complexos (CPCC), um modelo para
formação em grande escala sem se
raras exceções, uma preocupação com descrever e compreender os processos
agregar uma política dedicada à comu-
a comunicação dos chamados conte- e problemas da comunicação pública
nicação pública é escolher uma via de
údos complexos, ou seja, aqueles cujo da complexidade, particularmente da
mão única, na qual só o emissor se be-
contexto cultural não é de domínio pú- ciência, tecnologia e inovação, forne-
neficia e a informação se torna objeto
blico. O mais preocupante e o grande cendo instrumentos novos e importan-
de comunicação apenas daqueles que
problema dessa constatação é que dominam determinado assunto ou tes para a sua solução. Falta, agora, uma
grande parte do conhecimento acu- que fazem parte daquele contexto em aposta por parte dos gestores públicos
mulado, que inclui novas tecnologias e torno da mensagem. Essa via propicia para investir nessas soluções.
inovações, tratados atualmente nas ins- uma sensação de dever cumprido ao Neste sentido, há que se destacar
tituições e organizações são de temas emissor que acredita ter disponibiliza- o trabalho desenvolvido pelo IICA, por
caracterizados como complexos para o do determinada informação relevante meio do Fórum Permanente de Desen-
cidadão comum, ou seja, temas como ao cidadão, no entanto, é este último volvimento Rural Sustentável (Fórum
mudanças climáticas, desenvolvimento quem sai perdendo, pois tem acesso DRS), que vem desenvolvendo projeto
sustentável, segurança alimentar, ener- à informação, mas não consegue con- de Comunicação Pública no tema com
gia, recursos hídricos, gestão de risco, sumi-la, aproximá-la de seu contexto. base na CPCC. Espera-se que a primei-
entre outros. Para estabelecer uma comunicação ra de muitas outras iniciativas para se
Apesar de ser gritante a necessida- eficaz da informação do tipo complexa comunicar cada vez mais e de forma
de de se investir na comunicação pú- com a população é preciso, entre ou- eficiente o conhecimento técnico e
blica desses conteúdos, os gestores pa- tros, se preocupar com a decodificação científico para a população. 

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Frases DRS
especial

Reconheço que nesses dois anos de projeto, trabalhamos muito próximo do executivo e, agora, a
discussão se aproxima do legislativo. Assim, estamos muito contentes e esperançosos pelo aprofun-
damento do diálogo. Estou convencido que é uma contribuição não apenas para o Brasil, mas para
toda América Latina. Há que se destacar que as conclusões desse projeto podem ser apresentadas na
reunião dos Ministros de Agriculturas, a JIA
Manuel Otero, Representante do IICA no Brasil

Sabemos que, para 2050, se requererá Importantes comentarios sobre la ruralidad, es-
duplicar a quantidade de alimentos perando que el gran Brasil, en su razon Estatal,
que hoje se produz, enquanto a produ- implemente politicas publicas, conducentes a
tividade agropecuária também deverá mirar proactivamente el campo, donde se dan
atender as demandas de derivados razones historicas, idiosincraticas, geograficas,
agrícolas para seus crescentes usos que determinan la vocacion agricola de Lati-
alimentícios. Os territórios rurais tam- noamerica. Hay que empezar por la educacion
bém requerem um lugar central nas y una mayor y real presencia del Estado en el
políticas e nas ações do Estado. sector rural, alli esta la despensa del futuro.
Victor Villalobos, Diretor-geral do IICA Oscar Alberto Roman Roman Cabra, comentario pelo
site do Fórum DRS

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SET/OUT/NOV 2012 REVISTA
REVISTAFÓRUM
FÓRUMDRS
DRS
Para nós, do ministério, é algo muito importante socializar o conhecimento acumulado, difundir uma
pesquisa que é de muita relevância para pensar o rural e pensá-lo integrado ao nacional, não pensá-
lo de forma isolada. Fazer isso no âmbito do Senado, na CRA, é também muito importante
Andrea Lorena Butto Zarzar, Secretária de desenvolvimento territorial

É preciso definir progresso pela qualidade de Felicito a Brasil que ha puesto en la


vida, não por renda, ¬consumo e técnica mo- agenda “política” la discusión de los te-
derna. É preciso urbanizar o rural e ruralizar mas vinculados a la ruralidad y al De-
o urbano. Precisaremos de uma política que sarrollo Territorial fundamentalmente.
mantenha a qualidade urbana, que leve a qua- Saludos desde Uruguay.
lidade rural a quem não está nas próprias ci- Patricia Duarte, comentario site Fórum DRS
dades e case o rural com o urbano. Fazer com
que as pequenas cidades se transformem tam-
bém nas produtoras de alimentos, dos bens
agrícolas, e ter uma vida rupestre, digamos,
perto da cidade.
Cristovam Buarque, Senador (PDT-DF)

Há estados inteiros rurais, o que torna


necessário modificar o orçamento pú-
blico para auxiliar os 70% dos municí-
Construir uma nova ruralidade é indispensável pios brasileiros que têm menos de 20
para o mundo. Ainda mais para o Brasil, que mil habitantes. O meio rural não reivin-
continuará sendo um país agrícola. Este estu- dica apenas política agrícola e agrária,
do vai reorientar os investimentos públicos no mas também políticas de saúde, edu-
rural cação, comunicação, entre outras. Não
podemos ter uma educação que nos
Beatriz Paredes, Embaixadora do México no Brasil
expulse de nosso lugar.
Humberto de Oliveira, consultor do IICA

É importante incluir no debate a ruralidade não agrícola, desde o turismo, o artesanato, os serviços
ambientais, a arte e a cultura.
Alberto Viana, comentário pelo site do Fórum DRS

REVISTA
REVISTAFÓRUM
FÓRUMDRS
DRS SET/OUT/NOV
JAN/FEV/MAR 2013
2012 47
En Venezuela
Políticas para asegurar la cobertura y calidad de la
infraestructura, los servicios y la producción rurales
48 JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS

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