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CAP. 6: Uma revolução biológica abortada (REICH, W.

A função do orgasmo,
17º Ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1992)

1. A HIGIENE MENTAL E O PROBLEMA DA CULTURA


Reich pensava em formar um Grupo de orientação sexual para os pobres,
estava pensando em ir falar com Freud a respeito, embora já existisse um alvará da
sua visão, Reich mantinha-se na dúvida, existia uma crítica muito forte sobre sua
teoria.
Na casa de Freud, uma vez ao mês acontecia uma reunião entre
psicanalistas, Reich então resolveu desenvolver uma palestra chamada “Profilaxia
das Neuroses", nessa atividade ele quis relatar um pouco das perguntas mais
frequentes que trabalhava em consulta e um pouco sobre a sociedade.
Com o esclarecimento da teoria, Freud tentou se esquivar um tanto desse
apoio que existia sobre a visão de Reich, que por sua vez criava forças por um lado
e críticas por outro. Alguns economistas e jornalistas atacavam de forma muito hostil
sua teoria que para época era algo que saía fora dos dogmas impostos pela
sociedade.
Levando em conta uma sociedade mecanizada e moralista para desenvolver
sua teoria, Reich aponta que “o flagelo maciço das neuroses é produzido em três
estágios principais da vida humana: na primeira infância, através da atmosfera de
um lar neurótico; na puberdade, e finalmente no casamento compulsivo, na sua
concepção estritamente moralista” (REICH, 1992, p. 102).
Na primeira infância a principal fonte da produção de neuroses é a educação
familiar sexualmente repressiva e autoritária. Muitas vezes os pais reproduzem a
mesma educação que lhes foi dada ao longo da vida, impedindo que haja uma
expressão natural da sexualidade dos filhos fazendo com que eles tenham uma
fixação pegajosa com os pais.
Já na puberdade, o autor discorda da psicanálise quando afirma que “o
problema da puberdade é socialmente e não biologicamente determinado” (REICH
1992, p. 103). O adolescente repete o ciclo iniciado anteriormente na primeira
infância, levando-o à estagnação psíquica e ao ascetismo forçado, em que ao invés
de poder descobrir seu próprio corpo e iniciar sua vida sexual, acaba tendo
sentimentos de culpa e desenvolvendo neuroses e/ou psicoses, regredindo ainda
mais à situação de infância. Em contrapartida, àqueles adolescentes que
conseguem encontrar um caminho livre de preconceitos dentro da vida sexual e do
trabalho, rompem o laço que os ligavam aos pais e podem progredir para uma vida
adulta com maior facilidade.
O casamento de acordo com Reich, é apenas uma “forma imposta às
necessidades sexuais por meio de processos socioeconômicos” (REICH, 1992, p.
104), entendendo que o matrimonio não é puramente uma questão de amor, mas
sim uma instituição puramente econômica. Além da ideologia pregada desde a
primeira infância e da pressão moral exercida pela sociedade, o capitalismo gerou
necessidades econômicas que associadas ao casamento teve o encaixe perfeito
para “despertar” o desejo pelo mesmo.
Os casamentos vão sendo minados pelas discrepâncias existentes entre as
necessidades sexuais e as condições econômicas. As necessidades sexuais podem
ser satisfeitas com um mesmo companheiro durante apenas um tempo, enquanto o
vínculo econômico e a exigência moralista favorecem a permanência da relação.
Isso tudo associado aos problemas enfrentados na relação resulta na infelicidade do
casal.
Contudo Reich vai dizer que “a juventude de todas as gerações representa o
passo seguinte da civilização” (REICH, 1992, p.103) é o adolescente com suas
indagações e necessidade de conhecer sobre sua sexualidade como também a
própria sociedade que está inserida, que irá se impor a frente das gerações
anteriores , fazendo com que esta sociedade se modifique ao passar de cada
geração, para Reich a rebeldia do adolescente contra seus pais não é uma
manifestação neurótica da puberdade, mas sim uma preparação para a função
social que eles terão que desempenhar na vida adulta, tendo que lutar para o seu
progresso , em contrapartida as gerações mais velhas que detém os costumes e a
moral da sociedade irá tentar conserva a juventude no seu próprio nível cultural ,
pois a mesma se sente ameaçada quando a geração mais nova ultrapassa o que ela
própria não pode realizar pelo fato da repressão social de seus antecessores.
Segundo o autor a educação convencional faz com que a pessoas sejam
incapazes de sentir prazer e o desprazer encouraçando-as ,tanto como o prazer e o
desprazer tem que andar em sintonia ,num equilíbrio em que a pessoas aceitem o
prazer que a vida da e receba o desprazer sem medo de senti-lo,” em estar
plenamente vivo em todas as situações da vida” (REICH, 1992, p. 104)
Portanto para Reich (1992) “a capacidade de suportar o desprazer e a dor
sem se tornar amargurado e sem procurar o refúgio no encouraçamento caminha
lado a lado com a capacidade de receber felicidade e de dar o amor” é preciso
aceitar aquilo que nos traz dor para preparação de uma vida responsável e
autônoma, como também aceitar o prazer como algo inerente a vida ,sem nenhuma
forma de repressão. Porém o encouraçamento do indivíduo e a repressão o torna
um boneco frágil, insensível, homem máquina que porta a melancolia crônica sendo
incapaz para o prazer.

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