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SOCIEDADE UNIVERSITÁRIA REDENTOR

FACULDADE REDENTOR
CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL, MECÂNICA E DE PRODUÇÃO
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS - Profª M.Sc. Muriel B. de Oliveira

INTRODUÇÃO A RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


(Revisão de Mecânica Geral)
1 – INTRODUÇÃO

 Definições:

Mecânica Aplicada: Ramo da ciência que, através da aplicação dos princípios de


mecânica, busca entender, explicar e prever as ações e reações de corpos em repouso ou
movimento.
Mecânica do Contínuo: Ramo da ciência que lida com meios contínuos, incluindo
sólidos e fluidos.
Mecânica dos Sólidos: Estuda a física de sólidos contínuos, com forma definida quando
em repouso.
Elasticidade: Descreve o comportamento de materiais que retomam sua forma original
após a aplicação de esforços mecânicos.
Plasticidade: Descreve o comportamento de materiais que têm sua forma original
modificada após a aplicação de esforços mecânicos.
Resistência dos Materiais: Estuda a resistência de materiais de engenharia e seu
comportamento mecânico sob ação de carregamentos.

 Objetivo da Resistência dos Materiais:

O principal objetivo de um curso de Resistência dos Materiais/ Mecânica dos Sólidos é o


desenvolvimento de relações entre as cargas aplicadas a um corpo e as forças internas e
deformações nele originadas. Estas relações são obtidas através de métodos matemáticos ou
experimentais, que permitam a análise destes fenômenos.
Problema: Corpo sujeito a ação de esforços externos (forças, momentos, etc.)
Determinar: Esforços internos (tensões), Deslocamentos e Deformações.
Normalmente buscamos a solução de três tipos de problemas:
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- Projetos: Definição de materiais, forma e dimensões da peça estudada.


- Verificações: Diagnosticar a adequação e condições de segurança de um projeto
conhecido.
- Avaliação de capacidade: Determinação da carga máxima que pode ser suportada com
segurança.

2 – REVISÃO DE MECÂNICA GERAL

 FORÇA:

É toda a grandeza capaz de provocar movimento, alterar o estado de movimento ou


provocar deformação em um corpo. É uma grandeza vetorial cuja intensidade pode ser obtida
pela expressão da física:

F m.a
onde:
F = força
m = massa do corpo
a = aceleração provocada
Sendo a força um elemento vetorial, somente se caracteriza se forem conhecidos:
direção, sentido, módulo ou intensidade e ponto de aplicação.

Unidades:
Existem muitas unidades representando forças. As que mais vamos utilizar são:
N - Newton
kN - kiloNewton
kgf - kilograma força

1 KN = 103N = 102Kgf

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Decomposição de forças:

Em análise estrutural as forças são divididas em:


Forças Externas: atuam na parte externa na estrutura, e são o motivo de sua existência.
Podem ser ativas ou reativas.
- ativas: São forças independentes que podem atuar em qualquer ponto de uma
estrutura. Correspondem às cargas as quais estaremos submetendo a estrutura, normalmente
conhecidas ou avaliadas.
Ex: peso do pedestre em uma passarela, peso próprio das estruturas, etc.
- reativas: São forças que surgem em determinados pontos de uma estrutura (vínculos
ou apoios), sendo consequência das ações, portanto não são independentes, devendo ser
calculadas para se equivalerem as ações e assim preservarem o equilíbrio do sistema.
Assim, podemos dizer que sempre que uma peça de estrutura carregada tiver contato
com elementos externos ao sistema (vínculo), neste ponto surge uma força reativa.
Forças Internas: são aquelas que mantêm unidos os pontos materiais que formam o
corpo sólido de nossa estrutura (solicitações internas). Se o corpo é estruturalmente composto
de diversas partes, as forças que mantém estas partes unidas também são chamadas de forças
internas (forças desenvolvidas em rótulas).
A figura a seguir mostra como exemplo, os esforços internos de:
(a) Tração;
(b) Compressão;
(c) Cisalhamento;
(d) Flexão;
(e) Torção;
(f) Esforços combinados.

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 MOMENTO DE UMA FORÇA

O momento de uma força é a medida da tendência que tem a força de produzir giro em
um corpo rígido. Este giro pode se dar em torno de um ponto (momento polar ) ou em torno de
um eixo (momento axial). Vamos trabalhar com momento em torno de ponto, que ocorre nos
casos de cargas em um plano.
Momento Polar (momento de uma força em relação à um ponto): Chama-se de
momento de uma força F em relação à um ponto "0", o produto vetorial do vetor OA pela força
F , sendo "A" um ponto qualquer situado sobre a reta suporte da força F. Logo também é um
vetor, e para a sua caracterização precisamos determinar o seu módulo, direção e sentido.

A distância d que representa o módulo do vetor OA é também chamada de braço de


alavanca. Ela é a menor distância entre a reta suporte da força e o ponto em relação ao qual se
calcula o momento , isto é, pode ser obtida pela perpendicular à reta que passa pelo ponto.
M=F.d

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- direção: perpendicular ao plano formado pela força e pelo vetor OA


- sentido: regra da mão direita
- módulo: produto do módulo da força F pela menor distância do ponto "0" a reta
suporte da força.
- ponto de aplicação: ponto "O" em relação ao qual se calculou o momento.
Regra da mão direita: consiste em posicionar os dedos da mão direita no sentido da
rotação provocada pela força em torno do ponto O. Neste caso o polegar indica o sentido do
momento.

Podemos também convencionar sinais + ou - para cada um dos sentidos, de acordo com
a nossa escolha.

Unidade de momento:
Sendo o momento produto de uma força por uma distância, a unidade desta grandeza é
o produto de uma unidade de força por uma unidade de distância.
Exemplos: kgf.m , kN.m , N.m , kN.cm

 RESULTANTE DE FORÇAS CONCORRENTES EM UM PONTO DE UM PLANO

A resultante de forças concorrentes em um ponto de um plano também pode ser


calculada através da decomposição destas forças em relação à duas direções ortogonais
escolhidas.

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 PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO DE EFEITOS

"O efeito produzido por um conjunto de forças atuando simultaneamente em um corpo


é igual a soma do efeito produzido por cada uma das forças atuando isolada".
Deve-se fazer a ressalva de que a validade deste princípio se resume a casos em que o
efeito produzido pela força seja diretamente proporcional a mesma. Isto acontece na maioria
dos casos estudados.
A partir deste princípio podemos dizer que o momento polar resultante de um sistema
de forças é a soma algébrica dos momentos polares, produzidos em relação ao mesmo ponto,
por cada uma das forças atuando isolada.
 EQUIVALÊNCIA DE UM SISTEMA DE FORÇAS

Dois sistemas de forças são equivalentes quando tem resultantes iguais e momentos
polares em relação ao mesmo ponto também iguais.
 GRAUS DE LIBERDADE (GL)

Grau de liberdade é o número de movimentos rígidos possíveis e independentes que um


corpo pode executar.
- Caso espacial: Caso dos corpos submetidos a forças em todas as direções do espaço.
No espaço estas forças podem ser reduzidas a três direções ortogonais entre si (x, y, z),
escolhidas como referência.
Nestes casos o corpo possui 6 graus de liberdade, pois pode apresentar três translações
(na direção dos três eixos) e três rotações (em torno dos três eixos).
Exemplo:

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- caso plano: Ocorre nos corpos submetidos a forças atuantes em um só plano, por
exemplo, x, y.
Neste caso possuem três graus de liberdade, pois os corpos podem apresentar duas
translações (na direção dos dois eixos) e uma rotação (em torno do eixo perpendicular ao plano
que contém as forças externas).
Exemplo:

 EQUILÍBRIO

Sempre que se deseja trabalhar com uma peça componente de uma estrutura ou
máquina, devemos observar e garantir o seu equilíbrio externo e interno.
- Equilíbrio externo
Para que o equilíbrio externo seja mantido se considera a peça monolítica e
indeformável. Dize-se que um corpo está em equilíbrio estático quando as forças atuantes
formam entre si um sistema equivalente à zero, isto é, sua resultante e o seu momento polar
em relação a qualquer ponto são nulos.
R=0 Mp = 0
Como se costuma trabalhar com as forças e momentos referenciados a um sistema tri-
ortogonal de eixos, desta maneira o equilíbrio se verifica se as seis equações abaixo são
satisfeitas:
Fx = 0 Mx = 0
Fy = 0 My = 0
Fz = 0 Mz = 0
Diante de um caso de carregamento plano, e, portanto apresentando 3 graus de
liberdade, as condições de equilíbrio se reduzem apenas às equações:
Fx = 0 Fy = 0 Mz = 0
Observe que as equações de equilíbrio adotadas devem ser apropriadas ao sistema de
forças em questão, e se constituem nas equações fundamentais da estática.
- Equilíbrio interno
De uma maneira geral podemos dizer que o equilíbrio externo não leva em conta o
modo como o corpo transmite as cargas para os vínculos.
O corpo quando recebe cargas vai gradativamente deformando-se até atingir o
equilíbrio, onde as deformações param de aumentar (são impedidas internamente), gerando
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solicitações internas. Estas solicitações internas são responsáveis pelo equilíbrio interno do
corpo.
O equilíbrio ocorre na configuração deformada, que admitimos ser bem próxima da
inicial (campo das pequenas deformações).

 VÍNCULOS

É todo o elemento de ligação entre as partes de uma estrutura ou entre a estrutura e o


meio externo, cuja finalidade é restringir um ou mais graus de liberdade de um corpo.
A fim de que um vínculo possa cumprir esta função, surgem no mesmo, reações
exclusivamente na direção do movimento impedido.
- Um vínculo não precisa restringir todos os graus de liberdade de uma estrutura, quem
o fará será o conjunto de vínculos.
- As reações desenvolvidas pelos vínculos formam o sistema de cargas externas reativas.
- Somente haverá reação se houver ação, sendo as cargas externas reativas
dependentes das ativas, devendo ser calculadas.
Os vínculos podem ligar elementos de uma estrutura entre si ou ligar a estrutura ao
meio externo e, portanto, se classificam em vínculos internos e externos.
- Vínculos externos: São vínculos que unem os elementos de uma estrutura ao meio
externo e se classificam quanto ao número de graus de liberdade restringidos.
No caso plano o vínculo pode restringir até 3 graus de liberdade (GL) e, portanto se
classifica em três espécies.
- Vínculos internos: São aqueles que unem partes componentes de uma estrutura.
Compõem as estruturas compostas.
Os tipos de vínculos podem ser observados na próxima página.

 CARGAS ATUANTES EM UMA ESTRUTURA

Quando se trabalha com uma peça de uma estrutura, devemos ter em mente a sua
finalidade e, portanto, devemos avaliar a quantidade de carga que ela deve ser capaz de
suportar. Ao conjunto destas cargas damos o nome de CARGAS EXTERNAS ATIVAS.
Para que o equilíbrio desta peça seja garantido, devemos vinculá-la, ou seja,
restringirmos as possibilidades de movimento da mesma. Em cada vínculo acrescido, surgem as
reações na direção do movimento restringido. Estas reações são chamadas de CARGAS
EXTERNAS REATIVAS.
O conjunto destas cargas, ativas e reativas, se constitui no carregamento externo da
peça em estudo.
- Cargas externas ativas
As cargas aplicadas em uma peça de estrutura se classificam quanto ao modo de
distribuição em:
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- Concentradas: São aquelas que atuam em áreas muito reduzidas em relação às


dimensões da estrutura. Neste caso ela é considerada concentrada no centro de gravidade da
área de atuação.
- Cargas momento ou conjugados: momentos aplicados em determinados pontos de
uma estrutura (fixos). Podem se originar de um par de forças, cargas excêntricas ou eixos de
transmissão.

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- Cargas distribuídas: São aquelas que atuam em uma área com dimensões na mesma
ordem de grandeza da estrutura.
As cargas também se classificam quanto ao tempo de duração em:
- Permanentes: Atuam durante toda ou quase toda a vida útil de uma estrutura
- Acidentais ou sobrecarga: Podem estar ou não atuando, são fornecidas por normas,
catálogos ou avaliadas em cada caso.
A classificação quanto ao ponto de aplicação fica:
- Fixas: atuam sempre em um ponto ou uma região.
- Móveis: percorrem a estrutura podendo atuar em vários dos seus pontos.

 EQUILÍBRIO EXTERNO EM DUAS DIMENSÕES

Ocorre quando as cargas que atuam na estrutura estão contidas em um mesmo plano, o
que acontece na maior parte dos casos que iremos estudar.
Nestes problemas, é conhecido o sistema de cargas ativas que atua na estrutura e
devemos calcular as cargas reativas capazes de manter o corpo em equilíbrio, neste plano.
Reações externas ou vinculares são os esforços que os vínculos devem desenvolver para
manter em equilíbrio estático uma estrutura, considerada como um corpo rígido e
indeformável.
Os vínculos são classificados de acordo com o número de graus de liberdade restringidos
e só podemos restringir um GL mediante a aplicação de um esforço (força ou momento) na
direção deste movimento.
A determinação das reações vinculares de uma estrutura é feita por intermédio de um
sistema de equações algébricas.
Sendo o plano das cargas x y, e sabendo-se que a estrutura possui três graus de
liberdade (translação nas direções x e y e rotação em torno do eixo z), o número de equações a
serem satisfeitas é três e o equilíbrio se dá quando:
Fx = 0 Fy = 0 Mz = 0
Convém salientar que neste caso do carregamento plano, os vínculos podem ser de três
espécies, simbolizados por:

Desta maneira, cada movimento restringido corresponde a uma reação vincular


(incógnita), que deve ser determinada.
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Para serem restritos três graus de liberdade, as reações devem ser em número de três.
Como se dispõe de três equações a serem satisfeitas, a aplicação destas equações leva à
determinação das reações (incógnitas) desejadas.

 PROCEDIMENTO DE CÁLCULO:

- Transforma-se a estrutura dada num corpo livre, substituindo-se todos os vínculos


externos pelas reações vinculares que o mesmo pode desenvolver, arbitrando-se um sentido
para cada esforço.
- Para que o equilíbrio externo seja mantido é necessário que as três equações da
estática sejam satisfeitas. Fx = 0 Fy = 0 Mz = 0
- As cargas distribuídas devem ser substituídas por suas respectivas resultantes (este
artifício é válido somente para o cálculo das reações externas).
Como escolhemos direções de referência (x e y), as cargas que não estiverem nestas
direções devem ser decompostas, ou seja, substituídas por um sistema equivalente.
- Resolvido o sistema de equações, reação negativa deve ter o seu sentido invertido.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Observe-se na figura abaixo, três cargas aplicadas a uma viga. A viga é apoiada em um rolete
em A e em uma articulação em B. Desprezando o peso próprio da viga, determine as reações
em A e B quando Q = 75 kN.

2) Calcule as reações externas das estruturas abaixo:


a)

b)

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c)

d)

e)

f)

g)

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3 – CENTRÓIDES E MOMENTOS DE INÉRCIA

Apesar de não estar incluída dentro dos objetivos principais de Resistência dos
Materiais, vamos estudar algumas grandezas características da geometria das massas com a
finalidade de conhecermos alguns valores necessários ao estudo das solicitações que
provoquem a rotação, como o Momento Fletor e o Momento Torsor.

 CONSULTAR APÊNDICES A, F e G
BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 4ª ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

 EXEMPLOS RESOLVIDOS

Exemplo 01

Calcular a área A, os momentos estáticos Qx e Qy e as coordenadas x e y do centróide da área


parabólica mostrada na figura 01, cuja equação está indicada na figura.

2
y=f(x) = h(1- x 2 )
b

xC
h
dA
C
y
yC
y/2
x
O
x
dx

Figura 01
O elemento dA, sombreado na figura, tem área:

x2
dA y dx h 1 dx
b2
A área total vale:

b x2 2
A dA h 1 dx bh
A 0 b2 3
As coordenadas do centróide do elemento dA de área sombreado são x e y/2; portanto os
momentos estáticos valem:
2
y b h2 x2 4bh 2
Qx dA 1 dx
A 2 0 2 b2 15

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b x2 b2h
Qy x dA xh 1 dx
A 0 b2 4
Finalmente, as coordenadas do centróide valem:
Qy 3 Qx 2
x b e y h
A 8 A 5

Exemplo 02

Determinar a coordenada y do centróide C de um trapézio de bases a, b e altura h conforme


figura 02
y

C2

C h
C1
yC

O x
a

Figura 02 - CG de um trapézio
Dividindo o trapézio em dois triângulos de centróides C1 e C2, as coordenadas y1 e y2 destes
centróides, conforme se sabe, valem respectivamente:
h 2h
y1 e y2
3 3
As áreas dos triângulos valem:
ah bh
A1 e A2
2 2
Aplicando-se a equação que fornece y obtém-se:

ah h b h 2 h
Ai y i 2 3 2 3 1 h (a 2b)
y
Ai ah bh 3 ( a b)
2 2
É conveniente observar que caso a = b, o trapézio se transforma em um retângulo e a equação
anterior resulta y = h/2, conforme esperado para ordenada do centróide do retângulo. Caso a=0,
teríamos um triângulo e y = h/3, conforme esperado.

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Exemplo 03

Seja o retângulo da figura 03. Calcular o momento de inércia em relação ao eixo x, que é um
eixo de simetria, portanto passando pelo centróide C.
y

dy

y
h C x

Figura 03
O retângulo pode ser dividido em áreas infinitesimais conforme é mostrado pela área
sombreada. Neste caso, dA = b dy e então,
h/2 b h3
Ix y 2 dA y 2 b dy
A h/2 12
Com procedimento análogo determina-se o momento de inércia do retângulo em
relação ao eixo y, obtendo-se:

h b3
Iy
12
Obs: O cálculo do momento de inércia em relação a um eixo, pode ser simplificado caso a área
possa ser dividida em partes que tenham momento de inércia conhecidos.
Por exemplo, o perfil tipo caixa, vazado, mostrado na figura 04(a). O momento de inércia
em relação ao eixo x, que é eixo de simetria e passa pelo centróide C, é naturalmente a diferença dos
momentos de inércia de dois retângulos, ou seja,

b h3 b1 h13
Ix
12 12
Esta mesma fórmula obviamente pode ser aplicada ao perfil C mostrado na figura 04(b) e
também ao perfil I da figura 04(c) e perfil Z da figura 04(d).
y y y y

b1

h h1 x x x x h1 h
C C C C
b1/2 b1/2 b1
b1

b1 b b b

a) b) c) d)

Figura 04

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Exemplo 04

Seja o triângulo da figura 05, de base b e altura h. Calcular o momento de inércia do triângulo
em relação ao eixo x, que contém a sua base.

dy

h
x
y

O x
b

Figura 05 - Momento de inércia de área triangular

Divide-se a área em elementos de altura infinitesimal. A área do elemento sombreado da figura


vale dA = x dy. Por semelhança de triângulos, determina-se o valor de x = b(h-y)/h. Assim, a área dA fica:
b(h y)
dA dy
h
h
2
h b(h y) 2 b hy 3 y4 b h3
e daí, Ix y dA y dy ( )
A 0 h h 3 4 0
12

O método de cálculo usado nestes exemplos pode, teoricamente, ser usado nos casos mais
gerais. O momento de inércia é obtido pela divisão da área em tiras infinitesimais paralelas ao eixo,
procedendo-se então a integração. Caso a expressão de dA e a integração apresente dificuldade, pode-
se determinar um valor aproximado para o momento de inércia seguindo o procedimento: divide-se a
área em um número finito de tiras e multiplica-se a área de cada tira pelo quadrado da distância de seu
centróide ao eixo. A soma aritmética destes produtos é um valor aproximado do momento de inércia.

Exemplo 05 e 06

A figura 06 (a) mostra uma área retangular e a figura 06 (b) uma área triangular, para as quais já
foram determinados momentos de inércia.

No caso da área retangular foi determinado o momento de inércia em relação ao eixo


baricêntrico x , que vale Ix = bh3/12. Deseja-se, conhecido este valor, determinar o momento de inércia
Ix em relação ao eixo x passando pela base.

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y
y

yc

yc

C xc h h
C xc
h/3
x O x
b b

a) b)

Figura 06 - Teorema do eixo paralelo

De acordo com o teorema do eixo paralelo, tem-se:

bh3 h2 bh3
Ix I x' A( h )2 ou Ix bh e daí, Ix
2 12 4 3

No caso da área triangular, foi determinado o momento de inércia em relação ao eixo x que
contém a base, e vale Ix=bh3/12. Aplicando o teorema do eixo paralelo, determina-se facilmente o
momento de inércia em relação ao eixo baricêntrico x :

bh3 bh3 bh3 bh3


Ix I x' A( h )2 ou I x' Ix e daí, I x'
3 18 12 18 36

Exemplo 07

O teorema do eixo paralelo é especialmente útil no cálculo dos momentos de inércia das áreas
compostas como, por exemplo, a área da figura 07.
4 1 4 9

0,5 0,5 1

2 3,5
5,5 6 5,75

3,75

2 3
C 1
x x
1
2

6 medidas em cm
4

a) b)

Figura 07 - Momento de inércia de área composta


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Calcular o momento de inércia desta área relativamente ao eixo x, que é eixo de simetria e
passa pelo centróide C.

A área consiste de um estreito retângulo de 1 por 12 centímetros e quatro cantoneiras iguais de


4 por 4 por 0,5 cm como mostra a figura 07 (a).

Para determinar o momento de inércia em relação ao eixo x, subdividimos a área em retângulos,


fazendo os cálculos para apenas uma metade, cujo resultado multiplicado por 2 obviamente dará o
resultado para toda a área. A figura 07 (b) mostra a divisão usada para os cálculos.

Designando por A1, A2 e A3 as áreas desses retângulos e, por y1, y2 e y3 as ordenadas dos
respectivos centros de gravidade e usando a equação Ix = bh3/12 para o momento de inércia do
retângulo em relação ao eixo baricêntrico paralelo à base b, temos:

A1 = 4,50 cm2 A2 = 7,00 cm2 A3 = 2,00 cm2

y1 = 5,75 cm y2 = 3,75 cm y3 = 1,00 cm

I1 = 0,09375 cm4 I2 = 7,14583 cm4 I3 = 0,66667 cm4

O momento de inércia de toda a área em relação ao eixo x, vale:

Ix = 2 (I1 + A1y12 + I2 + A2y22 + I3 + A3y32)

Substituindo os valores numéricos dados acima, chega-se ao valor procurado:

Ix = 514,25 cm4

Há várias maneiras de subdividir uma área composta como a da figura 07, para o cálculo do
momento de inércia relativamente a um dado eixo. Para cantoneiras padronizadas como as da figura 07,
as posições dos centróides e os momentos de inércia, relativamente aos eixos baricêntricos paralelos as
abas, podem ser achados em tabelas e ou manuais. Usando, então, o teorema dos eixos paralelos, o
momento de inércia da área da figura 07, relativamente a qualquer eixo horizontal ou vertical pode ser
determinado fazendo-se a subdivisão como mostrada na figura 07 (a), ou seja, as figuras do retângulo e
das cantoneiras.

Exemplo 08

Calcular (localizar) o baricentro da peça da figura 08, sabendo que ela é feita de folha metal com
espessura constante.
Como a peça é simétrica em relação ao plano yz a coordenada x =125 mm.
Como a folha tem espessura constante podemos determinar o baricentro considerando o
contorno da projeção da folha sobre o plano yz e xy.

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Figura 08- Centróide de área composta

Determinação dos centróides das figuras componentes:


I - Semicírculo - considerado no plano yx
y = 150+80+(4 x 125)/3 = 283,1 mm e z=0
II – Quarto de cilindro - considerado no plano yz
_
_
2.80 2.80
Y 150 200,9m Z 50,9mm

III - Retângulo
_
_
150 80
Y 75mm Z 40mm
2 2
Elemento Cálculo da área Área y z yA zA
3 6
I ( /2).1252 24,54X10 283,1 0 6,947X10 0
3 6 6
II ( /2).80.250 31,42X10 200,9 50,9 6,312X10 1,599X10
3 6 6
III 170*.250 42,5X10 75 40 3,188X10 1,70X10
3 6 6
Soma 98,46X10 16,447X10 3,299X10

* O valor 170 foi obtido através da expressão: 80 2 1502

b - posição do centróide da peça inteira


_ ____ _ _
Y A y. A Y .(98,46.103 ) 16,447.106 Y 167,04mm
_ ____ _ _
Z A Z.A Z .(98,46.103 ) 3,299.106 Z 33,506mm
x = 125 mm.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Para as seções da figura 09 (a), (b), (c) e (d), determinar os momentos de inércia Ix e Iy.

7,5cm 7,5cm
7,5cm 7,5cm

3cm

3cm
7,5cm 7,5cm

3cm
6cm 6cm 6cm6cm 6cm 6cm 12cm 12cm

3cm

3cm

3cm
3cm 3cm 6cm 6cm

3cm 3cm
3cm

3cm

15cm

15cm
18cm

18cm

C C

15cm

15cm
C C

18cm
C
C C

15cm
C

3cm 3cm

3cm 3cm

3cm
a) a) b) b) c) c)
a) b)
6cm 6cm 9cm 9cm
9cm 9cm
3cm

3cm
3cm

3cm

3cm

3cm
6cm 6cm 6cm 12cm
3cm

3cm

6cm 9cm

3cm

3cm

3cm
3cm 3cm 3cm 3cm

3cm 3cm

12cm

12cm
6cm

6cm

6cm
15cm

15cm
15cm

C C
C C C
C C

15cm
3cm 3cm
12cm

12cm

C C
C
12cm 12c

3cm

3cm
12cm

3cm 3cm 3cm

3cm
d) d) e) e) f) f)

b) c) d) e)

9cm 9cm
3cm

Respostas:

a) altura do baricentro: 12 cm
12cm

4
I1 = 13.446,0 cm
4
I2 = 2.956,5 cm
C
C
3cm
b) altura do baricentro: 10,875 cm
4
I1 = 4.461,75 cm
12cm
3cm

4
I2 = 1.728,00 cm

e) c) altura do baricentro: 7,125 cmf)


4
I1 = 6.588,00 cm
4
I2 = 4.461,75 cm

d) altura do baricentro: 9,931 cm


4
I1 = 8.552,47 cm
4
I2 = 2.960,38 cm

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2) Determine para a superfície plana da figura 10:


a) os momentos estáticos com relação aos eixos x e y;
b)a posição do centróide.

3 3 3 3
a) Qx = 506.10 mm , Qy = 758.10 mm
b) x = 54 mm, y = 36 mm.

3)

Resposta:
3 4
Ix’ = 33,39.10 cm e K x’ = 15,61 cm

4) Determine o momento de inércia da superfície sombreada em relação ao eixo x da figura 12.

Resposta:
6 4
Ix = 45,9.10 mm

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GABARITO DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS


(TENTE FAZER ANTES DE OLHAR!)
Páginas 11 e 12:

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Páginas 20 e 21:

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