Está en la página 1de 13

ÁREA 3.

CUADERNOS DE TEMAS GRUPALES E INSTITUCIONALES


(ISSN 1886-6530)

www.area3.org.es

Nº 16 - Invierno 2012

Algunos referentes teóricos sobre el concepto de


institución

Verónica Gil Montes1 y Roberto Manero Brito2

El análisis institucional no preten de pr oducir un súper -saber

clandestino, misterioso, más com pleto y más “v erdader o ” que l os

otros saberes f ragm entarios . Aspi ra, s implemente a pr oducir una nueva

relación c on el s aber , una c onciencia del no-s aber que dete rmine

nuestra acci ón.3

Po de m os r e f e ri rn o s a l as i n st i t u ci on e s c om o “ e sp aci o s
con cr e t os de pr o du c ci on e s de se n t i do , y de f or m as de
o rg an i zaci ón , e n l as cu al e s e x i st e u n co e f i ci e n t e y u m b r al d e
t ran sv e rs al i dad de t e r m i n ado , lo cu al h ace si n gu l are s y
di f í ci l m e n t e ge n e ral i zabl e s a l as i n st i t u ci on e s e n u n c on t e x t o

1 Profesora-investigadora, Departamento de Política y cultura, Universidad Autónoma


Metropolitana, plantel Xochimilco, México.
2 Profesor-investigador, Departamento de Educación y comunicación, Universidad
Autónoma Metropolitana, plantel Xochimilco, México.
3 R. Lourau, El análisis institucional, Amorrortu editores, Argentina, 1994, p. 19.

1
so ci o- h i st ó ri co de t e rm i n ad o” . 4 E n e st e se n t i d o, l as di v e r sa s
i n st i t u ci on e s com o la f am i l i a, la sal u d, re l i gi ón , se han
con st ru i do a pa rt i r de di v e rs os r e f e re n t e s p ol í t i cos, s oci al e s ,
e con óm i c os , m i sm o s qu e h an i do i n co r p or an d o m i rad as y
sab e r e s e n c on t e x t os t e m p o ral e s y so ci al e s e spe cí f i cos.

R e f l e x i on ar s ob re l a i n st i t u ci ón c om o c on ce p t o n os o bl i ga
n e ce s a ri am e n t e re f e ri rn os a l os pl an t e am i e n t o s re al i zad o s
po r C a st o ri adi s y L ou r au al re s p e ct o; y se de be p re ci sa r qu e
di ch o c on c e pt o n o e s e n t e n di d o e n e l mi sm o se n t i do po r
am b os au t or e s .

C ast o ri adi s m e n ci on a qu e aqu e l l o qu e m an t i e n e u n i da a l a


so ci e da d es su i n st i t u ci ón , “el c om pl e j o t ot al de
i n st i t u ci on e s p art i cu l ar e s , l o qu e y o l l am o l a i n st i t u ci ón de
la soci e da d c om o un t od o, e n t e n di e n d o por i n st i t u ci ón
n o rm a s, val o re s , l e n gu a je , h e r ra m i e n t as, p r oce di m i e n t os, y
m é t o do s de h a ce r f re n t e a l as co sa s y d e h a ce r c os as …”, 5
asu m e a l a s oci e da d c om o l a i n st i t u ci ón qu e da p as o y t i e n e
u n p r oce so d e c re aci ón c on t i n u o de ot ra s i n st i t u ci on e s , e n e l
cu al l os p ro ce so s de i n st i t u ci on al i zaci ón de ri van en la
e n ca rn a ci ón de l as si gn i f i caci on e s i m agi n a ri as so ci al e s. “ L a
i n st i t u ci ón de l a so ci e da d y l as si gn i f i caci on e s i m a gi n ari as
so ci al e s i n corp o ra da s en ella de spl i e gan si e m p re dos
di m e n si on e s i n di soci abl e s: la di m e n si ón con ju n t i st a -
i de n t i t ari a ( l ógi ca) y la di m e n si ón e st ri ct am e n t e o
pr o pi am e n t e i m agi n ari a ” . 6 E n e st e se n t i do l as si gn i f i caci on e s
i m agi n ari as s oci al e s o rd e n an y si st e m at i z an u n p roy e ct o y a
la vez pe rm i t e n la con st ru cci ón de nuevos i m agi n ari os

4 Véase G. Kaminsky, Dispositivos Institucionales. Democracia y autoritarismo en los


problemas institucionales, Lugar Editorial, Buenos Aires, 1990. p.12.
5 Véase. C. Castoriadis, Los dominios del hombre, Las encrucijadas del laberinto,
Gedisa Editorial, España, 1998. p. 67.
6 Ibid. p. 71.

2
al re de d or de l a i n st i t u ci ón e n u n con t e x t o h i st ó ri co- s oci al
de t e rm i n ado . “ C a st o ri adi s pl an t e a un pr o ce s o de
i n st i t u ci on al i zaci ón p osi t i v o e n re l aci ón al pr oy e ct o qu e l e
da f u n dam e n t o o l as si gn i f i caci on e s s o ci al e s i m agi n ari as qu e
l e dan o ri ge n ”. 7

Ba j o el con t e x t o de l an ál i si s i n st i t u ci on al la i n st i t u ci ón
ad qu i e re ot r o se n t i d o, si bi e n se ob se rv a una d o bl e
si gn i fi caci ón , qu e se com pa rt e co n ci e rt o s referentes
C ast o ri di an os , e n l a cu al l a i n st i tu ci ón e s aqu e l l o qu e se v e ,
t i e n e e x i st e n ci a con c re t a , “ e n t an t o f or m a s oci al v i si bl e , a
una e x pe ri e n ci a, a un p r oc e so de c o rt e , di st i n t o y
al t e rn at i v o… . P e r o al m i s m o t i e m p o, e n l a m i sm a f i gu ra ,
apa re ce u n a de f i n i ci ón n e g at i v a y ag on í st i ca , dr am át i ca de l
pr o ce s o , en la cu al i n st i t u ci on al i zar es m ü h l m an i za r el
pr o ce s o i n st i t u y e n t e , e s de ja r con st an ci a d e l f r aca s o de l
pr oy e ct o instituyente c om o c o n di ci ón pa r a su e x i st e n ci a
so ci al v i si bl e ” . 8

C ast o ri adi s pl an t e a qu e l a i n st i t uci ón de l a soci e da d c re a su s


i n st i t u ci on e s a p art i r de l a e n c arn aci ón l as si gn i f i caci on e s
i m agi n ari as s oci al e s, “ L a o r gan i z aci ón p r o pi a de l a s oci e d ad
– e s d e ci r , su s i n st i t u ci on e s, y l a s si gn i f i cac i on e s i m agi n ari as
qu e p ort an e st a s i n st i t u ci on e s - e s l a qu e pl an t e a y de f i n e
cad a vez lo qu e es c on si de ra d o i n f orm aci ón pa ra la
so ci e da d” . 9 L ou rau t ra ba ja t am bi é n e st a i de a p e r o p on e e n l a
m i ra el ca rá ct e r n e ga t i v o de la i n st i t u ci ón ; la soci e d ad
con st ru y e u n p roy e ct o pe r o u n a v e z qu e se i n st i t u ci on al i za

7 R. Manero, (en prensa), Institucionalización y Psicología Social, Universidad


Autónoma Metropolitana p. 9.
8 R. Manero, “El concepto de institucionalización en socioanálisis y sus aportes a
la psicología social”, Anuario de Investigación, Departamento de Educación y
Comunicación, Universidad Autónoma Metropolitana, Plantel Xochimilco, México, 1996.
p. 735.
9 C. Castoriadis, Una sociedad a la deriva. Entrevistas y debates (1974-1997),
Katz, Buenos Aires, 2006. p. 81.

3
se n i e ga el p roy e ct o m i sm o, dan d o p as o a di st i n t os
m ov i m i e n t os e n e l p ro ce so de i n st i t u ci on al i zaci ón , e n e st e
se n t i do se n i e g a l a si gn i f i caci ón i m agi n ari a so ci al qu e l e di o
o ri ge n . E st e ca r áct e r n e g at i v o de l a i n st i t u ci ón su p on e u n
m ov i m i e n t o con t i n u o de l a m i sm a, y a qu e s e ge n e ra u n a
t e n si ón e n l os p r oce so s de i n s t i t u ci on al i zaci ón , c re an d o y
o rg an i zan d o c on st an t e m e n t e la di m e n si ón i m agi n ari a y
si m ból i ca. “La i n st i t u ci ón no es una co sa ( v e rsi ón
so ci ol ogi st a) n i u n f an t a sm a ( v e rsi ón psi c ol ogi st a ) , si n o u n
p r o c es o: e l m ov i m i e n t o de l as f u e r za s h i st ó ri cas qu e h ace n
y de sh ace n l as f o rm a s” . 10 Po r e j e m pl o, l a i n st i t u ci ón de l a
sal u d e n e l si gl o XV II I e n Mé x i c o se i n st i t u y ó a pa rt i r de l a
n e ga ci ón de l p roy e ct o h i gi e n i st a. D i ch o pr oy e ct o pr e t e n dí a
e st a bl e ce r m e di das de cu i dad o e h i gi e n e , m e j o ra r
con di ci on e s dom é st i ca s, l a bo ral e s e n re l aci ón a l cu i da do de
l as e n f e rm e da de s, lo que realmente su ce di ó con e st as
m e di das de “ cu i d ad o e h i gi e n e ” f u e qu e se e st a bl e ci ó u n
m e can i sm o de con t r ol y v i gi l an ci a a t rav é s de l o s h o spi t al e s
y el sabe r m é di co , c on lo cu al l as m e di das de h i gi e n e
pas a ron a s e r m e can i sm os de c on t rol p ar a l a p obl aci ón ; e n
1 7 3 6 se p re s e n t ó e n l a ci u dad d e Mé x i co u n a g ran e pi de m i a
de tifo con oci d a com o M at l az áh u a t l , l as con di ci on e s
i n sal u bre s e n qu e s e p re se n t a ro n e n ci u dad f av o re ci e r on e l
con t agi o , “ L a p ol í t i ca san i t ari a i n si st í a qu e l os h o s pi t al e s n o
sól o f u e ran l u ga re s p a ra at e n de r y cu ra r a l os e n f e rm os , si n o
t am bi é n p a ra re cl u i rl os. Al p are ce r, e s t as m e di das de
re cl u si ón s ól o i n v ol u c ra ro n a i n di os, m e s t i zo s, y ot r os
m i e m bro s de l as cas t as por c on si de ra rl os l os pri n ci pal e s
po rt ad o re s de la e n f e rm e d ad ” . 11 El pr oy e ct o h i gi e n i st a

10 R. Lourau, El Estado y el inconsciente. Ensayo de sociología Política, editorial


Kairós, Barcelona, 1980. p.78.
11 A. Molina del Villar, “Remedios contra la enfermedad y el hambre” en: P. Gonzalbo
Aizpuru (coord..), Historia de la vida cotidiana, Tomo III, El siglo XVIII: entre
tradición y cambio, El Colegio de México, Fondo de Cultura Económica, México, 2005,
p. 188.

4
f ra ca so , n u n c a se e st a bl e ci ó n i n gu n a m e di da s an i t ari a e n l a
po bl aci ón y p o r e l con t ra ri o e l po de r s an i t ari o s e c on ce n t r ó
e n l os e s pa ci os h os pi t al ari os .

La n e ga ci ón m i sm a de l pr oy e c t o, no si gn i f i ca en n i n gú n
se n t i do e l fin de l a i n sti t u ci ón , si bi e n h abl am o s de un
pr o ce s o , l a i n st i t u ci ón d e l a sal u d s e h a i do c on st ru y e n d o a
t rav é s de l os di st i n t o s m om e n t o s “el m om e n t o de lo
i n st i t u y e n t e si e m pre ha e st a d o p r ov i st o de una f u e rt e
pot e n ci al i dad di n ám i ca y si lo i n st i t u i do co r re sp on d e al
re su l t a do de u n a e st a bi l i zaci ón e n pr o de l a i n st i t u ci ón com o
ob je t o qu e pu e d e de sc ri bi rse si n de m a si ada s di f i cu l t ade s , e l
m om e n t o de l a i n st i t u ci on al i zaci ón i n di ca u n a f ase a ct i v a d e
e st a bi l i zaci ón qu e n i e ga al m i sm o t i e m p o l a ac t i v i dad de l
i n st i t u y e n t e com o n e g aci ón de l o i n st i t u i do y e l i n m ov i l i sm o
de l o i n st i t u i do.” 12 Si bi e n , l a i n st i t u ci ón e s u n c on t i n u o, e st a
re l aci ón di n ám i ca e n t re lo i n st i t u i do y lo i n st i t u y e n t e
pr e se n t a e n sí m i sm a u n a t e n si ó n qu e p e rm i t e l a cr e a ci ón de
n u e v o s p r oy e ct o s , n u e v as f o rm a s d e c on st r u cci ón y cr e aci ón
e n l as soci e d ade s, l o qu e o ri gi n a u n m ov i m i e n t o con st an t e
e n l as i n st i t u ci on e s de l a so ci e da d. L a i n st i t u ci ón de l a sal u d
n o h a si do l a m i sm a , h a cam b i ado y se h a re si gn i f i cado
se gú n e l t i e m po h i st óri c o qu e h a pe rm i t i do l a cre aci ón de
n u e v as r e de s si m ból i ca, c re a n do a su vez di st i n t os
pr oy e ct os e n re l aci ón a l a sal u d.

C om o se m e n ci on ó, e n t o do p r o ce s o de i n st i t u ci on al i zaci ón
e x i st e u n p roy e ct o qu e l e da o ri ge n a l a i n st i t u ci ón , e l cu al
e s u n a cr e aci ón i m agi n ari a de l a s oci e da d qu e se i n co r po r a
e n e l h ace r d e l os su je t os m e di an t e u n a re d si m b ól i ca, e n e l

12R. Lourau, El Estado y el inconsciente. Ensayo de sociología Política, op. cit.


p. 79.

5
pr o ce s o de i n st i t u ci on al i za ci ón n o se pu e de pe n sa r e n l a
e x i st e n ci a de u n s ól o p r oy e c t o , at r ás de u n m ov i m i e n t o d e
i n st i t u ci on al i zaci ón e x i st e si e m pr e una t e n si ón entre
di st i n t os pr oy e ct os . L a i n st i t u ci ón di ce L ou rau e s “ e l p ro ce s o
m e di an t e e l cu al n ace n l as f u e rz as s oci al e s i n st i t u y e n t e s
qu e , a m e n u d o, t e rm i n an por con st i t u i r f o rm a s s o ci al e s
co di f i cadas , f i ja da s e i n st i t u i das ju rí di cam e n t e ” . 13

El proce s o de i n st i t u ci on al i zaci ón e s e n t on ce s u n pr o ce s o
con t i n u o d e cr e a ci ón a pa rt i r de l a n e gaci ón de p r oy e ct o qu e
l e da ori ge n ( e f e ct o Mü h l m an n ) , e x i st e u n se gu n d o e l e m e n t o
a c on si de ra r e l cu al L ou rau i n t r o du ce e n l a e l u ci daci ón de l o s
pr o ce s os de i n st i t u ci on al i zaci ón : e l pri n ci pi o de e qu i v al e n ci a
am pl i ado . 14

E l pri n ci pi o de e qu i v al e n ci a am pl i ado su pon e , u n p ri n ci pi o


ge n e ral qu e se i n st i t u y e a t rav é s de l E st ad o . E n su f o rm a
m ás si m pl e e l E st ad o se pu e d e de f i n i r c om o u n a i n st an ci a
pol í t i ca cu y a f u n ci ón e s e st a bl e c e r u n or de n p ol í ti co, s oci al ,
e con óm i c o a t rav é s de l a n o rm a ju rí di ca, e l E st a do su p on e
dom i n aci ón . E st a f o rm a de pe n sa r al E st a d o h a c am bi ad o y s e
h a n u t ri do de di st i n t os ace r cam i e n t o s t e ó ri cos . 15 L ou r au , e n
su ob ra e l E st ad o y e l i n c on s ci e n t e , p on e de m an i f i e st o cóm o
e l E st ad o s e i n st al a de f o rm a i n c on s ci e n t e e n l os su j e t os , el
E st a do ap ar e ce y a n o com o u n a f o rm a d e d om i n aci ón e x t e ri o r
a l os su j e t o s , si n o m ás bi e n i n t e ri o r, l as p rá ct i ca s e st at al e s
se i n t e ri o ri zan e n l o s su je t o s e st a bl e ci e n do e l i n con sci e n t e
e st at al .

13 Ibid. p.73.
14 R. Manero, “El concepto de institucionalización en socioanálisis y sus aportes a
la psicología social”. op. cit, p. 741.
15 Al respecto podemos citar a Hobbes, Hegel, Marx, etc.

6
A pa rt i r de l su r gi m i e n t o de l E st a do- n aci ón , e n t e n di e n d o é st e
com o “ u n e n t e p o rt a d o r d e u n a cu l t u ra y u n o rde n p ol í t i co
e spe cí f i cos, l os cu al e s pu e de n se r si n t e t i zad o s en la
so be ran í a p opu l a r, l a i gu al dad an t e l a l e y y el E st ado de
de re ch o , i n cl ui das e n e st e ú l t i m o l as ga r an t í as, v al ore s y
l i be rt a de s con sa g ra da s e n l a De cl ara ci ón de D e re ch o s de l
H om b re y de l ci u da dan o de ag o st o de 1 7 8 9 ” , 16 se e st a bl e c e
una ce n t r al i dad de l E st a d o en la v i da cot i di an a de la
po bl aci ón . E l E st ad o ap ar e ce c o m o e l e je cu t or de l a n orm a ,
la i n st an ci a m e di an t e la cu al se re gu l an l as ga ran t í a s
so ci al e s, p ol í t i cas, e c on óm i cas y t am bi é n de t e rm i n a u n l í m i t e
m at e ri al : el t e rri t o ri o. Se i de n t i fi ca al E st ad o c om o un
apa r at o qu e r e gu l a de m an e r a e x pl í ci t a el qu e h ace r de l o s
su je t o s.

Ah o r a bi e n , e n su ca rá ct e r p e ri f é ri co e l E st a d o se i n c or p or a
en l os s u je t o s a t r av é s de la c on st ru cci ón de una re d
si m ból i ca, lo cu al pe rm i t e la i n cor po r aci ón de un o r de n
so ci al , p ol í ti co, e c on óm i c o; t o do u n o rd e n e st at al qu e gu í a e l
h ace r de l os su je t os e n l a s oc i e dad , e n e st e se n t i do , s e
e st a bl e ce lo qu e L ou rau ha l l am ad o el i n con s ci e n t e
i n st i t u ci on al . Así e n con t ram os q u e e l E st ado se i n sc ri be e n
t od as l as de m ás i n st i t u ci on e s qu e co n f o rm an l a so ci e da d ,
o rg an i zan d o l a v i da c on y u gal , l a v i da e sc ol ar e i n cl u so l a
e sc ri t u ra:

“ e l E st ad o se i n st al a e n l o i m agi n ari o… . L o qu e y o
v e o , a t rav é s de l au t o- an ál i si s, e s p oc o: ce n s u ra s
qu e e l t e m or de l E st ad o i n spi ra e n t od o l o qu e
o rg an i za, c om e n zan d o con m i e s cri t u r a f o rm a da p o r
l a e scu e l a y par a l a e scu e l a, m ás t a rd e pa ra l a
e di ci ón ; ce n su ra s de l a e di ci ón qu e se e je rc e n n o

16J. Flores, Totalitarismo. Revolución y negación del pasado, UAM-X, México, 2003,
p. 50.

7
sol am e n t e e n av al , de n t r o de u n c om i t é d e
re dac ci ón de e di t o r , de re v i st a o pe ri ó di co , si n o
ce n su ra s ap ri o rí st i cas cu an do l a i m age n m á s o
m e n o s con f u sa de l o qu e n o h ay qu e de ci r m e h a c e
do bl ar u n p oc o m á s l a e spal da p ar a t ach a r so b re m i
m áqu i n a de e sc ri bi r; ce n su r a s m ás m a n i f i e st as
i n spi rad as p o r l as pot e n ci as e s t at al e s , of i ci al e s o
pa ral e l as, de s de l a a dm i n i st ra ci ón qu e m e e m pl e a
h ast a l os p ar t i dos p ol í t i cos m al t rat a d os e n m i
t e x t o … … ” . 17

Si gu i e n do a L ou rau , pe n sa r e n e st e i n con s ci e n t e i n st i t u ci on al
n os re m i t e al pri n ci pi o de e qu i v al e n ci a am pl i ado, e s d e ci r e l
E st a do a pa re ce c om o un e qu i v al e n t e en t od as las
i n st i t u ci on e s. Pa r a el de sa rr ol l o de este p ri n ci pi o L ou r a u
re t om a e l pri n ci pi o d e e qu i v al e n ci a m arx i st a, “ E l p ri n ci pi o de
e qu i v al e n ci a f u e cre ad o po r Ma r x bas án d o se e n l a e c on om í a
pol í t i ca de l os si gl os X VII y XV II I. E l v al or de l as m e rc an cí a s
se m i de po r e l t i e m po de t ra ba j o s oci al m e n t e n e ce s a ri o pa r a
l a pr odu cci ón de l a m e rca n cí a e n cu e st i ón . Se t rat a de v al o r
de i n t e rc am bi o , a bst ra cci ón de l v al or de u s o. La f o rm a
ge n e ral de l v al or, e l e qu i v al e n t e de t od a s m e rc an cí as , e s e l
di n e ro ” . 18 Y l o de f i n e de l a si gu i e n t e m an e r a “ E l p ri n ci pi o d e
e qu i v al e n ci a am pl i ado a t od as l as f o rm as s o ci al e s si gn i fi ca
qu e l o e st at al , pot e n ci a de l e gi t i m aci ón de l a i n st i t u ci ón al
m i sm o t i e m po qu e re su l t a do de t od as l as l e gi t i mi dad e s
i n st i t u ci on al e s, e s l o qu e di ri g e t o da l a v i da so ci al , t o d a
i n n ov aci ón , t o do m ov i m i e n t o y , f re cu e n t e m e n t e , i n cl u so l a
acci ón re v ol u ci on a ri a, pa r a qu e l as n u e v a s f u e r zas s oci al e s
de n n aci m i e n t o a f o rm a s e qu i v al e n t e s a l as act u al e s e n e l
m ar co d e e qu i l i bri os m u t an t e s, e v ol u t i v os o re gr e si v os , pe r o
si e m pre de f i n i dos p o r l a e x i st e n ci a sa gr ad a de u n E st a d o a

17 R. Lourau, El Estado y el inconsciente. Ensayo de sociología Política, op.


cit., p.25.
18 ibid., p. 83-84.

8
m od o de ga ran t í a m e t af í si ca de l o s oci al .” 19 E st o e s , qu e t od a
f or m a s oci al t e n d rí a al E s t a do c o m o re f e re n t e com ú n y c om o
m e di da pa r a t od o t i po de i n t e rc a m bi o s oci al , ( i n cl u y e n do e l
m i sm o l e n gu aj e ) . 20

D e e st a m an e r a e l pri n ci pi o de e qu i v al e n ci a am pl i ado re f i e r e
l as f orm as e n qu e se re pl i ca e l E st ad o a t rav é s de su s
i n st i t u ci on e s, pe n s e m o s e n e l E st a do n e ol i be ral , u n a d e l a s
f or m as e n qu e p o de m os e n c on t ra r l a pr e se n ci a e st at al e n l a s
di v e rs as i n st i t u ci on e s e s a t rav é s de l a i de a de ape rt u ra d e
m e rc ad o s y la de la l i bre e m pr e sa , en este se n t i d o al
ob se rv a r l a p re s e n ci a de l E st a d o n e ol i be ral e n e l se ct o r sal u d
n os h a ce pe n sa r en la sal u d en t é rm i n os de un bi e n
m e rc an t i l . E je m pl o de e l l o, lo po de m os e n c on t ra r en las
n u e v as p r áct i ca s qu e se u t i l i zan pa ra p o de r o bt e n e r u n a ci t a
m é di ca e n e l In st i t u t o de Se gu r i dad y Se rv i ci os S o ci al e s de
l os T r ab a ja do re s d e l E st ad o ( IS S ST E ) , de be m os r e c o rd ar qu e
e n t i e m po p as ad o pa r a obt e n e r u n a ci t a m é di ca s e d e bí a
acu di r al con su l t o ri o u of i ci n as ge n e ral e s de l a cl í ni ca e n l a
qu e l os pa ci e n t e s e ran asi gn a d os pa ra su at e n ci ón m é di ca.

Ah o r a ba jo un nuevo e squ e m a e m pr e s ari al e x i st e n do s


f or m as de opt ar p o r u n a ci t a: u n a l l am ada t e l e f ón i ca a u n
número ú n i co y vía In t e rn e t . Si se o pt a p or la l l am ad a
t e l e f ón i ca e s n e ce s a ri o re al i zar u n a l l am ada a u n con m u t a do r
( op e r ad o p o r u n a a ge n ci a e x t ran je ra) , de s pu é s d e u n t i e m p o
de e s pe ra l ar g o, s e l og ra t e n e r c om u n i caci ón con al gu n a
pe rs on a , qu i e n t i e n e a ca rg o pr o po r ci on a r l as ci t as y qu e
pa ra t al e f e ct o l e r e qu i e re al gu n os da t o s c om o con C U R P o
R F C , e l re gi st r o de e st o s d at o s se di f i cu l t a sob re t o do pa r a

19 Ibid., p. 93.
20 R Manero, “El concepto de institucionalización en socioanálisis y sus aportes a
la psicología social” op. cit., p. 741

9
l as pe r s on a s m ay or e s . E s i m po rt an t e m e n ci on ar qu e las
pe rs on a s e n ca r ga da s de a si gn a r l as ci t as n o t i e n e n n i l a
m e n o r i de a de dón de se u bi ca l a cl í ni ca o l a di st ri bu ci ón d e
e sp aci os de n t r o de l a m i sm a y po r con se cu e n ci a de sc on oce n
e l t i po de pe rs on al m é di co y a d m i ni st rat i v o qu e l a bo ra e n l a
cl í ni ca e n cu e st i ón . L a ot r a f o r m a de c on c e r t a r u n a ci t a e s
v í a In t e rn e t , e n e l p o rt al se d e be d e i n gre sa r d at os qu e
i n di qu e n la di re cci ón del de re ch oh abi e n t e , de s pu é s de
op ri m i r e l bot ón pa r a ac ce de r a l a ci t a apa re ce t a rdí am e n t e
u n f o rm at o e n e l qu e se d e be de re gi st ra r: N om b re c om pl e t o ,
R F C y C U R P , y de sp u é s se bu s c a u n e s pa ci o di s pon i bl e p ar a
la ci t a. E st as f o rm a s bu r oc rát i cas de pe n sa r a la sal u d
de s con o ce n p o r c om pl e t o e l t i po de u su a ri os , y a qu e p o r l o
ge n e ral son pe rs on a s qu e n o e st án f am i l i ari zad os con e l u s o
de u n c on m u t ad o r pa ra p e di r u n a ci t a o n o t i e n e n acc e s o a
In t e rn e t .

L as f o rm a s e st at al e s de la e m p re s a b a jo el pr oy e ct o
n e ol i be ral , e se i n con sci e n t e i n st i t u ci on al de l qu e h a bl a
L ou rau se re pl i ca e n l as i n st i t u ci on e s de l a so ci e da d, pa r a e l
cas o qu e n o s o cu p a: l a i n st i t u ci ón de l a sal u d n os l l e v a
pe n s ar e n l a com pl e ji dad m i sm a de l pr oce s o, y a qu e e x i st e
un ju e go pe rm a n e n t e e n t re los p r oce s os de
i n st i t u ci on al i zaci ón e i n st i t u y e n t e s, qu e dan pau t a a la
cre aci ón di v e r s os m ov i m i e n t os c om o p o si bi l i t ador e s de
n u e v as p rác t i cas y s ab e r e s so ci al e s.

Pe n s ar e n e st os pr oc e s os de c re aci ón e n l a i n st i t u ci ón de l a
sal u d n os o bl i ga a c on oce r l a i n t e rv e n ci ón e st at al e n l o s
m i sm os , com o y a h e m os re f e ri d o, re f l e x i on ar s o b re e l ord e n
i n st i t u ci on al y la con st ru c ci ón de si gn i f i caci on e s s oci al e s
i m pl i ca e scu dri ñ a r e n l o s p r oce s os si m ból i cos de l a s oci e d a d

10
e n di v e r so s co n t e x t os h i st ó ri co s, p or l o t an t o c om pr e n de r
com o s e h a i n st ru m e n t a d o l a i n st i t u ci ón de l a sal u d b aj o u n a
m i rada y l ó gi ca e st at al a po rt ar an e l e m e n t o s p ar a t rat ar d e
e l u ci dar cu á l e s s on l as si gn i f i caci on e s i m agi n ara s s oci al e s
qu e s o br e l a sal u d se h an c on st r u i do e n l a act u al i dad.

Si bi e n , e l E st ado e s p o r e x ce l e n ci a e l apar at o qu e p r ocu r ar á


e n t o do m om e n t o u n p r oce so d e i n st i t u ci on al i zaci ón e n l a s
so ci e da de s , p r om ov i e n do l as n o rm a s y r e gl as , p re t e n di e n d o
e st a bl e ce r un ca rá ct e r u n i v e rs al en l as acci on e s de los
su je t o s; e st e c a rác t e r de i n st i t u ci ón f u n dan t e se ha
m an t e n i do a l o l ar go de l a h i st o ri a m e di an t e u n a c or re l aci ó n
de f u e rz as , m i sm as qu e pe r m i t e n el de sar r ol l o de l as
so ci e da de s . E s a t rav é s d e l a m i rada de l E st ad o e n t an t o
i n st i t u ci ón qu e se m at e ri al i zan l as f orm as de re gu l a r a l os
su je t o s, e l E st ad o d ot a a c ad a s o ci e dad de f o rm a s p r opi as d e
o rg an i zaci ón , de n o rm as , de u n a re d de si gn i f i cados , m i sm as
qu e se e n ca rn an e n l os su j e t o s a t r av é s de l t i e m po . Por lo
ge n e ral , l a n o rm a m o r al e n e l d e v e n i r de l a h i st o ri a s e f u e
con v i rt i e n d o en una n or m a j u rí di ca, “no m at a rá s” , “no
r ob ar ás ” , s on ac ci on e s qu e se e s cri be n en una se ri e de
re gu l aci on e s ju rí di cas pa ra p o de r c oe x i st i r e n u n a s oci e da d .
D e e st a m an e ra , e l E st ad o c o m o a pa rat o re gu l ado r de l a
so ci e da d se i n sc ri be c on st an t e m e n t e en el act u ar de los
su je t o s, a t rav é s de di v e rs as i n st i t u ci on e s com o son la
f am i l i a, l a e scu e l a, e l h ospi t al , l a cárce l , l a pol i cí a. E st a s
i n st i t u ci on e s se h an c on s t ru i d o, e n t re m u ch as o t r as , a p ar t i r
de l i n e am i e n t os e c on óm i c os , so ci al e s, p ol í ti cos e i de ol ó gi co s .
“Lo qu e qu i e re i m pon e r el E st ad o no so n s ol am e n t e l as
f or m as qu e se i de n t i f i can d e n t r o de su o be di e n ci a co m ú n a s u
l e gi ti mi dad ú n i ca, si n o t am bi é n una fuerza que du pl i qu e

11
t od as l as f orm as , de l as m ás pú bl i cas a l as m ás p ri v ada s , e n
e l se n t i do de se a d o p o r é l : e s d e c i r, l a i n st i t u ci on al i zaci ón ” . 21

E n con t r am o s qu e de s de l a m i r ad a de l E st ad o se h a c on st ru i d o
e n e l de v e n i r hi st óri c o l a i n st i tu ci ón de l a sal u d, e n e st e
se n t i do cu an do se h abl a de un pr oc e s o de
i n st i t u ci on al i zaci ón , ( E f e ct o Mü l h m an n y el Pri n ci pi o de
E qu i v al e n ci a Am pl i ado) e st am o s pe n s an d o e n u n E st ad o qu e
n o s ól o e st á p re se n t e c om o ap ar at o o rg an i zad o r , si n o m á s
bi e n se i n t r oy e c t a so b re e l p r oy e ct o s oci al . E l E st a do de ja d e
se r u n a i n st an ci a de l af u e r a, pa r a pa sa r a se r u n a f i gu r a qu e
se i n t e ri o ri za , g an a u n a p re se n c i a i n con sci e n t e al r e de d or d e
l as p rá ct i cas s oci al e s, y ap ar e ce e n l a p r odu cci ón de n u e st r o s
sab e r e s . E s m e di an t e e l i n con s ci e n t e e s t at al qu e se o rg a n i za ,
se f u n dan l as pau t as s o ci al e s y se n i e g a e l p r oy e ct o m i sm o
de l a s oci e d ad , p e r o qu e a l a v e z s e d a c abi d a a p ro ce s o s
i n st i t u y e n t e s di st i n t os.

E n l a hi st ori a de Mé x i co , l a m i rada e st at al h a m ar ca do si n
du d a al gu n a l as f or m as e n qu e s e h a con st ru i do l a i n st i t u ci ón
de la sal u d, r e p r odu ci e n do en l os di st i n t os m o de l os de
at e n ci ón de l a sal u d e l i n con s c i e n t e e st at al , n e gan d o o t r o s
pr oy e ct os y e st a bl e ci e n do m od e l os h e ge m ón i co s so b re la
sal u d. E n e st a h i st o ri a po de m os obs e rv a r cóm o l a sal u d h a
pas ad o de se r u n e st ad o de bi e n e st a r y pe n s a rse co m o u n
bi e n com ú n pa r a e st a bl e ce rse com o un de re ch o y me
at r e v e rí a a de ci r e n e st os t i e m po s m ode rn os a con st ru i rs e
com o u n a m e r can cí a d e s de l a l ó gi ca de l o s n u e v o s pr oy e ct o s
n e ol i be ral e s e con óm i c os .

21 R. Lourau, El Estado y el inconsciente., op. cit. p.29.

12
C om pr e n de r l as c om pl e ji d ade s de l a i n st i t u ci ón , cu al qu i e r a
qu e e st a se a su p on e h ace r re f e r e n ci a a l o y a t ra ba ja d o c o n
an t e ri ori da d de sde l a r e f l e x i ón t e ó ri ca, pe r o al m i sm o t i e m p o
su p on e re c on st r u i r la gé n e si s so ci al y t e ó ri c a 22 de l as
di st i n t as f orm as e n qu e se h a si gn i fi ca d o. E n e st e c as o e l
e je m pl o qu e h e m o s o pt a d o: l a i n st i t u ci ón d e l a sal u d, su p on e
ade n t r ar se de sd e l as di st i n t as a r i st as qu e s e p re se n t an c om o
son , l os p r oce s os de sal u d/ e n f e r m e da d, l as e n f e rm e da de s , l a
cu r a, l as m an e ra s e n qu e se h an con st ru i do l as di v e r sa s
si gn i fi caci on e s i m agi n a ri as qu e dan cu e n t a de l a sal u d a
t rav é s d e l a pre se n ci a e st at al . Ab o rd ar de e st a m an e r a e l
e st u di o de l a s i n st i t u ci on e s pe r m i t e u n a re f l e x i ón pr of u n d a
so b re l os a spe ct os qu e l a con f o r m an c on l o cu al se p re t e n d e
u n m e j or e n t e n di m i e n t o de n u e st ra so ci e da d.

22La génesis social se refiere a las condiciones de posibilidad social y política


que permiten que una práctica social se invente e institucionalice… La génesis
social busca trabajar sobre su contexto de producción. En la génesis teórica se
trata de ver concretamente cómo las prácticas científicas pudieron ser inventadas
Cfr. Sayoye, Antoine "la naturaleza de los conceptos del análisis institucional"
en: Introducción al Análisis institucional por Rene Lourau, traducción Roberto
Manero Brito

13

También podría gustarte