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Eneagrama para Docentes Rosa López

Introdução

Quem sou eu? Estou tentando descobrir. (Jorge Luís Borges)


Nosso caráter é o resultado de nossa conduta. (Aristóteles)
Aquele que sabe se conhecer é dono de si mesmo. (Pierre de Ronsard)
A verdadeira profissão do homem é encontrar o caminho para si mesmo.
(Herman Hesse)
Não chore; não se indigne. Compreenda. (Spinoza)
Desde sempre, as pessoas têm se questionado sobre quem são e como são.
Conhecer a própria identidade, conhecer os valores e as crenças, é o primeiro
passo para desvendar outras perguntas derivadas das primeiras: por que
reagimos de determinada maneira? Como enfrentamos os problemas? Como e
o que nos motiva? Como e o que nos entristece? Para chegar a outras perguntas
talvez mais úteis: podemos prever nossa forma de lidar com os conflitos que se
aproximam? Podemos refletir sobre por que nos damos muito bem com algumas
pessoas e encontramos barreiras com outras? É possível, sem grande esforço,
melhorar a empatia com os outros? Podemos reconduzir os desentendimentos
com determinadas pessoas?
E focando no mundo educacional, para interpretar adequadamente
determinadas reações dos alunos, melhorar sua motivação, melhorar nossa
própria motivação, compreender as dificuldades de algumas famílias com a
educação de seus filhos, liderar grupos de professores com maior eficácia,
encontrar as pessoas mais adequadas para realizar determinadas tarefas e,
finalmente, responder a perguntas do tipo: existem professores com maior
predisposição e eficiência para realizar um programa de melhoria da qualidade,
para atender aos alunos em uma sala de acolhimento e para realizar um grande
volume de trabalho, com uma especial criatividade, um espírito investigador
excepcional, um olfato especial para detectar perigos e tomar decisões, a
excelência na comunicação, o liderança em seu estado mais puro, a
tranquilidade e a calma...?
O eneagrama tem como objetivo estudar as pessoas, suas crenças, valores e
identidade, bem como sua forma de se relacionar com o ambiente ao seu redor.
É importante destacar que o trabalho de introspecção e melhoria que cada
pessoa pode fazer a partir do eneagrama deve ser deixado por último, com o
objetivo de crescimento pessoal, reduzindo pontos fracos e aumentando pontos
fortes.
Por isso, acreditamos que o eneagrama pode ser uma ferramenta poderosa para
ajudar a aumentar as competências profissionais dos professores e seu bem-
estar pessoal.

Capítulo 1: O que é e no que consiste o Eneagrama?

BREVE HISTÓRIA DO ENEAGRAMA: ORIGEM E EVOLUÇÃO


Ao longo de toda a história da humanidade encontramos abordagens que tentam
dar uma explicação adequada às diferentes formas de agir e ser das pessoas.
O eneagrama, como instrumento de conhecimento e desenvolvimento pessoal,
tem uma longa, mas velada, história. Acredita-se que tenha originado no
Afeganistão, há cerca de dois mil anos, e até o presente século permaneceu
estritamente como uma tradição oral e secreta, somente revelada aos adeptos
do sufismo. O termo eneagrama deriva do grego enneas "nove" e gramma
"símbolo". Seu estudo descreve nove maneiras básicas de ver o mundo e
entender a vida.
O que é conhecido no Ocidente sobre o eneagrama teve início com George
Gurdjieff, nascido por volta de 1875 e de nacionalidade armênia-grega. Desde
jovem, Gurdjieff estava fascinado por todo tipo de saber esotérico: o ocultismo,
a magia, as sociedades secretas. Em busca desses conhecimentos, viajou por
toda a Ásia e, segundo os escritos de seus discípulos, encontrou a Irmandade de
Samouni, que o introduziu ao ensinamento do eneagrama.
Nos anos sessenta e setenta, Oscar Ichazo reorganizou as ideias de Gurdjieff e
difundiu o conhecimento do eneagrama sufí em círculos acadêmicos, primeiro
no Chile, sua terra natal, e depois nos EUA. Foi Ichazo quem introduziu no
eneagrama a correlação de seus nove pontos com nove tipos de personalidade.
Segundo Ichazo, cada pessoa nasce como "essência pura", mas para sobreviver
é forçada a desenvolver uma personalidade que se tornará seu ego.
Atualmente, Claudio Naranjo é um dos principais divulgadores e
impulsionadores do trabalho clínico, diagnóstico e terapêutico baseado no
eneagrama, que se conectou com a psicologia e psiquiatria modernas. Outras
pessoas relevantes em relação ao estudo do eneagrama são Helen Palmer, com
seu Instituto de Estudo da Intuição; Don Richard Riso e Russ Hudson, criadores
do RETHI, questionário de identificação dos eneatipos; María Anne Gallen e Hans
Neidhardt, que contribuem com uma perspectiva sistêmica e relacional ao
eneagrama; Maite Melendo e Salvador Carrión, impulsionadores na Espanha
deste saber milenar aplicado às ciências que estudam o comportamento
humano.

O QUE NOS DIZ O ENEAGRAMA?


Uma das mensagens transmitidas pelo eneagrama é que cada ser humano é
único e diferente. Todas as pessoas nascem em um estado essencial bom e,
devido à interação com os outros, com o meio ambiente e à aprendizagem
realizada pelo método de tentativa e erro, começamos a consolidar nossas
crenças e a desenvolver mecanismos de comportamento que mascaram e
ameaçam o eu essencial. Pouco a pouco, vamos colocando uma máscara que
representa uma distorção ou exagero de nossa essência, e assim, com o passar
do tempo, vamos construindo nossa personalidade, ou seja, a maneira
característica de comportar-nos, reagir e pensar.
Os comportamentos que repetimos frequentemente se fixam fortemente em
nós, tornando-se compulsivos, ou seja, comportamentos que são
automaticamente acionados diante do mesmo estímulo. Um comportamento
compulsivo pode nos dominar, em vez de nós o dominarmos, tornando-nos seus
escravos. O eneagrama chama a compulsão de cada tipo de sua fixação, ou seja,
aquilo que repetimos frequentemente sem perceber e que, portanto, é uma
maneira previsível de reagir para as pessoas que nos conhecem.
A compulsão típica de uma personalidade é experimentada como uma força
básica que nos leva a reagir devido a certos padrões ou mandamentos
assimilados na nossa infância, como, por exemplo: "crianças não choram",
"apenas os fortes têm sucesso" ou "é preciso ser bom".

É importante avaliar as consequências que as crenças limitantes podem ter, não


apenas em relação aos comportamentos compulsivos de cada tipo, mas em
outras áreas de nossa atividade diária. De fato, ter crenças limitantes tem
repercussões em todas as ações que empreendemos, tanto em nível profissional
quanto pessoal e familiar. As crenças limitantes provocam o surgimento de
capacidades indesejadas e comportamentos inadequados. Descobrir essas
crenças, tarefa nada fácil porque algumas delas são inconscientes, é o primeiro
passo para tentar substituí-las por outras mais úteis e mais integradas à nossa
identidade.
O eneagrama contempla nove estilos básicos de personalidade – ou eneatipos
– e suas diferentes inter-relações. Cada uma das nove personalidades é
caracterizada por:

 Traços essenciais que resumem as habilidades próprias e áreas de


desenvolvimento e crescimento.
 Valores específicos que geralmente atuam como guias de pensamento e
direcionam o comportamento.
 Uma paixão e uma virtude que a contrapõe. Ambas são a base do ego
pessoal.
 Um medo básico que inibe as próprias habilidades.
 Um desejo fundamental que surge como uma reação ao medo básico.
Na imagem a seguir são refletidos o aspecto mais negativo e a qualidade que se
deveria adquirir. O estudo do eneagrama será muito útil para identificar e
esclarecer nosso funcionamento psicológico e para realizar um trabalho de
autodesenvolvimento pessoal e espiritual.

PARA QUE SERVE O ENEAGRAMA?


Seu objetivo principal é alcançar um conhecimento de nós mesmos que nos
permita mudar nossos roteiros de vida e os papéis que assumimos, se assim o
desejarmos, enquanto nos ajuda a entender a forma como os outros agem.
O eneagrama nos ajuda a compreender nossa individualidade como seres únicos
que somos; como seres sociais, nos ajuda a entender nossos vínculos e as
relações com os outros. É um bom método para observar o que está
acontecendo dentro de nós e para onde nossos automatismos nos estão
conduzindo, pois nos fornece um guia para a descoberta e aceitação de nossas
maiores limitações, enquanto nos ajuda a compreender as dos outros. Entender
a nós mesmos e às pessoas com quem compartilhamos nossa vida pessoal ou
profissional facilitará o estabelecimento de relações baseadas no conhecimento
e entendimento, tornando-as mais verdadeiras e positivas.
Cada pessoa deve observar e refletir sobre suas características (eneatipo). Se
tomarmos consciência tanto de nossa compulsão como de nossas estratégias
defensivas, teremos maior liberdade pessoal para nos superarmos e encontrar
melhores respostas às diferentes situações que se nos apresentam na vida.
Nosso eneatipo é tanto nosso calcanhar de Aquiles como nossa melhor carta
para mudar aqueles aspectos que nos impedem de avançar na melhoria de nós
mesmos e na compreensão dos outros. O eneatipo determinará aspectos bem
específicos da individualidade, tais como:

 A maneira de experimentar e administrar as emoções.


 Os modelos mentais sobre os quais as pessoas estruturam seu
pensamento e sua visão da realidade.
 Os padrões de comportamento típicos em cada área da vida (a profissão,
a relação com o próprio corpo, as responsabilidades, a sexualidade, a
resolução de conflitos...).
 As habilidades inatas que permitirão encontrar atividades
vocacionalmente apropriadas.
Estudar as ideias e teorias do eneagrama é realizar uma viagem de
autoconhecimento para descobrir nossos medos, nossas compulsões, e tentar
mudar ou melhorar em todos os aspectos de nossa vida.
O SÍMBOLO GRÁFICO
O eneagrama é uma mandala circular. É um mapa da nossa geografia interna
que indica nossas motivações e nosso comportamento provável.
Como podemos ver nas figuras 3 e 4, os eneatipos estão inscritos em uma
circunferência com nove vértices que resultam da sobreposição de um triângulo
equilátero a um hexágono. A circunferência simboliza a ideia de que tudo faz
parte da mesma realidade, o triângulo nos ensina que não há apenas preto e
branco, mas também uma escala de cinzas, e o hexágono indica que a mudança
e a evolução são as únicas coisas que permanecem ao longo do tempo.

AS TRÊS PARTES DO SÍMBOLO DO ENEAGRAMA


As duas figuras têm pontos marcados com números de um a nove (eneatipos) e
são entrelaçados graficamente por diferentes linhas. Cada um desses pontos
representa tanto uma maneira de ver e viver a vida de uma forma determinada
quanto um tipo de personalidade.

A disposição dos números e das linhas tem como objetivo visualizar e


compreender as possíveis combinações. As denominações dadas a cada um
dos nove tipos correspondem às pessoas.

FAZER, SENTIR OU PENSAR. AS TRÍADES


Na organização do eneagrama, são formadas três tríades ou grupos. Essa
primeira agrupação de tipos é fundamentada nos três componentes básicos da
psique humana: sentimento, instinto e pensamento.
(Cada tríade inclui três tipos de personalidade. No vértice superior está
representada a tríade instintiva, em torno do ponto 9 (tipos oito, nove e um); à
direita, no ponto 3, está a tríade emocional (tipos dois, três e quatro); e à
esquerda, a tríade mental em torno do ponto 6 (tipos cinco, seis e sete). Os três
tipos de personalidade que compõem cada tríade compartilham uma
determinada maneira de experimentar e perceber o mundo, bem como certos
hábitos emocionais.
Cada uma das tríades possui características e habilidades inatas que, quando
usadas corretamente, nos permitem alcançar o equilíbrio.

A Tríade Instintiva
Na tríade instintiva, encontramos personalidades que agem, em maior ou menor
grau, seguindo impulsos primários. Eles vivem no presente, enfrentam o mundo
de maneira direta e sabem agarrar as oportunidades no momento.

 Objetivo principal: sobrevivência, auto conservação e segurança.


 Preocupação: poder e justiça.
 Obsessão: a necessidade de controle.
 Palavra-chave: ação.
 Tempo de referência: o passado.
 Verbo: fazer, criar.

A Tríade Emocional
Na tríade emocional, as três personalidades compartilham as vantagens e
desvantagens de viver uma vida emocionalmente intensa. Quando estão em
equilíbrio, seus sentimentos são a parte mais positiva e admirável de sua
personalidade. São pessoas sensíveis que veem a vida com base em
relacionamentos com os outros e nas respostas que recebem deles. Quando
apresentam sua parte mais negativa, perdem a harmonia que as caracteriza e
podem se mostrar irritáveis e hostis.

 "Objetivo principal: os outros e as relações interpessoais.


 "Preocupação: imagem e prestígio.
 "Obsessão: sentimentos e necessidades relacionais.
 "Palavra-chave: interação.
 "Tempo de referência: o presente.
 Verbo: sentir.

A Tríade Mental
Na tríade mental encontramos pessoas que compartilham uma grande
capacidade de trabalho, gostam de analisar e agem com base em uma
reelaboração pessoal dos dados disponíveis. São pessoas que acumulam
informações que geralmente transformam em ideias.

 Objetivo principal: inovação e criação.


 Preocupação: medo de errar.
 Obsessão: necessidade de saber ou fazer.
 Palavra-chave: conhecimento.
 Tempo de referência: futuro.
 Verbo: pensar.
É importante lembrar que os três centros estão presentes em todas as pessoas
(com maior ou menor influência), já que os três são necessários e
complementares para o desenvolvimento de uma personalidade equilibrada.

AS ASAS E AS FLECHAS: COMPLEMENTAM A PERSONALIDADE


Ninguém se encaixa em um tipo de personalidade pura. Cada pessoa
identificada com um número do eneagrama recebe a influência, em maior ou
menor grau, dos números que estão ao seu lado, suas asas. Ou seja, o número
três recebe a influência do dois e do quatro. Até que ponto a asa influencia? Em
cada caso e a cada momento, essa influência é diferente, o que nos abre um
amplo leque de possibilidades. Como será visto no quadro 7, cada número pode
ser a asa de dois eneatipos e, por sua vez, cada eneatipo tem duas asas.
Tipo Um

 Com a asa nove: pessoas objetivas e moderadas em seus julgamentos,


tendem a ser menos agressivas. Caracterizam-se por uma
emocionalidade reduzida, embora tendam a ser mais indulgentes e
moderadas.
 Com a asa dois: a asa dois suaviza o tipo um, tornando-o menos crítico e
mais amável. Faz com que ele preste mais atenção aos outros e se torne
mais generoso e sociável.

Tipo Dois

 Com a asa um: a grande capacidade de ajudar os outros de maneira


efetiva e concreta se une a princípios morais profundos. Aprende a
reconhecer suas próprias necessidades e a expressá-las.
 Com a asa três: é extremamente loquaz e comunicativo, com grande
facilidade para se aproximar dos outros. Transmite entusiasmo e alegria.
Tipo Três
 Com a asa dois: apresenta grandes qualidades sociais e é extremamente
empático. Tem a capacidade de animar e transmitir confiança.
 Com a asa quatro: tende a ser mais emotivo e ter interesses estéticos
mais acentuados. A eficácia se une à imaginação e à criatividade.
Tipo Quatro

 Com a asa três: enérgico e sofisticado, busca ansiosamente o sucesso e


o reconhecimento. Concentra-se em alcançar suas metas.
 Com a asa cinco: a introversão e a originalidade se acentuam. As
qualidades artísticas e intelectuais são acentuadas, mas também a
tendência à depressão e ao isolamento.
Tipo Cinco

 Com a asa quatro: ao rigor intelectual se une a sensibilidade artística, mas


também pode acentuar a necessidade de solidão e o egocentrismo.
 Com a asa seis: abandona até certo ponto seu hermetismo e aprende a
colaborar e a trabalhar em equipe.
Tipo Seis

 Com a asa cinco: une a tendência de observar os outros com a


necessidade de conhecimento. Personalidade reservada, mas integrada
em seu ambiente social.
 Com a asa sete: vital, participa ativamente nos acontecimentos de seu
ambiente ao mesmo tempo em que sabe apreciar as coisas boas que lhe
são apresentadas.
Tipo Sete

 Com a asa seis: sabe comunicar alegria e otimismo com uma certa dose
de realismo.
 Com a asa oito: personalidade enérgica e decidida que, sem oprimir os
outros, sabe expor e conseguir o que quer.
Tipo Oito

 Com a asa sete: é uma personalidade aventureira e forte, com uma grande
capacidade para tomar iniciativas.
 Com a asa nove: controla sua agressividade e sabe conseguir o que quer
sem impor-se pela força.
Tipo Nove

 Com a asa oito: pode exercer maior poder pessoal e controlar melhor as
situações.
 Com a asa um: seu grande autocontrole, paciência e senso comum são
suas características principais.
AS FLECHAS
Os nove tipos de personalidade do eneagrama não são categorias estáticas, mas
refletem nosso crescimento ou deterioração psicológica. Os números do
eneagrama estão conectados por setas que nos indicam o caminho para esse
crescimento ou deterioração. Quando uma pessoa passa por momentos difíceis,
ela se carrega de tensão negativa, o que pode facilmente levá-la a buscar
maiores compensações para seu "ego" e iniciar assim o caminho em direção às
características mais negativas do número. Por outro lado, quando vivemos
momentos de plenitude, vivemos de forma relaxada, geramos energia positiva
que nos inclina para as qualidades potencializadoras do número complementar.

OS CAMINHOS DE CADA ENEATIPO


A direção da desintegração está indicada na sequência numérica dos pontos do
hexágono: 1-4-2-8-5-7-1. Isso significa que quando a personalidade um se dirige
ao quatro, está se corrompendo; o mesmo poderíamos dizer se a personalidade
quatro se dirige ao dois, o dois ao oito e assim por diante. Paralelamente, no
triângulo equilátero, a sequência de desintegração é 9-6-3-9.

 A personalidade Um no Quatro. Sente-se incompreendida e culpada por


não ser perfeita. Torna-se irritável e irracional, perde a confiança em si
mesma, fica desiludida com seus ideais, entra em depressão e pode se
tornar autodestrutiva. Internaliza a raiva e adota atitudes dramáticas.
Perde a esperança, sente-se responsável por seus problemas e se culpa.
 A personalidade Quatro no Dois. Vive frustrada, pois se sente
subvalorizada e incapaz de alcançar seus sonhos. Culpa aqueles que não
a amam. Torna-se muito crítica e mantém uma atitude amarga em relação
a tudo e todos. Busca relações afetivas sem se importar com sua
qualidade ou conveniência.
 A personalidade Dois no Oito. Sofre pelo tratamento ingrato que acredita
receber dos outros e torna-se agressiva e dominante. Tenta controlar tudo
e todos. Odeia com a mesma intensidade com que amou. Torna-se
vingativa.
 A personalidade Oito no Cinco. Torna-se reservada e temerosa, o que pode
aumentar sua agressividade. Utiliza informações e conhecimentos como
armas de luta e poder. Torna-se paranoica e acredita estar cercada por
inimigos dos quais tende a se vingar.
 A personalidade Cinco no Sete. Torna-se desorganizada, hiperativa e
dispersa. Elabora projetos de forma impulsiva, assumindo atitudes
temerárias e imprudentes. Evita conflitos e situações difíceis.
 A personalidade Sete no Um. Torna-se irritável, perfeccionista e
extremamente crítica. Acusa os outros de obstruírem sua felicidade.
Impõe suas próprias ideias e sente-se irritada, incompreendida e dona da
verdade absoluta.
 A personalidade Nove no Seis. Torna-se derrotista e pode chegar a ser
incapaz de cuidar de si mesma. Deixa-se levar pelo pânico e busca
segurança nas normas e na autoridade. Dependente dos outros e de suas
opiniões. Perde a calma e se vicia por coisas pequenas.
 A personalidade Seis no Três. Torna-se competitiva e arrogante ou apática
e desorientada. Deixa-se condicionar excessivamente pela imagem.
Mostra-se agressiva com aqueles que não a apreciam. Capaz de trair seus
próprios ideais. Gera um alto nível de ansiedade.
 A personalidade Três no Nove. Separa-se de seus sentimentos, torna-se
apática e fecha-se para o mundo. Sente-se vazia e desanimada. Mostra-
se indecisa e inconstante. Inutiliza tudo e todos.
A direção de crescimento está indicada na sequência numérica dos pontos do
hexágono: 1-7-5-8-2-4-1 e no triângulo equilátero; a sequência é: 9-3-6-9.

 A personalidade Um no Sete. Aceita a realidade e as imperfeições que ela


comporta, ao mesmo tempo em que se torna mais espontânea e alegre.
Exerce menos controle sobre suas reações e sentimentos. Aprende a
relativizar e se torna mais flexível. Valoriza o que está bem, sem focar
naquilo que está incorreto. Descobre que a vida não é apenas seriedade e
tem uma perspectiva mais ampla das coisas e dos fatos.
 A personalidade Sete no Cinco. Aprofunda-se nas coisas e torna-se mais
centrada como estratégia para se encontrar. Dedica tempo à introspecção
e ao silêncio. Equilibra a vida interior com os interesses externos.
Reconhece o sofrimento como um processo de aprendizado.
 A personalidade Cinco no Oito. Sai do seu isolamento e age com confiança
em si mesma. Transforma seu conhecimento em ação. Aprende a confiar
em seu instinto. Torna-se mais sociável e se envolve em causas coletivas.
 A personalidade Oito no Dois. Entrega-se a causas nobres e se
compromete em prol dos outros. Torna-se mais humana, empática e
próxima. Sente-se livre para expressar suas emoções. Descobre a
importância do serviço aos outros.
 A personalidade Dois no Quatro. Percebe que tem necessidades legítimas
e aprende a dizer "não" e a cuidar de si mesma. Aprende a equilibrar a vida
interior com os interesses externos. Tira tempo para si mesma e analisa
seu mundo interior. Valoriza a solidão. Aumenta sua autoestima.
 A personalidade Quatro no Um. Torna-se mais disciplinada e aprende a
agir com objetividade. Sai do ensinamento para a ação. Não tem tanta
necessidade de se sentir única e diferente. Sente-se menos controlada
pelos sentimentos. Envolve-se em projetos comunitários, focando no
presente e nas coisas práticas do dia a dia.
 A personalidade Nove no Três. Torna-se mais enérgica, atenta e segura,
interessando-se pelo seu próprio crescimento. Canaliza sua energia para
objetivos definidos. Torna-se mais assertiva. Melhora seu autoconceito e
sua autoestima.
 A personalidade Três no Seis. Aprende a se identificar com os outros e
deixa de ser tão competitiva. Coloca suas qualidades a serviço dos outros
e da comunidade. Desprende-se de sua máscara e é mais autêntica em
todos os aspectos e relacionamentos. Esforça-se para potencializar os
outros.
 A personalidade Seis no Nove. Compreende que não precisa provar nada
para si mesma nem precisa se defender de ninguém. Relaxa e torna-se
mais otimista, autônoma e independente. Valoriza a calma como uma
estratégia útil para controlar seus medos.
ATIVIDADE 1 - Crenças e consequências
Refletir sobre as crenças que nos propõem e tentar avaliar suas possíveis
consequências dentro dos ambientes educacionais.

Eneatipo Crenças Consequências


Acredito que as pessoas (e
eu mesmo) devem ser
1 perfeitas em tudo o que
fazem. Acredito que
devemos estar
constantemente em
atividade porque há muitas
coisas a melhorar.
Acredito que as pessoas me
precisam e que eu posso
ajudá-las melhor do que
2 ninguém. Acredito que a vida
não tem sentido se não
ajudarmos todos aqueles
que precisam.
Neste mundo tão
competitivo, a eficácia é um
valor imprescindível. Uma
pessoa eficaz encontrará
3 todas as portas abertas.
Tenho a necessidade de
organizar tanto os trabalhos
como as pessoas.
Meus sentimentos são
diferentes e mais intensos
do que os dos outros,
acredito que minhas alegrias
4 e tristezas são mais
profundas e, por isso,
ninguém pode me
compreender.
Acredito que neste mundo é
imprescindível economizar
energias, ideias, dinheiro,
tempo e, acima de tudo,
5 sentimentos. Acredito que é
necessário observar muito,
refletir ainda mais e falar
pouco.
Acredito que este mundo é
um lugar muito perigoso e
que é imprescindível tomar
precauções. Acredito que
6 antes de se lançar a fazer as
coisas, é necessário pensar
muito bem nos prós e
contras.
Acredito que neste mundo
devemos ser otimistas, que
sempre é necessário ver o
7 lado positivo das coisas.
Acredito que o futuro será
ainda mais maravilhoso do
que o presente.
Acredito que a melhor defesa
é um bom ataque. Acredito
que não deveria existir
nenhuma injustiça e, se
8 detectarmos uma, devemos
fazer tudo o que estiver ao
nosso alcance para repará-
la.
Acredito que não devemos
nos preocupar sem
9 necessidade, pois muitas
coisas se resolvem por si
mesmas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS DESTE CAPÍTULO

 Aristóteles já mencionava os três centros principais do nosso corpo: a


cabeça, o coração e as mãos. Assim, falamos de pessoas que têm um ou
outro desses centros como predominante.
 Conhecer uma pessoa (ou nos conhecer) implica não apenas conhecer
seu eneatipo, mas também identificar suas asas predominantes e as
flechas que chegam (ou saem) dele. Ter à disposição todos esses dados
nos fornecerá uma quantidade de informações que complementará os
dados sobre o eneatipo.
 As crenças que as pessoas têm influenciam seus comportamentos. A
tabela final deste capítulo nos permite deduzir alguns dos
comportamentos de cada eneatipo e prever suas consequências. Você é
capaz de se reconhecer com algumas dessas crenças?

Capítulo 2: Os diferentes eneatipos do Eneagrama

O ENEATIPO UM: A PERSONALIDADE PERFECCIONISTA


Personalidade com altos valores morais e éticos, que valoriza o trabalho bem
feito e acredita que há apenas uma maneira correta de agir. Sente a necessidade
de viver corretamente, de melhorar a cada dia e evitar situações de perigo.
Autoexigente, não permite o menor erro, reprime suas emoções tentando
sublimá-las em busca da perfeição. Sente-se obrigada a resolver as coisas e
fazer o bem, e está mais do que disposta a corrigir os outros.
Pode ter a autoestima um pouco baixa se estiver enfrentando uma sequência de
trabalhos que não conseguiu realizar de forma impecável. Em seus melhores
momentos, o tipo um pode ser um líder seguro e otimista. Nos piores momentos,
pode ter baixa autoestima e ser excessivamente exigente com os outros.
Motivado a alcançar a perfeição em todos os aspectos de sua vida, a palavra
"qualidade" orienta todas as suas ações.
Na infância, costumavam ser crianças boas, que engoliam sua rebeldia e,
ajustando-se às normas, conseguiam ser modelos para os outros. Desde muito
jovens, foram obrigados a desempenhar funções de adultos, assumindo
responsabilidades inadequadas para a idade. Com imposições morais muito
rígidas, foram forçados a reprimir e não mostrar suas próprias emoções.

Características do Tipo Um
Em seus melhores momentos Em seus piores momentos
 Críticos
 Éticos
 Rígidos
 Visionários
 Dogmáticos
 Confiáveis
 Impiedosos
 Trabalhadores
 Ciumentos
 Idealistas
 Obsessivos
 Ordenados
 Severos consigo mesmo e com os
 Disciplinados
outros
 Meticulosos
 Cheios de angústias
 Sinceros
 Intolerante

Resumindo a personalidade perfeccionista


Maneira de ver o mundo Apenas o meu jeito de fazer as coisas é o correto.
Se as pessoas se esforçassem em melhorar e se parecerem comigo, o
Pensa que...
mundo seria muito melhor.
Seu princípio Nenhum defeito.
Visão de si mesmo "Eu transformo."
Crença Se as coisas são fáceis, não têm valor.
A integridade e o equilíbrio. Sentir-se perfeito, o que pode degenerar
Desejo
em perfeccionismo crítico.
Medo Não cumprir com as obrigações e ter ideais equivocados.
Virtude A paciência.
Paixão A raiva geralmente reprimida e geradora de frustração
Fixação da mente O ressentimento.
Resistência A reconhecer a tensão gerada pela raiva acumulada.
Virtude a desenvolver A tolerância e a flexibilidade.
Profissão adequada Aquelas que exigem organização e eficácia.
Totem positivo A abelha (engenhosa e bem organizada).
Totem negativo O lobo (inquieto e agressivo).
Cor Prateado.
Frase "Tenho uma missão na vida."

O ENEATIPO UM PRECISA TRABALHAR EM:

 Lidar com a decepção quando as expectativas não são cumpridas.


 Aprender a estabelecer metas alcançáveis.
 Superar a sensação de que o que é feito não é suficiente. Valorizar de
forma objetiva as conquistas.
 Lidar com a angústia decorrente do excesso de responsabilidade. Saber
delegar melhora o trabalho em equipe.
 A necessidade de controlar o que os outros fazem. A confiança é a base
do trabalho em equipe.
 Focar nos fatos e ser objetivo ao invés de se preocupar. Ocupar-se com
as tarefas e não se preocupar excessivamente.
 Superar a raiva ao pensar que os outros não trabalham tanto quanto você.
Em um grupo, a diversidade é um fator positivo.
 Praticar a tolerância consigo mesmo e com os outros. Ser
excessivamente rígido atrapalha a criatividade.
 Aprender a reprimir as emoções negativas. As emoções positivas nos
ajudam em nosso progresso pessoal e profissional.
FRASES DE CRESCIMENTO PARA O ENEATIPO UM

 Veja apenas até onde você consegue enxergar e, quando chegar lá,
perceberá que ainda pode ver mais longe. (Osho)
 Não existem fracassos, apenas erros, e um erro é apenas mais uma etapa
em seu processo de aprendizado. (Anônimo)
 Observe tudo, tolere muito, corrija pouco. (Mahatma Gandhi)

ENEATIPO DOIS: A PERSONALIDADE SERVIDORA


A personalidade dois é mais guiada pelas vibrações do coração do que pela
razão. Tem uma grande necessidade de se sentir amada, expressar seus bons
sentimentos e evitar atitudes egoístas, resistindo em reconhecer suas próprias
necessidades e sempre priorizando as dos outros. É generosa, delicada, calorosa
e cheia de entusiasmo e compreensão. Sua demanda por aprovação e afeto é
constante, sendo capaz de fazer muitos amigos e se relacionar facilmente. É
especialista em pequenas atenções. Acredita no poder do amor como fonte
primária de tudo que é bom na vida e gostaria de redimir o mundo através da
beleza e da ação.
Não hesita em se intrometer na vida das pessoas ou em intervir em atividades
alheias. Tende a amplificar os sentimentos positivos que tem em relação aos
outros, ao mesmo tempo em que ignora completamente os negativos. Gosta de
estar fisicamente próximo; beijar, tocar e abraçar são extensões naturais de seu
estilo comunicativo e histriônico. É camaleônico e pode mostrar um eu diferente
em cada situação ou relacionamento pessoal. Na infância, identificou-se com
seus cuidadores e cresceu com a ideia de servir aos outros como uma maneira
de obter carinho e aprovação de todos.

Características do Tipo Dois


Em seus melhores momentos Em seus piores momentos
 Carinhosos  Se fazem de vítimas
 Delicados  Autoritários
 Doces  Manipuladores
 Intuitivos  Possessivos
 Generosos  Histéricos
 Entusiastas  Consoladores
 Humanitários  Exageradamente expressivos
 Amáveis  Evasivos
 Compassivos  Dominantes
Resumindo a personalidade doadora
Maneira de ver o mundo O mundo está cheio de pessoas que precisam da minha ajuda.

Se todos agissem como eu, viveríamos em um mundo mais feliz, solidário e


Pensa que...
altruísta.

Seu princípio Precisamos ajudar os necessitados.


Visão de si mesmo "Eu ajudo."
Crença Os outros são prioritários na minha vida.
Ser necessitado e amado, o que pode degenerar na necessidade de ser
Desejo
necessitado.
Medo Não ser amado e ser afastado das pessoas queridas.
Virtude A humildade.
Paixão A soberba ou incapacidade de reconhecer os próprios sofrimentos.
Fixação da mente A adulação. Os elogios.
Resistência Reconhecer seus próprios sentimentos e necessidades.
Virtude a desenvolver A simplicidade.
Profissão adequada Aquelas que permitem exercer controle nas sombras.
Totem positivo O cão São Bernardo (servil e fiel).
Totem negativo O gato (sedutor e ambíguo).
Cor Vermelho.
Frase "Uma maravilhosa energia te envolve quando se ajuda alguém."

O ENEATIPO DOIS PRECISA TRABALHAR EM:

 A capacidade de dizer não. Ser assertivo nos relacionamentos com os


outros proporciona confiança e segurança em si mesmo.
 A falta de amor-próprio e o sentimento de inferioridade. Somos únicos e
irrepetíveis.
 Sentir-se esgotado por tanto ajudar os outros. Saber medir as forças que
temos nos torna mais eficazes.
 Não fazer as coisas que queremos por medo de agir com egoísmo. Nos
relegar ao segundo plano acaba nos diminuindo.
 O ser muito autocrítico por não ser tão generoso como gostaria. Lembre-
se de que a generosidade pode ser vista como um ato de soberba.
 A tristeza de pensar que os outros não se preocupam com ele. Não
esqueça que você é o principal responsável por si mesmo.
 A obsessão por ser delicado e considerado. A obsessão impede que
possamos agir adequadamente.
 A negação dos próprios sentimentos. Negar os desejos e aspirações nos
faz esquecer dos nossos sonhos.

FRASES DE CRESCIMENTO PARA O ENEATIPO DOIS


 Ninguém pode criar ódio ou angústia dentro de você. Só você pode fazê-
lo. (Wayne W. Dyer)
 A opinião dos outros sobre você não precisa se tornar sua realidade. (Les
Brown)
 O anonimato é a expressão mais genuína do altruísmo. (Eric Gibson)

ENEATIPO TRÊS: A PERSONALIDADE EFICAZ


São pessoas geralmente extrovertidas, enérgicas, com um ritmo de vida de alta
velocidade. São motivadas pela necessidade de serem produtivas, alcançarem o
sucesso e evitar o fracasso. Acreditam que a identidade depende das conquistas
e dos sucessos materiais, e consideram a atividade como um antidepressivo
natural.
Buscam ser queridos por seus sucessos e, para alcançar seus objetivos, utilizam
todo o seu encanto e capacidade de sedução. Conscientes de sua imagem,
esforçam-se muito para se apresentarem ao mundo como vencedores, sendo
capazes de se transformar naquilo que os outros podem admirar.
Têm a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Buscam maneiras
de melhorar o presente e não gostam de mudanças radicais. Concentram-se em
soluções e não em problemas. São colaborativos, mas competitivos; líderes,
mas se rebelam facilmente contra a hierarquia burocrática. Vivem em uma luta
contra o relógio porque às vezes trabalham simultaneamente em muitos
projetos diferentes e com tempo limitado.

Características do Tipo Três


Em seus melhores momentos Em seus piores momentos
 Otimistas  Mentirosos
 Confiantes  Narcisistas
 Diligentes  Pretenciosos
 Eficientes  Vaidosos
 Automotivados  Superficiais
 Energéticos  Vingativos
 Práticos  Competitivos
 Atrativos  Masoquistas
 Criativos  Dependentes
 Imaginativos  Arrogantes

Resumindo a personalidade eficaz


Maneira de ver o mundo Apenas aqueles que triunfam são valorizados e amados pelos outros.

Se os outros tivessem minha capacidade de trabalho, muitos problemas não


Pensa que...
existiriam.

Seu princípio O trabalho é a base do sucesso na vida.


Visão de si mesmo "Eu sou bem-sucedido."
Crença Eu sou o que faço e o sucesso é o que importa.
Ser reconhecido e admirado, o que pode degenerar em uma busca por
Desejo
sucesso.
Medo Ao fracasso e a que ele seja conhecido pelos outros.
Virtude A sinceridade.
Paixão A falsidade para consigo mesmo e com os outros.
Fixação da mente A inquietação.
Resistência Reconhecer os sentimentos de rejeição e vazio.
Virtude a desenvolver A honestidade.
Profissão adequada Todas aquelas em que a comunicação seja a base do sucesso.
Totem positivo A águia (poderosa e sagaz).
Totem negativo O pavão (ambicioso e protagonista).
Cor O amarelo.
Frase "O fim justifica os meios."

O ENEATIPO TRÊS PRECISA TRABALHAR EM:

 Aceitar a ineficácia e a incompetência sem raiva. Não duvide de que a


raiva desvaloriza nossas opiniões.
 O medo de não ser aceito ou considerado uma pessoa de sucesso. Pense
que os melhores aplausos são aqueles que vêm de dentro de nós.
 A necessidade compulsiva de se comparar com aqueles que considera
melhores. O melhor ponto de referência somos nós mesmos e os
progressos que fazemos.
 A obrigação de impressionar em todos os aspectos e com todos. Não
esqueça que aquilo que mais brilha não é o que nos dá mais luz.
 A necessidade de estar sempre cheio de atividades. Saber desfrutar da
inatividade nos ensinará a valorizar as pequenas coisas da nossa vida.
 A necessidade de estar sempre cheio de atividades. Saber desfrutar da
inatividade nos ensinará a valorizar as pequenas coisas da nossa vida.
 A necessidade de estar sempre cheio de atividades. Saber desfrutar da
inatividade nos ensinará a valorizar as pequenas coisas da nossa vida.
 A necessidade de estar sempre cheio de atividades. Saber desfrutar da
inatividade nos ensinará a valorizar as pequenas coisas da nossa vida.

FRASES DE CRESCIMENTO PARA O ENEATIPO TRÊS

 As correntes que mais nos oprimem são as que menos pesam. (Robert
Browning)
 Uma pessoa inteligente se recupera rapidamente de um fracasso, uma
pessoa tola nunca se recupera de um sucesso. (Anônimo)
 Não podemos nos destacar no trabalho se não fizermos nada além de
trabalhar. (Anna Quindlen)

ENEATIPO QUATRO: A PERSONALIDADE CRIATIVA


Motivado pela necessidade de compreender os sentimentos dos outros e
encontrar sentido em sua vida, o autoconhecimento se torna sua meta mais
importante. Estabelecem relacionamentos profundos, resistindo à uniformidade.
Se sente atraído pelo inacessível e por ideais de difícil conquista. A busca pela
harmonia e pela beleza é um de seus principais objetivos. É criativo, intuitivo e
possui uma grande sensibilidade estética. Constrói mundos ideais e cheios de
cores dentro de sua própria imaginação, como se o mundo externo fosse muito
bruto e fosse necessário colori-lo através da fantasia.
Geralmente, são indivíduos introvertidos, a vida social os sufoca e lidar com as
pessoas ameaça seu equilíbrio emocional. Levam tudo para o lado pessoal e se
tornam hipersensíveis. Observam sua experiência interna para avaliar a
realidade, determinar onde estão e se renovar, embora possam passar por
períodos de extroversão intensa.

Características do Tipo Quatro


Em seus melhores momentos Em seus piores momentos
 Fervorosos  Depressivos
 Solidários  Dramáticos
 Introspectivos  Vergonhosos
 Expressivos  Temperamentais
 Criativos  Se sentem culpados por tudo
 Intuitivos  Moralistas
 Bons amigos  Tímidos
 Refinados  Teimosos
 Empáticos  Lunáticos
 Sinceros  Introvertidos

Resumindo a personalidade criativa


Maneira de ver o mundo Os outros conseguem tudo o que eu não tenho.

Pensa que... Se as pessoas fossem mais sensíveis, o mundo seria muito melhor.

Seu princípio A beleza é o alimento da alma.


Visão de si mesmo "Eu sou diferente."
Crença Tenho que ser especial para alcançar a felicidade.
Ser verdadeiro consigo mesmo, sentir-se especial. Pode degenerar em
Desejo
autocomplacência (a entrega para as paixões e caprichos).
Medo Sentir-se insignificante, sem identidade e desperdiçando oportunidades.
Virtude A equanimidade (equilíbrio)
Paixão A inveja como fundamento da crença de que falta algo essencial.
Fixação da mente A melancolia
Resistência Reconhecer suas qualidades positivas e ser como os outros.
Virtude a desenvolver O equilíbrio.
Profissão adequada Aquelas em que a sensibilidade e a criatividade são a chave.
Totem positivo O cavalo (harmonia e liberdade).
Totem negativo A hiena (chorona e triste).
Cor Roxo.
Frase "A liberdade da fantasia não é uma fuga da irrealidade, é criação e audácia."

O ENEATIPO QUATRO PRECISA TRABALHAR EM:

 A sensação de estar emocionalmente vazios. Não esqueça que até um


copo vazio está cheio de ar.
 O sentimento de desespero e melancolia. O abatimento impede de
valorizar o positivo em nosso ambiente.
 Os sentimentos autodestrutivos e a vergonha. Aceitar a nós mesmos é o
melhor começo para nos melhorarmos.
 A capacidade de pensar positivamente. Saber ver as coisas com otimismo
favorece o alcance de nossos objetivos.
 A inveja em relação a tudo e a todos. Se aprendermos a nos olhar,
descobriremos que temos muito mais do que imaginamos.
 Acreditar que os outros não merecem estima. É difícil viver em um
deserto.
 A necessidade de se comparar com os outros. Ninguém é melhor ou pior,
todos temos aspectos valiosos e únicos.
 A teatralidade em todas as suas ações. Sem dúvida, a naturalidade é uma
virtude que precisa ser desenvolvida.

FRASES DE CRESCIMENTO PARA O ENEATIPO QUATRO

 Existem pessoas que buscam exatamente o que você tem a oferecer.


(Anônimo)
 A beleza que atrai raramente coincide com a beleza que encanta. (José
Ortega y Gasset)
 As pessoas não são ridículas, a menos que queiram parecer ou ser o que
não são. (Giacomo Leopardi)

ENEATIPO CINCO: A PERSONALIDADE OBSERVADORA


Sábios, perceptivos, analíticos, objetivos e apaixonados por ideias e conceitos,
eles são respeitosos, reflexivos, sensíveis e amáveis. São detentores da
informação e motivados pela necessidade de saber tudo. Observam o mundo e
os outros, embora mantenham uma considerável distância emocional de tudo e
todos. Fogem de compromissos e de relacionamentos pessoais que poderiam
torná-los vulneráveis ou endividados com os outros.
Seu domínio intelectual pode transformá-los em gurus carismáticos ou eremitas
inacessíveis que guardam informações valiosas. Aspiram a manter um controle
rígido sobre o seu mundo, mas esse controle é mantido à distância, sem riscos
ou compromissos.
Compreendem facilmente as situações e fazem o que acreditam ser correto sem
se sentirem influenciados pelas pressões sociais. Não se preocupam com o
status social ou posses materiais. Sabem manter a calma diante de uma crise,
mas precisam de espaços pessoais que garantam sua privacidade e reserva.
Na infância, seu mecanismo de defesa se desenvolveu ao perceberem a
importância do conhecimento como forma de reconhecimento pelos outros.

Características do Tipo Cinco


Em seus melhores momentos Em seus piores momentos
 Analíticos  Intelectualmente arrogantes
 Perseverantes  Avarentos
 Sensíveis  Teimosos
 Sábios  Distantes
 Objetivos  Reservados
 Receptivos  Críticos
 Independentes  Inseguros
 Perspicazes  Negativos
 Metódicos  Hipersensíveis
 Ordenados  Emocionalmente autistas

Resumindo a personalidade observadora


Maneira de ver o mundo Apenas os instruídos são livres.
Se as pessoas se esforçassem para ser lógicas e objetivas, a vida seria mais
Pensa que...
interessante.

Seu princípio O conhecimento é o melhor investimento que se pode fazer.


Visão de si mesmo "Eu sei mais."
Crença A mente está acima das emoções.
O conhecimento total, a autossuficiência. Pode degenerar em especialização
Desejo
inútil.
Medo Ser incapaz e nunca encontrar seu lugar no mundo.
Virtude O desapego.
Paixão A avareza e o desejo de posse absoluta.
Fixação da mente A economia.
Resistência Reconhecer sua presença, seus sentimentos e suas necessidades.
Virtude a desenvolver A confiança.
Profissão adequada Aquelas que exigem conhecimento ou pesquisa e permitem o isolamento.
Totem positivo A coruja (observadora e solitária).
Totem negativo A raposa (solitária e esperta).
Cor O azul.
Frase "O que sabemos é uma gota de água; o que ignoramos é o oceano."

O ENEATIPO CINCO PRECISA TRABALHAR EM:

 A capacidade de expressar as próprias ideias e conhecimentos. Descobrir


que a comunicação é a base de todo progresso.
 A sensação de estar sempre na defensiva. Aprender que as barreiras
dificultam o conhecimento.
 As habilidades de comunicação e sociais. Sem dúvida, a linguagem é um
dos principais dons que possuímos.
 A vontade de desaparecer e se isolar do mundo. Ignorar os outros nos
empobrece como pessoas.
 Deixar as coisas e atividades coletivas para outro dia. O trabalho em
equipe é fonte de grandes criações.
 A aceitação de compromissos e obrigações. Ignorar nossas
responsabilidades nos diminui como pessoas.
 A capacidade de ver de forma global. Não ignore que tudo faz parte de um
conjunto.
 A generosidade no sentido mais amplo. Dificilmente poderemos receber
se não aprendemos a dar.

FRASES DE CRESCIMENTO PARA O ENEATIPO CINCO

 Uma pessoa é tão grande quanto positiva é sua atitude. (Goethe)


 A melhor coisa que alguém pode fazer é surpreender a si mesmo. (Steve
Martin)
 "O universo está cheio de experiências e não de átomos." (Albert Einstein)

ENEATIPO SEIS: A PERSONALIDADE QUESTIONADORA


Fieis às suas crenças e amizades, evitam a transgressão e atribuem grande
importância à lealdade. Eles não são nem muito espontâneos nem muito rígidos,
mas procuram projetar uma imagem digna e apropriada.
Temerosos, obedientes e cheios de dúvidas, muitas vezes se identificam com
causas difíceis ou perdidas. Atormentados pelo medo da mudança, de cometer
erros, do desconhecido, da solidão, da crítica, da hostilidade, do engano ou da
traição, a atividade é uma espécie de bálsamo natural que os impede de pensar
em si mesmos e enfrentar suas inseguranças.
Possuem a mente alerta e tomam decisões rapidamente, mas uma vez tomadas,
as colocam imediatamente em julgamento, o que lhes causa uma sensação
constante de incerteza e angústia. Decidem por meio da análise, desmontando
o problema em suas partes constituintes e organizando as coisas de forma
lógica.
É comum que na infância não tenham tido um apoio emocional sólido, seja por
ser órfão ou ausência psíquica dos pais, ou porque o ambiente familiar era
incoerente, com padrões de comportamento mutáveis ou reações violentas e
imprevisíveis por parte dos mais velhos, o que os faz sentir pouco valorizados e,
portanto, buscarem o reconhecimento como elemento de segurança.

Características do Tipo Seis


Em seus melhores momentos Em seus piores momentos
 Fiéis  Ansiosos
 Leais  Imprevisíveis
 Agradáveis  Críticos
 Cuidadosos  Paranoicos
 Provedores  Estão sempre na defensiva
 Astutos  Rígidos
 Formais  Autodestrutivos
 Úteis  Colocam os outros à prova
 Responsáveis  Covardes
 Comprometidos  Ferem ou ofendem os outros por medo

Resumindo a personalidade questionadora


Maneira de ver o mundo O mundo é um lugar ameaçador cheio de perigos.

Se as pessoas se responsabilizassem e se comprometessem como eu, não


Pensa que...
aconteceriam tantas coisas desagradáveis.

Seu princípio É necessário desconfiar dos outros.


Visão de si mesmo "Eu obedeço."
Crença Nada é o que parece, é preciso estar sempre em guarda.
Segurança e apoio. Pode degenerar em um forte apego às crenças, à
Desejo
inflexibilidade.
Medo Não ter um apoio seguro e ao se prejudicarem com suas próprias ações.
Virtude A lealdade.
Paixão O medo gerador de ansiedade pelo presente e futuro.
Fixação da mente A dúvida.
Resistência Reconhecer suas próprias capacidades.
Virtude a desenvolver A confiança em si mesmos.
Profissão adequada Aquelas atividades em que exista uma hierarquia clara.
Totem positivo O cervo (sociável e dócil).
Totem negativo O coelho (vulnerável e apreensivo).
Cor O marrom.
"Para sair das dificuldades é necessário ter medo. Não é necessário outra
Frase
arma ou virtude."

O ENEATIPO SEIS PRECISA TRABALHAR EM:

 A indecisão diante de uma decisão. É melhor errar por ter agido do que
lamentar o que não foi feito.
 Não adiar os projetos por medo do fracasso. O tempo dificilmente
melhora nossas chances de sucesso em um projeto.
 O medo de se sentir abandonado. Melhorar nossa autoestima nos
proporciona confiança e segurança.
 A aflição de estar sempre alerta com o que possa acontecer. Ocupe-se
das coisas quando elas acontecerem, se preocupar geralmente é um
desperdício inútil de energia.
 O desejo de sempre ter um manual de instruções à mão. As melhores
receitas são aquelas que somos capazes de criar.
 A autocrítica quando não atinge suas próprias expectativas. Saber
estabelecer metas alcançáveis é uma virtude a ser cultivada.
 A busca pela segurança fora de si mesmos. Não esqueça que dentro de
nós temos recursos valiosos.
 A espontaneidade em seus relacionamentos. Lembre-se de que as
pessoas mais rígidas são aquelas que estão mortas.

FRASES DE CRESCIMENTO PARA O ENEATIPO SEIS

 Ninguém pode criar ódio ou angústia dentro de mim. Só eu posso fazer


isso. (Wayne Dyer)
 Uma mente atormentada pela dúvida não pode se concentrar no caminho
que leva ao sucesso. (Arthur Golden)
 Todos os triunfos nascem quando nos atrevemos a começar. (Eugene
Ware)

ENEATIPO SETE: A PERSONALIDADE OTIMISTA


Alegres e espontâneos, sua maneira de se expressar é vibrante e fascinante.
Motivados pela necessidade de serem felizes, se divertir e se afastar da dor e do
sofrimento. Eles têm dificuldade em se comprometer e fazem malabarismos
para manter todas as possibilidades abertas que lhes são oferecidas ou intuídas,
são especialistas em tirar o melhor proveito possível das situações negativas.
São esquivos e sua atitude é excepcionalmente flexível em relação aos
compromissos e obrigações.
Evitam a dor tanto física quanto aquela causada por relacionamentos difíceis, ou
a dor mental decorrente de se sentirem escravos de uma situação ou trabalho
frustrante. Reagem a tudo com rapidez, o que os leva a fazer cada vez mais, e
sua própria experiência é o guia de suas ações. Começam muitas coisas, mas
geralmente não as terminam, por isso tendem a se tornar mestres em qualquer
assunto sem ter amplo conhecimento. Devoram ideias, mas não as digerem.
Na infância, buscaram suprir a falta de afeto real ou imaginária que sentiam fora
de casa.

Características do Tipo Sete


Em seus melhores momentos Em seus piores momentos
 Amantes da diversão  Narcisistas
 Espontâneos  Desconcertados
 Imaginativos  Rebeldes
 Produtivos  Indisciplinados
 Entusiastas  Possessivos
 Rápidos  Maníacos
 Seguros de si mesmos  Autodestrutivos
 Encantadores  Inquietos
 Sedutores  Permissivos (descontrolados)
 Generosos  Fraudulentos

Resumindo a personalidade otimista


Maneira de ver o mundo O mundo é um lugar cheio de oportunidades.

Se as pessoas soubessem ver o lado positivo das coisas, seriam mais


Pensa que...
felizes.

Seu princípio A vida está aqui para ser aproveitada.


Visão de si mesmo "Eu me divirto."
Crença Compromissos limitam a liberdade pessoal.

Desejo Sentir-se bem e viver feliz pode degenerar em um escapismo frenético.


Medo Enfrentar situações dolorosas ou que causem sofrimento.
Virtude A sobriedade.
Paixão A gula como um desejo insaciável de se encher de experiências.
Fixação da mente O planejamento.
Resistência Reconhecer a ansiedade, a angústia e a dor.
Virtude a desenvolver O respeito pelos outros.
Profissão adequada Todas aquelas que envolvam relacionamento, aventura ou mudanças.
Totem positivo A borboleta (beleza e fragilidade).
Totem negativo O macaco (curioso e inquieto).
Cor O verde.
Frase "Sempre que puder, fique perto daqueles que têm boa sorte."

O ENEATIPO SETE PRECISA TRABALHAR EM:

 As consequências que podem ter suas ações. O resultado de nossas


ações influencia tudo ao nosso redor.
 A organização do tempo. O dia é finito, aprenda a aproveitá-lo com
eficácia.
 A constância nas tarefas. A inconstância dificilmente constrói uma
catedral.
 Ter a capacidade de estar em um lugar específico sem pensar que
poderia estar em outro. Aproveite o que você faz a cada momento.
 A superficialidade em seus relacionamentos. A trivialidade nos impede
de conhecer e aprender a amar e respeitar.
 Sentir-se preso nos relacionamentos afetivos. Compartilhar é a base do
afeto e dos relacionamentos.
 Aceitar os momentos difíceis como parte da realidade diária. Valorize o
que há de positivo em cada situação.
 A gratidão para com os outros. Saber agradecer pelo que é oferecido a
você eleva você como ser humano.

FRASES DE CRESCIMENTO PARA O ENEATIPO SETE

 Só se vive uma vez, mas se for bem vivido, uma é suficiente. (Anônimo)
 Aquele que conhece a arte de viver consigo mesmo desconhece o tédio.
(Erasmo de Rotterdam)
 Mais do que o brilho da vitória, somos comovidos pela integridade diante
da adversidade. (Octavio Paz)

ENEATIPO OITO: A PERSONALIDADE CONFRONTADORA


Com um grande carisma, eles possuem a capacidade física e mental de
convencer os outros a segui-los em todo tipo de empreendimento que se
proponham. São pessoas com uma grande força de vontade e uma vitalidade
avassaladora, capazes de sempre decidir o que querem. São motivados pela
necessidade de serem pessoas fortes, resistindo a reconhecer sua
vulnerabilidade. Podem se tornar excelentes líderes. Evitam a fraqueza e
constroem sua identidade baseada na força, determinação e justiça.
Quando acreditam firmemente em algo, são capazes de expressar opiniões
diferentes e se destacar abertamente, mesmo correndo o risco de ficarem
sozinhos e de enfrentarem o mundo todo. São claros e diretos ao estabelecer
limites e ao dizer não.
Eles defendem seus amigos e protegem aqueles que estimam com grande
generosidade de coração. Demonstram facilmente força e raiva. Sua vida
costuma estar cheia de excessos.
Em sua infância, precisaram se proteger do ambiente ao seu redor, de modo que
aprenderam a se fortalecer e endurecer para sobreviver.

Características do Tipo Oito


Em seus melhores momentos Em seus piores momentos
 Diretos  Controladores
 Autoritários  Rebeldes
 Fiéis  Insensíveis
 Energéticos  Dominadores
 Terrenos  Egocêntricos
 Protetores  Céticos
 Seguros de si mesmos  Agressivos
 Imponentes  Ferozes
 Dominantes  Cínicos
 Voluntariosos  Intimidadores

Resumindo a personalidade confrontadora


O mundo é um lugar injusto e conflituoso, onde apenas os fortes
Maneira de ver o mundo
sobrevivem.
Se as pessoas agissem com determinação e contundência, tudo funcionaria
Pensa que...
melhor.

Seu princípio É preciso estar ao lado dos mais fracos.


Visão de si mesmo "Eu posso."
Crença No mundo, apenas os mais fortes sobrevivem.
A justiça e a proteção contra o mundo. Isso pode levar a uma luta contínua
Desejo
contra tudo.
Ser traído por aqueles que aprecia e em quem confia; ou então, que os
Medo
outros se tornem como eles e tomem represálias.
Virtude A inocência.
Paixão A enraivecimento como uma tentativa de impor-se aos outros.
Fixação da mente A vingança.
Resistência Reconhecer sua vulnerabilidade e necessidade de atenção.
Virtude a desenvolver A empatia.
Profissão adequada Aquelas em que se possa exercer poder e controle.
Totem positivo O tigre (seguro e majestoso).
Totem negativo O rinoceronte (agressivo e dominante).
Cor O branco e o preto.
Frase "Apenas aqueles que lutam vivem."
O ENEATIPO OITO PRECISA TRABALHAR EM:

 A facilidade para ferir tanto fisicamente quanto verbalmente. Poucas


coisas são resolvidas positivamente com violência e força.
 O nervosismo diante da ineficácia dos outros. A tolerância e a flexibilidade
devem estar sempre presentes em nossos relacionamentos.
 A necessidade de que reconheçam o que fazem de bom. O melhor
reconhecimento vem de nosso interior.
 A capacidade de esquecer e perdoar. O ódio dificilmente constrói pontes.
 O sarcasmo e a ironia na comunicação. As palavras gentis costumam ser
mais eficazes do que aquelas que causam dor ou raiva.
 A necessidade de se impor sempre. Aceitar as propostas dos outros pode
nos abrir novas perspectivas e projetos.
 As habilidades sociais nos relacionamentos. A brusquidão é um
obstáculo em qualquer vínculo ou relação.
 Seu forte instinto territorial. A única coisa da qual realmente somos
proprietários é de nós mesmos e de nossas ações.

FRASES DE CRESCIMENTO PARA O ENEATIPO OITO

 Mais vergonhoso é desconfiar de nossos amigos do que ser enganado


por eles. (François de la Rochefoucauld)
 O maior de nossos inimigos costuma ser nosso próprio caráter. (Bottach)
 É preciso saber obedecer para saber comandar. (Solon)

ENEATIPO NOVE: A PERSONALIDADE PACÍFICA


Essas pessoas são dotadas de um alto nível de tolerância e são motivadas pela
necessidade de manter a paz e a concórdia entre todos, evitando assim qualquer
confronto ou situação angustiante. Com uma ambivalência obsessiva, têm a
capacidade de entender todos os pontos de vista de uma situação específica e
demonstram um alto nível de empatia, sem nunca julgar, o que os torna
excelentes mediadores. No entanto, o desejo de evitar conflitos os leva a uma
certa resignação.
São metódicos e até mesmo rotineiros na forma como fazem as coisas, evitando
introduzir variações ao organizar sua vida e trabalho, e se orientam mais para os
processos do que para os problemas. São grandes construtores de equipes e
sabem como fazer com que as pessoas deem o melhor de si.
Na infância, receberam uma grande proteção e acabaram se identificando
plenamente com os adultos ao seu redor, sem aprender a serem eles mesmos.
Características do Tipo Nove
Em seus melhores momentos Em seus piores momentos
 Complacentes  Desatentos
 Pacíficos  Distraídos
 Generosos  Teimosos
 Pacientes  Obsessivos
 Receptivos  Apáticos
 Diplomáticos  Passivos
 Abertos de mente  Críticos
 Enfáticos  Inseguros
 Amigáveis  Resignados
 Amáveis  Robóticos

Resumindo a personalidade pacífica


Maneira de ver o mundo Tudo ficará bem se permanecermos unidos.

Se as pessoas fossem mais equilibradas, viveríamos em um mundo mais


Pensa que...
tranquilo.

Seu princípio Nunca devemos forçar nada.


Visão de si mesmo "Eu em paz."
Crença Tudo está bem e a harmonia é a base da felicidade.

Desejo Paz e estabilidade. Isso pode levar a uma negligência extrema.


Às mudanças, ao conflito interno ou à realidade que os obriga a enfrentar
Medo
seus problemas.
Virtude A ação certa.
Paixão A preguiça como desejo de não ser afetado pela vida.
Fixação da mente A resignação.
Resistência Reconhecer sua força e capacidade de decisão.
Virtude a desenvolver A coerência.
Profissão adequada Todos aqueles trabalhos metódicos e rotineiros.
Totem positivo O golfinho (pacífico e inteligente).
Totem negativo O elefante (enorme e pesado).
Cor O dourado.
Frase "Deixe-me pensar nisso."

O ENEATIPO NOVE PRECISA TRABALHAR EM:

 A capacidade de aceitar críticas construtivas. Valorizar de forma positiva


as opiniões daqueles que respeitamos favorece o resultado que
obtemos.
 O aprofundamento no que realmente querem ou desejam. Ficar na
superfície daquilo que desejamos nos impede de realmente conhecer o
que pode nos oferecer.
 A necessidade de ter a aceitação de todas as pessoas ao seu redor.
Estime cada um pelo que realmente são para você.
 O medo de não ser ouvido. Valorizar a si mesmo é o primeiro passo para
que os outros te valorizem.
 A própria autoestima. Trabalhar nossa própria percepção certamente
melhorará nossa autoestima.
 A preguiça, a apatia e a indiferença para empreender novos projetos.
Lembre-se de que a ação é o início de qualquer projeto.
 Fingir ser vítima das circunstâncias. Colocar a culpa do que nos
acontece no ambiente ou nos outros dificilmente iniciará o caminho para
melhorar as situações.
 A maneira de expressar nossa raiva ou descontentamento. Saber se
irritar no momento certo e da maneira adequada facilitará nossos
relacionamentos.

FRASES DE CRESCIMENTO PARA O ENEATIPO NOVE

 Os covardes são aqueles que se abrigam sob as normas. (J.P. Sastre)


 Para crescer, é preciso renunciar temporariamente à segurança. (Gail
Sheehy)
 A oportunidade é alcançada apenas por aqueles que a perseguem. (H.
Jackson Brown)

ATIVIDADE 2 - Relação, pensamento e personalidade.


Após ler as características das diferentes personalidades, relacione essas
informações com um tipo de personalidade.
Pensamento Personalidade
1 - Aquilo que você obtém é o que importa.
2 - Não discuta, é melhor chegar a acordos.
3 - O trabalho dignifica a pessoa.
4 - O futuro sempre é melhor.
5 - É muito difícil compreender tudo o que eu sinto.
6 - Audácia, audácia, sempre audácia.
7 - Eu me interesso pelas pessoas.
8 - Não preciso de muitas coisas, o que eu preciso é do meu espaço.
9 - Se faço mal, e se faço mal, eu faço.
10 - Tenho uma missão na vida.
11 - Se a vida lhe der limões, faça limonada.
12 - Quando você tem sucesso, está bem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS DESTE CAPÍTULO
 Nenhum tipo de personalidade é melhor ou pior do que outro. É um erro
pensar o contrário. Cada um tem suas vantagens e desvantagens.
 No final deste capítulo, é muito provável que seja mais fácil identificar
alguém que você conhece do que a si mesmo. É muito comum que isso
aconteça. As árvores não nos deixam ver a floresta.
 Provavelmente, neste capítulo do livro, você foi capaz de descartar alguns
eneatipos porque não encontrou pontos em comum com sua
personalidade. Se for esse o caso, você já fez um bom trabalho. Vamos
esperar pelos capítulos seguintes para afinar o diagnóstico.
 Certas personalidades se encaixam muito melhor do que outras em
determinadas tarefas: algumas precisam de frieza para tomar decisões,
calor humano para lidar com as pessoas, habilidade social para se
relacionar com o público, grande capacidade de trabalho, alcançar a
excelência na tarefa, etc. Os eneatipos fornecem pistas confiáveis sobre
isso.

Capítulo 3: Descubra seu eneatipo

É muito provável que, neste ponto do texto, cada pessoa já tenha feito uma
aproximação bastante precisa de sua personalidade. As informações fornecidas
até agora provavelmente são suficientes não apenas para identificar sua própria
personalidade, mas também a de algumas pessoas conhecidas.
No entanto, para ratificar ou retificar as intuições, é necessário ter um
instrumento que, embora não seja infalível, possa trazer uma maior certeza a
tudo o que foi dito.
O instrumento apresentado a seguir é composto por 180 itens, 20 para cada
eneatipo. Ao avaliar suas respostas, conheceremos vários aspectos:

 O centro predominante (instintivo, emocional ou mental) da pessoa.


 As setas (no caso de existirem) que fornecem informações confiáveis
sobre o (s) eneatipo (s) predominantes.
 As asas (no caso de existirem) que acentuam os traços da personalidade.
Para respondê-lo, é necessário observar o código (de 0 a 3) e responder
prontamente, sem refletir muito sobre as perguntas. A primeira impressão é o
que conta.
Pode ser recomendável que alguém que nos conheça muito bem responda ao
teste pensando em como nós responderíamos. Comparar os resultados obtidos
nos ajuda a conhecer o que eu identifico em mim e o que os outros identificam.
Essa primeira abordagem deve ser aprimorada pela observação de seus
comportamentos, pensamentos e sentimentos.
TESTE: DESCOBRINDO SEU ENEATIPO
Leia com atenção os itens que aparecem na página seguinte e avalie-os de
acordo com o código:
3: totalmente de acordo.
2: bastante de acordo.
1: bastante em desacordo.
0: em total desacordo.
Depois de responder a todas as questões e somar cada um dos blocos
apresentados, anote a soma de cada um deles no quadro a seguir.

TIPOS DE PERSONALIDADE SOMA SOMA TOTAL

DESCUBRA SUA PERSONALIDADE TIPO UM

1 Gosto de ordem e organização.


2 É difícil para mim ser uma pessoa espontânea e criativa.
3 Às vezes, sinto-me culpado por não ter feito tudo o que era possível.
4 Não gosto quando as pessoas não cumprem as regras.
5 Fico incomodado ao encontrar erros gramaticais e ortográficos.
6 Sou idealista. Gostaria de tornar o mundo um lugar melhor.
7 Pontualidade é muito importante para mim.
8 Quando fico irritado, guardo ressentimento por um longo tempo.
9 Considero-me uma pessoa justa, educada e boa.
10 Quando sinto ciúmes, torno-me uma pessoa medrosa e competitiva.
11 Não tenho tempo para relaxar e não considero isso vital.
12 Tenho tendência a ver as coisas de forma binária: ou boas ou ruins.
Antes de fazer um investimento significativo, analiso cuidadosamente
13
a decisão.
14 Não suporto ser julgado ou criticado pelos outros.
15 Frequentemente me comparo com outras pessoas.
16 A verdade e a justiça são muito importantes para mim.
17 Com frequência, fico irritado comigo mesmo.
18 Cumpro tudo com o que me comprometi.
19 Sou uma pessoa frequentemente tensa.
20 Gosto de cuidar dos pequenos detalhes.
Total Soma de todos os valores:

DESCUBRA SUA PERSONALIDADE TIPO DOIS

1 Gosto que as pessoas se sintam confortáveis comigo.


2 As relações pessoais são mais importantes para mim do que tudo.
3 Muitas vezes percebo a dependência que os outros têm de mim.
4 Acho difícil pedir o que preciso.
5 Necessito, embora às vezes tenha medo, de intimidade.
6 Sinto-me melhor quando dou do que quando recebo.
7 Sou muito sensível a críticas.
8 Esforço-me muito para superar os obstáculos em um relacionamento.
9 Tento agir com muito tato e sensibilidade.
10 Procuro satisfazer as necessidades dos meus escolhidos.
Me preocupo muito com o bem-estar das outras pessoas em minha
11
presença.
12 Não gosto de assumir a liderança.
13 Acho insuportável presenciar situações violentas ou de sofrimento.
14 Às vezes me sinto sozinho ao defender causas justas.
Se não alcanço o tipo de relacionamento que desejo, sinto uma grande
15
tristeza.
16 Cuidar constantemente dos outros me cansa.
17 Às vezes imagino o que as pessoas desejam e tento realizá-lo.
18 Adoro elogiar e mostrar meu afeto às pessoas.
19 Sinto atração pela ideia de estar com pessoas importantes.
20 Dizem que tenho tendência a exagerar e ser uma pessoa emotiva.
Total Soma de todos os valores:

DESCUBRA SUA PERSONALIDADE TIPO TRÊS

1 Estou sempre ocupado(a) fazendo algo.


2 Gosto de fazer listas das coisas que preciso terminar.
3 Não me importo de trabalhar mais horas se me pedirem.
4 Minha atitude é otimista.
5 Trabalho a todo vapor até concluir as tarefas.
6 Acredito que as coisas devem ser feitas com máxima eficácia.
7 É importante ir direto ao ponto e evitar rodeios desnecessários.
8 Não me interesso muito em falar sobre minha vida pessoal.
9 Tento não deixar doenças serem um obstáculo para meus planos.
10 Não suporto ver trabalhos inacabados.
11 Tendo a priorizar o trabalho em detrimento das relações pessoais.
Se tenho que assumir alguma responsabilidade, faço isso sem
12
problemas.
13 Trabalho muito para me permitir alguns caprichos.
14 Gosto de me identificar com pessoas importantes.
15 Tento me apresentar corretamente e causar uma boa impressão.
16 A segurança econômica é muito importante.
17 Às vezes imagino o que as pessoas desejam e tento realizá-lo.
18 No geral, estou satisfeito em ser quem sou.
19 Frequentemente me pedem para organizar coisas.
20 Gosto de me destacar de alguma forma.
Total Soma de todos os valores:

DESCUBRA SUA PERSONALIDADE TIPO QUATRO

1 Me importa muito ser uma pessoa compreendida pelos outros.


2 Meus amigos costumam dizer que gostam da minha calorosidade.
3 Quando fico deprimido, posso ser incapaz de realizar qualquer tarefa.
4 Sou muito sensível a críticas.
5 Gosto de ler e ouvir notícias preocupantes.
6 Meus ideais são muito importantes para mim.
7 A beleza, o amor e a dor me emocionam.
8 Não posso nem quero evitar meus estados melancólicos.
9 Muitas vezes desejo o que os outros têm.
10 Tento estar ao lado dos meus amigos.
11 Choro com facilidade.
12 Dou muita importância à minha intuição.
13 Sou uma pessoa muito criativa.
14 Quando explico certos temas, me emociono facilmente.
15 Passei muitos anos esperando pelo amor da minha vida.
Fico obcecado mais com o lado negativo de mim mesmo do que com o
16
positivo.
17 Gosto de ser considerado uma pessoa especial.
18 Estou sempre em busca do meu verdadeiro eu.
19 Se precisar fazer um poema para alguém, pedem-me para fazê-lo.
20 Esforço-me para criar um relacionamento especial com meus amigos.
Total Soma de todos os valores:

DESCUBRA SUA PERSONALIDADE TIPO CINCO

1 Aprendo mais com o estudo do que com a prática.


2 Antes de falar sobre um assunto, me documento o suficiente.
3 Desapareço por horas para fazer o que mais me interessa.
4 Não me deixo levar pelas emoções e mantenho a cabeça fria.
5 Não gosto de reuniões com muitas pessoas.
6 Sou hipersensível às críticas das outras pessoas.
7 Fico incomodado com pessoas barulhentas e com barulho em geral.
8 Escondo meus sentimentos e posso parecer uma pessoa fria.
9 Gosto de falar sobre o que me interessa com pessoas especializadas.
10 Sou uma pessoa orgulhosa de ter uma grande cultura.
11 Às vezes me acusam de ser uma pessoa distante e desconfiada.
Quando me sinto desconfortável com as pessoas, gostaria de
12
desaparecer.
13 Recuso cargos de responsabilidade.
Nos relacionamentos afetivos, tenho medo de que invadam minha
14
intimidade.
15 Experimento dificuldades na relação com meus alunos.
16 Adoro pesquisar sobre temas pouco conhecidos.
17 Reuniões com famílias me desestabilizam.
18 Fico surpreso quando as pessoas destacam algum aspecto meu.
19 Não relaciono a felicidade com coisas materiais.
20 Manter a calma me faz sentir bem e mais forte.
Total Soma de todos os valores:

DESCUBRA SUA PERSONALIDADE TIPO SEIS

1 Aprendo mais com o estudo do que com a prática.


2 Antes de falar sobre um assunto, me documento o suficiente.
3 Desapareço por horas para fazer o que mais me interessa.
4 Não me deixo levar pelas emoções e mantenho a cabeça fria.
5 Não gosto de reuniões com muitas pessoas.
6 Sou hipersensível às críticas das outras pessoas.
7 Fico incomodado com pessoas barulhentas e com barulho em geral.
8 Escondo meus sentimentos e posso parecer uma pessoa fria.
9 Gosto de falar sobre o que me interessa com pessoas especializadas.
10 Sou uma pessoa orgulhosa de ter uma grande cultura.
11 Algumas figuras de autoridade me causam nervosismo.
12 Costumo ter dúvidas com frequência.
13 Gosto de ter diretrizes claras e saber onde estou pisando.
14 Estou sempre alerta, prevendo perigo.
15 Sinto-me à vontade colaborando em grupo.
16 Constantemente me pergunto o que poderia dar errado.
17 Muitas vezes levo as críticas para o lado pessoal.
18 Quando uma decisão é tomada, defendo até o final.
19 Sou capaz de trabalhar muito duro.
20 As pessoas me consideram uma pessoa leal, solidária e boa.
Total Soma de todos os valores:

DESCUBRA SUA PERSONALIDADE TIPO SETE

1 Procuro ser uma pessoa otimista, animada e desinibida.


2 Não gosto de obrigações ou controles.
3 Costumo ser uma pessoa ocupada e cheia de energia.
4 Arrisco-me frequentemente, tanto fisicamente quanto verbalmente.
5 Lembro da minha infância como uma fase essencialmente feliz.
6 Consigo fazer muitas coisas mesmo sem ser especialista em nada.
7 Muitas vezes passo de uma atividade para outra.
8 Recupero-me rapidamente da dor e das tristezas.
9 Sou uma pessoa amiga de mim mesma.
10 Gosto das pessoas e geralmente também sou bem-visto(a) por elas.
11 Procuro me virar para conseguir o que quero.
12 Valorizo a rapidez mental.
13 Gostaria de contribuir de alguma forma para melhorar o mundo.
14 Acredito que tenho habilidades para estar na equipe diretiva.
15 Costumo me sentir bem em grupo.
16 Se uma pessoa está triste, costumo animá-la.
17 Muitas vezes consigo cativar o público.
18 Sei motivar facilmente as pessoas.
19 Tenho tendência a dizer o que passa pela minha cabeça.
20 No centro, me viro para conseguir os recursos que preciso.
Total Soma de todos os valores:

DESCUBRA SUA PERSONALIDADE TIPO OITO

1 Posso ser uma pessoa assertiva quando necessário.


2 Não suporto ser manipulado(a).
3 Coloco as cartas na mesa, sou uma pessoa direta.
4 Sou individualista e inconformista.
5 Gosto de pessoas que sabem se defender sozinhas.
6 Faço qualquer coisa para defender as pessoas que amo.
7 Luto por causas justas.
8 Ajudo pessoas necessitadas.
9 Não tenho dificuldade em tomar decisões.
10 A segurança própria e a independência são essenciais.
11 Acredito na energia e na força.
12 Algumas pessoas se ofendem com minha franqueza.
13 Quando estou em um grupo, identifico quem é a pessoa mais forte.
14 Trabalho muito e sei como conseguir as coisas.
15 Quando alguém mexe comigo, deve enfrentar as consequências.
16 Gosto de situações estimulantes e emocionantes.
17 Gosto de confrontar as pessoas para testar as forças.
Embora poucas pessoas saibam, sou uma pessoa vulnerável e
18
carinhosa.
Fico incomodado com pessoas extremamente simpáticas ou
19
aduladoras.
20 Muitas vezes sigo mais meus impulsos do que a razão.
Total Soma de todos os valores:

DESCUBRA SUA PERSONALIDADE TIPO NOVE

1 Me sinto uma pessoa conectada à natureza.


2 Acho difícil fazer escolhas. Vejo vantagens em todas as opções.
Sou considerado uma pessoa pacífica, embora nem sempre seja
3
assim.
4 Não tenho clareza sobre meus interesses quando estou em grupo.
5 Gosto de me dedicar a fazer coisas pequenas e sem importância.
6 Na minha casa, desejo ordem e tranquilidade sem precisar impor.
7 No geral, prefiro desaparecer e evitar confrontos.
8 Preciso ter uma programação semanal para progredir.
9 Costumo deixar as coisas para o último momento, embora as faça.
10 Gosto de levar as coisas com calma.
11 Dizem que na minha presença, os conflitos diminuem sua intensidade.
12 Gosto de reservar um tempo para relaxar.
13 Muitas vezes atuo como uma pessoa tímida e insegura.
Tenho um bom relacionamento com as famílias e tento não
14
sobrecarregá-las.
15 Relações harmoniosas e de ajuda são importantes para mim.
16 Fico incomodado quando as coisas mudam apenas por mudar.
17 Gosto de ouvir e ajudar meus amigos.
18 Concentro-me mais nas coisas positivas do que nas negativas.
19 Tenho dificuldades com pessoas hiperativas.
20 Tenho dificuldade em começar qualquer projeto.
Total Soma de todos os valores:

CONSIDERAÇÕES FINAIS DESTE CAPÍTULO

 Para extrair conclusões do teste, devemos nos concentrar nos eneatipos


dos quatro valores de pontuação mais alta.
 Colocados na circunferência do eneagrama, procuraremos as setas que
os conectam. Elas constituirão as direções preferenciais da
personalidade.
 Se aparecerem asas ao redor das setas, elas irão influenciar as
respectivas personalidades.
 Peça a uma pessoa de confiança para fazer o teste respondendo às
perguntas com base no que ela conhece sobre você. Ao comparar os
resultados do seu teste com os que a pessoa lhe dá, você ampliará o
conhecimento sobre si mesmo.

Capítulo 4: Os diferentes eneatipos nos ambientes


educacionais.

A seguir, apresentaremos diferentes casos em que diversos personagens irão


surgir, cada um com as características do seu eneatipo, nos dando sua visão da
realidade de um centro educacional. Eles pertencem a centros diferentes, e é
possível que você tenha se deparado com eles em alguma ocasião. Temos
certeza de que eles irão ajudá-lo a relacionar os nove eneatipos com situações
vivenciadas ao longo de sua trajetória como educador. Se alguma dessas
pessoas lhe parecer estranha, observe com atenção, pois é muito provável que
ela esteja mais próxima do que você imagina.
Assim, Patrícia nos dará uma visão geral, Sérgio sua visão individual, com sua
tendência para a excelência; Carlos, sua disposição para ajudar as pessoas,
como um bom tipo dois; Paco, sua capacidade de trabalho que ele realiza
perfeitamente em seu cargo de chefe de estudos, o tipo três; Judith, como um
tipo quatro, sua sensibilidade e liberdade para expressar suas emoções; Óscar,
seu trabalho analítico-indutivo de pesquisa, a partir da perspectiva do tipo cinco;
Marisa, enraizada no tipo seis, é a companheira ideal em quem você sempre
pode contar; Eduardo, sempre de bom humor, transmite energia positiva,
impulsionado pelo tipo sete; Sonia, a diretora, assume e irradia sua liderança
inquestionável, o tipo oito; finalmente, Ricardo é uma pessoa tranquila, excelente
mediador em qualquer conflito, o tipo nove.

EXEMPLO INTRODUTÓRIO

APRESENTANDO A PATRÍCIA

Patrícia já está há cinco anos no centro educacional, ela viu três pessoas
diferentes na direção e também testemunhou que cinquenta por cento do corpo
docente mudou em relação ao momento em que chegou. Professores que
chegam, professores que saem, professores que se aposentam, professores que
tiram licença... Às vezes, ela pensa que este é um mundo muito volátil.
Também reflete sobre a quantidade de pessoas com quem trabalhou lado a
lado... mas apenas duas a entenderam de verdade; às vezes, ela até pensa que é
um espécime especial e raro, muito raro.
"Como pode ser que eu não me dê bem com as pessoas? O que devem pensar
de mim? E se estiver vivendo em uma bolha e não perceber o mundo real...?"
A primeira pessoa que vem à mente é Inês, que foi sua colega de trabalho durante
o primeiro e segundo ano. Ela era extraordinária em termos pedagógicos,
brilhante com os alunos e fantástica com as famílias. Ensinou tantas coisas...
Nos únicos dois anos em que trabalharam juntas, elas se entenderam
perfeitamente, pois compartilharam ideias, dividiram tarefas e alcançaram uma
harmonia de trabalho incomum. Ela poderia ter ido para a escola mais distante
do mundo ao lado dela, pois era uma garantia de sinergia grupal.
Em contraste, os valores pessoais de Inês eram bastante diferentes dos de
Patrícia: Inês era uma mulher que gostava de sair, ir a festas, viajar, comprar,
gastar e estar sempre na moda... completamente oposto a Patrícia: um pouco
reservada, agradável em pequenos grupos, mas se sentindo perdida em qualquer
festa, amante de estar em casa e economizar... por precaução, onde ela se sente
feliz em seu ninho.
Às vezes, Patrícia pensa que é um pouco antissocial, que deveria conviver mais
com as pessoas ao seu redor, se envolver mais com as pessoas que conhece,
se esforçar para frequentar outros ambientes... No trabalho, é mais ou menos a
mesma coisa. Depois do almoço, algumas pessoas se encontram na sala do
quarto ano e passam a meia hora restante antes das aulas da tarde conversando
sobre diversos assuntos: desde política até moda, de comentários sobre a
diretora até o próximo feriado no calendário, do curso que farão à tarde até os
móveis que uma das pessoas do grupo deve trocar, de uma piada sobre o novo
aluno a um comentário negativo sobre o político responsável pela educação...
Patrícia geralmente fica em sua sala, preparando materiais ou corrigindo os
exercícios que seus alunos fizeram naquela manhã. Patrícia acha que é um
pouco estranha, embora acredite que não é necessário que as pessoas a
entendam, que todos são como são. No entanto, também é verdade que ela
apreciaria muito ser convidada para a conversa após o almoço... bem, nem
sempre, às vezes ela acha as conversas um pouco superficiais e entediantes...

REFLEXÃO

 Todos nós somos Patrícia ou ela é um caso especial?


 As pessoas que têm o mesmo eneatipo que nós temos as mesmas
crenças e valores? São as que entendemos melhor?
 Por que temos dificuldade em nos entender com alguns eneatipos?
 O conhecimento do eneatipo de uma pessoa pode nos predispor, através
da empatia, a ter um relacionamento mais positivo?

No âmbito educacional, o eneagrama é mais uma ferramenta para se conhecer


e aprender a conhecer as outras pessoas que fazem parte da comunidade
educativa de uma instituição. Ele é de grande ajuda para entender a dinâmica
dos grupos, criar equipes e desenvolver e implementar novos projetos.
Em relação ao trabalho em equipe dos professores, conhecer a nós mesmos e
conhecer os outros é especialmente útil, pois nos facilitará entender e aceitar as
diferentes motivações, inquietações e o motivo por trás de ações que possam
nos parecer sem sentido.
Quando conhecemos o estilo de personalidade de alguém, podemos prever com
precisão como eles agirão e interagirão com outros estilos, e observaremos que
algumas Personalidades que fazem parte da equipe docente baseiam seu
trabalho no poder e no controle, enquanto outras são impulsionadoras,
dependentes ou transformadoras. Algumas são como missionárias de sua
própria causa, tentando impor suas regras sobre os outros. Outras são
seguidoras ou pessoas com ideias criativas ou habilidades para a inovação.
Reconhecer a influência dos diferentes estilos de personalidade que convivem
nas instituições educacionais nos ajudará a reduzir questões complicadas,
resolver conflitos e gerenciar bem as pessoas. Vamos ver na imagem abaixo
qual papel cada eneatipo assume em sua função como docente.
A PERSONALIDADE PERFECCIONISTA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS
Há cinco anos, temos sido bombardeados com a questão da qualidade.
Certificados ISO, padrões de qualidade, indicadores, processos operacionais,
modelo EFQM, selo de qualidade prata, programações baseadas em páginas, e
por aí vai. Os ventos da qualidade sopram com força, e a direção que as
empresas seguem também alcança o mundo pouco acostumado da educação.
Há pessoas que se adaptam habilidosamente a essas mudanças, como se
estivessem esperando por elas a vida toda, pois a programação minuciosa e
meticulosa é exatamente o que esse mundo precisa, onde "cada professor tem
seu próprio método", onde há muita anarquia, muitos hábitos que precisam ser
mudados e falta de trabalho em equipe eficaz. Por outro lado, há pessoas que
têm dificuldade em conviver com essas metodologias e se sentem ameaçadas
por um modo de trabalho que padroniza tudo, aplicando o controle de métodos
e tempos tão comum na indústria a um mundo onde a arte, a criatividade, a
habilidade manual, a sutileza e a sensibilidade são necessárias para alcançar a
alma sensível dos alunos.
Como na maioria das vezes, a verdade está em algum lugar no meio, pois nem
tudo é preto ou branco.
No centro de Patrícia, Sérgio está radiante com a decisão do conselho escolar
de adquirir a certificação ISO no próximo ano letivo. A diretora disse a Sérgio que
o nomearia coordenador de qualidade da escola, pois ele é a pessoa com mais
habilidades para esse cargo.
Patrícia ainda se lembra de três anos atrás, quando Sérgio atuou por um tempo
como secretário da escola e Isabel, a chefe de estudos, comentou como ele
lidava bem com as faturas, mantendo a contabilidade sempre em dia e com que
cuidado ele fazia isso, sem deixar escapar nenhum detalhe de seu controle.
Patrícia mesma vivenciou isso durante uma consulta que fez a ele: "Ei, Sérgio,
acho que foi no final de 2004 quando saiu uma resolução sobre alunos com
necessidades educacionais especiais que...". Sérgio deixou ela terminar para
dizer: "Essa resolução é de fevereiro de 2006, espere um momento". Poucos
instantes depois, ele lhe forneceu uma cópia da mesma. Sérgio é uma pessoa
que gosta de trabalhar com ordem e precisão, com um senso de justiça muito
rigoroso e um nível ético incomum. Além disso, a sinceridade é uma de suas
qualidades e seu controle de qualidade (ele não deixa passar nem o menor
detalhe) é fantástico e, ao mesmo tempo, opressor.
Sim, Sérgio fica frequentemente irritado consigo mesmo e com os outros, quase
sempre porque ele não alcançou o alto padrão que estabeleceu para si mesmo
(ele sempre estabelece metas muito altas).
Patrícia acredita que a decisão é totalmente acertada, pois Sérgio é uma pessoa
extremamente responsável, extremamente apaixonada pela ordem e muito
sensível ao tema da melhoria da qualidade. Ninguém como Sérgio para liderar
esse projeto, embora, é preciso dizer, nem todos concordem com a decisão da
diretora. Há pessoas que dizem que não é fácil trabalhar com Sérgio, que ele é
muito exigente e pouco flexível.

REFLEXÃO

 No seu grupo de colegas, você tem algum Sérgio? É fácil trabalhar com
ele? Você acha, assim como a Patrícia, que ele é uma pessoa adequada
para liderar o tema da qualidade?
 Que tipo de relação Sérgio costuma estabelecer com os colegas do corpo
docente? E com os alunos e famílias?

O ALUNO TIPO UM
Eles têm a imagem de um mundo ideal que tentam colocar em prática, sendo
trabalhadores e se esforçando para serem bons e corresponder às expectativas
que os adultos têm deles. A ordem é uma obsessão para essas crianças, e elas
desenvolvem rapidamente a seriedade e a responsabilidade dos adultos.
Na escola, eles têm dificuldade em trabalhar em equipe e se integrar ao grupo
classe, pois têm a impressão de que os outros não se preocupam tanto quanto
eles em realizar as tarefas escolares, o que pode levá-los a ficarem ansiosos,
irritáveis e estressados.
As críticas a essas crianças devem ser moderadas, pois elas já são muito duras
consigo mesmas. É importante estimular sua criatividade e participação em
atividades que não dependam apenas de conhecimentos, como teatro ou
música. Além disso, é importante desenvolver neles uma atitude empática e o
gosto por trabalhar com os outros para alcançar um objetivo comum.
Os alunos aprendem principalmente observando de perto, fazendo anotações e
criando listas de verificação reais ou mentais.
Eles precisam saber quais são as regras para então poder adotá-las, tendo
grande dificuldade com a improvisação e espontaneidade. Seu principal objetivo
é obter as melhores notas possíveis e serem os melhores da turma.

O PROFESSOR TIPO UM
Os tipos um, no papel de professor ou educador, acreditam que sua missão é
incutir sabedoria e ensinar aos alunos a fazer algo produtivo com suas vidas,
duvidando que eles se esforcem ao máximo em seus aprendizados.
Irritam-se com a perda de tempo e desejam controlá-lo, pois consideram que é
um dom que deve ser valorizado e não desperdiçado inutilmente. Seu dia é
marcado por prazos e horários aos quais devem se ajustar. Essa vontade de
cumprir tudo perfeitamente pode ser estressante para aqueles ao seu redor.
Em suas aulas, o professor tipo um repete as informações tantas vezes quanto
necessário para garantir que os alunos tenham entendido. Isso é instrutivo e
pedagógico. Ele valoriza mais a qualidade do que a quantidade e não hesita em
repetir ou fazer os alunos repetirem um trabalho se considerar que não está
perfeito. Ele pode até manipular os alunos insistindo para que compartilhem
seus critérios e valores.
É difícil para ele relaxar na sala de aula e ela deve refletir uma imagem de ordem
e perfeição. Ele concentra sua atenção mais nos comportamentos do que nos
motivos que podem gerá-los. Ele tende a moralizar em suas conversas e seu tom
de voz costuma ser assertivo.
É difícil para ele tomar decisões em grupo e a delegação de tarefas parece
arriscada. Com frequência, ele sente a necessidade de refazer o trabalho dos
outros.
Ele é um planejador e organizador. É preciso cumprir prazos e horários. Essa
vontade de cumprir tudo perfeitamente pode ser estressante.
Ele lidera com o regulamento em mãos, seguindo as diretrizes oficiais da
autoridade superior com a qual se identifica. Ele não gosta de fazer julgamentos
pessoais e não é atraído pelo poder ou por cargos de liderança, mas pode ser
um excelente colaborador, embora critique facilmente a autoridade se esta
infringir as normas que ele cumpre de maneira estrita. Ele é meticuloso nos
mínimos detalhes e se relaciona bem com os tipos cinco devido à sua
capacidade de análise e com os tipos seis devido à obediência às normas.
A firmeza e a ordem podem ajudar alguns alunos a se sentirem mais seguros,
mas é importante que os professores tipo um desenvolvam valores de
flexibilidade e tolerância. No entanto, os professores tipo um podem se tornar
excelentes educadores se aprenderem a exigir o máximo dos alunos de maneira
controlada.

Decálogo para o professor tipo um:


1. O tempo de lazer também é tempo de aprendizado.
2. Aprenda a surpreender positivamente os alunos.
3. Seja um modelo, não um crítico.
4. Aprenda a viver de forma relaxada e pratique a meditação.
5. Esteja ciente da importância do humor no ensino.
6. Racionalize o que você quer e o que pede aos alunos.
7. Aprenda o conceito de "suficientemente bom".
8. Esteja ciente de que você pode fazer comentários sarcásticos ou cínicos.
9. Perdoe os outros e a si mesmo pelos pequenos erros.
10. Respeite as diferentes maneiras de fazer a mesma coisa.

A PERSONALIDADE SERVIDORA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS


Ele passou um ano no conselho da associação de pais, colaborando
entusiasticamente com tudo o que lhe pediam, quando, de forma inesperada, o
presidente teve que retirar seu filho devido a uma mudança de endereço
motivada pelo trabalho de seu parceiro.
A reunião em que se discutiu a substituição da presidência foi estressante.
Ninguém estava disposto a assumir a tarefa, até que dois membros do conselho
insistiram que seria muito apropriado que Carla assumisse. Ela inicialmente
rejeitou a primeira proposta, mas seu forte senso de dever a fez dar um passo à
frente quando a proposta se tornou insistente. Diversas pessoas haviam
recusado o cargo com várias desculpas: falta de habilidade para a posição, falta
de tempo ou incompatibilidade com o diretor.
A partir desse dia, Carla se dedicou com toda sua energia, que, aliás, era muita,
à tarefa. Ela teve uma entrevista com o diretor para oferecer sua colaboração,
convocou uma assembleia com todas as famílias para oficializar a troca na
presidência e realizou a primeira reunião com seu conselho, ao qual havia
adicionado uma mãe para substituir a vaga que havia surgido.

Patrícia conhecia muito bem a Carla porque havia sido delegada da associação
de pais na turma em que ela era tutora. Ela ainda se lembra do dia da primeira
entrevista, logo no início do ano letivo. Ela a lembrava como uma pessoa
amigável, simples e, sua melhor virtude, sempre disposta a ajudar no que fosse
necessário. Em determinado momento da entrevista, Patrícia mencionou seu
interesse em levar seus alunos para visitar a redação de um jornal. Carla
prontamente se ofereceu para facilitar a visita e mobilizou todas as famílias até
encontrar uma que tinha um parente trabalhando em um jornal. Ela foi incansável
em sua busca pela solução para ajudar Patrícia. Ter Carla por perto era como ter
um caixa eletrônico de ajuda disponível 24 horas por dia. Patrícia ainda
recordava que, em uma entrevista em que falaram sobre o bom relacionamento
de seu filho com o restante do grupo, Carla a surpreendeu perguntando: "Tem
algo acontecendo? Você tem algum problema? Estou percebendo que você está
preocupada com algo." Essa mulher tinha um sexto sentido especial para
detectar quando alguém precisava dela. Certamente, Patrícia tinha um problema
ao qual Carla se ofereceu para ajudar.
Na reunião de corpo docente desta quarta-feira, foi informada a troca na
presidência da associação de pais, e quando mencionaram Carla, houve uma
satisfação geral, embora alguns colegas tenham afirmado que é necessário
colocá-la no seu lugar, pois ela é intrometida demais e "se mete em assuntos que
não são de sua competência" e, às vezes, seu desejo de ajudar não tem limites
nem fim.

REFLEXÃO

 Você conhece alguém como Carla? Quais são suas virtudes? Você
encontra algum defeito em seu comportamento?
 Nas instituições educacionais, pessoas como Carla costumam ser
colegas ideais, concorda?
 Alunos com essas características costumam ser bem avaliados por seus
tutores, concorda?

O ALUNO TIPO DOIS


Os alunos dois, por sua maneira de se comportar, tendem a assumir o papel de
"preferido" do professor ou de "líder" emocional do grupo, pois são capazes de
perceber facilmente a animosidade nos outros e realizar habilidosas ações para
melhorar os relacionamentos, seja com os adultos ou com seus pares.
Essas crianças acreditam que cuidar de seus próprios interesses e satisfazer
suas próprias necessidades é uma atitude vergonhosa e egoísta, e são os
primeiros a organizar campanhas de solidariedade para ajudar os menos
favorecidos ou necessitados. As críticas que lhes forem feitas devem mostrar
carinho e compreensão, pois eles se sentem traídos e rejeitados quando são
repreendidos.
É importante ensiná-los que não precisam da aprovação de todos, portanto, a
serem mais assertivos e diretos, e a desfrutar de atividades como a leitura ou
visitas a museus.
Eles aprendem melhor quando têm a oportunidade de interagir com seus
colegas, e se sentem valorizados pelo professor, são muito dedicados em seu
trabalho.

O PROFESSOR TIPO DOIS


O professor dois vive o ensino como um voluntariado, como uma missão. Ele é
colaborador e está disposto a fazer horas extras para alcançar um objetivo
relacionado aos seus alunos ou ao bom funcionamento da escola, desde que se
sintam reconhecidos e valorizados por isso.
Ele se envolve intensamente na aprendizagem dos alunos, tanto que muitas
vezes impede que eles experimentem e aprendam por si mesmos. Age de
maneira paternalista e a sedução é uma parte essencial de sua imagem, pois
magnetizam com seu carisma e doçura. Confia em palpites rápidos e
impressões em vez de raciocínios ponderados ou crenças firmes. Valoriza o
sucesso com base no impacto que tem sobre os alunos, as famílias e os demais
professores.
Ele se movimenta facilmente na sala de aula, que costuma ser um espaço
acolhedor e caloroso. Estabelece facilmente contato físico com os outros e nega
ter problemas de hostilidade com as famílias, alunos ou outros professores. Ele
evita confrontações e age de forma agressiva apenas se puder convencer a si
mesmo de que suas agressões são para o bem de outra pessoa, nunca por
interesse próprio.
Ele pode chegar a manipular os alunos ao descobrir suas necessidades e
desejos, criando dependências.
Ele vive o tempo como um recurso interpessoal para compartilhar e se
comunicar com os outros.
Amante da conversa, sabe se comunicar, embora se ouça a si mesmo para ouvir
o que tem a dizer. Sua linguagem não verbal é afetuosa, calorosa e envolvente.
Lidera encorajando e apreciando as pessoas. Ele se relaciona facilmente com
todos os outros tipos e é um excelente companheiro de equipe, desde que não
precise tomar decisões importantes. Pode parecer fraco em situações que
exigem rigor mental ou capacidade de pensamento linear objetivo.

Decálogo para o professor tipo dois:


1. Tenha em mente a grande capacidade de resolução dos alunos.
2. Cuide dos alunos, mas sem sufocá-los.
3. Não se obceque por recursos dos quais você não dispõe.
4. Estabeleça limites nas relações de ajuda aos outros.
5. Racionalize seus sentimentos.
6. Tente ser você mesmo, não a pessoa que os outros querem que você seja.
7. Inicie os relacionamentos lentamente.
8. Não fique obcecado em "resgatar" os outros.
9. Inclua a palavra "NÃO" no seu vocabulário.
10. Examine se os outros realmente precisam das coisas que você pensa e
quer dar a eles.

A PERSONALIDADE EFICAZ NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS


Quando Patrícia chegou à instituição educacional, Paco já era o chefe de estudos
e ainda o é. Parece que Paco nasceu para esse cargo. No momento em que
Patrícia foi apresentada a Paco, ela notou em seu comunicado uma capacidade
de comunicação, um fluxo interminável de frases conectadas que transmitem
com grande clareza o que se quer expressar: desde os anos de existência da
escola até o relacionamento com as famílias, do percentual de alunos imigrantes
à programação de acordo com a LOE, das salas de informática à viagem à Itália,
ele relata tudo com uma capacidade inata de extrair o essencial de cada assunto
e fazer com que o mais complicado pareça simples. Com o tempo, Patrícia
descobriu que Paco é a pessoa que explica às famílias, no dia de portas abertas,
os aspectos mais destacados da escola. Sua fala fácil e sua forma de se
expressar o tornam um orador extraordinário para os eventos mais inesperados.
Patrícia também não esquece sua aparência elegante, tão diferente dos outros
professores: sempre impecavelmente vestido, com cabelo bem cuidado e uma
colônia que exala uma fragrância que marca um estilo, o estilo Paco. As pessoas
que fazem parte da equipe diretiva destacam como uma de suas virtudes mais
notáveis sua grande capacidade de trabalho. Elogiam sua enorme diligência para
lidar com seis assuntos simultaneamente sem que, aparentemente, haja
qualquer sinal de cansaço ou reclamação. Essa grande capacidade de trabalho
permite a ele, no início do ano letivo, buscar as mil e uma combinações para que
a grade horária atenda às necessidades dos alunos (isso é o mais importante) e
a maioria das solicitações feitas pelos professores. Fazer e refazer horários até
alcançar o ótimo... essa é uma tarefa que Paco também realiza perfeitamente.
Agora faz dois anos que Paco tem sido vítima de estresse. Sua incapacidade de
dizer "não" a qualquer pedido o leva, com certa frequência, a suportar dores
intensas no pescoço. O pescoço e o início do ano letivo geralmente vão de mãos
dadas... até que tenhamos passado por duas semanas e seja constatado que os
horários sobrevivem sem nenhum erro. Antônia, que alguns dizem ter tido um
relacionamento com ele, soltou uma confidência sobre Paco: quando as coisas
dão errado, ele deixa escapar algumas mentiras para se proteger... mas, na
verdade, muito poucas pessoas as perceberam.

REFLEXÃO
 Conhece alguém como o Paco? Também sofre de estresse! Acha que
essas pessoas são necessárias no mundo educacional?
 A capacidade de trabalho é uma das virtudes do Paco, mas como
reconhecer o limite? Como encontrar o momento de dizer 'basta'?
 Pessoas como o Paco costumam ocupar cargos de responsabilidade nas
instituições educacionais. Isso também acontece na sua?

O ALUNO TIPO TRÊS


As crianças de três anos costumam ser líderes populares e estão
constantemente competindo com todos ao seu redor, tentando ser melhores do
que aqueles que as cercam. Elas estão ansiosas para serem agradáveis e para
que seus professores as considerem especiais, embora seu comportamento
possa parecer arrogante em muitas ocasiões. É importante ajudá-las a descobrir
o que realmente as preocupa e incentivá-las a desenvolver sua própria escala de
valores e princípios.
Crianças com muitos conhecidos podem não ter verdadeiros amigos. Ensinar o
valor da amizade e incentivá-las a refletir sobre si mesmas e as consequências
de suas ações deve estar entre os objetivos dos professores.
Essas crianças aprendem através do método tentativa e erro e devem seus
sucessos ao fato de serem práticos e persistentes. Teoria não lhes interessa
muito, e eles preferem a aprendizagem significativa, pois a experiência prática é
muito importante para eles. Eles gostam de trabalhar em equipe, especialmente
se puderem mostrar como são eficientes, e fazem o que se espera deles antes
mesmo de terem terminado de aprender. Eles buscam soluções rápidas e
eficazes e enxergam oportunidades em todos os lugares. Quando as tarefas
estão bem definidas e as recompensas são claras, eles dão o melhor de si, e
adoram quando os professores se orgulham deles.

O PROFESSOR TIPO TRÊS


Eficiente, altamente competente e trabalhador incansável, o professor tipo três
foca nas soluções, não nos problemas, e acredita que os fracassos são o
caminho para o sucesso. Seu objetivo principal é a produtividade dele e dos
alunos, e sua missão é o sucesso acadêmico dos alunos.
Esses professores são mestres na arte da comunicação e grandes persuasores.
Eles conseguem facilmente vender ideias, projetos e iniciativas, transformando
as palavras em um meio de sedução para alcançar o sucesso. Eles gostam de
todas as atividades que trazem prestígio. Vivem em constante luta contra o
relógio, pois geralmente estão envolvidos em várias tarefas ao mesmo tempo. O
tempo e suas habilidades persuasivas são os recursos que utilizam para
alcançar seus objetivos.
Eles vivem em meio a uma desordem organizada. Na sala de aula, são ativos,
dinâmicos e empreendedores, tornando suas aulas atraentes e motivadoras. Sua
linguagem não verbal é viva, entusiasmada e cativante. Sabem utilizar gestos e
comportamentos adequados para chamar a atenção, impressionar os outros e
conquistar sua confiança.
Eles podem chegar a manipular os alunos, mostrando-se encantadores e
adotando qualquer imagem que lhes convém.
São excelentes líderes para assumir cargos de gestão, têm a habilidade de
inspirar e convencer. São muito adaptáveis às mudanças educacionais e
consideram a formação contínua dos professores muito importante. Sabem criar
uma equipe e fazê-la funcionar, embora possam ter dificuldade em aceitar um
acordo se não compartilharem da mesma posição do grupo. No corpo docente,
relacionam-se facilmente com os quatro (professores do ensino fundamental)
por sua criatividade e com os dois (professores do ensino médio) por sua
fidelidade.

Decálogo para o professor tipo três:


1. Pratique técnicas de relaxamento.
2. Dê tempo para sentir, descansar e desfrutar.
3. Conecte-se com o seu mundo interior.
4. Aprenda a se relacionar emocionalmente com os alunos.
5. Não se compare constantemente com seus colegas.
6. Racionalize suas características negativas.
7. Aceite a diversidade nos resultados.
8. Ensine aos alunos que o sucesso no trabalho não é sinônimo de sucesso
na vida.
9. Aceite os outros como eles são e seja tolerante.
10. Seja você mesmo pelo que você é e não pelo que faz.

A PERSONALIDADE CRIATIVA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

Judith é uma das professoras de música da escola. Ela chegou do conservatório


há três anos e desde então a música deu uma reviravolta, positiva, é claro.
Podemos dizer que ela vive para a música: com um ouvido muito refinado, uma
sensibilidade incrível e a paixão que se deve ter quando se quer transmitir algo
mais do que apenas uma disciplina para os alunos.

Judith não pode deixar ninguém indiferente e, em suas aulas, transmite esse
sentimento e essa paixão aos alunos. Patricia ainda se lembra quando um dia
compartilhou uma aula com ela e a ouviu apresentando e assistindo ao filme
"Billy Elliot, Quero Dançar". Judith já estava emocionada explicando a história do
garoto que queria dançar balé clássico e seu pai não concordava, algumas
lágrimas tímidas surgiram em seus olhos, lágrimas que ela teve que reprimir.
Quando Patrícia a viu pela primeira vez, percebeu imediatamente sua aparência
pouco convencional: sua forma de se vestir, afastada de qualquer
convencionalismo, aquele colar de mil cores e os brincos de argola de tamanho
superlativo. Seu suéter atraente e despojado, igualmente, e sua saia longa, longa,
até os pés. Tudo nela era diferente, e, acima de tudo, as cores das roupas, o preto
e o lilás que ela tanto adorava.

Patrícia percebeu, poucos dias depois, que o indicador mais confiável do estado
de ânimo de Judith eram seus olhos: brilhantes ou radiantes em determinados
momentos, e tristes ou apagados em outras situações. Quando Judith entrava
na sala dos professores, era suficiente olhar em seus olhos para saber como
estava seu mundo interior.

Com o tempo, Patrícia descobriu sobre suas frequentes depressões, seus


estados de ânimo tão variáveis, sua convicção de que o mundo não poderia
entendê-la, de que era uma artista adorável e de sua extrema sensibilidade, o que
a fazia se sentir ofendida por qualquer detalhe que outras pessoas nem
perceberiam.

No ano passado, uma das professoras se aposentou e, durante o jantar de


despedida, foi decidido escrever uma mensagem de agradecimento por todo o
tempo que ela havia passado na escola. Ninguém melhor do que Judith para
cumprir essa tarefa. E no final do jantar, aconteceu o que Patrícia temia: as
lágrimas vieram aos olhos de Judith, da homenageada e de metade dos
presentes. No entanto, quando ela participa de uma reunião e surge algum
conflito, é relativamente comum que Judith fique muito agitada, acabe
explodindo e precise sair da sala com os olhos prestes a explodir.

Na escola, a festa de Santa Cecília, padroeira dos músicos, é comemorada em


grande estilo. Esse dia é especial: o concerto de alguns alunos que tocam algum
instrumento, o coro que Judith conduz com maestria e, frequentemente, uma
pequena peça musical interpretada pelos alunos mais velhos. Nesse dia, não é
preciso dizer, os olhos de Judith estão mais radiantes, mais sedutores e mais
mágicos.

REFLEXÃO

 Você conhece alguém como a Judith em seu centro? Eles ensinam


música, artes plásticas, ciências sociais ou literatura? Você acha que são
pessoas com uma sensibilidade especial?
 No passado, foi proposto a Judith que assumisse o cargo de chefe de
estudos, ao qual ela se recusou. Por que você acha que ela fez isso?
 Quando Judith é tutora de um grupo, como você acha que ela se relaciona
com seus alunos orientados? E com a equipe de professores?
O ALUNO TIPO QUATRO

As crianças do tipo quatro são muito sensíveis, embora frequentemente sejam


simpáticas e acolhedoras. Emocionalmente frágeis, ir para a escola pode
assustá-las, pois muitas vezes se sentem tristes, solitárias e incompreendidas.
É importante ouvi-las com atenção e ajudá-las, em muitas ocasiões, a sair de seu
mundo interior, sem esquecer que essas crianças expressam seus sentimentos
não apenas verbalmente, o que torna necessário aprender a interpretar o
significado de suas ações para facilitar sua participação em sentimentos,
objetivos e projetos coletivos.

Elas tendem a amplificar as críticas e são muito sensíveis às pressões dos


adultos. Na adolescência, é importante ajudá-las a questionar a validade de
pensamentos pessimistas ou desesperançosos que possam ter.

O aluno do tipo quatro não quer ser apenas mais um na sala de aula, e a
aprendizagem por meio de trabalhos colaborativos geralmente não é a melhor
opção para eles, pois têm dificuldade em encontrar seu papel dentro do grupo.
Eles preferem o contato pessoal com o professor e apreciam a valorização da
qualidade estética de seus trabalhos.

O PROFESSOR TIPO QUATRO

Um professor muito criativo, busca originalidade e estética ao preparar qualquer


trabalho ou atividade. Ele não suporta vulgaridade nem rotina. Frequentemente,
ele experimenta flutuações emocionais, estados de espírito que costumam
afetar diretamente seu relacionamento com os outros setores da comunidade
educacional. Ele reage levando todas as situações negativas do dia a dia como
algo pessoal. Ele mantém uma relação ótima com os outros quando os limites
estão claros e a direção da escola reconhece suas singularidades e sabe
fornecer saídas para que ele expresse sua criatividade. Ele mede o tempo através
do filtro de seus estados de ânimo.

Ele pode acabar manipulando os alunos sendo temperamental e apaixonado.

Ele tem dificuldade em comunicar suas ideias, pensamentos, emoções ou


desejos de forma clara. Ele tem a percepção de não possuir as palavras que o
ajudem a exteriorizar seu mundo interior ou suas ideias. Ele se comunica de
forma não verbal através de suspiros e olhares. Ele é mais reservado em relação
ao contato físico.

Ele pode acabar sobrecarregando emocionalmente as crianças às quais ele


ensina a sensibilidade e a autonomia de ideias. Seu ambiente é cuidado nos
mínimos detalhes. O ambiente em que ele se move é de vital importância para
comunicar suas ideias e preocupações aos outros.
Ele não gosta de tomar decisões, portanto, não é um perfil adequado para
assumir cargos de responsabilidade. Pode ser difícil para ele fazer parte de um
corpo docente e ele se relaciona preferencialmente com os alunos, pois eles
nunca questionarão sua maneira de agir e fazer as coisas.

Decálogo para o professor tipo quatro:

1. Tente mostrar suas emoções sem exagero.

2. Lembre-se de que todo mundo é único e irrepetível.


3. Valorize o que você vive e o momento atual.

4. Seja direto, prático e objetivo ao pedir algo aos alunos.

5. Não permita que os conflitos interpessoais cresçam.

6. Não internalize a raiva, aprenda a gerenciá-la.

7. Não permita que seus sentimentos interfiram em suas decisões.

8. Concentre-se nos aspectos positivos de seus alunos.

9. Seu interior é sua melhor obra de arte, mostre-o.

10. Ensine os alunos a descobrir a beleza de tudo ao seu redor.

A PERSONALIDADE OBSERVADORA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

Óscar é o professor mais antigo da escola, ele já está lá há dezesseis anos,


quatorze deles consecutivos. Após os dois primeiros anos, ele tirou uma licença
de um ano, pois queria ir para Cambridge completar seus estudos em geofísica.
Quando Patrícia chegou à escola, alguns colegas a alertaram: Óscar é uma
pessoa um tanto especial, que gosta de falar pouco, sempre sobre assuntos
transcendentais, uma pessoa que não entende ou não gosta de brincadeiras, e
que gosta de estar sozinho. Finalmente, ele é um sábio no sentido mais amplo
da palavra.

Sua aparência é descuidada: com seus óculos, os mesmos há mais de dez anos,
com suas camisas lisas, muito distantes da moda atual, com suas calças
marrons, nem muito grossas nem muito finas, e, finalmente, com seus sapatos
com sola de borracha, os mesmos dos últimos três anos. Óscar é assinante de
duas revistas científicas, uma alemã, e procura estar atualizado sobre as últimas
descobertas no mundo da ciência. Diz-se que ele troca correspondências com
algumas eminências europeias, embora isso ninguém possa afirmar com
certeza absoluta.
O professor de biologia e disciplinas afins prepara seus alunos de forma
excelente, com dedicação e, acima de tudo, com um rigor reconhecido por todos.
Ele é professor universitário no período da tarde e, por isso, está conectado e
informado sobre todos os aspectos do mundo da ciência que só são acessíveis
para alguns privilegiados.

Há dois anos, devido às necessidades da escola, ele teve que lecionar para o 2º
ano do Ensino Fundamental, e isso o desestabilizou. Acostumado a alunos mais
velhos e geralmente motivados, ele teve muita dificuldade com os pré-
adolescentes pouco acostumados a tomar notas e se dedicar aos estudos
aprofundados. Embora tenha controlado seus sentimentos, como sempre faz,
ficou visivelmente queixoso e desmotivado em relação a esse grupo. Ele limitou-
se a cumprir o currículo e deixar esse ano letivo passar, resignado com esse
papel, admitindo que estava apenas "cumprindo tabela", como ele mesmo
reconheceu.

Embora Patrícia tenha perguntado aos colegas mais antigos, ela não conseguiu
descobrir nada sobre a vida pessoal de Óscar, pois ele é reservado e preserva
sua intimidade, envolvendo-a em uma casca dura. Por exemplo, a equipe diretiva
teve que descobrir, através de uma ligação telefônica, que ele havia comparecido
ao funeral de seu tio em Albacete, pois havia solicitado um dia de folga "por
motivos pessoais".

Embora ele seja uma pessoa educada no tratamento com os colegas, as


habilidades sociais não são o seu forte e, pelo que parece, ele não se importa
muito com isso. Patrícia ainda se lembra do dia em que, durante uma reunião,
ela perguntou a opinião dele sobre a organização de um evento festivo na escola
e tudo o que obteve de Óscar foi um olhar indiferente. Que reação diferente ele
teria tido se a pergunta estivesse relacionada ao mundo científico!

Sim, embora seja professor de ciências naturais, você pode fazer a ele uma
pergunta sobre qualquer disciplina e ele sempre terá uma resposta precisa.
Óscar é uma pessoa com uma vasta cultura, embora nunca se vanglorie disso.

REFLEXÃO

 Você conhece o Óscar? Você também tem alguém como ele em seu corpo
docente? Qual é a sua relação com ele?
 Pessoas como o Óscar são indispensáveis na comunidade educacional.
Cite três vantagens de ter o Óscar.
 Óscar tem alguns problemas com as famílias dos alunos. Você poderia
indicar de que tipo de problemas se trata?

O ALUNO TIPO CINCO

As crianças do tipo cinco são curiosas, mas não são criativas nem fantasiosas.
Com mentes muito ativas, são muito trabalhadoras e não têm nenhum problema
em se entreter ou ficar sozinhas. O grupo e as relações sociais costumam
assustá-las, e elas se sentem extremamente desconfortáveis quando são o
centro das atenções, preferindo sempre ficar em segundo ou terceiro plano.

Conscientes e responsáveis desde tenra idade, elas querem fazer as coisas de


acordo com seus próprios princípios. Elas não gostam que os outros dirijam ou
controlem suas vidas, então podem ter dificuldades com seus professores,
questionando e querendo saber o porquê das regras e diretrizes, defendendo-se
bem verbalmente com sua lógica. O "porque é assim" não tem nenhum valor para
elas.

Elas apreciam dos seus professores aulas ordenadas, organizadas e bem


preparadas; aprendem facilmente com livros e outras fontes de informação, pois
gostam de deduzir as coisas por si mesmas.

Para ajudá-las a quebrar seu isolamento autoimposto, é importante incentivar


atividades físicas e de relacionamento, como caminhadas ou esportes que não
exijam um grupo grande.

O PROFESSOR TIPO CINCO

Os professores do tipo cinco são os cientistas por excelência. A relação que eles
têm com os outros geralmente não é fluída e, em geral, mostram uma atitude
distante com seus alunos, ajudando-os mais com a razão do que com o coração.
Eles devem controlar sua irritabilidade ou excesso de autoridade.

Econômicos em palavras, eles usam um estilo de fala racional, lógico e analítico


e se esforçam para se fazerem entender e transmitir ideias e pensamentos.

Sua linguagem corporal é distante e aparentemente fria, preocupando-se muito


pouco com a comunicação não verbal.

Valorizam o tempo como um recurso para aumentar seus conhecimentos e o


organizam de maneira programada e sistemática. Eles o estudam.

Eles podem acabar manipulando os alunos através da angústia que seu


distanciamento emocional pode causar.

Eles gostam de lugares sóbrios e austeros. Eles precisam ter um espaço pessoal
que lhes garanta privacidade.

Reservados, discretos e bons conselheiros, desde que as últimas decisões sejam


tomadas por outros, pois não gostam de compromissos. Dificilmente liderarão
um projeto ou uma equipe, embora sejam muito bons em argumentar e defender
as ideias que consideram corretas. Preferem trabalhar sozinhos, em ambientes
que não exijam muito deles nem ofereçam supervisão excessiva, pois têm
dificuldade em compartilhar suas ideias e conhecimentos. Eles não são fãs de
reuniões, que consideram como ladrões de tempo. Eles se relacionam bem com
o tipo nove, desde que este não seja muito dependente, e com o tipo um, devido
à sua rigidez nas coisas.

Decálogo para o professor tipo cinco:

1. Mostre-se mais próximo dos colegas e alunos.


2. Compartilhe seus conhecimentos com os outros. Não acumule nem
guarde só para si.
3. Não se feche em si mesmo. O trabalho em equipe é uma fonte de
conhecimento.
4. Só conhecemos aquilo que amamos. Descubra e aceite os alunos.
5. Valorize e viva o presente.
6. Não tenha medo de parecer ridículo.
7. Não evite a confrontação quando necessário.
8. Expresse sua opinião sem grandes discursos.
9. Aprenda a se comunicar de forma afetuosa e fluente.
10. Lembre-se de que colegas e alunos apreciam elogios.

A PERSONALIDADE QUESTIONADORA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

Um pouco tímida no início, desconfiada do desconhecido, insegura diante de


uma nova tarefa... ela é a companheira leal na qual você sempre, sempre pode
confiar.

Quando atua como tutora em uma turma desconhecida, ela passa por momentos
difíceis, sente-se avaliada e é tomada pela desconfiança e pelo medo. Quando o
período de Natal chega, seu estado de espírito muda e a segurança se torna uma
espessa couraça que a protege dos altos e baixos do dia a dia. Marisa chegou à
instituição educacional há nove anos letivos e, até agora, ela mudou muito nos
últimos anos. E mudou para melhor, participando de comissões, oferecendo-se
para ajudar quando sente que pode contribuir com sua experiência, trazendo o
melhor de si mesma quando lhe é dada confiança.

No ano letivo anterior, propuseram a ela que ocupasse um cargo na equipe de


gestão e, depois de se recuperar da surpresa, Marisa recusou a oferta alegando
que havia pessoas mais adequadas do que ela para aquela posição. Em seu
íntimo, dois sentimentos antagônicos coincidiram: a enorme satisfação que a
proposta lhe trouxe e o medo que a visualização das tarefas inerentes ao cargo
lhe causou.

Há três anos, Marisa esteve prestes a desistir da tutoria no meio do ano letivo
devido a um caso de bullying que foi identificado em sua turma. Embora ela
tenha identificado facilmente o agressor, não conseguiu fazê-lo entrar em razão
ou neutralizá-lo... dizem que ela teve medo de perder o controle da situação e o
pior dela apareceu. Ela confrontou a chefe de estudos, mostrou hostilidade ao
corpo docente, enfrentou as famílias tanto do agressor quanto da vítima e... ficou
fora de si por um mês e meio. A pausa da Semana Santa redirecionou o assunto
e a transferência da vítima para outra escola encerrou o caso.

Todo mundo reconhece em Marisa uma grande habilidade na tomada de


decisões. Ela não é alguém que se deixa levar pelas emoções ou pela primeira
alternativa que lhe vem à mente; pelo contrário, ela dá um tempo para
compreender totalmente a situação, é minuciosa na coleta de alternativas, sabe
refletir sobre as vantagens e desvantagens de cada uma e, finalmente, decide
pela mais adequada. Que diferença em relação a outros colegas que colocam
em prática a primeira alternativa que lhes vem à mente! Quando ela fez os
concursos públicos, foi uma experiência difícil para ela. Dois anos antes, ela
começou a se preparar, matriculou-se em um curso preparatório e estudava duas
horas por dia. Os setenta tópicos do programa foram divididos pelos dias
restantes até o exame e ela foi terrivelmente sistemática e rigorosa em seus
estudos. Tudo parecia sob controle até que os dois últimos meses chegaram e
ela se convenceu de que não passaria e que era inútil se esforçar tanto. O
pesadelo durou até o dia em que ela recebeu as notas... que foram positivas.

Marisa é a companheira ideal, não diz não para ninguém, colabora mesmo sem
ser solicitada e é ideal para o trabalho em grupo. Marisa não tem preço.

REFLEXÃO

 Dizem que em nossa cultura existem muitas "Marisas", mais do que de


outras personalidades. Você acha que essa afirmação é verdadeira?
 Quais são os valores fundamentais de Marisa, na sua opinião? E quais são
suas crenças?
 Quais diretrizes você deve levar em consideração para se relacionar de
forma positiva com a Marisa?

O ALUNO TIPO SEIS

As crianças de seis anos são ambivalentes, podem parecer tímidas e medrosas


ou agressivas e audaciosas, mas o que desejam e querem é se sentir seguras.
Elas gostam do previsível, têm dificuldade em tomar decisões e têm medo do
desconhecido. Preocupam-se com tudo ao seu redor, sendo extremamente
cautelosas em suas ações. Elas precisam ter o controle das coisas e das
situações, ao mesmo tempo em que têm estruturas e limites claros e coerentes
como referência.

Costumam ficar presas nos processos de pensamento e têm dificuldade em


chegar a soluções ou conclusões. É importante dar-lhes liberdade para
encontrarem suas próprias formas de se adaptar ao ambiente e ensiná-las a
confiar em si mesmas e em sua capacidade de resolver as diferentes situações
que possam surgir.
Aos seis anos, eles gostam de começar tendo uma visão geral dos assuntos
antes de aprofundá-los para tirar conclusões.

Eles aprendem melhor quando têm a certeza de que podem confiar no professor
e têm clareza de que ele é a autoridade no sentido mais amplo da palavra.

O PROFESSOR TIPO SEIS

Os professores de seis anos se integram plenamente em uma comunidade


educativa quando conhecem e compreendem as regras e normas da escola, bem
como o seu papel e a sua posição dentro do funcionamento da escola.

Eles são protetores de seus alunos, pelos quais se preocupam em excesso e


conhecem de forma abrangente, tanto em aspectos educacionais quanto
pessoais. O ambiente de sua sala de aula costuma estar cheio de objetos e
lembranças que refletem pertencimento a um grupo ou a um compromisso.

Eles podem manipular os alunos, testando sua lealdade e compromisso.

Não são nem muito espontâneos nem muito rígidos, sempre tentam projetar
uma imagem digna e adequada ao momento: Amigáveis, em uma conversa são
cautelosos e prudentes com suas palavras. Sua maneira de se expressar reflete
suas dúvidas e angústias.

Eles vivem controlados pelo relógio, pois o tempo é uma autoridade à qual devem
obedecer. Seu senso de responsabilidade é medido pela fidelidade aos
programas que estabeleceram.

A hierarquia lhes proporciona segurança profissional e pessoal. Sentem-se


muito confortáveis em um grande grupo, pois têm um forte senso de
pertencimento. Eles não gostam de elogios, pois os consideram falsos e
interesseiros, por isso não buscam reconhecimento público. Sua gratificação
está em saber que cumpriram com o que deles se espera. Eles trabalham bem
com os oito, que lhes proporcionam segurança, e com os nove, que lhes
transmite tranquilidade.

Decálogo para o professor tipo seis:

1. Viva o presente, não antecipe o amanhã. Você se sentirá melhor.

2. As regras estão a nosso serviço, não ao contrário.

3. Aprenda a descobrir tudo o que é positivo ao seu redor.

4. Não se esqueça de que a indecisão faz perder muitas oportunidades.

5. Lembre-se de que não há apenas uma maneira correta de fazer as coisas.

6. Aprenda a se motivar e a motivar os outros.


7. Fale com os alunos com confiança e estima.

8. Lembre-se de que é normal e aceitável cometer erros.

9. Saiba que ser flexível é uma virtude.

10. Desenvolva confiança em suas próprias capacidades.

A PERSONALIDADE OTIMISTA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

É impossível ficar de mau humor quando Eduardo está presente. Sempre com
um sorriso nos lábios, engraçado como ninguém, ele sabe encontrar o lado
positivo em qualquer situação, por mais pessimista que seja.

Quando um corpo docente entra em uma fase negativa, Eduardo intervém;


quando uma sessão avaliativa fica pessimista, Eduardo intervém; quando uma
família o procura com dúvidas sobre o futuro de sua filha, Eduardo intervém;
quando a inspetora educacional da região anuncia uma visita futura e surgem
suspeitas negativas sobre o fato, Eduardo intervém. Tudo se torna mais positivo
em sua presença.

Desde o início do ano letivo, na primeira reunião com as famílias de seus alunos,
ele sabe como conquistá-las. Suas respostas engraçadas diante de uma
pergunta, seu estilo agradável, suas habilidades oratórias, sua habilidade de
fazer com que algo negativo tenha uma interpretação positiva... É impossível que
as famílias que participem de suas reuniões saiam de lá de mau humor ou
desanimadas, Eduardo sempre as deixa exultantes.

Com seus alunos acontece algo semelhante: ele os faz rir, os faz ver
possibilidades, os faz sonhar com um futuro esperançoso, os faz focar em suas
capacidades e esquecer suas fraquezas e, enfim, os faz serem felizes na sala de
aula. A verdade é que Eduardo é adorado pela maioria das pessoas que o
conhecem: pela presidente da Associação de Pais e Mestres (AMPA), pela
diretora do Centro de Recursos, pela inspetora, pela grande maioria das famílias,
pelos alunos, pela equipe diretiva...

Há anos, ele foi chefe do Departamento de Humanidades e os colegas que


estiveram com ele lembram da criatividade de suas reuniões, sua atitude
positiva, sua habilidade em superar adversidades, sua grande capacidade de
surpreender continuamente e seu senso de humor tão contagiante. Alguns de
seus colegas dizem que tudo é pura ficção, que ele faz os alunos verem um
mundo muito diferente da realidade que encontrarão, que "ele é um fantasma",
que você só pode acreditar na metade do que ele diz, que se você o seguir, ele
acabará te deixando na mão, que do dito ao feito há uma grande distância, que
ele não se compromete com nada, que nas tutorias individuais cria expectativas
fantásticas, mas utópicas para os alunos...
REFLEXÃO

 Você concorda que fazem falta "Eduardos" no mundo educacional?


 Quais aspectos de Eduardo você considera os mais positivos? E os menos
positivos?
 Dizem que o professor ideal estaria na média aritmética entre Sérgio (o
fanático pela qualidade) e Eduardo. Você concorda?

O ALUNO TIPO SETE

As crianças do grupo sete são aventureiras, sedutoras e envolventes com todos


ao seu redor. Elas estão constantemente em busca de coisas e situações novas
e emocionantes. Elas lidam facilmente com a raiva e evitam sem complexos
problemas ou situações que possam ser conflituosas, acreditando que mentir é
apenas uma maneira de sair de situações indesejadas.

Elas não suportam limitações e podem ver a escola como um lugar chato e
pouco motivador; seu professor ideal é aquele que sabe tornar as atividades
escolares interessantes e envolventes, destacando-as entre todos os outros.

Elas progridem rapidamente, aprendendo de forma fácil e intuitiva. São capazes


de assimilar muitas informações em pouco tempo, pois geralmente têm mentes
curiosas, brilhantes e abertas à experiência, embora sejam pouco perseverantes
quando suas expectativas não são atendidas. Elas conseguem estabelecer
várias conexões entre diferentes disciplinas e preferem aprender coisas que
tenham uma aplicação imediata.

O PROFESSOR TIPO SETE

Alegre e condescendente no trato com os alunos, ele tenta tornar as aulas e


atividades sempre divertidas e agradáveis.

Rápido em suas reações, ele não encara os riscos como um problema, mas
como um desafio a ser superado. Ele ironiza bem todas as situações
conflituosas que possam surgir e geralmente as resolve sem muita dificuldade.

Ele pode manipular os alunos confundindo-os e insistindo para que cumpram


suas exigências.

Falador e cativante em suas comunicações, ele costuma usar adjetivos


qualificativos para amplificar o que deseja expressar.

Ele é hábil em usar a comunicação não verbal da melhor maneira, e em seus


gestos e aparência expressa um humor e uma visão atraente e positiva das
coisas.

O tempo é um recurso ilimitado para ele e ele o consome vorazmente. Ele não se
sente sobrecarregado por ele e, geralmente, é incapaz de seguir um horário.
Ele tem dificuldade em trabalhar em grupo e aceitar decisões coletivas, pois não
gosta de se comprometer nem de sentir que estão limitando sua liberdade de
ação.

Gerador de ideias e projetos, dificilmente chegará a concluí-los. Ele se relaciona


bem com o três devido à sua capacidade de trabalho e com o oito, que pode
ajudá-lo a resolver situações extremas.

Decálogo para o professor tipo sete:

1. Estabeleça algumas rotinas em suas aulas.

2. Evite situações de estresse.

3. Não se obceque por tudo o que poderia fazer e não faz.

4. Não se desconecte dos problemas pensando que eles se resolverão


sozinhos.

5. Respeite a singularidade e os ritmos de trabalho dos alunos.

6. Aceite todos os seus sentimentos, independentemente de sua natureza.

7. Esteja aberto a críticas construtivas.

8. Pense nos outros. Não seja egocêntrico.

9. Não espere que os outros sigam seu ritmo de vida ou de trabalho.

10. Aprenda a ouvir seus colegas e alunos.

A PERSONALIDADE CONFRONTADORA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

Aqueles que a conhecem dizem que com Sonia você só pode estar a favor ou
contra, que não há meio-termo. Que você a adora ou a odeia, que ela é uma
pessoa que sempre vai direto ao ponto, que nunca decepciona ou que é a mais
corajosa do corpo docente.

Os mais veteranos lembram quando o conselheiro de Educação veio inaugurar


algumas obras na escola e Sonia interveio, depois do diretor, para dizer no
microfone que a inauguração era muito boa, mas perguntou quando seriam
resolvidos os verdadeiros problemas, como o número de imigrantes que
precisavam ser atendidos sem recursos, o número de professores
despreparados para lidar com os conflitos que assolavam a escola e a crescente
falta de motivação dos alunos, que eram deixados nas escolas sem nenhum
incentivo. A maioria dos presentes, sem saber que Sonia iria falar, ficou
estupefata diante da enxurrada de críticas, que o conselheiro, experiente em lidar
com todo tipo de tempestade, recebeu com um sorriso.
Alguns anos depois, ela assumiu a direção, dedicou-se intensamente ao cargo e
conseguiu, não sem travar duras batalhas com a administração, obter mais
recursos humanos para a escola na forma de professores de apoio. Quando
deixou o cargo, com metade do corpo docente contra ela, com a hostilidade do
conselheiro de cultura da prefeitura, com a animosidade da inspetora que havia
aberto um processo disciplinar meses antes, ela deixou sua marca na escola
com um estilo de liderança decidido, combativo e comprometido, acima de tudo,
comprometido.

Anos depois, ela tornou-se líder sindical, o que fez com que fosse vista com
pouca frequência na escola. Ela cumpriu seu papel com a mesma energia que
demonstrou como diretora, mas também enfrentou os mesmos problemas de
falta de tato, contundência excessiva e com o lema "os fins justificam os meios".
Sempre estabeleceu com seus alunos uma mistura de respeito reverencial e
medo de suas reações contundentes. Com eles, exerce uma liderança
inquestionável. Ela tentou lidar com os alunos mais jovens durante um ano letivo,
mas nem ela estava preparada para lidar com esses alunos, nem os alunos mais
sensíveis encontraram nela um traço de ternura.

Já se passaram anos suficientes desde então, tempo suficiente para que as


energias sejam menores do que antes, quando ela tinha uma força capaz de
superar tudo e todos. Nada a detinha, e sua segurança e carisma a faziam cercar-
se de pessoas que ela protegia de todos os perigos. À sua sombra, vivia-se com
tranquilidade e proteção suficientes para não se preocupar com nenhum
problema, pois Sonia se encarregava de resolver e informar o grupo.

De tempos em tempos, Sonia volta a ser a mesma de sempre: poderosa,


idealista, profunda e ousada. Gênio e figura.

REFLEXÃO

 Você concorda que o mundo está onde está graças a pessoas como
Sonia?"
 Sonia é uma líder no sentido mais puro do termo, e esse tipo de pessoa é
necessário em todos os grupos. Mesmo reconhecendo esse fato, quais
aspectos ela deveria melhorar para exercer a liderança com maior
eficácia?
 Entre a coragem e a temeridade há uma fina linha que é difícil de controlar.
Explique alguns casos da vida de uma escola em que essa afirmação se
demonstre.

O ALUNO TIPO OITO

As crianças do tipo oito podem ter dificuldades em se relacionar devido à sua


impulsividade, exuberância natural e à sua forma direta e, em algumas ocasiões,
visivelmente agressiva de agir. São amigos dos amigos e inimigos de todos os
outros, costumam ter muita confiança em seus próprios julgamentos e planos, o
que os impulsiona a querer dominar o resto do grupo.

Eles são provocadores e tendem a testar constantemente seus professores


fazendo perguntas e questionando o que lhes é ensinado, ao mesmo tempo em
que ignoram facilmente os limites impostos a eles. É importante que os adultos
ao seu redor estabeleçam linhas de referência claras e concisas, e ajam de
maneira consistente e coerente em tudo o que dizem ou fazem, sem entrar em
discussões ou lutas de poder.

Os alunos do tipo oito são adeptos da experiência prática como base de sua
aprendizagem. Eles têm dificuldade em trabalhar em grupo, pois instintivamente
desejam controlar tudo. Eles podem ter grandes dificuldades em desenvolver
bons hábitos de trabalho, portanto é importante que aprendam desde pequenos
a assumir as rotinas que o estudo e a aprendizagem exigem.

O PROFESSOR TIPO OITO

Independente, trabalhador incansável e fiel à sua palavra, costuma ser severo,


exigente e, em algumas ocasiões, intolerante.

Dominante e enérgico no trato, age com firmeza e determinação, controlando


tudo. Quando deseja alcançar um objetivo, não valoriza nem se importa com a
opinião dos outros ou suas possíveis críticas. Possui habilidades de liderança.
Pode gerar medo nos alunos, embora mostre sensibilidade com aqueles que
considera mais desfavorecidos ou em condições de inferioridade.

Pode manipular os alunos, dominando-os pela força e pelo medo, exigindo que
façam sua vontade.

Os do tipo oito se comunicam com os outros por meio da confrontação. Eles não
são nada diplomáticos e suas palavras costumam ser vistas como agressivas.
Partem de suas próprias ideias para saber em que posição os outros estão em
relação a elas. Falam quase aos gritos, com um tom de voz enérgico e
geralmente alto.

Eles precisam exercer controle sobre seu espaço pessoal e reagem com energia
se se sentem invadidos. Eles não se sentem condicionados pelo tempo, mas
tentam controlá-lo. O tempo é ação e eles lutam contra ele.

Eles se relacionam bem com o tipo dois quando este se mostra frágil e com o
tipo nove quando pede ajuda.

Decálogo para o professor tipo oito:

1. Não subestime as experiências ou pontos de vista dos outros.

2. Descubra que sua sensibilidade é sua grande força, não sua fraqueza.
3. Tente expressar espontaneamente afeto que sente pelos alunos.

4. Evite ser duro. Desenvolva empatia pelas pessoas ao seu redor.

5. Lembre-se de que as brigas são apenas estimulantes para você.

6. Aprenda a negociar com colegas e alunos.

7. Tente não ter expectativas pouco realistas.

8. Não tente resolver tudo sozinho. Ninguém é todo-poderoso.

9. Aprenda a delegar e não tente controlar tudo.

10. Confie nos outros da mesma maneira que gosta que confiem em você.

A PERSONALIDADE PACÍFICA NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

Dizem que Ricardo é a pessoa imperturbável que está sempre conectada com a
paz e a tranquilidade. De caráter afável e um pouco tímido, apenas com sua
presença o limiar do mau humor já é desativado.

Ele tem uma reputação bem estabelecida de que sua presença em um conflito,
mesmo sem intervir nele, é suficiente para que as hostilidades deem lugar a uma
calma real. Um bom mediador em conflitos, ele sabe ganhar a confiança das
pessoas rapidamente e é capaz de aproximar as posições dos contendores.

Como professor, ele é capaz de manter um ambiente descontraído e de trabalho


em suas aulas sem precisar punir, ameaçar ou gritar, etc. Certamente, suas aulas
não têm um desempenho destacado, mas o que é verdadeiramente certo é que
os alunos raramente causam problemas e as famílias valorizam positivamente
sua atuação.

Ricardo não é uma pessoa que lidere projetos ou comissões de professores,


embora esteja disposto a ajudar na medida de suas possibilidades quando
solicitado. Ele não lida eficientemente com pressões de tarefas ou agendas e
nessas situações reage com subterfúgios pouco convincentes.

Ele sabe se desconectar com maestria e, ao cruzar o limiar da porta da instituição


educacional, é uma pessoa diferente, que não se deixa sobrecarregar pelos
problemas, que ficam guardados até o próximo dia em seu armário. Ele é amigo
do campo, das montanhas, da praia e, em geral, do contato com a natureza. No
entanto, é um contato descontraído, nada opressivo, pois ele evita lugares
lotados e momentos de grande aglomeração.

Ele aprecia ser levado em consideração, ser consultado antes de uma decisão, e
é quando não há pressão que se obtém o melhor desempenho de Ricardo. Ter
quatro empregos simultâneos causa ansiedade nele, e sua tranquilidade requer
aceitar os trabalhos um após o outro.

Seus maiores críticos opinam que ele é adepto da lei do mínimo esforço, de
cumprir sem se comprometer e de evitar qualquer responsabilidade, limitando-
se a "se virar". Dizem que seus alunos têm uma preparação deficiente e que,
quando submetidos a uma pressão maior, apresentam um percentual alarmante
de desmotivação.

Seus amigos, por outro lado, acreditam que quando ele não está sobrecarregado,
ele é uma pessoa que rende bem e trabalha notavelmente em equipe. Eles
valorizam sua naturalidade e a tranquilidade que ele transmite ao seu redor.

REFLEXÃO

 Em um trabalho com crescente estresse, como o de um professor,


pessoas como Ricardo proporcionam um bálsamo de tranquilidade muito
necessário. Você concorda?
 O que poderia ser feito com Ricardo para que ele adquira um
compromisso maior com as tarefas?
 O equilíbrio entre paixão e calma é necessário... mas como alcançá-lo?
Existe uma fórmula mágica?

O ALUNO TIPO NOVE

As crianças do tipo nove tentam viver em harmonia com tudo e com todos.
Costumam ser prudentes, de bom coração e compreensivas. Muito moldáveis
pelo ambiente, eles adotam facilmente as maneiras e gostos dos outros como
estratégia de relacionamento. Embora gostem que reconheçam seus méritos,
costumam ficar muito envergonhados quando expostos em público.

Se tiverem muitas opções, tendem a bloquear, portanto, rotinas e trabalho


planejado favorecem suas aprendizagens.

Eles precisam que seus professores ou colegas os motivem constantemente,


pois tendem à indolência e à passividade.

O PROFESSOR TIPO NOVE

Esses professores preferem trabalhar em equipe e atuar em colaboração com


os demais professores. Eles preferem ambientes de baixa pressão e com poucos
conflitos, aos quais costumam dar pouca importância. Eles nunca ficam irritados
e são muito tolerantes e compreensivos com os outros, aceitando-os como são.

Eles não gostam de novidades, preferem a rotina e a segurança que ela


proporciona, por isso suas aulas costumam ser monótonas e repetitivas em sua
forma. Eles precisam ser constantemente encorajados e, muitas vezes, deixam
coisas inacabadas por falta de confiança em si mesmos.
Eles podem manipular os alunos evitando situações e resistindo a elas.

O tom de voz é pausado e sereno, livre das emoções que podem ferir os outros
ou criar susceptibilidades. Seus gestos são calculados e controlados, cordiais e
delicados em suas manifestações de afeto. Seu ambiente costuma ser limpo e
organizado.

São rotineiros e metódicos na forma como fazem as coisas, mantendo uma


relação descontraída com o tempo, deixando-o passar.

Eles não buscam liderança e evitam se envolver em assuntos ou projetos que


exijam um alto nível de comprometimento.

Sentem-se bem em um grande grupo onde podem passar despercebidos. Eles


se relacionam bem com o tipo dois, que está sempre atento às suas
necessidades, e com o tipo cinco, que lhes proporciona segurança intelectual.

Decálogo para o professor tipo nove:

1. Não espere que as coisas mudem por si mesmas.

2. Peça aos outros que compartilhem seus interesses, mas não desapareça.

3. Não se limite a ouvir os problemas dos alunos. Aja.

4. Tenha autoconfiança, acredite em si mesmo e em seu próprio valor.

5. Aprenda a ser assertivo.

6. Tente racionalizar seus sentimentos.

7. Não aja sempre como se tudo fosse perfeito.

8. Estabeleça metas a curto prazo. Pequenos sucessos são estimulantes.

9. Ponha-se em ação, seja responsável por seus compromissos.

10. Mostre-se confiante em suas ações.

RESUMO

ENEATIPO PROFESSOR (A) ALUNO (A)

Excelente professor. Exige o Exigente consigo mesmo.


máximo dos alunos e, em Tem muito amor próprio, é
UM troca, é muito correto com perfeccionista e muito
eles. Mais do que a cuidadoso. Seu objetivo é
quantidade, a qualidade é obter notas excelentes. Ele
importante, por isso não gosta de ser o melhor da
hesita em fazer os alunos turma.
repetirem o trabalho se
considerar que não foi feito
com cuidado.

Muito colaborador com o


Professor excelente. Muito
restante da turma e com o
carinhoso. Está sempre
professor. Sempre está
disposto a ajudar. Mais do
pronto para prestar qualquer
DOIS que uma profissão, vive
serviço, seja a um colega ou
como voluntário. Gosta de
ao professor. Cumpre muito
atender os alunos
bem as tarefas que lhe são
individualmente.
atribuídas.

Muito trabalhador.
Incansável. Seu objetivo é a
Trabalhador e eficiente.
produtividade. Mostra-se
Rápido e incansável.
muito adaptável às
Completa o trabalho com
TRÊS mudanças educacionais,
rapidez. Sempre quer mais.
sempre trazendo ideias. O
Gosta de ser o primeiro.
mais importante é a
Costuma trabalhar bem.
quantidade, o que pode
acabar exaurindo os alunos.

Busca a originalidade e a
estética ao preparar qualquer
material para os alunos. Não
gosta da rotina. Estima os Sensível, emotivo. Manifesta
alunos de maneira especial e, grandes habilidades
portanto, estabelece uma artísticas e possui aptidões
QUATRO
conexão especial com eles. criativas. Gosta e se sente
Educa na sensibilidade e no motivado em se destacar
conhecimento e diante dos outros.
aprofundamento das próprias
qualidades, bem como na
autonomia de ideias.

Trabalhador e muito
Muito bem documentado.
estudioso. Mostra um forte
Rigoroso. Sabe de tudo.
senso de dever. É inteligente
Muito reflexivo e objetivo,
e observador. Obtém notas
portanto, é um bom
CINCO muito boas. Demonstram
conselheiro e ajuda a
habilidade e capacidade para
enfrentar as dificuldades.
reunir muitos dados e
Ajuda os alunos com a razão
gerenciá-los. Por outro lado,
mais do que com o coração.
Mesmo que possa parecer não é criativo ou fantasioso.
frio, faz com que sua
presença seja sentida.

Defensor fervoroso de seus


Pode ser muito obediente ou
alunos, dos quais se
muito rebelde. Precisa
preocupa excessivamente.
constantemente da
Conhece a vida e os detalhes
aprovação do professor. É
de cada um e de suas
SEIS trabalhador. Manifesta
famílias. Os sente como se
respeito pelas normas.
fossem parte de si mesmo.
Mostra-se inseguro. Quando
Fica muito incomodado em
se sente ameaçado, pode
mudar o programa
reagir bruscamente.
repentinamente.

Alegre e condescendente no
É um bom companheiro de
trato com os alunos. Tem
jogo. Com ele, ninguém fica
uma habilidade para ironizar
entediado. Tem habilidades
os conflitos, o que permite
de liderança. É muito
SETE resolvê-los sem angústia.
animado, sempre tem algo a
Sempre tenta tornar as aulas
dizer. É capaz de organizar
divertidas. Pode se tornar um
qualquer coisa para se
companheiro do grupo,
divertir.
brincalhão e divertido.

É severo, exigente e, às vezes,


intolerante. Pode causar
medo nos alunos, embora
Muito atento ao que os
seja sensível com aqueles
outros estão fazendo. É um
que são maltratados ou que
líder dominante. Impõe-se
OITO se encontram em condições
sobre os demais. Gosta de
de inferioridade. Age com
controlar até mesmo o
firmeza e determinação.
próprio professor.
Controla tudo. É dominante e
demonstra energia na
resolução de conflitos.

Não se envolve em
Costuma minimizar a problemas. Pelo contrário,
importância dos conflitos e, passa despercebido. O mais
portanto, tem grande importante para ele são os
habilidade em resolvê-los. relacionamentos com os
Nunca fica zangado. É muito colegas. É muito sincero.
NOVE
tolerante e compreensivo Precisa que o trabalho seja
com a maneira de ser de organizado e que o
cada aluno. Às vezes, deixa incentivem constantemente.
de agir por falta de confiança Tem baixa autoestima e pode
em si mesmo. se tornar um aluno passivo e
preguiçoso.
ATIVIDADE 3 – Eneatipos e tutoria.
Gostaria de explicar o caso de Rubén, um aluno do qual sou tutor desde
setembro. Não tenho queixas em relação ao seu comportamento: ele é
obediente, colaborativo e amigável. O que me preocupa em relação ao Rubén é
o seu desempenho escolar, pois ele reprovou em três disciplinas nesta avaliação.
Quando ele sair da sala de aula, ele virá ao meu escritório e já tenho em mente o
que direi a ele.
O que cada uma das diferentes personalidades diria, em seu papel de tutor, em
um caso como o que foi apresentado?

ENEATIPO LHE DIRIA...

TUTOR (A) TIPO UM

TUTOR (A) TIPO DOIS

TUTOR (A) TIPO TRÊS

TUTOR (A) TIPO QUATRO

TUTOR (A) TIPO CINCO

TUTOR (A) TIPO SEIS

TUTOR (A) TIPO SETE

TUTOR (A) TIPO OITO

TUTOR (A) TIPO NOVE

Olhando agora o mesmo caso de outra perspectiva, como você abordaria o tema
das reprovações com um aluno de cada uma das personalidades, a fim de
motivá-lo a melhorar seus aprendizados?
ENEATIPO LHE DIRIA...

ALUNO (A) TIPO UM

ALUNO (A) TIPO DOIS

ALUNO (A) TIPO TRÊS

ALUNO (A) TIPO QUATRO

ALUNO (A) TIPO CINCO

ALUNO (A) TIPO SEIS

ALUNO (A) TIPO SETE

ALUNO (A) TIPO OITO

ALUNO (A) TIPO NOVE

CONSIDERAÇÕES FINAIS DESTE CAPÍTULO

 Grande parte do sucesso no mundo educacional baseia-se na habilidade


relacional e, por isso, ter conhecimento do eneatipo de uma pessoa nos
dará vantagem para nos relacionarmos positivamente com ela. Esforce-
se para acumular indícios do eneatipo das pessoas: dos alunos que
apresentam comportamentos indisciplinados, dos colegas de trabalho, da
família conflituosa, do chefe de estudos, etc.

 A partir do conhecimento do seu eneatipo, você poderá prever suas


reações tanto nos momentos de tranquilidade quanto nos momentos de
estresse. Tudo isso ajudará você a compreender melhor as pessoas e
atender melhor às suas necessidades.

 Seu eneatipo condiciona sua visão do mundo. É como se você estivesse


usando óculos de uma cor específica sem ter consciência disso. Esteja
ciente de que o que você vê é condicionado pelo seu eneatipo, ou seja, por
suas crenças e valores.
Capítulo 5: O tratamento dos conflitos de acordo com o
eneagrama.

OS CONFLITOS NOS AMBIENTES EDUCACIONAIS


Uma das principais preocupações dos educadores nas instituições escolares
tem sido e continua sendo a relacionada à indisciplina escolar. Por esse motivo,
os professores têm dedicado muito esforço e energia para garantir o
cumprimento de regras, a manutenção da ordem, o respeito, etc. Em suma, os
docentes buscam ter autoridade suficiente para garantir um bom funcionamento
da sala de aula, controlar o comportamento de seus alunos e promover um bom
ambiente de trabalho e aprendizado na sala de aula e na escola.
O conflito faz parte da convivência humana e é uma fonte de aprendizado,
desenvolvimento e amadurecimento pessoal. Portanto, os conflitos pessoais e
grupais devem ser vistos e sentidos como situações naturais no
desenvolvimento das pessoas e dos grupos. Se nunca entramos em um estado
de conflito interno, ou se um grupo nunca enfrenta momentos delicados,
dificilmente ocorrerá qualquer tipo de progresso. Se os membros de um grupo
expressam sempre opiniões convergentes, se eles se conformam com a primeira
alternativa proposta ao tomar uma decisão, se evitam revisar os métodos de
trabalho e os resultados obtidos, pode parecer que esse grupo encontrou a pedra
filosofal ao evitar qualquer situação conflituosa. A realidade certamente seria
completamente diferente, e nos depararíamos com um trabalho de qualidade
medíocre e resultados de baixa qualidade. Não se pode esquecer que em grupos
onde existem membros dissidentes, com uma postura e atitude positivas, eles
forçam os demais membros a reconsiderar procedimentos e decisões por meio
de suas divergências. Um grupo eficaz questiona as opiniões de seus membros,
não se conforma com a primeira alternativa proposta, revisa seus métodos e
resultados, mesmo sabendo que isso pode gerar conflitos. A pessoa, o grupo
que não tem medo do surgimento de conflitos, embora procure mantê-los sob
certo controle, sabe que um conflito é uma boa oportunidade para melhorar tanto
pessoal quanto coletivamente.

OS TRÊS ESTILOS DE ABORDAR UM CONFLITO DE ACORDO COM O


ENEAGRAMA

O Estilo Elusivo
Entendemos por estilo elusivo aquele que ignora os problemas. Isso pode fazer
com que o problema se agrave e cause maiores inconvenientes do que uma
análise prudente, porém corajosa, do que está acontecendo, sempre com a firme
vontade de resolvê-lo.
Os eneatipos nove, quatro e cinco entram neste grupo, pois têm a tendência de
negar a existência do conflito e, portanto, de manter distância entre o conflito e
sua pessoa. O eneatipo cinco literalmente desaparece quando se depara com
um problema e, se possível, sempre os vê de forma exclusivamente intelectual,
sublimando seus sentimentos. O eneatipo quatro, após explosões emocionais
intensas, tende a se recluir em si mesmo e a se culpar por tudo o que aconteceu.
As emoções costumam sobrecarregá-lo, e ele tende a se refugiar em seu rico
mundo interior, frequentemente chegando à conclusão de que ninguém o
compreende. Quanto ao eneatipo nove, ele busca tranquilidade em passeios,
atividades domésticas e em estratégias externas como yoga, reiki, etc., adiando
qualquer decisão e ação em relação ao conflito.
Esses eneatipos costumam ser de pessoas que inibiram sua espontaneidade e
capacidade de agir, são introvertidas, autoprotetoras e ancoradas no passado.
Eles têm tendência a desconfiar das pessoas e de suas intenções.
Algumas frases que costumam usar são: "Não vale a pena discutir isso." "Não
existe nenhum conflito." "Se essa é a opinião dele, também não vou mudar. É
melhor deixar assim."

O Estilo Agressivo
O estilo agressivo é o das pessoas que vivem permanentemente atacando. Os
eneatipos três, sete e oito se enquadram nesse grupo. Essas personalidades têm
tendência a enfrentar os conflitos de forma agressiva ou competitiva, buscando
a derrota de seus adversários. Pouco adeptas de acordos, tentam obter uma
vitória esmagadora.
Os três eneatipos têm uma grande energia, embora seu sucesso repouse
preferencialmente na força (eneatipo oito), na força de seus argumentos
(eneatipos sete e três), na venda das vantagens de sua proposta (eneatipo sete)
ou em sua grande capacidade de trabalho (eneatipo três).
Sua relação com o ambiente tem como objetivo encontrar maneiras de fazer
suas ideias triunfarem, travando batalhas quando acreditam que não podem
alcançar isso com nenhuma outra estratégia. São pessoas ativas, cheias de
energia e voltadas para o futuro. Têm o objetivo de mudar o mundo por meio de
suas contribuições. Tendem a não perdoar ofensas. Subestimam os
sentimentos e a intimidade pessoal.
Algumas frases que costumam usar são: "Isso não vai ficar assim, minha
oportunidade vai chegar." "Quem me faz, me paga." "Não se brinca comigo."

O Estilo Complacente
O estilo complacente é o das pessoas que têm uma atitude de seguir pela vida
sem beligerância. Os eneatipos um, dois e seis se enquadram nesse estilo. São
personalidades que valorizam o custo do conflito e, antes de travar uma batalha,
tendem a avaliar os danos que poderiam sofrer em um confronto. Buscam
sempre o acordo, frequentemente cedem em suas reivindicações e muitas vezes
adotam uma atitude servil (o dois), ficam zangados consigo mesmos (o um) ou
passam a colaborar com seu adversário (o seis). Tudo isso depois de minimizar
o conflito, priorizando o serviço aos outros (o dois), a solução ótima (o um) e a
lealdade às pessoas (o seis). No quadro 32 (consulte a página 153), vemos os
padrões de situação das pessoas de acordo com o estilo de abordagem de um
conflito.
São sociáveis, acomodatícias e focadas no presente. São inseguras,
subestimam a si mesmas e dependem dos outros para sua afirmação e
aceitação. Precisam saber as intenções das outras pessoas para decidirem.
Têm dificuldade em perdoar quando percebem que foram magoadas. Falta-lhes
objetividade e capacidade para perceber a realidade com precisão. Algumas
frases que costumam usar são: "Mesmo que não tenha conseguido levar adiante
minha alternativa, pelo menos chegamos a algum acordo." "Há pessoas mais
capazes de tomar a decisão." "Se ele disse assim, deve ser por algo."

REFLEXÕES SOBRE OS ENEATIPOS E OS CONFLITOS


Se tivéssemos a receita mágica para gerenciar efetivamente os conflitos, como
estaríamos tranquilos! Mas não a temos, nem nenhum dos nove eneatipos a
possui. Como em tudo na vida, cada eneatipo aplica sua receita particular, e
nenhuma é totalmente eficaz em cem por cento dos casos. As personalidades
mais líderes tentam sair vitoriosas, outras procuram neutralizar o conflito ou,
pelo menos, não sair prejudicadas em sua resolução, e outras desejam ignorá-lo,
negar sua existência ou fugir o mais longe possível dele. Em cada caso, todas
escolhem as opções que consideram melhores naquele momento ou situação,
agindo com o melhor ou o pior de algumas de suas qualidades, como força,
persuasão, calma, paciência, submissão ou fuga.
A personalidade oito aborda o conflito de forma direta:
"Percebi que existem diferenças graves entre você e eu. Vamos conversar para
ver se podemos chegar a um acordo, porque, caso contrário, você vai para um
lado e eu irei para o outro." Às vezes, ele diz isso com tanta firmeza que a outra
pessoa se sente intimidada e não tem outra escolha a não ser recuar.
A personalidade nove vai suportar o tempo necessário para evitar o confronto.
Seus esforços para evitar que o conflito surja podem ser frustrados quando ela
não conseguir mais lidar com a ansiedade que a situação lhe causa, ou quando
não souber como lidar com ela. Nesse momento, qualquer nova pressão
desencadeará uma explosão e a subsequente crise.
A personalidade quatro, ao contrário da nove, antecipa o conflito. Seu rosto
contorcido, seus olhos cada vez mais brilhantes e sua voz alterada são
indicadores claros de que o conflito está prestes a explodir. Normalmente, ela
deixará o ambiente quando estiver à beira das lágrimas. Dependendo da
gravidade do conflito, a depressão pairará ao seu redor. Essa depressão pode
durar alguns dias, tempo suficiente para que frases como: "Estou realmente
triste", "As pessoas não me entendem", "Por que isso sempre acontece comigo?",
"Há pessoas que gostam de causar dor", "Talvez eu seja culpado por tudo",
"Ninguém no mundo inteiro consegue estar tão triste como eu" se repitam em
sua mente.
A personalidade cinco é a rainha da dissimulação e, mesmo que esteja
terrivelmente enfurecida, não deixará transparecer sua raiva para o exterior. Ela
sabe esconder suas emoções e, por isso, é extremamente difícil adivinhar o nível
de raiva ou ira que corre em suas veias. Ela deixará o local do conflito sem
nenhuma reação aparente e planejará sua resposta no plano intelectual para
entregá-la no momento que considerar mais adequado. "A vingança é um prato
que se come frio" é uma de suas máximas.
A personalidade um vive em constante irritação e, portanto, em conflito. Ele está
constantemente irritado consigo mesmo e com todo mundo, parecendo difícil
encontrar um dia em que esteja de bom humor. Seu principal problema é que ele
estabelece padrões tão altos para amizades, trabalho, lazer, etc., que é muito
difícil alcançar os resultados que ele espera. A partir daí, surgem os
autorecriminações em relação a si mesmo e aos outros. Sendo uma pessoa
excessivamente rígida e inflexível, ele classifica os comportamentos como bons
ou maus, sem aceitar nuances.
E não devemos esquecer que o conflito envolve duas pessoas, o que significa
que um conflito de uma pessoa do eneatipo um pode ocorrer com outro um, com
um dois, com um três, com um quatro, etc. O mesmo vale para qualquer eneatipo.
Quando dois líderes se enfrentam, uma correlação de forças será estabelecida,
resultando em uma dinâmica específica com base no eneatipo e suas asas
predominantes.
Dessa forma, um oito com asa sete terá adquirido pequenas doses de
habilidades sociais que evitarão a excessiva contundência nas mensagens orais.
Da mesma forma, um três com asa quatro terá assimilado a sensibilidade
necessária para não sobrecarregar excessivamente os outros devido ao seu
fanatismo pelo trabalho e alcance de metas.
Da mesma forma, um tipo um com asa dois terá adquirido doses suficientes de
empatia para ser capaz de se colocar no lugar da pessoa com quem tem um
conflito e não ser tão rigoroso em seus comentários e decisões.

Atividade 4 – O Senhor Fernando e seus alunos


O Sr. Ferrando é um professor jovem, mas com um estilo pedagógico que parece
ultrapassado. Sua matéria é considerada um "osso", até mesmo para alguns
alunos que têm muito interesse e se esforçam para obter bons resultados.
Os tutores das turmas, onde Ferrando ministra sua matéria, ficam doentes
quando têm que explicar às famílias que seus filhos precisam estudar mais
(ainda mais? Respondem).
Um dia, enquanto os alunos se esforçam para preparar alguns esquemas,
Ferrando passeia pela sala e se aproxima de um mural, descobrindo que está
cheio de insultos contra ele.
Qual será sua reação com base em seu eneatipo?

ENEATIPO ATUAÇÃO POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS

Professor (a) Tipo 1

Professor (a) Tipo 2

Professor (a) Tipo 3

Professor (a) Tipo 4

Professor (a) Tipo 5

Professor (a) Tipo 6

Professor (a) Tipo 7

Professor (a) Tipo 8

Professor (a) Tipo 9

CONSIDERAÇÕES FINAIS DESTE CAPÍTULO

 Você sabe que os grupos de classe também podem ter seu eneatipo?
Assim, falamos de uma classe um, metódica e organizada; de uma classe
dois, sempre disposta a ajudar seus membros e com relações afetivas
muito fortes; de uma classe três, preocupada em concluir as tarefas e com
um grande espírito de trabalho; etc. Tente identificar o eneatipo de
algumas de suas turmas.
 Como os conflitos são gerenciados no corpo docente de sua instituição
educacional? Como os líderes institucionais lidam com isso? A forma
como os conflitos são abordados em um grupo nos dá pistas sobre os
eneatipos dominantes.
 Você já pensou em relacionar as informações sobre o eneagrama com
aquelas fornecidas pelo sociograma de um grupo de alunos? Certamente
você reconhece a importância dessa relação. Um aluno do eneatipo oito
que está em uma turma sem nenhum outro oito terá comportamentos
diferentes se esse aluno estiver em uma turma com outros três oitos.

Capítulo 6: A motivação e o Eneagrama

O QUE ENTENDEMOS POR MOTIVAÇÃO?


A motivação é definida como a energia que orienta o comportamento humano.
Assim, dizemos que uma pessoa está motivada para esportes, outra para
música, outra para vendas e uma última para fazer viagens. A motivação pessoal
responde à pergunta "por que?" fazemos determinada coisa. Quando uma
pessoa está motivada a realizar uma tarefa, ela direciona toda sua energia para
alcançá-la. Por outro lado, quando alguém está desmotivado, encontra qualquer
desculpa para não fazê-la e, se não houver outra escolha, a realiza com qualidade
medíocre, limitando-se a cumprir.
No mundo educacional, é muito comum falar sobre a motivação dos alunos e
dos professores. Assim, dizemos que uma aluna de língua demonstra grande
motivação pela área quando podemos perceber uma série de comportamentos,
como, por exemplo, atenção especial nessas aulas ou disposição para aumentar
seus conhecimentos.
A motivação é, portanto, uma energia que orienta o comportamento humano em
direção a algum objetivo, respondendo à pergunta "por que fazemos as coisas?"

A SOMA DOS VALORES E DAS CRENÇAS NOS AJUDA A NOS MOTIVAR


Os valores e as crenças de um dos diferentes eneatipos são uma grande fonte
de motivação. Uma pessoa acredita que é capaz de aprender alemão, mas
duvida da utilidade que isso possa ter, ela tem a crença, mas não reconhece
nenhum valor. Por outro lado, uma pessoa que acredita que dominar o idioma
chinês traria benefícios para sua empresa, mas acredita que é incapaz de
aprender idiomas, tem o valor ativado, mas não tem a crença adequada.

AFASTAR-SE DA DOR OU APROXIMAR-SE DO PRAZER


Outros dois fatores que nos impulsionam ao decidir realizar uma ação específica
são nossa relação com nossa posição de "afastar-se da dor" ou "aproximar-se
do prazer". Essas duas formas de motivação correspondem a tipos de
personalidade distintos. E ambos os tipos podem ser igualmente eficazes.

 Afastar-se da dor: diante de uma situação que nos causa uma grande dor
ou insatisfação, decidimos realizar alguma ação, qualquer que seja,
apenas para fugir dela. É a parte intermediária do nosso cérebro, o
sistema límbico, que governa nosso estado de insatisfação. O sistema
límbico é o responsável por orientar nossas emoções e, portanto, nos
permite reagir com mais energia diante de situações desagradáveis.
Eneatipos: dois, quatro, cinco, seis e nove.
 Aproximar-se do prazer: diante de um objetivo que nos atrai de forma
poderosa, sentimos um impulso para a ação, mas para alcançá-lo,
precisaremos planejar cuidadosamente o plano de ação mais adequado
para ver nosso esforço coroado com o sucesso. Para isso, devemos ativar
a área do neocórtex do nosso cérebro, ou seja, devemos deixar de lado
nossas emoções e nos deixar levar pela reflexão mais pura. Eneatipos:
um, três, sete e oito.
Assim, podemos pensar em um corpo docente em que haja um grupo de seus
membros que se motivam pelo processo de "afastar-se de", enquanto outro
grupo o faz pelo processo de "aproximar-se de". Diante da sugestão, por parte
dos últimos, de passar um dia no campo com os alunos, é provável que os
primeiros reajam com uma intervenção do tipo "e se chover?". E embora algumas
pessoas possam se sentir frustradas com uma intervenção como essa, é
importante ter flexibilidade para compreender a importância das pessoas que
gerenciam dessa forma a previsão de problemas para antecipar soluções,
evitando rotular como "professores bons e maus". Ter pessoas que gerenciam
por problemas pode ser extremamente útil para um grupo que pode cair na
armadilha de viver nas nuvens e, por isso, não ter os pés no chão.

TRÊS FONTES DE MOTIVAÇÃO INTRAPERSONAL


Existem três fontes de motivação intrapessoal:

 A motivação intrínseca, ou seja, a motivação que surge ao estar satisfeito


consigo mesmo e com a qualidade do trabalho que uma pessoa é capaz
de realizar. Podemos citar como exemplos os eneatipos um e cinco.
 A motivação transcendente, que é obtida ao satisfazer as necessidades
de outra pessoa, ao alcançar sua felicidade ou satisfação. Os eneatipos
dois e nove são um claro exemplo.

 A motivação extrínseca, ou seja, a motivação obtida a partir do salário ou


dos elogios recebidos da equipe de gestão, colegas, alunos, famílias, etc.
Os eneatipos três e sete são bons exemplos disso.

DIFERENTES TIPOS DE MOTIVAÇÃO NOS AMBIENTES EDUCACIONAIS


Cada eneatipo tem suas fontes de motivação, ou seja, impulsionadores para
realizar tarefas específicas e alcançar seus objetivos. Dessa forma,
encontramos eneatipos que são motivados pelo poder (o oito), outros que são
motivados pelo sucesso (o três) e outros que são motivados pelas pessoas (o
dois).
Quando um professor, ao terminar o seu dia de trabalho, vai até o museu que irá
visitar com seus alunos em breve, faz anotações sobre os aspectos mais
interessantes da exposição e elabora fichas com o conteúdo e diretrizes para
reflexão, ele está fazendo isso por motivação intrínseca.
Quando ele distribui as cópias do trabalho para seus alunos e pensa nos
objetivos que alcançarão ao realizar a visita, quando se entusiasma com as
mudanças que ocorrerão neles e pensa nos benefícios que obterão, ele está
inserido no campo da motivação transcendente.
E quando ele realiza a visita e vê com seus próprios olhos que grande parte dos
alunos está interessada na exposição, que preenchem as fichas prontamente e
quando, ao sair da exposição, alguns alunos dizem que foi muito interessante,
ele recebe motivação extrínseca dos alunos.
Todas as pessoas trabalham com cada uma das fontes motivadoras, embora
alguns eneatipos as tenham distribuídas de forma desigual.

OS DIFERENTES ENEATIPOS E A MOTIVAÇÃO


Cada pessoa responde melhor a um tipo específico de motivação de acordo com
sua personalidade. Como é lógico encontrarmos representadas todas as
tipologias de personalidades em um corpo docente, uma das tarefas
fundamentais das equipes de gestão é adaptar, na medida do possível, as tarefas
e a forma de realizá-las a essas personalidades.
Assim, as pessoas líderes precisam receber uma ampla margem de confiança e
responsabilidade, pois sabem se organizar e organizar o grupo para alcançar
objetivos. Os eneatipos um, três, sete e oito podem assumir a liderança em maior
ou menor grau, e por isso é interessante delegar-lhes responsabilidades, pois
eles as aceitam com grande prazer.
Por outro lado, os eneatipos dois, seis e nove são mais dependentes, portanto,
precisam que os objetivos e o método sejam claramente especificados para
eles. Sua capacidade de identificar a melhor estratégia para alcançar os
objetivos é limitada, portanto, é conveniente que tenham alguém ao seu lado que
saiba orientá-los e destacar suas conquistas.
O eneatipo quatro é o mais criativo do eneagrama, porém, é inconstante em seu
trabalho. Potencializar e valorizar sua criatividade será uma boa estratégia para
promover sua participação e desenvolver o trabalho em equipe.
O eneatipo cinco responderá positivamente desde que saibamos respeitar seu
espaço pessoal e propormos objetivos que ele possa alcançar por si só e que o
motivem intelectualmente.
Quando os valores e crenças se unem, o caminho para o sucesso está bem
avançado. Assim, os valores de cada eneatipo serão impulsionadores muito
importantes que geram grande parte da sua motivação. Para o eneatipo um, os
valores que o motivam a alcançar seus objetivos são a qualidade e a
responsabilidade; para o eneatipo dois, a empatia e a solidariedade; a
personalidade três baseia sua motivação no sucesso e trabalha para obter a
admiração dos outros; ambientes de beleza estimulam o quatro e desenvolvem
sua parte mais sensível; a cultura e a lógica são os pilares motivacionais do
cinco; o seis se sente motivado quando encontra colaboração e se sente seguro;
comunicar-se e se sentir feliz é a melhor estratégia para motivar um sete;
alcançar poder e dominar os outros motiva o oito; buscar tranquilidade, paz e
harmonia são fontes de motivação para o nove.

Atividade 5: Motivação e Eneatipos


Pense e escreva no que você acredita que cada uma das diferentes
personalidades se aproxima e se afasta.

O QUE VOCÊ ESTÁ DO QUE VOCÊ ESTÁ


ENEATIPO FRASE
DESEJANDO? FUGINDO?
1 Sou Perfeito!
2 Ajudo a todos!
3 Sou eficaz!
4 Sou especial!
5 Sou sábio!
6 Sou fiel!
7 Estou bem!
8 Posso com tudo!
9 Estou em paz!

Atividade 6: Motivação e Ensino


Escreva uma frase para cada um dos diferentes eneatipos que você considera
que poderia motivá-los a melhorar sua docência.

ENEATIPO
1
2
3
4
5
6
7
8
9

Atividade 7: A entrada de Ana na escola


A meio do ano letivo e devido a uma mudança de residência de sua família, uma
nova aluna, Ana García, se incorporou à escola no 9º ano. Como coordenadora
pedagógica da escola, eu me reuni previamente com sua família e com ela para
informá-los sobre nosso Projeto Educacional e nosso Regulamento Interno.
Tanto a família quanto a menina compartilharam seus medos e receios em
relação à sua adaptação à nova escola, aos novos colegas, se conseguiria
acompanhar o ritmo acadêmico, entre outros. Todos eram medos e
inseguranças.
Hoje tenho uma entrevista individual com Ana. Meu objetivo é encorajá-la,
motivá-la a superar positivamente sua situação e se integrar facilmente à
dinâmica da escola. Quero pensar bem no que vou dizer a ela.
Ao lado das seguintes frases, anote o número que corresponde a cada uma das
nove personalidades que Ana poderia representar. Tente associar a cada tipo de
personalidade a frase mais pertinente.

ENEATIPO

"Você pode ter sucesso em muitas atividades que se propuser."


"Você pode alcançar na vida tudo o que precisa apenas ajudando os outros a
conquistarem o que desejam. O altruísmo é um valor essencial nesta escola."
"Antecipar todas as possibilidades irá te tranquilizar e permitirá que você tome
as melhores decisões."
"Conhecer profundamente os assuntos, pesquisar de forma consciente. Essa é
a prioridade para obter resultados."
"Audácia, audácia, sempre audácia. Aquele que não se arrisca não recebe
recompensa."
"Não se preocupe, não fique nervosa. Você ficará mais tranquila se encarar
dessa forma."
"Pense que o trabalho dignifica a pessoa. A qualidade no trabalho deve ser o
seu guia."
"O amanhã sempre é melhor. Confie no futuro. Logo você irá superar isso."
"É difícil compreender tudo o que você sente, mas sua criatividade e emoções te
indicarão o melhor caminho em cada situação."

Atividade 8: Qualidade na escola


Queremos colocar em prática um plano de melhoria da qualidade em nossa
escola.
Daqui a duas semanas, está convocada uma reunião geral de professores para
explicar as diretrizes e propor as atividades específicas do plano.
Após a reunião geral, queremos planejar entrevistas individuais para motivar
ainda mais os professores.
De acordo com o eneagrama do professor, destacarei na entrevista alguns
pontos-chave do projeto que será realizado.

ENEATIPO PLANEJAMENTO DE ENTREVISTA


Professor 1
Professor 2
Professor 3
Professor 4
Professor 5
Professor 6
Professor 7
Professor 8
Professor 9

CONSIDERAÇÕES FINAIS DESTE CAPÍTULO

 Você é capaz de descobrir suas estratégias de motivação? Você é capaz


de descobrir as estratégias que as outras pessoas utilizam?
 A flexibilidade deve permitir que você tenha diversas estratégias de
motivação, dependendo dos objetivos realmente importantes em sua vida
e das crenças que você possui. Você está consciente disso?
 A motivação dos seus alunos exige diferentes estratégias, tanto de
motivação em grupo quanto individual. As primeiras podem ser aplicadas
em um grande grupo, enquanto as segundas podem ser implementadas
em tutorias individuais.
 Indivíduos que exercem liderança positiva são capazes de fazer o grupo
sentir a necessidade de realizar uma tarefa e, portanto, alcançar objetivos.
Tudo isso exige líderes capazes de motivar as pessoas.

PARA TERMINAR

A partir daqui, há um extenso trabalho a ser realizado.

É possível que o leitor tenha passado por uma primeira etapa de incompetência
inconsciente (não conhecia nada sobre o eneagrama e não tinha interesse nele),
para uma etapa de incompetência consciente (percebo a importância do
conhecimento dos eneatipos, embora não saiba distingui-los), em direção a uma
terceira etapa de competência consciente (sou capaz de identificar o eneagrama
na maioria das pessoas, embora tenha que me esforçar e prestar muita atenção
aos detalhes), para finalmente alcançar a maestria e identificar em poucos
instantes o eneagrama de alguém, compreender como essa pessoa interpreta o
mundo ao seu redor e adaptar-me à sua maneira de ser para enriquecer nosso
relacionamento.

É provável que, em uma primeira etapa, passemos a tentar identificar o


eneagrama dos demais habitantes do planeta. É um trabalho divertido, lúdico e
árduo devido ao número de pessoas que o habitam. É um sarampo que muitas
pessoas já passaram.
Uma segunda etapa, muito mais interessante, é tentar ajudar as pessoas do
nosso ambiente com base na descoberta de seu eneagrama. Colegas de
trabalho, famílias e alunos podem se beneficiar muito disso.

Uma terceira etapa consiste em levar essa reflexão para um ambiente pessoal,
muito mais amplo do que o ambiente de trabalho. Isso exigirá, como sempre,
doses equilibradas de observação, tato, elegância e paciência.

E deixamos por último a direção mais importante e o objetivo final do


eneagrama: o crescimento pessoal.

É muito provável que o crescimento pessoal ocorra em uma escada de quatro


degraus:

 Conheço a mim mesmo: identifiquei meu número no eneagrama e sou


capaz de reconhecer minhas crenças e valores.
 Me aceito: sei que, como toda pessoa, tenho qualidades e defeitos, e sou
consciente de ambos.
 Me valorizo: sou capaz de reconhecer minhas qualidades (etapa anterior)
e considerá-las de grande valor, contribuindo enormemente para minha
autoestima.
 Cresço: estou imerso em um trabalho de crescimento pessoal que se
direciona em duas direções: a redução de meus defeitos (especialmente
minhas fixações, hábitos inadequados e paixões destrutivas) e o aumento
de minhas virtudes.

Será necessário recorrer à frase do mestre: "Há apenas um lugar em todo o


universo onde você tem a garantia de melhorar: esse lugar é você mesmo."

CONSIDERAÇÕES FINAIS DESTE CAPÍTULO

 Podemos reconhecer em nossa personalidade elementos dos nove


números, embora apenas um determine nossa personalidade.
 Não todas as pessoas mostram facilmente todas as características e
peculiaridades do seu tipo de personalidade, tornando assim mais difícil
identificar o eneatipo.
 Cada personalidade está ligada a valores e crenças específicas. Conhecer
o eneatipo fornece pistas para identificar suas crenças e valores e,
portanto, o que valoriza e o impulsiona a agir.
 Embora a personalidade se desenvolva ao longo da vida, a partir dos
dezesseis anos já é possível intuir o eneatipo na maioria das pessoas.

GLOSÁRIO DE CONCEITOS
Asas: Nome que se dá à relação de proximidade que existe entre o eneatipo
principal e os eneatipos de cada um de seus lados.

Caráter: Conjunto de maneiras de pensar, sentir e hábitos adquiridos de forma


condicionada na infância.

Compulsão: Repetição desnecessária de ações decorrente de um sentimento de


necessidade que não é controlado pela vontade.

Conduta: Conjunto de ações com as quais uma pessoa responde habitualmente


a uma situação específica.

Crença: Modelo criado pela mente a partir da transmissão cultural ou da


generalização da interpretação da própria experiência. Não exige justificação ou
fundamento racional.

Crença limitante: Refere-se a uma crença que auxilia o crescimento pessoal.


Sentimento profundo de aquisição de algo.

Desejo: Sentimento profundo de aquisição de algo.

Direção de crescimento: Esta é a direção um-cinco-oito-quatro do eneagrama.


Quando uma pessoa avança nessa direção, seleciona os aspectos mais
positivos dos eneatipos em questão.

Direção de deterioração: Esta é a direção oposta, ou seja, um-quatro-dois-oito-


cinco-sete. Quando uma pessoa avança nessa direção, seleciona os aspectos
mais negativos dos eneatipos em questão.

Emoção: Reação subjetiva a uma situação, acompanhada de mudanças


orgânicas (fisiológicas e endócrinas) de origem inata, influenciada pela
experiência e que possui a função adaptativa.

Eneagrama: Mapa da personalidade que distingue nove padrões de caráter ou


estilos de personalidade básicos e suas inter-relações.

Eneatipo: Tipo de personalidade de acordo com o eneagrama.

Fixação: Padrão de pensamento fixo que cada pessoa mantém enquanto está
em estado egóico.

Flechas: Linhas internas que representam os movimentos psicodinâmicos que


cada eneatipo pode seguir em situações de estresse ou bem-estar dentro da
figura que simboliza o eneagrama.

Mandala: Diagramas ou representações esquemáticas e simbólicas do


macrocosmo e do microcosmo, usados no budismo e hinduísmo.
Máscara: É o papel que uma pessoa assume para tornar sua relação com o
ambiente menos dolorosa.

Motivação: Conjunto de motivos que intervêm em um ato de escolha. De acordo


com a sua origem, os motivos podem ser de natureza fisiológica e inata (fome,
sono) ou sociais.

Obsessão: Irrupção no pensamento de uma ideia, um sentimento ou uma


tendência, que surge no doente em desacordo com seu pensamento consciente,
mas persiste apesar de todos os esforços que o sujeito faz para se livrar dela.

Paixão: Paixão ou interesse desmedido por algo.

Personalidade: Estrutura psíquica de cada indivíduo, a forma como se revela pelo


seu modo de pensar e expressar, em suas atitudes e interesses e em seus atos.

Papel: A personalidade pública de cada indivíduo, padrões de conduta atribuídos


àqueles que ocupam uma posição específica em uma unidade social, ou seja, o
papel desempenhado pelas pessoas na sociedade.

Sufismo: Termo usado no Ocidente para se referir à espiritualidade islâmica


conhecida como tasawwuf, que abrange diversos movimentos ortodoxos e
heterodoxos do Islã.

Medo: Emoção caracterizada por um intenso sentimento provocado pela


percepção de um perigo, real ou suposto, presente ou futuro.

Tríade: Grupos de três tipos eneagramas que compartilham hábitos emocionais


e de comportamento.

Virtude: Qualidade positiva ou força interior das pessoas.

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