Está en la página 1de 151
ISSN 0102+745X CBPF-DH-O01/91 FISICA NUCLEAR TEORICA” por R.P. FEYNMAN Centro Brasileiro de Pesquisas Fisicas - CBPF/CNPq Rua Dr. Xavier Sigaud, 150 22290 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil “Notas redigidas por George Rawitscher e revistas por Paulo Emigio Barbosa, Adel Silveira e Alfredo M. de Oliveira. Publicado como "Monografia" n.3, em 1954. I,2 1,2 1,3 1,4 12, II, 1m, Il, II, aoe ow II, Ti, 7 Il, I, 9 II, 10 II,i1 CBPF-DE-001/91 + SUMARIO CAP{TULO T NOGOES PRELIMINARES Introdugae ~ Modélos nucleares ----- Forgas p-p e@ n-n ----~ Niveis excitados --- cCAPETULO II ESPALHAMENTO DE RESSONANCIA Generalidades -----: Desintegragio alfa ----------: Espalhamento de particulas alfa Estudo da equagio de Schroedinger ----------- Determinagao das defasagens 5, Desintegragdo do niicleo composto em fungso do tempo --------------------. Maxima eliminagao das restrigdes sobre 0 po- tencial nuclear Secc&o de choque para reagdes nucleares em fun- g&o da energia Relagées gerais entre secgdes de choque - Pagina 1-2 2-5 9-12 13-4 14-7 17-8 18-23 24-34 34°42 43-7 47-52 52-4 54-7 57-64 CBPF-DH-001/91 _ CAPITULO III TEORIA DA DESINTEGRACAO BETA Pagina III, 1 =‘Introdug&o a teoria ~ 65-8 III, 2. Exemplo com um elemento de matriz simples - 68-76 III, 3 A vida média T - 76-7 III, 4 A quest&o da forma do elemento de matriz ------ 77-87 III, 5 Espectros proibidos -. 87-92 CAPITULO Iv ESTRUTURA NUCLEAR Iv, 2 Modélo das camadas ----~---- --------. 93-8 Iv, 2 Descrigaéo dos nicleos aoe n------- 98-107 Iv, 3 DesintegragSo beta e modélo das camadas 107-121 APENDICES I Relag&o entre espalhamento e mudanga de fas 121-7 Ir Secgdo de choque ¢ principio do balango deta~ Ihado 128-32 TIT Espalhamento para a frente -~--- 133-6 Iv Emiss&o eletromagnética do nficleo: esboco do c&leulo teérico --------------- 137-42 Indice alfabético -------------. 143-6 CBPF-DH-OO1/9E Praricro Estas notas apresentam o curso de f{sica nuclear tedrica que foi oferecido, neste Centro, em 1953, pelo Professor Richard Pe Feynmans Motavos ‘de forga maior impediram seu aparecimento mais cee dos Redigidas por George Rawitscher e revistas por Peulo Emidio Bar. bosa, Adel Silveira e Alfredo M. de Oliveira, sio ‘de grende interés- se para os nossos estudantes de Pi{sica. Terceiro volume de uma Série de obras didéticas, repre ~ sentam estas notas um esfSrgo dSste Centro no sentido de contribuir~ para que, aos poucos, se enriquega 2 literatura, em lingua portugue~ s@, de textos cient{ficos de real valor. 0 sutor é um dos mais brilhantes teéricos atuals e este- ve no Brasil vérias vezes, demonstrando um raro e genuine interesse pelos nossos problemas de educagao.cient{fica, Possa Sete trabalho , contribuir para o crescimento, em qualidade ¢ quantidede, do nosso grupo de r{sicos, e terZo sido certamente atingidos os objetivos do autor e aéste Centro, Je Leite Lopes Editor CBPF-DH-001/91 cAPiTVLO I Nog0sS PRELIMINARES Iy 1. Introduche Nao existe uma teoria geral satisfatéria dos fendmenos nucleares. Porisso torna-se aiffei2 enumerar todos os princ{pios e hipéteses usados na teoria que atualmente fazemos dos niclecs. Pode-se no entanto dizer que éles se enquadram, grosso modo, em duas classes: princ{pios fundamentais e mod@los. 0s prine{pios fundamentais empregados sdo: a. Principios de Mecinica Quantica (especialmente néo relati- ‘yistica, para nucleons). b, Principios de Bletrodinamicac c, Admisso de leis especiais de interagdo entre eletrons, neu- trons e neutrinos para descrever a desintegragao betas Empregam-se éstes principios sob forma suficientemente geral de modo aue as previsées teéricas resultantes nao sao muito detalhadas e se aplicam bem aos conhe¢imentos experimentaise Assim, por exemplo, de a resulta que os nicleos devem existir em estados estacionarios de energia bem definida; as leis de combinagdo de momento argular (sua conservagio), a lei da pari~ dade, etc., devem ser satisfeitas. © fato de n&éo se utilizarem os métodos da Mecanica Quan- tica em grande Gotaihe, e de a teoria miclear ser incompleta, nao Significa que hd un limite nas regides nucleares abaixo do qual a Meefnica Quantica nio seja mais valida. A situagio é diferente da . que se apresensava na fisica eldssica de 1900, onde certos teorenes gerais (como o de equi partigao da energia), eram contrérios & ex- CBPF-DH-001/91 -2- periéncie. De fato, nao temos certeza hofe de nenhum fendmeno que se mostre contrério @ qualquer dos principios da iec&nica Quantice. Emprega-se b para obter informagdes sSbre o carater dos reios gama emitidos, a probabilidade de sua ecnversSo interna, para estimar a energia elctrostatica do nicleo e para descrever todas as interagées entre eletrons e nicleos, e fotons @ niicleos, com excesao da desintegragio beta. A teoria da desintegracdo beta seré discutide auplamente mais tarde. Como’ ium exemplo de a e & combinados, cltamos o estuco da emisséo de pert{cules alfa do niicleo. A relagdo entre a vide nga e a energia de emissSo é compreendida pelo estudo da penetracgdo quan- tica da particule alfa através ca barreira de potencial couloziians do nucleo, I, 2. Modélos Huclesres © mod@1o usado na deserigSo dos nicteos est constante- mente em evolugéo. Suas caracter{sticas principais sfo as seguintes: 1) Gs nicieos sho constituidos de prytons e neutrons, ambes par- ticules ce spin 1/2 (chavados indistintacente nucleons), que obedecem portance 2 estat{stica de Fermis Os nucleons sfo li- gados por forces, ¢ £ a respeito destas qe existem a matores incertezas, . Esta imagen, suportada pelos resultados experimenteis enumerados abaixo, leva A idéia do modSlo nuclear da gota 1L- quida, Esta permite explicar até certo ponte as energias de ligagdo, as condigses de fissio e a estabilidade dos nicleoz en geral. Os fatos experimentais sic enumerados a seguir. A snergia de ligagzo dos micleos é proporcional, em prineirs aproximagao, ao ninero de nucleons neles ccntides.A. Também © volume € proporcional a Ae A razdo disto ndo esté clare. ainda, 0 raio nuclear vale: rere 2/3, con ry = 1,40 1073 on, valor este oktédo expertmentalmente, Sste-nimerd pode Btimenc= CBPF-DH-001/91 36 sor eprozimado, dentro dos érros experimentais na determinagic de To, por °° r= & - 3B . oF penn = oe . eM.c Myo onde ¢ 67a velocidade da luz, Moe M, as massas do eletron e do meson 7, respectivanentee A fSrga entre dois protons (p - p) pode ser admitida cono 4gual & fSrga-entre neutrons (n~ n). A evidéncia experinental é obtida a partir dos micleos especulares (mirror nuclei). fistes @iferem sémente em un nueleon, que para um deles a proton e para © outro neutron. Verifice-se entdo que a diferenga de energie de ligagio é sémente devida (dentro de uns 0,3 McV) a aiferenga das repulsdes cletrostaticas nos dois miclecs. Esta forga parece ser de curto alcance, isto é, sua acho é limitada a distancies da orden de Poe Ha também evidéneia, emtora menos forte, de que, quando ‘um proton e um neutron estado em estado anti-simétrico, interagen com forga igual 4 fora p ~- p (ou n-n)> Convém notar que a hipétese de serem os nicleos formados apenas de protons e neutrons nfo é a tnica poss{vel, nada impe- indo por exemplo, que os mescns também estejam contidos no ni~ cleo. Tal hipdtese, porém, nao faremose 2) Mod8lo do micleo composto (Bohr). iste modélo é baseado na idéia de que quando dois nucleos reagen, passem por um estado intermedidrio formando um niicleo con- posto. Muito provavelmente éste modélo no introduz nenhuma hi- potese nova, podendo ser obtido como uma consequéncia do modélo 1, € do princSpio a. Hm todo caso, é muito util para prever 0 co~ portamento dos niicleos quando reagem entre sf e leva a interes- santes previsdes quanto as segtes de choque para espathamento dos niicleos, ressonancias quando éles reagem, estados excitados dos nicleos finais e energias dos produtos finaise O modélo permite também prever, por exemplo, que qual- CBPE-DH-001/92 quer que sejam as particulas iniciais da reagdo, o resultado é seapre o mesmo desde que o niicleo intermed{ario composto seja o meSTO6 3) Mod@lo das camadas. OQ nodélo das casadas permite explicar ua grande numero de regularidades de propriedades dos nucleos en fungSo. do ninero de protons e neutrons ccustituintes. Aduite~se que os nucleons sao dispostos ea cauadas e sua distrituigdo é expressa por uma serfe de leis € regras ¢: ap{ricas (come por exeiplo, a existéncia de fSrgas de acoplamento bastante fortes entre spin e érbita), Hais tarde discutiremos o modélo mais aaplamente. A variagaéo caracter{stica das propriedades, dependente do _ fato do numero de protons e neutrons ser pay ou impar, provevel~ mente @ uma consequencia da hipétese exptessa em 1: o prine{pio de Pauli permite sémente a dois fermions terem a mesma fungéo de onda espacial, Estudos do deuteron € S dos espalhanentos n-p e pep deverian levar-a ua melhor conhecimento das férgas entre pares de nucleons, mas os resultados déstes estudos ainda nao permitem uma compreen- sBo quantitativamente correta dos niicleos mais pesados (com exce- g&o talvez de ®, He? e Ke }. fiste assunto pertence ao rano da fisica nuclear teérica, J& o discutimos ex parte no curso sobre mesons, € por falte de tempo, néo © trataremos aqui. Convém notar também que a tedria mesénica das forges nu- cleares nao permite até agora nenhume previsao de valor em fisica nuclear. Resumindo, verificamos que entre os diverses ramos da risa ca nuclear ha os seguintes: 1. Teéria da energia de_ligaglo 2. Teéria dos nicleos 8°, Ke? e Hel 3. Teoria da enisséo alfa 4. Teéria da emissio gama 5+ Teoria do nucleo coaposto 6. iodo das canadas T. Téoria da desintegracio beta CBPF-DH-001/9%, -5- Destas, discutiremos no decorrer do eurso sdaente as trés ultiaas. I, 3» Forcas P-p e Mon. £ interessante ver por weio de alguns exeaplos, a evidéncia experimental sotre a igualdade das forcas pep e nen (a menos da repul- s30 de coulomb) a pertir da couparagdo de pares de nicleos especula.es. Em prineiro lugar nota-se que a diferenga da energia de 1i- gagdo de dois niicleos especulares praticamente sd provén da repulsic eletrostética de um proton com os outros protons do resto do niicleo, e da diferenga de massa entre neutron e proton. A diminuig&o de ener- gia de ligagao devido a repulséo eletrostatica, nun niicleo de carga Z e naaero de massa A é:# Be . ogy WEL) BigeR) (nev) 5 Tod onde se supde que os Z protons estao distrituidos uniformemente através de todo o volume do niicleo (de vaio 1,40 + 1073. 4¥/3eay. +Tomando a difexenga pa..a os dois micleos, e subtraindo ainda a diferenga de massa do neutron e proton, obtea-se ea HeV: = 4 cow (a Brie) care 0,613 74 - 0,784 *° . que representa a difesenga de ligagdo do proton e do neutron do resto do nicleo. Como esta difere auito pouco da diferenga experimental da energia de ligac&éo dos dois nicleos, conclui-se que as férgas p-p € n-n so praticamente iguais. Vamos tomar alguns exemplos, Os dados necessérios encon- traa-se no ertigo de Hornyak et al., "Energy Levels of Light Muclei"? * Veja Helliday, “Introductory Nuclear Physics, pge 284 Rev, Mod. Phys. 22, 291 (1950). CBPF-DH-001/91 -6- INicleos (A280 (4 Bie) sale. Diferenga gia! uw). -0,87 nev 1,1 Nev 0,27 Mev co se 1,96 . 1,98 ” 0.02 a es 2420 2,3 0,14 gol gk? 2:8 3,03 0,23 aote!? gr’? 5,06 3,35 0,29 Jxomplos em.que a diferenga de carga é dois: “ 8 gti e 58°: (Ag) exp. = 2,0 40,5 Nev (Az) cele. = 2,7 eV Uy 0 Para cu - go que 0,05 Mev. Bm segundo luger, o que vem fortelecer mito a hipétese da dgualdade das forgas n-n, p-p, é que os micleos especulares nZo so- mente tém os estacos fundenentais aiferindo apenas em energia devido & repulS%o de coulomb, mas tembm apresentam uma notdvel correspondén- éia entre seus nf{veis excitados, cujas energias também diferen daquele mesmo valore Tomemos como exemplo eu e set “Oo et tem mais protons cue o Bl ¢ tem ume cnergia de lagag&o menor de 1,96 MeV. Os seus afveis excitedos que est&o ® 2,03; 4,5; 6,73 9,7} 10,1 MeV acima do fun- Gamental apresentam todos aproximadamente a mesma diferenga de energia @e Ligegko que as de niveis excitados do soy que est8o respectiva- mente @ 2,11; bboy 5,033 6,753 6,80; 7,303; 8,755-8,923 9,19; 9,29, ete., Go fundemental” (Fig. I, 1). Outro exemplo ben estudade que apresenta uma corre spondéneia @os nfveis excitados, é 0 do par Li! e Be’. Os niveis excitadds * Reve Mod. Phys. 22, 321 (1950). e Bh - @? @ concordaneia em cada caso é melhor CBPF-DH-001/91 Niveis de energis de B!l ¢ @o oll Llustran- a; a& eorrespondéncia das. diferenges de energla dos niveis excitados, Fig, 1,2 gia O'4 © ch, © primetro nivel exci. erye cous estado in Zvetmediario para a desinte, Fragfo do 014 per eqissic B” , fapilitando-a, quanto que @ extremamente improvayél que,o Cl decaia no N14, por emis- , Gado gus esta nun nivel muito mais baixo. CBPF-DH-001/91 =8- do Li? eatho © 0,78; 7,38; etc,, aciaa do Sundesentel.. Os niveds exch tados do de! est8o 8 0,43; 7,02; etc., aciaa do fundaaental. Poder-se-ia procurar entre os niveis exeitados dos ngclios leves a evidéncia experiuental de igualdede das Sérgas p-p e n-p (quan- do ésses est&o em estado orbital e spin anti-sixétrico), aas n3o se encontra, por falta de dados, suficiente nimero de exe.plos convin- centes. Considezeaos por exeuplo got, py e gout. Os dois nu- cleons adicionais ao grupo de 6 protons e 6 neutrons, comins aos trés nacleos sao: 2 neutrons paza oC, 1 proton ¢ 1 neutron para oN e€ dois protons pare 0 0. & de se esperer que @ energia de ligagao do 0 seja menor que a do C sdaente por causa do efeito eletrostético, visto que as férgas n-n e p-p s&0 iguais. Isto de fato se vefifica. lias no n3o é preciso que os dois nucleons (p-n) estejaa no mesmo estedo em que estdo nos outros dois casos (antirsiuétrico) (Princfpio de Pauli para fermions do mesmo tipo), de modo que a energia de ligacZo do F pode ser diferente da prevista pelo efeito eletrostatico. De fato, energia de,ligacio do é maior que a dos outros dois; pode-se pois supor que aqueles seus dois nucleons sstao num estado sinétvico, no qual est&o ite mais ligados, Supondo (teéricauente) ua estado (excitado) em que o< dois nucleons estejam em estacos anti-sinétricos, © supondo‘ainda que neste caso a forcga pn é igual & force p-p, pode-se calcular qual deve ser a energia de ligacio déste estado coaparando-o ao G € ao O € levendo em conta a energia de repulsao eletrostatica. Zncontra-se ua valor que muito se aproxima da energia do primeiro estado excitado do H, o que nos leva e suspcitar fortemente de que éste estado excitado é aquele em que proton e neutron est&o em estados anti-siaetricos ¢ que neste estado a férca de interagdo ¢ a mesa que a de pep e n-n. % interessante notar também que o 0+ decai em w4 por ewissdo f°, com vide nédia de 76 segundos, enquento que o desintegra~ $30 B™ do got tem usa vida wédia extrenanente mais longa: 5.700 anose . Deseenhece-se 0 aotivo de ser t&o longa a vida média do 74 « Has se supuzermos que naquele estado excitado do Nope on estdo num estado anti-siaétrico, entéo um dos uotivos seria o : eguinter ‘CBPF-DH-001/91 -9- soucle estedo serviria como internediério para a desintegragao do 0, feeilitando-a, en quento que néo serviria pare o C pois éste se en- contre en um nivol do onergia mais baixo. (Fig. 1,2). th. Niveis* Excita Medem-se es posigdes dos niveis excitades de um nucleo, pomberdcando um niicleo de massa atémica inferior com o proton, neutron ou deuteron de modo e se obter, como estedo composto desta raacgdo, o nicleo cujos niveis excitados se quer estuder. Um processo consiste em @eterminar a curva da secgéo de cheque deste reagio em fungZo, por exempio, aa energie de particula bomberdeadora incidente, e determinar a posigao dos méximos, que correspondem a energias em. que n& ressonan- cia com os niveis excitedos do niicloo intermediario. Outro processo consiste em obter o nficleo en quest&o como estedo final de alguma roagZo com nuecleos vizinhos. Como a desinte-~ gragZo do niicleo intermediario se pode dar para os diversos niveis excitedos do niicleo final em estudo, pode~se detorminar a posigao dos mesmos @ partir das energias cingticas des particulas emergentese Um bom exemplo é a determinegZo dos niveis excitados do ” a No segundo dos processes acine dascritos enquandram-se: 1) 0 espalhanento ineléstico de protons am . 2) A desintagrago doo! num dos niveis excitados do Nut, 3) 0 bombardeio de oi com deuteron, formando w que decai en X= con omissio de um noutron.- 0 bombardeio de 0” com deuteron, formando um estado in- tornediario que decai no WH! por emissZo alfa. Zntre os exemplos do primeiro processo citedo ecima, esta © dombardeio de 82 com deuterons; passauios a descrever esta reagdo Coit neis detalhe. Os douterons séo0 acelerados por acelerador Ven de Graaff Scndo sua energia ecurademonte conhecida. 0 niicleo composto (NUt)* aé riges 3s trés seguintes reegdes: Le gGl2 4 sue oct)" o,61 + ut + 2,7 MeV (protons de longo alcence). “Neje Bonner et ale, Phys. Rev. 75, 1401, 1949. CBPF-DH-001/91 -10- 2 ge + eat 4 ,015)+ gut + 0,5 Mev (Protons de eurto alcance) . 2 ? ys ata)? ge ante 0,281 Mev (Neutrons lentos) 3» 6 A Aintensidade da reegio 1 pode scr obtida wedindo-se a dintensidade dos protens de longo alcance produszidos. Coiio a soma das massas C~ + é aaior que a soma C7 + ela no apresenta liniar de energia para o deuteron ateixo de qual a reaglo ndo se processaria. A energia do proton-é 2,63 MeV uais a energia cinética do deuteron in- eidente (no sisteaa do centro de massa). A reagio 2 ppréa sé coaega pare energias do deuteron maiores que 0,5 Mev. Ela pode ser medida pela intensidade dos raios gana devidos a transigdo do C a0 C. So monocromaticos, de energia 3,1 MeVe Para a reagao 3, em vez de se mcdir os neutrons produzidos, pode-se medir a gusntidade do wi formado, pela sua positron ativi- dade (decai en Cl? com 10 minutos de vida aédia, eproximadamente). As curwas das intensidades das part{eulas produzidas nas diversas reagSes 1,2 ¢ 3, ew fung&o da energia do deuteron incidente, apresentam méximos de ressonaneia com os niveis excitados do . cuja posiggo determina a energia dos mesmos. Beunios nua grafico a intensidade dos neutrons, protons e fotons gama em fungéo da energia do deuteron indidente. (Fig.I,3)..4 correspondéncie entre os aaxinos nestas curvas mostra que o estado interuedidrio foi sempre o mesmo, o que fortalece a ideia do modo - do nicleo coaposto. Faltan os m4ximos em algumas das curvas em Te- lagSo as outras em virtude de proibigo das transigSes corresponden- tes. Convem lembrar ainda que, para o espalhamento de um nu- Cleo por outro, » secgdo de choque é devida 4 interferéncia de dois Processos: espalhamento simples e espalhauento de ressonancia, que s¢ @a pela foraagdo do niicleo composto pe.'to dos estados excitados do aesmo, Assim as posigées dos méximos das curvas no coincidem exatamente con as posigdes (isto é, energias) dos niveis excitados. CBPF-DE-001/91, -ll- éo 7 wit, Ho capitulo II veremsscomo se determina a forua da curva da secgio de chogue de um déstes processos em fungSo da energia, perto dae ressonancias, € couo a partir déstes ee detcraina a energia ¢ 0 momento angular da onda da particula incidente para cada ressonancia particular. , Ha ‘muitas cutras possibilidades para a determinag&o dos niveis excitados do N+, coao por exemplo, a determinagdo das energias de desintegragées 6 de ua niicleo virinho a um dos estados do NU4, e subsequente estudo da ewissio de raios gama para estados menos exci- tados do N+, Para ua gréfico completo dos estados do N74, que con- téa todas as reagdes € processos empregados, veja o artigo de Hornyex et al, Jé citado. CBPF-DH-001/92 a | : Hagos Ga 6| ee Neutrons ——~———~——Protons 4 3 3 3 3 4 3 & ’ . i . 4 a Va . 7 TT IE a ae Enengia do Devienon em Mev Fige Iy 3 urves de excitagho pera emisséo de raics _y neutrons‘e protcns. Observe @ correspondengie entre os maximos nessag curvas, mostrendo qye c estado intermgdiario fol sempre o negmoe Esse rem sultado esta em plena concordancia com o modelo do nucleo conpostoe EEK Als Fig. I1, 1 Espejnemento de part{oules alfe por um potenciel mugieer. A grandes distapcias a interacdo e coulombianas a cyrtas distancies pregominan as forges nucleares, No “interior dg nucigo o potenci- al e supostg constante; a fungdo de onda de partioula é sensivelmen te estecionaria. CBPF-DH-001/91 -13- CAPLTULO IT ‘ ESPALHAMENTO, DE RUSSONANCIA II, 1. Gencralidades: 0 estudo do espalhamento de ressonancia fornece um exemplo da aplicaglo da Mecdnica Quantica aos modélos nucleares, Neste caso admite-se a ideia do nucleo composto, que se forma como estado intermediario na reagdo de dues partfoulas. Este nucleo composto, apesar de nfo ser estavel, possui estados bastantes bem definidos, e de vida media longa comperade con o tempo de passegem d¢ um nucleon através de un nicleo (que é da ordem do tamanho do nue. cleo/velocidade do nucleon = 107108 = 107 22 segundos). - Todos os nuacleos possuem estados déste ‘tipo, chamedos excitados. Pelo prine{- pio de indeterminagéo, quanto maior a vide média do estado, tanto me- lhor a sua energia se encentra definida. Sempre que a energia cinética relativa das particulas que vio reagir fér tal que a energia do nucleo conposto formado se encon- tre nes vizinhagas da energia de um aéstes estados excitados, é de se esperar que as part{culas em reagdo wostrem especial afinidede. Este é realmente o caso. Revela-se por exeaplo, pelo fato de que, perto destas encrgias, a secgao de choque de espalhamento de wa: das particu. les por outra é especialmente grende ou pequena, variando fortemente em fungdo da energia da part{oula incidente de maneira perfeitamente concordante com o caéleulo que vamos apresentar (Fig.II, 15). No cAlewlo nio se faz praticamente uso de qualquer cpnheci- mento sébre 0 niicleo, cou excegdo da hipdtese de que o potenciel do niicleo coaposto, pelo qual se introduz a férga de interagéo entre as part{culas em reagdo, apresente a forma de um pogo. Fazendo-se de- CBPF-DH-001/91 -La- pois uso da.Mecinica Quantice, caleulam~se as energias da particula in- cidcnte paxa as quais a sua fungdo de onde tenha amplitude iuito grande no,interior do pogo de potencial. Mostra-sc mais tarde que os resul- tados sio tagtante independentes da foraa do pogo de potencial adpi- tido, o que significa que o estudo des reacédes de ressOnancia n&éo con- tribui grandemente para o conhecimento teérico das féreas nuclearcs. Sémente pera se ter usa ideia do valor fi{sico déste método vamos eskogar prineiro a tcoria da desintegrag&o alfa, II, 2. Desintegr: ecko alfa. Compreende-se @$te processo como a"perfuragia" quantico da barreira de potencial coulomiano pela fung&o de onda da part{eula alfe de dentro do nucleo para o exterior, Para isso imagineisos 0 processo contrario: por exeuplo uma particula alfa que se desloca ea resis a um nieleo de goth® pelo qual vai ser capturada, formando « Para penetrar nas re- glides de atragio nuclear, isto é, dentro do niicleo, ela teria que veneer primeiro tédas as repulsocs eletrostéticas, € pera isso exigiria energias niossterss a 2 Be BE 2 om fe 2 us * 202 MeV = 29.3 MeV Gra, energias tao altas nunce entra ea jogo nas desinte- eragdes alfa, A pertfeula alfa € emitide com energia seupre menor que 10 MeV e no caso presents com 4,2 MeY. Isto mostra que o referido “perfurag&o" quantica deve cxistir a desempenhar papel preponderante neste fendmeno, 0 método de célcuto é entSo o seguints: procura-se una forma razoavel para a barreira de potencial que exprine as férgas entre nicleo c particula alfa, e calcula-se depois 2 perfuragio reali- zada pela fungdo de onda da particula elfa de entro pare fora do ni- cleo, A relagdo entre as auplitudes fora ¢ dentro permite obter a prokabilidade de émisso da partfcule alfa, e portanto a vida média de desintegragado. As fércas coulombianas séo de muito mair alcance que as nuclearcs (estas Ultinas nio bem conhecidas), de modo que a largura dz CBPF-DH-001/91 -15- parreira de potencial que descieve o nicieo, (é essencialmente @ lar- gura que craino a perfuragéo) dcve scr quasi totaliacnte devida 2s forgas coulomtianas. Podewos entio, para éste estudo, descrever as forges nucleares pelo potencial representado na Fig. F,1. Dentro do niiclco, isto é, para r¢R = ry wo, potencial é representado por ua pogo quadrado de altura 2 22/24 al/3 represen- tendo as forgas puraacnte nucleares, e fora desta regido pelo poten cial coulo.tieno 2 Z¢°/r, 4 particula elfa, dentro do micleo, nao esté nua estedo estacionerio, de energia perfcitazente definida, pois ela, depcis de ua certo tcupo, escapa do mesmo. Sua fungio da onda, pores, € cons~ tituida,, ea maior perte, pela contribuigho do cstado estacionério no qual a particula alfa pode ficar mais tempo dentro do nucleo. # éste estedo estaciongrio que estudsremos a seguir. $ claro que @sse estado no é qualquer, mas corresponde Aquela energia em que a relac&o das aaplitudes fora e dentro é @ acnor possivel, No caso do espalheaento de partieula alfa voltarenos a cn- contrar Estes estados nas ressonéncias. Dentro do pogo a funcdo de onda tem auplitude grende, stravessa a barreira com queda exponencial e suerge do outro lado com carater oscilatério e auplitude auito pe- quena, Esta Gitiva Faecplitude da probabilidade de encontrar a par- ticula alfa fora do nuclea. A relag3o do quadrado das amplitudes fora e dentro do ni- cleo, a, taabém chanada trensperéncia da bav_eira, é dada por” au exp. -2 2M (V-E) = (q1,1) em que Z ¢ ii s80 a energia c a massa da part{eula alfa; Re b est3o indicados na Fig. II, 1 e v é dade por 2 2 22 28, Haas) 2 r aM * Veja Ferwi, iuclear Physics, The University d Chicago Press, Pg. 57. CBPF-DH-001/91 =16- © segunde térmo de V representa a cnergic potencisl da férga centrifuga e¢ & devide ad momento angular ortitalht da portievla. Gas inagen grosscira que relaciona a com a vida média dc aesintegragao é€ a seguinte: a particule alfa sc move dentro do nucleo - como se féssc livre com certe velocidad: aédia Vani a8 forgas nuclearcs 50 sc manifcstaa ncs tordos do niieleo, quc agem co10 paredes que fazea a portfouls 6) alfa voltar para o interior do ucsmo, cada vez que se choce contra cles, Depois de uz numero suficientemcnte grande de tentatives na uma ¢a que a particule alfe consegue atrevesser a parede ¢ escopar, ea virtude ddoz aaplitude da fung&o de onda nao ser nule no, exterior. fiste nimexo de tentativas é proporcional 8 & releg&o do quas dredo das aaplitudes dentro'c fora, isto é, a 1/a pois “a fungao de onda pode ser interpretada econo representando um fluxo de partfeulas que pessa do interior pera o exterior ¢ l/a é o ntimero de particulas que deve haver dentro para que haja use fora. © tempo da desintcgragzo, ou vide nédia G, é dado pelo in- tervalo de tempo entre dois choques conseeutivos de partiule alfa sobre a parede (réio do nucleo vy, dividido (Pela velocidade vy, da particula alfa no interior do niicleo) vezes o manexo de tentativas para poder eseapart r 1 a . Gee Tr °F (11,2) A constantc de proporcionalidade C 3 una idéie da iaper- feigho déste modelo, ou sejado efcito des f£rgas nucleares sotre a fungdo de onds no interior do nuclco. a influtncis das forgas nucicares sotre & probatilidade @o vazaacnto de perticula alfa através da borrcira é uuito pequene ea relagao as coulomtianas, a ponto de poderem, scm g.ende érro, ser suk-~ tituides pelo pogo de potenelel no interior do nicleo. Isto se torna plaus{vel sc lcatrarmeas que o vazaaento ¢ condicionado pela largura de barreira. Como as fércas ruramente nuclesres séo de auito menor al~ cance que as coulomtianas, sfo estas iltinas, especialmente para o caso da part{eula alfa de carga ce, que contrituem para @ maior parte da barreira de potencial. 3a outros téracs, a a transparencia a é auito sensfvel A variaco do réic do niicleo, co10 se pode mostrar e partir da cBPF-DH-001/91~ -17- gua expressic aciza wencionaca. Isto é, ura pequena variag&o do raio pode compensar uma grande veriagéo das férgas nuclesres, © que mostra que @ influénoja dectas Gtiuas é pequena. 1, 3+ Espalhamento ao vertioutes alte Passamos ao estudo do espalhamento de perticulas alfa, ea fungso da energia, tendo em vista principalmente o (fspainaaento de res- sonéncia, que se dé quando a energia da partfcute é préxima a de ua nivel excitado do nucleo coazosto. A comparagSo com a experiéneia en- -. contra-se em II, 5e II, 8, A situagio é bastante complicada. Hos a estydareucs utili- gando 0 modélo muito sisplificado de uma particula alfa movendo-se den- tro de ua pogo de potencial esrecial que representa o micleo (coaposto) Ge tal modo que o valor do potencial dentro do nicleo é igual ao seu valor para grandes Gistancias, isto é, igual a zero. Veremos mais tarde que o resultado é praticanente inéependente destas hipdteses sia- plificadoras. De fato, e isto sera apenas mencionado aqui, existe uma teoria muito wais geial, cow ua niimero m{niao de hipéteses, que leva ao mesno resuitaco, Procuraremos estudar o cosportamento da fungdo de onda da partfewla alfa incidente ea face da tarreira de notencial do nucleo composto formado. Prelininarmente estudarenos as fungdes de onda estacio- - nérias associades ao potencial que descreve o nucleo, para depois’ desen- volvermos nes mesuas a fungZo de onds da particule alfa, dependente do tempo. © wotivo de procurarmos primeiro as ondas estaciondrias asso- ciadas ao potenciel difasor, isto é, as cndas que descrevem particulas de energie definida E, moaentc anguler hl, cujas partes radieis Fn satisfazem a equacio 2 yéerhy) - 2 a). 9° B REY + [e-0 - os 1: % =0 (11,3) © tén as foraas assintéticas (a grandes distancias) dc tipo c, sen Gr - 2+ $d, (11,3a) CBPF-DH-001/91 -18- é que a secgio de choque de espalhasento o- (8) aparece como una fungdo 8 fases $, do tipo axe) = [£(@)|* = *: x (2141) [e 21 dry (eos af (11,4) . One 2 aL (2141) sen® & ar, estas expressdes © éo0 Engule de ‘deflexdo da particula, P, (cos 6) sao polinéaios de Legendre e k é o nimero de ondas associadas a particule jn- cidente (de energia E’e aassa M) tal que Ko EB 2m/n= Um estudo detalhado das relagdes entre secgio de choque é atrazos dy encontra-te no Apéndice I, no fim destas notas. Il, 4. Estudo da Eouacdo de Schroedinger Hosso aétedo de céleulo seré o seguinte: decomporenos 0 potencial do nucleo ea barreiras separades, e estudareaos © efeito in- Gividual cas barreiras sobre as cndas incldente, tvansuitide e refletida; depois, com &sse conhecinento, estudaremos as solugoes estacionarias da equagéo de Schroedinger a sociadas ac potencial nuclear, & finalaente, consideraremos a fung&o de onda da particula alfa dependente do tempo e a decomporemos nas fungdes de onda estecionarias do sistema, o que ncs possibilitaré estudar o ccaportaaento perto das ressonancias. Para o estudo do potencial, vasios supor inicialmente que c potencial no interior do nacleo seja zero, Eliminaremos esta restrigat em II, 7. Podemos entao deccmpo-lo em duas barreiras do tipo represen- tedo na Fig.1f,2. Para regides muito afastadas de aai-os ‘os lados desta tarreira, o seu potencial seré nulo e as solugdes da equagao de Schroe- dinger correspondente serdo, nestas regises, superposigoes de ondas Planas, cuja forma mais geral, é: ae’ + pete +, (11,6)? A-menos de ua fator couplexo arbitrério, a solugGo mais geral & direita da barreira seré entdo, para regides afastsdes, do tipo CBPF-DH-001/91 -19- , enix pelts dy (II, 6a) ge tivermos una onda plana de amplitude 1 incidente, por exemplo, pela gireita Wiz ~ ie poderemos compreender o efeito da berrgiza pug endo @ emiséao para a direita ‘de uma outra cnda, Yr = pe , queebarprcnes de refletida, 2 qual, sobrepondo-se 4 incidente, produz 8 onda total a direita da barreira. Do lado esquerdo a onda mais geral teré a forma assintotica wikxti 5 e 3 (II, 6b) — . said ds . (Néo.é preciso por mais ume onda do tipo tle. & esquerda pois, es novas constantes assin introduzidss (t’ $2 fica indeterminadas, e podem ser tomades como zero). A barreire tem pois, coo efeito, pro- duzir uma onda refletida e una transmitida. Podemos encontrar ua "plano eperente de reflexdo pela direita" do qual a onda refletida parece ser oriunda (assintéticanente) , e ne posigéd do qual as expressdes assintéticas das ondas incidente e refletida est&o em oposigdo de fase. (Esta diferenga de fase de v, que acarreta o sinal negativo de p é introduzide por razces de conveniéncia para o que se segue}. Chaiwando a a coordenada déste plano, deveaos were ik(x-a)-ika Yr = - fp e cou p, real D pois entiic . otk Yr(a) = - fe . wika Yin (se * . ik(x-a) e€ a onda refletida vale “fe vezes o valor que a cnda incidente tem neste plano. 0 valor de a fica pois determingdo, a mencs de un miltiplo inteiro de wt ake = &, Se a onda ineidente vier pele esquerda, vemos analogaaente, que o efei- to da tarreira é produziz ume onda refletida pare a direita e uma trans- Qitida para a esquerda. Haveré vm plano aparente de reflexdo pela CBPF-DH-001/91 -20- Pig. 11,2 7” Tipo de barreira de potencial na qual ‘6 potencial nuclear pode ser decom- posto. (Veja Fig. II,2) a Get : feeb ch ce-a) Gpecks > Be eM chex-ay Lech, chtab) Figs II,3 Reflexdo e transmisgio de ondas através de uma bar rgira de potencial que tende & zero 4 a esquerda. Gp, Os, fy,fe sao of coeficientes de transmissao e-reflexao, regpectivaman te, a direita e a esquerda. As ondas incidentes sao $, © be CBPF-DE-001/91. -21- esquerde, cuja posic&o chemaremos de . 0 cceficiente de reflexio . soré Ppt Vemos agora definir os coeficientes de trensmissao para aepols enuncidrmos com mais facilidade uma propriedade muito impor- tante de que gozam as barreiras, e que nos servira para prosseguir o estudoe 4 onda transmitida para e esquerda (a incidente é pela direi- ta), isto é, et ii bs t poderd ser medida ‘a pertir do plano aparente da esquerde: D vike = -ik(x-b) Yee & e ee Este G assin definido é um niwerc couplexo cuja fase indica de quanto se atrasa a fase de onda transmitida na posigdo do plano de reflexdo da esquerda (em b) em relagéo & fase da onda incidente, mas esta, to- mada na posigéo do plano de reflexSo 4 direita. # como se a onda in- cidente pulesse, sem audanga de fase, do plano de reflexfo da diretta pare o da esquerda, de cnde continua com uudanga de amplitude e altera- gdo de fase dados por be anélogamente, podemos definir @_ para a onda transai+ tida da esquerda para a diretta,. v, deve ser tal que Ez ~ YM = &, eftkb , Qik(x-2) Una vez definidos os coeficientes de transmissdo e re~ flexdo G + € os planos aparentes de reflexio mostrarenos a Seguinte face eR ete valida para barreiras de forma artitraéria e gue caian a zero de antos os ledos (Figs 11,3). Py = fg= f { namero real) (I, 7) G) = is » 11, 8 G = is’ (az, 8) 2p@s (818 (12,99 # t CBPF-DH-001/91 -22- ysto significa que @ tarreira, pelo wenos quento so comportamento assin- potico da fungZo de onda, pode ser caracterizada pelo conhecimento dos wyeeros reais a, b, € pelo numero complexo s. A’ demonstragéo baseda-se no principio da conservagao do pomero de particulas, no sendo necessério entrar em cAlculos detalha- dos das solugées para tipos particulares ae barreiras, Seja a fungdo de onda, por exemplo Woe tke yp gute s qual poce ser interpretsda ¢omo representando um fluxo de uma parti. evla por unidade de voluue vindo da esquerda pare a direita e de|r|* particulas por unidade de volume refletidas da direita para a eSquerda. oO ninero de particulas trensaitidas ais o niimevo de refletidas deve ser igual so numero de incidentes. Logo, oktemos diretamente Spl? + ae lel? + P57 Pera provar a relago entre cs G venos Jeabrar que qualquer com:inagio linear das duas solugdes particwlares originadas, respectivamente, por uaa onda unitéria incidente pela esqueréa (indicada por %, na Pig. IF,3) € outra pela direita (V5) taabéa deve ser uma solugZo da equagdo de Schroedinger para a qual tenbkém podemcs aplicar o principio da conser~ vagdo dos fluxos ce part{cules que ela representa. Sendo a combinay&o linear ta (II, 9a) . 1 AY, + BW ‘os fluxos incidentes dos dois lacos s&o proporcionais ¢ 2 Isl? = las evtk(a-t) sp, eee 4 Dak secr-ay [FP - Jart? for p, evAhe pay ete(be) | - CBPF-DH-001/91 -23- o que pode ser também verificado utilizando a expresséo para a ecrrente x densidade de probakilidade ‘ id ca —— 4 grad yp - rad } . au { ¥- ve ¥ igualdade desses fluxos acarreta: . _ ll? -IWI" II? -1pi? pa? 44% ertkCare) p'py + a” Getk(ort); po 2 KI? + Ixl2p,2 + 12652 >{:) pare que a andlise acima se aplique & forae de cada adxino separadanente. A seego de chogue difcrencial para ua certo Angulo fixo é da- da pelo quedrado de uma aaplitude que ecntém as contrituigées de to~ dos os momentos angulares (1 = 0,1,2,++¢)- “uando estamos pesto de ressonaneia devida a um déstcs (13), podenos reunir as contribuigées devidas eos outros ca ua pento T do plano complexo us2do na ottengéo CBPF-DH-O01/91 -33- grafica de ei Sa4 9 somar a OT a amplitude 3, devida aly. A posigdo de T nfo ‘varie -mito no intervelc d= encrgia em que se ad aque~ jo ressonancia, Coo a auplitude total ¢ .1 o comportamento de q(2) dcepende naturalnente da pesigo de T em relagio ao efraulo en que ree pres¢entaios graéficanente e auplitude devida 4 cnda com a aonento Toe Esta pode’ scr qualquer; T pede eair, por exemplo, dustaicnte no cen- tro aéste efreuloe Entdo néo se observa ressonaneia naquele entérno de energia, pois: [ori = [rc] = const, = 7 Para a conparaggo con 2 experiéncia veja, per ¢xeaplo, o espalheacnt> de neutrons (¢ refcréneias) aprescntado em 11,8. Verifica-se que, perto das ressonéneias a teoria esté ea perfeita concordéncia com as curvas expcrimcntais da seegio de choque em fungio de cnergia. quendo os picos de ressonancia est&o bea mais afastados que as suas meias ler- gures, a formule equi deduzida (veja final desta seco) se torna espe~ eialmente Wtil ¢c eplicdvel. Outro excaplo encontra-se no trabalho de Le. de Koester,” en que écstudada a curva de scegdo de choque do espalhaaento de prctons de energia entre 0,4 e 3,95 MeV ca Jig para determinar as energias ¢ momentos angulares dos niveis excitedos do niicico conposto Al=*. Fesse estudo ¢ feito uso de graficos semelhantes aos por nés expostos pera obter a forma da curva perto da r:sson&ncia, cai também se en- contram refer€ncias a out.os estudos déste tipc. Para se determinar qual o momento angular correspondente a ca-. da um dos picos de ressonfncia que est&o nume dada curve de o(E) (isto @ qual o momento anzuler daqucle ccntribuigéo & fungfo de onda que gerou aquele pico), ha varios processcs. Um dles consiste em determinar como varia a forma do pico da segdo de choque difexenciel quando veria o Angulo de espalhaaentc, Isto corresponde a acompanha.: os aconteciacntos no elreulo da Fig.11,9) “vistos" das diversas posigécs do ponto T definido acima. (T repre-— senta no plano coplexo todas as ecntribuigdes 4 scecgio ac chogue’ dife.cneial dadas pela férmia (11,4) com exeegSo daquela quc produz 2 ressonancia’ ea questao). Esta andlisc permite determinar o moacnto *“Physs Rev. 85, a CBPF-DH-001/91 =34- anguler ea questio. Outra maneira é tomer a curva do scegio de choque totel, ¢ ae~ @ir no pico em questio a oseilagao totel da mcsma. Esta deve ser igual a ur &2 (2141) (veje férmula 1, 5) pois o fator em $y tem o yariagio total igual a une Fote-se que quendo se trate de espalhamento de portfoutes con spin difercnts ac zere (protcn por excaplo) a andlise é mais coaplica- daeo resultado” difere do nosso por um fator dependente dos spins aos nicleos inicial, intcxucdidrio, ¢ da pertfcula ancidcntc, Deixan- Go de lado ste fetor,'a seegio de choque total para cspalhamento elastico vale 2 - at 21st [ fires), | or 1é 23 ay re Brest 11y72 Peap onde fj sio os meias lorguras de cade pico de ressonancia correspen~ dente a cada aomento anguler fi 1 (veremcs que a/t 44 a vida agdia do nicleo ecaposto corrcspondcnte), Exes. eas energies de ressonincia correspondentes, Pesp a eontribuigie chesada pospaingacnto ae poten- cial" que’é independente des rcssonéncies; 2 2M) Keo energia da perticula incidente. 4 soja sébre res se encarrega de levar en conta (“efcito de cauda') as ressonneias vizinhas. II, 6. Desintcgrecdo do Nucleo Composto em Zo do Tempo Vamos supor que para t = O todas as particulas se cncontrem dentro da berreira de poteneial do niiclco composto. Como o nitcleo coaposto assim fornado nic € estdvel, a perticula alfa, por exemplo, quc vai sor emitida n&o pede estar cm ua estado estacionério de ener- gie tea definida, isto é, a partfeule pode ser euitida com varias energias. Sua funcio de onda, contida inicialmente no niicleo, e que depois se expande para fora do nesmo, devc ser una superposicgao de estados correspondentcs a diversas energiase , Veremos que o fenéuenc esta forteaentc relecionade aos estados estacionérios associados & barreira do niicleo compesto, estudedos &cima, e portanto também ds propriededes do espalnamento. A energia mais provavel da emiss&o é2 pertioula ¢ igual & energia de ressonéneia * Voja por exemplo V. F. Weisskepf et al, Phys. Rev. 72, 145 (1947) CBPF-DH-001/91 -35- de espalhamcnto; o vida média do estado intermediario é Hi dividido pelo meia largura do pico da ressonancia. © Para obter a fungdo de onda ¥(t,r) da partf{eula em fungdo do tempo, ¢ prevar as propricdades deserites acina, vauos desenvolver 7 (t,r) nas fungdes de onde cstacionérias da borreire dc potenciel. Estes sdo solugdes estecicnérias da cquagdo de Schrocdinger que tem como poteneial e terrcira do niicleo Coaposto; a grandes distincies s8o da foraa Asen(kr+ $y), com os & dcterminados cm 11,5. Lembran- do quc, s¢ ty (7) Go conjunto comp] to oa solugécs estacicnéries, correspondentes, cede una, 3 energia So > Uma solug8o part{culer dcpendente do teapo é doda por 1 we Et . - cA oH € € uma solugdo geral, a nossa ¥ (r,t) per cxcmplo, pode ser obtida como combinagio linear das mesmes: xe aint Yir,t) = [orn Pir) & Como as ondas estactonarias perto da energie de resscnincia tém pra-~ ticamente a mesaa forma dentro do niicleo ~ propercionais e uma certa fungio f(r)-e sé diferem grandcwentc umas das outras na regifo ex- terna, emrazio da grande variago ae 3, pedenmos, de acdrdo com os efleulos de 11,5 cscolher es solugSes cstacicnarias, Pylt), da se~ guinte forma Pie = & Ay f(r) para réb (dentro) Yjc= foraa nfo espeeificeda para bdr (dist&ncia en que as forgas couloubionas'j4 s8o despreziveis. Y, s e sen (kr+&) para r muito grande (Longe) onde b 2 2 coordendda do plano. intérno de reflexdo c onde Ay 880 as constantes sa enteriormente determinadas pera solugoes estacionérias. vx pare r&b , mesmo longe das ressonancias fol tomada como CBPF~DH-001/91. -36- proporeionel a f(r) pois veremos que todas as contribuigSes impor- gantes ‘8 fungdo de onda vém dos estados esteciondrics perto de ener gle dc ressonineia. No caso de 1 = 0, lembranos que f(r) é scnoicel: sen (kr). © recfocinio que se segue é feito individualucnts para cada parcela da fungdo de onda correspondente a cada momento angular (a fungao dc onde total deve ser considerada desenvclvida, como antes cm série dc poliménios de Legendre, re (cos @), dos quois sé cstudawos aqui os cocficientes,, fungécs do raio). Pir representa r veges a aependéncia Fadial deste pareela, cujo momonto angular til supomos fixo ¢ nao mais explicitamente mencionado. Ve:remos que a particule é emi- ¢ida com uma fungZo dc cnda que s¢ assemelha muito a de um estado * estacionadrio dc ressonfncia. Pare Este 8d a parcela correspondente a um determinedo memento angular ¢ grandcy de modo que poderemos dcs~ prezar aqui as contrituigécs dos outros uom:ntos angulares & fungio de onda da nossa particule em questéo, o que farcmos no. que sc acgucs Vamos dctcrminar egora os cocficicntcs g(k) do desenvolvimento, impondo a condigéo de que, para t = 0, todas as part{eulas estejaa dentro da barrcira, isto ¢, que ~(r,0) = 0 para a rcgifo externa. Como perto da ressonineia os cstados cstaciondrios sao cproximede-- mente proporcionais a f(r), podemos procurer a solugio P (r,t) que para t = 0, dentro de niicleo, seja justanente igual a ye7e f(r). Portanto impomos: . P(r,0y = fem _ (dentro do nicico) oO (fora do néuleo) © Y(z,0) Vemos pois que 2 jb? 2 a (a) = Jean! Tepresenta a prokabilidede da energia (da particulo alfa, por cxcm- plo, primciro quando esté acntro do niicleo ¢ depois quando esta fora) estar entrc kc ki+ dk, e do estado ser do tipo cstacionarlo Lace Lembrando o valor de A, (veja equagdo (11,26) } a = 2 sade e 1 2 a A OR Tel es Neh fen.) + (17297 CBPF-DH-001/91 -37- Té) eE6 rs Fig. I1,10 Comportamento da segaéo de choque perto das ressonancias. ar % AE Fig. II,11 Tlustrando o forte miximo de,mela largura P que g(k)? apre- senta perto da ressonancias g(k)2 6 a probabilidade de que a par- ticula (a , por exemplo) esteja com energia entre k e k + dk. CBPF-DH-O01/9% -38- yemos que 2b 2 (p22 iene |? = . ° SD WoBye, (av cpresente un forte maximo dc meia largura [ , perto da ressonaneia (fig. Tr). Isto mostra que a perticula é euitida do niiclco com uma energia contida nun entGrno (de Jergura [~) de uma cnergia de res- sonancia, cstuddda na sogao anterior, @ que suo fungdo de onda, gone siderada como superposigao dos estados estacionérios associedos & parreira que represcnte o nieleo, tem como contribuigao principal. nucle estado de resscnéncia, ¢ que, quanto menor, for a meig largura de curva de resscnéneia, menos iaportente ¢ a contribuigéo dos ¢s- tados estacienérios vizinhos, afestados da ressonaneia. Vamos procurar gora a forma de P (r,t) na regiéo exterior a0 niiclzo: 700 - a Bt ¥ir,%) ={ i? sen(kr + 3 ) Baye ak. Substituinds neste expressdo os velores de? L gid _ eid’), Ay asl (e won (er +6) = + cetertd_riter-J 2 1 24 fetes) + a6 guik(r-a)-id"] | obtemes: 5 Port) = - 85° pr {tito ges e1yno"Sk@-a)_ (2d! -v} ax A equagdo (11,15) ie 5. th B-E, + 4[72 CBPF-DH-001/91 -39- eid, 2 _ A. B-B, - 1/72 vemos assim que sio os térmos perto da ressonéncia, B,, que fornecea a maior contrituigio a integral. Pcdeaos cntSo pér |s] como constante fore da integral e aproxiaar k pela cxpressfo valida perto da rcssonan- eda: i ~ 1 1 28 k=) famel 74588 ho fi Va. 2 Ee > onde B = Bog, = Mv,/2, Sendo ve 2 velocidade da partfoula enitida. Tomando agora a nova varidvel X = OE, optemos: BEE, +X . ke ky + ¥/@i v¢) e a integral fica: Be r 3c,e0t kot) (r-a) &, ” Be Ist J ° XIE dy, it ghiv y=: Aeerat tet ey) Gra) C « n X+iff2 Ave Lk gfiv, Hote-se que éste desenvolvimcnto sé vale para distancias erendes, pois, sé para estas, Yi; tem a forma senoidal descrita. Representando pos I a prineira parte desta integral, obtcmas: 4c Bo Xx (E38 +t) iver ik, (r-a)=i got e Ft et|sly, # x + af72 za ax (11,18) Suspondo Fh, nfo mrito pequeno, extendemos o limite infcrior aa inte- eral a-cc. Caleviamos a intcgrel no plano cowplexo, pelo método dos CBPF-DH-001/91 ~40- pesiduos. Para Gay >0 notamos quc, para X contidcs no plano com- picxo superior an (X)>0), a cxponeneial do integrando apresenta uma porte real negctiva, Isto wostra que, se fecharucs o caminho de intc~ gregho de hig +R na recta reel Por um caiinho seni-cireular no plano coaplexo supsrior, a contrituigdc & integral devida a éste ditiac tende a zcro 4 medida que scu reio aumcnta, ¢ o quc sotra é a integral procurada sobre a reta real de -™ a+, Mas pcslo teoreme dos resi- duos, a integral de une fungdo analftica £(z) sObr< ua contérno fe- chado no canpo couplexo valc 27i vezes a soma dos residuos que exis- ten nos seus polos contides dentro do contérno. Se 2, for un polo simples de £(Z), 0 scu residuo em A, € dedo por lin £(2)+ (Z-%c) 22D. A nossa fung&o (o intcgrando de (II, 18)) apresenta un polo simples pera X = -i[72, que, cstando no plano couplexo inferior esté fora do contSrno de integragio, de modo que ‘o valor da integral é zcro, pera t (r-a)/vg. Pare t<(r-a)/vo, 0 contérno de integrago deve scr fcchado no plano complexo infcrior, de modo quc o resultado é: . oA, xr-a = avi in (2 + 1Meye(z= 2 £ eo Becttik, (2-2) ae ) Ton a [F2 ~ . A scgunda parte da integral se anula sempre, pois seu integren- do exp - 2x (t + E28) (x + aves A Vv ten o polo no plano co.iplexo superior, no qual o contérno nunca pode Ser fechado pois t scndo sempre maior que zero, a cxponcneial tcm uaa contribuiggo real positiva peva Im(X} >0. Obtemos, portantc, para ea expressZ0 final: i, ra - tt ik, (r+ ~-La- 3) LE BE FRET ID Be at 8 Pa,t) - (11,19) =0 para toe Esta § justanente a fungéo de onde esperada, (parte radial vezes CBPF-DH-001/91 -41- y) para uma part{cula omitida de uma fonte com velocidade v, para t = 0, 2 intensidade desta fonte decsindo como et pois; » para Povotre, isto é, na regido que néo pode ter sido ainda alcangeda pela partfeula que foi emitida cn t = Ode r = a cow a velocidade v,, a fungdo de onda Y se anula; 2) para rév,tta, o gear da amplitude ee iy]? = iol. ae & mt. d exprime o fato que a intensidade da fonte decai exponencial- mente como tempo, pois além do fator wr, necessario para © diluig&o correta do fluxo das particulas & acdidd que estas sc afastan de fonte, hi o fater E(t- 7) e que a faz cair cxponenchsinente, eon a media vida mn, em cada ponto, . a medida que nos nes afastawos da fonte encontramos parti. cules que foran emitidas num tempo anterior, t-(r-a)/v,j secu fluxo pertanto 50 pode estar diminuindo de um valor correspcn~ dente 4 intcnsidade da fonte naquele tempo, e fica assiu clara a ocorréneia do fater t-(r-a)/v, na exponencial, em vez de t somente . 3) A parte oscilante de fungao de onda: E, tik, (r-a)-iet e Ho a ” corresponde, corneera “Ge se esperar, a ume particula livre de energia B= mve/2 ¢ momento fk, = VHB, = Mv, 4) Para mclhor pereetcr o caréter de dcsintegregio da fonte, va~ mos interpretar Y como descrevendo particulas cwitidas nua determinado instante por um grande nimero de nucleos conpostes, independentes, eclocados na origems Y me a densidadc CBPF-DH-001/91 -42- espacial destas particulas; o seu fluxo (numero de part{culas que atravessem a unidede de superficie por unidade de tempo), tendo em vista que de equagdo (1,14) resulta [/n = ve lsl2, (2b, @ dado por: - Le - eats wot Be Dacorre dai qué o mimero de pert{eulas que atravessam a supérfi. ele circular me entre t, t+dt vale rea c Fe “eat integrandc este expressdo desde (t-(r-a)/v,) até T + t-(r-a)/v," ” para obter o namero totel N de port{cwlas que emergiram du- rante éste intervalo para fore desta esfera, obtemos: -¢ T Wsev(l-e ) Esta expresso mostra claramente que a fonte se desintegra com vida média Cm (Nota: Em algua lugar, talvez na normelizagio foi cometido um érro de valor ™, Em vez de # deveria haver o fator 1 pois, conforme a nossa normalizagio de P(r,0) feita na page3l,1@on: de perticulas inicialnente no nucleo). 0 fotor eM P/2R arén de ev MBot/® na acpendéncia de tempo, mostra que a fungio de onda YP nZo é nonocromtica, de estado energético bem definido, mas que é a superposicio de varias frequéncias & com distribuigio espetral Akyt i wt L le ee &Y © au Bo/n ow el /2h o que novanente mostra que sé as frequéncias préxinas & de ressonancla sio importances # claro que deve ser obtido por superpesigho de varios ondas nonccromiticas, para que s¢ possa aonular fora de um cc..~ to raio (finito para t finito). CBPF-DH-001/91 ~43- II, 7. Aperfeicoamentos no modéio do nicleo © resultado dos nossos cdleulos sébre desintegragao alfa e sdbre o espdlhamento dos partieulas alfa por nicleos, baseado essen- cialmente no estudo da penetragié da funcBo de onda da partieula alfe através da barreira de potencial que representa o micleo con- posto, néo depende mito, cono verificanos, das férgas puranente nucleares, e pertanto, da forma do potencial que admitimos cxistir no interior do niiclco,. desde que cssas férgas scjam de curto aleance e ‘desde que formem um pogo atrativo. Tomanos entio, no célculo anterior, o potcncial no interior do micleo conc sendo constante, e igual a zero; vamos ver agora quais sio as possivcis modificagSes nos resultedos se alterarmos esta forma no interior do niicleo. Nesta segdo tomaremos o potencial no interior ecnsteante, mas negativo, ¢ eculomtiano no extericr do niicleo, como de costume. Na préxina scgfic tomarenos um pogo de potencial de forma arbitraria. . Considercnos o seguinte petencial (Fig.sIL,12)s constantc, nega- tivo igual e-E, no interior do nueleo (rR). Seja Ba energia (cfnetica) da partfeula incidcntc, Cono o potencial é ccnstante nc intcrior do niicico o nimere de ondes da partieula seré constantc, digamos K, no interior, mas diferente do mimero de ondes k a grendcs distancias. K e k satisfazen as relagdes nae _ ee RES B+ Eisa5 ws = EB 2M tig’ 2M Para 0 céleulo das fungSes de onda estacionéries associadas ea éstc Potencial, tcmamos como bese os processos usados ca I1,4 e II, 5. Voltando as consideragSes da seg#o Il, 4, sdbre a equivalencia de qualquer barreira a seus dois planos de reflexfo ac be a un ni Mero complexo s, podemos refazer o raciocinio alf exposto, néo esque- ecndo de alterar o niimero de cnda, k, pare o valor maior, K, das ondes Plonas no interior do pogo. Lenbrands a existéncia de gradicnte na expressao de corzente, devcmos altcrar a equagdo que exprime a con- Servagdo do numero de particulas (igualdade dos fluxos de ambcs lados Ga‘ barreira): CBPF-DH-001/91 =44- T= Ippl? +E ISpl? 51 = Iegl® + ELS gl* A ocorréneia dc k- eK é-plausivel pois ° fluxo de part{culas, isto é, oniinyvo de part{oulas que atravessa a unidade de superficie por unidede dc tempo, é proporcicnal ao produto Ge velocidede pela suo densidade, Nota-se tanbéa que o fator exponenedal dos cocficicntes de transmiss&o deve ser o valor da fungao incidente na posig&o do cutro plano de reflexfo, cujo-nimero-de ondas @ diferente do da onda final- mente transmitidc. Refazendo o eéleulo citado, no csqueccndo cs fatores K e k que uultiplicea as correntes, a esqucrda e a direita de barscira, respectivamentc, -obtcmos, ca vez (II, 10) (Fe | Fee = -1 PZ = Poe . 2 isto é, = f° + ss" 0 cdleulo sutsequente das fases 5, des ondes cstacionérias que assintéticencnte se comportam como scn (ir + 6) (uua para cada parcela da fungio de cnda correspondente a cada no- aento anguler 1) difere do céleuvlo feito ea II, 5 pelo seguinte: €entro do nicleo as fungées tém o niimero de onda K, cm vez de k, e Geveese substituir: ‘ s por wo s por a8 ki por K no interior do pogo. CBPF-DH-001/9% Fig. II,12 _qFoueste potencial, 0 potenctal no exterior to nucleo e coulombiano e constante e negative no interior. 7 zee | i, grid e Asx git, ch(e-a) “fe UR ettt iter Ese heir _ ~~ ., ~ pete | parce hs eke, haa) : a é Pig. 11,13 +. Reflexio transmissao de ondas através de uma barreira de potencial do tipo desenhado na Fig, TI,13. ae b s@o cs pjapos aparen de reflexac. aeb i fi Pe ’ nt t t Ie I a t { . “ x oh these és fi are) cho 4 athe Pige IT,1h . ~ , Barreira de ‘potencial pard o estuda da absor- g&o de neutrons lenfos por nicleos-. A.origme do sis tema de coordenado e tomado no pento onde o potencial sofre @ descontinuidadss. Foi.desprezada a parte cay = lombiana do potencta}. A profundidade da barreird-e a : energia de ligagao maxim= dos neutrons no micleo, ou. 5éja, aproxinadamente 8 MeV. CBPF-DE-001/91 -46- pfetuando o cdleulo, obtemos em vez de (II, 13) e (I1,15) ah ng. Fa FE 5% _ eth Qh rs ~pe pet = iff s Ae’ ef? con i= S+ke Dé-se a ressonGncta para valores de energia, E,, que corres- * pondem a K.b = nt, sc.ss for pequend. Leabrando que = Ky = eu BE K=K, + OX K+ : ann encontramos, perto da ressonfncia tid, - =f gee tale (11,20 : ast ff ek? = 2 can 5! = ——{§____,- (EB) + (FR) * com r= = ef Pile 0. Ccneluimcs que as alteragées, ¢m relagic ac ceso anterior cu que dsntro c fora o potenciel tinha o acsmo valor, sHo as seguintes: le AS posigées das cnergias de ressonfncia sio desiocades para velores mais taixos, pois, aprcximadamcntc, se tear 2 _ 2M x= = BE Me a Bp ne Ue . 22 2, Os estadcs estacicnarios dentro do pogo, cujos Ks fornecca 3 8 menor que Eqs 5 nao poderio mais ser excitados pelo exterior “pois x2 22M = B+ Baye ‘CBPF-DH-001/91 -47- 3. A forma do grafico da secgio de choque em fungao da energia é a mesma (perto da ressonancia) que no caso anterior. 4 iergura [ agore é dade port * Ts Som Be que, préticomcntc, € a mesea que no caso anterior (ss°/ & r)x,, pois K, @ K, do caso anterior séo determinados pele mcsma condigao (k.b=nv) (supendo naturaimcnte que s ¢ b praticanente néo variem com a energits Veaos ilustrar éstes resultadcs eplicendo o céleulo & atsergio de neutrons lentcs por niicleo’, fatos ésses experinentelmente bem conhe~ cidos. II, 8 Du exemplos a absorcio de neutrons entos por hiicleos As curvas da secgio de choque de absorgZo de neutrons lentos, com energias desde alguns eletron ~ volts até algumas dezenas, em fungSo do cnergia, so bem estudedas. Por exemplo, num artigo de He Goldsmith, Ibser e Feld’, encontras-se estas curvas cxperimentais para uma série’ de elementos, das queis a de Pt se encontra reproduzide na " Fig. If, 15). - A grande quantidade dos miximos e m{nimos destas curvas mostra que em geral os nieleos apresentam muitcs niveis cxeitados, distdéntes uns dos outros de, gcrelmente, mcncs que 5-10 eV, oO que é notavel tendo em vista a grandeza das encrgias dc ligagdo do neutron ao micleo (cn estado fundancntal) que é da ordem de 5-7 MeV. Istc indica que ha un gronde niacxo de configuragées prssiveis para acomodagao do .ncutron a tais encrgies (acima do fundsnocntal), eujas encrgias difcrem auito pouco umas das outras. 0 exca»lo de ncutrons sc presta bem para a comparagao das fér- malas descnvclvidas aciwa, pois pedeacs super, para cfoito de céleulo, uma tarreira bem simples, do tipe cseeda, sca e parte coulombiana (es- tanos desprezando 6 cfcito de spin do neutron). * Rev. Mod. . 283 (1947) Veja Meaken ei hante Rest Mod. Phys. 22, 249 (1950) CBPF-DH-001/91 =48- Vemes colocar o origem do sistema de ccordenades ne pesigio aa discontinuidade do potencial. Chememos de I a regiao r€0, € scja a profundidade do desnivel. Ela represente o nedor energia dc Lige-” eo possivel do ncutren eo niielec couposto ¢ € usualucntc, da ordea at g MeV (Fig. 11, 14). : as fungdes de onda sac: . 9,5 is fF elK(x-b) ,-ike War = enix _ petetaea) Impombs que: . avy _ 8% yy Yr() = Yyp(0) @ SE (0) = SF (0) Logo: aif Somando e Subroindo obtea-se: 2 ais (Es fE ) elkb-dke kw ONK K ik ike + ika 2p ac fP- foe Repetindd o raciocinio para uma onda unitéria incidente pele csquerda ebtca-sc: 2sast( fe + fe ) ¢ike-dka kK K aps wis® off -{E ) en ikb-ike Por conparagéo das duas primciras equagdes (11,21) e (II,2¢) verifico- Se que s é real. Polo feto de que p deve scr real ¢ positivo (por dee finicGo) obtcnos entic de (II,21) (cu de (11,22) que: (11,21) (32,22) CBPF-D8-001/91 ~49e 3 a 1o(bar ase ae eT Ht TT Soa Eb ete EeT FFs _ Pig. 11,15 Sego de .choaye total pare absorgo de neutrons em Pt. & sega de chogue ¢ a medida em tems (1 barn © 1p-chen2) + tab In 3 Figs II,16 7, ,5e¢@ ge cheque pera abscredo de neutrons em,Indio e Gedmio, 0 Gadmio adsorve fortensnte os neutrons térmicos; o Indio absorve fortemente cs neutrons cu energia nas vizinha~ gas de 1.4) eVe . Ie "pogo! | Fig. 12,17. Decomposigdo de uma barreira de potencial em duas regides, "pogo" e,"barreira", ligado pela regiao entre b ec onde © po= tencial € sensivelmente constante. CBPP-DB-001/91 =50- ss 2 = e - & ci . . E E k “E e que, &@ menos de maltiples inteiros de wT: . ka - Kb = 0/2 ka + Kb = -9/2 As duos Wtises relagtes mostram que podemos escolher para ka e Kb os seguintes valores (a menog de multiples seai-inteiros de 7): ka = 0 (1,23) Kh = -0/2 Isto €, o plano aparente de reflexdo 8 direita é fixo, e se encontra no lugar da discontinuidede do Potencial, em quanto que o plano aparente de reflexio esquerde (b) esta & esquerda desta discontinuidade, a uma disténcia w/2K que depende da cnergia de part{eula. Podemos aplicer agora éste resultado. ao estude da resscnfncia do pogo ‘ae petencial para neutrons. Voltando ncvamente ao sistema de coordenadas em que o niicleo estd na origem, ¢ chemando rT, 0 reio do pego, temos: ary bee ry-0/2K Note-se que, para Este mod@lo de potencial; oc espalhaaento dos “neutrons no centém o térmo do espalhamento de potencial, pois ca consequéncia de. (Ii 323) vemos que Aid 4. 2i(h-na)_, . 218 Com auxilio de (11,20) obtenos: # - 2i 4: SS. = ss. poo PAK (ag-#72K) pr en~Zikry e as meies As ressonéncias dao-se para K, ry = -7/2 +07, n= 1,2, CBPF-DH-001/91 -52- yergures P si aaaas por _ ss * “arr Ke + para o caso de neutrcns Icntos incidindo sétre o niicleo, a cnergin cin¢~ giea BE, de ordcm de eletron-velts, é bem menor que 8 cncrgia de liga~ go Byips de crdem de 5-8 MeV, de modo que pcdemos desprezar k/K aiante de VK/k. Neste caso a= 2 ¥k/K varie aproximadamente como -gif-B. ca lergura [= w 8 b)k varia como YB. As curvas cx- perdmentets ccnfirmam perfcttamente estas previsces "lA largura cr yorle realmente coao ve. Reproduginos aqui”** 8 curva da segio dz choque totel para atsorgac de neutrons cm Pt, para se ter uma idéio do andamento de curve (Fig.II,15).4 eseala das energias é logaritimice. Para se ter uma idéa das velorcs mimcricos, citamos que a segio de chogue para atsorgéo de neutrens, per excmpio, na rcagéo (n,y ) cn In se eleva a 27 000 barns (1 barn = 107+ em™) no pico de ressonancia, que se encontra a 1.4 cV. «4 largura T ve1e 0.02 eV, o espagamcnto dos niveis de ressonancie ¢ da crdem de 2 a 10 eV. Otserva-se que, para energias mite pequenes, O7(B) cad. come 1/v; a razdo. é que, para velocidadcs suficientcmente baixas a probatili- Gade de reagdo por segundo (mimero de transigées/scg), que é propor- edonal a v «o-(veja Apéndice II), tcrna-se independente da velocidadc, dc modo queo- eresce como-1/¥ quando v—> 0. Como aplicag&o, vames ver como sc pede medirzaintensidade de neutrons de energia 1.4 cV, ccntidos em um feixe de neutrcns de energies variéveis desde neutrons térmicos (1/20 eV) até neutrons de 1,6 eV, per txemplo, Envolve-se uma folha de indic com chapa de caduio, e coloca- se ste “sanduiche" dentre do fiuxo de neutrens dcs quais s¢ quer © Redir c numero dos que tea cnergia na viginhanga de 1.4 eV. 0 cad~ Gio aksorve fortcmente os neutrons térmicos, de itodo que até ao Andio sé chegam os neutrens de energia acima d¢ 0.5 eV. Déstes o in- Gio absorve fertezente sé os neutrons de 1.4 eV, pois alf se localiza +, Um exenplo se enccntra em Tittisen, Sheer, Phys. Rev, $2, 155 (950) waz Feshbach, Peaslcc, Weisskopf, Phys. Reve f1, 150 Say Gcldsmith, Ibser, Feld, Rev. Mod. Phys. 19, 283 (1947, CBPF-DH-001/91, -52- 3 prineiro, (c fertc) méximo de ressonancie pera obsorcfo. Per atsorgic ac neutrons 9 inatc fopne-se p etivo, com vide aédia dc 54 ainutos: Gah LE, avin — in +¢ +9 + y), de modo que a sua stividede for- nece uma medida de namero de neutrons de energia 1.4 cV. II, 9 ydxima eliminacdo das restricoes sobre o potencial nuclear Vinos, a pirtir do estude de alguns modélos partioularaente simples do potencial nuclear, que o feto importante para a existéncia ae ressonéncies é que o micleo aprescntc algua pego de pctenciel dentro do qual as particulas possaa existir cm detcrainaedos cstados estccicna- rics. Nestcs cstados es particules pedem ser tanto mols independentcs do éxterior, logo tantc uais estucionérics, quanto mais “‘rmpenetréveL fér ea barreira que sepere o ege do exterior do nicleo. Neste ceso es auplitudes® aSstes déstados sé podem ser excitados 2 valores cuito grandes pele fungio de onda ne extcricr quandc a frcquéncia desta esté mite préxiaa das frequencias estecicnarias que cxistca nc poge de petcneial, c tcremus ent&o ressonaneias muito estreitas. A expressao matoadtics. dessc fete, deda pola relegto entre fase © cnergie da onde cxterna pete da regsonancia eit 2 i (41,20) B-Byegti /2 © que sabemos ser experimentalmente valida, deve ser aeduzivel, qual- quer que seja a forma’do poge de potcnedal nuclcar, e se envclver gran- dcezas dependentes da forma do pega, estas devem scr de tipo muito geral. Vamos, nesta segéo, super c potcnedal dentro do micleo de forme erbitréria, mas apresentandc uma regigo atrative cm forma de pogce No exterior, llonge do alcence das férgas pureacnte nucleercs, o potcncial é, come de ecstumc, coulcmbisno para perticulas carregedcse © nosso objetivo é procurar até que ponto.a forma do petenciel influi na obteng#o de expressio (II 120), que traduz a cxisténeia cx- Perimental da ressonancia. Podemos fazer csta dedugio dividinds e barrsira de potenciol ®rbitrdriemente em duas pertes: “pogo ¢ “barreira e supondo que as CBPY-DH-001/91 =53- auas estejan ligadas por uma regido perto:de c (Pig. II, 17) ea que o potencial é constante (depois podemos fazer esta regido tender a vero), nessa regiéo a fung&o ae onda deve sei senvidal, de niwero de onda K bem definido. Substituindo a “tarveira“ por seus dots planos ae b de reflexdo aparente (tambéu desconhecidos, podeuos agora caleu- jar a fungfo de anda Y(4) no plano C, sowente a partir da fungfo de onda externa, que, asslutéticauente, supowos ser da foruas sen (kr + $) £ claro que desta forma Y fica deteraiuada na regido £; qualquer que seyé @ forwa do pogo a esyuerda ae ¢, depois podewos aeteiminar os d para os quais ha ressén€ncia. venotundo cou s € fe transuissdo e a reflexio da barreira, e definingo £\E,C) por . te [2 ,0)| = 4K (v2) obtewos, fazendo éste célcule nos woldes de II,5 xeC + 235! ss* OPS PETROS FFE) (8 como antes é $+ ka). Vemos portanto que a grandeza do tipo geral que traduz, paxa efeito de ressonancia, tSdas as prepriedades do “pogo" interno (para uaa dada “barreifa", natiralmente) é: = K(psc) + £(8,C) 4 interessante notar que o elewento de ligag&o entre'o interior do Pogo e o exterior é o quociente da fung&o de onda pela derivada da 4s Suid » Chegauos portanto a todos os resultaaos octidos para o caso articular do segéo anterior, surstituindo Kr pelo ncsso 6, seu ganhar Poréiu nenhum novo conheciwento do nicleo. Outro resultado-de natureza geial é que ry, a weia largura dos wdxiuos de ressonincia, pode ser estiuada em téruos do espaganento das Snergias de ressoiiancia, pois, em vista da ftriiule e cima, CBPF-DH-001/91 54- pe ss" QE As ressonfncias ocorren para 6 = nv, de modo quc, para niveis ae resso~” nancia bea ecime do fundamental (n grende) a relacio & = 8-4 Lit Ey - Bnei AnE ‘to de 28 Fa deve se aproximar muito de > de modo que [*= Sank gstas relegdes sGo, peréa, de natureza deuasiadamcntc gceral, pelo que, de moneira que foram deduzidas, no permitem tirar conclustes auito de~ - finidas 2 respeito ae estrutura nuclear intcrna, Compare também com artigos de Vcisskopt™ . II, 10. Sceegdo de choquc pera _rcactes nucicares em funcdo da energic © niicleo ccmposto que se forma por atsorgic da part{cula inci- dente nem sempre rcemite a aesme particula ac dcsintegrar-se, Pode, em geral, escolher para reomissio, ua de ume série de partieulas de natureza diferente, (per excmplo, proton, neutron, part{cula alfo ou foton gama) e dizesc ent&o que he reagdo nuclear. Podos Estes proeessos de emisséo entran em competigao no nus cleo compcsto, € as prokabilidades de emissio (cu as scegées de choque bara as diversas reagtes) pedem ser deduzidas de acdo senclhante ao caso de cspalhemento (cldsticc) cxposto nas segées anteriores. Ea vez de. fazcruos uma dedugic rigérosa des expressées (11, 2) ¢ (II, 25) as quais se chego” para e scgio de choguc de uma particular reagdo, mostra- Yemos a pleusitilidade do resultado por um raciccinio intuitive aproxi- ado, “ora, sc em vez dz perticula incidente podem cmergir outras, Coneluimos que as fungées de ‘enda @essas outras part{culas também devem *- Phys, Reve -S7, 472 (1940) @ 145 (1947) ** Veja por cxemplo, ‘Breit e W: wate Phys. Rev. 49, S2' (1936) Compare tambcm com Fermi Buclear Physics, Chicago Baa seezety . Press, Revised editicn, Page 13, . CBPF-DH-001/91 =55- ser exeitedas no intcricr do nieleo composto pela fungdo de onda inci+.-. gente, e atravessendo suas berreiras respectivas, devem aparecer fore do nucleo. Perto’ da resscnineia do partioula incidentg, © | amplitude aa” cue ungao de onda deatro do nicleo atinge valores tem altos; ‘0 que Linite o si pescimento desta aegplitude pera valores ainde mais altos é o fats ee que a fungio de onda pede atravessar novamente a barrcira pera forg do niielcoe Esta travessia funciona come o atrito na analogia mecSnica. Qste “atrite! no caso de espalhanento simples, é dado por rv como en a férmala ée omplitudc Ay dada em II, 6, quando comparada eqn o ésmale ccrrespondente de um sistema mecinico ca ressonaneid. No caso ac reagoes nucleares, cia que a fungfo de onda da partioula incidente, ne interior do micleo, pode extrevezar tgabéia, através das fungdes de enda das outras particulas nas quais se pede transformer, o “atrito" para a fungdo de onda incidente serd dado por /at 1 Blan 5 (tp* atte * Py? onde FC i= p,n,x ou y) é © inverso da vida média do nicleo composto se Sle se desintegra pela emissdo da particula i sémento. Seja o proton a particule incidente. No caso de puro cspalhs- nento, na segdo de choque difevenedal aparcec o fator . iF, QBti¢/e que ‘pode ser cscrito como (vega 11,13) Ae aet edit AS! onde Aé a amplitude da onda senoidal estacionéria no interior do ni- Cleo, Isto é, 8 econtribuigdo & onda emergente que desereve 8 seqho de sheave € € deda pelo produto da amplitude da onda no intexicr do niiclco, A, pelo coeficiente de passagem através da berreira, § (transparencia). Lembrando as expressoes: . CBPF-DH-001/91 i BE MR ABE + iTy2 be + ile 2Mb re fator em questo fica, a re das fases, Vip * aE + soe 72 No caso da possibilidade de emiss&o-das outres pertfeuths, a amplitude do fungéo de onda do protor (partfoule ineidentc) no intericr do ni- cleo serd agora (desprezando o fator ho K/2Nb ) GR, EB ~ Brest BT p onde E é a cnergia da partfeula incidente e Te Gt seeeg 08 coeficientes de trensmissio $4 de cada uma das cutras wal Beealas que podem ser emitidas sio dados por rir (a menos do inverso do fator aesprezado) de modo que a scgdo dc cheque difcrericial para absorgdo de proton ¢ cmissio da partieula 4 (p,«, y oun) deve ser proporcionel @ in E - $y {II, 20d) ~ “res r Um cdleulo mais gerel confirma esta previséc e mestra que a SegGo de choque pare absorgSo de proton, e emissao, digamos, de neutren © dedo por: ° o (pon) = urhh, —la& (II, 24) = qa, (B-Bygg)? + (Fy/ 2F : CBPF~DH-001/92. -57- ynde % é c mamero de ondas do proton ccrrespondente & encrgia de rcs- “gondneia Epes? edo scu namero de ondas verdadciro (correspondcnte a =), 0 spin das partieulas nao tendo sido evade cm conta. Para or pequeno, Anaturalmente 2 quese igual a Ap, o que mos~ tra que, neste caso (II, 24) coincide com a férmla que teriamos cbtido anscrindo o nosso resultadc (II, 20b) na expsessfo da segdo de choque em fungdo das feses 8 (forma (II, 5)» Wo caso em que ha varics nf- yeis j suficientemcnte préximos contribuinds para a scgio de cheque -. zotal, esta é deda per ° _ fife o[p>n) = eAp 2 pes | . (11,25) 2 pois @ amplitude da fung3o de onda espalhada ¢ obtida como a superposi-~ gS0 das amplitudes das fungées dc onda pareiais, espalhades por cade va dos nfveis de ressonSncia. Para uma co.paragio con a cxperiénele vejo Fermi,” . TSdos as formulas aqui citadas refercm-se ao caso em que as par~ tieuwlas nfo t8m spin. a férmule geral, para particulas com spin, é @cduzida de manzira semelhante 4 nossa, coma diferenga que apareeca ‘fatores mas coaplicedos para as distribuigées angularcs, provenientes da somagio sdere os estadcs inicial e final de spin das partioules ¢ “a0 niclec, . . II, 11, Rolegées gorais entre seegdes de choque Para finalizar éste cap{tulo, vaucs apresentar algumas relagics Baitc uteis que, porém, nade tém a ver coa os fendmencs de ressonaneda expostos ncs secgSes antcricres. 2) Reversinitidades+ Considerencs uma veagdo nuclear que se possa precesser nos dois Sntidos: dos: () ata =, vd+B : (2) CBPF-DE-001/91 -58- 20 sentido fér aquele indicado por (1), 2 ¢ B representon respectiva- pente port{eule incidents ¢ a cacrgente (per excaplo aescn 7 ¢ proton) tae Bos niicleos nos cstados inicizl ¢ final da reagao. $e as particulas ém reagdo tém spin c ncuente ben definidos nos estedos uptedial ¢ final, a relagdo cntre as scegdes de choque nas quis sentidos it g) : g; _ = se (12,26) aor b he x CBPF-DH-001/91 -60- ssto &, = &, @I, +1) (21, +1) e = (y+1) @IgtD 5 ‘a,27) . 3 2) Hspelhamente para a frente No caso em que, elém de espelheacnto, possam ocorrer tembéa reagdcs nucleares (2 perticute encrgente é difercnte da part{eula inci+ gente), hd una relagio entre a sceglo dc choque tote para todos os proces: os, v), e€ @ scegéo dc choguc difezencicl do espalhamenta, to- aadé né dircgdc em que nao hé deflexdo (cspalhemento para a frente) ean oe que é a seguintc: . = UP seam (Fegp(O/ R22 , (ar, 28) once 4% é o comprimento de onde de psrt{oula incidente ¢» é a fasc da tungio de onda espalhada clésticationtc. Esta rclogio também é valida se 860 eapa}hagento fér permitido (entio tcmos To of ©, xp) da coss). . A razao é a seguintc: “uando um feixc dc dctorminadas parti- culas - vamos chami-las de p,.- incide sébre um alvo espalhador, @ssc feixc emerge do outro lado (na mesma diregéo) con a intensidade diminut de pela perda das part{eules que, sofrendc ua dos divcrsos processes nucleares poss{veis, sc transforman en outras perticulas, ou se des-- viam cm tédes as diregdes. is oO namero, de partfeulas que scfreran um dos processos nuclcarces possiveis, ¢ dado em fungZo da scegSo de chcque total, de modo que & @Lminuigho dc intensidade do fcixe das partieulas Py emergentcs na dirce go “para a frente" (que depends de” Tv, esp_ (0) ) deve estar rclacionada con Sp De pento de vista da supcrposig&o de ondas associadas as par- tfoulas Py pela Necdnica quéntica, cesta queda de intensidade deve ser uma ecnscquéncia de ua deevéscino de aaplitude de onda, devido & ine terferéncia do fcixe iniciel com as ondes espalhadas para a frente pelo alvo. Consequcntemcnte a amplitude de onda espalheda para a frente esté relacicnada cc 6 scegdo de cheque total, relagac essa que vamos Procurar no que sc scguce CBPF-DH-001/91 Fig. 11,18 Un feixe.de partfoulag incide sébre um alvo, A; a8 particulas gue ultrapassam ga0 coletadas numa fenda Fa - apde distencia,do alvo, spre eixo de. feixe inoidente. zrImero de partfculas que ai clegam, por segundg, pode en tho ser mectco. . Ew sf Pig. 11,29 ,tlustrando o caloulo a9 r-R que aparece como uma fa se no calculo fo, fluxo ds particulas que séo espalhadas pe- lo alvo sob um Angulo @ atingen a fends a uma distancia p do centro. : 1608 + Figs IZ,29 Comportamento da segao de choque diferencial para o egpalhamento elastico de protons. Observe que para peque nos &ngulos o atinge valores muito acime da media. N, Fig. III,1 Espetro dos eletrons na desintegracso f ., Os elétrons apresentam-se com todgs os valores possiveis de ehergia en- tre zero ¢ um valor maximo bem definido. | CBPF-DH-001/91 -62- , gungio dc onda final des particles incidentes é * kr ‘fp, = oft + £00) = guponhames que temes ua feixc de part{eulas Pur Ancidente sétre um .pivo, € que podemes medir c néimero das pa. tieulas que penctraa por sc- gundo nume pequena fonda ccletora colocada a grande distancia do alvo, sob-e 0 Gixo do feixc Aneidentc, de tal nodo que, sc retiraracs 0 alvo, ¢ fenda é atingida em chcic pelo feixe, ¢ podercacs medir 2 intensidadc jnicial do meswo Fig. IT, 18. Seja y a fungdo dz onda que desereve és particulas Py (a den- sidede espacial dclas seré dade por YW). Queremos coleular o namczo des que, por unidade dc t cape, penctres numa abertura edlocada a uaa aistincia gfende do alvo, n2 diregio do fcixc incidcntc. Bste é dado por * 2 2 wBlpe v [eth + HO) ctr ay fr + MO cry!” Tr . Aintcgrada sébre a érea do orificio. A perda de-intensidade do fcixc vele portanto: or -f anpap [i-[ 1 0 tf] .. fh : pois, sc R= % é e distfncia fixa da fente ao centro de fenda, ¢ pe @isténeie déste centro, no pleno da fenda, ao ponto’ de incidéntia de uga partfeula que deixa o avo nuna diregio @ em relagio & dircgio incidente, obtcmos aproxiaadamente Figs IT, 19.- re j + pe RC +34 O reto de atertura foi towdo ccao €R, onde € é um numero suficiente- mente pequeno para que a arce de abcrtura scja menor qué*t area da ScegSo transversal do fcixc. Desta forma a abertura recete preferi- Velmente as particulas do fclas que nfo foran desviadas. * No Apéndice ITI cneontra-se wna andlisc mais detalhade CBPF-DH-001/91 -63- Efetuando o quadrade indicado na integral, cttcaos: €. 2 ) +f ank, ap Is] c oe ER i i O; -f amp F (r* e SBR TT 7 Rk c 2p a «ik tik—— ar 5* ze ar zz 2 2 -ae (ee ) =F td-e- dew j#(0)] os dois primsiros téraos rcpresentom a interferincia entre a onda pl-; incident , c a onda difundida., Sua influéncia ¢ mito maior que a do tcrao TE 21200) (* (para € pequenc) , que representa a, parte espalhod: pora dentro do orificic, se nio tivessemos interferéneia. asta scrie por exemplo téda a contribuigio sc estiyessemcs a um Sngulo diferentc, “fora do feixc incidente., De orden e@ taabém scriam as contribuigtes semelhantes das pert{eulas de natureze difcrentc da incidentc, formadas por reagGcs nuclcares (nio Tevades em conta neste céleulo) ¢ que poderéc ser tédas Sesprezddas (u levadas cn “ecnta nas expericnéieas mais pre- cisas). A porte expencneial des dois primeiros t&zmos é uma fungdo osci- ante do aiamctro do orificic, cuja médie é serc, de modo que pode scr dqprezada, Resta: hr ( Hf), ope CaP) A expreseSo entre perentesis é a parte iuagindria de £(0), que teatéa pode ser escrita como: . |£(0)]| som a onde £(0) = (8) co Lenbrando agora que |[f(0) | = fa FO) > & que /k = * Tesulta a relagdo (II, 28) que qucriamcs dewonstrer. A oxperiéncia mostra que sen) deve ser positivo para altas energias. Como |scny|<1, vemcs que CBPF-DE-001/91 -64- oy aT Ke o que torna compreensivel que a seegao de choquc @ifereneial dc espalha- aento elésticd de protons cresge a velorcs mito acima da médie para g cproximando-se de zero. Fig. II, 2. . or capt) 3K megn)® CBPF-DH-001/91 -65- CAPITULO IZ. a de Des: racéo Beta II, t+ Introducko A tcorie A teoria da dcsintcgregdo beta a quc se chegou atualmentc esté em Stimo accrdo com a cxperiéncta no que se refere 3 forma do espetro dos cletrons cmitidos. Quanto & vida média, ha uma séric'de dificul~ § : dadcs (discrepancias com ea cxpcexitneia) provavelmente devidas ao fzto de que o seu céleulo envolve um conhecimcnto mais dctalhado des prow priedadcs do micleo, que einda ndo pcssuimos, Uma couparagio com a experiéneia aparece de forma cspecialmente clara c sistemtica quando utilizamos o wodélo nuclear das casades (de Haxcl, Jenscn,Sncess ¢ sis G. Mayer) para ordenagéo dos. dedos experimenteis, Porisso deixaremes esta comperagio para depois do e.tudo do modélo das canadas (Cap. IV). Os trés proecssos co: preendidos na tccria de desintegragao teta sao: . . . . . a) A emissio de um cletron do-nicleo dé carga %c, o nucleo rcsiitantc tendo a carga (Z+1) ¢; . =xcuplot cui yg er ae b) Captura K| Um cletron da caaada interior, K, em $érnn do nucleo, : é absorvido pelo mesao, passando Este e ter uaa carga (Z-1) cy 2. Leeonheee-se a ocorréncia dést2 proedsso pele radiagdo KX carac- torfstica de érbita K do ncvo elemento, consequente & capture he Excaplo: - calO9y ng!99 ¢ F ¢) Dmiss%o dz pesitron CBPF-DE-001/91 -66- gxcmplot ohh hg er eo Frequentément2 e ceptura K e emissio de positron sao processos giomltaneos e‘ecnpetitives. Este 4 o caso ac ou, também pods se trensfcrmar em wit por ceptura K. . fistes trés processos sio, para efcito de edlculo, reccnduzisos gs formas cquivalentes da reagiio. » Por exemplo, que ngwptre +d onde n,p,c,¥ sao respectivencntc o neutron, o proton, o cletron co anti-neutrinc. (Usa-sc o arti-ncutrino ea voz do ncutrinc pore oktc> aoior simetria nos céiculos. (Fisicamentc os dois tém as mesmas proprice dedes)« . Supse-s¢ que cada ume destas particulas tcm spin Lc sua fungio de onda, apcsar de gerclacntc desconheeida, satisfaz a uma cquagdo relativistica do tipo da cquagio de Dirac. Como esta admite também estadcs de cnexgia negative, cada um dcs proecssos a), b), ¢) é apenas transforuagao de neutron emproton cntre estados inicial ¢ final difercn- tes. . ‘ A cmissio de electron represcnta-se por: -n+d¥—pte isto é, o noutron absorve um niutrino que 8 cxistia préviamente, in- porceptivel num.cstedo éc cnergia negative, dcixa c "furc* do ncutrine que se ccaperta covlo uze particule ez estado de cnergia positive, chamade anti-ncutrino, ¢ sc transforma em proton c cletron. a ceptura K é cxatemcnte o inverso dcste reegZo. -No estado inieial hé um eletron ¢ ua proton. fists absorve o cletron ¢ se trans- ‘foraa em neutron ¢ caitc ua neutrine, ca cstadc de energia pesitiva. . : Fa cmissio de positron, o estado iniciel & ae um proton'e de. um eletron ca estado de cnergia negative (inperceptivel), Bste é abe Sorvida pelc proton. © seu “furc’ no estado final é 0 positron. A desintegragZo do ncutren nao sc pode der nas duas pertfeules Obkserviveis: eletron e proton, sdmente, pois ent&o, por conservagéio de CBPF-DH-001/91 -67- gy aento © energia, os cletrons emitidos seriam moncenergéticos (porque g ncutron ¢ o proton est&o em. estados de energia definidos dentro do pacleo). Otserva-se porém que os cletrons eprescntca tédas as encrgias aesde 0 até E x1 Sendo o seu espetro dado, aproximadamentc, pele curve qo Fig. II, 7. Esta @ uma das razdcs para se supcr a cmissfo de uma terccira portieule, nfo dirctancnte observavel, neutra, de massa inferior a 20 398888 gletrtnicas, spin } 3 (Fermion) ¢ que leva consigc o momento ¢ gnergia cxcedentes, Pare us discusséio mais detalhada veja Fermi.” Todos os trés processes a, b, € c, foram reccnduzidos ao case da dcsintegragao do neutron cm proton (e vice versa); éste porém, ainda no tem explicagio teérica, ¢ deve scr aceite como processo fundanentel adircto.* - D nosso objetivo @ ealcular a forma do espetro dc elettrons de dcsintcgracgio de um nucleo p- instével, e@ 2 sua vida média’ Usamos 0 processo conhecido da teéria des perturtagdcs para calcular a probabili- dade de tronsig&o (numero ac transigdes por segundo) de um cstado inicial 20 final. Probabilidade ae tronsigéo = § FF ps l® + densidade de estades Finals/dz (III,1) onde Hp, é o sleaento de “natriz da hemfltoniena dc interag&o das quatre particulas, ealeulado entre 6 estado inicial c final. Sasta usar a perturbeg&o até a primeira ordem, pcis, o processo € muito lento. A forma déstc eleacnto de matriz pode apenas scr“adivinhada* atualmente., Deva, porén, ter-as seguintes. propricdades: a) ser relativisticaacntc invariante; . b) sé permitir preees:cs que eonscrvem energia e icmento; c) scr siuétrica ("ida ¢ ‘volta devo tcr a mesma prokabili-~ dade) 5” a) naturelacnte, estar de acdrdo con a experitneia. Verificourse que ha agis de ume possibilidade de escolha para * © oushgar spelascays eh ta gio revista (University. of Chicago Préss) phe: 8, PoE THE fhysth 8, 162 (1934) foi o primeiro a cmpregar. este pidcia pare faser ua tcorde da desintegracac. CBPF-DB-O01/91, . -68- o operador de anterac&o cujos elementos de matriz - satisfazcm as tres princiras vestrigdes acime mencicnadas, e que séo até hoje igualaente gatisfaférias tou insatisfatorias) expevimentalmente. JIT, 2. Exemplo com um elemento de matriz siuples Vamos clucidar ¢ método de céleulo de dcsintcgragdo beta, to- endo para a haailtoniana dc intcragdo wa cxcuplo tea simpics. Depeis (page 72) investigarcacs queis cs pessiveis operadercs de Antcragés, @ seus elementos de metriz quc sejam relativisticanentc invariontes e mais satisfatcriocs experinentalnente. Ponhaaos para Hp; a seguinte expressic simples (a titule de es- tudo preliminar): . Hop = of CY Qh, GY yo). ro intcgrel, Pp Ya YW 2W a, representa ac fungSes de onde des quatro particulas, “las séo tomadas tédos nc mcsmo pento do espago, ° que exprige o fatc dc que a interegao é dc contato * (a ercagfo e ab- sorgde das part{eulas sc dé nc mesmo pento do espagc). Note-se que aparece Wy ne intcgrandc, em vez ae Y's, > pois, consideramos o neutrino no estedo inicial, o scu "furo" (vcje pag-57 ) no final, dc actrdo co. o uso geral. & censtante de interagdo G tem di- aenstes dz crg. em, pois He; ¢ uma cnergia, eye é 0 inverso de ua volume cy pare = 1). Scu velor neturalucnte dcpende das hipotescs sobre a naturgza aa intereg&o, mas sua crdem.de grandeza é, para tédas ales dc 1074? erg on’, Ceno cxeaple, censideréacs o case da desintegragio do neutron livre: oe nopte +3 Cone primeira aproxinege vancs desprezar 2 interagdo cculombiane exis tents entre eletron ¢ proton. Ent&c podesos tomar ondas planas. para -4s fungSes VW das quatro pe- tioulas. ibtemce: - 2 apr 5 Hpy = o fc ofip: Fy ciPed Ty* cSByrF etPa? ae, CEPF-DH-001/91 -69- os p 880 os momentos, er a posigio das quatro particulas. * Como as cnergias envclvidas nesta reegZo so da ordem de alguns MeV, estamos na regiao relativistica das particules lcves, pclo unos. sto é, dcverdam aparcecr fungécs de onda a quatro cumponentcs ¢ os epsradores do tipo spin (Fok > B da cquagdo de Direc) cte. Dedixarc- mos para depois a considcragdo destes detelhcs, Vames ccnsiderar agore a desintegragio dc um ncutren ecntide no antericr de un nicleo.’’ Entio podemcs tonar ondas planas sé para o neu- ‘trino e o-eletron ( desprezando ainda a interagdo cculombiane do eletron com 0 niclec): swipe . uy ie ee ip) + % o Pelt Wer * . &8 TungSes de onde das port{eulas pesadas (protons c ncutrcns) conti- das niicleo no séo mais cndas planas, naturalmentc, Representé-mo-las © por: . . : . U (% Reve) = .fungio de onda des part{eulas pesadas antes da desintes gragio; . . = fungfo de onda das particulas pesadas depois da desin- tegragéo; Rs Bayer ly representam es trés coordenadas espacieis das particules pesedas 1, 2,¢9eN, contidas no nuclco. Ento podemos escrever pore o elemento de mtriz: f ri : Bey = 6 y VR Eaeeed Bat Fp. VG, % ot ost ase UCR, pao) ot, ax,, * Nota: A cgngervagéo do momento, por exemplo, fica garantida, pois a integral so ¢ difcrcntc dc zero quando - Py ot (P= # Py +Pgy) =O” A eonservagio da cnergia_decorre da prépria mancira de obtcngao da propabilidade dc transigfic por unidadc de tempo, cm que os estadcs finais tém a cncrgia contada num intcrvelo eontinuc, (veja per cxcm- plo Heitler "The Quantum Theory of Radiation", Oxford Un: versity Press, 2% cdigao, peg. 89) pods, na integral score fodos estados fi- nais dos clementos dc gatriz dc tcdas tyansteocs 80 contribuca aguc- das cm que a ccnservegeo da’ cnergia csta praticamcnte satisfcite, CBPF-DH-001/91 -70- A somagdo extende-se sdtre todcs os nucleons k que so neutrons no este- do inicial, pois nfo se sabe qual deles vai sofrer a desintegragéo beta. Antes de prosseguirmos como célenlo de Py, venos cxaminnr éc mais perto c tlcucnto de aatriz Hp,» Note-se que 8 exponencial, nos ensos comuns, vele aproximadancntc 1, peis, ccao mostraremos wais adjen- +e, pere energias cingticas usuais dos eletrons ewitides (2MeV) Wn (Boa + By) FE M05 consequentemente Bey pode ser escrito como some de térmos decrescente do tipo: . fis x » fed Be Pua x, (VLG) Bx, h ra quc provém do desenvclvimentc em série de poténcias da exponencial. Cada térmo permite atr#buir propriedades bastante difcrentcs 8 fungSo inicial e final do nfcleo. Por exemplo, pare o princiro scr diferente de zcro, Ve U devem ter a mesma paridedc e como o nucleo csta em estado de womento angular bem dcfinido, V deve representar o mesmo moacnto angular que U. Para 0 ségundo térmo scr difcrente de zcro, come ‘o intcgrands contém o fatcr Zz » pode-se mostrar quc * Vic U devea ter paridades -diferentcs, ¢ scus mcmcntos cangulares podca difcrir dc 1,0 ou “1, Gono em geral os miiclcos cstic em estados (iniciel e final) bea definidos de paridadc c momento angular totel (spin), compreende-se que © primciro térmo, ou o scgundo, etc, podem ser nulos (cu desprez{veis) - Aléa disso, uma vez dctcrminadas as “regras de selegéo!' (audenga de paridade e spin) associadas a cada térmo, 0 valor de cada térmo @ da- do aproximedamente per uma peténcia dc p/h «+ rst, vezes o msm niimcro - Me of viu dx, igualmente desconhecido para todos les, ¢ vezes um térao que depende fortemente dos momentos By + Bys com excegio do primeiro. Isto se Yefletird, couo veremos, na forma do espetro emitido ¢ na vida wédia ae transigdo. CBPF-DE-001/91 “71+ Se, por exemplo, o primeiro térmo se anula, mas n&o o segundo (a transigso chame-se entao primeiro-proibida), espera-se que |i, ig seja aproximadamente 1/100 vezes menor-do que se o primeiro térno nao se anulasse (seria a transigéo pefmitide). Falta mostra que 1/ B(B,, + B, ) + REiI710 Como na integral as funyoes Ve U se anulam fora ao nucleo, pasta cousicerar disténcias Xda ordew ao raio nuclear, ry. Vawos suger “que ua nicleo do niwero atémico A = 100 emita um eletron 2 um neutrino com energia de 2 MeV cada um (é 0 usual) e cal- cul. ~ 0 valor de p+ 7,/ fi correspondente. By aieY AB, sh epg 2MeV in epy ote . , / Az typunyy awn 3 wig 00 60 TYMHO Ty @ . Fizeaos uso da relagéo . = “4971 — zr = fo + & 175, com re = 1,40 +20 3 cm me? P-¥ fi = 2/% nav excede, aproximadanente, 1/10. Resumindo a andlise do elemento de matriz, vewos que sao. pos~ sfveis transiySes Ge diversos tipos cou regras ae selevdo diferentes e vieas médias Gife,entes \estay sao proporeionais a tps IS 'y COLO vere— “ wos}. Por regras Ge sele,Zo entendeu-se a> mudanyas de wmowento angu- lar total, AI, e Ge pardaace ao nacleo inicial e final. Indica-se @ wuaanga de paridede cou ua “biu" se houve mudanga, € COm “NSot no caso contrério. Por exeuplo, para transigdes perudtidas, téewos as chauadas regras aé seleydo ce Fermi. - permitidas: AI=0 “N&o" , primeiro - proibidas: ALT= 1, -i, 0 “Sim. CBPF-DH-001/91 -72- Para obtermos a expressdo completa para a probabilidade de gransigéo (IIL, 1) precisamos ainaa da expresséo para a densidade g gos eStados finais, isto é, do namero de estados finais por unidade de eneyuia total final. Cowo energia e mouento das particulas pesadas, no estado inicial e final, sdo fixos (despreza~se o.xecho ao nicleo), trata-se sOmente de sacer o nineco ce waneiras ema que a energia total final (fixa) se pode aistribuir entre as energias do eletron e do neu= trinode . Para isso podemos considerar 0 eletron e€ o neutrino como livres e independentes, 0 nimero de estados em que cade um pode ester quando seu aowento esté contido no angule sélido DNAs aN, udduto psp + Op, vale. 2 . ‘ ap at @rne . 2 : Par Mer We, | OD a0, arn - (au 4) ae wodo que: Ps 1 & ’ onde & é energia aos dois juntos e vale B= pyc + By onde 2,7 é a energia do eletron, igual a oyn,= - + PGs Cone dese~ gamos ooter a foima ao espetro em técuoe Ga energia ao eletron, cul- culamos fs para cada valor de p,, fixo e para a energia E no entérno da energia &) libexada na reayéo (coxresponde & conservagao da ener: eda). . . zo =-¢ apy G* a5 ot . an, aX, s./sey ee fal? pe re oy Sst + Prob. trans./Seg. = [pent lal - FeutFen 5 a a (Os efeitos cvulowbianos foram aesprezados nesta expresso). Se eg 2 for incependente de Pej. Py (transigdo peruitida, por exemplo), po- demos integrar sébre os angulos sélidos (af/yr 44 o valor 1}. 0 CBPF-DH-001/91 -73- adingr0 de eletions emitidos por segundo com energia (em unidades de ne 7) entre fe + a€, é proporcional a: «Per Grea = (Eo ~ 6° Yea eae (111, 2) onde €, é a energia liberada na reagho e €é a energia do eletron. iste é, pois, o espetro teéricauente esperano para transigdes perni- tidas. O seu grafico, Se asSemelha guito ao experinentaluente obtido, apresentado na figura Iti, 1. A cotiparagéo com o.espetro experimental é porém mais facil poy meio de ua gréfico deduzido deste, o chawado "grafico ae Kurie’ > como verewos, Gepois de levar em conta a atragao e@letrostatica entre eletiron e alcleo. Convém notar que na expresso (III,2) desprezamos a wassa’it,, do neutrino, @o escxever mos Py ea fungdo ae € e €,. Com may=O a expresséio seria; ’ 3 ey apa, = [«o-€.# - e *) o€ ye -1 a5 Para € perto de €, Este efeito se faz sentir nd forma da curve teérica cainao n(&) para zero wails rdpiaamente e antes que para o caso my =O #xaminando a forma dos espetros experimentais perto da energia ndxdina, verifica-se que my < 1KeV. Vamos agorva levar eu conta as forgas elétricas, isto é, a n&e planidade da vung&o de onda Go eletron perto do nicleo, por ueio de uu fator de correydo F(Z,€). fste exprime o quadrado da média, sdbre o niicleo, da auplitude daguela fung&o ae onda do eletron, que, absintaticaiente, é onda plana representando uwa pasticula de energia € e u.wemto ps O seu cdlculo-envolve a teoria relativistica de am dirac. A sua expreseio é ; 28-2 TAZE : wap? EP Se « suserolt 1s FW, Ee = = IP s+ 0 *C. wus Reve Mods Physs 22, 390 (950) #e ey Feenverg € G- Tries, Rev. slod. Phys. 2%, 5 399 (1950) CBPF-DH-001/91 -74- a) Fig. I12,2 Probabilidada da tran@icao permitiés, por segundo, em que um slatron 4 enitide,com snergia on tro ¢ of +A , om unffade de me*. Compan: eco @ ourga experimental da Fig. IIE, 2. an “Fig. TIE.3 : Grafteo de Korie pora Gubh (“aspstrofie fb. CBPF-DH-001/91 -75- onde 2 € o nimero de carga @o nicleo final. 2% deve ser tomado positivo para ewissio p™ e negativo para emissio p* , . € é@ a eaergia do eletzon eu uniuades nF p é 0 aiomento do eletron ew dnicades 1c R € 0 raio nucleay em unidades de h/m,c ss ~ et? 22 oe nt/t97 Fé a tungdo gawa usual Por exeuplo: =lg ? x20, sei-,e-2et. _ 200 700 (2p n)17100 g ue tungo muita pouco sensivel do raio éo nicleo, de wodo qué ndo piecisauos cunhecé-lo cow preeisdo. para deteruinarwos o espetro. » . . . A expiessao rinal pera as procatzlidades de transi- gGo do tipo “pexmitiaa’, por segunco, PCE as, em que o eletron é° eudtido cow energias entre uc Kee + ee) é, pois, : oe P(E) 0 SF inj? F(Z,€) (€ 9-€) fem €a€, hb - (111,53) vela oktewos a forua ao espetro e 4 vida sate, © espetro est visuali+ zado no writico da Fig. III,2. 0 “grafico Ge Kurie" @ iaais Gtal para percerer o desvio aa curva tedrica em relagdo wos pontos experiaentais, e para deteralaar € + su ordenadas tomau-se os valores da expresso V2 . Pe) FG, e)le=- TE) © ew apeissas a energia € do eletrons CBPF-DH-001/91- -76- Para espetros permitidos, o resultado aeve sey uma reta, segundo (1II,3). Experimentalmente encontram-se auitos casos de es- petros sO se desviau ua seta no laao das caixas energiag, couo wostva o exeupio do cuo4 * Wig. Ii1,3). Sstes aesvios parece ser consequéen- cla das dificuldaces expeviuentais peia wedir os eletrons de baixa eueiziae Os eletions depois ae ewitiaos sio ietardados dentro do proprio filme aa sucstancia p- ativa, ae wodo que o numero de eletrons Lentos € maior uo que tetricauente se espera. A uedida que a espes- sura da fonte diuinue, os desvios se iestrigem para regides de energia cada vez wais raixa. , III, 3. Avida wédia t 0 seu inverso @ a protatiliaade total ae transigfo por uni- cade de tempo, isto é, a integial de. protep,lidade de transigdo por segundo sécre tédas as enexglas dos életrous enitiaos: & said ot eo : ; Png 2 “G ane f? cer ce =| BS nl f (2,6) E9-@)* VERT € ae isto é, 1/2 = « f (2) onde 25 = Cg? ct ti] (uz, 4) 2a hl O valoi: ga integral do segundo mempro . € . . rt wef F(a, €) Ep" €)% Ve TEA pode ser obtido (nuséiicawente) pois, F(Z,€) € fungdo da energia conhecida (tedricauente) e €, a energia waxiuwa dos eletrons euitidos, deteruindvel experiuentaluente pelo yréfico de KtMe. Rao se couparam os valoves experimentais da vida uédia Gire~ tawente cou as previsdes teoricas, puis Eles dependem forteuente da energia liberada na reagdo (variau aproxiuadauente, couo se pode veri- ficar por inspegdo da expresso de £(Z), como €> ). 4 nuite vais *C. Wa, Rev. Mod. Phys. 22, 390 (1950) CBPF-DH-001/91 -TI- eluciaativo usal para tuo Ge comparagao entire os nicleos ‘uma quanti- gade que néo coatéw a parte da dependéacia da energia teéricawente perevista, @ que culsequentewente, traz luz scere a parte ainda ndo cal- euldvel, que,é o eleuento de watriz do operador Ge inteiag&o (ainga p80 cuupletauente cunhecido) entre os estados do niicleo (taucéu nao eonhecidos). Trata-se do produto fT que, segundo (UII, 4), @ uenos ge constautes, coincide cou o inverse de jay No capitulo IV, 5, faveuos uu exaue dos valores de fT experinen- taluente connecidose No caso da captura-K, o eletvon esta na ércita K (capturas de cauadas ais altas, couo L, etc., sao Gespreziveis). A sua fungao ce onda € agora 4 da Orcita K. A sua enerzia é uua sd, cem definida (a ae érvitay, Ge wodo que os neutrinos ewitides s&o monocroudticos. Nao na portaato espetro. © elewento de watriz aa transig&éo é dado: por. .F = of Ye ey FaveR Ye, WO) + ti onde Ya, (0) representa a uéaia da fuaydo de onsa da ércita K sdcre a regido do nacleo. Calcula-se Yer (0s, eupreganao a teoria de Dirac do eletion, a féiuula: Protabilicade Ge captura K/seg = ae ae ey 6Onit 2s $84 sar uF (ema) Fae, 68 diietauente, o daverso da vida uédia. sla pode sex escrita sob a wesua forda que a expresodo do inveiso Ga vida wédia pare @ enissado pda ,Asina anterior, towando, poréa, para f a funyZo's fg = er (HZ) (exyehre “aa Wigs), onde Wy = ewergia inieial - energia final co nacleo, eu unidades de ac @ RS, Ke M tém wesuos significados ye ew IT, 10. Aqui tau tem, a grandeza interéssante para a c.uparag&o experiuental é £7. Ho * Veja Feenberg e Trigg, Kev. lod. Phys. cc, page 405 (1950) CBPF-DH-001/91 caso em que captura K ¢ emissdo de eletion positivo ocorraw simultanea- pente, © que frequenteucnte acoutece, toua-se para coupaiagdo . (fpr fot fII, 4+ A questao oa £: 1 GO elesento watriz Provisériauente, towawos eu III, ¢ para Hp; a expressao. [ee Yaw & = HA umwitos exéuplos expeziuentads eu boa concordaucia co. as previsées decorrentes daquele elewento matriz, no caso de transiydes peimitidas: regras de seleySo de Ferul ( AI = 0, "ndo'y © forma do espetro (reta no gréfigo de Kurie). &ste sucesso sugere que a yorwa correta para o elewento. de watriz talvez seya uma generalizagao do exemplo de III,c. Uma possicilidade seria dimseriy operadores corivenien- tes agindo sObre as fungtes de onda contidas em Hp, daquele exeuplo. Formalaente?" a [Ve { {wry, ¥ i oF qt PY, Wey 2 oF} Ya x onde 2 ‘a of sho operadores a deteiuinar que aged sOore as fungdes de onda das particulas leves (cl, v) ¢ pesadas (p,ns respectivamente. No nosso exewplo anterior, os = 1, Pave exprimir que, na ewis- sao p", o neutron passa a proton no estado final, foi inserido o opera- dor Q que transforma neutron em proton (coma swesma fungo de onda nes Soordenadas e. spin) e proton ew"zero‘, Para poder expriudr & treus- foraagdo inversa , isto é, a ewiss%o°,* on eaptura. K, é necessdério adicionar ua segundo terao, coutendo e heraitiano conjugado de Q,9 + @ste transforma proton ea neutron e neutron em ‘nada’. ste térao @@icional pode ser o heruitiano conjugado do priueiro, de wodo que téde a hamiltoniana de aateragao torna-se herwitiana (H = H). . Viuos taubéa no nosso exémplo, que para uda hamiltoniana inde- Pendente da. energia Gas particulas leves (transigfo permitida), a Torua do espetro provéa essencialuente da districuigéo estatistica da Hey = CBPF-DE-001/91 energia liberada na ieagdo entre os cutados livres do eletron e neu~ trino, isto é, a forua ao espetio néo traz nuita luz sdtre a forma que deve ter o opezador de interagao no caso das transigoes permitidas. So aS regras do sélegdo x a furma dos -spctros proibidos nos pod-rao dar alguma pista a resp .dto da heniltoniana dz int-ragao, A Vauos examinar algumas possioilidades pafa os operadores oe “Oe. . 1) hn grad,, isto @, operaaor ao tipo gradiente agindo séere as fungdes de onda aas particulas leves, Usta possibiliaade nto & perwitida experimentalwente, pois @le wuda,a forma do espetro por ua fatos entra, E(energia ao eletron), além de alterar Gependéricia 4a onaa wécia da energia waxiua, (Wy), de We a ug y © que, eaperiuentaluente (por exeuplo, nos espetros per— witiaos), fora ae diviaa, nto @ o caso, (Esta & a chawada téoria ae Konopinski-Uhlentéeck). 2) Of involve watrizes ao spin. . Esta nipbdtese € provaveluente correta, weste caso a hamiltoni- ana de interagao permite regras ae Selegdo Gifeceates que a@ do nosso e.euwple oe of ei. Ha desintegragdes » das quais a forua Go espetro e o valor de. fT cor.espondes & transigho ‘pesmitiaa, e que, no entanto, apresentan regras de seleg&o diferentes das de Fermi (AI = 0, n&o) resultantes = 1, S&o as regras de selegto de Gamow-Tel- Go nosso exewplo ler; AI= 41, "N80". Ua exeuplo £ 0 cuso ae HS>15 4 B- +9, cujo valor de £7 & a 10? segundos e ew que AI = 14 (Supde-se que o I ao HE 6 nulo como € de costume em touos of ngcleos do tipo par-par, 0 valor experi- uental ao spin do ly € 1). Isto mostra que, wesuo para as transigtes Perwitidas, a hawiltuniana de AntesagZo aeve poder envolves vetores axiais ou tensores, por e»euplo, pois @stes, Couo ve.euwos. wais adiante, Permitea [AZ| = : Una possibilidade seria por exemplo: 20 CBPF-DH-001/91, Bey YD FQ WAP We Y * x3 onde ye Wr) > Yih Wy, ) representa: we Fn) Yam vy) + Ya) * es oUt Wy. 2 HS oY). Seupre que apavecer ua produto ae paréatesis aesse tipo, cou operadores vetoriais (ou cou inaices #,.,.) entre duas fungdes de onda ea cade, suptende-se por esta expresso a soma dos produtos aos ptrentesis cal. culados para cada uma Gas componentes ao vetor (ou incices da matriz). 4s fungées de onda das: paticulas, no caso relativistico, so “spinores" a quatro cowponentes, isto é, sfo quatro fungdes que Be transformaa de waneira determinada numa wuaanga de coordenadas, les exprimem a situag&o de. spin da. perticula correspondente (per exemplo se tédas, wenos a primeira componente, se anulaw, @ componente vale + i). Os operadores de spin agea “misturando" as diferentes com ponentes (trocau @ primeira pela segunda, por eaemplo, etc), tstes operadores podem ser ontias a pertir das matrizes a@ quatro linhas e quatro: colunas ‘Ge Dirac, ¥“, Me 12:3 ,b No caso n&o relativistico, o nfuero ae componentes das fungdes se reauz a aois, Os operadores obtéu-se ent&o a partir des matrizes de duas linhas e duas colunes de Pauli © 4,02, 3. Para a aefinigfo e propriedades aéstes operacores (por eseuplo, To = iv 53 . ey Oxy = 84 e. ye igy, k, a, k, Sendo permutagdes cheliess ae 152,33 Spe dy ~ By Mu= 0, etc.) veja.por exeuplo ° artigo ee Pauli sdore neeAaica quéntica, no dandpuch der Physik.* ve conforuicade cou o uso geval aa teoria dos spinores de ‘Dirac USereuios em vez ae W* > 9 chauaao spinor a quatro componentes~ ad junto . de Ys * Handbuch der Physik, Vol 24,°10 parte, 22 ediglo, pag. 220, CBPF-DH-001/91 -81- Vemos procurax es cowvinagtes luveriantes, aelativisticas, entre es fungdes de onaa ass pas ticulas leves e aas pesadas, que contéa opewadores de spin, Para 4sso se pode mostrar yve os nimeros (nBo spinores ) abaiso Giscriuinasos, S40 ceracterizauos matewaticawente as seguinte maneira; wh we um escalar. ¥TIAY | = 1,2,5,h, S80 a componentes de wi queari-ve tor; + ise y, KEY, sto as cowponentes ae uu quadri-tensor anti. +. gduétrico, y x? yf Yy, . s%o as couponentes de wi quadii-vetor axial (pseudo-ve tor), + Wr yoy @ um pseudo-escelar pat conclui-se que as possiniliasdes pera o eleuento de matriz, que satisfazea sos requisitos de duvariancie relativistica, s&0 os seguin. tes: Sscalar SeeeeeC 1) (1) Vetorial Veneoe(Sy) (Sp) . q Tensorisl Tevee 5 (Su Sy- BB (ou &~ by ye Ps, Vetor P¥eeee (Ss SM) Ss Bs) Ps, Bscalar Bees (05) (%5) (Os operacores nos paréatesis realuente deyeu estar entre duas fungdes ae onda Wt eB , os aes pesacas no 1% e os das leves no Z , € a ine | tegrel sdbre o volume deve sex feita), Escrevendo es fungdes de onda no nhcleo no estedo iniclal como | Ue V, a Go eletron ‘couo We a Go neutrino como , os cinco elementos | ge matriz ne forma tridimensional (apropriada para posterior aproxi- 1 i wagfo nfo relativistica fican: 8 cp WD OYE) v vty) YP) ~ WSO) ETRY) . (pd) CWE ~ teen) CY"ekp Py Wav) COFEP ~ WI CHY PP) B pseu) Yes? PI, CBPF-DH-001/91 -82= ona e p dados port 8 = BOG 82 = EMBs = Bob, B= B- H& einge usa outra possipiliaace, 0 neutrino tea fun¢glo ae. nae Poguao-escalar, € No seu elewento de matriz deve ser inserido ua gator 8 extra, jlenhua caso destes, porém, pode ser combinado cou algum dos casos anteriores, Leixaremos de considerar esta possipili- gade. Qualquer cowbinag&o linear entre estas cinco interagdes taa_ pém & pexmitida e fornece novas possirilidades. . Como as particulas pesadas est&o na regio no relativistica, precisamos des aproximagdes nfo relativisticas aas expressdes aciaa, as fungdes Ge onaa do neutron e do proton se reduzea ent&o a spinores de duas couponentes, € os operadores de spin, a matrizes de duas lin. phase duas colunas (fungdes dos operauoresO ae Pauli), Chauando ae v eM & velociasde e @ wassa do neutron (1) e proton (2), e Py & Pp os operadores (n/i) grédey, (h/i). grede>, que ageu sécre as suas fun. gdes Ge onda, es expressées nko xelativisticas dos operadores de spin, corretas até.a ordga v/e ao teruio principal (por exeuplo p = 1 + ter- wos ge orden (w/e)® ), 8&0 as seguintes: Vee] poof a - a + BL) Jette + 1G ND, - BE) / Zhe pee F BR =. Cy + Bp) / Ate + ATI + BB) / Me Fug : e = F. +B) / ate py? = &« Gy - BB) /ate Nota-se que, para o caso da desintegragfo neta, (B= FR) /at = (Py + BY) aR (By + Bb) /24 RW/2)swcieons 2 (B+ BE) faa (oR. RH) / Henny f onde EB & a energia liberada na 1eagio. CBPF-DH-001/91 (7 Inuereons & ew yeral as ordem de 1/10 (pois (We )?= ay?/Me? = eBoy 7c? = 40/931), isto’é rt agongeu do” pedueiro té.mo do desen— volviuento G4 exponencial e mo F nds g- Pa + Be Pye B Q> téruos esta ordew, provententes das teansighes "peru tides, bro- auzeu, pois, efeitos ae weswa@ intensiaede que os 1 preloidos, e@ BBO por isso chaweaos "proinidos xelativisticauente". slém aisso, como @les contéw o wouento do eletron e co neutrino, produzem ua espetro aiferente do pesmitiao, A parte do elewento de watriz que envolve . Re, proveniente do aésenvolvimento da exponencial, @ chauwada gra. aiente_priweiro_proicias", Heuniwos nuwa tacela as contrisuigées: peruitias, relativis~ tico-primeiro-profoidas (2 eoluna) e@ gradient-primeiro-proibidas em coluna) para as cinco possicilidaces aos eleuwentos de watriz (ne ltiue coluna usow-se 9 = B - B, = Py + By ) Peri tiaas Gradiente-priseiro. proitidas uelativis tico-priueixo- proibides c*tap ats %) 0 w' 4 OR 0 wpe) *. i * Py Banat *, 322 yo jw) ai?) q@ Ee Puy =p) wt G20) (FEY) 2 Latent sae | ene v) PAH | WAR SRO GeO er | aPugerpy — |v'e ae uP) WAR (BED) FP p | oO +0 ew ordea v/e : @,- Fo) eu oven u/ei —t 2 yaa) Mc . a Rote-se que a + Be )/aMe e (BRA sto da mesw& ordea ae ygrandeza,pois: w+ BB )/2Me = UB - Ryn = B-Rrcujalitva, pots cl Qe nelativistico-primei:o-pioicidas e gsediente-primedro-proipi- ‘CBPE-DH-001/91. =B4- “ges se podeu, pois, combina ue wwe fora que aepende ao tauanho yeletivo cos eleuentos ae wxtriz correspondentes, isto @, do nfclce e conteituir siwulteneauente para se transigdes priueire.proibides. | Gaubéu produzea as wesias regra. ue selezio, Cada um produz um es~ petro ae forma aiferente, ae medo que a forma do espetro final nfo & 2 tnica, wus depende de couo os dois aperecem coubinados, Calculando-se, cou €stes elewentos de watsiz, 6 distribuigso augule: do eletron (Enzulo ao eletron eu relagio ao neutrino = 8), obteuw.se para o caso das transijdes peruitidas: 1- cos @ 1+ cos 6 1+ (cos @ 1/3 1 = (cos @ )/3 yes” A uédia sOore todas as diregdes do espago é a wesua para todos éles, isto é, 1. Vauos examina egora as regres ae selegio produzidas pelos operadores de spin, isto @, as relagdes que devem haver entre a park. dade e o mouento Angular total do nacleo, nos estados inicial e final, para que o elewento de matriz ao operador eu questZo, entre os referi- dos estados, seja diferente ae zero, € dnvariante por alguma wudenga de coordenades, . Peridede ¢ mouento angular sSo propriedades que caracterizen uu sistewa quéntico isolado, pois elas se conservau, Se procur anos a fung&éo de onda nua novo sistewa ae coordenades obtide por inversic espacial do antigo, isto é, x' = -x, y' = -¥, 2" = =, ent&o verific.~ se que a nova fuagto ae onda s6 pode diferir aa prititiva por un si~ nel * Se ste fdr positivo, a paridade (intrinseca) @ chauada par, caso contrario duper, Um vetor axial & wi exeuplo de uae grandeze par (@ 0 tipo AAB). Por exemplo; mwouento angular opbital e intrin- secod; na passage ae sistewa levogiro, para dextrégiro sua dire- g&o no espago se inverte, mes 0 sinal de suas couponentes permenece o * Veja por exeaplo X, reynaan, “wenSmenos nucleeres eymesonicos a el. tas energias" apostiina e curso dado no C.5.P.s. no 2- seuestre de 1951, pag.6.

También podría gustarte