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— Santos, M.S.; Xavier, AS. ¢ Nunes, Al.B.L a insergdo e passagem mais trangdila e saudavel na travessia da adolescéncia, A seguir, veremos de modo sintético como essa puberdade vai se expressar nos di- ferentes aspectos do desenvolvimento, que, alias, serdo aprofundados em capitulos posteriores. 5.4, Personalidade, autoconceito ¢ auto-estima do adolescente =f ‘As mudangas corporais antes enunciadas ¢ 0 de- senvolvimento de um pensamento abstrato vao ser es- senciais na constituigao da personalidade adolescente, especialmente no tocante ao autoconceito, auto-estima ¢ identidade. Segundo Oliva (2003) para responder a pergunta fundamental quem sou eu? “O adolescente terd que delinear a imagem que tem de si mesmo; adotar alguns compromissos de carater religioso, escolher uma profissio, definir sua orientacao sexual, optar por um es- tilo de vida e de relagbes; assumir valores"(p. 335). ‘As mudancas fisicas proprias da puberdade itdo fa- zero adolescente revisar a imagem que, até entio, havia construido de si, para incluir osnovos aspectos que come- cama configurar 0 corpo aduilto. As abstragoes permitirao que os adalescentes integrem algumas caracteristicas que guardam relagao entre si, Contudo, ainda nao vio dispor de controle cognitivo necessério para relacionar todos os clementos que compoem o autoconceito, ou seja, como se definem e que imagens possuem dl si. E preciso considerar que durante a adolescéncia se ampliam os contextos nos quais os jovens participam e assumem novos papéis. Cada um tera importancia e pro- pporcionara informagbes ao adolescente sobre sua imagem. Os pais podem pedi obedigncia, respeito e amabilidade; os amigos lealdade ou amizade; 0 par carinho, desejo € compromisso; a escola esforco e disciplina. E de se 448 Psicologia do Desenvolvimento esperar que 0 autoconceite inclua ou reflita essas di- ferencas dando lugar a uma imagem de si composta por multiplas caracteristicas, algumas vezes até con- flitantes entre si. Nesse caso, o adolescente pode se comportar e expressar-se com valores distintos na es- cola, na familia, no grupo de amigos etc. Em alguns casos as contracligoes entre os componen- tes do autoconhecimento podem gerar uma visto tao frag- mentada e incoerente que o adolescente pode mostrar-se inseguro sobre quem realmente é. Sobretudo, se ele ten tar se ajustar as expectativas dos demais, criando um eu ilusbrio, expressando coisas que nao sente e nao gosta na intenglo de agradar e de ser aceito, [sto se tama mais forte se considerarmos a influénciada midia e dos valores da so- ciedade atual, que ditam nommas e modelos de comporta- ‘mento os quis os adolescentes devem corresponder. Ha ‘uma pretensa uniformizacio, como se nao houvesse além das singularidades pessoais, fortes diferencas nas familias ‘enas classes sociais. Com cereza, as condigoes oferecidas a.um adolescente da classe -nédia para atravessar esses conflitos, ndo sio as mesmas que as de um jovem das ca- ‘madas populares, que muitas vezes, abandona a escola e € inserido no mercado informal ou formal de trabalho. ‘Tambema auto-estima que serefere a valoragao afe- tivado adolescente sobre si mesmo, segue uma trajetoria de contradigdes e multiplicidade de elementos. Segundo Palacios e Oliva (2003) uma pesquisa desenvolvida com colaboradores revelou importantes diferengas em fun- sao do género, jé que para asmeninas a atragao fisica ou as habilidades interpessoais s4o os melhores indicado- res da avaliacao global que fazem de si mesmas. Entre os ‘meninos, as habilidades no esporte ou o sentimento de serem eficientes ocupam um lugar prioritério. Ser popu- larentre seus pares, na adolescéncia, tanto para meninos quanto para meninas adquire um significado especial 440 Santos, M.S.; Xavier, A.S. e Nunes, A.L.B.L Para o autor “ser valorizado e aceito pelos amigos ¢ com- panheiros € um indicador confiavel do nivel global de auto-estima” (p. 339). Vale ressaltar que a relaglo com os pais também continua exercendo importante influén- cia sobre o valor que os adolescentes dao para si ‘Alem destas questes outros fatores devem ser considerados nesse proceso: as exigéncias sociais que definem um padrio de corpo e de beleza, a transi¢io do ensino fundamental para 0 médio que acarreta novas responsabilidades eo inicio das relagoes sexuais que tra- zem a nova tarefa de buscar um par, acrescentando mais pressio sobre os sujeitos, e maior nivel de inseguranca. 5.5. A identidade na adolescéncia Alem dos conceitos citados, é necessério conside- rar o conceito de identidade aludido inicialmente por Erik Erikson como principal conflito que o adolescente deve solucionar. Erik Erikson vai situar a adolescéncia como fundamental no percurso do desenvolvimento hu- mano, pois € nessa fase que o individuo desenvolve os pré-requisitos de crescimento fisiol6gico, maturidade mental ¢ responsabilidade social que 0 preparam para experimentar e ultrapassar a crise de identidade. A ado- lescéncia € considerada um periodo de transicio no qual 6 individuo deve ter a oportunidade de explorar,testar, antes de assumir suas responsabilidades adultas. Eo que ele denomina como moratéria social, que, aliés,é vivido de forma diferente nas diversas culeuras. ‘A identidade vai incluir as normas dos grupos nos quais 0 adolescente se integra, os valores que interioriza, sua ideologia pessoal, os compromissos que assume. Tra- ta-se de uma estrutura ou organizacio interna construfda pelo sujeito, que agrupa todas aquelas caracteristicas que definem sua forma de ser. E necessario considerar que tal 120

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