Está en la página 1de 99

l l a m a d o a l t i m b r e s i n p a r a r h a s t a q u e l a v e c i n a s e enojó y

solió a l a p u e r t a c o m o s a l e d e s u c a s e t a u n p e r r o e n c a d e -
n a d o , l a d r a n d o , q u e n o había n a d i e e n c a s a d e l o s T a b o r ,
q u e e l l a l o sabía m u y b i e n , q u e a q u e l l a mañana t e m p r a n o
s e habían l a r g a d o l o s t r e s y n o había v u e l t o n a d i e todavía
y q u e «si e s e m o c o s o s i g u e c o n l a t o n t e r a d e l t i m b r e —se
quedó gruñendo—, l o q u e conseguirá e s v o l v e r l o c o s a l o s
t r e s g a t o s d e l o s Tabor», p u e s l o s g a t o s , a l p a r e c e r , t i e n e n
u n oído m u y s e n s i b l e y «un b u l l i c i o d e e s a índole l e s p u e d e
c a u s a r t r a s t o r n o s psíquicos». ,„ '

Lilibeth dijo: -•y^,^ t / c ' H ,. Á?'í


~ A l o m e j o r e l S i r está c o n s u a b u e l a .
E l S i r quería m u c h o a s u a b u e l a . E r a u n a señora
rellena, redonda y r o s a d a . «Rellena, r e d o n d a y rosada,
u n a a b u e l a d e v e r d a d —pensó e l F i l o — , p e r o s i y o f u e s e
el S i r y t u v i e s e u n a m a d r e m o r e n a , a l e g r e y c o n ojos d e
g a t a s i a m e s a , iría a e l l a c o n m i s problemas.» E l F i l o d i j o :
s e l e s ocurría d e qué podían h a b l a r c o n e l S i r . P r e g u n t a r l e
—Creo q u e e s m e j o r m i r a r a n t e s e n E l Cajón d e l a
qué había o c u r r i d o c o n e l d i r e c t o r l e s parecía i n d i s c r e -
Lana.
t o e i n o p o r t u n o . D e c i r l e q u e e l l o s n o tenían d u d a d e s u
L i l i b e t h y e l P i c a s e s t u v i e r o n d e a c u e r d o , p u e s hacían i n o c e n c i a e s t a b a d e más; ¡eso caía p o r s u p r o p i o p e s o ! Allí
c a s i s i e m p r e l o q u e e l F i l o creía m á s a c e r t a d o . los t r e s , d ^ pie e n t o r n o al Sir, d e s c o n c e r t a d o s . También
T a n t o e lFilo c o m o Lilibeth acertaron, porque el Sir e s t a b a e n l a t r a s t i e n d a l a a b u e l a d e l S i r . Señaló a s u n i e t o
e s t a b a c o n s u m a d r e e n E l Cajón d e l a L a n a , y l a a b u e l a y d i j o c o n c a r a d e preocupación:
también s e e n c o n t r a b a allí. E l S i r , s e n t a d o e n l a t r a s t i e n -
• —¡No h a c o m i d o n a d a d e n a d a ! j A mediodía n i u n
da rodeado d eovillos d e lana, c o n l am i r a d a a p a g a d a y
b o c a d o y p a r a l a h o r a d e l t é t a m p o c o ! — L a a b u e l a sacó
p e r d i d a . A p e n a s s i saludó a s u s a m i g o s . L i l i b e t h , e l F i l o y
una bandeja con pasteles de un estante para lana—.
e l P i c a s s e s i n t i e r o n d e p r o n t o inútiles, c o m o d e m á s . N o
¡Los h e traído e s p e c i a l m e n t e p a r a él! —Miró c o n p e n a los

100
•KH
p a s t e l e s y a g r e g ó — : ¡Tomen, c h i c o s , e s u n a lástima q u e F u e r a , e n l a t i e n d a , sonó l a c a m p a n a d e l a p u e r t a .

se echen a perder! Salió l a señora q u e e s t a b a c o m p r a n d o u n a m a d e j a gorda


de lana p a r a a l f o m b r a s . Por atenderla, la m a d r e del Sir n o
Lilibeth, e lFilo y e lPicas t o m a r o n u n o , t i t u b e a n t e s .
había p o d i d o i r a l a t r a s t i e n d a .
N o tenían g a n a s d e d u l c e s , p e r o d a b a n así u n a pequeña
alegría a l a a b u e l a , q u e e r a l o único q u e podían h a c e r por — E s m u y a m a b l e d e s u p a r t e h a b e r venido —dijo la

el m o m e n t o . m a d r e d e l S i r a p o y a d a e n l a p u e r t a d e l a t r a s t i e n d a — ; él
s e había i m a g i n a d o q u e a h o r a , e n c l a s e , t o d o s l o tenían
U n a veg que l o g r a r o n t r a g a r los pasteles y s e h u b i e -
p o r ladrón. .
r o n c h u p a d o l o s d e d o s p e g a j o s o s , secándolos l u e g o con
u n pañuelo d e p a p e l q u e l e s d i o l a a b u e l a , e l S i r a l g o p o r — j Y así e s ! — d i j o e l S i r .

f i n l a c a b e g a y preguntó: —¡Nosotros n o ! — p r o t e s t ó L i l i b e t h .

—¿Y qué d i c e n l o s o t r o s ? —Pero ¡los d e m á s sí! —murmuró e l S i r golpeando


c o n u n p i e u n a estantería l l e n a d e c a j a s d e h i l o .
L i l i b e t h y e l P i c a s m i r a r o n a l F i l o . Éste s e t o m ó t i e m -
L a estantería s e t a m b a l e ó y l a m a d r e d e l S i r d i o u n
po p a r a c o n t e s t a r . E r a u n a r e s p u e s t a i m p o r t a n t e . P a r a el
salto p a r a sujetarla m i e n t r a s p r e g u n t a b a a lFilo c o n l a
S i r e r a , s i n l a m e n o r d u d a , l a más i m p o r t a n t e d e t o d a s . E l
m i r a d a : «¿Es v e r d a d eso?».
F i l o sabía qué r e s p u e s t a e s t a b a e s p e r a n d o e l S i r y e s t a b a
pensando s i m e n t i r tendría algún s e n t i d o , c u a n d o antes E l F i l o afirmó c o n l a c a b e g a y d i j o :

d e t e r m i n a r s u r a g o n a m i e n t o L i l i b e t h saltó: — P o r f a v o r , señora T a b o r . t i e n e u s t e d q u e i r a l c o l e -
gio y explicarle al director...
—¡Lo q u e p i e n s e n l o s o t r o s i m p o r t a u n rábano!
—Ya h e estado e n e l colegio —interrumpió l a
Y e l P i c a s gritó: •• ' ' • ^ ^' Í^; ' ¡r ; .;
madre del Sir—, m e h a n llamado o las dieg y h e ido
' —¡Son t o d o s u n a m i e r d a ! i ,.i :
inmediatamente.
i — P e r o niño, ¡qué p a l a b r a s s o n é s a s ! — d i j o l a a b u e l a
contrariada. —¿Y qué h a p a s a d o ? —preguntó L i l i b e t h .

—Perdone, pero e s l averdad —murmuró e l P i c a s , Fuera sonó d e n u e v o la campana d e la puerta.

m i e n t r a s oía a l F i l o q u e l e decía a l oído: «¡Tú, t o n t o , v a s y «Clientes», murmuró l a m a d r e . Pero q u i e n entró e n l a

l o s u e l t a s o l a primera!», f >= > « i - / v - v^., t i e n d a n o f u e u n c l i e n t e , s i n o e lp a d r e d e l Sir. C a m i n o d e


l a t r a s t i e n d a , saltó p o r e n c i m a d e l m o s t r a d o r m i e n t r a s
— Y a m e l o había i m a g i n a d o — d i j o e l S i r , y volvió a l a
s i l b a b a «El p u e n t e s o b r e e l río Kwai».
mirada lejana y apagada.

103
102
L a p u e r t a de la t r a s t i e n d a e r a baja. El p a d r e del Sir.
asombrosamente alto, hubo de agacharse para pasar.
—¡El g a r i t o e s t á b i e n r e p l e t o ! —exclamó—; t a n t o q u e
n o p u e d o e n c o n t r a r a l l a d r o n c i t o d e m i s h u e s o s . ¿Dónde
se h a nnetido? ^
—Aquí — d i j o e l S i r , e intentó reír, p e r o l a r i s a s e r e s i s -
tió dándole s a l t i t o s n e r v i o s o s p o r l a s m e j i l l a s .
E n t r e s u m u j e r y Lilibeth, la s u e g r a y el Picas, el Filo
y l a s c a j a s d e l a n a , e l p a d r e pasó t r a b a j o s a m e n t e hasta
suhijo. ••r-i:,.o'í^n:;i;^w,,fn.O''.kv...>.KÍi^..
—¡Hola, c a r t e r i s t a d e r e l o j e s ! —exclamó, peinando
c o n los d e d o s de u n a m a n o los rigos n e g r o s del Sir.
La madre intervino;
—¡Te l o r u e g o ! ¡La c o s a e s m u y s e r i a p a r a chistes
tontos! • . .i......5 .
— L a c o s a e s m u y t o n t a p a r a tomársela e n s e r i o
—replicó e l p a d r e d e l S i r .
—Tus bromas, ahora, no lesirven d enada —conti-
nuó l a m a d r e , p e r o e l p a d r e d e l S i r d i j o ;
—Yo m e a s f i x i o e n e s t a r a t o n e r a d e l a n a . ¡No h o y
a i r e p a r a r e s p i r a r ! V a m o s a f u e r a y c e r r a m o s l a t i e n d a . ¡Si
cada tres minutos entra alguien y hay que atenderlo, no
p o d e m o s hablar!
—¡Muy b i e n ! — d i j o l a a b u e l a . Salió a l a t i e n d a , colgó
e n l a p u e r t a u n l e t r e r o c o n l a p a l a b r a c e r r a d o y bajó l a s
persianas de la p u e r t a y de los dos escaparates. Luego se
sentó e n l a única s i l l a q u e había e n l a t i e n d a , l a m a d r e s e

105
encaramó a l m o s t r a d o r y e l p a d r e d e l S i r , e l S i r , e l P i c a s ,
—¡Ya t e l o h e c o n t a d o a l mediodía! — Y , volviéndose
el Filo y Lilibeth se a c o m o d a r o n e n la b l a n d a a l f o m b r a .
h a c i a s u m a r i d o , agregó—: Y a t i y a t e l o h e d i c h o por
— T a l c o m o m e h a n c o n t a d o —comengó e l p a d r e d e l teléfono. ¡No q u i e r o r e p e t i r l o c u a r e n t a v e c e s !
Sir—, hace t i e m p o que vienen r o b a n d o e n s u clase, y h o y
E s t a b a s t a n a l o c a d a p o r teléfono q u e n o h e e n t e n -
u n p r o f e s o r h a e n c o n t r a d o e n el p u e s t o de m i hijo el reloj
d i d o n i pío — d i j o e l p a d r e d e l S i r — . ¡Vamos, cuéntalo o t r a
de oro de H a n s i D o h n a l .
v e g : también l o s c h i c o s q u i e r e n s a b e r qué pasó!
— E s t a b a e n e lp u p i t r e del S i r — d i j o L i l i b e t h — , pero
—¡Es s i e m p r e t a n espontánea, t a n p o c o diplomáti-
c u a l q u i e r a p u d o metérselo allí d u r a n t e e l d e s o r d e n que
c a ! —masculló l a a b u e l a .
hubo a n t e s e n la clase.
L a m a d r e d e l S i r subió l a s p i e r n a s a l m o s t r a d o r , l a s
—¡Bueno! ¿Y qué pasó después? —preguntó e l p a d r e .
rodeó c o n l o s b r a g o s y colocó e l mentón s o b r e l a s r o d i l l a s .
T o d o s m i r a r o n a l Sir.
S u s o j o s d e g a t a s i a m e s a l a n g a b a n r a y o s aguíes.
—El profe d e m a t e m á t i c a s m e llevó a l d i r e c t o r
—Todo ha pasado —dijo— porque no puedo sopor-
— d i j o e l S i r — y e l d i r e c t o r , l o p r i m e r o , mandó b u s c a r a l a
t a r l a e s c u e l a : s i e m p r e m e a c u e r d o d e l o q u e y o viví. N o
señora H u f n a g e l , p o r q u e e s n u e s t r a p r o f e s o r a j e f e . Pero
s e l o p u e d e n i m a g i n a r . — L a m a d r e d e l S i r s e peinó c o n
l a señora H u f n a g e l n o e s t a b a e n e l c o l e g i o , p o r q u e hoy
l a s m a n o s e l p e l o , d e u n c r e s p o m u y e s p e s o — . ¡Una niña
e r a s u día l i b r e . L u e g o v a e l d i r e c t o r y m e p r e g u n t a por
n e g r a , l a h i j a d e u n m i l i t a r ! Y o e r a e n l a e s c u e l a l o último,
qué a n d o s i e m p r e r o b a n d o c o s a s , y l e c o n t e s t é q u e y o n o
¡una b a s u r a ! —Respiró h o n d o — . Y h o y , c u a n d o llegué a
e r a . Después d i j o q u e s i mentía sólo conseguiría p o n e r l a s
l a e s c u e l a , e s t a b a él —señaló a l S i r — s e n t a d o allí, y e l
c o s a s m á s difíciles.
d i r e c t o r y e l s u j e t o e s e d e matemáticas a c t u a n d o como
—¿Y después? —preguntó e l p a d r e . s i él f u e s e 4 o último, ¡una b a s u r a ! E n t o n c e s l o h e r e c o r -
—Después llegó m a m ó — r e s p o n d i ó e l S i r . ' dado todo y no he podido controlarme. En m i vida m e he
T o d o s se volvieron hacia la m a d r e del Sir e s p e r a n d o p u e s t o t a n f u r i o s a . L e s dije q u e e r a n u n o s viejos fascis-
q u e c o n t i n u a s e , p e r o e l l a murmuró s o l a m e n t e : tas, racistas, idiotas... "' ' ' " • '
—Yo creo que m e he c o m p o r t a d o equivocadamente.
—¡Dios s a n t o ! ¡Dios s a n t o ! —suspiró e l p a d r e d e l S i r .
—¿Y p o r qué t e h a s c o m p o r t a d o m a l ? —preguntó l a
L a m a d r e d e l S i r continuó:
abuela.
— Y l u e g o tomé a m i h i j o d e l am a n o y m e f u i c o n
L a m a d r e d e l S i r respondió d e m a l a g a n a :
él. ¡Yo sé b i e n l o q u e s i g n i f i c a s e r niño y n o p o d e r s e

106
107
defender! Y, m i e n t r a s salíamos, l e s solté: «Ratas
—¡La señora H u f n a g e l n o c r e e , s e g u r o , q u e tú s e a s e l
antediluvianas».
ladrón! —exclamó L i l i b e t h .
El Sir y a se e n c o n t r a b a , a l parecer, u n p o c o mejor.
— Y H u b e r . e l d e g i m n a s i a , s e g u r o q u e t a m p o c o . Él t e
Reía c o n t i m i d e g .
a p r e c i a — d i j o el Picas.
— P e r o ¿es e s o v e r d a d ? —preguntó l a a b u e l a , q u e s e
— Y p o r l a s n o t a s —añadió e l F i l o — n o p u e d e n poner-
r a s c a b a e n e l moño c o n u n p a l i l l o d e h a c e r p u n t o — . S i d e
t e ningún r o j o .
verdad has dicho esas cosas, tienes que pedir disculpas.
— P e r o l o s d e l a c l a s e m e t i e n e n p o r ladrón —gruñó
— E s o l o d e j a r e m o s p a r a más a d e l a n t e — i n t e r v i n o e l
e l S i r . t i r a n d o a d o s m a n o s d e l p e l o d e l a a l f o m b r a — . ¡Eso
p a d r e d e l S i r — . H a y o t r a c o s a más i m p o r t a n t e : h e t e l e f o -
n o lo s o p o r t o !
n e a d o a n u e s t r o a b o g a d o y él h a h a b l a d o c o n a l g u i e n d e l a
—¿Quieres i r a o t r o c o l e g i o ? —preguntó e l p a d r e .
policía q u e l e h a d i c h o q u e l o d e l r e g i s t r o e n sí n o v a l e u n
—¡No q u i e r o i r a o t r o c o l e g i o ! —gruñó e l S i r . que
p i m i e n t o . E s o e n p r i m e r l u g a r y, e n s e g u n d o , q u e e n t r e e l
seguía dándole a l a a l f o m b r a . M o t a s d e l a n a v o l a b a n por
r o b o y e l r e g i s t r o pasó u n montón d e t i e m p o . Además, ¡mi
el aire.
hijo n o e sel p u p i t r e ! S i h u b i e s e t e n i d o el reloj e n los c a l c e -
—Pero ¡no e x i s t e o t r a p o s i b i l i d a d ! — d i j o e l p a d r e , y
t i n e s o e n l o s c a l g o n c i l l o s , sería o t r a c o s a . E n r e a l i d a d , l a s
miró a s u a l r e d e d o r b u s c a n d o aprobación.
p r u e b a s q u e h a y c o n t r a él n o t i e n e n ningún v a l o r . Así q u e
Todos c a l l a r o n y e l S i r comengó a s o l l o g a r . E l F i l o
n o p u e d e n h a c e r n a d a . — D a n d o y a el a s u n t o p o r c o n c l u i -
cerró l o s o j o s , s e metió e l p u l g a r e n l a b o c a y pensó: « E s
d o , e l p a d r e d e l S i r preguntó—: ¿Abro o t r a v e g l a t i e n d a ?
b u e n o t e n e r p r i n c i p i o s , y e l q u e más m e g u s t a b a e r a e l
L a m a d r e d e l S i r sacudió l a c a b e g a :
de n o m e t e r m e e n lo del robo, pero por u n a m i g o pueden
—¡Ninguna p r u e b a p o r a r r i b a , n i n g u n a p r u e b a por
d e j a r s e l o s p r i n c i p i o s a u n lado». Y d i j o :
abajo...!—exclamó—, p e r o ¡lo t i e n e n p o r ladrón! ; .,,
—¡Yo encontraré a l v e r d a d e r o ladrón!
, —¡Yo n o v u e l v o a l c o l e g i o ! — d i j o el Sir.
—¿Tú c r e e s q u e podrás? — L a m a d r e d e l S i r l o miró
E l p a d r e l o tomó p o r l o s h o m b r o s , l o meneó d u l c e -
c o n u n a d u d a aguí e n l o s o j o s .
m e n t e y dijo:
—No v a a s e r u n p l a c e r p r e c i s a m e n t e , p e r o sí c r e o
—¡Qué d i c e s ! ¡Y quién s i n o ! C o n f i r m a a e s a s « r a t a s
p o d e r r e s o l v e r e l e n i g m a —contestó e l F i l o .
antediluvianas» q u e tú e r e s u n b u e n cleptómano. ¡Por t i
que se v a y a n al d e m o n i o !

108
109
Capítulo 8

...en el q u e s e c i t a d e n u e v o e l diario del Filo y d o n d e , a


f u e r g a d e p e n s a r , s e v a separando e lgrano d e l apaja. Esto,
e n n u e s t r o c a s o , s i g n i f i c a q u e e l F i l o v a r e d u c i e n d o e l círculo
de los sospechosos.

1 dediciembre f23 horas).


Es la c u a r t a v e g q u e mí m a d r e l l a m a a la puerta y dice
q u e y a e s h o r a d e d o r m i r , p e r o a c a b o d e t i r a r p o r la borda
uno de m i s p r i n c i p i o s más q u e r i d o s y t e n g o q u e s e n t a r algu-
nas bases antes de c o m e n g a r el repugnante, insidioso y frío
trabajo de detective.
1. Yo quiero al Sir Y lo querría lo m i s m o sí f u e s e e l ladrón.
2. No estoy e n c o n t r a d e l ladrón d e v e r d a d . N o t e n g o n i
i d e a d e p o r qué roba. Y no quiero juagar antes de compren-
derlo t o d o bien.
3 . Para raí. robar no e s una cosa justa ni s e n s a t a , p e r o
sé que hay cosas peores.
Si uno m e s u e l t a u n puñetago e n u n o j o s i n q u e y o l e
h a y a h e c h o nada, m e m o l e s t a más q u e s i m e r o b a a l g o (como
m e h a n p a s a d o l a s d o s cosas, puedo juagar). Para mí, e l c u e r -
p o e s más i m p o r t a n t e q u e la propiedad.
4 . Sí t r a t o d e d e s c u b r i r a l ladrón, e s sólo y únicamente forma más sencilla de librar al Sir de toda sospecha. Pero,
porque quiero ayudar a l Sir Si e l S i r n o f u e r a mí a m i g o , m e por desgracia, hoy no ha v o l a d o ninguna propiedad.
pondría ahora m i s m o a leer el nuevo Astérix y que les vaya Lilibeth lo i n t e n t a a h o r a p o r e l l a d o t i e r n o . C r e e q u e
bien a los ladrones, a las víctimas y a toda la comparsa. puede convencer a una buena parte de las chicas de la
inocencia del Sir, porque las chicas siempre han estado locas
2 de diciembre. por él. Hoy, en tos descansos, se ha dedicado a Babsi Bínder
El Sir n o h a i d o h o y o clases. Su madre me ha d i c h o y Hatherina Rósch, y l e s h a i d o s o l t a n d o rollo como quien no
p o r teléfono q u e s e n i e g a a ir Y t a m p o c o q u i e r e ver a nadie. quiere la c o s a . P i e n s a q u e y a están c a s i d e n u e s t r a p a r t e . Y o
Ni siquiera a nosotros. Su m a d r e p i e n s a q u e q u i j o mañana l e d e s e o m u c h a s u e r t e , p e r o n o c r e o q u e t e n g a éxito. ¡Si no
estará más a n i m a d o . conociese yo a esas tipasí í , : r , - . i - : ; ! . '

E l p a d r e d e l Sir ha ido hoy a ver al director Lo he v i s t o e n El Picas prueba por el lado duro. Anda gritando que s e
e l r e c r e o d e l a s 1 0 . I b a c o n u n señor m a y o r La m a d r e m e h a agarrará a combos con todo el que se atreva a meterse con
dicho por teléfono q u e era el abogado de los Tabor Ha ido a e l S i r P e r o c o n e s o a u m e n t a más e l o d i o d e l o s o t r o s . S o b r e
«cantárselas claritas» al director, c o m o h a d i c h o — t e x t u a l — la t o d o p o r q u e s a b e n q u e l e sobran fuerzas para machacarlos
madre del S i r P e r o ella m i s m a n o sabía lo que ha sucedido a todos. -' -
e x a c t a m e n t e e n la oficina entre el padre del Sir, el abogado y ahora me pongo yo a trabajar En secreto, suave y
y el d i r e c t o r D i c e q u e e l p a d r e d e l Sir la ha llamado a medio- silencioso, como si la c o s a n o fuese conmigo. Y también rápi-
día y sólo ha contado c h i s t e s m a l o s , n a d a más. P e r o e s o l o do, lo cual va m e n o s c o n m i g o todavía. No t e n e m o s mucho
h a c e p a r a q u e e l S i r y la madre no se tomen el a s u n t o t a n a t i e m p o ; e l S i r s e n i e g a a volver al colegio a n t e s d e q u e t o d o s e
pecho. ¡Estoy seguro de ellol En la escuela, cuando se dirigía a aclare y t e n g o m i e d o d e q u e e l director ¡o expulse por «ausen-
la dirección, no tenía cara de chiste ni por asomo: tenía cara cia injustificada del puesto de trabajo». Y eso podría hacerlo,
de furia y rabia. creo yo. ' ixi
El a m b i e n t e d e la clase no ha cambiado apenas. Hasta Probablemente, el caso podría solucionarse de d i s t i n t a s
e l h e c h o d e q u e e l S i r s e h a y a quedado en casa lo ven c o m o f o r m a s y atacarse desde distintos lados, pero c o m o y o soy
una prueba d e culpabilidad. H eestado d u r a n t e t o d a la así, q u e más q u e m o v e r m e prefiero estar sentado (si no puedo
mañana e s p e r a n d o q u e s e r o b a s e o t r a c o s a . H u b i e r a s i d o la e s t a r echado), voy a resolver sobre el papel hasta donde dé.

112 113
E l círculo grande de l o s s o s p e c h o s o s sería f e l «inventarío Schneider, Egon
d e alumnos» d e l S e x t o A ¡o he copiado del libro de pasar lista): Schütg, D a n i e l a
Sedlak, Robert r., ' i
A m m e r l i n g , Daniel fRIo) Tabor, M i c h a e l (Sir)
B e r g e r , Perdí Trautenstein-Ebersthal, Anna
Binder. Babsi Wehrie, Otto :
Bóck, H e i n g i ^
D a l m a r , Perdí • • - B u e n o , ésta e s l a h e r m o s a y larga lista d e t o d o s l o s
Dohnal, Hansi a l u m n o s d e la clase, déla A a la W.
Elterlein, Otii (Picasj
Fróhlich. R o s w i t a
Grifo, Wolfgang
Habersack, Regina
Hanak. Michael
Huber, Thomas v c »;
K i r c h n e r Dorís . -
Rnobíich, Andrea
!i Knopf, Andreas • •
Kratochwil, Susi < > • ' '
' Lehmann, Klaus . * • •
Mader, M a r t i n a *
Moser, Trixi
Prihoda. ¡van <" '
r Rosch, Katherina
s Schmelg. Lilibeth • •' i
S c h m i e d , Oliver • • <'
Schmitt, Achim

114 115
El día que le desapareció el m o n e d e r o a Lilibeth, en nues- K i r c h n e r . Dorís

tra clase estábamos e n la cresta de la ola de gripe. Según las Kratochwil, Susi

listas, que también h e a n o t a d o h o y e n la escueía, f a l t a r o n Lehmann, Klaus

ese día: ^ ^ ' ' •i-:.''v?>- M a d e r , Martina ULTÍ.

Binder, Bóck, Fróhlich, Hanak, Knoblich, Knopf, Moser, P r i h o d a , Iván ; \ Í V < ^<^i:>

S c h n e i d e r , Schütg y W e h r i e . E s t o s d i e g g r i p o s o s n o pudieron Rósch, K a t h e r i n a , - v - ^

«afanor» n a d a . j D e cajón.' S c h m i e d , Oliver , ó , , ^ , ::,.--\^^, ;

Ahora, justo, ha venido a verme L i l i b e t h . Está u n p o c o Schmitt,Achim i •

pálida. Y o c r e o q u e e n casa tiene problemas gordos con s u Sedlak Robert , . . .• — v

m a d r e p o r culpa de tomarse más libertad para salir Pero me Tabor, Michael ^ .. . , ;

da la impresión de que no quiere h a b l a r d e e l l o . Así q u e n o l e T r a u t e n s t e i n - C b e r s t h a l , Anna ,

pregunto.
L i l i b e t h d i c e q u e d e b o borrar de la lista de sospechosos P e r o e l día que voló el d i n e r o p a r a l a l e c h e y e l d e l billete

no sólo a los d i e g d e l a g r i p e , s i n o también a L i l i b e t h Schmelg, de R o s w i t a faltaron, según l a s listas. Trautenstein-Ebersthal

p o r q u e n o iba a pensar yo que ella s e ha robado el dinero a sí y Dorís K i r c h n e r

m i s m a y luego h a organigado el teatro. • D o s más q u e t a c h a r d e l a l i s t a d e presuntos ladrones. Y

Rebajo, entonces, m i lista en 11 nombres, y me quedan a M a r t i n a M a d e r también. D o y p o r h e c h o q u e la Mader no s e

exactamente 19; . , robó a sí m i s m a e l d i n e r o d e la leche. . ,, ,^,.

Ammerling, Daniel Y ahora sigamos adelante:

Berger, Ferdi * E l día tfue a Iván Prihoda le robaron la c a d e n a d e

Dalmar. Ferdi oro f a l t a r o n a c l a s e , según la lista de asistencias, sólo

Dohnal, Hansi - , - Trautenstein-Ebersthal y Klaus Lehmann. Pero como esta

Elterlein, Otli ., . v e g e l g o l p e t u v o lugar e n e lgimnasio, e s evidente que e l

Grifo, Wolfi ' " ' • ladrón sólo p u e d e s e r u n chico. Las chicas no pueden entrar

Habersack, Regina - en n u e s t r o camarín; l e s está t a n v e d a d o c o m o u n convento

Huber, T h o m a s , , d e d o m i n i c o s a una mujer

116 117
P o r t o n t o , eliminamos de la lista de sospechosos a Klaus t a n d o a K l a u s L e h m a n n ( a u s e n t e ) , Iván P r i h o d a ( r o b a d o ) y a

L e h m a n n y a todas las chicas de la clase. Y a Iván Prihoda todas las c h i c a s ;

también. El no se ha robado la cadena a sí m i s m o ; e n p r i m e r


l u g a r , porque eso sería algo muy descabellado y a Iván no le Ammerling, Daniel

falta ni un pelo del coco, y en segundo lugar, porque yo e s t u v e Berger, Ferdi

durante todo el descanso allí con l o s p a n t a l o n e s y la cade- Dalmar. Ferdi

na dentro; controlándolos s i n d a r m e c u e n t a . Así q u e e l r o b o Elterlein, Otli ; -

t u v o l u g a r d u r a n t e l a c l a s e d e g i m n a s i a , y d u r a n t e la clase de Grifo. Wolfi *. I ,

g i m n a s i a Iván e s t u v o t o d o e l t i e m p o s e n t a d o e n e l rincón de Huber, T h o m a s

más atrás castigado, y no se movió del sitio. Schmied, Oliver

L i l i b e t h d i c e q u e tendría q u e acordarme de quién salió Schmitt, Achim

al camarín durante la clase de g i m n a s i a . P e r o / n o m e a c u e r - S e d l a k , Robert ; ;,,'i:

d o / L a c l a s e d e g i m n a s i a e s p a r a mí e l p e o r a s u n t o d e t o d a Tabor. Michael - , .

la escuela y dejo que pase medio ido para n o s u f r i r más d e


la c u e n t a . j A l g o e s a l g o . ' E l t i p o y a está localizado en u n círculo de

E n éstas llegó e l Picas. Se sentó a mi lado. Tampoco dieg personas.

él recuerda quién salió e n t o n c e s d e l g i m n a s i o p o r q u e hubo El Picas dice que va a darme u n g o l p e p o r q u e él t o d a -

m u c h o d e s o r d e n d e i d a s y v e n i d a s . U n a p e l o t a l e pegó a Oliver vía a p a r e c e e n la «lista de ladrones», y Lilibeth dice que n o

S c h m i e d e n t o d a la naríg, y fueron a buscar unos pañuelos; e s lógico q u e e l S i r esté e n la lista cuando lo que n o s o t r o s

e n t o n c e s d i j o e l p r o f e Huber que los pañuelos tenían que estar b u s c a m o s e s d e m o s t r a r q u e e l ladrón n o e s él. ¡Vale! Pero

húmedos para que s e cortase la sangre, y volvieron a salir e n t o n c e s también m e t a c h o a mí m i s m o p o r q u e y o sé a l

u n o s cuantos para mojar los pañuelos. El Picas dice tener c i e n t o p o r c i e n t o q u e n o s o y e l ladrón. Y p a r a h a c e r l o todo

oscuros recuerdos de los buscadores y de l o s m o j a d o r e s d e d e una tirada, fuera también A c h i m S c h m i t t , q u e n o e s t u v o

pañuelos, pero con o s c u r o s recuerdos no vamos a ninguna e n e l c o l e g i o c u a n d o ocurrió el último c a s o d e t o d o s , e l d e l

p a r t e . Así q u e n o s a g u a n t a m o s c o n l o s píes e n e l s u e l o d e la r e l o j d e o r o . F u e al m a t r i m o n i o d e s u p a d r e ( q u e n o s e c a s a -

dura realidad y h a c e m o s l a listo d e l o s q u e quedan, descon- ba con su madre precisamente). ¡

tl8 119
Del resto de sospechosos quedan, p o r tanto; Ferdi
Berger. Ferdi Dalmar, Woifi Grifo, Thomas Huber, Oliver
Schmied y Robert Sedlak.
Y ahora vamos c o n l a fiesta d e cumpleaños de ¡a
Kratochwil. Tomamos la lista de p o s i b l e s sospechosos y
m i r a m o s quién d e e l l o s e s t u v o e n la fiesta, ya q u e l a l i b r e t a
d e a h o r r o s desapareció.

Posibles ladrones:
Berger -, • ,
Dalmar i ' . - ^ . t : ;

Grifó , , . . , ,
Huber . -
Schmied ; • .:,r, ;¡;. r i ; •
Sedlak . , • Mr.;:,.;.- r

Invitados a l afiesta: • ;
(sólo l o s c h i c o s , n a t u r a l m e n t e } ,,

Dalmar , ^ ;
Grifo , ,,•.•!-
• Hanaki ,^,,,Í ,.,, , , ,; ,,
Huber v ,
Knopf ^ , í
ip; Schneider ;.> .
Sedlak .

121
'• " B e r g e r n o e s t u v o e n ía f i e s t a . a ese esclavo subordinado y supersumiso, lediese por u n a

Da/mar SI'que cuenta. diversión t a n d i f e r e n t e c o m o e l «raterío».

Grifo, también. /Maldición/ / S i e m p r e m e l o h e d i c h o / S i t e m e t e s c o n


' " H u b e r , lo m i s m o . j u e g o s d e d e t e c t i v e y e m p i e g a s a respirar el tufo podrido, a
V • S c h m i e d n o fue. b u s c a r i d e a s a s t u t a s y a seguir pistas, t e r m i n a s p o r p e r d e r la
S e d l a k sí q u e f u e . m i t a d d e t u apacible humanidad. Y uno no tiene t a n t a como
p a r a que lellegue c o n la m i t a d r e s t a n t e .
T e n e m o s , p o r t a n t o , cuatro sospechosos: Ferdi D a l m a r , V o y a ver la tele. Por hoy ya tengo bastante. Hasta
Wolfgar\g Grifo. T h o m a s Huber y R o b e r t Sedlak. dolor d e cabera. Esperemos que n opongan una policíaca
Los t r e s n o s q u e d a m o s c o m o t o n t o s mirando la lista. s i n o una h i s t o r i a d e a m o r e n la que. a lo sumo, uno se suici-
«/Imposible!, / e s imposible!», murmuró L i l i b e t h ai m e n o s de como postre.
c u a r e n t a v e c e s . Y e l Picas, n a t u r a l , c o n ojos s a l t o n e s , sólo se
fijaba e n u n n o m b r e : T h o m a s Huber, ¡a quien no puede tragar!
El Picas y L i l i b e t h s e h a n m a r c h a d o y a . L i l i b e t h p o r q u e
quiere ir acostumbrando a su madre a sus n u e v a s exigen-
c i a s d e libertad en pequeñas dosis (el padre se lo ha rogado
para que la madre no pierda l o s n e r v i o s ) . El Picas tenía que
irse porque va por s u h e r m a n a al jardín infantii No lo obligan,
pero él q u i e r e i r Está l o c o p o r la pequeña cachorra.

Y yo aquí, acurrucado, fijo en los cuatro nombres como


un ^ónto, m e s o r p r e n d o a mí m i s m o deseando q u e uno
c o n c r e t o d e e n t r e e l l o s resulte s e r e l ladrón. Le he estado
reprochando al Picas que únicamente s o s p e c h e d e Huber, lo
cual aún se puede comprender porque es su e n e m i g o y s i e m -
p r e l e está l l a m a n d o camello. Pero yo ya e s t o y e c h a n d o las
culpas a Ferdi Dalmar s e n c i l l a m e n t e p o r q u e m e parecería
buenísímo q u e o e s e «jorobado de reverencias» y «patero».

122 123
Capítulo 9

... e n el que Lilibeth y el Picas p r e p a r a n a l g o c o n l o q u e e l


F i l o está t o t a l m e n t e e n c o n t r a . Y e n e l q u e la señora Hufnagel
defiende una idea de l o s ladrones con la que el Filo está total-
mente a favor.

L a j o r n a d a escolar del 3 d ediciembre fue asquerosa.


E r a v i e r n e s y e l h o r a r i o d e l o s v i e r n e s e s así; 1 , m a t e m á -
t i c a s ; 2 , latín; 3 , inglés; 4 , l e n g u a ; 5 , biología. N i u n a h o r a
p a r o d e s c a n s a r , a i r e a r l ac a b e g a , p e n s a r e n las m u s a r a -
ñas, h u n d i r b a r c o s o h a c e r aviones.
E l S i r t a m p o c o apareció e s e día p o r e l c o l e g i o . E n l a s
c o n v e r s a c i o n e s d e los recreos n os e h a b l a b a d eo t r a cosa
q u e d e l r e l o j d e o r o n i d e o t r a p e r s o n a q u e d e l S i r . Sólo s i e l
P i c a s s e a c e r c a b a a u n g r u p o d e c h i s m o r r e o y ponía c a r a
d e m a l a s p u l g a s , enmudecía l a discusión r e l o j - S i r , p a r a
lirotar d enuevo c u a n d o s e iba.
E n l a p r i m e r a h o r a , e l p r o f e d e matemáticas n o h i g o
n i u n a mención d e l a a u s e n c i a d e l S i r n i d e l r e g i s t r o d e
d o s días a n t e s . Sólo d i j o ;
—¡Como l a última c l a s e l aperdimos entera, h o y
t e n e m o s q u eavangar e l doble! — Y s e f u ea l a pigarra,
cogió l a t i g a p o r s u c u e n t a y e m p e g ó a h a c e r cálculos t a n a a l g u i e n h a c i e n d o c o s a s p o c o m a t e m á t i c a s y . c o m o él

d e p r i s a q u e n i e l m e j o r d e l a c l a s e l e podía s e g u i r solía d e c i r , «aplicarle u n correctivo».

Así q u e , a l o s d i e g m i n u t o s , l a mayoría d e a l u m n o s A s e g u n d a h o r a h u b o latín. L a t e r c e r a f a s e f u e u n a

del S e x t o A dejaron d e copiar d e l pigarrón y , m u d o s , « c l a s e f r o n t a l » a c a r g o d e u n a j o v e n señora d e L i v e r p o o l .

se pusieron a p a s a r e l t i e m p o l om e j o r posible: pintan- («Clase frontal» e s c u a n d o e l p r o f e s o r s e p o n e d e l a n t e y

do monitos, decorando e l l i b r o d e cálculo, empujándose habla a los a l u m n o s c a r a a cara. E su n t i p o d e clase que

h a c i a atrás l a p i e l d e l a s uñas o e m b o r r a c h a n d o d e t i n t a h o y s e c o n s i d e r a b a s t a n t e a n t i c u a d o . E s más m o d e r n o

e l p a p e l s e c a n t e . P e r o m á s q u e u n a l i v i o e r a u n a «situa- c u a n d o e l p r o f e s o r s em e t e d e n t r o d e l a m a s a d e a l u m -

ción d e e s t r é s » , c o m o s e s u e l e d e c i r . E l p r o f e d e m a t e m á - n o s y é s t o s l e h a b l a n a él.) L a j o v e n señora d e L i v e r p o o l

t i c a s podía d a r s e v u e l t a e n c u a l q u i e r m o m e n t o y p i l l a r se esforgaba e np r o n u n c i a r d e s p a c i o para quelos del


S e x t o A p u d i e s e n c a p t a r e l s o n i d o inglés o r i g i n a l « t h » e n
t o d a s u p u r e g a . Además, l a d a m a d e L i v e r p o o l e r a d e l a
opinión d e q u e c o m o m e j o r s e a p r e n d e u n i d i o m a e x t r a n -
jero e sa base d em u c h o escuchar. A n i m o s a — ysin t e n e r
en c u e n t a e lreducido vocabulario d e l aclase—, comen-
gó a s o l t a r inglés p u r o c o n t o d o d e s p a r p a j o . Éste f u e
e l r e s u l t a d o : e l P i c a s creía h a b e r e s c u c h a d o l a l a s t i m o -
s a h i s t o r i a d e u n c a b a l l o s i n dueño; L i l i b e t h , e n c a m b i o ,
pensaba q u e l a narración t r a t a b a d e u n a c a s a donde
había f a n t a s m a s ; T h o m a s H u b e r j u r a b a q u e l a c o s a s e
t r a t a b a d eu n caballo e n u n a casa. E n realidad, la j o v e n
señora d e L i v e r p o o l había c o n t a d o u n capítulo d e P i p i
Cal^aslargas.

En eldescanso q u e siguió a l o s a c e r t i j o s e n inglés,


L i l i b e t h s e quedó s e n t a d a e n s u s i t i o , e s c r i b i e n d o c o n
l e t r a pequeña e n u n a t a r j e t a r o s a . j

126 127
—¿Qué, L i l i b e t h ? —preguntó e l F i l o — , ¿has a b a n d o n a - — P e r o a t i no te g u s t a T h o m a s Huber n a d a de nada
d o t u campaña d e mentaligación d e l a s d a m a s d e l a c l a s e ? — d i j o e l F i l o — ; tú s i e m p r e t e h a s b u r l a d o d e s u s cortas
L i l i b e t h afirmó c o n l a c a b e g a . de amor.
— N o tiene sentido, en realidad —dijo con caro tris- L i l i b e t h afirmó c o n l a c a b e g a .
te—. También e s t a v e g tenías rogón. M i e n t r a s estoy — Y a — c o m e n t ó e l l a — , p e r o qué l e v a m o s a h a c e r , l o
conversando c o n ellas h a c e n c o m o si e s t u v i e r a n de acuer- q u e h a d e s e r , ¡que s e a ! — Y l u e g o aclaró a l F i l o q u e empe-
do e n t o d o c o n m i g o , p e r o si llega o t r o y dice lo c o n t r a r i o , g a b a l a relación c o n T h o m a s H u b e r p o r q u e , según e l P i c a s ,
entonces también c o m p a r t e n plenamente s u opinión. e r a e l ladrón d e l a c l a s e — . Y s i y o m e h a g o s u a m i g a ínti-
— L i l i b e t h suspiró y s e volvió o t r a v e g h a c i a l a pequeña m a —continuó L i l i b e t h — , p u e d o o b s e r v a r l o y a v e r i g u a r l o .
tarjeta rosa. El P i c a s d i c e q u e si l oh a g o c o n a s t u c i a , d e u n a f o r m a u
E l F i l o miró e l p a p e l c o n a s o m b r o y preguntó: o t r a , T h o m a s H u b e r terminará p o r t r a i c i o n a r s e .
—¿Qué s i g n i f i c a e s o , L i l i b e t h ? — P e r o ¡Lilibeth! —gimió h o r r o r i g o d o e l F i l o , m i e n t r a s
Lilibeth, sonriendo irónicamente, l e d i o la tarjeta. s e l e ponía c a r n e d e g a l l i n a e n l o s b r a g o s y e l e s t ó m a g o — .
D e s d e e l p u p i t r e d e atrás, e l P i c a s s e inclinó h a c i a ellos ¡Esto y a e s l o último!
c o n m á s c a r a d e b u r l a todavía. —¿Tú c r e e s ? — L i l i b e t h l o m i r a b a c o n t r a r i a d a . E s t a b a
En la t a r j e t a r o s a e s t a b a escrito: casi a p u n t o de hacer pedacitos la tarjetita roso, cuando
Hoy a las 3 d e l atarde e np u n t o e nl atienda d e e l P i c a s m e t i ó l a s n a r i c e s — . ¡Lo último e s q u e a u n amigo
Braut-Müller. : le m e t a n d e c o n t r a b a n d o u n r e l o j e n s u p u p i t r e ! — d i j o — .
—¿Y quién t i e n e q u e i r h o y a l a s t r e s a l o t i e n d a d e ¡Si, y a , l o d e l a s i n c e r i d a d y l a l e a l t a d ! P e r o , q u e r i d o F i l o , ¡si
Braut-Müller? —preguntó e l F i l o . s e q u i e r e d e s t a p a r u n a m i e r d a n o s e p u e d e n u s a r méto-
—¡Confío e n q u e T h o m a s H u b e r ! —rió L i l i b e t h . L u e g o d o s d e u n a l i m p i e g a a n g e l i c a l ! ¿Oyes?
explicó a l F i l o q u e i b a a h a c e r s e a m i g a d e T h o m a s Huber —¿Ha s i d o i d e o t u y a , P i c a s ? —preguntó e l F i l o .
a partir d e ese día. Q u e estaba «botao», p o r q u e hacía —¡Claro!, y m e m a n t e n g o e n e l l a —gruñó e l Picas—
m u c h o t i e m p o q u e T h o m a s H u b e r ardía d e a m o r p o r e l l a ¿O t i e n e s tú o t r a m e j o r ? .^ :
y q u e recibía d e él u n a c o r t o a l a s e m a n a , p o r l o menos, E l F i l o n o contestó. •
c o n l a súplica d e u n a c i t a p r i v a d a . A h o r a e l l a , a l f i n , a c c e -
día a e s t e r u e g o c o m o q u i e n c o n c e d e u n a g r a c i a .

128 129
—¿Lo v e s ? —exclamó e l P i c a s c o n a i r e t r i u n f a l — . Y
d e algún m o d o h a y q u e s e g u i r a d e l a n t e , ¿no c r e e s ?
E l P i c a s h i g o a L i l i b e t h u n c l a r o ademán c o n l a c a b e -
g a . L i l i b e t h dobló d o s v e c e s l a t a r j e t a r o s a . Así n o era
m a y o r q u e u n a e s t a m p i l l a . T o m ó l u e g o e l lópig y e l s a c a -
p u n t a s y s e dirigió a l a p a p e l e r a contoneándose. A l p a s a r
p o r e l s i t i o d e H u b e r dejó q u e l a t a r j e t i t a d o b l a d a cayese
a l e t e a n d o s o b r e el p u p i t r e .
E l F i l o e s t a b a a t e n t o a l a reacción d e T h o m a s H u b e r .
V i o cómo d e s d o b l a b a l a t a r j e t a , l a leía y s e encendía e n
s u c a r a u n a s o n r i s a . También l o v i o v o l v e r s e a m i r a r , f e l i g ,
hacia l apapelera, d o n d e Lilibeth sacaba p u n t a a l lápig
c o n cora de angelito inocente.
— E s t o n o es j u g a r l i m p i o — d i j o el Filo a l Picas p o r lo
bajo. ' ^ •••• •' ••••
E l P i c a s s e pasó l a s m a n o s p o r s u s r o j o s p e l o s d e
c e p i l l o y frunció s u p e c o s a f r e n t e e n a r r u g a s g o r d a s .
— T a m p o c o él jugó l i m p i o c o n e l S i r — a f i r m ó éste.
—¡Deja y a d e u n a v e g d e a c u s a r a H u b e r ! —bufó e l
F i l o — . ¡Él n o e s m á s q u e u n s o s p e c h o s o e n t r e c u a t r o !
—Sólo h a s t a q u e n o s o t r o s h a y a m o s d e m o s t r a d o l o
c o n t r a r i o —murmuró e l P i c a s separándose d e l F i l o .
E l F i l o sintió q u e s e e s t a b a p o n i e n d o f u r i o s o .
Furioso d e verdad. Como e s oera algo que casi
nunca le pasaba y, por ello, n o e s t a b a acostumbra-
d o a e s a sensación, l e pareció u n a c o s a h o r r i b l e . C o m o
si t ea g a r r a s e d eg o l p e u n e s p a n t o s o d o l o r d e m u e l a s o

130
e m p i e g a a d a r t e p i n c h a g o s e l apéndice. E l F i l o n o s e sintió dejar claro de u n a veg por t o d a s que nadie, a b s o l u t a m e n -
capag d eresponder al Picas. Ni t a m p o c o d edecirle una t e n a d i e , e s t a b a e n s u d e r e c h o d e l l a m a r ladrón a M i c h a e l
palabra a Lilibeth, que. y a d eregreso d esacar p u n t a al Tabor. que e nmodo a l g u n o había p r u e b a s suficientes
lópig, s e sentó y d i j o s a t i s f e c h a : p a r a ello.
— H a picado. Está m á s r e l u c i e n t e q u e u n árbol d e Tras un instante de asombro y silencio comengó
N a v i d a d , ¿eh? e n l a c l a s e u n m u r m u l l o d e oposición q u e f u e creciendo
E n silencio, c o n los ojos c e r r a d o s y elpulgar e n l a hasta convertirse en protestas claras.
boca, e lFilo a g u a r d a b a a que s ec a l m a s e n en s u cuerpo — P e r o ¡mi r e l o j e s t a b a e n s u p u p i t r e , ¿no?! — e x c l a -
l o s e f e c t o s d e l s e n t i m i e n t o d e cólera. Y a s e e n c o n t r a b a mó H a n s i D o h n a l .
m u c h o mejor cuando l oprofesora H u f n a g e l entró e n l a —Y quién i b a a s e r s i n o , ¿eh? —preguntó Oliver
c l a s e . L a f u r i a había c e d i d o t a n t o q u e y a sólo e r a como Schmied.
a r d o r e s d e l a s encías o t i r o n e s d e l o m b l i g o . —¡Claro q u e f u e él! ¡Yo y a m e l o había o l i d o d e s d e e l
La señora H u f n a g e l higo, p r i m e r o , u n a anotación p r i n c i p i o ! —bramó R o b e r t Sedlak.
en e l libro d e asistencia. Todos esperaban con tensión L a señora H u f n a g e l gritó aún m á s f u e r t e :
l o q u e s e g u r a m e n t e comentaría o renglón s e g u i d o , pues —¡Silencio!, ¡silencio i n m e d i a t a m e n t e ! — Y siguió—:
era evidente que, d eu n a f o r m a u otra, la profesora jefe Pudo haber sido cualquiera. Cualquiera pudo meterle e l
había d e p r o n u n c i a r s e s o b r e e l a s u n t o d e l o s r o b o s . Pero reloj e n el p u p i t r e .
l a señora H u f n a g e l , después q u e h u b o a p u n t a d o l a f a l t a —¡Exacto! —gritó e l P i c a s , y s e p u s o a a p l a u d i r c o n
d e l S i r e n l a l i s t a , cerró e l l i b r o , f u e a l a v e n t a n a y s e puso las m a n o s en alto.
a m i r a r l a l l u v i a q u e caía. L i l i b e t h aplaudía también. E l F i l o , o c u p a d o todavía
— Q u i e r e h a c e r t i e m p o —murmuró L i l i b e t h . c o n l o s r e s t o s d e s u cólera, sólo a l g o l a s m a n o s c o n timi-
Más d e u n m i n u t o — L i l i b e t h l o comprobó c o n e l d e g . A p e s a r d e e l l o , l o s a p l a u s o s hacían t a n t o r u i d o q u e
segundero d e s u r e l o j — permaneció l a p r o f e s o r a e n la I u p a b a n l a s e x p r e s i o n e s d e d i s g u s t o d e l o s demás.
v e n t a n a . L u e g o s e volvió y d i j o q u e , c o m o p r o f e s o r a jefe Paciente, s i n protestar, la profesora H u f n a g e l a g u a r -
d e l S e x t o A , tenía q u e c o m e n t a r a l g o c o n l o s c o m p a ñ e - dó a q u e e l P i c a s y L i l i b e t h s e c a n s a s e n d e a p l a u d i r y e l
r o s d e M i c h a e l T a b o r . D i c h o e s t o , l o señora H u f n a g e l fue Filo bajase las m a n o s . L u e g o dijo q u e n o s ed e b e conde-
a l s i t i o d e l S i r . s e sentó e n e l p u p i t r e y d i j o q u e deseaba nar a nadie sin que haya pruebas seguras, que Michael

132 133
T a b o r había s i d o s i e m p r e u n b u e n c o m p a ñ e r o y q u e uno El c u a r t o r e c r e o e r a d ecinco m i n u t o s . T r e s d e ellos
debía p o n e r s e e n s u l u g a r a n t e s d e l l a m a r l o ladrón. l o s empleó e l F i l o , o j o s c e r r a d o s y p u l g a r e n l a b o c a , paro

— Y o n o m e p o n g o e n e l l u g a r d e u n ladrón — d i j o a l t o t o m a r u n a decisión. L u e g o s e levantó y solió d e p r i s a d e l a


Robert Sedlak. c l a s e . E l P i c a s y L i l i b e t h p e n s a r o n q u e i b a a l baño, p e r o e l

—¡Exacto! — d i j o B a b s i B i n d e r m á s a l t o aún. F i l o sólo crugó e l p a s i l l o y s e a p o y ó e n l a p a r e d j u n t o a l a

L a señora H u f n a g e l s e levantó d e l p u p i t r e y d i j o : profesora Hufnagel. • :.«j<*<

—Ya que n os e puede hablar ragonablemente con A l p r i n c i p i o , l a señora H u f n a g e l n o s e fijó e n e l F i l o


u s t e d e s , s e a c a b ó l a conversación. — Y volvió o l a m e s a p o r q u e e s t a b a h o j e a n d o u n periódico y e n e l p a s i l l o había
del profesor—. S a q u e n e llibro d e lenguaje y busquen la bastantes gritos y carreras. E l F i l o carraspeó ligera-
página n o v e n t a y o c h o . —Miró l u e g o h a c i a l o s d o s prime- m e n t e . C o m o , a p e s a r d e e l l o , l a señora H u f n a g e l n o s e
r o s p u p i t r e s d e l ofila d e la v e n t a n a , al Filo. L i l i b e t h y e l d a b a c u e n t a , e l F i l o s e corrió u n p o c o h a c i a e l l a y tosió d e
P i c a s , y d i j o — : S i v e n a M i c h a e l T a b o r . y e s p e r o q u e sí l o f o r m a e v i d e n t e . E n t o n c e s sí, e l r e s o p l i d o t a n c e r c a n o higo
h a g a n , díganle q u e y o n o l o c o n s i d e r o u n ladrón. reaccionar a la profesora.

El Filo, el P i c a s y L i l i b e t h , i m p r e s i o n a d o s , d i j e r o n que —¡Ah!, e r e s tú, D a n i e l — d i j o e l l a — . E s t u p e n d o que

sí c o n l a c a b e g a . L i l i b e t h murmuró: me hagas compañía. L a v i g i l a n c i a d e p a s i l l o e s d e l o

— L a Hufnagel e suna buena tipa. Ahora m e siento m á s a b u r r i d o . — Y fijándose e n e l d e d o g o r d o q u e e l F i l o

o t r a veg mejor. . mantenía e n t r e l o s l a b i o s , d i j o riéndose—: A v e c e s pienso

Y también e l F i l o s e sentía y a c a p o g d e h a b l a r t r a n - q u e lo v a s a d e r r e t i r c o m o u n h e l a d o .

quilamente con Lilibeth. ; , E l F i l o s e s a c ó e l d e d o d e l a b o c a , l o miró c o n aten-

—¡De v e r d a d — d i j o — , e s t a m u j e r e s u n c a s o aparte! ción y murmuró:

T e r m i n a d a l o h o r a d e l e n g u a , e n l o q u e s e trató d e — N o h a y p r o b l e m a . Todavía a g u a n t a u n r a t o . —Luego,

las diversas clases d eoraciones subordinadas con una c o n v o g a p e n a s m á s a l t a , añadió—: Señora p r o f e s o r a , ¿le

a t m ó s f e r a frío e n t r e l a mayoría d e l S e x t o A y l a profeso- gustaría q u e s e d e s c u b r i e s e al verdadero ladrón?

r a , l a señora H u f n a g e l salió d e l a c l a s e y s e quedó a p o y a - —Sí, D a n i e l ; ¿tú s a b e s quién e s ? — Al a profesora


da e n la pared, e n t r e las v e n t a n a s del pasillo, f r e n t e a la H u f n a g e l s e le p u s i e r o n l o s o j o s r e d o n d o s d e curiosidad.
p u e r t a d ela clase. Le t o c a b a v i g i l a n c i a de recreo. —Todavía n o sé quién e s —respondió e l F i l o — , pero
c r e o q u e p r o n t o l o sabré.

134 135
L a señora H u f n a g e l s e interesó: i - j v - • f U I : : Í Í : — N o , claro — i n t e r v i n o el Filo—, pero m e h a venido la
?. —¿Has v i s t o a l g u n a c o s a , h a s oído a l g o , t i e n e s p r u e - i d e a d e q u e u n ladrón q u e r o b e p o r c u a l q u i e r rogón d e s c o -
bas, indicios o algo? n o c i d a n o e s p e o r q u e o t r o q u e s i n rogón a l g u n a , s i n p r u e -
— N o , sólo i d e a s — d i j o e l F i l o , y miró o l a d e c e p c i o - b a s c i e r t a s , s e ensaña c o n t r a u n c o m p a ñ e r o d e c l a s e . ¿O
nada profesora Hufnagel—. Pero hasta ahora siempre es u n p idea equivocada? A d e m á s , m e gustaría s a b e r qué
m e h e p o d i d o f i a r d e m i s i d e a s —agregó—. E s e n o e s m i v a a p a s a r l e a l ladrón, qué l e espera.
p r o b l e m a . M i p r o b l e m a e s — e l F i l o s e volvió a m e t e r e l E l t i m b r e gumbó a n u n c i a n d o e l f i n a l d e l r e c r e o . Los
p u l g a r e n l ab o c a — que seguramente e l ladrón m e dará a l u m n o s a b a n d o n a r o n e l p a s i l l o y l a señora H u f n a g e l aún
p e n a , p u e s , p o r l o q u e p u e d o s a b e r h a s t a a h o r a , será u n n o había r e s p o n d i d o a l ap r e g u n t a del Filo. F i n a l m e n t e
pobre diablo, u n desgraciado. — y o c o n e l p r o f e s o r d e biología o l o v i s t a , d e l a n t e , e n l a
— P e r o e s u n ladrón — d i j o l a señora H u f n a g e l . escalera—, dijo:
—Sí, ¿y qué? — D a n i e l miró a l a p r o f e s o r a H u f n a g e l o — P e r d o n a , D a n i e l , p e r o l a s d o s p r e g u n t a s s o n difíci-
l a c a r a — . Sí, ¿y qué?—repitió. -. ' : les. D e b o r e f l e x i o n a r s o b r e ellas.
— P e r o D a n i e l . . . — L a señora H u f n a g e l e s t a b a verda- L o d e r e f l e x i o n a r e s a l g o q u e e l F i l o entendió b i e n .
deramente escandaligada—. ¡No s e d e b e r o b a r ! ¿Cómo Asintió c o n l o c a b e g a m o s t r a n d o s u c o n f o r m i d a d y entró
puedes d e c i r u n a c o s o así? A d e m á s , n a d i e e s t a n pobre
e n l a c l a s e e n compañía d e l profe-biólogo.
e n n u e s t r a c l a s e c o m o p a r a t e n e r q u e r o b a r . ¡Yo c o n o g c o
b i e n l a situación f a m i l i a r d e l o s a l u m n o s !
—Yo había p e n s a d o o t r a f o r m a d eser pobre —dijo
el Filo.

—¿Qué f o r m a ? • ''
E l F i l o s e encogió d e hombros:
— T a n t o n o sé todavía; e s sólo u n a impresión.
— E s i g u a l , D a n i e l . — L a p r o f e s o r a H u f n a g e l movió l a
cabega—. E n todo caso, n o s epuede consentir que haya
alguien e nl aclase que robe como u n l a n g a . Tú y a v e s
c ó m o e s t á e l c u r s o a h o r a y e s o n o p u e d e s e g u i r así.

136 137
Capítulo 10

. . . e n e l q u e L i l i b e t h v a d e fracaso e nfracaso c o n s u
t r a b a j o d e t e c t i v e s c o y s u m a d r e a p o r t a u n a pista decisiva,
d e l o q u e únicamente s e d o c u e n t a e l F i l o .

Poco antes d elas tres, Lilibeth, sonriendo para sus


a d e n t r o s , salió d e c a s a y bajó rápidamente l o e s c a l e r a .
Sonreía p a r a s u s a d e n t r o s p o r q u e t o d o d a b a o e n t e n d e r
que l am a d r e s e i b aa c o s t u m b r a n d o p o c o a p o c o a l a s
s a l i d a s d e s u h i j a . C u a n d o L i l i b e t h s e despidió d e e l l a , s e
quedó s e n t a d a e n l a s a l a d e e s t a r , s i n lágrimas e n l o s o j o s ,
t e j i e n d o c o n l a n a b l a n c o y r o j a según u n patrón n o r u e g o .
Y l a v o g c o n q u e preguntó cuándo regresaría n o habría
recordado e s t a v e g a lp a d r e d e L i l i b e t h e l c h i r r i a r d e l a
madera e nel aserradero.
En l ap l a n t a baja, j u n t o a l acasa del portero, Lilibeth
sacó d e l b o l s o u n e s p e j o d i m i n u t o y u n lópig d e l a b i o s .
S e l o s pintó d e r o j o p a r a c a u s a r aún m a y o r impresión a
I hornos Huber. Pero cuando vio e lresultado d e l a opera-
ción e n e l e s p e j i t o , t o m ó u n pañuelo d e p a p e l y , d i c i e n d o
p a l a b r o t a s , s e restregó l o s l a b i o s c o n él. Después echó a
c o r r e r h a s t a l a t i e n d a d e Braut-Müller.
Lilibeth n ovio n i n g u n a p u e r t a a b i e r t a e ne l cielo,
s i n o sólo q u e pronto iba a comengar a llover o nevar;
sentimientos profundos sí q u e l o s tenía, r e a l m e n t e . S e
megclaban e n e l l a l a antipatía h a c i a T h o m a s . l a i n s e g u -
r i d a d r e s p e c t o a l método a s e g u i r p a r a i n v e s t i g a r l o y l a s
d u d a s d e c ó m o a p a r e n t a r simpatía h a c i a él. D e t o d o esto
resultaba un sentimiento m u y profundo y desagrada-
b l e . A l o c u a l s e añadía u n l i g e r o s e n t i m i e n t o d e i r a p o r
la s o s p e c h a d e r e s f r i a d o q u e l e había l a n g a d o T h o m a s . A
L i l i b e t h l e pareció m u y g r o s e r o e s o d e d e c i r l e a u n a s e ñ o -
rita que tiene rojo el bigote y la p u n t a de la narig.

—Lloverá e n s e g u i d a — d i j o Thomas.
L i l i b e t h afirmó c o n l a c a b e g a i n t e n t a n d o sonreír.
T h o m a s H u b e r e s t a b a y a e n e l callejón. Sonrió d i c h o - —¿Quieres i r a l c i n e . L i l i b e t h ? A l a sc u a t r o dan
s o a l v e r l a v e n i r , y c u a n d o llegó l e preguntó c o n d e s v e l o : Astérix e n e l M e t r o p o l .
— L i l i b e t h , ¿estás r e s f r i a d a ? «Meterse e n e l c i n e n o v a b i e n c o n m i c o m e t i d o —pensó
E s q u e L i l i b e t h tenía e n r o j e c i d o s e l l a b i o s u p e r i o r y l a I i l i b e t h — . E n e l c i n e h a y q u e e s t a r c o l l a d o y así n o puedo
p u n t a de la narig: t o d o p o r q u e e r o t a n p o c o e x p e r t a para ( I I r a n e a r l e a T h o m a s n i n g u n a confesión.» w
l i m p i a r s e e l lópig l a b i a l c o m o p a r a p i n t a r s e . —La d e Astérix y a l a h e v i s t o tres veces —dijo
L i l i b e t h contestó q u e n o e s t a b a r e s f r i a d a e n abso- I I l i b o t h . ( E n r e a l i d a d , n o l a había v i s t o n i u n a s o l a y s e
l u t o y s e sintió u n t a n t o f u r i o s a . A l f i n y a l c o b o , aquélla moría d e g a n a é d e i r . )
era su primera cito y recordaba q u e n o hacía m u c h o l a - Vamos a lcentro, e n t o n c e s —propuso Thomas—.
a b u e l a l e había d i c h o a s u m a d r e : « L a p r i m e r a c i t o n o t a n l l l h o y u n montón d e c i n e s . — T h o m a s H u b e r sacó d e l
o l v i d a u n a m i e n t r a s viva», y q u e l a m a d r e había r e s p o n - bolsillo del abrigo u n a página d e l periódico d o n d e venía
d i d o : «Es u n m o m e n t o m u y e m o c i o n a n t e . ¡Es c o m o estar «il p r o g r a m a cinematográfico d e l v i e r n e s . Había marcado
e n e l cielo!». c o n r o t u l a d o r r o j o l o s c i n e s q u e tenían sesión d e tarde.

140 141
—Además, y o n o t e n g o dinero p a r a e l cine —dijo q u e t e i n v i t a s e . — Y c o n t o d a l a c a r a r e l u c i e n t e s e echó e l
Lilibeth. a b r i g o h a c i a atrás y s a c ó u n b i l l e t e d e d i e g d e l b o l s i l l o d e l

— P e r o ¡si y o t e i n v i t o , p o r s u p u e s t o ! pantalón—. Y o , p o r m i p a r t e , también m e había p r e p a r a -

— E n e l c e n t r o los cines s o n m u y caros —observó d o —añadió T h o m a s s a c a n d o d e l o t r o b o l s i l l o u n pañue-


Lilibeth. l o h e c h o u n n u d o — . Aquí e s t á n l a s t r i p a s d e m i alcancía

—No i m p o r t a . Y o a n d o b i e n d e «pesos». —Thomas d e c h a n c h o . ¡Seis m i l p e s o s ! — T h o m a s volvió a m e t e r s u

H u b e r sonrió. c a p i t a l e n l o s b o l s i l l o s y exclamó g e n e r o s o — : ¡Nos p o d e -

Q u e T h o m a s H u b e r a n d u v i e s e «bien d e p e s o s » e r a m o s p e r m i t i r t o d o l o q u e tú q u i e r a s !

algo nuevo. Normalmente tenía p o c o dinero y anda- L i l i b e t h s e llevó u n a decepción


b a s i e m p r e quejándose d e q u e s u s p u d i e n t e s p a d r e s l e — P o r mí, m e j o r d a m o s u n p a s e o — d i j o .
d a b a n t a n p o c o q u e n o podía c o m p r a r s i q u i e r a u n cómic Lilibeth l o había p l a n e a d o así c o n e l Picas. Todo
y apenas podía p e r m i t i r s e e l c h i c l e c o t i d i a n o . ¿Y a h o r a , p o r q u e e n e l c a m i n o h a c i a l a c a l l e m a y o r había u n a j o y e -
d e r e p e n t e , tenía d i n e r o d e s o b r a p a r a d o s e n t r a d a s d e ría q u e tenía e n e l e s c a p a r a t e u n a c a d e n a d eoro c o n u n
c i n e d e l a s c a r o s ? ¡Con e l t r i p l e d e s u s e m a n a d a n o o l c a n - Astérix d e o r o también. E r o e x a c t a m e n t e igual que el
garío p a r a d o s e n t r a d a s d e l o s c i n e s d e l c e n t r o ! P e r o ¡si Astérix q u e l e desapareció a Iván P r i h o d a . ; .,
había t o m a d o e l b i l l e t e d e R o s w i t a y v e n d i d o l a c a d e n a de O b e d i e n t e , T h o m a s H u b e r comengó o p a s e a r j u n t o a
Iván, e n t o n c e s sí l e olcangaría! ¿O a c o s o pretendía e l t i p o L i l i b e t h c a l l e a b a j o . S o p l a b a u n v i e n t o frío y caían a l g u n a s
i n v i t a r l a a e l l a c o n s u p r o p i o d i n e r o ? ¡Quigó h a s t a l l e v a b a g o t a s d e l l u v i a q u e a r a c h a s parecían d e n i e v e . L i l i b e t h n o
encima su monedero desaparecido, e s c o n d i d o e n el bolsi- l l e v a b a g o r r o . T h o m a s H u b e r l e ofreció e l s u y o , d e p i e l .
l l o d e l pantalón! • ' - i 1 . i l i b e t h l o rehusó. P o c o a n t e s d e l l e g a r a l e d i f i c i o donde

A Lilibeth s e le a c h i c a r o n los ojos y le t e m b l a b a n e s t a b a l a joyería, T h o m a s H u b e r q u i s o c a m b i a r d e acera

ligeramente l a s a l e t a s d e l a n a r i g . S e sentía y a c o m o l ) o r q u e a l o t r o l o d o d e l a c a l l e había u n a t i e n d a d e depor-

u n perro d ecaga que o l f a t e a b a la m a d r i g u e r a del gorro, t e s y H u b e r e r a u n fanático d e l o s esquís.


c u a n d o T h o m a s dijo: —¡A l a v u e l t a v e m o s t u s esquís! — d i j o L i l i b e t h l l e v a n -

— H o y h e t e n i d o u n o s u e r t e increíble. J u s t o cuando d o o T h o m a s a l e s c a p a r a t e d e l a joyería—. ¡Mira, m i r a , qué


solía h a l l e g a d o m i tío y m e h a p r e g u n t a d o a d o n d e i b a , y p r e c i o s o ! ¡Para mí e s c o m o u n sueño! —exclamó, p o n i e n -
c u a n d o se lo h e d i c h o m e h a s o l t a d o u n billete de dieg p o r a d o c a r a d e i n t e n s a emoción y señalando e l Astérix d e oro

143
3^
del escaparate. C o n la p u n t a de la narig a p l a s t a d a c o n t r a
l a v i t r i n a , añadió c o n u n q u e j i d o — : Q u i e r o u n o c o m o ése
d e s d e s i e m p r e , p e r o m a m ó n o m e l o c o m p r a . ¡Daría t o d o
p o r t e n e r l o ! E s e c o l g a n t e e s e l sueño d e m i v i d a .
— B u e n o , si t a n t o s g a n a s t i e n e s d e u n c o l g a n t e así
—dijo T h o m a s Huber titubeando—, entonces yo te rega-
l o u n o . P e r o n o s e l o t i e n e s q u e d e c i r a n a d i e , ¿eh? H a d e
quedar en secreto.
—¿Y e s e x a c t a m e n t e i g u a l q u e ése? ¿De o r o , e s m a l -
tado por delante?
T h o m a s H u b e r d i j o q u e sí c o n l a c a b e g a . L i l i b e t h s e
sintió c o m o p e r r o d e c a g a q u e está y a f r e n t e a l a g u a r i d a
del gorro.
— L o t e n g o d e s d e q u e nací — d i j o T h o m a s — , p e r o no
le h a g o n i c a s o .
«¡Ah! —pensó L i l i b e t h — . ¡Desde q u e nació! ¡Ahora y a
l o t e n g o ! E n t o n c e s n o existía Astérix. Y e s o d e q u e nadie
l o s e p a , q u e d e b e s e r u n s e c r e t o , ¡oh, c l a r o ! E l q u e regala
c o s a s r o b a d a s n o a n d a pregonándolo d e s d e l a t o r r e d e
l o iglesia.»
—Mañana t e l o l l e v o a l c o l e g i o — d i j o T h o m a s Huber
L i l i b e t h sintió u n e n o r m e h o r m i g u e o e n l a b a r r i g a .
E n t o n c e s , ¡al día s i g u i e n t e y a estaría e l c o s o resuelto!
T h o m a s , a escondidas, l e daría e l Astérix o e l l a , e l l a s e
l o enseñaría a Iván, q u e pegaría u n g r i t o d i c i e n d o que
ése e r a e l s u y o , y T h o m a s H u b e r , b l a n c o c o m o l a p a r e d ,
tendría q u e confesarlo todo. ¡Y e l l u n e s , e l S i r podría

144
v o l v e r a l c o l e g i o c o n l ac a b e g a b i e n a l t a y libre d e t o d a S u s i K r a t o c h w i l . Así, c o m o p o r d e c i r a l g o , L i l i b e t h p r e g u n -
sospecha! t ó a l p a s a r f r e n t e a l o mansión d e l o s K r a t o c h w i l :
En ese p u n t o de sus imaginarias predicciones estaba —¿Lo p a s a s t e b i e n e n l a f i e s t a d e S u s i ?
Lilibeth cuando T h o m a s Huber intervinocon vog insegura: — F e n o m e n a l — c o n t e s t ó T h o m a s — . Sólo q u e tú m e
—Sólo q u e e s a n u b e aguí c e l e s t e d e ahí. ésa n o l a h i c i s t e . p o c o c a s o . Y e l lío d e l a l i b r e t a d e a h o r r o , q u e no
t i e n e e l mío. P e r o d a l o m i s m o , ¿no? s debería h a b e r p a s a d o . v i ' ?•
¿Nube?, ¿qué n u b e ? L i l i b e t h b u s c a b a e n e l e s c a p a r a - —¡La t o n t a tenía q u e d e j a r l a s l i b r e t a s p o r ahí t i r a -
t e . «¿Qué d i c e é s t e d e u n a n u b e aguí celeste?», p e n s a b a d a s ! —comentó L i l i b e t h — . E l F i l o d i c e q u e e l l o t i e n e l a
L i l i b e t h . c u a n d o descubrió q u e j u s t o a l l a d o d e l d e Astérix m i t a d d ela culpa por l om e n o s . Las cosos d evalor hoy
había u n c o l g a n t e c o n u n ángel d e l o g u a r d a . U n a c a b e g a que guardarlos bien guardadas.
d e ángel g o r d a y m o f l e t u d a , c o n o l i t a s r o s a , f l o t a n d o e n —Pero s i e l l a l o h i g o . . . —replicó T h o m a s Huber—.
u n a n u b e aguí c i e l o . , v ••x: >c .• Después d e enseñarnos l a s l i b r e t a s volvió a m e t e r l a s e n
L i l i b e t h c a s i s e e c h a a l l o r a r p o r l a decepción. S e l a c a j a y cerró c o n l l a v e . L u e g o s a c ó l a l l a v e y l a dejó e n e l
t r a g ó l a s lágrimas c o m o p u d o y d i j o : último cajón d e l a m e s a g r a n d e d e l e s c r i t o r i o .
— T h o m a s , n o p u e d e s d a r m e t u ángel. U n ángel L i l i b e t h intentó p o n e r c a r a d e desinterés, p e r o pensó
d e l a g u a r d a d e o r o e s m u y c a r o y m i mamá n o m e deja p o r d e n t r o : «Bien, y a e s t á p i l l a d o . A h o r a está clarísimo.
que acepte esos regalos. He h a b l a d o c o n t o d o s los de la clase de la libreta robada.
— P o r e s o n o quería y o q u e n a d i e l o s u p i e s e —dijo H e r e p e t i d o m i l v e c e s q u e u n o n o d e j a p o r ahí s i n g u a r d a r
Thomas—. M i m a d r e s e pondría h e c h a u n a f u r i a s i s e cosas d et a n t o valor y nadie ha dicho nada e ncontra.
e n t e r a r a de q u e lo h e regalado. ¡Claro!, p o r q u e n a d i e sabía q u e Susi había c e r r a d o e l
— P e r o si t i e n e q u e ser u n secreto, e n t o n c e s n o m e lo cajón. N i S u s i s e a c u e r d a d e e s o . C r e e q u e dejó l a s l l a v e s
p u e d o p o n e r a l c u e l l o , y así y a n o t i e n e g r a c i a . p u e s t a s e n l o c a j a . P e r o e l ladrón, ¡ése sí q u e l o s a b e ,
! Thomas l o reconoció. E n c i e r t o m o d o , incluso s e n a t u r a l m e n t e ! ¡Para él f u e u n d e t a l l e m u y importante!».
había q u i t a d o u n p e s o d e e n c i m a . > ^ — Y o n o había p e n s a d o que elSir fuese t a n t o n t o
—¿Seguimos a d e l a n t e ? —preguntó. —continuó T h o m a s Huber-; es una verdadera idioteg
Lilibeth afirmó p e s a r o s a con lo cabega. Bajaron c r e e r q u e s e p u e d e s a c a r d i n e r o así t a n fácil d e u n a l i b r e -
despacio y t o r c i e r o n por la calle d o n d e e s t a b a la c a s a d e ta con clave.

146 147
—Tú, n a t u r a l m e n t e , habrías caído e n e l l o e n segui-
—No p u e d o i r a l c i n e . P r i m e r o , n o v o y a d e j a r oír a
d a , ¿no? .• • ,
n a d i e c o n m i s e s t o r n u d o s , y , además, a c a b o d e acordar-
E n l a V05 d e L i l i b e t h había u n t o n i l l o m a l i c i o s o y
m e d e q u e t e n g o q u e i r c o r r i e n d o a v e r a m i a b u e l a . Está
h o s t i l , p e r o T h o m a s n o pareció d a r s e cuenta.
enferma.
— j P u e s c l o r o ! — d i j o él—. E n p r i m e r l u g a r , e s o l o s a b e
> L i l i b e t h d i o m e d i a v u e l t a y s e f u e a lc r u c e , a casa
u n bebé. ¡Y e n c i m a y o ! M i p a d r e e s c a j e r o d e l a c a j a d e
d e l P i c a s . A l o a l t u r a d e l a c a s a paró; —Adiós, ¿eh? — d i j o
a h o r r o s . Y o e n t i e n d o m u c h o d e a s u n t o s b a n c a r i o s . ¡Y n o
a Thomas H u b e r , y s e quedó e s p e r a n d o a q u e éste s e
s o l a m e n t e de esas p e q u e n e c e s de cabro chico!
m a r c h a s e . T h o m a s H u b e r l a miró c o n desconfianga;
L i l i b e t h s e d i o p o r v e n c i d a . C o n e s o y a tenía b a s t a n -
—¿Vive ahí t u a b u e l o ? ¡Quien v i v e ahí e s e l C a m e l l o !
t e . ¡Era a b s u r d o ! A a l g u i e n c o n u n p a d r e c a j e r o e n l a c o j a
— B u e n o , ¿y qué? ¿Es q u e n o p u e d e v i v i r m i a b u e l a e n
de a h o r r o s n o s e l e ocurriría r o b a r l i b r e t a s c o n clave.
la m i s m a c a s o q u e el Picos?
¡Naturalmente q u e no! Era algo que e l l a debía hacer
Lilibeth hubiese preferido m e t e r s e e n la casa y dejar
comprender al Picas.
a T h o m a s p l a n t a d o s i n u n adiós, p e r o , p o r d e s g r a c i a , l a
— T h o m a s — d i j o Lilibeth—, y as e m e h a p a s a d o e l
p u e r t a de la calle e s t a b a c e r r a d o . E n el quicio de la p u e r -
tiempo. Tengo que irme corriendo. Lo siento.
t a , j u n t o a l o l t a v o g d e l p o r t e r o automático, había t r e s
— V a m o s p o r lo m e n o s o t o m a r u n h e l a d o —propuso
t i m b r e s c o n l e t r e r i t o s a l l a d o ; e n u n o salía E L T E R L E I N ,
Thomas Huber.
en el otro ALOIS STINGEL, masajista, y e n el terce-
— C r e o q u e y a h e p i l l a d o u n resfrío — d i j o L i l i b e t h — ;
ro HUMPELSTETTER. Thomas Huber miró l o s letreros.
u n h e l a d o n o m e haría b i e n .
Humpelstetter era u n pintor bastante famoso conocido
Thomas Huber estaba desencantado.
e n t o d o l o región. D e v e g e n c u a n d o salía e n l a página
-¿Y al cine?
de farándula d e l o s periódicos q u e s e había separado
Lilibeth tampoco quería i r a l c i n e . Sólo deseaba
d e u n a m u j e r y q u e vivía c o n o t r a n u e v a ; p e r o ¡seguro
b u s c a r a l P i c a s p a r a c o m u n i c a r l e q u e l a «acción Huber»
q u e la a b u e l a d eLilibeth n o e r o el n u e v o a m o r del p i n t o r
había s i d o u n p a s o e n f a l s o . E l P i c a s vivía j u s t o e n f r e n t e ,
Humpelstetter! • ; • •
e n el cruce.
—¡Estás m i n t i e n d o ! — d i j o T h o m a s H u b e r c o n gesto
L i l i b e t h dijo;
t r i s t e — , ¡Tú m i e n t e s , s e g u r o ! ¿Por qué h a s s a l i d o conmigo

148
149
s i n o m e q u i e r e s ? — T h o m a s H u b e r apretó eí botón q u e e s t a b a n l o s d o s d e v u e l t a d e l goológico. E n c a s a d e l S i r

estabajunto a ELTERLEIN. n a d i e contestó.


—¿Quién está ahí a b a j o ? • El Picas quería t o m a r un jugo e n compañía d e
—¡Visita p a r a t i . C a m e l l o imbécil! —gritó Thomas L i l i b e t h . O j u g a r a l dominó, o enseñarle a j u g a r a l a j e d r e g .
H u b e r , y echó o c o r r e r . P e r o L i l i b e t h n o tenía g a n a s .

L a p u e r t a s e abrió g u m b a n d o . L i l i b e t h entró e n l a — M e voy a casa —dijo.


c a s a . S e sentía b a s t a n t e a d i s g u s t o c o n s i g o misma. — B u e n o —terció e l P i c a s — . Y o m e q u e d o aquí, c a b e -
El P i c a s era u n cabezota. Toda una hora estuvo ceándome o f o n d o a v e r cómo c a g a m o s o T h o m a s Huber.
L i l i b e t h explicándole q u e T h o m a s H u b e r n o podía s e r e l — R i ó — . Y a verás. N o sólo s a b e p e n s a r e l F i l o . S i y o q u i e r o ,
ladrón, q u e e r a i n o c e n t e , q u e e l l a l o podía g o r a n t i g a r Pero también s o y capag.
e l P i c a s n o hacía m á s q u e m o v e r l a c a b e g a y d e c i r : —¡Mucha suerte! —dijo Lilibeth. Casi le sale
—Sí. sí. ¡Claro q u e e s él! ¡Te l o j u r o ! ¡El t i p o d i s i m u l a ! también: «¡Camello!». Y s e marchó a c a s a d e mal
¡Está h e c h o u n g o r r o c o m p l e t o ! ¡Dejo q u e y o l o s i g o ! ¡Todo humor.
saldrá a l a l u g , a raí n o m e l a d o c o n eso! E r a n las siete y m e d i a d e l atarde. L am a d r e y e l
Lilibeth telefoneó a casa d e l Filo. Quería pedir- padre d e Lilibeth, sentados e nl a sala d e estar, veían
l e a y u d o . L i l i b e t h sabía q u e e l F i l o tenía m á s i n f l u e n c i a l o s n o t i c i a s e n l a televisión. Sonó e l t i m b r e d e l a p u e r t a .
s o b r e e l P i c a s , q u e é s t e c a s i n u n c a l o contradecía. E l F i l o L i l i b e t h , q u e e s t a b a e n s u habitación c h a p u r r e a n d o p a l a -
n o e s t a b a e n caso. L a m a d r e del Filo dijo que e s t a b a con b r a s d e inglés, salió a l r e c i b i d o r D e s d e l a s a l a d e e s t a r , l a
e l S i r y c o n s u m a d r e e n e l goológico. También d i j o que m a d r e exclamó:
a e l l o n o l e parecía n a d o b i e n , q u e n o quería q u e s u h i j o —¡Observa p o r l a m i r i l l a p r i m e r o , L i l i b e t h !
f u e s e a m i g o d e l a d r o n e s y q u e , además, e n i n v i e r n o , e n e l L i l i b e t h miró o b e d i e n t e y v i o a l F i l o y a l P i c a s p l a n t a -
goológico y e n l a s j a u l a s d e l o s m o n o s , d o n d e s i e m p r e hay
dos a n t e la puerta.
u n a a t m ó s f e r a t a n m o l a . L i l i b e t h n o e s t a b a p a r a oír l a s
—¿Quién e s ? — d i j o e l p a d r e .
q u e j a s d e l a m a d r e d e l F i l o , así q u e d i j o :
—El Filo y e l Picos —respondió L i l i b e t h . Quitó l a
—Entonces, perdone u s t e d l a m o l e s t i a . — Y colgó. c a d e n a d e s e g u r i d a d , corrió e l c e r r o j o d e a r r i b a , l u e g o e l
A continuación intentó l l a m a r a l S i r a s u c a s o . Quigó y a d e a b a j o y abrió l a p u e r t a . ' ^ :: ; i • r* ^ u ; .;.

150 151
—Resguardado como u n castillo feudal —comen-
t ó e l F i l o e n t r a n d o . L e siguió e l P i c a s c o n u n o s o n r i s a d e
satisfacción. .-. , H -.r: ^,
—¿Qué p a s a ? —preguntó L i l i b e t h e n V05 b a j a .
Tenía q u e s e r a l g o i m p o r t a n t e p o r f u e r g a . E l F i l o y e l
P i c a s n o i b a n a v e r l a a e s a s h o r a s s i n o e r a p o r u n a rogón
e s p e c i a l . L i l i b e t h l o s llevó a s u habitación. Y l a m a d r e d e
L i l i b e t h , q u e a d e m á s d e m u y m i e d o s a e r o también u n a
mujer curiosa, fue al recibidor a sacar brillo al g r a n espejo
d e p a r e d q u e había j u n t o a l a habitación d e L i l i b e t h . P e r o
l o q u e escuchó d e s d e s u p u e s t o d e e s p i o n a j e l e quitó l o s
g a n o s de seguir c o n el d i s i m u l o .
O y ó q u e s u h i j a decía c o n v o g d e a s o m b r o :
—¿Esto qué e s ? ^
Luego la vog t r i u n f a n t e del Picas:
— E l pañuelo.
Y de nuevo Lilibeth: ;
—Está t o d o s u c i o . . > ,:
A l o q u e e l P i c a s replicó:
— P o r q u e lo h e m o s u s a d o c o m o t r a p o del polvo. Dohnal. E s t a b a extendido sobre la m e s a . E n u n a esqui-
E n t o n c e s l o m a d r e d e L i l i b e t h volvió o l a s a l a d e e s t a r na d e l pañuelo había u n a s i n i c i a l e s b o r d a d o s . Éstas
d i c i e n d o p o r o sí: «¡Sólo p a r a e s c u c h a r u n a conversación eran H. T. » ,•„. •
a b u r r i d a s o b r e u n pañuelo s u c i o n o v o y a e s t a r socándole —Nada más m a r c h a r t e — d i j o e l P i c a s — , s em e
b r i l l o a u n e s p e j o q u e y a está impecable!». ocurrió q u e e l pañuelo podría s e r i m p o r t a n t e , p o r q u e e s
P e r o d e n t r o d e l a habitación d e L i l i b e t h , ésta, s e n t a - n u e s t r a único p r u e b a . ¡Nuestro único d e l i t o !
d a , c o n t e m p l a b a f i j a m e n t e e l pañuelo c u a d r i c u l a d o b l a n - — D e l i t o n o —interrumpió e l F i l o — . I n d i c i o . S i e s q u e
c o y c a f é e n e l q u e había e s t a d o e n v u e l t o e l r e l o j d e H a n s i (juieres u s a r palabras raras. , . '

152 153
—¡Vale!, p u e s entonces, i n d i c i o —siguió e l P i c a s — .
—Parece que es una prueba claro. Y o m e había
Y o quería a s e g u r a r m e o t o d a c o s t a . P r i m e r o , n o sabía
i m a g i n a d o u n a teoría c o m p l e t a m e n t e d i s t i n t a , p e r o esas
dónde podría e s t a r . H e p e n s a d o que a l g u i e n l o habría
iniciales m e la hacen polvo.
t i r a d o . P e r o l u e g o h e caído e n q u e B a b s i B i n d e r l o t o m ó
—¿Y cuál e r a t u teoría? —preguntó L i l i b e t h .
c o m o t r a p o del p o l v o . E n t o n c e s m e f u i a l c o l e g i o y l e dije
A n t e s d e q u e e l F i l o p u d i e s e c o n t e s t a r , cortó e l P i c a s :
a Stribany que necesitaba l a l l a v e d e l a s a l o , q u e había
— S u teoría n o v a l e nada. ¡Los teorías s o n rollos!
d e j a d o l a c o j o d e p a s t i l l a s p a r a e l a s m a , l a única q u e me
¡Sólo c u e n t a n l a s p r u e b a s ! — E l P i c a s t o m ó e l pañuelo, l e
quedaba...
sacudió e l p o l v o d e t i g o y l o dejó c a e r o t r a v e g s o b r e l a
—¿Pastillas p a r o e l a s m a ? ¿Tú t i e n e s a s m a ? — L i l i b e t h
mesa—. Mañana t e m p r a n o v o y a l « d i r é » y l e enseño l a s
miró a l P i c o s horrorigodo.
iniciales.
—Sólo p a r o p o d e r c o l a r s e e n l a s a l a —aclaró e l F i l o .
Lilibeth notó c o n asombro q u e sentía p e n o p o r
E l P i c o s d i j o q u e sí c o n l o c a b e g a y siguió:
Thomas Huber. L e latía e l coragón d e compasión a l
—¡Y p o r s u e r t e , e l d e l i t o e s t a b a todavía allí!
p e n s a r e n él a l a mañana s i g u i e n t e , f r e n t e a l d i r e c t o r E l
— E l i n d i c i o —corrigió e l F i l o .
m i s m o T h o m a s Huber que estaba dispuesto a regalarle
—¡Qué i m p o r t a ! — A l P i c a s l e d a b a i g u a l u n o p a l a b r a s u ángel d e l o g u a r d a .
que o t r a — . S e a c o m o sea. y a lo t e n e m o s , y las iniciales H.
—¡¿Qué, a c a s o t e d a lástima?! —exclamó e l Picas—.
T. d e m u e s t r a n que es de T h o m a s Huber.
¡Encimo!
L i l i b e t h tenía l a v i s t a c l a v a d a én e l s u c i o pañuelo. E r a
P o r l o v i s t o , o L i l i b e t h s e l e podían l e e r e n l a c a r a sus
u n pañuelo m u y g r a n d e . L o s c u a d r a d o s e s t a b a n a l g o d e s c o -
pensamientos compasivos. Justo cuando Lilibeth iba a
loridos y la tela b a s t a n t e g a s t a d a p o r el uso. L a s iniciales
contestar que no iba m u y desencaminado al pensar que
e r a n d e u n b o r d a d o f l o r i d o e n h i l o café. P e r o s e distinguían
tenía lástima d e T h o m a s , s e abrió l a p u e r t a y entró l a
c l a r a m e n t e u n a H. T. y u n a H de Huber y T de T h o m a s .
m a d r e d e L i l i b e t h . F u e p o r c u r i o s i d a d , p e r o n o l o quería
—¿Eh?, ¡¿qué l e s decía?! — e x c l a m ó e l P i c a s triun- a d m i t i r y e n t o n c e s preguntó s i a l g u i e n quería u n a c o c a -
f a n t e — . S i e m p r e p u e d o f i a r m e d e m i i n s t i n t o . ¡Si e r a t a n cola. Los t r e s dijeron que no. N o e s t a b a n e n t o n c e s pora
claro c o m o agua de fuente sin contaminar! coca-colas. P e r o l o m a d r e d e L i l i b e t h y a n o podía r e p r i m i r
Lilibeth miró a l Filo. Este algo s u s redondos l a c u r i o s i d a d . Pensó: «Si e s t o s d o s h a n v e n i d o realmente
h o m b r o s y dijo: " p o r u n pañuelo s u c i o , t i e n e q u e s e r u n pañuelo m u y espe-

154
155
cial». V i o e l pañuelo e x t e n d i d o s o b r e l a m e s a d e L i l i b e t h . t o d , n o e r a m u c h o p e d i r q u e el P i c a s a c e p t a s e s u d e s e o y
S e acercó a él y l e s preguntó r i e n d o : r e t r a s a s e d o s días l a v i s i t a a l «diré».
—¿Qué c l a s e d e m o q u e r o d e bisabuelo e s eso que —¡Y e l p o b r e S i r ! —gritó e l P i c a s — , ¿acaso t e d o
t i e n e n aquí? l o m i s m o ? S e alegrará, s e g u r o , d e p o d e r quedar limpio
C o m o n a d i e respondió, l o m a d r e d e L i l i b e t h volvió a mañana > m i s m o . ¿Por qué h a d e a g u a n t a r c o n r i o ladrón
s a l i r d e l a habitación. E l F i l o levantó l o s o j o s y l a siguió t o d o el f i n d e semana?
c o n l a m i r a d a . S e m e t i ó e l p u l g a r e n l a b o c a y murmuró: — E l S i r — d i j o e l F i l o c o n u n t o n o d e V05 a l t o , r a r o e n
— U n a mujer m u y inteligente. él— e s t á d e a c u e r d o e n t o d o l o q u e y o h a g a . — Y acentuó
L i l i b e t h pensó q u e e l Filo s e e s t a b a riendo d e s u e l y o c o n g r a n énfasis—. S i n o m e c r e e s , llámalo. P i c a s .
m a d r e y l e replicó: —¡Vale!, ¡vale! —murmuró e l P i c o s . Sabía q u e e l F i l o
—¡La t u y o t a m p o c o g a n a e l P r e m i o Nobel! n o decía m e n t i r o s - . B u e n o , e s p e r o h a s t a e llunes. Pero
E l F i l o t o m ó e l pañuelo, l o dobló y s e l o m e t i ó e n e l ¡luego a mí n o m e p a r a n a d i e !
bolsillo. —¡El l u n e s p u e d e s p o n e r t e t u m o q u e r o d e s o m b r e -
—¡Eh, déjalo ahí! —saltó e l P i c a s — . Y o l o h e e n c o n - r o ! —exclamó e l F i l o . Y , e m p u j a n d o a l P i c a s c o n u n d e d o
t r a d o y y o s e l o l l e v o a l «diré». — P u s o l o m i s m a c a r a d e e n e l p e c h o , continuó—: E l l u n e s m e darás g r a c i a s p o r n o
alguien o q u i e n t r a t a s e n de e s c a m o t e a r el p r i m e r p r e m i o h a b e r h e c h o e l «ridi» a n t e e l d i r e c t o r . — Y a L i l i b e t h — : D a
d e l a lotería— ¡Devuélveme m i d e l i t o ! ¡Rápido! a t u madre u n par d ebesitos d em i parte. Si no e s por
E l F i l o repitió q u e l a p a l a b r a a d e c u a d a en ese caso ella, c a s i m e h u b i e s e r e n d i d o y a . — Y d i c h o e s t o , e lFilo s e
había d e s e r «indicio», p e r o n o s a c ó e l pañuelo. D i j o q u e l a despidió y s e marchó o c a s a .
m a d r e d e L i l i b e t h l e había d a d o l a p i s t a b u e n a y pidió e l El P i c a s y L i l i b e t h se q u e d a r o n u n b u e n r a t o m i r a n d o
próximo f i n d e s e m a n a p a r a s e g u i r l a . l o p u e r t a p o r I p q u e e l F i l o s e había i d o .
— S i e l l u n e s p o r l o mañano t e m p r a n o n o t e n g o a l —¿Qué e s , p u e s , l o q u e h a d i c h o t u m a d r e ? — p r e g untó e l
ladrón, t e d e v u e l v o e l pañuelo y p u e d e s i r c o n él a l «diré». P i c a s c o n f u s o — . ¿Había e n e l l o a l g u n a c o s o s i g n i f i c a t i v a ?
E l F i l o siguió t e s t a r u d o y cobegón. D i j o q u e tenía —Ni media palabra —dijo L i l i b e t h . Y añadió t r a s
otras cosos mejores que hacer que e s t a r allí sentado u n a b r e v e p a u s a — : P e r o e l F i l o sabrá b i e n l o q u e hace.
discutiendo. Y que, e n n o m b r e de s u viejo y e t e r n a a m i s - S i e m p r e l o s a b e . Y o confío e n él t o t a l m e n t e .

156 157
Capítulo 11
El P i c a s y a n o tenía g a n a s d e estar e ncosa cíe
L i l i b e t h . S e despidió d e e l l o c o n b a s t a n t e f r i a l d a d .
Y c u a n d o y a e s t a b a f u e r a y L i l i b e t h había cerrado
c o n l l a v e d o s v e c e s y c o r r i d o u n c e r r o j o , murmuró:
—¡Maldición, t o d o s s o n c o m o e s c l a v o s s u y o s ! •

. . . e n e/ q u e , p r i m e r o , s e v u e l v e a copiar del diario del Filo


y , l u e g o , la historia toma tales derroteros que e lFilo s e v e
o b l i g a d o a e n t r a r e n acción. Y n o sólo c o n la cabera, también
c o n l o s músculos.

3 d e d i c i e m b r e , v i e r n e s (11 de la n o c h e ) .
H e lavado el pañuelo, lo he secado en la calefacción,
p l a n c h a d o y d o b l a d o c o n t o d o e s m e r o . L o t e n g o aquí, a n t e
mí, c o n l a s iniciales hacia arriba.
Además, he decidido no enojarme más con nadie de la
clase por el hecho de que hayan sospechado d e lS i r D e l o
c o n t r a r i o , e n justicia, tendría q u e e n o j a r m e también c o n e l
Picas por haber sospechado d eT h o m a s H u b e r Dice que s e
d e j a g u i a r p o r su i n s t i n t o . / I n s t i n t o / S i e l a s u n t o f u e s e consi-
derar si le cabe en el buche otro de los a c o s t u m b r a d o s s u p e r -
sóndwiches q u e s e c o m e d e colación, podría, e l t o n t o , dejarse
guiar por su i n s t i n t o ; p e r o c u a n d o s e t r a t a d e p e r s o n a s , d e b e
guardárselo. S i p o r c u l p a d e esos «sentimientos» s e ensucia
de barro a o t r o s , p r e f i e r o n o t e n e r n i n g u n o . ¡Esto no tiene pies
ni cabera! Conviene rastrear el asunto desde el principio:

Thomas tiene un s e n t i m i e n t o d e a m o r hacia L i l i b e t h .


Ella, sin embargo, no tiene ese s e n t i m i e n t o hacia Thomas,

158
sino o t r o s e n t i m i e n t o d e a m i s t a d p o r el Picas. E s t o m o l e s t a P i c a s . Y a l a s d i e g . e n c u a n t o t e r m i n e n l a s c l a s e s , m e pondré
a T h o m a s y , e n t o n c e s , a éste l e brota un s e n t i m i e n t o d e ira m a n o s a la obra. Le diré a L i l i b e t h q u e v e n g a c o n m i g o . E n t r e
contra el Picas y p o r e s o l o l l a m a siempre Camello. De ahí d o s n o s resultará más fácil.
q u e e n e l Picas surja un s e n t i m i e n t o d e odio hacia T h o m a s y Cuando todo haya pasado, regalaré tres rosas a la
q u e , a la mínima, t e n g a el s e n t i m i e n t o d e q u e él e s e l ladrón. madre de L i l i b e t h , S i ella no hubiera soltado lo de «moque-
Y e n v e g d e devanarse la cabera para averiguar qué pasa con r o d e bisabuelo», probablemente yo no h u b i e s e caído e n la
sus s e n t i m i e n t o s , s e d e j o c o m e r e l c o c o p o r e l l o s y sólo e s cuenta tan pronto de q u e e l pañuelo e s d e l «año-de-la-pera»
c o p a g d e ver lo que q u i e r e . D i c e e l t i p o que quiere estudiar y de que es raro que se b o r d e n p a r o l o s c h i c o s i n i c i a l e s t a n
derecho. Confiemos en que sea notario para llevar asuntos de f l o r i d a s e n pañuelos t a n g r a n d e s . Y q u e , además, e s c o r r i e n -
t e s t a m e n t o s y no jueg. D eotro modo, con sus sentimientos t e e n c a s i t o d a s las familias repartir los pañuelos a voleo.
n o hará más que salvajadas. Yo también t e n g o algunos con las inicíales A. A., porque mi

Pero ahora el S i r e s más i m p o r t a n t e q u e e l P i c a s . m a d r e s e H o m o Annalíese.

A n d a «enojao» d e v e r d a d . H o y m e ha soltado en el g o o M e e s t o y m u r i e n d o d e sueño. M e v o y a la cama. Mañana


q u e ya nunca se sentirá como a n t e s , aunque y o consiga necesitaré t e n e r l o s n e r v i o s t r a n q u i l o s .
encontrar ai ladrón verdadero. Ha dicho: «Que me hayan teni- P. D . H e caído en la c u e n t a d e q u e n o está b i e n q u e
do por ladrón y me hayan rechazado como a m i g o , e s o queda mañana sólo lleve conmigo a Lilibeth. El Picas sigue siendo
p a r a siempre». ¡Tiene ragón! Primero, «Sir, p o r aquí» «Sir p o r de los nuestros, a u n q u e e n e s t e m o m e n t o n o esté m u y e n l a s
allá», «Sir, querido», y luego, ¡al d e m o n i o ! , «Sir, e l miserable», b u e n a s c o n él. P e r o s e g u i m o s s i e n d o a m i g o s . S i n o l o l l a m o ,
«Sir, e l ladrón». ¡Pffñ, así es la gente. s e sentirá m a r g i n a d o . Sería como si le dijese: «¡Fuera! Te has

Mañana, en el c o l e g i o , d e b o t e n e r c u i d a d o d e q u e e l Picas e q u i v o c a d o y h a s i d o a p o r e l q u e n o era. Así que ya no nos

no se vaya de tarros y comience a esparcir sus equivocadas haces falta». , -:-

teorías, p o r q u e sí n o T h o m a s Huber lo va a pasar tan mal


como el S i n C r e o q u e podré c o n s e g u i r l o . Ahora l o s demás y a Sábado. A l a s d i e g m e n o s cinco, e l Filo, e l Picas y
n o hablan tanto con n o s o t r o s . Y sólo t e n e m o s d o s h o r a s d e Lilibeth salieron o p o s o ligero del colegio. Llevaban aún
clase. El profesor de dibujo está enfermo y quedan libres las el c o l g a d o escolar, u n a s g o p a t i l l a s d et e n i s u s a d o s , yl o s
dos horas que nos tocaban con él. Por tanto, hay un recreo chaquetas sin abrochar con los gorras saliendo por sus
nada más, que yo emplearé en explicar mi plan a L i l i b e t h y al bolsillos. D e j a r o n l a sm o c h i l a s e n e l sótano d e n t r o d e

160 161
la jaula, donde l o s demás compañeros d e l a c l a s e , que J u n t o a l a estación e n l a q u e b a j a r o n e l F i l o , e l Picas
e s t a b a n cambiándose t r a n q u i l a m e n t e , s e q u e d a r o n muy y L i l i b e t h había u n s u p e r m e r c a d o g r a n d e c o n u n p a r q u e
extrañados a l v e r e l a b a n d o n o d e l o s útiles d e e s t u d i o . pequeño a l l a d o . Detrás s e veían a l g u n a s c a s a s altos,
E l F i l o había a d v e r t i d o a L i l i b e t h y a l P i c o s : nuevas, con balcones e n la fachada, y unos cuantos
—Cada minuto cuenta. Tenemos que llegar as u hileras d e casas bajos c o n j a r d i n e s d i m i n u t o s . El vien-
c a s a a n t e s q u e él. to soplaba allí m u y f u e r t e . L o s pequeños a b e d u l e s del
L i l i b e t h había c o m e n t a d o : *• • Í»Í;> .hsní,; K , ; ; . ^ ' Í p a r q u e t e m b l a b a n m á s aún q u e Lilibeth, que castañe-
— E l v ao pie. S i n o s o t r o s v a m o s e n M e t r o , l e s a c a - t e a n d o l o s d i e n t e s preguntó: , ^
m o s u n a ventaja de miedo. —¿Y p o r dónde será a h o r a ? i •.•;''^
E l P i c a s seguía c o n e l s o n : «Yo n o l o c r e o ; n o l o c r e o , El P i c a s cerró l a c r e m a l l e r a d e s u c o r t a v i e n t o , s e
sinceramente». N o o b s t a n t e , corrió h a s t a l o estación p o r encasquetó l a g o r r o y murmuró:
d e l a n t e d e l F i l o y d e L i l i b e t h h a c i e n d o g e s t o s d e súplica —De todos modos, éste v i v e e n e l f i n d e l mundo,
a l c o n d u c t o r d e l v a g ó n q u e partía e n e s e m o m e n t o . El amigos.
c o n d u c t o r e r o u n h o m b r e a m a b l e . Esperó, p r i m e r o , o q u e E l F i l o socó u n p a p e l i t o d e l b o l s i l l o . «Travesío A l o i s -
llegase el P i c a s a l galope, luego, a q u e L i l i b e t h lo h u b i e s e Ropottensteiner», leyó. E n e l p a p e l había t a m b i é n d i b u -
o l c a n g a d o , y preguntó: j a d o u n p l a n o c o m p l e t o c o n e ls u p e r m e r c a d o , los casas
—¿Y e s e g o r d i t o a p r e s u r a d o d e l a r e t a g u a r d i a , s u b e a l t a s y l a s b a j a s . S o b r e l a c o s a a l t o d e m á s a t r á s había
también? u n o c r u c e c i t a . L i l i b e t h miró e l p a p e l :
E l simpático c o n d u c t o r n o arrancó h a s t a q u e e l —¿De dónde l o h a s s a c a d o ? • . ,,
jadeante F i l o saltó a l v a g ó n e c h a n d o m a n o d e s u s últi- ^.^ E l F i l o contestó: ... i ^! ; ,
mas fuergas. — L a dirección l o saqué d e l a guía telefónica, p o r q u e
—jVaya, por l o s pelos! —suspiró e l F i l o dejándo- a y e r m e cansfe d e l l a m a r a u n o s y o t r o s y n i n g u n o d e l o
se caer sobre u n a s i e n t o libre y r e s p i r a n d o c o m o si lo c l a s e l o sabía. E l d i b u j o l o h e c o p i a d o d e l p l a n o d e l a c i u d a d .
hubiese a t a c a d o u n a serpiente d edos cabegos. H a s t a e l M a r c h a r o n l o s t r e s h a c i a l a c a s a a l t a d e m á s atrás.
m o m e n t o d e b a j a r , d o s e s t a c i o n e s después, n o f u e c a p a g L i l i b e t h preguntó:
de hacer o t r a cosa que a t r o p a r aire a empellones entre —¿Y s i s u m a d r e n o está e n c o s a ? . , ; , .: •• , -
bufidos roncos y silbantes. - f i • - M o l a s u e r t e —contestó e l P i c a s .

162 163
^ —¿Y quién v a a l l a m a r ? —volvió o p r e g u n t a r L i l i b e t h . — T u s r o g o n e s m e l a s e x p l i c a s después —farfulló e l

— E l P i c o s —respondió e l F i l o — . E s e l q u e m e j o r s a b e Filo a b r i e n d o la p u e r t a del ascensor.

m o n t a r el rollo. E l P i c a s salió d e m a l a g a n o a l p a s i l l o d e l p i s o t r e c e .

S i g u i e r o n callados h a s t a llegar a lo p u e r t a del edifi- Había t r e s p u e r t a s b l a n c a s c o n s u s p l a q u i t a s d e n o m b r e s

cio. E n t r a r o n y crugoron e l pasillo h a s t a e l ascensor. b a j o l o s v i s o r e s d e c r i s t a l E n l o q u e caía e n f r e n t e del

L i l i b e t h apretó e l botón r o j o . M u d o s , o b s e r v a r o n e l cable a s c e n s o r podía l e e r s e : G r i f o .

d e l a s c e n s o r , q u e b a j a b a l e n t a m e n t e . L o c a b i n a llegó a l a El Filo y Lilibethd e s c e n d i e r o n h a s t a el p r i m e r d e s c a n s i -

p l a n t o b a j o y e l F i l o corrió l o s p u e r t a s . L i l i b e t h entró. E l l l o d e l a e s c o l e r a , s e s e n t a r o n e n e l último escalón y e s p e r a -

Picos, e n c a m b i o , t i t u b e a b a . Dijo: ron. P o r e n c i m a de ellos, f r e n t e a la p u e r t a de Grifo, el Picas

— M e v ao m a n d a r a ldemonio. Todo esto e s una llamó a l t i m b r e . L i l i b e t h e s t a b a t a n n e r v i o s a q u e volvió a

e s t u p i d e g ; t e lo digo. • ' r e c u p e r a r u n a v i e j a c o s t u m b r e o l v i d a d o hacía t i e m p o : s e

E l F i l o d i o u n empellón a l P i c a s y éste, q u e n o había metió l o s d e d o s e n l a b o c a y empegó a m o r d e r s e l a s uñas.

contado con esa reacción, entró e n e l a s c e n s o r dando — N o h o y n a d i e —musitó.

traspiés. —¡Espera! — c o n t e s t ó e l F i l o — , o l o m e j o r l o c a s a e s

—¡Eh, tú. F i l o ! —exclamó e l P i c o s l l e n o d e a s o m b r o — m u y g r a n d e o l a m a d r e está j u s t o a h o r a e n e l baño.

¿Desde cuándo t e h a s v u e l t o t a n i m p u l s i v o ? L a c a b i n a d e l a s c e n s o r s e desligó h a c i a a b a j o d e n t r o

— D e s d e q u e n i y o m i s m o m e r e c o n o g c o —murmuró d e s u c a j o d e c r i s t a l . E l P i c o s s e asomó a l o e s c a l e r a :

e l F i l o e n t r a n d o e n l o c a b i n a . Cerró l a p u e r t a y apretó e l —¿Sigo l l a m a n d o ?

botón d e a r r i b a . E l número 1 3 . — E s inútil. — E l F i l o s e levantó sacudiéndose e l p o l v o

M i e n t r a s subía e l a s c e n s o r , e l F i l o e n t r e g ó e l pañuelo q u e l a e s c o l e r a l e había d e j a d o e n e l t r a s e r o — . ¡Qué m a l a

a l P i c o s y l e preguntó: s u e r t e ! —comentó.

—¿Está t o d o c l a r o ? ^t ' ' —A l o m e j o r está e n e l s u p e r m e r c a d o d e e n f r e n t e

E l P i c a s h i g o sólo u n g e s t o a f i r m a t i v o c o n l a c a b e g a , —opinó L i l i b e t h — . L o s s á b a d o s c a s i t o d a s l a s madres

m a s c u a n d o p a r a r o n e n e l p i s o t r e c e , agregó: hocen la compra.

— P e r o e s t o l o h a g o sólo p o r a m i s t a d c o n t i g o , p a r a - L o s mujeres pueden pasarse horas enteras e n

q u e t e e n t e r e s d e q u e o n d a s e q u i v o c a d o . ¿Entendido? e l s u p e r m e r c a d o —terció e l P i c o s — , Y p o r a c u a n d o e l l a
v u e l v o y a hará u n r a t o q u e estará W o l f g a n g aquí.

164 165
• «

A b a j o s e oyó c e r r a r l a p u e r t a d e l a s c e n s o r . L u e g o , e l —¡Ah, b u e n o ! — e x c l a m ó l o m u j e r . T o m ó o t r o veg


ruido g u m b a n t e y q u e j u m b r o s o d el o cabina subiendo. El l a s b o l s a s y , c o n e l p i e , d i o u n empujón a l a p u e r t a , q u e
F i l o s e llevó u n d e d o a l a b o c a p a r o i m p o n e r s i l e n c i o . Y a l s e abrió.
a d v e r t i r q u e e l a s c e n s o r s e a c e r c a b a c a d a v e g más, q u e —Sólo q u e , p o r f a v o r — d i j o e l P i c a s , q u e aún c o n s e r -
n o p a r a b a e n el piso once, n i e n el d o c e t a m p o c o , e x c i t a - v a b a u n p o c o torcidos los ojos del g e s t o d ea n t e s — , n o
d o , h i g o u n o seño a l P i c o s y é s t e volvió o s i t u a r s e f r e n t e o e s t o y s e g u r o d e s i e s é s t e e l pañuelo d e W o l f i o n o .
l a p u e r t a y llamó a l t i m b r e d e n u e v o . E l P i c a s alargó a l a señora e l pañuelo d e c u a d r o s
—¿Nos b u s c a a n o s o t r o s ? —preguntó l a señora q u e c a f é s y b l a n c o s c o n l a s i n i c i a l e s . E l l a miró e l pañuelo;
salía d e l a s c e n s o r y d e j a b a e n e l s u e l o d o s b o l s a s d e l a —¡Ah, sí —rió—, e s n u e s t r o ! H . T , d e T a s s i l o H a h n .
c o m p r a p o r o buscar los llaves. E r a m i s u e g r o . S i e m p r e l e g u s t a r o n l o s pañuelos g r a n d e s
—Sí, p o r f a v o r —contestó e l P i c a s — ; quería v e r o W o l f i . d e c u a d r o s . B i e n , t e lo a g r a d e g c o .
— P e r o s i está e n l o e s c u e l a h a s t a l o s d o c e . . . — L a vog L o señora t o m ó e l pañuelo y , a ! v e r q u e e l P i c a s s e
d e l a m u j e r tenía t o n o d e s o r p r e s a . q u e d a b a allí p l a n t a d o c o n s o n r i s a d e t o n t o y o j o s bigcos,
—¡Boh! — d i j o e l P i c o s — , n i h e caído e n l o c u e n t a . l e preguntó;
A h o r a e s t o y e n u n c o l e g i o i n t e r n o y t e n e m o s e l sábado —¿Quieres p a s a r ? ;< I i
l i b r e . Y o s o y u n a m i g o d e W o l f i . E l año p a s a d o e s t u v e c o n —Sí, g r a c i a s — c o n t e s t ó e l P i c a s . Y l a p u e r t a s e cerró.
él e n l o m i s m o c l a s e a n t e s d e i r m e a l i n t e r n a d o . L i l i b e t h s e socó l o s d e d o s d e l a b o c a .
L o señora giró l a l l a v e . Pareció q u e d u d a b a s i a t e n - —¡Tú e r e s u n m o n s t r u o p e n s a n t e . F i l o ! —exclamó—.
der o aquel chico desconocido allí f u e r a , e n e l p a s i l l o , o P e r o a h o r a v a m o n o s a b a j o . W o l f g a n g está a p u n t o d e l l e g a r
hacerlo pasar . . < i E l F i l o asintió c o n u n g e s t o d e l a c a b e g a y j u n t o con
— E n r e a l i d a d , h e v e n i d o sólo o t r a e r l e u n pañuelo Lilibeth se longo escaleras abajo. Y a fuera, los dos ocupa-
— d i j o e l P i c o s - . M e l o prestó W o l f i u n día q u e a n d a b a yo r o n s u s p u e s t o s j u n t o a la p u e r t a del edificio, u n o a c a d a
c o n g r i p e , y quería devolvérselo. l a d o . E l F i l o había p r e v i s t o q u e , a n t e s d e n a d a , había q u e
—¿Un pañuelo? ¿Y h a s v e n i d o p o r e s o expresamente? p r e g u n t a r a W o l f i p o r qué ragón r o b a b a . Y q u e e s t o e n
E l P i c a s p u s o l a m e j o r c o r o d e t o n t o d e t o d a s u colección; m o d o a l g u n o debía h a c e r s e d e l a n t e d e s u m a d r e .
— H a dicho m i m a d r e que h a y que r e s p e t a r la propie- No l l e v a b a n m u c h o t i e m p o allí, d e p i e , apostados
d a d d e l o s d e m á s también e n l a s c o s o s pequeñas. j u n t o a l a p u e r t a , c u a n d o L i l i b e t h exclamó: -;

166 167

F
—¡Ahí v i e n e ! L o r e c o n o g c o p o r s u c J i a q u e t o verde E n e s e i n s t a n t e e l P i c a s salió p o r l o p u e r t a c o n cora

rano. de arrepentido.

— T e n g o u n p o c o de m i e d o — d i j o el Filo. ^ ? — U n o a c e r o p a r o t i . F i l o — d i j o — . Jamás l o h u b i e r a

L i l i b e t h s e echó o reír: .<:<'.•• " • imaginado. M e hubiese jugado la cabega.

—¿Del G r i f o ? ¡No m e d i g a s ! Para dos como él m e Acto seguido, el Picas contó q u el a m a d r e de

s o b r a a mí c o n u n d e d o . W o l f g a n g . además d e i n v i t a r l o o u n a c o c a - c o l a , l e había

El F i l o dejó d e s l i g a r el pulgar entre l o slabios y enseñado u n e s t a n t e l l e n o d e pañuelos a c u a d r o s del

comengó a c h u p a r d e él c o m o d e u n a p i p o . suegro. • '•

—No e s ese m i e d o — d i j o — Tengo miedo d elo que —¡Prueba c o n c l u y e n t e , señorías! —exclamó e l F i l o — .

o c u r r a c u a n d o s e e n t e r e n l o s demás. ' ' ' ¡Totalmente c l a r o !

L i l i b e t h n o había e s c u c h a d o a l F i l o . Seguía a t e n t a a — Y a h o r a s e n o s h a e s f u m a d o . — L i l i b e t h señaló l a s

los m o v i m i e n t o s del p u n t o verde r a n o , o b s e r v a n d o cómo c o s a s b a j a s — . S e h a m e t i d o p o r allí. E n t r e l a s e g u n d a

posaba por delante del s u p e r m e r c a d o y se acercaba m a n g o n a y la tercera.

hasta convertirse claramente, sin duda alguna, en Wolfi —Ahí t i e n e u n a m i g o —dijo el Picas—, M elo h a

G r i f o . M a s , d e p r o n t o , L i l i b e t h exclamó a g i t a d o : c o n t a d o s u m a d r e . E s u n a b u e n a señora. Está c o n t e n t a

— P e r o ¡mira! ¿Qué h a c e ? ¿Adonde v a ? de que W o l f i h a y o encontrado al fin u n amigo. Dice que

W o l f g a n g G r i f o , e n e f e c t o , n o s e dirigía o c a s a . Crugó a n d a b a s i e m p r e t r i s t e y a n g u s t i a d o p o r q u e e ne l c o l e -

l a c a l l e y s e encaminó h a c i a l a s c a s a s b a j o s . Dobló a l g i o n o tenía ningún a m i g o , p u e s , a l p a r e c e r , e n e l c o l e g i o

l l e g a r a l o división e n t r e l o m a n g a n a s e g u n d a y l a t e r c e r a , n a d i e h a b l a c o n él...

y desapareció d e l o v i s t a d e l F i l o y d e L i l i b e t h . —¿Por qué d i c e s «al parecer»? —interrumpió e l

—¡Maldita s e o ! —renegó L i l i b e t h — . ¿A q u e n o s h a F i l o — . E s l a v e r d a d . N a d i e s e j u n t o c o n él.

visto? • ' ^' • • >= i •:; • —Pero clesde hace unos semanas —continuó e l

—¡Qué v a ! — d i j o e l F i l o — . Querrá i r s e a j u g a r a p r o v e - Picas— tiene un amigo y p a r e c e q u e e s f e l i g . Así q u e ,

c h a n d o que h o y h a t e r m i n a d o el colegio a n t e s . a h o r a , l a m a d r e s e s i e n t e f e l i g también.

—Pero n o s o t r o s n ov a m o s o e s t a r aquí h a s t a los —¿Es d e n u e s t r a c l a s e ? —preguntó L i l i b e t h .

d o c e . — L i l i b e t h miró l o s a g u j e r o s d e sus gopatillas d e — N o . E s d o s años m a y o r q u e W o l f i , m e l o h a dicho

t e n i s — . Y a n o siento los dedos. S e m e h a n congelado. su madre, y vive en las cosos baratas. Hoce poco tiempo

169
168
q u e e s e c h i c o v i v e aquí. W o l f i l o conoció e n e l c a m p o d e h u b i e s e p o d i d o , e n r e a l i d a d , c o r r e r t a n rápido c o m o e l

deportes y ahora son inseparables. n, P i c a s , p e r o s e decidió p o r l a m a r c h a d e l F i l o .

—¿Qué h a s h e c h o p o r o s a c a r l e t a n t o a l a m a d r e ? —Déjalo q u e c o r r o — c o m e n t ó L i l i b e t h — , y a parará

—preguntó e l F i l o a s o m b r a d o . cuando caiga e n la cuenta de que no puede preguntar por

E l P i c o s s e echó o reír a l g u i e n s i n s a b e r el n o m b r e n i la p i n t a q u e tiene.

— N o t u v e que socar nodo. T o d o fue saliendo solo. Yo E l F i l o asintió c o n l a c a b e g a y siguió c o n l o c a r r e r o ,

m e presenté c o m o a m i g o d e W o l f i d e a n t e s , y e l l a empe- jadeante.

gó c o n q u e ésa e r a l o p r u e b a , q u e e l p o b r e W o l f i estaba Al t o r c e r h a c i a lo calle que s e p a r a b a lo s e g u n d a fila

obsesionado, q u e e n r e a l i d a d sí había t e n i d o u n amigo, de c a s a s y l o tercera, Lilibeth y e lFilo s ee n c o n t r a r o n al

q u e al m e n o s a l g u i e n l oa p r e c i a b a e nl o e s c u e l a , y t o d o Picos h a b l a n d o c o n u n viejo, quien, e n ese i n s t a n t e , a p u n -

e s o . Después m e preguntó p o r qué n o había i d o a n t e s a t a n d o c o n u n d e d o h a c i a l a p a r t e b a j a d e l a c a l l e , decía:

v i s i t a r l o s , y y o l e c o n t e s t é ( c o n m u y m a l o intención, s e —No t e p u e d o d e c i r s i t i e n e n u n h i j o o n o . P e r o ahí

e n t i e n d e ) q u e e n a d e l a n t e volvería m á s v e c e s encanta- vive alguien nuevo que h a venido hace u n a s s e m a n a s . Yo

d o . L u e g o , e l l a d i j o o t r a v e g q u e a h o r a W o l f i tenía y o u n h e v i s t o u n camión d e m u e b l e s . — E l v i e j o silbó c o n dos

amigo y así e m p e g ó t o d o . — E l P i c o s contenía l o r i s a — . dedos y apareció, contoneándose, u n p e r r o increíble-

Y s i n o m e l a r g o , m e c u e n t a t o d a s u v i d a . — S e sonó l a s m e n t e gordinflón, c o n l o s p a t o s a r q u e a d a s y e l pellejo

n a r i c e s y , m i e n t r a s embutía e l pañuelo e n e l b o l s i l l o d e l g r i s lleno d ep e l o n e s . S ep u s o q o l i s q u e a r los r o d i l l a s d e l

pantalón, e x c l a m ó - : ¡Vamos, rápido, a l a s c a s a s bajos! P i c o s - . A m e n u d o v i e n e n c a m i o n e s d em u e b l e s — c o n t i -

Y echó o c o r r e r . nuó e l v i e j o — , l o g e n t e c o m p r a m u e b l e s n u e v o s s i n p a r a r .

E l F i l o salió t r a s él y l o sujetó p o r u n b r a g o : P e r o e n e s e q u e d i g o , d e ahí a b a j o , había m u e b l e s viejos

—¿Estás b i e n ? Allí h o y c u a r e n t a c o s o s p o r l o m e n o s . también.

¿Vas o l l a m a r a t o d a s ellos? —¿Estaba a l l a d o d e r e c h o o a l i g q u i e r d o ? —preguntó

E l P i c a s , s i n d e t e n e r s u m a r c h a , gritó: el Picos.
—¡Si h a c e f a l t a l l a m o h a s t a a l o s r a t o n e s d e l sótano! —A l aderecha, abajo a l aderecha —respondió e l
E l P i c a s s e p u s o a c o r r e r m u y d e p r i s a . M u c h o más d e hombre. , j
l o q u e e l F i l o e r o c a p a g . Éste s e quedó r e g o g o d o . L i l i b e t h —¿Y s a b e e l número, p o r f a v o r ? j
— D o n d e a n t e s vivían l o s P r o w a g w i k . i

171
170
E l p e r r o gordinflón s e cansó d e h u s m e a r l o s p a n t a -
l o n e s . Siguió c o n e l c o n t o n e o h a s t a l a p u e r t a d e l jardín d e
u n a c o s a y soltó u n o s l a d r i d o s .
—¿Por qué q u i e r e s s a b e r t o d o e s t o ? —preguntó e l v i e j o .
— E s u n v i e j o a m i g o — s e l e e s c a p ó a l P i c o s , q u e llegó
t a r d e a m o r d e r s e l o l e n g u a y vio lo c o r a de desconfianga
q u e p u s o el viejo.
—¿Un a n t i g u o a m i g o ? ¿Y n o s a b e s e l n o m b r e n i l a
p i n t o q u e t i e n e ? ¡Eso s e l o c u e n t a s o t u tía! — E l v i e j o d i o
m e d i a v u e l t a y s e encaminó h a c i a l a p u e r t a d e l jardín,
d o n d e e lp e r r o g o r d o l oesperaba. E l P i c o s h i g o ademán
d e s e g u i r l o , p e r o e l v i e j o gritó—: ¡Largo, e s f ú m a t e o t e
e c h o a l p e r r o ! — E l h o m b r e s e metió e n s u c o s o t o d o l o
de prisa que pudo. El perro, con cara de m a l a s pulgas, s e
quedó l a d r a n d o e n e l jardín. >»: '

El Filo y Lilibeth se a c e r c a r o n al Picos. j ' . • >; ; i ;


— A l g o es a l g o — d i j o el F i l o — ; b a s t o c o n b u s c a r e n el
l a d o d e r e c h o d ela p a r t e bajo d e lo calle.
—¿Y dónde e m p i e g a l o b a j o ? — L i l i b e t h e s t a b a t a n .
h e l a d a q u e l e castañeteaban l o s d i e n t e s a l h a b l a r , j ^ - -v!-
E l F i l o determinó q u e l o b a j o e r o o p a r t i r d e u n o s r e c i -
p i e n t e s d e c r i s t a l r o t o s . E l P i c o s , p o r s u p o r t e , pensó q u e
n o tenía s e n t i d o i r l o s t r e s j u n t o s , c o m o los t r e s Reyes
M a g o s , o p r e g u n t a r p o r el m u c h o c h i t o .
— N o s dividiremos y que codo uno llame a uno puer-
t a — p r o p u s o — . Y o m e v o y y o a l número v e i n t i c u a t r o .

173
— Y y o o d o n d e está l o e s t a t u a d e l e n a n o —empalmó h a c e p o c o s s e m a n a s , pensó e l F i l o , n o d e b e d e t e n e r una

L i l i b e t h señalando l o c o s o número 3 0 . placa lleno d em o h o y c o n clavos oxidados, las letras no

E l P i c o s s o c ó d e l b o l s i l l o u n f a j o d e números d e r i f a llevarán m u c h a s f i o r i t u r a s y l o p i n t u r a aún n o s e habrá

p a r a la C r u g Roja. desprendido. Y, e n el c o s o d e q u e lo p l a c o s e o d e esmalte,

—Primero llamo, ofregco los boletos y luego soco no puede estar ya descascarillado.

mis tretas poro espiar E n l o c o s a número 3 8 encontró e l F i l o u n o plaquito

—Yo pregunto por ese Prowagwik —dijo Lilibeth— n u e v o . Ponía i n g . H o n r a d W e i t r a recién g r a b a d o , brillan-

N o t e n g o p o r qué s a b e r q u e y a n o v i v e aquí. te, sobre u n a c h a p i t a d e latón. P a r o m a y o r seguridad,

E l F i l o señaló h a c i a e l f o n d o d e l a c a l l e . . » e l F i l o siguió h a s t a e l f i n a l d e l a h i l e r a d e c o s a s , hasta

— Y o iré allá a b a j o y e m p e g a r é o m i r a r l o s l e t r e r o s d e e l número 5 0 , p e r o e n n i n g u n a p u e r t a había u n a placa

las puertas. • >;: • n u e v o . Así q u e volvió y s e quedó a p o y a d o e n lo valla de la

El P i c a s protestó. Pensó q u e e l F i l o quería gafarse c o s o número 3 8 .

del m o l e s t o t r a b a j o de l l a m a r o los p u e r t a s y preguntar. L i l i b e t h salió d e l jardín d e l e n a n o y corrió h a c i a e l F i l o .

—¡No t e a t r e v e s , admítelo! — v o c e ó . —¡Prowagwik vivió e n e l número t r e i n t a y ocho!

—¿A q u e encuentro l acasa así? ¿ A p u e s t a s algo? —gritó.

— d i j o e lFilo sonriendo. P e r o e n s e g u i d a se dio c u e n t a de q u e el Filo y a estaba

Mas como e ne s t e a s u n t o el Picos y o había p e r d i - a n t e l a c o s o . S e quedó mirándolo l l e n a d e a s o m b r o , mas

d o f r e n t e a l F i l o o t r o a p u e s t o , n o d i j o n a d o más, h i g o un n o t u v o ocasión d e p o n e r p a l a b r a s a s u admiración, p u e s

g e s t o d e r e c h o g o c o n l a m a n o y s e encaminó a l jardín d e l e l P i c o s solía c o r r i e n d o d e l número 2 4 l a n g a d o h a c i a e l l o s .

número 2 4 . L i l i b e t h f u e , a c o m p a ñ a d o d e l F i l o , h a s t a l a —¡Treinta y s e i s o t r e i n t a y o c h o ! —voceó. B a j o e l

a l t u r a d e l número 3 0 . L u e g o , e l F i l o continuó s o l o hacia brago llevaba u n a cosa largo envuelta en u n popel blanco.

abajo. ,.;„.,'• .r; , , ; . : , ; ' - L ; —¡Ya llegué, d i j o l a t o r t u g a o l a l i e b r e ! —exclamó e l

Fue observando atentamente l o s plaquitas de F i l o burlándose

l a s p u e r t a s d e l o s j a r d i n e s —Müller, M e i e r , Kroubacher, L i l i b e t h s e quedó m i r a n d o el paquete alargado y

Springer, Obletol-, pero o él n o l e i n t e r e s a b a n l o s preguntó:

n o m b r e s p o r o n a d a , sino el e s t a d o de las placas. Buscaba —¿Y e s o qué e s ? ? r

u n a con clavos nuevos. Alguien que h a llegado a lo casa

174 175
— U n a t o r t a d e N a v i d a d —respondió e l P i c a s — . L o E l F i l o giró e l p i c a p o r t e d e l a p u e r t a v e r d e . N o tenía
abuela de lo c o s o donde he e s t a d o tiene u n a cesto llena y l o l l a v e p u e s t a y s e abrió, a n t e l a s o r p r e s a d e l F i l o , q u e n o
está p r e p a r a n d o o t r o m a s a p a r a h a c e r m á s . M e h a d i c h o contaba con eso.
q u e n o t i e n e a quién regalárselos. Está a l g o c h a l a d a . P o r Detrás d e l a p u e r t a apareció u n r e c i b i d o r . E n u n o
p o c o m e e n d o s a o t r o t o r t a más. percha estaba colgado lo chaqueta verde rana de
— E l c i e l o n o s l i b r e d e u n a l a r g a v e j e g —comentó e l Wolfgang. U n o escolero d e caracol, d e modero, subía
F i l o . L u e g o suspiró y arrancó d e c i d i d o h a c i a l o p u e r t a d e l h a s t a e l p i s o d e a r r i b a . E n e l r e c i b i d o r había c u a t r o p u e r -
jardín. t a s , s i n c o n t a r l o d e l o c a l l e . T o d a s recién p i n t a d a s . S o b r e
—¿Te v a s o m e t e r así, s i n más? —preguntó L i l i b e t h . u n a d e ellos d e s t o c a b a e l c o r t e l i t o d e u n niño h a c i e n d o
E l F i l o asintió. pipí. E n o t r o , e l d i b u j o e r a d e u n o s o p e r a y d o s c u c h a r o n e s .
L o p u e r t a d e l jardín n o e s t a b a a t r o n c a d o . E l Filo, —Así n o c o n f u n d e n l a c o c i n a c o n e l baño—dijo e l
Lilibeth y el Picas, p o r e s t e o r d e n , m a r c h a r o n e n filo i n d i a P i c a s c o n ironía.
sobre u n e s t r e c h o c a m i n o de c e m e n t o hacia lo p u e r t a d e L a música, q u e y o s e oía d e s d e f u e r o d e l o c a s o ,
l o c o s o . C u a n d o l l e g a r o n allí, l a música s e oía b i e n f u e r t e . llegaba a h o r a m u y f u e r t e . Venía, c l a r a m e n t e , d e u n a
El P i c a s dijo: p u e r t a sin cortelito a l g u n o s i t u a d o j u n t o a la escalera d e
— L a vieja d e los t o r t a s h a dicho que e l m u c h a c h o caracol.
q u e h o v e n i d o aquí e s m u y a l t o y m u y g o r d o . Q u e con E l P i c o s abrió e s a p u e r t a y s e encontró c o n u n o e s c a -
m u c h o f r e c u e n c i a está e n c o s o p o r l a s mañanas. E l l o l e l e r a q u e b a j a b a a l sótano. C o n c u i d a d o , s i n h a c e r r u i d o , e l
preguntó u n d i o s i n o tenía c o l e g i o y él l e s a c ó l o l e n g u a . F i l o y L i l i b e t h d e s c e n d i e r o n detrás d e l P i c a s . L l e g a r o n a
—Y lomujer d e locoso adonde y o h eido —agre- u n o habitación e s t u c a d o , i l u m i n a d o p o r u n a a m p o l l e t a
g ó L i l i b e t h — h a d i c h o q u e aquí n o m e i b a n a i n f o r m a r sin pantalla.
m u c h o s o b r e l a señora P o r w o g w i k , l o q u e s e marchó, Allí hobíd u n o c a l d e r o d e calefacción r o j a y e l t a n q u e
p o r q u e sólo encontraría a l t o n t o d e l m u c h a c h o . E l p o d r e d e c o m b u s t i b l e e n u n o d e l o s r i n c o n e s . Olía o g a s . Había
está t r a b a j a n d o e n e l e x t r a n j e r o y l a m a d r e n o está también u n a p u e r t a metálico d e c o l o r g r i s . S o b r e ello
n u n c a e n lo cosa. D e b e de t e n e r u n bar. Llega a las doce aparecía e s c r i t o e n l e t r a s g r a n d e s c o n u n r o t u l a d o r g r u e -
de lo n o c h e c o m o p r o n t o . " ^ i »•» * s o d e c o l o r r o j o : K O N R A D W E I T R A J U N I O R . También había
los d e s t i c k e r s d ec o l o r r o s a c o n lo c a l a v e r a y los h u e s o s

176 177
crugados, como los que s e u s o n e nlos f a r m a c i a s poro c o l g a d o s d e l o s p a r e d e s e r a n l o s c u l p a b l e s d e l o música

advertir del contenido venenoso d ea l g u n a s botellas. L a ensordecedora.

música l l e g a b a a h o r a t o n f u e r t e q u e a l F i l o l e t e m b l a b a n W o l f g a n g G r i f o miró e s p a n t a d o h a c i a l a p u e r t a . N o

los o r e j a s y L i l i b e t h n o e r a c a p o g de e n t e n d e r lo q u e el Filo s e s a b e s i e l g o r d o p u s o también c o r o d e e s p a n t o , pues

t r a t o b a de decirle de sus orejas. los coras'llenos de graso t i e n e n poca fuergo expresiva.

L o p u e r t a d e m e t a l n o tenía c e r r a d u r a n i p i c a p o r - E l F i l o , e l P i c a s y L i l i b e t h e n t r a r o n e n l a habitación.

te. Sólo u n p o s a d o r por fuero. Estaba entornada. E l E l F i l o l e d i o o u n i n t e r r u p t o r q u e había j u n t o a l a p u e r t o

F i l o l o empujó. V i o u n c u a r t o i l u m i n o d o o l o l u g d e u n a s y s e encendió u n o p o t e n t e a m p o l l e t a e n e l t e c h o . E l P i c a s

velos y u n catre. U n tipo gordo y alto estaba tumba- s e acercó o l e q u i p o d e música y l o paró.

d o e n c i m a del c a t r e . S e n t a d o e n u n a cojo, a ll a d o d e l o Todo quedó e n s i l e n c i o . L i l i b e t h tiró a l F i l o d e l o

c o m a , e s t a b a Grifo. Llevaba u n o piel d e cordero sobre m a n g a y señaló u n póster d e g r a n d e s d i m e n s i o n e s . E r a

los h o m b r o s . T a n t o e lm u c h a c h o gordo c o m o Wolfgang u n fiero c o w b o y de dos m e t r o s , c o n u n Colt e n c a d a mano

Grifo e s t a b a n f u m a n d o u n cigarrillo. E n los paredes del l i s t o p o r o d i s p a r a r E n e l c u e l l o tenía u n o c a d e n a . Uno

c u o r t o había pósters c o n m o t o s , p i s t o l e r o s d e l O e s t e y c a d e n a d e v e r d a d . D e o r o y c o n u n Astérix. A l c o w b o y l e

c h i c a s d e s n u d a s . U n e q u i p o d e música y c u a t r o p a r l a n t e s habían h e c h o u n o s a g u j e r o s o l o s d o s l a d o s d e l c u e l l o y
pasado l oc a d e n a por ellos. E n e lpecho, sobre e l chale-
co d ecuero, fijado c o n p e g a m e n t o al parecer, e l c o w b o y
l l e v a b a u n m o n e d e r o de piel d ecerdo: el d eL i l i b e t h . P e r o
l o más d e m e n c i o l e r a l a c a n a n a d e l c o w b o y , hecha d e
lápices, p l u m a s y a l g u n o s c o m p a s e s . D o s d e l o s lápices
s e parecían m u c h o a l o s q u e e l P i c a s había « p e r d i d o » e n
l a s últimas s e m a n a s .

Cerco de lo puerta, junto o l o p a r e d , había unos


g r a n d e s c o j o s d e cartón l l e n a s d e l a s c o s o s m á s r a r a s :
chocolate y c o r d o n e s d ep a t i n e s , chicle y t a p o n e s , pilas,
c a l c e t i n e s d e c a b a l l e r o , g o m a s d e b o r r a r , c o j i t o s d e elás-
t i c o s , r o l l o s d e película, p a s t i l l a s d e jabón, p o q u e t i t o s d e

178 179
a g u j a s de coser, peines y e n v o l t o r i o s de galletas... H a s t a Los labios d e Wolfi temblaban blancos como el
s e m i l l a s había allí d e n t r o . : > , t ., p a p e l . E s t a b a n t o n pálidos c o m o s u c o r o
E l m u c h a c h o g o r d o s e incorporó e n e l c a t r e . —¡No g r i t e s , t o c i n o ! — e x c l a m ó e l P i c o s , y , a g a r r a n d o
—¿Qué h o c e n ustedes aquí? ¡Largo! — A p a g ó e l el e x t r e m o p o s t e r i o r d e l c a t r e d o n d e el m u c h a c h o gordo
c i g a r r i l l o apretándolo c o n t r a e l c e n i c e r o q u e tenía s o b r e e s t a b a e c h a d o , l o levantó—. ¡Cierra l o b o c a ! , ¿eh?
l o b a r r i g a . L u e g o s e volvió h a c i a W o l f i — . Pequeño — d i j o , —¡Yo g r i t o l o q u e m e d a l a g a n o ! E s t e e s m i c u a r t e l
i n t e n t a n d o h a c e r u n g e s t o a m p u l o s o e n dirección a l a g e n e r a l . ¡El mío! ¡Esfúmense! —gruñó e l g o r d i n f l o s .
p u e r t a — , a c o m p a ñ a a e s t o s señores, q u e q u i e r e n i r s e . E l P i c a s a l g o aún m á s e l e x t r e m o d e l c a t r e y tiró d e
—Intentó p o n e r c o r o d e « e l - q u e - m a n d o - o q u í - s o y - y o » , él h a c i a a r r i b o c o n t o d a s - s u s f u e r g a s . E l g o r d o d i o u n a
p e r o n o l e solió. C o n u n o mínima c a p a c i d a d p o r o exte-
r i o r i g o r s e n t i m i e n t o s , s u c a r a r e c h o n c h a más b i e n i n d i -
c a b a m i e d o . Y t a m p o c o logró e v i t a r u n t i m b r e d e t e m o r
e n l a V05 a l g r i t a r — : ¡Fuero! Enseña o é s o s p o r dónde
q u e d o lo solida.
W o l f i G r i f o e s t a b a m u y pálido. L o s g o f o s s e l e habían
c o r r i d o h o s t o l op u n t a d el o n o r i g y l opiel d ec o r d e r o s e
había r e s b a l a d o p o r l o s h o m b r o s . Había d e j a d o c a e r e l
c i g a r r i l l o . A h o r a p o d i o v e r s e e l botón-alfiler d e f a b r i c a -
ción c a s e r a q u e l l e v a b a e n e l p e c h o , p r e n d i d o o l c h a l e c o .
Tenía p i n t a d a u n a c a l a v e r a y . d e b a j o d e e l l o , decía: n.° 2 .
W o l f i G r i f o dijo c o n el pitido de u n t i e r n o pojorillo:
— S o n de m i clase.
—Tú, i d i o t a . — E l g o r d o s e incorporó. E n s u p e c h o l l e v a -
b a o t r o botón-alfiler, p e r o b a j o l o c a l a v e r a decía: n . " 1 —. ¡Tú,
p o b r e imbécil! —gritó—. ¿Por qué l e s h a s r e v e l a d o n u e s t r o
cuartel general? 5 •:• i?;

180 181
v o l t e r e t a h a c i a a t r á s y quedó t u m b a d o e n u n o esquina W o l f i , c o n l a s d o s m o n o s , s e desprendió l o c h a p i t a
d e l a habitación, g i m i e n d o , c o n l a c a b e g a e n t r e l a s m a n o s . d e l a c a l a v e r a y gritó:
L i l i b e t h preguntó o W o l f i G r i f o : —¡El número d o s s o y y o , K o n r o d ! ¡Yo s o y t u « v i c e » !
—¿Han r o b a d o u s t e d e s t o d o esto? ¡Yo l o h e o r g a n i g a d o t o d o contigo!
— Y o n o h e r o b a d o —suspiró W o l f i — . Sólo e r a n p r u e - —¡Tú e r e s u n estúpido! — d i j o e l g o r d i n f l o s o W o l f i
b a s , n o d o más. P r u e b a s d e valor G r i f o . L u e g o , e n o n d a d e c o n f i o n g o , s e dirigió a l Picos-:
— Y e s e s a c o c o n p a t o s — e l F i l o señaló a l m u c h a c h o ¡Este e s u n imbécil! S i e m p r e l a c a g a . T e t r a e l i b r e t a s d e
gordo, que s e iba l e v a n t a n d o del suelo trabajosamente—, a h o r r o c o n c l a v e d e a c c e s o . ¡El m u y s u b n o r m a l !
e s e g l o b o c o n o r e j a s , ¿te h o m a n d a d o a p a s a r e s o s pruebas? Entonces, e l Picos soltó a l g o r d o una cachetada
—Todos los que q u i e r a n ser d e l ob a n d a t i e n e n que sonora, d eesos que dejan los c u a t r o dedos morcados
p o s a r l a s —gimió W o l f i . e n l a m e j i l l a . E l g o r d o perdió e l e q u i l i b r i o y c a y ó , c o n e l
—¿Todos? — E l F i l o arrugó l o f r e n t e — . P e r o ¿cuántos s o n ? t r a s e r o p r i m e r o , d e n t r o d e u n o d e l a s c a j a s d e cartón
- H o s t o a h o r a sólo n o s o t r o s d o s , p e r o . . . c o n mercancía v a r i a d o . S e quedó allí, c l a v a d o entre el
E l g o r d o interrumpió o W o l f i : chocolate y los galletas, y n opudo levantarse. Wolfi
— C i e r r a e l p i c o tú. y a t i . e s o n o t e i m p o r t a . acudió e n s u a y u d o , p e r o e l g o r d o l o rechagó f u r i o s o c o n
E l P i c o s s e acercó o l g o r d o y l e preguntó s i e s q u e los pies.
tenía g a n a s d e i ro p a r a r o l o o t r o e s q u i n a del c u a r t o , L i l i b e t h había r e c u p e r a d o y a . o t i r o n e s , r a s g a n d o e l
pero esta veg con las volteretas a l oderecha. El gordo póster d e l c o w b o y , l o c a d e n a c o n e l Astérix y e l m o n e d e r o ,
p u s o c a r o d e f u r i a . D i o l a impresión, p o r u n m o m e n t o , d e í —¿Qué m á s h a y d e n u e s t r o c u r s o ? —preguntó.
q u e i b a o l o n g o r s e c o n t r a e l P i c a s , p e r o cambió, echó u n o V a c i l a n t e , W o l f i s o c ó d e l a c a r t u c h e r a a l g u n o s lápi-
risita y dijo: c e s , p l u m a s y u n compás. K
—jOkey! Ustedes pueden entrar e n el negocio, — L o derríós e s d e l s u p e r m e r c a d o — d i j o e n v o g bajo.
s o c i o s . — L u e g o sonrió a l P i c o s e n p a r t i c u l a r — . Tú p u e d e s E l g o r d o seguía a c u r r u c a d o e n l a c o j o d e cartón s i n
s e r m i «vice». h a c e r ningún i n t e n t o p o r s a l i r . W o l f i G r i f o socó d e u n o
E l P i c o s s e quedó m u d o d e a s o m b r o e indignación. c a j a d o s pañuelos d e c u e l l o , u n c a l e n d a r i o d e b o l s i l l o y u n
P e r o e l g o r d o l o entendió a l revés. cortaúñas. :•-írr-. •••^ • y , , : - ' . j •,..^.'?Í-, .,nr
— T r a e t u c h o p o p a r o acó — d i j o o W o l f i G r i f o . — E s t o e s t o d o , d e v e r d a d — d i j o — . E l d i n e r o y o n o está.

182 183
Lilibeth colocó t o d o s l o spiegos d e l botín e n u n L l e g a r o n a l r e c i b i d o r . E n t r e l a p u e r t a d e l niño h a c i e n -

pañuelo y l e h i g o u n n u d o . d o pipí y l o p u e r t a d e l o s o p e r a había u n a m e s i t o c o n un

—Y ahora propongo q u e n o s l a r g u e m o s d e aquí c o n teléfono. Detrás d e é s t e c o l g a b a d e l o p a r e d u n a l i s t o d e

Wolfi. • = :.;.:sx-=<,,uu, 10;v:í números telefónicos. A l f i n a l d e e l l o , e s c r i t o c o n l e t r a d e

E l P i c a s gritó: > ía' : - niño, s e leía: m a m á - c a f e t e r í a .

—¿Y v a s o d e j a r l i b r e a e s e g l o b o hinchado? — W o l f i t i e n e rogón — d i j o e l F i l o — , n o p o d e m o s dejar

—Que s e q u e d e ahí s e n t a d o — d i j o L i l i b e t h , y , seña- 0 e s e t i p o así ahí a b a j o . — E l F i l o descolgó e l a u r i c u l a r y

lando u n a v e n t a n a d i m i n u t a situado j u s t o bajo e l techo, m o r c ó e l número d e m o m ó - c o f e t e r í a - . ¿Puedo hablar

agregó—: N o p u e d e s a l i r p o r ahí p o r q u e está m u y alto c o n l o señora W e i t r a , p o r f a v o r ? —preguntó. Y después,

y e s m u y pequeña. A d e m á s , t i e n e b a r r o t e s . Y l o p u e r t a 01 c a b o d e d o s s e g u n d o s — : B u e n o s días. E s t o y aquí, e n


p u e d e c e r r a r s e d e s d e f u e r o c o n el pasador. su casa. Usted n o m e c o n o c e . También e s t á n aquí dos

A h o r a s e notó u n a reacción e n e l g o r d o . Sacudió p i e s amigos míos. Q u i e r o d e c i r l e q u e h e m o s dejado a s u hijo

y m o n o s c o m o p u d o y gritó: e n e l sótano y q u e h e m o s c e r r a d o l o p u e r t a metálica. S i

—¡Wolfi, a y ú d a m e o s a l i r d e aquí! e c h o u n v i s t o g o comprenderá u s t e d p o r qué. Sólo quería

W o l f i G r i f o s e acercó, d i s p u e s t o o a y u d a r l o , p e r o e l decirle que n o s o t r o s nos v a m o s y q u e quigó haría u s t e d

F i l o n o l o dejó y tiró d e él h a c i a f u e r a d e l c u a r t o . b i e n e no c u p a r s e d e s u h i j o . ¡Ah!. y q u e lopuerta d e lo

—¡Uh, u h ! , ¡oh, a h ! — E l P i c o s higo b u r l a a lg o r d o y c a l l e quedará a b i e r t a p o r q u e n o v e m o s p o r aquí n i n g u n a

salió. l l a v e . — E l F i l o colgó e l a u r i c u l a r — . S e h o q u e d a d o mudo

Y L i l i b e t h , a n t e s d e a b a n d o n a r l a habitación, t e d i j o : d e l s u s t o . P o r e l teléfono h e p o d i d o oír b i e n c ó m o conte-

- A l i m e n t o t i e n e s d es o b r o . — L u e g o cerró l a p u e r t a nía l o respiración.

y echó e l c e r r o j o . ' • -r; : —¡Eh. tú. tú n o t e q u e d a s ! , ¿lo h a s e n t e n d i d o ? —gritó

—Se v a a m o r i r d e h a m b r e y d e s e d —gimió W o l f i , el Filo a g a r r a n d o p o r u n b r a g o o W o l f i G r i f o . ,_^

m i e n t r a s e l F i l o t i r a b a d e él e s c a l e r a s arribo. Le rodaban Éste s e revolvió d a n d o patadas y mordiscos entre


lágrimas p o r l o s m e j i l l a s — . M u c h a s veces su madre n o gritos y llantos.
llego a c o s o h a s t a l om a d r u g a d a y s et o m a unos polvos —Sólo q u e r e m o s llevarte con t u madre y hablar con
pora dormir y no oye nodo. De verdad. ello — d i j o el F i l o — , n o h a g a s t o n t o t e a t r o .

— A l g u n o v e g saldrá... — d i j o e l P i c a s . i;^

184 185
A l oír e s t o , W o l f i pataleó y gritó aún m á s . N o s e L i l i b e t h abrió l o p u e r t a d e l o c a l l e . A n d a n d o p o r e l

podía e n t e n d e r l o q u e decía. Sólo s e oía c o n c l a r i d a d : estrecho sendero de cemento, dos policías s e dirigían

—¡A c a s a n o ! ¡Por f a v o r , o m i m a d r e n o ! h a c i a l o c a s a . E n l a c a l l e , d e l a n t e d e l jardín, había e s t a -

El Filo n o f u e c a p a g d er e t e n e r o W o l f i . A u n q u e ero c i o n a d o u n a u t o p a t r u l l o . Y t r e s m u j e r e s , de pie j u n t o a lo

t o n pequeño y t o n débil, W o l f i logró d e s p r e n d e r s e y casi rejo, m i r a b a n c o n curiosidad.

consiguió e s c a p a r s e p o r l a p u e r t a . Tenía e l p i c a p o r t e
e n l o m a n o c u a n d o e l P i c o s l o sujetó p o r d e t r á s . W o l f i
volvió a p a t a l e a r e intentó m o r d e r a l P i c a s , p e r o y o casi
n o tenía f u e r g a . ' : . .
El Filo dijo:
—¡No s e o s t o n t o ! ¿Adonde v a s a i r s i n o ? ¡Cálmate,
onda!
L i l i b e t h cogió d e l p e r c h e r o l o c h a q u e t a v e r d e r a n o y
se la dio o W o l f i . ^
—Hablamos con t u madre con calmo —dijo ella—,
y devolvemos las c o s a s a los otros. M i dinero y an o l o
necesito.
Wolfi Grifo s e fue tronquiligondo. N opataleaba ni
i n t e n t a b a y o m o r d e r . E l P i c o s l o soltó. S e quedó q u i e t o ,
gimiendo quedamente, y dejó q u e L i l i b e t h l o e m b u t i e s e
d e n t r o d e l o c h a q u e t a v e r d e r a n a . También l e p u s o los
g o f o s , q u e había p e r d i d o c o n e l p a t a l e o y l o s mordiscos.
E l F i l o l o tomó d e u n b r a g o y e l P i c o s d e o t r o . E l F i l o m u s i -
tó a l P i c a s :

— Q u e n o s e n o s e s c a p e . A h o r a está d e s a n i m a d o y s i
s e l a r g o a l o m e j o r h a c e u n a tontería.
E l P i c o s asintió. '

186 187
Capitulo 12

. . . e n e l q u e n o s e l l e g o o ningún «final felig» p o r q u e u n a


historia «policíaca» como ésta no puede tener «final felig». A
n o s e r q u e h a y a l e c t o r e s t a n duros e i n s e n s i b l e s o q u i e n e s
sólo l e s interese saber quién era el ladrón. Éstos p u e d e n dar
y o l a narración p o r c o n c l u i d a y t o m a r c o m o «final felig» la
llegada de los dos policías. Para los lectores que tienen buen
corazón s e t r a n s c r i b e n , c o m o final, las s i g u i e n t e s páginas d e l
diario del Filo. ., .

5 de diciembre, domingo. ,;
M e siento fatal.
No h e m o s c o n s e g u i d o resolver el a s u n t o t a n l i m p i a m e n -
t e c o m o y o había planeado. No conté con que la m a d r e d e
e s e gordinflos, Honrad, pudiese llamar a la policía. Pensé que
vendría p e r s o n a l m e n t e . F u e c u l p a mía p o r n o e x p l i c a r l e b i e n
las cosas cupndo hablé por teléfono. Si le hubiese dicho que
s u sótano era un almacén de cosas robadas e ne lcolegio y
e n e l s u p e r m e r c a d o y q u e s u hijo se c o n s i d e r a b a e l jefe d e l a
b a n d a d e l a calavera, seguro que deja la llamada a los polis
p o r o mejor ocasión. Pero una v e g q u e llegaron, no n o s quedó
o t r o r e m e d i o q u e contárselo t o d o . A l p r i n c i p i o d e b i e r o n d e
p e n s a r q u e nosotros tres. Lilibeth, el Picas y y o . éramos unos
ladrones y n o sé qué más.
E l g o r d o e s l o último q u e h a y , p e r o s u m a d r e e s l o r e q u e -
teúltimo. ¡Qué mujer! Hasta ahora no suponía que podía
haber m a d r e s así. Cuando llegó a la comisaría, menos mal
q u e la c o n t u v o l o a s i s t e n t a s o c i a l , s i n o l e d a a Konrad una
paliza allí m i s m o .
Y sobre todo la tipa se comportaba como si ella fuese
la víctima. N o paraba de gritar: «/Ay, cuando se entere mi
marido!» y «A éste l o m e t o y o e n un reformatorio». Y empegó
a contar a los policías y a la a s i s t e n t a s o c i a l t o d a s l a s c o s a s
q u e l e había c o m p r a d o o s u g o r d i t o d u r a n t e l a última t e m p o -
r a d a . « N o l e falta de nada, lo t i e n e todo», gruñía.
La madre de Wolfi Grifo, que también acudió, era
otra cosa. Casi no dijo nada. Yo creo que le ha c o s t a d o una
enormidad comprender l o q u e p a s a b a . Aunque del todo n o
hoy quien locomprenda. P o r qué ha hecho todo eso Wolfi,
lo puedo entender P e r o ¿cómo p u e d e u n o volverse como
Konrad? Seguramente p a r a ello tiene q u evivir u n o d e u n
m o d o que no s epuede ni imaginar
D e n t r o d e m e d i o hora nos juntaremos en c a s o d e l S i r
p a r o contarle con todo detalle lo que pasó. Ayer sólo tuvimos
t i e m p o p a r a llamarlo por teléfono, porque lo de ia policía duró
una eternidad y habíamos i n t r a n q u i l i g a d o a n u e s t r a s madres
más de la c u e n t a . Al no vernos volver a casa después del cole-
gio pensaron que nos había sucedido alguna desgracia ys e
p u s i e r o n o telefoneara todo el m u n d o . M i m a d r e , p o r l o v i s t o .

190
estaba aún más nerviosa que la de L i l i b e t h , c o s a q u e nunca
podría haber i m a g i n a d o . Y e l p a d r e d e l Picas h i g o l a p r o m e s a
d e n o v o l v e r a retar nunca más a su hijo si volvía sano y salvo,
cosa que tampoco el Picas podía e n t e n d e r
Seguramente el Sir estará s a t i s f e c h o porque el a s u n t o
s e h o y a r e s u e l t o así, con intervención d e la policía y esclare-
cimiento total, aunque de haber salido como él y yo había-
mos planeado, la cosa habría tenido u n final diferente.

Cuando sospeché d e Wolfi Grifo por primera veg, s e l o


conté al Sir y le dije también q u e n o creía q u e Wolfi robase
por puro afán de codicia, que detrás tenía que e x i s t i r algún
embrollo y que seguramente se trataba de una cuestión
b a s t a n t e penosa. E n t o n c e s , e l S i r tomó u n a decisión g e n e r o -
s a . D I J O q u e sí y o tenía ragón no diríamos quién era el ladrón
y nadie en ciase lo llegaría a saber Que después de haber
p a s a d o p o r l a experiencia de ser considerado un ladrón,
prefería ahorrar a Wolfi ese trago. 0ue nada s e i b a a g a n a r
c o n q u e t o d o e l S e x t o A aborreciese a Wolfi sin piedad. Y que . E s t a decisión d e l Sír m e pareció extraordinariamente
no podría olvidar el desengaño que había sufrido al ver que noble y elegante. Quedé i m p r e s i o n a d o . P e r o , c u a n d o l o p i e n s o
toda la clase, m e n o s n o s o t r o s t r e s , s e había p u e s t o c o n t r a él. c o n c a l m a , r e c o n o g c o que s e g u r a m e n t e n o habría salido bien.
Q u e e s o n o desaparecería aunque lo rehabilitasen del todo. ¿Hubiese guardado el s e c r e t o la señora Hufnagel? Y el mismo
Además, q u e ahora despreciaba a los o t r o s y le i m p o r t a b a Sir, ¿hubiera sido capag de c o n t e n e r s e siempre y no soltarlo
u n rábano s u opinión. E l Sír sólo quería q u e s e e n t e r a s e d e la todo a l g u n a d e las v e c e s q u e l o m o l e s t a r a n ? Además, Wolfi
verdad la profesora Hufnagel; a ella n o la despreciaba, sino Grifo hubiese q u e d a d o a merced de n u e s t r a v o l u n t a d , s i e m -
que la quería. p r e t e m i e n d o q u e n o s fuésemos d e lengua.

192
Cuando h e explicado a mi m a d r e p o r qué Wolfi s e s o m e -
tió a l gordo K o n r a d y q u e t o d o l o había hecho por él, m e d i j o :
«Denle a e n t e n d e r q u e u s t e d e s también l e tienen aprecio».
Pero ¡ahí está e l p r o b l e m a / A n t e s n o l o apreciábamos y ahora
tampoco. Desde que sé lo que le ha pasado me da lástima,
p e r o e s o n o significa aprecio. Es un tipo aburrido, apagado y
no demasiado i n t e l i g e n t e . H a s t a h u e l e m a l , n o sé cómo.
Tendría q u e poderse aprender a querer a la gente. No
debería poder ser que se quiera sólo a unos c u a n t o s porque
t e n g a n l o s o j o s aguíes c o n u n j a s p e a d o negro encantador,
o porque huelan bien, t e n g a n una conversación divertida o
unos r a g o n o m i e n t o s s e n s a t o s . S e debería decir: «A ése hay
p o c o s q u e l o quieran, n e c e s i t a u n p o c o d e aprecio, así que ¡o
voy a querer yo».
Quigó el querer a la gente es algo que puede uno apren-
der a fuerga de paciencia y ejercicio. Puede s e r Puedo inten-
tarlo... Pero me temo que no voy a resistir mucho, que a Wolfi
no hay quien lo aguante. Es tonto y aburrido. Sólo con verlo
subirse las gafas n a r i c e s arriba, que no para de hacerlo, ya
me pongo de mal genio.
P. D. Ahora voy a casa del Sir Allí hablaré sobre esto d e
q u e r e r a la g e n t e ; d e p o s a d a , p o r a q u e n o s u e n e m u y solemne
ni muy moraligante. A lo mejor alguno de mis a m i g o s pien-
s a l o m i s m o q u e y o . Sí a Wolfi Grifo, aunque s e ou n caso,
pudiésemos q u e r e r l o u n p o c o , t o d o sería mucho más sencillo.

194
L a autora

Christine NóstUnger
Nació e n V i e n a e n 1 9 3 6 . E s u n a d e l a s m á s r e c o n o c i d a s
escritoras de l i t e r a t u r a juvenil. S u s libros h a b l a n s o b r e los
problemas familiares, relaciones e n t r e jóvenes, l a m a r g i -
nación y l o i n t o l e r a n c i a , t o d o e n u n t o n o r e a l i s t a y crítico.
H a r e c i b i d o muchísimos p r e m i o s , c o m o e l M e j o r L i b r o I n -
fantil publicado en Alemania 1972, Premio Andersen 1984
por el c o n j u n t o de s u obro. P r e m i o N a c i o n a l de L i t e r a t u r a
Infantil 1973 y 1978 en Alemania y Premio Memorial As-
trid Lindgren 2 0 0 2 , entre otros.
Indice Capítulo 7. E n e l q u e L i l i b e t h h a c e v a l e r u n o d e l o s «Derechos F u n -
d a m e n t a l e s d e l Niño» y e l F i l o v e c l a r o c o m o e l día que. s i n l a a y u d a
délos a m i g o s , e l S i r está e n u n a situación t e r r i b l e 9 3
Capítulo 1. E n e l q u e todavía n o s e p o n e e n m a r c h a l a acción, sino
que s o l a m e n t e s e p r e s e n t a a s u s p r i n c i p a l e s p r o t a g o n i s t a s 7 Capítulo 8 . E n e l q u e s e c i t a d e n u e v o e l d i a r i o d e l Filo y d o n d e ,
o fuerga d e pensar, s e v a separando e l grano d e la paja. Esto, e n
Capítulo 2. D o n d e s e familiariza al lector c o n e l r i c o y variado tra- n u e s t r o c a s o , s i g n i f i c a q u e e l F i l o v a reduciendo e l círculo d e l o s
bajo diario del Picas, e l Sír, ü/íbeth, e l F i / o y l o s demás a l u m n o s d e l sospechosos 111
c u r s o , y d o n d e aparecen las p r i m e r a s señales d e q u e e n l a c l a s e
algo huele m a l 15 Capítulo 9 . E n e l q u e L i l i b e t h y e l Picas preparan algo c o n l o q u e
e l F i l o está t o t a l m e n t e e n c o n t r a . Y e n e l q u e l a señora Hufnagel
Capítulo 3. E n e l q u e s e m u l t i p l i c a n l a s d e s a p a r i c i o n e s e n e l c u r - d e f i e n d e u n a i d e a d e l o s l a d r o n e s c o n la q u e e l F i l o e s t o t o t a l m e n t e
s o d e l S e x t o A , y s e v i e n e abajo la moral de la clase; y en donde a favor 125
g e r m i n a n s o s p e c h o s a s c o n la m i s m a r a p i d e g y a b u n d a n c i a q u e l o s
berros en m a y o 3 3 Capítulo 10. E n e l q u e L i l i b e t h v a d e f r a c a s o e n fracaso e n s u t r a -
b a j o d e t e c t i v e s c o y s u m a d r e aporta una pista decisiva, de lo que
Capítulo 4. E n e l q u e , p a r a s e r fíeles a la realidad de los h e c h o s , s e únicamente s e d a c u e n t a e l F i l o 139
r e p r o d u c e n f r a g m e n t o s del diario del Filo entre u n a explicación y
otra 5 5 Capítulo 11. E n e l q u e , p r i m e r o , s e v u e l v e a copiar del diario del Filo
y, luego, la historia toma tales d e r r o t e r o s q u e el Filo se ve o b l i g a d o
Capítulo 5. E n e l q u e e l p r o f e s o r d e matemáticas p o n e e n m a r c h a a e n t r a r e n acción. Y no sólo con la cabera, también c o n los mús-
u n a acción q u e a l c a n z a u n éxito apabullante e impresiona a la m a - culos 159
yoría d e l S e x t o A , m i e n t r a s q u e u n pequeño grupo de la clase cae
en el c a o s y l a desesperación 71 Capítulo 12. E n e l q u e n o s e l l e g a a ningún «final felig» porque una
historia «policíaca» como ésta no puede tener «fínal felis». A no ser
Capítulo 6. Que pasa e n u n s o p l o , p u e s sólo t i e n e la anotación que haya lectores tan d u r o s e i n s e n s i b l e s a q u i e n e s sólo l e s i n t e r e -
d e l d i a r i o d e l F i l o del 1 d e d i c i e m b r e ( p o r la t a r d e ) . F u e e s c r i t a c o n s e sober quién e r o e l Jodrón. Éstos p u e d e n d o r y o la narración p o r
lópig r q / o y l a l e t r a está aún más torcida y s e l e e p e o r q u e l a d e l 1 2 c o n c l u i d a y t o m a r c o m o «final felig» ta l l e g a d a d e l o s d o s policías.
de noviembre 8 7 P a r o l o s l e c t o r e s q u e t i e n e n b u e n coragón s e t r a n s c r i b e n , c o m o fi-
n a l , l a s siguientes páginas del diario del Filo 189
Otros títulos de
Planeta Rojo

Max Urdemales, abogado sobrenatural


Francisco Ortega

Mi abuela, la loca
José I g n a c i o V a l e n g u e l a

La elefanta del mago


Kote DiCamillo

Un perro llamado Vagabundo


Sorah Lean

^ El último vampiro
Willis Hall

Tres (historias de terror)


Jordi Sierra i Fobro
Este libro fue impreso e n elverano d e 2 0 1 7
El soldado y la niña
Jordi Sierra i Fabra en la i m p r e n t a C y C Impresores Ltda.,
e n S a n t i a g o de Chile.
Florín y Cepillo, detectives del mundillo
L u i s a V i l l a r Liébona
S e utiligó e n e s t e l i b r o p a r a títulos y t e x t o s
El crimen de la Hipotenusa
Emili Teixiaor l a tipografía c h i l e n a Andes.

La telaraña de Carlota
E. B . W h i t e

Gracias a Winn-Dixie
Kote DiCamillo

Un puente hacia Terabithia


Kotherine Paterson

P a r a más información v i s i t a n u e s t r a página


www.planetalector.cl
www.planetadelibros.cl

También podría gustarte