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Direito Empresarial – Títulos

de Crédito e Contratos Mercantis


Professor Guilherme Bertotto Barth
E-mail: guilherme.barth@unilasalle.edu.br
Origem e evolução dos títulos de crédito
Institutos garantidores de pagamento
Dinamismo comercial!
Crédito: o ato de fé de que a obrigação será cumprida dentro de
determinado prazo ou superveniência de uma data ou fato.

Os elementos que compõem o crédito:


Haja confiança por parte de uma parte de que a outra
1º cumprirá sua obrigação nos termos avençados.
Creditum.. Credere... “crer, acreditar, confiar”

Existência de um lapso temporal entre o cumprimento das


2º prestações do credor e do devedor.
Recebe mercadoria em um dia e faz o pagamento em outro.
“O crédito não é mais do que a permissão
para usar do capital alheio”
John Stuart Mill

O crédito altera a sociedade, permitindo o surgimento de


operações creditícias, instituições financeiras e legislação acerca
das garantias oferecidas ao credor.

Também se destaca uma crescente expansão do crédito no


direito bancário e na área de seguros*.

Maior circulação das riquezas, tornando os capitais mais úteis e


produtivos do que se ficassem imobilizados.
Podem ser cedidos todos os créditos, quer certos e
vencidos, quer ilíquidos e futuros, que tenham por
objeto uma coisa individualmente determinada, ou uma
quantidade de coisas, uma prestação de coisas ou de
fatos, e que resultem de um contrato ou da lei. Esta
faculdade não provém de consentimento do devedor,
mas de uma regra imperativa do direito vigente, que
reconhece a livre circulação dos créditos
Cesare Vivante
1ª Fase: Economia natural
- Instrumentos de trocas
- Produtos de uso comum
- Comida, animais, roupas, etc.

2ª Fase: Metálica
- Princípio da economia monetária

3ª Fase: Financeira
- Moeda (representação da moeda padrão)
- Embasamento: a confiança do Estado
emissor ou delegado do Estado
Babilônia Código de Hamurabi.
Hamurabi se preocupou com diversas atividades e regras
comerciais. Regras dirigidas!

“Se um mercador emprestou a juros (grão ou prata) sem


testemunhas (nem contrato), ele perderá tudo o que tiver
emprestado.”

“Caso um homem que teve filhos quiser separar da mãe desses


filhos, ele devera dar a mulher o valor que pagou ao pai da moça e
devolver o dote que ela trouxe de casa e poderá deixa-la ir embora.”

Previsões ligadas a títulos de crédito (mesmo ao portador),


permutas, moeda, empréstimo (dinheiro ou gêneros).
ROMA - Civilização de 1.200 anos
Desenvolve um amplo sistema jurídico. Mas inicialmente era
difícil circular um crédito, pois a obrigação era um elo pessoal entre
as partes (carne), não podendo o credor, cobrar a dívida através
dos bens do devedor.
Na Lei das XII Tábuas, consistia em matar o devedor ou vendê-lo
como escravo.

Com a Lex Papira evoluiu-se para o patrimônio, transferindo-se


o crédito através da cessão, com obediência às formalidades.

OBLIGATIO = OBRIGAÇÃO
Fim do “olho por olho, dente por dente”
IDADE MÉDIA
Retomada do desenvolvimento econômico da Europa;
Novas vias comerciais (norte e sul);

• Crise do sistema Feudal = capitalismo rudimentar

• Novo comércio = mercadores ambulantes

• Cidades se destacam (produção)

• Corporações de mercadores (eram ricos; sem


títulos; não nobres; para autoproteção)
Mas, circular dinheiro vivo??

Cada cidade tinha moeda própria = Obstáculo ao comércio!

As Corporações de Mercadores difundiram o crédito na Europa.

Inicialmente, na simples confiança, evoluiu para a forma escrita:

Provar uma relação de crédito sem um elemento físico, com


só uma pessoa sabendo da obrigação, o elemento confiança
passa ser materializado em uma base física, a qual hoje se
conhece como título
O termo “TÍTULO”
“Refere-se, portanto, ao texto que dá identidade, ou
adjetivação à coisa, ao fato ou à pessoa.
Título é o documento, a inscrição material grafada, para o
qual se usa por sinônimo a expressão papel, remetendo à
base física de sustentação da inscrição jurídica de um
crédito tanto quanto de um débito.”
Gladstone Mamede, 2008, p.05-06

Nasce da união do título com o crédito, chegando-se a um de seus


princípios, a “cartularidade”:
A cártula é sinônimo desse instrumento representativo de crédito.
“Com isso o comerciante comprador não carregava mais
dinheiro e sim uma carta (littera) ou documento chamado
quirógrafo, autorizando-o a receber do correspondente ou
representante do banqueiro o valor em moeda do destino,
a fim de que pudesse efetuar suas compras naquele local.”
Costa, 2008, p.09
PERÍODOS HISTÓRICOS.
Período Italiano:
Nas feiras surge o "câmbio manual“. O cambista (corretor ou
banqueiro) troca moedas daqueles que ali chegavam.

Evoluiu para o cambium traiectitium, no qual uma pessoa se


compromete a entregar a outra uma soma de dinheiro, em um
determinado lugar, em troca de outros montantes que a segunda
lhe entregará em local diferente.
O banqueiro entregava dois documentos a serem entregues no
destino para garantir o recebimento do valor.

Florença Veneza Saxônia


Gênova
“Quando o banqueiro recebia o dinheiro para realizar a
operação de câmbio, emitia dois documentos:

a) a cautio, reconhecia a dívida por ele contraída e a promessa


de entregar o valor equivalente no prazo, lugar e moeda que
haviam sido convencionados, constituindo a prova da
realização da operação;

b) a littera cambii, ou carta, pela qual o banqueiro dava ordem


a seu correspondente, localizado em outra cidade, para que
efetuasse o pagamento da quantia nela fixada na moeda
dessa cidade ao credor que havia feito o depósito, ou à
pessoa por ele designada.”
Rosa Júnior, 2007, p.41-42
Pague-se “a” ou alguém “à sua ordem”.
Pago para João ou alguém à ordem dele.

Período Francês:
No período francês surge a cláusula à ordem, facilitando a
circulação do título de crédito e do direito ali mencionado.

O beneficiário da cártula pode transferir o documento SEM


qualquer autorização. Deixa-se de exigir no documento cambial
o requisito operação de câmbio ($), já que poderia ser emitido
em virtude de vários negócios como compra e venda,
empréstimos, vista ou a prazo.

Em decorrência da cláusula à ordem surge o endosso, e por ele


o título se torna meio de pagamento.
A cártula continuava necessitando ter o lastro comprovado, ou seja,
na sua emissão devia indicar a provisão feita pelo sacador ao sacado,
pressupondo um contrato inicial.

De qualquer forma, o vendedor inicial teria em mãos um documento


representativo daquele crédito ora concedido ao mercador, e se
houvesse um inadimplemento pela parte, facilmente o primeiro
executaria aquilo que lhe fosse devido sem faltar embasamento.

Cidade “X” Cidade “Y”

Deposito feito em um A cártula é apresentada em outro


momento e lugar, em uma momento e lugar, e pago em
moeda, para alguém que moeda (mesmo outra).
emite uma “cártula”
atestando isso.
to atual!
Mui
Período Alemão:
Não é mais necessária a existência de um lastro para a validade do
documento cambial.

O título passa a valer por si próprio e, independente de um depósito


de dinheiro para um banqueiro ou garantia de mercadorias.
Bastava assinar um título que o desejo de se obrigar manifestava-se
e obrigava seu signatário.

Cidade “X” Cidade “Y”

?
Alguém que emite (saca) uma “cártula” A cártula é apresentada em outro
assumindo o compromisso de pagar momento e lugar, e pago em
um valor, mas não há depósito prévio. moeda (mesmo outra).
Então:
Se não há mais vinculação da cártula a um lastro de origem, os
princípios atuais já começam a ser vistos...
• Abstração
• Independência
• Inoponibilidade de exceção ao terceiro de boa-fé.

Nasce a “letra” de um ato unilateral do sacador, e vale pelo que


nela está escrito. E o direito do seu possuidor é autônomo e
independente do negócio que, por acaso, originou à letra.

Sendo um direito autônomo e abstrato, não são oponíveis


exceções aos possuidores da letra baseadas nas relações desses
obrigados com os obrigados anteriores.
Período Moderno
Ou “Uniforme” (1930). O mundo resolve uniformizar as regras no
comércio internacional sobre letra de câmbio, nota promissória e
cheque. Em Genebra uma conferência internacional consolida
anos de tratativas e uniformiza as características e formas dos
principais títulos de crédito.

Adotaram a Convenção de Genebra: Rússia, Grécia, Brasil, Polônia, França,


Suécia, Suíça, Portugal, Japão, Itália, Noruega, Finlândia, Dinamarca,
Bélgica, Alemanha e Dantizig.

Estados Unidos e Inglaterra não aderiram a esta convenção, salvo a


segunda parte, sobre os selos nas letras de câmbio.
Mas... com o Código Civil de 2002, muitas matérias comerciais
foram incorporadas, adotando a Teoria da Empresa, nos moldes
dos ensinamentos de Alberto Asquini, e do artigo 887 ao 926
existem normas cambiárias.

Logo, nosso sistema jurídico possui outros “diplomas” que


também regulamentam os títulos de crédito como:

• Decreto 2.044/08 (letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações Cambiais)


• Decreto 57.663/66 (LUG),
• Código Civil de 2002,
• Além de leis específicas sobre certos títulos, como a Lei das
Duplicatas e a Lei do Cheque

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