Notas
1. Entrevista concedida ao Jornal Folha de SP: Pandemia
democratizou poder de matar, diz autor da teoria da
‘necropolítica’. Disponível em: https://www1.folha.uol.
com.br/mundo/2020/03/pandemia-democratizou-poder-
de- matar-diz-autor-da-teoria-da-necropolitica.shtml.
Acesso em 9/7/2020.
2. Argumento de Silvia Rivera Cusicanqui en el
conversatorio Resistencias, insurgencias y luchas por
la vida en tiempos de exterminios de la serie «Ecología
política de las pandemias» de CLACSO. Ver en: https://
www.youtube. com/v=VQ08llpL9YM&t=18s 3.
3. Esse texto foi escrito entre junho a setembro de 2020,
período em que a pandemia pela Covid-19 avançava
planetariamente anunciando o colapso dos sistemas de
saúde e a devastação social-econômica pelos óbitos e
infectados. No Brasil, uma onda negacionista propagada
por uma política de estado genocida, que sabemos agora
envolvia funestas transações entrelaçando uma rede
gigantesca de secretarias de governo, lobistas, agentes
públicos, planos de saúde, representantes de conselhos de
medicina, empresários, pastores, políticos, concentrados
em um único objetivo: desviar recursos públicos com a
compra de vacinas superfaturadas que veio a resultar na
instalação da CPI no Senado Federal. O saldo desta política
de matabilidade em números atualizados (novembro de
2021), 609 mil brasileiros/as mortos e quase 22 milhões de
infectados.
4. No original: “En el momento menos esperado, pero
en el más necesario y oportuno que nunca; desde el
lugar ontológico más imprevisto, la Tierra ha sido
políticamente convulsionada y no atina aún a reaccionar.
Como un sutil y paradójico terremoto histórico y
geológico, el Coronavirus lo ha cambiado todo; pero no
con movimientos bruscos, sino con una parálisis masiva y
global. Su irrupción en la biología humana, ha provocado
una interpelación mayúscula al conjunto de la población
global contemporánea; probablemente el desafío más
crítico que nos haya tocado afrontar en el breve lapso
de nuestra aventura como especie.” In: http://www.
ecologiapoliticadelsur.com.ar/fuego.
5. No original: “Si volvemos a pensar la historia de algunas
de las epidemias mundiales de los cinco últimos siglos
bajo el prisma que nos ofrecen Michel Foucault, Roberto
Espósito y Emily Martin es posible elaborar una hipótesis
que podría tomar la forma de una ecuación: dime cómo tu
comunidad construye su soberanía política y te diré qué
formas tomarán tus epidemias y cómo las afrontarás.”. In:
https://www.studocu.com/es-ar/document/universidad-
autonoma-de-entre-rios/salud-publica-salud-mental/
preciado-aprendiendo-del-virus-extracto/13405438.
6. A Oxfam Brasil é uma organização da sociedade civil
brasileira criada em 2014 para a construção de um Brasil
mais justo, sustentável e solidário, eliminando as causas da
pobreza, as injustiças sociais e as desigualdades.
7. No original: “Un diminuto habitante de este planeta, que
sólo vive a condición de ser alojado en otros organismos
_ más complejos, ha logrado hacer lo que muchxs,
millones, hubiéramos deseado: una gran huelga mundial
masiva que corte, por un tiempo indefinido, las cadenas
de la explotación; la explotación de los cuerpos y de
los territorios. Que detenga las maquilas que expolian
capacidades; las motosierras que arrasan los bosques; los
pesqueros que azuelan los mares; las cosechadoras que
esquilman los suelos; los explosivos que vuelan montañas
y exprimen las rocas del subsuelo”. ARAÓZ, Horacio
Machado. Pandemia: sintomatología del Capitaloceno. In:
Colectivo de Investigación de Ecología Política del Sur. In:
http://www.ecologiapoliticadelsur.com.ar/fuego.
8. Esta proposta surge da leitura de Joan Tronto (1993),
Moral Boundaries: A Political Argument for an Ethic
of Care, Editora. E María Puig de la Bellacasa (2017),
Matters of Care: Speculative Ethics in More than Human
Worlds, Editora University of Minnesota Pres.
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1. Não existe a Luane intelectual, mulher negra e pesquisadora sem falar das tranças.

2. Não escrevo sobre um fazer no qual não tenho relação, estou totalmente relacionada, afetada, imbricada neste
universo.

3. Justiça condena clínica da Grande BH que demitiu recepcionista negra após se recusar a remover tranças.
Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/11/20/interna_gerais,1208310/justica-
condena-clinica-da-grande-bh-que-demitiu-recepcionista-negra.shtml

Shopping de Porto Alegre é condenado a indenizar em R$ 10 mil ex-funcionária negra obrigada a retirar tranças
afro. Disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/moticia/2020/12/17/shopping-de-porto-alegre-
e-condenado-a-indenizar-ex-funcionaria-begra-obrigada-a-retirar-trancas-afro-ghtml. Acesso em: 08 mar. 2021.

4. SARS-CoV-2 O coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2) (em Inglês: Severe acute
respiratory syndrome coronavirus 2), inicialmente denominado provisoriamente de “2019-nCoV”, por vezes
denominado “coronavírus de Wuhan”, ou “vírus da COVID-19”, é um vírus ARN de cadeia simples positiva genoma
linear. É contagioso entre seres humanos e é a causa da doença COVID-19, da qual existe uma pandemia em curso.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que os morcegos são o reservatório natural mais provável do
vírus, embora algumas diferenças entre os vírus encontrados em morcegos e os encontrados em seres humanos
sugerem que os humanos foram infectados através de um hospedeiro intermédio. As primeiras infecções conhecidas
foram descobertas na cidade de Wuhan (província de Hubei, China) em dezembro de 2019. Disponível em: https://
pt.wikipedia.org/wiki/Coronav%C3%Adrus_da_s%C3%Adndrome_respirat%C3%B3ria_aguda_grave_2. Acesso
em: 15 ago. 2020.

5. A pesquisa de doutoramento tem por objetivo investigar as identidades de trabalho de trancistas afro no
universo dos salões de beleza afro/étnico do estado do Rio de Janeiro. O estudo está situado no campo da
Antropologia Social e Relações Étnico-raciais.
6. Os penteados artesanais afro podem ser os cabelos trançados com materiais sintéticos (jumbo, kanicalon e lã)
ou apenas com o próprio cabelo da pessoal. Outros penteados artesanais são os coquinhos ou bitôs, os dreadlocks
(sintéticos ou naturais) e as tranças de duas mechas (sintéticas ou naturais).

7. Os nomes são fictícios para o resguardo das entrevistadas.

8. Podemos definir tranças nagô como tranças enraizadas e presas ao couro cabeludo. As tranças oferecidas por
Geise são realizadas com fios sintéticos (jumbo ou kanicalon) e apresentam desenhos entrelaçados no couro
cabeludo. É uma linda arte produzida pela trancista nas cabeças dos clientes.

9. Para enegrecimento: Madureira é um bairro com diversas manifestações culturais negras e também com um
número expressivo de salões de beleza afro, guichês e lojas que fazem tranças.
10. A Reforma Trabalhista, representada pela Lei nº 13.467/17, modificou a legislação aplicada às relações de
trabalho. Com o total de 114 alterações, é possível verificar, só na CLT, a inserção de 43 novos artigos e a revogação
de nove. Além disso, a lei que regulamenta a terceirização e algumas leis esparsas também sofreram reajustes
(SEBRAE, 2018). Disponível em: https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/modernizacao-trabalhista-a-
nova-lei-n-0004c00210aRCRD#:~:text=A%20Reforma%20Trabalhista%2C%20representada%20pela,artigos%20
e%20revoga%C3%A7%C3%A3o%20de%20nove. Acesso em: 15 ago. 2020.

11. A categoria utilizada depende da identificação da trabalhadora. Por isso, no texto utilizarei ora trancista,
ora trançadeira, e, em alguns momentos, as duas categorias de identificação profissional sobrepostas trancista/
trançadeira.

12. Estes conhecimentos começaram a ser percebidos no campo da Educação, primordialmente no campo da
Educação Matemática e Educação para as Relações Étnico-raciais.

13. Apliquei 27 questionários eletrônicos e fiz mais quatro entrevistas pelo telefone com trancistas da cidade do
Rio de Janeiro. Elaborei um questionário com perguntas abertas e fechadas, e com objetivo de traçar um perfil
socioeconômico das trancistas.
14. Acompanhar as denúncias de apropriação cultural e as tentativas de renegar os esforços políticos dos
movimentos negros para a atual cultura de afirmação corpórea pode ser visto como uma das ações do capitalismo
que esvazia elementos culturais e identitários e transforma em objeto a ser consumido.

15. Refiro-me aqui à procura por pesquisas, livros, artigos, textos jornalísticos, vídeos e sites que contenham a
história dos penteados e cabelos no contexto das sociedades africanas antes da escravização.

16. O conceito de democracia racial não foi criado por Gilberto Freyre, mas sim pelo sociólogo Florestan
Fernandes, que também estudou as relações raciais brasileiras e a obra de Freyre, especificamente o livro Casa
Grande e Senzala (1933). Florestan Fernandes percebeu que havia nos escritos de Freyre (1933) ideias de relações
raciais harmônicas, isto é, de um convívio étnico-racial democrático. No entanto, como destacou o autor, a
realidade demonstrava uma sociedade submersa no legado da escravidão e no exercício de práticas escravistas e
contemporaneamente racistas.

17. Na Unirio, a professora Claudia Miranda, do departamento de Educação, tem organizado uma série de
encontros com mulheres negras pesquisadoras, professoras e educadoras sociais desde 2015. O encontro é chamado
de Rede Carioca de Etnoeducadoras e tem como proposta fazer circular entre os envolvidas as ações decoloniais de
educadoras negras nos sistemas de ensino. Em nosso trabalho, tomamos emprestado o termo etnoeducadoras,
por compreendermos que as ações educativas das trançadeiras negras são decoloniais, antirracistas e contra-
hegemônicas.