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A Construção Da Agenda Pública Na Era Da Comunicação Digital
A Construção Da Agenda Pública Na Era Da Comunicação Digital
D OSSIÊ A CONSTRUÇÃO DA
AGENDA PÚBLICA NA
ERA DA COMUNICAÇÃO
DIGITAL
RESUMO – A teoria do agendamento é, até hoje, umas das mais poderosas peças
intelectuais produzidas pela pesquisa em Comunicação. Entretanto, não se trata de uma
teoria estabilizada. Isso porque estudos recentes baseados no processamento de dados
massivos na Internet (big data) indicam resultados, aparentemente, contraditórios entre
si. Enquanto alguns achados reforçam o modelo original de McCombs e Shaw (i.e. os
media agendam o debate público), outros demonstram grande capacidade das mídias
sociais em determinar a agenda dos media, o que se designa por agendamento reverso.
Este artigo, a partir de um modelo interacional de construção da agenda pública, indica
como tais resultados seriam coerentes entre si. Isso porque eles revelam, a partir do
aludido modelo, a complexa, multidirecional e, em certa medida, imprevisível rede de
interações que acabam por conformar o debate público em função de diferentes tipos
de agendamento (factual e temático) e temporalidades (curto, médio e longo prazos).
Palavras-Chave: Opinião pública. Teoria do agendamento. Big data. Comunicação
Política.
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Introdução
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Direção Exemplos
Tipo Temporalidade
Causal (Referências)
Propagação de
declarações
Curto prazo (1-14
Factual Media => Público (Leskovec et al,
dias)
2009; Yang &
Leskovec, 2011)
Guerra do Vietnã
Factual Longo prazo (anos) Media => Público
(Funkhouser, 1973)
Relações internacionais
e dívida pública
Curto prazo Recíproca*
Temático (Brosisus & Kepplinger
(1-14 dias) (Público <=> Media)
1990; Neuman et al,
2014)
Criminalidade,
Recíproca*
Temático Médio prazo (meses) desemprego (Brosius &
(Público <=> Media)
Weimann, 1996).
Fonte: Autores
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sua atenção para temas, até então, sem saliência (HABERMAS, 2008;
MAIA, 2009; MENDONÇA, 2008).
O modelo de agendamento aqui proposto indica, então,
que, quando esses líderes de opinião e públicos críticos adensam
temas e insumos com força suficiente, fluxos comunicativos são
produzidos em direção aos media, fornecendo a estes informações
acerca das disposições das audiências em relação aos insumos e
temas em questão. Tais informações tendem, por sua vez, a in-
fluenciar a produção do sistema mediático e seu agendamento te-
mático numa perspectiva de longo prazo. Esse fluxo de influência
corresponde, assim, ao sistema de interação social sobre os media
(BRAGA, 2006).
Considerações finais
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NOTAS
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