E s t h e r Díaz

(editora)

LA POSCIENCIA
EL CONOCIMIENTO CIENTÍFICO
EN LAS POSTRIMERÍAS D E LA MODERNIDAD

Susana de L u q u e

Esther Díaz

Mónica Giardina

Antonio Gutiérrez

María Cristina Gracia

Eduardo Laso

Enrique Moralejo

Rubén H. Pardo

Silvia R i v e r a

J u a n Samaja

Editorial Biblos
 167.1 Díaz, E s t h e r
DÍA La p o s c i e n c i a el c o n o c i m i e n t o científico e n l a s
a
p o s t r i m e r í a s d e la m o d e r n i d a d . - I e d . -
B u e n o s A i r e s : B i b l o s , 2 0 0 0 . 4 0 7 p.; 2 3 x 1 6 c m .

ISBN 9 5 0 - 7 8 6 - 2 4 3 - 9

I. T í t u l o - 1. E p i s t e m o l o g í a

Primera edición: marzo de 2 0 0 0

Primera reimpresión: julio de 2 0 0 0

D i s e ñ o d e t a p a : Horacio Ossani
I l u s t r a c i ó n d e tapa: f o t o g r a m a d e la p e l í c u l a Cóndor Crux ( 2 0 0 0 ) , dirigida p o r
P a b l o Holcer, J u a n P a b l o B u s c a r i n i y S w a n Glecer (Patagonik F i l m s G r o u p S.A.)
A r m a d o : Hernán Díaz
C o o r d i n a c i ó n : Ménica Urrestarazu

© Los autores, 2 0 0 0
© Editorial B i b l o s , 2 0 0 0
P a s a j e J o s é M. Giuffra 3 1 8 , 1 0 6 4 B u e n o s Aires
editorialbiblos@editorialbiblos.com / www.editorialbiblos.com
H e c h o el d e p ó s i t o q u e d i s p o n e la Ley 1 1 . 7 2 3
Impreso e n la Argentina
Ninguna parte de esta publicación, incluido el diseño de la cubierta, puede reproducirse,
almacenarse o transmitirse en forma alguna, ni tampoco por medio alguno, sea éste eléc-
trico, químico, mecánico, óptico de grabación o de fotocopia, sin la previa autorización
escrita por parte de la editorial.

Esta s e g u n d a reimpresión de 2 . 0 0 0 ejemplares

s e t e r m i n ó d e i m p r i m i r e n Indugraf S.A.
S á n c h e z d e Loria 2 2 5 1 , B u e n o s Aires,
República Argentina,
e n febrero d e 2 0 0 4 .
 UNA PERSPECTIVA S O B R E LA
EPISTEMOLOGÍA FRANCESA

María Cristina Gracia

1. LA INFLUENCIA D E GASTÓN BACHELARD

C u a n d o hoy se h a b l a de epistemología francesa se piensa, f u n d a m e n ­

talmente, e n Pierre Bourdieu; pero n o se p u e d e dejar de d e s t a c a r la
e n o r m e influencia de la figura de G a s t ó n B a c h e l a r d , q u i e n se dedicó al
e s t u d i o d e l a filosofía d e l a s c i e n c i a s y d e l a l i t e r a t u r a . B a c h e l a r d i n s i s t i ó
e n el c a r á c t e r e x t r a o r d i n a r i a m e n t e c o m p l e j o d e l a s t e o r í a s c i e n t í f i c a s y
r e c h a z ó a b i e r t a m e n t e el r a c i o n a l i s m o s i m p l i f l c a d o r a n t i g u o y m e d i e v a l ,
c o m o t a m b i é n el m o d e r n o r a c i o n a l i s m o d e l e s q u e m a g e o m é t r i c o . Q u e r í a
a m p l i a r el m a r c o y l a e s t r u c t u r a d e l a r a z ó n , r e v a l o r i z a n d o l a c a p a c i d a d
d e a b s t r a c c i ó n d e l p e n s a m i e n t o . Al i g u a l q u e o t r a s figuras d e s u é p o c a ,
u t i l i z ó el p s i c o a n á l i s i s c o m o u n a h e r r a m i e n t a q u e p u e d e g u i a r a l c i e n ­
tífico e n l a t a r e a d e " v i g i l a n c i a * , s i n l a c u a l e s i m p o s i b l e l a c o n s t r u c c i ó n
d e l a e x p e r i e n c i a c i e n t í f i c a . 'Vigilar*, e n e s t e c a s o , s i g n i f i c a i r d e l o r e a l 7
a lo a r t i f i c i a l , d e l a r e p r e s e n t a c i ó n a l a a b s t r a c c i ó n . J
B a c h e l a r d c a r a c t e r i z q el p e n s a m i e n t o científico c o m o u n e n c a d e n a ^
m i e n t o d e errores ( o b s t á c u l o s ) r e c t i f í c á 3 ó s " E s t a rectificación s e E a c e p o s i b l e
>

g r a c i a s a l a v i g i l a n c i a e p i s t e m o l ó g i c a r e a l i z a d a p o r el i n v e s t i g a d o r . . T a n t o
la c a p t a c i ó n d e l o b s t á c u l o c o m o l a v i g i l a n c i a s o n j ^ s T b T e s g r a c i a s a u n
n u e v o t i p o d e r a c i o n a l i s m o , a l c u a l d e n o m i n ó f^ionolismo aplicad^)

1.1. Obstáculo epistemológico

E s t a noción a p a r e c e p l a n t e a d a c o m o u n a característica intrínseca al

c o n o c i m i e n t o científico; e s t o significa q u e h a y q u e p e n s a r e s t e c o n o c i ­
m i e n t o e n t é r m i n o s d e o b s t á c u l o s . E n el a c t o d e c o n o c e r a p a r e c e n e n ­
torpecimientos y confusiones. B a c h e l a r d los l l a m a "obstáculos". Se t r a ­
t a d e i m p e d i m e n t o s q u e t r a b a n el p e n s a m i e n t o d e l c i e n t í f i c o y l a h i s t o r i a

[265]
266 ^ , ^ Las ciencias sociales

d e l e s p í r i t u c i e n t í f i c o . El o b s t á c u l o e s s i e m p r e o s c u r o y p o l i m o r f o . Por
e j e m p l o , l a opinión e s para Bachelard u n obstáculo epistemológico,
p o r q u e lo r e a l n o e s n u e s t r a o p i n i ó n d e lo real s i n o el p r o c e s o d e a b s t r a c -
c i ó n q u e d e b e h a c e r s e p a r a llegar a c a p t a r la r e a l i d a d . T o d o c o n o c i m i e n -
t o s u p o n e e s t e p r o c e s o d e a b s t r a c c i ó n ; d a d o q u e la o p i n i ó n s e a s o c i a
s i e m p r e c o n l a u t i l i d a d , el u s o , la m a n i p u l a c i ó n , e s u n a c e r c a m i e n t o al
objeto q u e i m p i d e s u conocimiento, esto es, poder pensarlo e n t é r m i n o s
a b s t r a c t o s . P a r a c o n o c e r c i e n t í f i c a m e n t e e s n e c e s a r i o d e s t r u i r la opi-
n i ó n y p e n s a r e n t é r m i n o s a b s t r a c t o s . Lo q u e m a r c a el e s p í r i t u c i e n t í f i c o
e s l a p r o b l e m a t i c i d a d a la q u e s e s o m e t e n s u s c o n c e p t o s , l a s p r e g u n t a s
p e r m a n e n t e s q u e exigen siempre respuestas. T o d o conocimiento es
-
r e s p u e s t a a unprQblerna^nada s e da. e n e s t e ámbito, e ñ forma e s p o n -
t á n e a s i n o que-todo se construyen
C u a n d o el e s p í r i t u científico s e aferra a l a s r e s p u e s t a s y y a n o h a c e
preguntas, c u a n d o escamotea los problemas, se vuelve conservador:
e s t e t i p o d e c o n o c i m i e n t o e s , e n sí m i s m o , u n o b s t á c u l o . S e t r a t a dei
c o n o c i m i e n t o e m p í r i c o q u e prefiere c o n f i r m a r el s a b e r y a d a d o , y a e s t a -
b l e c i d o y a c e p t a d o p o r la c o m u n i d a d c i e n t í f i c a y n o s e p l a n t e a s u s
c o n t r a d i c c i o n e s , c a y e n d o e n la t e n t a c i ó n d e a c e p t a r s i n m á s el s a b e r q u e
s e p o s e e . E s t e s a b e r s e torna» a s í , f u e r t e y r e s i s t e n t e . El c o n o c i m i e n t o
e m p í r i c o e s u n o b s t á c u l o p a r a la c i e n c i a , p o r q u e e s t á c a r g a d o d e valo-
r a c i o n e s s e n s i b l e s d e l a s c u a l e s n o e s fácil d e s p r e n d e r s e . El c o n o c i m i e n -
to e m p í r i c o c o n l l e v a u n a s u e r t e d e i n c a p a c i d a d p a r a d e j a r s e g u i a r p o r
la abstracción. No puede desprenderse de consideraciones psicológicas
y u t i l i t a r i a s , n o p u e d e d e s p r e n d e r s e t a m p o c o d e la t r a d i c i ó n o d e l o s
p r e j u i c i o s . E s t a s n o c i o n e s i m p o s i b i l i t a n q u e el c o n o c i m i e n t o e m p í r i c o
p u e d a l l e g a r a u n c o n o c i m i e n t o a b s t r a c t o , e s decir, construido.

La e x p e r i e n c i a b á s i c a , la o b s e r v a c i ó n b á s i c a , e s s i e m p r e u n
p r i m e r o b s t á c u l o p a r a la c u l t u r a científica. E s a o b s e r v a c i ó n b á s i c a
s e presenta siempre como u n derroche de imágenes, es pintoresca,
c o n c r e t a , n a t u r a l , fácil. N o h a y m á s q u e d e s c r i b i r l a y m a r a v i l l a r s e .
S e c r e e , e n t o n c e s , c o m p r e n d e r l a . E n r e a l i d a d , e n t r e la o b s e r v a c i ó n
1
y la e x p e r i m e n t a c i ó n n o h a y c o n t i n u i d a d s i n o r u p t u r a .

El e x p e r i m e n t o s u p o n e u n n i v e l d e a b s t r a c c i ó n d e l p e n s a m i e n t o del
c u a l c a r e c e l a m e r a o b s e r v a c i ó n . A d e m á s , el e x p e r i m e n t o s i e m p r e e s t á
inserto e n u n a teoría^ ~~
C o m o s e h a advertido, l a j i o c i ó n de o b s t á c u l o epistemológico ogexa

1. G a s t ó n B a c h e l a r d . La formación del espíritu científico, Madrid. Siglo Veintiuno, 1985,

p. 2 2 .
U n a perspectiva s o b r e la e p i s t e m o l o g í a f r a n c e s a 267

c o m o hilo c o n d u c t o r p a r a la c o n s i d e r a c i ó n d e la h i s t o r i a - d e j a ciencia,
a í a q u e B a c h e l a r d d e n o m i n a formación del espíritu científico^ E n e s t a
historia e n c o n t r a m o s c o n c e p t o s q u e h a c e n á r p r ó g r é s o d e la ciencia y
otros q u e tuvieron vigencia y legitimidad en s u m o m e n t o pero q u e y a n o
la t i e n e n y p o r ello s e c o n v i e r t e n e n v e r d a d e r o s o b s t á c u l o s . Tal o c u r r e ,
p o r e j e m p l o , c o n l a n o c i ó n d e unidad de la ciencia? E l c o n c e p t o d e u n i ­
d a d , p r e s e n t e e n l a s e p i s t e m o l o g í a s d e l s i g l o XVIII, a r r a i g a d o t a m b i é n e n
i d e a s r e l i g i o s a s o filosóficas, n e c e s i t a , s e g ú n B a c h e l a r d , u n a c r í t i c a
u r g e n t e q u e lo e x p u l s e d e l c o n o c i m i e n t o c i e n t í f i c o . L a c r e c i e n t e c o m p l e ­
jidad d e las teorías científicas y la fragmentación d e d o m i n i o s d e racio­
nalidad t o r n a n i m p e n s a b l e tal concepto de u n i d a d .

1.2. Grados de vigilancia

B a c h e l a r d p l a n t e a u n a n o v e d o s a m a n e r a d e i m p l e m e n t a r el c o n t r o l
riguroso q u e r e q u i e r e u n conocimiento libre d e e r r o r e s (obstáculos)
t o m a n d o la noción de vigilancia y convirtiéndola e n u n concepto epis­
temológico.
E n El racionalismo aplicado remite al psicoanálisis freudiano p a r a
explicar q u e todos los h o m b r e s tienen u n a a c t i t u d de autovigilancia
consigo m i s m o s . E n l a s n e u r o s i s a p a r e c e la d u a l i d a d "ser vigilante" y
" s e r v i g i l a d o " . S e g ú n B a c h e l a r d , S i g m u n d F r e u d a f i r m a q u e h a y e n el y o \
u n a i n s t a n c i a o b s e r v a d o r a q u e se s e p a r a del resto del yo y la generaliza j
f o r m a n d o el s u p e r y ó .

E n s u forma activa, e s t e s u p e r y ó s e m a n i f i e s t a e n n o s o t r o s
como s u m a de las personas que nos juzgan; que n o s han juzgado,
2
también que podrían virtualmente juzgarnos.

Bachelard propone u n psicoanálisis cultural^ despersonalizando j a

n o c i ó n d e s u p e r y ó y c o l o c a n d o allí el c o n c e p t o positivo d e l a v i g i l a n c i a .
Positivo q u i e r e d e c i r q u e s e t r a t a d e u n c o n t r o l q u e h a c e m á s e f i c a c e s y
m á s cntJcas..aJa^c.ipnríay.^a l a c u l t u r a j
E s i n t e r e s a n t e n o t a r l a d i f e r e n c i a q u e re.aMzaJBaohelard e n t r e c e n s u ­
ra y vigilancia. E n t é r m i n o s g e n e r a l e s ^ l a vigilancia se^relaciona^eon^
principios intelectuales, c u e s t i o n a d o r e s d e la metodología científica y d e
l a r a z ó n m i s m a . P o r lo t a n t o , l a v i g i l a n c i a s ó l o e s c o n c e b i d a b a j o e l
s u p u e s t o d e u n a c o n c i e n c i a libre, e s decir, s i n c e n s u r a s . La c e n s u r a , e n

2 . G a s t ó n B a c h e l a r d , El racionalismo aplicado, B u e n o s Aires, Paidós. 1 9 7 8 . p. 7 1 .

268 Las ciencias sociales

cambio, e s t á ligada a la v o l u n t a d , es a b s o l u t a , se m u e s t r a c o n u n carác-

ter de b a r r e r a infranqueable, casi como u n dogma, r e m e m o r a tabúes,
represiones y castigos. Se trata de elementos subjetivos atávicos, pro-
c e d e n t e s d e a n t e p a s a d o s lejanos; la n o c i ó n d e vigilancia c a r e c e d e ellos.
Se d i s t i n g u e n t r e s t i p o s o g r a d o s d e vigilancia^
j El p r i m e r n i v e l e s el d e l a vigüuncia simple. E s l a a c t i t u d d e l e m p i r i s -
i n o , l a a c t i t u d q u e s e t i e n e a n t e u n h e c f i o j s i m i l a r a láTque I a c o n c i e n c i a
de u n sujeto tiene d e u n objeto. É s t a conciencia es a b s o l u t a m e n t e clara
respecto d e s u objeto. No h a y c u e s t i o n a m i e n t o a l g u n o ni s o s p e c h a . La'
vigilancia, e n e s t e c a s o , e s t á a s o c i a d a c o n la confianza. S e r e s p e t a la
c o n t i n g e n c i a del h e c h o . Sujeto y objeto se i m b r i c a n de tal m a n e r a q u e
es imposible pensarlos por separado.
U n s e g u n d o m o m e n t o s e d a c u a n d o a p a r e c e ehraétodoJEl científico
h a valorizado d i s t i n t o s m é t o d o s y h a elegido u n o p a r a aplicar. E s t a
vigilancia dela~Yigilancia e s la c l a r a c o n c i e n c i a d e la a p l i c a c i ó n r i g u r o s a
d e u n ~ r ñ e t b d o . E l c i e n t í f i c o d e b e e l e g i r c u i d a d o s a m e n t e el m é t o d o . B a -
chelard p l a n t e a q u e e s t a vigilancia d e s e g u n d o g r a d o debería s e r ense-
ñ a d a a los i n v e s t i g a d o r e s , p u e s t o q u e s e aplica p a r a e s c l a r e c e r l a s re-
l a c i o n e s e n t r e l a t e o r í a y l a p r á c t i c a , y h a c e flue el m é t o d o j u e g u e el rol
de u n superyó bien psicoanalizado p a r a detectar y corregir los errores^
A q u í Se e s t á a n t e u n a a c t i t u d r a c i o n a l i s t a , d a d o q u e s e d e t e c t a n l o s
e r r o r e s y a p a r i e n c i a s d e la c o m p r e n s i ó n (obstáculos). La vigilancia d e
s e g u n d o g r a d o vigila la a p l i c a c i ó n del m é t o d o . /
H a y u n t e r c e r t i p o d e v i g i l a n c i a : c u a n d o ^ s e j j i q ü a el m é j r á c ^ m i s m o . S e
p i d e q u e el m é t o d o s e a p u e s t o a p r u e b a , q u e s e d i r i m a n e n l a e x p e r i e n c i a
las certezas racionales; t a m b i é n p u e d e ocurrir q u e s e genere u n a crisis
d e i n t e r p r e t a c i ó n d e f e n ó m e n o s q u e h a n s i d o c o r r o b o r a d o s . E s t a vigi-
l a n c i a d e s t r u y e el c a r á c t e r a b s o l u t o d e l m é t o d o y le p i d e a l m i s m o u n a
finalidad racional q u e n o tiene n a d a q u e ver con u n a utilidad pasajera.
É s t e e s el p l a n o d e l a p r e g u n t a p r o p i a m e n t e m e t o d o l ó g i c a , el m o m e n t o
e n el q u e s e r o m p e n o s ó l o c o n l a p r e t e n s i ó n d e a b s o l u t o d e l m é t o d o s i n o
t a m b i é n c o n l o s f a l s o s a b s o l u t o s d e l a c u l t u r a t r a d i c i o n a l . E s el m o m e n -
to d e la p r o b l e m a t i c i d a d m i s m a , d e la crítica a g u d a y libre d e u n a
r a c i o n a l i d a d q u e s e p o n e c o m o m o m e n t o final, n u n c a c o m o o r i g e n .

1.3. El racionalismo aplicado

L a c o n c e p c i ó n d e l o b j e t o c o n s t r u i d o c o m o el ú n i c o o b j e t o c i e n t í f i c o e s
u n a p o s t u r a a c e r c a d e la ciencia q u e s e p l a n t e a c o m o oposición al
positivismo c o m t e a n o q u e afirma la objetividad del dato, del h e c h o , de
lo r e a l . Al m i s m o t i e m p o , e s u n a c r í t i c a al e m p i r i s m o n a t u r a l i s t a .
Una perspectiva s o b r e la e p i s t e m o l o g í a f r a n c e s a 269

Pero, a d e m á s , h a y en B a c h e l a r d u n a n e c e s i d a d de r e m o z a r la p o s t u r a
del r a c i o n a l i s m o q u e t o m a la r a z ó n c o m o t r a d i c i ó n . S e t r a t a d e u n
racionalismo repetitivo, penoso, escolar. C o n t r a este racionalismo, pos­
tula u n a razón q u e sea capaz de hacer revoluciones espirituales; u n a
razón t u r b u l e n t a , a u d a z , agresiva, q u e multiplique las posibilidades del
p e n s a m i e n t o . El r a c i o n a l i s m o c e r r a d o t i e n e q u e d e j a r p a s o a u n r a c i o n a ­
lismo abierto. La razón, felizmente incompleta, ya n o d e s c a n s a e n la
tradición ni t a m p o c o c u e n t a con la m e m o r i a p a r a recitar s u s tautolo­
gías. Necesita p r o b a r s e c o n t i n u a m e n t e , e s t á e n l u c h a c o n ella m i s m a ,
debe ser polémica y provocar crisis.
Si, d a d a l a c o m p l e j i d a d d e l a c i e n c i a , el t r a b a j o d e l r a c i o n a l i s t a d e b e
ser actual, continuo, sin interrupción, este racionalismo d e b e segmen­
tarse. Se plantea entonces como racionalismosjegionales. Se trata de
dominios racionales (dominios de saber) que no son comparables entre
sí. P o r e j e m p l o , l a r a c i o n a l i d a d d e l d o m i n i o d e l a p s i c o l o g í a n o p u e d e s e r
p u e s t a e n t o t a l c o i n c i d e n c i a c o n l a r a c i o n a l i d a d d e l d o m i n i o d e l a física
o d e l a b i o l o g í a . H a y , a s í , u n a n e c e s i d a d d e f r a g m e n t a r el r a c i o n a l i s m o
e n r a c i o n a l i s m o s regionales, c o n t r a la posibilidad d e a b s o l u t i z a c i ó n d e
l a r a z ó n . E n e s t a _ e s p e c i a l i z a c i ó n r e s j d e - í l r a c i o n a l i s m o a p l i c a d o . E s lo
q u e B a c h e l a r d t a m b i é n d e n o m i n a " r a c i o n a l i s m o p e r m a n e n t e " , e s la
n e c e s i d a d d e e n c o n t r a r u n c e n t r o e n t r e teoría y e x p e r i e n c i a y, al m i s m o
tiempo, la p o s t u l a c i ó n d e q u e u n dato, p a r a s e r v e r d a d e r o científicamen­
te, d e b e s e r verificado t e ó r i c a m e n t e , e s decir, t i e n e q u e t e n e r s u l u g a r
exacto e n u n a teoría, e n u n dominio regional del s a b e r ^
E s e s t e r a c i o n a l i s m o p e r m a n e n t e el q u e p o n e a l h o m b r e e n e s t a d o d e
vigilia. El c i e n t í f i c o q u e vigila r e a l i z a u n a t a r e a d e r e c o m i e n z o p e r m a ­
n e n t e . El p e n s a m i e n t o científico rectifica, regulariza, n o r m a l i z a . E s la
tarea q u e se h a c e c u a n d o s e c o n s t r u y e l a experiencia científica c o n t r a
el o b s t á c u l o d e l a e x p e r i e n c i a c o m ú n ./El r a c i o n a l i s m o a p l i c a d o e s u n
p e n s a m i e n t o r e c o m e n z a d o q u e p r e v i e n e a l a r a z ó n d e a h o g a r s e e n el
d o g m a t i s m o . E s u n a filosofía m i x t a q u e t r a t a d e s i n t e t i z a r r a c i o n a l i s m o
y e m p i r i s m o , t e o r í a y e x p e r i e n c i a , y q u e r e a l i z a el s e g u n d o m o m e n t o d e |
la vigilancia, la vigilancia del m é t o d o , / J

2 . LA P R O P U E S T A EPISTEMOLÓGICA D E PIERRE B O U R D 1 E U

L a f r a s e d e B a c h e l a r d "el h e c h o c i e n t í f i c o s e c o n q u i s t a , c o n s t r u y e ,
c o m p r u e b a " es r e t o m a d a por B o u r d i e u c o m o los m o m e n t o s q u e d e b e
a t r a v e s a r t o d a epistemología d e las ciencias sociales; r u p t u r a con los
270 Las c i e n c i a s sociales

o b s t á c u l o s ( c o n q u i s t a del objeto), c o n s t r u c c i ó n del objeto y r a c i o n a l i s ­

m o aplicado (comprobación).

2.1. La ruptura

El p l a n t e o inicial u b i c a la n e c e s i d a d d e r e v i s a r los e r r o r e s u o b s t á c u ­
l o s q u e a p a r e c e n c u a n d o s e p r e t e n d e t r a b a j a r c i e n t í f i c a m e n t e e n el
' á m b i t o d e l a s c i e n c i a s s o c i a l e s . B o u r d i e u a n a l i z a l a s prenociones, el
concepto de naturaleza humana, el lenguaje común, el profetismo y la
tradición teórica c o m o l o s o b s t á c u l o s m á s c o r r i e n t e s d e l a s o c i o l o g í a
e s p o n t á n e a , de los cuales h a y q u e d e s e m b a r a z a r s e m e d i a n t e técnicas
d e ruptj^faT*"
L&skprenociones $on e x p l i c a c i o n e s d e la c o n c i e n c i a c o m ú n , opinio­
n e s priríreras-sobre los h e c h o s sociales, r e p r e s e n t a c i o n e s e s q u e m á t i ­
c a s q u e s e f o r m a n p o r la p r á c t i c a y p a r a ella.lLas p r e n o c i o n e s r e c i b e n
s u certeza-dejas funciones sociales que cumplen^ Bourdieu remite a
Émiiejfourkheim} quien las caracteriza como conceptos groseramente
formadosTtrtileS e n la p r á c t i c a , p e r o falsas t e ó r i c a m e n t e . Dice q u e son
c o m o los ídolos d e F r a n c i s B a c o n , u n a s u e r t e d e _ f a n t a s m a s q u e desfi­
4
g u r a n el v e r d a d e r o a s p e c t o d e l a s c o s a s . E n s o c i o l o g í a , e s t a s p r e n o c i o ­
n e s p u e d e n d o m i n a r l a c o n c i e n c i a d e l o s c i e n t í f i c o s y o c u p a r el l u g a r
d e l o s f e n ó m e n o s s o c i a l e s . S e p e r c i b e el p e s o y l a f u e r z a d e e s t a s i d e a s
v u l g a r e s c u a n d o s e i n t e n t a liberarse d e ellas, p u e s se c a r a c t e r i z a n por
ser m a r c a d a m e n t e ideológicas. F r e n t e a ellas y c o n t r a ellas, B o u r d i e u
propone todas las técnicas de r u p t u r a posibles, técnicas q u e permiti­
r á n r o m p e r l a s r e l a c i o n e s m á s a p a r e n t e s y familiares» h a c i e n d o s u r g i r
u n ni^gye-sistema-de relaciones ;
E&anncepto de naturaleza humana es o t r o o b s t á c u l o c o n e l q u e t r o ­
p i e z a el c i é f r t i f i e e s o e i a L E s t e - e e f l e e p t t r é s u n i n t e n t o d e d e f i n i r l a v e r d a d
de u n fenómeno cultural con independencia de las relaciones histórico-
s o c i a l e s a l a s c u a l e s r e m i t e el f e n ó m e n o . E n l u g a r d e e s t o , s e e n f a t i z a n
c o n c e p t o s c o m o las "tendencias", las "propensiones", las "motivacio-

3 . B o u r d i e u d e n o m i n a " s o c i o l o g í a e s p o n t á n e a " a la q u e s e c o n f i g u r a s o b r e l a b a s e d e
prenociones, descuido metodológico, carencia de cuidado y vigilancia epistemológicos.
V é a s e P . B o u r d i e u , J . - C . C h a m b o r e d o n y J . - C . P a s s e r o n . El oficio del sociólogo, México,
Siglo Veintiuno, 1994.
4 . B a j o el n o m b r e " d o c t r i n a d e l o s í d o l o s " , e l filósofo i n g l é s r e f i e r e t o d o s l o s e r r o r e s d e l a
p e r c e p c i ó n , y p r e t e n d e s e p a r a r l a e x p e r i e n c i a p u r a d e t o d o l o q u e el h o m b r e l e a g r e g a ,
e x t r a y é n d o l o d e s u p e n s a m i e n t o . L o s í d o l o s s o n i m á g e n e s f a l a c e s q u e p r o y e c t a m o s e n la
percepción.
U n a p e r s p e c t i v a s o b r e la e p i s t e m o l o g í a f r a n c e s a 271

n e s " , q u e n o s o n s i n o d i f e r e n t e s m a n e r a s d e m e n c i o n a r el t r i l l a d o c o n ­
c e p t o d e n a t u r a l e z a h u m a n a . T a m b i é n la utilización i n g e n u a d e la r a z a ,
el s e x o , l a e d a d o l a s a p t i t u d e s i n t e l e c t u a l e s c o m o c r i t e r i o s d e a n á l i s i s
e s o t r a v a r i a n t e del c o n c e p t o d e n a t u r a l e z a h u m a n a q u e h a b r í a q u e
eliminar. B o u r d i e u afirma q u e h a y a q u í u n a r e n u n c i a a la explicación
teórico-social, p u e s ésta es r e e m p l a z a d a por conceptos q u e n o provie­
n e n de la metodología científico-social p r o p i a m e n t e d i c h a sino de o t r a s
áreas.
O t r o o b s t á c u l o lo c o n s t i t u y e l a u t i l i z a c i ó n dehlgnguqje comúnjEn el
t r a t a m i e n t o de este=iema>rM lenguaje a p a r e c e y a l a T d e a d e vigilancia
epistemológica d^Bachelard) como u n a herramienta indispensable p a r a
5
diferenciar la sociología-de^la sociología e s r j o n t á n e a . S e evita a s í el
contagio de las nociones (reflexionadas y analizadas) con las prenocio­
n e s ( s u p u e s t o s a c e p t a d o s sin críticas).
B o u r d i e u p r o p o n e el a n á l i s i s d e l a l ó g i c a d e l l e n g u a j e c o m ú n p o r q u e
s ó l o e s t e a n á l i s i s p u e d e d a r al c i e n t í f i c o s o c i a l el m e d i o p a r a r e d e f i n i r l a s
palabras comunes dentro de u n sistema de nociones expresamente
definidas y m e t ó d i c a m e n t e d e p u r a d a s , s o m e t i e n d o a la crítica las cate­
g o r í a s , l o s p r o b l e m a s y e s q u e m a s q u e el l e n g u a j e c i e n t í f i c o t o m a d e l a
l e n g u a c o m ú n y q u e s i e m p r e a m e n a z a n c o n volver a i n t r o d u c i r s e bajo
6
los d i s f r a c e s del l e n g u a j e científico m á s f o r m a l i z a d o . A q u í n o s e e s t á
p l a n t e a n d o u n a especie d e p r o h i b i c i ó n e n la utilización del l e n g u a j e
c o m ú n s i n o l a r e d e f i n i c i ó n rigurosa d e e s e l e n g u a j e c u a n d o s e l o a p l i c a
e n el á m b i t o d e l a s c i e n c i a s s o c i a l e s . E s t a e x i g e n c i a d e p r e c i s i ó n e s
particularmente importante, puesto que en las disciplinas sociales a
m e n u d o el l e n g u a j e c o m ú n s e i n t r o d u c e e n el l e n g u a j e c i e n t í f i c o a t r a v é s
d e e x p r e s i o n e s m e t a f ó r i c a s q u e p r o v i e n e n d e o t r o s c a m p o s d e s a b e r . Si
el c i e n t í f i c o s o c i a l n o p e r c i b e e s t a s e x t r a p o l a c i o n e s p u e d e c a e r e n e x p l i ­
c a c i o n e s ilusorias, e r r a d a s y d i s t o r s i o n a d o r a s del fenómeno q u e q u i e r e
xplicar.

fu Las ciencias sociales tienen q u e realizar u n a r u p t u r a epistemológica

e diferencie la i n t e r p r e t a c i ó n científica^Ie l a s p r e n o c i o n e s d e la socio­
l o g í a e s p o n t á n e a . Tal r u p t u r a epistemológica implica u n a explicitación
total de las construcciones lingüísticas utilizadas.
B o u r d i e u d e n o m i n a "tentación al profetismo" e s a tendencia, p r e s e n ­
te e n g r a n p a r t e d e la sociología e s p o n t á n e a , a r e s p o n d e r t o d a s l a s
c u e s t i o n e s posibles, e n p a r t i c u l a r l a s referidas al futuro. L a s r e s p u e s t a s

5. B o u r d i e u d i s t i n g u e s o c i o l o g í a e s p o n t á n e a d e s o c i o l o g í a objetiva, a la c u a l l l a m a t a m b i é n
"sociología" a s e c a s . E s t a ú l t i m a s e c o n s t r u y e s i g u i e n d o l a s p a u t a s m e t o d o l ó g i c a s v i s t a s .
6. V é a s e Pierre B o u r d i e u , J e a n - C l a u d e C h a m b o r e d o n y J e a n - C l a u d e P a s s e r o n , o b . clt.
272 Las ciencias sociales

q u e s e d a n g e n e r a l m e n t e p r o v i e n e n d e la reflexión c o m ú n y d e a c u e r d o
c o n el s e n t i d o c o m ú n , y c o n s t i t u y e n u n a e s p e c i e d e p r o f e c í a q u e n a d a
t i e n e q u e v e r c o n l a t a r e a d e u n a s o c i o l o g í a o b j e t i v a . El s o c i ó l o g o q u e s e
siente d u e ñ o de la s a b i d u r í a cae e n eso q u e B o u r d i e u d e n o m i n a T p e q u e -
ñ o p r o f e t a a c r e d i t a d o p o r el E s t a d o ^ F r e n t e a e s t o y c o n t r a e s t o , q u e e s
otro o b s t á c u l o m á s p a r a la e l a b o r a c i ó n d e u n a ciencia social objetiva, la
p r o p u e s t a e s q u e el c i e n t í f i c o s o c i a l n o p u e d e c e d e r a n t e el p ú b l i c o q u e
l e e x i g e el r o l d e p r o f e t a s o c i a l . L a s o c i o l o g í a p r o f é t i c a u t i l i z a l o s m i s m o s
m e c a n i s m o s e x p l i c a t i v o s q u e p r o p o r c i o n a n el s e n t i d o y l a e x p e r i e n c i a
c o m u n e s : e x p l i c a c i o n e s sencillas q u e c o n s t i t u y e n u n a t r a b a z ó n p a r a la
c o m p r e n s i ó n d e l o s f e n ó m e n o s científtCOST^^—
O t r o i m p e d i m e n t o lo c o n s t i t u y e la((radición teóricch e n t a n t o e s t o m a -
d a c o m o u n c o r p u s , u n a " s u m a " e n el s e n t i d o d e l o i T c o m p e n d i o s m e d i e -
vales, c u a n d o , e n realidad, " u n a ciencia d e b e olvidar a s u s fundadores"
y generar u n acceso a las teorías precedentes desde u n a racionalidad
:
p o l é m i c a . L a t e o r í a t r a d i c i o n a l p u e d e c o n s t i t u i r u ñ o b s t á c u l o t a n difícil
c o m o la sociología e s p o n t á n e a y exige u n a p e r m a n e n t e c o n c i e n c i a d e la
n e c e s i d a d d e r u p t u r a q u e s u p o n e la c o n s t r u c c i ó n d e u n a sociología
objetiva.

2 . 2 . La construcción del objeto

B o u r d i e u c o m i e n z a el t r a t a m i e n t o d e e s t e t e m a c o n l a s i g u i e n t e c i t a
de Max Weber:

N o s o n l a s r e l a c i o n e s r e a l e s e n t r e l a s c o s a s lo q u e c o n s t i t u y e el
p r i n c i p i o d e d e l i m i t a c i ó n d e l o s d i s t i n t o s c a m p o s científicos, s i n o
l a s r e l a c i o n e s c o n c e p t u a l e s e n t r e p r o b l e m a s . S ó l o allí d o n d e s e
a p l i c a u n n u e v o m é t o d o a n u e v o s p r o b l e m a s , y d o n d e , por t a n t o ,
7
s e a b r e n n u e v a s p e r s p e c t i v a s , n a c e u n a "ciencia n u e v a " .

Con esta introducción ya está claro por d ó n d e h a y q u e b u s c a r la

r e s p u e s t a a l a f o r m a c o m o el o b j e t o s e c o n s t r u y e . L o s o b j e t o s c o n s t r u i -
d o s , c o m o y a s e vio, n o t i e n e n n a d a e n c o m ú n c o n l a s c o s a s d e l a
p e r c e p c i ó n i n g e n u a . L a c i e n c i a c o n s t r u y e el o b j e t o d e l a e x p e r i e n c i a
c o n t r a el s e n t i d o c o m ú n . E n l a c a p t a c i ó n e s p o n t á n e a d e lo r e a l , é s t e e s
c o n s i d e r a d o "preconstruido* por Bourdieu; pero e n la c o n s t r u c c i ó n
c i e n t í f i c a s e d e j a d e l a d o lo p r e c o n s t r u i d o . E s j u s t a m e n t e l a c o n s t r u c -

7 . í d e m , p. 3 0 .
U n a p e r s p e c t i v a s o b r e la e p i s t e m o l o g í a f r a n c e s a 273

c i ó n lo q u e v a a d a r a l o b j e t o s u l u g a r d e p e r t e n e n c i a c i e n t í f i c a , q u e n o
es n e c e s a r i o q u e t e n g a relación c o r ^ s u l u g a r fáctico, "real". De a h í la
i n s i s t e n c i a - s i g u i e n d o a ( B a c h e l a r d - fcn l a c o n s t r u c c i ó n contra l a e x p e ­
riencia. -—
B o u r d i e u e s c o n s c i e n t e d e q u e el c i e n t í f i c o s o c i a l e s t á p e r m a n e n t e ­
m e n t e e x p u e s t o a l a s s o l u c i o n e s fáciles del e m p i r i s m o , pero d e b e r e n u n ­
ciar a e l l a s si q u i e r e h a c e r u n a sociología objetiva. P a r a ello t i e n e q u e
t e n e r e n c l a r o q u e lo r e a l s ó l o p u e d e r e s p o n d e r s i s e lo i n t e r r o g a s i n
o l v i d a r l a s c o n d i c i o n e s e p i s t e m o l ó g i c a s d e l a t a r e a d e retraducción que
implican siempre los objetos construidos. Este trabajo de interpreta-
ción, q u e c o n s t i t u y e la r e t r a d u c c i ó n , l l a m a s i e m p r e a la vigilancia epis­
temológica, p ü ^ s e x i g e u n a explicitación m e t ó d i c a de los p r o b l e m a s de
c o n s t r u c c i ó n del objeto.
E n el c a m p o d e l a s o c i o l o g í a e m p í r i c a , l a s p r u e b a s d e m u e s t r e o
estadístico a p a r e c e n c o m o i d ó n e a s p a r a definir u n d o m i n i o objetual.
Estas técnicas son consideradas n e u t r a s por los investigadores q u e las
a p l i c a n c u a n d o , e n r e a l i d a d , la_ técnica aparentemente más neutral
c o n t i e n e u n a t e o r í a i m p l í c i t a d e lo s o c i a í y t o d a t é c n i c a d e i m p l e m e n -
tación empírica s u p o n e a l g u n a teoría que, g e n e r a l m e n t e , n o e s t á ex-
plicitada.
Así, m e d i a n t e l a u t i l i z a c i ó n d e e s t a s t é c n i c a s , l a c i e n c i a s o c i a l e m p í ­
rica c o n s t r u y e lo q u e B o u r d i e u d e n o m i n a " a r t e f a c t o v e r b a l " , p u e s t o q u e
no existe u n a p r e g u n t a neutral y no se realiza u n análisis n e u t r a l de las
e n c u e s t a s . Si el c i e n t í f i c o s o c i a l n o e s c o n s c i e n t e d e l a s p r o b l e m á t i c a s
q u e i n c l u y e n s u s p r e g u n t a s , t a m p o c o lo s e r á d e la q u e e s t á i m p l í c i t a e n
l a s r e s p u e s t a s d e l o s i n d i v i d u o s o e n l o s t e s t i m o n i o s a los" q u e i n t e r r o g a .
Por otra parte, n o es posible dejar de lado las preconstrucciones del
lenguaje t a n t o ^ p o r _ e H a d o del científico c o m o d e s u objeto d e e s t u d i o .
B o u r d i e u m e n c i o n a c o m o e j e m p l o a l g u n o s trabáJós^óTTre élTéngüajé e n
d i s t i n t a s c u l t u r a s . El a n t r o p ó l o g o M a r c e l M a u s s a f i r m a q u e n o e s n e c e ­
saria u n a expresión verbal p a r a q u e u n f e n ó m e n o social exista. P o n e
c o m o e j e m p l o la u n i v e r s a l i d a d d e lo s a g r a d o q u e , n o o b s t a n t e , n o t i e n e
u n a e x p r e s i ó n v e r b a l q u e le c o r r e s p o n d a e n s á n s c r i t o o e n g r i e g o . A
p e s a r d e ello, n a d i e p o d r á d u d a r d e l a e x i s t e n c i a d e e s t e f e n ó m e n o t a n t o
en la c u l t u r a h i n d ú c o m o en la griega, d a d o q u e cualquier m a n e j o d e
informaciones, estadísticas u observaciones s u p o n e u n a elección epis­
temológica, c o m o t a m b i é n u n a teoría a c e r c a del objeto de estudio.
El m é t o d o de a n á l i s i s de d a t o s t a m b i é n d e b e s e r jsometido a u n a
i n t e r r o g a c i ó n e p i s t e m o l ó g i c a . É l artefacto verbal, p r o d u c t o d e l a u t i l i z a ­
ción de técnicas a p a r e n t e m e n t e n e u t r a s y análisis estadísticos, e s u n a
c o n s t r u c c i ó n q u e s e m e j a la c a r i c a t u r a d e u n h e c h o m e t ó d i c a y c o n s c i e n ­
temente construido. E s necesario saber esto p a r a preguntarse sobre las
 274 Las ciencias sociales

t é c n i c a s d e c o n s t r u c c i ó n . Y a s e dijo q u e t a l c o n s t r u c c i ó n e s s i e m p r e
c o n t r a la e x p e r i e n c i a vulgar, e s decir, s u p o n e u n d i s t a n c i a m i e n t o r e s p e c t o
d e los h e c h o s q u e p e r m i t e v e r l o s e n la m u l t i p l i c i d a d d e a s p e c t o s q u e
presentan.
L a c o n s t r u c c i ó n d e l o b j e t o d eJ a ^ g g i c i a s o c i a l n e c e s i t a l a i m p l e m e n -
tación de los r a z o n a m i e n t o s p o i ^ n a l o g i ^ d e procedimientos c o m p a r a ­
tivos q u e e n e s t a d i s c i p l i n a j u e g a n u n rol decisivo. La a n a l o g í a e s la clave
^ n e ] p r o c e d i m i e n t o explicativo de construcción. Siguiendo a D u i ^ h e i m ^
B o u r d i e u a f i r m a q u e h a y q u e u s a r b i e n la a n a l o g í a . No se t r a t a d e
d e d u c i r l a s leyes d e la sociología d e l a s d e la biología s i n o d e e s t a b l e c e r
e n t r e a m b a s u n c o n t r o l m u t u o . Si l a s l e y e s d e l a v i d a a p a r e c e n t a m b i é n
e n el á m b i t o d e lo s o c i a l , s e p r e s e n t a r á n c o n c a r a c t e r í s t i c a s n u e v a s y
propias.
L a u t i l i z a c i ó n d e l p r o c e d i m i e n t o a n a l ó g i c o f o r m a p a r t e d e u n ars
inveniendi (arte d e inventar) q u e b r i n d a al científico social l a s t é c n i c a s
d e p e n s a m i e n t o p a r a r e a l i z a r m e t ó d i c a m e n t e el t r a b a j o d e l a c o n s t r u c ­
c i ó n d e h i p ó t e s i s . E s t a s h i p ó t e s i s t i e n e n q u e p e r m i t i r al i n v e s t i g a d o r
social la b ú s q u e d a d e a n a l o g í a s con o t r a s d i s c i p l i n a s d e l a s ciencias
sociales o n a t u r a l e s . La analogía es u n i n s t r u m e n t o d e d e s c u b r i m i e n t o
y e x p l i c a c i ó n q u e r o m p e t a n t o c o n lo p r e c o n s t r u i d o c o m o c o n l o e m p í -
rico. L o s m o d e l o s a n a l ó g i c o s c u m p l e n u n a f u n c i ó n e x p l i c a t i v a y s o n
t a m b i é n u n m o d o de experimentación -experimentación mental-, dice
B o u r d i e u , q u e s e c o n f r o n t a c o n l o s h e c h o s . El p r i n c i p i o e x p l i c a t i v o d e l
m o d e l o e s el p r o c e d i m i e n t o analógico, p r o c e d i m i e n t o q u e p e r m i t e p e n ­
s a r "homologías estructurales" entre á m b i t o s totalmente diferentes. Se
p r o p o n e c o m o e j e m p l o u n t e x t o d e E r w i n P a n o f s k y e n el c u a l el a u t o r
c o m p a r a l a Summa de S a n t o T o m á s de Aquino y la catedral gótica y
M
d e s t a c a q u e l a a n a l o g í a no s e e s t a b l e c e e n t r e l a Summay la c a t e d r a l ,
t o m a d a s , p o r a s í d e c i r l o , e n s u v a l o r facial, s i n o e n t r e d o s s i s t e m a s d e
r e l a c i o n e s i n t e l i g i b l e s , n o e n t r e cosas, q u e s e o f r e c e r í a n a l a p e r c e p c i ó n
i n g e n u a , s i n o e n t r e o b j e t o s c o n q u i s t a d o s contra l a s a p a r i e n c i a s i n m e ­
8
diatas y construidos mediante u n a elaboración metódica".
P a n o f s k y r e a l i z a u n a c o m p a r a c i ó n e n t r e l a evolución del arte gótico y
l a evolución del pensamiento escolástico d u r a n t e el p e r í o d o q u e v a d e s d e
1130 a 1270. B u s c a las analogías o c u l t a s e n t r e los principios de orga­
n i z a c i ó n d e la e s c o l á s t i c a y los p r i n c i p i o s d e c o n s t r u c c i ó n d e la a r q u i ­
t e c t u r a g ó t i c a . S e g ú n P a n o f s k y , lo q u e u n e a l o s d o s e l e m e n t o s m e n c i o ­
n a d o s e s la difusión de u n hábito mental. Se t r a t a de u n hábito q u e
p u e d e e x p r e s a r s e c o m o " p r i n c i p i o q u e o r d e n a el a c t o " E s t o s h á b i t o s

y 8. í d e m , p. 8 0 .
 U n a perspectiva s o b r e la e p i s t e m o l o g í a francesa 275

m e n t a l e s e x i s t e n e n t o d a c i v i l i z a c i ó n . E n el p e r í o d o m e n c i o n a d o , e n u n a
z o n a d e i n f l u e n c i a q u e a b a r c a b a ciento c i n c u e n t a k i l ó m e t r o s a l r e d e d o r
d e P a r í s , l a e s c o l á s t i c a e r a p r á c t i c a m e n t e la d u e ñ a d e t o d a l a e d u c a c i ó n ,
m i e n t r a s el e s t i l o g ó t i c o t e n í a s u m o m e n t o d e e s p l e n d o r e n l a s i g l e s i a s
urbanas.
La t o t a l i d a d d e l s a b e r h u m a n o , q u e a ú n n o s e h a b í a e s p e c i a l i z a d o ,
era accesible a los c o n s t r u c t o r e s y arquitectos, q u i e n e s t e n í a n u n a
e d u c a c i ó n e s c o l á s t i c a . Allí p o s i b l e m e n t e s e f o r m ó e n e s o s a r t i s t a s el
h á b i t o m e n t a l q u e p r o d u j o el g ó t i c o e n l a a r q u i t e c t u r a y e n o t r a s a r t e s .
P o r ~otra~^)"affe, l o s a r t i s t a s e r a n p r o c l i v e s a r e f l e j a r e n s u s o b r a s l a s
r e l a c i o n e s e n t r e el a l m a y el c u e r p o o el p r o b l e m a d e l o s u n i v e r s a l e s . L a
e s c o l á s t i c a e r a l a filosofía d e l a é p o c a , s e e n s e ñ a b a e n l o s c o l e g i o s y
u n i v e r s i d a d e s y g e n e r ó el h á b i t o m e n t a l p r e s e n t e e n el g ó t i c o . P a n o f s k y
e n c o n t r ó e n el p l a n o d e l p r e s b i t e r i o d e u n a c a t e d r a l l a e x p r e s i ó n " i n t e r
s e d i s p u t a n d o " ( " d i s c u t i e n d o e n t r e ellos"), t í p i c a d e l a d i a l é c t i c a e s c o l á s -
tica. E s i n t e r e s a n t e d e s t a c a r la i n t e r p r e t a c i ó n q u e h a c e B o u r d i e u d e
e s t e t e x t o : t a n t o l a e s c o l á s t i c a c o m o el g ó t i c o s u p o n e n principios. Estos
principios, q u e m u e s t r a n analogías ocultas, no visibles, s o n los q u e h a y
que encontrar en las homologías estructurales.
E n eí c a s o d e l s o c i ó l o g o , l o s p r i n c i p i o s q u e d e b e i n t e r i o r i z a r s o n l o s
d e l a t e o r í a d e l c o n o c i m i e n t o s o c i o l ó g i c o . Al i n t e r i o r i z a r e s t o s p r i n c i p i o s
a d q u i e r e u n a d i s p o s i c i ó n m e n t a l q u e s e d i r i g e a l a i n v e n c i ó n . D e allí l a
expresión baconiana: descubrir principios analógicos supone, a d e m á s
del rigor y la vigilancia, u n a d o s i s d e invención, o t a m b i é n - c o m o dice
Bourdieu parafraseando a Alexandre Koyré- realizar u n golpe de estado
teórico, q u e s e a c a p a z d e r o m p e r con la sociología p u r a m e n t e empírica.

2 . 3 . El racionalismo aplicado en la interpretación de Bourdieu

Los m o m e n t o s epistemológicos se a r m a n siguiendo u n a jerarquía,

u n o r d e n q u e s e d e b e s e g u i r p a r a q u e el t r a b a j o c i e n t í f i c o s e r e a l i c e s i n
e r r o r e s . T a l o r d e n e s el q u e s e d e s a r r o l l ó a n t e s : r u p t u r a , c o n s t r u c c i ó n ,
p r u e b a d e los h e c h o s , si b i e n e s t o s m o m e n t o s n o s e r e d u c e n al o r d e n
cronológico de las operaciones de investigación. E s t a diferencia entre los
m o m e n t o s epistemológicos sale a la l u z e n la p r á c t i c a e r r ó n e a , q u e o m i t e
a l g u n o d e ellos.
El r a c i o n a l i s m o a p l i c a d o r o m p e c o n la e p i s t e m o l o g í a e s p o n t á n e a ,
b á s i c a m e n t e c u a n d o invierte la relación e n t r e t e o r í a y experiencia. L a
j o b s e r v a c i ó n i p o r e j e m p l o , q u e p a r a el p o s i t i v i s m o e s u n m e r o r e g i s t r o d e
/ d a t o s q u e n o implica s u p u e s t o teórico alguno, se t o r n a científica c u a n d o
¡ e s c o n s c i e n t e d e la teoría q u e la sostiene. B o u r d i e u insiste e n la inuti-
276 Las ciencias sociales

lidad d e u n a observación q u e n o se realice d e s d e u n m a r c o teórico, en

la i n o p e r a n c i a d e u n d a t o suelto, d e u n d a t o q u e n o f o r m a p a r t e d e u n a
t e o r í a . El m i s m o p l a n t e o c a b e a l a e x p e r i m e n t a c i ó n ; é s t a t a m b i é n s u r g e
a partir de u n planteo teórico y es p e n s a d a a n t e s de s u realización,
c o n c e b i d a e i n t e r p r e t a d a e n u n nivel teórico y recién d e s p u é s llevada a
cabo. U n a experiencia correctamente realizada ¿ e n e r a _ u n a relación
dialéctica e n t r e tal experiencia v la r a z ó n c u a n d o se_piensan t a m b i é n los
r e s u l t a d o s d e e s a e x p e r i e n c i a . B o u r d i e u i n s i s t e e n el v a l o r h e u r í s t i c o d e l
grror o del fracaso, e n la i m p o r t a n c i a q u e p o s e e e s t a dialéctica e n t r e
razón y experiencia.
D e b e aclararse, a u n q u e s e a brevemente, q u e 'dialéctica' e n Bour-
d i e u n o t i e n e el s e n t i d o d e c o n c e p c i ó n t o t a l i z a d o r a q u e s e d e s a r r o l l a e n
f o r m a d e e s p i r a l , c o m o u n p r o c e s o , q u e t e r m i n a e n el s a b e r a b s o l u t o ,
tal c o m o la c o n c i b e G.W.F, Hegel. E n c u a n t o a Karl M a r x , si b i e n e n
B o u r d i e u h a y u n a i n f l u e n c i a d e e s t e filósofo, n o s e r e g i s t r a e n e s t e
p u n t o u n a referencia explícita al marxismo. Existe, en cambio, u n a
f u e r t e r e l a c i ó n c o n lo q u e B a c h e l a r d e n t i e n d e p o r " r a z ó n q u e d i a l e c t i -
za". L a r a z ó n científica tiene q u e e s t a r e n permanente_ ^ s p o n i b i l i d a d
p a r a la rectificación, p a r a c a m b i a r s u s conceptos, s u s nociones. Esta
a c t i t u d de la r a z ó n e s la dialéctica p a r a Bachelard, u n p e r m a n e n t e ida
y vuelta h a c i a la experiencia, u n a interrelaclón dinámica entre teoría
y experiencia, a u n q u e la razón goce d e cierta primacía s o b r e la expe-
riencia, p o r q u e e s d e s d e la r a z ó n d e s d e d o n d e s u r g e la experiencia.
S i g u i e n d o a B a c h e l a r d , c o m o u n i n t e n t o d e justificar la utilización del
r a c i o n a l i s m o a p l i c a d o , B o u r d i e u r e a l i z a u n a n á l i s i s d e lo q u e d e n o m i n a
" p a r e j a s e p i s t e m o l ó g i c a s " : s e t r a t a d e p o s t u r a s filosóficas q u e s e c o n -
traponen, como racionalismo y empirismo, idealismo y reaJismo7posI-
9
t i v i s m o e i n t u i c i o n i s m o . A s í , p l a n t e a q u e el e n f r e n t a m i e n t o e n t r e e s a s
p o s t u r a s m u c h a s veces e s a p a r e n t e y p o n e c o m o ejemplo la a p a r e n t e
contradicción e n t r e positivismo e intuicionismo; p u e s los m a n u a l e s
m á s positivistas d e metodología a b r e n la p u e r t a a la intuición c u a n d o

9 . D a d a l a í n d o l e y e x t e n s i ó n q u e d e b e t e n e r e s t e c a p í t u l o , s e e n u n c i a b r e v e m e n t e el
s i g n i f i c a d o m í n i m o d e c a d a u n a d e e s t a s p o s t u r a s : e l racionalista, c o n s i d e r a q u e el origen
d e l c o n o c i m i e n t o e s l a r a z ó n ; el empirista, por el contrario, r e m i t e e s e o r i g e n a la e x p e r i e n -
cia. P a r a el idealismo, el f u n d a m e n t o d e t o d a l a realidad e s ideal (racional) n o empírico;
e n c a m b i o e l realismo c r e e q u e la r e a l i d a d e s tal c o m o la c o n o c e la c i e n c i a y c o n s i d e r a q u e
e s a r e a l i d a d e x i s t e i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e q u e s e l a c o n o z c a o n o . El positivismo, por s u
p a r t e , d e f i e n d e q u e el ú n i c o c o n o c i m i e n t o q u e m e r e c e tal n o m b r e e s el c i e n t í f i c o , p o r el
rigor d e s u s t e o r í a s y p o r q u e p u e d e c o r r o b o r a r s e e m p í r i c a m e n t e . P o r ú l t i m o , e l intuicio-
nismo c o n s i d e r a q u e l a i n t u i c i ó n , e s d e c i r , l a c a p t a c i ó n d i r e c t a - s i n m e d i a c i o n e s - d e l a
r e a l i d a d e s el m é t o d o d e c o n o c i m i e n t o m á s a d e c u a d o .
U n a p e r s p e c t i v a s o b r e la e p i s t e m o l o g í a f r a n c e s a 277

se t r a t a de formular los principios s u s t e n t a d o r e s de hipótesis. E n de­

finitiva, a m b a s p o s t u r a s difieren t a n s ó l o e n l a s t é c n i c a s d e v e r i f i c a c i ó n
q u e utilizan, j e r o se c o m p l e m e n t a n respecto de las hipótesis, pues­
t o q u e el i n t u i c i o n i s m o c o n t e s t a c u e s t i o n e s i m p o s i b l e s d e r e s p o n d e r
p a r a u n a concepción positivista.
El r a c i o n a l i s m o a p l i c a d o e s u n c e n t r o , u n p u n t o e q u i d i s t a n t e e n t r e
teoría y experiencia; d e b e m a n t e n e r e s e l u g a r e n t a n t o j u e g a u n rol
f u n d a m e n t a l e n la aplicación del m é t o d o , d e b e vigilar c u i d a d o s a y per­
m a n e n t e m e n t e tal aplicación. E s t a t a r e a n o e s p o s t e r i o r a la p r o d u c c i ó n
c i e n t í f i c a s i n o simultáneas la i n v e s t i g a c i ó n . La vigilancia e s p e r m a n e n t e
y t a m b i é n s e a p l i c a s o b r e el m é t o d o m i s m o . D i c e B o u r d i e u :

U n a vez s u p e r a d o el e n t u s i a s m o p o r los a s p e c t o s exteriores del

m é t o d o e x p e r i m e n t a l o por los prodigios del i n s t r u m e n t o m a t e m á ­
tico, la sociología p o d r á e n c o n t r a r , s i n d u d a , e n la r e s o l u c i ó n en
acto de la oposición e n t r e el r a c i o n a l i s m o y el e m p i r i s m o , el m e d i o
de s u p e r a r s e , e s decir, p r o g r e s a r e n el s e n t i d o d e la c o h e r e n c i a
10
teórica y d e la fidelidad a lo real, al m i s m o t i e m p o .

10. Pierre B o u r d i e u . o b . cit., p. 9 7 .