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P ai sage n s G r á fi c as / E l ai n e A r r u d a

Gráficas
Paisagens

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Elai ne A rruda
Paisagens
Gráficas
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Elai ne A rruda
P r oje to ar tí s ti c o e q uivale n te a Di s s er taç ã o,
a p r e s e n ta d o a o P r o g r a m a d e P ó s-G r a d u aç ã o e m A r te s, Á r ea
d e C o n c e n t r aç ã o A r te s Vi su ai s, L i n h a d e P e s q ui sa P o é ti c as
Vi su ai s, d a Esc ol a d e C o m u ni c aç ã o e A r te s d a U niver si d a d e d e
S ã o P au lo, c o m o ex i gê n ci a p ar ci al p ar a o b te n ç ã o d o
Títu lo d e M e s t r e e m A r te s, s o b a ori e n taç ã o d o
P r o f. D r. M ar c o Fr a n c e sc o B u ti
AG R A DECIMEN T O S

A g r a d eç o a o s m e us p ai s, M au rí ci o A r r u d a e S h eyl a A n d r a d e, p el a cri a-
ç ã o m ar avi l h o sa q u e r ec e bi; p elo su p or te, c o m p a n h ei ri s m o e a d m i r aç ã o
m ú tu o s.
À s m i n h as i r m ãs, E l i sa A r r u d a e E loi s e A r r u d a, p or to d o a m or q u e n o s
u n e.
A o m e u ori e n ta d or, P r o f. D r. M ar c o Fr a n c e sc o B u ti, p or ter si d o i m-
p or ta n te i n terlo cu tor n a c o n s t r uç ã o d e s te t r a b al h o.
Ao s P r o f essor es Cl áu di o M u b ar ac e L úci a Koch, p elo s c o m e n tári o s ate n-
ci o s o s n a b a n c a d e q u al ifi c aç ã o.
À C A P ES, p or ter a p oi a d o a r eal i zaç ã o d e s te p r oje to.
A o “s e u C hi c o”, Fr a n ci sc o D el Te t to, p el a e n ge n h o si d a d e d e t r a n s f or-
m a r u m a c a l a n d r a e m p r e n s a d e g r av u r a e m m e t a l, p o r t a n t o p o r t e r
tor n a d o p o s sível e s sa p e s q ui sa. A lé m d a ge n er o si d a d e e m m e ac ol h er
n a m e t a lú r g i c a S a n t a Ter ezi n h a, di s p o ni bi l i za n d o s e u s e q ui p a m e n to s
e o p er ári o s.
A o “s e u R u s s o”, pelo ap oio e disponibi lidade na metalúrgica A
Rec o n s t r u tor a.
Ao s a m i go s R u b e n s, Jor ge, M a x, Jo ã o, A b el e Ro b s o n, p el a c o nvivê n ci a,
t r o c a d e c o n h eci m e n to s e d e di c aç ã o q u e e m p r ega m a o m e u t r a b al h o n as
m e talú r g i c as.
A o s i n c a n s ávei s Mi c h a el S a n ti ag o, D é b or a Ol ivei r a, Ver ô ni c a L i m a e
Vivi a n S a n ta B rí g i d a, m e us q u eri d o s as si s te n te s.
A o Di n h o, p el a ar ti cu l aç ã o e su p or te n o P or to d o S al.
A o s f o t ó g r a f o s Va l é r i o S i lv ei r a e F l á v i o L a m e n h a p e l a m i n u c i o s a
d o cu m e n taç ã o.
À D é b or a F lor e Vér o ni q u e Isa b el le, p el a a m i za d e e e scu ta s e n sível.
A o a m i g o D a ni el Si lva, p or ter f eito o d e si g n g r á fi c o d e s te l iv r o.
À F l o r a A s s u m p ç ã o e C l ei ri C a r d o s o, p o r t e r e m m e a c o l h i d o e m S ã o
P au lo e p el a p ar c eri a d u r a n te to d o o m e s t r a d o.
A o a m i g o e e ter n o p ar c ei r o A r m a n d o S o b r al.
À A ly n e A lvar ez, p el o a m or, d e di c aç ã o, c o n f i a n ç a e p ri n ci p a l m e n te,
p el a c or age m d e s e m p r e acr e ditar n a vi d a.
Se m título
Gr av ur a e m m etal
Ponta seca sobr e zi nco
1 m x1 m
2013
Gr av ur a e m m etal
Ponta seca sobr e zi nco
1,20 m x3 m
2014
Gr av ur a e m m etal
Ponta seca sobr e zi nco
3 m x1,20 m
2014
S e m título
G r av ur a e m m etal
Ponta seca sobr e zi nco
1 m x1 m
2013
S e m título
G r av ur a e m m etal
Ponta seca sobr e zi nco
2 m x1 m
2013
Paisagens gráficas

Os trabalhos aqui apresentados foram realizados nos últimos dois


anos, no decorrer do mestrado em poéticas visuais. As imagens são
gravuras em metal, com dimensões entre um e doze metros, produ-
zidas a partir do meu interesse na paisagem. O encontro do corpo
com a imensidão das grandes escalas me atrai sensorial e proces-
sualmente.
A gravura, pra mim, é uma linguagem cega, até o momento de ti-
rar o papel da matriz e ver o que aconteceu ali. Olhar o traba-
lho impresso é uma etapa que sucede um longo processo e diversas
suposições. Antes dele, imagino que em determinada área tenha um
cinza, pois uma sequência de linhas suaves contrasta com o outro
lado da matriz, onde calejei o metal com profusões que me darão
um negro intenso. A materialidade do zinco, dos instrumentos de
gravação e das técnicas que envolvem o processo de trabalho não
permitem anunciar o inusitado das imagens que se constituirão na
experiência intensiva entre corpo e matéria. A composição das mi-
nhas gravuras acontece nesse jogo de tons: o leve e o pesado, o
suave e o grave, o claro e o escuro; que obviamente se misturam,
se sobrepõem, construindo uma sensação, mais do que uma represen-
tação ou narrativa. Sempre achei que minha poética está muito pró-
xima da música, pois intuitivamente é como se as linhas fossem a
melodia, ritmada pela atmosfera que a imagem evoca. Levar isso às
grandes escalas é uma experiência de envolvimento corporal, onde
a relação com o espaço sugere movimento, percurso, correntezas,
virações, deslocamentos e descontinuidades. Uma imensidão que é
preciso atravessar.
Minha trajetória com a gravura vem sendo marcada por uma intensa
investigação procedimental, que incorpora novas condições de pro-
dução e procura pensar os seus limites. O interesse em expandir
a escala dos trabalhos surgiu como um passo à frente na pesquisa
que desenvolvia com procedimentos de cortes diretos sobre o metal,
a ponta seca; técnica que devolve à estampa qualidades físicas e
intensidades gráficas de grande força expressiva. Esse caminho me
levou a um repertório ferramental mais amplo – machados, marretas
e ponteiras – fazendo incidir sobre a imagem impressa um corpo
residual de tinta cada vez mais espesso.
Minha pesquisa de mestrado aconteceu entre as cidades de São Pau-
lo e Belém, onde produzo em duas metalúrgicas navais: Santa Tere-
zinha e A Reconstrutora. O contato com as metalúrgicas da Cidade
Velha, região portuária de Belém, me possibilitou desenvolver um
trabalho que partisse desse encontro de estruturas e saberes di-
versos. São oficinas que possuem equipamentos adaptáveis à impres-
são de gravuras em metal (calandras), com medidas que ultrapassam
os limites das prensas encontradas nos ateliês tradicionais de
gravura. Portanto, foram criadas as condições para que o trabalho
se redimensionasse, não somente quanto à sua escala, mas, funda-
mentalmente, às suas possibilidades de produção e circulação.
O território portuário, seus insumos materiais, visualidade e so-
noridade proporcionam condições físicas, poéticas e materiais para
a pesquisa em artes visuais. A tradição naval incide na produção
gráfica como dado inovador, quando incorpora seus princípios e pos-
sibilita a realização de gravuras em grandes dimensões. A imersão
nessa geografia pontua a paisagem e o corpo como consequências e
reconhecimento do campo de pesquisa, na medida em que a escala das
obras é reflexo de seu contexto. A cidade de Belém está inserida
de forma peculiar entre um amplo rio e uma floresta densa, úmida e
quente, cuja atmosfera carregada parece estar sempre sujeita a ser
tomada novamente pela floresta. Essa densidade transborda visual-
mente nas gravuras, na medida em que a resistência da ponta seca
e o embate com o campo gráfico superdimensionado carregam em si a
tensão daquela paisagem: espaços vastos em envergadura e aciden-
tados em profundidade visual e material.
O Porto do Sal é um complexo de portos, situado à margem da in-
tensa paisagem insular da baía do Guajará. Na década de 30, foi um
importante ponto de comercialização de especiarias amazônicas, como
a pimenta do reino, a castanha do Pará e o peixe salgado. Atualmen-
te, é considerado uma “área de risco”, em função do tráfico de drogas
e da prostituição. Apesar de muitas famílias viverem no seu entor-
no, a maioria em condições precárias, é uma zona predominantemente
comercial, onde existem diversos galpões, depósitos e estâncias.
Dentre eles, está a metalúrgica Santa Terezinha.
A metalúrgica A Reconstrutora fica no bairro do Reduto, região mais
central de Belém, com características similares às da Cidade Velha,
exceto pela distância do rio. Apesar de ambas atuarem no mesmo mer-
cado, a diferença entre elas é a calandra (prensa), que só existe na
segunda. Por esse motivo, a Santa Terezinha é o espaço de gravação
e entintagem, enquanto a Reconstrutora é o lugar de impressão.
Metalúrgica
A Reconstrutora

Metalúrgica
Santa Terezinha
Mer cado do Por to do Sal
B elé m - PA
Metalúr g ica Santa Ter ezi nha
B elé m - PA
Fr anci sco Del Tet to - P r opri etári o
Metalúr g ica Santa Ter ezi nha
Vi suali zação dos tr abalhos.
Instituto To mie O htake
São Paulo - SP
Fotog r afi as

Fotos das obr as


F lávi o L a m enha

Fotos do pr ocesso
Valéri o Si lvei r a
Michael Santi ago

Ví deos
D éb or a F lor

D esi g n Gr áfico
Dani el Si lva

Equi p e de tr abalho / assi stentes


D éb or a Olivei r a
Michael Santi ago
Ver ônica L i m a
Vivi an Santa B rí g i da

Tr ab alhador es das Metalúr g icas / C olab or ador es


Rub ens
João
Max
Jor ge
Rob son

A p oi o
Metalúr g ica Santa Ter ezi nha e A Reconstr utor a

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