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Tomada de Notas TELP
Tomada de Notas TELP
No nosso dia-a-dia, somos sempre levados, por força da acção profissional a fazer apontamentos
de forma reduzida, mesmo no contexto de comunicação social, somos obrigados fazer registos,
também de forma reduzida.
O docente ou o estudante enfrentam o processo de tomada de notas. Esta actividade surge nos
momentos diversos da vida quotidiana, profissional ou pessoal.
Não confunda! A tomada de notas não é transcrição de palavra por palavra de uma informação.
A flexibilidade com que o enunciador apresenta os assuntos não permite essa prática. Por isso, as
notas funcionam como ponto de partida para redigir textos escritos, cuja característica comum é
a de serem uma redução de textos longos. Assim, nesta unidade vamos discutir aspectos
relacionados com:
Acrescenta, ainda, que as situações em que se toma nota são muito variadas, podendo surgir em
diversos contextos do quotidiano: a partir da leitura de um texto ou livro uma revista, um jornal,
em reuniões, em conferências audição de uma exposição oral, audição de uma aula, etc.
A necessidade de reter as ideias dos outros, leva-nos a fazer alguns apontamentos. Mas por vezes
ficamos atentos a informações não relevantes, assim, é necessário que numa aula/palestra usemos
poucas palavras de modo a registar muita informação em pouco tempo, prestando atenção nos
seguintes aspectos:
Abreviaturas e Símbolos
O uso de abreviaturas e símbolos é outra técnica que permite registar muita informação em
pouco tempo. Alguns desses símbolos, usamos nas disciplinas: Física para exprimir trabalho.
Outras como Matemática para expressar relações de implicação, supressão/conjunto vazio, ideias
mais importantes, menos importantes, etc.
§ Parágrafo * agramatilidade/desvio
Ø supressão ≠ diferente
Durante a assistência de qualquer que seja evento somos obrigados a fixar algumas ideias dos
preponentes . Assim, por vezes somos obrigados a apresentar um tema, o qual só podemos ter
acesso por via da leitura. Que procedimentos seguir para preparar a nossa intervenção? Que
meios são necessários? De facto, podemos recorrer a uma grande diversidade de meios.
Quer dizer, são procedimentos: a leitura em primeiro lugar; anotações importantes, através de
palavras-chave, em livros revistas ou outro material em nossa posse; procurando inteirar-se o
melhor possível do tema.
Leia o texto “Os nossos problemas pessoais são tão grandes…”pelo menos duas vezes,
de modo a compreender o seu conteúdo.
Aqui estão os jovens, perdidos já os últimos deslumbres da adolescência, mas hesitante, ainda, o
ferimento de valores e comportamento pela bitola do estado adulto: apreensivos quanto ao
futuro, fartos de trabalhar, e a braços com todas as facetas do tentacular problema logístico.
A cidade, onde exerce a sua actividade de funcionária pública, fica perto. Há anos que sonha
comprar uma casa, mas é um sonho que se vai esfumando, como se esfumam as miragens.
«Tenho muito medo, cada vez mais, de me meter numa coisa dessas, sabe-se lá onde è que
depois vão parar os juros, as caixas, em que encargos a pessoa que se vai meter e o que è que
está para vir. Há cada vez menos segurança.»
Víctor e Mena Marques, ela licenciada em Farmácia e ele com o curso de Biologia ainda
incompleto, ela com vinte e cinco anos e ele com trinta anos, resolveram o problema nos seus
dois primeiros anos de casados, sub-alugando a casa de uma tia: sol de pouca dura, o senhorio
ameaçou cancelar-lhes o aluguer, viram-se obrigados a mergulharem de cabeça na loucura de um
empréstimo que consome mais do que um dos ordenados que Vítor ganha, o de dar aulas, ao fim
de tarde, e à noite, na escola de Odivelas. O outro, o da empresa onde trabalha durante todo o
dia, tem que chegar para tudo o resto: Mena está desempregada. A casa fica nos bons-dias,
blocos de muitos andares, sem elevador, depois da Póvoa de Santo Adrião: foi onde encontraram
preços mais compatíveis e uma entrada que estava ao seu alcance.
«É horrível quando toca despertador para ele ir para o emprego. Eu não tenho para onde ir, nem
esperança de vir a ter só querem pessoas com experiências. Ao princípio, ainda impus um
horário a mim própria, passava algumas horas a estudar, mas acabei por perder o incentivo. Vou
para o café e fico a olhar para as pessoas, a falar de futebol de vez em quando. Leio todas as
obras que vão saindo de autores portugueses, poesia, jornais culturais, para ao menos não ficar
estúpida e todo este tempo perdido ainda ter alguma utilidade.»
2ª Fase: Resumir o 1º §: “os jovens de uma certa camada etária temem o futuro e debatem-se
com problemas de trabalho e de habitação.”
A memória
Desde o seu nível mais elementar que a memória está implicada em qualquer fenómeno de
aprendizagem. Aliás, a simples definição da aprendizagem como uma modificação sistemática
da atitude, isto é, uma mudança que se transforma num hábito, numa reacção constante, requer a
memória como condição de conservação do aprendido.
A memória é uma função biológica e psicológica indispensável. Todo o ser vivo, tem uma
experiência, que é o percurso de toda uma vida. É pela memória que a pessoa adquire o
sentimento da própria identidade.
Neste contexto, a memória é uma função essencial para a continuidade da vida individual ou
colectiva. E isso implica que o hábito enquanto conduta aprendida e que se realiza sem esforço e
quase sem darmos por isso não tenha o simples sentido negativo de rotina, de algo caduco ou de
um automatismo psíquico, mas que ele tenha também um sentido positivo de potencial, de
riqueza do passado cujo efeito se mantém no presente.
Aprender não é simplesmente memorizar. Mas isso não significa que a memória se oponha à
inovação, à criação nos seus diferentes domínios e aspectos. Muito pelo contrário, a memória é
um instrumento muito importante do progresso. Também aqui é válido o provérbio de que o
saber não ocupa lugar, isto é, de que o saber anterior não dificulta a aquisição de novos saberes.
Quantas vezes não sentem a falta de bases de noções ou de experiências prévias que facilitariam
a aprendizagem presente? Quantas vezes o fracasso, o insucesso escolar e na vida não é o
resultado de falhas na aprendizagem e na experiência em certas fases da vida!
A memória
memória=função biológica+psicológica;
Sucesso escolar => conhecimentos prévios; logo, memória importante na aprendizagem (5°,6°§)
Muito bem, notou de facto que as notas são pessoais! Mas para o sucesso desta operação
precisámos de cultivar a economia de texto (de palavras). Este aspecto é obtido por diferentes
processos. Vamos então resumir o que fizemos:
Supressão de certos elementos: certos determinantes, o verbo "ser" exprimindo uma função.
Ex:
"…a memória é uma função essencial para continuidade da vida individual ou colectiva."
Ex: " Desde o seu nível mais elementar que a memória está implicada em qualquer fenómeno de
aprendizagem.
"É pela memória que a pessoa adquire o sentimento da própria identidade. Com o efeito, a
memória não é a simples conservação de algo que ocorreu no passado. A simples conservação do
passado não é ainda memória, esta tem também uma função psicológica de integração pela qual
o que aconteceu no passado é referido ao sujeito: a memória é antes de mais o reconhecimento
das experiências passadas como elemento, como parte da vida do sujeito.
A interpretação
Como você sabe, durante um exposição (palestra, conferência, explicação do professor) é muito
útil tirar notas do que se diz. Umas notas bem tomadas servem depois para recordar a
explicação/exposição completa.
Propomos-lhe um exercício de tomada de notas, a partir de textos orais, mas antes, vamos
recordar determinados passos importantes:
- Resumir de forma pessoal essas ideias, só escreva textualmente informações como notas
bibliográficas, fórmulas, esquemas, etc.
- Utilizar abreviaturas ou símbolos para as palavras ou expressões mais frequentes, com o fim de
poupar espaço e tempo;
Leituras Obrigatórias
SERAFINI, Maria Teresa, Como se Faz um Trabalho Escolar. 3.ª Edição, Lisboa, Editorial
Presença, 1994.
SIMONET, Jean e Renée, Como Tirar Notas de Maneira Prática. Lisboa, Edições Catop, 1988.
Resumo
A tomada de notas é uma actividade complexa que requer um alto grau de habilidade em
diferentes saberes. O individuo que anota não tem a possibilidade de interromper o orador a fim
de consultar novos termos (por exemplo, no dicionário), pondo-o numa situação de grande
tensão.
Quando a tomada de notas é feita a partir de um texto escrito, o leitor tem a possibilidade de
reler, bem como de consultar o dicionário para compreender enunciados obscuros. E,
normalmente, o título é elemento auxiliar para a compreensão e previsão das informações
veiculadas no texto.
Na exposição oral, dada a sua espontaneidade, consultar o dicionárioé perder tempo e o conteúdo
em exposição. Porém, o orador pode, por vezes, indicar o que é essencial e o que é acessório
através da entoação da voz, ou de uma forma indirecta, como repetições involuntárias dos
aspectos essenciais.
Deste modo:
Não pode iniciar a tomar notas antes de perceber a coerência semântica e sintáctica do
conjunto das palavras, ou da frase;
Não deve anotar outra vez o que já foi dito (e registado);
Uma forma de focalizar o enunciado é sublinhando.
A tomada de notas deve cultivar a economia de palavras. Este aspecto é obtido por diferentes
processos:
1º Supressão de palavras;
4º A interpretação.
A tomada de notas não tem sentido fora do texto. A experiência individual e / ou o conhecimento
do mundo do leitor intervêm nesta actividade.
-Supressão da ênfase; e
-Supressão da redundância.
que podem ser substituídos pela enumeração, ou por expressões como: para começar; primeiro;
em 1º lugar; em seguida; em 2º lugar; para terminar; em último lugar; etc.
As notas servem, muitas vezes, como ponto de partida para redigir um outro texto e as suas
características comuns são as de serem uma redução de textos mais ou menos longos. Resumos,
sínteses, relatórios são documentos cuja elaboração passa por fase de tomada de notas.
Só definindo o objectivo das notas que tomamos poderemos delimitar o que é essencial: atitude
selectiva ou exaustiva – consoante a abrangência do tema em causa. Para definir a importância
das informações contidas num texto é necessário tê-lo apreendido antes globalmente:
Leia o texto;
Utilize as referências se o texto for demasiado longo;
Em caso de artigos, leia a introdução, o princípio e o fim dos parágrafos bem como a
conclusão;
Nos livros, o prefácio ou sumário, leia o princípio e o fim dos capítulos.
Só a partir desta fase de contacto com o texto escrito é que poderemos dedicar ao trabalho de
tomar notas.
Quando o texto é oral, a dificuldade é maior, pois, simultaneamente, o receptor faz a análise e a
síntese. A tomada de notas é uma acção rápida. Torna-se necessário adoptar uma escrita que
permita economizar o tempo.
Para o efeito, é preciso aprender a mostrar as conexões entre os vários pontos anotados. Assim, o
uso de espaços, de sublinhados e de símbolos convencionais são pertinentes na tomada de notas
eficiente.
Palavras-chave – as notas não formam um texto de frases completas, mas são constituídas
por palavras ou expressões particularmente significativas, seleccionadas cuidadosamente
1.1.Escolha um texto num dos seus livros ou revistas, exercite, aplicando as regras de tomada de
notas.
Depois, interprete e complete o texto:
a)Passando as abreviaturas a palavras;
b)Construindo frases;
c)Articulando as frases em períodos;
d)Ordenando a sequência, segundo a lógica das ideias expostas.
No fim, apresente o trabalho, junto com as folhas onde inicialmente tomou as notas, ao tutor ou
aos colegas do curso.
Comentário sobre a solução
Se o resultado for satisfatório, prepare outra actividade de exercitação. Se teve muitas
dificuldades, tais como omissões, deturpações, etc., deve rever a técnica de tomada de notas, a
fim de identificar as causas das falhas.
Exercite-se mais!
1.2. Identifica os tipos de supressão aplicadas, nas frases abaixo:
a) A Paula é muito inteligente. → Paula muito inteligente.
b) A Edite parte amanhã para Marrupa. → Edite partida amanhã Marrupa.
c) O professor é que foi visto fora da sala. → Professor foi visto fora da sala.
d) Carla perdeu muito peso e até que emagreceu muito.
→ A Carla perdeu muito peso. ou → A Carla emagreceu muito.
Ou ainda → A Carla emagreceu.