Está en la página 1de 229

ROLANO BARTHES

HENRI LEFEBVRE
LUCIEN GOLDMANN

UTERATURA
PROBLEMAS DE METODOLOGÍA
EN SOCIOLOGÍA DE LA LITERATURA

Y SOCIEDAD

EDICIONES MARTÍNEZ ROCA, S. A.


Doucy, Sanguineti, Barthes, Koehier,
Mouillaud, Sllbermann, Lefebvre,
Brun, Aubrun, Escarpit, Dort, Kott,
Goldmann

Literatura y s o c i e d a d
Problemas de metodología
e n s o c i o l o g í a d e la literatura

Ediciones iVlartínez Roca, S. A.


TiacUicción d e R. d e la Iglesia

O Editions de l'Institut de Sociologie de TUniversité Libre de Bruxelles


O 1969, Ediciones Martínez Roca, S. A.
Avda. Generalísimo, 322 bis - Barcelona-13
Depósito legal 39 988-1969 I m p r e s o en E s p a ñ a
Gráfica» Universidad - Xiquets de Valls, 1-3 - Barcelona
r índice

Introducción 9

1. S o c i o l o g í a de la vanguardia 13
2. El a n á l i s i s r e t ó r i c o 34
3. Las posibilidades de una i n t e r p r e t a c i ó n
s o c i o l ó g i c a ilustradas a t r a v é s del a n á l i s i s
de textos literarios franceses de distintas é p o c a s 50
4. Problemas de un estudio s o c i o l ó g i c o
de las novelas de Stendhal 77
5. El f e n ó m e n o de la a l i e n a c i ó n
de los filmes por la s i n c r o n i z a c i ó n 101
6. De la literatura y el arte modernos considerados
como procesos de d e s t r u c c i ó n
y a u t o d e s t r u c c i ó n del arte 116
7. Hacia una i n t e r p r e t a c i ó n sociológica
de la novela picaresca 133
8. La miseria en E s p a ñ a en los siglos xvi y xvii
y la novela picaresca 143
9. La imagen h i s t ó r i c a de la literatura
en los j ó v e n e s .
Problemas de s e l e c c i ó n y c l a s i f i c a c i ó n 159
10. Condición sociológica
de la puesta en escena teatral 174
11. Los travestidos en la obra de Shakespeare 191
12. El estructuralismo g e n é t i c o
en s o c i o l o g í a de la literatura 205
Introducción
por Arthur Doucy

E n n o m b r e del Instituto d e Sociología d e Bruselas y d e la


6.' Sección d e la École Praíique des Hautes Études, t e n g o el h o n o r
de s a l u d a r a los p a r t i c i p a n t e s en este p r i m e r c o l o q u i o i n t e r n a c i o n a l
c o n s a g r a d o a la sociología d e l a literatura. C o m o ustedes h a b r á n
p o d i d o ver en las tarjetas de invitación, este c o l o q u i o irá seguido,
así lo e s p e r a m o s , de cierto n ú m e r o de r e u n i o n e s a n á l o g a s en a ñ o s
sucesivos. D i g a m o s d e e n t r a d a q u e la c o m p o s i c i ó n d e esta r e u n i ó n ,
en la q u e los sociólogos p r o p i a m e n t e dichos se m e z c l a n con l o s his-
t o r i a d o r e s d e la l i t e r a t u r a y los críticos literarios, es u n ejemplo d e
la situación especial y, en ú l t i m a instancia y así lo e n t i e n d o , afor-
t u n a d a en q u e se e n c u e n t r a la sociología en la a c t u a l i d a d .
E n efecto, ésta, q u e e n u n principio se h a b í a constituido en
ciencia p a r t i c u l a r j u n t o a otras ciencias, c o m o la psicología, la eco-
n o m í a , la historia general, la historia d e la creación filosófica, lite-
r a r i a y artística, etc., h a d e m o s t r a d o m u y p r o n t o ser, d e h e c h o , u n a
d i m e n s i ó n general de la investigación en los diferentes c a m p o s d e la
realidad humana.
P o r ello su desarrollo h a b r í a d e ir a g u d i z a n d o n e c e s a r i a m e n t e
el p r o b l e m a d e su relación c o n el resto de las disciplinas científicas
q u e se p r o p o n e n e s t u d i a r los diferentes sectores d e l a vida d e los
hombres.
Q u i e r e esto decir q u e ha llegado el m o m e n t o en q u e resulta
c a d a vez m á s difícil h a c e r a v a n z a r la investigación sociológica sin
recurrir a u n a estrecha c o l a b o r a c i ó n e n t r e los especialistas d e las
diferentes ciencias h u m a n a s . P e r o es t a m b i é n el m o m e n t o , a l m e n o s
ttil lo c r e o , en q u e resulta c a d a vez m á s difícil h a c e r a v a n z a r la
l i i v c N l i j í a c i ó n en c u a l q u i e r ciencia h u m a n a particular sin r e c u r r i r
u iii colahorución d e los sociólogos q u e se interesan p o r ese c a m p o
especial.
iiste coloquio m e p a r e c e q u e c o n s t i t u y e u n a d e m o s t r a c i ó n d e
q u e el esludio sociológico d e las o b r a s literarias se e n c u e n t r a en la
s i t U H c i ó n q u e a c a b o d e señalar.
Desde hace b a s t a n t e s a ñ o s esta investigación se ha d e s a r r o l l a d o
de forma aislada y p a r c i a l en diferentes países y, a p e s a r d e los m e -
dios evidentemente r e d u c i d o s e insuficientes de q u e d i s p o n e n los
investigadores, h a llegado a resultados c o n c r e t o s q u e p e r m i t e n espe-
rar un favorable d e s a r r o l l o futuro.
Al decir esto p i e n s o , n a t u r a l m e n t e , e n los trabajos d e m u c h o s
d e los a q u í presentes, p e r o t a m b i é n e n cierto n ú m e r o de investiga-
dtires ausentes q u e a c a u s a d e sus obligaciones n o h a n p o d i d o , p o r
desgracia, participar e n n u e s t r a r e u n i ó n p e r o c u y a c o l a b o r a c i ó n
e s p e r a m o s p a r a t r a b a j o s futuros, y m e refiero f u n d a m e n t a l m e n t e
;i G e o r g L u k á c s , T h e o d o r A d o r n o , H a n s M a y e r y P a u l B é n i c h o u .
H a c e ya tres a ñ o s , el Instituto d e Sociología de la U n i v e r s i d a d
Libre de Bruselas c r e ó u n c e n t r o d e investigación de sociología de
la literatura q u e el a ñ o p a s a d o p u b l i c ó sus primeros r e s u l t a d o s en
u n o de los n ú m e r o s d e la Revue de VInstituí.
A h o r a bien, si este c e n t r o ha t o m a d o la iniciativa d e c o n v o c a r
e s t a reunión es p o r q u e resulta evidente q u e ningún g r u p o d e inves-
ligadores podría, a n o ser q u e d i s p o n g a d e considerables m e d i o s
h u m a n o s y económicos, a v a n z a r s e r i a m e n t e e n este c a m p o sin esta-
blecer u n a c o l a b o r a c i ó n m á s o m e n o s í n t i m a c o n ios d e m á s g r u p o s
q u e t r a b a j a n en direcciones análogas, sin olvidar a los h i s t o r i a d o r e s
t i c la literatura y l o s críticos literarios q u e h a b i e n d o c o n s a g r a d o
gran p a r t e de su t i e m p o al estudio d e u n sector d e t e r m i n a d o de
ese vasto d o m i n i o q u e c o n s t i t u y e la c r e a c i ó n literaria, e x p e r i m e n t a n
h o y la necesidad d e e x a m i n a r las n u e v a s perspectivas q u e p o d r í a n
permitirles r e n o v a r sus esfuerzos.
Esta c o l a b o r a c i ó n es la q u e h a s t a este m o m e n t o e c h á b a m o s d e
m e n o s . Precisamente p o r esto c o n c e d o e x t r a o r d i n a r i a i m p o r t a n c i a
a esta reunión, en el transcurso d e l a c u a l creo q u e se d e b e n o
t a n t o establecer u n b a l a n c e d e los r e s u l t a d o s y los éxitos c o n s e g u i -
d o s , c u a n t o c r e a r las condiciones p a r a u n a c o o p e r a c i ó n y u n a in-
formación m u t u a s q u e p e r m i t a n m e j o r a r l a investigación f u t u r a .
Sü trata t a m b i é n d e subrayar, m e d i a n t e l a publicación d e las
H c l i i s d e l coloquio, la i m p o r t a n c i a d e la perspectiva sociológica en
I H lilsloria cib la l i t e r a t u r a y d e a t r a e r d e este m o d o la a t e n c i ó n d e
lux inulitiiciones y e s t u d i o s o s q u e t r a b a j a n en este c a m p o s o b r e las

10
lluevas posibilidades que a p o r t a el análisis sociológico; esto ya presu­
p o n e u n a c o l a b o r a c i ó n m u t u a e n t r e los especialistas d e la historia
literaria t r a d i c i o n a l y los sociólogos —ello, p u e d e n u s t e d e s c r e e r m e ,
n o s e h a c o n s e g u i d o siempre, y e n generall es s u m a m e n t e difícil
lograr q u e se a c e p t e — ; q u e a q u é l l o s p o n g a n t o d o s sus conocimien­
t o s e m p í r i c o s al servicio d e los sociólogos, q u i e n e s c o n frecuencia,
precisamente p o r q u e han tenido q u e acumular datos sobre todo
u n c o n j u n t o d e c a m p o s interrelaoionados, sólo h a n p o d i d o hacerlo
d é f o r m a p a r c i a l ; esa s u m a d e c o n o c i m i e n t o s e m p í r i c o s , es o b v i o ,
resulta i n d i s p e n s a b l e p a r a t o d a investigación seria.
R e s u m i e n d o , c r e o q u e está s u r g i e n d o u n a d l s c i p h n a n u e v a :
la sociología d e la literatura, q u e u n a vez constituida será m u y i m p o r ­
t a n t e c o m o a p o r t a c i ó n t a n t o p a r a la historia c u a n t o p a r a l a crí­
tica literaria o l a reflexión sociológica en general. P e r o n a d i e i g n o r a
q u e t o d a c o n s t i t u c i ó n de u n a n u e v a r a m a científica e s u n proceso
difícil q u e h a d e enfrentarse s i m u l t á n e a m e n t e c o n dificultades in­
t e r n a s y resistencias procedentes del exterior. E s p r e c i s a m e n t e d e n ­
t r o dé este frente d e esfuerzos p a r a s u p e r a r estas dificultades d o n d e
n u e s t r a r e u n i ó n d e h o y a l c a n z a su v e r d a d e r a i m p o r t a n c i a . Y p o r
este m o t i v o a g r a d e z c o l a p r e s e n c i a d e ustedes y e s p e r o q u e este
c o l o q u i o c o n s t i t u i r á el p r i m e r p a s o p a r a u n a c o l a b o r a c i ó n cuyos
resultados, estoy s e g u r o d e ello, n o t a r d a r á n m u c h o e n llegar.

II
1
S o c i o l o g í a d e la v a n g u a r d i a
por Edoardo Sanguineti

D e b o a n t e t o d o e x c u s a r m e p o r q u e en r e a l i d a d n o m e dispongo
a h a b l a r e n c a l i d a d de sociólogo, sino de escritor y crítico. Y éstas
son, de h e c h o , l a s dos m o d a l i d a d e s c o n q u e m e a c e r c o a la litera-
t u r a . P o r este c a m i n o y sin d e s e a r l o m e h e t o p a d o c o n dificultades
q u e r e m i t e n d e f o r m a directa a los p r o b l e m a s sociológicos. A q u í m e
limitaré a a p o r t a r u n simple t e s t i m o n i o .
E n c a l i d a d d e crítico, e s t u d i a n d o , p o r ejemplo, el realismo en
las novelas d e MoraVia o el origen d e l a poesía m o d e r n a en Italia,
en u n e n s a y o s o b r e el «estilo liberty» y lo q u e e n I t a l i a l l a m a m o s
poesía c r e p u s c u l a r , m e he visto o b l i g a d o a aplicar, j u n t o a o t r a s
f o r m a s de análisis, c o m o la estilística o el psicoanálisis, m é t o d o s d e
tipo sociológico, y m á s aún, a interrelacionar estos diferentes m o d o s
d e i n t e r p r e t a c i ó n b a s á n d o m e p a r a ello en u n a m e t o d o l o g í a marxista.
P o r o t r a p a r t e , c o m o escritor p e s a sobre m í d e s d e h a c e a l g ú n
t i e m p o cierta responsabilidad c o m o teorizador d e lo q u e h o y en
Italia se l l a m a la nueva v a n g u a r d i a ; esto m e h a llevado a esbozar
u n a i n t e r p r e t a c i ó n del c o n c e p t o d e v a n g u a r d i a d e l a q u e m e dis-
p o n g o a h a b l a r l e s aquí, p u e s este p r o y e c t o p l a n t e a , a m i juicio,
p r o b l e m a s generales de m é t o d o b a s t a n t e a p a s i o n a n t e s . E n esta
investigación he a b o r d a d o con b r e v e d a d , y en e t a p a s sucesivas, d o s
puntos concretos.
V e a m o s el p r i m e r p r o b l e m a . L a etimología e s t r u c t u r a l — e n el
sentido m a r x i s t a d e la p a l a b r a — del f e n ó m e n o d e la v a n g u a r d i a
h a sido p e r f e c t a m e n t e señalada p o r W a l t e r Benjamin e n u n o d e sus
estudios s o b r e Baudelaire, c u a n d o describe la situación d e éste en

13
el n i c r c u d o literario: la prostitución i n e l u c t a b l e del p o e t a c o n res-
pcclii III m e r c a d o en t a n t o q u e i n s t a n d a objetiva, y c o n r e s p e c t o a l
p i D i l u c U ) artístico en t a n t o q u e m e r c a n c í a . E s t a situación explica
muy b i e n , a u n q u e el f e n ó m e n o d e l a v a n g u a r d i a p r e s e n t e a n a l o g í a s
h u N l i i n t c frecuentes c o n circunstancias históricas de o t r a s é p o c a s y
otriis civilizaciones, p o r q u é se m u e s t r a e n definitiva, en s u v e r d a d
u l t i m a , c o m o un f e n ó m e n o r o m á n t i c o y b u r g u é s . E s t o s s o n exacta-
i i i c n l c l o s t é r m i n o s utilizados p o r B e n j a m i n : « L o s c o n t r a s t e s per-
s i m a l e s e n t r e los p o e t a s son, n a t u r a l m e n t e , m u y viejos. P e r o a q u í
l i a l l a m o s la transposición de estos c o n t r a s t e s a la esfera d e l a c o m -
petencia en él m e r c a d o d e l público. E s este ú l t i m o , el m e r c a d o , y n o
l a protección de u n príncipe, lo q u e h a y q u e ganarse». E l c o n c e p t o
líe público es e s t r i c t a m e n t e u n c o n c e p t o r o m á n t i c o y b u r g u é s : h a y
q u e e n t e n d e r en t o d o m o m e n t o p ú b l i c o p o r m e r c a d o d e p ú b l i c o .
M e remito, p a r a simplificar, a las e x t r a ñ a s dificultades h a l l a d a s
e n este c a m p o , d e d e t e r m i n a d a f o r m a , p o r u n crítico, y d e f o r m a
inversa, en el uso d e u n c o n c e p t o . Dificultades h a l l a d a s p o r u n
c r i t i c o : se t r a t a d e A u e r b a c h y de su e n s a y o s o b r e la l i t e r a t u r a y
s u público en la A n t i g ü e d a d y e n l a E d a d M e d i a {Literatursprache
imd Publikum in der lateinischen Spatantique und im Mlttelalíer).
lín esta o b r a es e v i d e n t e q u e A u e r b a c h n o h a p o d i d o r e n u n c i a r
a l c o n c e p t o de p ú b l i c o en t a n t o q u e m e r c a d o d e público e n s u e s -
ludio de u n a s é p o c a s e n las q u e , es evidente, este c o n c e p t o n o e n t r a
e n juego. Dificultades h a l l a d a s en el u s o d e u n c o n c e p t o : l a idea
d e c o m u n i c a c i ó n . S e h a h e c h o m u c h a filosofía a p r o p ó s i t o d e la
c o m u n i c a c i ó n estética, p e r o casi s i e m p r e sin t e n e r u n a c l a r a con-
c i e n c i a d e q u e se t r a t a , e n este caso, d e u n a f o r m a d e c o m u n i c a c i ó n
especial, incluso si se l a p r o y e c t a a r b i t r a r i a m e n t e e n u n p a s a d o
q u e n o es c a p a z d e i n t e g r a r e s p o n t á n e a m e n t e tal p r o y e c c i ó n . T a m -
bién en este c a s o , c u a n d o se h a b l a d e c o m u n i c a c i ó n estética, e s n e -
cesario descubrir el v e r d a d e r o sentido d e u n a n o c i ó n q u e s u b h m a ,
e n e l sentido freudiano d e la p a l a b r a , l a c o m u n i c a c i ó n a nivel e c o -
nótiiico e n t r e el p r o d u c t o r y el c o n s u m i d o r estético, es decir, e n t r e
e l escritor y el p ú b l i c o , en r e s u m e n , e n t r e el escritor y el m e r c a d o .

E n c u a l q u i e r c a s o l a prostitución q u e ejemplifica B a u d e l a i r e
no» nuicstra c l a r a m e n t e el doble m o v i m i e n t o i n t e r n o p r o p i o d e la
viuiKUurclia: por u n a p a r t e expresa al m i s m o t i e m p o y e x a c t a m e n t e
c o » l o s m i s m o s gestos l a tensión heroica y patética h a c i a u n p r o d u c -
t o i i i l i s l i c o i n m a c u l a d o , q u e escaparía al j u e g o i n m e d i a t o d é l a ofer-
IH y la dcniuiida, q u e n o sería, en definitiva, c o m e r c i a l m e n t e utili-
w h l c y. por o t r a parte, e l virtuosismo cínico del entraíneur secreto
p t t n i u l i l i / . a r palabras d e P a c k a r d — , q u e l a n z a al m e r c a d o del c o n -
N i i n i i i rstctico u n a m e r c a n c í a c a p a z d e vencer, c o n u n m o v i m i e n t o

14
s o r p r e n d e n t e y a u d a z , la c o m p e t e n c i a débil y casi i n e r t e d e los p r o -
ductores m e n o s a s t u t o s y m e n o s libres d e prejuicios.
C u a n d o e s t o s ú l t i m o s a c u s a n d e i n m o r a l i d a d o d e falta d e sin-
ceridad al a r t e d e v a n g u a r d i a , e n r e a l i d a d lo q u e e x p r e s a n es u n a
nostalgia a r t e s a n a l o u n complejo p e q u e ñ o - b u r g u é s ; m u e s t r a n un r e -
traso (en el s e n t i d o del capitalismo clásico) d e a d a p t a c i ó n a u n
nivel c o m e r c i a l , e n el c o n t e x t o d e la e r a del i m p e r i a l i s m o (o, c o m o
suele decirse c o n m e n o s precisión, del n e o c a p i t a l i s m o ) ; en resumen,
se l a m e n t a n d e u n tipo d e c o m p e t e n c i a q u e a p a r e c e a sus ojos c o m o
p r o f u n d a m e n t e desleal. T o d o ello, p o r supuesto, c o n enérgicos ar-
g u m e n t o s ideológicos y g r a n d e s t a p a d e r a s m o r a l e s .
El m o m e n t o heroico, p a t é t i c o (sustraerse a las leyes del m e r c a -
do) y el m o m e n t o cínico (triunfar s o b r e la c o m p e t e n c i a e n el m e r -
c a d o ) , a m e n u d o susceptibles d e ser diferenciados u n o del o t r o
cronológica, psicológica e incluso estéticamente, e n r e a l i d a d histó-
ricamente se c o n f u n d e n en u n s o l o y ú n i c o i n s t a n t e , y a q u e son
estructural y o b j e t i v a m e n t e u n a m i s m a cosa. A t r i b u i r el p a p e l d e
cínico al v e n d e d o r f u t u r o m á s q u e a l v e n d e d o r p r e s e n t e es u n
hecho q u e n o m o d i f i c a en a b s o l u t o el sentido del f e n ó m e n o y q u e
n o h a c e m á s i n o c e n t e n i m á s leal al sistema t o t a l q u e n o s garantiza
la existencia del p r o d u c t o y la imposibilidad d e definirlo ú n i c a m e n t e
bajo su f o r m a específica, es decir, en forma d e u n a c o m u n i c a -
ción e s t é t i c a ; y esto nos lleva a u n p u n t o q u e y a h e m o s a b o r d a d o .
E n u n principio existe e v i d e n t e m e n t e l a oferta d e u n fetiche m á s
misterioso q u e c u a l q u i e r o t r o , la o f e r t a d e u n a m e r c a n c í a p a r a la
q u e n o existe t o d a v í a n i n g u n a d e m a n d a reconocida. T o d o lo con-
t r a r i o , en la o b r a d e v a n g u a r d i a l a g a r a n t í a estética del p r o d u c t o
p r e t e n d e ser, en p r i m e r lugar, l a a u s e n c i a d e t o d a r e l a c i ó n f o r m a l
( o la m a y o r a u s e n c i a posible) c o n l o s p r o d u c t o s a d m i t i d o s en el
m e r c a d o c o n t e m p o r á n e o . L a f a l t a d e estética m e r c a n t i l d e la f o r m a
d e u n a o b r a d e b i e r a ser c o n s i d e r a d a c o m o u n s i g n o s e g u r o d e su
desprecio i n t e n c i o n a d o y explícito d e todas las leyes y reglas del
m e r c a d o h a b i t u a l ; es c o m o si l a falta d e d e m a n d a o él r e c h a z o
incitador d e t o d a d e m a n d a a c t u a l posible, i n t e r p r e t a d o s c o m o ga-
r a n t í a de la inocencia y lealtad d e l a o b r a , p u d i e r a n n e g a r l e h o y ,
m a ñ a n a y s i e m p r e , su carácter d e m e r c a n c í a .
Asi el m o m e n t o heroico y p a t é t i c o implican q u e se está heroica
y p a t é t i c a m e n t e ciego. Es necesario c e r r a r los ojos a n t e el m o m e n -
t o en que, p a r a existir de f o r m a v e r d a d e r a y socialmente reconocible,
el p r o d u c t o estético va a e m p e z a r su existencia p r o p i a , n a t u r a l y
efectiva d e m e r c a n c í a . El artista a c t ú a p o n i e n d o e n t r e paréntesis el
b u e n uso del capital q u e (al m e n o s así l o pienso) le espera a la vuel-
t a de la esquina. R e c h a z a s i m p l e m e n t e la idea d e este uso, p e r o

15
i d a s i e n t e en s u p r o p i a imaginación artística y p o r u n a v e r d a d e r a
higiene estética, a distancias infinitas. D e hecho, p o r o t r a p a r t e ,
el artista está d i s p u e s t o a c o r r e r el riesgo de q u e su o b r a , es u n a
hipótesis, n o exista, es decir, q u e n o entre en el c í r c u l o de la
c o m u n i c a c i ó n estética y social p a r a evitar, s u p o n i e n d o q u e esto
scu posible, el filtro d e la m e r c a n t i l i z a c i ó n q u e i m p r e g n a r í a t o d o
su significado y f a t a l m e n t e lo m i n i m i z a r í a . A u n q u e el v e n d e d o r
p u e d a en u n a o b r a d e este tipo a d i v i n a r u n negocio, en ningiin
tiiomento esto sería a s u n t o del artista; en efecto, en l a m a y o r í a
tic estos casos el n e g o c i o lo h a c e c o m p l e t a m e n t e el v e n d e d o r . El
gesto d e inocencia es el de m e t e r el m a n u s c r i t o en u n a botella.
Y a Stendhal h a b l a b a del librero (Sr. Levasasseur, P l a c e V e n d ó -
m e , París), p e r o t o d a v í a p o d í a escribir sin r u b o r i z a r s e : «Si h a y
suerte es posible q u e e n 1900 sea leído p o r los espíritus q u e y o a p r e -
cio, las M a d a m e s R o l a n d , las M e l a n i a s Guilbert, las...». P a r a con-
d e n s a r l o t o d o e n u n a fórmula, la historia de la p a l a b r a éxito en-
cierra el secreto d e la estética r o m á n t i c a burguesa. P e r o l o q u e n o
d e b e m o s olvidar es q u e si el a r t e d e v a n g u a r d i a tiene v e r d a d e r a -
m e n t e esta etimología estructural, m u y p o c o c o n s u e l o les q u e d a
a los moralistas, p u e s en él h a l l a m o s d e u n a m a n e r a s i m p l e m e n t e
evidente y f r a n c a m e n t e d r a m á t i c a , los m i s m o s caracteres q u e p u e d e n
localizarse en c u a l q u i e r o b r a estética d e l a época r o m á n t i c a y b u r -
guesa, quizá u n p o c o m e n o s c a r g a d o s d e h e r o í s m o y d e cinismo.
M e refiero aquí a los artistas q u e t r a b a j a n c o m o t r a n q u i l o s b u r g u e -
ses en sus p e q u e ñ o s asuntos, y c o n s i d e r a n q u e su a r t e es u n a cosa
perfectamente c o n o c i d a y admitida p o r t o d o el m u n d o , y q u e se
sitíia en el h o r i z o n t e de u n m e r c a d o c o n c e b i d o , n o sin cierta utopía,
c o m o capaz d e u n e t e r n o equilibrio, de u n m e r c a d o en el q u e la
oferta y la d e m a n d a p u e d e n s i e m p r e a d e c u a r s e y coincidir pacífi-
c a m e n t e . Desde B a u d e l a i r e hasta n u e s t r o s días ( a u n q u e e n el f o n d o
p o d r í a m o s a m p l i a r los límites h a b i d a c u e n t a del a p e r c i b i m i e n t o que
ya existía en t o d a la historia del a r t e r o m á n t i c o y b u r g u é s ) t o d a
la v e r d a d oculta del arte se halla e n la v a n g u a r d i a q u e deja al des-
cubierto, con s u m a indiscrección, el m e c a n i s m o oculto, m e c a n i s m o
ni q u e termina p o r obedecer con firme lógica t o d o el d e s a r r o l l o de
la cultura r o m á n t i c a y burguesa. E n este caso la a v e n t u r a estética
se levanta c o n t i n u a m e n t e c o n t r a el o r d e n del m e r c a d o p e r o realiza,
en todos los casos, p o r la fuerza d e las cosas y, en realidad, p o r la
fuerza misma del m e r c a d o , la a v e n t u r a d e s o r d e n a d a d e la r a z ó n
comercial del a r t e .

Veamos a h o r a el segundo p u n t o al q u e quería r e f e r i r m e . A ni-


vel de la estructura la vanguardia se l e v a n t a siempre c o n t r a la m e r -
ciuilili/.iición estética, p e r o en definitiva, c o m o ya h e m o s explicado,

Ift
n o p u e d e dejar d e precipitarse en ella. Su f o r m a de resistir a la
presión e c o n ó m i c a se ve, p o r o t r a p a r t e , c o m p r o m e t i d a p o r el h e c h o
d e que se sitúa s i e m p r e en el p u n t o m á s elevado (éste es el signifi­
c a d o oculto de l a p a l a b r a vanguardia) del r é g i m e n c o m e r c i a l de la
estética c o n t e m p o r á n e a : refleja sus p r o p i o s m o v i m i e n t o s en la m e ­
dida en q u e p a r t i c i p a en ellos. A nivel d e la s u p e r e s t r u c t u r a la
v a n g u a r d i a t e r m i n a en los m u s e o s q u e , al final de la historia, c o m o
en el p e o r d e los cuentos de h a d a s , t e r m i n a n p o r d e v o r a r l a i m p u n e ­
m e n t e . Y el h e c h o d e que p u e d a r e n a c e r d e sus p r o p i a s cenizas con
u n a n u e v a figurEf n o debe c o n s o l a r n o s en absoluto; l o q u e ocurre
es q u e r e n a c e s i m p l e m e n t e p a r a ser d e v o r a d a u n a v e z m á s . E l futu­
r i s m o d e b e r í a e m p e z a r p r e c i s a m e n t e c o n la d e s t r u c c i ó n del m u s e o ,
es decir, c o n c r e t a m e n t e c o n la destrucción de esa c o n t e m p l a c i ó n
desinteresada q u e es, según la n o t a b l e tesis d e A d o r n o en su ensayo
sobre la Missa Solemnis de B e e t h o v e n , la neutralización total del
h e c h o estético, su caída p r e m e d i t a d a a u n l i m b o inútil.
A q u í existe un aspecto q u e sería quizás interesante desarrollar
a propósito del futurismo, al m e n o s a propósito de l a f o r m a en q u e
el futurismo se h a manifestado en Italia, y m e gustaría hacer en
algún m o m e n t o u n a historia sociológica d e la idea de l o sublime.
C r e o que sería n e c e s a r i o estudiar l o q u e p o d r í a m o s l l a m a r la crisis
r o m á n t i c a d e l o sublime, q u e c r e o está e s t r e c h a m e n t e relacionada
c o n la crisis del r é g i m e n aristocrático; habría q u e e s t u d i a r en el r o ­
m a n t i c i s m o , es decir, en la civilización burguesa, esa especie de
nostalgia d e l o s u b l i m e y esa imposibilidad r e c o n o c i d a d e alcanzar­
lo q u e expresan, en el fondo, la m a l a conciencia del a r t e r o m á n t i c o
y burgués. A n a l i z a n d o p o r u n a p a r t e la relación q u e existió, en la
p r i m e r a v a n g u a r d i a literaria italiana, a principios d e siglo, entre lo
q u e se l l a m a b a poesía c r e p u s c u l a r y, p o r la otra, el futurismo;
sería factible i n t e r p r e t a r la a n t i n o m i a existente e n t r e estas dos direc­
ciones t o t a l m e n t e opuestas t o m a n d o c o m o piedra d e t o q u e la idea
d e l o subUme. P o r u n lado la p o e s í a crepuscular r e c h a z a l o sublime,
l o q u e equivalía a decir en a q u e l m o m e n t o , q u e r e c h a z a la liberty
del art nouveau, p a r a t e r m i n a r d e u n a vez p a r a s i e m p r e con u n a
f o r m a estética q u e considera insostenible e inauténtica. P o r otro
l a d o , el f u t u r i s m o , existe la c o n c i e n c i a d e la m i s m a dificultad, que
objetivamente se h a c e explícita, p e r o se p r e t e n d e f u n d a m e n t a l m e n t e
establecer u n a n u e v a idea d e lo s u b l i m e : c u a n d o el f u t u r i s m o p r o ­
c l a m a , p o r ejemplo, q u e en u n a m á q u i n a se hallan valores estéticos
sublimes, esos v a l o r e s nuevos v a n dirigidos a sustituir a los valores
de la vieja i d e a d e l o sublime q u e n o p u e d e n ya ser celebrados, pues
u n a vez d e s a p a r e c i d a la base social del tipo aristocrático, l o subli­
m e antiguo n o p o s e e ya v e r d a d e r a consistencia y es n e c e s a r i o e m -

17
p c / . i i r tic nuevo. E s t e doble m o v i m i e n t o se manifiesta m u y b i e n en
el liilurisino italiano. P o r u n a p a r t e existe s i m u l t á n e a m e n t e i m r e -
clui/.i), uTi ansia d e destrucción d e la historia q u e t r a d u c e u n deseo
tic H u p c r a r la c o n d i c i ó n de u n arte a b o c a d o al m u s e o , d e u n a r t e
prftifstinatio a e n g e n d r a r ruinas, y u n a b ú s q u e d a q u e i n t e n t a desa-
I rol la I- una sensibilidad totalmente n u e v a y d e nuevos c o n t e n i d o s .
Mas, pura terminar, este intento a r r a s t r a al futurismo h a c i a el fas-
cismo. Además existe u n a segunda d i r e c c i ó n q u e lleva t a m b i é n al
íulurisiuo hacia el fascismo, y es la sublimación o b l i g a d a d e la
iiulustria, es decir, del g r a n capital; seria necesario e s t u d i a r este
aspecto a la luz, p o r ejemplo, d e las investigaciones d e G u é r i n acer-
c a de las relaciones e n t r e el fascismo y el g r a n capital. E n u n a pala-
bra, se trata d e u n a nostalgia de lo s u b l i m e q u e se p o n e al servicio
del g r a n capital, y este m i s m o p r o c e s o p o d e m o s hallarlo, a u n q u e
bajo o t r a forma, e n l a o b r a de D ' A n n u n z i o .
O t r o p r o b l e m a al m a r g e n de éste es el d e la c o n t e m p l a c i ó n
desinteresada e n t a n t o q u e f u n d a m e n t a c i ó n teórica d e l a estética
b u r g u e s a . E n Italia este c a s o h a sido r e c i e n t e m e n t e d e b a t i d o d e '
f o r m a indirecta c u a n d o se h a p l a n t e a d o el p r o b l e m a d e la o b r a
abierta. C o m o t o d o s s a b r á n . E c o , en u n i m p o r t a n t e e n s a y o , estudia
la condición estética d e la o b r a de a r t e a c t u a l o p o n i e n d o a la o b r a de
arte tradicional, c e r r a d a , la o b r a d e a r t e abierta q u e exige la p a r -
ticipación activa y directa del espectador; p o r ejemplo, e n l a m ú s i -
ca, la participación del intérprete q u e está l l a m a d o a c o l a b o r a r
d i r e c t a m e n t e en la c r e a c i ó n . N o es el artista el q u e define plena-
m e n t e su obra, t a m b i é n el intérprete (y e n este caso el i n t é r p r e t e es
la figura del p ú b l i c o , del espectador) interviene en la o b r a . A p a r e n -
t e m e n t e , y este es el p u n t o en el q u e m e m u e s t r o en d e s a c u e r d o
con Eco, se p r o d u c e a q u í u n a r u p t u r a definitiva c o n el p a s a d o , del
q u e la o b r a d e J o y c e nos ofrece en la literatura el p r i m e r ejemplo.
E n e l ensayo d e Répertoire I, q u e d e d i c a a Finnegan's Wake,
B u t o r confiesa q u e n u n c a h a leído el l i b r o desde el p r i n c i p i o hasta
el fin y que la ú n i c a lectura posible es parcial, episódica, p u e s es
necesario c o l a b o r a r en t o d o m o m e n t o c o n el texto, r e c o n s t r u y é n -
d o l o e n nuestra p r o p i a m e n t e e i n t e r p r e t á n d o l o de la f o r m a m á s
libro y, precisamente, m á s abierta. C r e o q u e esta a c t i t u d refleja
una crisis esencial d e la c o n t e m p l a c i ó n desinteresada: e l objeto
cslético n o es y a u n a cosa c e r r a d a q u e se halla ante el e s p e c t a d o r ;
Imy un retorno a u n tipo especial d e a p e r t u r a práctica, d e partici-
p i i c i ó i i efectiva en la o b r a de arte. E i n c l u s o a niveles m u c h o m á s
•onclllos que los d e Stockhausen, si p e n s a m o s en el éxito del jazz
en lii civilización occidental, nos d a r e m o s c u e n t a d e q u e el papel
(|UP I O N ejecutantes y los auditores d e s e m p e ñ a n en el j a z z es exac-
tamente igual a la iniciativa q u e los ejecutantes y los espectadores
pueden t o m a r e n la neue Musik. P e r o sobre esto es necesario dis­
tinguir c o n g r a n c u i d a d o varios aspectos; o p i n o q u e la v e r d a d e r a
teoría d e la o b r a abierta se halla ya e n Brecht. Sólo q u e , lo que es
curioso e invierte totalmente los t é r m i n o s , lo q u e B r e c h t llama p r e ­
cisamente o b r a abierta es l o q u e n o s o t r o s l l a m a m o s o b r a c e r r a d a
y obra c e r r a d o q u e nosotros l l a m a m o s obra abierta. P a r a él las
obras del p a s a d o al m e n o s tal c o m o se utilizan en n u e s t r a civiliza­
ción, son o b r a s -abiertas q u e h a y q u e c e r r a r : la n u e v a estética n o
es la de la a p e r t u r a de las o b r a s s i n o la de su c l a u s u r a . El prin­
cipio antiaristotélico p l a n t e a d o p o r B r e c h t r e s p o n d e c o n c r e t a m e n t e
a esta actitud (en el teatro, q u e es el caso q u e B r e c h t analiza
c o m o es evidente, c o n m á s f r e c u e n c i a ) : el espectador n o debe p a r ­
ticipar en la o b r a , sino q u e d a r s e t o t a l m e n t e fuera; en su ensayo
sobre Mahagonny Brecht establece s u famosa c o m p a r a c i ó n entre
el teatro aristotélico (abierto) y los principios del t e a t r o épico
(cerrado). Y m á s t a r d e , en su e n s a y o sobre el t e a t r o c h i n o , explica
q u e existe u n p l a c e r desinteresado, idéntico a l o q u e p o d r í a m o s
llamar la «participación mística» en la o b r a d e a r t e y q u e corres­
p o n d e , en el f o n d o , a la idea d e catharsis en Aristóteles, y q u e
también existe u n t i p o o p u e s t o d e participación, q u e n o es ya la
identificación c o n el personaje sino, p o r el c o n t r a r i o , u n a actitud
d e tipo intelectual de c o m p r e n s i ó n de la situación y explicación d e
l a m i s m a a nivel del intelecto, sin q u e se p r o d u z c a n i n g u n a p a r t i ­
cipación s e n t i m e n t a l , es decir, n i n g ú n tipo de p r o y e c c i ó n o identi­
ficación. P a r a t e r m i n a r , existen v e r d a d e r a m e n t e d o s tipos de aper­
t u r a de la o b r a : l o que p o d r í a m o s l l a m a r la a p e r t u r a práctica o
sentimental, y l a a p e r t u r a ideológica. L a p r i m e r a es tradicional o,
p o r decirlo d e o t r o m o d o , b u r g u e s a ; su carácter es del o r d e n de la
identificación y d e la proyección; en s u m a , r e c u r r e a explicaciones
m u y interesantes, q u e son d e o r d e n psicoanalítico; el h e c h o m i s m o
de que se p u e d a explicar la idea d e catarsis en Aristóteles, d e f o r m a
directa, c o n teorías de tipo psicoanalítico d e m u e s t r a m u y bien q u e
en esta p e r s p e c t i v a el papel del inconsciente es p r e d o m i n a n t e . Y n o
es casual, c o m o t o d o s sabemos, el q u e la tragedia p o r excelencia
a los ojos d e Aristóteles y a los d e los aristotélicos, sea el Edipo Rey
de Sófocles. E s a especie de p a r t i c i p a c i ó n ideológica, e n la que se
incluye Brecht, q u e consiste en oposición a las actitudes del pasado,
en cerrar la o b r a , es decir, en h a c e r imposible el p r o c e s o de p r o ­
yección e identificación. Así p u e s , p o d r í a m o s h a b l a r t a m b i é n d e
o b r a abierta en este caso, p e r o en el sentido d e a p e r t u r a ideológica
d e la o b r a .

P a r a r e s u m i r , p o d e m o s decir q u e hay dos f o r m a s d e superar

19
ol curííclcr de p l a c e r desinteresado del c o n s u m o estético v o l v i e n d o a
unu a p r o x i m a c i ó n a la o b r a desde i m p u n t o de vista p r á c t i c o : pri-
m e r o cxisle la t e n d e n c i a burguesa y reaccionaria en v i r t u d d e la
ciml l a obra c o n s e r v a e incluso e x a l t a la tradicional a p e r t u r a d e
iilcnlilicución, l l e v a n d o hasta sus ú l t i m a s consecuencias l a p e n e t r a -
ción del espectador en la obra, su p a r t i c i p a c i ó n directa; s e g u n d o ,
existe la creación d e u n a distancia i n f r a n q u e a b l e e n t r e l a o b r a y el
espectador que consistiría, m e a t r e v o a afirmar, en u n a especie
lie iipcrtura p r á c t i c a d e la o b r a del c a r á c t e r ideológico, la única
ciipii/, d e traspasar los límites de u n a p u r a c o n t e m p l a c i ó n .
P e r o volvamos a n u e s t r o p u n t o d e partida. E n ú l t i m o extre-
m o , el d a d a í s m o p u e d e y debe ser i n t e r p r e t a d o c o m o r e c h a z o del
arte m i s m o en u n m u n d o en q u e el a r t e sólo es y a concebible en
la forma inerte d e m u s e o . L a p e n e t r a c i ó n del d a d a í s m o , o d e cual-
tiuicr o t r o m o v i m i e n t o de v a n g u a r d i a , d e n t r o de los m u r o s asépti-
cos de u n m u s e o , es paralela y c o m p l e m e n t a r i a a su e n t r a d a en el
m e r c a d o . El m u s e o y el m e r c a d o son t o t a l m e n t e c o n t i g u o s y co-
m u n i c a n t e s : m e j o r d i c h o , son dos f a c h a d a s del m i s m o edificio so-
cial. El precio y el v a l o r son dos p a l a b r a s equívocas, p u e s designan
e n la obra de a r t e t a n t o su calidad estética c o m o l o q u e cuesta.
Precio y valor a c t ú a n d e f o r m a s i m u l t á n e a en el a s p e c t o prácti-
c a m e n t e activo y t e ó r i c a m e n t e i n a c t i v o del f e n ó m e n o estético; si
el m u s e o es la i m a g e n real de la a u t o n o m í a del a r t e es al m i s m o
tiempo la imagen de c o m p e n s a c i ó n de su h e t e r o n o m i a m e r c a n t i l .
Fil arte desciende al nivel del m e r c a d o , p e r o u n a vez s u m e r g i d o en
esc b a ñ o saludable es i n m e d i a t a m e n t e r e c h a z a d o h a c i a el alto e
inaccesible o l i m p o de los clásicos. E l p r o c e s o resulta misterioso
hasta el m o m e n t o m i s m o en q u e se s o r p r e n d e la t o t a l i d a d de su
m e c a n i s m o : se c o m p r e n d e entonces q u e el m u s e o t i e n e s u r a z ó n
de ser específica e n la sublimación q u e en él se realiza d e t o d a la
realidad comercial del h e c h o estético. E s la p r o l o n g a c i ó n superior
y última del arte c o m o m e r c a n c í a ; a q u í se a p a g a p o r fin el ruido
estridente del d i n e r o ; en el m u s e o la realidad oculta su r o s t r o en-
tre las nubes y el p r o d u c t o artístico se ofrece c o m o el ú n i c o o b -
jc(i> c|ue n o es posible c o m p r a r c o n d i n e r o . L a l u c h a c o n t r a el
m u s e o es la e n s e ñ a n a t u r a l de c a d a v a n g u a r d i a , su c o n s i g n a nece-
Niu'ia y profunda; l o q u e está en j u e g o , d e hecho, es la posibilidad
pcrpciuaniente frustrada de restituir al arte m e r c a n t i l i z a d o su
v c T í l i u l i d e a l , q u e n o es otra q u e su efectiva r a z ó n p r á c t i c a , su p o -
R l b i l i d i i d de a c t u a r estéticamente. R e l e g a d o al nivel d e diversión
iiralnila. incluido en la serie d e p r o b l e m a s diversos q u e p l a n t e a n
l(w nionicnlos de r e c r e o (y desde este p u n t o d e vista, la explota-
ción ílcl m u s c o d e a r t e es u n a solución paralela a esta explotación

20
del « m u s e o n a t u r a l » , de la a n t i g u a belleza de la naturaleza, q u e
es el t u r i s m o d e masas), el a r t e t r a t a de librarse d e su destino d e
juego estéril, d e defender ciertos títulos de n o b l e z a en el o c é a n o
de los i n s t r u m e n t o s de c o m u n i c a c i ó n de masas. P e r o en el mejor de
los casos, l o ú n i c o q u e logra es elevar su precio antes d e ser a r r o j a d o
al m u s e o .
Así, la élite económica, al m i s m o t i e m p o q u e destruye el sen-
tido del a r t e , a s u m e la n o b l e t a r e a d e salvarlo. E s al p e q u e ñ o b u r -
bués al q u e p e r t e n e c e , p o r definición, la c o n s e r v a c i ó n del viejo
sentido c o m ú n y, p o r ilusión, l a conservación d e t o d o s los valores
h u m a n o s e t e r n o s , tal c o m o h a n s i d o depositados en él p o r la es-
cuela, la familia, la Iglesia. D e esta f o r m a c o n t i n ú a , p o b r e , q u e -
dándose a s o m b r a d o y a s u s t a d o a n t e la d e s h u m a n i z a c i ó n del arte.
P e r o n a d a p u e d e asustar al g r a n b u r g u é s q u e r e g u l a los precios,
dirige el c o n s u m o , sabe m u y bien q u é es lo q u e c o m p r a . Del m i s m o
m o d o q u e s a b e q u e c a d a cosa tiene su precio y q u e se trata sim-
plemente d e ofrecer el p r e c i o justo, sabe m u y bien q u e t o d o p r o -
d u c t o del n u e v o a r t e hallará, t a r d e o t e m p r a n o , su p u e s t o en u n
determinado museo.

Coloquio

ESCARPIT

H e e s c u c h a d o su intervención con s u m o interés, p e r o hasta


el final n o h e o í d o hablar d e sociología de la literatura. Usted ha
t r a t a d o el p r o b l e m a de la v a n g u a r d i a de u n a f o r m a q u e , a m i en-
tender, n o es sociológica, a u n q u e se haya servido d e u n esquema
sociológico.
M e e x p l i c a r é : ante t o d o d e b e m o s p o n e r n o s d e a c u e r d o acerca
d e lo q u e v a m o s a hacer. P a r a m í q u e soy p o r f o r m a c i ó n literato
y n o sociólogo, l a sociología d e la literatura consiste en pedir a la
sociología q u e r e s p o n d a a las cuestiones que, c o m o literato, m e
hago; en este c a s o c o n c r e t o se t r a t a b a de p l a n t e a r la cuestión de
la v a n g u a r d i a literariamente y r e s p o n d e r sociológicamente. Y esto
lo ha h e c h o u s t e d sin recurrir a la experiencia. H a definido acerta-
d a m e n t e la v a n g u a r d i a c o m o l o c o n t r a r i o al m u s e o ; así p l a n t e a d o

i 21
el problema es fácil c o m p r e n d e r d e q u é se t r a t a : el f e n ó m e n o de
lii vangiiarilia es u n proceso d e descristalización estética, es u n a
posibili(.l¡vd de salir d e u n a situación esclerosilizada. E s t a m o s de
uciierdi). Su análisis del p r o W e m a d e la «mercantilización» m e pa-
rece muy a c e r t a d o : el p r o b l e m a del m e r c a d o es, en efecto, esencial
en lo que r e s p e c t a a la v a n g u a r d i a . P e r o ante t o d o es necesario
preguntarse q u é significa la v a n g u a r d i a h i s t ó r i c a m e n t e : ¿ d ó n d e
está?, ¿ c u á n d o h a a p a r e c i d o ? E s t u d i a n d o estos p r o b l e m a s h e c o m -
probailo que la n o c i ó n de v a n g u a r d i a apareció a c o m i e n z o s del
sigU) XIX (Hernani); es u n f e n ó m e n o típicamente b u r g u é s surgido
con el capitalismo, q u e deriva d e u n a situación e c o n o m i c o s o c i a l
c r e a d a p o r éste; p e r o ¿cuál? V e a m o s : del m i s m o m o d o q u e e n el
puso del m u n d o feudal al R e n a c i m i e n t o se p r o d u j o u n a crisis de
a d a p t a c i ó n en los h u m a n i s t a s , así, en el m o m e n t o en q u e surge
el capitalismo, se p r o d u c e t a m b i é n u n a crisis d e a d a p t a c i ó n . E l ca-
pitalismo origina, e n efecto, a principios del siglo x i x y p o r p r i m e r a
vez, la siguiente situación: la l i t e r a t u r a se convierte e n u n fenó-
m e n o de clase (y así h a c o n t i n u a d o ) , l o q u e equivale a d e c i r q u e
constituye, d e n t r o d e u n a cierta clase social, u n a f o r m a d e expre-
sión y al m i s m o t i e m p o d e c o m u n i c a c i ó n estéticas, m i e n t r a s que
fuera de esta clase existe u n i n m e n s o p ú b l i c o de c o n s m n i d o r e s pa-
sivos q u e h a n i d o e n constante a u m e n t o hasta n u e s t r a é p o c a . E s t o
ha d a d o lugar a u n a esclerosis de l a q u e sólo p u e d e salirse m e d i a n -
t e una p e q u e ñ a r e v o l u c i ó n . E s decir, la v a n g u a r d i a . P e r o , ¿ c ó m o
h a o c u r r i d o esto?
Es aquí d o n d e la experiencia n o s enseña q u e existen en las
sociedades b u r g u e s a s actuales u n p e q u e ñ o n ú m e r o d e tipos d e
f e n ó m e n o s literarios; los d e sentido ú n i c o y los q u e i m p l i c a n c o -
municaciones de d o b l e sentido, el f e n ó m e n o d e la vuelta. U n fenó-
m e n o literario, en u n a opinión literaria y consciente, c o r r e s p o n d e
a u n a d e t e r m i n a d a clase social. Sólo e s t u d i a n d o en p r i m e r l u g a r el
m e r c a d o hallaremos r e a l m e n t e los e s q u e m a s c o r r e s p o n d i e n t e s a los
fenómenos de c l a s e : p o r ejemplo, u n a librería q u e t r a t a d e asegu-
rarse una rentabilidad p u e d e a c t u a r d e dos m a n e r a s : b i e n vendien-
ílo libros de lujo o d e v a n g u a r d i a a u n g r u p o restringido d e clien-
tes ricos o bien v e n d i e n d o comics. L a p r i m e r a solución i m p l i c a r á
el tliálogo, la c o l a b o r a c i ó n entre el v e n d e d o r y el p r o d u c t o r , la
N c i í u n i i a contribuirá a a u m e n t a r la esclerosis, la pasividad del c o m -
p r a d o r . Es fácil c o m p r o b a r q u e la v a n g u a r d i a es el p r o c e d i m i e n t o
q u e h a e n c o n t r a d o la sociedad b u r g u e s a p a r a p o d e r salir d e u n a
«lluación de esclerosis; la v a n g u a r d i a consiste, en efecto, e n p o n e r
ílc n u e v o en l e l a d e juicio ciertos valores, p e r o d e n t r o de i m p e q u e -
no iiiiip" ^'^ literatos, de u n a p e q u e ñ a capilla; esto n o c o n c í e m e

22
a la t o t a l i d a d d e la sociedad, q u e n o p a r t i c i p a en el f e n ó m e n o .
Luis M a r t í n e z , crítico literario mejicano, h a descrito m u y bien este
m e c a n i s m o , d e m o s t r a n d o m u y a c e r t a d a m e n t e q u e la sociedad b u r -
guesa, a n t e el p r o b l e m a d e l a esclerosis, delega e n u n p e q u e ñ o g r u -
po el p o d e r d e p o n e r en tela d e juicio los v a l o r e s ; veinte o t r e i n t a
años m á s t a r d e nos d a m o s c u e n t a d e que h a n a p a r e c i d o n u e v o s
valores, c o m o usted h a d i c h o m u y bien, y q u e , u n p o c o estereoti-
pados, a t e n u a d o s , son asimilados p o r l a totalidad del m e r c a d o . Así,
a h o r a p o d e m o s hallar en n u e s t r a literatura m á s a c a d é m i c a hábitos
del s i u r e a U s m o y del d a d a í s m o . Y lo m i s m o o c u r r i r á d e n t r o d e
veinte o t r e i n t a años referido al nouveau román.
A s í es c o m o y o h u b i e r a p r e s e n t a d o el e s q u e m a d e la v a n -
guardia, p l a n t e á n d o m e en p r i m e r lugar el p r o b l e m a experimental
de saber c u á l es el m e r c a d o , q u é es lo q u e h a o c u r r i d o . P a r a ello
hay q u e a c u d i r a las librerías, p r e g u n t a r a los lectores, en r e s u m e n ,
todo u n p r o c e d i m i e n t o d e e n c u e s t a s . C r e o q u e d e b e partirse d e
esto y n o d e u n a reflexión a priori lo cual, m e t o d o l ó g i c a m e n t e ,
m e parece censurable.

SILBERMANN '.^í ( \ • 1' -

Sin m e n o s p r e c i a r la excelente intervención d e Sanguineti, m e


parece q u e h a ofrecido u n a i n t e r p r e t a c i ó n social m á s q u e socioló-
gica d e l a v a n g u a r d i a literaria. L o q u e s o r p r e n d e s o b r e t o d o e n
su exposición es q u e sigue c o n a s o m b r o s a exactitud las ideas d e -
fendidas en los años veinte p o r Benjamin y sus discípulos, a la
cabeza d e los cuales se halla m i colega A d o r n o , al q u e usted ha
citado y y o a d m i r o c o m o filósofo social. U s t e d sigue, incluso, el
e s q u e m a m a r x i s t a de la s u p e r e s t r u c t u r a con m u c h o m á s rigor q u e
todos esos p e n s a d o r e s . A h o r a bien, con su f o r m a d e h a b l a r d e la
vanguardia, u t i l i z a n d o la dialéctica d e A d o r n o , d e s e m b o c a r á n e c e -
sariamente en u n p e s i m i s m o c u l t u r a l q u e m e p a r e c e el m a y o r d e
los peligros al q u e puede c o n d u c i r u n a ideología. L l e g a r á a defen-
d e r u n a c u l t u r a de élite c u a n d o , s e g ú n los e s q u e m a s marxistas, l o
q u e d e b e r í a d e f e n d e r es u n a c u l t u r a popular.
E s m á s , c o m o sociólogo, c o n s i d e r o que n a d a c o r r e s p o n d e m e n o s
' a u n a c o n c e p c i ó n sociológica q u e esos métodos d e l a escuela de Ben-
jamin q u e p o d r í a n resumirse así: se establece u n a relación entre dife-
rentes o b r a s d e a r t e , sean o n o d e v a n g u a r d i a , y los datos sociales a
t través d e los c u a l e s se p r e t e n d e explicarlas; p e r o estos datos sociales,
j d e h e c h o , se d e d u c e n de las m i s m a s obras de a r t e . C o n lo q u e se
[llega a u n a especie de círculo vicioso.

23
Asi, reflexiones c o m o la suya, p o r brillantes q u e p u e d a n ser,
para mi n o son m á s q u e simples reflexiones y n o análisis cientí-
ficos. T i e n e n sobre t o d o el i n c o n v e n i e n t e d e n o estudiar n u n c a la
reliicirtii real, q u e p u e d e d e t e r m i n a r s e científicamente e n t r e el p ú -
blico, la sociedad y la o b r a d e arte.

GOLDMANN y,;,!;/'

Rsta discusión p o n e d e manifiesto, c o m o señalé y a al iniciar


el coloquio, q u e n u e s t r o s análisis se s i t ú a n p o r el m o m e n t o a dos
niveles distintos y q u e existen c l a r a m e n t e dos sociologías d e l a li-
Icrutura.
P r i m e r o , es u n a sociología, p o r así decir, de la c o m u n i c a c i ó n ,
d e la difusión, d e l a recepción, de la influencia sobre el l e c t o r d e
las instituciones culturales y p r e c i s a m e n t e en este c a m p o d o n d e el
cuestionario y la estadística d e s e m p e ñ a n u n i m p o r t a n t e p a p e l , los
análisis de S i l b e r m a n n y de Escarpit s o n e x t r a o r d i n a r i a m e n t e inte-
resantes; sin e m b a r g o , d e b e m o s e s p e r a r t o d a v í a los r e s u l t a d o s fu-
turos.
Segundo, es u n a sociología de la c r e a c i ó n , del h e c h o estético,
y se m u y bien q u e n i Silbermann n i Escarpit, sobre t o d o éste,
son d e m a s i a d o adictos a ella. P r e c i s a m e n t e p o r esto la i n t e r v e n c i ó n
de Sanguineti, q u e se sitúa m á s bien e n el c a m p o de la c r e a c i ó n
q u e en el de la c o m u n i c a c i ó n , h a b í a d e d a r i n m e d i a t a m e n t e l u g a r
a objeciones c o m o las q u e a c a b a m o s d e oír.
P o r supuesto, u n a sociología d e l a creación sólo es posible
si las categorías q u e origina la o b r a s o n elaboradas c o l e c t i v a m e n t e .
A partir de este h e c h o , y a d m i t i e n d o l o q u e a c a b a n d e d e c i r Sil-
b e r m a n n y Escarpit, v o y a defender a u n nivel c o m p l e m e n t a r i o al
suyo, la tesis de Sanguineti.
Escarpit h a h e c h o u n a observación q u e m e p a r e c e m u y i m p o r -
t a n t e : la v a n g u a r d i a es u n c o n c e p t o b u r g u é s . ¿ P o r q u é ? E s posible
c o m p r o b a r la existencia del proceso descrito p o r E s c a r p i t , p e r o
quizás exista t a m b i é n e n el interior d e la creación m i s m a u n ele-
m e n t o q u e e n g e n d r a el c o n c e p t o de v a n g u a r d i a y q u e , él m i s m o ,
n|iarece sociológicamente d e t e r m i n a d o . E s el p r o b l e m a d e la sus-
titución del c r e a d o r en la sociedad b u r g u e s a . ¿Qué es e x a c t a m e n t e
un c r e a d o r , u n p o e t a , u n escritor o p i n t o r ? Es u n h o m b r e q u e
proiluce obras y se p r e o c u p a p o r la c a l i d a d d e estos p r o d u c t o s , es
decir, en un lenguaje e c o n ó m i c o , p o r s u v a l o r de u s o . E n u n a s o -
clciliul n o capitalista, p o r grande q u e fuera la diferencia e n t r e im
ptwtti y un z a p a t e r o , a m b o s p r o d u c i r í a n c o n s c i e n t e m e n t e valores

24
tie uso; en la sociedad capitalista el valor d e u s o se h a convertido
en general e n a l g o secundario, u n a condición indispensable p a r a
vender p e r o n o p a r a cada i n d i v i d u o concreto, e n el fin consciente
de su actividad p r o d u c t o r a . P o r definición esto significa q u e el es-
critor q u e se p r e o c u p a p o r la c a l i d a d de lo que escribe se convierte
en u n personaje p r o b l e m á t i c o , c u y o c o m p o r t a m i e n t o es a n o r m a l ;
lo cual n o a c e p t a fácilmente.
C r e o q u e a p a r t i r d e a q u í p u e d e c o m p r e n d e r s e el p r o c e s o q u e
describe S a n g u i n e t i . L a v a n g u a r d i a constituye, u n a v e z tras otra,
un intento d e salir de esta situación, d e actuar, p e r o c o n la a y u d a
de u n h e c h o estético. L o q u e h a i n t e n t a d o h a c e r el escritor, c a d a
vez más c o n s c i e n t e m e n t e , n o es u n a literatura, sino u n a revolución.
La revolución s u r r e a ü s t a i n t e n t a b a c r e a r u n m u n d o , los primeros
románticos a l e m a n e s también. P e r o se c o n f o r m a r o n c o n h a c e r
libros.
¿ C ó m o salir del r e g l a m e n t o p r o b l e m á t i c o de t o d a c r e a c i ó n en u n
m u n d o b u r g u é s q u e se basa en el m e r c a d o ? A q u í se manifiesta
u n p r i m e r p r o b l e m a de tipo sociológico que h a s e ñ a l a d o Sanguineti.
L o que se h a c o n s i d e r a d o del escritor n o es s i m p l e m e n t e su psico-
logía, pues ésta n a c e de la r e l a c i ó n entre el escritor y su m e d i o .
P a r a t e r m i n a r , quisiera a b o r d a r o t r o p r o b l e m a p l a n t e a d o p o r
Sanguineti: el d e la o b r a a b i e r t a y la o b r a c e r r a d a . D e s d e siempre
el lector se h a identificado en cierta m a n e r a c o n l o q u e lee. L a g r a n
diferencia e n t r e la obra abierta t i p o Brecht y la o b r a abierta del
tipo de l a identificación tradicional m e p a r e c e q u e es u n a diferencia
estructural d e n t r o de u n a m i s m a función. El d e s e o d e a c t u a r fun-
d a m e n t a l m e n t e sobre el intelecto p u e d e c o r r e s p o n d e r a u n a cierta
situación, a u n a cierta necesidad de acción r e v o l u c i o n a r i a ; y o diría
q u e ni el m i s m o Brecht lo consigue siempre. U n a sola o b r a de
Brecht m e p a r e c e que c o r r e s p o n d e e x a c t a m e n t e a este t i p o : La
excepción y la regla; los jueces absuelven a u n capitalista q u e h a
m a t a d o a u n cooli c u a n d o i n t e n t a b a a y u d a r l e p o r q u e el capitalista
n o podía p r e v e r u n c o m p o r t a m i e n t o t a n a b e r r a n t e ; el espectador n o
entra en el j u e g o , m á s bien q u e d a e x t r a ñ a d o y esto le lleva a refle-
xionar y c o m p r e n d e r así l o q u e B r e c h t h a p r e t e n d i d o enseñarle
acerca d e la sociedad burguesa. P o r el contrario, en Madre Coraje
Brecht se h a identificado m u c h o m á s con sus h é r o e s ; el m u n d o d e
u n a guerra sin solución en el q u e l a l u c h a c o n t r a la g u e r r a a p a r e c e
ligada a la existencia m i s m a d e esa guerra; e v i d e n t e m e n t e es u n a
trasposición literaria de la A l e m a n i a fascista q u e p a r a Brecht n o
ofrece n i n g u n a posibilidad de solución, al m e n o s en aquella época;
el espectador se siente identificado con el valor y la desesperación
de M a d r e C o r a j e . E s cierto q u e Brecht nos h a d i c h o q u e lo q u e

25
prttetuUa era m o s t r a r el c a r á c t e r n e g a t i v o d e M a d r e C o r a j e , p e r o
MtO M ya una t o m a d e posición ideológica ajena a l a o b r a .
E n el fondo, al existir todavía las dos m o d a l i d a d e s d e a c c i ó n
•obre el espectador, el p r o b l e m a es s u m a m e n t e c o m p l e j o y s o b r e
todo n o es privativo d e Brecht, h a y q u e verlo en u n a p e r s p e c t i v a
m i s ampHa y c r e o q u e h a c e n falta análisis concretos s o b r e l a m a ­
n e r a en q u e quiere a c t u a r el escritor y a c e r c a de la m a n e r a e n q u e
a c t ú a r e a l m e n t e s o b r e el espectador; d e n t r o d e esta p e r s p e c t i v a r e -
sullarían c i e r t a m e n t e apasionantes las investigaciones sociológicas
d e tipo e x p e r i m e n t a l .

ESCARPIT ' ' ' í ' : ' ., / •, ' .. • 1

Mis objeciones d e h a c e u n m o m e n t o n o se referían a l a c o n ­


cepción q u e G o l d m a n n tiene d e l a sociología de la l i t e r a t u r a ; p e r o
p e n s a n d o en lo q u e h a c e G o l d m a n n , es decir, u n a excelente crítica
literaria, e v i d e n t e m e n t e c o n u n a o r i e n t a c i ó n sociológica, m e d a la
impresión de q u e n o e r a necesario r e c u r r i r a la sociología p a r a
o b t e n e r el m i s m o r e s u l t a d o ; p e r s o n a l m e n t e h e r e c u r r i d o a l a socio­
logía de la literatura p a r a l i b r a r m e i n c l u s o d e nociones tales c o m o
las de o b r a y c r e a d o r , q u e h a n o b s t a c u l i z a d o el p e n s a m i e n t o litera­
rio d u r a n t e d e m a s i a d o t i e m p o . P r e c i s a m e n t e p o r esto h e sustituido
en m i terminología la n o c i ó n de o b r a p o r la de hecho literario.
Este es el i n t e r c a m b i o , la c o m u n i c a c i ó n , el m o v i m i e n t o e n t r e a u t o r
y público.
M e a s o m b r a el h e c h o de que u s t e d n o establezca n i n g u n a dife­
r e n c i a e n t r e la o b r a c o n t e m p o r á n e a y l a o b r a de épocas p a s a d a s ;
y sin e m b a r g o n o existe n i n g u n a r e l a c i ó n entre a m b a s , p o r q u e
c u a n d o h a b l a m o s d e o b r a s del p a s a d o n o s referimos s o l a m e n t e al
u n o p o r ciento a p r o x i m a d a m e n t e d e las o b r a s d e la é p o c a e n c u e s ­
tión, ya q u e las o t r a s n o v e n t a y n u e v e h a n desaparecido. Se t r a t a
(le un f e n ó m e n o sociológico f u n d a m e n t a l .
Usted se refería h a c e u n m o m e n t o al v a l o r de u s o c o n r e s p e c t o
a una o b r a literaria y a u n o s zapatos. P e r o estas nociones s o n s u m a ­
m e n t e diferentes e n a m b o s casos. Y a c o n o c e la a n é c d o t a del g e n e -
lal mejicano al q u e ofrecían u n libro el d í a de su r e t i r a d a y c o n -
I c N l ó : « N o , n o se molesten, ya t e n g o u n l i b r o en casa». Si h u b i e r a
I I I C I K ) esto refiriéndose a u n o s z a p a t o s h u b i e r a sido n o r m a l , p e r o
n o IV propósito d e u n libro. Y esto n o se d e b e a q u e el l i b r o es
Irrenipla/.able, sino a q u e la o b r a literaria n o es i m o b j e t o y p o r
cniiNiguicnlc, su uso n o tiene n i n g ú n p a r e c i d o con el d e u n objeto;
n o i',HÍNlc en tanto q u e n o ha sido leído, n o existe p o r l o t a n t o

2ft
m a t e r i a l m e n t e , se trata de i m d e t e r m i n a d o m o v i m i e n t o , u n inter-
c a m b i o , u n f e n ó m e n o social. L a míisica, las p a l a b r a s , desde el
m o m e n t o m i s m o e n q u e h a n s i d o escritas n o dejan d e huir, e s c a p a n
e n t o d a s d i r e c c i o n e s y c a d a p e r s o n a q u e p a s a se sirve d e ellas d e
u n a f o r m a diferente, a ñ a d e a l g o p r o p i o , t r a i c i o n a la o b r a (es l o
q u e l l a m o l a t r a i c i ó n c r e a d o r a ) ; n o es posible p o r l o t a n t o c a p t a r l a
d e la m i s m a f o r m a que se c a p t a u n objeto. A u n a sociología q u e
considera el l i b r o c o m o p u n t o d e p a r t i d a , le p r e g u n t o : ¿ Q u é obra?,
¿qué Mbro? ¿ D ó n d e , c u á n d o , c ó m o ? Seguiremos b l o q u e a d o s e n
nuestra investigación mientras n o h a y a m o s p o d i d o s u p e r a r ciertas
concepciones. E s p o r esto q u e m e o p o n g o a u n a sociología d e la
o b r a s i e m p r e q u e v a y a en este s e n t i d o .

GOLDMANN ' ,v:

L a c u e s t i ó n d e b e p l a n t e a r s e a d o s niveles: p o r u n a p a r t e , ¿por
q u é entre los d i e z mil libros q u e h a n sido escritos, n u e v e mil n o v e -
cientos n o v e n t a y n u e v e h a n sido olvidados y xmo solo h a sobrevi-
vido? E s t e p e r t e n e c e a u n a sociología de la difusión. ¿ A q u é se
debe el q u e el l i b r o que h a sobrevivido h a y a s i d o escrito? Este es
u n f e n ó m e n o q u e pertenece a l a sociología d e l a c r e a c i ó n . E s t e
libro, ya se l l a m e Fedra, Fausto o El Rojo y el Negro, h a s i d o
escrito de tal m a n e r a que h a p o d i d o hallar lectores y sobrevivir; n o
c r e o q u e se t r a t e aquí d e u n f e n ó m e n o individual.
Es posible q u e ustedes p i e n s e n q u e m e sitúo en el t e r r e n o
de la crítica tradicional. P e r o esta crítica se h a b a s a d o siempre
en criterios p u r a m e n t e estéticos y psicológicos q u e sólo l o g r a b a n
explicar e l e m e n t o s m u y parciales d e las obras y n o s u estructura
global. C r e o q u e la expUcación sociológica de la c r e a c i ó n — q u e
p o r otra p a r t e está m u y lejos d e p r e t e n d e r eliminar las restantes
perspectivas— p u e d e lograr c a p t a r la t o t a h d a d d e l a o b r a , su es-
tructura. H a s t a este m o m e n t o , es cierto, n o h a i d o m á s allá del
análisis d e la e s t r u c t u r a de la o b r a , p e r o n o v e o n i n g u n a dificul-
tad m e t o d o l ó g i c a q u e le i m p i d a llegar hasta el análisis estructural
de la f o r m a e n el sentido m á s estricto de la p a l a b r a .

ESCARPIT

P e r o u n a o b r a aislada n o tiene sentido si n o se c o n o c e n todas


las d e m á s o b r a s de la época. L a o b r a m i s m a , en ese m o m e n t o
que usted l l a m a l a creación — a u n q u e r e c h a z o ese ú l t i m o t é r m i n o

27
•ngafioso de c r e a c i ó n y sólo lo e m p l e o c u a n d o m e v e o obligado
II ello • está c o n d i c i o n a d a en su m i s m a concepción, e n su r e d a c -
l i ó n , por toda esa realidad de las o b r a s c o n t e m p o r á n e a s q u e h o y
h a n desaparecido y q u e es necesario reconstruir. H a g a m o s p o r lo
l u n l i ) , en p r i m e r lugar, u n a sociología histórica de la p r o d u c c i ó n .
Soiatuente c u a n d o h a y a m o s h e c h o xma sociología histórica d e la
pariilileratura, de la infraliteratura, d e la subliteratura, p o d r e m o s
c s l i i i i i a r la cresta d e la ola. P e r o en p r i m e r lugar es n e c e s a r i o co-
n o c e r el agua q u e está debajo. . , , 1 ,, ;1 7,1

SILBERMANN

Estoy de a c u e r d o c o n usted, q u e r i d o G o l d m a n n , c u a n d o ha-


bla de u n a sociología de la literatura y n o t e n g o n a d a q u e o p o n e r .
Pero en este c a s o m e parece q u e sus a r g u m e n t o s p i s a n en falso
c u a n d o defiende las reflexiones d e Sanguineti acerca d e l a v a n -
guardia. Si he c o m p r e n d i d o bien n o s h a ofrecido u n análisis, se-
mejante a los d e A d o r n o , de los d a t o s sociales d e la o b r a d e arte
y de sus significados. U n a vez m á s r e p i t o que n o t e n g o n a d a en
c o n t r a de estos p r o c e d i m i e n t o s p e r o , a m i entender, se t r a t a de
crítica literaria y n o de sociología d e la creación. P r e c i s a m e n t e
p o r esto doy la r a z ó n a m i a m i g o E s c a r p i t p o r q u e u n análisis del
« í m m a n e n t M e a n i n g » n o es sociológico.

SANGUINETI -íi:';.?;'' * ¡íi'-'^ ¡ -

M e resulta difícil contestar a t a n t a s p r e g u n t a s . Q u i e r o ante


tollo repetir lo q u e dije al e m p e z a r m i intervención: n o h a b l o
f u n d a m e n t a l m e n t e c o m o sociólogo. H e c r e í d o que sería útil a p o r t a r
un cierto testimonio sobre el significado d e d e t e r m i n a d o s p r o c e s o s
literarios con los q u e he tenido c o n t a c t o c o m o crítico literario y
t a m b i é n c o m o c r e a d o r . E n cualquier caso, m e alegra c o m p r o b a r
q u e Escarpit, si h a b l a c o m o sociólogo está d e a c u e r d o c o n m i s c o n -
clusiones a u n q u e n o lo esté c o n el m é t o d o .
lín lo que respecta a sus objeciones siento n o h a b e r m e expli-
ciulo con bastante c l a r i d a d sobre u n h e c h o q u e m e p a r e c e funda-
inciilal y que es la contradicción en q u e se halla h o y s i t u a d o el
CMiTilor frente a la sociedad. C u a n d o a f i r m o que existe e n las r e -
laiiones esenciales e n t r e el artista y la sociedad u n d o b l e m o v i -
i n l i M i l o : r e c h a z a r el m e r c a d o y al m i s m o t i e m p o , p o r el m i s m o
p r i K i - N o . aprovecharse del m e r c a d o , m e p a r e c e q u e estoy a f i r m a n -
lU) iilgi) esencial p a r a la comprensión sociológica del a r t e m o d e r n o .

^^^•r
^^Hi
E n lo q u e respecta a las influencias de B e n j a m í n o de A d o r n o
que m e a t r i b u y e Silbermann, d i r í a que a u n r e c o n o c i e n d o algunas
de estas influencias — d e s p u é s d e t o d o A d o r n o h a e n u n c i a d o s o -
b r e ciertos t e m a s conceptos i m p o r t a n t e s que d e b e m o s a p r o v e c h a r —
^1 n o estoy t o t a l m e n t e de a c u e r d o c o n su opinión general del a r t e .
Pero d e b o confesar que el r e p r o c h e de p e s i m i s m o cultural q u e
me h a c e S i l b e r m a n n n o m e a l c a n z a . N o t e n g o t a n m a l a opinión
del p e s i m i s m o cultural en g e n e r a l ; p o r supuesto, n o estoy de a c u e r ­
d o con el p e s i m i s m o de t i p o a d o r n i a n o , m á s o m e n o s r e a c c i o n a r i o
y nostálgico, ' p e r o pienso q u e u n cierto p e s i m i s m o cultural t i e n e
un significado m u y positivo en la actualidad. Si n o fuera pesimista
en el p l a n o c u l t u r a l y e n o t r o s m u c h o s p l a n o s n o vería la n e c e ­
sidad d e c a m b i a r la sociedad.
N o c r e o q u e la sociología d e b a esforzarse p o r justificar l o
que existe sino, p o r el c o n t r a r i o , debe ofrecer u n a interpretación
crítica d e las situaciones existentes. Y creo i m p o r t a n t e s u b r a y a r el
significado del pesimismo c u l t u r a l al que nos lleva el análisis de
la v a n g u a r d i a , el e x a m e n de esa situación c o n t r a d i c t o r i a del artista
frente a la sociedad. El artista intenta escapar a las leyes del m e r ­
cado e c o n ó m i c o , p e r o haga lo q u e haga su o b r a c a e en ese m e r c a ­
d o y él m i s m o se ve c o n d e n a d o a aprovecharse del juego de las
leyes e c o n ó m i c a s . Y al artista le resulta imposible s u p e r a r h o y
esta c o n t r a d i c c i ó n f u n d a m e n t a l en la que se e n c u e n t r a cogido.
P e r o n o es él q u i e n debe c a m b i a r , somos n o s o t r o s los q u e d e b e m o s
c a m b i a r la sociedad.
U n a vez a c l a r a d o esto, n o estoy en a b s o l u t o d e a c u e r d o , p o r
los m i s m o s m o t i v o s , con la c o n c e p c i ó n q u e m e a t r i b u y e S i l b e r m a n n
d e u n a r t e r e s e r v a d o a la élite. Sin d u d a a lo l a r g o d e m i exposi­
ción h a n a p a r e c i d o alusiones hostiles a los mass-media, pero m e
Situaba e n t o n c e s en el p u n t o de vista del a r t i s t a d é v a n g u a r d i a ,
al m e n o s de a l g u n o s de ellos. Según u n a cierta perspectiva existe
u n a especie d e c a d e n a entre l a o b r a d e v a n g u a r d i a y l a c o m u n i c a ­
ción d e m a s a s , en la cual esta ú l t i m a representaría el nivel inferior
del a r t e , d e l a mercancía artística, p e r o p e r m a n e c i e n d o ligada p o r
t o d o u n sistema d e c o r r e s p o n d e n c i a s a la o b r a d e a r t e , de f o r m a
q u e el a r t i s t a q u e rechaza l a comercialización d e su o b r a se d a
c u e n t a al fin de q u e lo q u e h a c e resulta pese a t o d o paralelo, es-
t r u c t u r a l m e n t e , a la p r o d u c c i ó n d e los mass-media y responde, en
definitiva, a las m i s m a s i d e o l o g í a s ; incluso c u a n d o c r e e r e a c c i o n a r
c o n t r a l a s c o m u n i c a c i o n e s d e m a s a utihza el m i s m o sistema y se
refiere n e c e s a r i a m e n t e a u n a m i s m a estructura e c o n ó m i c a general.
Y es p r e c i s a m e n t e este d o b l e p r o c e s o de reacción p o r u n a parte, d e
referencias y c o r r e s p o n d e n c i a s p o r otra, e n t r e la o b r a d e a r t e

29
<lei v a n g u a r d i a y las c o m u n i c a c i o n e s d e m a s a l o q u e he t r a t a d o d e
definir en mi intervención.
Siguiendo c o n esta perspectiva estoy d e a c u e r d o c o n a l g u n a s
tío las iiipótesis d e m i c o m p a ñ e r o i t a l i a n o E c o , c u a n d o s u b r a y a la
i m p o r t a n c i a q u e h a y q u e conceder a l e s t u d i o n o s ó l o d e l o q u e h o y
l l a m a m o s a r t e y h t e r a t u r a sino d e t o d o l o q u e afecta a l a estética
i n el sentido m á s a m p h o de la p a l a b r a . E s necesario e x a m i n a r el
f e n ó m e n o estético a t o d o s los niveles posibles, p u e s es tíl ú n i c o
m o d o d e n o f r u s t r a r el n a c i m i e n t o d e f o r m a s de a r t e n u e v a s q u e
están, quizás, a c t u a l m e n t e e n p r o c e s o d e m a d u r a c i ó n e n n u e s t r a
sociedad.
Recientes e s t u d i o s sociológ'icos h a n establecido i m p o r t a n t e s c o -
rrespondencias e n t r e ciertos empleos del lenguaje típicos d e l a van-
g u a r d i a , t a l c o m o se d a n p o r ejemplo e n J o y c e , y en el lenguaje d e
los comics. D e l m i s m o m o d o ciertas c o n c e p c i o n e s d d e s p a c i o se
d a n al m i s m o t i e m p o e n la p i n t u r a d e v a n g u a r d i a y e n l o s dibujos
p o p u l a r e s . P o r ello d e b e m o s insistir en l a necesidad d e e s t u d i a r las
c o r r e s p o n d e n c i a s e n t r e l o s diferentes niveles d e l a e x p r e s i ó n estética.
Y o c r e o p o r o t r a p a r t e q u e el p r o b l e m a d e la c o m p e t e n c i a q u e
existe e n t r e los diferentes p r o d u c t o r e s d e o b r a s de a r t e en u n p r o -
b l e m a p l e n a m e n t e s o c i o l ó g i c o ; h a b r í a q u e estudiar los c a m b i o s d e
las f o r m a s artísticas d e l a m i s m a m a n e r a q u e se estudia, p o r ejem-
p l o , la modificación d e la a e r o d i n á m i c a d e los coches. N o se t r a t a
d e establecer analogías sino de c o m p r o b a r c o r r e s p o n d e n c i a s e c o n ó -
m i c a s q u e se d e b e n a las m i s m a s leyes del m e r c a d o , s i t u a n d o el
análisis a nivel d e u n estudio sociológico d e l a p r o d u c c i ó n d e cier-
tos objetos q u e tienen u n precio c o n c r e t o en u n a d e t e r m i n a d a so-
ciedad.
P r e c i s a m e n t e d e n t r o d e esta perspectiva d e las relaciones e n t r e
l a o b r a d e a r t e y la c o m u n i c a c i ó n d e m a s a s quisiera citar u n ejem-
plo q u e m e parece desmiente algunas d e las afirmaciones d e Escar-
pit: el filólogo i t a l i a n o B r a n c a , q u e h a realizado e s t u d i o s s o b r e
el Decamerón d e Boccaccio h a d e s c u b i e r t o q u e d i c h a o b r a , n o
fue c o n s i d e r a d a p o r la sociedad d e su é p o c a c o m o u n h e c h o cul-
t u r a l o a r t í s t i c o ; él Decamerón surgió e n franca o p o s i c i ó n a la
c u l t u r a d e su t i e m p o y en su época r e p r e s e n t a r í a , s a l v a d a s l a s d e -
bidas distancias, lo q u e h o y l l a m a r í a m o s a r t e d e m a s a s . P a r a d e t e r -
m i n a d a élite intelectual sería en cierto m o d o el equivalente, p o r
«Iccirlo tic algún m o d o , d e los a c t u a l e s comics. P o r ello n o estoy
lio a c u e r d o con E s c a r p i t c u a n d o a f i r m a q u e sólo c o n la civilización
burguesa del siglo x i x la h t e r a t u r a se c o n v i r t i ó e n u n f e n ó m e n o
d o musas.
liSCARPIT

C o i n c i d o c o n su e s q u e m a d e p e n s a m i e n t o . L o q u e q u e r í a decir
es q u e d e s d e el p u n t o de vista m e t o d o l ó g i c o u n a a f i r m a c i ó n d e b e
basarse en p r u e b a s experimentales. E s posible d e m o s t r a r lo q u e
usted dice d e l Decamerón, es decir, d e la novela, b a s á n d o s e en u n a
e n u m e r a c i ó n d e l o s catálogos d e l o s p r i m e r o s i m p r e s o r e s , d e l a
venta e n l a s p r i m e r a s librerías del siglo xv, etc. D e l m i s m o m o d o
es iwsible d e m o s t r a r m e d i a n t e u n simple c ó m p u t o l o q u e usted afir­
m a acerca d e la situación c o n t r a d i c t o r i a del escritor a p a r t i r d e
finales d e l siglo x v i i i . P e r s o n a l m e n t e n o m e siento inclinado a
actos de f e ; incluso las cosas q u e c r e o v e r d a d e r a s q u i e r o q u e m e
las d e m u e s t r e n y precisamente p o r ello p i d o u n m é t o d o experi­
mental.

SANGUINETI i. • o . ,

El peligro d e t o d a investigación es el insistir e n u n o solo de los


dos aspectos del p r o b l e m a . C r e o q u e las críticas q u e m e h a n
sido dirigidas s e refieren a u n a c u e s t i ó n de m é t o d o , p e r o t a m b i é n ,
y sobre t o d o , a u n p r o b l e m a f o r m a l d e exposición. V o l v i e n d o a l o
q u e h e m o s d i c h o a c e r c a d e l a s relaciones entre la o b r a d e a r t e y l a
cultura d e m a s a s , m e p e r m i t o remitirles a ustedes al l i b r o d e Fied-
1er Love and Death in the American Novel q u e a n a l i z a d e f o r m a
e x t r a o r d i n a r i a m e n t e precisa la a p a r i c i ó n d e l a n o v e l a m o d e r n a .
I'iedler h a c e h i n c a p i é en u n p u n t o q u e considero m u y i m p o r t a n t e :
el hecho d e q u e l a novela es h i s t ó r i c a m e n t e el p r i m e r ejemplo d e
arte d e s t i n a d o a l a s masas. T i e n e e x a c t a m e n t e la e s t r u c t u r a de l a
c o m u n i c a c i ó n d e m a s a s . N o h a y n i n g u n a diferencia, en c u a n t o t i p o
de c o m p o r t a m i e n t o , entre él h e c h o s d e e n c o n t r a r s e en u n a h a b i t a ­
ción leyendo u n a novela y el v e r a A d o r n o h a b l a n d o d e la alie­
nación en l a televisión. Leer u n a n o v e l a d e G o e t h e es c o n s u m i r u n a
o b r a clásica y es algo t a n e s p a n t o s o y t a n clásico c o m o ver a
A d o r n o e n la televisión, p u e s l a s d o s actitudes s o n e x a c t a m e n t e
del m i s m o o r d e n .

ESCARPIT

H e m o s p u e s t o l a atención e n u n p r o b l e m a f u n d a m e n t a l . L o q u e
usted dice es c i e r t o , p e r o s o l a m e n t e a n a l i z a n d o l o s h e c h o s en el
sentido en q u e usted lo h a c e . Existe, en efecto, i m a identidad d e

31
e s q u e m a entre la lectura d e u n a n o v e l a en el siglo x v p o r u n a b u r -
guesía a s c e n d e n t e y la lectura de los comics o la f o r m a d e c o n t e m -
l^lur la televisión e n n u e s t r a é p o c a ; e n a m b o s c a s o s n o s h a l l a m o s
a n t e u n a estética d e m a s a s y la r e a c c i ó n q u e origina. P e r o usted
olvida una cosa m u y i m p o r t a n t e y es q u e la noción d e c u l t u r a de
masas a p a r e c e e x a c t a m e n t e a p r i n c i p i o s del siglo x i x , c u a n d o se
p r o d u c e un p r o g r e s o técnico capital. E n el siglo x v i i i , Pamela, de
Richardson, fue el m a y o r best-seller del siglo y alcanzó u n a tirada
de 2 0 0 0 0 ejemplares en total; en a q u e l m o m e n t o el p ú b l i c o era
itlentlficable, al m e n o s pertenecía a la m i s m a clase social q u e el
a u t o r , éste p o d í a c o n o c e r sus gustos. P e r o a p a r t i r d e 1800, desde
q u e se inventó la i m p r e n t a a v a p o r , se e m p e z a r o n a e d i t a r libros
p o r centenares d e miles d e ejemplares. D e s d e este m o m e n t o existe
una r u p t u r a e n t r e el artista y él p ú b l i c o ; el artista, el p r o d u c t o r ,
n o p u e d e c o n o c e r ya a su público, n i siquiera imaginárselo, la cifra
es d e m a s i a d o e l e v a d a . S u r g e u n sistema q u e convierte a l a u t o r e n
un p r o d u c t o r d e n t r o d e u n m e r c a d o , y es el sistema d e c o m u n i c a -
ciones d e m a s a q u e es a l g o c o m p l e t a m e n t e n u e v o . Se p r o d u c e u n a
r u p t u r a m u t u a e n t r e a u t o r y p ú b l i c o . Y del m i s m o m o d o q u e el
a u t o r p a r a escribir necesita la r e p r e s e n t a c i ó n de u n p ú b l i c o imagina-
rio, así el p ú b l i c o necesita u n m i t o del a u t o r ; y surge e n este m o -
m e n t o el f e n ó m e n o d e la vedette.
E s t o origina u n g r a n n ú m e r o d e f e n ó m e n o s estéticos: el ais-
l a m i e n t o del p o e t a r o m á n t i c o , l a i m p r e s i ó n de q u e s u v o z q u e d a
f l o t a n d o en el v a c í o p o r q u e n o p e r c i b e a su público, etc. E s u n
n u e v o m e c a n i s m o q u e surge a c o m p a ñ a d o de c o n s e c u e n c i a s m u y
importantes. P a r t i e n d o d e la o b r a n o p e r c i b i r e m o s este f e n ó m e n o ,
m i e n t r a s q u e u n análisis estúpido p e r o fiel de la r e a l i d a d social del
m e r c a d o del libro n o s a r r o j a r á de b r u c e s c o n t r a él. U s t e d h a b l a de
u n a diferencia f o r m a l , y o creo q u e se t r a t a d e algo m á s q u e eso,
de la diferencia e n t r e u n m é t o d o e x p e r i m e n t a l y u n m é t o d o n o
experimental m u y brillante sin d u d a , p e r o q u e se q u e d a a nivel d e
la crítica literaria o del ensayo.

SANGUINETI '

Estoy c o m p l e t a m e n t e de a c u e r d o c o n casi t o d o el análisis his-


tórico de Escarpit. Fiedler describe p r e c i s a m e n t e en ese sentido el
progreso de la técnica topográfica, y a p a r t i r d e a q u í insiste con-
cretiuuente en el p r o c e s o d e industrialización de la p r o d u c c i ó n de
In o b r a de arte. E s u n f e n ó m e n o q u e empieza e x a c t a m e n t e c o n la
novela. Pero al revés de lo q u e u s t e d p a r e c e creer, c o n s i d e r o q u e

32
na novela c o m o Pamela p u e d e ser ya c o n s i d e r a d a c o m o u n a n o ­
vela de m a s a s ; u n a calificación así n o está d i r e c t a m e n t e ligada a la
LÜra de t i r a d a sino m á s bien a las estructuras y significados de
la novela. Y p o r este c a m i n o m e a d h i e r o a l o s a n á h s i s y concep­
ciones d e G o l d m a n n . Y o c r e o en la riqueza d e su m é t o d o empírico,
poro c r e o q u e d e b e c o m p l e t a r l o u n análisis e s t r u c t u r a l .

1 >'

33
El a n á l i s i s retórico
por Roland Barthes

L a l i t e r a t u r a se n o s presenta c o m o institución y c o m o oíira.


C o m o institución se asemeja a t o d o s los usos y t o d a s l a s prácticas
q u e regulan el p r o c e s o d e la c o s a e s c r i t a en u n a s o c i e d a d determi-
n a d a : status social e ideológico del escritor, m o d o s d e difusión,
condiciones d e c o n s u m o , o p i n i o n e s d e l a crítica. C o m o o b r a está
constituida e s e n c i a l m e n t e p o r u n m e n s a j e verbal, escrito, d e cierto
tipo. Quisiera r e f l e x i o n a r sobre l a o b r a - o b j e t o , s u g i r i e n d o q u e n o s
fijáramos en u n c a m p o t o d a v í a p o c o e x p l o r a d o ( a u n q u e el t é r m i n o
sea m u y a n t i g u o ) : el d e la retórica.
L a o b r a l i t e r a r i a c o m p r e n d e e l e m e n t o s q u e n o s o n específicos
d e la l i t e r a t u r a ; c i t a r é a l m e n o s u n o , p o r q u e el d e s a r r o l l o d e las
c o m u n i c a c i o n e s d e m a s a p e r m i t e h o y h a l l a r l o d e f o r m a inconfundi-
ble e n los filmes, e n los comics y q u i z á s en o t r o s f e n ó m e n o s dis-
tintos, es decir, a l m a r g e n d e la n o v e l a : es la n a r r a c i ó n , l a historia,
el a r g u m e n t o , l o q u e Sonrían h a l l a m a d o , refiriéndose al fihne,
diégesis. Existe u n a f o r m a diegética c o m ú n a diferentes a r t e s , for-
m a q u e e m p i e z a h o y a analizarse s e g ú n nuevos m é t o d o s inspirados
e n Propp. Sin e m b a r g o , frente a l e l e m e n t o de i n v e n c i ó n q u e c o m -
p a r t e con o t r a s creaciones, la l i t e r a t u r a posee i m e l e m e n t o q u e la
define específicamente: su l e n g u a j e ; la escuela f o r m a l i s t a rusa
había ya i n t e n t a d o aislar y e s t u d i a r este elemento específico, d á n d o -
le el n o m b r e d e Literaturnost, d e « h t e r a t u r i d a d » ; J a k o b s o n l o Uama
IHH'tim; la p o é t i c a es el análisis q u e p e r m i t e r e s p o n d e r a esta cues-
t i ó n : ¿qué es lo q u e convierte u n m e n s a j e verbal en o b r a d e arte?
I',» C S C elemento específico q u e y o , p o r m i p a r t e , l l a m a r í a retórica,

34
para evitar d e este m o d o t o d a r e d u c c i ó n d e la p o é t i c a a la poesía
y dejar bien c l a r o q u e se t r a t a d e u n p l a n g e n e r a l del lenguaje c o ­
mún a t o d o s los géneros, t a n t o a l a p r o s a c o m o a l verso. Q u e r r í a
saber si e s p o s i b l e u n a c o n f r o n t a c i ó n e n t r e la sociedad y la retórica,
y en q u é condiciones.
D u r a n t e siglos, desde la A n t i g ü e d a d hasta el siglo xix, la r e t ó ­
rica h a r e c i b i d o u n a definición funcional y t é c n i c a a la vez: es u n
arte, es decir, u n conjunto d e n o r m a s q u e p e r m i t e n t a n t o p e r s u a d i r
c o m o , p o s t e r i o r m e n t e , e x p r e s a r s e c o n c o r r e c c i ó n . E s t a finalidad
d e c l a r a d a c o n v i e r t e a l a r e t ó r i c a e n u n a institución social y p a r a d ó ­
jicamente, el n e x o q u e u n e las f o r m a s d e lenguaje a las sociedades
es m u c h o m á s I n m e d i a t o q u e la relación p r o p i a m e n t e i d e o l ó g i c a ;
en la G r e c i a a n t i g u a la retórica s u r g i ó p r e c i s a m e n t e c o n motivo d e
los pleitos d e p r o p i e d a d q u e siguieron a las exacciones de los tira­
nos en l a Sicilia del siglo v ; en la sociología b u r g u e s a el a r t e d e
hablar según ciertas n o r m a s es a l a vez u n signo d e p o d e r social y
un i n s t r u m e n t o d e ese p o d e r ; es significativo q u e l a clase q u e re­
mata los e s t u d i o s secundarios del joven b u r g u é s se l l a m e precisa­
mente c l a s e d e retórica.* Sin e m b a r g o , n o n o s d e t e n d r e m o s en esta
relación i n m e d i a t a (que p o r o t r a p a r t e , se a g o t a r í a p r o n t o ) , p u e s
si bien es cierto q u e las necesidades sociales e n g e n d r a n ciertas fun­
ciones t o d o s s a b e m o s q u e estas funciones u n a vez p u e s t a s en m a r c h a
o determinadas, a d q u i e r e n u n a imprevista a u t o n o m í a y se a b r e n a
nuevos significados. Y o sustituiría, p o r lo t a n t o , la definición fun­
cional d e la r e t ó r i c a p o r u n a definición i n m a n e n t e , estructural o,
para ser m á s exactos, informacional.
S a b e m o s m u y bien q u e t o d o mensaje (y la o b r a literaria lo es)
c o m p r e n d e p o r l o m e n o s u n p l a n o de la expresión, o de los signi­
ficantes, y u n p l a n o del c o n t e n i d o , o de los significados; la c o n ­
junción d e estos dos p l a n o s f o r m a el signo (o conjunto d e
signos). Sin e m b a r g o , im mensaje constituido en base a este o r d e n
elemental p u e d e convertirse, m e d i a n t e u n a o p e r a c i ó n d e pérdida o
de amplificación, en el simple p l a n o de expresión d e u n segundo
mensaje, q u e e n este caso es d e o r d e n e x t e n s i v o ; r e s u m i e n d o , el
signo del p r i m e r mensaje resulta ser el significante del segundo.
Se t r a t a d e d o s sistemas semióticos insertos el u n o en el otro de
forma r e g u l a r ; Hjelmslev h a d a d o a l segundo sistema así consti­
tuido el n o m b r e d e semiótica connotativa (por oposición al m e t a -
lenguaje, e n el c u a l el signo del p r i m e r mensaje resulta ser el sig­
nificado y n o el significante del segundo mensaje). A h o r a bien.

• Se refiere al bachillerato francés.

35
c o m o lenguaje, la l i t e r a t u r a es c o n t o d a evidencia u n a semiótica
c o n n o t a t i v a ; en u n texto literario, u n p r i m e r sistema d e significa­
ción q u e es la l e n g u a (por ejemplo, el francés), sirve d e significante
a un segundo m e n s a j e c u y o sentido es diferente d e los significados
d e la l e n g u a ; si l e o : que acerquen las comodidades de la conver-
saiión percibo u n m e n s a j e d e n o t a d o , q u e es la o r d e n d e q u e t r a i g a n
sillones, p e r o p e r c i b o t a m b i é n i m m e n s a j e c o n n o t a d o c u y o signifi­
c a d o es en este c a s o el «preciosismo». E n t é r m i n o s i n f o r m a c i o n a l e s
podría definirse la literatura c o m o u n d o b l e sistema d e n o t a d o -
c o n n o t a d o ; e n e s t e d o b l e sistema el p l a n o manifiesto y específico,
q u e es de los significantes del s e g u n d o sistema, c o n s t i t u i r á la retó­
rica ; los significantes retóricos s e r á n los c o n n o t a d o r e s .
Definido en t é r m i n o s i n f o r m a c i o n a l e s él mensaje literario p u e ­
d e y d e b e ser s o m e t i d o a u n a e x p l o r a c i ó n sistemática, sin l a cual
n o sería n u n c a p o s i b l e c o n f r o n t a r l o c o n l a historia q u e l o prodixce,
p o r q u e el ser histórico d e este m e n s a j e n o es s o l a m e n t e l o q u e dice
sino t a m b i é n la f o r m a en q u e h a s i d o e l a b o r a d o . E s c i e r t o q u e la
lingüística de l a c o n n o t a c i ó n , q u e n o p o d e m o s c o n f u n d i r c o n la vie­
ja estilística, y a q u e ésta, e s t u d i a n d o los m o d o s d e e x p r e s i ó n per­
m a n e c í a en el p l a n o d e la p a l a b r a , m i e n t r a s q u e a q u é l l a , e s t u d i a n d o
los t e x t o s se s i t ú a en el p l a n o d e l a l e n g u a ; esa lingüística, repito,
n o está t o d a v í a c o n s t i t u i d a , p e r o ciertas indicaciones d e los lingüis­
tas c o n t e m p o r á n e o s p e r m i t e n a d i v i n a r d e n t r o del a n á h s i s retórico
p o r lo m e n o s d o s direcciones.
L a p r i m e r a h a sido esbozada p o r J a k o b s o n (Ensayos de lin­
güística general); J a k o b s o n distingue e n t o d o mensaje seis f a c t o r e s ;
un emisor, u n destinatario, u n c o n t e x t o o referente, u n c o n t a c t o , u n
código y, p o r ú l t i m o , el mensaje m i s m o ; a c a d a u n o d e estos
factores c o r r e s p o n d e u n a función del l e n g u a j e ; en t o d o discurso
a p a r e c e n m e z c l a d a s l a m a y o r p a r t e d e estas funciones, p e r o recibe
su i m p r o n t a del p r e d o m i n i o de u n a función d e t e r m i n a d a s o b r e las
d e m á s ; p o r e j e m p l o si el a c e n t o r e c a e en la p e r s o n a e m i s o r a , d o ­
m i n a la función expresiva o e m o t i v a ; si r e c a e en el d e s t i n a t a r i o ,
la función c o n n o t a t i v a (exhortativa o s u p l i c a n t e ) ; si es el referente
el q u e recibe el a c e n t o , el discurso es d e n o t a t i v o (el c a s o h a b i t u a l ) ;
si es el c o n t a c t o ( e n t r e el emisor y él destinatario), la f u n c i ó n rela­
tiva a t r i b u y e a t o d o s l o s signos la m i s i ó n d e m a n t e n e r la c o m u n i c a ­
ción e n t r e los i n t e r l o c u t o r e s ; la f u n c i ó n metalingüística, o d e elu­
cidación, a c e n t ú a el recurso al c ó d i g o ; en fin, c u a n d o e s él m e n ­
saje mismo, su configuración, el a s p e c t o p a l p a b l e d e sus signos lo
q u e aparece a c e n t u a d o , el discurso e s poético en el s e n t i d o m á s
a m p l i o lie la p a l a b r a : éste es e v i d e n t e m e n t e el c a s o d e la l i t e r a t u r a :
p o d r í a m o s decir q u e la literatura ( o b r a y texto) es específicamente

.Ift
un mensaje q u e c a r g a el a c e n t o s o b r e sí m i s m o . E s t a definición per-
mite sin d u d a , c o m p r e n d e r m e j o r a q u é se d e b e el q u e l a función
c o m u n i c a t i v a n o a g o t e la o b r a literaria, sino q u e ésta, resistiéndose
a las definiciones p u r a m e n t e funcionales, se p r e s e n t e siempre, e n
cierto m o d o , c o m o u n a tautología, p o r q u e las funciones i n t r a m u n d a -
nas del mensaje p e r m a n e c e n en definitiva sometidas a su función es-
tructural. Sin e m b a r g o la c o h e s i ó n y la declaración de la función
poética p u e d e n v a r i a r con la h i s t o r i a ; y p o r o t r a p a r t e , sincrónica-
mente, esta m i s m a función p u e d e q u e d a r « c o m i d a » p o r otras fun-
ciones, f e n ó m e n o q u e d i s m i n u y e en cierta m e d i d a l a t a s a de espe-
cificidad literaria d e la o b r a . L a definición d e J a k o b s o n e n t r a ñ a ,
por l o t a n t o , u n a perspectiva sociológica, p o r q u e p e r m i t e e v a l u a r
s u m u l t á n e a m e n t e el futuro del lenguaje literario y su situación c o n
respecto a los lenguajes n o literarios.
C a b e o t r a exploración del m e n s a j e literario, esta vez d e tipo
distribucional. S a b e m o s q u e t o d a u n a p a r t e d e l a lingüística se
ocupa h o y e n definir las p a l a b r a s n o t a n t o p o r su significado c o m o
por las a s o c i a c i o n e s sintagmáticas e n las q u e p u e d e n i n s t a l a r s e ; h a -
blando en t é r m i n o s vulgares, l a s p a l a b r a s se a s o c i a n e n t r e sí en
base a u n a cierta escala d e p r o b a b i l i d a d e s : perro se asocia espon-
t á n e a m e n t e a ladrar, pero difícilmente a maullar, a u n q u e sintáctica-
mente n a d a i m p i d a la asociación d e u n v e r b o y u n s u j e t o ; a este
«henchimiento» sintagmático del signo se le suele d a r el n o m b r e
de catalisk. L a catálisis m a n t i e n e u n a estrecha r e l a c i ó n c o n la es-
pecialidad del lenguaje literario ; d e n t r o d e ciertos límites, q u e h a n
de estudiarse, c u a n t o m á s a b e r r a n t e es la catálisis m á s p a t e n t e es la
literatura. N a t u r a l m e n t e , si n o s a t e n e m o s a las u n i d a d e s literales,
la literatura n o e s e n a b s o l u t o i n c o m p a t i b l e c o n u n a catálisis nor-
mal ; si d i g o : el cielo es azul como una naranja, n o a p a r e c e n i n g u n a
asociación l i t e r a r i a a b e r r a n t e ; p e r o si nos e l e v a m o s a u n nivel su-
[wrior de u n i d a d e s , q u e es p r e c i s a m e n t e el de los c o n n o t a d o r e s , n o s
e n c o n t r a m o s i n m e d i a t a m e n t e c o n l a confusión catalítica, pues es
estadísticamente a n o r m a l asocial el ser del azul c o n el ser d e la na-
ranja. El m e n s a j e literario p u e d e p o r t a n t o ser definido c o m o u n a
desviación d e la asociación d e los signos (P. G u i r a u d ) ; operativa-
mente, p o r e j e m p l o , frente a las t a r e a s n o r m a t i v a s d e la t r a d u c c i ó n
a u t o m á t i c a , la h t e r a t u r a p o d r í a definirse c o m o el c o n j u n t o d e ca-
sos insolubles p r o p u e s t o s a la m á q u i n a . P o d r í a decirse, d e o t r o
m o d o , q u e la l i t e r a t u r a es e s e n c i a l m e n t e un sistema de información
costoso. Sin e m b a r g o , si l a l i t e r a t u r a es u m v e r s a l m e n t e u n lujo,
hay diversas e c o n o m í a s de lujo q u e p u e d e n v a r i a r según las dife-
rentes épocas y s o c i e d a d e s ; en l a l i t e r a t u r a clásica, al m e n o s la
q u e pertenece a l a generación antipreciosista, l a s asociaciones sin-

37
tagmáticas p e r m a n e c e n d e n t r o d e m á r g e n e s n o r m a l e s a nivel d e la
d e n o t a c i ó n , y es c o n c r e t a m e n t e el nivel retórico q u i e n s o p o r t a i m
c o s t o elevado d e i n f o r m a c i ó n ; p o r el c o n t r a r i o , e n l a p o e s í a su­
rrealista ( p a r a t o m a r d o s casos límites), las asociaciones s o n a b e ­
r r a n t e s y la i n f o r m a c i ó n costosa e s t á a nivel m i s m o d e l a s i m i d a d e s
elementales. E s r a z o n a b l e esperar, t a m b i é n e n este c a s o , q u e la d e ­
finición distribucional del mensaje literario h a r á surgir c i e r t a s re­
laciones entre c a d a sociedad y l a e c o n o m í a d e i n f o r m a c i ó n q u e
ésta asigna a su l i t e r a t u r a .
L a f o r m a m i s m a del mensaje l i t e r a r i o nnantiene así c i e r t a rela­
ción c o n la historia y c o n la sociedad, p e r o esta r e l a c i ó n es p a r ­
ticular y n o a b a r c a n e c e s a r i a m e n t e l a historia y l a sociología d e
los contenidos. L o s c o n n o t a d o r e s c o n s t i t u y e n los e l e m e n t o s d e xm
c ó d i g o y l a validez d e éste p u e d e ser m a y o r o m e n o r ; el código
clásico (en s u sentido m á s a m p l i o ) h a persistido e n O c c i d e n t e a lo
l a r g o d e siglos, p o r q u e es la m i s m a retórica la q u e a n i m a u n dis­
c u r s o de C i c e r ó n o u n sermón d e B o s s u e t ; p e r o es m u y p r o b a b l e
q u e este código h a y a sufrido i m a p r o f i m d a t r a n s f o r m a c i ó n en la
s e g u n d a m i t a d del siglo xix, a u n q u e t o d a v í a a h o r a e s t é sujeto a
f o r m a s de escritura tradicionales. E s t a t r a n s f o r m a c i ó n e s t á sin d u d a
r e l a c i o n a d a c o n la crisis de la c o n c i e n c i a b u r g u e s a ; el p r o b l e m a ,
sin e m b a r g o , n o e s el d e saber si la u n a refleja a n a l ó g i c a m e n t e a la
o t r a , sino si frente a u n d e t e r m i n a d o o r d e n de f e n ó m e n o s , la his­
t o r i a n o interviene en cierto m o d o sólo p a r a modificar el r i t m o d e
su d i a c r o n í a ; en efecto, c u a n d o se t r a t a d e f o r m a s (y e v i d e n t e m e n t e
éste es el caso del c ó d i g o retórico) los p r o c e s o s d e t r a n s f o r m a c i ó n
son m á s del o r d e n d e la traslación q u e d e l a evolución. S e p r o d u c e ,
en cierto m o d o , u n a g o t a m i e n t o sucesivo d e las t r a n s f o r m a c i o n e s
posibles, y la h i s t o r i a es l a l l a m a d a a m o d i f i c a r el r i t m o d e estas
t r a n s f o r m a c i o n e s , n o las f o r m a s en sí. Se p r o d u c e q u i z á s u n cierto
devenir endogenético d e la estructixra del mensaje literario, a n á l o g o
al q u e regula los c a m b i o s d e m o d a .
Existe o t r a f o r m a posible d e c o n s i d e r a r l a relación e n t r e l a re­
tórica y la s o c i e d a d : sería, p o r e x p r e s a r l o de algtin m o d o , el e v a l u a r
el g r a d o de « f r a n q u e z a » del c ó d i g o r e t ó r i c o . E s cierto q u e el m e n s a ­
je literario de la é p o c a clásica e x h i b í a d e l i b e r a d a m e n t e su c o n n o t a ­
ción, p o r q u e las figuras constituían u n c ó d i g o transinisible p o r
aprendizaje (de ahí los n u m e r o s o s t r a t a d o s d e la é p o c a ) y e r a i m ­
posible crear u n m e n s a j e r e c o n o c i d o sin recurrir a d i c h o c ó d i g o .
H o y , linios lo s a b e m o s , esta retórica h a e s t a l l a d o ; p e r o e s t u d i a n d o
piTcisamcnle sus f r a g m e n t o s , sus sustitutivos o sus l a g u n a s , p o d r í a -
mi)«i sin iluda d a r n o s c u e n t a d e la multiplicidad, d e escrituras y h a ­
lla i para cudu u n a de ellas la significación q u e l e c o r r e s p o n d e en

SI
n u t s t r a sociedad. D e esta f o r m a p o d r í a m o s a b o r d a r c o n precisión
el p r o b l e m a d e la repartición d e la buena literatura y las d e m á s
literaturas, c u y a i m p o r t a n c i a social es considerable, s o b r e t o d o e n
una sociedad de masas, P e r o t a m p o c o en este c a s o d e b e m o s espe­
rar u n a r e l a c i ó n analógica e n t r e i m g r u p o d e u s u a r i o s y su retórica ;
lo i m p o r t a n t e es, m á s bien, r e c o n s t r u i r u n sistema general d e s u b -
códigos c a d a u n o de los cuales se define en u n cierto estado de
Nociedad p o r Sus diferencias, sus distancias y sus identidades c o n r e s -
|x;cto a sus v e c i n o s : l i t e r a t u r a d e élite y c u l t u r a d e m a s a s , v a n -
Kuardia y t r a d i c i ó n constituyen f o r m a l m e n t e c ó d i g o s diferentes si-
1 liados en u n m i s m o m o m e n t o , según expresión d e M e r l a u - P o n t y
fii « m o d u l a c i ó n d e c o e x i s t e n c i a » ; es este c o n j u n t o d e códigos si­
multáneos, c u y a p l u r a l i d a d h a s i d o admitida p o r J a k o b s o n (Essais,
pág. 213) lo q u e h a b r í a q u e e s t u d i a r ; y c o m o u n c ó d i g o n o es en
realidad m á s q u e u n a cierta m a n e r a d e distribuir u n a colección ce­
rrada d e signos, el análisis r e t ó r i c o debería d e p e n d e r d i r e c t a m e n t e
n o de la sociología p r o p i a m e n t e d i c h a sino m á s bien d e esa socio­
lógica, o sociología d e l a s f o r m a s d e clasificación q u e p o s t u l a b a n
ya D u r k h e i m y M a u s s .
Estas son, r á p i d a y a b s t r a c t a m e n t e e n u n c i a d a s , l a s perspectivas
generales del análisis retórico. Se t r a t a de u n análisis c u y o proyecto
n o es n u e v o , p e r o al q u e el r e c i e n t e desarrollo d e l a lingüística es­
tructural y d e la teoría d e l a i n f o r m a c i ó n ofrecen n u e v a s posibiU-
dades d e e x p l o r a c i ó n ; a h o r a bien, f u n d a m e n t a l m e n t e exige d e n o -
lotros u n a a c t i t u d m e t o d o l ó g i c a q u i z á nueva, y a q u e l a n a t u r a l e z a
formal del o b j e t o q u e ha d e e s t u d i a r s e (el mensaje literario) obliga
a describir d e f o r m a i n m a n e n t e y exhaustiva el o l o s códigos r e ­
tóricos antes d e relacionar este o estos códigos c o n la sociedad y l a
historia q u e l o s p r o d u c e n y los c o n s u m e n .

Coloquio

ESCARPIT

L e a g r a d e z c o esta exposición q u e m e a g r a d a s o b r e m a n e r a ,
en primer l u g a r p o r q u e , a m i e n t e n d e r , resolver el p r o b l e m a del
carácter específico de la l i t e r a t u r a es la ú n i c a f o r m a d e volver a

39
introducir c o r r e c t a m e n t e el valor e n la n o c i ó n de l i t e r a t u r a . Qiie-
rría liacer una o b s e r v a c i ó n al respecto. Suscribo t o d o l o q u e se h a
diciu), p e r o sólo e n la m e d i d a en q u e se limita a l c a m p o d e la so-
ciología de la r e t ó r i c a . N o obstante, u s t e d h a p a s a d o d e l a retórica
11 la literatura, y se t r a t a d e u n p a s o i m p o r t a n t e , p u e s e n t r e las dos
existe u n a g r a n diferencia. T o d o lo q u e h a dicho del signo se apli-
ca, en efecto, a l signo p u r o , es decir, a la p a l a b r a p r o n u n c i a d a .
( R c t o r i z a r es e x p r e s a r s e m e d i a n t e la v o z y esto se o p o n e e n griego
a d r a m a t i z a r , q u e significa expresarse m e d i a n t e la letra.) A s í l a lite-
r a t u r a es u n a r t e i m p u r o p o r o p o s i c i ó n a l a retórica.
E n la l i t e r a t u r a la p a l a b r a es v e n c e d o r a del t i e m p o y del es-
p a c i o . D e l t i e m p o p o r q u e h a sufrido u n evidente p r o c e s o d e con-
gelación y es necesario reactivar este signo. D e l e s p a c i o p o r q u e la
literatura se expresa a través del l i b r o , a través de ese s o p o r t e m a -
terial q u e p e r m i t e t r a n s p o r t a r la p a l a b r a . E n l a h t e r a t u r a , p o r lo
t a n t o , nos h a l l a m o s a n t e u n sistema semiótico i m p u r o . P o r ú l t i m o ,
hay q u e c o n s i d e r a r c a d a p a l a b r a en t a n t o q u e sonido. E n c o n j u n t o
las p a l a b r a s f o r m a n u n a melodía. E x i s t e d e esta f o r m a t o d a u n a
serie d e valores m e l ó d i c o s q u e h a y q u e reactivar. E l r e s u l t a d o es
q u e e n el caso d e u n a o b r a literaria n o s h a l l a m o s en p r e s e n c i a de u n
p r o d u c t o q u e a p r i m e r a vista p a r e c e sencillo pero q u e , e n r e a l i d a d ,
al ser l a n z a d o a l m e r c a d o , se reactiva e n distintas direcciones.
D e s d e este p u n t o d e vista es e s p e c i a l m e n t e i n t e r e s a n t e l a o b r a
literaria china. S e t r a t a d e u n a o b r a q u e a u n m i s m o t i e m p o e s :

1) u n a f o r m a escrita q u e r e s p o n d e a u n a estética visual del


signo;
2) u n a serie d e s o n i d o s q u e o b e d e c e n a d e t e r m i n a d a s exigen-
cias m e l ó d i c a s ;
3) la expresión d e t o d o s los desechos d e l a retórica.

D e s g r a c i a d a m e n t e en Occidente t e n e m o s lenguas a n a l í t i c a s y
u n a escritura alfabética y s i l á b i c a ; el r e s u l t a d o es q u e n o s m o v e m o s
en u n a g r a n a m b i g ü e d a d desde el m o m e n t o m i s m o d e l a a p a r i c i ó n
de la literatura. E s t e es u n o d e los m a y o r e s p r o b l e m a s d e l a litera-
tura occidental, su e n f e r m e d a d c r ó n i c a .
A mi e n t e n d e r existe p r e c i s a m e n t e en esta a m b i g ü e d a d u n a es-
pecificidad social. C a d a u n a d e las s o c i e d a d e s h a resuelto el p r o -
blema a su m o d o . P o r ejemplo, e n él siglo x i i i , e d a d d e o r o del li-
b r o iluminado, se l o g r ó , c o m o en C h i n a , l a coincidencia d e l o s tres
valores literarios: l a semántica, la estética d e l o s signos y la pala-
bra, A raíz de la a p a r i c i ó n d e la n o v e l a , c o m o ya h a s i d o s e ñ a l a d o
n propt^sito del Decamerón, se p r o d u j o , e n n u m e r o s o s g r u p o s so-

40
cíales, u n a g r a n a t r a c c i ó n h a c i a la l i t e r a t u r a ; se p r o d u j o u n a g r a n
d e m a n d a d e este p r o d u c t o y p a r a satisfacer t a l d e m a n d a fue p r e -
ciso r e n u n c i a r a la estética d e l o s signos y p r o d u c i r g r a n d e s can-
tidades d e ejemplares. P r e c i s a m e n t e esto Uevó a la utili2ación d e la
técnica d e la i m p r e n t a , l o q u e d i o lugar a la d e s a p a r i c i ó n d e i m a
lie las d i m e n s i o n e s d e la literatura. F u e preciso e s p e r a r a l siglo xviii,
q u e i n v e n t ó d e n u e v o la c o m p a g i n a c i ó n , q u e c o m p l e t ó la especifi-
cidad literaria, p a r a lograr o t r a v e z el equilibrio. M á s t a r d e el p ú -
blico a u m e n t ó d e n u e v o , el l i b r o volvió a p e r d e r belleza, p a r a l o -
grar o t r a v e z el^ equilibrio a c o m i e n z o s del siglo Xix. A c o n t i n u a c i ó n
una nueva d e g r a d a c i ó n y u n n u e v o equilibrio a nivel d e l o s libros d e
bolsillo. P o r ello considero q u e a t o d o l o q u e a q u í s e h a dicho
acerca d e l a b ú s q u e d a d e la especificidad e n l a l i t e r a t u r a es nece-
sario a ñ a d i r t o d a u n a sociología d e l h b r o .
T a m b i é n h a d i c h o usted q u e la literatura p l a n t e a u n p r o b l e m a
insoluble a l a m á q u i n a d e t r a d u c i r . Esto es cierto p e r o t a m p o c o
d e b e m o s o l v i d a r q u e la t r a d u c c i ó n , cualquiera q u e sea, es siempre
un c a s o típico q u e a l u d e f u n d a m e n t a l m e n t e , e n u n principio, a u n
.sistema s e m á n t i c o r e n u n c i a n d o al sistema estético d e l o í d o y d e l a
vista. P r e c i s a m e n t e p o r esto l a m á q u i n a d e t r a d u c i r n u n c a p o d r á
superar el sistema semántico. E n c a m b i o , se d a u n a v e r d a d e r a r e -
creación e n el c a s o de u n a t r a d u c c i ó n hecha p o r u n escritor d e t a -
lento ; sin d u d a se h a r e n u n c i a d o a l sistema m e l ó d i c o inicial, p e r o
sustituyéndolo p o r o t r o , q u i z á m u y diferente, p e r o q u e devuelve a l
texto la e q u i v a l e n c i a d e l o q u e h a sido destruido p o r l a transcrip-
ción del sistema semántico.

SANGUINETI ^r >i V. j , :• < • ,

Quisiera p l a n t e a r a B a r t h e s u n a cuestión d e c a r á c t e r p u r a m e n -
te personal p e r o q u e , a m i e n t e n d e r , p o d r í a explicar a l g u n o s d e los
puntos d e su p o n e n c i a : ¿existe diferencia e n t r e l o q u e usted h a
llamado «mitológico» c u a n d o e n 1956 r e u n i ó u n a serie d e artículos
bajo el título d e Mythologies y s u explicación d e la l i t e r a t u r a d e
hoy? ¿ A c e p t a u s t e d , c o m o y o , la identificación e n t r e l o q u e usted
llama mitología y y o llamo poesía? O bien, ¿ c u a n d o usted habla
de sistema semiótico segundo c o n s i d e r a t o d a v í a la posibilidad d e
distinguir e n t r e mitología y poesía? E n otras p a l a b r a s , ¿ h a cambia-
do usted d e a c t i t u d frente al sistema semiótico s e g u n d o , puesto q u e
hace t i e m p o o t o r g a u n signo n e g a t i v o a la mitología mientras
que h o y p a r e c e o t o r g a r rm signo positivo a la l i t e r a t u r a ?

41
BARTfffiS . , jf

Lo q u e u s t e d p l a n t e a es u n p r o b l e m a d e evolución p e r s o n a l y
seré breve al r e s p e c t o . E n el m o m e n t o e n q u e escribí la c o n c l u s i ó n
a mi o b r a Mythologies, a la q u e u s t e d a c a b a d e aludir, y o t e n í a u n a
a c t i t u d f r a n c a m e n t e crítica frente a l a s semióticas s e g u n d a s , p e r o
e x p e r i m e n t a b a al m i s m o t i e m p o u n a especie d e p l a c e r intelectual,
la sensación d e e n t o n c e s la crítica d e l a semiótica s e g u n d a s© h a i d o
d e b i l i t a n d o e n m í . P e s e a t o d o c o n s i d e r o q u e existe u n p r o b l e m a
é t i c o : es u n a r e s p o n s a b i h d a d llenar el s e g u n d o sistema m e d i a n t e
significados e n c i e r t a f o r m a p l e n o s , sustancializados, p o r q u e l a fun-
ción social d e l d o b l e sistema es p r e c i s a m e n t e la d e n a t u r a h z a r el
signo, h a c e r q u e el signo p a s e p o r u n a simple r a z ó n . E x i s t e , p o r l o
t a n t o , u n p r o b l e m a ético y c a b e m u y b i e n p e n s a r q u e l o s sistemas
m á s ¡nocentes s o n , p r e c i s a m e n t e , los q u e n o llegan e n c i e r t o m o d o
a llenar el s e g u n d o sistema. Y o c r e o q u e l a Hteratura a c t u a l , a l m e -
n o s l a b u e n a l i t e r a t u r a , logra p l a n t e a r el significado sin llenarlo.
P o r o t r a p a r t e , es c i e r t o q u e s i e m p r e h e t e n i d o u n c o n c e p t o pesi-
mista d e la e s c r i t u r a ; n o creo e n e s t a d o s p u r a m e n t e d e n o t a d o s , es
decir, p u r a m e n t e i n o c e n t e s o transitivos del lenguaje.

GOLDMANN V (Jíy'i',V',.;-';.;, ' :'^ V-:^'>Vi':',^^.;T¿'y:^>;'

E x i s t e u n a s p e c t o d e la p o n e n c i a dte B a r t h e s q u e m e p a r e c e a p a -
s i o n a n t e , el q u e se refiere a l a n á h s i s e s t r u c t u r a l del h e c h o l i t e r a r i o
y d e la retórica. C r e o q u e , e n este c a m p o , sus investigaciones ocu-
p a n u n p r i m e r p u e s t o d e n t r o d e lo q u e se está h a c i e n d o e n la ac-
t u a l i d a d y, p e r s o n a l m e n t e , m e i n t e r e s a n e n o r m e m e n t e p o r q u e soy
consciente d e h a s t a q u é p u n t o m i s t r a b a j o s h a n sido h a s t a a h o r a in-
suficientes en e s t e a s p e c t o .
Sin e m b a r g o , existe o t r o aspecto d e la p o n e n c i a q u e m e p a r e c e
a d o l e c e d e u n a t e n d e n c i a a a f i r m a r sin p r u e b a s y d e u n a t o m a d e
p o s t u r a ideológica. E s t o es evidente s o b r e t o d o c u a n d o B a r t h e s
iilirnia la a u t o n o m í a del sistema s e m i ó t i c o segundó c o n r e s p e c t o a l
mensaje d i r e c t a m e n t e n o t a t i v o d e la l i t e r a t u r a y, m á s t a r d e , c u a n d o
nfirma (y no veo d e q u é f o r m a p u e d e f u n d a m e n t a r s e e s t a a f i r m a -
ción d e m a n e r a positiva q u e las t r a n s f o r m a c i o n e s d e l a s f o r m a s
literarias no se d e b e n a l h e c h o d e q u e , d e n t r o d e u n a s o c i e d a d , el
ct)nlcniiU) del mensaje se modifica y p r o d u c e t r a n s f o r m a c i o n e s del
«islema c o n n o t a t i v o s e g u n d o , sino q u e estas variaciones s i g u e n u n
r i t m o a u t ó n o m o q u e se debe, y él n o p u e d e , r e l a c i o n a r c o n las

42
t r a n s f o r m a c i o n e s del c o n t e n i d o q u e expresan. P e r s o n a l m e n t e , si-
guiendo a L u k á c s , p a r t o d e la hipótesis c o n t r a r i a .
B a r t h e s p u e d e c o n t e s t a r m e q u e t a n t o d a u n a hipótesis c o m o
otra. P e r o y o l e r e s p o n d e r í a : en l a investigación n o . E n efecto, n o
au t r a t a d e p l a n t e a r u n sistema d o c t r i n a l y a f i r m a r q u e el signifi-
c a d o e n g e n d r a s i e m p r e la f o r m a o, p o r el c o n t r a r i o , q u e l a f o r m a
es i n d e p e n d i e n t e del significado sino, e n c a d a c a s o c o n c r e t o , e m p e -
zar p o r b u s c a r u n a explicación c a u s a l de las t r a n s f o r m a c i o n e s d e
las f o r m a s l i t e r a r i a s a través d e las t r a n s f o r m a c i o n e s sociales y l a s
modificaciones 'del c o n t e n i d o . Si a l aplicar este m é t o d o n o tergi-
verso los h e c h o s , permanezico e n el c a m p o de l a investigación e m -
pírica. P e r o n o v e o m u y bien e n q u é d a t o s positivos p u e d e funda-
m e n t a r s e la a f i r m a c i ó n inversa, s e g ú n la cual n o existe u n a expli-
cación c a u s a l d e la t r a n s f o r m a c i ó n d e las f o r m a s literarias. ¿Es q u e
se h a n h e c h o , r a í m e n t e , investigaciones satisfactorias en este
campo?
P a r a p o n e r u n ejemplo, B a r t h e s se h a referido e n cierta ocasión
a toda u n a serie d e códigos p a r c i a l e s q u e f o r m a n e n s u c o n j u n t o u n
sistema. L o q u e h a dicho a e s t e r e s p e c t o m e p a r e c e irrefutable. E s
fácil d a r s e c u e n t a d e ello a l h a c e r u n análisis literario a cualquier
nivel. D e s d e e s t e p u n t o d e vista t o d a s las t r a n s f o r m a c i o n e s en ©1
seno del sistema se explican m e d i a n t e procesos d e equilibrio e n t r e
Jos diferentes e l e m e n t o s del sistema. P e r o n o c o m p r e n d o c ó m o
Barthes p u e d e c o n s i d e r a r al m i s m o t i e m p o l a existencia d e u n sis-
tema a u t ó n o m o parcial. ¿ C u á l es el derecho a priori q u e p e r m i t e
determinar la a u t o n o m í a del sistema literario, del sistema jurídico
o de c u a l q u i e r o t r o sistema p a r c i a l d e n t r o d e l a conciencia colec-
tiva o incluso l a a u t o n o m í a d e la conciencia e n el c o n j u n t o d e los
c o m p o r t a m i e n t o s sociales?
P o r ú l t i m o llegamos al g r a n p u n t o de discusión d e la sociolo-
gía m o d e r n a , la discusión e n t r e Lévi-Strauss y L u k á c s , p a r a t o m a r
dos n o m b r e s representativos d e a m b a s escuelas. E s t a discusión exis-
tía ya en las ciencias fisicoquímicas. U n o s investigadores que sólo
b u s c a b a n la r e g u l a r i d a d , la ley, y o t r o s q u e d e f e n d í a n la necesidad
de buscar s i e m p r e la c a u s a , p a s a r p o r e n c i m a d e l a ley, n o dete-
nerse en la r e g u l a r i d a d y p l a n t e a r s e siempre el p r o b l e m a del
«porqué».
E n sociología la g r a n diferencia e n t r e a m b a s escuelas estriba
en q u e la p r i m e r a a f i r m a la existencia d e e s t r u c t u r a s mentales a u t ó -
n o m a s y p e r m a n e n t e s de l a s q u e l a sociedad a c t u a l i z a ú n i c a m e n t e
d e t e r m i n a d o s elementos o m o d a l i d a d e s , m i e n t r a s q u e p a r a la otra,
p o r el c o n t r a r i o , estas e s t r u c t u r a s se t r a n s f o r m a n c o n l a realidad
histórica d e l a q u e son i m e l e m e n t o constitutivo.

43
L o s seguidores d e esta última escuela p a r t e n de la hipótesis de
q u e las t r a n s f o r m a c i o n e s de las e s t r u c t u r a s mentales de d e t e r m i n a d o
sector social d e p e n d e n siempre de las t r a n s f o r m a c i o n e s de la estruc-
tura global y de o t r a s parciales. Y s o l a m e n t e en el caso d e q u e esta
hipótesis n o sirva p a r a explicar u n a serie d e f e n ó m e n o s a c e p t a n
piDvisionalmente el establecer, en la m e d i d a de lo posible, ciertas
regularidades. E s t a p o s t u r a m e p a r e c e m u c h o m á s fértil d e s d e el
p u n t o d e vista d e la investigación, incluso t e n i e n d o e n c u e n t a q u e ,
a causa del c a r á c t e r e l e v a d o de sus exigencias, p u e d e llevar m u c h a s
veces al fracaso.
Quisiera p o r ú l t i m o señalar, a u n q u e sólo sea d e p a s a d a , q u e
m e p a r e c e m u y significativa la confesión q u e h a c e B a r t h e s , a l final
de su respuesta a Sanguineti, c u a n d o d e c l a r a q u e los s i s t e m a s m á s
inocentes son los q u e n o logran t r a n s m i t i r u n c o n t e n i d o . A este
respecto y o quisiera suscitar u n p r o b l e m a : ¿la b ú s q u e d a d e i m a
c o n n o t a c i ó n i n d e p e n d i e n t e e n la e v o l u c i ó n del c o n t e n i d o d e u n
mensaje n o implica ya u n cierto c o n t e n i d o del mismo? E n tal caso,
u n sistema q u e n o p r e t e n d e t r a n s m i t i r c o n t e n i d o s en l a c o n n o t a -
ción en vez d e ser el m á s i n o c e n t e es s i m p l e m e n t e tona ideología.

BARTHES

E s t o t a l m e n t e c i e r t o q u e la c a u s a h d a d o la historia p u e d e n
a c t u a r p a r a p e r t u r b a r los r i t m o s ; esto es evidente, p o r ejemplo, e n
lo q u e se refiere a la m o d a . D e s d e h a c e siglos e s t a m o s d e n t r o d e
u n r i t m o regular d e c a m b i o s de m o d a . D e n t r o d e veinte a ñ o s d e b e -
r í a m o s volver, según la ley d e K r o e b e r , a los trajes l a r g o s del pri-
m e r i m p e r i o ; si esto n o se p r o d u j e r a e n t o n c e s p o d r í a h a b l a r s e de
u n a relación entre la r u p t u r a del r i t m o de la m o d a y la transfor-
m a c i ó n masiva d e la sociedad, su universalización.

ESCARPIT

P e r s o n a l m e n t e y o c o n s i d e r o q u e n o existe u n a periodicidad obli-


gada, sino periodicidades q u e p u e d e n c o m p r o b a r s e e m p í r i c a m e n t e .
Ofri-zco un ejemplo m u y estudiado en h t e r a t u r a g e n e r a l : el d e la
rsirol'u d e Spencer q u e r e a p a r e c e en la l i t e r a t u r a inglesa a p e r í o d o s
Ivislante irregulares, a u n q u e estas r e a p a r i c i o n e s están l i g a d a s a si-
tiiiuiniies sociales idénticas. E n c a d a o c a s i ó n esta r e a p a r i c i ó n d e i m a
inÍMiía forma va a c o m p a ñ a d a d é c o n t e n i d o s t o t a l m e n t e distintos.
( ' o n l i c M i i ( U f n o veo en a b s o l u t o q u é explicación p u e d e d a r s e a este

44
f e n ó m e n o e n sociología d e la l i t e r a t u r a . M e limito a p l a n t e a r el
p r o b l e m a ; e s c i e r t o q u e c u a n d o a p a r e c i ó la estrofa spenceriana se
t r a t a b a d e u n a f o r m a i m i t a d a d e l a literatura i t a l i a n a en u n m o -
mento en q u e la sociedad e x p e r i m e n t a b a p r e c i s a m e n t e l a necesidad
de abrirse a t a l e s influencias i t a l i a n a s . P e r o en las a p a r i c i o n e s p o s -
teriores y o n o s a b r í a explicar p o r q u é d e t e r m i n a d o escritor h a utili-
z a d o este i n s t r u m e n t o en u n s e ñ a l a d o m o m e n t o histórico.

GOLDMANN

E l p r o b l e m a estriba en s a b e r p o r q u é los escritores e c h a n m a n o


d e este i n s t r u m e n t o en d e t e r m i n a d o m o m e n t o histórico y n o en o t r o .
A priori es i m p o s i b l e a f i r m a r l a p e r o d i c i d a d i n m a n e n t e de u n fe-
n ó m e n o literario. M e t o d o l ó g i c a m e n t e m e niego a p l a n t e a r l a existen-
cia a u t ó n o m a d e d e t e r m i n a d o s sectores de la v i d a social, a n o ser
q u e se m e suministren p r u e b a s evidentes. L a a f i r m a c i ó n d e la a u t o -
nomía d e u n sector lleva si n o a u n a inhibición d e las investigacio-
nes en d e t e r m i n a d a s direcciones, sí al m e n o s a u n a p e r e z a d e la
investigación. P o r el c o n t r a r i o , el n e g a r s e a a d m i t i r t a l a u t o n o m í a
lleva e n t o d o s l o s casos a u n a b ú s q u e d a d e las c a u s a s d e los fenó-
menos y p e r m i t e d e este m o d o el p r o g r e s o de l a investigación cien-
tífica.

SILBERMANN

L a p o n e n c i a d e Barthes y l a s distintas i n t e r v e n c i o n e s q u e h a n
tenido l u g a r d e s p u é s n o s llevan a u n a m á s c l a r a d e h m i t a d ó n d e
los c a m p o s del p e n s a m i e n t o . E l s e ñ o r G o l d m a n n y el s e ñ o r San-
guineti b u s c a n l o q u e ellos l l a m a n la «estructura» d e l a o b r a , pala-
bra a m i e n t e n d e r s u m a m e n t e i n a d e c u a d a ; sería m e j o r decir el
«valor» d e las o b r a s . Esto m e p a r e c e vma investigación - p u r a m e n t e
estética l a c u a l , p o r supuesto, p u e d e hacerse m u y bien t a n t o desde
u n p u n t o d e vista psicológico c o m o desde u n p u n t o d e vista socio-
lógico. P e r o c o n s i d e r o q u e l l e g a d o s a este p u n t o d e l c o l o q u i o , t o d o s
los q u e c o l a b o r a m o s y q u e r e m o s d e t e r m i n a r u n a v e r d a d e r a socio-
logia de l a literatura, d e b e m o s e.vponer c o n c l a r i d a d nuestras
opciones. P a r a u n sociólogo e m p í r i r o q u e se o c u p a d e sociología
cultural, el v a l o r estético de la o b r a d e arte, la distinción entre lite-
r a t u r a n o b l e y literatura vulgar, constituyen h e c h o s sin n i n g u n a
importancia. U n sociólogo de o b r a s d e arte n o tiene n u n c a derecho,
si trabaja e m p í r i c a m e n t e , a emitir d e s d e u n principio juicios d e va-
lor ; esto es t a r e a del historiador d e la literatura y d e l esteticista.

45
En el caso d e B a r t h e s t e n g o la i m p r e s i ó n d e q u e n o se t r a t a d e
definir valores literarios ni t a m p o c o d e analizar u n a o b r a literaria,
l-o q u e nos h a p r o p u e s t o es u n p r o c e d i m i e n t o m e t o d o l ó g i c o , u n a
f o r m a lie a p r o x i m a c i ó n q u e sin d u d a n o es t a n t o t a l i z a d o r a c o m o
desea Escarpit, sino q u e p a r t e s i m p l e m e n t e d e u n a sociología del

/j'
lenguaje en la línea d e los trabajos d e M a r c e l C o h é n y d e J a k o b s o n .
S o b r e t o d o q u e n a d i e h a b l e de filosofía a este respecto. S e t r a t a cla-
r a m e n t e de u n a m e t o d o l o g í a , d e u n a f o r m a d e e s t u d i a r u n a d e las
funciones d e la l i t e r a t u r a . • / i , , r,',:. '•• •'^ iíV;;,'-/

SANGUINETI ^ ^;'V ^ ; - ' . v V • i:'....; :;/'á^Í$''

A l c o n t r a r i o d e lo q u e piensa S i l b e r m a n n y o c o n s i d e r o q u e el
v a l o r es u n h e c h o sociológico. E l h e c h o d e q u e ciertas sociedades
ofrezcan clasificaciones valorativas d e las o b r a s literarias y el q u e
u n g r a n n ú m e r o d e p e r s o n a s d e d i q u e n m u c h o t i e m p o a discutir
a c e r c a del valor literario de d e t e r m i n a d o s h b r o s es i m f e n ó m e n o
p l e n a m e n t e sociológico. ¿ C ó m o , e n t o n c e s , sería posible a b o r d a r p r o -
b l e m a s d e sociología d e l a l i t e r a t u r a d e j a n d o e n t r e p a r é n t e s i s el
h e c h o d e q u e u n a s o c i e d a d considere, p o r ejemplo, a D a n t e u n g r a n
p o e t a y n o r e c o n o z c a esta c u a l i d a d en c u a l q u i e r o t r o escritor?

SILBERMANN 'M'

E l f e n ó m e n o sociológico sólo existe desde el m o m e n t o e n q u e


se c r e a u n a acción social, u n a r e l a c i ó n e n t r e dos p e r s o n a s , entre
u n individuo y u n n ú c l e o , entre g r u p o s o sociedades. U n f e n ó m e n o
literario p u e d e ser t a m b i é n u n f e n ó m e n o sociológico, p e r o el a c t o h t e -
r a r i o e n sí m i s m o n o es sociológico. U n a p a r t i t u r a m u s i c a l g u a r d a -
d a en u n cajón n o existe sociológicamente. E s preciso q u e sea inter-
p r e t a d a y e s c u c h a d a . Sólo el h e c h o m u s i c a l d e la ejecución y la
a u d i c i ó n d e la o b r a es sociológico. L o m i s m o o c u r r e c o n l a Htera-
t u r a . L a sociología e m p í r i c a q u e y o r e p r e s e n t o está l i b r e d e juicios
d e valor. E l f e n ó m e n o literario, d e s d e i m p u n t o d e vista sociológico,
h a de ser tangible, observable, e x p e r i m e n t a l . A este r e s p e c t o existe
u n a g r a n diferencia e n t r e la sociología e m p í r i c a d e las a r t e s y l a
estética sociológica en el sentido d e L a l o , R a y m o n d B a y e r y
Souriau.

46
SANGUINETI

A c a b a d e decir q u e u n a p a r t i t u r a musical se c o n v i e r t e en u n
f e n ó m e n o sociológico c u a n d o h a s i d o i n t e r p r e t a d a y escuchada. L e
planteo u n a c u e s t i ó n : ¿los a p l a u s o s y silbidos, a l t e r m i n a r la eje-
cución, son f e n ó m e n o s sociológicos o criterios d e v a l o r estético, d e
a c u e r d o c o n su p a r t i c u l a r p u n t o d e vista de la sociología empírica?

SILBERMANN

Sí, m i q u e r i d o a m i g o , se t r a t a d e f e n ó m e n o s sociológicos, si los


considero c o m o sociología del a p l a u s o . M a s p a r a m í , sociólogo q u e
los o b s e r v o y a n a l i z o , estos h e c h o s n o constituyen en a b s o l u t o u n
juicio estético a c e r c a de l a o b r a ; l o s considero ú n i c a m e n t e c o m o
contactos e n t r e el p r o d u c t o r y el c o n s u m i d o r d e la o b r a d e a r t e .

ESCARPIT I

T o d o s u s t e d e s d a n la i m p r e s i ó n d e m o v e r s e d e n t r o d e e s q u e m a s
escolares q u e , les aseguro, vistos d e s d e fuera n o r e s u l t a n t a n c o n -
vincentes. M e explicaré: el p r o b l e m a del v a l o r literario m e p a r e c e
q u e n o está bien p l a n t e a d o . H a y o b r a s q u e h a n sido a p l a u d i d a s e n
ciertas é p o c a s y q u e h a n t e n i d o éxito e n t r e d e t e r m i n a d o s g r u p o s
sociales. E s t a es l a c o m p r o b a c i ó n histórica de su v a l o r y m á s o m e -
nos d e a q u í p a r t e n , si n o b e e n t e n d i d o m a l , G o l d m a n n y Sangui-
neti en sus a n á h s i s . P e r o y o p o n g o en tela d e juicio este p u n t o d e
partida. P u e s e n sus investigaciones m e t o d o l ó g i c a s n o se m u e s t r a n
realmente n o y a c o m o sociólogos sino i n d u s o n i c o m o h i s t o r i a d o -
res d e l a l i t e r a t u r a . P a r a h a b l a r c o n c o n o c i m i e n t o s d e c a u s a , del va-
lor p o r l o m e n o s histórico d e u n a o b r a es necesario estudiar c o n
p r o f u n d i d a d la composición del p ú b l i c o q u e l a h a recibido, las di-
ferentes c a t e g o r í a s sociales d e l m i s m o , su f o r m a d e vida. E s t a es
v e r d a d e r a m e n t e la misión d e l o s historiadores d e l a l i t e r a t u r a q u e
siempre h a n p r o c e d i d o así y q u e p o r l o t a n t o h a c í a n y a desde h a c e
tiempo sociología sin saberlo.
A c e p t o la expresión d e S i l b e r m a n n c u a n d o dice q u e el soció-
logo d e b e p e r m a n e c e r impasible a n t e el objeto q u e estudia. A d m i -
tido esto es evidente que h a y q u e e n c o n t r a r criterios d e valor. P e r o
estos criterios n o p o d r e m o s hallarlos en u n a c o m p r o b a c i ó n histó-
rica objetiva. P e r s o n a l m e n t e o p i n o q u e se p u e d e llegar a estos cri-
terios a través d e la descripción d e u n a cierta m e c á n i c a , de u n cier-
to f u n c i o n a m i e n t o del f e n ó m e n o literario: existen funcionamientos

47
constructivos y funcionamientos destructivos. H a c e p o c o t i e m p o q u e
ofrecí a S i l b e r m a n n , c u a n d o a c u d i ó a visitarme en m i C e n t r o de
Uiirdcos, el siguiente ejemplo t o m a d o de la acústica: e n d e t e r m i n a -
dos aparatos b a s t a c o n forzar u n p o c o el sonido p a r a o b t e n e r u n
silbido, puesto q u e la señal acústica e n t r a p o r el m i c r ó f o n o , sale
p o r el altavoz, v u e l v e a entrar p o r el m i c r ó f o n o y así sucesivamente,
d e f o r m a q u e u n s o n i d o n o r m a l se c o n v i e r t e en u n a especie d e sil-
b i d o desagradable. E x i s t e u n a d e g r a d a c i ó n del signo, l o q u e se llama
el «efecto L a r s e n » . D e l m i s m o m o d o o c u r r e que el f u n c i o n a m i e n t o
d e la mecánica social de la l i t e r a t u r a : el a u t o r reinyecta, a nivel de
la proyección literaria, la i m a g e n del efecto que ya h a p r o d u c i d o en
el público. N o s h a l l a m o s ante u n a d e g r a d a c i ó n del signo, f e n ó m e n o
q u e h a sido e s t u d i a d o en n u m e r o s a s ocasiones y q u e y o m i s m o he
e s t u d i a d o referido al byronismo. E s u n f e n ó m e n o p e r f e c t a m e n t e
c o m p r o b a b l e , p e r f e c t a m e n t e m e n s u r a b l e y q u e p e r m i t e aplicar cri-
terios de valor. O p i n o q u e en vez d e discutir sobre cuestiones de
principio sería preferible determinar, a través de investigaciones del
tipo d e las q u e a p u n t a Barthes, o d e o t r o tipo, incluso del de las
d e G o l d m a n n y Sanguineti, ya q u e existen mil c a m i n o s posibles con
tal d e q u e se t r a t e d e investigaciones sistemáticas y q u e n o estén
prejuzgadas p o r sistemas de v a l o r ; sería preferible, r e p i t o , deter-
m i n a r valores. Si l o g r a m o s p o n e r n o s d e a c u e r d o s o b r e este p u n t o
pienso que todas las clasificaciones, t o d o s los estudios q u e p o d a m o s
hacer, serán fructuosos y servirán f u n d a m e n t a l m e n t e p a r a p o n e r
en c l a r o fenómenos c o m o el q u e a c a b o d e señalar.

GOLDMANN •, r '''•'r'^\:/.

E s t o y de a c u e r d o en g r a n p a r t e c o n su último análisis, que


m e p a r e c e e x t r a o r d i n a r i a m e n t e i n t e r e s a n t e . P e r o existe u n a e n o r m e
diferencia entre su p o s t u r a y la de S i l b e r m a n n , que p r e t e n d e alcan-
zar u n a sociología t o t a l m e n t e objetiva e l i m i n a n d o t o d a s las cues-
tiones de valor. M á s q u e u n a sociología empírica, S i l b e r m a n n de-
fiende las tesis d e u n a sociología empirista y positivista. Y o m i s m o
ignoro cuáles son los criterios d e los valores estéticos, p e r o con-
sidero q u e el p r o b l e m a debe ser p l a n t e a d o . D a d o el p u n t o al q u e
he llegado en mis anáhsis considero q u e u n o de estos valores es
p r o b a b l e m e n t e la c o h e r e n c i a definida en c u a n t o funcionalidad. P e r o
eslo n o es m á s q u e u n a hipótesis d e trabajo.
L o que m e p a r e c e v e r d a d e r a m e n t e interesante es q u e j u n t o a
una sociología q u e cree prescindir d e los juicios de valor, siguiendo
In tradición de D u r k h e i m y, con ciertas reservas, la d e M a x W e b e r ,
existe en la sociología actual y s o b r e t o d o en sociología d e la lite-

• 48
i'iiilira, u n a escuela i m p o r t a n t e q u e considera q u e es imposible p a r a
i-\ sociólogo situarse al m a r g e n d e la sociedad y eliminar t o d o juicio
(le valor explícito o implícito.
E n r e a l i d a d c u a n d o u n e s t u d i o p r e t e n d e h a c e r l o así los juicios
de valor a f l o r a n de u n a m a n e r a inconsciente y e n t o n c e s resulta m á s
iiilcrcsante t o d a v í a el sacarlos a l a luz p a r a v e r c u á l e s son las dis-
iDisiones inconscientes e i n v o l u n t a r i a s que e n t r a ñ a n . N o p r e t e n d e ,
|)or supuesto, zanjar aquí el p r o b l e m a de la n a t u r a l e z a y de los m é -
( D i l o s de la spciología. D e m o m e n t o lo f u n d a m e n t a l es ver en los
c'sludios e m p í r i c o s q u e h a b r e m o s d e examinar, cuáles son los resul-
l a d o s q u e p u e d e n conseguirse d e a c u e r d o con las perspectivas de
e s t a s dos escuelas sociológicas opuestas. P e r o d e t o d o s m o d o s m e
jiarece e r r ó n e o negar el calificativo de empírica a l a segunda es-
cuela. U n t e x t o , u n a relación d e estructura e n t r e u n texto y u n a
estructura e c o n ó m i c a , son t a m b i é n d a t o s empíricos.

SILBERMANN \: / , • •

Existe u n a g r a n diferencia, m i q u e r i d o a m i g o , e n t r e u n a h i p ó -
tesis y u n a p r i o r i s m o . T r a t o d e p e r m a n e c e r en el p u r o nivel de la
metodología. Y e n este sentido p r e c i s a m e n t e a f i r m o q u e algunos d e
los m é t o d o s d e los que h e o í d o h a b l a r hoy son estéticos o, p o r d e -
cirlo de o t r o m o d o , filosóficos. P o r el contrario, en la ponencia del
señor Barthes h e hallado e l e m e n t o s q u e constituyen p a r a mí la base
misma d e u n m é t o d o empírico. L a objetividad consiste en que el
método n o a p a r e z c a a priori c a r g a d o de ciertos valores. P o r ejemplo,
yo me m u e s t r o hostil a t o d o u n m o v i m i e n t o d e sociología que exis-
te, sobre t o d o en Alemania, q u e p a r t e de juicios d e v a l o r a priori,
tiende al i r r a c i o n a l i s m o y convierte a la sociología de la literatura en
ttlgo q u e p o d r í a m o s llamar u n i n t e n t o fallido. C o n c r e t a m e n t e , en l a
o b r a estética se lee l o q u e se q u i e r e v e r en ella.

GOLDMANN .

E v i d e n t e m e n t e , Silbermann, está claro que n o se t r a t a de intro-


ilucir valores a priori ni t a m p o c o u n valor d e t e r m i n a d o . P e r o sí
existe, c o m o u s t e d m i s m o afirma, u n a g r a n diferencia entre u n a
hipótesis y u n apriorismo, existe u n a diferencia n o m e n o r entre el
rechazo del a p r i o r i s m o y l a p r e t e n s i ó n de u n a objetividad total.
Pues p r e c i s a m e n t e r e c h a z a n d o los juicios de valor en n o m b r e d e
esta pretendida objetividad se c a e en u n n u e v o a p r i o r i s m o , m á s peli-
groso incluso q u e el que se t r a t a b a de evitar.

49
Las posibilidades d e u n a
Interpretación s o o i o l ó g i c a
Ilustradas a través del a n á ­
lisis d e t e x t o s literarios f r a n ­
c e s e s d e distintas é p o c a s
por Erich Koehier )
1 , '•

N o podría p l a n t e a r m e , en u n a sola conferencia, el e s b o z a r u n a


especie de sistema d e la sociología literaria o el e x p o n e r l a m e t o d o ­
logía d e esta disciplina. M i intención es m á s bien la de ofrecer u n o s
c u a n t o s ejemplos, sacados de distintas épocas, acerca d e las posibi­
lidades de interpretación que ésta p e r m i t e . P a r a justificar m e t o d o ­
lógicamente este i n t e n t o — e n efecto, n o p r e t e n d e ser o t r a cosa—
es preciso, n a t u r a l m e n t e , r e c o r d a r c u á l es n u e s t r o p u n t o d e p a r t i d a ,
es decir, estudiar c o n la m a y o r b r e v e d a d posible algunos p r o b l e m a s
fundamentales.
N o v a m o s a p r e g u n t a m o s si la sociología de la l i t e r a t u r a r e p r e ­
senta u n m é t o d o a u t ó n o m o de crítica literaria. E n la a c t u a l i d a d na­
die p o n e en d u d a su r a z ó n de ser, incluso los q u e n o se d i g n a n uti­
lizarla. Es u n h e c h o p o r todos c o n o c i d o q u e m u c h o s críticos, sobre
t o d o universitarios, le son hostiles y quisieran Umitar e n la m e d i d a
d e lo posible su c a m p o de aplicación. U n crítico t a n e m i n e n t e c o m o
E. R. Curtius l l a m a b a la atención d e sus lectores a c e r c a d e los
Brüche und Sprünge (podríamos t r a d u c i r : saltos y brincos) q u e es
posible detectar en la historia d e la literatura y d e c l a r a b a que
el investigador d e b e limitarse a dejar c o n s t a n c i a de ellos sin m á s . Na­
tura facit saltus. C u r t i u s r e n u n c i a a explicar los f e n ó m e n o s c o m p r o ­
bados, lo único q u e p e r m i t e la c o m p r e n s i ó n del p r o c e s o dialéctico
de la historia d e la sociedad. Desde el m o m e n t o en q u e la n a t u r a l e z a
coiisliluyc la ú n i c a a u t o r i d a d la ciencia p i e r d e sus derechos.^

I Vi'oiiw la« observaciones críticas de W . K R A U S S , «Literaturgesohichte ais gerchicht-


llKlirr Aiifirnio, en Sludien und Aufsátze, Berlín 19S9, p. 58.
Esta r e n u n c i a se debe al t e m o r de q u e «la libertad de la e v o -
liiiióii c r e a d o r a » y el a c t o artístico individual se disuelvan total-
mente entre los dedos de los sociólogos de la literatura. E s curioso
observar c ó m o eminentes críticos que poseen u n a sólida c u l t u r a
h Í N l ó r i c a n o p u e d e n liberarse del t e m o r a q u e la sociología de la
l i l e í a t u r a r e d u z c a al artista a u n a simple función d e n t r o de u n a
colectividad, la cual d e t e r m i n a r í a t o d o . El a b i s m o q u e separa indi-
v i t l u o y sociedad en la e r a capitalista y la l u c h a desesperada del
inilividuo frente a esta sociedad suministran a estos críticos su es-
i | u c i n a básico p a r a u n a i n t e r p r e t a c i ó n de la historia de la civiUza-
l i ó i i que sólo es capaz de c o n c e b i r los grandes h e c h o s del espíritu
c o m o actos d e libertad c r e a d o r a q u e se a f i r m a n en contra de la
M o c i e d a d , afirmación de u n a libertad casi absoluta frente a esta
Nociedad. A esta concepción n o s o t r o s o p o n e m o s las palabras d e
flegel: Es sinde die Individúen, die dem Weltgeist die Kastanien aus
drní Feuer holen. («Son los individuos los q u e le s a c a n l a s castañas
ilel fuego a la Weltgeist.») L a hostilidad frente a la sociedad a p a -
rece t a m b i é n condicionada p o r esta última.
La actitud de Curtius n o constituye m á s q u e u n caso típico
entre otros m u c h o s . Bajo el m a l e s t a r que e x p e r i m e n t a n m u c h o s crí-
ticos ante la sociología histórica y dialéctica se oculta el t e m o r a
m e n u d o inconsciente de que el d e s c u b r i m i e n t o del p r o c e s o histórico
ponga de manifiesto la relatividad histórica de su m i s m a posición y,
«obre t o d o , d e su propia j e r a r q u í a de valores. P o r el contrario, el
«ociólogo n o d e b e t e m e r el p o n e r de manifiesto l o q u e de relativo
hay en l o s valores s u p u e s t a m e n t e eternos de los q u e los dirigentes
abusan d e m a s i a d o a m e n u d o p a r a desgracia d e sus pueblos.
U n a p a l a b r a m á s p a r a t e r m i n a r ya con el p r o b l e m a de los crí-
ticos. M u c h o s de éstos r e c o n o c e n q u e la sociología es u n m é t o d o
que p u e d e d a r resultados en el estudio del gusto literario; llegarían
Incluso a a d m i t i r que este m é t o d o da muestras d e u n a fecundidad
especial c u a n d o se trata de la p r o d u c c i ó n literaria corriente o, en
general, de o b r a s mediocres o definitivamente m a l a s . Las o b r a s
maestras, p o r el c o n t r a r i o — e s el g r a n principio de estos críticos—
escapan a t o d a explicación r a c i o n a l . Sólo la interpretación interna
permite e n t r a ñ a r su misterio y revivir el p r o c e s o c r e a d o r q u e h a
producido su nacimiento. H a y q u e proteger al individuo frente a
ios acometidas del m é t o d o histórico.
C o n riesgos de caer en a n a t e m a estamos convencidos de q u e
lii inspiración poética n o es el E s p í r i t u Santo, el cual, según los prin-
cipios cristianos sopla d o n d e y c u a n d o quiere. A n u e s t r o parecer t o d o
genio es en su o r d e n la s u m a de las posibilidades de su m o m e n t o .
Sil libertad se sitúa en el p l a n o d e las realizaciones. E s t o significa

51
que en materia d e a r t e ni siquiera las o b r a s m a e s t r a s p u e d e n sus-
traerse a l análisis sociológico; p o r el c o n t r a r i o , son ellas las q u e per-
miten a la sociología aplicar c o n m a y o r amplitud sus posibilidades.
Lu literatura es s i e m p r e , incluso e n los casos en q u e se e n c a r n a
en u n a obra genial, el espejo y la interpretación del e s t a d o d e la
sociedad en u n m o m e n t o d e t e r m i n a d o d e s u evolución histórica; este
e s t a d o se basa s i e m p r e en u n a tensión e n t r e el ideal y la r e a l i d a d y
l a literatura sólo logra ser arte r e p r o d u c i e n d o este e s t a d o d e la s o -
ciedad m á s o m e n o s lleno d e c o n t r a d i c c i o n e s internas; p o r o t r a p a r t e
no se trata s i m p l e m e n t e d e r e p r o d u c i r , sino d e m e t a m o r f o s e a r , d e
d a r forma, d o t a n d o a la o b r a d e a r t e d e ese significado y esa c o h e -
rencia q u e la definen.
Estas breves reflexiones n o s p e r m i t e n entrever e n q u é consiste
la t a r e a m á s noble d e la sociología d e l a literatura. D e ellas se des-
p r e n d e q u e esta ciencia es h b r e d e s a c a r t o d o el p r o v e c h o posible
de los distintos m é t o d o s elaborados h a s t a aquí p a r a el estudio de
la literatura y d e los resultados a l c a n z a d o s p o r todas las disciplinas
históricas. S a c a r á p r o v e c h o allí d o n d e l o encuentre, s o m e t i é n d o l o
a la orientación d e u n m é t o d o esencialmente histórico y dialéctico.
Es evidente q u e la sociología d e la l i t e r a t u r a así e n t e n d i d a está t o -
davía p o r e l a b o r a r y p o r p r e p a r a r s u i n s t r u m e n t o m e t o d o l ó g i c o , lo
cual sólo p u e d e h a c e r s e en contacto c o n las obras m i s m a s . ¿Cuáles
son las tareas m á s urgentes?
A n t e s d i g a m o s sin r o d e o s l o q u e es p a r a nosotros la sociología
de la h t e r a t u r a , b a s á n d o n o s en las consideraciones a n t e r i o r e s .
R e c h a z a m o s a b s o l u t a m e n t e u n a sociología d e superficie, q u e se
limite a utilizar estadísticas y q u e c r e a h a b e r l o h e c h o t o d o u n a v e z
q u e ha d e m o s t r a d o a q u é clase, a q u é e s t a d o d e la sociedad p e r t e -
necen las p e r s o n a s q u e e n distintos g r a d o s h a n d e s e m p e ñ a d o u n
papel e n la vida literaria. T a m p o c o n o s m o s t r a m o s p a r t i d a r i o s d e
los sociólogos q u e creen p o d e r explicar cualquier f e n ó m e n o cultural
p o r la influencia c o n s t a n t e d e la situación económica. Si así fuera,
l a literatura n o sería m á s q u e , cito las p a l a b r a s d e m i m a e s t r o W e r -
ner K r a u s s , « u n a serie inorgánica d e reflejos p u r o s y simples».*
Esta reducción materialista — p e r o d e u n materialismo p r i m a -
rio— q u e reduce la literatura a u n a sociología simphsta, es t a n inca-
paz d e hacer justicia a la v e r d a d e r a n a t u r a l e z a de los f e n ó m e n o s
literarios c o m o u n idealismo q u e p r o c l a m a la a u t o n o m í a absoluta
de l a creación intelectual. U n a sociología literaria seria n o p u e d e
Ignorar l a realidad p r o p i a d e la h t e r a t u r a , la p e r m a n e n c i a d e las
formas y el d i n a m i s m o d e los ideales q u e crea.

• W. KKAIJS, Sliiíllen zur denischen und Granzosischen Áufkldrung, Berlín 1963,


P, 74.
Sería i n g e n u o p r e t e n d e r q u e t o d o c a m b i o q u e se p r o d u c e e n
la infraestructura de la s o c i e d a d se refleja a u t o m á t i c a m e n t e en el
arte m e d i a n t e la aparición de n u e v o s temas y de nuevas f o r m a s .
Estos c a m b i o s n o son c a p a c e s d e alterar el arsenal d e formas, t e m a s
y motivos literarios — o d e h a c e r l o s p e r m e a b l e s a nuevas corrien­
tes - m á s q u e c u a n d o a d q u i e r e n las p r o p o r c i o n e s d e u n a v e r d a d e r a
tevolución, d e u n a t r a n s f o r m a c i ó n histórica. E n t o n c e s las presiones
de ta infraestructura r e s q u e b r a j a n de f o r m a evidente el edificio,
estabilizado p o r la tradición y l a ideología, d e las f o r m a s , estilos y
valores literarios. L o s efectos casi inmediatos d e estas presiones n o
son n u n c a t a n tangibles c o m o c u a n d o p r o v o c a n la aparición d e
inicvos estilos y de n u e v o s g é n e r o s , y estos últimos originan la
a|iarición d e u n a nueva f o r m a d e c o m p r e n d e r al h o m b r e y el m u n d o .
En estos casos es posible d e m o s t r a r , con t o d a la fuerza d e la eviden­
cia, c ó m o f e n ó m e n o s q u e a f e c t a n la infraestructura e c o n ó m i c o -
social, q u e s o n aspectos d e la realidad histórica accesibles a u n a
observación objetiva, se t r a n s f o r m a n en elementos de estructura del
arte y sustituyen las formas tradicionales.
P e r m í t a n m e aclarar estas observaciones m e d i a n t e u n ejemplo
l a c a d o de la literatura de la E d a d Media.^
A m e d i a d o s del siglo x i i tiene lugar en F r a n c i a , utilizando u n a
fórmula d e M a r c Bloch, el p a s o «de la p r i m e r a e d a d feudal a la
l e g u n d a » , la « t o m a de c o n c i e n c i a » del feudalismo q u e d e «clase d e
hecho» se c o n v i e r t e en «clase d e derecho». E s t e p a s o coincide, en
In literatura, c o n u n a división del público en b a s e a las líneas
de partición de los estados y c o n l a diferenciación de estilos que de
esto se d e s p r e n d e : aparece la n o v e l a y empieza a p e r d e r i m p o r t a n ­
cia la c a n c i ó n d e gesta.
El p r i n c i p i o estructural d e la novela c o r t e s a n a es la aventura,
forma y significado a la vez d e la existencia del caballero; en la
novela, p e r t e n e c i e n t e al ciclo del r e y A r t u r o , d e Chrétien de Trojes
ésta constituye a u n m i s m o t i e m p o p r u e b a p a r a el individuo y a c t o
que r e s t a u r a el o r d e n y la libertad en la sociedad y en su centro,
la corte r e a l l a cual, sin t a n n o t a b l e s gestas, sería t o t a l m e n t e i m p o ­
tente. P o r consiguiente n o c a b e d u d a de q u e es la situación de la
baja nobleza sin fortuna, del « c a b a l l e r o a n d a n t e » , q u e va de u n a
corte a o t r a y se gana la vida p o n i e n d o su e s p a d a a disposición de
quien la necesite, la que constituye la base e c o n ó m i c a y social del
concepto d e a v e n t u r a . Es fácil c o m p r e n d e r q u e en estas condiciones,

« De la páaina anterior. Para entender lo que sigue, véase mi libro Ideal und
WirkIlchNeii in der hOfischen Epik, Tübinga 1956. C.f. el resumen de este libro en
tPniblemes d'une eociologie du román», Revue de l'Inslllute de Sociologie, Universidad
Libre de Bruselas, 1963/2. pp. 271-284.

53
la a v e n t u r a ha p o d i d o m u y bien convertirse en justificación d e u n a
clase que reclama sus derechos a u n a existencia c o m o t a l clase,
c u y o s m i e m b r o s , c o n s i d e r a d o s individualmente, n o tenían o t r a s p o -
sibilidades de existencia c o n c r e t a y q u e p o r consiguiente se h a c o n -
vertido en objeto d e u n a idealización m o r a l y estética; el p r o c e s o
se vio acelerado y e s t i m u l a d o e n o r m e m e n t e p o r el b l o q u e o d e la
a v e n t u r a en la n u e v a c o n c e p c i ó n p r o v e n z a l del a m o r . P e r o la aven-
t u r a sólo tenía posibilidades de convertirse e n el ideal de la t o t a l i d a d
del m u n d o feudal si c o n t a b a con el a p o y o de la alta n o b l e z a . E s t a
posibilidad p u d o realizarse a causa de la l u c h a entre la m o n a r q u í a
centralizadora y los g r a n d e s señores feudales, q u e obligaba a estos
últimos a buscar la alianza de las c a p a s inferiores de la n o b l e z a .
L a a v e n t u r a r e p r e s e n t a b a el ideal de reintegración de la clase e n t e r a ;
la idea del a m o r c o r t e s a n o unía indisolublemente este ideal a las
cortes de los g r a n d e s señores feudales. L a novela cortesana se ali-
m e n t a de las c o n t r a d i c c i o n e s e c o n ó m i c a s y sociales q u e existían en
el seno m i s m o del feudalismo y a ellas p r e c i s a m e n t e d e b e s u exis-
tencia. ' ,
A l c a b o de c i n c u e n t a años estos n u e v o s ideales p e r d i e r o n su
p o d e r a r m o n i z a d o r . L a justificación p r o f a n a de las p r e t e n s i o n e s
p o r p a r t e de la n o b l e z a de u n papel h i s t ó r i c o p r e p o n d e r a n t e p e r d i ó
t o d a su eficacia después de la crisis d e 1 2 0 0 a p r o x i m a d a m e n t e , cri-
sis c u y a solución h a b í a sido p o h t i c a m e n t e favorable a la m o n a r q u í a
de los C a p e t o . P r e c i s a m e n t e en el ciclo novelesco c o n s a g r a d o al r e y
A r t u r o y a la c o n q u i s t a del Grial, las contradicciones q u e i m p l i c a
este estado de cosas se afrontan de la m a n e r a m á s sublime y h a l l a n
la m á s convincente resolución desde el p u n t o de vista estético. L a
a v e n t u r a p r o f a n a se c o n v i e r t e en c o n q u i s t a religiosa. L a a v e n t u r a
s u p r e m a es de a h o r a en adelante la c o n q u i s t a del Grial, c u y o d e s c u -
b r i m i e n t o es la c u l m i n a c i ó n del significado de la historia y p r o v o c a
inexorablemente el c r e p ú s c u l o del u n i v e r s o caballeresco q u e l a n g u i -
dece con el reinado del r e y A r t u r o , vacío y a de significado. L a r e a -
lidad histórica a p a r e c e r e p r o d u c i d a bajo la f o r m a de u n u n i v e r s o
caótico, en el que la sociedad feudal del r e i n a d o de A r t u r o , h a s t a
este m o m e n t o descrita c o n los colores m á s ideales, se d e s t r u y e a sí
m i s m a . Las obras literarias que m a r c a n esta evolución c o n s t i t u y e n
un nuevo g é n e r o : la n o v e l a en prosa. F r e n t e a la crisis política d e
los últimos años del siglo x i i el universo imaginario de la n o v e l a
c o r t e s a n a en verso n o es m á s que m e n t i r a y sólo la prosa p u e d e as-
pirar a la veracidad. Estas novelas t r a n s c u r r e n siempre en u n m u n d o
en el que parece n o h a b e r m á s que caballeros. P e r o la existencia
de clases n o caballerescas, q u e se manifiesta con a m e n a z a d o r a in-
lensidiul en la alianza entre la c o r o n a y las ciudades c o n t r a los

54
"icñores feudales y en la influencia d e los funcionarios plebeyos del
poder real, c o n s t i t u y e u n h e c h o q u e y a n o es posible i g n o r a r y q u e
llalla su e x p r e s i ó n en u n a n u e v a e s t r u c t u r a de l a novela. L a situa-
ción histórica en su totalidad h a a d q u i r i d o u n a i n e x p u g n a b l e c o m -
plejidad: se h a r e c u r r i d o a la p l u r a l i d a d de héroes en sustitución d e
lii intriga lineal c e n t r a d a en u n p r o t a g o n i s t a ú n i c o . T a m b i é n el m u n -
d o de la ficción se h a h e c h o pluralista y exige u n a n u e v a técnica:
el p r o c e d i m i e n t o conocido c o n el n o m b r e de «enlazamiento», es
ilecir, la coexisfencia de acciones paralelas y simultáneas.*
Confío en q u e este ejemplo h a y a servido p a r a d e m o s t r a r , pese
a la p r e s e n t a c i ó n somera de los h e c h o s , c ó m o en u n a época-eje,
liis modificaciones fundamentales d e la infraestructura social en-
trañan u n a r e v o l u c i ó n en la t r a d i c i ó n literaria, t a n t o en l o q u e se
refiere a las f o r m a s y estilos c o m o a los géneros. M e p a r e c e q u e
vina de las t a r e a s f u n d a m e n t a l e s d e u n a historia literaria realizada
con u n a p e r s p e c t i v a sociológica sería precisamente l a d e estudiar
cslas t r a n s f o r m a c i o n e s históricas y, p a r t i e n d o d e ellas, d e t e r m i n a r
con exactitud las épocas de la historia de la h t e r a t u r a . E s obvio q u e
existen t o d a u n a serie de estudios d e detalle a b s o l u t a m e n t e indispen-
sables q u e d e b e r í a n partir t a m b i é n d e aquí, p o r e j e m p l o los estudios
preliminares p a r a u n a estética d e los géneros h t e r a r i o s , que tanta
lalta nos h a c e .
P a r a e l a b o r a r u n a estética de este t i p o h a b r í a q u e t e n e r en c u e n -
ta no s o l a m e n t e el h e c h o de q u e las posibilidades d e c o m u n i c a c i ó n
entre el a u t o r y s u público están m a t e r i a l m e n t e limitadas, lo q u e
constituye u n a evidencia, sino t a m b i é n el h e c h o d e q u e , hasta la
Revolución francesa, las fronteras e n t r e los géneros y los estilos
han coincidido c o n las diferencias d e clase. E s t a m b i é n f u n d a m e n t a l
observar c ó m o estas correlaciones se d a n t a m b i é n h o y a u n q u e la
caída del A n t i g u o Régimen y d e la jerarquía d e clases q u e éste
encarnaba, así c o m o el d i n a m i s m o d e la sociedad b u r g u e s a m o d e r -
na, las h a n o c u l t a d o casi t o t a l m e n t e . L o s constantes esfuerzos de l a
crítica literaria m o d e r n a p o r d e d u c i r en su totalidad las leyes de los
géneros literarios d e categorías a priori traiciona s u perplejidad
(rente a esta c o n f u s i ó n de g é n e r o s , d e la m i s m a m a n e r a q u e la n e -
gación r a d i c a l de los géneros q u e caracteriza la estética de Bene-
detto C r o c e .
C u a n d o a r a í z de las t r a n s f o r m a c i o n e s de la infraestructura
ios contradicciones internas de la sociedad se h a n a g u d i z a d o en tal
g r a d o que la s u p e r e s t r u c t u r a literaria n o es ya c a p a z d e contener-

* Véase mi artículo «Zur Entstehung des alttranzosischen Prosaromans», en Trobador-


Ivrlk und hofischer Román. Aiifsatze zur franzosischen und provenzalischen Literaíur des
Mlllrlallers, Berlín, 1962, pp. 213-223.

55
las, las antiguas c a n t i d a d e s se t r a n s f o r m a n r e p e n t i n a m e n t e e n n u e v a s
cualidades, lo q u e equivale a decir q u e n u e v a s f o r m a s y n u e v o s
lemas sustituyen a los antiguos. E s t o n o significa, sin e m b a r g o , el
d e s p r e c i o de la t r a d i c i ó n en su t o t a l i d a d . E s t a se c o n s e r v a en la
m e d i d a en que es a p t a p a r a servir d e m e d i o d e expresión a los n u e -
vos contenidos. L o s m o t i v o s y los g é n e r o s literarios p e r m a n e c e n
vivos en la m e d i d a en q u e son c a p a c e s d e d e s e m p e ñ a r u n a fimción
d e n t r o d e u n m u n d o p o é t i c o n u e v o , e n o t r a s palabras, en l a m e d i d a
en q u e siguen aptos p a r a realizar la m e d i a c i ó n estética e n t r e el ser
y la conciencia. L a n o v e l a en p r o s a del siglo x m conserva l a aven-
t u r a c o m o e s t r u c t u r a p e r o , ya lo h e m o s visto, en vez d e ser u n
e l e m e n t o de u n o r d e n ideal la a v e n t u r a constituye la v í a d e u n a
bijsqueda religiosa o u n i n s t r u m e n t o d e a u t o d e s t r u c c i ó n . Existen
siempre formas, m o t i v o s q u e h a n p a s a d o p o r todas las vicisitudes,
p o r q u e su c a p a c i d a d d e asimilación es l o b a s t a n t e g r a n d e c o m o p a r a
permitirles i n f o r m a r n u e v o s contenidos y servir p a r a la t o m a de
conciencia de varias épocas, es decir, d e varias clases. A l h a c e r s e
rica la burguesía u r b a n a a d o p t a la c o n c e p c i ó n aristocrática del a m o r
y las formas líricas q u e constituyen s u expresión p o r q u e , en esta
fase, n o p u e d e a f i r m a r sus pretensiones sociales m á s q u e a p r o p i á n -
dose las m a n e r a s y la c u l t u r a de la clase dirigente. L a o b r a d e J e a n
de M e u n g r e p r e s e n t a , hacia finales del siglo x m , la t o m a d e c o n -
ciencia, casi r e v o l u c i o n a r i a , de u n a n u e v a f o r m a de existencia. E l
Román de la Rose, a p e s a r de cierta influencia a u n nivel p u r a -
m e n t e literario, n o t u v o la i m p o r t a n c i a q u e h u b i e r a d e b i d o tener
p o r q u e la herejía averroísta que inspira s u p o s t u r a filosófica sólo
es c o n o c i d a p o r u n a categoría r e d u c i d a d e burgueses cultivados, m a l
vista p o r la opinión general e i n c a p a z d e h a c e r frente a las ó r d e n e s
m e n d i g a n t e s q u e c a n a l i z a n , t a n t o en la t e o r í a c o m o en la p r á c t i c a ,
las tendencias r e v o l u c i o n a r i a s de la E d a d M e d i a . J e a n d e M e u n g
h a d e m o s t r a d o lo a b s u r d o de la c o n c e p c i ó n cortesana del a m o r espi-
ritualizado, tal c o m o la profesaba G u i l l a u m e de Lorris, en l a p r i m e -
ra p a r t e del Román de la Rose, r e d u c i e n d o el a m o r a u n h e d o n i s m o
q u e halla su justificación en u n a filosofía naturalista. P e r o al a m o r
c o r t e s a n o sobrevivió a este asalto t e m e r a r i o y brutal. C o n s i d e r e m o s
b r e v e m e n t e este p r o b l e m a .

Los orígenes del a m o r c o r t e s a n o es u n o de los p r o b l e m a s clá-


sicos q u e todavía n o h a n recibido solución, pese a q u e g e n e r a c i o n e s
de estudiosos le h a y a n c o n s a g r a d o t o d o s sus esfuerzos. T e o r í a d e la
influencia latina, clásica o medieval, t e o r í a de los orígenes litúr-
gicos, teoría de u n origen á r a b e , etc.; c a d a u n a de estas i n n u m e r a -
bles tentativas de explicación ha sido c a p a z d e explicar a l g u n o s de
loa aspectos del p r o b l e m a , p e r o el f e n ó m e n o en su t o t a l i d a d y, en

56
paiiicular, lo q u e constituye el n ú c l e o , la i d e a m i s m a del a m o r
cDilcsano, p a r e c e escapárseles. H a c e m u c h o t i e m p o q u e se h a a d -
iiiilido la i m p o r t a n c i a de las cortes feudales — e l t é r m i n o «cortesa-
n o » es b a s t a n t e significativo— así c o m o la analogía e n t r e la función
ik-l a m o r y el homenaje del vasallo a su s o b e r a n o . ¿Será capaz la
Nociología de l a literatura d e a p o r t a r nuevos p u n t o s d e vista en
(iidcn a explicar este p r o b l e m a d e los orígenes? Y a h e m o s intentado
e n varios estudios examinar a l g u n o s d e los motivos y d e los concep-
tos claves de l a literatura c o r t e s a n a p r e g u n t á n d o n o s q u é es lo q u e
n o s permiten ii^ducir a p r o p ó s i t o d e las fuerzas q u e p o d r í a n consti-
(iiir el origen d e la poesía d e los trovadores.^ E n t o d o s los casos n o s
h.illamos a n t e u n a realidad f u n d a m e n t a l : el estado de tensión p e r -
inuncnte e n t r e l a baja nobleza y los grandes señores feudales en su
vida habitual e n la corte, y l a n e c e s i d a d histórica d e neutralizar,
ineiliante u n ideal de clase c o m ú n , las divergencias q u e r e i n a n a i m
nivel existencial e n t r e los intereses d e a m b o s g r u p o s . Y c o m o con-
clusión inevitable de estos estudios n o s ha p a r e c i d o q u e la gran p a -
radoja, axmque e m i n e n t e m e n t e p o é t i c a del a m o r c o r t e s a n o , es decir,
su r e n u n c i a a la felicidad, «el a m o r lejano», n o es, e n ú l t i m a instan-
cia, m á s q u e la proyección s u b h m a d a de la situación material d e
lu baja n o b l e z a q u e , totalmente d e s h e r e d a d a en el p l a n o económico,
lejos de r e n u n c i a r a sus p r e t e n s i o n e s jerárquicas, se aferra a ellas
más e n é r g i c a m e n t e que n u n c a . L o s conceptos q u e i n t e g r a n la a r m a -
z ó n del p e n s a m i e n t o c o r t e s a n o se expresan m e d i a n t e fórmulas q u e
si se e x a m i n a n desde cerca h a b l a n u n lenguaje s u m a m e n t e claro a
pesar del v a l o r m o r a l q u e t i e n d e a adjudicarse a los términos q u e
designan las r e a l i d a d e s jurídicas y políticas del m u n d o feudal. E n la
palabra « h o n o r » , el antiguo s e n t i d o del t é r m i n o , q u e es el m i s m o
que tiene h o y , se separa del significado m u y c o n c r e t o de «feudo» q u e
poseía e n los p r i m e r o s t i e m p o s del feudalismo e n la terminolo-
gía del d e r e c h o d e propiedad. E l a m o r c o r t e s a n o o t o r g a a t o d o el
c|ue se c o n s a g r a a él y observa sus leyes u n h o n o r q u e , al m e n o s
entre la p e q u e ñ a nobleza, n o p u e d e ser ya la c o n s e c u e n c i a n o r m a l
de la r i q u e z a e n feudos. L a r e n u n c i a a la p r o p i e d a d en el a m o r c o -
rresponde l ó g i c a m e n t e a la r e n u n c i a a la p r o p i e d a d q u e exige la
realidad histórica. U n a ideología a d m i r a b l e y e n g e n d r a d o r a de cul-
tura llena d e v i d a economicopolítica y se cristaliza en u n universo
de valores; d u r a n t e siglos b a s t a r á c o n manifestar u n c o n o c i m i e n t o d e
este sistema d e valores p a r a d e m o s t r a r la p e r t e n e n c i a a la aristo-
cracia y a la élite de la sociedad.

» Véase la obra citada en la nota 4.

57
Observemos de p a s a d a q u e la evolución d e la l i t e r a t u r a del
siglo xii es paralela d e s d e diversos p u n t o s d e vista a l a d e l siglo
XVII. L a lengua c o m ú n d e los t r o v a d o r e s , q u e n o es s o l a m e n t e u n a
koiné en el sentido lingüístico, incluso e n l o q u e se refiere a s u es-
tilo y a sus concepciones, p u e d e c o m p a r a r s e p e r f e c t a m e n t e c o n la
koiné q u e h a l l a r e m o s en la h t e r a t u r a clásica. T a n t o en u n c a s o
c o m o en o t r o nos e n c o n t r a m o s en u n a c o r t e con u n a n o b l e z a a la
q u e u n brillante p a p e l d e c o m p a r s a d e b e h a c e r olvidar las a m a r g u -
r a s d e su domesticación. E n u n caso v e m o s c ó m o se f o r m a l a u n i -
d a d d e la «nobleza de sangre» y de la «nobleza de escuela», d e la
«corte» y de la « c i u d a d » , unidad q u e a c u s a , a pesar de sus graves
contradicciones, ciertas convergencias d e interés, y q u e i m p o n e a d e -
m á s el p o d e r central a b s o l u t o ; en el o t r o caso, unidad d e e s t r u c t u r a
análoga, c o m u n i ó n d e t o d a la clase caballeresca en u n a m i s m a c o n -
ciencia d e sí m i s m a , e s t i m u l a d a p o r los señores p a r a servir d e antí-
d o t o a los a n t a g o n i s m o s económicos y políticos. E n a m b o s casos
u n a v e r d a d e r a fascinación e m a n a b a d e este ideal m o r a l y estético
y de la concepción del h o m b r e q u e en él se e n c e r r a b a , l o q u e p e r -
mitió ver a los tipos ideales del c a b a l l e r o c o r t e s a n o y del Honnéte
homme sobrevivir d u r a n t e m u c h o t i e m p o a las circunstancias his-
tóricas q u e h a b í a n d e t e r m i n a d o su génesis.
E s t a última o b s e r v a c i ó n nos lleva a otras consideraciones. L a
fascinación d u r a d e r a q u e ejercen estos m o d e l o s ideales se explica
p o r el h e c h o de q u e se t r a t a de v e r d a d e r o s descubrimientos q u e , p o r
la m i s m a razón q u e los de las ciencias d e la naturaleza, c o n s t i t u y e n
hitos del p r o g r e s o . P o r ello son, a n u e s t r o entender, e l e m e n t o s dig-
nos d e ser considerados con t o d a r a z ó n esenciales y constitutivos del
significado de la historia, si es que éste existe, y p a s a r a l a s g e n e -
raciones siguientes.
L o s m o m e n t o s históricos en que los n u e v o s ideales, t e m a s , es-
tilos y géneros h a c e n su aparición son, c o m o ya hemos d i c h o , a q u e -
llos m o m e n t o s en q u e las t r a n s f o r m a c i o n e s d e la i n f r a e s t r u c t u r a
social r o m p e n la e s t r u c t u r a ideológica existente y las f o r m a s litera-
rias correspondientes p a r a establecer u n a n u e v a tradición. A estos
m o m e n t o s suelen s u c e d e r largas é p o c a s d u r a n t e las cuales diríase
q u e la Weltgeist descansa. El sismógrafo d e la literatura registra
ú n i c a m e n t e oscilaciones m í n i m a s . El a r s e n a l de formas d e la é p o c a
recién definida p e r m a n e c e constante y a p a r e n t e m e n t e invariable d u -
rante un período considerable, p o r q u e estas f o r m a s son susceptibles
lie servir de vehículo a las t r a n s f o r m a c i o n e s , a h o r a m á s l e n t a s , de
la sociedad; d i c h o d e o t r o m o d o , siguen siendo medios a d e c u a d o s
para trasladar la r e a l i d a d a u n c o n j u n t o estético c o h e r e n t e . U n a de
las larcas principales del historiador de la literatura es el d e s c u b r i r
evolución casi imperceptible de su función en aquellas épocas en
ipie n o se manifiesta en la historia d e la literatura n i n g u n a solución
de continuidad.
Suele o c u r r i r q u e formas y g é n e r o s cuyo o c a s o p a r e c e corres-
p o n d e r al de u n a é p o c a d e t e r m i n a d a , sobreviven, sin e m b a r g o , sir-
ven incluso d e m a n i f i e s t o a u n a n u e v a época; esto se p r o d u c e c u a n -
d o e n c a r n a n d o d e u n a f o r m a s u m a m e n t e radical, en el o r d e n d e
ios conflictos literarios, la dialéctica histórica de la é p o c a anterior,
estas f o r m a s y estos géneros se h a n convertido ellos m i s m o s en
teatro, m á s a ú n , e n agentes, de p a s o a n u e v o s c o n t e n i d o s . E l exegeta
se e n c u e n t r a e n t o n c e s ante u n c a s o p a r t i c u l a r y e x t r a o r d i n a r i a m e n t e
interesante d e la relación entre la f o r m a y el f o n d o . U n ejemplo
e x t r a o r d i n a r i a m e n t e interesante es el q u e nos ofrece Astrée, de
I lonoré d ' U r f é . E s t a novela pastoril n o s obliga en p r i n c i p i o a plan-
tearnos u n a c u e s t i ó n s u m a m e n t e i m p o r t a n t e : ¿ c ó m o es posible es-
tablecer u n a r e l a c i ó n entre realidad y literatura y c ó m o p u e d e n sa-
carse consecuencias váüdas d e esta relación, c u a n d o n o s hallamos
unte u n a o b r a q u e p a r e c e i g n o r a r t o t a l m e n t e la realidad?
L a acción d e Astrée se desarrolla en u n m u n d o e x a c t a m e n t e
localizado en el t i e m p o y en el espacio, p e r o q u e , n o obstante,
queda al m a r g e n d e t o d a existencia r e a l o posible, y sólo t o m a cuer-
p o d u r a n t e u n a s h o r a s en las evasiones pastoriles del S a l ó n d e R a m -
bouillet. E s t o n o i m p i d e el q u e U r f é h a y a p r e t e n d i d o h a c e r d e su
o b r a u n a n o v e l a educativa d e d i c a d a a la sociedad m u n d a n a de su
época. Este p r o p ó s i t o significa y a u n cambio d e o r i e n t a c i ó n total
con respecto a l o q u e siempre h a b í a constituido la esencia de la
literatura b u c ó l i c a ; en efecto, ésta, d e s d e sus orígenes, h a b í a inten-
t a d o casi exclusivamente la realización, al m e n o s a nivel del arte,
del viejo s u e ñ o d e la edad d e o r o y de su libertad. L o s pastores
arcadianos de u n S a n n a z a r o vivían t o d a v í a en u n m u n d o c u y a ú n i c a
ley era la f a h a d e ley — c o m o e n La abadía de Théléme, de Rabe-
lais—. L a l i b e r t a d completa en m a t e r i a de a m o r y l a ausencia d e
l o d o sentimiento d e culpabilidad (ya q u e éste n o p u e d e existir si n o
hay leyes) son los rasgos q u e c a r a c t e r i z a n la e d a d d e o r o . P e r o
La Arcadia, d e T a s s o , que es sólo u n pálido reflejo d e la edad d e
oro, a p a r e c e y a oscurecida p o r la s o m b r a a m e n a z a d o r a d e las con-
venciones: la t i r a n í a del h o n o r es el e n e m i g o de la l i b e r t a d a m a t o r i a .
Y si T a s s o p u d o todavía e n u n c i a r c o m o principio s u p r e m o de su
universo p a s t o r a l s'ei pieace, ei lice (todo lo q u e gusta está p e r m i -
tido), G u a r i n i , fiel al espíritu d e la C o n t r a r r e f o r m a , sustituye en su
Pastor fido este p r i n c i p o p o r el siguiente: Piaccia, se lice (ha d e
quererse lo q u e está permitido). E l espíritu q u e reina en Astrée
podría c o n d e n s a r s e en la f ó r m u l a siguiente: « H a y q u e querer l o

59
q u e está prescrito». D e repente, la l i b e r t a d ideal de La Arcadia es
susliluida p o r su c o n t r a r i o . Esto exige ciertas explicaciones.
A p r i m e r a vista p o d r í a pensarse q u e el m u n d o de Astrée es el
m i s m o q u e el de o b r a s anteriores pertenecientes al m i s m o g é n e r o :
los pastores son libres de t o d a c o a c c i ó n exterior y n o c o n o c e n la
necesidad; el v e r d a d e r o trabajo es a l g o t a n d e s c o n o c i d o c o m o
la g u e r r a . Su ú n i c a o c u p a c i ó n es el a m o r . P e r o si e x a m i n a m o s la
o b r a c o n m a y o r d e t e n c i ó n o b s e r v a r e m o s u n a serie d e c a m b i o s fim-
d a m e n t a l e s con r e s p e c t o a la t r a d i c i ó n a r c a d i a n a . L a a p a c i b l e so-
ciedad q u e d ' U r f é i m a g i n a viviendo e n el siglo v en las t r a n q u i l a s
orillas del L i g n o n p o s e e u n a e s t r u c t u r a j e r á r q u i c a semejante a la de
la sociedad c o n t e m p o r á n e a . Las ninfas r e p r e s e n t a n a l a alta n o -
bleza, los druidas al clero y los pastores a las diferentes c a p a s d e la
n o b l e z a y de la b u r g u e s í a ; el p u e b l o , simplemente, n o existe. E l
ideal h u m a n i s t a d e la fehcidad procul negotiis se h a t r a n s f o r m a d o
i m p e r c e p t i b l e m e n t e en u n principio de r e n u n c i a a t o d a a m b i c i ó n
política. E l dios A m o r reina con las prerrogativas d e u n m o n a r c a
absoluto. Su legislación se basa en las d o c e leyes del a m o r , l a últi-
m a d e las cuales define c o m o c r i m e n d e lesa majestad t o d a infrac-
ción cometida en c o n t r a . E n virtud d e estas leyes el a m o r se c o n -
vierte en el arte de someterse. Sólo la m u j e r a m a d a tiene el d e r e c h o
d e interpretarlas y d e disponer de la s u e r t e del h o m b r e . « E s preciso
•—explica Astrée a s u C é l a d o n — q u e m i s deseos sean destinos, mis
opiniones r a z o n e s y mis órdenes leyes inviolables.» C é l a d o n , ese
m o d e l o d e obediencia, haUa al m e n o s u n a v e z valor p a r a c o n t e m p l a r
en secreto los e n c a n t o s de su a m a d a . U n h e c h o q u e n o es cierta-
m e n t e d e m a s i a d o g r a v e , p e r o el castigo n o se h a c e e s p e r a r : « M u e r e ,
p é r f i d o — e x c l a m a A s t r é e — p a r a e x p i a r t u crimen». C é l a d o n n o cree
ni t e n e r d e r e c h o siquiera a elegir la f o r m a de su m u e r t e : « ¿ D e q u é
m u e r t e queréis q u e y o perezca?». E l m i s m o C é l a d o n d e c l a r a abierta-
m e n t e q u e el v e r d a d e r o a m a n t e , el q u e o b e d e c e las leyes del a m o r ,
«deja de ser h o m b r e » . E n las Arcadia d e los predecesores, p o r el
c o n t r a r i o , el a m o r e r a p r e c i s a m e n t e la realización de la c o n d i c i ó n
h u m a n a . M i e n t r a s q u e antes la l i b e r t a d individual b a s t a b a p o r sí
sola p a r a d o t a r al u n i v e r s o pastoril d e u n o r d e n a r m o n i o s o , a h o r a
v e m o s c ó m o las acciones de los individuos h a n de s o m e t e r s e a u n a
rígida reglamentación, proveniente d e l o alto. L a libertad absoluta
deja paso a u n a disciplina férrea. L a v o l u n t a d del i n d i v i d u o n o tie-
ne m á s misión q u e la de obligar a las inclinaciones e instintos a s o -
meterse a la ley: « H a y q u e q u e r e r l o q u e está prescrito». N o c a b e
d u d a lie que nos h a l l a m o s ante la c o n c e p c i ó n absolutista del p o d e r
p r o y e c t a d a sobre el u n i v e r s o de La Arcadia y recibiendo d e ella su
consagración poética. C o n H o n o r é d ' U r f é , c a n t o r de E n r i q u e I V ,

60
el rey c u y o p u ñ o d e hierro e r a l a garantía d e la p a z , la dialéctica
inmanente a l a novela pastoril sufre u n c a m b i o esencial: el o r d e n
no procede y a d e l a Ubertad, ésta se sacrifica a u n o r d e n impuesto.
Iln su Arcadia n o q u e d a n y a restos de la i n o c e n c i a d e la edad d e
oro. L a fe d e los h u m a n i s t a s , q u e c r e í a n en la b o n d a d n a t u r a l del
h o m b r e y en l a posibilidad q u e éste tenía que realizarse en la liber-
tad, n o h a p o d i d o resistir el c a o s d e las guerras de religión. L a é p o -
ca estaba s i t u a d a bajo el signo del p e c a d o original y e r a inevitable
que la ley i m p u s i e r a su y u g o s o b r e el m i s m o E d é n i m a g i n a r i o de la
literatura b u c ó l i c a . Y nos h a l l a m o s c o n que a h o r a la sumisión p a r e -
ce ser la f o r m a d e vida m á s n a t u r a l p a r a el i n d i v i d u o . G r a c i a s al
prestigio de La Arcadia es posible m a n t e n e r la ficción de que esta
esclavitud es l i b r e m e n t e a c e p t a d a .
P e r o H o n o r é d ' U r f é n o es sólo u n p r o p a g a n d i s t a b i e n intencio-
n a d o del E s t a d o absolutista, c o n t i n u a d o r a su m o d o d e la obra d e
Jean Bodin y d e los llamados políticos; es t a m b i é n u n g r a n escritor,
l i a sabido dejar u n hueco en su o b r a al a n t a g o n i s m o e n t r e el ins-
tinto de l i b e r t a d individual y la r e g l a m e n t a c i ó n n o r m a t i v a de la vida.
11 y las, en q u i e n L a F o n t a i n e veía al « v e r d a d e r o h é r o e d e Astrée,
más necesario en la novela q u e u n a d o c e n a d e C é l a d o n » , es la
personificación d e la libertad a m a t o r i a absoluta d e la e d a d de o r o .
E n él se d a n l a m a n o el o p t i m i s m o individuaUsta d e los humanistas
del R e n a c i m i e n t o y el hbertinaje del siglo x v n . Y se ve castigado d e
la f o r m a m á s c r u e l p a r a él: es obUgado a c o n t r a e r m a t r i m o n i o .
L a e d a d d e o r o y la A r c a d i a h a n c o n t r i b u i d o u n a v e z m á s , e n
Astrée, a la edificación de u n p a r a í s o literario; la n o v e l a d e H o n o r é
d'Urfé h a c e e n t r e v e r la posibilidad de u n a sociedad en la que el
hombre logre r e c u p e r a r sin t r a b a s la unidad d e su n a t u r a l e z a origi-
nal. Y s o l a m e n t e p o r q u e la v i d a y el a m o r se identifican todavía
es posible c r e a r la ilusión de q u e la aspiración individual a la liber-
tad sabrá h a l l a r satisfacción e n el m a r c o del o r d e n preestablecido.
En realidad el principio de la l i b e r t a d individual se sacrifica definiti-
vamente al p r i n c i p i o de la n o r m a i m p u e s t a y la dialéctica temática
de la novela pastoril llega a su t é r m i n o . A h o r a p o d r e m o s c o m -
prender c ó m o u n género literario, c u y o tañido f ú n e b r e hubiera d e -
bido coincidir c o n el de la é p o c a q u e le vio n a c e r , h a p o d i d o sumi-
nistrar a la é p o c a siguiente los rasgos fundamentales de su f o r m a
de c o m p r e n d e r al h o m b r e y la sociedad. E n este p e r í o d o de transi-
ción la n o v e l a pastoril ha r e a l i z a d o t o d o lo q u e p o d í a esperarse de
ella, p e r o al m i s m o tiempo h a c o n t r a d i c h o su p r o p i a r a z ó n de ser y
se ha c o n d e n a d o ella m i s m a . C h a r l e s Sorel p u d o p a r o d i a r , en su
Berger Extravagant, u n g é n e r o q u e y a sólo servía p a r a satisfacer u n a
necesidad e n f e r m i z a de evasión.

61
A n t e r i o r m e n t e nos liemos p l a n t e a d o u n a serie d e cuestiones
acerca de la distancia q u e p a r e c e s e p a r a r siempre la ficción d e la
realidad. Podría p e n s a r s e q u e existe u n a b i s m o entre el m u n d o p a s -
toril de Astrée y la realidad francesa d e los p r i m e r o s d e c e n i o s del
siglo xvii; y sin e m b a r g o , ya h e m o s visto c ó m o las características
fundamentales de esta realidad se d a n t a m b i é n en el c a m p o d e l a
ficción; a u n q u e la realidad histórica q u i e r a disimularse b a j o m o t i -
vos, temas y f o r m a s tradicionales, sus c o n t o r n o s se m a n i f i e s t a n con
t a n t a claridad q u e n i u n a observación directa h u b i e r a s i d o m á s ins-
tructiva. R e c o r d e m o s aquí u n a frase d e Schiller e n t r e s a c a d a d e su
c o r r e s p o n d e n c i a c o n G o e t h e : « U n a representación poética, p o r el
simple h e c h o de ser a b s o l u t a m e n t e v e r d a d e r a , n o p o d r í a coincidir
con la realidad». E s t a frase n o significa t a n sólo el r e c h a z o de u n a
estética naturalista. E n u n c i a la n e c e s i d a d d e u n a distanciación p a r a
q u e el a r t e p u e d a h a c e r sensible la v e r d a d e r a naturaleza d e la reali-
d a d . P e r o la r e p r e s e n t a c i ó n de la esencia, es Hegel q u i e n n o s l o ha
e n s e ñ a d o , implica u n d o m i n i o d e la t o t a l i d a d de la r e a l i d a d histó-
rica en cuestión. E l a r t e n o está a la a l t u r a de esta t a r e a —^y a h o r a
nos remitimos a L u k á c s — m á s que en la m e d i d a q u e es c a p a z de
sustituir la totalidad extensiva de lo r e a l p o r la totalidad intensiva
d e la coherencia estética de la o b r a literaria. P a r a realizar este obje-
tivo es preciso, en p r i m e r lugar, seleccionar c o r r e c t a m e n t e los datos
q u e se t o m a n de la r e a h d a d ; en s e g u n d o lugar, intensificarlos; en
tercer lugar, c o n c r e t a r l o s en f o r m a d e conflictos h u m a n o s , y p o r
último, aunarlos convirtiéndolos en e l e m e n t o s constitutivos de u n a
u n i d a d de significación q u e e n g e n d r e la f o r m a y reciba d e ella el
p o d e r d e concebir la r e a h d a d artística. ¿Cuáles son los m e d i o s q u e
p e r m i t e n esta trasposición de la r e a l i d a d e n o b r a de arte? ¿ E s posi-
ble, en c a d a caso c o n c r e t o , hacerlos surgir n e c e s a r i a m e n t e d e la r e a -
lidad histórica c o r r e s p o n d i e n t e o a d a p t a r l o s a ésta? R e s p o n d e r afir-
m a t i v a m e n t e e q u i v a l d r í a a elevar definitivamente la sociología lite-
raria histórica a la categoría de u n a ciencia d e la literatura y c o n c e -
derle el d e r e c h o a emitir juicios estéticos irrefutables.

Balzac dijo en a l g u n a p a r t e : «El a r t e n o es m á s q u e la n a t u r a -


leza c o n c e n t r a d a » . L a n a t u r a l e z a de l a q u e él habla es u n a n a t u r a l e z a
históricamente c o n d i c i o n a d a . E s t u d i a n d o a Balzac, L u k á c s se ha
d a d o cuenta de q u e era necesario c o m p l e t a r la categoría d e la
totalidad con la categoría de lo excepcional. H u b i e r a p o d i d o i n v o c a r
el testimonio de F l a u b e r t según el cual el a r t e se basa en la exagera-
ción. L o excepcional r e s u m e los e l e m e n t o s dispersos y ocultos de
la realidad en su esencia, funde — r e c u r r i e n d o u n a v e z m á s a L u -
kács lo general y l o típico en u n c a r á c t e r y lo r e i n d i v i d u a h z a en
personajes y en destinos. Esta reindividualización de lo general n o

62
He aplica s o l a m e n t e a los personajes, sino t a m b i é n a los diversos m o -
M i e i i l o s d e la a c c i ó n , a los conflictos, reacciones y decisiones d e los
pcisonajes. Y t o d o s estos e l e m e n t o s juntos n o b a s t a r í a n t a m p o c o
pura c a p t a r la totalidad si n o estuvieran a g r u p a d o s m e d i a n t e i m a
relación r e c í p r o c a especial, en u n a constelación q u e es la única q u e
p i i c i l c conferir a la acción y a l a solución de los conflictos su nece-
Nidad interna.
H e t r a t a d o d e aplicar estos principios herméticos en u n p e q u e ñ o
^Hbro sobre La Princesa de Cléves, d e M m e . de L a F a y e t t e . " M e limi-
taré a ofrecer a q u í u n a r á p i d a visión d e los r e s u l t a d o s obtenidos,
líl tema c e n t r a l d e la novela, la r e n u n c i a a la saciedad d e la pasión
amorosa en el m o m e n t o m i s m o en q u e la felicidad resulta posible,
constituye u n a trasposición d e la sumisión de la a u t o n o m í a indi-
vidual a las n o r m a s éticas y políticas del E s t a d o absolutista e n
el m o m e n t o de su apogeo. H u m a n a m e n t e h a b l a n d o es u n a decisión
del todo singular y es evidente q u e sólo p u e d e explicarse p o r la n e -
cesidad i n t e r n a d e la acción. E s t a necesidad h a s i d o h e c h a posible
por u n a e s c e n a q u e los críticos c o n t e m p o r á n e o s h a n calificado n o
sólo de « e x t r a o r d i n a r i a » , s i n o q u e h a n c o n d e n a d o i n c l u s o c o m o «in-
verosímil» es decir, « e x t r a v a g a n t e » : es la escena en q u e la Princesa
confiesa a su m a r i d o que a m a al d u q u e de N e m o u r s , confesión q u e
el azar h a c e q u e presencie este ú l t i m o . Esta escena constituye u n a
peripecia en el sentido que Aristóteles d a b a a esta p a l a b r a . Sólo es
estéticamente posible en la m e d i d a en que hacia ella convergen t o -
dos los c a m i n o s abiertos a lo l a r g o de los episodios precedentes,
tanto p o r el d e s a r r o l l o de los incidentes exteriores c o m o p o r la e v o -
lución d e los c a r a c t e r e s . E n t o d o s estos episodios se cristaUzan rela-
ciones sociales y conflictos psicológicos, éstos p r o d u c t o d e aquéllas.
El carácter excepcional de la r e n u n c i a al a m o r , h e c h o posible p o r
lo que de excepcional y c u i d a d o s a m e n t e p r e p a r a d o h a y en la peri-
pecia, r e p r o d u c e bajo forma de u n destino individual la realidad del
Estado absolutista en su totalidad. L a única cosa q u e el a u t o r n o
motiva p e r f e c t a m e n t e es el a z a r q u e h a c e que el c o n d e d e N e m o u r s
sea testigo d e l a confesión. E s t o lleva al exegeta a c o n c e b i r el azar
c o m o u n a d e las manifestaciones d e la necesidad y a v e r en él u n
medio e x t r a o r d i n a r i o , p e r o peligroso p a r a el a u t o r , d e t r a n s f o r m a r
c o n c é n t r i c a m e n t e la totalidad extensiva en totalidad intensiva de la
obra de a r t e . « E l azar —escribe B a l z a c — es el m e j o r novelista del
mundo.»
El genio d e u n escritor consiste en inventar situaciones, c h o -
ques y m o t i v o s q u e creen la f o r m a a través de sus proporciones y

5 Madame de la Fayette La Príncesse de Clevés. Smdien zur Form des klassischen


Romans, Hamburg 1959.

63
sus relaciones r e c í p r o c a s , y q u e sean c a p a c e s de lograr i m a u n i d a d
estética y de p e r m i t i r q u e el t e m a se desarrolle con t o d a s sus a n t i -
n o m i a s . L a escena de la confesión en La Princesa de Cléves es u n
liallazgo genial d e este tipo. P a r a h a c e r m á s explícito l o q u e a c a b a -
m o s de decir t o m a r e m o s o t r o ejemplo del a b a t e P r é v o s t : u n a esce-
n a en la q u e se c a p t a e x t r a o r d i n a r i a m e n t e b i e n el p r o c e s o p o r el cual
u n e s t a d o de infraestructuras se convierte e n motivos literarios y en
estructuras psicológicas.
A l fataUsmo y a la aspiración d u r a n t e t a n t o t i e m p o n e g a d a a
la felicidad individual — e l u n o y la o t r a síntomas en los q u e se
manifiesta la disgregación creciente d e l a sociedad del A n t i g u o R é -
g i m e n — c o r r e s p o n d e e n la literatura la concepción del a m o r c o m o
pasión d e m o n í a c a y fatal. Si a pesar d e t o d o halla tal a c o g i d a , esto
se debe a que la r i q u e z a afectiva q u e p e r m i t e descubrir c o n f i r m a
el sentimiento q u e tienen los individuos d e ser únicos e i r r e m p l a -
zables.
L a fatalidad m i s m a de la pasión es u n a garantía d e q u e la exis-
tencia p u e d e tener u n sentido. P a r a a f i r m a r su d e r e c h o a la vida
el individuo invoca la c a p a c i d a d d e experiencia del c o r a z ó n . E s t e
es el p u n t o de vista del caballero D e s G r i e u x , esta es la p o s t u r a q u e
defiende a p a s i o n a d a m e n t e en la discusión c o n su a m i g o , el p i a d o s o
Tiberge.
E l azar origina en Manon Lescaut casi todos los a c o n t e c i m i e n -
tos d e la acción, incluido el e n c u e n t r o inicial, es u n a c a t e g o r í a d e
experiencia q u e c o n t r a d i c e c l a r a m e n t e l a a u t o n o m í a h i u n a n a . P e r o
t r a n s f o r m a el destino en general en u n destino p a r t i c u l a r q u e c o n -
fiere al h o m b r e la conciencia de su inalienable individualidad. A h o r a
bien, este m i s m o azar, c o m o se dice e x p r e s a m e n t e en la n o v e l a , h a c e
a los h o m b r e s p o b r e s o ricos, nobles o miserables. N o s h a l l a m o s a q u í
a n t e el reflejo d e l a experiencia p r o f u n d a d e u n a época q u e h a vivi-
d o la quiebra catastrófica d e la política financiera, la inflación q u e
ha seguido a las experiencias a v e n t u r e r a s de L a w y el e n r i q u e c i -
m i e n t o inaudito d e los financieros y los especuladores. E l p u e s t o del
individuo en la sociedad se concibe c o m o algo d e t e r m i n a d o p o r la
m á s p u r a a r b i t r a r i e d a d . L o q u e el d e s t i n o fatal reserva p a r a M a n o n
y Des G r i e u x es la p o b r e z a y, p o r consiguiente, su d e s t i n o está en
función del d i n e r o . M a n o n e n g a ñ a a su caballero en tres ocasiones
y las tres veces se d e b e a la falta de d i n e r o y a que, c o m o ella dice
«la fidelidad en la p o b r e z a es u n a v i r t u d estúpida». L a s leyes q u e
rigen la vida e c o n ó m i c a son i m p e n e t r a b l e s p a r a los c o n t e m p o r á n e o s
de Prévost y sólo se manifiestan m e d i a n t e cambios fortuitos; son
ellas las que rigen el destino de D e s G r i e u x . D e esta f o r m a la m á s
liunuina de todas las relaciones pasa d e la categoría d e cuaUdad p u r a

64
a la de c a n t i d a d p u r a , p e r o d e esto el p o b r e D e s G r i e u x es t o t a l m e n -
te inconsciente. P r é v o s t tiene u n a i d e a genial p a r a i l u s t r a r este esta-
llo de cosas. C u a n d o M a n o n se v e n d e p o r tercera v e z envía, c o n
toda inocencia, a l c a b a l l e r o q u e se desespera a u n a b o n i t a prostituta
tfiic debe sustituirla. Señalemos d e p a s a d a q u e M a n o n e n t r e g a a esta
joven u n a c a n t i d a d m e n o r a la q u e ella pide p a r a sí m i s m a , si bien
es cierto q u e a t r i b u y e a su sustituta u n v a l o r p r á c t i c a m e n t e igual al
s u y o p r o p i o . E l a m o r , p o r t a n t o , es p a r a M a n o n algo q u e se inter-
c a m b i a y se v e n d e c o m o u n p r o d u c t o ; h a a p r e n d i d o i n c l u s o a espe-
cular con la plusvalía. M a n o n i g n o r a el p u d o r p o r q u e e n ella existe
la indiferencia d e f d i n e r o p o r t o d o v a l o r m o r a l e n c a r n a d o ; a través
d e ella el d i n e r o , el d i n e r o sin olor, d e t e r m i n a la n a t u r a l e z a d e sus
relaciones c o n D e s G r i e u x y las relaciones de los a m a n t e s c o n el
m u n d o . M a n o n es i m o d e esos tipos individualizados q u e r e s u m e n
en un c a r á c t e r f u e r a d e lo c o m ú n , la r e a h d a d e c o n ó m i c a y sus con-
secuencias sociales. N o sospecha la existencia de valores m o r a l e s y
esto hace q u e se refleje, en su psicología, la cosificación d e las rela-
ciones h u m a n a s . R e s u m a m o s , p u e s : el a z a r c o n s i d e r a d o c o m o m a n i -
festación d e u n a existencia d e t e r m i n a d a ciegamente p o r el d i n e r o
y el r e i n o del d i n e r o m i s m o definen la intriga d e n u e s t r a novela,
t r a n s f o r m a n el a m o r en m e r c a n c í a , c o n f o r m a n el c a r á c t e r d e M a -
non, la falta d e v o l u n t a d y la d e c a d e n c i a m o r a l d e D e s G r i e u x , p r o -
vocan las p e r i p e c i a s y, en u n a p a l a b r a , son elementos constitutivos
d e la obra en su f o r m a y en su f o n d o . E s t a experiencia d e la vida,
t r a n s f o r m a d a c o n s e c u e n t e m e n t e e n intriga y en psicología, n o podía
llevar a fin d e c u e n t a s m á s q u e a u n desenlace trágico d e la historia
de amor.
Llego a h o r a a u n último e j e m p l o d e las posibles aplicaciones d e
nuestro m é t o d o . S e t r a t a esta v e z d e Madame Bovary o, mejor
dicho, de u n a s p e c t o d e la n o v e l a q u e n o s p a r e c e esencial.
E n la c o r r e s p o n d e n c i a d e F l a u b e r t sobresale, e n t r e n u m e r o s a s
ideas teóricas s o b r e el p r o b l e m a d e la composición, ideas c u y o p r o -
fLindo interés p a r a l a crítica literaria es inútil r e c o r d a r aquí, vma
idea q u e n o s i m p r e s i o n a especialmente p o r su a s p e c t o p a r a d ó j i c o .
Se refiere a l a r e p r e s e n t a c i ó n p o é t i c a d e la realidad. R e p r e s e n t a r
las cosas tal c o m o s o n verosímilmente, en su esencia, p o r lo tanto,
y n o sólo en su apariencia, esto se l l a m a en el lenguaje d e F l a u b e r t
«ser m á s lógico q u e el azar d e las cosas». Es evidente q u e esta
exigencia e n t r a ñ a consecuencias t a n t o e n lo q u e se refiere al conte-
nido c o m o a la f o r m a o, mejor d i c h o , q u e p r e s u p o n e y a la n o c i ó n
d e la u n i d a d dialéctica de estos d o s principios. E n el caso c o n c r e -
to de Madame Bovary esto significa q u e h a y q u e o r g a n i z a r la acción
d e u n a f o r m a m á s lógica, m á s «necesaria» que e n el c a s o d e ese

65
h e c h o concreto q u e el a u t o r ha elegido e n t r e los i n n u m e r a b l e s acon-
tecimientos r e a l m e n t e ocurridos, p o r q u e l o e n c o n t r a b a sintomáti-
c o —este incidente n o llevaba la m a r c a de ese c a r á c t e r específica-
m e n t e fortuito q u e es el signo q u e caracteriza la r e a l i d a d total—.
El «azar o r g a n i z a d o lógicamente», e n c a r g a d o p o r l o t a n t o de
representar la esencia d e la realidad b a j o la f o r m a de u n a necesidad
interna, resulta sensible a n t e t o d o e n la o r d e n a c i ó n de los episodios
y de los «cuadros» en la i n t e r d e p e n d e n c i a lograda e n t r e estos ele-
m e n t o s constitutivos del azar. N u e s t r a interpretación d e b e r á partir,
p o r l o tanto, d e u n e x a m e n e s t r u c t u r a l .
U n gran filósofo q u e está l l e v a n d o a c a b o fructuosas incur-
siones en el c a m p o d e la historia literaria, m e refiero a v o n W a r t -
b u r g , h a d e d i c a d o u n estudio a la c o m p o s i c i ó n de Madame Bovary
y h a llegado a conclusiones irrefutables.'' N o s p e r m i t i r e m o s resumir-
las aquí c o m p l e t á n d o l a s en algunos aspectos.
Bajo la división formal en tres p a r t e s se oculta, a o t r o nivel
u n a o r d e n a c i ó n m u c h o m á s i m p o r t a n t e c u y a s n u e v e articulaciones
c o r r e s p o n d e n a las diversas etapas del destino de E m m a d e la mis-
m a f o r m a q u e m a r c a n su evolución interior. Estas n u e v e partes
o c u p a n t a n t o en lo q u e se refiere al c o n t e n i d o c o m o a la técnica
n a r r a t i v a posiciones distribuidas según las leyes de la m á s rigurosa
simetría. Así se c o r r e s p o n d e n la p r i m e r a y la n o v e n a p a r t e , la se-
g u n d a y la octava, la tercera y la séptima, la c u a r t a y la sexta. Si
q u e r e m o s e x a m i n a r o t r o nivel d e e s t r u c t u r a , el del leit-motiv —ei
espejo, el m e n d i g o ciego, la pareja d e E m m a en el baile del castillo
de Vaubyessard, la v e n t a n a — v e r e m o s c ó m o se c o n f i r m a la sime-
tría y las consecuencias q u e de ello p o d e m o s sacar. L a q u i n t a parte,
la m á s corta, q u e d a aislada. Las o t r a s se a g r u p a n c o n c é n t r i c a m e n t e
en t o r n o a ésta, q u e p o r o t r a p a r t e se halla situada casi e x a c t a m e n t e
en el centro d e la novela, convirtiéndose así c l a r a m e n t e en n ú c l e o
del conjunto. P e r o esta posición c e n t r a l q u e le confiere l a forma,
¿se justifica desde el p u n t o de vista del contenido? ¿Su p a p e l p r e -
d o m i n a n t e se d e s p r e n d e de su inserción o r g á n i c a en la u n i d a d esté-
tica de la obra, refleja al m i s m o t i e m p o u n rasgo f u n d a m e n t a l d e la
realidad histórica? E l episodio del p i e e n f e r m o , pues de él se trata,
¿es c a p a z de d e s e m p e ñ a r esa función axial q u e la e s t r u c t u r a formal
le atribuye?
E m m a Bovary, a b u r r i d a de la vanaUdad de su v i d a conyugal
con Carlos, e n c a r n a c i ó n de la n u l i d a d p e q u e ñ o - b u r g u e s a , t r a t a de
realizar sus sueños r o m á n t i c o s de «felicidad», de «pasión» y d e «em-
briaguez» entregándose a Rodolfo. P e r o esta u n i ó n a l c a n z a m u y

T «riauhert ais Gcstaltcr». en Deutsche Víeríelfolleresscrift f/r Literaturwissenschaft uiiít


OtlIlleMesMdite IV (1941), pp. 208-221.

66
(iiiiMii) la «vulgaridad» y la trivialidad de u n a « l l a m a doméstica»,
le r e c u e r d a cruelmente su m a t r i m o n i o . L l e v a d a p o r los r e m o r -
dlniíciitos (remordimientos o r i g i n a d o s , p o r otra p a r t e , m á s p o r la
iIcNilusión q u e p o r la razón) E m m a decide e m p u j a r a Carlos a u n a
timprcsa q u e libere su vida c o m ú n del e m b o t a m i e n t o de la mediocri-
ilitii. G u i a d a p o r su a m b i c i ó n social E m m a h a b í a convencido a
("arlos p a r a q u e a b a n d o n a r a n T o s t e s y se establecieran en YonviUe.
Hoy quisiera q u e Carlos, o p e r a n d o al e n f e r m o del pie, alcanzara
una reputación q u e justificara su m a t r ú n o n i o y p r o p o r c i o n a r a u n a
NHlislacción a su necesidad m o r b o s a d e ilusiones, sin salirse del m a r -
co tic la m o r a l burguesa. C a r l o s fracasa l a m e n t a b l e m e n t e . L a últi-
ma o p o r t u n i d a d d e su vida e n c o m ú n se desvanece. E m m a obtiene
exactamente la finalidad c o n t r a r i a a la que se h a b í a p r o p u e s t o . E l
«•pisodio del p i e enfermo c o n s t i t u y e la catástrofe d e la acción y
constituye su peripecia en el s e n t i d o aristotélico. C u m p l e su misión
de forma m u y compleja. E l a c o n t e c i m i e n t o en sí m i s m o representa
el punto c u l m i n a n t e de la acción, d e t e r m i n a t o d o lo q u e h a de venir.
Masía este m o m e n t o el a m o r d e E m m a p o r R o d o l f o h a b í a sido sen-
(jincnlal y e x a l t a d o , respetuoso en sus apariencias, p e r o a h o r a n u e s -
tra heroína p i e r d e todo freno y d a muestras d e su d e g r a d a c i ó n
moral. R e n u n c i a definitivamente a llevar u n a vida d e c e n t e .
V a m o s a d e t e n e r n o s u n o s instantes en algunos otros aspectos
de este episodio central. N o es s o l a m e n t e la falta d e aptitud profe-
«lonal de C a r l o s sino la m i s m a i n c a p a c i d a d p o r p a r t e d e E m m a , de
ver a su m a r i d o tal c o m o es, lo q u e c o n d e n a al f r a c a s o la tentativa
hecha p o r E m m a p a r a escapar a s u destino. F l a u b e r t h a c u m p l i d o
por lo t a n t o la p r i m e r a condición estética de la «necesidad» interna
«le la peripecia: la lógica de los c a r a c t e r e s , a la q u e se a ñ a d e su d e -
xa rrol lo psicológico anterior. S i g u i e n d o a la p r i m e r a , definida por la
loiiua y p o r la simetría, esta s e g u n d a c a p a de m o t i v a c i ó n concreta
una tercera, m á s general, m e d i a d o r a , que l l a m a r e m o s c a p a ideoló-
Ijica. Desde este p u n t o de vista la peripecia del episodio d e la opera-
ción se nos ofrece c o m o u n a colisión entre la «estupidez burguesa»
(i-ncarnada c o n u n a mezcla de c r u e l d a d y de ironía en la figura de
esa buena p e r s o n a q u e es Carlos) y la ilusión, c o n t r a d i c c i ó n de la
primera, p e r o q u e aquélla ha c r e a d o p e n s a n d o hallar en ella u n a
tullía de salvación. E n esta colisión c u l m i n a u n t e m a fundamental
tic la novela en su totalidad. L a s Mneas determinantes d e o r d e n psi-
cológico y d e c a r á c t e r , así c o m o ideológico, q u e son o t r a s tantas
lincas de m o t i v a c i ó n puestas en m a r c h a desde el principio, conver-
gen en la peripecia. Esta m i s m a p e r i p e c i a consagra, en virtud de su
posición d e n t r o d e la estructura, la fusión orgánica d e estos deter-
minantes.

67
Y a es posible adivinar, a través d e l a c a p a ideológica d e las
motivaciones, los aspectos d e la i n f r a e s t r u c t u r a social q u e influ-
yen de f o r m a m á s d i r e c t a sobre n u e s t r a novela. Se n o s h a r á n m á s
patentes si dirigimos n u e s t r a m i r a d a al protagonista d e la escena-
peripecia. E s u n p r o t a g o n i s t a t o t a l m e n t e m o d e r n o : la m u j e r q u e p o r
a m b i c i ó n social a r r a s t r a a su m a r i d o a e m p r e s a s superiores a sus
fuerzas; —¿lo h a i n v e n t a d o F l a u b e r t o, d i c h o d e otro m o d o , h a sido
el p r i m e r o en h a l l a r l o ? — . P r o b a b l e m e n t e h a descubierto u n p r o b l e -
m a q u e n o p o d í a d e n i n g ú n m o d o p l a n t e a r s e antes d e esta época,
p o r q u e se trata d e u n t e m a q u e n a c e d e i m o d e los principios e c o n ó -
m i c o s y sociales d e la sociedad industrial m o d e r n a : el p r i n c i p i o de
la eficacia. Es la t r a n s f o r m a c i ó n q u e se p r o d u c e gracias a las c a p a s
de m e d i a c i ó n y d e m o t i v a c i ó n de las q u e h e m o s h a b l a d o , l a q u e
confiere a este t e m a , t o m a d o de la r e a l i d a d e c o n ó m i c a y social, su
valor afectivo, el q u e t r a d u c e esta r e a ü d a d en destino y p r o d u c e p o r
m e d i o d e la escena-peripecia, c o n d i c i o n a d a e s t r u c t u r a l m e n t e tal
c o m o está, la coincidencia e m i n e n t e m e n t e poética e n t r e el f o n d o y
la f o r m a . P o d e m o s p o r l o t a n t o a f i r m a r q u e la escena-peripecia,
a u n q u e c o n d i c i o n a d a p o r la estructura f o r m a l de la o b r a , la sancio-
n a a su vez. N o s h a l l a m o s ante la dialéctica ó p t i m a de la f o r m a y el
f o n d o q u e caracteriza a todas las g r a n d e s o b r a s d e a r t e .
N u e s t r a i n t e r p r e t a c i ó n , ¿va d e m a s i a d o lejos? ¿ H a b r e m o s olvi-
d a d o acaso las manifestaciones p o r las q u e F l a u b e r t se d e c l a r a b a
p a r t i d a r i o d e «el a r t e p o r el arte», al atribuirle t m c o n t a c t o litera-
r i o c o n la realidad t a n execrable de su época? N o l o c r e e m o s . E n
c u a l q u i e r caso n o h a y q u e p e r d e r d e vista q u e el p r o c e s o d e d e g r a -
d a c i ó n m o r a l de E m m a v a paralelo a s u r u i n a financiera, s o n las
d e u d a s las que la llevan a humillarse h a s t a l o m á s p r o f u n d o y la
e m p u j a n al suicidio, d e s p u é s de q u e l a n e g a t i v a de sus d o s a m a n t e s
a suministrarle d i n e r o le h a h e c h o c o m p r e n d e r definitivamente su
valor. L a novela t e r m i n a d e j a n d o e n t r e v e r las brillantes perspectivas
q u e se le abren a H o m a i s y la triste v i d a d e o b r e r a textil q u e espera
a la hija d e E m m a .
P i d o p e r m i s o p a r a a ñ a d i r u n a ú l t i m a observación. L a p e r i p e -
cia t r a d u c e en Madame Bovary u n d e s t i n o ineluctable. D i v i d e la
novela en dos p a r t e s d a n d o así f o r m a al e s q u e m a clásico: c r i m e n y
castigo, q u e p u e d e hallarse en n u m e r o s a s e i m p o r t a n t e s n o v e l a s de
la literatura universal. L a peripecia h a c e c o m p r e n d e r q u e el d e s t i n o
de E m m a n o tiene salida posible y e x p r e s a d e este m o d o esa diso-
n a n c i a f u n d a m e n t a l d e la novela q u e L u k á c s ha definido e n la si-
gnientc f ó r m u l a : Das Nicht-Eingehen-Wollen der Sinnesimmanenz
in das empirische Leben. («La imposibilidad de h a c e r coincidir el
significado i n m a n e n t e y la experiencia empírica de la vida.») L a

6 K
Inhii tic E m m a B o v a r y es, en ú l t i m a instancia, u n a falta sin culpabi-
llilml. Quizás estas reflexiones n o s p e r m i t a n c o m p r e n d e r p o r q u é .
I'.iilciulcremos así la frase de C a r l o s Bovary, la ú n i c a g r a n frase q u e
Im p r o n u n c i a d o e n su vida: «¡La c u l p a es de la fatalidad!»; así c o m o
l« frase de F l a u b e r t que nos h a s e r v i d o de p u n t o d e p a r t i d a : «Ser
inrts lógico q u e el a z a r de las cosas».
I l e t e n i d o el h o n o r d e señalar a n t e ustedes a l g u n a s d e las posi-
l i i l i d a i l e s d e la sociología literaria histórica y dialéctica y h e tenido
1 u i d i u l o de n o p e r d e r n u n c a d e vista la a u t o n o m í a estética del arte.
I'.l gran p e h g r o ^ e la sociología d e l a literatura consiste en u n so-
e l o l o g l s m o q u e desconozca esta a u t o n o m í a . M e gustaría citar p a r a
Irriniíiar u n pasaje d e u n a c a r t a d e F l a u b e r t a T u r g u e n i e v ; son pala-
bras q u e n o h a n p e r d i d o su a c t u a l i d a d y después de t o d o lo q u e les
he dicho c o m p r e n d e r á n en q u é s e n t i d o las c i t o : « L o q u e m á s m e
s o r p r e n d e en mis amigos Sainte-Beuve y T a i n e es q u e n o tienen
l ) H s l a n t e en c u e n t a el Arte, la o b r a e n sí, la c o m p o s i c i ó n , el estilo,
lo que constituye lo Bello».

Coloquio

IISCARPIT ' • rr-\ ^ '

Desde h a c e tres años mis c u r s o s en la F a c u l t a d d e Burdeos


lialnn p r e c i s a m e n t e la m i s m a m a t e r i a q u e ha sido objeto d e su p o -
nencia, es decir, el realismo en la n o v e l a y su i n t e r p r e t a c i ó n socio-
lógica, desde C h r é t i e n de T r o y e s h a s t a Madame Bovary; m i inter-
pretación es c o m o la suya, de inspiración marxista. A h o r a bien, es
c'lcik) que m i análisis coincide c o n el suyo en lo q u e respecta a la
l'dad M e d i a , p e r o estoy t o t a l m e n t e e n d e s a c u e r d o c o n l o q u e usted
lia ilicho d e la novela a p a r t i r del siglo xvii. T o m a n d o Astrée o
Im Princesa de Cleves usted p r o c e d e a u n análisis, a u n a interpre-
Iftción en f u n c i ó n del medio social q u e inicialmente c o r r e s p o n d e a
e s t a s obras. P e r o el m e d i o d e c r e a c i ó n n o es obligatoriamente el
misnu) m e d i o d e lectura, de c o n s u m o , d e recepción; precisamente
por esto el m é t o d o lukacsiano llega, a m i entender, en algunos ca-
tón, a una r e p r e s e n t a c i ó n falsa, t o t a l m e n t e falsa, de la realidad.
I,B novela preciosista, la novela pastoril p u e d e presentársenos cier-

69
l a m e n t e c o m o u n a l i t e r a t u r a d e evasión si la referimos al m e d i o d e
Rambouillet, p e r o los lectores de esta n o v e l a e r a n los b u r g u e s e s
de provincias, personas e n absoluto tendentes a la evasión, en este
siglo d e g u e r r a s civiles y d e espadazos en q u e l a vida era u n c o n s -
t a n t e peligro. Y en esta n o v e l a pastoril q u e es evidentemente u n a
sublimación, u n a t r a n s f o r m a c i ó n de la n o v e l a de caballerías h a l l a -
m o s a v e n t u r a s m u y serias. (Así el m a p a del P a í s del T e n d r é , c o m o
ha d e m o s t r a d o Barriere, n o es, c o m o se h a d i c h o , u n frivolo j u e g o
d e sociedad, sino u n a a v e n t u r a t o t a l m e n t e seria, evidentemente t r a -
d u c i d a a u n lenguaje d e t e r m i n a d o . )
T a m b i é n h a d i c h o q u e los géneros literarios coinciden c o n las
clases; esto n o es del t o d o exacto p o r q u e las clases se a r r e b a t a n
u n a s a otras los géneros literarios. E n F r a n c i a , en el siglo x v n ,
se p a r o d i ó la novela pastoril p o r q u e era p r e c i s o h a c e r l a e v o l u c i o n a r ,
a d a p t a r l a . P e r o al c o n t r a r i o d e lo q u e o c u r r i ó p o r aquella m i s m a
é p o c a en Inglaterra y en E s p a ñ a , d o n d e la n o v e l a dejó p a s o al novel,
p a l a b r a q u e traducía u n t i p o distinto d e literatura, en F r a n c i a se
c o n s e r v ó el n o m b r e d e novela (román) p o r q u e sólo había u n a p e -
q u e ñ a diferencia entre el m e d i o inicial y el m e d i o de llegada.
O t r o ejemplo: h a y u n a novela de la q u e usted n o h a h a b l a d o ,
q u e es u n d o c u m e n t o t a n fundamental, t a n i m p o r t a n t e c o m o La
Princesa de Cléves, p u e s la novela del siglo xvii va en g r a n p a r t e
a inspirarse en ella. Se t r a t a de las Lettres de la Religieuse Portu-
gaise; quizás usted h a b r í a h a l l a d o dificultades en h a b l a r d e ella
p o r q u e en su caso n o h a y m e d i o de c r e a c i ó n , de origen; lo ú n i c o
i m p o r t a n t e es el u s o q u e se h a h e c h o d e la o b r a . Se t r a t a d e u n
d o c u m e n t o real, q u e r e l a t a u n a c o n t e c i m i e n t o singular, la a v e n t u -
r a sentimental de u n a p e r s o n a . Se p o d r í a quizás h a c e r u n análisis,
p e r o lo esencial, esta v e z t a m b i é n , en l o q u e se refiere a la Reli-
gieuse Portugaise, son los contrasentidos q u e se h a n c o m e t i d o a
su respecto; si esta o b r a h a tenido t a n t a i m p o r t a n c i a es p o r q u e d u -
r a n t e m u c h o t i e m p o se c r e y ó que era l i t e r a t u r a y c o m o t a l fue
utilizada. E s t o h a c e p a t e n t e la necesidad d e u n análisis d e la
utilización, del lector; si se utiliza ú n i c a m e n t e el p r o c e d i m i e n t o del
análisis del m e d i o d e origen se llegará a conclusiones fascinantes,
s e d u c t o r a s , p e r o q u e n o describen t o d a la r e a l i d a d .
Al c o m i e n z o de su exposición se h a m o s t r a d o usted m u y d u r o
con las p e r s o n a s q u e m a n e j a n cifras. Existe u n cierto e s n o b i s m o d e
los historiadores de l a literatura p a r a r e c h a z a r las cifras. E s t o y
d e a c u e r d o con ellos en l o q u e se refiere a q u e n o h a y q u e ser
esclavo de ellas, p e r o los n ú m e r o s , las estadísticas, son u n b u e n
méfodo de investigación y d e control, y y o lo utilizo; n u n c a a f i r m o
n a d a , incluso sabiendo q u e es cierto, si n o t e n g o ante mí u n a cifra

?0
i\uc me suministre la p r u e b a ; c r e o q u e el positivismo tenía esto de
nuevo, que obligaba a la gente a d e m o s t r a r lo que decía.

KOEHLER

T a m b i é n m e interesa c o m o a u s t e d el f e n ó m e n o d e la recep-
ción por p a r t e del p ú b l i c o . C o n o z c o m u y bien los estudios de A u e r -
buch sobre el p ú b l i c o del siglo x v u y d e K r a u s s sobre los c a m b i o s
Ncmánticos de la p a l a b r a novela. P e r o m e p r e g u n t o si lo q u e usted
dice d e Astrée n o se referirá m á s bien al Granel Cyrus. S o n novelas
q u e se parecen m u y p o c o , que h a n sido escritas con varias decenas
tic años de diferencia y cuyos públicos respectivos son e x t r a o r d i n a -
riamente diferentes. E l público de Astrée n o fue en u n principio la
burguesía de las provincias. Siempre h e c r e í d o que n o e r a necesario
preocuparse p o r el p ú b h c o posterior, s i n o p o r el c o n t e m p o r á n e o ,
q u e es el q u e h a h e c h o posible la génesis de la novela. E s t o m e
p a r e c e evidente.

ESCARPIT

N o estoy d e a c u e r d o . H e m o s d e v e r la obra a través d e todos


los públicos q u e l a h a n leído. A t r a v é s de todas esas múltiples
pantallas se n o s a p a r e c e su realidad. E n esto estriba t o d o el p r o -
blema y es a este p u n t o al que s i e m p r e volvemos. A d m i t o la exph-
cación genética, es indispensable, p e r o sostengo q u e es insuficiente
p a r a alcanzar la r e a l i d a d ; hay q u e e s t u d i a r la utilización d e la o b r a
p o r los públicos sucesivos. •. ••• , .<

SILBERMANN

M e limitaré a p l a n t e a r a K o e h i e r d o s cuestiones m e t o d o l ó g i c a s :

1) ¿Cree u s t e d q u e es posible d e d u c i r el estado sociocultural


y el r é g i m e n d e u n a sociedad a partir de su literatura, y
esto c o n s i d e r a n d o solamente las o b r a s m a e s t r a s d e esa lite-
ratura?

2) Si la r e s p u e s t a es afirmativa, ¿cree usted q u e esto sería p o -


sible si n o se conocieran y a p o r otros c a m i n o s el estado
sociocultural y el régimen d e esa sociedad?

71
KOEHLER

C r e o q u e es posible p a r t i e n d o d e la literatura explicaf u n a


sociedad, p-s decir, c o n o c e r s u espíritu y l o s h e c h o s q u e constituyen
su c a r á c t e r f u n d a m e n t a l ; u n a d e las funciones d e la l i t e r a t u r a en
la historia del esoíritu es el explicar la sociedad d e su é p o c a . Sin
e m b a r g o h e de h a c e r u n a reserva: soy h i s t o r i a d o r de la l i t e r a t u r a
m á s q u e sociólogo. L o q u e m á s m e i m p o r t a es conocer y explicar
el valor estético d e las o b r a s , a u n q u e r e c o n o z c o q u e esta explicación
exige u n cierto c o n o c i m i e n t o previo d e la sociedad en q u e se h a
o r i g i n a d o la obra. N o h a y q u e t e m e r el círculo h e m e n é u t i c o a u n q u e
a veces p a r e z c a u n c í r c u l o vicioso: e n n u e s t r a disciplina, q u e es
ante t o d o histórica, es imposible p a r t i r d e i m a base t o t a l m e n t e o b -
jetiva p o r q u e siempre será imposible, i n c l u s o p a r a el señor E s c a r p i t ,
c o m p r o b a r estadísticamente t o d o s los h e c h o s d e u n a s o c i e d a d e n
u n a é p o c a d e t e r m i n a d a . Sin e m b a r g o es posible a través d e l a lite-
r a t u r a c o n o c e r el espíritu f u n d a m e n t a l d e esta é p o c a y sacar c o n c l u -
siones p a r a la literatura y p a r a la sociedad.

ESCARPIT

A n t e l a afirmación d e q u e n o es posible constituir u n a b a s e


objetiva m e d i a n t e u n a c o m p r o b a c i ó n estadística d e los h e c h o s , m e
m u e s t r o e n d e s a c u e r d o . N o s o t r o s e s t a m o s t r a b a j a n d o e n ello. M i
a y u d a n t e p r e p a r a e n estos m o m e n t o s u n a historia d e la n o v e l a p o -
p u l a r e n F r a n c i a e n el siglo x c c y e s t a m o s a p l i c a n d o m é t o d o s his-
tóricos t o t a h n e n t e defendibles. Señalo a este r e s p e c t o q u e existe u n
libro t i t u l a d o Le Marché du Livre sous l'Ancien Régime, q u e es
u n a o b r a m u y bien h e c h a y suministra estadísticas a p r o v e c h a b l e s ,
datos y h e c h o s p e r f e c t a m e n t e utilizables.

SILBERMANN V'''-^;''-Í':^^*-^•

C o m p r e n d o m u y bfen los aspectos positivos d e s u m e t o d o l o -


gía, señor K o e h i e r . P e r o a m i e n t e n d e r se t r a t a m á s bien d e historia
social q u e d e sociología.
Y o p i n o q u e n o p u e d e deducirse ipso facto d e la l i t e r a t u r a el
estado sociocultural y el r é g i m e n d e u n a s o c i e d a d ; del m i s m o m o d o
q u e n o p u e d e extraerse la historia d e los judíos d e la historia d e l
antisemitismo.

72
GOLDMANN

P o r s u p u e s t o , n a d a es t a n p e l i g r o s o c o m o los m é t o d o s imilate-
rales: deducir la sociedad de la o b r a o viceversa. E l círculo h e r m e -
iiúiitico es p e r m a n e n t e . P e r o o c u r r e q u e el estudio d e la o b r a nos
lleva a hipótesis n u e v a s sobre la s o c i e d a d y a la inversa; p u e d o citar
un caso p e r s o n a l : l e y e n d o a R a c i n e y a Pascal p u d e c o m p r e n d e r la
historia del j a n s e n i s m o , deducir la n e c e s i d a d de u n j a n s e n i s m o ex-
tremista y d e s c u b r i r el p e n s a m i e n t o y el papel de B a r c o s . N o veo
por qué los h e c h o s q u e h a n de r e t e n e r s e son s i m p l e m e n t e estadís-
ticas de c o n s u m o ; la o b r a f o r m a p a r t e del conjunto de la realidad.
Los textos son h e c h o s , del m i s m o m o d o q u e las cifras.

BARTHES

Quisiera p l a n t e a r a h o r a a K o e h l e r l a siguiente c u e s t i ó n : al esta-


iilccer los m o d e l o s d e proyección e n t r e u n a situación social y u n
tema Uterario, ¿ c ó m o concibe f o r m a l m e n t e esa p r o y e c c i ó n ? M e ha
parecido q u e l a p r e s e n t a b a bajo la f o r m a constante d e u n a analogía,
lis posible q u e la relación q u e u s t e d p o s t u l a n o p u e d a ser m á s q u e
analógica y q u e l a literatura, e n el f o n d o , sólo p u e d a ser u n a mi-
mesis. ¿ P e r o n o p o d r í a n plantearse el p r o b l e m a d e u n a p r o y e c c i ó n
inversa? S a b e m o s en la actualidad, gracias al psicoanálisis, q u e exis-
ten procesos d e equivalencia. ¿ N o h a descubierto usted en la histo-
ria de la l i t e r a t u r a proyecciones en c i e r t o m o d o inversas o negativas
o, simplemente, u t ó p i c a s con r e s p e c t o a situaciones especialmente
¡lobres?
P o r otra p a r t e , ¿es obUgatorio t e r m i n a r p r e g u n t á n d o s e siempre
p o r q u é i n t e r v i e n e n estas proyecciones? ¿ P o r q u é el lenguaje r e p r o -
íluce en cierto m o d o la realidad? R e s u m i e n d o , ¿por q u é la litera-
tura? P l a n t e o la c u e s t i ó n a u n nivel n o y a sociológico sino, en cierto
m o d o , a n t r o p o l ó g i c o . E s t o nos lleva m u y lejos, al origen d e la hu-
manidad, p o r q u e e n el fondo p a r e c e q u e ha existido siempre u n a
función literaria. ¿ P e r o esta f u n c i ó n h a sido s i e m p r e la m i s m a ?
O bien, c o m o en el c a s o de la n a v e d e A r g o s que c o n s e r v a b a siem-
p r e el m i s m o n o m b r e p e r o estaba c o m p u e s t a de piezas q u e se iban
c a m b i a n d o c o n s t a n t e m e n t e , ¿ l l a m a m o s , q u i z á , literatura a u n a reaU-
d a d que es e x t r a o r d i n a r i a m e n t e m u l t i f o r m e ? Opino q u e , al m e n o s en
Erancia, nos falta u n a historia de la concepción q u e h a existido de
la literatura a t r a v é s d e los diferentes siglos. Se trataría de recapi-
tular acerca de las funciones q u e se le h a n atribuido a la cosa h t e -
raria y q u e n o e r a n obligatoriamente sus v e r d a d e r a s funciones.

73
P a r e c e q u e en la a c t u a l i d a d nos c o n f o r m a m o s con u n a función ^ e
expresión. P e r o el t é r m i n o expresión n o es del t o d o satisfactorio.
Y este es el p r o b l e m a q u e su i n t e r v e n c i ó n ha h e c h o q u e y o
mismo m e replanteara.

,7
KOEHLER

Si he entendido b i e n usted ha p l a n t e a d o dos cuestiones. L a


p r i m e r a se refiere a l a relación entre r e a l i d a d y literatura; p r e ­
g u n t a si se trata de u n a relación analógica. Estoy seguro d e q u e
p u e d e hablarse de analogía, p e r o esto n o significa que n o p u e d a n
existir otras relaciones e n t r e a m b o s niveles. R e c u r r a m o s a la ter­
minología m a r x i s t a : e n t r e la infraestructura y la s u p e r e s t r u c t u r a
p u e d e h a b e r varias e incluso m u c h a s c a p a s d e mediación. É s t a s
p u e d e n estar e v i d e n t e m e n t e f o r m a d a s p o r t o d a la tradición literaria
y p u e d e n locahzarse — y c o n esto a l u d o a su segunda c u e s t i ó n —
al nivel d e las constantes antropológicas. E n t a n t o q u e ser biológico
el h o m b r e es siempre el m i s m o , en t a n t o q u e ser histórico c a m b i a ; el
nivel psicológico está c o m p r e n d i d o entre los d o s ; goza d e p a r t e d e
inmovilidad y de p a r t e d e c a m b i o . E s t o es lo i m p o r t a n t e ; p r e c i s a ­
m e n t e p o r esto es posible utilizar la exégesis freudiana c o n g r a n
éxito y t a m b i é n p o r esto p u e d e e n t r a r en consideración la sociolo­
gía. P a r a ofrecer u n e j e m p l o : los h o m b r e s , a u n nivel a n a t ó m i c o ,
h a n a m a d o siempre d e la m i s m a m a n e r a , p e r o psicológicamente los
p r i m e r o s h o m b r e s n o h a n a m a d o c o m o n o s o t r o s ; el a m o r d e la
E d a d M e d i a n o es igual q u e el de la A n t i g ü e d a d ; el a m o r es u n h e ­
c h o c o n s t a n t e p e r o la f o r m a de a m a r es u n h e c h o histórico. E s t e
análisis p u e d e aplicarse t a m b i é n quizás, al m e n o s p a r c i a l m e n t e , a la
evolución d e las funciones d e la h t e r a t u r a .

BARTHES

N o p r e t e n d o a b o r d a r a q u í el p r o b l e m a a c t u a l m e n t e r e v a l o r i -
z a d o de la e x t r a o r d i n a r i a relatividad histórica de actitudes q u e n o s
parecen a b s o l u t a m e n t e elementales; lo q u e m e p r e o c u p a n o es el
espesor de las m e d i a c i o n e s entre infraestructura y s u p e r e s t r u c t u r a ,
sino la f o r m a de relación. D e s e a r í a q u e a l g ú n día se sistematizaran
los esludios de esta f o r m a . D e n t r o de esta p e r s p e c t i v a el análisis d e
la evolución del c o n c e p t o d e literatura sería ciertamente a p a s i o ­
nante.

7 4
líSCARPIT

Quisiera a ñ a d i r u n a s p a l a b r a s a lo q u e ha d i c h o B a r t h e s acer-
c a de las funciones d e la literatura. E l concepto de literatura es
reciente, p e r o s i e m p r e h a existido u n d o b l e c o n c e p t o : el d e la p o e -
sía y el d e la elocuencia. D u r a n t e m u c h o t i e m p o la poesía y la
elocuencia son las dos únicas f o r m a s de literatura existentes. P o r
mi parte, v e o e n l a poesía la c r e a c i ó n d e u n paralelismo, m i e n t r a s
q u e la elocuencia es, p o r el c o n t r a r i o , u n g é n e r o m u y integrado
en la realidad ha^ta el m o m e n t o en q u e surgió u n t e r c e r g é n e r o :
la novela; g é n e r o y a i m p u r o , q u e p l a n t e a problemas d e a m b i g ü e d a d .
A comienzos del siglo xix t e n e m o s u n concepto de literatura q u e
a b a r c a elementos d e c o n o c i m i e n t o m u y ricos, m u y a m b i g u o s , m u y
i m p u r o s . M á s t a r d e el concepto e m p i e z a a vaciarse, y a q u e la cien-
cía a b a n d o n a a l a literatura p o r q u e ésta adquiere u n a expresión
p u r a m e n t e f u n c i o n a l y p e r m a n e c e c o m o algo indefinible.

GOLDMANN •

E s posible q u e la función d e la imaginación sea semejante,


n o quiero decir idéntica, en el p l a n o d e la creación cultural y en
el de la v i d a individual. F r e u d h a localizado en l o imaginario la
satisfacción del d e s e o . Pues bien, a u n m a n t e n i e n d o mis reservas ante
t o d a explicación psicoanalítica de la literatura c o m o f e n ó m e n o cul-
tural, emito la siguiente hipótesis: t a n t o en el caso d e la creación
cultural c o m o en el de la vida individual se da la satisfacción del
deseo. P e r o el d e s e o individual e s t u d i a d o p o r F r e u d es u n deseo
d e objeto; p u e d e ocurrir, sin e m b a r g o , q u e el deseo f u n d a m e n t a l de
t o d o ser q u e vive en sociedad (y ésta es, creo, la hipótesis de p a r -
tida marxista) sea la aspiración a la coherencia. P u e d e o c u r r i r q u e
en presencia de u n a vida social q u e obligue a los h o m b r e s a
r e n u n c i a r a t o d a u n a serie d e exigencias, el d e s d o b l a m i e n t o de la
realidad p o r la c r e a c i ó n de u n a o b r a q u e constituya u n universo
c o h e r e n t e sea p r e c i s a m e n t e la f u n c i ó n social de la c r e a c i ó n imagi-
naria, lo q u e l l a m a m o s creación c u l t u r a l .

SANGUINETI

Quisiera p r e g u n t a r a K o e h l e r si según él existe u n a analogía


f u n d a m e n t a l p r o y e c t i v a entre la r e n u n c i a a la posesión a m o r o s a en
el a m o r c o r t e s a n o y la renuncia a la posesión e c o n ó m i c a . Este es el

75
toado d e l p r o b l e m a . ¿ E s necesario ofrecer u n a hipótesis d e tipo
proyeclivo, es decir, r e c u r r i r al psicoanálisis? L a analogía es a m e -
n u d o p l a n t e a d a d e u n a f o r m a p u r a m e n t e verbal. P o r ejemplo, e n
el c a s o m e n c i o n a d o d e l a posesión a m o r o s a y d e l a posesión e c o n ó -
mica, m e p a r e c e q u e b a s t a r í a c o n p r o c e d e r a u n análisis m a r x i s t a
sin p a s a r p o r el c o n c e p t o d e p r o y e c c i ó n . H a y q u e ver hasta q u é
p u n t o ciertos análisis d e t i p o psicoanalítico s o n reductibles a a n á l i -
sis d e tipo p u r a m e n t e e c o n ó m i c o . E l e s t u d i o d e la s u p e r e s t r u c t u r a
n o p a s a n e c e s a r i a m e n t e p o r l a m e d i a c i ó n d e l inconsciente, sino sim-
p l e m e n t e p o r el análisis ideológico.
E s t o es p a r t i c u l a r m e n t e cierto c u a n d o aplicamos los análisis
d e K o e h i e r a l estudio d e u n c a s o c o m o el d e D a n t e , q u e o p o n e i d e o -
l ó g i c a m e n t e y d e f o r m a explícita u n a n o b l e z a b a s a d a e n la g r a n -
d e z a d e espíritu y u n a n o b l e z a b a s a d a e n la posesión e c o n ó m i c a . E n
este c a s o n o se t r a t a e n a b s o l u t o n i d e p r o y e c c i ó n n i d e a n a l o g í a ,
h a y q u e o p o n e r s i m p l e m e n t e u n a nobleza d e l espíritu q u e e n c a r n a
u n t i p o d e sublimación b a s a d o e n u n f o n d o religioso Qa m u j e r a
q u i e n y o n o poseo se convierte e n Beatriz) a u n a nobleza b a s a d a
en l a s a n g r e y l a h e r e n c i a .

••::.\:--./J.:. , f.'^ 'i; f ¿ y • '


KOEHLER

Distinguiría aquí v a r i o s tipos d e p r o y e c c i o n e s : una p r o y e c c i ó n


diaria p r i m a r i a y u n a s e c u n d a r i a . T r a s el hallazgo de la i d e a d e
la p a r a d o j a a m o r o s a p o r los trovadores — y esto sólo h a sido posible
d e n t r o del m a r c o social q u e h e t r a t a d o d e dibujar— los p o e t a s ita-
lianos del Dolce stil nuovo y D a n t e n o h a c e n m á s q u e c o p i a r esta
i d e a q u e y a está p r e c o n c e b i d a . A este r e s p e c t o q u i e r o r e c o r d a r q u e ,
en las o b r a s d e los ú l t i m o s t r o v a d o r e s , h a l l a m o s y a los c o n c e p t o s
esenciales: la mujer angélica, la nobleza d e l espíritu. P e r o , d e s d e
u n p u n t o d e vista sociológico, esta idea d e l a nobleza del espíritu
a d q u i e r e e n t r e los p o e t a s italianos u n significado c o m p l e t a m e n t e
diferente p o r q u e , e n l a Italia del N o r t e , n o se trata d e caballería
sino d e burguesía; m á s a ú n , d e la burguesía d e u n país q u e n o h a
c o n o c i d o u n feudalismo t o t a l . Sociológicamente es u n a c a p a social
c o m p l e t a m e n t e n u e v a q u e n o existe todavía e n F r a n c i a , la clase
de los dirigentes d e las c i u d a d e s italianas, q u e n o están d o m i n a d o s
p o r los señores feudales. D e n t r o d e esta clase existe u n a élite i n t e -
leclual, q u e está i n t e g r a d a p o r los juristas. P r e c i s a m e n t e a la n e c e -
sidad tic Icgitimización d e esta élite c o r r e s p o n d e la c o n c e p c i ó n d e l
a m o r , exige el m i t o d e Beatriz.

76
P r o b l e m a s de un estudio
s o c i o l ó g i c o d e las n o v e l a s
de Stendhal
por Geneviéve Mouiilaud

H e de decir e n p r i m e r lugar q u e el título d a d o a m i p o n e n c i a


resultaba u n p o c o ambicioso. Se t r a t a simplemente del c o n j u n t o de
los estudios r e a l i z a d o s p o r mí sobre S t e n d h a l , que p o d r í a titularse:
p r o b l e m a s de u n e s t u d i o sociológico d e las novelas d e Stendhal.
C o m p r e n d e r í a tres p a r t e s relativamente a u t ó n o m a s : u n estudio in-
t e r n o de la o b r a , u n estudio d e sus condiciones d e posibilidades
sociológicas y u n e s t u d i o de su génesis. Sólo la p r i m e r a está lo bas-
t a n t e desarrollada c o m o p a r a p o d e r h a b l a r de ella d e u n a f o r m a
algo m á s q u e p r o g r a m á t i c a .
P o d r í a o b j e t á r s e m e que se t r a t a d e historia de la literatura;
p e r o entonces y o quisiera p l a n t e a r u n a cuestión: ¿ a c a s o u n a b u e n a
historia de la l i t e r a t u r a n o debería ser u n a sociología d e la literatu-
r a ? N o s o t r o s los franceses, h e m o s l l e g a d o a la sociología d e la lite-
r a t u r a en c o n t r a d e u n cierto t i p o d e historia literaria q u e R o l a n d
B a r t h e s h a c a r a c t e r i z a d o a la vez p o r su dualidad v e r g o n z o s a y su
confusión. E s la historia de los m a n u a l e s todavía en u s o en la ense-
ñ a n z a s e c u n d a r i a ; p o r ejemplo: en el f o n d o se c o n s i d e r a q u e la
o b r a es i n d e p e n d i e n t e d e sus condiciones sociales, p e r o a d o r n á n d o l o
c o n u n p o c o d e sociología, u n p o c o de psicología y cierto n ú m e r o
d e p e q u e ñ o s ingredientes, p o r q u e n o se atreven a h a c e r u n estudio
p u r a m e n t e a u t ó n o m o . H a y que t r a t a r d e escapar de estos dos peli-
gros a la vez q u e son la duaUdad y la confusión. L i m i t a r absoluta-
m e n t e el c a m p o de la sociología t a n t o a las formas d e c o n s u m o de
las obras literarias, c o m o , p o r ejemplo, a aquello que es igual en u n a
novela de S t e n d h a l q u e en u n a d e P i c a r d , lo m e n o s original en

77
u n a o b r a , contribuye a m a n t e n e r la dualidad, p o r q u e la o b r a m i s m a ,
su creación, lo que es S t e n d h a l en él m i s m o , l o original, se eleva a
los cielos en ese m i s m o m o m e n t o , u n cielo literario q u e n o tiene
n i n g u n a relación con la tierra sociológica. P o r o t r a p a r t e veo o t r o
peligro en u n a lectura directamente sociológica d e la o b r a : c o r r e
el peligro de n o ser r i g u r o s a ; se tiene t e n d e n c i a a deducir de la o b r a
t a n t o las p r e g u n t a s c o m o las respuestas. E s t o m a n t i e n e t a m b i é n la
confusión y existe el riesgo de crear u n a especie de t a u t o l o g í a ;
la o b r a y la sociedad se c o n t e m p l a n e t e r n a m e n t e c o m o dos espejos
.situados u n o frente al o t r o . M e parece q u e es necesario r e a l m e n t e
u n estudio c o n dos p o l o s : el p o l o de la o b r a y el de la sociedad,
t o m a n d o los dos en serio c o n igual rigor, a u n q u e éste n o se m a n i -
fieste d e la m i s m a f o r m a en a m b o s casos. Y o quisiera d e f e n d e r el
m o m e n t o n o d i r e c t a m e n t e sociológico en u n estudio sociológico,
u n estudio relativamente a u t ó n o m o d e la o b r a ; podría p r o p o r c i o -
n a r n o s i m p o r t a n t e s p r o b l e m a s q u e p l a n t e a r a la sociedad; d e s p u é s
d e t o d o h a y cuestiones i m p o r t a n t e s y o t r a s m e n o s i m p o r t a n t e s ;
¿ p o r q u é Stendhal n o p o d r í a ser i m p o r t a n t e , mejor q u e P i c a r d ?
P e n s a b a en ello ayer, c u a n d o se h a b l a b a d e la a u t o m a t i z a c i ó n
del p ú b l i c o a comienzos del siglo xcc. U n estudio i n t e r n o d e la
o b r a de Stendhal lleva p r e c i s a m e n t e a p l a n t e a r s e este tipo de c u e s -
tiones. S t e n d h a l en su j u v e n t u d , trató d u r a n t e bastante tiempo d e es-
cribir c o m e d i a s , se creía d e s t i n a d o a convertirse en u n g r a n a u t o r
teatral, p e r o la única posibilidad p a r a él d e c r e a r obras de ficción
íntegras fue pasarse a la novela veinte a ñ o s después. Pues bien, u n a
d e las g r a n d e s diferencias q u e existen en la f o r m a m i s m a d e la
novela con respecto al t e a t r o es p r e c i s a m e n t e la pérdida del p ú b l i c o .
E l joven Stendhal hacia 1803 p e n s a b a escribir u n a comedia satírica,
q u e constituiría la sátira d e u n cierto n ú m e r o d e tentativas r e a c c i o -
n a r i a s de la p r i m e r a é p o c a del I m p e r i o y q u e sería u n á n i m e m e n t e
a p l a u d i d a p o r u n p ú b l i c o q u e él se i m a g i n a b a , que veía a n t e él;
existen textos m u y reveladores al respecto, c u a n d o dice, p o r e j e m p l o :
« T o d o lo q u e P a c e m e h a d i c h o esta m a ñ a n a m e d e m u e s t r a q u e
n u n c a el público estuvo t a n p r e p a r a d o p a r a u n a comedia c o m o lo
está p a r a la mía [...] m e t e r m e m u y bien en la cabeza q u e son j u e -
ces c o m o P a c e los q u e j u z g a r á n mi o b r a [...] hacer evidente al
público», etc., ve a su p ú b l i c o ante él, tiene la impresión d e h a -
blarle. P u e s bien, en las novelas de S t e n d h a l u n o de los rasgos m á s
sobresalientes es el t e m o r al lector, ese p e r p e t u o m o v i m i e n t o d e
excusa-defensa del a u t o r c o n respecto a su h é r o e , lo que V . B r o m -
berl llama el « c a m i n o oblicuo»; Stendhal ha p e r d i d o confianza e n
sus lectores, ha perdido a su público. P i e n s o p o r ejemplo en el m o -
m e n t o en que afirma: « L o q u e a c a b o de decir va a s o r p r e n d e r m o r -

78
t a l m e n t e a la m i t a d d e los lectores y a b u r r i r a la o t r a m i t a d » ; se da
c u e n t a de q u e su p ú b l i c o es p r o b l e m á t i c o ; d e n t r o m i s m o d e la nove-
la aparece s e ñ a l a d o . Y o creo q u e u n e s t u d i o i n t e r n o p e r m i t e p l a n -
t e a r s e esta cuestión. N o la resolvería; i n m e d i a t a m e n t e h a b r í a q u e
estudiar c ó m o e r a r e a h n e n t e este p ú b l i c o . P e r o p o d r í a ser u n p u n t o
d e c o n t a c t o e n t r e la sociología de la f u n c i ó n literaria y del público
y la sociología d e la creación, y n o sería el único.
Pienso p o r lo t a n t o en u n e s t u d i o i n t e r n o de las novelas de
S t e n d h a l q u e n o fuera d i r e c t a m e n t e sociológico y, e n particular,
q u e n o insistiera «cclusivamente e n los elementos sociológicos d e
la novela, la d e s c r i p c i ó n del b a r r i o d e S a i n t - G e r m a i n , e t c ; podría
r e c u r r i r a u n a f ó r m u l a de R o b e r t E s c a r p i t c u a n d o f o r m u l a b a la
necesidad d e p l a n t e a r cuestiones literarias a la sociología, si bien le
d o y otro c o n t e n i d o diferente. E s t a s cuestiones son: ¿ p o r q u é Sten-
d h a l n o logra t e r m i n a r u n a o b r a d e ficción hasta q u e n o pasa al
c a m p o de la n o v e l a , lo que e n t r a ñ a u n héroe en u n m u n d o , u n
m o d o p a r t i c u l a r d e presencia del a u t o r , de relación c o n el lector,
etcétera?
P e r o estas cuestiones s u p o n e n o t r a s ya resueltas, p o r ejemplo,
é s t a s : la p r i m e r a novela que S t e n d h a l logró escribir es la historia
d e u n i m p o t e n t e ; ¿a q u é estructura del m u n d o en la novela nos re-
m i t e esto, q u é significa, con q u é características p u e d e relacionarse?
¿ A q u é tipos d e imágenes, c o m o la de la m i r a d a y el espejo? ¿A q u é
t i p o de f o r m a s gramaticales (hay u n t i p o particular d e condicional
stendhaliana), etc.? Se trata, en efecto, de hallar u n a e s t r u c t u r a d e
l a novela, q u e y o definiría d i c i e n d o : C u a n d o u n o d e los elementos
c a m b i a , ¿ q u é es lo q u e ocurre c o n los otros? D e u n a novela a otra
existen variaciones, ¿pero n o es posible deducir u n a ley d e estas
variaciones, u n sistema que englobe las estructuras d e las diferen-
tes novelas? E s t o es lo que t r a t o d e b u s c a r .
Q u i e r o p l a n t e a r m e de m o m e n t o u n a única c u e s t i ó n : el estudio
en la p r i m e r a novela, Armance, d e la relación e n t r e la estructura
del m u n d o d e s c r i t o y la impotencia del héroe. E n la «población»
novelesca d e S t e n d h a l hay dos categorías f u n d a m e n t a l e s : los seres
a p a r t e ( f u n d a m e n t a l m e n t e el h é r o e y la mujer a q u i e n a m a , q u e
es u n a especie d e d o b l e en sí m i s m o ) y los cualquiera de este m u n -
d o , l o que S t e n d h a l llama los «seres vulgares». L o s criterios de cla-
sificación a p a r e c e n c l a r a m e n t e s e ñ a l a d o s en la novela; se p r e g u n t a :
¿Tiene u n a l m a v u l g a r ? y se r e s p o n d e : N o , pues está h e c h o p a r a
e x p e r i m e n t a r o t r o s placeres q u e los del dinero y la v a n i d a d ; ésta
es la piedra de t o q u e ; en efecto, en la primera novela de Stendhal
el dinero j u e g a u n papel e x t r a o r d i n a r i o , hay u n a p r e s e n c i a obsesiva
del dinero. N o a la m a n e r a de B a l z a c ; se trata del p a p e l del dinero

79
e n las relaciones h u m a n a s ; la novela e m p i e z a : « L a n o c h e d e los
dos millones». E s decir, la n o c h e en q u e el h é r o e se e n t e r a d e q u e
va a recibir u n a i n d e m n i z a c i ó n de dos millones; a c u d e a u n salón al
q u e suele ir h a b i t u a l m e n t e y se d a c u e n t a d e q u e es recibido u n
p o c o m e j o r a causa d e sus dos millones; lo q u e descubre esa n o c h e
es q u e n o existe estima n i a m i s t a d posible e n este m u n d o (habla d e
la «bajeza d e sentimientos d e t o d a la sociedad») y q u e , p o r o t r a
p a r t e , este m u n d o n o p u e d e o t o r g a r u n a estima real p o r q u e la cifra
n o en el individuo n i en sus cualidades sino e n la i m p o r t a n c i a d e su
f o r t u n a . E l h é r o e se dice e n t o n c e s : « E n v e z d e intentar h a c e r m e
d i g n o de ser a m a d o h u b i e r a d e b i d o e n r i q u e c e r m e con algún n e g o -
cio». E s t o p u e d e p a r e c e r u n lugar comiin, el c a r á c t e r i n t e r e s a d o d e
los sentimientos, etc. L o original es su situación e n la novela; p r e -
cisamente p o r esto, p o r ejemplo. Octavio e m p i e z a a a m a r a A r m a n -
ce; esa n o c h e ella es «la ú n i c a ajena a ese r e d o b l e de afectos», le
c o n t e m p l a c o n m i r a d a severa y él se da c u e n t a de q u e es la ú n i c a
c a p a z d e ofrecerle u n a estima real, la ú n i c a q u e ve en él algo dis-
tinto a la i m p o r t a n c i a d e su f o r t u n a . T i e n e n la m i s m a obsesión d u -
r a n t e t o d a u n a p a r t e d e la novela; Octavio está obsesionado c o n
esta i d e a : ¿ C ó m o d e m o s t r a r a A r m a n c e q u e m e son indiferentes es-
tos dos millones, que n o m e i m p o r t a n , q u e sigo siendo el m i s m o ?
A r m a n c e piensa: ¿Cómo hacer para no demostrar mi amor a Octa-
vio, y a q u e m i p o b r e z a m e h a r i a sospechosa d e q u e r e r c a s a r m e p o r
su dinero? C a d a u n o d e los dos t e m e resultar sospechoso p a r a el
o t r o , p o r q u e el desinterés es difícil de d e m o s t r a r ; el dinero se p e g a
a c a d a gesto c o m o su s o m b r a ; existe u n a c o n s t a n t e a m e n a z a d e
m a l e n t e n d i d o y, en efecto, este m a l e n t e n d i d o se p r o d u c e varias v e -
ces e n t r e a m b o s héroes; la p r i m e r a n o c h e , p o r ejemplo, Octavio se
i m a g i n a q u e la indiferencia d e A r m a n c e p r o v i e n e d e su envidia p o r
los dos millones; A r m a n c e p i e n s a q u e si se c a s a con Octavio, n a d i e ,
ni siquiera su p a d r e o sus h e r m a n o s si los tuviera, estarían c o n v e n -
cidos d e su desinterés; n o es posible d e m o s t r a r q u e u n sentimiento es
desinteresado p o r q u e se p a r e c e c o m o u n h e r m a n o al sentimiento
interesado correspondiente. E s t a m o s , p o r lo t a n t o , en el m i m d o del
m a l e n t e n d i d o , el m u n d o en q u e se busca la autenticidad sin h a l l a r -
la y d o n d e u n a relación d i r e c t a entre los seres, u n a relación q u e n o
pase p o r el d i n e r o es, n o d i r é q u e imposible, p e r o sí q u e p l a n t e a
problemas.

Del m i s m o m o d o p u e d e plantearse el p r o b l e m a q u e designaré


con el n o m b r e d e v a n i d a d . T i e n e varios m a t i c e s ; h a y grupos de p a -
labras en S t e n d h a l : la c o n v e n i e n c i a y la imitación, el «papel» y la
alVctación, la vanidad y la pretensión, q u e f o r m a n u n t o d o c o h e -
rente. A la reflexión « h u b i e r a debido e n r i q u e c e r m e » , c o r r e s p o n d e

HO
s i m é t r i c a m e n t e al final de la novela o t r a reflexión de O c t a v i o : « E n
vez d e tratar d e h a c e r m e digno d e ser a m a d o h u b i e r a h e c h o mejor
e s t u d i a n d o el a r t e d e ser bien recibido en el m u n d o » .
A c a d a a c t o d e la vida c o r r e s p o n d e , algo así c o m o el precio
del d i n e r o , u n p r e c i o d e prestigio social; Stendhal dice c o n c r e t a m e n -
t e : «Esta civilización t a n desarrollada... p a r a cada acción, p o r indi-
ferente que sea, n o s suministra u n m o d e l o que hay q u e seguir o, al
m e n o s , al q u e h a y q u e a d a p t a r n u e s t r o proceso». Así e n t r e el indi-
v i d u o y sus actos se inserta el i n t e r m e d i a r i o inerte del m o d e l o que
h a y q u e copiar. ¿ D e d ó n d e p r o c e d e este modelo? E s i m p u e s t o a
c a d a u n o p o r t o d o s y Stendhal h a b l a d e esas personas (se t r a t a de
h a b i t a n t e s del b a r r i o d e S a i n t - G e r m a i n , q u e es la c u m b r e de la so-
ciedad, a la q u e los d e m á s imitan) «esas personas q u e , d e s d e hace
c u a r e n t a a ñ o s , n o h a n h e c h o n a d a q u e n o sea de la m á s estricta
conveniencia, esas p e r s o n a s q u e c r e a n la m o d a y q u e después
se a s o m b r a n » ; es decir, q u e c r e a n la m o d a sin saberlo, c a d a u n o se
c o n f o r m a al m o d e l o , el m o d e l o n o p r o c e d e de n i n g u n o en particu-
l a r sino de t o d o s a l a vez; es esa especie de m o d e l o a n ó n i m o que
S t e n d h a l l l a m a las conveniencias. A escala de la vida e n t e r a y n o de
c a d a acción en p a r t i c u l a r el m o d e l o se convierte en «papel» y es
el segundo g r u p o d e palabras q u e designo con el n o m b r e de va-
n i d a d , el «papel», la afectación, la m á s c a r a . U n o de los personajes,
el c o m e n d a d o r d e S o u b i r a n e , h a i n t e n t a d o sucesivamente d e s e m p e -
ñ a r los «papeles» d e h o m b r e político, d e aficionado a la ó p e r a ita-
liana, de h o m b r e d e letras y, n a t u r a l m e n t e , n o se refería ni a la li-
t e r a t u r a , ni a la míisica, ni a la política, sino siempre a la valora-
c i ó n de su prestigio social. E s t a v a l o r a c i ó n sólo p u e d e ser p a g a d a
p o r la m i r a d a d e los otros, del total de los o t r o s ; l o esencial
es, p o r lo t a n t o , ser c o n t e m p l a d o . E s u n «papel» en el d o b l e sentido
d e la p a l a b r a , es decir, q u e está y a h e c h o , fijado de a n t e m a n o , basta
c o n a p r e n d e r l o y recitarlo y, p o r o t r a p a r t e , carece d e sinceridad,
h a y u n desfase e n t r e el «papel» y el individuo que lo d e s e m p e ñ a .
T o d o esto se o p o n e t a n t o a la originalidad individual, a la realiza-
c i ó n de u n o m i s m o en sus deseos y en sus actos, c o m o al a m o r o
a la amistad; la b u e n a c o m p a ñ í a es « u n desierto de h o m b r e s » ; «de
l o q u e tengo n e c e s i d a d es de amigos y n o de ver a la sociedad»,
d i c e el héroe.

M e he r e f e r i d o p o r separado al d i n e r o y a la v a n i d a d , p e r o de
h e c h o están s i e m p r e unidos; existe, en p r i m e r lugar, esta síntesis
e n t r e el d i n e r o y l a v a n i d a d q u e es, d e s d e el p u n t o de vista d e los
deseos del i n d i v i d u o , la ambición, y desde el p u n t o d e vista
d e lo establecido, la posición social. O c u r r e también q u e el d i n e r o y
l a v a n i d a d son m e d i o s el u n o del o t r o ; así u n o de los personajes, la

81
iiiurquesa d e Bonnivet, h a c r e a d o u n a especie d e reügión bíblica
q u e es p a r a ella un p u r o objeto d e vanidad, se t r a t a d e ser a d m i r a -
d a c o m o una profetisa; se m u e s t r a indiferente al dinero p o r q u e
tiene d e sobra, p e r o n o i n t e n t a convertir a s u p r i m o hasta d e s p u é s
d e los d o s millones, y O c t a v i o d i c e : « P a r e c e q u e sólo después d e
la ley d e indemnizaciones m e h e h e c h o d i g n o d e q u e se o c u -
pen de m i salvación»; así, el d i n e r o d e s e m b o c a en la vanidad o v i c e -
versa; se t r a t a siempre d e la m i s m a c a d e n a a b s t r a c t a q u e n u n c a
piensa en u n deseo real, e n u n a relación d i r e c t a c o n otra cosa. E l
c o m e n d a d o r al q u e nos referíamos h a c e u n m o m e n t o , después d e
t o d o s sus «papeles» t e r m i n a p o r hallar algo q u e n o es ya u n « p a -
pel», q u e n o es u n j u e g o ; n o simula ya ser h o m b r e de letras, etc.,
se p o n e a j u g a r a la Bolsa y es u n a pasión r e a l p o r q u e la p a s i ó n del
d i n e r o h a o c u p a d o el l u g a r n o del deseo-pretexto sino del deseo r e a l ,
d e la fuente r e a l del d i n e r o , d e la vanidad. A m b o s p u e d e n i n t e r c a m -
biarse p o r q u e en el f o n d o s o n d e la m i s m a n a t u r a l e z a ; se t r a t a s i e m -
p r e d e u n a c a d e n a abstracta, u n i n t e r m e d i a r i o a b s t r a c t o entre c a d a
ser y los d e m á s , entre c a d a ser y sus deseos. Se trata, n a t u r a l m e n t e ,
del m u n d o d e los falsos semblantes p o r q u e es m u y difícil distin-
guir l o a u t é n t i c o de lo n o a u t é n t i c o , el d e s e o real y el deseo a f e c -
t a d o y los h é r o e s se d e b a t e n en u n m u n d o d e apariencias; el m a l e n -
t e n d i d o les a m e n a z a c o n s t a n t e m e n t e y es cierto q u e en Stendhal los
m a l e n t e n d i d o s suelen ser groseros, se t r a t a p o r ejemplo de c a r t a s
falsas, p o d r í a m o s decir q u e son trucos b u r d o s , p e r o esto n o t i e n e
i m p o r t a n c i a p o r q u e lo ú n i c o q u e h a c e n es posibilitar u n m a l e n t e n -
d i d o q u e está siempre e n e s t a d o latente. Si O c t a v i o cree, d a n d o fe
a u n a c a r t a falsa, q u e A r m a n c e h a c e q u e le a m a en vez de a m a r l e
r e a l m e n t e es p o r q u e en su m u n d o es imposible saber c ó m o distin-
guir el «papel» de la r e a l i d a d ; es verdad, q u e e n la época d e S t e n -
d h a l esta i n c e r t i d u m b r e n o se había a d u e ñ a d o todavía del a u t o r y
d e sus lectores; el lector s a b e siempre m u y b i e n a q u é atenerse, p e r o
los personajes vivían e n ese m u n d o de simulaciones y a p a r i e n c i a s .

P a r a definir la situación del héroe c o n r e s p e c t o a t o d o esto h a -


bría q u e señalar en p r i m e r lugar u n a cosa, y es q u e los o t r o s , los
seres vulgares, c o m o dice Stendhal, viven t o d o esto con m a l a fe; n o
tienen e n absoluto c o n c i e n c i a de jugar u n «papel»; el p e r s o n a j e
m á s a f e c t a d o del libro, u n a v e r d a d e r a m a r i o n e t a , el m a r q u é s d e
C r c v e r o c h e , escribe: « Y o , n a t u r a h n e n t e , s e ñ o r , t e n g o h o r r o r a t o -
das las afectaciones»; n o tiene clara conciencia d e la suya. E s t a m a l a
fe implica u n a doble divergencia; el ser a p a r t e es, en u n d o b l e s e n -
tiilo, c o n t r a r i o a los o t r o s ; en p r i m e r lugar es el ú n i c o c a p a z d e u n
ileseo natural, e s p o n t á n e o ; es el q u e n o h a b l a d e música en s o c i e d a d
pcii) solo, por la n o c h e , t a r a r e a u n acto del Don Juan; es el q u e

82
gusta del oficio militar, p e r o a q u i e n le es indiferente el g r a d o ; es
el único c a p a z de d e s e a r d i r e c t a m e n t e a l g o . P o r otra p a r t e es el m á s
consciente d e la imposibilidad d e ser n a t u r a l en este m u n d o ; habla
d e su «papel d e v i z c o n d e de M a l i v e r t » , que le envuelve « m u y a
s u pesar», p e r o s a b e m u y bien q u e n o l o g r a r á d e s p r e n d e r s e d e este
«papel», q u e n o existe u n a n a t u r a l i d a d posible. E s t o , n a t u r a l m e n t e ,
e n g e n d r a u n a especie d e m o n s t r u o ; S t e n d h a l dice de él al p r i n c i p i o :
« T e n í a las m á s e x a l t a d a s pasiones», y al m i s m o t i e m p o , « u n a falta
d e afición p o r t o d o l o q u e de real h a y en este m u n d o [...] si el deber
n o hubiera l e v a n t a d o la voz, n o h a b r í a t e n i d o m o t i v o p a r a a c t u a r » .
V e m o s c ó m o se dibuja la lógica d e l a p a r a d o j a : el a m a n t e i m p o t e n t e .
V o y a r e s u m i r d e f o r m a u n p o c o d o g m á t i c a las relaciones entre
este m u n d o y el h é r o e . L a lógica d e la novela es q u e h a y q u e vivir
e n este m u n d o ; n o h a y n i n g ú n o t r o m u n d o en Armance, n o hay
D i o s y si el h é r o e se h u b i e r a s u i c i d a d o e n el p r i m e r c a p í t u l o , c o m o
e r a n sus intenciones, n o h u b i e r a h a b i d o novela; es p r e c i s o q u e la
desvinculación e n t r e el h é r o e y el m u n d o n o sea total. H a y solucio-
n e s diversas en las novelas de S t e n d h a l : la solución d e Armance es
u n h é r o e casi t o t a l m e n t e lúcido, casi t o t a l m e n t e p u r o , es decir, a
q u i e n n o p r e o c u p a n n i el dinero n i la v a n i d a d en sus p r o y e c t o s , en
sus a m o r e s , p e r o q u e vive en el m o d o irreal; n o q u i e r o decir lo
c o n t r a r i o de l o r e a l , el sueño, s i n o lo q u e se l l a m a así en g r a m á -
tica, esa f o r m a d e condicional t a n f r e c u e n t e en Stendhal, q u e es u n a
d e las características d e su estilo: «Si se hubiera c u m p l i d o tal con-
dición h u b i e r a o c u r r i d o tal a c o n t e c i m i e n t o ; p e r o la c o n d i c i ó n n o se
h a c u m p l i d o » . T o m a n d o la expresión d e H e n r i Lefébvre, p o d r í a m o s
l l a m a r a esto l o posible-imposible. Sería posible si... p e r o falta siem-
p r e u n a c o n d i c i ó n . E j e m p l o d e la r e l a c i ó n entre el h é r o e y la ac-
c i ó n : Stendhal d i c e : «Si h u b i e r a p o d i d o curarse d e su desprecio
h a c i a los h o m b r e s u n a ambición sin límites le h u b i e r a llevado a
aquellos lugares d o n d e la gloria se a d q u i e r e con los m a y o r e s sa-
crificios»; p e r o n o h a p o d i d o c u r a r s e d e su desprecio p o r los hom-
b r e s y esto q u e d a en u n a situación d e posibilidad n o realizada. Con
esta condición, l o q u e p u e d e ser p e r f e c t a m e n t e p u r o , b u s c a r í a una
gloria p u r a , p o r ejemplo (la novela está escrita en 1826), m a r c h a r í a
a l u c h a r en la g u e r r a de i n d e p e n d e n c i a griega: siempre aquello que
h u b i e r a de m á s p u r o en el ideal liberal, n u n c a el ideal liberal de
los salones b u r g u e s e s q u e está m e z c l a d o con dinero. E n lo q u e res-
p e c t a al a m o r o c u r r e lo m i s m o ; n o se trata de un s u e ñ o , de algo
t o t a l m e n t e q u i m é r i c o ; existe u n a l m a tal c o m o él busca, su doble
f e m e n i n o . A r m a n c e también le a m a . Se cumplen casi todas las con-
diciones; s i m p l e m e n t e él n o p u e d e confesarle su a m o r ni c o m p a r t i r
c o n ella t o d o s sus secretos; esto q u e d a e n el m o d o irreal.

83
E n ciertos m o m e n t o s , e n la novela, lo irreal p a r e c e casi posible,
u veces a c o r t o plazo; h e a q u í u n pasaje q u e m e p a r e c e m u y signi­
ficativo. E s u n m o m e n t o d e felicidad e n t r e O c t a v i o y A r m a n c e :
« P o r la n o c h e c u a n d o se h a l l a b a n en los d o s e x t r e m o s opuestos del
i n m e n s o salón si O c t a v i o tenía q u e c o n t e s t a r a u n a p r e g u n t a se
servía d e u n a d e t e r m i n a d a p a l a b r a q u e A r m a n c e a c a b a b a de utilizar
y ella c o m p r e n d í a q u e el p l a c e r de repetir a q u e l l a p a l a b r a le h a c í a
olvidar el interés que p o d í a t e n e r en lo q u e le decían. Sin q u e r e r l o ,
en m e d i o d e l a r e u n i ó n , se establecía entre ellos dos u n a c o n v e r s a ­
ción n o p r i v a d a , sino c o m o u n a especie d e e c o q u e , sin e x p r e s a r
n a d a c o n c r e t o , p a r e c í a h a b l a r d e amistad p e r f e c t a y de simpatía sin
límites».
A q u í es d o n d e S t e n d h a l coloca el pasaje q u e a c a b o de c i t a r :
« A n t e u n a civihzación t a n desarrollada q u e p a r a c a d a acción, p o r
n i m i a q u e sea, nos s u m i n i s t r a u n m o d e l o q u e h a y q u e seguir, o al
m e n o s al q u e h a y q u e a d a p t a r n u e s t r o p r o c e s o , este sentimiento d e
d e v o c i ó n sincera y sin límites está m u y c e r c a d e otorgar la felici­
d a d perfecta». Así, u n a relación directa, p u r a , es relativamente p o ­
sible, p e r o a condición d e q u e h a y a obstáculos reales, de q u e los
a m a n t e s estén c a d a u n o e n u n e x t r e m o del salón, q u e n o se h a b l e n
p r i v a d a m e n t e , que n o t e n g a n n i siquiera d i r e c t a m e n t e conciencia d e
hablarse, es preciso s i e m p r e el obstáculo-censura. L a s zonas p r i v i ­
legiadas d e l o irreal, l o q u e y o llamaría las lejanías de la n o v e l a
(Stendhal utiliza la expresión a propósito d e la p i n t u r a ; habla d e las
lejanías de u n c u a d r o «semejantes a la felicidad c u y a realidad se n o s
escapa»). Se caracterizan p o r la p r o x i m i d a d d e la m u e r t e y h a y
dos e n Armance p o r q u e e n u n a ocasión el h é r o e cree q u e va a
m o r i r y e n o t r a se suicida r e a l m e n t e . E n la p r i m e r a ocasión p u e d e
confesar su a m o r y dice significativamente, utilizando el m o d o
i r r e a l : «Si p u d i e r a vivir sería feliz». P e r o d e s p u é s vive y l o i m p o s i ­
ble e m p i e z a d e n u e v o . E n la segunda ocasión se p r o d u c e la m u e r t e
real y al b o r d e de la m u e r t e h a c e tma confesión completa; escribe
a A r m a n c e , le c o m i m i c a esta vez todos los secretos q u e n o h a b í a
l o g r a d o decirle n u n c a ; d e esta f o r m a , m á s allá d e la m u e r t e , se p r o ­
d u c e al m e n o s el e n c u e n t r o d e los dos a m a n t e s y, e x a c t a m e n t e d e
la m i s m a f o r m a , se p r o d u c e al b o r d e de l a m u e r t e el e n c u e n t r o c o n
un ideal liberal p e r f e c t a m e n t e p u r o , el d e l a independencia griega,
m u c r e v i e n d o tierra de G r e c i a . J u s t o en el m o m e n t o en q u e la n a v e
llega frente al m o n t e K a l o s , d i c e : « Y o t e s a l u d o , tierra de h é r o e s » ,
en esc m o m e n t o bebe el v e n e n o q u e le q u i t a r í a l a vida. Así, l a tie­
rra griega está m u y p r ó x i m a , p e r o n u n c a llegará a ella; el a m o r está
m u y p r ó x i m o , casi posible m á s allá de l a m u e r t e y sin e m b a r g o
n u n c a se realizará.

84
Sería i n t e r e s a n t e d e m o s t r a r c ó m o en El Rojo y el Negro todos
estos elementos (iba a decir los m i s m o s , p e r o n a t u r a l m e n t e n o ,
p o r q u e se m o d i f i c a n ) h a n a p r e n d i d o a bailar, c ó m o t o d o este m u n d o
q u e en Armance está inmóvil se h a p u e s t o en m o v i m i e n t o en El
Rojo y el Negro.
Quisiera f o r m u l a r de u n a f o r m a dogmática l o q u e m e parece
q u e constituye u n a ley de estas dos p r i m e r a s novelas d e S t e n d h a l :
es q u e entre c a d a individuo y sus actos y entre c a d a i n d i v i d u o y su
p r ó j i m o d e b e existir u n a de estas d o s c o s a s : o bien u n intermediario
q u e desnaturaliza l a s relaciones, l a posición social, el m o d e l o , el
«papel», lo q u e G i r a r d llama el r e i n o d e las m e d i a c i o n e s , o bien
el obstáculo t r a n s p a r e n t e que S t e n d h a l simbohza m e d i a n t e el m u r o
d e d i a m a n t e q u e s e p a r a al h é r o e d e los otros, la c o n d i c i ó n que
falta p a r a q u e l o irreal p a s e a r e a l ; existe así siempre a l g o entre el
h é r o e y lo q u e d e s e a d e u n a f o r m a u otra. N o p r e t e n d o h a b l a r
a q u í de El Rojo y el Negro, sólo q u i e r o decir u n a c o s a : existe en
El Rojo y el Negro u n a ironía d e d o b l e sentido, sin f r e n o : el héroe
está i n a d a p t a d o y S t e n d h a l se b u r l a d e él p o r q u e está i n a d a p t a d o ;
al m i s m o t i e m p o p o r eso le defiende; es lo que se h a l l a m a d o el
c a m i n o oblicuo d e Stendhal; esta i r o n í a n o existe p r á c t i c a m e n t e
e n Armance, p e r o m e parece q u e tiene su c o r r e s p o n d e n c i a en la im­
p o t e n c i a del h é r o e y en u n a i m p o t e n c i a q u e n u n c a se define exacta­
m e n t e ; hay indicios d e u n a i m p o t e n c i a física en Armance, pero no
h a y p r u e b a s . S t e n d h a l se dio c u e n t a d e que su novela resultaba
o s c u r a p r e c i s a m e n t e a causa de esto y t r a t ó de h a c e r l a m á s clara,
p e r o n o p u d o . M e p a r e c e q u e a f i r m a r c l a r a m e n t e (sobre t o d o si
p e n s a m o s en l o q u e significaba la i m p o t e n c i a p a r a los h o m b r e s del
siglo X D í , q u e es a l g o diferente d e l o q u e significa a h o r a ) que el
h é r o e es físicamente i m p o t e n t e h u b i e r a sido d e v a l u a r su p u n t o de
vista. El lector h u b i e r a p e n s a d o : v e el m u n d o así p o r q u e es i m p o ­
t e n t e , eso es t o d o . Si p o r otra p a r t e el h é r o e n o fuera i m p o t e n t e ,
si lo suyo fuera u n p u r o r e c h a z o del m u n d o , u n a p u r e z a total, etc.,
e n absoluto ligados a la impotencia, n o s hallaríamos e n t o n c e s ante
u n a o b r a en q u e el a u t o r c o m p a r t i r í a totalmente el p u n t o de vista
del héroe, en q u e el lector sería i n v i t a d o a identificarse con él;
sería ima o b r a q u e p o d r í a m o s l l a m a r «romántica» en la m e d i d a
e n q u e el r o m a n t i c i s m o es u n r e c h a z o unilateral del m u n d o ; a h o r a
bien, d e j a n d o la i m p o t e n c i a del h é r o e en la a m b i g ü e d a d , Stendhal
defiende al m i s m o t i e m p o el sí y el n o ; existe el p u n t o de vista del
m u n d o que exige q u e se pase p o r estos intermediarios necesarios o,
d e l o c o n t r a r i o , n o es posible r e a l i z a r s e ; y existe el p u n t o d e vista
del h é r o e q u e n o q u i e r e pasar p o r esos intermediarios, q u e p e r m a ­
n e c e p u r o m a s n o se realiza. L a p o s i c i ó n total de la novela se esta-

85
bicce a m b i g u a entre a m b o s . E s t o es m e n o s p r o f u n d o q u e la i r o n í a
i|iie m u e s t r a a la vez a m b a s c a r a s ; p e r o m e p a r e c e q u e h a y i m a se-
mejanza e n t r e las dos. E s esta estructura l a q u e quisiera t o m a r
c o m o p u n t o de partida y c u y a s condiciones d e posibilidades quisie-
ra b u s c a r .
E n p r i m e r lugar h a b r í a q u e a p r o v e c h a r el h e c h o d e q u e se
t r a t a d e u n a o b r a b a s t a n t e alejada de n o s o t r o s en el t i e m p o ; e s t o
ofrece bastantes inconvenientes c o n r e s p e c t o a la literautra a c t u a l ,
h a y m u c h a s cosas m á s difíciles de descubrir, p e r o p u e d e t a m b i é n
p r e s e n t a r ventajas. Seria m u y interesante h a c e r u n a historia d e l a
acogida dispensada a la o b r a d e Stendhal, inclusive c o n cifras (inte-
rrupción). ... P u e s sí, es capital, u n o de los p r o b l e m a s con q u e n o s
e n f r e n t a m o s s e g u i d a m e n t e e s : ¿ c ó m o p u e d o referir al p e r í o d o
1 8 2 6 - 1 8 3 0 u n a o b r a q u e p r á c t i c a m e n t e n o h a s i d o leída, q u e esta-
ba c o m p l e t a m e n t e aislada en aquella é p o c a ? H a l l a r e m o s quizás i n d i -
caciones en la acogida p o s t e r i o r de la o b r a d e S t e n d h a l y sus i n t e r -
pretaciones, p o r q u e n u n c a h a existido u n c o n t r a s e n t i d o a b s o l u t o ;
t o d o s los q u e h a n leído a S t e n d h a l h a n d e s c u b i e r t o algo en él; en
q u é m o m e n t o se h a d e s p e r t a d o el interés p o r Stendhal p u e d e ser
u n d a t o significativo. P i e n s o q u e sería n e c e s a r i o , p o r otra p a r t e ,
incluirlo d e n t r o de u n a evolución de la n o v e l a ; (hay u n cierto h i l o
c o n d u c t o r d e l a novela q u e v a desde S t e n d h a l a F l a u b e r t y P r o u s t
y p o d r í a m o s decir q u e h a s t a La náusea, u n a d e t e r m i n a d a d i r e c c i ó n
d e investigación de la a u t e n t i c i d a d individual q u e se h a c e , p o r o t r a
p a r t e , c a d a vez m á s p r o b l e m á t i c a ; existe u n m o m e n t o de equilibrio
en S t e n d h a l q u e n o se e n c u e n t r a después. Q u i z á p o d r í a estudiarse
t a m b i é n la evolución d e estos p r o b l e m a s d e s d e el p u n t o de vista d e
las ideas; R o b e r t E s c a r p i t h a b l a b a ayer d e l a concepción d e la
literatura a comienzos del siglo x i x ; la novela d e ese p e r í o d o e r a u n a
especie d e n e b u l o s a q u e c o m p r e n d í a e l e m e n t o s sociológicos, p s i c o -
lógicos, etc., q u e se h a n s e p a r a d o m á s t a r d e ; pienso, p o r e j e m p l o ,
en m u c h o s d e los p r o b l e m a s d e la psicología social actual q u e esta-
b a n en estado naciente en la novela del siglo x i x : los p r o b l e m a s del
«papel», el j u e g o de los espejos, d e la m i r a d a d e o t r o en el c o n o c i -
m i e n t o d e u n o m i s m o , del individuo «dirigido desde el interior» o
desde el exterior. Son cuestiones q u e , r e t r o s p e c t i v a m e n t e , p u e d e n
explicar l o q u e e m p e z a b a a surgir en l a n o v e l a en la é p o c a d e
Stendhal. Y p o d e m o s r e l a c i o n a r esta evolución c o n u n a e v o l u c i ó n
paralela de la estructura economicosocial; es u n a d e las razones q u e
me llevan a considerar c o n s u m a seriedad l a hipótesis d e L u c i e n
( i o l i l m a n n acerca del p a p e l d e la e c o n o m í a y del i n t e r c a m b i o e n
la s w i c d a d capitalista en l o q u e se refiere a la novela.

C a b r í a seguir, p u e s , esta dirección d e e s t u d i o de la historia

86
posterior a S t e n d h a l ; seria necesario, al m e n o s , a b o r d a r el p e r í o d o
d e Stendhal, p o r q u e el m o m e n t o d e l a p r o d u c c i ó n es sociológica-
m e n t e f u n d a m e n t a l , a u n q u e d e e s t u d i o bastante m á s difícil q u e el
d e la é p o c a d e c o n s u m o . Quisiera i n t r o d u c i r m e en el p e r í o d o
1826-1830, q u e es el d e las dos p r i m e r a s novelas. ¿ D ó n d e ? N o
d i r e c t a m e n t e , p o r ejemplo, en l a ideología de u n a clase; t o d o s sa-
b e m o s q u e l a n o v e l a está en c o n e x i ó n c o n el d e s a r r o l l o d e la b u r -
guesía, p e r o a q u é l l a p o r su n a t u r a l e z a m i s m a (un e s t u d i o i n t e r n o
l o d e m u e s t r a ) n o es afirmación sino p r o b l e m a , e n t r a ñ a u n h é r o e
q u e n o es u n h é r q p positivo sino p r o b l e m á t i c o ; existe u n a relación
inquieta y p r o b l e m á t i c a entre el a u t o r y sus lectores. E s t o n o p u e d e
relacionarse d i r e c t a m e n t e con n i n g u n a ideología, sin e m b a r g o ha-
b r í a q u e situarlo e n relación c o n las ideologías de la é p o c a , en p a r -
t i c u l a r con el liberalismo, en el s e n t i d o directamente político y en
el d e los valores liberales del i n d i v i d u o .
H a b r í a q u e s i t u a r t a m b i é n la n o v e l a de S t e n d h a l frente a las
f o r m a s literarias, a l o q u e e r a la n o v e l a en su é p o c a ; t r a t a r seria-
m e n t e , a u n q u e sea u n p o c o difícil, d e r e c u p e r a r a l g o del 9 9 %
d e novelas q u e se h a n p e r d i d o ; e s t u d i a r la supervivencia d e las for-
m a s clásicas, t r a g e d i a , comedia, etc., d u r a n t e esta é p o c a y buscar
las razones d e su desaparición, del n a c i m i e n t o de f o r m a s nuevas.
E s el m o m e n t o d e l a explosión r o m á n t i c a y esto p l a n t e a , c o m o v e r e -
m o s m á s a d e l a n t e , serios p r o b l e m a s .
Sería n e c e s a r i o intentar d e t e r m i n a r el g r u p o inspirador, si es
q u e existe y, e n t o d o caso, el p ú b l i c o posible de S t e n d h a l , es decir,
las personas q u e leían, esa fracción d e público q u e e m p i e z a a cons-
tituirse p o r a q u e l l a época. ¿ Q u é cuestiones plantearse? A q u í sitúo,
e n t r e paréntesis, l a hipótesis d e G o l d m a n n sobre el c a r á c t e r del
i n t e r c a m b i o , la situación e c o n ó m i c a d e los autores q u e p r o d u c e n
v a l o r de u s o m i e n t r a s q u e la ley o r d i n a r i a es p r o d u c i r valores de
i n t e r c a m b i o , y lo q u e esto p u e d e t e n e r d e p r o b l e m á t i c o e n su vida;
l a coloco e n t r e paréntesis p o r q u e sería necesario h a l l a r mediaciones
e n t r e u n o y o t r o ; l o e c o n ó m i c o n o es, salvo excepción, v i v i d o direc-
t a m e n t e ; p a r a u n e s t u d i o c o n c r e t o h a b r í a q u e investigar a im nivel
sociológico y q u i z á t a m b i é n a nivel d e los p r o b l e m a s psicosocioló-
gicos. H a l l a r í a m o s quizás en e s t a d o l a t e n t e u n a reivindicación de
originalidad individual, u n a conciencia del dinero c o m o p r o b l e m a ,
u n a conciencia del r e i n o de la o p i n i ó n c o m o malestar; h a y u n a fra-
se significativa d e A l a i n G i r a r d : « L a é p o c a en q u e se constituyó el
d i a r i o í n t i m o c o m o g é n e r o literario es t a m b i é n la é p o c a en q u e
e m p i e z a a i m p e r a r el periódico». V e m o s c ó m o se d e s a r r o l l a n simul-
t á n e a m e n t e ese r e i n o d e la opinión q u e es sentido c o m o limitación
p o r los individuos y, p o r otra p a r t e , la reivindicación individual.

87
Ilahriu q u e investigar s o b r e esas capas sociales ( n o c r e o q u e p u e d a
Imblarsc de clases p o r q u e n o se trata d e t o d a la burguesía) a la
ve/, miapladas e i n a d a p t a d a s ; los creadores, c o m o dice G o l d m a n n ,
q u i z á m á s a m p l i a m e n t e l o q u e Stendhal l l a m a b a <da clase p e n s a n -
te» y q u e H e n r i Lefebvre designa c o m o el p ú b l i c o del p r i m e r r o -
m a n t i c i s m o , los intelectuales, los grupos d e jóvenes que tienen u n a
i m p o r t a n c i a excepcional en ese m o m e n t o , t o d o s los que están al
m i s m o t i e m p o a d a p t a d o s a la sociedad, n o f u e r a de ella, p e r o sí u n
p o c o distantes. Quizás e n t r e ellos nos p l a n t e a r í a n t o d a esta serie
de p r o b l e m a s . ¿ P o d r e m o s h a l l a r algo a n á l o g o a l a novela? N o lo s é ;
m e p a r e c e q u e e n c o n t r a r e m o s m á s bien u n c a m p o de posibilidades.
P r e c i s a m e n t e en la m i s m a é p o c a se p r o d u j e r o n la g r a n e x p l o s i ó n
r o m á n t i c a y las p r i m e r a s novelas de S t e n d h a l y n o c r e o q u e en u n
análisis sociológico p o d a m o s hallar las direcciones absolutas de u n a
y otras. T e n g o la i m p r e s i ó n de q u e existe u n a posibilidad p a r a las
dos. L a s relaciones e n t r e el r o m a n t i c i s m o y la novela son m u y i n t e -
resantes. L a novela c o m p r e n d e la reivindicación individual del r o -
m a n t i c i s m o p e r o c o m p r e n d e t a m b i é n la c o n c i e n c i a de sus limita-
ciones, la autocrítica d e la negativa r o m á n t i c a a p a s a r p o r las m e -
diaciones de l a sociedad.
Si la investigación l o g r a r a d e t e r m i n a r este c a m p o de posibili-
d a d e s sería preciso c o m p l e t a r l o m e d i a n t e u n e s t u d i o de la génesis,
esta vez c e n t r a d a en el a u t o r , q u e p e r m i t i e r a r e c u p e r a r el t i e m p o
tras el estudio sincrónico d e los años 1 8 2 6 - 1 8 3 0 ; estudiar d e n t r o
del á m b i t o general su c a m p o de posibilidades p r o p i o , los c a m b i o s
de f o r m a , p o r ejemplo el p a s o del t e a t r o a l a novela, y su signifi-
c a d o , la relación entre las o b r a s sin t e r m i n a r y las t e r m i n a d a s y, al
m i s m o t i e m p o , entre las o b r a s novelescas y las autobiográficas o los
ensayos. P a r a t e r m i n a r , quisiera decir q u e m e h a interesado e n o r m e -
m e n t e lo q u e Sanguineti h a d i c h o a p r o p ó s i t o d e Stendhal y del
éxito. Su concepción del éxito p o d r í a explicar la estructura m i s m a
de sus novelas; c u a n d o d i c e : «Si t e n g o éxito m e leerán d e n t r o d e
cien a ñ o s , algunos espíritus c o m o M é l a n i e G u i l b e r t o M a d a m e
R o l a n d m e leerán»; a c e p t a el p a s a r p o r la m e d i a c i ó n i m p u r a d e
la o b r a d e arte c o m o m e r c a n c í a , q u e p a r a él era t a n sensi-
ble, y p r o y e c t a a su v e r d a d e r o público en el futuro, m á s allá d e
los c o m p r a d o r e s hipotéticos q u e le c o m p r e n d e r á n m a l y le l e e r á n
p o r razones ajenas a su o b r a ; así t a m b i é n en el m o d o de lo irreal
o de la posibilidad lejana e incierta, m á s allá del éxito i m p u r o , t e n -
d r á quizás u n a relación directa con algunos lectores. E s t o se p a r e c e
n u i c h o a la relación q u e b u s c a n los héroes en sus novelas. N o h a y
ipic establecer u n a d i s c o n t i n u i d a d entre la v i d a y la obra, ni e n t r e
el a u t o r y sus héroes. S i m p l e m e n t e esta a n a l o g í a p u e d e ser í n d i c e
d e u n p r o b l e m a esencial, a la vez i n t e n s a m e n t e vivido p o r Stendhal
y q u e n o es p a r t i c u l a r suyo, q u e p u e d e h a l l a r u n a solución personal
e n la vida y u n a expresión general en la obra, el p r o b l e m a d e las
relaciones e n t r e el c r e a d o r , su o b r a y su púbUco en las n u e v a s con-
diciones del siglo XIX.
\:¡':,A'r'-;,'x\:^:, .i^' • :,' y.' •, ; . • « -¡y^'

Coloquio

SANGUINETI • • ^' - • • • .•

H a utilizado u s t e d ciertos c o n c e p t o s de los q u e q u i z á sería


útil hacer historia n o solamente p a r a c o m p r e n d e r a S t e n d h a l sino
p a r a descubrir ciertas constantes de l a novela b u r g u e s a . M e expli-
c a r é : el c o n c e p t o d e i n a d a p t a c i ó n h a surgido quizá c o n Stendhal,
m a s p a r a r e f e r i r m e a u n a experiencia personal, c o m p r u e b o q u e t o -
d a s sus descripciones d e la i n a d a p t a c i ó n en las novelas d e Stendhal
p u e d e n aplicarse p e r f e c t a m e n t e a las novelas de M o r a v i a y, p o r
ejemplo, a los Indiferentes. E n S t e n d h a l la i n a d a p t a c i ó n t o m a la
f o r m a de la i m p o t e n c i a y la indiferencia tiene la m i s m a expresión
e n M o r a v i a . M e a s o m b r a p o r o t r a p a r t e la repetición del t e m a de
la i n a d a p t a c i ó n sexual en la novelística b u r g u e s a ; c r e o q u e se trata
m á s bien de u n a e s t r u c t u r a o, p o r decirlo de o t r o m o d o , de u n
m i t o general q u e se e n c u e n t r a m á s o m e n o s en i m g r a n n ú m e r o
d e novelas b u r g u e s a s . Existe u n a cierta distancia e n t r e el h é r o e y
el a m o r y m e p r e g u n t o si toda u n a categoría d e sentimientos ana-
lizados p o r los novelistas n o halla su significado s e c r e t o en esta
imposibilidad d e establecer u n a r e l a c i ó n directa en esta p e r m a n e n -
c i a de u n a cierta distancia.
T e n g o , a este respecto, u n a hipótesis q u e f o r m u l a r . E n el fon-
d o se sigue c o n s i d e r a n d o la sexualidad c o m o u n a iniciación en la
sociedad; r e c h a z a r l a relación sexual equivale, p o r l o t a n t o , a re-
c h a z a r t o d o n e x o c o n la sociedad, r e c h a z a r la iniciación e n esa so-
ciedad. E n el c a s o d e M o r a v i a esto está p e r f e c t a m e n t e c l a r o . Así
u n o de los héroes d e los Indiferentes dice explícitamente q u e r e -
c h a z a la relación sexual con su a m i g a p a r a c o n s e r v a r su p u r e z a ,
p u e s aceptar el a m o r tal c o m o se c o n c i b e en la sociedad significa
a c e p t a r todas las leyes de la m i s m a .

89
ESCARPIT

M e h a r e s u l t a d o s u m a m e n t e agradable e s c u c h a r esta p o n e n c i a
tan brillante, d e i m p r e s i o n a n t e calidad; t e n g o la certeza d e h a b e r
asistido a la exposición d e u n a b u e n a tesis p e r o , d e b o a f i r m a r l o ,
de u n a tesis a la vez d e l i t e r a t u r a c o m p a r a d a , general y de s o c i o -
logía de la literatura.
C r e o q u e a h o r a m e d o y c u e n t a de q u é es l o q u e m e s e p a r a d e
usted y d e m i amigo G o l d m a n n ; en f o n d o n o se t r a t a de i m a c u e s -
tión d e principios sino d e ambición. C a d a u n a d e las cuestiones
e n u m e r a d a s p o r usted: a c o g i d a d e la novela d e Stendhal, e v o l u c i ó n
de la novela, d e las ideas, e t c . — h a sido u s t e d s i n c e r a m e n t e a m a b l e
al d e c i r q u e a c e p t a b a t a m b i é n las cifras—, r e p r e s e n t a , t í n i c a m e n t e
en l o q u e se refiere a S t e n d h a l , u n a d e c e n a d e tesis. S o l a m e n t e
c u a n d o estas tesis h a y a n s i d o elaboradas p o d r á alcanzarse la fina-
lidad q u e usted se p r o p o n e . H a d i c h o usted, p o r ejemplo: h a y q u e
estudiar la acogida de la o b r a d e Stendhal, p u e s bien, sugerí u n a
tesis s o b r e la acogida d e la o b r a de F l a u b e r t , p e r o t u v i m o s q u e
l i m i t a m o s a Madame Bovary y la o b r a d u r ó c i n c o años; t u v i m o s
q u e r e c u r r i r a i n n u m e r a b l e s monografías, e x a m i n a r m o n t o n e s d e
periódicos y críticas, sin lograr agotar el t e m a .
E n l o q u e se refiere al s e g u n d o p u n t o , l a evolución de la n o -
vela desde h a c e cien a ñ o s , exige t a m b i é n t o d o u n trabajo d e inves-
tigación; m i a y u d a n t e está h a c i e n d o desde h a c e c i n c o años u n t r a -
bajo sobre la novela p o p u l a r del siglo x i x y t o d a v í a le q u e d a n v a -
rios a ñ o s m á s . L o m i s m o p u e d e decirse c o n respecto a la evolu-
ción d e las ideas, a su historia; ya d e d i c a m o s a este p r o b l e m a , e n
B u r d e o s , en 1956, u n c o n g r e s o d e literatura general y sólo p u d i m o s
r o z a r el t e m a . D i c h o esto, estoy t o t a l m e n t e d e a c u e r d o con l o q u e
usted h a e x p r e s a d o a c e r c a del t e m a .
P o r ú l t i m o , ha h a b l a d o usted, siguiendo las tesis de G o l d m a n n ,
de e s t m c t u r a s . Utilizo esta p a l a b r a a u n q u e n o sé m u y b i e n q u é
q u i e r e decir y n o m e gusta utilizar p a l a b r a s c u y o significado n o e n -
t i e n d o : estructuras i n t e r n a s d e la novela y estructuras e c o n ó m i c o -
sociales d e las situaciones históricas. T a m b i é n en este caso m e p a -
rece usted d e m a s i a d o a m b i c i o s o . L e v o y a ofrecer u n ejemplo q u e
constituye u n caso de aplicación directa d e la metodología g o l d m a n -
n i a n a . E n este m o m e n t o t e n g o e m p e z a d o u n trabajo en B u r d e o s
sobre el « t e m a de los m u e r t o s en G r e c i a e n la literatura». C o m o
m u y bien saben ustedes estas m u e r t e s en G r e c i a h a n seguido t o d a s
cJ ejemplo d e Byron. M a s , ¿ p o r q u é B y r o n fue a m o r i r a G r e c i a ?
S i m p l e m e n t e p o r q u e n e c e s i t a b a rehabilitarse a los ojos de la s o -
cicdatl inglesa que le h a b í a r e c h a z a d o p o r m o t i v o s morales. P o r ello

90
e n t r ó a f o r m a r p a r t e d e u n c o m i t é c o n s t i t u i d o p o r capitalistas ingle-
ses q u e en b u s c a d e n u e v a s posibilidades d e inversión t r a s la pér-
d i d a d e A m é r i c a , h a b í a n vuelto sus ojos a Oriente M e d i o : E g i p t o ,
P a l e s t m a , etc.; G r e c i a se había c o n v e r t i d o p o r lo t a n t o en u n lugar
c l a v e , los ingleses t r a t a b a n de libertarla a fin de convertirla en u n
p r o t e c t o r a d o e c o n ó m i c o . Byron h a b í a i d o a G r e c i a p a r a esto, c o m o
l o d e m u e s t r a el i n f o r m e q u e envió en aquellos m o m e n t o s a u n ami-
g o í n t i m o . P e r o m u r i ó d e fiebre en las condiciones q u e t o d o s uste-
d e s conocen, n o sin lirismo, p o r o t r a p a r t e . ¿Por q u é , a p a r t i r de
este m o m e n t o , se h a c r e a d o el m i t o d e l a m u e r t e en G r e c i a e n el
q u e se h a n i n s p i r a d o multitud d e p o e t a s ? P o r q u e el capitalismo
n a c i e n t e estaba i n t e r e s a d o en suscitar la aparición d e dos m i t o s r a -
d i c a l m e n t e o p u e s t o s : p o r u n a p a r t e el m i t o del h o m b r e d e acción,
p e g a d o a los h e c h o s , p o r otra el del h o m b r e de espíritu, el artista,
i n c a p a z de u n a a c c i ó n útil, i n a d a p t a d o a la realidad, p e r o q u e tiene
l a suerte de p o d e r disfrutar de los goces superiores d e la m e n t e . E l
m i t o de la m u e r t e en G r e c i a sirve p a r a ilustrar esta oposición, ex-
p r e s a u n a situación social. G r e c i a es p a r a el artista lo q u e está en
el o t r o lado, l o q u e n o se p u e d e a l c a n z a r (lo ú n i c o q u e c a b e es la
r e n u n c i a , el suicidio, etc.). O bien G r e c i a es el lugar al q u e iríamos
d e m u y b u e n a g a n a si n o t u v i é r a m o s c a r g a s sociales y familiares; los
q u e p u e d e n ir son considerados c o m o u n o s seres e x t r a o r d i n a r i a m e n t e
a f o r t u n a d o s , etc.
Si c h o este e j e m p l o de lord B y r o n es p o r q u e h e e s t a d o t r a b a -
j a n d o en u n e s t u d i o sobre él d u r a n t e diez años; de esta f o r m a , c o n
este simple d a t o , h e c o n s t r u i d o t o d o u n c u a d r o — n o estoy d e acuer-
d o c o n esa i d e a del c u a d r o de la é p o c a al que se refiere t a n a m e -
n u d o m i a m i g o S i l b e r m a n n ; suele p a r e c e r m e algo f r í o — p e r o h a y
q u e tener la r e a l i d a d a n t e los ojos, r e u n i r p r i m e r o c o n c i e n z u d a m e n t e
t o d o s los d a t o s .
P o r ú l t i m o , u s t e d afirma q u e el p ú b l i c o en el m o m e n t o de la
c r e a c i ó n es t a n i m p o r t a n t e , c o m o o b j e t o de estudio, c o m o el q u e
existe en el m o m e n t o de c o n s u m o d e l a o b r a ; m e p a r e c e q u e h a y
cantidades d e p ú b l i c o s ; está el público-soporte, el q u e usted estudia;
p e r o t a m b i é n el público-interlocutor, el q u e está e n l a m e n t e del
artista c u a n d o éste escribe; el p ú b l i c o t e ó r i c o del editor, y el públi-
c o real. Si m e d e d i c o al púbUco r e a l es p o r q u e a éste es posible
estudiarlo i n m e d i a t a m e n t e , basta con aplicar u n a serie de m é t o d o s
rigurosos. A l c o n t r a r i o , en lo q u e r e s p e c t a al público-soporte, los
sociólogos e h i s t o r i a d o r e s deben h a c e r todavía u n t r a b a j o de des-
l i n d e . A h o r a sí p o d r á e n t e n d e r p o r q u é p l a n t e a r p r o b l e m a s ,
c o m o usted h a c e , m e parece excelente, p e r o t a m b i é n p o r q u é sus
ambiciones m e a s u s t a n un p o c o .

91
GOLDMANN

C r e o q u e estoy d e a c u e r d o con lo q u e a c a b a d e decir E s c a r -


jiit, al m e n o s en lo q u e se refiere a los p r i n c i p i o s . P e r o las diferen-
cias surgen e n c u a n t o llegamos a aplicaciones concretas. U s t e d
a d m i t e la necesidad de análisis internos del t i p o del que a c a b a d e
p r o p o n e r G e n e v i é v e M o u i l l a u d , p e r o sólo t r a s u n a serie de e n c u e s -
tas sociológicas q u e exigirían m u c h í s i m o t i e m p o . P r á c t i c a m e n t e e s t o
significa remitir la investigación a las C a l e n d a s griegas.
D e esta f o r m a la p r o p u e s t a d e c o l a b o r a c i ó n e n t r e a m b o s m é t o d o s
se r e d u c e n e n la p r á c t i c a a la exclusión d e u n cierto t i p o d e
sociología. E l p r o b l e m a q u e y o p l a n t e o es el del r e n d i m i e n t o . E s
innegable q u e las encuestas empíricas son p o c o eficaces y p o c o fe-
c u n d a s c u a n d o n o están guiadas p o r cuestiones concretas. P o r o t r a
p a r t e , la experiencia c o n c r e t a d e la investigación h a d e m o s t r a d o
m u l t i t u d d e veces q u e estudios teoréticos d e t i p o estructural p e r m i -
tían establecer i n m e d i a t a m e n t e la i m p o r t a n c i a d e d e t e r m i n a d o s t e x -
tos o h e c h o s q u e encuestas empíricas m u y a v a n z a d a s h a b í a n i g n o -
r a d o c o m p l e t a m e n t e h a s t a entonces. Pienso, p o r ejemplo, e n m i e s -
t u d i o sobre R a c i n e , P a s c a l y el j a n s e n i s m o q u e m e h a p e r m i t i d o
localizar e n veinticuatro h o r a s textos i m p o r t a n t e s q u e d o r m í a n e n
los archivos y q u e h a s t a e n t o n c e s h a b í a n s i d o i g n o r a d o s p o r q u e se
c o n s i d e r a b a n d e s e g u n d a fila.

ESCARPIT • •: •• , . i:i

E s t o y totalmente d e a c u e r d o con su observación. H e p u b l i c a d o


h a c e u n a ñ o , en u n a editorial belga, u n l i b r o sobre H e m i n g w a y
b a s a d o e x a c t a m e n t e en su m é t o d o . Sólo q u e en este caso p i d o
q u e el m é t o d o sea e n o r m e m e n t e riguroso. E n lo que respecta a
H e m i n g w a y partí de i m a hipótesis que fue m i guía y a la q u e
m e sometí totalmente, p e r o p a r a verificarle p r o c e d í a u n riguroso
análisis n u m é r i c o del c o n t e n i d o .
D i c h o esto, u n a v e z m á s n o estoy de a c u e r d o c o n la e x p r e s i ó n
«análisis estructural». L a p a l a b r a e s t r u c t u r a n o quiere decir n a d a ,
es u n a p a l a b r a filosófica, a h o r a bien, n o s o t r o s n o h a c e m o s filosofía,
s i n o literatura. L a filosofía es ideas y la l i t e r a t u r a cosas.

GOLDMANN /

G e n e v i é v e M o u i l l a u d h a d a d o u n a definición m u y c o n c r e t a d e
la estructura. É s t a son las regularidades q u e h a c e n q u e en u n c o n -
j u n t o la transformación de u n elemento lleve consigo n e c e s a r i a m e n -

92
t e ciertas t r a n s f o r m a c i o n e s c o m p l e m e n t a r i a s de los d e m á s elementos
d e f o r m a q u e se c o n s e r v e u n a significación global. E n Bruselas
h e m o s estudiado las novelas de M a l r a u x y h e m o s p o d i d o c o m p r o b a r
q u e de u n a n o v e l a a o t r a la relación del personaje c e n t r a l c o n la
v i d a política y la historia v a r i a b a y q u e , s i m u h á n e a m e n t e , las r e -
laciones eróticas d e este personaje sufrían t r a n s f o r m a c i o n e s r i g u r o -
s a m e n t e análogas. C a b e p r e g u n t a r s e , p o r supuesto, si es el erotis-
m o el q u e h a p r o v o c a d o la t r a n s f o r m a c i ó n p o h t i c a o a la inversa.
P e r o , c o m o q u i e r a q u e sea, el m i s m o h e c h o de estas variaciones
c o n c o m i t a n t e s , q u e •apunta en el m i s m o sentido q u e l o q u e a c a b a
d e decir Sanguineti a propósito d e las novelas de M o r a v i a , m e p a -
r e c e u n m a g n í f i c o e j e m p l o de relación estructural.

SILBERMANN - r

N o h a c e n u s t e d e s m á s q u e h a b l a r d e estructura, p e r o ¿la es-


t r u c t u r a de q u é ? • •

GOLDMANN •' ¡'••y , '; :

¡Pues la e s t r u c t u r a del u n i v e r s o novelesco! E n las novelas d e


M a l r a u x , p o r ejemplo, las relaciones eróticas o a m o r o s a s y la a c -
c i ó n historicopolíticas son análogas.

SILBERMANN • ' ?

¿ Q u é es el u n i v e r s o novelesco?

GOLDMANN

El u n i v e r s o novelesco es el c o n j u n t o de relaciones q u e rigen


el c o m p o r t a m i e n t o d e los personajes (incluida la expresión verbal) y
l a t r a n s f o r m a c i ó n d e las situaciones.

SILBERMANN V

¿Es u n a e s t r u c t u r a de c o m p o r t a m i e n t o ? ¿ U n a e s t r u c t u r a de
personalidad?

93
GOLDMANN

N o , p o r supuesto, n o se t r a t a de u n a e s t r u c t u r a de c o m p o r t a -
m i e n t o ni d e la p e r s o n a l i d a d d e i m individuo sino, c o m o a c a b o d e
decir, d e la estructura d e i m c o n j u n t o d e relaciones interindividua-
les políticas, eróticas, a m o r o s a s , etc., q u e a veces se m o d i f i c a n e n
el t r a n s c u r s o del r e l a t o . E s t e es el o r d e n e s t r u c t u r a l .

ESCARPIT ••< /,(íi>';.!> -li ¿MÍIÍ'ÍÍ, /-¡(i, v'.jy'Miif.^jYv-í-

Quisiera plantearle u n p r o b l e m a c o n c r e t o d e interpretación d e


lo q u e usted l l a m a e s t r u c t u r a s . A p r o p ó s i t o d e B y r o n y de M a l r a u x
he p o d i d o observar la siguiente coincidencia: c u a n d o B y r o n llega
a G r e c i a , vestido c o n el i m i f o r m e de oficial inglés, se e n c u e n t r a
r o d e a d o d e m e r c e n a r i o s , e n su m a y o r í a oficiales alemanes d e las
g u e r r a s napoleónicas, i l u m i n a d o s , etc., en p o c a s p a l a b r a s , de u n a
t r o p a indescriptible. Se d a c u e n t a m u y p r o n t o de q u e n o llegará a
n a d a , y a q u e los m e r c e n a r i o s tienen exigencias d e m e r c e n a r i o s , los
v o l u n t a r i o s exigencias ideaUstas, etc.; p o r esto publica xma o r d e n
del día qt:e es la siguiente: « A p a r t i r de m a ñ a n a q u e d a n rescindidos
los c o n t r a t o s d e m e r c e n a r i o s , se firmarán n u e v o s c o n t r a t o s ; los v o -
luntarios n o p a g a d o s s e r á n enviados de n u e v o a su patria y t o d a s
las t r o p a s q u e d a n bajo la ley militar griega». A b r o L'Espoir d e M a l -
r a u x ; M a g n i n llega a la escuadrilla, d e s c u b r e q u e h a y v o l u n t a r i o s ,
m e r c e n a r i o s , etc. E n p o c a s p a l a b r a s , la m i s m a situación; y M a g n i n
d i c e : «Los c o n t r a t o s q u e d a n rescindidos, a p a r t i r d e m a ñ a n a e s t a m o s
bajo la ley m i h t a r e s p a ñ o l a » ; se trata de las m i s m a s p a l a b r a s .
¿ C o n s i d e r a usted q u e se t r a t a de dos e s t r u c t u r a s idénticas?

GOLDMANN /.í-.-''.-^ V ' : ' : • ^ t;/ • , „:

C i e r t a m e n t e considero q u e esto indica, e n a m b o s casos, u n ele-


m e n t o estructiural a n á l o g o ; p e r o siguiendo d e n t r o del m a r c o de sus
ejemplos, es preciso, a p a r t i r d e este p i m t o , p r o s e g u i r los estudios
p a r a ver en q u é m e d i d a estas estructuras parciales análogas f o r m a n
parte d e estructuras m á s amplias semejantes o si son s i m p l e m e n t e
elementos análogos en e s t r u c t u r a s diferentes; si h e llegado a d e s -
c u b r i r a Barcos y d a r i m a explicación sociológica d e la génesis d e
los escritos d e Pascal y d e R a c i n e es p o r q u e h a b í a p a r t i d o d e l a
idea d e q u e el jansenismo e r a u n m o v i m i e n t o d e oposición político-
Ideológica y que existía g e n e r a l m e n t e en los m o v i m i e n t o s d e este

94
t i p o u n e l e m e n t o p a r c i a l d e e s t r u c t u r a q u e es l a o r g a n i z a c i ó n e n
« e x t r e m i s m o d e i z q u i e r d a » , « c e n t r a l i s m o eficaz» y « g r u p o m o d e r a -
d o » , siendo h a b i t u a l m e n t e el g r u p o e x t r e m i s t a d e i z q u i e r d a el origen
d e las grandes c r e a c i o n e s culturales. E s este c o n c e p t o d e estructu-
r a c i ó n interna d e l o s g r u p o s d e o p o s i c i ó n l o q u e m e h a p e r m i t i d o
d e s c u b r i r los t e x t o s d e Barcos y c o m p r e n d e r s u p a p e l histórico.

ESCARPIT

Otra cuestión: ¿ C u á l es su p r o c e d i m i e n t o d e análisis d e los


textos?

GOLDMANN ../::;:'Í;Í^., i.,;

T r a t o el c o n j u n t o d e textos d e i m a u t o r e x a c t a m e n t e d e la
m i s m a m a n e r a q u e el sociólogo t r a t a l a reaUdad q u e e s t u d i a : a h í
e s t á n los personajes, las relaciones, los c o m p o r t a m i e n t o s . T e n g o u n
s o l o privilegio e n l o q u e respecta a los sociólogos d e l a v i d a real,
y es q u e c o n o z c o el c o n j u n t o d e los d a t o s q u e constituyen el u n i -
v e r s o d e los textos d e l a u t o r e n c u e s t i ó n ; d e b o a ñ a d i r q u e c a d a v e z
q u e se estudia u n a e s t r u c t u r a parcial, y la o b r a e n c o n j u n t o lo es,
h a y q u e integrarla e n l a estructura global d e la q u e f o r m a p a r t e y
e n l a q u e tiene s e n t i d o .

Mt í i ' : . - ' ; ir !i

ESCARPIT

Quisiera h a c e r l e u n a observación q u e m e p a r e c e m u y i m p o r -
t a n t e . H a d i c h o u s t e d q u e posee t o d o s los datos, todos los d o c u m e n -
t o s , l o cual es i n e x a c t o . Sólo posee los d o c u m e n t o s q u e l a i m p r e n t a
h a tenido a b i e n transmitirle. E l t a m i z d e la edición, d e la puesta
e n venta, es u n t a m i z s u m a m e n t e eficaz q u e e n t r a ñ a u n a p e r t u r b a -
c i ó n . L o q u e usted busca, ¿es la e s t r u c t u r a del u n i v e r s o r e a l del
escritor o la d e l u n i v e r s o modificada p o r la edición?

GOLDMANN

L a respuesta s e r á m u y concreta. S ó l o p o d e m o s trabajar, igual


u s t e d q u e t o d o historiador, sobre universos q u e nos llegan relativa-
m e n t e intactos. H a y q u e disponer d e u n m í n i m u n d e d o c u m e n t o s .

95
por l u p u e s t o . P o r ejemplo, n o c r e o en la posibilidad de u n análisis
i'Nlrucliiral de las obras d e H e r á c l i t o o d e los presocráticos p o r q u e
poseo m u y p o c o s d o c u m e n t o s sobre estos a u t o r e s . P o r el c o n t r a r i o
í)p¡no q u e , a u n q u e a l g u n o s se h a y a n p e r d i d o , p o s e e m o s b a s t a n t e s
ilocumcnlos s o b r e Pascal o M a r x p a r a p r o c e d e r a u n análisis.
D i c h o esto, el análisis estructural i n t e r n o n o constituye m á s
q u e u n a p r i m e r a etapa. H a y q u e t r a t a r esta e s t r u c t u r a interna c o m o
u n o d e los elementos d e u n a e s t r u c t u r a m á s vasta, e c o n ó m i c a , s o -
cial, política, global.
Quisiera a h o r a h a c e r tres observaciones m u y breves acerca d e
la brillante exposición d e la s e ñ o r a M o u i i l a u d : la p r i m e r a t r a t a
d e disipar u n m a l e n t e n d i d o q u e concierne a m i s hipótesis g e n e r a l e s :
p a r a explicar el carácter i n a d a p t a d o , p r o b l e m á t i c o , del escritor o del
c r e a d o r he p a r t i d o del h e c h o de q u e se interesa p o r el valor de u s o ,
p o r la calidad d e sus escritos, m i e n t r a s q u e e n las sociedades p r o -
d u c t o r a s p a r a u n m e r c a d o el h o m b r e n o r m a l se interesa s o b r e t o d o
p o r el valor d e i n t e r c a m b i o ; p e r o esto n o q u i e r e decir q u e c o n s i d e r e
el f e n ó m e n o d e la c r e a c i ó n literaria c o m o p u r a m e n t e e c o n ó m i c o ;
digo s o l a m e n t e q u e su o r ig en es e c o n ó m i c o ; su manifestación psí-
q u i c a es n a t u r a l m e n t e social y cultural.
E n lo q u e se refiere a la i n a d a p t a c i ó n e n la novela b u r g u e s a
c r e o q u e es la característica m i s m a del p e r s o n a j e novelesco; y a exis-
te i n a d a p t a c i ó n en el c a s o d e D o n Quijote, p e r o existen distintas
f o r m a s d e i n a d a p t a c i ó n q u e son correlativas al desarrollo de la s o -
ciedad b u r g u e s a y p a r t i c u l a r m e n t e al p r o g r e s o d e la e c o n o m í a d e
m e r c a d o y a la i m p o r t a n c i a creciente del v a l o r d e c a m b i o e n la s o -
ciedad. E s t a s observaciones m e p a r e c e n utilizables e n el m a r c o d e
u n a hipótesis d e c o n j u n t o d e la sociología d e la novela; p e r o , p o r
supue s to, será necesario p r o c e d e r a u n g r a n n ú m e r o de anáhsis s e -
mejantes a los que nos h a ofrecido la s e ñ o r a Mo u i i l au d antes d e
llegar a conclusiones generales q u e s u p e r e n el nivel de la hipótesis.
P o r ú l t i m o quisiera f o r m u l a r u n a s c u a n t a s observaciones a p r o -
pósito de lo q u e nos h a d i c h o la señora M o u i i l a u d sobre la n o v e l a
y el r o m a n t i c i s m o . G e n e v i é v e M o u i i l a u d n o c r e e , así ha dicho, q u e
p u e d a n señalarse capas economicosociales específicamente ligadas a
la f o r m a de novela de personaje p r o b l e m á t i c o p e r o q u e sí p o d r í a n
señalarse c a p a s sociales si se eUge la respuesta r o m á n t i c a . N o estoy
tan seguro. P o r m u y p r ó x i m o s q u e estén la n o v e l a y el r o m a n t i c i s -
m o e n la p r o b l e m á t i c a d e la i n a d a p t a c i ó n social, las respuestas, u s -
ted m i s m a lo h a dicho, son r a d i c a l m e n t e distintas. M e r e m i t o al
h b r o de G i r a r d , Mensonge romantique et vérité romanesque. A par-
lii- lie una situación idéntica, surgida c o n la sociedad capitalista, se
oliscrvan dos respuestas diferentes: u n a a c e p t a y revaloriza la i n a -

96
d a p t a c i ó n y t o d o l o q u e significa r u p t u r a entre la a p a r i e n c i a y la
esencia; la o t r a l a h a c e p r o b l e m á t i c a m e d i a n t e u n t i p o especial de
i r o n i a q u e n o es l a i r o n í a r o m á n t i c a . A m i entender, n o es posible
p r o n u n c i a r s e antes d e q u e se h a y a h e c h o i m a investigación empí-
rica p a r a s a b e r si a estas d o s respuestas t a n r a d i c a l m e n t e distintas
a u n a m i s m a situación c o r r e s p o n d e n d o s capas sociales diferentes
o no. I, , ;,

KOTT j'':'^f, • ' ; ( ; ' ' . ; ' . ' / ' J .

V o l v i e n d o a l a exposición d e l a s e ñ o r a Mouillaud, c r e o q u e si
b i e n p u e d e n p l a n t e a r s e cuestiones h a s t a el infinito a propósito de
S t e n d h a l , es n e c e s a r i o centrarse e n las fundamentales. Si según d e -
t e r m i n a d o s p u n t o s d e vista la o b r a es l a historia d e la o b r a , d e la
c r e a c i ó n d e l a o b r a , h a y q u e p r e g u n t a r s e c ó m o h a o c u r r i d o esto
c o n Stendhal. S a b e m o s q u e h a y u n S t e n d h a l c a r b o n a r i o , un Stendhal
r e v o l u c i o n a r i o r o m á n t i c o , u n S t e n d h a l d e Barbey d'Aurcvilly, un
S t e n d h a l d e A n d r é G i d e , u n S t e n d h a l m á s o m e n o s trotkista y
u n Stendhal existencialista. L o q u e m e h a s o r p r e n d i d o en la ponencia
d e l a señora M o u i l l a u d y q u e m e p a r e c e a l a vez atractivo c inquie-
t a n t e , es q u e se e s t u d i a a Stendhal d e s d e el p u n t o d e vista d e cues-
tiones i m p o r t a n t e s , m u y interesantes, p e r o p u r a m e n t e cxislcncialis-
t a s : los «papeles», l a s máscaras, e t c . Y a este respecto p u e d e plan-
t e a r s e u n a cuestión interesante: ¿ c ó m o es posible q u e la o b r a de
S t e n d h a l ofrezca esta posibilidad d e respuestas mútiplcs c incluso
contradictorias? C r e o q u e esto se d e b e al hecho de q u e la novela
d e Stendhal es u n a novela m u y subjetiva con toda u n a superficie
objetiva: está el analista objetivo d e la sociedad q u e desmitifica a
t o d o s los q u e j u e g a n un cierto «papel» y q u e , en este aspecto, es
i m p a r c i a l ; p e r o al m i s m o t i e m p o está el autor, el r/io c r e a d o r , q u e
exige q u e la vida sea autentica; y es csla presencia ilel a u t o r ante
el lector l o q u e ofrece la posibilichul ilc esas inleí prefaciones dife-
r e n t e s y c o n t r a d i c t o r i a s , p o r q u e la n u d d i í ilt- aiilenlicidail, d e lo q u e
es válido, c a m b i a c o n la sociedad. Vico i|ue hay un cierto misterio
S t e n d h a l y p r e c i s a m e n t e p o r esto el e s t u d i o de la señora Mouillaud
r e s u l t a a la v e z t a n atractivo e h i s t ó r i c a m e n t e i m p o r t a n t e .

MOUILLAUD

R e s p o n d i e n d o e n p r i m e r l u g a r a E s c a r p i t p u e d o decir q u e , en
efecto, soy consciente d e la e n o r m i d a d d e l p r o g r a m a q u e h e descri-

97
Ii>. I'icnso q u e lii sociología d e la literatura, d e cualquier f o r m a q u e
Nc la considere, n o p a r e c e c o m p a t i b l e , p o r ejemplo, c o n la f o r m a d e
Irabnjo de la tesis francesa d e la S o r b o n a , q u e es la o b r a m a e s t r a
«rlcsunal de u n solo i n d i v i d u o , y c r e o r e a l m e n t e q u e h a c e falta u n
e q u i p o p a r a trabajar en t o d a s estas cosas.
T a m b i é n m i p r o g r a m a a d m i t e e c o n o m í a s , al m e n o s en l o q u e
se refiere a lo q u e se h a c e h a b i t u a l m e n t e . P i e n s o , p o r ejemplo, e n
eso q u e se l l a m a biisqueda d e los «pilotos» d e S t e n d h a l , la b ú s q u e d a
ilel m o d e l o real que h a d a d o lugar a u n personaje d e t e r m i n a d o .
A este tipo pertenece el e s t u d i o del t e m a d e l a m u e r t e en G r e c i a ;
p u e d e resultar útil leer l o q u e se h a p u b l i c a d o a este respecto, p e r o
e n el estudio d e u n a n o v e l a d e Stendhal p u e d e ignorarse la h i s t o r i a
general del t e m a de la m u e r t e en G r e c i a y d e B y r o n , sin q u e e s t o
t e n g a graves consecuencias, p o r q u e lo esencial es c o m p r e n d e r el
p r o b l e m a q u e la m u e r t e d e O c t a v i o en G r e c i a expresa d e n t r o d e la
novela y t r a t a r de r e l a c i o n a r l o con la s o c i e d a d ; en este s e n t i d o
h a y u n cierto n ú m e r o d e detalles q u e p u e d e n a h o r r a r s e .
P o r o t r a p a r t e c r e o q u e h a y q u e t e n e r ambiciones r a z o n a b l e s .
C u a n d o h e d i c h o q u e h a b í a q u e estudiar l a evolución de la n o v e l a
d e s p u é s d e S t e n d h a l n o p i e n s o en t o d o lo q u e se ha d i c h o d e s p u é s
d e S t e n d h a l acerca d e la novela, l o q u e sería m u y p o c o r a z o n a b l e
y n o sé si útil p o r q u e l o q u e m e interesa d e la evolución de la n o -
vela después d e S t e n d h a l es lo q u e h a t e n i d o su origen en S t e n d h a l
y q u e se h a d e s a r r o l l a d o d e s p u é s ; si en ciertas novelas posteriores
se e n c u e n t r a n estructuras t o t a l m e n t e diferentes, esto n o m e interesa
d e m a s i a d o . C r e o s i m p l e m e n t e q u e el e s t u d i o retrospectivo tiene el
interés d e m o s t r a r f e n ó m e n o s q u e n o r e s u l t a b a n q u i z á d e m a s i a d o
visibles o e s t a b a n sin t e o r i z a r en la é p o c a d e Stendhal, y q u e a
c o n t i n u a c i ó n se h a n h e c h o s m u c h o m á s visibles, h a n i n v a d i d o la
f o r m a novelesca o h a n t o m a d o f o r m a s científicas (en psicología,
p o r ejemplo) m á s t a r d e , p o r q u e , d e n t r o d e l a sociedad, h a n a d q u i -
r i d o u n m a y o r relieve. Y c r e o q u e esto p u e d e p e r m i t i r el d e t e c t a r -
las a posteriori, en las novelas d e Stendhal.
A p r o p ó s i t o de las reflexiones de Sanguineti s o b r e la sexualidad
en la novela burguesa, c r e o q u e en S t e n d h a l el p r o b l e m a n o e r a
la sexualidad en sí. E n el c o n j u n t o de las novelas de S t e n d h a l n o
está e n a b s o l u t o p r o h i b i d o h a c e r el a m o r ; l o p r o h i b i d o es realizar
u n a m o r p e r f e c t a m e n t e p u r o — e s decir, sin q u e exista e n t r e los
héroes u n i n t e r m e d i a r i o , u n obstáculo, del t i p o «papel» a d e s e m p e -
ñar, táctica, cálculo, e t c . — y, p o r ú l t i m o , está p r o h i b i d o r e a l i z a r
u n a m o r q u e tenga f u t u r o . N u n c a se e n c u e n t r a n juntos estos ele-
m e n t o s del a m o r en S t e n d h a l . H a y dos escenas en Armance y en
Kl Rojo y el Negro q u e son c o m p l e m e n t a r i a s ; si se p u s i e r a n j u n t a s

9B
l o g r a r í a m o s u n a e s c e n a de a m o r p e r f e c t a ; m e refiero en p r i m e r
l u g a r a la f a m o s a e s c e n a de El Rojo y el Negro en q u e J u l i e n Sorel
t i e n e a M a t i l d e e n sus b r a z o s : p e r o n o p u e d e d e m o s t r a r l e q u e le
a m a p o r q u e s u táctica, en ese m o m e n t o , es ocultarle su a m o r , de
l o c o n t r a r i o ella n o le a m a r í a ya, etc. Stendhal escribe e n t o n c e s :
« E s c u c h a n d o l a s vanas palabras q u e salían de su boca, Julián se de­
c í a : Si al m e n o s p u d i e r a cubrir d e besos tus pálidas mejillas sin
q u e t ú lo i i o l a n i s » . Tiene a la mujer a quien a m a en sus brazos,
p e r o un o b s l ^ u u l o m l e r i o r le s e p a r a d e ella. En Armance hallamos
la o t r a m i t a d ili- l.i e s c e n a : A r m a n c e se ha desvanecido, su desva­
n e c i m i e n t o e s u n a p i n c h a d e l i i n i o r q u e s i e n t e p o r O c t a v i o ; éste p u e ­
d e c u b r i r l i i i l c I x - s o s . p e r o e s i m p o l e n l e ; n u n c a pueden e n c o n t r a r s e
los D O - . . R , | i ( ( L O - , L I D a m o r ; es e-.ic N N I D I i n l a l el q u e está v e d a d o
a los l i e i o e s (le . S U i u l l i n l iii;i>. ( | i i c l.i u - ; i l i / . u m u s e x u a l del a m o r .
Ivsto m e periiiilf .1 l.i i m - H O N <lc- l;i estructura. C u a n d o
h a b l o del a m o r j i i i | u ) s i l i l e , i i u - . i l , -.i- m e n •,|>(>ii(li-. I V r o esto n o es
n u e v o , basta con p c i i s j i i m e l . I I U O I 1 1 nic„iiii>, c u liixtán e Isolda,
en el a m o r p r o h i b i d o e n l.i I (l,i<l M K I i . i , m t o d a una tradición n o ­
velesca, en r e s u m e n » . I ' s c i e r t o , p c m c u - o q u e esto c a m b i a de
s e n t i d o una v e / , inserto e n lu eslrucluru d e l i i s novelas de Stendhal y
e s t o p u e d e servirme puní iiii eNliulio d e liis esliucturas. S e m e ha
p r e g u n t a d o q u é es lo q u e eiilieiulo exaclameiilc p o r «estructura».
V o y a ofrecer un e j e m p l o : pueden detcrininuise en Armance toda
u n a serie de e l e m e n t o s , novclu q u e Iriuisciirre e n l a I - r a n c i a actual,
h é r o e impotente, perteneciente 11 lu a l t a i i o b l c / u , p e í l e c l a m e n l e lú­
c i d o , p u r o a i i l c t o d a ciieslión d e d i n e r o o v a n i d a d , a c l i l i i d n o dis­
t a n c i a d a d e l a u t o r e o i i rcNpeclo a l h é r o e ; esto e v ) M s l i l u y e u n a estruc­
t u r a pues si u n o .solo de e s l o s elemeiiios cíimliiu, algunos de los
o t r o s tienen t a m b i é n q u e c a m b i a r de a c u e r d o con d e t e r m i n a d a s
leyes; si, p o r ejemplo, lu acción en ve/, d e Irimscurrir en I rancia
p a s a en Italia e n t r a r í a m o s entonces e n e l universo d e 1.a Cartuja de
Parma, en e l q u e i m dcteriiiíiiado iniíiiero ile c o s a s p r o h i b i d a s en
Otras novelas están aquí permititlas. P e r o e s sobre t o d o la actitud
t o t a l m e n t e diferente del autor, distancíución d e l a u t o r francés con
r e s p e c t o al m u n d o italiano, l o q u e lo convierte p a r c i a l m e n t e en un
m u n d o irreal.

Si estudiamos el c a m b i o o c u r r i d o e n t r e Julián Sorel y Octavio,


p o r ejemplo el h e c h o d e que Sorel n o sea impotente, v e r e m o s c ó m o
e s t o se halla r e l a c i o n a d o con otra serie d e cambios; Julián tiene una
a m b i c i ó n plebeya, se p a r e c e m á s al resto del m u n d o , en el relato
se observa u n a cierta ironía del a u t o r y o t r a serie de cosas c a m b i a n
t a m b i é n c o r r e l a t i v a m e n t e . P e r o siguen existiendo prohibiciones a b ­
solutas, c o m o la del a m o r realizado, p e r f e c t a m e n t e p u r o y c o n p o -

99
libilkludcs futuras. P a r e c e ser q u e Lucien Leuwen, si confiamos e n
los p r o g r a m a s , iba a t e r m i n a r c o n u n m a t r i m o n i o feliz, p e r o q u e d ó
«in a c a b a r ; a d e m á s n o p u e d e ser t o m a d a e n consideración p o r q u e
i g n o r a m o s su estructura r e a l .
A h o r a quisiera c o n t e s t a r a lo q u e el s e ñ o r K o t t decía a c e r c a
del cxistencialismo de S t e n d h a l . M e he e x p r e s a d o m a l si he d a d o la
impresión d e explicar a S t e n d h a l en t é r m i n o s existencialistas: el cxis-
tencialismo tiene, en el f o n d o , la ilusión d e la autenticidad, a u n q u e
l a m e n t e su ausencia, m i e n t r a s q u e en S t e n d h a l se manifiesta s i e m p r e
u n a cierta ironía con r e s p e c t o a ella; existe la reivindicación d e la
a u t e n t i c i d a d del h é r o e , p e r o t a m b i é n la c o n c i e n c i a del a u t o r d e q u e
si el h é r o e n o ejecuta d e t e r m i n a d o a c t o n o será ni auténtico, n i
i n a u t é n t i c o , n i n a d a . E s t o a p a r e c e m u y c l a r o e n Armance. Creo que
existen p r o b l e m a s en S t e n d h a l q u e después h a n seguido bajo u n a
f o r m a existencialista o q u e se h a n e x p r e s a d o , en la m i s m a é p o c a
d e Stendhal, bajo t m a f o r m a r o m á n t i c a , p e r o q u e el c o n j u n t o d e
las novelas d e S t e n d h a l n o es ni existencialista ni r o m á n t i c o . E l
q u e K o t t h a y a h a b l a d o , p o r otra parte, del c o n j u n t o de las i n t e r p r e -
taciones de Stendhal, o p i n o q u e es u n a c u e s t i ó n a p a s i o n a n t e . N o
h e t e n i d o t i e m p o d e r e f e r i r m e a ello, p e r o c r e o que u n e s t u d i o
de las novelas de S t e n d h a l d e b e incluir u n a explicación de estas
distintas visiones, de las causas d e estas interpretaciones t a n dife-
rentes. P a r a t o m a r i m ejemplo, alguien h a d i c h o q u e S t e n d h a l e r a
apolítico («para c o m p r e n d e r a este a u t o r q u e h a b l a c o n t i n u a m e n t e
d e política h a y q u e dejar a u n a l a d o la f o r m a d e p e n s a m i e n t o p o -
lítico»); otros h a n d i c h o q u e Stendhal e r a p l e n a m e n t e p o h t i c o , h a -
ciéndose el siguiente r a z o n a m i e n t o : « S t e n d h a l dice que es a p o -
lítico p e r o en realidad es p o h t i c o » . Y a es u n nivel. A o t r o nivel,
y a q u e n o s estamos o c u p a n d o d e la política p r o p i a m e n t e d i c h a ,
están aquellos p a r a q u i e n e s Stendhal es u n aristócrata, a q u e l l o s
p a r a quienes Stendhal es, en el fondo, u n h o m b r e de i z q u i e r d a s .
Así p u e s , y o c r e o q u e u n a interpretación d e la política en las n o -
velas de S t e n d h a l explica p e r f e c t a m e n t e c ó m o p u e d e n hallarse t o d o s
estos elementos y c ó m o , c o n s i d e r a n d o s o l a m e n t e u n o , se p u e d e i n -
t e r p r e t a r a Stendhal d e c u a t r o f o r m a s diferentes.

100
I
El f e n ó m e n o d e la
alienación de los filmes
p o r la s i n c r o n i z a c i ó n
por Alphons Silbermann

n(>S|>IA< I:I<L:IIIU'IIIC N O piudo OÍrtCcrlcí I I N C S T I U L I O L I T E R A R I O N I


de RCLK'XIXIII-. ,1 IM'.I TIC liloiofla • O O l a l o L Ü . S L O R I U S O C I A L P U E S Q U I E R O
A T E N E R M E A LA INVITACIÓN que 1 0 me ha h e c h o de V E N I R A Q U Í A I N T E R -
C A M B I A R C O N USLEDE.N IIILORNMCLÓN ACEREN de LOS ESTUDIOS CONCRETOS

Q U E ESTAMOS REALIZANDO Y PURA DINCIILIR PROHIEMIIS METOILOLÓGICOS.

P R E T E N D O DEMOSLIUI AL M I S M O T I E M P O IPIE lu SOCIOLOGÍA N O TIENE E N

ABSOLUTO AIIIBICIOIIES I I N P E Í ÍALISLIIS, C O M O CREE M I A M I G O ( I O L D M A N N .

E N U N A PALAHIA. M- LI.ILA DE ILCMOSLIAI I|IIE LA MII mlcij'IA N O PRETENDE

SER M Á S Q U E SOCIOLOGÍA.

L O Q U E V O Y U PRESCNTIII R O M O P O N E N C I A SE RCLICIC A SOCIOLOGÍA

D E LA LILEÍALIIIIR, IPIIERO ILEIIIOSLIAI EL PAPEL TPIE LA SOCIOLOGÍA D E LA

LITERATURA P U E D E DESCMPCIIAI EN EL IIIAICI) D E LAS INVESTIGACIONES

SOCIOLOGIC.IS SOBRE COIIIMIIU .n l o i u •. DE- iii.i ..r. L A INVESTIGACIÓN Q U E

E S T A M O S ICALÍ/AIIDO E N M Í SCIIIAIIAIIO D E LA LLIIÍVERSÍDAIL D E C O L O N I A

S E O C U P A DEL SIGUIENTE LUOBLEMII: <7 ¡viiámmo <lc l<i alienación de


los filmes por la sincroniztición. E N ESTE ESTUDIO DISTINGUIMOS U N A

SERIE D E ASPECTOS C A D A U N O ILE LOS CUALES ESTA EN ÍNICRACCIÓN C O N LOS

D E M Á S . S I N E M B A R G O , ES POSIBLE ESTUDIARLOS MCLÓILICAMENLE P O R teams


SEPARADOS. U N P R I M E R ASPECTO D E ESTE ESTUDIO SE INTERESA P O R

EL P A S O DEL LIBRO ORIGINAL AL FILME. S E TRATA D E U N ANÁLISIS CUANTITA-

TIVO DEL CONTENIDO C O M P A R A D O C O N TEXTOS FRANCESES, INGLESES E ITA-

LIANOS. D E S P U É S SIGUE U N ANÁLISIS CUANTITATIVO DEL CONTENIDO D E LA

I M A G E N , Q U E SE H A C E D E LA M I S M A M A N E R A . E N TERCER LUGAR, U N A N Á -

LISIS D E LOS SONIDOS Y D E LA M Ú S I C A . T O D O ESTO C O M P A R A D O C O N EL

ORIGINAL Y H A C I E N D O E N CADA OCASIÓN U N ANÁLISIS D E LOS RESULTADOS

POSITIVOS O NEGATIVOS.

101
A continuación a b o r d a m o s el p r o b l e m a del c a m i n o q u e lleva d e
un meilio simbólico al o t r o a través de l a sincronización, es d e c i r ,
do u n t e m a sociocultural al o t r o . A q u í evitamos el c o n c e p t o d e « u n i -
verso» t a n t a s veces m e n c i o n a d o en el t r a n s c u r s o de este c o l o q u i o ,
pues el c o n c e p t o d e vmiverso c i n e m a t o g r á f i c o o radiofónico, t a l
c o m o es utilizado p o r estudiosos c o m o n u e s t r o c o m p a ñ e r o S o u r i a u ,
n o p a r e c e t e n e r bastantes variables c o m o p a r a d a r lugar a c o r r e l a -
ciones. Preferimos establecer las variables a p a r t i r del b e h a v i o r i s m o .
L a t e r c e r a p a r t e del estudio se o c u p a del d e s c u b r i m i e n t o d e l
t r a s f o n d o preceptivo del q u e p r o c e d e n los filmes y del p ú b l i c o a n t e
el q u e se p r o y e c t a n . L o l o g r a m o s d i b u j a n d o i m c u a d r o d e la c u l -
t u r a . Se t r a t a del m i s m o t r a s f o n d o del q u e h e m o s oído h a b l a r h a c e
u n m o m e n t o referido a u n a novela de S t e n d h a l .
A c o n t i n u a c i ó n llegamos al estadio d e la c o m p a r a c i ó n d e d o s
m e d i o s smibólicos, el del filme y el d e la sociedad, así c o m o al
a c o r t a m i e n t o de la distancia e n t r e a m b o s m e d i o s .
Sigue después, gracias a estos resultados, el análisis d e la d i a -
léctica q u e existe e n t r e la individualización y la standardización del
filme. P a r a este fin llevamos a c a b o u n a e n c u e s t a entre los p r o d u c -
tores d e la sincronización. A este r e s p e c t o p u e d o señalar q u e e n
A l e m a n i a h e m o s i n t e r r o g a d o a los sincronizadores de varias f i r m a s
siguiendo u n m o d e l o d e entrevista; h e m o s p l a n t e a d o cuestiones q u e
se referían todas al m i s m o p r o b l e m a : los c a m b i o s q u e e n t r a ñ a l a
sincronización. E s t o n o s h a p r o p o r c i o n a d o respuestas m u y i n t e r e -
santes; p o r ejemplo, u n r e s u l t a d o q u e n o s h a s o r p r e n d i d o es q u e
p e r s o n a s a quienes n o s o t r o s creíamos a n i m a d a s p o r u n afán p u r a -
m e n t e c o m e r c i a l prefieren sincronizar películas d e b u e n a c a l i d a d .
P o r ú l t i m o , tras h a b e r establecido el m a r c o d e la e s t r u c t u r a
nos d e d i c a m o s a b u s c a r la función d e la sincronización en r e l a c i ó n
c o n aqueUo q u e nos p e r m i t e d e t e r m i n a r el c o m p o r t a m i e n t o d e l
p ú b l i c o y los efectos d e la sincronización e n el público.
D e este conjunto d e investigaciones v o y a presentarles s o l a -
m e n t e la p a r t e que d e m u e s t r a el papel q u e d e s e m p e ñ a n ciertos p r i n -
cipios de u n a sociología d e la literatura, según nuestras c o n c e p c i o n e s
empíricas. A partir de esto e s p e r o m o s t r a r la necesidad de t m a c o l a -
b o r a c i ó n e n t r e los investigadores de las diferentes r a m a s d e la s o -
ciología.
E n la A l e m a n i a F e d e r a l , y en otros países, antes de ser c o m -
p r a d o s p a r a u n a exhibición comercial t o d o s los filmes (con e x c e p -
ciones en algunas c i u d a d e s c o m o París y L o n d r e s ) son s i n c r o n i z a -
dos p o r u n a casa especializada a petición d e las salas de p r o y e c c i ó n .
Este p r o c e s o p r o v o c a modificaciones q u e h a s t a el m o m e n t o n o h a n
sido objeto d e u n a investigación empírica p r o f u n d a .

102
Estas modificaciones n o están ú n i c a m e n t e m o t i v a d a s p o r las
condiciones técnicas del proceso d e sincronización y n o es la fina-
lidad p r i m o r d i a l d e la presente investigación el c o n s i d e r a r las in-
fluencias de los a s p e c t o s técnicos d e la sincronización en los filmes,
p u e s las causas d e t o d a s las modificaciones representan u n síndrome
excesivamente c o m p l e j o , cuyos efectos se interponen e n t r e el p ú -
blico, el filme y la n o v e l a original; es u n síndrome en el q u e parti-
c i p a n t a m b i é n p r o b l e m a s de sociología d e la literatura. P o d r í a m o s
describirlo c o m o u n efecto de alienación. Las modificaciones a las
q u e el filme original se ve sometido en el proceso de la sincroniza-
c i ó n p u e d e n clasificarse de la siguiente m a n e r a : 1) d e u n m e d i o de
símbolos a o t r o ; 2) d e u n f e n ó m e n o acústico (música y diálogos,
c o m o cualidades d e sonidos) a o t r o , y 3) de una sociedad a otra.
L a tarea y la finalidad del p r e s e n t e estudio consisten en expli-
car, en el p l a n o c u a n t i t a t i v o y en el cualitativo, las modificaciones
q u e entran en j u e g o p o r los tres c a m i n o s que a c a b a m o s de citar.
H a y q u e a ñ a d i r q u e estos tres f e n ó m e n o s de transformación,
d e los cuales los d o s primeros p e r t e n e c e n al dominio de las cosas, de
los objetos y del lenguaje y el t e r c e r o al d o m i n i o sociocultural
en general, son soU) ejemplos y n o la totalidad del t e m a en cuestión.
M á s adelante, c o m o ya han p o d i d o ver ustedes en la e s t r u c t u r a de
la investigación, será preciso especificar estos fenómenos.
El p r o b l e m a especifico de n u e s t r o estudio se define p o r el h e -
c h o de que en este campo no existe ningún trabajo c o m p a r a b l e y
q u e , p o r lo tanto, es preciso hallar nuevos métodos, procedimientos
y c o m b i n a c i o n e s basados en los métodos conocidos y experimenta-
d o s en la investigación sociológica y empírica a fin de p o d e r alcan-
z a r resultados ciertos. Precisamente esta c o m p r o b a c i ó n nos ha seña-
l a d o la necesidad tic un trahiijo c o m o éste, que desemlKKU al m i s m o
t i e m p o en una invesligación empírica del lílme en general.
A n t e esta perspectiva de las dimensiones lic n u e s t r o trabajo
se presentan una serie ilc hipótesis que han d e t e r m i n a d o el proce-
d i m i e n t o o p c r a c i o n a l de nuestro e s t u d i o tal c o m o les he expuesto
al e m p e z a r mi p o n e n c i a . La afirmación de que el lenguaje ilel filme
— e n t a n t o q u e lenguaje de imágenes es im lenguaje internacional
n o p u e d e h a c e r n o s periler de vista el h e c h o de que al p r o c e d e r es-
t a s imágenes de diferentes sociedades n a c e n y se perciben en u n
f o n d o {background) sociocultural q u e es diferente en c a d a ocasión.
E s t e h e c h o n o s r e m i t e al proceso d e la sincronización q u e n o debe
s o l a m e n t e eliminar las dificultades de la lengua sino q u e d e b e t a m -
b i é n t r a n s f o r m a r u n m e d i o de símbolos específico en o t r o m e d i o de
símbolos. Del m i s m o m o d o debe h a c e r desaparecer las diferencias
e n t r e a m b o s m e d i o s p a r a q u e , p o r ejemplo, un filme a m e r i c a n o

103
reniiKo comprensible p a r a u n p ú b l i c o a l e m á n o francés a fin d e
diimiilizai- el éxito c o m e r c i a l de éste. P o r ello, d u r a n t e la t r a n s f o r -
mucioii l i d filme original e n u n a versión s i n c r o n i z a d a se p r e s e n t a n
inotlilicacioncs q u e n o sólo d e b e n ser identificadas sino q u e h a n d e
considerarse t a m b i é n e n lo q u e respecta a su frecuencia y calidad.
B u s c a n d o los factores q u e e n g e n d r a n estas modificaciones h a ­
llamos p o r u n a p a r t e las diferencias socioculturales de las q u e a c a ­
b a m o s de h a b l a r y, p o r o t r a , la acción de las p e r s o n a s e n c a r g a d a s
lie la sincronización a t r a v é s d e la cual estos factores se expresan e n
el t r a n s c u r s o del p r o c e s o d e la t r a n s f o r m a c i ó n o, dicho de o t r o
m o d o , a través de la c u a l d a n m u e s t r a s d e su a u t o r i d a d m o d i f i c a n ­
d o el filme original. L a a m b i v a l e n c i a de los v a l o r e s y el sistema n o r ­
m a t i v o de estas personas, sus opiniones, sus actitudes, sus estereoti­
pos y sus c o m p o r t a m i e n t o s c o n d i c i o n a n las modificaciones del filme
original, así c o m o la e s t r u c t u r a interna del g r u p o d e s i n c r o n i z a d o ­
res q u e a p a r e c e c o m o u n in-group. P r o b a b l e m e n t e las f o r m a s e n
q u e el p ú b l i c o percibe s o n básicas en lo q u e se refiere a las m o d i ­
ficaciones, n o d i r e c t a m e n t e , sino p a s a n d o a t r a v é s de las o p i n i o n e s
q u e los sincronizadores se h a n f o r m a d o a c e r c a d e estas f o r m a s d e
percibir. Si la producción halla su justificación e n la f ó r m u l a :
« D a m o s al público lo q u e éste quiere», la sincronización se b a s a
c i e r t a m e n t e e n u n r a z o n a m i e n t o análogo. L o m i s m o p u e d e decirse
del libro.
Si p u e d e decirse q u e el filme está h e c h o p o r l a sociedad y p a r a
la sociedad — d e l m i s m o m o d o q u e el l i b r o c o m o mass-media está
h e c h o p o r la sociedad y p a r a la sociedad— h a d e deducirse q u e , p o r
ejemplo, u n filme r o d a d o e n E E . U U . p o r a m e r i c a n o s , a u n en el c a s o
d e q u e los p r o d u c t o r e s b u s q u e n u n éxito en el m i m d o entero, h a d e
someterse a ciertas modificaciones en el m o m e n t o de presentarlo en
o t r a sociedad. P o r esta r a z ó n p o d r í a m o s c o n v e r t i r la fórmula a n t e ­
rior en esta o t r a : «Las sincronizaciones son h e c h a s p o r la s o c i e d a d
y p a r a la sociedad». E s t o significa q u e las n o r m a s y valores q u e r e i ­
n a n en la sociedad a l e m a n a , p o r ejemplo las escalas culturales, las
representaciones c o n d u c t o r a s , los juicios, los prejuicios y la e s t r u c ­
t u r a d e la opinión pública, se v e n reflejadas en las versiones s i n c r o ­
nizadas d e filmes extranjeros. Si estas características de la sociedad
p r o d u c t o r a del filme original se diferencian d e las características d e
o t r a sociedad cualquiera el filme original d e b e ser modificado a n ­
tes de ser p r e s e n t a d o a esta o t r a sociedad. Si los sincronizadores se
s o m e t e n a las n o r m a s d e su sociedad, lo q u e o c u r r e casi s i e m p r e ,
se p r o d u c i r á n inevitables c a m b i o s . Pues el r e s p e t o a las n o r m a s
suele basarse a m e n u d o en u n c o n f o r m i s m o c o n d i c i o n a d o p o r m o ­
tivos comerciales.

104
A d e m á s existen e n todas las sociedades grupos r e l a t i v a m e n t e
p o d e r o s o s q u e , a c a u s a de sus funciones institucionales, r e f u e r z a n la
e s t r u c t u r a de los v a l o r e s establecidos e n l a sociedad. Así p o r ejem­
plo, en A l e m a n i a , la asociación d e n o m i n a d a Freiwillige Sebstkon-
trolle der Filmwirtschaft (institución c r e a d a p o r la i n d u s t r i a del
c i n e alemán p a r a controlar d i r e c t a m e n t e la p r o d u c c i ó n ) influye
enornu-iiuMiic s o b r e l o d o el universo fílmico, incluso al m a r g e n del
rc!.'J.NiHiiU) i n t e r n o de la institución. A l m i s m o nivel p o d e m o s situar
las interdicciones d e la Filmbewertungsstelle, de W i e s b a d e n , q u e
o t o r g a o deniega uilas notas que d e t e r m i n a n la d e s g r a v a c i ó n d e im­
puestos.
Dejiuido a un l a d o cslas n o r m a s e n cierto m o d o externas, ha-
llaremiis (aiuhiCn n o r m a s internas, y a q u e el s i n c r o n i z a d o r cuida
s i e m p i e la s i u c r o n i / a c i ó n de los labios y t a m b i é n u n c i e r t o estilo de
sincroiii/.ación. lista imilliplicidad y el carácter m e d i a d o r del p r o ­
c e s o lie la sincrtmi/.ación nos h a n p e r m i t i d o e l a b o r a r u n p l a n en
base al cual las hipótesis pueden ser c o n f r o n t a d a s y c o n t r o l a d a s c o n
los dalos cnipirícos.
La finalii'.'id d e nucslro trabajo consiste, pues, e n u n a investi­
gación empírica d e las inodificncioncs q u e la sincronización origina
e n los filmes y d e sus cnusns, Usía investigación se b a s a en u n a
c o m p a r a c i ó n d e los filmes de orijjen in^Jés. a m e r i c a n o y francés con
su sincronización niomanu, Anali/.amos ludas las parles de im filme
q u e pueden modificarse en el traiiseuiso i l e la sincronización. N u e s ­
t r o estudio c o m p r e n d e , por lo t a n t o , l o s I K . a p a r t a d o s siguientes:

1." U n a c o m p a r a c i ó n d e l o i tlliilos oii(.',inales de los filmes


a m e r i c a n o s , ingleses v lianecseí con los lllnlos alemanes compara­
ción basada en los mélodos <lcl análisis M . i n n . I L K o del c o n t e n i d o
c u y o s resultados p r o p o r c i o n a n c o r r c h u i o i u - . i | i i e i)ucilcn ser inter­
pretadas.
2." U n a c o m p a r a c i ó n de los filmes ofifiinales c o n su versión
sincronizada — c o m p a r a c i ó n que periuilirá captar las modificaciones:
1) del diálogo; 2) d e las imágenes; .3) de los ruidos, y 4) d e la m ú ­
sica.
3.° U n a e n c u e s t a destinada a p o n e r de manifiesto la estruc­
t u r a valorativa d e los especialistas y p o d e r así c o n t r o l a r los resul­
t a d o s que se h a n d e s p r e n d i d o de los estudios 1." y 2."

P e r o a p a r t e d e o t r a serie d e p r o b l e m a s que n o ofrecen d e m a ­


s i a d o interés e n este coloquio, u n e s t u d i o de los títulos n o s parece
m u y i m p o r t a n t e y necesario sobre t o d o p o r q u e en el título (con su
c a r á c t e r a t r a c t i v o y publicitario) se d e s c u b r e n m á s fácilmente las

105
l e i i i l e n c i u N d e l c a m b i o . A l c o n t r a r i o de lo q u e o c u r r e en los d i á l o ­
gos, el titulo deja a los t r a d u c t o r e s p l e n a l i b e r t a d y sólo h a n d e
respetar los tabúes instituidos en su sociedad.
La más superficial experiencia nos c o n f i r m a q u e los títulos d e
l(W filmes extranjeros n o suelen t e n e r n i n g u n a relación ni c o n el
título original n i con el c o n t e n i d o del filme. A l o l a r g o de u n a n á l i ­
sis c u a n t i t a t i v o d e los títulos este h e c h o nos h a a y u d a d o en múltiples
ocasiones a h a l l a r indicaciones s u m a m e n t e útiles acerca de los mo­
dos d e t r a n s f o r m a r el original. P e r o n o es sólo la diferencia e n t r e el
original y la versión a l e m a n a lo q u e nos llevará a consecuencias
i m p o r t a n t e s , sino t a m b i é n , y sobre t o d o , el c o n t e n i d o del n u e v o
título a l e m á n . C o m p a r a n d o los títulos h e m o s a n a l i z a d o : 1) los títu­
los originales Gnglés, a m e r i c a n o , francés); 2) los títulos de las sin­
cronizaciones e n lengua a l e m a n a , y 3) los títulos de los filmes d e
origen a l e m á n .
E l m u e s t r a r i o b a s a d o e n u n a selección c a s u a l d e los filmes q u e
los distribuidores h a n ofrecido d e s d e 1945 h a s t a 1962 c o m p r e n d e
1 368 títulos. Se trata d e filmes d e origen a l e m á n , a m e r i c a n o , inglés
y francés. L o s títulos a l e m a n e s d e las versiones sincronizadas n o e s ­
t á n incluidos en estas cifras. H e m o s t r a t a d o d e establecer i m a c o ­
rrelación e n t r e los títulos originales y los títulos d e la sincronización.
Los resultados d e esta p r i m e r a correlación se c o n t r o l a n p o r m e d i o
de u n a c o m p a r a c i ó n c o n los títulos originales d e los filmes a l e m a ­
nes, estableciendo u n a s e g u n d a correlación e n t r e estos títulos, los
d e origen extranjero y los d e la sincronización a l e m a n a . A través d e
estas correlaciones p u e d e c o m p r o b a r s e la t e n d e n c i a de las m o d i f i ­
caciones en el t r a n s c u r s o d e la t r a d u c c i ó n «de u n m e d i o de s í m b o ­
los a otro».
E l m é t o d o q u e utilizaremos es el del análisis sistemático del
c o n t e n i d o . E s p e r a m o s hallar resultados cuantitativos q u e s o m e t e r e ­
m o s , c o n el m á x i m o d e p r e c a u c i o n e s , a u n a interpretación cualita­
tiva, l o q u e n o s será posible a c a u s a de las correlaciones de esos
resultados cuantitativos. E n este p u n t o h a b r á d e tenerse g r a n c u i ­
d a d o en n o ofrecer u n análisis cualitativo d e los datos cuantitativos
sin la necesaria interpolación. E n t r e las tendencias q u e d e t e r m i n a n
e l título y las modificaciones d e las imágenes, d e los ruidos y de los
diálogos, existen p r o b a b l e m e n t e relaciones q u e h a y q u e buscar. P a r a
ello estableceremos u n a c o r r e l a c i ó n minuciosa e n t r e los resultados d e
las diferentes p a r t e s de la investigación, tal c o m o la h e m o s definido
a l e m p e z a r esta ponencia. E n la investigación p r o c e d e m o s del siguien­
te modo:
a) H e m o s clasificado las traducciones d e los títulos originales
de los filmes extranjeros en tres g r u p o s :

106 '
1) t r a d u c c i ó n literal; 2) modificaciones parciales, y 3) c a m b i o
total.
L a « t r a d u c c i ó n literal» r e p r e s e n t a u n a c o r r e s p o n d e n c i a d e pala-
b r a s y de c o n t e n i d o s e n t r e el original y el titulo del filme sincroni-
z a d o . Si la t r a d u c c i ó n sólo c o m p r e n d e u n a p a r t e de las p a l a b r a s y
d e l c o n t e n i d o del original h a b l a r e m o s d e «modificación parcial».
Se trata de u n « c a m b i o total» si n o h a y n i n g u n a relación e n t r e las
p a l a b r a s y los c o n t e n i d o s del original y d e la t r a d u c c i ó n .
A p a r t e d e las c o m p r o b a c i o n e s p u r a m e n t e cuantitativas q u e per-
m i t e n estas tres categorías, c a b e t o d a v í a en las categorías 1) y 2)
(traducción literal y modificación parcial) c o m p a r a r la frecuencia d e
los símbolos en el original y en s u t r a d u c c i ó n y la frecuencia de su
a p a r i c i ó n en el t o t a l del m u e s t r a r i o .
b) E n el t r a n s c u r s o de u n a s e g u n d a fase p u r a m e n t e cuantita-
tiva se c u e n t a n las p a l a b r a s de los diferentes títulos en c a d a cate-
g o r í a . Se ha d i c h o e n ocasiones q u e los resultados d e esta e n u m e r a -
c i ó n n o tenían n i n g ú n valor en las ciencias sociales, p o r q u e se con-
s i d e r a b a q u e estos estudios sólo p o n d r í a n de manifiesto hechos ya
p e r f e c t a m e n t e c o n o c i d o s . P e r o se olvida en este c a s o q u e la inves-
tigación cicntificosociológica n o p u e d e c o n f o r m a r s e con impresiones
generales; exige justificaciones y p r u e b a s concretas incluso en lo q u e
se refiere a f e n ó m e n o s ya m u y c o n o c i d o s y fácilmente c o m p r e n s i -
bles. D e esta I b r m a , a través de la e n u m e r a c i ó n , podrenjos c o n f i r m a r
c o n la debida precisión científica la impresión vaga liasla este m o -
m e n t o y baslaiile superficial de q u e los títulos a m e r i c a n o s son en
general más lac()iiícos, más típicos, q u e su traducción a l e m a n a .
Hii.i ve/, i c i m i n a d a s de c o n t a r las palabras los resultados son
d e fácil iiilciprclación. lín esta fase d e la invesligación habría que
c o n t a r todavía en los títulos: ¡i) los verbos; li) los substantivos;
c) los ailjetivos; ti) las indicaciones de I I Í J ' . I I ; e) las iiulícaciones de
t i e m p o , y 1) las indicaciones ile modos
L a c o m p a r a c i ó n de his frecuciuMs ili- islas categorías en los
títulos de los d í l e r e n t e s grupos nos pciiiiilc coiisialar características
y preferencias ciiltiii.iles, .sociales y lingíiíslicas. Así se p o n d r á n de
manifiesto ciertas (cndcncias il<- las iiuulírícaciones o c u r r i d a s en el
t r a n s c u r s o de la sincroni/acínn. I)c esta forma hemos p o d i d o c o m -
p r o b a r que en los títulos de origen a l e m á n o traducidos a este idio-
m a h a y m u c h o s m á s verbos que en los de origen e x t r a n j e r o ; esto es
l o q u e confiere a los títulos a l e m a n e s u n carácter e x t r a o r d i n a r i a -
m e n t e d i n á m i c o y activo.

c) A c o n t i n u a c i ó n , en esta fase del estudio d e los títulos, a n a -


lizamos en p r i m e r l u g a r y sobre t o d o la tendencia del c a m b i o «de

107
un m e d i o de símbolos a o t r o » . L o s símbolos q u e t r a t a m o s de s o m e -
ter a un análisis de la frecuencia son los q u e m á s f r e c u e n t e m e n t e
a p a r e c e n de t o d o el c o n j u n t o d e símbolos. H a b l a n d o m e t o d o l ó g i -
i i u m - n l e , antes d e establecer l a categoría d e los símbolos se p r o -
i i - d i - por impresión; es decir, se b u s c a la t o t a l i d a d d e a p a r i c i o n e s ;
f s u - a p a r e c e solamente u n a vez, este o t r o t r e c e . A p a r t i r de ahí se
ilcsarrolla la c o n c e n t r a c i ó n . D e s p u é s se c u e n t a c o n exactitud el n ú -
m e r o de símbolos frecuentes y se a g r u p a n d e a c u e r d o c o n las c a t e -
gorías d e los títulos. H u b i e r a sido preferible c o n t a r todos los s í m -
bolos, p e r o entonces h u b i é r a m o s necesitado u n c o m p u t a d o r . Y n o
t e n e m o s tal a p a r a t o a n u e s t r a disposición. P e r o el m é t o d o u t i h z a d o
p a r a efectuar la selección n o s h a p r o p o r c i o n a d o símbolos i m p o r t a n -
tes. C a d a v e z q u e e n c o n t r a m o s u n símbolo a p a r e n t e m e n t e i m p o r -
t a n t e c o n t r o l a m o s la totalidad d e los títulos p a r a ofrecer u n a cifra
exacta y p a r a q u e n o se olvide o t r o símbolo i m p o r t a n t e . A l t e r m i n a r
el r e c u e n t o , c o l a b o r a d o r e s q u e hasta este m o m e n t o n o h a b í a n inter-
v e n i d o e n el trabajo, c o n t r o l a n los resultados u n a vez m á s .
P a r a haUar correlaciones e n t r e las diferentes categorías d e títu-
los se h a n a g r u p a d o los símbolos c o n t a d o s f o r m a n d o e s t r u c t u r a s
q u e son m á s fácilmente i n t e r p r e t a d a s . D e n t r o d e u n g r u p o se h a l l a -
r á n t o d a s las p a l a b r a s q u e t i e n e n u n a raíz o u n significado s e m e -
jante. P o r ejemplo, el g r u p o « a m o r » c o m p r e n d e todas las p a l a b r a s
q u e tienen cierta relación c o n el a m o r t a n t o a u n nivel lingüístico
c o m o p o r su significado. A s í es posible establecer grupos m á s a m -
plios m e d i a n t e la u n i ó n d e los símbolos q u e son semejantes p o r s u
significado —^procedimiento q u e h e m o s c o n t r o l a d o c o n t a n d o p o r
s e p a r a d o c a d a símbolo.

L o s g r u p o s que h e m o s f o r m a d o hasta el p r e s e n t e c o m p r e n d e n :\
a) c o n c e p t o s religiosos secularizados; ' ' ' ' ' • ' ' : - ' I M ''' '
b) c o n c e p t o s teológicos secularizados;
c) c o n c e p t o s que se asemejan a la t e r m i n o l o g í a de los c u e n t o s ;
d) colores; , .' ;
e) el g r u p o d e la m u e r t e ; ,, - !
f) el g r u p o de la l u c h a ; '". :' ' 'J. '.'-i'.' '. 'í ; ' y '.'J,
g) el g r u p o del a m o r , y '^\¡'y'''\''''< ' [j-'ll'
h) el g r u p o del c r i m e n . , ^ ' > i ' ' ? ,?}

A p a r t i r d e este m o m e n t o p u e d e n señalarse las diferencias a p a -


rentes en c u a n t o a la p r e f e r e n c i a que manifiesta la sincronización
hacia ciertos medios de símbolos. T o d o s los resultados o b t e n i d o s
liasla este m o m e n t o , o q u e se hallen m á s a d e l a n t e , serán c o n t r o l a -
ilos m e d i a n t e u n a e n c u e s t a efectuada e n t r e los especialistas. E s t a

lOK
e n c u e s t a explicará las motivaciones d e los sincronizadores en las
q u e se basan las modificaciones c o m p r o b a d a s .
E n lo q u e se refiere a la c o m p a r a c i ó n del diálogo original con
el diálogo s i n c r o n i z a d o se t r a t a e n p r i m e r lugar y s o b r e t o d o de
h a l l a r u n criterio p a r a seleccionar las frases modificadas en los diá-
logos, pues n o es necesario a n a l i z a r t o d o s los c a m b i o s , y a q u e la
m a y o r p a r t e d e las t r a d u c c i o n e s d e los diálogos ú n i c a m e n t e presen-
t a n cambios m u y sutiles y p o c o i m p o r t a n t e s . P o r ello b a s t a con
b u s c a r los c a m b i o s m o t i v a d o s p o r las diferencias culturales entre el
original y la t r a d u c c i ó n y q u e p o n e n d e manifiesto el c a r á c t e r m e -
d i a d o r del p r o c e s o sociocultural d e la t r a d u c c i ó n . D e s d e este p u n t o
d e vista h e m o s elegido p a r a el a n á h s i s de los diálogos originales:
1) los p r o v e r b i o s ; 2) las formas d e h a b l a r ; 3) las frases, y 4) las
f ó r m u l a s fijas. L a c o m p a r a c i ó n c o n la traducción ha d e m o s t r a d o
q u e los c a m b i o s s o n m u c h o m e n o s i m p o r t a n t e s de lo q u e se pensa-
b a . E,n efecto, los proverbios y los m o d i s m o s aparecen casi siempre
trailucidos p o r frases q u e se c o r r e s p o n d e n — a l m e n o s en lo q u e se
refiero a los diálogos q u e h e m o s e x a m i n a d o hasta este m o m e n t o — .
L a siguiente fase consistirá en u n e s t u d i o de la f o r m a y la calidad
d e la traducción.
Aquí t e r m i n a , a mi entender, el c a m p o de la sociología de la
literatura y si m e he referido exclusivamente a cuestiones m e t o d o -
lógicas de a c u e r d o c o n el p r o g r a m a d e este coloquio, e s p e r o haber
establecido u n a relación estrecha e n t r e los m é t o d o s de sociología
d e la lilcratura q u e se han utilizado a q u í , una sociología de los m e -
dios de c o m u n i c a c i ó n de masas o, p a r a generalizar m.^s, una rela-
c i ó n entre lu sociologia de c o n n m i c a c í ó n de masas d a d o que pue-
d e considerarse el libro c o m o un médium de m a s a s — y la socio-
logía de las artes.

Coloquio

GOLDMANN

E l t r a b a j o al q u e está d e d i c a d o el e q u i p o del s e ñ o r Silbermann


m e parece i n t e r e s a n t e . Sin e m b a r g o , quisiera plantear dos p r o b l e m a s
d e metodología. P i e n s o que d e b e n existir casos en q u e , sobre t o d o
e n lo que se refiere a la interpretación, p a r a c o m p r e n d e r lo q u e sig-
nifica u n c a m b i o , n o al nivel c o n s c i e n t e de la intención, sino al n i -

109
vcl ele I O N hechos de los q u e la gente ni siquiera se d a cuenta, h a y
t|iie rclerirsc (anibién al c o n j u n t o , a lo q u e y o l l a m o la e s t r u c t u r a
del filme y n o solamente a i m elemento u o t r o .
l'ji mi e q u i p o de investigación h e m o s e f e c t u a d o algunos a n á l i -
IÍr d e filmes; se trata d e tentativas b a s t a n t e elementales p u e s n o
t e n e m o s posibilidades p a r a llegar m á s lejos; t r a t a m o s de e s t r u c t u r a r
el universo de u n filme e x p l i c a n d o los tipos d e correlación q u e exis­
ten en el interior de u n o d e t e r m i n a d o . E n d o s o tres ocasiones m i s
c o l a b o r a d o r e s h a n llegado a resultados a s o m b r o s o s . P o r ejemplo,
u n o de mis c o l a b o r a d o r e s h a a n a l i z a d o El desprecio, de G o d a r d , y
h a d e m o s t r a d o q u e este filme está e s t r u c t u r a d o e n b a s e a la oposi­
ción d e dos elementos, p o r u n a p a r t e u n a t r a d i c i ó n cultural q u e y a
n o es a c t u a l , q u e se siente c o m o inexistente, y p o r o t r a u n m u n d o
q u e i g n o r a la c u l t u r a h u m a n i s t a . E n t r e estos d o s m i m d o s , la d e s c o m ­
posición de i m a pareja a p l a s t a d a p o r estos d o s r e m o l q u e s . <;

SILBERMANN i ' , '.Vv';

N o s o t r o s n o e f e c t u a m o s este tipo de análisis, p u e s n u e s t r o p r o ­


b l e m a es el f e n ó m e n o d e la alienación a través d e la sincronización
y p e r m a n e c e m o s d e n t r o d e este m a r c o .
L a e s t r u c t u r a de u n filme es el sistema social q u e se refleja
en él; n o es n e c e s a r i a m e n t e la estructura d e u n a sociedad. L o t e n e ­
m o s en c u e n t a , p e r o sólo al final d e n u e s t r a investigación, c u a n d o
se c o m p a r a el m e d i o simbólico d e la sociedad c o n el m e d i o s i m b ó ­
lico del filme. M i intención h a sido exponerles simplemente lo q u e
d e n t r o de m i investigación se refiere a u n a m e t o d o l o g í a de la socio^
logia d e la literatura y p r e c i s a m e n t e p o r este m o t i v o m e he l i m i t a d o
al d o m i n i o del lenguaje.

GOLDMANN

V o y a ofrecer dos ejemplos concretos p a r a d e m o s t r a r h a s t a


q u é p u n t o es difícil, en el m o m e n t o d e la i n t e r p r e t a c i ó n , p o r s u p u e s ­
to, limitarse al lenguaje sin estudiar n i las e s t r u c t u r a s de la o b r a
ni el m e d i o social en el q u e h a sido escrita. M i p r i m e r ejemplo se
refiere a u n a t r a d u c c i ó n del Fausto d e G o e t h e p o r u n a p e r s o n a q u e
c o n o c e p e r f e c t a m e n t e el a l e m á n , Lichtenberger. E s t á p o r ejemplo l a
frase: « L a ley es p o d e r o s a , la necesidad es m á s p o d e r o s a t o d a v í a » ,
una frase a l e m a n a que significaba literalmente: « L a ley es p o d e r o s a ,
la miseria es m á s poderosa todavía». E n o t r o pasaje, c u a n d o al fi-

110
n a l d e Fausto h a c e a l u s i ó n a la vieja c a s a q u e va a ser p a s t o d e las
l l a m a s , L i c h t e n b e r g e r ofrece la siguiente t r a d u c c i ó n : « A r d e la vieja
c a b a n a q u e e r a fresca y estaba c u b i e r t a d e m u s g o » d e la frase ale­
m a n a « q u e es h ú m e d a y está c u b i e r t a d e m u s g o » . N o c r e o q u e
s e a posible c o m p r e n d e r hasta q u é p u n t o esta t r a d u c c i ó n constituye
u n a traición i n v o l u n t a r i a sin p r o c e d e r a u n a i n t e r p r e t a c i ó n c o h e r e n ­
t e d e la e s t r u c t u r a i n t e r n a d e la o b r a . U n a i n t e r p r e t a c i ó n d e este
t i p o n o s p e r m i t i r á v e r , e n efecto, q u e los d o s pasajes c i t a d o s se r e ­
fieren a la R e v o l u c i ó n francesa y d e ella reciben s u significado.
P e r o L i c h t e n b e r g e r ,jio supuso n u n c a l a existencia d e u n a relación
e n t r e el Fausto y la R e v o l u c i ó n f r a n c e s a y n o c o m p r e n d í a el valor
d e l t é r m i n o « m i s e r i a » . Sólo a t r a v é s d e l a idea d e la R e v o l u c i ó n
francesa, idea d i f e r e n t e e n el m e d i o c u l t u r a l d e u n d e t e r m i n a d o gru­
p o del siglo XDC e n A l e m a n i a y e n el m e d i o cultural d e o t r o g r u p o
e n F r a n c i a , e n el m o m e n t o en q u e t r a d u c e L i c h t e n b e r g e r , p o d r e m o s
llegar a c o m p r e n d e r las distorsiones d e esta t r a d u c c i ó n .
líl s e g u n d o e j e m p l o se refiere n o a u n a t r a d u c c i ó n sino a u n
p á r r a f o ilc l'ascal escrito con el t e x t o d e los Evangelios: Misterio de
Jesús; un análisis d e este f r a g m e n t o c o m o texto p a s c a l i a n o p u e d e
p a r e c e r p r o b l e m á t i c o p o r q u e , en definitiva, t o d o el t e x t o es u n a c o ­
pia d e los l'',vanj;eIios; p e r o si nos p r e g u n t a m o s q u é es lo q u e Pascal
h a t o m a d o tie los Fvangelios y q u é es lo q u e ha r e c h a z a d o nos d a ­
r e m o s cuenla d e q u e un episodio c o n c r e t o c o m o el d e Oios c u a n d o
e n v í a a un ánc.el n o a p a r e c e en el t e x t o pascaliano; y si t e n e m o s e n
c u e n t a el c o i m p í o funilamenlal del Solitario y, a p a r t i r d e él, la im­
p o r t a n c i a d e la soledad de Jesucristo c o m o p a r a d i g m a d e la soledad
h u m a n a , c o m p r e n d e r e m o s c ó m o en este aspecto Pascal se s e p a r a d e
los Evangelios. Asi (lues, sólo a través d e la estructura global, p o d r e ­
m o s c o m p r e n d e r los hechos parciales.

E S C A R P I R

Estoy d e a c u e r d o c o n G o l d m a n n en lo que se refiere al ejem­


p l o d e la t r a d u c c i ó n del Fausto; p a r a c o m p r e n d e r u n a o b r a h a y q u e
p e n s a r en el m e d i o d e su creación; p e r o hay que p e n s a r t a m b i é n en
el p ú b l i c o q u e la r e c i b e y estudiar cslc público c o n s u m i d o r . P u e d o
o f r e c e r varios ejemplos en este .sentido; un ejemplo clásico es el d e
la t r a d u c c i ó n d e CliilJc llarold, d e B y r o n por A m é d é e P i c h o t e n
1 8 1 9 . A m é d é e P i c h o t se halla a n t e un p ú b l i c o que gusta d e L a m a r ­
t i n e , p e r s o n a s m a y o r e s q u e p i e n s a n d e n t r o del c o n t e x t o d e la
R e s t a u r a c i ó n y n o t i e n e n n i n g u n a idea d e l universo inglés d e B y r o n :
es necesaria, p u e s , u n a cierta i n t e r p r e t a c i ó n p a r a c o m p r e n d e r las

1 1 1
ideas, la c o h e r e n c i a i n t e r n a del p e n s a m i e n t o d e B y r o n , p e r o P i c h o t
es i n c a p a z d e ello p o r q u e p e r t e n e c e a u n a s o c i e d a d en la q u e esas
ideas n o existen. C r e e i n g e n u a m e n t e q u e se t r a t a del p o e t a r o m á n -
tico de sensibilidad h e r i d a y c o r a z ó n a flor d e piel y crea este m i t o ,
l o i n t r o d u c e e n su t r a d u c c i ó n , c u a n d o n o e s t a b a en la o b r a de
B y r o n . C u a n d o Byron h a b l a de «la isla d e los h o m b r e s sabios y
libres», P i c h o t t r a d u c e «el refugio inviolable d e l a sabiduría y d e la
l i b e r t a d » y , sin d u d a , s a b i d u r í a y libertad h a n d e entenderse e n u n
sentido filosófico, es decir, P i c h o t i n t r o d u c e el m i t o staéliano, el
m i t o d e M o n t e s q u i e u , q u e es el único q u e p u e d e e n t e n d e r la socie-
d a d francesa d e la R e s t a u r a c i ó n . Así, p a r a e n t e n d e r este f e n ó m e n o
d e alienación p o d e m o s e s t u d i a r la estructura i n t e r n a de la o b r a d e
B y r o n , p o r supuesto, p e r o t a m b i é n hemos d e estudiar la s o c i e d a d
francesa d e la R e s t a u r a c i ó n .
A c l a r a d o esto, y en lo q u e se refiere a la divergencia e n t r e
S i l b e r m a n n y G o l d m a n n , m e p a r e c e m u y significativa. E s t o y m á s
bien d e a c u e r d o con G o l d m a n n y si algo d e b o r e p r o c h a r a la p o n e n -
cia, t a n interesante p o r o t r a p a r t e , de S i l b e r m a n n es la falta de u n a
hipótesis d e c o n j u n t o . P e r o esto se debe a q u e el m é t o d o q u e e m -
p l e a S i l b e r m a n n es u n m é t o d o de investigación de los h e c h o s ; y
c r e o q u e tiene razón al insistir c o m o él lo h a c e en la i m p o r t a n c i a
de este m é t o d o empírico. E s el ú n i c o , en m i o p i n i ó n , q u e p u e d e s u s -
t e n t a r objetivamente u n a investigación.
Soy e n t e r a m e n t e de la o p i n i ó n de q u e n o se p u e d e p a s a r a l a
i n t e r p r e t a c i ó n p e r m a n e c i e n d o a nivel del f e n ó m e n o , p e r o o p i n o q u e
en lo q u e h a c e G o l d m a n n n o existe siempre e s t a base objetiva. E s t a
m a ñ a n a , d e s p u é s de la e x p o s i c i ó n d e la s e ñ o r a M o u i i l a u d , G o l d -
m a n n d e c í a : la aplicación r i g u r o s a de su m é t o d o n o s llevaría siglos
y n o s obUgaría a r e m i t i r n o s a las C a l e n d a s griegas. E s cierto. C r e o
q u e s i e m p r e es posible h a c e r síntesis, p e r o e n t o n c e s u n o se c o n v i e r t e
en u n escritor, u n crítico, u n ensayista. E l investigador h a de s e r
estúpido, d e b e h m i t a r s e al m u n d o d e los h e c h o s , n o tiene d e r e c h o
a h a c e r síntesis; p u e d e t o d o lo m á s , de vez e n c u a n d o , h a c e r a l g u n a
síntesis provisional. D e v e z e n vez t a m b i é n p u e d e darse, p o r su-
p u e s t o , m o m e n t o s de i n g e n i o y sería a b s u r d o rechazarlos. R e -
c o n o z c o q u e usted h a t e n i d o algimos d e estos m o m e n t o s , p e r o , r e p i -
t o u n a vez m á s , el investigador n o tiene d e r e c h o a dejarse llevar
p o r su intuición. E l g e n i o y el m é t o d o e m p í r i c o p e r t e n e c e n a d o s
m a g n i t u d e s diferentes.

<''.."'f' 'A'-S^ir

112
GOLDMANN

C r e o que existen dos peligros, los d o s igualmente i m p o r t a n t e s ;


u n o consiste en l a n z a r síntesis sin c o n t r o l a r l a s , el o t r o en q u e d a r s e
s ó l o en el nivel e m p í r i c o , e x a g e r a n d o la necesidad del c o n t r o l c u a n ­
titativo detallado, total, y p r e s c i n d i e n d o d e las hipótesis.

S I L B E R M A N N

E l penítamlcnto empírico n o p u e d e permitirse n i n g ú n a p r i o ­


rismo; esto anularla el método. Usted sabe nuiy bien q u e t o d a in­
vestigación empírica ea la historia d e un crimen; n u n c a se sabe
quién e i el criminal antes de haber t e r m i n a d o . N o p r e t e n d o , por
supuesto, que nuestro m é l o d o Nca perfecto. Si lo he e x p u e s t o es
preclitmente para oir una critica, pues se trata de una investigación
que va a durar todavía doi aftoi y que cuesta mucho dinero. Pero
n o es posible formarse una opinión a priort.

KOTT

Existe en el posilivismo el principio de que el investigador n o


s a b e n a d a en un principio. Pero si p i e i c n d c m o s que n o sabe nada
e s t a m o s e n u n c i a n d o una proposición falsa y que, adenuis. falsea la
investigación. S a b e m o s muy bien quo los hechos estudiados cons­
t i t u y e n u n a antología d e hecho».

GOLDMANN

E l r e c o r t a r el objeto es ya algo determinante. En realidad n o


h a y h e c h o s ; los h e c h o s sólo existen e n el Interior do u n a visión, d e
u n c o n j u n t o de c o n c e p t o s y de valores.

SILBERMANN

L o s valores son establecidos p o r la sociedad, se dejan experi­


m e n t a r y localizar.

113
GOLDMANN

P o r supuesto, esto es l o q u e p r e t e n d o decir, p e r o n o se d e j a n


eliminar d e l a investigación.

MOUILLAUD

N o estoy t a n s e g u r a a h o r a de q u e la investigación de Silber­


m a n n sea t a n empírica c o m o él afirma. P u e s en el fondo lo q u e
estudia es u n conjunto, un sistema de valores subyacentes e n u n
d e t e r m i n a d o circuito c o m e r c i a l alemán, es decir, u n objeto p e r f e c ­
t a m e n t e definido. Existe en cierto m o m e n t o u n a hipótesis q u e le
guía, al m e n o s implícitamente. E v i d e n t e m e n t e , p u e s t o q u e se t r a t a
d e u n a investigación referida a u n a serie d e títulos de filmes y n o a
xma o b r a d e t e r m i n a d a , el p r o b l e m a n o se p l a n t e a en base a leer
p r i m e r o esta o b r a y b u s c a r en ella las hipótesis. E l título d e u n
filme es y a u n objeto de c o n s u m o particular i n d e p e n d i e n t e m e n t e del
c o n t e n i d o del mismo. Precisamente p o r esto, l o digo d e p a s a d a ,
p i e n s o q u e es posible estudiar estos títulos sin referirse al c o n t e n i d o
del filme. P e r o creo q u e al estudiar esa serie d e títulos de filmes
en el m o m e n t o de b u s c a r los símbolos, las palabras-clave, y d e s p u é s
los g r u p o s d e palabras, al descubrir en p r i m e r lugar los c o n c e p t o s
religiosos secularizados, m e r e m i t o a su p o n e n c i a , etc., o p i n o q u e
en ese c a s o h a y ya u n principio d e i n t e r p r e t a c i ó n . Usted h a c e , pese
a l o q u e diga, hipótesis y después las c o m p r u e b a .

• ; • ' ••• !••• t.!!>;•'••• • i •.•'A'

SILBERMANN

Es cierto q u e e n t o d o estudio e m p í r i c o existe i m a hipótesis de


base. E s l o q u e representa el saber. N u e s t r a f o r m a de trabajo es en
p r i m e r l u g a r el d e s a r r o l l o d e las hipótesis, las cuales se b a s a n
en los conocimientos existentes, en las hipótesis d e los d e m á s , en
teorías q u e y a h a n sido desarrolladas. P e r o el desarrollo de n u e s t r a s
p r o p i a s hipótesis n o s lleva a verificar este saber, a p r o c e d e r a a n á ­
lisis originales y, p o r ú l t i m o , nos lleva a i m n u e v o desarrollo d e
teorías. E s u n m é t o d o q u e h a sido p e r f e c t a m e n t e e x p e r i m e n t a d o
desde A u g u s t o C o m t e , p o d r í a m o s decir, h a s t a M a x W e b e r , e t c .
L o v e r d a d e r a m e n t e i m p o r t a n t e en la investigación n o es el t e n e r
u n a teoría c o m o p u n t o d e p a r t i d a ; es m á s b i e n el tener u n a teoría,
sí, p e r o estar siempre dispuestos a c a p t a r la lección de los h e c h o s , a
r e c o n o c e r , c u a n d o la experiencia n o c o n c u e r d a c o n lo q u e p e n s á -

114
H A M O S , Q U ELA H I P Ó T E S I S E R AF A L S A o ESTABA M A L FORMULADA. E L ESPÍ-

RITU CIENLIFICO N O CONSISTE E N U N A AUSENCIA D E IDEAS, S I N O E N LA

H U M I L D A D IUILC LA E X P E R I E N C I A , E N LA RESOLUCIÓN D E ACATAR S I E M P R E LOS

RESULTADOS D E EONIROL E M P Í R I C O Y MODIFICAR P O R CONSIGUIENTE NUESTRA

ANTOLOGÍA D E LOShechos, PARA UTILIZAR U N AE X P R E S I Ó N D E J E A N KOTT.

I's EIEILT) Q U E LODO CSLUILIO S E V E AFECTADO P O R LOS PREJUICIOS

ideolóuiL'Os Y P I C C I S A M E N L E P O R ELLO LLAMI) LA A T E N C I Ó N SOBRE EL F E -

N Ó M E N O DEL Inini w n i k IPIE LEPRESENLA U N CONTROL. A H O R A V E O C O N

CLAILDIID, D E S P U É S D E LO Q U EA E I D > A D E ILECIR C I O L D M A N N E N Q U É C O N -

•1*1011 IIUEDLRAS DIFERENCIAS, E S AL C A M I N O Q U E T O M A M O S EL Q U E D I F I E -

RO,.. CIIHIIILO I M U O TIII ESTUDIO TRATO D E ELIMINAR E N LA M E D I D A D E LO

POSIBLE LOSD A L O S IDEOLÓUK'Os. I LABORO U N AESPECIE <LC C O R S É M C T O D O -

LÓALEO E N EL Q U EI N L I O D U / e o LOS H E C H O S Y E N EL Q U E ENCIERRO T O D O EL

COLTLETILDD NticliK'ULLUIAL Q U E V O Y C N C O N I R A N D O E N M I INVESTIGACIÓN;

MIENTRAS Q U O IÍM)||O LU L I N P I E S L Ó I I D O Q U O EL M É T O D O DELSEÑOR G O L D -

nituHi CONSISTE N M E N U D O E N INFILLRTU E N EL T N U I S C U I S O M I S M O D E

MI LNVESTL||AEIÓN, D E N L I O ILE LOSH E C H O S A ESTUDIAR, E N INFILTRAR, REPITO,

U DORECLM E L/i|ULEIDA. IIL||UNO D E I O NVALORES Q U E ESLII B U S C A N D O . P O R

•LIO, E N EL F O N D O , N O EXISTE U N U ILLLCICIICIA PROLU/IDA ENTRE A M B O S

M É L O D O S . S E P U O D E DEULR SLINPLEMCNTO Q U EU N O E S M Á S ESTRICTO, M Á S

• U T E M Á T I C O Q U E EL OIRO.

115
D e la literatura y el a r t e m o -
dernos considerados c o m o
procesos de destrucción
y autodestrucción del arte
por Henrí Lefébvre

P a r e c e q u e dispongo de m u y p o c o t i e m p o . E s t o m e o b l i g a r á
a c o n d e n s a r el vitriolo q u e tenía la intención d e arrojar a q u í y a
h a c e r l o m á s corrosivo. D u r a n t e m u c h o t i e m p o m e he p r e g u n t a d o
si a c u d i r í a a este c o l o q u i o o r g a n i z a d o p o r m i a m i g o G o l d m a n n . H e
vacilado. Y esto se d e b e a q u e n o creo q u e esta p o n e n c i a y el c o l o -
q u i o a q u e d a r á lugar v a n a ser capaces d e eliminar los m a l e n t e n -
didos o s u p r i m i r los d e s a c u e r d o s .
Existen p e n s a d o r e s d e la positividad y p e n s a d o r e s de la n e g a -
tividad. L o s p e n s a d o r e s d e la positividad son n u m e r o s o s ; s o n
p e r s o n a s aficionadas a la investigación e m p í r i c a y a la verificación;
son p e r s o n a s ávidas de construir, d e crear. A u n nivel elevado p o d r í a
decir q u e e n t r e los p e n s a d o r e s de la positividad se e n c u e n t r a n m i s
amigos L u c i e n G o l d m a n n y R o l a n d B a r t h e s . S o n personas q u e g u s -
t a n de t e n e r algo sólido, estructural entre las m a n o s .
H a y otros pensadores que permanecen en la ambigüedad. E n t r e
estos citaría a Sartre q u e en t o d a su filosofía fluctúa entre el sujeto
y el objeto, e n t r e la conciencia y el ser. T a m b i é n a G e o r g e L u k á c s
y, quizás, a G e o r g e s G u r v i t c h .
F r e n t e a éstos existen los pensadores d e la negatividad q u e
llevan hasta sus ú h i m a s consecuencias la línea p r o m e t e a n a , f a u s t i a n a
y mefistofélica. A decir v e r d a d , existen p o c o s , c r e o que sólo existe
u n o v e r d a d e r a m e n t e n e g a t i v o y es Heidegger. ¡Atención! P e n s a d o r e s
de la negatividad n o q u i e r e decir que estén ávidos sólo de crítica
y de destrucción —es la interpretación m a l i n t e n c i o n a d a — m i e n t r a s
q u e los anteriores serían a n i m o s a m e n t e constructivos. N o quiere d e -
cir simplemente que insisten en las desestructuraciones m i e n t r a s q u e

116 • ,
los anteriores serían más capaces d e c o n c e b i r la a p a r i c i ó n d e n u e v a s
estrucliirus. N o , n o es eso. L o i m p o r t a n t e es concebir l o n e g a t i v o en
el c o i a / ó n m i s m o de lu creación, d e la estructuración. E s c o n c e -
bir el l u t u r o que c o r r o e lo existente, lo a b o c a a lo e f í m e r o y c r e a así
a l g o tuicvo, de fornu» q u e lo negativo es, en realidad, c r e a d o r , «po-
«lllvo».
Huiro los p e n s a d o r e s de la negatividad d e b e m o s c o n t a r quizás
a llegel, p o r o c o n u n a violenta c o n t r a d i c c i ó n e n t r e su sentido d e
l o nejiHlIvo y su afición u lo positivo. En M a r x , ¿ q u é es el d i n e r o
y In morcHiiela? I ' o i i n u s nbsiiactas q u e se t r a n s f o r m a n e n sustancia-
lldn<les, cii cosns p o d e r o s a s ; son abstracciones poderosas, el dinero,
la lUfireHiK'ln . , q u e liun trastocado r l m u n d o h u m a n o , q u e h a n des-
t r u i d o lodo lo q u e en M hnblu d e g r a n d e y h e r m o s o : el arte, los
oslllos, lu sulilduilu, lodo lo i j u e habla iqiarecido antes d e la bur-
giionlM y el cnpliulisnio.
N o s e llalli sohinienle de la e s l i u e l u i a de u i u i sociedad, sino
do un poder devasliidor usiMiibiosu, l ' n / / ('«/>//(//, d e M a r x , asisti-
m o s n lu riilnu d o I O N uilesnnos, d e los campesinos a causa de la
nici'cnnclu y e l d i n e r o llletuliiienle desencadenailos en el capitalismo
y por lu H c u m u i n c l ó n cuplInlUlu. I.n buigueslu n o c r e a csius condi-
ciones, dice M a i s , las ullll/u, Su r e v e i s o , su réplica negativa, es el
p r o l e t a r i a d o y la p i o l e l u i l / u e i ó n q u e la a n u n c i a , (pie la preceile, que
lit fundainenla. iiuiu|Uo cvldenlenieiile el p r o l e t a r i a d o sólo se con-
vierte en clase en s i y cluso uellva ilespués »lc lu burguesía. En Marx,
p u e s , existo uiin doblo aproheiislóii do In lolulidud: éslit se a p r e h e n d e
u través de l u coiisluluclón y n Iruvés d e la erilica. l ' n la c o m p r o b a -
ción Marx d e s c u b r e la lornm de lu m e r e a n c l a , desarrollada hasta
converlirse en siisliuielalldad, el p o d e r reclilicador d e esle m u n d o ;
d e s c u h r e lumhlón lus aulnriedulncioncs d e lu sociedud capilalísla q u e
lo Impiden r o m p e r s e en pedu/.os, c o n v e r t i r s e en una pocilga d e ini-
ciativas privadas. I'slu luilorreBulación, la leiulcnciu » la formación
de tarifas do beneficio medio, en esto eslriba la c o m p r o b a c i ó n . Exis-
te también l a critica radical, la perspecliva revolucionaria en el fu-
t u r o histórico, lu ucción. en un principio espontánea, m á s t a r d e orga-
n i z a d a , de la claso o b r e r a .
P o r consiguiente Marx es u n p e n s a d o r de la negaliviilad. Pero,
¿ y el arte y la lileriUura? Ya llegiuemos a ello.
H a h a b i d o g r a n d e s épocas en el a r l e y la literatura. Estas
g r a n d e s épocas tienen iliver.sos rasgos y características. U n a d e ellas
m e p a r e c e q u e se ha omitido s i e m p r e al hablar d e estas grandes
é p o c a s del a r t e y la literatura. ¿Es q u e n o habría d e celebrarse u n a
especie d e fiesta fúnebre en h o n o r d e un p a s a d o a b o l i d o , de
u n a é p o c a q u e t e r m i n a ? G r a n fiesta q u e p r e c e d e , c o m o t o d a s las

117
fiestas fúnebres, a l a l i q u i d a c i ó n de este p a s a d o , n o sin ciertas c o n -
cesiones a la nostalgia y q u e a d e m á s e n t r a ñ a , c o m o se decía esta
m a ñ a n a , u n a cierta i n a d a p t a c i ó n o c a m b i o y i m a p r o b l e m á t i c a q u e
afecta a este c a m b i o . ¿ L a tragedia griega? P u e s fue u n a fiesta fú-
n e b r e en h o n o r de las c o s t u m b r e s patriarcales o matriarcales, e n
h o n o r de los dioses a g o n i z a n t e s , en h o n o r d e la ciudad a m e n a z a d a ,
p r o n t o p e r d i d a . E n los siglos xvi y xvu, ¿ a c a s o el arte n o fue u n a
fiesta f ú n e b r e en h o n o r d e la época de las relaciones directas e n t r e
las p e r s o n a s ? Estas relaciones violentas, p e r o t r a n s p a r e n t e s , las d e la
sociedad medieval, ¿no las volvemos a hallar, a c a s o , en C e r v a n t e s
y en S h a k e s p e a r e ? E l clasicismo francés, ¿ n o fue acaso u n a fiesta
f ú n e b r e en h o n o r de t o d o l o q u e h a existido antes del E s t a d o y el
p o d e r absoluto? ¿En h o n o r d e los tiempos e n q u e los dioses h a b l a -
b a n . Dios o los dioses? Y el r o m a n t i c i s m o , ¿ n o h a sido la fiesta d e
la nostalgia, del h o m b r e n o b l e y de t o d o l o q u e existió antes d e l a
b u r g u e s í a y el capitalismo? ¿ A c a s o n o existe t a m b i é n en la poesía
r o m á n t i c a u n gran h i m n o en h o n o r de la belleza agonizante? N a d i e
i g n o r a q u e R i m b a u d registró a d m i r a b l e m e n t e la m u e r t e de la belleza
antigua.
P e r o n o es esto l o ú n i c o q u e h a h a b i d o en el arte, n o ha exis-
tido s o l a m e n t e este a s p e c t o negativo. H a y u n c o n t e n i d o positivo.
E n el arte se expresa y significa lo actual, p e r o h a y t a m b i é n p r o p o -
siciones futuras, p r o y e c t o s . L a p a r t e negativa, compleja, h e c h a d e
nostalgias, de m i r a d a s h a c i a atrás y de g r a n d e s fiestas, ¿no h a c o n s -
tituido, sin e m b a r g o , u n e l e m e n t o i m p o r t a n t e en t o d o arte y e n
t o d a literatura? A l u d i r é b r e v e m e n t e a la t e o r í a hegeUana de la m u e r -
t e del a r t e ; es conocida, célebre, p e r o p o c o estudiada. D e a c u e r d o
c o n esta teoría q u e se p l a s m a en la Estética y en la Fenomenología
del espíritu, d e Hegel, n o existe solamente u n a absorción del a r t e e n
la rehgión, del arte y l a religión en el sistema filosoficopolítico Qo
q u e se l l a m a hegelianismo). Existe t a m b i é n la idea de q u e el a r t e
vive y c o m o t o d o lo q u e vive será s u p e r a d o y d e s a p a r e c e r á d e s p u é s
d e u n a historia que c o m p r e n d e u n a ascensión y u n ocaso. P e r o h a y
algo m u c h o m á s c o n c r e t o t o d a v í a en la tesis hegeUana: la idea del
r o m a n t i c i s m o c o m o a p o g e o , c o m o esplendor del arte y, al m i s m o
t i e m p o , c o m o a n u n c i o d e su fin. R e s u m i e n d o el p e n s a m i e n t o h e g e -
liano p o d r í a m o s decir q u e l a m u e r t e del a r t e se a n u n c i a en el a r t e
d e la m u e r t e , en el a r t e q u e tiene c o m o t e m a c e n t r a l o principal la
muerte.
L a tesis q u e voy a ofrecerles es b a s t a n t e distinta de la de H e g e l ,
a u n q u e se inspire en ella. L e s ofreceré tesis s o b r e el arte y la v i d a
cotidiana. Q u i z á n o se t r a t a simplemente d e tesis sino de articulacio-
nes entre el estudio de las o b r a s de arte y la sociología.

118
Primera tcfdn:

¡M viílít lotldlaita se establece y se fija en el mundo moderno;


se sitúa tuda vet más como un nivel de realidad dentro de lo real.
Rciíiilla a la ve/, riincu>nal y e s t r u c t u r a l ; es dispersa p o r q u e se re-
licrc a In voz a la vida de Irahnjo, p r i v a d a , en e l hogar, en las diver-
siones, l'.s dispersa y a l mismo t i e m p o m o n ó t o n a p o r q u e en todos
ostos aspectos existe luia |iasividiul, n o participación, espectáculo
gonorull/.ndo, Impotencia pain participar tanto en la vida del trabajo
u u n i o on la p r i v a d a y on la de las diversiones. Issia cotidianidad es,
pues, c H i l a ve/, nilis'liuiceplahie. I ii critica de lo coliiliano es la única
en la actnididail ipie pone en lela de juicio la cultura, el conocimien-
lo. la polllíea. es d e i u , la única tpic idiiuca la lolalidad y dcsem-
pei'ia el papel (|ue ha d e s e m p e ñ a d o la negatividad en el p e n s a m i e n t o
d e l l e g e l y Miux.

SEUIINDII ICNINI

Aniiilío ¡II vlilu nUlitliinii tnliiha Iniruroda <'/t el arte, en lo sa-


urado, en ta rellulón o hhn, xl osl lo ¡irejerlnios, el arle se inlegraha
en lo lolldlano, iieiiflnihii pii xii Inlorlor. I D N objetos iiuis humildes
llevidian una m a t e a , la de la lolalidad de la sociedad, la del arle.
Anhiftí), con U)dus las icscrvns que p u e d a n haccisele a esta nostalgia
(y les suplico n o iiio H C I I S C I I do «pusutllsmi»), los objetos m á s himiil-
ilcs, una ciieharn. uiui olla, el a r m a r l o , el col re, llevaban la marca
de algo m u c h o mCis geiieíal ipie la m a n o del arlesatu').

IVREEFM lemlNi

Este estilo t/nr iiintiralm lu vida ioildlanti .ve dijireiuia de la


rulluro (de lo ipie nosotros l l a m a m o s «ciillura»).

(;!iuir(u tesis:

La cultura ron lodos sus aspectos, rl arte y el esteticismo, la


moral y el moralisino, las ideologías como tales, acompañan a
la cristalización de la cotidianidad en el mundo moderno.

119
Quinta tesis:

E n estas condiciones la c u l t u r a se divide e n d o s p a r t e s : la c u l ­


t u r a d e las m a s a s y la c u l t u r a de la élite. L a p r i m e r a se e n t i e n d e al
nivel d e l o cotidiano, p e n e t r a en ello a través d e la r a d i o , la televi­
sión, los discos, p e r o n o l o transforma, n o l o transfigura; le deja
sus rasgos de m o n o t o n í a y pasividad; n o l o e n g l o b a en u n a u n i d a d ,
n o l o confiere u n estilo.
E n c u a n t o a la c u l t u r a d e la élite es u n a r t e experimental, d e
v a n g u a r d i a , u n a literatura d e v a n g u a r d i a , inaccesibles, irreductibles
a la c u l t u r a d e masas, p e r o ajenos a la c o t i d i a n i d a d .

Sexta tesis: , . • ': , ] , ' . • , ^:

El arte como tal atraviesa una crisis y una transformación ra­


dical a c a u s a d e esta escisión a la q u e a c a b o d e aludir y q u e es d e s ­
t r u c t o r a p a r a él.

Séptima tesis:

El arte ajeno a lo cotidiano desaparecerá, el arte p a s a r á al ser­


vicio de la cotidianidad p a r a transformarla, p a r a c a m b i a r l a r e a l m e n ­
te y n o p a r a transfigurarla idealmente. P e r m i t i r á c r e a r vida y vivirla
en vez d e escribirla o de figurársela y p a r a eUo se servirá de t o d o s
los m e d i o s puestos a su disposición p o r la estética, incluida la m ú ­
sica, la p i n t u r a y, sobre t o d o , la a r q u i t e c t u r a .
E s t a es la última tesis. V o l v e r é a ello si ustedes así lo q u i e r e n
d u r a n t e el coloquio, p e r o a h o r a quiero p o n e r u n ejemplo. U n frag­
m e n t o m u s i c a l d e S t o k h a u s e n n o significa ya n a d a , n o expresa n a d a ,
p e r o c o n s t r u y e i m t i e m p o y u n espacio a los q u e se atribuye la
posibilidad de convertirse e n espacio y t i e m p o d e u n a v i d a c o n ­
creta. E s posible, sirviéndose d e la música, d e la a r q u i t e c t u r a o d e
la p i n t u r a , c r e a r algo q u e sea m á s q u e u n simple d e c o r a d o o u n c u a ­
dro, l o g r a r u n a transfiguración, u n a t r a n s f o r m a c i ó n de la vida c o ­
tidiana. E s t e es el destino, la vocación de u n a r t e q u e n o será y a l o
q u e n o s o t r o s l l a m a m o s a r t e y q u e sufrirá t r a n s f o r m a c i o n e s q u e , d e
h e c h o , y a se están p r o d u c i e n d o . Viviremos en v e z de m i r a r o escu­
c h a r o b r a s ajenas a la vida. L a n o c i ó n m i s m a d e o b r a está a p u n t o
de t r a n s f o r m a r s e ante n u e s t r o s propios ojos, c o n nosotros. N u e s t r a
o b r a será n u e s t r a vida c o n t o d o s los medios a su servicio, todos los
medios de la técnica, t o d o s los medios q u e siguen todavía asigna­
dos a l o q u e a ú n se l l a m a a r t e .

120
Conilderemos e n primer lugar la c u l t u r a de m a s a s . S e t r a t a d e
un c o n i u m o d c v o r a d o r , a u n a escala gigantesca. V i v e d e comer,
de destruir el «ríe, la lileratura p a s a d a , los estilos; s e p a r a d o s , p o r
Otra parle, de au condición y de su vida propias. L a s m a s a s consu-
m e n lodo lo ( | I I E ha l i d o hermoso y g r a n d e y l o d e s t r u y e n , l o a n i -
I | n l h i n . De h e c h o , e n la sociedad lal c o m o está organizada, l o t r a n s -
forman en m e r c a n c í a pero de tina forma q u e n o es y a l a d e la m e r -
cancía C I A N I C H . la «nall/.adn por M a r x : d e u n a f o r m a «bella», la del
p u r o íspeelAcnlo. Se trata por lo (imto d e u n a alienación diferente
a I H t í l f l c B í ' I R T I I q u e . poi' otra p a r l e , n o lu suprime, sino q u e se su-
perpon». A I H foinfrt ^''neiali/ada d e la c o m p r a y la v e n t a viene a
n f l n d l r N t i a l g o iuA«: la forma de hi m i r a d a , fanlasmal, fantástica, la
p u i M inliailu K o b i i » u n p u r o especl aculo l i i el cine, en la televisión,
al p u r o (ludllor p u n l v o n o Imco numicii I N O .[ue e s c u c h a ; el p u r o
M p e c l u d o r niltu N I I I objeto ni flnulldnd. I ' i l o pioiluce seres h u m a n o s
exIrnnoM, n In \ v t , peNudMinenle e o n e i e l o N y Icrilhiemenle abstractos,
dlniulueloiii geneiBll/ndon, I I H K eNla rápldu ojeada sobre el arle de
m a s a s veamos el n t l e propiumenle illcho.
Hxlsto u n a llleraliiru de ensayo, ile un e n o r m e inlert's. (luc n o
r e n u n c i a n u n c a a Imllnr u n nudllorlo v u n n n i K Í I n K in amplia y q u e
l o logra, p e r o e n v e n d o pii l o coiueielul y ili [ . M U I C I - . C . i n a e r por el
o r d e n exislenle, l'l ^ l i m p i o mrts caiHcleilslico es el s m r c a l i s m o . P o -
d r í a m o s cllur n esle r e s p r e l o n K l m b a u d cuya vida ha sido ejemplar
y simbólica; el grito poétieo y a c o n t i n u a c i ó n el silencio. P e r o sobre
l o q u e quisiera Insistir es sobre lo o c u r r i d o en torno a l'ílO. F,n ese
m o m e n l o se p r o d u c e iiiiu d e s l r u c i l ó n de loilos los sislemas d e refe-
rencias. ,,1'ur quñ? lisio no eslí todavía m u y claro. Desaparecen al
m i s m o tiempo la Unen del luirl/.onle y el espacio perspeclivo (es la
é p o c a de los priiiieros lleii/,os de K n n d i n s k y en los q u e ilesapareccn
la perspecliva y IH Unen del horl/,onle); el sisicnia lonid (el 'Inundo
d e la aniumUí, de SchOnherg a p a r e c e en l")| 1). I's e l inomcnlo en
q u e la referencia a l o real y a la realidad se rompen y desaiiarccen
(la poesía do Appolliiulre). ¿(Jué es lo ipre h a ocurrido'/ Nircvas téc-
ni c a s entran e n Juego, lu lu/, eléctrica, el motor, el a u t o m ó v i l , la
aviación, la velocidad, loilo lo q u e t | u e r a m o s , per'o al m i s m o tiempo
se imponen mievas iclaeiones sociales; el capilalismo <lc c o m p e l e n -
cia, anali/.ailo p o r M a r x , desaparece para dejar paso al del m o n o p o -
lio. Sobre c s l c p u n i ó ipiisiera emilir u n a hipótesis, s i m p l e m e n t e u n a ;
y d e veras siento m u c h o q u e R o l a n d Barthes n o esté aquí p a r a
discutirla. ¿ N o se h a b r á producido en esta época, h a c i a 1 9 1 0 , p o r
r a z o n e s m u y profirndas, una r u p t u r a de la antigua relación a p a r e n t e -
m e n t e indisoluble e n t r e los significados y los significantes, entre la
d e n o t a c i ó n (lo real designado) y la c o n n o t a c i ó n ? ¿ N o será q u e los

1 2 1
Nigiios |>crmanccen ligados a lo cotidiano m i e n t r a s q u e los significa-
dos se d e m o r a n o, p o r el c o n t r a r i o , se m o d i f i c a n a causa de las
Iraiisformaciones técnicas y sociales? ¿ N o se h a b r á p r o d u c i d o e n
i s l a é p o c a u n desfase e n t r e significados y significantes? El a r t e y los
u r ü s l a s , los poetas y los literatos, se i n s t a u r a n e n el significante.
Sería v e r d a d e r a m e n t e c u r i o s o seguir, desde este p u n t o de vista, u n a
relación exacta entre signos significados-significantes y, p o r ejemplo,
el c u e r p o d e u n a mujer desde, digamos, las p r i m e r a s obras de P i c a s -
so hasta las expuestas este a ñ o . Se verá, a m i entender, c ó m o se
a c e n t ú a , en el signo, la r u p t u r a e n t r e el significado y el significante,
c ó m o h a y u n a s o b r e c a r g a d e significantes, c ó m o esta r u p t u r a v a
a c o m p a ñ a d a d e u n a especie d e crueldad creciente hacia el signifi-
c a d o q u e se aleja en o t r a dirección, que está c o n t i n u a m e n t e lejos,
i n v o c a d o y utilizado d e n u e v o con una habilidad prodigiosa. L o q u e
q u i e r o decir es q u e u n a v e z p r o d u c i d a la r u p t u r a , en el signo, e n t r e
significados y significantes, algunos se instalan en los significantes
m i e n t r a s q u e los significados h u y e n . P r o f u n d i z a n la destrucción d e
u n a relación q u e p a r e c e indisoluble y f u n d a m e n t a l . A c o n t i n u a c i ó n
llega el d a d a í s m o y s a b e m o s q u e éste señala u n a fecha m u y i m p o r -
t a n t e ; a través de estas d o s breves p a l a b r a s « d a - d a » , en 1 9 1 7 , al
final de la p r i m e r a g u e r r a m u n d i a l se manifiestan v e r d a d e r a m e n t e
el arte, el p e n s a m i e n t o , la literatura m o d e r n o s . H a y u n a r u p t u r a .
E l d a d a í s m o constituye al m i s m o t i e m p o u n a revolución, i m a n e g a -
ción global d e la literatura y el arte, u n a n e g a c i ó n de la vida b u r -
guesa, u n a tentativa de r e v o l u c i ó n verbal, y sólo verbal, p e r o t o t a l
a su m a n e r a . Y después viene el surrealismo. L a línea es c o n t i n u a :
d a d a í s m o , surreaUsmo, letrismo. E l surreaUsmo, en u n principio sig-
nifica u n a revolución total frente al lenguaje, la literatura, el a r t e .
¡ N e g a r l o t o d o ! ¡Destruirlo t o d o ! H a s t a m á s t a r d e n o se p r o d u c e u n a
especie d e restitución d e los valores (de los valores clásicos, a d m i t i -
dos) q u e lleva a A r a g ó n a convertirse en lo q u e todos sabemos y a
B r e t ó n a ser d e n u e v o , en c o n t r a de su p r i m e r a inspiración, u n h o m -
b r e d e letras en el sentido h a b i t u a l de la p a l a b r a .

M á s t a r d e h u b o otras tentativas de antipoesía, o de aliteratura,


p a r a h a c e r a c o n t i n u a c i ó n literatura. E l éxito llega en el m o m e n t o
en q u e se vuelve a las f o r m a s habituales y clásicas. Se empieza p o r
el a n t i t e a t r o p a r a h a c e r a c o n t i n u a c i ó n t e a t r o . E l ejemplo de l o n e s -
co es excepcionalmente interesante p o r q u e está a p u n t o de c o n v e r -
tirse en u n a u t o r oficial y «clásico» y, sin e m b a r g o , había e m p e z a d o
p o r el a n t i t e a t r o . ¡El c a m i n o del éxito es d u r o p a r a la inspiración!!
E s t o es todavía m á s cierto en el caso d e las artes plásticas o l a
música. Al oír u n c o n c i e r t o d e mú;sica c o n c r e t a nos p r e g u n t a m o s
en p r i m e r lugar qué ha sido de la noción d e o b r a , p o r q u é el eje-

122
ciiliinic e s iin técnico, u n i n g e n i e r o del sonido. N o s p r e g u n t a m o s
dónde están I U N c a t e g o r í a s iiul-iitualcs d e expresión y d e significado,
p o r q u é yii n o htiy ni expresión n i significado. T e n g o la i m p r e s i ó n
»le i j u o Itoulc/. httcc lo ti\ic l o i l o s t o s d e m á s : l\a e m p e z a d o h a c i e n d o
HnllimmicH y \m l e r i n i n a d o l i a c i e i u l o l i o n i t a y h u c n a m ú s i c a c o n
gfMn áxltu.
AlgiinoN h é i i t e N tic! «ríe ipiicrcn c r e a r positivamente, n o ser
ilenlriiiMoríii; lo qii« ocurre en ipic desiruyen unas veces el objeto,
OtiHN p l milito, p l fyiilllbrio, e l driinia, l ' i i r a p o n e r u n ejemplo, p e n -
Neiiioii por u n Imio pii l o y c p o Krilkii. y p o r o t r o e n l a s dcscripcio-
npn l n l p i i i i l i i n h l t i « ilv iiliÍ«<TON, I O N I I I I O K d r a m n l i / a i i d e m a s i a d o , los
a \ H n dvmliHiiinll/Hii í H f l g w r t i i l H i i u ' i i l e . Y o m e p r e g u n t o (siempre e n
CHiIdnd d p hlpólMl») R I » I divoiclo pnlrc Uw M i g n i r i c a n i c s y los sig-
nlflindo», mlii^i P I pi|ulllhrln y rl d i t u i i n . entre e l e l objeto y el
Piii|t<to, n o cniíiiiliiiliá un Ifiióineno N o u l o l ó g l c o ,
Al Indo I I P lo» quf »t» c o i i N U k M n n d e u d o r e s y c o n s t r u c t i v o s y
eiiy» t i n y u l o r l f l I I » V B ni Híhiviiuii i o i i k i i i , e x i s t e lii línea d e l o s ncga-

llvo», que c o i i l l i u k , l o h » difluí y « en nmcims o c i i s i o n c s y m e per-


mito rc))CtlrU» mpil, l « ohtn CMrKiterlHllctt do i n i c N l n i é p o c a , al m e -
i i o K i H c g ú n n i l l i i l » i i p i í l H e l t ' i i i . (m ArtHiiil y n o Kobbo-Orillel, e s Bec-

k e l t c o n cdii e s p e i l i " t\v m i l o d c N l i i i c c l ó i i d e til t)l)iii misma. Uiiíen


hiiyu v i s t o H MHdíWíní Kt'iiHuil «Mllendo d e e n t r e un iiumlón d e
citcoinbroN y l e c l t u i u l c t un i B i i t o I M I P I V|UC m b i i i l n d e lodo, i n c l u i d o
el t e a t r o , quien Imytt vl»lo e»lo, no lo olvUlnrá.
I'n I H l l n c B dp ION negHtlvon o c u p » un lugar especial Malcolni
I (iwry c o n nu IIOVPIH Au ilfm>us tlii vohoii m e parece u n a d e las
obrHN I I I A M I U ' H N «le emloii I Í H I I I I O M HnoN, Y e n e s l e punió se me plan-
leiirán olijeuloiipii; ¿y el Í O C I I I I I » I I I O , y el reulismo s o . j.ih í . i ' o c u r r e
como N I I M nilülón h l n l ó r l c B (y c i i r l c M l u r l / , o I n l e n c i o n a d a i i u n l e ) del
soclHllüino fncru el llriviii el itrir m i s m o fin p o n p i e l a s obras
it s u
l l a i n a d i i s iTiilUlH.i(oclHllN(nf« llene q i i l / i m u n giiiii v a l o r d e p r o p a -
giimlii l i t r o nlngiin V H l o r «rll»tleii. D e t u l loiniii qiic en e l g r a n e s -
c e n a r i o de In deNtriiccIón y d e luilodcsiiucción d e l a r t e e l r e a l i s m o
socialista ( c o n r i l i e r u N o sin ellas) me p n r c c e ipie o c u p a u n o ilc l o s
primeros puestos.

El ú l l i m o p u n i d ciipíliil ( a l f i n a l c r e o ( | u e n o h e a g o t a d o mis
c u a r e n t a m i n u t o s , hasta tal p u n t o he a b r e v i a d o , c o n d e n s a d o , p a s a d o
p o r alto, p o r t e m o r a s e r viclímn de la c e n s u r a ) , e l último p u n t o
capital es éste: m e niego a t o m a r p o s l i i r i i aquí a c e r c a d e l a cuestión
del lenguaje, d e su l u g a r en la ciencia y e n e l c o n o c i m i e n t o . ¿Será
el lenguaje el p r o t o t i p o d e la intclcgibilidad? ¿Es u n reflejo m á s o
m e n o s cierto d e u n a historia y d e u n a sociedad? M e niego a t o m a r
p a r t i d o aquí e n esta discusión; lo i m p o r t a n t e e s q u e e s t a m o s asis-

123
t i e n d o s u m u l t á n e a m e n t e a u n a especie de fetichización del lenguaje
y a su disolución. El lenguaje se fetichiza; se le considera c o m o u n a
especie d e absoluto, c o m o la fuente n o sólo d e la intelegibilidad s i n o
d e l a vía social. T o d o consistiría en el lenguaje. H a b r í a q u e a c u d i r al
lenguaje p a r a resolver t o d o s los p r o b l e m a s . E s t e fetichismo n o es
o b r a d e estos últimos a ñ o s , de la obra de Lévi-Strauss o de S a u s s u r e .
Se r e m o n t a a la Alquimia del verbo a través d e la cual los p o e t a s se
i m a g i n a b a n transfigurar p o é t i c a m e n t e , m e t a m o r f o s e a r lo real, es
decir la vida cotidiana. El fetichismo es p o r l o t a n t o antiguo. A c o m -
p a ñ a , p r e c i s a m e n t e , a la r u p t u r a entre los significantes y los signifi-
c a d o s , d e la q u e a c a b a m o s d e hablar. Si h u b i e r a asistido a la e x p o -
sición de R o l a n d Barthes a c e r c a de la retórica le hubiera m e n c i o n a -
d o (no sé si él lo ha h e c h o ) un texto de P a u l Valéry, su c o n f e -
r e n c i a i n a u g u r a l en el Colegio de F r a n c i a a c e r c a d e la historia d e l a
literatura. V a l é r y dice c o n c r e t a m e n t e q u e es preciso rehabilitar y
r e i n t e r p r e t a r las figuras retóricas.
Existe, p o r lo t a n t o , un fetichismo del lenguaje y, al m i s m o
t i e m p o , u n a e x t r a o r d i n a r i a disolución del lenguaje bajo los m á s di-
versos a s p e c t o s : los m e d i o s audiovisuales, u n a utilización virtuosa y
a c r o b á t i c a del lenguaje. E n ocasiones son los m i s m o s los q u e feti-
chizan y los q u e destruyen el lenguaje, p o r e j e m p l o ese h o m b r e e x -
t r a o r d i n a r i a m e n t e inteligente q u e es R a y m o n d Q u e n e a u y q u e dirige
el g r u p o «Oulipo» y h a c e a r t e c o m b i n a t o r i o . U s t e d e s c o n o c e n los
millones y miles de millones de sonetos o b t e n i d o s c o n la c o m b i n a -
ción de alejandrinos que p u e d e n a g r u p a r s e a r b i t r a r i a m e n t e . E s el m i s -
m o q u e h a escrito Zazie dans le metro. L a p r i m e r a línea: Doucé-
kipudonktan es ya u n asesinato del lenguaje.
S i m u l t á n e a m e n t e existe u n fetichismo de la c o m u n i c a c i ó n . ¡ A h !
¡Qué f o r m a de ocuparse d e la c o m u n i c a c i ó n e n el m o m e n t o e n q u e
u n o se d a c u e n t a de q u e está solo y que n o existe la c o m u n i c a c i ó n !
¡Qué e x t r a ñ a resulta esta simultaneidad entre la soledad y el e s t u d i o
de las c o m u n i c a c i o n e s ! A c a b a de aparecer u n a revista titulada Alé-
théia y e d i t a d a p o r u n g r u p o de jóvenes. Allí p o d e m o s leer lo si-
guiente a c e r c a d e los filmes de Resnais (si h u b i e r a p o d i d o e x t e n -
d e r m e h u b i e r a s a c a d o p a r t i d o d e los filmes d e Resnais, a riesgo d e
discutir a c a l o r a d a m e n t e c o n L u c i e n G o l d m a n n ) : « M u r i e l es el fres-
c o lírico e i r ó n i c o de u n a c i u d a d , de su i n q u i e t u d en el m o m e n t o del
r e f e r é n d u m . ¿Esta inquietud?... U n universo d e la p a l a b r a en r u i n a s ,
u n m o n t ó n de insulseces y d e lugares c o m u n e s s o b r e los que z u m b a r
miles d e p a l a b r a s justificadoras y descalcañadas, m e n t i r a s de t a h ú r e s ,
u n u n i v e r s o d e la p a l a b r a en el q u e ya n o se p u e d e c o n t a r n a d a . . .
en el q u e c a d a frase tiene a c e n t o s de disputa (lo q u e p o n e de m a n i -
fiesto Resnais m e d i a n t e c a m b i o s bruscos d e p l a n o s después de u n a
f i i l i c o niciliiintc el silencio) de los seres desarraigados p o r este len-
.1 1.1 ilciiviii.. lisie aníilisis d e un filme p o r un g r u p o de jóvenes
C H muy oi)oiliuu>. Dcslrucción, ¿ p e r o dcsirucción de q u é ? D e la vida
ImrjiucNii I U Í N U I U p o r n o lialier sal)iilo c r e a r oira cosa. A u t o d e s t r u c -
c i ó n , p e i o auloilenlrucción del m i s m o a r t e , puesto a n t e la alternativa
d e e r r a r olía cosa, es tlcclr, de t r a n s f i g u r a r la vida c o t i d i a n a . Estos
d o s aspectos a u l o d e s l n i e e i ó n y ilesirucción me parecen c o m p l e m e n -
(nrlos y sollilarlos d e n i r o ilel c i t a d l o q u e les he ofrecido bajo el sig-
n o do In negullvldad.

GOLDMANN • . ,

Lefebvre es uti ponsmlor al q u e lodos cotioccmos, por el q u e


aenlimos unu gran e i l l m a y aféelo, a posar do las reservas q u e su
p e n s a m i e n t o insplrn on algunos tío nosi>lros. En él lo esencial de
cNlas reservas se basa on el h e c h o d e q u e el filósofo romíinlico d o -
m i n a cada ve/, m á s s o b i e el h o m b r e de ciencia. I'.n la exposición
q u e u c a h a m o s ile oír existen m u c h o s análisis Inleresunles; Icnu), sin
e m b u r g o . q u e en imiclias ocasiono» npnrocoii fulscados por csla pers-
pectiva rotuíinlicH. En lo tute « ttil tespeelu tittnca he I r a l a d o de
igtiorar la iie^allvldad sino ile oponet a los lllósolos de lit p u t a nega-
tividad. (|iie sotí lomñttlleos, asi cotilo a los lilósolos de la pura
posilividail, enire tos q u o podita cllnr u I.¿vi-Siraviss, por ejemplo,
d e o p o n e r a éstos, repito, los filósofos dialécticos q u o n u n c a han
s e p a r a d o poslllvidud y negnllvldud. Para todo p e n s a d o r dialéctico
ostritcliiraeión y desesliueluiinlrin n o N o t í , en electo, d o s procesos
ilirercnirs sitio dos nspeclus e o t u p l e t i i e n l a t i o s de un misino proceso.
Todo fuluio sIgnIfICHilvo dcsituye e s l r u c l u r u s untiguus p a r a cons-
t r u i r oirns iiiiovas. Kii la cinsificuclóii d e l.ofcbvio r e c u e r d o p o r lo
m e n o s Irrs n o m b r e s q u e eipilvoeailamente incluye en el sector de
la pura tteHiilivIdad; me tefletii a ( l o e l l i e . lIcKel y Marx, l e f e b v r e
a c a b a de t e l e i i t s e peísonaltiienle a la l e n d e m i a ile llegcl a la posi-
tiviilad y precisatiienle, en esle p e n s a d o r , la iie)jiilividad es conside-
r a d a c o m o un e l e m e n t o de progreso q u e permite lu ufirmiición de
positividades siipetioies. l o tnisiuo o c u r r e , eviilenlemenle, en lo q u e
se refiere a Marx y a los pensadores diaICcIicos. Y es también cier-
t o en lo que se refieie a (Joellie c u y o lúuisio \w es un p u r o agente
tic la negatividail, sino lodo lo c o n t r a r i o . I'austo sólo r e c u r r e a M e -
fistófclcs para c n c o n i r a r el c a m i n o hacia Dios. C a d a vez q u e n o s
e n c o n t r e m o s a n t e un pcnsainienlo dialéctico hemos de c o m p r e n d e r
q u e n o existe u n a separación radical e n t r e positividad y negatividad.

P a r t i e n d o d e este p u n t o quisiera v o l v e r a algunos d e los análisis

125
d e esta exposición. E s p r e c i s o p r e g u n t a r s e cuáles son las c o n d i c i o -
n e s c o n c r e t a s en q u e n a c e el arte m o d e r n o . N o se t r a t a d e sa-
b e r q u i é n es m á s i m p o r t a n t e , si Beckett o Robbe-Grillet, s i n o d e
s a b e r q u é visión c o n c r e t a se expresa en la o b r a d e c a d a u n o d e ellos.
Y o c r e o q u e efectivamente h a y q u e relacionar a Beckett c o n el exis-
tencialismo y el largo p e r í o d o de crisis del capitalismo m i e n t r a s q u e
R o b b e - G r i l l e t está y a al o t r o l a d o , p e r t e n e c e a l a época del c a p i t a -
lismo d e organización, d e u n a sociedad q u e se h a c o n s t r u i d o u n
u n i v e r s o global, racional, objetivo y a h u m a n o . L a simpatía d e L e -
fébvre p o r Beckett es u n p u r o f e n ó m e n o subjetivo q u e p u e d e e n t e n -
derse, p e r o u n estudio positivo n o p u e d e e l i m m a r n i a R o b b e - G r i l l e t
n i a Beckett. E l h o m b r e d e ciencia n o i n t e n t a c e r r a r los ojos a n t e
el d e s o r d e n o el r o m a n t i c i s m o ; t r a t a s i m p l e m e n t e d e saber c o n q u é
p u e d e relacionarse el f e n ó m e n o q u e estudia, e n q u é condiciones s e
p r o d u c e , en q u é m o m e n t o p u e d e ser s u p e r a d o o, p o r el c o n t r a r i o ,
r e f o r z a d o . H a y m o m e n t o s en q u e la negatividad es m á s fuerte y d o n -
d e n o se ve n i n g u n a e s p e r a n z a positiva y otros m o m e n t o s en q u e es,
p o r el c o n t r a r i o , el e l e m e n t o constructivo, positivo, el q u e d o m i n a .
E s u n a cuestión de análisis sociológico. P a r a seguir con los ejemplos
d e L e f é b v r e nadie p u e d e p o n e r en d u d a q u e en la o b r a de S h a k e s -
p e a r e existe u n a a ñ o r a n z a d e los valores feudales, p e r o t a m b i é n h a -
l l a m o s en ella la representación de h o m b r e s n u e v o s , que p e r t e n e c e n
a u n m u n d o q u e está s u r g i e n d o p e r o q u e d e s g r a c i a d a m e n t e t o d a v í a
n o s o n actuales ( F o r t i n b r a s , B a n q u o ) , h o m b r e s n u e v o s que r e u n i r í a n
los rasgos positivos del m u n d o feudal y del m u n d o m o d e r n o . T a m -
bién en el clasicismo francés existe quizás u n a actitud positivista
a n t e los valores existentes. Y p a r a citar u n ejemplo r e l a c i o n a d o
c o n n u e s t r o s estudios u n m i e m b r o d e m i e q u i p o h a h e c h o t m análisis
e s t r u c t u r a l m u y exhaustivo y l o g r a d o d e Muriel, i n t e g r a n d o p r e c i -
s a m e n t e el f a c t o r de la n e g a t i v i d a d en e s t r u c t u r a s nacientes q u e i m -
p l i c a n la destrucción d e las estructuras a n t i g u a s .

E n r e s m n e n , m e p a r e c e igualmente subjetivo y criticable c o n -


vertir l a negatividad en el v a l o r esencial del f u t u r o y del p r o g r e s o
c o m o p r e t e n d e r eliminarla e n n o m b r e d e l a positividad. E l p r o b l e m a
estriba en i n t e g r a r i m a y o t r a en u n a c o m p r e n s i ó n t a n a d e c u a d a
c o m o posible d e la realidad. (, ; <. / ,

126
Coloquio

S A N o n i N i i r í

Mo \mwc q u e (nnlc) en lu Introduclion h la Modernité como


en lii q u e « i s h » ile ileelr I cl'cbvre N O p o n e de niunifiesto la ilusión
d e qvio en ttlgún l y o m e n l o de lu I I Í H I O I Í U las formas del c o m p o r t a -
m í e n l o han eNlHilo InlegiadaN d e n I r o ile lu vida cnllurid. Y m e p r e -
g u n t o ni ha eHlutldo reulmenle un i»olo pcrUnlo histórico en la E u r o p a
oculdonlul, desdo In época urlcya, en tpic lu cotidianidad h a y a estado
iillegrudu. d e u n a foinia u o l í a , en la vida cullural o en las obras
culturales.
I'or o l l a p a r l e , d e s c e n d i e n d o a un uníilisis particular, m e p r e -
g u n t o si esas posibles formas n u e v a s d e lu vidu colidianu d e las
q u e habla l.cfcbvrc podrían hallar su (-(iiiivalciilc e n u n a o b r a tan
formal c o m o la ile un S l o c k h a u s c n . I l s l i ' d ha d u l i o : S l o c k h a u s c n
c r e a un universo u p a r t i r del cual p o d r í a e n f ' . . i i / . n - . i u n a vida coti-
d i a n a . E n t o n c e s , c o n ciiriosiilad. m e premunió M I C . d í ñ e n l e existe
u n tipo de relación cualquiera e n t r e la colidíaiiidad y el universo de
Stockhau.scn.
D e n t r o d e la perspectiva q u e Cíoldmaim a i a b a de abrir se plan-
tea e v i d c n i c m c n t e un gran p r o b l e m a . I ' s posible q \ i e l.efebvrc sea
p a r t i c u l a r m e n t e sensible a un e l c m e n l o l o i . i l i n c n i i - n u e v o c u a n d o
d i c e : «Crilicamos el universo bui}>.nc\, l.i'. l o i m . r . <lr l o m p o r t a -
nu'enlo biiigncsas, p e r o n o tenemos c o n i p i e s n s l i h i i i l a s " . lis eviilenle
q u e niieslia crítica c a e en el v a c i o s i iu> l i e i i e n a i l a t p i e p r o p o n e r
y q u e la erllica d e las formas b u r j M u s n s i n i i ; u i a una llamada a algo
distínio que lu» p t K l c m o s , a pesar de n u e s i i o esliier/,o p o r concreti-
/.arlo, todavía definir.
Segiin O o i d n i a r u i en el I r a n s c u r s o del desarrollo del proceso
dialcelii'o a p a r e c e r á n e i e s a r i a n i e n l e esle al^'.n dislinlo, p e r o cabe
i m a g i n a r también u n a realidad e o m p l e l a m e i i t r t n n v . i . todavía des-
c o n o c i d a , y q u e n o tenga nada i | u c ver uí con l a s U)riuas d e pensa-
m i e n t o cslálicas ni sic|uícra con los (iroccsos dialécticos, es decir algo
r a d i c a l m e n t e original e iiiipievisible. Dciilro de csla perspectiva se
p o d r í a r e p r o c h a r a Ciolilmanii el h a b e r i|ueriilo e n m a r c a r las refle-
xiones de Lefebvre d e n t r o del c u a d r o d e p e n s a m i e n t o y la p r o b l e -
m á t i c a del siglo X I X .

I 127
GOLDMANN

N u n c a h e d u d a d o a c e r c a d e la posibihdad de aparición d e a l g o
r a d i c a l m e n t e n u e v o . H e d i c h o simplemente q u e la lógica dialéctica
es u n m a r c o f o r m a l del d e v e n i r ; n o creo q u e l o r a d i c a l m e n t e n u e v o
p u e d a ser a l g o distinto a u n p r o c e s o de c o n f o r m a c i ó n d e n u e v a s
e s t r u c t u r a s el m i s m o t i e m p o q u e u n a desestructuración de a g r u p a c i o ­
n e s viejas. Y e n este s e n t i d o precisamente m e niego a c o l o c a r a
p e n s a d o r e s dialécticos c o m o H e g e l , M a r x o L u k á c s en el l a d o d e l a
p u r a negatividad o en el l a d o d e la p u r a positividad.
' ' 'Y.

. •

LEFEBVRE

E n general la idea d e u n a crítica de la v i d a diaria es a la v e z


m u y sencilla y bastante difícil de aceptar p o r q u e , en el fondo, t o d o
el m u n d o cierra los ojos a n t e esta vida c o t i d i a n a . L o s estudiantes
n o están en ella todavía, los intelectuales la e l u d e n y los q u e e s t á n
insertos en ella, las mujeres p o r ejemplo, s o b r e las q u e pesa la c o ­
tidianidad, se p a s a n el t i e m p o m e t a m o r f o s e á n d o l a ficticiamente; q u e
se h a g a u n análisis de la p r e n s a femenina, el c o r r e o del corazón, e t c .
Sé m u y b i e n q u e esto p l a n t e a dificultades. E n lo q u e respecta a l a
situación a c t u a l creo, en efecto, q u e los p e n s a d o r e s m á s c o m p r e n ­
sivos fueron H e g e l y M a r x ; en la actuaUdad v e m o s c ó m o se están
s e p a r a n d o los p u n t o s de vista q u e ellos t a n p e r f e c t a m e n t e u n i e r o n .
( N o digo q u e h a y a n e f e c t u a d o la «síntesis», p a l a b r a filosófica y
m e t o d o l ó g i c a m e n t e bastante reprochable.) V e m o s a h o m b r e c o m o
G u r v i t c h o S a r t r e q u e m a n t i e n e n la efervescencia, las uniones, la
libertad en el sentido subjetivo de la p a l a b r a , m i e n t r a s que o t r o s ,
c o m o Lévi-Strauss, m a n t i e n e n los equilibrios, los m o m e n t o s de esta­
bilidad e n la historia. E n H e g e l o M a r x se e n c u e n t r a n los dos p u n ­
tos d e vista. U n g r a n p o d e r c r e a d o r p r o d u c e seres q u e disponen d e
u n equilibrio, d e u n a a u t o r r e g u l a c i ó n q u e los m a n t i e n e ya q u e sin
esto el f u t u r o los a r r a s t r a r í a inevitablemente. V i v i m o s a la s o m b r a
de H e g e l y de M a r x y p e n s a d o r e s eminentes se r e p a r t e n las s o b r a s
y los f r a g m e n t o s del hegelianismo y del m a r x i s m o sin h a b e r alcan­
z a d o todavía su plenitud m e t o d o l ó g i c a y teórica. P e r o frente a u n
p e n s a m i e n t o q u e insiste d e tal f o r m a en la e s t r u c t u r a , es decir, e n
c o m p r o b a c i o n e s positivas, e n equiUbrios, e n autorregulaciones,
m e v e o obligado a atribuir p e r p e t u a m e n t e a la negatividad sus d e ­
r e c h o s . Insisto en ello. E s u n a posición a la v e z polémica (es decir,
subjetiva) y objetiva y teórica (es decir, i n s e r t a n d o el p e n s a m i e n t o
dialéctico en la c o y u n t u r a actual). P o r esto insisto. D e vez en c u a n -

128 •' • : ,/'';']: . .


/ d o , Lucien G o l d m a n n , aparece en las cosas que tú dices algo c u r i o -
I s o ; insisto en q u e B e c k e t t y los letristas o surrealistas r e p r e s e n t a n
u n a línea, la d e la n e g a t i v i d a d . T ú m i s m o has h a b l a d o de «desor-
d e n » , c u a n d o e n r e a l i d a d se t r a t a d e a l g o m á s q u e u n simple d e -
s o r d e n , de algo p r o f u n d a m e n t e c r e a d o r bajo las apariencias de la
negación. P o r ello h e advertido y a d e s d e el principio q u e esta a p o -
logía de la n e g a t i v i d a d n o era ni la apología del desorden, ni la de
lu destrucción sino d e aquello q u e es c r e a d o r en p r o f u n d i d a d . Sé
m u y bien q u e n o t e gusta la p a l a b r a «profundidad» p a r a designar
lo q u e ocurre bajo J a s apariencias. E s u n p r i m e r p u n t o bastante
i m p o r t a n t e . Se m e h a p r e g u n t a d o : ¿ Q u i é n h a i n t e n t a d o a s u m i r lo
cotidiano? T o d o s n o s o t r o s h e m o s i n t e n t a d o asumirlo hasta el m o -
m e n t o en que esto h a dejado de f u n c i o n a r y se ha b u s c a d o la r u p -
t u r a . Triste historia. P o d r í a n escribirse a este respecto i n n u m e r a b l e s
novelas. L a i n n o v a c i ó n de Balzac c o n respecto a S t e n d h a l , ¿no
consistiría en esta i d e a de una cristalización de lo c o t i d i a n o y de
personas que se ven obligadas a vivir en ello? Un h o m b r e , Balzac,
t r a t a de describir lo cotidiano d e m o s t r a n d o incluso q u e está vivo y,
s o b r e todo, q u e es interesante. A h o r a bien, lo cotidiano n o es bonito.
L a belleza, a m i e n t e n d e r , termina c o n Stendhal y la categoría tie lo
interesante e m p i e z a c o n Balzac. L o c o t i d i a n o asumido, c a r g a d o so-
b r e los h o m b r o s c o n t o d o lo que esto significa, es trivial, n o es ni
b o n i t o ni feo; h a y quienes lo a s u m e n , son personas interesante; el
p a s o de la categoría d e bello a la de cautivante... I'odría desarrollar
este pimto. Pasemos p o r alto. ¿ S t o c k h a u s e n ? Sólo a titulo de ejemplo.
M e ha i m p r e s i o n a d o e n o r m e m e n t e S t o c k h a u s e n . T e n g o una vez más
la impresión de q u e «eso» no significa n a d a , de que «eso» n o expre-
sa n a d a , de q u e «eso» n o tiene ya n i n g u n a relación con las catego-
rías lie expresión y d e significación y q u e por lanío «eso» construye
a l g o nuevo. He e s c u c h a d o a Knokke-lc / o u l c , hace seis meses, una
l a r g a composición de .Slockliauscn; g r a n d e s masas, grandes lardos
musicales, después una lenta subida aseeudenle, en espiral, desde
sonidos exiraorilinuríamenle graves liasla soníiliis nuiy agutlos, y
d e s p u é s un descenso. 'I'cníu lu impresión ile que esto originaba n o
u n d e c o r a d o , sino un m e d i o espacial y t e m p o r a l todavía vacío, en el
q u e hubieran p o d i d o ocurrir aconiccimicnlos, no sé q u é tipos de
e n c u e n t r o s de a m o r y de amislad. T r a t o de basar t o d o esto en el
análisis de o b r a s recientes. La nnisica c o n c r e t a n o llega arbitraria-
m e n t e , p r o c e d e de la disolución d e la música y d e la a r m o n í a
clásica, de u n cierto a g o t a m i e n t o de la música de serie, de u n análi-
sis técnico y estético del ruido. T i e n e r a z o n e s m u y p r o f u n d a s , t a n t o
si destruye la m ú s i c a c o m o si es ya algo distinto a la m ú s i c a . T e n g o
la impresión de q u e esta música trata d e p o n e r s e al servicio d e algo

129
q u e yo llamo la cotidianidad, p a r a m e t a m o r f o s e a r l a , t r a n s f o r m a r l a ,
y lo m i s m o o c u r r e c o n la p i n t u r a y, sobre t o d o , c o n la a r q u i t e c t u r a .
L e C o r b u s i e r está ya m u y lejos. Se busca u n a a r q u i t e c t u r a q u e c o n s -
t r u y a n o solamente u n d e c o r a d o exterior sino, literalmente, u n m e d i o
p a r a los inventos, p a r a las creaciones de la v i d a , es decir, u n a v i d a
q u e sería algo r e a l m e n t e vivido y, al m i s m o t i e m p o , se r o m p e r í a n
los m a r c o s d e la c o t i d i a n i d a d . H e p a r t i c i p a d o incluso en la c o n s -
t r u c c i ó n d e u n p l a n o d e c i u d a d liídica e n la q u e los elementos l ú -
dicos o c u p a r í a n el c e n t r o d e la vida real y e n la q u e los e l e m e n t o s
«residencia-trabajo» s e r í a n periféricos, r e l a c i o n a d o s a través d e c o -
nexiones, y d o n d e , p o r consiguiente, el e l e m e n t o lúdico se c o n v e r -
tiría e n f u n d a m e n t a l . Q u i e r o convenir en ello, al m i s m o t i e m p o q u e
m e m u e s t r o n o u t ó p i c o c o n r e s p e c t o a la civilización de los p l a c e r e s
e n l a q u e n o vivimos t o d a v í a p e r o q u e se a n u n c i a . M e p e r m i t o
ciertas extrapolaciones c o n respecto al p r e s e n t e .

SANGUINETI •. ,;; , • • ; , - r

Confieso que n o v e o m u y bien de q u é f o r m a establece u s t e d


el n e x o e n t r e la negatividad y l o cotidiano. C r e o , p o r el c o n t r a r i o ,
q u e la negatividad del a r t e m o d e r n o es al m i s m o t i e m p o u n a d e s t r u c -
c i ó n d e la cotidianidad y esto m e p a r e c e p a r t i c u l a r m e n t e evidente en
el c a s o d e Beckett en el q u e adivino u n a especie de n e g a t i v i d a d
absoluta d e la cotidianidad. C r e o , p o r otra p a r t e , q u e en la m e d i d a
en q u e u n a o b r a c o m o Oh, les beaux jours! va en ese sentido, en
esa m e d i d a p o d r á ser fácilmente r e c u p e r a d a p o r el público a c t u a l .

LEFEBVRE -''i •' ' ^'<•: í'^-v r^.y , ••

¿ Q u é es lo q u e h o y n o es r e c u p e r a b l e ? P o r m u c h o q u e m e
p r e o c u p e t e n g o siempre la i m p r e s i ó n de q u e y o m i s m o v o y a ser r e -
c u p e r a d o , absorbido. P r e s e n t o mis excusas p o r h a b l a r de m í , p e r o
p u e d o asegurarles q u e l u c h o p o r n o ser « r e c u p e r a d o » , a b s o r b i d o ,
a s i m i l a d o p o r la U n i v e r s i d a d , p o r la sociedad burguesa.
P o r supuesto q u e n o h a g o u n elogio incondicional de la v i d a
cotidiana, n o soy de esos espíritus ingenuos y d e esas almas c a n d i d a s
q u e sitúan t o d a la r i q u e z a en lo c o t i d i a n o , a u n q u e esta r i q u e z a
exista, p e r o especialmente a h o g a d a y a p l a s t a d a . N o he r e c u r r i d o ,
p o r o t r a p a r t e , a Beckett p a r a b u s c a r las p r i m i c i a s de u n a r t e t r a n s -
f o r m a d o r de la cotidianidad. H e t o m a d o c o m o ejemplos la m ú s i c a
y la a r q u i t e c t u r a . Beckett, en la m e d i d a en q u e es la negatividad i n -

130
(egiiil, es (iiinhlón la negatividad aplicada no solamente al arte, al
dlneurso. sino it lu misma cotidianidad. ¡Esto no contradice en nada
lo i|iie U N t c d tuulm »le decir, sino todo lo contrario!

•ANdllINiTI ' • - -/¡'-.v

Ilt, pc>io no vpo muy hien lu raliolóli entre su romanticismo, por


IIHIUNIIO tU- nlgini'modo, y lu promoción de In cotidianidad, creo
qtiM Imy lilvii inm eupycle de ruplinu.

i.imvM
RaHty eoflfuifl. ('inimto uw hfllilun de reiTWntIcismo tengo la
InipiMnlón dü nv\ nii piMio ^\w «e Im uludo n si mismo una lata al
inhu, i ' i í o KPi l i l i « I I M I I I I I I I y creo que I H noción ile negatividad es
Iun cliinlllIcM r o m o In dt> «poiiillvti», Itmlo cu lo Itnportuntc. Ea no-
ción du nfgHilvidud PH Iun i lentiticn como lu ile positividad; la cri-
tlra e« tan V (ittMillliii i o n i o Ui i nii^iiiiiii imi I ' N el movimiento
I I I Í K I I I O e\ i | i i p p i i l H i n u P í i l i i i lililí i i N p e c d i s : lu y » wu \ consinicción o

v'it'i I l ' i ' t i i l>i iiiii*. | > i i > f i i i i i l i i en niicslru i | i i i i . i e s lu negutividad.

Ihi ¡Huiti Ii>iml0

QilUlt'iH loiiipeí iiiiu petpienu I H I I / U en luvoi de lo que acaba


ib IIMI|I lleiiii («rvliviu. M « piegiinlo ni ei«lu negutividad, en la
tpii) í l v p iiiin i'HiHi'liíiliitleii de niieslru ópocu, no es una caracterís-
lIcH d p l mil) V lu lllii|nliiiH lie loiluit liis ('pocus; es posible, sin e m -
hnrgo, ipii< titi I H U C I I I U I I I I M I I N P iiinnlllesle con iiiuyoi intensidad.
l'.NlnmoN ut|ul pii iiim rpiiiilón de Noctólogos dispuestos u alcanzar
r e N u l l u d o H poiltlv(W¡ üoitHlderunum que ol arle poi«cc un contenido,
iinu roiiiiu. lolulitienle iiHliicllhle n elementos de explicación o que, al
iiieiius. iiosolioN lieiiioii de liatuí de irdiieii a eslos elementos. Es,
creo, una hipótesis i l p liuhujo Indispensable, necesaria; hay que bus-
cur si no lus cuusus u l menos lus liiiicioiies ile lu obru de arte. Mas,
por otro ludo, nio pregunto si olvidando lu existencia de una negativi-
dad, qui/íís irreiluclible a toda explicación, no se corre el peligro de
equivocarse y ile considerar el arle como un simple reflejo, cuando en
realidad pueile .ser una apertura, una superación, una búsqueda.
Tengo la impresión de que existe en el hombre algo irreductible a
toda explicación y que esta irreductibilidad se manifiesta precisa-

131
m e n t e en el f e n ó m e n o del a r t e . P o r ejemplo, v e o m u y bien c ó m o las
c o y u n t u r a s sociales y políticas p u e d e n influir s o b r e d e t e r m i n a d a s
estructuras de la obra, precisas m a n e r a s d e c o n s i d e r a r la intriga,
ele. Por o t r o l a d o , m e p r e g u n t o si los autores, al escribir u n a novela,
e s t a b a n v e r d a d e r a m e n t e a n i m a d o s p o r p r e o c u p a c i o n e s políticas. P u e s
si lo estuvieran c a b r í a p r e g u n t a r s e p o r q u é h a n escrito novelas y
n o t r a t a d o s de política o algo semejante, o b r a s d e historia, p a n f l e ­
tos, etc. Bien, pienso q u e h a n elegido el escribir novelas en la m e ­
d i d a en q u e el arte les p e r m i t í a n o s o l a m e n t e expresar u n a cierta
realidad d e su t i e m p o sino t a m b i é n r e c h a z a r l a , p r o c l a m a r s e diferen­
te a ella, e n la m e d i d a e n q u e la negatividad a c t ú a en ellos y los
convierte, en cierto m o d o , en sus i n s t r u m e n t o s .
E s t o p o d r í a expresarse t a m b i é n de la siguiente m a n e r a : el a r t e
h a t e n i d o siempre xma r e l a c i ó n c o n lo s a g r a d o , es decir, c o n u n
m u n d o d e los dioses, t r a s c e n d e n t e , u n m u n d o q u e está p o r e n c i m a
de n o s o t r o s . E n el m o m e n t o e n q u e al arte e m p i e z a a faltarle este
m u n d o , se p r o d u c e e v i d e n t e m e n t e u n vacío, p e r o el arte sigue c o n ­
s e r v a n d o su vocación, su c a r á c t e r de t r a s c e n d e n c i a . Llegamos e n t o n ­
ces al h e c h o de q u e la n e g a t i v i d a d se p o n e m á s d e relieve q u e a n t e s ,
en las é p o c a s e n q u e el a r t e estaba m á s c a r g a d o d e c o n t e n i d o . C r e o
q u e R o l a n d Barthes ofreció a y e r u n a f o r m u l a c i ó n extraordinaria­
m e n t e a d e c u a d a : dijo q u e l o q u e diferencia al a r t e de las d e m á s
expresiones verbales es el h e c h o de q u e el c o n t e n i d o aparece en él
siempre p u e s t o en tela d e juicio y q u e incluso el c o n t e n i d o del a r t e
p u e d e ser s i m p l e m e n t e u n a a u s e n c i a d e c o n t e n i d o . P u e s bien, esta
ausencia d e c o n t e n i d o p u e d e llamarse el m u n d o d e la mitología anti­
gua y cristiana, o, c o m o l o h a l l a m a d o h o y H e n r i Lefebvre, la n e ­
gatividad.

LEFEBVRE

L e expreso m i a g r a d e c i m i e n t o ; estoy de a c u e r d o c o n usted p o r ­


q u e h a p u e s t o el a c e n t o en a l g o q u e he o l v i d a d o u n p o c o . Si p u e ­
d e n distinguirse, e n el interior d e la o b r a d e arte, elementos, aspectos
siempre prácticos e n su distinción, existe t a m b i é n esta nostalgia: h a y
t a m b i é n u n a expresión, u n r e s c a t e y u n a p r o p o s i c i ó n . L o s g r a n d e s
artistas h a n p r o p u e s t o , s u g e r i d o algo, y en este aspecto, digamos
«preposicional», h a y u n a n e g a c i ó n d e la existencia, u n a negativa a
admitirla, aceptarla, ratificarla. E s t a m b i é n u n aspecto, c r e o , d e
la negatividad.
H a c i a u n a Interpretación
s o c i o l ó g i c a d e la n o v e l a
picaresca
por Feüx Brun

(Lesage y sus fuentes españolas)

1) H a r á m u y p r o n t o veinte a ñ o s q u e mis maestros d e la U n i -


versidad de Z u r i c h , los profesores S p o e r r i y Steiger, m e a p u n t a r o n
c o m o t e m a de m i tesis u n aspecto d e l a n o v e l a picaresca. T e n í a q u e
p r e s e n t a r u n a c o m p a r a c i ó n estilística d e Guzmán de Alfarache, de
M a t e o A l e m á n , c o n su a d a p t a c i ó n francesa p o r Alain-Renó Lesage.
N a d a m á s e m p e z a r el t r a b a j o m e di c u e n t a d e que se t r a t a b a de un
l e m a bastante i n g r a t o . E n efecto, si b i e n es cierto que las diferen-
cias estilísticas e n t r e a m b o s textos s a l t a b a n a la vista, m e resultaba
en c a m b i o t o t a l m e n t e imposible ofrecer u n a explicación satisfactoria.
N o q u e r i e n d o c o n f o r m a r m e con registrar los fenómenos s i m p l e m e n -
te t u v e que a m p l i a r el círculo de mis observaciones. E s t o m e llevó a
e x a m i n a r con m a y o r detalle otras o b r a s representativas d e la p r o -
d u c c i ó n picaresca e s p a ñ o l a y, en lo q u e respecta a Lesage, a cen-
t r a r mi estudio en s u o b r a m a e s t r a : Gil Blas. S a b e m o s m u y bien q u e
la lista completa d e t o d a s las fuentes e n las q u e ha bebido un a u t o r
n o p o d r í a n d a r n o s la clave p a r a u n a interpretación del m i s m o ,
a n o ser que se t r a t e d e u n simple plagiario. E n lo que a Lesage res-
pecta, la crítica e r u d i t a del siglo p a s a d o h a b í a y a e x a m i n a d o m i n u -
c i o s a m e n t e todas sus fuentes p a r a p o n e r en c l a r o el famoso « A s u n -
to Gil Blas». V o l t a i r e , a quien n o le g u s t a b a nada Lesage, había
a f i r m a d o q u e Gil Blas n o era m á s q u e u n plagio. A p a r t i r de esta
a f i r m a c i ó n u n a violenta polémica enfrentó d u r a n t e más de u n siglo
a la crítica española, q u e envidiaba el éxito d e Gil Blas, y a los
franceses, que q u e r í a n d e m o s t r a r q u e L a s a g e , utilizando u n m a t e -
rial d e origen español, h a b í a sabido c r e a r u n a obra a u t é n t i c a m e n t e
francesa. E n el c a m p o d e l a literatura c o m p a r a d a en el sentido r e s -

133
Iringido de la expresión n o h a b í a m u c h o m á s q u e investigar. F u e
preciso c a m b i a r de t e m a y en v e z de c o m p a r a r fragmentos h e t r a -
t a d o de descubrir las e s t r u c t u r a s globales. Y c o m o es la c o h e s i ó n
interna lo q u e diferencia a las o b r a s i m p o r t a n t e s de las m e d i o c r e s ,
en vez d e e x a m i n a r t o d a l a p r o d u c c i ó n p i c a r e s c a española m e h e li-
m i t a d o al análisis de a l g u n a s novelas p a r t i c u l a r m e n t e interesantes.

2) E l p r i m e r o c r o n o l ó g i c a m e n t e de estos textos — y la p r h n e r a
novela picaresca e s p a ñ o l a — es la Vida de Lazarillo de Tormes,
p u b l i c a d a en los últimos a ñ o s del r e i n a d o d e C a r l o s V , en 1 5 5 4 ,
en tres ediciones sin n o m b r e d e autor, de las cuales la de B u r g o s
p a r e c e q u e r e p r o d u c e m á s fielmente que las o t r a s i m a edición p r í n -
cipe q u e n o n o s h a llegado.
E s t a p e q u e ñ a o b r a — u n a d e las joyas d e la literatura u n i v e r -
sal— n o es solamente la p r i m e r a d e u n a l a r g a serie de novelas p i c a -
rescas, casi t o d a s m u c h o m á s voluminosas q u e su m o d e l o , s i n o
t a m b i é n la ú n i c a que se h a c o n s e r v a d o v e r d a d e r a m e n t e viva a t r a -
vés de los siglos hasta n u e s t r o s días. ¡ N o p r e t e n d o decir q u e las
restantes novelas picarescas españolas sean u n a simple imitación d e l
Lazarillo\ Si b i e n es cierto q u e la v e n a d e la n o v e l a picaresca, d e s -
c u b i e r t a p o r n u e s t r o a u t o r a n ó n i m o , h a sido a m p l i a m e n t e e x p l o t a d a
después, p u e d e afirmarse q u e en la totalidad d e estos libros —^la
antología p u b l i c a d a p o r Á n g e l V a l b u e n a y P r a t llena m á s d e d o s
mil p á g i n a s impresas a dos c o l u m n a s y c o n c a r a c t e r e s p e q u e ñ o s —
en esta p r o d u c c i ó n v o l u m i n o s a y de desigual c a l i d a d n o se e n c u e n -
t r a n i u n a sola o b r a q u e n o t e n g a algún a s p e c t o n u e v o con r e s p e c t o
al Lazarillo. ¿ P o r q u é t o d o s estos libros —^y e n t r e ellos a u t é n t i c a s
o b r a s d e a r t e — son en la a c t u a l i d a d del d o m i n i o exclusivamente d e
los especialistas si es q u e n o h a n caído en el m á s c o m p l e t o de los
olvidos? E s q u e en la a c t u a l i d a d la m a y o r p a r t e de estos textos, y
especialmente los mejores, el Guzmán de Alforache, de M a t e o A l e -
m á n y El Buscón, de Q u e v e d o , resultan t a n difícilmente c o m p r e s i -
bles q u e incluso el lector cultivado de h a b l a española necesita u n
c o m e n t a r i o e r u d i t o p a r a s u perfecta c o m p r e n s i ó n . Y mientras q u e
el Lazarillo, q u e n o es u n t e x t o fácil t a m p o c o , h a p o d i d o ser t r a d u -
c i d o en diversas ocasiones, en el t r a n s c u r s o d e los siglos, a las dis-
tintas lenguas europeas. El Buscón p o r ejemplo resulta a p r o x i m a d a -
m e n t e t a n difícil de t r a d u c i r c o m o los artículos del Canard Enchai-
né. E s q u e el estilo inimitable d e Q u e v e d o h a c e b r o t a r la chispa d e
u n a serie i n i n t e r r u m p i d a d e juegos d e p a l a b r a s , q u e p r o v o c a n e s a
risa c h i r r i a n t e t a n p r o p i a del genio p a r t i c u l a r del autor, y q u e s o n
intraducibies p o r su m i s m a n a t u r a l e z a .

A mi e n t e n d e r son estas dificultades i n h e r e n t e s al estilo m i s m o

134
l i d mitor las q u e h a n impedido a El Buscón entrar en el d o m i n i o
m i i s a g r a d o de eso q u e se ha d a d o en l l a m a r h t e r a t u r a universal
{Wvlilití'ralur) y n o , c o m o opinaba F e r d i n a n d Brunetiére, las esce-
luis escabrosas c o n t e n i d a s en el l i b r o . Si m e refiero y a desde el
principio a estas dificultades de t r a d u c c i ó n , a p a r e n t e m e n t e m a r g i n a -
íes, es p o r q u e h a n constituido p a r a m í el p u n t o de p a r t i d a de u n
esludio sobre el c o n d i c i o n a m i e n t o social d e la evolución d e la n o -
vela picaresca en E s p a ñ a . Otros p u n t o s d e c o m p a r a c i ó n e n o r m e m e n -
te útiles m e h a n s i d o p r o p o r c i o n a d o s p o r la famosa discusión acer-
ca del realismo y la l i t e r a t u r a l l a m a d a c o m p r o m e t i d a , q u e estaba en
p l e n o apogeo en la é p o c a en q u e y o e m p e z a b a a e l a b o r a r m i tesis.

.•?) V o l v a m o s a h o r a al Lazarillo, a la p r i m e r a novela realista


de la literatura m o d e r n a . S u p o n g o q u e t o d o el m u n d o c o n o c e esta
tibra, cuya mejor t r a d u c c i ó n francesa sigue siendo la d e M o r e l - F a t i o ,
l'arís 1886. M e h m i t a r é p o r lo t a n t o a señalar, m e d i a n t e algunos
ejemplos, sus principales características estructurales. Y en p r i m e r
lugar, lo cual p u e d e aplicarse a t o d a s las d e m á s novelas picarescas
p r o p i a m e n t e dichas, se trata de u n a n a r r a c i ó n en f o r m a a u t o b i o g r á -
lica. El h é r o e — o el antihéroe, c o m o t a m b i é n se le h a l l a m a d o -
c u e n t a i m a g i n a r i a m e n t e a u n rico p r o t e c t o r , o simplemente al lector,
la historia de su v i d a , desde su n a c i m i e n t o hasta el m o m e n t o en
ipic el relato se i n t e r r u m p e . Sería inútU entrar aquí en el detalle
»lc las discusiones s o b r e el autor del L a z a r i l l o . Basta c o n decir que
n o es ciertamente u n h o m b r e del p u e b l o que h u b i e r a vivido las
a v e n t u r a s q u e relata. E s m u y fácil d e m o s t r a r , p o r el c o n t r a r i o , que
el ¡uitor ha d e b i d o ser u n h o m b r e c u l t i v a d o que conocía, p o r ejem-
plo, a Cicerón. E l p r o f e s o r Ángel G o n z á l e z Falencia h a l o g r a d o in-
cluso d e m o s t r a r q u e las aventuras q u e le ocurren al L a z a r i l l o p r o -
ceden en su m a y o r p a r t e de la t r a d i c i ó n anecdótica d e la E d a d M e -
dia y que c o n t i e n e n e n o r m e s inverosimilitudes. El h e c h o d e que
laníos lectores críticos h a y a n p o d i d o equivocarse d u r a n t e generacio-
nes acerca del c a r á c t e r literario de esta n a r r a c i ó n es algo d i g n o de
ser m e n c i o n a d o . T o d o lo que respecta a la personalidad del a u t o r
«igue perteneciendo al d o m i n i o de las tinieblas. El ú n i c o p u n t o cier-
t o es q u e n o h a y n a d a que p e r m i t a r e c h a z a r la hipótesis l a n z a d a a
principios del siglo x v u según la cual el Lazarillo h a b r í a sido escrito
p o r don Diego H u r t a d o de M e n d o z a , personaje i m p o r t a n t e d e la
c o r l e del e m p e r a d o r C a r l o s V , e m b a j a d o r en Venecia y en el C o n -
cilio de T r e n t o . N o sería posible, p o r l o tanto, en la actualidad,
l o m a r en c o n s i d e r a c i ó n la opinión i n g e n u a m e n t e a d m i t i d a p o r cier-
tos críticos del siglo xnc según la c u a l sería la voz del p u e b l o opri-
m i d o la que se e x p r e s a b a a través d e la novela picaresca.

135
4) L o v e r d a d e r a m e n t e cierto, en c a m b i o , es q u e el a u t o r del
Lazarillo, c u a l q u i e r a q u e h a y a sido, e r a c o n s c i e n t e d e la originali-
dad de su tarea, que consistía en p r e s e n t a r la vida de u n m u c h a c h o
corriente, totalmente a b a n d o n a d o en el s e n d e r o d e su vida, sin p r i -
vilegios ni fortuna de ningtin tipo, sin m á s r e c u r s o s que su inteli-
gencia y la habilidad q u e i r á a d q u i r i e n d o p o c o a p o c o a costa d e
crueles experiencias. Y d e este m o d o llegamos a otra de las c a r a c -
terísticas fundamentales d e la novela p i c a r e s c a : la soledad del h é r o e
en u n m u n d o hostil. E n t o d a s partes h a l l a m o s el m i s m o p u n t o d e
partida, q u e a p a r e c e descrito en el Lazarillo d e u n a f o r m a p a r t i c u -
l a r m e n t e i m p r e s i o n a n t e . E s el famoso episodio del t o r o de S a l a -
manca:

E l m e n d i g o ciego q u e h a t o m a d o a su c a r g o al joven L á z a r o ,
a q u i e n su m a d r e n o p u e d e a l i m e n t a r en casa, se h a c e conducir p o r
su p u p i l o j u n t o a u n m o n u m e n t o d e p i e d r a q u e se levanta cerca d e
u n p u e n t e a la e n t r a d a d e la ciudad y q u e r e p r e s e n t a a u n t o r o .
Llegados allí le dice q u e a c e r q u e el oído a la p i e d r a a s e g u r á n d o l e
q u e oirá u n magnífico r u i d o en su interior. I n g e n u a m e n t e el m u -
c h a c h o ejecuta el gesto q u e le p i d e n c u a n d o d e r e p e n t e el viejo le
aplasta la c a b e z a c o n t r a l a p i e d r a y esto c o n t a l fuerza q u e el d o -
lor le d u r ó m á s de tres días.

H a s t a a q u í se t r a t a s i m p l e m e n t e de u n a d e esas b r o m a s b r u t a -
les q u e se d a n en t o d o s los pueblos y en t o d a s las épocas. P e r o
oigamos la c o n t i n u a c i ó n : , ^

, , Y díjome: "Necio, aprende, que el mozo del ciego u n


punto ha de saber más que el diablo"; y rió m u c h o
la burla. Parecióme que en aquel instante deserté de la
simpleza en que como niño dormido estaba, y dije entre
m í : "Verdad dice éste, que m e cumple avivar el ojo
y avisar, pues soy solo, y pensar cómo me sepa valer".

E s fácil advertir q u e , a c a u s a de este c o m e n t a r i o , el episodio


del t o r o reviste u n significado m u c h o m á s p r o f u n d o . Lazarillo d e s -
pierta a la realidad y t o m a la firme resolución de l u c h a r p a r a salir
a flote. C a b e p e n s a r en el h o m b r e de la E d a d M e d i a , obligado a
r e n u n c i a r a los mitos t r a n q u i l i z a d o r e s qiie m e c í a n su infancia, en
el m o m e n t o en q u e el m a r c o de la sociedad tradicional empieza a
r o m p e r s e e m p u j a d o p o r fuerzas centrífugas. Y si se m e p e r m i t e
lanzar a q u í u n a hipótesis, t e n g o la sospecha d e q u e esta soledad del
h é r o e frente al m u n d o , q u e hallamos en t o d o s nuestros a u t o r e s ,
c o r r e s p o n d e m e n o s a u n a realidad social de la é p o c a q u e a u n a i n -

136 i'
Iciicirtn literaria. Sería extraño, en efecto, q u e todos los v a g a b u n d o s
españoles del siglo x v i y xvii h u b i e r a n r e c o r r i d o los c a m i n o s solita-
rios, al menos al c o m i e n z o de su c a r r e r a , c u a n d o s a b e m o s q u e toda-
vía hoy el p u e b l o e s p a ñ o l se caracteriza p o r su sociabihdad. E v i d e n -
t e m e n t e , resulta m u y difícil p r o b a r esta hipótesis c o n los d o c u m e n -
tos de la época. P o r o t r a p a r t e r e s u l t a r á m á s c o n v i n c e n t e c u a n t o
mejor c u a d r e d e n t r o d e la totalidad d e este ensayo de i n t e r p r e t a c i ó n .
A d e m á s esta soledad c a m b i a r á d e signo en el t r a n s c u r s o de la
evolución de la n o v e l a picaresca. A c e p t a d a sobriamente, sin l a m e n -
taciones inútiles, p e r o sin alegría, p o r Lazarillo, será c o n s i d e r a d a p o r
Chizmán de AlfaracKe c o m o u n p e c a d o y u n a maldición. E l h é r o e
d e s h u m a n i z a d o d e Q u e v e d o ni siquiera la m e n c i o n a , m i e n t r a s que
Oil Blas espera i m p a c i e n t e m e n t e el m o m e n t o de estar p o r fin solo
e n la carretera, « d u e ñ o de sus acciones, d e u n a mala m u í a y de c u a -
renta buenos d u c a d o s » . C o n v i e n e r e c o r d a r p o r otra p a r t e q u e C e r -
vantes, cuya visión del m u n d o es d e m a s i a d o a m p h a p a r a e n c e r r a r s e
ilentro de m a r c o r e l a t i v a m e n t e estrecho d e la novela picaresca, c u a n -
d o trata, en u n a d e sus novelas ejemplares, Rinconete y Cortadillo
im t e m a de este t i p o , p o r aquel e n t o n c e s de m o d a , i n t r o d u c e dos
picaros en vez d e u n o solo, los cuales, p o r otra p a r t e , y a desde su
p r i m e r e n c u e n t r o , se saludan c o n los m o d a l e s c e r e m o n i o s o s d e la
gente del gran m u n d o y entran a f o r m a r p a r t e , en el t r a n s c u r s o de
la narración, d e t o d a u n a b a n d a de l a d r o n e s y m a l h e c h o r e s organiza-
da u n p o c o c o m o u n a b a n d a de gángsters m o d e r n o s , o t r o p o c o c o m o
u n a orden de caballería al revés, c o n estatutos, tarifas p o r los servi-
cios q u e se les p i d e n , e t c . Creo, p o r l o t a n t o , q u e h a y q u e p o n e r la
soledad del h é r o e d e este tipo d e n o v e l a s en la m i s m a línea q u e
la de Robinson. E s t e personaje se m e p r e s e n t a c o m o la elaboración,
llevada a sus ú l t i m a s consecuencias, del m i s m o c o n c e p t o literario:
m o s t r a r al individuo r e d u c i d o a sus p r o p i o s recursos y defendién-
ilosc ante u n m u n d o hostil. Sólo q u e R o b i n s o n c o r r e s p o n d e a u n
estadio m u c h o m á s a v a n z a d o de d e s a r r o l l o de la sociedad indivi-
dualista en q u e la ilusión del individuo q u e , p o r sus p r o p i o s medios,
se a d u e ñ a del m u n d o h a p o d i d o llegar m u y lejos. E n vez de la j u n -
gla social de la E s p a ñ a del siglo x v i e n D e f o e hallamos la «jungla»
n a t u r a l en el sur del Atlántico.

P e r m í t a n m e f o r m u l a r aquí, antes d e e n t r a r en las c o n s e c u e n -


cias que hay q u e s a c a r si se acepta esta hipótesis del origen literario
del héroe picaresco, u n a observación d e t i p o metodológico. C r e o que
c u a n t o más a p a r e c e u n texto c a r g a d o d e u n a realidad social directa-
nicntc observada, m á s h a y que desconfiar c u a n d o se t r a t a de b u s c a r
o d a r de él u n a interpretación sociológica. E s posible q u e sea m á s
fácil, a pesar de las apariencias, c a p t a r el c o n d i c i o n a m i e n t o social

13T
<le u n a o b r a «fantástica» c o m o la Divina Comedia q u e el d e u n a
o b r a calificada d e «realista» c o m o la Comedia humana o la novela
naturalista. H a y q u e p e n s a r q u e en u n a o b r a d e a r t e n i n g ú n ele-
m e n t o d e la realidad es ofrecido «por sí m i s m o » , simplemente p a r a
información del lector, c o m o en u n reportaje. U n ejemplo a d m i r a -
ble de los resultados inesperados a los q u e p u e d e llegarse c u a n d o se
desconfía así del c o n t e n i d o manifiesto de u n a o b r a es el paralelismo
establecido p o r G e o r g e L u k á c s e n t r e F l a u b e r t y Tolstoi en su a r t í c u -
lo « D e s c r i p c i ó n o n a r r a c i ó n » .
V o l v i e n d o a n u e s t r a hipótesis, q u e t r a t a r é d e consolidar m e -
diante u n a serie d e observaciones, ésta e n t r a ñ a s o b r e t o d o u n a c o n -
secuencia i m p o r t a n t e : q u e la miseria real, tal c o m o existía en E s p a -
ñ a en los siglos x v i y x v u , n o es el v e r d a d e r o t e m a de la novela
picaresca, sino solamente u n p r e t e x t o , del m i s m o m o d o que Robin-
son n o encierra f u n d a m e n t a l m e n t e el caso s u m a m e n t e excepcional
de u n n á u f r a g o q u e logra sobrevivir sino el m i t o del individuo a u -
tónomo.
P r o p o n g o , p o r lo t a n t o , q u e se considere la novela picaresca
c o m o u n a manifestación p r e c o z del destino individual d e n t r o d e l a
naciente sociedad capitalista. Se m e p o d r á objetar q u e p o s e e m o s ,
c o n vistas a la e m a n c i p a c i ó n del individuo, testimonios m u c h o m á s
i m p o r t a n t e s y, en cierto m o d o , anteriores a la novela picaresca, e n
los escritos autobiográficos de los grandes h o m b r e s del R e n a c i m i e n t o
italiano. Se m e p o d r á objetar q u e , desde la é p o c a d e D a n t e , a c o n t e -
cimientos políticos —el exilio, p o r e j e m p l o — f a v o r e c e n la e m a n c i -
p a c i ó n del individuo o b l i g a n d o a h o m b r e s e x t r a o r d i n a r i o s a i n d e p e n -
dizarse d e la c o m u n i d a d r e l a t i v a m e n t e restringida a la que h a b í a n
p e r t e n e c i d o h a s t a entonces. Sólo q u e en Italia se t r a t a siempre d e
h o m b r e s extraordinarios, q u e l o g r a n elevarse p o r encima del d e s -
tino c o m ú n a c a u s a de sus dotes artísticas ( B e n v e n u t o Cellini) o su
valor militar (los condottieri). E s , p o r otra p a r t e , interesante o b s e r v a r
q u e Italia es el ú n i c o e n t r e los grandes países e u r o p e o s que n o h a
p r o d u c i d o n i n g u n a novela picaresca a u t ó c t o n a y esto a pesar de los
estrechos contactos q u e tenía c o n E s p a ñ a . E n Italia n o ha existido
n a d a c o m p a r a b l e al Simplicissimus, de G r i m m e l s h a u s e n o al Gil
Blas. Y es esta última o b s e r v a c i ó n la q u e m e lleva a emitir la se-
g u n d a hipótesis i m p o r t a n t e de este ensayo d e i n t e r p r e t a c i ó n : la n o -
vela picaresca n o s ofrece la i m a g e n de la s o c i e d a d feudal en vías
de disgregación.^ Surge y se desarrolla en u n m u n d o todavía i m p r e g -
n a d o de espíritu feudal, en esta E s p a ñ a en la q u e precisamente e n
el siglo XVI, m i e n t r a s q u e t o d a la sociedad está en vías de r á p i d a

1 lis menos una novela sobre la miseria que una novela cmíicaballertsca.

138
Cransformación, la novela de caballería en prosa está de moda (mien-
(rus que en Italia, por esta misma época, la clase de los hidalgos
no existía ya desde hacía tiempo). A este respecto remito al artículo
ilel profesor Koehler sobre las novelas de Chrétien de Troyes.^ Per-
mítanme citar unas frases especialmente importantes:

Con el ejercicio de las armas la caballería pierde


verdaderamente su razón de ser. Pero es precisamente en
el momento en que una clase se siente amenazada,
en que su existencia no responde ya a necesidades con-
' cretas, 'cuando toma conciencia de sí misma, de su es-
• tilo de vida, de su moral, de su espíritu particular, de
su unidad; a falta de una justificación real debe darse
una justificación espiritual.

Sólo he de añadir un punto que me parece particularmente im-


portante en lo que respecta a la novela de caballería española y a
la forma concreta que adopta en el siglo xvi: que una clase que se
N i e n t e perdida, como la de los hidalgos de aquella época, puede
ni mismo tiempo y a través de las mismas obras lucrarías confe-
rirse esta juslirícación espiritual y tratar de huir de este modo de la
conciencia tic su miseria real. En efecto, l a novela de caballería
reúne paiailójícamente estas dos funciones: crea un mundo de sue-
ño, un nnuulo sin dinero, porque el hidalgo no lo tenía (Don (.Quijote
y el mesonero), y ofrece al hidalgo desocupado l a ilusión de una
función social que, por su carácter abstracto, refleja al mismo tiem-
P O cNln desocupación. Al genio i l c Cervantes se ilebc el haber lo-
grndo en su obrn, que es al mismo tiempo una parodia y una apo-
tooNlN de In novela de caballería, ilescnmascarar y al mismo eienipo
«Inulificnr» Ins novelas de caballería: Don Quijole siempre (icnc
I M / , r t i i V ülcmpre »e equivoca, 'liene razón a l pretender escapar i l e
In nuinolontn n i i m M n b l o de su existencia ile hidalgo, lal como aparece
ttenerllti i*n Init p i l i n e r n N fruscN de la novela. Y liene iiunbíen la/.ón
011 no h u H c n i In nventuia por ella luisma, sino por motivos elevados,
que te Imllnn v v o e t i d o M en esu especie de leinnia que constituye uno
de I O N IHII ntnllv d i i» obrn; «DcNlmcer olensaN. cneilere/ar entucr-
LON, repnini ln|uNlU'ÍTIH, iMimrndar abusos», ele, l'ero no es sólo
CNIH fórmuin In ipie Invierte «UN t é i i u i n o N . cuando Sancho recuerda
el meiiNale que debe Irnnsmlllr H Dulcinea: 'il'l <|ue da de comer a
I O N que (lene «ed Y »Je beber « I O N que llene luuiibre...», etc. Es toda
In ncción de In novein In (|ue descubre N O sólo la imitiliilad sino el
peligro mismo de In empresa de Don (Juijole para Mipiéllos a los que
pretende ayudar (el episodio del pastorcillo),

t V. KOMI* iI» VlmlHuU d< Socloliitlf, lliilvrralded l.lbre de Bruselas, 1963/2.

139
A h o r a bien, D o n Quijote n o es el p r i m e r hidalgo caído en l a
miseria q u e a p a r e c e en la l i t e r a t u r a española, n i el único. A n t e s q u e
él el hidalgo es y a el personaje mejor dibujado del Lazarillo y en l a
p r i m e r a m i t a d del siglo x v i i o c u p a en las novelas picarescas u n
lugar de i m p o r t a n c i a . E incluso c u a n d o n o está d i r e c t a m e n t e e n
escena, sus ideas, sus prejuicios, y su lenguaje a p a r e c e n c o n t i n u a -
m e n t e ridiculizados, p a r o d i a d o s , c o n juegos d e p a l a b r a s . Y a e n el
Lazarillo, y q u i z á n o se h a insistido b a s t a n t e en ello, son n u m e r o s o s
los m o t i v o s de p a r o d i a d e las novelas de caballería q u e a p a r e c e n
desde el p r i n c i p i o : el n a c i m i e n t o de L á z a r o e n u n m o l i n o a orillas
del T o r m e s , d e d o n d e p r o c e d e su n o m b r e , r e c u e r d a el c o m i e n z o
de n u m e r o s a s novelas d e caballería (además este m o t i v o p u e d e r e l a -
cionarse c o n la tradición bíblica en t o r n o a Moisés). P e r o es en el
tercer capítulo o «tratado» de esta p e q u e ñ a o b r a m a e s t r a en el q u e
se desarrolla t o d a u n a p o l é m i c a antinobiliaria. C u l m i n a en la i n v e r -
sión d e p a p e l e s al final: es L á z a r o el q u e a l i m e n t a a su a m o y el
que t e r m m a siendo a b a n d o n a d o p o r éste. Y h e c h o notable d e s d e
el p u n t o de vista estilístico: m i e n t r a s q u e los dos p r i m e r o s « t r a t a -
dos» están, c o m o ya h e m o s d i c h o , c o m p u e s t o s p o r anécdotas t r a -
dicionales p u e s t a s u n a s d e t r á s de otras, en este tercer capítulo l a
n a r r a c i ó n a d q u i e r e dimensiones n u e v a s : L á z a r o tiene reacciones c r í -
ticas frente a su a m o , reflexiona sobre lo q u e dice, lo c o m e n t a en s u
fuero interior y p o c o a p o c o descubre la miseria q u e trata de e s c o n -
d e r t r a s su f a c h a d a de o r g u l l o d e casta. Así a m b o s , el a m o y el c r i a -
d o , se m u e s t r a n en este c a p í t u l o m á s h u m a n o s q u e en los dos a n t e -
riores. C o n el m e n d i g o y el c u r a , L á z a r o sólo tenía relaciones d e
l u c h a sin t r e g u a , p o r u n p e d a z o de p a n o u n a salchicha. A q u í se
c o m p a d e c e d e su a m o , a u n q u e éste le d a t o d a v í a m e n o s c o m i d a q u e
los dos a n t e r i o r e s .

V e a m o s a h o r a en q u é se ha convertido el hidalgo en la n o v e l a
de Q u e v e d o , escrita p r o b a b l e m e n t e hacia 1608 y p u b h c a d a p o r p r i -
mera vez en Zaragoza en 1626.
D e s d e el p r i m e r e n c u e n t r o , Pablos, el h é r o e d e Q u e v e d o , t o c a
literalmente «con los d e d o s » la miseria de D o n Toribio, a q u i e n
e n c u e n t r a en su c a m i n o : m i e n t r a s a y u d a a su c o m p a ñ e r o a subir a
su a s n o , d e s c u b r e p o r el t a c t o q u e las calzas d e D o n T o r i b i o c u b r e n
m u y i m p e r f e c t a m e n t e las p i e r n a s del noble c a b a l l e r o . Y puesto q u e
D o n T o r i b i o h a q u e d a d o así d e s e n m a s c a r a d o él m i s m o describe la
vida de u n a b a n d a d a de p a r á s i t o s q u e t r a t a n d e vivir a pesar d e
t o d o de los últimos restos d e su «hidalguía». P u e s , c o m o dice el
m i s m o D o n T o r i b i o , «no p u e d e ser hijo de algo el que n o tiene
nada» — l a f a c h a d a resulta t a n d e s e s p e r a d a m e n t e endeble q u e el
m e n o r golpe de aire basta p a r a descubrir la d e s n u d e z de estos p e r -

140
•onujcs—. E n este liltimo estadio d e l a disolución n o es n i siquiera
necesario — o p o s i b l e — inventar u n a acción q u e vaya d e s c u b r i e n d o
p t ) C O a poco la r e a l i d a d , c o m o o c u r r e en Lazarillo. Así en El Buscón
lu acción se adelgaza, el h é r o e m i s m o n o es n a d a m á s q u e u n a m i r a -
d a cínica l a n z a d a a su alrededor y a p a r t i r de este m o m e n t o la desi-
lusión, el d e s e n g a ñ o , p r o s i g u e en el interior del lenguaje. S o n los
famosos juegos d e p a l a b r a s de Q u e v e d o q u e — a través d e p r o c e d i -
m i e n t o s técnicos d i v e r s o s — obtienen s i e m p r e el m i s m o e f e c t o : h a c e r
q u e se vean las p i e r n a s tras la d e l g a d a c a p a de tela vieja q u e las
c u b r e . Los m á s a f e c t a d o s p o r su i r o n í a son sobre t o d o los lugares
c o n m n e s de la ideología de los h i d a l g o s : los n o m b r e s p o m p o s o s
( H o n Toribio R o d r í g u e z Vallejo G ó m e z d e A m p u e r o y J o r d á n «no
se vio jamás n o m b r e t a n c a m p a n u d o , p o r q u e a c a b a b a en d a n y c o -
m e n z a b a en d o n , c o m o son de badajo»), el orgullo de los a n t e p a s a -
dos (se hace la h i s t o r i a d e u n vestido a través de las «generaciones,
d e la camisa q u e fue e n sus comienzos al g u i ñ a p o q u e es al final»).
E n El Buscón los capítulos referentes a la b a n d a d e hidalgos
famélicos constituyen el centro m i s m o del libro y son al m i s m o
t i e m p o aquellos en q u e el verbo del a u t o r está en su a p o g e o .
P e r o ya es el m o m e n t o de t e r m i n a r . Quisiera p o r l o t a n t o re-
s u m i r mis tesis — o m i s hipótesis— a c e r c a de la novela picaresca
española:

1) L a novela picaresca es u n a f o r m a de la t o m a de conciencia


de la desintegración del m u n d o feudal en E s p a ñ a .
2) L a miseria, q u e era u n s í n t o m a d e las t r a n s f o r m a c i o n e s
sociales, n o c o n s t i t u y e m á s que el p r e t e x t o , p o r así decir, de la
novela picaresca. S u personaje m á s i m p o r t a n t e es el hidalgo a r r u i -
n a d o y n o el c a m p e s i n o sin tierra o el a v e n t u r e r o d e origen ple-
beyo.
3) A m e d i a d o s del siglo xvi, c u a n d o aparece el Lazarillo, el
personaje del h i d a l g o conserva t o d a v í a u n resto d e prestigio. Se
a p r e c i a n sus convicciones, a u n q u e se piense que c a r e c e n de sentido
común.
4) O c h e n t a a ñ o s m á s tarde, c o n El Buscón, es y a u n juego
a nuierte. Los hidalgos, víctimas d e la p a r o d i a , n o son ya personajes
h u m a n o s , sino f a n t o c h e s . N o h a y y a n e c e s i d a d de d e s e n m a s c a r a r lo
q u e sobrevive, sino d e destruir la influencia nefasta q u e ejercen
ciertas ideas del p a s a d o . P o d r í a decirse, v a r i a n d o u n a frase d e M a r x ,
q u e en El Buscón el hidalgo m u e r e p o r ú l t i m a vez, de f o r m a ridicu-
la, p a r a que la h u m a n i d a d p u e d a d e s h a c e r s e con el c o r a z ó n aliviado
de su p a s a d o .

141
5) P o d r í a considerarse la relación e n t r e la novela d e c a b a l l e -
ría y la picaresca c o m o la q u e existe e n t r e l a tesis y la antítesis: la
novela picaresca es e s e n c i a l m e n t e negativa, destructiva, y r e p r o d u c e
c o n s t a n t e m e n t e la e s t r u c t u r a d e las novelas d e caballería: el h é r o e
c o r r e s p o n d e al antihéroe e n la m e d i d a e n q u e n i n g u n o de los d o s
tiene u n a función social, q u e los dos a n d a n a la a v e n t u r a . Sólo q u e
las a v e n t u r a s del p i c a r o constituyen el revés s ó r d i d o de las del c a b a -
llero.
6) E n el sentido h e g e l i a n o sería e n t o n c e s la o b r a m a e s t r a d e
C e r v a n t e s l a q u e constituiría l a síntesis e n t r e estos dos m u n d o s
opuestos. S u dialéctica se expresa en el personaje p r o b l e m á t i c o d e
D o n Quijote q u e , p o r o t r a p a r t e , sólo p u e d e conferir esta p r o f u n d i -
d a d a su o b r a i n t r o d u c i e n d o u n n u e v o e l e m e n t o : S a n c h o P a n z a , el
c a m p e s i n o , el cual sí q u e tiene u n a función social m u y c o n c r e t a .
V o y a t e r m i n a r h a c i e n d o u n a s breves observaciones al Gil Blas
y u n a observación m e t o d o l ó g i c a .
a) E l Gil Blas m u e s t r a u n a vez m á s q u e u n a m i s m a m a t e r i a
literaria p u e d e expresar visiones del m u n d o esencialmente diferen-
tes. P u e s n o es s o l a m e n t e la falta de escenas escabrosas o la facili-
d a d d e su estilo lo q u e diferencia a Lesage d e los autores e s p a ñ o l e s .
E s la perspectiva del individualismo victorioso, q u e h a c e posible la
n u e v a base social q u e ofrecía la burguesía francesa del siglo x v r a y
q u e constituye la característica f u n d a m e n t a l d e Gil Blas. E s t o explica
a m i e n t e n d e r la impresión d e o p t i m i s m o q u e se desprende d e este
libro y q u e t a n v i v a m e n t e c o n t r a s t a c o n la s o m b r í a visión d e las
t a r a s sociales q u e ofrecen los españoles y c o n el sentido de p e c a d o
q u e c o n s t a n t e m e n t e a c o m p a ñ a a la e m a n c i p a c i ó n del individuo. E n
Gil Blas n a d a de descripción del h a m b r e , sino pique-niques, nada de
h u e v o s p o d r i d o s en sucios albergues, sino c o m i d a s suculentas, c u y o
m e n ú se n o s ofrece c a d a v e z c o n m á s delectación. Y n a d a d e u n
final ex abrupto t a m p o c o , G i l Blas t e r m i n a siendo p a d r e de familia
y p r o p i e t a r i o de u n castillo.
b) Y la observación m e t o d o l ó g i c a : la novela picaresca es u n
g é n e r o m e n o r que p e r t e n e c e a la literatura d e r e c r e o . Y a h e m o s
visto q u e n o son obras realistas en el sentido de q u e sólo ofrecen
u n a s p e c t o particular d e la r e a h d a d social y n o u n a visión global d e
ésta (el c a s o d e Gil Blas m e r e c e r í a u n análisis a p a r t e ) . Y o c r e o q u e
c u a n t o m á s parcial sea la visión d e u n a o b r a m a y o r obhgación t e -
n e m o s de considerar las relaciones de oposición, d e analogía, etc.,
e n t r e dos o b r a s c o n t e m p o r á n e a s , y m á s difícil resulta ir d i r e c t a m e n t e
d e la sociedad a la o b r a y viceversa. E n la n o v e l a picaresca la r e l a -
ción sociedad-obra de a r t e está sin d u d a a l g u n a m á s mediatizada (y
no, c o m o alguien p o d r í a pensar, a la inversa) q u e en Don Qitíjote.

142
La miseria en E s p a ñ a e n
l o s s i g l o s X V I y X V I I y la
novela picaresca
por Charles Aubrun

N o s referimos a t o d o s esos v a g a b u n d o s , esos parásitos, esos pi-


caros que p u e b l a n t o d a u n a l i t e r a t u r a q u e se podría e v a l u a r , grosso
modo, en un c e n t e n a r de voliimenes; d e esas cien novelas h a y quizás
u n a decena d e o b r a s maestras. ¿ A q u é realidad social c o r r e s p o n d e n
esta estructura y estos personajes en p a r t i c u l a r ? ¿Cuál e r a el n ú m e r o
d r mendigos? N o m á s de 150 mil s o b r e 9 millones d e h a b i t a n t e s .
Nuestros autores se h a n interesado, p o r l o tanto, p o r u n p r o b l e m a
tiiurginul. Estos p i c a r o s , estos v a g a b u n d o s ¿eran peligrosos p a r a el
o r d e n social? ¡En absoluto! El o r d e n social n o tenía n a d a q u e t e m e r
de ellos. Entonces, ¿ p o r q u é la n o v e l a picaresca ha c o n c e d i d o t a n t a
linporlimeia al picaro?
I'or otra p a r t e , ¿en q u é m o m e n t o a p a r e c e esta magnífica, ex-
trnordlnaria literatura? L a p r o s p e r i d a d e c o n ó m i c a h a t e r m i n a d o , la
heBemoníi» política t a m b i é n ; p o r d o q u i e r i m p e r a l a inflación, el
despoliliunicnto, la miseria generalizada. A s í pues, la l i t e r a t m a espa-
rtóla en su a p o g e o coincide con el h u n d i m i e n t o de la p r o s p e r i d a d y
de la inuíón misma, a todos los niveles.
I lablemos en p r i m e r lugar d e la estructura d e esta n u e v a
novela.
I'.l tema es interesante: el g é n e r o novelesco n o existiría tal
e o i u o hoy lo c o n o c e m o s si su p u n t o d e partida n o h u b i e r a sido la
novela pieiuesea. Suele considerarse c o m o origen de la novela, en
t a n t o ipie e s t r u c t u r a , el Don Quijote; p u e s bien, éste p e r t e n e c e na-
turalmente en nuiltiples aspectos, a ese g é n e r o picaresco español.
I'slii es lu gran innovación; p o r p r i m e r a vez, en ficción n o poética.

143
el t i e m p o t r a n s c u r r e y los lugares c a m b i a n ; es u n a f o r m a n u e v a d e
Insertar u n a historia en el t i e m p o y en el espacio. Si el lugar c a m b i a
es por una r a z ó n evidente e n t o n c e s : el h o m b r e descubre el m u n d o
en los siglos x v i y x v u ; se establecen r u t a s comerciales entre E s p a ñ a
y el resto del continente, c o n Brujas, sobre t o d o ; p o r otra p a r t e los
barcos, los galeones, s u r c a n el A t l á n t i c o ; t o d o el m u n d o a la deriva,
como dirá uno de nuestros autores. N o ha de extrañarnos por lo
t a n t o q u e en la novela los personajes a n d e n t a m b i é n a la deriva.
O t r a n o v e d a d f u n d a m e n t a l es que la n o v e l a picaresca c u e n t a
u n a vida. H a y dos formas de c o n t a r la vida; en el siglo xvi se c u e n t a
a través de u n a serie d e episodios q u e están en presente. P e r o el
t i e m p o n o t r a n s c u r r e ; se t r a t a d e u n a serie d e presentes, i m a e s -
t r u c t u r a de crónica m e d i e v a l ( a u n q u e el p e r s o n a j e central sea u n
b r i b ó n y n o u n rey).
E n el siglo x v u , p o r el c o n t r a r i o , se e m p i e z a a utilizar el i m -
perfecto, de f o r m a q u e el r e l a t o se estira sin r o m p e r s e y a d q u i e r e
u n a c o h e r e n c i a interna; se n a r r a la vida de u n personaje considera-
d a c o m o u n a «historia», c o n u n principio, u n c o n t e n i d o y u n fin.
U n n u e v o sentimiento vivido del m u n d o , q u e n o es conciencia del
m u n d o , se expresa t a m b i é n a través de la n o v e l a y modifica n o sola-
m e n t e el c o n c e p t o de t i e m p o y espacio, sino t a m b i é n el u s o de los
t i e m p o s verbales y el m o d o d e descripción d e los lugares.
L a n o v e l a picaresca (o la novela en general) t o m a su e s t r u c t u r a
del p o e m a épico o h e r o i c o ; es u n fresco unilineal; la única diferen-
cia e n t r e la e p o p e y a y la novela es que la e p o p e y a se sitúa a nivel
de los h é r o e s , es decir, la e p o p e y a es trágica (héroe significa s e m i -
diós en el lenguaje de a q u e l l a época) m i e n t r a s q u e la novela se
sitúa a u n nivel cómico (en el sentido c o n t e m p o r á n e o de ínfimo): es
la historia d e u n personaje vulgar.
P r e c i s a m e n t e p o r esto la novela picaresca se o p o n e en esta
é p o c a al libro d e caballería q u e n o se sitúa en n i n g u n a época, en
n i n g ú n espacio, t e r m i n a p o r p o n e r los pies en tierra. L a n u e v a fic-
ción se inserta en estas tres c a t e g o r í a s : t i e m p o , espacio y causalidad.
L a novela picaresca es u n relato la m a y o r í a d e las veces en f o r m a
autobiográfica; el personaje n a r r a sus desventuras en el m u n d o . Y a
desde este m o m e n t o el m u n d o es visto desde u n a perspectiva p e r -
sonal y n o objetiva; n o se a b r e a n t e la m i r a d a del p i c a r o , c o m o u n
espectáculo; es sentida p o r el personaje; esto origina u n a especie d e
relativismo; c a d a u n o t e n e m o s n u e s t r a perspectiva, ideas y p u n t o s
de vista sobre el m u n d o , s o b r e l o q u e éste es y lo q u e debería ser.
Pues si el p i c a r o describe el m u n d o tal c o m o cree q u e fue y s e r á
es p o r q u e , en lo q u e se refiere al presente, el personaje se siente t o -
t a l m e n t e i n a d a p t a d o , n o está a gusto.

144
Asi la novela picaresca corresponde al estado tambaleante de la
sociedad en que aparece. I.a aristocracia y el c o m e r c i o se disputan
eí poder, sobre ( o i l o en Sevilla, ciudad a l a v e z noble y comercial.
¿111 prestigio s o c i a l procede del dinero? ¿lista ligado, por el contra-
rio, a IH sangre, a l a herencia, a la ascendencia? El autor plantea la
p r c g u n t H y lii rcsponile.

I,H eiieslU'm cHrcce de i m p o r t u i K - i a e n lu actualidad. Sin em-


h n r g o l u w o l r o N poileinos leer toilavía l a s novelas picarescas. Esto se
íMw M i j i i » i»n exlusí obrui e f d s t c nn e s q u e m a disponible mediante in-
ImpfotttelonM válldM» nv*'!". Iioy, mul^ann, l . u crílicu literaria se sirve
dp In iiOii|olti||l» ennn» medio de nprinsimuclón. consideni l a sociolo-
g l H itnnu» l i l i » ü l í n e l n u u H l l l n r . C N C I U V » , Ir pide (pie explique l a s no-
vitln» pIcHitmin* M I H l u / d e In l'iiip»l\H ilel siglo xvu, pero ella mi.sma
Np NpnulH t u m o tlnHlliInd ni ponei c t l u M o b i u s u disposición i l c todos
H ti»vé» d# itrt l i i t p í p i P l t t c l o n M de h o y y fuUnus. Creo que existen
f\i PilHii nnvpin» p l i M i M i M * un» nerli" de putrone». de m o d e l o s , de
lelnt'loiiM mil» IHH ppiKOiiHn y e l nuintio, con l o s q u e cuda época
pupilw eoitni m puño l e » p t < i « o n n | p i « »t> c r e n i i por necesidades de l a
vnmn lltpiuiln. no smi Pii u l u n l u l o u>tlp|o de per^onus vivus e n a q u e -
l l u ^poen. I H K N c t t o n r M Mon dr o i l g e n Utvmrlo los V Í C ] O N cuentos
d e nntnno o Hi<eli«iiPN Imnglnnilu)!,
IWIdenteiueiilP liuy iiiiM elftlH vpniíilnillltiul. Se recurre a la
veroulnillltud, en í p o e t » , cunndo 1« ficción r r s u l l n denmsiado in-
creíble; enlouceii »» d p n l l / n u p p t p u ' l l o p í g r u n o N tIe verdad ( | u c b a s t a n
puru H v n i n r l i u l o In ilpniáv, . S p N l l i i n n ln.N peisonun en i n i l u g a r , en
u n nioniento eoncreto, It» unu pupéele de Nslplmenludo de pcipieñas
evideiielnfi pn unn h l n l o r l M fnnlAntlen «pie no llene inris norma que
r l l n m l N i n n , No Imy ningunu nb|ii||vli1nd, nlntfim i r a l i s n i o en e l sen-
tido entilcto de In pulubiu el m u n d o en visto por el peisonaje cen-
t r a l , un B i i t l h ó i o e ; h m demán p e i N o n n | e s l l e n e n lamhién s u punió de
v i s l n íiobre t i mundo, pero no coinciden con el suyo. I',s que los
liombi'es s ó l o conocen del inundo Un npnrIenciuN q u e les convienen
y t p i e v í u i a n segiin Ihíi necesldndes de c u d a u n o , s e g i n i l o s iiulivi-
duos De a h í l a umbl|illedud, el eterno eipilvoco, e l sentimiento de
s o l e d a d , p u e s t o ipie n o l e ñ e m o s nudn en connin c o n e l prójimo, ni
siipiicia el nninilo en el t p i e vivimos juntos, l i s i a m o s siempre solos
fíenle al otro, sin un lazo común.
['asemos los textos y ii su interpretación,
a
l'l s e publicó en l.'!.';4; para su estudio no partiré
I.iir.tirilli)
íle l a coyuntura histórica, económica y s o c i a l d e l a España de 1554
o 15.18, pues e l Lazarillo, q u e debe sin d u t l a s u existencia a una de
estas coyunturas históricas, no le debe su calidad de obra literaria.
Partiré, pues, de las formas y de los in.sólitos significados de esta

145
obrii en la m e d i d a en q u e t r a d u c e n fisuras en el edificio social y e n
la conciencia del m u n d o q u e tenía el autor; insólitos y extraños c o n
respecto a la novela c o n t e m p o r á n e a e incluso c o n r e s p e c t o a la n o -
vela actual. V e a m o s el c o m i e n z o d e la vida del L a z a r i l l o de T o r m e s :

Pues sepa vuestra Merced ante todas las cosas, que


a mí me llaman Lázaro de Tormes, hijo de Tomé Gon-
zález y de Antonia Pérez, naturales de Tejares, aldea
de Salamanca. Mi nacimiento fue dentro del río Tormes,
por la cual causa tomé el sobrenombre, y fue desta
manera. Mi padre — q u e Dios perdone— tenía a cargo
de proveer una molienda de una aceña, que está fuera
de aquel río, en la cual fue moUnero más de quince
años; y estando mi madre una noche en la aceña, pre-
ñada de mí, tomóla el parto y parióme allí; de manera
que con verdad me puedo decir nacido en el río. Pues
siendo yo niño de ocho años, achacaron a mi padre
ciertas sangrías mal hechas en los costales de los que
allí a moler venían, por lo cual fue preso, y confesó, y
n o negó, y padeció persecución por justicia. Espero en
Dios, que está en la gloria; pues el Evangeho los llama
bienaventurados. E n este tiempo se hizo cierta armada
contra moros, entre los cuales fue mi padre que a la
sazón estaba desterrado por el desastre ya dicho, con
cargo de acemilero de un caballero que allá fue; y
con su señor, como leal criado, feneció su vida.

¿ D e q u é se t r a t a y de q u é se está b u r l a n d o ? U n n o b l e capitán,
c u a n d o se dirige al rey e m p i e z a siempre p o r d e c i r en su hoja de
servicios: « D i r é e n p r i m e r l u g a r d e q u i é n he n a c i d o y cuáles son mis
c u a t r o p a r t e s » . P u e s bien. L a z a r i l l o presenta así su a s c e n d e n c i a : su
p a d r e fue u n l a d r ó n y su m a d r e u n a prostituta. P o r l o t a n t o u n m e n -
digo, hijo de n a d a , se asimila a u n g e n t i l h o m b r e , a u n «hidalgo».
N o s ofrece su ridicula genealogía de miseria, m u e s t r a c ó m o fue
a v a n z a n d o p o r sus propios m e d i o s , la inteUgencia y el d e s h o n o r
juntos, la lucidez y la infamia, h a s t a u n final feliz y s ó r d i d o a la
vez. N o t r a b a j a : en p r i m e r l u g a r sirve a im m e n d i g o c o n el q u e
riñe c o n t i n u a m e n t e . Este m e n d i g o es m e z q u i n o c o n su p a n ; u n b u e n
día, ya c a n s a d o de él, llueve a j a r r o s bajo los p o r t a l e s , h a y u n g r a n
r i a c h u e l o q u e i m p i d e atravesar la calle; el p e q u e ñ o L á z a r o , q u e
tiene o c h o o diez a ñ o s , coloca al ciego delante d e u n pilar y le
d i c e : «¡Sus!, saltad t o d o lo q u e p o d á i s p o r q u e deis deste c a b o del
a g u a » ; el o t r o salta y se r o m p e el c r á n e o . « N o supe m á s lo que Dios
hizo del, n i c u r e d e lo saber.» A continuación este joven granuja
e n t r a al servicio de xm clérigo q u e es u n l a d r ó n y q u e le niega t a m -
bién la c o m i d a . U n noble a r r u i n a d o le t o m a p o r c r i a d o y n o le p a g a .

146
r H a d e ser él, p o r el c o n t r a r i o , el L a z a r i l l o d e T o r m e s , el q u e a l i m e n -
te a su a m o .
L á z a r o p a r t i c i p a t a m b i é n en la estafa de los falsos religiosos
q u e venden indulgencias y r o b a n a los c a m p e s i n o s . ¿ C ó m o t e r m i n a r á
esta vida? L á z a r o se c a s a c o n la m a n c e b a d e u n arcipreste d e T o l e d o
y vive c o m o u n p r o x e n e t a , p e r o el q u e r o b a n o merece ya n u e s t r a
s i m p a t í a , p o r q u e vive d e la simonía y, p o r o t r a parte, c o n t r a v i e n e
el d e r e c h o c a n ó n i c o q u e se refiere al celibato. E n la é p o c a d e su
m a t r i m o n i o el L a z a r i l l o recibe u n e m p l e o público r e t r i b u i d o : es
n o m b r a d o p r e g o n e r o p ú b l i c o de la c i u d a d d e T o l e d o y el a u t o r iden-
tifica b u r l o n a m e n t e este oficio con el d e c o r t e s a n o . Así pues, va a
vivir de la soldada q u e le den c a d a s e m a n a ; es el inferior de los
e m p l e o s públicos, p e r o sigue siendo u n e m p l e o retribuido y q u e tes-
t i m o n i a u n a n u e v a f o r m a d e existencia, la d e servidor de la c o m u n i -
d a d , n i noble, n i c l e r o , n i tercer e s t a d o . P o r p r i m e r a vez, en el
siglo XVI, el prestigio se liga al dinero. « E s así c o m o conocí el c o l m o
d e la f o r t u n a — d i c e L a z a r i l l o — . E s t e c o l m o d e la fortuna es el d i -
n e r o del d e s h o n o r y la i n f a m i a de su ménage á trois.»
¿ C u á l es la a c t i t u d del autor? E n p r i m e r lugar n o firma, se
trata d e xma o b r a a n ó n i m a , infraliteraria, u n a parodia de la novela
caballeresca. P o r o t r a p a r t e , n o se sabe n u n c a si aprueba o c o n d e n a
a su granuja antihéroe, y a q u e t o d o es s u m a m e n t e relativo. El s u b -
jetivismo d o m i n a la n o v e l a y hace q u e c a d a personaje ofrezca u n a
visión particular del m u n d o . P o r o t r a p a r t e existe c o m o u n a e s p e -
cie d e alegre nostalgia, sin u n ápice d e indignación, de un e s t a d o
a n t e r i o r en el q u e existía u n m a y o r o r d e n e n la sociedad; ésta se
ha visto alterada p r e c i s a m e n t e p o r la constitución de un E s t a d o ,
p o r la circulación del d i n e r o , p o r el prestigio q u e se concede a este
d i n e r o . A n t e s los m e n d i g o s p e d í a n p a n , vestidos, p e r o n u n c a d i n e r o .
L a n o v e d a d es el c u r a a v a r o q u e hace d i n e r o , el hidalgo q u e necesita
d i n e r o p a r a vivir. E n r e s u m e n , existe c o m o u n a nostalgia d e un
e s t a d o a n t e r i o r b a s a d o en el equilibrio d e los tres ó r d e n e s : la aris-
tocracia, el clero y el t e r c e r estado. E l a u t o r n o c o n d e n a el n u e v o
r é g i m e n , prefiere b u r l a r s e d e él y hacer r e í r a los demás.
E s t a obra, t a n a r r a i g a d a en E s p a ñ a y en el siglo xvi, ¿refleja
la realidad? E n a b s o l u t o : se t r a t a de u n a serie d e episodios tradicio-
nales o literarios q u e p r o c e d e n de Italia o de la Edad Media, n o
r e l a c i o n a d o s lógicamente, atribuidos todos a n u e s t r o antihéroe y q u e
c o n s t i t u y e n u n a t a q u e a la caballería, a la n o b l e z a de la E d a d M e -
dia. L a n a r r a c i ó n es autobiográfica, c o m o u n a experiencia vivida y
s i e m p r e justificada; el final es cómico, í n f i m o e infame a la vez;
la visión del m u n d o es p r o s a i c a a diferencia de la epopeya, q u e ge-
n e r a l m e n t e es poética. E n definitiva, u n a p e q u e ñ a crónica de u n a

147
vida l i u m a n a . R e s u m i e n d o , el a u t o r h a p r e t e n d i d o r e p r e s e n t a r p o r
m e d i o d e u n a ficción total a u n h o m b r e n u e v o d e u n a especie, d e
u n a categoría social n u e v a q u e h a e m p e z a d o a existir desde h a c e
p o c o t i e m p o e n E s p a ñ a y q u e altera el o r d e n social habitual y t r a -
dicional. E n el p l a n o m o r a l las virtudes cristianas s e ven sustituidas
p o r l a astucia, l a hipocresía. ¿ C u á l es l a r e l a c i ó n d e l Lazarillo c o n
la realidad? E l a u t o r n o s e p r o p o n e e n a b s o l u t o c o p i a r l a r e a h d a d ,
sino construir u n m u n d o novelesco q u e , c u r i o s a coincidencia, c o -
r r e s p o n d e , a s u nivel, a l a esencia d e la sociedad d e s u época. R e p e -
t i m o s : n o se t r a t a d e u n a c o p i a p o r q u e e n 1 5 5 0 sólo existen 150 0 0 0
picaros sobre n u e v e m i l l o n e s d e habitantes e n E s p a ñ a . E n el c a s o
del Lazarillo n o se t r t a d e l a sociedad tal c o m o a p a r e c e , e n l a s u p e r -
ficie, se t r a t a d e la sociedad t a l c o m o es e n el f o n d o , e n s u r e d d e
fisuras, e n s u r e d d e r u p t u r a s ; l a sociedad v a a d e s m o r o n a r s e y esto
es l o q u e nos dice el a u t o r . N o u n a r e a h d a d i n m e d i a t a sino u n a e s -
pecie d e presentimiento a n g u s t i a d o ; h a n e m p e z a d o a salir m e n d i g o s
p o r t o d o s los intersticios, p o r l a s grietas d e este t e m b l o r d e t i e r r a
o d e esta revolución social del siglo x v i : esto es l o q u e el a u t o r n o s
describe.
P a s e m o s a h o r a a o t r a n o v e l a : Guzmán de Alfarache. S u final
es d e tragicomedia. T r a t a d e las aventuras y desventuras d e u n g r a -
nuja d e b u e n a fe consciente del bien y del m a l ; r o b a todos los días,
estafa t o d o s los días y t o d o s l o s días v a a m i s a y t o d o s l o s
d o m i n g o s se confiesa. P e r o ¿ a q u i é n r o b a ? R o b a a los c o m e r c i a n t e s ,
r o b a a los u s u r e r o s ; explota y es explotado, e n g a ñ a y es e n g a ñ a d o .
Sólo h a y d o s individuos a los q u e respeta, a los q u e n o llega a
r o b a r , a n t e l o s q u e s i m p r e r e t r o c e d e : el c a r d e n a l y el e m b a j a d o r .
Así, n o ataca n i a l a n o b l e z a n i al clero. P e r o , a f i r m a :

Todo el mundo roba, todo el mundo miente, todo


el mundo hace trampas, nadie hace l o que debe y l o
peor es que se envanecen de ello.

Más adelante: '•''iV;; •:-;-•,";.!:r { ' ^ j , ' . " . : r.

Este camino corre el mundo. N o comienza de nuevo,


que de atrás le viene al garbanzo el pico. N o tiene
medio ni remedio. Así lo hallamos, así lo dejaremos.
N o se espere mejor tiempo ni se piense que l o fue el
pasado. Todo h a sido, es y será una misma cosa.

Sigue después a f i r m a n d o q u e del m i s m o m o d o q u e n o h a y


animal sin defecto n o h a y t a m p o c o h o m b r e sin c r i m e n y que m i e n -
tras existan h o m b r e s los m a l e s y el e s c á n d a l o persistirán e n el
nmndo.
r V a c o n t i n u a c i ó n l a moraleja o b l i g a d a :

Sigue en tu estado, pobre Guzmán; no emprendas


nuevas tareas porque nada de eso existirá mañana... Haz
uso de tu oficio y deja que los demás lo hagan del
suyo. Lo único que has de hacer con tu pesada carga
es iluminarla con la luz de tu virtud y de tu vida hon-
rada a fin de que todo el mundo la vea y la imite...

Asi pues, el a u t o r , M a t e o A l e m á n , identifica al p i c a r o y al


b r i b ó n con los u s u r e r o s y c o m e r c i a n t e s , c o n todos los desclasados,
es decir, a los q u e n o pertenecen al c l e r o , a la aristocracia ni al
tercer estado. N a t u r a l m e n t e el a u t o r a t a c a a los picaros p o r q u e es
m á s fácil q u e a t a c a r a los ricos c o m e r c i a n t e s , p e r o mete a t o d o este
m e z q u i n o m u n d o en el m i s m o costal. E s la técnica de la a m a l g a m a .
El final es e x t r a o r d i n a r i o : G u z m á n es apresado y c o n d e n a d o a
galeras, le e n c a d e n a n los pies, se e n t e r a de q u e sus c o m p a ñ e r o s de
miseria h a n o r g a n i z a d o u n c o m p l o t ; reflexiona l a r g a m e n t e sobre su
situación, sobre su c o n d i c i ó n , sobre el M a l y el Bien. E n t o n c e s llama
al capitán y t r a i c i o n a a sus vaUentes c o m p a ñ e r o s . El capitán le re-
c o m p e n s a i n m e d i a t a m e n t e , le quita las c a d e n a s de los pies y le deja
en libertad. ¡Ridicula libertad, de b a b o r a estribor! P e r o ha a y u d a d o
al restablecimiento del o r d e n en la galera, h a a y u d a d o al c a p i t á n a
llevar p o r b u e n r u m b o su nave. E l significado está c l a r o : todos so-
m o s galeotes; en la m e d i d a en q u e servimos al orden, en la medida
en q u e t o m a m o s c o n c i e n c i a de las necesidades y a c e p t a m o s los redu-
cidos límites d e n u e s t r o barco, s o m o s libres... G r a c i a s a nosotros
el capitán, el a m o t e m p o r a l , p o d r á p a s a r a través de las tempestades
y c o n d u c i r su b a r c o al p u e r t o de l a salvación.
L a e s t r u c t u r a d e la novela a p a r e c e ligada a esta c o n c e p c i ó n del
h o m b r e en el m u n d o . E l personaje n o a g u a n t a m u c h o t i e m p o en un
m i s m o sitio, se c a n s a de su éxito, r o b a , h a c e t r a m p a s . ¿ E n t r a a l
servicio de alguien?, se cansa de t a n t o dinero. Deja q u e t o d o se
p i e r d a , vive la a v e n t u r a , tiene ansias d e viajar, c o m o todos los héroes
picarescos de a q u e l t i e m p o , p e r o t a m b i é n c o m o tantos españoles de
esta época en q u e el viaje ha dejado de ser u n a peregrinación para
convertirse en d e s c u b r i m i e n t o de u n o m i s m o y del m u n d o . H u y e
s i e m p r e , huye de sí m i s m o , huye d e los d e m á s ; e n c u e n t r a su esta-
bilidad en la velocidad de la h u i d a , en la impaciencia; los episo-
d i o s del Guzmán son coherentes. I n c l u s o el imperfecto, q u e es el
t i e m p o de la n a r r a c i ó n coherente, d o m i n a sobre el presente, el tiem-
p o e t e r n o , el t i e m p o dividido en f r a g m e n t o s sin relación e n t r e sí.
El estilo es r e t o r c i d o , es el estilo de la introspección, del r e m o r -
d i m i e n t o , de l a reflexión, es el estilo d e u n a clase social, l a de M a t e o

149
A l e m á n , clase tentada p o r el suicidio. E l f r a c a s o d e la libertad se
manifiesta en el e n c a b e s t r a m i e n t o del estilo. L a inteligencia, q u e
consiste en t o m a r c o n c i e n c i a del m u n d o , t r a t a d e a b a r c a r l o e n s u
totalidad.
P a s e m o s a h o r a a u n a t e r c e r a o b r a . La hija de Celestina ( 1 6 1 2 ) .
H a s t a a h o r a h e m o s visto vma novela c ó m i c a , la del Lazarillo de
Tormes, q u e t e r m i n a b a «bien» c o n u n ménage a trois; después h e -
m o s visto c o n Guzmán u n a novela tragicómica p u e s t o que el h é r o e
goza de u n a libertad d e b a b o r a estribor... c o m o galeote. La hija
de Celestina es, p o r el c o n t r a r i o , u n a novela t r á g i c a ; en sus p á g i n a s
infames impostores a c u m u l a n desgracias, p e r o t o d o termina c o n el
desastre final. S u i m p o s t u r a consiste en llevar s i e m p r e u n a m á s c a r a ,
incluso entre ellos. (El a n t i h é r o e se llama M o n t u f a r , y es origen,
c o m o n a d i e ignora, del T a r t u f o . ) V e a m o s u n e j e m p l o : xm día está
e n f e r m o . D o s mujeres, la vieja entrometida y su a m a n t e , se inclinan
sobre su l e c h o . É s t a se e x p r e s a en términos crueles, deposita e n t r e
sus m a n o s u n rosario, m i e n t r a s le aconseja q u e le rece con d e v o -
ción y envíe a b u s c a r u n confesor p a r a limpiar s u conciencia antes
de m o r i r , p u e s bien l o necesita y se despide c e r e m o n i o s a m e n t e d e
él... A c o n t i n u a c i ó n las dos e s c a p a n a t o d a p r i s a . M o n t u f a r cree t o -
davía q u e se t r a t a de u n a b r o m a y q u e ya se están r e t r a s a n d o d e m a -
siado; p e r o c u a n d o c o m p r e n d e q u e esta v e z es d e verdad j u r a y
perjura en n o m b r e de D i o s y es tal su furia q u e t r a t a d e ponerse sus
r o p a s p a r a ir en pos d e ellas...
C u a n d o se restablece v a en su b ú s q u e d a y las e n c u e n t r a ; ellas
adujeron las mejores excusas q u e p u d i e r o n h a l l a r ; él p u s o b u e n a c a r a
(siempre la m á s c a r a ) y n o d i o muestras d e s u e n f a d o ; p o r el c o n -
trario, t r a t ó sutilmente de tranquiUzarlas; les indicó q u e n o llevaban
la dirección a d e c u a d a , las a p a r t ó del c a m i n o , las c o n d u j o a u n b o s -
q u e espeso y, llegados a los m á s p r o f u n d o d e a q u e l desierto, s a c ó
u n a d a g a d e su vaina, q u e ellas c o n t e m p l a r o n c o n espanto y d e v o -
ción; e n t o n c e s le e n t r e g a r o n t o d o su o r o y t o d a s sus joyas; las a b u n -
dantes lágrimas q u e d e r r a m a r o n n o enternecieron el c o r a z ó n del
noble y orgulloso señor.
E s t e es el t o n o i r ó n i c o y cruel de la novela.
E l final es significativo: «El cielo se e n f a d ó » . L a odiosa pareja,
y a casada, h a b í a h u i d o de Sevilla d o n d e vivía en u n a infame liber-
tad. E l m a r i d o prostituye a su m u j e r ; u n j u d í o a c o m o d a d o cae en
sus garras (El a u t o r n o se c o m p a d e c e de él ¡es u n judío!) Se d a n la
gran vida, t e a t r o , paseos. E l l a se e n a m o r a de u n r a p a g ó n , u n j o v e n
c a r n i c e r o ; entonces M o n t u f a r , T a r t u f o , la azota; ella, furiosa, le e n -
venena; antes de m o r i r él q u i e r e m a t a r l a ; p e r o P i e r r o t el z u r d o , el
a m a n t e de c o r a z ó n , interviene y le r e m a t a . E l alguacil detiene a los

150 • "
asesinos, cuelgan al h o m b r e , degüellan a la mujer y a r r o j a n al agua
el cadáver d e E l e n a , la hija d e C e l e s t i n a . Sin e m b a r g o , ésta había
d e j a d o todos sus b i e n e s a su p r i m e r a víctima, q u e e r a u n h o m b r e
casto y h o n e s t o — n o b l e , c o m o p o r a z a r — . E l p e q u e ñ o paje a quien
ella había t r a s t o r n a d o y seducido e n t r a en u n c o n v e n t o . P a r a ter-
m i n a r d i g n a m e n t e l a historia, u n p o e t a —^para esto sirven—- c o m -
p o n e , p a r a c e l e b r a r t a n insigne historia, u n a canción burlesca.
T a m b i é n e n esste c a s o nos h a l l a m o s a n t e u n a l i t e r a t u r a d e clase;
se trata de p r o t e g e ? u n a sociedad, u n r é g i m e n a m e n a z a d o p o r los
impostores, los fariseos, los falsos d e v o t o s . E s fácil d a r s e c u e n t a de
q u e la obra equivale a u n exorcismo, a u n a operación m á g i c a que
fulmina al h o m b r e q u e n o h a q u e r i d o c o n f o r m a r s e con su suerte:

Desconfiemos del prójimo; pues los fal.sos profetas


llevan siempre hermosas máscaras; tengamos confianza
en la justicia final.

P e r o ¡ay!, esta justicia sólo es p o é t i c a ; p r o c u r a u n a v e n g a n z a


ficticia a t o d o s los q u e viven en el t e m o r d e u n a c o n m o c i ó n , d e u n
d e r r u m b a m i e n t o d e l a sociedad, m i n a d a p o r la d u d a y la i m p o s t u r a .
M e referiré a h o r a a El Buscón ( 1 6 1 2 ) . L a o b r a a p a r e c e firmada
p o r D o n F r a n c i s c o d e Q u e v e d o y Villegas, señor de esto y d e a q u é -
llo y caballero de la O r d e n de S a n t i a g o ; m u y orgulloso de su rango
y n a d a de su p e r s o n a . Su antihéroe es u n p o b r e m u c h a c h o p r o c e -
d e n t e de u n a clase inferior p e r o q u e llega a la univcrsitlad. ¿ L o g r a r á
ascender? C a d a vez q u e está a p u n t o d e salir de su c o n d i c i ó n pri-
m e r a el a u t o r le m e t e d e n u e v o en el f a n g o con un violento pisotón.
I'ijémonos en u n f r a g m e n t o especialmente d e s a n i m a d o r : VA joven
e n t r a en la U n i v e r s i d a d y c o m o n o v a t o q u e es se ve s o m e t i d o a u n a
serie d e vejaciones. M i e n t r a s que su n o b l e c o m p a ñ e r o p u e d e librarse
d e ellas, él, hijo de n a d a , ha de p a s a r p o r entre dos filas de 150 es-
tudiantes que le c u b r e n de salivazos. E s t o dice m u c h o , n a t u r a l m e n t e ,
a c e r c a de los sentimientos del a u t o r frente a la gente del p u e b l o
q u e t r a t a n de i n t r o d u c i r s e , de h a c e r s e u n hueco, a l t e r a n d o así el
o r d e n q u e desea i n s t a u r a r . L a b u r l a le p e r m i t e humillar a sus ad-
versarios. Y t e r m i n a :

H a y que expulsar a todas estas personas a América,


que es el país de los bandidos, de los picaros y de los
aventureros.

T o d o el m u n d o se m u e v e , se agita, se desplaza en esta novela,


se denigra a la sociedad, presenta n o p a r a transformarla sino p a r a
r e f o r m a r l a segíín el m o d e l o i n m a n e n t e , el o r d e n divino. E l negocian-

151
te, el u s u r e r o , el e c o n o m i s t a («arbitrista») q u e d a al rey consejos d e
tipo financiero y e c o n ó m i c o p a r a levantar la situación, t o d o s s o n
identificados c o n los p i c a r o s ; es la a m a l g a m a q u e consiste en m e t e r
al e n e m i g o p e r s o n a l y al p ú b l i c o en el m i s m o s a c o . P o r o t r a p a r t e ,
el d i n e r o es el responsable del d e s o r d e n ; d e ahí la c o n d e n a , a s o m b r o ­
sa p a r a n u e s t r a c o n c e p c i ó n a c t u a l , d e algunos artesanos q u e viven
del d i n e r o , c o m o el m é d i c o , el b a r b e r o , el sastre, el funcionario, el
ministro y h a s t a el v e r d u g o ; e n fin, d e t o d o s aquellos c u y o presti­
gio se b a s a en el d i n e r o y n o e n los deberes d e su estado o e n los
«servicios» d e vasallaje. L a l i t e r a t u r a picaresca es, p u e s , u n a t e n t a ­
tiva d e sujetar d e n u e v o las r i e n d a s d e u n a s o c i e d a d t a m b a l e a n t e a
fin d e i m p o n e r u n o r d e n t r a d i c i o n a l en u n m u n d o q u e resulta c a ó ­
tico.
P o n g a m o s fin a n u e s t r a exposición. L a l i t e r a t u r a picaresca j u s ­
tifica el o d i o d e la n o b l e z a p o r l a b u r g u e s í a q u e aspira al p o d e r
real, es u n a l l a m a d a a u n a g r a n aUanza de fuerzas en el b a r c o q u e
se h u n d e . L a calidad de esta l i t e r a t u r a n o estriba en el m á x i m o d e
conciencia posible sino en el r e c h a z o de la lucidez, en el e x o r c i s m o
m á g i c o c o n t r a la c a m b i a n t e c o n d i c i ó n histórica del h o m b r e en la s o ­
ciedad. E s t o s a u t o r e s nos invitan a huir p o r m e d i o de la ficción. Sus
picaros n o t r a t a n de a c u m u l a r d i n e r o ; en el m o m e n t o en q u e l o
tienen se d e s h a c e n de él. E s t e es el m o d e l o q u e los novelistas p r o ­
p o n e n a los l e c t o r e s : u n a sociedad e n la q u e h a b r í a de reinar u n a
n o b l e z a si es preciso miserable y d o n d e la m i s e r i a seguiría siendo
noble. Q u i z á se r e c u p e r a r í a así la estabiUdad q u e h a p e r d i d o el
mundo.

I I ; ;i Coloquio

SANGUINETI

C r e o q u e es s u m a m e n t e interesante c o m p a r a r las tesis de B r u n


y A u b r u n ; es q u i z á la p r i m e r a vez q u e en este c o l o q u i o se m a n i ­
fiesta u n a oposición tan clara e n t r e dos interpretaciones de u n m i s ­
m o h e c h o . N o estoy de a c u e r d o c o n la afirmación d e A u b r u n según
la cual n o h a y realismo en l a novela picaresca. E n ella hallamos en
efecto: 1) un c a r á c t e r de p a r o d i a infraliteraria q u e , a m i entender.

152
8C repite varias veces e n la historia e n t a n t o q u e i n s t r u m e n t o p r á c -
tico del realismo, y 2) u n a cierta nostalgia (me r e m i t o a q u í a lo
q u e decía hace p o c o L e f é b v r e ) : es u n e l e m e n t o q u e se repite t a m -
bién en n u m e r o s a s ocasiones en la historia e n t a n t o q u e b a s e d e u n
c i e r t o realismo; esto p e r m i t e u n t i p o d e alejamiento, d e distancia-
c i ó n frente a la ideología d o m i n a n t e e n l a época.
T a m p o c o estoy t o t a l m e n t e d e a c u e r d o con A u b r u n c u a n d o
a f i r m a que los diferentes episodios del Lazarillo n o t i e n e n u n a liga-
z ó n lógica, t a n t o m á s c u a n t o que al m i s m o tiempo a f i r m a q u e en
la novela picaresca e s t á n a p i m t o d e fijarse el tiempo, el espacio y la
c a u s a l i d a d en t a n t o q u e categorías del u n i v e r s o de la novela.

ESCARPIT '

C r e o que a c a b a m o s de oír dos excelentes ponencias de crítica


literaria de m a t i z sociológico, es decir, m u y alejadas de la sociolo-
gía de la literatura; p o r ello m e d i s p o n g o a h o r a a intervenir e n ca-
lidad de profesor d e literatura
Estoy t o t a l m e n t e d e a c u e r d o c o n A u b r u n en lo q u e se refiere
al s e g u n d o p u n t o s u s c i t a d o p o r S a n g u i n e t i ; lo ú n i c o m á s o m e n o s
c i e r t o en lo q u e se refiere a la n o c i ó n d e picaresca es p r e c i s a m e n t e
la falta de lógica e n t r e los diferentes episodios. E n este a s p e c t o la
novela picaresca sigue a la de caballería, relato de episodios inter-
c a m b i a b l e s y q u e n o t i e n e principio n i fin; t e r m i n a siempre c u a n d o
va a e m p e z a r u n n u e v o episodio (Chrétien d e T r o y e s constituye u n a
excepción; fue el p r i m e r o en p r e t e n d e r escribir u n a historia c o n s -
truida, en p r e t e n d e r escribir, p a r a utilizar sus mismas p a l a b r a s , une
hclle conjointure). D e l m i s m o m o d o q u e la novela de caballería, la
novela picaresca t a m p o c o tiene p r i n c i p i o n i fin y a d m i t e s i e m p r e
c o n t i n u a c i o n e s . N o c a b e h a b l a r de u n «final» del Lazarillo; se trata,
l o d o lo m á s , de u n a estación d e n t r o del c a l v a r i o del personaje. T a m -
p o c o p u e d e decirse q u e Gil Blas a c a b e b i e n ; termina tres veces.
Lcsage la p u s o en circulación en dos ocasiones más, c o n diez a ñ o s
lie diferencia, y c a d a u n a de las veces tiene u n final diferente.
Brun es m á s a u d a z en sus conclusiones que A u b r u n ; m e p a -
rece incluso d e m a s i a d o a u d a z c u a n d o h a b l a de la novela picaresca
c o m o c o n t r a p u n t o a la novela de caballería, c o m o de una a n t i e s t r u c -
l u n i . E s cierto q u e la novela picaresca n o d e s e m p e ñ a el m i s m o
papel q u e la novela de caballería; p e r o h a y dos formas de n o d e -
s e m p e ñ a r l o : una es o p o n e r s e a la n o v e l a d e caballería, hacer lo c o n -
t r a r i o d e l i b e r a d a m e n t e , es decir, c r e a r u n antihéroe. Pero, a t e n c i ó n ,
esto n o es la parodia. Se crea el a n t i h é r o e q u i t a n d o los valores fun-
d a m c n t a l e s dé la novela d e caballería y p o n i e n d o otros en su l u g a r .
O ira f o r m a d e distanciarse d e la novela d e caballería consiste e n
fingir q u e se j u e g a el m i s m o juego, p e r o c o n u n c o n t e n i d o diferente;
es la técnica burlesca. P a r a citar dos ejemplos franceses, h a y d o s
herencias d e la novela p i c a r e s c a en F r a n c i a ; u n a c o n Lesage, m u y
tardía, p o r o t r a p a r t e , q u e j u e g a el p r i m e r j u e g o descrito, el p i c a r e s -
c o p r o p i a m e n t e dicho; la o t r a j u e g a el b u r l e s c o y p r o d u c e la n o v e l a
c ó m i c a d e S c a r r o n o la n o v e l a b u r g u e s a d e F u r e t i é r e . E n E s p a ñ a l a s
cosas n o están t a n claras c o m o p o d r í a creerse, p u e s en El Buscón
se h a l l a n los dos p r o c e d i m i e n t o s , el a n t i h é r o e y el juego b u r l e s c o .
L a novela de Q u e v e d o es a la v e z picaresca p r o p i a m e n t e d i c h a y
burlesca.
E n el f o n d o , y este r e p r o c h e v a dirigido t a n t o a B r u n c o m o a
A u b r u n , h a y q u e confesar q u e la n o c i ó n d e p i c a r e s c a es u n c ó m o d o
i n v e n t o de los profesores d e l i t e r a t u r a española, p e r o n o es n a d a m á s
q u e u n p r o c e d i m i e n t o p r á c t i c o de exposición. N o t o m o esta n o c i ó n
p o r u n a realidad. A d m i t o q u e existen d e n o m i n a d o r e s c o m u n e s ; se
p u e d e establecer u n a fihación picaresca objetiva, p e r o la existencia
de e s t r u c t u r a s globales c o m u n e s a todas estas novelas m e p a r e c e
m u c h o m á s dudoso... U s t e d e s s a b e n t a n bien c o m o y o q u e la n o v e -
la picaresca empieza c o n Lazarillo de Tormes, q u e d a t a de 1 5 5 3 ; el
Guzmán de Alfarache a p a r e c e en 1596, si n o m e equivoco, es decir,
c u a r e n t a años m á s t a r d e , y después la n o v e l a picaresca c o n t i n ú a
d u r a n t e casi u n siglo; e n t r e t a n t o la sociedad c a m b i a e n o r m e m e n t e .
T o d o s ustedes lo h a n d i c h o , p e r o n o h a n s a c a d o las consecuencias
pertinentes.
U s t e d , B r u n , habla a este r e s p e c t o d e las relaciones entre el c a -
pitaUsmo n a c i e n t e y la n o v e l a picaresca. L e r e m i t o a la tesis de m i
a m i g o S a l o m ó n sobre l a clase c a m p e s i n a castellana del Siglo d e
O r o ; n o c r e o q u e exista m u c h o c a p i t a h s m o n a c i e n t e en esa é p o c a , a
n o ser q u e a m p h e m o s e n o r m e m e n t e el t é r m i n o . Y , sobre el m i s m o
t e m a , ¿ c ó m o explicar la p r o h i b i c i ó n de la n o v e l a picaresca p o r la
Iglesia, en E s p a ñ a , bajo el r e i n a d o de F e l i p e I I , m i e n t r a s q u e p o c o
t i e m p o después la m i s m a Iglesia católica i n t r o d u c e d e h b e r a d a m e n t e
la n o v e l a picaresca en A l e m a n i a ? (Son los m i s m o s t r a d u c t o r e s los
q u e t r a d u c e n en A l e m a n i a los textos s a g r a d o s y las novelas p i c a -
rescas.) ¿ C ó m o explicar estas dos actitudes d e la Iglesia? ¿ E n q u é
sentido a m e n a z a b a la n o v e l a picaresca a la Iglesia en E s p a ñ a ? E x i s -
tía c i e r t a m e n t e u n a a m e n a z a , y n i n g u n o d e ustedes se refiere a ella
en su p o n e n c i a . M e l i m i t o a p l a n t e a r la cuestión.
U s t e d e s dicen, p o r o t r a p a r t e : el p i c a r o es antifeudal, a n t i h i -
dalgo. A h o r a bien, existen historiadores, y serios, q u e niegan la exis-
tencia de u n feudalismo en E s p a ñ a ; y los q u e a d m i t e n q u e h a y a

1.54
existido dicen q u e se t r a t a de u n f e u d a l i s m o distinto al q u e h e m o s
c o n o c i d o en E u r o p a y , sobre t o d o , e n F r a n c i a ; la h i d a l g u í a n o es
u n a forma de feudaUsmo; como demuestra Salomón puede ser con­
s i d e r a d a en p a r t e c o m o u n p r i n c i p i o d e c a p i t a h s m o ; es el c a m p e ­
s i n o e n r i q u e c i d o q u i e n empieza a e x p l o t a r a los t r a b a j a d o r e s , se
busca u n a n o b l e z a , u n p a s a d o y se h a c e hidalgo. P o r l o t a n t o , lo
q u e y o les r e p r o c h o es cierto a b u s o d e lenguaje, cierta i m p r e c i s i ó n .

GOLDMANN ' i . - i {' .' , • \ •

E n n u e s t r o s e s t u d i o s sociológicos n o s situamos a niveles dis­


tintos según el p r o b l e m a c o n c r e t o . E n t r e estos niveles, d o s d e los
m á s i m p o r t a n t e s s o n l a aparición d e e s t r u c t u r a s f o r m a l e s n u e v a s ,
q u e se hallan l a m a y o r í a de las veces ligadas a las g r a n d e s transfor­
m a c i o n e s sociales, y el estudio d e las t r a n s f o r m a c i o n e s d e los c o n t e ­
nidos d e n t r o d e estas estructuras, t r a n s f o r m a c i o n e s l i g a d a s a f e n ó ­
m e n o s históricos, a veces e x t r a o r d i n a r i a m e n t e i m p o r t a n t e s , p e r o q u e
t i e n e n i m c a r á c t e r m e n o s global.
A h o r a bien, m e h a p a r e c i d o q u e p o r e n c i m a d e l a discusión
e n t r e B r u n y A u b n m a c e r c a del c o n t e n i d o d e la n o v e l a p i c a r e s c a y
la perspectiva e n q u e h a sido escrita (aristocracia t r a d i c i o n a l y ter­
c e r estado n u e v o ) , discusión a c e r c a d e l a cual n o t e n g o f o r m a d a
u n a opinión, y a q u e n o h e leído estas novelas, a m b a s p o n e n c i a s
sugieren la idea d e q u e c o n la n o v e l a p i c a r e s c a h a n a p a r e c i d o d o s
e l e m e n t o s p a r t i c u l a r m e n t e i m p o r t a n t e s e n la e s t r u c t u r a p o s t e r i o r d e
la novela clásica. C o n c r e t a m e n t e , si h e e n t e n d i d o bien sus p o n e n ­
cias, a m b o s están d e a c u e r d o e n a f i r m a r q u e en la n o v e l a p i c a r e s c a
nos encontramos con u n héroe y u n m u n d o degradados. L o que
talla p a r a llegar a l a e s t r u c t u r a d e l a n o v e l a d e h é r o e p r o b l e m á t i c o ,
q u e empieza p r o b a b l e m e n t e c o n D o n Q u i j o t e (se t r a t a d e u n o r d e n
ti|H)lógico y n o n e c e s a r i a m e n t e c r o n o l ó g i c o ) , es el n e x o e n t r e el h é ­
roe y el m u n d o b a s a d o e n la b ú s q u e d a p o r el h é r o e d e n t r o d e este
n u m d o de u n o s v a l o r e s d e los q u e n o t i e n e clara c o n c i e n c i a y q u e
SOU inencontrables, b ú s q u e d a q u e l l e v a r á a d e t e r m i n a r (ya l o h e
d e i n t ) s t r a d o e n o t r a p a r t e ) u n a j e r a r q u í a m u y definida e n t r e a m b a s
iliC.radaciones.
En este c a s o la n o v e l a picaresca significaría y a u n a cierta r e a c ­
c i ó n frente a l a s o c i e d a d q u e está a p u n t o d e n a c e r y a l p r o s a í s m o
i | u e nace con ella. A s í m e p r e g u n t o , sin e m b a r g o — m e j o r d i c h o ,
m e planteo la c u e s t i ó n , p u e s p a r a f o r m u l a r u n a simple hipótesis se­
rla necesario h a b e r l e í d o los textos—, si c o n el héroe d e s c l a s a d o de
la novela picaresca n o aparecen los p r i m e r o s elementos del h é r o e

155
p r o b l e m á t i c o . Sanguineti h a s e ñ a l a d o hasta q u é p u n t o se o p o n e n l a s
tesis d e B r u n y A u b r u n . C r e o t a m b i é n q u e se t r a t a d e u n a oposición
f u n d a m e n t a l y quisiera a ñ a d i r q u e se refiere n o sólo a las p e r s p e c -
tivas d e n t r o d e las q u e h a n sido escritas estas novelas sino t a m b i é n
al m i s m o análisis estructural, e n la m e d i d a e n q u e B r u n n o s dice
q u e l a sátira afecta t a m b i é n al hidalgo a r r u i n a d o y ridículo, m i e n -
tras q u e A u b r u n convierte al hidalgo en u n a especie d e ideal i m p l í -
cito a u n q u e e n oposición c o n el hidalgo q u e e n realidad a p a r e c e .
P l a n t e o , sin e m b a r g o , la cuestión d e saber si estos d o s análisis n o
e s t a r á n u n o y o t r o b a s a d o s e n los textos y si e n éstos n o se e n c u e n -
t r a n y a los elementos, t o d a v í a s e p a r a d o s y c o n f i m d i d o s , c u y a síntesis
h a d a d o l u g a r a ese h i d a l g o g r o t e s c o y s u b l i m e q u e se llama D o n
Quijote. : ' ;i í • '-•''•'! /','< ;í
'li'/'';,'' ' •"(•;•(• ' • \'.''!',\"'}

AUBRUN ' : í f ' • • > i y ' ' '.''rv - i- :.!i>'':í'fv

C r e o q u e estas diversas intervenciones h a n a b o r d a d o d o s a s p e c -


tos del p r o b l e m a q u e e n el c o n t e x t o de m i exposición n o h a n s i d o
t r a t a d o s c o n la suficiente intensidad. Quisiera precisar varios p u n -
tos. Insisto e n p r i m e r l u g a r e n el h e c h o d e q u e el p i c a r o , ese indivi-
d u o desclasado, r e p r e s e n t a p a r a el novelista a todos los individuos
q u e él c o n s i d e r a desclasados, i n c l u y e n d o a los negociantes, los fi-
n a n c i e r o s q u e g a n a n su v i d a d e u n a f o r m a t a n n u e v a c o n r e s p e c t o
al p a s a d o , los u s u r e r o s , los militares a s u e l d o , los comediantes, l a s
p e r s o n a s q u e viven m a r g i n a d a s . P o r consiguiente, c u a n d o el a u t o r
humilla al p i c a r o (y sabe D i o s si Q u e v e d o siente u n v e r d a d e r o o d i o
d e clase c o n respecto a s u h é r o e ; l o q u e si es c i e r t o es q u e , literal-
m e n t e , le c u b r e d e salivazos), a t a c a en él al r e p r e s e n t a n t e d e u n a
clase n u e v a a la q u e r e p u d i a , d e u n n u e v o r é g i m e n e c o n ó m i c o y
social q u e c e n s u r a . L a sociedad n o h a d e c a m b i a r n i u n ápice c o n
r e s p e c t o a l o q u e él cree q u e fue e n u n p r i n c i p i o , la sociedad i d e a l
d e los tres e s t a d o s : nobleza, clero y tercer e s t a d o .
E s t a u n i ó n está en peligro. D e todos los intersticios salen r a t a s ;
la b u r g u e s í a tiene el p r e s e n t i m i e n t o d e q u e h a y q u e h a c e r algo p a r a
t a p a r las vías d e agua o d e los c o n t r a r i o el b a r c o se va a p i q u e .
Y en esta ocasión el h o m b r e d e letras, q u e está al servicio de l a b u r -
guesía, l a invita c o m o clase a suicidarse. L a u n i d a d d e todas estas
novelas se refiere s i m p l e m e n t e a esta c o n t r a d i c c i ó n . L a biu-guesía
d e b e ennoblecerse y r e n u n c i a r al tráfico d e l d i n e r o . A h o r a bien, l o
m á s e x t r a o r d i n a r i o es q u e , p a r a desgracia d e E s p a ñ a , la burguesía h a
seguido este consejo y se h a s u i c i d a d o : los c o m e r c i a n t e s y los u s u -
reros h a n c o m p r a d o a sus hijos títulos d e n o b l e z a y h a n r e n u n c i a d o

156
al p o d e r . Se m e p o d r á objetar, sin e m b a r g o , q u e la novela picaresca
c o n d e n a t a m b i é n al hidalgo que a b a n d o n a sus tierras y m a r c h a a
vivir la a v e n t u r a d e M a d r i d . E s cierto, p e r o h a y q u e situar este
h e c h o en el m a r c o d e su evolución. D e l Lazarillo de Tormes a El
Buscón; de 1 5 5 4 a 1 5 6 2 las posiciones c a m b i a n . E l a u t o r a n ó n i m o
del Lazarillo de Tormes se c o m p a d e c e t o d a v í a de su h i d a l g o ; n o está
d e n t r o de la r e a l i d a d , p e r o su orgullo es respetable. P o r el c o n t r a -
rio, Q u e v e d o , c o r t e s a n o y h o m b r e político, autor de El Buscón, c o n -
d e n a n o solamente el «comercio», el n e g o c i o , sino t a m b i é n al hidalgo
desclasado. Q u i e r e q u e estos hidalgos d e n a d a dejen d e reivindicar,
d e r e c l a m a r puestos o rentas p e n d i e n t e s , d e disputar a los pudientes
las migajas q u e les s o b r a n .
E n la novela picaresca la realidad está n o en la superficie sino
en la p r o f u n d i d a d , n o en la intriga o en la ficción fantástica, ni en
la f o r m a b a r r o c a , en f o r m a de filigrana, en u n significado q u e es-
c a p a a veces incluso a la conciencia Iticida de sus a u t o r e s .

BRUN •,

M e resulta difícil r e s p o n d e r a t o d a s las objeciones d e Escarpit,


c u y a s razones a d m i t o , y a q u e existen p r o b l e m a s q u e t o d a v í a n o he
examinado.
E n lo q u e se refiere al p r i m e r p u n t o , la relación de la novela
picaresca con la n o v e l a de caballería, c r e o que el a s p e c t o burlesco
a p a r e c e p r e c i s a m e n t e e n el m o m e n t o en q u e el personaje del hidalgo
n o es ya digno de realidad, es decir, i n c a p a z ya de ser r e p r e s e n t a d o
si n o es con los rasgos de u n f a n t o c h e ; p o r u n a p a r t e el personaje
se petrifica, p o r o t r a p a r t e se convierte en una simple m a r i o n e t a
dcsiiumanizada; estas actitudes petrificadas aparecen en Q u e v e d o :
las personas q u e r e m i e n d a n sus h a r a p o s y t o m a n p o s t u r a s dignas de
J e r ó n i m o Bosch, e t c .
En lo q u e se refiere a la cuestión del capitalismo, p o d r í a de-
cirse lo siguiente, q u e coincide p e r f e c t a m e n t e con la exposición de
A u b r u n : a c o m i e n z o s del reinado d e C a r l o s V se p r o d u c e n aconteci-
mientos bastante g r a v e s en E s p a ñ a , m e refiero al fracaso d e las
coaliciones de la p e q u e ñ a nobleza y d e la burguesía de las ciudades
c o n t r a el p o d e r c e n t r a l ; creo q u e h a sido este fracaso el q u e ha
ticcidido e n cierto m o d o la suerte d e E s p a ñ a , estableciendo la situa-
ción a u n nivel m u c h o m á s a t r a s a d o q u e en Francia, d o n d e un fenó-
m e n o análogo se p r o d u j o a p r o x i m a d a m e n t e un siglo m á s t a r d e con
l a i T o n d a . La burguesía, la clase d e los comerciantes, p e r d i ó las
|)osibilidadcs de desarrollarse n o r m a l m e n t e en esta sociedad y se

157
consideró q u e el futuro se h a b í a c e r r a d o . P o r o t r a p a r t e , la i d e o l o -
gía q u e llevó a E s p a ñ a a l a d e c a d e n c i a t u v o l i b r e c u r s o p a r a i m p o -
nerse c o m p l e t a e i i u n e d i a t a m e n t e en t o d o el p a í s . C r e o que, a p a r t i r
do aquí, al irse d e g r a d a n d o la situación c a d a v e z m á s , p u e d e se-
guirse el d e s a r r o l l o de la n o v e l a picaresca, d e s d e esa especie d e l u -
minosidad q u e se manifiesta t o d a v í a en El Lazarillo hasta los f a n -
toches d e Q u e v e d o . N o es s o l a m e n t e el capitalismo l o q u e explicaría
la novela picaresca sino, p o r asi decir, el fracaso d e l capitalismo, c a s i
m e a t r e v e r í a a decir el f r a c a s o d e la sociedad b u r g u e s a .

^•••V i;'-/v' ^>;íí ' ' . f' .^;íí

í • 'j
L a I m a g e n h i s t ó r i c a d e la
literatura e n l o s j ó v e n e s .
Problemas de selección
y clasificación
por Robert Escarpit

E l trabajo d e investigación q u e a q u í p r e s e n t a m o s tiene p o r o b ­


j e t o estudiar u n p r o b l e m a de historia de l a literatura m e d i a n t e u n
m é t o d o sociológico, l o q u e constituye, a n u e s t r o entender, el papel
específico de la sociología de la l i t e r a t u r a .
E s t e p r o b l e m a q u e d a evidenciado en u n a experiencia q u e m e n ­
c i o n o e n m i o b r a Das Buch und der Leser, a propósito d e los tra­
bajos del psicólogo a m e r i c a n o H a r v e y C . L e h m a n . É s t e h a d e m o s ­
t r a d o , i n v o l u n t a r i a m e n t e p o r otra p a r t e , q u e si se interroga a u n g r a n
n ú m e r o de p e r s o n a s a c e r c a de lo q u e c o n s i d e r a n c o m o i m p o r t a n t e
e n t r e las manifestaciones literarias, a fin d e obtener su p u n t o de
vista sobre literatura, se observa q u e este p u n t o de visla c o n c e d e a
los escritores c o n t e m p o r á n e o s u n a i m p o r t a n c i a al m e n o s igual a la
q u e c o n c e d e a los escritores de épocas p a s a d a s . L a lista tipo obteni­
d a p o r L e h m a n c o m p r e n d í a 337 o b r a s escritas p o r 2 0 3 escritores
fallecidos en el m o m e n t o de la encuesta y 3 9 6 obras escritas p o r
2 8 5 autores vivos. M u c h a s veces h e m o s verificado esta ley de dis­
tribución, p r i n c i p a l m e n t e con m o t i v o de la investigación a la q u e
v a m o s a referirnos h o y ; siempre h e m o s o b t e n i d o dos g r u p o s gene­
r a l m e n t e iguales o, a m e n u d o , con u n a ligera ventaja a favor d e los
vivos. E s t a experiencia p l a n t e a el p r o b l e m a de la selección q u e , a
partir d e la realidad d e los hechos literarios tal c o m o la p e r c i b e n los
c o n t e m p o r á n e o s , e l a b o r a la imagen histórica tal c o m o la p e r c i b e la
p o s t e r i d a d y tal c o m o l a estudian n o sólo los historiadores y los crí­
ticos sino t a m b i é n ciertos sociólogos. L a selectividad y severidad de
este proceso se t r a d u c i r á n en dos cifras i g u a l m e n t e fáciles de c o m -

159
p r o b a r . Si h a c e m o s u n a Hsta d e todos los escritores posteriores a la
invención de la i m p r e n t a c u y o n o m b r e figura en los m a n u a l e s d e
historia d e la literatura francesa, cualquiera q u e sea la i m p o r t a n c i a
de estos m a n u a l e s , en las tesis doctorales y e n los libros de v u l g a r i -
zación, en los artículos d e revistas especializadas o en publicaciones
p o p u l a r e s , c u i d a n d o siempre n o t o m a r en consideración m á s q u e
autores fallecidos al m e n o s veinte años antes d e la publicación del
m a n u a l , del libro o artículo, si analizamos, r e s u m i e n d o , el c o n t e -
nido d e esta m e m o r i a colectiva en lo q u e se refiere a la l i t e r a t u r a
francesa o b t e n d r e m o s u n a lista d e autores c u y o n ú m e r o n o s u p e r a
el millar. E s t a cifra p u e d e p a r e c e r p e q u e ñ a a p r i m e r a vista, sin e m -
b a r g o resulta optimista y p a r a alcanzarla es n e c e s a r i o tener en c u e n -
ta incluso a los autores m á s oscuros. L a i m a g e n histórica de la lite-
r a t u r a francesa está constituida p o r estos mil a u t o r e s a los q u e c a d a
g e n e r a c i ó n v a a ñ a d i e n d o algunos m á s . C o m p r o b a d o esto b a s t a
con c o n s u l t a r el catálogo d e la Biblioteca N a c i o n a l d o n d e figuran e n
principio t o d o s los libros p u b l i c a d o s en F r a n c i a p a r a darse c u e n t a d e
que d u r a n t e este m i s m o p e r í o d o q u e va de la invención de la i m -
p r e n t a a principios de este siglo m á s de cien m i l escritores h a n p u -
blicado o b r a s consideradas literarias. D e b e m o s p o r lo t a n t o a d m i t i r
q u e la selección efectuada p o r la M e m o r i a colectiva sobre la reali-
d a d d e la literatura viva a fin d e obtener l a i m a g e n d e la l i t e r a t u r a
histórica constituye u n a eliminación del o r d e n del 9 9 '%. E s p o r l o
t a n t o peligroso entregarse a consideraciones sociológicas acerca d e
esta i m a g e n y trabajar ú n i c a m e n t e sobre las «grandes obras» tal
c o m o se definen en los m a n u a l e s de literatura. A n t e s de h a b l a r s o -
ciológicamente el p r i m e r p r o b l e m a q u e hay q u e resolver es el s a b e r
en q u é condiciones, según q u é criterio y p o r q u é m e c a n i s m o se
efectúa u n a selección t a n severa.

E s t e era u n o de los objetos, e n t r e otros m u c h o s , de la encuesta


q u e h e m o s realizado a finales d e 1962 sobre 4 7 1 6 jóvenes reclutas
del C e n t r o de Selección M i l i t a r de Limoges. E s t a encuesta, q u e t e n -
día a d e t e r m i n a r la actitud de los jóvenes a n t e la lectura, e s t a b a
incluida e n la serie de tests del Servicio Psicológico del Ejército.
E s t a f o r m a d e a c t u a r p r e s e n t a b a p a r a nosotros la doble ventaja d e
p r o p o r c i o n a r n o s u n a m u e s t r a de población h o m o g é n e a y de s u m i -
nistrarnos, al m i s m o t i e m p o q u e las respuestas, i n f o r m a c i ó n n o sólo
sobre las circunstancias sociales d e c a d a u n o d e los jóvenes i n t e r r o -
gados sino t a m b i é n sobre s u nivel de estudios y su nivel general in-
telectual tal c o m o aparecía definido en los tests del Ejército.
E n t r e las veintiséis p r e g u n t a s planteadas e n t r e s a c a m o s la que
a h o r a nos interesa y que estaba f o r m u l a d a así:

1 6 0 •

• I.
Nombre a continuación cinco autores que conozca.

Obsérvese q u e n o se trata ni d e e x p r e s a r u n a preferencia n i de


a f i r m a r q u e se h a b i a leído a los a u t o r e s en cuestión. A l g u n o s jó-
venes, p o r supuesto, h a n contestado d e a c u e r d o con sus preferencias
0 con lecturas reales, p e r o esto es c o m p l e t a m e n t e n o r m a l ya que
preferencias y l e c t u r a s c o n t r i b u y e n a la formación d e la imagen
histórica de la l i t e r a t u r a . E s la influencia del factor «nivel d e es-
tudios» sobre esta i m a g e n , que a n a l i z a r e m o s a c o n t i n u a c i ó n .
L a lista d e a u t o r e s citados p o r los 4 7 1 6 jóvenes i n t e r r o g a d o s
se caracteriza en p r i m e r lugar p o r s u b r e v e d a d . A u n q u e d e n t r o del
g r u p o seleccionado figuraban c i e n t o c i n c u e n t a estudiantes de dis-
tintas facultades el n ú m e r o total d e a u t o r e s citados al m e n o s dos
veces n o p a s a d e 2 7 0 . E s t a cifra, q u e p a r e c e a p r i m e r a vista m a r -
c a d a m e n t e r e d u c i d a , c o n f i r m a la o b s e r v a c i ó n que h e m o s h e c h o hace
u n m o m e n t o a c e r c a d e el escaso n ú m e r o de autores retenidos p o r la
m e m o r i a histórica. D i g a m o s a c o n t i n u a c i ó n que t a m b i é n en este
c a s o se h a c u m p l i d o la ley de igual distribución e n t r e a u t o r e s del
p a s a d o y autores c o n t e m p o r á n e o s . S o b r e 2 7 0 autores m e n c i o n a d o s ,
125 h a b í a n fallecido al m e n o s veinte a ñ o s antes del m o m e n t o de la
encuesta.
P u e d e objetarse q u e este escaso n ú m e r o se debe a q u e los jó-
venes i n t e r r o g a d o s sólo tenían que m e n c i o n a r a cinco a u t o r e s y q u e ,
p o r consiguiente, en l a m e d i d a en q u e sus gustos, sus c o n o c i m i e n -
tos e r a n idénticos o análogos, e s t a b a n p r e d e t e r m i n a d o s a m e n c i o -
n a r a los m i s m o s a u t o r e s . Esta objeción n o se mantiene a n t e un a n á -
lisis de las respuestas. E n efecto, tres q u i n t a s partes de los jóvenes
i n t e r r o g a d o s h a n a g o t a d o «todos» sus conocimientos con m e n o s de
tres autores.

1 871 han citado 5 autores; 5 1 3 h a n citado 2 a u t o r e s ;


5 4 5 h a n citado 4 a u t o r e s ; 3 0 5 h a n citado 1 a u t o r , y
4 9 6 h a n citado 3 a u t o r e s ; 9 8 6 h a n citado O a u t o r e s .

S o b r e las 14 3 5 4 respuestas así o b t e n i d a s (tres a u t o r e s de m e d i a


p o r recluta) h e m o s e l i m i n a d o las respuestas fantásticas y los a u t o -
res citados u n a sola v e z , es decir, en total, 4 8 0 respuestas.
P o r otra p a r t e p a r e c e que la dispersión d e la selección es i m p o r -
t a n t e , salvo en l o q u e se refiere a u n n ú m e r o m í n i m o de a u t o r e s
q u e constituyen en c i e r t o m o d o el p a t r i m o n i o colectivo inalienable.
D e las 13 874 r e s p u e s t a s q u e aquí t e n e m o s en cuenta, los siete
p r i m e r o s autores m e n c i o n a d o s se r e p a r t e n e n t r e sí la m i t a d . O b t i e n e n
c a d a u n o las respuestas e n este o r d e n :

161
Víctor H u g o , 1 9 6 3 (citado p o r el 4 1 , 7 % d e los reclutas)
La Fontaine, 1 418 Voltaire. 594
Alejandro Dumas, 920 Saint E x u p é r y , 4 4 4
Moliere, 6 2 9 Racine, 4 3 6
Alfonso Daudet, 601 Lamartine, 391

L a p r i m e r a o p e r a c i ó n consiste e n estudiar l a lista d e los a u t o r e s


del p a s a d o s e g ú n el nivel d e estudios. L o s j ó v e n e s reclutas e n c u e s -
tados se h a n dividido en distintos grupos según su nivel:

estudios p r i m a r i o s i n c o m p l e t o s : 1 2 5 0 ; , f '
estudios p r ü n a r i o s c o m p l e t o s : 2 8 5 2 ; ' , •.• - ,
estudios s e c u n d a r i o s c o r t o s : 3 7 2 ; 'í''
estudios secundarios l a r g o s : 9 0 ; :¡', ' y • '
estudios superiores diversos: 1 5 0 ; V\' ' > , ;• ' .V
sin r e s p u e s t a : 2 . ^, ., . , . ! > ; ' • ' ' - ' ^ i ^

C o m o estas diferentes clases son desiguales y, p o r o t r a p a r t e , los


jóvenes q u e tienen u n nivel d e estudios s u p e r i o r citan ima m a y o r
v a r i e d a d d e autores, a fin d e permitir u n a c o m p a r a c i ó n , se h a n
r e t e n i d o en c a d a u n o de los casos los c i n c u e n t a p r i m e r o s escritores
citados, a ñ a d i é n d o l e s los posibles ex aequo del ú l t i m o .
Si se c o n s i d e r a en p r i m e r l u g a r la t o t a h d a d del g r u p o m u e s t r a ,
n o desde el p u n t o de vista d e l a clasificación d e los autores s m o
desde el p u n t o d e vista del c u a d r o d e la l i t e r a t u r a q u e implica esta
visión colectiva, p u e d e c o m p r o b a r s e i n m e d i a t a m e n t e q u e ciertos p e -
ríodos d e la historia Uteraria q u e d a n c l a r a m e n t e desfavorecidos y
que, p o r o t r a p a r t e , la p e r s p e c t i v a histórica d e s e m p e ñ a u n p a p e l en
favor d e los períodos m á s p r ó x i m o s a n o s o t r o s . D e esta f o r m a el
siglo XIX r e p r e s e n t a ya m á s de la m i t a d de los escritores m e n c i o n a -
dos, el XVI está r e p r e s e n t a d o p o r Rabelais y M o n t a i g n e y el x v n e m - L
pieza, p o r supuesto, con C o m e i l l e seguido a b a s t a n t e distancia p o r
el g r u p o a p r e t a d o d e los g r a n d e s clásicos: L a F o n t a i n e , M o l i e r e ,
Pascal, M m e . d e Sévigné, Bossuet, Racine, Boileau y L a B r u y é r e .
E n esto h e m o s d e ver n e c e s a r i a m e n t e u n a c o n s e c u e n c i a de la d e s -
m e s u r a d a i m p o r t a n c i a q u e se c o n c e d e en n u e s t r a enseñanza a los
escritores del r e i n a d o d e L u i s X I V . E l siglo x v m , p o r su p a r t e , h a
d e c o n f o r m a r s e c o n tres n o m b r e s : Voltaire, R o u s s e a u y D i d e r o t .
C o n el siglo x i x empieza la dispersión. C h a t e a u b r i a n d , Stendhal,
L a m a r t i n e , Balzac, H u g o , D u m a s , la C o n d e s a d e Segur, G e o r g e
Sand, Musset, Baudelaire, J u l i o V e m e , Zola, D a u d e t , Verlaine, A n a -
tole F r a n c e , M a u p a s s a n t y L o t t i . H a y u n a a u s e n c i a notable y es la
de F l a u b e r t q u e , citado veintiséis veces, sólo llega a o c u p a r el

162
p u e s t o sesenta y siete, e n t r e J e a n C o c t e a u y Dostoyevski, p e r o q u e
«crá « r e c u p e r a d o » c u a n d o efectuemos el r e c u e n t o p o r niveles de
e s t u d i o . U n a d e las r a z o n e s posibles d e esta desventaja es, lo vere-
m o s a c o n t i n u a c i ó n , el q u e n i n g u n a d e las o b r a s d e F l a u b e r t h a sido
llevada al cine.
Sin e m b a r g o , al analizar los c i n c u e n t a primeros a u t o r e s d e las
lisias correspondientes a la selección d e c a d a u n o d e los niveles
d e estudios nos v e m o s sorprendidos p o r la estabilidad d e la i m a g e n
histórica. Las v a r i a c i o n e s son significativas, p e r o p o c o n u m e r o s a s . E n
p r i m e r lugar p u e d e c o m p r o b a r s e q u e c i e r t o n ú m e r o d e a u t o r e s — c a -
t o r c e c o n c r e t a m e n t e — figuran en c a d a u n a d e las c i n c o listas y q u e ,
e s t o es lo m á s i m p o r t a n t e , en c a d a i m a d e ellas en u n l u g a r m á s o
m e n o s semejante. P o d e m o s , p o r l o t a n t o , considerar q u e estos c a t o r -
c e a u t o r e s constituyen el estereotipo n a c i o n a l de la l i t e r a t u r a fran-
cesa. S o n :

Montaigne ' Racine Balzac


Corneille ' ' Voltaire Hugo
La Fontaine Rousseau Dumas
Mohére Chateaubriand Zola
Pascal ' í. . ' - Lamartine

P o d e m o s a ñ a d i r a esta Usta otros seis a u t o r e s citados s o l a m e n t e


en c u a t r o listas, p e r o en b u e n p u e s t o :

Rabelais George Sand Baudelaire


M m e . de Sévigné Musset ' J. V e r n e

Obsérvese q u e en el m o m e n t o en q u e disminuye la selectividad


d e criterios el equiUbrio d e los siglos t i e n d e a r o m p e r s e a favor del
x v u y el XIX. E l q u e J u l i o V e m e a p a r e z c a entre los elegidos es es-
p e c i a l m e n t e interesante p u e s d e m u e s t r a la t e n a c i d a d d e u n a r e p u -
tación q u e p a r e c í a y a h a b e r e n t r a d o en su o c a s o .
E s m u y posible q u e u n análisis de los m a n u a l e s en uso en los
c e n t r o s escolares franceses de los distintos g r a d o s nos p r o p o r c i o n e
u n a lista m á s o m e n o s semejante. Sin e m b a r g o , cabe ir m á s lejos y
p r e g u n t a r s e acerca d e la influencia de los diferentes ó r d e n e s d e en-
s e ñ a n z a , sobre t o d o en F r a n c i a d o n d e , hasta estos últimos a ñ o s , la
e n s e ñ a n z a p r i m a r i a y la enseñanza .secundaria han tenido formas d e
p e n s a r y d e p r e s e n t a r los hechos m u y diferentes.
T o m a n d o p o r eje los estudios .secundarios cortos, q u e p a r t i c i p a n
de los dos tipos de e n s e ñ a n z a , hemos d e t e r m i n a d o en p r i m e r l u g a r
cuáles son los a u t o r e s c i t a d o s p o r los reclutas de formación p r i m a r i a
y n o p o r los de f o r m a c i ó n secundaria. S o n los siguientes:

163
Ronsard Montesquieu A. Daudet
Bossuet Diderot A. France
Boileau Beaumarchais Maupassant
M m e . d e Lafayette C . d e Segur J. R e n a r d
La Bruyére T. Gautier

E n esta lista es fácilmente localizable el factor l e c t u r a - d i c -


tado-recitación, r e p r e s e n t a d o p o r R o n s a r d , Bossuet (Madame se
meurt...). L a Bruyére, Boileau, T . G a u t i e r , D a u d e t , F r a n c e , M a u -
passant y R e n a r d ; M a d a m e d e Lafayette se explica, sin d u d a , p o r
las versiones cinematográficas e ilustradas d e La Princesa de Cléves.
L a C o n d e s a de Segur es u n r e c u e r d o de l e c t u r a infantil m u y c a r a c t e -
rístico de esta clase de individuos. Julio V e r n e o c u p a el lugar n u e v e
en la lista de reclutas d e estudios p r i m a r i o s incompletos, el o n c e e n
la d e estudios p r i m a r i o s c o m p l e t o s , el diecinueve e n la c o r r e s p o n -
diente a estudios s e c u n d a r i o s breves, el c u a r e n t a y cinco e n la d e
estudios secundarios largos y el n o v e n t a y siete e n la de estudios u n i -
versitarios. P e r o el f e n ó m e n o m á s notable es p r o b a b l e m e n t e la b r u -
tal intensificación del siglo xviii c o n M o n t e s q u i e u , D i d e r o t y B e a u -
m a r c h a i s , tres escritores q u e f o r m a n p a r t e d e l o q u e suele l l a m a r s e
p r e p a r a c i ó n intelectual d e la R e v o l u c i ó n f r a n c e s a y constituyen u n a
elocuente m u e s t r a de la o r i e n t a c i ó n r e p u b l i c a n a tradicional d e la
e n s e ñ a n z a p r i m a r i a francesa.
O b s e r v a n d o a h o r a los a u t o r e s citados p o r los reclutas de f o r -
m a c i ó n s e c u n d a r i a y n o p o r los d e f o r m a c i ó n p r i m a r i a , o b t e n d r e -
m o s u n a lista distinta, p e r o n o m e n o s e l o c u e n t e :

Descartes To lsto i Kafka 'í


Stendhal •' i ' B e r g s o n Bemanos ir '
Flaubert Proust \'\.fh
Dostoyevski '. ' Péguy ' ' i ' '•: "•'"?

E s fácil v e r en ella u n r e c u e r d o de las clases d e filosofía: D e s -


cartes y Bergson, las i n q u i e t u d e s espirituales juveniles: P é g u y y B e r -
n a n o s , y, s o b r e t o d o , ese d e s c u b r i m i e n t o d e l a novela del siglo x r x
q u e es característico d e los últimos años d e colegio y los p r i m e r o s
a ñ o s de f a c u l t a d : S t e n d h a l , F l a u b e r t , D o s t o y e v s k i , Tolstoi. L o s n o -
velistas rusos son los p r i m e r o s extranjeros q u e a p a r e c e n en estas lis-
tas, seguidos d e K a f k a , q u e es u n escritor d e m o d a .
P e r o q u i z á el f e n ó m e n o m á s interesante es la vuelta al p r e s e n -
te. L a m i t a d d e estos escritores p e r t e n e c e n a los últimos a ñ o s del
siglo XIX o prim e ros del x x . T o d o s son m u y p r ó x i m o s a n o s o t r o s .
Y, p r e c i s a m e n t e , a h o r a v a m o s a e x a m i n a r q u é es lo q u e o c u r r e e n

164
la zonu intermedia e n t r e el p a s a d o y el p r e s e n t e , es decir, e n l a z o n a
cronológica en q u e las vidas de los escritores desaparecidos reciente-
m e n t e o todavía vivos, p e r o en e d a d a v a n z a d a , se j i m t a n a las d e los
escritores nacidos m á s t a r d e y fallecidos m á s jóvenes.
Y a desde el p r i n c i p i o se c o m p r u e b a u n a diferencia f i m d a m e n t a l
e n t r e el c o m p o r t a m i e n t o d e los r e c l u t a s q u e sólo h a n r e c i b i d o t m a
e d u c a c i ó n p r i m a r i a y los q u e h a n r e c i b i d o i m a secundaria.
E n la lista c o n f e c c i o n a d a p o r los p r i m e r o s existe u n a s e p a r a c i ó n
m u y m a r c a d a e n t r e el ú l t i m o de los a u t o r e s fallecidos h a c e m á s de
veinte años, Jules R e n a r d , n a c i d o e n 1 8 6 4 , m u e r t o en 1 9 2 0 , y el
g r u p o de autores c o n t e m p o r á n e o s p r e s i d i d o p o r M a u r i a c y M a u r o i s ,
nacidos en 1888 y t o d a v í a vivos. E n este espacio sólo a p a r e c e n dos
n o m b r e s : el de C o l e t t e — r e c u e r d o t í p i c a m e n t e escolar, p u e s Colette
h a sido d u r a n t e m u c h o t i e m p o fuente d e dictados y lecturas—• n a c i -
d a en 1873 y d e s a p a r e c i d a en 1954, y el d e Delly, s í m b o l o d e t o d a
lu literatura s e n t i m e n t a l y s e u d ó n i m o d e u n h e r m a n o y u n a h e r m a n a
nacidos en 1 8 7 5 y 1 8 7 6 , fallecidos en 1947 y 1949. D e l m i s m o
m o d o q u e Jules R e n a r d q u e d a t a m b i é n aislado, p r e c e d i e n d o a M a u -
passant y Loti, q u e n a c i e r o n en 1850, p o r l o cual p u e d e decirse q u e
hay un salto d e u n a generación.
N a d a de esto o c u r r e en las listas d e reclutas q u e h a n recibido
u n a educación s e c u n d a r i a o superior. E n t r e Loti y M a u r i a c p u e d e
constatarse, en c a m b i o , la p r e s e n c i a d e u n g r u p o i m p o r t a n t e de
escritores de p r i m e r p l a n o : • , * • • , • , ' ^' f, ' '

Bergson: 1 8 5 9 - 1 9 4 1 ; Valéry: 1871-1945;


Alain: 1868-1901; P é g u y : 1873-1914;
Claudel: 1868-1955; , K a f k a : 1883-1924;
Gide: 1868-1951; Bachelard: 1884-1963.
Proust: 1871-1945;

Y a h e m o s visto l o q u e significaba l a presencia d e K a f k a y de


Péguy. Bergson, A l a i n y Bachelard se explican en las clases de filo-
sofía. P e r o la p r e s e n c i a d e Claudel, G i d e y Proust es especialmente
significativa. E s t a m o s a n t e tres a u t o r e s «problemáticos» q u e sufren
la crisis clásica d e olvido y r e d e s c u b r i m i e n t o tras la cual serán
desechados p o r la m e m o r i a histórica.
N o s e n f r e n t a m o s aquí d i r e c t a m e n t e c o n la diferencia d e c o m -
p o r t a m i e n t o e n t r e los niveles de estudios superiores e inferiores. Los
jóvenes de un nivel de estudios superiores, q u e pertenecen o p e r t e n e -
c e r á n a la m i n o r í a activa del p ú b l i c o ilustrado, participan en la
elaboración de la i m a g e n histórica d e la literatura m i e n t r a s q u e los
»)lros reciben esta i m a g e n ya e l a b o r a d a , tal c o m o la r e p r o d u c e n

165
los libros escolares al c a b o de u n a generación. E s t o nos c o n f i r m a
la diferencia f u n d a m e n t a l q u e existe en nuestras sociedades, desde el
p u n t o de vista d e la e d u c a c i ó n y la estructura social, entre el l e c t o r
ilustrado y el lector p o p u l a r . U n o es activo, el o t r o pasivo.
E s t a observación a p a r e c e c o n f i r m a d a p o r el e x a m e n d e las
listas d e a u t o r e s vivos. E m p e c e m o s p o r la lista general que nos ofre­
ce y a indicaciones s u m a m e n t e útiles. E n c o n t r a m o s , p o r o r d e n d e
preferencia, en p r i m e r l u g a r a Saint-Exupéry, e n u n puesto d e s t a ­
c a d o , después a los a u t o r e s d e novelas policíacas populares, P a u l
K e n n y , J e a n B r u c e , y, a c o n t i n u a c i ó n , u n g r u p o f o r m a d o p o r C a -
m u s , Sartre, Fran90ise S a g a n , H e m i n g w a y y M a u r i a c , seguidos
de M a l r a u x y d e H e r v é Bazin e n m a r c a d o p o r o t r o s dos autores d e
novelas policíacas p o p u l a r e s : Laforest y S a n A n t o n i o , a c o n t i n u a ­
ción M a u r o i s , aislado y, p o r ú l t i m o , el g r u p o d e cola c o n D u h a m e l ,
Steinbeck, P i e r r e Benoit y P a g n o l .
H e m o s de decir i n m e d i a t a m e n t e que seis a u t o r e s , citados en las
c i n c o listas, constituyen u n estereotipo de é p o c a c o m p a r a b l e al e s ­
tereotipo histórico. Son, e n este o r d e n :

Saint E x u p é r y Sartre Mauriac '


Camus F r a n f oise Sagan Malraux

E s t e ú l t i m o en el v e i n t i o c h o lugar de la clasificación general,


llega a ser c i t a d o n o v e n t a y c u a t r o veces.
Existe, sin e m b a r g o , i m a diferencia f u n d a m e n t a l con el e s ­
t e r e o t i p o histórico. E n este ú l t i m o la clasificación relativa d e los
autores n o estaba afectada p o r el nivel de estudios. A q u í , algunos
autores c o m o C a m u s y M a l r a u x , efectúan subidas impresionantes e n
las listas de u n nivel s u p e r i o r m i e n t r a s que o t r o s , c o m o F r a n ^ o i s e
Sagan, descienden. P o r ejemplo, C a m u s , el diecisiete en la lista d e
estudios p r i m a r i o s incompletos p a s a a ser el p r i m e r o en la de estu­
dios universitarios; M a l r a u x p a s a del puesto t r e i n t a y seis al c u a r t o ,
m i e n t r a s q u e Frangoise S a g a n , q u e o c u p a b a el p u e s t o diecinueve
p a s a a h o r a al treinta y seis. E s t o s cambios s u p o n e n u n juicio crítico
en niveles superiores m i e n t r a s q u e el estereotipo es acogido pasiva­
m e n t e p o r los niveles inferiores. L o s n o m b r e s de los autores, en las
respuestas de estos niveles inferiores, suelen a p a r e c e r además c o n
u n a ortografía m u y deficiente, lo cual s u p o n e u n c o n o c ú n i e n t o
muy rudimentario.
O t r o g r u p o fácilmente identificable, el de los novelistas policía­
cos, K e n n y , B r u c e , Laforest y S a n A n t o n i o , a l c a n z a n u n a p o p u l a r i ­
dad casi universal. E n la lista del nivel universitario B r u c e a p a r e c e
todavía en el puesto treinta y u n o y K e n n y e n el c u a r e n t a y tres.

166
P c t e r C h e n c y , F i e r r e N o r d , Simenon, y A g a t h a Christie son t a m b i é n
c i t a d o s de m a n e r a esporádica, p e r o e v i d e n t e m e n t e su n o t o r i e d a d n o
«O iguala a la p o p u l a r i d a d — c o n s t a n t e e n todos los n i v e l e s — de
aquellos autores q u e escriben en colecciones baratas.
A estos dos g r u p o s p u e d e n a ñ a d i r s e los d e autores q u e , a u n q u e
c i t a d o s solamente en c u a t r o , tres o incluso d o s listas, a p a r e c e n en los
e x t r e m o s de la escala y p o r lo t a n t o p u e d e considerarse q u e tienen
u n a audiencia g e n e r a l . S o n H e r v é Bazin y Fierre Benoit (citados
c u a t r o veces), P a g n o l y G r a h a m G r e e n e (citados tres veces), M a u r o i s
y Kcssel (citados dos veces).
P o r lo d e m á s es posible c o m p r o b a r a p r i m e r a vista u n a dife-
r e n c i a con respecto a l o q u e o c u r r í a en el c a s o de los a u t o r e s ya
fallecidos: las listas d e los niveles inferiores n o citan p r á c t i c a m e n t e
m á s escritores q u e los q u e a c a b a m o s d e n o m b r a r —incluidos dos o
tres autores d e novelas policíacas d e s e g u n d a fila y C l o s t e r m a n ,
a u t o r d e relatos d e g u e r r a , cuya l e c t u r a c o r r e s p o n d e a la m i s m a
motivación de violencia q u e la de las n o v e l a s policíacas de la serie
negra.
E v i d e n t e m e n t e los jóvenes q u e n o h a n s u p e r a d o el nivel d e
estudios p r i m a r i o s n o t i e n e n m á s c o n o c i m i e n t o de la l i t e r a t u r a c o n -
t e m p o r á n e a q u e la q u e reflejan los títulos d e los periódicos (lista
estereotipo), el cine, la r a d i o , la televisión, los comics y sus p r o p i a s
lecturas de colecciones b a r a t a s .
El c u a d r o es c o m p l e t a m e n t e diferente en lo q u e r e s p e c t a al
nivel de estudios s u p e r i o r e s . Sus Ustas e n c o n j u n t o citan u n total de
c u a r e n t a n o m b r e s d e escritores fallecidos m e n o s de veinte a ñ o s antes
de la encuesta, veinticinco de los cuales n o figuran en las listas del
nivel inferior (sin t e n e r en cuenta los q u e h e m o s clasificado en la
z o n a intermedia e n t r e los vivos y los desaparecidos, G i d e o V a l é r y ,
p o r ejemplo).
P o r otra p a r t e , l o q u e constituye u n aspecto m á s i m p o r t a n t e
t o d a v í a , las hstas p r e s e n t a d a s p o r c a d a u n o de los tres niveles de
esludios secundarios c o r t o s , estudios s e c u n d a r i o s largos y estudios
universitarios se diferencias unas de las o t r a s y ofrecen u n a g r a n
oiiginalidad. Sólo dos escritores sobre veinticinco aparecen n o m b r a -
dt)s en las tres listas: Steinbeck y G i o n o ; s ó l o cinco a p a r e c e n n o m -
b r a d o s en dos listas: J u l e s R o m a i n s , F a u l k n e r , Slaughter, C r o n i n y
l'royat.
A u n q u e la lista d e estudios s e c u n d a r i o s cortos sólo tiene en
exclusividad, lo q u e es m u y natural, u n a u t o r , D u h a m e l (¿será u n a
c o n s e c u e n c i a de su p a s o p o r la presidencia d e la Alianza F r a n c e s a ? ) ,
las o t r a s dos listas (estudios secundarios largos y estudios universita-
rios) tienen en p r o p i e d a d exclusiva u n a n u e v e autores y la o t r a o c h o .

161
Se trata, p o r lo tanto, del crisol en q u e sé e l a b o r a el g u s t o literario
de una generación según criterios propios d e c a d a nivel de f o r m a -
ción intelectual. /
L o s a u t o r e s citados exclusivamente p o r el g r u p o d e estudios
secundarios son p o r o r d e n d e e d a d :

Huxley Van der Meersch Cesbron i' '


Careo Marcel A y m é Lartéguy
Malaparte Des Cars M . d e Saint-Pierre

L o s del nivel de estudios universitarios son, en el m i s m o o r d e n :

Giradoux ' Montherlant Brasillach


M a c Orlan r ; Aragón Anouilh i, \
Dorgelés ' ' Koestler • •• '

Obsérvese e n p r i m e r l u g a r la e x t r a o r d i n a r i a p r u d e n c i a de estos
jóvenes q u e n o n o m b r a n a n i n g ú n a u t o r d e la ú l t i m a generación.
E s sobre t o d o n o t a b l e la a u s e n c i a d e autores del nouveau román.
A título d e ejemplo, sus dos principales r e p r e s e n t a n t e s , M a r g u e r i t e
D u r a s y A l a i n Robbe-Grillet o c u p a n u n p u e s t o inferior al setenta y
cinco. S o n citados en total tres veces, t a n t o c o m o Brasillach, p e r o
m i e n t r a s q u e éste es citado sólo p o r el g r u p o restringido de estu-
diantes de m e d i c i n a y de d e r e c h o , las m e n c i o n e s de M a r g u e r i t e
D u r a s y de Robbe-Grillet, q u e , c o n t o d a evidencia, se deben a la
influencia d e ediciones b a r a t a s , a p a r e c e n diseminadas entre la m a s a
d e los niveles d e estudios inferiores y son m e n o s significativas. E l
escritor m á s j o v e n citado es M i c h e l d e Saint P i e r r e , q u e n o tenía
c u a r e n t a y seis a ñ o s en el m o m e n t o d e la encuesta.
L a lista d e los niveles d e estudios secundarios p a r e c e d e m o s -
t r a r , p o r u n a p a r t e , u n a afición al best-seller (la m a y o r í a de los
a u t o r e s recientes q u e allí se citan tienen ediciones d e impresionantes
tiradas) y, p o r o t r a p a r t e , u n cierto c o m p r o m i s o d e d e r e c h a s q u e
n o contradice, evidentemente, l a presencia d e H u x l e y y d e Malapar-
te, el ú n i c o extranjero citado sin c o n t a r ingleses y a m e r i c a n o s .
L a lista d e nivel universitario es totalmente diferente. N o nos
a s o m b r a e n c o n t r a r a G i r a u d o u x , en el e x t r e m o límite e n t r e lo c o n -
t e m p o r á n e o y l o histórico y a u t o r «problemático» si es q u e los hay.
Esta lista, e n efecto, lleva la m a r c a del juego intelectual e n el sen-
tido noble d e la p a l a b r a . Las aficiones son diversas: A r a g ó n , Brasi-
llach y Koestler constituyen u n c u r i o s o e indiscutible equilibrio.
Y, ul fin, v e m o s aparecer el t e a t r o ( G i r a u d o u x , M o n t h e r l a n t ,
Anouihl), el g é n e r o actual y vivo p o r excelencia. J

I 6 H í ' ': _ ,
Esta última c o m p a r a c i ó n nos c o n f i r m a , p o r lo t a n t o , el c a r á c t e r
c o m p r o m e t i d o y a c t i v o de la visión d e l a literatm^a c o n t e m p o r á n e a
en los niveles d e estudios superiores m i e n t r a s q u e en los otros esta
visión a p a r e c e r e f o r z a d a p o r los m e c a n i s m o s d e los m e d i o s d e c o m u -
n i c a c i ó n de m a s a s , incluidas las ediciones b a r a t a s , del m i s m o m o d o
q u e la de la l i t e r a t u r a histórica lo e s t a b a p o r los p r o g r a m a s escola-
res y los m i s m o s m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n d e masas.
D i g a m o s , p a r a t e r m i n a r , que este a s p e c t o del p r o b l e m a es sola-
m e n t e parcial. E l e x a m e n d e las selecciones en base al nivel intelec-
tual general y n o en b a s e al nivel d e estudios descubrirá f e n ó m e n o s
c o m p l e t a m e n t e diferentes. L o único q u e h e m o s t r a t a d o d e d e m o s t r a r
es q u e la organización escolar y universitaria en u n país de t r a d i c i ó n
d e m o c r á t i c a c o m o es F r a n c i a , tiende sin e m b a r g o , q u i z á c a d a v e z
m e n o s , p e r o todavía d e u n a forma i m p o r t a n t e , a convertir la litera-
t u r a e n algo p r o p i o d e u n a minoría d e estudiosos y a a l i m e n t a r a la
g r a n m a y o r í a d e lectores bien con p r o d u c t o s artificiales y s t a n d a r -
d i z a d o s , o bien c o n u n a m a t e r i a literaria p r e p a r a d a y, en cierto
m o d o , predigerida p o r aquellos q u e h a n t e n i d o la suerte d e llegar
a los niveles superiores d e la educación.

' Coloquio

SANGUINETI

E n c u e n t r o este t r a b a j o apasionante, t a n t o c o m o el i n f o r m e K i n -
scy, a u n q u e se sitúa a o t r o nivel, p o r s u p u e s t o . P r e c i s a m e n t e m e
p r e g u n t o si n o h a b r á e n c o n t r a d o usted las m i s m a s dificultades, es
decir, u n cierto g r a d o d e resistencia en las respuestas. C r e o q u e
a u n q u e n o haya existido t a n t a resistencia c o m o en las respuestas
del i n f o r m e Kinsey h a b r í a q u e t o m a r en c u e n t a este factor.
O t r a objeción m á s c o n c r e t a y p a r t i c u l a r ; la p r e g u n t a e r a m u y
v a g a : « ¿ Q u é autores c o n o c e usted?». ¿ C r e e u s t e d v e r d a d e r a m e n t e
q u e esta p r e g u n t a tiene el m i s m o significado p a r a u n universita-
rio q u e p a r a alguien q u e n o h a t e r m i n a d o sus estudios p r i m a r i o s ?
Existen d o s fenómenos s u p e r p u e s t o s : la n o c i ó n d e c o n o c i m i e n t o y
la imagen de la lileratura; se t r a t a de dos funciones que n o se m o d i -
fican n e c e s a r i a m e n t e de la m i s m a m a n e r a y c r e o que h a b r í a q u e
calcular esta distorsión d e variación.

1 6 9
ESCARPIT /

E n n u e s t r a encuesta, la p r e g u n t a a la q u e usted alude f o r m a


p a r t e d e u n a serie d e veintiséis p r e g u n t a s ; l o c u a l nos p e r m i t e
enfrentarnos c o n l a s e g u n d a dificultad. A t a q u e m o s e n varios frentes.
P u e s t o q u e usted se h a r e f e r i d o al informe K i n s e y le diré q u e m e
p a r e c e m á s difícil d a r respuestas francas en el d o m i n i o cultural q u e
en el d o m i n i o sexual. E n m a t e r i a d e sexualidad existe u n cierto e x h i -
bicionismo q u e facihta las confesiones y que n o se d a en absoluto en
m a t e r i a cultural. T a m b i é n h e m o s t e n i d o en c u e n t a el f e n ó m e n o de
la resistencia calculada. D a m o s a las respuestas u n a interpretación
provisional q u e n o s r e s e r v a m o s el d e r e c h o a m o d i f i c a r t e n i e n d o e n
«.uenta el c o n j u n t o . E n fin, t o m a en consideración t a m b i é n el h e c h o
de q u e las p e r s o n a s interrogadas n o entienden t o d a s la p a l a b r a « c o -
n o c e r » del m i s m o m o d o . Se t r a t a de ima v a r i a b l e digna de ser t e -
n i d a en c u e n t a . ,. ,, , , ,,,'„„, , ,y ,..í./,.I .r, •„..•• i,,-

SANGUINETI • 'í , ' • ; ) - ^^ . r •

A c a b a usted d e decir q u e existe u n exhibicionismo sexual y q u e


n o existe u n exhibicionismo cultural. P e r o en estas condiciones m e
p a r e c e , p o r el c o n t r a r i o , q u e c a b e n m á s riesgos d e d e f o r m a c i ó n q u e
en las encuestas sexuales.

ESCARPIT

Las dificultades c o n q u e t r o p e z a m o s , en m a t e r i a cultural, son


c i e r t a m e n t e m á s grandes q u e e n m a t e r i a sexual. N o s hallamos c o n
u n g r a n n ú m e r o d e tabúes sociales. M i a y u d a n t e , la señorita R o b i -
ne, q u e está a q u í presente, está realizando en la actualidad p r e e n -
cuestas a c e r c a de l a lectura en la región de B u r d e o s con a y u d a de
u n p e q u e ñ o m a g n e t ó f o n o p o r t á t i l . D e esta f o r m a h a realizado e n t r e -
vistas libres de u n a h o r a o d o s c u y o s elementos h e m o s d e s c o m p u e s t o
m á s t a r d e según el m é t o d o de análisis de los c o n t e n i d o s . P u e d o
asegurarle q u e las reacciones d e defensa de los entrevistados son m u y
fuertes; h a c e falta v e r d a d e r a m e n t e u n a astucia casi diabóUca p a r a
lograr a n u l a r esta actitud defensiva y d e s c o n c e r t a r a las personas
entrevistadas de f o r m a q u e se sienten a la m e s a y n o s digan l a
verdad.
N o s h e m o s enfrentado d e n u e v o con estos m i s m o s tabúes s o -
ciales al e x a m i n a r los escaparates d e las librerías clasificándolas p o r

170 : ;
tipos d e establecimiento. E l e x a m e n d e las librerías indica la r e a l i d a d
d e las ventas; en efecto, c o m o los stocks inutilizados salen c a r o s ,
el librero g u a r d a e n l a t i e n d a sólo l o s l i b r o s q u e tiene o p o r t u n i d a d
d e v e n d e r . E n el e s c a p a r a t e p o n e , en c a m b i o , los libros q u e r e p r e -
s e n t a n la i m a g e n del p ú b l i c o al q u e se q u i e r e atraer, es decir, la
i m a g e n q u e ese p ú b l i c o tiene de sí m i s m o y de sus p r o p i a s l e c t u r a s .
E l e s c a p a r a t e de u n a g r a n librería evita, p o r ejemplo, la n o v e l a poli-
c í a c a , la rosa, etc., m i e n t r a s q u e en el interior se e n c u e n t r a n t a n t a s
o b r a s d e este tipo c o m p en la librería d e clientela p o p u l a r , l a c u a l sí
las exhibe en el e s c a p a r a t e . L o s t a b ú e s c o n t r a r i o s se d a n e n los b a -
r r i o s obreros d o n d e las novelas recientes sólo se e n c u e n t r a n e n el
interior ya que en el e s c a p a r a t e r e s u l t a r í a n pretenciosas.
P a r a d a r o t r o e j e m p l o de los t a b ú e s sociales les r e l a t a r é u n a
a n é c d o t a . U n día, m i e n t r a s p a s a b a u n a s vacaciones con u n o d e n ú s
c o m p a ñ e r o s , le p e d í q u e m e p r e s e n t a r a el s á b a d o u n i n f o r m e d e las
l e c t u r a s q u e h a b í a r e a l i z a d o d u r a n t e la s e m a n a . Sin decirle n a d a
le o b s e r v é d u r a n t e t o d a la semana y c u a n d o m á s tarde m e m e n c i o n ó
sus lectxu-as m e di c u e n t a de que h a b í a o m i t i d o el c u a r t o de h o r a
c o t i d i a n o r e s e r v a d o a la lectura de «Chéri-Bibi» y «Arabelle la siré-
n e » , e n el France-Soir. Y d e b u e n a fe, n o creía que se t r a t a r a d e
lectura propiamente dicha.

SANGUINETI , •{'f'^ •"u)'^^

P r e c i s a m e n t e tal c o m o está p l a n t e a d a la p r e g u n t a « ¿ q u é a u t o r e s
c o n o c e usted?», m e p a r e c e q u e e n t r a ñ a u n a l l a m a d a insistente a esos
t a b ú e s socioculturales, s o b r e t o d o en l o q u e se refiere a las clases
sociales superiores. T a m b i é n p u e d e n i n t e r v e n i r otros factores acci-
dentales q u e p e r t u r b e n p r o f u n d a m e n t e el significado de la r e s p u e s t a
a la p r e g u n t a f o r m u l a d a ; d e todas f o r m a s n u n c a p e r m a n e c e m o s en
u n nivel p u r a m e n t e intelectual; se p a s a c o n t i n u a m e n t e d e u n nivel
al o t r o . U s t e d nos dice q u e la imagen o b t e n i d a es i m p u r a p e r o q u e
p u e d e extraerse, d e s p u é s d e u n a i n t e r p r e t a c i ó n provisional, u n a cier-
ta idea p u r a de esta i m a g e n i m p u r a . P e r o entonces n o son ya los
h e c h o s n i las cifras los q u e hablan p o r sí m i s m o s , es usted el q u e
i n t r o d u c e sus conclusiones. E s t o p o n e d e manifiesto la e x t r a o r d i n a r i a
dificultad, p o r n o decir imposibiUdad, d e o b t e n e r u n significado in-
m e d i a t o de los h e c h o s . Se c o r r e siempre el p e l i g r o de aferrarse a u n a
interpretación d e t e r m i n a d a de la i m a g e n i m p u r a q u e ofrecen los
h e c h o s en la m e d i d a en q u e confirma l o q u e ya sabemos.

171
ESCARPIT

M e p a r e c e q u e existe u n m a l e n t e n d i d o ; la encuesta a q u e m e
estoy refiriendo n o h a t e r m i n a d o . Sus críticas e s t á n p o r lo t a n t o p e r -
fectamente justificadas. M e h e e q u i v o c a d o , lo confieso, al h a c e r lo
q u e he h e c h o hoy, es decir, p r e s e n t a r rni i n f o r m e i n c o m p l e t o . P r e -
tendía ofrecer u n ejemplo del desarrollo de u n a investigación. N u n c a
publico n a d a antes de h a b e r llegado a resultados positivos. P e r o se
nos h a p e d i d o q u e v i n i é r a m o s a q u í p a r a ofrecer u n ejemplo d e los
estudios q u e estamos r e a h z a n d o . C r e o q u e esto es lo q u e he h e c h o
y c o m o r e s u l t a b a u n p o c o a b u r r i d o ofrecer s o l a m e n t e cifras he a p u n -
t a d o u n a interpretación provisional. N u e s t r o trabajo hace y a d o s
a ñ o s q u e se está r e a l i z a n d o y todavía n o h e m o s p u b l i c a d o n a d a al
respecto. ( C o n o z c o m u y p o c a s organizaciones q u e h u b i e r a n d e m o s -
t r a d o t a n t a discrección.) T o d a v í a t a r d a r e m o s u n a ñ o o dos m á s e n
p u b h c a r algo, hasta q u e t o d o esté c o n t r o l a d o . T r a b a j a m o s lenta p e r o
prudentemente.

GOLDMANN ' * "

L a s respuestas a im c u e s t i o n a r i o d e p e n d e n d e mtiltiples factores


accidentales. U n o d e mis amigos, q u e era p o r a q u e l entonces p r o -
fesor d e S a r r e b r ü c k , m e h a c o n t a d o a este r e s p e c t o la siguiente a n é c -
d o t a : T e n í a e n t r e m a n o s u n trabajo sobre cuestionarios en los p u e -
blos. Se t r a t a b a d e m e d i r la p o p u l a r i d a d de ciertos hderes políticos
a l e m a n e s . D e repente, u n d í a se dio cuenta d e q u e en u n p e q u e ñ o
p u e b l o u n personaje político de q u i n t a fila g o z a b a de u n a e n o r m e
p o p u l a r i d a d . Investigando s o b r e el h e c h o se e n t e r ó d e q u e la víspera
este personaje h a b í a sido o b j e t o de u n reportaje en la televisión.
V e m o s hasta q u é p u n t o h a y q u e desconfiar d e la intervención d e
factores accidentales. Es n e c e s a r i o , p o r supuesto, u t i h z a r cuestiona-
rios, p e r o n o c o m o m é t o d o tínico n i siquiera p r i n c i p a l . L a entrevista
cUnica m e p a r e c e que p u e d e ofrecer resultados igualmente ricos.
¿ N o cree usted interesante c o m p l e t a r su encuesta m e d i a n t e el a n á h -
sis d e u n cierto n i i m e r o d e entrevistas? i

ESCARPIT .^^ '' \

E n el p r o g r a m a de t r a b a j o q u e he t r a z a d o en m i p e q u e ñ a o b r a
Sociologie de la Littérature, e x p h c o q u e la estadística hace surgir
un cierto n ú m e r o de f e n ó m e n o s constantes q u e necesitan e x p h c a -

172
c i ó n , de c u a d r o s generales, p e r o q u e la entrevista es el ú n i c o m e d i o
p a r a alcanzar l o c o n c r e t o . E n todos n u e s t r o s estudios p a r t i m o s d e u n
análisis p a r a llegar a l a historia d e los c a s o s concretos.
L a encuesta d e la q u e les h e h a b l a d o es u n g r a n o d e arena.
E m p l e a m o s s i m u l t á n e a m e n t e o c h o o diez caminos d e a c c e s o al fe-
n ó m e n o literario. P a r a l e l a m e n t e a esta encuesta e n t r e los jóvenes
reclutas realizamos o t r a , de signo inverso, en las bibliotecas d e las
fábricas de la región d e Burdeos; c o n estos m é t o d o s diferentes trata-
m o s d e a c e r c a m o s a l m i s m o p r o b l e m a . N o se trata, e v i d e n t e m e n t e ,
del m i s m o g r u p o d e p e r s o n a s , p e r o ustedes p u e d e n c o m p r e n d e r q u e
c u a n d o se obtiene del Ejército p e r m i s o p a r a insertar u n c u e s t i o n a r i o
d e sociología d e la l i t e r a t u r a d e n t r o d e los cuestionarios q u e la a u t o -
r i d a d militar distribuye e n t r e los jóvenes reclutas u n o se limita a d e -
cir gracias sin p o n e r condiciones. A este respecto, u n a ú l t i m a obser-
v a c i ó n . H i c i m o s i m p r i m i r u n cuestionario d e presentación t o t a l m e n -
t e idéntico al del Ejército, de f o r m a q u e los reclutas n o se dieran
c u e n t a de la diferencia del origen.
E n lo que r e s p e c t a a nuestros estudios en las bibliotecas p r e t e n -
d e m o s difundir en ellas diez mil cuestionarios simphficados; v a m o s
a f o r m a r u n a b a s e d e estudio e s c a l o n a d a q u e llenaremos bajo la
dirección de u n e n c u e s t a d o r especializado de mi C e n t r o .
E n r e s u m e n , u n estudio del t i p o del q u e estoy h a b l a n d o n o
tiene sentido si n o v a a c o m p a ñ a d o d e u n estudio inverso. I r é m á s
lejos a ú n ; p a r a q u e este estudio a l c a n c e u n a conclusión (lo q u e t e n e -
m o s p r o g r a m a d o en m i C e n t r o a diez a ñ o s vista) es n e c e s a r i o a n a -
lizar t a m b i é n el c o n t e n i d o de las l e c t u r a s . Sólo en ese m o m e n t o
q u i z á p o d r e m o s e m p e z a r a f o r m a m o s o p i n i o n e s claras sobre la t o t a -
lidad del p r o b l e m a .

173
10
C o n d i c i ó n s o c i o l ó g i c a d e la
p u e s t a e n e s c e n a teatral
por Bernard Dort

T o d a reflexión acerca del t e a t r o c o n t e m p o r á n e o nos c o n d u c e


inevitablemente al a c o n t e c i m i e n t o q u e i n a u g u r ó literalmente este
t e a t r o : la d e t e r m i n a c i ó n d e la p u e s t a en escena e n t a n t o q u e técnica,
es decir, en t a n t o q u e a r t e a u t ó n o m o y la a p a r i c i ó n del director d e
escena c o m o el iinico m a e s t r o d e o b r a s del e s p e c t á c u l o . P o r ello es
c o n v e n i e n t e investigar este a c o n t e c i m i e n t o , el c a m b i o b r u s c o q u e se
p r o d u j o entonces en la actividad teatral i n t r o d u c i e n d o en ella, en
cierto m o d o , u n a n u e v a d i m e n s i ó n : la d e vm a r t e escénico diferente
del arte d r a m á t i c o , a u n q u e í n t i m a m e n t e u n i d o a él.
H a s t a 1820 n o se e m p i e z a a h a b l a r d e p u e s t a en escena, en la
acepción q u e h o y d a m o s al t é r m i n o . A n t e s p o n e r en escena sólo sig-
nificaba a d a p t a r u n texto literario c o n vistas a su representación
t e a t r a l ; la p u e s t a e n escena del t e x t o , p o r ejemplo, e r a la a d a p t a c i ó n
teatral de u n a d e t e r m i n a d a novela. L a expresión, p o r o t r a p a r t e , n o
se i m p u s o i n m e d i a t a m e n t e e n el sentido m o d e r n o : en 1860 Jules
J a n i n la calificaba todavía d e «barbarismo», a i m q u e admitía q u e
n o p o d í a evitarse y a su uso. E n los años o c h e n t a e m p i e z a a asistirse
al n a c i m i e n t o y r á p i d a c o n s a g r a c i ó n del director d e escena c o m o
v e r d a d e r o d u e ñ o del escenario. E n F r a n c i a , A n t o i n e se nos p r e s e n t a
c o m o el p r i m e r director de e s c e n a m o d e r n o , c o n su « T h é a t r e Libre»
f u n d a d o en 1887. P e r o el f e n ó m e n o n o se limita a P a r í s : es e u r o p e o .
Y a antes de A n t o i n e la compafiía de los M e i n i n g e r había d a d o u n
ejemplo d e t e a t r o d e director y n o solamente d e intérpretes o d e
a u t o r ; precisamente inspirándose e n los Meininger ( q u e t a m b i é n i n -
fluyeron sobre Antoine) Stanislavski se afirmó c o m o lo q u e él m i s m o
llamaba u n «director-tirano». > • , ;

174
F,s cierto q u e a n t e s de la a p a r i c i ó n del director d e e s c e n a el
t i p e c t á c u l o n o e r a u n p u r o p r o d u c t o del azar. E s t a b a r e g i d o p o r
un cierto o r d e n . E n n u m e r o s o s casos este o r d e n preexiste a la r e p r e -
í c n t a c i ó n teatral, c u a n d o n o al m i s m o t e x t o . L a f o r m a se d a d e
a n t e m a n o , c o m o a l g o absoluto. C a d a r e p r e s e n t a c i ó n n o e s , p o r lo
t a n t o , m á s q u e u n a s i m p l e manifestación, u n a e n c a r n a c i ó n , l o m á s
perfecta posible, de esta f o r m a q u e e n c i e r r a en sí m i s m a t o d o el
s e n t i d o del espectáculo. Así ocurre c o n t o d o el teatro ritual, c o m o
8 c manifiesta t o d a v í a e n África o e n A s i a . E l teatro o c c i d e n t a l h a
r o t o desde hace t i e m p o c o n esta ritualización y con l a s u p r e m a c í a
d e u n a puesta en e s c e n a sin director. Sin e m b a r g o existe la cos-
t u m b r e , al h a b l a r del t e a t r o de siglos p a s a d o s , de referirse a la p u e s t a
en e s c e n a : la s e ñ o r a S. W . H o l s b o e r h a titulado así su tesis: Histoire
de la mise en scéne dans le íhéátre franjáis de 1600 á 1657, y G u s t a -
v o C o h é n publica el Livre de conduite du régisseur et le Compte des
di penses pour le Mystére de la Passion jouée á Mons en 1501,*
q u e constituye u n a v e r d a d e r a «puesta e n escena escrita» d e este
espectáculo. P e r o q u e n a d i e se e n g a ñ e : se t r a t a en este c a s o del or-
d e n del espectáculo c o n c e b i d o c o m o u n m a r c o i n m u t a b l e y estereoti-
p a d o y n o de l a significación escénica del t e x t o . E l h o m b r e d e tea-
t r o q u e lleva el m a n d o d e la r e p r e s e n t a c i ó n (se trata u n a s veces del
a u t o r , otras del d i r e c t o r de la c o m p a ñ í a , o t r a s del d e c o r a d o r ) actiia
c o m o u n m a e s t r o d e c e r e m o n i a s . « O r d e n a » el espectáculo o la fiesta
- s e g ú n los m o d e l o s m á s o m e n o s c o n s a g r a d o s , m á s o m e n o s v a -
riables.

E n la I n g l a t e r r a isabelina, p o r ejemplo, el « m a e s t r o d e c e r e -
m o n i a s » q u e es « a d i c t o a la p e r s o n a del s o b e r a n o y [...] de igual
categoría q u e los d i g n a t a r i o s p e r t e n e c i e n t e s a la imperial c o r o n a
d e Inglaterra» p r e p a r a las fiestas: e n t r e o t r a s funciones tiene la de
« c o n v o c a r a las c o m p a ñ í a s de actores [...] y a los a u t o r e s p e r t e n e -
cientes a éstas [...] y o b h g a r a dichas c o m p a ñ í a s a repetir en su p r e -
sencia las comedias, interludios y otros espectáculos q u e c o n s t i t u y a n
su repertorio; elegir t a m b i é n y corregir las obras a su voluntad».^
A continuación se asiste a u n a personalización y diferenciación
c r e c i e n t e de l a l a b o r t e a t r a l . E n el o r d e n preestablecido del t e a t r o
clásico, c o n su l u g a r d e representación (el palacio) y su d u r a c i ó n
m a r c a d a de u n a vez p a r a todas, el a u t o r , el a c t o r principal o el di-
r e c t o r de la c o m p a ñ í a i n t r o d u c e n v a r i a c i o n e s . Rectifican, a d a p t a n .

• Historia de la puesta en escena en el teatro francés de 1600 a I6S7. Guía del direc-
tor y IJbro de cuentas del Misterio de la Pasión representado en Mons en 1501.
(N. del r.)
1 Véase sobre este tema la importante obra de André Veinstein: La mise en ¡cine
nifitrtú et sa condition esthétique, Flammarion, París, 1955, fundamentalmente las pági-
m» I6S-I66.

175
A b u n d a n los ejemplos. R e c o r d e m o s s i m p l e m e n t e a R a c i n e h a c i e n d o
repetir su p a p e l a C h a m p m e s l é y a Moliere, q u i e n a p a r e c e p e r s o n a l -
m e n t e en e s c e n a en Impromptu de Versaüles —el mismo Moliere
q u e , según se decía en el siglo xvii, sabe « a d a p t a r t a n bien sus piezas
a las posibilidades de sus actores q u e éstos p a r e c e n h a b e r n a c i d o
p a r a c a d a u n o de los personajes q u e r e p r e s e n t a n » — . Adaptar, la p a l a -
b r a es significativa. E s l o m i s m o q u e h a r á V o l t a i r e a y u d a d o p o r
L e k a i n y la señorita C l a i r o n : a d a p t a r la f o r m a clásica a las exigen-
cias del «siglo d e las luces».
Sin e m b a r g o en esta época algunos teóricos v a n m á s lejos y
p i d e n n a d a m e n o s que el a d v e n i m i e n t o d e u n director de e s c e n a
m o d e r n o . E n 1640 Jules d e la M e s n a r d i é r e p i d e q u e «se le e n s e ñ e
al p o e t a el a r t e de d i s p o n e r la escena de u n a f o r m a soportable si
n o p u e d e h a c e r l a perfecta» y r e c u e r d a q u e «esta t a r e a tenía a n t a ñ o
en la R e p ú b l i c a [griega] u n m a g i s t r a d o especial q u e se l l a m a b a d i -
r e c t o r de c o r o . C o m i s a r i o d e las Delicias, c u y a t a r e a c o m p r e n d í a n o
s o l a m e n t e la estructura y o r d e n a c i ó n del t e a t r o sino t a m b i é n la i n -
teligencia d e la obra d r a m á t i c a y la i m p o r t a n t e misión de o c u p a r s e
de l a i n t e r p r e t a c i ó n de los a c t o r e s e impedir q u e e n t r a d a s d e m a s i a d o
r á p i d a s o d e m a s i a d o lentas i n t e r r u m p a n los r e c i t a d o s y h a g a n l a n -
guidecer la escena».^ U n siglo m á s tarde Sebastián Mercier e s t i m a
necesaria «la intervención d e u n p o d e r i n t e r m e d i o q u e n o t e n i e n d o
ni los intereses del p o e t a n i los de los a c t o r e s sepa decir a u n o :
"el a m o r p r o p i o te h a c e g a d o " , y a los o t r o s : " e s t o es d i g n o d e ser
r e p r e s e n t a d o a n t e el público"».^ Y quizá d e b a m o s ver en Paradoxe
sur le comedien, de D i d e r o t n o sólo u n e n s a y o de psicología del
a c t o r sino u n perfecto a p u n t e de u n a r e f o r m a r a d i c a l del t e a t r o q u e
s u p o n g a la intervención de u n v e r d a d e r o d i r e c t o r de escena.
D e h e c h o hasta el siglo x i x n o se p r o d u j o lo q u e hemos l l a m a d o
el a d v e n i m i e n t o de la p u e s t a en escena ( p o r q u e n o p u e d e h a b l a r s e
de creación ex nihilo), es decir, el p a s o de la «dirección» a la p u e s t a
en escena, si d a m o s a estas p a l a b r a s el significado q u e les a t r i b u í a
M a r í a A n t o n i e t a AUévy q u e ve e n « u n a i n t e r p r e t a c i ó n p e r s o n a l su-
gerida p o r la o b r a d r a m á t i c a y q u e c o o r d i n a t o d o s los elementos
del espectáculo, a m e n u d o d e a c u e r d o con u n a estética p a r t i c u l a r » ,
m i e n t r a s q u e la otra n o es m á s q u e «una simple o r d e n a c i ó n objeti-
v a [...] d e la a n i m a c i ó n t e a t r a l y d e sus accesorios».*
E s t a evolución h a t e n i d o l u g a r e v i d e n t e m e n t e , de u n a f o r m a
casi insensible. S u principal resorte ha sido la p r e o c u p a c i ó n , y a s u r -

» Cf. Andró Veinstein, obra d t . , p. 172.


(I Cf. André Vcínstein. obra cít., p. 180.
< Marín Aniimieta Allévy (conocida con e! nombre de Akakia Viala): La mise en
icént en france dans la premiére nioitié du x i x siécle. Librairie E. Proz, París, 1938.

176
g i d a en el siglo xviii, d e la verdad histórica. Así, los h o m b r e s de
t e a t r o del siglo x i x n o h a n hecho, en principio, m á s q u e p r o l o n g a r ,
desarrollar h a s t a sus ú l t i m a s c o n s e c u e n c i a s , las r e f o r m a s i n t r o d u c i -
d a s p o r V o h a i r e (por ejemplo, c u a n d o p r o h i b e a la señorita Clairon
llevar vestidos c o n m i r i ñ a q u e p a r a i n t e r p r e t a r su Orphelin de la
Chine). A través d e la b ú s q u e d a d e u n color local (es la é p o c a en
q u e , en la Ó p e r a , se m u l t i p ü c a n espectáculos c o m o la e r u p c i ó n del
V e s u b i o , etc.), a t r a v é s t a m b i é n de u n a p r e o c u p a c i ó n p o r la verdad
arqueológica y las exigencias del b u r g u é s feliz de hallar en escena
ese lujo de pacotilla del q u e e m p e z a b a y a a gozar en su vida..., la
n o c i ó n de im m a r c o particular, p r o p i o d e c a d a obra, e m p i e z a a d o -
m i n a r sobre el m a r c o ad libitum clásico. M u y p r o n t o n o se t r a -
t a r á ya de m a r c o ni siquiera de d e c o r a d o , sino de m e d i o : un m e d i o
escénico en el q u e se arraiga la o b r a escrita y del q u e recibe t o d o
o p a r t e de su significado.
P a r a l e l a m e n t e a esta evolución la función del director d e escena
se va s e p a r a n d o p r o g r e s i v a m e n t e de las d e m á s funciones de la acti-
vidad teatral. U n a s veces es él d e c o r a d o r el que d o m i n a el espec-
t á c u l o : p e n s e m o s a este respecto e n el m á s g r a n d e de toilos los
d e c o r a d o r e s r o m á n t i c o s , el pintor Ciceri, q u e n o se c o n f o r m a b a con
p i n t a r o m a n d a r p i n t a r los inmensos lienzos q u e le pedían tiel teatro
o d e la Ópera o d e la C o m e d i e F r a n f a i s e , sino que llegaba hasta a
solicitar a u n a u t o r d r a m á t i c o una o b r a q u e le permitiera realizar el
d e c o r a d o con el q u e s o ñ a b a o d e t e r m i n a d o gran espectáculo. O t r a s
veces es el director del t e a t r o (por e j e m p l o L a n o u e en el C i r q u e
O l y m p i q u e o H a r e l en la P o r t e S a i n t - M a r t í n , un p o c o m á s t a r d e
M o n t i g n y en el G y m n a s e ) el que i m p o n e u n estilo, el q u e se especia-
liza en d e t e r m i n a d a clase d e obras o de espectáculos y c o o r d i n a todos
sus elementos. E n o t r a s ocasiones es el m i s m o autor quien se p r e o -
c u p a d i r e c t a m e n t e de la representación de s u obra, hasta t r a n s f o r m a r -
se, si es necesario, en d e c o r a d o r o en director, c o m o es el c a s o de
Alejandro D u m a s .
P e r o hasta A n t o i n e — a l m e n o s e n F r a n c i a — el director d e es-
c e n a n o se diferencia c l a r a m e n t e del r e s t o d e las personas cpic parti-
c i p a n en el espectáculo, convirtiéndolos en sus subordinados. E n t o n -
ces la puesta en escena se libera de la t i r a n í a del decoratlor que
había sido factor d o m i n a n t e en t o d a la p r i m e r a mitad del siglo
X I X — así c o m o de la s e r v i d u m b r e a los a c t o r e s . El trabajo del direc-
tor d e escena n o es y a d e ordenación, embellecimiento o d e c o r a c i ó n .
S u p e r a la creación de u n c u a d r o o la ilustración de un texto. Se c o n -
vierte en elemento f u n d a m e n t a l de la representación t e a t r a l : la
mediación necesaria e n t r e u n texto y u n espectáculo. A n t e s esta m e -
tliación figuraba, en c i e r t o m o d o , e n t r e paréntesis, ignorada si n o su-

' ;. ; 177
p r i m i d a : o el espectáculo está ahí sólo p a r a el t e x t o o el t e x t o está
ahí sólo p a r a el espectáculo; u n o se disuelve e n el o t r o y r e c í p r o c a -
m e n t e . A h o r a texto y e s p e c t á c u l o se c o n d i c i o n a n m u t u a m e n t e , se
expresan el u n o al o t r o . A n t o i n e lo señalaba e n s u célebre c o n f e r e n -
cia d e 1903 a c e r c a d e l a p u e s t a e n e s c e n a : « L a puesta en e s c e n a
n o suministra solamente u n m a r c o a d e c u a d o a la acción; d e t e r m i n a
su c a r á c t e r v e r d a d e r o y constituye su a t m ó s f e r a » .
El c a m b i o brusco al q u e m e h e referido al e m p e z a r se e n c i e r r a
en estas p a l a b r a s : « D e t e r m i n a su v e r d a d e r o c a r á c t e r » . N o se h a
p r o d u c i d o sólo la c r e a c i ó n d e u n a n u e v a actividad técnica, l a d e
d i r e c t o r de escena, p o r diferenciación de las funciones a n t e r i o r e s
( d e c o r a d o r , director, a c t o r principal...); se h a p r o d u c i d o t a m b i é n u n a
t o m a d e conciencia del significado estético d e esta n u e v a actividad.
P a s o d e la c a n t i d a d a la c u a l i d a d . U n salto dialéctico.
A h o r a d e b e m o s p r e g u n t a m o s si n o el p o r q u é , sí el c ó m o y e n
q u é condiciones se h a p r o d u c i d o este c a m b i o e n este preciso m o -
m e n t o (en apariencia igual h u b i e r a p o d i d o p r o d u c i r s e en el siglo
x v í n ) . L a explicación q u e se ofrece g e n e r a l m e n t e es d e tipo t e c n o -
lógico. E s la complicación creciente de los m e d i o s d e expresión e s c é -
nicos la q u e p r o v o c a r í a la especialización del director de e s c e n a y
d a r í a a éste u n a s u p r e m a c í a sobre todos los d e m á s elementos del e s -
pectáculo. Jacques Copean y André Barsacq sobre todo han mani-
festado m u c h a s veces este p u n t o d e vista.
E s xm h e c h o que la p r i m e r a m i t a d del siglo x i x se h a c a r a c t e -
rizado p o r u n c a m b i o en la concepción del d e c o r a d o del t e a t r o y
p o r la utilización de técnicas c a d a vez m á s v a r i a d a s . Así, se h a p a s a -
d o d e u n d e c o r a d o c o m p u e s t o p o r xm telón d e f o n d o , tabiques l a t e -
rales destinados a p e r m i t i r las e n t r a d a s y salidas d e los actores y
lienzos c o l g a n d o del t e c h o , a u n d e c o r a d o c o m p u e s t o p o r e l e m e n t o s
libres y p o r l o t a n t o susceptibles de c o m b i n a c i o n e s m u c h o m á s v a -
r i a d a s . A h o r a p o d í a jugarse y a c o n varios p l a n o s , n o sólo en p r o -
fimdidad sino t a m b i é n e n altura, y multiplicar los efectos de p e r s -
pectiva. P o r lo t a n t o la r i q u e z a y a b u n d a n c i a d e las técnicas signifi-
c a n m e n o s p a r a nosotros q u e este otro h e c h o f u n d a m e n t a l : el e s p a -
cio escénico n o es y a i n m u t a b l e ni u n i f o r m e , c a m b i a c o n c a d a
espectáculo. T o d a r e p r e s e n t a c i ó n teatral p l a n t e a la cuestión d e su
espacio e s c é n i c o : hay q u e c o n s t m i r , q u e i m a g i n a r xmo, n u e v o y o r i -
ginal, en c a d a ocasión.
T a m b i é n la iluminación d e los teatros h a sufrido dos m o d i f i -
caciones i m p o r t a n t e s . E n 1 8 2 1 , en el n u e v o t e a t r o de la Ó p e r a d e
la calle L e Peletier, el gas d e a l u m b r a d o v i n o a sustituir a los a n t i -
guos q u i n q u é s , y, a p a r t i r de 1880, la b o m b i l l a incandescente d e
Edison (descubierta en 1879) se e m p l e a r á en la m a y o r í a de los t e a -

178
t r o s . Charles N u i t t e r a f i r m a b a p o r a q u e l l a é p o c a : « L a l u z eléctrica
se presta a los m á s v a r i a d o s efectos. N o sólo p r o d u c e u n a luminosi-
d a d c u y a intensidad n o p o d r í a igualar n i n g u n a otra fuente luminosa
s i n o q u e c o l a b o r a t a m b i é n c o n el d e c o r a d o r p a r a la imitación d e
f e n ó m e n o s n a t u r a l e s o realización d e efectos fantásticos».^
Así el a r g u m e n t o q u e p r e t e n d e explicar el a d v e n i m i e n t o d e la
p u e s t a e n escena a t r a v é s d e la creciente complejidad d e los medios
técnicos es u n a r m a d e doble filo. P o r q u e esta indiscutible c o m p l e -
jidad contribuye m u c h a s veces a u n a simpUficación d e l t r a b a j o es-
c é n i c o . C a b e t a m b i é n p r e g u n t a r s e si, t e n i e n d o e n c u e n t a p r e c i s a m e n -
te los medios técnicos utilizados e n é p o c a s retrospectivas, n o resulta-
ría m á s fácil realizar u n gran e s p e c t á c u l o e n el siglo x i x q u e u n a
ópera-ballet e n el x v u . D e h e c h o l o q u e estos nuevos m e d i o s h a n
p r o v o c a d o — o p e r m i t i d o realizar— es l a t r a n s f o r m a c i ó n del espacio
escénico, su c o n s t a n t e modificación — e s e espacio variable d e a c u e r -
d o c o n c a d a o b r a m o n t a d a — . P e r o esto es m á s u n efecto q u e u n a
c a u s a : el p o l i f o r m i s m o del espacio escénico m o d e r n o sólo a d q u i r i r á
p l e n o significado a t r a v é s del director d e escena.
A ú n d e b e m o s m e n c i o n a r otros f e n ó m e n o s f u n d a m e n t a l e s d e la
evolución del t e a t r o e n el siglo xix. C o n s t a t e m o s , entre o t r o s , l a v a -
riedad y creciente a m p l i t u d del r e p e r t o r i o . L o s teatros p o n e n n o
s o l a m e n t e obras c o n t e m p o r á n e a s y piezas clásicas (antes se i n t e r p r e -
t a b a n c o m o o b r a s d e l a época), sino q u e r e c u r r e n c a d a v e z m á s a
o b r a s extranjeras q u e ofrecen en u n a versión cada v e z m á s p r ó x i m a
al original. A s í se p a s a d e u n S h a k e s p e a r e a d a p t a d o , t r a d u c i d o al
francés p o r D u c i s , al d e Alfredo d e V i g n y {Ótelo). A p a r t i r d e este
m o m e n t o se p l a n t e a n p r o b l e m a s d e i n t e r p r e t a c i ó n : n o es posible in-
t e r p r e t a r u n h é r o e s h a k e s p e r i a n o ( p o r m u y r o m a n t i z a d o q u e esté)
c o m o u n personaje d e Voltaire; u n a v e z m á s se i m p o n e la p r e o c u -
p a c i ó n p o r la v e r d a d histórica, a la q u e n o s h e m o s referido antes.
H e m o s d e h a c e r c o n s t a r t a m b i é n la influencia que tuvieron las r e p r e -
sentaciones d e l a s c o m p a ñ í a s s h a k e s p e r i a n a s inglesas e n P a r í s : sobre
t o d o la q u e , d e s d e septiembre d e 1 8 2 7 a julio d e 1 8 2 8 , se ins-
taló en el O d e ó n d e P a r í s o en l o s Italiens y q u e incluía e n t r e sus
a c t o r e s a E d m u n d K e a n . Y señalemos t a m b i é n q u e h a y q u e esperar
a A n t o i n e y s u Rey Lear (en el t e a t r o A n t o i n e , e n 1 9 0 4 ) p a r a
v e r en escena n o u n a a d a p t a c i ó n s i n o u n a versión fiel e íntegra d e
u n a o b r a de S h a k e s p e a r e . "
Las obras i n t e r p r e t a d a s , además d e m á s n u m e r o s a s , son t a m b i é n

1 linm clin procede del estudio de Denis Bablet: La lumltre au tlií.ltrc, en Théálre
hot'itlalrr, n.° 3K, 2." trimestre 1960.
" lÍHin cuestión la estudia, entre otros, Jean Jacquot en su excelente y concreto
Sltiíhtuvfiir* en [''ranee, mises en scéne d'hier et d'aujourd'hul, en la colección «Ttiéátres,
Wtc«, niK-ciiioIcs». Ix I'emps. París 1964. Véase sobre todo pp. 41 y as.

179
m á s variadas. L a r u p t u r a definitiva con la regla d e las tres u n i d a d e s
y con el m a r c o clásico del t e a t r o d a t a de principios de siglo. L o s
autores e m p i e z a n a situar c a d a vez m á s sus o b r a s en medios c l a r a -
m e n t e definidos y distintos en c a d a ocasión. L o s mismos p a p e l e s
e s c a p a n a las categorías en u s o hasta entonces. C o m o dice B e c q d e
F o u q u i é r e s en el Art de la mise en scéne' — u n a o b r a a la q u e
v o l v e r e m o s — <dos papeles a u m e n t a n en n ú m e r o a m e d i d a q u e se
diferencian u n o s de otros». Y p r o s i g u e : « E s t a h e t e r o g e n e i d a d d e l
arte tiene c o m o consecuencia u n a diferenciación c a d a vez m a y o r
e n t r e las i m á g e n e s iniciales d e los personajes del teatro m o d e r n o ;
y, p o r consiguiente, u n a c t o r resulta c a d a vez m e n o s indicado p a r a
interpretar c o n éxito u n g r a n n ú m e r o d e p a p e l e s : su imagen se a s o -
cia a g r u p o s de papeles c a d a vez m á s r e d u c i d o s . D e d o n d e se d e s -
p r e n d e la necesidad de i n c r e m e n t a r indefinidamente el n ú m e r o d e
actores q u e c o m p o n e n u n a c o m p a ñ í a de t e a t r o . E s t a necesidad t i e -
n e c o m o consecuencia i n m e d i a t a , en p r i m e r l u g a r , la desaparición d e
las c o m p a ñ í a s de p r o v i n c i a s ; en segundo, la fusión en u n a sola
d e t o d a s las c o m p a ñ í a s q u e a c t ú a n en París (Becq de F o u r q u i é r e s
p r e c i s a : " L o s actores p a s a n de u n t e a t r o a o t r o sin ligarse definiti-
v a m e n t e a n i n g u n o " ) ; y p o r ú l t i m o , la explotación de los t e a t r o s
de provincias p o r las c o m p a ñ í a s d e París».*
E s t o , q u e p o r cierto, sirve t a m b i é n p a r a a c e n t u a r otro f e n ó m e -
n o i m p o r t a n t e d e la vida teatral parisina del siglo x i x : la modifi-
cación d e su infraestructura. C o n el S e g u n d o I m p e r i o asistimos,
en efecto, a la desaparición d e las salas p o p u l a r e s especializadas e n
d e t e r m i n a d o t i p o de g r a n espectáculo — c o m o la P o r t e S a i n t - M a r t i n
o la G a i e t é q u e había e s t a d o d e n o m i n a d a p o r Pixérecourt (en sus
últimos días h a b l a de u n a s 3 0 0 0 0 representaciones d e sus o b r a s ) — .
U n a p a r t e del Boulevard d u C r i m é e es d e s t r u i d o en el t r a n s c u r s o
de las g r a n d e s o b r a s del b a r ó n H a u s s m a n n . . .
T o d o s estos datos, modificación del e s p a c i o escénico, a m p l i t u d
y v a r i e d a d crecientes d e su repertorio, d e s a p a r i c i ó n progresiva d e
las c o m p a ñ í a s y de las salas especializadas... son convergentes p e r o
n o sirven p a r a explicar p l e n a m e n t e el f e n ó m e n o d e la aparición del
director d e escena. Les falta u n d e n o m i n a d o r c o m ú n . El análisis
del p ú b l i c o de t e a t r o o, generaUzando m á s , d e la estructura del c o n -
s u m o teatral en esta é p o c a m e p a r e c e c a p a z d e suministrárnoslo.
Esta es, p u e s , la hipótesis q u e p l a n t e o a q u í : b u s c a r en la a p a r i c i ó n
de la p u e s t a en escena n o sólo explicaciones d e o r d e n tecnológico

' L. Becq de Founuiires, L'art de la mi^e en scéne - Essai d'esthéfique théátrale,


O, Chirpcntler y Cía. editores. París 1884.
• Cf. L, Becq de Fouguiííres, obra d t . pp. 207-208. , . t ,, j , ,
s i n o precisamente u n f u n d a m e n t o sociológico. Ver en este aconteci-
m i e n t o menos el r e s u l t a d o de u n a diferenciación progresiva de las
funciones técnicas (lo q u e es u n a c o n s e c u e n c i a más q u e u n a causa)
q u e u n a modificación a la vez c u a n t i t a t i v a y cualitativa del público
d e t e a t r o : modificación de su n ú m e r o y d e su composición, y t a m -
bién de su actitud c o n respecto al t e a t r o .
N o cabe d u d a d e q u e en el t r a n s c u r s o del siglo xxx el p ú b l i c o
d e los teatros h a a u m e n t a d o c o n s i d e r a b l e m e n t e . N o d i s p o n e m o s t o -
d a v í a de estadísticas 'exactas a este r e s p e c t o . Quizá sea posible es-
tablecerlas.^ P e r o lo q u e n o admite d u d a s es la t e n d e n c i a general.
B e c q d e F o u q u i é r e s se hace e c o d e ello (quizás excesivamente
c u a n d o a f i r m a b a e n 1 8 8 4 : «La R e v o l u c i ó n h a r o t o las b a r r e r a s q u e
s e p a r a b a n u n a s clases d e otras. F r a n c i a es en la a c t u a l i d a d u n a
d e m o c r a c i a . L o s m á s humildes q u i e r e n g o z a r de las m i s m a s p r e r r o -
gativas que los m á s a f o r t u n a d o s ; así p u e d e afirmarse q u e desde fina-
les del siglo p a s a d o el público q u e sigue las representaciones d r a m á -
ticas casi se h a c e n t u p l i c a d o . N o s o l a m e n t e es preciso u n n ú m e r o
m u c h o m a y o r q u e t e a t r o s p a r a satisfacer t o d o s los gustos, sino que
i m a o b r a que antes n o h u b i e r a a l c a n z a d o las veinticinco o c i n c u e n t a
representaciones llega a h o r a fácilmente a las cien, doscientas inclu-
so, y a m e n u d o tras u n n ú m e r o t a n i m p o r t a n t e de representaciones
sólo ha a g o t a d o m o m e n t á n e a m e n t e sus posibilidades d e é x i t o » . "
Invidentemente n o d e b e m o s t o m a r estas p a l a b r a s al pie de la letra y
su visión de u n p ú b l i c o «centuplicado» es excesiva. P e r o t r a d u c e al
m e n o s u n a realidad y, m á s aún, la i m p r e s i ó n general, f u n d a m e n t a l
en lo q u e a n o s o t r o s respecta, de u n a multiplicación del p ú b l i c o de
los teatros.
E s t a multiplicación va a c o m p a ñ a d a d e u n a modificación del
público. Éste n o se h a i n c r e m e n t a d o sólo en proporciones q u e habría
q u e determinar, se h a h e c h o t a m b i é n m á s heterogéneo. D u r a n t e la
p r i m e r a mitad del siglo se impuso u n a diferenciación: los especta-
d o r e s de calidad seguían asistiendo a los teatros oficiales mientras
q u e el público p o p u l a r asistía a los t e a t r o s especializados (los del
Uoulevard du C r i m é e , f u n d a m e n t a l m e n t e ) . P u e d e también afirmarse,
a grandes rasgos, q u e d u r a n t e el S e g u n d o I m p e r i o los teatros fueron
en su m a y o r í a f r e c u e n t a d o s p o r b u r g u e s e s . P e r o también e n t o n c e s se
p r o d u c í a una m e z c l a d e públicos. C o m o observa F r a n c i s q u e S a r c e y :
i. Uajo el I m p e r i o , P a r í s h a dejado de ser u n a p e q u e ñ a c i u d a d para
convertirse en u n e m p o r i o ; la demolición de la vieja ciudad ha re-

" I>(-(.Knidadamcmc no las he encontrado en una obra recientemente publicada de


MnurliT ncscnitcs: l.r Ihfhálre el son publlc, en P . U . F . . Parts. 1%4.
I" l'f. l.. Becq de Fouquiiíres, obra d t . pp. 27-28.

181
c h a z a d o a lugares alejados a u n a población d e p e q u e ñ o s burgueses
a m a n t e s del t e a t r o , los ferrocarriles p o r fin t e r m i n a d o s h a n a r r o j a d o
al asfalto de los boulevares muchedvmibres internacionales ávidas d e
espectáculos, el bienestar g e n e r a l , c a d a vez m a y o r , h a p e r m i t i d o a
una m u l t i t u d siempre m á s n u m e r o s a pagar u n p l a c e r antes reser-
v a d o a los burgueses a c o m o d a d o s » .'^^ Sin d u d a este es el f e n ó m e n o
capital: a p a r t i r de la m i t a d del siglo xix n o existe en los teatros u n
piiblico h o m o g é n e o y n e t a m e n t e diferenciado e n base al tipo d e e s -
pectáculos q u e se le ofrecen. C o m o consecuencia entre el p ú b l i c o
y los responsables teatrales n o existe n i n g ú n a c u e r d o f u n d a m e n t a l
previo a c e r c a del estilo y el significado d e estos espectáculos. E l
equilibrio e n t r e la sala y la escena, entre las exigencias de la sala
y el o r d e n del escenario n o se p l a n t e a y a c o m o p o s t u l a d o . E s p r e c i s o
r e c r e a r l o en c a d a ocasión. L a m i s m a e s t r u c t u r a d e la d e m a n d a del
público se h a modificado. Se h a p r o d u c i d o u n c a m b i o de actitudes
frente al t e a t r o .
E l libro de Becq de F o u q u i é r e s , el Art de la mise en scéne -
Essai d'esthétique thédtrale, ofrece u n a c l a r a visión del c a m b i o
— t a n t o m á s c u a n t o q u e el a u t o r l a m e n t a este e s t a d o de cosas p e r o
se ve obligado, c o n evidente honestidad y e n ocasiones b a s t a n t e
p e n e t r a c i ó n , a c o n s t a t a r l o — . E n u n estilo q u e le es peculiar, o b s e r v a
así: «Las multitudes q u e s u b e n d e las tinieblas a la luz y q u e d e s d e
los bajos fondos de la h u m a n i d a d se elevan a t o d o s los goces de u n a
vida social superior [...] se interesan n o sólo p o r el desarrollo p o é -
tico y m o r a l de los personajes sino p o r el a c t o q u e realizan; n o p o r
la v e r d a d general que r e p r e s e n t a n sino p o r los rasgos particulares
con q u e esta v e r d a d se manifiesta y p o r el h e c h o q u e h a p r o d u c i d o
su manifestación [...]. E n u n a p a l a b r a , les afecta l a acción t r á g i c a
y les c o n m u e v e de la m i s m a m a n e r a q u e se i m p r e s i o n a r í a n p o r u n
d r a m a d e los tribunales [...]. E s t e n u e v o p ú b l i c o , virgen d e e m o c i o -
nes estéticas, al q u e se dirigen e n l a actualidad los poetas d r a m á t i c o s ,
n o está p r e p a r a d o p a r a j u z g a r u n a pasión o u n c a r á c t e r p o r sí m i s -
m o s , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e l o circunstancial d e los hechos; r e m i t e
esta pasión y este c a r á c t e r a s u experiencia p e r s o n a l y actual, y p a r a
apreciar lo q u e u n a tiene d e h o r r i b l e y la o t r a d e ridículo n o t i e n e
m á s t é r m i n o d e c o m p a r a c i ó n q u e la realidad [...]. El p ú b l i c o a c t u a l
se interesa, p o r lo t a n t o , m e n o s p o r el h o m b r e en general q u e p o r
los h o m b r e s en particular y n o concibe a éstos c o m o ajenos a las
condiciones d e clima, r a z a , t e m p e r a m e n t o , y m e d i o social, del m i s m o
m o d o q u e n o los concibe liberados d e las influencias exteriores, d e

1 > citado por Mauricc Descottes en la obra ya mencionada.

182
las circunstancias y l o s h e c h o s » . " A q u í , B e c q de F o u q u i é r e s , q u e e s
e n e m i g o del n a t u r a l i s m o , utiliza el m i s m o v o c a b u l a r i o q u e Z o l a , al
h a b l a r del « h o m b r e e t e r n o » de los clásicos, o p o n i é n d o l o al « h o m b r e
psicológico» de los naturalistas. P e r o v a t o d a v í a m á s lejos y d e d u c e
q u e el espectáculo m i s m o , dadas las exigencias de u n p ú b l i c o q u e se
interesa m e n o s p o r l o general que p o r l o particular, d e b e ser la
expresión de u n a r e a l i d a d independiente, circunstancial. E s t o le lleva
a p o n e r el a c e n t o en el p a p e l de la p u e s t a e n escena: « L a p u e s t a en
e s c e n a debe c o r r e s p o n d e r e x a c t a m e n t e al m e d i o social, es decir, d e b e
c o n v e n i r al estado social d e los personajes q u e a p a r e c e n e n escena
y a d a p t a r s e a sus c o s t u m b r e s y a sus u s o s . Sin e m b a r g o , y este es
el p u n t o interesante, h a s t a u n a época r e l a t i v a m e n t e reciente la p u e s t a
en e s c e n a n o h a c o n q u i s t a d o u n p a p e l c a d a vez m á s p r e p o n d e r a n t e .
A n t e s se h u b i e r a n p o d i d o concebir ú n i c a m e n t e tres d e c o r a d o s , lo
q u e equivale a decir tres medios, u n o e l e v a d o , u n o b u r g u é s y u n o
p o p u l a r . Y este ú l t i m o sólo lo c o n t a m o s t e ó r i c a m e n t e p o r q u e , e n
realidad, n o existía y, p o r consiguiente, el d e c o r a d o c o r r e s p o n d i e n t e
sería c o m p l e t a m e n t e inútil. L o q u e sí tenía validez era el m e d i o c a m -
pesino o, dicho d e o t r o m o d o , el m e d i o pastoril [...]. H o y , a p e s a r
d e t o d o lo q u e p u e d e subsistir de n u e s t r a antigua división social,
n o e s t a m o s ya distribuidos según las r e g l a s estrictas de i m a j e r a r q u í a
i n m u t a b l e . Las clases se confunden. M á s q u e el n a c i m i e n t o , son el
talento y el d i n e r o los q u e aseguran u n a elevada posición social.
I'or ello, en el t e a t r o , l a antigua u n i d a d decorativa n o se a d a p t a r í a
ya a nuestras ideas actuales. Mientras q u e antes sólo existía u n p e -
q u e ñ o n ú m e r o d e divisiones generales en la actualidad existen u n a
infinidad y n o s o t r o s asimilamos a n u e s t r a s funciones, a n u e s t r o s gus-
tos, a nuestras c o s t u m b r e s , todo lo q u e n o s r o d e a y f o r m a p a r t e d e
luiestra existencia. E n u n a p a l a b r a [...] n u e s t r a p e r s o n a l i d a d m o r a l
s e refleja a n u e s t r o a l r e d e d o r hasta e n los m e n o r e s objetos. D e ahí
el p a p e l de la p u e s t a e n escena en las o b r a s m o d e r n a s , o al m e n o s
en las q u e lleva al t e a t r o la sociedad francesa actual, y la necesidad
d e a r m o n i z a r t o d o s sus elementos c o n la personalidad m o r a l de los
personajes r e p r e s e n t a d o s . P o r lo t a n t o , a u n a consecuencia lógica
s e d e b e el q u e el d e c o r a d o r y el d i r e c t o r d e escena se h a y a n c o n -
v e r t i d o en tapiceros y, en cierto m o d o , e n joyeros y q u e h a y a n te-
n i d o q u e conferir al m a t e r i a l figurativo esa fisonomía personal que
es la característica d e la puesta en e s c e n a m o d e r n a [...]. I'or ello la
evolución de la p u e s t a e n escena n o es el resultado d e u n a opinión
l o r n i a d a , sino, p o r el c o n t r a r i o , d e u n a transí'ormación insensible
do lu estética d r a m á t i c a y d e la sociedad m o d e r n a . L a p u e s t a e n es-

la ( t . L. Becq de Fouquibrcs, obra cit. pp. 243-245.

183
c e n a h a a d q u i r i d o así u n a plasticidad q u e n o tenía antes».^' D e
h e c h o lo q u e se ha t r a n s f o r m a d o es la relación e n t e r a entre el esce-
nario y la sala. Antes a u n a sala relativamente h o m o g é n e a c o r r e s -
p o n d í a u n escenario r e l a t i v a m e n t e h o m o g é n e o (salvo las variaciones
p u r a m e n t e decorativas). Existía p o r lo t a n t o u n a h o m o l o g í a e n t r e el
u n o y la otra. A l igual q u e u n espejo el escenario se limitaba a d e -
volver a la sala su imagen. B e c q d e F o u q u i é r e s lo dice e x p r e s a m e n t e
a p r o p ó s i t o del a c t o r clásico: «El arte del a c t o r consiste p r e c i s a m e n -
te en objetivar a n t e los ojos del espectador la i m a g e n o la idea q u e
éste tiene e n s u espíritu. Y su interpretación, n o lo olvidemos, será
t a n t o m á s v e r d a d e r a c u a n t o m e n o s real, es decir, m e n o s rica en d e -
talles p a r t i c u l a r e s y especiales n o observados p o r la m a y o r í a d e los
espectadores [...]. El p ú b l i c o relaciona la r e p r e s e n t a c i ó n q u e se le
ofrece c o n la i d e a q u e se h a c e del f e n ó m e n o y c o n la imagen q u e
posee del m i s m o ; lo q u e a p l a u d e n o es la r e p r o d u c c i ó n d e i m a r e a -
lidad q u e n o se le h a p e r m i t i d o observar d i r e c t a m e n t e , sino el g r a d o
de semejanza d e la i m a g e n q u e el a c t o r dibuja a n t e sus ojos c o n l a
idea q u e él tiene del h e c h o representado».^* A h o r a esta relación d e
p r o y e c c i ó n se h a roto. L o q u e i m p o r t a es c o n s t r u i r e n escena u n a
realidad q u e exista en sí m i s m a , sin necesidad d e ser sostenida y
c o m p l e t a d a p o r la m i r a d a del espectador. Y la p u e s t a en escena es
p r e c i s a m e n t e este intento, u n a y otra vez a c t u a l i z a d o , d e c r e a r e n
el escenario la o b r a d r a m á t i c a c o n todos los significados posibles
q u e p u e d e ofrecer a n u e s t r a c o n t e m p l a c i ó n — o , m á s e x a c t a m e n t e — ,
tal c o m o se a p a r e c e , n o a t o d o el p ú b h c o (ya q u e éste, c o m o h e m o s
visto, se h a h e c h o heterogéneo) sino a quien es a la vez e s p e c t a d o r
y a c t o r privilegiado del t e a t r o : el director d e escena.

B e c q d e F o u q u i é r e s , p a r a f r a s e a n d o t a m b i é n e n este caso a s u
e n e m i g o , Z o l a , habla a c e r t a d a m e n t e d e «la i n t r o d u c c i ó n de lo r e l a -
tivo e n el t e a t r o , q u e constituye p r e c i s a m e n t e la r i q u e z a del a r t e
m o d e r n o » . L a aparición d e la puesta en escena c o n c r e t a este f e n ó -
m e n o . Y p r e c i s a m e n t e a c a u s a d e esto, de q u e , frente a u n p ú b l i c o
q u e c a m b i a , la o b r a n o tiene y a u n significado e t e r n o sino relativo,
s u p e d i t a d o al l u g a r y al m o m e n t o , se h a h e c h o necesaria la i n t e r -
vención del director d e escena. A n t e s u n cierto o r d e n regía las rela-
ciones e n t r e la sala y el e s c e n a r i o ; a h o r a este o r d e n varía c o n c a d a
espectáculo y es el director d e escena el q u e d e b e establecer, d e t e r -
m i n a r , de q u é f o r m a la o b r a h a d e ser recibida y c o m p r e n d i d a p o r
el público.

m IMd., PD. 78-83.


I« Ihia.. pp. 182-186. ,., I, , ,
11» Ibid., p. 268. . / 'y-;'•!:::••'•": :'r'^'''¡' •f-' - . ¡ ' l ,

I K 4
Quizás es esto lo q u e h e l l a m a d o , d e u n a forma u n p o c o a m b i ­
ciosa, la «condición sociológica de la p u e s t a en escena». Y a l o h e ­
m o s visto: esta liltima n o ha surgido sólo de la t r a n s f o r m a c i ó n y
multiplicación d e las técnicas escénicas; t a m p o c o ha sido i m p u e s t a
ex nihilo p o r u n solo h o m b r e (en F r a n c i a , Antoine). S u aparición
c o i n c i d e con u n a p r o f u n d a t r a n s f o r m a c i ó n d e la d e m a n d a del públi­
c o teatral y con la i n t r o d u c c i ó n en la representación t e a t r a l d e u n a
n u e v a d i m e n s i ó n : la d e l o relativo, q u e es d e orden histórico. E n u n
p r i n c i p i o —^por ejemplo, c o n A n t o i n e — s e t r a t a b a f u n d a m e n t a l m e n ­
te d e precisar el m e d i o y la época, es decir, de insertar c l a r a m e n t e
la o b r a en su r e a l i d a d histórica y social. A n t o i n e decía: « L a puesta
en escena debe c u m p l i r en el teatro la m i s m a función q u e las des­
cripciones en la n o v e l a » . E n este s e n t i d o p o d r í a p e n s a r s e q u e las
puestas en escena naturalistas se c o n f o r m a n c o n reconstruir en t o r n o
a la pieza el a m b i e n t e exacto de los personajes y de la a c c i ó n . P e r o
h a c e n m á s que e s t o : e n t r e la o b r a y el espectador i n t r o d u c e n la
m e d i a c i ó n de u n e s p e c t á c u l o historizado. E n el O d e o n , bajo la di­
r e c c i ó n de A n t o i n e , n o sólo n o se i n t e r p r e t a n obras clásicas con
trajes del siglo x i x (ya se había d e j a d o d e h a c e r desde principios de
siglo) sino que se t r a t a d e interpretar a l g u n a s de éstas tal c o m o lo
h a b í a n sido, en el m o m e n t o de su c r e a c i ó n , en el siglo x v i i : así p o r
ejemplo, u n Cid c o n candelas y falsos m a r q u e s e s en el escenario
y u n a Psyché m o n t a d a c o m o comedia-ballet. E l espectador está lla­
m a d o a gozar m e n o s d e la semejanza de la o b r a con la « i m a g e n q u e
j d e ella] posee en sí m i s m o » que de la distancia que le s e p a r a d e la
o b r a y de la s i n g u l a r i d a d de ésta. A q u í está ya t r a z a d o el c a m i n o
q u e lleva de A n t o i n e a Brecht, es decir, d e u n a representación tea­
tral c e r r a d a en u n a imitación escrupulosa, fantástica, de u n a reali-
ilad fragmentaria y petrificada, a la e v o c a c i ó n amplia y n o fantás­
tica de la realidad en sus constantes t r a n s f o r m a c i o n e s .

Es fácil c o m p r e n d e r la vocación historicista de la puesta en


e s c e n a m o d e r n a se manifiesta ya en sus m i s m o s orígenes (a este res­
p e c t o podría resultar interesante investigar acerca de u n a cierta in­
compatibilidad e n t r e la puesta en escena y la representación de u n a
tragedia, n e g a n d o ésta l a Historia o c o n s i d e r á n d o s e en cierto m o d o
«superior», c o m o a f i r m a b a Aristáteles, e i n s e r t a n d o aquélla, la tra­
gedia, en u n a p e r p e c t i v a histórica). S u aparición coincide, en efecto,
c o n el m o m e n t o en q u e la h e t e r o g e n e i d a d del público r o m p e el
a c u e r d o f u n d a m e n t a l e n t r e la sala y el escenario, esa especie de
consensus m u t u o gracias al cual se e n t i e n d e n con «medias palabras»,
sin q u e sean necesarias las «circunstancias». La puesta en escena
sustituye, pues, este r e c u e r d o m e d i a n t e la mediación de un «director
de escena» que p r o c u r a , en primer lugar, materializar estas circuns-

1 8 5
tancias y q u e , a c o n t i n u a c i ó n , a d o p t a n d o la solución de la distancia
entre la o b r a y el público, h a l l a r á en el t e a t r o u n m e d i o de h a c e r ­
nos t o m a r conciencia d e n u e s t r a historicidad (según Brecht). P e r o ,
a la inversa, este «director d e escena» p o d r á i n t e n t a r t a m b i é n l l e n a r
esta distancia y restablecer la u n i d a d entre el escenario y la sala a
través d e u n a i n t i m a c o m u n i ó n en la f o r m a m i s m a del espectáculo.
A la r e a h d a d d e la puesta en escena q u e es «la i n t r o d u c c i ó n de l o
relativo en el teatro» o p o n d r á la visión d e u n a creación a u t ó n o ­
m a , c e r r a d a en sí m i s m a y absolutista. E l d i r e c t o r d e escena a s p i r a r á
e n t o n c e s a la v o c a c i ó n d e ú n i c o c r e a d o r t e a t r a l . Se c o n s i d e r a r á el
tínico «artista d e teatro» -—el artista d e ese t e a t r o f u t u r o q u e , s e g ú n
Craig, « c r e a r á sus o b r a s m a e s t r a s c o n el m o v i m i e n t o , el d e c o r a d o y
la v o z » — . Y es, sin d u d a , significativo el q u e C r a i g , q u e c o n s i d e r a
el t e a t r o c o m o u n lugar d e c o m u n i ó n , h a y a p o d i d o m o n t a r o b r a s
m a n t e n i é n d o s e fiel a su p r o p i o t e a t r o ideal tal c o m o lo ha reflejado
en sus textos y en sus p r o y e c t o s .
P e r o esto n o s aleja d e n u e s t r o t e m a inicial y si l o e x p o n e m o s
aquí es sólo en calidad d e hipótesis. D e m o m e n t o bástenos, d e s p u é s
de h a b e r e v o c a d o las c o n d i c i o n e s d e su a p a r i c i ó n , c o n esbozar l o
q u e h a sido, d e s d e h a c e u n siglo, el código estético d e l a p u e s t a e n
escena m o d e r n a . E f e c t i v a m e n t e consiste, c o m o se h a d i c h o m u c h a s
veces, en u n a tensión p e r p e t u a e n t r e u n texto y u n espectáculo. P e r o
c a b e t a m b i é n definirla, m á s p r o f u n d a m e n t e , c o m o t m a l u c h a e n t r e
la v o c a c i ó n historicista d e la p u e s t a en escena y la t e n t a c i ó n absolu­
tista y subjetivista del director, a través de la d o b l e b ú s q u e d a de u n
espectáculo a b i e r t o b a s a d o en la distancia y e n la c o m p r e n s i ó n del
espectador, y d e u n espectáculo c e r r a d o q u e p o s t u l a u n a c o m u n i ó n
total e n t r e la sala y el escenario. Y es p r e c i s a m e n t e esta c o n t r a d i c ­
ción f u n d a m e n t a l , difícil d e resolver definitivamente en vm sentido o
en o t r o , lo q u e convierte a la p u e s t a en escena e n u n a r t e m á s q u e e n
vm c o n j u n t o d e técnicas escénicas. Ella n o s p e r m i t e estudiar el
t e a t r o c o n t e m p o r á n e o n o d e s d e el p i m t o de vista exclusivo de la
d r a m a t u r g i a o d e la evolución de las técnicas, s i n o en t a n t o q u e
arte d e l a r e p r e s e n t a c i ó n t e a t r a l .

> ' Coloquio

SANGUINETI

C o n t o d a r a z ó n h a p u e s t o usted el a c e n t o e n el p r o b l e m a d e
la sociología del c o n s u m o d e la o b r a d e arte. P e r o h a b r í a q u e c o m ­
pletar este estudio con u n a sociología del p r o d u c t o r , es decir, p r e -
g u n t a r s e cuál es, c o n el a d v e n i m i e n t o d e la sociedad b u r g u e s a , la
p o s i c i ó n del h o m b r e d e t e a t r o frente a l a sociedad. H a b r í a q u e es-
t u d i a r l a especialización, p o r ejemplo, e n t a n t o que f e n ó m e n o social;
al convertirse el t e a t r o e n industria t a n t o el director d e e s c e n a c o m o
el a c t o r se hallan en u n a situación e c o n ó m i c a totalmente n u e v a ; d e -
b e n especializarse y esto c r e a la posibilidad d e u n a división del t r a -
b a j o m u c h o m á s c o m p l e j a q u e antes. H a b r í a q u e ver si n o se h a
p r o d u c i d o u n f e n ó m e p o semejante en la interpretación m u s i c a l ; el
p a p e l del director d e o r q u e s t a , el del intérprete, h a n sufrido, a m i
e n t e n d e r , u n a e v o l u c i ó n semejante; h a s u r g i d o u n a estética a u t ó -
n o m a d e la i n t e r p r e t a c i ó n (como lo d e m u e s t r a , p o r ejemplo, el p a s o
del clavecín al p i a n o , i n s t r u m e n t o c u y a s u a v i d a d técnica p e r m i t e u n a
e x t r a o r d m a r i a v a r i e d a d estética) y esto se d e b e a r a z o n e s evidentes
d e t i p o sociológico: el ejecutante, e n t a n t o q u e p r o d u c t o r d e i m a
d e t e r m i n a d a c r e a c i ó n estética, se especializa d e u n a f o r m a c o n c r e -
ta, d e m a n e r a subjetiva, p o r así decir, d e b e p r o d u c i r algo q u e
sea original p u e s , y v u e l v o a u n a s p e c t o q u e obsesiona, t a m b i é n él
d e b e t e n e r en c u e n t a l a c o m p e t e n c i a a nivel e c o n ó m i c o . ;

LEFEBVRE ]}::'•' ''•y"'

M e p r e g u n t o si n o p o d r í a localizarse, en la evolución del tea-


tro, esa idea de u n a r t e total q u e a p a r e c i ó con el r o m a n t i c i s m o .
E n t o d a esa c r e c i e n t e complejidad q u e u s t e d h a descrito, ¿no p o -
dría verse u n i n t e n t o d e convertir c a d a v e z m á s el viejo t e a t r o en u n
a r t e total, r e c u r r i e n d o a medios visuales, ruidos, incluso c a n c i o n e s ,
etc., l o que p r e c i s a m e n t e exigiría u n a c o o r d i n a c i ó n d e t o d o s los
elementos p o r p a r t e d e l director t e a t r a l ? C o m o final d e esta evolu-
ción t e n d r í a m o s el t e a t r o d e Brecht, p o r ejemplo.
P o r otra p a r t e , ¿ n o p o d r í a verse t a m b i é n en el interés del p ú -
blico p o r la p u e s t a e n e s c e n a u n c i e r t o e s n o b i s m o , d e b i d o a q u e es
m á s fácil en general a p r e c i a r u n a p u e s t a e n escena q u e u n a o b r a ?

GOLDMANN

A u n q u e confieso m i ignorancia e n este c a m p o quisiera simple-


m e n t e , en relación c o n l o q u e a c a b a d e d e c i r Lefébvre, sugerir u n a
hipótesis: la idea r o m á n t i c a de la o b r a d e a r t e total es la idea m i s m a
del a r t e c o m o f o r m a d e vivir g l o b a l m e n t e . L o que surge en u n m o -
m e n t o d e t e r m i n a d o n o es solamente la f u n c i ó n sino la p r e p o t e n c i a
del director de e s c e n a ; m e parece q u e d e n t r o d e la división del t r a -

187
bajo, q u e c o r r e s p o n d e a la división industrial p a r a seguir c o n la
tesis d e Sanguineti, la función d e éste es la d e l o g r a r u n espectáculo
global. A h o r a bien, esto p u e d e ser u n a categoría m e n t a l q u e va
m á s allá del espectáculo; h a b r í a q u e saber si la aparición de la c a t e ­
goría d e totalidad, c u y o estudio h a b r á q u e h a c e r algún día en los
diferentes c a m p o s del p e n s a m i e n t o , a partir del siglo x i x es p a r a l e l a
a la p r e p o t e n c i a del director teatral.
•!•]' :r.'r líji^ijí'-

DORT ' "l''' ^h'^ 'c'^ i'- V'

P r e c i s a m e n t e creo q u e a m b a s indicaciones, la d e M a u r i c e L e ­
febvre y la d e Sanguineti d e b e n relacionarse; en efecto, p o r u n a
p a r t e h a s u r g i d o esta teoría d e u n arte total. E l espectáculo t o t a l
d e W a g n e r es, evidentemente, en esta perspectiva, m u y i m p o r t a n t e .
M e h e limitado a e x p o n e r u n a hipótesis d e trabajo sobre la c o n ­
dición p r i m e r a del n a c i m i e n t o , d e la aparición d e la puesta en e s ­
cena, p e r o h a b r í a que estudiar las influencias q u e la teoría (o, m á s
bien, el m i t o del «teatro total») h a ejercido sobre el t e a t r o m o d e r n o ,
especialmente a través d e W a g n e r . P e r o n o e r a éste el objeto d e m i
estudio en realidad, a u n q u e la relación entre la idea de u n arte total
(o m á s bien del m i t o d e u n a r t e total) y esta especiahzación es u n
p r o b l e m a digno de ser e s t u d i a d o .
M e h e referido a especialización, p e r o a d m i t o q u e es u n t é r ­
m i n o a m b i g u o : en realidad el director teatral es u n especialista a n t i ­
especialista. P o d r í a m o s ver en él la aparición d e u n a n u e v a actividad
estética q u e s u p e r a la oposición de la especiahzación industrial y la
totahdad romántica.

SANGUINETI .'/i^ .^''^''^A VÍ:.'"'Í ;í'i''" í^'í*-'

U s t e d h a sacado a la luz u n f e n ó m e n o c o n t r a d i c t o r i o s u m a ­
m e n t e i n t e r e s a n t e : el h e c h o d e q u e , p o r u n a p a r t e , el director d e
escena es la expresión, desde u n p u n t o de vista ideológico, d e u n a
c o m p e n s a c i ó n d e la división del trabajo, p e r o q u e , p o r o t r a p a r t e ,
resulta en sí m i s m o el r e p r e s e n t a n t e de u n a división del trabajo.
T a m b i é n en el cine se h a discutido m u c h o sobre este p u n t o , es decir,
sobre quién e r a el v e r d a d e r o a u t o r de u n filme y la afirmación d e
q u e d i c h o a u t o r sería el d i r e c t o r de escena es u n p r o b l e m a a estu­
diar t a m b i é n desde u n á n g u l o sociológico.
GOLDMANN

C r e o que en la historia de la c u l t u r a e u r o p e a p u e d e c o n s t a t a r s e
u n a c l a r a oposición: p o r u n a p a r t e la división del trabajo, el indivi-
d u a l i s m o y, c o m o c o r o l a r i o , la existencia d e u n a serie d e individuos
e n c a r g a d o s de establecer relaciones e n t r e los individuos especializa-
d o s , del m i s m o m o d o q u e el dios d e L e i b n i t z establecía la relación
e n t r e las m ó n a d a s ; es el papel, p o r ejemplo, del director d e u n a
oficina o del director d e escena. F r e n t e a esto la reacción r o m á n t i c a
q u e v e al individuo g l o b a l expresándose a través de u n a o b r a total.
P e r o existe otra ideología opuesta a la d e s t r u c c i ó n de los individuos
p o r l a especiahzación y la división del t r a b a j o , la teoría d e los g r u -
p o s , d e las totalidades relativas, en las q u e los individuos p o d r í a n
t e n e r c a d a u n o su l u g a r p r o p i o y específico, y esto es c o m p l e t a -
m e n t e distinto a la r e a c c i ó n r o m á n t i c a .

DORT 1;í.<:. V-]' 'i^yJ^ u^:iÁ'y:i^'''':i:ri..'-y:¡Y- >y\:].

A c t u a l m e n t e e m p i e z a a aparecer en el t e a t r o la n o c i ó n d e u n a
o b r a colectiva, q u e es diferente a la n o c i ó n d e arte total. L a n o c i ó n
d e a r t e total m e p a r e c e , p o r otra p a r t e , regresiva y cabe p r e g u n t a r s e
si el i m p e r i o del d i r e c t o r de escena c o m o tal n o está a c t u a l m e n t e en
vías d e superación, p r e c i s a m e n t e a favor d e u n a concepción m á s c o -
lectiva y m e n o s individualista del t e a t r o .

Quisiera volver s o b r e dos p u n t o s c o n c r e t o s de su p o n e n c i a . H a


d i c h o usted que los t e a t r o s especializados, h a s t a entonces frecuenta-
dos p o r los obreros, d e s a p a r e c i e r o n c o n el S e g u n d o I m p e r i o . ¿Es q u e
ios o b r e r o s dejan de ir al teatro a finales del siglo xix? ¿ C u á n d o
e m p i e z a este alejamiento de la clase o b r e r a con respecto al teatro?
¿Existen datos a este respecto?
M i segunda o b s e r v a c i ó n se refiere a Brecht, en el q u e usted
ha visto u n a especie d e conclusión del p a p e l de director de escena.
H a d i c h o que el d i r e c t o r de escena tiene la misión de p r o v o c a r en
un p ú b l i c o h e t e r o g é n e o u n a reacción u n á n i m e . Pues bien, c o n c r e -
t a m e n t e , Brecht se p r o p u s o dividir al p ú b l i c o en sus espectáculos;
su intención era q u e los u n o s silbaran, los otros a p l a u d i e r a n , etc.
N o p o d e m o s a f i r m a r q u e lo haya c o n s e g u i d o siempre, al m e n o s en
los países occidentales, d o n d e el p ú b l i c o b u r g u é s a p l a u d e siempre
sus piezas. P e r o , en c u a l q u i e r caso, es cierto q u e h a p r e t e n d i d o h a c e r
lo c o n t r a r i o de l o q u e h a c í a en la p u e s t a en e s c e n a tradicional.

DORT

E m p e z a r é r e s p o n d i e n d o a su p r i m e r a p r e g u n t a relativa a los
o b r e r o s . A d m i t o que e n bastantes p u n t o s m e h e m o s t r a d o p o c o
preciso, y s o b r e t o d o , h e utilizado el t é r m i n o p r o l e t a r i a d o d e u n a
f o r m a d e m a s i a d o vaga. E s cierto q u e a finales del siglo XDC los o b r e ­
ros, en su m a y o r í a , n o a c u d e n al teatro, p e r o h a n surgido diferencia­
ciones d e n t r o m i s m o d e la clase b u r g u e s a , a u n q u e el p ú b h c o
se c o m p o n g a de elementos a m e n u d o m u y diferentes... E l p ú b l i c o d e
las p r i m e r a s r e p r e s e n t a c i o n e s del Teatro Libre, p o r ejemplo, es i m
p ú b l i c o m u y h e t e r o g é n e o . L o es t a m b i é n el p ú b l i c o d e L ü g n e - P o e ,
q u e va desde los lecheros del b a r r i o hasta los d a n d i s de finales del
siglo XIX. E n cualquier caso, de m o m e n t o , n o s faltan estadísticas
c o n c r e t a s . Sólo h a y u n f e n ó m e n o general q u e n o a d m i t e d u d a s : el
público o b r e r o (o, m á s a m p l i a m e n t e , p o p u l a r ) q u e , hacia 1820, fre­
c u e n t a b a los t e a t r o s de g r a n d e s espectáculos, p u e d e decirse q u e n o
va y a al t e a t r o (a los teatros burgueses) h a c i a 1 8 8 0 .
T r a t a r é a h o r a el p r o b l e m a de Brecht en sus relaciones c o n
l a p u e s t a en escena. M i respuesta h a b r á de ser n e c e s a r i a m e n t e e s ­
q u e m á t i c a . E s cierto q u e la p u e s t a en escena tradicional, y s o b r e
t o d o , la p u e s t a e n escena n a t u r a l i s t a , t r a t a d e p r o v o c a r en u n p ú b l i c o
h e t e r o g é n e o u n a reacción u n á n i m e y, sobre t o d o , d e crear vma e s ­
pecie de identificación e n t r e la sala y el escenario. P e r o se t r a t a d e
u n a identificación con u n fin especial, u n e s p e c t á c u l o bajo u n a for­
m a historicista; B r e c h t h a p r e t e n d i d o p r e c i s a m e n t e r o m p e r esta i d e n ­
tificación, abrir e n cierto m o d o el espectáculo. E n realidad, e n m a ­
teria t e a t r a l , n o h a h e c h o m á s q u e ampliar el esfuerzo de distancia­
ción i n t r o d u c i d a , al m a r g e n d e las intenciones conscientes d e los
p r i m e r o s directores de escena m o d e r n o s , p o r la existencia m i s m a d e
l a p u e s t a en escena.
B r e c h t h a h a b l a d o d e distanciación p o r r e a c c i ó n a la p u e s t a
en escena naturalista; p e r o , en realidad, sólo h a p o d i d o efectuar u n a
s e g u n d a distanciación d e n t r o d e la f u n d a m e n t a l q u e i m p h c a la exis­
tencia de la p u e s t a en escena, p o r q u e ésta p o s t u l a la posibilidad d e
espectáculos q u e se diferencian a p a r t i r de u n m i s m o texto y susci­
t a n , en la p r á c t i c a m i s m a del t e a t r o , u n juego f u n d a m e n t a l .

190
11
L o s t r a v e s t i d o s e n ia o b r a
de SFiakespeare
por Yan Kott

E s t o y u n p o c o p r e o c u p a d o p o r q u e n o h e tenido t i e m p o d e r e ­
d a c t a r m i p o n e n c i a p o r escrito y m á s a ú n m e p r e o c u p a el t e m a .
Q u i s i e r a hablar del significado de los travestidos e n S h a k e s p e a r e .
P e r o n o sé m u y b i e n si este estudio t i e n e i m sentido sociológico;
quisiera m á s b i e n s i t u a r l o dentro de u n a perspectiva a n t r o p o l ó g i c a .
E n el t e m a de los travestidos existen múltiples i m p h c a c i o n e s , t a n t o
a nivel de las c o s t u m b r e s , la filosofía, l a ideología, u n cierto nivel de
belleza, c o m o al nivel d e las técnicas del t e a t r o , de las técnicas d r a ­
máticas.
E l m o t i v o del travestido, del d e doncellas en h o m b r e s , es algo
t a n u m v e r s a l m e n t e c o n o c i d o que h a l l e g a d o incluso a sistemati­
zarse en el c a m p o d e la fábula y del folklore. E s u n m o t i v o c o n o ­
c i d o desde las épocas m á s antiguas, q u e se h a p e r p e t u a d o h a s t a la
é p o c a m o d e r n a . C a b e distinguir en él tres líneas diferentes, q u e se
manifiestan f i m d a m e n t a l m e n t e en la E d a d M e d i a :
L a línea h a g i o g r á f i c a ; u n a doncella disfrazada d e m u c h a c h o
e n t r a en u n c o n v e n t o d e h o m b r e s ; d e s p u é s d e su m u e r t e se d e s c u b r e
q u e e r a u n a doncella; es, p o r ejemplo, l a historia d e H i l d e g o n d a e n
los Diálogos de Miraculis y Creserius.
E n segundo l u g a r , l a línea caballeresca: r m a doncella viste r o ­
p a s d e h o m b r e y e n t r a e n el ejército; es l a historia d e J u a n a d e
Arco.
P o r último, u n t e r c e r m o t i v o i n t e r e s a n t e q u e he p o d i d o e n c o n ­
t r a r h a s t a en la ó p e r a c h i n a . U n a d o n c e l l a se p o n e las r o p a s d e u n
e s t u d i a n t e y e n t r a en u n a universidad r e s e r v a d a a m u c h a c h o s . Así

191
en el t e m a de los travestidos c a b e distinguir u n a perspectiva trágica
o patética y otra grotesca o burlesca.
Este t e m a se manifiesta c o n gran frecuencia y particular d e n -
sidad en la literatura del R e n a c i m i e n t o , sobre t o d o en la época q u e
p r e c e d e a S h a k e s p e a r e . E l episodio m á s c o n o c i d o es, en el Orlando
furioso, de Aristo, la historia d e u n a joven disfrazada de m u c h a c h o ,
objeto de los deseos d e o t r a joven, lo que p r o d u c e u n equívoco b a s -
tante escabroso. E n esta é p o c a del R e n a c i m i e n t o este tema, q u e
hasta a q u í h a b í a sido t r a t a d o de u n a f o r m a b a s t a n t e honesta, se
convierte en p r e t e x t o p a r a a b o r d a r u n capítulo de las c o s t u m b r e q u e
roza la inversión o la bisexualidad. E n las fuentes directas de S h a -
kespeare, sobre t o d o en B a n d e l l o , aparece esta m o d a l i d a d del t e m a
y en el m i s m o S h a k e s p e a r e este aspecto resulta evidente. E n Lo que
queráis R o s a l i n d a se viste d e m u c h a c h o y se esboza u n a a m i s t a d
a m o r o s a entre Rosalinda disfrazada y su a m a n t e O r l a n d o ; t a m b i é n
entonces la p a s t o r a F e b e se e n a m o r a de R o s a l i n d a . E n La Noche de
Epifanía Viola, disfrazada d e Cesarlo, vuelve a Iliria; Viola está
e n a m o r a d a de u n d u q u e q u e a su vez está e n a m o r a d o de Olivia.
P e r o Olivia, p o r su parte, se e n a m o r a de Viola disfrazada.
H a y interpretaciones clásicas d e estos e m b r o l l o s o d e estos t r a -
vestidos; la p r i m e r a , la m á s d e c e p c i o n a n t e y la m á s p o b r e es la i n -
terpretación «realista». Se explica q u e p o r a q u e l entonces, sobre t o d o
en Italia, a u n a joven d e la burguesía le r e s u l t a b a imposible salir
sin ir a c o m p a ñ a d a ; p o r ello, p a r a salvaguardar s u reputación, d e b í a
disfrazarse de h o m b r e ; esto se ve m u y c l a r a m e n t e en las p r i m e r a s
m u e s t r a s de la comedia dell'arte. El travestido sirve a la intriga y
se convierte en u n m e d i o d e la m i s m a ; desde el p r i m e r m o m e n t o
a p a r e c e el e m b r o l l o y, gracias al disfraz, la a c c i ó n sufre c o n t i n u o s
cambios. P e r o h a y que o b s e r v a r t a m b i é n , y esto es m u y interesante
en lo q u e respecta a S h a k e s p e a r e , q u e en su t e a t r o , c o m o en t o d o
el t e a t r o isabelino, p o r o t r a p a r t e , t o d o s los p a p e l e s de h o m b r e s o
mujeres e r a n r e p r e s e n t a d o s p o r v a r o n e s . E s t o constituía u n a g r a n li-
m i t a c i ó n y u n a i m p o r t a n t e restricción p a r a S h a k e s p e a r e , y es u n
factor q u e n o h a p o d i d o olvidar en sus o b r a s . S a b e m o s m u y b i e n ,
p o r ejemplo, q u e en Antonio y Cleopatra se h a visto obligado a
reducir al m í n i m o todas las escenas en que a p a r e c e C l e o p a t r a y a
n o h a c e r n i n g u n a escena d e a m o r . P e r o hay p o r lo m e n o s dos o b r a s
(las dos c o m e d i a s q u e h e m o s citado) en que S h a k e s p e a r e ha c o n v e r -
tido esta restricción y esta p o b r e z a del teatro c o n t e m p o r á n e o en i n s -
t r u m e n t o de u n n u e v o t e a t r o y en i n s t r u m e n t o ideológico, d o t a d o d e
un cierto nivel filosófico y estético. E n estas dos c o m e d i a s la a m b i -
valencia d e sexo se convierte en t e m a principal y p u e d e afirmarse
que los travestidos f o r m a n p a r t e d e la estructura m i s m a de la o b r a .

192
Son por lo m e n o s dos los e s q u e m a s q u e S h a k e s p e a r e utiliza en
estas o b r a s : en el p r i m e r esquema p u e d e n distinguirse tres niveles:
e n el nivel m á s bajo h a y actores q u e son todos h o m b r e s ; en el se-
g u n d o nivel h a y u n p r i m e r travestido; los actores masculinos desem-
p e ñ a n los papeles d e V i o l a y R o s a l i n d a . E n el tercer nivel h a y u n
s e g u n d o travestido; el h o m b r e disfrazado de doncella y de n u e v o
o t r a vez de h o m b r e . Rosalinda, h o m b r e disfrazado de doncella, se
convierte en Ganime,des, doncella vestida de h o m b r e , m i e n t r a s q u e
V i o l a se convierte en Cesarlo. A este nivel, segunda fase del traves-
t i d o , tenemos el d i á l o g o a m o r o s o e n t r e O r l a n d o y G a n i m e d e s , entre
el D u q u e y Cesarlo. E s t e diálogo, q u e a d q u i e r e u n m a t i z h o m o s e -
x u a l , c o r r e s p o n d e a u n a situación b a s e q u e es c l a r a m e n t e h o m o -
sexual; mientras q u e en el contexto de la situación d r a m á t i c a , en
su s e g u n d o nivel, están Rosalinda y Viola, dos m u c h a c h o s q u e
i n t e r p r e t a n papeles femeninos.
E l otro e s q u e m a , q u e se manifiesta en La Noche de Epifanía,
es todavía m á s a m b i v a l e n t e y logra p o r lo t a n t o u n a m a y o r intensi-
d a d d r a m á t i c a ; el travestido es p o r los d o s lados; u n j o v e n q u e in-
t e r p r e t a el p a p e l de Olivia se e n a m o r a d e otro joven q u e interpreta
el p a p e l de Viola. L o m i s m o o c u r r e c o n Rosalinda y F e b e en Lo
que queráis. E n escena vemos las relaciones entre u n h o m b r e q u e
i n t e r p r e t a el p a p e l d e u n a doncella q u e i n c o r p o r a el p a p e l d e u n
h o m b r e , y u n h o m b r e el de u n a d o n c e l l a : p o r u n a p a r t e G a n i m e d e s -
R o s a l i n d a (Cesario-Viola) y, p o r o t r a p a r t e F e b e (y Olivia). É s t a se
e n a m o r a de C e s a r i o ; F e b e de G a n i m e d e s .
E n el s e g u n d o nivel, es decir en la p r i m e r a fase del travestido,
h a y relaciones e n t r e doncellas, porqvie G a n i m e d e s es R o s a l i n d a ; y
a u n nivel de base sólo h a y a c t o r e s - h o m b r e s .
Así, en u n solo diálogo, t e n e m o s tres relaciones posibles: la
relación n o r m a l G a n i m e d e s - F e b e ; la relación lesbiana Rosalinda-
F e b e y la relación h o m o s e x u a l entre los dos actores m a s c u l i n o s .
N o veo a q u í la posibilidad de m o s t r a r l e s la utilización d r a m á -
tica q u e hace S h a k e s p e a r e de estas posibilidades, p e r o considero
i n d i c a d o recordarles u n a obra de G e n é t : Las criadas. La p r i m e r a
e s c e n a de Las criadas empieza con u n p a r de bofetadas cjuc una
s e ñ o r a d a a su c r i a d a ; p e r o al c a b o d e p o c o tiempo nos d a m o s cuen-
ta d e que se trata d e dos h e r m a n a s , u n a de las cuales juega a ser
la s e ñ o r a mientras q u e la otra i n t e r p r e t a el papel de su propia her-
m a n a . E n Las criadas, de G e n é t h a y tres papeles f e m e n i n o s : la se-
ñ o r a y las dos h e r m a n a s criadas. P e r o G e n é t en sus acotaciones a
la o b r a pide q u e sea i n t e r p r e t a d a sólo p o r h o m b r e s ; en este aspecto
utiliza m á s o m e n o s l a m i s m a técnica q u e S h a k e s p e a r e . Al t e a t r o de
( i e n é t se le ha l l a m a d o teatro de espejos; el a m o r y la pasión son

. 193

13
s i e m p r e los m i s m o s ; sólo los rostros son d i f e r e n t e s : el r o s t r o d e la
atracción, del odio, d e la a b o m i n a c i ó n , del d e s e o , el r o s t r o del m u ­
c h a c h o o d e la doncella, e t c .
N o t e n g o m u c h o t i e m p o p a r a ofrecerles extensas citas d e S h a ­
k e s p e a r e p r o c e d e n t e s d e las dos obras a q u e n o s h e m o s referido,
p e r o u n a v e z c o m p r e n d i d a la e s t r u c t u r a d e estas dos obras r e s u l t a
c l a r o y evidente q u e p o r l o m e n o s u n tercio d e los diálogos h a n
sido escritos c o n este p r o c e d i m i e n t o del d o b l e travestido y sólo a d ­
q u i e r e n su p l e n a acritud y p e n e t r a c i ó n , reveladores en su a m b i v a l e n ­
cia, c u a n d o se tiene en c u e n t a q u e en la e s c e n a a p a r e c e n h o m b r e s
disfrazados de doncellas y d e n u e v o disfrazados d e h o m b r e s . E l final
d e Lo que queráis, el diálogo e n t r e Rosalinda, F e b e , Silvius y O r l a n ­
d o , es especialmente significativo desde esta p e r s p e c t i v a e s t r u c t u r a l :

F E B E (a Silvius). — Hermoso pastor, decid... todo


suspiros y todo lágrimas, así estoy y o por Febe y y o por
Ganimedes, y yo por Rosalinda.
ROSALINDA. — Y yo por Silvius.
SILVIUS. — Era todo fidelidad, devoción, así soy
yo para Febe.
FEBE. — Y yo para Ganimedes.
O R L A N D O . — Y yo para Rosalinda.
ROSALINDA. — Y yo para... no una mujer.
SILVIUS. — Este ser todo éxtasis, todo pasión y
todo deseos, todo adoración y respeto y sacrificios, todo
humildad, todo paciencia, pureza, todo resignación,
todo obediencia, así soy yo para Febe.
FEBE. — Así soy yo para Ganimedes,
O R L A N D O . — Así soy yo para Rosalinda.
ROSALINDA. — Así soy y o para n o una mujer,

E s posible hallar citas m á s c r u d a s y m á s explícitas, p e r o esta


basta p a r a m o s t r a r n o s el a l c a n c e filosófico y estético d e este instru­
m e n t o teatral.

L o s Sonetos d e S h a k e s p e a r e h a n sido c o n s i d e r a d o s en múltiples


ocasiones c o m o u n a pieza d e referencia p a r a u n estudio biográfico;
p e r o y o c r e o q u e n o es excesivamente i n t e r e s a n t e saber si S h a k e s ­
p e a r e e r a h o m o s e x u a l o bisexual; p o r otra p a r t e n o es posible i n t e r ­
p r e t a r las o b r a s literarias d e u n a f o r m a t a n i n g e n u a . Sin e m b a r g o
c a b e hallar en los Sonetos o en su gran p r ó l o g o las estructuras f u n ­
d a m e n t a l e s de sus obras del p r i m e r p e r í o d o . L o s Sonetos constituyen
una especie d e tragicomedia o incluso u n d r a m a pasional c o n t r e s
personajes: u n h o m b r e , u n adolescente y i m a d o n c e l l a ; y en el e s p a -

194
c í o d e 154 secuencias se e x a m i n a n t o d a s las relaciones posibles en­
t r e h o m b r e , d o n c e l l a y adolescente. H a y u n círculo vicioso m á s o
m e n o s paralelo al q u e e n c o n t r a m o s en el teatro de S a r t r e , funda­
m e n t a l m e n t e e n Huit-Clos. E n los Sonetos de S h a k e s p e a r e afloran
los t e m a s m á s i m p o r t a n t e s de t o d o s u t e a t r o y, en c u a l q u i e r caso, los
r e l a c i o n a d o s c o n E r o s ; descubrimos, bajo otros aspectos, los te­
m a s d e las c o m e d i a s q u e a c a b a m o s d e c i t a r : el p r i m e r t e m a es el
d e la imposibilidad d e realizar u n a elección decisiva y definitiva
e n t r e el adolescente V la doncella; p o r ello el h é r o e d e los Sonetos
a l u d e a u n ideal d e belleza que es c l a r a m e n t e el ideal del efebo, en
en sentido griego d e l a p a l a b r a , es decir, del joven a f e m i n a d o . L o s
textos d e los Sonetos s o n a este r e s p e c t o significativos. Y n o debe­
m o s olvidar q u e d e estos dos a m o r e s , el a m o r del h o m b r e p o r el a d o ­
lescente y el a m o r del h o m b r e p o r la doncella, u n o es m a l o y el
o t r o honesto. H a y u n ángel y u n diablo, p e r o , en esta c o n c e p c i ó n del
a m o r , el diablo es s i e m p r e la mujer y el ángel el m u c h a c h o ; el a m o r
e n t r e h o m b r e y adolescente es u n a m o r ideal que se asemeja m u c h o
al ideal e x p r e s a d o p o r los neoplatónicos c o m o Pico d e la M i r á n d o l a
o Marsilio F i c i n o en l a época de L o r e n z o el Magnífico. D e h e c h o en
los Sonetos de S h a k e s p e a r e es fácil p e r c i b i r la ideología d e lo q u e
se l l a m a el Eros socrático y que t a n explícitamente h a n d e s a r r o l l a d o
los n e o p l a t ó n i c o s .
E n la é p o c a de L o r e n z o el M a g n í f i c o existen en F l o r e n c i a p r o ­
fundos paralelismos e n t r e las c o s t u m b r e s , el ideal de belleza, el m o ­
d e l o del d e s n u d o m a s c u l i n o , la filosofía y la metafísica. L o q u e
mejor c o n o c e m o s s o n evidentemente las c o s t u m b r e s . S a b e m o s m u y
bien q u e F l o r e n c i a fue considerada p o r aquel entonces c o m o una
capital de la s o d o m í a , q u e BotticeUi, L e o n a r d o de Vinci y Miguel
Ángel h a n sido a c u s a d o s m u c h a s veces d e practicar la h o m o s e x u a l i ­
d a d , lo que, p o r o t r a p a r t e , n o tiene d e m a s i a d o interés. L o i m p o r ­
t a n t e es saber q u e e n esta filosofía n e o p l a t ó n i c a el c u e r p o h i u n a n o
ha sido considerado c o m o la i m a g e n del m u n d o , la i m a g e n del cos­
m o s . L a figura h u m a n a ha sido la b a s e de toda alegoría, es decir,
d e t o d a r e p r e s e n t a c i ó n simbólica d e D i o s y de los valores; las vir­
tudes, los vicios, los dioses, las n a c i o n e s , t o d o era r e p r e s e n t a d o a
través del c u e r p o h u m a n o . P e r o esto n o es todo. D e a c u e r d o con
cierta filosofía m a t e m á t i c a y estética las p r o p o r c i o n e s del cuerjio
son las mismas del c o s m o s ; es la teoría del n ú m e r o de o r o . líl h o m ­
b r e ha sido c r e a d o a i m a g e n de D i o s y su c u e r p o refleja a Dios. El
c u e r p o de los jóvenes e r a el m á s p r ó x i m o a la imagen de Dios,
d e a c u e r d o c o n la filosofía de aquella é p o c a . Dios es, p o r esencia,
a n d r ó g i n o ; A d á n , el p r i m e r h o m b r e , h a sido en un principio a n d r ó ­
g i n o . El c u e r p o del adolescente c o n s e r v a todavía restos d e la unión

195
de los dos sexos. Marsilio F i c i n o h a escrito: «El a m o r a p a s i o n a d o
por la belleza física y m o r a l d e las p e r s o n a s h u m a n a s es u n s i g n o
que permite r e c o n o c e r a la famiUa de P l a t ó n » . L o i m p o r t a n t e e
interesante es q u e en esta é p o c a se f o r m a u n c i e r t o ideal d e belleza
o, m á s e x a c t a m e n t e , de d e s n u d o . Florencia se convierte en c a p i t a l
del d e s n u d o . E l f e n ó m e n o surgió en el taUer d e V e r r o c h i o c u a n d o
se pretendió r e p r e s e n t a r a u n o s ángeles sin sexo, m á s bien a m b i g u o s
o h e r m a f r o d i t a s ; el m o d e l o fue el d e s n u d o d e u n adolescente a f e m i -
n a d o , el efebo se convirtió en m o d e l o del ángel. E s t o es fácilmente
observable en las estatuas d e los tres David de F l o r e n c i a ; el d e
D o n a t e l l o , el d e V e r r o c h i o y el de Miguel Á n g e l . E s t a tíltima esta-
t u a es t o t a l m e n t e a f e m i n a d a ; D a v i d tiene la c a b e z a inclinada h a c i a
atrás, m i e n t r a s q u e la p i e r n a p a r e c e ejecutar el m o v i m i e n t o d e u n
salto; si se c o n t e m p l a este D a v i d d e perfil o p o r la espalda p a r e c e
q u e nos haUamos ante la estatua de u n a doncella; esta ambivalencia
de sexo resulta a ú n m á s evidente en t o d o s los putti e ignudi d e
la Sixtina d o n d e es m u y difícil afirmar si el artista pretendía r e p r e -
sentar el c u e r p o de u n m u c h a c h o o el de u n a doncella. Esta a m -
bigüedad resulta m á s p a t e n t e t o d a v í a en la o b r a d e L e o n a r d o . S a b e -
m o s m u y b i e n q u e los h i s t o r i a d o r e s de la p i n t u r a h a n s e ñ a l a d o l a
g r a n semejanza de los rostros de su san J u a n , d e su santa A n a , d e
su L e d a y d e su B a c o . L e o n a r d o estaba f a s c i n a d o p o r esta i d e a
de lo a n d r ó g i n o q u e r e ú n e e n sí el e n c a n t o , la belleza, la a m b i g ü e -
dad y el e n i g m a de a m b o s sexos. E s t a ambivalencia d e sexo a p a r e c í a
ya en las o b r a s de Botticelli y d e Signorelli así c o m o en las estatuas
de Miguel Ángel.^

U n a v e r d a d e r a mística d e lo a n d r ó g i n o se manifestó frecuente-


m e n t e a finales del R e n a c i m i e n t o , en la é p o c a q u e los historiadores
de la p i n t u r a suelen calificar d e manierista; é p o c a q u e significa la
transición del R e n a c i m i e n t o al B a r r o c o . L o a n d r ó g i n o , según las d i -
vagaciones filosóficas y místicas de la época, a m e d i o c a m i n o e n t r e
la especulación y la alquimia, s i m b o h z a la totalidad de los posibles, l a
coincidencia d e los o p u e s t o s ; coincidentia oppositorum; es el ideal
de la belleza, el s u e ñ o y el e n c a n t o del p a r a í s o p e r d i d o , de la a r m o -
nía p e r d i d a q u e h a y q u e r e c u p e r a r . E s preciso, p o r otra parte, h a c e r
u n a distinción e n t r e el c o n c e p t o de h e r m a f r o d i t a y el de a n d r ó g i n o ;
el h e r m a f r o d i t a t r a d u c e la ambivalencia del sexo a u n nivel fisioló-
gico. L o s antiguos, q u e t e n í a n dioses h e r m a f r o d i t a s , en la p r á c t i c a
r e c h a z a b a n e incluso m a t a b a n a los niños h e r m a f r o d i t a s . El a n d r ó -
gino, p o r el c o n t r a r i o , r e p r e s e n t a b a n o al ser fisiológicamente bise-

1 A. Chastel. en su obra principal Ari et humanisme á Florence, París. 1959, ha


GRcrlto aubre el Eres socrático las páginas hasta ahora más válidas.

196
x u a l , sino la i d e a m e t a f ó r i c a de la c o n j u n c i ó n de sexos, la realidad
ritual, tal c o m o la describe M i r c e a - E l i a d e . A finales del siglo xvi
y en el xvii, p r i n c i p a l m e n t e en Italia, t o d o s los mitos antiguos y
s o b r e t o d o el m i t o d e Dionisos así c o m o la tradición de los misterios
orfeicos y de las s a t u r n a l e s se r e n u e v a n ; hallamos de n u e v o c o n u n
significado m u y a m b i g u o e impreciso el m i t o del F é n i x , el m i t o de
N a r c i s o y el del a n d r ó g i n o en t a n t o q u e coincidentia oppositorum.
E l Banquete es la biblia de esta c o r r i e n t e neoplatónica y, d e n t r o
del Banquete, el cajHtulo en q u e u n o d e los invitados c u e n t a que
antes había h o m b r e s q u e eran dobles, q u e se c o m p o n í a n de dos
intestinos, c u a t r o p i e r n a s , c u a t r o b r a z o s , dos cabezas y dos sexos.
V o y a citar u n b r e v e fragmento del Banquete:

Estos seres se volvieron contra Dios y Zeus decidió


cortarlos, es decir, hacer dos mitades de estos seres más
completos... Cada uno de nosotros es, por lo tanto, una
mitad del hombre que ha sido separada do su líxlo, de
la misma forma que se corta un pescado en dos; cada
mitad busca siempre a la otra; los homlircs que pro-
vienen de la separación de estos seres c o m p u c s l 4 ) s , a los
que llamaban andróginos, a m a n a las mujeres; la mayor
parte de los hombres adúlteros pertenecen a esta especie,
a la que también pertenecen las mujeres que aman a
los hombres y practican el adulterio. Pero las mujeres
que provienen de la separación de las mujeres primitivas
n o constituyen una gran tentación para los hombres y
se sienten más bien inclinadas hacia otras nuijeres; a
esta especie pertenecen las tríbadas. Y, del mismo modo,
los hombres que provienen de la separación de los
hombres primitivos buscan el sexo masculino; mientras
que son jóvenes aman a los hombres; les causa placer
yacer con ellos y estar en sus brazos y son, entre los
niños y los adolescentes, los mejores, poique son
los m á s masculinos por naturaleza.

E s t e es el t e x t o magistral y las referencias a este texto son cla-


ras en los Sonetos d e S h a k e s p e a r e . V e a m o s los últimos versos del
soneto X X X I X :

And íhoat thou teachest how to make twain.


By praising him here who doth henee remaini

O bien S h a k e s p e a r e conocía d i r e c t a m e n t e el Banquete d e Pla-


t ó n , o bien, lo q u e p a r e c e m á s p r o b a b l e , se hablaba d e él en la so-
cietlad aristocrática d e S o u t h a m p t o n , a la q u e había sido trasplan-
liula t o d a la filosofía neoplatónica. Así en la Inglaterra isabelína y
en el círculo aristocrático en el q u e se m o v í a Shakespeare hallamos
m á s o menos la m i s m a situación, el m i s m o ideal, las m i s m a s c o s t u m -

197
bres q u e en la F l o r e n c i a d e los Mediéis. M a r l o w e a l a r d e a b a d e ser
h o m o s e x u a l y decía q u e los m á s estúpidos d e los h o m b r e s son los
que n o gustan del t a b a c o n i d e los m u c h a c h o s . E n Eduardo 11 h a c e
la apología d e u n a m a s c a r a d a y d e u n travestido general; h a y t a m -
bién en esta o b r a la evocación d e algo p a r e c i d o a u n a «orgía» g e -
neral, e n la q u e h a y incluso voyeurs. E s u n o d e los d o c u m e n t o s
m á s interesantes sobre las c o s t u m b r e y la m o r a l i d a d de la é p o c a .

P o d e m o s y a p r e g u n t a r n o s cuál es el a l c a n c e ideológico y esté-


tico d e esta técnica teatral q u e h e m o s e x a m i n a d o . D e s d e el p u n t o
d e vista teatral, desde el del espectáculo, n o h a l l a m o s en escena a
u n ser m i x t o , sino a u n m u c h a c h o q u e se h a vestido d e doncella o
a u n a d o n c e l l a q u e se h a disfrazado de m u c h a c h o , hasta u n límite e n
q u e se p i e r d e la diferencia e n t r e los sexos o m á s b i e n la n o c i ó n d e
la existencia de e s a diferencia. E s t o es t a n c i e r t o en lo q u e se r e -
fiere al h o m b r e c o n t e m p o r á n e o c o m o p a r a el h o m b r e de la é p o c a
isabelina. Si a c u d i m o s a u n nigth-club de invertidos v e r e m o s q u e el
travestido es general y a m e n u d o resulta casi imposible decir q u i é n
es h o m b r e y q u i é n es mujer... E s t o y casi s e g u r o de q u e la m a s c a r a d a
o baile d e disfraces de la é p o c a de S h a k e s p e a r e tenía el m i s m o
carácter.
Las primeras comedias de Shakespeare fueron interpretadas
m u c h a s veces p o r amateurs, es decir, p o r amigos y a m i g a s
de S o u t h a m p t o n . H a l l a m o s , s o b r e t o d o en Sueños de una noche de
verano, m u c h a s alusiones a h e c h o s de la sociedad c o n t e m p o r á n e a y,
sobre t o d o , a este aspecto de Sodoma...
¿ P e r o , c u á l es, al fin y al c a b o , el significado del travestido a
u n nivel estético y filosófico: en Lo que queráis n o s e n c o n t r a m o s
con la Arcadia antigua y la Arcadia italiana t r a n s p o r t a d a s a I n g l a -
terra, esa Arcadia que p r o p o r c i o n a el m a r c o d e u n idilio, el escena-
rio d e u n s u e ñ o de p a r a í s o p e r d i d o ; p e r o , al m i s m o tiempo, esta
A r c a d i a de S h a k e s p e a r e se sitúa en u n b o s q u e real, u n b o s q u e d e
las A r d e n a s q u e está c e r c a de Stradford. S h a k e s p e a r e describe la
situación real de u n rey q u e h a p e r d i d o su c o r o n a , d e im h e r m a n o
q u e h a sido desposeído. C o n v i v e n pastores q u e r e a c c i o n a n de u n a
f o r m a realista y otros de la tradición pastoril convencional. D e f o r -
m a q u e la o b r a resulta t o t a l m e n t e a m b i g u a . S h a k e s p e a r e h a c e al
m i s m o t i e m p o el proceso al m u n d o real y a la Arcadia, el p r o c e s o
a las falsas apariencias d e la tradición pastoril italiana, en la q u e

198
t o d o es doble; el p r i n c i p i o del e q u í v o c o constituye la e s t r u c t u r a
d e t o d o lo q u e o c u r r e e n la obra, es decir, q u e t a n t o a nivel de la
intriga, c o m o d e los travestidos y d e los paisajes m i s m o s , lirismo,
p a r o d i a , ironía y b u r l a están i n s e p a r a b l e m e n t e mezclados. L a A r c a -
d i a , o el b o s q u e e n c a n t a d o de las A r d e n a s , otorga p a z y felicidad a
los héroes, p e r o al m i s m o t i e m p o el B o u f ó n y el c a b a l l e r o J a i m e
ridiculizan y desmitifican todas las ilusiones de ideal. H e m o s de
v e r a J a i m e u n p o c o e n la perspectiva del f u t u r o H a m l e t . L a a r m o -
n í a hallada en el b o s q u e de las A r d e n a s , en la Arcadia, q u e d a des-
mitificada p o r J a i m e c o m o u n a m e n t i r a , c o m o u n a cosa inexistente.
A s í , lo a m b i g u o e r ó t i c o , lo incierto e n el d o m i n i o de los sexos, esos
travestidos eróticos y sexuales, r e s p o n d e n a la a m b i g ü e d a d del m u n -
d o . E l travestido es al m i s m o t i e m p o i m a convención y u n a f o r m a
d e teatro, p e r o t a m b i é n constituye u n a cierta clave filosófica q u e
explica algunos d e los p r o b l e m a s m á s difíciles de la j u v e n t u d de
S h a k e s p e a r e ; y a t r a v é s del anáhsis d e s u significado se i l u m i n a u n
p o c o el c a m i n o q u e lleva de Romeo y Julieta a Hamlet y a El
Rey Lear.

Coloquio /i ^ ,

LEFEBVRE

Quizá n o h a y a q u e t o m a r d e m a s i a d o en serio y al p i e de la
letra algunos e l e m e n t o s de las o b r a s d e S h a k e s p e a r e q u e usted ha
a n a l i z a d o y quizás h a y a que atribuirlos a u n a ironía, u n h u m o r sha-
k c s p e r i a n o p r e s e n t e en todas estas o b r a s q u e son, p o r o t r a parte,
c o m e d i a s . T a n t o m á s c u a n t o q u e esta ironía va aplicada al a m o r
c o r t e s a n o . Q u i e r o señalar también, en este m i s m o sentido, con res-
p e c t o a Eros socrático, que es A r i s t ó f a n e s quien p r o n u n c i a estas
p a l a b r a s , es decir, el personaje grotesco.
Si n o m e e q u i v o c o Lo que queráis empieza con ini tliscLirso del
d u q u e e x p r e s a n d o c o n s u m a precisión el ideal del a m o r c o r t e s a n o
y , f u n d a m e n t a l m e n t e , el tema de la inaccesibilidad del ser a m a d o ; y
la a m b i g ü e d a d de la o b r a consiste en q u e , a continuación, este ideal
es t r a t a d o c o n i r o n í a e incluso constituye u n motivo de burla. Sha-
kespeare d e m u e s t r a q u e el ser h u m a n o n o solamente n o es inaccesi-
ble sino que está a l a vez cerca e i n c i e r t o en su m i s m a p r o x i m i d a d .

199
Esta alusión a la ironía d e S h a k e s p e a r e n o afecta n a d a de l o
q u e usted a c a b a d e decir, p e r o n o s evita el t e n e r q u e buscar en los
Icnuis p o r usted analizados la filosofía m i s m a d e S h a k e s p e a r e . C r e o
que el i n g e n u o Balzac, digo i n g e n u o en su misticismo, es el tánico q u e
ha h a l l a d o la clave del u n i v e r s o en el personaje d e Serafitus-Serafita,
en la transexualidad.

, ' ' / ' : , ' •)^'./ ' • \.

SANGUINETI ' '''''''' " ' ' ' " ''

C r e o q u e las observaciones de Lefebvre n o contradicen e n


absoluto los análisis de K o t t , sino q u e m á s b i e n se integran en ellos.
A m i m o d o d e e n t e n d e r n o h a y u n a gran diferencia entre lo q u e
Lefebvre l l a m a ironía y l o q u e K o t t llama a m b i g ü e d a d . E n su l i b r o
sobre el a m o r y la m u e r t e e n la novela a m e r i c a n a , al q u e m e r e f e -
riré u n a vez m á s , o b r a p o r o t r a p a r t e s u m a m e n t e discutible, F i e d l e r
h a c e u n análisis bastante m i n u c i o s o del significado filosófico de los
Sonetos d e S h a k e s p e a r e e n t a n t o q u e elementos d e polémica frente
al a m o r c o r t e s a n o . L a a m b i g ü e d a d o ironía d e S h a k e s p e a r e es u n a
f o r m a d e desmitificación d e este a m o r c o r t e s a n o , d e esta i m a g e n
t r a s c e n d e n t a l de la mujer.
Quisiera t a m b i é n o b s e r v a r q u e el estudio d e K o t t nos lleva n e -
cesariamente al p r o b l e m a d e l a alquimia. P u e s p r e c i s a m e n t e el m i t o
del h e r m a f r o d i t a es f u n d a m e n t a l p a r a los alquimistas. M e p a r e c e
q u e e s t u d i a n d o este p r o b l e m a , n o en el s e n t i d o d e J i m g sino e n
el q u e K o t t h a señalado, n o s d a r í a m o s c u e n t a d e q u e se trata de t m
p r o b l e m a m á s bien a n t r o p o l ó g i c o q u e sociológico. E n cualquier c a s o
n o d e b e m o s olvidar q u e el m i t o del a n d r ó g i n o r e a p a r e c e en m o m e n -
t o p r e c i s o del R e n a c i m i e n t o e n relación c o n las manifestaciones d e
u n a d e t e r m i n a d a c a p a social q u e h a c e referencia t a n t o a la a l q u i m i a
c o m o a u n cierto n e o p l a t o n i s m o p a r a protestar c o n t r a el a m o r c o r -
tesano.

KOTT '

P o r s u p u e s t o m e he obligado a dejar a u n l a d o u n sinniimero


de elementos en el curso d e m i r á p i d a exposición. Q u i e r o insistir e n
el h e c h o d e q u e existe u n a g r a n diferencia e n t r e el a m o r p l a t ó n i c o
y el Eros socrático. E n S h a k e s p e a r e hallamos s i e m p r e elementos d e
u n a l u c h a en dos frentes: l u c h a c o n t r a el a m o r c o r t e s a n o y l u c h a
c o n t r a un cierto n a t u r a l i s m o del R e n a c i m i e n t o q u e , d e n t r o de u n a
perspectiva optimista, elimina las tragedias y las contradicciones.

200
A este n a t u r a l i s m o se o p o n e p r e c i s a m e n t e el Eros socrático. Tiene
r a z ó n Lefébvre al s e ñ a l a r q u e las frases citadas del Banquete están
puestas en b o c a de u n personaje b a s t a n t e grotesco; p e r o t a n t o Pico
della M i r á n d o l a c o m o Marsilio F i c i n o h a n h e c h o c o m e n t a r i o s m u y
serios acerca del Eros Socrático y este c a p í t u l o del Banquete h a sido
c o n s i d e r a d o e n su é p o c a c o m o la biblia d e los filósofos.
E n lo q u e r e s p e c t a c o n c r e t a m e n t e a los Sonetos d e S h a k e s p e a r e
c r e o q u e u n a i n t e r p r e t a c i ó n estilística, m u y difícil sin d u d a y m u y
larga, p e r o q u e m e p a r e c e posible, p e r m i t i r í a d e m o s t r a r h a s t a q u é
p u n t o estos Sonetos í n a r c a n u n a r e a c c i ó n e, incluso, u n a oposición
m u y n e t a con r e s p e c t o a las imágenes d e P e t r a r c a . L a s i m á g e n e s y
los tropos de S h a k e s p e a r e son m u c h o m á s completos, m u c h o m á s
realistas. Así c o m o c a b e señalar u n cierto paraleUsmo e n t r e los sone-
tos d e P e t r a r c a y los textos m á s i m p o r t a n t e s del a m o r c o r t e s a n o , en
c a m b i o , en los Sonetos d e S h a k e s p e a r e se ve c l a r a m e n t e q u e c o m -
b a t e , n o sólo a nivel d e los temas s i n o i n c l u s o a nivel del m i s m o es-
tilo, el a m o r c o r t e s a n o y sus equivalentes. P a r a S h a k e s p e a r e el a m o r
e r a siempre u n a p a s i ó n violenta y c a r n a l , tanto el a m o r e n t r e el
h o m b r e y el a d o l e s c e n t e c o m o el a m o r e n t r e h o m b r e y m u j e r .
T e r m i n o insistiendo, p a r a c o n c r e t a r m á s la totalidad d e m i ex-
posición, en el h e c h o d e que la diferencia entre tragedia y c o m e d i a
E n S h a k e s p e a r e n o e r a d e m a s i a d o g r a n d e . N u e s t r a t e n d e n c i a a es-
tablecer siempre esta división se d e b e al clasicismo y s u herencia.
E n lo q u e a m í respecta, en mis estudios s o b r e S h a k e s p e a r e , he trata-
d o d e c a p t a r los e l e m e n t o s grotescos en las tragedias y c o m p r e n d e r
el significado d e las z o n a s oscinas en las comedias y en los sonetos.
C r e o q u e esto lleva a i m a representación m o d e r n a d e S h a k e s p e a r e
q u e es al m i s m o t i e m p o u n a visión isabelína, p o r q u e t a n t o en n u e s t r o
t e a t r o c o m o en el d e la época de S h a k e s p e a r e las n o c i o n e s d e c o -
m e d i a y de tragedia p u r a n o existen. L o cómico, lo g r o t e s c o y lo
trágico se interfieren m u t u a m e n t e .

GOLDMANN

N o logro c o m p r e n d e r c ó m o K o t t al e m p e z a r su exposición, y
m á s tarde Sanguineti, h a n p o d i d o situar sus análisis e m p í r i c o s en
el p l a n o a n t r o p o l ó g i c o . Se trata de u n a cuestión metodológica. P a r a
mí lo antropológico n o p o d r í a ser m á s q u e funcional; lo q u e equiva-
le a decir p e r m a n e n t e . L o s datos p e r m a n e n t e s de la realitlad h u m a -
na, c o m o , p o r ejemplo, lo imaginario, q u i z á lo religioso, tienen un
c a r á c t e r antropológico. P e r o las f o r m a s c o n c r e t a s que t o m a n el c o m -
p o r t a m i e n t o y las representaciones q u e c u m p l e n la función tienen

201
uti c a r á c t e r estructural, lo cual q u i e r e decir p a r a m í genético y t r a n -
sitorio; están histórica, sociológicamente d e t e r m i n a d a s y sólo c o m o
laics p u e d e n ser estudiadas. D e lo c o n t r a r i o coincidiríamos c o n
J u n g c u y a posición m e p a r e c e , desde el p u n t o d e vista e m p í r i c o ,
insostenible.

SANGUINETI

E n general coincido c o n G o l d m a n n . H e h a b l a d o d e a n t r o p o l o -
gía c i t a n d o a J u n g p e r o n o estoy de a c u e r d o c o n su interpretación
psicoanalítica de la alquimia. H e t r a t a d o de explicar, desde mi p u n t o
de vista, el a s p e c t o a n t r o p o l ó g i c o de la o b r a d e S h a k e s p e a r e al q u e
se h a referido K o t t . P e r o si p u e d o concebir q u e se hable de este
a s p e c t o a n t r o p o l ó g i c o en el s e n t i d o de J u n g , sólo h a g o alusión a
ello a título de referencia, sin a c e p t a r ni su m é t o d o ni su i n t e r p r e t a -
ción.

KOTT
' ' '

Situaría m i p o n e n c i a m á s bien del l a d o d e la sociología q u e del


de la antropología, p e r o d e b o admitir q u e m i tesis es u n p o c o a m b i -
gua. H e resvmiido p a r a ustedes u n estudio m u c h o m á s extenso en el
q u e p r o c e d í a a u n análisis d e t a l l a d o de las c o m e d i a s de S h a k e s p e a r e .
H e t r a t a d o , en m i p o n e n c i a , a p a r t i r de los r e s u l t a d o s de estos a n á -
lisis, de señalar algunos rasgos d e los elementos eternos de S h a k e s -
p e a r e al m i s m o t i e m p o q u e sus aspectos históricos. Q u i e r o decir q u e
h e t r a t a d o de señalar elementos q u e s u p e r a n u n a é p o c a d e t e r m i n a d a
y q u e tienen u n significado m u c h o m á s a m p l i o , casi i n d e p e n d i e n t e .
L o q u e p r e t e n d í a d e m o s t r a r es q u e existen p o r l o m e n o s tres g r a n d e s
épocas en q u e el travestido juega u n papel i m p o r t a n t e en las c o s -
t u m b r e s y, lo q u e es m á s i m p o r t a n t e , d o n d e el travestido y el ideal
de la bisexualidad tienen u n p a p e l ritual o, al m e n o s , ideológico. E n
las tres épocas consideradas el m i t o del a n d r ó g i n o ha tenido u n a
cierta influencia en las artes y en la h t e r a t u r a . L a a m b i g ü e d a d es
siempre la m i s m a , p e r o s u sentido es, en c a d a ocasión, t o t a l m e n t e
diferente.

SANGUINETI

C r e o q u e n o es posible limitarse al e x a m e n d e estas tres é p o c a s


p u e s la imagen, el m i t o del a n d r ó g i n o , a p a r e c e n c o n m u c h a f r e c u e n -

202
c i a e n el t r a n s c u r s o d e l a historia. E n este sentido c a b e h a b l a r d e
u n a posibihdad a n t r o p o l ó g i c a general. H a y q u e explicar sociológica-
m e n t e esta especie d e emergencia d e ciertas posibilidades a n t r o p o l ó -
gicas d e las relaciones sexuales en d e t e r m i n a d o m o m e n t o de la his-
t o r i a y h a y q u e explicar el significado d e esta emergencia en c a d a
u n o d e estos m o m e n t o s . Sin duda, p a r a volver al ejemplo d e L e f é b -
v r e y K o t t , la p o s t u r a d e Platón en el f r a g m e n t o c i t a d o del Ban-
quete p a r e c e definirse en u n sentido c ó m i c o . M a s , p a r a los n e o p l a -
t ó n i c o s del R e n a c i m i e n t o , se trata d e algo c o m p l e t a m e n t e diferente,
y a q u e t o m a n este m i t o c o m p l e t a m e n t e e n serio. E s la a p a r i c i ó n d e
este m i t o , así e n t e n d i d o , en u n d e t e r m i n a d o m o m e n t o d e la historia
l o q u e hay q u e explicar.
Pienso q u e c a b e referirse a la a n t r o p o l o g í a p e r o de u n a f o r m a
m u y p r u d e n t e , es decir, c o n s i d e r a n d o q u e u n p r o b l e m a p e r m a n e n t e
d e los h o m b r e s , tal c o m o el sexo, se actualiza de f o r m a s m u y diver-
sas según las é p o c a s .

GOLDMANN

L o que a c a b a d e decir Sanguineti es válido p a r a c u a l q u i e r es-


t r u c t u r a en la m e d i d a en que es u n a f o r m a concreta histórica y so-
cial q u e c u m p l e u n a función d e t e r m i n a d a . L a antropología se define
p r e c i s a m e n t e c o m o a l g o p e r m a n e n t e q u e p u e d e ser l l e n a d o p o r un
c i e r t o n ú m e r o d e posibilidades estructurales y sociológicas.
C u a n d o K o t t dice q u e u n d e t e r m i n a d o m i t o s u p e r a u n a situa-
c i ó n concreta histórica y o r e s p o n d o t a m b i é n q u e esto es válido p a r a
t o d a s las estructuras. E n efecto, si el n ú m e r o de las situaciones his-
tóricas es i n f i n i t a m e n t e grande, el d e las estructuras en t a n t o q u e
posibilidades h u m a n a s es m u c h o m á s r e d u c i d o ; así, situaciones his-
tóricas m u y diferentes e n g e n d r a n e s t r u c t u r a s semejantes con varia-
ciones. A ñ a d o q u e h a b r á que estudiar algún día, d e n t r o d e esla
perspectiva, los límites de c o m u n i c a b i l i d a d entre las c s l r u c l u r a s .
Existen estructuras t o t a l m e n t e i n c o m p a t i b l e s : u n a d e t e r m i n a d a pos-
t u r a impide c o m p r e n d e r otra; h a y e s t r u c t u r a s que se c o m p r e n d e n
m á s o m e n o s bien; a p a r t i r de u n análisis i n t e r n o estructural pueden
d e t e r m i n a r s e h m i t e s d e comprensibilidad.

KOTT

Quisiera p r e g u n t a r a G o l d m a n n si n o cree que la a n t r o p o l o g í a


realizada p o r Lévi-Strauss es al m i s m o t i e m p o histórica.

203
GOLDMANN

Sí y n o ; l o q u e h a c e Lévi-Strauss es u n a e s t r u c t u r a histórica
q u e p r e t e n d e ser ahistórica. E l p e n s a m i e n t o d e Lévi-Strauss es u n
f e n ó m e n o histórico, p e r o es u n tipo de p e n s a m i e n t o q u e niega la
historia. U n a c o s a es c o n s i d e r a r el c o n t e n i d o del p e n s a m i e n t o d e
Lévi-Strauss e n t a n t o q u e f e n ó m e n o histórico preciso y localizado
q u e c o r r e s p o n d e a d e t e r m i n a d a s tendencias d e la sociedad y del p e n -
samiento modernos.

" • • • ••••"I '^••••;'^ y'. ."::,i'¡,r.,<

/,; ii^'v.--;

204
12
El e s t r u c t u r a l i s m o g e n é -
t i c o e n s o c i o l o g í a d e la
Literatura ¿i
por Lucien Goldmann

L a m e n t o m u c h o q u e Escarpit y S i l b e r m a n n h a y a n a b a n d o n a d o
y a el congreso p u e s el resultado m á s e v i d e n t e que se d e s p r e n d e de
n u e s t r a discusión es q u e existen dos c o r r i e n t e s t a n t o en sociología
d e l a cultura en g e n e r a l c o m o en sociología de la literatiua en par-
ticular; u n a , a la q u e p o d r í a m o s calificar d e positivista, se o p o n e a
t o d a perspectiva histórica; y otra, a la q u e m e adhiero, rechuza, p o r
el c o n t r a r i o , t o d a diferenciación e n t r e sociología e historia. Silber-
m a n n , de f o r m a r a d i c a l , Escarpit, c o n u n a m a y o r m a l i z a c i ó n , han
l o m a d o u n a posición u n í v o c a cada v e z q u e se e n c o n t r a b a n a n t e p o -
nencias de inspiración histórica; al m a r g e n d e cualquier p r o b l e m a
de v a h d e z los estudios d e este tipo son trabajos importantes d e la
historia literaria, q u e es u n a ciencia p a r t i c u l a r y n o tiene n a d a
en c o m ú n con la sociología de la l i t e r a t u r a .
A h o r a bien, u n o d e los principios fundamentales del m é t o d o
sociológico al q u e m e a d h i e r o es el d e ser — c o m o , por otra p a i t e ,
el p e n s a m i e n t o m a r x i s t a en su t o t a l i d a d — r i g u r o s a m e n t e monista
y afirmar, entre otras cosas, que n i n g u n a sociología p o d r á ser posi-
tiva si n o es histórica, del m i s m o m o d o q u e ninguna investigación
histórica p o d r á ser científica y positiva si n o es sociológica. M á s a ú n ,
n o h a y hechos sociales separados y otros h e c h o s h u m a n o s q u e serían
históricos, ni siquiera h a y dos ciencias diferentes. Por ello la necesi-
d a d d e estudiar los h e c h o s h u m a n o s e n su estructura esencial y e n
su realidad c o n c r e t a s u p o n e u n m é t o d o q u e sea a la vez sociológico
e histórico.
E v i d e n t e m e n t e la investigación efectiva, los métodos d e a p r o x i -

205
miición son n u m e r o s o s y el o r d e n del trabajo p e r m i t e u n a g r a n elas-
licidad. P u e d e suceder t a m b i é n , y f r e c u e n t e m e n t e o c u r r e , que se
desarrolle en d e t e r m i n a d o m o m e n t o de la investigación u n e s q u e m a
estructural estático q u e describa los estados de equilibrio d e n t r o del
c a m p o estudiado. (El m i s m o M a r x lo h a h e c h o en El Capital, q u e
es f u n d a m e n t a l m e n t e im e s q u e m a d e este tipo.) Se t r a t a entonces d e
u n i n s t r u m e n t o c o n c e p t u a l d e üivestigación q u e p u e d e resultar ü n -
p o r t a n t e y útil a condición de n o olvidar n u n c a su c a r á c t e r p r o v i -
sional. E n r e s u m e n , cualquier i n t e n t o de s e p a r a r l a sociología d e la
historia c o n d u c i r í a n e c e s a r i a m e n t e a dos ciencias y a m b a s serían a
la vez criticables y abstractas.
P e r m í t a n m e a este r e s p e c t o r e c o r d a r u n a a n é c d o t a real q u e
m u e s t r a c l a r a m e n t e los límites de u n a sociología antihistórica y
d e m a s i a d o a p e g a d a al estudio d e invariables: D u r a n t e u n congreso
d e sociología u n o s participantes q u e h a b í a n e f e c t u a d o , en u n país
e n vías d e desarrollo, u n a e n c u e s t a acerca d e las representaciones
q u e los m i e m b r o s d e d e t e r m i n a d o s grupos sociales se h a c e n de sus
c o m p a t r i o t a s pertenecientes a g r u p o s distintos a los suyos, presenta-
r o n los resultados de esta investigación con la m a y o r seriedad del
m u n d o y t e r m i n a r o n l a m e n t a n d o la relativa p o b r e z a de sus resul-
tados q u e se explicaba, según ellos, p o r el h e c h o d e q u e la realidad
social, p o h t i c a , e c o n ó m i c a y espiritual del país e n el q u e h a b í a n
t r a b a j a d o se h a l l a b a en el m o m e n t o de l a encuesta en p l e n o c a m b i o .
D e b o a ñ a d i r q u e l o m á s a s o m b r o s o p a r a mí fue el ser el p r i m e r o
e n o b s e r v a r q u e en u n caso semejante la falta d e resultados n o h a -
bría d e atribuirse a u n a r e a l i d a d p o c o propicia a la investigación
científica sino m á s bien a su m é t o d o de investigación e n c a m i n a d o a
t o d a costa a la b ú s q u e d a de invariantes en u n m o m e n t o en q u e los
c a m b i o s son p a r t i c u l a r m e n t e r á p i d o s y a c e n t u a d o s . E s p r o b a b l e q u e
u n a e n c u e s t a sociohistórica investigando n o r e p r e s e n t a c i o n e s d u r a d e -
r a s y p e r m a n e n t e s sino l a n a t u r a l e z a de las t r a n s f o r m a c i o n e s d e
las ya existentes y d e las leyes q u e rigen estas t r a n s f o r m a c i o n e s h u -
b i e r a t e n i d o probabilidades d e o b t e n e r resultados m u c h o m á s positi-
vos. C o m p r e n d e r á n ustedes p o r q u é , a i m q u e n o d u d o de la utilidad
d e los m é t o d o s de Escarpit, sólo m e p a r e c e q u e p o d r á n ser v e r d a -
d e r a m e n t e interesantes en la m e d i d a en q u e :

a) su utilización n o se h m i t e a la difusión y r e c e p c i ó n d e las


o b r a s literarias sino q u e a b a r q u e t a m b i é n su c r e a c i ó n , y
b) integren el d a t o y los e s q u e m a s estáticos en u n anáhsis
positivo d e las leyes d e t r a n s f o r m a c i ó n y del d e v e n i r .
A lo l a r g o de este c o n g r e s o se h a r e p r o c h a d o a mis trabajos
sobre t o d o p o r p a r t e de S i l b e r m a n n , el p a r t i r d e ideas o valores
preconcebidos. Se trata, sin d u d a , de u n a observación a c e r t a d a , p e r o

206
q u e , e n c u a n t o r e p r o c h e , m e parece d e u n a l c a n c e bastante r e d u c i d o
si se tiene en c u e n t a q u e u n o de los p o s t u l a d o s fundamentales d e
t o d o p e n s a m i e n t o dialéctico es q u e en las ciencias h u m a n a s , t o d a
investigación p a r t e explícita o i m p l í c i t a m e n t e de u n cierto n ú m e r o
d e t o m a s d e p o s t u r a y, p o r lo t a n t o , d e valorizaciones n o a priori
s i n o iniciales y previas.
E n este aspecto, e n c a m b i o , m e m u e s t r o d e a c u e r d o c o n E s c a r ­
pit q u e creía, al m e n o s así m e h a p a r e c i d o , limitarse a repetir de u n a
f o r m a m á s m o d e r a d a l a p o s t u r a de S i l b e r m a n n c u a n d o d e h e c h o
d e s a r r o l l a b a ideas r a d i c a l m e n t e diferentes al s u b r a y a r q u e el inves­
t i g a d o r d e b e ser l o m á s objetivo posible. T o d o el m u n d o c o m p r e n ­
d e r á , e n efecto, q u e a u n q u e la objetividad total se halla siempre es-
t r u c t u r a l m e n t e fuera d e n u e s t r o alcance, n o p o r ello la objetividad
m á x i m a deja de c o n s e r v a r t o d o su r i g o r p a r a el investigador exi­
g e n t e . S i e m p r e se p i e n s a a p a r t i r de t m c i e r t o n ú m e r o de valores y
esto es v á l i d o p a r a t o d a investigación p o r q u e desde el m o m e n t o e n
q u e el investigador t o m a l a iniciativa está y a d e n t r o de u n a sociedad
y elige su t e m a en f u n c i ó n de criterios, convicciones c hipótesis
explícitas o implícitas. P r e c i s a m e n t e p o r esto, en n o m b r e incluso d e
las exigencias de objetividad formuladas p o r Escarpit, c r e o q u e h a y
q u e n e g a r s e a seguir a Silbermann, p u e s n o l o g r a r e m o s un m á x i m o
d e objetividad t r a t a n d o d e escamotear o incluso de ticscchar las
hipótesis y los valores iniciales, m i e n t r a s q u e , p o r el c o n t r a r i o , la
a s p i r a c i ó n al m á x i m o d e objetividad posible exige el esfuerzo d e
h a c e r conscientes y manifiestos estos valores a fin d e p r o v o c a r s u
crítica y, sobre t o d o , a fin d e conservar u n o m i s m o u n a actitud l o
m á s a b i e r t a posible t a n t o frente a las objeciones de otros estudiosos
c o m o frente a los h e c h o s q u e nos p r o p o n e m o s estudiar. A d e m á s n o
d e b e olvidarse n u n c a q u e e n el caso d e u n d e s a c u e r d o p r o l o n g a d o y
d u r a d e r o entre la teoría y los hechos es p r e c i s o buscar u n a modifi­
cación d e l a teoría y n o u n a distorsión d e los hechos.

N o h a y que olvidar n u n c a , sin e m b a r g o , q u e la m a y o r í a d e las


veces significa y a u n a t o m a d e p o s t u r a l a afirmación d e q u e d e t e r ­
m i n a d o sector de la r e a l i d a d o f r a g m e n t o d e u n a obra, tiene u n a
e s t r u c t u r a a u t ó n o m a y p u e d e ser objeto d e estudio. En efecto, esto
equivale a decir q u e esa p o r c i ó n tiene u n significado i n m a n e n t e q u e
p u e d e ser estudiado g e n é t i c a m e n t e . M i e n t r a s n o se tengan a r g u m e n ­
tos serios en favor de u n a confirmación d e este tipo es preferible
jiresentarla c o m o u n a hipótesis que necesita confirmación.
A c a b o d e decir q u e el estructuralismo genético es, a n t e t o d o ,
una p o s t u r a r i g u r o s a m e n t e monista. P o r ello, así c o m o r e c h a z a t o d a
s e p a r a c i ó n entre historia y sociología, n o a c e p t a r í a t a m p o c o u n a se­
p a r a c i ó n radical e n t r e las leyes f u n d a m e n t a l e s q u e rigen el c o m -

207
p o r t a m i c n t o c r e a d o r en el c a m p o de la c u l t u r a y las q u e rigen el
c o n i p o r l a m i e n t o cotidiano de t o d o s los h o m b r e s en la vida social
y e c o n ó m i c a . Estas leyes, en la m e d i d a en q u e existen (y u n a de las
larcas de la sociología es el sacarlas a la luz) son igualmente válidas
p a r a la actividad de u n o b r e r o , u n a r t e s a n o o u n c o m e r c i a n t e e n el
ejercicio de su oficio o en su vida familiar c o m o p a r a R a c i n e o
C l a u d e l en el m o m e n t o en q u e escriben sus o b r a s . E v i d e n t e m e n t e ,
d e n t r o del c u a d r o delimitado p o r las leyes m á s generales, existen
caracteres y leyes específicas, p r o p i a s del c o m p o r t a m i e n t o de g r u p o s
sociales particulares y, p o r supuesto, esta especificación p o d r á lle­
varse e x t r a o r d i n a r i a m e n t e lejos; m e p a r e c e , sin e m b a r g o , m u y i m ­
p o r t a n t e f o r m u l a r en p r i m e r l u g a r las leyes universales del c o m p o r ­
t a m i e n t o p a r a ver en q u é m e d i d a es posible, p a r t i e n d o de ellas,
explicar el código p a r t i c u l a r q u e , en el c o n j u n t o de la vida social,
tiene la c r e a c i ó n cultural y, e n especial, la c r e a c i ó n literaria.
A q u í d e b e m o s abrir u n paréntesis. C r e o , en efecto, q u e t r a t a r
d e c o m p r e n d e r la creación cultural al m a r g e n d e la vida global d e
la sociedad en q u e se desarrolla es u n a e m p r e s a t a n inútil c o m o t r a ­
t a r d e a r r a n c a r , n o p r o v i s i o n a l m e n t e y p o r necesidades de estudio,
sino d e u n a m a n e r a f u n d a m e n t a l y d u r a d e r a , la p a l a b r a a la frase
o la frase al discurso. Si se considera que esto es inaceptable c r e o
q u e d e b e admitirse t a m b i é n q u e n o podría estudiarse de f o r m a m á s
válida el discurso s e p a r á n d o l o del individuo q u e lo formula o b i e n
s e p a r a n d o a este individuo de las relaciones sociohistóricas en las
q u e se e n c u e n t r a i n m e r s o . Así t o d o dualidad o pluralidad radical o
casi r a d i c a l en la f o r m a d e v e r los diferentes c a m p o s del c o m p o r t a ­
m i e n t o h u m a n o m e p a r e c e criticable y a b o c a d a de a n t e m a n o a
ofrecer u n a i m a g e n parcial y discordante d e esta realidad.
V o l v a m o s , sin e m b a r g o , al p u n t o de p a r t i d a . E n la base d e
t o d a investigación estructuralista genética en el c a m p o de la c r e a c i ó n
cultural está la hipótesis d e q u e existe u n a característica universal
válida p a r a t o d o c o m p o r t a m i e n t o h u m a n o , característica que
debe ser c a p a z de explicar el c a r á c t e r privilegiado q u e tienen, n o
p a r a la crítica sino p a r a las sociedades m i s m a s en q u e se desarrollan,
ciertos c o m p o r t a m i e n t o s q u e a causa de esto l l a m a m o s culturales.
C r e o q u e esta característica es la q u e a d o p t a c o m o p u n t o de p a r t i d a
t o d o p e n s a m i e n t o dialéctico, es decir, q u e los c o m p o r t a m i e n t o s h u ­
m a n o s son, o tienden a ser, significativos. C a d a v e z que u n h o m b r e
a c t ú a se halla frente a u n a situación que constituye p a r a él u n a t a r e a
o u n p r o b l e m a a resolver y t r a t a d e t r a n s f o r m a r el m u n d o m e d i a n t e
su c o m p o r t a m i e n t o de f o r m a q u e obtenga u n a r e s p u e s t a significativa
a un p r o b l e m a p l a n t e a d o . A d e m á s el ser h u m a n o tiende, a u n q u e s ó l o
lo consiga en raras ocasiones, a a r m o n i z a r las diferentes respuestas

208
q u e d e b e d a r a los diferentes p r o b l e m a s q u e se le p l a n t e a n , es deeir,
t o d o s los h o m b r e s p r o p e n d e n a h a c e r de su p e n s a m i e n t o , su afec-
tividad y su c o m p o r t a m i e n t o u n a e s t r u c t u r a significativa y c o h e r e n t e .
E n esta perspectiva l a creación cultural en sus diferentes f o r m a s
—^religiosa, filosófica, artística y, p o r s u p u e s t o , también literaria—
c o n s t i t u y e u n c o m p o r t a m i e n t o privilegiado en la medida en q u e rea-
liza, e n u n c a m p o p a r t i c u l a r , u n a e s t r u c t u r a , más o m e n o s c o h e -
r e n t e y significativa, es decir, en la m e d i d a en que se acerca a u n
fin al que tienden todos los miembros de un determinado grupo
social. D e b e m o s a ñ a d i r q u e n o se t r a t a de cualquier g r u p o . P a r a
e v i t a r m a l e n t e n d i d o s : t o d o s los h o m b r e s tienden a c r e a r estructu-
r a s significativas — l o q u e constituye el f u n d a m e n t o del valor viV-
tualmente universal d e todas las c r e a c i o n e s culturales , lodos los
m i e m b r o s de u n g r u p o social y de ciertos g r u p o s privilegiados tienden
a c r e a r las mismas e s t r u c t u r a s significativas de alcance q u e h e m o s
l l a m a d o visiones del m u n d o . A h o r a los h e c h o s resultan un p o c o
m á s complejos y d e b e m o s reflexionar u n o s instantes. El q u e un
i n d i v i d u o p e r t e n e z c a a u n d e t e r m i n a d o g r u p o social tiene repercu-
siones sobre su p e n s a m i e n t o , su afectividad y su c o m p o r t a m i e n t o en
c a d a sociedad global en la m e d i d a en q u e t o d o individuo pertenece
a u n n i i m e r o m á s o m e n o s grande de g r u p o s sociales su p c n s a n ú c n t o ,
s u afectividad, su c o m p o r t a m i e n t o c o n s t i t u y e n en su c o n j u n t o una
m e z c l a m á s o m e n o s desprovista d e c o h e r e n c i a . Por ello resultaría
e x t r a o r d i n a r i a m e n t e difícil estudiar u n a conciencia intlividual, pre-
c i s a m e n t e a c a u s a de s u carácter tínico y particularmciUc conqilejo.
P o r el contrario, si p a s a m o s del i n d i v i d u o a la tolalitlail del g r u p o y
si éste es lo b a s t a n t e n u m e r o s o , las diferencias individuales, debidas
al h e c h o de q u e c a d a individuo p e r t e n e c e a otros g r u p o s sociales
distintos, se a n u l a r á n (ya q u e éstos s o n diferentes p a r a c a d a indivi-
d u o concreto), m i e n t r a s q u e los e l e m e n t o s q u e , en la conciencia de
los individuos e s t u d i a d o s , provienen d e su pertenencia a un g r u p o
ú n i c o e igual t e n d e r á n , p o r el c o n t r a r i o , a reforzarse y hacerse visi-
bles. P r e c i s a m e n t e p o r esto, h a c i e n d o a b s t r a c c i ó n del h e c h o d e q u e
se t r a t a de u n d o m i n i o m u c h o m á s a m p l i o y exige siempre un tra-
bajo c u a n t i t a t i v a m e n t e m a y o r , es s i e m p r e m á s fácil analizar desde
el p u n t o de vista m e t o d o l ó g i c o u n a conciencia colectiva q u e ileter-
m i n a r esa e s t r u c t u r a a p a r t i r de los diferentes elementos ¡rntagónicos
y c o n t r a d i c t o r i o s q u e t i e n d e n a significados diferentes y q u e c o n s -
t i t u y e n u n a conciencia individual.

D i c h o esto es n e c e s a r i o t a m b i é n distinguir, desde el p u n t o de


vista de su i m p o r t a n c i a p a r a la c r e a c i ó n cultural, dos tipos diferen-
tes d e g r u p o social y d o s conciencias colectivas correspondientes. P o r
u n a p a r t e , todos los g r u p o s q u e , c o m o las familias, los g r u p o s

209
profesionales, etc., sólo están orientados, en t a n t o q u e c o m p o r t a -
mientos colectivos, a la m e j o r a d e ciertas posiciones en el interior d e
u n a e s t r u c t u r a social d e t e r m i n a d a . A la c o n c i e n c i a colectiva q u e les
c o r r e s p o n d e la l l a m a r e m o s conciencia ideológica, en la m e d i d a e n
q u e tiene u n c a r á c t e r p a r t i c u l a r y estrictamente sociocéntrico y m u y a
m e n u d o los intereses m a t e r i a l e s , e n el sentido m á s o m e n o s restrin-
gido d e la p a l a b r a , j u e g a n e n ellos u n p a p e l m a r c a d a m e n t e p r e -
ponderante.
P o r o t r a p a r t e , los g r u p o s sociales privilegiados, cuya c o n c i e n -
cia, afectividad y c o m p o r t a m i e n t o se orientan a u n a r e o r g a n i z a c i ó n
global d e todas las relaciones h u m a n a s y e n t r e el h o m b r e y la n a -
turaleza o b i e n hacia u n a conservación global d e la estructura s o -
cial existente. E s t a visión total d e las relaciones h u m a n a s y e n t r e
los h o m b r e s y el universo implica en este t i p o d e conciencia c o l e c -
tiva la posibihdad, y m u c h a s veces la presencia efectiva, de u n i d e a l
del h o m b r e y esto nos lleva a diferenciarlo del tipo de conciencia
colectiva q u e h e m o s l l a m a d o ideológica, d e s i g n á n d o l a con el t é r m i n o
de visión del mundo.
D e b e m o s a ñ a d i r q u e m u c h a s veces, en este ú l t i m o tipo d e c o n -
ciencia colectiva, j u n t o a los intereses materiales q u e siguen d e s e m -
p e ñ a n d o u n p a p e l i m p o r t a n t e en su elaboración, los deseos de u n i d a d
y c o h e r e n c i a o c u p a n u n l u g a r m u c h o m á s i m p o r t a n t e q u e en las e s -
t r u c t u r a s colectivas de c a r á c t e r ideológico.
A ñ a d o p a r a t e r m i n a r q u e son las visiones del m u n d o y los g r u -
pos sociales a p a r t i r de los cuales se e l a b o r a n (y q u e h a n sido, al
m e n o s d u r a n t e u n largo p e r í o d o d e la historia del m u n d o occidental,
las clases sociales) los q u e constituyen el f a c t o r decisivo de la c r e a -
ción cultural.
C o n estas premisas resulta y a m á s fácil r e s p o n d e r a la c u e s t i ó n
q u e constituía n u e s t r o p u n t o d e p a r t i d a . Si t o d a conciencia individual
constituye i m a mezcla de t e n d e n c i a s diversas y contradictorias h a c i a
estructuras coherentes de tipo ideológico global, la o b r a cultural se
caracteriza p o r el h e c h o de q u e reaUza a u n nivel particular, y e n
el c a s o c o n c r e t o q u e nos interesa al nivel d e la c r e a c i ó n literaria, u n
universo m á s o m e n o s c o h e r e n t e q u e c o r r e s p o n d e a u n a visión del
m u n d o c u y o s f u n d a m e n t o s son elaborados p o r u n g r u p o social p r i v i -
legiado. P o r supuesto, los m i e m b r o s del g r u p o n o c a p t a n esta c o h e -
r e n c i a m á s q u e d e u n a f o r m a lejana y a p r o x i m a t i v a . E n este s e n t i d o
el escritor n o refleja la c o n c i e n c i a colectiva, c o m o h a creído d u r a n t e
m u c h o t i e m p o u n a sociología positivista y mecanicista, sino q u e ,
p o r el c o n t r a r i o , lleva h a s t a u n nivel de c o h e r e n c i a m u y a v a n z a d o
lus estructuras q u e ésta h a e l a b o r a d o de f o r m a relativa y r u d i m e n t a -
ria. E n este sentido la o b r a constituye u n a t o m a d e conciencia c o l e c -

210
tiva, a través d e u n a conciencia individual, la de su c r e a d o r , t o m a
d e conciencia q u e m o s t r a r á a c o n t i n u a c i ó n al g r u p o q u e e r a aquello
a lo q u e tendía «sin saberlo» en su p e n s a m i e n t o , su afectividad y su
comportamiento.
E l carácter privilegiado de la c r e a c i ó n cultural se d e b e precisa-
m e n t e a su g r a d o p e c u l i a r de c o h e r e n c i a , lo q u e n o tiene n a d a de
s o r p r e n d e n t e e n u n a perspectiva en la c u a l el h e c h o d e t e n d e r a la
c o h e r e n c i a y d e privilegiar las f o r m a s d e conciencia y de c o m p o r t a -
m i e n t o q u e se a c e r c ^ p m á s a ella c o n s t i t u y e u n r a s g o universal de
t o d a conciencia, afectividad y c o m p o r t a m i e n t o . E n c u a n t o a la o b r a
t i e n e i m c a r á c t e r a l a v e z a l t a m e n t e i n d i v i d u a l y colectivo en la m e -
d i d a en q u e el g r u p o n o hubiera p o d i d o t o m a r conciencia, o en
c u a l q u i e r caso l o h a b r í a h e c h o c o n m u c h a s dificultades, d e sus p r o -
pias aspiraciones sin intervención d e las individualidades c r e a d o r a s ,
p e r o , al m i s m o t i e m p o , estas i n d i v i d u a h d a d e s , ya se t r a t e del teólogo,
del filósofo, del jefe político, del artista o del escritor, n o h u b i e r a n
p o d i d o n u n c a e l a b o r a r sus obras si n o h u b i e r a n e n c o n t r a d o , a u n q u e
s ó l o en f o r m a t e n d e n c i a l , estos e l e m e n t o s y sus nexos e n la c o n -
ciencia colectiva.
¿Cuáles son, p o r l o tanto, en l a perspectiva del e s t r u c t u r a l i s m o
genético, las tres características f u n d a m e n t a l e s del c o m p o r t a m i e n t o
h u m a n o , las cuales e n l a m e d i d a en q u e n u e s t r o análisis es a c e r t a d o ,
d e c i d e n en ú l t i m a i n s t a n c i a la m e t o d o l o g í a d e t o d o estudio positivo y
científico de la vida social en general y d e la creación c u l t u r a l en
particular?
a) L a p r i m e r a , es el h e c h o d e q u e t o d o c o m p o r t a m i e n t o hu-
m a n o tiende, a c a b a m o s d e decirlo, a la significación y a la r a c i o n a -
lidad. A este r e s p e c t o d e b e m o s s u b r a y a r , p a r a evitar t o d o m a l e n -
t e n d i d o , q u e c u a n d o h a b l a m o s de r a c i o n a l i d a d no nos referimos a la
razón cartesiana (que es simplemente u n a d e las múltiples f o r m a s del
p e n s a m i e n t o r a c i o n a l ) , n i a u n a r a c i o n a l i d a d lógica, i n d e p e n d i e n t e
d e los datos sociológicos y psicológicos: racionalidad significa aquí,
s i m p l e m e n t e , q u e el c o m p o r t a m i e n t o h u m a n o constituye s i e m p r e una
r e s p u e s t a a los p r o b l e m a s que p l a n t e a el m e d i o a m b i e n t e y q u e
esta respuesta t i e n d e a ser significativa, es decir, a permitir t a n t o al
o r g a n i s m o individual c o m o al g r u p o q u e sobreviva y se desarrolle de
la m a n e r a m á s eficaz y m á s c o n f o r m e a sus tendencias i n m a n e n t e s .
P e r m í t a n m e r e c o r d a r a q u í otra a n é c d o t a q u e ilustra m u y bien este
p r o b l e m a : C u a n d o e m p e c é mis estudios d e sociología en la S o r b o n a
las teorías de L é v y - B r u h l , q u e a f i r m a b a q u e las sociedades primi-
tivas e r a n i m p e r m e a b l e s a la experiencia, g o z a b a n de gran audiencia.
Y m e a c u e r d o m u y b i e n q u e siendo j o v e n estudiante dije a M a u r i c c
H a l b w a c h s la p r i m e r a vez que h a b l é c o n él que, sin h a b e r visto

211
n u n c a a un h o m b r e p r i m i t i v o y sin tener el m e n o r c o n o c i m i e n t o
de la m e n t a l i d a d primitiva, esta tesis m e p a r e c í a a priori i n c o n c e b i -
ble c inaceptable p o r la sencilla r a z ó n de q u e si estas sociedades h u -
bieran tenido v e r d a d e r a m e n t e u n a m e n t a l i d a d i m p e r m e a b l e a la e x -
periencia n o h u b i e r a n sobrevivido y los etnólogos n o h u b i e r a n c o n -
seguido n u n c a estudiarlas s o b r e el t e r r e n o e n el siglo xix. D e i m a
f o r m a u o t r a p u e d e admitirse q u e t o d o p e n s a m i e n t o y t o d o c o m p o r -
t a m i e n t o h u m a n o q u e c a r a c t e r i z a n a u n g r u p o suficientemente a m -
plio y h a existido d u r a n t e u n t i e m p o lo b a s t a n t e l a r g o , tienen u n c a -
r á c t e r significativo si se t i e n e en c u e n t a la situación c o n c r e t a e n
la q u e se halla ese g r u p o y los p r o b l e m a s q u e h a suscitado c o n s u
p e n s a m i e n t o y su acción.
b) L a s e g u n d a carcterística f u n d a m e n t a l del p e n s a m i e n t o y del
c o m p o r t a m i e n t o reside en el h e c h o d e q u e , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e
la t e n d e n c i a i n m a n e n t e a la significación q u e se d a en c a d a sector
parcial e s t r u c t u r a d o , existe t a m b i é n entre los individuos y, p o r l o
t a n t o , e n t r e los grupos sociales la tenedencia a l o g r a r u n a c o h e r e n c i a
global del c o n j u n t o de las e s t r u c t u r a s parciales d e este tipo. A ñ a d a -
m o s q u e e n esta t e n d e n c i a a la coherencia global los diferentes sec-
tores parciales a c t ú a n p o r s u p u e s t o c o n u n p e s o diferente y espe-
cífico q u e d e p e n d e de múltiples factores y, e n t r e o t r o s , d e la i m p o r -
tancia cuantitativa de este sector del p e n s a m i e n t o o de la acción, e n
la existencia c o n c r e t a de los h o m b r e s , y t a m b i é n d e la a m e n a z a q u e
existe en u n m o m e n t o d e t e r m i n a d o p a r a los c o m p o r t a m i e n t o s i m -
p o r t a n t e s (sabemos m u y bien, p o r ejempo, q u e la i m p o r t a n c i a d e
la seguridad e n el t r a b a j o t o m a u n significado m u c h o m a y o r en l a
conciencia d e los obreros c u a n d o la a m e n a z a del p a r o es m á s r e a l
e i n m i n e n t e ) . D e esto se d e d u c e q u e el c o n j u n t o d e c o m p o r t a m i e n t o s
orientados a la p r o d u c c i ó n d e los bienes m a t e r i a l e s , q u e ha t e n i d o
h a s t a este m o m e n t o en el c u r s o de la historia, y tiene todavía, u n a
i m p o r t a n c i a especialmente g r a n d e p a r a la existencia de los h o m b r e s ,
h a t e n i d o t a m b i é n y tiene t o d a v í a u n peso c o n s i d e r a b l e en las t e n t a -
tivas d e estructuración global y q u e —sin q u e su acción sea ú n i c a n i
exclusiva— a c t ú a p o d e r o s a m e n t e en los c a m p o s p r o p i a m e n t e c u l t u -
rales; a lo q u e d e b e m o s a ñ a d i r q u e en u n a e s t r u c t u r a social especí-
fica p e r o c u y a i m p o r t a n c i a p a r a nosotros es p a r t i c u l a r p o r q u e se
t r a t a d e la q u e se está d e s a r r o l l a n d o en E u r o p a occidental d e s d e
h a c e varios siglos —la sociedad capitalista— u n cierto sector d e r e -
laciones i n t e r h u m a n a s , el sector dependiente del m e r c a d o (lo l l a m a -
r e m o s e c o n ó m i c o ) tiene t e n d e n c i a a a c t u a r d e u n a m a n e r a c a d a v e z
m á s exclusiva sobre el r e s t o d e la vida social, t e n d i e n d o a r e d u c i r
a c e r o la acción recíproca d e los d e m á s sectores sobre el m i s m o .
( P o d r í a m o s c o m p a r a r , d e s d e u n p u n t o de vista estructural y a nivel

212
I
histórico, el l u g a r d e la economía y sus relaciones con la vida cul­
t u r a l a las relaciones d e los complejos s a c a d o s a la luz p o r F-Vcud
c o n la totalidad d e la vida consciente a nivel del individuo. R e d u c i ­
d o s a u n f u n c i o n a m i e n t o c a d a vez m e n o s consciente y c a d a vez m á s
a u t o m á t i c o , estos complejos actúan sobre la conciencia sin sufrir la
a c c i ó n de ésta; a esto m i s m o tiende el c ó d i g o de la vida e c o n ó m i c a
e n la totalidad de la v i d a social d e n t r o u n a sociedad liberal. U n p r o ­
b l e m a i m p o r t a n t e s o b r e el que n o p o d e m o s insistir aqui seria el de
las modificaciones q u e el c a p i t a h s m o c o n t e m p o r á n e o y f u n d a m e n t a l ­
m e n t e la planificación h a n a p o r t a d o a este código.)
c) P o r ú l t i m o , la tercera característica f u n d a m e n t a l del c o m ­
p o r t a m i e n t o h u m a n o es la tendencia a la superación; es la negativi­
d a d s a c a d a a la luz p o r Hegel y d e la q u e ayen nos h a b l a b a H e n r y
L e f é b v r e , p e r o es t a m b i é n la s u p e r a c i ó n pascaliana, el c a r á c t e r ac­
tivo, t r a n s f o r m a d o r y práctico de t o d a acción social e histórica.
E s t a tendencia a la superación, c o m o h a s u b r a y a d o a c e r t a d a m e n t e
L e f é b v r e , n o es sin e m b a r g o u n e l e m e n t o particular d e la c r e a c i ó n
literaria o cultural y caracteriza la totalidad de la vida histórica.
L a p a l a b r a e s t r u c t u r a tiene d e s g r a c i a d a m e n t e u n a c o n s o n a n c i a
estática; p o r esto p r e c i s a m e n t e n o es r i g u r o s a m e n t e exacta. H a b r í a
q u e h a b l a r n o de e s t r u c t u r a s —estas sólo r a r a m e n t e existen, y d u r a n ­
t e m u y p o c o t i e m p o , e n la vida r e a l — s i n o d e procesos d e estructu­
r a c i ó n . Sólo q u e resultaría m u y difícil h a c e r l o desde el p u n t o d e
vista estilístico sin r e s u l t a r s u m a m e n t e pesados, y esto t a n t o m á s
c u a n t o que si la e s t r u c t u r a se define p o r oposición al d e s o r d e n , la
c o n f o r m a c i ó n se define m e n o s p o r oposición q u e p o r c o m p l e m e n t o
a la desestructuración, lo que nos ofrece u n a imagen m á s exacta
p e r o s u m a m e n t e difícil de desarrollar. E n efecto, estudiar y c o m ­
p r e n d e r u n c o n j u n t o d e hechos h u m a n o s s u p o n e siempre u n análisis
d e s d e dos ángulos c o m p l e m e n t a r i o s , en t a n t o que procesos de es­
t r u c t u r a c i ó n o r i e n t a d o s hacia u n o r d e n a m i e n t o n u e v o y en t a n t o que
p r o c e s o s de d e s e s t r u c t u r a c i ó n de las a n t i g u a s estructuras ya realiza­
d a s o a las q u e t e n d í a el m i s m o g r u p o social p o c o t i e m p o antes.
Y a h e m o s dicho q u e los procesos de estructuración se orientan hacia
u n equilibrio ó p t i m o c o n respecto a la n a t u r a l e z a y a la superviven­
cia del individuo h u m a n o y al conjunto d e u n a situación datla, pero
a m e n u d o , antes de q u e se haya a l c a n z a d o este equilibrio ó p t i m o ,
d o s especies de f e n ó m e n o s ; unos e x ó g e n o s : intervenciones externas
del t i p o de guerras, invasiones, i n m i g r a c i o n e s , influencia de socie­
d a d e s periféricas, etc., y otros e n d ó g e n o s : transformaciones del
m e d i o ambiente p o r el c o m p o r t a m i e n t o d e los miembros del g r u p o ,
ligadas a u n p r o c e s o d e estructuración d e t e r m i n a d a , crean una situa­
c i ó n n u e v a y, p o r consiguiente, u n a n u e v a racionalidad. N o s halla-

213
mos entonces ante u n p r o c e s o n u e v o , q u e e n t r a ñ a u n a n u e v a c o h e -
rencia, diferente a la a n t e r i o r , y q u e tiende a u n equilibrio t a m b i é n
distinto q u e n o p u e d e lograrse si n o es d e s e s t r u c t u r a n d o la r e a h z a -
ción m á s o m e n o s a v a n z a d a del e q u i h b r i o antes b u s c a d o y las e s -
t r u c t u r a s m e n t a l e s y afectivas q u e le c o r r e s p o n d í a n . Así, lo q u e e r a
c o h e r e n t e y r a c i o n a l en la é p o c a anterior deja d e serlo a c o n t i n u a -
ción. L a b ú s q u e d a de la r a c i o n a l i d a d crea s u p r o p i a negatividad
c u a n d o ésta n o llega, c o m o o c u r r e a m e n u d o , del exterior.
A ñ a d a m o s de p a s o q u e la célebre expresión q u e tantas veces
a p a r e c e en las obras d e E n g e l s y de M a r x , « p a s o de la c a n t i d a d a
la calidad» significa s i m p l e m e n t e , si q u e r e m o s t r a d u c i r l a al lenguaje
de la ciencia positiva, q u e las t r a n s f o r m a c i o n e s d e u n proceso d e -
t e r m i n a d o de e s t r u c t u r a c i ó n en n u e v o y o r i e n t a d o d e distinto m o d o
h a n a l c a n z a d o u n g r a d o tal q u e resulta m á s e c o n ó m i c o describirlas
en el lenguaje d e la n u e v a estructmra, en la q u e se hallan t o d a v í a
supervivencias d e la a n t i g u a , q u e en el lenguaje d e esta última q u e
estaría d e f o r m a d o p o r el desarroUo de los e l e m e n t o s de la n u e v a
estructura.
M e p a r e c e q u e las características f u n d a m e n t a l e s de t o d o c o m -
p o r t a m i e n t o h u m a n o son estas t r e s :
1. — L a tendencia a a d a p t a r s e a la r e a l i d a d a m b i e n t e y, a p a r -
tir d e aquí, su carácter significativo y r a c i o n a l c o n respecto a ésta.
2 . — L a t e n d e n c i a a l a c o h e r e n c i a y a la e s t r u c t u r a c i ó n globales.
3 . — S u c a r á c t e r d i n á m i c o , la tendencia a la modificación de l a
e s t r u c t u r a d e la q u e f o r m a p a r t e y al desarrollo d e éstas h a n d e ser
básicas en cualquier investigación positiva d e la creación literaria.
E n lo q u e respecta a la p r i m e r a el p r o b l e m a es e v i d e n t e m e n t e
complejo en la m e d i d a en q u e el imiverso literario o artístico es
i m a g i n a r i o q u e , c o m o tal, n o tiene relaciones directas con el m x m d o
real a m b i e n t e . A u n q u e esta relación esté m e d i a t i z a d a n o p o r ello
deja d e existir, y esto a dos niveles, p o r u n a p a r t e el de las c o n d i -
ciones en las q u e se e l a b o r a n las categorías q u e e s t r u c t u r a n este u n i -
verso y, p o r otra, el del p r o b l e m a suscitado p o r Barthes de la fim-
ción a n t r o p o l ó g i c a de la c r e a c i ó n imaginaria.
A c a b a m o s de decir q u e la tendencia a u n c a r á c t e r r a c i o n a l y
significativo c o n respecto al m e d i o ambiente, u n i d o a la b ú s q u e d a d e
u n a c o h e r e n c i a global, lleva a la elaboración, en ciertos grupos s o -
ciales privilegiados, de u n c o n j u n t o de categorías fundamentales del
p e n s a m i e n t o , d e la afectividad y del c o m p o r t a m i e n t o . E n t r e estas
categorías n o existe u n n e x o arbitrario ya q u e éste está constituido
p o r sus tendencias a la compatibilidad y a la coherencia. P e r o e n
realidad éstas n o se a l c a n z a n n u n c a , sólo c a b e u n a m a y o r o m e n o r
a p r o x i m a c i ó n . Si u n c r e a d o r p u e d e crear c o n su o b r a u n u n i v e r s o

214
significativo, c o h e r e n t e y unitario, es p o r q u e p a r t e y a d e esta elabo­
r a c i ó n colectiva d e categorías y d e n e x o s intercategoriales m á s o
m e n o s esbozada, q u e él se limita a i n t r o d u c i r d e n t r o del u n i v e r s o
q u e crea, con m a y o r p r o f u n d i d a d q u e lo h a c e n los d e m á s m i e m b r o s
del g r u p o . Existe así, sin q u e p u e d a afirmarse que el c r e a d o r es
simple reflejo d e la conciencia colectiva, u n nexo e s t r e c h o entre
a q u é l y ésta, la o b r a c o r r e s p o n d e a las aspiraciones y a las tenden­
cias d e la conciencia colectiva y en este sentido es e m i n e n t e m e n t e
social; p e r o realiza t a m b i é n , a u n nivel imaginario, u n a c o h e r e n c i a
n u n c a o r a r a m e n t e a l c a n z a d a en la r e a l i d a d , y en este sentido es la
o b r a d e u n a p e r s o n a l i d a d excepcional y tiene u n c a r á c t e r m a r c a d a ­
m e n t e individual. N o obstante existe u n a c o r r e s p o n d e n c i a y, en cual­
q u i e r caso, la hipótesis d e su existencia a u n nivel científico cons­
tituye u n i n s t r u m e n t o m a r c a d a m e n t e o p e r a t i v o p a r a el estudio tan­
t o d e la o b r a c o m o d e la conciencia colectiva, p o r q u e la exploración
e s t r u c t u r a l de c a d a u n a d e ellas p e r m i t e descubrir ciertos elementos
d e la o t r a que h u b i e r a n p o d i d o e s c a p a r a la observación ilirccta y al
e s t u d i o i n m a n e n t e . R e c o r d e m o s t a m b i é n q u e c u a n d o d e c i m o s con­
c i e n c i a colectiva, s i e m p r e que se t r a t e d e la creación de o b r a s cul­
t u r a l e s , es preciso, referirse a esos g r u p o s privilegiados c u y a c o n ­
c i e n c i a se orienta h a c i a u n a organización global d e las relaciones
Ínter h u m a n a s .
P a r t i e n d o d e esta hipótesis L u k á c s h a sido el p r i m e r o en efec­
t u a r u n a t r a n s f o r m a c i ó n total de los estudios de sociologia de la lite­
r a t u r a p o r q u e t o d a l a sociología literaria a n t e r i o r c incluso un gran
sector de la sociología c o n t e m p o r á n e a de la literatura estaban y están
t o d a v í a guiados p o r la b ú s q u e d a d e c o r r e s p o n d e n c i a s e n t r e la obra
y el contenido d e la conciencia colectiva. L o s resultailos (.le k)s tra­
bajos de este tipo e r a n fáciles de p r e v e r (y la realidad ha cí)nfirmado
s i e m p r e esta previsión). E n la m e d i d a e n q u e consideían la o b r a
c o m o u n simple reflejo de la realidad social se afirman c o m o más
eficaces c u a n d o se a p l i c a n a obras p o c o c r e a d o r a s que repioiluccn la
r e a l i d a d con u n m í n i m o de trasposición; e incluso en el mejor d e los
casos, d e s m e n u z a n el c o n t e n i d o de las o b r a s , insistiendo en s a c a r a la
luz lo q u e es r e p r o d u c c i ó n directa d e la realidad y dcjanilo a un lado
t o d o lo que se refiere a la creación i m a g i n a r i a .
P o r el c o n t r a r i o , en la m e d i d a en q u e L u k á c s busca la corres­
p o n d e n c i a entre la c r e a c i ó n y la c o n c i e n c i a social n o a nivel d e los
c o n t e n i d o s sino de las categorías que estructuran una y otra y, sobre
t o d o , a nivel de su coherencia, la investigación de inspiración l u k a c -
s i a n a escapa a estas objeciones. L a s m i s m a s categorías y la misma
c o h e r e n c i a p u e d e n regir universos de contenidos totalmente di/eren-
tes, de forma q u e la trasposición i m a g i n a r i a n o constituye n i n g ú n

215
/
o h s t á c u l o p a r a la existencia d e u n a relación í n t i m a entre la c u l t u r a
y la sociedad y, p o r el c o n t r a r i o , en la m e d i d a e n q u e la o b r a logra
u n a c o h e r e n c i a privilegiada, s o n las obras i m p o r t a n t e s y, sobre t o d o ,
su unidad i n t e r n a las q u e se m u e s t r a n m á s accesibles p a r a u n a inves-
tigación sociológica.
T a m b i é n a este r e s p e c t o m e permitiría e v o c a r u n r e c u e r d o q u e
ilustrará lo q u e a c a b o d e d e c i r : C u a n d o r e d a c t é m i estudio sobre el
jansenismo, los Pensamientos d e Pascal y el t e a t r o d e R a c i n e , q u e
a f i r m a b a su c o r r e s p o n d e n c i a estructural en el siglo x v u en F r a n c i a ,
b u s q u é a u n profesor q u e quisiera defender esta tesis en calidad d e
Uteraria j u n t o a los filósofos del tribimal. P u e s bien, d u r a n t e las e n -
trevistas e n c a m i n a d a s a este fin m e e n c o n t r é c o n u n historiador d e
la l i t e r a t u r a m u y c o n o c i d o q u e , indignado, e x c l a m ó q u e n o p o d í a v e r
n i n g u n a relación entre el p e n s a m i e n t o cristiano d e los señores d e
P o r t - R o y a l y los personajes p a g a n o s del t e a t r o d e R a c i n e anterior a
Esther. T u v e q u e r e s p o n d e r l e q u e tenía sin d u d a r a z ó n al señalar l a s
diferencias, p e r o q u e estas diferencias e r a n del m i s m o o r d e n q u e
las q u e existían entre u n a o b r a y su t r a d u c c i ó n a u n a lengua e x t r a n -
jera; q u e el dios cristiano se les p r e s e n t a b a a los jansenistas c o m o
u n dios o c u l t o q u e solicita el r e s p e t o absoluto d e exigencias c o n t r a -
dictorias y q u e se manifiesta c a d a vez, c u a n d o el h o m b r e d e b e
a c t u a r e n el m u n d o , p r e c i s a m e n t e a causa d e esta c o n t r a d i c c i ó n ,
e x a c t a m e n t e igual q u e e n el t e a t r o r a c i n i a n o en q u e las exigencias
absolutas d e la m o r a l e s t á n e n c a r n a d a s p o r H é c t o r y A s t y a n a x ,
Berenice y el p u e b l o r o m a n o o b i e n el Sol y V e n u s . E s t a analogía,
q u e n o t e n g o t i e m p o d e desarrollar aquí, llega m u c h o m á s lejos,
h a s t a los m e n o r e s detalles, c o m o h e t r a t a d o d e d e m o s t r a r en m i
o b r a . D e esto se d e s p r e n d e q u e , c o n t r a r i a m e n t e a las opiniones d e
t o d o s los críticos e historiadores q u e se h a n i n t e r e s a d o p o r el c o n t e -
n i d o de las o b r a s , n o son los d r a m a s cristianos c o m o Esther y Atalia,
sino las o b r a s p a g a n a s c o m o Andrómaco, Británicas, Berenice y
Fedra, los m á s e s t r e c h a m e n t e h g a d o s a la teología del dios o c u l t o ,
lo q u e equivale a decir al p e n s a m i e n t o y a la afectividad jansenistas.
P a s a n d o a h o r a al p r o b l e m a de la función antropológica del a r t e
m e p a r e c e q u e ésta debe ser considerada c o m o a n á l o g a a su función
individual, s a c a d a a la luz p o r F r e u d en su t e o r í a d e la sublimación,
y al m i s m o t i e m p o c o m o diferente d e aquéUa. A u n nivel psicológico
F r e u d n o s h a m o s t r a d o , e n efecto, q u e el conflicto e n t r e las a s p i r a -
ciones del individuo y la resistencia que la r e a l i d a d exterior o p o n e a
su satisfacción p u e d e llevar a tensiones difícilmente soportables, t e n -
siones q u e el individuo t e r m i n a p o r resolver c o m p e n s a n d o la f r u s -
t r a c i ó n real m e d i a n t e u n a satisfacción i m a g i n a r i a s u b h m a d a ; en este
c a s o la creación imaginaria se halla i n d i r e c t a m e n t e e s t r u c t u r a d a e n

216
la realidad y c o n s t i t u y e u n o de los e l e m e n t o s de la a d a p t a c i ó n del
i n d i v i d u o a ésta.
O p i n o q u e e n l o esencial el p r o b l e m a se plantea d e la m i s m a
f o r m a a u n nivel colectivo. L a a s p i r a c i ó n d e los individuos a la c o h e -
r e n c i a y a la s u p e r a c i ó n choca, p o r s u p u e s t o , con ei o b s t á c u l o q u e
c o n s t i t u y e la e s t r u c t u r a afectiva d e la r e a l i d a d . Este conflicto p u e d e
y d e b e e n g e n d r a r tensiones y frustraciones m á s o m e n o s g r a n d e s y
es evidente q u e la c r e a c i ó n i m a g i n a r i a d e u n m u n d o c o r r e s p o n d i e n t e
a las aspiraciones d e l g r u p o p u e d e c o n s t i t u i r a la vez u n a c o m p e n -
sación y una f o r m a ' d e adaptación.
L a diferencia e n t r e el p r o c e s o c o l e c t i v o al q u e a c a b a m o s de re-
f e r i m o s y el p r o c e s o individual s a c a d o a la luz por Ercud n o s p a -
r e c e , sin e m b a r g o , q u e reside en la n a t u r a l e z a de estas tensiones y, a
p a r t i r d e aquí, e n la n a t u r a l e z a de la c r e a c i ó n imaginaria c u y a fun-
c i ó n seria la d e c o m p e n s a r l a s . L a c o n c e p c i ó n frcudiana, q u e se sitúa
a nivel individual, se refiere s i e m p r e a u n individuo c|ue t/cxca un
objeto y al q u e la sociedad, p o r u n m o t i v o u otro, p r o h i b e su pose-
sión; la aspiración colectiva es, c o m o y a lo hemos d i c h o , a n t e todo,
u n a aspiración de s e n t i d o d e rigor y d e c o h e r e n c i a ; y c h o c a n o con
prohibiciones m o r a l e s q u e p o d r í a n e m p u j a r l a hacia el inconsciente
s i n o c o n dificultad d e realización q u e n o tienen n a d a q u e ver con la
m o r a l . El r e s u l t a d o es q u e el inconsciente,^ parece d e s e m p e ñ a r un
p a p e l d e s p r e c i a b l e e n la creación p r o p i a m e n t e estética d o n d e lo
i m a g i n a r i o d e b e sustituir n o a u n objeto d e t e r m i n a d o prcihibiilo por
la m o r a l sino, f u n d a m e n t a l m e n t e , al rmiverso c o h e r e n t e y sin c o m -
p r o m i s o q u e la r e a l i d a d impide r e a l i z a r e n la vida c o t i d i a n a .
L o q u e a c a b a m o s de decir explica y a el papel q u e a nuestro
e n t e n d e r debe d e s e m p e ñ a r en la c r e a c i ó n literaria la s e g u n d a ca-
racterística u n i v e r s a l d e t o d o c o m p o r t a m i e n t o h u m a n o , la aspiración
a la coherencia. E n l o q u e respecta a la negatividad y a la aspira-
c i ó n a la s u p e r a c i ó n n o s parece, e n efecto, q u e son funilamentalcs
e n t o d a c r e a c i ó n literaria en la m e d i d a e n que, ya lo h e m o s dicho,
t e n d i e n d o a r e a h z a r u n a estructura c o h e r e n t e o, m á s e x a c t a m e n t e ,
a llevar hasta sus ú l t i m o s límites u n p r o c e s o de e s t r u c t u r a c i ó n , deben
n e c e s a r i a m e n t e h a l l a r s e e n conflicto c o n las estructuras existentes y
f o r m u l a r s e c o n r e s p e c t o a ellas y a los factores de ilescstructoración.
A ñ a d a m o s t a m b i é n q u e esta t e n d e n c i a a la superaciiSn, p r o p i a del
c o m p o r t a m i e n t o h u m a n o , q u e la filosofía clásica, desde Pascal hasta
K a n t , Hegel y M a r x , h a exphcitado, i m p l i c a que t o d o universo c o h e -
r e n t e debe definirse c o n respecto a los valores interpersonales a u n -
q u e sólo sea bajo la f o r m a de su ausencia, q u e caracteriza s o b r e t o d o

2 Pero no ei no consciente. ,' ' '

217
In forma principal de la l i t e r a t u r a m o d e r n a , la novela, y u n a g r a n
parle lie esa literatura c o n t e m p o r á n e a q u e suele llamarse de v a n -
guardia.
P a r a t e r m i n a r mi exposición ya d e m a s i a d o larga, quisiera es-
bozar b r e v e m e n t e tres p u n t o s q u e m e p a r e c e n p a r t i c u l a r m e n t e i m -
p o r t a n t e s : a) las relaciones e n t r e la c o m p r e n s i ó n y la explicación e n
sociología de la literatura; b) la elección de totalidades relativas o,
si así se prefiere, d e estructuraciones globales en las q u e hay q u e in-
sertar la o b r a , y c) la p a r c e l a c i ó n del objeto d e n u e s t r o estudio.
E l p r o b l e m a d e las relaciones entre la c o m p r e n s i ó n y la expli-
cación h a d e s e m p e ñ a d o y sigue d e s e m p e ñ a n d o u n p a p e l m u y i m -
p o r t a n t e en las discusiones filosóficas y metodológicas en el e x t r a n -
jero y, sobre t o d o , en A l e m a n i a , m i e n t r a s q u e en F r a n c i a , d o n d e esta
p r o b l e m á t i c a n o deja de existir, nos parece m á s bien imphcita q u e
explícita.
E n c u a l q u i e r caso, t a n t o en u n caso c o m o e n el otro, es i m p o r -
t a n t e p l a n t e a r c o n claridad el p r o b l e m a . L a tesis que t r a t o d e
defender se c o m p o n e de dos afirmaciones:
1) L a c o m p r e n s i ó n n o es, c o m o suele decirse, u n proceso afec-
tivo o intuitivo sino u n p r o c e s o r i g u r o s a m e n t e intelectual, es decir,
la descripción de las relaciones constitutivas fundamentales de una
estructura significativa. P o r s u p u e s t o , esta descripción p u e d e — c o m o
todos los procesos intelectuales— verse favorecida o perjudicada p o r
las relaciones afectivas del investigador con el objeto estudiado (sim-
patía, antipatía, empatia, etc.) o p o r intuiciones ocasionales — p e r o el
p r o c e s o n o p i e r d e p o r ello su c a r á c t e r e s e n c i a l m e n t e intelectual.
L a e x p h c a c i ó n , en c a m b i o , m e p a r e c e q u e en las ciencias h u -
m a n a s está constituida p o r la inserción de u n a e s t r u c t u r a significa-
tiva en o t r a m á s a m p h a en l a q u e es u n o de sus elementos constitu-
tivos.
2) D e esto se d e s p r e n d e q u e en las ciencias h u m a n a s la c o m -
prensión y la explicación n o sólo n o se excluyen, n i siquiera son
dos procesos intelectuales c o m p l e m e n t a r i o s , s i n o u n solo y ú n i c o
proceso referido a dos c o o r d i n a d a s diferentes.
T o d a descripción genética comprensiva d e u n estructura consti-
tuye en efecto, en esta perspectiva, u n a explicación d e las estructu-
ras parciales q u e la constituyen y d e b e ser — e n la m e d i d a d e l o
posible— c o m p l e t a d a p o r la descripción (explicativa referente a
ella) de la estructura i n m e d i a t a m e n t e global c o n r e s p e c t o a la cual
esta descripción tiene u n c a r á c t e r comprensivo.
P o n g a m o s u n ejemplo c o n c r e t o : la descripción de la estructura
i m u a n c n t e de los Pensamientos, de Pascal es comprensiva con r e s -
pecto a la o b r a y explicativa en r a z ó n a c a d a «pensamiento» ais-

218
l a d o . L a descripción del jansenismo extremista es comprensiva con
r e l a c i ó n a su objeto y explicativa c o n r e s p e c t o a los Pensamientos y
a las tragedias d e R a c i n e ; la descripción c o m p r e n s i v a de la estruc-
t u r a global del m o v i m i e n t o jansenista es explicativa c u a n d o a t a ñ e al
j a n s e n i s m o de t e n d e n c i a s extremas; la descripción c o m p r e n s i v a y
g e n é t i c a de las t r a n s f o r m a c i o n e s estructurales del p e n s a m i e n t o de
l a n o b l e z a c i u d a d a n a e n F r a n c i a , en el siglo xvui, es explicativa con
r e s p e c t o al m o v i m i e n t o jansenista y así sucesivamente.
D e esto se d e d u c e , entre otras cosas, q u e lodo estudio serio
c o m p r e n s i v o y explicativo d e u n a e s t r u c t u r a literaria o social d e b e
n e c e s a r i a m e n t e situarse a dos niveles diferentes, el de u n a descrip-
c i ó n comprensiva, t a n rigurosa c o m o sea posible, de ia e s t r u c t u r a del
o b j e t o elegido y el d e u n a descripción, m á s sucinta y general, de la
e s t r u c t u r a i n m e d i a t a m e n t e global q u e , n a t u r a l m e n t e , n o podría expli-
c a r s e a su vez sin c a m b i a r i n m e d i a t a m e n t e el objeto de luiestro
estudio.
E s t a explicación n o s lleva al s e g u n d o d e los p u n t o s c i u n n c r a d o s
m á s arriba. P u e s t o q u e t o d o estudio estructuralista genético sólo
r e s u l t a explicativo p o r inserción de la e s t r u c t u r a estudiada en una
e s t r u c t u r a global m á s amplia; ¿cuál es e n el caso de las o b r a s lite-
r a r i a s q u e nos i n t e r e s a n aqui la e s t r u c t u r a global que ofrece el valor
explicativo ó p t i m o ?
A n t e s de a b o r d a r este p r o b l e m a quisiéramos f o r m u l a r una o b -
s e r v a c i ó n previa. U n a de las tesis f u n d a m e n t a l e s del estructuralismo
g e n é t i c o es q u e t o d a estructura significativa parcial pucile insertarse
d e forma válida en i m n ú m e r o m a y o r o m e n o r de c s l r u c l u r a s glo-
b a l e s , y a q u e c a d a u n a d e estas inserciones saca a la luz u n o de los
múltiples significados q u e posee t o d a r e a l i d a d h u m a n a , lisia tesis es
t a n t o m á s f u n d a m e n t a l p a r a el p e n s a m i e n t o dialéclico c u a n t o ipie la
historia n o h a t e r m i n a d o y que c a d a p e r í o d o nuevo q u e se s m n a a
los y a t r a n s c u r r i d o s c a m b i a la e s t r u c t u r a histórica global y, con ella,
el significado d e las estructuras parciales q u e la constituyen. A títu-
l o d e ejemplo: si el j a n s e n i s m o t r á g i c o , r e a c c i o n a r i o en el siglo xvíll
c o n respecto a la m o n a r q u í a y al t e r c e r estado, resulta progresista
p a r a u n investigador posterior, q u e halla en él la supeíaci(')n del ra-
c i o n a l i s m o c a r t e s i a n o y la transición h a c i a un p e n s a m i e n t o dialéc-
tico, es p o r q u e éste ú l t i m o lo integra en u n a estructura global de la
q u e ya f o r m a n p a r t e H e g e l y el m a r x i s m o , que n o existían en el
siglo XVII.
N o nos sería factible considerar a q u í todas las e s t r u c t u r a s glo-
bales en las q u e sería posible insertar las obras literarias. T r e s de
éstas se utilizan, sin e m b a r g o , h a b i t u a l m e n t e en la investigación y en
ellas n o s d e t e n d r e m o s brevemente. S o n : a) la historia d e la litera-

219
t u r a ; b) la biografía del a u t o r , y c) el g r u p o social al q u e pertenece
la o b r a estudiada.
D e éstas quisiéramos e l i m i n a r y a desde el p r i n c i p i o la historia
d e la l i t e r a t u r a q u e n o nos p a r e c e constituir u n a estructtora significa-
tiva a u t ó n o m a . C r e e m o s , e n efecto, q u e constituye i m prejuicio u n i -
versitario — f a v o r e c i d o p o r los estancamientos administrativos de las
diferentes e n s e ñ a n z a s — el p e n s a r q u e p u e d e explicarse la génesis
d e u n a o b r a p o r la influencia d e las obras q u e le h a n p r e c e d i d o o
p o r r e a c c i ó n frente a éstas. L a s o b r a s de D e s c a r t e s , los Pensamientos
d e P a s c a l o u n d e t e r m i n a d o g r u p o de obras de Corneille o de R a c i -
n e , constituyen estructuras significativas, p e r o las o b r a s de Descartes
y de Pascal, d e C o m e i l l e y d e R a c i n e , son simples sumas de e s t m c -
t u r a s a u t ó n o m a s u n a con r e s p e c t o a la otra y n o e s t r u c t u r a s globales,
y esto es válido a fortiori si a g m p a m o s a D e s c a r t e s y K a n t o a C o r -
neille y C l a u d e l . P a r a e n t e n d e r el p a s o de los p r i m e r o s a los segun-
dos h a y q u e p a s a r p o r la m e d i a c i ó n de t o d a u n a serie de estructuras
globales h a s t a llegar al nivel en q u e existe u n a génesis significativa
relativamente a u t ó n o m a — e s decir, q u e sufre, n a t u r a l m e n t e , influen-
cias exógenas, p e r o que c o n s t i t u y e u n a e s t m c t u r a c i ó n significativa—.
E n este c a s o c o n c r e t o esta e s t r u c t u r a p o d r í a ser u n a hipótesis q u e
nos p a r e c e verosímil— la historia d e la sociedad francesa.
F a l t a c o n s i d e r a r el interés científico c o r r e s p o n d i e n t e a la inser-
ción en la vida individual del a u t o r —psicoanálisis, biografía, e t c . —
y en el g r u p o social en el q u e se elaboran las visiones del m u n d o .
U n a y o t r a — a diferencia del c a s o a n t e r i o r — son inserciones e n
estructuras reales q u e , si se e f e c t ú a n de f o r m a válida, tienen posibili-
d a d e s de a l c a n z a r los significados efectivos d e la o b r a estudiada.
Si pese a t o d o — e n tanto que historiador de la literatura y n o
desde el p u n t o d e vista d e S i r i u s — d o y p r e f e r e n c i a a la inserción
sociológica es p o r tres r a z o n e s q u e v o y a e n u m e r a r r á p i d a m e n t e p o r
o r d e n creciente d e i m p o r t a n c i a .
E n p r i m e r lugar, p o r q u e la inserción individual al nivel de u n
análisis científico, y n o , c o m o suele ser el caso m á s frecuente, a nivel
de fichero e r u d i t o o de e n s a y o inteUgente (o de u n a mezcla d e los
dos), es e x t r a o r d i n a r i a m e n t e difícil e incluso imposible de realizar.
C u a n d o p e n s a m o s en el t i e m p o y en la c a n t i d a d de « d o c u m e n t o s
orales» imaginarios o biográficos q u e necesita t m psicoanaUsta p a r a
analizar a u n e n f e r m o , n o s p r e g u n t a m o s , y c o n r a z ó n , cuál p u e d e
ser el v a l o r d e u n a explicación psicoanalítica d e la o b r a de u n escri-
tor a q u i e n el psicoanalista n o h a conocido n u n c a y del que p o s e e
solamente sus escritos y a l g u n a referencia de s e g u n d a m a n o . Y esto
sin m e n c i o n a r el p r o b l e m a d e l a validez d e la explicación psicoa-
nalítica c o m o tal.

220 ; • , - r ' ' ' " "


E n s e g u n d o l u g a r , en la m a y o r í a d e los casos esta explicación
n o a l c a n z a — y esto n o es c a s u a l — a la totalidad de l a o b r a sino
s o l a m e n t e a u n o o v a r i o s elementos d e ésta q u e tienen efectivamente
u n a significación biográfica.
E n tercer lugar, p a r a t e r m i n a r — l o cual sólo c o n s t i t u y e vn
n u e v o aspecto d e la observación a n t e r i o r — el significado biográfico
d e los elementos d e l a o b r a s a c a d o a la l u z p o r u n a explicación psi-
c o a n a l í t i c a los sitúa al m i s m o nivel q u e c u a l q u i e r a de los d e m á s sín-
t o m a s psíquicos d e n o , i m p o r t a q u é i n d i v i d u o — n o r m a l o e n f e r m o —
y n o explica el c a r á c t e r específicamente literario, psicótico, filosó-
fico, etc., d e l a o b r a analizada, c a r á c t e r q u e reside en su c o h e r e n c i a
g l o b a l y n o en el significado adicional q u e , con respecto a ésta, tie-
n e n a u n nivel biográfico u n cierto n ú m e r o de sectores parciales de
la obra.
D e b e m o s a ñ a d i r u n a s p a l a b r a s a c e r c a d e dos variantes de ex-
p l i c a c i ó n psicológica d e las obras literarias q u e , aun refiriéndose al
psicoanálisis, n o son r i g u r o s a m e n t e o r t o d o x o s . Me refiero a los tra-
bajos de Bachelard y d e M a u r o n . H e t r a t a d o en una ocasión de es-
t u d i a r con mis c o l a b o r a d o r e s ese e n s a y o admirable q u e es L'eau et
les Réves y m e h e visto, c o m o la m a y o r í a d e los lectores, s u b y u g a d o
p o r la fuerza y la belleza d e la o b r a . P e r o c u a n d o he t r a t a d o de c o n -
t r o l a r los análisis d e Bachelard e x a m i n a n d o algunos escritos de
E . A . P o e , he h a l l a d o m u y pocas i m á g e n e s acuáticas y, en l o d o caso,
n o m á s que las e x p r e s a d a s a través d e o t r o s elementos. I m p o r t a n t e
c o m o ensayo, la o b r a d e Bachelard n o m e parece bastante rigurosa
e n t a n t o que trabajo científico.
E n lo q u e se refiere a M a u r o n e n c u e n t r o su hipótesis ilc las
r e d e s d e imágenes interesantes y f r u c t u o s a en la medida en q u e se
refiere a u n a e s t r u c t u r a general d e la o b r a y no a e l e m e n t o s par-
ciales, p e r o n o v e o n i n g u n a r a z ó n p a r a r e l a c i o n a r estas redes d e imá-
g e n e s c o n pulsaciones «profundas» y n o con estructuras mentales
e n g e n d r a d a s p o r los p r o b l e m a s q u e el i n d i v i d u o ha de íesolver.
U n a vez m á s la puesta en c o n t a c t o con factores p u r a m e n t e
individuales c r e a el t e r r o r i s m o de los t é r m i n o s «profundo», «irracio-
n a l » , «instintivo», e t c . , p e r o s u p r i m e , d e h e c h o , toda posibilidad de
f a v o r e c e r lo literarío, poético, filosófico, religioso, etc., en ilelinitiva,
d e lo cultural frente a lo patológico y a lo cotidiano.
P r e c i s a m e n t e p o r esta razón c r e o q u e c u a n d o se trata de un es-
t u d i o c o m p r e n s i v o y explicativo d e los hechos culturales y n o del
e s t u d i o de u n a v i d a o d e u n caso p a t o l ó g i c o , la simple p r e o c u p a c i ó n
d e u n a investigación positiva y o p e r a t o r i a beneficia la selección de
las estructuras sociales e históricas.
P o r ú l t i m o , p a r a t e r m i n a r c o n estas observaciones e x t r a o r d i n a -

221
riamcnle generales, quisiera a ñ a d i r u n a s p a l a b r a s sobre ese m o m e n t o
tan inqiortante en toda investigación estructuralista y q u e y o l l a m a r í a
la parcelación del objeto.
Existe, en efecto, u n a relación íntima e n t r e la delimitación del
objeto q u e se h a de estudiar y los resultados a los q u e p u e d e llegar
p o s t e r i o r m e n t e la investigación m á s rigurosa y objetiva. ( M a x W e b e r
ha insistido m u c h o , después d e M a r x , en esta relación.)
P r e c i s a m e n t e p o r esto la intervención d e f o r m a d o r a de los v a l o -
res admitidos se h a c e a m e n u d o a través d e la constitución d e seu-
doobjetos (por ejemplo, l a « o b r a d e Pascal», la «imagen de l a
n a t u r a l e z a » , etc.) que p r e d e t e r m i n a los resultados y los valores a los
q u e p u e d e llegar la reflexión t a n t o cotidiana c o m o científica.
E l espíritu crítico del sociólogo debe e n t r a r en juego desde el
principio de la investigación, en el instante m i s m o en que d e h m i t a
el objeto q u e se p r o p o n e estudiar. E n la p r á c t i c a p a r t i r á la m a y o r í a
de las veces de objetos m á s o m e n o s prefabricados p o r la conciencia
colectiva y la investigación anterior, p e r o d e b e r á t e n e r presente c o n s -
t a n t e m e n t e q u e se trata de u n a hipótesis a priori, q u e p u e d e m o d i -
ficarse.
E n este caso el ú n i c o criterio válido m e p a r e c e q u e es la n o c i ó n
de sentido o de significado. H a y q u e partir s i e m p r e de la idea d e
q u e toda realidad humana está constituida p o r p r o c e s o s de estructu-
ración significativa y q u e u n a parcelación válida del objeto se c a r a c -
teriza: a) p o r la posibilidad d e c o m p r e n d e r los significados d e u n
g r a n n ú m e r o d e datos q u e h a s t a a q u í n i siquiera se había p e n s a d o
q u e c o n s t i t u y e r a n u n p r o b l e m a , y b) p o r el h e c h o de q u e si el estu-
dio es b a s t a n t e a v a n z a d o explica la casi totalidad de los elementos
del objeto e s t u d i a d o y d e las relaciones q u e los u n e n y los o p o n e n .
Suele o c u r r i r m u c h a s veces, n a t u r a l m e n t e , q u e n o se a l c a n z a n
estos resultados y que u n espíritu lo bastante crítico y e x p e r i m e n t a d o
se ve obligado a c o n s t a t a r la existencia d e n u m e r o s o s sectores y
h e c h o s i n c o m p r e n d i d o s e inexplicados en el c a m p o q u e él estudia.
E n ú l t i m o e x t r e m o es él q u i e n d e b e decidir c u á n t o t i e m p o debe c o n -
t i n u a r la investigación sobre las bases antiguas antes de p r o c e d e r a
u n a modificación de la p a r c e l a c i ó n del objeto. E s t a última decisión
tiene siempre u n aspecto de v o l u n t a r i e d a d y e n t r a ñ a , p o r consiguien-
te, u n peligro de arbitrariedad; p e r o t o d o investigador e x p e r i m e n t a d o
sabe q u e , en la práctica, este peligro es b a s t a n t e r e d u c i d o y q u e
es posible distinguir con b a s t a n t e claridad u n a investigación insufi-
ciente y p o r q u é se ha t e r m i n a d o d e m a s i a d o p r o n t o dicha investiga-
ción d e b i d o p r i n c i p a l m e n t e a q u e se ha p a r t i d o d e bases e r r ó n e a s
q u e n o podían, en ningún caso, permitir i n t r o d u c i r s e en la realidad y
captarla de forma a la vez comprensiva y explicativa.

222
Coloquio

NYKROG

Se h a h a b l a d o m u c h o de la sociología de la c r e a c i ó n literaria
d e los a u t o r e s y d e l a sociología del p ú b l i c o h t e r a r i o , d e la acogi-
d a , d e la selección d e las obras Uterarias; p e r o de lo q u e n o se h a
h a b l a d o todavía es d é la sociología d e la m i s m a invesligación litera-
r i a . N o p o d e m o s o l v i d a r q u e u n l i b r o d e G o l d m a n n s o b r e sociolo-
gía d e la literatura c o n s t i t u y e u n a especie de m c t a i i l e r a t u r a p a r t i c u -
l a r e n n u e s t r a é p o c a . E n c u e s t a s r e a l i z a d a s en medios intelectuales
d a n e s e s h a n d a d o el r e s u l t a d o d e q u e u n a g r a n parte de los lectores
c o n s u m í a n o b r a s d e historia, de política y d e e c o n o m í a . Y n o s o t r o s
m i s m o s , los q u e n o s h a l l a m o s a q u í r e u n i d o s , escribimos en las mis-
m a s condiciones q u e los autores p o r n o s o t r o s estudiados u n a metali-
t e r a t u r a q u e c o r r e r á l a m i s m a suerte. L o q u e t r a t o d e decir es q u e
n u e s t r a s o b r a s h a n d e p a s a r p o r la m i s m a cruel selección d e la
q u e a y e r n o s h a b l a b a E s c a r p i t y m e p l a n t e o la cuestión d e si lo q u e
n o s o t r o s l l a m a m o s a q u í m e t o d o l o g í a n o encierra u n a actitud de
defensa, u n a f o r m a d e conjurar la selección q u e se h a r á después
de nosotros.
H a y investigadores q u e se defienden d e la crueldad de la selec-
c i ó n c o n u n a especie d e complejo d e <dínea M a g i n o l » ; son los q u e
p r o d u c e n cifras a b u n d a n t e s , u n a d o c u m e n t a c i ó n masiva, y esperan
d e ese m o d o a l c a n z a r u n a situación i n e x p u g n a b l e ; m e he d a d o c u e n -
t a , al e s c u c h a r a G o l d m a n n , q u e él se defiende de la c r i b a d e u n a
f o r m a m u y c o n f o r m e a sus c o n c e p t o s . P a r a él la o b r a q u e p e r m a -
n e c e válida es la q u e implica la e s t r u c t u r a m á s global. N o q u i e r e d e -
t e n e r s e en el i n d i v i d u o , se esfuerza p o r integrar en su t)bra los tras-
f o n d o s sociológico, ideológico, etc. E n r e a l i d a d m e d i a n t e sus estudios
d e la e s t r u c t u r a global y la utilización d e sus p r o c e d i m i e n t o s m e t o -
dológicos G o l d m a n n t r a t a de defender su o b r a frente a la c r u e l d a d
d e la criba f u t u r a .

SANGUINETI

M á s o m e n o s e n este sentido q u i e r o intervenir t a m b i é n , p e r o lo


q u e t r a t o d e e x p r e s a r es u n a d u d a m á s q u e u n a objeción. H a c e
t i e m p o q u e m e a t o r m e n t a u n p r o b l e m a . Si m e sitúo a un nivel indi-
v i d u a l p u e d o p e n s a r q u e n u e s t r o c o m p a ñ e r o danés tiene r a z ó n , p e r o

223
d e b o uñiiilir i n m e d i a t a m e n t e q u e u n a m e t o d o l o g í a es, en p r i m e r l u -
gar, una ideología, es la f o r m a p a r t i c u l a r en q u e ésta se c o n c r e t a .
Y a partir de a q u í voy a t r a t a r d e f o r m u l a r m i d u d a . E s cierto q u e
la o b r a cultural realiza s i e m p r e u n a función g e n e r a l de c o m p r e n s i ó n
frente a lo q u e d e intolerable ofrecen las situaciones reales. B a r t h e s
ha insistido en esta función d e c o m p e n s a c i ó n d e la literatura, a p a r -
tir d e lo i m a g i n a r i o . G o l d m a n n en su p o n e n c i a h a h e c h o , en este
m i s m o sentido, i m a trasposición del freudismo, del psicoanálisis apli-
c a d o al individuo, al nivel g e n e r a l d e la sociedad. N o c r e o q u e se
trate d e u n aspecto f u n d a m e n t a l d e su m é t o d o p e r o p o r algo h a
c o n s i d e r a d o necesario insistir e n el tema. E x p r e s o mis temores d e
q u e p u e d a llegarse a u n e s t r u c t u r a l i s m o en el s e n t i d o d e Lévi-Strauss
c u a n d o se h a b l a d e lo i m a g i n a r i o , d e la función d e lo imaginario en
t a n t o q u e tal, de u n a f o r m a t a n metahistórica q u e se olvida, q u e es
posible t a m b i é n , y f u n d a m e n t a l , estudiar el significado de la o b r a
d e a r t e en t a n t o q u e i n s t r u m e n t o d e la lucha d e clases.
A esto es a lo que q u e r í a llegar. C r e o q u e l a insistencia de
G o l d m a n n en valorizar la c o h e r e n c i a en t a n t o q u e valor esencial
d e la o b r a es u n f e n ó m e n o sociológico, ligado a t o d o u n contexto,
y h e m o s d e r e c o n o c e r q u e en el t r a n s c u r s o de l a historia las socie-
dades revalorizan sucesivamente diversas cualidades q u e exigen d e
las o b r a s d e a r t e ; y n o es c a s u a l el q u e en la a c t u a l i d a d G o l d m a n n
y otros estudiosos p o n g a n el a c e n t o en la c o h e r e n c i a ; esto se d e b e
a u n a situación social especial. Insisto en este h e c h o p o r q u e es p r e -
ferible analizar u n a ideología q u e sufrirla p a s i v a m e n t e .
P o r tiltimo, quisiera s u b r a y a r q u e el t é r m i n o c o h e r e n c i a es, e n
sí m i s m o , e q u í v o c o ; h a y varias clases de c o h e r e n c i a y la i n c o h e r e n -
cia es i g u a l m e n t e difícil d e definir. C u a n d o se utiliza el t é r m i n o
c o h e r e n c i a sin c o n c r e t a r l o c a b e p r e g u n t a r s e si n o se t r a t a d e u n
m i t o y si, en t a n t o que n o c i ó n metahistórica, n o se c o r r e el peligro
d e e n g e n d r a r confusiones. M i e n t r a s q u e si definimos la o b r a de a r t e
en t a n t o q u e i n s t r u m e n t o de las l u c h a s sociales c a b e c a p t a r v e r d a -
d e r a m e n t e el significado final c o n respecto al c u a l se definen las
o b r a s . T o d a o b r a es siempre y e n p r i m e r lugar o b r a d e crítica y m e
atrevería a decir q u e t a m b i é n p r o p a g a n d a a f a v o r d e u n a d e t e r m i -
n a d a f o r m a de p r a c t i c a r la existencia. Sólo insistiendo en este aspec-
t o evitaremos el c a e r en u n e s t r u c t u r a l i s m o a t e m p o r a l .

KOTT

G o l d m a n n p a r e c e un volcán, u n Vesubio en e r u p c i ó n . Es la-


mentable que n o t e n g a m o s m á s t i e m p o p a r a discutir algunas d e

224
sus proposiciones. L o q u e p a r a m i es v e r d a d e r a m e n t e i m p o r t a n t e
e n el q u e h a c e r d e G o l d m a n n es q u e se t r a t a de c o m p r e n d e r al m i s ­
m o t i e m p o la génesis y la estructura d e u n a obra. P e r s o n a l m e n t e n o
c o n o z c o en la historia d e la literatura m á s q u e tres o c u a t r o éxitos
d e este m é t o d o e x c e p c i o n a l m e n t e difícil. G o l d m a n n n o s h a explica­
d o d e q u é m o d o las e s t r u c t u r a s encajan u n a s en otras c o m o en ciertos
j u e g o s infantiles; u n a estructura está s i e m p r e d e n t r o de o t r a y así
sucesivamente hasta q u e se llega a la e s t r u c t u r a global... Si se arri­
b a r a hasta el final s e r í ^ interesante en esta perspectiva b u s c a r la es­
t r u c t u r a lingüística d e la o b r a m i s m a s i t u a d a en una e s t r u c t u r a lin­
güística m á s a m p l i a . P e r o su b ú s q u e d a n o permitiría explicar la
s i t u a c i ó n histórica p o r q u e cambia l e n t a m e n t e . Sólo si la velocidad de
c a m b i o de las e s t r u c t u r a s lingüísticas fuera la misma q u e la d e los
c a m b i o s sociales p o d r í a utilizarse este c a m i n o p a r a c o m p r e n d e r lo
q u e es v e r d a d e r a m e n t e n u e v o en u n a o b r a literaria.
E n la práctica lo m á s difícil es h a l l a r la estructura con la q u e
p u e d a c o m p a r a r s e y e n la que p u e d e insertarse la o b r a literaria.
E s t o n o s enfrenta c o n p r o b l e m a s m u y complejos. N o t r a t o d e a b o r ­
d a r a q u í u n p r o b l e m a a nivel teórico, p l a n t e o la cuestión m i s m a de
las posibilidades d e éxito individual en la investigación. E s necesario
d e c i r l o i m a y m i l v e c e s : es casi u n a o b r a d e arte el localizar estruc­
t u r a s m á s a m p h a s p a r a estudiar p r i m e r o y en las que insertar esta
e s t r u c t u r a inicial.
Quisiera insistir e n u n último a s p e c t o . G o l d m a n n ha c r i t i c a d o
la t e o r í a q u e considera las obras de a r t e c o m o puros reflejos d e la
r e a l i d a d c o n t o d a r a z ó n ; a h o r a bien, m e p a r e c e evidente q u e las
o b r a s d e arte y en p a r t i c u l a r la o b r a literaria son estructuras q u e se
a s e m e j a n a la realidad d e l a m i s m a f o r m a q u e un m a p a a é r e o a la
r e a l i d a d geológica. T o d o s los medios del a r t e y todos los m e d i o s d e
la l i t e r a t u r a en definitiva constituyen diferentes códigos utilizados
p a r a r e p e t i r en la i m a g i n a c i ó n , y de m o d o s c o m p l e t a m e n t e d í í c r c n -
tes, la estructura e l e m e n t a l de la realidad. T o d a literatura es un sis­
t e m a d e código, t o d a o b r a literaria u s a u n c ó d i g o particular.

GOLDMANN

E x p o n g o mis r e s e r v a s acerca d e la p a l a b r a «sistema» q u e d a


l a i m p r e s i ó n d e q u e el c ó d i g o es i n m a n e n t e y precxiste en c i e r t o
m o d o a las estructuras sociales c u a n d o en realidad los códigos n o
se n o s d a n p o r a n t i c i p a d o , sino que son, p o r el contrario, el r e s u l ­
t a d o d e c a m b i o s sociales globales. • '

225

15
KOTT

Estoy totalmente d e a c u e r d o . A d o n d e q u e r í a llegar es a esto.


He insistido en la complejidad de las o p e r a c i o n e s del m é t o d o d e
investigación d e las e s t r u c t u r a s q u e n o s h a d e s c r i t o G o l d m a n n . P e r o
todos los estudios actuales y s u insistencia en describir el papel y la
i m p o r t a n c i a d e los códigos en la o b r a de a r t e n o s h a c e n p e n s a r q u e
estamos en los p r i m e r o s m o m e n t o s de u n a m e t o d o l o g í a q u e será
p r o b a b l e m e n t e la síntesis d e m é t o d o s m u y diferentes p e r o , en m i
opinión sólo convergentes. E n E s t a d o s U n i d o s , Polonia, F r a n c i a ,
Suiza, h a y m u c h o s estudiosos q u e trabajan p o r s e p a r a d o , p e r o y a
desde a h o r a p u e d e verse c ó m o esboza u n a n u e v a teoría, u n a n u e v a
historia d e la literatura, en la q u e estas tendencias a c t u a l m e n t e t o d a -
vía opuestas, c o m o la n u e v a lingüística y el estructuraUsmo genético,
llegarán a a r m o n i z a r s e u n día. O y e n d o h a b l a r a G o l d m a n n h e c o m -
p r e n d i d o m e j o r estas posibilidades v e r d a d e r a m e n t e n u e v a s y esto es
p a r a m í el h e c h o m á s i m p o r t a n t e en el c a m p o d e la n u e v a ciencia
de la literatura.

LEFEBVRE

Quisiera a t e n e r m e a l a a r g i u n e n t a c i ó n d e G o l d m a n n y seguirla
p a s o a p a s o , r á p i d a m e n t e . C u a n d o habla de r a c i o n a l i d a d del c o m -
p o r t a m i e n t o quisiera q u e m e p r e c i s a r a cuál es la n a t u r a l e z a de esta
racionalidad, si es lógica, analítica o dialéctica; o c u r r e t a m b i é n q u e
los h o m b r e s h a c e n su historia sin saber m u y b i e n c ó m o , y t e n e m o s
m u c h a s m u e s t r a s de ello, del m i s m o m o d o q u e h a n h e c h o q u i z á
su r a z ó n a l o l a r g o de los siglos sin saber m u y b i e n c ó m o , utilizan-
d o t o d a clase de formas (la lógica griega o el d e r e c h o r o m a n o , p o r
ejemplo); ¿no tiene t e n d e n c i a G o l d m a n n a s o b r e e s t i m a r la i m p o r t a n -
cia d e la c o h e r e n c i a y d e s p r e c i a r la existencia d e las c o n t r a d i c c i o -
nes en las o b r a s ? D e s p u é s d e t o d o l o m á s interesante es s e g u r a m e n -
te la c o n t r a d i c c i ó n entre la o b r a y la realidad, o d e n t r o d e la o b r a , o
entre la o b r a y el h o m b r e . M á s q u e la c o h e r e n c i a . Y nos h a l l a m o s
aquí a n t e la cuestión f u n d a m e n t a l : el g r u p o privilegiado n o es el
g r u p o m á s positivo en sus afirmaciones, es el g r u p o q u e se o p o n e ,
el g r u p o q u e niega en la historia. L a i m a g i n a c i ó n en la historia es
siempre u n a fimción negativa, crítica, que se a p a r t a d e lo real n e -
g á n d o l o , b i e n e n la nostalgia d e l o p a s a d o , b i e n e n la b ú s q u e d a d e
l o posible, d e tal f o r m a q u e sólo p a r t i e n d o d e l a negatividad se llega
a restituir m á s p r o f u n d a m e n t e la historicidad.
Y llegamos así al p r o b l e m a d e la e s t r u c t u r a . P u e s bien, en lo

226
q u e respecta al r a c i n i s m o y a P a s c a l , e n su época, e n F r a n c i a , la
e s t r u c t u r a f u n d a m e n t a l m e parece q u e e r a , c o m o ya h e d i c h o y es-
c r i t o en otras ocasiones, la del p o d e r del Estado, el p o d e r central
q u e se constituye c o n la m o n a r q u í a a b s o l u t a después d e la crisis de
l a F r o n d a . ¿ Q u é es el p o d e r del E s t a d o ? U n p o d e r q u e u n o s a c e p t a n
y otros sufren, u n p o d e r del q u e u n o s se benefician y otros p a d e c e n .
P e r o la situación del p o d e r del E s t a d o p u e d e siempre invertir sus
t é r m i n o s . Se p u e d e ser a la vez el p o d e r y la víctima del p o d e r . Es
el c a s o de A n d r ó m a c o y de m u c h o s o t r o s héroes d e las o b r a s de
R a c i n e . D e la e s t r u c t u r a de este p o d e r p u e d e deducirse el análisis
literario. P o r o t r a p í r t e esto n o se o p o n e en absoluto a lo q u e G o l d -
m a n n h a d i c h o . P e r o h a y que insistir en el heciio de q u e n o se
t r a t a d e u n e s t r u c t u r a mental, sino d e u n a estructura histórica. Así
l l e g a m o s a esta i d e a m e t o d o l ó g i c a : las o b r a s tienen siempre aspectos
múltiples. E n c u a l q u i e r caso la o b r a es a la vez placer, alegría, o
b i e n liberación, nostalgia y, p o r o t r a p a r t e , constituye efectivamente
u n i n s t r u m e n t o de acción. R e p r e s e n t a u n a táctica, una estrategia, a
veces p a r a t o d a u n a clase, a veces p a r a u n a fracción de clase, y sólo
d e n t r o de estas relaciones múltiples e históricas hay q u e t r a t a r de
definir la especificidad de la o b r a literaria.

MOUILLAUD

L a s p a l a b r a s d e G o l d m a n n m e h a n suscitado u n o ile los proble-


m a s fundamentales q u e se han p l a n t e a d o en este c o l o q u i o : el tlel
v a l o r estético. C u a n d o Escarpit a f i r m a q u e él n o se ocupa del valor
estético de u n a o b r a , t o d o s sabemos q u e en el fondo se líala de una
f o r m a de decir y a q u e es imposible n o o c u p a r s e de él lodos afir-
m a m o s q u e d e b e m o s referirnos a este c o n c e p t o , p e r o admiiinios q u e
n o t e n e m o s u n a definición rigurosa de él. H a l l a m o s un criterio en
la supervivencia d e l a o b r a . Se t r a t a d e algo relativamente objetivo,
p e r o ya difícil de definir. C u a n d o E s c a r p i t nos dice el n ú m e r o de
p e r s o n a s que leen a Balzac en la a c t u a l i d a d esto exige una explica-
c i ó n c o m p l e m e n t a r i a . A d e m á s , a u n s u p o n i e n d o que se haya ilefinido
c o n claridad el criterio d e la supervivencia, se da el h e c h o de q u e
l a sociedad q u e confiere este v a l o r n o es la de la génesis de la o b r a
y, p o r lo t a n t o , p a r t i m o s del juicio d e la sociedad actual p a r a d e -
cidir si una, obra, tenía, importancia, e n l a sociedad c|uc la ha c r e a d o .

227

15*
DORT

Quisiera r e f e r i r m e d e n u e v o a las distinciones q u e h a estable-


cido G o l d m a n n entre l o i m a g i n a r i o y la n e u r o s i s o entre el nivel
individual del s u e ñ o y el nivel social. ¿Cuál es la f u n c i ó n de l o i m a -
ginario al nivel d e la o b r a d e a r t e y q u é relaciones p u e d e n estable-
cerse entre la o b r a y el psicoanálisis? N o p u e d e r e c h a z a r s e u n a h e r -
m e n é u t i c a psicoanalística en la interpretación d e u n a o b r a d e a r t e
por la sencilla r a z ó n de q u e n o explica a c t u a l m e n t e m á s q u e u n a
parte de la o b r a . C r e o q u e si se lleva el m é t o d o m á s lejos p o d r á ex-
p h c a r la totalidad de la o b r a d e a r t e e x a c t a m e n t e igual q u e el f o r m a -
lismo sociológico. Pienso q u e u n a h e r m e n é u t i c a d e b e ser t o t a h z a d o r a
y c a p a z de h a c e m o s c o m p r e n d e r p o r sí m i s m a u n a multiplicidad d e
perspectivas formales. D e b e p r e s e n t a r s e en p r i m e r l u g a r c o m o u n a
polivalencia, unificadora, c i e r t a m e n t e , p e r o q u e e n m o d o a l g u n o
p u e d e ignorarse. H a y m u l t i t u d d e dimensiones f o r m a l e s que envuel-
ven en su totalidad la o b r a y h a y q u e t r a t a r d e explicarlas. Y t o d o
m é t o d o será i n c o m p l e t o si p r e t e n d e explicar la o b r a r e c h a z a n d o
t o d a perspectiva q u e n o sea la suya. D i c h o d e o t r o m o d o , es n e c e -
sario admitir u n a multiplicidad d e perspectivas t o d a s totalizadoras
y q u e d e b e n , a su vez, unificarse desde el p u n t o d e vista de u n a
filosofía. C r e o en el f o n d o q u e la sociología d e la literatura fracasa
e n la m e d i d a m i s m a en q u e a c e p t a el p e r m a n e c e r c o m o p u r a filoso-
fía, y esto p o r q u e sólo u n a figura dialéctica es c a p a z de lograr u n a
unificación d e la multiplicidad d e perspectivas.

VERSTRAETEN ; - : , v;,

H a y u n h e c h o que n o s p r e o c u p a a t o d o s , y es el q u e ciertas
o b r a s tienen distinta i m p o r t a n c i a según las é p o c a s . P o r lo t a n t o , si
l a i m p o r t a n c i a d e u n a o b r a d e p e n d i e r a , c o m o a f i r m a G o l d m a n n , el
cual m e p a r e c e e n c e r r a d o en u n círculo vicioso, d e la existencia
de i m a e s t r u c t u r a c o h e r e n t e , h a b r í a q u e s u p o n e r q u e existen en c a d a
u n a d e estas o b r a s varias e s t m c t u r a s , unas estarían, p o r así decir,
d o r m i d a s y las o t r a s despiertas. C r e o q u e en este a s p e c t o m e a d h i e r o
a lo q u e h a d i c h o Lefebvre. Existe u n a especie d e poliestructuración
d e las o b r a s ; y esto m e p a r e c e u n p r o b l e m a t e ó r i c o general m u y
importante.

228
GOLDMANN

D a d o q u e las objeciones s o n n u m e r o s a s voy, en la m e d i d a de


l o posible, a t r a t a r d e r e s p o n d e r al m a y o r n ú m e r o de ellas, n o en el
o r d e n en q u e h a n s i d o formuladas s i n o en u n orden m á s o m e n o s
lógico.
E n p r i m e r l u g a r , e n lo q u e r e s p e c t a a la posibilidad y necesidad
d e u n a sociología d e la investigación sociológica L u k á c s ha sido (y
l a escuela l u k a c s i a n a l e h a seguido e n este p u n t o ) u n o de los pri-
m e r o s en s u b r a y a r fe existencia del p r o b l e m a y en exigir u n a his-
t o r i a marxista del m a r x i s m o . U n a d e las razones de las dificultades
c o n q u e se h a e n c o n t r a d o en su l i b r o Historia y conciencia de clase
h a sido el c a p í t u l o t i t u l a d o «La s u p e r a c i ó n del m a t e r i a l i s m o histó-
rico», en el q u e a p u n t a b a la idea d e q u e al ser el n ú s m o materia-
l i s m o histórico u n p e n s a m i e n t o h i s t ó r i c a m e n t e situado sería p r o b a -
b l e m e n t e s u p e r a d o c o n la victoria d e la revolución y q u e u n a de las
t a r e a s m á s i m p o r t a n t e s del p e n s a m i e n t o m a r x i s t a sería la d e estudiar
y p o n e r en c l a r o los factores sociológicos d e esta s u p e r a c i ó n .
D e b o a ñ a d i r q u e h e p u b h c a d o u n artículo en el q u e s u b r a y a b a
la superficiahdad d e la m a y o r p a r t e d e las obras marxistas c u a n d o
t r a t a n la historia del m a r x i s m o . T r e m e n d a m e n t e críticos frente a
o t r o s temas los m a r x i s t a s pierden a m e n u d o toda distancia y resultan
s i m p l e m e n t e eruditos y universitarios c u a n d o abordan lu historia del
p e n s a m i e n t o al q u e se adhieren.
E v i d e n t e m e n t e c a d a u n o de n o s o t r o s t r a t a de acercarse lo máxi-
m o posible a la v e r d a d y defiende las p o s t u r a s que le p a r e c e n más
p r ó x i m a s a ésta, p u e s si viera u n a posibilidad de s u p e r a r l a s trataría
i n m e d i a t a m e n t e d e h a c e r l o . E s i g u a l m e n t e i m p o r t a n t e tener siempre
p r e s e n t e que l o q u e h o y parece u n a v e r d a d insuperable p u e d e ser
r e b a s a d a m a ñ a n a o p a s a d o m a ñ a n a y q u e el mejor m o d o d e ir lo
más lejos posible e n la c o m p r e n s i ó n es orientarse hacia un análisis
sociológico explicativo de las m i s m a s p o s t u r a s q u e se defienden.
C o n t o d a r a z ó n , Sanguineti h a o b j e t a d o a mi teoría relativa a
l a función a n t r o p o l ó g i c a de la c r e a c i ó n imaginaria el olviilo de otra
f u n c i ó n igualmente i m p o r t a n t e , la d e f o m e n t a r la t o m a de concien-
cia, y creo q u e d e n t r o d e este c o n t e x t o h a utilizado incluso la pala-
bra «propaganda».
Sobre este p u n t o d e b o confesar, a u n r e c o n o c i e n d o mi error,
q u e m e ha s u c e d i d o algo que o c u r r e a m e n u d o a los investigadores
c u a n d o p r e s e n t a n u n a idea o u n a t e o r í a nueva. N o he h a b l a d o de
l a acción de c r e a c i ó n cultural en t a n t o q u e factor de la t o m a d e con-
ciencia p o r la sencilla r a z ó n de q u e l o había hecho ya n u m e r o s a s
veces en casi t o d a s mis obras a n t e r i o r e s . E n c a m b i o , a c a b a b a de

229
eliiboiar un análisis n u e v o y l o h e p r e s e n t a d o a q u í sin t r a t a r d e si-
t u a r l o en el c o n t e x t o d e la t o t a l i d a d del p r o b l e m a .
D i c h o esto, la función c o m p e n s a d o r a d e lo i m a g i n a r i o es a m e -
n u d o una función r e a h s t a y n o u n a f o r m a d e evasión. (Ya q u e esta
última n o es m á s q u e u n a de las múltiples f o r m a s d e adaptarse a
la realidad gracias a lo imaginario.) D e b o a ñ a d i r q u e la p o s t u r a
r o m á n t i c a q u e confiere a l o i m a g i n a r i o la f o r m a d e l a evasión m e
p a r e c e criticable en la m e d i d a m i s m a en q u e reaUza la función d e
a d a p t a c i ó n en d e t r i m e n t o d e o t r a acción i g u a l m e n t e r e a l de la c r e a -
c i ó n d e la q u e n o s h a h a b l a d o Sanguineti, la toma de conciencia.
P a r a t e r m i n a r con este aspecto quisiera a ñ a d i r q u e la p a l a b r a « p r o -
p a g a n d a » m e h a m o l e s t a d o l i g e r a m e n t e en la m e d i d a en q u e evoca la
i d e a d e u n a expresión o u n a a c c i ó n conceptuales. Y u n a o b r a lite-
r a r i a n o es u n desarroUo c o n c e p t u a l sino u n u n i v e r s o c o h e r e n t e d e
personajes y de situaciones c o n c r e t a s q u e c o n t r i b u y e sin d u d a fre-
c u e n t e m e n t e a la t o m a de conciencia sin p o r ello p o s e e r u n a estruc-
t u r a ideológica. D i r í a incluso q u e la estructura c o n c e p t u a l y, sobre
t o d o , el d e s e o d e p r o p a g a n d a sólo p u e d e n perjudicar el p o d e r esté-
tico d e la o b r a y, p o r consiguiente, su m i s m a acción en favor de la
t o m a de conciencia.
M e h a n r e p r o c h a d o , Lefebvre e n t r e otros, el c o n v e r t i r la crea-
ción i m a g i n a r i a y la c o h e r e n c i a en dos factores metahistóricos.
C r e o , sin e m b a r g o , q u e l o m e t a h i s t ó r i c o es la función de lo
i m a g i n a r i o y de la coherencia, q u e se realiza en c a d a ocasión en
u n a s estructuras concretas, las cuales sí son esencialmente de n a -
t u r a l e z a histórica y transitoria. E s t o n o tiene, sin e m b a r g o , n a d a
d e e x t r a ñ o y a q u e la función es siempre o casi s i e m p r e m e t a h i s t ó -
rica. Si n o s situamos en el p u n t o de vista del e s t u d i o del h o m b r e , el
h e c h o d e q u e los individuos se a l i m e n t e n y se r e p r o d u z c a n tiene
c i e r t a m e n t e u n c a r á c t e r funcional y metahistórico. L a f o r m a en q u e
l o h a c e n , los h á b i t o s ahmenticios, las estructuras afectivas (incluso
p o d r í a hablarse, quizá, de e s t r u c t u r a s alimenticias), tienen, p o r su-
p u e s t o , u n c a r á c t e r histórico y c a m b i a n de u n país a o t r o y de u n a
época a otra.
A c e r c a de este p u n t o quisiera r e c o r d a r q u e la c o h e r e n c i a a q u e
a l u d o en t o d a s mis o b r a s teóricas n o es u n a c o h e r e n c i a lógica sino
e s t r i c t a m e n t e funcional, y a q u e l a c o h e r e n c i a lógica n o es m á s
q u e u n a d e las estructuras posibles d e esta última y c o r r e s p o n d e a
ciertas condiciones histórícas c o n c r e t a s d e n t r o d e las cuales p u e d e
d e s e m p e ñ a r u n a función de a d a p t a c i ó n a la r e a h d a d y de transfor-
m a c i ó n de ésta. H a b r í a q u e a ñ a d i r t a m b i é n q u e esta separación
radical de lo funcional y l o estructural, de l o m e t a h i s t ó r i c o y l o
histórico, es q u i z á d e m a s i a d o rígida y q u e existen c o m p o r t a m i e n t o s

230
q u e t i e n e n u n e s t a t u t o intermedio. Si a d m i t i m o s , p o r ejemplo, los
análisis d e M a r x a c e r c a d e l E s t a d o y la Filosofía c o m p r o b a m o s q u e
se t r a t a p a r a él d e r e a l i d a d e s históricas sin d u d a , p o r q u e n o h a n
existido n u n c a y están l l a m a d a s a d e s a p a r e c e r , p e r o q u e estas reali-
d a d e s h a n existido, sin e m b a r g o , d u r a n t e largos períodos y c a m b i a n
v a r i a s veces de e s t r u c t u r a . C o n respecto a estas épocas m u c h o m á s
b r e v e s p o d r í a entonces a f i r m a r s e q u e el E s t a d o y la Filosofía tienen
u n c a r á c t e r r e l a t i v a m e n t e metahistórico.
Se h a d i c h o y c o n r a z ó n que e n las p o s t u r a s q u e d e f i e n d o
el p r o b l e m a m á s difícil es la elaboración d e n o r m a s prácticas d e in-
vestigación q u e p e r m i t a n en cada ocasión explicar una e s t r u c t u r a .
E s t o es cierto y lo sé m e j o r que n a d i e . Q u i e r o simplemente decir
q u e e n d o s ocasiones h e l o g r a d o realizar estudios que m e p a r e c e n
r e l a t i v a m e n t e c o r o n a d o s p o r el éxito. S o n el estudio sobre el janse-
n i s m o , Pascal y R a c i n e y el estudio sobre las relaciones entre las
e s t r u c t u r a s e c o n ó m i c a s y la forma de la n o v e l a . A c l a r a d o esto, d e b o
decir q u e , a u n q u e e v i d e n t e m e n t e n o p o s e e m o s todavía ni fórnmlas ni
r e g l a s detalladas y s e g u r a s p a r a el p r o g r e s o d e la invesligación, esta-
m o s a p e s a r de t o d o a p u n t o de e l a b o r a r ciertas reglas tpic, desgra-
c i a d a m e n t e y d a d a la escasez del t i e m p o , n o p o d r é dcsarrollai- aquí.
P u e d o asegurarles sin e m b a r g o q u e a u n q u e la intuición (.Icsenipcña
t o d a v í a u n papel n a d a despreciable va, sin e m b a r g o , d i s m i n u y e n d o
y es m e n o r en la a c t u a l i d a d q u e lo era c u a n d o trabajaba sobre el j a n -
s e n i s m o y Pascal.
S o y el p r i m e r o en ser consciente del interés que tcndiía esta-
b l e c e r u n n e x o e n t r e los trabajos de la escuela lukacsiana y los del
e s t r u c t u r a h s m o n o g e n é t i c o de investigadores c o m o l^évi-Strauss y
R o l a n d Barthes. P e r o es a l g o m á s fácil d e f o r m u l a r que de llevar a
la p r á c t i c a . E n c u a l q u i e r c a s o es evidente q u e los esludios d e ins-
p i r a c i ó n lukacsiana sólo en r a r a s ocasiones llegan, y de m a n e r a t o -
t a l m e n t e accidental, a análisis de tipo f o r m a l , quedándose la m a y o -
r í a d e las veces al nivel d e lo que p o d r í a m o s l l a m a r en cierto m o d o
el c o n t e n i d o . P r e c i s a m e n t e p o r esto m e h e a p r e s u r a d o u decir hasta
q u é p u n t o m e h a p a r e c i d o apasionante la p o n e n c i a de Rolunil Bar-
thes y h a s t a q u é p u n t o c o n s i d e r o necesario integrarla en mis propios
t r a b a j o s . P e r o c u a n d o m á s t a r d e ha i n t e n t a d o explicar las transfor-
m a c i o n e s a través d e u n m o v i m i e n t o i n t e r n o de tipo cíclico o d e
c u a l q u i e r otra n a t u r a l e z a y c u a n d o h a visto en la historia un ele-
m e n t o p e r t u r b a d o r d e las regularidades p u r a m e n t e inmanentes d e
ciertos sectores de la c o n c i e n c i a y del c o m p o r t a m i e n t o , m e ha p a r e -
c i d o q u e n o m e hallaba y a a n t e u n análisis p u r a m e n t e científico sino
a n t e la expresión ideológica de toda la serie de corrientes c o n t e m -
p o r á n e a s del p e n s a m i e n t o q u e , c o r r e s p o n d i e n d o en esto a las e s l r u c -

231
Unas Iccnocráticas de la sociedad occidental, t i e n d e n a eliminar la
realidad de la historia.
V u e l v o a Lefebvre. C o m o y a he d i c h o h a y diferentes tipos
lie c o h e r e n c i a q u e la investigación debe s a c a r a la luz en c a d a
ocasión c o n c r e t a y, p o r s u p u e s t o , esta c o h e r e n c i a es u n a p r o p i e d a d
del p e n s a m i e n t o y del c o m p o r t a m i e n t o de los h o m b r e s y n o u n ele­
m e n t o de su conciencia «tética», e m p l e a n d o u n t é r m i n o s a r t r i a n o .
Los h o m b r e s h a c e n la historia sin saberlo y si el significado es o b ­
jetivo n o coincide con los significados deseados p o r los actores. Y a
lo he d i c h o m u c h a s veces: el estudio de las e s t r u c t u r a s y de la c o h e ­
rencia es p r o p i o del crítico, del sociólogo y del historiador, y n o d e
la acción histórica m i s m a , del m i s m o m o d o q u e el análisis de la fi­
siología d e los nervios y d e los músculos de las p i e r n a s es p r o p i o d e
los fisiólogos y n o de los c o r r e d o r e s .
E n lo q u e respecta al análisis c o n c r e t o del j a n s e n i s m o y al d e
las o b r a s de R a c i n e y de P a s c a l estoy m u c h o m e n o s d e a c u e r d o c o n
Lefebvre, sobre t o d o en l o q u e se refiere a la i m p o r t a n c i a q u e c o n ­
cede al c o n c e p t o de p o d e r . N o c a b e d u d a d e q u e el c o n c e p t o d e
p o d e r del E s t a d o tiene u n a g r a n i m p o r t a n c i a en estas obras y y o
m i s m o le h e c o n c e d i d o u n l u g a r p r e m i n e n t e n o sólo en la p a r ­
te interpretativa sino i g u a l m e n t e en la explicativa, p u e s t o q u e he visto
que la c a u s a p r i m e r a de l a génesis del j a n s e n i s m o estribaba en las
t r a n s f o r m a c i o n e s del a p a r a t o m o n á r q u i c o . M e o p o n g o , sin e m b a r g o ,
a q u e p u e d a centrarse t o t a l m e n t e el anáhsis d e la o b r a de R a c i n e ,
p o r ejemplo, en la idea d e r e i n o , de poder, sin situarlo d e n t r o d e u n a
estructura global b a s a d a e n la relación e n t r e la exigencia absoluta
de realizar valores contradictorios y la imposibilidad d e lograrlo.
M e p a r e c e i m p o r t a n t e s u b r a y a r , sin e m b a r g o , q u e estas divergencias
son de la c o m p e t e n c i a de u n c o n t r o l empírico y q u e se trata, en ú l ­
t i m a instancia, d e saber cuál d e las dos interpretaciones p u e d e inte­
grar u n a p a r t e m á s i m p o r t a n t e d e la o b r a r a c i n i a n a y se ve o b h g a d a
a r e c h a z a r c o m o n o esencial u n a p a r t e m á s r e d u c i d a . E n r e s u m e n ,
si Lefebvre logra o f r e c e m o s a p a r t i r de la i d e a d e p o d e r i m a inter­
p r e t a c i ó n q u e explique n o u n c i n c u e n t a o u n sesenta p o r ciento d e
la o b r a r a c i n i a n a o pascaUana, sino u n o c h e n t a o u n n o v e n t a p o r
ciento, admitiría q u e su i n t e r p r e t a c i ó n es e x t r a o r d i n a r i a m e n t e seria.
Si es posible, c o m o defiende n o solamente L e f e b v r e sino reciente­
m e n t e t a m b i é n P l a n c h ó n , explicar la totalidad del t e x t o de Berenice
o l v i d a n d o el a m o r y b a s á n d o l o t o d o en el r e i n o , sería el p r i m e r o
en a d h e r i r m e a esta hipótesis, p e r o si, c o m o m e p a r e c e , nos vería­
mos entonces obligados a dejar a u n l a d o t o d a u n a serie de a s p e c ­
tos que en esta perspectiva resultan inexphcables y si todos estos
aspectos pueden integrarse en u n a perspectiva q u e p a r t a de la idea

232
d e q u e Berenice se b a s a a la vez en l a n e c e s i d a d y la imposibilidad d e
c o n c i l i a r el a m o r y el r e i n o , entonces n o v e o n i n g u n a r a z ó n p a r a
a d h e r i r m e a la p r i m e r a d e estas i n t e r p r e t a c i o n e s .
T r a t o de s u b r a y a r q u e en la m e d i d a e n q u e es siempre b a s t a n t e
fácil hallar varias interpretaciones diferentes que expliquen c a d a
u n a d e ellas del sesenta al setenta p o r c i e n t o de un t e x t o e s t u d i a d o
( q u e n o son, p o r s u p u e s t o , el m i s m o sesenta o setenta p o r c i e n t o
m i e n t r a s que es e x t r a o r d i n a r i a m e n t e difícil y p r á c t i c a m e n t e imposi-
ble h a l l a r dos hipótesis q u e p u e d a n explicar del ochenta al n o v e n t a
p o r ciento, esta r e s e r v a ' c o n s t i t u y e u n o d e los pilares m á s importantes
d e la investigación. E n m i g r u p o n o s h a o c u r r i d o muclias veces q u e
h e m o s llegado a hipótesis seductoras q u e e x p h c a b a n u n a p a r t e i m -
p o r t a n t e de la o b r a d e u n autor. Y s i e m p r e , en estos casos, m e he
o p u e s t o , en n o m b r e del principio q u e a c a b o d e señalar, a su publica-
c i ó n a u n q u e sólo fuera a título de hipótesis.
P o r último h e m o s d e r e c o r d a r q u e i n c l u s o en el caso en q u e se
c r e e h a b e r h a l l a d o u n a hipótesis e x t r a o r d i n a r i a m e n t e p r o b a b l e es
f u n d a m e n t a l h a c e r la c o n t r a p r u e b a , d a n d o a leer a dos p e r s o n a s p o r
l o m e n o s el texto e s t u d i a d o d e n t r o d e la perspectiva inversa y p r e -
g u n t á n d o s e cuáles s o n los pasajes q u e n o coinciden con la interpre-
tación propuesta.
E n el t r a n s c u r s o d e este c o l o q u i o se h a suscitado t a m b i é n
el p r o b l e m a de la distinción entre las e s t r u c t u r a s mentales y las es-
t r u c t u r a s históricas p r e g i m t a n d o cuál es la i m p o r t a n c i a de c a d a u n a
d e ellas en la investigación. C r e o q u e se t r a t a de un falso |irt)blema.
E s t r u c t u r a s mentales, afectivas y d e c o m p o r t a m i e n t o son s i e m p r e
e s t r u c t u r a s históricas, parciales, q u e a c t ú a n u n a sobre o t r a y f o r m a n
p a r t e de estructuras globales q u e las explican. N o existe n i n g u n a
r a z ó n metodológica p a r a prohibir el análisis estructural d e un es-
c r i t o , d e la o b r a d e u n autor, de su individualidad o incluso d e la
c o n c i e n c i a colectiva.
A g r a d e z c o a G e n e v i é v e M o u i i l a u d s u observación relativa al
v a l o r estético. N o c r e o , en efecto, q u e la coherencia baste p a r a c r e a r
tal valor, p e r o c o n s i d e r o q u e es u n e l e m e n t o constitutivo particular-
m e n t e i m p o r t a n t e (si se h a c e extensivo a la relación entre c o n t e n i d o
y f o r m a ) . Sería p o r s u p u e s t o urgente t r a t a r de poner en c l a r o de
f o r m a precisa cuáles s o n los otros e l e m e n t o s que, j u n t o a la c o h e -
r e n c i a , d e t e r m i n a n el v a l o r estético de i m a o b r a .
P a r a t e r m i n a r quisiera decir a V e r s t r a e t e n que mi apreciación
d e las interpretaciones psicoanalíticas p a r t e m e n o s de un prejuicio
o d e u n principio q u e d e u n a experiencia p r á c t i c a . H e leído u n g r a n
n ú m e r o y n u n c a m e h a n suministrado n i n g ú n c o n o c i m i e n t o sobre
el c o n t e n i d o o la f o r m a d e las o b r a s literarias en t a n t o q u e o b r a s

233
Uteraíias. Sin e m b a r g o , en la m e d i d a en q u e se a d m i t a q u e sus íiipó-
leiis son válidas, es cierto q u e a p o r t a n u n g r a n n ú m e r o de c o n o ­
cimientos a c e r c a de la psicología del a u t o r y a c e r c a de lo q u e d e
esta psicología se manifiesta en la obra, a t m q u e d e f o r m a periférica.
U n a ú n i c a excepción, y y a l o h e dicho, es la constituida p o r los
estudios d e M a u r o n en la p a r t e q u e se refiere a las redes de i m á g e ­
nes. P e r o incluso los trabajos d e M a u r o n a d o l e c e n d e todos los d e ­
fectos de los trabajos psicoanalíticos c u a n d o p a s a n d e la descripción
a la explicación.
P o r ú l t i m o , en lo q u e r e s p e c t a al p r o b l e m a d e la supervivencia
de u n a o b r a , d e b o r e c o r d a r q u e siempre he distinguido dos p r o c e s o s
diferentes. L a n o t o r i e d a d d e u n libro en la é p o c a d e su aparición y
la supervivencia d e esta n o t o r i e d a d entre las generaciones y siglos
futuros. L a n o t o r i e d a d e n el m o m e n t o de la a p a r i c i ó n se d e b e a
m e n u d o a lo q u e p o d r í a m o s l l a m a r factores accidentales, en el siglo
XVII, p o r ejemplo, a la a u t o r i d a d de Luis X I V , a la d e los dirigentes
de la r a d i o o la televisión e n la actualidad o b i e n a los gastos d e
p r o p a g a n d a y l a n z a m i e n t o q u e realiza u n editor. P e r o los hijos d e
Luis X I V , los dirigentes d e la R T F o de JuUard n o t e n d r á n eviden­
t e m e n t e las m i s m a s r a z o n e s p a r a leer y a p r e c i a r u n a o b r a . L a s r a ­
zones circunstanciales d e s a p a r e c e n p o r sí m i s m a s m á s o m e n o s d e ­
prisa y, en t o d o caso, c o m o m á x i m o , en el t r a n s c u r s o de u n a
generación. E s entonces c u a n d o la c o h e r e n c i a i n t e r n a se c o n v i e r t e
en u n o d e los factores decisivos q u e aseguran la supervivencia y, e n
esta m e d i d a , la supervivencia p u e d e ser utilizada a título d e hipóte­
sis previa en favor de la existencia d e u n a c o h e r e n c i a interna p o r
los investigadores d e historia y sociología d e la literatura.

I,,;.

234

También podría gustarte