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Lista I
EXERCÍCIOS
1. Seja (M, d) um espaço métrico. Mostre que também são métricas sobre M as funções
definidas do seguinte modo:
R:
a)
(M1) α(x, y) = 0 ⇐⇒ x = y
α(x, y) = min{1, d(x, y)} = 0 = d(x, y) ⇐⇒ x = y
Perceba que:
max(α(x, y)) = max(min{1, d(x, y)}) = 1, ∀x, y ∈ M
Então basta provar para d(x, z) < 1 e d(z, y) < 1, pois α(x, y) ≤ 1, logo o caso maior
ou igual a 1 é trivial.
Se d(x, y) < 1
α(x, y) = min{1, d(x, y)} = d(x, y)
≤ d(x, z) + d(z, y) = min{1, d(x, z)} + min{1, d(z, y)} (1)
= α(x, z) + α(z, y)
Se d(x, y) ≥ 1
α(x, y) = min{1, d(x, y)} = 1
≤ d(x, y) ≤ d(x, z) + d(z, y)
(2)
= min{1, d(x, z)} + min{1, d(z, y)}
= α(x, z) + α(z, y)
1
b)
(M1) β(x,py) = 0 ⇐⇒ x = y
β(x, y) = d(x, y) = 0 =⇒ d(x, y) = 0 ⇐⇒ x = y
c)
(M1) γ(x, y) = 0 ⇐⇒ x = y
d(x, y)
γ(x, y) = = 0 ⇐⇒ d(x, y) = 0 ⇐⇒ x = y
1 + d(x, y)
(M2) γ(x, y) = γ(y, x)
d(x, y) d(y, x)
γ(x, y) = = = γ(y, x)
1 + d(x, y) 1 + d(y, x)
(M3) γ(x, y) ≤ γ(x, z) + γ(z, y)
Note que:
x 1
f (x) = =⇒ f ′ (x) = =⇒ f ′ (x) > 0, ∀x
1+x (1 + x)2 (4)
=⇒ f é estritamente crescente (1)
5. Mostre que não é uma métrica sobre B([0, 1]; R) a relação definida por
Z 1
d(f, g) = |f (x) − g(x)|y dx
0
2
R:
Z 1
d(f, g) = 0 ⇐⇒ |f (x) − g(x)| dx = 0 ⇐⇒ |f (x) − g(x)| = 0 ⇐⇒ f (x) = g(x) (6)
0
Obtemos que f (x) = g(x), porém, isso não implica que f = g. Contra-exemplo:
Tome f (x) = x e g(x) = 2x, f (0) = 0 = g(0) mas f ̸= g.
Como d(f, g) = 0 não implica que f = g (propriedade M1), portanto, d não é uma
métrica.
(a) d(x, y) = 0 ⇐⇒ x = y
(b) Para quaisquer x, y, z ∈ M, d(x, y) ≤ d(x, z) + d(y, z)
Prove que d é uma métrica sobre M .
R:
d(y, x) ≤ d(y, z) + d(x, z) d(x, y) ≤ d(x, z) + d(y, z)
d(x, y) ≤ d(x, z) + d(y, z) d(y, x) ≤ d(y, z) + d(x, z)
=⇒ d(y, x) − d(x, y) ≤ 0 =⇒ d(x, y) − d(y, x) ≤ 0
=⇒ d(y, x) ≤ d(x, y) =⇒ d(x, y) ≤ d(y, x)
=⇒ d(x, y) = d(y, x) (2)
d(A) = 0 ⇐⇒ A é unitário.
R:
d(A) = sup{d(x, y) | x, y ∈ A} = 0 ⇐⇒ sup{d(x, y) | x, y ∈ A}≥ d(x, y) = 0
⇐⇒ x = y ∀x, y ∈ A ⇐⇒A é unitário
|x − y|
15. Considere sobre R a métrica definida por γ(x, y) = (ver Exercı́cio 1).
1 + |x − y|
Mostre que em relação a essa métrica o diâmetro de R é igual a 1.
R:
Se 1 é supremo então:
i. γ(x, y) ≤ 1 ∀ (x, y) ∈ M ×M
ii. ∀ε > 0, ∃(x, y) ∈ M ×M ; γ(x, y) > 1 − ε
3
i. Da questão 1, obtemos em (1) que a expressão γ(x, y) é estritamente crescente,
então: (considere z = |x − y|)
|x − y| |x − y| z
γ(x, y) = ≤ lim = lim =1
1 + |x − y| |x−y|→∞ 1 + |x − y| z→∞ 1+z
1
ii. Queremos mostrar que para qualquer ε > 0, γ(x, y) > (1 − ε). Considere < ε.
p
De (i) nós obtemos que o limite é da expressão é igual a 1, ou seja, existem (x0 , y0 ),
tal que,
1
γ(x0 , y0 ) = 1 − > (1 − ε).
p
Como atende as condições (i) e (ii), portanto, sup(γ) = 1.
18. Seja M um espaço métrico e considere M ×M uma qualquer das métricas usuais. Se
p é um ponto de M ×M tal que p ∈ / △ = {(x, x)| x ∈ M }, prove que d(p, △) > 0.
R: Suponha que d(p, A) = 0, então existe x ∈ A tal que d(p, x) = 0, mas por (M1) isso
implica que p = x, logo, p ∈ △. Chegamos a um absurdo, portanto, d(p, △) > 0.
22. Consideresobre R a métrica definida por α(x, y) = min{1, |x − y|}. Achepas bolas
1
abertas B 0, e B(0, 3). Faça o mesmo considerando a métrica β(x, y) = |x − y|.
2
1
R: Para B 0, , temos:
2
n o n o
1 1 1
Bα 0, = x ∈ R α(x, 0) <
= x ∈ R min{1, |x − 0|} <
2 2 2
n o n o
1 1 1
= x ∈ R |x| < = x ∈ R − < x <
2 2 2
n o n o (7)
1 1 p 1
Bβ 0, = x ∈ R β(x, 0) <
= x∈R |x − 0| <
2 2 2
n 1 o
1
= x ∈ R − < x <
4 4
Se |x| < 1,
n o n o
Bα (0, 3) = x ∈ R | α(x, 0) < 3 = x ∈ R | min{1, |x − 0|} < 3
n o n o
= x ∈ R | |x| < 1 = x ∈ R | − 1 < x < 1 = ] − 1; 1[
(9)
n o n p o
Bβ (0, 3) = x ∈ R | β(x, 0) < 3 = x ∈ R | |x − 0| < 3
n o
= x ∈ R − 9 < x < 9 = ] − 9; 9[
4
|x − y|
23. Considere sobre R a métrica definida por γ(x, y) = . Prove que: (a) se
|x − y|
1+
ε ε
ε ≥ 1, então B(p, ε) = R; (b) se ε < 1, então B(p, ε) = p − , p+
1−ε 1−ε
R:
a) Da questão 15, obtemos que sup(γ) = 1, ou seja, quaisquer x, y em R, γ(x, y) ≤ 1.
Logo, B(p, 1) = {x ∈ R | γ(x, p) < 1} = R. Como ε ≥ 1, então, B(p, 1) ⊂ B(p, ε).
Portanto, B(p, ε) = R.
b) Como a bola é restrita a reta dos números reais e ε é menor que 1, então, o raio
t
pode ser dado pela expressão: ε > > 0.
t+1
t ε
ε> ⇐⇒ ε(t + 1) > t ⇐⇒ εt + ε − t > 0 ⇐⇒ t(ε − 1) > −ε ⇐⇒ t <
t+1 1−ε
n−1
\
Bm ∩ Bn = Bn−1 ∩ Bn = Bn
m=1
Para k = 2,
2−1
T
Bm ∩ B2 = B2 ∩ B1
m=1
1
< 1 =⇒ B2 ⊂ B1 =⇒ B2 ∩ B1 = B2
2
2−1
T
Logo, Bm ∩ B2 = B2 ∩ B1 = B2 .
m=1
Suponhamos que seja válido para algum k, verifiquemos que vale para k + 1,
1 1
< =⇒ Bk+1 ⊂ Bk =⇒ Bk+1 ∩ Bk = Bk+1
k+1 k
k
T k−1
T
Bm ∩ Bk+1 = Bm ∩ Bk ∩ Bk+1 = Bk ∩ Bk+1 = Bk+1
m=1 m=1
Então,
n−1
T
Bm ∩ Bn = Bn−1 ∩ Bn = Bn , ∀n ≥ 2.
m=1
5
Perceba que podemos escrever os conjuntos e as interseções através de limite:
n o
1 1
lim Bn = lim B p, = x ∈ R d(x, p) ≤ lim
= {x ∈ R | d(x, p) ≤ 0} = {p}
n→∞ n→∞ n n→∞ n
∞
\ n
\ n−1
\
Bm = lim Bm = lim Bm ∩ Bn = lim Bn = {p}
n→∞ n→∞ n→∞
m=1 m=1 m=1
28. Seja (M, d) um espaço métrico. Dado p ∈ M e ε > 0 a bola fechada de centro p e raio
ε é definida por B[p, ε] = {x ∈ M | d(x, p) ≤ ε}. Sendo F = (B[p, ε])C , mostre que
para todo x ∈ F existe δ > 0 tal que B(x, δ) ⊂ F.
R:
x ∈ F =⇒ x ∈
/ B[p, ε] =⇒ d(x, p) > ε
λ
=⇒ ∃λ; d(x, p) = ε + λ =⇒ ∃λ; d(x, p) > ε +
2
Uma bola de centro x ∈ F e raio λ tem interseção com a fronteira de B[p, ε]. Tome
λ
δ = e finalizamos aqui.
2
|x − y|
29. Mostre que a métrica γ sobre R definida por γ(x, y) = é equivalente a
1 + |x − y|
métrica usual.
R:
30. Sendo d a métrica usual em R mostre que não existem constantes r, s > 0 de maneira
que
R: Conseguimos definir um s > 0, porém, não é possı́vel achar um r > 0 de modo que
a desigualdade ocorra. Suponhamos então que exista um r > 0 tal que:
6
R:
M1) d(x, y) = 0 ⇐⇒ x = y
Suponhamos que d1 (x, y) ≥ d2 (x, y).
d(x, y) = d1 (x, y) + d2 (x, y) ≤ 2 · max{d1 (x, y), d2 (x, y)} = 2 · d1 (x, y) = 0
⇐⇒ d1 (x, y) = 0 ⇐⇒ x = y
De maneira análoga se d2 (x, y) ≥ d1 (x, y).
d(x, y) = d1 (x, y) + d2 (x, y) ≤ [d1 (x, z) + d1 (z, y)] + [d2 (x, z) + d2 (z, y)]
= [d1 (x, z) + d2 (x, z)] + [d1 (z, y) + d2 (z, y)] (11)
= d(x, z) + d(z, y)
37. Seja (xn ) uma sequência em M. Se (x2n ), (x3n+1 ) e (x2n+1 ) são subsequências conver-
gentes em M, mostre que (xn ) também converge em M.
Como (x2n+2 ) não tem o termo (x2 ), logo, (x2n+2 ) é subsequência de (x2n ). Por hipótese
(x2n ) converge, então, (x2n+2 ) também converge para o mesmo valor da sequência (x2n ).
∗
(x2n ) converge para p1 ⇐⇒ ∃ r1 ∈ N ; n ≥ r1 =⇒ d(x2n , p1 ) < ε
(x2n+2 ) converge para p2 ⇐⇒ ∃ r2 ∈ N∗ ; n ≥ r2 =⇒ d(x2n+2 , p2 ) < ε
Como as sequências acima convergem considere r = max{r1 , r2 , r3 }, pois a partir de
um certo r todas convergem.
(xn ) converge para p ⇐⇒ ∃ r ∈ N∗ ; n ≥ r =⇒ d(xn , p) < ε
d1 (xn , p) = ε
39. Se lim xn = p e lim yn = q num espaço métrico M, mostre que em R vale a igualdade.
R: