Está en la página 1de 46

M ARITZA JIM ÉN EZ

I ■ ■ U O T iC A N A O O N M
VENEZUELA!

A M O R C O N STA N TE M ÁS A LLÁ
DE L A M U E R TE
A M O R C O N ST A N T E M Á S A L L Á D E L A M U E R T E
M aritza J iménez
C o lección: «Cuadernos de D ifusión» N ° 205
R ealización de Portada: D ieter G ro ssb crg
C om posición, C orrección d e Textos
y C o n fe cc ió n de A rtes Finales:
E strada, D el Pino & A sociad o s
Im presión: G ráficas Integral
ISB N 9 8 0 -253-179-0
F ondo E ditorial F undarte, 1993

F U N D A R T E / A lcaldía de C aracas
D irección de Publicaciones
E d ificio T ajam ar, Pent H ou se
A v. L ec u n a, Parque C entral
C a rac as, V enezuela

A p arta d o Postal 17.559


C arac as I0 I5 -A
AM O R CONSTANTE MÁS A LIA D E LA M UERTE
M aritza J im é n e z
D e fin iría g u s to s a m e n te a l ro m á n tic o o c c id e n ta l
c o m o u n h o m b r e p a ra e l c u a l e l d o lo r ,
y e s p e c ia lm e n te el d o lo r a m o ro s o ,
e s u n m e d io p r iv ile g ia d o d e c o n o c im ie n to

D e n is d e R o u g e m o n t
El a m o r y o c c id e n te

7
I
(1982-86)

9
El h o m b re s e acerca
c o n p a s o se g u ro

La m u je r agu a rd a

— el a n tig u o enigm a otra v e z d e sata d o —

La m u jer e n to n c e s
d esd o b la c o n c u id a d o u na caricia

Se e n tre g a e n la seda
m ás fina d e su risa

C ree q u e así
to d as s u s n o c h e s
h a b rá n d e p e rte n e c e rle

11
Ella lo am a b a . El ju g ab a al fútbol
( s u p iel e ra dulce, su sonrisa tierna)

Ella e scribía p o e m a s. C om ía poem as.


Hacía poe m a s-ca sa s, p o e m a s-b eb é s,
p o e m a s -c u e rp o p a ra e s p e ra rlo a él

U n día s e flie a b u sc arlo


to m ó el a v ió n y a d ió s

N u n ca reg re só

El sig u e ju g an d o al fútbol

Los p o e m a s n a d ie los le y ó

12
Yo soy
este p e q u e ñ o c u e rp o
p e g a d o al tu y o c o m o siam és

Frágil y to rp e
e m p e ñ a d o e n la cocina
m id ien d o , rasa n d o
— c o n la p rec isió n d e q u ien c o n stru y e u n p o e m a —
m en su a lm e n te la sa n g re
rigurosa, p u n tu a l, c o n tu rec h a z o
e n tre p a ñ o s , a esco n d id a s, tem p e sta d e s
q u e n o a d viertas q u e h a llegado

D e resto
h o ras d e te d io ¿de tristeza?
g rita n d o
jad e a n d o
e s p u m a n d o e n tu m an o

Y D ios d u e rm e e n tre tu s p iern a s


m ie n tra s el m u n d o co n tin ú a

13
A hora q u e n o R e m brandt ni Van G o g h
ni o rgullo de c iu d a d q u e n o s e sconda
e n el 1027 h o tel M arriot
d isp o n g o los e s c o m b ro s q u e m e ro n d an :

J u n to a la fruta y la sá b an a , la silla
v e rd e cabalga jinete la p e n u m b ra

C o n tra el frío y las h o ras m o rtecin a


c o m o filo de c o rtin a m e de slu m b ra

T u letra m e n u d a m atinal q u e av an za
"Me voy a R otterdam " m ie n tra s d e s p ie rto
y a rancia d e tu a ro m a y d e tu s ansias
m elancólica d e a so m b ro sin tu c u e rp o

14
C om o p é ta lo s y escam as, c o m o esp o ra s
los d ías, lo s m eses, s in q u ie tu d las ho ras
m an sa s h e rid a s del reloj sin c a n to
sin in fierno, p araíso, piel ni llanto

Es aire, b ru m a , m i sum isa e sp era


estéril tierra q u e mi som bra escarba
do lo r d e l frágil an im al q u e ag u ard a
el c u e rp o q u e a su c u e rp o redim iera

Yo a q u í c a lla n d o a g ritos mi agonía


tú n e g a n d o a mi s e d calm a d e u n día
L legaste d e H o lan d a, sin m ar ni c e b ad a
d e flores e n ju nio, am arillas, p o b lad a

s ó lo e x tra ñ a s v o c a le s y a c e n to d e acero
e n tu n o m b re y tu s ojos
ju d ío extranjero

P e ro quis« un día m i am o r e n c o n tra rte


h u é rfa n o d e a n c e s tro s p a ra d e slu m b ra rte
y te fuiste d e ja n d o e n m i se d e s ta h iel
y e sta huella q u e n unca
sa b rá d e tu piel

16
(1989-91)

BIBUOTVCA MAOIOKAl. I
CA RA CAS - VBNEZUQ-A I
"El am o r forzosam ente o s agita"

B éro u l, Tristdn e Isolda.

19
E n m i co razó n
— u n la g o se re n o —
d e p ro n to el am o r
agita su s alas

21
T u som bra
a m e n a z a m i casa

la lavo c o n a g u a d e lluvia
p a ra e sp an ta rte

b a rro las e sq u in a s
e n c ie n d o m irra e in cie n so

rez o , p r e n d o velas

su p lic o a m is m u e rto s
q u e n o se a larga la e s p e ra
T en g o m iedo
del c u e rp o q u e co m p a rte s
D e la c a sa
q u e retien e tu infancia
D e la m ujer
q u e e s c o n d e n tus ojos

D e v u élvem e se g u ra
a m is tem o res d e a n te s

¿3
Si él lleg a y s e desviste
y p id e m i sa n g re

p o n g o a d o ra r m is h u e s o s
a fu e g o alio
a fu e g o bajo
m is p u jm o n e s

D ejo q u e m astiq u e
m i d o lo r e n las v e rd u ra s
q u e tra g u e m i furia e n la sopa
m i lla n to e n la en sala d a

c o m o p o s tre m is su e ñ o s

R e lu cientes los p latos


s in m a n c h a q u e a c u se
d e su crim en las hu e lla s

24
Me s ie n to y te e s p e ro
c o m o niñ a e d u c ad a

n i llo ro
ni m ald ig o

c re c e la fiesta
la sala

y o so la

te e s p e ro
y e s c u p o la sa n g re
c o m o n iñ a e d u c ad a
Te p ersig o
h o m b re frágil ta n se g u ro

T e reto

D eja a u n la d o tu tam a ñ o
tu v oz
tu eddtl

Anda:
d e sárm ate

26
E ncorvada

ni c o m o n i h a b lo

m i c u e rp o e s la form a
d e tu jaula

27
D o rm ido

A divino tus n o c h e s
ajen as

("m ío" te llam a.


A d iv ino el g e sto
su fragilidad d e tallo)

E n to n c es p o d ría
c o rta r tus cab ello s

M irar tu ca b ez a ro d a r
m ie n tra s c u id o tu s u e ñ o

28
¿Te p a re c e q u e esta n o c h e tiem blo
m e d e s m ie m b ro d e em o c ió n
ta n d u lc e mi b o c a
alim en ta n d o tu e g o mi p a sió n
c o n la s pa la b ra s d e siem p re
siem pre?

T o d o p e rfe c to p a ra ti

Es mi ven g a n za
so y la q u e a g u a rd a
la p o sp u e sta

la q u e respira
e n tu s llam adas

tu má% o c u lto tem b lo r

la o sc u rid a d q u e te d eslum bra

30
Tú y y o
n o s o m o s nada

u n a c ie rta m an e ra d e m irarnos
e n tre o tra s m irad as

el a z ar d e u n e n c u e n tro
e n u n a migaja

esta c e rte za d e m o rirn o s cotidiana


c u e rp o a c u e rp o y a c ie n d o c o m o am an tes

p e ro m á s nada

31
A q u í e sto y

p re sa e n lo o sc u ro

s in tie m p o
d e te n id a e n mí

c e n iz a
s o b re Cu n o m b re

32
Ill

33
"El am o r feliz no tie n e historia"

D .R.

35
H a b itu a d a a vivir al s e sg o
d e p a la b ra
A m o r te b u sc o
y v o y al b a rro
— ¿m e traiciono?—

M e r e c r í o e n m igajas
m e c o m p a rto c o m o el p a n

N in g ú n c u e rp o
sa b rá lastim arm e

36
A m or
m e a tra p a n tu s ojos
tejie n d o su re d e n m i c o ra z ó n
p o b re anim al se d ie n to d e inocencia

to d a la o sc u rid a d
su p a la b ra cabalga
la n o c h e d e m i c u e rp o

su s m a n o s m id e n el rep o s o

c e n tím e tro a cen tím e tro


la m u erte
q u e s e rá n m is h u e so s

37
Deja q u e e sta n o c h e
r e p o s e n lo s c u e rp o s

q u e s e a tu v oz
lluvia, sol
azul infinita

m ás allá de l a m o r
d el n iñ o y la lágrim a
d o n d e e m p ie z a n lo s su e ñ o s

so y la o rfa n d a d d e la gaviota
flo r q u e la m u e rte ac ec h a

e s c ó n d e m e e n tu v oz
s e a m o s el m u n d o

38
N o el c u e rp o q u e s e m u ere
sin s a b e r d el alm a

n o el b o s q u e oscu ro
d e im p o sib le s prom esas:
am o r, fidelidad, p a sió n e te rn a

u n a p a la b ra q u e crezca
lim p ia
c o m o la h ierb a e n las tum bas

c re e r q u e n o to d o e s ceniza
b a rro inútil

39
E n el a b ism o d el esp ejo
o jera s az u le s
y u n p aisaje d e líneas
p a ra llegar
a la q u e v o y sie n d o

n o so rt los añ o s, n o
su a p a c ig u a d o fru to

s o n las n o c h e s q u e so c av a n
s u s estrías

s a b e r q u e ya n u n c a
h a s d e m irarte e n s u s ojos

40
No llam es al am or
sie m p re será tard e
o estará o c u p a d o
e sc rib ie n d o p o e m a s
s o rd o a tu s sú p lic a s y conjuros

A ntes s e a n u n c ia b a
— u n leve p e rfu m e d e flores y cactus—

a h o ra s ó lo m e e n tre g a c u e rp o s
q u e d e v o ro n o c h e a n o c h e
e n la o sc u rid a d
d e la p ág in a

41
S iem pre disg u stan
lo s p o e m a s d e a m o re s

su a p re m ia n te c o n fe s ió n d e in tim idades

re b e ld e s
a m e n a z a n la p á g in a

o c u lto s a la e s p e ra
e n u n v értice d e vida

allí c o n su s lab io s ja d e a n te s

c u a n d o el a m o r s e ha id o

42
IV

43
"E leg id o p o r mf, p erd id o por mf"

Tristón e ¡sóida

45
o h b risa corre
v e y d ile al o íd o
q u e e n su n o m b re d esfallezco

h a b ía le d e m is m an o s vacías
d e m is cab ello s q u e só lo an sian
La tern u ra d e s u s d e d o s

d e la b lan c a s o le d a d
d e m i p iel y m is vestid o s

h á b la le de m i d e stin o : m u erte y d e s e o

Brisa n o tardes:
h e b e b id o e n su v e n e n o

47
Mi d ios
¿ q u é a m o r e s e ste
q u e lleva la q u e m a d u ra d e su ro stro
y el rizo d e su p e lo
q u e s ó lo u n a v e z fue m ío?

é l e n m i c u e rp o
c o m o u n h im n o d e sco n o c id o :
"no m e d ejes, n o m e d e je s ir"

a h o ra só lo la n o c h e
y el olv id o

48
In to ca d a
la d e las blan c a s m anos

¿por q u é si la m u erte
ha d e u rgirm e e n su reclam o?

49
A m ado

e n m í la hierba y e l m ar
la n o c h e y su sile n c io
lla m án d o n o s

tu s «nanos a n sio sa s d e la seda


d e m i s á b a n a y m is vestid o s

n o te n ieg u e s
al g rito d e m i c o ra z ó n
e b rio d e m u erte

50
Una isla y a c e e n e s to s b o s q u e s
b ajo u n vo lcá n

su s m are s d e a g u a ceniza
su a v em e n te
v ie n e n a b e s a r sus p ie s

e lla se d eja am ar
largo tie m p o
y u n d ía estalla e n fuego
e n c astigo a tan ta h um ildad
Su p iste d e la flecha
m a s n o del v e n e n o
q u e an id a b a e n m i c o ra z ó n

to ca ste mi piel
aj^ p o al m isterio
d e m is ojos

a sí m e fui y e n d o p o r a m a rte

52
D esata m is c a b ello s

ú n g e m e d e m iel
la ú ltim a n o c h e

sé q u e v e n d rá
su n e g ra b a n d e ra
s o b re mi c u e rp o

m is h u e s o s
c e n iz a se rá n
y n o e sta rás c o n m ig o

¡oh, el mar!
Sólo el m ar

53
IN D IC E

I (1 9 8 2 -8 6 )......................................................................9
1 1 (1 9 8 9 -9 1 ).................................................................. 17
II I .............................................33
I V .................. .............................43

55
El am or que se sobrepone aun a la fatalidad de
la muerte, deviene en m ateria de poem as
allanados por la fuerza y la sensualidad de
una voz femenina. Am or y muerte en inquie­
tante tensión poética, sostenida p o r un len­
guaje de estilo sencillo p ero sugestivo, que
recurre a rimas irónicas y ritm os disonantes.
M aritza Jim énez (C aracas, 1956), licencia­
da en Comunicación Social, dirige las pági­
nas culturales del d iario "El U niversal".
Ha publicado el poemario Hago la muerte (1987).

FONDO EDITORIAL FUNDARTE


COLECCION CUADERNOS DE DIFUSION #205

También podría gustarte