Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
esfuerzo actual que demanda incorporar al alumno en propósito es motivar el estudio de este plano no solo
un proyecto de trabajo y de futuro, en el que se sienta desde lo teórico e indagativo, sino también desde la im-
involucrado. Hablar un mismo lenguaje ayuda a com- plementación.
pactar la posibilidad de construir juntos un saber que Ubicar el desarrollo de la creatividad como un elemento
tenga una utilidad social. Que se convierta en colectivo de incidencia y recuperación del interés en el espacio
y que cobre sentido. Hay un currículum oculto que da del aula, implica ejercitarla, darle el lugar y el tiempo
cuenta de esta situación de simulación, de pacto de si- necesarios en los planes de estudio, en los programas
lencio sobre lo histórico, de desesperanza, que paraliza. de trabajo, en los distintos momentos del acontecimien-
La creatividad es un potencial que motoriza la vivencia to educativo. Desde este análisis de la situación actual,
educativa y transforma al el accionar del individuo y se plantea una búsqueda que le confiere significación
el medio. Comprender esta problemática es un instru- al estudio del concepto de creatividad, en la enseñanza
mento de trabajo y de revitalización para el docente y de comunicación visual, como un elemento que puede
específicamente para áreas como la comunicación. El aportar cualitativamente a una formación integral.
66 Actas de Diseño 5. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. pp. 31-248. ISSN 1850-2032
Diseño en Palermo. III Encuentro Latinoamericano de Diseño 2008
diática, que tem como principal característica o uso do Para tal pretensão, a metodologia semiótica proposta
hipertexto: por Charles Sanders Peirce (1983), desenvolvida para
...a forma inédita de vínculos não lineares entre fragmen- analisar todos os fenômenos existentes, é a mais indica-
tos textuais associativos, interligados por conexões con- da. Esta metodologia nos permite identificar elementos
ceituais (campos), indicativas (chaves) ou por metáforas que não seriam percebidos sem a utilização das etapas
visuais (ícones) que remetem, ao clicar de um botão, de de análise propostas por Peirce. Identificam-se gradati-
um percurso de leitura a outro, em qualquer ponto da vamente as sutilezas que os objetos de análise possuem
informação ou para diversas mensagens, em cascatas si- e o que pretendem significar. Niemeyer (2003) afirma
multâneas e interconectadas. (Santaella, 2001, p.392). que a semiótica aplicada aos projetos de design intro-
Com a utilização de hipertextos os conteúdos ficam duz aportes para resolver as questões de comunicação e
mais dinâmicos e atrativos para os usuários de revistas significação entre o usuário e o produto2.
digitais. Sabbatini (2001, p.1) acrescenta que as publica- O designer pode utilizar essa metodologia para avaliar
ções científicas eletrônicas: questões em interfaces digitais e também desenvolver
... permitem uma maior flexibilidade e variedade de ambientes hipermídias que gerem sentido para usuário,
aplicações, em comparação com o sistema tradicional facilitando a comunicação. Como o próprio Peirce afir-
de publicações baseadas no papel, com a possibilidade ma, esta teoria “não tem como objetivo descobrir como
de apresentar uma informação mais rica nos mais di- as coisas são agora, mas como podiam ser, se não em
versos sentidos, além de freqüentemente serem anun- nosso universo então em outro” (Peirce, 1983, p.15). As-
ciadas como uma forma mais barata de publicação, que sim, ao se descobrir como as coisas são, identificam-se
solucionaria a crise econômica que afeta este campo da as falhas para indicar soluções.
atualidade.
As interfaces1 dessas mídias são diferenciadas das in-
terfaces de revistas impressas, pois há a presença de Método semiótico
características particulares do meio digital. Essas pecu- Observa-se que o nosso objeto de estudo não é estático,
liaridades, como hipertextos, interatividade e facilidade tendo suas peculiaridades. Para tanto, propomos um mé-
de acesso à informação, transformam o modo de agir e todo de análise semiótica que possui como objetivo iden-
pensar dos leitores de revistas impressas. Os usuários tificar características sintáticas, semânticas e pragmáti-
das revistas digitais esperam uma maior mobilidade e cas de revistas digitais on-line. O método divide-se em:
rapidez no acesso a informações. Nielsen (2000, p.42) O signo como qualidade - predominam possibilidades.
realizou um estudo sobre os tempos de respostas de São identificadas as características qualitativas percebi-
usuários na WEB e chegou ao seguinte resultado: das nos elementos visuais (cores, formas), verbais (tipo-
A pesquisa sobre uma ampla gama de sistemas de hiper- grafias) e sonoros (ruídos, elementos musicais) do signo.
texto tem mostrado que os usuários precisam de tempo Quais as qualidades que o fazem signo? O que faz esse
de resposta menos de um segundo quando passam de signo perceptível? O que ele intenta significar? Quais as
uma página à outra se quiserem navegar livremente no intenções do designer e que público ele pretende atin-
espaço da informação. A pesquisa de fatores humanos gir? Enfim, observa-se as possibilidades de significação.
tradicionais sobre tempos de resposta também mostra a O signo como existente - predominam os elementos
necessidade de tempos de resposta mais rápidos do que relacionais. Aqui ele deve ser analisado pela suas co-
um segundo. nexões, significações e associações. Em qual contexto
O imediatismo provocado pelos meios de comunicação, está inserido? Quais as relações entre este contexto e
como a internet, reflete nos usuários do meio digital. os usuários? Quais as possíveis interpretações deste sig-
Assim, os designers de interfaces digitais devem desen- no? Como a composição e a navegação se relacionam no
volver interfaces acessíveis e que atendam às expectati- signo revista digital? Como os usuários absorvem e inte-
vas desses usuários. Dessa maneira, as revistas digitais ragem com a interface e os dispositivos digitais? Conhe-
devem proporcionar ao usuário on-line a acessibilida- cimentos relativos a composição, ergonomia e design de
de a informações, a facilidade da navegação, além de interfaces digitais estão presentes nesta etapa.
disponibilizar conteúdos que respondam à necessidade O Signo em sua generalidade - predominam os elemen-
de seu público. Para este fim, os signos utilizados de- tos internalizados em regras e leis. Quais as interpre-
vem ser pensados e articulados, pois essa mídia carrega tações gerais encontradas? As interpretações realizadas
consigo uma multiplicação de significados, os quais são atingiram os objetivos para os quais o signo foi criado?
interpretados pelos intérpretes. Há outras possibilidades interpretativas?
Como conseqüência desses avanços tecnológicos e digi- Nessa metodologia, ainda se pode definir um outro viés
tais, há maior disseminação das informações, perceben- triádico que são os elementos sintáticos, semânticos
do-se que essas, por intermédio dos signos presentes nas e pragmáticos. Os sintáticos são definidos através das
interfaces digitais, apresentam-se desorganizadas e mal relações estruturais entre os diversos componentes do
estruturadas. Desta maneira, ocasionam-se problemas signo. São considerados elementos sintáticos o supor-
de comunicação do homem com este mundo digital. Daí te, a composição e a navegação, tendo em vista que o
a importância de se analisar as interfaces das revistas objeto de estudo em questão são as revistas digitais na
digitais, verificando como os signos são apresentados e web. Já no âmbito semântico identificamos as relações
percebidos, e como a organização e as adaptações para o entre o signo e seu objeto que, nas características físicas,
meio hipermediático são realizadas. apresentam possibilidades interpretativas estabelecidas
pela linguagem e pelos significados gerados na mente
Actas de Diseño 5. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. pp. 31-248. ISSN 1850-2032 67
Diseño en Palermo. III Encuentro Latinoamericano de Diseño 2008
do intérprete. A significação propriamente dita do sig- serem contrastantes quando utilizadas juntas, e reme-
no. E, por fim, os elementos pragmáticos, que são as re- tem à coloração dos brinquedos infantis.
lações entre o signo, seu objeto e interpretante. É o nível Ao se identificar, e associar as cores a um significado,
de leitura do simbólico e do cultural. estamos fornecendo uma existência ao signo, um sin-
Uma das riquezas da Teoria de Peirce é a visão genera- signo. Esse funciona como signo de cada uma e poten-
lista e lógica de organização dos signos. No entanto, as cialmente de todas as referências a que se aplica, pois
especificidades de cada linguagem, nesse caso as cores, ele age como parte daquilo para o que aponta. Os sin-
as formas, as animações, os sons dos signos digitais, a signos também estão presentes nos aspectos exclusivos
funcionalidade, a navegabilidade, a usabilidade das in- do meio digital como a navegação não-linear, hipertex-
terfaces criadas devem ser profundamente analisadas, tos, animações. O projeto gráfico de cada revista digital
pois aí também se encontram os elementos significantes caracteriza-a como um existente único e indica signifi-
e os significados que irão permitir a compreensão do cados singulares no espaço virtual.
signo em sua totalidade. E, finalmente, como legissigno, quando o signo é uma
lei, “... um protótipo, diríamos em termos de design, que
O signo como qualidade se manifesta e se significa por corporificações concretas”
Para fins didáticos, realizamos a análise em etapas, po- (Pignatari, 2004, p.51). Além de protótipos, de modelos
rém a interpretação dos signos se dá através de relações para a fabricação de produtos, as cores também agem
entre as informações que estes signos nos proporcio- como legi-signos. Conforme Farina (1990, p. 103):
nam. A observação dos fenômenos inicia-se pelas qua- Os costumes sociais são fatores que intervêm nas esco-
lidades que atingem os sentidos, sendo simplesmente lhas das cores. Em determinadas culturas, é hábito dife-
uma possibilidade de significação. renciar, através da cor, as veste das mulheres mais ido-
... e assim o faz porque se dirige para alguém e produzi- sas das vestes usadas pelas mais jovens. [...] Derivando
rá na mente desse alguém alguma coisa como um senti- de hábitos sociais estabelecidos durante longo espaço
mento vago e indivisível. É esse sentimento indiscerní- de tempo, fixam-se atitudes psicológicas que orientam
vel que funcionará como objeto do signo, visto que uma inconscientemente inclinações individuais.
qualidade na sua pureza de qualidade, não representa Os legi-signos intentam representar algo, são conven-
nenhum objeto. Ao contrário, ela está aberta e apta para ções pré-estabelecidas durante um longo espaço de tem-
criar um objeto possível. (Santaella, 1983, p.63). po. Na internet existem convenções pré-estabelecidas
O que traz a possibilidade de significação na mente do pelos usuários da WWW, como as palavras sublinhadas,
intérprete fazendo com que o signo exista Peirce (2003) que são tidas como links, a barra de rolagem, que apre-
intitula de fundamento do signo. “É uma propriedade senta a página completa, e os próprios estilos de intera-
ou caráter ou aspecto do signo que o habilita a funcio- ção do usuário com o computador What you see is what
nar como tal” (Santaella, 2001, p. 42). Essa possibili- you get (WYSIWYG) e manipulação direta. O primeiro
dade de significação pode ser uma qualidade que “não estilo de interação refere-se ao comportamento do usuá-
pode realmente atuar como signo até que se corporifi- rio. À medida que o usuário participa do processo passa
que (Peirce, 2003, p.52), chamada de qualissigno. Por a assumir uma postura ativa com relação à comunica-
conseguinte, pode ser um existente, “um sinsigno (onde ção. O segundo estilo é poderoso e fácil de aprender,
a sílaba sin é considerada em seu significado de uma apresenta relações, objetos e atributos, que podem ser
única vez, como em singular, simples no Latim semel, selecionados e operados como o auxílio de um mouse
etc.) é uma coisa ou evento real que é um signo” (Peirce, ou qualquer outro tipo de dispositivo de entrada gráfi-
2003, p.52). Por último pode ser um legissigno, “é uma co; as ações realizadas sobre elementos visuais denotam
lei que é um signo. Normalmente, esta lei é estabelecida comandos que são ativados implicitamente (Rodrigues,
pelos homens. Todo signo convencional é um legissig- 2002). É a apresentação visual do ambiente de trabalho
no” (Peirce, 2003, p.52). com os objetos de interesse imediato de uma forma sim-
No design de interfaces poderíamos descrever as cores bólica, o usuário interage diretamente com os objetos
como qualissignos, meras qualidades que sugerem sig- familiares (Shneiderman, 1998).
nificados. Para Boyle (2001), há a tendência de associar Outros elementos pertencentes ao fundamento dos sig-
certas cores a particulares emoções, porque as cores têm nos revistas digitais possibilitam significados como ti-
o poder de influenciar nossos sentimentos. Guimarães pografias, navegação, composição e sons, os quais serão
(2000, p.115) descreve o poder de influência que a cor discutidos mais adiante.
possui: Para possibilitar um significado, esse deve estar atrelado
...temos a história contada pelos Londrinos do que acon- a representação de um objeto2. Essa qualidade material
teceu na ponte Blakfriars, em Londres, onde ocorriam de representação é denominada de objeto imediato por
muitos suicídios. Na década de 80 ao pintarem de verde Peirce(1983). O objeto imediato está intimamente rela-
a ponte que antes era vermelho-ferrugem, o número de cionado ao fundamento pelas suas características em
suicídios caiu em 75%. primeiridade. Ele é uma qualidade fixada na representa-
Em websites para crianças, encontramos cores primárias ção, “é o objeto tal como o próprio signo o representa, e
e secundárias que sugerem alegria, dinâmica e vida. Es- cujo ser depende assim de sua representação no signo”
sas cores sugerem que se trata de um site voltado para o (Peirce, 2003, p.177). Nas revistas digitais, refere-se à
público infantil, pois além dos sentimentos emergidos, diagramação, cores, tipografia, som e animações. São os
as cores primárias e secundárias chamam a atenção por elementos através dos quais os intérpretes irão iniciar as
suas interpretações.
68 Actas de Diseño 5. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. pp. 31-248. ISSN 1850-2032
Diseño en Palermo. III Encuentro Latinoamericano de Diseño 2008
Os objetos imediatos dos signos revistas digitais para (2003) considera os signos icônicos, que representam
serem desvendados pelos usuários precisam estar con- seus objetos principalmente pelas similaridades, como
textualizados, a fim de provocarem efeitos significativos hipo-ícones. Os hipo-ícones se dividem em imagens,
nas mentes de seus intérpretes. diagramas e metáforas.
Os que participam das qualidades simples, ou Primeira
O signo como existente Primeiridade, são imagens; os que representam as rela-
Uma possibilidade de significação só pode significar algo ções, principalmente as diádicas, ou as relações que são
se fizer referência a um existente, tornando perceptível assim consideradas, das partes de uma coisa através de
a qualidade emergida na primeiridade. Santaella (1983, relações análogas em suas próprias partes, são diagra-
p.47) esclarece que “onde quer que haja um fenômeno, há mas; os que representam o caráter representativo de um
uma qualidade, isto é, sua primeiridade. Mas a qualidade representâmen através da representação de um parale-
é apenas uma parte do fenômeno, visto que, para existir, lismo com qualquer outra coisa, são metáforas. (Peirce,
a qualidade tem que estar encarnada numa matéria”. A 2003, p.64).
absorção dessa qualidade pelo usuário só será realizada Nas interfaces gráficas das revistas digitais as imagens
se o seu contexto dinâmico particular, a sua ‘realidade” podem ser fotografias, ilustrações que se parecem com o
(Santaella, 2001, p.45) estiver presente. O contexto irá objeto real. Os diagramas estão presentes nas revistas di-
auxiliar o usuário a desvendar os signos presentes nas gitais pela similaridade da estrutura e organização da in-
revistas digitais. Intitula-se essa realidade de circunda o formação com revistas impressas. São utilizadas seções
signo de objeto dinâmico ou referente. Para Peirce (2003, como capa, editorial, artigos, assinaturas, última edição,
p.177) “é a realidade, que de alguma forma, realiza a atri- que também fazem parte do meio impresso. As metáfo-
buição do signo à sua representação”. E completa: ras ou analogias por significados permitem aos usuários
Deve-se distinguir entre o Objeto Imediato, isto é, o Ob- estabelecerem imagens mentais conceituais, ou mode-
jeto como é representado no signo, e o Objeto Real (...), los, do tema tratado. Assim, facilitam a navegação.
ou antes, Dinâmico, que pela própria natureza das coi- Lavigne (2002) coloca que a metáfora precisa de um con-
sas, o Signo não consegue expressar, podendo apenas texto; organiza-se uma realidade para a simulação de um
indicar, cabendo ao intérprete descobri-lo por experiên- ambiente que servirá de guia ao usuário, proporcionan-
cia colateral. (Peirce, 1983, p.111). do a compreensão do espaço e das ações a serem efetua-
Os leitores de revistas digitais devem estar familiariza- das. Gertler (1995) confirma que em interfaces multimí-
dos ou se familiarizarem com as interfaces, pois essas dias e hipermídias o uso de alguns objetos metafóricos
possuem informações prévias de como se interage na facilitam a navegação do usuário no aplicativo, e afirma
internet. O uso, pelos projetistas, de termos e modelos que as imagens que representam comandos, usualmente
de interação já conhecidos dos usuários facilita a loca- chamadas de ícones, tomam menos espaço na interface,
lização e a navegação em revistas digitais, pois “os usu- acreditando serem intuitivas. Essas imagens também po-
ários não devem ser forçados a desaprender conceitos dem ser classificadas como índices, pois são signos que
que são usados durante anos. É muito mais difícil fazer se referem ao objeto que denotam em virtude de serem
com que o usuário esqueça um conceito que já sabe do realmente afetadas por esses objetos. (Peirce, 2003, p.52).
que ensinar um novo” (Mandel, 1997). Arnheim (1986) E, além disso, os índices, pela sua natureza, trazem con-
também ressalta a importância de se considerar o con- sigo ícones, os quais pertencem a primeiridade.
texto do usuário: Sabe-se que sem a primeiridade não teria como ocorrer
A forma de um objeto que vemos, contudo, não depende a secundidade, pois as relações só podem acontecer se
apenas de sua projeção retiniana num dado momento. tivermos qualidades que nos indiquem as mesmas. Já o
Estritamente falando, a imagem é determinada pela tota- símbolo é um signo que se refere ao objeto que o denota
lidade das experiências visuais que tivemos com aque- em virtude de uma lei, normalmente uma associação de
le objeto ou com aquele tipo de objeto durante a nossa idéias gerais, que opera no sentido de fazer com que o
vida (p. 40). [...] Toda experiência visual é inserida num símbolo seja interpretado como se referindo aquele ob-
contexto de espaço e tempo. [...] O que uma pessoa vê jeto. Assim, é em si mesmo, uma lei ou tipo geral, um
agora, segundo nos disseram, é somente o resultado do legissigno. (Peirce, 2003, p.52). Os ícones sugerem, os
que viu no passado (Arnheim, 1986, p. 41). índices indicam e os símbolos representam. O designer
Sendo assim, as informações que os usuários adquirem de interfaces digitais deve se ater às características cul-
no passado interferem sensivelmente nas interpretações turais de seus usuários, pois, um projeto gráfico denota,
dos signos. Como resultado das relações entre signo e necessariamente, o contexto simbólico no qual está in-
objeto dinâmico tem-se a segunda tricotomia peirciana: serido (Villas-Boas, 2002).
ícones, índices e símbolos. Os ícones são signos, cuja Em revistas digitais pesquisadas, percebe-se a diferen-
qualidade representativa é uma primeiridade, ou seja, ça de públicos-alvos. Na Revista Aspect (http://www.
a qualidade que ele tem com a coisa o torna apto de aspectmag.com/), que é uma revista bienal de DVD e das
ser um signo (Peirce, 2003). Assim, qualquer coisa é ca- novas mídias, há referências ao seu público pelo enqua-
paz de ser um substituto por qualquer outra coisa com dramento visual, utilização de poucas cores para não
a qual se assemelhe. influenciar nas imagens e tipografia leve e objetiva. A
“Qualquer imagem material como uma pintura é gran- revista CyberComics (http://www.terra.com.br/cyberco-
demente convencional em seu modo de representação, mix/) indica e simboliza o seu público através das ti-
porém em si mesma, sem legenda ou rótulo pode ser pografias, cores e ilustrações comumente utilizadas em
denominada de hipo-ícone.” (Peirce, 2003, p.64). Peirce histórias em quadrinhos impressas.
Actas de Diseño 5. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. pp. 31-248. ISSN 1850-2032 69
Diseño en Palermo. III Encuentro Latinoamericano de Diseño 2008
.
descreve Santaella (2001, p.47), em:
Emocional: quando o efeito se realiza como qualida-
às novas possibilidades de interpretações. Para Santa-
ella (2002, p.25), sobre o interpretante final ou lógico:
. de de sentimento;
Energético: quando o efeito é da ordem de um esfor-
... quando o signo é interpretado por uma regra interpre-
tativa internalizada pelo intérprete. Sem essas regras in-
70 Actas de Diseño 5. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. pp. 31-248. ISSN 1850-2032
Diseño en Palermo. III Encuentro Latinoamericano de Diseño 2008
2. Entende-se por objeto aquilo que é representado pelo signo. O que for the user interface of interactive computer systems. International
signo toma o lugar para sugerir, indicar ou representar. Podendo Journal of Man-Machine Studies: Academic Press n. 15, 3-50, 1981.
ser algo que possui existência ou não. - Nielsen, J. Projetando Websites. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
3. Para maiores informações verificar: Candello, H. C. S. P. A - Niemeyer, L. Elementos de semiótica aplicados ao design. Rio de
semiótica das revistas digitais. 2006. Dissertação (Mestrado Janeiro: 2AB, 2003.
em Multimeios). Instituto de Artes, Universidade Estadual de - Norman, D.A. The Design of Everyday Things. New York: Basic
Campinas - UNICAMP, Campinas, 2006. Books, 1990.
- Nöth, W. Panorama da Semiótica: de Platão a Peirce. São Paulo:
Referências bibliográficas Annablume, 2003.
- Mcluhan, M. (1979). Os meios de comunicação como extensões - Pereira, H. C. S. P. A organização da informação dos artistas visuais
do homem. São Paulo: Cultrix. contemporâneos de Florianópolis para Ambiente Hipermídia. 2003.
- Parente, A. (org.) Tramas da rede. Porto Alegre: Sulina, 2004. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Design). Centro
- Arnhein, R. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão cria- Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina,
dora. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. Florianópolis, 2003.
- Bastien, C.; Scapin, D. Human factors criteria, principles, and - Peirce, C. S. (1839-1914). Escritos coligidos. Seleção de Armando
recommendations for HCI: methodological and standardization Mora D’Oliveira; Tradução de e Sérgio Pomerangblum. São Paulo:
issues. Internal Report. INRIA, 1993. Abril cultural, 1983.
- Bonsiepe, G. Del objeto a la interface: Mutaciones des diseño. Argen- - Peirce, C. S. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 2003.
tina: Ediciones Infinito Buenos Aires,1999. - Pignatari, D. Semiótica e Literatura. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
- Boyle, C. Color Harmony for the WEB: A guide book to create color - Rodrigues, D. W. L. Uma avaliação comparativa de interfaces homem
combinations for web site design. Massachussets: Rockport, 2001. -computador em programas de geometria dinâmica. 2002. Disser-
- Dondis, D. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Edit. Martins tação (Mestrado em Engenharia de Produção). Centro Tecnológico,
Fontes, 2001. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.
- Farina, M. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: - Sabbatini, M. Qualidade da informação nas publicações científicas
Edgard Blücher, 1990. electrônicas na Internet: desafios e propostas. Revista Teoría de la
- Gertler, N. Multimídia Ilustrada; Tradução de Fábio Carvalho. Rio Educación: Educación y Cultura en la Sociedad de la Información.
de Janeiro: Axcel Books,1995. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, ano 2, v.2,
- Guimarães, L. A cor como informação: a construção biofísica, lin- 2001. Disponível em: http://www3.usal.es/~teoriaeducacion/ rev_
güística e cultural da simbologia das cores. São Paulo: Annablume, numero_02/ n2_art_sabbatini.htm. Acesso em: 6 de dez, 2005.
2000. - Santaella, L. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983. (Cole-
- Johnson, S. Cultura da Interface: como o computador transforma ção Primeiros Passos; 103).
nossa maneira de criar e se comunicar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. - __________. A Assinatura das coisas: Peirce e a Literatura. Rio de
- Lavigne, M. Concevoir et conduire um projet multimédia. Paris: Janeiro: Imago Ed., 1992.
Dunod, 2002. - __________. Matrizes da linguagem e pensamento sonora visual ver-
- Leão, L. O labirinto da hipermídia: arquitetura e navegação no bal: aplicações na hipermídia. São Paulo: Iluminuras, 2001.
ciberespaço. São Paulo: Editora Iluminuras Ltda, 1999. - __________. Semiótica aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson
- Leão, L. A estética do labirinto. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2002. Learning, 2002.
- Levy, P. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: 34, 1993. - Shneiderman, B. Designing the user interface: Strategies for effective
- __________. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Human-Computer Interaction. Berkeley, California: Addison Wesley
Paulo: Ed. 34, 1997. Longman, Inc., 1998.
- __________. A Conexão Planetária: o mercado, o ciberespaço, a - Villas-Boas, A. Identidade e Cultura. Rio de Janeiro: 2AB, 2002.
consciência. São Paulo: 34, 2001. - Wong, W. Principios del diseño en color: Diseñar com colores elec-
- __________. Massad Massad, A. A Caminho da Inteligência Coletiva trónicos. Spain: GG Diseño, 1999.
- Pierre Lévy. Revista Fórum, São Paulo, set. 2002. Disponível em:
<http://www.revistaforum.com.br/revista/7/inteligenciacoletiva. Heloisa Caroline de Souza Pereira Candello. Designer gráfico, Mestre
htm> Acesso em: 10 set. 2004. em Multimeios - UNICAMP, Docente da FAAL - SP, Pesquisadora do
- __________. A Inteligência Coletiva. Webinsider. 09 set. 2002. Dipo- campo de design de interfaces hipermídia.
nível em: <http://webinsider.uol.com.br/vernoticia.php/id/1420>.
Acesso em: 20 nov. 2004. Hermes Renato Hildebrand. Matemático, Artista, Doutor em Comu-
- Mandel, T. The elements of user interface design. New York: John nicação e Semiótica - PUC-SP, Realiza pesquisa acerca das relações
Wiley & Sons, Inc., 1997. entre as linguagens da matemática e da arte, Professor titular do IA/
- Moran, T. The Command Language Grammars: a representation Unicamp e da PUC-SP.
Actas de Diseño 5. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. pp. 31-248. ISSN 1850-2032 71