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Miradas jóvenes, pensamiento crítico, La investigación de la comunicación en América
Índice - P.3
1. Análise sobre os conceitos para comunicação alternativa - Ana Cristina Gonçalves dos
Santos - P. 189
2. O discurso sobre o território do tabaco: os sentidos construídos a partir dos textos
jornalísticos - Vanessa Costa de Oliveira - P. 203
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Selección de textos de la V Escuela de Verano de ALAIC
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Miradas jóvenes, pensamiento crítico, La investigación de la comunicación en América
Presentación
Comunicación y conocimiento compartido
La Escuela se organizó en torno a cinco ejes temáticos en los que se agruparon los temas de
las distintas tesis de los participantes. Por las mañanas se organizaron mesas en torno a esos
ejes, con exposiciones de los investigadores de más trayectoria e intercambio posterior.
Estos paneles fueron abiertas al público en general, lo que constituyó una valiosa
oportunidad para tomar contacto con investigadores latinoamericanos de primera línea y
con algunos de los debates actuales en el campo. Las políticas de comunicación en la región,
las nuevas narrativas mediáticas, el papel de la ciudadanía y los procesos comunicacionales
más allá de los medios, los modelos teóricos y abordajes metodológicos de la investigación,
los cambios en las formas de trabajo de los profesionales de la comunicación, fueron
algunos de los temas debatidos en los paneles.
En las tardes, únicamente los inscriptos a la escuela participaron de talleres por eje, según
los proyectos de investigación de cada tesista. Allí se fueron discutiendo, día a día, distintos
aspectos de los proyectos de tesis: las preguntas de investigación, los marcos de referencia
teóricos, las estrategias metodológicas, el uso social de los conocimientos generados.
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Selección de textos de la V Escuela de Verano de ALAIC
Mediante una dinámica de trabajo muy intenso, que incluía momentos individuales y
grupales, todos los participantes de cada grupo pudieron aportar y recibir aportes de los
demás, lo que enriqueció mucho la mirada sobre sus proyectos. Los docentes coordinadores
de cada taller organizaron esta dinámica de trabajo colectivo y realizaron también sus
propios aportes aunque, como señalaron varios, también aprendieron mucho de las
investigaciones en curso en distintos lugares del continente.
Para aprobar la Escuela, de forma que pudiera ser acreditada en sus respectivos programas
de posgrado, los estudiantes debieron entregar un artículo vinculado al tema de su tesis. En
el presente libro se publica una compilación de los textos más destacados, en los que los
autores presentan sus proyectos y avances sustantivos de sus trabajos de investigación.
Los hemos agrupado aquí por ejes temáticos que, en general, coinciden con los que se
trabajaron en la Escuela, aunque reubicando algunos textos de acuerdo a su contenido. La
primera parte incluye trabajos sobre los medios público-estatales, las políticas nacionales de
comunicación y cultura y las formas de participación social en su diseño e implementación.
Los textos de la segunda parte trabajan sobre las narrativas mediáticas, incluidas las actuales
búsquedas interactivas. Los movimientos sociales, la comunicación alternativas, la
ciudadanía y los territorios son las temáticas de los trabajos de la tercera parte. La cuarta
parte incluye trabajos atravesados por preocupaciones teóricas y metodológicas comunes,
especialmente el análisis de los discursos periodísticos. La quinta y última parte reúne textos
que analizan prácticas sociales en el mundo del trabajo periodístico y otras áreas de
producción cultural. El conjunto, creemos, constituye un aporte valioso al conocimiento en
el campo de la comunicación latinoamericana y muestra los intereses de los jóvenes
investigadores hoy. Si algo tienen en común es su aguda capacidad crítica, lo que constituye
una señal de esperanza en tiempos de incertidumbre en los procesos sociales, políticos e
intelectuales por los que atraviesa nuestro continente.
Federico Beltramelli y Gabriel Kaplún
Integrantes del Comité Organizador de la V Escuela de Verano de ALAIC
Facultad de Información y Comunicación - Universidad de la República
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Miradas jóvenes, pensamiento crítico, La investigación de la comunicación en América
Carmen Carvalho255
Resumo
Em meio a tantas denominações de especialidades jornalísticas, surge uma inquietação
sobre a epistemologia do jornalismo enquanto um conceito universal. Nesse sentido, uma
perspectiva é o entendimento do jornalismo como uma modalidade de conhecimento
social centrada nos singular, mas dependente das categorias particular e universal para
ampliar os sentidos da audiência na compreensão e interpretação da realidade. Este
trabalho se propõe a resgatar e embasar os conceitos que estruturam esse conceito por
meio de uma revisão bibliográfica. O resultado aponta para um conceito universal que
abarca todas as práticas especializadas no jornalismo.
Introdução
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Doutoranda na Universidade de Santiago de Compostela (USC). Mestrado em Ciência da Comumicação
pela Universidade Estadual de São Paulo (USP). Professora do curso de Jornalismo da Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia (UESB). Responsável pelo site de notícias Avoador (avoador.com.br), responsável por
narrativas sobre a cidade de Vitória da Conquista. Faz parte do NPJOR (Núcleo de Pesquisas em Jornalismo)
com a linha de estudo e pesquisa Jornalismo e Internet. Email: ccarmencarvalho@gmail.com.
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Selección de textos de la V Escuela de Verano de ALAIC
Nesse sentido, entendemos aqui que o “objeto real”, relativo à percepção sensível, está
relacionado à definição particular do jornalismo enquanto especialidade em sua
“pseudoconcreticidade”, já o “objeto teórico”, o jornalismo em sua universalidade, em
essência. Ambas são construções humanas e, portanto, estão passíveis de transformações.
Entretanto, a totalidade e a processualidade do fenômeno não pode ser encerrada em
uma particularidade, sendo necessária a compreensão entre as diferentes categorias
existentes, singular, particular e universal, para clarificar as posições do objeto real como
um concreto pensado. Como no materialismo histórico-dialético marxista, que se inspirou
na lógica dialética delineada por Hegel, acredita-se que o mundo real representa uma
manifestação aparente da realidade perceptível apenas em projeções na consciência
primária, exigindo aprofundar as relações de mediações e contradições inerentes a
qualquer fenômeno para ampliar a consciência.
Sendo assim, inicialmente, apresentaremos o contexto que potencializou o jornalismo em
sua gênese e, seguida, o primeiro teórico a trazer o jornalismo sob a perspectiva do
conhecimento, Robert Park (2008), fundamentado em dois tipos de conhecimento:
acquaintance with e knowledge about, mas sem determinar exatamente em qual
conhecimento se estabelece a produção jornalística. Em seguida, a proposta de Adelmo
Genro Filho (2012), tendo como base o marxismo defende o jornalismo como forma social
de conhecimento, amplia o conceito a partir das categorias hegelianas, singular, particular
e universal, e da inspiração em Luckás, destacando a singularidade no fenômeno
jornalístico como diferencial para os demais conhecimentos.
O trabalho demonstra então que é necessário compreender o jornalismo em sua
amplitude universal, mesmo quando objeto de estudo se restringir a uma particularidade
da prática jornalística.
Os bens imateriais produzidos por uma estrutura jornalística, forjada em meio à gênese e
ao desenvolvimento do capitalismo, geram um tipo específico de conhecimento social cuja
potencialidade ultrapassa a mera significação de produto e se expressa de forma
contraditória como dimensão simbólica da apropriação social humana da realidade. Para
compreender a concretude desse fenômeno em sua grandiosidade, o jornalismo como
uma forma social de conhecimento, é preciso ir além da aparência, ir à essência. “É se
apropriando do mundo que o homem vai realizando essa transformação e, através dela,
revelando a verdade do objeto real por meio da teoria.” (Genro Filho, 2012, p.18)
Para tanto, parte-se da perspectiva de que o jornalismo é um fenômeno histórico-social
condicionado pelo desenvolvimento capitalista, tendo surgido no bojo do
aperfeiçoamento da indústria moderna e que o tornou indispensável às relações do
gênero humano. Esse enfoque se estabelece a partir de uma relação dialética entre o
aspecto histórico-transitório, o capitalismo, e sua dimensão histórico-ontológica, a
totalidade humana em sua autoprodução. “Dito de outro modo, o jornalismo não pode ser
reduzido às condições de sua gênese histórica, nem à ideologia da classe que o trouxe à
luz”. (Genro Filho, 2012, p. 23) O jornalismo então é um produto histórico da sociedade
burguesa, mas, não um produto qualquer, um produto que supera os contornos das suas
origens. Historicamente, a ontologia de um fenômeno não se compreende tendo como
parâmetro apenas sua gênese.
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Miradas jóvenes, pensamiento crítico, La investigación de la comunicación en América
Sendo assim, o jornalismo surgiu como uma necessidade gerada pela ampliação da
atualidade, apesar de a curiosidade, o interesse pela novidade, fazer parte da existência
humana. O desenvolvimento das forças produtivas impulsionadas pelo capital foi o
responsável por tornar o mundo um sistema integrado e interdependente. Isso aumentou
a demanda por informações sobre os acontecimentos imediatos, que influenciavam os
negócios e os indivíduos, ao mesmo tempo em que era impossível conhecê-los pela
experiência direta. Surgia então progressivamente uma estrutura articulada, organizada e
complexa de produção e difusão dos acontecimentos, uma indústria da informação. O
primeiro representante dessa nova era foi o jornal e, depois, na sequência, veio a rádio, a
televisão, e hoje, a internet.
Os acontecimentos imediatos passaram então a fazer parte do cotidiano social por meio
dessa indústria da informação, lançado as bases estruturais de uma nova modalidade de
captar o real, o jornalismo, que surge condicionada pelo aparecimento do capitalismo e foi
universalizada pelas relações humanas. Como consequência, ao longo do tempo, houve
uma transformação das formas de comunicação e conhecimento.
O primeiro a postular uma reflexão sobre a natureza desse conhecimento gerado pelo
jornalismo foi Robert Park. Jornalista, ativista e sociólogo. Sua teoria em relação ao
jornalismo já foi considerada funcionalista (Genro Filho, 2012), inovadora (Machado, 2005)
ou simplesmente sociologia interpretativa – construcionismo ou construtivismo (Sousa,
2006). Em 1940, Park (2008) publicou, nos Estados Unidos, o artigo “A notícia como forma
de conhecimento: um capítulo dentro da sociologia do conhecimento”256. Nesse trabalho,
há uma tentativa de esclarecer o tipo de conhecimento produzido pelas notícias e quais as
suas características por meio da sociologia do conhecimento.
Em seu texto, Park (2008) cita a reportagem como sinônimo de notícia e desconsidera
outros tipos de gêneros jornalísticos, como “colunismo, consolidado nos anos 30 do século
passado” (Machado, 2005, p.31). Para defender a sua proposta conceitual, ele interpreta à
sua maneira dois conceitos sobre conhecimento da perspectiva pragmática defendidos por
Willians James, seu antigo professor. O acquaintance with (conhecimento familiarizado
com ou adquirido) é entendido como instintivo e intuitivo, não ultrapassando o aspecto
fenomênico, é o conhecimento do senso comum, o empírico. Já o knowledge about
(conhecimento sobre ou acerca de) é o articulado, formal e sistemático, alçado via
aparatos lógicos e metodológicos, é o conhecimento científico. (Park, 2008)
Além disso, Park fez uma correlação entre ambos os conhecimentos ao considerar que não
existe um método científico totalmente independente da intuição e da familiaridade com
as coisas. Também estabeleceu que os dois conhecimentos são formas distintas, tendo
funções diferentes na vida das pessoas e da sociedade, porém com diferentes graus de
precisão e validade e não tão distantes em caráter e função, pois juntos são um continuum
“dentro do qual todos os tipos e espécies de conhecimento encontram um lugar” (Park,
2008, p.58). E é nesse continuum que ele localiza a notícia, não como um conhecimento
científico, sistemático, mas como eventos únicos, não classificáveis como acontece com as
coisas por considerá-los fixos no tempo e localizados no espaço.
Essa qualidade transitória e efêmera é a verdadeira essência da notícia e está intimamente
conectada ao tipo a que pertence. Diferentes tipos de notícia têm diferente duração de
tempo. Na sua forma mais elementar o relato da noticia é um simples ‘flash’, anunciando
256
O artigo foi originalmente publicado no American Journal of Sociology, ed. 45, pp.669-686.
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Selección de textos de la V Escuela de Verano de ALAIC
que um evento aconteceu. Se o evento for de real importância, o interesse por ele levará a
maior análise e uma familiaridade maior com suas circunstâncias. (Park, 2008, p. 59)
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Miradas jóvenes, pensamiento crítico, La investigación de la comunicación en América
Esse jornalismo ao longo dos anos desenvolveu características próprias enquanto forma de
conhecimento social, como o seu aspecto central na apropriação do real pela via da
singularidade dos fenômenos que se dissolvem no tempo. É também pela singularidade
que o conhecimento produzido pelo jornalismo se difere do conhecimento científico,
baseado em categorias lógicas universais, e dá margem para que o sujeito possa atribuir
sentido a sua realidade social, dando significado aos acontecimentos objetivos da
realidade. É também por essa singularidade que jornalismo se expressa enquanto
potencialidade histórica e autoprodução humana, ultrapassando os condicionantes
relacionados ao sistema, como constituir-se como instrumento de manipulação do capital
e seus interesses mercadológicos.
257
O método materialista histórico foi estabelecido por Karl Marx, sendo a base a teoria da lógica dialética
definida por Hegel e o objetivo captar e reproduzir o movimento do pensamento. A diferença que é Hegel
entendia a compreensão da realidade a partir do conhecimento da consciência enquanto Marx defendia que
a consciência é formada pelas relações com o trabalho.
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Selección de textos de la V Escuela de Verano de ALAIC
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Miradas jóvenes, pensamiento crítico, La investigación de la comunicación en América
mais importante para o menos importante (ou vice-versa), mas do singular para o
particular, do cume para a base. (Genro Filho, 2012, p. 201)
O conteúdo da angulação no singular258 vem, segundo Genro Filho (2012), pela significação
trazida pelo particular e o universal, que são negados em sua hegemonia e tornam-se o
horizonte da notícia. Isso significa que cada fato social noticiado tem um leque
determinado de relações que formam o seu contexto particular e explicam aquela
realidade. Quanto mais o fato social for apresentado em sua amplitude e conexões, mais
conhecimento levará para a audiência. Nesse sentido, é na explicitação do fenômeno que
a notícia desenrola o conteúdo particular, e a universalidade vai aparecer justamente na
significação que surge entre o singular e seus nexos com o particular. Ao particular
também é atribuída à mediação entre o universal e singular, que interligados representam
a totalidade do fenômeno escolhido e reproduzido pelo jornalismo. Portanto, essa ligação
com o particular é basilar no conteúdo jornalístico.
Quanto mais as categorias do particular e do universal estiverem presentes e devidamente
relacionadas com o singular, mais abertura de sentido haverá para a interpretação do fato
social produzido como notícia, que gera um conhecimento social, e se tornar uma
apreensão crítica da realidade que contribui para ações de intervenção na sociedade pelo
cidadão. Nesse caso, quiçá haverá menos consciência sensível guiada pela aparência da
realidade e mais espírito absoluto orientado pelo conhecimento de si, do mundo e do
intuito de transformar pela atuação consciente. É nesse sentido que o sistema capitalista
pode ser contestado, quando se entende as relações determinantes dos fatos sociais, os
porquês de eles serem como são. É esse conhecimento social trazido pelo jornalismo que
pode levar à transformação da realidade. “Assim, a ‘notícia crítica’, que apanha os fatos
numa perspectiva revolucionária, constitui a singularidade como algo que transborda sua
relação meramente funcional com a reprodução da sociedade.” (Genro Filho, 2012, p.198)
No caso da singularidade da notícia receber uma angulação extremada, apenas o aspecto
fenomênico do momento estará em foco, desconsiderando as relações particulares e
universais. Essa ênfase no formato elementar em detrimento do conteúdo é o
sensacionalismo que, segundo Genro Filho (2012, p. 202), “é, inevitavelmente,
conservador e até profundamente reacionário”. O singular desse tipo de notícia não perde
a sua significação, pois, implicitamente, há um particular e universal subentendido. No
entanto, sem a explicitação das relações entre o fato e o contexto não é possível oferecer
uma apreensão crítica, e o conhecimento fica localizado no âmbito da aparência e da
sensação. Dessa forma, o fundamento dialético e histórico do fato social é distorcido e o
mundo é percebido como fenômenos isolados, coisas perdidas, eventos independentes e
sujeitos sem sociedade. Isso reforça o senso comum, o modo de ser e estar no capitalismo
em que tudo é naturalizado para que nada mude. Portanto, nesse caso, a categoria
universal se reduz ao senso comum, que compreende o mundo via positividade.
O jornalismo, aqui tratado como forma de conhecimento centrado no singular, está ligado
à configuração da informação pelo ângulo da singularidade que se abre para um contexto
particular e insinua uma significação universal, um conteúdo. Em meio à sociedade de
classe, sempre tensionada por seus antagonismos e contradições inerentes a uma
258
Para explicar a angulação da notícia por meio da singularidade, Adelmo Genro Filho (2012) definiu uma
representação gráfica em quatro triângulos: o triângulo equilátero, triângulo isósceles normal, triângulo
isósceles com a base maior, triângulo com a base ainda maior. Quanto maior a base do triângulo, maior a
categoria particularidade, e quanto menor, mais singularizada é a notícia, tornando-se sensacionalista.
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realidade social desigual, o conhecimento gerado pela notícia pode ser transformador.
Entretanto, para isso, é necessário propiciar à audiência compreender os preâmbulos do
fenômeno para intervir no mundo a sua volta de forma consciente. Parafraseando Robert
Park (Mathews, 1977 apud Conde 2008, p. 20), pode-se dizer que o jornalismo é
tremendamente poderoso, já que, ao dar as notícias, pode ajudar a mudar a sociedade ao
produzir um conhecimento social revolucionário.
Considerações finais
O jornalismo então enquanto forma de conhecimento social tem como categoria central o
singular. É um produto histórico da sociedade burguesa, mas que, pela grandiosidade da
sua natureza, supera a sua gênese, tornando-se um conhecimento, a partir da práxis,
como uma dimensão simbólica da apropriação social do homem sobre a realidade. Esse
conhecimento é transformador quando consegue além de apresentar a questão
fenomênica de cada acontecimento, o singular, ampliar para as categorias do particular e
do universal.
Nesse sentido, esses pressupostos ontológicos apresentam o fenômeno em sua totalidade
e processualidade, demonstrando que não existem vários jornalismos, mas apenas um. A
produção noticiosa, a linguagem, os profissionais, as empresas jornalísticas, os diferentes
tipos de suportes (impresso, radiofônico, televisivo, internético) fazem parte da estrutura
existencial, mas não são sua essência. Da mesma forma, as especialidades jornalísticas,
uma parte do fenômeno, fazem parte da dinâmica capitalista de segmentação de mercado
para atender diferentes nichos de audiência, porém não a sua essência. O jornalismo
enquanto fenômeno totalizante passa então pelo seu entendimento como um
conhecimento social baseado na singularidade dos fatos sociais, não na especialidade de
temáticas.
Em outras palavras, compreender teoricamente o jornalismo a partir de uma especialidade
prática implica relacioná-lo apenas a aparência do fenômeno, na consciência sensível,
percebendo apenas o aspecto da realidade empírica, sem desvelar o essencial, as suas
relações dinâmico-causais subjacentes e as múltiplas mediações que o determinam e
constituem em conexão com o seu processo histórico e o sistema que o gestou. (Genro
Filho, 2012) Essa percepção então é situa-se como “pseudoconcreto”, pois o
conhecimento sobre o fenômeno é o concreto pensado, sendo o ponto de chegada após a
reflexão da consciência, quando há uma apropriação pelo pensamento do real.
Sendo assim, pode-se reconhecer o fenômeno concreto do jornalismo como ponto de
chegada do conhecimento, já que ele opera no senso comum, mas não é senso comum
porque, entre o acontecimento e público, há todo um processo envolvido – desde o
processo de produção até a distribuição do conteúdo. Esse processo se repete em
qualquer especialidade jornalística. Assim, o resultado da elaboração teórica do jornalismo
deve representar o fenômeno em sua totalidade e processualidade e colocar a
especialidade como parte intrínseca do fenômeno. Esse é também o ponto de chegada do
presente artigo que apontou as incongruências entre o concreto e “pseudoconcreto” para
superar os enfoques dicotômicos do entendimento do jornalismo.
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Bibliografia
Genro Filho, A. (2012). O segredo da Pirâmide. Para uma teoria marxista do jornalismo.
Florianópolis: Editora Insular.
Hegel, G.W.F. (1974). Fenomenologia do Espírito. Col. Os Pensadores, XXX. São Paulo: Ed.
Abril.
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