Convergência em Espaços Normados

Definição:

i) (xn ) em (X, k · k) é convergente se existe x ∈ X tal que

lim kxn − xk = 0. (1)

n→∞

ii) (xn ) em (X, k · k) é Cauchy se dado  > 0, existe N ∈ N tal que

kxm − xn k <  ∀m, n > N. (2)

Dada um sequência (xk ) em (X, k · k), associamos a sequência (sn ) de somas parciais (já que
estamos em um espaço vetorial podemos somar)

sn = x1 + x2 + · · · + xn . (3)

Se (sn ) converge, isto é, existe s ∈ X tal que

lim sn = s, (4)
n→∞

dizemos que a série infinita

∞
X
xk (5)
k=1
converge e
∞
X
s= xk . (6)
k=1

Se a série real
∞
X
kxk k (7)
k=1

converge, a série é dita absolutamente convergente.

Teorema: (X, k · k) é Banach se, e somente se, toda série absolutamente convergente é conver-
gente.
Demonstração: Considere, primeiramente, (X, k · k) Banach e seja (xn ) sequência tal que
∞
X
kxk k < ∞. (8)
k=1

Seja
N
X
sN = xn . (9)
n=1

Para N, M ∈ N com N > M . temos

N
X N
X
ksN − sM k = xn ≤ kxn k, (10)


n=M +1 n=M +1

1
que tende a zero quando M → ∞. Assim (sN ) é de Cauchy e portanto convergente em X, que é
Banach.
Se, agora, toda série absolutamente convergente em X é convergente, fixe (xn ) de Cauchy em
X qualquer. Então é possı́ve selecionar n1 < n2 < . . . de maneira que
1
kxn − xm k < (11)
2j
para quaisquer n, m ≥ nj . tome
y1 = xn1
(12)
yj = xnj − xnj−1 , j ≥ 2.
Então
k
X
yj = xnk (13)
j=1
e
∞ ∞ ∞
X X X 1
kyj k = ky1 k + kxnj − xnj−1 k ≤ ky1 k + < ∞. (14)
2j
j=1 j=1 j=2

Portanto existe
∞
X
lim xnk = ynj . (15)
k→∞
j=1

Como (xn ) é de Cauchy e possui uma subsequência convergente, então (xn ) converge.
x nk
De fato: seja a = limk→∞ . Dado  > 0, tome n0 tal que

kxnk − xnj k < ∀j, k ≥ n0 (16)
2
e também

kxnk − ak < ∀k ≥ n0 . (17)
2
Segue que para n ≥ n0
kxn − ak ≤ kxn − xn0 k + kxn0 − ak < . (18)

Base de Schauder
Se um espaço normado contém uma sequência (en ) com a propriedade que ∀x ∈ X, existe única
sequência de escalares (αn ) tal que

kx − (α1 e1 + α2 e2 + · · · + αn en )k → 0, (19)

quando n → ∞, então (en ) é chamada base de Schauder. A série

∞
X
x= αk e k (20)
k=1

é chamada a expansão de x na base (en ).

Exemplo: Note que lp possui uma base de Schauder (en ), onde en = δnj .

e1 = (1, 0, 0, . . . ),
e2 = (0, 1, 0, 0, . . . ), (21)
e3 = (0, 0, 1, 0, . . . ), . . . .

2
Dado x = (ξj ) ∈ lp , temos
 1/p
∞
X
kx − ξ1 e1 − ξ2 e2 − · · · − ξn en k =  |ξj |p  → 0, (22)
j=n+1

quando n → ∞.
Teorema: Todo espaço normado X que possui uma base de Schauder é separável.
Demonstração: Seja (en ) base de Schauder. considere o conunto
(∞ )
X
S= ri ei : ri ∈ Q, n ∈ N . (23)
i=1

Dado ( n )
X
S= ri ei : ri ∈ Q, n ∈ N , (24)
i=1

temos que Sn é enumerável, Ppois existe f : P Sn −→ Q × · · · × Q com f (x) = (r1 , r2 , . . . , rn ). Note

que f é injetivo, pois se x = ni=1 rix ei , y = ni=1 riy ei e f (x) = f (y), então rix = riy , i = 1, 2, . . . , n,
o que implica que x = y. Como Qn é enumerável, temos que Sn é enumerável e

S = ∪∞
n=1 Sn (25)

é enumerável.
Note que S é denso em X, pois dado x ∈ X, existe n ∈ N e (α1 , . . . , αn ) ∈ Rn tal que

kx − α1 e1 − · · · − αn en k < . (26)
2
Como R é separável, existe (r1 , r2 , . . . , rn ) ∈ Qn tal que

|αi − ri | < , i = 1, 2, . . . , n. (27)
2nkei k

Portanto
kx − r1 e1 − . . . xn en k ≤ kx − α1 e1 − · · · − αn en k + k(α1 − r1 )e1 − · · · − (αn − rn )en k
n
 X  n (28)
< + |αi − ri |kei k < + = .
2 2 2n
i=1