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EDITORIAL

¿Qué es lo que hace que la arqueología discusión. Por su parte, Ximena Suárez se
suramericana sea tal cosa, si no la geogra- pregunta por el signo arqueológico más
fía que la contiene? Hemos leído y escrito conspicuo del Uruguay; la interpretación de
tanto acerca de ello que anima a pensar los cerritos es puesta en cuestión dando lu-
que las palabras han agotado ya su reper- gar a un discusión metodológica y teórica
torio. Probablemente porque la arqueolo- acerca de la monumentalidad como cate-
gía suramericana está cambiando en diver- goría interpretativa. Continuando con su pre-
sas direcciones a lo largo de los años esa ocupación acerca del poblamiento inicial del
pregunta y sus posibles respuestas se re- continente Laura Miotti retoma la discusión
nuevan constantemente. Tal vez los recien- que sostiene gran pare del debate teórico
tes textos de Gustavo Politis han tenido la que se presenta en este número de la re-
pretensión más abarcadora: como un pin- vista: ¿en qué medida nuestra relación con
tor que describe el paisaje frente a su cua- el objeto de estudio está mediada por de-
dro Politis lo hace con la arqueología sud- terminaciones contextuales que nos envuel-
americana. Como antes a Velázquez, le ha ven?; ¿hasta qué punto la relación de co-
sucedido aparecer retratado junto con su nocimiento que desarrollamos con los obje-
objeto y éste, que lo mira al ser retratado, tos (como, por ejemplo, las discusiones teó-
mira también su cuadro, se incomoda o rico-metodológicas de Velandia y Suárez)
acuerda, reacciona y se mueve, sale de foco está mediada por las relaciones sociales en
o sucumbe ante la mirada. En este número el curso de nuestras vidas (los contextos
de Arqueología Suramericana recoge- socio-políticos y de política académica a los
mos, en la forma de un debate, algunos de que refieren Miotti, Politis y sus comenta-
los movimientos de quienes hemos sido re- ristas)? Esta parece ser la pregunta de la
tratados en el paisaje de Politis. Interpre- hora en la arqueología suramericana.
tarnos parece ser el desvelo. Del 3 al 7 de julio del 2007 nos encon-
César Velandia nos ofrece su propia pre- traremos en San Fernando del Valle de
ocupación acerca de la interpretación del Catamarca, con esa y otras varias pregun-
arte y, de esta manera, hace su aporte a la tas en mente, en la Cuarta Reunión de Teoría
teoría arqueológica en un texto que prefie- Arqueológica en América del Sur. Dentro
re considerar un prólogo. Así, entre textos y fuera del paisaje interpretados e
que vienen antes y textos que vendrán des- interpretadores nos damos cita al pie del
pués Velandia presenta un cuerpo teórico- Ambato para conversar, cara a cara, acer-
metodológico de interpretación no textual ca de lo que ofrecemos aquí para leer y
de representaciones plásticas y llama a su acerca de lo que aquí invitamos a escribir.
EDITORIAL

O que faz com que a arqueologia sul-ameri- Ximena Suárez Villagrán pergunta-se sobre o
cana seja tal coisa, senão a geografia que a signo arqueológico mais conspícuo do Uruguai.
contém? Temos lido e escrito tanto sobre isto A interpretação dos cerritos é colocada em
que chegamos a pensar que as palavras já questão, dando lugar a uma discussão
tenham esgotado seu repertório. metodológica e teórica sobre a monumentalidade
Provavelmente porque a arqueologia sul- como categoria interpretativa.
americana está mudando em diversas Continuando com suas preocupações so-
direções ao longo dos anos, esta pergunta e bre o povoamento inicial do Continente, Laura
suas possíveis respostas se renovam cons- Miotti retoma a discussão que sustém grande
tantemente. Talvez os textos recentes de parte do debate teórico que se apresenta neste
Gustavo Politis tenham tido uma pretensão número de Arqueologia Sul-Americana: em
mais abrangente: como o pintor que descreve que medida nossa relação com o objeto de
a paisagem frente seu quadro, Politis o faz estudo está mediada pelas determinações
com a arqueologia sul-americana. Como contextuais que nos envolvem? Até que ponto
antes fez Velázquez, decidiu aparecer retra- a relação de conhecimento que desenvolve-
tado junto com seu objeto e este o observa mos com os objetos (como por exemplo, as
enquanto é retratado, observa também seu discussões teórico-metodológicas de Velandia
quadro, incomoda-se ou concorda, reage e e Suárez) está mediada pelas relações sociais
se move, sai de foco ou sucumbe diante do no curso de nossas vidas (os contextos socio-
observador. Neste número de Arqueologia políticos e de políticas acadêmicas aos quais se
Sul-Americana captamos, na forma de um referem Miotti, Politis e seus comentaristas)?
debate, alguns dos movimentos daqueles que Esta parece ser a pergunta do momento em
foram retratados na paisagem de Politis. In- Arqueologia Sul-Americana.
terpretar-nos parece ser o que se revela. De 3 a 7 de julho de 2007, estaremos nos
César Velandia oferece-nos sua própria encontrando em San Fernado Del Valle de
preocupação acerca da interpretação da arte e, Catamarca, com estas e várias outras
desta maneira, faz sua contribuição à teoria ar- perguntas em mente, na Quarta Reunião de
queológica em um texto que ele mesmo prefere Teoria Arqueológica na América do Sul.
considerar um prólogo. Assim, entre texto que Dentro e fora da paisagem, interpretados e
vem antes e textos que virão depois, Velandia interpretadores, nos encontraremos aos pés
apresenta um corpo teórico-metodológico de do Ambato para conversar, frente a frente,
interpretação não-textual de representações plás- sobre o que oferecemos aqui para ler e so-
ticas e chama a sua discussão. Por sua parte, bre o que aqui convidamos a escrever.
ARQUEOLOGÍA SURAMERICANA/ARQUEOLOGIA SUL-AMERICANA 2, 2, julio/julho 2006

FORO DE DISCUSIÓN:
EL PANORAMA TEÓRICO EN DIÁLOGO

Tal vez no exista un intento más ambicioso de dar cuenta del panorama de la arqueología sudame-
ricana que el que, en distintos medios y en diferentes versiones, ha publicado Gustavo Politis en
años recientes. Como todo panorama general éste implica la creación de un cuadro de sistema-
tización, la aplicación de criterios de ordenamiento y la selección de las obras; también supone un
enorme esfuerzo de pesquisa de textos dispersos en cientos de publicaciones, muchas veces de
caprichosa circulación en medios académicos generalmente tabicados por las fronteras naciona-
les de nuestro continente. El panorama teórico resultante es abarcador y extenso pero ni el autor
ni su texto han pretendido exponer una situación desde una supuesta objetividad; por el contrario,
se trata de un cuadro pintado desde un punto de vista que, además, expresa sus cuestionamientos
y sugerencias. En gran medida el texto de Politis es un comentario sobre la tarea de cientos de
colegas sudamericanas/os; a algunas/os de ellas/os recurrimos ahora para que continúen el diálo-
go, comentando el panorama descrito por Politis. En este número de Arqueología Suramericana
incluimos una discusión del «paisaje teórico de Politis», para la cual hemos convocado a distintos
colegas, a quienes hemos solicitado que se refieran a sus textos previamente publicados (Politis
2003, 2004). Los comentarios han sido replicados por Gustavo. Dado que es posible que algunas/
os de nuestras/os lectoras/es no hayan accedido a las publicaciones de referencia publicamos, en
primer término, un resumen de los textos (el resumen en castellano fue preparado por uno de los
editores de AS, Alejandro Haber, y ha sido revisado por Politis). Los comentarios, realizados con
referencia a los textos completos y no exclusivamente a partir del resumen, figuran a continua-
ción, seguidos por la réplica de Gustavo. Este foro se cierra con las referencias bibliográficas
citadas en los comentarios y la réplica.
Talvez não exista uma intenção mais ambiciosa de dar conta do panorama da arqueologia sul-
americana do que a que, em distintos meios e em diferentes versões, tem publicado Gustavo
Politis nos anos recentes. Como todo panorama geral, este implica na criação de um quadro de
sistematização, na aplicação de critérios de ordenamento e na seleção das obras. Supõe também
um enorme esforço de pesquisa de textos dispersos em centenas de publicações, muitas vezes de
caprichosa circulação em meios acadêmicos geralmente isolados pelas fronteiras nacionais de
nosso Continente. O panorama teórico resultante é abrangente e extenso, porém, nem o autor,
nem seu texto, pretenderam expor uma situação a partir de uma suposta objetividade; pelo contrário,
trata-se de um quadro pintado a partir de um ponto de vista que, ademais, expressa seus
questionamentos e sugestões. Em grande medida, o texto de Politis é, em definitivo, um comentário
sobre a tarefa de centenas de colegas sul-americanos(as); a alguns deles(as) recorremos agora
para que continuem o diálogo, comentando o panorama descrito por Politis. Neste número de
Arqueologia Sul-Americana incluímos uma discussão da «paisagem teórica de Politis», para a
qual convocamos a distintos colegas a quem solicitamos que se refiram a seus textos previamente
publicados (Politis, 2003, 2004). Os comentários foram respondidos por Gustavo. Considerando
que é possível que alguns de nossos(as) leitores(as) não tenham tido acesso às publicações de
referência, publicamos, em primeiro lugar, um resumo dos textos (o resumo em espanhol foi
preparado por um dos editores de AS, Alejandro Haber e foi revisado por Politis). Os comentários,
realizados com referência aos textos completos e não exclusivamente a partir do resumo, são
apresentados na continuação, seguidos pela réplica de Gustavo. Este fórum encerra-se com as
referências bibliográficas citadas nos comentários e na réplica.
Palabras clave: método, teoría / Palavras chave: método, teoria.

Ponencia: El paisaje teórico y el preguntas y métodos arqueológicos de tra-


desarrollo metodológico de la diciones intelectuales extranjeras. Ello es sim-
plemente debido a que, como respecto a cual-
arqueología en América Latina.
quier investigación en el mundo occidental,
Gustavo Politis (CONICET -
los arqueólogos latinoamericanos están in-
Universidad del Centro de la sertos en comunidades científicas abiertas,
Provincia de Buenos Aires y expuestas a movimientos intelectuales ge-
Universidad de La Plata). nerados en otros países. Aquí intentaré mos-
No existe una arqueología latinoamericana trar cómo evolucionó la arqueología en
como tal sino una variedad de tradiciones re- Latinoamérica desde el marco histórico-cul-
gionales y nacionales de prácticas arqueoló- tural hegemónico, que condujo a la disciplina
gicas, con significativas diferencias entre durante varias décadas, hasta la situación
ellas. La mayoría de los países latinoameri- actual. Siento que aunque una forma mo-
canos comparte una dependencia derna de historia cultural domina la arqueo-
socioeconómica y una neocolonización, en logía latinoamericana hoy en día este es un
comparación con las naciones desarrolladas. paradigma diferente, aliado a enfoques
Estas condiciones sociopolíticas afectan las procesuales y postprocesuales. La arqueo-
tendencias teóricas en estos países y la ma- logía actual practicada en la mayoría de las
nera como los arqueólogos latinoamericanos áreas de América Latina no puede ser se-
desarrollan su investigación. En América parada del efecto de los arqueólogos de Eu-
Latina la historia cultural fue el enfoque casi ropa occidental y Norteamérica, muchos de
exclusivo hasta la década de 1960 y sigue los cuales han sido tremendamente influyen-
siendo el paradigma dominante que estruc- tes en las direcciones de la investigación ar-
tura la investigación arqueológica regional. queológica local.
Sería injusto, no obstante, caracterizar al pai-
saje teórico actual de la arqueología latinoa- El escenario teórico
mericana como dominado por la historia cul- El enfoque histórico-cultural tuvo un impacto
tural de mediados del siglo XX. Muchos de- directo en la arqueología practicada en todos
sarrollos e innovaciones metodológicas la han los países de Latinoamérica. Los hallazgos ar-
transformado en una disciplina más flexible queológicos fueron organizados en un marco
y dinámica, con múltiples direcciones de in- temporal de culturas, períodos y fases. Las di-
vestigación. También sería injusto conside- visiones tecnológicas, como las basadas en la
rar a la arqueología latinoamericana como cerámica y la lítica, ubicaron los artefactos en
un reflejo pasivo de influencias extranjeras, secuencias seriadas, estilos compartimen-
esencialmente norteamericanas. Los talizados, complejos tecnológicos e industrias.
arqueólogos locales han desarrollado méto- Esta obra fue realizada, principalmente, por
dos originales y han generado sus propios arqueólogos norteamericanos, en algunos ca-
modelos y marcos conceptuales. Por cierto, sos con la colaboración de arqueólogos loca-
las prácticas arqueológicas han adoptado les. El marco para la reconstrucción del pasa-

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do ha sido, y sigue siendo, un complejo mosai- e intereses científicos, influidos por el reco-
co en el cual secuencias regionales, sitios y nocimiento del incompleto poder explicativo
unidades interpretativas de integración (como de la historia cultural durante la década de
períodos, tradiciones, subtradiciones y horizon- 1970, mejores métodos para la identificación
tes) se articulan en un enfoque dominado por y organización temporo-espacial de los res-
la historia-cultural. La mayoría de los tos arqueológicos; (b) arqueología ambien-
arqueólogos sigue tendencias establecidas por tal; y (c) investigación orientada por proble-
la dominancia del enfoque histórico-cultural mas. Las tres estrategias integran la prácti-
norteamericano. La influencia de la historia ca arqueológica latinoamericana y, a menu-
cultural británica, principalmente a través de la do, son difíciles de separar en tendencias
obra de Gordon Childe, de la escuela austro- teórico-metodológicas.
alemana de los kulturkreisse y de algunas ten- La primera estrategia incluye mejores y
dencias francesas, ha sido importante en algu- sofisticados métodos y técnicas para anali-
nas áreas. Durante las décadas de 1950 y 1960 zar el registro arqueológico y para incorpo-
algunos prominentes investigadores latinoame- rarlo en unidades temporo-espaciales. En la
ricanos continuaron estos enfoques mayoría de los casos no se supusieron co-
organizativos temporales y espaciales respec- rrelaciones directas entre unidades arqueo-
to del registro arqueológico y produjeron sus lógicas y categorías etnográficas. Esto evita
propias secuencias locales o regionales; aun- uno de los principales problemas del enfo-
que tuvieron algunas innovaciones individuales que histórico-cultural, que a menudo iguala-
esencialmente siguieron a sus predecesores nor- ba la variabilidad arqueológica inferida con
teamericanos. interpretaciones de unidades etnográfica-
El legado histórico-cultural ha sido difícil mente significativas. En este enfoque el én-
de reemplazar en la arqueología latinoame- fasis está en el desarrollo y mejor control de
ricana actual. La influencia del enfoque his- la cronología y los patrones espaciales de
tórico-cultural sigue siendo fuerte, en parte variación. De allí que se registraron más
debido a su estabilidad epistemológica pero datos para describir y definir culturas, fases
también gracias a su capacidad de organi- y subfases arqueológicas, con especial én-
zar diversos registros arqueológicos en uni- fasis en las secuencias cerámicas. La seria-
dades comparables. Este enfoque ofreció una ción de la cerámica, a menudo llamada mé-
poderosa herramienta descriptiva que podía todo Ford, ha sido reemplazada, progresiva-
sintetizar datos existentes a escala regional mente, por otros tipos de análisis cerámicos
y métodos para investigar en áreas desco- (funcional, tecnológico, etc.). Esta estrate-
nocidas. La capacidad de incorporar en es- gia también aprovechó la datación
quemas previos información de áreas pobre- radiocarbónica para identificar y separar cro-
mente conocidas es una de las razones cla- nologías existentes en fases y diferentes com-
ve de la popularidad de la historia cultural. ponentes culturales. Las evidencias
Actualmente la mayoría de los arqueólogos lingüísticas y etnohistóricas fueron explota-
latinoamericanos ve al enfoque histórico- das completamente, especialmente en la
cultural como la manera más apropiada de construcción de modelos regionales en la tie-
iniciar un proyecto de investigación en un rras bajas de Sudamérica.
área geográfica nueva. Dentro de esta La segunda estrategia es la arqueología
fundamentación histórico-cultural esencialista ambiental. Este enfoque alía la investigación
los arqueólogos de la región han desarrolla- histórico-cultural con un fuerte interés
do tres estrategias principales para estudiar ecológico. En contraste con el uso de mode-
el pasado: (a) adopción de nuevos métodos los paleoambientales amplios la arqueología

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ambiental se centra en la creación de datos sión de los procesos culturales en la práctica
locales o micro-regionales detallados. La in- arqueológica latinoamericana. Creo que la
tegración de la palinología, la paleontología, mayoría de lo que sus practicantes conside-
la sedimentología y los análisis isotópicos ha ran «arqueología procesual» es, realmente,
sido crítica en el desarrollo de esta estrate- historia cultural con métodos más
gia investigativa. sofisticados, un énfasis en datos
La tercera estrategia desarrollada en el paleoambientales y algunos temas de moda
enfoque histórico-cultural es la arqueología (por ejemplo, riesgo e incertidumbre, estra-
orientada por problemas que utiliza un fuer- tegias adaptativas, eficiencia tecnológica,
te énfasis en los procedimientos analíticos etc.) insertos en la discusión o, a veces, sólo
comparativos para enunciar preguntas dis- añadidos a las introducciones. No estoy de-
tintas a la cronología. Aunque aún situada nigrando esta investigación; la mayoría de
dentro de los marcos cronológico y espacial las investigaciones realizadas dentro de lo
la arqueología orientada por problemas com- que yo llamo historia cultural «ambiental» y
bina los resultados de análisis detallados «orientada por problemas» es buena arqueo-
(líticos, cerámicos, faunísticos, arquitectóni- logía. Indudablemente representa avances
cos, etc.) centrados en tratar problemas es- cualitativos y cuantitativos pero la jerga del
pecíficos de investigación acerca de conduc- discurso arqueológico procesual a menudo
tas pasadas. enmascara un núcleo histórico-cultural do-
Algunos plantearían que las dos últimas minante.
estrategias de investigación deberían ser La arqueología procesual es aún bastan-
consideradas como arqueología procesual te limitada en sus aplicaciones en
porque tanto la investigación paleoambiental Latinoamérica. Los enfoques procesuales,
como la orientación por problemas son, a que enfatizan una orientación ecológica
menudo, centrales a las investigaciones funcionalista, fueron importantes en la obra
procesuales. No pienso que esto sea apro- de arqueólogos norteamericanos que inves-
piado. En muchas investigaciones en tigaron en Latinoamérica. También pueden
Latinoamérica el uso de información ambien- ser claramente reconocidos en una genera-
tal y la orientación por problemas ha servi- ción de arqueólogos latinoamericanos que
do, principalmente, para hacer reconstruc- iniciaron sus carreras en las décadas de 1970
ciones espacio-temporales más precisas del y 1980. Como resultado del marco concep-
pasado. Actualmente, a más de dos déca- tual y los objetivos de la temprana arqueolo-
das de la adopción de elementos de la ar- gía procesual la región fue una especie de
queología procesual en la región, parece que laboratorio para probar modelos e hipótesis
ésta no ha cambiado los intereses desarrollados en otros lugares. Las recons-
interpretativos esenciales de las investiga- trucciones histórico-culturales no tuvieron
ciones histórico-culturales. La adopción de prioridad de investigación. En la medida en
modernas técnicas científicas, el discurso y que el interés se desplazó hacia investiga-
la introducción de algunos conceptos (adap- ciones más orientadas por problemas fuer-
tación, sistema cultural, procesos de forma- temente apoyadas en datos paleoambientales
ción de sitios, transformaciones n y c) se in- hubo poco o ningún interés en la definición
corporó al paradigma histórico-cultural con refinada de unidades temporales y espacia-
cambios mínimos en los objetivos y estrate- les. Los principales temas y conceptos tra-
gias de investigación. Estos métodos adicio- tados por esta tendencia fueron aquellos
nales no han alterado, sustancialmente, la considerados pertinentes para el estudio de
naturaleza de las explicaciones o la compren- cazadores-recolectores. En la mayoría de los

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países la obra de Binford fue la principal in- mericanos usan los datos arqueológicos en
fluencia en los arqueólogos que exploraban el análisis y evaluación de sus modelos. Al-
el potencial de la arqueología procesual. Sus gunos yacen puramente en la esfera de la
modelos organizativos fueron ampliamente producción teórica con intentos mínimos de
usados y fue, indudablemente, el arqueólogo examinar la aplicación de ideas marxistas a
procesual más influyente. Aunque su influen- través de casos de estudio y datos empíri-
cia es más claramente reconocible en estu- cos. Otros han desarrollado un enfoque más
dios de cazadores-recolectores también se equilibrado que combina argumentos concep-
extiende a la mayoría de la investigación ar- tuales con desarrollo metodológico, recolec-
queológica en una u otra manera. Posicio- ción de datos, análisis e interpretación. Hay
nes positivistas más extremas, como la un desarrollo muy desparejo de la arqueolo-
ecología evolutiva y el seleccionismo, han sido gía marxista en Latinoamérica. Hay un én-
limitadas en su influencia en la arqueología fasis desproporcionado en desarrollos teóri-
latinoamericana. cos densos con un esfuerzo significati-
El marxismo y el materialismo histórico vamente menor hacia el desarrollo de meto-
han sido elementos integrantes de la arqueo- dología y evaluación empírica de datos ar-
logía latinoamericana. Ello se debe, en par- queológicos. Esta situación sería compren-
te, a la influencia de republicanos emigrados sible hace 25 años, cuando la escuela estaba
a México luego de la Guerra Civil española. estableciendo su marco conceptual y
En décadas recientes sus adherentes han metodológico; actualmente limita, seriamente,
consolidado una posición llamada «arqueo- la influencia del pensamiento marxista en la
logía social latinoamericana» y han propues- arqueología latinoamericana.
to un programa dirigido a hacer la práctica Los adherentes y comentaristas de la
arqueológica socialmente relevante y políti- arqueología social latinoamericana a menu-
camente activa. Las bases epistemológicas, do enfatizan la importancia de un activo com-
originalidad y trascendencia de esta escuela promiso político de sus miembros, quienes
de pensamiento, dentro y fuera de consideran la arqueología como un medio
Latinoamérica, han sido debatidas reciente- para transformar la realidad sociopolítica
mente. La arqueología social latinoamerica- actual a través de enfoques comprometidos
na no es un cuerpo unificado de teoría. Las y revolucionarios de investigación. A pesar
metodologías aplicadas y posiciones intelec- de tal retórica no existe un programa político
tuales sostenidas por sus practicantes varían en la forma de un grupo concertado de in-
ampliamente. Todos reconocen el método vestigadores comprometidos en una empre-
materialista histórico y los principios gene- sa colectiva. Los intereses genuinos de los
rales del marxismo. Bajo este paraguas bá- arqueólogos sociales por una arqueología más
sico hay diferencias conceptuales y útil para los pueblos indígenas, mestizos y
metodológicas entre sus adherentes. Por desposeídos permanecen, principalmente, en
ejemplo, no hay acuerdo sobre las definicio- la teoría y hay pocas demostraciones de su
nes, uso y utilidad de las interpretaciones integración práctica dentro de la arqueolo-
arqueológicas de conceptos tan fundamen- gía marxista.
tales como el de «cultura». Varios otros tér- Este paradigma no es dominante en nin-
minos en la literatura, como «modo de vida» gún país de la región. Ello no niega su origi-
y «formación social», también son materia nalidad ni su potencial como escuela alter-
de variados usos e interpretaciones. Tam- nativa del pensamiento y prácticas arqueo-
bién hay diferencias significativas en la for- lógicas en Latinoamérica; demuestra, sin
ma como los arqueólogos sociales latinoa- embargo, que luego de 25 años ha sólo sido

El panorama teórico en diálogo 171


adoptado por una minoría de arqueólogos hecho algunos avances innovadores en el es-
latinoamericanos. La impopularidad de esta tudio de sociedades complejas bajo el para-
escuela en varios países podría atribuirse a guas de la economía política, que también es
la oposición de los regímenes militares a las analizada, a veces, en conexión con la ideolo-
ideas marxistas en todos los campos. No gía. Muchos de estos desarrollos e interpre-
obstante, dada la libertad intelectual disfru- taciones se derivan de las ideas de Tim Earle
tada durante los últimos 15 años en la mayo- sobre la economía política de las jefaturas.
ría de Latinoamérica esta falta de acepta- Otras investigaciones recientes sobre la eco-
ción y desarrollo práctico concreto puede nomía política prestan menos atención a la
atribuirse a las fallas de esta escuela, que ideología, focalizando, en cambio, las
parecen ser principalmente metodológicas. implicancias sociales del control económico.
El postprocesualismo aún tiene un impac-
to modesto en la arqueología latinoamerica- Desarrollos metodológicos
na, básicamente a través de la obra de Ian
Hodder. Aunque unos pocos arqueólogos En las últimas dos décadas la arqueología
sudamericanos reconocen que su obra cae latinoamericana ha intentado desarrollar va-
dentro de las variantes de este conjunto de rias herramientas metodológicas para mejo-
enfoques, cada vez menos estrictamente rar la precisión de la recolección de datos
definido, son muchos más los que están dis- empíricos y para ir hacia una interpretación
cutiendo algunas de las ideas del programa más sofisticada del registro material del pa-
postprocesual. Varios temas de interés sado. Un enfoque central, derivado de la
postprocesual han formado parte, desde hace arqueología procesual, ha tenido como obje-
tiempo, de la obra de muchos arqueólogos tivo el desarrollo de sofisticadas investiga-
latinoamericanos. Además, en varios países ciones sobre los procesos de formación de
latinoamericanos, el compromiso social y sitios. La tafonomía de vertebrados ha atra-
político explícito de la academia tiene la tra- vesado distintas trayectorias de investigación
dición de producir el tipo de críticas acerca actualística. En Latinoamérica este campo
de la arqueología políticamente responsable ha sido desarrollado, casi exclusivamente,
que han aparecido sólo recientemente en por arqueólogos.
Norteamérica y Gran Bretaña. La existen- Otro desarrollo metodológico significativo
cia de grandes poblaciones indígenas y mo- influido por la arqueología procesual es la in-
vimientos sociales populares en varios paí- vestigación etnoarqueológica. A pesar de la
ses sudamericanos hace que los intereses riqueza y variedad de sociedades indígenas
postprocesuales sean inmediatamente rele- viviendo en muchas partes de Latinoamérica
vantes. Cuestiones como la etnicidad, los hay relativamente pocos estudios
derechos indígenas o la multivocalidad son etnoarqueológicos. Pueden identificarse tres
pertinentes en Latinoamérica. Otros com- tendencias en la investigación
ponentes de la crítica postprocesual, como etnoarqueológica realizada por investigadores
el estudio de género o el rol del individuo, no latinoamericanos. La primera selecciona ca-
han sido considerados tan pertinentes. sos de estudio para examinar los efectos físi-
Entre muchos desarrollos en la arqueolo- cos de una combinación limitada de conduc-
gía latinoamericana que no abrazaron el tas. Los arqueólogos que trabajan con esta
funcionalismo ecológico de la arqueología perspectiva proponen que la investigación
procesual algunos han tratado temas simbóli- debería dirigirse hacia casos particulares den-
cos y cognitivos, algo independientemente del tro de modelos teóricos generales. Este gru-
postprocesualismo angloamericano. Se han po de investigaciones enfatiza aspectos

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tecnoeconómicos de la cultura material y po- entre pueblos contemporáneos y aquellos res-
dría ser identificado con la que Hodder llamó ponsables de producir depósitos arqueológi-
la perspectiva analítica. La segunda tenden- cos; este tipo de investigación está más cerca
cia se orienta hacia el estudio de sistemas más de lo que se llama «historia indígena» que de
complejos en los que las variables son más la etnoarqueológica.
difíciles de controlar, pero que toman en cuenta
fenómenos más diversos. Frecuentemente Intereses duraderos y temas nuevos
estas investigaciones intentan discernir el sig-
nificado no tecnoeconómico de los objetos a A lo largo de la historia de la arqueología lati-
través de casos etnográficos. En estos estu- noamericana una serie de temas y problemas
dios los artefactos arqueológicos no son sim- de investigación ha capturado la atención de
plemente «cosas en si». Los estudios arqueólogos locales y extranjeros, ha sido en-
etnográficos realizados por arqueólogos que focada desde un espectro de perspectivas teó-
quieren expandir el conocimiento de patrones ricas y metodológicas y ha recibido distintos
tradicionales no occidentales de racionalidad énfasis por parte de investigadores de diferen-
también podrían ser incluidos en esta tenden- tes países latinoamericanos. Entre los temas
cia que está cerca de la perspectiva herme- más estudiados están el poblamiento america-
néutica en el sentido de Hodder. Ambas es- no, el origen de la complejidad sociopolítica y la
trategias de investigación están atadas a los domesticación de plantas y camélidos. La his-
efectos materiales de la conducta y a sus pro- toria ha sido una gran aliada para la arqueolo-
piedades físicas (densidad, variabilidad, etc.); gía de la región: ha habido un creciente diálogo
mientras que la primera intenta establecer entre etnohistoriadores y arqueólogos que pro-
relaciones no ambiguas o regularidades duce beneficios mutuos. En el último par de
interculturales fuertes entre actividades y sus décadas varios campos adicionales de investi-
residuos la segunda se dirige a comprender gación se han sumado a la corriente principal.
las condiciones materiales, sociales e Algunos, como la arqueología histórica, han
ideacionales que pueden resultar en una va- experimentado una significativa nueva popula-
riabilidad particular del registro arqueológico. ridad entre los arqueólogos locales. Reciente-
Esta segunda estrategia reconoce la utilidad mente se ha desarrollado un interés en la ar-
de establecer generalizaciones interculturales queología de los pueblos afroamericanos, par-
pero también se apoya en la variabilidad cul- cialmente como resultado de influencias
tural contextual y explora la continuidad de postprocesuales.
cosmologías y significados adjuntos a símbo-
los e íconos específicos. Una tercera tenden- Conclusiones finales
cia etnoarqueológica está representada por Resumiré brevemente los que creo que son
un grupo de proyectos de investigación, prin- los factores más significativos que afectan
cipalmente en Brasil, que se focaliza en reco- la falta de énfasis en la producción teórica
lectar datos etnoarqueológicos para recons- en la arqueología latinoamericana. Tal vez la
truir los acontecimientos y procesos históri- preocupación más importante para los
cos que afectaron a los grupos indígenas mo- arqueólogos latinoamericanos es la acumu-
dernos y enfatiza la investigación para com- lación de datos descriptivos esenciales so-
prender los procesos de continuidad cultural, bre el registro arqueológico de esta vasta
combinando datos etnográficos y arqueológi- región. Muchas áreas no han tenido ninguna
cos obtenidos en la misma área. Esta obra prospección sistemática ni excavación y
busca estudiar casos en los cuales puedan ser muchas otras son pobremente conocidas a
identificados o probados con seguridad los lazos partir de investigaciones mínimas. Esta si-

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tuación ha producido una ansiedad acerca internacional del trabajo. La producción y
de la inadecuación de la información arqueo- apreciación del conocimiento arqueológico
lógica básica existente sobre la cual basar refleja esta situación económica.
desarrollos metodológicos y producción teó- Como expresé previamente los
rica. Otro obstáculo para crear un énfasis arqueólogos latinoamericanos están influidos
regional en la explicación, más que en la des- por teorías y métodos desarrollados por in-
cripción, es la condición en la cual los telectuales en otras partes del mundo; sin
arqueólogos han tenido que desarrollar sus embargo, el proceso inverso es mucho me-
investigaciones. La estabilidad social y polí- nos notable. Los conceptos y modelos pro-
tica de las localidades de campo y de los puestos por los arqueólogos de la región, aun
laboratorios y oficinas fluctúa ampliamente cuando sean limitados, no han ingresado al
y, a veces, violentamente en muchos países. debate teórico a nivel mundial. Cuando los
Muchos golpes militares durante el siglo XX datos son adecuados entran al debate inter-
afectaron las comunidades científica y/o in- nacional pero las ideas, modelos, conceptos
telectual y sus resultados. Estos levantamien- y desarrollos metodológicos usualmente per-
tos políticos produjeron dramáticos efectos manecen en el país en el cual se originaron
de retraso en muchos aspectos de la vida y, excepcionalmente, circulan dentro de la
cultural latinoamericana. región. Usualmente sólo se hace una men-
Aunque la necesidad de investigación ción infrecuente de esas obras y los avan-
arqueológica básica en muchas áreas de ces en la explicación permanecen largamente
Latinoamérica y la inestabilidad política y la ignorados en las síntesis regionales y discu-
debilidad económica de la región han afec- siones temáticas hechas por la comunidad
tado la creatividad y la producción teórica arqueológica no latinoamericana.
estos factores son secundarios frente a una Creo que aspectos significativos de estos
serie de problemas más influyentes. La falta temas respecto de la investigación y el recono-
de atención programática al desarrollo teóri- cimiento deben ser comprendidos en el con-
co y los resultantes modestos diseños con- texto de la producción y legitimación del cono-
ceptuales y metodológicos entre los cimiento determinado por las situaciones so-
arqueólogos latinoamericanos son parcial ciales y políticas. Este problema tiene dos
consecuencia de cierta subordinación inte- facetas. Un aspecto es la falta de impulso por
lectual y de su falta de confianza en su pro- parte de los arqueólogos latinoamericanos para
pio potencial de investigación; este es un re- lograr síntesis teóricas regionales y tratar cues-
flejo político y social de la dependencia polí- tiones explicativas significativas; ello es conse-
tica y económica de los países latinoameri- cuencia de los factores históricos, políticos e
canos. La mayoría de los arqueólogos en intelectuales presentados arriba. La otra cara
México y América Central y del Sur traba- de este problema es la invisibilidad de la obra,
jan en ambientes intelectuales y políticos tal vez modesta pero dinámica, de los
determinados y mantenidos por el estatus arqueólogos latinoamericanos entre los inves-
neocolonial de sus países. Los productos in- tigadores de otros países. Cambiar esta situa-
telectuales de los estudiosos locales tienen ción tendrá que ser el resultado de esfuerzos
una posición periférica comparable a la de ambas partes. En principio debe haber una
periferización económica de la región. Los mayor producción teórica y metodológica de
países latinoamericanos producen materias los arqueólogos latinoamericanos; no obstante,
primas y, ocasionalmente, proveen trabajo estos cambios permanecerán invisibles en el
barato para procesos de manufactura indus- mundo si no están acompañados de un mayor
trial menos complejos a través de la división reconocimiento por parte de los colegas ex-

174 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):167-204, 2006


tranjeros que tomen conocimiento de los desa- legados coloniales que están inscritos en las
rrollos de los estudiosos latinoamericanos e in- prácticas disciplinarias mismas: la arqueolo-
corporen esta obra creciente en los cuerpos de gía tiene, como bien señala Politis (2004), un
debate internacional. Sólo tales cambios mu- pasado colonial y, agrego ahora, en tanto que
tuos en la actitud alterarán las asimetrías exis- modo de producción de conocimiento es una
tentes y ubicarán las ideas y desarrollos de la máquina de reproducción de ideología; esa
arqueología latinoamericana en un pie de igual- máquina tiene una historia colonial de la que
dad en el debate internacional. aún no ha podido desprenderse por completo.
En Latinoamérica, donde la enorme ma-
Oponencia 1: Gustavo Verdesio yoría de los países todavía se caracteriza por
(University of Michigan). la presencia de diversas poblaciones indíge-
nas, la historia colonial de la disciplina no
Los trabajos que estamos discutiendo en este debería ser considerada un asunto menor. Si
número de Arqueología Suramericana son, bien es cierto que, como afirma Politis, los
sin lugar a dudas, ejemplo de investigación arqueólogos latinoamericanos están en una
responsable y de enorme erudición. Difícil situación de subalternidad con respecto a sus
mejorar el panorama general que ofrecen colegas del Primer Mundo también lo es que
de los usos y estado actual de la su situación es de claro privilegio (y de po-
etnoarqueología y del estado actual de la teo- der) en relación con los indígenas y otras
ría y la práctica arqueológica en minorías étnicas que habitan el territorio
Latinoamérica (mucho más difícil aun para americano en el presente. Los arqueólogos
un investigador que, como el que estas lí- latinoamericanos, en su mayoría, elaboran
neas escribe, viene de otra disciplina y de sus agendas de investigación sin consulta
otro entrenamiento académico); sin embar- previa con los indígenas; es decir, pocos
go, creo que se pueden agregar algunas pre- arqueólogos preguntan a las comunidades
guntas y reflexiones a estos panoramas tan indígenas actuales qué piensan sobre la re-
completos que nos ofrece Gustavo Politis. levancia de sus investigaciones, sobre su
Mis preguntas y reflexiones están relacio- pertinencia e, incluso, sobre su estatus ético.
nadas con la última parte del panorama gene- Esta falta de participación indígena en las
ral del paisaje teórico que dibuja Politis; me agendas de investigación arqueológica en
refiero a sus comentarios sobre la situación Latinoamérica es todavía más problemática
geopolítica que enmarca la producción de debido al tema de la propiedad de la tierra
conocimiento desde (y sobre) Latinoamérica; en que se llevan a cabo las excavaciones. A
por ejemplo, me parece oportuno recordar que veces se trata de tierras indígenas, pero en
la desigualdad que nota entre la producción otros casos el lugar a excavar pertenece al
académica latinoamericana y la de los países Estado, a pesar de que contiene objetos y/o
del capitalismo central (en especial Estados seres humanos que pertenecen al pasado de
Unidos) tiene sus orígenes en ciertos pasa- las comunidades indígenas. En este último
dos coloniales. Esto quiere decir que la situa- caso la agencia de los indígenas en lo refe-
ción actual es uno de los legados coloniales rente a capacidad de decisión sobre las acti-
de ese pasado. Pero sería ingenuo pensar que vidades a llevar a cabo en los sitios arqueo-
esos legados se manifiestan ,solamente, en la lógicos es poca o nula.
forma de una situación geopolítica caracteri- La cuestión de quién controla la tierra y
zada por la existencia de países centrales o sus contenidos nos lleva a otro asunto rele-
dominantes que ejercen el poder sobre otros vante: la relación del Estado y la nación con
de carácter periférico. También existen otros los pasados indígenas. Hasta donde yo sé

El panorama teórico en diálogo 175


en la mayoría de los casos las investigacio- nacionalista, que mira hacia la periferia, y
nes y sus resultados se hace en nombre del otra más dirigida hacia los centros de poder
Estado que, supuestamente, es la encarna- desde donde no sólo emana la teoría arqueo-
ción de una nación —un constructo occi- lógica de moda sino buena parte del dinero
dental que se presenta como algo natural, que puede llegar a financiar las excavaciones
como el desarrollo pacífico de una narrativa locales. Por ello es tan común ver a los
humana sobre un territorio, como un arqueólogos del Tercer Mundo (una expre-
buildungsroman de cierto espíritu colecti- sión bastante en desuso hoy, pero que todos
vo que encuentra su cristalización en forma entendemos) someterse a las reglas que les
de Estado. La pregunta que se impone aquí vienen de otras regiones del mundo más po-
es: ¿a quién pertenece la cultura material derosas económicamente que las nuestras.
indígena del pasado?; ¿en nombre de quién El imperialismo académico, entonces, no sólo
y a beneficio de qué grupos sociales se hace se manifiestas a través de la obediencia a
investigación arqueológica? Creo que es protocolos y prácticas establecidas desde
necesario contestar, claramente, estas pre- otras latitudes (que producen una falsa ima-
guntas si queremos que en el futuro haya gen de universalidad cuando lo que hay, en
una legislación menos colonial y menos opre- realidad, es una imposición, al resto del mun-
siva en relación con los indígenas latinoame- do, de una concepción y un modelo locales)
ricanos; me refiero a una legislación que no sino, también, en la dependencia en materia
sólo defienda a los arqueólogos latinoameri- de financiación. Esta última no es un tema
canos de las prácticas académicas menor: determina, en más de una ocasión,
neocoloniales de la comunidad arqueológica qué agendas de investigación son conside-
internacional sino que también se ocupe de radas interesantes por la profesión cuyo cen-
defender los derechos de los indígenas1. tro está en otra parte, en los países econó-
La producción teórica que no tenga en micamente poderosos. Como mencioné an-
cuenta la compleja situación de enunciación tes muchas de las agendas de investigación
en que se encuentran los arqueólogos lati- se hacen posibles económicamente gracias
noamericanos está condenada a ser inade- a los fondos que donan las fundaciones del
cuada. No se puede teorizar desde capitalismo central, que tratarán de imponer
Latinoamérica sin tener en cuenta la encru- sus intereses y valores a los arqueólogos lo-
cijada en que se encuentra el practicante de cales que investigan sitios en la periferia.
la disciplina: no consiste, solamente, en su El imperialismo académico también ocu-
situación de subalternidad en relación con rre en la forma como las revistas especiali-
sus colegas del Primer Mundo y su relación zadas (conocidas por todos por su nombre
de privilegio con respecto a los indígenas y inglés: journals) evalúan los trabajos de los
otras minorías étnicas sino, también, en su arqueólogos de distintas partes del mundo.
siempre compleja relación con respecto al Para nadie es un secreto que los journals
Estado nacional. Según los países de que se no evalúan de la misma manera los papers
trate el Estado tendrá más o menos poder,
más o menos injerencia en las agendas de 1 La legislación norteamericana desde 1990, año
investigación de las diferentes disciplinas y, en que se aprobó NAGPRA (ley que regula la
como sabemos, de esa relación dependerá, repatriación de restos humanos indígenas y
en buena parte, el financiamiento de muchos material asociado en sitios arqueológicos), es
de los proyectos arqueológicos. Los imperfecta pero es un ejemplo de protección
arqueólogos latinoamericanos tienen, como de los derechos más básicos de los indígenas
Jano, dos caras: una más bien nacional o sobre su propio pasado material.

176 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):167-204, 2006


(otra palabra inglesa) producidos por los in- tudes. Por ello creo que es conveniente te-
vestigadores que trabajan en Harvard y a ner siempre una mirada subalternista que no
los pergeñados, con gran esfuerzo, por aque- nos haga trabajar en nombre de la nación
llos que trabajan en Catamarca, Tucumán o (que ha subalternizado, desde siempre, a las
Montevideo. Nadie que tenga un poco de minorías étnicas), ni de una vagamente defi-
experiencia en el mundo académico puede nida revolución (o cambio social, como pre-
creer, honestamente, en la existencia de una ferirían los practicantes de la arqueología
objetividad universal en materia de publica- social latinoamericana), sino en nombre de
ciones arbitradas. En este sentido, la disci- aquellos cuyos patrimonios y legados cultu-
plina no plantea una situación diferente a la rales se están estudiando. En otras palabras,
que se puede apreciar en otros saberes ex- lo que estoy proponiendo es una actitud más
pertos, como la historiografía, la filosofía y coherente, no ya de los individuos practican-
los estudios literarios. La circulación de teo- tes de una disciplina sino de la profesión
rías originariamente escritas en francés, in- como colectivo con respecto a los sujetos
glés o en algún otro idioma que tenga cierto subalternizados en el pasado (y en el pre-
prestigio cultural hace que, inevitablemente, sente) por la arqueología y otros saberes
los arqueólogos latinoamericanos estén ex- expertos. Lo que se necesita no es tanto una
puestos a las ideas de sus colegas del Pri- serie de métodos novedosos desde el punto
mer Mundo; por eso el método histórico cul- de vista científico (eso ya está ocurriendo y
tural en su momento, el procesualismo des- la producción de teorías y técnicas va a se-
pués y, más recientemente, algunas ramas guir creciendo en número y calidad) sino una
del post-procesualismo han tenido y tienen nueva concepción de la disciplina. En esa
gran aceptación entre ellos. En todos los nueva concepción debería ponerse énfasis
casos los modelos teóricos mencionados (in- en dos aspectos del quehacer disciplinario:
cluso uno que omití, el marxismo) provienen el político y el ético. La modificación de
(independientemente de sus elaboraciones ambos aspectos contribuirá a una agenda
locales) de los países del capitalismo cen- liberadora sólo si los reconcebimos desde una
tral; sin embargo, aunque señalar el origen perspectiva subalternista.
local de las teorías hace que se caiga el dis-
fraz de universalidad que suelen llevar lo cier- Oponencia 2: El gato se muerde la
to es que eso no alcanza para descalificarlas cola. Comentarios desde Venezuela
epistemológicamente. Por eso creo que al- sobre el desarrollo teórico y
gunas de esas teorías merecerían más aten- metodológico de la arqueología
ción por parte de los arqueólogos latinoame-
latinoamericana. Rodrigo Navarrete
ricanos. Me estoy refiriendo, por ejemplo, a
algunas vertientes del postprocesualismo que (Universidad Central de Venezuela)
proponen la recuperación y/o la vindicación La posición histórica y cultural, supuestamen-
de cosmovisiones otras. Al mismo tiempo que te marginal, de Latinoamérica dentro del
sostengo esto hago la salvedad siguiente: no contexto global es sumamente incómoda: por
alcanza con abrazar la agenda teórica que un lado, tenemos el obstáculo de estar su-
nos parezca útil para la reivindicación de bordinados a los sistemas de producción, dis-
cosmovisiones indígenas del pasado y del pre- tribución y consumo del conocimiento ar-
sente sino que hay que hacerlo desde una queológico dictados desde los centros
perspectiva local que no reproduzca textual hegemónicos de poder económico, político y
y servilmente lo dicho por investigadores de cultural; por el otro, desde una mirada
otras latitudes sobre problemas de otras lati- periférica contamos con la posibilidad de pro-

El panorama teórico en diálogo 177


ducir cuerpos teóricos y metodológicos al- tar que nuestra posicionalidad nos hace di-
ternativos y/o contrapuestos o reinterpretar ferentes en el mundo global ¿es suficiente
los modelos hegemónicos de los centros aca- definirnos como subalternos no-occidenta-
démicos norteamericanos y europeos. Esto les? (Wylie 1995:255-272). La interpretación
no sólo es válido respecto al colectivo que del pasado, siempre condicionada por las ne-
podríamos denominar comunidad arqueoló- cesidades de legitimación de historiadores y
gica latinoamericana (incluyendo investiga- antropólogos en contextos nacionales y guia-
dores nacidos y formados en nuestro territo- da por un espíritu nacionalista, podría produ-
rio y extranjeros que se han incorporado, cir un conocimiento que utiliza los mismos
activamente, a nuestra producción intelec- modelos imperialistas y satisface, en última
tual) sino para cada arqueólogo dentro de su instancia, las necesidades hegemónicas
contexto sociocultural y político. Cuando re- (Trigger 1984; Bond y Gilliam, eds., 1994;
querimos difundir la información y discusio- Kohl y Fawcett, eds., 1995).
nes locales a un nivel más amplio, refinar o Sin entrar en los pormenores de nuestras
perfeccionar nuestros conocimientos o re- historias de vida atenderé lo individual den-
presentarnos en un espacio de poder cientí- tro del contexto académico venezolano, ya
fico, defendiendo el carácter propio o autóc- que con frecuencia tendemos a disminuir el
tono de nuestra producción intelectual, fre- valor de cada agente social en la produc-
cuentemente recurrimos, nuevamente, a las ción, reproducción y transformación de los
fuentes hegemónicas globales. Así, critica- contenidos sociales dentro de la abstracta
mos la dependencia pero la fomentamos al masa colectiva. En Venezuela los científicos
apuntar nuestra trayectoria profesional en sociales del siglo XIX se vinculaban más con
ese sentido. Escribimos en inglés, para un las corrientes antropológicas europeas que
público y medios propios de los centros, y con el circuito nacional, cristalizando su na-
nos enrolamos en sus programas doctora- cionalismo y nativismo mediante nociones
les. Nos posicionamos «allá» para hablar de positivistas (Vargas 1976). Esta dependen-
«acá», nos convertimos en un «otros» para cia científica, consecuencia de la económi-
hablar de «nosotros» al ubicarnos en el dis- co-política, determinó la adopción de tópicos
curso, práctica y sistema institucional y estrategias de investigación generadas en
anglófono al discurrir a la altura de una au- los centros de poder, la dependencia de fon-
diencia internacional. Tratamos de reivindi- dos y tecnologías externas (contrastantes con
car la arqueología latinoamericana pero he- los insuficientes recursos e infraestructuras
mos tenido influencia y hemos sido forma- locales) y la desproporción entre el resulta-
dos desde el centro; como consecuencia nos dos locales y extranjeros (Gassón y Wagner
evaluamos en desigualdad de posibilidades. 1992). A inicios del siglo XX se consolidaron
Caso ejemplar es el volumen Making dos perspectivas positivistas frente al pasa-
alternatives histories. The practice of do. La etnográfica, privilegiando el empirismo,
archaeology and history in non-western recurría al dato de primera mano (restos
settings (Schmidt y Patterson 1995), en el materiales arqueológicos) y los discursos
cual participaron algunos de nuestros más descriptivos y analíticos verificables; repre-
beligerantes teóricos locales y extranjeros sentó al «científico de laboratorio», impoluto
(como Jalil Sued Badillo, Iraida Vargas y de valores, políticas y toda distorsión que
Thomas Patterson). El título parece supo- «ensucie» la verdad científica (Marcano,
ner que por estar fuera del centro dominan- Alvarado, Jahn, Ernst). La etnológica com-
te no somos occidentales (o lo somos en binaba pretensiones ético-sociales de orden
menor grado). Aún cuando podamos acep- y progreso (Codazzi, Gil, Villavicencio) con

178 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):167-204, 2006


una visión nacionalista-regionalista. Más cer- en sentido kuhniano, de la comunidad cientí-
cana al historiador de gabinete intentaba re- fica nacional. Este trabajo coincidió con un
solver los problemas a través de discursos momento de maduración cuando un grupo
políticos y académicos (Salas 1908, 1919; de especialistas nacionales, con la capaci-
Arcaya 1920; Briceño 1928; Tavera 1930, dad de dialogar interna y externamente, captó
1956; Febres 1991). la atención y aceptación de la escuela norte-
Durante este período incursiones tempra- americana. Comprometidos con la forma-
nas de arqueólogos norteamericanos y eu- ción de la disciplina en Venezuela sus repre-
ropeos, precursoras de los métodos y técni- sentantes la divulgaron a través de las cáte-
cas sistemáticas apoyadas por sus museos dras de la Escuela de Sociología y Antropo-
y universidades, se mantuvieron alejadas del logía de la Universidad Central de Venezue-
contexto político-intelectual nacional y no la, el Museo de Ciencias y el Departamento
generaron consecuencias locales (De Booy de Antropología del Instituto Venezolano de
1916; Spinden 1916; Nomland 1935; Petrullo Investigaciones Científicas. Este grupo con-
1939). Algunos políticos nacionales (Requena formó la estructura fundacional de la arqueo-
1932) jugaron un rol activo auspiciando, des- logía venezolana moderna. Miguel Acosta,
de 1932, los primeros trabajos sistemáticos por el contrario, analizó etnográficamente las
en la arqueología venezolana al invitar a sociedades prehispánicas mediante docu-
nuestro país a arqueólogos norteamericanos mentos históricos y crónicas. Estudios de
(Bennett 1937; Howard 1943; Osgood 1943; etnología antigua de Venezuela (Acosta
Osgood y Howard 1943; Kidder 1944, 1948). 1983) de 1954, utilizando el concepto de área
Mediante clasificaciones histórico-culturales cultural, produjo una síntesis etnológica com-
y cronologías regionales compatibles la ar- parativa de la Venezuela prehispánica, abo-
queología venezolana entró en el contexto gó por una comprensión particularista y so-
continental. Posteriormente, la consolidación cial de los grupos amerindios y aportó una
de la arqueología coincidió con las políticas antropología más crítica derivada de los dis-
norteamericanas hacia Latinoamérica, como cursos nacionalistas.
el panamericanismo y la política del buen De esta dicotomía surgieron las corrien-
vecino, lo que promovió en Venezuela inves- tes de la arqueología venezolana actual. Por
tigaciones útiles para la información ideoló- una parte, la normativa histórico-cultural, oca-
gica y política de los EEUU, incluso inclu- sionalmente influida por la ecología cultural,
yendo a algunos en el Programa de Arqueo- refinó el marco cronológico-espacial de las
logía Caribeña del Smithsonian (Requena, culturas cerámicas y exploró la relación cul-
Cruxent, Antolínez, Oramas, Tamayo, tura-tecnología-ambiente. Con la creación
Nectario, Dupouy) (Gassón y Wagner 1992). del Departamento de Antropología del IVIC,
Cruxent y Rouse (1982), asociados fundado y dirigido por Cruxent, se formó una
profesionalmente por décadas desde los cua- nueva generación de arqueólogos, fuerte-
renta, publicaron en 1958 la síntesis conven- mente influenciada por la escuela norteame-
cional de nuestra arqueología, Arqueología ricana. Inicialmente Wagner y Zucchi se ape-
cronológica de Venezuela, presentando un garon al pensamiento rouseano pero, paula-
marco cronológico regional de las «culturas tinamente, lo vitalizaron con otros enfoques
arqueológicas» del país. Su programa se como el ecológico-cultural, los estudios de
instauró sobre la institucionalidad académi- patrones de asentamiento y los modelos de
co-política nacional e internacional y se con- dispersión poblacional basados en evidencias
virtió en referencia de la arqueología siste- lingüísticas, cerámicas y etnográficas, popu-
mática venezolana en el discurso «normal», larizados por el posibilismo ambiental y el

El panorama teórico en diálogo 179


particularismo histórico cultural de Lathrap. cusión de nuestras categorías y enfoques
Un elemento decisivo en la continuidad del mientras permitió la competencia
vínculo de esta generación con la escuela epistemológica, política e institucional entre
norteamericana fue su relación directa con distintos sectores arqueológicos nacionales.
universidades norteamericanas, ya que al- Así, la perspectiva ecológico-cultural, en vez
gunos realizaron parte de sus estudios en di- de formar un bloque monolítico de pensa-
chos centros. La difusión de la bibliografía miento en la arqueología venezolana, se in-
anglófona mediante la biblioteca del IVIC trodujo entre los resquicios del discurso y
permitió su actualización y la formación de cargó de razonamientos causales a las dos
nuevas cohortes (Arvelo, Tarble). Aunque escuelas mencionadas.
varios arqueólogos norteamericanos en Ve- El procesualismo no se consolidó en Ve-
nezuela (Gallagher, Roosevelt, Garson, nezuela porque sus requerimientos
Spencer, Redmond, Oliver) utilizaron institu- epistémicos y técnicos no se correspondían
ciones nacionales como base operativa e con las necesidades explicativas ni con las
intercambiaron y enriquecieron a profesio- posibilidades instrumentales nacionales; su
nales del país mantuvieron un escaso víncu- visión se contraponía a las escuelas arqueo-
lo y la circulación de sus resultados en el lógicas venezolanas, tanto por su crítica a
contexto local fue pobre. los postulados normativos como por su en-
Por su parte, la arqueología social surgió frentamiento al marxismo; sus altos requeri-
en el país hacia finales de la década de 1960 mientos tecnológicos no encontraron asien-
con autores como Sanoja y Vargas, bajo la to en nuestro país debido a la ausencia de
influencia del pensamiento de Acosta en la una base tecnológica y de recursos adecua-
UCV. Esta escuela de pensamiento explicó da. La falta de adherentes locales la han
la causalidad esencial de los procesos convertido sólo en un recurso para la discu-
sociohistóricos pretéritos y definió sus mo- sión y ha tenido una tangencial influencia,
dos de vida particulares mediante un refina- protagonizada por investigadores extranje-
do sistema conceptual materialista histórico, ros en Venezuela (Garson, Spencer,
con un tinte ecológico cultural. Sus seguido- Redmond).
res también se nutrieron, inicialmente, del La arqueología venezolana actual, difí-
pensamiento norteamericano y utilizaron la cilmente calificable como postprocesual, ha
visión childeana de la historia acoplada con presenciado el desplazamiento de los blo-
el determinismo ambiental heredado como ques hegemónicos del discurso en los nive-
discípulos de Meggers; así, se caracterizó les teórico-metodológico y ético-político, sin
por una singular combinación de elementos rechazar las corrientes anteriores. Duran-
teóricos marxistas y ecológico-culturales que, te las últimas décadas se comienzan a di-
en principio, coincidían al considerar las re- solver los modelos epistemológicos tradicio-
laciones sociales con el medio y con otros nales y se fomenta un proceso de reflexión
individuos como determinantes para el tipo y crítica, condicionado por factores internos
el nivel de desarrollo social. Como materia- y externos (Navarrete 1995). Frente al pa-
lista histórica la escuela asumió un compro- radigma ceramológico previo se han reva-
miso con los procesos históricos latinoame- lorado temáticas, metodologías, técnicas e,
ricanos contemporáneos. Su incorporación incluso, materias primas y fuentes de infor-
al panorama teórico de la arqueología vene- mación abandonadas o ignoradas por el pro-
zolana definió un nuevo perfil en el grama hegemónico y se han incorporado
arqueólogo, ya sea por adhesión o por críti- nuevas teorías y metodologías, algunas des-
cas a sus planteamientos, y favoreció la dis- de otras disciplinas humanísticas y socia-

180 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):167-204, 2006


les. Así inició una variada dispersión que cuestionarnos cómo, por qué, para qué y para
ha enriquecido, pero también debilitado, el quién lo hacemos frente al mundo de la ar-
pensamiento moderno y cuyos alcances no queología global. Debemos atender, concien-
se unifican en una expresión teórico- zudamente, a factores como la interacción
metodológica integral. La incorporación de entre políticas internas y externas (e indivi-
la teoría crítica al discurso e historiografía duales), la acumulación de capital cultural a
arqueológica (Vargas, Sanoja, Colmenares, través de instituciones y personalidades aso-
Meneses, Navarrete, Gassón, Wagner), el ciadas al quehacer arqueológico (Bourdieu),
resurgimiento de la arqueología colonial las tradiciones de conocimiento locales par-
(Sanoja, Zucchi, Molina, Monsalve), la ticulares (Gadamer), las políticas
reconsideración del vínculo etnohistoria-ar- interinstitucionales, la huella de tesis
queología y la etnoarqueología (Rodríguez, fundacionales nacionales/regionales que
Amodio, Frías, Rivas), la inserción de pro- marcan la visión del pasado, las consisten-
blemas de etnicidad/identidad (Navarrete, cias y contradicciones teórico-metodológicas
Frías, Gordones), el resurgimiento de estu- en las propuestas interpretativas y las tra-
dios de manifestaciones parietales y de so- yectorias de los arqueólogos como agentes
ciedades cazadoras-recolectoras (Jaimes, sociales productores de un tipo de conoci-
Vierma, Morganti, Scaramelli) y el uso del miento. Esta reflexión crítica no sólo nos
análisis simbólico, la semiótica y los estu- permitiría identificar nuestro papel dentro de
dios ideológicos (Tarble, Frías, Delgado, la historia del pensamiento arqueológico ge-
Azócar, Ramos) constituyen búsquedas lo- neral y reconocer nuestros propios aportes
cales influidas por los remezones de la ar- y desarrollos sino, también, ubicarnos en una
queología internacional. posición más ventajosa y estratégica en la
Uno de los elementos más característi- palestra internacional; más aún, nos permiti-
cos del postmodernismo como pensamiento ría generar un sentido de comunidad dife-
y etapa histórica y, en consecuencia, de la renciada que intercambia con otras para la
arqueología postprocesual es su condición acción científica, social y política dentro de
descentrada, lo que supone que los sujetos nuestro continente.
se desplazan hacia la periferia o que se res-
catan y revalorizan discursos marginales o Oponencia 3: Los paisajes teóricos
marginados para contraponer a la hegemo- y metodológicos. Comentarios a una
nía central una diversa multivocalidad. arqueología latinoamericana.
Posicionados en los márgenes geográficos, Santiago Mora (St. Thomas
políticos y culturales del sistema global cabe
University).
preguntar si, aún con más razón, podemos
generar un pensamiento distinto al hegemó- Posiblemente un buen número de
nico a partir de una nueva perspectiva arqueólogos, tanto latinoamericanos como
(Navarrete 1995:134). Estamos conscientes extranjeros, coincidirán con Politis (2003:115)
de que vivimos en un sistema en el cual el cuando afirma que «Sin embargo, es de poca
poder está en el centro pero desde la perife- utilidad definir la arqueología Latino Ameri-
ria ese centro se visualiza mejor y distinto y cana, dado que esa entidad no existe». Para
se observan, críticamente, aspectos que des- Politis los países de la región se mueven al
de allí no se ven claramente. interior de un buen número de circunstan-
Sin negar los beneficios científicos (co- cias semejantes, como su dependencia so-
lectivos y personales) de exponer nuestra cio-económica y su estatus neocolonial, que
discusión en ámbitos más amplios debemos afectan el desarrollo de la arqueología y, en

El panorama teórico en diálogo 181


general, todo desarrollo intelectual2; sin em- y adosado a este contexto que nos asemeja,
bargo, estos componentes no son únicos y se encuentran muchas de las divergencias que
exclusivos de esta región del mundo. En Asia, nos separan y que dan pie a que reconozca-
África e, inclusive, en algunas regiones de mos historias particulares, énfasis locales que
Europa se dan estas mismas circunstancias explican y justifican la diversidad que obser-
a nivel de los Estados nacionales; aún más, vamos: hechos evidentes en los contextos ar-
se repiten en pequeña escala, recalcando queológicos que estudiamos, en los artefac-
otros factores en los países industrializados. tos que clasificamos, en la forma como los
Allí las relaciones interétnicas y aquellas conservamos y en las explicaciones que ha-
englobadas por conceptos de origen racista, cemos de ellos y que presentamos a nuestro
corrientemente empleados a nivel domésti- público en los textos y exhibiciones a las cua-
co para marginar a un buen sector de sus les damos «vida». Nuestro pasado, como re-
propias poblaciones, toman otros visos que, gión, es tan diverso como nuestro presente.
de muchas formas, replican lo que ocurre a Por ello hablar de arqueología latinoamerica-
nivel internacional. El capitalismo tardío, ex- na no tiene mucho sentido puesto que es posi-
perimentado como parte de un neocolonia- ble «leer» estas convergencias, trenzadas en
lismo que requiere de burocracias corruptas las divergencias, de muchas formas, depen-
y se reafirma por medio de la iniquidad en diendo de los intereses y gustos de quien hace
sus diferentes formas, de la mano, en mu- la lectura; sin embargo, hablar de una arqueo-
chas ocasiones, de la violencia logía latinoamericana cobra sentido cuando
institucionalizada en sus diferentes formas se ve como un acto político. Este, quizás, es el
lleva a convergencias en las representacio- único espacio en el cual tiene sentido definir-
nes al estimular respuestas semejantes ante la, en el cual es urgente definirla: en el ámbito
las tensiones planteadas. Estos son algunos del debate político, un área que los arqueólogos
de los factores que nos unen al crear los con- latinoamericanos no han querido abordar de
textos en los cuales se produce la arqueolo- forma directa. Politis (2003), por ejemplo, deja
gía en Latino América; ahora estos espa- la definición de la arqueología latinoamerica-
cios resultan de interés en una arqueología na de lado en el primer párrafo de su artículo,
global (Funari et al., eds., 2005). Pero estas a pesar de ser el eje fundamental sobre el
consecuencias no sólo son patentes en la pro- cual construye el escrito y gancho fundamen-
ducción y el quehacer de los arqueólogos; tal de su título. Este es uno más de los proble-
también se manifiestan, de forma particular, mas teóricos, en un sentido amplio, que debe-
en la estética, en la música, en la literatura y mos abordar los arqueólogos de la región. La
en la vida cotidiana. Cualquiera puede reco- práctica de la arqueología implica una posi-
nocer los personajes que no hace mucho ción política, se quiera o no se quiera;
tiempo creó Jorge Amado en muchas de la enmarcarla en una región es un acto político
ciudades latinoamericanas; fueron ellos quie- y este problema está inmerso en una cons-
nes hablaron al oído de Machado de Asis, trucción teórica.
quien escribió antes que Amado, o de Juan Cuando se habla de arqueología latinoa-
Rulfo, para dictarles sus textos; fueron ellos mericana, así no se defina, se construye una
los consejeros de Carpentier y Donoso; son entidad en la cual se privilegian las congruen-
ellos quienes permiten que muchos piensen cias y, por ende, los acercamientos a su inte-
que García Márquez es tan sólo un costum-
brista que escuchó detenidamente los rela- 2 Oyuela (1994) esbozó unas ideas semejantes
tos de su abuela. Indudablemente conver- con relación a la historia de la arqueología en
gemos en muchos aspectos; a pesar de ello, Latino América

182 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):167-204, 2006


rior, en tanto se obvian los contrastes. Esta conducirnos al reconocimiento de las diferen-
estrategia lleva a la búsqueda de puntos co- cias y al enriquecimiento. Una de las dificulta-
munes que, muchas veces, se derivan de las des evidentes es que, en gran parte, este espa-
reinterpretaciones de las propuestas plantea- cio se ha encontrado colonizado por los filtros
das desde la metrópoli; estos son los ejes y las representaciones impuestos y desarrolla-
que han sido empleados para amarrar las dos en la metrópoli; después de todo es allí donde
historias de las arqueologías nacionales que se encuentran los arqueólogos latinoamerica-
se producen en la actualidad y sobre las cua- nos para intercambiar sus ideas. Un síntoma y
les Politis ha estructurado The theoretical un resultado de nuestra posición postcolonial y
landscape and the methodological de nuestra dependencia es que hemos sido in-
development of archaeology in Latin capaces de generar un robusto sistema de in-
America, que fuera publicado en Latin tercambio al interior de América Latina, a pe-
American Antiquity en 2003. A pesar de sar de que para muchos de nosotros no sea
que muchos autores, como él mismo, se nie- satisfactorio el diálogo a través del exterior
gan a definir la arqueología latinoamericana (metrópoli). En realidad no tiene sentido recu-
la crean al hablar de ella y dedicarle un buen rrir al artificio de escribir en inglés y publicar en
número de páginas. Entonces surgen algu- una revista de amplia distribución en los Esta-
nas preguntas: ¿debemos hablar de arqueo- dos Unidos cuando se aspira a comunicar con
logía latinoamericana?; ¿por qué motivos un público que se encuentra en América Lati-
hablamos de ella?; ¿necesitamos hablar de na y el cual habla portugués o castellano mu-
esta arqueología? Creo que es fundamental cho mejor que inglés; este público no sólo se
hablar de una arqueología latinoamericana, encuentra conformado por profesionales en el
básicamente porque este hecho crea un es- área sino por estudiantes que encuentran ver-
pacio imprescindible para el debate y, por daderas dificultades para acceder a estas pu-
consiguiente, para el desarrollo y crecimien- blicaciones. Se han realizado algunos intentos
to del quehacer de los arqueólogos. Son va- para subsanar estas dificultades con nuevas
rias las ventajas que veo en el empleo de revistas, aunque sus costos constituyen una
este término e innumerables las dificultades seria limitación. De otra parte, las nuevas tec-
que implica su uso. A pesar de ello creo que nologías en la comunicación ofrecen interesan-
son mayores los beneficios que puede ofre- tes posibilidades, aunque generan dudas sobre
cer, a largo plazo, que las desventajas y tra- su acceso potencial en una región caracteriza-
bajos que supone. da por unas tremendas iniquidades. Un proble-
En primer lugar al hablar de una arqueolo- ma, generado por la posición en la estructura
gía latinoamericana se define un interior y un de clases socio-económicas, será evidente y
exterior, dando pie al desarrollo de dos espa- llevará a una marginalización que se revela,
cios igualmente importantes e interesantes que inclusive, a nivel institucional y regional.
envuelven nuevas posibilidades: se facilita la Este problema de la comunicación se ha
reflexión al interior de aquello que se denomina confundido con un segundo problema relativo
“arqueología latinoamericana” y surge el ám- al desarrollo de la arqueología en la región.
bito para una discusión entre las partes que Autores como Politis (2003:130) resaltan las
constituyen esta entidad. El reconocimiento de dificultades que puede acarrear la falta de una
las convergencias y su exaltación no tiene por masa crítica que contribuya a generar avan-
objeto hacernos semejantes sino plantear la ces significativos (véase Oyuela 1994); posi-
posibilidad de un análisis y un diálogo demar- blemente esta masa crítica esté allí, aunque
cado por un límite histórico, en sus aspectos no es fácilmente identificable porque cuando
culturales, políticos y circunstanciales, que debe se habla de arqueología latinoamericana se

El panorama teórico en diálogo 183


sopesan los avances locales, como lo hace nos de ellos trabajan en la misma región y
Politis en su texto, permitiendo que se diluya están en constante contacto con su contra-
la integridad que se pretende generar bajo ese parte latinoamericana. Parece ser muy atrac-
rótulo. Existe un problema de fluidez en la tivo para la arqueología internacional escu-
comunicación que genera la aparente esca- char las voces (con cierta preferencia por el
sez de recursos y sugiere la falta de una maza lamento) del último cazador recolector, pes-
crítica; sin embargo, cabe la posibilidad de que cador u horticultor que recuerda la historia de
estemos ante un espejismo cuando asumimos sus antepasados y a la cual se pueden aso-
que no existen estos recursos. A diferencia ciar algunos materiales arqueológicos; no pa-
de lo que ha ocurrido en otras regiones del rece interesarles tanto, por otro lado, una dis-
mundo en Latino América la práctica de la cusión sobre la construcción de las historias
profesión del arqueólogo ha sido incapaz de nacionales o la exploración que hacen los
generar organizaciones profesionales serias arqueólogos latinoamericanos de los mismos
y de amplia cobertura, dificultando el flujo de temas que ellos trabajan. Las estructuras je-
las informaciones e impidiendo una adecuada rárquicas, sociales y políticas, basadas en una
valoración de los recursos disponibles. El de- representación sesgada del otro implican se-
sarrollo institucional alcanzado al interior de rios problemas de sordera y audición selecti-
los países, visto comparativamente, revela di- va que justifican la posición propia; estas ideas
ferencias abismales y es visible en la permiten definir, como lo hicieron en el pasa-
profesionalización de esta actividad, así como do de la arqueología, el trabajo que no es pro-
en el número de publicaciones especializadas pio como parte de tradiciones académicas li-
que cada país puede producir y ha producido mitadas, construidas sobre preceptos desafor-
con cierta regularidad. Esta desigualdad pue- tunados (Trigger 1984:355).
de, eventualmente, ser subsanada con una A pesar de estos evidentes problemas en el
coordinación amplia que aglutine los esfuer- espacio internacional existe una tendencia ha-
zos locales. Tal vez este es el momento ade- cia la multiplicación de enfoques y temáticas
cuado para preguntarnos si estamos prepara- como estudios de género, etnicidad, clase, pai-
dos para edificar este tipo de organización. saje, chamanismo e individualidades; en algu-
Al hablar de arqueología latinoamericana nas regiones del continente estos temas se han
se define un exterior, el espacio habitado por enfatizado y desarrollado siguiendo líneas pro-
aquello que muchos han llamado la arqueolo- pias, creadas por los arqueólogos nacionales.
gía internacional y cuya existencia se podría En este mismo espacio se ha estimulado, tanto
definir bajo los parámetros de las tendencias fuera como al interior de la región, la reivindi-
dominantes en la metrópoli. Este espacio no cación de lo que en otras épocas fueran consi-
sólo contribuye a dar sentido a nuestra ar- deradas ideas innovadoras (Shennan 2000;
queología sino que le resulta indispensable, Johnson 2004). Es aquí donde se espera escu-
aunque sea urgente revisar la forma como char los resultados de la producción de la ar-
hemos establecido las relaciones con y a tra- queología latinoamericana, identificando los
vés de ella. Esta es una preocupación funda- espacios de su producción; es aquí donde tiene
mental de los arqueólogos latinoamericanos, sentido crear la arqueología latinoamericana.
revelada por Politis (2003) y otros autores. El A pesar de que este espacio sólo existe de for-
monólogo, no el diálogo, ha caracterizado esta ma teórica, dados los problemas de audición y
relación. Como manifiesta Politis (2003) son de comunicación, es una obligación de los
pocos los arqueólogos externos a la región arqueólogos latinoamericanos acceder a él ac-
que usan o siquiera citan los resultados de los tivamente para colonizar un nicho en su cen-
arqueólogos nacionales, a pesar de que algu- tro; las historias y los análisis que pueden ofre-

184 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):167-204, 2006


cer sobre las formas como se desarrollan las para entender los contextos periféricos y que,
tendencias generales en Latino América ofre- por el contrario, las características no-capi-
cen interesantes alternativas que no pueden ser talistas de Latino América son útiles para
ignoradas y que constituyen importantes apor- entender otras áreas no hegemónicas del
tes a la arqueología en general (e.g., McGuire mundo.
y Navarrete 1999). Igualmente importantes son LatinoAmérica no sólo ha sido influenciada
los avances metodológicos y los nuevos énfa- por Estados Unidos, a través de llas tenden-
sis en el desarrollo de temáticas que también cias teóricas anglosajonas; también ha sido in-
se desarrollan en otras regiones, como señala fluido por modelos interpretativos europeos,
Politis (2003). Sin embargo, no se trata de un enraizados en filología e historia; tanto es así
espacio que no es dado; es un espacio que po- que la tricotomía historia cultural, procesualismo
demos y debemos conquistar con la decisión y postprocesualismo, tan relevante en Estados
política de crear la arqueología latinoamerica- Unidos, no se usa en Europa continental y tam-
na, una cuestión que, como afirma Politis (2003), poco es relevante en amplias áreas de la tradi-
no existe. ción arqueológica latinoamericana. Quizás el
mejor caso es la arqueología francesa, muy
Oponencia 4: Teoría, arqueología influyente en varios países latinoamericanos,
histórica y arqueología subacuática: sobre todo a través de su enfoque prehistórico.
un comentario a Politis. Pedro Paulo Latino América, afortunadamente, no está bajo
A. Funari (Universidade Estadual de el influjo exclusivo de Estados Unidos; por eso
la importancia de los marcos interpretativos
Campinas) y Gilson Rambelli
filológicos e históricos no debe ser devaluada.
(Universidade Estadual de En este contexto general entendemos el éxitod
Campinas-FAPESP). de la arqueología histórica y la originalidad del
Gustavo Politis ha producido una síntesis pensamiento teórico de Lation América que
comprensiva y muy académica de la arqueo- resultó en la publicación de Global
logía de Latino América, con un anánlisis archaeological theory, editado por Pedro
balanceado y bien informado de tofos los Paulo Funari, Andrés Zarankin y Emily Stovel
aspectos de la disciplina. Politis enfrentó la (2005).
inmensa tarea de entregar una síntesis La arqueología histórica latinoamericana
provocadora a una audiencia internacional y ha jugado un papel determinante en la defi-
el resultado es impresionante. Politis debe nición de la disciplina en los últimos 15 años.
ser felicitado por el trabajo importante que El libro clásico de Charles Orser (1997), A
ha publicado y por las conferencias que ha historical archaeology of the modern
dado en varios congresos, una de ellas en el world , prestó tanta atención, por primera
World Archaeological Congress en Washing- vez en la historia de las disciplinaiscipline, a
ton. En este comentario trataremos tres te- Latino América que a Europa y Estados
mas que Politis sólo discutió brevemente: Unidos. La disciplina, antes preocupada por
teoría, arqueología histórica y arqueología una estrecha definición norteamericana de
subacuática. En estas tres áreas enfatizamos los “sitios post -prehistóricos del Nuevo
las contribuciones originales de Latino Amé- Mundo”, amplió su espectro para incluir una
rica debido a su contexto social y político perspectiva más abierta, incluyendo la ar-
único. La particularidad del contexto latino- queología de las sociedades históricas, como
americano permite a los arqueólogos enten- propuso Andrém (1997). Una sesión sobre
der que los modelos hechos en otros con- arqueología histórica en el WAC3 organiza-
textos no siempre son los más adecuados da por un latinoamericano (Pedro Paulo

El panorama teórico en diálogo 185


Funari), un surafricano (Martin Hall) y una Schávelzon), han sido publicados varios artí-
británica (Siân Jones) condujo a una pers- culos de autores de la región y la revista cu-
pectiva más amplia. Desde principios de la bre, por primera vez, el estudio de socieda-
década de 1990 los académicos de fuera del des históricas en general, tal como fue pro-
eje Europa-Estados Unidos dieron forma a puesto por académicos latinoamericanos.
la disciplina; el éxito de este enfoque produ- La arqueología histórica del Mediterráneo
jo la publicación de un libro fundacional también ha producido libros y una plétora de
(Funari et al. 1999), reseñado en varias re- artículos académicos escritos por latinoame-
vistas académicas desde entonces. En 1994 ricanos y publicados en inglés, francés, italia-
y 1995 la serie Historical archaeology in no y español en Europa y Estados Unidos,
South America, editada por Stanley South frecuentemente citados por sus colegas de
en los Estados Unidos, publicó 15 volúme- otros países. En revistas líderes e innovadoras
nes distribuidos en Estados Unidos y Latino (como Public Archaeology, Journal of
América y contribuyó a la difusión tempra- European Archaeology, Journal of Social
na de las ideas y las interpretaciones de jó- Archaeology, World Archaeological
venes académicos como María Ximena Bulletin y World Archaeology) se han pu-
Senatore y Andrés Zarankin, para mencio- blicado varios artículos de de autores latinoa-
nar los dos nombres más citados en la litera- mericanos que atestiguan la presencia de aca-
tura internacional. Como resultado del papel démicos de la región en el contexto mundial.
central de los académicos latinoamericanos Current Anthropology ha invitado y publi-
en la arqueología histórica la prestigiosa cado comentarios hechos por arqueólogos la-
Encyclopaedia of historical archaeology tinoamericanos a artículos escritos por auto-
(Orser, ed., 2002) tiene un latinoamericano res europeos y norteamericanos, también dan-
(Funari) en su consejo editorial y varias en- do cuenta de la creciente relevancia de las
tradas fueron escritas por arqueólogos de la ideas y las propuestas teóricas latinoamerica-
región (Pedro Funari, Francisco Silva Noelli, nas en la arqueología mundial. La arqueolo-
Ana Piñon, Gilson Rambelli, Maria Ximena gía de Latino América, en general, y la ar-
Senatore, Andrés Zarankin). Otra prestigio- queología histórica, en particular, tienen ahora
sa enciclopedia, Encyclopaedia of una mayor presencia que en el pasado y las
Archaeology (Murray, ed., 2002), también características de ésta última han cambiado
tiene contribuciones de latinoamericanos en los últimos años gracias al trabajo de aca-
(Roberto Cobean, Alba Mastache Flores, démicos de la región y a su cooperación con
Pedro Funari, Marion Popenhoe de Hatch, arqueólogos históricos de Estados Unidos y
Leonor Herrera, José Luiz Lanata, Matilde Europa. En términos teóricos el cambio en
Ivic de Monterroso, Lautaro Nuñez). Char- énfasis de la arqueología histórica como el
les Orser, en su Introducción a la arqueo- estudio de “nosotros” al estudio de socieda-
logía histórica, publicada en Buenos Aires, des con documentos escritos no puede ser
invita a sus lectores a usar libros publicados disociado de las contribuciones latinoameri-
por varios arqueólogos históricos latinoame- canas, aunque éstas no hayan sido las únicas
ricanos. En 1997 la primera revista dedica- responsables (algunos europeos y, notable-
da a una audiendia mundial fue lanzada por mente, algunos africanos también estuvieron
Plenum, The International Journal of asociados con este enfoque innovador). Cual-
Historical Archaeology, ya establecida quiera que haya sido el caso para la arqueolo-
como la publicación estándar en arqueolo- gía histórica Latino América no puede ser
gía histórica; su comité editorial incluye dos descrita como una simple productora de ma-
latinoamericanos (Pedro Funari y Daniel terias primas porque contribuyó a dar forma

186 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):167-204, 2006


a la epistemología de la disciplina; este hecho Holanda, Estados Unidos, Canadá y Australia,
no puede ser subestimado debido a que la ar- países con una larga experiencia en la materia.
queología histórica es reciente en la región; Los proyectos de arqueología náutica y
quizás eso explica algunas de sus caracterís- subacuática desarrollados en Latinoamérica
ticas peculiares y su papel en un contexto ar- se proponen convencer a la comunidad aca-
queológico más amplio. démica que se trata de una tarea arqueoló-
Hasta la década de 1990 la arqueología gica, académica y científica. Politis está en
náutica y subacuática no figuraba en las pre- lo cierto cuando enfatiza los aspectos técni-
ocupaciones de los arqueólogos latinoamerica- cos de la arqueología subacuática en Amé-
nos porque era considerada, con alguna razón, rica Latina. Los pioneros en la materia tu-
como costosa y no científica; más aún, los te- vieron que enfatizar las características aca-
mas náuticos fueron considerados lejanos a las démicas y arqueológicas, de tal manera que
personas que habitan en la tierra (McGrail 1997; la arqueología y la caza de tesoros pudieran
Blot 1999; Rambelli 2003). Sin embargo, la aten- ser fácilmente diferenciadas. Gracias a su
ción a esos temas no sólo es importante para el esfuerzo los resultados a principios del siglo
entendimiento de los naufragios sino también XXI son impresionantes: ya existen presti-
de los sitios arqueológicos costeros (Rambelli giosos equipos de arqueología subacuática
2003). La percepción negativa de la arqueolo- en Argentina, Brasil, Chile, Colombia, Méxi-
gía subacuática debido a un enfoque centrado co, Panamá y Uruguay. Ha ocurrido un cam-
en la tierra (Reade, ed., 1996; Blot 1999) la bio de paradigma desde la exaltación de las
caracterizó como no académica, promoviendo elites, representada en la caza de tesoros, y
la acción de compañías nacionales e interna- desde un enfoque puramente técnico a una
cionales dedicadas a la caza de tesoros; esto disciplina más amplia y socialmente cons-
condujo a la difusión de esas actividades con ciente. El estudio de los barcos de esclavos
poca reacción de los arqueólogos y de las ins- es un buen ejemplo desde este cambio des-
tituciones patrimoniales. Las elites regionales de las elites a la gente común, desde los es-
se beneficiaron de esas actividades no acadé- tudios arqueológicos no académicos a los
micas y en varias ocasiones las administracio- académicos (Rambelli 2006). En consecuen-
nes locales, provinciales o nacionales las favo- cia la arqueología subacuática ha sido de-
recieron. Las empresas privadas de caza de mocratizada, incluyendo ahora practicantes
tesoros son fáciles de financiar debido a la ex- de otros orígenes sociales, y ya no está res-
plotación comercial del patrimonio subacuático tringida a las elites. La caza de tesoros está
(Blot 1999; Rambelli 2003; Castro 2005); como en retirada y la arqueología subacuática está
resultado existe una plétora de hallazgos ar- demostrando que América Latina puede pro-
queológicos almacenados en colecciones pú- ducir datos e interpretaciones originales. En
blicas o privadas, con poca o ninguna informa- resumen, Politis debe ser felicitado por su
ción contextual, lo que hace difícil, sino imposi- síntesis del estado de la arqueología latinoa-
ble, producir conocimiento e interpretaciones mericana, nuestros comentarios sobre la ar-
arqueológicos (García 1997; Rambelli 2002a; queología teórica, histórica y subacuática tie-
Castro 2005). En este contexto varios nen el propósito de complementar el trabajo
arqueólogos latinoamericanos decidieron estu- de Politis.
diar sitios subacuáticos (Luna 1982, 2001;
Rambelli 2002b), entrenándose y recibiendo Reconocimientos
apoyo de grupos de arqueología subacuática
del Reino Unido, Francia, Portugal, España, Agradecemos a Siân Jones, Charles Orser
y Andrés Zarankin. También debemos men-

El panorama teórico en diálogo 187


cionar el apoyo institucional del Centro de que se trata de un discurso procesual que
Estudios Estratégicos (NEE) y el Centro de enfatiza elementos paleoambientales o temas
Investigaciones Medioambientales «de moda» pero que enmascara un núcleo
(NEPAM) de la Universidade Estadual de histórico-cultural. Coincido con el autor en
Campinas (Unicamp), de la Fundación para que existió un uso discursivo pero no analíti-
la Ciencia de São Paulo (Fapesp) y de la co de conceptos como adaptación, sistema
Fundación Nacional de la Ciencia de Brasil o estrategia, empleándolos en reemplazo de
(CNPq). Nosotros somos responsables de conceptos como cultura o tradición, pero de
las ideas expresadas aquí. manera enunciativa sin aplicación concreta;
sin embargo, considero que en ciertos casos
Oponencia 5: Comentario a The hubo un cambio en la naturaleza de las ex-
theoretical landscape and the plicaciones dado por el paso de los argumen-
methodological development of tos normativistas a las explicaciones ambien-
archaeology in Latin America de tales. Politis (2003:259) señala que «gran
parte de las investigaciones en América La-
Gustavo Politis. Dánae Fiore
tina enfatizan el rol del cambio
(CONICET-AIA-UBA). medioambiental como un estímulo principal
En este artículo Gustavo Politis realiza una que dirigió, significativamente, transforma-
travesía por los heterogéneos paisajes teóri- ciones de sociedades pasadas», aunque sos-
cos de América Latina que implica un con- tiene que dicha forma explicativa «no está
siderable y valioso esfuerzo debido a la ex- influida, exclusivamente, por ninguna posi-
tensión y complejidad de la geografía con- ción teórica en particular». En este punto
ceptual visitada. Mi comentario se centrará discrepo con el autor: el énfasis en las pers-
en algunos puntos que considero prioritarios pectivas ecológicas es, en mi opinión, indi-
para el tema tratado y para los argumentos cador de que la ontología esencialista y nor-
presentados por el autor. Mis reflexiones in- mativa del enfoque histórico-cultural fue de-
cluyen ejemplos de Argentina debido a que safiada (aunque no reemplazada) por una
es el caso que mejor conozco; ello implica ontología materialista, ecológico-funcionalista
un sesgo inevitable que espero que los cole- y propulsora de la racionalidad económica
gas de otros países sepan comprender. formalista generada por influencia del
Politis plantea que el enfoque histórico- procesualismo. En tal sentido, luego de la
cultural es el paradigma dominante en la re- adopción de la perspectiva procesual la na-
gión y que su hegemonía se sostiene en su turaleza de las explicaciones ya no fue la
habilidad para organizar registros arqueoló- misma de antes.
gicos diversos en unidades comparables, re- Los efectos del enfoque procesual fue-
sultando ser una poderosa herramienta des- ron más allá de las formulaciones concep-
criptiva. Aunque admite que este paradigma tuales y, como señala Politis, sus influencias
es distinto actualmente, pues se encuentra pueden verse hoy en los estudios de proce-
transformado por aproximaciones sos de formación del registro arqueológico,
procesuales y post-procesuales, sostiene que tafonomía, arqueología experimental y
las explicaciones ambientalistas y las inves- etnoarqueología. Otro desarrollo metodoló-
tigaciones orientadas por problemas no son gico en la arqueología latinoamericana, más
considerables como arqueología procesual silencioso pero no menos informativo, es el
sino como casos dentro del marco histórico- uso de la microscopía en el análisis de mate-
cultural. La razón propuesta es que la natu- riales arqueológicos para caracterizar sus
raleza de las explicaciones no ha variado sino procesos de producción, usos y depositación.

188 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):167-204, 2006


Esta región del paisaje metodológico, curio- socialmente relevante y políticamente acti-
samente visitada más por arqueólogas que va; (d) es un desarrollo teórico regional que
por arqueólogos en Argentina (e.g., Mansur reaccionó, tempranamente, contra la arqueo-
1983; Castro 1994; Alvarez 2004), es pro- logía procesual; y (e) se caracteriza por un
ducto de la escuela rusa centrada en la re- desproporcionado despliegue teórico y un
construcción de los procesos de trabajo en mucho menor desarrollo metodológico que
la prehistoria y que, ya en 1957, incluía com- permita aplicar la teoría a los casos arqueo-
paraciones etnográficas y experimentales lógicos concretos, lo cual limita fuertemente
(Semenov 1964). Pese a que dicho desarro- su utilidad. Coincido plenamente con esta
llo metodológico fue adoptado, posteriormen- caracterización.
te, en Estados Unidos (e.g. Keeley 1980) y Politis cita un buen número de trabajos
empleado desde una perspectiva básicamen- orientados hacia la caracterización de las
te procesual (lo que, presuntamente, lo haría relaciones entre control económico, ideolo-
más «importable» desde América Latina), y gía, poder y sus implicaciones sociales que
pese a su enorme potencial informativo su incluyen el análisis de la creación de meca-
impacto cuantitativo en América Latina ha nismos ideológicos de control como herra-
sido relativamente menor; esto se debe, po- mientas de dominación por elites Moche
siblemente, a problemas relativos a la adqui- (Castillo 1993) y la explicación de la genera-
sición de equipos y a la larga (y muchas ve- ción de desigualdad y poder político a partir
ces árida) formación requerida para nave- del control de medios de producción y del
gar en este campo. Sin embargo, insisto en intercambio de bienes en el área valliserrana
mencionar esta metodología porque los apor- del noroeste Argentino (Pérez 2000). Estos
tes ya logrados por nuestros/as colegas me- trabajos son considerados por Politis en la
recen reconocimiento y porque el recorrido categoría conceptual de «economía política»
por el paisaje microscópico resulta sumamen- cuando, en mi opinión, son ejemplos de algu-
te útil para generar bases de datos arqueoló- nos de los casos más fructíferos de arqueo-
gicas cada vez más sólidas y menos espe- logía social. Por supuesto, el problema no es
culativas. la «etiqueta» de la categoría sino sus
Me interesa particularmente notar que al implicaciones conceptuales. Mi sensación es
dar cuenta del paisaje teórico latinoamerica- que esta distinción se debe a que la arqueo-
no Politis ha quebrado la progresión lineal logía social sea asociada, habitualmente, con
«histórico-cultural/procesual/postprocesual» el marxismo ortodoxo dogmáticamente apli-
mediante la cual se caracteriza, habitualmen- cado, lo cual genera una definición restringi-
te, la historia reciente de la teoría arqueoló- da de este campo teórico que no termina de
gica; en cambio, traza un mapa más com- dar cuenta de su variedad interna, a pesar
plejo que incluye, simultáneamente, varios de que ella es reconocida por Politis; quizás
caminos parcialmente sucesivos, paralelos y sea por eso que el autor localiza estos traba-
entrecruzados. De esta manera incluye en jos en una categoría distinta. La arqueología
su cartografía a la arqueología social, pers- social puede concebirse más ampliamente,
pectiva habitualmente «invisible» en los tra- no sólo incluyendo aquellos trabajos densa-
bajos de síntesis de teoría arqueológica. mente teóricos y de poca aplicación a la evi-
Politis sostiene que este marco (a) no es un dencia (que existen y que limitan el enfoque,
corpus unificado de teoría; (b) se asocia a como señala Politis) sino, también, aquellos
formas de pensamiento marxistas y mate- que han avanzado hacia el desarrollo de de-
rialistas-históricas; (c) enfatiza la importan- finiciones operativas de aplicación concreta
cia de que la práctica arqueológica resulte al análisis de casos arqueológicos de socie-

El panorama teórico en diálogo 189


dades estratificadas e, incluso, de cazado- rica. El diálogo entre ambas sería sumamente
res-recolectores y que vienen demostrando interesante.
el valor y el potencial de esta perspectiva. El artículo también menciona los desa-
Politis plantea que la arqueología rrollos de algunas áreas temáticas como la
postprocesual es marginal en gran parte de zooarqueología y la arqueología histórica, cla-
Latino América y que ello resulta sorpren- ramente florecientes en la región; sin em-
dente porque el enfoque contiene aspectos bargo, el paisaje teórico pintado por Politis
de interés para muchos arqueólogos de la carece de referencias a la arqueología del
región. Sin embargo, Politis apunta hacia dos arte rupestre. Esta área es digna de men-
elementos que dan cuenta de esta situación: ción porque la región ha gestado una tradi-
(a) la falta de herramientas metodológicas ción académica analítica sólida y temprana
que permitan su aplicación en contextos con que no importó, de manera acrítica, teorías
bases de datos incompletas; y (b) el de países centrales sino que generó pers-
relativismo extremo propuesto por algunos pectivas conceptuales originales e hipótesis
autores postprocesuales. Al practicar el sano propias orientadas hacia problemáticas lo-
ejercicio de historizarse a sí mismas, cales (e.g., Sujo 1975; Núñez 1976; González
enfatizando su propia subjetividad, las pos- 1977; Gradín y Schobinger 1985; Aschero
turas postprocesuales han generado tal dis- 1988).
tancia con los sujetos de estudio que termi- Finalmente, coincido con el autor en que
nan elaborando discursos autoreferentes que el desarrollo de la teoría arqueológica en
enfatizan el proceso de «construcción del pa- América Latina se ve limitado por nuestra
sado» desde el presente, dejando en un se- situación neocolonial. En un mundo de bi-
gundo plano la agencia de las personas del bliotecas despobladas la lectura de literatura
pasado y su contribución fundamental en la actualizada depende, principalmente, de
construcción de los hechos. Este efecto pa- nuestras iniciativas personales y de la soli-
radójico choca con el bienvenido interés de daridad entre colegas que socializan la bi-
esta perspectiva de generar una arqueolo- bliografía que poseen: vivimos en el reino de
gía crítica, multivocal y socialmente compro- la fotocopia. Conjuntamente con estas con-
metida; si la perspectiva es multivocal siem- diciones materiales la situación de dependen-
pre debería abrir un espacio para aproximarse cia genera «subordinación intelectual y falta
a las voces del pasado, no exclusivamente a de confianza en su/[nuestro] propio poten-
las múltiples voces del presente. A esto se cial de investigación» (Politis 2003:260). Sin
suma el hecho de que el interés por enfati- duda. Queda en nuestras manos aumen-
zar los efectos sociales de la arqueología en tar la visibilidad internacional de la arqueolo-
el presente es compartido (con ciertas dife- gía latinoamericana, estimulando el debate
rencias) con la arqueología social. Como in- analítico y respetuoso (como en este espa-
dica Politis en América Latina esta perspec- cio de reflexión) que permita revalorizar
tiva ya había planteado la necesidad de de- nuestra producción teórico-metodológica y,
sarrollar una arqueología políticamente com- simultáneamente, acrecentar su calidad para
prometida antes de que el enfoque post- que los colegas de otras regiones visiten las
procesual fuese importado a la región. Es variadas geografías de nuestros paisajes
posible que parte de la marginalidad de este conceptuales más asiduamente en vez de
enfoque también se deba a que algunos de «carroñear» nuestros datos (sensu Politis).
sus elementos son compartidos por otra pers-
pectiva que, aunque tampoco es dominante,
tiene una historia más larga en Latino Amé-

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Oponencia 6: Comentario de los arqueología no hace parte de la misma es-
artículos de Gustavo Politis The cuela histórico-cultural y procesual que aún
theoretical landscape and domina la corriente arqueológica en el conti-
methodological development of nente; me parece necesario empezar a cues-
tionar esta división maniquea entre dos partes
archaeology in Latin America y
constitutivas que, lejos de estar separadas, se
Tendencias de la etnoarqueología
auto-definen entre sí para proponer o, al me-
en América Latina. O. Hugo nos, pensar maneras más imaginativas de rom-
Benavides (Fordham University). per este legado estructural que limita (al mis-
Ambos trabajos presentan una importante mo tiempo que define) los objetivos y proyec-
contribución a nuestro entendimiento de la tos de la arqueología en este nuevo milenio.
arqueología en América Latina y elucidan la El segundo punto se relaciona al primero
gran trayectoria de Gustavo Politis en el aná- y tiene que ver con las nuevas adaptaciones
lisis de la disciplina arqueológica en nuestro que arqueólogos y proyectos arqueológicos
continente. Por ende antes de proponer mis han tenido que hacer en aras de adaptarse a
comentarios en franca esperanza de diálogo las formas cambiantes de nuestro mundo
y construcción crítica quisiera felicitar a Politis globalizante; me refiero, específicamente, a
por sus análisis e impresionante contribución. la gran cantidad de proyectos de rescate
Como bien reconoce Politis muchas de las arqueológico financiado por empresas petro-
generalizaciones y conclusiones de sus argu- leras transnacionales y la espinosa situación
mentos son resultado de sus propios intere- política que ese apoyo implica para los
ses profesionales y limitación geográfica y arqueólogos. Esta situación no es nueva pero
académica; no podría ser de otro modo. Por refleja una vieja tradición colonial caracteri-
esa misma razón muchas de mis discrepan- zada por el hecho de que los arqueólogos
cias también se originan en mi visión andina han pertenecido, mayoritariamente, a las cla-
(y periférica dentro de esa visión andina) y en ses medias y altas de sus países de origen.
mi participación en la academia norteameri- La cuestión central sería cómo proponer una
cana durante la última década. De esta ma- nueva manera de investigar el pasado que
nera en vez de insistir en estas discrepancias no continúe contribuyendo a la explotación
menores me gustaría realzar dos puntos ge- ideológica de nuestro pasado y que tampoco
nerales que, espero, contribuyan a fortificar caiga en una demagógica afiliación a identi-
el continuo (y necesario) diáologo entre dades esencializantes de indígenas como si
arqueólogos en el continente. ellas fueran las unicas auténticas o nativas
El primer punto tiene que ver con la insis- del continente.
tencia descriptiva de ambas contribuciones, De este modo me parece importante ex-
particularmente cuando una de ellas tiene pandir el análisis inicial de Politis en ambos
como objetivo central definir el panorama teó- artículos para considerar estos dos puntos
rico en el continente. Como bien ha demos- específicos: ¿cómo interpretamos o analiza-
trado en varios otros artículos anteriores Politis mos el legado teórico de la arqueología en
es muy capaz y hábil en entretener muchos América Latina cuando nuestra interpreta-
de los elementos teóricos, socio-políticos y ción (por razones epistemológicas y
económicos que han contribuido al desarrollo heurísticas) está inscrita en las mismas co-
de la arqueología en América Latina. De este rrientes que buscamos interpretar? Al mis-
modo me pregunto si el interés o, inclusive, la mo tiempo debemos considerar cómo incor-
necesidad de continuar manteniendo una di- poramos las nuevas contribuciones y dificul-
visión positivista entre teoría y método en la tades ideológicas de una globalización

El panorama teórico en diálogo 191


postmodernizante que continúa distancian- este aspecto, estoy básicamente de acuerdo
do a arqueólogos, indígenas y otras pobla- con la mayoría de las ideas expresadas por
ciones nacionales. El futuro del pasado (y el Verdesio, Fiore, Benavides y Navarrete.
del continente) depende mucha de éstas y Estos autores, desde sus posicionamientos
otras consideraciones similares. temáticos y perspectivas teóricas, han enri-
quecido un debate que sin duda es
Réplica: Más sobre los paisajes multidimensional e intersecta varios planos.
teóricos de América Latina. Una Benavides propone algunas preguntas
respuesta con bastantes acuerdos, desafiantes para expandir el debate. Por otro
ciertos desacuerdos y algunas lado hay dos contribuciones que no discuten
directamente las ideas expresadas en mis
reflexiones tardías. Gustavo Politis
artículos pero que desarrollan algunas líneas
(CONICET-Universidad del Centro mencionadas en ellos. Funari y Rambelli re-
de la Provincia de Buenos Aires y sumen y analizan los aspectos sobresalien-
Universidad de La Plata). tes de la arqueología histórica y subacuática
Antes de desarrollar algunas ideas surgidas a en América Latina, dos especialidades de
partir de los comentarios a mis artículos de- creciente interés en la región, mientras que
seo agradecer a los colegas que los hicieron, Navarrete hace una apretada síntesis de la
tanto por la valoración positiva de mis aportes arqueología en Venezuela y analiza su con-
como por la calidad de sus consideraciones. texto socio-político. Con respecto a ambas
Esta discusión, que trata sobre las diferentes contribuciones no tengo nada que agregar:
visiones con las cuales analizamos el presen- ellos son los expertos y mi conocimiento so-
te político y conceptual de la arqueología en bre esos temas es limitado.
América Latina, refleja la madurez de la dis- Quizás el comentario más critico es el
ciplina en la región, la que, no sin contradic- que viene de Santiago Mora. Aquí creo que
ciones, parece imponerse sobre las agendas o no me he hecho entender bien o estamos
personales, las actitudes hegemónicas y el hablando de cosas diferentes. Mora cues-
exhibicionismo académico. tiona mi falta de definición sobre lo que es la
Los comentaristas han acordado, en ge- arqueología latinoamericana y mi escepticis-
neral, sobre la visión que presenté sobre las mo acerca de la utilidad del término, sobre
principales tendencias teóricas contemporá- todo si se busca definir teórica y
neas de la arqueología latinoamericana y de conceptualmente a la disciplina en la región
sus componentes políticos e implicancias (no así en términos de ubicación geopolítica,
sociales. Sobre este punto, salvo algunas en donde yo sí creo que los diferentes países
excepciones (Fiore, por ejemplo), no ha ha- latinoamericanos tienen una situación simi-
bido discrepancias significativas; sin embar- lar). Lo que quiero decir, lo que intenté ex-
go, lo que ha generado más debate son los presar en mis artículos, es que teóricamente
aspectos socio-políticos de la disciplina y su la arqueología latinoamericana es muy diver-
doble condición: ser una ciencia de origen sa y se ha desarrollado a partir de diferentes
colonial y de esencia colonialista pero prac- orígenes. Esto, junto a las particulares tra-
ticada en América Latina por científicos co- yectorias socio-políticas historias en las cua-
lonizados. La situación geopolítica de Amé- les ha ido cristalizando, ha producido praxis
rica Latina y su influencia en la producción arqueológicas distintas. Creo que en el artí-
del conocimiento es, me parece, lo que ha culo de American Antiquity esto queda bien
incentivado las reflexiones que se desarro- reflejado. En otras palabras, si hay algo que
llaron en los comentarios precedentes. En une a las diferentes arqueologías de la re-

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gión no es su marco conceptual ni la praxis riana. Una parte importante de la arqueolo-
arqueología en cada país sino su dimensión gía que se desarrolla en la Universidad de
política, su contexto neo-colonial y su depen- Buenos Aires (Argentina) tiene muchos más
dencia teórica. En ese artículo quise reflexio- similitudes teóricas y metodológicas con la
nar centralmente sobre el paisaje teórico de arqueología de varias universidades de los
la arqueología ya que sobre los aspectos so- Estados Unidos que con cualquier otra uni-
cio-políticos ya lo había hecho en varias opor- versidad de Argentina. Obviamente, estos
tunidades (e.g., Politis 1995, 2001). Mi vi- ejemplos simplifican realidades bastante más
sión se contrapone a una bastante popular, complejas. La arqueología que se practica
sobre todo desde los países centrales (EEUU en una determinada universidad o centro de
en primerísimo lugar), de que hay una ar- investigación no es teóricamente monolítica
queología más o menos semejante en Amé- y uniforme y siempre se pueden encontrar
rica Latina y que es, además similar a la excepciones o líneas de pensamientos alter-
mejicana o a la peruana. Hace más de 25 nativas pero es claro que hay instituciones
años el arqueólogo hispano-mejicano José que tienen tendencias definidas que marcan
Luis Lorenzo hizo una crítica a esta visión la agenda arqueológica que se practica en
en un famoso artículo cuyo título era más ellas; en este sentido las agendas de Los
que elocuente: Archaeology south of río Andes y Pittsburgh son próximas entre sí.
Grande (Lorenzo 1981). Mora expresa que Por ultimo, Mora expresa que «Autores
«A pesar de que muchos autores, como el como Politis (2003:130) resaltan las dificul-
mismo Politis, se niegan a definir la arqueo- tades que puede acarrear la falta de una
logía latinoamericana la crean al hablar de masa crítica que contribuya a generar avan-
ella y dedicarle un buen número de páginas» ces significativos; Oyuela (1994) en el pasa-
y aquí seguimos sin entendernos. Creo que do había sugerido ideas semejantes». Sin
no la defino porque, en general, la definición embargo, yo creo lo contrario, como lo ex-
de fenómenos tan complejos reduce su va- preso en mi artículo: «Se ha señalado que la
riabilidad a pocas palabras y los simplifica falta de tendencias significativas hacia el
en exceso y porque, además, prefiero pre- desarrollo de teoría arqueológica inspirada
sentar su múltiples variantes y desarrollos localmente se debe a la ausencia de una masa
(como intenté hacerlo en el artículo) más que crítica de investigadores. Esta posición su-
subsumirla a una definición. Pero, por su- giere una regla matemática curiosa por la
puesto, esto no implica que no creo que exis- cual es necesario un número particular de
ta. No es que yo u otros autores la «cree- arqueólogos para sostener un umbral míni-
mos» al hablar de ella y dedicarle paginas; mo de productos teóricos» y luego explico
existe por su propio peso específico. Sólo cuáles son las causas profundas de esta fal-
que en términos de teorías, métodos y con- ta de «de teoría arqueológica inspirada lo-
ceptos parece ser una unidad de análisis de calmente».
poca utilidad. Quizás algunos ejemplos pue- De todas maneras, es útil la reflexión que
dan ayudar a echar algo de luz sobre esta Mora ha generado y sin duda ataca un pun-
idea. En términos teóricos la arqueología que to central en el debate. ¿Nos asemejamos
colectivamente se practica en la Universi- los arqueólogos latinoamericanos por una
dad de los Andes (en Bogotá) está mucho historia común, por una situación socio-polí-
más cerca de la de la Universidad de tica similar o por compartir problemas de in-
Pittsburgh o de varias otras universidades vestigación (y de los otros)? O, por el con-
norteamericanas que de cualquier otra uni- trario, ¿nos cobijamos dentro del paraguas
versidad colombiana, venezolana o ecuato- latinoamericano porque tenemos una praxis

El panorama teórico en diálogo 193


arqueológica parecida y marcos conceptua- La otra omisión a la que alude Fiore es
les comparables? Yo creo que la primera más grave: es cierto, el arte rupestre no está
pregunta es la de respuesta positiva pero, presente en el artículo de American Antiquity
sin duda, la complejidad del problema y la y debería estar pues es un tema que tiene
subjetividad esencial que impregna este tipo una trayectoria en la región y en el cual los
de análisis da lugar a varias respuestas, nin- arqueólogos latinoamericanos han realizado
guna de ellas totalmente falsa ni totalmente contribuciones. En el arte rupestre se han
verdadera. realizado algunos aportes significativos so-
En un contexto general de coincidencia bre temas ideacionales y sociales. Al res-
Fiore ha planteado algunas divergencias in- pecto sólo me queda agregar que en los pri-
teresantes. En primer lugar agrega algunos meros borradores de mi articulo había inclui-
desarrollos metodológicos que no tuve en do algunos párrafos sobre arte rupestre pero
cuenta y se refiere, explícitamente, al uso de que en sucesivas podas para ajustarme a las
la microscopía en el estudio de los materia- páginas que me fueron dadas se fueron re-
les líticos. Obviamente este tipo de análisis duciendo hasta desaparecer. Injusta desapa-
es altamente informativo y de gran utilidad rición de la que ahora me arrepiento. Por
para la interpretación arqueológica; sin em- último Fiore discrepa conmigo en el papel
bargo, su desarrollo no es aun comparable, que yo creo se ha asignado al ambiente en el
ni en cantidad de producción, ni en número cambio cultural, tanto en la corriente históri-
de investigadores, ni en el impacto que tie- co-cultural como en la procesual. A lo que
nen en la arqueología de la región, con los me refiero es que la explicación ambiental
otros tres que he citado en el texto. El uso fue, en ambas tendencias, un factor causal
de microscopía para los estudios líticos, al importante, aunque cada una de ellas elabo-
igual que los análisis de isótopos estables para ró en su seno, de manera distinta, como se
dieta o la arqueología experimental (no mi- articuló en los procesos culturales. Estoy de
croscópica), son, sin duda, avances signifi- acuerdo con Fiore en que las ontologías de
cativos pero aún no han alcanzado, en la cada escuela asumieron este factor causal
mayoría de los países latinoamericanos, la de manera diferente y, en términos genera-
representatividad que tienen, por ejemplo los les, coincido con su caracterización pero
estudios zooarqueológicos –e.g., la reciente ambas usaron eso que se llama «ambiente»
compilación de trabajos en Guzmán et al., con demasiada frecuencia y mecánicamen-
eds. (2003) y en Mengoni, ed. (2004)— o la te para explicar el cambio cultural (aunque
etnoarqueología –e.g., la síntesis de Politis debo reconocer que los arqueólogos históri-
(2004) o el conjunto de artículos, la mitad de co-culturales también echaron mano de la
autores mejicanos, editado por Williams «difusión», cosa que el procesualismo tiró por
(2005). Con esto no quiero restar ningún la borda). En fin, no tengo claro si hay dis-
mérito a los análisis microscópicos ni cali- crepancias en este punto o estamos girando
dad u originalidad al trabajo en este tema; sobre lo mismo.
sólo digo que todavía son pocos y que no Otros comentarios que recibí de colegas
constituyen aún un desarrollo fuerte en la latinoamericanos merecen una mención. En
región. De hecho, los tres ejemplos femeni- varios casos la crítica fue que tal o cual re-
nos que cita Fiore son de la Patagonia, que gión (América Central, por ejemplo) o tema
es, probablemente, la única parte de estaba sub-representado. A esto sólo puedo
Latinoamérica con tantos especialistas en el contestar que el artículo era una síntesis que
estudio microscópico de restos líticos. traté de hacer de la forma más equilibrada
posible pero asumiendo los sesgos de mis

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intereses, mi formación y mi experiencia y También se han publicado algunos libros
del acceso a la bibliografía. Era imposible con manifiesta intención teórica como la tra-
tratar en detalle todos los temas y todas las ducción al inglés (con algunos artículos nue-
corrientes de pensamiento. Otra crítica fue vos y otros actualizados) de las Actas de la
realizada por Myriam Tarragó (2004) en el Primera Reunión de Teoría Arqueológica en
Congreso Nacional de Arqueología Argenti- América del Sur (Funari et al. 2005). Este
na sobre mi opinión de que la mayoría de la volumen, publicado por una conocida edito-
arqueología hecha por latinoamericanos en rial norteamericana de libros de arqueolo-
el área andina, a pesar de avances gía, supuestamente le dará una mayor visibi-
metodológicos importantes, del refinamien- lidad a los aportes teóricos de los arqueólogos
to analítico y del renovado planteamiento de sudamericanos. La publicación de varios
problemas, aún mantenía el esencialismo his- volúmenes con los trabajos de la Segunda y
tórico-cultural. Tarragó tiene una visión dis- de la Tercera Reunión de Teoría Arqueoló-
tinta sobre este aspecto que ve a la mayoría gica en América del Sur (Curtoni y Endere,
de la arqueología del área andina superando eds., 2003; Politis y Peretti, eds., 2004;
los esquemas histórico-culturales de déca- Williams y Alberti, eds., 2005; Haber, ed.,
das pasadas y embarcada en nuevas corrien- 2005) también constituye un aporte intere-
tes teóricas. Queda a los investigadores in- sante a la conformación del paisaje teórico
teresados en la arqueología andina juzgar por regional. Por último, el inicio de la publica-
ellos mismos cuál de las dos visiones es la ción de Arqueología Suramericana ha abier-
más acertada. to un espacio inédito en la región para la dis-
Desde que envié el artículo a American cusión teórica y política. El esfuerzo grande
Antiquity a principios de 2002 hasta ahora se de los editores por mantener una periodici-
han publicado algunos nuevos trabajos intere- dad de dos números al año sin duda ayuda a
santes y se han producido algunos eventos que un debate intra-regional ágil y sostenido.
merecen un comentario. Ninguno de estos re- Además de estas publicaciones se ha
sultó, para mí, en una cambio significativo del incrementado el proceso de desconstrucción
paisaje teórico de la arqueología en América de las arqueologías locales y se ha
Latina ni de su contexto político-social pero sí revitalizado el estudio de las historias de las
insinúan algunas modificaciones en varios arqueologías nacionales mediante aproxima-
sentidos. Uno de estos es el de la arqueología ciones críticas. Entre varios trabajos mere-
del género, un área temática de creciente po- cen destacarse tres libros de reciente apari-
pularidad en el mundo en la cual veía que la ción. Uno es un análisis histórico y crítico de
arqueología latinoamericana no se había aún un período que va del comienzo del pensa-
embarcado decididamente; sin embargo, en miento arqueológico en Venezuela hasta el
esta década se han iniciado algunos progra- siglo XIX (Navarrete 2004). El segundo es
mas de investigación en México, Argentina y una historia erudita y completa de la arqueo-
Brasil en los cuales la perspectiva de género logía colombiana (Langebaek 2003), com-
tiene un papel central (ver algunos ejemplos en plementada en un artículo (Langebaek 2005)
Williams y Alberti, eds., 2005). El reciente es- en donde discute las aproximaciones teóri-
tudio de la estatuillas antropomorfas Marajoara cas más reciente. El tercero es el libro de
realizado por Schaan (2001) o el de Lazzari Mario Consens (2003) que da una mirada
(2003) sobre las visiones relacionales en la ar- distinta, crítica y desafiante de la construc-
queología del noroeste argentino también son ción y de la situación actual de la arqueolo-
ejemplos interesantes. gía uruguaya. Todos estos libros, más varios
artículos que abordan otras arqueologías lo-

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cales (e.g., Angelo 2005), son ejemplos de tes; salvo un puñado de menciones (la inmen-
una tendencia reflexiva desde la periferia, sa mayoría de ellas, además, de trabajos publi-
desde una perspectiva crítica y consciente cados en inglés en USA o Inglaterra) podría-
de la situación neocolonial del contexto lati- mos decir que están totalmente ausentes.
noamericano y de su consecuencia en la Este ejemplo merece cierto análisis por
generación y validación del conocimiento. que desnuda, cabalmente, la invisibilidad que
Recientemente se ha publicado un libro en el Primer Mundo (en este caso, además, la
español que tendrá impacto en la arqueología única porción del Primer Mundo que habla
de América Latina (a pesar que los precios de castellano y para la cual el idioma no es ba-
editorial Crítica lo hacen imposible para estu- rrera ni excusa) da al pensamiento teórico,
diantes). Me refiero a la contribución del in- conceptual o crítico de la arqueología latinoa-
vestigador español Víctor Fernández (2006) mericana. Esto es lo que varios de los co-
Una arqueología crítica. Ciencia, ética y mentaristas (Mora, Navarrete y Verdesio) han
política en la construcción del pasado. En puesto también sobre la mesa. El libro de
este volumen Fernández realiza una acabada Fernández es erudito y refleja tanto un gran
síntesis de las corrientes críticas mas popula- trabajo de lectura (¡697 referencias bibliográ-
res: la neomarxista, la feminista/de género y la ficas!) como su capacidad analítica y reflexi-
postcolonial/multicultural a partir de un pensa- va. No hay duda de ello, como tampoco de su
miento fundamental: «...puesto que el ideal de posición ética y política. Sin embargo, hay
la objetividad en el conocimiento social es inal- ausencias significativas en el libro que son sólo
canzable —y hasta indeseable por su identifi- explicables a la luz de la teoría postcolonial, la
cación ideológica con el escencialismo moder- que la tan agudamente presenta en el capítu-
no al servicio de las posiciones hegemónicas lo 6. Uno de estas es el tratamiento que da a
dominantes— sería en otros terrenos, además la «arqueología social latinoamericana», la úni-
del puramente racional o empírico, donde se ca «escuela» teórica reconocida, con cierto
debería juzgar la validez científica: el ámbito consenso, como de origen y desarrollo regio-
moral y el político» (Fernández 2006:13). En nal. Fernández resume y analiza esta corrien-
concordancia con esta idea el autor pone en el te basándose en la visión norteamericana de
mismo plano para la validación del conocimiento la misma y para ello se apoya, casi exclusiva-
y la legitimación del saber a la ciencia, la ética mente, en los trabajos de McGuire (1992;
y la política. A lo largo de todo el libro se McGuire y Navarrete 1999) y de Patterson
desconstruyen las pretensiones universalistas (1994, 1995). Este análisis se complementa
de los paradigmas dominantes en arqueología con algunos comentarios postreros de los tra-
durante el siglo XX: el funcionalismo y el evo- bajos fundacionales de esta corriente (Lum-
lucionismo. Fernández adopta una posición éti- breras 1974; Sanoja y Vargas 1974) o de sus
ca de la arqueología a la que, asumiendo su versiones remozadas (Vargas y Sanoja 1999;
origen colonial y conservador, quiere transfor- Bate 1998). Sin embargo están completamente
mar en una disciplina emancipadora. Con una ausentes en el libro la discusión y la crítica
actitud militante pretende que la arqueología que los mismo latinoamericanos hemos he-
transforme la realidad y sirva, sobre todo en cho de esta corriente, de sus alcances y de
los países del Tercer Mundo, en los países sub- su valoración (e.g., Politis 1995, 2003; Vásquez
desarrollados, para reducir las enormes des- 1996; Oyuela et al. 1997; Fournier 1999;
igualdades sociales que en ellos existen; sin Benavides 2001; Tantaleán 2004; Valdéz
embargo, paradójicamente las voces de los 2004). La arqueología social latinoamericana
arqueólogos del Tercer Mundo o, al menos, del es una corriente original de pensamiento que
Tercer Mundo latinoamericano están ausen- ha sido debatida en la región, con posiciones

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a favor o en contra, y esta discusión ha sido de lo que aquí me acuso y disculpo»
mas crítica y con muchos más matices que la (Fernández 2006:210-211). Sin embargo, este
visión un tanto romántica que tienen de ella exceso de honestidad no alcanza para per-
Patterson y McGuire (asimilándola a la rebe- mitirnos comprender porqué no dedicó algu-
lión comprometida del Che Guevara). No nas horas a recorrer los estantes de las bi-
parece justo que la multiplicidad de voces de bliotecas españolas en donde están allí, to-
los latinoamericanos quede reducida a la voz das juntas, las publicaciones de los países de
de algunos norteamericanos. Las omisiones América Latina para ver si encontraba al-
siguen en otros lugares, siendo una de las más guna idea interesante digna de discutir en su
notorias la de los aportes de Gnecco a la dis- libro. La respuesta no puede encontrarse en
cusión de la arqueología postcolonial y al la actitud individual de Fernández, sin duda
multiculturalismo. Este autor ha tenido una un científico socialmente comprometido, sino
producción prolífica y pionera en el tema (e.g., en la misma teoría postcolonial y en el popu-
Gnecco 1999a, 1999b) desde una posición lar concepto de saber-poder mediante el cual
original publicando, incluso, en revistas espa- el primero es transformado por el segundo.
ñolas (Gnecco 1995). También es sintomáti- Claramente, como lo debaten varios de los
co que los pocos autores latinoamericanos comentaristas (Verdesio, Navarrete, Mora),
sean citados sólo con base en sus trabajos en las ideas de los latinoamericanos en el deba-
revistas o libros anglosajones. Uno de los ca- te mundial siguen caminos laberínticos que
sos notorios es el del equipo Argentino de están intersectados (¡y minados!) por la po-
Antropología Forense (EAAF), un referente sición hegemónica del Primer Mundo. El li-
mundial en la materia, cuya única mención se bro de Fernández confirma, amargamente,
basa en un trabajo publicado en Londres las palabra de Santiago Mora en los comen-
(Doretti y Fondebrider 2001), omitiéndose tra- tarios: «Parece ser muy atractivo para la
bajos más completos y relevantes publicados arqueología internacional escuchar las vo-
en español (e.g., Cohen 1991; Da Silva 2001). ces (con cierta preferencia por el lamento)
Pareciera que si no está publicado en inglés del último cazador recolector, pescador u hor-
el pensamiento de los latinoamericanos no ticultor que recuerda la historia de sus ante-
existiera. pasados y a la cual se pueden asociar algu-
Toda esta crítica sería irrelevante sino nos materiales arqueológicos; no parece in-
fuera porque el autor tiene un visión tan pro- teresarles tanto, por otro lado, una discusión
gresista y porque son conocidas y respeta- sobre la construcción de las historias nacio-
das sus posiciones éticas y políticas, social- nales o la exploración que hacen los
mente comprometidas. Sorprendentemente, arqueólogos latinoamericanos de los mismos
al final del volumen reconoce su sesgo temas que ellos trabajan”. Lamentablemen-
anglófilo en un frase harto elocuente: «Se te la producción científica latinoamericana
habrá observado en el libro un claro predo- en arqueología cotiza en baja en los merca-
minio de las publicaciones anglosajonas, lo dos del Primer Mundo y, por lo tanto, no pa-
que se debe, por un lado, a que los autores rece valer la pena detenerse en ella.
que escriben en inglés tienden a resumir y Algunos hechos están transformando la
divulgar su trabajo en mayor medida que los praxis arqueológica latinoamericana y, segu-
de otras lenguas y a que las aproximaciones ramente, tendrán consecuencias muy visi-
críticas tiene gran predominancia entre ellos, bles en los próximos años. Varios países han
pero también al estatus hegemónico de su avanzado con legislaciones en materia de
lengua, cuyo seguimiento por mí contradice, patrimonio arqueológico en varios sentidos
claramente, algunos de los fines de esta obra (algo que Verdesio reclama, con toda razón,

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aunque no en la misma dirección que él pro- vestigaciones de los arqueólogos extranje-
pone). En Argentina, por ejemplo, se ha pro- ros en Perú pero deben ser llevadas a cabo
mulgado una nueva ley (la numero 24.743/ éticamente y respetando los derechos inte-
03) que legisla, entre otras cosas, sobre los lectuales de los profesionales peruanos y la
permisos de investigación y sobre la propie- preservación del patrimonio cultural del
dad de las colecciones. Aunque la ley no ha país». Pero es cierto que la actitud
contemplado, en ningún caso, la voz de los hegemónica de algunos investigadores de
indígenas algunas legislaciones provinciales países centrales y el poder que les dan los
han tratado de remediar esta falta. Lenta- recursos con los que cuentan, sobre todo en
mente los pueblos originarios comienzan a regiones pauperizadas, ha llevado a situacio-
ser tenidos en cuenta en la gestión del patri- nes asimétricas e injustas, subordinando y
monio arqueológico y en algunos lugares (muy devaluando a los arqueólogos locales. Méjico
pocos aún), como en San Pedro de Atacama tiene una larga tradición de trabajos en co-
(Chile), tienen un rol central en la asignación operación con USA y ha desarrollado me-
de permisos para investigar. Además, en el canismos para lograr una interacción más
XV Congreso Nacional de Arqueología Ar- justa y balanceada. La arqueología peruana
gentina se produjo un documento denomina- ha reaccionado ante ciertos excesos y ha
do «Declaración de Río Cuarto» (Arqueo- reflotado, recientemente, una vieja ley que
logía Suramericana 1(2):287-293) que sien- protege a los investigadores locales y obliga
ta las bases para establecer un diálogo entre a los extranjeros a revalidar sus títulos pro-
los arqueólogos y los pueblos originarios fun- fesionales en Perú. Todo esto ha traído una
dado en el respeto mutuo. cantidad de inconvenientes para los investi-
El reciente reclamo, que tomó estado gadores foráneos, incluso para quienes du-
público, de Ruth Shady acerca de la apro- rante muchos años han trabajado en el país
piación intelectual que Jonathan Haas y de manera simétrica y respetuosa con sus
Winifred Creamer habrían hecho de sus re- colegas peruanos y han tenido una actitud
sultados de investigación del Proyecto Ar- ética irreprochable (¿será este un ejemplo
queológico Caral, pone de nuevo en el eje insospechado de «daño colateral»?). A pe-
del debate lo que ha sido llamado «imperia- sar de lo injusta que pueda parecer la aplica-
lismo académico». Este es otro de los múlti- ción de esta ley en varios casos y de las tra-
ples derivados de hacer ciencia en la peri- bas indeseadas que pueda ocasionar para el
feria. Está claro que la mayoría de los desarrollo de algunos proyectos arqueológi-
arqueólogos latinoamericanos pretende in- cos es un signo tangible para tratar de redu-
vestigar en comunidades científicas abier- cir las asimetrías existentes.
tas, interactuando con colegas extranjeros y, Quiero cerrar estas reflexiones con uno
eventualmente, llevar a cabo proyectos en de los párrafos de los comentarios que más
cooperación con ellos. Las ventajas de es- me impactó. Es el de Navarrete, quien ex-
tas investigaciones conjuntas son múltiples presa que «Nos posicionamos ‘allá’ para
y, si están bien planteadas, benefician mu- hablar de ‘acá’, nos convertimos en un ‘otros’
cho a ambas partes. Además, sería un error para hablar de ‘nosotros’ al ubicarnos en el
caer en el «chauvinismo arqueológico» de discurso, práctica y sistema institucional
cerrar las fronteras a investigadores extran- anglófono al discurrir a la altura de una au-
jero de buena fe y pretender hacer una ar- diencia internacional. Tratamos de reivindi-
queología latinoamericana cerrada y auto- car la arqueología latinoamericana pero he-
referenciada. Como ha expresado Ruth mos tenido influencia y hemos sido forma-
Shady (2005) «No nos oponemos a las in- dos desde el centro; como consecuencia, nos

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evaluamos en desigualdad de posibilidades». conocemos los legítimos derechos de los
Aquí se expresan, nítidamente, algunas de pueblos originarios y de sus reclamos pero
las contradicciones principales de los nos cuesta admitir sus decisiones a la hora
arqueólogos latinoamericanos. Nos sentimos, de excavar un sitio o de gestionar un permi-
con absoluto derecho y razón, subordinados so. Decimos estar involucrados con la co-
a sistemas político-económicos mundiales munidad pero escribimos cada vez más
pero no logramos romper esta dependencia, crípticamente, sólo para nosotros mismos.
ni siquiera en el campo disciplinar. Preten- Quizás el principio de la transformación de
demos tener pensamiento propio y original la arqueología latinoamericana hacia una
pero seguimos, prolijamente, una agenda teó- disciplina útil y comprometida, interactuando
rica marcada afuera. Intentamos formar con el mundo pero teóricamente autónoma
alumnos involucrados ética y temáticamen- y sensible hacia los derechos indígenas, sea
te en problemas latinoamericanos pero pri- comenzar a superar nuestras propias con-
vilegiamos los postgrados extranjeros. Re- tradicciones.

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ARQUEOLOGÍA SURAMERICANA/ARQUEOLOGIA SUL-AMERICANA 2, 2, julio/julho 2006

PROLEGÓMENOS A LA CONSTRUCCIÓN
DE UNA SEMASIOLOGÍA PREHISPÁNICA
César Velandia
Museo Antropológico, Universidad del Tolima

El tema central de este trabajo es una discusión sobre la posibilidad de interpretar las iconografías
prehispánicas y, en particular, el «arte» rupestre. Luego de una crítica a las pretensiones de leer
el «arte» rupestre como si fuera una escritura alfabética, lineal y occidental, se propone una
alternativa para construir un campo disciplinario, subordinado a la arqueología, la semasiolo-
gía prehispánica, que tendrá por objeto de estudio los sistemas semasiográficos prehispánicos.

O tema central deste trabalho é uma discussão sobre a possibilidade de interpretar as iconografias
pré-hispânicas e, em particular, a «arte» rupestre. A partir de uma crítica as pretensões de ler a
«arte» rupestre como se fosse uma escrita alfabética, linear e ocidental, propõe-se uma alternati-
va para construir um campo disciplinar, subordinado à arqueologia, a semasiologia pré-hispânica,
que terá por objetivo o estudo dos sistemas semasiográficos pré-hispânicos.

This paper discusses the possibility of interpreting prehispanic iconography, specially rock «art».
After a critical examination of the claim for reading rock «art» as if it were an alphabetical, lineal
and occidental writing it proposes the construction of a disciplinary field subordinated to
archaeology, prehispanic semasiology, which studies semasiographic prehispanic systems.

Palabras clave: arte rupestre y escritura, lenguajes planarios, semiótica planaria, sistemas
semasiográficos, semasiología prehispánica / Palavras chave: arte rupestre e escritura,
linguagens planarios, semiótica planaria, sistemas semasiográficos, semasiologia prehispánica.

Recibido: 12 de septiembre de 2005; aceptado: 24 de mayo de 2006 / Recebido: 12 de setembro


de 2005; aceito: 24 de maio de 2006.

Situación para una discusión traza un niño travieso e inexperto. Jamás


En la primera parte de su Arqueología y se observa en ellos ni el orden ni el con-
prehistoria de Colombia, titulada «Arte cierto que son indicio de una escritura
rupestre comparado de Colombia», Eliécer cualquiera... Mudos en razón de su ori-
gen, condenados esos signos, por la
Silva (1968) relacionó el criterio dominante
mano inconsciente que los trazó, a un
(hasta cierta época) sobre la imposibilidad silencio eterno, jamás podrá la vara mági-
de comprender los «pictogramas» de que se ca de la ciencia hacerlos hablar»
tenía noticia entonces: (Restrepo [1895] 1972:212; citado por Sil-
«Nada pueden revelar a la ciencia histó- va 1968:4).
rica esos ensayos de dibujos de orna-
Frente a ese criterio Silva (1968:4) objetó de
mentos, esas figuras informes de anima-
les y esos garabatos semejantes a los que
manera taxativa:
«Para nuestra propia lógica, para nues- todo porque desde una perspectiva
tros hábitos occidentales de pensar y de eurocentrista de la cultura los «garabatos»
sentir, es claro que aquellos dibujos poco debían tener cierto «orden y concierto»; este
o nada significan. Si, como sucede en la argumento también fue esgrimido por otros
mayoría de los casos, no vemos directa-
autores a la hora de justificar por qué no los
mente las relaciones que esos
pictogramas pueden tener con objetos y
podían entender ni descifrar. En consecuen-
fenómenos conocidos ello no autoriza cia, muchos investigadores generalizaron la
para pensar y decir que esas figuras in- noción de que para considerar las represen-
formes o garabatos ‘nada significan’ y taciones icónicas rupestres como «significati-
nada pueden revelar a la ciencia porque vas», es decir, dotadas de un sentido o de un
no muestran ni el ‘orden’ ni el ‘concierto’ propósito comunicativo, debían tener las con-
que nuestro pensamiento euroamericano diciones de una escritura o un orden (y con-
solicita. El estudio de las culturas indíge- cierto) que se les pareciera; por ello en este
nas del pasado y del presente no puede terreno se han librado la mayor parte de las
hacerse guiándonos por las pautas o
discusiones para defender su posible puesto
patrones de la civilización occidental».
en el camino hacia la invención de la escritu-
Además, propuso una nueva perspectiva ra o para condenarlas a las tinieblas de la pre-
para la investigación de las «expresiones historia. «En efecto, cada vez que es encon-
ideográficas»: trado un sello, una vasija con inscripciones o
«Si lo complejo y esotérico de la epilítica
cualquier otro tipo de grafismo se tiende a
y el escaso desarrollo de las disciplinas
analizar en términos de transcripción de una
antropológicas pueden disculpar a nues-
tros padres del siglo pasado, que sólo lengua, como si se tratara de los primeros
vieron bagatelas y pasatiempos en los balbuceos de una escritura» (Calvet 2001:24).
símbolos pintados o grabados, creemos En este trabajo voy a tocar el punto de si las
que con el apoyo de ciencias como la representaciones icónicas incluidas dentro de
etnografía, la arqueología, la religión, la la etiqueta común de «arte rupestre» son es-
mitología, la cosmogonía, etc., puede lle- critura (o no) o, si parece muy pretenciosa la
garse, en la hora presente, a la valoración propuesta, si esas pinturas deben tratarse
y a la comprensión racionales de los sig- «como» una escritura (o no). Si la respuesta
nos rupestres en general» (Silva 1968:6).
es negativa propondré una alternativa.
En esa época la propuesta pareció sugestiva
y, desde el punto de vista del método, difícil de El rastro de la escritura en las
rebatir; sin embargo, debieron pasar más de
pictografías rupestres
veinte años, hasta la década de 1990, para
que la noción de que era necesario articular Las discusiones en mención tienen que ver
distintos campos disciplinarios en la búsqueda con la teoría sobre el origen mismo de la es-
de respuestas para estas preguntas se pusie- critura pues, aunque actualmente la mayor
ra, por lo menos, de moda. La perplejidad de parte de los estudiosos del tema están de
Vicente Restrepo cuando sostenía sobre los acuerdo en la posibilidad de que las escritu-
«dibujos grabados» en las rocas que «jamás ras alfabéticas derivan todas de un antepa-
se observa en ellos ni orden ni concierto» re- sado único (el antiguo canaanita), los espe-
fleja un concepto que, por oposición, ha per- cialistas en las escrituras china, maya y
mitido desvalorizar la capacidad intelectual de sumeria abogan por el origen independiente
los indígenas americanos para producir bene- argumentando el descubrimiento, hecho por
ficios culturales, tan definitivos en el camino los arqueólogos en todo el mundo, de arte-
hacia la civilización, como la escritura, sobre factos gráficos anteriores a la escritura:

206 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


«…dispersos por todo el mundo, de las «Lo que sorprende al consultar las muy
famosas cavernas de Lascaux en Francia numerosas obras occidentales sobre la
a los refugios de piedra de la India cen- escritura es la presencia, mas o menos
tral y los mas remotos lugares del evidente, de una tenaz idea de fondo: la
Zimbabwe meridional, esos productos idea de que los varios sistemas se orde-
duraderos de la imaginación del hombre nan filogenéticamente a lo largo de una
prehistórico parecen respaldar la teoría trayectoria de creciente perfeccionamien-
de que la necesidad humana de comuni- to (por lo demás, ¿no es la escritura un
carse es demasiado universal y invento técnico?). Ya conocemos la últi-
diversificada para tener una sola fuente» ma etapa de esta trayectoria evolutiva,
(Senner 1998:12). que es la escritura alfabética. Todos los
Sin embargo, no está claro si las «pinturas demás sistemas se colocan, a mayor o
rupestres» y los «petroglifos» tienen una re- menor distancia, en algún punto de la
escala; y en el caso de muchos sistemas
lación directa con la aparición de la escritu-
se puede dudar de que representen una
ra. La mayor objeción para entenderlos como etapa atrasada de la evolución o bien de
escritura, está en la consideración de que que sean en cambio no homogéneos res-
las «pinturas rupestres» son «aisladas, arbi- pecto de la escritura, sino antes bien de
trarias y asistemáticas» y, por tanto, deben otro género: formas pictóricas, expresi-
diferenciarse de la «escritura consciente» vas, etc.» (Cardona 1999:23).
como una forma de «escritura embrionaria» Este criterio siempre aparece en la forma
(Diringer 1962:16) Otros, como Walter Ong de una clasificación de los sistemas, según
(1994:88), piensan que «las grafías tienen la cual se partiría de una «fase previa», co-
antecedentes complejos. La mayoría de ellas, rrespondiente a ciertos sistemas mnemónicos
tal vez todas, derivan directa o indirecta- muy primitivos:
mente de cierto tipo de escritura pictográfica «…que serviriam para transcrever
o, quizás en algunos casos, en un nivel aún unicamente informações limitadas, como
más elemental del uso de símbolos» y que é o caso, por exemplo, dos petróglifos, os
«los petrogramas (pinturas rupestres) y conhecidos quipus dos incas ou os
petroglifos (tallas rupestres) no caben en la pictogramas isolados. Posteriormente,
definición generalmente aceptada de la ver- passaria-se a umha ‘fase pictográfica’, em
que os conceitos ou objectos apareceriam
dadera escritura como «un sistema de co-
já desenhados evocativamente. Entom, ao
municación humana por medio de marcas producir-se a standardizaçom destes
visibles convencionales» (Senner 1998:12). desenhos, referindo equivalentes concre-
La carencia de un ordenamiento lineal, tos da língua, passaria-se a umha ‘fase
sintomático de las escrituras alfabéticas que ideográfica’. E já finalmente chegaria-se a
se consideran, según los teóricos umha ‘fase fonética’ em que os elementos
evolucionistas, como la culminación del pro- gráficos se ajustariam à sequência da língua
ceso hacia la civilización, coloca a los oral» (Peres 1999:3).
«petrogramas» y «petroglifos» en la condi- Esa ordenación es etnocéntrica, además de
ción de «falsa» escritura (por oposición a mecanicista, porque pone como modelo de
«verdadera») o «escritura embrionaria», o cualquier escritura el proceso de invención
«forma de escritura», o peor aún, escritura del alfabeto que llevó hacia la «civilización»
«primitiva». Esto último no constituye de occidental o, más estrictamente, europea; se
suyo ningún agravio para el arte rupestre o originó en la filosofía del siglo de las luces y
para las representaciones icónicas, excepto tiene por padre casi directo a Jean Jacques
por la desvalorización que en occidente tie- Rousseau:
ne dicha noción:

Cesar Velandia 207


«Rousseau sería el introductor de una bru- se transmitía algún género de información...
tal distinción entre las tres maneras de es- constituyen [sus diversas formas] al parecer
cribir: ‘la que describe no tanto los soni- distintas manifestaciones de un verdadero sis-
dos como las ideas’ [pensando aquí en tema de comunicación visual» (Berenguer y
los jeroglíficos egipcios y en los glifos az-
Martínez 1986:96). Sin embargo, no es posi-
tecas]; ‘la que hace representar las pala-
bras y las proposiciones por medio de ca-
ble identificar las formas de representación
racteres convencionales’ [en este caso se pictóricas o, mejor, gráficas que se encuen-
trataba de la escritura china]; y ‘la que tran junto a otros restos de la cultura material
compone las palabras por medio de un dejados por distintas sociedades en los últi-
alfabeto’. Estas tres maneras de escribir mos 40.000 años como enunciados
responden con bastante exactitud a tres específicamente codificados por un «escritor»
estados diferentes bajo los cuales se pue- e interpretables como un texto por un «lec-
den considerar las naciones constituidas tor» habilitado para entender su significado:
por los hombres. El dibujo de los objetos «La irrupción decisiva y única en los nue-
corresponde a los pueblos salvajes; los vos mundos del saber no se logró dentro
signos de las palabras y de las proposi- de la conciencia humana al inventarse la
ciones a los pueblos bárbaros; y el alfabe- simple marca semiótica sino al concebir-
to a los pueblos civilizados. Los aztecas, se un sistema codificado de signos visi-
por lo tanto, si hemos de creer a Rousseau, bles por medio del cual un escritor podía
fueron un atado de salvajes y los chinos determinar las palabras exactas que el lec-
unos bárbaros, pudiendo calificarse de tor generaría a partir del texto. Esto es lo
civilizados sólo a aquellos pueblos posee- que hoy en día llamamos escritura en su
dores de alfabeto» (Calvet 2001:12-13). acepción más estricta» (Ong 1994:87).
Aunque el texto de Rosseau, escrito en 1765, Desde este punto de vista, que reclama una
puede parecer distante sorprende que autores definición «estricta» de la escritura (vale
recientes todavía abriguen prejuicios similares: decir, occidental y alfabética), el argumento
«El hombre primitivo no parte del con- fundamental esgrimido por todos los
cepto para llegar a la palabra hablada y
«debatientes» consiste en que si se pretende
posteriormente a la palabra escrita; no
está interesado en manifestar su pensa-
que las grafías rupestres son una escritura y
miento por medio del nombrar ni en re- que, por lo tanto, tienen un significado «legi-
presentar el nombre por medio de la es- ble» deben tener una ordenación
critura. Lo que pretende (y con ello se específicamente lineal. En consecuencia, se
contenta) es: ‘vivere primum’» (Février pone como referencia el hecho de que en
1984, citado por Calvet 2001:14). tales escrituras conocidas el texto siempre
De una u otra forma hoy se admite, en un tiene una distribución lineal en el espacio que
sentido general, que «las pinturas rupestres lo representa y una dirección del sentido del
no representan insensateces ni marcas he- discurso. Por ejemplo, este texto está escri-
chas al azar sino que revelan propósitos re- to de izquierda a derecha y en líneas hori-
presentativos estratificados» (Baron, citado zontales sucesivas de arriba hacia abajo. Los
por Senner 1998:12) o que «el arte rupestre árabes escriben de derecha a izquierda; los
es uno de los medios más directos de acce- coreanos en columnas de arriba hacia aba-
der a la rica y compleja dimensión ideológica jo; en alguna época los griegos escribieron
de los pueblos sin escritura» (Schaafsma siguiendo el curso de un arado tirado por un
1984:266) o que «el arte rupestre, en general, buey, el bustrofedon; y las órdenes milita-
fue un medio de comunicación social -quizás res de Alejandro el Grande se enviaban ci-
el más antiguo de los Andes- a través del cual fradas dentro de una espiral: «Una vez que

208 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


una escritura usa un orden lineal su estatuto llos otros sistemas con cierta capacidad
glotográfico parece indiscutible... La única de perduración, de resistencia al tiempo
razón para la constante ubicación lineal (ho- o capaces de salvar el espacio. Es decir,
rizontal o vertical) de los grafemas es repro- que lo pictórico está vinculado a una fun-
ción particular, incorporado a la función
ducir, miméticamente, la emisión secuencial
de expresión o de comunicación: asegu-
de las formas orales» (Sampson 1997:71-72). rar la conservación o la perennidad del
Martinet (1972:24) señaló en el mismo sen- mensaje» (Calvet 2001:20).
tido: «Esta forma lineal del lenguaje humano
Esta necesidad de permanencia implica que
deriva en último análisis de su carácter vo-
la escritura (y también cualquier forma de
cal; los enunciados vocales se desarrollan,
escritura no fonética) debe tener un espacio
necesariamente, en el tiempo y el oído los
o soporte perceptibles, ya sea un dintel, una
percibe, necesariamente, como una suce-
lápida, una columna, una estela, un papiro, un
sión». Este ordenamiento de la expresión
pergamino, un codex de amatl o la hoja de
gráfica que representa un orden y sentido
papel bond de 75 gramos que contiene este
del discurso hablado implica un procedimiento
texto. La aplicación de los computadores
de notación fundamentado en el tiempo y,
como «procesadores de palabras» introdujo
por lo tanto, en la memoria; como ocurre con
un concepto revolucionario en el concepto de
la música sólo es posible construir un acorde
escribir al inventar el espacio virtual en el
(y una melodía) porque tenemos memoria y
que fue redactado este escrito, valga el caso,
noción del tiempo. Toda escritura debería ser
Pero un espacio, al fin y al cabo.
fonética pues debe denotar, mediante un pro-
ceso gráfico, el proceso de construcción del
discurso y este tiene su origen en la posibi- La armadura del espacio y el orden
lidad de construir un fonema. De esta ma- del discurso
nera la escritura alfabética despliega una or- Algunos investigadores han anotado como
denación lineal del discurso o de la narra- característica relevante el hecho de que
ción pues esta tiene un comienzo y un térmi- muchos petroglifos y petrogramas se encuen-
no, generalmente advertidos por algún signo tran ubicados a lo largo de las cañadas que
de puntuación (una letra capitular, una coma, forman los cursos de agua o en sitios eleva-
una viñeta, un punto final); el sentido de lo dos de las montañas donde coinciden dos
escrito deviene tiempo en la medida en que vertientes hídricas o donde se abre un valle,
la construcción sintáctica permite situar lo por lo cual les han atribuido una «significa-
narrado entre referentes sígnicos que defi- ción» al relacionarlos con la presencia del
nen los lapsos, la ordenación y el sentido o agua o los fenómenos meteóricos; casi siem-
dirección secuencial de la lectura: pre concluyen que «simbolizan» la vida, la
«El hombre ha utilizado y sigue sirvién- fertilidad, el «dominio del hombre sobre la
dose, todavía, de múltiples medios de ex- naturaleza», etc. Este tipo de conjetura es
presión (por supuesto, de la palabra, pero
tan mecánica y simplista como la considera-
también del gesto, la danza, las señales
de humo, el lenguaje de los tambores, los
ción que escuché a alguien de que si fuera a
pictogramas, los tatuajes, las pinturas elaborar un petroglifo o un petrograma lo pin-
parietales prehistóricas, el maquillaje, las taría en una enorme y visible roca para que
formas de vestir, etc.) que pueden lo viera todo el mundo, es decir, como si fue-
englobarse dentro de dos grandes gru- ra a colocar una valla publicitaria. Aunque
pos: el de la gestualidad, que comprende algunos especimenes rupestres se encuen-
aquellos sistemas por definición fugaces, tran en sitios de gran visibilidad existen otros,
y el de lo pictórico, compuesto por aque- muy complejos por lo demás, inscritos en una

Cesar Velandia 209


techumbre de roca a varios metros bajo tie- por decir. Desde el punto de vista de la inves-
rra o en el fondo de una caverna. tigación arqueológica o, mejor, desde los tér-
La noción del espacio que manejaron los minos de la reconstrucción de los restos de la
pintores y grabadores prehispánicos no es la cultura material mediante los procedimientos
misma que utilizamos nosotros para de construcción del registro arqueológico, el
referenciar nuestros modos de vida o nues- enunciado de las categorías de tiempo y es-
tras relaciones de producción como para pre- pacio tiene varias dificultades y algunos pro-
tender que nuestras conjeturas sobre los ar- blemas. En principio tenemos las dificultades
tefactos rupestres puedan derivarse, válida- determinadas por el proceso de la deposición
mente, de la particularidad de nuestros mode- de los restos culturales, las cuales han ido dis-
los conceptuales del tiempo y del espacio1. minuyendo en la medida que las aplicaciones
Aunque he propuesto la noción espacial de tecnológicas en el trabajo de campo y, luego,
expresiones ideográficas (Velandia 1994, en los laboratorios, permiten desarrollar pro-
1999) en un sentido extenso —ya que no la cesos analíticos cada vez mejor afinados y
limito al caso de las rocas y paredes grabadas precisos; de modo que hoy podemos confiar
(petroglifos / rock carvings) o pintadas más en la calidad de los datos empíricos
(petrogramas / rock paintings) sino que tam- obtenibles que en la solvencia de los que po-
bién la extiendo a la iconografía en la estatuaria, díamos reseñar hace apenas veinte años. Sin
la cerámica, orfebrería, textiles— el análisis embargo, la confianza que podamos derivar
que estoy planteando sobre una noción del de la tecnología está limitada o condicionada
espacio tiene que ver, especialmente, con los por los criterios y puntos de vista (incluso ideo-
petroglifos. Este énfasis sobre el contexto lógicos) desde los cuales se manipula la infor-
espacial del arte rupestre ha sido hecho por mación primaria.
otros investigadores: Las nociones de tiempo y espacio no son
«El estudio del arte rupestre tiene un in- sólo reducibles a una formulación de cálculo
terés múltiple: a más de los aspectos téc- matemático o de física teórica. Del tiempo y
nico y estético, el de la revelación de del espacio también se construyen otras no-
indumentarias y costumbres, se halla fun- ciones que los diferencian, valga el caso, en
damentalmente el aspecto psicológico
sagrados y profanos (Eliade 1973:25) o que
(en sentido amplio), a su vez relacionado
con el ecológico ya que, a diferencia de
los dotan de valoraciones filosóficas, econó-
lo que suele suceder con el arte mobiliar, micas y políticas. El arqueólogo español Fe-
los grabados y pinturas rupestres se ha- lipe Criado (1993:12) viene trabajando hace
llan insertos en un paisaje y en una ínti- más de una década en la formulación de una
ma relación con él. Constituyen el reflejo arqueología de los paisajes imaginarios
de una mentalidad, de experiencias psí- y sostiene que «dentro del pensamiento oc-
quicas proyectadas en un entorno natu- cidental ha existido una cierta miseria en torno
ral, una ‘impronta’ del hombre —como a la reflexión sobre el espacio» en favor de
ser creativo— en la inerte materia pétrea» una exaltación de la noción del tiempo:
(Schobinger y Gradin 1985:7).
Por eso me interesa el modo de las relacio-
nes espaciales en que se articulan las grafías
en el texto de un petroglifo así como las que 1 Nuestra concepción del espacio y de la na-
cada petroglifo o pictograma tienen con la turaleza es tan restrictiva y reducida que de
geografía o con los paisajes (natural y cultu- cualquier lugar posible lo primero que pre-
ral) en que es posible relevarlos actualmente. guntamos es si es público o privado pues
para nosotros el espacio está dividido, tasa-
En la vía de este propósito hay varias cosas
do, enajenado, marcado y cercado.

210 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


«En el pensamiento clásico de la moder- desliza (por su carencia de crítica) sobre su
nidad existe una oposición tajante entre objeto de trabajo la concepción histórica e
prioridad del tiempo y descrédito del es- ideológica de sus propios referentes espa-
pacio. El espacio se identificó con lo muer- ciales el resultado no sólo tendrá una pinza
to y lo inmóvil, en tanto el tiempo era rico,
más grande, como ciertos cangrejos, sino que
vivo, fecundo (Foucault 1980:117). En
este sentido el espacio pasó a ser reac-
el concepto que se pueda construir acerca
cionario y el tiempo, en cambio, progresi- de la sociedad que se estudia será
vo. Ahora bien, esta oposición no se da parcializado o tergiversado.
sin más, sino que, siguiendo a Bermejo El desprecio de la variable espacial ha
Barrera (1987:214), se debe entender sido mediatizado en los trabajos más recien-
como un episodio más del proceso de tes (desde la década de 1970) gracias a la
nacimiento y fundamentación dentro de introducción de un concepto desprendido de
nuestra cultura del concepto de sujeto, la llamada arqueología contextual, la noción
pilar básico del sistema de saber moder- de «pauta de asentamiento», que implica el
no. La instauración del sujeto se realizó a
enunciado de un modelo del contexto estruc-
través de la separación radical de cuerpo
y espíritu, separación que se convertía
tural del modo de las relaciones sociales y
en una lucha del espíritu contra el cuerpo de producción, deducible mediante la obser-
y sus instintos, lucha que culminaba con vación de las transformaciones culturales
la hegemonía del primero en detrimento específicas que cada sociedad introduce en
de los segundos. Al mismo tiempo, y den- el paisaje, según su modo específico de pro-
tro de una tradición de pensamiento que ducir y conservar la vida social. A esta mo-
se remonta hasta Grecia, el cuerpo se equi- dificación de criterio ha contribuido la
paraba con el espacio, con la materiali- etnoarqueología que, mediante la construc-
dad, las sensaciones y los placeres, en ción de modelos teóricos a partir del estudio
tanto el espíritu, correlato de Dios y del
de los modelos concretos de la estructura de
sujeto, se identificaba con el tiempo»
(Criado 1993:15).
las sociedades indígenas actuales o documen-
tadas etnohistóricamente (Politis 2004), ha
La ilusión de perpetuar el espíritu a través
encontrado cómo quebrarle el espinazo a la
del tiempo o de «trascender» más allá del
contradicción que implica interpretar la cul-
hecho natural de la muerte desplazó un tér-
tura diferente únicamente desde el punto de
mino de referencia negativo sobre la con-
vista de los modelos de la propia cultura.
cepción del espacio pues la analogía lo situó
A diferencia de la concepción del espa-
al lado de lo maculado, lo manchado (lo pe-
cio en nuestra «modernidad» en las explica-
caminoso), lo indeseado moralmente. De otra
ciones mitográficas de los pueblos indígenas
parte, la posibilidad de obtener dataciones
supervivientes los conceptos concretos so-
absolutas confiables, la aplicación de soft-
bre los hechos de la realidad empírica (sus-
ware especializado y la notoriedad noticiosa
ceptibles de ser clasificados en complejas
(o el prestigio publicitario) que tienen las fe-
taxonomías) están inextricablemente articu-
chas más antiguas han ido elaborando un
lados con la comprensión mitopoética de un
cierto fetiche sobre el carácter de mayor
orden del mundo, es decir, con una
valor científico que tendrían las investigacio-
cosmogonía; ningún acto o suceso de la vida
nes que puedan ostentar esta clase de da-
cotidiana está, o puede ser posible, por fuera
tos. El resultado ha sido el descuido analítico
de ese discurso del mundo. Por ejemplo, la
sobre la variable espacial. Si a ese descuido
arquitectura funeraria no es un espacio cul-
se añade la unilateralidad del punto de vista
tural de distinta «naturaleza» que la del sis-
del investigador, quien, inadvertidamente,
tema que conforma el complejo de relacio-

Cesar Velandia 211


nes definido como «pauta de asentamien- mixtecos y mexicas sucedieron a los siste-
to»; la muerte no es un fenómeno de alteridad mas de los mayas y zapotecas, más
de la naturaleza, no es una «no naturaleza», «escriturales» en el sentido estricto de la
sino que debe ser entendida como parte del palabra. Boone concluyó que la historia de
mismo sistema de ordenación del mundo la escritura no es un proceso que lleva, ne-
(Velandia 1994:103-104) cesariamente, al alfabeto sino, más bien, a
El problema del espacio en las «escritu- una serie de procesos paralelos en los cua-
ras» sobre las rocas realizadas por las so- les cada sistema sigue su propio proceso de
ciedades prehispánicas no estriba, solamen- transformación. A partir de las obras de Gelb
te, en la disposición que las grafías puedan (1952, 1982) y Sampson (1997), Boone
tener sobre la superficie de las piedras a la (1994:13-14) elaboró una definición amplia
manera como se disponen estas letras en la de la escritura en la cual incluyó todos los
superficie de ésta página; sin embargo, este sistemas: «la comunicación de ideas relati-
asunto también debe ser dirimido porque no vamente específicas de una manera conven-
tiene que con el contexto mitopoético de los cional por medio de marcas permanentes y
petroglifos sino con la estructura del texto visibles». Una vez aclarado por qué es im-
que supone cada una de las inscripciones. procedente abordar los sistemas de repre-
sentación pre-hispánicos como si fueran
Adiós a la «escritura» en las una escritura alfabética (lineal y
pictografías rupestres glotográfica) porque no son o no tienen que
ser, necesariamente, una «escritura», la cues-
Advertidas ya las dificultades para encon- tión es cómo es que, de todas formas, son
trar un puesto a los artefactos rupestres en una escritura o, dicho de otro modo, de qué
el proceso de invención de «la» escritura y manera pueden ser otra forma de escritura.
lo irrelevante, por tanto, de la tarea de tratar Las alternativas a este problema supo-
de «leer», «descifrar» o descodificar las nen muchas dificultades, especialmente cuan-
pictografías rupestres en los términos de una do partimos de una perspectiva de la arqueo-
escritura fonética propongo abandonar ese logía que sólo recién empieza a abrirse paso
enfoque de la discusión pues así los en la cooptación de un estatuto de rigor cien-
petroglifos y petrogramas pudieran haber tífico en medio de la situación actual de la
hecho parte de la historia de una posible es- teoría arqueológica. Los caminos alternati-
critura (que, de otra parte, es un no-proble- vos, como incursionar en los terrenos de la
ma porque no tiene sentido la pregunta so- semiótica, corren el riesgo de perderse en el
bre qué hubiera pasado si la historia hubiera bosque. Pero no queda otro remedio. Desde
ocurrido de otra manera) no es probable la etnología y la arqueología esa posibilidad
contrastar el hecho con el proceso de depo- se ha planteado ya hace bastante tiempo:
sición de la cultura material según el registro «Cuando consideramos un sistema de
arqueológico. Frente a esta situación no hay creencias –digamos el totemismo—… la
otra opción que abrir las alternativas. Ante pregunta que planteamos es, sin duda,
la misma disyuntiva varios investigadores han ‘¿qué significa todo esto?’ y para respon-
optado por plantear una redefinición de la der a ella nos esforzamos por ‘traducir’ a
escritura. Partiendo de una crítica a la no- nuestro lenguaje reglas dadas primitiva-
ción evolucionista de la escritura en occi- mente en un lenguaje distinto… parecie-
ra que se trata aquí de objetos y no de
dente Elizabeth Boone (1994) anotó lo im-
signos, según la célebre definición de
pertinente del modelo puesto que, en el caso
Peirce, ‘lo que reemplaza alguna cosa para
de Mesoamérica, los sistemas pictóricos alguno’. ¿Qué reemplaza, pues, un hacha

212 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


de piedra, y para quién?… es concebible tigador contemporáneo niega el carácter de
que un cierto tipo de hacha pueda ser un sistema de representación o sistema de
signo: en un determinado contexto y para comunicación gráfica a los petrogramas y
el observador capaz de comprender su petroglifos contenidos bajo el acápite de «arte
uso, ocupa el lugar del útil diferente que
rupestre». Este carácter de sistema y su
otra sociedad emplearía para los mismos
fines» (Levi-Strauss 1973:xxviii).
implicación significativa (es decir,
comunicativa) permite plantear la opción de
Nociones como esta, planteada por Claude
que las pictografías rupestres (pintadas o
Levi-Strauss en su célebre Lección inau-
talladas) puedan ser estudiadas mediante las
gural en el Colegio de Francia el 5 de
nociones y los instrumentos de una semióti-
enero de 1960, llevaron a enunciar que «todo
ca. Esta posibilidad fue planteada por Roland
arqueólogo es, por otra parte, un investiga-
Barthes (1971:13-14) como el sentido mis-
dor semiótico» (Nordbladh, citado por
mo de la semiología:
Sonneson 1995:23); sin embargo, pocos «La semiología tiene por objeto todos los
arqueólogos han asumido la empresa semió- sistemas de signos, cualquiera que fuere
tica aunque aquí y allá se practican escarceos la sustancia y los límites de estos siste-
semióticos (e.g., Anati 1976, 1977; Renfrew mas: las imágenes, los gestos, los soni-
1982; Renfrew y Bahn 1991). Por parte de dos melódicos, los objetos y los conjun-
los semióticos encontramos algunos inten- tos de estas sustancias —que pueden
tos (Nordbladh 1977; Sonneson 1995), aun- encontrarse en ritos, protocolos o espec-
que con reservas: táculos— constituyen, si no ‘lenguajes’,
«Lo que se necesita, idealmente, en el al menos sistemas de significación…
estudio de las manifestaciones visuales objetos, imágenes, comportamientos
prehistóricas, como es frecuente en otros pueden, en efecto, significar y significar
campos, son académicos que tengan la ampliamente, pero nunca de un modo
doble habilidad de semióticos y autónomo: todo sistema semiológico tie-
arqueólogos. Por ahora lo más que po- ne que ver con el lenguaje… Parece cada
demos esperar es un semiótico con el co- vez más difícil concebir un sistema de
nocimiento suficiente de la arqueología imágenes o de objetos cuyos significa-
y un arqueólogo más o menos inmerso dos puedan existir fuera del lenguaje: para
en la semiótica. A largo plazo, sin embar- percibir lo que una sustancia significa,
go, la tarea de los semióticos y de los necesariamente, hay que recurrir al tra-
arqueólogos debe ser menos justificar los bajo de articulación llevado a cabo por la
caminos de la semiótica en la arqueolo- lengua: no hay sentido sino de lo nom-
gía como descubrir un lenguaje común a brado, y el mundo de los significados no
ambos» (Sonneson 1995:23). es más que el mundo del lenguaje».
Para Barthes aunque el semiólogo trabaje
sobre sustancias no lingüísticas antes o des-
Pictografías rupestres y sistemas
pués se encontrará con el lenguaje; sin em-
semasiográficos
bargo «este lenguaje no es el mismo que el
Del debate para definir qué era escritura y de los lingüistas: es un segundo lenguaje,
qué no me interesa aclarar una situación: in- cuyas unidades no son ya los monemas o los
dependientemente de los distintos criterios fonemas sino fragmentos más amplios del
que aceptan al arte rupestre como «forma discurso que remiten a objetos o episodios,
de escritura embrionaria» (Diringer 1962:16) los cuales significan bajo el lenguaje, pero
o, dependiendo del concepto más estricto o nunca sin este» (Barthes 1971:14). Este ca-
laxo que se emplee, de si es «verdadera» rácter «underground» de los sistemas no
escritura o no lo cierto es que ningún inves- lingüísticos les confiere una relativa autono-

Cesar Velandia 213


mía que, como en nuestro caso, permite abor- ca a enunciar un cuerpo de categorías pro-
dar las pictografías rupestres como sistemas pias de los sistemas gráficos visuales que no
en sí mismos. La imposibilidad de trabajar tienen relación directa con la estructura de
sobre el lenguaje que articulaba a las grafías los enunciados de la lengua oral.
rupestres en un texto (el de la mentalidad Los teóricos de la escritura, tratando de
colectiva que los usufructuaba) no impide definir los alcances de la definición de qué
entenderlos como sistemas internamente era escritura y, por tanto, interesados en se-
estructurados: parar lo que para ellos no cabía en sus térmi-
«Toda manifestación de un lenguaje im- nos, propusieron una alternativa para esos
plica un sistema coherente y organizado sistemas que, de todas maneras, no podían
que lo produce. Tomemos de esta afirma- dejar por fuera de su consideración: «Ignace
ción una inferencia a la inversa; tenemos Jay Gelb caracteriza los signos ‘aztecas y
el resultado —nuestros datos— y trata-
mayas’ como ‘sistemas limitados’ que se pue-
remos de ver cuál es el sistema del cual
surge. Carecemos del significado, del
den contar entre los precedentes de la escri-
componente semántico, pero podemos tura. Son más semasiografía que fonografía;
contar con el concepto de ‘valor’ (formas basados en las imágenes y no en sistemas
que se van diferenciando por su posi- silábicos que representen un lenguaje» (Kubler
ción relativa dentro de un paradigma), que 1986:504). Para definir estos sistemas «limi-
Saussure aporta como equivalente en tados» Geoffrey Sampson, adaptando nocio-
cierto sentido al de ‘sistema’, y trabajar nes y términos elaborados por William Haas
con él. El valor se inferirá a partir de la (1976), ha propuesto el uso del término siste-
forma de aparición de los significantes» mas semasiográficos para definir los «siste-
(Llamazares 1986:13).
mas de comunicación visible… que indican
Así no se pueda aproximar el lenguaje que las ideas directamente, en contraste con los
nombraba las cosas representadas en las sistemas glotográficos, que proporcionan re-
paredes de roca es posible entrever el senti- presentaciones visibles de los enunciados de
do bajo la estructura del sistema de las re- la lengua oral» (Sampson 1997:42).
presentaciones gráficas. Que «no hay senti- La semasiología es una vieja noción que,
do sino de lo nombrado» me recuerda una por el uso, derivó en el término más conspi-
frase en Cien años de soledad: «el mundo cuo de «semántica» para describir una «cien-
era tan reciente que muchas cosas carecían cia del significado». Su origen se remonta a
de nombre y para mencionarlas había que 1825 cuando Reisig propuso la semasiología
señalarlas con el dedo». Pero, en nuestro como el estudio del significado, una de las tres
caso, aunque se perdieron los designata divisiones principales de la gramática (las otras
quedó el rastro de lo nombrado. Esto es lo dos son etimología y sintaxis). Reisig consi-
que nos inquieta de las pictografías rupes- deró la semasiología como una disciplina his-
tres: la posibilidad de preguntarnos por su tórica que trataría de establecer «los princi-
sentido, so pena de tener que resignarnos a pios que rigen el desarrollo de la significación»
señalarlas con el dedo. (Ullmann 1965:7). El término semasio/logía
En el estado actual de la teoría la escritura (y, también, semasio/grafía) tiene origen en la
(fonética, lineal y occidental) no está conside- raiz griega sem (con sus variantes semeion y
rada como la única forma de comunicación seman) que se refiere al signo. Según Jeanne
visual mediante la construcción de signos grá- Martinet (1976:11) «la semasiología parte de
ficos. La dificultad debe desplazarse, enton- la palabra para estudiar el sentido (gr. semasía
ces, de intentar entender las pictografías me- ‘significación de la palabra’)». Para Greimas
diante las categorías de una escritura fonéti- y Courtés (1982:358) «el término semasiolo-

214 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


gía designa, en semántica léxica, la tarea di- que epistemológico en que ha consistido la
rigida a describir las significaciones a partir aplicación por simple calco del
de los signos mínimos (lexemas o palabras)». estructuralismo lingüístico al dominio visual.
Considerando que «semántica» es un térmi- Este tipo de reduccionismo, dice con razón,
no muy cargado de sentido y que, a pesar de conlleva el riesgo ‘de no ver más allá de lo
su uso estricto, es bastante polisémico al defi- que se lee’ y de perder, así, lo que es especí-
nir una «ciencia del significado» en nuestra fico de lo visual» (Groupe μ 1993:22).
cultura occidental propongo la etiqueta sema- Si la aplicación de las nociones y termino-
siología prehispánica para una disciplina, logía de la lingüística clásica a una semiosis
subordinada a la arqueología, que estudie el de la imagen visual dentro de los parámetros
significado de los sistemas semasiográficos de la nuestra cultura es riesgosa es más difícil
prehispánicos: expresiones ideográficas en intentar una semiosis de las expresiones grá-
cerámica, piedra, orfebrería, textiles, madera ficas provenientes de una cultura diferente que,
y aquellas que, en general, se clasifican como además, no tiene correlatos lingüísticos en una
«arte rupestre». De esta manera empezare- cultura viva. Este no es un tratado de semió-
mos a cumplir la propuesta del maestro Al- tica y por ello no podemos empezar por la
berto Rex González cuando en la década de primera lección; por tanto, intentaré la aproxi-
1970 auspició la idea de que se construyera mación desde el manejo de los términos de
una «semiología iconográfica precolombina» uso en que se expone la perspectiva teórica.
(González 1974:9,10). Primero, veamos qué entiendo por iconogra-
La propuesta de una disciplina o campo fía y, en particular, qué punto de vista asumo
de estudio supone la definición previa del frente al debate sobre la noción de iconismo,
objeto de trabajo; es decir, no sólo la carac- pues este es el desierto que he venido arando
terización de las cosas o artefactos cultura- desde un par de décadas atrás. En mi trabajo
les que se convertirán en objeto de la re- sobre la iconografía de San Agustín expuse
flexión cognoscitiva sino, también, el alcan- una propuesta en tal sentido:
ce de la reflexión metodológica. Desde tra- «Las representaciones escultóricas son
bajos anteriores sobre sistemas gráficos vi- ‘interpretables’ empíricamente porque
suales prehispánicos (A. González 1974; nuestro sistema referencial de imágenes
Schaafsma 1984; Llamazares 1986; L. nos permite reconocer por semejanza es-
tructuras naturales al punto, incluso, de
González 1992; Velandia 1994, 1999, 2005a;
poder proponer una taxonomía pues, in-
Schaan 1997) se han advertido las dificulta- conscientemente, practicamos una morfo-
des de aplicar recursos metodológicos y téc- logía comparada. Estas representaciones
nicas de trabajo que han dado resultados o, mejor, signos, que tienen la peculiaridad
positivos en otros campos de las ciencias de ‘parecerse’ a su objeto fueron defini-
sociales, como ocurre con la lingüística y con dos por uno de los pioneros de la lingüís-
la semiótica. A pesar del riesgo se han he- tica, Charles Sanders Peirce, como signos
cho aportes significativos. Sin embargo, este icónicos o íconos… La condición y fun-
es momento para aclarar algunos términos ción de todo signo, según el mismo Peirce,
de referencia teórica pues el desarrollo de la de ser ‘algo que de alguna manera o capa-
cidad representa algo para alguien’ impli-
arqueología cognitiva (o simbólica) ha sufri-
ca su carácter de convencionalidad si con-
do los altibajos a que ciertas aplicaciones sideramos que nada puede ser significati-
mecánicas le obligan por fuerza de la reduc- vo por fuera de un campo semántico. De
ción subjetivista de ciertos conceptos tal modo, asumo la noción de ‘representa-
(Velandia 2003). Al respecto «Paris critica ción icónica’ como ‘la cosa que está en
severamente, al igual que nosotros, el enfo- lugar de otra’, adoptando la propuesta de

Cesar Velandia 215


Umberto Eco, a pesar de su conclusión de de la descripción propiamente icono/gráfica
que ‘la categoría de iconismo no sirve para de un objeto, que de suyo es una icono/grafía
nada’... Aparentemente a contracorriente (como las esculturas de San Agustín con
reitero la crítica hecha por el señor Eco respecto a su contexto histórico), al nivel u
acerca de cierto ‘iconismo’ ingenuo; pero
opción reflexiva que la convierte en icono/
la situación que estoy tratando aquí tiene
unas condiciones singulares. La pregun-
logía. Aquí es donde he planteado que no
ta pertinente en éste punto es: ¿qué es lo sirve la aplicación (que califico de
que puesto en otra parte significa qué, para mecanicista) de una perspectiva iconológica
quién? La respuesta es una deducción que al estilo de Erwin Panofsky (1970, 1972,
voy a proponer a continuación como una 1975) porque no existe un común denomi-
hipótesis para demostrar en el curso de la nador estético para la inmensa diversidad
exposición: el icono es una forma parti- iconográfica más allá de los límites de las
cular del signo que se construye por ana- culturas eurocéntricas que permita la cons-
logía entre las formas perceptibles sensi- trucción de un modelo iconológico universal:
blemente y las funciones adscritas al ob- «… mientras no se investigue y se cons-
jeto. Pero, a diferencia de la definición de truya una estética prehispánica la lec-
Peirce, según la cual ‘un signo icónico es tura estética que se haga de los restos y
aquel en el cual la forma del significante pedazos de otras culturas, en especial si
está determinada en alguna medida por el se trata de culturas con las cuales nues-
significado’… lo que implica una especie tra cultura tiene cierta relación contradic-
de correspondencia directa entre el con- toria por cuanto heredamos también las
tenido (lo que significa para alguien) y la culpas de la Conquista, será una inter-
forma (que está puesta en otra parte) con- pretación subjetivista desde el punto de
sidero que los signos icónicos y me refie- vista estético de la cultura a que pertene-
ro, específicamente, en las culturas indí- cemos. No conocemos el canon estético,
genas no son el resultado de la relación ni siquiera hemos descubierto sus siste-
más o menos directa entre un sujeto que mas de medida y, por lo tanto, también
arbitrariamente adscribe una imagen a un desconocemos los principios en que se
objeto puesto fuera de él, en otra parte de fundamenta la composición (relaciones
ahí la ingenuidad que le atribuye el señor llamadas de equilibrio, armonía, ritmo, etc.
Eco a éste iconismo , sino el producto de correspondientes en nuestro canon) de
una construcción más compleja en la cual sus construcciones o artefactos»
el objeto es ya, de suyo, un complejo de (Velandia 2005b:64).
significado, un campo semántico, un con-
texto de un texto ‘puesto en otra parte’, un La propuesta de una semasiología que tenga
discurso que, a su vez, habla de otra cosa por objeto los sistemas semasiográficos
puesta en ‘otra parte’: la realidad o el mun- prehispánicos lleva a la consulta de los mode-
do de las relaciones reales. Ese discurso los propuestos para el estudio de la imagen
es la representación mitopoética de esa visual pues, aunque no están exentos de simi-
realidad. Ese discurso es el mito que lares sufrimientos a los ya diagnosticados para
subyace en el complejo de las representa- una lectura iconológica, son el único referen-
ciones icónicas» (Velandia 1994:51-52). te a mano. El estudio de la imagen visual, aun-
La mejor claridad del concepto no ha resuelto que previsto desde tiempos de los fundadores
el centro de la dificultad pues no basta reco- (Peirce y Saussure), no se puso en marcha
nocer el carácter icónico de una imagen o hasta el advenimiento y desarrollo de los mass
de una grafía para deducir el modo de sus media y la tecnología aplicada a las comuni-
articulaciones significativas en un texto grá- caciones (Vance Packard, Marshall
fico, lo cual obliga a pasar alternativamente Mc.Luhan, Armand Mattelart, Ariel

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Dorffman). En las tres últimas décadas del de la manifestación sintagmática (es decir,
siglo pasado abundaron los trabajos y las pu- tras la semiosis por la cual son reunidos los
blicaciones dirigidas a la construcción de una dos planos del lenguaje):
teoría de la comunicación visual; sin embar- «… en cambio, como figura del plano de
go, y a pesar de la mayor difusión del tema, la expresión es susceptible de un análi-
los enfoques teóricos siguen teniendo dificul- sis en unidades más pequeñas llamadas
tades porque no logran superar el alcance de rasgos fonológicos o femas. Aunque, en
su origen, el fonema es una unidad cons-
las transliteraciones mecánicas que se han
truida a partir de consideraciones sobre
practicado desde los modelos lingüísticos: «El el significante sonoro de las lenguas na-
modo más ingenuo de formular el problema... turales los procedimientos de su elabo-
ha sido: ¿existen «fonemas» icónicos y «fra- ración tienen un valor general y pueden
ses» icónicas? Naturalmente esta formulación ser, eventualmente, aplicados a otros ti-
adolece de un verbocentrismo ingenuo» (Eco pos de significantes (gráficos, por ejem-
1981:355). Esta manera de plantear el pro- plo) y a otras semióticas».
blema arrastra dificultades, como las implica- La pregunta (si seguimos el sentido de la cita
das por el uso o la fabricación de términos, de Eco) sería si los «grafemas» rupestres
que parecen funcionar bien mientras no se «admiten una subdivisión analítica en unida-
profundice mucho en el asunto: des menores» como para considerar que, en
«Todo el mundo acepta que las imáge- el plano de la expresión, tienen una estructura
nes transmiten un contenido determina- similar a la que supone la analogía con la es-
do. Si se intenta verbalizar dicho conte- tructura de la lengua. Primero habría que re-
nido se descubren unidades semánticas
solver otras preguntas, como si los «grafemas»
identificables (por ejemplo, un prado en
el bosque con dos jóvenes vestidos y rupestres están codificados y, si no lo están,
una muchacha desnuda que están me- de qué manera se los puede reconocer; pues-
rendando2). ¿Existen en esa imagen uni- to que si se los pretende como partes de un
dades de expresión que correspondan a código de representación icónica requie-
dichas unidades de contenido? Si la res- ren del enunciado de un código de recono-
puesta es sí la pregunta siguiente sería: cimiento. Al respecto, algunos autores vie-
¿están codificadas dichas unidades y, si nen usando el término grafema de una mane-
no lo están, cómo se las puede recono- ra mas bien heterodoxa y, esencialmente,
cer? Y, suponiendo que sean como un recurso para no «tener que señalar
identificables, ¿admiten una subdivisión
con el dedo» a los «dibujos» y «garabatos»
analítica en unidades menores despro-
vistas de significado y se pueden gene- sobre las rocas y, de paso, eludir la discusión
rar otras unidades significantes infinitas que se plantea cuando se hacen objeciones al
combinando un número limitado de di- presupuesto de la escritura. Pero, en este caso,
chas unidades?» (Eco 1981:355). «el cambio de lazo no cambia al perro» por-
Este es el caso de grafema, un término que que el fondo del problema queda sin tocar o,
hace extensivas las implicaciones de fonema peor aún, ni siquiera hay problema.
en la lingüística, como la de constituir la arti- El punto central para abrir las alternati-
culación de monemas o unidades mínimas a vas lleva al condicional propuesto por Derrida
partir de las cuales se construyen todas las (1978:143): «si se deja de entender la escri-
combinaciones posibles. Según Greimas y tura en su sentido estricto de notación lineal
Courtés (1982:179) el fonema, en cuanto y fonética debe poder decirse que toda so-
unidad lingüística del plano de la expresión,
es una unidad mínima por ser 2 Eco se refiere a una pintura de Auguste
indescomponible (o no segmentable) a nivel Manet de 1863, «Almuerzo sobre la hierba».

Cesar Velandia 217


ciedad capaz de producir una noción de sí calada, incisa). Uso fema adoptando la es-
misma y, por tanto, de construir la diferen- cueta definición de Greimás y Courtés
cia, practica la escritura en general». Cada (1982:174): «un fema es sólo el término-re-
sociedad tiene la opción de auto-concebirse. sultado de la relación constitutiva de una
No tenemos el registro emic de la auto-con- categoría fémica: por esto no puede ser
ciencia de las sociedades que dejaron sus considerado como una unidad mínima, sino
rastros «escritos» en las piedras labradas en el plano construido del metalenguaje, y
pero tampoco tenemos la autoridad no concierne a ninguna sustancia (a ninguna
epistemológica ni la legitimidad disciplinaria realidad). Dicho de otro modo, una catego-
para negar que «lo dicho» mediante las ría fémica no es otra cosa que una cate-
pictografías pueda ser, por lo menos, un ras- goría semántica empleada con vistas a la
tro de esa conciencia. Entonces ya no ha- construcción del plano de la expresión (o,
blaré de la escritura sino, más propiamente, más exactamente, de su forma)». De esta
de los sistemas de escritura. manera intento resolver, sin «desmontarme
Una situación similar, aunque no se tra- por las orejas», las dificultades mas inme-
taba de artefactos no lingüísticos sin refe- diatas que derivan de las ambigüedades e
rentes en una lengua viva, permite a los lin- imprecisiones de la terminología en uso, por
güistas, entre ellos a Haas (1976), extender lo menos mientras puedo elaborar los alcan-
«la noción de grafema a las unidades de los ces de mi propuesta.
sistemas de escritura no alfabéticos» (Pellat Hechas las aclaraciones de criterio ya
1996:181). El grafema, considerado «una no tengo problema para utilizar los términos.
unidad gráfica polivalente cuya función va- Propongo simplificar varias palabras en uso
ría según los sistemas de escritura» (Pellat (pictograma, petroglifo, petrograma,
1996:181), puede situarse en varios niveles: gliptograma, etc.) en un solo término genéri-
«En esto es necesario atender al carácter co, pictografía rupestre, independientemen-
mixto no sólo de los sistemas europeos te de la técnica en que se encuentre elabo-
sino, también, de los sistemas del mundo rado; si está cincelado o pintado es un asun-
entero. En materia de ciencia de la escri- to técnico que concierne a la descripción
tura debemos dejar de ser eurocentristas
analítica. En ese caso los gráficos grabados
y concebir, finalmente, una definición del
grafema que pueda satisfacer a un chino,
en roca serán petroglifos y los gráficos pin-
por ejemplo, y no excluir otras lenguas, la tados en roca serán petrogramas. La no-
gran mayoría, a decir verdad. Que pueda ción de ideografía es útil sólo para referir-
incluir los sistemas más antiguos, se al contenido mitopoético que suponen las
cuneiformes, egipcios, mayas, aztecas, pictografías rupestres pero no como térmi-
etc., así como los sistemas actuales mas no genérico. La denominación genérica
exóticos» (Catach 1996:30). (pictografías rupestres) de las diversas ocu-
En consecuencia, y argumentada ya la inuti- rrencias (por diversidad de sitios, soportes,
lidad de abordar los artefactos rupestres técnicas, «estilos») resuelve la incomodidad
como rastros de una supuesta escritura (en particular para cierto positivismo
alfabética, usaré el término grafema como decimonónico que aun ronda en la arqueolo-
compuesto por gráfico y fema. Uso gráfi- gía) planteada por las implicaciones que su-
co en el sentido de imagen visual (gr. grapho: pone el término arte rupestre, sobre el que
esgrafiar, grabar, dibujar, pintar) sobre cual- se han planteado objeciones precisas y con
quier soporte (roca, cerámica, hueso), inde- las cuales estoy de completo acuerdo. Por
pendientemente de la técnica aplicada en su ejemplo, Llamazares (1986:26) señaló:
construcción (pintada, esgrafiada, cincelada,

218 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


«Creemos que ésta no es la expresión más lineal? Si el discurso no es lineal (es decir, no
feliz para designar el fenómeno que nos empieza con «érase una vez» ni acaba en
ocupa. El término ‘arte’ es muy general y, «para siempre jamás») ¿cómo es posible una
por tanto, introduce vaguedad en la de- narración?; ¿qué estructura tiene el «rela-
signación y, por otra parte, sobreimpone
to»? Más aún, ¿hay «relato»? No es posible
connotaciones seguramente propias de
sociedades más complejas a un campo
responder estas preguntas de manera direc-
de evidencias cuya funcionalidad origi- ta una por una. Primero debo explicar por
nal desconocemos». qué la estructura de las pictografías rupes-
Chapa (2001:2) escribió en el mismo sentido: tres o, mejor, la articulación de las relaciones
«Existe en este concepto [arte prehistóri- de los grafemas no está construida según un
co] una contradicción que ha provocado ordenamiento lineal pues hasta ahora sólo
reacciones diversas entre los especialis- se ha constatado qué no lo está pero no se
tas. Por una parte, el término ‘arte’ proce- ha dicho por qué es así. La linealidad de la
de de un enfoque que emana del propio escritura reproduce la estructura vocálica del
sustrato de los investigadores y que, pro- relato y, como en la estructura de la música,
bablemente, no refleja un concepto simi- implica una dimensión esencial, el tiempo. El
lar en los tipos de sociedad que estamos relato es, fundamentalmente, secuencial y
estudiando. Muchos de los grupos hu-
casuístico, es decir, reproduce o describe una
manos que han podido analizarse en épo-
sucesión de hechos (reales o imaginados) con
ca reciente y que realizan representacio-
nes que nosotros calificaríamos como un sentido historicista. El relato representa-
‘artísticas’ no distinguen estas obras de do (y, con él, la escritura) es tridimensional
muchas otras tareas cotidianas ni se in- pues tiene dos dimensiones en el espacio
quietan por lo que es o no es arte, hasta y una en el tiempo. Si aceptamos que los
el punto de que en sus vocabularios esta grafemas rupestres no están ordenados
palabra ni siquiera existe». linealmente la alternativa está en plantear que
la estructura no es tridimensional pues al
Pictografías rupestres y «lenguajes no tener secuencia no tiene tiempo y, por lo
planarios» tanto, sólo tiene dos dimensiones en el espa-
cio. Al no tener tiempo y sólo dos dimensio-
Al eliminar la opción de la escritura y seña- nes la representación es plana. Una alter-
lando que es inocuo, desde un punto de vista nativa de esta naturaleza ya fue planteada
metodológico, aplicar modelos iconológicos por Jean Marie Floch (1982:159) para una
de sabor colonialista a iconografías de cultu- semiótica de la imagen visual:
ras diferentes la pregunta será cómo abor- «La posibilidad de desarrollar una teoría
dar un complejo de artefactos del cual supo- de la imagen que sea semiótica, es decir,
nemos que tiene significado. Si se trata de que retome los fundamentos epistemoló-
sistemas de comunicación visual no gicos y metodológicos de la semiótica
lingüísticos o de sistemas semasiográficos general, es actualmente más que un llama-
debo preguntar acerca del modo de la cons- miento puramente retórico de la extensión
trucción del espacio y de la composición es- virtual del campo de investigación de toda
teoría del lenguaje. En efecto, desde que
tructural de los grafemas. Esta pregunta
la semiótica se caracteriza y se considera
grande se descompone en otras mas chicas: como «la teoría de todos los lenguajes y
si la estructura del texto que supone la arti- de todos los sistemas de significación»,
culación de los grafemas no tiene una orde- ella postula la existencia y la posibilidad
nación lineal ¿de qué manera se compone el de una semiótica que busca cómo la su-
discurso?; ¿cómo es posible un discurso no perficie plana, en tanto apariencia vir-

Cesar Velandia 219


tual sensible puede ser el lugar de la ma- na Alberto Rex González (1977) refirió, a
nifestación de la significación. Se llama manera de paradigma, el caso de un
así ’lenguajes planarios’ a esos lengua- «pictograma»; transcribo in extenso porque
jes que emplean un significante su exposición describe el problema que es-
bidimensional. La superficie plana que es
toy planteando:
la imagen está aprehendida como una vir-
«De entre todas las escenas conocidas
tualidad de sentido y la semiótica visual,
sobresale una de la Estancia Sumich, del
al analizar estas imágenes, no es como una
Alto Río Pinturas [Figura 1]… realmente
búsqueda nueva de lo «pictórico», de lo
deliciosa por la ingenuidad,
«fotográfico» o de cualquier otra signifi-
esquematismo y movimiento de algunas
cación visual específica: las significacio-
de sus figuras componentes. Se trata de
nes expresadas por los lenguajes de la
una escena de caza pintada en amarillo
imagen son todas simplemente humanas.
en la que un grupo de 17 guanacos está
Pero, aunque la ‘significación [sea] inde-
cercado casi enteramente por dos gru-
pendiente de la naturaleza del significante
pos opuestos de 21 y 33 cazadores que
gracias al cual ella se manifiesta’ (Greimas
estrechan el cerco... Los personajes se
1966:11), no queda menos sino que la se-
representan de manera extremadamente
miótica planaria deba organizar los códi-
esquemática; son apenas siluetas pinta-
gos de expresión de las imágenes y las
das con colores planos: un simple rec-
categorías visuales específicas, para exa-
tángulo o una imagen alargada algo irre-
minar su relación con la forma del conteni-
gular representan el cuerpo, dos líneas
do».
divergentes las piernas; no hay indica-
Una semiótica planaria es un recurso analí- ción de cabeza. Es posible que esta sea la
tico para abordar unas estructuras aparen- mayor simplificación que podría lograrse
temente planas o que constituyen «lengua- de la imagen de los patagones envueltos
jes planarios». Pero, ¿cómo es que las en sus largos quillangos de cuero, ima-
pictografías prehispánicas (sobre rocas, ce- gen familiar que el pintor indígena trasla-
rámica, metal, etc.) son objetivamente pla- dó a su fresco parietal pese a que, según
nas o constituyen un «significante se sabe, en las cacerías se quitaban sus
mantos a fin de tener mayor soltura en
bidimensional»? Para responder esta pregun-
los movimientos. Así pergeñados, los
ta mostraré cómo en la mayor parte de las personajes se interpretan como cazado-
representaciones plásticas de las sociedades res por su posición en la escena, mucho
americanas prehispánicas, con muy notables más que por su imagen. Por contraposi-
excepciones (para un cierto momento de su ción, los guanacos están diseñados de
desarrollo), la realidad imaginada fue repre- manera más realista que los seres huma-
sentada con una perspectiva de dos dimen- nos; con sus lomos arqueados, rectos o
siones. Los casos mas inmediatos que po- convexos según sus movimientos, con
dría citar en orden de complejidad se encuen- los perfectos detalles anatómicos de ca-
tran en los códices, los textiles, las pictografías beza, cuello y extremidades, resultan in-
confundibles aunque se los observe ais-
rupestres, la cerámica, la pintura facial y la
lados... Otro detalle de gran interés de la
estatuaria. Varios autores se han referido a misma escena es el curioso e ingenuo tra-
este carácter singular de las iconografías tamiento de la perspectiva. Si bien la pro-
prehispánicas en la forma de su significa- porción entre las figuras de guanacos y
ción, aunque no han desarrollado una obser- la de los cazadores del primer plano está
vación crítica sobre las implicaciones que tie- mantenida mas o menos correctamente
ne una estructura semejante. En su gran los cazadores de la serie más alejada no
obra sobre el arte precolombino de Argenti- sólo tienen el mismo tamaño que los de la
primera fila sino que, además, el pintor

220 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


Figura 1. Petrograma, Estancia Sumich – Alto Río Pinturas.

rupestre invirtió por completo la posición «Los diseños han sido dispuestos sobre
de todos ellos ¡colocándolos cabeza aba- el paramento rocoso con una admirable
jo! ¿Cuál fue el origen de tan extraña dis- percepción del espacio disponible, utili-
torsión?» (González 1977:60-63). zándose [sic] con verdadero acierto las
Aparte de algunas conjeturas sobre la «in- grietas, irregularidades, planos y volúme-
genuidad», el «esquematismo» o «distorsión» nes del soporte en la organización de la
obra. Para dar la ilusión de perspectiva a
de las representaciones, sintomáticas de un
veces se han superpuesto diseños con
punto de vista elaborado desde el canon es- figuras de diferente tamaño».
tético occidental, es una descripción clara
La solución para resolver esta «ilusión de
del hecho de que la estructura es
perspectiva» se ha planteado de diferentes
bidimensional o, como estoy proponiendo,
maneras; es posible considerar la deducción
planaria. En este mismo sentido Berenguer
de Berenguer-Martínez, mediante la super-
y Martínez (1986:84, 86) describieron así una
posición de las figuras o mediante el recurso
escena de camélidos situada en una pared
de jugar con su tamaño o de colocarlas aba-
rocosa de la localidad de Taira, en el valle
jo o arriba del soporte físico. La «perspecti-
medio del río Loa, en Chile (Figura 2):
va» es una invención para representar gráfi-

Figura 2. Petroglifo, Taira – Río Loa.

Cesar Velandia 221


camente la manera como percibimos mientos anatómicos imposibles de reali-
visualmente el entorno desde un punto es- zar y en las construcciones arquitectóni-
pecífico de referencia del espacio; es decir, cas edificios que, de ninguna manera,
podrían sostenerse» (Batalla 1993:116)
«vemos» el mundo en perspectiva porque
(véase la Figura 3).
tenemos visión estereoscópica y, por lo tan-
to, nos representamos el mundo mediante En el mismo sentido Toscano (1952:320) se-
una «ilusión de perspectiva». Pero el proble- ñaló que «el tlacuilo o pintor expresaba la
ma aparece cuando pretendemos realidad reducida a un solo plano, bien de per-
cartesianamente (perdónenme el término), fil o de frente, según que la figura presentara
representar tres dimensiones en dos o, mayor claridad para su estilización en deter-
mejor, simular que eso es posible. El asunto minado ángulo». Refiriéndose a la pintura
es cómo representar (plásticamente) lo que mural entre los aztecas y mayas George
tenemos representado en la cabeza como Kubler (1986:114) sostiene que ambas cultu-
«ilusión». Por esto las soluciones propuestas ras participaban de un mismo esquema que
han sido denominadas como artificiales (pers- no sufrió sino variaciones estilísticas hasta el
pectiva artificialis), porque son eso: una advenimiento de la Conquista:
invención: «La perspectiva artificial respon- «Este esquema... consistía en áreas uni-
formemente coloreadas de límites linea-
de a la búsqueda de una solución técnica
les invariables que sólo describían las
para representar icónicamente los fenóme- siluetas más fáciles de reconocer. A ve-
nos de la tridimensionalidad del mundo natu- ces se elige un perfil, a veces una vista
ral (profundidad, volumen) en soportes frontal; a veces hay una composición de
bidimensionales» (Zunzunegui 1998:48). El planos frontales y laterales que dan como
producto de esta intención se denomina «es- resultado una representación de los
pacio pictórico», definido: movimientos corporales orgánicamente
«como un ámbito aparentemente imposible pero conceptualmente clara.
tridimensional compuesto de cuerpos (o Los objetos huecos y los recintos se
pseudocuerpos, como las nubes) e inters- muestran en sección... El marco inferior
ticios que parecen extenderse indefinida- de la pintura o el mural equivale, general-
mente, aunque no siempre infinitamente, mente, a la tierra y el marco superior al
por detrás de la superficie pintada, objeti- cielo. También se puede interpretar la
vamente bidimensional... Ha dejado de ser parte de abajo como lo más cercano y la
[el soporte físico] una superficie de traba- de arriba como lo más lejano. Las figuras
jo opaca e impenetrable... y se ha conver- pueden superponerse sin marcar ningu-
tido en una ventana a través de la cual nos na profundidad intencionada. Las distan-
asomamos a una sección del mundo visi- cias entre las formas siempre se señalan
ble» (Panofsky 1975:182). por intervalos en la anchura o la altura y
nunca por la disminución perspectiva en
Pero, a diferencia de la estética occidental,
una imaginaria tercera dimensión. Las
el «espacio pictórico» en los códices
perspectivas de tres cuartos y el escorzo
precortesianos (igual ocurre con los artefac- no se utilizaban nunca. Tampoco se em-
tos rupestres) está definido de una manera pleaban tonos degradados para indicar
peculiar: formas redondeadas o sombreadas. Nor-
«En la pintura de los códices la perspec- malmente un cambio de color significa
tiva tridimensional es totalmente desco- un cambio de símbolo. Los esquemas
nocida; se utiliza una ‘perspectiva compositivos se asocian, siempre, a las
planigráfica’... Los dibujos presentan pla- ideas generales de las cosas y nunca pre-
nos frontales y laterales que dan como tenden describir condiciones visuales en
resultado en las formas corporales movi- condiciones momentáneas. El movimien-

222 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


Figura 3. Códice Borbónico.

to compositivo sobre la superficie de las técnicas escultóricas (en relieves o estelas)


escenas con muchas figuras suele signi- es planigráfica. Consisten, fundamentalmen-
ficar el movimiento en el tiempo». te, en la proyección de cuatro a seis planos
El caso más patético entre todas las formas yuxtapuestos para conformar un volumen
conocidas de expresión plástica de carácter aparente que está determinado por el volu-
icónico o, mejor, que plantean la expresión men físico de la masa de material lítico pero
de un propósito comunicativo se encuentra no es un «volumen escultórico». Algunos au-
en la escultura en piedra. Con notables ex- tores (Barney 1975; Gamboa 1982; Novoa
cepciones, como ya advertí, la mayor parte 1992; Sondereguer 1997) han considerado
de las representaciones trabajadas en mate- que esta «planimetría», «proyección frontal»
rial es planigráfica o supone un concepto o «frontalidad» está definida por una inca-
planario de la representación. Desde los pacidad técnica para producir excavados de
monolitos Bennet y Ponce en Tiahuanaco a suficiente profundidad, habida cuenta de lo
la estatuaria de Pukará en el Titicaca y de rudimentario de los instrumentos o debido a
Recuay en el valle de Huaraz, pasando por una «intencionalidad hierática» para gene-
Chavín de Huántar, en Perú, y por San rar una apariencia de «fuerza y poder», cuan-
Agustín, en el sur de Colombia, hasta los do no por una «voluntad de forma».
atlantes de Tula, en México (Figura 4a y En cualquier caso se hace una deduc-
Figura 4b), la mayor parte de la estatuaria ción gratuita porque no consulta el resto de
(llamada «redonda» o «de bulto») y de las la información disponible en el registro ar-
queológico. Si se considera la complejidad

Cesar Velandia 223


el sentido de que procediera de lo simple a lo
complejo) sobre el proceso de la estatuaria
indica que la expresión planigráfica sería más
temprana (por considerarla menos comple-
ja) que las representaciones tridimensionales.
Esto no tiene mucho sentido cuando se cons-
tata que en una misma fase del desarrollo se
presentan ambas formas de representación.
Estos supuestos, elaborados desde una teo-
ría para el arte occidental, también se deben
a las «incomodidades» que genera el intento
de ajustar unas calzas tan estrechas a ex-
presiones estéticas diferentes.
En los ejemplos citados de las culturas de
Chavín (Figura 5), Tiahuanaco (Figura 6 y 7,
Monolito Bennett) y Recuay (Figura 8), evi-
denciamos que, a pesar de la intención de cons-
truir una forma en volumen, la proyección de
Figura 4a. «Atlante» de Tula. la representación es plana. El monolito Bennett
(Figura 6) está compuesto por cuatro planos
(cuatro bajo-relieves) yuxtapuestos. Una de-
del contexto de las obras arquitectónicas
mostración de lo uno y lo otro (la intención y el
donde se encuentra una escultura como el
resultado) está en la manera de construir los
Lanzón del templo de Chavín (Figura 5)
mal podría ser calificada como debida a una
«incapacidad técnica» o a una «carencia de
dominio de la forma» o de «la materia pé-
trea» por razones tecnológicas. De otra par-
te, un criterio «evolucionista» mecanicista (en

Figura 4b. Despliegue (Jiménez 1998:32).


Figura 5. «Lanzón», Chavín de Huántar.

224 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


brazos porque la proporción establecida entre mos en el modo «inusitado» (para nosotros, por
el brazo y el antebrazo (distancia del hombro al supuesto) de la construcción de la mano dere-
codo con relación a la distancia del codo a la cha. Pero si se observa el despliegue de los
mano) es un truco de dibujante para producir relieves sobre un solo plano (Figura 7) se ha-
la ilusión de proyección en el espacio mediante llará que la mano está correctamente diseñada
un escorzo. Otro detalle constructivo lo halla- como una mano «izquierda»; la que ahora apa-
rece extraña es la mano opuesta que sostiene
un quero (vaso ceremonial), ya que tiene cin-
co dedos sobre el mismo plano, pues en nues-
tra lógica debería tener cuatro: el pulgar que-
daría oculto por el vaso. Todo esto significa
que la estatua se diseñó desde la superficie plana
que representa una escena de un ceremonial.
En el caso de San Agustín (Figura 9) las
proyecciones en tres dimensiones son raras.
La casi totalidad de las piezas presenta esta
característica planaria. No las describo como
«planimétricas» porque desconozco los crite-
rios que determinan la proporción y el patrón
de medida con los que construirían las repre-
sentaciones (bidimensionales) sobre un pla-
no. El recurso ya citado de exagerar la pro-
porción entre el brazo y el antebrazo y el de
colocar, casi invariablemente, la mano abierta
sobre el vientre genera un escorzo y, por lo
tanto, la ilusión de que la mano se apoya so-
bre un vientre voluminoso, como si estuviera
grávido. Puedo mostrar muchos casos que
permiten deducir que los escultores de San
Agustín eran conscientes de la dificultad para
crear un volumen escultórico a partir de es-
tructuras naturales ortogonales y de la opción
de inventar un engaño óptico que lo simulara
sobre un plano.
Esta conciencia del problema se infiere
de la manera como fue construida plástica-
mente una escultura que se halla en el Alto
de Lavapatas (Figura 10), en San Agustín,
en la cual la figuración de un personaje des-
nudo, ataviado con un gran tocado que cae
por la espalda como la piel de un caimán,
fue proyectada mediante la yuxtaposición de
tres planos, uno frontal y dos laterales, que
se tocan en el vértice posterior. El problema
de articular los tres planos se resolvió me-
Figura 6. Tiahuanaco, Monolito Bennett. diante el recurso de «doblar» los hombros

Cesar Velandia 225


Figura 7. Monolito Bennett, despliegue.

hacia el frente con la pretensión de amarrar Cuando ya parece que tenemos


o articular los planos diseñados por separa- replanteado el problema y que se ha proyec-
do. Estos dos ejemplos bastan para ilustrar tado cierta claridad sobre la situación apare-
la aseveración formulada sobre cómo la pro- ce otro problema: si las representaciones
yección de la imagen prehispánica es fun- prehispánicas son planigráficas (o planarias)
damentalmente planigráfica. Pero en San ¿cómo hacemos para representar, en nuestra
Agustín sorprende que, a pesar del resulta- cabeza, lo que teniendo tres dimensiones no
do en el tratamiento, es decir, una proyec- está representado, sin embargo, sino en dos?;
ción escultórica planaria, muchos procedi- ¿cómo hacemos para relevar o transcribir la
mientos parecen estar dirigidos a producir información primaria sin deformarla con nues-
una ilusión de volumen; los escultores eran, tra perspectiva tridimensional? Al respecto
a mi entender, mejores dibujantes. menciono un problema similar con cerámica

226 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


Figura 9. San Agustín.

hacerme era qué procedimiento podría in-


tentar para su «lectura» pues el único mode-
lo de referencia que tenía a la mano era el
Figura 8. Recuay.
desarrollado por todos los analistas prece-
dentes: dibujar «a mano alzada» (casi siem-
en una investigación que realicé (1996 a 2000) pre esta labor la ejerció algún dibujante ad
sobre la iconografía funeraria de la cultura de hoc) una representación en perspectiva de
Santa María en el noroeste de Argentina. las urnas acompañada, en el mejor de los
Al iniciar el relevamiento de las urnas casos, por algunas fotografías de apoyo que
funerarias la primera pregunta que podía verificaran, tal vez, el acierto del dibujante.

Figura 10. San Agustín – Alto de Lavapatas.

Cesar Velandia 227


Este procedimiento para representar elemen-
tos arqueológicos siempre ha sido discutido
pues aún en el mejor de los casos (cuando el
dibujante es un excelente copista) el resulta-
do es una interpretación subjetiva que, me-
diante recursos plásticos del dibujo, pone
sobre una superficie de dos dimensiones lo
que, en realidad, tiene tres dimensiones. Aun-
que se conserva la apariencia general del
objeto las representaciones sobre la superfi-
cie de los ceramios (en particular) aparece-
rán necesariamente deformadas, de mane-
ra parecida a como se las está «leyendo»
porque se las mira desde una perspectiva de
tres dimensiones. En este sentido, una cosa
es la que compone el ojo y otra la que com-
pone la mano. La consecuencia inmediata
que puede deducirse es que la mayor parte
de las especulaciones hechas sobre la posi-
ble significación de la iconografía
santamariana padecen de un defecto en su
origen pues los datos están tergiversados. Figura 11. Pintura facial Caduveo.
Frente a una situación similar, sólo que
en lugar de urnas funerarias se trataba de
La mujer prefirió dibujar la representación
los rostros pintados de las mujeres Caduveo
de la pintura facial conservando la fidelidad
(Figura 11), Claude Levi-Strauss refirió
al diseño tradicional o establecido y defor-
otras implicaciones, si se quiere aún más
mando la representación de los rasgos de la
complejas e incidentes, respecto al sentido
cara; de ese hecho Levi-Strauss (1970:175-
de las representaciones y a su posibilidad de
176) dedujo «la indiferencia de su arte con
interpretación:
«La artista ha diseñado [sobre un papel]
respecto a la arquitectura natural del rostro
el decorado facial de una manera realista, humano». De esta observación en el regis-
es decir, respetando sus verdaderas pro- tro etnográfico se puede inferir una lógica
porciones como si lo hubiera pintado del uso de los objetos y de los propósitos de
sobre un rostro y no sobre una superfi- la «decoración», ya sea sobre cacharros o
cie plana. Para ser exactos ha pintado la sobre la piel, diferente a la «lógica» que usa-
hoja como estaba acostumbrada a pintar mos habitualmente; para nosotros el sentido
una cara. Debido a que el papel ‘es’ para de «lo decorado» es superficial y superfluo
ella una cara le resulta imposible ‘repre- con respecto a la función utilitaria de las va-
sentar’ una cara sobre el papel, al menos
sijas o la función social del cuerpo humano.
sin deformación. Era necesario o bien di-
bujar exactamente una cara y deformar el
No vacilo en extrapolar esta situación al caso
decorado según las leyes de la perspec- que me ocupa porque la lógica del «pensa-
tiva o bien respetar la individualidad del miento en estado salvaje» como organiza-
decorado y, para ello representar la cara ción del modelo etnográfico es más con-
desdoblada» (Levi-Strauss 1973:234). gruente que la del modelo arqueológico, tan
(Figura 12). empobrecida de sentido.

228 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


dimensiones) a un plano (en dos dimensio-
nes). En el caso de la indígena Caduveo que
contó Levi-Strauss hay que elegir si se
transcribe el diseño sin deformarlo (puesto
que para nuestro cometido importa más el
rigor de la información que contiene) o des-
doblar la imagen del ceramio continente de
la representación (Velandia 2005a:75-76).
Para el caso del llamado «arte rupestre»
el hecho de que la proyección espacial de
las representaciones ideográficas sea
planigráfica determina que las aproximacio-
nes interpretativas deben rediseñar su es-
trategia porque la perspectiva tridimensional
de nuestro sistema de representación tergi-
versa, distorsiona o falsea la información pri-
maria. Se requiere, entonces, metodologías
y técnicas de trabajo distintas pues la condi-
ción planaria de las representaciones supo-
ne un tratamiento geométrico de dos dimen-
siones que permita la transcripción ortogonal
Figura 12. Representación plana. de una geometría a otra.
Parte de las dificultades que plantea esta
alternativa metodológica en el terreno prácti-
Esta observación me llevó a considerar co es de carácter tecnológico; esta situación
que tal vez lo que «yo veía» no era exacta- se puede observar en su forma intuitiva en la
mente lo que el indígena quiso que «se vie- propuesta de varios investigadores que, des-
ra». El discurso esgrafiado y pintado sobre de otras perspectivas, trataron de resolver la
la estructura de los ceramios, que era lo que dificultad derivada de la existencia de muchos
«yo veía» desde una perspectiva procedimientos e instrumentos formales para
tridimensional, tenía una estructura «subya- reducir la información rupestre mediante el
cente» porque se ceñía a la estructura de la diseño de fichas de registro o de documenta-
superficie de las piezas cerámicas y que ción. Aunque se han realizado avances im-
definí como de dos dimensiones (o planaria) portantes en aplicaciones tecnológicas para
puesto que las formas sólo pueden desarro- el estudio de pigmentos o en fotografía digital
llarse o representarse sobre un plano. A este el enfoque formalista de los análisis, más pre-
criterio debía acogerse, por lo tanto, cual- ocupados por los diseños y «motivos» deco-
quier intento de representación o de rativos que por la significación de los grafemas
relevamiento del registro arqueológico ico- como parte de la cultura material de una so-
nográfico y también, por necesidad directa, ciedad concreta, impide plantear las pregun-
cualquier aplicación técnica a dicho propósi- tas adecuadas para la búsqueda de respues-
to. La mayor dificultad para relevar la infor- tas válidas científicamente.
mación iconográfica es de orden En lenguaje matemático el asunto sigue
«cartográfico», con la misma implicación que siendo un «problema mal puesto» en la teo-
supone proyectar cada punto de las inciden- ría arqueológica. La salida supone (a) re-
cias sobre la superficie de un geoide (en tres construir o replantear las preguntas de in-

Cesar Velandia 229


vestigación desde su base; (b) asumir que la tura: la perspectiva y el discurso lineal. Cuan-
información iconográfica hace parte de la do ya hemos visto que estas categorías son
información primaria en el registro arqueo- irreductibles en las pictografías rupestres
lógico; (c) antes que preguntar qué signifi- porque son literalmente (al pie de la letra)
can los «diseños» y «decorados» sobre la planas porque les falta una dimensión (el
cerámica o sobre las paredes de roca es tiempo) entonces el espacio real donde se
necesario reconocer que dichas formas con- encuentran articuladas (que es de tres di-
tienen un sistema de expresión social y, por mensiones, x, y, z en el plano cartesiano) sólo
tanto, se debe plantear de qué manera se se puede pensar por el modo de su articula-
articulan con el resto de la información pri- ción estructural con el todo de la naturaleza
maria; y (d) cualquier procedimiento analíti- en el contexto del discurso mitopoético.
co tiene que argumentarse como un modelo Considerando las aporías y dolores de la
estructural sobre la base de la información noción de iconismo y la irrelevancia de
disponible. transliterar las virtudes de la lingüística al aná-
Una vez que he aclarado cómo las lisis del lenguaje de las imágenes varios in-
pictografías prehispánicas (sobre rocas, vestigadores contemporáneos han planteado
codex de amatl, cerámica, metal, etc.) son como salida la definición o construcción de
objetivamente planas o constituyen un una semiótica visual. En este camino el
«significante bidimensional» se requiere di- Groupe μ (1993:167) ha propuesto desarro-
señar un modelo analítico que permita orde- llar una «retórica de la representación visual
nar las relaciones aleatorias de una diversi- que no se limite a la figuración sino que pueda
dad de ocurrencias según una estructura de hacerse cargo de lo no figurativo, es decir, no
dos dimensiones. El asunto es cómo se tra- solamente de lo que el arte del siglo XX ha
baja sobre estructuras planarias con un mo- producido en este respecto sino también... de
delo también planario. La primera dificultad los plomos de las vidrieras cistercienses, de
estriba en la definición del espacio pues... los almocárabes de las estampas irlandesas,
«....con una restricción suplementaria el de las obras de damas en macramé, etc». Para
espacio se encuentra definido sólo por ello ha planteado la noción que distingue en-
su tridimensionalidad al valorizar, muy tre signo icónico y signo plástico. De esa
particularmente, uno de sus ejes, la distinción se han desprendido numerosas op-
prospectividad (cf. la perspectiva en la
ciones pero también debates. En sus propios
pintura) que en el discurso narrativo co-
rresponde a la linealidad del texto que
términos de manera inmediata se presenta una
sigue el recorrido del sujeto. Por su lado, dificultad:
la semiótica planaria (bidimensional) está «Los límites precisos entre la figuración
llamada a explicar, desde una superficie y la no figuración son, indudablemente,
que sólo es un conjunto de configura- difíciles de determinar en la práctica. Lo
ciones y de lugares iluminados, la insta- que en las artes llamadas decorativas
lación de los procedimientos que permi- aparece como «abstracto» se revelará,
ten dar al sujeto (situado enfrente de la rápidamente, a la percepción más fina
superficie) la ilusión de un espacio como la estilización de un objeto (figura
prospectivo» (Greimas y Courtés floral, mineral, etc.) y, a la inversa, los
1982:154). iconos identificables como tales por aque-
llos que viven en una cultura dada serán,
Aquí se trata de la posibilidad de aproximar sin aprendizaje, ‘ilegibles’ para otros ob-
una dificultad (la comprensión de las imáge- servadores... La dificultad sigue siendo
nes visuales en nuestra cultura) desde el el delimitar el carácter semiótico de las
cuerpo de categorías de la noción de escri- relaciones puramente plásticas, indepen-

230 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


dientes en teoría —aunque no en la prác- bre la figura; [de tal suerte que] la imposición
tica— de las relaciones de carácter de una palabra clasificatoria a la infinita va-
icónico» (Groupe μ 1993:167). riedad de realizaciones icónicas, aún facilitando
Esta situación nos coloca en otra disyuntiva su agrupación en ‘familias’, se realiza, nece-
porque si es sugestivo ordenar las sariamente, dejando de lado la especificidad
pictografías rupestres en dos clases —sig- plástica de cada figura» (Zunzunegui 1998:74).
nos icónicos, es decir, todas las que tengan Así volvemos a la dificultad que anotaba an-
algún «parecido» con formas naturales tes: para describir cierto grafema rupestre
reconocibles, según nuestra morfología com- tengo que llamarlo «serpenti/forme»; esto su-
parada que nos permitiría ordenarlas en, por pone que cuando apenas alcanzo a enunciar-
ejemplo, zoo/morfas, fito/morfas, antropo/ lo ya le he adscrito las connotaciones de re-
morfas (que tienen la apariencia de catego- presentar una serpiente.
rías en una ordenación natural) o, en las in- Llamar figuras a las imágenes visuales,
genuas descripciones como rani/formes, independientemente de que sean figurativas
serpenti/formes, y «tri/digiti/formes»; y en o no figurativas (en tanto mas o menos
signos plásticos según la cual clase— ha- geométricas), tampoco resuelve ni la distin-
bría que distinguir los modos de la composi- ción constructiva que es necesario realizar
ción y articulación estructurales de los fri- para poderlas describir ni evita (y, mucho
sos, paneles o unidades del texto visual. Así menos, supera) las incomodidades de la no-
sigue presente la dificultad de las denomina- ción de iconismo. La figura siempre es una
ciones cuando para unas formas de las cua- metáfora, siempre «es figura de... [ pues]
les no tenemos registros emic ni referentes en su origen mismo (lat. fingere) significa,
de una lengua prehispánica viva no queda al mismo tiempo, fingir y modelar... la figura
otro recurso que acudir al propio texto de pertenece, proviene, depende. ¿De qué? De
bolsillo del investigador. lo que, por un complejo rodeo de la historia
En un intento similar Santos Zunzunegui del lenguaje, se llama su modelo» (Aumont
(1998), siguiendo un derrotero trillado por 1998:40-41). La figura es figura por su rela-
Greimas (1966; Greimas y Courtés 1982), tivo parecido o semejanza con un referente
Floch (1982) y el Groupe μ (1993), planteó la en el mundo de las cosas; esto equivale a
alternativa de distinguir entre una semiótica regresar al signo icónico de ese «iconismo
figurativa y una semiótica plástica que se ingenuo» criticado por Umberto Eco.
puede sintetizar en su reducción de la noción Al llegar a este punto sólo queda retor-
de signo (hablamos de signo visual) a su modo nar a la noción de iconismo porque no es
de expresión como figura: «debe entenderse posible resolver el debate y clavar una ban-
la expresión figura que abarca tanto expre- dera sobre los muertos que queden. La úni-
siones ‘figurativas’ como expresiones no fi- ca salida es asumir un punto de vista y
gurativas en la medida que se trate de ‘figu- redefinir los términos de referencia. Respec-
ras geométricas’ que no tengan analogía di- to de la discusión inmediata (dejando claro
recta con los objetos del mundo real» que está planteada sobre la posibilidad de
(Zunzunegui 1998:74). Antes de proseguir su una semiótica de la imagen visual en nuestra
elaboración advierte que el problema inme- cultura) pienso que es posible rescatar dos
diato que plantean las figuras es su inventa- nociones: la de signo icónico en la versión
rio porque «sólo es posible efectuarlo cuan- de grafema icónico y la de figura
do se recurre a acoplar a las ‘figuras’ un geométrica en la versión de grafema
significante lingüístico que da lugar a la apari- geométrico. No se trata de un juego de pa-
ción de un significado de denotación que nom- labras. Al contrastar las posibilidades analíti-

Cesar Velandia 231


cas de una semiótica de la imagen visual por Hjelmslev… del plano de la expre-
(pensada como una alternativa menos one- sión sólo contamos con la sustancia.
rosa, teóricamente, que hacer una Todas las demás son dimensiones a re-
transliteración de la lingüística) y las condi- construir (y habrá que evaluar cuáles son
reconstruibles y en qué medida). En con-
ciones concretas de las pictografías rupes-
secuencia, la ‘reducción al significante’
tres (en cuanto restos de la cultura material implica que, metodológicamente, nues-
distinta en el tiempo y el espacio) tales sig- tro trabajo se debe circunscribir —al me-
nos, independientemente de las considera- nos en un primer momento— a ese plano
ciones que pretendían encontrar en ellos un de acción; resignando los otros, inacce-
ordenamiento lineal (a la manera de una sibles en función de las limitaciones pro-
escritura alfabética) o de la discusión sobre pias del registro arqueológico».
el carácter de semejanza del signo con la Según mi argumento, elaborado sobre la crí-
cosa representada, están facturados de una tica a las pretensiones de hallar los rastros
manera peculiar: están pintados o grabados; de una escritura en el arte rupestre, la única
son grafías pintadas, son grafías impresas, estructura perceptible en las pictografías ru-
son pictografías. Finalmente, las pictografías pestres (y en la mayor parte de la iconogra-
se pueden clasificar en dos órdenes básicos: fía prehispánica) es de carácter planario,
icónicas y geométricas. acogiendo la definición hecha por Floch
Nos encontramos en una situación res- (1982). Por lo tanto, el proyecto para una
tringida respecto de la posibilidad de cons- semasiología prehispánica estará definido por
truir una semiosis aplicable a las pictografías el carácter planario de los sistemas
rupestres (o, para conciliar con la aplastante semasiográficos prehispánicos: será una se-
mayoría, al arte rupestre) pues la función masiología planaria. En este sentido, asumo
semiótica supone la articulación de los dos el argumento de Llamazares, pues no sólo
planos de la relación significativa, el supone un rigor metodológico sino que lo
significante y el significado (Saussure 1961), impone el objeto mismo de trabajo: el
o la relación entre la forma de la expresión y significante o plano de la expresión es pla-
la forma del contenido (Hjelmslev 1980). no o, mejor, planario. En consecuencia, una
Digo restringida porque al carecer de los tér- semasiología prehispánica tiene por objeto
minos de referencia en una lengua viva o en de estudio la construcción del plano de la
una tradición iconográfica que, por lo me- expresión bidimensional de las ocurrencias
nos, sirviera de lingua franca sólo pode- en las pictografías rupestres, es decir, recons-
mos suponer que debajo de las ocurrencias truir el modo de la articulación de los
pictográficas late, de alguna manera, el len- grafemas (icónicos o geométricos) sobre un
guaje. Esta condición llevó a Llamazares espacio de dos dimensiones, culturalmente
(1986:3) a proponer como pauta determinado. Esta definición nos aproxima
metodológica lo que denominó como la cir- a un campo disciplinario de la semiótica (tam-
cunscripción o «reducción al significante»: bién en construcción), la proxémica:
«Sobre la base de esta imagen [se refiere «La proxémica es una disciplina —o, más
a la función semiótica] podemos conce- bien, un proyecto de disciplina— semió-
bir al arte rupestre en tanto signo, como tica que trata de analizar las disposicio-
un fenómeno biplanar… del cual sólo nos nes de los sujetos y de los objetos en el
ha quedado como evidencia perceptible espacio y, más particularmente, el uso que
uno de esos planos, el plano del los sujetos hacen del espacio con fines
significante. Y si afinamos nuestro análi- de significación. Así definida aparece
sis, en términos del modelo propuesto como un campo problemático de la teoría

232 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


semiótica que abarca, en parte, la semió- citamente y que plantea tres nociones del
tica del espacio» (Greimas y Courtés espacio de las ocurrencias rupestres —esta-
1982:325). ción, panel y figura (Criado 1999; cf. Santos
Hasta ahora la proxémica está diseñada para y Criado 1998). El concepto de «estación» se
trabajar sobre espacios tridimensionales; de define como «un conjunto de manifestacio-
allí que se haya previsto que: nes rupestres que forman un grupo o unidad,
«...la semiótica planaria (bidimensional) con una relativa proximidad entre ellos y, ge-
está llamada a explicar, desde una super- neralmente, en la misma localización» (Cria-
ficie que sólo es un conjunto de configu- do 1999:25). La diferencia con el concepto
raciones y de lugares iluminados, la ins-
de sitio en arqueología tiene que ver con la
talación de los procedimientos que per-
articulación específica de los artefactos ru-
miten dar al sujeto (situado enfrente de la
superficie) la ilusión de un espacio pestres en el paisaje cultural pues tiene con-
prospectivo» (Greimas y Courtés notaciones espaciales distintas a las que po-
1982:154). dría tener cualquier otra ocurrencia de la cul-
La proxémica deberá permitir al sujeto tura material yacente bajo tierra; en otro sen-
reinventar sobre el plano la ilusión de la pro- tido se podría decir que las pictografías se
yección en perspectiva. Cuando expliqué la articulan de una manera diferencial respecto
manera como las pictografías rupestres ca- del resto del registro arqueológico pues son el
recían de «perspectiva» no negué que pudie- producto de un proceso de deposición dife-
ran tenerla; es posible que, en la medida que rente. Tal vez este sea uno de los obstáculos
tenemos un canon estricto para proyectar y para la comprensión de las pictografías ru-
representar nuestra visión estereoscópica, no pestres como parte consustancial del registro
estemos en condiciones de leer otras alterna- arqueológico pues criterios tradicionales,
tivas. Berenguer y Martínez (1986:84, fig.11) como «estratificación», no funcionan de la
pueden tener razón cuando suponen que en misma manera.
Taira «para dar la ilusión de perspectiva a Este es uno de los criterios que han dado
veces se han superpuesto diseños con figuras méritos a la arqueología del paisaje: haber
de diferente tamaño». Se trata de una mane- ubicado en un espacio dinámico las relacio-
ra diferente de proyectar una noción del es- nes que explican el hecho rupestre como par-
pacio; este será un problema para una te de un contexto arqueológico determinado,
proxémica planaria. de tal suerte que expresiones como «marca-
Como ya mencioné las relaciones espa- dor territorial», que se fueron metiendo en la
ciales de las pictografías rupestres son com- jerga arqueológica como otros términos de
plejas y se pueden ordenar en tres modos o moda, no dicen nada pues no definen el modo
instancias según la posición relativa que guar- de las relaciones espaciales (sociales, econó-
dan: (a) los soportes con el paisaje; (b) los micas o políticas) respecto de las cuales ten-
planos pictográficos respecto de las facetas dría sentido «marcar» un territorio con una
de la roca; y (c) los grafemas respecto de piedra pintada o grabada de manera conven-
cada plano. Estos órdenes del espacio han cional. No definen nada, aparte de las demás
sido planteados desde la perspectiva de los relaciones: las de las grafías con el espacio de
«estilos artísticos» con la cual, a pesar de di- la roca en que se encuentran inscritas y las
ferencias notables en el enfoque, coincido en que guardan los grafemas entre sí. Es como
el criterio que distingue tres modos del espa- si un arqueólogo del siglo XXX describiera
cio —sitio, panel y figura (Troncoso como «marcador territorial» una oxidada se-
2002:140)— o desde la arqueología del pai- ñal de tránsito en una intersección de cami-
saje (ArPa), noción que comparto más explí- nos que supervive en medio de un desierto.

Cesar Velandia 233


Alternativa metodológica distinción de dos tipos fundamentales: catego-
rías constitucionales y categorías no cons-
Dije en la introducción a este trabajo que si
titucionales. Las primeras permiten la apre-
la respuesta era negativa, es decir, que no
hensión (sensible) o percepción de una confi-
tenía sentido seguir intentando «leer» las
guración rupestre cualquiera y las segundas
pictografías rupestres y, en general, las
regulan el modo (¿estilo?) de la disposición de
iconografías prehispánicas como si fueran
las configuraciones gráficas ya constituidas en
los retazos de una escritura perdida enton-
el espacio planario (Zunzunegui 1998:76). Las
ces propondría una alternativa. De hecho,
categorías constitucionales se dividen en
ya he planteado, a medida que deshacía el
textural, eidética y cromática, que correspon-
entuerto, los criterios teóricos que me llevan
den a tres condiciones sustanciales: textura,
a sostener no sólo que es impertinente pro-
forma y color. La categoría textural tiene par-
seguir buscando claves y códigos secretos
ticular importancia en la descripción de las
en las pictografías rupestres sino, también,
pictografías rupestres pues todas las técnicas
la metodología de otra perspectiva: un mo-
aplicadas van dirigidas a alterar una estructura
delo estructuralista que dé cuenta del modo
ya dada (la que conforma la estructura natural
de las relaciones entre las diversas ocurren-
del soporte o panel) mediante le definición de
cias rupestres y que tiene como fundamento
zonas o planos diferenciables por su menor o
el hecho de que las representaciones
mayor capacidad de reflejar la luz; en otras
ideográficas prehispánicas, constituyen un
palabras, la intención es producir una percep-
sistema de comunicación visual no lingüísti-
ción visual y táctil diferente. Esta intención per-
co, o sistema semasiográfico, que tiene una
mite constituir unas formas (eidéticas) especí-
estructura planaria.
ficas, diferenciables de las formas naturales
Para abordar la definición de unas cate-
dadas y que se constituyen en relación
gorías que permitan reducir la diversidad de
contextual de las pictografías. Al respecto mu-
las ocurrencias en un cuerpo discreto de
chos investigadores han reseñado la particula-
variables, entre otras razones como único
ridad del uso de la «microtopografía» del panel,
mecanismo para poder ordenar o clasificar
ya sea mediante la modificación de canalículos
lo que, de otra manera ,sería un universo
o grietas naturales o por la texturación
heteróclito inmanejable, propongo aplicar el
(esgrafiada o abuzardada) de zonas específi-
criterio de enunciar el menor número de va-
cas dentro del conjunto (e.g. Berenguer y
riables posibles en que se puedan agrupar la
Martínez 1986:83-85). Resumiendo, la super-
mayor parte de los casos. Es posible que al-
ficie natural es constituida como panel rupes-
gunos (o incluso, muchos) casos queden por
tre mediante la alteración y transformación de
fuera; pero, aún asumiendo la validez de
su estructura textural.
casos excepcionales al enunciado de la nor-
La categoría eidética comprende todas las
ma, el criterio parte de que no es posible, a
variaciones geométricas que permiten definir
priori, dar cuenta en absoluto, de todas las
una configuración plástica de la «forma» de
versiones.
las imágenes: recto/curvo; cóncavo/convexo,
Asumiendo (con algunas variaciones) las
etc. La categoría cromática contribuye tanto
propuestas de Greimas y Courtés (1982) para
a la definición del valor textural como a la
la formulación de una semiótica plástica de las
definición del color como forma constitutiva
imágenes visuales en nuestra cultura (que tie-
mediante tres juegos de oposición: ausencia-
nen, también, el carácter de una semiótica
presencia (color + / —); contraste (e.g., ne-
planaria o bidimensional) puedo definir las ca-
gro/amarillo —N/Am); y alternación (e.g.,
tegorías de la expresión rupestre mediante la
blanco-negro-blanco –Bl-N-Bl)

234 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


La categoría no constitucional fundamen- de la disposición de los grafemas sobre el
tal es de naturaleza topológica y regula la plano o, en otras palabras, en cuanto al «es-
disposición de las configuraciones de los tilo» de la composición plástica; son de ca-
grafemas en el espacio planario; se pueden rácter compositivo y, por lo tanto, pueden
distinguir tres, especialmente: orientación estar o no estar. De las categorías de textu-
(este/oeste, zenit/nadir), posición (centro/ ra, forma y color se desprenden implicaciones
periferia, interior/exterior, incluso/exento) y específicas para el significado de las
articulación espacial (fondo/grafema, yuxta- pictografías rupestres; sin embargo, la ma-
posición, sobreposición). yor complejidad de una semasiografía, en
La distinción entre categorías constitu- cuanto sistema de comunicación de signos
cionales y no constitucionales de los grafemas no lingüísticos, se encuentra determinada por
rupestres no sólo es importante para obte- las categorías no constitucionales porque de-
ner un lenguaje que permita describir objeti- terminan la configuración de la estructura
vamente las ocurrencias rupestres sino por- semiótica.
que nos pone en el camino de entender cómo Para el caso de una semiótica visual de
se encuentra estructurado el discurso visual. nuestras imágenes dice el Groupe μ
Las categorías de textura, forma y color son (1993:192):
de carácter perceptible y para describirlas «...estas estructuras semióticas consti-
recurrimos a procedimientos cuantificables tuyen, sin ninguna duda, una proyección
ya que podemos clasificar la textura en ran- de nuestras estructuras perceptivas...
gos de granulación sobre una escala (fino, estamos sujetos a la gravedad y de ahí el
nacimiento de las nociones de alto y bajo
medio, grueso) o describirla en unidades de
y la de un eje semiótico de la verticalidad.
medida (micrones) por su mayor o menor Nos ponemos en movimiento (para ca-
relieve sobre la superficie; de tal suerte que zar, para huir, para alimentarnos, para
el criterio de textura escapa a la sola subje- mantener relaciones sexuales); de ahí el
tividad del observador porque se puede con- nacimiento de una relación delante-de-
trolar. De igual manera ocurre con la forma, trás entre el sujeto y el objeto y la de un
pues se puede reducir o relevar mediante eje semiótico de frontalidad. Nuestros
procedimientos mecánicos como la fotogra- órganos son simétricos y de ahí el naci-
fía perpendicular, el calco y el frottagge. En miento de la pareja derecha-izquierda y
cuanto al color son ya conocidos los recur- de un eje de lateralidad».
sos técnicos aplicables para su descripción A pesar de que advierte que «la manipula-
y reproducción, como la escala IFRAO. No ción semiótica del espacio no se hacía según
ocurre igual con las categorías no constitu- un sistema lógico o geométrico sino por me-
cionales porque son de naturaleza relacional; dio de conceptos funcionales ligados a la
además, son contingentes por su tratamien- percepción y uso social del espacio» (Groupe
to diferencial según cada cultura. En el caso μ 1993:192) esta caracterización de catego-
de las categorías constitucionales puedo afir- rías tan abstractas a partir de funciones y
mar que no hay grafema rupestre sin textu- relaciones orgánicas me parece mecánica y
ra, forma o color pues estas categorías ha- reduccionista porque no sirve de mucho para
cen parte del contexto natural de las ocu- explicar el origen y sentido de nuestras no-
rrencias rupestres; de lo contrario no serían ciones (por esto de cazar, huir, etc) y tampo-
perceptibles ni visibles y no habría imagen co explica nociones similares para las socie-
visual. Al contrario de lo que ocurre con las dades prehispánicas.
constitucionales las categorías no constitu- La categoría de orientación, por ejemplo,
cionales son arbitrarias en cuanto al modo es discutible si lo que ponemos como refe-

Cesar Velandia 235


rente para el análisis de las pictografías ru- ción simétrica que explique el hecho de su
pestres es la noción que tenemos en occi- relativa diversidad como la unidad de su es-
dente (en particular en nuestros países al sur tructura mental. La pretensión de esta expli-
del río Grande) cuando se trata de orientar- cación no consiste en relacionar,
nos sobre un terreno o respecto de un mapa casuísticamente, la cultura arqueológica de
o carta geográfica: automáticamente busca- San Agustín con algunas culturas amazónicas
mos «dónde queda el norte» cuando, en ri- contemporáneas, en particular, ni el criterio
gor, tengo que buscar primero por dónde de explicar las formas «sin significado» de
«sale» el sol. La manía no nos viene tanto de aquella por la etnohistoria mejor conocida de
nuestra costumbre de usar una brújula cuan- éstas. El interés fundamental es buscar una
to de difusas fijaciones geopolíticas en nues- lógica que abra paso a una perspectiva
tra cabeza. metodológica para la comprensión de una
En mi trabajo sobre un «modelo para una totalidad más coherente y «razonable», res-
semiótica de la iconografía precolombina» pecto de la cual se puedan contrastar,
argumenté que la iconografía de San Agustín críticamente, otras opciones explicativas.
no representaba «un panteón de El modelo está armado sobre la trama de
deificaciones» a la manera de las religiones relaciones más simple posible con la cual se
occidentales sino un lenguaje totalizado y puede definir un espacio para un cosmos. Está
estructurado, como el cosmos que daba sen- formado por los referentes espaciales que, so-
tido a la existencia de los seres en sociedad, bre un plano, definen los «cuatro rumbos del
y propuse que esa estructura «debía consi- mundo», determinados por los fenómenos ce-
derarse como construida con una lógica si- lestes: este ß à oeste / sur ß à norte. Estos
milar a la del cosmos descrito en los mitos puntos y estas relaciones se originan en un he-
de las sociedades indígenas contemporáneas cho primario: el sol, aparentemente, sale sobre
o de las precolombinas que conocemos me- el horizonte siempre por el mismo sitio, descri-
diante las crónicas de la conquista». El plan- be una parábola y desaparece por el lugar
teamiento central consiste en que la cultura opuesto. Ese movimiento regular y permanen-
de San Agustín debió tener una estructura te es el referente de todas las relaciones posi-
formal y significativa similar a la estructura bles que establecen los demás fenómenos y,
de los modelos ya parcialmente explicados por lo tanto, marca la estructura o armadura
mediante la etnohistoria y la antropología de las relaciones de la totalidad. La posición
social para sociedades como los Barasana, relativa de un individuo puesto sobre ese plano
Ufaina, Kogi, Huitoto, Cuna, Desana, determina la concepción de dos puntos opues-
Waunana, Cubeo o Curripaco y que, por tan- tos: un punto máximo superior, arriba, el cenit,
to, la totalidad de sus «restos y pedazos» ar- y otro máximo inferior, abajo, el nadir. La opo-
queológicos debieron estar articulados según sición de estos últimos define una línea perpen-
un modelo congruente con las funciones y dicular al plano establecido por los cuatro pri-
relaciones del modelo cultural de estas so- meros en cuya intersección determina un sép-
ciedades. De igual manera, tanto su estruc- timo lugar: el punto de «en medio», según los
tura como sus funciones y relaciones debie- Kogi (Mayr 1987:63), o «donde viven los in-
ron tener, respecto de la estructura de otras dios», según los Coyaima del sur del Tolima
culturas americanas, un sistema similar de (Velandia y Silva 2004:24). El hecho de los
permutaciones y transformaciones. El mo- movimientos relativos de los fenómenos celes-
delo teórico que se proponga para compren- tes convierte esta línea en un eje de un cosmos
der la cultura de San Agustín debe encon- intuido como circular, en un axis mundi por
trar en otras culturas una relación de oposi- cuya dirección pasa «la escalera que comuni-

236 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


caba a los hombres con Kagarabí», como di-
cen los Embera, o que constituye
«Kalduksankua, el sitio donde La Madre en-
terró en un comienzo el poste central del mun-
do», como afirman los Kogi (Mayr 1987:63).
Esta especie de armadura rige el juego de
transformaciones y permutaciones de todos los
fenómenos y a ella se debe ajustar la mecáni-
ca de la lógica para el modelo. Si se mira desde
la perspectiva de un sujeto puesto sobre el pla-
no del entorno donde se encuentran las plan-
tas, el agua de los ríos y lagunas, los animales,
las montañas, las malocas, los sembrados, et-
cétera, es decir, donde se cumplen las funcio- Figura 13. Cosmos «modelo Kogi».
nes vitales, ese mundo se convierte en el cam-
po donde se entabla el conflicto entre las fuer-
zas que animan la naturaleza. (Velandia
1994:128). Dado el carácter discreto de su
explicación este modelo, que para mi propues-
ta he denominado «modelo Kogi» (Figura 13),
resume diversas variaciones (en otras cultu-
ras) con la misma estructura. Para el proble-
ma de un discurso planario el modelo tiene otras
implicaciones que no había advertido cuando
realicé el trabajo sobre San Agustín: no es po-
sible representar (descontando la proyección
en perspectiva) los siete puntos sobre el mis-
mo plano (Figura 14); sólo es posible trasla-
dar o proyectar cinco puntos —este/oeste, zenit/ Figura 14. Cosmos de San Agustín.
nadir y el punto de «en medio» (Figura 15).
La verificación de esta dificultad nos pone en
una perspectiva más clara porque estos cinco
puntos puestos sobre el plano corresponden a
cinco puntos reales del espacio social. En au-
sencia de cualquier referente para un individuo
puesto sobre un paisaje extraño el único punto
cierto sobre el paisaje es aquel por donde «apa-
rece» el sol y que, luego de describir una pará-
bola, marca el punto opuesto, por el cual des-
aparece. El punto culminante de esta trayecto-
ria determina el zenit de la bóveda y, por lo
tanto, el punto opuesto, el nadir, ya que la repe-
tición periódica del fenómeno también descri-
be el espacio opuesto. La intersección de es-
tos puntos es el centro del mundo pues se es el Figura 15. Cosmos «modelo Kogi», plano.
centro de todas las relaciones.

Cesar Velandia 237


Las representaciones cosmológicas apa- —de sesenta a setenta centímetros de altu-
recen de múltiples maneras en la praxis so- ra— están llenas de agua y, según el infor-
cial de todas las sociedades y constituyen una mante, representan las capas acuáticas ‘del
explicación del modo de las relaciones natu- mundo de abajo’. De manera similar al caso
explicado por Faust sobre la pared halla-
rales y sociales entre los hombres y mujeres
mos pegadas —con almidón— numerosas
y entre éstos y su entorno natural, actualizado figuras recortadas de láminas de revistas o
mediante rituales específicos en la práctica vitelas que representan personajes de la
de la vida cotidiana. Los altares de sacrificio imaginería de la Iglesia Católica, entre las
y las mesas de curación en las sociedades cuales ubicamos las correspondientes a la
indígenas supervivientes son representacio- Virgen María y al Sagrado Corazón de Je-
nes a escala de la manera como conciben su sús (o Dios Padre). Estas se encuentran
articulación en el cosmos (Poliá 1995:30-37). colocadas de manera similar a como apare-
En un trabajo realizado con las comunidades cen en la ilustración del texto de Faust, es
indígenas del sur del departamento del Tolima, decir, la Virgen a la derecha y Dios Padre a la
izquierda. Sin embargo, por algún detalle
en Colombia, encontramos la descripción he-
que nos explicaba el informante le pregun-
cha por un curandero que muestra la defini- tamos acerca de si las imágenes debían
ción de un criterio respecto de la representa- quedar de manera específica o si podrían
ción de una estructura cósmica en la estruc- colocarse indistintamente, a lado y lado del
tura (planaria) de una mesa de curación: poste vertical. A lo cual el curandero res-
«En el caso de Yaguara II [comunidad en pondió —dando la espalda a la mesa—
los llanos del Yarí, Caquetá], el curandero que tenían que quedar ’así mesmito [sic]
arregló su mesa en un rincón de un corre- como miran... la Santa Virgen a la izquierda
dor exterior de su casa que luego aisló me- y Nuestro Dios Padre a la derecha... por
diante una paredilla de bahareque. La mesa donde sale el sol’. Fue entonces que com-
consiste en un trozo de tablón de un poco prendimos que la mesa estaba orientada y
más de un metro de largo por treinta centí- que ‘la derecha’ era de la mesa y no la que
metros de ancho que incrustó en el ángulo indicaba nuestra perspectiva. También que
de las dos paredes, de manera que en el (seguramente como en Bocas del Tetuán)
rincón quedara un poste de madera redon- la mesa estaba construida sobre la pared
da. Esta observación correspondía con la sur del cuarto del curandero. En este caso
descripción de Franz Faust (1986:105), en la el Dios Padre quedaba colocado sobre la
que el curandero de Bocas del Tetuán [río pared oriental —que, como ya describimos,
en el sur del Tolima] hizo una cosa pareci- se identifica con el Sol— y la Virgen María
da: buscar que la tabla horizontal quedara sobre la pared sur puesto que la mesa se
articulada perpendicularmente con un poste halla en la intersección de ambas paredes»
(en este caso un poste medianero) con la (Velandia y Silva 2004:58-59).
finalidad expresa de que el conjunto De esta explicación se desprenden dos cosas:
escenográfico de la mesa de curación (y, en
(a) cómo se representa en las comunidades
este sentido, todos los altares siempre son
una puesta en escena) quedara articulado actuales un modelo cosmológico; y (b) cuándo
por un eje que, para nuestro caso específi- podemos demostrar cómo sus referentes es-
co, funciona como un axis mundi; allí, en paciales no son los mismos que en el esquema
Yaguara II, está claramente representado el de nuestras representaciones (este es un dato
cosmos en la mesa de curación. La mesa para apoyar la discusión que estoy plantean-
está construida como una proyección cós- do). Ciertas deducciones, de uso bastante fre-
mica: debajo de la tabla reposan dos gran- cuente, acerca de una «semiótica» del espacio
des vasijas de cerámica globulares, de cue- arquitectónico basadas en una supuesta distri-
llo corto y boca angosta tapadas con sen- bución «dualista» (desde el punto de vista ego-
dos fragmentos de cerámica. Dichas ollas

238 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):205-243, 2006


céntrico de nuestra cultura) mediante la defini- sin variaciones, que la figura está puesta
ción de referentes como izquierda/derecha o delante de un plano frontal. De allí se deriva
delante/detrás son impertinentes, sobre todo esta noción de la articulación fondo-figura
mientras no tengan un apoyo, si no arqueológi- que no supone, necesariamente, una noción
co por lo menos de carácter etnográfico. de la articulación con el espacio:
Las categorías topológicas de posición y «Todas las primeras imágenes se apoyan
de articulación espacial son, por definición, en la simple distinción entre figura y fon-
relacionales; en su configuración no sólo hay do: un objeto, definido y más o menos
que tener en cuenta el juego posible de corre- estructurado, se destaca por sobre un
fondo independiente que es ilimitado,
laciones internas sobre el plano sino también
informe, homogéneo, de importancia se-
que, en cuanto la imagen es una «representa- cundaria y, a menudo, enteramente igno-
ción de la representación», supone una confi- rado» (Arnheim 1985:280).
guración a partir del punto de vista de quien
Me he detenido un tanto en este tema porque
construye o reconstruye dicha representación.
la información del registro arqueológico nos ha
Desde la logique de Port-Royal el signo no
mostrado que estas nociones (y las especula-
es, primariamente, «la palabra, ni el grito, ni el
ciones filosóficas y psicológicas que se han he-
símbolo, sino la representación espacial y grá-
cho a sus expensas) no son generalizables ni
fica —el dibujo: mapa o cuadro. En efecto, el
aplicables al análisis de las pictografías rupes-
cuadro no tiene otro contenido que lo que re-
tres en el cual incurre buena parte de los estu-
presenta y, sin embargo, este contenido sólo
diosos (arqueólogos y no-arqueólogos). El dato
aparece representado por una representación»
de mayor fuerza proviene de la práctica de
(Foucault 1979:71). En este sentido las
una técnica aplicada a la «decoración» de la
pictografías rupestres no son otra cosa que la
cerámica: la llamada pintura negativa3. La ca-
representación de la manera como los hom-
racterística particular de este procedimiento es
bres y mujeres de una sociedad específica
que la figura queda definida por la construc-
representaron, en su cabeza, la manera o modo
ción del espacio, de manera que el espacio
de sus relaciones entre sí mismos y entre ellos
queda, virtualmente, articulado con la figura.
y el resto de la naturaleza; por tanto, lo repre-
Esta característica en el tratamiento del espa-
sentado no es el entorno real de los «primiti-
cio también se encuentra en otras técnicas em-
vos» sino la manera como pensaron qué era
pleadas para la construcción de las represen-
su mundo, es decir, lo que ellos denominaron
taciones en cerámica y en la estatuaria.
como realidad. De esta suerte las represen-
Otra dificultad emanada de nuestras par-
taciones rupestres suponen una articulación
ticulares maneras de visualizar y, por lo tanto,
necesariamente distinta a la que nosotros cons-
de percibir el entorno proviene de nuestro es-
truimos en nuestras representaciones.
quema de «contemplación» del mundo. El
En su tratado para una retórica de la ima-
origen de esta noción es antiguo y se remonta
gen visual el Groupe μ (1993:193) plantea:
a los tiempos de la instauración de la imaginería
«Por definición una posición es relativa.
En el caso de la forma esta relatividad es
doble. Es primeramente, relativa con rela- 3 O resist paint, «que consiste en cubrir la
ción al fondo. En segundo lugar, es rela- figura con un protector temporal (resina o
tiva con relación a un foco. Llamamos baño de cera), aplicando luego, por baño o
foco al lugar geométrico de la percepción». inmersión, el color oscuro, removiendo,
Esta perspectiva desde el punto de vista es- subsecuentemente, el material protector para
pacial del espectador es, en nuestra cultura, exponer la figura en el color de fondo. Sinón:
pintura por «reserva» o decoración a color
eminentemente egocéntrica y supone, casi
perdido» (Echeverría 1981:234-235).

Cesar Velandia 239


religiosa en los templos cristianos y a la idea ese espacio pecaminoso en que yace nuestra
de que el ser humano estaba facultado para cultura.
disfrutar de la belleza de la naturaleza en cuan- Este ha sido un largo prólogo para iniciar
to obra divina. La idea contemporánea viene, la discusión desde un punto de vista concre-
más directamente, de las nociones de las ar- to y sobre unos términos de referencia teóri-
tes plásticas desde el Renacimiento y, más cos específicos. La discusión está planteada
específicamente, de la estatuaria y la pintura hace tiempo pero la dispersión de criterios y
de caballete que impusieron la noción de el eclecticismo de los investigadores, en par-
frontalidad o del mundo proyectado sobre un ticular de los arqueólogos, no ha permitido
plano, según la cual acostumbramos «leer» el decantar los relativos buenos resultados de
entorno. El resultado es que el mundo apare- una enorme tarea de investigación llevada a
ce como una pantalla plana, como la de las cabo desde perspectivas distintas a la arqueo-
salas de cine, sobre la cual se proyecta la re- logía. Ahora espero la crítica. Aunque agra-
presentación de nuestros imaginarios. Ese deceré las adhesiones entusiastas prefiero
espacio, como dice Arnheim (1985), es igno- la réplica de quienes estén en desacuerdo
rado, no tiene vigencia, no existe. El fondo es porque sólo de la discusión crítica pueden
un recurso sobre el cual resalta la presencia salir las correcciones de cualquier tarea que
de la imagen pero no existe como espacio, nos hayamos propuesto.

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ARQUEOLOGÍA SURAMERICANA/ARQUEOLOGIA SUL-AMERICANA 2, 2, julio/julho 2006

EL POBLAMIENTO AMERICANO VISTO


DESDE LA PERIFERIA TEÓRICA
Laura Lucía Miotti
Universidad Nacional de La Plata

Este artículo indaga por las relaciones asimétricas existentes entre las academias centrales y
periféricas con relación a la producción teórica sobre el poblamiento de América. El argumento del
artículo es que si la academia suramericana sigue contribuyendo a reproducir la dicotomía centro-
periferia sus posibilidades de una interlocución horizontal con la comunidad internacional y de
interpretación del registro arqueológico de los primeros pobladores se verán seriamente limitadas.

Este artigo questiona as relações assimétricas existentes entre as academias metropolitanas e


periféricas com relação à arqueologia sobre o povoamento da América. O argumento apresentado
é que se arqueologia sul-americana segue contribuindo para reproduzir a dicotomia centro-perife-
ria, suas possibilidades de uma interlocução horizontal com a comunidade internacional e de
interpretação dos registros arqueológicos dos primeiros povoadores se verão seriamente limitadas.

This paper inquires about the asymmetrical relationships existing between central and peripheral
academic milieus in relation to the theoretical production about the early peopling of the Americas.
The argument set forth in the paper is that if South American academia keeps feeding the center-
periphery dichotomy its possibilities of a horizontal dialogue with the international community
and of interpreting the archaeological record of the first settlers will be seriously limited.

Palabras clave: modelos arqueológicos, cazadores-recolectores, países periféricos,


hegemonías académicas / Palavras chave: modelos arqueológicos, caçadores coletores, países
periféricos, hegemonias acadêmicas.

Recibido: 25 de julio de 2005; aceptado: 8 de marzo de 2006 / Recebido: 25 de julho de 2005;


aceito: 8 de março de 2006.

Introducción 1 Como el taller internacional de INQUA La co-


lonización de América del Sur durante la tran-
En los últimos años se hicieron varias publi- sición Pleistoceno/Holoceno (La Plata, 2000)
caciones, reuniones científicas1 y encuestas y los simposios El hombre temprano en Amé-
internacionales sobre los primeros america- rica y sus implicaciones en la cuenca de Méxi-
nos, enfatizando las implicaciones teóricas pro- co (México, 2002), Tomando el pulso teórico y
ducidas en la arqueología de América del Sur. metodológico a los estudios del poblamiento
Este fenómeno de producción y difusión del de América del Sur, en la Tercera Reunión
tema en los dominios teórico, metodológico y Internacional de Teoría Arqueológica en Amé-
rica del Sur (Bogotá, 2002), Paleoindian in
aplicado no es novedoso en la academia nor-
South America: climate and life at the Last
teamericana pero sí en América Latina, don- Glacial termination, en el XVI Congreso de
de su debate es esporádico. La información INQUA (Reno, 2002), y First peoples in the
de base producida en América del Sur, que Americas: processes and time, en el quinto
ha sido de utilidad para generar modelos teó- congreso de WAC (Washington 2003).
ricos continentales, fue subsumida en la pro- vas para explicar por qué las contribuciones
ducción teórica generada en los países cen- arqueológicas de base empírica, producidas
trales del norte. Por esto es importante desta- en Sudamérica, quedan entrampadas en la
car que la profusa actividad arqueológica so- región o en el país de origen y por qué su
bre este tema en Latinoamérica desde fines circulación entre los otros países del área es
de la década de 1990 está siendo beneficiosa deficiente; por eso la información circula de
para que el debate se profundice y multipli- manera sintética, generalmente en idiomas
que en modelos regionales que alcancen una foráneos, sobre todo en inglés y francés. Es
mejor inserción de las ideas en la arena inter- más sencillo encontrar literatura de los pri-
nacional (véanse Politis 1999, 2003; Politis y meros pobladores de Brasil, Venezuela, Perú
Pérez 2004) o cualquier otro país sudamericano en publi-
En este sentido preguntas como por qué caciones científicas norteamericanas o eu-
no se produce teoría sobre los primeros ame- ropeas que en una sudamericana.
ricanos en Latinoamérica mientras se conti- La asimetría en la producción de teoría
núan produciendo hallazgos arqueológicos entre los países centrales y los periféricos
que, generalmente, parecen anómalos y por está cambiando en los últimos años; de ello
qué Latinoamérica continúa, sin críticas dan cuenta los numerosos eventos acadé-
mayores, encorsetando esos hallazgos en micos organizados y la mejor comunicación
marcos teóricos foráneos son cada vez más entre los investigadores de los países cen-
frecuentes y podrían tomarse como punto trales y periféricos. La tendencia indica un
de partida de las reflexiones actuales de la creciente respeto académico sobre el cono-
arqueología sudamericana (cf. Politis, ed., cimiento científico producido en la periferia
1992; Politis 1999, 2003; Miotti y sudamericana. Las nuevas y cada vez más
Flegenheimer, comp., 1994; Gnecco 1995; numerosas generaciones de arqueólogos
Funari 1996; Podgorny 2000; Miotti 2002, están generando un mayor espectro de pre-
2003a, 2003b; Borrero 2004; Pucciarelli guntas, un incremento en el acercamiento
2004). Varios factores y móviles conducen entre los centros de investigación y docen-
en los países de Sudamérica a esta reflexión, cia universitaria y una mayor necesidad de
entre ellos la fuerte necesidad de conocer, producción y consumo de conocimientos
de primera mano, qué se está produciendo sobre este tema en todos sus dominios (Politis
sobre este tema en los países vecinos. En y Pérez 2004).
este caso el móvil principal es la recepción El propósito de este artículo se despren-
de pálidas imágenes filtradas por las teorías de de las preguntas y planteamientos ante-
producidas en los países centrales, muchas riores, base de discusión del simposio Toman-
de las cuales han sido construidas con falta do el pulso teórico y metodológico a los
de información suficiente sobre los contex- estudios del poblamiento humano de Amé-
tos de descubrimiento arqueológicos y so- rica del Sur, realizado en el marco de la III
bre los contextos de justificación y legitima- Reunión Internacional de Teoría Arqueoló-
ción de las regiones donde se produjeron esos gica en América del Sur (Bogotá, 2002). En
hallazgos (Funari 1996). La re-interpretación aquel encuentro la meta fue explorar los
de los datos arqueológicos, a los que se suma contextos de producción, justificación y legi-
el sesgo introducido por las traducciones timación de teoría en el estudio de los prime-
idiomáticas, hace que mucha información ros pobladores de América del Sur con el fin
importante sea excluida o exaltada en las de indagar, al menos en parte, de dónde sur-
discusiones y modelos que se producen en gía la ebullición de ideas y el renovado inte-
otros países. Estas razones son significati- rés académico por esa temática, tanto en los

Laura Lucía Miotti 245


países centrales como periféricos (e.g., Miotti La globalización comunica a todos los pue-
et al 2000; Miotti 2002; Miotti y Borrero blos del planeta por igual; esta es una ilusión,
2003; Politis 2003). Este artículo se deriva sin embargo, porque está generando
de la presentación original (Miotti 2002) y la asimetrías sociales, políticas, económicas y
rica discusión generada en aquel simposio culturales que desembocan en agudos con-
El poblamiento de Sudamérica como uni- flictos humanos. En este marco el acceso a
dad de análisis es un laboratorio para discu- los bienes culturales y a la información cien-
tir los contextos históricos de producción, tífica también está plagado de asimetrías y
justificación y legitimación de teoría, junto con los más perjudicados son los países subde-
los temas de variabilidad arqueológica y sarrollados o periféricos. Sudamérica es un
ambiental (cf. Miotti 2003a, 2003b; Miotti y vívido ejemplo de esta heterogeneidad res-
Salemme, eds., 2003; Miotti et al , eds., 2003; pecto del acceso a la educación y la comu-
Politis y Gnecco, eds., 2004) y porque ha nicación académica. Esta disparidad de po-
producido un extraño interés y fascinación sibilidades se manifiesta en el acceso de unos
en especialistas y no especialistas del mun- pocos sectores sociales que se restringen a
do desde el debate que sostuvieron Ameghino elites ligadas a economías fuertes, a educa-
y Hrdlicka a principios del siglo XX (Frison ción universitaria y a poderes gubernamen-
1990; Miotti 1990, 2003; Politis 1999; tales. Esta disparidad de opciones es varia-
Podgorny 2000). Los ejes del análisis son ble en los países de la región.
los artículos relacionados con la teoría de Los intelectuales sudamericanos, en ma-
poblamiento (Funari 1996; Politis 1999, 2003; yor o menor grado, aceptan que la
Gnecco 2000; Podgorny 2000; Pucciarelli globalización se ha impuesto desprolijamente
2002) y el modelo centro-periferia (Gamble y que este hecho no es casual porque es un
1993), usado desde los comienzos de la prác- proyecto creado por, e indispensable para,
tica arqueológica para dar cuenta del cam- los fines neocolonialistas de los países cen-
bio cultural; aunque ha tenido amplia aplica- trales. Aunque el acceso a los bienes cultu-
ción las reflexiones sobre su utilidad como rales y la comunicación, en este caso aca-
herramienta de análisis de los contextos de démica, entre la periferia y el centro parece
producción y circulación de las ideas cientí- cada vez más fluida y puede llegar a los con-
ficas son pocas y heterogéneas (Miotti 2002; fines del mundo la realidad cotidiana es dife-
Politis 2002; Gnecco 2004; Haber 2004; rente porque en la periferia se logra de for-
López 2004). Espero que este trabajo con- ma puntuada y con acceso más asimétrico.
tribuya a ampliar y fortalecer la red de co- Sin embargo, la globalización ha generado
municación académica por donde circulan un fenómeno positivo en la periferia que está
las propuestas teóricas, metodológicas y prác- siendo aprovechado por los arqueólogos,
ticas y a discutir el papel jugado por los paí- quienes ahora disponen de mayor posibili-
ses centrales y los periféricos en esta histo- dad de acceso a la información y a la esce-
ria de las ideas sobre el pasado. na de los debates internacionales. Esta opor-
tunidad está mejorando el quehacer arqueo-
Panorama sociopolítico del contexto lógico y la circulación del conocimiento en
de producción científica los países periféricos. Si a la heterogeneidad
de acceso a la información primaria se suma
Vivimos en un momento socio-político con-
que una parte importante de la población
vulsionado por la aceleración de los cambios
mundial habla y lee castellano y que las ideas
tecnológicos y de las comunicaciones. La
de la periferia se insertan al mismo tiempo
imagen está reemplazando al texto escrito.
que las generadas en los países centrales

246 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):244-262, 2006


(más rápidamente de lo que nunca antes más remoto de los pueblos americanos);
hubo sucedido en la historia del pensamiento además, la cantidad de centros universita-
arqueológico) es válido tomar la oportunidad rios donde se forman arqueólogos profesio-
para insertar las propias ideas locales en el nales es menor. La globalización, con su carga
debate académico internacional. de debilitamiento de las barreras ideológicas
Otro factor está acelerando los cambios y con su alto grado de comunicación social y
en la apropiación de los bienes culturales del consumo de bienes, se entiende de modos
pasado: el aumento del consumismo. Este diferentes en los países centrales y en los
fenómeno, parte de una ética y estética periféricos. En este sentido no es una re-
posmoderna, representa otra forma asimétrica flexión descabellada preguntar por qué aho-
de apropiación de bienes que acrecientan en ra la arqueología de los primeros america-
el «propietario» su estatus social. Como parte nos vuelve a estar sobre el tapete en
de este circuito, que también es económico, Sudamérica, aunque su demanda proceda,
los bienes arqueológicos adquieren valores seguramente, de los sectores más privilegia-
localizados más allá del conocimiento históri- dos de la población, dentro de los que se
co intrínseco; cuanto más antiguos sean o si engloban los de mayor poder económico,
proceden de lugares remotos más fascina- político y/o académico (Podgorny 2000;
ción parecen despertar en expertos y no ex- López 2002; Politis 2003; Politis y Pérez
pertos (Frison 1990). Sin embargo, los esfuer- 2004). Desde Thomas Jefferson en 1799
zos para democratizar el acceso al conoci- (Willey y Sabloff 1980; Trigger 1992), pa-
miento del pasado y a los bienes culturales sando por Ameghino (1918) y Hrdlicka
como recursos de alto valor educativo, de re- (1912), hasta las discusiones de Lynch (1990)
fuerzo de las identidades regionales y de res- y Dillehay (1991), el tema ha creado debate
peto cultural de las alteridades no cesa en los constante en Norteamérica y fue
países sudamericanos (Podgorny y Miotti esporádicamente exaltado en Sudamérica
1994; Miotti y Podgorny 1998; Therrien 2002). (Bryan 1978,1995; Bryan, ed., 1986; Lynch
Tal vez por estas razones sea conveniente 1990; Dillehay 1991; Dillehay et al. 2003).
debatir la relación entre arqueología de los En esta historia de debates las preguntas
primeros americanos y las demandas socia- recurrentes del principio fueron ¿cuándo lle-
les, principalmente en los postergados países garon? y ¿cuál o cuáles fueron el/los cen-
subdesarrollados. tros geográficos originarios desde donde
Al igual que en los países centrales euro- habrían partido los primeros pobladores del
peos y norteamericanos en Sudamérica la Nuevo Mundo? Después de la década de
apropiación de «bienes culturales exóticos» 1960 estas preguntas parecen haber queda-
es asimétrica, pero aquí las consecuencias do relegadas. Los cambios de paradigmas
son más graves. Una diferencia importante de la arqueología redirigieron el curso de las
que agudiza la asimetría entre países cen- preguntas. A partir de la nueva arqueología
trales y periféricos se puede ver reflejada y sus principales ramas teóricas americanas
en el hecho que en los últimos existe una (ecológico-sistémica y procesual) la explo-
mayor cantidad de población con mayor po- ración arqueológica del tema se centró en
breza, altamente desprotegida social y eco- problemas más regionales y específicos como
nómicamente, lo que acrecienta las diferen- las adaptaciones humanas regionales, los
cias educacionales. En estos países también procesos de formación de los sitios, la efi-
hay una menor cantidad de recursos de in- ciencia de la caza y la evolución tecnológi-
vestigación formados en estudios especiali- ca, los paleoambientes y la relación entre la
zados (en este caso el estudio del pasado megafauna y los primeros migrantes al con-

Laura Lucía Miotti 247


tinente (Trigger 1989). Las preguntas origi- sar y proponer alternativas, incluso desde la
nales de los centros y periferias arqueológi- ciencia; ese desafío está vinculado al asunto
cas se mantuvieron en los países centrales de «dónde nos paramos para producir otros
para generar los modelos generales de es- discursos» y es aquí donde resurge la cues-
cala continental sobre el poblamiento ameri- tión de el/los centro/s y sus periferias. El pro-
cano. La reaparición del modelo centro-pe- blema es complejo porque está vinculado y
riferia, aunque tácita en la producción teóri- es interdependiente con otras disciplinas y
ca de los últimos años en América del Sur, campos del conocimiento como la sociología
abarca la gran producción de información y la historia de las ciencias, la política, la eco-
de base de los últimos años en este nomía, la ética y la estética.
hemicontinente. La exploración de los El expansionismo de los países europeos
entretelones o contextos de producción cien- y norteamericanos encontró en el evolucio-
tífica de las teorías sobre el poblamiento per- nismo la herramienta científica básica para
mite detectar los centros donde se genera- argumentar sobre el progreso del mundo y
ron y las periferias donde fueron adoptadas las sucesivas formas de vida. Esa teoría fue
sin crítica. En Brasil, Argentina y Colombia usada y abusada en función de sus intere-
las reflexiones sobre la producción de teoría ses; con ella como herramienta clave para
es un fenómeno reciente pero los demás postular el avance del conocimiento de los
países sudamericanos están sumando esfuer- territorios y pueblos no occidentales y aleja-
zos al observar que los resultados son positi- dos del centro generador de los modelos teó-
vos (Gnecco 1995; Funari 1996; Kipnis 1998; ricos evolutivos esos países terminaron por
Politis 1999). consolidar un modelo de lugares centrales
Aunque el modelo centro-periferia fue, (occidentales y capitalistas) y dispersores de
hasta mediados del siglo XX, una herramien- especies, ideas y culturas que daba por su-
ta válida para explicar el cambio cultural des- puesto que los centros eran «naturales», es
de la cultura material ha ido disminuyendo con decir, que estaban más allá de las personas;
la aparición de otros marcos teóricos. En la éstas eran agentes pasivos de la naturaleza
América de la nueva arqueología y su tras- central externamente dada (en este sentido
fondo teórico neoevolucionista, positivista y natural). La pasividad adaptativa de los se-
a-histórico (Thomas 1990) la búsqueda del res humanos trajo aparejada la idea de que
«centro» más antiguo de ocupación humana las infraestructuras ecológicas determinaban
en América quedó relegada. La teoría cen- los centros con concentración de recursos y
tro-periferia quedó desprovista de sentido en personas. Si el centro territorial disponía de
un pensamiento arqueológico en el que había mayor cantidad y variedad de recursos la
que sondear otros problemas como la varia- cultura resultante se convertía en un centro
bilidad, los procesos de formación de sitios, cultural difusor de bienes culturales, econó-
las arqueologías regionales y las estrategias micos e ideológicos hacia las áreas «natu-
adaptativas de los primeros cazadores- ralmente más pobres o marginales» donde
recolectores. Aunque la base espistemológica los rasgos culturales llegaban desvaídos del
de esa teoría no fue abandonada por los esplendor que profesaban en el centro. La
arqueólogos hubo que esperar dos décadas supremacía de centros culturales como «na-
más para que volviera a cobrar sentido y fue- turales» y «ubicados estratégicamente en
ra re-instalada en el campo intelectual a la luz zonas con amplia disponibilidad de recursos
de las revisiones que se plantean sobre la económicos» fue una de las bases del pen-
modernidad- posmodernidad y la samiento histórico-cultural (cf. Boas 1887;
globalización. Ello impone el desafío de revi- Kroeber y Kluckhohn 1952); también fue la

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base de las arqueologías procesuales (Binfod todo, adoptaron distintas visiones según don-
1962; véase Willey y Sabloff 1980; Trigger de estableciera el centro dispersor de cultura:
1989, 1992). En ambos marcos teóricos el en un caso América fue la periferia del Pa-
supuesto de base es «la estructura de los leolítico superior de las «culturas europeas»,
recursos de un área geográfica. en otros momentos los cazadores de guanacos
El modelo centro-periferia en arqueología de la Patagonia continental fueron el núcleo
fue usado ampliamente y actualmente se con- cultural dominante que arrinconó a las «po-
tinúa utilizando de manera variada para infe- bres o inferiores culturas costeras» de
rir el pasado humano. Aun cuando sus conte- recolectores de mariscos y las marginó al
nidos teóricos están cosificados o extremo más austral y empobrecido de la
encapsulados la reflexión sobre la desarticu- geografía del continente, los canales fueguinos.
lación entre cultura material y la dicotomía En la década de 1960 Müller Beck (1967)
centro-periferia en el pasado no había sido escribió un modelo de poblamiento a partir de
analizado hasta hace poco en la arqueología los grupos de cazadores de elefantes con tec-
de Suramérica (Miotti 2002; Politis 2002; nologías especializadas de Paleolítico supe-
Gnecco 2004; Haber 2004; López 2004). Su rior europeo que llegaron al lago Baikal, par-
núcleo de ideas se hizo explícito pero sus enun- tiendo de la zona central de Europa, y siguie-
ciados permanecieron tácitos. La pregunta ron las manadas de mamuts, logrando cruzar
sobre el origen de los primeros americanos Bering para colonizar América. Varios auto-
implica el supuesto interesado de que proce- res sudamericanos posteriores (ver síntesis en
dieron de otro lugar distinto del Nuevo Mun- Schobinger 1969) utilizaron esos conceptos
do; ese lugar siempre fue un centro del Viejo para definir hallazgos en el Cono Sur; sin crí-
Mundo del cual partieron grupos humanos ticas adhirieron al modelo histórico-cultural que
hacia las márgenes del territorio original por utilizó la difusión como la herramienta teórica
razones climáticas, sociales o ambas a la vez básica para explicar el cambio cultural, pro-
(Soffer y Gamble, eds., 1990; Casimir 1992; duciendo un centro desde el cual la cultura se
Gamble 1993, 1994). Por ejemplo, el investi- difundió hacia las periferias creando «cultu-
gador checoslovaco Alex Hrdlièka (1922) ras marginales» que adoptaron, pasivamente,
postuló que el origen y dispersión de la espe- las innovaciones impuestas. Esta creación de
cie humana tuvo como centro el sudeste de entidades culturales fue, desde principios del
Europa y que a partir de ese centro «natural» siglo XX, un derivado teórico del pensamien-
se dispersó hacia el resto del mundo, llegando to tipológico esencialista.
a América en momentos tan tardíos como Un caso tal vez único en el cual se mani-
pocos cientos de años antes de la conquista fiesta el marco evolutivo y que marca un
española; su concepto de deriva cultural no centro de origen autóctono y americano de-
necesitó demasiada demostración safiante y diferente a lo establecido por la
antropológica (modelo del American ciencia «central» fue el de Florentino
homotype) porque asumió que la similitud Ameghino. En este caso no importa si su
racial de los amerindios fue producto de un modelo de origen americano del «hombre»
arribo continental reciente. Osvaldo Menghin fue correcto o no in toto; lo que importa
(1952, 1957, 1964) radicalizó el modelo cen- observar es la gran visión que tuvo de con-
tro-periferia influido por su ideología racista; cebir una idea que estaba por fuera de cual-
en varios trabajos puso de manifiesto el mo- quier marco teórico aceptable para el impe-
delo de centro dispersor y periferia captadora, rio de las ideas científicas centrales
con una gran carga ideológica de marginalidad (Norteamérica, Inglaterra, Francia y Espa-
cultural. Sus trabajos sobre Patagonia, sobre ña) de entonces. El aun retumbante debate

Laura Lucía Miotti 249


de Ameghino con Alex Hrdlièka no fue real- centro-periferia, a continuación discuto el
mente con Hrdlièka en tanto científico sino modelo propuesto para interpretar los datos
con Hrdlièka en tanto expositor del dominio de los primeros americanos en tres compo-
científico de la antropología de principios de nentes principales (sensu Gamble 1993): (a)
siglo XX. Es más, la figura de Ameghino la ubicación geográfica de los centros y las
parece crecer en la misma medida que la periferias, concentrando el análisis Améri-
del Tetraprothomo2 desciende: ca; (b) la dispersión de la población entre
«Si hay un genio latino ese es el propio ellos; y (c) la interpretación histórica de los
Ameghino y no importa el grado de error centros como sociedades complejas. Los
de su intento. Me pregunto ¿podemos dominios teóricos considerados son el
decir que ‘Ameghino se equivocó’ como internalista, con los contextos de producción
si estuviese contestando en un programa
y justificación de las ideas, y el externalista,
de preguntas y respuestas o podemos
decir que, con genialidad y atrevimiento -
el contexto de su legitimación. Los ejemplos
que sin esto último de poco sirve el genio, que discutiré ayudarán a responder si en el
que debe abrirse paso en un campo inevi- pensamiento arqueológico continental está
tablemente hostil- sentó un modelo teóri- explícitamente claro cuáles son los centros
co; sí, teórico porque de la pobreza del y cuáles las periferias en el estudio de los
referente empírico disponible en su mo- primeros americanos.
mento elaboró un modelo teórico que no
sé si no está siendo comprobado en su Geografía de centros y periferias
concepción original obviamente, por los
descubrimientos de fósiles de antigüeda- El modelo centro-periferia está vincula-
des impensables -o mejor dicho, sólo do al lugar de enunciación de los discursos
pensables para él- en épocas tan tempra- sobre los otros; desde el darwinismo existen
nas y lugares tan remotos como el espa- ejemplos que ilustran la incorporación de sus
cio-tiempo en el que le tocó vivir, el Cono supuestos en el discurso arqueológico. Por
Sur de Sudamérica» (Héctor Pucciarelli, ejemplo, en 1909, con motivo de celebrarse
comunicación personal, 2005). el centenario del nacimiento de Darwin,
El modelo centro-periferia opera a nivel de Thistelton-Dyer (citado por Gamble
las políticas científicas y los manejos teóri- 1993:314) escribió:
cos; también existen «centros» y «periferias» «Si nosotros aceptamos la configuración
respecto de la producción y circulación de general de la superficie de la Tierra como
teoría y la aplicación práctica de la arqueo- permanente una continua y progresiva
logía. Ese modelo va más allá de ser una
herramienta explicativa de los centros cultu- 2 Tetraprothomo argentinus fue la denomina-
rales en el pasado; también sirve para ex- ción asignada por Ameghino a los restos fó-
plorar los contextos de producción, justifi- siles que ubicó en el segundo estadio evolu-
cación y legitimación de las teorías, es decir, tivo de la cadena filogenética humana para
el telón de fondo socio-histórico y geopolítico explicar su origen y dispersión desde las Pam-
donde se producen los modelos teóricos que pas argentinas hacia el resto del mundo. Esta
se aplican al pasado. En forma tácita se re- genealogía partía de un grupo de pequeños
simios del Eoceno inferior, definidos como
conocen centros de producción de teoría
Homúnculus. La filogenia que conducía hasta
arqueológica y periferias que aplican la teo- el Homo pampaeus era unilineal y transitaba
ría de modo estereotipado o encapsulado. por estadios evolutivos intermedios como el
Teniendo en cuenta estos dos planos, pre- Tetraprothomo argentinus, Triprothomo,
sente y pasado, de la aplicación del modelo Diprothomo y Homo pampaeus (Miotti 1990,
figura 1).

250 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):244-262, 2006


dispersión de las especies desde el cen- ambiente externamente dado. Por ejemplo, el
tro hacia la circunferencia (periferia), modelo Clovis supuso un «centro natural» des-
como por ejemplo hacia el sur, parece in- de donde se expandieron las poblaciones hu-
evitable. Si se ubica a un observador en manas, culturalmente dominantes, hasta los
un punto sobre el Canal St.
confines de Sudamérica. El centro productor
George…podría ver la más grandiosa ex-
tensión de tierra a su alrededor, expandi-
de esta teoría fue un país central, en este caso
da en forma de figura estelar. La supre- Estados Unidos.
macía de la raza inglesa ha fluido tal vez FlorentinoAmeghino sugirió que los prime-
desde esta posición central, es decir, des- ros americanos se originaron en las regiones
de su propio hogar». pampeano-patagónicas de Argentina; también
No en vano desde 1909 la National Geographic consideró que esas regiones fueron la cuna de
Found estableció el meridiano 0º en Greenwich la humanidad. Su modelo teórico, de fuerte
y la división del mundo entre este y oeste. ¿Qué marco evolucionista, fue para la crítica de la
hubiera sucedido con esta división «natural» del época (e.g., Hrdlicka 1912) y para la actual
mundo si Thistelton-Dyer en lugar de parar a producto de un trasnochado especulador que
su observador en el canal St. George lo hubie- no supo que no vivía en un imperio y por ello
ra hecho en el Monte Everest, en el Aconcagua presentó, con gran ingenuidad, una teoría
o en el Monte Santa Elena? tal vez el meridia- desopilante sobre los primeros americanos.
no 0º no hubiera sido Greenwich ya que podría ¿Para qué lo hizo?; ¿para servir a los intereses
haber visto distintas figuras estelares de la Tie- de quien?; ¿tal vez Ameghino fue una periferia
rra, con otras simetrías y otros centros. Pero que se creyó centro? Desde los dominios teó-
en 1909 la antropología imperial reafirmaba el rico, metodológico y empírico Ameghino fue
concepto de la existencia de centros naturales un genuino pero solitario revolucionario de las
desde donde se dispersan las cosas y los seres ideas generadas en el centro europeo-norte-
en el planeta. el darwinismo (adoptado como americano, productor de los modelos del
parámetro científico universal) ayudó a conva- poblamiento americano. Su trabajo tuvo un claro
lidar que las Islas Británicas eran el centro na- rigor teórico y metodológico que no lo amilanó
tural y cultural del mundo y por lo tanto sirvió al momento de producir un modelo filogenético
para incrementar la expansión del imperialis- humano y cultural. Lo ingenuo en él fue supo-
mo británico. ner que podía sostenerlo solo porque su plan-
Esta meta-teoría también se puede rastrear teamiento surgió desde una periferia académi-
en los discursos arqueológicos que argumen- ca. La presentación de su modelo en el centro
tan sobre el origen de los primeros america- académico fue provocadora. Hoy, a un siglo
nos. En la mayoría de los casos los supuestos del debate que suscitó, algunos de sus argu-
de base se relacionan con el concepto mentos continúan siendo válidos y las concep-
darwiniano centralista y con el difusionismo que ciones sobre el núcleo fuerte de su teoría, la
plantean la existencia de «centros naturales» filogenia humana, se siguen poniendo a prue-
que el investigador «tiene que descubrir». Esos ba, sobre todo con nuevas interpretaciones de
centros se asumen como naturalmente dados colecciones bioantropológicas sudamericanas
y no como constructos teóricos, es decir, se (Pucciarelli 2004). Además, las hipótesis saté-
acepta que existen más allá de toda interpreta- lites de su núcleo teórico fueron aceptadas desde
ción humana porque disponen de una estructu- la década de 1920; me refiero, sobre todo, a la
ra ecológica de recursos que permiten una me- hipótesis de la convivencia de los primeros
jor disponibilidad para la adaptación humana. americanos con la fauna del Pleistoceno final
En ellos el rol humano es pasivo y adaptable al y su explotación económica.

Laura Lucía Miotti 251


Otro ejemplo es el modelo de poblamiento Peyronni fue, tal vez, quien más gravitó en su
americano de Alex Hrdlièka. En 1910, y con pensamiento arqueológico. Con ese bagaje teó-
argumentos empíricos más contundentes, de- rico-metodológico y la riqueza arqueológica en-
safió el modelo de Ameghino; estableció que contrada en sus trabajos con Sellard en el Lla-
el origen de los pueblos americanos era la no Estacado de EEUU (más de 300 sitios
estepa siberiana y que la población Paleoindios se hallaron desde entonces en esa
mongoloide fue responsable de imprimir el región) Wormington llevó a cabo una labor de
sello «racial» a los amerindios. Su modelo excelencia teórico-metodológica, en la cual fue
fue el del American homotype (Hrdlièka central el modelo centro-periferia. En 1939
1912). Ya se sabe que de ambas teorías de enunció lo que se convertiría en un icono del
poblamiento americano la exitosa y aproba- núcleo de teoría sobre los primeros america-
da in toto por la comunidad científica fue la nos y que, a partir de la década de 1970, refor-
del checo-norteamericano Hrdlièka; su teo- zó los hallazgos Paleoindios, fundamentalmen-
ría fue convalidándose en la academia con te realizados por George Frison y fechados por
los descubrimientos de sitios Paleoindios en Vance Haynes (cf. Frison 1990; Miotti 2003b,
las grandes llanuras norteamericanas y des- 2004 y bibliografía allí citada): «Clovis fue la
de 1926 con el descubrimiento del sitio primer patente americana y su centro geográ-
Folsom y la asociación de una punta de pro- fico originario fue el Llano Estacado de los
yectil acanalada inserta entre dos costillas EEUU» (Wormington 1957:253). A esta enun-
de un bisonte extinguido, Bison antiquus ciación se agregaron la sistematización
(Figgings 1927; Cook 1931; Wormington metodológica (con extensas excavaciones) y
1957). Su núcleo central, que sugirió que el el despliegue tecnológico puesto en marcha en
origen de los primeros americanos había que Norteamérica para buscar los sitios de los pri-
buscarlo en las estepas siberianas a partir meros americanos para arribar a la construc-
del tronco racial mongoloide, fue recreado o ción empíricamente sólida del paradigma que
reinterpretado en numerosos artículos y li- se conoce desde la década de 1970 como el
bros (e.g., Müller-Beck 1967; Martin 1973; modelo de sobrematanza y Clovis primero
Martin y Klein, eds., 1984; Turner 1992 y (Martin 1973; Martin y Klein, eds., 1984; Fiedel
bibliografía allí citada; Pucciarelli 2004). 2000; Kelly 2003).
También se empezaron a aceptar algunas Sin ser explicitado en todos estos años el
ideas de Ameghino que habían sido descar- interés de muchos arqueólogos se dirigió a in-
tadas por completo, como la convivencia y dagar dónde estaba el centro de la forma de
explotación de la megafauna pleistocénica vida Clovis, la «población» que tan exitosamente
por parte de los primeros americanos. Am- colonizó en tiempo record el Nuevo Mundo?
bos modelos de poblamiento, con un sustrato Esa preocupación estuvo presente en casi to-
teórico evolucionista, sobrevivieron a las dos los programas de investigación sobre los
ideas posteriores con diferente éxito (Miotti primeros americanos. Hasta fines de la déca-
1990, 2003b; Politis 1999). da de 1990 ese centro fue ubicado en el actual
El tercer ejemplo es el de Hanna M. territorio de las grandes llanuras norteamerica-
Wormington (1957), quien regresó a Estados nas, al este de las montañas Rocosas; la peri-
Unidos hacia finales de la década de 1930 des- feria de la dispersión de la «cultura Clovis» se
pués de realizar un intenso entrenamiento teó- situó hacia el norte, en Alaska, y hacia el sur, en
rico y de campo sobre el Paleolítico superior Patagonia (Frison 1990; Bonnichsen 1991;
europeo. En la Dordoña francesa su forma- Bonnichsen y Turnmine, eds., 1991). En ese
ción fue dirigida por los grandes maestros de la modelo el poblamiento americano se presentó
prehistoria europea de principios del siglo XX; como una irrefrenable maratón de rápida ex-

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pansión entre el Llano Estacado y Tierra del cada de 1980 desde perspectivas teóricas
Fuego que no habría durado más de 1000 años; no estrictamente de base ecológica, presen-
en ese proceso de continuo avance hacia el tándolo como un bloque poblacional
sur las poblaciones de los grandiosos cazado- monolítico no sólo tecnológico y adaptativo
res de megafauna, equipados con la alta tec- sino también ideológico. Existen varias críti-
nología de las puntas de proyectil acanaladas, cas a esta propuesta, cuyo «centro natural»
no habrían dejado rastros de arte, entierros u tenía que ubicarse en un área abierta de pra-
otras señales de complejidad social. La evidencia deras (el Llano Estacado, principalmente)
relacionada con el pensamiento de sociedades donde pudieran haber pastado los gregarios
cazadoras-recolectoras complejas, con tabúes mamuts y los cazadores no hubieran tenido
y cosmovisiones diversas, que pudiera generar impedimentos visuales para darles caza.
señales contradictorias de contramarchas, ex- Desde distintos marcos teóricos (incluso
ploraciones fallidas, avances heterogéneos o desde posturas ecológicas) se cuestionó la
discontinuidades fue considerada anómala por defensa ad-hoc del modelo que descartó
los defensores del modelo. Sudamérica fue gran parte de la información producida en
considerada la anomalía principal; de hecho, América del Sur por anómala y por carecer
desde el punto de vista de su marcado de los mínimos criterios científicos válidos
determinismo ecológico el modelo se ha con- para ser considerada confiable (Lynch 1990).
vertido en un marco insuficiente para abarcar La inflexibilidad de criterios fue asimétrica y
la evidencia arqueológica y paleoambiental de se aplicó con menor rigor a los contextos
Sudamérica. La información proveniente del Clovis del hemisferio norte que a los contex-
sub-continente se contrapuso de tal manera al tos de primera colonización del hemisferio
modelo que fue descartada por «anómala» (cf. sur que rebasaban la fecha de 11.5 Ka ap.
Borrero 1983; Bryan, ed,. 1986; Bryan 1995; Los arqueólogos que más sostenidamente
Gnecco 1995, 2000; Roosevelt et al. 1996; han desafiado el modelo, presentando argu-
Dillehay 1997; Politis 1999; Dillehay et al. 2003; mentos teóricos y empíricos sólidos, son Tom
Kelly 2003; Miotti 2003b, 2004; Miotti y Dillehay (1997), David Meltzer (1993), Alan
Salemme, eds., 2003; Politis et al. 2004). Bryan (1995; Bryan, ed., 1986) y Cristóbal
Peter Storck (1991) propuso uno de los Gnecco (1995, 2000); a su trabajo se suma
modelos más osados para definir el origen y la información compilada en tres volúmenes
expansión de la población Clovis desde la colectivos (Miotti y Salemme, eds., 2003;
región de los Grandes Lagos de Estados Uni- Miotti et al, eds., 2003; Politis y Gnecco, eds.,
dos, sugiriendo (Storck 1991:153) que se trató 2004). Borrero (1983) desvinculó la filiación
de «una sociedad imperialista aunque sin un genética asignada hasta ese momento a las
estado definido». En su trabajo también se puntas «cola de pescado»3 de América del
observa el supuesto teórico de que existe un Sur con las puntas acanaladas Clovis de
centro (siempre el más antiguo) y una dis-
persión a partir de él, en este caso ya no sólo 3 El término fue acuñado por Florentino
se trata de un único patrón tecnológico y de Ameghino (1918:128-131, Lámina 1-42) para
subsistencia sino que se agregó una forma denominar una «punta de flecha» de sílex
política de imponer ideas sobre los grupos encontrada en una loma del arroyo Jiménez,
pre-existentes que pudieran existir en otras cerca de San Cayetano, en la costa Atlántica
argentina; su nombre fue dado por el pareci-
latitudes del continente.
do de la forma del pedúnculo del instrumen-
El modelo de centro de origen Clovis y to de piedra con la aleta caudal de los peces.
su dispersión hacia el resto de América se Este nombre se popularizó con los trabajos
comenzó a cuestionar a principios de la dé- de Junius Bird (1988) en la cueva Fell.

Laura Lucía Miotti 253


América del Norte y postuló varios centros milenios para que los cambios culturales se
independientes de origen de esos proyecti- produjeran sólo a partir de los procesos de
les, repartidos en puntos alejados del hemis- domesticación y de invención de nuevas tec-
ferio sur. Politis (1991) también apoyó su in- nologías (como la cerámica), en suma, los
vención independiente. Dillehay (1991) hizo procesos responsables del cambio hacia la
fuertes reclamos a la insuficiencia del mo- vida urbana.
delo «Clovis primero» para explicar la varia- Desde la década de 1970Alan Bryan (1995,
bilidad arqueológica americana, sobre todo 2004; Bryan, ed., 1986) y Ruth Gruhn (2004)
la mayor profundidad temporal del han criticado el modelo Clovis, señalando que
poblamiento. Meltzer (1993) preguntó si real- su visión centralista del poblamiento desprestigió
mente existió una adaptación Clovis e ignoro el corpus informativo producido en
estereotípica; además, fue más allá de cues- América del Sur; su indiferencia fue producto
tionar que Clovis haya sido la manifestación de considerar anómalo el registro arqueológico
arqueológica exclusiva y señaló que el mo- del Pleistoceno final de Sudamérica. Compar-
delo está fuertemente imbuido de un centra- to con Bryan y Gruhn la idea de que el escep-
lismo científico georreferenciado en los paí- ticismo de muchos arqueólogos norteamerica-
ses centrales: nos sobre la información proveniente de
«La visión de los Paleoindios Clovis Suramérica se debe a su desinformación, prin-
como cazadores especializados de caza cipalmente por desconocer la literatura en cas-
mayor tiene una historia irónica porque tellano y portugués. Así se polarizan más las
el nombre Clovis proviene de un despia- asimetrías entre el norte y el sur: los modelos
dado rey germano…cuyo poderoso ejér-
alternativos producidos en América del Sur son
cito conquisto al general galo-romano
Syagrius, a los visigodos y a la mayor
ignorados y/o carecen de circulación acadé-
parte de Europa a finales del siglo V y mica en el norte. Bryan rescata y sostiene las
principios del siglo VI… Pero, de manera hipótesis alternativas de quienes, como él, tra-
similar a como las conquistas y el reino bajan en Sudamérica y comprenden más ca-
de Clovis no sobrevivieron su muerte la balmente la variabilidad y profundidad tempo-
idea de Clovis como una tradición de ca- ral del proceso de poblamiento, que no debe
zadores de megafauna no parece estar reducirse a una cuestión tan simplista como
destinada a durar» (Meltzer 1993:306). que el poblamiento se refiere tan sólo a un an-
Para Gnecco (1995, 2000) el modelo, visto tes y un después de Clovis (Dillehay 1997;
desde Sudamérica, deviene en un Bonnichsen y Steele 2000; Dillehay et al. 2003;
reduccionismo y esencialismo dominado por Miotti y Salemme, eds., 2003; Bryan 2004;
la subestructura ecológica relacionada, prin- Gruhn 2004; Politis y Gnecco, eds., 2004).
cipalmente, con la existencia de cazadores
de megafauna en ambientes de estepas o La dispersión de los primeros
sabanas. El modelo no sólo asumió que la americanos entre el centro y la
selvas tropicales habrían sido una barrera periferia de sus territorios
ecológica para la dispersión de la megafauna originarios
y de sus fabulosos cazadores (los primeros
americanos) sino que, además, redujo la com- Lo expresado en el punto anterior remite a
plejidad de los cazadores-recolectores a as- procesos tan disímiles como la selección
pectos ecológicos, congelando su imagen en darwiniana, la deriva [drift] cultural o dis-
simples sociedades que necesitaron de de- persión al azar (Gamble 1993) y las fuerzas
terminados ambientes y faunas para coloni- gregarias [sorting y packaging] (Martínez
zar el continente; habría que esperar varios 2002 y bibliografía allí citada) utilizados para

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formular modelos de dispersión de poblacio- visión reduccionista del ethos cazador de
nes humanas a partir de un centro. Desde megafauna que se dispersó por estepas
Hrdlièka el concepto de deriva cultural fue abiertas persiguiendo su subsistencia. La
utilizado como analogía «natural»: las pobla- variabilidad arqueológica disponible ya no
ciones humanas, análogamente a las partí- puede seguir siendo considerada anómala
culas arenosas de una glaciación, se disper- (e.g., Dillehay 1997, 2000; Gnecco 2000;
saron hacia los lugares con mayores oportu- Dillehay et al. 2003) sino que debe
nidades de ser ocupados. En la deriva gla- interpretarse con modelos regionales com-
cial la dirección de las partículas sigue el flu- plejos que den cuentan de las formas de co-
jo del viento y su depositación ocurre en las lonización de las primeras poblaciones que
cuencas bajas; en el caso de los humanos la ocuparon el continente a finales del
dispersión ocurre desde un centro cultural Pleistoceno. Además, ¿dónde queda mani-
complejo hacia zonas marginales despobla- fiesta la complejidad social representada en
das o poco pobladas en donde se producen el arte rupestre/moviliar o en el tratamiento
centros derivados, generalmente de menor de los muertos? En América del Sur se han
complejidad. encontrado evidencia de estructuración de
En el modelo Clovis, que supone un úni- espacios y arte rupestre que podrían estar
co grupo colonizando el Nuevo Mundo, relacionadas con manifestaciones de grupos
subyace un fuerte determinismo ecológico de elites o con arte «público» (Cardich, 1979,
porque el principal móvil de avance habría 2000; Dillehay 1997; Gnecco 2000; Dillehay
sido la persecución de los animales de caza, et al. 2003; Miotti 2003b, 2004; Dias 2004);
adaptados a ambientes de estepas abiertas; por ejemplo, la idea de que los animales re-
otro móvil de avance fue huir de cambios presentados en las pinturas y/o grabados
ambientales adversos en la zona central rupestres se puedan relacionar con aspec-
(como la extinción de la megafauna). Estas tos cosmológicos y simbólicos, no estricta-
explicaciones dejaron por fuera las posibili- mente funcionales, fue propuesta para el arte
dades de la acción social/individual como del Paleolítico superior de Europa desde la
motivo para explorar nuevos horizontes; de década de 1960 (Miotti y Carden 2001 y bi-
este modo se ignoró la complejidad socio- bliografía allí citada). Por otra parte, los tra-
política y simbólica de las primeras socieda- bajos de Gnecco (1995, 2000), Roosevelt
des de colonos. A despecho de la abundante (1991; Roosevelt, eds., 1996) y Knipis (1998),
literatura producida y discutida sobre la junto con la etnoarqueología de los grupos
emergencia de complejidad cultural entre Nukak (Politis 1996; Politis y Saunders 2002),
cazadores-recolectores del Pleistoceno final hacen cambiar las concepciones del
(e.g., Price y Brown 1985; Ingold 1986; poblamiento de la selva, la complejización
Keeley 1988; Kelly 1995; Soffer y Gamble, social de los grupos amazónicos y el cambio
eds., 1990; Erlandson 2001) la narrativa ar- y desarticulación de esas sociedades a par-
queológica en América sobre los primero tir de factores distintos a los que postula el
pobladores se ha centrado en aspectos eco- reduccionismo ecológico (sensu Gnecco
nómicos, adaptativos, ecológicos y de movi- 2000). Las interpretaciones de Roosevelt,
lidad (cf. Dillehay 2000; Gnecco 2000; con influencia de la teoría de la acción so-
Erlandson 2001). cial, y las de Gnecco, no sólo fundamentada
Sin embargo ya hay demasiadas eviden- en la teoría de la acción social sino, también,
cias e interpretaciones de complejidad so- en el concepto de co-evolución de Rindos
cio-cultural para el Pleistoceno final de Amé- (1984), generan modelos de poblamiento que
rica del Sur que no son congruentes con esta indican que los cazadores-recolectores del

Laura Lucía Miotti 255


Pleistoceno final fueron sociedades más va- un cuerpo de teoría más acorde con los pai-
riadas y complejas que lo aceptado hasta sajes arqueológicos propios de cada región,
hace poco por los especialistas; ambos atri- integrándolos a escalas espaciales macro que
buyen los cambios en el registro arqueológi- permitan modelar el poblamiento continen-
co y paleoambiental a complejizaciones so- tal; así podremos ingresar las propuestas lo-
cio-políticas (superestructurales, ideológicas, cales al debate teórico internacional
sociológicas) más que a cambios climáticos El modelo centro-periferia ha sido, desde
o catástrofes (sensu Meggers y Evans, eds., mediados del siglo XIX, una exitosa herra-
1963). La visión del poblamiento americano mienta teórica para biólogos, geógrafos,
desde Sudamérica necesita modelos más antropólogos y arqueólogos; aunque en mo-
sofisticados que den cuenta de la gran va- mentos de cambios teóricos pareció desapa-
riabilidad de formas de vida hacia fines del recer ha sido retomado y re-interpretado. En
Pleistoceno. la actualidad es más útil como herramienta
Si continuamos usando categorías para rastrear la producción teórica desde la
dicotómicas y excluyentes como centro-pe- perspectiva de historia de las ideas que como
riferia o simpleza-complejidad para realizar modelo teórico para el estudio arqueológico
nuestras interpretaciones y plantear mode- de la variabilidad humana. Su uso, que aún
los teóricos del poblamiento de América con- subyace muchos discursos arqueológicos,
tinuaremos quedando en la periferia de las contribuye a situar y contestar las asimetrías
teorías. Nuestras ideas continuarán siendo académicas.
ignoradas o carecerán de interés hasta que
no sean formuladas desde los países centra- Agradecimientos
les. Por eso creo que este es un excelente La presentación de la versión preliminar de
momento para redireccionar nuestros estu- este trabajo en Bogotá fue posible por un
dios. Pensando en la versión de la historia subsidio de Colciencias (Colombia). La in-
de las ideas sobre el poblamiento americano vestigación se realizó en el marco de los pro-
replantear la pregunta «¿de dónde llegaron yectos PIP-CONICET 2704 y PICT 12387.
los primeros americanos?» y enriquecerla Agradezco a Cristóbal Gnecco su interés y
con nuevas visiones. Este replanteamiento aliento para presentar este artículo. A
puede servir para reflexionar no sólo en lo Natalia Carden, Darío Hermo y Gustavo
que buscamos de los datos del pasado sino, Martínez por la lectura crítica del manuscri-
también, para analizar el contexto socio-po- to original. A Héctor Pucciarelli por su ge-
lítico desde donde producimos nuestros nerosidad de maestro, sutil e implacable a la
modelos. Parece más provechoso generar vez. A los árbitros, quienes aportaron
modelos regionales que ayuden a construir invaluables comentarios críticos.

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ARQUEOLOGÍA SURAMERICANA/ARQUEOLOGIA SUL-AMERICANA 2, 2, julio/julho 2006

¿EXISTIÓ LA MONUMENTALIDAD EN TIERRA


ENTRE LOS CAZADORES-RECOLECTORES DEL
ESTE URUGUAYO? PROPUESTA METODOLÓGICA
PARA EL ESTUDIO DE CONSTRUCCIONES
ANTRÓPICAS EN TIERRA
Ximena Suárez Villagrán
Universidad de la República-Universidad de São Paulo

Este trabajo pretende conformar un abordaje teórico-metodológico susceptible de ser aplicado al


estudio arqueológico de las construcciones en tierra entre grupos cazadores-recolectores e inten-
ta avanzar sobre la caracterización de los grupos cazadores-recolectores del este uruguayo como
poseedores de una organización social compleja a partir de la revisión de la utilización del
término «monumentalidad» que se ha usado en la designación de las estructuras monticulares
que caracterizan la arqueología de las tierras bajas orientales. El texto analiza las dificultades y
los reveses que implica la adopción del término para referir estructuras arqueológicas de este
tipo y desarrolla una metodología que se basa en un modelo específico, pero incorpora teoría y
método provenientes de otros modelos de análisis para estudiar la monumentalidad a partir de
una sistemática distinta.

Este trabalho pretende propor uma abordagem teórico-metodológica suscetível de ser aplicada
no estudo arqueológico das construções em terra entre os grupos caçadores coletores e busca
avançar sobre a caracterização dos grupos caçadores coletores do leste uruguaio como possuidores
de uma organização social complexa a partir da revisão da utilização do termo
«monumentalidade», usado na designação das estruturas monticulares que caracterizam a
arqueologia das Terras Baixas orientais. O texto analisa as dificuldades e os reveses que implica
a adoção do termo monumentalidade para designar estruturas arqueológicas deste tipo e
desenvolve uma metodologia de estudo que se baseia em um modelo específico, porém incorpora
teoria e método provenientes de outros modelos de análise para estudar a monumentalidade a
partir de outra sistemática.

This paper proposes a theoretical-methodological approach to be applied to the archaeological


investigation of earth constructions among hunter-gatherers; it also attempts to characterize the
hunter-gatherers of eastern Uruguay as possessing a complex social organization from a
consideration of the term «monumentality», used to designate the typical mounds of the eastern
lowlands. The text analyzes the difficulties and drawbacks implied in the adoption of the term to
describe archaeological structures of this kind and develops a methodology based on a specific
model, but incorporating theory and method from other analytical models, in order to study
monumentality from the view point of a different systematic.

Palabras clave: visibilidad, complejidad emergente, Uruguay / Palavras chave: visibilidade,


complexidade emergente, Uruguay.

Recibido: 11 de octubre de 2005; aceptado: 24 de marzo de 2006 / Recebido: 11 de outubro de


2005; aceito: 24 de março de 2006.
Introducción en zonas anegadizas e inundables. A esta mis-
ma interpretación llegaron los investigadores
Las estructuras monticulares del este urugua-
brasileños que trabajaron en el área desde la
yo, popularmente denominados «cerritos de
década de 1970 y que propusieron un modelo
indio», son un fenómeno arqueológico de
en el cual las estructuras monticulares son re-
amplia extensión que va más allá de las fron-
sultado de ocupaciones humanas y que éstas
teras políticas y se encuentran asociadas a
fueron acumulando desperdicios en los cam-
ambientes que actualmente son humedales.
pamentos; así se habrían levantado las plata-
En su distribución uruguaya presentan cier-
formas que las protegieran de las inundaciones
tas características morfológicas estándar que
provocadas por las crecidas (Schimtz y Bro-
incluyen una altura variable y una planta de
chado 1981; Schmitz et al. 1991).
variación local que va desde las formas cir-
Las investigaciones académicas en el
culares a subcirculares con diámetros de 30
Uruguay aparecen junto con la creación de
a 40 metois que se observan en el departa-
la Comisión de Rescate Antropológico de la
mento de Rocha (Bracco et al. 2000a:18)
Cuenca de la Laguna Merín (CRALM).
(Figura 1) hasta las formas elípticas, con
Estas investigaciones permitieron la elabo-
relación de diámetros de 1:1.5 a 1:2 entre el
ración de un modelo (López y Bracco 1992,
diámetro mayor y menor, que se observan en
1994) que supuso una mayor complejidad
el departamento de Treinta y Tres (Prieto et
al. 1970) y hacia el curso medio del arroyo
Yaguarí, en el Departamento de Tacuarembó
(Giannoti y Leoz 2001).
Los cerritos se distribuyen heterogéneamente
en el paisaje, presentándose aislados o forman-
do conjuntos, tanto en las sierras como en las
planicies medias y bajas, donde se alinean si-
guiendo los cursos de agua en lugares fuera del
alcance de las inundaciones periódicas actuales
(Bracco et al. 2000a). En las sierras y colinas
de San Miguel, Potrero Grande, los Ajos y La-
guna Negra los montículos se asocian a lugares
de gran visibilidad y a zonas de concentraciones
de recursos. En las tierras bajas (arroyos, baña-
dos y esteros) de India Muerta, donde se en-
cuentran los más antiguos, San Luis, San Mi-
guel, Los Indios y Chafalote las estructuras acom-
pañan la red de drenaje establecida hacia el
Holoceno Medio (Bracco et al. 2000b).
Los «cerritos de indio» han sido objeto de
estudio desde el siglo XIX (Arechavaleta 1892),
cuando se propuso que constituían áreas de
cementerio a raíz de las inhumaciones halladas
en su interior. En la década de 1920 se inter-
pretó el fenómeno desde otra óptica (Ferrés
1927): fueron considerados estructuras levan-
tadas para el emplazamiento de campamentos Figura 1. Cerritos de la laguna Merín (López
1999:57).

264 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


socio-cultural que la que tradicionalmente se cia etnohistórica apunta en la misma direc-
sostenía para la prehistoria de la región. El ción porque las fuentes históricas más tem-
modelo establece que estos grupos del este pranas hablan de la existencia en la región
alcanzaron niveles de complejidad cultural de sociedades similares a los grupos tupí-
al explotar más eficientemente el medio de guaraníes, con un grado mayor de
alta productividad que ocupaban. La eviden- sedentarismo y una economía de caza, pes-
cia arqueofaunística recuperada de estos si- ca, recolección y horticultura complementa-
tios con montículos permite reconocer so- ria (Cabrera 2000). La información deriva-
ciedades que explotaban eficientemente el da de las investigaciones etnohistóricas se
nicho ecológico amplio (Binford 2001: 403) ha visto enriquecida por estudios
que habitaban, capaz de sustentar especies bioantropológicos que han observado que los
cuyos ritmos de vida no son sincrónicos. Las restos óseos humanos procedentes del este
especies de diferente biomasa y de disponi- tienden a estar más vinculados con las po-
bilidad no simultánea, tanto terrestres, pro- blaciones prehistóricas del Brasil, especial-
venientes de humedal, como del litoral oceá- mente con poblaciones sambaquíes del Es-
nico (Pintos 2000, 2001; Moreno 2001), ha- tado de Santa Catarina (Bertoni et al. 2000).
brían sido aprovechadas. Una gran variedad de tratamiento de los
En cuanto a la actividad económica de cuerpos se ha observado en los enterramientos
estos grupos también se ha propuesto un en cerritos, destacando la alta frecuencia de
modelo interpretativo que vincula los sitios enterramientos primarios flexionados, combi-
de la costa Atlántica con los montículos de nados con enterramientos secundarios
tierra adentro en términos de distintas acti- (Femenías et al. 1990; López 1992, 1998;
vidades de explotación de ambos ambien- Cabrera 1999; Pintos y Bracco 1999; Bracco
tes, evidenciadas por la presencia de arte- et al. 2000a). A partir del análisis de los dife-
factos, tecnologías similares y recursos pro- rentes tipos de enterramientos, de ajuar aso-
pios de un ambiente en el otro (Bracco 1992; ciado, de datos paleodemográficos e
López 1995, 1998, 1999, 2000, 2001; Lima y indicadores óseas de estilo de vida se obser-
López 2000; López e Iriarte 2000; ; Pintos varon diferencias de estatus entre los indivi-
2000, 2001; López y Castiñeira 2001; More- duos inhumados y cierta movilidad de los gru-
no 2001; Gianotti y López 2004). Los análi- pos (Sans y Femenías 2000). Una muestra
sis de silicofitolitos han mostrado la presen- de restos humanos provenientes de varios si-
cia de cultígenos (maíz, calabaza) en niveles tios con montículos permitió constatar que la
antiguos dentro de estos montículos (Del esperanza de vida era alta en relación con lo
Puerto e Inda 2003; Iriarte 2004), incluso en esperado para cazadores-recolectores y que
clara asociación con enterramientos (Pintos las poblaciones del este uruguayo estaban bien
y Capdepont 2001). Los estudios dentarios adaptadas a su medio (Sans 1999).
y los análisis de isótopos realizados en res- A partir del análisis de los diferentes ti-
tos óseos humanos han apoyado la hipótesis pos de cerritos, con morfologías específicas
de la baja incidencia de la agricultura, la cual y contenidos determinados, y de su distribu-
habría sido mantenida como un recurso com- ción espacial y localización en el paisaje se
plementario (López y Bracco 1994; Portas pudo ampliar el espectro de las funciones
y Sans 1995; Bracco et al. 2000b, 2003; Sans adscritas a esas estructuras. A la función
y Femenías 2000: 389; Iriarte 2004). funeraria tradicional se suma una posible
Así como la evidencia arqueológica pa- función ceremonial, de marcadores territo-
rece demostrar una complejidad significati- riales para la orientación en el territorio y de
va entre las comunidades del este la eviden- legitimadores del uso y la propiedad de los

Ximena Suárez Villagrán 265


recursos del área, con todas las implicaciones con animales continentales. Apareció la ce-
socio-económicas que tales propuestas su- rámica y se construyeron nuevos «cerritos»
ponen (López y Bracco 1994; López 1995, en las tierras que surgieron del descenso del
1998, 2000, 2001; Femenías et al. 1996; nivel de las aguas. El modelo plantea que en
Cabrera 1999; Lima y López 2000; Pintos ese momento existieron dos sistemas de asen-
2000, 2001; López y Castiñeira 2001; López tamiento alternados y simultáneos que res-
y Pintos 2001; Pintos y Capdepont 2001; pondieron a territorialidades vinculadas al con-
Gianotti y López 2004; Iriarte 2004). trol estacional de los recursos de la costa-la-
Los estudios paleoambientales concluye- guna y de las tierras bajas-planicie/tierras al-
ron que al momento de comenzar la tradi- tas-sierra (López 1995, 1998, 1999, 2000,
ción cultural de los constructores de cerritos, 2001; Lima y López 2000; López y Pintos
hacia 5000 AP, las condiciones climatológi- 2000, 2001; Pintos 2000; López y Gianotti
cas globales produjeron el ascenso del nivel 2001). Desde esta perspectiva la circunscrip-
de base de la cuenca en momentos de me- ción espacial vinculada a las modificaciones
nor humedad; hacia 2500 AP la pluviosidad ambientales, que se observa en la distribución
aumentó transformando el paisaje, de los montículos en torno a las principales
incrementando la extensión del humedal y concentraciones de recursos y en el cambio
enriqueciendo el área en recursos hasta en las fuentes de aprovisionamiento de mate-
estabilizarse hacia las condiciones que ob- rias primas líticas2, habría provocado la reor-
servamos hoy en día (Bracco et al. 2000c). ganización de las estructuras sociales (López
Un esquema evolutivo se construyó a partir 1998, 1999, 2001; Lima y López 2000).
del análisis espacial del fenómeno cerritos, Otro esquema evolutivo sugiere que ha-
vinculando el emplazamiento de las estructu- cia 5000 AP, durante un episodio regresivo
ras con el desarrollo de unidades de paisaje que potenció las condiciones climáticas se-
específicas. El modelo prescribe un momen-
to inicial de la prehistoria de la región, aparen- 1 Probablemente bastante anterior si tenemos
temente anterior al quinto milenio AP1, ca- en cuenta las puntas «cola de pescado» ha-
racterizado por la ocupación de la costa At- lladas en sitios superficiales costeros (Politis
lántica, por la pesca y la caza de mamíferos 1990:290).
marinos y por el posible aprovechamiento de 2 Las fuentes de aprovisionamiento de mate-
los palmares y de la fauna continental. Hacia rias primas líticas para la construcción de
5000 AP las poblaciones cazadoras- herramientas parecen ilustrar un proceso de
progresiva circunscripción espacial. En los
recolectoras empezaron a ocupar las colinas
niveles pre-cerritos y en los niveles
y sierras, favorables por sus excelentes con- acerámicos de los cerritos se utilizaron mate-
diciones de visibilidad sobre las tierras bajas rias primas provenientes de canteras
circundantes y por su ubicación dentro de un extraregionales (situadas a más de 100 kms
paisaje colmado de agua, con un alto nivel del de distancia) y regionales (entre 10 y 25 kms
mar y de los pantanos. Luego del último epi- de distancia). A medida que se avanza
sodio transgresivo del Holoceno, entre 3000 cronológicamente en la estratigrafía de los
y 2000 AP, los ambientes sufrieron modifica- túmulos disminuye la frecuencia de uso de
ciones; también se modificó la territorialidad estas litologías, aumentando la explotación
de los grupos humanos y los recursos explo- de recursos locales (hasta 10 kms de distan-
cia). La proporción de litologías locales y re-
tados. Los grupos provenientes de las sierras
gionales se equilibró en los niveles cerámicos
comenzaron a ocupar las llanuras ricas en más recientes, posiblemente como resultado
recursos, llevando a cabo un régimen mixto de la existencia de redes de intercambio
de explotación que integró recursos marinos (López 1998; Lopez et al. 2005).

266 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


cas imperantes, el fenómeno cultural de cons- principalmente, en la manera como obser-
trucción de cerritos se disparó, tanto en la re- vamos el emplazamiento de los montículos
gión de planicies de India Muerta-Paso Ba- en el paisaje hoy en día. Pero ¿estamos real-
rrancas como en la zona de la sierra (Los mente hablando de estructuras monumenta-
Ajos y San Miguel) (Bracco y Ures 1999; les cuando hablamos de los cerritos del este?
Bracco et al. 2003). Hacia 2500 AP, cuando
se empezaron a establecer las condiciones Hipótesis y metodología
húmedas actuales (Bracco et al. 2003), fina- Un conjunto de figuras mentales se despren-
lizó esta fase de construcción explosiva y des- den del significado que un monumento tiene
cendió, marcadamente, el número de montí- en nuestra cultura. Primero, indefectiblemen-
culos en las planicies y en la sierra. Luego de te un monumento nos retrotrae al pasado,
2000 AP comenzó a expandirse el fenómeno refleja una época, un momento; segundo, ese
hacia los bañados próximos a la Laguna Merín, poder de expresar un tiempo acaecido le
Laguna de los Patos y Bañado de San Mi- otorga un valor como documento para la his-
guel, que se transformaron en ambientes toria o de artefacto para la arqueología; y,
dulceacuícolas a medida que descendió el ni- tercero, ese reflejo del pasado muchas ve-
vel de base y aumentaron las precipitaciones ces es intencional cuando el monumento se
(Bracco et al. 2003). Este tercer período (2500 construye para hacer perdurar en el tiempo
AP-siglo XVII) coincidió con un aumento sig- la memoria de un evento o un acontecimien-
nificativo en la frecuencia de inhumaciones to. Sin embargo, la definición de
en las estructuras monticulares (Bracco y monumentalidad usada en arqueología no
Ures 1999; Pintos y Bracco 1999). puede reducirse al término cotidiano dentro
La falta de información precisa sobre las de nuestra cultura sino que debe adecuarse,
zonas donde estos grupos llevaban a cabo para evitar confusiones conceptuales, a las
su vida cotidiana ha representado un obstá- circunstancias del registro con el que esta-
culo no menos importante a la hora de mos tratando para acercarnos, cada vez más
categorizar, confiablemente, a los construc- fielmente, a la realidad de los fenómenos.
tores de cerritos como sociedades comple- No podemos pretender que los monumen-
jas o de complejidad creciente (López 1998, tos, tal como los percibimos en función de
2000; Cabrera y Marozzi 2001a). Los lla- nuestro sistema cultural y lingüístico, signifi-
mados microrrelieves que suelen acompa- quen lo mismo en sociedades de cuyos sím-
ñar a las estructuras monticulares han sido bolos sólo nos queda lo material, el significante
interpretados como áreas domésticas por la pero no el significado.
densidad y las características de sus arte- En antropología lo que se conoce como
factos y por su estratigrafía claramente arquitectura monumental refiere a estructu-
antrópica (Cabrera 1999; Cabrera y Marozzi ras construidas en el paisaje por un grupo de
2001a); sin embargo, los microrrelieves tam- trabajo organizado con un alto costo energéti-
bién han sido asimilados a microcerritos co de producción. El alto costo energético
(Bracco et al. 2003) y no a estructuras de relativo, propio de las estructuras monumen-
habitación propiamente dichas. tales, estaría reflejando una alta diferencia-
Muchas de las interpretaciones que co- ción social y una mayor complejidad
laboraron con la hipótesis de complejidad organizacional (Abrams 1989). Abrams
derivan de la percepción del cerrito como (1989) reconoce que existen varios grados de
estructura monumental (López 1999, 2000, monumentalidad, cada uno relacionado con
2001; Bracco et al. 2000a; Gianotti 2000; diferentes momentos en el transcurso de la
Pintos 2001); esta percepción está basada, complejidad, y que la monumentalidad no re-

Ximena Suárez Villagrán 267


presenta un atributo específico de socieda- de la acción social se iniciaría a partir de una
des estatales, sedentarias y con una marcada voluntad de visibilidad de ciertos rasgos so-
estratificación social. Siguiendo estos ciales y de una estrategia para lograrlo a tra-
lineamientos el modelo teórico-metodológico vés de la construcción de un elemento que
elaborado por Felipe Criado (1993) es una perdure espacial y temporalmente. El monu-
adecuada aproximación al tratamiento abs- mento deberá poseer las siguientes caracte-
tracto de la monumentalidad porque permite rísticas: ser material y artificial y poseer una
analizar los paisajes como productos socio- visibilidad espacial y una proyección tempo-
culturales desde la arqueología y considera ral (Criado 1993).
que el carácter monumental de las construc- En este trabajo desarrollo una metodología
ciones está dado por su visibilidad, indepen- de análisis sobre la presencia de
dientemente de la estrategia de subsistencia monumentalidad en tierra en el este uruguayo,
o grado de sedentarismo de las comunidades. apoyándome en los cuatro elementos que defi-
Según el modelo de Criado (1993:39) los ele- nen a un monumento y adaptando y comple-
mentos que integran el registro arqueológico mentando el modelo de Criado con diferentes
pueden ser definidos de acuerdo a sus condi- aproximaciones teóricas y metodológicas que
ciones de visibilidad. Aunque el modelo de permiten anclar el modelo a nuestra realidad
Criado fue elaborado para una realidad ar- específica. Para poder reconocer en el regis-
queológica determinada, el megalitismo euro- tro arqueológico estos cuatro elementos defi-
peo entre comunidades agrícolas, es suscep- niré los indicadores que deben estar presentes
tible de ser extrapolado a otros contextos por- para definir una estructura en tierra como mo-
que representa un modelo de análisis objetivo numental. Aclaro y enfatizo el hecho de que
que permite ir más allá de su contexto especí- me refiero a estructuras en tierra; si se tratara
fico de elaboración. Criado reconoce la exis- de otro tipo de estructura los indicadores se-
tencia de actividad monumental plena entre rían distintos. Este esquema sólo es válido para
grupos recolectores (como en Norteamérica el estudio y la determinación de la
o Australia); además, los estudios arqueológi- monumentalidad en tierra. Este estudio está
cos han observado que las tumbas megalíticas basado en la bibliografía publicada sobre los
que inspiraron su modelo no se corresponden siguientes sitios con montículos del este uru-
con modos de subsistencia totalmente agrí- guayo: CH1E01 y CH1D01 (Bracco et al.
colas en sus momentos más tempranos de 1989) y CG14E01 (Cabrera 1999, 2000; Ca-
construcción (Criado 1993; Chapman 1995). brera et al. 2000; Cabrera y Marozzi 2001a),
Los monumentos fueron construidos en en la Sierra de San Miguel; CH2D01, en el
épocas anteriores a la adopción de modos Bañado de San Miguel; Los Ajos, en la sierra
domésticos de vida (Criado 1993:51; López del mismo nombre (Bracco y Ures 1999; Pintos
2001). La monumentalización de la cultura y Bracco 1999; Iriarte 2004); Los Indios, en el
material, como estrategia de visibilización y Bañado de Los Indios (López 2000; Gianotti y
de extensión espacio-temporal de la acción López 2004); Potrerillo, en Laguna Negra
social, caracteriza a las sociedades que, inde- (López y Castiñeira 2001); Puntas de San Luis,
pendientemente de la tecnología productiva en la margen derecha del río San Luis (Bracco
que utilicen (agricultura, ganadería, explota- y Ures 1999; Pintos y Bracco 1999; Bracco et
ción de recursos silvestres), generen exce- al. 2003); PR14D01, en el Departamento de
dentes productivos que permitan la expropia- Treinta y Tres (Cabrera y Marozzi 2001b); y
ción del trabajo y que conciben como territo- Cráneo Marcado y Guardia del Monte, en la
rio el paisaje que habitan (Criado 1993:50). El Laguna de Castillos (Pintos 2000; 2001; Pintos
proceso que conduce a la monumentalización y Capdepont 2001).

268 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


Elemento artificial matriz que los compone está constituida por
sedimentos antrópicos (Durán 1989). Existe
La construcción de monumentos se vincula,
polémica sobre la génesis de estos sedimen-
generalmente, a la intención de un grupo de trans-
tos: si se trata de estratos depositados,
mitir un mensaje a una gran audiencia y a gran-
intencionalmente, por un grupo constructor
des distancias; para ello el grupo invierte su ener-
(López 1992, 1998, 2000, 2001) o si son resul-
gía en artefactos que sean visibles, es decir, que
tado de una actividad continua y constante en
sean de gran tamaño y que tengan una larga
el tiempo que dio lugar a la acumulación de
vida útil para, así, tener los efectos sociales de-
sedimentos4 (Bracco y Ures 1999; Bracco
seados (Braun 1995; Carr 1995; Chapman 1995).
2000; Bracco et al. 2003).
En la determinación del carácter de elemento
Desde las primeras investigaciones en la
artificial de los cerritos voy a tratarlos como ar-
región se ha observado la existencia de ca-
tefactos3, es decir, como objetos que admitimos
pas sedimentarias en el interior de las estruc-
como resultado de la actividad humana si su lo-
turas monticulares (Arechavaleta 1892;
calización o cualquier otro de sus atributos no
Schmitz y Brochado 1981; Baeza y Schmitz
pueden justificarse mediante procesos natura-
1982; Bracco 1990; López 1992, 1998, 2000,
les conocidos (Dunnell 1977:143; Renfrew y
2001, López y Bracco 1994; Bracco et al.
Bahn 1993:44). Para definir a los montículos
2000a, 2000c). Esta diferenciación en capas
como artefactos identificaré atributos a través
no habría sido producto de la acción de pro-
del estudio comparativo, teniendo en cuenta pro-
cesos naturales actuando sobre las estructu-
cesos los post-deposicionales que hayan afec-
ras porque ninguno de los suelos del área cir-
tado el registro (Renfrew y Bahn 1993:47). Una
cundante presentan las características
vez que cuente con un conjunto apropiado de
texturales de las capas analizadas hasta el
atributos podré conjeturar que los objetos identi-
momento (Panario et al. 1987; González
ficados son producto de la actividad humana y
1988; Durán 1989; Castiñeira y Piñeiro 2000;
conectar la presencia reiterada de esos atribu-
Bracco et al. 2000a). Este hecho ha condu-
tos en una serie de artefactos similares como la
cido a que estos depósitos sedimentarios (que
manifestación de las ideas compartidas por sus
se diferencian por color, textura y
fabricantes y usuarios (Dunnel 1977).
compactación) se interpretaran como producto
de sucesivos episodios de agregación horizon-
Emplazamiento y ubicación tal, con intervalos de tiempo entre la
Como demostró González (1988) para los depositación de uno y otro (Panario et al.
cerritos del sitio CH2D01 en el Bañado de 1987:4; Durán 1989:23; López 1992, 1998,
San Miguel el emplazamiento y la ubicación 1999, 2001; Cabrera et al. 2000; Cabrera
de los cerritos no se debe a la acción de pro- 2001; Pintos y Capdepont 2001). Se han iden-
cesos naturales; los cerritos son acumula- tificado estructuras interfaciales (como
ciones de sedimentos que no fueron origina-
das por procesos geológicos, por lo que su 3 Esta acción encuentra un antecedente en la
origen sería antrópico, lo cual coincide con obra de Lynne Goldstein (1995), quien propu-
el abundante material arqueológico que se so pensar los effigy mounds como artefactos.
halla en su interior. 4 «Los montículos (‘cerritos’) crecieron como
resultado de la superposición múltiple de
ocupaciones domésticas en las cuales se lle-
Matriz vó a cabo un amplio rango de actividades
Desde los primeros estudios sedimentológicos asociadas con preparación y consumo de
alimentos y producción y mantenimiento de
realizados en los cerritos se conoce que la
herramientas de piedra» (Iriarte 2004: 614).

Ximena Suárez Villagrán 269


paleosuperficies, estructuras de combustión junto con clastos de diversa granulometría y
y algunos enterramientos) que ejemplificarían materiales culturales que fueron adicionados
el hiato temporal entre la depositación de una al sedimento extraído (López 1992; Bracco
capa y otra (López 1992, 1998, 2001; López et al. 2000a, 2000c; Castiñeira y Piñeiro 2000);
y Gianotti 2001). En el sitio CH2D01 se en- y (b) puede ser producto del descarte y aban-
contró una discontinuidad litológica entre dos dono de elementos orgánicos (restos óseos,
capas que también estaría argumentando a vegetales, carbón) por parte de los grupos,
favor de la existencia de un hiato temporal en tanto en la zona de préstamo de material
el pretendido proceso de levantamiento del sedimentario como en la estructura (Bracco
montículo (Durán 1989:23); sin embargo, úni- y Ures 1999:17).
camente para la estratigrafía del sitio PSL se La presencia de diferentes estratos al in-
ha reportado una ausencia de planos terior de los montículos se puede observar
interfaciales claros y continuos, reconocién- en las estratigrafías de los sitios CH2D01-A
dose sólo variaciones graduales de color, tex- (Figura 2), CH2D01-B (Figura 3), PSL-
tura y estructura en la matriz del montículo II (Figura 4), Potrerillo (Figura 5) y
(Bracco y Ures 1999, 2001; Pintos y Bracco PR14D01 (Figura 6). Estas evidencias
1999). Este hecho puede deberse a que los apuntan hacia la presencia de estratos
materiales que componen el montículo, al ser antrópicos6 dentro de las estructuras, pro-
tanto matriz como sedimento, son sujeto de la ducto de la acción de transporte y deposi-
alteración continua de los agentes de cambio ción de los seres humanos (Harris 1991:74)
—como animales que remueven el suelo, raí- en diferentes episodios constructivos; sin
ces de plantas que muevan las partículas y embargo, la designación de un cuerpo
fuerzas de la naturaleza (Harris 1991: 82)— sedimentario como estrato antrópico sufre
que pueden provocar la obliteración de la el riesgo de basarse, exclusivamente, en la
estratigrafía original del cerrito5. interpretación de las fuentes, los agentes de
Sondeos realizados en las inmediaciones transporte y los mecanismos deposicionales,
de los sitios CH1E01 (Panario et al. 1987), considerando el depósito en función de su
CH2D01 (Cabrera et al. 1989; Duran 1989), reconstrucción y no de sus atributos especí-
Potrerillo (López y Castiñeira 2001), Puntas ficos (Stein 1987). De esta manera es per-
de San Luis (Bracco et al. 2000c; Bracco y fectamente entendible que también se haya
Ures 2001) y Rincón de Los Indios informado la presencia de características
(Castiñeira y Piñeiro 2000) permitieron la
5 En un conchero del Arcaico norteamericano,
identificación de posibles zonas de préstamo
en Kentucky, Julie Stein (1983) demostró que
de sedimentos de donde se habría extraído la mezcla causada por lombrices obliteró los
la fracción sedimentaria que compone la límites entre los rasgos arqueológicos y
matriz de las estructuras. estratigráficos. El montículo estudiado, que
Teniendo en cuenta que la matriz de los consiste en una pila de 2 metros de alto de
cerritos tiene un contenido de materia orgáni- residuos descartados, sufrió una alteración
ca significativamente elevado en relación con interna debido a la actividad de las lombrices
los suelos de la región se han planteado dos que acabó esfumando el límite entre los sedi-
orígenes diferentes, aunque no necesariamen- mentos que subyacen el montículo y el ma-
te exclusivos, para el elevado contenido que terial residual que se apoya sobre ellos.
6 Los estratos antrópicos presentan las si-
se aprecia al interior de las estructuras: (a) los
guientes características: contextos cultura-
horizontes A de los suelos aledaños (ricos en les secundarios, extensión horizontal, cara
materiales orgánicos y húmicos) utilizados inferior y superior, contorno, relieve, volu-
como fuente preponderante de sedimento, men y masa (Harris 1991).

270 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


Figura 2. Estratigrafía del sitio CH2D01-A
(izquierda) (modificado de López y Bracco Figura 5. Estratigrafía del sitio Potrerillo
1994:56). (izquierda) (modificado de López y Castiñeira
2001:158).

Figura 3. Estratigrafía del sitio CH2D01-B


(derecha) (modificado de López y Bracco Figura 6. Estratigrafía del PR14D01
1994:56). (derecha) (Cabrera y Marozzi 2001:79).

propias de antrosols o arqueosedimentos7


en los cerritos. Este es el caso de los restos
de fogones hallados en la base de CH2D01-
A y CG14E01 y acompañados por artefac-
tos en contexto primario; las áreas de com-
bustión asociadas a enterramientos que se

7 Los antrosols o arqueosedimentos compor-


tan el registro sedimentario que resulta, di-
rectamente, de actividades humanas pasa-
das. Se trata de artefactos o rasgos arqueo-
lógicos que se encuentran en contextos pri-
marios (cenizas y áreas quemadas de hoga-
Figura 4. Estratigrafía del sitio PSL-II res, depósitos de relleno) que no han sufrido
(izquierda) (modificado de Bracco y Ures perturbaciones post-ocupacionales y que se
1999:30). encuentran dentro de cuerpos sedimentarios

Ximena Suárez Villagrán 271


observaron en Potrerillo y Rincón de los In- Elementos culturales y
dios; los pisos de ocupación entre capas con enterramientos humanos
restos de actividad y los niveles de ocupa-
ción pre-cerrito de CH2D01-A y Rincón de El segundo atributo cultural reconocido es la
los Indios; y el alto contenido de materia or- reiterada presencia de materiales en contexto
gánica que se observa en todas las estructu- secundario en un cuerpo sedimentario cuya
ras y el alto tenor de fósforo y pH elevado ubicación y composición están directamen-
que se registró en los sedimentos de te relacionadas con la acción humana; este
CH2D01-A y PSL. hecho sugiere que los restos perturbados
El hecho de que existan dos maneras po- puedan haber sido incorporados
sibles de considerar la matriz sedimentaria de incidentalmente o intencionalmente a la ma-
las estructuras a partir de su interpretación triz, sin relación alguna con la función espe-
como estrato antrópico o de su descripción cífica del montículo (Gibson 1994:178). Po-
como arqueosedimento no quiere decir que dría tratarse de articlastos (Gladfelter, cita-
ambas denominaciones sean excluyentes sino do por Rapp y Hill 1998:21), es decir, de ar-
que estamos tratando con diferentes enfoques, tefactos removidos del contexto original para
uno interpretativo y otro descriptivo, aplica- formar parte de un depósito sedimentario
dos al mismo elemento empírico. Un estrato junto con otras partículas clásticas geológicas.
antrópico también es un arqueosedimento si La presencia de enterramientos en algu-
ocurre acompañado de las transformaciones nos montículos, a veces con ajuar incluido,
composicionales que señalé; un arqueose- es el último de los atributos culturales identi-
dimento puede desarrollarse en un sedimento ficados. Podría pensarse que la desarticula-
generado por procesos naturales y en uno ción de algunos de ellos responde a que fue-
generado por actividad antrópica porque no ron arrojados junto con el resto de los ele-
existen arqueosedimentos sin sustentos mentos artefactuales y sedimentarios que
sedimentarios previos. Ante estas considera- conforman la estructura, como se describió
ciones los sedimentos antropogénicos, que tie- para CH1E01 (Sans y Solla 1992) y como
nen la particularidad de haber sido produci- se estudió y demostró para los cerritos I y II
dos por seres humanos en su ubicación y su de Rincón de los Indios (Moreno 2003).
composición, pueden ser considerados como
Producto material
artefactos (Stein 1985:6).
Para conocer la relación entre un sitio o de-
enriquecidos químicamente por la presencia pósito de artefactos y el medio en el que se
de artefactos y materiales biogénicos colecta- encuentra los arqueólogos deben conocer
dos y descartados por los seres humanos cinco características de los sedimentos: (a)
(Rapp y Hill 1998:20-21; Dincauze 2000:285). la fuente del material; (b) el medio de trans-
Los antrosols, también llamados suelos
porte que lo movió y lo depositó; (c) el am-
antropogénicos por los agrónomos, fueron
biente deposicional; (d) cualquier transfor-
modificados por la actividad humana (Eidt,
citado por Holliday et al. 1993:30) y se carac- mación natural subsiguiente del depósito; y
terizan por tener un color oscuro y un tacto (e) cualquier transformación cultural
grasoso porque derivan de la concentración (Dincauze 2000: 260). Los sedimentos que
de desechos orgánicos, especialmente carbón, componen la matriz de los cerritos son
componentes de nitrógeno, calcio, fosfatos, antropogénicos y se han identificado capas
aminoácidos, lípidos y diversos coloides pro- e interfacies al interior de las estructuras, así
ducto de la concentración de residuos anima- como supuestas zonas de préstamo de ma-
les y vegetales (Dincauze 2000:312). terial sedimentario. Dentro de la matriz

272 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


sedimentaria de las estructuras hay estratos Indios (Castiñeira y Piñeiro 2000) y PR14D01
antrópicos sobre los cuales se depositaron (Cabrera y Marozzi 2001b); esos análisis
arqueosedimentos y se desarrollaron también identificaron las depresiones de don-
antrosols; para saber lo más posible sobre de fueron extraídos los sedimentos, denomi-
estos estratos antrópicos elegí un esquema nadas zonas de préstamo. La gravilla de la
que permite conocer las relaciones de pro- sierra de San Miguel, para el caso de
ducción involucradas en el proceso construc- CH2D01-A, es otro recurso natural que
tivo responsable de la mayor parte del volu- compone la matriz de la estructura (López
men de las estructuras. 1992); los termiteros quemados estudiados
En la determinación del carácter de pro- en PSL también fueron usados para aportar
ducto material me apoyé en el esquema eco- consistencia a la matriz sedimentaria
nómico básico para conocer si la elabora- (Bracco et al. 2000c).
ción del elemento corresponde a un sistema
de producción de objetos (Risch 1998:108). Fuerza de trabajo
Al utilizar este esquema pretendo recono-
cer la relación que tuvieron los materiales La fuerza de trabajo fue ofrecida por la mano
con el grupo al cual se vincularon, sin espe- de obra humana del grupo que invierte sus
cificar el vínculo de esa relación con una energías en la actividad de extracción, aca-
actividad específica. La fórmula que utilicé rreo y depositación del material constructi-
es RN + FT + MP => P, en la cual RN son vo. La arquitectura es considerada en an-
los recursos naturales apropiados por las tropología como un producto sobre el paisa-
personas; FT la fuerza de trabajo humano je resultado de la actividad constructiva or-
(la inversión energética de hombres y muje- ganizada de un grupo humano (Abrams
res); MP los medios de producción (los ele- 1989). Una intencionalidad constructiva y un
mentos técnicos utilizados en la acción eco- manejo arquitectónico de las propiedades fí-
nómica); y P el producto (el objetivo implíci- sicas del montículo han sido identificadas a
to y la condición indispensable de toda ac- partir de la presencia de muchos clastos
ción económica; se trata de un bien necesa- gruesos, así como de arena de diversa
rio para, deseado por o impuesto a la repro- granulometria en la matriz de las estructu-
ducción social). De esta manera debemos ras, contrastando con los valores de los sue-
buscar en el registro arqueológico los aledaños. A este hecho se suma el alto
indicadores de los tres elementos que se contenido de tierra quemada, termiteros co-
enuncian en el proceso de producción de cidos, lentes de cenizas, carbón vegetal,
productos materiales. material lítico y cerámico, huesos fragmen-
tados y quemados y moluscos que, como vi-
mos, también se encuentran mezclados en
Recurso natural la matriz (López 1992; Bracco et al. 2000c).
Gran parte de la matriz está conformada por Determinar el gasto energético que repre-
sedimentos que corresponden al horizonte A sentó el levantamiento de las estructuras
de los suelos aledaños (Bracco et al. 2000a), monticulares resulta prácticamente imposible
como demostraron numerosos estudios debido a la naturaleza de las construcciones
sedimentológicos hechos en los sitios en tierra que tienden a modificar su morfolo-
CH1E01 (Panario et al. 1987), CH2D01 gía con el paso del tiempo debido a los proce-
(Durán 1989), Potrerillo (López y Castiñeira sos naturales que actúan sobre ellas y que
2001), Puntas de San Luis (Bracco et al. presentan una apariencia actual difirente de
2000c; Bracco y Ures 2001), Rincón de Los la original. Este hecho impide cualquier tipo

Ximena Suárez Villagrán 273


de estimación sobre el tiempo y la energía depositación del material cultural y
impuestos en su construcción, elementos fun- sedimentario que conforma el grueso de la
damentales para comprender las estructuras matriz del montículo. Una forma posible,
sociales, políticas y económicas que propug- aunque a veces discutida, de aproximarnos
naron su levantamiento (O’Neal et al. tentativamente a los posibles medios de pro-
2005:741, 744). Esto se encuentra muy rela- ducción encargados de tal tarea es a través
cionado con la noción generalizada de que de la analogía etnográfica. Frecuentemente
entre grupos cazadores-recolectores de alta se han traído a colación las crónicas
movilidad se prodiga poca energía en la ar- etnográficas sobre los indígenas del sur bra-
quitectura pública (enterramientos públicos, sileño conocidos como kaingang no sólo
estructuras ceremoniales) y en las construc- porque habitaron áreas próximas a las de
ciones residenciales (estructuras de residen- nuestros constructores de montículos sino
cia) mientras que las sociedades semi-seden- que tenían la costumbre de enterrar a sus
tarias y sedentarias enfatizan más el gasto jefes muertos en túmulos funerarios levan-
energético invertido en la arquitectura públi- tados para la ocasión (Mabilde 1983:107).
ca (Abrams 1989:55); sin embargo, debemos En las crónicas de Mabilde (1983:96) se
tener en cuenta que no existe, necesariamen- menciona que, para cargar la tierra que con-
te, una direccionalidad entre el expendio ener- formaría al montículo, utilizaban una especie
gético y la actividad económica preponderan- de canasto pequeño con el cual iban a bus-
te. Por ejemplo, los mounds funerarios del carla a lugares de donde la extraían con es-
centro-oeste norteamericano, debido a su tacas de madera. Si tenemos en cuenta lo
importancia como artefactos integracionales que nos dice Mabilde (1983) de la construc-
y con una vida útil multigeneracional, habrían ción del túmulo funerario kaingang parece
requerido un mayor gasto energético en su probable que, en el caso de que nuestros
mantenimiento que al momento de su cons- constructores de montículos también hayan
trucción. Esto implica la existencia de nume- utilizado canastos, éstos hayan sido borra-
rosos episodios periódicos de adición de sedi- dos del registro por efecto de procesos
mentos de baja inversión energética durante postdeposicionales actuando sobre un ma-
varios siglos y no un gran gasto energético terial orgánico tan vulnerable a la descom-
inicial (Abrams 1989:56). El tamaño de un posición como la fibra vegetal.
mound no debe ser tomado como indicador
absoluto de largos o cortos períodos de tiem- Visibilidad espacial
po de construcción (Gibson 1994:178). Pues- El análisis de la visibilidad espacial es uno de
to que inferir la magnitud de la fuerza de labor los elementos más importantes a la hora de
aplicada a la construcción de mounds resulta estudiar la monumentalidad de las estructu-
problemático todos los mounds del arcaico y ras porque habilita un elemento material y
los complejos de mounds pueden haber sido artificial a constituirse en un monumento; la
construidos por pequeños grupos de cazado- visibilidad espacial logrará la proyección del
res-recolectores, sedentarios o semi-seden- elemento en el espacio permitiendo la trans-
tarios, trabajando por períodos totales de tra- misión de su mensaje a grandes audiencias.
bajo relativamente cortos. Para la determinación de la visibilidad espa-
cial de los cerritos tendré en cuenta su tama-
Medios de producción ño, el grado de contraste del artefacto con el
Hasta el momento no contamos en el regis- entorno en el cual se encuentra y la visibilidad
tro arqueológico con restos de las herramien- topográfica. Un antecedente que tomo como
tas involucradas en el proceso de acarreo y referencia es el trabajo de Camila Gianotti (s/

274 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


f) sobre la utilización de los sistemas de infor-
mación geográfica en el análisis espacial de
los conjuntos de cerritos del Arroyo Yaguarí.

Campos de visibilidad
Los campos de visibilidad son la superficie
topográfica que se alcanza a ver desde un
punto determinado a un alcance visual de 5
kms de radio. Este valor arbitrario es el pro-
medio de la distancia que el ojo humano puede
alcanzar a ver; se supone que éste alcanza a
Figura 7. Campo de visibilidad definido para
ver a unas decenas o centenas de kms de
un cerrito en la Sierra de San Miguel.
distancia durante el día si las condiciones son
buenas (Gibson, citado por Hall 1990). Para
calcular los campos de visibilidad me sitúo
sobre el sitio de interés y defino, sobre la
carta geográfica de escala 1:50.000, el área
posible de ser visualizada desde ese punto,
teniendo en cuenta la ubicación topográfica
de las estructuras y el relieve circundante. A
partir del mapa de base construyo el mapa
que relevará las curvas de nivel, la red dre-
naje, el emplazamiento de los sitios y los cam-
pos de visibilidad.
Las áreas elegidas para realizar este pro-
cedimiento fueron la Sierra de San Miguel Figura 8. Campo de visibilidad para cuatro
(Figura 7 y 9) y el Bañado de la India Muerta montículos agrupados en el Bañado de la
(Figura 8 y 10) porque en los trabajos de India Muerta.
Bracco y Ures (1999:28) y Cabrera y Marozzi

Figura 9. Campos de visibilidad para el área de la Sierra de San Miguel. La ubicación de los sitios se
realizó sobre la carta geográfica 1: 50.000 en base al mapa de Cabrera y Marozzi (2001: 64).

Ximena Suárez Villagrán 275


coincidir campos de visibilidad. Ningún cerrito
aparece solitario, alejado de la vista del resto
de los montículos del área8. Esto no es nove-
dad porque desde hace años se está hablando
de las buenas condiciones de visibilidad de los
sitios con montículos (López 1998, 1999, 2000,
2001; Gianotti 2000; Lima y López 2000; Pintos
2000; López y Gianotti 2001; Pintos y
Capdepont 2001) sobre todo porque su empla-
zamiento ocurre en todas las unidades del pai-
saje: en las sierras, en las llanuras altas conti-
guas a los bañados donde se emplaza la mayo-
ría y acompañando los cursos de agua y los
bordes de las terrazas que marcan antiguos
niveles de las tierras inundables (López y
Figura 10. Campos de visibilidad para un Bracco 1994; López 2000). Este procedimien-
conjunto de cerritos emplazados en el to, sin embargo, apuntó a una demostración
Bañado de la India Muerta. La ubicación de
más gráfica, más empírica y no tan perceptiva
los sitios se realizó sobre la carta geográfica
1:50.000 en base al mapa de Bracco y Ures
del fenómeno visual. Estos mapas han tomado
(1999:28). la población de estructuras monticulares con
base en observaciones actuales del paisaje y
serían una fotografía congelada del último mo-
(2001a:64) aparecen mapas completos don-
mento de esta cultura antes de su desaparición
de figura el emplazamiento de múltiples es-
total. A lo largo de los casi 4000 años de evolu-
tructuras monticulares. Las Figuras 7 a 10
ción del fenómeno la población de cerritos se
representan los campos construidos para cada
incrementó y se expandió, progresivamente,
uno de los montículos aislados o agrupados
hacia las diferentes áreas del paisaje por lo que
(línea punteada) y la suma de las visibilidades
parte de esta conclusión (la excelente visibili-
para cada uno de ellos (contorno con trazo
dad inter-sitio) es válida en función del momento
negro); para los casos en que aparece una
de desarrollo en el que se sustentan, la fase
agrupación de cerritos en un área de hasta 1
final de la tradición; sin embargo, hacia 5000
km2 definí un punto medio entre todas las es-
AP, cuando comienza a ocurrir su levantamiento
tructuras del grupo a partir del cual determiné
estas estructuras no limitaban su emplazamiento
el campo de visibilidad, para así facilitar la
a una unidad específica del paisaje. Por el con-
apreciación gráfica de los diferentes campos
trario, bajo las condiciones climáticas secas que
que se superponen en un área.
imperaron por casi 3000 años en la región los
De los mapas se extrae una conclusión fun-
cerritos se encuentran tanto en las sierras de
damental: la buena visibilidad que tienen los si-
Los Ajos y San Miguel como en las llanuras y
tios sobre el paisaje circundante y sobre los
las tierras bajas (arroyos, bañados de cotas al-
demás sitios de la región. Cada uno de los cam-
tas y esteros) de India Muerta-Paso Barran-
pos construidos individualmente por sitio tiende
a superponerse con el emplazamiento de otros, 8 Como señalé antes el ojo humano puede al-
demostrando una buena visibilidad extra-sitio e canzar a ver, en un día claro y con buenas
inter-sitio. También se observa que, indepen- condiciones, hasta decenas y centenas de
dientemente del relieve en el que se encuentre kms de distancia, por lo que este valor sería
un cerrito, generalmente, y por su alta densi- una demostración del promedio mínimo de
dad, en todos los casos su distribución hace visibilidad desde cada sitio.

276 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


ca, donde se encuentran los más antiguos rencias topográficas en el emplazamiento de
(Bracco y Ures 1999; Bracco et al. 2000b, las estructuras favorecen la inter-visibilidad
2003): de los sitios. A continuación ya no tomaré en
«Las cronologías culturales y las eviden- cuenta la visibilidad de puntos sobre el paisaje
cias geocronológicas muestran que los di- sino de montículos de dimensiones variables.
ferentes ambientes de la cuenca, muy próxi-
mos entre sí y con alta conectividad, fue-
ron ocupados en forma sincrónica, por lo
Dimensiones
menos parcialmente, durante los últimos El paisaje arqueológico de las tierras bajas
cuatro milenios» (Bracco et al. 2003:11). es una combinación de grandes y de peque-
Las llanuras y bañados contiguos a las gran- ñas estructuras monticulares, por lo que an-
des lagunas costeras fueron alcanzados lue- tes de entrar en este tema haré una aclara-
go de 2000 AP, cuando comenzaron a esta- ción sobre la naturaleza de la muestra: hasta
blecerse las condiciones más húmedas que el día de hoy la mayoría de los cerritos estu-
se observan actualmente (López 1999, 2000, diados es visible (tienen dimensiones consi-
2001; Bracco et al. 2003). La fase explosiva derables) y se han dejado de lado las estruc-
de construcción y de incremento en el volu- turas menores (salvo los microrrelieves aso-
men de los montículos en las sierras y llanu- ciados a cerritos), lo cual estaría sesgando,
ras que se reconoce para 5000 AP fue reem- de cierta manera, la muestra de análisis.
plazada hacia 2000 AP por una expansión En la Tabla 1 está agrupada la informa-
del fenómeno hacia estas tierras asociadas a ción disponible sobre altura y diámetro de
áreas de lagunas salobres que se transforma- los diferentes cerritos en los cuales basé este
ron en dulceacuícolas al aumentar la hume- estudio. Así se pueden observar, gráficamen-
dad en la región (Bracco et al. 2003). De te, las dimensiones que presentan las estruc-
esta manera puedo considerar que la visibili- turas actualmente en el paisaje.
dad inter-sitio no habría sido un fenómeno tar- En la Tabla 2 está agrupada la informa-
dío y actual en la evolución de esta tradición ción sobre altura y cronología de los sitios
ya que se encuentran estructuras que poseen fechados asociados a camadas
monticulares creciendo y expandiéndose en identificadas estratigráficamente; así se pue-
todas las unidades del paisaje desde los mo- de correlacionar el crecimiento vertical de
mentos más antiguos de manifestación de este las estructuras con la cronología atribuida por
fenómeno cultural y, como señalé, las dife- los fechados radiocarbónicos.

Altura x Diámetro Altura x Diámetro


Sitio Sitio
(m) (m)
CH2D01-A 1.25 x 35.0 Los Indios I 1.20 x 30.0
CH2D01-B 1.40 x 35.0 Los Indios II 3.00 x 30.0
Puntas de San Luis I 4.00 x 30.0 Los Indios III 1.80 x 45.0
Puntas de San Luis II 1.70 x 35.0 CG14E01 3.50 x 40.0
Los Ajos-Alfa 2.40 CH1E01-A 2.30 x 44.0
Los Ajos-Gamma 2.70 x 1.60 CH1E01-B 0.50 x 30.0
Potrerillo-A 0.80 x 30.0 Guardia del monte 1.50 x 35.0
Potrerillo-B 0.70 x 35.0 Cráneo Marcado-B 1.50 x 35.0
Cerrito de la Viuda 7.00 x 50.0 - -

Tabla 1.

Ximena Suárez Villagrán 277


Sitio Capa Cronología (años AP) Altura x capa (m) Altura total (m)
A 190 ± 40/400 ± 50 0.250 1.65
B 1.350 ± 60 0.383 1.40
CH2D01-A C 0.652 1.02
D 1.700 ± 90/2.090± 90 0.115 0.36
E 0.250 0.25
I 1.360 ± 100/1.470± 90 0.372 1.94
PSL-II II 3.550 ± 60 0.646 1.57
III 3.730 ± 100 0.920 0.92
I 0.433 1.25
Potrerillo II 2.320 ± 50 0.334 0.82
III 3.790 ± 90/3.820 ± 100 0.483 0.48

Tabla 2.

Si consideramos que los límites identifica- altura que presentan las estructuras y las dife-
dos para cada capa corresponden a interfaces rentes camadas que las componen y duplican
de construcción los valores de altura y crono- la inconsistencia al comparar estos valores con
logía indicarían episodios constructivos sepa- configuraciones ambientales pasadas9. Ade-
rados en el tiempo y compuestos por terrones más, se basan en la reconstrucción sincrónica
de tierra de alrededor de medio metro de altu- del paisaje prehistórico que define la configu-
ra hasta un metro; este hecho dificultaría su ración del paisaje que existía en y alrededor de
visibilidad en las etapas iniciales de acumula- un sitio en el momento que fue ocupado (Waters
ción sedimentaria. Asimismo, si tenemos en 1992: 92) y la comparan con la situación actual
cuenta que la información paleoecológica para de la estructura. Aunque el paisaje cambió, con-
la región indica que las gramíneas que cubrían siderablemente, desde la ocupación del sitio y
las tierras bajas uruguayas llegaron a alcanzar no corresponde con la configuración actual tam-
una altura de alrededor de un metro (Bracco bién los sitios se modificaron en el contexto del
et al. 2003) y que la vegetación que acompa- paisaje prehistórico. Así, un elemento resulta
ñaba a los palmares era significativamente más fundamental a la hora de analizar las dimensio-
frondosa que la que se observa actualmente nes de las estructuras monticulares: las cons-
(Bracco y Del Puerto, comunicación perso- trucciones en tierra, así como cualquier otra
nal) podemos suponer que la visibilidad de es- forma natural compuesta de materiales de gra-
tas estructuras en sus etapas iniciales de cons- no fino, tienden a ensancharse y achatarse con
trucción habría estado lejos de tener un valor el paso del tiempo debido al transporte de sedi-
monumental. Estas consideraciones cuestionan mentos vertiente abajo por reptación y por la
la visibilidad de las estructuras a lo largo de su acción del flujo superficial. Estos procesos de
desarrollo y su posible naturaleza de proyecto suavización del paisaje corren con la desven-
monumental; esto es así porque resulta difícil
hablar de monumentos que llevaron miles de
años en ser construidos a través de episodios 9 Hasta el momento no se ha reportado la exis-
constructivos de alturas menores. Sin embar- tencia de cerritos acompañando palmares ni
se han publicado estudios paleoecológicos
go, este esquema evolutivo y sus interpretacio-
que confirmen la existencia de una vegeta-
nes subsecuentes cometen el error de basar- ción cuyas dimensiones habría interceptado
se, exclusivamente, en los valores actuales de la visibilidad de la estructuras.

278 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


taja de impedir que consideremos las dimen- los de difusión topográfica permitieron
siones actuales de los trabajos en tierra como visualizar la degradación progresiva que ha-
representativas de sus diferentes momentos ini- bría sufrido la estructura inicial, cuya forma
ciales de construcción. Este hecho limita nues- original desconocemos, hasta convertirse en
tra capacidad de determinar la evolución de la forma sinusoidal que se observa hoy en el
las estructuras a lo largo del tiempo, de identifi- paisaje (Figura 11). Por lo tanto, si tene-
car la verdadera superposición y la perturba- mos en cuenta lo concluido en los estudios
ción de sedimentos y artefactos y de calcular de Overton Down, Wareham y Hopewell
el tiempo y la energía impuestas en su cons- Mound Group resulta claro que nuestras es-
trucción, como señalé anteriormente; conse- tructuras en tierra también habrían sido
cuentemente, muchas suposiciones sobre la objeto de procesos de erosión y degradación,
forma inicial de las estructuras y la distribución producto de la reptación, la acción del flujo
espacial de los materiales pueden ser incorrec- superficial, la bioturbación, la compactación
tas (O’Neal et al. 2005:741). de sedimentos y la acción del ganado. To-
En 1960 y 1963, en Overton Down y dos estos procesos, actuando conjuntamen-
Wareham, respectivamente (Bell et al. 1996 te, habrían modificado la morfología de cada
en: O’Neal et al. 2005: 744), se construye- una de las capas constructivas identificadas
ron mounds experimentales para poder ob- a través de la estratigrafía y la forma final
servar la degradación natural que sufren con que alcanzaron las estructuras cuando cesó
el paso del tiempo los trabajos en tierra. Uno su levantamiento, dificultando así el análisis
de los resultados más sorprendentes de este de su visibilidad espacio-temporal.
proyecto fue el hecho de que las formas se
vieron «frescas» sólo durante una década y
luego pasaron a integrarse al paisaje, vién-
dose como estructuras aparentemente anti-
guas luego de haber transcurrido pocas de-
cenas de años. Asimismo, en un estudio rea-
lizado por O’Neal et al. (2005) e inspirado
en el trabajo realizado en Overton Down y
Wareham se intentó reconocer la degrada-
ción que sufrieron los montículos arqueoló-
gicos del Hopewell Mound Group, en Ohio.
El estudio reunió datos estratigráficos,
topográficos y geofísicos de un montículo de
1800 años de antigüedad y de las depresio-
nes adyacentes al complejo. Sobre los datos
recolectados se aplicaron modelos de difu-
sión que se utilizan, comúnmente, para de-
terminar la degradación erosiva de estructu-
ras geomórficas naturales. La conclusión más Figura 11. Perfil del montículo y depresión
sorprendente a la que llegaron los autores adyacente para el modelo de forma original (a)
fue que, efectivamente, unos 2600 m3 del triangular, (b) trapezoidal y (c) sinusoidal
material constructivo original habría sufrido luego de 0 años (línea negra gruesa), 100 años
la acción erosiva a lo largo de los 1800 años (linea punteada), 1.000 años (línea
de la estructura, siendo redepositado en las segmentada) y 1.800 años (línea gris gruesa)
áreas adyacentes al montículo. Los mode- (O’Neal et al. 2005:745).

Ximena Suárez Villagrán 279


Contraste Las líneas oscuras y los planos
interfaciales que se pueden apreciar en la
Para estudiar el grado de contraste que las
estratigrafía de varios cerritos pueden repre-
estructuras monticulares tienen con su en-
sentar una etapa de construcción sobre la
torno de emplazamiento tuve en cuenta su
cual ocurrió un tránsito considerable de per-
color, que determina las posibles diferencias
sonas o una etapa en la cual se esparcieron
de luminosidad que favorecen su visualiza-
sedimentos húmicos sobre la superficie. El
ción. Generalmente los montículos de tierra
pisoteo y la adición de sedimentos pueden
sufren la reducción de su altura y su pen-
haber tenido como objetivo la estabilización
diente por causa de la erosión y la coloniza-
de la estructura antes de continuar con su
ción de su superficie por parte de la cober-
elevación (Limbrey 1975: 317). Las cróni-
tura vegetal (Limbrey 1975:317-318). Ese es
cas kaingang hablan de una limpieza cons-
el caso de los cerritos del este, cuyo color
tante del montículo funerario después de su
hoy en día no resalta fuertemente en el pai-
levantamiento (Mabilde 1983).
saje circundante ya que su superficie se en-
La altura no es el único elemento
cuentra cubierta, preponderantemente, por
involucrado en la visibilidad a distancia; aun-
las gramíneas que actualmente cubren la
que nuestra cultura urbana concibe el creci-
región; sin embargo, al interior de las estruc-
miento hacia arriba no debemos olvidar que
turas no se han observado evidencias de
las plantas de hasta 30 metros de diámetro
pedogénesis (Bracco et al. 2003) ni lo efec-
habrían sido un valor constante desde los ini-
tos del desarrollo de un perfil de suelo a lo
cios de las construcciones, como demuestra
largo del perfil, que se habría impuesto en la
la estratigrafía de los sitios, y habrían sido vis-
estratificación original alterándola totalmen-
tas desde varios kilómetros de distancia (so-
te (Limbrey 1975: 318) e impidiendo la apre-
bre todo cuando la observación ocurrió desde
ciación de los estratos que se observan en el
una sierra hacia el bañado o viceversa). Si a
interior de los montículos.
esta situación sumamos que el contraste de
Esta observación indicaría que a lo largo
la estructura con el entorno habría sido muy
del desarrollo de las estructuras la superficie
fuerte, dado que las pasturas no habrían colo-
de tierra que permanecía expuesta no fue
nizado los sedimentos, su visibilidad se habría
colonizada por vegetación de ningún tipo. La
logrado de manera efectiva y sin relación con
presencia de vegetación sobre las estructu-
su altura, lo cual también minimiza la influen-
ras habría producido un efecto similar al ob-
cia que habrían podido tener las condiciones
servado actualmente, es decir, anularía el con-
paleoecológicas de la región (pasturas de un
traste de la estructura con el paisaje circun-
metro de altura) sobre ella.
dante, lo que acabaría integrando la estructu-
ra al paisaje, homogeneizándola y quitándole Proyección temporal
visibilidad (o quizás función); por lo tanto, las
nulas evidencias de pedogénesis podrían indi- La proyección temporal o visibilidad temporal
car la persistencia, a lo largo del tiempo, de de las estructuras se logra a través de su per-
una superficie permanentemente expuesta de manencia en el tiempo en términos de su utili-
sedimentos pardos y castaños que contrasta- zación por parte del grupo y de su permanen-
rían con el verde del paisaje vecino. Este he- cia física. Para observar este hecho agrupé la
cho conduce a pensar en la existencia de al- información cronológica de cada sitio estudia-
guna actividad sobre los cerritos que habría do. En la Tabla 3 están los fechados más anti-
impedido la estabilidad del sustrato e imposi- guos y los más modernos realizados en dife-
bilitado el desarrollo de un suelo susceptible rentes cerritos de la región, así como el mate-
de ser colonizado por pasturas. rial datado y la capa de la cual se extrajo.

280 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


Sitio Fechados 14C (años AP) Material Ambiente actual
190 ± 40 (AC1195) Carbón/ Capa A Llanura media-alta
CH2D01-A
2.090 ± 90 (KR109) Carbón/ Capa D contigua al bañado
1.090 ± 70 (URU002) Carbón/ Capa II Llanura media-alta
CH2D01-B
2.530 ± 60 (URU002) Carbón/ Capa V contigua al bañado
Puntas de San Luis I 3.430 ± 100 (URU099) Carbón/ Capa 3 Planicie media
1.360 ± 100 (URU009) Óseo/ Capa I
Puntas de San Luis II Planície media
3.730 ± 100 (URU009) Carbón/ Capa III
Puntas de San Luis III 2.680 ± 130 (URU098) Capa 3 Planicie media
3.350 ± 90 (URU005) Carbón/ Capa 3
Los Ajos-Alfa Sierra
3.950 ± 80 (URU008) Carbón/ Capa 3
Los Ajos-Gamma 4.190 ± 40 (Beta-158280) Carbón AMS Sierra
Colina próxima a
2.320 ± 50 (URU082) Carbón/ Nivel 10
Potrerillo-A arroyos,
3.820 ± 100 (URU175) Carbón/ Nivel 23
laguna y costa atlántica.
Península rodeada
Los Indios I 2.860 ± 180 (URU128) Carbón/ Capa II
de bañado
860 ± 80 (LP1164) Carbón Península rodeada
Los Indios II
2.080 ± 110 (URU242) Carbón de bañado
Península rodeada
Los Indios III 2.700 ± 150 (URU168) Carbón
de bañado
Siglo XVII
CG14E01 Matriz Sierra
3.660 ± 120 (URU013)
Cráneo Marcado-B 2760 + 60 (GrA15608) Carbón/ Capa 3 Cresta lagunar
2.710 ± 80 (URU014) Matriz Llanura media-alta
Cerrito de la Viuda
5.420 ± 260 (URU014) Matriz contigua al bañado

Tabla 3.

La observación actual del paisaje del este metro y su contraste en el paisaje habrían
demuestra que estas estructuras mantuvie- favorecido su visibilidad, tal vez justificando
ron su permanencia física hasta nuestros días el hecho de que fueran revisitadas por las
y de la visualización de la cronología se con- comunidades humanas, probablemente con
firma su proyección temporal ya que los da- diferentes finalidades, por períodos de hasta
tos muestran una reutilización de estos es- 3500 años.
pacios por períodos máximos de hasta 3500
años. El hecho de que las estructuras hayan Conclusiones
sido visitadas durante miles de años y que
El análisis realizado me permite concluir que
hayan permanecido dentro del contexto
el cerrito es susceptible de ser considerado
sistémico del o de los grupos que habitaban
un artefacto inmerso en un sistema de pro-
la región no es un elemento menor. La
ducción específico y que tuvo una compleja
recurrencia en la participación de las estruc-
evolución, conjugada con una importante
turas dentro del sistema organizacional de
permanencia a lo largo de la reproducción
los grupos probablemente determinó el in-
social de las comunidades que habitaron la
cremento volumétrico paulatino que resultó
región de su emplazamiento. Las condicio-
en las estructuras que observamos hoy en
nes de visibilidad espacial son el único ele-
día; sin embargo, aunque la altura haya sido
mento, dentro de los cuatro puntos mayores
un elemento poco destacable en el comien-
de mi análisis, que presentan determinacio-
zo de la vida de estas construcciones su diá-
nes a veces claras y a veces difusas.

Ximena Suárez Villagrán 281


Si consideramos lo que indican las crono- el diámetro y el contraste de los montículos
logías culturales y las evidencias con el paisaje circundante, sobre todo si te-
geoarqueológicas existieron estructuras nemos en cuenta que los cerritos se halla-
monticulares emplazadas, sincrónicamente, en ban emplazados, sincrónicamente, en dife-
los diferentes ambientes de la cuenca de la rentes situaciones topográficas y que el con-
Laguna Merín desde el cuarto milenio AP. traste de la estructura con el entorno habría
Estas evidencias confirmarían la visibilidad sido muy fuerte porque las pasturas no ha-
inter-sitio que se observa en los mapas cons- brían nunca alcanzado a colonizar sus con-
truidos para la Sierra de San Miguel y para el secutivas superficies expuestas.
Bañado de la India Muerta (Figuras 9 y 10); El aumento en el número de enterramien-
en ellos se puede apreciar el fenómeno de tos en los montículos, observado a partir del
inter-visibilidad al superponer los campos de segundo milenio AP (Bracco et al. 2003),
visibilidad de diferentes montículos situados reflejaría una estrategia de reclamo de los
en distintas situaciones topográficas. El análi- derechos de uso del territorio, sustentada y
sis de la visibilidad espacial se ve oscurecido fundamentada en el sistema de creencias a
debido a la imposibilidad de conocer las ca- través del mantenimiento de áreas formales
racterísticas morfológicas y las dimensionales de enterramiento de los muertos (Saxe 1970;
exactas que tuvieron las estructuras a lo lar- Goldstein 1981; Charles y Buikstra 1983;
go de su desarrollo. El hecho de que las cons- Brown 1995):
trucciones en tierra sufren los efectos erosivos «…podemos entender a los cerritos de
de los procesos de suavización del paisaje indios como indicadores tangibles que
imposibilita considerar a las dimensiones ac- señalan los derechos de uso y de recep-
tuales como representativas de sus diferen- ción de recursos de un sector del
ambiente…Indicadores que se proyec-
tes momentos iniciales de construcción; este
taron en el tiempo, reclamando y
hecho limita nuestra capacidad de determi- ritualizando una herencia ancestral»
nar la evolución morfológica de las estructu- (Bracco et al. 2003:58).
ras en el tiempo.
Si consideramos que esa fue la situación a
A partir de los experimentos realizados
partir del segundo milenio AP tenemos que
en Overton Down y Wareham (Bell et al.,
asumir la alta visibilidad que habrían tenido
citados por O’Neal et al. 2005:744) sabe-
los marcadores territoriales encargados de
mos que la forma original de los trabajos en
cumplir ese rol de señalizadores del ambien-
tierra se degrada rápidamente, conservando
te. Este tipo de situaciones, en las cuales uno
las estructuras su apariencia fresca sólo por
de los elementos definitorios es ambiguo en
una década para luego pasar a integrarse al
su determinación, fueron contempladas en
paisaje aparentando ser estructuras antiguas
el esquema de Criado (1993) que constituyó
luego de pocas decenas de años. Así, sólo
el esqueleto de este análisis. Criado recono-
nos queda imaginar los efectos que los pro-
ce la existencia de creaciones culturales que
cesos geomorfológicos tuvieron en los
se constituyen como tipos específicos de
cerritos durante las primeras etapas de adi-
monumentos que, aunque poseen una pro-
ción de sedimentos, las cuales hoy en día se
yección espacio-temporal indiscutida, en-
presentan como visiblemente insignificantes
cuentran cuestionada su visibilidad espacial.
si las comparamos con el contexto
Uno de estos tipos recibe la denominación
paleoecológico que las acompañaba en sus
de monumento ambiguo (Criado 1993:47-
inicios. No obstante, la visibilidad de las es-
48); se trata de construcciones que presen-
tructuras podía haber sido lograda sin rela-
tan las cuatro características de los monu-
ción alguna con su altura y sí vinculada con

282 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):263-290, 2006


mentos pero cuya visibilidad espacial no es turas no tienen por qué ser exclusivas entre
clara y su determinación resulta problemáti- sí y pueden estar relacionadas con una
ca. En mi opinión los cerritos del este son funcionalidad compleja, susceptible de adoptar
monumentos ambiguos: se trata de estruc- diferentes facetas. Un objeto puede operar
turas cuya visibilidad espacial es aceptable de diferentes formas en distintos niveles de
en cierta medida pero discutible en otra. realidad (Martín 2002:64). Un objeto puede
Desconozco la racionalidad y la intención ser extraído de la esfera para la cual fue
original del emplazamiento de los cerritos creado originalmente para pasar a formar
pero supongo que existió una voluntad de parte de una faceta social para la cual no
visibilización de muchos de ellos que se ve fue construido; es más fácil para una comu-
reflejada en su emplazamiento sincrónico y nidad cambiar o reciclar una metáfora10 que
estratégico (en todas las unidades del paisa- construir un nuevo arquetipo11 de objeto.
je, en locaciones de alto dominio visual y Como desechar y reciclar arquetipos ocupa
acompañando las tierras aluviales más férti- demasiado espacio físico reciclar metáforas,
les) y en su mantenimiento activo durante en cambio, no ocupa más lugar que la men-
miles de años, integrando el paisaje de las te, aunque los objetos que sostienen esas
comunidades prehistóricas del este. metáforas sean numerosos y, a veces, mo-
El proceso de formación de estos montícu- numentales (Martín 2002:184-195).
los debió ser más complejo que lo que se con- Siguiendo un lógica similar Rosemary Joyce
sidera tradicionalmente, es decir, episodios cons- (2004:15-19) planteó dos consecuencias no
tructivos vs. crecimiento gradual. Esta dicoto- intencionales de las etapas iniciales de cons-
mía, que antepone al cerrito como proyecto trucción de plataformas monumentales del
monumental al cerrito como producto de una Formativo mesoamericano (ca. 1100-700 AC):
actividad continua en el tiempo, no representa (a) las construcciones del Formativo temprano
más que dos componentes complementares del (plataformas de tierra) no tuvieron una función
mismo fenómeno. Creo que existe una micro- funeraria intencional sino que ésta fue una con-
estratigrafía, que aún no ha sido tomada en secuencia no intencional, producto del devenir
cuenta en las descripciones, que podría llegar a de estos lugares en puntos de referencia en el
aclarar más este punto y demostrar la verda- paisaje; y (b) la durabilidad efectiva que tuvie-
dera complementariedad de ambas posturas. ron las construcciones no habría respondido,
La categorización de los cerritos del este como originalmente, a una intensión explícita de du-
monumentos ambiguos no desecha las inter- rar para futuras generaciones sino que aunque
pretaciones funcionales ni la complejidad que estas plataformas de arcilla amplias y bajas
fue planteada para la sociedad que los cons- sufrieron los efectos del paso del tiempo y la
truyó; estas construcciones en tierra estuvie- erosión resultaron ser más estables que lo que
ron inmersas en un sistema económico y so- sus constructores podrían haber imaginado.
cial que, en función del registro, apunta hacia Podemos pensar en una situación similar para
una clara complejidad emergente (López 2001). los cerritos del este porque resulta evidente que
la manera como hoy experimentamos estas
Consideraciones finales estructuras es diferente de la experiencia de
El término cerritos es demasiado general 10 Metáfora: expresa un sistema de creencias,
para hablar de un fenómeno cultural que se un conjunto de propósitos. El objeto expre-
expresa en una variedad de formas y fun- sa, como metáfora, las características singu-
ciones a lo largo de casi 5000 años de desa- lares de nuestra comunidad (Martín 2002).
rrollo (López 2001:245). Muchas veces las 11 Arquetipo: modelo original primario del ob-
múltiples funciones adscritas a estas estruc- jeto (Martín 2002).

Ximena Suárez Villagrán 283


quienes vivieron durante las fases iniciales de años, a lo largo de la cual sufrieron las mudan-
su levantamiento. Este hecho es fundamental zas y los corolarios de haber poseído una per-
para considerar la evolución de estas estructu- manencia activa en el devenir de las comuni-
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ARQUEOLOGÍA SURAMERICANA/ARQUEOLOGIA SUL-AMERICANA 2, 2, julio/julho 2006

RESEÑAS/RESENHAS

Costeando las llanuras. Arqueología del litoral marítimo pampeano de Mariano Bonomo.
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Arqueología de la región del Canal Beagle (Tierra del Fuego, Argentina) de Luis
Orquera y Ernesto Piana. Publicaciones de la Sociedad Argentina de Antropología, Buenos
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CONICET).

Historias del comer y del beber en Buenos Aires: arqueología histórica de la vasija
de mesa de Daniel Schávelzon. Aguilar, Buenos Aires, 2000. Resenhado por Paulo Alexandre
da Graça Santos (Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul).

Cultura Chinchorro: Las momias artificiales más antiguas del mundo de Bernardo
Arriaza T. Editorial Universitaria, Santiago, 2003. Resenhado por Andrea Lessa (Escola
Nacional de Saúde Pública / Fiocruz).

Cemitérios do Justino: estudos sobre a ritualidade funerária em Xingo, Sergipe de


Cleonice Vergne. Museu de Arqueologia de Xingó, Aracajú, 2005. Resenhado por Tatiana
Farias Weska (Escola Nacional de Saúde Pública / Fiocruz).

Arquelogía y bioantropologia de las tierras bajas, editado por José Maria López Mazz
y Mónica Sans. Universidad de la República, Montevideo, 1999. Resenhado por Claudia
Rodrigues-Carvalho (Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Arqueología de las tierras bajas de Alicia Durán Coirolo y Roberto Bracco Boksar (edi-
tores). Ministerio de Educación y Cultura, Comisión Nacional de Arqueología, Montevideo,
2000. Reseñado por Rafael Suárez (Universidad Nacional de La Plata).

Archaeology of Formative Ecuador, editado por J. Scott Raymond y Richard L. Burger.


Dumbarton Oaks, Washington, 2003. Reseñado por Diógenes Patiño (Departamento de
Antropología, Universidad del Cauca).
Costeando las llanuras. Arqueología del circulación de rocas serranas hacia el litoral
litoral marítimo pampeano de Mariano donde, por otra parte, la subsistencia parece
Bonomo. Sociedad Argentina de Antropolo- haber tenido mayor dependencia de recur-
gía, Buenos Aires, 2005. Reseñado por Luis sos terrestres. Una rápida evaluación mues-
Alberto Borrero (Departamento de Investi- tra, por ejemplo, que los moluscos nunca for-
gaciones Prehistóricas y Arqueológicas man concheros, por lo que no fueron impor-
IMHICIHU, CONICET) tantes para la dieta. La pesca tampoco apa-
rece representada y los restos de lobos ma-
Este libro discute y aclara, sobre la base de rinos son muy escasos.
más de cinco años de intensas y variadas in- Por otra parte, el trabajo de Bonomo ex-
vestigaciones, un problema clásico de la ar- pone fascinantes patrones regionales acerca
queología pampeana. Se trata del tema de la de donde hay y donde no hay sitios arqueoló-
existencia o no de sociedades adaptadas a gicos y las relaciones de estos patrones con
los recursos marítimos. Dentro de un marco la existencia o no de rodados costeros. A su
cronológico correspondiente a los últimos 4000 vez, muestra la covariación inversa entre el
años, la respuesta de Bonomo es que no, que uso de cuarcita (evidencia del interior) y el
no existieron sociedades instaladas en la cos- uso de rodados (evidencia de la costa).
ta. El prólogo de Gustavo Politis ubica en la Todo esto lo lleva a sugerir – desde las
magnitud histórica de ese problema, que se formas de las distribuciones de items maríti-
remonta a posiciones defendidas por conoci- mos y terrestres, a las particularidades de
dos investigadores como Florentino Ameghino los sitios - la no existencia de una población
o Alex Hrdickla y destaca la forma en que exclusivamente costera. La evidencia dis-
Mariano Bonomo lo ha puesto al día. ponible se explica mucho mejor bajo la hipó-
El trabajo fluctúa entre las escalas regio- tesis de una población única que utiliza
nal y local. Deseo destacar que la primera complementariamente la costa y el interior.
es regional en su sentido estricto. En otras Para hacer una referencia a la escala lo-
palabras, no se limita a coordinar secuen- cal, quiero destacar el estudio del Compo-
cias de varios sitios, sino que también le da nente inferior del sitio Nutria Mansa 1. Ante
importancia al espacio entre los mismos y todo porque se trata de un conjunto caracte-
respeta la información derivada de materia- rizado como de bajo grado de resolución (p.
les que hoy se encuentran en superficie. El 237). Todo esto más allá del hallazgo de una
acercamiento metodológico para trabajar en notable cantidad de restos que, por inusuales,
esta escala está derivado de la llamada ar- constituyen en si mismos aportes importan-
queología distribucional. Se presentan, ade- tes. Han aparecido restos de yaguareté
más, numerosos y exhaustivos estudios en (Panthera onca), aguará-guazú (Chryso-
escala local, que incluyen sitios tanto cyon brachyurus), tiburón blanco
estratificados como de superficie. En todos (Carcharodon carcharias) y zorro extinto
estos casos se presentan análisis de los ma- (Dusicyon avus) entre otros, que permiten
teriales líticos, alfareros y óseos. discusiones tanto biogeográficas como acer-
Es en la escala regional en la que se de- ca del significado especial que estos anima-
sarrolla la discusión sobre etnicidad en que les – numéricamente no significativos en tér-
basa su interpretación. El tema lo llevó a minos de subsistencia - tuvieron para los
evaluar la circulación de recursos de la cos- ocupantes del sitio. Además quiero mencio-
ta hacia el interior, que incluyen escasas ro- nar la claridad que logra Bonomo en la dis-
cas litorales y restos orgánicos. En contra- cusión de estos restos y los de guanaco
partida, deja en claro la importancia de la (Lama guanicoe) – que son los dominantes

292 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):291-315, 2006


en este y otros conjuntos que presenta - al behavior can we reliable infer when and
servirse de un marco tafonómico y under what conditions symbolic and ideational
geoarqueológico. Todo esto es un ejemplo factors make a difference in the way people
de lo que se puede lograr estudiando mate- actually behave» (Gould 1980: xi).
riales estratificados de baja resolución. Entiendo que esta es una coherente es-
Por otra parte este libro puede leerse como trategia de investigación, en la que los inte-
una demostración de la importancia del re- reses del investigador no están limitados a
gistro de superficie, tanto en escala regional priori. A su vez, la selección de los campos
como local, pues su contribución para acla- explicativos muestra concordancia entre las
rar el problema de investigación que se plan- características del registro y el cuerpo teóri-
teó Bonomo ha sido crucial. Este es un men- co disponible. De esa manera Mariano
saje necesario, que espero produzca impac- Bonomo ha construido un modelo de trabajo
to en la comunidad arqueológica sudameri- destinado a perdurar.
cana, siempre renuente a darle su lugar a los
materiales depositados en superficie. Más Referencias
allá de que su análisis constituye parte de
Gould, Richard
nuestra obligación como investigadores, los 1980 Living archaeology. Cambridge
materiales de superficie están capacitados University Press, Cambridge
para entregarnos información que de otra Hegmon, Michelle
manera sería inaccesible. 2003 Setting theoretical egos aside: issues
Finalmente un comentario sobre el mar- of theory in North American
co teórico del trabajo. No creo que el enfo- archaeology. American Antiquity 68:
que de Bonomo deba llamarse ecléctico, 213-244
como el mismo sostiene (p. 21), sino que 2005 No more theory wars: a response to
Moss. American Antiquity 70: 588-590
encuentro una casi perfecta coincidencia con
lo que Hegmon (2003) llamó «Processual-
plus»: «it is a perspective that generally Arqueología de la región del Canal
accepts processual goals of developing Beagle (Tierra del Fuego, Argentina) de
testable and sometimes generalizable Luis Orquera y Ernesto Piana. Publicacio-
approaches and explanations, but that also is nes de la Sociedad Argentina de Antropolo-
open to postprocessual interests such as gía, Buenos Aires, 1999. Reseñado por
symbols, gender, practice, and interpretation» Myrian Alvarez (Centro Austral de Investi-
(Hegmon 2005: 589). gaciones Científicas -CONICET).
Eso es lo que Mariano Bonomo hace en El modo de vida de los pueblos originarios
este libro. Se preocupa por presentar la evi- que habitaron el extremo más austral de
dencia que respalda sus hipótesis sobre mo- Sudamérica llamó la atención de los prime-
vilidad, subsistencia e interacción, y trata de ros europeos que llegaron a la región a partir
evaluarlas de distintas maneras. Esta acti- del siglo XVII. Numerosas descripciones e
tud metodológica no le impide considerar in- interpretaciones se generaron durante los si-
terpretaciones alternativas, que generalmente glos siguientes teñidas por las motivaciones
son más fuertes cuando el marco explicati- e intereses de quienes se aventuraron en la
vo utilitario no alcanza. Esto es lo que Richard exploración de una región tan lejana a sus
Gould (1980) ha llamado «argumento por lugares de origen. Se construyó así una ima-
anomalía»: «only by looking for and gen de una sociedad de extrema pobreza
recognizing anomalies to general patterns of cultural viviendo bajo condiciones climáticas
conformity to utilitarian expectations in human y ambientales hostiles.

Reseñas/Resenhas 293
Desde 1975 Luis Orquera y Ernesto Piana radiocarbónicos y la composición de las uni-
han focalizado su investigación arqueológica dades estratigráficas.
sobre el estudio de las sociedades que habita- El capítulo III se dedica enteramente a
ron la costa sur de Tierra del Fuego. Su objeti- los restos más antiguos recuperados en el
vo fundamental fue indagar desde un punto de canal Beagle fechados alrededor del sépti-
vista diacrónico y sincrónico, las causas y me- mo milenio antes del presente. La singulari-
canismos de la adaptación humana en la dad de este conjunto con respecto a las ocu-
región. Como corolario de esas investigacio- paciones posteriores en la región lleva a los
nes la imagen de sus primeros habitantes se autores a su consideración en forma sepa-
revirtió significativamente y los resultados más rada. De acuerdo a la evidencia disponible,
sobresalientes se plasman en el volumen Ar- sugieren que se trataría de una ocupación
queología de la región del canal Beagle breve de cazadores-recolectores que no ha-
(Tierra del Fuego, Argentina). brían desarrollado un aprovechamiento in-
El libro constituye una síntesis de más de tensivo a los recursos litorales.
dos décadas de trabajo sistemático y conti- En el cuarto capítulo se especifican los
nuo, en la que se brinda información detallada rasgos que caracterizan al sistema adaptativo
sobre el registro arqueológico fueguino. La de la región orientado hacia la explotación
obra presenta una estructura clara y organi- especializada de recursos litorales. Se des-
zada que ofrece al lector datos pormenorizados cribe el instrumental lítico, óseo y
sobre los sitios y los conjuntos arqueológicos malacológico, los adornos y las pautas de
recuperados y proporciona al mismo tiempo asentamiento registradas en cada sitio. Es
un recorrido histórico por el proceso de ocu- sumamente interesante la frecuencia que
pación humana sobre la costa norte del canal alcanza la tecnología ósea, en la que se des-
Beagle. La exhaustiva labor de campo y la- tacan las puntas de arpón, cuñas, punzones
boratorio se reflejan en la cantidad y la cali- y cinceles. La reocupación de los
dad de la información proporcionada en di- asentamientos aparece como otro elemento
versos cuadros e ilustraciones. característico de la región.
El libro consta de ocho capítulos. En el En el capítulo V se realiza un recorrido
capítulo I se reúne la información actual e diacrónico por los conjuntos recuperados los
histórica del medioambiente fueguino y se distintos yacimientos. Se hace énfasis en las
presenta una curva de temperatura media persistencias y los cambios en la composi-
en el canal Beagle para los últimos seis mil ción del conjunto artefactual y en la dieta de
años obtenidas mediante análisis isotópico de los cazadores marítimos desde el sexto milenio
conchillas arqueológicas de Mytilus. Los antes del presente hasta el momento de con-
autores postulan, en esta instancia, los tacto con los europeos. Lo más llamativo es
condicionamientos ambientales que influye- la disminución en la frecuencia del instrumen-
ron sobre el desarrollo de los grupos huma- tal óseo y el aumento de las puntas de arma
nos que poblaron la región. líticas en los momentos tardíos.
El capítulo II contiene una breve reseña La secuencia de ocupación humana en
sobre la historia de las investigaciones, los la región es la temática central del sexto ca-
objetivos generales y las hipótesis del «Pro- pítulo en el cual se examinan las eviden-
yecto Arqueológico canal Beagle». Poste- cias a escala temporal y regional. Los auto-
riormente, se presentan los sitios arqueoló- res plantean la flexibilidad de la adaptación
gicos excavados en el marco del proyecto, litoral y sostienen que los grupos cazadores
cuya forma más característica es el conchal. marítimos habrían desarrollado una estrate-
Se dan a conocer sus fechados gia forrajeadora.

294 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):291-315, 2006


El capítulo VIII es el más interesante des- venir teórico-metodológico de nuestra disci-
de el punto de vista de la discusión teórico- plina, es indudable que esta obra es un texto
metodológica. Los autores ubican la dinámi- de referencia para todos aquellos interesa-
ca en el marco de las adaptaciones costeras dos en el poblamiento sudamericano y en la
y analizan su funcionamiento basándose en el dinámica de las sociedades cazadoras-
rendimiento calórico de cada uno de los re- recolectoras. El cúmulo de información que
cursos explotados para el consumo alimenti- proporciona constituye una base fundamen-
cio. De esta manera se pone en evidencia la tal para discutir modelos sobre la ocupación
importancia de los pinnípedos en la dieta de humana en el continente americano. La es-
los cazadores-recolectores del canal Beagle casez de síntesis regionales en la arqueolo-
y se evalúan las respuestas tecnológicas di- gía patagónica ofrece un atractivo más a su
señadas para su captura en mar abierto: ca- lectura. No quiero finalizar esta reseña sin
noas y arpones de punta separable. resaltar la labor de la Sociedad Argentina de
En esta sección se incluye además la dis- Antropología que con gran esfuerzo da a co-
cusión de las hipótesis sobre el origen de los nocer los trabajos antropológicos que se de-
grupos canoeros. Los autores sostienen que sarrollan en nuestro país.
la adaptación litoral se generó fuera del ca-
nal Beagle posiblemente en la zona Historias del comer y del beber en Bue-
magallánica occidental. Asimismo aseveran nos Aires: arqueología histórica de la
que la subsistencia durante los seis milenios vasija de mesa de Daniel Schávelzon.
de ocupación de la región no habría estado Aguilar, Buenos Aires, 2000. Resenhado por
sometida a presiones considerables que pro- Paulo Alexandre da Graça Santos (Progra-
piciaran la intensificación en la explotación ma de Pós-Graduação da Pontifícia
de recursos o cambios irreversibles en los Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
lineamientos generales del sistema. Uno de
los factores clave para la viabilidad de los Em um dos seus melhores livros, Schávelzon
grupos canoeros, según Orquera y Piana, fue enfatiza a variedade do uso social dos obje-
el aprovechamiento de presas cuyas áreas tos e as mudanças culturais nos atos de co-
de reproducción se encontraban alejadas de mer e de beber e, com isso, desvela mitos
la incidencia directa de los cazadores litora- ligados aos hábitos alimentares e aspectos
les. No obstante, se analizan también cuáles relativos ao processo de modernização na
fueron los límites de la adaptación canoera y sociedade da antiga Buenos Aires. O que a
por qué no se produjo el desarrollo de socie- vasilha de mesa e as práticas de consumo
dades complejas como lo ocurrido en la Co- alimentar significaram ao longo de determi-
lumbia Británica. nado período? Qual a diversidade de signifi-
El capítulo VIII, el más breve de toda la cados de ambos no decorrer de diferentes
obra, está dedicado a explorar las causas de re-leituras? Com estes questionamentos, ao
la extinción de los cazadores litorales cuya contrário de vários estudos na arqueologia,
destrucción se agudizó a fines del siglo XIX. onde os objetos substituem as pessoas como
Por último se ofrece una breve conclusión tema de investigação, o autor procura des-
que remite a las ideas generales sostenidas tacar o uso social dos artefatos e as
a lo largo del volumen. mudanças culturais ocorridas na cidade de
Más allá de que la investigación en la re- Buenos Aires, em um período que inicia no
gión continúa y que los resultados obtenidos século XVI e que vai, aproximadamente, até
a lo largo de tres décadas puedan revaluarse o início do XX.
o reinterpretarse como consecuencia del de-

Reseñas/Resenhas 295
Pioneiro na arqueologia urbana desta cidade, que tiveram como enfoque a cultura mate-
com mais de 200 trabalhos em revistas espe- rial. Autores de longa tradição no estudo da
cializadas e mais de 20 livros publicados, o cultura material e da alimentação como Lévi-
professor titular da Universidade de Buenos Strauss (1968), Mary Douglas e Baron
Aires e investigador do CONICET, Daniel Isherwood (1979), Daniel Miller (1987) e
Schávelzon procura abordar, no livro, uma série Richard Wilk (1991) no campo da
de transformações na cultura material e nas antropologia (ainda que o Journal of Mate-
práticas alimentares de vários grupos sociais rial Culture tenha sido mencionado), Michael
de Buenos Aires a partir da análise de mais de Shanks e Christopher Tilley (1992), Hodder
500.000 fragmentos cerâmicos e dezenas de (1992) na arqueologia e o socioantropólogo
milhares de vidro, e da inter-relação dos dados Jean-Pierre Poulain (1988) estão ausentes e
desta análise com informações obtidas em fazem falta nesta relação.
inventários post mortem, relatos de viajantes, Ao longo de um texto dividido em dois
fotografias, anúncios publicitários, obras de arte, capítulos, o primeiro que dá um maior enfo-
entre outros. Abordagem esta influenciada em que para as práticas alimentares e o segundo
grande parte por uma série de estudos da para a vasilha de mesa, Schávelzon demonstra
arqueologia histórica norte-americana (Glassie que a análise deste tipo de registro material e
1975, Deetz 1977, Leone 1987), principalmen- das práticas sociais a ele associadas nos per-
te pelos trabalhos de Deetz (1977) que com- mite questionar e construir interpretações que
para mudanças nas cerâmicas, construções de não seriam obtidas somente por meio das
casas, design de sepulturas, formas de talheres fontes documentais. Por meio de uma
e padrões de alimentação da sociedade colo- presença significativa nos sítios de ossos de
nial durante os séculos XVII e XVIII. animais de pequeno porte (pássaros selvagens,
A cultura material e as práticas relativas à animais domésticos, veados e jacarés), de
alimentação podem parecer, à primeira vista, ossos que não foram expostos ao fogo, de
temas banais ou superficiais. Esta ênfase vestígios de corte nos ossos, o autor consegue
incomum sobre a cultura material e determi- desvelar alguns mitos vinculados às práticas
nadas práticas da vida cotidiana procura jus- alimentares, muitas vezes reforçados pelos
tamente suplantar qualquer suposição de que relatos de viajantes, como a dieta de vários
este tópico é menos profundo que qualquer grupos sociais monopolizada pela carne bovi-
outro. Como o próprio autor ressalta, o mun- na, a predominância do assado em vez do
do material vinculado aos atos de comer e de cozido no final do século XVII e início do XIX
beber não está de nenhuma forma separado e o consumo de caracu originário da tradição
das práticas sociais e ambos estão integrados de imigrantes italianos ao invés de um antigo
a um processo social de autocriação complexo, costume colonial.
correspondendo a uma representação con- Como fundamento para construção de uma
creta dos valores essenciais de grupos sociais. imagem dual e simplificada sobre a história do
No prefácio do livro, Shávelzon denomi- comer em Buenos Aires, o autor vê na dicoto-
na, como precursores no estudo de aspectos mia entre povos nômades (rudes, dinâmicos,
relativos à alimentação em Buenos Aires, nas selvagens e carnívoros) e sedentários (pacífi-
últimas décadas, a história econômica e a cos, civilizados, intelectuais e vegetarianos),
arqueologia histórica na sua vertente formulada pelo racionalismo de Rousseau, a
arqueozoológica. Em outras partes do mundo base para estabelecer os limites e os matizes
cita pesquisadores de vários campos das das práticas alimentares entre gaúchos e habi-
chamadas ciências sociais (sociologia, tantes urbanos, entre a cidade e o campo. Em
antropologia, arqueologia, história, filosofia) contraposição, Shávelzon procurou ressaltar as

296 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):291-315, 2006


variantes na cultura material e nas práticas vin- Schávelzon, no prefácio do livro, diz que faz par-
culadas à alimentação entre os grupos de baixo te de uma geração (a de 1968) que rompeu com
poder aquisitivo, os mais abastados, os de classe um uma larga tradição alimentar e que por tal
média, os militares, os africanos, os afro- fato não sente orgulho. Inserido em um contex-
portenhos, ameríndios, entre outros. No entanto, to marcado pela mundialização e industrialização
é possível notar a ausência de um personagem do domínio alimentar e de outros, onde vários
importante neste cenário: a mulher. São poucas artigos se homogeneízam, se padronizam, o au-
ou quase nenhuma citação relativa às mulheres tor recua a um período que tem como aspectos
no que diz respeito ao consumo de alimentos e importantes na história da alimentação a
à cultura material. Isto é no mínimo curioso, emergência da alta cozinha e o desenvolvimento
pois a preparação de alimentos e a recepção sistemático da individualização na mesa e, nisto,
em jantares, provavelmente, tenham se torna- busca particularismos regionais no uso social dos
do um dos espaços onde a mulher tenha arti- artefatos. Tendo como ponto chave do livro as
culado a sua participação social e ampliado a mudanças culturais, Schávelzon rejeita no
sua visibilidade e os contatos com vida passado e no presente a perspectiva de um
extradoméstica. processo de massificação que extingue totalmen-
Para Schávelzon, os modos de utilizar os te a multiplicidade alimentar e aponta para uma
objetos e os seus contextos de inserção, difusão de novos produtos e práticas, que não
como os modais de mesa, por exemplo, são devem ser lidos somente como diruptivos de
elaborações culturais cujos diversos aspec- culturas alimentares, mas como elementos que
tos adquirem uma grande variabilidade no participam com os aspectos locais de novas
tempo. No que tange a vasilha de mesa, por recomposições, cujo âmbito se cria a diversidade.
entre as suas mudanças que permeavam as
práticas cotidianas ao longo do período Referências
estudado, o autor verifica aspectos peculia-
Deetz, James
res do processo de modernização na 1977 Small things forgotten. Norton, Nova
sociedade, como a privatização do espaço York.
doméstico, a ascensão do individualismo e a Douglas, Mary e Baron Isherwood
especificação no uso dos artefatos ligados à 1979 World of the goods: for an
alimentação, principalmente no caso de ob- anthropology of the consumption.
jetos associados ao luxo e ao bem estar como Perseus Books, Londres.
as maiólicas, as porcelanas e as taças de Glassie, Henry
vidro. Ao longo deste processo, Shávelzon 1975 Folk housing in Middle Virginia.
University of Tennessee Press,
percebe um ecletismo na utilização da cul-
Knoxville.
tura material formado por cópias e
Hodder, Ian.
adaptações de hábitos europeus com alguma 1992 Theory and practice in archeology.
elaboração própria na antiga sociedade de Routledge, Londres.
Buenos Aires, tudo isto sendo motivado pela Leone, Mark
marginalização desta sociedade para com as 1987 Interpreting ideology in historical
grandes potências e pela preponderância de archaeology: using the rules of
atitudes conservadoras e a pobreza em lar- perspective in the William Paca Garden
ga escala na cidade. in Annapolis, Maryland. Em Ideology,
Além disso, a sua própria obra pode ser vista power and prehistory, editado por
Christopher Tilley e Daniel Miller, pp
também como algo socialmente produzido, ou
25-35. Cambridge University Press,
seja, como uma abordagem histórica que busca
Cambridge.
explicar e dar um sentido a própria existência.

Reseñas/Resenhas 297
Lévi-Strauss, Claude pecialmente, pode propiciar uma nova
1968 The origin of table manners : maneira de apreciar o sentimento coletivo
Mythologiques, Volume 3. University dos que viveram há milhares de anos, além
Of Chicago Press, Chicago. de revelarem suas crenças metafísicas re-
Miller, Daniel
lativas à vida e à morte, bem como aspectos
1987 Material culture and mass
consumption. Blackwell, Londres.
da sua vida diária.
Poulain, Jean-Pierre No capítulo I – La Cultura Chinchorro
1988 Histoire de la cuisine et des - Arriaza faz um apanhado geral sobre as
cuisiniers. Jacques Lanore, París. descobertas de múmias Chinchorro, desde
Shanks, Michael e Christopher Tilley o trabalho pioneiro de Max Uhle em 1917
1992 Re-constructing archaeology: theory até as últimas descobertas na década de 90,
and practice. Routledge, Londres. perfazendo um total de 285 corpos
Wilk, Richard R. mumificados natural e artificialmente.
1991 Household ecology: economic Também propõe uma definição para a cul-
change and domestic life among the
tura Chinchorro, esclarecendo aspectos que
kekchi maya in Belize. University of
Arizona Press, Tucson.
permaneceram ambíguos durante décadas,
tais como as diferentes terminologias utiliza-
das pelos estudiosos.
Cultura Chinchorro: las momias artificia-
O capítulo II – La teoria sobre los ritos
les más antiguas del mundo de Bernardo
mortuorios - apresenta uma discussão so-
Arriaza T. Editorial Universitaria, Santiago,
bre as diferentes teorias antropológicas re-
2003. Resenhado por Andrea Lessa (Escola
lativas aos ritos funerários entre grupos
Nacional de Saúde Pública / Fiocruz).
tradicionais, buscando respostas para a
Entre todos os povos ameríndios que habitaram pergunta: Para quem são os ritos funerários?
a América do Sul, os Chinchorros sem dúvida A que necessidades espirituais pretendem
estão entre os que mais despertaram a satisfazer?
curiosidade e o fascínio de especialistas e do No entendimento do autor, os ritos podem
público em geral. A mumificação artificial ser considerados como um fenômeno
praticada por este grupo de pescadores- adaptativo que muda de acordo com as
coletores, com uma complexidade de técnicas necessidades sociais e ideológicas do grupo.
e de simbologia inigualáveis, e com uma Para compreender o significado dos ritos
antiguidade que remonta há 7.000 anos a.C., funerários entre os Chinchorros
conduz o leitor a uma série de reflexões e especificamente, é proposto um modelo
questionamentos muitas vezes ignorados no baseado na trilogia os vivos -o cadáver - o
discurso arqueológico. Com esta publicação, sobrenatural, e incorpora o conceito de morte
B. Arriaza não enfoca apenas uma análise das como regeneração da vida. As múmias Chin-
técnicas de mumificação, mas busca resgatar chorro preparadas artificialmente seriam,
a alma do povo Chinchorro através da sua portanto, vistas como entidades vivas que
relação com um fenômeno que sempre usavam o mesmo espaço e recurso que o
inquietou a humanidade: a morte e o desejo da resto da população.
vida eterna. No capítulo III – El hábitat de la gente
No capítulo introdutório, o autor re- Chinchorro - o leitor se familiariza com o
vela as premissas subjacentes ao espírito da tipo de habitat ocupado pelos grupos Chin-
obra, nas quais o estudo da morte pode pro- chorro, um ambiente hostil na costa do deser-
porcionar chaves para entender as culturas to de Atacama, responsável pela excelente
antigas. O estudo das múmias humanas, es- preservação das múmias naturais e artificiais.

298 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):291-315, 2006


A teoria de que os Chinchorros eram gru- No capítulo VI – La salud de la gente
pos sedentários, mesmo em época tão Chinchorro -, através da análise dos corpos
recuada, é discutida no capítulo IV – Chin- mumificados de forma natural e artificial,
chorro: uma sociedad sedentaria. Os Arriaza buscou reconstituir aspectos sobre
modelos propostos estão fundamentos nas o modo de vida e a saúde dos Chinchorros,
condições específicas do ambiente, bem tais como aparência física, demografia, saúde
como em aspectos relacionados aos padrões infantil, atividades cotidianas e patologias
de assentamento, aos cemitérios, às ósseas e dentárias. Foi dada preferência a
mumificações, à tecnologia marítima e à uma abordagem mais ampla dos aspectos
subsistência. biológicos, a fim de se construir um quadro
O capítulo V – Orígenes de la gente Chin- geral sobre as condições de vida.
chorro y de sus momias - explora temas até Certamente, não se pretendeu colocar a
então pouco desenvolvidos nos estudos sobre paleoepidemiologia dos Chinchorros como
os Chinchorros: a origem do grupo, e a origem tema principal do livro, embora uma
das múmias. Diferentemente dos postulados discussão mais detalhada sobre as
anteriores, a origem biológica do grupo e a osteoartroses e os traumas agudos pudesse
origem de suas práticas de mumificação artifi- contribuir para uma visão mais completa
cial foram analisadas como aspectos distintos, sobre o seu estilo de vida.
não necessariamente relacionados. Entendendo O capítulo VII – Subsistência y
a origem da população como um problema re- tecnologia - apresenta uma discussão sobre
lativo ao âmbito da genética, e a origem das a dieta dos grupos Chinchorros a partir de
mumificações como um aspecto ideológico- análises químicas realizadas diretamente nos
social, o autor buscou organizar e discutir os ossos e nos tecidos moles. A presença de ele-
dados e teorias existentes de forma integrada mentos como arsênico, estrôncio e isótopos
e coerente com as evidências cronológicas e de carbono permitiram a quantificação das
espaciais. categorias de alimentos ingeridos.
Apesar da importância destes temas para No que concerne ao comportamento so-
uma contextualização bem fundamentada da cial humano, o autor considera a alimentação
cultura Chinchorro, Arriaza não se furtou a uma importante variável na medida em que
discutir um aspecto correlato, de natureza revela aspectos não apenas da dieta em si,
um tanto especulativa, ainda que mas também de atividades diárias. Desta
extremamente intrigante: Porque os forma, esta abordagem é complementada
Chinchorros desenvolveram a mumificação através da análise da tecnologia simples e
artificial? O culto às crianças, preocupações eficiente utilizada pelos Chinchorros, a qual
espirituais, e fatores ecológicos foram con- confirma os resultados obtidos com as
sideradas possíveis hipóteses explanatórias, análises químicas, de uma tradição marítima
as quais apesar de não serem passíveis de bastante conservadora que persistiu por mais
verificação, em nada comprometem o de 5.000 anos.
caráter científico da obra. Neste caso, após O capítulo VIII – Técnicas de momifi-
o acúmulo consistente de dados e inferências cación - é sem dúvida a seção mais intri-
fundamentadas, discutir aspectos muitas gante do livro, onde o autor descreve
vezes evitados pelos especialistas devido à detalhadamente as técnicas utilizadas na
sua natureza incerta, revela a maturidade preparação das múmias artificiais. O nível
alcançada com relação à pesquisa, além de de complexidade e a variedade dessas téc-
confirmar o compromisso do autor em nicas explicam o fascínio exercido pela cul-
escrever de fato sobre o povo Chinchorro. tura Chinchorro em diversos especialistas

Reseñas/Resenhas 299
desde 1919, quando Max Uhle as classificou solutas para culturas estudadas durante dé-
pela primeira vez. Arriaza pormenorizou os cadas por distintos pesquisadores, é um dos
três tipos classificados por Uhle (múmias méritos do texto de Arriaza. A organização
naturais, múmias de preparação complica- coerente e a integração dos dados produzidos
da, e múmias cobertas com pátina de ba- de forma dispersa e independente, bem como
rro), elaborando um novo método tipológico a elaboração de um quadro esquemático com
que inclui todos os estilos de mumificação as 85 datações disponíveis, fazem deste livro
descobertos até o momento. uma importante referência para os estudio-
Além de um notável conhecimento de sos sobre a cultura Chinchorro e sobre a pré-
anatomia, chama a atenção o extremo cui- história andina em geral.
dado com que eram tratados os corpos. A Finalmente, no capítulo X – Los muertos
elaboração de técnicas sofisticadas, além da entre los vivos -, é discutida a importância
grande quantidade de tempo e energia gas- social da preservação dos mortos nos ritos
tos na preparação das múmias são indícios andinos, inicialmente através do conceito de
seguros da importância dada ao ritual e a huaca, o qual se constitui o ponto central da
todos os aspectos relacionados à morte. A cosmologia andina. São mencionados alguns
premissa colocada por Arriaza no capítulo possíveis significados para a mumificação
introdutório, de que o estudo das múmias artificial praticada pelos Chinchorros, como a
humanas pode propiciar uma nova maneira existência de uma hierarquia social, a
de apreciar o sentimento coletivo dos que existência de diferentes grupos étnicos e o
viveram há milhares de ano, parece desejo de preservar o morto à sua imagem e
enquadrar-se perfeitamente entre os semelhança, entre outros.
Chinchorros. A peculiaridade de suas práticas Como comentário final sobre o texto de
de mumificação confere uma identidade úni- Arriaza, gostaria de mencionar que
ca a este povo, transcendendo quaisquer provavelmente ainda passará muito tempo até
padronizações associadas ao ambiente, ao que os especialistas consigam avançar nas
tipo de subsistência, ou ao nível tecnológico. discussões sobre todo o simbolismo que
No capítulo IX – Cronologia Chincho- envolve as práticas funerárias e, mais
rro - é proposta uma cronologia para a cul- especificamente, a mumificação artificial en-
tura Chinchorro com base na associação tre os Chinchorros. Diante da prática arqueo-
entre os diferentes estilos de mumificação e lógica atual, no entanto, este fato não parece
as datações radiocarbônicas disponíveis. A ter tanta importância. A principal contribuição
partir da seqüência cultural elaborada, o au- dos estudos sobre a cultura Chinchorro está
tor tentou compreender as mudanças no reconhecimento de que grupos pescado-
ocorridas dentro da sociedade. Mais uma vez, res-coletores com tecnologia simples não
fica em evidência a enorme extensão dirigiam necessariamente o centro da vida
cronológica e geográfica (desde Ilo, no Peru, social exclusivamente para as atividades de
até Antofagasta, no Chile, em um total de subsistência, mas revestiam de extrema
900 km) da tradição funerária deste grupo, a importância aspectos ideológicos, como a
qual aparentemente passou por várias preservação dos corpos e tudo o que isto
transformações ideológicas, embora a pudesse significar.
necessidade de preservação daqueles que A elaboração de hipóteses e a busca por
se foram tenha permanecido. interpretações que integrem aspectos sócio-
Sem dúvida, a elaboração de uma culturais até então pouco valorizados talvez
seqüência cronológica baseada em aspec- amplie a perspectiva de se trazer à luz povos
tos culturais diagnósticos e em datações ab- há muito desaparecidos, e não apenas os seus

300 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):291-315, 2006


vestígios materiais. Compreender os medos, dos funerários em cinco capítulos, seguidos
as expectativas, e as distintas formas de se pelas considerações finais e bibliografia, além
lidar com a inexorável presença da morte de mapas, desenhos e fotos.
passam pela difícil, porém necessária, O sítio Justino foi localizado em 1990 no
reflexão sobre os nossos próprios valores e município de Canindé do São Francisco,
sobre a nossa condição humana. Sergipe, durante levantamento feito através
do Projeto Arqueológico de Xingó (PAX).
Cemitérios do Justino: estudos sobre a Tratou-se de um trabalho de salvamento ar-
ritualidade funerária em Xingo, Sergipe queológico uma vez que a região seria pos-
de Cleonice Vergne. Museu de Arqueologia teriormente inundada pela Usina
de Xingó, Aracajú, 2005. Resenhado por Hidroelétrica (UHE) de Xingó. As
Tatiana Farias Weska (Escola Nacional de escavações iniciaram-se em 1991 e foram
Saúde Pública / Fiocruz). encerradas em 1994, com a inundação do
local. Apesar das condições apresentadas
O livro «Cemitérios do Justino – estudo mediante um trabalho de salvamento arqueo-
sobre a ritualidade funerária em Xingo, lógico, onde o tempo consta como um pro-
Sergipe» é resultado da tese de doutorado blema constante e sem solução, foi possível
de Cleonice Vergne, que propôs lançar um efetuar a retirada de todos os sepultamentos.
olhar interpretativo sobre os ritos funerários O sítio Justino é considerado por muitos
fornecidos pela pesquisa daquele sítio arqueo- arqueólogos como a maior necrópole
lógico às margens do rio São Francisco lo- escavada até hoje no Brasil, embora repre-
calizado no estado de Sergipe, nordeste do sente não apenas uma, mas uma sucessão
Brasil. Este extraordinário sítio, com suma de ocupações pré-históricas. Neste sítio
sucessão de ocupações que se alternaram foram encontrados 185 esqueletos, dispostos
desde cerca de 8.000 anos até quase o em 167 sepulturas e evidenciados através
contato com os Europeus, foi pesquisado de quatro cemitérios distintos. Estes foram
numa das maiores escavações de salvamen- datados por C14 e Termoluminescência,
to arqueológico feitas no Brasil, resgatando sendo a data mais antiga 8980 AP e a mais
mais de uma centena de esqueletos e muitos recente, em torno de 1280 AP. Das quatro
milhares de artefatos, cuidadosamente do- ocupações, duas delas foram associadas a
cumentados a partir de uma topografia grupos ceramistas, uma a um provável pe-
detalhada e de uma metodologia francesa ríodo de transição e a última delas foi
de escavação em superfícies amplas. Os associada a grupos caçadores coletores.
esqueletos, retirados em bloco, puderam ser Associados aos sepultamentos deste sítio
minuciosamente analisados (apesar de sua foram encontrados fogueiras e material lítico
fragilidade) e estudos vêm sendo feitos a e cerâmico, sendo apresentada uma análise
partir deste enorme acervo documental. detalhada destes acompanhamentos,
Neste livro são apresentados aspectos da chamando a atenção para a distinção no
provável organização e dinâmica de mobiliário funerário de acordo com os que-
ocupação do espaço no sítio por aqueles gru- sitos de idade e sexo, como diferenciadores.
pos pré-históricos da região do Baixo São De acordo com o que se observou, aos
Francisco. No volume, publicado pelo Museu homens eram atribuídos lâminas de macha-
de Arqueologia de Xingó da Universidade do polidas e a mulheres batedores e mãos-
Federal de Sergipe, é feita uma introdução de-mó. Nos sepultamentos de indivíduos com
às pesquisas arqueológicas do Nordeste e é idade superior a 35 anos, em especial nos
apresentado o resultado de análises dos da- homens, foi observado um maior requinte nos

Reseñas/Resenhas 301
acompanhamentos, indicando um maior sta- vial para a colocação dos corpos e ocupação
tus social destes indivíduos no grupo. Dentre marcada por moradias, fogueiras e outros
as crianças foi observada uma maior traços de passagem, deixam claro a existência
simplicidade no acompanhamento funerário, de padrões, que mesmo não percebidos nas
que a autora interpreta como um menor estruturas funerárias, transparece na sua
investimento no preparo do sepultamento. macro-organização e nas suas relações
Ao confrontar os dados dos três estratigráficas. Neste sítio, a permanência de
cemitérios a autora observa algumas ocupação no terraço do Justino está
diferenças no mobiliário funerário de cada admiravelmente preservada dentro de metros
grupo. No cemitério mais antigo, por de sedimentação suave, e pode ser recupera-
exemplo, ela refere menos indícios de da graças a um trabalho habilidoso, paciente
hierarquização, o que também é remetido a e extremamente técnico de escavação, cujos
paradigmas defendidos por Binford. Um resultados começam agora a aparecer nesta
dado curioso, valorizado pela autora foi a não e outras publicações sobre o tema.
sobreposição de covas sugerindo um Um dos problemas da arqueologia
conhecimento prévio dos espaços utilizados brasileira no tocante aos sepultamentos é a
previamente, a existência de demarcações falta de padronização na coleta das
funerárias, ou uma forte tradição oral. informações. Nem todos os sítios arqueoló-
Também foram observados que a posição gicos apresentam a riqueza de informações
dos corpos e o posicionamento de crânio e como a encontrada no sítio Justino, onde foi
face eram pouco padronizados. possível observar quatro momentos ao longo
Apesar de não haver sido o foco de seus de quase 9000 anos de ocupações. Regis-
estudos, estudos feitos para outra tese tros sistemáticos e detalhados como os
descreveram a biologia dos esqueletos e obtidos para o Justino seriam bem vindo para
algumas patologias, e parte destes dados outros sítios funerários do Brasil onde infe-
foram utilizados pela autora em seu trabalho. lizmente a qualidade e a quantidade de
Indícios de fraturas, treponematose, informação disponível ainda é baixa.
hipoplasias dentárias, má-formação, perdas No caso deste livro, fica patente o cuida-
dentárias em vida, sinais de infecção óssea do com os procedimentos de campo,
são referidos a tais ocupações, mas não foi potencializando a retirada de informações de
observada nenhuma relação destes dados maneira responsável, uma vez que a área seria
com a disposição dos sepultamentos. inevitavelmente tomada pelas águas. A auto-
A disposição espacial dos sepultamentos ra reconhece, em alguns casos, as limitações
e sua distribuição vertical e horizontal, bem impostas pelos dados arqueológicos. Nem tudo
como sua relação com a distribuição dos é possível se resgatar. Não se resgata o mo-
artefatos e camadas estratigráficas, permite mento dos sepultamentos, o viés subjetivo, mas
evidenciar o uso de áreas delimitadas e ca- com os dados aqui apresentados podemos nos
racterizadas por contornos peculiares a cada aproximar da idéia da representatividade do
uma das quatro ocupações. A mais antiga morto, ao observarmos os acompanhamentos
delas, onde os enterros são escassos e dis- funerários, onde percebemos toda uma
persos, não parece haver constituído um mobilização dos grupos em preparar aquele
cemitério, mas um local de sepultamento, determinado indivíduo.
talvez por grupos que transitassem o vale do É um trabalho interessante e completo
São Francisco. Nas ocupações subseqüentes, mediante seus objetivos, contribuindo para os
muito mais recentes, a escolha de áreas bem estudos de ritos funerários de maneira singu-
delimitadas na ampla superfície do terraço flu- lar. O livro de Cleonice Vergne preenche mais

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uma lacuna em nossa bibliografia arqueológi- e bioantropólogos sobre esses grupos. O artigo
ca e vem juntar-se à Furna do Estrago, infe- inicial de Roberto Bracco Boksar e Cristina Ures
lizmente ainda não publicado em livro, Pantazi é um excelente exemplo da importância
assinalando a importância das contribuições da execução de um conjunto sólido de datações
da arqueologia do semi-árido para o sistemáticas na interpretação de processos
conhecimento da pré-história brasileira no que deposicionais e de construção antrópica.
se refere aos ritos funerários. Analisando cronologicamente as estruturas
monticulares da Cuenca de la Laguna Merín, os
Arquelogía y bioantropologia de las tie- autores sugerem a construção lenta e progressiva
rras bajas, editado por José María López desses sítios, por centenas de anos, e alguns por
Mazz e Mónica Sans. Universidad de la Re- dois milênios. Como conseqüência, tais estruturas
pública, Montevideo, 1999. Resenhado por não poderiam mais ser entendidas como resul-
Claudia Rodrigues-Carvalho (Museu Nacio- tado de um projeto intencional e imediato de
nal/Universidade Federal do Rio de Janeiro). construção, levado a cabo em algumas gerações.
Ainda que tais resultados sejam a expressão de
A necessária e producente colaboração entre uma característica particular da região, esta é
arqueologia e bioantropologia tem em uma questão importante, para a reflexão e
Arquelogía y bioantropologia de las tierras consideração nos estudos de diversas elevações
bajas um espaço para mostrar os resultados de artificiais distribuídas pelas Terras Baixas ame-
investigações, parcerias e reflexões entre ricanas, não apenas os ditos cerritos, mas também
bioantropólogos e arqueólogos, que tiveram outras formações como, por exemplo, os sítios
como foco de estudo populações das planícies costeiros conhecidos como sambaquis, muitos
inundáveis da América do sul. O livro é resulta- dos quais carecem de datações seriadas.
do de um simpósio realizado em 1997, em Qui- Ainda sobre a mesma área, no segundo ca-
to, Equador, por ocasião do 49° Congresso In- pítulo López Mazz parte da análise da
ternacional de Americanistas, que reuniu organização da paisagem dos sítios da região
pesquisadores envolvidos no estudo de para discutir mudanças culturais ao longo do
populações das chamadas «Terras Baixas» da tempo.Alterações ambientais e dinâmicas sócio-
América do Sul, onde diferentes perspectivas e culturais regionais e locais são consideradas nesta
abordagens conjugaram-se na formação de um perspectiva, demonstrando que uma análise den-
panorama sobre a diversidade de respostas bio- sa não pode prescindir da combinação desses
lógicas e sócio-culturais dos grupos que elementos na formulação de interpretações so-
povoaram estas regiões no passado.Através dos bre o comportamento de grupos pretéritos.
onze capítulos que compõem o livro, partes deste Uma discussão geral sobre sociedade e
panorama podem ser descortinados ao leitor. práticas funerárias a partir dos cerritos é o tema
O capítulo de abertura, de Mônica Sans e do capítulo seguinte, de autoria de Leonel Ca-
José M. López Mazz, relata a história por de- brera Perez. O autor sumariza os principais
trás da organização do simpósio que deu dados existentes relativos ao padrão funerário
origem ao livro e apresenta um breve resumo encontrado no leste uruguaio a partir das seis
de cada um dos 10 capítulos seguintes, onde categorias discriminadas por J. M. O’Shea, em
serão apresentadas contribuições do Uruguai, 1984 (consideradas como fundamentais para
Argentina e Brasil. um estudo em arqueologia funerária). A partir
Os primeiros trabalhos enfocam populações desses elementos busca subsídios, para
pré-históricas que habitaram a porção leste do reconstrução de aspectos sócio-culturais
Uruguai, permitindo apreciar os diferentes en- desses construtores de montes.
foques e questões desenvolvidos por arqueólogos

Reseñas/Resenhas 303
Um aspecto pontual dos enterramentos em conflitos e mudanças culturais, com uma
alguns dos sítios de la Laguna Merín pode ser desarticulação crescente da cultura indígena
apreciado trabalho de Sebastián Pintos Blanco original e a presença de elementos europeus
e Roberto Bracco Boksar. Os autores no universo simbólico indígena (por exemplo,
investigaram a variabilidade dos modos de alterações no padrão de sepultamentos; e 4°)
enterramento e a presença de marcas antrópicas desmembramento final e extinção do mundo
nos ossos humanos, com especial destaque para indígena, com um registro arqueológico onde o
marcas sugestivas de antropofagia e de violência, predomina o elemento europeu.
demonstrando a necessidade de um olhar A contribuição seguinte, de Mercedes
sensível a estas questões em estudos futuros. Pérez Meroni e María Clara Paleo, discute o
A estes trabalhos, soma-se o necessário uso do espaço por grupos ceramistas pesca-
estudo das condições de saúde, efetuado por dores-caçadores-coletores fluviais da província
Mônica Sans, onde diferentes indicadores como de Buenos Aires, Argentina. As análises se
idade à época da morte, estatura, dimorfismo debruçaram sobre a distribuição espacial, o
sexual, freqüência de cáries, traumas e reconhecimento dos recursos disponíveis, a
osteorartroses, são utilizados para reconstruir as tecnologia e os dados etnohistóricos e históri-
condições de vida dos grupos do leste uruguaio. cos desses grupos, que ocuparam a região por
Partindo do pressuposto teórico de que é cerca de 1500 anos, e chegaram até o período
possível avaliar o grau de adaptação de uma da conquista. Os resultados sugerem uma baixa
população através de sua condição de saúde, mobilidade, talvez reflexo da grande diversidade
Lívia Kozameh e Juan Eduardo Barbosa voltam- de ambientes disponíveis na área, garantindo
se para a análise de condições de saúde bucal recursos variados ao longo de todo o ano. O
em duas regiões diferentes daArgentina: no delta trabalho de María Carlota Sempé apresenta
do Rio Paraná e na Terra do Fogo. Seus resul- as evidências arqueológicas encontradas no
tados, embora com certa variação, sugerem que sítio Puerto Sara, em Misiones, noroeste Ar-
estas populações eram bem adaptadas ao meio. gentino. Este sítio era o remanescente de uma
O impacto da chegada dos europeus e sua estrutura habitacional de um grupo ceramista
visibilidade no registro arqueológico são o mote – agricultor associado à Tradição Tupiguarani,
do artigo de Alicia H. Tapia, que busca fase Comandaí inferior.
reinterpretar os dados disponíveis para cinco O último capítulo do livro é uma reflexão
sítios na bacia Paraná - Prata. Dados como teórica, realizada por Sheila M. Ferraz
localização e função dos assentamentos, adoção Mendonça de Souza sobre o potencial infor-
de novas matérias-primas e artefatos, mativo da paleopatologia e disciplinas afins, para
mudanças no padrão funerário, variações no a reconstrução do passado. Especial destaque
padrão de cáries e hipoplasias, entre outros ele- merece a discussão sobre os diferentes fatores
mentos e associados às informações históri- que limitam as séries arqueológicas e,
cas, levam a autora a propor quatro períodos conseqüentemente, reduzem as informações
para o estudo do impacto da colonização que podem ser obtidas a partir de seu estudo.
européia. A cada um desses períodos estaria Considerando desde as possíveis seleções dos
associado um registro arqueológico particular: indivíduos a serem sepultados em um cemitério,
1°) o momento imediatamente anterior, sem passando pelos problemas de conservação dos
sinais da presença européia; 2°) os primeiros esqueletos, do que pode ser descoberto pelo
contatos, com a manutenção dos padrões arqueólogo e do que pode ser de fato recupe-
culturais anteriores, porém com a agregação rado e pesquisado, a autora discorre sobre os
de algumas matérias-primas e objetos europeus, principais fatores extrínsecos que afetam as
utilizados fora de seu contexto original; 3°) séries osteológicas. Em seguida, passa a enu-

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merar os fatores intrínsecos às séries, como a jas y costa atlántica, funcionalidad de los sitios,
seletividade do fenômeno da morte, a falta de organización social-desarrollo sociocultural,
precisão temporal (e o conseqüente uso de da- subsistencia, economía-dieta, movilidad, traba-
dos que agregam um intervalo temporal, maior jos interdisciplinarios, etnoarqueología y paisa-
do que o desejado) e, finalmente, a falta de jes culturales.
modelos específicos ou refinados para as El volumen contiene 492 páginas con un
análises bioesqueléticas. Após essas total de 33 artículos que fueron divididos en
considerações, a autora apresenta um breve cuatro partes: (a) la relación entre estructu-
panorama das perspectivas e estudos em ras monticulares y los ambientes de tierras
biologia esquelética realizados no Brasil. bajas; (b) la funcionalidad de las estructuras
Este conjunto de textos representa um mo- monticulares y los niveles de desarrollo so-
mento particular no estudo das Terras Baixas cio-cultural alcanzados por los grupos cons-
da América do Sul onde se estabeleceram as tructores de cerritos; (c) la arquitectura como
bases para uma maior integração entre reflejo de complejidad en las manifestaciones
arqueólogos e bioantropólogos envolvidos com culturales de las tierras bajas; y (d) aproxima-
o tema. Sete anos após sua publicação, ainda é ciones interdisciplinarias.
uma leitura obrigatória àqueles que querem El libro posee desprolijidades y descuidos
avançar no estudo das populações pretéritas que en aspectos formales entre las que se desta-
fizeram das planícies seus locais de moradia. ca la ausencia de normas editoriales. Hay
autores que usan citan con notas a pie de pá-
Arqueología de las tierras bajas, editado gina o citas corridas en el texto; hay otros que
por Alicia Durán y Roberto Bracco. Minis- no citan a ningún autor en el cuerpo del texto.
terio de Educación y Cultura, Comisión Na- Algunos trabajos incluyen palabras claves al
cional de Arqueología, Montevideo, 2000. comenzar el texto y un resumen, otros no.
Reseñado por Rafael Suárez (Universidad Llama la atención la disparidad en el tamaño
Nacional de La Plata). de los artículos; los trabajos más escuetos no
alcanzan a ocupar una hoja y los más exten-
El libro es el resultado de las ponencias pre- sos alcanzan 26 páginas. El lector encontrará
sentadas en el Simposio Internacional de Ar- varios trabajos descriptivos, parecidos a una
queología de las Tierras Bajas celebrado en nota o resumen, que no aportan elementos
abril de 1996 en Montevideo. Los artículos re- significativos o enriquecedores a la problemá-
únen una serie de problemáticas arqueológi- tica arqueológica que intentan estudiar. El li-
cas y ambientales relacionados a grupos hu- bro hubiera ganado en calidad si los textos
manos que ocuparon zonas geográficas hubieran sido arbitrados, aspecto que parece
inundables de ríos o lagunas y el litoral oceáni- no haber sido tomado en cuenta por los edito-
co, en América del Sur y América del Norte. res debido a que hay varios textos con graves
La característica general que poseen las cultu- inconsistencias formales, estructurales,
ras estudiadas es la presencia de estructuras organizativas, metodológicas e interpretativas.
monticulares en tierra de distintas morfologías, Los artículos poseen una variada diversi-
denominadas mounds, mojos, cerritos, aterros, dad en relación con la profundidad científica
lomas, estructuras con evasión, entre los más que intentan bucear. Los artículos de Gusta-
usados en la bibliografía arqueológica. Los te- vo Politis y Tom Dillehay, por ejemplo, son los
mas tratados incluyen una amplia gama de tó- únicos que aportan perspectivas originales
picos entre los que se destacan: organización sobre los temas arqueológicos que abordan.
de la tecnología lítica, organización regional, dis- La mayoría de los artículos no decanta, se
tribución espacial, relaciones entre tierras ba-

Reseñas/Resenhas 305
mantiene en una superficialidad descriptiva que arqueológica que realizaron para una super-
se diluye rápidamente. ficie total aproximada de 20 km². El trabajo
La primera parte comienza con el artículo tiene el formato de una nota larga o un resu-
La prehistoria de las tierras bajas de la men expandido. En la misma línea de este
cuenca de la Laguna Merín, en el que Ro- artículo Maribel Girelli y André Osorio pre-
berto Bracco, Leonel Cabrera y José María sentan en Prospecções arqueológicas em
López hacen una síntesis descriptiva de las Santa Vitoria do Palmar, RS una síntesis
investigaciones arqueológicas realizadas para lacónica de las investigaciones en el sur de
el período 1986-1996 relacionados con esta Río Grande del Sur, Brasil. Un eco que a
problemática en Uruguay. Al trabajo le hace modo de repetición parece ser perpetuo sue-
falta una autocrítica sincera que explique por na luego de más de 30 años en las interpre-
qué en una etapa inicial de la investigación se taciones llenas de ingenuidad, que repiten los
armó un modelo arqueológico ecológico- autores en lo referente a la funcionalidad de
sistémico reduccionista con tres sitios los sitios. Estas interpretaciones vienen sien-
excavados (López y Bracco 1992) que luego do realizadas por autores desde finales de
demostró poseer incompatibilidades estructu- 1960 (Schmitz 1967) y se impusieron en la
rales evidenciadas por los mismos datos ar- arqueología de Río Grande del Sur a media-
queológicos. El artículo comparado con otros dos de la década de 1970 con el extenso
(Bracco 1992; López y Bracco 1994) no con- trabajo de Schmitz (1976). Sin embargo, los
tiene mayores avances y termina dejando un autores se apropian de estas interpretacio-
aire de «más de lo mismo». nes y no citan las fuentes originales.
El segundo artículo se titula Relaciones Excavando las hojas del libro este articulo
entre el litoral Atlántico y las tierras bajas; puede dar una pista: parecería que los artí-
allí José María López y José Iriarte tratan la culos no fueron evaluados o arbitrados. El
problemática entre dos zonas geográficas del cuerpo del texto de Girelli y Rosa no presen-
este de Uruguay próximas entre sí (la costa ta citas bibliográficas. Además, formal y
Atlántica y los bañados) y plantean su ocupa- estructuralmente es desordenado; por ejem-
ción sincrónica por los mismos grupos cultura- plo, en las consideraciones finales se pre-
les. La justificación argumental gira en torno a sentan datos descriptivos del material arqueo-
la funcionalidad de los sitios, aspectos lógico que se analiza. Los autores indican a
organizativos en la tecnología lítica y la poten- quién corresponde lo escrito por cada uno.
cialidad económica de ambos ambientes. Al El trabajo no aporta elementos nuevos a la
final los autores plantean una exégesis ingenua discusión.
y fácil generada desde la luz del determinismo Aterros no Pantanal do Mato Grosso do
ambiental. En este sentido para López e Iriarte Sul, Brasil, escrito por Pedro Schmitz y Marcus
«los cambios ambientales» acompañaron (de- Beber, presenta las investigaciones de un área
terminaron) la intensificación de la ocupación; aproximada de 5000 km² que vienen realizan-
por este camino explican el mayor sedentarismo, do en el sector brasileño –frente al boliviano-
complejidad social y arquitectura ceremonial del pantanal presente en el curso superior del
que, según los autores, caracterizan las socie- río Paraguay. Se presentan datos para una zona
dades «formativas» de la región. deAmérica del Sur que permaneció inexplorada
En Distribución espacial de estructu- hasta la década de 1990 desde el punto de vis-
ras monticulares en la cuenca de la La- ta arqueológico. Los datos cronológicos inclu-
guna Negra José María López y Sebastián yen seis dataciones calibrados para la ocupa-
Pintos describen, someramente en una pá- ción precerámica de los aterros que indican
gina y media, aspectos de una prospección edades entre 4500 y 2700 años cal. AP. El pa-

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trón de asentamiento es propuesto en términos interdisciplinaridad, una reconstrucción
generales y la analogía etnográfica con los in- paleoambiental para el holoceno medio-final del
dígenas Guató es sugerida como punto a pro- este de Uruguay; aunque este aspecto puede
fundizar para interpretar los sitios. ser discutible debe ser resatado porque estos
Organización de la tecnología lítica en trabajos no son frecuentes en Uruguay.
la costa Atlántica de los humedales de Ro- Richard Yerkes finaliza la primera parte del
cha, escrito José Iriarte, presenta los resulta- libro con el artículo Mounds of the southern
dos del análisis del material lítico de la exca- United States, donde realiza una retrospectiva
vación I de Cabo Polonio y estudio de colec- y síntesis de la arqueología del Holoceno final
ciones superficiales de sitios clásicos del lito- del Sur de Estados Unidos de Norteamérica.
ral Atlántico de Uruguay. Se comparan algu- El autor expone la discusión sobre los contac-
nos datos del material lítico recuperado en la tos y orígenes de los constructores de montí-
excavación I de Cabo Polonio con datos culos con culturas de Mesoamérica y Améri-
etnográficos. La conclusión obtenida por el ca del Sur, así como el problema del origen y
autor respecto a la organización de la tecno- cronología del inicio de los cultivos en la región.
logía lítica gira en torno a un esquema pro- Presenta una retrospectiva y síntesis cultural
puesto originalmente por Binford (1979): en de los grupos Poverty Point, Adena, Hopewell
el litoral Atlántico de Uruguay las materias y los diferentes tipos de sitios utilizados por es-
primas de acceso local (cuarzo lechoso) fue- tos grupos culturales y sus influencias en el re-
ron utilizadas en tecnologías «expeditivas-in- gistro arqueológico del sur de Norte América.
formales» y las materias primas de origen La parte II del libro se inicia con
regional (siliceas) se utilizaron para tecnolo- Moundbuilding societies of the Amazon and
gías «conservadas-formales» (curated). Orinoco, de Anna Roosevelt. La autora seña-
Los Zenúes de las llanuras del Caribe la que la complejidad alcanzada por «jefatu-
colombiano: organización regional y ma- ras» del Amazonas se inició con los «horizon-
nejo del medio ambiente, de Ana María tes culturales al final de la prehistoria» (late
Falchetti, es un artículo que brinda un panora- prehistoric horizon cultures), antes de la lle-
ma general sintético de la arqueología de las gada de los conquistadores a la zona. Son ca-
llanuras del sector Caribe de Colombia. Este racterísticos, según la autora, de este período
artículo de corte descriptivo recopila informa- la presencia de recipientes cerámicos policro-
ción generada en los últimos 20 años de inves- mos e incisos. Estos «horizontes cerámicos»
tigación en esta zona de América del Sur. Es estuvieron acompañados por una diversifica-
agradable para el lector poco familiarizado con ción en la producción de artefactos, entre los
estos temas. Llama la atención la forma distin- que se destacan instrumentos musicales, es-
ta de citar (con notas al pie de página) respec- finges, taburetes, herramientas para consumir
to a los otros artículos del volumen. drogas, morteros, ornamentos de jade y otras
Evolución del humedal y ocupaciones piedras semi-preciosas. La presencia de rocas
humanas en el sector sur de la cuenca de ígneas transportadas desde grandes distancias
la Laguna Merín, de Roberto Bracco, Juan y la iconografía del período indica, según la au-
Montaña, Jorge Bossi, María Cristina Ures y tora, evidencia adicional de elevada organiza-
Hector Panarello, presenta una buena descrip- ción social y arte, destacándose representacio-
ción del sustrato geológico y geomorfológico nes de la figura del jefe-shaman manufactura-
donde están emplazados los cerritos de indios das sobre piedra.
y hace una autocrítica sobre interpretaciones Funcionalidad de los cerritos dentro del
generadas años atrás, justificando su abando- sistema socio-cultural de Marajó antes del
no. El artículo presenta, desde la contacto con el europeo, de Alicia Durán,

Reseñas/Resenhas 307
expone una síntesis histórica de las interpre- perficie fue excavada para definir esta «tra-
taciones de diferentes autores relacionadas dición cultural». No quiero sugerir que para
con la funcionalidad de estructuras definir una tradición cultural hay que basarse
monticulares que se ubican en la isla de en aspectos cuantitativos. Prospectando,
Marajó, desembocadura del río Amazonas. excavando y analizando en el libro debí recu-
Los niveles de desarrollo socio-cultural rrir al trabajo de Schmitz y Beber (pagina 66
alcanzados por los grupos constructores del volumen), donde se puden obtener los da-
del este uruguayo, de Leonel Cabrera, es tos que el autor omite. Allí se indica que en el
una aproximación desde las fuentes históri- marco del proyecto Corumbá se hicieron 21
cas que intenta desconstruir el silencio cortes estratigráficos (sondeos de 2x2 me-
etnohistórico referente a los grupos humanos tros cada uno), es decir, una superficie de son-
que habitaban el este del Uruguay en el tiem- deos de 84 m², demasiado poco si lo contras-
po de la conquista temprana. Investigacio- tamos con los 5000 km² que ocupa esta pri-
nes arqueológicas en el sitio CG14E01 mer zona piloto del proyecto. No se indica el
(«Isla Larga»), Sierra de San Miguel. número de sitios sondeados. Rogge hace una
Dpto Rocha, Uruguay, de Leonel Cabrera, breve referencia a que el componente
Alicia Durán, Jorge Femenías y Oscar «precerámico» fue fechado por 14C en el in-
Marozzi, es un trabajo descriptivo que pre- tervalo entre 4460-2750 años AP. La falta de
senta datos generales y específicos de traba- información (número y tipo de sitios
jos de campo sobre una estructura monticular excavados) y de referencias a contextos
y su área circundante. El artículo tiene un li- estratigráficos ampliamente datados y el én-
mitado aporte sobre una microproblemática fasis en sondeos limitados de 2x2 metros su-
arqueológica especifica y se parece a un su- giere que el trabajo no pasó de la etapa de
cinto informe de actividades realizadas en una prospección, pero se sobredimensiona la im-
campaña arqueológica. portancia de datos de recolecciones superfi-
A Tradição Pantanal: uma nova ciales que dejan ver algunas carencias
tradição cerámica nas terras baixas Sul- metodológicas, más aún cuando pretende de-
Americanas, de Jairo Rogge, presenta, al finir «una tradición cultural». Al trabajo le hace
estilo de la arqueología brasileña de las déca- falta una serie bastante más profunda y am-
das de 1960-1980, una nueva tradición cerá- plia de datos para poder sostener lo que se
mica y sus subsecuentes «fases», definida a pretende justificar. La definición de una tradi-
partir de «elementos diagnósticos». La técni- ción cultural es un aspecto arqueológico im-
ca de manufactura, forma de hornear, color, portante; no pude hacerse a la ligera con apre-
tamaño, tipo-forma del borde y técnica de suramientos y sin el respaldo de una base de
decoración son los elementos principales para datos sólida.
distinguir los conjuntos cerámicos. Este artí- En Lomas de ocupación en los Llanos
culo ilustra la inmovilización en que se encuen- de Moxos Clark L. Erickson presenta aspec-
tra cierta parte de la arqueología brasileña al tos de una parte importante de la arqueología
finalizar el siglo XX: el énfasis pasa por as- boliviana. Realiza una síntesis de los principa-
pectos descriptivos y no se logra romper las les antecedentes, describe la distribución, ta-
cadenas de influencias teóricas obsoletas. El maño, forma y funcionalidad de las «lomas»,
autor indica que el «Proyecto Corumbá» ocu- indicando que la construcción de estas estruc-
pa una superficie de 20.000 km² pero en este turas se inicia hacia el 2700 AP. Es un trabajo
texto se presentan datos de las prospeccio- que resume y reúne información generada
nes realizadas en 5000 km². El articulo no desde principios de 1900 hasta las investiga-
aclara cuántos sitios arqueológicos y qué su- ciones recientes realizadas por el autor y sus

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colaboradores. El autor brinda un panorama na síntesis donde se plantean las líneas ge-
general de las distintas hipótesis funcionales nerales y especificas de la economía de sub-
sobre estas estructuras señalando que pudie- sistencia de los grupos constructores de
ron haber sido usadas como sitios de ocupa- cerritos del Este de Uruguay. La presencia
ción, cementerio, lugares para realizar ritua- del perro (canis familiaris) recuperado en dos
les, huertas o campos de cultivo, lugares de sitios arqueológicos pone de manifiesto la im-
caza y/o haber sido limites políticos y territo- portancia de éste como herramienta de apo-
riales de diferentes poblaciones. yo en las actividades de caza. Observa el
En Dieta, modos de producción de ali- autor que hacia el 2500 AP el «complejo
mentos y complejidad Roberto Bracco, Ma- cérvido» (venado de campo y venado de los
ría Inés Fregeiro, Héctor Panarello, Rosario pantanos) juega un rol importante en la dieta
Odino y Beatriz Souto intentan a través de de estas comunidades. Luego a medida que
análisis de oligoelementos e isótopos esta- nos acercamos al presente parecería que la
bles (d13C) realizados sobre tres poblacio- dieta se vuelve más rica en número de es-
nes de restos óseos humanos de cuatro zo- pecies. Se plantean en líneas generales y
nas del Uruguay, justificar la ausencia de fundamenta en el trabajo aportes hacia una
horticultura y presencia de maíz – línea explorada años atrás, donde se manejo
especificamente- en la dieta de los «cons- el modelo de «cazadores de alta eficiencia
tructores de cerritos» del Este del Uruguay. en ambientes de alta productividad» (López
El artículo busca fundamentalmente soste- y Bracco 1989).
ner un modelo que postula «economías de La Parte III del Libro se titula «La arqui-
alta eficiencia en ambientes de alta produc- tectura como reflejo de la complejidad en las
tividad» (López y Bracco 1989) para estos manifestaciones culturales de las tierras ba-
grupos socioculturales. El argumento esgri- jas». Comienza con el aporte de José María
mido por los autores intenta validar una téc- López Trabajos en tierra y complejidad
nica analítica que no tiene tradición de in- cultural en las tierras bajas del Rincón de
vestigación en Uruguay. Al final los autores los Indios. El autor hace una reseña descrip-
adoptan el modelo de viajeros-procesadores tiva-justificativa sobre diferentes «sociedades
de Robert Bettinger y lo plantean como una formativas complejas» de varias partes de
estrategia económica utilizada por los gru- América del Sur desde Ecuador a los Andes
pos en cuestión. José Iriarte (2003) retomó sureños, pasando por el Amazonas, La Puna,
la investigación de una importante localidad llanuras Chaco-Santiagueñas, Tierras Bajas
arqueológica denominada Los Ajos – origi- del Chaco Austral, Cultura Entrerriana, en Ar-
nalmente investigada y excavada por Ro- gentina por citar algunos ejemplos. La infor-
berto Bracco - demostrando ampliamente mación arqueológica americana para el autor
con sólida y contundente evidencia parecería tener realidades culturales, arqueo-
paleobotánica a través de sistemáticos y de- lógicas, sociales, económicas y cronológicas
tallados estudios de fitolitos, polen y macro- similares entre diferentes regiones y sus gru-
restos la presencia de maíz, zapallo y otros pos «formativos». Si tomamos una región de
cultígenos que la horticultura y el maíz estu- las que cita el autor, la realidad arqueológica
vo presente específicamente en parte de la «formativa» de la Puna, por ejemplo, para el
dieta de los constructores de cerritos del este período en cuestión poco o nada se parece a
del Uruguay. la de Uruguay. En la Puna hay aldeas cons-
Economía «húmeda» del este del Uru- truidas con decenas de casas de piedra, ca-
guay: El manejo de los recursos nales de riego, parcelas de cultivos individua-
faunísticos, de Sebastián Pintos, es una bue- les-comunales vinculados a la agricultura, una

Reseñas/Resenhas 309
serie de estructuras arquitectónicas vincula- centraciones de restos faunísiticos, próximos
das a la cría de animales (Haber 2000) y un a las viviendas. El sambaqui es interpretado
conjunto de diferencias realmente significati- como un sitio-habitación.
vas que sería muy largo enumerar aquí. Por En la misma línea Aspectos da formação
último hay que marcar, la inmadurez en que de um sambaqui. Analise de sedimentos,
se encuentra la arqueología del Uruguay al de Levy Figuti y Daniela Magalhães, estudia
comenzar el año 2000, ésta se ve reflejada en los «sedimentos» de un sambaqui y compara
la falta de generar perspectivas con identidad los datos obtenidos con otros sitios. Los auto-
propia que expliquen las realidades arqueoló- res entienden e incluyen dentro de la catego-
gicas del Este del Uruguay. El ejemplo de la ría sedimento dos clases de vestigios: restos
monumentalidad ilustra este aspecto, luego de orgánicos como macrorestos botánicos (fibras,
14 años de investigaciones arqueológicas en restos vegetales y carbón), concreciones, ma-
el Este del Uruguay al finalizar el año 2000, terial óseo y bivalvos; y restos inorgánicos (pie-
se utilizan «modelos importados» desde cen- dras, arcilla y concreciones); postulan que 85%
tros hegemónicos del conocimiento arqueoló- del material presente en la matriz de los
gico para explicar e interpretar la sambaquis está compuesto por bivalvos (con-
monumentalidad del territorio uruguayo. chas de moluscos) y cerca de 6% son huesos
Técnicas de construcción y estructu- de peces. Los autores realizan una conver-
ras monticulares, termiteros y cerritos: de sión para obtener el volumen de carne apor-
lo analógico a lo estructural, de Roberto tado por el material presente en los sitios y los
Bracco, Juan Montaña, Octavio Nadal y Fer- resultados se invierten: 80% de la carne pro-
nando Gancio, avanzan desde una perspecti- vino de peces y 15% de moluscos.
va funcional en la técnica de construcción de Construcción de «sambaquis» y ocu-
los «cerritos». Se argumenta que los materia- pación del territorio brasileño por pes-
les para la construcción de las estructuras cadores, recolectores y cazadores, de
monticulares fueron adecuadamente seleccio- Maria Dulce Gaspar, repasa, sintéticamente,
nados, luego se los mezcló, donde los elemen- las investigaciones de este tipo de sitio en
tos más gruesos (fracción superior a 2mm) Brasil e intenta sugerir que su nuevo enfo-
fueron utilizados como «el esqueleto» para que es renovador con respecto a los estu-
darle estabilidad, resistencia y perdurabilidad dios anteriores que pusieron énfasis en as-
a la estructura. pectos económicos. La autora parte de la
Luego el libro presenta una serie de casos premisa de que el sitio es un artefacto, ca-
de investigadores brasileños que tratan el yendo en un reduccionismo oscuro. Luego
tema de los «sambaquis» (concheros) ubica- manifiesta que en el centro del sitio se evi-
dos en la costa Atlántica. La serie comienza dencian lugares de habitación-ocupación-
con El proceso de formación del sepulturas en los que los estratos tienden a
«sambaqui» Isla de Boa Vista I, Río de ser horizontales; en la periferia se registran
Janeiro. Análisis comportamental de la vestigios de alimentación, vestigios líticos y
cadena de actividades, de Marcia Barbosa huesos humanos desarticulados. Al orientar
y María Dulce Gaspar, donde a través del e interpretar el espacio interno del sitio con
análisis de la estratigrafía, los elementos pre- la oposición centro-periferia bosqueja una
sentes en los «sambaquis», dataciones, pa- imagen cándida, imprecisa y subjetiva del
trones demográficos y análisis relacionales se fenómeno arqueológico que estudia.
describen las investigaciones realizadas. Se Indicadores de complexidades nos
distinguen lugares de habitación-viviendas y grandes sambaquis do litoral sul do Bra-
una zona de descarte donde se observan con- sil: o caso de Espinheiros II, Joinville, de

310 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):291-315, 2006


Paulo De Blasis y Marisa Coutinho, es un sencia de caries indica poca dependencia de
articulo extremadamente descriptivo. El tex- la agricultura. Las fechas más tempranas para
to es aburrido; se limita a exponer hallazgos este montículo están cerca de 2000 años AP
arqueológicos de distintos sambaquis y no tie- y las más recientes llegarían hasta 300-400
ne un mínimo de sentido crítico, interpretativo años AP, por lo que quizás están representa-
y/o científico original. Los indicadores de com- das varias «poblaciones» para un lapso de
plejidad remarcados en el título no se expre- tiempo relativamente grande de 1600 años.
san en ninguna parte del texto. Este aspecto puede presentar problemas a la
El espacio habitacional en la aldea hora de realizar conclusiones, como bien plan-
Tupinambá de Morro Grande, de Angela tean los autores.
Buarque, intenta reconstruir el territorio ocu- Aplicación de métodos geofísicos en la
pado por un grupo humano instalado en el es- prospección arqueológica, de Alicia Durán,
tado de Río de Janeiro hacia el año 1740 AP; es un resumen descriptivo-informativo que
a través de los sondeos realizados se llega a indica los sitios arqueológicos de Uruguay
la conclusión de que la aldea ocupó una su- donde se aplicó esta técnica. Luego, en Tra-
perficie de 90.000 m² que incluye un área bajos geofísicos sobre asentamientos in-
central y otra periférica. dígenas: Isla Larga y Paso Barrancas
La cuarta parte del libro se titula «Aproxi- Rocha, Hugo Costa, Enrique Infantozzi y
maciones Interdisciplinarias» y comienza con Carlos Valverde presentan la metodología de
el texto Relaciones morfológicas de las po- detección electro-magnética a distancia que
blaciones prehistóricas del Uruguay: aná- utilizaron para dos sitios con estructuras
lisis de restos esqueletarios humanos, de monticulares; en uno de ellos los resultados
Bernardo Bertoni, Mónica Potas y Mónica fueron alentadores pero en el otro no. Al final
Sans, donde se analizan las relaciones se expresa que «el lenguaje» del cerrito no ha
morfogenéticas entre grupos prehistóricos a sido claramente entendido por lo que se de-
nivel de sitio, regional (este y oeste del Uru- bería seguir estudiando, lo que desde la fecha
guay) y extraregional (mitad meriodional de hasta el presente no ha ocurrido.
Sudamérica), llegando a la conclusión de que Un caso de estudio etnoarqueológico:
existe heterogeneidad intra-sitios y homoge- la formación de sitios de cazadores-
neidad inter-sitios y regiones. Al separar por recolectores en las tierras bajas sudame-
sexo las poblaciones se observa una seme- ricanas, de Gustavo Politis, explora la for-
janza entre las poblaciones del este de Uru- mación de depósitos arqueológicos en la flo-
guay con las del sur de Brasil y las del oeste resta tropical colombiana de los Nukak des-
con las del delta del Paraná. de la perspectiva etnoarqueológica. El tra-
En Subsistencia, movilidad y organiza- bajo enfatiza aspectos novedosos y poco tra-
ción social en el sitio monticular CH2DO1- tados en la arqueología Americana entre los
A (Rocha, Uruguay): inferencias a partir que se destacan actividades de los niños en
de las pautas de enterramiento y los restos el registro arqueológico. El articulo presen-
esqueletarios Mónica Sans y Jorge Femenías ta datos concretos muy interesantes sobre
intentan caracterizar una población de restos aspectos importantes de cazadores-
esqueletarios, a partir de una muestra de 17 recolectores amazónicos como ser tiempo
individuos recuperada en un «cerrito», para de ocupación de los campamentos, organi-
obtener inferencias arqueológicas; para ello zación social, movilidad y tamaño de las ban-
consideraron el tipo de enterramiento, el ajuar das entre otros, que son utilizados para com-
asociado, los datos paleodemográficos y los pararlos con diferentes aspectos de la ar-
indicadores de «estilos de vida». La baja pre- queología uruguaya.

Reseñas/Resenhas 311
El paisaje cultural y público: el Referencias
monumentalismo holístico, circunscripto Binford, Lewis
de las comunidades Aracuanas, de Tom 1979 Organization and formation processes:
Dillehay, analiza la relación entre el signifi- looking at curated technologies.
cado almacenado en los monumentos y la Journal of Anthropological Research
acción político-religiosa y examina el rol po- 35(3):255-273.
lítico y religioso de un paisaje cultural defini- Bracco, Roberto
do por las montañas sagradas y los cerros, 1992 Desarrollo cultural y evolución ambien-
los montículos de tierra, los campos y cami- tal en la región este del Uruguay. En
nos ceremoniales de comunidades Ediciones del Quinto Centenario: es-
tudios antropológicos, editado por Car-
Mapuches-Araucanas para el período 1700
los Zubillaga, Renzo Pi, Mónica Sans,
AD hasta el siglo XVIII en el valle de los Roberto Bracco, José María López,
ríos Puren-Lumaco en Chile. Para el autor Leonel Cabrera, Carmen Curbelo,
el monumentalismo es más que un grupo de Elianne Martínez, Susana Mazzolini,
edificios arquitectónicos; es memorias y lu- Sonia Romero, Susana Rostagnol y
gares históricos diseñados para comunicar Antonio Lezama, pp 43-73. Universidad
significados duraderos dotados de espíritus de la República, Montevideo.
de ancestros con significados para las gene- Haber, Alejandro
raciones pasadas, presentes y futuras. Los 2000 Una arqueología de los oasis
paisajes culturales organizan sistemas de con- puneños. Domesticidad, interacción
e identidad en Antofalla. I y II milenios
ceptos religiosos utilizados, actualmente, por
d. C. Disertación doctoral, Facultad de
las comunidades Araucanas-Mapuches que Filosofía y Letras, Universidad de
están redimensionando el uso del paisaje Buenos Aires, Buenos Aires.
cultural. Iriarte, José
En Análisis estadístico textural para 2003 Mid-Holocene emergent complexity
el estudio de las columnas estratigráficas and landscape transformation: the
de las excavaciones I y II del Bañado de social construction of early formative
los Indios Carola Castiñeira y Gustavo communities in Uruguay, La Plata
Piñeiro intentan aportar datos sobre el pro- Basin. Disertación doctoral, Departa-
ceso de formación de sitios con estructuras mento de Antropología, University of
Kentucky, Lexington.
monticulares y establecer el origen de los
López, José María y Roberto Bracco
materiales usados en su construcción. El li- 1992 Relación hombre medio ambiente en
bro finaliza con el trabajo Puntas de pro- las poblaciones prehistóricas de la
yectil del río Negro medio: primer paso zona este del Uruguay. En Archeology
en la construcción de una cronología and environment in Latin America,
cultural, de Jorge Femenías y José Iriarte, editado por Omar R. Ortiz-Troncoso y
quienes realizan una clasificación con base Thomas Van der Hammen, pp 259-282.
en el pedúnculo de puntas de proyectil líticas, BAR Archaeological Series, Oxford.
enfatizando aspectos morfológicos de estas 1994 Cazadores-recolectores de la cuenca
armas. El objetivo del trabajo es aislar tipos de la laguna Merín: aproximaciones
teóricas y modelos arqueológicos. En
para testearlos en el futuro como tipos tem-
Arqueología de cazadores-
porales; así distinguen cuatro tipos fundamen- recolectores. Limites, casos y aper-
tales. Los autores reconocen que están a turas, editado por José Luis Lanata y
«medio camino entre una clasificación so- Luis Alberto Borrero, pp 51-64. Ar-
bre una base intuitiva y objetiva». queología Contemporánea 5, Edición
Especial, Buenos Aires.

312 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):293-317, 2006


Schmitz, Pedro Ignácio Vegas (Arcaico) y Valdivia que marca los
1967 Arqueologia do Rio Grande do Sul. comienzos de la alfarería y un cambio hacia
Pesquisas Antropológicas 16:1-58. la sedentarización, desembocando en mayo-
1976 Sítios de Pesca Lacustre em Rio Gran- res centros ocupados y un decidido aumento
de, RS, Brasil. Instituto Anchietano de
demográfico. En su artículo basado en análi-
Pesquisas, São Leopoldo.
sis cronológicos y materiales culturales Mar-
cos realiza una síntesis y revisión del Forma-
Archaeology of Formative Ecuador, edi-
tivo e incluye la historia social y estilo de vida
tado por J. Scott Raymond y Richard L.
de la cultura Valdivia del Formativo Tempra-
Burger. Dumbarton Oaks, Washington, 2003.
no, que puede ser dividida en 8 fases conse-
Reseñado por Diógenes Patiño (Departa-
cutivas, la transición hacia Machalilla (For-
mento de Antropología, Universidad del
mativo Medio), para luego terminar la secuen-
Cauca).
cia con nuevos datos sobre la cultura Chorerra
Este interesante volumen es producto de un (Formativo Tardío). Scott Raymond escribe
simposio sobre la arqueología del Formativo un artículo pormenorizado sobre el Formativo
ecuatoriano, celebrado en Dumbarton Oaks Temprano enfocándolo hacia las formacio-
en octubre de 1995; de manera acertada es nes sociales y el análisis de los asentamientos
dedicado a los pioneros de la arqueología cos- en Valdivia y, en menor escala, sobre los de
tera en Ecuador, Donald W. Lathrap, Clifford Machalilla y Chorrera; como antecedente sin-
Evans, Carlos Zevallos, Emilio Estrada y Betty tetiza el precerámico de Las Vegas en la pe-
J. Meggers. El libro busca sintetizar los pro- nínsula de Santa Elena, resaltando los cam-
gresos de la arqueología costera durante las bios sociales y económicos que marcaron el
dos últimas décadas a través de 10 artículos inicio de las culturas Formativas sedentarias
bien logrados, a pesar del desbalance en cro- en Ecuador. Raymond destaca que los
nologías y metodologías observados en cada asentamientos tempranos parecen haber sido
uno de ellos; sin embargo, la obra busca colo- separados económica y políticamente, pero
car en perspectiva diversos aspectos sobre- con comunidades interdependientes desde el
salientes de un tema que ha sido bastante pro- punto de vista social. Los grandes centros con
blemático como es el Formativo en el noroes- montículos ceremoniales fueron espacios es-
te de Sur América. Después de la publica- pecializados para ceremonias y reuniones.
ción del libro Ecuador (1966) esta es la com- Algunos ejemplos comparativos son tomados
pilación más completa y precisa realizada so- de las tierras bajas y los Andes suramericanos,
bre los desarrollos que alcanzaron las cultu- donde se hallan plazas y construcciones ce-
ras costeras y serranas durante el período remoniales similares a aquellas encontradas
Formativo. Los artículos cubren, desde el pun- en Valdivia, que pueden ser interpretadas
to de vista cronológico, una amplia temporali- como espacios culturales con alto contenido
dad que va desde los inicios tempranos de las simbólico y ritual. Con el tiempo la mayoría
primeras aldeas de Real Alto (Valdivia) hace de los asentamientos Valdivia se dispersó en
unos 3500 AC, pasando por Machalilla hasta pequeñas aldeas; esta dispersión, probable-
los desarrollos de culturas Chorrera, hacia 1000 mente, estuvo asociada con el parentesco.
AC. Algunos autores, como Jorge Marcos, James Zeidler y John Isaacson escriben
creen que los inicios del Formativo Temprano sobre los asentamientos de las culturas
estarían ubicados hacia 4400 AC, según mues- Formativas del norte, especialmente desde
tras de radiocarbón (calibradas) tomadas en la provincia de El Oro hasta Esmeraldas,
Real Alto (p.17). También se sugiere una re- haciendo una comparación entre los diferen-
lación entre el final de la ocupación de Las tes procesos de asentamiento a lo largo de

Reseñas/Resenhas 313
los valles que van a la costa. Este estudio no sopesar los datos disponibles en el análisis e
busca construir secuencias uniformes de interpretación de la subsistencia y la
complejidad social a través de procesos evo- paleoecología del Formativo. Sus tablas son
lutivos sino que enfatiza la documentación producto del análisis de nuevos sitios arqueo-
de ciertos procesos del Formativo en áreas lógicos y listan fauna, taxon, nombre común,
menos conocidas que fueron truncados o sitio arqueológico, hábitat y contexto Forma-
interrumpidos por efectos de erupciones vol- tivo; son de mucha ayuda para los interesa-
cánicas (como la del volcán Pululahua) que dos en el tema de la subsistencia. Siguiendo
cayeron sobre extensas áreas de los Andes la misma línea de los estudios sobre subsis-
y tierras bajas del oeste ecuatoriano durante tencia Deborah Pearsall dedica su artículo
este período (contingencia histórica). Durante al análisis de las plantas alimenticias del For-
el Formativo en ciertos valles (Jama, Tulipe) mativo ecuatoriano y compara datos y cro-
se observan abandonos periódicos y nologías con los Andes Centrales y la costa
reasentamiento, como también migración peruana. Pearsall advierte que no es fácil
interregional. El trabajo se basa en análisis discernir si durante el Formativo hubo una
composicionales de tefras y cenizas toma- base agrícola de subsistencia y, si la hubo,
das de distintos contextos estratigráficos de qué plantas se usaron; la dificultad más no-
sitios arqueológicos de la costa; las dataciones toria aparece en la disparidad de la eviden-
de erupciones volcánicas son herramientas cia obtenida (macrorestos, fitolitos) en los
que ayudan al momento de realizar compa- diferentes sitios costeros; el período que
raciones regionales mayores. El artículo de mejor reporta datos paleobotánicos es Cho-
Karen Olsen Bruhns busca relacionar los rrera. La autora afirma que el maíz jugó un
desarrollos sociales y culturales del Forma- papel importante en la subsistencia del For-
tivo entre las tierras altas andinas y las bajas mativo; su trabajo destaca diferentes espe-
ecuatorianas. En las tierras serranas la au- cies encontradas como algunas legumbres,
tora estima dos esferas culturales, una entre frutos y palmas hallados en sitios del Forma-
Loja y Riobamba y la otra hacia el norte, tivo en la costa y en la sierra.
que se extiende hasta Colombia. Para ella El trabajo de Douglas Ubelaker comple-
esto no significa que sean separadas total- menta los anteriores y está dedicado a ana-
mente ya que existieron relaciones entre lizar restos humanos óseos para observar
ambas a través del intercambio; sin embar- cambios en patrones biológicos. Para él los
go, las tradiciones alfareras son diferentes y factores de subsistencia y asentamiento son
sugieren un origen diverso para cada una de decisivos como variables en la evolución de
ellas. El trabajo se complementa con análi- las enfermedades. La dieta afecta la nutri-
sis de patrones de asentamiento, arquitectu- ción y ésta influye en el crecimiento óseo. El
ra, subsistencia, objetos manufacturados y, sedentarismo y la densidad poblacional son
por supuesto, las conexiones en ambas di- factores importantes a la hora de analizar
recciones entre sierra y costa. enfermedades infecciosas. Su trabajo se
Cambiando de temática Peter Stahl es- enfoca, sobre todo, en el análisis de una
cribe, de manera sintética, sobre el registro muestra considerable (100 esqueletos) pro-
zooarqueológico del Formativo ecuatoriano venientes de Real Alto, y destaca datos de-
en la costa, aludiendo también a algunos si- mográficos, lesiones, hipoplasia dental, ca-
tios serranos como Nueva Era y Cotocallao. ries y algunas patologías; estos factores pa-
Llama la atención sobre el cuidado que debe recen incrementarse durante el Formativo
realizarse al momento de analizar la eviden- Temprano pero sus valores no se elevan en
cia cuantitativa y cualitativa que servirá para períodos posteriores. Los altos niveles de

314 Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(2):291-315, 2006


caries parecen asociarse a una dieta con alto tivo la figura del chamán fue prominente.
consumo de maíz. También hace referencia al papel de la mú-
Warren DeBoer analiza la variabilidad de sica y la danza, la guerra y aspectos de gé-
los conjuntos cerámicos del Formativo ecua- nero en figurillas antropomorfas.
toriano con base en información etnográfica Tom Cummins analiza, desde la perspec-
del Amazonas. Su enfoque, más que obser- tiva del arte, la naturaleza como representa-
var y comparar restos alfareros en tiempo y ción de la cultura. Toma como principal ex-
espacio, se centra en analizar conjuntos de ponente la cultura Chorrera y su influencia
vasijas según su función, ya sea para comer, en el Formativo tardío de la costa ecuatoria-
beber, cocinar, almacenar, transportar u os- na y concluye que los artesanos Chorrera
tentar. Para tal propósito usa referentes crearon objetos con apariencia realista; sin
etnográficos (como la cerámica Shipibo y embargo, su intención fue que se vieran como
Huacis) pero sin extrapolar datos de mane- imágenes que se representaban como figu-
ra acrítica sino buscando elementos claves ras humanas, animales o plantas. El trabajo
que ayuden a entender las alfarerías del For- también hace un interesante análisis de los
mativo. símbolos e iconografía desplegada en el arte
Karen Stothert hace un interesante aná- Chorrera para evocar un legado ideológico
lisis sobre el tema de la expresión ideológica sorprendente.
en el Formativo ecuatoriano; para ello se Para cerrar el volumen Richard Burger
centra en interpretaciones de colegas que hace las consideraciones finales de la obra
también se basan en varias analogías en un contexto andino más amplio. Los apén-
etnográficas de Suramérica. Para ella es dices A a C son necesarios para ayudar a
importante destacar el valor potencial y las entender los complejos detalles cronológicos
limitaciones de la etnografía comparada al del Formativo en el Ecuador. Desde el pun-
momento de realizar interpretaciones sobre to de vista editorial la publicación es impe-
el pensamiento antiguo. Su análisis gira en cable, con excelentes ilustraciones, tablas,
torno a centros ceremoniales, patrones de gráficos y fotos. En conclusión esta obra es
enterramiento y ajuares; destaca el valiosa por su contenido para profesionales
simbolismo animal, el uso de sustancias y estudiantes de la arqueología dedicados a
psicoactivas, el simbolismo del color y el uso comprender un pasado culturalmente mara-
de objetos especializados (piedra, cerámica, villoso como el Formativo ecuatoriano.
conchas) que indican que durante el Forma-

Reseñas/Resenhas 315
ARQUEOLOGÍA SURAMERICANA/ARQUEOLOGIA SUL-AMERICANA 2, 2, julio/julho 2006

NOTICIAS/NOTÍCIAS

CUARTA REUNIÓN convocatoria sino, también, que participen de


INTERNACIONAL DE TEORÍA ella, convocando a todos aquellos actores que
ARQUEOLÓGICA EN AMÉRICA la enriquezcan.
DEL SUR Dichas estas palabras de anuncio e invi-
tación ahora vienen otras acerca de la orga-
La Facultad de Humanidades y la Escuela nización del trabajo. Nuestra primera fecha
de Arqueología de la Universidad Nacional importante es el 20 de agosto de 2006. Has-
de Catamarca se complacen en anunciar la ta ese día recibimos propuestas de simposios.
realización de la Cuarta Reunión Internacio- En esta etapa hay considerable flexibilidad
nal de Teoría Arqueológica en América del de formatos. Hemos pensado en simposios
Sur. La reunión se realizará del 3 al 7 de julio de 4 a 8 ponencias cada uno, pero también
de 2007, en San Fernando del Valle de esperamos recibir propuestas en otros
Catamarca con la organización del Docto- formatos (mesas redondas, paneles, talleres,
rado en Ciencias Humanas (Facultad de etc., etc.). Alentamos a que nos ayuden a
Humanidades, Universidad Nacional de pensar y coordinar otras modalidades de
Catamarca) y el auspicio del Congreso Ar- exposición y discusión. No es necesario que
queológico Mundial (WAC, por sus siglas en recibamos las propuestas el día 20 de agos-
inglés). Luego de las fructíferas reuniones to; nos ayudaría recibirlas antes. Tal vez ayu-
de Vitória (1998), Olavarría (2000) y Bogo- de si nos escriben con ideas en la medida en
tá (2002) un largo paréntesis amenazaba con que se van armando y vamos conversando
imponer su silencio. Por eso, y porque sabe- acerca de ellas. Pronto estará en la red una
mos que nada cercano al silencio ayudaría a página informativa del 4TAAS. Por el mo-
comprender a la arqueología actual en nues- mento les agradeceremos su contacto con
tro continente, extendemos esta invitación a nosotros en taascatamarca@gmail.com.
la 4TAAS. Creemos que para comprender
a la arqueología es necesario dialogar entre QUARTA REUNIÃO
aquellos que nos dedicamos a ella, pero tam- INTERNACIONAL DE TEORIA
bién con todos aquellos a quienes la arqueo- ARQUEOLÓGICA DA AMÉRICA
logía toca de cerca, ya sea por su pertenen- DO SUL
cia, por su actividad o por su interés. Espe-
cialistas de disciplinas académicas vecinas A Faculdade de Humanidades e a Escola de
también nos ayudarán a nuestra reflexión. Arqueologia da Universidade Nacional de
Tenemos la intención de que la 4TAAS, en- Catamarca se comprazem em anunciar a
tonces, constituya una cita de encuentro. De realização da Quarta Reunião Internacional
encuentro entre quienes ya nos conocemos, de Teoria Arqueológica da América do Sul.
pero también con aquellos con quienes una A reunião se realizará entre 3 e 7 de julho de
conversación ha estado largamente demo- 2007, na cidade de San Fernando del Valle
rada. No sólo deseamos que acepten esta de Catamarca (Argentina), com a
organização do Doutorado em Ciências demorada. Não apenas desejamos que
Humanas (Faculdade de Humanidades da aceitem este convite, mas também que
Universidade Nacional de Catamarca) e o participem dele, convocando a todos aqueles
auspício do Congresso Arqueológico Mun- atores que a enriqueçam.
dial (WAC, sua sigla em inglês). Logo das Ditas estas palavras de anúncio e convite,
frutíferas reuniões de Vitória em 1998, agora vem outras sobre a organização do
Olavarría em 2000, e Bogotá em 2002, um trabalho. Nossa primeira data importante é 20
longo parênteses ameaça impor seu silêncio. de agosto de 2006. Até esse dia receberemos
Porém, e sabendo que nada próximo do propostas de simpósios. Nesta etapa há
silêncio ajudaria a compreender a arqueologia considerável flexibilidade de formatos. Temos
atual em nosso continente, é que estendemos pensado em simpósios de 4 a 8 exposições cada
este convite a 4TAAS. um, mas também esperamos receber propostas
Cremos que para compreender a em outros formatos (mesas redondas, painéis,
arqueologia é preciso dialogar não só entre oficinas etc.). Alentamos a que nos ajudem a
os que nos dedicamos a ela, mas também pensar e coordenar outras modalidades de
com todos aqueles a quem a arqueologia lhes exposição e discussão. Seria importante
toca de perto, quer por sua origem, por sua recebermos as propostas antes do dia 20 de
atividade ou por seu interesse. Especialistas agosto próximo. Talvez contribua também que
de disciplinas acadêmicas vizinhas também compartilhem conosco suas idéias na medida
nos ajudarão na nossa reflexão. Temos a em que apareçam, e vamos conversando so-
intenção de que a 4TAAS, então, constitua bre elas. Em breve estará na rede uma página
uma cita de encontro. De encontro entre informativa sobre o 4TAAS. Por enquanto
quem já nos conhecemos, mas também com agradeceremos seu contato conosco pelo
quem uma conversação tem sido longamente e-mail taascatamarca@gmail.com.

UNIVERSIDAD DEL CAUCA


INSTITUTO COLOMBIANO DE ANTROPOLOGÍA E HISTORIA

DOCTORADO EN ANTROPOLOGÍA
Resolución Resolución 5291 de 2005 del Ministerio de Educación Nacional

Informes:

Instituto de Posgrados en Ciencias Sociales, Universidad del Cauca


Calle 4 No 3 – 56, Popayán, Cauca (Colombia)
Telefax: 57 + 2 8244656 / 8240050 Ext. 118.
Correo Electrónico: doctoradoenantropologia@unicauca.edu.co
Página web: www.unicauca.edu.co

Instituto Colombiano de Antropología e Historia


Calle 12 No 2-41. Bogotá, D.C. (Colombia)
Teléfono: 5619500 / 5619600.
Correo Electrónico: icanh@mincultura.gov.co
Página web: www.icanh.gov.co

Noticias/Notícias 317
DOCTORADO EN ARQUEOLOGÍA
UNIVERSIDAD NACIONAL DEL CENTRO
DE LA PROVINCIA DE BUENOS AIRES, OLAVARRÍA
El Doctorado en Arqueología en la Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos
Aires, Argentina, amplía el horizonte de formación académica de los graduados en arqueología
y disciplinas afines y genera una oferta diferente y de calidad para los graduados de Argentina
y de América del Sur. Aborda temas que no son regularmente ofrecidos en otros programas
pero que son de crucial importancia para alcanzar una completa formación arqueológica con-
temporánea (e.g. temas de teoría arqueológica actual, etnoarqueología, geoarqueología, proce-
sos de formación de sitios, tafonomía, protección del patrimonio, etc.). Aunque el Doctorado
pretende que el graduado tenga una formación universal está enfocado a tratar temas de
relevancia para la arqueología latinoamericana. El objetivo del Doctorado es formar doctores
con una sólida formación teórico-práctica, capacidad crítica y reflexiva y aptitud para desarro-
llar un trabajo científico original de alta calidad. Se espera, además, que los alumnos del Docto-
rado desarrollen criterios éticos en relación a la práctica profesional y al respeto de los pueblos
originarios de América y adopten una actitud consciente y reflexiva sobre las implicaciones
sociales y políticas de sus investigaciones. El Doctorado en Arqueología tiene una planta
estable de 20 profesores que dictan, al menos, un curso cada dos años. Este plantel se amplía
anualmente con profesores invitados nacionales y extranjeros que imparten cursos en sus
respectivas especialidades. El director del Doctorado es el Dr. Gustavo G. Politis. La inscripción
está abierta de marzo a noviembre de cada año. Informes: Facultad de Ciencias Sociales de la
Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires, Avda. Del Valle 5737 - B 7400
JWI Olavarría,Argentina. Tel.+54(0)2284 450331/450115 int.315/392/306. Fax: +54(0)2284 451197
int. 301. Correo electrónico: doctorado@soc.unicen.edu.ar; sitio web: www.soc.unicen.edu.ar/
posgrado

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